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Numero do processo: 10680.723281/2010-02
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. ADMISSIBILIDADE.
A admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido.
Consequentemente não há que se falar divergência jurisprudencial, quando estão em confronto situações diversas, que atraem incidências específicas, cada qual regida por legislação própria.
Da mesma forma, se os acórdãos apontados como paradigma só demonstram divergência com relação a um dos fundamentos assentados no acórdão recorrido e o outro fundamento, por si só, é suficiente para a manutenção do decisum, não há como se considerar demonstrada a necessária divergência de interpretação.
FRETE. CUSTO DE AQUISIÇÃO DO ADQUIRENTE. CRÉDITO VÁLIDO INDEPENDENTEMENTE DO REGIME DE CRÉDITO DO BEM TRANSPORTADO.
A apuração do crédito de frete não possui uma relação de subsidiariedade com a forma de apuração do crédito do produto transportado. Não há qualquer previsão legal neste diapasão. Uma vez provado que o frete configura custo de aquisição para o adquirente, ele deve ser tratado como tal e, por conseguinte, gerar crédito em sua integralidade.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, somente quanto aos serviços de frete na aquisição de leite e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Jorge Olmiro Lock Freire e Rodrigo da Costa Pôssas.
Numero da decisão: 9303-009.847
Decisão:
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Demes Brito - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
Nome do relator: DEMES BRITO
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. ADMISSIBILIDADE. A admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido. Consequentemente não há que se falar divergência jurisprudencial, quando estão em confronto situações diversas, que atraem incidências específicas, cada qual regida por legislação própria. Da mesma forma, se os acórdãos apontados como paradigma só demonstram divergência com relação a um dos fundamentos assentados no acórdão recorrido e o outro fundamento, por si só, é suficiente para a manutenção do decisum, não há como se considerar demonstrada a necessária divergência de interpretação. FRETE. CUSTO DE AQUISIÇÃO DO ADQUIRENTE. CRÉDITO VÁLIDO INDEPENDENTEMENTE DO REGIME DE CRÉDITO DO BEM TRANSPORTADO. A apuração do crédito de frete não possui uma relação de subsidiariedade com a forma de apuração do crédito do produto transportado. Não há qualquer previsão legal neste diapasão. Uma vez provado que o frete configura custo de aquisição para o adquirente, ele deve ser tratado como tal e, por conseguinte, gerar crédito em sua integralidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, somente quanto aos serviços de frete na aquisição de leite e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Jorge Olmiro Lock Freire e Rodrigo da Costa Pôssas.
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ADMISSIBILIDADE. A admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido. Consequentemente não há que se falar divergência jurisprudencial, quando estão em confronto situações diversas, que atraem incidências específicas, cada qual regida por legislação própria. Da mesma forma, se os acórdãos apontados como paradigma só demonstram divergência com relação a um dos fundamentos assentados no acórdão recorrido e o outro fundamento, por si só, é suficiente para a manutenção do decisum, não há como se considerar demonstrada a necessária divergência de interpretação. FRETE. CUSTO DE AQUISIÇÃO DO ADQUIRENTE. CRÉDITO VÁLIDO INDEPENDENTEMENTE DO REGIME DE CRÉDITO DO BEM TRANSPORTADO. A apuração do crédito de frete não possui uma relação de subsidiariedade com a forma de apuração do crédito do produto transportado. Não há qualquer previsão legal neste diapasão. Uma vez provado que o frete configura custo de aquisição para o adquirente, ele deve ser tratado como tal e, por conseguinte, gerar crédito em sua integralidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, somente quanto aos serviços de frete na aquisição de leite e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Jorge Olmiro Lock Freire e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 32 81 /2 01 0- 02 Fl. 544DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Demes Brito - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício). Relatório Trata-se de Recurso Especial de divergência, tempestivo, interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao amparo do art. 67, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, em face do Acórdão nº 3402003.967, ementado da seguinte forma: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 Ementa: COOPERATIVA AGROPECUÁRIA. CREDITAMENTO DE LEITE "IN NATURA" ADQUIRIDO DOS SEUS ASSOCIADOS. Até a entrada em vigor da IN SRF nº 636/2006 as cooperativas agropecuárias tinham direito a apurar o crédito integral da contribuição social pela aquisição do leite "in natura" dos seus associados. FRETE. CUSTO DE AQUISIÇÃO DO ADQUIRENTE. CRÉDITO VÁLIDO INDEPENDENTEMENTE DO REGIME DE CRÉDITO DO BEM TRANSPORTADO. A apuração do crédito de frete não possui uma relação de subsidiariedade com a forma de apuração do crédito do produto transportado. Não há qualquer previsão legal neste diapasão. Uma vez provado que o frete configura custo de aquisição para o adquirente, ele deve ser tratado como tal e, por conseguinte, gerar crédito em sua integralidade. Recurso voluntário parcialmente provido. Direito creditório reconhecido em parte. (...) Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para (i) reconhecer como válidos os créditos apurados pelo recorrente em relação às aquisições de leite in natura; e, ainda, (ii) reconhecer como válido apenas aqueles créditos de frete tomados pela recorrente e cujo custo de aquisição não foi repassado para os seus associados. Vencidos os Conselheiros Jorge Freire e Waldir Navarro Bezerra, que negaram provimento. Vencidas as Conselheiras Thais de Laurenttis Galkowicz e Maysa de Sá Pittondo Deligne, que deram provimento em maior extensão para reconhecer o direito ao crédito em relação à totalidade dos fretes. Fl. 545DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 Ao Recurso Especial da PGFN, em Exame de Admissibilidade (fls.434 a 438), foi dado seguimento as seguintes matérias: (i) Créditos apurados pelo recorrente em relação às aquisições de leite in natura, e (ii) Créditos de frete tomados pelo sujeito passivo e cujo custo de aquisição não foi repassado para os seus associados. A Contribuinte apresentou Contrarrazões (fls.449 a 468) pugna pelo não conhecimento do Recurso da PGFN, por ausência de divergência jurisprudencial, caso conhecido seja negado provimento. Regularmente processado o apelo, esta é a síntese do essencial, motivo pelo qual encerro meu relato. Voto Conselheiro Demes Brito, Relator. DECIDO. O Recurso foi apresentado com observância do prazo previsto, restando, contudo investigar adequadamente o atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade, prerrogativa, em última análise, da composição plenária da Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a qual tem competência para não conhecer de recurso especiais nos quais não estejam presentes os pressupostos de admissibilidade respectivos. Inicialmente, cabe ressaltar que a admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido. Após essa breve introdução, passemos, então, ao exame do caso em espécie. In caso, a decisão recorrida deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, para: (i) reconhecer como válidos os créditos apurados pelo recorrente em relação às aquisições de leite in natura; e, ainda (ii) reconhecer como válido apenas aqueles créditos de frete tomados pela recorrente e cujo custo de aquisição não foi repassado para os seus associados, com os seguintes fundamentos: (...) I. Do creditamento do leite in natura 10. Em suma, a fiscalização alega que, por gozar do benefício estabelecido pelo art. 15 da MP no 215835/01, a recorrente não teria o direito de usufruir dos créditos básicos da contribuição em apreço2, nos termos do que prevê o art. 3o, § 2o, inciso II da lei nº10. 637/023. 11. Não obstante, ainda segundo a fiscalização, a recorrente não teria direito ao citado crédito básico de PIS, mas sim ao crédito presumido prescrito art. 8ª da lei nº10. 925/044. 12. Em princípio, referido raciocínio parece válido, isto se não fosse o disposto no art. 9o da mesma lei n. 10.925/04, que assim prevê: Art. 9º A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: (...). Fl. 546DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1o do art. 8º desta Lei; e (...). § 2o A suspensão de que trata este artigo aplicar-se-á Nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF. (grifos nosso). 13. Valendo-se da prerrogativa estabelecida no §2º do inciso II da sobredita lei, a RFB editou a IN SRF 636/06, depois revogada pela IN 660/06, cabendo a este último veículo normativo, em seu art. 11, inciso I, assim prever: Art. 11. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: I em relação à suspensão da exigibilidade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins de que trata o art. 2º, a partir de 4 de abril de 2006, data da publicação da Instrução Normativa nº 636, de 24 de março de 2006, que regulamentou o art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004; e (...) (g.n.). 14. Diante deste contexto, o que se conclui é que, pela ótica da RFB, até o advento da IN SRF nº 636/2006 a recorrente não fazia jus ao crédito presumido, o que, por sua vez, permite afirmar, por dedução, que até então esta mesma recorrente fazia jus ao crédito básico da contribuição aqui tratada, sendo exatamente este o crédito aqui vindicado. (...) II. Do crédito de frete nas operações de aquisição de leite in natura dos associados 18. Não obstante, outro ponto de discórdia no presente caso diz respeito a creditamento feito pela recorrente em razão do pagamento de frete na aquisição de leite in natura. 19. Convém destacar que, segundo o que restou apurado nos autos, a fiscalização e o contribuinte convergem em relação ao fato de que o frete em questão foi formalmente arcado pela Recorrente, consoante se observa das notas fiscais de aquisição do leite in natura, donde se conclui que o frete para tais operações é custeado pela recorrente, configurando, pois, custo na aquisição de tais bens. Em suma, a recorrente e a fiscalização admitem que o frete em questão é formalmente custeado pela recorrente, o que torna este fato inconteste. (...) Para comprovar o dissenso jurisprudencial, a PGFN, apresenta como paradigmas, os Acórdãos nº 3403-002.973 e 3301-002.299, (3301-002.298 e 3301-002.244- Divergência- Créditos de frete tomados pelo sujeito passivo e cujo custo de aquisição não foi repassado para os seus associados), transcrita na parte de interesse ao presente exame: Acórdão 3403-002.973 Processo nº 15987.000681/200973 Recurso nº 15.987.000681200973 Voluntário Fl. 547DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 Acórdão nº 340-3002.973 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 27 de maio de 2014 Recorrente OUTSPAN BRASIL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. NOTAS FISCAIS SEM CAUSA. GLOSA. Aquisições de mercadorias amparadas por notas fiscais emitidas por “noteiros”, pessoas jurídicas inexistentes de fato, precipuamente constituídas para esse fim, não dão direito a crédito. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. COMPRAS NÃO ONERADAS. VEDAÇÃO LEGAL. A aquisição de bens ou serviços não onerados pela contribuição não dá direito a crédito. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS. VEDAÇÃO LEGAL. O aproveitamento de créditos não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores por expressa vedação legal. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido. (...) De acordo com o Despacho Decisório DRF/Santos/Seort/SP nº 10, de 6 de março de 2012, fls. 457 a 467, apoiado nas conclusões da ação fiscal levada a efeito junto ao requerente, objeto dos processos 10845.720753/200901 e 15983.720078/201247, consubstanciadas no relatório anexo aos autos, e cujo desfecho a contribuinte já tomou ciência em 02.03.2012, parte dos créditos reclamados não teve sua liquidez e certeza assegurados, vez que sua obtenção está cingida por fraudes comprovadas, somadas a aproveitamentos de créditos incompatíveis com a legislação vigente. O Despacho Decisório dá conta de que, em operações empreendidas pela Receita Federal, Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (Operação Tempo de Colheita, Operação Broca e Operação Robusta), apurou-se que o requerente participou de fraudes, “comprando” notas fiscais de venda de café, emitidas por “noteiros”, pessoas jurídicas inexistentes de fato, precipuamente constituídas para o fim de permitir a obtenção de créditos de contribuições sociais não cumulativas “cheios”, quando, por se tratar de fornecimento de pessoas físicas, ensejariam tão somente crédito presumido 1. Constatou-se também que o requerente tomou crédito por compras de café feitas a cooperativas de produtores, que haviam excluído de suas bases de cálculo o valor da receita repassada ao seus associados, de forma que as contribuições sociais nelas não incidiram, situação que não admite o creditamento, nos termos do art. 3°, § 2°, inciso II, da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Fl. 548DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 (...) Acórdão 3301-002.299 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 CUSTOS/DESPESAS. PESSOAS JURÍDICAS. AQUISIÇÕES. CRÉDITOS PASSÍVEIS DE DESCONTOS/RESSARCIMENTO. Somente geram créditos passíveis de desconto da contribuição mensal, apurada sobre o faturamento e/ ou de ressarcimento/compensação, os custos dos bens para revenda e os custos/despesas dos bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de bens e produtos destinados a venda, adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País e tributados pela contribuição. CUSTOS. INSUMOS. AQUISIÇÕES. FRETES. PRODUTOS DESONERADOS. Os fretes incidentes nas aquisições de produtos para revenda e/ ou utilizados como insumos na produção de bens destinados a venda, desonerados da contribuição, não geram créditos passíveis de desconto/ressarcimento. CUSTOS. URÉIA. REVENDA. RESSARCIMENTO. Os custos com aquisições de uréia para revenda geram créditos da contribuição passível de compensação/ressarcimento. Recurso Voluntário Provido em Parte. No que tange o dissenso referente: (i) Créditos apurados pelo recorrente em relação às aquisições de leite in natura, os Acórdãos paradigmas nºs 3403-002.973 e 3301- 002.299, não guardam qualquer divergência jurisprudencial ou similitude fática com que restou decidido pela Turma a quo. O Acórdão nº 3403-002.973, trata sobre créditos reclamados que não teve sua liquidez e certeza assegurada, vez que sua obtenção está cingida por fraudes comprovadas, somadas a aproveitamentos de créditos incompatíveis com a legislação vigente. O Despacho Decisório dá conta de que, em operações empreendidas pela Receita Federal, Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (Operação Tempo de Colheita, Operação Broca e Operação Robusta), apurou-se que a Contribuinte participou de fraudes, “comprando” notas fiscais de venda de café, emitidas por “noteiros”, pessoas jurídicas inexistentes de fato, precipuamente constituídas para o fim de permitir a obtenção de créditos de contribuições sociais não cumulativas “cheios”, quando, por se tratar de fornecimento de pessoas físicas, ensejariam tão somente crédito presumido. Por sua vez, a decisão recorrida reconheceu o direito de a Contribuinte apurar créditos referente às aquisições de leite in natura, pelo fato de que trata-se de uma apropriação de crédito sobre uma aquisição realizada pela própria cooperativa, não de um terceiro que comprou alguma mercadoria. Já o Acórdão nº 3301-002.299, também não guarda qualquer divergência, pois, no referido acórdão, o Colegiado afastou os créditos relativos aos produtos recebidos de Associados da Cooperativa (leite, caroço, milho e algodão), por se tratar de produtos com suspensão das contribuições sociais. Fl. 549DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 No caso vergastado, não havia previsão legal de suspensão do PIS e da COFINS nas operações realizadas entre as Cooperativas e Cooperados, de modo que, não há como interpretar qual legislação foi divergente. Desta forma, essas dessemelhanças fáticas e normativas impedem o estabelecimento de base de comparação para fins de dedução da divergência jurisprudencial. Em se tratando de espécies díspares nos fatos embasadores da questão jurídica, não há como se estabelecer comparação e deduzir divergência. Neste sentido, reporto-me ao Acórdão no CSRF/01-0.956: “Caracteriza-se a divergência de julgados, e justifica-se o apelo extremo, quando o recorrente apresenta as circunstâncias que assemelhem ou identifiquem os casos confrontados. Se a circunstância, fundamental na apreciação da divergência a nível do juízo de admissibilidade do recurso, é “tudo que modifica um fato em seu conceito sem lhe alterar a essência” ou que se “agrega a um fato sem alterá-lo substancialmente” (Magalhães Noronha, in Direito Penal, Saraiva, 1o vol., 1973, p. 248), não se toma conhecimento de recurso de divergência, quando no núcleo, a base, o centro nevrálgico da questão, dos acórdãos paradigmas, são díspares. Não se pode ter como acórdão paradigma enunciado geral, que somente confirma a legislação de regência, e assente em fatos que não coincidem com os do acórdão inquinado.” Com essas considerações, conclui-se que a divergência jurisprudencial referente: (i) Créditos apurados pelo recorrente em relação às aquisições de leite in natura, não foi comprovada, de modo que, não tomo conhecimento referente esta matéria. Quanto o dissenso referente aos créditos de frete tomados pela Contribuinte, tomo conhecimento, e passo a decidir. MÉRITO. No mérito, como o Recurso atinge a discussão sobre Créditos de frete tomados pelo sujeito passivo e cujo custo de aquisição não foi repassado para os seus associados. In caso, os gastos com fretes no transporte de insumos possui natureza diversa do bem transportado, formalizado por meio de nota fiscal própria, cuja operação suporta a incidência integral do PIS e da COFINS, ou seja, o frete é contratado de pessoa jurídica distinta daquela que vendeu o insumo, os valores recebidos em contrapartida pela prestação de serviços será incluída na base de cálculo das Contribuições, devido pelo transportador, eis que se trata de uma operação tributada. No que tange o direito de crédito de PIS e da COFINS, sobre fretes nas operações de aquisição de leite in natura dos associados, mantenho a decisão recorrida por seus próprios fundamentos, a qual utilizo como razões de decidir: “18. Não obstante, outro ponto de discórdia no presente caso diz respeito ao creditamento feito pela recorrente em razão do pagamento de frete na aquisição de leite in natura. 19. Convém destacar que, segundo o que restou apurado nos autos, a fiscalização e o contribuinte convergem em relação ao fato de que o frete em questão foi formalmente arcado pela Recorrente, consoante se observa das notas fiscais de aquisição do leite in natura, donde se conclui que o frete para tais operações é custeado pela recorrente, configurando, pois, custo na Fl. 550DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 aquisição de tais bens. Em suma, a recorrente e a fiscalização admitem que o frete em questão é formalmente custeado pela recorrente, o que torna este fato inconteste. 20. A discussão, todavia, gravita em torno do fato da recorrente repassar os custos de tais fretes para seus fornecedores, o que, por sua vez, impediria atribuir à referido frete a natureza de custo de aquisição. É o que se depreende do seguinte trecho do Relatório Fiscal (fl. 12): 21. Não é demais lembrar que estamos tratando de uma cooperativa central, que recebe os bens dos seus cooperados (cooperativas singulares) para vendê- los no mercado. Uma parcela do montante recebido por esta venda feita no mercado é devolvido ao cooperado em razão da sua produção, oportunidade em que a recorrente faz o desconto do valor pago a título de frete e que é aqui questionado. Tal fato, inclusive, é assumido pela própria recorrente, conforme se extrai de um excerto da sua peça recursal (fl. 631): 22. Logo, se a recorrente recupera o valor do frete que, formalmente, é por ela pago, não é possível dar a tal frete o tratamento material de custo de aquisição, o que torna válida a glosa aqui debatida. 23. Ressalte-se, todavia, que ainda remanesce uma questão neste tópico em particular, haja vista que, subsidiariamente, o contribuinte alega a existência de um equívoco no cálculo desta glosa. Assim, segundo o recorrente, a fiscalização teria partido da premissa que o custo com todos os fretes glosados teria sido repassado aos seus cooperados, o que não seria verdadeiro, já que tal repasse se limitaria apenas à parcela do leite transportado. 24. Em sede de diligência fiscal, a unidade preparadora de fato constatou esse equívoco, mas tentou "adequá-lo" sob o fundamento de que, ainda sim, não seria devido o creditamento do frete no caso em concreto, uma vez que (fl. 666 relatório de diligência fiscal): Fl. 551DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 25. O que a unidade preparadora sustenta, indevidamente, é que o crédito de frete deve seguir a mesma sistemática de creditamento do bem transportado, como se houvesse uma relação de subsidiariedade entre tais créditos. Logo, em se tratando de transporte de leite in natura e entendendo a fiscalização que este insumo está sujeito ao crédito presumido, conforme exposto no tópico imediatamente anterior do presente voto, a unidade preparadora concluiu que (fl. 667 relatório de diligência fiscal): (...) 26. Tal entendimento, todavia, é indevido. A apuração do crédito de frete não possui uma relação de subsidiariedade com a forma de apuração do crédito do produto transportado. Não há qualquer previsão legal neste diapasão, até que porque não haveria qualquer sentido nisso, já que o frete sofreu a incidência integral da contribuição e, por isso, não pode ser comparado ao procedimento aplicável ao bem transportado. Não se comparam elementos distintos por absoluta impropriedade de meio (relatório de diligência fiscal) e inconsistência de conclusão. 28. Com base em tais fundamentos reconheço como válido apenas aquele crédito de frete tomado pela recorrente e cujo custo de aquisição não foi repassado para seus associados”. Dispositivo Ex positis, tomo conhecimento parcial do Recurso interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, e na parte conhecida, nego-lhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Demes Brito Fl. 552DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 9303-009.847 - CSRF/3ª Turma Processo nº 10680.723281/2010-02 Fl. 553DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.005213/2006-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003
IRPF OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE FONTES NO EXTERIOR PROVAS Tratando-se de omissão de rendimentos recebidos de fontes no exterior calcada em prova indiciária, a ausência de provas
veementes, consistentes e convergentes, de que a movimentação financeira é efetivamente de titularidade e tem como beneficiário o contribuinte colocado como sujeito passivo da obrigação tributária, não permite que a exigência fiscal se mantenha. Necessitaria estar provada pelo Fisco, mediante documentação hábil e idônea, a natureza da percepção dos recursos ordenados mediante as transferências bancárias, para que fosse possível
aferir, se, de fato, tratavam-se de rendimentos tributáveis recebidos de fontes no exterior.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2202-001.008
