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Numero do processo: 11080.915325/2012-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2011
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PLEITEADO.
Na ausência de Declaração Retificadora e de registros contábeis que permitam verificar a apuração do crédito, não há como reconhecê-lo por ocasião do Julgamento do Recurso Voluntário.
Numero da decisão: 1401-002.975
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia de Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2011 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PLEITEADO. Na ausência de Declaração Retificadora e de registros contábeis que permitam verificar a apuração do crédito, não há como reconhecê-lo por ocasião do Julgamento do Recurso Voluntário.
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IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PLEITEADO. Na ausência de Declaração Retificadora e de registros contábeis que permitam verificar a apuração do crédito, não há como reconhecêlo por ocasião do Julgamento do Recurso Voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia de Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 53 25 /2 01 2- 12 Fl. 253DF CARF MF 2 Relatório Diante da análise do processo e das consultas efetuadas aos sistemas de controle da RFB, verificouse que em 29/04/2011, a empresa efetuou o pagamento do DARF no valor de R$ 446.174,97 Código de receita – 3373 – IRPJ , período de apuração 31/03/2011. Em 18/05//2011, a empresa transmitiu DCTF ORIGINAL MENSAL Março/2011 – com um Débito Apurado do IRPJ no valor de R$ 447.348,58, fls. 51 a 57. Em 21/08/2012, a empresa transmitiu o PER/DCOMP, objeto da lide do presente processo, utilizandose respectivamente dos valores apontados na tabela abaixo para quitação valor de R$ 446.174,97, citado acima, para compensação dos débitos nela indicados para o primeiro trimestre de 2011. Os Per/Decomps não homologados, seus respectivos valores e processos administrativos de cobrança, são os seguintes: processo Tributo período Per Dcomp valor originário 11080.915322/201271 IRPJ 31/03/2011 37274.19310.300512.1.3.048772 R$2.004,04 11080.915326/201259 IRPJ 31/03/2011 10626.20282.250912.1.3.043870 R$ 1.303,74 11080.915323/201215 IRPJ 31/03/2011 04554.76710.290612.1.3.048707 R$ 1330,98 11080.915321/201226 IRPJ 31/03/2011 11627.08751.070512.1.7.041105 R$ 16.871,14 11080.917014/201280 IRPJ 31/03/2011 15626.60096.231112.1.3.040942 R$ 1.314,55 11080.915324/201260 IRPJ 31/03/2011 32185.30771.170712.1.3.049931 R$ 1.216,81 11080.915327/201201 IRPJ 31/03/2011 11639.43635.171012.1.3.044604 R$ 1.004,78 11080.915320/201281 IRPJ 31/03/2011 15589.11951.070512.1.7.045401 R$ 2.832,83 11080.915325/201212 IRPJ 31/03/2011 30005.88638.210812.1.3.047058 R$ 1.290,11 Em 03/01/2013, a DRF/Porto Alegre – MG. emitiu Despachos Decisórios Eletrônicos não homologando a compensação declarada na PER/DCOMP, em cada um dos processos acima relacionados sob o argumento de que o pagamento fora totalmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP pleiteado. Pretendendo obter a reforma do julgado, a Recorrente ingressou com as repectivas Manifestações de Inconformidade, todas julgadas improcedentes, mantendose todos os Despachos Decisórios integralmente, sob o argumento de que pedido de retificação de DCTF, após o despacho decisório que não homologou a compensação, em razão da Fl. 254DF CARF MF Processo nº 11080.915325/201212 Acórdão n.º 1401002.975 S1C4T1 Fl. 254 3 coincidência entre os débitos declarados e os valores recolhidos, não tem o condão de alterar a decisão proferida, uma vez que as DRJs limitamse a analisar a correção do despacho decisório, efetuado com bases nas declarações e registros constantes nos sistemas da RFB na data da decisão. Assim, mesmo o contribuinte tivesse apresentando a DCTF RETIFICADORA, qualquer alegação de erro no preenchimento desta, deveria vir acompanhada dos livros e documentos que indicassem prováveis erros cometidos, no cálculo dos tributos devidos, resultando em recolhimentos a maior, ante a falta de liquidez e certeza do crédito pleiteado, a não homologação foi mantida. Inconformada, no dia 08 de julho de 2015, interpôs recurso voluntário com vistas a obter a reforma do julgado, reproduzindo em suma os argumentos trazidos na impugnação, acrescidos de pedido de acolhimento e apreciação de provas produzidas em momento posterior a elaboração do Despacho Decisório. Com o objetivo de apressar o julgamento de seus recursos impetrou Mandado de Segurança feito 18012318270609900000004193447, 4a Vara Federal Cível da SJDF, cuja liminar foi concedida em 19 de janeiro de 2018, com o seguinte teor: "Diante do exposto, DEFIRO LIMINARMENTE O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA para determinar à autoridade coatora que pratique todos os atos de sua atribuição tendentes a apreciar e julgar imediatamente os recursos voluntários interpostos pela autora , no prazo de 90 (noventa) ) dias, desde que seja apenas caso de mora administrativa e não haja outras exigências técnicas". Intimação ao CARF registrada em 25/01/2018. Vindos os autos para julgamento, entendeu a Turma por bem, converter os autos em diligência para que autoridade fiscal promovesse a aferição do real valor devido do IRPJ do primeiro trimestre de 2011 referente ao pagamento do DARF, objeto do pedido de homologação e se os valores apontados como crédito (reproduzir quadro) haviam sido utilizados para quitar algum outro débito. E ao final, a autoridade fiscal elaborasse relatório conclusivo das verificações, ressalvado o fornecimento de informações adicionais e a juntada de outros documentos que entender necessários, entregar cópia do relatório à interessada e conceder prazo de 30 (trinta) dias para que ela se pronuncie sobre as suas conclusões, após o que, o processo deverá retornar a este CARF para prosseguimento do julgamento. Sobreveio relatório de diligência fiscal, na qual concluiuse que o valor de apuração devido a título de IRPJ consiste em 381.572,70, constante da DIPJ e da apuração do lucro real apresentada, sendo o valor informado em DCTF referente à provisão para imposto de renda, no valor de R$ 447.348,58 e o DARF recolhido no valor de R$ 446.174,97, constando ainda a informação de compensação de R$ 1.173,61, por meio de PER/DECOMP 02649.18284.290411.1.3.024381 (com informação no SIEF de homologação total), de modo que o valor do pagamento resulta em R$ 65.775,87 Considerandose as declarações de compensação que utilizaram o direito creditório atinente a esse pagamento a maior com os Recursos Voluntários interpostos, o Fl. 255DF CARF MF 4 relatório de diligência trouxe o seguinte demonstrativo de utilização do crédito de acordo com os PER/DECOMPS entregues pela Recorrente: Intimado sobre o resultado da diligência, a Recorrente manifestouse favoravelmente às conclusões do relatório fiscal. É o relatório do essencial. Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin. O recurso é tempestivo e apresenta os demais requisitos de admissibilidade, por isso, dele conheço. Conforme já esclarecido pela decisão de piso, os pedidos de compensação não foram homologados, pois as referidas decisões adotaram como fundamento o fato de ter o DARF emitido para o pagamento do IRPJ apurado no primeiro trimestre de 2011 , contemplado a totalidade dos valores anteriormente declarados mediante DCTF, ou seja, o DARF estava em consonância com o valor originalmente declarado pela empresa, a qual ainda não havia procedido as retificações das aludidas declarações, a fim de reduzir o débito anteriormente declarado. Como consequência do não reconhecimento do crédito da recorrente, constituiuse saldo devedor correspondente aos débitos cuja compensação restou frustrada. Isto porque, segundo a decisão recorrida verificouse que o pagamento que daria origem ao crédito informado na PER/DCOMP pela interessada e apontado no Despacho Decisório, teria sido integralmente utilizado pela Receita Federal para quitação do Débito Declarado pelo contribuinte através da DCTF original do mês de março/2011 (entregue em 18/05/2011), correspondente ao mesmo período de apuração (31/03/2011). Ao análisar esse contexto, no que diz respeito a constituição do próprio crédito o Relatório Circunstanciado da diligência fiscal consigna que: Fl. 256DF CARF MF Processo nº 11080.915325/201212 Acórdão n.º 1401002.975 S1C4T1 Fl. 255 5 Admito que a Recorrente trouxe anexou ao seu Recurso Voluntário documentos suficientes a demonstrar o recolhimento ao maior do valor de R$ 65.775,87, conforme concluído inclusive pelo resultado da diligência fiscal, no entanto, entendo que para o reconhecimento do crédito era necessário um passo além, por parte dela, que embora venha sustentando a existência de erro no preenchimento da DIPJ e, por consequencia, na Decomp, em nenhum momento tomou a iniciativa de retificálas, requerendo que tal providência seja implementada por este colegiado caso reconheça a possibilidade da compensação pleiteada. Neste momento entendo pela impossibilidade de reconhecimento do crédito pleiteado pela Recorrente, sem que tenha havido no mínimo a retificação por parte dela dos erros materiais existentes em suas declarações, não vejo a possibilidade de promover tal retificação de ofício, uma vez que tal providência é exclusiva do contribuinte. Já houve casos em que reconheci inclusive a possibilidade de retificação de declaração por parte do contribuinte em momento posterior inclusive ao Despacho Decisório, como por exemplo no Acórdão n. 1401002.702, contudo, na ausência de Declaração Retificadora que constitua o crédito pleiteado, não vejo como reconhecêlo. Por estas razões, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Fl. 257DF CARF MF 6 Fl. 258DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10930.907890/2011-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. RESTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
Diferentemente da compensação, por ausência de compensação legal, não será considerada tacitamente homologada a restituição, objeto de despacho decisório proferido e cientificado o sujeito passivo, após o prazo de cinco anos, contados da data de seu protocolo nos termos dos parágrafos 4º e 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada, respectivamente, pelo artigo 49 da Lei nº 10.637/02 e artigo 17 da Lei nº 10.833/03.
ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. DESCABIMENTO.
A decisão judicial, proferida pelo Supremo Tribunal Federal sob a sistemática de repercussão geral, que reconhece a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, promovido pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, não possui influência nas solicitações de restituição de PIS ou de Cofins calculados no regime da não cumulatividade, com base nas Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003.
Numero da decisão: 3201-004.372
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinatura digital)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. RESTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Diferentemente da compensação, por ausência de compensação legal, não será considerada tacitamente homologada a restituição, objeto de despacho decisório proferido e cientificado o sujeito passivo, após o prazo de cinco anos, contados da data de seu protocolo nos termos dos parágrafos 4º e 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada, respectivamente, pelo artigo 49 da Lei nº 10.637/02 e artigo 17 da Lei nº 10.833/03. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. DESCABIMENTO. A decisão judicial, proferida pelo Supremo Tribunal Federal sob a sistemática de repercussão geral, que reconhece a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, promovido pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, não possui influência nas solicitações de restituição de PIS ou de Cofins calculados no regime da não cumulatividade, com base nas Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1878; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10930.907890/201104 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201004.372 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de outubro de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES NÃO CUMULATIVAS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO DE CINCO ANOS PARA APRECIAR. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. RESTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Diferentemente da compensação, por ausência de compensação legal, não será considerada tacitamente homologada a restituição, objeto de despacho decisório proferido e cientificado o sujeito passivo, após o prazo de cinco anos, contados da data de seu protocolo nos termos dos parágrafos 4º e 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada, respectivamente, pelo artigo 49 da Lei nº 10.637/02 e artigo 17 da Lei nº 10.833/03. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. DESCABIMENTO. A decisão judicial, proferida pelo Supremo Tribunal Federal sob a sistemática de repercussão geral, que reconhece a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, promovido pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, não possui influência nas solicitações de restituição de PIS ou de Cofins calculados no regime da não cumulatividade, com base nas Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 78 90 /2 01 1- 04 Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10930.907890/201104 Acórdão n.º 3201004.372 S3C2T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face de decisão da DRJ/Curitiba que manteve o despacho decisório emitido pela DRF/Londrina, que, por sua vez, não reconheceu os créditos pleiteados. Segundo o despacho decisório, a restituição foi indeferida porque o pagamento indicado para dar suporte ao crédito estava totalmente utilizado para extinção de débito declarado em DCTF transmitida pela interessada. Na manifestação apresentada, a interessada alega que o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, teve a sua inconstitucionalidade declarada pelo STF. Salienta que a manifestação contida no despacho decisório decorre de informação prestada em DCTF nos anos de 2000 a 2004, ou seja, consoante previsão legal então vigente. Acredita que a conclusão deve ser a de procedência do pedido, afinal, nos termos das decisões existentes as receitas não operacionais devem ser excluídas das bases de cálculo do PIS e da Cofins. Salienta que as declarações prestadas anteriormente devem ser revistas e diz que para ocorrer o deferimento bastará à Autoridade Julgadora proceder à análise das DCTF apresentadas, tendo por base planilha anexada à manifestação. O Acórdão 06055.579, DRJ em Curitiba, possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003 ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. RESTITUIÇÃO. PIS/PASEP. COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. DESCABIMENTO. A decisão judicial, proferida pelo Supremo Tribunal Federal sob a sistemática de repercussão geral, que reconhece a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, promovido pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, não tem relação e portanto não autoriza a restituição de PIS ou de Cofins, calculados no regime da não cumulatividade, com base nas Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, respectivamente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Em seu Recurso Voluntário a contribuinte reforçou as argumentações apresentadas em sua Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10930.907890/201104 Acórdão n.º 3201004.372 S3C2T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.371, de 24/10/2018, proferido no julgamento do processo 10930.907128/201110, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.371): "Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase este Voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, merece conhecimento o tempestivo Recurso Voluntário. Sobre o pedido de homologação tácita, verificase que esta não ocorreu, apesar do prazo de cinco anos do pedido administrativo (30/06/05) até a data do Despacho Decisório de fls 5 (02/12/2011) ter vencido. Será considerada tacitamente homologada, somente a compensação objeto de declaração de compensação, que não seja objeto de despacho decisório proferido e cientificado o sujeito passivo, no prazo de cinco anos, contados da data de seu protocolo nos termos dos parágrafos 4º e 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada, respectivamente, pelo artigo 49 da Lei nº 10.637/02 e artigo 17 da Lei nº 10.833/03. Entre muitos precedentes neste Conselho, a homologação tácita ganhou destaque no julgamento do Acórdão 9303003.456, na Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Conselho, em fevereiro de 2016, na relatoria do professor Valcir Gassen. Contudo, a grande maioria dos precedentes deste Conselho não aplicou a homologação tácita em pedidos de restituição, desacompanhados da declaração de compensação, por ausência de previsão legal. Este é o caso dos autos. Portanto, não merece provimento a alegação preliminar. Com relação ao mérito, como bem exposto na decisão de primeira instância, a mencionada inconstitucionalidade do denominado "alargamento da base de cálculo do Pis e Cofins" não se aplica ao regime não cumulativo, isto porque a Lei n.º 9718/98, que foi objeto do mencionado julgamento no STF, trata somente do Pis e Cofins no regime cumulativo. Assim, a decisão judicial, proferida pelo Supremo Tribunal Federal sob a sistemática de repercussão geral, que reconhece a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, promovido pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, não possui influência nas solicitações de restituição de PIS ou de Cofins calculados no regime da não cumulatividade, com base nas Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10930.907890/201104 Acórdão n.º 3201004.372 S3C2T1 Fl. 5 4 Diante do exposto, votase para que seja NEGADO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado NEGOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 159DF CARF MF
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Numero do processo: 16366.720038/2015-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008
CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ACÚMULO EM RAZÃO DE EXPORTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SALDO APURADO ATÉ 01/01/2012.
O crédito presumido da contribuição (PIS/Cofins) para a agroindústria apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº10.925/2004 só pode ser compensado com débitos próprios da contribuição. A Lei nº 12.995/2014, art. 7º-A, permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012.
