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Numero do processo: 15563.000496/2009-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 24 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1402-000.280
Decisão: Visto e discutidos este autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Carlos Pelá.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto Presidente
(assinado digitalmente)
Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Frederico Augusto Gomes de Alencar, Paulo Roberto Cortez, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Carlos Pelá. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto – Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Frederico Augusto Gomes de Alencar, Paulo Roberto Cortez, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva e Leonardo de Andrade Couto. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 63 .0 00 49 6/ 20 09 -6 0 Fl. 1180DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 11 2 RELATÓRIO Para efeitos de relatório adoto o que constou no acórdão recorrido, "in verbis": "Trata o presente processo de autos de infração lavrados sobre fatos geradores ocorridos no ano calendário de 2005 nos valores principais de R$ 784.925,27 de IRPJ e R$ 359.552,46 de CSLL. 2. Conforme descrição dos fatos houve arbitramento do lucro pelo fato de o contribuinte não ter apresentado os livros e documentos da sua escrituração apesar de intimado conforme Termo de Início de Fiscalização e termo (s) de intimação anexos. 3. O arbitramento se deu sobre depósitos bancários de origem não comprovada e sobre as receitas declaradas em conformidade com o Termo de Constatação Fiscal que integra o auto de infração. 4 Em síntese o Termo de Constatação Fiscal às fls. 38/40 do IV volume menciona que: A análise das Declarações da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (DCPMF)relativas ao anocalendário 2005 indicou um total de movimentação financeira no valor de R$ 19.252.465,73 tendo a contribuinte declarado optando pelo Lucro Presumido uma receita de R$ 625.915,72; (...) Para o desenvolvimento da ação fiscal foi emitida Solicitação de Emissão de Requisição de Informação sobre Movimentação Financeira em 06/08/2008 (fls. 68/74) abrangendo o ano sob fiscalização, dando origem às RMF números 07.1.03.002008003490, 003482, 003431, 003474, 003504, 003440, 003466 e 003458, encaminhadas em 08/08/2008 para o Banco Bradesco S/A, Banco Itaú S/A, Banco Rural S/A, Banco Safra S/A, Banco Sofisa S/A, Banco Triângulo S/A, Banif internacional do Funchal (Brasil) S/A e Unibanco — Unido de Bancos Brasileiros S/A; (fls. 76 a 113). Todas as solicitações foram atendidas mediante apresentação dos extratos bancários e informações relativas às contas movimentadas. Com base nos extratos bancários recebidos e após as exclusões das transferências Interbancárias entre contas do próprio contribuinte, bem como dos créditos que não representassem ingresso de receitas como aqueles decorrentes de empréstimos obtidos, resgates de aplicações financeiras, créditos de CPMF, devolução de cheques, DOC ou TED, etc, foram emitidas intimações em 14/05/2009 ( Termos de Intimação nºs 158703/652/2009 e 653/2009 (fls. 201 do Vol III e 10 do Vol IV) para que o contribuinte comprovasse, no prazo de 20 (vinte) dias, o lançamento em sua escrituração contábil dos registros constantes Fl. 1181DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 12 3 de 18 (dezoito) planilhas anexas, relativos as suas contas nos bancos Bradesco, Itaú, Rural, Safra, Sofisa, Triângulo, Banff e Unibanco informando, ainda, a origem do numerário, bem como a apresentação de documentos comprobatórios, coincidentes em datas e valores. Em resposta, em 26/06/2009 o contribuinte declarou: "Informamos que estamos com dificuldades de localizar os livros comerciais e fiscais relativos ao ano de 2005, bem como os documentos contábeis desse mesmo ano. Desta forma, não temos como comprovar o lançamento em nossa escrituração contábil dos registros bancários relacionados naquele Termo." Em face do exposto nos itens anteriores, o contribuinte teve seu lucro arbitrado com base no inciso III do art. 530 do Decreto n° 3.000 de 26/03/1999 (Regulamento do Imposto de Renda), por falta da apresentação de qualquer livro comercial e fiscal e respectiva documentação comprobatória. Para determinação da base de cálculo do lucro arbitrado, tomouse a receita omitida à vista dos créditos efetuados em suas contas correntes relacionados nas planilhas anexas ao Termo de Intimação de 14/05/2009, e a receita declarada constante de sua DIPJ do exercício 2006, ano calendário 2005. Os valores devidos referentes ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) informados nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativa ao anocalendário 2005 foram compensados no crédito tributário constituído. Não se aplica a tributação reflexa para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e para a contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), tendo em vista a natureza dos produtos comercializados pelo contribuinte, sujeitos à tributação monofásica nos termos do art. 2°, § 1 0, inciso II, da Lei n° 10.637 de 30/12/2002 e art. 2°, § 1°, inciso II, da Lei nº 10.833 de 29/12/2003, combinado com o inciso I do art. 1° da Lei n° 10.147 de 21/12/2000; 5 A contribuinte foi cientificada do feito fiscal em 30/09/2009 na pessoa de sua sócia majoritária, Srª Cleonice de Paiva Pacheco Fernandes, apresentando em 30/10/2009 a impugnação de fls. 73/78, que em resumo, contém as seguintes argumentações e pedidos: A Lei complementar nº 105/2001 deve ser observada com rigor pelas autoridades administrativas para que seja possível o acesso aos dados bancários do contribuinte ainda que tal autorização somente fosse possível por meio de ordem judicial; Nesses termos , o artigo 6º da referida LC complementada pelo Decreto nº 3724/2001 estabeleceu o procedimento para que, nos termos dela, o acesso aos dados bancários do contribuinte seja lícito; Assim, a autoridade tributária antes de requisitar às instituições financeiras os dados bancários do contribuinte deve antes intimálo, é o que dispõe o parágrafo. 2°, do art. 4°, do Decreto n° 3.724, de 2001: Fl. 1182DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 13 4 “§ 2° A RMF será precedida de intimação ao sujeito passivo para apresentação de informações sobre movimentação financeira, necessárias à execução do MPF”. Ocorre que mencionada intimação, tendo por objeto o acesso aos dados bancários do contribuinte, deve ser motivada indicando os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta, exvi dos inc. I e ll do art. 50, da Lei n°. 9.784,de 1999 c/c o par. 5°, do art. 2°, do Decreto n° 3.724, de 1999; Ora, no Termo de Inicio de Fiscalização foi requerido os dados bancários da impugnante, porém, não há a devida fundamentação indicando a indispensabilidade dos mesmos. Sequer há no Termo de Constatação supramencionado os fundamentos do pedido de acesso aos dados bancários. Nesses termos, o procedimento de acesso aos dados bancários — previsto em Lei Complementar — não foi irrestritamente cumprido, vez que não foram observadas formalidades essenciais. Portanto, tais dados bancários foram obtidos ilicitamente o que os tornam imprestáveis como fundamento do impugnado lançamento devendo isso serem os mesmos desentranhados do presente processo em cumprimento ao art. 30, da Lei n°9.784, de 1999: “Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.” Excluídos da tributação os montantes acima resta ainda ser excluído da tributação por depósitos bancários sem origem o montante total da receita declarada em obediência ao comando do § 6°, do art. 6°, da Lei n°8.021, de 1990, vez que é a forma que mais favorece o contribuinte: § 6° Qualquer que seja a modalidade escolhida para o arbitramento, será sempre levada a efeito àquela que mais favorecer o contribuinte.; 6. a contribuinte finaliza sua impugnação pedindo: a juntada e apreciação das respostas dos Bancos quantos aos elementos por ela solicitados; a improcedência do auto de infração vez que fundamentado em extratos bancários obtidos ilicitamente; alternativamente que se dê a redução dos valores tributados daqueles créditos oriundos de cobrança de vendas efetuadas no ano de 2004 bem como a não tributação da receita auferida e declarada relativa ao ano calendário de 2005. A DRJ, por meio do acórdão de fls., por maioria de votos, negou provimento provimento à impugnação mantendo integralmente crédito tributário constituído nos valores principais de R$ 784.925,27 de IRPJ e R$ 359.552,46 de CSLL. Vencido o julgador Rodrigo Luiz de Azevedo Ferreira Bettamio que adota o entendimento de que a presunção legal de omissão de receita inclui a receita declarada. Fl. 1183DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 14 5 Quanto à questão de vícios na obtenção da prova por não observância dos requisitos estabelecidos no Decreto nº 3.724, de 2001, entendeu o Colegiado: "18. Na solicitação mencionada constato que foi dada a motivação do inciso V do artigo 3º do Decreto nº 3.724/2001, qual seja “realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda disponível.” Consta, ainda, o seguinte relatório (que é uma das condições impostas pelo § 6ºdo artigo 4º do citado Decreto). 19. As emissões de requisições foram devidamente autorizadas pelo chefe imediato da AFRFB responsável pela fiscalização em 08/08/2008 (fls. 75 do Volume I) e , ato contínuo, foram requisitadas das Instituições Financeiras as informações sobre a movimentação financeira constantes das RMF discriminadas no parágrafo 17. 20. Em cada uma destas RMF é ressaltado que: “Esta RMF é indispensável ao andamento do procedimento de fiscalização em curso, nos termos do art. 4°, § 6°, do Decreto n° 3.724, de 2001.” 21. Esclareço que embora conste de todas as RMF não é exigência legal que as intimações dirigidas às Instituições Financeiras tenham que conter a observação mencionada no parágrafo anterior. 22. Aliás, dada as exigências e controle administrativos prévios à emissão de RMF basta a sua expedição para presumir sua indispensabilidade conforme parágrafo 8º do artigo 4º do Decreto nº 3724/2001 transcrito no parágrafo 13. Intimada do acórdão recorrido (fl. 789), de forma tempestiva a parte interessada apresentou o recurso de fls. 790 e seguintes, em que repisa os argumentos articulados quando da impugnação. No que diz a prova dos valores relacionados ao ano de 2004, referente a cobranças de títulos que se encontravam em Banco, o recurso foi instruído com a planilha de fl. 795, a seguir transcrita e documentos de fls. 807/1167. Mês Banco Banco Banco Banco Banco Banco Banco Banco Tribanco Itaú Internacional Funchal Unibanco Rural Sofisa Safra Bradesco Dez/04 1.355.531,11 741.276,02 753.081,04 1.040.908,38 9.520,10 17.057,71 6.415,68 19.651,20 É o relatório. Fl. 1184DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 15 6 VOTO Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Relator O recurso é tempestivo, está devidamente fundamentado, foi interposto por parte interessada que pretende ver reformada a decisão recorrida. Assim, preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço e passo ao exame do mérito. Inicialmente examino a questão de nulidade, pois se acolhida desnecessária a diligência que estou propondo. I Da questão relacionada aos requisitos para expedição de RMF. Sem entrar na questão relacionada à constitucionalidade do acesso às informações financeiras por parte da Administração, matéria esta afeta à competência do Supremo Tribunal Federal, observo que nos termos do artigo 6º da Lei Complementar nº 105, de 2005, "As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.” O artigo 8º da Lei Complementar nº 105, de 2005antes referida contém o seguinte preceito: "o cumprimento das exigências e formalidades previstas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pelas autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições financeiras." Demonstrando o rigor no procedimento em relação ao acesso aos dados sob sigilo, a norma prevê que o servidor que utilizar ou viabilizar a utilização de qualquer informação em finalidade ou hipótese diversa da prevista em lei, regulamento ou ato administrativo, será responsabilizado administrativamente por descumprimento do dever funcional de observar normas legais ou regulamentares, de que trata o art. 116, inciso III, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, se o fato não configurar infração mais grave, sem prejuízo de sua responsabilização em ação regressiva própria e da responsabilidade penal cabível. Por fim, a quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas na Lei Complementar, nº 105, de 2001, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicandose, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis." (art. art. 10 da Lei Complementar nº 105, de 2001). Dos preceitos legais acima referidos, o Poder Público podia ter adotado os seguintes procedimentos: a) permitir que cada servidor fizesse avaliação pessoal relacionado à necessidade de acesso e exame dos dados bancários; b) estabelecer normas com base em dados objetivos definindo as hipóteses em que e o exame dos dados bancários seriam considerados indispensáveis. Entendeu o Poder Público adotar o segundo procedimento conferindo maior segurança ao servidor público e ao particular, evitando que eventuais equívocos na interpretação da lei resultasse na obtenção de provas por meios ilícitos. Neste sentido, nos Fl. 1185DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 16 7 termos do artigo 3º do Decreto nº 3.724, de 2001, que regulamentou a Lei Complementar nº 105, de 2001, o acesso às informações junto às instituições financeiras são consideradas essenciais nas seguintes situações: I subavaliação de valores de operação, inclusive de comércio exterior, de aquisição ou alienação de bens ou direitos, tendo por base os correspondentes valores de mercado; II obtenção de empréstimos de pessoas jurídicas não financeiras ou de pessoas físicas, quando o sujeito passivo deixar de comprovar o efetivo recebimento dos recursos; III prática de qualquer operação com pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada em país com tributação favorecida ou beneficiária de regime fiscal de que tratam os art. 24 e art. 24A da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; (Redação dada pelo Decreto nº 8.303, de 2014) IV omissão de rendimentos ou ganhos líquidos, decorrentes de aplicações financeiras de renda fixa ou variável; V realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda disponível; VI remessa, a qualquer título, para o exterior, por intermédio de conta de não residente, de valores incompatíveis com as disponibilidades declaradas; VII previstas no art. 33 da Lei no 9.430, de 1996; VIII pessoa jurídica enquadrada, no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), nas seguintes situações cadastrais: a) cancelada; b) inapta, nos casos previstos no art. 81 da Lei no 9.430, de 1996; IX pessoa física sem inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou com inscrição cancelada; X negativa, pelo titular de direito da conta, da titularidade de fato ou da responsabilidade pela movimentação financeira; XI presença de indício de que o titular de direito é interposta pessoa do titular de fato; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.303, de 2014) XII intercâmbio de informações, com fundamento em tratados, acordos ou convênios internacionais, para fins de arrecadação e fiscalização de tributos. (Incluído pelo Decreto nº 8.303, de 2014) § 1o Não se aplica o disposto nos incisos I a VI, quando as diferenças apuradas não excedam a dez por cento dos valores de mercado ou declarados, conforme o caso. Fl. 1186DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 17 8 § 2o Considerase indício de interposição de pessoa, para os fins do inciso XI deste artigo, quando: I as informações disponíveis, relativas ao sujeito passivo, indicarem movimentação financeira superior a dez vezes a renda disponível declarada ou, na ausência de Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda, o montante anual da movimentação for superior ao estabelecido no inciso II do § 3o do art. 42 da Lei no 9.430, de 1996; II a ficha cadastral do sujeito passivo, na instituição financeira, ou equiparada, contenha: a) informações falsas quanto a endereço, rendimentos ou patrimônio; ou b) rendimento inferior a dez por cento do montante anual da movimentação. A Requisição de Movimentação Financeira enviada à recorrente consta da fl. 68 dos autos e assinala como motivo a "realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda disponível". No meu entendimento não basta assinalar a opção aqui indicada. É necessário que se descreva os fatos indicando em que se constitui a realização de gastos ou investimentos em valor superior à renda disponível. Neste ponto andou bem a fiscalização, pois à fl. 75, integrante da Requisição de Movimentação Financeira, destacou que a mesma se justificava por ter a contribuinte, no anocalendário de 2005, movimentação financeira de R$ 19.252.436,73 apresentando DIPJ com receita declarada no valor de R$ 625.915,79. Tal fundamentação, constante da RMF, deixa claro que a autoridade fiscal atendeu aos requisitos contidos no artigo 3º do Decreto nº 3.724, de 2001. Quanto aos demais argumentos relacionados ao Decreto nº 3.724, de 2001, tenho que a necessidade de indicar a motivação da RMF dirigese ao contribuinte, a quem a norma deseja proteger e não às instituições financeiras. Em outras palavras, o fato de não constar dos ofícios enviados às instituições financeiras os motivos da expedição de RMF não causa qualquer nulidade, pois como dito anteriormente, tal garantia destinase ao titular das contas bancárias e não às instituições financeiras. II Da alegação de que parte dos depósitos, em especial os indicados em cobrança bancária, referemse a vendas realizadas no anocalendário de 2004. Desde a impugnação a recorrente vem repetido a alegação de que parte dos depósitos, em especial os indicados em cobrança bancária, referemse a vendas realizadas no anocalendário de 2004. O acórdão da DRJ rejeitou a tese da contribuinte com base no fundamento de que esta não trouxe aos autos qualquer documentação neste sentido. Para infirmar os fundamentos do acórdão recorrido, com o recurso, a parte interessada trouxe os documentos de fls. 807 e seguintes onde se verifica que a recorrente tinha por hábito descontar títulos por meio de operações bancárias, transações conhecidas como antecipação de recebíveis ou, no jargão comercial, troca de duplicatas/boletos bancários. Neste tipo de operação a empresa vende a prazo e, necessitando de recursos, dirigese à uma instituição financeira e troca os títulos a vencer por dinheiro. Fl. 1187DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 18 9 O artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, trata da presunção de omissão de receita e o § 1º deste dispositivo menciona que esta omissão considerase ocorrida no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. Isto não quer dizer que tal presunção não admite prova em contrário para comprovar que o referido depósito referese à operação comercial que se deu em momento anterior (regime de competência). No caso dos autos a parte juntou com o recurso inúmeros documentos sustentando que os depósitos creditados no início de 2005 correspondem a operações comerciais realizadas em 2004, devendo ser observado o regime de competência e não o regime de caixa. Neste sentido, a título de exemplo, transcrevo o quadro abaixo: Para que se possa afirmar, por exemplo, que uma operação realizada em 03/01/2005, como a indicada à fl. 807, no valor de R$ 38.827,34, corresponde a transações comerciais efetivadas em 2004, necessário que a recorrente comprove, por meio de planilhas, quais as notas fiscais ou documentos equivalentes a que corresponde tal depósito. Diante da presunção do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, militar em favor do fisco, o levantamento deve ser feito pela recorrente, por meio de planilhas. Assim, para facilitar sugiro o seguinte levantamento, tendo por base exemplo hipotético: Datas das transações e NF que originaram o depósito e valor Valor Data do depósito Data Nota Fiscal Valor Cliente/sacado 15/12/2004 9036 10.000,00 Centro Metropolitano 16/12/2004 9085 5.000,00 Carlos Eduardo Cazari 17/12/2004 9105 15.000,00 Bazar e Perfumaria 38.827,34 03/01/2005 18/12/2004 9120 8.827,34 Prisma Centro de Distribuição Fl. 1188DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 15563.000496/200960 Resolução nº 1402000.280 S1C4T2 Fl. 19 10 Total 38.827,34 Dado ao grande número de operações que ocuparam quase duas dezenas de planilhas, concedo prazo de 90 (noventa) dias para que a fiscalizada realize o levantamento acima indicado. Feito o levantamento, quer usando a planilha acima, quer utilizando planilha do Excel, caberá a autoridade de origem selecionar algumas operações para que a fiscalizada apresente os respectivos documentos fiscais, emitindo a fiscalização relatório conclusivo quanto à correção dos levantamentos feitos, com posterior intimação da contribuinte para, querendo, manifestarse sobre o relatório fiscal. Concluídas as diligências, retornem os autos ao CARF. É o voto. (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Fl. 1189DF CARF MF Impresso em 24/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 16/10/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10935.906381/2012-97
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 20/11/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.679
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 20/11/2008 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de COFINS que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 20/11/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 63 81 /2 01 2- 97 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.829, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 03/01/2013, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 14525.07648.111209.1.2.046351, rastreamento nº 041907112, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 6.446,38, uma vez que o pagamento de COFINS (Código 5856), do período de 31/10/2008, efetuado em 20/11/2008, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 18/01/2013, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: Fl. 62DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906381/201297 Acórdão n.º 3802002.679 S3TE02 Fl. 122 3 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/11/2008 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo Fl. 63DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906381/201297 Acórdão n.º 3802002.679 S3TE02 Fl. 123 5 § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 65DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 66DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906381/201297 Acórdão n.º 3802002.679 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua Fl. 67DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906381/201297 Acórdão n.º 3802002.679 S3TE02 Fl. 125 9 Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 69DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 16004.001445/2008-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Oct 17 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2301-000.285
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado I) Por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a)
Marcelo Oliveira - Presidente.
Bernadete de Oliveira Barros- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete De Oliveira Barros, Damião Cordeiro De Moraes, Mauro Jose Silva e Leonardo Henrique Pires Lopes.
