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Numero do processo: 13433.720896/2011-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008
SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO - ENQUADRAMENTO
O fisco tem a prerrogativa de rever a qualquer tempo o auto enquadramento da empresa no correspondente grau de risco, observada a sua atividade preponderante e de acordo com a legislação vigente à época dos fatos geradores
MULTA DE MORA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR.
O lançamento reporta-se à data de ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplica-se a multa de mora nos percentuais da época, limitada a 75% (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991).
MULTA QUALIFICADA - DOLO NÃO CARACTERIZADO - INDEVIDA
Para justificar a aplicação de multa qualificada é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. O mero erro de preenchimento de GFIP não demonstra a existência do dolo
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2402-003.333
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial: a) em relação aos fatos geradores ocorridos até 11/2008 inclusive, que seja aplicada a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação vigente à época dos fatos geradores, limitada a 75%; e b) em relação ao período posterior, seja desqualificado o agravamento para redução da multa aplicada para 75%.
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008 SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO - ENQUADRAMENTO O fisco tem a prerrogativa de rever a qualquer tempo o auto enquadramento da empresa no correspondente grau de risco, observada a sua atividade preponderante e de acordo com a legislação vigente à época dos fatos geradores MULTA DE MORA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR. O lançamento reporta-se à data de ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplica-se a multa de mora nos percentuais da época, limitada a 75% (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991). MULTA QUALIFICADA - DOLO NÃO CARACTERIZADO - INDEVIDA Para justificar a aplicação de multa qualificada é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. O mero erro de preenchimento de GFIP não demonstra a existência do dolo Recurso Voluntário Provido em Parte
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APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR. O lançamento reportase à data de ocorrência do fato gerador e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplicase a multa de mora nos percentuais da época, limitada a 75% (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991). MULTA QUALIFICADA DOLO NÃO CARACTERIZADO INDEVIDA Para justificar a aplicação de multa qualificada é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. O mero erro de preenchimento de GFIP não demonstra a existência do dolo Recurso Voluntário Provido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 72 08 96 /2 01 1- 60 Fl. 289DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial: a) em relação aos fatos geradores ocorridos até 11/2008 inclusive, que seja aplicada a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação vigente à época dos fatos geradores, limitada a 75%; e b) em relação ao período posterior, seja desqualificado o agravamento para redução da multa aplicada para 75%. Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de lançamento de contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho. Segundo o Relatório Fiscal(fls. 5/15), os fatos geradores das contribuições descritas foram as remunerações pagas aos segurados empregados que prestaram serviços ao Município, as quais foram declaradas em GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. A auditoria fiscal informa que o sujeito passivo declarou em GFIP, alíquota de contribuição para financiamento do RAT/GILAT correspondente a 1%, menor do que aquela que deveria ter sido informada, qual seja, 2%. Entendeu a auditoria fiscal que de acordo com o Anexo V, citado no § 4º, do art. 202, do Regulamento da Previdência Social (decreto nº 3.048/1999), a atividade preponderante do contribuinte está enquadrada, na Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, no código 84116 – Administração Pública em Geral, cuja alíquota corresponde a 2%. O contribuinte informou em GFIP, o código CNAE 75116, inexistente na tabela atual, consignando a alíquota de 1% para o cálculo da contribuição para o RAT/GILRAT. Em razão do reenquadramento efetuado pela auditoria fiscal, foi apurada a diferença de 1% entre o valor devido e o que foi recolhido e efetuado o presente lançamento. Antes do lançamento, foi aberto prazo ao sujeito passivo, por meio do Termo de Constatação e Intimação Fiscal nº 0001, de 06/06/2011, para que ele se pronunciasse acerca da divergência de alíquota apurada. No entanto, o contribuinte abstevese de qualquer manifestação. O lançamento em questão compreende competências antes e depois da Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 8.212/1991 que alterou a sistemática do cálculo das multas de mora e por descumprimento de obrigação acessória relacionada com a GFIP. Para o período anterior à vigência da citada MP, a auditoria fiscal, sob o argumento de apurar a situação mais benéfica ao sujeito passivo com base no disposto no art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, efetuou o cálculo da multa pela legislação anterior e pela legislação superveniente, a fim de verificar a melhor situação para o contribuinte. Assim, efetuou a soma da multa pelo descumprimento da obrigação acessória de apresentar GFIP com omissões, prevista no art. 32, inciso IV e §5º, Lei n° 8.212/1991, com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/91 e comparou o resultado com a multa de ofício Fl. 291DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 prevista na Lei nº 9.430/1996, art. 44, inciso I, que passou a ser aplicada por força do art. 35A da Lei nº 8.212/1991, incluído pelo art. 26 da Lei nº 11.941/2009. Do cálculo acima, restou mais benéfico ao sujeito passivo, a multa de ofício, prevista na legislação atual que foi aplicada em todo o lançamento. Além disso, para as competências 12 e 13/2008, a auditoria aplicou multa qualificada, em dobro, com base no art. 44, inciso I, § 1º da Lei nº 9.430/1996, com a justificativa de que teria sido evidenciada a sonegação definida no art. 71, da Lei nº 4.502/1964. A autuada teve ciência do lançamento em 25/08/2011 e apresentou defesa onde alega que o enquadramento efetuado pela auditoria fiscal foi equivocado, eis que o Município desenvolve atividades preponderantemente burocráticas que geram riscos leves. Argumenta que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça também é no sentido de que o grau de risco será determinado pela atividade preponderante e não pela atividade registrada como CNAE principal e traz jurisprudência. Entende que com amparo na jurisprudência do STJ, a contribuição ao RAT deve considerar a atividade econômica que agrega o maior número de trabalhadores, independente de esta atividade ser distinta do CNAE principal da empresa Afirma que como o Município tem a maior parte de seus servidores públicos vinculados à área de educação, para ele a atividade preponderante exercida deve ser classificada como de ensino fundamental, CNAE 85139/00 – Ensino Fundamental e não Administração Pública em Geral. Considera abusiva a aplicação da multa de ofício Pelo Acórdão nº 1136.217, a 7ª Turma da DRJ/Recife julgou o lançamento procedente e manteve o crédito em sua integralidade. Contra tal decisão, a autuada apresentou recurso tempestivo onde repete as alegações de defesa. É o relatório. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora O recurso é tempestivo e não há óbice ao seu conhecimento. O lançamento em questão trata da diferença de contribuição do SAT, em razão do auto enquadramento efetuado pela recorrente ter sido considerado incorreto pela auditoria fiscal. A recorrente recolhia a referida contribuição com base na alíquota de 1% e informou em GFIP, o código CNAE 75116, inexistente na tabela atual. A auditoria fiscal, por sua vez, diante do fato de a recorrente ser um Município efetuou o reenquadramento da recorrente no código CNAE 84116 – Administração Pública em Geral, cuja alíquota corresponde a 2%. Como argumento, a recorrente afirma que não seria devida a alíquota de 2%, uma vez que as atividades que desenvolve são meramente burocráticas em sua maioria atividades de ensino e que o CNAE adequado seria 85139/00 – Ensino Fundamental, atividade de risco leve. Não confiro razão à recorrente. O Decreto nº 3.048/1999 estabelece em seu artigo 202, incisos e parágrafos as alíquotas para os diferentes graus de risco, o conceito de atividade preponderante, a possibilidade de a empresa fazer o auto enquadramento, bem como a prerrogativa do fisco em rever esse auto enquadramento e efetuar a correção do auto enquadramento incorreto, conforme se verifica no trecho transcrito: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: Ium por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; IIdois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou IIItrês por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 §3ºConsiderase preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. §4ºA atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V. §5oÉ de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social revêlo a qualquer tempo.(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). §6oVerificado erro no autoenquadramento, a Secretaria da Receita Previdenciária adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos.(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). O citado decreto traz em seu anexo V a Relação de Atividades Preponderantes e os correspondentes graus de risco, na qual consta o CNAE 84116/00 – Administração Pública em geral que é a classificação adequada à recorrente. Asseverese que a classificação prevê um risco médio, haja vista a diversidade de atividades desenvolvidas pela Municipalidade que não se resume a atividade de educação como quer fazer crer a recorrente. É certo que com a aprovação do PARECER PGFN/CRJ/Nº 2120 /2011 fica definido que a atividade preponderante a ser considerada é por estabelecimento. O citado parecer foi publicado por Diário Oficial da União de 15/12/2011, o qual dispôs o seguinte: "Contribuição Previdenciária. Alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT)." Assunto: Contribuição Previdenciária. Alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT). Grau de risco da atividade desenvolvida em cada estabelecimento empresarial individualizado pelo seu CNPJ, ou pelo grau do risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro. Jurisprudência pacífica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997. ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos. Aprovo o PARECER PGFN/CRJ/Nº 2120 /2011, de 10 de novembro de 2011, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que discutam a aplicação da alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, Fl. 294DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 5 7 individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro. A partir da publicação da aprovação do citado parecer, resta claro que, relativamente ao cálculo do grau de risco, devese observar a atividade preponderante desenvolvida em cada estabelecimento individualmente. No entanto, a recorrente não pode se socorrer do parecer, uma vez que não possui estabelecimentos e, além disso, não fez prova de que a maioria de seus empregados desenvolveriam atividades ligadas à educação, conforme alegou. Assim, resta correto o reenquadramento efetuado pela auditoria fiscal e o lançamento da diferença de alíquota. Verificase que o lançamento em questão compreende competências anteriores e posteriores à edição da Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009 e a auditoria, sob o argumento de observar a multa mais benéfica, aplicou a multa de ofício prevista no art. 44 da Lei no 9.430/1996 em todo o período lançado. O procedimento utilizado pela auditoria fiscal ao considerar multas de naturezas diversas (de mora, por descumprimento de obrigação acessória e de ofício) não encontra respaldo no arcabouço jurídico existente. À época dos fatos geradores, vigia a o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, com a redação abaixo: Lei no 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; Fl. 295DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Como se vê da leitura do dispositivo, a multa prevista tinha natureza moratória e era devida inclusive no caso no recolhimento espontâneo por parte do contribuinte. Além da multa de mora, a Lei nº 8.212/1991 previa a aplicação de multa pelo descumprimento de obrigações acessórias, dentre as quais a omissão de fatos geradores em GFIP. A Medida Provisória 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, além de alterar a redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991, revogou todos os seus incisos e parágrafos e incluiu na mesma lei o art. 35A, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Os dispositivos da Lei 9.430/1996, por sua vez dispõe o seguinte: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) Art.61.Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 6 9 §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A Lei nº 9.430/1996 traz disposições a respeito do lançamento de tributos e contribuições cuja arrecadação era da então Secretaria da Receita Federal, atualmente Secretaria da Receita Federal do Brasil. Já o lançamento das contribuições objeto desta autuação obedeciam as disposições de lei específica, no caso, a Lei nº 8.212/1991. Depreendese das alterações trazidas pela MP 449/2008, a instituição da multa de ofício, situação inexistente anteriormente. A auditoria fiscal ao fazer as comparações entre multa de mora mais multa por descumprimento de obrigação acessória e multa de ofício de 75% busca amparo no art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN que trata das possibilidades de retroação da lei. Tal artigo dispõe os seguinte: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática (g.n.) O dispositivo em questão não se aplica ao caso, uma vez que a multa moratória prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991 tem natureza diversa da multa de ofício prevista na legislação atual. Assim, devese cumprir o que dispõe o artigo 144 do CTN, segundo o qual o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Portanto, não há que se falar em aplicação de multa de oficio para fatos geradores ocorridos em períodos anteriores à edição da Medida Provisória 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009. Aplicase, sim, o artigo 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação anterior às alterações trazidas pela citada Medida Provisória. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 Há que se ressaltar que a multa de mora, no decorrer do contencioso administrativo era escalonada podendo chegar a 100%, no caso de execução fiscal. Assim, em obediência ao princípio da razoabilidade, a multa deve ser aplicada observandose o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, porém, não deve ultrapassar o percentual de 75% que correspondente à multa de ofício prevista na legislação atual. Outra questão que merece atenção é a qualificação da multa nas competências 12 e 13/2008, após a vigência da MP nº 449/2008. A auditoria aplicou multa qualificada, em dobro, com base no art. 44, inciso I, § 1º da Lei nº 9.430/1996, com a justificativa de que teria sido evidenciada a sonegação definida no art. 71, da Lei nº 4.502/1964. O art. 71 da Lei nº 4.502/1964 dispõe o seguinte: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou Retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da Autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua Natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a Obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Depreendese que para a qualificação da multa nos termos do artigo acima é necessária a caracterização de conduta dolosa, ou seja, a vontade livre e consciente de sonegar tributos. No caso, o único fato descrito pela auditoria fiscal foi a informação incorreta em GFIP do código CNAE. A meu ver, não pode ser considerada a existência de dolo numa conduta que até a superveniência da MP nº 449/2008 que introduziu a multa de ofício e sua qualificação era considerada mero descumprimento de obrigação acessória sujeita à multa e, inclusive, com a possibilidade de atenuação/relevação. A informação incorreta em GFIP, tão somente, não pode justificar a qualificação da multa, situação em que é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. Assim, nas competências 12 e 13/2008 deve ser excluída a qualificação da multa, mantendose a multa de ofício de 75%. Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 7 11 Voto no sentido de CONHECER do recurso e DARLHE PROVIMENTO PARCIAL para que até a competência 11/2008 a multa seja calculada de acordo com o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação vigente à época dos fatos geradores limitada a 75% e para as competências 12 e 13/2008 que seja aplicada apenas a multa de ofício de 75% sem qualificála. É como voto. Ana Maria Bandeira. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 19515.006215/2009-17
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/1993 a 31/07/1996
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional - CTN. Os autos de infração anulados por vício material não se submetem a regra excepcional trazida no art. 173,II do CTN.
Encontram-se atingidos pela decadência todos os fatos geradores apurados pela fiscalização.