O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pudesse ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Impossibilidade de ressarcir créditos apurados em outra data, na medida em que a lei escolheu uma data específica.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-005.445
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ACÚMULO EM RAZÃO DE EXPORTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SALDO APURADO ATÉ 01/01/2012. O crédito presumido da contribuição (PIS/Cofins) para a agroindústria apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº10.925/2004 só pode ser compensado com débitos próprios da contribuição. A Lei nº 12.995/2014, art. 7ºA, permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012. O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pudesse ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Impossibilidade de ressarcir créditos apurados em outra data, na medida em que a lei escolheu uma data específica. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 36 6. 72 00 38 /2 01 5- 88 Fl. 155DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 3 2 Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferimento do Pedido de Ressarcimento (PER) de Crédito Presumido da Contribuição (PIS/Cofins), em virtude do fato de que o art. 8º da Lei nº 10.925/2004 autorizava a utilização do crédito presumido somente para dedução das próprias contribuições não cumulativas. De acordo com a repartição de origem, a Lei 12.995/2014 passou a autorizar que empresas da agroindústria que possuíssem, em 01/01/2012, saldo de crédito presumido calculado e acumulado na forma da Lei 10.925/2004 pudessem utilizar esse saldo via compensação ou ressarcimento. Contudo, ainda de acordo com a autoridade administrativa de origem, no presente caso, mesmo preenchendo todos os requisitos legais para apuração e aproveitamento dos créditos em referência, o requerimento do ressarcimento fora protocolizado após o prazo prescricional de cinco anos. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte arguiu que a lei que concedera o direito ao ressarcimento do crédito presumido acumulado havia sido publicada em 18/06/2014, inexistindo, até então, direito ao ressarcimento, apenas sendo possível o aproveitamento com débitos das contribuições (PIS/Cofins), em razão do quê, somente se aplicaria a regra da prescrição a partir daquela data. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 14062.937, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando que o prazo para se pedir ressarcimento de créditos da não cumulatividade, básicos ou presumidos, é de cinco anos contados da data de sua apuração. Em suas razões de voto, a DRJ trouxe os seguintes argumentos: a) no formulário do pedido, consta “CRÉDITO PRESUMIDO vinculado à receita de exportação com base na Lei nº 12.995/2014”; b) cita o Decreto nº 20.910/1932, em que se prevê, em seu art. 1º, que qualquer dívida da União, de qualquer natureza, prescreve em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem; c) a possibilidade de crédito prevista no art. 7ºA da Lei nº 12.599/2012 (acrescentado pela Lei nº 12.995/2014), e de seu ressarcimento, é um direito “novo” e não a implementação de uma condição suspensiva que impedia o referido aproveitamento; d) a norma que instituiu o aproveitamento dos referidos créditos presumidos, expressamente previu a aplicação da prescrição; Fl. 156DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 4 3 e) cita o art. 29D da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, onde resta previsto que o ressarcimento do saldo de créditos presumidos de que trata o caput pode ser solicitado somente para créditos apurados até 5 (cinco) anos anteriores, contados da data do pedido. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e repisou os argumentos trazidos em sua Manifestação de Inconformidade, insistindo que a Lei nº 12.995/2014, ao acrescentar o art. 7A à Lei nº 12.599/2012, conferira o direito ao contribuinte de obter créditos que, até então, não podiam ser utilizados, não tendo ocorrido, portanto, a prescrição. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.430, de 25/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 10930.721698/201467, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301005.430): O recurso voluntário foi interposto no prazo e reúne os pressupostos legais de interposição, portanto, merece conhecimento. A partir do relato acima, constatase que a discussão dos autos não está na legitimidade ou não do montante de crédito, pois este foi conferido e admitido pelo Fisco. Centrase a discussão em saber se o pedido de ressarcimento formulado pela Recorrente está prescrito ou não. Assim, para fins de realizar uma análise do prazo prescricional, necessário traçar a linha do tempo. Até 18 de junho de 2014, a pessoa jurídica que desenvolvesse atividades agroindustriais, poderia apurar crédito presumido de PIS e COFINS, na forma como previsto no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, para compensar, exclusivamente, com débitos destas mesmas contribuições (caput). No dia 18 de junho de 2014 entrou em vigor a Lei nº 12.995/2014 que acrescentou o art. 7ºA na Lei nº 12.599/2012, permitindo que o saldo de créditos presumidos apurados na forma do art. 8º da Lei nº 10.925/2004 até 01/01/2012 pudessem ser compensados com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, vencidos ou vincendos, ou ainda requerer o ressarcimento em dinheiro, observandose a legislação aplicável sobre os prazos extintivos: Art. 7ºA. O saldo do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, apurado até 1o de janeiro de 2012 em relação Fl. 157DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 5 4 à aquisição de café in natura poderá ser utilizado pela pessoa jurídica para: (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria, inclusive quanto a prazos extintivos; ou (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria, inclusive quanto a prazos extintivos. (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) (grifei) Em 26/08/2014 a Recorrente protocolizou seu pedido de ressarcimento de créditos apurados na forma do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, conforme permissivo implementado pela novel Lei nº 12.995/2014. Resta, portanto, determinar quando surge o direito de ressarcimento de crédito, para fins de contagem da prescrição, se de sua apuração ou da publicação da lei que confere o direito, e qual é o prazo prescricional, bem como determinar o que se entende por "saldo de crédito presumido" apurado até 01/01/2012. I) Do prazo de prescrição e de seu marco inicial A prescrição é um instituto jurídico previsto no ordenamento jurídico com a finalidade de fornecer estabilidade às relações jurídicas, em homenagem à segurança jurídica, estabelecendo um prazo para o exercício de um direito. A premissa é que não se tem como desejável a permanência indefinida de um direito, estabelecendose, assim, um prazo para o exercício de sua pretensão. Caso o titular de um direito não exerça este direito no prazo, isto é, não exercite sua pretensão para ver satisfeito seu direito, considerase extinta esta pretensão, impossibilitandose que este direito seja, juridicamente, exercido. Com isso, para que o prazo prescricional tenha início, é preciso haver um direito, a possibilidade de exercêlo (pretensão) e a inércia do titular deste direito. Neste sentido, Caio Mário da Silva Pereira1: O sujeito não conserva indefinidamente a faculdade de intentar um procedimento judicial defensivo de seu direito. A lei, ao mesmo tempo em que o reconhece, estabelece que a pretensão deve ser exigida em determinado prazo, sob pena de perecer. Pela prescrição, extinguese a pretensão, nos prazos que a lei estabelece. (...) É, então, na segurança da ordem jurídica que se deve buscar o seu verdadeiro fundamento. O direito exige que o devedor cumpra o obrigado e permite ao sujeito ativo (credor) valerse da sanção contra quem quer que vulnere o seu direito. Mas se ele se mantém inerte, por longo tempo, deixando que se constitua uma situação contrária ao seu direito, permitir que mais tarde reviva o passado é deixar em perpétua incerteza a vida social. Há, pois, um interesse de ordem pública no afastamento das incertezas em torno da existência e eficácia dos direitos, e este interesse justifica o instituto da prescrição, em sentido genérico. Na seara tributária o instituto da prescrição se funda, também, na segurança jurídica, conforme ensinamentos de Luís Eduardo Schoueri, no 1 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Teoria Geral de Direito Civil. Volume 1. 26ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 6 5 sentido de que a prescrição surge "da necessidade de garantir a desejada estabilidade das relações jurídicas"2. No direito tributário, portanto, também há prazos extintivos por prescrição tanto para o crédito tributário, conforme art. 156, V do CTN, extinguese o próprio direito de crédito da Fazenda Pública, como há também prazo de prescrição extintivo do direito de requerer (pretensão) a restituição de um indébito, ou de cobrar créditos que o particular tenha contra a Fazenda Pública. Assim, a hipótese de incidência da prescrição é a existência de um direito sem que seja exercido por seu titular, tendo como consequente a extinção do respectivo direito. Discutiase se o prazo prescricional para ressarcimento de créditos acumulados seria aquele do art. 168, CTN, no qual tinha início com o pagamento indevido, ou se seria outro, como o do artigo 1º do Decreto nº 20.910/1932. Não me parece adequado que o prazo prescricional, bem como seu marco de início de contagem, sejam aqueles previstos no CTN para a repetição do indébito, na medida que o pedido de ressarcimento não se funda em pagamento indevido. Assim, o crédito presumido é, veramente, um direito de crédito que o particular possui contra a Fazenda Pública em razão de alguma determinação legal. Portanto, se é um direito de crédito contra a Fazenda Pública, não decorrente de pagamento indevido, mas por alguma disposição legal, creio ser mais adequada aplicação do prazo prescricional existente no Decreto nº 20.910/1932 para a cobrança das dívidas passivas das entidades públicas. Neste diapasão, de acordo com o Decreto nº 20.910/1932, as dívidas passivas da União Federal, bem como qualquer direito ou ação contra a Fazenda Nacional, seja qual for a sua natureza, prescrevem em 5 anos, contados da data do ato ou fato do qual se originaram, verbis: Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. (grifei) A Câmara Superior de Recursos Fiscais, para um caso de crédito presumido de IPI, em sessão de 15/03/2018, proferiu o Acórdão CSRF nº 9303006.519, de relatoria do ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Possas, onde restou consignado que o prazo prescricional para ressarcimento deste crédito presumido observa o Decreto nº 20.910/1932: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/1995 a 31/12/1995 RESSARCIMENTO. PEDIDO FEITO EM RAZÃO DE OUTRO ANTERIOR INDEFERIDO. SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO DURANTE A ANÁLISE DO PRIMEIRO. INOCORRÊNCIA. Conforme art. 1º do Decreto nº 20.910/32 , prescreve em cinco anos o direito à apresentação de Pedido de Ressarcimento de créditos contra a Fazenda Pública, contados da data do fato do qual se originarem. Tendo sido feito um pedido considerado pela Administração como em desacordo com a legislação 2 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 7 6 tributária, não fica suspensa a prescrição para a apresentação de um novo, relativo ao mesmo crédito, após o indeferimento do primeiro, não se aplicando o art. 4º do mesmo Decreto, pois quem deu causa foi o sujeito passivo, além do que a não é líquida a dívida passiva da União. Recurso Especial do Procurador Provido. No mesmo sentido, o Acórdão CSRF nº 9303006.519, proferido em sessão de 21/03/2017, de relatoria do Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. O direito de pleitear o ressarcimento do crédito presumido do IPI prescreve em cinco anos contados do último dia do trimestre em que se deu a entrada dos insumos no estabelecimento industrial. Aplicação do Decreto n° 20.910, de 1932, combinado com Portaria MF n° 38/97. Recurso Especial do Contribuinte negado Em síntese, para que seja possível se falar em prescrição, necessário, preliminarmente, a existência de um direito. Somente após verificada a existência de um direito é que passa a ser possível se falar em início de prazo prescricional, extinguindose este direito caso não exercido por seu titular. No caso dos autos, é preciso discernir, o direito que se pleiteia não é o crédito presumido em si, qual seja, o crédito presumido apurado da forma em que previsto no art. 8º da Lei 10.925/2004 e passível de utilização desde 2004. Repitase, não é esse o direito que se pretende exercer. O direito que se discute nestes autos é o direito de utilizar este crédito para compensar com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal, bem como o direito de requerer o ressarcimento em dinheiro deste crédito. E este direito apenas surgiu no ordenamento jurídico quando da publicação Lei nº 12.995 em 18 de junho de 2014. Não se pode admitir o fluxo do lapso temporal para a prescrição extintiva de um direito se o direito não existia e não podia ser exercido. Não se trata de causa interruptiva ou suspensiva da prescrição, mas sim da própria impossibilidade de início do curso do prazo diante da inexistência do direito a ser exercido. Não há como falar de inércia do titular do direito se direito não havia. Como dito, para se falar em prescrição é preciso que o direito exista e que o titular deste direito fique inerte por certo período de tempo. Assim, o ato ou fato que origina este direito, para utilizar a dicção do Decreto nº 20.910/1932, é a Lei nº 12.995 que permite novas formas de utilização de um crédito, criando, portanto, um novo direito a ser exercido. Desta feita, se o direito de ressarcimento em dinheiro do crédito presumido apenas surgiu em 18 de junho de 2014, é a partir deste momento que o prazo de prescrição tem início. No entanto, não se quer dizer, com Fl. 160DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 8 7 isso, que o crédito presumido que se quer ver ressarcido é irrelevante, muito ao contrário, a meu ver, a lei estabeleceu um marco temporal para o crédito presumido para que o direito de ver este crédito ressarcido em dinheiro possa ser fruído a partir de 18 de junho de 2014. II) Do saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012 A apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo se faz no confronto dos débitos decorrentes de receitas auferidas em face de créditos apurados em razão de custos e despesas permitidos na legislação. Incluem se nestes créditos, os créditos presumidos permitidos pela lei. Ao final do período de apuração, o saldo de débito é levado à DCTF e recolhido pelo contribuinte, mas o saldo de crédito, por sua vez, pode ser mantido e transferido para o próximo período de apuração, e assim indefinidamente por tantos quantos períodos de apuração sejam necessários até que o montante de débito supere o montante de crédito. No caso em análise, a Recorrente pretende ver ressarcido um montante de crédito presumido apurado no primeiro trimestre de 2009. A fiscalização afirma nestes autos, fls. 151156, que este crédito presumido foi apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº 10.925/2004. Entretanto, salvo melhor juízo, não foi o crédito presumido apurado em seu respectivo período de apuração que a Lei nº 12.995/2014 permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento, mas sim o saldo de crédito presumido que permaneceu escriturado em 01/01/2012, vejamos: Art. 7ºA. O saldo do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, apurado até 1º de janeiro de 2012 em relação à aquisição de café in natura poderá ser utilizado pela pessoa jurídica para: (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) Ao que parece, o problema não é de prescrição. O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pode ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Desta feita, não se permitiu ressarcir o montante de crédito de cada período de apuração, individualmente, até 01/01/2012, mas sim o saldo ainda existente nesta data. Até porque, conforme salientado acima, a apuração do PIS e da COFINS se faz por confronto de créditos e débitos por período de apuração, podendose manter escriturado o saldo de crédito para abatimento das contribuições devidas nos próximos períodos de apuração. Desta feita, não há como identificar nestes autos se este crédito presumido apurado no primeiro trimestre de 2009 já não foi superado por algum montante de débito de algum período de apuração que o sucedeu até janeiro de 2012. Nem poderia ser assim, já que não me parece ter sido esta a escolha do legislador, já que foi definido um momento específico no tempo. Com isso, creio que o pedido de ressarcimento está equivocado, pois o que deve ser objeto de ressarcimento é o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 16366.720038/201588 Acórdão n.º 3301005.445 S3C3T1 Fl. 9 8 Isto posto, conheço do recurso voluntário para, no mérito, negar provimento. Importa registrar que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 162DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.980212/2012-00
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2007
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO.
O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da DCTF, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito do crédito. A simples retificação, desacompanhada de qualquer prova, não autoriza a homologação da compensação.
