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Numero do processo: 10725.903018/2009-90
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 31 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2002 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ - Recurso Repetitivo).
Numero da decisão: 1803-001.203
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 6.188,95), nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Sérgio Rodrigues Mendes
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2002 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ - Recurso Repetitivo).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2002 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ Recurso Repetitivo). Fl. 64DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 65 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 6.188,95), nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente justificadamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Rodrigues Mendes, Sérgio Luiz Bezerra Presta e João Carlos Figueiredo Neto. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 66 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 42): Tratase de manifestação de inconformidade apresentada em face de despacho decisório eletrônico, por meio do qual não foi homologada compensação declarada pela interessada acima identificada na DCOMP retificadora de nº 14031.99272.240809.1.7.047581, indicando suposto crédito de pagamento indevido ou a maior de imposto de renda – IRPJ, cód 2089, no valor de R$ 6.188,95, do período de apuração (PA) 1º trimestre de 2001, para compensar débitos do PA julho de 2005, de contribuição para o PIS/PASEP, cód. 8109, no valor de R$ 46,66 e COFINS, cód. 2172, de R$ 215,34 2. A compensação não foi homologada pela autoridade fazendária, pelo Despacho Decisório nº 848589971, de 7/10/2009, sob o argumento de que, a partir das características do DARF discriminado na DCOMP acima identificada, foram localizados um ou mais pagamentos que foram integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. 3. Inconformada, a interessada apresentou manifestação de inconformidade aos fls. 1 e 2, alegando em síntese que: 3.1. o crédito pleiteado de pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco; 3.2. que o IRPJ supostamente devido pelo contribuinte no 1º trimestre de 2001 se constata pela DCTFretificadora entregue em 14/08/2009; 3.3 que a impugnante não apurou IRPJ a pagar em 30/04/2001, tendo realizado um pagamento indevido no valor de R$ 6.188,95, gerando por conseguinte o crédito de mesmo valor; 3.4. concluise que o débito satisfeito com o valor pago que consta do DARF discriminado na DCOMP inexiste, pois o contribuinte nada devia a título de IRPJ no 1º trimestre de 2001, conforme DCTFretificadora; 3.5. de todo o exposto, requereu para ser recebida a manifestação de inconformidade, por sua tempestividade, suspendendose a exigibilidade do crédito tributário, e considerandoa procedente e reformando a decisão que não homologou a compensação. 2. A decisão da instância a quo foi assim fundamentada (fls. 43 e 44): 5. O contribuinte recolheu aos cofres públicos, em 30/04/2001, o DARF com as seguintes características: PA de 31/03/2001, cód. receita 2089, de R$ 6.188,95. O pagamento foi confirmado no sistema eletrônico da Receita Federal, cf. consta do Extrato Sistêmico RFB do 1º trimestre do ano calendário de 2001, fl. 37. 6. Em DCTF retificadora datada de 28/05/2003 (fl. 40), o mesmo contribuinte declarou um débito de IRPJ, cód. receita 2089, no valor de R$ 5.803,16 (fl. 40, Fl. 66DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 67 4 verso), mas em 14/08/2009 apresentou nova DCTF retificadora (fl. 38, vs) declarando que não mais existia o débito anteriormente informado do mesmo IRPJ, cód. 2089 (fls. 39 e vs), sem juntar qualquer documentação comprobatória da veracidade das informações nela contidas. 7. Consultada a declaração do imposto de renda da pessoa jurídica (DIPJ) do exercício de 2002, ano base de 2000, vemos, no Extrato Sistêmico RFB, fls. 37 verso e 38, que não há DIPJ retificadora e a única DIPJ, original, apresentada sob o nº 0959726, acusava para o trimestre 1 do ano calendário de 2001 um imposto de renda a pagar de R$ 6.188,95. 8. A restituição/compensação de tributos no âmbito da Receita Federal do Brasil é regida pelos artigos 165 e 170 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional – C.T.N.) que assim dispõe: [...]. 9. Quanto à retificação da DCTF efetuada pelo contribuinte, o mesmo CTN assim dispõe: [...]. 10. Temos que, por um lado, o contribuinte vem afirmando, em DCTF retificadora apresentada em 14/08/2009, que no 1º trimestre de 2001 não havia IRPJ, cód. 2089, a pagar; por outro lado, a DIPJ originalmente apresentada, ativa e única, aponta para um IRPJ a pagar de R$ 6.188,95, valor idêntico ao que foi recolhido em DARF pelo contribuinte. 11. Ainda que houvesse coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte (pois não há), deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao real valor devido de IRPJ cód. 2089 do PA 1º trimestre de 2001, para que o crédito alegado pudesse gozar de certeza e liquidez, o que não ocorre no presente caso. 12. Não havendo certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor, não é possível homologar a compensação por ele declarada. 13.Assim, entendo que não deve ser dado provimento à manifestação de inconformidade apresentada e voto pela manutenção da conclusão contida no Despacho Decisório combatido. 3. Cientificada da referida decisão em 12/08/2011 (fls. 56 numeração digital ND), a tempo, em 08/09/2011, apresenta a interessada Recurso de fls. 57 a 61 (ND), nele argumentando, em síntese: a) que o despacho decisório que não homologou a compensação sofre de inafastáveis vícios de nulidade, quais sejam, inexistência de fundamentação e cerceamento de defesa, por não ter oportunizado ao contribuinte a possibilidade de comprovar o seu crédito, matéria de ordem pública que pode ser alegada e reconhecida em qualquer fase processual, inclusive na segunda instância, mesmo não tendo sido alegada expressamente na defesa inicial apresentada na primeira instância administrativa; Fl. 67DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 68 5 b) que não há, no despacho decisório, sequer, referência à DCTF que teria dado margem à alocação do pagamento arguido, muito embora a DCTF retificadora, que permite aferir a existência do crédito do contribuinte em face do fisco federal, já tivesse sido transmitida; c) que não poderia o despacho decisório, sem uma motivação razoável e congruente, desconsiderar as informações transmitidas através da DCTF retificadora, declaração capaz de demonstrar o crédito oposto; d) que, em que pese a divergência existente entre a DCTF retificadora e a DIPJ, tal situação, no fundo, exige (ou teria exigido à época) que o fisco federal intime (ou tivesse intimado) o contribuinte para explicar a origem e a regularidade do seu crédito e as alterações promovidas na DCTF retificadora, o que não foi feito; e) que, realmente, a Recorrente opôs crédito regular em face da Fazenda Pública Federal, para efetivar a compensação promovida via DCOMP; f) que, durante o período referente à DCTF retificadora, apurou e recolheu valores a maior a título de imposto de renda (IRPJ), visto que, no citado período, apurou o imposto pelo regime do lucro presumido, aplicando o percentual equivocado de 32% sobre a sua receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo, enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares, seria o percentual de 8%, conforme previa o art. 15, § 1º, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 9.249, de 1995, c/c o art. 25 da Lei nº 9.430, de 1996; g) que, diante de tais recolhimentos indevidos a título de IRPJ, apurou o seu crédito e o utilizou para promover a compensação de seus tributos federais, consoante declarado na DComp relacionada ao presente feito, meio adequado para instrumentalizar o ajuste de contas no âmbito administrativo, conforme preceitua a sistemática tratada no art. 74 e parágrafos da Lei nº 9.430, de 1996; e h) que eis, então, a origem do crédito da Recorrente, crédito este que a própria RFB, em nome do princípio da legalidade, pode e deve apurar e reconhecer de ofício, caso não seja reconhecida a nulidade do despacho decisório de acordo com os argumentos demonstrados acima. Em mesa para julgamento. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 69 6 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Preliminar de nulidade do Despacho Decisório 4. Argui a Recorrente, preliminarmente, a nulidade do Despacho Decisório, ao fundamento de que sofreria, este, de inafastáveis vícios, quais sejam: (a) inexistência de fundamentação; e (b) cerceamento de defesa, por não ter oportunizado a ela a possibilidade de comprovar o seu crédito. 5. Inicialmente, quanto ao tema de nulidade, convém reproduzir o art. 59 do PAF (Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972): Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. 6. São, portanto, apenas duas as espécies de irregularidades, elencadas nos incisos do dispositivo retro transcrito, que possuem o condão de contaminar de nulidade as peças que compõem o processo administrativo. 7. Observese que a discordância quanto aos fatos e/ou capitulação legal não é causa de nulidade. 8. No presente caso, de ato decisório (Despacho Decisório eletrônico), foi este prolatado por autoridade para tanto competente [AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), não havendo, pois, que se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. 9. Há que se ressaltar, ainda, que referido Despacho Decisório eletrônico também procede ao cruzamento de informações entre a DComp e a DIPJ e, não tendo sido esta retificada pela Recorrente, como por ela mesma reconhecido (fls. 59ND, item 7), outro não poderia ter sido o resultado daquela análise de compensação. 10. Rejeito a preliminar de nulidade arguida. Mérito 11. Constou da decisão recorrida o seguinte (fls. 44): Fl. 69DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 70 7 10. Temos que, por um lado, o contribuinte vem afirmando, em DCTF retificadora apresentada em 14/08/2009, que no 1º trimestre de 2001 não havia IRPJ, cód. 2089, a pagar; por outro lado, a DIPJ originalmente apresentada, ativa e única, aponta para um IRPJ a pagar de R$ 6.188,95, valor idêntico ao que foi recolhido em DARF pelo contribuinte. 11. Ainda que houvesse coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte (pois não há), deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao real valor devido de IRPJ cód. 2089 do PA 1º trimestre de 2001, para que o crédito alegado pudesse gozar de certeza e liquidez, o que não ocorre no presente caso. 12. Não havendo certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor, não é possível homologar a compensação por ele declarada. 12. Em seu Recurso, afirma a Recorrente que o crédito alegado é decorrente da apuração do imposto pelo regime do lucro presumido, com a aplicação do percentual equivocado de 32% sobre a receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo, enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares, seria o percentual de 8%. Recursos repetitivos (STJ) 13. Dispõe o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 (grifouse): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 14. Relativamente à questão da definição da expressão “serviços hospitalares”, prevista na Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, é o seguinte o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sistemática de Recursos Repetitivos (art. 543C do CPC): DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO “SERVIÇOS HOSPITALARES”. INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 71 8 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão “serviços hospitalares” prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de “serviços hospitalares” apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão “serviços hospitalares”, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que “a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares”. 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos”. 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do Fl. 71DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 72 9 IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) 15. No presente caso, conforme se verifica do próprio Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), faz jus a Recorrente ao percentual de presunção do lucro de 8% (fls. 10): 16. Procedendose, por conseguinte, ao recálculo do imposto devido relativo ao 1º trimestre do anocalendário de 2001 (fls. 37verso e 38), obtémse o seguinte demonstrativo: DIPJ 2002/2001 ENTREGUE RETIFICADA PAGO A MAIOR RECEITA BRUTA 181.320,44 181.320,44 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903018/200990 Acórdão n.º 180301.203 S1TE03 Fl. 73 10 PERCENTUAL 32% 8% BASE CÁLCULO 58.022,54 14.505,63 ALÍQUOTA 15% 15% IRPJ DEVIDO 8.703,38 2.175,84 IRRF (2.514,43) (2.514,43) IRPJ A PAGAR 6.188,95 (338,59) 6.188,95 17. Dessa forma, é de ser reconhecido à Recorrente o direito creditório pleiteado, no valor de R$ 6.188,95. 18. Com relação à afirmação da Recorrente de que “não poderia o despacho decisório, sem uma motivação razoável e congruente, desconsiderar as informações transmitidas através da DCTF retificadora”, cumpre ressaltar que, entregue em 14/08/2009, não poderia essa DCTF pretender retificar dados relativos ao anocalendário de 2001, daí a sua total desconsideração por aquele despacho decisório. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO AO RECURSO, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 6.188,95), atentandose, ainda, para a existência de outras compensações, objeto de outros processos, que também utilizam o mesmo crédito ora reconhecido. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 73DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
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Numero do processo: 11080.101092/2005-31
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 LUCRO ARBITRADO. EXCLUSÕES DA RECEITA BRUTA. Ausente a escrituração na forma da legislação contábil e fiscal impõe-se o arbitramento do lucro, utilizando-se preferencialmente a receita bruta conhecida, não havendo previsão legal para qualquer exclusão a título de repasse de valores de salários e encargos sociais por empresas agenciadoras de mão de obra temporária (Lei nº 6.019/74). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 PRESTADORA DE SERVIÇOS TEMPORÁRIOS. LUCRO ARBITRADO. Não há previsão legal para exclusão de quaisquer valores adicionais da base de cálculo da CSLL para empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária (Lei nº 6.019/74), cujo regime de tributação é o lucro arbitrado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 PRESTADORA DE SERVIÇOS TEMPORÁRIOS. BASE DE CÁLCULO. Conforme entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, em julgado submetido ao rito de recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), as empresas de serviço temporário (Lei 6.019/74), não podem excluir quaisquer valores da base de cálculo do PIS/PASEP a título de repasse de salários e encargos sociais de seus trabalhadores. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 PRESTADORA DE SERVIÇOS TEMPORÁRIOS. BASE DE CÁLCULO. Fl. 532 DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/2005-31 Acórdão n.º 1803-01.239 S1-TE03 Fl. 486
Numero da decisão: 1803-001.239
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes - Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch - Relator.
Nome do relator: Walter Adolfo Maresch
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LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001, 2002, 2003 LUCRO ARBITRADO. EXCLUSÕES DA RECEITA BRUTA. Ausente a escrituração na forma da legislação contábil e fiscal impõese o arbitramento do lucro, utilizandose preferencialmente a receita bruta conhecida, não havendo previsão legal para qualquer exclusão a título de repasse de valores de salários e encargos sociais por empresas agenciadoras de mão de obra temporária (Lei nº 6.019/74). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 PRESTADORA DE SERVIÇOS TEMPORÁRIOS. LUCRO ARBITRADO. Não há previsão legal para exclusão de quaisquer valores adicionais da base de cálculo da CSLL para empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária (Lei nº 6.019/74), cujo regime de tributação é o lucro arbitrado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2001, 2002, 2003 PRESTADORA DE SERVIÇOS TEMPORÁRIOS. BASE DE CÁLCULO. 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Fl. 532DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 486 2 Conforme entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, em julgado submetido ao rito de recursos repetitivos (art. 543C do CPC), as empresas de serviço temporário (Lei 6.019/74), não podem excluir quaisquer valores da base de cálculo da COFINS a título de repasse de salários e encargos sociais de seus trabalhadores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (presidente), Walter Adolfo Maresch, Sergio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Victor Humberto da Silva Maizman e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ PORTO ALEGRE/RS, interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Adoto o relatório da DRJ por bem retratar os fatos. Em ação Fiscal foram lavrados contra a empresa acima, autos de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ (fls. 234), Contribuição para o Programa de Integração Social PIS (fls. 256), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS (fls. 267) e Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL (fls. 245). 0 total do crédito tributário apurado foi de R$ 858.182,82, calculado até 30/06/2005. A contribuinte impugnou tempestivamente as exigências, através dos arrazoados de fls. 281/292, 306/317, 332/343 e 358/368. Razões de autuação A autuada desenvolve atividades de (1) serviço de recrutamento e seleção de pessoal e (2) serviço de locação de mãodeobra temporária nos termos da Lei no 6.019/74 e serviço de terceirização de mãodeobra. No período da autuação, apurou seus resultados pela sistemática do Lucro Real. Fl. 533DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 487 3 A empresa entregou a Declaração de Informações Econômico fiscais da Pessoa Jurídica — DIPJ/2002, anocalendário 2001 com as fichas de apuração do IRPJ e contribuições com valores zerados. Relativamente aos exercícios 2003 e 2004, anos calendário 2002 e 2003, foram preenchidas apenas as fichas de apuração das contribuições para o PIS e COFINS. Embora não tenha constado, na DIPJ do anocalendário 2001, informações acerca do PIS e da Cofins, essas contribuições foram declaradas em DCTF. Intimada e reintimada, não apresentou escrituração contábil. Através do razão analítico contendo o registro do valor das notas fiscais emitidas, foram apuradas as receitas da fiscalizada. O autuante constatou que a empresa segrega suas receitas, considerando parte delas tributáveis e parte isentas. Tem por tributáveis, a "taxa administrativa" que recebe pela intermediação de mãodeobra e o valor relativo ao serviço de recrutamento e seleção com indicação de candidatos a vagas de trabalho efetivo. E, toma por receita isenta, o que seriam valores que apenas transitariam pela empresa, destinados aos salários, encargos sociais e trabalhistas. O autuante considerou que os valores ditos repassados são receita própria da prestadora de serviços. O IRPJ e CSLL foram apurados pela sistemática do Lucro Arbitrado em virtude de a empresa não manter escrituração na forma das leis comerciais e fiscais. Com relação ao PIS e COFINS, para os quais a empresa considerou parte do faturamento, foi constituído crédito tributário sobre as receitas que indevidamente deixaram de compor a base de cálculo. Incidiu multa de oficio de 75%. Razões de defesa A impugnante, inicialmente, descreve as atividades da empresa para concluir que a exigência de tributos pelo valor total das notas fiscais seria indevido. Estaria havendo exigência sobre receitas que não são auferidas pela contribuinte. Os salários e encargos sociais comporiam o faturamento das empresas locadoras de mãodeobra apenas por uma questão formal. Alega, também, ser confiscatória a incidência sobre o valor total das notas fiscais, apresentando cálculo exemplificativo. Conclui assim: 1) As empresas de mãodeobra temporária não podem recolher o PIS, a Cofins, a CSLL e o IRPJ com base no valor total da Nota Fiscal/Fatura de serviços, vez que elas não adquirem disponibilidade jurídica, tampouco econômica sobre essas verbas, que não podem ser compreendidas como receitas por elas auferidas. Fl. 534DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 488 4 2) A incidência do PIS, da Cofins, CSLL e IRPJ sobre o total da Nota Fiscal/Fatura de Serviços afronta o principio da capacidade contributiva, igualdade e nãoconfisco, vez que a tributação mostrase excessivamente onerosa pra o setor. A DRJ PORTO ALEGRE (RS), através do acórdão nº 1017.099, de 10 de setembro de 2008 (fls. 386/392), julgou procedente o lançamento, ementando assim a decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001, 2002, 2003 ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE ESCRITURAÇÃO COMERCIAL E FISCAL. NÃO QUESTIONAMENTO. PRECLUSÃO. Preclui a possibilidade de alegação em 2a instância sobre matéria não questionada na impugnação ao lançamento. No caso concreto, não foi expressamente impugnada a adoção do arbitramento do lucro em virtude da não apresentação da escrituração. IRPJ. ARBITRAMENTO. BASE DE CALCULO. O arbitramento deve ter por base a receita bruta, quando conhecida. Nas empresas de trabalho temporário, fornecedoras de mãodeobra, as despesas com pessoal e benefícios aos empregados não podem ser excluídas da receita bruta para fins de apuração dos tributos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE ESCRITURAÇÃO COMERCIAL E FISCAL. NÃO QUESTIONAMENTO. PRECLUSÃO. Preclui a possibilidade de alegação em 2a instância sobre matéria não questionada na impugnação ao lançamento. No caso concreto, não foi expressamente impugnada a adoção do arbitramento do lucro em virtude da não apresentação da escrituração. CSLL. ARBITRAMENTO. BASE DE CÁLCULO. O arbitramento deve ter por base a receita bruta, quando conhecida. Nas empresas de trabalho temporário fornecedoras de mãodeobra, as despesas com pessoal e benefícios aos empregados não podem ser excluídas da receita bruta para fins de apuração dos tributos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2001, 2002, 2003 Fl. 535DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 489 5 BASE DE CÁLCULO. EMPRESA DE LOCAÇÃO DE MÃODE OBRA TEMPORÁRIA. VALORES RELATIVOS AO CUSTO COM MÃODEOBRA E BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS. NÃO EXCLUSÃO. Nas empresas de trabalho temporário, fornecedoras de mãode obra, as despesas com pessoal e benefícios aos empregados não podem ser excluídas da receita bruta para fins de apuração dos tributos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2001, 2002, 2003 BASE DE CÁLCULO. EMPRESA DE LOCAÇÃO DE MÃODE OBRA TEMPORÁRIA. VALORES RELATIVOS AO CUSTO COM MÃODEOBRA E BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS. NÃO EXCLUSÃO. Nas empresas de trabalho temporário, fornecedoras de mãode obra, as despesas com pessoal e benefícios aos empregados não podem ser excluídas da receita bruta para fins de apuração dos tributos. Ciente da decisão em 24/10/2008, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 397), apresentou o recurso voluntário em 25/11/2008 fls. 424/456, onde reitera os argumentos da inicial. É o relatório. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 490 6 Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de lançamento de ofício, pelo qual foram lavrados os autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, em virtude do arbitramento do lucro e falta de recolhimento adequado das contribuições, relativos ao ano calendário 2001, 2002 e 2003. Alega a recorrente em síntese: a) Que sua atividade é de recrutamento de pessoal e cessão de mão de obra temporária nos termos da Lei nº 6.019/74 regulamentada pelo Decreto nº 73.841/74; b) Que considerando as peculiaridades deste tipo de atividade, conforme regulamentado nos diplomas legais citados, os valores recebidos em nome dos trabalhadores temporários bem como seus respectivos encargos sociais, não se incluem na base de cálculo do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, devendo incidir apenas sobre a taxa de administração; c) Que os valores recebidos das tomadoras de serviços correspondentes aos empregados temporários não compõe o faturamento nos termos da Lei nº 9.718/98, não podendo compor a base de cálculo do PIS e COFINS e por extensão também do IRPJ e CSLL; d) Que diversas decisões judiciais que transcreve, reconheceram o acerto de seu entendimento afastando a tributação de PIS, COFINS e também em relação ao IRPJ e CSLL, sobre os valores repassados aos trabalhadores temporários. Não assiste razão à interessada. Com efeito, inicialmente não se vislumbra no arrazoado da recorrente qualquer justificativa ou irresignação quanto a ausência da apresentação da escrituração regular à autoridade fiscal ocasionando em conseqüência o arbitramento do lucro em relação aos anos calendários 2001, 2002 e 2003. A completa inexistência da apresentação à autoridade fiscal ocasionou nos termos da legislação vigente, o abandono pela opção do regime real substituído pelo regime de tributação do lucro arbitrado. Tampouco justifica ou esclarece os motivos de ter entregue a sua Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) totalmente zerada em relação a apuração do lucro real e base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido. A tributação de IRPJ e CSLL com base no regime de tributação do lucro arbitrado implica a adoção de coeficientes aplicados sobre a receita bruta conhecida, não sendo permitida qualquer dedução, nos termos dos artigos 15 e 16 da Lei nº 9.250/95. Fl. 537DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 491 7 Sendo assim, pretendendo a recorrente deduzir os valores pertinentes aos salários e encargos de seus trabalhadores para fins de apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, bastava atender as obrigações acessórias para opção pelo lucro real apresentando a escrituração contábil na forma da legislação comercial e fiscal. Conforme consta dos autos, por duas vezes a recorrente foi intimada a apresentar os livros Diário e Razão Contábil, quedandose inerte ou afirmando não ser possível a apresentação dos mesmos. Desta forma, impertinente a sua pretensão de resignarse em ficar submetida ao regime de tributação do lucro arbitrado e ao mesmo tempo, pretender excluir parcelas de seu faturamento, como se estivesse sujeita ao regime do lucro real. Afirma a recorrente em seu longo arrazoado, composto pela transcrição de dezenas de decisões judiciais que confirmariam seu entendimento, de que por se tratar de empresa de trabalho temporário, sujeita ao regramento da Lei nº 6.019/74 e Decreto nº 73.841/74, as parcelas recebidas das tomadoras dos serviços temporários, referente aos salários e encargos sociais de seus trabalhadores não estariam sujeitas a qualquer exação tributária. Ora, se realmente é essa a sua situação fática não há como dar guarida a sua pretensão. Com efeito, efetivamente os trabalhadores contratados realizam serviço temporário sim, mas temporário nas tomadoras dos serviços e não em relação à contratante onde não há prazo de contratação e que permanece com a total responsabilidade dos encargos trabalhistas e previdenciários. O fato de que é prevista solidariedade da tomadora dos serviços revelase como garantia adicional de caráter trabalhista em nada alterando a situação fáticojurídico tributária em relação as suas receitas auferidas. Destarte, considerando que o seu regime de tributação imposto pela autoridade fiscal face a ausência de escrituração na forma da legislação comercial e fiscal é o lucro arbitrado, rejeito as alegações de exclusão de supostas parcelas da base de cálculo a título de repasse aos trabalhadores contratados. Melhor sorte, não colhe a recorrente no que tange ao PIS e COFINS, em que ficou sujeita ao regime cumulativo de tributação (Lei nº 9.718/98) em virtude do regime de tributação pelo lucro arbitrado em relação ao IRPJ e CSLL. A base de cálculo do PIS e COFINS, conforme disposto na Lei nº 9.718/98 é o seu faturamento com as exclusões permitidas em lei, conforme arts. 2º e 3º: (verbis) Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide art. 15 da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) Fl. 538DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 492 8 Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide art. 15 da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) § 1º Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.(Revogado pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009) § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; II as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; (Revogado pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IV a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. V (Vide Art. 7º e Art. 22 da Medida Provisória nº 451, de 15/12/2008) V a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.945, de 4 de junho de 2009) Sendo assim, de nada lhe aproveita a declaração de inconstitucionalidade pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, em relação ao § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, pois os valores dos encargos trabalhistas e previdenciários de seus empregados (temporários Fl. 539DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 493 9 somente perante a tomadora dos serviços) se incluem normalmente no seu faturamento como qualquer outra pessoa jurídica. De qualquer modo, a situação aventada pela recorrente teve sua solução pelo Superior Tribunal de Justiça através de acórdão submetido ao rito do art. 543C, com a seguinte ementa: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEIS COMPLEMENTARES 7/70 E 70/91 E LEIS ORDINÁRIAS 9.718/98, 10.637/02 E 10.833/03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019/74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. 1. A base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável (Leis Complementares 7/70 e 70/91 ou Leis ordinárias 10.637/2002 e 10.833/2003), abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74), a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. 2. Isto porque a Primeira Seção, quando do julgamento do REsp 847.641/RS, perfilhou o entendimento no sentido de que: (...) 3. Deveras, a definição de faturamento mensal/receita bruta, à luz das Leis Complementares 7/70 e 70/91, abrange, além das receitas decorrentes da venda de mercadorias e da prestação de serviços, a soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais, concepção que se perpetuou com a declaração de inconstitucionalidade do § 1º, do artigo 3º, da Lei 9.718/98 (Precedentes do Supremo Tribunal Federal que assentaram a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da COFINS e do PIS pela Lei 9.718/98: RE 390.840, Rel. Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 09.11.2005, DJ 15.08.2006; RE 585.235 RGQO, Rel. Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgado em 10.09.2008, DJe227 DIVULG 27.11.2008 PUBLIC 28.11.2008; e RE 527.602, Rel. Ministro Eros Grau Rel. p/ Acórdão Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 05.08.2009, DJe213 DIVULG 12.11.2009 PUBLIC 13.11.2009). 4. Por seu turno, com a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovida pelas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, Fl. 540DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 494 10 os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários subsumemse na novel concepção de faturamento mensal (total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil). 5. Conseqüentemente, a definição de faturamento/receita bruta, no que concerne às empresas prestadoras de serviço de fornecimento de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74), engloba a totalidade do preço do serviço prestado, nele incluídos os encargos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores para tanto contratados, que constituem custos suportados na atividade empresarial. 6. In casu, cuidase de empresa prestadora de serviços de locação de mãodeobra temporária (regida pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74, consoante assentado no acórdão regional), razão pela qual, independentemente do regime normativo aplicável, os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. 7. Outrossim, o artigo 535, do CPC, resta incólume quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 8. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. RECURSO ESPECIAL Nº 1.141.065 SC (2009/00959329) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX No mesmo sentido, rechaçou o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, a pretensão de que as empresas de prestação de serviço temporário, pudessem utilizar concomitantemente as benesses do lucro real, mas utilizando o regime de tributação do lucro presumido: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA. VERIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IRPJ, DA CSLL, DO PIS E DA COFINS. VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. 1. Ausente o interesse de agir em relação ao pedido de exclusão das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, devidos pela empresa de trabalho temporário, dos valores atinentes a salários e encargos da mãodeobra contratada por conta e ordem dos Fl. 541DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 495 11 tomadores de serviços, por já haver a previsão legal para tal dedução no regime de apuração pelo lucro real. 2. Não é possível para a empresa alegar em juízo que é optante pelo lucro presumido para em seguida exigir as benesses a que teria direito no regime de lucro real, mesclando os regimes de apuração. 3. A base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável (Leis Complementares 7/70 e 70/91 ou Leis ordinárias 10.637/2002 e 10.833/2003), abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74), a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. 4. Tema já julgado sob o regime do art. 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/08 no REsp. n. 1.141.065 SC, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9.12.2009. 5. Agravo regimental não provido. AgRg nos EDcl no AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.105.816 PR (2008/02143002) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES Da mesma forma o julgado no RECURSO ESPECIAL Nº 963.196 PR (2007/01445690) relator MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, assentou: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MERAS CONSIDERAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N. 284 DO STF, POR ANALOGIA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS. COFINS. EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS. MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA. BASE DE CÁLCULO. SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTE EM RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IRPJ E CSLL. OPÇÃO PELO REGIME DO LUCRO PRESUMIDO. DEDUÇÃO DE SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE MISCIGENAÇÃO ENTRE REGIMES DE APURAÇÃO DISTINTOS. 1. Não merece acolhida a pretensão da recorrente, na medida em que não indicou nas razões nas razões do apelo nobre em que consistiria exatamente o vício existente no acórdão recorrido que ensejaria a violação ao art. 535 do CPC. Desta forma, há óbice ao conhecimento da irresignação por violação ao disposto na Súmula n. 284 do STF, por analogia. 2. Esta Corte consolidou o entendimento de que os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mão de obra temporária, a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários, integram a base de cálculo do PIS e da Cofins. Fl. 542DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 496 12 3. Precedente: REsp 1141065/SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 1.2.2010, julgado pela sistemática do art. 543C do CPC e da Res. STJ n. 8/08. 4. As empresas optantes pela tributação relativa ao IRPJ e à CSLL pelo regime do lucro presumido não podem excluir da base de cálculo das referidas exações os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária, a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários, tendo em vista que não há previsão legal dessas deduções. Entender de modo contrário seria miscigenar dois regimes distintos (lucro real e lucro presumido), ao arrepio da lei. 5. Precedentes: AgRg nos EDcl no AgRg no Ag nº 1.105.816/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 2.12.2010; REsp 971.066/SC, Rel. Min. Denise Arruda, Rel. p/ Acórdão Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 18.8.2010; REsp 1179448/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 6.5.2010; REsp 1088802/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 7.12.2009. 6. Recurso especial da Fazenda Nacional provido e recurso especial do Sindicato das Empresas Contábeis Assessoramento Perícias Informações e Pesquisas de Londrina não provido. Por derradeiro, também em relação a base de cálculo do ISS, o Superior Tribunal de Justiça, em acórdão igualmente prolatado no rito do art. 543C, sentenciou: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISSQN. AGENCIAMENTO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA. ATIVIDADEFIM DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS. BASE DE CÁLCULO. PREÇO DO SERVIÇO. VALOR REFERENTE AOS SALÁRIOS E AOS ENCARGOS SOCIAIS. 1. A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, consoante disposto no artigo 9°, caput, do DecretoLei 406/68. 2. As empresas de mãodeobra temporária podem encartarse em duas situações, em razão da natureza dos serviços prestados: (i) como intermediária entre o contratante da mãodeobra e o terceiro que é colocado no mercado de trabalho; (ii) como prestadora do próprio serviço, utilizando de empregados a ela vinculados mediante contrato de trabalho. 3. A intermediação implica o preço do serviço que é a comissão, base de cálculo do fato gerador consistente nessas "intermediações". Fl. 543DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 497 13 4. O ISS incide, nessa hipótese, apenas sobre a taxa de agenciamento, que é o preço do serviço pago ao agenciador, sua comissão e sua receita, excluídas as importâncias voltadas para o pagamento dos salários e encargos sociais dos trabalhadores. Distinção de valores pertencentes a terceiros (os empregados) e despesas com a prestação. Distinção necessária entre receita e entrada para fins financeirotributários. 5. A exclusão da despesa consistente na remuneração de empregados e respectivos encargos da base de cálculo do ISS, impõe perquirir a natureza das atividades desenvolvidas pela empresa prestadora de serviços. Isto porque as empresas agenciadoras de mãodeobra, em que o agenciador atua para o encontro das partes, quais sejam, o contratante da mãodeobra e o trabalhador, que é recrutado pela prestadora na estrita medida das necessidades dos clientes, dos serviços que a eles prestam, e ainda, segundo as especificações deles recebidas, caracterizamse pelo exercício de intermediação, sendo essa a sua atividadefim. 6. Consectariamente, nos termos da Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974, se a atividade de prestação de serviço de mãodeobra temporária é prestada através de pessoal contratado pelas empresas de recrutamento, resta afastada a figura da intermediação, considerandose a mãodeobra empregada na prestação do serviço contratado como custo do serviço, despesa não dedutível da base de cálculo do ISS. 7. Nesse diapasão, o enquadramento legal tributário faz mister o exame das circunstâncias fáticas do trabalho prestado, delineadas pela instância ordinária, para que se possa concluir pela forma de tributação. 8. In casu, na própria petição inicial, a empresa recorrida procede ao seu enquadramento legal, in verbis: "Como demonstra seu contrato social (documento anexo), a Impetrante tem como objetivo societário a locação de mãode obra temporária, na forma da Lei nº 6.019/74. (...) 10. Com efeito, verificase que o Tribunal incorreu em inegável equívoco hermenêutico, porquanto atribuiu, à empresa agenciadora de mãodeobra temporária regida pela Lei 6.019/74, a condição de intermediadora de mãodeobra, quando a referida lei estabelece, in verbis: (...) 11. Destarte, a empresa recorrida encarta prestações de serviços tendentes ao pagamento de salários, previdência social e demais encargos trabalhistas, sendo, portanto, devida a incidência do Fl. 544DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 11080.101092/200531 Acórdão n.º 180301.239 S1TE03 Fl. 498 14 ISS sobre a prestação de serviços, e não apenas sobre a taxa de agenciamento. 12. Recurso especial do Município provido, reconhecendose a incidência do ISS sobre a taxa de agenciamento e as importâncias voltadas para o pagamento dos salários e encargos sociais dos trabalhadores contratados pelas prestadoras de serviços de fornecimento de mãodeobra temporária (Lei 6.019/74). Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. RECURSO ESPECIAL Nº 1.138.205 PR (2009/00847216) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX Destarte, resta totalmente superada a jurisprudência transcrita pela recorrente, sendo que em relação aos acórdãos do STJ proferidos no rito do art. 543C são de reprodução obrigatória por parte deste colegiado administrativo, conforme disposto no art. 62A do RICARF. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinatura digital) Walter Adolfo Maresch Relator Fl. 545DF CARF MF Impresso em 12/04/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 12/04/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/04/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH
score : 1.0
Numero do processo: 10930.000134/2007-68
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Data do fato gerador: 01/01/2007 INCLUSÃO RETROATIVA. SIMPLES FEDERAL. É vedada a inclusão retroativa na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), havendo débitos cuja exigibilidade não esteja suspensa. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2007 LITÍGIO. MATÉRIA POSTA EM DISCUSSÃO. A solução do litígio é limitada à matéria posta em discussão desde o início do processo administrativo fiscal, sendo vedada a apreciação de questões que extrapolem os limites da lide.
Numero da decisão: 1803-001.347
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Walter Adolfo Maresch
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SIMPLES FEDERAL. É vedada a inclusão retroativa na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), havendo débitos cuja exigibilidade não esteja suspensa. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 LITÍGIO. MATÉRIA POSTA EM DISCUSSÃO. A solução do litígio é limitada à matéria posta em discussão desde o início do processo administrativo fiscal, sendo vedada a apreciação de questões que extrapolem os limites da lide. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10930.000134/200768 Acórdão n.º 180301.347 S1TE03 Fl. 112 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (presidente), Walter Adolfo Maresch, Sergio Rodrigues Mendes, Victor Humberto Da Silva Maizman, Viviani Aparecida Bacchmi e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório ROLVAMA ROLAMENTOS LTDA, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ CURITIBA (PR), interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Adoto o relatório da DRJ por bem retratar os fatos. Trata o presente processo de manifestação de inconformidade ao conteúdo do Despacho Decisório DRF/LON n° 10930/031/2007 (fls. 68/69), que indeferiu o pedido de ingresso no Simples com data retroativa a 01/01/2007. A autoridade fiscal indeferiu o pleito em face de a pessoa jurídica possuir débitos inscritos em Dívida Ativa da União, cuja exigibilidade não está suspensa. 2. Na manifestação de inconformidade de fl.73, a contribuinte afirma que o MM Juiz determinou a penhora sobre os bens que indicou, em 14/06/2007, garantindo o juízo, como demonstram as Certidões Narrativas de n° 10190 e 10189, bem como a cópia de Auto de Penhora, Avaliação e Depósito efetuada na mesma data. Sustenta que nada obsta o deferimento do pedido. Juntou documentos. A DRJ CURITIBA (PR), através do acórdão nº 0623.644, de 03 de setembro de 2009 (fls. 85/86), julgou improcedente a manifestação de inconformidade, ementando assim a decisão: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2007 PEDIDO DE INCLUSÃO RETROATIVA. IMPROPRIEDADE. A adesão ao Simples ocorre por ato volitivo do interessado, sendo dispensável qualquer manifestação do fisco. LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. Tendo a Lei Complementar n° 123, de 2006, revogado a Lei n° 9.317 de 1996, a partir de 07/2007, com outras regras para a adesão, resta prejudicada a análise do pleito, cabendo ao sujeito passivo promover seu ingresso ao Simples Nacional, na forma prevista no comando legal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 241DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10930.000134/200768 Acórdão n.º 180301.347 S1TE03 Fl. 113 3 Ciente da decisão em 23/09/2009, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 89), apresentou o recurso voluntário em 08/10/2009 fls. 90/94, onde afirma que o pleito deve ser deferido pois a execução estava garantida, nada havendo que impeça a manutenção no SIMPLES NACIONAL (sic). É o relatório. Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de pedido de inclusão retroativa a 01/01/2007 na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), formulado em 26/01/2007, que foi indeferido tendo em vista a existência de débitos cuja exigibilidade não estava suspensa. Alega a recorrente em síntese: a) Que em 2008 recebeu uma correspondência da DRF Londrina (PR) informando que havia débitos cuja exigibilidade não estava suspensa o que ocasionaria a sua exclusão do SIMPLES NACIONAL; b) Que os débitos que constavam em aberto eram 03 inscrições em Dívida Ativa objeto de execução fiscal garantida, conforme listagem da Procuradoria da Fazenda Nacional; c) Que por ocasião do julgamento da manifestação de inconformidade apontou a DRJ que os débitos não estavam suspensos pois a penhora somente teria sido efetivada em 14/06/2007; e) Que aponta que se está falando da inclusão no SIMPLES NACIONAL (Lei Complementar nº 123/2006), com vigência a partir de 07/2007, ocasião em que os débitos já estavam com exigibilidade suspensa; f) Que no momento que a contribuinte foi intimada (setembro/2008), a situação já se encontrava regularizada, com penhora efetivada e os débitos garantidos; g) Que não é possível afirmar em 2008, que os débitos não estavam garantidos e com exigibilidade suspensa, se a efetivação da penhora ocorreu em Junho/2007; h) Que não há nenhum óbice na manutenção na sistemática do SIMPLES NACIONAL, sendo que no momento da intimação já estavam os débitos garantidos não havendo que se falar em reinclusão retroativa a 01/01/2007. Não assiste razão à interessada. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10930.000134/200768 Acórdão n.º 180301.347 S1TE03 Fl. 114 4 Com efeito, não tratam os presentes autos de qualquer litígio acerca do SIMPLES NACIONAL (Lei Complementar nº 123/2006) e sim de pedido de inclusão retroativa a 01/01/2007 na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96). Assim, o litígio é restrito ao pedido de inclusão ao SIMPLES FEDERAL (Lei 9.317/96), devendo a discussão sobre a manutenção ou não no SIMPLES NACIONAL (Lei Complementar nº 123/2006), ser levada a efeito no foro competente em processo distinto. No tocante ao pedido de inclusão ao SIMPLES FEDERAL, não assiste razão à recorrente. Conforme se depreende das certidões da Justiça Federal (fls. 10, 15, 78 e 79) e Auto de Penhora (fls. 80/83), os débitos inscritos em Dívida Ativa e objeto de execução fiscal somente tiveram sua exigibilidade suspensa no momento da perfectibilização da penhora, evento que somente ocorreu em 14/06/2007, conforme reconhece a própria recorrente. Diante desta constatação, é inegável que em Janeiro/2007, momento do pedido formulado pela requerente e também até a prolação do despacho decisório que indeferiu o pedido manual (fls. 68/70) realizada em 17/05/2007, os débitos inscritos em Dívida Ativa e objeto de execução fiscal não estavam com sua exigibilidade suspensa. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinatura digital) Walter Adolfo Maresch Relator Fl. 243DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH
score : 1.0
Numero do processo: 10725.903016/2009-09
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 31 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2002
PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO.
Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 2002
SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA
EXPRESSÃO.
Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ Recurso Repetitivo).
Numero da decisão: 1803-001.198
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 6.188,95), nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Sérgio Rodrigues Mendes
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2002 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ Recurso Repetitivo).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2002 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ Recurso Repetitivo). Fl. 64DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 65 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 6.188,95), nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente justificadamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Rodrigues Mendes, Sérgio Luiz Bezerra Presta e João Carlos Figueiredo Neto. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 66 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 42): Tratase de manifestação de inconformidade apresentada em face de despacho decisório eletrônico, por meio do qual não foi homologada compensação declarada pela interessada acima identificada na DCOMP retificadora de nº 14031.99272.240809.1.7.047581, indicando suposto crédito de pagamento indevido ou a maior de imposto de renda – IRPJ, cód 2089, no valor de R$ 6.188,95, do período de apuração (PA) 1º trimestre de 2001, para compensar débitos do PA junho de 2005, de contribuição para o PIS/PASEP, cód. 8109, no valor de R$ 44,62 e COFINS, cód. 2172, de R$ 205,93. 2. A compensação não foi homologada pela autoridade fazendária, pelo Despacho Decisório nº 848590039, de 7/10/2009, sob o argumento de que, a partir das características do DARF discriminado na DCOMP acima identificada, foram localizados um ou mais pagamentos que foram integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. 3. Inconformada, a interessada apresentou manifestação de inconformidade aos fls. 1 e 2, alegando em síntese que: 3.1. o crédito pleiteado de pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco; 3.2. que o IRPJ supostamente devido pelo contribuinte no 1º trimestre de 2001 se constata pela DCTFretificadora entregue em 14/08/2009; 3.3 que a impugnante não apurou IRPJ a pagar em 30/04/2001, tendo realizado um pagamento indevido no valor de R$ 6.188,95, gerando por conseguinte o crédito de mesmo valor; 3.4. concluise que o débito satisfeito com o valor pago que consta do DARF discriminado na DCOMP inexiste, pois o contribuinte nada devia a título de IRPJ no 1º trimestre de 2001, conforme DCTFretificadora; 3.5. de todo o exposto, requereu para ser recebida a manifestação de inconformidade, por sua tempestividade, suspendendose a exigibilidade do crédito tributário, e considerandoa procedente e reformando a decisão que não homologou a compensação. 2. A decisão da instância a quo foi assim fundamentada (fls. 43 e 44): 5. O contribuinte recolheu aos cofres públicos, em 30/04/2001, o DARF com as seguintes características: PA de 31/03/2001, cód. receita 2089, de R$ 6.188,95. O pagamento foi confirmado no sistema eletrônico da Receita Federal, cf. consta do Extrato Sistêmico RFB do 1º trimestre do ano calendário de 2001, fl. 37. 6. Em DCTF retificadora datada de 28/05/2003 (fl. 40), o mesmo contribuinte declarou um débito de IRPJ, cód. receita 2089, no valor de R$ 5.803,16 (fl. 40, Fl. 66DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 67 4 verso), mas em 14/08/2009 apresentou nova DCTF retificadora (fl. 38, vs) declarando que não mais existia o débito anteriormente informado do mesmo IRPJ, cód. 2089 (fls. 39 e vs), sem juntar qualquer documentação comprobatória da veracidade das informações nela contidas. 7. Consultada a declaração do imposto de renda da pessoa jurídica (DIPJ) do exercício de 2002, ano base de 2000, vemos, no Extrato Sistêmico RFB, fls. 37 verso e 38, que não há DIPJ retificadora e a única DIPJ, original, apresentada sob o nº 0959726, acusava para o trimestre 1 do ano calendário de 2001 um imposto de renda a pagar de R$ 6.188,95. 8. A restituição/compensação de tributos no âmbito da Receita Federal do Brasil é regida pelos artigos 165 e 170 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional – C.T.N.) que assim dispõe: [...]. 9. Quanto à retificação da DCTF efetuada pelo contribuinte, o mesmo CTN assim dispõe: [...]. 10. Temos que, por um lado, o contribuinte vem afirmando, em DCTF retificadora apresentada em 14/08/2009, que no 1º trimestre de 2001 não havia IRPJ, cód. 2089, a pagar; por outro lado, a DIPJ originalmente apresentada, ativa e única, aponta para um IRPJ a pagar de R$ 6.188,95, valor idêntico ao que foi recolhido em DARF pelo contribuinte. 11. Ainda que houvesse coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte (pois não há), deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao real valor devido de IRPJ cód. 2089 do PA 1º trimestre de 2001, para que o crédito alegado pudesse gozar de certeza e liquidez, o que não ocorre no presente caso. 12. Não havendo certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor, não é possível homologar a compensação por ele declarada. 13.Assim, entendo que não deve ser dado provimento à manifestação de inconformidade apresentada e voto pela manutenção da conclusão contida no Despacho Decisório combatido. 3. Cientificada da referida decisão em 12/08/2011 (fls. 56 numeração digital ND), a tempo, em 08/09/2011, apresenta a interessada Recurso de fls. 57 a 61 (ND), nele argumentando, em síntese: a) que o despacho decisório que não homologou a compensação sofre de inafastáveis vícios de nulidade, quais sejam, inexistência de fundamentação e cerceamento de defesa, por não ter oportunizado ao contribuinte a possibilidade de comprovar o seu crédito, matéria de ordem pública que pode ser alegada e reconhecida em qualquer fase processual, inclusive na segunda instância, mesmo não tendo sido alegada expressamente na defesa inicial apresentada na primeira instância administrativa; Fl. 67DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 68 5 b) que não há, no despacho decisório, sequer, referência à DCTF que teria dado margem à alocação do pagamento arguido, muito embora a DCTF retificadora, que permite aferir a existência do crédito do contribuinte em face do fisco federal, já tivesse sido transmitida; c) que não poderia o despacho decisório, sem uma motivação razoável e congruente, desconsiderar as informações transmitidas através da DCTF retificadora, declaração capaz de demonstrar o crédito oposto; d) que, em que pese a divergência existente entre a DCTF retificadora e a DIPJ, tal situação, no fundo, exige (ou teria exigido à época) que o fisco federal intime (ou tivesse intimado) o contribuinte para explicar a origem e a regularidade do seu crédito e as alterações promovidas na DCTF retificadora, o que não foi feito; e) que, realmente, a Recorrente opôs crédito regular em face da Fazenda Pública Federal, para efetivar a compensação promovida via DCOMP; f) que, durante o período referente à DCTF retificadora, apurou e recolheu valores a maior a título de imposto de renda (IRPJ), visto que, no citado período, apurou o imposto pelo regime do lucro presumido, aplicando o percentual equivocado de 32% sobre a sua receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo, enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares, seria o percentual de 8%, conforme previa o art. 15, § 1º, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 9.249, de 1995, c/c o art. 25 da Lei nº 9.430, de 1996; g) que, diante de tais recolhimentos indevidos a título de IRPJ, apurou o seu crédito e o utilizou para promover a compensação de seus tributos federais, consoante declarado na DComp relacionada ao presente feito, meio adequado para instrumentalizar o ajuste de contas no âmbito administrativo, conforme preceitua a sistemática tratada no art. 74 e parágrafos da Lei nº 9.430, de 1996; e h) que eis, então, a origem do crédito da Recorrente, crédito este que a própria RFB, em nome do princípio da legalidade, pode e deve apurar e reconhecer de ofício, caso não seja reconhecida a nulidade do despacho decisório de acordo com os argumentos demonstrados acima. Em mesa para julgamento. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 69 6 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Preliminar de nulidade do Despacho Decisório 4. Argui a Recorrente, preliminarmente, a nulidade do Despacho Decisório, ao fundamento de que sofreria, este, de inafastáveis vícios, quais sejam: (a) inexistência de fundamentação; e (b) cerceamento de defesa, por não ter oportunizado a ela a possibilidade de comprovar o seu crédito. 5. Inicialmente, quanto ao tema de nulidade, convém reproduzir o art. 59 do PAF (Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972): Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. 6. São, portanto, apenas duas as espécies de irregularidades, elencadas nos incisos do dispositivo retro transcrito, que possuem o condão de contaminar de nulidade as peças que compõem o processo administrativo. 7. Observese que a discordância quanto aos fatos e/ou capitulação legal não é causa de nulidade. 8. No presente caso, de ato decisório (Despacho Decisório eletrônico), foi este prolatado por autoridade para tanto competente [AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), não havendo, pois, que se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. 9. Há que se ressaltar, ainda, que referido Despacho Decisório eletrônico também procede ao cruzamento de informações entre a DComp e a DIPJ e, não tendo sido esta retificada pela Recorrente, como por ela mesma reconhecido (fls. 59ND, item 7), outro não poderia ter sido o resultado daquela análise de compensação. 10. Rejeito a preliminar de nulidade arguida. Mérito 11. Constou da decisão recorrida o seguinte (fls. 44): Fl. 69DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 70 7 10. Temos que, por um lado, o contribuinte vem afirmando, em DCTF retificadora apresentada em 14/08/2009, que no 1º trimestre de 2001 não havia IRPJ, cód. 2089, a pagar; por outro lado, a DIPJ originalmente apresentada, ativa e única, aponta para um IRPJ a pagar de R$ 6.188,95, valor idêntico ao que foi recolhido em DARF pelo contribuinte. 11. Ainda que houvesse coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte (pois não há), deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao real valor devido de IRPJ cód. 2089 do PA 1º trimestre de 2001, para que o crédito alegado pudesse gozar de certeza e liquidez, o que não ocorre no presente caso. 12. Não havendo certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor, não é possível homologar a compensação por ele declarada. 12. Em seu Recurso, afirma a Recorrente que o crédito alegado é decorrente da apuração do imposto pelo regime do lucro presumido, com a aplicação do percentual equivocado de 32% sobre a receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo, enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares, seria o percentual de 8%. Recursos repetitivos (STJ) 13. Dispõe o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 (grifouse): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 14. Relativamente à questão da definição da expressão “serviços hospitalares”, prevista na Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, é o seguinte o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sistemática de Recursos Repetitivos (art. 543C do CPC): DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO “SERVIÇOS HOSPITALARES”. INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 71 8 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão “serviços hospitalares” prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de “serviços hospitalares” apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão “serviços hospitalares”, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que “a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares”. 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos”. 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do Fl. 71DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 72 9 IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) 15. No presente caso, conforme se verifica do próprio Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), faz jus a Recorrente ao percentual de presunção do lucro de 8% (fls. 10): 16. Procedendose, por conseguinte, ao recálculo do imposto devido relativo ao 1º trimestre do anocalendário de 2001 (fls. 37verso e 38), obtémse o seguinte demonstrativo: DIPJ 2002/2001 ENTREGUE RETIFICADA PAGO A MAIOR RECEITA BRUTA 181.320,44 181.320,44 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903016/200909 Acórdão n.º 180301.198 S1TE03 Fl. 73 10 PERCENTUAL 32% 8% BASE CÁLCULO 58.022,54 14.505,63 ALÍQUOTA 15% 15% IRPJ DEVIDO 8.703,38 2.175,84 IRRF (2.514,43) (2.514,43) IRPJ A PAGAR 6.188,95 (338,59) 6.188,95 17. Dessa forma, é de ser reconhecido à Recorrente o direito creditório pleiteado, no valor de R$ 6.188,95. 18. Com relação à afirmação da Recorrente de que “não poderia o despacho decisório, sem uma motivação razoável e congruente, desconsiderar as informações transmitidas através da DCTF retificadora”, cumpre ressaltar que, entregue em 14/08/2009, não poderia essa DCTF pretender retificar dados relativos ao anocalendário de 2001, daí a sua total desconsideração por aquele despacho decisório. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO AO RECURSO, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 6.188,95), atentandose, ainda, para a existência de outras compensações, objeto de outros processos, que também utilizam o mesmo crédito ora reconhecido. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 73DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 12466.002687/2009-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 09/09/2004 a 18/04/2006
DANO AO ERÁRIO. APLICAÇÃO DA PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA QUE NÃO SEJA LOCALIZADA OU QUE TENHA SIDO CONSUMIDA. Caracteriza-se dano ao erário, decorrente de ocultação do real responsável pela operação de importação, logo, sendo punido com a pena de perdimento das mercadorias que, no entanto, converte-se em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. Já a pena pecuniária prevista no art. 33 da Lei n° Lei n° 11.488, de 2007 veio apenas substituir a pena não pecuniária de declaração de inaptidão e não a pena de perdimento.
Numero da decisão: 3201-000.928
Decisão: ACORDAM os membros da 2ªCâmara/1ªTurma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
Vencidos o relator Luciano Lopes de Almeida, Marcelo Ribeiro Nogueira e Adriana Oliveira e Ribeiro. Redator Designado Mércia Helena Trajano D'Amorim.
Nome do relator: Luciano Lopes de Almeida Moraes
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ementa_s : Obrigações Acessórias Período de apuração: 09/09/2004 a 18/04/2006 DANO AO ERÁRIO. APLICAÇÃO DA PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA QUE NÃO SEJA LOCALIZADA OU QUE TENHA SIDO CONSUMIDA. Caracteriza-se dano ao erário, decorrente de ocultação do real responsável pela operação de importação, logo, sendo punido com a pena de perdimento das mercadorias que, no entanto, converte-se em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. Já a pena pecuniária prevista no art. 33 da Lei n° Lei n° 11.488, de 2007 veio apenas substituir a pena não pecuniária de declaração de inaptidão e não a pena de perdimento.
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APLICAÇÃO DA PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA QUE NÃO SEJA LOCALIZADA OU QUE TENHA SIDO CONSUMIDA. Caracterizase dano ao erário, decorrente de ocultação do real responsável pela operação de importação, logo, sendo punido com a pena de perdimento das mercadorias que, no entanto, convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. Já a pena pecuniária prevista no art. 33 da Lei n° Lei n° 11.488, de 2007 veio apenas substituir a pena não pecuniária de declaração de inaptidão e não a pena de perdimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos o relator Luciano Lopes de Almeida, Marcelo Ribeiro Nogueira e Adriana Oliveira e Ribeiro. Redator Designado Mércia Helena Trajano DAmorim. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Luciano Lopes de Almeida Moraes Relator. Mércia Helena Trajano DAmorim Redator Designado Fl. 23DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Marcelo Ribeiro Nogueira, Adriana Oliveira Ribeiro e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Daniel Mariz Gudiño. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário no valor de R$ 110.722.341,48 referente a multa prevista no art. 23, § 3o, do Decretolei n° 1.455/1976, com a redação dada pelo art. 59 da Lei n° 10.637/2002. Depreendese dos autos que a Alfandega da Receita Federal do Brasil no Porto de Vitória ES, com base em documentos retidos na empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. (CNPJ n° 04.626.426/0001 06), concluiu que a mesma realizou operações de importação de mercadorias, mantendo a compradora das mercadorias no exterior e real importadora, a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. (CNPJ n° 61.035.267/000109), oculta em todos os procedimentos, além da utilização de documentos ideológica e/ou materialmente falsos e declarações ideologicamente falsas. As importações em análise (tabela fls. 03 a 07) foram registradas por conta e risco próprio da empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A., contudo, registra a autoridade fiscal que constatou que as mercadorias foram fabricadas na China por encomenda da empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., que foi a real compradora das mercadorias no exterior, real importadora e real adquirente no mercado nacional, assumindo todos os custos das operações de importação. Relata a autoridade fiscal que os pagamentos efetuados referente aos impostos, despesas e contratação de câmbio foram financiados pela empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A., que repassou todos os custos financeiros dessas operações de financiamento, cobrando taxas financeiras para as operações realizadas, conforme apurado nas diversas planilhas demonstrativas elaboradas pela própria empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. Informa também a autoridade fiscal que os fornecedores (fabricantes no exterior) e a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., foram os que acertaram as condições dos contratos de compra e venda, definindo mercadorias, preços efetivos, formas de pagamento, etc, que representa a operação real, aquelas que os intervenientes intentaram ocultar. Fl. 24DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 2 3 A autoridade fiscal aponta algumas vantagens na simulação perpetrada pelas empresas: Segurança em relação à fiscalização, visto que os elementos que revelam as efetivas transações comerciais permanecem ocultos; Quebra da cadeia do IPI, visto que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. deveria ser equiparada à empresa industrial, esquivandose assim de obrigações tributárias principais e acessórias, obtendo substancial vantagem fiscal indevida; Utilização de parte dos benefícios do FUNDAP pela empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. com a finalidade de conceder descontos à empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. Informa a autoridade fiscal que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. está habilitada para atuar como interveniente no comércio internacional desde 27/12/2002 e poderia ter sido apresentada como importadora, seja por conta própria, seja através de terceiros, atendendo ainda a legislação do IPI, o que não o fez, demonstrando sua intenção de se manter à margem da legislação, utilizandose de interpostas pessoas para promover o comércio de mercadorias importadas. As empresas em comento firmaram acordo comercial para a compra e venda de mercadorias importadas, não havendo referência a lucro ou ganho por parte da empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. na venda das mercadorias, sendo o preço estabelecido com base no custo. Situação fartamente demonstrada nas planilhas financeiras, onde de forma clara o repasse dos custos financeiros e o desconto concedido são apresentados ora na forma de repasse de parte do ganho com o FUNDAP, ora na forma de desconto financeiro. Conforme relatado à folhas 25 a 27, o negócio real, era efetuado nos seguintes moldes: 1. A GRADIENTE interessada em reduzir seus custos, e aumentar a sua competitividade, passou a comercializar produtos fabricados na CHINA. Para isso localizou fabricantes de eletroeletrônicos nesse País, através de escritório próprio estabelecido para esse fim, em Shenzen (sul do País). Uma vez localizado o fabricante, combinou os principais pontos, quantidades, preços, itens da customização, prazos e demais condições do negócio real. 2. Uma vez acertadas as condições, definidas as quantidades totais, com base em schedule estipulando as datas de produção e embarque, nas datas próprias, a GRADIENTE passou a formular os pedidos ao fabricante (exemplo fls. 133 e 134); O fabricante promoveu a produção das encomendas, que quando concluídas, após as devidas notificações à GRADIENTE, esta autorizou a inspeção (exemplo do relatório fls. 260 a 266). Ainda com base nesses pedidos a LOGISTIC preparou previamente planilhas de custos (exemplo fls. 183 e 184, 319 e 320), estipulando o preço em Fl. 25DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 US$ dos custos dos produtos a serem nacionalizados, definida a data de embarque, a GRADIENTE, considerando o preço definido na planilha prévia, formulou segundo pedido, agora destinado à LOGISTIC, que passou a cuidar dos demais trâmites para os embarques e nacionalização. 3. Como pudemos observar em diversas correspondências, que seguem apresentadas, junto a cada DI do processo onde foram localizadas, a GRADIENTE é quem acompanha toda a produção e questões de quantidade e preços. 4. Em posse do pedido recebido, a LOGISTIC, coordenou a parte logística da operação, preparou os pagamentos antecipados ou contratou as cartas de crédito, conforme o caso, e, para garantir a operação financeira, a cada embarque foi preparado aditivo contratual que foi assinado pela GRADIENTE, conforme constou em algumas correspondências (fls. 169, 2777 e 2929) e foi identificado no "FOLLOWUP DE EMBARQUES DA GRADIENTE" (fls. 136a 138). 