Recurso Voluntário provido
Numero da decisão: 2803-002.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Os autos de infração anulados por vício material não se submetem a regra excepcional trazida no art. 173,II do CTN. Encontramse atingidos pela decadência todos os fatos geradores apurados pela fiscalização. Recurso Voluntário provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 62 15 /2 00 9- 17 Fl. 120DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 19515.006215/200917 Acórdão n.º 2803002.026 S2TE03 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 19515.006215/200917 Acórdão n.º 2803002.026 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o auto de infração lavrado, referente a substituição da NFLD Notificação Fiscal de Lançamento de Débito n°. 31.826.4102 de 30/06/1998, anulada através de decisão da Segunda Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social. O r. acórdão – fls 80 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o auto de infração lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · Decadência do direito de lançar. Inexistência de nulidade formal na notificação anulada. · Os documentos apresentados comprovaram a totalidade de recolhimento das contribuições previdenciárias. · Requer a desconstituição do presente auto de infração. É o relatório. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 19515.006215/200917 Acórdão n.º 2803002.026 S2TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Inicialmente cabe analisar as razões da anulação da NFLD originária, se configurado vício formal ou material. Registre que o i. julgador não se manifestou nesse sentido. O voto vencedor da decisão acostada, de lavra da e. Relatora Maria as Graças Ferreira Silva, informa que não restou configurada a cessão de mãodeobra, o que daria substrato a notificação lavrada, vejamos excerto. ... Assim sendo, por força do dispositivo legal, acima referido, a fiscalização deve comprovar a existencia da cessão de mãode obra, nos moldes acima descritos, e para tal, deve anexar ao processo os contratos assinados entre as partes, comprovando a forma de contratação dos serviços, analisálos verificando se atende ás determinações legais pertinentes, supracitadas. E o Relatório Fiscal foi omisso quanto a essa caracterização, gerando a nulidade do lançamento. Nos julgamentos recentes desta CaJ temse exigido que o INSS caracterize a existência da cessão de mãodeobra, mesmo nas atividades descritas na legislação, tanto na responsabilidade solidária, quanto na retenção, sob pena da notificação ser anulada. ... O débito anulado e refeito em 21.02.2009, se refere às competências 12/1992 a 10/1997, o presente auto traz as competências 01/05/1993 a 31/07/1996. O Código Tributário Nacional, em seu art. 173, assim se manifesta: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado Fl. 123DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 19515.006215/200917 Acórdão n.º 2803002.026 S2TE03 Fl. 6 5 da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. A norma informa que o prazo para a fazenda reconstituir um débito anulado por vício formal, será a partir da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado o lançamento anteriormente efetuado. Nos casos de débitos anulados por vício material, não há que se falar em reabertura de prazo, uma vez que a norma foi silente nesse sentido. Das decisões acostadas, temos que a razão da nulidade foi a não configuração do fato gerador – cessão de mão de obra. Diante deste quadro, temos que tal situação configura vício material, uma vez que intrínseco ao lançamento anulado. A falta de clareza informa que a autoridade fiscal sequer demonstrou a ocorrência de fato gerador e seus elementos fundamentais. Vejamos entendimentos deste Conselho: O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura do auto, ou seja, da maneira de sua realização... (Acórdão n° 19200.015 IRPF, de 14/10/2008 da Segunda Turma Especial do Primeiro Conselho de Contribuintes) Ainda a Oitava Câmara: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE VÍCIO FORMAL LANÇAMENTO FISCAL COM ALEGADO ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO – INEXISTÊNCIA – Os vícios formais são aqueles que não interferem no litígio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja ausência não impede a compreensão dos fatos que baseiam as infrações imputadas. Circunscrevemse a exigências legais para garantia da integridade do lançamento como ato de ofício, mas não pertencem ao seu conteúdo material. O suposto erro na identificação do sujeito passivo caracteriza vício substancial, uma nulidade absoluta, não permitindo a contagem do prazo especial para decadência previsto no art. 173, II, do CTN. (Acórdão n° 10808.174 IRPJ, de 23/02/2005 da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes). Uma vez demonstrado o vício material, com a não reabertura de novo prazo para outro lançamento, fica patente a decadência do auto lavrado em 22.12.2009 referente às competências 05/1993 a 07/1996. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 19515.006215/200917 Acórdão n.º 2803002.026 S2TE03 Fl. 7 6 CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do presente recurso e darlhe provimento para reconhecer a decadência de todo o período lançado. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10880.928979/2008-33
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do Fato Gerador: 15/04/2004
INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal na data da ciência do despacho decisório.
Numero da decisão: 3803-003.946
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Presidente Substituto.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira (Suplente).
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do Fato Gerador: 15/04/2004 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal na data da ciência do despacho decisório.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Presidente Substituto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira (Suplente).
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RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal na data da ciência do despacho decisório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Presidente Substituto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira (Suplente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 89 79 /2 00 8- 33 Fl. 122DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.928979/200833 Acórdão n.º 3803003.946 S3TE03 Fl. 123 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte em contraposição à decisão da DRJ São Paulo I/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada em decorrência da não homologação da compensação pleiteada. O contribuinte havia transmitido Pedido de Restituição e Declaração de Compensação (PER/DCOMP) em 30/04/2004, referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior da Cofins, período de apuração março de 2003, no valor de R$ 6.768,82, e débito do IRPJ devido no primeiro trimestre de 2004. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento declarado no PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a homologação da compensação, alegando que o valor da contribuição devida no período havia sido recolhido a maior, tendo o despacho decisório se baseado nos dados declarados erroneamente em DCTF, cuja retificação providenciara por meio programa apropriado. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP e da DCTF retificadora entregue em 24 de setembro de 2008. A DRJ São Paulo I/SP não reconheceu o direito creditório, considerando que a DCTF retificadora fora entregue após a ciência do despacho decisório, não tendo havido, ainda, a apresentação de qualquer documento idôneo que justificasse as alterações promovidas. Irresignado, o contribuinte apresenta Recurso Voluntário e requer a reforma do acórdão da DRJ São Paulo I/SP, com a homologação total da compensação pleiteada, arguindo que o crédito declarado efetivamente existe, em razão do que a DCTF retificadora deve ser analisada, em conformidade com o princípio da verdade material. Segundo o Recorrente, sendo a DCTF o meio apto a constituir o crédito tributário, o teor da retificadora deveria ter sido objeto de averiguação na primeira instância administrativa, pelo menos, via diligência à repartição de origem. Ao final, protesta pela juntada futura de outros documentos e demonstrativos que comprovariam o direito alegado. Junto ao Recurso Voluntário, o contribuinte traz aos autos, mais uma vez, apenas cópias de documentos societários e de identificação de seu representante legal. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.928979/200833 Acórdão n.º 3803003.946 S3TE03 Fl. 124 3 Conforme o relator a quo já havia constatado, o contribuinte, ao ser cientificado da não homologação da compensação e do não reconhecimento do direito creditório, procurou retificar a DCTF no sentido de ajustar suas informações à realidade pretendida na Declaração de Compensação. No entanto, para que a DCTF retificadora produzisse efeitos imediatos, com alteração dos débitos confessados, ela deveria ter sido apresentada anteriormente ao início do procedimento fiscal, nos termos do art. 11, § 2º, inc. III, da Instrução Normativa RFB nº 786, de 14/12/2007, bem como da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010. Além disso, ainda que se considerasse a DCTF retificadora intempestivamente apresentada pelo Recorrente, ela não o socorreria, pois que desacompanhada de qualquer documento comprobatório do crédtio alegado, como a escrituração contábilfiscal que demonstrasse a apuração da contribuição devida no período. Mesmo considerando o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrase em poder do próprio Recorrente, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do presente processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão à preponderância do princípio da verdade material sobre, por exemplo, o princípio constitucional da celeridade processual (art. 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal de 1988). Nos processos administrativos originados de pleito do interessado, como o de pedidos de restituição e de declaração de compensação, “prevalece o princípio do dispositivo, de modo que a atividade probatória deve se desenvolver dentro dos limites do pedido formulado pelo contribuinte. O regime jurídico da prova nesta classe de processos administrativos tributários aproximase muito mais do regime jurídico da prova do processo civil, com as peculiaridades decorrentes do fato de que a prova é produzida e apreciada no âmbito administrativo” 1 O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal (DCTF e sistemas de arrecadação) no momento da prolação do despacho decisório, não cabendo em processos da espécie a inversão do ônus da prova. O contribuinte, no momento da apresentação da Manifestação de Inconformidade, trouxe aos autos apenas cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP e da DCTF retificadora, não se referindo a qualquer elemento de sua escrituração contábilfiscal que pudesse comprovar as suas alegações relativas ao indébito reclamado. No Recurso Voluntário, quando já havia sido alertado pelo julgador de primeira instância da necessidade de comprovação dos dados declarados, o contribuinte nada 1 BIANCHINI, Marcela Cheffer. O prazo para apresentação de provas no processo administrativo tributário e os princípios da verdade material e da ampla defesa. Brasília: ESAF, 2008, p. 25. (Disponível em: www.esaf.fazenda.gov.br/ esafsite/biblioteca/monografias/marcela_cheffer.pdf. Consulta realizada em 3 de setembro de 2012). Fl. 124DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.928979/200833 Acórdão n.º 3803003.946 S3TE03 Fl. 125 4 acrescenta, trazendo aos autos, mais uma vez, apenas cópias de documentos societários, protestando por entrega futura dos documentos comprobatórios que alega possuir. Nos termos do art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF), aplicável na discussão de processos envolvendo compensação tributária, cabe ao impugnante o ônus da prova de suas alegações contrapostas à decisão de não homologação baseada na DCTF e na base de dados de arrecadação. O referido art. 16 do PAF assim dispõe: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) – Grifei (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) As exceções previstas no § 4º do art. 16 do PAF, supra reproduzidos, não se aplicam ao presente processo, pois não se trata de (i) impossibilidade de apresentação de provas por motivo de força maior, (ii) de fato ou direito superveniente ou (iii) de prova destinada a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Nesse contexto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 125DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.928979/200833 Acórdão n.º 3803003.946 S3TE03 Fl. 126 5 Fl. 126DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS
score : 1.0
Numero do processo: 11020.720127/2009-73
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2005
INSUMOS. CRÉDITO DE COFINS
Incabível o desconto de crédito da COFINS em relação aos bens ou serviços que devem ser ativados no permanente ou aqueles que por suas características não são utilizados no processo de produção, além daqueles que são utilizados em atividades que ainda não estão em fase de produção.
Numero da decisão: 3803-004.084
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues e Alexandre Kern acompanharam o relator apenas em suas conclusões.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2005 INSUMOS. CRÉDITO DE COFINS Incabível o desconto de crédito da COFINS em relação aos bens ou serviços que devem ser ativados no permanente ou aqueles que por suas características não são utilizados no processo de produção, além daqueles que são utilizados em atividades que ainda não estão em fase de produção.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2005 INSUMOS. CRÉDITO DE COFINS Incabível o desconto de crédito da COFINS em relação aos bens ou serviços que devem ser ativados no permanente ou aqueles que por suas características não são utilizados no processo de produção, além daqueles que são utilizados em atividades que ainda não estão em fase de produção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues e Alexandre Kern acompanharam o relator apenas em suas conclusões. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 01 27 /2 00 9- 73 Fl. 193DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN 2 Tratase de recurso contra decisão denegatória de pedido de ressarcimento eletrônico de crédito de PIS/COFINS não cumulativo, transmitido em 13/06/2008 e anexo às fls.06/08, no valor de R$ 28.671,18, PER/DCOMP nº 05803.27966.130608.1.1.111711. À fl. 72 consta despacho decisório proferido em 29.01.2010, pela DRF de Caixas do Sul, que homologou a restituição de somente R$ 63.749,97 de PIS/COFINS, em relação ao montante integral de R$ 567.799,90, pleiteado pelo contribuinte em 28 pedidos de ressarcimento protocolizados. Às fls. 68/72 está anexa Informação Fiscal elaborada pelo agente fazendário incumbido de realizar a fiscalização da recorrente. Neste relatório, consta que a verificação fiscal abrangeu agosto/2004 a dezembro/2007, sendo relacionado todos os PAFs vinculados ao pedido, inclusive o processo em exame. O fiscal ainda elaborou planilha com valores de créditos informados nos DACONs referentes ao período. No item III de seu relatório, o agente fazendário apontou que a empresa realizou a apuração indevida de créditos sobre partes, peças, combustíveis, despesas diversas e bens sujeitos à alíquota zero. Assim, não reconheceu o direito aos créditos em relação aos custos e despesas relacionados a bens que não podem, em sua ótica, ser considerados insumos à luz da legislação vigente de PIS/COFINS, nos termos do inciso II, do art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. Assim, retirase do relatório em exame que a fiscal embasou seu convencimento a respeito do conceito de insumo a partir do que preconizam as IN da SRF nº 247/2002, 358/2003 e 404/2004. Afirmou também que a definição de insumo exclui bens ou despesas que devam ser incluídas no ativo e por isso não aceitou os créditos referentes a lançamentos na conta 132, denominada “ativo fixo”, nem mesmo em relação a conta 132020002, correspondente aos valores das notas fiscais de aquisição emitidas no período de 17/08/2004 até 11/12/2007. Outro ponto de controversa diz respeito a forma de contabilização das despesas vinculadas aos pomares. Destaca o fiscal que na conta referente aos “imobilizados” não constatou lançamentos destas despesas, seja em relação a pomares próprios, seja em relação a pomares de terceiros. Destaca que nos diversos contratos de arrendamento celebrados com terceiros, há clausulas que impõe ao recorrente as despesas com máquinas, plantio de mudas, manutenção de cercas etc. O agente fiscal destaca que a maioria dos itens incluídos pelo contribuinte referese a óleo diesel utilizado em tratores, bem como manutenção de tratores e implementos agrícolas. Mas apontou que os tratores são utilizados tanto em pomares em produção, próprios e de terceiros, quanto em pomares ainda não produtivos, bem como na manutenção das propriedades de terceiros. E aqui está mais um ponto de discordância entre a Fazenda Nacional e o contribuinte. Na ótica fiscal, quando o recorrente tem despesas com óleo diesel em pomares “não produtivos”, mas que estão em formação tem a obrigação de imobilizar os valores dessas operações, tendo em vista que os pomares não produtivos, devem ter todos os seus custos e despesas imobilizadas em conta do ativo imobilizado até a sua primeira produção, por se tratar de “cultura em formação”. Argumenta o fiscal, que a empresa não segrega sua contabilidade, a fim de que fosse possível verificar quais despesas com tratores, mais especificamente diesel e manutenção, estão vinculadas ao “pomares em produção” e quais são as despesas relacionadas Fl. 194DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11020.720127/200973 Acórdão n.º 3803004.084 S3TE03 Fl. 252 3 a “pomares não produtivos”. Desta forma, propôs que não fosse homologado o pedido de ressarcimento em relação as despesas de diesel e manutenção gastos com tratores. Já em relação a despesas com manutenção, comenta o fiscal em seu relatório anexo às fls. 68/72: Em relação às despesas com manutenções, ressaltamos ainda que entre as aquisições efetuadas pela contribuinte incluemse algumas que claramente deveriam ser destinadas ao ativo imobilizado, independentemente da situação acima apontada, visto que claramente aumentam o prazo de vida útil dos bens em mais de um ano, como é caso de recauchutagem de pneus, embreagem, bicos injetores, pistões, blocos e cabeçotes (reforma de motores), câmbio, amortecedores, motor de partida, freios e pneus. Outras aquisições, embora não sejam relacionadas a manutenções, também não podem ser consideradas insumos: estacas e palanques, proteção contra lebre, âncoras, fitilhos, arame farpado e arame galvanizado. Todos itens que não foram aceitos estão listados na forma do anexo a este relatório. Em relação aos itens não aceitos, observase, em adição ao aqui exposto, em relação ao período de agosto de 2004, a manutenção de crédito em data anterior a 09 de agosto, contrariando o disposto na MP n° 206, de 2004, posteriormente convertida na lei 11.033, de 2004.(grifo) Às fls.73/85 está anexa planilha contendo valores em que se recomenda a glosados pelo fiscal. Depois às fls. 98/116 o contribuinte apresenta Manifestação de Inconformidade por intermédio da qual se insurge contra o despacho denegatório proferido pela DRF. Em sua Manifestação de Inconformidade requereu a reforma do despacho decisório, sob a alegação a DRF utilizou o conceito de insumo aplicado para o IPI, bem como que o diesel e despesas com manutenção de tratores estão relacionadas com o processo produtivo da empresa. Pleiteou também créditos de PIS/COFINS com os gastos em empilhadeiras, considerando serem custos necessários à produção de maçãs Sobreveio às fls. 149 e seguintes o Acórdão nº 0429.066 2ª Turma da DRJ/Campo Grande, cuja ementa segue ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2005 CRÉDITO DE COFINS. INSUMOS UTILIZADOS NO PROCESSO PRODUTIVO. Somente os insumos utilizados no processo produtivo poderão ser utilizados para compor créditos da COFINS e não os bens ou serviços que devem ser ativados no permanente ou aqueles que por suas características não Fl. 195DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN 4 são utilizados no processo de produção, além daqueles que são utilizados em atividades que ainda não estão em fase de produção. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Os julgadores de primeiro grau indeferiram o pedido de restituição com fundamento no fato de que os valores lançados na contabilidade não é coincidente com os valores informados em DACON’s e que tal irregularidade impossibilita à Fazenda apurar as despesas vinculadas com a produção de maças e as despesas gastas com a implantação do pomar e que estariam relacionados com a fase não produtiva do pomar. Compreendeu a DRJ, que as glosas de despesas com tratores devem ser mantidas, tendo em vista serem despesas que deveriam ser ativadas no permanente da empresa até que os pomares próprios e de terceiros passem a produzir frutas. Acontece que no “ativo imobilizado” não foi verificado o lançamento dessas despesas. Os julgadores “a quo” compreenderam ainda que a falta de segregação das despesas na contabilidade, quanto a utilização de tratores e maquinários agrícolas na área de formação dos pomares, impede o reconhecimento dos créditos. Em relação as empilhadeiras, a DRJ negou creditamento por considerar que a recorrente não demonstrou em que medida são utilizadas no processo produtivo. No tocante as despesas com gastos com diesel, manutenção de máquinas e equipamentos, foram também glosados os créditos em razão de que a legislação não autoriza o reconhecimento de créditos em relação a bens gastos em pomares ainda em fase de implantação. Irresignado, o contribuinte apresenta recurso voluntário e repisa as alegações já mencionadas em sua Manifestação de Inconformidade e mostrase contrário a aplicação do conceito de IPI para definir “insumo”. Argumenta que o processo produtivo deve ser compreendido desde o plantio das mudas até o transporte da maça e cita decisões do CARF e acórdão do TRF 4ª para fundamentar o seu direito. Por fim, requer a reforma do acórdão hostilizado e a homologação integral dos créditos pleiteados no pedido de ressarcimento em exame. É o relatório. Voto Conselheiro Juliano Lirani O recurso voluntário é tempestivo e por isso merece ser conhecido. A lide no presente processo administrativo, gira em torno do conceito de insumo em relação aquisições de produtos e serviços em função da produção maça, bem como em no tocante a maneira de realizar a contabilização das despesas em relação as culturas em formação e as culturas formadas, ou seja, em produção. Fl. 196DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11020.720127/200973 Acórdão n.º 3803004.084 S3TE03 Fl. 253 5 Conforme se extrai da decisão da DRJ, foi indeferida a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte e acolhido integralmente o parecer fiscal anexo aos autos. Analisando a linha de defesa adotada pelo contribuinte, notase que faz questão de trazer a discussão à extensão do processo produtivo em relação aos pomares de maça, isto é, em eu momento este inicia e em eu momento ele se encerra, justamente com o propósito de ver reconhecido o direito creditório a uma quantidade de despesas que lhe seja mais favorável. O problema é que a recorrente compreende que o processo produtivo, abrangido pelos gastos realizados em pomares sempre geram o creditamento, com base no art. 3º da Lei nº 10.833/2003, independentemente se estes gastos aconteceram em pomares em formação, ou pomares já formados. Ao que tudo indica, a recorrente parte do pressuposto de que as glosas ocorreram por conta exclusivamente da aplicação das Instruções Normativas da SRF nº 247/2002, 358/2003 e 404/2004, ou seja, em razão da aplicação do conceito de insumo a partir do que preconiza a legislação do IPI. Entretanto, ao meu sentir, a glosa está fundamentada em outra questão, ou seja, na falta de contabilização segregada dos custos para os pomares em formação e para os pomares formados. Isso em razão de que a DTJ negou o creditamento, com fundamento da falta de “segregação” das despesas em pomares em produção e em pomares que ainda estão sendo instalados. E o principal argumento utilizado para indeferir o pedido, consiste na verificação de que na contabilidade da recorrente conta denominada “imobilizado” não constam lançadas despesas com retirada de macieiras velhas, plantio de mudas, manutenção de cercas etc. Assim, segundo o entendimento fazendário, a definição de insumo exclui necessariamente bens ou despesas que devam ser incluídas no Ativo Imobilizado. E neste passo, a falta de segregação das despesas impede o creditamento. A decisão recorrida afirma que os pomares permanentes deveriam ser contabilizados em conta do “Ativo Permanente Imobilizado”. Acontece que a contribuinte não procedeu dessa forma, pois vale repetir que no Ativo Permanente – Imobilizado não há a contabilização dos pomares permanentes e nem mesmo dos custos despendidos para a sua manutenção. Mas qual é a forma contábil correta para se escriturar as culturas permanentes ? As culturas permanentes são aquelas não sujeitas ao replantio após a colheita, uma vez que propiciam mais de uma colheita ou produção, bem como apresentam prazo de vida útil superior a um ano, como é o caso em exame. Neste caso, o contribuinte deve proceder à escrituração das despesas no “Ativo Permanente Imobilizado”, quando estiverem gerando frutos, para poder gozar do beneficio da amortização do ativo. Fl. 197DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN 6 Já em se tratando de despesas gastas para a formação da cultura e quando esta não estiver gerando frutos, recomendase que as mesmas sejam escriturados na conta "Cultura Permanente em Formação Imobilizado", para que seja permitido o desconto de créditos da COFINS, nos termos do art. 3º da Lei nº 10.833/2003. Todavia, quando o pomar atingir a sua maturidade e estiver em condições de produzir, o saldo da conta da cultura em formação deverá ser transferido para a conta "Cultura Permanente Formada – Imobilizado”, sendo que esta conta está sujeita à depreciação, a partir do mês em que começar a produzir. O tratamento para a depreciação de bens do ativo imobilizado da atividade rural está disposto no Capítulo V, da Seção III, Custos, Despesas Operacionais e Encargos e Subseção III, denominada de Depreciação Acelerada Incentivada, mais especificamente no art.314 do Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº 3.000/99: Art.314.Os bens do ativo permanente imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a atividade rural (art. 58), para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente no próprio ano de aquisição (Medida Provisória n º 1.74937, de 1999, art. 5 º ). Neste passo, entendo que as despesas vinculadas à “constituição” de culturas permanentes, ou seja, gastos com cultura em formação, deveriam ter sido necessariamente ser contabilizadas pela recorrente em conta do Ativo Permanente em Formação, a fim de que ocorresse o desconto de créditos da COFINS, nos termos do art. 3º da Lei nº 10.833/2003. Já em relação as despesas ocorridas em pomares formados, caberia a contribuinte , como mencionado, ter realizado a contabilização em conta "Cultura Permanente Formada – Imobilizado. Deste modo, entendo que assiste razão para a Fazenda Nacional, uma vez que a forma de contabilização adotada pelo recorrente impede a apuração de quais são as despesas vinculadas aos pomares em formação e pomares já formados. Ademais, a recorrente não contabilizou no imobilizado nem mesmo despesas com estacas e palanques, proteção contra lebre, âncoras, fitilhos, arame farpado e arame galvanizado, que se tratam de bens que deveriam ser imobilizados, por possuir vida útil superior a 1 (um) ano. Quanto às despesas com diesel, GLP, manutenção de tratores, equipamentos agrícolas, empilhadeiras também não há como conceder créditos, tendo em vista que não há como saber se estas estão vinculadas aos pomares em formação, ou aos pomares formados. Ante o exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Juliano Eduardo Lirani Relator Fl. 198DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11020.720127/200973 Acórdão n.º 3803004.084 S3TE03 Fl. 254 7 Fl. 199DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 03/04/2013 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 10283.721013/2008-14
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
Ementa
RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO. EFEITOS.
A declaração entregue após o inicio do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de oficio. (Súmula CARP n° 33, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009)
TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF n.º 4.
CONFISCATORIEDADE DA MULTA
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº. 2)
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS.
A autoridade administrativa julgadora não se encontra vinculada a decisões judiciais ou administrativas, desprovidas de efeito erga omnes, envolvendo terceiros estranhos ao processo sob análise, podendo firmar seu convencimento na apreciação da matéria, em consonância com a legislação de regência.
Recurso Provido
Numero da decisão: 2802-002.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Dayse Fernandes Leite - Relatora.
EDITADO EM: 26/02/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci de Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: DAYSE FERNANDES LEITE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 Ementa RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO. EFEITOS. A declaração entregue após o inicio do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de oficio. (Súmula CARP n° 33, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009) TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF n.º 4. CONFISCATORIEDADE DA MULTA O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº. 2) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. A autoridade administrativa julgadora não se encontra vinculada a decisões judiciais ou administrativas, desprovidas de efeito erga omnes, envolvendo terceiros estranhos ao processo sob análise, podendo firmar seu convencimento na apreciação da matéria, em consonância com a legislação de regência. Recurso Provido
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EFEITOS. A declaração entregue após o inicio do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de oficio. (Súmula CARP n° 33, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009) TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF n.º 4. CONFISCATORIEDADE DA MULTA O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº. 2) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. A autoridade administrativa julgadora não se encontra vinculada a decisões judiciais ou administrativas, desprovidas de efeito erga omnes, envolvendo terceiros estranhos ao processo sob análise, podendo firmar seu convencimento na apreciação da matéria, em consonância com a legislação de regência. Recurso Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 10 13 /2 00 8- 14 Fl. 397DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Relatora. EDITADO EM: 26/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci de Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano. Relatório MIL MADEIREIRA ITACOATIARA LTDA, recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância, proferida pela Primeira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF, pleiteando sua reforma, nos termos do Recurso Voluntário apresentado. Tratase de exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR (fls. 91/95), no montante de R$ 219.999,68, relativo ao imóvel denominado "Fazenda Dois Mil", cadastrado na RFB, sob o n° 3.051.4410, com área declarada de 27.000,0 ha., localizado no Município Silves/AM. O lançamento decorre das seguintes alterações efetuadas de oficio na DITR apresentada: · Alteração do Valor da Terra Nua declarado não comprovado Após regularmente intimado, o sujeito passivo não comprovou por meio de Laudo de Avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.6533 da ABNT. Desta forma, a fiscalização entendeu que o valor da terra nua (VTN) declarado de R$ 25,00(RS 0,0009/ha) estava subavaliado e com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), instituído pela Receita Federal arbitrou em R$ 553.230,00 (R$ 20,49/ha). Consequentemente elevou a área tributável/área aproveitável e o VTN tributável, resultando o imposto suplementar de R$ 110.636,00, conforme demonstrado às fls. 91. Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou tempestivamente impugnação, instruída com os documentos de fls. 129/137, 138, 139, 140/143, 144/146, 147/149, 150/207 e 210/334, 335/404 e 407/415, 416/418, 419/458, 459/491, 492, 493/495 e 496/498,alegando, consoante o relatório da decisão de primeira instância o seguinte: · informa que os dados da DITR/2006 não correspondem a realidade, uma vez que equivocadamente foram inseridas naquela declaração, posto que o imóvel possui área de preservação permanente e de utilização limitada e que por esta razão lid de ser reconhecida a total Fl. 398DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10283.721013/200814 Acórdão n.º 2802002.101 S2TE02 Fl. 3 3 improcedência da Notificação de Lançamento, culminando com a revisão do lançamento; · pugna pela prevalência da verdade material, que considera pilar do direito administrativo, em detrimento da observância de formalidades processuais eventualmente exigíveis, ressaltando que as provas ora trazidas sejam analisadas e valoradas, mesmo que não tenham sido trazidas aos autos em resposta A intimação inicial, já que sua apreciação não pode ser afastada sob pena de nulidade; · salienta que a fiscalização, tendo como incompatível o VTN declarado, o arbitrou de oficio, utilizando como base as informações do SIPT da RFB, tudo em conformidade com o art. 14 da Lei n° 9.393/1996; · esclarece que tanto a extensão do imóvel quanto o seu valor declarado na DITR/2006 foram erroneamente informados ao Fisco, de modo que a impugnação se destina, além de contestar as incongruências do Lançamento, a retificação dos fatos equivocadamente informados; · informa que a correção a ser feita diz respeito A area total do imóvel declarada na DITR, isto porque a informação repassada A RFB, que apontava a extensão de 27.000,0 ha está incorreta e na verdade, a área do imóvel corresponde aquela declarada na DITR/2003, qual seja, 80.729,45 ha; · reitera que ocorreu um equivoco de sua parte que informou ao Fisco apenas parte da área total do imóvel, o que, por mero erro de fato, pode ser corrigido, adequando o Lançamento fiscal a realidade ora informada; · informa, também, que a matricula do mencionado imóvel registrada no cartório do 10 Oficio de Itacoatiara fora, nos idos de 1997, resultado da unificação de registros de diversos imóveis de sua propriedade, reunidos em matricula única e que tal afirmação se constata, por meio da análise da Certidão de Inteiro Teor da matricula no 10.731 desse Cartório; da Sentença proferida nos autos da Ação de retificação e fusão de registros Imobiliários promovida na Vara civil da mencionada Comarca; e da Certidão de Cadeia Dominial do referido imóvel — especificamente no seu item, "ad", todos em anexo, que confirmam a mencionada fusão; · mostra organograma com as matriculas e NIRF dos imóveis para sintetizar os fatos; · evidencia que, pelas provas trazidas aos autos, se faz necessário o acolhimento de sua argumentação, o que importará, na retificação das informações a respeito da área declarada do imóvel objeto do lançamento, o compatibilizando com a realidade local, o que, desde já se requer; · destaca que dentre os equívocos cometidos (além do que já foi e ainda sera' apontado) foi a inexistência de informação quanto A Fl. 399DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 área do imóvel que não pode ser objeto de tributação por expressa disposição legal, como as áreas de reserva legal e de preservação permanente; · pugna, então, pela existência das isenções fiscais atribuidas pela Lei n° 9.393/1996, já que discorda da fiscalização que, diante da inexistência de declaração, em sua DITR, sobre a existência destas áreas a totalidade do imóvel seria passível de tributação e tal pretensão não pode prosperar; · esclarece que a Certidão de Registro da matricula n° 10.731 do Cartório do 10 Oficio de Itacoatiara contém expressamente a averbação da área de reserva legal do imóvel, correspondendo a 66.177,01 ha, ou 81,9% da extensão total do bem, salientando que a área total do imóvel é de 80.729,45 ha e não 27.000,0 ha, como declarado; · esclarece, também, que a existência de área de preservação permanente foi reconhecida expressamente pelo IBAMA, na Autorização para Exploração — AUTEX — do mencionado imóvel; · entende estar satisfeita a comprovação do preenchimento da hipótese legal de isenção em conformidade com o § 7° do art. 10 da Lei n° 9.393/1996, já o que a Lei efetivamente exige é que o contribuinte, caso provocado, comprove, por qualquer meio idôneo, que a Area declarada se enquadre no quadro legal; · entende, também, que a Lei n° 9.393/1996 em momento algum elege uma forma especifica para que o contribuinte comprove, caso lhe seja solicitado, a existência da área isenta de tributação identificada em sua declaração e esse mesmo entendimento se aplica quanto h. exigência do ADA, para o reconhecimento da isenção sobre as áreas de reserva legal e de preservação permanente e cita e transcreve ementas de Acórdãos do Conselho de Contribuinte e Decisão Judicial, para referendar seus argumentos; · considera que resta evidente a subsunção dos fatos apresentados • (comprovação da existência da área de reserva legal e de preservação permanente) à hipótese de isenção estabelecida pela Lei, sendo imperioso o acolhimento da defesa, julgando improcedente o auto de infração, quanto a glosa das mencionadas Areas, na ocasião do Lançamento do tributo; · manifesta inconformidade com a aliquota de 20% aplicada pela fiscalização, discorrendo que a Lei n° 9.393/1996 institui dois critérios para a progressividade do imposto, quais sejam: 1) o aumento proporcional do percentual da aliquota na razão direta do tamanho do imóvel; e 2) razão inversamente proporcional entre aliquota e a utilização do imóvel, e que, portanto, ao arbitrar a aliquota deveria ser levado em consideração estas duas variáveis, o que efetivamente, não fora feito; · reitera sobre os equívocos de sua declaração, esclarecendo que omitiu as informações a respeito das áreas do imóvel que foram utilizadas naquele exercício na exploração extrativa e que essa área, conforme se infere da referida AUTEX, correspondem a mais de 80% da totalidade do imóvel; Fl. 400DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10283.721013/200814 Acórdão n.