Numero da decisão: 1003-000.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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RETIFICAÇÃO DA DCTF. DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da DCTF, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito do crédito. A simples retificação, desacompanhada de qualquer prova, não autoriza a homologação da compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 98 02 12 /2 01 2- 00 Fl. 277DF CARF MF Processo nº 10880.980212/201200 Acórdão n.º 1003000.313 S1C0T3 Fl. 278 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão de primeira instância (folhas 259/261) que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o despacho decisório à folha 07, que não homologou a compensação constante da DCOMP 28518.81080.261010.1.3.046827 (folhas 03/06), de crédito correspondente a pagamento indevido ou a maior, por ausência de crédito disponível no DARF informado. No acórdão a quo, a nãohomologação por ausência de crédito no DARF informado foi mantida tendo em vista a constatação de que a contribuinte, após tomar ciência do referido despacho decisório, retificou a DCTF, reduzindo o valor do débito, sem juntar, no entanto, qualquer documentação comprobatória do valor correto do débito de CSLL que, retificado, geraria o crédito pleiteado no referido DARF. A recorrente, às folhas 268/275, alega, em síntese: I Que "de acordo com os documentos acostados aos presentes autos, é evidente o direito creditório da recorrente e, por consequência lógica, à compensação dos créditos de CSLL com os débito de IRPJ", "em que pese o argumento do julgador no sentido de que a simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar o despacho decisório"; II Que "a DCTF retificadora cotejada em conjunto com os demais documentos apresentados pela recorrente comprovam, ao fim e ao cabo, o direito à compensação"; III Que "o próprio acórdão afirma que a retificação da DCTF reduzindo o valor do débito, torna disponível para restituição o valor do DARF"; IV Que "o argumento de que a retificadora está desacompanhada de documentação hábil suficiente para demonstrar o direito a compensação, não merece prosperar sob qualquer ângulo que se analise a presente demanda, pois a recorrente foi diligente ao juntar todos os documentos necessários para comprovar seu direito quando da apresentação da manifestação de inconformidade"; V Que "é de se concluir, pois, que a decisão ora rechaçada ignorou praticamente a íntegra da documentação colacionada e, consequentemente, a argumentação articulada, para baseada apenas na retificadora, decidir pela improcedência da manifestação de inconformidade"; VI Que deve ser buscada a verdade material dos fatos e, apesar de "toda a documentação e explicações necessárias já tenham sido disponibilizadas às doutas autoridades no curso do processo", e a documentação apresentada ser "suficientemente clara e eficiente para comprovar a existência de pagamento a maior realizado pela recorrente e utilizado como crédito na PER/DCOMP, sendo este líquido e certo", requer, caso se entenda necessário, "a conversão do julgamento em diligência, para verificação e constatação de todos os argumentos aqui destacados, com uma análise mais detalhada da documentação contábil e fiscal da recorrente". Fl. 278DF CARF MF Processo nº 10880.980212/201200 Acórdão n.º 1003000.313 S1C0T3 Fl. 279 3 A documentação acostada aos autos pela contribuinte por ocasião da impugnação consistiu em cópias do despacho decisório recorrido, da DCOMP em questão, da DCTF retificadora, do DARF correspondente ao recolhimento, da DACON correspondente ao período e contrato social. Junto ao Recurso Voluntário, a recorrente não acostou qualquer documentação adicional. É o relatório. Voto Conselheiro Sérgio Abelson, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo, portanto dele conheço. A recorrente argumenta como se tivesse acostado aos autos documentação contábil e fiscal comprobatória da veracidade da retificação efetuada em DCTF. No entanto, nada acostou aos autos além de cópias de declarações, que, por óbvio, nada provam. O requerimento da conversão do julgamento em diligência, caso se entenda necessário, não deve ser acolhido, já que, no desenrolar do presente processo administrativo, a contribuinte se utilizou do trabalho das instâncias julgadoras instituídas e teve as devidas oportunidades de acostar a documentação necessária aos autos, mas não o fez. O argumento de que "o próprio acórdão afirma que a retificação da DCTF reduzindo o valor do débito, torna disponível para restituição o valor do DARF" ignora a necessidade de dar respaldo legal ao procedimento operacional efetuado pela contribuinte e descrito no referido voto, que é exatamente o que se discute no presente processo. No mais, resta, ao concordar com as razões de decidir do acórdão de piso, transcrevêlas no que se considera relevante e adotandoas no presente voto: É plausível que o contribuinte possa retificar a DCTF a qualquer tempo, observado o prazo de cinco anos e respeitadas as condições impostas pela legislação. A retificação da declaração, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originalmente apresentada, independente de autorização pela autoridade administrativa. Ocorre que a simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar o despacho decisório. O sujeito passivo é obrigado a comprovar a veracidade das informações declaradas na DCTF e no PER/DCOMP e a autoridade administrativa tem o poderdever de confirmálas. No caso em questão o contribuinte não juntou nenhuma documentação que comprove a veracidade do valor retificado do débito, que supostamente teria gerado o crédito pleiteado no referido DARF. Apenas retificou a DCTF. Fl. 279DF CARF MF Processo nº 10880.980212/201200 Acórdão n.º 1003000.313 S1C0T3 Fl. 280 4 Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso, para não reconhecer o direito creditório pleiteado e não homologar a compensação declarada. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Fl. 280DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.906592/2012-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.894
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, á Unidade de Origem, para que elabore relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados.
assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Presidente.
assinado digitalmente
Ari Vendramini - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini (Relator)
Nome do relator: ARI VENDRAMINI
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Por bem descrever os fatos, adoto os dizeres do Relatório do Acórdão nº 09 49337, exarado pela 2ª Turma da DRJ/JUIZ DE FORA : O interessado transmitiu os Pedidos de Ressarcimento (PER) e/ou Declarações de Compensação (Dcomp) relacionados no Despacho Decisório, RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 83 .9 06 59 2/ 20 12 -1 9 Fl. 1757DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.757 2 visando a compensação dos débitos nelas declarados, com crédito oriundo de PIS/Pasep nãocumulativo referente ao 4º trimestre de 2008; A DRFVitória/ES emitiu Despacho Decisório, no qual reconhece parcialmente o direito creditório e homologa as compensações pleiteadas até o limite do crédito reconhecido; A empresa apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese que : a) em preliminar: a.1) da imprecisão da apuração fiscal; a.2) da legitima desconsideração de negócios jurídicos. Da ausência de previsão legal para os procedimentos adotados pela fiscalização; b) do mérito: b.1) dos fundamentos jurídicos de validade e correção dos créditos de PIS e Cofins não cumulativos auferidos pela impugnante; b.2) da insubsistência das provas apresentadas pela fiscalização; b.3) da ausência de comprovação por parte da fiscalização, acerca da participação conjunta da impugnante com as empresas laranjas citadas nos itens II.4 e II.5, do Parecer Fiscal; b.4) a contabilidade (aquisições devidamente registradas) como meio de prova em favor da impugnante – a essência sobre a forma; b.5) da patente contradição do fisco frente a atuação pretérita e atual; b.6) das diligências efetuadas sob a denominação “Operação tempo decolheita”. Da ausência de nexo de casualidade para com as operações realizadas pela recorrente; b.7) da impossibilidade de extensão em face da impugnante dos efeitos dos atos praticados no âmbito da denominada “Operação Broca”; b.8) do entendimento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento sobre a possibilidade do creditamento integral do PIS e da Cofins nas aquisições de cooperativas; b.9) sem dúvida, um dado curioso; b.10) da precariedade do trabalho fiscal – prova produzida pela impugnante; b.11) do restabelecimento integral dos créditos informados pela impugnante; É o breve relatório. 4. Assim restou ementada a decisão da DRJ/JUIZ DE FORA, materializada no retrocitado Acórdão : Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2008 NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Incabível anular decisão sem que haja fatos ofensivos ao direito de ampla defesa, ao contraditório ou às normas que definem competência. PIS/PASEP COFINS.NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. ILEGITIMIDADE. PESSOA JURÍDICA IRREGULAR. A realização de transações com pessoas jurídicas irregulares, com fortes indícios de terem sido inseridas na cadeia produtiva com único propósito de gerar crédito na sistemática da não cumulatividade, compromete a liquidez e certeza do pretenso crédito, o que autoriza a sua glosa, sendo insuficiente para afastála, nesse caso, a prova do pagamento do preço e do recebimento dos bens adquiridos. Fl. 1758DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.758 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 5. Irresignada com tal decisão, a empresa interpôs Recurso Voluntário, tempestivamente, onde, em suas razões de defesa, repisa os argumentos expendidos na impugnação como segue : 01 – FATO RELEVANTE a) aquisições de fornecedores b) aquisições de cooperativas 02 – PRELIMINARES a) da nulidade absoluta do procedimento fiscal, face ao inequívoco cerceamento ao direito de defesa da recorrente b) da descaracterização dos negócios jurídicos – situação tributária de todas as pessoas envolvidas 03 – DO MÉRITO a) da insubsistência das provas apresentadas pela fiscalização b) da contabilidade (aquisições devidamente registradas) como meio de prova em favor da recorrente – a essência sobre a forma c) da patente contradição do Fisco frente á atuação pretérita e atual d) das diligências realizadas sob a denominação “ Operação Tempo de Colheita”. Da ausência de nexo de causalidade para com as operações realizadas pela recorrente e) da impossibilidade de extensão em face da recorrente dos efeitos dos atos praticados no âmbito da denominada “Operação Broca” f) do entendimento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento sobre a possibilidade do creditamento integral do PIS e da COFINS nas aquisições de cooperativas g) sem dúvida, um dado curioso h) da precariedade do trabalho fiscal – prova produzida pela recorrente i) do restabelecimento integral dos créditos informados pela recorrente 04 – CONCLUSÃO se contornadas a s questões anteriores, o que se cogita apenas como argumento, entende a Recorrente que deve ser dado provimento integral ao presente recurso, visto que de todo corretos os seus procedimentos, em especial, pelos seguintes motivos : Fl. 1759DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.759 4 É o relatório. Voto Conselheiro Ari Vendramini Relator 6. Peço vênia para reproduzir alguns excertos do voto do julgador da DRJ, constante do processo administrativo nº 15586.720765/201326, ao qual este se encontra apenso, que bem sintetizou as complexas operações envolvidas na autuação Os autos de infração foram lavrados tendo em vista que a empresa apurou créditos indevidos para as contribuições em Fl. 1760DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.760 5 comento e usou parte desses créditos como dedução do valor a pagar no mês respectivo. A autoridade administrativa glosou parte dos citados créditos e indeferiu o pedido de ressarcimento respectivo e/ou não homologou as compensações correspondentes. Assim, as contribuições devidas foram declaradas a menor na DCTF relativa ao mês de apuração tendo em vista as deduções efetuadas com os créditos glosados. Essas diferenças foram lançadas nos autos de infração ora em análise. Registrase que os PER/Dcomps que deram origem às citadas glosas, constam dos processos abaixo;. PROCESSO CONTRIBUIÇÃO PERÍODO 10783.906589/201297 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2008 10783.906590/201211 COFINS NÃO CUMULATIVA 1º TRIMESTRE/2009 10783.906593/201255 COFINS NÃO CUMULATIVA 2º TRIMESTRE/2009 10783.906594/201208 COFINS NÃO CUMULATIVA 3º TRIMESTRE/2009 10783.906597/201233 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2009 10783.906599/201222 COFINS NÃO CUMULATIVA 1º TRIMESTRE/2010 10783.906601/201263 COFINS NÃO CUMULATIVA 2º TRIMESTRE/2010 10783.906603/201252 COFINS NÃO CUMULATIVA 3º TRIMESTRE/2010 10783.906605/201241 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2010 10783.906588/201242 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2008 10783.906591/201266 PIS NÃO CUMULATIVO 1º TRIMESTRE/2009 10783.906592/201219 PIS NÃO CUMULATIVO 2º TRIMESTRE/2009 10783.906595/201244 PIS NÃO CUMULATIVO 3º TRIMESTRE/2009 10783.906596/201299 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2009 10783.906598/201288 PIS NÃO CUMULATIVO 1º TRIMESTRE/2010 10783.906600/201219 PIS NÃO CUMULATIVO 2º TRIMESTRE/2010 10783.906602/201216 PIS NÃO CUMULATIVO 3º TRIMESTRE/2010 10783.906604/201205 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2010 As manifestações de inconformidade apresentadas pela empresa em face dos processos acima, foram julgadas nesta mesma sessão de julgamento tendo sido prolatados acórdãos que as consideraram improcedentes, conforme voto deste mesmo relator (fls. 1.611 dos autos digitais) ............................................................................................................... Desde a implantação do regime de apuração nãocumulativa doPIS/Pasep e da Cofins, temos notícias de que grandes empresas do ramo cafeeiro vêm realizando operações irregulares com o objetivo de apurar e acumular créditos das citadas contribuições que poderão ser ressarcidos e/ou usados em compensação se o produto for exportado. A estratégia adotada passa pela criação de empresas intermediárias,caracterizadas como agroindústrias. O café adquirido por essas empresas tem origem em produtores rurais (pessoas físicas) ou em cerealistas que ao vender seus produtos conferem ao adquirente o direito de descontar créditos presumidos com percentual de 3,238% do valor das aquisições, ou seja, 35% do crédito ordinário (normal). Posteriormente, empresas exportadoras e/ou grandes atacadistas adquirem o café dessas empresas intermediárias, apurando créditos no Fl. 1761DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.761 6 montante de 9,25% (1,65% + 7,6%) de PIS/Pasep e Cofins nãocumulativa. Até este momento, pelo menos aparentemente, não existe nenhuma ilegalidade. O grande problema está no fato de que essas “empresas intermediárias”, criadas com a conivência de grandes exportadoras e/ou grandes atacadistas, são, em regra, constituídas por interpostas pessoas, e não pagam os tributos devidos (muitas delas sequer apresentam as declarações a que estão sujeitas). Significa dizer: são empresas de fachada ou empresas laranjas. Em geral, essas empresas de fachada apresentam algumas características em comum. A saber: não possuem estrutura física condizente com as atividades que dizem exercer, visto que o mínimo que se espera de uma empresa atacadista de café é a existência de áreas de armazenagem além de estrutura que a capacite movimentar grandes volumes de café; os endereços que fornecem como sendo o de sua sede, quando existem, não passam de simples “portas de garagem” e não raro os vizinhos nunca ouviram falar de tal empresa; seus sócios, quando encontrados, não possuem capacidade econômica financeira para serem proprietários de empresa deste porte. Muitas vezes não possuem sequer qualificação profissional e/ou intelectual para tal;incompatibilidade entre volume financeiro movimentado e total de tributos recolhidos, acompanhado de situação de omissão contumaz. Quando apresentam as declarações exigidas pela legislação muitas delas declaram não estar em atividade ou apresentam todos os quadros zerados. Resumindo, são empresas criadas unicamente com o objetivo de gerar créditos indevidos sem pagar os tributos correspondentes. A aplicação do regime de apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins no setor agropecuário é complexa. A maior parte das operações com o café é multifásica. A primeira fase ocorre quando um produtor (pessoa física) vende seus produtos a uma pessoa jurídica (comercial atacadista, comercial varejista, agroindustrial ou cooperativa). Se a pessoa jurídica adquirente dos produtos estiver submetida ao regime de apuração nãocumulativa, deveria ter direito de apurar e deduzir os créditos do PIS/Pasep e da Cofins, que corresponderão, via de regra, às mesmas contribuições pagas na fase anterior. Ocorre que o produtor rural (pessoa física) não é contribuinte, e sendo assim não havia pagamento de contribuições que permitisse apurar crédito a ser descontado na fase posterior. Portanto, as compras de produtos e mercadorias de pessoas físicas não geravam o direito de creditamento. A aplicação do regime da forma acima relatada provocava uma distorção no mercado agropecuário. As pessoas jurídicas desse setor, que estivessem inseridas no regime de apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, rejeitavam a aquisição de produtos e mercadorias diretamente dos produtores pessoas físicas, porque estas aquisições provocavam um aumento do custo tributário de suas operações. Para tentar corrigir essas distorções, o art. 25 da Lei nº 10.684/2003, inseriu os § 10 e 11 no art. 3º da Lei nº 10.637/2002, instituindo crédito presumido para o setor agropecuário. Ao criar este tipo de crédito, o legislador buscou equilibrar,ou pelo menos reduzir, as pressões mercadológicas produzidas pelo novo regime de apuração. Esse Fl. 1762DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.762 7 crédito presumido foi aperfeiçoado quando da publicação da Lei nº 10.833/2003, cujo § 5º do art. 3º possibilitava a apuração destes créditos também em relação à Cofins. Por fim, a Lei nº 10.925/2004 revogou os dispositivos acima mencionados, e em seus arts. 8º e 9º disciplinou a matéria, verbis: Art. 8º As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência) (Vide Lei nº 12.058, de 2009) § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) II pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária.(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1o deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: (Vide Medida Provisória nº 582, de 2012) (Vide Medida Provisória nº 609, de 2013) I – (...) II – (...) III 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) § 4o É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1o deste artigo o aproveitamento: Fl. 1763DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.763 8 I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; II de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão às pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo. § 5o (...) § 6o Para os efeitos do caput deste artigo, considerase produção, em relação aos produtos classificados no código 09.01 da NCM, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). § 7o O disposto no § 6o deste artigo aplicase também às cooperativas que exerçam as atividades nele previstas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). § 8o (...) Art. 9º A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de produtos de que trata o inciso I do § 1o do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1o do art. 8o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) III de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1o do mencionado artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1o O disposto neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) I aplicase somente na hipótese de vendas efetuadas à pessoa jurídica tributada com base no lucro real; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II não se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurídicas de que tratam os §§ 6o e 7o do art. 8o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o A suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) O citado art. 9º suspendeu a incidência da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos relacionados no art. 8º, quando efetuada por:cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM pessoas jurídicas que exerçam cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; ou pessoas jurídicas que desenvolvam atividades agropecuárias e cooperativas de produção agropecuária, nas vendas de insumos para produção das mercadorias mencionadas no caput do art. 8º. Fl. 1764DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.764 9 Em conseqüência, a possibilidade de apuração e desconto dos créditos presumidos foi expandida para as aquisições efetuadas com a suspensão de incidência estabelecida pelo art. 9º.Vale ressaltar o fato de que o crédito presumido, além de ser em valor inferior ao chamado crédito ordinário, não pode ser objeto de ressarcimento e nem de compensação, sendo especificamente destinado à dedução com débitos tributários da mesma espécie contributiva apurados em fases posteriores. Este entendimento foi formalizado por meio do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 15/2005, cujos arts 1º e 2º não permitem a compensação ou ressarcimento. Uma vez que o crédito presumido, além de ser em valor menor que o normal, não pode ser ressarcido e nem compensado, a exportação dos produtos adquiridos com esse tipo de crédito deixa de oferecer a possibilidade de ressarcimento ou compensação que ocorre em relação aos créditos normais, e, assim, ao final, os grandes prejudicados são o pequeno produtor rural e a pessoa jurídica que vende produtos com suspensão de incidência. Assim sendo, as grandes empresas exportadoras passaram à prática de adquirir produtos e mercadorias de empresas “intermediárias” (que na sua grande maioria, como já se disse, são empresas de fachada) porque essas são (em tese) contribuintes da do PIS/Pasep e da Cofins em relação às receitas de vendas desses produtos e mercadorias. E as contribuições que deveriam ser pagas por essas “intermediárias”, na fase anterior, geram o crédito ordinário de 9,25% ao invés do crédito presumido de 3,238% sobre o valor das aquisições. Os pequenos produtores, para não ficar fora do mercado, são compelidos a vender para estas “intermediárias”, cuja única finalidade é produzir créditos apurados com base no percentual de 9,25%, os quais serão ressarcidos nas exportações. No ramo do café, onde as exportações atingem um grande percentual da produção, este fato produz montantes realmente muito elevados de créditos que podem ser ressarcidos e/ou compensados. Os expedientes até aqui descritos trazem para as empresas que deles se valem duas vantagens cumulativas: além da majoração indevida do crédito gerado, permitem a burla da restrição à compensação e ao ressarcimento imposta aos créditos presumidos. Outra estratégia usada consiste no fato de se adquirir o café de cooperativas e cerealistas como se fossem para revenda. Assim, nos termos da legislação de regência, as vendas devem ser efetuadas sem a suspensão das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins prevista no art. 9º acima, ou seja, o vendedor fica obrigado ao pagamento dessas contribuições. No entanto, a empresa vendedora (muitas vezes uma cooperativa), mesmo informando na nota fiscal que efetuou a venda “sem suspensão”, ao preencher o Dacon respectivo considera a venda como se fosse “com suspensão”, ou seja, como se fosse para industrialização e não para revenda, não pagando a contribuição devida. Quando questionada por uma autoridade fiscal ela simplesmente responde que errou ao emitir a nota fiscal. A questão é que esse fato se repete em praticamente todas as notas fiscais emitidas para um determinado grupo de empresas, todas elas grandes exportadoras, o que induz a se acreditar na existência de acordo escuso entre vendedores e compradores no sentido de se produzir ilegalmente créditos a serem ressarcidos, o que gera enorme prejuízo aos cofres públicos. Fl. 1765DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.765 10 Tais conclusões ultrapassam a condição de meras conjecturas na medida que as irregularidades apuradas demonstram no caso concreto semelhante modus operandi ao constatado em esquema de vantagens tributárias ilegais entre empresas comerciantes, exportadoras e torrefadoras de café do Espírito Santo (ES) e em Minas Gerais (MG). Esquema desvendado por operações deflagradas pela Receita Federal, Ministério Público Federal e Polícia Federal (Tempo de Colheita e Broca), amplamente divulgado na mídia conforme excerto abaixo, extraído da Revista Cafeicultura, reportagem de 02/06/2010 (http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=3284 3): Na manhã desta terçafeira (1º), foi deflagrada uma operação, no Espírito Santo, baseada em investigações que sobre um esquema de obtenção de vantagens tributárias ilícitas por parte de empresas especializadas na exportação e na torrefação de café. A fraude teria resultado em um prejuízo aos cofres públicos de R$ 280 milhões. Documentos, computadores e armas foram apreendidos. As investigações apontam 39 empresas exportadoras, ao menos 23 atacadistas laranjas envolvidas no esquema. Na operação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão em 74 locais. Já foram 25 prisões na operação até o momento, dos 32 mandados expedidos Sete pessoas ainda não foram encontradas. Buscas foram realizadas em 74 endereços entre empresas e residências dos investigados, nos municípios de Colatina, Domingos Martins, Linhares, São Gabriel da Palha, Viana, Vila Velha Vitória e também em Manhuaçu (MG). Cerca de 20 homens foram ao Palácio do Café, na Enseada do Suá, em Vitória, de onde a operação foi desdobrada para outros dois prédios, o Arábica e o Conilon, também na Enseada. No Palácio do Café oito salas foram vistoriadas. Por volta das 9h agentes saíram com dois malotes contendo documentos apreendidos. A operação, denominada \"Broca\", conta com 337 homens da Polícia Fedral, com apoio de agentes de outros estados, além de 107 fiscais da Receita Federal Esquema. As firmas de exportação e torrefação envolvidas no esquema utilizavam empresas laranjas como intermediárias fictícias na compra do café dos produtores. As empresas beneficiárias da fraude eram as verdadeiras compradoras da mercadoria, mas formalmente quem aparecia nessas operações eram as empresas laranjas, que na verdade tinham como única finalidade a venda de notas fiscais, o que garantia a obtenção ilícita de créditos tributários. As empresas exportadoras conseguiam, por meio de criação de empresas laranjas, créditos de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Essas empresas de exportação e torrefação usavam esses créditos para quitar seus próprios débitos tributários ou até mesmo para pedir ressarcimento junto ao Fisco. As empresas fictícias, no entanto, não recolhiam esses impostos, até porque não tinham lastro econômico para isso, uma vez que eram laranjas, criadas somente para \"guiar\" com suas notas fiscais o café para os verdadeiros compradores e gerar os créditos tributários. O creditamento para exportadores e torrefadores, portanto, era indevido, Fl. 1766DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.766 11 já que eram ressarcidos de valores que jamais entraram nos cofres públicos. As empresas, apesar de registradas como atacadistas, não tinham armazéns e funcionavam em pequenas salas. Para o Ministério Público Federal (MPF), está claro que as empresas exportadoras não só tinham conhecimento da fraude, mas também ditavam suas regras. Ao todo existem 300 empresas no Espírito Santo registradas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) como atacadistas de café. Segundo a delegada da Receita Federal, Laura Gadelha, grande parte delas foi criada para o esquema de fraudes. Algumas, inclusive, com vida útil em torno de um ano. ................. Crimes seriam praticados desde 2003 As investigações, realizadas em conjunto pela Delegacia da Receita Federal em Vitória, pelo MPF e pela PF, começaram em outubro de 2007 com a deflagração da Operação Tempo de Colheita, quando auditores fiscais da Receita fiscalizavam o setor de comércio de café, inicialmente em empresas localizadas nas regiões Noroeste e Norte do estado. A prática criminosa, ainda segundo o MPF, vem ocorrendo desde 2003. Há indícios consistentes da existência dos crimes de formação de quadrilha, crime contra a ordem tributária, falsidade ideológica e estelionato. Mais recentemente, foi desencadeada a operação denominada de “Robusta”, que culminou na prisão de sete empresários, tendo em vista que “as investigações do MPES e da Receita Estadual apontam que empresas utilizavam notas fiscais irregulares e simulavam a compra de café de outras 25 empresas de fachadas, localizadas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro”. (notícia extraída do Portal G1/RJ de 09/04/2013). Ao constatar o tamanho da evasão de divisas em funçãonesse tipo de esquema fraudulento, e, segundo noticiado pela imprensa nacional, a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e visando acabar com essas operações de geração de créditos irregulares foi editada a Medida Provisória nº 545/2011,convertida na Lei 12.599/2012 que introduz nova sistemática de apuração de créditos do PIS/Pasep e da Cofins nos casos de exportação de café. Reportagem sobre a citada MP nº 545/2011 publicada no jornal Valor Econômico, edição de 10/02/2012, de autoria de Carine Ferreira, relata que “segundo os defensores do novo regime, como a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a tributação anterior gerava fraudes, irregularidades e favoreciam algumas poucas empresas”. Quando autuadas pela Receita Federal do Brasil ou quando o pedido de ressarcimento dos créditos apropriados indevidamente é indeferido, via de regra, as beneficiárias apresentam defesa nas quais alegam basicamente as mesmas razões: são compradoras de boa fé; não tinham conhecimento que as vendedoras eram “laranjas” e não podiam apurar esse fato; e a operação mercantil foi realizada. Ora, mesmo tendo em mente a presunção de boa fé das adquirentes, causa profunda estranheza o fato de, ao comprar café de fornecedores estabelecidos em cidades não muito grandes, essas empresas não saibam que aquelas das quais compram grande parte do café que exportam são empresas de fachada. Afinal, Fl. 1767DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.767 12 considerando o volume das operações efetuadas, para se concretizar a compra seus dirigentes precisariam ir até a sede da vendedora quando e onde certamente constatariam a precariedade ou inexistência de suas instalações. Da mesma forma teriam que se relacionar com os funcionários dessas “laranjas” e se cientificariam de que na verdade não existem. Também, é de se supor, iriam querer ter contato com os sócios das intermediárias e poderiam certamente ver que, quando encontrados, são pessoas sem as mínimas qualificações necessárias para atuar na direção de uma empresa. ................................................................................................................... ......................... Pelo contrário; no presente caso, a autoridade fiscal demonstra, por meio do PARECER FISCAL GAB903/ DRF/VIT/ES nº 007/2013 anexo, que a manifestante adquiriu o café que exporta de empresas que se enquadram perfeitamente na descrição das empresas de fachadas acima. ................................................................................................................. No entanto, como a autoridade fiscal explica no citado PARECER FISCAL GAB903/ DRF/VIT/ES nº 007/2013, “entre os documentos que fundamentam o presente Parecer estão aqueles carreados ao longo da investigação TEMPO DE COLHEITA .– como declarações prestadas a termo por produtores rurais/maquinistas, corretores, sócios e pessoas ligadas às empresas de fachada. 7. Tanto nas preliminares da sua impugnação, como nas suas razões recursais a recorrente alega que " a autoridade fazendária não trouxe aos autos os elementos necessários para demonstrar como foram apurados os ‘rateios’ dos valores por ela discriminados nas Tabelas constantes do referido Parecer, os quais foram utilizados pela mesma como base para a aplicação dos percentuais das glosas sobre as aquisições efetuadas pela Impugnante, falha esta que a prejudica em seu regular e legítimo direito de defesa, inclusive impossibilitando a de infirmar com precisão os supostos débitos indicados pela fiscalização 8. Verificando o Parecer Fiscal GAB903/DRF/VIT/ES nª 007/2013, (fls. 1.095 a 1.344 dos autos digitais do processo 15586.72765/201326), encontramos ás fls.1.331 o item II.6.4 RECOMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO CRÉDITO A DESCONTAR APÓS GLOSAS EFETUADAS PELA FISCALIZAÇÃO, E ÁS FLS. 1.333 encontramos a LETRA (G) RATEIO DO CRÉDITO PASSÍVEL RESSARCIMENTO, onde os Auditores Fiscais esclarecem ; " o rateio dos créditos a descontar da linha (F) foi efetuado com base na proporção da receita de vendas de bens e serviços : receita mercado interno (tributada) e receita de exportação" 9. Ás fls. 1.077 do processo 15586.72765/201326 encontrase o Demonstrativo PIS NÃOCUMULATIVO DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DOS CRÉDITOS A DESCONTAR , com os quadros F e G respectivamente F) TOTAL DE CRÉDITOS APURADO NO MÊS SUJEITO AO RATEIO VALOR AJUSTADO PELA FISCALIZAÇÃO Rateio apenas Crédito Integral e (G) Rateio do crédito a descontar com base na proporção da Receita Bruta auferida Receita de Vendas de Mercadorias no Mercado interno (tributada) , Receita de Vendas de Mercadorias p/ o Mercado Externo (Exceto Compra Fim Específio Exportação) Créditos vinculados às operações no Mercado interno , Créditos vinculados às operações no Mercado Externo . Fl. 1768DF CARF MF Processo nº 10783.906592/201219 Resolução nº 3301000.894 S3C3T1 Fl. 1.768 13 10. Entendemos assistir razão á recorrente quando afirma não estar claro o critério utilizado pela fiscalização para o rateio dos créditos a serem descontados, pois que examinando os quadros citados não se vislumbra o critério adotado de forma clara detalhadamente demonstrada, o que pode ser interpretado pela recorrente como um cerceamento de defesa, pois esta alega que teria dificuldade em entender tal rateio. 11. Diante destas considerações, proponho que os autos sejam encaminhados á DRF/VITÓRIA/ES para que, em diligência fiscal : a) seja elaborado relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados, especificando os detalhes de como foram encontrados os valores do demonstrativo Demonstrativo PIS NÃOCUMULATIVO DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DOS CRÉDITOS A DESCONTAR , com os quadros F e G respectivamente F) TOTAL DE CRÉDITOS APURADO NO MÊS SUJEITO AO RATEIO VALOR AJUSTADO PELA FISCALIZAÇÃO Rateio apenas Crédito Integral e (G) Rateio do crédito a descontar com base na proporção da Receita Bruta auferida Receita de Vendas de Mercadorias no Mercado interno (tributada) , Receita de Vendas de Mercadorias p/ o Mercado Externo (Exceto Compra Fim Específio Exportação) Créditos vinculados às operações no Mercado interno , Créditos vinculados às operações no Mercado Externo . b) seja dada ciência deste relatório á recorrente, facultandolhe manifestação em até 30 dias da data da ciência 12. Após, sejam os autos retornados a este CARF para julgamento dos recursos voluntários apresentados neste e nos processos em apenso. 13. É como voto. Assinado digitalmente Ari Vendramini Relator Fl. 1769DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.721151/2013-85
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/01/2008
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. REQUISITOS DA LEI Nº 10.101/2000. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO PRÉVIA DE CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO. DESCONFORMIDADE COM A LEI REGULAMENTADORA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO.
Os valores auferidos por segurados obrigatórios do RGPS a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando pagos ou creditados em desconformidade com a lei específica, integram o conceito jurídico de Salário de Contribuição para todos os fins previstos na Lei de Custeio da Seguridade Social. A ausência da estipulação entre as partes trabalhadora e patronal, de metas e objetivos previamente ao início do período aquisitivo do direito ao recebimento de participação nos lucros e resultados da empresa, caracteriza descumprimento da lei que rege a matéria. Decorre disso, a incidência de contribuição previdenciária sobre a verba.