5. Seguiuse então o transporte internacional e a nacionalização a cargo da LOGISTIC, que na entrega da mercadoria, faturou, com base nos preços constantes do pedido formulado pela GRADIENTE, e, quando completou todos os trâmites e pagou todas as despesas, preparou nova planilha de cálculo, indicando as diferenças existentes entre a planilha prévia e a final, faturando a diferença como complemento de preço (fls. 268, 316, 378 e outras). Os argumentos apresentados pela autoridade fiscal, sustentados nas provas juntadas aos autos, objetivam comprovar que o importador, empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A., e o adquirente, empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., praticaram diversas irregularidades em suas operações de importação, todas com vistas a reduzir tributos devidos ou a simular situação distinta da realidade, com a finalidade de descaracterizar a incidência do IPI, calculados sobre a diferença entre a compra e venda, na saída dos produtos importados colocados a consumo pela real importadora, a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., que se manteve oculta em todas as declarações formuladas perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil. Portanto, ambas empresas praticaram simulação fraudulenta, ocultação do real comprador, falsificação de documentos e prestaram informações falsas à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Em síntese, a pessoa jurídica importadora, empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A., não participou das transações comerciais que originaram as importações das mercadorias. Participou, entretanto, de simulações de importações por conta própria, em acordo simulatório com o real adquirente das mercadorias. Logo, sua atividade dizia respeito ao despacho aduaneiro das mercadorias importadas, ou seja, é de se dizer que atuava por conta e ordem do real adquirente das mercadorias de procedência estrangeira. Adicionalmente, informa a autoridade fiscal que foram encontrados dois tipos de Pedido de compras, o primeiro tipo é o apresentado para efeito da aquisição dos produtos no mercado nacional, Fl. 26DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 3 5 simulando compra de produto já nacionalizado (fi. 135), o segundo pedido (fls. 133 e 134) é o efetuado para o fabricante no exterior, ambos formalizados pela empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., que também é quem assume a garantia dos produtos. A despeito dos pagamentos serem formalizados pela empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A., as correspondências das folhas 169, 2772 e 2929, indicam que existe algum tipo de garantia prévia fornecida pela empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. Também registra a autoridade que para cada processo de importação, previamente, a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. remete à empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. uma previsão de custos (fls. 319 e 320), nessa previsão destacase o custo financeiro de 1,90% a/m, reforçando o entendimento do financiamento dos custos do processo, o desconto de 5% s/ FUNDAP (repasse de parte do ganho da empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. com o FUNDAP) e a ausência de registro de qualquer lucro na venda das mercadorias, o que comprova a sua atuação como prestadora de serviços que cedeu seu nome, simulando importação por conta própria, quando em verdade tratavase de operação que mantinha oculta a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. para que esta não fosse equiparada à estabelecimento industrial. Indica também a autoridade fiscal que ocorreu simulação e falsidade ideológica em todas as declarações de importação feitas e registradas no SISCOMEX, falsidade ideológica nos BL's e Faturas Internacionais apresentados. Demonstra a autoridade fiscal que a conduta perpetrada pelas interessadas causou dano ao Erário (fls. 58 a 67), apresentando demonstrativo de cálculo do IPI que deixou de ser recolhido pela filial da empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. (CNPJ n° 43.185.362/002827), destinatária das mercadorias importadas, conforme notas fiscais de entrada. Informa que fez a devida Representação Fiscal para Fins Penais, processo administrativo n° 12466.002688/200976. Intimada, em 11/08/2009 (pessoalmente fl. 02), a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. solicitou cópia do processo em apreço em 11/08/2009 (fl. 3677), tendo sido atendido o pleito em 01/09/2009, solicitando em 02/09/2009 devolução do prazo de 30 dias (fl. 3684), o que foi deferido pela autoridade preparadora (fl. 3689) a contar de 01/09/2009. Assim, apresentou impugnação às folhas 3691 a 3749, anexando os documentos de folhas 3750 a 3772. Em síntese, traz as seguintes alegações: Que, ocorreu desconsideração do negócio jurídico supostamente simulado. Porém, a regra antielisiva prevista no artigo 116, parágrafo único, do CTN carece de regulamentação por lei ordinária. Ademais as regras de direito privado (em especial seus Fl. 27DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 6 conceitos) não podem ser aplicadas ao direito público, em especial o direito tributário, sem a observância do princípio da legalidade e das normas legais tributárias específicas. Não pode a fiscalização valerse do conceito de simulação, formulado originalmente no direito privado, para fazer repercutir no âmbito do direito tributário efeitos que extrapolam quaisquer hipóteses legais albergadas na legislação tributária; Que, não há nos autos quaisquer provas de que a GRADIENTE realizou qualquer ato indispensável à concretização das importações em questionamento. A fiscalização deveria ao menos demonstrar que a importadora, LOGISTIC, não dispunha de recursos para adquirir mercadorias no exterior e nacionalizálas. Caberia à fiscalização produzir prova incontestável e inequívoca de que a impugnante vem agindo como interposta pessoa; Que, a LOGISTIC não é empresa de fachada, é empresa sólida, detentora de capital e patrimônio capaz de arcar com as despesas decorrentes desses processos, que recolhe tributos não apenas incidentes na importação, e que possui vasta clientela, amplo espectro de importações, matriz e filiais com dezenas de funcionários; Que, a LOGISTIC é uma conceituada empresa que opera no comércio exterior desde 1996, empresa idônea, estando credenciada a beneficiarse do incentivo financeiro concedido pelo Estado do Espírito Santo à prósperos e regulares importadores através do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias FUNDAP; Que, a principal característica da operação por conta e ordem de terceiros é o financiamento da operação por pessoa jurídica distinta da figura do importador. À época,concluíase a modalidade de importação por exclusão: o que não se enquadrava na operação por conta e ordem era considerada por conta própria. No presente caso, os recursos financeiros utilizados foram os da própria impugnante, portanto não há como afirmar que as referidas operações deveriam ter sido registradas por conta e ordem da GRADIENTE; Que, a Lei n° 11.281/06 regulamentou as operações em comento, tratandose de modalidade de importação por conta própria com encomendante predeterminado, a IN SRF n° 634/06 disciplinou a matéria. Assim, mesmo nos dias de hoje, observando as normas em vigor, as importações realizadas pela impugnante das mercadorias que posteriormente foram revendidas a GRADIENTE jamais poderiam ser consideradas por conta e ordem de terceiros; Que, todas as provas carreadas aos autos demonstram que as mercadorias objeto das importações tidas como simuladas efetivamente ingressaram na esfera patrimonial da impugnante, sendo posteriormente transmitidas à GRADIENTE devidamente acobertadas por Notas Fiscais de Venda, sendo este o único documento fiscal cabível para transferência de propriedade de mercadoria mediante contraprestação de pagamento do preço ajustado; Que, inexistiu falsidade ideológica, tal suposição decorre da presunção de simulação que não restou comprovada, o que afasta, Fl. 28DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 4 7 por consequência, a caracterização do tipo penal pretendido pela fiscalização, afastando também a hipótese de "dano ao erário"; Que, a Lei n° 11.488/07 introduziu em nosso ordenamento jurídico nova sanção a ser aplicada aos importadores que cedem seu nome para realização de importações em favor de terceiros, mantendo estes ocultados, caracterizando assim a prática de interposição fraudulenta de terceiros e ocultação do real adquirente. Considerando que tal penalidade é mais branda que a aplicada à impugnante, tal Lei deve retroagir por ser norma com sanção menos gravosa ao contribuinte; Que, a administração pública tem o dever de nortear seus atos com a aplicação de determinados princípios constitucionais, dentro os quais se destaca o princípio da razoabilidade e/ou proporcionalidade; Requer, seja tornado insubsistente o presente auto de infração, declarando sua nulidade, afastando a existência da irregularidade, extinguindo assim o respectivo processo administrativo. Intimada, em 14/08/2009 (AR fl. 3690), a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. não apresentou impugnação, restando lavrado o Termo de Revelia de folhas 3773. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis/SC indeferiu o pleito da recorrente, conforme Decisão DRJ/FNS n.º 18.073, de 13/11/2009: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 09/09/2004 a 18/04/2006 DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. MERCADORIA CONSUMIDA. MULTA IGUAL AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA. Considerase dano ao Erário a ocultação do real responsável pela operação de importação, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. Impugnação Improcedente. Em face da decisão, o contribuinte é intimado, interpondo recurso voluntário. Voto Vencido Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes, Relator O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade. Fl. 29DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 8 Todo o trabalho da fiscalização se baseou no entendimento de que, por ter ocorrido importação por conta e ordem de terceiros, com a ocultação do real adquirente, os documentos que suportaram as importações não mereciam fé, motivo pelo qual foram desconsiderados e, passo seguinte, foi realizado o perdimento da mercadoria, convertida em multa pelo valor aduaneiro, em face das mesmas terem sido consumidas. A base da autuação se deu porque havia um contrato de exclusividade das vendas para a segunda empresa (Gradiente), sendo esta a prova cabal das conclusões do lançamento. Em face desta situação, a autoridade fiscalizadora entendeu por bem considerar fraudulentas as importações realizadas. Com a devida vênia, entendo que não há como considerar a importação realizada como contrária à lei e passível de aplicação da penalidade em comento, muito menos entendo deva ser esta a penalidade aplicada. Isto porque, em meu entender, não houve importação por conta e ordem de terceiros com a ocultação do real adquirente, mas sim uma importação por conta própria, através de recursos próprios que, posteriormente, foram revendidos a terceiros. Do afastamento da importação por conta e ordem A instrução normativa n.º 225/2002 assim trata da importação por conta e ordem de terceiros: Art. 1º O controle aduaneiro relativo à atuação de pessoa jurídica importadora que opere por conta e ordem de terceiros será exercido conforme o estabelecido nesta Instrução Normativa. Parágrafo único. Entendese por importador por conta e ordem de terceiro a pessoa jurídica que promover, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadoria adquirida por outra, em razão de contrato previamente firmado, que poderá compreender, ainda, a prestação de outros serviços relacionados com a transação comercial, como a realização de cotação de preços e a intermediação comercial. (...) (grifo nosso) Como se verifica, a importação por conta e ordem de terceiros é entendida como aquela em que promove a importação de bens adquiridos por terceiros. O dicionário Aurélio assim define o termo adquirir: [Do lat. acquirere, adquirere.] V. t. d. 1. Obter; conseguir; alcançar: & 2. Obter por compra; comprar: 2 3. Alcançar, conquistar, granjear: 2 4. Assumir, tomar: 2 5. Passar a ter; vir a ter; criar, ganhar, contrair (...) Fl. 30DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 5 9 Entendese por bens adquiridos, então, aqueles em que determinada pessoa, física ou jurídica, os adquire com recursos próprios, trazendoos para sua esfera do patrimônio. Neste sentido já dispunha o Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 7, de 13 de Junho de 2002: Art. 2º Para que se caracterize a aquisição, pela empresa comercial importadora, da propriedade das mercadorias importadas, é suficiente que ocorra uma das seguintes hipóteses em que a referida empresa: I conste como adquirente no contrato de câmbio; II conste como adquirente na fatura internacional (invoice); III emita nota fiscal de entrada ou de saída a título de compra ou venda; ou IV contabilize a entrada ou a saída da mercadoria importada como compra ou venda. Parágrafo único. Na hipótese de a empresa não ter escrituração comercial regular, o aferimento da condição prevista no inciso IV farseá com base na natureza da operação efetivada, constante de notas fiscais. No presente caso não ocorreu qualquer prova de que estas situações não existiram, pelo contrário. Assim, não pode ser considerada tal operação como por conta e ordem de terceiros, já que a propriedade dos bens não é de terceiro, mas própria da recorrente. Ademais, toda a legislação e esclarecimentos aduzem que a importação por conta e ordem existe quanto terceiro adquire a mercadoria com recursos próprios, enquanto a importadora somente realiza a operação de importação. No presente caso, a recorrente adquiriu (importou) os bens com recursos próprios, o que caracteriza, legalmente, uma importação por conta própria, ou por encomenda, não por contra e ordem de terceiros. Assim, não há sequer que se falar em ocultação do real adquirente. Do contrato de venda Já no que se refere ao contrato de compra e venda de exclusividade entre as empresas lançadas, prova que suporta todo o lançamento, entendo que este não tem o condão de qualificar a importação por conta e ordem de terceiros. Este fato bem levantado pela fiscalização, de que as recorrentes pactuaram a venda dos bens importados de forma exclusiva, à primeira vista, pode causar espécie; em um segundo momento, entendese como perfeitamente plausível. As ditas empresas Fundapianas são beneficiadas com incentivos fiscais sobre os valores importados, com o diferimento no pagamento do ICMS e no financiamento de longo Fl. 31DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 10 prazo do BANDES, no valor de 70% do ICMS recolhido, com juros de 1% ao ano, carência de 5 anos e mais 20 anos de amortização, com opção de recompra da dívida em leilões realizados periodicamente pelo banco, com descontos de 85% a 90% do saldo devedor. Esta situação, por si só, já nos demonstra que as empresas Fundapianas sequer necessitam cobrar por seus serviços, já que podem obter, e muito bem, rendimentos com base apenas no volume de importação realizado. Assim, resta afastada a problemática de não haver cobrança dos serviços realizados quando da venda da mercadoria, pois sua remuneração advém do volume de serviços prestados. Voltando ao tema, é indiscutível a existência de um contrato de venda exclusiva entre as recorrentes, entretanto, também é certo que tal contrato não é obrigatório, já que a recorrente, se lhe aprouvesse, poderia vender as mercadorias para terceiro mas, por óbvio, sofreria as penalidades por tal conduta. Ao fim e ao cabo, concluo neste tópico que a operação realizada não foi de importação por conta e ordem de terceiro com ocultação do real adquirente, mas sim importação por encomenda. Ante o exposto, entendo que o lançamento deve ser afastado, motivo pelo qual voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto, prejudicados os demais argumentos. Luciano Lopes de Almeida Moraes Voto Vencedor Conselheiro Mércia Helena Trajano DAmorimRedator Designado Versa o presente processo de auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário no valor de R$ 110.722.341,48 referente a multa prevista no art. 23, § 3º, do Decretolei nº 1.455/1976, com a redação dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/2002. Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: ... IV enquadradas nas hipóteses previstas nas alíneas " a " e " b " do parágrafo único do artigo 104 e nos incisos I a XIX do artigo 105, do Decretolei número 37, de 18 de novembro de 1966. V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, Fl. 32DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 6 11 comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. ... § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados § 3o A pena prevista no § 1o convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida.(gn) Inicialmente, não procede a alegação da recorrente, no sentido de que a fiscalização deveria ao menos demonstrar que a importadora, LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A., não dispunha de recursos para adquirir mercadorias no exterior e nacionalizálas. A autoridade fiscal logrou demonstrar justamente o contrário, isto é, que a recorrente utilizou dos seus recursos disponíveis justamente para acobertar operações de terceiro, cobrando taxa financeira, efetuando espécie de empréstimo, cujas provas encontramse nos autos (planilhas elaboradas pela própria empresa), não se tratando de indícios, mas de provas concretas sobre a natureza das transações financeiras envolvendo os valores transacionados nas operações de importações. Interessante é o Modus operandi que a recorrrente não logrou esclarecer, visto que a ausência de margem de lucro ou a concessão de descontos graciosos é situação incomum nas transações comerciais envolvendo importações por conta própria. A autuação está lastreada na hipótese de ocultação do sujeito passivo, real adquirente, comprador e responsável pela operação, empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., que utilizou a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. para formalizar suas operações de importação, mantendose oculta perante a Fazenda. Neste ponto, cumpre esclarecer que, contrariamente ao entendimento da recorrente, o parágrafo único, do artigo 1°, da Instrução Normativa SRF n° 225/02 definiu de modo muito específico o conceito de importador por conta e ordem de terceiro: Art. 1º ... Parágrafo único. Entendese por importador por conta e ordem de terceiro a pessoa jurídica que promover, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadoria adquirida por outra, em razão de contrato previamente firmado, que poderá compreender, ainda, a prestação de outros serviços relacionados com a transação comercial, como a realização de cotação de preços e a intermediação comercial. (gn) Neste sentido, emerge do conjunto probatório dos autos que o real adquirente das mercadorias sempre foi a GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. Senão vejamos: Fl. 33DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 12 Foi realizada diligência no âmbito do procedimento de fiscalização, logrou encontrar documentos que comprovam que as empresas firmaram contrato, inclusive com cláusulas de sigilo (item 4.6, fl. 115) e confidencialidade (item 6, fls. 125 e 126). Contudo tal contrato não foi apresentado perante à Secretaria da Receita Federal do Brasil, como ordena o artigo 2° da citada IN, também não houve menção sobre a natureza da vinculação entre as partes nas declarações de importação: Art. 2º A pessoa jurídica que contratar empresa para operar por sua conta e ordem deverá apresentar cópia do contrato firmado entre as partes para a prestação dos serviços, caracterizando a natureza de sua vinculação, à unidade da Secretaria da Receita Federal (SRF), de fiscalização aduaneira, com jurisdição sobre o seu estabelecimento matriz. Parágrafo único. O registro da Declaração de Importação (DI) pelo contratado ficará condicionado à sua prévia habilitação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), para atuar como importador por conta e ordem do adquirente, pelo prazo previsto no contrato. Art. 3º O importador, pessoa jurídica contratada, devidamente identificado na DI, deverá indicar, em campo próprio desse documento, o número de inscrição do adquirente no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). § 1º O conhecimento de carga correspondente deverá estar consignado ou endossado ao importador, configurando o direito à realização do despacho aduaneiro e à retirada das mercadorias do recinto alfandegado. § 2º A fatura comercial deverá identificar o adquirente da mercadoria, refletindo a transação efetivamente realizada com o vendedor ou transmitente das mercadorias. (gn) Logo, diante do fato de ter a recorrente consignado as operações como se fossem uma importação direta, sem constar a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. nas Declarações de Importação (DI’s), tampouco ter havido a vinculação entre importador e o real responsável pela operação, a autuada pretende beneficiarse da posterioridade da edição da Lei nº 11.281, de 20/02/2006, em relação às formalidades exigidas, para que as importações em comento sejam consideradas por encomenda. As exigências formais de identificação dos responsáveis pela operação já podia ser extraída de mandamento legal anterior à Lei nº 11.281/2006, independentemente da eleição, tanto do real adquirente, como do encomendante, para o cumprimento das “obrigações acessórias” específicas que favoreçam a identificação desses, posto que a ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou responsável pela operação, mediante fraude e simulação, inclusive a interposição fraudulenta, já era apenada com o perdimento das mercadorias, conforme o disposto no anteriormente transcrito art. 23, inciso V, § 1º do DecretoLei (DL) nº 1.455/1976, com as alterações da Lei nº 10.637/2002. Esse é o espírito da Lei nº 10.637, a qual, já em 30/12/2002 (data anterior aos fatos ora tratados e à Lei nº 11.281/2006), estabelecia, ao enumerar a ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou, expressa e genericamente, do real responsável pela operação, que toda possível forma de ocultação de pessoa efetivamente vinculada à importação estivesse ali representada. Fl. 34DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 7 13 Desse modo, as operações nas quais existisse um terceiro elemento, estranho à operação, encoberto ou oculto ao que se pudesse perceber numa análise da declaração de importação e/ou dos respectivos documentos instrutivos, estavam alcançadas, desde 2002, pela explícita previsão de que tal ocorrência também constitui infração caracterizada como dano ao Erário, apenada com a pena de perdimento. Repiso alguns trechos da decisão de primeira instância: Notese que ciente destes fatos, a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. real adquirente, solicita, em um de seus contatos comerciais (fls. 147), para o fornecedor (Alfa Technology Ltda.) modificar o consignatário para os dados da empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. em todas as faturas proforma para determinado pedido de fornecimento (GRADIENTE POS 1615 and 1616). Várias são as correspondências comerciais em que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. deixa transparecer de maneira muito clara sua real condição: à folhas 1015 a 1007, constatase que a real responsável pela operação é quem coordena todas as etapas, sendo delegada à empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. apenas a formalização final das importações; à folhas 1700 a 1695 são tratados os adiantamentos financeiros (20%), os quais são acordados com a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., além de haver clara referência à decisão estratégica entre Gradiente e Foxconn; à folhas 1881 a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. informa a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. para modificar os pedidos de compra junto ao fornecedor (Mico) para que este processe a Proforma invoice, o preço é acordado com a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., de conteúdo idêntico é o documento comercial de folhas 2931; à folhas 2931 a 2924 percebese claramente que o fornecedor (Mico) trata dos recebimentos diretamente com a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., sendo que esta, claramente autoriza os embarques das mercadorias; à folhas 3081 e 3082 a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. autoriza a emissão de nota fiscal, isto é, aprova os valores que irão compor a operação simulada, havendo inclusive no demonstrativo do cálculo referência à financiamento do processo, o que corrobora as afirmações da autoridade fiscal relacionadas à este aspecto. Cumpre assinalar, outrossim, que as operações de importação em questão e desenvolvidas pela empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. não podem ser caracterizadas como por encomenda, haja vista os diversos documentos que, mediante procedimento investigatório, vieram ao conhecimento do fisco, revelando que a participação da referida empresa foi muito além de meramente encomendar a mercadoria pretendida à importadora nacional. Considerando os elementos probantes, não há como anular a conclusão da autoridade fiscal, de que restou configurada a simulação das operações de vendas das mercadorias importadas, com simples repasses aos reais adquirentes; evidenciando a real natureza das operações. E, mais, não houve apresentação de cópia do contrato firmado entre as partes para a prestação dos serviços, caracterizando a natureza de sua vinculação, à unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil de fiscalização aduaneira com jurisdição sobre o seu estabelecimento matriz, conforme estabelece o art. 2º da IN SRF nº 225/2002. Fl. 35DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 14 Consequentemente, não foi cumprido o estabelecido no parágrafo único do art. 2º da citada Instrução Normativa, ou seja, a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. não foi habilitada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) para atuar como importadora por conta e ordem da empresa adquirente, pelo prazo previsto no contrato. Também não houve indicação, em campo próprio das Declarações de Importação (DI’s), do número de inscrição da adquirente das mercadorias no cadastro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ), conforme determina o art. 3º da IN em questão. Por sua vez, as faturas comerciais que instruíram os despachos de importação não identificam a adquirente da mercadoria, nos termos do § 2º do art. 3º da IN SRF nº 225/2002. É indubitável, portanto, que o resultado da efetivação das irregularidades apontadas é a ocultação, mediante simulação, do vínculo existente entre as mercadorias importadas e a real compradora na operação de importação. Inferese, portanto, que a verdadeira adquirente, por motivos escusos, utilizouse de outra pessoa jurídica como forma de esquivarse do controle aduaneiro. Enfim, a ocultação do real adquirente das mercadorias e a inserção de informações falsas em documentos de instrução das DI’s (IN 225/02), ainda que possa não estar associada a prejuízo financeiro, constitui burla ao controle aduaneiro das importações. O objetivo primordial da IN SRF nº 225/2002 é exatamente estabelecer os devidos controles sobre as verdadeiros adquirentes das mercadorias importadas, a fim de que sobre elas se exerçam as fiscalizações necessárias para se detectar, entre outros aspectos, a origem lícita dos recursos empregados, o devido recolhimento dos tributos internos incidentes sobre tais operações fiscais, inibindose, dessa forma, que determinadas empresas venham a competir de forma irregular com aquelas legalmente estabelecidas. Ainda, ao registrar as importações como se fossem para si, a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. infringiu a nova sistemática informatizada de habilitação de pessoa jurídica importadora para operação por conta e ordem de terceiros no SISCOMEX, que está condicionada à prévia habilitação da pessoa física responsável pela pessoa jurídica adquirente das mercadorias, nos termos do art. 36 da IN SRF nº 455/2004. Também essa medida visa justamente a coibir a interposição fraudulenta de terceiros, permitindo aos agentes da fiscalização conhecerem os reais adquirentes das mercadorias. Exemplo de algumas inconsistências: as mercadorias descritas no BL n° HKGRM9936 (fl. 256) foram embarcadas em 27/07/2004, contudo o pedido de compra n° 40.820 (fl. 270) foi emitido constando no campo “COMENTÁRIOS” que o valor unitário foi calculado com base na cotação (PTAX) de 25/08/04, R$ 2,9512, data muito posterior à emissão do próprio termo, o que evidencia a inconsistência de tal documento; a correspondência comercial de folhas 321, datada de 13/08/2004 indica que a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. aguardava resposta da empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. sobre a autorização do embarque, contudo o BL n° 7000144 e HKGRN5307 indicam que o embarque das mercadorias ocorrera em 03/08/2004, isto é, mercadoria foi embarcada sem que sequer a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. tivesse conhecimento; inúmeros são os casos em que as datas apostas nas faturas e packing list são posteriores ao embarque das mercadorias, situação incompatível com a realidade de transações comerciais, Fl. 36DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 8 15 exemplificando, embarque em 26/10/2004 (BL n° HKGRS9510, fl. 1061 ) e fatura emitida em 29/10/2004 (fl. 1063). As notas fiscais de saída foram emitidas no mesmo dia que as notas fiscais de entrada, não há registro de que as mercadorias tenham transitado por qualquer depósito da interessada, as notas fiscais (entrada e saída) foram emitidas na mesma data e via de regra possuem numeração seqüencial. Exemplificando: nota fiscal entrada n° 006826 (fl. 1680), emitida em 15/06/2005, nota fiscal de saída n° 006827 (fl. 1681), emitida em 15/06/2005. Registrese ainda que a despeito do destinatário das notas fiscais ser a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. (Filial São Paulo), as mercadorias deveriam ser entregues na GRADIENTE ARMAZÉNS GERAIS LTDA (CNPJ n° 00.180.983/000195), cujo endereço é Av. Piracema, 1061 Sala 21 – Módulo 10 – Tamboré – Barueri – SP, endereço este compartilhado pela Filial da empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. (contrato social fl. 3766 – sala 14, BL fl. 1631 – sala 10) e também pela empresa emissora de alguns BL’s de parte das importações em trato METROLOGISTIC INTERNATIONAL SERVICES LTDA. (fl. 430 – sala 10). Claramente se percebe que as operações foram desenvolvidas com preocupação meticulosa em relação aos aspectos formais. As mercadorias apenas circulam pelo ponto de entrada no País, sendo imediatamente entregues ao real responsável pela operação no seu destino final. Destaque é a especificidade das mercadorias objeto de importação. Tratamse de produtos fabricados sob orientação da empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., vale dizer, por encomenda muito específica desta, visto que tratamse de objetos eletrônicos com alto grau de complexidade, e trazem consigo a sua marca “GRADIENTE”. Restando devidamente provado, que tais produtos foram objeto de inspeção técnica antes do embarque e por ordem desta empresa, vale dizer para o embarque acontecer é necessário que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. vistorie os produtos e ateste sua qualidade, certamente em acordo com as especificações previamente definidas por esta junto ao fabricante. O art. 3° da IN SRF n° 225/02 estabeleceu que é obrigação do importador indicar o adquirente no campo próprio da declaração de importação, sendo que a fatura comercial deverá indicar igualmente o adquirente da mercadoria, refletindo a transação efetivamente realizada: Art. 3º O importador, pessoa jurídica contratada, devidamente identificado na DI, deverá indicar, em campo próprio desse documento, o número de inscrição do adquirente no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). § 1º O conhecimento de carga correspondente deverá estar consignado ou endossado ao importador, configurando o direito à realização do despacho aduaneiro e à retirada das mercadorias do recinto alfandegado. § 2º A fatura comercial deverá identificar o adquirente da mercadoria, refletindo a transação efetivamente realizada com o vendedor ou transmitente das mercadorias.