º 2802002.101 S2TE02 Fl. 4 5 · conclui que, tomando por parâmetro a tabela aprovada pela Lei n° 9.393/1996, para um imóvel com Area superior a 5.000,0 ha, como é o caso, e que tem mais de 80% de suas areas utilizadas, a aliquota aplicável é de 0,45% e não de 20%, conforme pode ser comprovado pela análise da AUTEX do Plano de Manejo Florestal Sustentado aprovado pelo IBAMA e de seu respectivo cronograma, e requer a correção da aliquota; · apresenta uma Tabela Demonstrativa da Retificação da DITR/2006 pretendida, incluindo, além da modificação da area total do imóvel para 80.729,5 ha, uma área de preservação permanente de 9.320,35 ha, uma Area de reserva legal de 66.117,01 ha, uma area ocupada com benfeitorias de 758,40 ha e uma área de exploração extrativa de 4.500,0 ha, e um VTN/ha igual ao arbitrado pela fiscalização, apurando um imposto suplementar de R$804,55; · discorre sobre a Taxa SELIC, alegando inconstitucionalidade e ilegalidade na sua aplicação como juros de mora, e transcreve ementas de Acórdãos Judiciais para referendar seus argumentos e considera que os juros da Taxa SELIC seriam remuneratórios, enquanto o CTN permite, apenas, juros moratórios e requer sua substituição pela incidência de correção monetária e juros moratórios de 1% ao mês; · entende que, em relação a aplicação da multa, a fiscalização abandona os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, da isonomia e vedação ao confisco, atingindo o seu direito de propriedade ao imprimir efeitos confiscatórios A penalidade, ressaltando que o confisco tem vedação expressa no art. 150, IV, da Constituição da República e conclui, sobre o tema, que se mantidas as autuações, deva ser reduzida a multa para percentual equilibrado e razoável em prestigio aos princípios citados; § requer: a) Prioritariamente, a retificação da Declaração apresentada pela defendente, corrigindo, por via de conseqüência, o Lançamento de ITR/2006, em acolhimento aos argumentos de mérito esposados, com a consequente revisão e desconstituição dos valores apontados a maior; b) por fim, na impossibilidade da retificação da DITR e a manutenção de qualquer valor a titulo de ITR, o que se cogita por amor ao debate, requer, no mínimo: seja reconhecida a existência de áreas de reserva legal e de preservação permanente; seja afastada a utilização da taxa SELIC como juros de mora e seja reduzida a multa para o percentual razoável, compatível e equilibrado, em face das distorções sustentadas. A Primeira Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília (DF), ao examinar o pleito, proferiu o acórdão n°. 0339.662, de 13 de outubro de 2010, que se encontra, às fls. 525 a 538, cuja ementa é a seguinte: Fl. 401DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2006 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADES As hipóteses de nulidade, no Processo Administrativo Fiscal, são aquelas elencadas no artigo 59 do Decreto 70.235/72 e alterações posteriores. PERDA DA ESPONTANEIDADE 0 inicio do procedimento administrativo ou medida de fiscalização exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores, portanto cabe ser mantida as informações declaradas na DITR quanto a distribuição das areas do imóvel, que não é objeto da lide. DA MULTA. CARÁTER CONFISCATORIO. DOS JUROS DE MORA (TAXA SELIC) A vedação ao confisco pela Constituição da República é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicála, nos moldes da legislação que a instituiu. Apurado imposto suplementar em procedimento de fiscalização, no caso de informação incorreta na declaração do ITR ou subavaliação do VTN, cabe exigilo juntamente com a multa e os juros aplicados aos demais tributos. Por expressa previsão legal, os juros de mora equivalem à. Taxa SELIC. MATÉRIA NÁ.0 IMPUGNADA VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRADO Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, conforme legislação processual. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada do Acórdão de primeira instância, em 10/01/2011(vide AR 541), a contribuinte apresentou, em 09/02/2011, o recurso de fls.542 a 578, no qual expõe as razões de sua irresignação quanto à manutenção da exigência: · Assevera que comprovou nos autos, possuir area de reserva legal averbada na matricula do imóvel, como inclusive reconhecido pelo julgador de primeira instância admisnistrativa, contudo, o Respeitável Julgador de primeira instancia se negou a enfrentar as alegações apresentadas pela então impugnante em relação a aventada hipótese de erro de fato, no que diz respeito a area total do imóvel e as áreas ambientais, como solicitado na alínea "b” do pedido da impugnação, sob o argumento de que o contribuinte perdera a expontaneidade com o inicio da ação fiscal. Fl. 402DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10283.721013/200814 Acórdão n.º 2802002.101 S2TE02 Fl. 5 7 · No que tange a possibilidade de Retificação dos dados errôneos prestados em declaração, fazse necessário esclarecer que em momento algum o Contribuinte/Recorrente quis se beneficiar de uma possível espontaneidade para retificar os dados prestados na DITR, pelo contrário, o contribuinte, ao tomar ciência dos erros de fato contidos na referida declaração e ciente de não mais podia proceder a retificação da DITR em razão do inicio da Ação Fiscal, requereu a autoridade fiscal que procedesse a retificação de oficio, com base nas informações e documentos carreados aos autos. · Portanto, descabida a alegação do julgador de primeira instância, de que devem ser mantidas as informações declaradas na DITR quanto a distribuição das áreas do imóvel, mesmo que comprovado nos autos, por meio de documentos idôneos, que as informações prestadas na DITR estão erradas. · A Retificação de oficio da Declaração de ITR quando constatados erros de fato, encontra previsão inclusive no próprio Decreto n 2 4.382, de 19 de setembro de 2002, que Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR. · 0 artigo 46, do referido decreto estabelece a possibilidade de retificação da DITR mesmo que já tenha sido iniciado o procedimento de lançamento de oficio. Tal retificação depende,logicamente, da comprovação de que houve erro na descrição do imóvel, o que no caso dos autos esta fartamente demonstrado por meio dos documentos anexados aos autos, especialmente pela a certidão de matrícula do imóvel. · Desnecessário aduzir que também o Código Tributário Nacional em seu artigo 147 § 2º prevê a possibilidade de . Retificação de Oficio por meio da Autoridade Fiscal. Para amparar sua defesa, reproduz ementas de decisões deste Conselho que, no seu entender, corroborariam com a fundamentação por ele adotada. · Desse modo, a retificação de oficio dos dados errôneos constantes da DITR pela autoridade fiscal, mais que um direito do contribuinte, é um dever da autoridade fiscal · De outra ponta, o caso subjudice, como bem resumiu o auditor fiscal, tem seu cerne na exigência, pala Receita federal, de informação prévia das areas de Reserva Legal previamente averbadas na matricula do. imóvel no ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL(ADA), · Alega que esse entendimento fora superado pela jurisprudência desse egrégio conselho de Recursos fiscais, bem como pelo Superior tribunal de Justiça, que sedimentou o entendimento no sentido de que o Ato declaratório Ambiental não é prérequisito legal válido exigível Fl. 403DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 para o goza das isenções fiscais(ITR) concedidas por lei para as Areas de reserva legal e preservação permanente.. Para amparar sua defesa, reproduz ementas de decisões deste Conselho e judiciais que, no seu entender, corroborariam com a fundamentação por ele adotada · Invoca a PREVALENCIA DA VERDADE MATERIAL no sentido de que as provas ora trazidas, sejam analisadas e valoradas no momento da formação do convencimento do julgador, já que, mesmo que não tenham sido trazidas aos autos quando foram solicitadas pelo Termo de Intimação Fiscal anteriormente enviado a Defendente, prevalecendo a verdade substancial no processo administrativo, a sua apreciação (das provas) não pode ser afastada sob pena de nulidade, o que, desde já se requer. · DA RETIFICAÇÃO DA ÁREA E DO VALOR DO IMÓVEL DECLARADOS NA DITR/2006; Discorda do critério de arbitramento utilizado pelo fisco ( arbitramento utilizando como base as informações do SIPT da RFB, tudo em conformidade com o artigo 14 da Lei nº 9393/1996) vez que tanto a extensão do imóvel quanto o seu valor declarado na DITR/2006 foram erroneamente informados ao Fisco. Tal equivoco, portanto, não pode persistir já que a informação apresentada a este órgão não corresponde realidade. Entende que o recurso, ora apresentado, se destina (além de contestar as incongruências constantes do Lançamento combatido) à retificação dos fatos equivocadamente informados à Autoridade Autuante. · Esclarece que a primeira correção a ser feita diz respeito à area total do imóvel declarada na DITR..Isto porque a informação repassada à Receita Federal do Brasil que apontava a extensão de 27.000 hectares está incorreta. Na verdade, área do imóvel corresponde aquela declarada pela Defendente na DITR 2003, qual seja, 80.729,45 hectares, e não o valor apontado na DITR 2006. · A consideração da informação aqui apresentada (que aponta a real extensão do imóvel: 80.729,45 hectares) deve prevalecer sobre o valor Declarado à Autoridade fiscal porque apenas aquela corresponde à realidade, conforme se infere da certidão do registro do citado imóvel ora apresentada. · Esclarece que ocorreu, in casu, foi um equivoco de sua parte quando informou ao Fisco em sua declaração apenas parte da Area total. Isto porque a matricula do mencionado Imóvel registrada no Cartório do 1º Oficio de Itacoatiara fora, nos idos de 1997, resultado da unificação de registros de diversos imóveis da Impugnante, reunidos em matricula nova. · Assevera que a afirmação feita se constata, facilmente, através da análise da certidão de inteiro teor da matricula n. 10.731 do Cartório do 1º Oficio de Itacoatiara; da Sentença proferida nos Fl. 404DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10283.721013/200814 Acórdão n.º 2802002.101 S2TE02 Fl. 6 9 autos da Ação de Retificação e Fusão de Registros Imobiliários promovida pela Defendente na Vara Cível da mencionada Comarca; e da Certidão de Cadeia Dominial do referido imóvel especificamente no seu item "ad" (todos em anexo), que confirmam a mencionada fusão. a) Fazenda Itacoatira Área = 25.184 (Mat. 603 = Área:21.000 + Mat.922 = Área 4.184) b) Fazenda Itacoatira Área = 13.88 ( Mat. 10.119 = Área 13.800) c) Mat. 921 = Área 21.800 ( Mat. 10.118=Área de 12.000 + Mat.3.015=Área:6.800) d) Fazenda Dois Mil – Mat. 10.731 = Área: 80.729,45 (a + b + c).Originária da Ação de Retificação e Fusão n 876/96 · EXISTÊNCIA DE ISENÇÕES FISCAIS ATRIBUÍDAS PELA LEI 9.393/1996. o Destacase nestes equívocos (além do que já foi e ainda sera apontado) a inexistência de informação quanto à area do imóvel que não pode ser objeto de tributação por expressa imposição legal, notadamente, daquelas identificadas como areas de reserva legal e de preservação permanente; o Esclarece que não pode prosperar a tributação sobre a área total do imóvel, visto que a certidão da matricula n. 10.731 do Cartório do 1º Oficio, que comprova a dominialidade de seu imóvel, contém expressamente a averbação da area de reserva legal do imóvel correspondendo 66.117,01 ha, ou 81,9% da extensão total do bem (notese que a teor do que fora exposto anteriormente, a area total do imóvel é de 80.729,45 hectares e não de 27.000 como foi declarado na DITR). Quanto a alegação de que não existe comprovação da existência das areas de preservação permanente, a mesma naufraga quando cotejada com a Autorização para Exploração AUTEX do mencionado imóvel fornecida à autuada pelo IBAMA (documento em anexo) em que a Autarquia Ambiental reconhece, expressamente, a existência da área de preservação permanente apontada pela Defendente em sua Declaração; o Entende que apresentada a certidão do registro do imóvel contendo a averbação da area de reserva legal, resta satisfeita a comprovação do preenchimento da hipótese legal de isenção em conformidade com o §7º do art. 10 da mencionada Lei. Idêntico raciocínio se aplica à. comprovação de existência de area de preservação permanente. Em verdade, nem a averbação do registro se faz imperiosa para o reconhecimento da isenção. O que a Lei efetivamente exige é que o Contribuinte, caso provocado, comprove, por qualquer meio idôneo, que a área declarada como correspondente a uma das hipóteses de Fl. 405DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 10 exoneração do tributo efetivamente se enquadre no quadro legal.Reproduz ementas de decisões deste Conselho, que no seu entender, corroborariam com a fundamentação ora adotada; o Assegura que o entendimento esboçado pela Corte Administrativa se lastreia no fato de que o diploma legislativo que regula a matéria (Lei n. 9.393/1996) em momento algum elege uma forma especifica para que o Contribuinte comprove, caso lhe seja solicitado, a existência da Área isenta de tributação assim identificada em sua declaração; o Afirma que o mesmo entendimento se aplica, caso venha a assim se manifestar V. S.A, à exigência de apresentação de ADA (Ato Declaratório Ambiental) para que seja reconhecida a isenção incidente sobre as areas de reserva legal e preservação permanente. Fundamenta sua alegação com o Resp nº 668.001 – RN 2004/00998650); o Assevera que resta evidente, portanto, a subsunção dos fatos aqui apresentados (comprovação da existência de area de reserva legal e preservação permanente) à hipótese de isenção estabelecida pela Lei. Destarte, no caso do acolhimento dos argumentos apresentados solicita que seja , julgado improcedente o auto de ' infração, ora combatido; · CORREÇÃO DA ALÍQUOTA APLICADA · Manifesta ainda a sua inconformidade com a aliquota utilizada pela fiscalização para apurar o imposto devido. Esta, conforme se infere do Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido anexado à. Notificação de Lançamento, alcançou o montante de 20% a base de calculo da exação fiscal; · Esclarece que , tendo o Imposto Territorial Rural finalidade eminentemente extrafiscal, a Constituição, tencionando destinálo (o ITR) a promoção da melhor distribuição da propriedade no pais, estabeleceu, em seu artigo 153, § 4º , inciso I, a progressividade do tributo; · Ressalta que em observância ao comando constitucional, a Lei nº. 9.393/1996 institui dois critérios para a progressividade do imposto, quais sejam: 1) o aumento proporcional do percentual da aliquota na razão direta do tamanho do imóvel; e 2) razão inversamente proporcional entre aliquota e a utilização do imóvel; · Assim, a teor do mencionado diploma legislativo, a aliquota do Imposto Territorial Rural incidente sobre o imóvel de propriedade da Contestante deveria ser arbitrado levando em consideração estas duas variáveis, o que, efetivamente, não fora feito pela Autoridade Autuante; · Vejase que o Lançamento combatido utiliza a aliquota de 20% aplicada sobre a base cálculo o que, de acordo com a tabela aprovada pela Lei n. 9.393/1996, só poderia ser feito caso a área utilizada do Imóvel tributado correspondesse a no máximo 3/10 da sua totalidade; Fl. 406DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10283.721013/200814 Acórdão n.º 2802002.101 S2TE02 Fl. 7 11 · Entende que o arbitramento ora combatido não encontra harmonia, mais uma vez, com a realidade dos fatos. Explica: i. No momento em que apresentou sua a DITR/2006, repassou erroneamente a informação a respeito das areas do imóvel que foram utilizadas naquele exercício na exploração extrativista. Estas áreas, conforme se infere do Laudo ora anexado, correspondem a mais de 80% da totalidade do imóvel. ii. Logo, tomando como parâmetro a tabela aprovada pela Lei n. 9.393/1996, para um imóvel com area superior a 5.000 hectares (como é o caso do imóvel da Defendente) e que tem mais de 80% de suas areas utilizadas a aliquota aplicável é de 0,45% e não 20% como pretende impor a Fiscalização. iii. A comprovação dos fatos aqui alegados pode ser feita pela simples análise da já referida AUTEX do Plano de Manejo Florestal Sustentado aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA e de seu respectivo cronograma. iv. Mais uma vez cita jurispruência deste colegiado para respaldar seu entendimento.(Acórdão 30335230 4/04/2008). · Entende que se comprovado que o grau de utilização da Área de seu imóvel em nível superior a 80%, se faz necessária a correção da aliquota utilizada para realizar o cálculo do imposto devido, tomandose, por via de conseqüência, o valor de 0,45%, que incidirá sobre o valor da parcela tributável do imóvel, tudo em conformidade com a legislação que rege a espécie tributária sob apreço. · Considerando todos os argumentos ora abordados,o recorrente elabora uma tabela demonstrativa da retificação da DIRF – Período Base 2006, onde apura uma diferença de imposto (Apurado – Declarado, no valor de R$478,30 · Aborda ainda: i. INCONSTITUCIONALIDADE DA APLICAÇÃO DA SELIC COMO TAXA DE JUROS MORATÓRIOS. ii. O CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA APLICADA. É o relatório Voto Fl. 407DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 12 Conselheira Dayse Fernandes Leite, Relatora Quanto às ementas de decisões administrativas colacionadas pelo Recorrente com o intuito de embasar seu entendimento, registrese que a autoridade administrativa julgadora não está obrigada a submeterse a decisões desprovidas de efeito erga omnes, envolvendo terceiros estranhos à controvérsia, podendo firmar seu livre convencimento na apreciação da matéria, em consonância com a legislação de regência a que se encontra vinculada. Como bem expresso no voto condutor do acordão rechaçado, o presente lançamento , diz respeito exclusivamente à rejeição do VTN declarado e arbitramento, com base no VTN/há médio apontado no SIPT, para o município de Silves AM. Verificase que a recorrente, não contesta expressamente a matéria objeto do lançamento. O que se percebe é que o recurso apresentado é todo desenvolvido no sentido de ser acolhida a retificação da Declaração ITR apresentada para o exercício de 2006. Entendese que as argumentações apresentadas pela recorrente, em fase de recurso volutário, já foram minuciosamente apreciadas pela autoridade julgadora de primeira instância. Ressaltese que compulsando os autos verificase que todos os fundamentos apresentados são extremamente pertinentes e correspondem com os documentos carreados ao processo. Ademais, acatar as alegações da recorrente implica em admitir a retificação de sua DITR. Entretanto, conforme disposto na Sumula CARF n° 33, abaixo transcrita, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009. Súmula CARF Nº 33 A declaração entregue após o inicio do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de oficio Quantos aos argumentos relativos a não aplicabilidade da taxa SELIC e a alegação de confiscatoriedade da multa, importa ressaltar que estas matérias já se encontram pacificadas no âmbito deste Tribunal Administrativo, nos termos das Súmulas nº 2 e 4, abaixo transcritas, do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em vigor desde 22/12/2009: Súmula CARF Nº 02 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF Nº 04 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Destarte, entendo que o acórdão recorrido não merece reparos. Diante do exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Fl. 408DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10283.721013/200814 Acórdão n.º 2802002.101 S2TE02 Fl. 8 13 Fl. 409DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 15504.012246/2010-19
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 IMUNIDADE. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.158-35/2001, ART. 14, X. RECEITA DA ATIVIDADE PRÓPRIA. A receita da atividade própria mencionada no art. 14, X, da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, é composta pelas doações, contribuições, mensalidades e anuidades recebidas de associados, mantenedores e colaboradores, sem caráter contraprestacional direto. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços ou da conjugação de ambos, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado em 29/09/2006. Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 3403-001.698
Decisão: Acordam os membros do colegiado em dar provimento parcial ao recurso da seguinte forma: 1) por unanimidade de votos, dar provimento para excluir da base de cálculo da contribuição as receitas imobiliárias; 2) pelo voto de qualidade, negar provimento quanto à exclusão das receitas provenientes de serviços educacionais e serviços tecnológicos da base de cálculo da contribuição. Vencidos os Conselheiros Domingos de Sá Filho (Relator), Raquel Motta Brandão Minatel e Marcos Tranchesi Ortiz; e 3) por maioria de votos, vencido o Relator, negar provimento quanto à exclusão das demais receitas da base de cálculo da contribuição. Designado o Conselheiro Antonio Carlos Atulim. O Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz apresentou declaração de voto. Sustentou pela recorrente a Dra. Érica Bastos da Silveira Casseni. OAB/DF nº 16.124.