Numero da decisão: 9202-007.289
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer dos argumentos estranhos ao recurso, suscitados em tribuna pela patrona. Votou pelas conclusões a conselheira Ana Paula Fernandes. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (relatora), Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Ana Cecília Lustosa da Cruz, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
(assinado digitalmente)
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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CORRETORA DE TITULOS E VALORES MOBILIARIOS ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/01/2008 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. REQUISITOS DA LEI Nº 10.101/2000. AUSÊNCIA DE FIXAÇÃO PRÉVIA DE CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO. DESCONFORMIDADE COM A LEI REGULAMENTADORA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. Os valores auferidos por segurados obrigatórios do RGPS a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando pagos ou creditados em desconformidade com a lei específica, integram o conceito jurídico de Salário de Contribuição para todos os fins previstos na Lei de Custeio da Seguridade Social. A ausência da estipulação entre as partes trabalhadora e patronal, de metas e objetivos previamente ao início do período aquisitivo do direito ao recebimento de participação nos lucros e resultados da empresa, caracteriza descumprimento da lei que rege a matéria. Decorre disso, a incidência de contribuição previdenciária sobre a verba. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer dos argumentos estranhos ao recurso, suscitados em tribuna pela patrona. Votou pelas conclusões a conselheira Ana Paula Fernandes. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (relatora), Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Ana Cecília Lustosa da Cruz, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 11 51 /2 01 3- 85 Fl. 457DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora (assinado digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo. Relatório Tratase de processo onde se exige Contribuições Sociais a cargo da empresa, destinadas ao Regime Geral de Previdência Social e creditadas ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social, bem como das contribuições destinadas a Outras Entidades e Fundos e das multas aplicadas por descumprimento de obrigações acessórias previstas na Lei nº 8.212/91. O lançamento envolve a cobrança da contribuição incidente sobre valores pagos a título de Participação nos Lucros e Resultados. Nos termos do relatório fiscal a infração foi assim resumida: DOS FATOS 9. A empresa distribuiu lucros através do Acordo de Participação em Lucros ou Resultados 2007/2008. A participação nós lucros dos empregados foi distribuída nos anos de 2008 e 2009. 10. O acordo de Participação em Lucros e Resultados — 2007/2008 e seu Anexo I foram assinados entre a CS CTVM e CS DTVM de um lado e o Sindicato dos Empregados em Empresas de Seguros Privados e Capitalização e de Crédito e em Empresas de Previdência Privada do Estado de São Paulo do outro, com vigência de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2008, conforme cláusula nona. A data de assinatura é 27 de dezembro de 2007. 11. O contribuinte foi regularmente intimado a esclarecer o motivo do acordo de PLR e seu anexo I terem sido assinados apenas no fim do primeiro período a ser avaliado através do Termo de Intimação Fiscal 3, cientificado em 17/07/2012. Fl. 458DF CARF MF Processo nº 16327.721151/201385 Acórdão n.º 9202007.289 CSRFT2 Fl. 437 3 12. Entretanto nenhuma documentação comprovando a existência de negociações foi apresentada. 13.O pagamento de participação nos lucros ou resultados tem como essência a retribuição pela colaboração do empregado na obtenção de um lucro ou na realização de um resultado previamente pactuado. O seu objetivo é estimular o empenho dos trabalhadores para a geração de resultados anteriormente estabelecidos. Assim, deve haver um acordo entre as partes empresa e trabalhadores , no qual cada um se propõe a cumprir uma obrigação. A empresa deve conceder o pagamento a título de participação nos lucros ou resultados se os trabalhadores atingirem uma meta préestabelecida. 14. A partir do momento em que o acordo entre empresa e empregados é firmado em período posterior ao período que será avaliado perdese a característica de estímulo e, por conseguinte de incentivo a produtividade, objetivo da Lei 10101/2000 explicita no art. 1º: ... 16. Portanto, o lucro distribuído segundo o Acordo de Participação em Lucros ou Resultados referente ao ano de 2007 e pago e ou creditado em 2008 não está em acordo com a legislação e integra o salário de Contribuição Previdenciária. Após o trâmite processual, a 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária deu provimento ao recurso voluntário. Concluiu o Colegiado pela decadência da obrigação principal por força do art. 150, §4º do CTN e no que tange as obrigações acessórias cancelou o lançamento sob o argumento de que tendo os empregados prévio conhecimento das metas e demais requisitos durante parte do período de apuração para o benefício, a data de assinatura do acordo não seria motivo para se afastar a imunidade de contribuição previdenciária sobre a participação nos lucros ou resultados da empresa. O acórdão 2402004.451 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/01/2008 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplica se o artigo 150, §4°; caso contrário, aplicase o disposto no artigo 173, I. Entendese como pagamento parcial o recolhimento da contribuição previdenciária sobre outras parcelas remuneratórias que compõem a folha de pagamento da empresa (Súmula CARF nº 99). PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Fl. 459DF CARF MF 4 Uma vez que os segurados tinham prévio conhecimento das metas e demais requisitos durante parte do período de apuração para o benefício, a data de assinatura do acordo não é motivo para se afastar a imunidade de contribuição previdenciária sobre a participação nos lucros ou resultados da empresa. Recurso Voluntário Provido. Intimada a Fazenda Nacional apresentou Recurso Especial. Citando como paradigmas os acórdãos nº 2301003.957 e 2401003.957, a Recorrente defende a invalidade do plano firmado pela empresa haja vista ter sido assinado em data posterior ao período de apuração dos lucros e resultados. Contribuinte em sede de contrarrazões pugna pela manutenção do acórdão e apresenta pedido subsidiário para aplicação do art. 106 do CTN devendo a multa ser recalculada nos termos no art. 32A haja vista o reconhecimento da decadência da obrigação principal. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Das matérias apresentadas em sustentação oral: Inicialmente destaco que da Tribuna, na data desta sessão de julgamento, o patrono do Contribuinte em sua sustentação oral traz como matéria de defesa argumento no sentido do lançamento estar extinto em razão da decadência e ainda que ao caso deveria se aplicar o art. 24 da LINDB, Decretolei nº 4.657/42, com redação dada pela Lei nº 13.655/18. Entretanto, em que pese a fundamentação apresentada, as matéria não merecer ser conhecidas. No que tange a decadência é importante mencionar que o próprio Colegiado Recorrido apreciou a matéria, tendo concluído pela inocorrência dessa causa de extinção do crédito decorrente do descumprimento da obrigação acessória, ainda que tenha reconhecido a extinção do crédito relativo a obrigação principal. Neste cenário, somente por meio de recurso próprio Recurso Especial de Divergência poderia este Colegiado reapreciar a matéria, não havendo mais espaço para o seu conhecimento de ofício. Por fim, com relação a aplicação da LINDB ao caso concreto considerando a ausência de conceitos ou critérios para realização de uma correta interpretação do termo "jurisprudência judicial ou administrativa majoritária" utilizada pelo parágrafo único do citado art. 24, deixo de conhecer das argumentações por ser matéria alheia ao recurso. Do Recurso: O recurso preenche os pressupostos legais e deve ser conhecido. Fl. 460DF CARF MF Processo nº 16327.721151/201385 Acórdão n.º 9202007.289 CSRFT2 Fl. 438 5 Importante esclarecer que os efeitos do recurso se referem exclusivamente ao auto de obrigação acessória, DEBCAD nº 37.355.9658, uma vez que os lançamentos relativos às respectivas obrigações principais foram extintos pela decadência nos termos do acórdão recorrido, decisão já transitada em julgada por ausência de interposição de recurso. Conforme consta do relatório, devolvese a este Colegiado a discussão acerca incidência de contribuições previdenciárias sobre valores pagos a titulo de PLR; sustenta a recorrente ter havido uma violação à Lei nº 10.101/00 na medida em que o plano foi assinado ao final do período de apuração. Como bem destacado no acórdão recorrido, o direito do trabalhador à participação nos lucros e resultados da empresa está previsto no art. 7º, XI da Constituição Federal que expressamente afasta tais verbas do conceito de remuneração, condicionado no entanto tal classificação aos requisitos de lei específica: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; Provocado a se manifestar sobre o citado dispositivo legal e seus efeitos sobre a Lei nº 8.212/91, o Supremo Tribunal Federal, no acórdão proferido no Ag. Reg. no Recurso Extraordinário nº 393.7642/RS, concluiu que se trata de norma constitucional de eficácia limitada. Portanto, nos casos de relação de emprego somente a partir da Medida Provisória (MP) nº 794, de 29 de dezembro de 1994, convertida posteriormente na Lei nº 10.101/00, passouse a admitir exclusão dos valores pagos a título de PLR do conceito de salário de contribuição nos termos do art. 28, §9º, j da Lei nº 8.212/91. Importante ter em mente que o objetivo primordial da PLR é a integração entre o capital e trabalho, permitindo que o empregado participe do resultado da atividade econômica da empresa. Tanto é assim que a Lei 10.101/00, nos dizeres de Alessandro Mendes Cardoso (2017: Estudos de Custeio Previdenciário, p. 22), "foi bastante sucinta ao regulamentar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), no claro intuito de permitir que as partes, respeitados certos parâmetros, tenham liberdade de definir o plano mais compatível com sua realidade e os seus interesses". Vale destacar que essa liberdade negocial foi recentemente reconhecida com as alterações promovidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela Reforma Trabalhista feita pela Lei nº 13.467/17, valendo citar a redação do art. 611A o qual prevê que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre participação nos lucros ou resultados da empresa. Assim, partindose da premissa de que a PLR não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, somente nos casos em que restar demonstrado abuso que leve a sua descaracterização será possível admitir a incidência da Contribuição Previdenciária. Fl. 461DF CARF MF 6 A Lei 10.101/00, no meu entender, possui como objetivo defender os interesses do empregado no que tange a negociação do plano de PLR, tanto é assim que em alguns casos trazem imposições que devem ser observadas. É o que ocorre com a exigência de o acordo ser celebrado com a presença de sindicado ou comissão eleita pelos empregados, vedando assim a instituição de regras unilaterais, o acordo deve trazer regras claras e objetivas de livre eleição pelas partes já que os incisos do §1º do art. 2º são meras sugestões. Considerando que o objeto da PLR é exatamente a integração entre capital e trabalho e considerando que para tanto sua função é incentivar os colaboradores a comprometerse cada vez mais com os objetivos da empresa gerando melhores resultados, é decorrência lógica o raciocínio de que as regras devem ser conhecidas previamente entre as partes. Ocorre que, a Lei 10.101 não traz qual o prazo para fixação dessas regras. Entretanto, devemos lembrar que o citado §1º define que além das regras claras, os instrumentos decorrentes da negociação deverão trazer mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo. Esse importante requisito material do Plano de PLR viabiliza que o empregado acompanhe a concretização do acordo e tenha condições de avaliar se terá direito à PLR e em qual montante. Diante disto, considerando a ausência de previsão normativa da lei regulamentadora quanto ao aspecto temporal, e para não restringir direito previsto constitucionalmente, nos parece razoável aceitar como válido plano assinado até a data do pagamento das respectivas parcelas, desde que haja nos autos comprovação do início das negociações e ainda que as regras eram de conhecimento das partes, ainda que não formalizadas como ocorre na repetição de planos padrões ao longo dos anos. Até o pagamento, nestas circunstâncias, o empregado poderá questionar os critérios eleitos e eventualmente solicitar a revisão do plano. E quanto a este ponto o acórdão recorrido é expresso em destacar que as metas eram de conhecimento dos empregados, fato não contestado pela Recorrente. Vejamos o entendimento do Colegiado a quo: No caso, devese considerar que a vigência do acordo é para o biênio 2007/2008. O pagamento em 01/2008, de fato, teve o exercício de 2007 como anobase de apuração. Embora a assinatura tenha ocorrido em 27/12/2007 as metas eram de conhecimento do trabalhador desde 2006. É que o acordo de 2006, fls. 215, guarda grande similitude com o acordo ora em exame, fls. 71. A expectativa dos empregados é que as metas não seriam tão diferentes a ponto de serem inalcançáveis para o período em exame. Nesse, as metas foram singelamente revistas e, de fato, não houve alterações que pudessem interferir na produtividade dos empregados. Entendo assim que o acordo cumpriu o disposto na Lei nº 10.101/2000: ... A formalização propriamente dita do acordo como condição sine qua non para a demonstração de conhecimento prévio das metas se afasta do princípio da verdade material. As negociação não começam e terminam no mesmo dia, tratase de um acordo Fl. 462DF CARF MF Processo nº 16327.721151/201385 Acórdão n.º 9202007.289 CSRFT2 Fl. 439 7 bienal com reuniões sucessivas, quando propostas são rejeitadas e outras tantas aceitas. Essa é a natureza e características dos acordos trabalhistas de modo geral, amplamente discutidos e negociados entre as partes. Por tudo, entendo forçosa a conclusão de que as metas não seriam do conhecimento dos empregados quando acordos anteriores já as previam. Independente da data de assinatura do acordo, presumese que, salvo substancial revisão dos acordos anteriores, os termos acordados anteriormente sejam mantidos, como foi o presente caso. Portanto, com base nos elementos dos autos, podese afirmar que o pagamento atendeu a finalidade essencial do instituo da participação dos lucros e resultados nos termos em que previsto na Constituição Federal. Diante do exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Voto Vencedor Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Redator designado Divergi da i. Relatora quanto ao mérito. A matéria diz respeito à possibilidade de classificação dos valores pagos a título de Participação nos Lucros e Resultados PLR como saláriodecontribuição, considerada a circunstância de que o acordo entre a empresa e os trabalhadores somente foi firmado ao final do exercício a que se referem os pagamentos, após o período de aferição das metas. Entendeu a Relatora que essa circunstância não inviabilizaria a não incidência da contribuição sobre os pagamentos feitos a título de PLR, por violação aos requisitos previstos em lei, conforme voto vencedor do julgado, posição contra a qual se insurge Recorrente. Entendo, em sintonia com a posição que tem prevalecido neste Colegiado, que a exclusão dos valores pagos a título de PLR do conceito de saláriodecontribuição está condicionado, de forma inarredável, ao cumprimento dos requisitos legais para a concessão dessa forma de benefício, sendo a formalização do acordo entre empresa e trabalhadores, previamente ao período de aferição das metas, uma dessas condições. Como é cediço, a Constituição ao proclamar no seu artigo 7º, XI o direito dos trabalhadores à participação nos lucros e resultados remeteu à lei a definição dos parâmetros e condições dessa participação. E a norma infraconstitucional que disciplina essa matéria é a Lei nº 10.101, de 2001 que dispõe o seguinte: Fl. 463DF CARF MF 8 Art. 2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2º O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores." (grifei) Como se vê, a lei prevê a necessidade de que seja firmado instrumento decorrente de negociação com regras claras e precisas e que estabeleçam, entre outras condições, programa de metas, resultados e prazos pactuados previamente. Ora, a escolha pelo legislador do termo previamente não foi por acaso e não pode simplesmente ser ignorado na interpretação da norma. O termo "previamente" significa anterior a algum outro acontecimento de referência. Não pode ser confundido com "durante" e muito menos com "posteriormente". Fixar previamente metas, resultados e prazos como condição para o pagamento de PLR significa definir (previamente) as metas a serem atingidas e a contrapartida a ser oferecida pelos trabalhadores em termos de esforço para fazer jus ao benefício. A fixação de tais parâmetros posteriormente ao período a que se refere os pagamento desnatura completamente o instituto, transformao em mera formalidade. Também não me sensibiliza a tese de que, embora a assinatura do acordo seja posterior, as negociações são anteriores e, portanto, de conhecimento dos trabalhadores. Admitir essa interpretação, a meu juízo, também significa um distanciamento inaceitável do que prescreve a lei, que ao referirse a pacto prévio remete a instrumento formal. É ato jurídico e como tal, para ter efeito perante terceiros, requer formalização por meio de ato escrito e firmado. Acordos verbais, explícitos ou implícitos, são realidades comuns ao mundo fora do Direito. E, ainda que se admitisse acordos verbais tácitos ou implícitos entre as partes, estes jamais teriam eficácia perante terceiros. No presente caso é incontroverso que o acordo foi assinado após o período a que se referem os pagamentos e, portanto, não se pactuou previamente as metas, resultados e prazos. O art. 28, da Lei nº 8.212. de 1991, por sua vez, define saláriode contribuição que, no caso de empregados, compreende as parcelas referidas no inciso I. Mas o Fl. 464DF CARF MF Processo nº 16327.721151/201385 Acórdão n.º 9202007.289 CSRFT2 Fl. 440 9 mesmo art. 28, no seu § 9º relaciona as hipóteses de exclusão de verbas do conceito de salário decontribuição. Confirase: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; [...] § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: [...] j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; Como se vê, embora o § 9º relacione entre as hipóteses de exclusão do conceito de saláriodecontribuição a participação nos lucros e resultados (alínea "j"), é categórico ao condicionar essa exclusão ao pagamento ou creditamento dessa verba "de acordo com lei específica". A lei não poderia ser mais clara: se paga a PLR de acordo com a lei específica, integra o saláriodecontribuição; se paga em desacordo, não integra. No presente caso, como vimos, a ausência de fixação prévia de metas, resultados e prazos descumpre frontalmente o que estabelecido em lei. Nessas condições, afastada a exceção do art. 28, § 9º, "j", a verba paga a título de PLR integra o saláriodecontribuição neste caso. Diante do exposto, conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento. Sobre o pedido formulado pelo Contribuinte em suas contrarrazões de que, no caso de provimento ao recurso, o processo seja devolvido à instância a quo para análise da aplicação da retroatividade benigna, não é este o caso. É que, como ressaltado pela Relatora, a lide prosseguiu apenas com relação à obrigação principal. Posto que, as autuações relativamente à obrigação principal fora afastadas em razão da decadência. E a multa aplicada pelo descumprimento da obrigação acessória é a menor dentre as opções legais, não havendo possibilidade de aplicação retroativa de norma mais benigna. (assinado digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 465DF CARF MF 10 Fl. 466DF CARF MF
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Numero do processo: 14120.000313/2009-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2006
RECURSO VOLUNTÁRIO. PEDIDO DE DESISTÊNCIA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO.