(gn) Os documentos que instruíram os despachos de importação foram confeccionados de modo a evitar justamente as orientações contidas no artigo 3° da citada IN SRF n° 225/02, com flagrante característica de simulação cujo resultado é consubstanciado em documentos ideologicamente falsos, como conceituado no artigo 13 da IN SRF n° 228/02: Fl. 37DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 16 Art. 13. A prestação de informação ou a apresentação de documentos que não traduzam a realidade das operações comerciais ou dos verdadeiros vínculos das pessoas com a empresa caracteriza simulação e falsidade ideológica ou material dos documentos de instrução das declarações aduaneiras, sujeitando os responsáveis às sanções penais cabíveis, nos termos do Código Penal (Decretolei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) ou da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, além da aplicação da pena de perdimento das mercadorias, nos termos do art. 105 do Decretolei nº 37, de 18 de novembro de 1966.(gn) DecretoLei n° 37/66, artigo 105, inciso VI,dispõe: Art.105 Aplicase a pena de perda da mercadoria: ... VI estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver sido falsificado ou adulterado;(gn) Pelo exposto, a imputação da penalidade não decorre única e exclusivamente das provas materiais referentes às declarações de importação citadas na autuação, mas sim de um conjunto de fatos, provas e indícios que inequivocamente demonstram a real natureza das operações de importação perpetradas em conjunto pelos interessados apontados na autuação. Como dito, o conjunto de informações disponíveis associados às provas e indícios os mais diversos levam à inequívoca certeza de que a autuação está condizente com os fatos apurados. Ao invés disso, em sua defesa, a recorrente limitouse a asseverar, essencialmente, que as operações da empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. com a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. não poderiam ser caracterizadas como por conta e ordem de terceiros, mas sim como importações para revenda a encomendante predeterminado,custeadas pela própria. Ademais, ainda que fosse o caso de aplicar retroativamente a disciplina relativa à importação por encomenda, melhor sorte não socorreria à recorrente, eis que mesmo sob essa modalidade de importação é necessário indicar na DI todas as partes intervenientes no processo de importação, inclusive o encomendante (IN SRF 634/2006). Portanto, seja qual for o prisma pelo qual se analise a questão, é fato que à época dos fatos geradores a ocultação do real adquirente das mercadorias, importava na pena aplicada. Incabível, portanto, a alegação de que o lançamento é nulo ou improcedente porque carece de provas materiais. Alega, ainda, a recorrente, que ao caso deve ser aplicada nova lei que disciplinaria os fatos ora apurados, Lei n° 11.488/07, mais precisamente seu artigo 33. Pois bem, a alegação de que a penalidade pela infração que em tese teria cometido é aquela prevista na Lei nº 11.488/2007, pois a interposição fraudulenta presumida pela fiscalização devido à não comprovação da origem dos recursos empregados no comércio exterior, significa a cessão do nome a terceiros, que, conforme a norma legal citada, tem como penalidade uma multa de 10% do valor da mercadoria, é interpretação equivocada. Fl. 38DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 9 17 O artigo 33 da Lei nº 11.488/2007, prescreve: “Art. 33. A pessoa jurídica que ceder seu nome, inclusive mediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários fica sujeita a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, não podendo ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Parágrafo único. À hipótese prevista no caput deste artigo não se aplica o disposto no art. 81 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.”(gn) Por sua vez. O artigo 81 da Lei nº 9.430/1996, com a redação dada pela Lei nº 10.637/2002, estabelece: “Art. 81. Poderá, ainda, ser declarada inapta, nos termos e condições definidos em ato do Ministro da Fazenda, a inscrição da pessoa jurídica que deixar de apresentar a declaração anual de imposto de renda em um ou mais exercícios e não for localizada no endereço informado à Secretaria da Receita Federal, bem como daquela que não exista de fato. § 1o Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior. § 2o Para fins do disposto no § 1o, a comprovação da origem de recursos provenientes do exterior darseá mediante, cumulativamente: I prova do regular fechamento da operação de câmbio, inclusive com a identificação da instituição financeira no exterior encarregada da remessa dos recursos para o País; II identificação do remetente dos recursos, assim entendido como a pessoa física ou jurídica titular dos recursos remetidos. § 3o No caso de o remetente referido no inciso II do § 2o ser pessoa jurídica deverão ser também identificados os integrantes de seus quadros societário e gerencial. § 4o O disposto nos §§ 2o e 3o aplicase, também, na hipótese de que trata o § 2o do art. 23 do DecretoLei no 1.455, de 7 de abril de 1976.”(gn) O parágrafo único do artigo 33 da Lei nº 11.488/2007, já transcrito, dispõe que, para o caso previsto no caput do artigo, qual seja, a exigência da multa de 10 % do valor da operação acobertada da pessoa jurídica pela irregular cessão do nome em operações de comércio exterior, não se aplica o artigo 81 da Lei nº 9.430/1996, que, determina a declaração de inaptidão nos casos de não comprovação da origem, disponibilidade e efetiva transferência de recursos empregados em operações de comércio exterior. Fl. 39DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 18 Observase que antes da edição da Lei nº 11.488/2007, nos casos em que não se comprovasse a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se fosse o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior, haveria que se declarar a pessoa jurídica inapta. Essa previsão incluía, inclusive, a hipótese do § 2º do artigo 23 do Decretolei nº 1.455/1976, como disposto no § 4º do artigo 81 da Lei nº 9.430/1996. Com a edição da Lei nº 11.488/2007, em razão do contido no parágrafo único de seu artigo 33, não mais se aplica o disposto no artigo 81 da Lei nº 9.430/1996, ou seja, não mais se declara inapta a pessoa jurídica naquelas situações que especifica. A Lei nº 11.488/2007 trouxe nova previsão relativamente à penalidade de caráter administrativo, para não mais se declarar a infratora inapta e sim, dela exigir multa equivalente a dez por cento do valor da operação acobertada. A multa capitulada no § 3º do artigo 23 do Decretolei nº 1.455/1976, por sua vez, é exigida quando as mercadorias sujeitas à pena de perdimento, prevista em seu § 1º, em virtude da caracterização de dano ao Erário, não mais estão disponíveis, por não serem localizadas ou terem sido consumidas. Insisto o dano ao erário será punido com a pena de perdimento das mercadorias que, no entanto, convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. A pena pecuniária prevista no art. 33 da Lei n° Lei n° 11.488, de 2007 veio apenas substituir a pena não pecuniária de declaração de inaptidão e não a pena de perdimento. De se notar que a pena de perdimento tem natureza diversa da declaração de inaptidão antes prevista. Enquanto aquela tem como objeto a pessoa jurídica, esta é de controle aduaneiro, incidindo sobre as mercadorias importadas em situação irregular, portanto perfeitamente aplicáveis simultaneamente. A Lei nº 11.488/2007, ao mesmo tempo em que determinou a não aplicação da inaptidão à pessoa jurídica infratora, previu a exigência de multa pecuniária. Essa substituição de penalidade em nada altera sua natureza e, portanto, fica mantida a possibilidade de sua exigência simultânea com a pena de perdimento, que, notese, não foi revogada em nenhum momento, ainda que essa pena tenha sido convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas. Verificase, portanto, que o parágrafo único do art. 33 da Lei 11.488/07 podese compreender que a penalidade de 10% do valor aduaneiro, aplicada à pessoa que ceder seu nome para acobertar os reais intervenientes nas operações aduaneiras, foi instituída para substituir a pena não pecuniária de inaptidão do CNPJ, que antes era aplicável por força do art. 81 da Lei n.º 9.430/96 c/c art. 34, III e 41, III, da IN SRF n.º 568/2005. Destarte, a presente autuação decorre de dano ao Erário, em face de infração relativa a mercadorias estrangeiras na importação por hipótese de ocultação do sujeito passivo, real adquirente, comprador e responsável pela operação, empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., que utilizou a empresa LOGISTIC NETWORK TECHNOLOGY COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S/A. para formalizar suas operações de importação, mantendose oculta perante a Fazenda. À vista do exposto, nego provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. Fl. 40DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 12466.002687/200976 Acórdão n.º 3201000.928 S3C2T1 Fl. 10 19 Mércia Helena Trajano D'amorim Fl. 41DF CARF MF Documento de 19 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP01.1119.13282.55XC. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES em 23/05/2012 10:20:25. Documento autenticado digitalmente por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES em 23/05/2012. Documento assinado digitalmente por: MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO em 20/06/2012, MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM em 29/05/2012 e LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES em 23/05/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 01/11/2019. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP01.1119.13282.55XC Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: 2A786098BFABE4F4865E0D529899AD73B1735456 Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 12466.002687/2009-76. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 10380.005904/2008-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano calendário: 2008.
SIMPLES. OPÇÃO. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS À ÉPOCA DO PEDIDO DE ADESÃO. POSSIBILIDADE. SURGIMENTO A POSTERIORI DE DÉBITO ANTERIOR AO PEDIDO DE INCLUSÃO. MANUTENÇÃO DA OPÇÃO.
Comprovado que a Recorrente cumpria, à época do pedido de adesão, os requisitos para sua inclusão no SIMPLES, é imperioso admitir a sua opção pelo programa simplificado desde 1° de janeiro de 2008. O surgimento, a posteriori, de débito anterior ao pedido de adesão não anula a opção da Recorrente.
Numero da decisão: 1202-000.676
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencido o conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, que negava provimento ao recurso.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Geraldo Valentim Neto
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SIMPLES. OPÇÃO. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS À ÉPOCA DO PEDIDO DE ADESÃO. POSSIBILIDADE. SURGIMENTO A POSTERIORI DE DÉBITO ANTERIOR AO PEDIDO DE INCLUSÃO. MANUTENÇÃO DA OPÇÃO. Comprovado que a Recorrente cumpria, à época do pedido de adesão, os requisitos para sua inclusão no SIMPLES, é imperioso admitir a sua opção pelo programa simplificado desde 1° de janeiro de 2008. O surgimento, a posteriori, de débito anterior ao pedido de adesão não anula a opção da Recorrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencido o conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, que negava provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho – Presidente (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Relator Fl. 58DF CARF MF Impresso em 20/03/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 12/03/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10380.005904/200813 Acórdão n.º 1202000.676 S1C2T2 Fl. 48 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Nelson Lósso Filho, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Orlando Jose Goncalves Bueno, Geraldo Valentim Neto e Eduardo Martins Neiva Monteiro. Relatório O presente processo administrativo discute a inclusão da Recorrente no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (“SIMPLES”) a partir do ano de 2008. Em 02/01/2008 a Recorrente efetuou pedido de adesão ao SIMPLES via internet (fls. 03), o qual restou indeferido em razão da existência de débitos (fls. 37 e 38) pendentes junto à Receita Federal do Brasil (fls. 13). Verificado o indeferimento de seu pedido de inclusão no SIMPLES e a existência de pendências fiscais junto à RFB, a Recorrente prontamente pagou tal débito em 21/01/2008 e efetuou novo requerimento de inclusão no SIMPLES (fls. 01), conforme petição protocolada em 25/04/2008, juntamente com Certidão Negativa de Débito (“CND”) (fls. 04), que demonstrava a inexistência, à época, de quaisquer débitos junto ao Fisco. Em 29/10/2008, a RFB novamente negou a inclusão da Recorrente no SIMPLES (fls. 27), alegando que apesar de a Recorrente ter efetivamente quitado os débitos em 21/01/2008 que originariamente obstaram sua adesão, foi verificado, em momento posterior ao novo pedido de inclusão (apresentado em 25/04/2008), a existência de um débito de COFINS referente ao mês de julho de 2007, no valor de R$ 45,00 (fls. 23), fato que impossibilitaria a inclusão da Recorrente em referido regime simplificado de pagamento de tributos. Notificada em 29/01/09 da decisão que novamente negou sua inclusão no SIMPLES (fls. 27), a Recorrente apresentou Impugnação em 12/02/09 (fls. 33), alegando que: (i) Causou estranheza o fato do surgimento de débito de COFINS referente ao mês de julho de 2007 em momento posterior ao do pedido de inclusão no SIMPLES realizado em 25/04/2008, até mesmo porque obteve, em 03/04/08, CND que comprovava a sua regularidade junto à RFB; (ii) Conforme relatório emitido pelo sistema da RFB em 04/01/2008 (fls. 35 a 38), não constava tal débito de COFINS referente ao mês de julho de 2007; e que (iii) Não obstante a surpresa pelo surgimento do débito, prontamente efetuou o seu pagamento (DARF de fls. 34). Quando do julgamento da Impugnação, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza (“DRJ/FOR”), em decisão de 19/02/09 (fls. 40 a 42), entendeu pela improcedência da Impugnação apresentada, uma vez que o posterior surgimento do débito de COFINS (referente ao mês de julho de 2007) impossibilitaria a inclusão da Recorrente no SIMPLES. A decisão de fls. 40 a 42 teve a seguinte ementa: “Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples Anocalendário: 2008 Fl. 59DF CARF MF Impresso em 20/03/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 12/03/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10380.005904/200813 Acórdão n.º 1202000.676 S1C2T2 Fl. 49 3 OPÇÃO SIMPLES NACIONAL. Comprovado nos autos que a empresa em 31 de janeiro de 2008 se encontrava em débito com a RFB, oriundo da extinta Secretaria da Receita Federal, cuja exigibilidade não estava suspensa, há o impedimento legal para inclusão retroativa no Simples Nacional. Solicitação Indeferida” Tendo conhecimento da decisão da DRJ/FOR (fls. 40 a 42) em 06/03/2009 (fls. 44), a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 02/04/2009 (fls. 45), reiterando o que até o momento havia sido argumentado e destacando o seguinte: (i) Durante o desenrolar do processo administrativo ficou comprovado seu interesse em quitar seus débitos junto à RFB; e (ii) O prejuízo financeiro que resultaria da não inclusão da Recorrente no SIMPLES não se justifica ante o diminuto valor de R$ 45,00, que, inclusive, foi prontamente quitado (DARF de fls. 34). Oportunamente os autos foram enviados a este Colegiado. Tendo sido designado relator do caso, requisitei a inclusão em pauta para julgamento do recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Geraldo Valentim Neto, Relator Fl. 60DF CARF MF Impresso em 20/03/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 12/03/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10380.005904/200813 Acórdão n.º 1202000.676 S1C2T2 Fl. 50 4 Como o Recurso Voluntário preenche os pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. O artigo 17, inciso V, da Lei Complementar n° 123/06 é expresso ao determinar que as pessoas jurídicas com débitos não suspensos junto à Fazenda Nacional não poderão recolher os tributos devidos pela sistemática do SIMPLES, nos seguintes termos: Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: (...) V que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa. Por sua vez, o artigo 7°, §1°, da Resolução CGSN n° 4, de 30 de maio de 2007, regulamentando a matéria aqui tratada, esclarece que a opção pelo SIMPLES deverá ser efetivada até o último dia de janeiro: Art. 7ª A opção pelo SIMPLES Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. §1° A opção de que trata o caput deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 3° deste artigo e observado o disposto no § 3° do art. 21. Dessa forma, pela análise conjunta desses dispositivos, chegase à conclusão que, caso algum contribuinte esteja em débito com a RFB no último dia de janeiro não poderá ser incluído no SIMPLES, sendo exatamente este o motivo adotado pela DRJ/FOR ao negar o pedido da Recorrente. No entanto, verifico que no caso concreto a solução a ser adotada deve ser diferente. Consta dos autos que logo após ter o primeiro pedido de inclusão no SIMPLES negado em razão da existência de pendências junto à RFB (fls. 13), a Recorrente realizou o pagamento das quantias devidas ainda em janeiro de 2008 (21/01/2008), ou seja, dentro do prazo legal. Uma vez efetuado o pagamento das quantias devidas não mais existiam débitos da Recorrente junto à RFB, conforme se pode verificar da CND emitida em 03/04/08 (fls. 04). A própria RFB chegou a admitir que a Recorrente quitou, dentro do prazo legal, todas as pendências existentes (fls. 27). Vejamos: “O contribuinte resolveu quitar os débitos no prazo para resolver as pendências e de fato o fez, tanto que conseguiu emitir, via internet, uma certidão negativa de débitos (fls. 04).” (não grifado no original) Importante também ressaltar que a possibilidade de quitação das pendências dentro do mês de janeiro é expressamente prevista no artigo 7°, § 1°A, inciso I, da Resolução CGSN n° 4, de 30 de maio de 2007, a saber: “Art. 7ª A opção pelo SIMPLES Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. §1°A Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá: (Incluído pela Resolução CGSN n° 56, de 23 de março de 2009) I – regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo. (Incluído pela Resolução CGSN n° 56, de 23 de março de 2009).” (não grifado no original) Fl. 61DF CARF MF Impresso em 20/03/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 12/03/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10380.005904/200813 Acórdão n.º 1202000.676 S1C2T2 Fl. 51 5 Assim, tendo em vista que não existiam débitos da Recorrente junto à RFB em 31/01/2008 o que ficou comprovado pela CND (fls. 04) e admitido pela própria RFB (fls. 27) , é imperioso admitir a inclusão da Recorrente no SIMPLES, posto que, em referida data, cumpria os requisitos legais para tanto. O surgimento, a posteriori, de débito de COFINS relativo ao mês de julho de 2007 não tem o condão de anular a inclusão da Recorrente no SIMPLES, até porque, no próprio relatório emitido pelo sistema da RFB em 04/01/2008 (fls. 35 a 38), não constava o aludido débito de COFINS, no valor de R$ 45,00 (relativo ao mês de julho de 2007). Ademais, assim que foi notificada do surgimento a posteriori do débito de COFINS no irrisório valor de R$ 45,00, referente ao mês de julho de 2007, a Recorrente efetuou o seu pronto pagamento (DARF de fls. 34), o que confirma a sua boafé e nítida intenção de formalizar sua inclusão no SIMPLES. Por fim, cabe a seguinte análise: pelo soma dos valores constantes no relatório emitido pelo sistema da RFB em 04/01/2008 (fls. 35 a 38) pode se observar que a Recorrente devia a quantia de R$ 2.661,60, paga em 21/01/2008, conforme prova a CND emitida em 03/04/08 (fls. 04) e admitido pela própria RFB (fls. 27). Dessa maneira, uma vez que a Recorrente pagou a quantia de R$ 2.661,60, é de se admitir que, caso o débito de COFINS no valor de R$ 45,00 tivesse sido cobrado da Recorrente já em janeiro, o mesmo teria sido pago naquela data, dado o seu valor irrisório perante o total de débitos existente à época. Assim, a ausência de indicação do débito de COFINS de R$ 45,00 no relatório de pendências apresentando à Recorrente quando de sua opção no SIMPLES não pode prejudicála, mesmo porque, conforme já afirmado, sempre que os débitos foram apresentados pelo Fisco à empresa os respectivos pagamentos foram prontamente realizados, consoante demonstra os documentos juntados aos presentes autos. Vejam que em casos análogos este E. CARF também já se posicionou no sentido de ser deferida a inclusão da Recorrente no SIMPLES: “PROVA DE REQUISITOS E DE REGULARIDADE FISCAL PARA PERMANÊNCIA NO SIMPLES. Independentemente da inconsistência do alegado saldo devedor "remanescente" perante a PGFN, apontado como causa da exclusão do SIMPLES pretendida pelo fisco, é fato incontroverso que antes de 17/08/2001, nem a SRF nem a PGFN, havia jamais cientificado o contribuinte de que da quitação, realizada em 29/01/2001, referente à Inscrição na DAU nº 80.6.97.11148385, tivesse restado um saldo devedor que, por ser de valor irrisório, nem sequer seria ajuizável. Entretanto, imediatamente depois de ter recebido tal informação, o contribuinte, mesmo sem compreender a existência do "remanescente", promoveu o imediato recolhimento da quantia afirmada naquela ocasião pela PGFN como pendência, justamente a que aparentemente serviu de motivo a que a DRJ indeferisse a solicitação de permanência da empresa no SIMPLES. O contribuinte, neste caso, se conduziu quanto ao recolhimento de tributos devidos com presteza e interesse elogiáveis. Não houve qualquer infração à disciplina legal, e não há óbice a que se reconheça o direito de permanência interessada no SIMPLES desde a data de 01/01/1997 sem solução de continuidade. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.” (Terceiro Conselho de Contribuintes. 3ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 30333463, de 17/8/2006) (não grifado no original) Fl. 62DF CARF MF Impresso em 20/03/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 12/03/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10380.005904/200813 Acórdão n.º 1202000.676 S1C2T2 Fl. 52 6 Portanto, com base nos fundamentos supramencionados, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário, reformandose a decisão da DRJ/FOR (fls. 40 a 42) e reconhecendo os efeitos da opção da Recorrente ao SIMPLES desde 1° de janeiro de 2008. É como voto. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Fl. 63DF CARF MF Impresso em 20/03/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 12/03/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por NELSON LOSSO FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 16004.001199/2007-78
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006
ESTIMATIVAS MENSAIS. FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO.