Nome do relator: DOMINGOS DE SA FILHO
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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.15835/2001, ART. 14, X. RECEITA DA ATIVIDADE PRÓPRIA. A receita da atividade própria mencionada no art. 14, X, da Medida Provisória nº 2.15835/2001, é composta pelas doações, contribuições, mensalidades e anuidades recebidas de associados, mantenedores e colaboradores, sem caráter contraprestacional direto. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços ou da conjugação de ambos, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado em 29/09/2006. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado em dar provimento parcial ao recurso da seguinte forma: 1) por unanimidade de votos, dar provimento para excluir da base de cálculo da contribuição as receitas imobiliárias; 2) pelo voto de qualidade, negar provimento quanto à exclusão das receitas provenientes de serviços educacionais e serviços tecnológicos da base de cálculo da contribuição. Vencidos os Conselheiros Domingos de Sá Filho (Relator), Raquel Motta Brandão Minatel e Marcos Tranchesi Ortiz; e 3) por maioria de votos, vencido o Relator, negar provimento quanto à exclusão das demais receitas da base de cálculo da contribuição. Designado o Conselheiro Antonio Carlos Atulim. O Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 232DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 apresentou declaração de voto. Sustentou pela recorrente a Dra. Érica Bastos da Silveira Casseni. OAB/DF nº 16.124. Antonio Carlos Atulim – Presidente e Redator Designado. Domingos de Sá Filho Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Senai Departamento Regional de Minas Gerais contra a decisão que manteve o crédito tributário constituído por meio de auto de infração para a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, relativo ao período de apuração de 01.01.2006 a 31.12.2007. A contenda estabelecida nestes autos se refere à exigência de contribuição de entidade paraestatal sem fins lucrativos que exerce atividade privada de interesse público (serviços não exclusivos do Estado). A motivação do lançamento se refere às receitas que não estariam enquadradas dentro do conceito de atividade própria das pessoas jurídicas de direito privado mencionado pelo art. 14 da Medida Provisória nº 2.15835/01, que assegurou a isenção da COFINS a partir de 01 de fevereiro de 1999, bem como, o disciplinado pela IN SRF nº 247/2002. Em assim sendo, fezse incluir à base de cálculo receitas da atividade imobiliária, aplicações financeiras e de prestação de serviços. A decisão de piso excluiu da base de cálculo as receitas financeiras. Sustenta a Recorrente que a entidade no desenvolvimento de seus fins sociais, é pessoa jurídica de direito privado que exerce atividade de interesse público e não desenvolve atividade econômica de caráter comercial, que a totalidade das receitas geradas em suas próprias atividades é de caráter social. Assevera, também, que sua irresignação encontra amparo no art. 14 da Medida Provisória nº 2.15835, que assegura a essas entidades a inseção aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999. É o relatório. Voto Fl. 233DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 15504.012246/201019 Acórdão n.º 340301.698 S3C4T3 Fl. 2 3 Conselheiro Domingos de Sá Filho Relator. Tratase de recurso tempestivo e atende os demais pressupostos de admissibilidade, assim sendo, tomo conhecimento. A matéria cinge a incidência ou não de contribuição sobre as receitas oriundas de atividade imobiliárias e de prestação de serviços. Não há duvida de que a recorrente encontra agraciada pela isenção do art.14 da Medida Provisória 2.15835 e por integrar a categoria dos serviços autônomos disciplinado pelo inciso VI do art. 13 do mesmo diploma legal. Ao examinar o art. 45 do Estatuto da entidade, constatase, que atividade imobiliária e prestação de serviços encontram contempladas em seu regimento, portanto, configura receitas da atividade própria. Examinando o relatório fiscal não há observação de que as receitas geradas deixaram de ser reaplicadas na própria atividade, impõe dizer que a recorrente continua a gozar da isenção agraciada as entidades serviços autônomos. A receita obtida com a exploração patrimonial não pode ser comparada com aquelas decorrentes da exploração comercial, tratase de meios de proporcionar a entidade recursos financeiros a custear suas atividades e assim não pode ser descaracterizadas com o objetivo de fazer incidir contribuição que o legislador ordinário isentou. Do mesmo modo as receitas provenientes de prestação de serviços, pois o fato de serem de cunho contraprestacional por si só não a descaracteriza, e, é aceitável que se arrecade, o que permite equilíbrio entre os desembolsos com os custos inerentes aos serviços prestados não causando déficit para a instituição. O que leva a descaracterizar as receitas é quando a entidade prática atos com intuito de lucro, isto é, desenvolve atividade de natureza eminentemente de natureza comercial com intuito de resultado positivo e remuneração aos detentores do capital aplicado por meio de bonificações e participações nos lucros. Tratando de entidade dedicada à prestação de serviços complementares ao Estado e não constatada irregularidade quanto aos requisitos exigidos pela legislação de regência, há que se afastar o entendimento equivocado do fisco em fazer incidir a contribuição sobre receitas que encontram abrigadas pela manta da isenção. Assim sendo, concluo que no caso deste caderno processual administrativo inexistindo anotação de irregularidade por parte do agente autuante, deve se ater o comando do art. 14º combinado com o art.13º da Medida Provisória nº 2.15835, que afastou a exação fiscal, e, obediente à vontade do legislador que não pode ser modificada ou alterada por normas complementares a Lei, julgar insubsistente o lançamento. Ante o exposto, conheço do recurso e dou provimento para cancelar o lançamento e tornar o crédito tributário inexistente. É como voto. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 Domingos de Sá Filho Voto Vencedor Conselheiro Antonio Carlos Atulim, redator designado. A defesa da recorrente está escorada basicamente em dois pontos, a saber: a) as receitas especificadas em seu estatuto são todas decorrentes de atividades próprias e são reaplicadas na própria entidade; e b) o auto de infração está fundamentado em dois atos administrativos que restringiram de forma ilegal o alcance da isenção prevista na Medida Provisória nº 2.15835/2001. Relativamente à isenção da Cofins a partir de fevereiro de 1999, em vista da edição da Medida Provisória nº 1.8586/99 (atual 2.15835/2001), cabe esclarecer que esta prevê em seu artigo 14 a isenção da contribuição apenas em relação às receitas obtidas nas atividades próprias das entidades relacionadas no artigo 13, assim entendidas suas receitas típicas, como as contribuições, doações, anuidades ou mensalidades de seus associados e mantenedores, destinadas ao custeio e manutenção da instituição e execução de seus objetivos estatutários, mas que não tenham cunho contraprestacional. Deflui tal conclusão da análise da evolução da legislação sobre a Cofins. Vejamos. A Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, foi instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 199l, que estabeleceu como contribuintes as pessoas jurídicas em geral, inclusive as a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda (art. 1°), e isentou as sociedades cooperativas, as sociedades civis de profissão legalmente regulamentada e as entidades beneficentes de assistência social (art. 6º). De sua base de cálculo tratava o art. 2º, assim redigido: "Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de 2% (dois por cento) e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza". (grifei) Com base nesse dispositivo, foi publicado o Parecer Normativo CST nº 5, de 22 de abril de 1992, a respeito da incidência da contribuição sobre a receita das associações, sindicatos, federações e demais entidades classistas, e do qual destacase o seguinte: “Quando da vigência da contribuição ao Finsocial, criada pelo Decretolei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, o Regulamento baixado pelo Decreto nº 92.698, de 21 de maio de 1986, colocou fora do campo de incidência do Finsocial, as receitas ou os resultados das operações próprias daquelas entidades, posto que as mesmas não se situam no conceito de empresa a que se referia a citada matriz legal do FINSOCIAL. Outra é porém, a situação proposta pela Lei Complementar nº 70, de 1991, que erigiu à condição de contribuinte não as empresas (públicas ou privadas) como o fez o Decretolei nº 1.940, de 1982, mas sim as pessoas jurídicas, inclusive as a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda. Desse modo, não só as empresas, como todas as outras entidades com personalidade de direito privado serão Fl. 235DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 15504.012246/201019 Acórdão n.º 340301.698 S3C4T3 Fl. 3 5 alcançadas pela nova contribuição. Portanto, é de se concluir que os pressupostos para a nãoincidência do FINSOCIAL sobre as receitas das entidades retrocitadas não estão presentes na recéminstituída contribuição social para financiamento da seguridade social. Por outro lado, é de atentar para o fato de que a contribuição em foco incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza (art. 2º da Lei Complementar nº 70, de 1991). Nesse ponto, deve ser destacado que é extravagante à base de cálculo da contribuição (faturamento mensal) as receitas auferidas pelas entidades em comento, porquanto não se pode cogitar tratarse de faturamento a contribuição, anuidade ou mensalidade fixada por lei, assembléia ou estatutos daquelas entidades e destinada ao custeio do sistema confederativo (Constituição de 1988, art. 8º, inciso IV) ou de suas atividades essenciais. Entretanto, quando as entidades aqui tratadas auferirem receitas decorrentes da prestação de serviços ou da venda de mercadorias, mesmo que exclusivamente para seus associados, incidirá a contribuição de dois por cento sobre essas receitas, posto que aquelas entidades não estão isentas da mesma.” (grifei) Da leitura desse excerto inferese que, em relação às entidades mencionadas no PN CST nº 5/1992, as receitas obtidas por meio de contribuições pagas pelos associados, que tivessem por finalidade exclusivamente a manutenção da entidade e o alcance de suas finalidades estatutárias, uma vez que não poderiam ser consideradas “faturamento”, estariam fora do campo de incidência da contribuição. Outra seria, contudo, a situação das receitas oriundas da prestação de serviços e da comercialização de mercadorias, que deveriam ser oferecidas à tributação. Posteriormente, com a edição da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, ampliouse a base de cálculo da Cofins, que passou a incidir sobre a receita bruta da pessoa jurídica, assim considerada a totalidade das receitas por ela auferidas, independentemente do tipo de atividade exercida ou da classificação contábil adotada para suas receitas. Em função disso, entidades e receitas anteriormente não alcançadas pela Cofins passaram a sofrer a incidência deste tributo. Essa alteração legislativa trouxe insegurança quanto à situação das entidades sem fins lucrativos que, no regime legal anterior, se sujeitavam à Cofins apenas quando auferissem receitas que tivessem cunho contraprestacional (decorrentes da prestação de serviços e/ou venda de bens, por exemplo). Com a acepção de faturamento veiculada pelo artigo 3º da Lei nº 9.718, de 1998, as receitas próprias de suas atividades, como contribuições, anuidades ou mensalidades fixadas por assembléia ou destinadas ao custeio de suas atividades essenciais deveriam ser incluídas na base de cálculo da contribuição. Contudo, cumpre observar que os artigos dessa lei referente à Cofins só produziram efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de lº de fevereiro de 1999. Acontece que logo em seguida foi editada a Medida Provisória nº 1.8586, de 29 de julho de 1999 (reeditada sucessivas vezes), a qual, em seu art. 14, X, isentou da Cofins, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, as receitas relativas às atividades próprias das entidades relacionadas no art. 13 do mesmo diploma normativo. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 Observese, entretanto, que a isenção não abrange todas as receitas das entidades beneficiadas, mas tão somente as receitas das atividades próprias. Dessa forma, o legislador quis excluir da tributação apenas as receitas típicas dessas entidades, ou seja, exatamente aquelas que não eram alcançadas pela legislação anterior. Dessa maneira, receitas que não são consideradas típicas das entidades beneficiadas, tais como as provenientes de prestações de serviços, vendas de mercadorias e aplicações financeiras, continuam sujeitas à Cofins, pois se o legislador quisesse excluir da incidência desta contribuição todas as receitas obtidas pelas entidades elencadas no art. 13, teria concedido isenção subjetiva, e não restringido o beneficio apenas a certas receitas. Essa interpretação foi adotada pela IN SRF nº 247/2002 e, posteriormente, pela IN SRF nº 543/2005. À luz da interpretação acima, inexiste a alegada ilegalidade do art. 47, § 2º da IN nº 247/2001, pois o conceito de receitas das atividades próprias restrito àquelas que não tenham cunho contraprestacional direto, deflui da própria evolução legislativa, não se constituindo em inovação levada a cabo por meio de atos administrativos como asseverou a recorrente. Não se olvide que a Administração Tributária está autorizada pelo art. 100, inciso I, do CTN a baixar normas complementares à legislação tributária. Assim, a Receita Federal, entre as várias possibilidades interpretativas oferecidas por determinado texto legal, pode adotar uma delas e tornála obrigatória para os contribuintes, por meio de atos administrativos gerais e abstratos sem que isso configure ilegalidade. Portanto, as receitas que tenham um cunho contraprestacional específico, tais como as receitas de serviços tecnológicos e de serviços educacionais, bem como as demais receitas que sejam resultantes da prestação de serviços para terceiros, não podem ser caracterizadas como receitas próprias do serviço social autônomo e, por tal motivo, continuam sujeitas à incidência da contribuição. Relativamente às receitas tidas pela recorrente como sendo de suas atividades próprias serem reaplicadas na atividade da entidade, tal fato é irrelevante para determinar a incidência ou não da contribuição, uma vez que a destinação da receita nunca foi cogitada pela legislação como fator relevante para caracterizar a imunidade. Contudo, verificase no auto de infração que a fiscalização efetuou o lançamento considerando o disposto no art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, ou seja, englobou no conceito de faturamento a totalidade das receitas auferidas pelo contribuinte. É cediço que o Supremo Tribunal Federal ao julgar o Recurso Extraordinário nº 357.950, em 09/11/2005 (Diário da Justiça da União de 15/08/2006), declarou a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 e a constitucionalidade do art. 8º da referida lei. A análise do inteiro teor daquela decisão revela que somente as receitas provenientes da venda de mercadorias e da prestação de serviços podem sofrer a incidência do PIS e da Cofins, uma vez que o Tribunal considerou que o art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 era incompatível com o art. 195, I, “b” da Constituição, em sua redação original, e que a mácula do dispositivo legal não desapareceu com a superveniência da EC nº 20/98. Existindo decisão definitiva do STF, proferida em sede de controle difuso, a questão que se coloca é a possibilidade de a Administração Pública estendêla aos demais contribuintes. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 15504.012246/201019 Acórdão n.