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Necessitaria estar provada pelo Fisco, mediante documentação hábil e idônea, a natureza da percepção dos recursos ordenados mediante as transferências bancárias, para que fosse possível aferir, se, de fato, tratavamse de rendimentos tributáveis recebidos de fontes no exterior. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, João Carlos Cassuli Junior, Fl. 215DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Antonio Lopo Martinez, Ewan Teles Aguiar, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 216DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10830.005213/200611 Acórdão n.º 220201.008 S2C2T2 Fl. 2 3 . Relatório Em desfavor do contribuinte, RENATO LUIZ RIGHETTO IFANGER, foi lavrado Auto de Infração de fls. 05/07, originado de procedimento fiscal instaurado por meio de Mandado de Procedimento Fiscal — MPF de n.° 08.1.04.002006000925 (fls. 01), relativo ao imposto de renda pessoa física do anocalendário 2002 exercício 2003, por meio do qual foi exigido crédito tributário apurado no valor de R$ 516.235,00, dos quais, R$ 183.001,57 são referentes a imposto, R$ 105.116,10 correspondem a juros de mora calculados até 29/09/2006, R$ 137.251,17 são cobrados a título de multa proporcional e R$ 90.866,16 relativos à multa exigida isoladamente. De acordo com a Descrição dos Fatos (fls. 06/07), a exigência decorreu da omissão de rendimentos recebidos de fontes pagadoras situadas no exterior e falta de recolhimento do imposto de renda da pessoa física devido a título de carnêleão. Os valores tributáveis, as datas dos fatos geradores e o enquadramento legal estão relacionados às fls. 06/07. O Termo de Verificação Fiscal (fls. 12/18), dá conta das seguintes informações: Atendendo a demanda requisitória da Justiça Federal — Seção Judiciária do Paraná — r Vara Federal Criminal em Curitiba, processos n.° 2003.70000303334 e n.° 2004.70000082670, foi emitido Mandado de Procedimento Fiscal (fls. 01) objetivando analisar, em fiscalização, as informações obtidas pela Justiça Federal junto às autoridades do governo dos Estados Unidos da América, as quais foram transferidas para a Receita Federal conforme decisão prolatada no processo n.° 2003.70000303334 (inquérito 207/98); • Da análise das informações repassadas pela Justiça Federal, constatouse que no anocalendário de 2002 o fiscalizado efetuou transações financeiras no exterior, através da empresa Beacon Hill Service, no total de US$ 241,221.56, nas datas e valores discriminados em planilha de fls. 13; Cientificado do início do procedimento fiscal, em 15/03/2006, o contribuinte foi intimado a comprovar, mediante documentação hábil, idônea e coincidente em datas e valores, a origem dos recursos que possibilitaram a realização da movimentação financeira efetuada através da Beacon Hill Service Corporation e, ainda, esclarecer e comprovar, mediante documentação hábil e idônea, se os valores das transações bancárias discriminadas estavam sujeitos e/ou se foram oferecidos à tributação; Através de documento protocolizado em 03/04/2006, o contribuinte solicitou prorrogação do prazo para atendimento à intimação e em 24/04/2006 encaminhou resposta informando desconhecer por completo tais transações. Ainda, ao ser reintimado por duas vezes a apresentar os documentos Fl. 217DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 solicitados, o contribuinte reafirmou desconhecer tais transações; Diante das negativas de autoria do contribuinte foi efetuada diligência e consulta investigativa, cujos resultados evidenciaram a autoria do fiscalizado nas transações bancárias apontadas; Desta forma, os créditos efetuados para o contribuinte na instituição financeira Beacon Hill Service Corporation/ NYC EUA foram considerados rendimentos auferidos no curso do ano 2002 , omitidos na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física, exercício 2003, anocalendário 2002; Tais valores foram convertidos em reais (R$), conforme planilha de fls. 16, sendo o valor de R$ 665.460,25 incluído na DIRPF/2003 como rendimentos tributáveis, resultando em imposto de renda devido. Além da cobrança da multa pela falta de pagamento do imposto de renda, foi cobrada multa isolada pela falta de recolhimento mensal de imposto de renda, esta última com demonstrativo de valores às fls. 18. Insatisfeito com a autuação, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 116/139, alegando os pontos as seguir, extraídos do relatório da autoridade recorrida: • No presente caso não há qualquer prova de que o Impugnante tenha auferido renda de fontes do exterior; • O lançamento fiscal pautouse em documentos como simples reprodução de arquivos magnéticos enviados por uma autoridade internacional, cujo conteúdo seria a movimentação de valores pela empresa Beacon Hill Service Corporation junto ao Banco JP Morgan Chase, por suposta ordem do Impugnante por fax ou telefone; • Tratase de documento sem qualquer validade jurídica, elaborado por uma empresa privada norte americana, uma simples ficha contendo os dados do Impugnante, não se podendo afirmar, com certeza, se o dinheiro mencionado realmente existiu e no montante mencionado ; • Sequer há uma conta em nome do Impugnante no Banco JP Morgan Chase, com extratos bancários em seu nome, que possa serlhe atribuído diretamente uma titularidade e conseqüentemente responsabilização pela sua movimentação; • Considerando que é pela prova que se atesta a veracidade do fato, é necessário que haja, em algum documento, a assinatura do Impugnante certificada, através do reconhecimento de firma em cartório ou de perícia grafotécnica, para que lhe seja imputada a prática do ato; • Todo o Auto de Infração e Imposição de Multa tem como motivação apenas as denominadas "provas emprestadas", já que tem como motivação tão somente as informações fornecidas pela Promotoria do Distrito de Nova York, obtidas supostamente após procedimentos investigativos por esta realizado, não sendo suficiente para, por si só, provar fato jurídico ou ilícito tributário, autorizando a lavratura de ato de lançamento ou de aplicação de penalidade. Nesse sentido, transcreve ementas de diversos julgados; Fl. 218DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10830.005213/200611 Acórdão n.º 220201.008 S2C2T2 Fl. 3 5 • A multa isoladamente aplicada, no percentual de 50%, é nula, pois à época dos fatos geradores não havia multa, além daquela de 75% referente ao inciso I do art. 44 da Lei n° 9.430/96, que prescrevesse penalidade à conduta do contribuinte, sendo inadmissível que lei posterior seja passível de aplicação para o passado; • Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive juntada de novos documentos e a produção de prova pericial. A DRJSão Paulo II ao apreciar as razões do contribuinte, julgou o lançamento procedente, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 MEIOS DE PROVA. RECURSOS ENVIADOS AO EXTERIOR. São válidas as informações veiculadas em relatório da Secretaria da Receita Federal, decorrentes de Laudos Técnicos do Instituto Nacional de Criminalística, elaborados a partir das mídias eletrônicas e documentos apresentados pela Promotoria do Distrito de Nova Iorque à Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado. PROVA EMPRESTADA Devem ser aceitas no processo administrativo fiscal as provas encaminhadas à Secretaria da Receita Federal pelo Poder Judiciário. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas, mesmo as proferidas por Conselhos de Contribuintes, e as judiciais, não proferidas pelo STF, não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊLEÃO. Está obrigada ao pagamento do carnêleão a pessoa fisica que receber de outra pessoa física, ou de fontes situadas no exterior, rendimentos e ganhos de capital que não tenham sido tributados na fonte, no País. A falta de seu recolhimento enseja a aplicação da multa isolada, independentemente de ter sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste anual. PEDIDO DE PRODUÇÃO SUPLEMENTAR DE PROVAS. PRECLUSÃO. Enseja indeferimento o pedido de realização de perícia ou produção suplementar de provas formulado sem observância dos requisitos legais exigidos. Preclui o direito de apresentação de provas documentais após o ato da apresentação da impugnação válida. Lançamento Procedente. Fl. 219DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 Insatisfeito, o contribuinte interpõe recurso voluntário ao Conselho onde reitera as mesmas razões da impugnação, reiterando os seguintes pontos: Preliminarmente, argumenta que cabe a autoridade judicante administrativa a busca da verdade material; No mérito, indica que não ocorreu os fatos geradores tributários, dada a ausência de prova de auferimento de renda. Indica que resta saber se constar na ficha da empresa Beacon Hill como remetente, ordenande e beneficiário, em operações financeiras , equivale ao auferimento de renda, como “acréscimo patrimonial”; Questiona a utilização de prova de emprestada como base para o lançamento, por entender que a mesma é ilegítima; Da impossibilidade da aplicação da multa de ofício e multa isolada cumulativamente – da vedação pelo bis in idem. É o relatório. Fl. 220DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10830.005213/200611 Acórdão n.º 220201.008 S2C2T2 Fl. 4 7 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Conforme o auto de infração, o lançamento decorre da apuração de omissão de rendimentos recebidos de fonte no exterior. Preliminarmente, cabe apontar a questão da falta de provas da natureza da infração. Pessoalmente entendo que com os elementos presentes nos autos não restou comprovado pelo Fisco o motivo da transação ou a que título se deram essas movimentações financeiras. Fato é que, na ação fiscal, não restou comprovada a natureza dos recursos creditados ao recorrente como "rendimentos" recebidos de modo a evidenciar a omissão de rendimentos recebidos no exterior. No próprio Termo de Verificação Fiscal deixa claro esse aspecto as fls. 16 . Sendo assim, apesar da negativa do contribuinte, fica evidente sua autoria nas transações bancárias anteriormente relacionadas e, com base no artigo 55, inciso VII, do Decreto n° 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda), e no artigo 42 da Lei n° 9.430/1996, os créditos efetuados para o fiscalizado na instituição financeira Beacon Hill Service Corporation/NYC EUA, conforme datas e valores extraídos das informações repassadas pela Justiça Federal, foram considerados rendimentos auferidos no curso do ano 2002 e omitidos na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física, exercício 2003, ano calendário 2002”. Notase inclusive que no próprio Termo de Verificação Fiscal a autoridade lançadora faz referência a que estaria realizando o lançamento baseado no artigo 42 da Lei . 9430/96, porem no auto de infração o faz identificando como omissão de rendimento recebidos de fontes no exterior. Em suma, entendo que não sendo comprovado a natureza do rendimento, descabe o lançamento com base na infração "Omissão de Rendimentos Recebidos de Fontes no Exterior". Necessitaria estar provada pelo Fisco, mediante documentação hábil e idônea, a natureza da percepção dos recursos ordenados mediante as transferências bancárias, para que fosse possível aferir, se, de fato, tratavamse de rendimentos tributáveis recebidos de fontes no exterior. Como essa prova não é clara, não há como prosperar o lançamento com a infração e enquadramento legal indicado. Diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 221DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 8 Fl. 222DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Assinado digitalmente em 27/03/2011 por NELSON MALLMANN, 26/03/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 10850.720106/2014-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Dec 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2011
CONCEITO DE INSUMO. RESP1.221.170/PR. BENS OU SERVIÇOS QUE VIABILIZAM O PROCESSO PRODUTIVO E A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. TESTE DA SUBSTRAÇÃO.
Adota-se o conceito de insumo interpretado pelo Superior Tribunal de Justiça quando do julgamento do recurso repetitivo (REsp 1.221.170/PR). A essencialidade e relevância do item para produção e prestação do serviço é a régua adequada para se constatar a sua qualificação como insumo, capaz de gerar o crédito.
Recurso Voluntário Improcedente.
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3401-007.165
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Mara Cristina Sifuentes Presidente em exercício
(documento assinado digitalmente)
João Paulo Mendes Neto - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Lazaro Antonio Souza Soares, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Fernanda Vieira Kotzias, João Paulo Mendes Neto e Mara Cristina Sifuentes (Presidente em Exercício), Ausente o conselheiro Rosaldo Trevisan.
Nome do relator: JOAO PAULO MENDES NETO
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RESP1.221.170/PR. BENS OU SERVIÇOS QUE VIABILIZAM O PROCESSO PRODUTIVO E A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. TESTE DA SUBSTRAÇÃO. Adota-se o conceito de insumo interpretado pelo Superior Tribunal de Justiça quando do julgamento do recurso repetitivo (REsp 1.221.170/PR). A essencialidade e relevância do item para produção e prestação do serviço é a régua adequada para se constatar a sua qualificação como insumo, capaz de gerar o crédito. Recurso Voluntário Improcedente. Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Mara Cristina Sifuentes – Presidente em exercício (documento assinado digitalmente) João Paulo Mendes Neto - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Lazaro Antonio Souza Soares, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Fernanda Vieira Kotzias, João Paulo Mendes Neto e Mara Cristina Sifuentes (Presidente em Exercício), Ausente o conselheiro Rosaldo Trevisan. Relatório Em virtude da exaustão quando da descrição dos fatos realizada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento de origem (11ª Turma da DRJ/RPO), colaciona-se na íntegra o relatório do voto do relator unanimemente acolhido por aquela turma: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 72 01 06 /2 01 4- 80 Fl. 1461DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 pedido de ressarcimento (PER) no19928.86505.241011.1.1.09-8007, transmitido em 24.10.2011, r - – abaixo: 1 - 19928.86505.241011.1.1.09-8007 PER 24.10.2011 R$ 1.534.093,29; 2 - 25224.20403.310112.1.3.09-2103 DCOMP 31.01.2012 R$ 340.703,81; e 3 - 01934.12862.220914.1.3.09-8690 DCOMP 22.09.2014 R$ 426.342,83. - (cinquenta por cento) do valor pleiteado no pedido de ressarcimento acima em 11.05.2012, atendendo a 17.06.2010), processo administrativo no 10850-720.253/2012-98. A autoridade administrativa relatou que: 6. Frise-se que o interessado utilizou pessoas j emitidas por empresas criadas deliberadamente para essa finalidade (empresas inexistentes de fato). 35/666 - os AFRFB aduzem que: - - Fl. 1462DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 - -informa as autoridades administrativas que o modus operandi das : - -falta de capacidade patrimonial (ativos imobilizados) e gerencial (recursos humanos) para gerir e administrar uma empresa atacadista; - - indevidos; - -Contas ban - rurais/maquinistas); - empresas – fornecedoras de nota fiscal; - - - cumulatividade sabidamente para o PIS e para a Cofins devidos; -essas pseudo-empresas, fi -cumulativos; Fl. 1463DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 -a fisc lista dessas empresas de fachada, chegando a recusar algumas; - -utilizou documento que sabia ou devia saber ser falso, pois as notas fiscais emitidas pelas pseudo-empresas a Cofins; – – - – - existem nos : Conforme restou devidamente comprova - - - – - – CNPJ 07.714.031/0001- 53 - – - – - Fl. 1464DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 – A autoridade fiscal informou que o contribuinte foi intimado a identificar os bens sobre os quai produzidos pela empresa. - ferragens etc: equipamentos. i produzidos pela empresa. – – ADQUIRIDOS QUE N INSUMO Fl. 1465DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 : con - 2. – - ressarc : Fl. 1466DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 7 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 O cr acim : comprovar a certeza e - - – setecentos e vinte e seis reais e cinquenta (fls.696/732), na qual alegou que: (...) (...) Fl. 1467DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 8 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 (...) (...) (...) Dolo e c (...) enquadrariam no conceito de insumos (...) I Recebida a Manifestação de Inconformidade supracitada, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento (11ª Turma da DRJ/RPO) julgou improcedente, à unanimidade, o pleito elaborado pela sociedade empresária impugnante, pelos seguintes fundamentos, os quais rebatem, respectivamente cada argumento trazido pela impugnante mencionado por último na descrição dos fatos acima. Com relação à suposta improcedência da reclassificação das operações realizadas com as ¨noteiras¨, o voto condutor concluiu: de PIS e Cofins. Os fatos e as provas trazidas n (...) Fl. 1468DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 9 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 custos desse adquirente, pois aquele ata partir - (COCAM) creditamento integral, o seu custo de - -se de pura fraude fiscal. As provas dos autos militam a favor de que esta Em face da alegação de suposta falta de esteio probatório coletados na fiscalização, o Acórdão da DRJ a quo destaca que o entendimento firmado pela DRF de origem não se firmou apenas em depoimentos, mas também em verificações ¨in loco¨, inclusive colacionando fotos que mostravam que se tratava de interposição fraudulenta de pessoa jurídica inexistente de fato para que a recorrente e outras sociedades empresárias mais gozassem de crédito tributário. No que pertine a alegação de insuficiência da prova, por representarem mero conjunto indiciário, e a suposta nulidade amarada na falta de intimação da sociedade empresária quando da produção daquelas provas, o Acórdão destacou: - permitem deduzir o planejamento citado utilizando- fiscalizada do andamento dos trabalhos.¨ Fl. 1469DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 10 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 Sobre a necessidade de ter sido provado dolo específico da sociedade empresária impugnante, ora recorrente, o voto do Relator na DRJ indicou que, além de a COCAM estabelecer relação com 10 (dez) empresas da investigação de Vitória/ES à título de fornecedoras, não seria razoável presumir que não tinha conhecimento da irregularidade e das vantagens que ela gozaria, senão vejamos: com contratos internacionais, responsabilidade com os compradores, tanto na qualidad : fornecedores? Ou melhor, a COCAM n totalmente despida de quebra de contrato? - es, configurando o dolo. Como forma de indicar a dispensabilidade de maiores divagações acerca do aspecto subjetivo da conduta da COCAM em busca de vantagens ilícitas, o Acórdão destaca a sentença judicial que condenou o diretor estatutário e o empregado responsável pelo setor de compras de sociedade empresária em estelionato qualificado. Em seguida, com o intuito de afastar o argumento levantado pela Manifestação de Inconformidade no que tange os créditos advindos da incidência sobre insumos, o Acórdão indica que se for recepcionado tal argumento, a COFINS/PIS não-cumulativo em nada se diferenciará da IRPJ/CSLL? Somado a isso, junta jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sobre a conceituação de insumo, excluindo ponto a ponto dos gastos mencionados como gastos que deveriam ser excluídos da base de cálculo. Por fim, o voto do Relator atacado por este Recurso Voluntário afasta o pedido da sociedade empresária em reconhecer o crédito presumido de 35% (aceitando, com isso, o argumento de que não gozava do direito de 100%, como alegara inicialmente) dos insumos adquiridos de empresas cerealistas ou que exerçam atividade agropecuária, com base no artigo 2º do RF no 15, de 22 de dezembro de 2005, o qual veda qualquer tentativa de ressarcimento ou compensação de créditos oriundos daquela presunção. Nesse mesmo sentido, traz-se a discussão, com fito de afastar o pleito da empresa recorrente, o §3º, II do artigo 8º da IN SRF nº 660, de 2006, o qual veda a possibilidade Fl. 1470DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 11 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 requerida pelo contribuinte neste processo. Por fim, ainda constata que a abertura da possibilidade de aproveitamento do crédito requerido (realizado pela Lei 12.350/2010) não alcançou às aquisições do café utilizado como insumo por pessoas jurídicas que produzam mercadorias destinadas ao consumo humano. Como se extrai do seguinte trecho: Importante ainda anotar que o disposto no art. 56-A da Lei no 12.350, de 2010, comando que abriu o leque das possi produzam mercadorias destinadas ao consumo humano. - que trata o art. 55 da mesma Lei no 12.350, de 2010. O art. 56-A deve ser lido Lei no 12.350, de 2010, em seus artigos, - - 12.955, de 2014, que incluiu na Lei no 12.599, o art. 7oA: Lei nº 12.955, : - da Receita Federal do Brasil, observada a legisla - exti Fl. 1471DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 12 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 Sendo assim, a partir de todos contra-argumentos trazidos acima, a DRJ de origem julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade. Em face daquele Acórdão foi interposto o presente Recurso Voluntário com as mesmas argumentações anteriormente levantadas e reproduzidas à exaustão no relatório deste voto. É o relatório. Voto Conselheiro João Paulo Mendes Neto, Relator. Analisando os autos, é possível constatar que a interposição do recurso voluntário em epígrafe se deu em momento tempestivo quando comparado com o prazo previsto no Decreto 70.235/72, bem como obedece as demais exigências formais previstas naquele. Breve introito sobre impugnação específica Inicialmente, merece destaque o fato de que a sociedade empresária instrumentaliza este recurso como forma de rediscutir a matéria sob os mesmos fundamentos utilizados quando da Manifestação de Inconformidade. Inexiste impugnação específica aos trechos elaborados pelo Acórdão da DRJ de origem, o que poderia atrair a aplicação do art. 42, §1º do Decreto 70.235/72 para considerar como definitiva a decisão não enfrentada de forma específica. Ocorre, porém, que em respeito ao princípio da verdade real e da instrumentalidade das formas da teoria geral do processo (que também se volta para atuação processual em sede administrativa), serão apresentadas as razões específicas adotadas por este voto para, em cada caso, afastar ou acolher os argumentos levantados pelo contribuinte neste recurso. Das razões para indeferir o pedido de desconstituição da reclassificação das operações com empresas noteiras e da glosa integral de créditos relativos a insumos adquiridos de empresas cerealistas e agropecuárias. Sobre a desconstituição do conjunto probatório apurado na operação Tempo de Colheita, o contribuinte adota diversas frentes de argumentação: a insubsistência de conclusão amparada apenas em declarações, a necessidade de dolo específico e a fragilidade das razões que fundamentam a configuração de esquema de interposição fraudulenta. Os argumentos trazidos pela sociedade empresária não guardam qualquer amparo legal. Em primeiro lugar, como foi reforçado pelo Acórdão recorrido, as operações realizadas em Vitória/ES não se limitaram a colheita de provas testemunhais, mas também se voltaram à constatação in loco de que as pessoas jurídicas interpostas na verdade eram de faixada e faziam parte de um desenho fraudulento de relações jurídicas, com o intuito de favorecer o reconhecimento de créditos para indústria de café. A sociedade empresária recorrente, como foi possível constatar nos documentos colacionados nos autos, não apenas fez parte de todo o esquema (o que gerou até mesmo a condenação penal do gestor da sociedade empresária e um de seus empregados), como foi possível identificar que estabelecia relações jurídicas contratuais com 10 delas ( Fl. 1472DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 13 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 Brasile Com. E Exp. LTDA; G. H. Moschem; V. Munaldi – ME; Miranda Com. Imp. e Exp. de Ca Nesse sentido, a existência de condenação criminal em desfavor de gestor e empregado da empresa já afasta o argumento da necessidade de dolo específico, uma vez que a condenação criminal, como se sabe, presume algum aspecto de subjetividade, seja ele doloso ou culposo, tendo em vista que não se admite, em regra, a responsabilidade objetiva na esfera penal. Não obstante, adotar a lógica proposta pelo Recurso Voluntário sobre a necessidade de configuração de dolo específico representaria verdadeiro trunfo para qualquer esquema de interposição fraudulenta, pois as sociedades empresárias interessadas no esquema sempre estariam cobertas pelo guarda-chuva da necessidade de dolo específico, quando na verdade o conjunto probatório indica o caminho inverso: de que a empresa até mesmo tinha um modus operandi que pudesse servir para eventual defesa em seu favor, ao consultar o CNPJ das empresas de faixada com que supostamente transacionava. Por essas razões, a decisão atacada não guarda qualquer nulidade prevista no artigo 59 do Decreto 70.235 e, ao contrário, leva à exaustão o conjunto de fatos que indicam a necessária reclassificação de tais créditos. Com relação ao argumento de insubsistência da glosa de créditos presumidos em 35% dos insumos adquiridos de empresas cerealistas ou que exerçam atividade agropecuária, o contribuinte se esforça para defender seu posicionamento em um dispositivo que traz a própria contradição com o que se requere nesses autos. Em seu favor, o contribuinte destaca o artigo 8º da Lei 10.925, de 2004, mas o próprio dispositivo veda a utilização daqueles créditos para outros tributos, senão vejamos: Lei nº 10.925, de 2004: mercadorias de ori 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exce animal , calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquirid (grifou-se) Nesse mesmo sentido caminhou o 22 de dezembro de 2005: Fl. 1473DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 14 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 que trata a Lei no 10.833, de 2003, art. 51, §§ 3o e 4o. o que lhe confere o inciso III do art. 230 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF no 30, de 25 de fevereiro de 2005, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, art. 3o e art. 5o, § 1o, inciso II, e § 2o, na Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 6o, § 2o, e art. 51, §§ 3o e 4o, Lei no 10.925, de 23 de julho de 2004, arts. 8o e 15, e da Lei no 11.116, de 18 de maio de 2005, art. 16, e o que consta do processo no 10168.004233/2005-45, declara: Seguridade Social (Cofins) apurada - cumulativa. Art. 2o 10.637, de 2002, art. 5o, § 1o, inciso II, e § 2o, a Lei no 10.833, de 2003, art. 6o,§ 1o, inciso II, e § 2o, e a Lei no 11.116, de 2005, art. 16. ressarcimento, de que trata a Lei no 10.637, de 2002, art. 5o, § 2o, a Lei no 10.833, de 2003, art. 6o, § 2o, e a Lei no 11.116, de 2005, art. 16. (grifou-se) Por esses motivos, inexiste amparo legal para afastar o que fora decidido pela DRJ a quo, pois entender de forma diferente seria ir além do que pretendeu o legislador sobre a matéria. Sobre crédito advindo de aquisição de insumo O contribuinte pede que se julgue ¨i Em que pese ter mencionado no pedido apenas a desconstituição do que foi decidido pela DRJ acerca da aquisição de bens e serviços de frete, a partir da leitura do recurso voluntário é possível extrair impugnação ao que foi decidido sobre a não configuração como insumo dos seguintes produtos: (i) lu Para analisar ambos os casos, parte-se do pressuposto que em momento posterior ao Acórdão e, logicamente, a Manifestação de Inconformidade, surgiu o entendimento do Superior Tribunal de Justiça em recurso repetitivo para fixar o conceito de insumo (REsp Fl. 1474DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 15 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 1.221.170/PR). A Secretaria da Receita Federal, por meio do Parecer Normativo nº 5/2018 analisou àquele julgado da seguinte forma: essencialidade ou da r : : : Dispositivos Legais. Lei no 10.637, de 2002, art. 3o, inciso II; Lei no 10.833, de 2003, art. 3o, inciso II. A régua de verificação do conceito de insumo deve ser balizado pela essencialidade e relevância daquele produto no processo produtivo ou na prestação de serviço. No caso em tela, não cumpre com esses requisitos os gastos com produtos e serviços de frete, bem como os gastos com combustíveis e lubrificantes anteriormente glosados, conforme demonstração probatória acarretada aos autos. Conclusão Com base em todas as razões anteriormente expostas, voto pelo CONHECIMENTO do recurso e, no mérito, pela sua TOTAL IMPROCEDÊNCIA. É como voto. (assinado digitalmente) João Paulo Mendes Neto - Relator Fl. 1475DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 16 do Acórdão n.º 3401-007.165 - 3ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10850.720106/2014-80 Fl. 1476DF CARF MF Documento nato-digital
score : 1.0
Numero do processo: 10980.013051/2006-62
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jan 22 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2001
IRPF. DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. RECIBO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
A dedução das despesas a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentária são condicionadas a que os pagamentos sejam devidamente comprovados, com documentação hábil e idônea que atenda aos requisitos legais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a").