CABIMENTO.
É cabível a aplicação da multa isolada pela falta de recolhimento das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, em concomitância com a aplicação da multa de ofício pela falta de pagamento/declaração das diferenças do imposto e contribuição apurados em procedimento fiscal, em decorrência de expressa disposição legal e em face de que as incidências ocorrem em situações fáticas distintas.
Numero da decisão: 1202-000.886
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Orlando José Gonçalves Bueno, Nereida de Miranda Finamore Horta e Geraldo Valentim Neto.
Nome do relator: Carlos Alberto Donassolo
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano-calendário: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 ESTIMATIVAS MENSAIS. FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. É cabível a aplicação da multa isolada pela falta de recolhimento das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, em concomitância com a aplicação da multa de ofício pela falta de pagamento/declaração das diferenças do imposto e contribuição apurados em procedimento fiscal, em decorrência de expressa disposição legal e em face de que as incidências ocorrem em situações fáticas distintas.
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FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. É cabível a aplicação da multa isolada pela falta de recolhimento das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, em concomitância com a aplicação da multa de ofício pela falta de pagamento/declaração das diferenças do imposto e contribuição apurados em procedimento fiscal, em decorrência de expressa disposição legal e em face de que as incidências ocorrem em situações fáticas distintas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Orlando José Gonçalves Bueno, Nereida de Miranda Finamore Horta e Geraldo Valentim Neto. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 11 99 /2 00 7- 78 Fl. 1353DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.354 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Relatório Trata o processo do exame dos Autos de Infração do IRPJ e da CSLL, relativo aos anos de 2002 a 2006, com aplicação da multa de ofício, no percentual de 75%, e dos juros de mora com base na taxa Selic, bem como aplicação da multa isolada, no percentual de 50%, pelo não recolhimento ou recolhimento a menor das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, fls. 1155 e seguintes. Em síntese, de acordo com o relatado na Descrição dos Fatos dos Autos de Infração, foram apuradas as seguintes irregularidades: i) diferenças do IRPJ e da CSLL entre o valor escriturado e o declarado/pago; e ii) multa isolada pelo não recolhimento ou recolhimento a menor das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL. Irresignada com a autuação, a empresa apresentou impugnação, resumida no Acórdão nº 1427.255 da DRJ/Ribeirão Preto, de fls. 1261 a 1277, que por bem descrever as alegações apresentadas, transcrevo e passo a adotar: “a) Da Indevida Inclusão das Receitas de Exportação na Base de Cálculo da CSLL. As receitas decorrentes de exportação são abarcadas pela imunidade instituída pela Emenda Constitucional n° 33/2001, que deu nova redação ao art. 149, §2°, inciso I, da Constituição Federal, no que tange à CSLL. Lucro e receita não são conceitos contrapostos, pois todo lucro é uma receita, na medida que consiste no resultado positivo da soma algébrica das receitas menos despesas. Entendendose o lucro como uma porção positiva da receita auferida pelo contribuinte, não há como se negar a incidência da norma imunizante em relação à CSLL. 0 erro da fiscalização eiva de incerteza e iliquidez a exigência constante do lançamento. b) CSL — por estimativa — Da Aplicação de Multa Isolada sobre a Diferença entre Valor Escriturado e Valor Declarado. Que houve aplicação de multa de oficio de 75% sobre o total da CSL devida e, também, sobre os valores das antecipações de CSL apurados de 2002 a 2006 houve a incidência de multa isolada de 50% dobre o valor devido. Há duplicidade de multas punitivas sobre os mesmos fatos geradores, o que demonstra sua ilegalidade, com afronta aos princípios da proporcionalidade e da proibição do confisco, conforme já restou julgado pelo Conselho de Contribuintes e Supremo Tribunal Federal. Fl. 1354DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.355 3 c) IRPJ e CSL — Da Desconsideração das Antecipações Realizadas pela Empresa A empresa antecipou em janeiro/04 o valor de R$ 82.981,21, valor este não considerado em junho/04 como `CSL devida em meses anteriores', não acrescido ao valor de R$ 287.216,06, gerando, portanto um saldo de falta de recolhimento de CSL (R$ 121.240,37) superior ao valor que efetivamente deveria ser apurado. A empresa antecipou em maio/04 os valores de R$ 260.546,21 e R$ 289.115,18, valores este não considerados em junho/04 como "IRPJ devida em meses anteriores", não acrescido ao valor de R$ 558.895,85, gerando, portanto um saldo de falta de recolhimento de CSL (R$ 634.497,68)) substancialmente superior ao valor que efetivamente deveria ser apurado. Oportuno consignar, ainda, no que tange à glosa dos valores declarados como deduções, referentes a recuperação de crédito de CSL, sob a rubrica, indicado na fiscalização sob a rubrica MP 1807, oportuno informar que referida questão acerca da origem do crédito é objeto do Processo Administrativo 13866.000203/200157, que se encontra pendente de análise. Não foi utilizado o IRPJ fonte acumulado para abatimento do IRPJ a pagar mensal. Ante a apuração de IRPJ a pagar no mês de junho/2004, caberia à fiscalização proceder ao abatimento deste valor a fim de reduzir o IRPJ já na apuração mensal. d) Da Impossibilidade de Aplicação da Taxa Selic Contesta a utilização da SELIC como forma de cálculo dos juros, por entender que apresentam caráter remuneratório, sendo que a legislação apenas permitiria juros de caráter moratório. Entende que a SELIC afronta os princípios da legalidade, determina a incidência mensal de juros sobre juros vedada constitucionalmente, bem como que deve ser limitada a 1% de juros. Requer a declaração de nulidade do lançamento, bem como seja julgado improcedente o lançamento de débito.” Na sequência, foi emitido o Acórdão nº 1427.255 da DRJ/Ribeirão Preto, de fls. 1261 a 1277, mantendo parcialmente os lançamentos fiscais, com o seguinte ementário: ESTIMATIVAS. DEDUÇÃO DE ANTECIPAÇÕES. BALANCETE SUSPENSÃO. As antecipações de IRPJ ou CSLL e retenções na fonte de meses anteriores deverão ser deduzidas para fins de cálculo da estimativa devida com base em balancete de suspensão ou redução. MULTA ISOLADA. ESTIMATIVA. MULTA DE OFÍCIO. AJUSTE ANUAL. FALTA DE RECOLHIMENTO. CABIMENTO. Verificada a falta de pagamento do IRPJ ou CSLL por estimativa, após o término do anocalendário, o lançamento de oficio abrangerá a multa de oficio sobre os valores devidos por estimativa e não recolhidos, e o IRPJ ou CSLL devidos com base no lucro real apurado em 31 de dezembro, caso não recolhido, Fl. 1355DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.356 4 acrescido de multa de oficio e juros de mora contados do vencimento da quota única do imposto. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 IMUNIDADE. RECEITA EXPORTAÇÃO. As receitas decorrentes de exportação integram a receita bruta para fins de apuração da base de cálculo da CSLL, tendo em vista tratarse de contribuição incidente sobre o lucro. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGÜIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de inconstitucionalidade ou ilegalidade de lei. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. A partir de 1° de abril de 1995, os juros morat6rios incidentes sobre / débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Não se tratando de auto de infração lavrado por pessoa incompetente, não tendo havido preterição do direito de defesa da contribuinte e não tendo sido feridos os artigos 10 e 59 do Decreto n° 70.235/72, não cabe o acatamento da preliminar de nulidade. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Na sequência, a autuada solicitou a desistência de recorrer de parte dos valores exigidos na autuação, face a adesão ao parcelamento especial previsto na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, conforme requerimento, de fls. 1283/1284. Permaneceu em discussão o cabimento da aplicação da multa isolada, concomitantemente com a aplicação da multa de ofício, em que foi apresentado recurso voluntário, apenas sobre essa matéria, mediante arrazoado, de fls. 1307 e seguintes. Alega, em síntese a ocorrência de duplicidade de multas punitivas sobre os mesmos fatos geradores, o que caracterizaria bis in idem, não aceito no sistema jurídico Fl. 1356DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.357 5 tributário brasileiro. Encerrado o período anual de apuração do imposto de renda e da contribuição social, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo e contribuição efetivamente devidos. Demonstra a ilegalidade da imposição aplicada, com afronta aos princípios da proporcionalidade e da proibição do confisco, conforme já restou julgado pelo antigo Conselho de Contribuintes e pelo Supremo Tribunal Federal. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Donassolo, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e nos termos da lei. Portanto, dele tomo conhecimento. Inicialmente, conforme relatado no relatório deste acórdão, cumpre registrar que parte dos valores exigidos na autuação encontramse parcelados, restando em discussão apenas a matéria relativa ao cabimento da multa isolada, no percentual de 50%, concomitantemente com a multa de ofício, no percentual de 75%, conforme expressamente consignado pelo contribuinte, fls. 1283/1284. O acórdão recorrido entendeu pelo cabimento da duplicidade de multas, sob o fundamento de que, nos termos das disposições legais atinentes à matéria, deriva a compreensão de que a falta de recolhimento das estimativas caracterizase infração distinta da falta de recolhimento do tributo apurado ao final do período. Em seu recurso, a recorrente argumenta, em síntese, que a aplicação da duplicidade de multas sobre os mesmos fatos geradores, caracterizaria bis in idem, não aceito pelo sistema jurídico tributário brasileiro. Em que pese os argumentos apresentados pela defesa, creio não lhe assistir razão. A respeito do pagamento das estimativas mensais do IRPJ ao longo do ano calendário, cabe dizer que o mesmo deve ser feito obrigatoriamente pelo contribuinte que optou pela forma de tributação com base no lucro real, determinado sobre base de cálculo estimada, se não houver a demonstração de que não era devido, por meio de balancetes de suspensão ou de redução (art. 35 da Lei nº 8.981, de 1995), nos termos do art. 2º da Lei n° 9.430, de 1996, abaixo transcrito para melhor clareza: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei n" 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. Fl. 1357DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.358 6 O pagamento mensal estimado, uma opção colocada à disposição do contribuinte que apura o IRPJ pela modalidade do lucro real, toma por base de cálculo a aplicação de percentuais, variáveis em função da atividade, sobre a receita bruta auferida mensalmente (base de cálculo estimada). Ao final do ano, o contribuinte efetua a apuração definitiva do IRPJ, tomando por base seu resultado contábil, ajustado por adições, exclusões e compensações previstas na legislação tributária (lucro real). Na apuração definitiva da base de cálculo do imposto pela modalidade do lucro real são consideradas receitas e despesas que afetam o patrimônio da pessoa jurídica não contempladas quando da apuração da base de cálculo estimada. Nesses termos, uma vez que a obrigação de pagamento das estimativas mensais não foi cumprida a contento, de acordo com o que determina o dispositivo legal acima transcrito, a mesma Lei nº 9.430, de 1996, nos seus artigos 43 e 44 e alterações, estabelece a imposição de uma penalidade isolada, no percentual de 50%, para coibir a prática do não pagamento dessa estimativa, conforme redação dos dispositivos que se transcreve: Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente à multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Multas de Lançamento de Oficio Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei na 11.488, de 15 de junho de 2007) (Grifei). O teor do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.488, de 2007, fixa duas multas distintas, de 75% e de 50%, para duas hipóteses também distintas. A multa de 75% (inciso I do art. 44) é aplicada aos casos de falta de pagamento do tributo, quando da mensuração definitiva da obrigação principal, quando feita no período de apuração anual. Por tal motivo, a base de cálculo da referida multa é a “totalidade ou diferença de imposto ou contribuição”. Já a multa de 50% (inciso II do art. 44) é aplicada aos casos nos quais exista obrigatoriedade do pagamento mensal do tributo, antes da sua apuração definitiva. As multas tem hipóteses de incidência de distintas e, por isso, são tratadas diferentemente pela legislação tributária, podendo dessa maneira, serem aplicadas concomitantemente. Fl. 1358DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.359 7 Dessa forma, estando o contribuinte sujeito à apuração com base no lucro real e tendo optado pelo pagamento do IRPJ, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada e deixando de recolher o imposto de renda, sem demonstrar que não era devido, por meio de balancetes de suspensão ou de redução, ocorre a subsunção do fato à norma legal estabelecida nos arts. 43 e 44 acima transcritos, que deve ser aplicada e cumprida integralmente pelas autoridades administrativas. Não cabe à autoridade fiscal usar do poder discricionário para aplicação da norma regulamente inserida no ordenamento jurídico. Ocorrido o fato e estando ele perfeitamente enquadrado no dispositivo legal, a autoridade deve obrigatoriamente aplicar a lei ao caso concreto. Sobre esse último aspecto, cabe dizer que a atividade do lançamento tributário é vinculada ao texto da lei, e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional pelo seu descumprimento, nos termos no art. 142 do Código Tributário Nacional. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. O julgamento administrativo está estruturado como uma atividade de controle interno dos atos praticados pela administração tributária, sob o prisma da legalidade e da legitimidade. Os dispositivos da lei que exigem a cobrança da multa isolada (penalidade) não podem ser ignorados nem negados pelo Tribunal Administrativo, a quem não cabe substituir o legislador. Ademais, registrese que é mais do que razoável se admitir a existência de uma penalidade para desencorajar os contribuintes no descumprimento da obrigação de pagar corretamente, e em dia, os seus tributos, sob pena de se estabelecer uma desigualdade com aqueles contribuintes que cumprem suas obrigações tributárias nos prazos legais, cujos recursos financeiros depende o Estado para poder desempenhar as suas funções e que os aguarda, no momento certo, para poder cumprir seus compromissos orçamentários. Por oportuno, salientese que o art. 57 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com a redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995, dispôs que aplicamse à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o IRPJ, nos termos da seguinte transcrição: Art. 57. Aplicamse à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei nº 7.689, de 1988) as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.065, de 1995) Fl. 1359DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 16004.001199/200778 Acórdão n.º 1202000.886 S1C2T2 Fl. 1.360 8 Em face do exposto, é de se manter a exigência da multa isolada, no percentual de 50%, pelo não recolhimento, ou recolhimento a menor, das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, devendo ser negado provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo Fl. 1360DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 11/10/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 10932.000633/2009-05
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ
Ano-calendário: 2005
Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
Não configura cerceamento de defesa, se comprovado nos autos que a Recorrente foi intimada por duas vezes a esclarecer a divergência encontrada em suas declarações e não se manifestou.
LANÇAMENTO PAUTADO EM PRESUNÇÕES.
Não há que se alegar nulidade do lançamento por ter sido pautado
exclusivamente em presunções quando provado nos autos a insuficiência do recolhimento e a divergência das declarações.
TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA Nº 4 DO CARF.
A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC
para títulos federais.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
Numero da decisão: 1202-000.756
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade. No mérito, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Geraldo Valentim Neto, relator, Orlando José Gonçalves
Bueno e Nereida de Miranda Finamore Horta, que davam provimento parcial ao recurso para excluir a incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício. Designada a conselheira Viviane
Vidal Wagner para redigir o voto vencedor.