º 340301.698 S3C4T3 Fl. 4 7 Relativamente à extensão administrativa dos efeitos das decisões do STF em matéria tributária, o art. 77 da Lei nº 9.430/96 estabelece que: “Art. 77. Fica o Poder Executivo autorizado a disciplinar as hipóteses em que a administração tributária federal, relativamente aos créditos tributários baseados em dispositivo declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, possa: I absterse de constituílos; II retificar o seu valor ou declarálos extintos, de ofício, quando houverem sido constituídos anteriormente, ainda que inscritos em dívida ativa; III formular desistência de ações de execução fiscal já ajuizadas, bem como deixar de interpor recursos de decisões judiciais.” (Grifei) Em cumprimento a esse enunciado legal foi baixado o Decreto nº 2.346/97, que assim dispôs em seu art. 4º e parágrafo único: “Art. 4º Ficam o Secretário da Receita Federal e o ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, relativamente aos créditos tributários, autorizados a determinar, no âmbito de suas competências e com base em decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionalidade de lei, tratado ou ato normativo, que: I não sejam constituídos ou que sejam retificados ou cancelados; II não sejam efetivadas inscrições de débitos em dívida ativa da União; III sejam revistos os valores já inscritos, para retificação ou cancelamento da respectiva inscrição; IV sejam formuladas desistências de ações de execução fiscal. Parágrafo único. Na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.” (Grifei) Tanto o art. 77 da Lei nº 9.430/96 quanto o caput do art. 4º do Decreto nº 2.346/97 exigiram apenas que a decisão proferida pelo STF seja definitiva, não havendo nenhuma ressalva quanto à necessidade de prévia Resolução do Senado em relação às declarações de inconstitucionalidade proferidas em sede de controle difuso. Em matéria tributária, portanto, por meio do caput do art. 4º do Decreto nº 2.346/97 a Administração Tributária Federal está autorizada pelo Presidente da República a aplicar a interpretação fixada pelo STF independentemente da publicação da Resolução do Senado, bastando, para tanto, a expedição de um ato administrativo do Secretário da Receita Federal ou do Procurador Geral da Fazenda Nacional, para que os órgãos da Administração Tributária ativa se abstenham de aplicar a lei inconstitucional. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 8 Se para os órgãos da Administração Tributária ativa o Presidente da República estabeleceu regra especial no caput do art. 4º do Decreto nº 2.346/97, para os órgãos da Administração Tributária judicante foi estabelecida regra específica no parágrafo único. Essa regra alcança não só as Turmas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, mas também as Turmas das Delegacias da Receita Federal de Julgamento, pois o parágrafo único se refere expressamente à impugnação ou recurso e à órgãos julgadores singulares ou coletivos, abrangendo tanto o julgamento em primeira, quanto em segunda instância e, também, o julgamento em instância especial. Tendo em vista que o parágrafo único do art. 4º estabeleceu uma regra de exceção em relação ao caput, é evidente que os órgãos da Administração Tributária judicante não precisam aguardar que sobrevenham atos administrativos do Secretário da Receita Federal ou do Procurador Geral, e, tampouco, a publicação da Resolução do Senado, suspendendo a eficácia da norma declarada inconstitucional em sede de controle difuso. Isto porque tal exigência foi estabelecida no art. 1º do Decreto nº 2.346/97 em caráter geral para os demais órgãos da Administração Pública e apenas em relação à matéria não tributária. Em outras palavras, o art. 1º do Decreto nº 2.346/97 trouxe uma disposição genérica em relação aos “Órgãos da Administração Pública Federal direta e indireta”, cuja incidência em matéria tributária é excluída pelas regras especiais criadas no art. 4º . Observese que o art. 77 da Lei nº 9.430/97 foi específico quando mencionou a “administração tributária federal”. Já o art. 1º do Decreto nº 2.346/97 se refere genericamente à “Administração Pública Federal direta e indireta”. É inequívoco que no Decreto nº 2.346/97 temos três regras distintas disciplinando a extensão dos efeitos das decisões do STF. Uma regra geral no art. 1º do Decreto, que serve genericamente para todos os órgãos da Administração Federal, no caso de declarações de inconstitucionalidade proferidas em ações diretas. Outra regra no caput do artigo 4º que é específica para a Administração Tributária ativa. E, por fim, a regra que se constitui na exceção da exceção, que se encontra no parágrafo único, cujos destinatários são os órgãos singulares e coletivos da Administração Tributária judicante. Portanto, é fácil concluir que o art. 77 da Lei nº 9.430/97 foi regulamentado pelo art. 4º do Decreto nº 2.346/97 e não pelo art. 1º que é uma regra geral. Se a Administração Tributária ativa ou judicante precisasse aguardar a publicação de Resolução do Senado nos casos de declaração de inconstitucionalidade em sede de controle difuso, a redação do Decreto nº 2.346/97 poderia ter parado no art. 2º. Aliás, caso se aceite tal interpretação, seria prescindível a própria expedição do Decreto, uma vez que é do conhecimento de todos que a Resolução do Senado suspende a execução da norma inconstitucional com força erga omnes, o que alcançaria também toda a Administração Pública Federal. Desse modo, independentemente de pedido específico do contribuinte, nos casos de impugnação ou de recurso não definitivamente julgados, como se dá no caso presente, deve a Administração Tributária judicante adotar a interpretação fixada pelo Supremo Tribunal Federal e afastar a aplicação da lei declarada inconstitucional, independente da publicação de Resolução do Senado ou da manifestação de qualquer outra autoridade, pois está autorizada diretamente pelo Presidente da República a fazêlo. Essa interpretação foi chancelada por meio do art. 62, parágrafo único, inciso I, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Tendo sido declarada a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, tornase aplicável a base de cálculo prevista no caput deste dispositivo, com a Fl. 239DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 15504.012246/201019 Acórdão n.º 340301.698 S3C4T3 Fl. 5 9 significação que sempre teve no âmbito tributário, qual seja: a receita bruta, proveniente da venda de mercadorias, da prestação de serviços ou da combinação de ambos. O Acórdão de primeira instância já excluiu das bases de cálculo as receitas financeiras. Entretanto, o exame dos demonstrativos de fls. 96 e seguintes, revela que também devem ser excluídas das bases de cálculo mensais da contribuição as receitas imobiliárias. Isto porque a regra matriz de incidência da contribuição exige que a receita tributável seja proveniente da venda de mercadorias e serviços. As receitas imobiliárias especificadas no demonstrativo não são provenientes de venda, mas sim de locações e arrendamentos. Com essas considerações voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para excluir do auto de infração as receitas patrimoniais, por não integrarem o faturamento. Antonio Carlos Atulim Declaração de Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz. Debatese nos autos, em essência, acerca da abrangência da regra isentiva, relativamente à COFINS, contida no artigo 14, inciso X, da Medida Provisória nº 2.15835/01, da qual usufruem entidades filantrópicas, culturais, científicas, associações civis e também, em particular, os serviços sociais autônomos criados ou autorizados por lei. Observo, desde logo, que a controvérsia não se dá quanto ao preenchimento dos pressupostos que subordinam a aplicação da norma isencional, até porque sequer a autoridade responsável pelo lançamento nega a satisfação dos apontados requisitos. Não é disso que se trata. É que, embora reconhecendo a incidência in casu da regra de isenção, a auditoria fiscal – escorada em normativa da Receita Federal, é verdade – lhe atribui limitada abrangência, de forma que, sob sua perspectiva, parte significativa das receitas auferidas pela recorrente está à margem da desoneração. Daí a constituição ex officio do crédito tributário, cuja base é composta pelas entradas supostamente inalcançáveis pela isenção referida. Neste cenário, permitome divergir parcialmente tanto do voto do ilustre Relator, Conselheiro Domingos de Sá Filho, quanto do entendimento externado no voto prevalecente conduzido pelo Presidente deste Colegiado, o ilustre Conselheiro Antonio Carlos Atulim. Pelo voto vencedor, o recurso voluntário acabou provido parcialmente, apenas a fim de que restassem excluídas da base de cálculo da COFINS as receitas de origem imobiliária. Isso, porém, não por imposição da regra isentiva em debate, mas em virtude da declaração de inconstitucionalidade do artigo 3º, §1º, da Lei nº 9.718/98, no que pretendeu ampliar a base imponível do tributo para abranger, a partir de fevereiro de 1999, receitas não provenientes da venda de mercadorias e da prestação de serviços. No mais, o voluntário foi desacolhido, entendendo a maioria dos julgadores que a isenção outorgada pela MP nº 2.158 35/01, artigo 14, não vai além da desoneração das receitas de caráter nãocontraprestacional Fl. 240DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 10 direto. Por extrair do dispositivo maior amplitude, como exposto mais adiante, fiquei vencido nesta última parte. Dissenti em parte, também, do voto trazido pelo Relator, para quem o artigo 14, inciso X, da MP nº 2.15835/01 iria ao ponto de isentar toda e qualquer receita das pessoas jurídicas referidas pelo artigo 13 do mesmo diploma, independentemente da origem de onde provenham ou do objeto a que se dedique a entidade. Por extrair do dispositivo menor amplitude, dissenti parcialmente desta exegese. Como dito, neste tema, a controvérsia reside, essencialmente, no alcance da regra isentiva. O que se deve entender, em suma, por “receitas relativas às atividades próprias” das associações sem fins lucrativos, das entidades filantrópicas, culturais ou científicas ou, ainda, dos serviços sociais autônomos? Vejamos os dispositivos normativos pertinentes: “Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: (...) X – relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13.” “Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: (...) III – instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV – instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532/97; (...) VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;” Pertencendo a uma das categorias elencadas acima, o sujeito passivo tem direito à isenção relativamente à COFINS quanto às “receitas relativas às suas atividades próprias”. Neste particular, repiso que o auto de infração não está lastreado no suposto desatendimento dos pressupostos de que depende a outorga da isenção, e sim na amplitude objetiva do benefício que, no entender da autoridade, não abrigaria a maior parcela das receitas regularmente percebidas pela instituição. Em termos formais, podese dizer que a fiscalização aceita a realização da hipótese da regra de isenção, mas que constrói um conseqüente normativo de abrangência mais restrita do que aquela reclamada pela recorrente. Para compreender o sentido da expressão “atividades próprias” a fiscalização valese essencialmente de interpretação histórica. Recorre ao seqüenciamento legislativo da matéria para aduzir que, ao conferir a isenção, o propósito da MP no 2.15835/01 teria sido o de simplesmente restabelecer a base de cálculo da COFINS a que as entidades favorecidas se Fl. 241DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 15504.012246/201019 Acórdão n.º 340301.698 S3C4T3 Fl. 6 11 submetiam antes do advento da Lei no 9.718/98. Daí porque, prossegue, deverseia entender por “receitas relativas a atividades próprias” somente aquelas conseguidas gratuitamente. De minha parte, não vejo na norma posta o efeito de meramente recompor o tratamento dispensado pela LC no 70/91. No esforço de compreender o alcance da expressão é convidativo interpretá la em comparação com o sentido atribuído a outra expressão, de sentido no mínimo análogo, contida no §4o, do artigo 150, da CF/88. A pretexto de limitar a imunidade a impostos prevista para templos de qualquer culto, partidos políticos, sindicatos e também instituições de educação e assistência social, o dispositivo refere ao patrimônio, renda e serviços associados às “finalidades essenciais das entidades” em comento. Também parte da doutrina enxerga entre as duas expressões a aproximação de sentido que autoriza emprestar a interpretação construída para uma na compreensão da extensão da outra. É como pensa Leandro Marins de Souza, no seu “Tributação do Terceiro Setor no Brasil”: “Não é a condição contraprestacional que define se a receita é oriunda de atividade própria da entidade ou não. O conceito a ser aqui utilizado é o mesmo trabalhado quando da interpretação da cláusula do artigo 150, §4o da Constituição Federal, que se remete às finalidades essenciais das entidades. Ora, é própria a atividade da instituição quando se volta a seus objetivos institucionais, a suas finalidades essenciais. Estando fora desta característica, a atividade não será própria de entidades sem fins lucrativos, afastandose a isenção em comento”. (Tributação do Terceiro Setor no Brasil. São Paulo: Dialética, 2004, p. 296) Pensando o dispositivo constitucional, o STF lhe atribuiu exegese “finalística”, se é que assim se poderia designar seu entendimento. Depreendeu que renda relacionada às “atividades essenciais” da pessoa jurídica seria não necessariamente aquela oriunda da prática de suas atividades essenciais, mas a que, obtida das mais variadas origens, a entidade destinasse à consecução e ao desenvolvimento de suas finalidades estatuárias. A compreensão está bem sintetizada na Súmula no 724 da Corte, enunciada em dezembro de 2003: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, ‘c’ da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”. Sob esta leitura, abstraise completamente da procedência da receita para focalizar tãosomente a sua aplicação que, de acordo com o STF, há de ser na perseguição dos objetivos estatutários da entidade. A prevalecer semelhante compreensão para a hipótese em concreto, as receitas de atividades contraprestacionais estariam albergadas pela isenção tanto quanto os ingressos gratuitos, a depender exclusivamente do destino que se lhes der. Esta leitura comete o pecado de reduzir dois requisitos constitucionais independentes para a fruição da imunidade a apenas um. Exigir que a instituição aplique suas rendas na consecução de seus propósitos estatutários é o mesmo que demandarlhe a dedicação a fins nãolucrativos. O que vem a ser uma entidade sem escopo de lucro, senão aquela cujos recursos precisam ser permanentemente revertidos ao objeto social, em vista de vedação a que sejam distribuídos? Vejase, a respeito, os incisos I e II, do artigo 14 do CTN e, ainda mais Fl. 242DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 12 revelador, o §3o do artigo 12, da Lei no 9.532/97: “Considerase entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais”. Pareceme, portanto, que por inutilizar a independência da restrição contida no §4o do artigo 150 da CF em face de um outro requisito constitucional, a proposta hermenêutica consolidada na Súmula STF no 724 não seja a melhor. Mas ainda mantendo como referência a imunidade do artigo 150, inciso VI, da CF/88, podese buscar o sentido para a expressão “finalidades essenciais” no próprio CTN que, afinal, tem a incumbência constitucional de, justamente, disciplinar as limitações ao poder de tributar. E o §2o, do artigo 14 do Código adjudica o seguinte sentido ao texto da CF: “Art. 14. §2o Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9o são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previsto nos respectivos estatutos ou atos constitutivos”. Se emprestarmos a mesma exegese à expressão veiculada pela MP no 2.158 35/01, passaremos a definir a abrangência da isenção a partir da relação entre as atividades geradoras de receita e o objeto social da instituição. Alterase a perspectiva. Quando propõem que se adjudique à expressão “receitas relativas a atividades próprias” o sentido de ingressos auferidos gratuitamente apenas, a auditoria fiscal e o acórdão recorrido, a meu ver, voltam suas atenções para o que, supostamente, seriam atividades próprias das entidades sem fins lucrativos como categoria, como gênero, e não para o que seria próprio de cada instituição aspirante à isenção, considerada em si mesma. Sugerem que se limite o benefício a anuidades, mensalidades e doações por assumir que estes sejam recursos típicos de uma entidade sem fins lucrativos. Não vejo assim por dois motivos. O primeiro deles é que, salvo melhor juízo, não se pode falar em atividades que sejam próprias ou típicas das entidades sem fins econômicos. O que as caracteriza como tais, é dizer, o que é comum a todas elas não é a atividade a que se dedicam ou o serviço que prestam. As mais variadas atividades podem ser desempenhadas pelas associações civis porque não há objeto que lhes seja vedado praticar. O que, ao contrário, lhes é comum é o trato dos recursos que obtêm. São sem fins lucrativos simplesmente porque afetam integralmente suas receitas à manutenção e expansão de suas atividades, sejam elas quais forem. É um equívoco, portanto, supor que se possa delimitar a “atividade própria” deste gênero de pessoas jurídicas. O segundo motivo resulta de interpretação literal do artigo 14 da MP no 2.15835/01 – já que estamos no campo das isenções (artigo 111, CTN). Na dicção normativa, isentas de COFINS não são as “atividades próprias” das instituições ali elencadas, mas as “receitas relativas às atividades próprias”. E nisso vai uma diferença. Se o benefício se dirige às receitas relativas às atividades próprias é porque, a meu ver, há uma vinculação entre o exercício de uma atividade e a percepção de uma receita. Estáse falando de uma atividade geradora de receita; de uma receita decorrente de uma atividade que a produz. Não faz sentido, então, pensar a regra isentiva apenas abrangendo as receitas gratuitas porque, por definição, estas não decorrem de qualquer atividade empreendida por quem as aufere. Justamente porque não são contraprestativas, não são “relativas” a atividade alguma. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 15504.012246/201019 Acórdão n.º 340301.698 S3C4T3 Fl. 7 13 Estamos falando, in casu, de uma entidade constituída essencialmente para prestar serviços educacionais, na área de aprendizagem industrial, e para empreender pesquisas tecnológicas no mesmo segmento. Estes os seus mais típicos objetos sociais, segundo se lê do artigo 1º, letras “a” e “e” do Regimento acostado às fls. 41 e seguintes dos autos. Que espécie de receita pode lhe ser mais própria do que a auferida dos próprios alunos, em contraprestação ao ensino que recebem (conta 4.1.01.04.08)? Ou dos contratantes de serviços na área de pesquisa tecnológica (4.1.01.04.02)? É, pois, por entender improsperável o auto de infração relativamente às receitas advindas das atividades em comento que meu voto é no sentido do provimento parcial do recurso voluntário, a fim de que do lançamento sejam expurgadas, além das receitas imobiliárias, as receitas educacionais e as de serviços tecnológicos. É como voto. Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 244DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 27/09/2012 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado d igitalmente em 05/10/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