A falta de demonstração do cumprimento dos requisitos legais por documentação hábil e idônea quando solicitados, autoriza à autoridade fiscal glosar a dedução de despesas declaradas, uma vez que todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora, que poderá promover as respectivas glosas sem a audiência do contribuinte (arts. 73, caput e §1º, e 80, § 1º, III, do Decreto nº 3.000/99 (RIR/99).
Deixam de ser admitidas as despesas médicas pleiteadas por se mostrarem sem a verossimilhança.
IRRF. MULTA DE OFÍCIO PREVISÃO LEGAL. VEDAÇÃO AO CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI TRIBUTÁRIA. SÚMULA CARF Nº 2.
A multa de ofício tem como base legal o art. 44, inciso I, da Lei 9.430/96, segundo o qual, nos casos de lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição.
O processo administrativo não é via própria para discutir constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se tratando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade.
Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
PAF. PEDIDO DE DILIGÊNCIA E PERÍCIA. PRODUÇÃO DE NOVAS PROVAS. DESNECESSIDADE. CERCEAMENTO DIREITO DE DEFESA. INEXISITÊNCIA.
Deve ser indeferido o pedido de diligência, perícia ou produção de outras provas, quando tal providência se revela prescindível para instrução e julgamento do processo, a juízo e livre convencimento do julgador administrativo.
PAF. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. DOUTRINA. EFEITOS.
As decisões administrativas, mesmo as proferidas pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e as judiciais, não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência senão aquele objeto da decisão, à exceção das decisões do STF sobre inconstitucionalidade da legislação.
A doutrina não é oponível ao texto explícito do direito positivo, mormente em se tratando do direito tributário brasileiro, por sua estrita subordinação à legalidade. Inteligência do artigo 150, inciso I, da CF/88.
Numero da decisão: 2003-000.446
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Sara Maria de Almeida Carneiro Silva - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Wilderson Botto Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Gabriel Tinoco Palatinic e Wilderson Botto. Ausente o conselheiro Raimundo Cássio Gonçalves Lima.
Nome do relator: WILDERSON BOTTO
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DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. RECIBO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. A dedução das despesas a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentária são condicionadas a que os pagamentos sejam devidamente comprovados, com documentação hábil e idônea que atenda aos requisitos legais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). A falta de demonstração do cumprimento dos requisitos legais por documentação hábil e idônea quando solicitados, autoriza à autoridade fiscal glosar a dedução de despesas declaradas, uma vez que todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora, que poderá promover as respectivas glosas sem a audiência do contribuinte (arts. 73, caput e §1º, e 80, § 1º, III, do Decreto nº 3.000/99 (RIR/99). Deixam de ser admitidas as despesas médicas pleiteadas por se mostrarem sem a verossimilhança. IRRF. MULTA DE OFÍCIO PREVISÃO LEGAL. VEDAÇÃO AO CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI TRIBUTÁRIA. SÚMULA CARF Nº 2. A multa de ofício tem como base legal o art. 44, inciso I, da Lei 9.430/96, segundo o qual, nos casos de lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição. O processo administrativo não é via própria para discutir constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se tratando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 30 51 /2 00 6- 62 Fl. 155DF CARF MF S2-TE03 Fl. 2 PAF. PEDIDO DE DILIGÊNCIA E PERÍCIA. PRODUÇÃO DE NOVAS PROVAS. DESNECESSIDADE. CERCEAMENTO DIREITO DE DEFESA. INEXISITÊNCIA. Deve ser indeferido o pedido de diligência, perícia ou produção de outras provas, quando tal providência se revela prescindível para instrução e julgamento do processo, a juízo e livre convencimento do julgador administrativo. PAF. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. DOUTRINA. EFEITOS. As decisões administrativas, mesmo as proferidas pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e as judiciais, não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência senão aquele objeto da decisão, à exceção das decisões do STF sobre inconstitucionalidade da legislação. A doutrina não é oponível ao texto explícito do direito positivo, mormente em se tratando do direito tributário brasileiro, por sua estrita subordinação à legalidade. Inteligência do artigo 150, inciso I, da CF/88. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Sara Maria de Almeida Carneiro Silva - Presidente (documento assinado digitalmente) Wilderson Botto – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sara Maria de Almeida Carneiro Silva (Presidente), Gabriel Tinoco Palatinic e Wilderson Botto. Ausente o conselheiro Raimundo Cássio Gonçalves Lima. Relatório Autuação e Impugnação Trata o presente processo, de exigência de IRPF apurada no ano-calendário de 2001, exercício de 2002, no valor de R$ 9.696,61, já acrescido de juros de mora e multa de ofício, em razão da dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 14.000,00, conforme se depreende do auto de infração constante dos autos, importando na apuração do imposto de renda suplementar no valor R$ 3.850,00 (fls. 96/102). Por bem descrever os fatos e as razões da impugnação, adoto o relatório da decisão de primeira instância – Acórdão nº 06-20.955, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Curitiba - DRJ/CTA (fls. 111/124): Contra o contribuinte foi lavrado auto de Infração referente ao ano-calendário de 2001, fs. 95 a 101, exigindo R$ 3.850,00 de imposto suplementar, R$ 2.887,50 de multa de ofício de 75% e R$ 2.959,11 de juros de mora calculados até setembro de 2006. Fl. 156DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 O lançamento decorreu da glosa de despesas medicas, no montante de R$ 14.000,00. Cientificado do lançamento por via postal, em 23/10/2006 - fl. 109, o contribuinte apresentou, em 22/11/2006, por intermédio de procurador - fl. 24, a impugnação de fs. 01 a 23, acompanhada dos documentos de fs. 24 a 102, acatada como tempestiva pelo órgão de origem, fl. 109. Em preliminar, alega nulidade do lançamento por ter sido o auto de infração lavrado em local diverso ao de seu domicílio, corroborando essa afirmativa com doutrina acerca de auto de infração e suscitando desrespeito ao art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972. Aduz também nulidade do auto de infração em razão da falta de entrega de todos os elementos constantes do processo administrativo, afirmando ser a doutrina e a jurisprudência unânimes quanto a essa exigência. Adicionalmente suscita cerceamento do direito de defesa e consequente nulidade do lançamento em virtude de considerar os cálculos apresentados e o demonstrativo de débito “absolutamente indecifráveis, impossibilitando, com isso, a aferição da realidade do suposto crédito nele expressado", por não possuírem a origem dos índices, os critérios utilizados, a forma de atualização e as operações aritméticas efetuadas. Afirma que sua filha, Édina da Silva Muiños, é portadora de paralisia cerebral espástica desde o nascimento, conforme laudo médico pericial de fl. 36, necessitando de tratamento médico especializado e com a interdição já requerida, fls. 25 a 94. Dessa forma, considera “absolutamente improcedente a glosa" de despesas efetivamente desembolsadas com tratamentos clínicos de sua filha. Insurge-se contra a glosa de despesas médicas, que segundo o seu entendimento estariam corroboradas por recibos, afirmando que os emitentes dos recibos não foram intimados a comprovar a prestação dos serviços, o que, sem dúvida teriam feito. Informa estar providenciando tais documentos e solicita 15 dias de prazo para sua apresentação. Considera estranho haver sido intimado somente para apresentar os recibos médicos, não lhe sendo solicitado ou oportunizado qualquer outra demonstração, nem mesmo o reconhecimento de firmas. Solicita diligência junto aos profissionais, para que eles prestem informações e apresentem documentos para respaldar a efetividade das despesas declaradas. Suscita que a efetividade das despesas foi comprovada por meio de recibos e de extratos bancários com saques utilizados no pagamento, efetuado em dinheiro, asseverando que a comprovação de pagamento só é exigível se o contribuinte não possuir documentos probatórios e que o fisco sequer provou cabalmente serem os recibos apresentados inidôneos. Cita o art. 112 do Código Tributário Nacional para aplicação do brocado “in dúbio contra fisco", ressaltando que o conjunto probatório dos autos é sólido e suficiente para a comprovação das despesas glosadas. Salienta que os recibos apresentados são referentes a tratamento de sua dependente e preenchem todas as exigências legais: nome, endereço e número de CPF dos respectivos emitentes, considerando absurda a exigência de outro elemento probatório para os pagamentos efetuados em dinheiro, em razão de ser a moeda corrente de livre circulação no pais. Insurge-se contra a utilização da taxa Selic no cálculo dos juros de mora, por ter natureza ora remuneratória e ora moratória, considerando-a inconstitucional por não ter sido definida em lei e contrariar o limite máximo de 12% estabelecido no art. 192 da Constituição Federal. Permeia suas alegações com jurisprudência e doutrina. Sustenta que os juros estariam sendo aplicados sobre a multa e não somente sobre o imposto, requerendo a sua incidência somente sobre esses. Fl. 157DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 Considera imprescindível a perícia contábil, em razão de “toda suposta omissão de rendimentos foi aferida através de cruzamento entre dados contábeis do contribuinte com sua declaração de rendimentos” (sic) e que a “verificação da efetiva ocorrência destas “omissões” só poderá ser verificada após extensa análise contábil, mormente os demonstrativos constantes dos autos serem de produção unilateral da Fazenda” (sic). Finaliza requerendo: - a realização de diligências junto aos emitentes para que confirmem a efetividade dos valores declarados e dos serviços prestados; - a concessão de prazo de 15 dias para apresentação de documentação que estaria providenciando junto aos emitentes dos recibos; - o acolhimento dos fundamentos apresentados para que os recibos apresentados sejam considerados como comprobatório das despesas médicas glosadas pelo lançamento; - que o auto de infração seja considerado nulo ou improcedente ou, sucessivamente, que seja reduzido o montante do débito e dos acréscimos. Acórdão de Primeira Instância Ao apreciar o feito, a DRJ/CTA, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação, mantendo-se incólume o crédito tributário exigido. Recurso Voluntário Cientificado da decisão, em 02/04/2009 (fls. 127), o contribuinte, por procurador habilitado, em 04/05/2009 (segunda-feira), interpôs recurso voluntário por via postal (fls. 128/152), reportando-se e repisando as razões da peça impugnatória e trazendo outros argumentos, a seguir brevemente sintetizados: 1 – Preliminarmente Da incidência dos termos da Medida Provisória nº 449/2008: Em 31 de dezembro de 2002, a dívida já se encontrava vencida a 5 anos e 8 meses, atendendo desta forma o requisito temporal estabelecido pelo citado artigo. Quanto ao valor do débito, tem-se da DARF enviada ao recorrente junto com o acórdão recorrido o valor de R$13.146,63 - com vencimento para 31.03.2009. Desta forma, encontrando-se o valor da dívida para a data de 31.12.2007, afirma-se que faz jus o recorrente à remissão de R$ 10.000,00 do montante do débito cobrado em 31.12.2007, mantendo-se apenas o valor que por ventura ultrapasse tal limite. A Constituição Federal, em seu artigo 150, incisoéII é clara ao estabelecer que é vedado à União, aos_ Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios “instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente (...)", e aplicar-se o estabelecido pelo artigo 14' da MP 449/2008 de forma restritiva, entendendo-se por sua aplicação apenas para os casos de dívidas de no máximo R$ 10.000,00, não podendo os demais contribuintes que se encontrem na mesma condições de possuírem débitos vencidos até 31 de dezembro de 2002 se beneficiarem da remissão de tal valor seria uma verdadeira afronta ao dispositivo constitucional citado, pois se estaria dando tratamento desigual a contribuintes que se encontram na mesma situação. ' Desta forma deve-se “abater” do saldo devedor existente até 31 de dezembro de 2007 o valor de R$ 10.000,00 mantendo-se a cobrança somente sobre eventual saldo remanescente. Assim, REQUER seja reconhecida a validade da pretensão acima exposta, recalculando- se a dívida dentro dos limites acima apresentados, intimando-se na sequência o Fl. 158DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 contribuinte para que este se manifeste com o pagamento do saldo residual ou com a reiteração de suas razões de mérito. 2 – Dos fatos: A matéria sub examine refere-se a autuação lavrada contra o Recorrente, a qual decorreria da revisão de sua declaração de ajuste anual, referente ao exercício de 2002, ano-calendário 2001. 3 – Do Mérito: 3.1 – Do cerceamento de defesa: Note-se que razão da demanda e verificar se a documental apresentada é ou não hábil e idônea, sem embargo de que necessário aferir se houve ou não omissão de receita que enseje a autuação. Além disso, o quantum desta base tributável se mostra indispensável para a validade desse mesmo lançamento. Não possibilitar esta averiguação, ao singelo argumento de que se mostra prescindível, é atentar contra os mais comezinhos direitos do cidadão. Assim, a falta do exame pericial desrespeita mandamento constitucional, por não permitir o contraditório e não garantir a ampla defesa do autuado ora Recorrente. ADEMAIS, não obstante expressamente requerido, o fisco não diligenciou no sentido de proceder à intimação dos profissionais MAGNELY J. DE OLIVEIRA ALVES; CRISTIANE SINHOCA e ADRIANA PRADELLA ESPÍNDOLA, emitentes dos recibos glosados, a fim de que prestassem informações ou apresentassem documentação capaz de respaldar a efetividade dos valores declarados, bem como dos serviços prestados. Agindo desta forma, o julgado não deu ao recorrente a chance de produzir as provas necessárias para a elucidação dos questionamentos do fisco e consequentemente comprovar a validade das deduções médicas que o mesmo fez quando de sua declaração de imposto de renda. Desta forma feriu o direito constitucional do mesmo consagrados nos princípios da ampla defesa e do contraditório, uma vez que impediu o mesmo de apresentar todas as provas que desejava. 3.2 – Do local da lavratura: Afirma-se novamente que a medida fiscal combatida se encontra eivada de vício formal que leva à nulidade do auto de infração lavrado em local diverso de onde se constatou a suposta infração. In casu, tem-se que o local da lavratura é a Delegacia da Receita Federal em Curitiba e não o endereço do ora recorrente. Com efeito, a lavratura em local diverso do lugar onde se constatou a infração gera a nulidade do auto de infração, por franco desrespeito aos termos do artigo 10, do Decreto nº 70.235/72. 3.3 – Da glosa injustificada de valores: Nesse particular não merece prosperar o entendimento externado no Auto de Infração combatido, porquanto proferido ao arrepio da norma legal pertinente. A um, porque sequer o Agente Fiscal intimou os emitentes dos referidos recibos, para confirmarem ou não a emissão dos documentos glosados. A dois, porque a efetividade do pagamento com tais despesas não restou comprovada apenas pela mera exibição de recibos como alega o fisco, pois o autuado, procedeu, a juntada de extratos bancários que demonstram os saques feitos em conta corrente e cujas importâncias foram utilizadas para os respectivos desembolsos. A três, porque caberia ao fisco provar cabalmente que os recibos apresentados não se traduzem em documento idôneo ou ainda que os serviços prestados e recebidos pelos respectivos profissionais efetivamente não ocorreram. Fl. 159DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 Em suma a exclusão de tais recibos, ao contrário do asseverado no julgado não merece prosperar, pois referem-se a pagamentos efetuados a tratamentos previstos no art. 8°, inciso II, alínea a, da Lei 9.250/95. 3.4 – Do caráter confiscatório da multa de 75%: No presente caso vemos a aplicação de uma multa de 75% a qual acaba por perder a característica de punição e desestímulo ao contribuinte que supostamente deduziu incorretamente valores de seu imposto de renda, e passa a ser sinônimo de diminuição patrimonial, de ônus excessivo. Diante do raciocínio acima exposto, faz-se extremamente necessário o cancelamento da medida fiscal e a subsequente exclusão da multa combatida, posto que sua manutenção terá o condão de violar frontalmente o artigo 150, IV da CF/88, ou seja, a multa excessiva estaria por confiscar ilegalmente o patrimônio do recorrente. Desta forma, reiterando-se integralmente os fundamentos já bem expostos em sede de impugnação, os quais devem ser também reapreciados neste momento processual, requer desde já seja reformado o acórdão recorrido, reconhecendo se o evidente caráter confiscatório da multa aplicada e sua violação aos termos da Constituição Federal de 1988, conforme bem delineado acima, por se tratar de questão de direito e justiça. Requer, ao final, o cancelamento da medida fiscal. Caso superado o pedido, requer sejam reconhecidos os vícios formais e materiais alegados, validando-se a dedução das despesas médicas glosadas, cancelando-se a autuação efetuada. Requer, ainda, não sendo decretada a nulidade da autuação, seja aplicado o art. 14 da MP nº 449/2008, com o abatimento do valor de R$ 10.000,00, mantendo-se a cobrança sobre o saldo remanescente. Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do art. 23-B, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/15, e suas alterações. É o relatório. Voto Conselheiro Wilderson Botto - Relator. Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, razão por que dele conheço e passo à sua análise Preliminares O Recorrente alega, em sede de preliminar, a ocorrência de cerceamento do direito da ampla defesa e do contraditório, por não permitir o exame pericial requestado e também por não diligenciar no sentido de promover a intimação dos profissionais para prestarem informações sobre os serviços realizados e os valores declarados, em face da glosa das despesas Fl. 160DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 médicas no ano-calendário de 2001, razão pela qual deverá ser revisto o lançamento em relação aos referidos pontos. Ademais, o local da lavratura da autuação difere do domicílio do Recorrente, o que também gera nulidade por desrespeito ao art. 10 do Decreto nº 70.235/72. Requer, ainda, em sede preliminar, que lhe seja aplicado os benefícios do art. 14 da MP nº 449/2008, concedendo-lhe o perdão do valor consolidado de R$ 10.000,00, já que a dívida em cobrança, apurada no ano-calendário de 2001 (com vencimento em 30/04/2002), encontrava-se vendida, em 31/12/2007, a mais de cinco anos. Contudo razão não lhe socorre. O presente feito seguiu os trâmites regulares. A fiscalização atuou dentro da estrita legalidade e no limite institucional de sua competência, inclusive oportunizando ao contribuinte prestar as informações e esclarecimentos necessários a condução dos trabalhos fiscais, os quais não foram atendidos. O lançamento está claramente motivado e a base legal enquadrada. Denota-se que as alegações novamente repisadas nessa seara já foram detidamente apreciadas pela DRJ/CTA, estando a decisão recorrida assim fundamentada (fls. 114/118): Da alegação de nulidade O interessado questiona o fato de o auto de infração haver sido lavrado em local diverso ao de seu domicílio, arguindo suposta ofensa ao art. 10 do Decreto n° 70.235, de 1972, (...). Todavia, como se percebe, exige-se que a lavratura do auto de infração se faça no local da verificação da falta, o que não significa o local onde a falta foi praticada, mas sim onde foi constatada, nada impedindo, portanto, que isso ocorra no interior da própria repartição ou em qualquer outro local, conforme o caso. No presente caso, em se tratando de revisão da declaração de ajuste anual e tendo o contribuinte, ao ser intimado, apresentado os recibos das despesas médicas, o local de verificação da falta foi a própria repartição lançadora, onde a autoridade autuante, cotejando as deduções de despesas médicas pleiteadas na DIRPF/2002 com os comprovantes apresentados, considerou como não comprovado o montante de RS 14.000,00. (...) Igualmente descabida a manifestação acerca da falta de recebimento de todos os documentos que embasaram a autuação, pois essa, conforme já explanado, decorreu somente da revisão da declaração de ajuste anual apresentada pelo contribuinte tendo por base os documentos por ele fornecidos à fiscalização, quando intimado, não tendo sido utilizado qualquer outro que ele não possuísse. Além disso, após a ciência do lançamento, o contribuinte teve o prazo de trinta dias para ter vista do inteiro teor do processo no Órgão Preparador e apresentar impugnação escrita, instruída com os documentos em que se fundamentasse, exercitando, dessa forma, seu direito ao contraditório e à ampla defesa. Nessa ocasião teve direito ao pleno acesso a todos os termos e provas que embasaram o lançamento. Da produção de provas A Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física prova a declaração, mas não o fato declarado. Compete ao contribuinte o ônus de provar o fato, quando intimado pela fiscalização, a qual tem atribuição legal para verificar a autenticidade de todos os fatos declarados. Aliás, tudo que é colocado na declaração está sujeito à comprovação. Quando o contribuinte declara despesas médicas, ele está sujeito, se fiscalizado, a apresentar os Fl. 161DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 respectivos documentos hábeis e idôneos. (...). Isso está estabelecido no Decreto n° 3.000, de 1999, na seção que trata de declaração das pessoas físicas, art. 797 (...). A admissão de provas documentais, em momento posterior à impugnação, requer a pertinente justificativa, congruente com os motivos elencados nas alíneas do § 4° do art. 16 do Decreto 70.235, de 1972. Da mesma forma, o pedido para a realização de diligências deve vir acompanhado da pertinente justificativa, a teor do mesmo diploma legal (...). No presente caso, caberia ao contribuinte reunir e anexar à impugnação toda a documentação probatória referente às despesas médicas glosadas, inclusive as obtidas junto aos supostos prestadores dos serviços, tais como: laudos, fichas de atendimento e exames, o que, apesar de haver solicitado 15 dias para a apresentação, não foi acostado ao processo, mesmo já tendo transcorrido cerca de 2 anos desde a sua manifestação de inconformidade. Dessa forma, por ser obrigação do contribuinte apresentar as provas de suas alegações, indefere-se o pedido de realização de diligência junto aos supostos emitentes dos recibos. Igualmente incabível o pedido de perícia contábil para apurar a omissão de rendimentos, por ser o lançamento referente somente a glosa de despesas médicas. Ademais, no que tange à competência para lavratura, formalização e julgamento de primeira instância dos lançamentos fiscais, tais matérias já se encontram pacificadas neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, culminando inclusive com a edição das Súmulas nº 6, 27 e 102: Súmula nº 6 É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018).). Súmula CARF nº 27: É valido o lançamento formalizado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Súmula CARF nº 102: É válida a decisão proferida por Delegacia da Receita Federal de Julgamento - DRJ de localidade diversa do domicílio fiscal do sujeito passivo. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Quanto ao requerimento de diligência e perícia, não vislumbro a necessidade de suas realizações, visto que o processo se encontra suficientemente instruído e é contundente a demonstrar a sujeição passiva. Ademais é pertinente ressaltar que no processo fiscal a produção probatória somente se justifica se necessária à formação de convicção do julgador (art. 18 do Decreto nº 70.235/72), o que torna-se despiciendo no presente feito. Por fim, em relação ao pedido formulado de remissão parcial do débito, no limite de R$ 10.000,00, nos termos do art. 14 da MP nº 449/2008, vale salientar que o presente processo – cuja origem foi a exigência de IRPF constituída somente em 26/07/2006, ante as glosas de despesas médicas operadas – não é via própria para discutir eventual direito a remissão pretendida. Ademais a competência deste CARF restringe-se em promover o julgamento de recursos contra decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento/DRJ (sob pena, dentre outros, de supressão de instância), sendo competente para tal desiderato a unidade de origem da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona a contribuinte. Fl. 162DF CARF MF http://idg.carf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/boletim-de-servicos-carf/portarias-do-mf-de-interesse-do-carf-2018/portarias-mf-277-sumulas-efeito-vinculantes.pdf http://idg.carf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/boletim-de-servicos-carf/portarias-do-mf-de-interesse-do-carf-2018/portarias-mf-277-sumulas-efeito-vinculantes.pdf http://idg.carf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/boletim-de-servicos-carf/portarias-do-mf-de-interesse-do-carf-2018/portarias-mf-277-sumulas-efeito-vinculantes.pdf http://idg.carf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/boletim-de-servicos-carf/portarias-do-mf-de-interesse-do-carf-2018/portarias-mf-277-sumulas-efeito-vinculantes.pdf Fl. 9 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 Portanto, rejeito as preliminares suscitadas. Mérito Da glosa mantida sobre as despesas médicas declaradas: Insurge-se, o Recorrente, contra a decisão proferida pela DRJ/CTA, que manteve a glosa das despesas médicas, no valor de R$ 14.000,00, por falta comprovação dos dispêndios efetivamente realizados, buscando, por oportuno, nessa seara recursal, obter nova análise dos documentos constantes dos autos, ancorados nas razões suscitadas na peça recursal, no sentido do acatamento das aludidas despesas declaradas na DAA/2002. A fiscalização, por seu turno, não acatou dos recibos apresentados diante a ausência de comprovação e regularidade dos serviços prestados, aliado a efetividade dos pagamentos realizados, qualificando-os como não hábeis a comprovar as despesas declaradas por não transmitirem a verossimilhança necessária à convicção do julgador. Pois bem. Entendo que não há como prosperar a insurgência recursal. Da análise dos autos pode-se constatar que a autoridade fiscal requereu as justificativas sobre as despesas médicas declaradas, não tendo sido comprovado ou demonstrado pela Recorrente o cumprimento dos requisitos legais a motivar as respectivas deduções, consubstanciado nos arts. 73, caput e § 1º, e 80, § 1º, III, do Decreto nº 3.000/99 (RIR/99). Vale salientar, que o art. 73, por si só, autoriza expressamente ao Fisco, para formar sua convicção, solicitar documentos subsidiários aos recibos, para efeito de confirmá-los, no que tange os efetivos pagamentos e a verossimilhança dos dados declarados, especialmente nos casos em que as despesas sejam consideradas elevadas. Ademais, não se pode olvidar que na relação processual tributária, compete ao sujeito passivo oferecer os elementos que possam ilidir a imputação da irregularidade suscitada. Conclui-se, portanto, que a comprovação da efetiva prestação dos serviços declarados, quando exigidos e não apresentados, além de vulnerar o inciso III do § 1º do art. 80 do RIR/99, autoriza a glosa da dedução pleiteada e a consequente tributação dos valores correspondentes. A própria lei estabelece a quem cabe provar determinado fato. É o que ocorre no caso das deduções. O art. 11, § 3º do Decreto-lei nº 5.844/43, por seu turno, reza que o sujeito passivo pode ser intimado a promover a devida justificação ou comprovação, imputando-lhe o ônus probatório. Mesmo que a norma possa parecer, ao menos em tese, discricionária, deixando ao sabor do Fisco a iniciativa, e este assim procede quando está albergado em indícios razoáveis de ocorrência de irregularidades nas deduções, mesmo porque o ônus probatório implica trazer elementos que afastem eventuais dúvidas sobre o fato imputado. Assim, considerando que o Recorrente, nesta fase recursal, não trouxe novas alegações hábeis e contundentes a modificar o julgado de piso, me convenço do acerto da decisão recorrida, pelo que adoto como razão de decidir os fundamentos lançados no voto condutor (fls. 119/120), mediante transcrição dos excertos abaixo, à luz do disposto no § 3º do art. 57 do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 - RICARF: Para a análise da glosa de despesas médicas por falta de comprovação de pagamento, é importante observar o disposto no art. 80 do Regulamento do Imposto de Renda - RIR/1999, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (...). Importante frisar que à autoridade fiscal compete investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência ou não do fato tributário, observando os princípios do devido Fl. 163DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 processo legal, da verdade material, do contraditório e da ampla defesa. Ao sujeito passivo, cabe, por meio dos elementos que demonstrem a efetividade do direito alegado, apresentar provas hábeis e suficientes para afastar a imputação da irregularidade apontada. (...) Segundo o auto de infração, fl. 97, o contribuinte, quando intimado a comprovar as despesas médicas pleiteadas, “apresentou comprovantes, todavia, não comprovou desembolsos aos profissionais Dra. Magnely J. de Oliveira Alves - R$ 9.000,00; Dra. Cristiane Sinhoca - R$ 2. 000, 00 e Dra. Adriana Pradella Espíndola - R$ 3.000,00” Na impugnação, alegou que o pagamento das despesas glosadas “não restou comprovado apenas pela mera exibição de recibos como alega o fisco, pois além das declarações a serem oportunamente juntados, o autuado procedeu, a juntada de extratos bancários que demonstram os saques feitos em conta corrente e cujas importâncias foram utilizadas para os respectivos desembolsos”. No entanto, não acostou aos autos os recibos e nem os extratos bancários e tampouco as declarações que afirmou estar providenciando. Dessa forma, por haver inclusive admitido ter sido intimado a comprovar o desembolso das despesas médicas, que foram posteriormente glosadas no lançamento por falta de comprovação, e não haver apresentado com a impugnação provas do efetivo desembolso, é de se manter as glosas das despesas médicas por não terem sido comprovados o pagamento e a efetiva prestação do serviço. Destarte, uma vez desatendidos os requisitos para dedutibilidade, correta é manutenção da atuação, tudo em sintonia com a legislação de regência, razão pela qual mantenho o valor glosado de R$ 14.000,00, por falta de cumprimento de requisito mínimo contido no art. 80, § 1º, III, do RIR/99 e justificação consistente, nos termos do art. 73, caput e § 1º, do RIR/99, que importaram no imposto suplementar ajustado no valor de R$ 3.850,00, mais acréscimos legais. Quanto à incidência da multa de ofício sobre o crédito tributário, vale salientar que a mesma é lançada por estrita determinação legal contida nos arts. 44, I, da Lei nº 9.430/96 e 957 do Decreto nº 3.000/99 (RIR/99), cujos dispositivos determinam o regramento para sua respectiva aplicação, como é o caso dos autos. Portanto, a multa de 75%, aplicada em decorrência do lançamento de oficio, não pode ser reduzida nem dispensada, uma vez que é expressamente determinada pela legislação de regência. E no que tange à suposta inconstitucionalidade aventada, como sabido, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – órgão revisor dos atos praticados pela Administração Tributária – não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, matéria esta, aliás, já sumulada: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Já em relação ao entendimento jurisprudencial e a doutrina trazidos para justificar as pretensões recursais, os mesmos, nesta seara, são improfícuos, pois, as decisões, mesmo que colegiadas, sem um normativo legal a lhes atribuir eficácia, não traduzem em normas complementares do Direito Tributário, e vinculam apenas as partes envolvidas nos litígios por elas resolvidos. Cabe salientar, por fim, que o lançamento fiscal rege-se por expressa determinação legal, sendo, portanto, a atividade fiscal vinculada e obrigatória sob pena de Fl. 164DF CARF MF Fl. 11 do Acórdão n.º 2003-000.446 - 2ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10980.013051/2006-62 responsabilidade funcional, na exata dicção do art. 142, caput e parágrafo único, do CTN. O que é determinante para a efetivação do lançamento é a ocorrência do fato gerador, competindo à fiscalização constituir o crédito tributário e calcular a exigência de acordo com a lei vigente à época dos fatos. Conclusão Ante o exposto, voto por conhecer do presente recurso, para rejeitar as preliminares suscitadas, e no mérito NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do voto em epígrafe, para manter a glosa das despesas médicas declaradas, no valor de R$ 14.000,00, na base de cálculo do imposto de renda no ano-calendário 2001, exercício 2002. É como voto. (assinado digitalmente) Wilderson Botto Fl. 165DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.727547/2017-32
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 30 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2014
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS - ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE
Para o gozo da regra isentiva devem ser comprovados, cumulativamente (i) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, pensão ou reforma, (ii) que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei e (iii) que a moléstia grave esteja comprovada por laudo médico oficial. Súmula 63 do CARF.
Numero da decisão: 2002-003.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator.
Participaram das sessões virtuais, não presenciais, os conselheiros Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS - ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE Para o gozo da regra isentiva devem ser comprovados, cumulativamente (i) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, pensão ou reforma, (ii) que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei e (iii) que a moléstia grave esteja comprovada por laudo médico oficial. Súmula 63 do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni - Relator. Participaram das sessões virtuais, não presenciais, os conselheiros Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 75 47 /2 01 7- 32 Fl. 86DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2002-003.229 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 12448.727547/2017-32 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (e-fls. 07 a 19), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu autuação por omissão de rendimentos do trabalho com vínculo e/ou sem vínculo empregatício, compensação indevida de imposto de renda retido na fonte declarados como isentos por moléstia grave e rendimentos recebidos acumuladamente (número de meses declarados indevidamente). Tal autuação gerou lançamento de imposto de renda pessoa física suplementar de R$12.430,07, acrescido de multa de ofício no importe de 75%, bem como juros de mora. Impugnação A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, que conforme decisão da DRJ: A ciência da Notificação de Lançamento se deu em 31/08/2017 (fl. 20) e o interessado apresentou, por intermédio de procurador, a impugnação de fls. 02 a 06, em 20/09/2017, alegando ser portador de moléstia grave, tendo direito à isenção. Quanto ao RRA, afirma que são 9 o número de meses. Anexa documentos. A impugnação foi apreciada na 6ª Turma da DRJ/JFA que, por unanimidade, em 05/09/2018, no acórdão 09-67.727, às e-fls. 48 e 53, julgou à unanimidade, a impugnação parcialmente procedente. Recurso voluntário Ainda inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, às e-fls. 57 a 81, no qual alega, em síntese, que: Fl. 87DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2002-003.229 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 12448.727547/2017-32 Voto Conselheiro Thiago Duca Amoni - Relator Pelo que consta no processo, o recurso é tempestivo, já que o contribuinte foi intimado do teor do acórdão da DRJ em 05/10/2018, e-fls. 82, e interpôs o presente Recurso Voluntário em 25/10/2018, e-fls. 57, posto que atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Conforme os autos, Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (e-fls. 07 a 19), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu autuação por omissão de rendimentos do trabalho com vínculo e/ou sem vínculo empregatício, compensação indevida de imposto de renda retido na fonte declarados como isentos por moléstia grave e rendimentos recebidos acumuladamente (número de meses declarados indevidamente). A DRJ afastou a autuação quanto aos rendimentos recebidos acumuladamente (número de meses declarados indevidamente), nos seguintes termos: Dos Rendimentos Recebidos Acumuladamente: Foi efetuada pela fiscalização a alteração no número de meses relativos aos Rendimentos Recebidos Acumuladamente - RRA, passando de 9 para 1, com base na Dirf e tendo em vista a não comprovação. Em pesquisas aos sistemas informatizados da Receita Federal, verificou-se que foi entregue Dirf retificadora pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, em 20/08/2018, na qual são informados rendimentos, no valor de R$ 9.233,28, sendo 9 o número de meses. Dessa forma, concluo que as informações declaradas pelo contribuinte, rendimentos e número de meses, estão corretas e foram comprovadas com a Dirf, devendo ser cancelada a alteração do número de meses. Por conseguinte, o imposto suplementar apurado no RRA, no valor de R$ 1.712,99, deverá ser cancelado. Diante do exposto, encaminho o voto no sentido de se julgar PROCEDENTE EM PARTE a impugnação da Notificação de Lançamento de fls. 07 a 19. Logo, a lide limita-se a apreciação da isenção dos proventos auferidos pelo contribuinte. Da isenção por moléstia grave Da exegese do artigo 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88, do artigo 39, XXXI, do Regulamento de Imposto de Renda (RIR - Decreto 3.000/99) e do artigo 30 da Lei nº 9.250/95 para o gozo da regra isentiva devem ser comprovados, cumulativamente (i) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, pensão ou reforma, (ii) que o contribuinte seja portador de Fl. 88DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2002-003.229 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 12448.727547/2017-32 moléstia grave prevista em lei e (iii) que a moléstia grave esteja comprovada por laudo médico oficial. Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (...) Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) XXXI - os valores recebidos a título de pensão, quando o beneficiário desse rendimento for portador de doença relacionada no inciso XXXIII deste artigo, exceto a decorrente de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensã(...) XXXIII - os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (...) A jurisprudência deste CARF segue a mesma linha: REQUISITO PARA A ISENÇÃO - RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO E RECONHECIMENTO DA MOLÉSTIA GRAVE POR LAUDO MÉDICO Fl. 89DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 2002-003.229 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 12448.727547/2017-32 OFICIAL - LAUDO MÉDICO PARTICULAR CONTEMPORÂNEO A PARTE DO PERÍODO DA AUTUAÇÃO - LAUDO MÉDICO OFICIAL QUE RECONHECE A MOLÉSTIA GRAVE PARA PERÍODOS POSTERIORES AOS DA AUTUAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE DO RECONHECIMENTO DA ISENÇÃO - O contribuinte aposentado e portador de moléstia grave reconhecida em laudo médico pericial de órgão oficial terá o benefício da isenção do imposto de renda sobre seus proventos de aposentadoria. Na forma do art. 30 da Lei nº 9.250/95, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. O laudo pericial oficial emitido em período posterior aos anos-calendário em debate, sem reconhecimento pretérito da doe nça grave, não cumpre as exigências da Lei. De outro banda, o laudo médico particular, mesmo que contemporâneo ao período da autuação, também não atende os requisitos legais. Acórdão nº 106-16928 - 29/05/2008) A matéria é sumulada pelo CARF: Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A DRJ manteve a autuação, sob o seguinte fundamento: No entanto, o Laudo Pericial de fl. 29, emitido em 10/05/2004, atesta que a contribuinte foi considerado total e definitivamente incapaz para o Serviço Público, desde 19/04/2004, mas não especificou qual das moléstias previstas no art. 39, inciso XXXIII, o contribuinte seria portador. Atente-se, ainda, para os requisitos que o Laudo Pericial deve conter, conforme SCI já transcrita. Portanto, não está comprovado ser o contribuinte portador de moléstia grave prevista na legislação, devendo ser mantido o lançamento. Como se vê pelos laudos acostados aos autos, às e-fls. 66 a 78, o contribuinte aposentou-se por problemas na coluna, moléstia esta que não esta amparada pela isenção conforme legislação vigente. Desta forma mantem-se a decisão de piso. Diante do exposto, conheço do Recurso para, no mérito negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Fl. 90DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 2002-003.229 - 2ª Sejul/2ª Turma Extraordinária Processo nº 12448.727547/2017-32 Fl. 91DF CARF MF Documento nato-digital
score : 1.0
Numero do processo: 13851.001053/2004-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 30 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Ano-calendário: 2001
DESPESAS MÉDICAS. RECIBO. COMPROVAÇÃO.
Recibos que contenham a indicação do nome, endereço e número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ do médico ou de outro profissional da área de saúde que prestou o serviço são documentos hábeis, até prova em contrário, para justificar a dedução a título de despesas médicas autorizada pela legislação.
Numero da decisão: 2202-000.909
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Maria Lúcia Motiz de Aragão Calomino Astorga
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RECIBO. COMPROVAÇÃO. Recibos que contenham a indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ do médico ou de outro profissional da área de saúde que prestou o serviço são documentos hábeis, até prova em contrário, para justificar a dedução a título de despesas médicas autorizada pela legislação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga - Relatora Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, João Carlos Cassuli Junior, Antonio Lopo Martinez, Ewan Teles Aguiar, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 1DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.0819.13146.CNYT. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Relatório Contra o contribuinte acima qualificado foi lavrado o Auto de Infração de fl. 43, integrado pelos documentos de fls. 44 a 48, pelo qual se exige a importância de R$2.301,11, a título de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, ano-calendário 2001, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora. Em consulta ao Demonstrativo das Infrações de fl. 45, verifica-se que o lançamento decorre da glosa de despesas médicas, no valor total de R$14.500,00, sendo R$10.600,00 referente a serviços prestados pelo Dr. Arnaldo Degani Filho, e R$3.900,00, pelo Dr. Fernando César Moreira, tendo em vista a não comprovação do efetivo pagamento. DA IMPUGNAÇÃO Inconformado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 1 a 3, instruída com os documentos de fls. 4 a 9, cujo resumo se extraí da decisão recorrida (fls. 54): O contribuinte apresentou impugnação em 29/09/2004, fls. 01/03, alegando que: • Os pagamentos foram realizados em dinheiro em função de ter seu nome registrado no SERASA e, portanto, possui restrições bancárias. • A conta informada na declaração de ajuste do período é poupança. • Apresenta declaração do dentista Arnaldo Degani informando que os honorários recebidos pelos serviços prestados foram pagos em moeda corrente. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Apreciando a impugnação apresentada, a 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo II (SP) manteve integralmente o lançamento, proferindo o Acórdão n o 17-22.975 (fls. 53 a 56), de 13/02/2008, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2001 GLOSA DE DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. Considera-se a dedução referente a despesas médicas, somente quando inequivocamente comprovada pela documentação apresentada pelo contribuinte. DO RECURSO Cientificado do Acórdão de primeira instância, em 14/03/2008 (vide AR de fl. 60), o contribuinte apresentou, em 14/04/2008, tempestivamente, o recurso de fls. 61 a 63, no qual reitera os termos de sua impugnação e aduz que (fl. 63): O r. Acórdão fez análise equivocada das questões que envolvem o processo e desta forma a convicção estampada na Fl. 2DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.0819.13146.CNYT. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13851.001053/2004-19 Acórdão n.º 2202-00.909 S2-C2T2 Fl. 2 3 fundamentaçáo escapa da realidade, e vicia a decisão, quando afirma: " ... Ainda mais considerando que aufere rendimentos de aposentadoria, que são depositados em conta de benefício ... " Basta um simples exame dos documentos juntados, para se observar que o Recorrente não se encontra aposentado. E desta forma não possui e não possuía conta bancaria para recebimento de proventos de aposentadoria. DA DISTRIBUIÇÃO Processo que compôs o Lote n o 05, sorteado e distribuído para esta Conselheira na sessão pública da Segunda Turma da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais de 26/07/2010, veio numerado até à fl. 65 (última folha digitalizada) 1 . 1 Não foi encaminhado o processo físico a esta Conselheira. Recebido apenas o arquivo digital. Fl. 3DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.0819.13146.CNYT. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Voto Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. É certo que toda as deduções pleiteadas na declaração de rendimentos estão sujeitas a comprovação a juízo da autoridade lançadora (art. 73 do Decreto n o 3.000, de 26 de março de 1999 – RIR/99). No caso das despesas médicas, a Lei n o 9.250, de 26 de dezembro de 1995, assim dispõe: Art. 8 o A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre as somas: I - de todos os rendimentos percebidos durante o ano- calendário, exceto os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II - das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; [...] § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I - aplica-se, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; [...] De acordo com o dispositivo legal acima transcrito, podem ser deduzidos da base de cálculo do ajuste anual os pagamentos efetuados pelo contribuinte a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, hospitais e planos de Fl. 4DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.0819.13146.CNYT. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13851.001053/2004-19 Acórdão n.º 2202-00.909 S2-C2T2 Fl. 3 5 saúde, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, desde que relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Ainda de acordo com a lei, o contribuinte deve comprovar as despesas médicas incorridas mediante apresentação de documento que especifique o pagamento, com indicação do nome, endereço e CPF ou CNPJ de quem prestou o serviço. Até prova em contrário, atendidos os requisitos legais, os recibos fornecidos pelo profissional da área de saúde nos quais esteja consignado que o pagamento deu-se em razão de tratamento prestado ao contribuinte ou a seus dependentes são documentos hábeis para comprovar a prestação do serviço. A legislação não exige que o profissional discrimine o serviço prestado, até porque eles devem guardar sigilo em razão do exercício de sua profissão. Além disso, não há na legislação nada que proíba o pagamento em dinheiro e, muito menos, que obrigue o contribuinte a apresentar outra prova que demonstre a transferência efetiva de numerário (cópia de cheque, saque da conta corrente do contribuinte ou depósito feito na conta do beneficiário etc), além do próprio recibo fornecido pelo prestador do serviço. Nesse sentido, cabe invocar o art. 320 do Novo Código Civil (Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002), em que se admite o uso de instrumento particular, como os recibos ora analisados, como forma de quitação: Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. Assim, não cabe à fiscalização fazer ilações quanto à forma de pagamento sem apresentar elementos de prova contundentes que conduzam a conclusão de que os serviços não foram efetivamente pagos. Por fim, não há nenhum óbice à utilização de recibos comuns pelos médicos dentistas ou outro profissional da saúde, desde que contenham as informações requeridas na legislação. Feitas essas digressões, passa-se à análise da documentação apresentada pelo contribuinte. Os recibos emitidos pelo Dr. Arnaldo Degani Filho, no valor total de R$10.600,00 (fls. 39 e 41), comprovam o pagamento de tratamento odontológico prestado aos dependentes do contribuinte no ano-calendário fiscalizado, contendo nome, endereço e CPF do profissional, conforme exigido pela legislação que rege a matéria. À fl. 7 foi anexada declaração em que o referido profissional confirma a prestação do serviço e o pagamento em dinheiro. Fl. 5DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.0819.13146.CNYT. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 Da mesma forma, o recibo de fl. 40, no valor de R$3.900,00, comprova o pagamento referente a tratamento odontológico, prestado pelo Dr. Fernando César Moreira ao contribuinte, satisfazendo todos os pressupostos legais. Caso duvidasse da idoneidade dos recibos apresentados pelo contribuinte, caberia a fiscalização ter se aprofundado mais na ação fiscal, diligenciando junto ao profissional, consultando os órgãos representativos de classe para verificar a aptidão técnica e profissional para a execução dos serviços ou carreando outros elementos de prova que pudessem demonstrar, de forma incontestável, que tais documentos não correspondiam aos fatos neles contidos, o que não ocorreu. Diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso, para restabelecer a dedução de despesas médicas no valor de R$14.500,00. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 6DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP19.0819.13146.CNYT. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA em 08/12/2010 14:45:55. Documento autenticado digitalmente por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA em 08/12/2010. Documento assinado digitalmente por: NELSON MALLMANN em 09/12/2010 e MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA em 08/12/2010. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 19/08/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP19.0819.13146.CNYT Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 78236A3E167EB32BC41B280AA6E9C901E810A332 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 13851.001053/2004-19. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
score : 1.0
Numero do processo: 10580.726972/2009-44
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jun 06 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Ano calendário: 2004, 2005, 2006
IRPF RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Constatada a omissão de
rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula CARF nº 12).
ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária
(Súmula CARF nº 2).
IR COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL A repartição do produto da
arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda.
RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. ABONO VARIÁVEL NATUREZA INDENIZATÓRIA MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. VEDAÇÃO À EXTENSÃO DE NÃO INCIDÊNCIA
TRIBUTÁRIA. Inexistindo dispositivo de lei federal atribuindo às verbas recebidas pelos membros do Ministério Público Estadual a mesma natureza indenizatória do abono variável previsto pela Lei n° 10477, de 2002, descabe excluir tais rendimentos da base de cálculo do imposto de renda, haja vista ser vedada a
extensão com base em analogia em sede de não incidência tributária.
MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido
pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício.
JUROS DE MORA Não
comprovada a tempestividade dos recolhimentos,
correta a exigência, via auto de infração, nos termos do art. 43 e 44 da Lei nº. 9.430, de 1996.
Preliminares Rejeitadas.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2202-001.183
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas pelo Recorrente e, no mérito, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício, por erro escusável. Vencidos os
Conselheiros Ewan Teles Aguiar (Relator), Rafael Pandolfo e Pedro Anan Júnior, que proviam o recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Antonio Lopo Martinez.
Nome do relator: EWAN TELES AGUIAR
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano calendário: 2004, 2005, 2006 IRPF RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula CARF nº 12). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). IR COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. ABONO VARIÁVEL NATUREZA INDENIZATÓRIA MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. VEDAÇÃO À EXTENSÃO DE NÃO INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. Inexistindo dispositivo de lei federal atribuindo às verbas recebidas pelos membros do Ministério Público Estadual a mesma natureza indenizatória do abono variável previsto pela Lei n° 10477, de 2002, descabe excluir tais rendimentos da base de cálculo do imposto de renda, haja vista ser vedada a extensão com base em analogia em sede de não incidência tributária. MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. JUROS DE MORA Não comprovada a tempestividade dos recolhimentos, correta a exigência, via auto de infração, nos termos do art. 43 e 44 da Lei nº. 9.430, de 1996. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). IR COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. ABONO VARIÁVEL NATUREZA INDENIZATÓRIA MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. VEDAÇÃO À EXTENSÃO DE NÃOINCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. Inexistindo dispositivo de lei federal atribuindo às verbas recebidas pelos membros do Ministério Público Estadual a mesma natureza indenizatória do abono variável previsto pela Lei n° 10477, de 2002, descabe excluir tais rendimentos da base de cálculo do imposto de renda, haja vista ser vedada a extensão com base em analogia em sede de não incidência tributária. MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. JUROS DE MORA Não comprovada a tempestividade dos recolhimentos, correta a exigência, via auto de infração, nos termos do art. 43 e 44 da Lei nº. 9.430, de 1996. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas pelo Recorrente e, no mérito, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício, por erro escusável. Vencidos os Conselheiros Ewan Teles Aguiar (Relator), Rafael Pandolfo e Pedro Anan Júnior, que proviam o recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Antonio Lopo Martinez. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Ewan Teles Aguiar Relator. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Ewan Teles Aguiar, Margareth Valentini, Rafael Pandolfo, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.726972/200944 Acórdão n.º 220201.183 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Tratase de auto de infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente aos anos calendário de 2004, 2005 e 2006, para exigência de crédito tributário, no valor de R$ 152.256,96, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Ministério Público do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Na apuração do imposto devido não foram consideradas as diferenças salariais que tinham como origem o décimo terceiro salário, por estarem sujeitas à tributação exclusiva na fonte, nem as que tinham como origem o abono de férias, em atendimento ao despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 16 de novembro de 2006, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 2.140/2006. Foi atendido, também, o despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 11 de maio de 2009, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, que dispõe sobre a forma de apuração do imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente. O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal e apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: a) o lançamento fiscal teve como objeto verbas recebidas pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não representaram qualquer acréscimo patrimonial, mas sim o ressarcimento por erro cometido pela fonte pagadora no cálculo da remuneração paga no período de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001; b) o referido erro ocorreu no procedimento de conversão de cruzeiro real para URV a que eram submetidos os salários pagos aos membros do Ministério Público Estadual. Tal procedimento tinha o intuito de preservar o ganho mensal, compensando as perdas em face dos altos índices de inflação, o que evidencia a feição indenizatória da URV; c) o acordo para o pagamento das diferenças de URV se deu através da Lei Estadual Complementar nº 20, de 08 de setembro de 2003, tendo o impugnante recebido tais valores ao longo dos anos de 2004, 2005 e 2006; Fl. 228DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 d) a referida diferença consistiu apenas em correção do capital, ou seja, recomposição de quantias que deveriam integrar a remuneração ao longo do tempo passado. Não correspondeu a qualquer permuta do trabalho/serviço por moeda que configurasse a natureza salarial. Assim, por ser mera atualização do principal, e por não ter sido implementada em tempo certo, não deveria ser levada à tributação, haja vista o entendimento doutrinário e jurisprudencial, que veda a tributação da correção monetária; e) a mera correção monetária não aumenta ou acresce patrimônio do contribuinte, apenas lhe torna indene das perdas inflacionárias, portanto, não integra a base de cálculo do imposto de renda; f) havia um evidente caráter compensatório da URV desde sua gênese, e as diferenças recebidas representaram uma reparação por danos, tendo clara natureza de indenização, e não de salário. Dessa maneira, por não caracterizar aumento patrimonial, a verba recebida não subsume nos conceitos de renda e proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; g) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, deixou claro que o abono conferido aos magistrados federais em razão das diferenças de URV tem natureza indenizatória, e que por esse motivo está isento da contribuição previdenciária e do imposto de renda; h) apesar da citada resolução ter sido dirigida à magistratura federal, é impositiva e legítima a equiparação do tema por analogia às verbas recebidas pelos magistrados estaduais, conforme preceitua o art. 108 do CTN. Negar o caráter indenizatório destas verbas é afrontar o princípio constitucional da isonomia, não só na sua concepção geral, mas, também, no que tange a tratamento diferenciado entre membros do Ministério Público Federal da União e Estadual. Viola, também, o disposto no inciso II do art. 150 da Constituição Federal que proíbe o tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente; i) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do imposto ao estabelecer no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga. Implementou todos os pagamentos sem qualquer retenção de IR e informou aos beneficiários dos rendimentos a natureza desta parcela como indenizatória; j) o sujeito passivo da obrigação de tributária, na condição de responsável, era a fonte pagadora, que estava obrigada a reter o imposto. Desta forma, a discussão acerca da classificação dos rendimentos pagos deveria ser travada entre o fisco federal e a fonte pagadora. Entretanto, não se instaurou qualquer procedimento fiscal contra a fonte pagadora, mas sim contra o impugnante, que sofreu os dissabores e ônus da ação fiscal, inclusive com a imposição de multa de ofício e juros moratórios. ; l) de forma transversa o Estado Membro devedor da obrigação mensal de retenção não exauriu sua obrigação e gerou para o contribuinte o dever de pagar mais imposto; conseqüentemente o Estado se beneficia com os acréscimos que sua inação causou. Assim, ao lançar o tributo nos termos da autuação gera quebra da capacidade contributiva do signatário; m) o impugnante não agiu com intuito de fraude, simulação ou conluio, simplesmente seguiu a informação prestada pela fonte pagadora, e fez constar em suas declarações de rendimentos relativas aos períodos bases de 2004 a 2006 as parcelas recebidas como isentas de tributação. Isto posto, mantida a exigência fiscal, devese observar o princípio Fl. 229DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.726972/200944 Acórdão n.º 220201.183 S2C2T2 Fl. 3 5 da boafé, da qual estava imbuído o impugnante, e afastar a exigência da multa de ofício e juros de mora; n) a informação prestada pela fonte pagadora estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. Portanto, os valores declarados pelo impugnante tratase de informação lastreada em ato normativo expedido por autoridade administrativa, que se enquadra na hipótese do inciso I do art. 100 do CTN. Assim, de acordo com o parágrafo único do mesmo artigo, devem ser afastados a multa de ofício e os juros de mora; o) o lançamento fiscal tributou isoladamente os rendimentos apontados como omitidos, deixando de considerar os rendimentos e deduções já declarados, conforme determina o art. 837 do RIR/1999. Caso fosse mantida a tributação das verbas recebidas, caberia sujeitálas ao ajuste anual, o que resultaria em um imposto devido menor; p) nos anos de 1994 e 1998, a alíquota do imposto de renda que vigorava era de 25%, e não as alíquotas de 26,6% e 27,5% aplicadas no lançamento fiscal; q) parte dos valores recebidos a título de URV se referia à correção incidente sobre 13º salários e férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isentas, conseqüentemente, mesmo que prevalecesse o entendimento do órgão fiscalizador, caberia a exclusão de tais parcelas na apuração da base de cálculo sujeita ao lançamento fiscal; r) os juros de mora constantes no cálculo da diferença de URV representam um indenização pelos danos emergentes do não uso do patrimônio. Assim, os juros de mora têm natureza distinta da originária do principal ao qual incidiu acessoriamente, porque não se constituíram em aquisição de disponibilidade de renda, produto do trabalho remunerado pelo Estado da Bahia; Quando do julgamento em sede de DRJ o lançamento foi mantido em sua integralidade. Cientificado da decisão em 11/08/2010(fls.138), o contribuinte inconformado maneja recurso voluntário em 03/09/2010 (fls. 139), ratificando as suas alegações. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 Voto Vencido Conselheiro Ewan Teles Aguiar O presente recurso é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto 70.235 de 6 de março de 1972, sendo assim, dele conheço. O recorrente não suscita discussão preliminar o que impõe a imediata análise do mérito o que faço nos seguintes termos: O crédito tributário foi constituído em razão da fiscalização não concordar com recorrente que, quando do ajuste, ter classificado os valores recebidos à título de “valores indenizatórios de URV” como sendo isentos, tendo como normativa a Lei Complementar Estadual nº 20 de 08 de setembro de 2003, precisamente em seu art. 2º e 3º, nos seguintes termos: Art. 2º As diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV, objeto da Ação Ordinária 140.975921531, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e em consonância com os precedentes do Supremo Tribunal Federal, especialmente nas Ações Ordinárias de nºs 613 e 614 serão apuradas, mês a mês, de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001, e o montante, correspondente a cada Procurador e Promotor de Justiça, será dividido em 36 parcelas iguais e consecutivas para pagamento nos meses de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Art. 3º São de natureza indenizatórias as parcelas de que trata o art. 2º desta lei. É claro que o recorrente não inventou que a verba era indenizatória. Certamente partiu da premissa estabelecida pela norma estadual. Não se pode dar recepção ao argumento que a legislação estadual estaria isentando do imposto de competência da União. A Lei estadual, simplesmente, aponta que a verba paga em 36 parcelas tem natureza indenizatória. Assim, pelo exposto e pelo que consta nos autos voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso tornando insubsistente o auto de infração. (Assinado digitalmente) Ewan Teles Aguiar – Relator Fl. 231DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.726972/200944 Acórdão n.º 220201.183 S2C2T2 Fl. 4 7 Voto Vencedor Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Redator designado Inobstante o respeitável entendimento desenvolvido pelo Ilustre Conselheiro Relator, no caso em análise e com sua vênia, a minha convicção não permite acompanhálo. Exponho a seguir as razões. O lançamento teve por base valores recebidos a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003. Vale ressaltar que não é a denominação que se dá aos rendimentos pagos que vai determinar sua natureza tributável (ou não), mas os efeitos que esses recebimentos têm sobre o patrimônio do Autuado. De acordo com o Parágrafo 3º, do artigo 43 da Lei no. 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), com redação dada pelo art. 1º. da Lei Complementar No. 104, de 10 de janeiro de 2001, a incidência do imposto de renda independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. Conforme o mandamento previstos no parágrafo 6º. do art. 150 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), com redação da Emenda Constitucional No. 3, de 17 de março de 1993, notase que a determinação expressa de que a isenção somente poderá ser concedida mediante lei específica. No caso somente a legislação do imposto sobre a renda define, de forma expressa, os rendimentos percebidos por pessoas físicas que são isentos do imposto. Acrescentese, por pertinente, que o CTN dispõe no art. 111 que se interpreta literalmente a legislação tributária pertinente à outorga de isenção. As isenções do Imposto de Renda da Pessoa Física são as expressamente especificadas no art. 39 do Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99), no qual não consta relacionado como isento as diferenças salariais reconhecidas posteriormente, ainda que recebam a denominação de "indenização" ou "valores indenizatórios. No que toca a preliminar de ilegitimidade ativa da União para cobrar o valor do imposto de renda incidente na fonte que não foi objeto de retenção. Urge registrar que a repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. Em suma, o fato de o produto da arrecadação ficar para o Estado não altera a competência tributária definida na Constituição, que é da União, conforme de definido no art. 153, III. No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, pela quebra do princípio da capacidade contributiva e apropriação de vantagem, , acompanho a posição sumulada pelo CARF de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 8 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). No relativo a Lei n° 10.477, de 2002, cabe observar, que a mesma restringe se ao abono variável aplicável aos membros do Poder Judiciário Federal. Esse abono, especificamente, foi considerado de natureza indenizatória pelo STF e, por determinação expressa do Parecer PGFN n° 529, de 2003, aprovado pelo Ministro da Fazenda, está fora da incidência tributária do imposto de renda. Em momento algum, houve pronunciamento do STF ou do Ministro da Fazenda acerca das naturezas jurídica e tributária dos rendimentos recebidos com fulcro na referida Lei Estadual que criou a isenção. Atribuir aos rendimentos em análise a mesma natureza do abono variável da Lei n° 10.474, de 2002, seria alargar as fronteiras da não incidência tributária sem previsão de Lei Federal para tanto. Tal entendimento é expressamente corroborado pelo Parecer PGFN/CAT n° 2.158, de 2005, e pela Solução de Consulta n° 47, da Superintendência da 7" Região Fiscal da Receita Federal do Brasil, estendendose os efeitos da Resolução STF n° 245, de 2002, tão somente ao Ministério Público Federal e à Magistratura Federal. Não se pode olvidar também que é defeso ao aplicador do Direito valerse da analogia para excluir rendimentos do campo de incidência tributária. Quanto à alegação de que, como a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é da fonte pagadora, é dela que deve ser exigido o imposto. Ocorre que, sem prejuízo da responsabilidade de reter e recolher o imposto, permanece o dever do beneficiário dos rendimentos de declarálos para fins de apuração do imposto devido, quando do ajuste anual. O Contribuinte é o beneficiário dos rendimentos, que não pode se furtar à tributação porque a fonte pagadora não procedeu à retenção do Imposto. É dizer, sendo a retenção do imposto pela fonte pagadora mera antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual, não há falar em responsabilidade pelo imposto concentrada exclusivamente na fonte pagadora. Este Conselho já pacificou esse entendimento, conforme verificase da Súmula a seguir: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção (Súmula CARF nº 12). No que referente ao uso de alíquotas incorretas pela autoridade fiscal, da revisão do lançamento, notase que não há qualquer reparo a ser realizado no mesmo. Para conferência das alíquotas mensais aplicadas recomendase a consulta do link a seguir: http://www.receita.fazenda.gov.br/pagamentos/pgtoatraso/tbcalcir.htm, e não aquele apontado no recurso. No que toca a natureza de rendimentos recebidos acumuladamente, e a solicitação de considerar o rendimento em conjunto com os outros rendimentos do recorrente, tendo em vista aspectos das decisões do STJ (julgamentos repetitivos), o lançamento está impecável, já que cumpriu o entendimento judicial de que devem ser consideradas as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem os rendimentos tributados. Os demonstrativos de fls. 8 e 19/21 são claros neste sentido que se referem a diferenças salariais de abril/94 a agosto/2001, pagas nos anoscalendário de 2004, 2005 e 2006. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10580.726972/200944 Acórdão n.º 220201.183 S2C2T2 Fl. 5 9 Enfim, não há qualquer prejuízo para o recorrente, já que os mesmos foram calculados pelo regime de competência que no geral é mais favorável aos contribuintes. O fisco adotou a forma mais benéfica no cálculo do imposto, recordandose que as decisões do CARF não podem agravar os lançamentos. No relativo a necessidade de exclusão das parcelas isentas e de tributação exclusiva, não há provas da falha apontada pelo recorrente. A alegação de que outros itens poderiam estar presentes no mesmo item de observação rendimentos isentos – deveria ser provada, confirmando uma eventual deficiência do lançamento. Cabe adicionalmente registrar, que as parcelas relativas à conversão da URV, de rendimentos tributáveis, os juros compensatórios ou moratórios pagos em decorrência do atraso no seu pagamento, também são tributáveis, conforme disposto no art. 55, inciso XIV, do Decreto No. 3000, de 26 de março de 1999, RIR/99. Art.55.São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, §4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, §2º, inciso IV, e 70, §3º, inciso I): ... XIV os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis; Quanto à incidência da multa de ofício, esta tem previsão expressa em dispositivo de lei. Ainda que a fonte pagadora tenha deixado de proceder à retenção, o Contribuinte ter oferecido os rendimentos à tributação e não o tendo feito, fica sujeito à multa prevista no art. 44, I da Lei nº 9.430, de 1996, verbis: Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I – de 75% (setenta e cinco por cento), sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Entretanto não pode se deixar de reconhecer que o recorrente teria sido induzido a erro pelas informações prestadas pela fonte pagadora. Incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração, não comportando multa de ofício. A inclusão de rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, na parte relativa a rendimentos não tributáveis, seguindo a rubrica constante do comprovante de rendimento fornecido pela fonte pagadora, demonstra que o contribuinte fora induzido a erro. Nesses casos excluise a penalidade, pois houve erro escusável por parte do declarante. Nesse sentido este conselho já tem se pronunciado, tal como se depreende do Acórdão 10421.668 : Fl. 234DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 10 MULTA DE OFÍCIO ERRO ESCUSÁVEL Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. No que toca ao juros de mora é de se manter o lançamento, tendo em vista que o mesmo não tem a intenção de penalizar, mas de compensar o sujeito passivo pelo atraso no pagamento. Em face do exposto e da pertinência da cobrança do imposto, é de se manter o juros de mora. Urge registrar que o STJ não declarou a inconstitucionalidade do art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95, restando pacificado no CARF que, com o advento da referida norma, teria aplicação a taxa Selic como índice de correção monetária e juros de mora, afastandose a aplicação do CTN, o que justifica a incidência de atualização do débito fiscal não recolhido, a partir do seu vencimento. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4). No tocante a aplicação do tratamento prescrito na Instrução Normativa RFB No. 1.127/2011 relativo aos rendimentos recebidos acumuladamente (RRA). Urge registrar que a norma citada disciplina a apuração e tributação dos rendimentos recebidos a partir de 28 de julho de 2010, não se aplicando portanto ao caso concreto. Ante ao exposto, voto no sentido de rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício, por erro escusável. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 235DF CARF MF Impresso em 23/05/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 18/08/201 1 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 18/08/2011 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Numero do processo: 13888.002951/2007-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 17 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Thu Feb 13 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Exercício: 2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. TRIBUTAÇÃO.
Os rendimentos recebidos de pessoa jurídica, com ou sem vínculo empregatício, não incluídos na declaração de ajuste anual de imposto de renda de pessoa física, servem de base para o lançamento de ofício.
DEDUTIBILIDADE DE DESPESAS. CONDIÇÕES.
A dedução de despesas pleiteadas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada ao cumprimento dos requisitos legais e à comprovação por meio de documentação hábil e idônea. Cabe ao contribuinte juntar à sua defesa todos os documentos necessários à confirmação das deduções glosadas no lançamento.
ÔNUS DA PROVA.
Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua declaração de ajuste anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados, sendo seu o ônus probatório, não podendo dele se eximir.
DEDUÇÃO. DEPENDENTES.
A dedução com dependentes na apuração do imposto de renda devido é permitida quando restarem comprovados os requisitos estabelecidos na legislação de regência.
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. NÃO COMPROVAÇÃO. NÃO DEDUTIBILIDADE.
São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde do titular e dependentes, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos.
DEDUÇÃO. DESPESAS COM INSTRUÇÃO.
Na apuração da base de cálculo do imposto podem ser deduzidas as despesas com instrução próprias ou com os dependentes, desde que devidamente comprovadas.
DEDUÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA.
São dedutíveis na declaração de imposto de renda os pagamentos efetuados a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente e desde que devidamente comprovados, nos termos do artigo 8º, II, "f" da Lei nº 9.250 de 1995.
MULTA DE OFÍCIO. ERRO INDUZIDO PELA FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF N° 73.
Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício.
ARGUIÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE. DA RAZOABILIDADE. DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E DO NÃO CONFISCO. SÚMULA CARF Nº 02.
A alegação de que a multa é confiscatória e que não atende os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e da capacidade contributiva não pode ser discutida nesta esfera de julgamento, pois se trata de exigência fundada em legislação vigente, a qual o julgador administrativo é vinculado.
TAXA SELIC. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 4.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.
Numero da decisão: 2201-006.013
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a imposição da penalidade de ofício incidente sobre a omissão de rendimentos apurada.