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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Acordam os membros do colegiado I) Por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a) Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete de Oliveira Barros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete De Oliveira Barros, Damião Cordeiro De Moraes, Mauro Jose Silva e Leonardo Henrique Pires Lopes. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 60 04 .0 01 44 5/ 20 08 -7 2 Fl. 1071DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 998 2 RELATÓRIO Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas à Seguridade Social e ao Sat/Rat, incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural. Conforme Relatório Fiscal (fls. 169), a empresa se enquadra no conceito de Agroindústria, nos termos do art. 22A, da Lei n° 8.212/91 acrescentado pela Lei 10.256/01, contribuindo, assim, sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, em substituição às contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento dos segurados empregados e trabalhadores avulsos, previstas nos incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212/91. A autoridade lançadora informa que os valores da base de cálculo estão demonstrados nos Anexos I a X e foram obtidos nas Demonstrações de Resultado do Exercício, copias em anexo, esclarecendo que não foram incluídos os valores das exportações, isentas por força do disposto no inciso I do § 2°. do Artigo 149 da Constituição Federal, alterado pela Emenda Constitucional n°. 33. Segundo ainda relato fiscal, a empresa não informou na GFIP a receita bruta da comercialização da produção, o que, em tese, configura a prática de crime previsto no Decreto Lei n. 2.848/40, Art. 337A, inciso III, na redação dada pela Lei n. 9.983/2000, motivo pelo qual será objeto de comunicação a ser encaminhada ao Ministério Público Federal para conhecimento. Esclarece que a ação foi desenvolvida por uma junta fiscal e teve início em 01/2005, tendo sido retomada, em 05/10/2006, por determinação judicial, uma vez que a Policia Federal desencadeou a operação denominada "GRANDES LAGOS”, procedendo buscas e apreensões de documentos em diversos locais, com o intuito de obter provas dos ilícitos praticados pela organização, constituída de várias células ou núcleos, cujo objetivo era sonegar tributos e eximir os titulares de fato de suas responsabilidades relacionadas às áreas trabalhistas e previdenciárias. Observa que o crédito tributário em comento foi lançado em nome de Coferfrigo ATC Ltda "E OUTROS", vez que, analisando a documentação apreendida pela Policia Federal, Receita Federal do Brasil e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, verificouse que a empresa Coferfrigo ATC Ltda, juntamente com outras pessoas jurídicas, formam um grupo econômico de fato. A seguir, sintetiza algumas informações a respeito das empresas integrantes do grupo e informa que todos os fatos e documentos que caracterizam o grupo estão relatados e anexados no Relatório de Grupo Econômico, Anexos I e II, que fica fazendo parte integrante deste Auto de Infração. No item 25 do Relatório Fiscal (fls. 181), o agente autuante informa que o Relatório do Grupo Econômico Anexos I e II será encaminhado em arquivo digital, de acordo com o artigo 663, parágrafos 1° e 2° da IN 3/2005, alterado pela IN 851/2008 e, no item 27, esclarece que todos os documentos que integram o Auto de Infração bem como o Relatório de Fl. 1072DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 999 3 Grupo Econômico Anexos I e II estão a disposição da empresa e responsáveis solidários na Delegacia da Receita Federal do Brasil. Os sujeitos passivos Alfeu Crozato Mozaquatro, Patricia Buzolin Mozaquatro, Marcelo Buzolin Mozaquatro, Indústrias Reunidas CMA Ltda e CM4 Paticipações Ltda, apresentaram defesa tempestiva em conjunto, e o Sr. João Pereira Fraga, espólio, representado por João Adson Fraga (inventariante), também impugnou o lançamento. Apesar de devidamente cientificadas, as demais empresas que, segundo entendimento da fiscalização, integram o grupo econômico de fato e, nessa condição, são responsáveis solidárias pelo débito, não apresentaram defesa e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 1426.538, da 9a Turma da DRJ/RPO (fls. 786), julgou as impugnações improcedentes, mantendo o crédito tributário. Inconformados com a decisão, os recorrentes Alfeu Crozato Mozaquatro, Patricia Buzolin Mozaquatro, Marcelo Buzolin Mozaquatro, Indústrias Reunidas CMA Ltda e CM4 Paticipações Ltda, considerados pela fiscalização como coresponsáveis pelo débito, apresentaram recurso tempestivo em conjunto (fls. 881), repetindo as alegações trazidas na impugnação. Reiteram que os Recorrentes, pessoas físicas e jurídicas, foram considerados responsáveis solidários pelo débito tendo como única fundamentação para tanto um "Relatório da Polícia Federal", extraído de Inquérito Policial, sendo certo que a ação penal até a data de hoje não transitou em julgado. Entendem que o presente Auto de Infração é inconsistente e baseiase em prova ilícita, nula de pleno direito, posto que não foi submetida ao crivo do contraditório e da ampla defesa, bem como viola o principio da presunção de inocência, além do órgão autuador não ter produzido prova da responsabilidade na fase administrativa, ônus que lhe competia. Defendem que a prova emprestada do Inquérito Policial presidido por Delegado da Policia Federal não é meio licito para se fundamentar as responsabilidades dos Recorrentes, uma vez que não foram observados os .princípios constitucionais do devido processo legal, ampla defesa e contraditório no processo onde ela foi produzida. Reafirmam que, no caso dos autos, o órgão autuador não fez prova licita alguma da responsabilidade dos Recorrentes, o que impõe a nulidade/inconsistência do auto de infração sobre a responsabilidade atribuída aos mesmos e discorre sobre o princípio da presunção da inocência, tentando demonstrar que apenas após o trânsito em julgado da ação criminal é que se poderia afirmar algo. Finalizam requerendo que seja reformada a decisão de primeira instância e julgado nulo o AI. O recorrente Sr. João Pereira Fraga espólio, considerado coresponsável pelo débito, representado por João Adson Fraga (inventariante), apresentou recurso tempestivo (fls.894) requerendo, inicialmente, que o Espólio de JOÃO PEREIRA FRAGA falecido, em 02/10/08, seja excluído da condição de passivo solidário. Fl. 1073DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 1000 4 Traz o histórico da empresa COFERCARNES COMERCIAL FENANDOPOLOIS DE CARNES LTDA, da qual seu falecido pai e sua mãe eram sócios fundadores, desde sua constituição. Informa que, após separação judicial, sua mãe vendeu 50% do Capital Social da COFERCARNES para ALFEU MOZAQUADRO, que colocou essas quotas de capital social em nome da empresa CM4 PARTICIPAÇÕES LTDA, da qual era o proprietário, e impôs que a planta do imóvel industrial fosse integralmente arrendada para uma filial da empresa COFERFRIGO ATC LTDA que, apesar de pertencer no papel a Valter Francisco Rodrigues Junior, havia fortes suspeitas de a mesma pertencer de fato ao Sr ALFEU, uma vez que foi ele quem pessoalmente determinou o arrendamento das instalações do frigorífico Cofercarnes, entabulou o preço e as condições do arrendamento. Discorre sobre o temperamento do Sr. Alfeu e a sociedade, que durou apenas oito meses, concluindo que não pode ser responsabilizado por atos praticados pela empresa COFERFRIGO ATC LTDA, da qual não fora sócio, por ter deixado esta empresa de arrecadar contribuições devidas no período de 01/12/2002 a 31/10/2006. Tenta demonstra que inexiste qualquer relação mercantil ou comercial de seu pai com as empresas mencionadas no Processo e requer a exclusão de seu pai da responsabilidade solidária pelos débitos devidos pela empresa COFERFRIGO, da qual não tinha o menor conhecimento e da qual não participava, por quaisquer de suas formas. Preliminarmente, alega nulidade da autuação por falta de clareza, argumentando que as autoridades fiscais não indicaram a conta contábil ou outro elemento constante da escrituração contábil da COFERFRIGO das quais foram extraídas as importâncias oras lançadas, bem como não elencaram, nos autos, quais seriam as remunerações admitidas como base de calculo das contribuições ou pagamentos que se sucedeu a esse titulo, denotando que não avaliou ou não se aprofundou suficientemente na natureza das rubricas, desconhecida do recorrente. Entende que houve cerceamento de defesa por terlhe sido entregue apenas um CDR, o que impediu o inventariante de manipular os documentos que o fisco julga supostamente representativas das operações praticadas pela Coferfrigo. Sustenta que o arbitramento e o termo de sujeição passiva solidária sobre as contribuições que o Fisco julga devidas pela COFERFRIGO ATC LTDA se deram apenas e estritamente por presunção. Assevera que o Fisco achou por bem desconsiderar a personalidade jurídica da empresa COFERFRIGO ATC LTDA, exigindo dos solidários, no caso o espólio de JOÃO PEREIRA FRAGA, os tributos eventualmente devidos por aquela, sem contudo observar as normas legais que disciplinam a matéria. Informa que as empresas que, segundo o fisco, integram o grupo econômico Mozaquatro, declararam espontaneamente, nos prazos regulares, toda a movimentação fiscal e contábil em seus nomes, mediante entrega das DCTFs, nos respectivos anoscalendário, bem como as Declarações de Rendas Pessoa Jurídica dos anos calendários de 2002 a 2006, sendo que o fisco não poderia estender a responsabilidade pelo débito constituído em face da empresa COFERFRIGO ATC LTDA, em razão de que tal prática não está autorizada pelo artigo 135, inciso III, do CTN. Fl. 1074DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 1001 5 Argumenta que, não sendo JOÃO PEREIRA FRAGA diretor, gerente ou representante da COFERFRIGO ATC LTDA, não responde por ela, não podendo a cobrança por tais descumprimentos ser redirecionada para a pessoa física de seu pai, como solidário, por não configurar qualquer das hipóteses previstas no art. 135, do CTN, e cita a jurisprudência para reforçar suas alegações. Infere que não é possível, ao Fisco, atribuir a seu falecido pai a responsabilidade pela não retenção de contribuições previdenciárias que seriam de ordem da empresa COFERFRIGO ATC LTDA., do denominado GRUPO ECONÔMICO MOZAQUATRO, uma vez que, em nenhum momento, os fiscais autuantes lograram comprovar a existência do vinculo entre a citada empresa e a pessoa do Sr. JOÃO PEREIRA FRAGA, razões pelas quais deve ser, de plano, decretada a insubsistência do lançamento fiscal contra ele. Insurgese contra a utilização do art. 116, parágrafo único, do CTN, por ser norma de eficácia limitada, que depende de lei ordinária para sua regulamentação e reitera que a empresa de seu pai estava paralisada no período entre 10/2004 a 10/2006, não podendo, portanto, responder pelos débitos previdenciários da empresa Coferfrigo, integrante, segundo o fisco, de um grupo econômico, com empresas instaladas em vários municípios e em outros Estados. Discorre sobre contrato de arrendamento mercantil para tentar demonstrar que o arrendador não responde pelos tributos devidos pela Arrendatária ou outras empresas das quais a Arrendatária seja signatária ou faça parte e conclui que, no caso em apreço, o Espólio de FRAGA, como arrendador, não possuía a obrigação de proceder a retenção ou arrecadar contribuições devidas pela empresa COFERFRIGO ATC. Insiste no entendimento de que ocorrera a decadência de parte do débito, defendendo a aplicação da regra contida no art. 150, § 4o, do CTN, uma vez que o que o contribuinte entregou regularmente ao INSS as informações concernentes a todas contribuições previdenciárias relativas ao período fiscalizado, bem como sequer ocorreu indícios de fraude, dolo ou simulação comprovados. No mérito, reitera que seu pai nunca foi sócio, de fato ou de direito da empresa COFERFRIGO ATC LTDA, bem como não restou provado, nos autos, que seu falecido pai, João Pereira Fraga, tivesse qualquer participação com as empresas do denominado "GRUPO ECONÔMICO MOZAQUATRO”, e nem que seria solidariamente responsável pelos débitos supostamente devidos pelas empresas acima nos períodos mencionados, havendo, no caso, apenas presunções, ou seja, indícios sem comprovações. Entende que, no caso em tela, os fiscais autuantes promoveram o lançamento contra a empresa COFERFRIGO ATC LTDA por ter deixado de arrecadar, no período de 12/2002 a 10/2006, contribuições de segurados, e quer atribuir, por presunção, a responsabilidade pela falta das retenções ao Espólio de Joao Pereira Fraga, alegando que no período de 15.10.04 a 14.10.05 teria arrendado a planta do seu estabelecimento frigorifico para a empresa COFERFRIGO ATC LTDA, como parte integrante do "Núcleo Mozaquatro" e que, assim o sendo, em decorrência do arrendamento, dele também é parte integrante. Informa que o Espólio tentou o acesso aos documentos que estão em poder da empresa COFERFRIGO e junto à fiscalização federal e estadual para promover a sua defesa, o que lhe foi negado, sob a alegação de que João Pereira Fraga ou o Espólio não fazem parte do Fl. 1075DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 1002 6 quadro societário e há impedimento legal para o acesso, e chama atenção para o fato de que nem mesmo os fiscais autuantes tiveram total acesso a contabilidade da empresa envolvida. Discorre sobre o instituto da solidariedade e traz a doutrina para reforçar o entendimento de que o fisco não poderia incluir o espólio no pólo passivo da presente relação tributária para responder pela divida da Coferfrigo. Quanto à subrogação da compra de gado bovino, traz a decisão do STF no sentido de que os artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n° 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis n's 8.540/92 e n° 9.528/97, é inconstitucional. Finaliza, requerendo, em obediência ao principio constitucional de celeridade e economia processual, a improcedência, de plano, da presente exigência fiscal e, pelas razões expostas, sejam acolhidas as preliminares levantadas para, ao final, decretar a exclusão da solidariedade atribuída ao espólio de João Pereira Fraga na multa aplicada contra a empresa COFERFRIGO ATC LTDA. Lucélia Aparecida Nunes Lacerda, sócia do Frigorifico Mega Boi Ltda, que, segundo o fisco, é uma das empresas integrantes do grupo econômico, também apresentou recurso (fls. 960), alegando que nunca foi dona de empresa, que não sabia como era a operação da empresa e tampouco injetou dinheiro para ser sócia de empresa, sendo que recebia seu salário da empresa Frigorifico Lister Ltda, administrada pelo Sr. Ivo Chiodi de Jesus e, posteriormente, pela empresa Coferfrigo Atc Ltda e Friverde Industria de Alimentos Ltda de Campina Verde, MG, que era administrada pelo Sr. Djalma Buzolin. Informa que nunca teve casa para morar, vive de aluguel e com um recurso financeiro de R$ 1.155,00 do INSS, que recebeu mais 14 cópias de processos da Receita Federal, leuos, mas não entendeu do assunto mencionado, que nem conhece várias empresas e pessoas mencionadas nos processos, mas somente as empresas e pessoas que trabalharam em Campina Verde — MG. Às fls. 971, a UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), por sua procuradora, com fundamento no art. 48, §2°, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos FiscaisCARF, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, apresentou contrarazões ao recurso voluntário. É o relatório. Fl. 1076DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 1003 7 VOTO Conselheiro Bernadete De Oliveira Barros Os recursos são tempestivos e não há óbice para seu conhecimento. Da análise dos autos, verificase que a fiscalização constatou a existência de grupo econômico de fato entre a empresa autada e as demais apontadas no Relatório Fiscal, e lavrou o AI com fundamento no inciso IX, do art. 30, da Lei 8.212/91, informando que todos os fatos e documentos que caracterizam o grupo estão relatados e anexados no Relatório de Grupo Econômico, Anexos I e II, que fica fazendo parte integrante deste Auto de Infração. Da mesma forma, o Acórdão recorrido faz referência a esses Anexos, citando, inclusive, folhas onde constam os documentos comprobatórios das acusações fiscais. A autoridade julgadora de primeira instância informa que, no Anexo I, a fiscalização tece inúmeras considerações acerca das empresas que integram o "Grupo Mozaquatro", das plantas frigoríficas utilizadas pelo grupo, inclusive aquela referente à Coferfrigo; das empresas constituídas por interpostas pessoas com o objetivo de fornecer a mãodeobra de que o grupo necessitava, e discorre detalhadamente sobre cada empresa integrante do grupo e pessoas físicas vinculadas às mesmas, além da caracterização do grupo econômico e da solidariedade existente entre as empresas que o integram, procedendose, ainda, a juntada de inúmeros documentos, sendo que o referido anexo totaliza 12 (doze) volumes. Da mesma forma, o citado Anexo II, segundo o Relator do Acórdão recorrido, é “composto por inúmeros documentos tomando corpo em 21 (vinte e um) volumes, trazendo ao final o relatório denominado "VINCULAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS NO GRUPO ECONÔMICO DE FATO — 'GRUPO MOZAQUATRO'", no qual são relacionados numerosos elementos probatórios que demonstram a vinculação entre as diversas empresas consideradas integrantes do grupo em questão, bem como, das pessoas físicas abrangidas pelo contexto fático”. Contudo, em que pese a afirmação de que tais documentos integram o AI, constatase que os Anexos citados não constam dos autos, o que impossibilita que os julgadores deste CARF tenham conhecimento pleno de todos os fatos motivadores do lançamento, dificultando a formação de convicção quanto à regularidade do feito. Cumpre observar, ainda, que não vislumbro a nulidade do AI pela ausência dos referidos anexos, já que, tanto em suas peças impugnatórias quanto em seus recursos, as recorrentes demonstram ter pleno conhecimento do que está lhes sendo imputado. Ademais, a autoridade lançadora, deixou claro nos itens 25 e 27 do Relatório Fiscal, que os referidos Anexos estavam sendo encaminhados por arquivo e que todos os documentos que integram o Auto de Infração bem como o Relatório de Grupo Econômico Anexos I e II estariam à disposição da empresa e responsáveis solidários na Delegacia da Receita Federal do Brasil Portanto, não há que se falar em cerceamento de defesa, mas apenas em falta de elementos suficientes para a tomada da decisão por este Colegiado, o que pode ser sanado com a juntada da documentação solicitada. Fl. 1077DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16004.001445/200872 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.285 S2C3T1 Fl. 1004 8 Dessa forma, em face da necessidade de mais informações sobre os elementos de provas que levaram as autoridades fiscais à convicção de que as empresas listadas no presente processo integram de fato o grupo econômico, entendo que o processo deva ser baixado em diligência para que sejam juntados os Anexos citados acima, necessários para revestir a decisão de plena convicção. Tal procedimento é imprescindível para o julgamento do processo, pois permite ao julgador aferir efetivamente se existe a responsabilidade solidária entre as empresas apontadas pela fiscalização. Nesse sentido, CONSIDERANDO tudo o mais que dos autos consta; VOTO por converter o julgamento em diligência. É como voto. Fl. 1078DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 17546.001013/2007-16
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/1999 a 30/11/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Aplica-se ao lançamento a legislação em vigor à data da ocorrência do fato gerador. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-003.409
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzalez Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad - Relator
EDITADO EM: 04/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: GUSTAVO LIAN HADDAD
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E OUTROS ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/1999 a 30/11/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase ao lançamento a legislação em vigor à data da ocorrência do fato gerador. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzalez Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 54 6. 00 10 13 /2 00 7- 16 Fl. 454DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Relator EDITADO EM: 04/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Em face de Frigorífico Campos de São José Ltda. e Outros, foi lavrada a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito de fls. 01/100, para cobrança de contribuições previdenciárias destinadas a Seguridade Social correspondentes à parte dos segurados empregados e dos segurados contribuintes individuais. A Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, ao apreciar o recurso voluntário interposto pelo contribuinte, exarou o acórdão n° 240300.467, que se encontra às fls. 328/337v e cuja ementa é a seguinte: “INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra quinquenal da decadência do Código Tributário Nacional. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NFLD. GRUPO ECONÔMICO DE FATO. EXISTÊNCIA DEMONSTRADA. Nos termos do art. 30, IX da Lei nº 8.212/91, as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem solidariamente pelos débitos fiscais de natureza previdenciária. Fl. 455DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 17546.001013/200716 Acórdão n.º 9202003.409 CSRFT2 Fl. 12 3 Compõem grupo econômico de fato as empresas controladas e administradas conjunta e unitariamente, de forma que se confunde numa mesma pessoa a administração e controle interno, e a própria atuação de mercado. MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte.” A anotação do resultado do julgamento indica que a turma, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso para declarar a decadência parcial do lançamento e determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35, caput, da Lei 8.212/91, com prevalência a mais benéfica ao contribuinte. Intimada do acórdão em 23/05/2011 (fls. 338), a Fazenda Nacional interpôs recurso especial (fls. 341/346v), sustentando divergência entre o acórdão recorrido e os acórdãos n° 230100.283 e 240100.120, no tocante à aplicação da multa requerendo seja determinada a aplicação da penalidade prevista no art. 35A da Lei 8.212/91, com a redação que lhe foi dada pela lei 11.941/09, para fins da retroatividade benigna prevista no artigo 106, II do CTN. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2400 358/2011, de 04/07/2011 (fls. 349/353). Intimado sobre a admissão do recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, o contribuinte deixou de apresentar suas contrarrazões ao recurso especial. É o Relatório. Fl. 456DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 Voto Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator Analiso a admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional. O recurso foi interposto em razão da divergência entre o acórdão recorrido e os acórdãos nº 230100.283 e 240100.120. Os acórdãos paradigmas encontramse assim ementados: Acórdão nº 230100.283 “CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n ° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n 08.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, ha que se observar o disposto no art. 173, inciso Ido CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. JUROS CALCULADOS À TAXA SELIC. APLICABILIDADE. A cobrança de juros está prevista em lei específica da previdência social, art. 34 da Lei n° 8.212/1991, desse modo foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal. No sentido da aplicabilidade da taxa Selic, o Plenário do 2° Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula de n° 3. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES. RELAÇÃO DE CORESPONSÁVEIS. DOCUMENTO INFORMATIVO. A relação de coresponsáveis meramente informativa do vinculo que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores. Não foi objeto de análise no relatório fiscal se os dirigentes agiram com infração de lei, ou violação de contrato social, ou com excesso de poderes. Uma vez que tal fato não foi objeto do lançamento, não se instaurou litígio nesse ponto. Ademais, os relatórios de co responsáveis e de vínculos fazem parte de todos processos como instrumento de informação, afim de se esclarecer a composição societária da empresa no período do lançamento ou autuação, relacionando todas as pessoas físicas e jurídicas, representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação. O art. 660 da Instrução Normativa SRP n° 03 de 14/07/2005 determina a inclusão dos referidos relatórios nos processos administrativofiscais. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PARCELA PAGA EM DESACORDO COM A LEI ESPECÍFICA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁ RIA. A parcela foi paga em desacordo com a lei, pois não houve participação do sindicato na negociação. A negativa do sindicato em participar, conforme descrito pelo recorrente, não tomou legítimo o instrumento Fl. 457DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 17546.001013/200716 Acórdão n.º 9202003.409 CSRFT2 Fl. 13 5 realizado. Para solução do caso, se entendesse a empresa ou os trabalhadores ser mais benéfico o acordo de participação nos lucros proposto pelo recorrente deveria valerse do disposto na Consolidação das Leis do Trabalho CLT, além do que a própria Lei n 10.101 em seu art. 40 prevê a forma de resolução de controvérsias relativas ao PLR. Recurso Voluntário Negado" Acórdão nº 240100.120 "SALÁRIO INDIRETO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JUROS SELIC CONSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. DECADÊNCIA I De acordo com o artigo 34 da Lei nº 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável 2 A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula nº 2 do 2° Conselho de Contribuintes. 3Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART 150, §4º ). No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, §4 ° do CTN" Verifico, ainda, constar dos respectivos votos que integram os acórdãos paradigmas: Acórdão n° 230100283 "Quanto à possibilidade de retroatividade da multa prevista na Medida Provisória n ° 449 de 2008 entendo que a mesma não se aplica. A retroatividade benigna terá aplicação nas hipóteses de a situação gerada pelo ordenamento novel ser mais benéfica que a anterior. In casu, para lançamento de oficio a situação gerada por meio da Medida Provisória n°449 impõe a aplicação da multa prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, ou seja a multa seria de 75%. A multa moratória prevista no art. 61 da Lei n° 9.430 somente se aplica para casos de recolhimento não incluídos em lançamento de oficio, o que não é o caso. Fl. 458DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 O fato de ser classificada como multa moratória ou de oficio é irrelevante, o que importa é o comparativo entre situações tendo como referência a nova legislação.” Acórdão n° 240100120 "Nesse sentido, devida a contribuição e não sendo recolhida até a data do vencimento, fica sujeita aos acréscimos legais na forma da legislação de regência. Portanto, correta a aplicação da taxa SELIC, com fulcro no artigo 34, da Lei n°8.212/91, e bem assim da multa moratória, nos termos do artigo 35, do mesmo Diploma Legal. (...) Com relação à solicitação da recorrente, para a aplicação do disposto na Medida Provisória 449, relativamente à multa de mora, importa salientar que a referida MP, além de alterar o art. 35 da Lei n° 8.212/1991, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte: "Art.. 35A Nos casos de lançamento de oficio relativos as contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996". O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: "Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serio aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata". Entretanto, se ocorreu o lançamento de oficio que é o presente caso, a multa devida seria de 75%, superior ao índice previsto na antiga redação do art. 35 da Lei n° 8.212/1991, correspondente ao percentual devido após ciência do acórdão da segunda instância. Assim, não há como retroagir, ainda que se considere a multa moratória como penalidade, pois a lei atual não é mais favorável ao contribuinte, pelo menos até essa instância." No presente caso, o acórdão recorrido determinou, para fins de cálculo de multa a ser aplicada em decorrência da retroatividade benigna, a comparação entre a multa aplicada no lançamento e a atual multa prevista no artigo 35, caput da Lei nº 8.212/1991 (conforme redação da Lei nº 11.941/2009), no percentual de 20%. Os paradigmas colacionados, no entanto, determinaram que para fins de aplicação da retroatividade benigna fosse comparada a multa lançada com aquela prevista no novel artigo 35A da Lei nº 8.212/191, que, ao fazer remissão ao art. 44, da Lei nº 9.430/96, resulta na aplicação de penalidade de 75% do valor do tributo lançado. Destarte, patente a divergência, razão pela qual conheço do recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional. Fl. 459DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 17546.001013/200716 Acórdão n.º 9202003.409 CSRFT2 Fl. 14 7 A discussão no presente recurso é relativa à multa a ser aplicada no presente caso em decorrência do advento da Lei nº 11.941/2009, que alterou os dispositivos da Lei nº 8.212/1991 que tratavam da matéria. Ressalto, antes de tecer maiores comentários, que o presente lançamento tem como objetivo a cobrança de contribuições previdenciárias destinadas a Seguridade Social correspondentes à parte dos segurados empregados e dos segurados contribuintes individuais. O acórdão recorrido, ao analisar as razões de recurso do contribuinte, houve por bem manter em parte o lançamento em relação ao principal, determinando o cálculo da multa nos termos do artigo 35 da Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela lei 11.941/2009, caso mais favorável ao contribuinte. A Fazenda Nacional insurgese contra tal conclusão. Tratase de tema bastante debatido no âmbito deste egrégio colegiado. Para fins de clareza transcrevo, a seguir, a redação dos dispositivos relevantes vigentes à época dos fatos geradores. Lei no 8.212/1991: “Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; III prestar ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e ao Departamento da Receita FederalDRF todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Fl. 460DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 8 (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; b) quatorze por cento, no mês seguinte; c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; III – para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; b) setenta por cento, se houver parcelamento; c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; d) cem por cento, após o ajuizamento da execução, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento.” Esse dispositivo era aplicado às contribuições previdenciárias, administradas pelo INSS, enquanto que aos demais tributos e contribuições federais aplicavamse as penalidades dos artigos 44 e 61 da Lei nº 9.430/1996, in verbis: “Multas de Lançamento de Ofício Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: Fl. 461DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 17546.001013/200716 Acórdão n.º 9202003.409 CSRFT2 Fl. 15 9 I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Lei nº 9.430/1996: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.” Verificase, desde logo, que existia distinção na aplicação de penalidades para os casos de não apuração e recolhimento de contribuições previdenciárias e para os casos de não apuração e recolhimento de outros tributos. De fato, o artigo 35 da Lei nº 8.212/1991 estabelecia que na hipótese de não apuração e recolhimento de contribuições previdenciárias a multa aplicável era sempre uma dita “de mora” (independentemente do pagamento ser espontâneo ou em decorrência de lançamento de ofício), enquanto que a ausência de apuração e recolhimento tempestivo dos demais tributos e contribuições federais, nos termo da Lei nº 9.430/1996, era apenado com (i) multa de mora, em caso de recolhimento intempestivo de tributo autolançado ou (ii) multa de ofício, em caso de lançamento pela autoridade fiscal. Assim, a distinção entre multa de mora e multa de ofício não era relevante no âmbito das contribuições previdenciárias na medida em que a legislação aplicável a tais contribuições previa a mesma penalidade em qualquer caso. Tal sistemática, no entanto, com o advento da Lei nº 11.941/2009, sofreu profundas alterações em decorrência da unificação da arrecadação dos tributos federais no âmbito da Receita Federal do Brasil. De fato, uma vez unificada a arrecadação não fazia sentido a existência de sistemáticas de aplicação de penalidade diferentes, razão pela qual a Lei nº 11.941/2009 alterou tais dispositivos. A Lei nº 8.212/1991, após o advento da Lei nº 11.941/2009, passou a tratar das penalidades nos artigos 32A, 35 e 35A, in verbis: Fl. 462DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 10 “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996.” No presente caso, considerando que o lançamento decorreu do não recolhimento das contribuições arrecadadas de segurados empregados e contribuintes individuais declaradas em GFIP, verifico que pela sistemática anterior à MP 449/2008 Fl. 463DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 17546.001013/200716 Acórdão n.º 9202003.409 CSRFT2 Fl. 16 11 (convertida na lei nº 11.491/2009), o lançamento estaria sujeito à multa prevista no artigo 35 da Lei 8.212/1991 que, em sua redação à época dos fatos geradores, determinava a aplicação de uma multa de 8% até 100% da contribuição devida em função da fase em que se encontrava a cobrança do débito. Embora o artigo 35 da Lei 8.212/1991 denominasse tal penalidade de mora, tem ela, quando lançada em procedimento de ofício para apuração dos tributos não lançados, sua correspondência no atual artigo 35A da Lei nº 8.212/1991, que rege as hipóteses de lançamento de ofício pela autoridade fiscal, e não no artigo 35 da Lei n. 8.212/1991, que rege as hipóteses de recolhimento espontâneo pelo contribuinte de tributo autolançado. Assim, para aplicação do comando de retroatividade benigna previsto no artigo 106, II, do CTN devese comparar a penalidade prevista na antiga redação do artigo 35 da Lei nº 8.212/1991 com aquela prevista no artigo 35A da Lei n. 8.212/1991, que remete ao artigo 44 da Lei n. 9.430/1996, ficando limitada ao percentual de 75% prevista neste último dispositivo. Esta conclusão também é a mesma para aqueles que acompanham meu voto neste julgamento pelas conclusões. No entendimento deles a multa pelo descumprimento da obrigação principal deve ser acrescida à multa por descumprimento da obrigação acessória eventualmente lançada em outros autos para fins de comparação com o limite de 75% previsto na Lei n. 11.941. Ante o exposto, conheço do recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO para que seja aplicada a multa prevista na antiga redação do artigo 35 da Lei nº 8.212/1991, limitada ao percentual de 75%. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 464DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD
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Numero do processo: 13971.004294/2009-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/12/2007
ASSISTÊNCIA À SAÚDE DOS DEPENDENTES DOS SEGURADOS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
Não há autorização legal para que se exclua do salário-de-contribuição as despesas com assistência médica fornecidas pelo empregador aos dependentes dos segurados.
DISPONIBILIZAÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO APENAS A EMPREGADOS COM DETERMINADO TEMPO DE CONTRATO DE TRABALHO. NÃO ATENDIMENTO A REGRA QUE ESTABELECE QUE A ISENÇÃO É CONDICIONADA AO FORNECIMENTO DO BENEFÍCIO A TODOS OS EMPREGADOS E DIRIGENTES. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO.
O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano educacional apenas por empregados com determinado tempo de serviço prestado à empresa fere a regra de isenção que exigia que o benefício fosse estendido a todo o quadro funcional, o que acarreta a incidência de contribuição sobre a verba.
COMPLEMENTAÇÃO DO AUXÍLIO DOENÇA. EXIGÊNCIA DE TEMPO MÍNIMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
Sofrem a incidência de contribuições sociais os valores repassados aos empregados a título de complemento do auxílio-doença, quando a empresa disponibiliza este benefício apenas a segurados que tenham, na data do requerimento, mais de um ano de contrato de trabalho, posto que tal situação contraria a norma que exclui a verba do salário-de-contribuição.
DISPONIBILIZAÇÃO PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA EXCLUSÃO DE EMPREGADOS COM REMUNERAÇÃO ABAIXO DE LIMITE FIXADO NO REGULAMENTO DO PLANO EMPRESARIAL. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano de previdência privada apenas aos empregados com determinado patamar salarial fere a regra legal que exige que o benefício seja estendido a todo o quadro funcional, acarretando a incidência de contribuição sobre a verba.
Mesmo para quem considera que não incide contribuições quando a remuneração mínima fixada para ingresso no plano de previdência privada é o teto do RGPS, o plano sob apreciação não atende ao requisito de extensão a todos os empregados, posto que foram excluídos do seu ingresso uma parte dos segurados com remuneração abaixo do referido teto.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.689
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso. Vencidos o Conselheiro Elias Sampaio Freire, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre assistência saúde a dependentes e sobre a previdência complementar, a conselheira Carolina Wanderley Landim, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre assistência saúde a dependentes, sobre as bolsas de estudos e sobre a previdência complementar e o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre as bolsas de estudos.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/2005 a 31/12/2007 ASSISTÊNCIA À SAÚDE DOS DEPENDENTES DOS SEGURADOS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Não há autorização legal para que se exclua do salário-de-contribuição as despesas com assistência médica fornecidas pelo empregador aos dependentes dos segurados. DISPONIBILIZAÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO APENAS A EMPREGADOS COM DETERMINADO TEMPO DE CONTRATO DE TRABALHO. NÃO ATENDIMENTO A REGRA QUE ESTABELECE QUE A ISENÇÃO É CONDICIONADA AO FORNECIMENTO DO BENEFÍCIO A TODOS OS EMPREGADOS E DIRIGENTES. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano educacional apenas por empregados com determinado tempo de serviço prestado à empresa fere a regra de isenção que exigia que o benefício fosse estendido a todo o quadro funcional, o que acarreta a incidência de contribuição sobre a verba. COMPLEMENTAÇÃO DO AUXÍLIO DOENÇA. EXIGÊNCIA DE TEMPO MÍNIMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Sofrem a incidência de contribuições sociais os valores repassados aos empregados a título de complemento do auxílio-doença, quando a empresa disponibiliza este benefício apenas a segurados que tenham, na data do requerimento, mais de um ano de contrato de trabalho, posto que tal situação contraria a norma que exclui a verba do salário-de-contribuição. DISPONIBILIZAÇÃO PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA EXCLUSÃO DE EMPREGADOS COM REMUNERAÇÃO ABAIXO DE LIMITE FIXADO NO REGULAMENTO DO PLANO EMPRESARIAL. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano de previdência privada apenas aos empregados com determinado patamar salarial fere a regra legal que exige que o benefício seja estendido a todo o quadro funcional, acarretando a incidência de contribuição sobre a verba. Mesmo para quem considera que não incide contribuições quando a remuneração mínima fixada para ingresso no plano de previdência privada é o teto do RGPS, o plano sob apreciação não atende ao requisito de extensão a todos os empregados, posto que foram excluídos do seu ingresso uma parte dos segurados com remuneração abaixo do referido teto. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso. Vencidos o Conselheiro Elias Sampaio Freire, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre assistência saúde a dependentes e sobre a previdência complementar, a conselheira Carolina Wanderley Landim, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre assistência saúde a dependentes, sobre as bolsas de estudos e sobre a previdência complementar e o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre as bolsas de estudos. Elias Sampaio Freire - Presidente Kleber Ferreira de Araújo - Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Não há autorização legal para que se exclua do saláriodecontribuição as despesas com assistência médica fornecidas pelo empregador aos dependentes dos segurados. DISPONIBILIZAÇÃO DE BOLSAS DE ESTUDO APENAS A EMPREGADOS COM DETERMINADO TEMPO DE CONTRATO DE TRABALHO. NÃO ATENDIMENTO A REGRA QUE ESTABELECE QUE A ISENÇÃO É CONDICIONADA AO FORNECIMENTO DO BENEFÍCIO A TODOS OS EMPREGADOS E DIRIGENTES. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano educacional apenas por empregados com determinado tempo de serviço prestado à empresa fere a regra de isenção que exigia que o benefício fosse estendido a todo o quadro funcional, o que acarreta a incidência de contribuição sobre a verba. COMPLEMENTAÇÃO DO AUXÍLIO DOENÇA. EXIGÊNCIA DE TEMPO MÍNIMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Sofrem a incidência de contribuições sociais os valores repassados aos empregados a título de complemento do auxíliodoença, quando a empresa disponibiliza este benefício apenas a segurados que tenham, na data do requerimento, mais de um ano de contrato de trabalho, posto que tal situação contraria a norma que exclui a verba do saláriodecontribuição. DISPONIBILIZAÇÃO PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA EXCLUSÃO DE EMPREGADOS COM REMUNERAÇÃO ABAIXO DE AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 42 94 /2 00 9- 50 Fl. 735DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 LIMITE FIXADO NO REGULAMENTO DO PLANO EMPRESARIAL. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. O estabelecimento norma empresarial que permita a fruição de plano de previdência privada apenas aos empregados com determinado patamar salarial fere a regra legal que exige que o benefício seja estendido a todo o quadro funcional, acarretando a incidência de contribuição sobre a verba. Mesmo para quem considera que não incide contribuições quando a remuneração mínima fixada para ingresso no plano de previdência privada é o teto do RGPS, o plano sob apreciação não atende ao requisito de extensão a todos os empregados, posto que foram excluídos do seu ingresso uma parte dos segurados com remuneração abaixo do referido teto. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso. Vencidos o Conselheiro Elias Sampaio Freire, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre assistência saúde a dependentes e sobre a previdência complementar, a conselheira Carolina Wanderley Landim, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre assistência saúde a dependentes, sobre as bolsas de estudos e sobre a previdência complementar e o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que dava provimento parcial para excluir do lançamento as contribuições incidentes sobre as bolsas de estudos. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 13971.004294/200950 Acórdão n.º 2401003.689 S2C4T1 Fl. 700 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 07 19.354 de lavra da 5.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Florianópolis (SC), que julgou, por maioria de votos, improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.227.8760. O crédito em questão diz respeito à exigência de contribuições patronais para a Seguridade Social, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre diversas parcelas consideradas pelo fisco como salário indireto. Cientificada pessoalmente do lançamento, em 28/10/2009, a empresa apresentou impugnação, cujas razões não foram acatadas pelo órgão de primeira instância, motivo pelo qual interpôs recurso voluntário, fls. 643 e segs., onde apresentou as alegações abaixo. Não estão sob litígio os itens VTEVale Transporte e CAV – Caracterização de Vínculo, visto que essas parcelas foram incluídas no parcelamento do programa REFIS. Os pagamentos de convênio odontológico e plano de saúde disponibilizados para os dependentes não pode ser objeto de tributação, posto que extensível a todos os empregados e dirigentes. O entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça é de que, em relação aos dependentes, os valores gastos a título de auxíliosaúde também não integram saláriode contribuição, devendo receber o mesmo tratamento do benefício dado aos funcionários. O fato de existir carência para alcance dos benefícios de auxíliosaúde e bolsas de estudo não quer dizer que houve atropelo às normas de regência, posto que todos os empregados, após determinado período na empresa, passam a fazer jus aos referidos benefícios. O fisco não pode interferir nas normas internas da empresa, deve limitarse a verificar se a regra legal foi cumprida, o que ocorreu integralmente em relação ao auxílio educação e ao complemento do benefício previdenciário. Além de que não se demonstrou a existência de casos de funcionários que tiveram seus pedidos de benefícios indeferidos. Em relação ao plano de previdência complementar também não pode prevalecer o entendimento do fisco de que este não foi disponibilizado a todos os empregados em razão da previsão de carência e remuneração mínima para adesão ao plano, isto porque essas exigências nada mais são de que requisitos de qualificação do participante, além de que todo e qualquer funcionário tem a chance de superar a carência a atingir o patamar salarial mínimo exigido para adesão. Ao final, requer a declaração de improcedência das contribuições questionadas. Fl. 737DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 A Fazenda Nacional apresentou contrarazões no afã de demonstrar que as verbas que o sujeito passivo manifestouse contrariamente a incidência tributária, devem ser integralmente mantidas na apuração fiscal. É o relatório. Fl. 738DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 13971.004294/200950 Acórdão n.º 2401003.689 S2C4T1 Fl. 701 5 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Auxíliosaúde para dependentes Na apuração fiscal foi possível segregar os valores pagos pela empresa para custear o plano odontológico e de saúde dos trabalhadores daqueles vinculados ao custeio da assistência médica aos dependentes. É o que se percebe dos itens 3 e 4 do relato do fisco, que tratam, respectivamente dos levantamentos PLO PLANO ODONTOLÓGICO PARA DEPENDENTES e PSU PLANO DE SAÚDE PARA DEPENDENTES. Com o inconformismo da recorrente quanto a não inclusão da referida parcela no saláriodecontribuição, vem à tona a questão de saber se a norma que exclui da tributação os gastos com assistência à saúde dos empregados seria também aplicável aos valores despendidos pelo empregador com assistência à saúde dos dependentes dos segurados. A regra geral é que os valores pagos ou creditados aos trabalhadores sejam incluídos no campo da tributação previdenciária. Todavia, o legislador achou por bem excluir da incidência de contribuições determinadas parcelas e o fez em relação exaustiva lançada no § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. A referência à assistência à saúde encontrase na alínea “q”: Art. 28 (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médicohospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; (...) A meu sentir, a verba sob comento veio a fazer parte desse rol de parcelas excluídas da tributação como uma maneira de incentivar as empresas a disponibilizarem assistência médicoodontológica aos seus empregados. Fl. 739DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Esse beneficio, é bom que se diga, é dado para os trabalhadores não como salárioutilidade, mas de forma a propiciar à empresa um quadro funcional saudável. Diferentemente ocorre com a extensão desse beneficio aos dependentes dos empregados e diretores, haja vista que aí passase a remunerálos indiretamente, posto que os valores repassados acabam por se incorporar aos seus patrimônios na medida em que deixam de efetuar esses dispêndios com as respectivas famílias. A leitura do dispositivo acima transcrito deixa evidente que a isenção atinge apenas gastos com a assistência médica e odontológica dos empregados e dirigentes da empresa, não sendo extensível às despesas com saúde referentes aos dependentes. Destarte, não estando contemplada pela norma desonerativa, os valores gastos pela empresa com planos odontológicos e de saúde dos dependentes dos funcionários devem integrar o saláriodecontribuição, por se constituírem em ganhos habituais fornecidos sob a forma de utilidades. Assim, para fins de incidência de contribuições há de se diferenciar os gastos do empregador com o seu quadro funcional daquele direcionado aos dependentes dos trabalhadores. O primeiro prendese a verba disponibilizada para que o trabalho seja desenvolvido sem quebras de produtividade por motivo de saúde, enquanto que o segundo representa um plus na remuneração do segurado, representado pelo custeio da assistência médica a pessoas estranhas ao ambiente laboral, os dependentes. Diante dessas considerações, independentemente da norma inserta na alínea “q”do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991 se caracterizar como isenção ou não incidência, entendo que os seus ditames não se aplicam aos gastos da empresa com assistência à saúde dos dependentes dos seus empregados, sendo lícita a tributação sobre os levantamentos PLO e PSU. Bolsas de estudo e complemento do auxíliodoença Os levantamentos BE1 e BE2 abrigam os valores repassados a título de bolsas de estudos para segurados a serviço da autuada, ao passo que o levantamento CAD engloba os valores destinados a complemento do auxíliodoença. Para as quantias relativas às bolsas de estudo o fisco asseverou que a tributação se justifica no fato do benefício não ter sido estendido a todos os empregados e dirigentes da empresa. Afirma que a empresa disponibiliza a bolsa de estudo de graduação para os empregados, apenas após o cumprimento de período de experiência e desde que seja o primeiro curso superior do beneficiário. O curso de especialização, assinalase, era pago parcialmente pela autuada aos empregados com mais de um ano de contrato de trabalho e que se dispusessem a participar do plano de sucessão da empresa, conforme previsto em norma interna. Acerca da verba “Complementação do AuxílioDoença”, assim o fisco se pronunciou: “8.3 Como pode ser observado na norma da empresa que trata da regulamentação deste beneficio (ANEXO XVI deste relatório), a notificada somente o concede aos empregados que tenham Fl. 740DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 13971.004294/200950 Acórdão n.º 2401003.689 S2C4T1 Fl. 702 7 mais de um ano de empresa na data de entrada do requerimento do beneficio previdenciário. 8.4 Ao impor aos empregados uma carência para pleitearem o beneficio, a empresa diferenciaos de outros empregados que, a priori, possuem a mesma prerrogativa quanto ao gozo de um beneficio. O efeito prático é que os empregados com mais de um ano de empresa, adquirem um plus salarial em relação a seus pares exercentes das mesmas funções” Vejamos o que dizem as normas que tratam da exclusão das verbas sob comento do saláriodecontribuição, na redação vigente quando da ocorrência dos fatos geradores: § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxíliodoença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; (...) t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; (...) Vêse que o legislador no quesito educação pretendeu afastar da incidência de contribuição previdenciária as verbas disponibilizadas aos segurados empregados a título de educação básica e para cursos de capacitação e qualificação profissionais, todavia, erigiu as seguintes condições para validade da regra isentiva: a) que os cursos profissionais sejam vinculados à atividade da empresa; b) que a disponibilização do benefício não fosse utilizada como complemento salarial; e c) que o acesso ao plano educacional estivesse disponível a todos os empregados e dirigentes da empresa. Para autoridade fiscal e também para o colegiado de primeira instância a empresa descumpriu a exigência constante na letra “c” acima, posto que, ao condicionar a concessão da verba à data de ingresso do segurado no emprego, excluiu de parcela do seu quadro funcional o direito ao benefício. Vêse, portanto, que o cerne da questão repousa em determinar se a imposição de tempo mínimo para que os empregados façam jus à concessão do plano de educação contraria o dispositivo legal encimado. Fl. 741DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 Inicialmente é curial se ressaltar que a exegese de normas tributárias que tratam de isenção deve obedecer ao comando do art. 111, II, do Código Tributário Nacional1, não cabendo, portanto, interpretações extensivas para as mesmas. Nessa linha, a norma constante da alínea “t” do § 9. do art. 28 da Lei n. 8.212/1991 é enfática ao prescrever “...todos os empregados e dirigentes”, não se devendo alargar a interpretação para abarcar a situação em que o benefício é estendido apenas a funcionários com determinado tempo de contrato. Assim, uma interpretação literal da regra de isenção acima citada, levame a concluir pela incidência de contribuições sobre as despesas com educação, haja vista que a empresa deixava à margem desse benefício parcelas dos seus empregados. Basta observar que um empregado com menos de um ano de empresa e que já tivesse concluído o primeiro curso de graduação jamais poderia obter o benefício, a menos que fosse alterado o regulamento empresarial. Para reforçar meu entendimento, trago à baila precedente dessa mesma Turma de Julgamento, no julgamento do recurso apresentado no bojo do processo n. 18471.001791/200870, cujo Acórdão n. 2401002.710 carregou a seguinte ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2000 a 31/03/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SALÁRIO INDIRETO. PLANO EDUCACIONAL/AUXÍLIO EDUCAÇÃO. HIPÓTESE DE ISENÇÃO NÃO CONFIGURADA. INOBSERVÂNCIA REQUISITOS LEGAIS. LIMITAÇÃO TEMPORAL/CARÊNCIA. De conformidade com o artigo 28, § 9º, alínea “t”, da Lei nº 8.212/91, os valores concedidos aos funcionários e diretores da empresa a título de Plano Educacional/Auxílio Educação, conquanto que extensivo a sua totalidade, estão fora do campo de incidência das contribuições previdenciárias. Tendo a contribuinte pago aludida verba somente a parte de seus segurados empregados e/ou diretores, em face da imposição de limitação temporal para seu usufruto (carência de 24 meses), caracterizase como salário indireto, sujeitandose, assim, à incidência das contribuições previdenciárias. (...) Recurso Voluntário Negado. É certo que alínea “t” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991 foi alterada pela Lei n. 12.513/2011, deixando de exigir que o benefício em questão fosse estendido a todos os empregados, como se pode ver: t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, 1 Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção;(...) Fl. 742DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 13971.004294/200950 Acórdão n.º 2401003.689 S2C4T1 Fl. 703 9 desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:(Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011). Ocorre que a norma acima não pode ser aplicada ao presente lançamento, posto que posterior à ocorrência dos fatos geradores. Assim, deve ser mantida a exigência sobre as “Bolsas de Estudo”. Esse entendimento deve ser estendido ao benefício da “Complementação do AuxílioDoença”, posto que alínea “n” do § 9. do art. 28 da Lei n. 8.212/1991 também exige, para que a verba não se sujeite à exação previdenciária, que esta seja disponibilizada indistintamente a todos os empregados e dirigentes da empresa. Assim, o fato da empresa deixar de conceder o benefício aos trabalhadores com menos de um ano de contrato de trabalho afasta do caso concreto a norma acima citada, sendo legítima a tributação sobre esses valores. Previdência Complementar A razão que levou o fisco a submeter a verba previdência privada à tributação foi falta de extensão do benefício a todos os empregados e dirigentes da autuada. Alegouse que o plano BUNGEPREV era disponibilizado aos segurados somente após o cumprimento do contrato de experiência, além de que eram excluídos do plano os segurados com faixa salarial inferior a 10 UR. É razoável que os empregados em contrato de experiência não fossem contemplados pelo plano de previdência complementar, dada a precariedade de tais contratos. O fato dos trabalhadores nessa situação não serem abrangidos pela cobertura previdenciária adicional, para mim, não significa que tenha havido o descumprimento da norma que exige a disponibilização do plano a todos os empregados. É que todos os trabalhadores, ao cumprirem o curto prazo do ajuste experimental, passariam automaticamente a receber a cobertura do plano de previdência privada. Vamos, então, enveredar pela discussão acerca do possível descumprimento da regra em razão da disponibilização apenas aos empregados pertencentes à maior faixa salarial. Para o sujeito passivo, o próprio texto constitucional já afasta a possibilidade de que se considere a contribuição da empresa para os planos de previdência privada como saláriodecontribuição, uma vez que textualmente preconiza que tais valores não integram o contrato de trabalho, nem a remuneração dos participantes. Em outra vertente, assevera que a Lei Complementar – LC n. 109/2001, que regulamentou o dispositivo constitucional, estabelece que somente será participante aquele que aderir aos planos de benefícios, o que leva à conclusão de que não é obrigatório que todos participem da cobertura da previdência complementar, mas que possam se manifestar pela adesão. Afirma ainda que o art. 10 da citada LC admite que o regulamento do plano previdenciário possa estabelecer critérios para admissão e manutenção da qualidade do Fl. 743DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 participante e, com base também no art. 16 do mesmo diploma, conclui que os benefícios devem ser oferecidos a todos os empregados, mas a efetiva participação dependerá da adesão destes aos planos, a qual fica condicionada a requisitos previstos no regulamento do plano de previdência privada. Adverte que o art. 68 da LC n. 109/2001, “caput”, repete o comando constitucional no sentido de que as contribuições da empresa para a previdência complementar dos seus empregados não integram a sua remuneração. Em adição, alega que, se a empresa não disponibilizasse o plano para todos os empregados, certamente a Secretaria de Previdência Complementar SPC, órgão responsável pela fiscalização das entidades integrantes deste segmento, não teria autorizado a implementação e o funcionamento do BUNGEPREV. Afirma que não existe a exclusão alegada pelo fisco, uma vez o teto de 10 UR e a carência são apenas requisitos de qualificação do participante, posto que ambos podem ser alcançados por todos os seus empregados. Diante desses argumentos é possível se inferir de que de fato a empresa admite que parte do seu quadro funcional não tinha acesso ao plano, por não se enquadrar nos critérios de admissão fixados no regulamento do plano BUNGEPREV. Sobre essa questão o relatório fiscal é bem esclarecedor e reforça o mesmo entendimento da empresa. Conforme se extrai do seguinte excerto: “6.10 Para se ter uma idéia de quantos trabalhadores estão excluídos do plano de previdência complementar da empresa (que não podem ser contribuintes),colocamos a seguinte relação: na folha de pagamento de 07/2005, de um total de 7.044 trabalhadores, apenas 1.404 tiveram valores lançados na rubrica ‘560 –Bungeprev básica’ – em torno de 19,9% e em 12/2007 apenas 1.219 de um total de 6.136 – também em torno de 19,9%. Ou seja, poderíamos dizer que mais de 80% dos trabalhadores não satisfazem as condições exigidas pela empresa, citadas no item anterior”. Uma primeira questão que exsurge da lide, referese ao suposto conflito entre a alínea “p" do § 9. do art. 28 da Lei n. 8.212/1991 e o “caput” do art. 68 da Lei Complementar n. 109/2001. Dito de outro modo, a LC teria revogado o dispositivo da Lei n. 8.212/1991 que trata não inclusão dos pagamentos da empresa para os planos de previdência complementar? Acredito que não. Vejamos o que diz o art. 202 da Carta Magna: Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à Fl. 744DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 13971.004294/200950 Acórdão n.º 2401003.689 S2C4T1 Fl. 704 11 exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (...) Do texto legal acima, observase que quando o legislador constitucional quis se referir a “lei complementar” o fez de forma expressa como consta na cabeça e no § 1. . Todavia, a referência feita no § 2. fala na desvinculação das contribuições do empregador da remuneração do empregado nos “termos da lei”, sendo nítido que nesse dispositivo a locução “lei” reportase a lei ordinária, que no caso é a Lei n. 8.212/1991. Ou seja, o conflito entre as regras da LC n. 109/2001 e a Lei n. 8.212/1991 é apenas aparente e se resolve mediante o princípio da especialidade. É esse o entendimento que tem prevalecido nesta Turma. Aqui é unânime, ou pelo menos era, a tese de que a Lei n.º 8.212/1991 deve prevalecer sobre a LC n. 109/2001, mantendose a exigência de oferta do benefício da previdência privada a todos para não inclusão da parcela no saláriode contribuição. Trago à colação o Acórdão n. 2401002.883, de 20/02/2013, cuja ementa foi assim redigida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 (...) PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. NECESSIDADE EXTENSÃO À TOTALIDADE DOS EMPREGADOS E DIRIGENTES. LEI N° 8.212/91 EM CONFRONTAÇÃO COM A LEI COMPLEMENTAR N° 109/2001. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. Os valores pagos aos funcionários da contribuinte a título de plano de previdência privada complementar somente estarão fora do campo de incidência das contribuições previdenciárias se extensivos à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, nos termos do artigo 28, § 9. , alínea “p”, da Lei n° 8.212/91, a qual prevalece em relação ao disposto na Lei Complementar n° 109/2001 em razão do princípio da especialidade, sobretudo quando àquela LC adentrou a matéria reservada à Lei Ordinária, se equiparando a esta, portanto, neste tema. O argumento da recorrente de que qualquer empregado poderia superar a barreira salarial das 10 UR não me parece aceitável. Conforme o relatório fiscal, o que não foi questionado no recurso, apenas 20% dos empregados atingiam esse patamar remuneratório. Esse fato denota que a grande maioria dos trabalhadores a serviço da empresa não alcançavam os requisitos regulamentares para ingresso no plano de previdência complementar. Sequer a empresa demonstrou que apenas os segurados que recebiam acima do teto do RGPS seriam os contemplados, como pode se ver de outro trecho do relato do fisco: Fl. 745DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 “Nota: Saláriodecontribuição é igual ao somatório do: salário básico + periculosidade + prêmios + comissões 10 UR. ii. UR = Unidade de Referência: significará o valor de Cr$ 439.840,00 (quatrocentos e trinta e nove mil, oitocentos e quarenta cruzeiros) no dia 1° de setembro de 1992, que será corrigida pela variação mensal do INPC — índice Nacional de Preços ao Consumidor — até a última data base da negociação sindical de cada Patrocinadora, após o que, a correção deverá ser de acordo com a Política Salarial de cada Patrocinadora e de acordo com cada uma de suas filiais, se houver acordos salariais diferenciados. iii. No caso da Bunge Alimentos, os valores das UR são distintos nas diversas filiais. A titulo de exemplo, o valor de uma UR, em 06/2005, na filial 436 (CNPJ: 84.046.101/029680 Bauru/SP) era de R$ 185,90 e na filial 601 (CNPJ: 84.046.101/034179 — Cuiabá/MT) era de R$ 154 86. iv. Já o valor do teto do Regime Geral de Previdência Social, em 06/2005, era de R$ 2.668,15.” Vejase que os empregados que recebiam menos de 10 UR (cerca de R$ 1.860,00 na filial de Bauru), estavam excluídos da participação no plano de previdência privada, todavia aqueles que percebiam um pouco mais, digamos R$ 2.000,00, eram abrigados pelo benefício, mesmo percebendo uma remuneração inferior ao teto do RGPS, que na época situavase em torno de R$ 2.700,00. Essa discriminação não se justifica e contraria a regra legal de exclusão da verba em tela do saláriodecontribuição, mesmo que se entenda que fixação do teto do Regime Geral como valor mínimo de remuneração para ingresso no plano de previdência complementar não representa desconformidade suficiente a tornar a verba integrante da base de cálculo das contribuições. Após essas considerações, não há como considerar, portanto, que restou configurada a hipótese de desoneração prevista na alínea “p” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, uma vez que o plano de previdência complementar atende apenas à parcela de um quinto dos empregados e dirigentes da Autuada. Acerca da alegação de que o plano de previdência não poderia receber censura, uma vez que fora aprovado pela SPC, devemos ter em conta que o entendimento do órgão fiscalizador das entidades de previdência complementar não tem força vinculante perante os agentes tributários. A própria LC n. 109/2001 apresenta ressalva quanto à competência das autoridades fiscais, como se pode ver: Art. 41. No desempenho das atividades de fiscalização das entidades de previdência complementar, os servidores do órgão regulador e fiscalizador terão livre acesso às respectivas entidades, delas podendo requisitar e apreender livros, notas técnicas e quaisquer documentos, caracterizandose embaraço à fiscalização, sujeito às penalidades previstas em lei, qualquer dificuldade oposta à consecução desse objetivo. § 1o O órgão regulador e fiscalizador das entidades fechadas poderá solicitar dos patrocinadores e instituidores informações relativas aos aspectos específicos que digam respeito aos Fl. 746DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 13971.004294/200950 Acórdão n.º 2401003.689 S2C4T1 Fl. 705 13 compromissos assumidos frente aos respectivos planos de benefícios. § 2o A fiscalização a cargo do Estado não exime os patrocinadores e os instituidores da responsabilidade pela supervisão sistemática das atividades das suas respectivas entidades fechadas. § 3o As pessoas físicas ou jurídicas submetidas ao regime desta Lei Complementar ficam obrigadas a prestar quaisquer informações ou esclarecimentos solicitados pelo órgão regulador e fiscalizador. § 4o O disposto neste artigo aplicase, sem prejuízo da competência das autoridades fiscais, relativamente ao pleno exercício das atividades de fiscalização tributária. (grifei) De se concluir que deve ser mantido na íntegra o levantamento “PLC – PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR”. Conclusão Voto por negar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 747DF CARF MF Impresso em 15/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/09 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 16366.000105/2009-04
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2011
NULIDADE.