score : 1.0
Numero do processo: 10680.923214/2009-44
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002
PROVA. SEGUNDA INSTÂNCIA. NECESSÁRIA. SUFICIENTE. VERDADE MATERIAL. IDENTIFICÁVEL EM ATO DE SIMPLES VERIFICAÇÃO.
A prova trazida apenas no recurso voluntário em descumprimento ao que dispõe a regra do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, precisa estar consubstanciada na escrituração contábil/fiscal e ressalte a verdade material em ato de simples verificação, para que tenha a sorte suplantar a preclusão do direito do recorrente de tê-la apresentado a destempo.
Numero da decisão: 3803-003.922
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Presidente e Relator
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROVA. SEGUNDA INSTÂNCIA. NECESSÁRIA. SUFICIENTE. VERDADE MATERIAL. IDENTIFICÁVEL EM ATO DE SIMPLES VERIFICAÇÃO. A prova trazida apenas no recurso voluntário em descumprimento ao que dispõe a regra do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, precisa estar consubstanciada na escrituração contábil/fiscal e ressalte a verdade material em ato de simples verificação, para que tenha a sorte suplantar a preclusão do direito do recorrente de tê-la apresentado a destempo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROVA. SEGUNDA INSTÂNCIA. NECESSÁRIA. SUFICIENTE. VERDADE MATERIAL. IDENTIFICÁVEL EM ATO DE SIMPLES VERIFICAÇÃO. A prova trazida apenas no recurso voluntário em descumprimento ao que dispõe a regra do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, precisa estar consubstanciada na escrituração contábil/fiscal e ressalte a verdade material em ato de simples verificação, para que tenha a sorte suplantar a preclusão do direito do recorrente de têla apresentado a destempo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Presidente e Relator Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 92 32 14 /2 00 9- 44 Fl. 33DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 10/03/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 2 Trata o presente de recurso voluntário contra o Acórdão de nº 0232.025, da DRJ/Belo Horizonte, de 25 de abril de 2011, fls. 14/16 (da imagem digitalizada), que considerou improcedente a manifestação de inconformidade. O processo foi constituído a partir da DComp transmitida em por meio da qual a Contribuinte acima identificada compensou os débitos nela declarados, com crédito proveniente de pagamento a maior de Cofins, relativo ao fato gerador encerrado em 31 de dezembro de 2002. A Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico, fl. 2, mediante o qual não homologou a compensação pleiteada, fundada no fato de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos do contribuinte, não restando saldo creditório disponível. Em manifestação de inconformidade apresentada, de fl. 1, alegou possuir créditos referentes ao PIS e à Cofins recolhidos a maior no período de novembro 2002 a setembro 2005, e que, após a constatação da existência de tais créditos, em dezembro de 2005 procedeu à sua compensação com impostos federais, por meio de PER/Dcomp, conforme legislação em vigor. Ressaltou que, por conta do equívoco incorrido quanto às informações que figuraram na DCTF entregue em 13 de fevereiro de 2003, retificada em 21 de maio de 2009, demonstrando a existência do crédito. Em julgamento da lide a DRJ/Belo Horizonte constatou que a DCTF foi retificada após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Pela intempestividade da retificação e na ausência de prova que demonstrasse a existência do direito creditório, declarou a improcedência da manifestação de inconformidade. Cientificada da decisão em 21 de dezembro de 2011, irresignada, apresentou recurso voluntário em 19 de janeiro de 2012, em que indica o valor das receitas do mês de dezembro de 2002 com peças tributadas à alíquota zero e anexa relatórios, sintético e analítico, em que lista os clientes a quem efetuara as vendas, notas fiscais correspondentes e respectivos valores. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Como se vê do relatório, o desprovimento da manifestação de inconformidade centrouse na retificação da DCTF que extrapolou o prazo de cinco anos da ocorrência do fato gerador e ma falta de prova da alegação da existência do crédito utilizado na DComp. Na pretensão de estar suprindo a falha da defesa na primeira instância a Recorrente anexa os documentos acima referidos. Fl. 34DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 10/03/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10680.923214/200944 Acórdão n.º 3803003.922 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 3 Consignese, antes do mais, que as provas do direto alegado devem vir acompanhadas da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o impugnante fazê lo em outro momento processual, por força do art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72, ressalvadas as hipóteses das letras “a”a “c”, deste parágrafo. A Recorrente não alega nenhuma das impossibilidades para a anexação dos elementos na manifestação de inconformidade, ou após a entrega desta, a requerimento perante a autoridade julgadora de primeira instância, documentos com que a Recorrente pretende provar sua alegação de legitimidade do crédito. Portanto, está, em tese, precluso o direito de fazêlo nesta instância, a menos que a prova trazida aos autos seja singela, de simples, direta e pontual verificação, em virtude do que sobrelevaria privilegiar o princípio da verdade material, que deve informar o processo administrativo fiscal. Contudo, no presente caso, a defesa não cuidou de apresentar o direito em que se funda a sua alegação, segundo os fundamentos jurídicos. Ademais, apreciando os documentos eles nada dizem com a escrituração contábil/fiscal, não são documentos contábeis, são anexos de algo não identificado, não são assinados, indicam clientes, não peças, portanto, não trazem qualquer comprovação do direito alegado. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 26 de fevereiro de 2013 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 35DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 10/03/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 10805.003996/2008-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Ano-calendário: 2005
DESPESAS MÉDICAS RECIBOS REQUISITOS ESSENCIAIS
Quanto aos requisitos essenciais que devem constar do recibo, para fins de dedução da base de cálculo do imposto de renda, o valor, a natureza da prestação dos serviços, o nome de quem pagou e a assinatura identificando quem recebeu são pressupostos essenciais à sua validade. O endereço, o CPF do profissional e a identificação do beneficiário dos serviços, caso ausentes,
podem ser completados, posteriormente, pelo tomador dos serviços,
adotando-se procedimento semelhante ao do pagamento com cheque
nominal.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2101-001.655
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário
Nome do relator: GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA
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O endereço, o CPF do profissional e a identificação do beneficiário dos serviços, caso ausentes, podem ser completados, posteriormente, pelo tomador dos serviços, adotandose procedimento semelhante ao do pagamento com cheque nominal. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Alexandre Naoki Fl. 73DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Nishioka, José Raimundo Tosta dos Santos, Célia Maria de Souza Murphy e Gonçalo Bonet Allage Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 37/49) interposto em 28 de dezembro de 2009 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de São Paulo II (SP2) (fls. 26/30), do qual a Recorrente teve ciência em 03 de dezembro de 2009 (fls.33), que, por unanimidade de votos, julgou parcialmente procedente o lançamento de fls. 01/05, lavrado em 10 de novembro de 2008, em decorrência de deduções indevidas de despesas com instrução, previdência privada e médicas, verificada no anocalendário de 2005. O acórdão teve a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 GLOSA DE DEDUÇÃO COM DESPESAS MÉDICAS Somente são dedutíveis as despesas médicas realizadas em conformidade com a legislação e cujos pagamentos tenham sido efetivamente comprovados mediante documentação idônea. Artigo 80, § 1°, II e III, do Regulamento de Imposto de Renda (Decreto n° 3.000/99). PREVIDÊNCIA PRIVADA. São dedutíveis, desde que devidamente comprovados, os pagamentos efetuados com plano de previdência privada. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. Somente podem ser deduzidas na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física, as despesas com instrução suportadas pelo declarante. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Não se conformando, a Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 37/49), aonde apensou declarações das profissionais: Regina Zafalon – CPF nº 268.194.87894; Adriana Delboni Barreto – CPF nº 253.809.75844; e Cecília Maria Santiago F. Pinto – CPF nº 044.250.48881, nada impugnando quanto à despesa com instrução. É o relatório. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10805.003996/200869 Acórdão n.º 2101001.655 S2C1T1 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. O contribuinte apresentou a declaração de ajuste de ajuste do anocalendário de 2005, com irregularidades, e foi autuado sofrendo glosas relativas às despesas com instrução, previdência privada e médicas. O julgador a quo manteve a glosa relativa às referidas despesa, no valor de R$ 15.717,55 (Quinze mil, setecentos e dezessete reais e cinquenta e cinco centavos). Para fazer jus a deduções na Declaração de Ajuste Anual, tornase indispensável que o contribuinte observe todos os requisitos legais, sob pena de ter os valores pleiteados glosados. Afinal, todas as deduções, inclusive as despesas médicas, por dizerem respeito à base de cálculo do imposto, estão sob reserva de lei em sentido formal, por força do disposto na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN), art. 97, inciso IV. Por oportuno, confirase o estabelecido na Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, a propósito de dedução de despesas médicas: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...). II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...). § 2º O disposto na alínea “a” do inciso II: (...). II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; Fl. 75DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Por sua vez, o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, art. 73, dispõe: Art.73.Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, §3º). Verificase, portanto, que a dedução de despesas médicas na declaração da contribuinte está, sim, condicionada ao preenchimento de alguns requisitos legais. Observese que a dedução exige a efetiva prestação do serviço, tendo como beneficiário a declarante ou seu dependente, e que o pagamento tenha se realizado pelo próprio contribuinte. Assim, havendo qualquer dúvida em um desses requisitos, é direito e dever da Fiscalização exigir provas adicionais da efetividade do serviço, do beneficiário deste e do pagamento efetuado. E é dever do contribuinte apresentar comprovação ou justificação idônea, sob pena de ter suas deduções não admitidas pela autoridade fiscal. Sobre a questão vejamse as ementas dos seguintes acórdãos exarados por este Conselho: Acórdão nº : 10248789 DESPESAS MÉDICAS RECIBOS REQUISITOS ESSENCIAIS Quanto aos requisitos essenciais que devem constar do recibo, para fins de dedução da base de cálculo do imposto de renda, o valor, a natureza da prestação dos serviços, o nome de quem pagou e a assinatura identificando quem recebeu são pressupostos essenciais à sua validade. O endereço, o CPF do profissional e a identificação do beneficiário dos serviços, caso ausentes, podem ser completados, posteriormente, pelo tomador dos serviços, adotandose procedimento semelhante ao do pagamento com cheque nominal. Acórdão nº : 10616.890 DESPESAS MÉDICAS COMPROVAÇÃO DAS DESPESAS COM RECIBOS ACOSTADOS AOS AUTOS FISCALIZAÇÃO NÃO LOGROU INFORMAR A HIGIDEZ DOS RECIBOS CABIMENTO DA DEDUÇÃO O único óbice aventado pela fiscalização para rejeitar os recibos das despesas médicas foi a ausência do número de inscrição do profissional emitente no seu órgão de classe. Na via recursal, o recorrente trouxe recibo emitido em ano precedente com o número de inscrição referido. Superado o óbice, é de se deferir a dedução das despesas médicas na declaração de renda do recorrente. O problema consiste em saber até que ponto são razoáveis as exigências da autoridade fiscal para comprovação das despesas médicas. Em muitos casos, a fiscalização termina por demandar a apresentação de pagamento diretamente correlacionado com débito, como cheque utilizado para liquidar a despesa, ou saque de valor exato na mesma data. Mas os contribuintes replicam que ninguém é obrigado a pagar suas despesas com cheques nem efetuar saques individuais para cada dispêndio. Penso que a dificuldade já surge quando da informação das despesas na declaração de ajuste. A cada ano, as indicações da Receita Federal são pela possibilidade de comprovação das despesas médicas mediante recibos. A título de exemplo, transcrevo orientações contidas no Perguntas e Respostas do IRPF, exercício 2005, pergunta 337: Fl. 76DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10805.003996/200869 Acórdão n.