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente
Débora Fófano dos Santos - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DEBORA FOFANO DOS SANTOS
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MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. TRIBUTAÇÃO. Os rendimentos recebidos de pessoa jurídica, com ou sem vínculo empregatício, não incluídos na declaração de ajuste anual de imposto de renda de pessoa física, servem de base para o lançamento de ofício. DEDUTIBILIDADE DE DESPESAS. CONDIÇÕES. A dedução de despesas pleiteadas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada ao cumprimento dos requisitos legais e à comprovação por meio de documentação hábil e idônea. Cabe ao contribuinte juntar à sua defesa todos os documentos necessários à confirmação das deduções glosadas no lançamento. ÔNUS DA PROVA. Ao se beneficiar da dedução da despesa em sua declaração de ajuste anual, o contribuinte deve se acautelar na guarda de elementos de provas da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados, sendo seu o ônus probatório, não podendo dele se eximir. DEDUÇÃO. DEPENDENTES. A dedução com dependentes na apuração do imposto de renda devido é permitida quando restarem comprovados os requisitos estabelecidos na legislação de regência. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. NÃO COMPROVAÇÃO. NÃO DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde do titular e dependentes, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos. DEDUÇÃO. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 29 51 /2 00 7- 10 Fl. 158DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Na apuração da base de cálculo do imposto podem ser deduzidas as despesas com instrução próprias ou com os dependentes, desde que devidamente comprovadas. DEDUÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. São dedutíveis na declaração de imposto de renda os pagamentos efetuados a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente e desde que devidamente comprovados, nos termos do artigo 8º, II, "f" da Lei nº 9.250 de 1995. MULTA DE OFÍCIO. ERRO INDUZIDO PELA FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF N° 73. Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. ARGUIÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE. DA RAZOABILIDADE. DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E DO NÃO CONFISCO. SÚMULA CARF Nº 02. A alegação de que a multa é confiscatória e que não atende os princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e da capacidade contributiva não pode ser discutida nesta esfera de julgamento, pois se trata de exigência fundada em legislação vigente, a qual o julgador administrativo é vinculado. TAXA SELIC. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 4. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a imposição da penalidade de ofício incidente sobre a omissão de rendimentos apurada. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente Débora Fófano dos Santos - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Fl. 159DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Trata-se de recurso voluntário (fls. 127/146) interposto contra decisão da 11ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II (SP) de fls. 115/124, a qual julgou procedente o lançamento formalizado no auto de infração - Redução do Saldo de Imposto a Restituir, lavrado em 15/10/2007 (fls. 81/89), acompanhado do Termo de Constatação Fiscal (fls. 76/80), decorrente do procedimento de verificação fiscal relativo ao imposto de renda pessoa física do exercício de 2005, ano-calendário de 2004, a partir de informações constantes na declaração de ajuste anual entregue em 22/12/2005 (fls. 70/75). Do Lançamento O lançamento realizado alterou o valor do imposto a restituir declarado de R$ 19.875,55 para R$ 1.024,46, tendo em vista a apuração do crédito tributário objeto do presente processo administrativo, no montante de R$ 18.851,09, referente às seguintes infrações: 001 - RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS - OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS no valor de R$ 32.380,00; 002 - DEDUÇÃO DA BASE DE CALCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) - DEDUÇÃO INDEVIDA DE DEPENDENTE no valor de R$ 2.544,00; 003 - DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) - DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS de R$ 4.660,03; 004 - DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) - DEDUÇÃO INDEVIDA DE PENSÃO JUDICIAL no montante de R$ 52.111,83 e 005 - DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL) - DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESA COM INSTRUÇÃO de R$ 6.402,78. Da Impugnação Cientificado do lançamento em 19/10/2007, conforme AR de fl. 90, o contribuinte apresentou impugnação em 9/11/2007 (fls. 92/109), cujo resumo elaborado pela DRJ/SPOII adota-se para compor parte do presente relatório (fls. 118/119): Da Impugnação Cientificado do lançamento em 19/10/2007, o contribuinte apresentou, em 09/11/2007, a impugnação de fls. 91 a 108, alegando que: Os valores a titulo de dedução foram mediante acordo para subsistência dos seus dependentes e cita o artigo 9°, inciso Il, da Lei n° 8.981/95; Que o acordo disponibilizou aos seus dependentes todas as condições necessárias para a subsistência destes; Que ao declarar seus netos como seus dependentes não poderia configurar o entendimento da fiscalização de que o contribuinte não apresentou a guarda judicial; Que os documentos apresentados à fiscalização comprovam acerca do acordo no qual o defendente se refere, posto que houve a apresentação de “Averbação de Separação Consensual” datado de 14/04/04; Que no caso de aumento da pensão, pode-se em comum acordo por escrito ou verbal aumentar a pensão sem buscar o Judiciário; Fl. 160DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Do Cerceamento de Defesa Patente o cerceamento de defesa, por ter a fiscalização informado que o defendente omitiu valores recebidos de fontes pagadoras, porém o fiscal não trouxe aos autos elementos comprobatórios para a respectiva confrontação dos valores; O estado tem o dever de provar a realização das premissas fáticas que validam a sua atuação; Da Multa Confiscatória, A multa fixada em 75% é excessiva e desproporcional, caracterizando-a confiscatória; Da Taxa SELIC A cobrança da taxa SELIC como juros moratórios é totalmente ilegal; Do Pedido Requer que seja julgado NULO o presente auto de infração. Da Decisão da DRJ Quando da apreciação do caso, em sessão de 11 de março de 2009, a 11ª Turma da DRJ em São Paulo II (SP) julgou o lançamento procedente, conforme ementa do acórdão nº 17-30.470 - 11ª Turma da DRJ/SPOII, a seguir reproduzida (fls. 115/116): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA-IRPF Ano-calendário: 2004 GLOSA DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. Mantidas as glosas de despesas médicas, visto que o direito às suas deduções condiciona-se à comprovação da efetividade dos serviços prestados, bem como dos correspondentes pagamentos. DESPESA COM INSTRUÇÃO DE NÃO DEPENDENTE. VEDAÇÃO. Somente despesa com instrução própria ou de dependente, comprovadamente, dentro dos limites legalmente estabelecidos, e' dedutível da base de cálculo do imposto. GLOSA. DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL. Apenas são dedutíveis a título de pensão alimentícia as importâncias comprovadamente pagas em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. INFORME DE RENDIMENTO. VALOR DECLARADO. OMISSÃO DE RENDIMENTO. O contribuinte é obrigado a incluir, integralmente na declaração de ajuste anual, os valores dos rendimentos tributáveis recebidos de pessoas jurídicas conforme comprovante de informe de rendimentos fornecido pela fonte pagadora. MULTA DE OFÍCIO. É cabível, por disposição literal de lei, a incidência de multa de oficio, no percentual de 75%, sobre o valor do imposto apurado em procedimento de oficio, que deverá ser exigida juntamente com o imposto não pago espontaneamente pelo contribuinte, independentemente do motivo determinante da falta. JUROS DE MORA. TAXA REFERENCIAL SELIC. A exigência de juros de mora com base na Taxa Selic decorre de disposições expressas em lei, não podendo as autoridades administrativas de lançamento e de julgamento afastar sua aplicação. DECLARAÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. PODER JUDICIÁRIO. A declaração de inconstitucionalidade ou ilegalidade de atos normativos é prerrogativa outorgada pela Constituição Federal ao Poder Judiciário. Fl. 161DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Lançamento Procedente Do Recurso Voluntário Devidamente intimado da decisão da DRJ em 13/4/2009, conforme AR de fl. 126, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 8/5/2009 (fls. 127/146), com os mesmos argumentos da impugnação, alegando em síntese que: (...) A disposição contida no artigo 9º, inciso II da Lei nº 8.981 de 1995 aponta a questão do “acordo”, sendo dispensável uma decisão judicial. Tão logo se houve liberação de mera vontade do Recorrente não seria obrigatório acordo judicial. No presente caso os alimentandos não emanaram de busca pelo Judiciário para pleiteá- los, uma vez que há manifesta vontade entre as partes para o cumprimento da avença realizada. Veja-se que o próprio texto de lei permite a figura do "acordo" seja este verbal ou por escrito. O Recorrente ao declarar, como dependentes, seus netos Augusto César Mendes e Leandro César R. Mendes não poderia prevalecer o entendimento tanto da fiscalização como do Relator: “o contribuinte não apresentou a Guarda Judicial”, posto que esse instituto é praticamente visto no Direito Civil, uma vez que a Guarda Judicial constitui um dos deveres integrantes do conteúdo do Pátrio Poder. Os documentos apresentados à fiscalização e disponibilizados no processo administrativo por si só comprovam acerca do acordo acima no qual o Recorrente se refere, posto que houve a apresentação de "AVERBAÇÃO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL" com data de 14/04/04. Tal documento comprova a composição amigável entre as partes que estabelecem deveres e obrigações e o Recorrente as cumpriu quanto ao pagamento da pensão alimentícia necessária para o desenvolvimento de sua família. Alega que quando do lançamento os documentos inerentes as fontes pagadoras não foram disponibilizados ao Recorrente, improsperando a acusação fiscal, em razão do cerceamento de defesa. Além do mais, não sendo possível realizar a confrontação dos valores das fontes pagadoras com os apresentados pelo Recorrente, patente o cerceamento de defesa. A simples menção dos documentos apresentados pelo Recorrente não são suficientes para validar a liquidez da acusação fiscal. Por tais razões se torna claro que é necessário que seja reformada por este Tribunal a decisão de primeiro grau para fins de declarar NULO o Auto de Infração imposição e Multa, por não ensejar o lançamento realizado a liquidez, certeza e exigibilidade para a constituição do crédito tributário. DA MULTA A aplicação da multa apurada pela fiscalização se deu com base nos incisos I do artigo 44 da Lei 9.430/96. Aduz que não houve no presente caso a falta de pagamento ou recolhimento do imposto, nem tão pouco a efetiva apresentação de declarações inexatas, não sendo passível a aplicação da multa nessa proporção. A multa fixada em 75% é excessiva e desproporcional, assumindo caráter confiscatório, sendo cabível a sua redução em face do valor excessivo, tendo-se em conta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Cita doutrina e jurisprudência do TRF da 5ª Região e aduz que o artigo 59 da Lei nº 8.383 de 30 de dezembro de 1991 prescreve a aplicação de multa de mora de 20%. DA SELIC Não se aplica a taxa SELIC como juros moratórios sobre o débito principal. Fl. 162DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 6 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Fica evidenciado que os juros de mora e os juros remuneratórios são distintos, tendo em vista suas características, bem como também fica claro que, em sendo a SELIC juros remuneratórios e não moratórios, como pretende o Fisco, esta não pode ser aplicada na composição do débito da executada, devendo ser excluída imediatamente, recalculando- se o suposto débito existente. se aplicando os juros de mora estabelecido no art. 161, § 1° do CTN. Além disso, também não deve exceder a 12% (doze por cento) ao ano, em respeito ao § 3° do artigo 192 da Magna Carta. DO PEDIDO Diante do exposto, requer-se seja DADO PROVIMENTO ao presente recurso, com a conseqüente reforma da decisão de primeiro grau, para fins de declarar a nulidade do Auto de Infração lavrado, posto que ficou evidenciado a regular declaração dos valores apurados a titulo de Imposto de Renda O presente recurso compôs lote sorteado para esta relatora em sessão pública. É o relatório. Voto Conselheira Débora Fófano dos Santos, Relatora. O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecido. Observa-se que no recurso não houve manifestação expressa do contribuinte em relação às infrações abaixo relacionadas, razão pela qual as mesmas foram consideradas não impugnadas nos termos do disposto no artigo 17 do Decreto 70.235 de 6 de março de 1972 1 : a) dedução indevida de despesas médicas o contribuinte não apresentou os comprovantes das despesas declaradas; b) dedução indevida de despesas com instrução de Marco Cesar Mendes no valor de R$ 923,78 (R$ 1.998,00 – R$ 1.074,22 que foi comprovado) e de Maria Cecilia Mendes no valor de R$ 1.483,00 (R$ 1.998,00 – R$ 515,00 que foi comprovado). Assim sendo, restam em litigio nos presentes autos as seguintes infrações: a) omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas jurídicas no montante de R$ 32.380,00; b) dedução indevida dos dependentes Augusto Cesar Mendes e Leandro Cesar Mendes (netos); c) dedução indevida de pensão alimentícia para Sandra Maria Mendes; e d) dedução indevida de despesas com instrução dos netos Augusto Cesar Mendes e Leandro Cesar Mendes. Em relação às matérias recorridas, passamos às seguintes considerações: 1 Art. 17. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Fl. 163DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 7 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 a) Omissão de Rendimentos do Trabalho sem Vínculo Empregatício Recebidos de Pessoas Jurídicas O Recorrente alega a nulidade do lançamento por cerceamento de defesa, sob o argumento de não haver nos autos qualquer comprovação que a fonte pagadora realmente pagou os valores. Nos termos do artigo 142 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (CTN): Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. No âmbito do processo administrativo fiscal são tidos como nulos os atos lavrados por pessoa incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos do artigo 59 do Decreto nº 70.235 de 1972: Art. 59. São nulos: I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II - os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. Desta forma, para serem considerados nulos os atos, termos e a decisão têm que ter sido lavrados por pessoa incompetente ou violar a ampla defesa do contribuinte. Ademais, a violação à ampla defesa deve sempre ser comprovada, ou ao menos existir fortes indícios do prejuízo sofrido pelo contribuinte. Também não houve qualquer cerceamento do direito de defesa, posto que a matéria está sendo rediscutida no presente recurso pelo contribuinte, não havendo que se falar ainda em supressão de instâncias. O auto de infração foi lavrado em consonância com o artigo 142 do CTN e tanto este quanto o acórdão recorrido foram lavrados por autoridade competente e sem preterição do direito de defesa, razão pela qual não há qualquer nulidade dos mesmos. De acordo com o relatado no Termo de Constatação Fiscal (fls. 77/78): 4 - Omissão de Rendimentos: Foi constatada no ano-calendário de 2004 a omissão de R$ 24.980,00 recebidos do SANTIN S/A INDÚSTRIA METALÚRGICA. O contribuinte declarou R$ 70. 986,67 e a fonte pagadora informou à SRF R$ 95.966,67. Além desta omissão, no mesmo ano o contribuinte declarou R$ 7.400,00 a menos dos rendimentos recebidos de COOPERATIVA DE PRODUÇÃO E SERVIÇOS META. A fonte informou a SRF R$ 85.700,00 e o contribuinte declarou R$ 78.300,00. O imposto retido na fonte foi reajustado conforme a informação prestada pela fonte pagadora à SRF. Deve-se ressaltar que não há qualquer irregularidade no lançamento uma vez que os valores constantes nas Dirfs entregues pelas fontes pagadoras (fls. 68/69) são idênticos aos Fl. 164DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 8 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 constantes nos “comprovantes de rendimentos pagos e de retenção de imposto de renda na fonte” emitidos pelas fontes pagadora e apresentados pelo contribuinte (fls. 55/56). Do exposto, não há como ser acatada a arguição de nulidade do Recorrente, não merecendo reparo o acórdão recorrido. b) Dedução Indevida de Dependentes, Despesas com Instrução e Pensão Alimentícia Nos termos do disposto no artigo 73 do Decreto nº 3.000 de 26 de março de 1999, vigente à época dos fatos: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). (...) O texto base que define o direito da dedução de despesas médicas, com instrução, dependentes e com pensão alimentícia e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, alíneas “a”, “b”, “c” e “f” do artigo 8º e artigo 35 da Lei nº 9.250 de 1995, regulamentados nos artigos 77, 78, 80 e 81 do Decreto nº 3.000 de 1999 (RIR/99), vigentes à época dos fatos, reproduzidos abaixo: Lei nº 9.250 de 26 de dezembro1995. Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre as somas: I - de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II - das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; b) a pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré- escolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais); b) a pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré- escolar, de 1º, 2º e 3º graus, creches, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 1.998,00 (mil, novecentos e noventa e oito reais); (Redação dada pela Medida Provisória nº 22, de 8.1.2002) b) a pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré- escolar, de 1 o , 2 o e 3 o graus, creches, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 1.998,00 (um mil, novecentos e noventa e oito reais); (Redação dada pela Lei nº 10.451, de 10.5.2002) (Vide Medida Provisória nº 232, 2004) b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, até o limite anual individual de R$ 2.198,00 (dois mil, cento e noventa e oito reais), relativamente: (Redação dada pela Lei nº 11.119, de 2005) (Vide Medida Provisória nº 280, de 2006) Fl. 165DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5844.htm#art11%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5844.htm#art11%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas_2002/22.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas_2002/22.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10451.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10451.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Mpv/232.htm#art8.b http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/280.htm#art3 Fl. 9 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes efetuados a estabelecimentos de ensino, até o limite anual individual de R$ 2.373,84 (dois mil, trezentos e setenta e três reais e oitenta e quatro centavos), relativamente: (Redação dada pela Lei nº 11.311, de 2006) (Produção de efeito) (Vide Medida nº 340, de 2006). 1. à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas; (Incluído pela Lei nº 11.119, de 2005) (Vide Medida nº 340, de 2006). 2. ao ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 11.119, de 2005) (Vide Medida nº 340, de 2006). 3. ao ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.119, de 2005) (Vide Medida nº 340, de 2006). 4. à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e especialização); (Incluído pela Lei nº 11.119, de 2005) (Vide Medida nº 340, de 2006). 5. à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico; (Incluído pela Lei nº 11.119, de 2005) b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas; ao ensino fundamental; ao ensino médio; à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e especialização); e à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico, até o limite anual individual de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 2.159-70, de 2001) (...) c) à quantia, por dependente, de: 1. R$ 1.272,00 (mil, duzentos e setenta e dois reais) para os anos-calendário de 2002, 2003 e 2004; (Lei 9.250/95, alterada pela Lei nº 10.451/2002 (conversão da MP 22, de 08/01/2002); (...) f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I - aplica-se, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV - não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V - no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exige-se a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Fl. 166DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11311.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11311.htm#art8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11311.htm#art8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Mpv/340.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11119.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11482.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11482.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2159-70.htm#art8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art1124a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art41 Fl. 10 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 § 3º As despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto de renda na declaração, observado, no caso de despesas de educação, o limite previsto na alínea b do inciso II deste artigo. § 3 o As despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto de renda na declaração, observado, no caso de despesas de educação, o limite previsto na alínea b do inciso II do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) (...) Art. 35. Para efeito do disposto nos arts. 4º, inciso III, e 8º, inciso II, alínea c, poderão ser considerados como dependentes: I - o cônjuge; II - o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho; III - a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; IV - o menor pobre, até 21 anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial; V - o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até 21 anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; VI - os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao limite de isenção mensal; VII - o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador. § 1º Os dependentes a que se referem os incisos III e V deste artigo poderão ser assim considerados quando maiores até 24 anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau. § 2º Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges. § 3º No caso de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes os que ficarem sob a guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. § 4º É vedada a dedução concomitante do montante referente a um mesmo dependente, na determinação da base de cálculo do imposto, por mais de um contribuinte. § 5 o Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único do art. 3 o da Lei n o 10.741, de 1 o de outubro de 2003, a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condição, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4 o e na alínea “c” do inciso II do art. 8 o . (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) (...) Decreto nº 3.000 de 26 de março de 1999 CAPÍTULO II DEDUÇÃO MENSAL DO RENDIMENTO TRIBUTÁVEL (...) Fl. 167DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art1124a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art1124a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art21 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art41 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art41 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art3pix http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art3pix http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art108 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art108 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127 Fl. 11 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Seção III Dependentes Art. 77. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida do rendimento tributável a quantia equivalente a noventa reais por dependente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso III). § 1º Poderão ser considerados como dependentes, observado o disposto nos arts. 4º, § 3º, e 5º, parágrafo único (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35): I - o cônjuge; II - o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho; III - a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até vinte e um anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; IV - o menor pobre, até vinte e um anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial; V - o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até vinte e um anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; VI - os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao limite de isenção mensal; VII - o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador. § 2º Os dependentes a que referem os incisos III e V do parágrafo anterior poderão ser assim considerados quando maiores até vinte e quatro anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 1º). § 3º Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 2º). § 4º No caso de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes os que ficarem sob a guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 3º). § 5º É vedada a dedução concomitante do montante referente a um mesmo dependente, na determinação da base de cálculo do imposto, por mais de um contribuinte (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 4º). Seção IV Pensão Alimentícia Art. 78. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso II). § 1º A partir do mês em que se iniciar esse pagamento é vedada a dedução, relativa ao mesmo beneficiário, do valor correspondente a dependente. § 2º O valor da pensão alimentícia não utilizado, como dedução, no próprio mês de seu pagamento, poderá ser deduzido nos meses subsequentes. § 3º Caberá ao prestador da pensão fornecer o comprovante do pagamento à fonte pagadora, quando esta não for responsável pelo respectivo desconto. § 4º Não são dedutíveis da base de cálculo mensal as importâncias pagas a título de despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). Fl. 168DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art4iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm#art4%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm#art4%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm#art5p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm#art77%C2%A71iii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm#art77%C2%A71v http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35%C2%A72 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art4ii. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art4ii. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8%C2%A73 Fl. 12 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 § 5º As despesas referidas no parágrafo anterior poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto de renda na declaração anual, a título de despesa médica (art. 80) ou despesa com educação (art. 81) (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). (...) CAPÍTULO III DEDUÇÃO NA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS Seção I Despesas Médicas Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I - aplica-se, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV - não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V - no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exige-se a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. § 2º Na hipótese de pagamentos realizados no exterior, a conversão em moeda nacional será feita mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América, fixado para venda pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento. § 3º Consideram-se despesas médicas os pagamentos relativos à instrução de deficiente físico ou mental, desde que a deficiência seja atestada em laudo médico e o pagamento efetuado a entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais. § 4º As despesas de internação em estabelecimento para tratamento geriátrico só poderão ser deduzidas se o referido estabelecimento for qualificado como hospital, nos termos da legislação específica. § 5º As despesas médicas dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo da declaração de rendimentos (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). Seção II Despesas com Educação Art. 81. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré-escolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, Fl. 169DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm#art80 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm#art81 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8iia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8iia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8%C2%A72 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8%C2%A73 Fl. 13 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 até o limite anual individual de um mil e setecentos reais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "b"). § 1º O limite previsto neste artigo corresponderá ao valor de um mil e setecentos reais, multiplicado pelo número de pessoas com quem foram efetivamente realizadas as despesas, vedada a transferência do excesso individual para outra pessoa (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "b"). § 2º Não serão dedutíveis as despesas com educação de menor pobre que o contribuinte apenas eduque (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, inciso IV). § 3º As despesas de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo, observados os limites previstos neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). § 4º Poderão ser deduzidos como despesa com educação os pagamentos efetuados a creches (Medida Provisória nº 1.749-37, de 1999, art. 7º). De acordo com o Termo de Constatação Fiscal (fls. 77/78) as glosas foram realizadas pelos motivos a seguir: 1 - Dependentes: O contribuinte declarou que AUGUSTO CÉSAR MENDES e LEANDRO CÉSAR R MENDES são netos e que suas despesas foram custeadas com os seus rendimentos, contudo o contribuinte não apresentou a Guarda Judicial, necessária para que os netos fossem considerados dependentes para fins de dedução do Imposto de Renda. 2 - Pensão Alimentícia Judicial: O contribuinte apresentou una AVERBAÇÃO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL, com data de 14 de abril de 2004. O Decreto n° 3.000/99, em seu art. 78 "caput", estabelece: Art. 78 Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga à título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de DECISÃO JUDICIAL ou ACORDO HOMOLOGADO JUDICIALMENTE, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei n° 9.250/95, art. 4°, inciso III). O documento apresentado pelo contribuinte para sustentar o pagamento de pensão alimentícia não atende a legislação tributária, desta forma as dedução com pensão alimentícia nos anos-calendário de 2004, 2005 e 2006 serão glosadas. 3 - Despesas Médicas: O contribuinte não apresentou comprovantes de despesas médicas nos anos -calendário de 2002, 2003 e 2004. (...) 4 - Omissão de Rendimentos: Foi constatada no ano-calendário de 2004 a omissão de R$ 24.980,00 recebidos do SANTIN S/A INDUSTRIA METALÚRGICA. O contribuinte declarou R$ 70.986,67 e a fonte pagadora informou à SRF R$ 95.966,67. Além desta omissão, no mesmo ano o contribuinte declarou R$ 7.400,00 a menos dos rendimentos recebidos de COOPERATIVA DE PRODUÇÃO E SERVIÇOS META. A fonte informou a SRF R$ 85.700,00 e o contribuinte declarou R$ 78.300,00. O imposto retido na fonte foi reajustado conforme a informação prestada pela fonte pagadora à SRF. 4 - Despesas com Instrução: Fl. 170DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8iib http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8iib http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8iib http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8iib http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art35iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm#art8%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas/1749-37.htm#aer7 Fl. 14 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Foram glosadas as despesas com instrução referentes aos netos, tendo em vista que estes foram excluídos da condição de dependentes e por conseqüência suas despesas também (...) No ano-calendário de 2004 foram comprovados R$ 1.074,22 referente ao dependente MARCO CESAR MENDES e R$ 515,00 pela dependente MARIA CECILIA MENDES. (...) A decisão de primeira instância manteve as glosas de dependentes, instrução e pensão alimentícia realizada com a seguinte argumentação (fl. 120): Dos Não Dependentes, da Dedução Indevida de Instrução e Despesas Médicas: O contribuinte declarou indevidamente que Augusto César Mendes e Leandro César Mendes são netos e que suas despesas foram custeadas com os seus rendimentos, contudo o contribuinte não apresentou a Guarda Judicial necessária para que os netos fossem considerados dependentes para fins de dedução do Imposto de Renda. Consequentemente as despesas de instrução e médicas com os netos também foram indevidas, portanto corretamente aplicada a glosa dos valores referente as deduções dos dois dependentes e as despesas de instrução e médicas referente a eles. (...) Da não Pensão Alimentícia Quente à apresentação de “AVERBAÇÃO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL” (fls. ll), esta não faz prova para a dedução do imposto de renda como despesas com pagamento de pensão alimentícia. Com o recurso apresentado o contribuinte novamente deixou de apresentar a sentença ou acordo homologado pela justiça determinando o pagamento da pensão alimentícia e o termo de guarda judicial dos netos limitando-se a alegar que: a) a letra da lei (artigo 9º, inciso II da Lei nº 8.981 de 1985) aponta a questão do “acordo” como mera vontade do Recorrente, dispensável uma decisão judicial que somente seria cabível quando há litígio entre as partes e b) a guarda judicial constitui um dos deveres do pátrio poder. Se o pai ou a mãe não tem condições para a criação dos filhos, incube aos avós essa “liberdade” ou dever em prestar alimentos. Nada impede a prestação alimentícia dos pais para os filhos e dos avós para os netos com a finalidade de prover a sua subsistência. Todavia, para que tal prestação seja passível de dedução do imposto de renda deve seguir ao prescrito no artigo 8º, II, “f” da Lei º 9.250 de 1995, qual seja, a existência de “decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o artigo 1.124-A da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008)” determinando o dever de pagamento da pensão alimentícia. O mesmo fato ocorreu em relação ao pagamento de pensão alimentícia declarada para a Sra. Sandra Maria Mendes, tendo sido apresentado somente cópia da certidão de casamento com a averbação de separação (fl.12). A inclusão dos netos como dependentes na declaração de ajuste anual só é possível se o avô possuir a guarda judicial dos mesmos. Por conseguinte, uma vez não preenchido o requisito legal para a condição de dependente, as despesas médicas e com instrução dos mesmos não podem ser deduzidas da base de cálculo do imposto de renda. Do mesmo modo, ante a ausência de comprovação do dever do pagamento de pensão alimentícia, os pagamentos Fl. 171DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art1124a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11727.htm#art21 Fl. 15 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 declarados constituíram-se em mera liberalidade, não sendo passíveis de dedução da base do imposto de renda nos termos da legislação vigente. Logo, por insuficiência documental comprobatória devem ser mantidas as glosas realizadas, não merecendo reparo o acórdão recorrido. c) Da Multa de Ofício O Recorrente alega que o percentual da multa de ofício de 75% caracteriza confisco, viola os princípios constitucionais e fere o artigo 150 da Constituição Federal. Nos casos de lançamento de ofício, como se configura a situação presente, as multas aplicadas são as previstas no artigo 44 da Lei nº 9.430 de 27 de dezembro de 19962. Desse modo, é insubsistente o pedido formulado de redução da multa aplicada de 75% para o percentual de 20%. Todavia, no caso concreto, em relação à infração de omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas jurídicas é cabível a conclusão de ter havido erro de preenchimento da declaração de ajuste anual causado pelas informações erradas prestadas pelas fontes pagadoras, conforme se depreende dos comprovantes de rendimentos de fls. 15 e 16. Nesse sentido, o entendimento da jurisprudência sintetizada na Súmula CARF n° 73, não autoriza o lançamento da multa de ofício: Súmula CARF nº 73 Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. Quanto à alegação de inconstitucionalidade da multa aplicada em razão da sua natureza de confisco, deve-se ressaltar que a autoridade julgadora de instância administrativa não tem competência para se manifestar acerca da constitucionalidade e legalidade das normas regularmente editadas segundo o processo legislativo estabelecido, tarefa essa reservada constitucionalmente ao Poder Judiciário. Além do mais a matéria encontra-se sumulada (Súmula CARF nº 2), a seguir reproduzida e, por conseguinte, de observância obrigatória pelos membros deste Conselho Administrativo, nos termos do artigo 72 do RICARF. Assim dispõe a referida súmula: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. d) Da Taxa Selic O impugnante questiona a aplicação da taxa Selic como juros de mora, argumentando que não respeita a regra do artigo 161, § 1º do Código Tributário Nacional (CTN). Ocorre que tal matéria está pacificada neste colegiado, sendo correta a aplicação da taxa Selic para o cálculo dos juros de mora, conforme Súmula CARF nº 4, abaixo reproduzida: 2 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (...) Fl. 172DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 16 do Acórdão n.º 2201-006.013 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13888.002951/2007-10 Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Logo, não merece reparo o acórdão recorrido também em relação a esta matéria. Conclusão Diante do exposto, vota-se em dar parcial provimento ao recurso voluntário para afastar a imposição da penalidade de ofício incidente sobre a omissão de rendimento apurada, nos termos do voto em epígrafe. Débora Fófano dos Santos Fl. 173DF CARF MF Documento nato-digital https://idg.carf.fazenda.gov.br/acesso-a-informacao/boletim-de-servicos-carf/portarias-do-mf-de-interesse-do-carf-2018/portarias-mf-277-sumulas-efeito-vinculantes.pdf
score : 1.0
Numero do processo: 10830.012405/2008-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 06 00:00:00 UTC 2020
Data da publicação: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2020
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Exercício: 2004
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DIRPF. DECLARAÇÃO ENTREGUE FORA DO PRAZO. SÚMULA CARF Nº 69.