No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento não há que se falar em nulidade do ato em litígio.
PRODUÇÃO DE PROVAS. ASPECTO TEMPORAL.
A peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses de defesa e instruída com os todos os documentos em que se fundamentar, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legais.
DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA.
Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 1803-002.381
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. O Conselheiro Arthur José André Neto acompanha pelas conclusões por entender ser relevante a distinção entre as atividades de cessão e de locação de mão de obra. Vencidos os Conselheiros Henrique Heiji Erbano e Meigan Sack Rodrigues que davam provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ATIVIDADE VEDADA. Não poderá optar pelo Simples a pessoa jurídica que realize operações relativas a locação de mãodeobra. ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Exercício: 2011 OPÇÃO. ATIVIDADE VEDADA. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte que realize cessão ou locação de mãodeobra. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2011 NULIDADE. No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento não há que se falar em nulidade do ato em litígio. PRODUÇÃO DE PROVAS. ASPECTO TEMPORAL. A peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses de defesa e instruída com os todos os documentos em que se fundamentar, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legais. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 36 6. 00 01 05 /2 00 9- 04 Fl. 354DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 355 2 Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. O Conselheiro Arthur José André Neto acompanha pelas conclusões por entender ser relevante a distinção entre as atividades de cessão e de locação de mão de obra. Vencidos os Conselheiros Henrique Heiji Erbano e Meigan Sack Rodrigues que davam provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. Relatório A optante pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples foi excluída de ofício pelo Ato Declaratório Executivo DRF/Londrina/PR nº 36, de 09.09.2010, fl. 52, com efeitos no período 01.10.2002 a 30.06.2007, com base na realização de operação vedada relativa a locação de mãodeobra, nos termos da alínea “f” do inciso XII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996. Também optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional foi excluída de ofício pelo Ato Declaratório Executivo DRF/Londrina/PR nº 39, de 09.09.2010, fl. 53, com efeitos a partir de 01.08.2007, com base na realização de operação vedada relativa a cessão de mãodeobra, nos termos do inciso XII do art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade, fls. 6074, com os argumentos abaixo: A impugnante é pessoa jurídica de direito privado que tem por objeto "a prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos nos aeroportos de acordo com a legislação do comando da aeronáutica.", conforme se infere da consolidação de seu contrato social. [...] Não obstante, a Receita Federal do Brasil, em 09 de setembro do corrente ano, expediu o ato declaratório n° 036, excluindo, de ofício, a contribuinte do SIMPLES Fl. 355DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 356 3 "por ter exercido a atividade de prestação de serviços "cessão de mão de obra" para a empresa TAM LINHAS AÉREAS, atividade vedada conforme Art. 17, Inciso XII, da Lei Complementar n° 123 de 14 de dezembro de 2006 e, Art. 12, Inciso XXIII, da Resolução CGSN n° 4 de 30 de maio de 2007." Notase, portanto, que a autoridade administrativa desconsiderou as atividades exercidas pela impugnante (serviços auxiliares de transportes aéreos), alegando que esta exerceu atividade de cessão de mão de obra, cuja prática é vedada às optantes pelo SIMPLES. Por não se conformar com referida exclusão, apresentase a presente manifestação de inconformidade. II. DO DIREITO 1. Da nulidade da exclusão. Ausência de motivação da desconsideração das atividades exercidas pela impugnante. [...] Nos termos do Ato Declaratório, a impugnante foi excluída do SIMPLES por exercer atividade de cessão de mão de obra. Todavia, nos termos do contrato social, a atividade exercida pela impugnante é a de "prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos". Notase, portanto, que houve descaracterização do serviço da empresa. De acordo com o entendimento do CARF (antigo Conselho de Contribuintes), o Ato Declaratório de Exclusão do SIMPLES deve ser devidamente fundamentado, permitindo ao contribuinte a compreensão dos motivos pelos quais está sendo excluído do regime, permitindose, assim, o exercício da ampla defesa [...]. Neste particular, o ato de exclusão limitase a afirmar que a impugnante foi excluída do SIMPLES por exercer atividade de cessão de mão de obra, sem, contudo, explicitar os motivos pelos quais a sua real atividade prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos restou descaracterizada. À toda evidência, tratase de nulidade insanável e que causa prejuízos à impugnante, especialmente no que concerne ao seu direito de defesa, na medida em que não foram expostos os motivos pelos quais sua atividade foi desconsiderada. Atribuiuse à impugnante o exercício de atividade estranha ao seu objeto social, sem, ao menos, serem explicados os motivos e indicadas as provas que levaram à descaracterização. É inegável o prejuízo à defesa. Ao mesmo tempo em que se confere à impugnante o prazo de 30 (trinta) dias para apresentar manifestação de inconformidade face ao ato de exclusão, não se expõem os motivos e as provas que justificam o ato de exclusão, havendo inconteste prejuízo à defesa. A contribuinte encontrase, de fato, impossibilitada de impugnar plenamente o ato. Ademais, há de se ressaltar que a descaracterização da natureza jurídica do negócio celebrado entre a TAM e a impugnante foi realizada sem que sequer a TAM fosse intimada a prestar esclarecimentos, o que igualmente tornam nulos os atos declaratórios. Neste particular, para a legalidade da descaracterização do negócio jurídico, seria imprescindível a intimação da TAM a fim serem devidamente esclarecidos os objetos dos contratos celebrados entre as empresas. Somente ouvindo ambas as partes que se pode afirmar que a natureza do negócio é diversa da constante no Fl. 356DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 357 4 contrato. Todavia, neste caso o negócio realizado pela TAM foi descaracterizado sem que sequer esta tenha sido intimada apresentar informações, o que, evidentemente, tornam nulos os Atos de Exclusão. Portanto, face à inexistência de motivação e à ausência de provas, bem como ao prejuízo ao exercício de defesa e pela ausência de esclarecimentos por parte da TAM, há de se anular o ato de exclusão. 2. Das atividades exercidas pela impugnante: serviços auxiliares de transporte aéreo e não cessão de mão de obra. Atividade permitida no Simples. [...] Os serviços auxiliares de transporte aéreos eram, inicialmente, prestados exclusivamente pelas próprias transportadoras que mantiveram em suas estruturas setores cuja finalidade era prover todas as facilidades de apoio em terra para o atendimento das operações das aeronaves. Ocorre que, especialmente em razão da competitividade do mercado, as empresas de transporte aéreo vêm concentrando suas forças no transporte de passageiros e cargas, preocupandose, primordialmente, com suas aeronaves e pessoal técnico, o que fez surgir um novo ramo de atividades conhecido mundialmente por ground handling services, chamada em nosso País de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo. [...] A impugnante, desde sua constituição, em 1998, sempre exerceu atividades relacionadas ao transporte aéreo. Inferese de seu contrato social que inicialmente exercia a atividade de "prestação de serviços de transportes de cargas aéreas, venda de passagens aéreas e representação comercial". No ano seguinte 1999 a impugnante alterou seu objeto social, passando a exercer a atividade de serviços auxiliares de serviços aéreos, o que foi devidamente autorizado pelo Departamento de Aviação Civil, por meio da Portaria DAC n° 876/SOP, de 17 de dezembro de 1999 [...]. Desde então, a impugnante nunca exerceu outra atividade senão a prestação de serviços auxiliares de transporte aéreos. Os documentos em anexo [...], dentre os quais se destacam ofícios encaminhados à administração do Aeroporto de Londrina/PR, e à Infraero, bem como relatórios de fiscalização realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil ANAC, corroboram o óbvio: a impugnante exerce apenas e tãosomente serviços auxiliares de transportes aéreos, atividade esta que não se confunde com a cessão de mão de obra! Nesse contexto, vale ressaltar que a Resolução/ANAC n° 116, de 20 de outubro de 2009 expressamente veda que a empresa que preste serviço auxiliar de transporte aéreo exerça outro tipo de atividade, que não seja regulada pela ANAC, como é o caso da cessão de mão de obra [...]. Assim, considerandose que a atividade exercida pela impugnante não é vedada pelo SIMPLES, é absolutamente injustificada e, sobretudo, ilegal sua exclusão! 3. Dos contratos celebrados com a TAM. Prestação de serviços auxiliares de transporte aéreo e não de cessão de mão de obra. Fl. 357DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 358 5 Alegase no ato declaratório de exclusão que a impugnante teria prestado serviço de "cessão de mão de obra" para a TAM LINHAS AÉREAS S/A. Todavia, a "motivação" da exclusão não condiz com a realidade. Conforme exposto, é inegável a natureza dos serviços prestados pela impugnante: serviço auxiliar de transporte aéreo. Não obstante, se demonstrará, até de forma redundante, quais os serviços prestados à TAM. De fato, a impugnante, entre 2002 e 2007, prestou serviços à TAM, sendo firmados vários contratos, anexos contratuais e aditivos, todos com o mesmo objeto: prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos. [...] Ponto comum em todos os trechos acima mencionados é a clara definição da natureza do serviço prestado: prestação de serviços auxiliares de transporte aéreo. Via de consequência, não há que se falar em cessão de mão de obra, como se alega no ato declaratório de exclusão. Não obstante, cabe, nesse momento, analisar alguns aspectos que definitivamente comprovam que a impugnante não presta serviços de cessão de mão de obra [art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991]. [...] Por sua vez, o § 2º do art. 219, do Decreto n° 3.048/92 (Regulamento da Previdência Social), ao arrolar as atividades prestadas mediante cessão de mão de obra, não menciona a prestação de serviços auxiliares de transporte aéreo. Assim, não restam dúvidas: a impugnante não presta atividade de cessão de mão de obra, haja vista que os serviços auxiliares de transporte aéreo se encontram no rol previsto no regulamento citado pela Lei. Finalmente, ainda que num esforço de interpretação, tentese enquadrar o serviço prestado pela impugnante como cessão de mão de obra, chegarseá à conclusão definitiva de que os serviços prestados pela impugnante à TAM possuem natureza única e exclusiva de serviços auxiliares de transporte aéreo. [...] Inferese da decisão acima que o CARF, ao deliberar acerca da cessão de mão de obra, respondeu a determinadas questões, quais sejam: (i) há existência de subordinação entre os empregados "cedidos" e a contratante?; (ü) há continuidade do serviço prestado?; (iii) os pagamentos aos trabalhadores são realizados diretamente pela contratante? Neste particular, os contratos firmados pela impugnante com a TAM deixam claro que o gerenciamento dos empregados era de inteira responsabilidade da impugnante, não havendo qualquer tipo de subordinação entre os empregados e a tomadora do serviço. Nesse sentido, rezam as seguintes cláusulas do contrato firmado em 1º de setembro de 2005, cujos termos são repetidos nos demais: "OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA (...) d) contratar, por sua conta e risco, e após rigorosa seleção, funcionários devidamente habilitados para o desempenho das atividades pactuadas, os quais deverão ser devidamente registrados pela própria CONTRATADA, no ato de suas respectivas admissões (...) f) a CONTRATADA é a única responsável pelas obrigações trabalhistas, fundiárias, previdenciárias e securitárias, relativamente aos seus funcionários e demais trabalhadores envolvidos nos serviços contratados vinculados, direta ou Fl. 358DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 359 6 indiretamente à CONTRATADA, devendo concluir os trabalhos de acordo com as normas técnicas e as de segurança de trabalho, higiene e medicina (...) j) disponibilizar, exigir e fiscalizar a correta utilização por seus funcionários de todos os equipamentos de proteção individual EPI's necessários ao desempenho dos serviços contratados conforme disposições legais aplicáveis; k) disponibilizar, exigir e fiscalizar a correta utilização por seus funcionários de todos os uniformes de vestuário, calçados e crachás de identificação necessários ao desempenho dos serviços contratados ("Uniformes"), (...) l) disponibilizar, exigir e fiscalizar a correta utilização no Aeroporto por seus funcionários dos materiais necessários à prestação dos serviços contratados ("Materiais"), de acordo com as especificações contidas no manual da TAM, tais como: tapetes vermelhos, pedestais, cordas, guardachuvas, carrinhos de bebê, cadeira de rodas e totens de autoatendimento." Os trechos acima demonstram que a impugnante é responsável pela contratação, pagamento e fiscalização de seus empregados, não havendo qualquer participação da TAM nesse aspecto, o que afasta a hipótese de cessão de mão de obra. Portanto, não é outra a conclusão senão a de que a impugnante não exerce atividade de cessão de mão de obra, razão pela qual é manifestadamente ilegal sua exclusão do Simples. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: Diante de todo o exposto, requerse: a) a realização de diligências junto à TAM LINHAS AÉREAS S/A, a fim de que esta seja intimada a apresentar, nos autos do processo administrativo fiscal, Informações acerca da natureza dos serviços contratados junto à Impugnante; b) a realização de diligências, mediante oitiva de prepostos da impugnante, a fim de que seja devidamente comprovada a natureza do serviço prestada pela impugnante à TAM; c) a realização de diligência com o fim de serem colhidas informações do contador Daneu Rossoni (CRC n° PR015566/01), com escritório profissional na cidade de Londrina, Paraná, sito à Rua Senador Souza Naves, 289, 4 o andar, sala 43/44, Ed. Euclides da Cunha, acerca das atividades prestadas pela impugnante; d) sejam recebidos e conhecidos eventuais documentos apresentados posteriormente, haja vista que a impugnante, diante da antiguidade dos fatos tratados na presente, não conseguiu levantar em tempo hábil toda a documentação; e) finalmente, seja dada procedência à presente manifestação, para o fim de anular o ato de exclusão da impugnante do Simples, bem como todos os autos de infração lavrados em decorrência de sua ilegal exclusão do Simples, [...] Fl. 359DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 360 7 Está registrado como ementa do Acórdão da 2ª TURMA/DRJ/CTA/PR nº 06 29.892, de 14.01.2011, fls. 293303: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 01/10/2002 ADE. NULIDADE. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. CERCEAMENTO DO DIREITO À DEFESA. Descabe a reclamação se a empresa foi excluída do Simples Federal e do Simples Nacional, mediante Atos Declaratórios Executivos emitidos por autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdiciona o contribuinte, discriminando a legislação que determinou o motivo da exclusão e tendo sido assegurado o contraditório e a ampla defesa à interessada. PERÍCIA PRESCINDÍVEL. Indeferese os pedidos de perícia consideradas prescindíveis. ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Data do fato gerador: 01/10/2002 CESSÃO DE MÃO DE OBRA. DISPONIBILIZAÇÃO DE TRABALHADORES. SERVIÇOS CONTÍNUOS. SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA. A cessão de mãodeobra caracterizase pela disponibilização de trabalhadores nas dependências do contratante, ou de terceiros, para a realização de serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Data do fato gerador: 01/08/2007 CESSÃO DE MÃO DE OBRA. DISPONIBILIZAÇÃO DE TRABALHADORES. SERVIÇOS CONTÍNUOS. SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA. A cessão de mãodeobra caracterizase pela disponibilização de trabalhadores nas dependências do contratante, ou de terceiros, para a realização de serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio Fl. 360DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 361 8 Notificada em 20.10.2011, fl. 306, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 07.11.2011, fls. 307326 e 329330, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Reitera os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Acrescenta que: A recorrente é pessoa jurídica de direito privado que tem por objeto prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos nos aeroportos de acordo com a legislação do comando da aeronáutica.", conforme se infere da consolidação de seu contrato social. Não obstante, a Receita Federal do Brasil expediu os atos declaratórios n° V036 e 039, excluindo, de ofício, a contribuinte do SIMPLES, alegando que a recorrente praticara com a empresa TAM LINHA AÉREAS atividade de prestação de serviços "cessão de mão de obra", a qual é completamente estranha ao seu objeto social.. Notase, portanto, que a autoridade administrativa desconsiderou as atividades exercidas pela recorrente (serviços auxiliares de transportes aéreos), alegando que esta exerceu atividade de cessão de mão de obra, cuja prática é vedada às optantes pelo Simples. Por não se conformar com referida exclusão, a recorrente apresentou manifestações de inconformidade em face dos atos declaratórios. As manifestações foram julgadas em conjunto no bojo dos autos do Processo Administrativo Fiscal n° 16366.000105/200904, [...]. Conforme se passará a demonstrar, a decisão não merece prosperar, razão pela qual se interpõe o presente recurso voluntário. Do Direito 1. Da nulidade da decisão. Indeferimento das Diligências Requeridas. Cerceamento de Defesa Primeiramente, há de ser anulada a decisão proferida em Primeira Instância, haja vista o indeferimento das diligências requeridas pela Recorrente. Inferese da decisão recorrida: "A litigante requereu diligencia junto à TAM, para oitiva de prepostos da impugnante, junto ao seu contador, junto à ANAC, junto ao Aeroporto de Londrina e junto ao Departamento Nacional de Aviação DNAC, para que apresentem informações sobre a natureza dos serviços da interessada. Contudo, há no processo elementos suficientes que caracterizam as atividades desempenhadas, que são os contratos firmados contra a contratante TAM Linhas Aéreas S/A, bem como as instruções, normas e regulamento que regem a atividade, além dos registros da Receita Federal. Dessa forma, a teor do art. 18 do Decreto n° 70.235, de 1972, cabe indeferir os pedidos de diligência, por considerálos prescindíveis." Ocorre que, não obstante afirmase que os documentos acostados seriam suficientes, temse que, de fato, a recorrente requereu meios de provas diversos da prova documental a f im de demonstrar que efetivamente não presta serviços de Fl. 361DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 362 9 cessão de mão de obra. Todavia, as diligências requeridas foram sumariamente indeferidas, em decisão que, à toda evidencia, ceifa da recorrente o direito à ampla defesa. [...] Ora, a empresa TAM firma um contrato com a recorrente. Todavia, a Receita Federal do Brasil, sem ouvir as partes interessadas, desconsidera o objeto do contrato e imputa à recorrente um serviço que jamais foi prestado. Notase que a defesa da recorrente foi inegavelmente prejudicada pelo indeferimento das diligências, razão pela qual se requer seja anulada a decisão recorrida ou caso não se entenda pelo indeferimento, seja determinada a realização das diligências requeridas em Primeira Instância. Da nulidade da exclusão. Ausência de Motivação da Desconsideração das Atividades Exercidas pela Recorrente Acerca das nulidades suscitadas pela Recorrente, a Delegacia de Julgamento entendeu que os atos de exclusão não contêm qualquer nulidade, haja vista o fato de terem sidos praticados por pessoa competente. Para tanto, utilizase como fundamento previsão contida no Decreto n° 70.235/72. Todavia, o simples fato de ter sido proferido por autoridade competente para tanto, não confere ao ato a motivação exigida por Lei e que fora contestada pela recorrente em suas manifestações de inconformidade. Desde já, é importante ressaltar que são vários os requisitos de validade do ato administrativo. A competência do agente que pratica o ato é um requisito formal de validade do ato. Neste particular, em momento algum tal requisito foi questionado pela recorrente. In casu, o que se questiona é a ausência de motivação do ato, que, por sua vez, é outro requisito de validade cuja ausência igualmente macula o ato e o torna nulo. Nesse sentido, dispõe o art. 50, da Lei n° 9.784/99 [...]. Nos termos dos Atos Declaratórios, a recorrente foi excluída do SIMPLES por exercer atividade de cessão de mão de obra. Todavia, nos termos do contrato social, a atividade exercida pela impugnante é a de "prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos". Notase, portanto, que houve descaracterização do serviço da empresa. Neste particular, os atos de exclusão limitamse a afirmar que a recorrente foi excluída do SIMPLES por exercer atividade de cessão de mão de obra, sem contudo explicitar os motivos pelos quais a sua real atividade – prestação de serviços auxiliares de transporte – restou descaracterizada À toda evidência, tratase de nulidade insanável e que causa prejuízos à recorrente, especialmente no que concerne ao seu direito de defesa, na medida em que não foram expostos os motivos pelos quais sua atividade foi descaracterizada [...]. De fato, atribuiuse à recorrente o exercício de atividade estranha ao seu objeto social, sem, ao menos, serem explicados os motivos e indicadas as provas que levaram à descaracterização. É inegável o prejuízo à defesa. Ao mesmo tempo em que se confere à recorrente o prazo de 30 (trinta) dias para apresentar manifestação de inconformidade face ao ato de exclusão, não se expõem os motivos e as provas que justificam o referido ato, o que impossibilita a Fl. 362DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 363 10 contribuinte de impugnar plenamente o ato, apresentando elementos e provas que afastem efetivamente o ato de exclusão. Ademais, há de se ressaltar que a descaracterização da natureza jurídica do negócio celebrado entre a TAM e a impugnante foi realizada sem que sequer a TAM fosse intimada a prestar esclarecimentos, o que igualmente tornam nulos os atos declaratórios. Neste particular, para a legalidade da descaracterização do negócio jurídico, seria imprescindível a intimação da TAM a fim serem devidamente esclarecidos os objetos dos contratos celebrados entre as empresas. Somente ouvindo ambas as partes que se pode afirmar que a natureza do negócio é diversa da constante no contrato. Todavia, neste caso o negócio realizado pela TAM foi descaracterizado sem que sequer esta tenha sido intimada apresentar informações, o que, evidentemente, tornam nulos os Atos de Exclusão. Portanto, face à inexistência de motivação e à ausência de provas, bem como ao prejuízo ao exercício de defesa e pela ausência de esclarecimentos por parte da TAM, há de se anular o ato de exclusão. 3. Das atividades exercidas pela impugnante: serviços auxiliares de transporte aéreo e não cessão de mão de obra. Atividade permitida no Simples. Inferese da decisão recorrida que a Delegacia de Julgamento teria vislumbrado os seguintes fatos, os quais seriam suficientes para caracterizar que a Recorrente prestou serviços de cessão de mão de obra à TAM: (i) os serviços prestados pela recorrente estariam presentes no rol previsto no art. 219, do Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999; (ii) os funcionários da recorrente ficariam à disposição da TAM, seguindo suas ordens e orientações; (iii) a execução dos serviços seria em local indicado pela TAM; (iv) o pagamento em função da mão de obra oferecida. [...] Os serviços auxiliares de transporte aéreos eram, inicialmente, prestados exclusivamente pelas próprias transportadoras que mantiveram em suas estruturas setores cuja finalidade era prover todas as facilidades de apoio em terra para o atendimento das operações das aeronaves. Ocorre que, especialmente em razão da competitividade do mercado, as empresas de transporte aéreo vêm concentrando suas forças no transporte de passageiros e cargas, preocupandose, primordialmente, com suas aeronaves e pessoal técnico, o que fez surgir um novo ramo de atividades conhecido mundialmente por ground handling services, chamada em nosso País de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo. [...] A Recorrente, desde sua constituição, em 1998, sempre exerceu atividades relacionadas ao transporte aéreo. Inferese de seu contrato social que inicialmente exercia a atividade de "prestação de serviços de transportes de cargas aéreas, venda de passagens aéreas e representação comercial". No ano seguinte 1999 a impugnante alterou seu objeto social, passando a exercer a atividade de serviços auxiliares de serviços aéreos, o que foi devidamente autorizado pelo Departamento de Aviação Civil, por meio da Portaria DAC n° 876/SOP, de 17 de dezembro de 1999 [...]. Desde então, a impugnante nunca exerceu outra atividade senão a prestação de serviços auxiliares de transporte aéreos. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 364 11 Os documentos em anexo [...], dentre os quais se destacam ofícios encaminhados à administração do Aeroporto de Londrina/PR, e à Infraero, bem como relatórios de fiscalização realizada pela Agencia Nacional de Aviação Civil ANAC, corroboram o óbvio: a Recorrente exerce apenas e tão somente serviços auxiliares de transportes aéreos, atividade esta que não se confunde com a cessão de mão de obra! Nesse contexto, vale ressaltar que a Resolução/ANAC n° 116, de 20 de outubro de 2009 expressamente veda que a empresa que preste serviço auxiliar de transporte aéreo exerça outro tipo de atividade, que não seja regulada pela ANAC, como é o caso da cessão de mão de obra : Art. 2° Os serviços auxiliares ao transporte aéreo são prestados: I diretamente pelo operador de aeródromo; II diretamente pelo proprietário ou operador de aeronave, nos sítios onde opera, para o apoio das próprias aeronaves e das de terceiros, quando operando vôos compartilhados autorizados; ou III por sociedade empresária contratada, regulada por esta Resolução. Parágrafo único. A sociedade empresária referida no inciso III deve ter como objeto a execução dos serviços auxiliares que pretende prestar, com especificação das respectivas naturezas e modalidades, vedado o exercício de atividade não regulamentada pela ANAC, com exceção do abastecimento de combustível e do serviço médico especializado e admitindose a participação no capital de outras sociedades." Assim, considerandose que a atividade exercida pela Recorrente não é vedada pelo Simples, é absolutamente injustificada e, sobretudo, ilegal sua exclusão, razão pela qual há que ser reformada a decisão recorrida. 4. Da Decisão Recorrida e Dos contratos celebrados com a TAM. Prestação de serviços auxiliares de transporte aéreo e não de cessão de mão de obra. Conforme restou demonstrado, a Delegacia de Julgamento teria vislumbrado os seguintes fatos, os quais seriam suficientes para caracterizar que a Recorrente prestou serviços de cessão de mão de obra à TAM: (i) os serviços prestados pela recorrente estariam presentes no rol previsto no art. 219, do Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999; (ii) os funcionários da recorrente ficariam à disposição da TAM, seguindo suas ordens e orientações; (üi) a execução dos serviços seria em local indicado pela TAM; (iv) o pagamento em função da mão de obra oferecida. Conforme exposto, é inegável a natureza dos serviços prestados pela impugnante: serviço auxiliar de transporte aéreo. Não obstante, se demonstrará, até de forma redundante, quais os serviços prestados à TAM. De fato, a impugnante, entre 2002 e 2007, prestou serviços à TAM, sendo firmados vários contratos, anexos contratuais e aditivos, todos com o mesmo objeto: prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos. [...] Ponto comum em todos os trechos acima mencionados é a clara definição da natureza do serviço prestado: prestação de serviços auxiliares de transporte aéreo. Via de consequência, não há que se falar em cessão de mão de obra, como se alega no ato declaratório de exclusão. Fl. 364DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 365 12 Não obstante, cabe, nesse momento, analisar alguns aspectos que definitivamente comprovam que a impugnante não presta serviços de cessão de mão de obra e que afastam por completo as premissas fixadas na decisão recorrida [art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991]. [...] Por sua vez, o § 2º do art. 219, do Decreto n° 3048/992 (Regulamento da Previdência Social), ao arrolar as atividades prestadas mediante cessão de mão de obra, não menciona a prestação de serviços auxiliares de transporte aéreo. Assim, não restam dúvidas: a impugnante não presta atividade de cessão de mão de obra, haja vista que os serviços auxiliares de transporte aéreo se encontram no rol previsto no regulamento citado pela Lei! Acerca do rol de atividades constantes no § 2º , do art. 219, do Decreto n° 3.048/99, verificase o primeiro equívoco da decisão recorrida: alegase que, da leitura dos contratos, seria possível verificar que a recorrente praticaria atividades de limpeza, vigilância, empreitada e contratação de trabalho temporário. [...] O que se verifica, na verdade, é que a Delegacia de Julgamento, talvez na tentativa de enquadrar os serviços da recorrente em alguma das atividades previstas no Regulamento da Previdência Social, "dividiu" o serviço prestado pela Recorrente e, a partir dessa "divisão", imputou alguns serviços que se encontram presentes no rol do art. 219, do Regulamento. Todavia, é totalmente descabida a tentativa de enquadrar o serviço da recorrente como cessão de mão de obra. Finalmente, ainda que num esforço de interpretação, como o realizado pela decisão recorrida, tentese enquadrar o serviço prestado pela recorrente como cessão de mão de obra, chegarseá à conclusão definitiva de que os serviços prestados pela recorrente à TAM possuem natureza única e exclusiva de serviços auxiliares de transporte aéreo. [...] Inferese da decisão acima que o CARF, ao deliberar acerca da cessão de mão de obra, respondeu a determinadas questões, quais sejam: (i) há existência de subordinação entre os empregados "cedidos" e a contratante?; (ü) há continuidade do serviço prestado?; (iii) os pagamentos aos trabalhadores são realizados diretamente pela contratante? Neste particular, os contratos firmados pela impugnante com a TAM deixam claro que o gerenciamento dos empregados era de inteira responsabilidade da impugnante, não havendo qualquer tipo de subordinação entre os empregados e a tomadora do serviço. Nesse sentido, rezam as seguintes cláusulas do contrato firmado em 1º de setembro de 2005, cujos termos são repetidos nos demais: "OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA (...) d) contratar, por sua conta e risco, e após rigorosa seleção, funcionários devidamente habilitados para o desempenho das atividades pactuadas, os quais deverão ser devidamente registrados pela própria CONTRATADA, no ato de suas respectivas admissões (...) f) a CONTRATADA é a única responsável pelas obrigações trabalhistas, fundiárias, previdenciárias e securitárias, relativamente aos seus funcionários e demais trabalhadores envolvidos nos serviços contratados vinculados, direta ou indiretamente à CONTRATADA, devendo concluir os trabalhos de acordo com as normas técnicas e as de segurança de trabalho, higiene e medicina (...) Fl. 365DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 366 13 j) disponibilizar, exigir e fiscalizar a correta utilização por seus funcionários de todos os equipamentos de proteção individual EPI's necessários ao desempenho dos serviços contratados conforme disposições legais aplicáveis; k) disponibilizar, exigir e fiscalizar a correta utilização por seus funcionários de todos os uniformes de vestuário, calçados e crachás de identificação necessários ao desempenho dos serviços contratados ("Uniformes"), (...) l) disponibilizar, exigir e fiscalizar a correta utilização no Aeroporto por seus funcionários dos materiais necessários à prestação dos serviços contratados ("Materiais"), de acordo com as especificações contidas no manual da TAM, tais como: tapetes vermelhos, pedestais, cordas, guardachuvas, carrinhos de bebê, cadeira de rodas e totens de autoatendimento." Os trechos acima demonstram que a impugnante é responsável pela contratação, pagamento e fiscalização de seus empregados, não havendo qualquer participação da TAM nesse aspecto, o que afasta a hipótese de cessão de mão de obra. Portanto, não é outra a conclusão senão a de que a impugnante não exerce atividade de cessão de mão de obra, razão pela qual é manifestadamente ilegal sua exclusão do Simples, devendo ser reformada a decisão recorrida. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: Diante de todo o exposto, requerse: a) Seja anulada a decisão de Primeira Instância, pelas razões expostas no item II, 01, da presente; b) Seja deferida a realização de diligências junto à TAM LINHAS AÉREAS S/A, a fim de que esta seja intimada a apresentar, nos autos do processo administrativo fiscal, informações acerca da natureza dos serviços contratados junto à recorrente; c) a realização de diligências, mediante oitiva de prepostos da impugnante, a fim de que seja devidamente comprovada a natureza do serviço prestado pela recorrente à TAM; d) a realização de diligência com o fim de serem colhidas informações do contador Daneu Rossoni (CRC n° PR 015566/01), com escritório profissional na cidade de Londrina, Paraná, sito à Rua Senador Souza Naves, 289, 4o andar, sala 43/44, Ed. Euclides da Cunha, acerca das atividades prestadas pela recorrente; e) sejam recebidos e conhecidos eventuais documentos apresentados posteriormente, haja vista que a Recorrente, diante da antiguidade dos fatos tratados na presente, não conseguiu levantar em tempo hábil toda a documentação; f) seja deferida a intimação pessoal da recorrente, na pessoa de seu representante legal, por ocasião da inclusão na pauta de julgamento do Recurso Voluntário, a fim de que seja possibilitado à recorrente a realização de sustentação oral; Fl. 366DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 367 14 g) finalmente, seja dada procedência à presente manifestação, para o fim de anular os atos de exclusão da recorrente do SIMPLES, bem como todos os autos de infração lavrados em decorrência de sua ilegal exclusão do SIMPLES, quais sejam: 37.280.9677; 37.280.9669; 37.280.9650; 37.269.9375; 37.280.9553; 37.280.9561. A Recorrente apresenta a peça de fls. 329330 em argumenta: Tratase de manifestação de inconformidade apresentada em face de ato declaratório de exclusão do SIMPLES. Afirma a autoridade fiscal que a recorrente presta serviço de mãodeobra, o que justificaria sua exclusão do regime de tributação simplificada. Serve a presente petição para demonstrar que, em situações semelhantes [...], nas quais a recorrente prova que o objeto do serviço prestado é diverso de cessão de mãodeobra, este Conselho tem julgado como indevidas as exclusões do SIMPLES. [...] Requerse, portanto, sejam juntados os autos as decisões em anexo, as quais corroboram o recurso voluntário, o qual deve ser julgado procedente, pelas razões de fato e de direito lá expostas. Esse documento foi recebido como memoriais, nos termos do Despacho nº 027/2014 — 1º Seção/CARF, de 15.01.2014, fls. 351352. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Requerente requer que seja deferida a sustentação oral. Tendo como fundamento os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes há previsão de julgamento em segunda instância no CARF dos recursos que versem sobre aplicação da legislação referentes a tributos administrados pela RFB1. Em conformidade com as normas processuais, Na sessão, o julgamento de cada recuso é facultado à Recorrente ou ao seu representante legal fazer sustentação oral por quinze minutos, prorrogáveis por igual período. A pretensão aduzida pela defendente tem possibilidade jurídica, desde que observadas as formalidades legais. 1 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, art. 33 do Decreto nº 70.235, de 6 de maço de 1972, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e art. 55 e art. 58 do Regimento Interno do CARF. Fl. 367DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 368 15 A Recorrente pleiteia a intimação da Pauta de Julgamento. O Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, determina: Art. 55. A pauta da reunião indicará: I dia, hora e local de cada sessão de julgamento; II para cada processo: a) o nome do relator; b) o número do processo; e c) os nomes do interessado, do recorrente e do recorrido; e III nota explicativa de que os julgamentos adiados serão realizados independentemente de nova publicação. Parágrafo único. A pauta será publicada no Diário Oficial da União com 10 (dez) dias de antecedência e divulgada no sítio do CARF na Internet. Nesse sentido o pedido da Recorrente não pode ser deferido por falta de previsão legal. A Requerente solicita que seja intimada por meio do seu representante legal. Tendo como fundamento os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes há previsão de julgamento em segunda instância no CARF dos recursos que versem sobre aplicação da legislação referente a tributos administrados pela RFB2. O pressuposto é de que a intimação por via postal válida é feita, com prova de recebimento, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. Por esta razão é que a Recorrente deve ser notificada dos atos no seu domicílio fiscal. A pretensão aduzida pela defendente não tem possibilidade jurídica por não estar contemplada nas formalidades legais. No que se refere às alegações pertinentes aos Autos de Infração, temse que consta no Termo de Desapensação – Aviso nº 10163, fl. 59: Em 15/10/2010 faço desapensar do processo n° 16366.000105/200904 o(s) processo(s) de n°(s) 011634001059201065, 011634001060201090,011634001061201034, 011634001056201021, 011634001054201032, 011634001053201098, 011634001102201092 que passam a tramitar em separado. Nesse sentido, as razões da Recorrente devem ser analisados nos autos pertinentes. Por essa razão não tem cabimento examinar esses argumentos no presente processo. A Recorrente alega que os atos administrativos são nulos. 2 Fundamento legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, art. 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de maço de 1972 e art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 369 16 Cabe ao autoridade fiscal da RFB que jurisdiciona a Recorrente, no exercício da competência da RFB, proceder à exclusão de ofício da pessoa jurídica do Simples e do Simples Nacional no caso de verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória. Esta atribuição é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Nos casos em que dispuser de elementos suficientes à exclusão do Simples e do Simples Nacional podem ser lavrados os atos administrativos pertinentes que não prescindem da intimação válida para que se instaure o processo, vigorando na sua totalidade os direitos, deveres e ônus advindos da relação processual de modo a privilegiar as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes3. As manifestações unilaterais da RFB foram formalizadas por ato administrativo, como uma espécie de ato jurídico, deve estar revestido dos atributos que lhe conferem a presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade, ou seja, para que produza efeitos que vinculem o administrado deve ser emitido (a) por agente competente que o pratica dentro das suas atribuições legais, (b) com as formalidades indispensáveis à sua existência, (c) com objeto, cujo resultado está previsto em lei, (d) com os motivos, cuja matéria de fato ou de direito seja juridicamente adequada ao resultado obtido e (e) com a finalidade visando o propósito previsto na regra de competência do agente. Tratandose de ato vinculado, a Administração Pública tem o dever de motiválo no sentido de evidenciar sua expedição com os requisitos legais4. Os Atos Declaratórios de Exclusão foram lavrados pela autoridade fiscal da RFB que jurisdiciona a Recorrente, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário administrativo, em conformidade com o §3º do art. 15 da Lei nº 9317, de 05 de dezembro de 1996 e §5º do art. 29, art. 33 e art. 39 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Na Representação Fiscal, fls. 0205, está registrado: O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, no exercício de suas funções em relação à análise do processo administrativo n° 10930.002328/200889 (Restituição Assuntos Previdenciários), tendo verificado documentos que, em tese, configuram hipótese de vedação ou exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), prevista nos incisos XII, alínea "f”, do artigo 9º da Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1996, formaliza a presente Representação, que se faz acompanhar dos respectivos elementos de convicção. Dos Fatos O artigo 9º da Lei 9.317 de 05/12/96 determina na alínea “f” do seu inciso XII que não pode optar pelo Simples a pessoa jurídica que se dedique à locação de mão deobra. No processo constam cópias de notas fiscais indicadas a seguir (são relacionados os números e datas de emissão), emitidas em competências do período 3 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996 e Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 4 Fundamentação legal: art. 179 da Constituição Federal, art. 2º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965, § 2º do art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996. Fl. 369DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 370 17 de 01/04 a 02/07, para o estabelecimento de CNPJ 02.012.862/005633, localizado na R. Tenente João Mauricio de Medeiros 300, Aeroporto, Londrina, PR, do contratante TAM Linhas Aéreas S/A, de CNPJ 02.012.862/000160. Estas notas discriminam a prestação de serviços de: atendimento de rampa, atendimento ao passageiro, serviços de rampa, serviços de cargas (embarque e desembarque), serviços na sala vip, e serviços de rampa e manuseio no solo. [...] Cópias de folhas de pagamento dos meses de 01/04 a 05/04, 07/04 a 10/04, 07/05, 09/05 a 12/05, 01/06 a 03/06, 05/06, 09/06 a 12/06, 01/07, e 03/07, foram anexadas no processo. A folha de pagamento de 01/06, escolhida como exemplo, relaciona empregados nas seguintes funções: motorista, despachante de vôo/carga, auxiliar de serviços, atendente checkin, agente sala vip, auxiliar de limpeza, supervisor de carga, supervisor de aeroporto, agente de bagagem, e operador push back. A 5ª alteração do contrato social da Romero, de 11/06/04, que consolidou o mesmo, indica como objeto social a prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos nos aeroportos de acordo com a legislação de comando da aeronáutica. O código de CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas da empresa, indicado no cadastro do seu CNPJ, é o 5240199, referente às atividades auxiliares dos transportes aéreos, exceto operação dos aeroportos e campos de aterrissagem. Também constam no processo cópias dos contratos de prestação de serviços de 01/09/02 e 01/09/05, e do anexo contratual de 01/09/02, efetuados entre a Romero e a TAM. O contrato de 01/09/002 foi efetuado visando a prestação de serviços técnicos discriminados no item 1.2.1, e subitens, da NOSER (Norma de Serviço), IAC 2301 0899, que regulamentou a aplicação da Portaria 467/GM5, de 03/06/93. Esta IAC Instrução de Aviação Civil é intitulada de "execução de serviços auxiliares de transporte aéreo" (este é o tema tratado na Portatia 467). A cláusula 5ª deste contrato trata das obrigações da contratada, que incluem : b : "cumprir e fazer cumprir, rigorosamente e de forma precisa e imediata as normas de serviço emanadas e elaboradas " pela contratante, sob a forma de "manuais, circulares, comunicados e outros documentos internos, bem como as tabelas de tarifas e horários, e demais instruções expedidas pela administração" da contratante; d : contratar funcionários, mantendo "obrigatoriamente, uma equipe mínima que atenda às necessidades operacionais"; "manter a área onde os serviços serão prestados sempre em perfeitas condições de ordem, estética, higiene e segurança"; atender aos vôos da rede postal noturna; guardar quantias recebidas da contratante para pagamentos de responsabilidade da contratante "tais como hotéis, transporte de tripulantes, etc"; franquear aos funcionários da contratante, o acesso à loja ou balcão do aeroporto; Fl. 370DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 371 18 "manter um quadro de funcionários a postos para a prestação dos serviços ora pactuados 90 minutos antes dos horários previstos para a partida ou chegada das aeronaves" da contratante, "permanecendo no local após a decolagem das mesmas, até que essas aeronaves tenham plenas condições de pouso na próxima escala"; "comunicarse com a base da escala seguinte a cada vôo" da contratante, informando diversos dados sobre a aeronave que decolou, nos termos dos manuais da contratante, no máximo em 5 minutos após a decolagem; "comunicarse com a coordenação de vôos" da contratante, em São Paulo, no máximo em 10 minutos após a decolagem, informando os dados sobre a aeronave, cumprindo as determinações dos manuais; A cláusula 6ª relaciona as obrigações da contratante, como por exemplo: fornecer à contratada, gratuitamente, seus "impressos, formulários e demais papéis administrativos internos, em modelos próprios"; e fornecer à contratada, para uso de seus funcionários "uniformes padrão da empresa". A cláusula 7 ª intitulada "Do acompanhamento dos serviços", especifica no item 7.1 que a contratante pode a qualquer tempo designar "fiscais, inspetores ou auditores" para "acompanhar, examinar, fiscalizar, inspecionar ou auditar" os trabalhos da contratada, e no item 7.1, §1°, determina que a contratada deve sar qualquer irregularidade "de pronto". O contrato de 01/09/05 é análogo ao contrato de 01/09/02, indicando como objeto os serviços no aeroporto de Londrina, mediante a formalização de anexos de serviços : não constam cópias destes anexos no processo. Na cláusula 1.1.1 deste contrato é afirmado que a contratada tem conhecimento de que as empresas de transporte aéreo constituem elos do Sistema de Aviação Civil, e as normas da TAM devem ser integralmente cumpridas pela contratada. [...] Na cláusula 3, dentre as obrigações da TAM, é indicado o fornecimento de uniformes, materiais, formulários e impressos padronizados. Constam também neste contrato as cláusulas 10.1 e 10.2, análogas às cláusulas 7.1 e 7.1, §1°, do contrato anterior. E na cláusula 14.1 é afirmado que a contratada poderá usar o nome comercial e as marcas da TAM. Estes documentos mostram claramente que existe a locação de mãodeobra de funcionários da Romero para a TAM, com a colocação de trabalhadores à disposição permanente da contratante, em atividade contínua, no estabelecimento desta ou de terceiros. Portanto, é necessário verificar se a empresa deveria ter permanecido como optante do Simples desde 15/01/98, quando foi cadastrada, até a implantação do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006. Para determinar o momento inicial de ocorrência da situação excludente devem ser analisados outros documentos relativos ao período de atividade da empresa antes de 05/01/04. A autoridade tributária tem o direito de examinar a escrituração e os documentos comprobatórios dos lançamentos nela efetuados e a pessoa jurídica tem o dever de exibilos e conserválos até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das Fl. 371DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 372 19 operações a que se refiram, bem como de prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos5. As Autoridade Fiscais agiram em cumprimento com o dever de ofício com zelo e dedicação as atribuições do cargo, observando as normas legais e regulamentares e justificando o processo de execução do serviço, bem como obedecendo aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 6 A decisão de primeira instância está motivada de forma explícita, clara e congruente e da qual a pessoa jurídica foi regularmente cientificada. Ainda, na apreciação da prova, a autoridade julgadora formou livremente sua convicção, em conformidade do princípio da persuasão racional7. Assim, os Atos Declaratórios de Exclusão, fls. 5253 e o Acórdão da 2ª TURMA/DRJ/CTA/PR nº 0629.892, de 14.01.2011, fls. 293303, contêm todos os requisitos legais, o que lhes conferem existência, validade e eficácia. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos no processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos, em observância às garantias ao devido processo legal. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos de ofício. A tese protetora exposta ela defendente, assim sendo, não está demonstrada. A Recorrente solicita a realização de todos os meios de prova. Sobre a matéria, vale esclarecer que no presente caso se aplicam as disposições do processo administrativo fiscal que estabelece que a peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses e instruída com os todos documentos em que se fundamentar, precluindo o direito de a Recorrente praticar este ato e apresentar novas razões em outro momento processual, salvo a ocorrência de quaisquer das circunstâncias ali previstas, tais como fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos8. Embora lhe fossem oferecidas várias oportunidades no curso do processo a Recorrente não apresentou a comprovação inequívoca de quaisquer fatos que tenham correlação com as situações excepcionadas pela legislação de regência. A realização desses meios probantes é prescindível, uma vez que os elementos probatórios produzidos por meios lícitos constantes nos autos são suficientes para a solução do litígio. A justificativa arguida pela defendente, por essa razão, não se comprova. A Recorrente discorda do procedimento fiscal. 5 Fundamentação legal: art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, art. 59 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e art. 2º e art. 4º da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999. 6 Fundamentação legal: art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 21 de janeiro de 1999 e art. 37 da Constituição Federal. 7 Fundamentação legal: art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. 