O pedido de desistência manifestado em petição ou a termo nos autos do processo implica a desistência do recurso voluntário interposto, cabendo não conhecer do apelo recursal.
Numero da decisão: 2401-005.854
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cleberson Alex Friess, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Monica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente convocada), Matheus Soares Leite, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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PEDIDO DE DESISTÊNCIA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO. O pedido de desistência manifestado em petição ou a termo nos autos do processo implica a desistência do recurso voluntário interposto, cabendo não conhecer do apelo recursal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 12 0. 00 03 13 /2 00 9- 52 Fl. 477DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier– Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cleberson Alex Friess, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Monica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente convocada), Matheus Soares Leite, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Tratase do Auto de Infração AI n.º 37.227.9376 (fl. 2), lavrado contra o sujeito passivo acima identificado, visando à exigência das contribuições patronais para a Seguridade Social, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios acidentários. De acordo com o Relatório Fiscal, os fatos geradores contemplados no lançamento foram as aquisições de produtos rurais efetuadas de pessoas físicas, conforme verificado dos registros contábeis, destinadas ao Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS) e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho. O Auto de Infração foi elaborado em 30/11/2009, com ciência em 07/12/2009. O relatório fiscal que trata desse AI está acostado às fls. 31/34 dos autos. Em sua impugnação (fls. 56/74), a cooperativa contestou o auto de infração, contudo, a 3ª Turma da DRJ/CGE considerou improcedente, por unanimidade, conforme disposto no acórdão nº 0421.836 de 22/09/2010 (fls. 249/260), mantendo a integralidade do crédito lançado. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 272/284), requerendo o cancelamento do Auto de Infração, cujas razões recursais, em resumo alegou: a) entre cooperativa e cooperado não há, por determinação legal, ato de mercancia, assim, não há o que se falar, na espécie, em comercialização da produção rural; b) produtos entregues pelos cooperados às cooperativas para posterior comercialização, com finalidade especifica de exportação, encontramse também plenamente abrangidos pela imunidade constitucionalmente garantida, não subsistindo a incidência pretendida; c) com a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária considerada principal (Funrural) pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE Fl. 478DF CARF MF Processo nº 14120.000313/200952 Acórdão n.º 2401005.854 S2C4T1 Fl. 3 3 363852/MG, fica vedada qualquer exação sobre a comercialização de produção rural por pessoas físicas; d) o mesmo destino deve ser dado à contribuição ao RAT e àquelas destinas aos terceiros; e) o inciso I do art. 62 do RI CARF manda que o colegiado reconheça a inconstitucionalidade da presente exação; f) a subrogação que dá guarida a exação também foi declarada inconstitucional; g) a nova redação do § 12 do art. 195 da Constituição Federal, que se quer dar mediante a Proposta de Emenda Constitucional n.º 233, está a comprovar que inexiste base constitucional para a cobrança pretendida; h) não há de se exigir a declaração de uma contribuição indevida; i) o dispositivo que fundamentava a multa por omissão de fatos geradores em GFIP foi revogado, devendo o AI ser cancelado; j) o denominado "Premio Conab", diz respeito a um valor que é repassado aos cooperados, não se caracterizando como receita da cooperativa, tendo natureza transitória com destino especifico, que é retornar aos cooperados; k) os documentos acostados comprovam a existência de inconsistências e duplicidades na apuração fiscal, conforme comprovado mediante documentação acostada; Com essas considerações, requereu o cancelamento do Auto de Infração. O recurso foi apreciado pela egrégia 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento, em 17/04/2012, consoante se observa do acórdão nº 2401 02.341 (fls. 301/307). Na ocasião, este Conselho deu provimento ao recurso, por unanimidade, para afastar a exigência, por entender indevida a subrogação. Recordese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2006 SUBROGAÇÃO NA PESSOA DO ADQUIRENTE DAS CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL POR PESSOAS FÍSICAS. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF. IMPROCEDÊNCIA. Declarada pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão plenária (RE n. 363.852/MG), a inconstitucionalidade do art. 1.º da Lei n. 8.540/1992 e as atualizações posteriores até a Lei n. 9.528/1997, as quais, dentre outras, deram redação ao art. 30, IV, da Lei n. 8.212/1991, são improcedentes as contribuições previdenciárias exigidas dos adquirentes da produção rural da pessoa física na condição de subrogado. Fl. 479DF CARF MF 4 Recurso Voluntário Provido Ciente do acórdão em 06/05/2012, a Procuradoria da Fazenda interpôs Recurso Especial de divergência (fls. 309/320), em 14/06/2012, requerendo a reforma do referido acórdão. Defendeu a possibilidade e a constitucionalidade do instituto da subrogação diante do advento da Lei nº 10.256/2001. Sustentou que “nos termos do RE nº 363.852/MG, a superveniência de lei ordinária, posterior à EC nº 20 de 1998, seria suficiente para afastar a pecha de inconstitucionalidade da contribuição previdenciária do empregador rural pessoa física. Com a edição da Lei nº 10.256, no ano de 2001, sanouse o referido vício”. Apresentou como paradigmas os acórdãos 2402001.724 e 230201.599. Ao final, requereu a reforma do aresto, de forma a restabelecer a decisão de primeira instância, mantendose o lançamento em sua integralidade. O Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do CARF através do Despacho nº 2400693/2012 (fls. 323/326), deu seguimento ao Recurso Especial, por entender preenchidos os requisitos legais para sua admissibilidade. Devidamente cientificado em 07/02/2013 (fl. 329), o contribuinte apresentou, em 22/02/2013, contrarrazões (fls. 331/336) afirmando a inconstitucionalidade da subrogação, pois tal entendimento decorreria do julgado do STF no RE 363.852/MG, que declarou expressamente a inconstitucionalidade do art. 30. inciso IVT da Lei n° 8.212/1991, assim como do julgamento do RE 596.177/RS, com eficácia de repercussão geral e com determinação para aplicação desse entendimento a todos os demais casos pendentes, nos termos do art. 543B do CPC. Assim, requereu a negativa de provimento ao recurso especial de divergência da Fazenda Nacional para que se mantenha o acórdão recorrido. Ao analisar o caso, em 09/03/2016, a egrégia 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, através do Acórdão nº 9202003.835 (fls. 345/364), por maioria de votos, deu provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional no sentido de afastar a inconstitucionalidade arguida, com retorno dos autos ao colegiado a quo para apreciação das demais questões postas no recurso voluntário. Confirase: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 PREVIDENCIÁRIO AUTO DE INFRAÇÃO AQUISIÇÃO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA SUBROGAÇÃO O Acórdão do RE 363.852/MG, declarou a inconstitucionalidade do art. 25 da Lei nº 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 9.528/1997, “até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instruir a contribuição”. Com o advento da Lei 10.256/2011, ficou legitimada a cobrança de contribuições sobre a aquisição do produtor rural pessoa física, sem prejuízo do procedimento de subrogação, previsto no art. 30, IV, da Lei 8.212/1991, que em momento algum foi considerado inconstitucional. Recurso especial provido. Na sequeência, ao analisar os autos, esta relatora concluiu que a questão do mérito recursal encontravase prejudicada, uma vez que consta do Despacho de Fl. 480DF CARF MF Processo nº 14120.000313/200952 Acórdão n.º 2401005.854 S2C4T1 Fl. 4 5 Encaminhamento (fl. 367), que a exigência das contribuições em debate está sendo questionada pelo contribuinte na Ação Judicial nº 000871488.2008.4.03.6000. Em razão disso, este colegiado converteu o julgamento em diligência (Resolução nº 2401000.612 – fls. 396/401), para intimar o Contribuinte para colacionar aos autos cópia da petição inicial e de todas as decisões judiciais que integram a Ação nº 000871488.2008.4.03.6000. Em resposta (fls. 416/418), a Recorrente se manifestou, resumidamente, no sentido de não haver concomitância entre a Ação Judicial e o presente Processo Administrativo Fiscal, uma vez que ausente a identidade na causa de pedir e nos pedidos, e em seguida juntou os documentos solicitados pela resolução (fls. 423/454). Ocorre que, no dia 09/10/2018, a Recorrente protocolou pedido de desistência do Recurso Voluntário (fls. 463/465), objetivando incluir no Programa de Regularização Tributária Rural – PRR, os débitos que compõe o presente Auto de Infração. É o relatório. Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE A questão dos pressupostos de admissibilidade encontrase superada, uma vez que já analisada anteriormente (fl. 305). 2. DO MÉRITO Conforme relatado, no dia 09/10/2018, a Recorrente protocolou pedido de desistência do Recurso Voluntário (fls. 463/465), objetivando incluir no Programa de Regularização Tributária Rural – PRR, os débitos que compõe o presente Auto de Infração. Nos termos do artigo 78, § 1º do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Recorrente, em qualquer fase processual, poderá desistir do recurso, mediante manifestação em petição ou a termo nos autos do processo. Logo, o Recurso Voluntário de fls. 272/284 não deve ser conhecido, por falta de interesse recursal, que resulta na inviabilidade do exame de mérito, nos moldes do já citado artigo 78, § 1º da Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015 (RICARF). Confirase: Fl. 481DF CARF MF 6 “Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, NÃO CONHEÇO do Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 482DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.720488/2016-54
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2014
TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA. DIREITO DE CRÉDITO. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
Inexiste previsão legal para a quitação de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com título da dívida pública externa.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2014
VALIDADE DA AUTUAÇÃO.
Inexistente qualquer indício de violação às determinações contidas no art. 142 do CTN ou nos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972, não há que se cogitar da alegada invalidade da autuação.
Numero da decisão: 1001-000.795
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar e negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(Assinado Digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
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DIREITO DE CRÉDITO. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para a quitação de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com título da dívida pública externa. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2014 VALIDADE DA AUTUAÇÃO. Inexistente qualquer indício de violação às determinações contidas no art. 142 do CTN ou nos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972, não há que se cogitar da alegada invalidade da autuação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar e negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 04 88 /2 01 6- 54 Fl. 709DF CARF MF 2 Relatório Tratase de auto de infração (efls. 104/117) dos tributos componentes do Simples Nacional, referentes aos períodos de apuração de 08/2014 a 09/2014, acrescidas de multa de ofício de 150% e juros de mora, totalizando R$ 27.209,61. Conforme Termo de Verificação Fiscal que acompanha o auto de infração (fls. 118 a 166) o contribuinte, optante pelo Simples Nacional, apresentou, originariamente PGDASD (declaração Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – Declaratório) relativas aos períodos de apuração de 08 a 12/2014 indicando valores devidos do Simples Nacional. Posteriormente, entretanto, apresentou PGDASD – Retificadores com a indicação de “imunidade tributária”, como motivação para o não recolhimento dos tributos devidos incidentes sobre as respectivas receitas. Após a análise dos documentos apresentados pelo contribuinte restou comprovado que tratavase de tentativa de quitação de tributos com créditos fictos provenientes de operações no SIAFI (resgate de Título da Dívida Pública Externa), caracterizando fraude tributária. O relatório (efls. 644/651) da decisão de primeira instância bem descreve a apuração do tributo devido, razão pela qual o adotamos. Cientificado da autuação o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (efls. 602/617) cujas razões foram assim foi resumidas no relatório referido: Não foram realizadas compensações indevidas no PGDASD, mas sim apenas informações no campo imunidade daquela declaração; O lançamento foi com base nas informações constantes nas Declarações do Simples Nacional apresentadas originariamente, de modo que não seria necessário a fiscalização realizar lançamento de ofício, e que bastaria apenas não homologar os PGDASD retificadores; “(...) os valores devidos do Simples Nacional, devidamente lançados na PGDAS, foram quitados através de processo de resgate de Título da Dívida Pública Externa, junto a Secretaria do Tesouro Nacional, através de processos administrativos identificados pelos COMPROTs anexos, todos vinculados ao COMPROT 011.01684.002365.2014.000.000; no qual é requerido o resgate dos créditos alocados na conta denominada Operações Especiais, Unidade Orçamentária 71.101, Número Obrigação SIAFI 001418, Operação Especial 0409, IDOC 2754, Lei Orçamentária 2012, com quitação conforme tabela mencionada nos COMPROTs, anexos aos autos”; Tal procedimento estaria, segundo ele, de acordo com a Portaria SRF nº 913, de 2002; “Com objetivo de simplificar os procedimentos, reduzindo custos operacionais da administração federal e gerando ganhos financeiros ao Tesouro Nacional, a União, foi firmado termo de cooperação técnica entre a RFB e a Secretaria do Tesouro Nacional STN, em que se remete à Conta Única do Tesouro Nacional, parte dos recursos por ela (STN) devidos – (créditos da dívida pública brasileira), com a finalidade de, dentre outra, através do Sistema Integrado de Administração financeira do Fl. 710DF CARF MF Processo nº 10783.720488/201654 Acórdão n.º 1001000.795 S1C0T1 Fl. 710 3 Governo Federal SIAFI – órgão diretamente ligado a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, efetuarse o recolhimento de tributos federais devidos por pessoas jurídicas, proporcionando enormes benefícios ao ente público, pelo fato de a renda apurada com o saldo financeiro quando da permanência dos recursos junto a conta única, ser totalmente revertida ao Erário, gerando benefícios ao ente público federal”; “Por outro lado, por não existir campo específico na PGDAS – obrigação acessória, para efetivar a descrição e ocorrência da modalidade de pagamento pela sistematização da Portaria 913/2002 / dos tributos que se busca a extinção junto a Secretaria do Tesouro Nacional, todo o procedimento foi informado através dos Informes protocolados na Secretaria do Tesouro Nacional e na RFB, cujos valores e tributos inclusive foram declarados nos Livros obrigatórios, de acordo com os registros e controles das operações e prestações por ela realizadas, em que consta a real escrituração pela Impugnante, tudo conforme determina a Legislação em vigor”; “Em suma, por ser detentora de crédito financeiro, foi perseguido o pagamento de seus débitos tributários com os supracitados créditos, através de pleitos protocolados junto a Secretaria Tesouro Nacional, objetos dos COMPROTs anexos, na qual a Impugnante aguarda a tramitação final para que ocorra a extinção da obrigação tributária”; Teria confessado seus débitos e informado os respectivos pagamentos no processo administrativo nº 13811.726153/2014 91; “(...) requer a nulidade absoluta do Lançamento Fiscal através do Auto de Infração, haja vista que a Receita Federal do Brasil não detém de Competência acerca da liberação dos Recursos / crédito com poder liberatório de pagamentos de tributos, nos moldes da sistematização pela Portaria 913/2002, visto que a Secretaria do Tesouro Nacional é quem detém da Competência para decidir acerca da liberação dos recursos e por consequência da extinção da obrigação tributária”; “(...) a Empresa Contribuinte teve seus débitos informados em PGDAS desconsiderados e formalizado o presente Auto de Infração de maneira arbitrária e ilegal, porque devese atentar para o devido processo legal”; “(...) caso a RFB não concorde com a modalidade de confissão e pagamento, através do campo da imunidade com os créditos mencionados acima, que inicie a abertura de um processo administrativo fiscal, amparado na Lei do Processo Administrativo – Lei n.º 9.784/99 e Lei n.º 123/2006 e Decreto 70.235/72, e nos direitos constitucionais da ampla defesa e contraditório, com a imediata suspensão da exigibilidade do crédito tributário, para averiguar as informações da confissão e as questões do pagamento através da compensação”; Fl. 711DF CARF MF 4 A multa de ofício de 150% seria abusiva, pois não teria havido caracterização de dolo e fraude. Ainda que passível a aplicação de multa, esta deveria ser a prevista no art. 38A, da Lei Complementar nº 123, de 2006; Haveria nulidade da responsabilização solidária dos sócios, tendo em vista que em momento algum teria sido provado o intuito de dolo e fraude cometido por eles, e que não haveria configuração de fraude quando há apresentação de PGDAS Retificador, se houver a apresentação de PGDAS original informando o valor efetivamente devido. A decisão de primeira instância (efls. 643/673) julgou a manifestação de inconformidade improcedente. O voto condutor desta decisão apresentou, entre outras, as seguintes razões: i) os créditos decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior, quando líquidos e certos e passíveis de restituição/compensação (o que não seria o caso dos créditos alegados pelo contribuinte nestes autos) devem ter sua compensação realizada eletronicamente mediante o programa PER/DCOMP. ii) inexiste a possibilidade de utilização dos títulos da dívida pública para pagamento de tributos federais na forma alegada pelo contribuinte, nos termos do art. 6º Lei nº 10.179, de 2001. iii) o presente processo segue à risca os termos do Decreto nº 70.235, de 1972, que rege o processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União, razão pela qual concluiu que não houve violação de direito de defesa com a lavratura do auto de infração. iv) A multa de ofício foi qualificada de 150% pelos motivos narrados no Termo de Verificação Fiscal (fls. 160/161), em especial intenção da fiscalizada em se eximir dos tributos devidos por meios defesos em lei caracterizada, de forma inequívoca, pela prestação de declaração falsa às autoridades fazendárias, pela inserção de elementos inexatos em documentos públicos (PGDASD), bem como pela tentativa de manter fora do conhecimento do Fisco a verdadeira natureza tributária das receitas auferidas em diversos períodos de apuração do SIMPLES NACIONAL (com a indicação de IMUNIDADE TRIBUTÁRIA), para eximirse, total ou parcialmente, do pagamento dos tributos devidos. Tais ações inseremse no contexto de fraude à fiscalização tributária, configurando o dolo necessário para a qualificação da multas de ofício. Cientificada da decisão de primeira instância em 07/04/2017 sexta feira (e fl. 681) a Interessada interpôs recurso voluntário, protocolado em 08/05/2017 segunda feira (efl. 685), em que repete os argumentos da manifestação de inconformidade. Voto Conselheiro Lizandro Rodrigues de Sousa Relator O recurso ao CARF é tempestivo. Dele conheço. Fl. 712DF CARF MF Processo nº 10783.720488/201654 Acórdão n.