A falta de apresentação da declaração de rendimentos ou a sua apresentação fora do prazo fixado sujeitará a pessoa física à multa de um por cento ao mês ou fração, limitada a vinte por cento, sobre o Imposto de Renda devido, ainda que integralmente pago, respeitado o valor mínimo.
Numero da decisão: 2201-006.129
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente
Débora Fófano dos Santos - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DEBORA FOFANO DOS SANTOS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente Débora Fófano dos Santos - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
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DECLARAÇÃO ENTREGUE FORA DO PRAZO. SÚMULA CARF Nº 69. A falta de apresentação da declaração de rendimentos ou a sua apresentação fora do prazo fixado sujeitará a pessoa física à multa de um por cento ao mês ou fração, limitada a vinte por cento, sobre o Imposto de Renda devido, ainda que integralmente pago, respeitado o valor mínimo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente Débora Fófano dos Santos - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Trata-se de recurso voluntário (fl. 34) interposto contra decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II (SP) de fls. 27/30, a qual julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário formalizado na notificação de lançamento lavrada em 20/11/2008 (fl. 6), no valor de R$ 1.042,07, decorrente da entrega, em 8/10/2008, da declaração do exercício de 2004, ano-calendário de 2003, ND 08/28.772.130, fora do prazo. Da Impugnação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 01 24 05 /2 00 8- 37 Fl. 39DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 2 do Acórdão n.º 2201-006.129 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10830.012405/2008-37 Cientificado do lançamento em 11/4/2006 (fl. 16), conforme despacho de fl. 53, o contribuinte apresentou impugnação em 9/12/2008 (fls. 2/5), acompanhada de documentos (fls. 6/20), alegando o que segue (fl. 4): 1. A Declaração de Ajuste Anual, Exercício 2004 de n.° 08/28.772.130, ano calendário 2003, foi entregue com Base nos Documentos da Caixa Econômica Federal e Documentos comprobatários (sic) da Justiça do Trablaho (sic) em 08/10/2008, porém idôneos; mas, infelizmente não se processou, porque o Contribuite (sic) não está relacionado (incluso) em DIRF da FP, Shell Brasil Ltda. CNPJ 33.453.598/0001-23 do ano calendário de 2003. Foi descontado R$ 14.543,35 de IRF, através de um acordo Judicial e pago no Vr. de R$ 46.760,36 em 23/04/2003. O referido IRF não foi recolhido pela FP Schell até a data desta impugnação e nem fornecido ao declarante o Inf de Rendimentos Pagos e de IRF. Entendeu o mesmo que os doc. idôneos serviria conforme está orientado no manual de orientação do Exerc. 2004., p/ a entrega da declaração. 2. A referida declaração já foi retificado através da Declaração Retificadora e entregue em 27/11/2008 com o n° do recibo 22.66.23.97.88-85 excluindo assim a FP Shell e seus valores, a qual foi substituída pela FP Belsonno Colchões Ltda. CNPJ 02.634.416/0001- 97, Simplesmente como uma declaração opcional do exerc.2004 ano calendário 2003., porque não temos O IRF recolhido e nem o Informe de rendimentos da Schell e nem a DIRF retificadora constando o nome do declarante. Caso a FP lhe forneça os documentos e retifica a dirf e recolha o IRF Será entregue nova declaração retificadora posteriormente p/ apurar o imposto à pagar ou a restituir. 3. Alega o contribuinte que os documentos estavam em poder dos intermediários,ou seja, com a FP e seu Advogado, sendo que os mesmos não lhe entregou em tempo hábil os referidos papeis comprobatórios para a entrega da declaração., e por isso deixou de cumprir com a obrigação legal. Os documentos chegou (sic) em suas mãos somente no mês de 0utubro12008, porque o mesmo solicitou dos intermediários a entrega dos papeis para a entrega da declaração. Antes já teria solicitado, mas não teve retorno., e levou 4 anos para obter alguns papeis e ainda faltou o inf. de rendimentos/2003., pois os documentos estavam em fase de encerramento processual na la.VT. de Paulinia-SP, para futuras descisões (sic) judiciais p/ notificação da FP Schell p/ recolhimentos posteriormente do IRF., e cujo encerramento ou conclusões do referido processo, foi em 27/08/2008, o qual já foi arquivado. 4. A referida declaração Original entregue em 08/10/2008, fica suspensa e retificado até que a FP recolha o IRF posteriormente e lhe entrega os documentos oficiais ao contribuinte. Segue em anexo a cópia da declaração retificadora e a cópia da notificação. E por isso, discorda o contribuinte dos referidos valores lançados por atraso na entrega, ano calendário 2003, exerc. 2004 da FP Shell de acordo com o item 3. A declaração apresenta Vr. à restituir, mas, por ora, não pode o mesmo ser considerado e devido por não existe os Documentos Oficiais da FP Schell., ou seja, a dirf retificadora, bem como o imposto devido na declaração do dia 08/10/2008 não pode ser submetido a multa de 20% conforme está na notificação enquanto não se oficializar os documentos da fonte pagadora., e mesmo que se oficialize, da se entender que a multa ficaria nula e indevida, porque a declaração apresenta valor à restituir e não saldo de imposto à pagar de acordo com os seus rendimentos tributáveis., existindo apenas a multa de R$ 165,74, caso a mesma e os 20% do imposto devido não sejam impugnado(o) no prazo legal. 5. A vista de todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer o impugnante seja acolhida a presente impugnação para o fim de assim ser decidido, cancelando-se o débito fiscal reclamado. O contribuinte compareceu ao processo, prestando informações adicionais protocoladas em 29/12/2008 (fls. 22/24), nos seguintes termos: i) Esclarecimentos e Informações (fls. 22/23): (...) Fl. 40DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 3 do Acórdão n.º 2201-006.129 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10830.012405/2008-37 A- Os valores de IRRF e descontados da FP Schell pela Justiça do Trabalho em 2003 e em 2904 são incontroversos. Porém a referida FP foi condenada em 09/03/2005 à recolher os tais valores., mas foi recolhido somente R$ 19.480,53 com juros e multas ref. à 2004 em 24/03/2005 e fornecido um informe de rendimentos neste valor de IRRF e com um valor de rendimentos tributáveis de R$ 72.530,48 para o ano calendário de 2005, porém já descontados o INSS da empresa e a contribuição de terceiros. Lembro a essa Secretaria que o valor principal do IRRF apurado em 01/07/2004 é de R$ 18.215,98 passando deste para R$ 19.480,53 recolhido. B- A FP Shell não forneceu ao contribuinte nenhum informe de Rendimentos referente ao ano calendário de 2003 com IRRF de R$ 14.543,35 e nem com rendimentos trib. de R$ 46.760,36 e nem existe DARF recolhido. Suspeita o contribuinte que o vr. 14.543,35 já está incluso no valor de R$ 18.215,98., ou seja, o mesmo foi corrigido. C- Existe no Proc. Judicial de n.° 03081/1998 uma petição do Advogado da Empresa Shell pedindo para que a mesma recolha os referidos encargos Fiscais de IRRF em anos posteriores com juros e correção monetária nas BC e nos rend.tributáveis., ou seja após o acordo judicial de R$ 46.760,36 pago já com os descontos de INSS e IRRF, com um rendimento tributável de R$ b (sic) 55.134,75 que é o valor em 23/04/2003. D- De acordo com a análise contábil, o informe de rendimentos do ano calendário 2005, foi emitido com base no valor processual de R$ 82.703,40 sem as deduções da contribuição do INSS da empresa e de terceiros., valor este condenado pela Justiça para determinar o correto informe de rendimentos do ano calendário de 2005. E- O contribuinte aguarda uma solução da FP com relação ao ano calendário de 2003., e esclarece a Secretaria da Receita Federal que talvez os valores do 1RRF de 2003 será, contestado na justiça, embora seja incontroverso. F- O contribuinte esclarece ainda que: retificou a declaração, porque não sabia da notificação do dia 20/11/2008 e nem tinha o informe de rendimentos da FP., e entende o mesmo diante destas informações que o valor de R$ 46.760,36 (acordo) do ano calendário de 2003"parece" que está incluso no ano calendário de 2005 ou seja acumulado no vr. de R$ 72.530,48 para a entrega da declaração de ajuste anual do exercício de 2006, e por isso pede que seja acolhida a impugnação do tal credito tributário lançado na notificação., e entende ainda que a declaração do exercício de 2004 ano cal 2003, deixará de existir por ser incontroversos os seus valores devidos: G- Diante dos itens acima mencionados, requer a Ilma. Sra. Delegada que por gentileza faça juntar estas informções (sic) ao proc. de impugnação de n.° 10830.012405/2008- 37-assunto 01.20141-3/1RPF protocolado em 09/12/2008. (...) ii) Esclarecimentos Adicionais (fl. 24): (...) 1- O valor de R$ 82.703,40 não é considerado como rendimentos tributáveis para o ano calendário de 2005. 2- O valor das contribuições de INSS da Fonte Pagadora Shell e de terceiros foi deduzidos do valor de R$ 82.703,40 para determinar o valor dos rendimentos tributáveis no vr. total de R$ 72.530,48 para o ano calendário de 2005 3- A declaração de Ajuste Anual do exercício de 2006 ano calendário 2005 já foi entregue acrescentando a Fonte Pagadora Shell Brasil Ltda. De acordo com o informe de rendimentos fornecido pela mesma e processada, porém com o vr. dos rendimentos tributáveis de R$ 72.530,48 ., a qual apresentou imposto à restituir. • Diante dos itens acima mencionados requer que seja juntada estas informações ao proc. de impugnação de nº.10830.012405/2008-37-assunto 01.20141-3/IRPF protocolado em 09/12/2008. • As provas documentais estão aos cuidados do contribuinte para eventuais solicitações pela Receita Federal., caso seja necessário. Fl. 41DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 4 do Acórdão n.º 2201-006.129 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10830.012405/2008-37 Da Decisão da DRJ Quando da apreciação do caso, em sessão de 8 de fevereiro de 2010, a 8ª Turma da DRJ em São Paulo II (SP), julgou a impugnação improcedente, conforme ementa do acórdão nº 17-37.995 - 8ª Turma da DRJ/SP2, a seguir reproduzida (fl. 27): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2004 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL -. CONTRIBUINTE OBRIGADO. Ainda que a fonte pagadora não tenha entregado ao contribuinte o Comprovante de Rendimentos Pagos, é devida a multa no caso de entrega da declaração fora do prazo estabelecido, uma vez que a legislação determina ser do beneficiário a obrigatoriedade de declarar a SRF os rendimentos efetivamente recebidos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Do Recurso Voluntário Devidamente intimado da decisão da DRJ em 15/4/2010, conforme AR de fl. 33, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 12/5/2010 (fl. 34), alegando o que segue: 1- Rendimentos constou (sic) na declaração de 2004 indevidamente. Por isso que a declaração foi retificada. 2- O correto é como foi declarado em Novembro de 2008, constando na declaração de 2006. Pedido: Alterar o valor de R$ 1.042,07 para R$ 165,74 O presente recurso compôs lote sorteado para esta relatora em sessão pública. É o relatório. Voto Conselheira Débora Fófano dos Santos, Relatora. O recurso é tempestivo e, uma vez preenchidos os pressupostos de admissibilidade, deve ser conhecido. Em decorrência da apresentação da declaração de ajuste anual do exercício de 2004, ano-calendário de 2003, foi aplicada a multa por atraso na entrega da declaração. A questão controvertida nos autos consiste no fato do Recorrente alegar que os rendimentos informados na declaração de ajuste anual do exercício de 2004, ano-calendário de 2003, entregue em 8/10/2008, em que foi apurado saldo de imposto a pagar, foram indevidamente declarados, razão pela qual foi feita retificadora no mês de novembro de 2008. A DRJ ao analisar o caso manteve o lançamento sob os seguintes argumentos (fls. 29): (...) A Instrução Normativa SRF n° 393, de 02/02/2004, em seu artigo 1°, I, determina que é obrigada a entrega da declaração de rendimentos a pessoa física que tenha recebido, no Fl. 42DF CARF MF Documento nato-digital Fl. 5 do Acórdão n.º 2201-006.129 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10830.012405/2008-37 ano-calendário em questão, rendimentos tributáveis na declaração, cuja soma foi superior a R$ 12.696,00. Na impugnação o interessado afirma que, em 23/04/2003, foi pago o valor de R$ 46.760,36 e retido pela fonte pagadora o valor de RS 14.543,36 de imposto de renda, que informou na declaração de ajuste anual referente ao ano-calendário de 2003, apresentada em 08/10/2008. Portanto, o contribuinte encontrava-se obrigado a apresentar a declaração de ajuste anual por ter recebido rendimentos tributáveis superior ao limite supramencionado e tendo-o feito com atraso a multa foi corretamente aplicada. Alega o contribuinte que a declaração entregue em atraso não se processou porque o contribuinte não está relacionado em DIRF/2003 da FP, Shell Brasil Ltda., CNPJ 33.453.598/0001-23. O fato de o contribuinte e seus rendimentos não constarem na DIRF da empresa Shell Brasil Ltda gerou pendência no processamento da declaração, que impediu a restituição do imposto de renda retido na fonte apurada pelo contribuinte na declaração apresentada com atraso (fl. 09). Cumpre salientar que o contribuinte efetuou por sete (07) vezes a retificação da declaração em questão, omitindo os rendimentos no valor de R$ 46.760,36, que afirma ter recebido da empresa Shell Brasil S/A, sendo que a última foi efetuada em 27/11/2008. Inobstante, tal retificação em nada socorre o contribuinte, eis que ao excluir os rendimentos que afirma ter recebido, na data de 23/04/2003, infringiu a legislação tributária ao omitir esses rendimentos, sujeitando-se às penalidades cabíveis. Com referência à alegação de que não recebeu o Informe de Rendimentos Pagos e de 1RRF, cumpre esclarecer que, ainda que a fonte pagadora não tenha entregado ao contribuinte o Comprovante de Rendimentos Pagos, é devida a multa, uma vez que a legislação determina ser do beneficiário a obrigatoriedade de declarar a SRF os rendimentos efetivamente recebidos. O fato de a fonte pagadora ser legalmente obrigada a entregar ao contribuinte o informe de rendimentos não exime o contribuinte da obrigatoriedade de com base nos valores efetivamente recebidos e respectivos comprovantes emitidos à época do recebimento, elaborar a sua declaração de ajuste anual e apresentá-la tempestivamente à SRF. Necessário, ainda, enfatizar que ninguém pode se escusar de cumprir a lei, alegando que não a conhece, conforme disposto no artigo 3° da Lei de Introdução ao Código Civil. Quanto à discordância do contribuinte do valor da multa lançada por atraso na entrega da declaração, por entender que não pode ser submetido à multa de 20%, enquanto não se oficializar os documentos da fonte pagadora, e mesmo que se oficialize a multa seria nula e indevida, porque a declaração apresenta valor a restituir e não saldo de imposto a pagar, cumpre esclarecer que a aplicação da multa por atraso na entrega da declaração independe do fato de o contribuinte ter ou não imposto a pagar, eis que esta incide sobre o valor devido e, somente no caso de não ter sido apurado valor devido, a multa é aplicada em seu valor mínimo (R$ 165,74). É fato incontroverso que o contribuinte recebeu parcela de rendimentos em reclamatória trabalhista no ano-calendário de 2003 e, uma vez obrigado a apresentar a declaração de ajuste anual, a entregou somente 8/10/2008, após transcorridos 54 meses/fração da data prevista para sua entrega, sujeitando-se à ocorrência da infração, conforme consta da notificação de lançamento de fl. 6. A discussão recai sobre a imposição da penalidade, cuja previsão legal encontra-se no artigo 88, I da Lei nº 8.981 de 20 de janeiro de 1995 combinado com o artigo 27 da Lei nº 9.532 de 10 de dezembro de 1997, a seguir reproduzidos: Lei nº 8.981 de 1995 Art. 88. A falta de apresentação da declaração de rendimentos ou a sua apresentação fora do prazo fixado, sujeitará a pessoa física ou jurídica: I - à multa de mora de um por cento ao mês ou fração sobre o Imposto de Renda devido, ainda que integralmente pago; (Vide Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 43DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art27. Fl. 6 do Acórdão n.º 2201-006.129 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10830.012405/2008-37 II - à multa de duzentas Ufirs a oito mil Ufirs, no caso de declaração de que não resulte imposto devido. § 1º O valor mínimo a ser aplicado será: a) de duzentas Ufirs, para as pessoas físicas; b) de quinhentas Ufirs, para as pessoas jurídicas. (...) Lei 9.532 de 1997 Art. 27. A multa a que se refere o inciso I do art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995, é limitada a vinte por cento do imposto de renda devido, respeitado o valor mínimo de que trata o § 1º do referido art. 88, convertido em reais de acordo com o disposto no art. 30 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. 1 Parágrafo único. A multa a que se refere o art. 88 da Lei nº 8.981, de 1995, será: a) deduzida do imposto a ser restituído ao contribuinte, se este tiver direito à restituição; b) exigida por meio de lançamento efetuado pela Secretaria da Receita Federal, notificado ao contribuinte. Verifica-se no caso concreto que a multa pelo atraso na entrega da declaração do exercício de 2004, ano-calendário de 2003, no valor de R$ 1.042,07 foi imposta no patamar de 20% do imposto devido de R$ 5.210,37, apurado pelo contribuinte na declaração entregue em 8/10/2008. Essa discussão não é nova no âmbito deste colegiado, tendo resultado na edição da Súmula nº 69, a seguir reproduzida: Súmula CARF nº 69: A falta de apresentação da declaração de rendimentos ou a sua apresentação fora do prazo fixado sujeitará a pessoa física à multa de um por cento ao mês ou fração, limitada a vinte por cento, sobre o Imposto de Renda devido, ainda que integralmente pago, respeitado o valor mínimo. A alegação de que em razão da fonte pagadora ter deixado de fornecer o informe de rendimentos referente ao ano-calendário de 2003 e do fato deles não constarem em Dirf motivou a retificação da declaração entregue em 8/10/2008, com a exclusão dos mesmos na última retificadora entregue em 27/11/2008 (fls. 9/11), não encontra respaldo legal e nem desobriga o contribuinte de informar os rendimentos na declaração de ajuste anual. Quanto a prova da retenção sofrida, assim dispõe a Súmula CARF nº 143: Súmula CARF nº 143 A prova do imposto de renda retido na fonte deduzido pelo beneficiário na apuração do imposto de renda devido não se faz exclusivamente por meio do comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos rendimentos. Isto posto, não merece reforma a decisão de piso. Conclusão Diante do exposto, vota-se em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto em epígrafe. Débora Fófano dos Santos 1 Essa conversão em reais resulta numa multa mínima de R$ 165,74. Fl. 44DF CARF MF Documento nato-digital http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art88i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9249.htm#art30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9249.htm#art30 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm#art88
score : 1.0
Numero do processo: 11686.000382/2008-91
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS
PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/04/2007 a 30/06/2007
COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS.