8 Fundamentação legal: art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 372DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 373 20 O tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aplicável às microempresas e às empresas de pequeno porte relativo aos impostos e às contribuições estabelecido em cumprimento ao que determina o disposto no art. 179 da Constituição Federal de 1988 pode ser usufruído desde que as condições legais sejam preenchidas. A Lei nº 9.317, 05 de dezembro de 1996, que instituiu o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples, fixa: Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica:[...] XII que realize operações relativas a: [...] f) prestação de serviço de vigilância, limpeza, conservação e locação de mãodeobra; A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que instituiu o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional, prevê: Art.17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: [...] XII que realize cessão ou locação de mãodeobra; Para elucidar, cabe mencionar excertos da Lei nº 8.212, de 1991, que dispõe: Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5° do art. 33 desta Lei. [...] § 3ª Para os fins desta Lei, entendese como cessão de mãode obra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividadefim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. § 4º Enquadramse, na situação prevista no parágrafo anterior, além de outros estabelecidos em regulamento, os seguintes serviços: I limpeza, conservação e zeladoria; II vigilância e segurança; III empreitada de mãodeobra; Fl. 373DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 374 21 IV contratação de trabalho temporário na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974. Atinente à realização de operações relativas à locação de mãodeobra, o seu pressuposto básico é a utilização do trabalho alheio. A empresa fornecedora pode se limitar ao fornecimento da mão de obra e assumir a obrigação de contratar os trabalhadores, sob sua exclusiva responsabilidade do ponto de vista jurídico. Dessa forma, tornase a responsável pelo vínculo empregatício e pela prestação dos serviços, muito embora os trabalhadores sejam colocados à disposição da contratante, que detém o comando das tarefas, fornece os equipamentos, bem como fiscaliza a execução e o andamento dos serviços. Há ainda as operações nas quais o objeto contratado identificase com a apresentação de um resultado. A empresa contratada associase com a finalidade de apresentar um resultado específico, obra ou serviço. Ela obrigase a fazer alguma coisa para uso ou proveito da contratante, fica responsável pelo fornecimento da mãodeobra necessária à produção desta coisa, objeto da contratação, assume o ônus relativo à fiscalização, orientação e planejamento dos trabalhos, e também a gestão do risco de apresentação do resultado, que pode ser uma obra completa ou a prestação de um serviço, ambos perfeitamente identificados como produto final. Se o recurso fornecido pela contratada é exclusivamente a mãodeobra, esta modalidade de contratação também é impeditiva da inscrição nos sistemáticas. Outra possibilidade reúne a colocação da mãodeobra à disposição da contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, para a realização de serviços em condições de continuidade e habitualidade. Tem cabimento a aplicação subsidiaria da Consolidação das Leis do Trabalho que determina: Art. 2º Considerase empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. [...] Art. 3º Considerase empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Neste sentido, os sujeitos do contrato de trabalho são: o empregador que assume o risco da atividade econômica, ou seja, não pode transferir os custos decorrentes do empreendimento, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços, bem como detém o poder de direção, organização, fiscalização, regulação, controle e disciplina advindos da relação jurídica com seus empregados; o empregado é a pessoa física que realiza pessoalmente a operação relativa à prestação de serviços, com habitualidade, subordinação e mediante contraprestação. Assim, podese inferir que a pessoa jurídica que não assume o risco da atividade econômica, ou seja, transfere os custos decorrentes do empreendimento realiza operação relativa à locação de mãodeobra. Fl. 374DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 375 22 Consta no Contrato Social, fls. 0611: “exploração no ramo de prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos nos aeroportos de acordo com a legislação do Comando da Aeronáutica”. O código de CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas de nº 5240199, referese a atividades auxiliares dos transportes aéreos, exceto operação dos aeroportos e campos de aterrissagem. Nos Contratos de Prestação de Serviços, fls. 1237, avençados com a TAM Linhas Aéreas S/A/Contratante, em que a Recorrente/Contratada, está assinalado: Cláusula 1ª Do Objeto 1.1 Constitui objeto do presente instrumento a prestação dos serviços técnicos operacionais discriminados no item 1.2.1, e respectivos sub itens, da NOSER, IAC 2301 0899, que regulamentou a aplicação da Portaria 467/GM5, datada de 03 de junho de 1993, pela CONTRATADA à CONTRATANTE e suas coligadas ou afiliadas que com ela transacionem ou venham a transacionar, no Aeroporto de Londrina/PR. [...] Cláusula 5ª Das obrigações e responsabilidades do CONTRATADA. 5 Constituem, dentre outras, obrigações e responsabilidades da CONTRATADA: a) atender aos requisitos técnicos estabelecidos pelo Departamento de Aviação Civil DAC, no que concerne a equipamentos, treinamento de pessoal e procedimentos, devendo ter capacitação técnica que garanta o perfeito cumprimento dos serviços ora avençados, nos termos da legislação pertinente. b) cumprir e fazer cumprir, rigorosamente e de forma precisa e imediata as normas de serviço emanadas e elaboradas pela CONTRATANTE, sob forma de manuais, circulares, comunicados e outros documentos internos, bem como as tabelas de tarifas e horários, e demais instruções expedidas pela administração da CONTRATANTE; c) cumprir e fazer cumprir, rigorosamente e de forma precisa e imediata as determinações dos órgãos governamentais competentes, relativas à aviação,civil.; d) contratar, por sua conta e risco, e após rigorosa seleção, funcionários devidamente habilitados para o desempenho das atividades ora pactuadas, os quais deverão ser legalmente registrados pela própria CONTRATADA, no ato das respectivas admissões, mantendo, obrigatoriamente, uma equipe mínima que atenda às necessidades operacionais, observando que o exercício de cargos técnicos deve ser efetuado, exclusivamente, por pessoal competente, com experiência comprovada, não sendo tolerados erros por negligência, imperícia ou imprudência. Caso a CONTRATADA venha a constatar que o funcionário não está apto a exercer a função da qual está'investido, deve imediatamente providenciar sua substituição. e) responsabilizarse por todo e qualquer dano ou prejuízo que seus funcionários ou terceiros, agindo sob sua supervisão e/ou responsabilidade, causem à CONTRATANTE ou a terceiros. f) responsabilizarse integralmente pelo cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária, fiscal e social de seus funcionários, efetuando os Fl. 375DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 376 23 respectivos recolhimentos nas datas e formas determinadas pelas autoridades competentes; g) manter indene a CONTRATANTE com relação a qualquer reclamação trabalhista movida por seus funcionários contra a CONTRATANTE, seja esta julgada procedente ou não, bem assim com relação a qualquer reclamação de terceiros, relativas às suas atividades, arcando, em qualquer caso, com todos os ônus e custas do processo e de eventual condenação, mesmo que em nome da CONTRATANTE. h) manter a área onde os serviços serão prestados sempre em perfeitas condições de ordem, estética, higiene e segurança. i) remeter ao Controle de Receita da CONTRATANTE, toda a documentação contábil pertinente, a qual será recebida mediante protocolo, para conferência e pagamento da remuneração respectiva. j) responsabilizarse pelo pagamento de todas as despesas de pessoal, locação ou manutenção de equipamentos, limpeza e conservação, tarifas de dados, sistema automatizado arrendamento de lojas no aeroporto, manutenção predial, manutenção da boa aparência visual do material de rampa públicas de água, esgoto, luz, gás, telex, telefone, terminais de reservas, materiais de escritório, cópias, correios, treinamentos, despesas de viagens, propaganda, seguros, impostos, serviços de proteção ao crédito, serviço local de contabilidade e, ainda, todas e quaisquer despesas inerentes ao funcionamento e manutenção dos serviços ora contratados. k) requisitar da CONTRATANTE os valores apurados para as despesas discriminadas no item " j " acima, com a antecedência devida, ressaltando que tendo em vista que tais despesas são de responsabilidade da CONTRATADA, a CONTRATANTE procederá ao desconto das mesmas, do valor da remuneração devida no mesmo mês. i) especificar, em correspondência dirigida à CONTRATANTE, todas as despesas relativas ao desgaste por uso normal de materiais e equipamentos utilizados para a prestação dos serviços avençados,, solicitando o respectivo reembolso, caso fique constatado que tais despesas deverão ser suportadas pela CONTRATANTE. m) atender aos vôos da Rede Postal Noturna, quando solicitado pela CONTRATANTE, nas condições que forem estabelecidas em termo aditivo a este instrumento, que deverá ser assinado e rubricado.pelas partes. n) remeter nos prazos, estabelecidos, ao Departamento de Controle de Receita da CONTRATANTE, todos os comprovantes das despesas efetuadas, desde que tais despesas sejam previamente autorizadas e aceitas pela CONTRATANTE. o) guardar as quantias recebidas da CONTRATANTE para efetivação dos pagamentos correspondentes, de responsabilidade direta da CONTRATANTE (tais como hotéis, transporte de tripulantes, etc), no dia do vencimento dos mesmos, enviando os respectivos comprovante devidamente quitados, à tesouraria da CONTRATANTE, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas após esses pagamentos, impreterivelmente. p) franquear aos funcionários da CONTRATANTE, especialmente designados, o acesso à loja ou balcão do aeroporto, bem como a utilização dos equipamentos ou facilidades existentes, inclusive aqueles do Comando da Aeronáutica ou do gestor do(s) aeroporto(s) situado(s) na área de atuação da Fl. 376DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 377 24 CONTRATADA que, eventualmente, guarneçam as instalações aeroportuárias ocupadas pela CONTRATADA. q) manter um quadro de funcionários a postos para a prestação dos serviços ora pactuados 90 (noventa) minutos antes dos horários previstos para a partida ou chegada das aeronaves da CONTRATANTE e de suas coligadas ou afiliadas, que com ela transacionem ou venham a transacionar, permanecendo no local após a decolagem das mesmas, até que essas aeronaves tenham plenas condições de pouso na próxima escala ou destino, devendo, outrossim, lá permanecer no mínimo 30 (trinta) minutos após a decolagem. r) comunicarse com a base da escala seguinte a cada vôo da CONTRATANTE e de suas coligadas'e afiliadas; ou de suas “congêneres," que:'com pia transacionem ou venham a transacionar, até 05 (cinco) minutos, no máximo, após a respectiva decolagem, informando o número de passageiros a bordo e respectivos destinos, bem como o peso total da bagagem, da carga e da localização das mesmas nos porões da aeronave e demais ocorrências relativas àquela operação, nos termos dos manuais da CONTRATANTE, que a CONTRATADA declara conhecer e aceitar. s) comunicarse com a Coordenação de Vôos da CONTRATANTE, em São Paulo, até 10 (dez) minutos, np,máximo, após a decolagem de cada vôo, informando o horário do pouso e da decolagem daquele vôo, o movimento de desembarque, embarque e trânsito de passageiros, bem como, os motivos de eventuais atrasos! e demais ocorrências relativas àquela operação, cumprindo as determinações dos manuais correspondentes, que a CONTRATADA declara conhecer e aceitar. [...] Cláusula 9ª Das conseqüências do término ou da, rescisão do contrato. 9.1 Ao término ou na rescisão do presente contrato, a CONTRATADA se obriga, no momento e,no prazo determinado pela CONTRATANTE, a desocupar o imóvel ou o local onde até então exerceu suas atividades como prestador de serviços da CONTRATANTE, restituindoo em perfeito estado de conservação e funcionamento e responsabilizandose, ainda, por todos e quaisquer danos que venham a ser Constatados no mesmo. Obrigase também, a restituir à CONTRATANTE todas as instalações, móveis, utensílios, aparelhos de telecomunicações :e outros, de propriedade da CONTRATANTE, do Comando da Aeronáutica ou do gestor do(s) aeroporto(s) situado(s) na área de atuação da CONTRATADA, que até então vinha utilizando, e em nome da CONTRATANTE, em perfeitas condições.de uso, conservação e funcionamento, respondendo, ainda, por todas as despesas que:se fizerem necessárias para eventuais reparos ou reposições dos mesmos. § 1º No.caso de término ou rescisão deste instrumento, a CONTRATADA se obriga, ainda, a proceder à entrega dos documentos de identificação (crachás), uniformes, cartões de visita, impressos de qualquer origem, bem como, as vias de arquivo dos. documentos de interesse responsabilidade da CONTRATANTE, ainda que de emissão do CONTRATADA. § 2º Qualquer que seja o motivo da rescisão deste contrato, não cabe a CONTRATADA direito algum de retenção, seja a que título for, sobre o imóvel, bens, utensílios e,equipamentos sob sua guarda, ficando expressamente ajustado que, na hipótese de não devolução dos mesmos, a CONTRATANTE ingressará com a competente ação de reintegração de posse. [...] Cláusula 11 Condições gerais [...] Fl. 377DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 378 25 d) A CONTRATADA é nomeado, neste ato, "fiel depositário" dos bens e equipamentos da CONTRATANTE e daqueles do Ministério da Aeronáutica ou do gestor do aeroporto situado na zona de prestação de serviços da CONTRATADA, e dós quais o mesmo faça uso. Ainda nos Contratos de Prestação de Serviços, fls. 135163 e 243266, pactuados com a TAM Linhas Aéreas S/A/Contratante, em que a Recorrente/Contratada, está fixado: IV COMODATO E CESSÃO 4.1. A TAM poderá fornecer à CONTRATADA, em regime de comodato, parte ou a totalidade dos equipamentos, móveis, veículos, materiais e Kits de Sistemas necessários ao cumprimento dos serviços ora pactuados, ficando a CONTRATADA, neste caso, nomeada fiel depositária dos mesmos, respondendo pela sua guarda, conservação e utilização até efetiva devolução, nos termos das leis ^aplicáveis, não podendo cedêlos a terceiros ou utilizálos para a prestação de serviços que não estiverem especificados nos Anexos. 4.2. Ao término ou na rescisão do presente contrato, por qualquer motivo, a CONTRATADA deverá devolver todos os bens fornecidos pela TAM, sendo que os mesmos deverão estar em'perfeito estado de limpeza e conservação. Caso isto não ocorra, a TAM poderá recuperar os bens e abater os gastos e custos com a recuperação de eventuais créditos da CONTRATADA. V. PROGRAMAS DE COMPUTADOR E SISTEMAS 5.1. Pelo presente instrumento, a TAM concede a CONTRATADA uma licença, gratuita e não exclusiva, de uso dos programas de computador ("softwares") e sistemas de propriedade ou para os quais a TAM possui licença de uso, para compor um sistema operacional ("Sistemas"), para um número ilimitado de usuários. 5.2. O licenciamento de uso concedido neste acordo confere a CONTRATADA o direito de uso •intransferível e não exclusivo dos Sistemas pelo prazo de vigência do Contrato. A CONTRATADA poderá utilizar os Sistemas tão somente para a realização das atividades inerentes ao presente Contrato. 5.3. Para o uso dos Sistemas, o funcionário da CONTRATADA receberá da TAM uma senha pessoal e intransferível, a qual permitirá identificálo a qualquer tempo, em qualquer ação praticada ou negócios concluídos por meio dos Sistemas (a "Senha"). A CONTRATADA não permitirá a qualquer outra pessoa, física ou jurídica, utilizar os Sistemas, seja em serviço de tempo compartilhado, serviço remoto ou outro arranjo de múltiplos usuários. 5.4 A CONTRATADA será a única responsável pelo uso dos Sistemas com a aposição de sua Senha, responsabilizandose perante a TAM e perante terceiros por todos os danos e prejuízos a que der causa, mediante a utilização dos Sistemas, devendo indenizar a parte prejudicada pelas perdas e danos decorrentes do uso indevido ou impróprio dos Sistemas por si, seus empregados e prepostos 5.5 A CONTRATADA identificará a propriedade dá TAM em todas cópias dos Sistemas e deverá mantém um registro preciso da localização de cada uma dessas cópias. A CONTRATADA não poderá copiar, traduzir, modificar, adaptar, descompilar, desmontar ou usar engenharia reversa nos Sistemas. Em nenhuma circunstância a CONTRATADA poderá desativar os códigos de segurança relacionados. Fl. 378DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 379 26 5.6 A TAM não será responsável por eventuais prejuízos, diretos ou indiretos, incidentais ou acidentais, perda de receitas, lucros cessantes, juros de mora, multas de qualquer espécie, incorreção de dados ou resultados, oriundos do uso indevido dos Sistemas pela CONTRATADA, seus empregados ou prepostos. VI. ADMINISTRAÇÃO DO RELACIONAMENTO 6.1. Executivo da CONTRATADA: Durante o prazo deste Contrato, a Contratada irá designar uma pessoa que será responsável prioritariamente pela administração do relacionamento da CONTRATADA com a TAM (o "Executivo da CONTRATADA"). O Executivo da CONTRATADA será (a) um profissional que seja aceitável para a TAM, (b) será o principal contato para a TAM com referência a todos os assuntos pertinentes a este Contrato, (c) terá responsabilidade integral por administrar e coordenar as atividades desenvolvidas, (d) irá reunirse regularmente com o Contato TAM, e (e) terá poder e autoridade para decidir sobre as ações a serem tomadas pela CONTRATADA no curso ordinário da administração da rotina do relacionamento das Partes, de acordo com este Contrato. A CONTRATADA, mediante solicitação por escrito da TAM, deverá substituir o Executivo da CONTRATADA por um outro profissional que seja aceitável para a TAM. O Executivo da CONTRATADA poderá designar por escrito um número razoável de auxiliares, sob a sua direção, para serem os Interlocutores da CONTRATADA com referência a assuntos de competência específica relacionados com este Contrato e cada um dos Anexos. 6.2 Contato TAM: Durante o prazo deste Contrato, a TAM irá manter uma pessoa autorizada a atuar como o principal contato da TAM para a CONTRATADA e que terá poder e autoridade para decidir sobre as ações a serem tomadas pela TAM, com referência a todos os assuntos pertinentes a este Contrato (o "Contato TAM"). A TAM poderá designar por escrito um número razoável de auxiliares, sob a sua direção, para serem os interlocutores da TAM com referência a assuntos de competência específica relacionados com este Contrato e cada um dos Anexos. Assim, os funcionários da Contratada devem participar de programas de treinamentos e usar uniformes nos termos das normas e manual da Contratante, utilizar materiais e equipamentos deve ser de acordo com manuais também da Contratada, que fornece os equipamentos das estações de trabalho. Nas Notas Fiscais de Prestação de Serviços, fls. 3847, consta: “atendimento de rampa e manuseio no solo”, “serviços de atendimento a passageiro”, “serviços prestados de cargas” e “serviços prestados na sala vip”. Os documentos constantes nos autos evidenciam que a Recorrente realiza operação relativa à locação de mão de obra, uma vez que não assume o risco e não se responsabiliza pela atividade econômica, ou seja, transfere os custos decorrentes do empreendimento com utilização dos equipamentos da Contratante. Ademais, a alínea “f” do inciso XII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996 e o inciso XII do art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, vedam expressamente a opção para o Simples e para o Simples Nacional, respectivamente, da pessoa jurídica que realiza operação de locação de mão de obra. Esse regramento específico deve prevalecer para fins tributários, tendo em vista o art. 2º do Decreto lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). Fl. 379DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 380 27 Não há que se falar em descaracterização do negócio jurídico, mas sim, a constatação da realidade dos fatos provenientes do Contratos de Prestação de Serviços. De forma diversa do entendimento da Recorrente, o objeto desses pactos está expressa de forma clara precisa e congruente. Na prestação de serviços auxiliares de transportes aéreos que a Recorrente realiza compreende unicamente a locação de mão de obra. O fato de a atividade econômica ser regulamentada especificamente por órgão governamental não lhe retira a natureza jurídica de locação de mão de obra. A sua responsabilidade restringese à mão de obra para realização da operação pactuada com a Contratante. Restou caracterizada, de forma inequívoca, a situação excludente descrita expressamente nos atos declaratórios, ou seja, que a Recorrente realiza operação de locação de mãodeobra. A dedução esclarecida pela defendente, então, não está evidenciada. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados pela Recorrente, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso9. Além disso, os atos normativos que não estejam abrangidos pela legislação tributária podem ser adotados subsidiariamente, tendo prevalência a observância da lei especial fiscal, nos termos do art. 2º da Lei nº 4.657, de 04 de setembro de 1942, denominada Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. Atinente aos princípios constitucionais que a Recorrente aduz que supostamente foram violados, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade10. Temse que nos estritos termos legais o procedimento fiscal está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 41 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de julho de 2009). A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 9 Fundamentação legal: art. 100 do Código Tributário Nacional e art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 10 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e Súmula CARF nº 2. Fl. 380DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 16366.000105/200904 Acórdão n.º 1803002.381 S1TE03 Fl. 381 28 Fl. 381DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
score : 1.0
Numero do processo: 10950.004720/2010-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/08/2005 a 31/12/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. O Prazo legal para interposição de recurso voluntário é de 30 (trinta) dias contados a partir da ciência do julgamento de primeira instância, conforme preconiza o art. 33 do Decreto 70.235/72.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-004.357
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário por intempestividade.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/08/2005 a 31/12/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. O Prazo legal para interposição de recurso voluntário é de 30 (trinta) dias contados a partir da ciência do julgamento de primeira instância, conforme preconiza o art. 33 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário por intempestividade. Júlio César Vieira Gomes - Presidente Lourenço Ferreira do Prado - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
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FATOS GERADORES Recorrente MUNICÍPIO DE MOREIRA SALLES PREFEITURA MUNICIPAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2005 a 31/12/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. O Prazo legal para interposição de recurso voluntário é de 30 (trinta) dias contados a partir da ciência do julgamento de primeira instância, conforme preconiza o art. 33 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário por intempestividade. Júlio César Vieira Gomes Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 47 20 /2 01 0- 49 Fl. 57DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 27/11/20 14 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por MUNICÍPIO DE MOREIRA SALLES, em face do acórdão que manteve integralmente o AI 37.252.5830, lavrado para a cobrança de multa por ter a recorrente deixado de informar em GFIP fatos geradores de contribuições previdenciárias, incidentes sobre pagamentos efetuados a contribuintes individuais. Consta do relatório fiscal que o levantamento foi realizado através dos dados contábeis, através de relatórios de empenhos emitidos, fornecidos pelo contribuinte em arquivo digital. O lançamento compreende as competências de 08/2005 a 12/2008, tendo sido o contribuinte cientificado do relatório fiscal aditivo em 09/07/2010 (fls. 01). Devidamente intimado do julgamento da DRJ em primeira instância, a recorrente interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta: 1. a ausência do MPF a justificar a ação fiscal; 2. A multa aplicada é desproporcional, confiscatória, extrapola os limites da razoabilidade e desvirtua sua finalidade. Cita o artigo 150, inciso IV, da Constituição Federal. Processado o recurso sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 27/11/20 14 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10950.004720/201049 Acórdão n.º 2402004.357 S2C4T2 Fl. 53 3 Voto Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, Relator CONHECIMENTO Da análise dos autos, verifico que a recorrente fora intimada do v. acórdão de primeira instância na data de 17/02/2014 (sextafeira), conforme AR de fls. 143. Dessa forma, o prazo recursal de 30 (trinta) dias teve início na data de 20/02/2012 (segundafeira). Logo, o termo final do prazo recursal deuse em 20/03/2012 (terçafeira). Tendo em vista que o recurso foi protocolado na data de 21/03/2012 (fls. 144), o mesmo é intempestivo. Ante todo o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 27/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 27/11/20 14 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10580.010075/2003-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1999
COMPENSAÇÃO DE BASES DE CALCULO NEGATIVAS.
A partir do Ano-calendário de 1995, a compensação de bases de cálculo negativas não poderá exceder a 30% (trinta por cento) da base de cálculo apurada em cada período -base.
RECONHECIMENTO DE RECEITA. REGIME DE COMPETÊNCIA.
0 estorno de lançamento contábil relativo ao reconhecimento de receita, em virtude de desobediência ao regime de competência, somente poderá ser autorizado, caso a referida receita venha, efetivamente, a ser tributada no período -base em que foi auferida.
Numero da decisão: 1302-001.475
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Guilherme Pollastri Gomes da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo e Alberto Pinto Souza Junior. Ausência momentânea dos conselheiros Marcio Rodrigo Frizzo e Helio Eduardo de Paiva Araújo.