º 1001000.795 S1C0T1 Fl. 711 5 Preliminarmente devemos afastar a alegação do recorrente de que há nulidade absoluta do Lançamento Fiscal através do Auto de Infração, haja vista que a Receita Federal do Brasil não deteria Competência acerca da liberação dos Recursos / crédito com poder liberatório de pagamentos de tributos. O contribuinte, optante pelo Simples Nacional, apresentou, originariamente PGDASD (declaração Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – Declaratório) relativas aos períodos de apuração de 08 a 12/2014 indicando valores devidos do Simples Nacional. Posteriormente, entretanto, apresentou PGDASD – Retificadores com a indicação de “imunidade tributária”, como motivação para o não recolhimento dos tributos devidos incidentes sobre as respectivas receitas. Da análise dos documentos apresentados pelo contribuinte a Fiscalização concluiu que tratavase de tentativa de quitação de tributos com créditos fictos provenientes de operações no SIAFI (resgate de Título da Dívida Pública Externa). Alegou o recorrente que o referido procedimento de quitação dos débitos estaria amparado na Portaria da Secretaria da Receita Federal do Brasil nº 913, de 2002. A referida Portaria SRF nº 913, de 2002, dispõe em seus artigos 1º e 2º: Art. 1º O pagamento de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e das demais receitas federais recolhidas em Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) poderá ser efetuado por intermédio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que passa a integrar a Rede Arrecadadora de Receitas Federais (Rarf) sob o Código Nacional de Compensação 009. Parágrafo único. A STN está apta a prestar serviços de arrecadação de que trata a Portaria SRF nº 2.609, de 20 de setembro de 2001, nos casos de pagamento de receitas federais com: I recursos integrantes da Conta Única do Tesouro Nacional por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi); II transferência de recursos para a Conta Única do Tesouro Nacional por meio do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Art. 2º A utilização do Siafi para o pagamento de receitas federais destinase aos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal integrantes da Conta Única do Tesouro Nacional e às pessoas jurídicas de direito privado que façam uso do Siafi nos termos de convênio firmado com a STN. Como literalmente prescreve o citado art. 2º, a utilização do Siafi para o pagamento de receitas federais destinase aos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal integrantes da Conta Única do Tesouro Nacional e às pessoas jurídicas de direito privado que façam uso do Siafi nos termos de convênio firmado com a STN. E, pelo que consta dos autos, a WALTERCON CONTABILIDADE LTDA, que é pessoa jurídica de direito privado, não firmou nenhum convênio com a STN, não sendo possível, pois, que tenha utilizado o Siafi para pagamento de receitas federais. A Impugnante também não trouxe aos autos nenhum comprovante de pagamento do imposto por meio do SPB, documento previsto nos arts. 2º e 6º da Portaria SRF nº 913, de 2002. Fl. 713DF CARF MF 6 Adiantese que foram apresentados meros requerimentos dirigidos à STN nos quais um terceiro – ALPHA ONE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS LTDA, para fins de quitação dos débitos da pessoa jurídica WALTERCON CONTABILIDADE LTDA, autoriza o resgate de supostos créditos por ela adquiridos (requerimentos de efls. 311/313). Conforme destacado pela autoridade fiscal e pela decisão recorrida, a STN, tratando de crédito financeiro da mesma natureza que o tratado nos presentes autos, mas referente a outro interessado, por meio do Ofício nº 719/2012/CODIV/SUDIP/ STN/MFDF, narrou a impossibilidade de acolhimento de pedido de resgate de títulos e liberação de recursos para quitação de débitos tributários de terceiros, por falta de amparo legal (efls. 141/142). Alega ainda a recorrente que foi protocolado o processo administrativo nº 13811.726153/201491 no qual teria confessado seus débitos e informando os pagamentos. Em consulta ao citado processo, em nome da pessoa jurídica ALPHA ONE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS LTDA – CNPJ 57.787.087/000106, verificouse que se trata de um simples “PEDIDO DE ABERTURA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO”. Mas, conforme bem destacado na decisão de piso, créditos decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior, quando líquidos e certos e passíveis de restituição/compensação (o que não é o caso dos autos) devem ser realizados eletronicamente mediante o programa PER/DCOMP. Portanto, conforme já asseverado na decisão de piso, não foram e nem poderiam ter sido reconhecidos no citado processo administrativo nº 13811.726153/201491 quaisquer créditos passíveis de compensação com débitos de tributos federais, e o referido instrumento também não se presta para confessar débitos tributários. Quanto à Lei nº 10.179, de 2001, mencionada nos citados requerimentos enviados à STN, cumpre observar o que prescreve seu art. 6º: "Art. 6o A partir da data de seu vencimento, os títulos da dívida pública referidos no art. 2o terão poder liberatório para pagamento de qualquer tributo federal, de responsabilidade de seus titulares ou de terceiros, pelo seu valor de resgate." Ou seja, apenas os títulos referidos no seu art. 2º (LTN, LFT e NTN) poderão ser utilizados para pagamento de tributos federais, desde que vencidos. Ocorre que todos os títulos emitidos na forma da Lei nº 10.179/2001 foram resgatados nos respectivos vencimentos, não havendo nenhum na condição de vencido. Peço vênia para reproduzir as razões contidas no voto condutor do acórdão recorrido, às quais adiro, por bem resumir a legislação pertinente aos títulos citados; diferenciálos daqueles a que se atém o recorrente; reafirmar o entendimento de que atualmente inexiste possibilidade de utilização dos títulos da dívida pública para pagamento de tributos federais, nos termos do art. 6º Lei nº 10.179, de 2001; e destacar o artifício fraudulento do contribuinte, em conluio com a pessoa jurídica indicada como cedente dos hipotéticos créditos – ALPHA ONE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS LTDA, com o objetivo de suprimir ou reduzir o pagamento de tributos devidos através da aposição de informações falsas em sua nos PGDASD – Retificadores sobre suposta “imunidade tributária” em combinação com os citados requerimentos à STN: Ademais, os títulos emitidos na forma da Lei nº 10.179, de 2001, são todos escriturais (com registro eletrônico, e não em cártula) e são todos emitidos no Brasil. Portanto, na prática, não há nenhuma hipótese de pagamento ou compensação de tributos com títulos públicos. A exceção se dá exclusivamente em relação ao pagamento de 50% do Imposto Territorial Rural com Títulos Fl. 714DF CARF MF Processo nº 10783.720488/201654 Acórdão n.º 1001000.795 S1C0T1 Fl. 712 7 da Dívida Agrária, hipótese esta expressamente prevista no art. 105 da Lei nº 4.504, de 1964. Notese, ainda, que títulos antigos emitidos em papel e em moeda estrangeira não podem ser convertidos nos títulos referidos no art. 2º da Lei nº 10.179, de 2001 (LTN, LFT ou NTN), portanto não se prestam para pagamento ou compensação de tributos federais. Títulos impressos em moeda estrangeira são negociados fora do Brasil só podem ser resgatados no exterior, por meio do agente pagador credenciado e na moeda da emissão. Corroborando o entendimento de que atualmente inexiste possibilidade de utilização dos títulos da dívida pública para pagamento de tributos federais, nos termos do art. 6º Lei nº 10.179, de 2001, cumpre citar a Solução de Consulta nº 393, de 03 de novembro de 2009, assim ementada: EMENTA: UTILIZAÇÃO DE TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS NOS TERMOS DO ART. 6º DA LEI Nº 10.179, DE 2001. O art. 6º da Lei nº 10.179, de 2001, depende de regulamentação, mediante a qual se deverá estabelecer como se dará a liberação prevista naquele dispositivo, bem assim como será efetivado o acerto entre os débitos fiscais do contribuinte e o valor do título vencido, utilizado para pagálo. Enquanto não editada semelhante regulamentação, inexiste possibilidade de utilização dos títulos da dívida pública emitidos em conformidade com os arts. 1º a 3º da Lei nº 10.179, de 2001, a partir da data de seu vencimento, para pagamento de tributos federais. Atualmente, a compensação de tributos de contribuições federais administrados pela RFB, a qual compete a este órgão recepcionar, normatizar e apreciar é praticada apenas conforme o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, só podendo ser nela utilizados créditos decorrentes de tributos ou contribuições federais, pagos a maior ou indevidamente, passíveis de restituição ou ressarcimento. Inadmissível a utilização de créditos referentes a títulos públicos nessa compensação. Uma vez que, por expressa restrição legal, não se compatibiliza com créditos referentes a títulos públicos, incabível cogitar da compensação de que trata o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, de plano, como possível meio para operacionalizar o art. 6º da Lei nº 10.179, de 2001. Segundo comunicado divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional as LTN emitidas no início da década de 1970 apresentavam prazos de, no máximo, 365 dias. Não houve qualquer exceção a essa regra, nem houve qualquer repactuação dos prazos de vencimento. Tampouco existe escrituração de títulos cartulares. O Tesouro Nacional emite LTN na forma escritural, de duas maneiras: por meio do “Tesouro Direto” e, por meio de seus leilões semanais. Não existem, pois, tais títulos, emitidos na referida época, com prazo superior a 365 dias, cujos vencimentos teriam sido Fl. 715DF CARF MF 8 supostamente repactuados para datas atuais. Alegações de que tais títulos são ainda válidos, inclusive já escriturados, são falsas. Sem qualquer fundamento, portanto, pretenderse enquadrar essas pretensas LTN na prerrogativa do art. 6º da Lei nº 10.179, de 2001. Citese, ainda, a Solução de Consulta nº 166, de 18 de junho de 2012, assim ementada: EMENTA: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA. Inexiste previsão legal para a quitação de título da dívida pública externa com tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Ressaltese, ainda, que em face das reiteradas fraudes em compensação de créditos relativos a títulos públicos, a RFB disponibilizou no seu site (http://receita.fazenda.gov.br) as seguintes orientações aos contribuintes: [...] Fraude em Compensação de Créditos Relativos a Títulos Públicos por Subsecretaria de Arrecadação e Atendimento — publicado 15/01/2015 15h57, última modificação 03/03/2015 16h25 Chamamos a atenção do contribuinte para a tentativa recorrente, nos últimos anos, de fraudes contra a Fazenda Nacional por meio de ações judiciais de execução de títulos da dívida pública, movidas contra a União, que visam à cobrança de valores relativos ao resgate de supostos créditos oriundos de títulos da dívida pública brasileira, interna e externa (inclusive títulos emitidos no início do século passado), para uso na suspensão indevida de débitos tributários federais declarados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), na Declaração Anual do Simples Nacional (DASN) e na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP). Em relação à compensação com títulos públicos vencidos, prevista no art. 6º da Lei nº 10.179/2001, o Tesouro Nacional informa que todos os títulos foram resgatados nos respectivos vencimentos, não havendo, portanto, títulos vencidos passíveis de compensação. Além disso, os títulos emitidos na forma da Lei nº 10.179/2001 são todos escriturais (com registro eletrônico nas centrais de custódias autorizadas pelo Banco Central do Brasil (SELIC/BACEN Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, CETIP S/A Mercados Organizados, e CBLC/ BM&FBOVESPA Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) e emitidos no Brasil. Assim, títulos antigos emitidos em papel e em moeda estrangeira não podem ser convertidos nos títulos referidos no art. 2º da Lei nº 10.179/2001 (LTN, LFT ou NTN), não se prestando, portanto, para pagamento ou compensação de tributos federais. Fl. 716DF CARF MF Processo nº 10783.720488/201654 Acórdão n.º 1001000.795 S1C0T1 Fl. 713 9 [...] Foi disponibilizada eletronicamente, inclusive, a cartilha de “Prevenção à Fraude Tributária com Títulos Públicos Antigos”, elaborada em conjunto pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e pelo Ministério Público da União, com informações úteis sobre a prática e a vedação legal da utilização de tais títulos para extinção de débitos tributários no âmbito federal (https://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/243491/C artilha+sobre+Fraudes+de+ T%C3%ADtulos+P%C3%BAblicos/aa99d1b7f311454097dd 1816c6ab17b4?version= 1.1). O objetivo daquela cartilha é alertar os contribuintes sobre o perigo de serem vítimas de armadilhas envolvendo fraudes tributárias, com especial interesse nos tributos administrados pela Receita Federal, e trata das consequências fiscais, penais e cíveis, decorrentes da tentativa de utilização de práticas fraudulentas para extinção de débitos junto à Fazenda Nacional. Portanto, não foi comprovada nos autos a existência de quaisquer créditos tributários líquidos e certos passíveis de compensação, sendo que não existe previsão legal para a quitação de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil com título da dívida pública externa. Ressaltese que no caso dos autos o contribuinte, optante pelo Simples Nacional, apresentou, originariamente, PGDASD relativos aos períodos de apuração de 08 e 09/2014 indicando valores devidos do Simples Nacional. Posteriormente, entretanto, apresentou PGDASD – Retificadores com a indicação de tratarse de “imunidade tributária”, como motivação para o não recolhimento dos tributos devidos incidentes sobre as respectivas receitas. A título de exemplo, transcrevemos a seguir o PGDASD Original e o PGDASD Retificador do período de apuração de agosto/2014: (...) Como se pode observar, para ocultar informações da RFB, com o fim de suprimir ou reduzir o pagamento de tributos devidos, a empresa inseriu informações falsas nos PGDASD – Retificadores sobre suposta “imunidade tributária”. Portanto, pelos fatos narrados e documentos analisados restou provado o artifício fraudulento do contribuinte, em conluio com a pessoa jurídica indicada como cedente dos hipotéticos créditos – ALPHA ONE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS LTDA, com o objetivo de suprimir ou reduzir o pagamento de tributos devidos. Os citados requerimentos à STN, além de, por óbvio, não possuírem o valor probante pretendido pelos Impugnantes, também não podem ser tidos, por falta de previsão legal, como Fl. 717DF CARF MF 10 documentos que constituem confissão de dívida ou como instrumentos hábeis e suficientes para a exigência do crédito tributário, razão pela qual não há como acolher o argumento de que não haveria necessidade de lavratura de auto de infração. Devese também afastar o pedido do recorrente de abertura de um processo administrativo fiscal, amparado na Lei do Processo Administrativo – Lei n.º 9.784/99 e Lei n.º 123/2006 e Decreto 70.235/72, para averiguar as informações da confissão e as questões do pagamento através da compensação. Isto porque não há previsão legal para tal procedimento, do qual já se cumpre nos presentes autos. O presente processo segue todos os termos do Decreto nº 70.235/1972, que rege o processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União. Cabe também afastar a alegação do recorrente de cerceamento do direito de defesa. Não houve violação de direito algum com a lavratura do auto de infração, pois este referiu se á constituição do crédito sobre receitas que o recorrente alegou inicialmente constituírem de receitas imunes. Com efeito, o contraditório e a ampla defesa se concretizam com a instauração da fase litigiosa do procedimento pela apresentação da impugnação, momento oportuno para o contribuinte apresentar suas razões de defesa e as provas que possuir. Observese que mesmo a alegação posterior de que suas declarações tratariam de pagamento através de títulos da dívida pública externa foi trazida aos autos na forma de recurso em cumprimento dos ditames das mesmas normas citadas pelo recorrente. Adianto que o auto de infração explanou com clareza os procedimentos adotados, a infração apurada, com elaboração de demonstrativos contendo os valores envolvidos e indicação da legislação de regência do tributo lançado. Ou seja, a atividade de lançamento foi efetivada em obediência ao previsto no ao artigo 142, do CTN e cumprindo os requisitos regulamentados no Decreto nº 70.235, de 1972, artigo 10. Cabe anda destacar que não se verificaram quaisquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, para que se decretasse a alegada nulidade. Por fim, diante dos elementos probatórios descritos, restou comprovado o artifício fraudulento do contribuinte em conluio com a pessoa jurídica indicada como cedente dos hipotéticos créditos – ALPHA ONE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS LTDA, com o objetivo de suprimir ou reduzir o pagamento de tributos devidos, razão pela qual restou configurada a hipótese de aplicação da multa duplicada prevista no § 1º do artigo 44 da Lei n.º 9.430, de 1996 (com a redação dada pela Lei 11.488, de 2007). Quanto às arguições por inconstitucionalidade/ilegalidade da legislação tributária, tal apreciação foge à alçada das autoridades administrativas de qualquer instância, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. A recorrente (WALTERCON CONTABILIDADE LTDA) questiona, também, a responsabilização solidária dos seus sócios, mas não existiu tal imputação, motivo pelo qual tal matéria não deve ser aqui debatida. Consta sim a inclusão como responsável pelo crédito tributário da pessoa jurídica indicada como cedente dos hipotéticos créditos – ALPHA ONE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS LTDA por atuar em conjunto com a recorrente para a inserção das informações falsas nas Declarações retificadoras do Simples Nacional, atuando com infração à lei, subsumindose assim ao disposto no inciso II do art. 135, do Código Tributário Nacional Pelo exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade e negar provimento ao recurso. Fl. 718DF CARF MF Processo nº 10783.720488/201654 Acórdão n.º 1001000.795 S1C0T1 Fl. 714 11 (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 719DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.000789/2007-45
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 31/10/1989 a 28/02/1996
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL.