O “crédito presumido do ICMS”, mero incentivo fiscal, não se trata de receita auferida pela empresa, portanto, está fora do
campo de incidência da COFINS, não devendo compor a sua base de
cálculo. Não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto,
não se instaurará o consequente da norma (relação jurídico tributária / obrigação tributária).
DESPESAS DE FRETES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. NÃO DÁ DIREITO AO CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO.
Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins, não cumulativos, sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa.
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS.
Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de legalidade ou constitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se
pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.
Súmula CARF No. 02.
Numero da decisão: 3201-000.755
Decisão: Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao Recurso
Voluntário nos seguintes termos:
1. Por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário
no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS;
2. Por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário
quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte inter company).
Vencidos os conselheiros Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: Luis Eduardo Garrossino Barbieri
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/04/2007 a 30/06/2007 COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. O “crédito presumido do ICMS”, mero incentivo fiscal, não se trata de receita auferida pela empresa, portanto, está fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor a sua base de cálculo. Não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídico tributária / obrigação tributária). DESPESAS DE FRETES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. NÃO DÁ DIREITO AO CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO. Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins, não cumulativos, sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de legalidade ou constitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário nos seguintes termos: 1. Por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS; 2. Por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte inter company). Vencidos os conselheiros Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino.
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BASE DE CÁLCULO. RECEITA. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. O “crédito presumido do ICMS”, mero incentivo fiscal, não se trata de receita auferida pela empresa, portanto, está fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor a sua base de cálculo. Não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídicotributária / obrigação tributária). DESPESAS DE FRETES NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. NÃO DÁ DIREITO AO CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO. Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins, nãocumulativos, sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de legalidade ou constitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF No. 02. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 172DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário nos seguintes termos: 1. Por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS; 2. Por maioria de votos NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte intercompany). Vencidos os conselheiros Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino. JUDITH AMARAL MARCONDES ARMANDO Presidente. LUÍS EDUARDO G. BARBIERI Relator. EDITADO EM: 12/08/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith Amaral Marcondes Armando (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vice presidente), Robson José Bayerl, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudino. Relatório O presente litígio decorre de Pedido de Ressarcimento/Declaração de Compensação da COFINS – Não Cumulativa (fls. 1/4), em relação a créditos da Contribuição referentes ao 4º trimestre de 2007, em decorrência da venda no mercado interno com alíquota zero, com base no disposto no artigo 16 da Lei n° 11.116/2005, no valor de R$ 4.677.649,15,. A DRF – Porto Alegre, por meio do Despacho Decisório No. 194/2009, reconheceu parcialmente o direito creditório em favor da Requerente, no valor de R$ 4.086.166,51 restando indeferido um saldo no valor de R$ 591.482,64 (fls. 64). Por bem retratar os fatos ocorridos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis : Tratase de manifestação de inconformidade contra indeferimento parcial de pedido de ressarcimento/compensação (PER/DECOMP), relativo ao saldo credor de Cofins não cumulativa. O interessado discorda da glosa parcial, alegando não ter realizado alienação onerosa de créditos de ICMS a terceiros, conforme afirma a fiscalização, a quem incumbiria o ônus de provar tal alegação. Considera que exigir de sua parte prova em contrário seria inviável, pois se trataria de prova negativa. Esclarece que a empresa seria titular de incentivo fiscal, outorgado pelo estado do Rio Grande do Sul, que consistiria em um desconto dos valores devidos a titulo de crédito presumido de ICMS na ordem de 75% sobre o valor incidente nas saídas Fl. 173DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 11686.000382/200891 Acórdão n.º 3201000.755 S3C2T1 Fl. 158 3 interestaduais de fertilizantes, conforme documento que anexou a sua manifestação. Conclui, então, que a questão aqui seria diferente da exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições. Afirma, ao final, que tal crédito presumido não seria um ativo e nem constituiria receita, renda ou faturamento a ensejar a incidência das contribuições. Não se conforma, também, com o indeferimento da parcela dos créditos calculados sobre fretes de transferência entre matriz e filiais ou entre filiais, pois entende tratarse de etapa essencial â atividade da empresa, que possui unidades produtivas em diversos municípios do pais. Para embasar seus argumentos, o manifestante discorre sobre as dimensões continentais do Brasil, cita diversos municípios nos quais possui filiais e comenta sobre a importância que o agronegócio teria para o país, além disso, considera que a sistemática da nãocumulatividade ampararia o creditamento sobre os fretes conforme calculado e pensamento diverso esbarraria em inconstitucionalidade. Cita e transcreve Soluções de Consulta proferidas pela SRFB que entende como favoráveis ao seu entendimento. Conclui então que o procedimento adotado estaria de acordo com o Art. 30 da Lei 10.833/03. Isso posto, requer que seja dado provimento à sua manifestação de inconformidade, com o reconhecimento do direito a constituir e descontar créditos de PIS e Cofins decorrentes de fretes de transferência de mercadorias entre seus estabelecimentos, bem como sejam excluídos os créditos de ICMS da base de cálculo destas contribuições. A Segunda Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Porto Alegre RS, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade da empresa, proferindo o Acórdão nº 1025.017 (fls. 101/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 Ementa: CESSÃO DE ICMS. INCIDÊNCIA DE PIS/PASEP E COFINS. A cessão de direitos de ICMS compõe a receita do contribuinte, sendo base de cálculo para o PIS/PASEP e a COFINS até a vigência dos arts. 7°, 8° e 9° da Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008. FRETES Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar do PIS e da Cofins nãocumulativos sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa. A Recorrente, inconformada com a decisão da autoridade julgadora de primeira instância administrativa, interpôs Recurso Voluntário (fls. 108/ss), por meio do qual reitera os argumentos já trazidos em sua Manifestação de Inconformidade, nos seguintes termos, em apertada síntese: (i) Receitas não incluídas na base de cálculo da COFINS – crédito presumido do ICMS. Alega que não realizou qualquer alienação onerosa de créditos de ICMS, embora tal seja o pretenso fato constitutivo da imposição tributária. A fiscalização enganouse Fl. 174DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 ao visualizar o crédito de ICMS decorrente de benefício fiscal concedido pelo Estado do Rio Grande do Sul; Tratase de benefício em decorrência de termo de concessão firmado junto ao Governo do Estado, com o seguinte objeto: para cada saída tributada pelo ICMS sobre fertilizantes vendidos para fora do Estado, fica a Recorrente autorizada a se creditar de 75% do ICMS destacado na nota fiscal; As notas fiscais de saída são emitidas com o ICMS integral, posteriormente, a Recorrente lança um crédito equivalente ao benefício que é de 75% sobre a saída, sendo que este foi o crédito glosado pela fiscalização; Este é o motivo de a fiscalização ter encontrado créditos de ICMS contabilizados. Mas essa mera contabilização de créditos de ICMS não tem o condão de autorizar concluirse que esses créditos decorreram de alienação a terceiros. Se houvesse alienação de créditos de ICMS a terceiros, haveria a recorrente de lançar redução do seu saldo de ICMS mediante o recebimento de um valor correspondente, situação não encontrada pelo Sr. Fiscal; O fato da contratação do beneficio fiscal ficou comprovado por meio da juntada do "Termo de Acordo" firmado entre a empresa e o Estado do Rio Grande do Sul, na data de 10 de julho de 2006; Afirma que isso não é um crédito, não é receita nem faturamento, correspondendo apenas à anulação de 75% do débito de ICMS relativo às saídas tributadas da empresa; Por fim, aduz que se assim não for da compreensão deste Órgão julgador, se considerarse que houve alienação de créditos de ICMS a terceiros, impõese destacar o seguinte: a Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008, em seus artigos 7°, 8° e 9° desonera da incidência do PIS e da COFINS as transferências onerosas de ICMS, devendo ser aplicada retroativamente nos termos do artigo 106 do CTN. Requer, assim, seja provido o Recurso para excluir os créditos de ICMS referidos da base de cálculo das contribuições. (ii) Créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte intercompany de mercadoria Entende que as hipóteses de "insumos" passíveis de constituição de crédito de PIS e COFINS, prescritas nas Leis 10.637/02 e 10.833/03 não são taxativas, pois sua própria redação segue um padrão exemplificativo e porque deixam de prever notórias despesas inerentes e necessárias à atividade empresarial; Por estas razões é que a interpretação da nãocumulatividade, conforme a Constituição, leva ao reconhecimento do direito de crédito em relação a todas as despesas necessárias à produção do resultado econômico, inclusive as referentes ao frete de mercadorias intercompany; A despesa de frete de produto acabado intercompany equivale a parte do transporte se a mercadoria fosse vendida diretamente pela unidade remetente ao comprador, hipótese em que a despesa total desse frete poderia ser computada para a constituição do crédito relativo a PIS e COFINS. Diante dessas circunstâncias, considerando que o frete da venda direta, pela matriz ao cliente (localizado muitas vezes em outra extremidade do pais) Fl. 175DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 11686.000382/200891 Acórdão n.º 3201000.755 S3C2T1 Fl. 159 5 geraria direito à constituição do crédito de PIS e COFINS, inevitável é concluir que o frete parcial à unidade em outro estado deva gerar o mesmo direito, se a mercadoria acaba sendo vendida pela unidade destino; Requer, por fim, que seja provido o Recurso para reconhecer o direito da Recorrente de constituir e descontar crédito de PIS e COFINS referente aos fretes de transferência de mercadorias entre suas unidades, seja produto acabado seja matéria prima. Na forma regimental, o processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente requereu o ressarcimento e compensação de créditos da COFINS não cumulativa, com base no art. 16 da Lei n° 11.116/2005, que abaixo transcrevo: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3o das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Conforme consta do Relatório supramencionado, as duas questões a serem enfrentadas referemse: (i) à inclusão, ou não, na base de cálculo da COFINS de receitas decorrentes do crédito presumido do ICMS; Fl. 176DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 (ii) à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte intercompany de mercadoria. Passemos à análise da primeira questão arguida. A priori, devemos entender qual é a natureza jurídica do crédito presumido do ICMS. O Fisco Estadual concede o crédito presumido sobre operações de comercialização interestadual de produtos (fertilizantes), na forma de um incentivo fiscal, para estimular o setor (vide Termo de Acordo – fls. 57/ss – cláusula primeira: concessão de crédito presumido no montante de 75% o do ICMS sobre o valor do imposto incidente sobre as saídas interestaduais de fertilizantes de produção própria). Este crédito presumido será lançado na escrituração fiscal da empresa para ser compensado com ICMS devido pela empresa. Portanto, neste caso pareceme claro que não há ingresso novo de receita, mas mera redução de custo no pagamento do ICMS devido. Assim, é inequívoco que “incentivo fiscal” não pode ser confundido com ingresso de receita. Destaquese que, efetivamente, não restou comprovado nos autos a transferência dos citados créditos de ICMS à terceiros, como argumentou a Recorrente. A fiscalização afirma que “o contribuinte efetuou cessão de créditos do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) a terceiros”(fls. 18) sem, entretanto, apresentar qualquer elemento probante que comprovasse esta afirmação. O ônus da prova cabe às partes, nos termos do que dispõe o artigo 333 do CPC, verbis: Art. 333 O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. As partes devem desincumbirse de provar os fatos que alegam. Ao autor cabe provar os fatos constitutivos de seu direito, no caso, o Fisco alegou que o crédito presumido foi transferido à terceiro, mas não provou; ao réu, cabe provar os fatos modificativos, extintivos e impeditivos do direito que o autor assevera ter, entretanto, não cabe à Recorrente, por sua vez, fazer prova de fato que alega não existir, uma vez que não há como fazer prova de fato inexistente (prova negativa). Contudo, mesmo se a Recorrente houvesse transferido os créditos de ICMS à terceiros, entendo que também não haveria a incidência da COFINS. A legislação do ICMS, em atendimento ao princípio da nãocumulatividade, permite que o contribuinte creditese dos valores já recolhidos em etapas anteriores da cadeia produtiva. Nos casos em que o montante dos créditos supera o montante dos débitos, o contribuinte apura um saldo de “ICMS a recuperar”, que poderá ser compensado em períodos posteriores pela empresa ou ser transferido para terceiros, nos casos em que a própria empresa não tem como realizar seu saldo de créditos. Portanto, mesmo no caso de cessão de créditos à terceiros não há que falar receita nova auferida, mas de mera operação patrimonial, onde o contribuinte utilizase dos créditos de ICMS registrados em sua contabilidade como meio de pagamento para com seus fornecedores, por exemplo. Não há como tratar “créditos de ICMS” como mercadorias. A nãocumulatividade é uma técnica que tem por objeto evitar o "efeito cascata" da incidência de alguns tributos (como é o caso do ICMS), permitindose, em cada Fl. 177DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 11686.000382/200891 Acórdão n.º 3201000.755 S3C2T1 Fl. 160 7 uma das etapas do processo produtivo, a dedução do imposto já cobrado nas operações anteriores relativamente à circulação daquelas mesmas mercadorias e/ou matériasprimas necessárias a sua industrialização. O princípio da nãocumulatividade encontrase insculpido no próprio texto constitucional (artigo 155, § 2º , inciso I, alínea "a"), que assim dispõe: “§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I será nãocumulativo, compensandose a que foi devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de .serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; (...) A Lei 10.833/2003 dispõe que a COFINS, nãocumulativa, incide sobre o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, consideradas a receita bruta auferida com a venda de bens e serviços nas operações de conta própria e alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Entendo que os “créditos presumidos do ICMS”, por se tratarem de mero incentivo fiscal que servirão de meio de pagamento de ICMS a recolher, não se tratam de receitas auferidas pela empresa, portanto, estão fora do campo de incidência da COFINS, não devendo compor, assim, a sua base de cálculo. Veja que não há a subsunção do fato concreto (“crédito presumido do ICMS”) com a hipótese normativa (“auferir receita”), portanto, não se instaurará o consequente da norma (relação jurídicotributária / obrigação tributária). Houve, uma economia no pagamento de ICMS, uma mera redução de custos de impostos a pagar pela compensação do crédito presumido, e não o auferimento de receitas. Neste sentido, transcrevo ementas de decisões do antigo Conselho de Contribuinte e do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Recurso No. 262.320– Acórdão No. 340100.774, sessão de 26/05/2010: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/05/2005 COFINS NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DO 'PI, NÃO INCLUSÃO. Não compõe o faturamento ou receita bruta, para fins de tributação da Cofins e do PIS, o valor do crédito de ICMS transferido a terceiros, cuja natureza jurídica é a de crédito escritural do imposto Estadual. Apenas a parcela correspondente ao ágio integrará a base de cálculo das duas Contribuições, caso o valor do crédito seja transferido por valor superior ao saldo escritural. Fl. 178DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 8 RESSARCIMENTO. REGIME NÃO CUMULATIVO, ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS. O artigo 15, combinado com o artigo 13, ambos da Lei n° 10.833, de 2003, vedam expressamente a aplicação de qualquer índice de atualização monetária ou de juros para este tipo de ressarcimento. Recurso Voluntário Provido em Parte. Recurso No. 130.419 – Acórdão No. 20179.967, sessão de 24/01/2007: PIS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS E COFINS. Não há incidência de PIS e de Cofins sobre a cessão de créditos de ICMS, por se tratar esta operação de mera mutação patrimonial. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. TRATAMENTO FISCAL. RECEITA TRIBUTÁVEL. A receita relativa ao crédito presumido do IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, apurada em função da ocorrência de exportação ou venda a empresa comercial exportadora com fim específico de exportação e contabilizada como receita operacional, deverá ser oferecida à tributação do PIS. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. SELIC. Por falta de previsão legal, é incabível a incidência de correção monetária e/ou juros sobre valores recebidos a título de ressarcimento de créditos de Cofins nãocumulativa. Recurso provido em parte. E ainda, no mesmo sentido, transcrevo ementas de decisões do STJ: AgRg No. REsp 1229134 / SC, de 26/04/2011: TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL. RESSARCIMENTO DE CUSTOS. 1. A controvérsia dos autos diz respeito à inexigibilidade do PIS e da COFINS sobre o crédito presumido do ICMS decorrente do Decreto n. 2.810/01. 2. O crédito presumido do ICMS consubstanciase em parcelas relativas à redução de custos, e não à obtenção de receita nova oriunda do exercício da atividade empresarial como, verbi gratia, venda de mercadorias ou de serviços. 3. "Não se tratando de receita, não há que se falar em incidência dos aludidos créditospresumidos do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS." (REsp 1.025.833/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 6.11.2008, DJe 17.11.2008.) Fl. 179DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 11686.000382/200891 Acórdão n.º 3201000.755 S3C2T1 Fl. 161 9 Agravo regimental improvido Recurso Especial No. 1.025.833 – RS: CRÉDITOPRESUMIDO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL. RESSARCIMENTO DE CUSTOS. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". LC Nº 118/2005. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. I "Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. A norma do art. 3º da LC 118/05, que estabelece como termo inicial do prazo prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a Corte Especial, ao apreciar Incidente de Inconstitucionalidade no Eresp 644.736/PE, sessão de 06/06/2007, declarou inconstitucional a expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional", constante do art. 4º, segunda parte, da referida Lei Complementar. (REsp nº 890.656/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 20/08/07). II O Estado do Rio Grande do Sul concedeu benefício fiscal às empresas gaúchas, por meio do Decreto Estadual nº 37.699/97, para que pudessem adquirir aço das empresas produtoras em outros estados, aproveitando o ICMS devido em outras operações realizadas por elas, limitado ao valor do respectivo frete, em atendimento ao princípio da isonomia. III Verificase que, independentemente da classificação contábil que é dada, os referidos créditos escriturais não se caracterizam como receita, porquanto inexiste incorporação ao patrimônio das empresas industriais, não havendo repasse dos valores aos produtos e ao consumidor final, pois se trata de mero ressarcimento de custos que elas realizam com o transporte para a aquisição de matériaprima em outro estado federado. IV Não se tratando de receita, não há que se falar em incidência dos aludidos créditospresumidos do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. V Recurso especial improvido. Em conclusão, no meu entendimento não devem ser incluídas na base de cálculo da COFINS os valores decorrentes de crédito presumido do ICMS. Fl. 180DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 10 *** A segunda questão a ser enfrentadas referese (ii) à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte intercompany de mercadoria. Entendo que a razão, neste caso, está com o Fisco. Vejamos. Como bem destacou o voto condutor do Acórdão da DRJ – Porto Alegre, restou evidente que se tratam de fretes não vinculados à operações de venda, uma vez que a própria Recorrente confirma que calculou créditos sobre fretes entre seus próprios estabelecimentos (“transporte intercompany de mercadoria”). Nos termos da norma que rege a matéria, nem todo o custo de produção pode ser utilizado para cálculo de créditos da Contribuição, mas apenas aqueles expressamente prescritos no art. 3º. da Lei 10.833/2003, dentre os quais não se encontram as despesas de transporte entre estabelecimentos da mesma empresa. A hipótese tratada nos autos não pode ser confundida com aquela hipótese prevista no inciso IX do art. 3º da Lei 10.833/2003, o qual prevê o cálculo de créditos sobre valores de frete nas operações de venda, verbis: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. A redação da lei é extremamente clara, e não comporta interpretações extensivas: somente dará direito ao crédito o custo do frete na operação de venda e quando o ônus for suportado pelo vendedor. No caso, a própria Recorrente informa que não se trata de operação de venda, mas sim meras transferências entre estabelecimentos de sua propriedade. Portanto, não há base legal para a pretensão da Recorrente. Neste sentido, transcrevo ementa de decisão do STJ: REsp 1147902 / RS de 18/03/2010: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE RELACIONADAS À TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Controvertese sobre a possibilidade de utilização das despesas de frete, relacionadas à transferência de mercadorias entre estabelecimentos componentes da mesma empresa, como crédito dedutível na apuração da base de cálculo das contribuições à Cofins e ao PIS, nos termos das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. 2. A legislação tributária em comento instituiu o regime da não cumulatividade nas aludidas contribuições da seguridade social, devidas pelas empresas optantes pela tributação pelo lucro real, autorizando a dedução, entre outros, dos créditos referentes a Fl. 181DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 11686.000382/200891 Acórdão n.º 3201000.755 S3C2T1 Fl. 162 11 bens ou serviços utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. 3. O direito ao crédito decorre da utilização de insumo que esteja vinculado ao desempenho da atividade empresarial. As despesas de frete somente geram crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor. 4. Inexiste, portanto, direito ao creditamento de despesas concernentes às operações de transferência interna das mercadorias entre estabelecimentos de uma única sociedade empresarial. 5. Recurso Especial não provido No tocante às alegações de inconstitucionalidade das Leis 10.637/02 e 10.833/03, por suposta violação das matrizes constitucionais de competência tributária, extraída dos artigos 195, I, b e 239, da nãocumulatividade aplicável às referidas contribuições (art. 195, § 12), e dos princípios da isonomia tributária e do nãoconfisco, consagrados no artigo 150, II e IV, todos da Constituição Federal, entendo que o Contencioso Administrativo não é a instância competente para a discussão destas matérias. Na esfera administrativa se faz o controle da legalidade na aplicação da legislação tributária nos casos concretos, sem adentrar no mérito de eventuais inconstitucionalidades de leis regularmente editadas segundo o processo legislativo, tarefa essa reservada constitucionalmente ao Poder Judiciário (artigo 102 da CF/88). Este Colegiado pode reconhecer apenas inconstitucionalidades já declaradas, definitivamente, pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, ou nas demais situações expressamente previstas no termos do art. 26A do Decreto nº 70.235/1972, com a redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941/2009, condições que não se apresentam no presente caso. *** Ante o exposto, conheço do recurso posto que presentes os requisitos objetivos de admissibilidade para o fim, no mérito, de DAR PROVIMENTO PARCIAL nos seguintes termos: 1. Dar provimento ao Recurso Voluntário no tocante à não inclusão na base de cálculo da COFINS dos valores decorrentes de crédito presumido do ICMS 2. Negar provimento ao Recurso Voluntário quanto à possibilidade de obtenção de créditos da COFINS decorrentes do custo do transporte de mercadoria entre estabelecimentos da empresa (transporte intercompany). É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Conselheiro Relator Fl. 182DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 12 Fl. 183DF CARF MF Documento de 12 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP20.0120.13461.YKDF. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI em 12/08/2011 09:28:36. Documento autenticado digitalmente por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI em 12/08/2011. Documento assinado digitalmente por: JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO em 01/12/2011 e LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI em 12/08/2011. Esta cópia / impressão foi realizada por HIULY RIBEIRO TIMBO em 20/01/2020. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP20.0120.13461.YKDF Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: BBF200860188253650E983DD6134AA9A138DFA15 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 11686.000382/2008-91. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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