Nome do relator: Geraldo Valentim Neto
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano-calendário: 2005 Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não configura cerceamento de defesa, se comprovado nos autos que a Recorrente foi intimada por duas vezes a esclarecer a divergência encontrada em suas declarações e não se manifestou. LANÇAMENTO PAUTADO EM PRESUNÇÕES. Não há que se alegar nulidade do lançamento por ter sido pautado exclusivamente em presunções quando provado nos autos a insuficiência do recolhimento e a divergência das declarações. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA Nº 4 DO CARF. A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2259; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T2 Fl. 344 1 343 S1C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10932.000633/200905 Recurso nº 000.000 Voluntário Acórdão nº 1202000.756 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 12 de abril de 2012 Matéria IRPJ Recorrente RAGI REFRIGERANTES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2005 Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não configura cerceamento de defesa, se comprovado nos autos que a Recorrente foi intimada por duas vezes a esclarecer a divergência encontrada em suas declarações e não se manifestou. LANÇAMENTO PAUTADO EM PRESUNÇÕES. Não há que se alegar nulidade do lançamento por ter sido pautado exclusivamente em presunções quando provado nos autos a insuficiência do recolhimento e a divergência das declarações. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA Nº 4 DO CARF. A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade. No mérito, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Geraldo Valentim Neto, relator, Orlando José Gonçalves Bueno e Nereida de Miranda Finamore Horta, que davam provimento parcial ao recurso para Fl. 0DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 345 2 excluir a incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício. Designada a conselheira Viviane Vidal Wagner para redigir o voto vencedor. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho – Presidente (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Relator (documento assinado digitalmente) VIVIANE VIDAL WAGNER Redatora designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 346 3 Relatório Tratase de autos de infração (fls. 154/180) consubstanciados em lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, em decorrência da insuficiência de recolhimento dos referidos tributos no ano calendário de 2005, decorrente do confronto dos dados declarados em DCTF com os que resultaram da apuração apresentada pela DIPJ. Durante o procedimento fiscal, a Recorrente foi intimada a esclarecer o motivo pelo qual não recolheu os tributos anteriormente declarados (fls. 114 e 117), mas não atendeu a nenhuma das intimações. Segundo o Termo de Descrição dos fatos (fls. 148), a Recorrente apresentou DCTF com valores menores do que aqueles declarados na DIPJ e DACON, no ano calendário de 2005, o que resultou no presente lançamento de ofício baseado no artigo 841, incisos I, III e IV do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99). A Recorrente optou por apurar seus resultados trimestralmente, pelo Lucro Real. Ciente dos Autos de Infração, a Recorrente apresentou Impugnação pautada nos seguintes fundamentos: Primeiramente arguiu a nulidade do lançamento, alegando cerceamento do direito de defesa e violação ao princípio do contraditório e da ampla defesa, visto não ter tido prazo hábil para se manifestar acerca do não recolhimento dos tributos declarados. Também alegou que o lançamento teria sido lavrado pautado simplesmente em presunções, o que acarretaria sua nulidade; No mérito aduziu apenas a impossibilidade da utilização da Taxa Selic como taxa de juros, por esta ser inconstitucional; e A impossibilidade de cobrar juros sobre a multa de ofício. Os autos foram encaminhados à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto, a qual decidiu pela improcedência da impugnação, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 NULIDADE. Não há que se cogitar de nulidade do lançamento quando observados os requisitos previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 JUROS DE MORA. SELIC. A cobrança de juros de mora com base no valor acumulado mensal da taxa referencial do Selic tem previsão legal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 347 4 Inconformada com a decisão supra, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário se valendo das mesmas alegações aduzidas na Impugnação. Oportunamente os autos foram enviados a este Colegiado. Tendo sido designado relator do caso, requisitei a inclusão em pauta para julgamento do recurso. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 348 5 Voto Conselheiro Geraldo Valentim Neto, Relator Como o recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Inicio pela análise das preliminares suscitadas pela Recorrente. I PRELIMINAR DE NULIDADE Primeiramente, a Recorrente alega que o Auto de Infração teria cerceado seu direito de defesa, visto que a autoridade lançadora não teria concedido prazo razoável para a Recorrente se manifestar acerca das intimações recebidas e esclarecer o motivo do não recolhimento do tributo anteriormente declarado. Porém, não assiste razão à Recorrente e não há motivos para se decretar a nulidade do lançamento, pois foi intimada duas vezes para esclarecer os motivos do não recolhimento e não se manifestou em nenhuma das intimações, conforme fls. 114 e 117. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, estando demonstrado através dos autos que a Recorrente teve oportunidade para se manifestar, mas não o fez. Este também é o entendimento deste E. Conselho: PRELIMINAR Nulidade por falta de intimação para prestar esclarecimentos. Não tem qualquer fundamento a preliminar suscitada já que o processo administrativo fiscal tem regras próprias, diferente que é do judicial civil ou criminal, sendo assegurado ao contribuinte autuado a ampla defesa e o contraditório através das fases para a impugnação e para os recursos, sem prejuízo das oportunidades que venham a lhe ser dadas, a critério da autoridade lançadora, antes da lavratura do auto de infração. PRELIMINAR DE NULIDADE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Rejeitase a preliminar de nulidade do lançamento invocada com base em cerceamento do direito de defesa, porquanto ao contribuinte foi lhe dado tomar conhecimento do inteiro teor das infrações que lhe são imputadas, possibilitando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. Concedida ao contribuinte ampla oportunidade de apresentar documentos e esclarecimentos, não há que se falar em cerceamento do direito defesa. (...) (Primeiro Conselho de Contribuintes. 5ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10515719 do Processo 136780000639878, Data: 24/05/2006). (Não grifado no original) Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 349 6 NORMAS PROCESSUAIS NULIDADE DO LANÇAMENTO CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA Não pode ser inquinado de nulidade, por cerceamento de direito de defesa, o lançamento que descreve com precisão e clareza os fatos imponíveis, e identifica adequadamente o dispositivo legal em que se fundamenta, bem como em intimações regularmente expedidas para ciência do contribuinte, na forma prescrita na legislação vigente. IRPJ LUCRO PRESUMIDO OMISSÃO DE RECEITA Uma vez apurado, com base nos documentos oferecidos à fiscalização, que, no período base de incidência, os desembolsos realizados foram superiores à receita declarada, a diferença fica sujeita a tributação como receita omitida, se o contribuinte não comprovar a origem dos recursos utilizados. Recurso negado. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 6ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10609658 do Processo 104690041709130, Data: 10/12/1997). (não grifado no original) Também não merece prosperar a alegação de nulidade do lançamento por este ter sido pautado em meras presunções. Conforme se depreende dos documentos juntados aos autos, tornase clara a necessidade de se proceder ao lançamento de ofício, visto que a Recorrente declarou valores em suas DCTF e DIPJ, que não foram recolhidos, procedimento esse que dá ensejo ao lançamento de ofício e consequente aplicação da multa de ofício, conforme estabelece o artigo 841, inciso IV do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) e artigo e 44, inciso I, da Lei 9.430/96 in verbis: Art. 841. O lançamento será efetuado de ofício quando o sujeito passivo: (...) IV não efetuar ou efetuar com inexatidão o pagamento ou recolhimento do imposto devido, inclusive na fonte; Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007). Resta claro que, partindo do pressuposto de que a Recorrente não recolheu o imposto devido, conforme declarado pela própria, não há outro procedimento a ser adotado pela autoridade fiscal, a não ser proceder ao lançamento de ofício dos valores que deixaram de ser recolhidos. Este também é o entendimento deste E. conselho. Vejamos: Fl. 5DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 350 7 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ALEGAÇÃO DE OFENSA A COISA JULGADA INOCORRÊNCIA MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO Em matéria tributária a coisa julgada não tem o condão de perenidade, sobretudo tendo a Suprema Corte, na qualidade de guardiã da Constituição, declarado a constitucionalidade da exigência da contribuição social sobre o lucro a partir do exercício financeiro de 1988. Aplicabilidade, no caso, da Súmula 239 do STF. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO Havendo falta ou insuficiência no recolhimento do tributo, impõese a aplicação da multa de lançamento de ofício sobre o valor do imposto ou contribuição devido, nos termos do artigo 44, I, da Lei nº 9.430/96. PENALIDADE. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO (ISOLADA). FALTA DE RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de ofício, por falta de recolhimento de imposto por estimativa em de ajustes efetuados pela fiscalização, com a glosa de custos/despesas operacionais e adições e exclusões ao lucro líquido na determinação do lucro real, sob pena de dupla incidência de multa de ofício sobre uma mesma infração. JUROS DE MORA SELIC Nos termos dos arts. 13 e 18 da Lei n° 9.065/95, a partir de 1°/04/95 os juros de mora serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 1ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10194084 do Processo 13504000072200117, Data: 30/01/2003). Assim, não há que se falar em nulidade do lançamento, visto não ter ocorrido cerceamento do direito de defesa, conforme amplamente demonstrado, assim como não há que se falar em lançamento pautado somente em presunções, pois os documentos acostados aos autos são suficientes para demonstrar a legalidade do lançamento efetuado. Ademais, o Processo Administrativo Fiscal (Decreto 7.0325/72) elenca de forma exaustiva as hipóteses de nulidade dos autos de infração e o presente caso não se enquadra em nenhuma dessas hipóteses, conforme se verifica do artigo abaixo transcrito: Art. 59. São nulos; I — os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II — os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Dessa forma, sendo os atos e termos lavrados por pessoa competente, dentro da estrita legalidade, e garantido o mais absoluto direito de defesa, não há que se cogitar de nulidade dos autos de infração. II – MÉRITO Vale esclarecer que no mérito a Recorrente não se insurgiu contra o lançamento efetuado, no que consiste à situação fática que o originou, mas apenas alegou que não é possível a utilização da Taxa Selic como índice de atualização monetária, pois esta seria inconstitucional. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 351 8 Primeiramente, não cabe a esse Órgão Julgador se manifestar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária, essa matéria já foi objeto de súmula do próprio CARF, senão vejamos: Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. E ainda, especificamente quanto à aplicação da Taxa SELIC, a regularidade da sua aplicação também é matéria sumulada, conforme abaixo transcrito: “Súmula CARF n° 4: A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Dessa forma, tendo sido encerrada a discussão acerca da aplicabilidade da Taxa Selic como índice de atualização, com a edição da súmula acima transcrita, não assiste razão à Recorrente quanto à impossibilidade da aplicação da referida taxa. III – EXIGÊNCIA DE JUROS SOBRE MULTA Por fim, a Recorrente alega a impossibilidade de cobrar juros sobre a multa de ofício aplicada sob o fundamento de que multa já é uma penalidade, o que tornaria a cobrança dos juros sobre o valor da multa ainda mais onerosa para a Recorrente e configuraria um enriquecimento sem causa pelo Estado. Nesse ponto assiste razão à Recorrente, visto que a este respeito o E. CARF já se manifestou diversas vezes acerca da impossibilidade da exigência de juros sobre a multa (vide, por exemplo, Acórdão 20216397). Vale ressaltar, também, que a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais já decidiu pela não incidência dos referidos juros, em sessão realizada em 08.11.2010, no acórdão cuja ementa se transcreve abaixo: “RECURSO ESPECIAL – CONHECIMENTO. Não se deve ser conhecido o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional quando inexiste similitude fática entre o acórdão paradigma e o acórdão recorrido. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO – INAPLICABILIDADE – Os juros de mora só incidem sobre o valor do tributo, não alcançando o valor da multa de ofício aplicada.”. (Acórdão 910100.722) (não grifado no original) Dessa forma, em observância ao entendimento deste E. Conselho e da Câmara Superior de Recursos Fiscais, deve ser afastada a aplicação de juros de mora sobre a multa de ofício, por ausência de previsão legal neste sentido. Portanto, voto no sentido de dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para excluir a incidência dos juros de mora sobre o valor da multa de ofício aplicada. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 352 9 É como voto. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Fl. 8DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 353 10 Voto Vencedor Conselheira Viviane Vidal Wagner, Redatora designada Peço vênia ao ilustre relator para discordar do seu entendimento no que tange à exigência de juros sobre a multa de ofício, muito embora bem fundamentado e alicerçado em entendimento jurisprudencial. Observo, inicialmente, que a questão não tem definição pela Câmara Superior, haja vista que, num lapso de poucos meses, ocorreram votações em sentidos opostos, ambos decididos por maioria apertada de votos, como se verifica dos acórdãos nº 910100539, de 11/03/2010, e nº 910100.722, de 08/11/2010, este último referido pelo relator. Assim, entendo que não deve ser considerado o posicionamento mais recente da CSRF como representativo de um entendimento pacificado da jurisprudência, pois, nessa matéria, o que se verifica é que ainda resta latente a divergência. Diante disso, e abstraindo dos argumentos finalísticos apresentados pela recorrente, como o enriquecimento ilícito do Estado, os quais fogem à alçada deste tribunal administrativo, consoante a Súmula CARF nº 2, passo a expor os fundamentos adotados como razão de decidir no voto vencedor de minha autoria no acórdão nº 910100539, de 11/03/2010, suficientes para justificar a cobrança nos presentes autos. Considerando que o conceito de crédito tributário, nos termos do art. 139 do CTN, comporta tanto o tributo quanto a penalidade pecuniária, adoto e transcrevo parte daquele voto, in verbis: Uma interpretação literal e restritiva do caput do art. 61 da Lei nº 9.430/96, que regula os acréscimos moratórios sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições, pode levar à equivocada conclusão de que estaria excluída desses débitos a multa de ofício. Contudo, uma norma não deve ser interpretada isoladamente, especialmente dentro do sistema tributário nacional. No dizer do jurista Juarez Freitas (2002, p.70), “interpretar uma norma é interpretar o sistema inteiro: qualquer exegese comete, direta ou obliquamente, uma aplicação da totalidade do direito.” Merece transcrição a continuidade do seu raciocínio: “Não se deve considerar a interpretação sistemática como simples instrumento de interpretação jurídica. É a interpretação sistemática, quando entendida em profundidade, o processo hermenêutico por excelência, de tal maneira que ou se compreendem os enunciados prescritivos nos plexos dos demais enunciados ou não se alcançará compreendêlos sem perdas Fl. 9DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 354 11 substanciais. Nesta medida, mister afirmar, com os devidos temperamentos, que a interpretação jurídica é sistemática ou não é interpretação.” (A interpretação sistemática do direito, 3.ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 74). Daí, por certo, decorrerá uma conclusão lógica, já que interpretar sistematicamente implica excluir qualquer solução interpretativa que resulte logicamente contraditória com alguma norma do sistema. O art. 161 do CTN não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. Nesse sentido, no sistema tributário nacional, a definição de crédito tributário há de ser uniforme. De acordo com a definição de Hugo de Brito Machado (2009, p.172), o crédito tributário “é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional).” Convertese em crédito tributário a obrigação principal referente à multa de ofício a partir do lançamento, consoante previsão do art. 113, §1º, do CTN: "Art. 113 A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1° A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito tributário dela decorrente. A obrigação tributária principal surge, assim, com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, o que inclui a multa de ofício proporcional. A multa de ofício é prevista no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, e é exigida “juntamente com o imposto, quando não houver sido anteriormente pago” (§1º). Assim, no momento do lançamento, ao tributo agregase a multa de ofício, tornandose ambos obrigação de natureza pecuniária, ou seja, principal. A penalidade pecuniária, representada no presente caso pela multa de ofício, tem natureza punitiva, incidindo sobre o montante não pago do tributo devido, constatado após ação fiscalizatória do Estado. Fl. 10DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 355 12 Os juros moratórios, por sua vez, não se tratam de penalidade e têm natureza indenizatória, ao compensarem o atraso na entrada dos recursos que seriam de direito da União. A própria lei em comento traz expressa regra sobre a incidência de juros sobre a multa isolada. Eventual alegação de incompatibilidade entre os institutos é de ser afastada pela previsão contida na própria Lei nº 9.430/96 quanto à incidência de juros de mora sobre a multa exigida isoladamente. O parágrafo único do art. 43 da Lei nº 9.430/96 estabeleceu expressamente que sobre o crédito tributário constituído na forma do caput incidem juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 1996, ao se referir a débitos decorrentes de tributos e contribuições, alcança os débitos em geral relacionados com esses tributos e contribuições e não apenas os relativos ao principal, entendimento, dizia então, reforçado pelo fato de o art. 43 da mesma lei prescrever expressamente a incidência de juros sobre a multa exigida isoladamente. Nesse sentido, o disposto no §3º do art. 950 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99) exclui a equivocada interpretação de que a multa de mora prevista no caput do art. 61 da Lei nº 9.430/96 poderia ser aplicada concomitantemente com a multa de ofício. Art.950.Os débitos não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61). §1ºA multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, §1º). §2ºO percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, §2º). §3ºA multa de mora prevista neste artigo não será aplicada quando o valor do imposto já tenha servido de base para a aplicação da multa decorrente de lançamento de ofício. A partir do trigésimo primeiro dia do lançamento, caso não pago, o montante do crédito tributário constituído pelo tributo mais a multa de ofício passa a ser acrescido dos juros de mora devidos em razão do atraso da entrada dos recursos nos cofres da União. Fl. 11DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 356 13 No mesmo sentido já se manifestou este E. colegiado quando do julgamento do Acórdão nº CSRF/0400.651, julgado em 18/09/2007, com a seguinte ementa: JUROS DE MORA – MULTA DE OFÍCIO – OBRIGAÇÃO PRINICIPAL – A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de ofício proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. Nesse sentido, ainda, a Súmula Carf nº 5: “São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.” Diante da previsão contida no parágrafo único do art. 161 do CTN, buscase na legislação ordinária a norma complementar que preveja a correção dos débitos para com a União. Para esse fim, a partir de abril de 1995, temse a taxa Selic, instituída pela Lei nº 9.065, de 1995. A jurisprudência é forte no sentido da aplicação da taxa de juros Selic na cobrança do crédito tributário, como se vê no exemplo abaixo: REsp 1098052 / SP RECURSO ESPECIAL2008/02395728 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 04/12/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 19/12/2008 Ementa PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO. NÃOOCORRÊNCIA. LANÇAMENTO. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. TAXA SELIC. LEGALIDADE. 1. É infundada a alegação de nulidade por maltrato ao art. 535 do Código de Processo Civil, quanto o recorrente busca tãosomente rediscutir as razões do julgado. 2. Em se tratando de tributos lançados por homologação, ocorrendo a declaração do contribuinte e na falta de pagamento da exação no vencimento, a inscrição em dívida ativa independe de procedimento administrativo. 3. É legítima a utilização da taxa SELIC como índice de correção monetária e de juros de mora, na atualização dos créditos tributários (Precedentes: AgRg nos EREsp 579.565/SC, Primeira Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJU de 11.09.06 e AgRg nos EREsp 831.564/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Eliana Calmon, DJU de 12.02.07).(g.n.) No âmbito administrativo, a incidência da taxa de juros Selic sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Fl. 12DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10932.000633/200905 Acórdão n.º 1202000.756 S1C2T2 Fl. 357 14 Receita Federal foi pacificada com a edição da Súmula CARF n° 4, nos seguintes termos: Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Diante disso, outra não pode ser a conclusão no presente caso, senão pela escorreita incidência dos juros moratórios sobre a multa de ofício lançada. Após tais considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Fl. 13DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 18/05/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/05/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado d igitalmente em 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 13675.000153/2007-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2007
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece de recurso voluntário apresentado fora do prazo recursal.
SIMPLES NACIONAL. OPÇÃO AUTOMÁTICA.
Somente foram inscritas automaticamente no Simples Nacional a partir de 12 de julho as empresas optantes pelo regime tributário de que trata a Lei nº 9.317, de 1996, que não estavam impedidas de optar pelo regime especial, instituído pela Lei Complementar n° 123, de 2006.
Não comprovado que, por ocasião da opção tácita, a contribuinte
atendia a todos os requisitos para a opção pelo regime especial, não há que se falar em migração automática.