Nome do relator: GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA
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A partir do Anocalendário de 1995, a compensação de bases de cálculo negativas não poderá exceder a 30% (trinta por cento) da base de cálculo apurada em cada período base. RECONHECIMENTO DE RECEITA. REGIME DE COMPETÊNCIA. 0 estorno de lançamento contábil relativo ao reconhecimento de receita, em virtude de desobediência ao regime de competência, somente poderá ser autorizado, caso a referida receita venha, efetivamente, a ser tributada no período base em que foi auferida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Helio Eduardo de Paiva Araujo e Alberto Pinto Souza Junior. Ausência momentânea dos conselheiros Marcio Rodrigo Frizzo e Helio Eduardo de Paiva Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 01 00 75 /2 00 3- 20 Fl. 75DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Trata o processo de Auto de Infração, referente ao anocalendário de 1999, de CSLL no valor de R$ 153.535,89, acrescido das cominações pertinentes, proveniente da glosa da compensação indevida de bases de cálculo negativas da CSLL, apuradas em períodosbase anteriores, tendo em vista a inobservância do limite máximo de compensação de 30%. No Termo de Verificação Fiscal, à fl. 07, o agente fiscal declara, em síntese: que iniciada a fiscalização, a contribuinte foi intimada a informar o motivo das divergências encontradas na DIPJ/2000, anocalendário de 1999, nas linhas 10/34 (Compensação de prejuízos fiscais de períodos–base anteriores) e 30/22 (Compensação de base de cálculo negativa da CSLL de períodos anteriores), e não respondeu. que o artigo 15 e 16 da Lei n° 9.065/95 limita a compensação de prejuízos anteriores, no máximo, a 30% do lucro liquido ajustado pelas adições e exclusões. que a fiscalização então reduziu os valores compensados ao máximo permitido na lei e a compensação de prejuízos fiscais passou de R$2.626.365,84 para R$787.909,75, e a compensação de bases negativas da CSLL passou de R$2.741.712,46 para R$822.513,73, o que resultou em lançamento de oficio do IRPJ e da CSLL, com multa de 75%. A contribuinte apresentou impugnação, alegando, em resumo, o seguinte: que diferentemente do que afirma a fiscalização, respondeu ao Termo de Intimação de 04/08/2003, conforme petição de 15/09/2003 (doc.03) esclareceu que não há que se falar em compensação indevida de bases negativas da CSLL em razão de não ter auferido lucro naquele ano. que a autuação é improcedente, em razão da existência de decisão no processo administrativo n° 10580.010483/0077, da DRJ/SDR, que alterou os lançamentos contábeis da Impugnante. que entenderam os auditores, naquele processo, que a Interessada tinha reduzido indevidamente o lucro líquido pelos seguintes fatos: a) não oferecimento a tributação do chamado "créditoprêmio IPI", objeto de ação judicial, que havia sido contabilizado pela contribuinte, nos períodosbase de 1995 e 1999, na conta “Receitas Incentivadas”, integrante do grupo “Resultado de Exercícios Futuros”; b) não oferecimento a tributação de créditos discutidos em ação judicial de repetição de indébito, relativos a majoração da alíquota da Contribuição do Finsocial, contabilizados pela Contribuinte, no períodobase de 1995, na conta “Outras Receitas Operacionais a Vencer”, integrante do grupo “Resultado de Exercícios Futuros”. que entenderam os fiscais que a receita originária do créditoprêmio IPI deveria ter sido incluída na Demonstração de Resultado do Exercício dos anoscalendários de 1995 à 1999, e a receita relativa à restituição do Finsocial em 1995. que ofereceu defesa contra aquele Auto de Infração e a DRJ/Salvador decidiu, por unanimidade, considerar improcedentes os lançamentos, alegando o seguinte: "Em face do conteúdo do lançamento de oficio e da impugnação, destacamse no processo em exame dois pontos fulcrais. 0 primeiro deles Fl. 76DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 230 3 consiste no tratamento fiscal a ser fornecido ao créditoprêmio de IPI, no tocante base de cálculo do IRPJ. Ou seja, se o créditoprêmio de IPI estaria também beneficiado com a nãoincidência do IRPJ, como o resultado obtido com a exportação. A conclusão pela tributabilidade do crédito resvala no segundo ponto a ser elucidado: qual o momento de realização da receita, para efeito de incidência do IRPJ e demais tributos. A autoridade fiscal entende que a receita de créditosprêmio deveria ter sido incluída na Demonstração do Resultado do Exercício dos anos calendário de 1995 e 1999 , e a receita referente à restituição do Finsocial, na Demonstração do Resultado do Exercício de 1999. Alega que a contribuinte procedeu errado ao registrar os créditos em "Resultados do Exercícios Futuros", quando pelo regime de competência deveria ter registrado os créditos como receita e os tributado normalmente, dado que transitaram em julgado sentenças que favoreciam a Econtrading S/A, concernentes aos créditos referidos. Analisando os documentos contidos nos autos, em especial o Livro Razão Auxiliar, verificase que em julho de 1995 a empresa reconheceu parte do créditoprêmio do IPI discutido em ação judicial, no valor de R$4.916.600,00 (quatro milhões, novecentos e dezesseis mil e seiscentos reais), o qual, desde então, passou a ser utilizado para compensações para pagamentos de tributos diversos. 0 mesmo ocorre quanto ao crédito relativo ao Finsocial, registrado em julho de 1995. Em novembro de 1999, a contribuinte reconhece outra parte do créditoprêmio IPI, no valor de R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais), passando a utilizála para quitação de tributos. Na impugnação, aduzse que a realização das receitas cabe se dar no momento em que a compensação dos créditos com as obrigações registradas no passivo for efetivada. Segundo o entendimento administrativo, o momento de realização da receita de créditos submetidos a evento futuro, de resultado incerto, como é o caso daqueles créditos discutidos em juizo, consiste no momento em que o bem se torne disponível, conforme dispõe o Parecer Normativo CST n. 11, de 28 de janeiro de 1976. Observese que no momento em que se obtém sentença favorável transitada em julgado, conforme se comprova neste caso, a litigante (contribuinte) vê o bem objeto do litígio incorporarse ao seu patrimônio. Logo havendo decisão que confere a disponibilidade do crédito, transitada em julgado em 11 de junho de 1991, conforme fls. 125, a receita deve ser apropriada nessa mesma data, em razão do que é equivocado o lançamento que a tributou no períodobase de 1995." que pela decisão da DRJ, nem a Impugnante nem os auditores tinham razão, já que o entendimento foi no sentido de que a receita relativa ao créditopremio IPI deveria ter sido realizada no ano de 1991, quando do trânsito em julgado da sentença que reconheceu o direito ao crédito. que em obediência ao Acórdão, ouve repercussão da reclassificação contábil. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 4 que a Impugnante num primeiro momento (nos anos de 1995 a 1999) contabilizou os valores questionados, debitando na conta "créditoprêmio exportação" (Ativo Realizável a Longo Prazo) e creditando na conta "receitas incentivadas" (Resultado de Exercícios Futuros), portanto sem impacto imediato nas contas de resultado daqueles anos. que depois, já com êxito final nas ações judiciais, começou a realizar as receitas registradas em conta de Resultados de Exercícios Futuros, através da compensação desses créditos com tributos e contribuições federais devidos, debitando na conta de IPI (Passivo Circulante) e creditando na conta de "Créditoprêmio" (Ativo), além de debitar na conta "receitas incentivadas", com o respectivo crédito na conta "Créditopremio" (Resultado do Exercício). que foi neste momento que reconheceu de forma expressa a receita, gerando impacto no seu resultado, já que ao imputar o valor compensado no resultado do exercício, ofereceu à tributação a receita efetivamente ganha, pois antes do encerramento da ação judicial o que havia era uma expectativa de direito. que esse procedimento foi considerado incorreto pelo Acórdão da DRJ/SDR, que entendeu que a realização da receita deveria ter ocorrido em 1991 e não em 1995 e 1999, partindo da premissa de que, com o trânsito em julgado da medida judicial, ocorreu a aquisição definitiva do direito, tornandose receita realizável. que em atendimento ao Acórdão, a Interessada refez seus lançamentos contábeis e passou a apurar prejuízo no anocalendário de 1999, ao invés de lucro tributável e por conseqüência, não há que se falar em compensação indevida de bases negativas de CSLL, sendo, portanto o presente Auto improcedente. que junta planilha demonstrativa do novo resultado ajustado do exercício de 1999 apurando prejuízo. Esta planilha começa indicando Lucro Liquido apurado de janeiro a dezembro de 1999, conforme valores extraídos do Lalur, que também segue em anexo (doc. 07). Estornaramse os valores apropriados do crédito/prêmio IPI, conforme livros Razão e Diário (docs. 08 e 09), sendo que o valor total do credito excluído está conforme Balancete de 31/12/1999 (doc. 10). Com o estorno, apurase prejuízo, não se sustentando a autuação fiscal. que como se verifica do Auto de Infração, os auditores ao calcularem o valor da Contribuição Social, supostamente devida, refizeram a recomposição das base negativas da CSLL anteriores, limitandoas a 30% do lucro liquido apurado, nos termos do art. 58 da Lei nº 8.981/95. que o IRPJ e a CSLL incidem sobre lucro. Se há decréscimo, há perda patrimonial passível de recomposição em períodos subseqüentes que ocorre através das compensações dos prejuízos fiscais ou pelas deduções de bases negativas. que ao tentar cobrar IR ou CSLL sobre parcela que não significa acréscimo patrimonial, a Recita Federal acaba por desfigurar a base de cálculo dessas exações. que transcreve antigas decisões proferidas pelo Conselho de Contribuintes, que reconheciam que a limitação imposta pela Lei n° 8.981/95 desnatura a base de cálculo do IRPJ. que caso assim não seja entendido, requer a realização de diligência fiscal, corn a finalidade específica de se constatar que ao refazer os lançamentos, em atendimento ao Acórdão DRJ/SDR no 779/02, a Impugnante apurou prejuízo ao invés de lucro no ano Fl. 78DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 231 5 calendário de 1999, o que torna sem efeito a compensação de prejuízos fiscais e bases negativas realizadas. A 2ª Turma da DRJ/SDR, através do acórdão nº 1511.667, por unanimidade de votos, indeferiu o pedido de diligência e no mérito negou provimento a impugnação, conforme a ementa a seguir: (vol 1 fls. 204) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1999 PEDIDO DE DILIGÊNCIA. Devem ser negadas as solicitações de diligência consideradas desnecessárias a solução do litígio. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1999 COMPENSAÇÃO DE BASES DE CALCULO NEGATIVAS. A partir do Anocalendário de 1995, a compensação de bases de cálculo negativas não poderá exceder a 30% (trinta por cento) da base de cálculo apurada em cada período base. RECONHECIMENTO DE RECEITA. REGIME DE COMPETÊNCIA. 0 estorno de lançamento contábil relativo ao reconhecimento de receita, em virtude de desobediência ao regime de competência, somente poderá ser autorizado, caso a referida receita venha, efetivamente, a ser tributada no período base em que foi auferida. ARGÜIÇÃO DE fNCONSTITUCIONALIDADE. 0 afastamento da aplicabilidade de lei ou de ato normativo, pelos órgãos judicantes da Administração Fazenddria, está necessariamente condicionado dexistência de decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal declarando sua inconstitucionalidade. Pelo voto do relator que negou provimento a impugnação, cabe destacar o seguinte: “Desse modo, fazse necessário, antes de tudo, analisar os fatos acontecidos por ocasião da ação fiscal anterior, considerando sua provável repercussão no lançamento ora apreciado. Naquela oportunidade, o Fisco promoveu a lavratura de Auto de Infração, por meio do qual procedeu à cobrança de IRPJ, nos anos calendário de 1995 e 1999. No respectivo Auto de Infração os fatos foram assim descritos: a) não oferecimento ã tributação do chamado "créditoprêmio IPI", objeto de ação judicial, que haveria sido contabilizado pela contribuinte, nos períodosbase de 1995 e 1999, na conta "Receitas Incentivadas", integrante do grupo "Resultados de Exercícios Futuros"; b) não oferecimento à tributação de créditos discutidos em ação judicial de repetição de indébito, relativos à majoração da aliqztota da Contribuição para o Fundo de Investimento Social — Finsocial, que foram contabilizados pela contribuinte, no períodobase de 1995, na conta "Outras Receitas Operacionais a Vencer", integrante do grupo "Resultados de Exercícios Futuros". 0 Autuante, A. época, não aceitou o procedimento adotado pela Interessada, de contabilizar as receitas originárias do "créditoprêmio Fl. 79DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 6 IPI", cujo direito foi confirmado em juizo, em conta integrante de "Resultados de Exercícios Futuros", em duas parcelas, nos anos de 1995 e 1999, e somente oferecer tais receitas A. tributação (nos períodos base de 1995, 1996, 1997, 10 ao 4° trimestre de 1998 e 1999), na medida em que efetuava sua compensação com tributos e contribuições federais devidos. Igual procedimento contábil teve a Contribuinte em relação às receitas provenientes de repetição de indébito, pleiteada judicialmente, em virtude de pagamento do Finsocial com alíquotas majoradas, contabilizada em 1995, também a titulo de "Resultados de Exercícios Futuros", vindo, efetivamente, a reconhecêlas (nos períodos base de 1995, 1996, 1997 e 1° trimestre de 1998), para efeito de compensálas corn seus débitos tributários. 0 agente fiscal, então, tributou aquelas receitas, integralmente, nos períodosbase em que foram contabilizadas (1995 e 1999), ao mesmo tempo em que ajustou o resultado de todos os exercícios em que a Interessada as havia oferecido, parcialmente, A. tributação. Em conseqüência, consoante o demonstrativo de fl. 128, os períodos em que se apurara base de cálculo da CSLL negativa (1995, 1996 e 1997) passaram a apresentar uma base negativa ainda maior, sendo que no de 1995, além de tributada toda a receita nele contabilizada anteriormente diferida foi compensada a nova base negativa decorrente do mencionado ajuste. Os períodos que já apresentavam base de cálculo positiva (1° ao 4° trimestre de 1998 e 1999), passaram a apresentar base de cálculo negativa, enquanto que no ano de 1999, após a tributação realizada, também foi compensado o prejuízo proveniente do ajuste realizado. Na ocasião, inconformada com o lançamento de oficio, a Autuada impugnouo, estabelecendo o litígio resolvido por meio do Acórdão DRJ/SDR n° 779, As fls. 75 a 85, emitido em 05/02/2002, considerando improcedente a ação fiscal. Com isso, o Auto de Infração foi tornado sem efeito, o que significa dizer que não somente as exigências fiscais relativas aos anoscalendário de 1995 e 1999 foram canceladas, como também restaram desautorizadas todas as alterações efetuadas nos resultados apurados pela Contribuinte, nos períodos base compreendidos entre 1995 e 1999, ou seja, os ajustes realizados nas bases de cálculo da CSLL daqueles períodos, conforme o demonstrativo de fl. 128, não se confirmaram. 0 referido Acórdão, que cancelou o lançamento fiscal, teve como fundamento principal o fato de que o momento de realização da receita oriunda de créditos submetidos a evento futuro, como é o caso dos créditos discutidos em juizo, é aquele em que o bem se torna disponível, isto 6, o momento da aquisição da disponibilidade jurídica, que se opera coin o transito em julgado da sentença favorável. Logo, havendo a decisão que confere a disponibilidade do crédito transitada em julgado em 11/06/1991, a receita deveria ser apropriada nessa data, em razão do que é equivocado o lançamento de oficio que a tributou nos períodos base de 1995 e 1999. Isso foi dito em relação ao "créditoprêmio IPI". No que concerne à ação de repetição de indébito relativa ao Finsocial, o Acórdão da DRJ/Salvador expressa que "não há que se falar em ocorrência de disponibilidade de renda e, conseqüentemente, em fato gerador, tendo Fl. 80DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 232 7 em vista que, no encerramento do períodobase de 1999, sequer havia sido proferida sentença definitiva sobre a questão... Há que se destacar aqui — em oposição ao que afirma a Impugnante — que a comentada decisão da DRJ/Salvador, que deliberou pela insubsistência daquele lançamento, não alterou os lançamentos contábeis da Contribuinte, e nem teria o condão de fazêlo. Muito ao contrário, ao rejeitar as alterações promovidas pelo Autuante, restabeleceuse a situação e os valores originais, tal como contabilizados e declarados pela Autuada. No caso do "créditoprêmio IPI", o fato de não ter sido acatada a tributação nos moldes promovidos pelo Fisco, ou seja, nos anos calendário de 1995 e 1999, não autoriza o entendimento de que se deveria proceder ao refazimento da contabilidade da Contribuinte. De forma alguma. E evidente que a ordem administrativa emanada das autoridades responsáveis pelo julgamento da lide restringiuse a vedar o prosseguimento da cobrança do tributo, vez que em confronto ao regime de competência dos exercícios. Dai a se inferir uma improvável recomendação de modificação dos lançamentos contábeis originais, para se adequar aos ditames daquele julgado, vai uma longa distância. Isso porque, mais do que improvável, tratarseia de sugestão ineficaz, posto que, àquela altura – o acórdão data de 05/02/2002 havia se passado mais de dez anos do período base (1991) em que a receita pertinente ao "créditopremio IN" deveria ter sido oferecida à tributação. Logo, haveria impossibilidade legal de estornar os lançamentos contábeis realizados de 1995 a 1999 e incluir os respectivos valores no resultado do anobase de 1991. O que absolutamente não se pode admitir é exatamente o que está a propor a Impugnante, quando declara que efetuou o estorno de todas as parcelas concernentes As aludidas receitas, reconhecidas durante o ano calendário de 1999, de acordo com planilha que faz juntar à fl. 140, sem sequer mencionar que tais receitas, a preponderar esse entendimento, jamais seriam oferecidas à tributação, diante da falta de permissão legal para tributálas no anobase de 1991, em função do decurso do prazo decadencial. E nem se poderia argumentar, no caso, que o órgão lançador é que não agiu, deixando expirar o prazo legal para efetuar o lançamento, visto que é a Contribuinte quem está, agora, tomando a iniciativa de alterar o resultado de determinado períodobase (1999), sob argumento cuja validade estaria condicionada a que, em contrapartida, igual procedimento fosse adotado em relação a outro períodobase (1991), para o qual tal recomposição não mais poderia ser realizada. É inaceitável a pretensão, extemporânea, da Impugnante, de refazer, tãosomente, urna parte dos lançamentos contábeis efetuados originariamente, exatamente aquela parte que, promovida isoladamente, a beneficiaria, qual seja o estorno de parcelas relativas ao "crédito prêmio IPI", reconhecidas no ano de 1999. A recomposição contábil, para espelhar a realidade dos fatos, deveria ocorrer simultaneamente nos dois períodos base (1991 e 1999). Ajustar contabilmente apenas um dos dois períodos base envolvidos não significaria refazer os lançamentos, mas sim desfazêlos. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 8 Se, por um lado, é defeso ao Fisco tributar, inobservando o regime de competência, de outro lado, não se pode autorizar que a Impugnante retifique um erro contábil, cometendo outro erro de igual natureza, cujo objetivo único é evitar a ocorrência do rato gerador da obrigação tributária. Ademais, ressaltese que foi a própria Contribuinte quem deu causa a tal equivoco contábil, vez que postergou o reconhecimento das referidas receitas, do ano de 1991 para outros períodos base posteriores, começando em 1995. Nesse sentido, são inveridicas as alegações da Impugnante de que começou a realizar as receitas registradas na conta de "Resultados de Exercícios Futuros", através de sua compensação com tributos federais devidos, "a partir do êxito final das ações judiciais". Ora, como bem esclarece o Acórdão da DRJ/Salvador (fls. 75 a 85), o trânsito em julgado da ação concernente ao "créditopremio IPI" já havia ocorrido desde junho de 1991, enquanto que em relação à ação judicial referente à restituição do Finsocial, até o encerramento do período –base de 1999 nem mesmo havia sentença definitiva sobre a questão. Abstraindose o impedimento decorrente do aspecto temporal, caso fosse genuíno o propósito da Autuada de refazer seus assentamentos contábeis para obedecer aos fundamentos do mencionado julgado, deveria ter procedido de tal forma desde fevereiro de 2002, quando cientificada do Acórdão da DRJ/Salvador. Caberia, então, além das alterações contábeis, retificar as declarações de rendimentos dos períodos base de 1995 a 1999, nos quais ofereceu A tributação parcelas das receitas resultantes das demandas judiciais, o que não foi feito pela Interessada. Somente após tomar conhecimento do presente lançamento, fato este ocorrido em 22/10/2003, e para tentar fugir A exação fiscal que lhe foi imposta, a Autuada buscou "adequarse aos termos daquele Acórdão" e, para tanto, limitouse a elaborar a planilha de fls.140, com amparo na qual pretende considerar transmutada em base de cálculo negativa a base positiva da CSLL contabilizada e declarada no anocalendário de 1999. Sequer tratou de apresentar a respectiva declaração retificadora. Acrescentese que a Impugnante parece olvidar que as receitas em comento, por ela reconhecidas de 1995 a 1999, foram destinadas A compensação de diversos tributos e contribuições, durante o transcurso de todos esses períodos base. Caso se consentisse, apenas por hipótese, ao atendimento de seu pleito, estornando, no anocalendário de 1999, o lançamento relativo ao oferecimento A. tributação das receitas oriundas do "créditoprémio IPI", no montante de R$2.971.148,90, conforme demonstrativo fiscal (fl. 128), ou de R$3.669.586,40, segundo planilha anexada pela Impugnante (fl. 140), tal procedimento independentemente de qual dos dois valores seja o correto implicaria a inadimpléncia da Contribuinte em relação a todos os débitos para cuja quitação o mencionado crédito foi utilizado. Diante dos esclarecimentos acima, resta patente, sob todos os aspectos, que não se pode assentir na alteração pretendida pela Impugnante, qual seja a de transformar, via mero estorno contábil, sua base de cálculo positiva da CSLL antes da compensação apurada no anocalendário de 1999, no valor de R$2.741.712,46, em base de cálculo negativa. Vencida a questão anterior, e estando perfeitamente definido que a base de cálculo da CSLL, no anocalendário de 1999, sempre foi e continua sendo de R$2.741.712,46, resta apreciar a matéria especifica de que Fl. 82DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 233 9 cuida o presente Auto de Infração compensação a maior de bases de cálculo negativas. A Impugnante insurgese contra a limitação da compensação em 30% (trinta por cento) do lucro tributável, imposta pela Lei n° 8.981, de 1995. Diz a Requerente que o artigo 58 da Lei n° 8.981, de 1995, alterado pelo artigo 16 da Lei n° 9.065, também de 1995, afronta os princípios constitucionais, bem corno o conceito de renda previsto no Código Tributário Nacional. Junta Acórdãos do Conselho de Contribuintes que expressam o entendimento de que as novas regras não poderiam retroagir para alcançar as bases negativas apuradas antes da edição dos dispositivos legais que limitaram a compensação. Na realidade, a partir de 10 de janeiro de 1995, o direito de compensar bases de cálculo negativas da CSLL acumuladas, apuradas até 31/12/1994, foi limitado a 30% (trinta por cento) do lucro liquido antes da CSLL ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação da contribuição social, conforme determinação do artigo 58 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995.” Cientificada da decisão da DRJ em 07/12/2006, apresentou recurso voluntário, tempestivo, em 05/01/2007, reiterando os argumentos utilizados em sede de impugnação, alegando em apertada síntese o seguinte: que em relação ao arrolamento de bens, informa que não os possui em seu ativo permanente, suficientes para realizar a garantia total de instância. preliminarmente ressalta que a decisão recorrida desconsiderou a decisão anterior da própria DRJ que teve repercussão neste processo e não examinou as provas anexadas. O próprio Relatório da decisão ora recorrida contradiz o que afirmado no Voto, no sentido de que somente foi anexada, como prova, Impugnação uma planilha (Fls. 209): "0 que absolutamente não se pode admitir é exatamente o que está a propor a Impugnante, quando declara que efetuou o estorno de todas as parcelas concernentes às aludidas receitas, reconhecidas durante o anocalendário de 1999, de acordo com planilha que faz juntar à fl. 140, sem sequer mencionar tais receitas, a preponderar esse entendimento, jamais seriam oferecidas à tributação, diante da falta de permissão legal para tributálas no ano calendário de 1991, em função do decurso do prazo decadencial." que diferente do que afirmado à Fl. 210 do Voto do Relator, a retificação de erro contábil não pode ocorrer somente através da retificação da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIPJ). Fazse, também, a recomposição do resultado na contabilidade, através do ajuste de exercícios anteriores, conforme permissivo legal do art. 273 do RIR/99. no presente caso não houve postergação indevida do pagamento do imposto nem redução indevida do lucro real, já que a partir do Acórdão DRJ/SDR n° 779/02, a ora Recorrente refez os seus lançamentos contábeis e passou a apurar prejuízo no ano calendário de 1999. que diferente do afirmado no Voto, a retificação de erro contábil não pode ocorrer somente através da retificação da DIPJ. Fazse, também, a recomposição do resultado Fl. 83DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 10 na contabilidade, através do ajuste de exercícios anteriores, conforme permissivo legal do art. 273 do RIR/99 e no Parecer Normativo COSIT n° 02/96, “in verbis”: "PARECER NORMATIVO COSIT N° 2/96 D.O.U. 29.08.1996 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LIQUIDO Postergação de pagamento do imposto em virtude de inobservância do regime de competência na escrituração de receitas, custos ou despesas. Ajustes para determinação do saldo do imposto. Dúvidas ainda remanescem quanto aos procedimentos para a correta determinação do montante do imposto de renda devido nos casos de inobservância do regime de competência na escrituração de receitas, rendimentos, custos ou deduções, ou do reconhecimento de lucro, nos casos de pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com base no lucro real. 2. 0 assunto foi objeto de manifestação por parte da Secretaria da Receita Federal, por intermédio do Parecer Normativo CST n° 57, de 16 de oLltubio de 1979 (D.0.1.3. de 18/10/79). Todavia, a legislação tributária veio passando por uma série de modificações, desde aquela época, e o entendimento exarado para o contexto então vigente não ficou devidamente completo e, de longo tempo, tanto os contribuintes quanto o próprio fisco vêm demandando, desta CoordenaçãoGeral, um posicionamento em relação aos procedimentos e a administração tributária entende corretos para a perfeita determinação do imposto e acréscimos legais exigíveis nesses casos. 4.5 Dessa forma, o contribuinte deve proceder os ajustes na sua escrituração contábil, já que a correção monetária das demonstrações financeiras tem essa natureza, enquanto que o fisco, em ,eus lançamentos de créditos tributários, deve apenas considerar os efeitos da determinação da base de cálculo do imposto e contribuição mencionados, mediante ajustes extracontábeis. Nada que obsta que o contribuinte venha, após verificada a certeza do procedimento fiscal, reconhecer, na escrituração contábil, os ajustes efetuados pelo fisco." 5. No que se refere a postergação do pagamento do imposto em virtude de inexatidão quanto ao períodobase de escrituração de receita, rendimento, custo, despesa, inclusive em contrapartida a conta de provisão, dedução ou do reconhecimento de lucro, determinações de natureza semelhantes vigem desde 1977, com o Decretolei n° 1.598, de 26 de dezembro daquele ano, de onde se transcreve: "Art. 6 § 40 Os valores que, por competirem a outro períodobase, forem, para efHto de determinação do lucro real, adicionados ao lucro liquido do exercício, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período competente, excluidos do lucro liquido ou a ele adicionados, respectivamente. § 5 0 A inexatidão quanto ao períodobase de escrituração de receita, rendimento, custo ou dedução, ou do reconhecimento de lucro, somente constitui fundamento para lançamento de imposto, diferença de imposto, correção monetária ou multa, se dela resultar: a) a postergação do pagamento do imposto para exercício posterior ao em que seria devido; ou b) a redução indevida do lucro real em qualquer períodobase. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 234 11 5.1 0 art. 6°, de onde foram transcritos estes parágrafos, trata, em seu todo, de definir o que é o lucro real e de estabelecer critérios para a sua correta determinação, seja pelo contribuinte, seja pelo fisco, como, alias, esta CoordenaçãoGeral já se manifestou por intermédio do referido Parecer Normativo n° CST n° 57/79. 