Identificado erro material no acórdão embargado, acolhem-se os embargos, para correção do erro.
Numero da decisão: 9303-007.498
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para, re-ratificando o Acórdão nº 9303-006.861, de 12 de junho de 2018, sanar o erro material detectado e negar provimento ao recurso especial do contribuinte.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: Relator
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 31/10/1989 a 28/02/1996 EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. Identificado erro material no acórdão embargado, acolhemse os embargos, para correção do erro. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para, reratificando o Acórdão nº 9303006.861, de 12 de junho de 2018, sanar o erro material detectado e negar provimento ao recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de embargos inominados apresentados contra o Acórdão nº 9303 006.861, às fls. 796e/499e, de 12 de junho de 2018, da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais pelo fato de ter constado, em sua decisão, que o recurso especial do contribuinte foi provido, quando, de fato, a fundamentação foi para lhe negar provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 07 89 /2 00 7- 45 Fl. 501DF CARF MF 2 O acórdão embargado foi assim ementado: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 31/10/1989 a 28/02/1996 CRÉDITOS FINANCEIROS. DECISÃO JUDICIAL. LIMITES DA CONTENDA. DCOMP. HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Os limites da decisão judicial, em tema de repetição/compensação de créditos financeiros (indébitos tributários) contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial pendente de trânsito em julgado, com débitos tributários vencidos, devem ser criteriosamente observados pelo contribuinte e pela Autoridade Administrativa competente, inclusive, quanto à homologação de Dcomp. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 15/09/1999 a 14/03/2003 DCOMP. HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO FINANCEIRO. DISCUSSÃO JUDICIAL. DECISÃO PENDENTE DE TRÂNSITO EM JULGADO CONTRÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. Inexiste amparo legal para a convalidação de compensação de crédito financeiro contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, com débitos tributários vencidos/vincendos, realizada sob à égide de decisão judicial contrária ao requerente, pendente de trânsito em julgado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento." O embargante alega erro material por ter constado, em sua decisão: "em dar lhe provimento", quando o correto é negarlhe provimento. Os embargos foram admitidos. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, relator. Na decisão do acórdão embargado constou: "Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento.", quando o correto seria negarlhe provimento, conforme motivação e fundamento constante do voto condutor. No voto condutor consta literalmente: Fl. 502DF CARF MF Processo nº 11065.000789/200745 Acórdão n.º 9303007.498 CSRFT3 Fl. 502 3 "Com relação à decisão do STJ, no REsp nº 1.164.452/MG. sob o rito do art. 543C do CPC, não vejo como aplicála ao presente caso, pelo fato de a decisão judicial vigente, nas datas em que o contribuinte efetuou a compensação, não reconhecia o direito de ele repetir e/ ou compensar o crédito financeiro reclamado e utilizado na compensação. Assim, não poderia ter efetuado compensação alguma, tendo em vista que, na data em que efetuou a compensação dos débitos, não dispunha de crédito financeiro, uma vez que o pedido de restituição dos indébitos do PIS foi negado pelo MM Juiz Federal de primeiro grau. À luz do exposto, nego provimento ao recurso especial do contribuinte." (destaque não original). Também, o conteúdo das ementas do acórdão embargado, reproduzidas no relatório, demonstra que a motivação foi para negar provimento ao recurso especial do contribuinte. Em face do exposto, acolho os embargos inominados para retificar a decisão do acórdão embargado, a fim de sanar o erro material detectado e negar provimento ao recurso especial do contribuinte, nos termos do voto do acórdão embargado. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 503DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.002996/2007-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
EMBARGOS. OMISSÃO INSANÁVEL. ABSOLUTA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
É nulo o acórdão quando eivado de vício insanável. Há vício insanável quando o acórdão formalizado não apresenta o relatório nem o voto condutor da decisão, gerando omissão absoluta quanto às razões para o desprovimento do recurso e, consequentemente, flagrante o cerceamento do direito de defesa do recorrente.
Numero da decisão: 2202-004.763
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração como Embargos Inominados, acolhendo-os para fins de declarar a nulidade do acórdão embargado e, após a intimação dos interessados, determinar a redistribuição do feito para novo julgamento do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente e Redator ad hoc
Participaram do presente julgamento os conselheiros Ronnie Soares Anderson, Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, José Ricardo Moreira (suplente convocado), Júnia Roberta Gouveia Sampaio e Dilson Jatahy Fonseca Neto (relator).
Nome do relator: DILSON JATAHY FONSECA NETO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 EMBARGOS. OMISSÃO INSANÁVEL. ABSOLUTA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. É nulo o acórdão quando eivado de vício insanável. Há vício insanável quando o acórdão formalizado não apresenta o relatório nem o voto condutor da decisão, gerando omissão absoluta quanto às razões para o desprovimento do recurso e, consequentemente, flagrante o cerceamento do direito de defesa do recorrente.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração como Embargos Inominados, acolhendo-os para fins de declarar a nulidade do acórdão embargado e, após a intimação dos interessados, determinar a redistribuição do feito para novo julgamento do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson - Presidente e Redator ad hoc Participaram do presente julgamento os conselheiros Ronnie Soares Anderson, Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, José Ricardo Moreira (suplente convocado), Júnia Roberta Gouveia Sampaio e Dilson Jatahy Fonseca Neto (relator).
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Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado CIA LATINO AMERICANA DE MEDICAMENTOS ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 EMBARGOS. OMISSÃO INSANÁVEL. ABSOLUTA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. É nulo o acórdão quando eivado de vício insanável. Há vício insanável quando o acórdão formalizado não apresenta o relatório nem o voto condutor da decisão, gerando omissão absoluta quanto às razões para o desprovimento do recurso e, consequentemente, flagrante o cerceamento do direito de defesa do recorrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração como Embargos Inominados, acolhendoos para fins de declarar a nulidade do acórdão embargado e, após a intimação dos interessados, determinar a redistribuição do feito para novo julgamento do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente e Redator ad hoc Participaram do presente julgamento os conselheiros Ronnie Soares Anderson, Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, José Ricardo Moreira (suplente convocado), Júnia Roberta Gouveia Sampaio e Dilson Jatahy Fonseca Neto (relator). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 29 96 /2 00 7- 44 Fl. 1099DF CARF MF 2 Relatório Na condição de Presidente da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção, no uso das atribuições conferidas pelo art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF, designome Redator ad hoc para formalizar o presente acórdão, tendo em vista que o Relator originário, Dilson Jatahy Fonseca Neto, não mais integra o Colegiado. Assim, reproduzo, na íntegra, o relatório disponibilizado em meio magnético pelo referido Conselheiro, conforme a seguir. Tratase, em breves linhas, de auto de infração lavrado em desfavor da Contribuinte para constituir crédito tributário referente a Contribuições Sociais Previdenciárias. Tendo a Contribuinte impugnado o lançamento, foi proferida DecisãoNotificação que manteve a autuação. Intimada, a Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, que foi julgado parcialmente procedente. Cientificada, a PGFN opôs os Embargos de Declaração ora sob análise. Feito o breve resumo da lide, passo ao relatório pormenorizado dos autos. Constam dos autos AI para constituir crédito referente à multa da CFL 68 (fl. 3) e Relatório Fiscal (fls. 14/60). Intimada da DecisãoNotificação que manteve o lançamento em 26/06/2007 (fl. 540), e ainda inconformada, a Contribuinte protocolou em 20/07/2007 Recurso Voluntário (fls. 542/545), que foi julgado parcialmente procedente pelo acórdão CARF nº 2302003.644, de 11/02/2015 (fls. 1.088/1.091), que restou assim ementado: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/10/2006 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. AUTUAÇÃO. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Em 06/01/2016 foi formalizado despacho para que fosse providenciada a intimação da Procuradoria da Fazenda Nacional. Em 17/02/2016 (fl. 1.094) foi protocolada petição da Fazenda (fl. 1.093), com o seguinte pedido: "A UNIÃO (Fazenda Nacional), por seu procurador, vem requerer que seja trazido aos autos o relatório que fundamentou a decisão consubstanciada no acórdão 2302003.644, a fim de que esta procuradoria possa elaborar seu recurso especial com segurança, sendo o caso. Embora compreendamos o trecho “Ocorre que o relator responsável original pelo processo não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, o relatório, histórico, análise que fez dos autos, que levaram o colegiado a decidir pelo que consta em ata”, fazse necessário que o colegiado diligencie junto ao relator responsável original pelo processo, trazendo aos Fl. 1100DF CARF MF Processo nº 10920.002996/200744 Acórdão n.º 2202004.763 S2C2T2 Fl. 1.100 3 autos todos os elementos necessários a fim de que a União possa bem elaborar sua defesa." (grifos no original). Essa petição foi recebida pela presidência da 2ª Seção de Julgamento do CARF como Embargos de Declaração, em Despacho de Admissibilidade (fls. 1.097/1.098), que teve a seguinte conclusão: "Diante do exposto, vislumbro a omissão descrita, motivo pelo qual acolho os aclaratórios e, conseqüentemente, submeto os autos novamente à apreciação do Colegiado, com vistas ao cumprimento da providência sugerida pela PGFN." fl. 1.097 É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Redator ad hoc A teor do relatório acima reproduzido, também adoto aqui, na íntegra, o voto disponibilizado pelo Conselheiro Dilson Jatahy Fonseca Neto, de sorte que o posicionamento abaixo esposado não necessariamente tem a aquiescência deste Conselheiro: Conforme o art. 79 do Anexo II ao RICARF seja com a redação vigente em janeiro/2016, seja com a redação dada pela Portaria MF nº 39, de 12/02/2016 , considerase intimada a Procuradoria da Fazenda Nacional após o marco de 30 (trinta) dias, contados da disponibilização dos autos. Outrossim, conforme o art. 65 do mesmo Anexo II ao RICARF, o prazo dos Embargos é de 5 (cinco) dias. Percebese que os autos foram movimentados para o APOIO/COCAT/PGFN/DF/MF em 06/01/2016 (fl. 1.092), mas a petição só foi protocolada em 17/02/2016 (fl. 1.094). Portanto, intempestivo o seu protocolo como Embargos declaração, porém, tendo em vista a natureza dos defeitos que permeiam o acórdão embargado, a ser na sequência detalhado, acolhoos como embargos inominados, forte no art. 66 do Anexo II do RICARF, sendo nessa condição, portanto, conhecidos. Acontece que, analisando o acórdão CARF nº 2302003.644, de 11/02/2015 (fls. 1.088/1.091), percebese que há verdadeira hipótese de cerceamento do direito de defesa das partes. Efetivamente, o relatório e o acórdão do voto se resumem ao seguinte: Relatório Tratase de recurso voluntário, de autoria da contribuinte. Esclareço e registro que fui designado, conforme consta nos autos, relator AD HOC, para formalização do acórdão proferido. A designação ocorreu pelo motivo do relator responsável original ter deixado o CARF antes da formalização do acórdão, não possuindo mais competência para tanto. Fl. 1101DF CARF MF 4 Ocorre que o relator responsável original pelo processo não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, o relatório, histórico, análise que fez dos autos, que levaram o colegiado a decidir pelo que consta em ata. Conseqüentemente, por não possuir competência para tanto, registro o ocorrido, a fim de que as partes interessadas tenham ciência dos fatos. É o relatório. Voto (...) Esclareço que o conselheiro relator não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, seu voto, com suas razões, que levaram o colegiado a decidir pelo resultado consignado em ata. Conseqüentemente, reproduzo somente o resultado, como votou o relator original, a fim de não extrapolar a determinação e a competência que possuo. CONCLUSÃO: Devido ao exposto, reproduzo o resultado devidamente consignado em ata, que foi por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para excluir da autuação as infrações que foram corrigidas, conforme Informação Fiscal prestada na diligência de fls. 635/706 e para que nas faltas remanescentes a multa aplicada seja recalculada considerando as disposições do art. 32A, inciso I, da Lei n.º 8.212/91, na redação dada pela Lei n º 11.941/2009. Há cerceamento de direito de defesa, repetese. Ausente a fundamentação, é impossível às partes interpor Embargos Inominados para corrigir eventuais erros, por exemplo, ou mesmo Recurso Especial. O relatório e o voto são partes indispensáveis do acórdão, nos termos do art. 31 do Decreto nº 70.235/1972, bem como do art. 50 da Lei nº 9.784/1999. A ausência desses elementos configura hipótese de cerceamento do direito de defesa do recorrente e, nos termos do art. 59, II, do Decreto nº 70.235/1972, nulidade da decisão. In casu, não se pode afirmar que constam o relatório e o voto, vez que as suas razões não se encontram expostas no acórdão. Registrase, outrossim, que não se trata de mera irregularidade, incorreção ou omissão pontual, hipóteses elencadas no art. 60 do Decreto nº 70.235/1972, e que poderiam ser sanadas por meio de emendas para suprir as omissões. Motivo suficiente para tal conclusão é o fato de que o colegiado que proferiu a decisão embargada foi extinto, como já esclareceu o Despacho de Admissibilidade do presente Embargo, não sendo possível no âmbito da presente análise, em outra turma com outros conselheiros, desvendar quais foram as razões de decidir ali esposadas. Outrossim, o art. 61 do Decreto nº 70.235/1972 é claro em afirmar que Art. 61. A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua legitimidade. Fl. 1102DF CARF MF Processo nº 10920.002996/200744 Acórdão n.º 2202004.763 S2C2T2 Fl. 1.101 5 O poderdever foi repetido, em certas palavras, no art. 53 da Lei nº 9.784/1999. Em suma, impende reconhecer a nulidade do acórdão CARF nº 2302 003.644, de 11/02/2015. Nos termos do art. 59, § 2º, do Decreto nº 70.235/1972, necessário, ainda, determinar a intimação das partes do resultado do presente acórdão e, subsequentemente, a redistribuição dos autos para novo julgamento do Recurso Voluntário. Dispositivo Diante de tudo quanto exposto, voto por conhecer dos Embargos de Declaração como Embargos Inominados, acolhendoos para fins de declarar a nulidade do acórdão embargado e, após a intimação dos interessados, determinar a redistribuição do feito para novo julgamento do recurso voluntário. Eis o voto que me coube redigir. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson (voto de Dilson Jatahy Fonseca Neto) Fl. 1103DF CARF MF
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