Numero da decisão: 1202-000.910
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Nereida de Miranda Finamore Horta
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INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de recurso voluntário apresentado fora do prazo recursal. SIMPLES NACIONAL. OPÇÃO AUTOMÁTICA. Somente foram inscritas automaticamente no Simples Nacional a partir de 12 de julho as empresas optantes pelo regime tributário de que trata a Lei nº 9.317, de 1996, que não estavam impedidas de optar pelo regime especial, instituído pela Lei Complementar n° 123, de 2006. Não comprovado que, por ocasião da opção tácita, a contribuinte atendia a todos os requisitos para a opção pelo regime especial, não há que se falar em migração automática. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Losso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 67 5. 00 01 53 /2 00 7- 41 Fl. 116DF CARF MF Impresso em 09/05/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 08/05/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto, Orlando Jose Gonçalves Bueno e Viviane Vidal Wagner. Relatório Cuidase de pedido de inclusão retroativa no SIMPLES NACIONAL formulado por Radita Radiadores de Itaúna Ltda. (CNPJ 18.102.194/000100). Referido pedido foi efetuado em 19 d setembro de 2007 (fls. 1e 2), por meio de formulário, informando que, embora a empresa atendesse, aos requisitos legais para a migração voluntária, especialmente ante sua regularidade fiscal, não houve a pretensa migração. Informa que referido problema só foi detectado em 31 de agosto de 2007. Assim, requer sua inclusão no sistema, já que entende não possuir impedimentos para tanto. Informa ainda que tem sido apresentadas “Declarações PJ – Simplificadas” e efetuados recolhimentos sob o código 6106 – SIMPLES. Novo pedido de inclusão foi trazido à fl. 3 (datado de 13/11/2007), reiterando as alegações iniciais. Juntou documentos. Ao apreciar o pedido, a DRF/Divinópolis, por meio do Despacho Decisório SACAT/DIV de 20 de junho de 2008 (fl. 22 e 22v), houve por bem o indeferir, lastreando sua decisão na Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) n. 4 de 30 de maio de 2007, artigos 7º e 17. Explana que não houve solicitação da opção por parte da empresa até a data de 20.08.2007, afastando a possibilidade de erro no processamento, o que impede sua inclusão retroativa no Simples Nacional à data de 01.07.2007. A contribuinte apresentou Impugnação (fls. 24 e 25), aduzindo que embora entendesse possuir os requisitos para a migração automática ao Sistema do Simples Nacional, isto não aconteceu. Informa que a não ocorrência da migração não encontra amparo legal, já que no momento em que esta deveria ocorrer, apresentava os requisitos legais para tanto, especialmente sua adimplência em relação às obrigações tributárias. Diz comprovar o alegado por meio de certidões negativas que acompanham a impugnação. Destaca que o que houve foi um “esquecimento da recorrente”, em confirmar a migração pela Internet, mas que isto não pode representar prejuízo a impugnante, uma vez que: “ a lei autoriza a migração automática, não existia vedação para tal beneficio, o enquadramento retroativo tem amparo legal em igualdade de condições com as empresas que foram enquadradas automaticamente. ” Fl. 117DF CARF MF Impresso em 09/05/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 08/05/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 13675.000153/200741 Acórdão n.º 1202000.910 S1C2T2 Fl. 118 3 Assim, requer seja deferida sua inclusão no Simples Nacional, retroativamente à 1º de julho de 2007. O Acórdão de lavra da 4ª Turma da DRJ/BHE n. 02.21.135 – (fls. 59/66), houve por bem indeferir a solicitação. Inicialmente, ensina que, nos termos do artigo 16 da Lei Complementar nº 123/2006, em relação ao anocalendário de 2007, a possibilidade de ingresso no Simples Nacional poderia ocorrer por opção voluntária ou pela opção automática ou tácita (art. 16, §4º). Em relação à opção automática ou tácita, houve a edição de norma regulamentadora pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (Resolução CGSN n. 4, de 30 de maio de 2007, art. 18). Ali, dispunha que a pessoa jurídica deveria atender a determinadas condições para que ocorresse a opção automática (também denominada migração), que assim descreviam: que até 30 de junho de 2007 não houvesse sido excluída do Simples, ou, se excluída, que até esta data não tivesse obtido decisão definitiva na esfera administrativa ou judicial em relação á recurso interposto, que não estivesse impedida de optar pelo Simples Nacional. Atendendo às condições legais, a empresa nesta situação seria incluída em listagem própria, disponibilizada pela RFB, indicando a possibilidade de opção pelo sistema, por migração automática como pretendia a contribuinte. Porém, entende o Acórdão que a documentação acostada não foi suficiente para amparar tal pleito, especialmente por não respeitarem o limite temporal para a migração automática pretendida, conforme explana o voto: “ Contudo, dentre todos os documentos juntados, somente a cópia de certidão conjunta negativa de débitos relativos aos tributos federais e Dívida Ativa da União, emitida em 17/05/2007, e a cópia de certidão negativa de débitos relativos às contribuições previdenciárias e às de terceiros, emitida em 17/05/2007 (fls. 12/13 e 49/50), foram emitidos à época da migração automática, de que trata o § 4º do art. 16 da Lei Complementar n° 123, de2006. Os demais documentos foram emitidos em data posterior ao período previsto para o ingresso no Simples Nacional por meio da migração automática para o regime especial. Além disso, as referidas certidões anexadas (fls. 12/13 e 49/50) somente teriam utilidade para os fins específicos para os quais foram emitidas. Portanto, mesmo que a qualidade da reprodução das cópias de fls. 13 e 49 permitisse que se pudesse atestar a autenticidade das certidões emitidas à época da migração automática, restaria comprovada tão somente a regularidade fiscal e cadastral da pessoa jurídica no âmbito da administração tributária da União, condição que não seria determinante para o deferimento do pedido.” (fl. 64) Lembra que o ingresso no sistema exige a concordância da administração tributária municipal, estadual e federal, devendo a contribuinte atender vários critérios, entre os Fl. 118DF CARF MF Impresso em 09/05/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 08/05/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 4 quais cita, exemplificando, o valor da receita bruta auferida, a atividade econômica exercida, composição do quadro societário, e regularidade fiscal e cadastral da empresa, salientando que não houve comprovação nos autos quando da opção automática. Destaca que, caso não houvesse a migração automática, ainda haveria a possibilidade da opção voluntária, nos termos do artigo 7º, §1º da Resolução CGSN nº 4 de 2007, informando que em relação anocalendário de 2007, tal opção deveria ocorrer entre o primeiro dia útil de julho e 20 de agosto (com alteração posterior pela Resolução CGSN n. 19, de 13 de agosto de 2007). Acresce que a partir de consultas pela Internet que não houve solicitação de opção pelo regime especial para o anocalendário de 2007 (cf. fls. 21 e 21v). Desse modo, entende que a interessada não comprovou a adoção dos procedimentos previstos para a opção nos prazos legais, o que impede – ante a ausência de previsão legal – sua inclusão retroativa no Simples Nacional a partir de 1º de julho de 2007. Por fim, informa que apresentação de declarações simplificadas e pagamentos com base no código do SIMPLES, não obstante a ausência de comprovação nos autos, não implica a inclusão de oficio no regime especial, já que inexiste amparo na legislação para esta previsão. Consoante A/R juntado aos autos entre as fls 59 e 60, a contribuinte foi cientificada em 16 de abril de 2009 do Acórdão nº 2.21.135 RCF—PROC nº 13675.000153/200741,. À fls 68, foi lavrado Termo de Perempção em 19 de maio de 2009, informando que a contribuinte não apresentou o competente recurso no prazo legal. Às fls 70/72, a contribuinte apresenta Recurso Voluntário, protocolado em 22 de maio de 2009, onde reitera as alegações trazidas com sua impugnação. Com o recurso, vieram os autos a este Conselho, para julgamento. É o relatório. Voto O recurso voluntário não é tempestivo, portanto, não tomo conhecimento. Nos termos do artigo 33 do Decreto nº 70.235/1972, cabe Recurso Voluntário a ser apresentado em trinta dias seguintes à ciência da decisão da primeira instância. Portanto, caso apresentado após 30 dias, não deve ser conhecido por esse colegiado. Esse é o entendimento que tem aqui prevalecido. Diante do exposto, não conheço esse Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Fl. 119DF CARF MF Impresso em 09/05/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 08/05/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 13675.000153/200741 Acórdão n.º 1202000.910 S1C2T2 Fl. 119 5 Fl. 120DF CARF MF Impresso em 09/05/2013 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 08/05/2013 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 07/05/2013 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002968/2005-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. REQUERIMENTO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO.
Rejeita-se o pedido de perícia apresentado na impugnação quando
versar sobre prova meramente documental, que independa de
análise técnica. IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA. OMISSÃO DE
RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. REQUERIMENTO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO.
Rejeita-se o pedido de perícia apresentado na impugnação quando
os quesitos formulados mostram-se irrelevantes ou incapazes de
elucidar pontos relacionados à impugnação do contribuinte.
PASSIVO NÃO COMPROVADO. OMISSÃO DE RECEITA.
Caracteriza-se como omissão de receita a manutenção no passivo
de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja
comprovada, consoante presunção estabelecida no art. 281 do
RIR/1999.
Inclusão em parcelamento.
Irrelevante para o exame da legalidade do ato administrativo de
lançamento ter o contribuinte incluído o débito – total ou
parcialmente – em parcelamento. Antes, tal fato confirmaria sua
renúncia à impugnação ao lançamento. No caso, tal fato sequer
foi comprovado.
ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE.
A apreciação de constitucionalidade ou legalidade de norma é
atribuição do Poder Judiciário. Não cabe ao CARF afastar a
aplicação de lei ao fundamento de sua inconstitucionalidade.
Artigo 26A do Decreto 70.235 e Súmula 2 do CARF.
Numero da decisão: 1201-000.639
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - AF- omissão receitas - demais presunções legais
Nome do relator: Regis Magalhães Soares de Queiroz
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. REQUERIMENTO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Rejeita-se o pedido de perícia apresentado na impugnação quando versar sobre prova meramente documental, que independa de análise técnica. IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. REQUERIMENTO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Rejeita-se o pedido de perícia apresentado na impugnação quando os quesitos formulados mostram-se irrelevantes ou incapazes de elucidar pontos relacionados à impugnação do contribuinte. PASSIVO NÃO COMPROVADO. OMISSÃO DE RECEITA. Caracteriza-se como omissão de receita a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada, consoante presunção estabelecida no art. 281 do RIR/1999. Inclusão em parcelamento. Irrelevante para o exame da legalidade do ato administrativo de lançamento ter o contribuinte incluído o débito – total ou parcialmente – em parcelamento. Antes, tal fato confirmaria sua renúncia à impugnação ao lançamento. No caso, tal fato sequer foi comprovado. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de constitucionalidade ou legalidade de norma é atribuição do Poder Judiciário. Não cabe ao CARF afastar a aplicação de lei ao fundamento de sua inconstitucionalidade. Artigo 26A do Decreto 70.235 e Súmula 2 do CARF.
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OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. REQUERIMENTO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Rejeitase o pedido de perícia apresentado na impugnação quando versar sobre prova meramente documental, que independa de análise técnica. IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA. OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. REQUERIMENTO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Rejeitase o pedido de perícia apresentado na impugnação quando os quesitos formulados mostramse irrelevantes ou incapazes de elucidar pontos relacionados à impugnação do contribuinte. PASSIVO NÃO COMPROVADO. OMISSÃO DE RECEITA. Caracterizase como omissão de receita a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada, consoante presunção estabelecida no art. 281 do RIR/1999. Inclusão em parcelamento. Irrelevante para o exame da legalidade do ato administrativo de lançamento ter o contribuinte incluído o débito – total ou parcialmente – em parcelamento. Antes, tal fato confirmaria sua renúncia à impugnação ao lançamento. No caso, tal fato sequer foi comprovado. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de constitucionalidade ou legalidade de norma é atribuição do Poder Judiciário. Não cabe ao CARF afastar a aplicação de lei ao fundamento de sua inconstitucionalidade. Artigo 26A do Decreto 70.235 e Súmula 2 do CARF. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 19515.002968/200511 Acórdão n.º 1201000.639 S1C2T1 Fl. 2 2 Lançamento Procedente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias – Presidente (Assinado digitalmente) Regis Magalhães Soares de Queiroz – Relator Participaram ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Claudemir Rodrigues Malaquias (Presidente), Rafael Correia Fuso, João Carlos de Lima Junior, Marcelo Cuba Netto, Joao Bellini Junior e Regis Magalhães Soares de Queiroz. Relatório Cuidase de auto de infração lavrado pela autoridade fiscal, por omissão de receitas decorrente de passivo não comprovado. Adoto o relatório da r. decisão a quo, verbis: Trata o presente feito de autos de infração de IRPJ e reflexos, relativas ao exercício de 2002, anocalendário de 2001, cuja exigência fiscal totaliza R$ 1.471.6:4,26, incluídos multa de ofício e juros de mora calculados até 30/09/2005 (fls. 55/70). De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 51/54), a contribuinte foi intimada e reintimada a apresentar documentos comprobatórios relativos a saldos de cont. s do passivo circulante, porém, deixou de atendêlas. (...) Em 31/10/2005, a interessada tomou ciência dos autos de infração (fl. 57) e, em 30/11/2005, apresentou defesa (fls. 77/87), resumidamente, nos seguintes termos: • Inicialmente, formulamse quesitos e indicase assistente técnico para realização de perícia. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 19515.002968/200511 Acórdão n.º 1201000.639 S1C2T1 Fl. 3 3 • A exigência, em termos e montantes, caracteriza verdadeiro confisco ao patrimônio da impugnante, em face da sua real capacidade contributiva. • Por outro lado, é consabido que a autoridade administrativa encarregada da efetivação do lançamento fiscal tem o dever de investigar os fatos, sendo inadmissível a constituição de crédito tributário por mera suposição de ocorrência do fato gerador. • É inconteste a improcedência de autuações, quando se limita o autuante em erigir em hipótese de incidência do tributo uma mera presunção relativa, sem esforço ou mesmo tentativa de comprovar que as obrigações já haviam sido pagas e/ou efetivamente restaram incomprovadas. • O apelo à presunção põe em risco os princípios constitucionais 1 tributários da tipicidade e da legalidade. O v. acórdão da DRJ, de fls. 167 e seguintes, ficou assim ementado: EMENTA. EMENTA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Rejeitase o pedido de perícia, apresentado na peça impugnatória, por se tratar de matéria de prova a ser feita mediante a juntada de documentação, cuja guarda e conservação compete à própria interessada. PASSIVO NÃO COMPROVADO. OMISSÃO DE RECEITA. Caracterizase como omissão de receita a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de constitucionalidade ou legalidade de norma é atribuição do Poder Judiciário. Não cabe à Administração proceder a exame a fim de afastar a aplicação de lei corretamente inserida no ordenamento jurídico, salvo nas hipóteses legalmente previstas. AUTOS REFLEXOS. Aplicase aos lançamentos reflexos de PIS, COFINS e CSLL o que foi decidido quanto à exigência matriz, por serem fundamentados nos mesmos elementos de comprovação. Lançamento Procedente. Recurso voluntário juntado a fls. 180, em síntese, (i) repisando o requerimento para realização de perícia; (ii) inconstitucionalidade da presunção relativa; (iii) aduz que aderiu ao parcelamento dos débitos relativos ao período de 2001 e 2002, estando em dia com os Fl. 310DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 19515.002968/200511 Acórdão n.º 1201000.639 S1C2T1 Fl. 4 4 pagamentos; (iv) sustenta que como os fatos geradores objeto de lançamento ocorreram em 2001 e 2002 e o lançamento ocorreu em 31/10/2005, verificarseia a decadência 01/01/2005; (v) defende a ocorrência também da prescrição nos, tendo a possibilidade de o Fisco executar os débitos pela via judicial se exaurido em 01/01/2009. É o relatório. Fl. 311DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 19515.002968/200511 Acórdão n.º 1201000.639 S1C2T1 Fl. 5 5 Voto Conselheiro Regis Magalhães Soares De Queiroz, relator: 1. Do conhecimento. O recurso voluntário foi protocolizado dentro do prazo legal e, portanto, dele tomo conhecimento. 2. Da perícia. O recorrente insiste na necessidade de realização da perícia que requereu em sua impugnação para demonstra a inexistência de passivo fictício, tendo formula os seguintes quesitos em sua impugnação: 1 — Foram considerados pelo Fisco as NotasFiscais e as Duplicatas que integram os quadros resumo que se fazem anexos a presente, ainda que por amostragem, e que dizem respeito às obrigações mantidas em conta do passivo da Impugnante pôr consentâneas com a sua atividade comercial? 2 — Foram considerados pelo Fisco os lançamentos constantes do Livro Diário e do Livro Registro de Entrada de Mercadorias, igualmente postos à disposição do Agente Fiscal e ora facultados ao exame dos Senhores Peritos? 3 — Foram considerados pelo Fisco os valores efetivamente pagos em data posterior ao encerramento do balanço do exercício a que correspondem os lançamentos contábeis e as Notas Fiscais constantes do quadro resumo? Inicio constatando que não encontrei nos autos o “quadro resumo”, de que trata o quesito nº 1, que traria informações acerca do passivo da recorrente. Desta forma, o quesito está prejudicado. Quanto o quesito nº 2, onde o recorrente indaga se a fiscalização levou em consideração os lançamentos constantes do Livro Diário e do Livro Registro de Entrada de Mercadorias para o lançamento a resposta é simples e dispensa recurso a perito. Não, a fiscalização não levou em consideração os livros diário e de entrada de mercadorias porque o lançamento deuse com base em presunção legal de omissão de receitas decorrente de falta de comprovação, por parte do recorrente, da veracidade do passivo que registrava em seu arquivo circulante. Decorre da leitura dos fundamentos do auto de infração que a fiscalização intimou o recorrente para que preenchesse o Demonstrativo de Composição do Passivo Circulante, relativo aos saldos apresentados no Balanço Patrimonial levantado em 31/12/2001” Fl. 312DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 19515.002968/200511 Acórdão n.º 1201000.639 S1C2T1 Fl. 6 6 e para apresentar documentação comprobatória da conta "Fornecedores" declarada na DIPJ de 2001/2002 e, diante da ausência de resposta do recorrente, aplicou a presunção legal de omissão de receitas na forma do art. 281 do RIR/99, que dispõe: Art. 281. Caracterizase como omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes hipóteses (DecretoLei n° 1.598, de 1977, art. 12, § 2°, e Lei n° 9.430, de 1996, art. 40): (...) III a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada. Desta forma, também o quesito 2 é de nenhuma utilidade para o deslinde da questão. Por fim, em relação ao quesito nº 3, que indaga se foram considerados pelo Fisco os valores efetivamente pagos em data posterior ao encerramento do balanço do exercício a que correspondem os lançamentos contábeis e as Notas Fiscais constantes do quadro resumo, também ele é irrelevante uma vez que em se tratando de presunção de omissão de receitas por passivo fictício, os pagamentos decorrentes da escrituração não solvem os débitos presumidamente omitidos, cabendo ao contribuinte trazer a prova de que os passivos eram reais. Caso contrário, o lançamento é de rigor. Desta forma, também o quesito nº 3 é absolutamente irrelevante para a solução do presente processo. Assim, como os quesitos formulados pela ora recorrente em sua impugnação serem absolutamente irrelevantes para o julgamento deste caso, correta a decisão a quo que indeferiu o pleito, uma vez que em nada contribuiriam para a solução do presente processo. 3. Inconstitucionalidade da presunção de omissão de receita por passivo fictício. O recorrente aduz ser inconstitucional o art. 281 do RIR/1999, que feriria diversos princípios constitucionais como o da capacidade contributiva, legalidade, tipicidade, motivação. Ocorre que o art. 26A do Decreto 70.235/1972 nega ao CARF competência para reconhecer a inconstitucionalidade de lei em seus julgamentos. Nesse sentido é, aliás, o verbete da Súmula Unificada n. 2, do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que dispõe: Súmula Unificada nº 2 – O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. 4. Da adesão ao parcelamento. A recorrente informa que aderiu ao parcelamento dos débitos relativos ao período de 2001 e 2002, e que se encontraria em dia com os pagamentos. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 19515.002968/200511 Acórdão n.º 1201000.639 S1C2T1 Fl. 7 7 Essa matéria atine à execução do crédito tributário em questão, em nada afetando o seu lançamento que, aliás, é prejudicial à sua inclusão na moratória. Desta forma, essa informação – de resto desacompanhada de qualquer prova – em nada modifica a necessária constituição prévia do crédito tributário. Adicionalmente, os comprovantes juntados às fls. 262 e seguintes não dizem respeito a este PAF, senão aos de números 11610.017.744/200271 e 11610.017.805/200209. 5. Decadência e prescrição. Os fatos geradores objeto do lançamento em questão referemse aos anos de 2001 e 2002, portanto sujeitos à decadência em 31.12.2006 e 2007. Como a notificação de lançamento ocorreu em 31.10.2005, não ocorreu a decadência. Com relação à prescrição, seu prazo só começará a fluir após o término do presente processo administrativo, quando a suspensão da exigibilidade do crédito tributário for suspensa e a Fazenda Pública puder dar início aos procedimentos de execução fiscal. Enquanto pendente de decisão este processo fica suspensa a exigibilidade do crédito tributário subjacente e não corre o prazo prescricional. 6 Do dispositivo. Isso posto, nego provimento ao recurso voluntário. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Regis Magalhães Soares De Queiroz – Conselheiro Relator Fl. 314DF CARF MF Impresso em 19/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 12/04/2012 por REGIS MAGALHAES SOARES DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/04/2012 por CLAUDEM IR RODRIGUES MALAQUIAS
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