º 2101001.655 S2C1T1 Fl. 3 5 A dedução dessas despesas é condicionada a que os pagamentos sejam especificados, informados na Relação de Pagamentos e Doações Efetuados da Declaração de Ajuste Anual, e comprovados, quando requisitados, com documentos originais que indiquem o nome, endereço e número de inscrição no CPF ou CNPJ de quem os recebeu. Admitese que, na falta de documentação, a comprovação possa ser feita com a indicação do cheque nominativo com que foi efetuado o pagamento. Assim, a própria Receita Federal orienta que a comprovação, se necessária, pode ser feita com a apresentação de recibo ou nota fiscal originais, podendo ser dar, caso o contribuinte não tenha esse documento, com a apresentação de cheque nominativo. Observese que a opção do cheque nominativo é dada a favor do contribuinte, nos casos em que o profissional se recuse a dar recibo. Verifiquei que essa orientação foi repetida em todos os Perguntas em Respostas dos exercícios seguintes. Apenas no documento do exercício de 2011 foi acrescentada a seguinte informação: Conforme previsto no art. 73 do RIR/1999, a juízo da autoridade fiscal, todas as deduções estarão sujeitas a comprovação ou justificação, e, portanto, poderão ser exigidos outros elementos necessários à comprovação da despesa médica. Não se pode ignorar, no entanto, que é bastante comum o expediente de se declarar despesas médicas inexistentes, ou majorar o valor das ocorridas, com o objetivo de diminuir o imposto devido. Contando com a ineficiência da Administração Pública, e com a nefasta idéia, corrente em nosso país, de que a sonegação é um crime aceitável devido à alta carga tributária, alguns contribuintes declaram deduções expressivas, e buscam justificálas com recibos que não refletem o realmente ocorrido. Situação inaceitável que precisa ser coibida pela Administração Pública. Diante desse quadro, os julgamentos administrativos neste CARF são bastante diversos. Existem aqueles que julgam que, uma vez comprovada a despesa mediante recibos, é dever do Fisco provar que a informação é falsa. Por outro lado, é forte a corrente que pensa que, caso a autoridade fiscal exija comprovação adicional do contribuinte, invertese o ônus da prova, sendo função do sujeito passivo produzir a comprovação exigida. Filiome ao segundo grupo, tanto pelas determinações do art. 73 do RIR/99, acima transcrito, que exige que as deduções sejam justificadas a juízo da autoridade lançadora, quanto pelo disposto no art. 333, inciso I, do Código de Processo Civil, que atribui a quem declara o ônus de demonstrar fato constitutivo do seu direito. Restame agora demonstrar o efetivo atendimento aos preceitos estabelecidos na legislação aplicável, onde, no quadro abaixo, sintetizase os dados constantes nos recibos e declarações apresentados pela Recorrente: CONSELHO/ Valor R$ Natureza da Nome do Nome de Quem CPF de quem Fl. 77DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 BENEFICIÁRIO do RENDIMENTO Nº Prestação paciente Pagou Recebeu pelo tratamento Regina Zafalon 11221 4.000,00 Fonoaudiologia Luiz Alberto da Silva Luiz Alberto da Silva 268.194.87894 Adriana Delboni Barreto 73255 4.000,00 Odontologia Luiz Alberto da Silva Luiz Alberto da Silva 253.809.75844 Cecília Maria Santiago F. Pinto 21234 7.497,55 Odontologia Luiz Alberto da Silva Luiz Alberto da Silva 044.250.48881 TOTAL 15.497,55 Documentos de folhas 51 a 54. No voluntário, foram apresentados os documentos de fls. 51 a 54, onde os prestadores confirmam, sob as penas da lei, que houve a prestação de serviços odontológicos e de fonoaudiologia no recorrente. Acrescentese que o recorrente possui suficiente suporte financeiro para despesa odontológica elevada, pois possui rendimentos tributáveis declarados, no ano da fiscalização, de 153.501,69, além de R$13.968,00 de rendimentos isentos e não tributáveis e R$10.351,97 tributados exclusivamente na fonte. Assim, o contribuinte carreou aos autos os documentos comprobatórios (Recibos e Declarações) capazes de preencherem os requisitos necessários ao acolhimento pleiteado, não havendo, portanto, óbice à dedução. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para restabelecer deduções de despesas médicas no valor de R$ 15.497,55. Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 78DF CARF MF Impresso em 25/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 11070.001777/2009-21
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
Numero da decisão: 3803-003.693
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
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CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o indeferimento do Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação em relação a crédito de PIS referente ao primeiro trimestre/2007. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 17 77 /2 00 9- 21 Fl. 305DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 As fls. 224/225 sobreveio Despacho Decisório, por meio do qual o pleito foi indeferido com fundamento de ausência de previsão legal para o creditamento, uma vez que os créditos nas operações com substituição tributária no regime de tributação da não cumulatividade é vedado pela legislação. Assim, para os julgadores “a quo”, embora o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha autorizado créditos em relação a vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e COFINS, por outro lado o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 ditou a regra de que a apuração dos créditos, nos termos do art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, necessariamente precisam seguir a regra do art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, razão pela qual há vedação do creditamento quando o produto adquirido estiver sob regime de substituição tributária e cuja saída esteja com suspensão das contribuições. Irresignado com a decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 227/229, sob os seguintes argumentos: · Em se tratando do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, se apura o crédito em razão da aquisição de insumos e bens para revenda, por meio da aplicação das alíquotas das contribuições sobre os valores de aquisição destes bens. Neste mesmo sentido, apura o débito mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor de venda das mercadorias que produz ou revende; · Com a edição da Medida Provisória n° 206/2004, art. 16, atualmente artigo art. 17 da Lei n° 11.033/04, os contribuintes cujas operações de venda são isentas, não tributadas, tributadas com alíquota zero, ou com suspensão, tem direito a manutenção dos créditos de PIS e COFINS decorrente da aquisição de insumos; · Alertou que o regime não cumulativo do PIS e a COFINS não é idêntico ao previsto para o IPI e ICMS, onde lá a sistemática de apuração daqueles tributos é feita pela técnica imposto contra imposto, onde o imposto pago na operação anterior serve para ser abatido do imposto gerado na operação presente; · Na não cumulatividade do PIS e da COFINS, não se perquire se houve ou não tributação da etapa anterior para fins de direito de crédito. Além do que deve ser observado o § 12 do art. 195 da CF, o qual prevê que as contribuições em exame serão não cumulativas, sem qualquer restrição ao creditamento. Às fls. 237/239 a DRJ de Porto Alegre proferiu o Acórdão n.º 1035.3782ª Turma, com o seguinte teor: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO REGULARMENTE EDITADA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de Fl. 306DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001777/200921 Acórdão n.º 3803003.693 S3TE03 Fl. 241 3 ilegalidade de dispositivos normativos, bem como a legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. PRODUTOS. AQUISIÇÃO. DISTRIBUIDOR/COMERCIANTE. REVENDA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade do PIS, a aquisição de produtos sujeitos à tributação concentrada não gera créditos para o comerciante na revenda/distribuição dos mesmos por expressa vedação legal, não se aplicando A hipótese a disposição contida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Com efeito, a DRJ manifestouse pelo indeferimento do pedido com fundamento na impossibilidade do reconhecimento, na esfera administrativa, da inconstitucionalidade de lei que tenha vedado a apuração de créditos em relação à operações sujeitas a substituição tributária. A DRJ ainda utilizou como argumento para indeferir o pleito, o fato de que não consta no contrato social da empresa a atividade de industrialização de qualquer dos bens objetos do pedido. Apontou ainda que as aquisições para as quais a empresa requer os créditos para o PIS e COFINS estão relacionadas no artigo 43 da Medida Provisória n° 2158 35 de 24 de agosto/2001 e na Lei n° 10.485/2.002, que por sua vez estão sujeitos aos regimes de substituição tributária e tributação monofásica respectivamente. Em outras palavras, entende a DRJ que as vendas realizadas pelo Recorrente, que por sua vez é comerciantes, fica desonerada da incidência das contribuições, já que diante da substituição tributária a obrigação pelo pagamento do tributo, se dá em relação as operações praticadas pelos fabricantes ou importadores. Deste modo, o art. 1° da Lei n° 10.485/2002 reduziu para zero as alíquotas das contribuições em relação à receita bruta auferida por comerciante, com a venda dos produtos para os quais se desejam os créditos e por esse motivo o creditamente é indevido. Os julgadores de primeiro grau, adotaram ainda a tese em relação a inexistência de direito aos créditos, ainda que o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha dito caber créditos para as vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições, uma vez que o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 determina que a sua apuração segue a regra disposta no art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, que por sua vez proíbem créditos em relação as operações com substituição tributária. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 Inconformado com a decisão da DRJ, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e basicamente repetiu seus argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade e reforçou o seu direito aos créditos com fundamento no art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, bem como no art. 195 da Constituição Federal, sob o argumento de que a norma constitucional não impôs qualquer restrição aos créditos. Por fim, requer que seu recurso seja conhecido e ao final que o seu direito creditório seja reconhecido. Em que pese a DRJ ter ingressado ao mérito e negado o pedido, cumpre informar que o Recorrente optou por discutir a matéria no Poder Judiciário, conforme citado às fl. 02. É o relatório. Voto Conselheiro Juliano Lirani O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Conforme se observa do contrato social, a Recorrente tem por objeto a revenda de máquinas agrícolas e a distribuição de peças, sendo que adquire os produtos das indústrias para posterior distribuição. Cumpre informar que estes produtos são vendidos sem a incidência do PIS e COFINS. O cerne da questão está em se apurar se há créditos em relação as vendas de produtos com suspensão do pagamento das contribuições, quando a lei estabelece o regime de substituição tributária. Alega o Recorrente que embora as vendas das máquinas e peças agrícolas estejam com a suspensão do pagamento do PIS e COFINS, ainda assim o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 confere o direito creditório e por essa razão tornase pertinente reproduzir a redação desta norma: Lei n.º 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Em que pese a discussão de mérito, analisando os autos, constatei que a matéria aventada no presente Recurso Voluntário está sendo tratada na esfera judicial, conforme mencionado às fl. 02, tendo por objeto igual pretensão pleiteada administrativamente, qual seja, crédito referente ao PIS e CONFINS. Reputase idênticas 2 (duas) ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 301, do CPC: Art. 301: “§ 1º Verificase a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001777/200921 Acórdão n.º 3803003.693 S3TE03 Fl. 242 5 § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.” Sobre a litispendência, leciona Nelson Nery Junior: “Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).” (Código de Processo Civil Comentado, 6ª edição, RT, p. 655). Deste modo, optando a Recorrente pela via judicial ocasiona impedimento da manifestação do CARF a respeito na matéria em razão da concomitância verificada. Assim, aplicase a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso quanto à matéria apreciada pelo Poder Judiciário. (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Fl. 309DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 10865.903799/2009-18
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Cabem Embargos de Declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
Numero da decisão: 3803-003.999
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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Cabem Embargos de Declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira. Relatório Tratase de Embargos de Declaração interposto pelo Conselheiro Alexandre Kern, designado para a elaboração do voto vencedor do julgamento ocorrido em 17 de julho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 37 99 /2 00 9- 18 Fl. 118DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 01/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 2 nesta Turma, que por sua vez negou provimento ao recurso em epígrafe, por maioria de votos, tendo sido ele designado para elaboração do voto vencedor. Todavia, no momento da elaboração do voto, o embargante constatou que embora o Recurso Voluntário tivesse sido apresentado dentro do prazo estabelecido na legislação, a Manifestação de Inconformidade seria intempestiva e por este motivo interpôs os Embargos de Declaração com o objetivo de alertar que o colegiado não poderia ter adentrado ao mérito da demanda, sob o pressuposto de que o acórdão foi omisso na medida em que deixou de apreciar pressuposto de admissibilidade do processo administrativo em epígrafe, especificamente em relação a intempestividade da Manifestação de Inconformidade. Comenta ainda, nos embargos, que talvez o equívoco possa ser atribuído ao servidor Reinaldo Brigatto que ignorou a informação de postagem e por isso sugeriu que a Manifestação de Inconformidade fosse conhecida pela DRJ. Agora, resta analisar se os embargos preenchem os pressupostos de admissibilidade, bem como se cabe reformar o acórdão. É o Relatório Voto Conselheiro Juliano Eduardo Lirani, Relator De acordo com o art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver omissão, contradição ou obscuridade entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Primeiramente é preciso dizer que os embargos são tempestivos, visto que foram apresentados no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do acórdão, pelo que conheço do recurso, no termos do § 1º do art. 65 do Regimento Interno do CARF. Tendo em vista tal dispositivo regulamentar, será possível concluir que os embargos não preenchem os requisitos de admissibilidade, uma vez que o pressuposto de intempestividade da Manifestação de Inconformidade alegado não se encontra peremptoriamente atestado nos autos, conforme será demonstrado a seguir. Conforme se verifica do despacho da repartição de origem que encaminhou a Manifestação de Inconformidade à Delegacia de Julgamento, o agente consignou que não era possível constatar nos elementos presentes nos autos a data da ciência do despacho decisório por parte do contribuinte, o que, em princípio, fragiliza, de pronto, o argumento do Embargante. Além disso, as telas em que o Embargante se embasa para afirmar a ocorrência da intempestividade da Manifestação de Inconformidade não são originadas da Empresa Brasileira de Correios – ECT, mas de sistemas do Serpro, em que não se tem a imagem do Aviso de Recebimento (AR), elemento esse primordial à verificação da tempestividade. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 01/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10865.903799/200918 Acórdão n.º 3803003.999 S3TE03 Fl. 112 3 Não bastassem tais constatações, temse que o relator a quo afirmou que a Manifestação de Inconformidade atendia todos os pressupostos de admissibilidade, dentre os quais se inclui a tempestividade. Considerando que o relator a quo tem acesso às informações dos sistemas internos da Receita Federal, essa sua afirmativa, para ser afastada, dependeria de elemento de prova inequívoco, o que não ocorre no presente caso. Conforme este Colegiado já decidiu em outras ocasiões, havendo dúvida quanto à tempestividade de uma peça recursal, concluise pela regularidade processual, com fundamento nos princípios da eficiência, da oficialidade e formalidade mitigada. O Embargante, valendose da alegação de ocorrência de omissão desta Turma quanto à não constatação do erro no acórdão de primeira instância – erro esse não demonstrado, conforme acima apontado –, quis fazer uso dos embargos para provocar a prolação de nova decisão, de forma não consentânea com a previsão do Regulamento do CARF. Por fim, embora o Embargante tenha manifestado opinião de que este relator desconhece as rudimentares regras processuais e que ignora o prazo de 30 dias para a interposição da Manifestação de Inconformidade, cumpre esclarecer que tal alegação não procede, conforme acima demonstrado. Nesse sentido, voto por rejeitar os embargos de declaração. Sala das sessões, 28 de fevereiro de 2013 (assinado digitalmente) Juliano Eduardo Lirani Fl. 120DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 01/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA
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