5.2 0 40 , transcrito, é um comando endereçado tanto ao contribuinte quanto ao fisco. Portanto, qualquer desses agentes, quando deparar com urna inexatidão quanto ao períodobase de reconhecimento de receita ou de apropriação de custo ou despesa deverá excluir a receita do lucro liquido correspondente ao período base indevido e adicionála ao lucro liquido do período–base competente; em sentido contrário, deverá adicionar o custo ou a despesa ao lucro liquido do período base indevido e excluilo do lucro liquido do períodobase de competência." que a Recorrente procedeu exatamente de acordo com o que estabelece o Parecer, apôs a decisão da DRJ, procurando a correta determinação do lucro real (através de ajuste contábil) e com isso apurou, no anocalendário de 1999, prejuízo maior que o que constava originariamente. que o próprio Conselho de Contribuintes já decidiu pela validade das exclusões extemporâneas e resta claro que o Parecer Normativo n° 57/79, ratificado pelo Parecer Normativo n° 02/96, clá embasamento legal para a recomposição do resultado, através do ajuste na conta do patrimônio lucros acumulados a titulo de ajuste de exercícios anteriores, sem necessidade da retificação da Declaração do Imposto de Renda. que em relação a solicitação de diligência indefirida por ser desnecessária, reitera a sua realização, com a verificação dos seus Livros Contábeis, para se constatar que ao refazer os lançamentos, em atendimento ao Acórdão da DRJ, apurou prejuízo ao invés de lucro no anocalendário de 1999, e por via de conseqüência torna sem efeito a compensação de prejuízos fiscais e bases negativas realizadas. que pela leitura do Auto, verificase que a Fiscalização ao calcular o valor da Contribuição Social supostamente devida, refez a compensação das bases negativas da CSLL anteriores, limitandoas a 30% do lucro liquido apurado, afrontando princípios constitucionais e o conceito de renda previsto no CTN. que para que se chegue aos números correspondentes ao lucro real, devem ser considerados os custos, as despesas operacionais e as provisões dedutiveis, em contra partida da receita liquida apurada. que ao cobrar o Imposto de Renda ou a Contribuição Social sobre parcela que não significa acréscimo patrimonial a Receita Federal acaba por desfigurar a base de cálculo dessas exações. que a decisão proferida pela Terceira Câmara do Conselho de Contribuintes, que reconhece a limitação imposta pela Lei no 8.981/95 desnatura a base de calculo do IRPJ, com incidência sobre o patrimônio: "IRPJ LIMITAÇÃO À COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. IMPOSSIBILIDADE DE IRETROATIVIDADE, OFENSA Fl. 85DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 12 AO PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE, DO DIREITO ADQUIRIDO E DO ATO JURIDICO PERFEITO. DESNATURAÇÃO DA BASE DE CALCULO DO IMPOSTO. Ao estabelecer o limite de 30% a compensação de prejuízos acumulados pelo contribuinte, a Lei 8.981/95 só operou em relação aos prejuízos gerados a partir de 10 de janeiro de 19(i3. A pretensão do legislador em atingir os prejuízos com gênese até 31 de dezembro de 1994 confronta vários princípios constitucionais, como o da irretroatividade das leis, da anterioridade da lei tributária, do direito adquirido e do ato jurídico perfeito. Além disso, a tributação na forma ali estabelecida desnatura a base de cálculo do IRPJ, que passa a incidir sobre o patrimônio. Recurso conhecido e provido." (Grifado) (DOU 27/04/01, Rel. Cons. Victor Luis de Salles Freire, Acórdão 10320534, PA 10825.001934/99 12) que de todos os ângulos que se examina a matéria, concluise pelo direito de não se submeter ao pagamento da exação em discussão, razão porque requerse o reconhecimento da completa insubsisténcia do Auto de Infração. que em havendo a prova pericial solicitada se responda os seguintes quesitos 1) Queira o Sr. Auditor Fiscal responder se, após o exame dos Livros Contábeis da Recorrente (LALUR, Razão e Diário), anexados Impugnação de fls., é possível constatar que ao refazer os lançamentos, em atendimento ao Acórdão DRJ/SDR N. 779/02 da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador, a Recorrente apurou prejuízo ao invés de lucro no ano calendário de 1999 ??? É o relatório. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 235 13 Voto Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos do Decreto nº 70.235/72, razão porque dele conheço. DA CONDIÇÃO DE IMUNE ÀS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS No mérito, o presente litígio discute a validade do lançamento sem a suspensão da imunidade da contribuinte. A imunidade das instituições de educação ou de assistência social está prevista na alínea IV, letra c do art. 9º do CTN e no art. 12 da lei n° 9.532/97, que determina: “Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150 , inciso VI , alínea c , da Constituição , considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos.” (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.189 49, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 2158 35, de 2001) Os requisitos previstos na legislação de regência hão de ser cumpridos cumulativamente para efeito do gozo da imunidade. O desatendimento de qualquer uma das condições previstas no art. 14 do CTN ou no art. 55 da Lei nº 8.212, de 991, impede a fruição da imunidade constitucional. A legislação que rege o gozo da imunidade das contribuições sociais à época dos fatos geradores deve ser buscada no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991 em conjugação com o art. 14 do CTN. O art. 14 do CTN foi tomado como uma das matrizes legais dos requisitos exigidos para gozo da imunidade, já que disciplinava as condições para o gozo da imunidade em relação aos impostos sobre patrimônio, renda e serviços das entidades beneficentes prevista no art. 9º, IV, “c”, nos seguintes termos: Lei 5.172, de 1966 (CTN): Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV cobrar imposto sobre: (...) c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (redação dada pela LC nº 104, de 10/01/2001) (...) Fl. 87DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 14 § 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nelereferidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios documprimento de obrigações tributárias por terceiros. (...).” Os referidos requisitos estão dispostos no art. 14, a saber: “Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (redação dada pela LC nº 104, de 10/01/2001) II aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. Mais ainda, no caso das entidades beneficentes e de assistência social, a Lei nº 8.212, de 24/07/1991, assim dispunha, no seu art. 55 (revogado pela Lei nº 12.101, de 2009, que deu novo tratamento à matéria, notadamente, nos seus arts. 3º e 29 a 31): Lei 8.212, de 1991: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: I seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; II seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; (Redação dada pela Lei nº 9.429, de 26.12.1996). III seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.18713, de 2001). A revogação do art. 55 transcrito pelo art. 1º da Lei nº 12.101/2009, não repercute sobre o caso em tela, já que este último diploma entrou em vigor na data de sua publicação, 30/11/2009, ao passo que a imunidade ou não da instituição é pesquisada, aqui, com relação a períodos de apuração anteriores. Vale dizer que a revogação do art. 55 pela MP 446, de 2008, não surtiu efeitos tendo em vista a rejeição da MP pelo Congresso Nacional. No caso em exame, mesmo intimada, conforme fl. 415, a contribuinte não logrou apresentar os comprovantes de reconhecimento da condição de utilidade pública federal e estadual e municipal, o Registro e Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social ou Registro e Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos e o Comprovante de Isenção Fl. 88DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 236 15 fornecido pelo INSS, todos documentos exigidos nos termos da Lei nº 8.212, 1991. Dessa forma, não demonstrando a interessada caracterizarse como entidade beneficente de assistência social, a quem se destina a imunidade em foco, esta não pode ser reconhecida. Em outro eixo de sua defesa, argumenta a contribuinte que pela via da isenção também estaria desobrigada ao recolhimento de PIS e Cofins a teor do disposto nos arts. 13, III e IV e 14, X, da MP nº 2.15835 de 2001. De fato, afastada a possibilidade de a autuada gozar da imunidade constitucional de entidade beneficente de assistência social por não ter preenchido os requisitos da legislação, como acima se mencionou, cabe averiguar em que medida as isenções previstas nos citados artigos poderia afetar o lançamento. A questão específica da isenção da COFINS: A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) foi criada pela Lei Complementar n.e 70, de 991, portanto, sob a égide da Constituição de 1988, e com fulcro no artigo 195, inciso I, alínea "b" da Carta Magna. É contribuição social criada para financiar a Seguridade Social e que tem como base de cálculo o faturamento percebido pelos contribuintes discriminados no inciso I do citado artigo. No caso em comento, a COFINS fora lançada considerando a receita proveniente de suas mensalidades (receitas vinculadas a atividade própria da recorrente) como "faturamento" e, ainda, com base em supostos ingressos financeiros à título de rendimentos e aplicações financeiras. Em relação à matéria a Medida Provisória n.º 2.15835/2001, dispõe em seu artigo 14 que, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o artigo 13 do mesmo diploma, a saber: “Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: (...) III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; (...) Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: (...) X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. Diante da análise dos dispositivos, observase que as condições estabelecidas para o gozo da imunidade nos termos da lei ordinária n.° 9.532/97 e da MP supra constituem mera repetição do que já está estabelecido no art. 14 do CTN. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 16 Assim é necessário conjugar o inciso X do artigo 14, com o inciso III do artigo 13, ambos da MP, e eles com o artigo 12 da Lei n.° 9.532, de 1997, visando a verificação da extensão da isenção ao qual fazem jus as entidades beneficentes. Com o intuito de restringir a aplicabilidade da norma isencional, a RFB editou a IN nº 247/02, que por seu artigo 47, estabeleceu quais receitas estão inseridas no conceito de atividades próprias, aferindo que somente estariam abarcadas pela isenção as receitas que não tenham caráter contraprestacional, ou seja, as receitas advindas de doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei. Verificase que a Autoridade Administrativa, em verdade alterou o benefício tributário da isenção, o que não pode ser levado em consideração, posto que nos termos do artigo 111, inciso II, do CTN, a legislação tributária que dispõe sobre isenção deve ser interpretada de forma literal. Resta evidente que toda receita obtida pela recorrente passa a integrar seu patrimônio e é destinada ao desenvolvimento das atividades para as quais foi criada, integrando sua atividade própria, o que implica o reconhecimento de seu direito à isenção da COFINS. Além disso foi considerada inconstitucional a base de cálculo do art. 3º da Leinº 9.718/98, que dispunha sobre a incidência da COFINS sobre as receitas finaneciras. A questão específica da isenção do PIS: Já o PIS, é disciplinado pela Lei nº 9.715/98, que detremina: “Art. 2° A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: I pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, com base no faturamento do mês; II pelas entidades sem fins lucrativos, definidas como empregadoras pela legislação trabalhista e as fundações, com base na folha de salários; III pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas. (...) § 2° Excluemse do disposto no inciso II deste artigo os valores correspondentes à folha de pagamento das instituições ali referidas, custeadas com recursos originários dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. § 5a O disposto nos §§ 2°, 3° e 4a somente se aplica a partir de 1° de novembro de 1996. O Decreto nº 4.524/02, que regulamenta a contribuição do PIS/Pasep, devido pelas pessoas jundicas em geral, estabelece como fatos geradores: Fl. 90DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10580.010075/200320 Acórdão n.º 1302001.475 S1C3T2 Fl. 237 17 “Art.2° As contribuições de que trata este Decreto têm como fatos geradores (Lei nº 9.718/98, art. 2º, e MP n° 2.15835/01, art. 13: Ina hipótese do PIS/Pasep: a) o auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado; b) a folha de salários das entidades relacionadas no art. 9. O PIS, no entanto, foi lançado tendo como base de cálculo o faturamento. Porém a MP nº 2.15835/01, fixa a alíquota de 1% sobre a folha de salário, para o recolhimento do PIS por instituições de mesma natureza a recorrente. A norma isencional relativa ao PIS encontrase na mesma MP, notadamente no artigo 14, inciso X, parágrafo lº, o que cria barreira a norma de incidência deste tributo, da mesma maneira que ocorre com a COFINS. Restou comprovado que os recolhimentos foram realizados pela recorrente com base na folha de salários, de modo que, ainda, que se desconsiderasse a isenção a que faz jus, deve ser extinto o crédito tributário relativo ao PIS ante o pagamento na forma do artigo 156, inciso I, do CTN. Resta claro que o artigo 47 da IN/SRF nº 247/02, que embasou o Acórdão, não se aplica ao caso em tela pois é hipótese de incidência distinta da que se aplica as entidade de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, razão pela qual o fato gerador do PIS ocorre sobre a folha de salários, conforme recolhimentos já realizados e certificados pela própria fiscalização. Esse é o entendimento firmado prelo CARF em reiterados julgados. Da multa isolada da CSLL: Em relação a multa isolada meu entendimento é no sentido de que não cabe a multa isolada, conforme demonstram os seguintes acórdãos: Acórdão CSRF nº 9101001.207, de 17/10/2011 Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL Exercícios: 1998, 1999, 2001, 2002 CSLL. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA. O artigo 44 da Lei n° 9.430/96 precisa que a multa de oficio deve ser calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, materialidade que não se confunde com o valor calculado sob base estimada ao longo do ano. O tributo devido pelo contribuinte surge quando é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de Fl. 91DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR 18 penalidade isolada quando a base estimada exceder ao montante da contribuição devida, apurada ao final do exercício. Acórdão CSRF nº 9101001.335, de 26/04/2012 Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL MULTA ISOLADA – FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA – O artigo 44 da Lei nº 9.430/96 preceitua que a multa de ofício deve ser calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, materialidade que não se confunde com o valor calculado sob base estimada ao longo do ano. O tributo efetivamente devido pelo contribuinte surge com o lucro apurado em 31 de dezembro de cada anocalendário. Improcede a aplicação de penalidade pelo não recolhimento de estimativa quando a fiscalização apura, após o encerramento do exercício, valor de estimativas superior ao imposto apurado em sua escrita fiscal ao final do exercício. Acórdão nº 1302001.000, de 04/12/2012 MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA. Encerrado o período de apuração do tributo, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido, apurado na ação fiscal com base no lucro real. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de ofício, por falta de recolhimento de tributo por estimativa, sob pena de dupla incidência de multa de ofício sobre uma mesma infração. Diante do exposto, voto pela improcedência dos lançamentos e dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator Fl. 92DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBER TO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 13827.000261/2009-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2005 a 31/01/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Constatada a inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão embargado, rejeita-se a pretensão da embargante.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 2402-004.440
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos opostos.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana de Souza Espíndola Reais, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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EPP. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2005 a 31/01/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Constatada a inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão embargado, rejeitase a pretensão da embargante. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos opostos. Julio César Vieira Gomes Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana de Souza Espíndola Reais, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 82 7. 00 02 61 /2 00 9- 02 Fl. 493DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional tratando sobre a aplicação da retroatividade benigna por este Conselho, onde determinouse, de ofício, que a multa prevista no art. 35A da Lei nº 8.212/91 deveria ser comparada à multa de que trata o art. 35 da Lei nº 8.212/91, de modo que fosse aplicada aquela mais benéfica, nos termos do art. 106 do CTN. Sustenta a Embargante que a matéria não é considerada de ordem pública e se encontrava preclusa, tendo o acórdão deixado de consignar os pressupostos e os motivos que fundamentaram a apreciação do tema. Requer a Embargante o acolhimento para sanar a omissão acima e prequestionar a matéria que não foi objeto de análise expressa no acórdão embargado. É o relatório. Fl. 494DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 13827.000261/200902 Acórdão n.º 2402004.440 S2C4T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que os presentes embargos são tempestivos e preenchem a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, deles tomo conhecimento. Sobre a aplicação da retroatividade benigna, a Embargante sustenta que o acórdão embargado foi omisso por não ter “expressamente mencionados quais os pressupostos e os motivos que fundamentaram a apreciação de tema que não configura matéria de ordem pública e não foi questionado tempestivamente pelo contribuinte”. Verificase que a Embargante pretende ver expressamente analisados os fundamentos que levaram este Conselho a aplicar de ofício a retroatividade benigna, notadamente pelo fato de que tal matéria não seria considerada como de ordem pública, além de não ter sido objeto de defesa do contribuinte. Sobre o tema, cumpre destacar que o Estado está vinculado à legalidade e deve, em regra, na sua aplicação, respeitar o princípio da irretroatividade das leis. No entanto, o art. 106, inc. II do CTN prevê regra excepcional para a aplicação retroativa das leis, nos casos em que estas deixem de tratar o ato (i) como infração, (ii) como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo, ou ainda quando a lei (iii) determine penalidade menos severa do que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Para a aplicação da referida regra excepcional, o ato não pode ter sido definitivamente julgado, em respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, consoante art. 5º, inc. XXXVI da CF/1988. Assim, tendo sido o ato administrativo submetido a esta C. Corte Administrativa para julgamento, devese aplicar a legislação pertinente (seja aquela vigente na época da ocorrência dos fatos geradores, quando regra geral, ou a legislação superveniente, quando presentes as hipóteses elencadas no art. 106 do CTN). Em outras palavras, é dever deste Conselho realizar o devido controle de legalidade do lançamento, devendo ajustálo às previsões legais pertinentes, sob pena de ilegalidade. Notase que não se está diante da aplicação ex officio de matéria de ordem pública, mas sim diante da aplicação da legislação cabível ao caso. Não há que se cogitar na hipótese de aplicação de regra eminentemente técnica, como a da preclusão, para se afastar a aplicação de ofício da retroatividade benigna, tal como sugere a Embargante. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 4 Isto porque, a superveniência da lex mitior é eventual, sendo esperado que o próprio Estado apliquea caso o ato ainda esteja sob julgamento, independentemente de requerimento das partes nesse sentido. Até porque, em muitos casos a lei benigna passa a vigorar após a apresentação das razões de defesa do contribuinte, sendo incongruente cogitar na hipótese de preclusão. Outrossim, seria ilegal dar tratamento diverso ao contribuinte que apresentou suas razões de defesa após a vigência da lei benigna, porém sem requerer a sua aplicação, do contribuinte beneficiado pelo princípio da retroatividade benigna em virtude de a lei ter se tornado vigente após a apresentação dos argumentos de defesa. Em vista disso, caso não haja o reconhecimento de ofício do art. 106 do CTN, o contribuinte estará sendo compelido a recolher penalidade mais gravosa do que aquela prevista para o caso, em flagrante ilegalidade. Por essas razões, concluise que não há qualquer reparo a ser feito no v. acórdão embargado, motivo pelo qual voto pela rejeição dos presentes embargos. Ante o exposto, voto pela REJEIÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos pela Fazenda Nacional. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES
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Numero do processo: 15374.915014/2009-03
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1801-000.353
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento na realização de diligências, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1972; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 2 1 1 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15374.915014/200903 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1801000.353 – 1ª Turma Especial Data 22 de outubro de 2014 Assunto Solicitação de Diligências Recorrente STE SUL TRANSMISSORA DE ENERGIA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento na realização de diligências, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes. RELATÓRIO E VOTO A empresa recorre do Acórdão nº 1238.899/11 exarado pela Oitava Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro/RJ 1, efls. 85 a 87, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pela contribuinte, bem como decidiu não homologar as pertinentes compensações deste crédito com débitos tributários, formalizados nos Per/Dcomp (pedidos de restituição e declaração de compensação) – fls. 02 a 06. Aproveito trechos do relatório e voto do aresto vergastado para historiar os fatos: “O presente processo versa sobre o PER/Dcomp (fl 02 a 05), transmitido em 10/11/2005. Segundo o que consta na Dcomp (f1.03) e Despacho Decisório (fl. 07), o crédito original na data da transmissão, no valor de R$ 190.863,20 se refere a pagamento RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .9 15 01 4/ 20 09 -0 3 Fl. 623DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15374.915014/200903 Resolução nº 1801000.353 S1TE01 Fl. 3 2 indevido ou a maior de IRPJ PJ OPTANTE PELO LUCRO REAL BALANÇO TRIMESTRAL (cód. 3373), sendo utilizado para compensação o valor de R$ 19.234,63 (fl. 03). O pagamento foi efetuado através de DARF, no valor de R$ 195.940,16, sendo realizado em 30/09/2005 (fl.08). No Despacho Decisório (fl.07), consta a não homologação da Dcomp, sob alegação de que foi localizado o pagamento, mas este foi utilizado integralmente para quitação de débito do contribuinte ao IRPJ cód.3373 PA 06/2005. A interessada se insurgiu, em 30/09/2009, contra o disposto no Despacho Decisório, através da manifestação de inconformidade (fl.09 a 13), do qual teve ciência em 02/04/2009 (fl.06) apresentando os argumentos que se seguem: O DARF indicado como origem do crédito, no valor de R$ 190.863,20, conforme demonstrado à fl. 11, se refere a um recolhimento efetuado a maior pela empresa e corresponde a 3a parcela do IRPJ do 2o trimestre de 2005. A manifestante elaborou e enviou DIPJ/2006 registrando o valor do IRPJ do 2° trimestre de 2005 como sendo um saldo negativo de R$ 117.260,09, não obstante, por erro, manteve o valor informado na DCTF como devido e pago de R$ 572.589,60 sem proceder à adequada retificação, visto que o valor recolhido não era devido. Em decorrência da entrega da DIPJ, apresentando um saldo negativo, a manifestante passou a ter crédito de R$ 579.575,19, que corresponde ao total dos pagamentos. A manifestante deixou de fazer em data oportuna a retificação da DCTF para que constasse o mesmo valor efetivamente devido de IRPJ a pagar em consonância com a DIPJ. Objetivando a validação do crédito não homologado a manifestante procedeu à retificação da DCTF do primeiro semestre de 2005, com as seguintes alterações: [...] A compensação não foi homologada, sob alegação de que foi localizado o pagamento, mas este foi integralmente utilizado para quitação de débito do contribuinte relativo ao IRPJ cód.3373 PA 06/2005. Analisandose o processo, verificase que a interessada declarou na DCTF — original (fl. 45 a 47), enviada em 04/03/2008, que o IRPJ relativo ao 2o trimestre de 2005, montava a R$ 572.589,60 (fl.47). Parte deste montante foi compensado (R$ 381.726,40) e parte foi extinto por pagamento (R$ 190.863,20), sendo que a diferença entre o valor pago e o declarado referese a juros no pagamento de cotas. A interessada afirma que deixou de fazer, em data oportuna, a devida retificação da DCTF referente ao 1o semestre de 2005. Aduz que, em 27/04/2009, retificou a DCTF referente ao 1o semestre 2005 (fl.48/49), alterando o valor devido para o IRPJ para R$ 0,00 uma vez que a empresa apurou Saldo Negativo de IRPJ para o 2o trimestre de 2005, o que resultaria em um crédito de R$ 579.575,19. [...] No caso em comento, não consta dos autos a documentação necessária para a comprovação do erro na confecção da DCTF. Fl. 624DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15374.915014/200903 Resolução nº 1801000.353 S1TE01 Fl. 4 3 Ademais, a retificação foi intempestiva, pois ocorreu em 27/04/2009, ou seja, após a ciência do Despacho Decisório (02/04/2009 fl. 06). [...]” A empresa interpôs tempestivamente1 o Recurso de fls. 94 a 97, reiterando os termos da defesa exordial, em síntese, que: a) entregou a DIPJ/06 (original) com o valor correto informado, relativo ao IRPJ relativo ao 2º trimestre de 2005, b) preencheu a DCTF original com erro, procedendo à sua retificação, consoante valores informados na DIPJ/06 e registros no Lalur, cuja cópia acosta aos autos; c) efetuou, conforme DCTF erroneamente preenchida, o recolhimento do IRPJ relativo ao 2º trimestre do anocalendário de 2005, sendo a 3ª parcela objeto do Per/Dcomp destes autos, no valor de R$ 195.940,16 (principal+juros); requer o reconhecimento do direito creditório e compensação com débitos tributários informados no Per/Dcomp. É o suficiente para o relatório. Conheço do recurso interposto, por tempestivo. A recorrente pleiteia restituição do IRPJ relativo ao 2º trimestre de 2005, que alega ter recolhido com erro, a maior. Diz que informou equivocadamente em DCTF – original que o valor referente ao IRPJ do referido trimestre era da ordem de R$ 572.589,60, mas apurou, na verdade, no 2º trimestre Saldo Negativo de IRPJ no valor de R$ 117.260,09, consoante informou originalmente na DIPJ/06 – efls. 224. Traz cópias da DIPJ (original), da DCTF retificadora entregue em 24/07/09 e do Lalur. Este processo tem como objeto o DARF, segundo a recorrente, relativo à 3ª parcela recolhida em 30/09/2005 e o valor pleiteado é R$ 195.940,16 (principal + juros). A Turma Julgadora de Primeira Instância não admitiu o pedido de restituição/compensação com fundamento no fato de a declaração retificadora – DCTF – haver sido entregue após o despacho decisório e porque entende que à data do pedido de compensação, o débito tributário de IRPJ confessado na DCTF original foi devidamente pago. No entanto, se houve efetivamente erro no cálculo do IRPJ devido, é direito da recorrente reaver o indébito tributário, ainda que tenha confessado anteriormente qualquer outro valor, em razão do princípio da indisponibilidade do crédito tributário. A norma tributária veda a retificação da Declaração de Compensação e Pedido de Restituição (Per/Dcomp) após o despacho decisório, mas não alcança as retificações de DIPJ (meramente informativa) ou DCTF. Ressaltese que a DCTF retificadora substitui em todos os efeitos a DCTF original e não surtirá efeitos nas hipóteses que a norma tributária estabelece. Determina o artigo 11 da Instrução Normativa RFB nº 903/08: 1 Ciência em – 31/08/11, efls. 106; Recurso – 29/09/11, efls. 94 Fl. 625DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15374.915014/200903 Resolução nº 1801000.353 S1TE01 Fl. 5 4 DA RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÕES Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração. § 4º Na hipótese do inciso III do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 9º. (grifos não pertencem ao original) Para comprovar o erro, todavia, mister é a apresentação da contabilidade escriturada à época dos fatos completa e não apenas o Lalur, ou a DIPJ original, cuja natureza é meramente informativa, como entende a recorrente. Entendo que ao trazer, ainda que em fase recursal, o Lalur, a recorrente faz início de prova do direito que alega fazer jus. Todavia, não prescinde o exame da contabilidade completa escriturada à época para verificarse os valores devidos de IRPJ, no caso, relativo ao 2º trimestre de 2005 (balancetes registrados no Diário e Razão analítico). Voto na conversão do julgamento na realização de diligência para que: a) a fim de reratificar os cálculos da recorrente, a autoridade fiscal verifique o valor da base de cálculo do IRPJ relativo ao 2º trimestre de 2005 junto a contabilidade completa da recorrente, bem como o Saldo do IRPJ apurado, explicitando os cálculos em Relatório Fiscal e juntando aos autos, em cópia, os registros contábeis pertinentes. Fl. 626DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 15374.915014/200903 Resolução nº 1801000.353 S1TE01 Fl. 6 5 b) em atendimento ao artigo 1º, inciso IV, da Portaria RFB nº 666/08 este processo deve ser anexado ao processo administrativo fiscal nº 15374.914284/200999, para formarem um só processo (não apensação), haja vista estar sendo objeto o mesmo crédito tributário em ambos, ou seja, o valor do IRPJ relativo ao 2º trimestre do anocalendário de 2005. A recorrente deverá ser cientificada do resultado da diligência proposta para, desejando, manifestarse em prazo regulamentar. Após, retornem os autos a esta Conselheira. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Fl. 627DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES
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