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Numero do processo: 19647.019536/2008-97
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
DESPESAS ANTECIPADAS. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INCIDÊNCIA.
0 pagamento de valores a prestadores de serviços pessoas físicas, se inexistente prestação de contas ou qualquer comprovação do dispêndio realizado pelo beneficiário, não configura antecipação de despesa, mas ganho pelo trabalho executado, integrando, por extensão, a base de cálculo das contribuições devidas à Seguridade Social.
MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Nova Lei limitou a multa de mora a 20%.
A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte.
REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS
O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais.
Recurso Voluntário Provido em parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2403-002.821
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei 11.941/2009 ao art. 35 da Lei 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Jhonatas Ribeiro da Silva, Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Julio de Souza e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INCIDÊNCIA. 0 pagamento de valores a prestadores de serviços pessoas físicas, se inexistente prestação de contas ou qualquer comprovação do dispêndio realizado pelo beneficiário, não configura antecipação de despesa, mas ganho pelo trabalho executado, integrando, por extensão, a base de cálculo das contribuições devidas à Seguridade Social. MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nova Lei limitou a multa de mora a 20%. A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. Recurso Voluntário Provido em parte Crédito Tributário Mantido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 01 95 36 /2 00 8- 97 Fl. 643DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei 11.941/2009 ao art. 35 da Lei 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Jhonatas Ribeiro da Silva, Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Julio de Souza e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 644DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife, Acórdão 33.075– 7ª Turma, que julgou a impugnação improcedente. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Cuidase de crédito tributário, constituído por meio do AI 37.203.0696, envolvendo, exclusivamente, contribuições sociais (parte patronal), incidentes sobre as remunerações creditadas a segurados contribuintes individuais (autônomos), que prestaram serviços à empresa supracitada no exercício de 2004. As bases de cálculo foram obtidas: A dos recibos e valores contabilizados, consoante planilhas de fls. 67/73; 124/125; 142; 159/166. B das Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte — DIRF, conforme quadros de fls. 167/188. Segundo o Fisco, mencionados valores não foram declarados nas correspondentes Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP’s. O lançamento totalizou o montante de R$ 211.620,11, na ocasião de sua consolidação, e recebeu nova numeração no Ministério da Fazenda, a saber: 19647.019536/200897 Cientificada, por via postal, em 13/11/2008 (fl. 212), a empresa manejou impugnação (fls. 216/233), em 12/12/2008, ocasião em que argúi, em síntese: I — erro de fato da fiscalização: na maioria dos casos o que houve foi adiantamento de despesas de transporte, hospedagem, alimentação, entre outros, aos prestadores de serviços, que não se confunde com remuneração, promovendose, assim, majoração indevida de bases de cálculo. Passa a contestar cada um dos levantamentos: a) Levantamento PRO (Convênio PRONAF) — diz possuir documentos para comprovar adiantamentos de despesas. Neste sentido, colacionar ao feito os recibos de pagamentos. b) Levantamento AAJ (Convênio MDA/AGENTE JOVEM) diz que se refere à beneficiária Jeanne Maria Duarte dos Santos e Fl. 645DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 que comprova a despesa com adiantamento para realização das atividades relacionadas ao citado convênio. c) Levantamento ROM — diz que se trata de quitação de mútuo, junto ao colaborador e antigo parceiro Rodrigo Maule, para iniciar atividades de Avaliação de Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural, conforme declaração e cópia de extratos que faz anexar à sua impugnação. d) Levantamento INC (Convênio INCRA) — diz possuir todos os documentos que comprovam terem as contribuições sociais, tanto patronal, quanto dos empregados, sido recolhidas corretamente. Acresce ainda que os valores relativos a Adjane M. da Silva foram utilizados para custear as despesas para a realização das atividades. e) Levantamento COV (Convênio MDA/CONVIVER— CFE) — afirma possuir os documentos relativos aos adiantamentos referentes as despesas. Ressalta que os recibos juntados na impugnação foram entregues pelos beneficiários e, quando há remuneração, a quantia é destacada em separado. Protesta pela junta posterior de provas, que diz não terem sido encontradas ainda, em relação a Janete M. de Souza, José W.T. Bezerra, Ana Cristina Santana da Silva, José Ramalho Chagas Neto e Carlos Cezar S. Valadares. f) Levantamento CAJ (Convênio MDA AGENTE JOVEM) — referese aos valores pagos a Jeanne Maria Duarte dos Santos, protestando por juntar posteriormente os documentos comprobatórios, dado que ainda não encontrou os respec ivos comprovantes. g) Levantamento COC (Convênio MDA/COOPERATIVA DE CRÉDITO) — diz apresentar na impugnação os comprovantes de despesas com transporte, diárias e adiantamentos para realização das atividades do citado convênio. h) Levantamento AJC (Ajuda de Custo) — referese aos serviços prestados por Flauberto A. de Mello. Alega juntar os recibos do próprio beneficiário como prova que não se trata de remuneração. i) Levantamentos TRA e DDE — relacionados, respectivamente, com despesas de transporte e diárias/estadias e, por conseguinte, não representam remuneração, conforme comprovantes que diz juntar ao feito. i) Levantamentos SPF — relacionado a serviços prestados por contribuintes individuais, sem declaração em GFIP e recolhimento. Reconhece que alguns deles não constavam da GFIP, mas que tal fato ocorreu por equivoco e não por dolo e que parte dos recolhimentos foram realizados. k) Levantamento DIR — relativo a contribuintes lançados na D1RF, mas não declarados em GFIP e em registros contábeis. Confessa que de fato alguns prestadores não constavam da GFIP, mas por erro e não por dolo, e que efetuou parte dos recolhimentos. Fl. 646DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 4 5 II — inexistir crime contra a ordem tributária, sendo a Representação Fiscal para Fins Penais, elaborada pelo Fisco, equivocada, dado que a conduta realizada não restou tipificada penalmente, sem prova de fraude ou de seu indicio, inexistindo multa agravada. Também, pleiteia a realização de perícia, elencando quesitos e indicando assistente técnico. Faz juntar, em cópia, is fls. 234/401; 404/558: estatuto; ata de assembléia; procuração e documentos de identificação de mandantes e mandatário; DARF; recibos de pagamentos a pessoas físicas; documentos de caixa; NFS; recibo de corrida de táxi (fl. 272 comunicações internas; cronograma de viagem; extrato bancário; email com dados bancários. O feito foi convertido em diligência (fl. 565), ocasião em que o Fisco voltou a se pronunciar (fls. 574/583), esclarecendo, em resumo, que: I — retornou a empresa, solicitando a exibição de todos os documentos originais comprobatórios das alegações de defesa, consoante termo próprio; II — a empresa apresentoulhe uma série de recibos, nada diferente do que consta dos autos, alguns contendo o carimbo de contabilizado e outros não; III — não existir comprovação das despesas efetuadas ou prestação de contas pelos destinatários dos pagamentos; IV — as NFS, juntadas na impugnação, não demonstram vinculação entre o alegado adiantamento feito ao segurado contribuinte individual e a pessoa jurídica que as emitiu. V — o recibo de táxi, trazido na defesa, não identifica o cliente; Fl. 647DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 VI— em relação ao alegado mútuo, feito a Rodrigo Mauule, não foi trazido aos autos qualquer contrato relativo à matéria, nem comprovação de que o valor depositado em favor da empresa foi efetuado pelo referido segurado e, ainda que o fosse, sem prova de que o fez a titulo de empréstimo; Cientificada da diligência, em 01/07/2010 (fl. 583), a empresa não voltou a se manifestar nos autos. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Equivocado enquadramento da antecipação de despesas (transporte, alimentação, hospedagem e compra de materiais) como remuneração de serviços. · Discorre sobre cada um dos levantamentos: (à semelhança da impugnação) o PRO – Convênio PRONAF o AAJ – Convêncio MDA/Agente Jovem o ROM – Rodrigo Maule. Mútuo de Rodrigo para a Associação. o INC – Convênio INCRA o COV – Convênio MDA/Conviver CFE o CAJ – Convêncio MDA/Agente Jovem o COC – Convênio MDA/Cooperativa de crédito o AJC – Ajuda de custo o TRA – Transporte o DDE – Diárias e estadias o SPF – serviço prestado por pessoas físicas não informados em GFIP (reconhece erro) o DIR – informados na declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (reconhece erro) · Representação fiscal para fins penais. É o relatório. Fl. 648DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. O que se discuta neste processo é o lançamento de contribuições previdenciárias incidente sobre remuneração de contribuintes individuais. O fisco tomou como Base de Cálculo previdenciária os valores pagos ou creditados pelo contribuinte contidos nos recibos (conforme explicados nas planilhas), registrados na contabilidade e os valores da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), apresentada pelo contribuinte para a Receita Federal do Brasil. O Relatório Fiscal destaca a falta de comprovação das despesas e falta de esclarecimentos prestados. 10. LEVANTAMENTO PRO: Adiantamento Convênio PRONAF (contas do Razão 17259 • 1.1.05.008, 17331 1.1.05.009 e 17087 1.1.06.001) — Planilha I: foram solicitadas as comprovações das devoluções de tais adiantamentos efetuados nas contas do ativo da empresa, como os mesmos não foram esclarecidos, considerase remuneração. 11. LEVANTAMENTO AAJ: Adiantamento Convênio MDA/Agente Jovem — Jeanne Maria Duarte dos Santos (conta do Razão 17101 — 1.1.07.000) — Planilha II: foi solicitada a comprovação da devolução de tais recursos desta conta do ativo, e como o mesmo não foi comprovado, restou caracterizado como remuneração. 12. LEVANTAMENTO ROM: OUTRAS CONTAS A PAGAR Rodrigo Mauule (conta do Razão 16627 2.1.05.009) — Planilha IV: pagamento sem documentação comprobatória. ... Fl. 649DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 A recorrente alega que grande parte do lançamento referese a valores entregues a prestadores de serviço como antecipação de despesas para custear transporte, alimentação, hospedagem e compra de materiais, quando da prestação dos serviços. Registro que o objeto social da empresa constituise em "prestar serviços na área de ensino, pesquisa, cultura e desenvolvimento institucional através de ações de capacitação, assistência técnica, assessoria, consultoria, auditoria e coordenação técnica regional e nacional a cooperativas. Junto à impugnação foram anexados vários documentos. Esses documentos foram analisados inicialmente pelo fisco, a pedido da DRJ (diligência) e depois, pela própria DRJ. Também analisei os documentos. Parte deles se refere a remuneração de contribuintes individuais e aqui não se estabeleceu o contraditório. A discussão está na tributação do que se alega serem adiantamentos para cobrir despesas para a prestação dos serviços. A conclusão a que chegaram, com a qual concordo, é que faltou comprovação das despesas alegadas. O que se tem de concreto são os pagamentos efetuados para as pessoas físicas, sem prestação de contas. Destaca a Informação Fiscal (resposta da diligência) que para o transporte “Não há um comprovante de que com o valor recebido tenha se efetuado a compra de uma passagem de um transporte público, ou ate despesas com combustível.”, as ajudas de custo não custearam a mudança de local de trabalho de empregado, “Não existe nenhuma vinculação, entre os valores recebidos pelos contribuintes individuais e as despesas supostamente por ele realizadas.”, enfim, falta comprovação para tudo. Também apresenta a Informação Fiscal, manifestação sobre as alegações pontuais sobre todos os levantamentos. 7. Primeiramente a questão dos gastos com transporte e/ou adiantamento dos gastos com transporte. Analisando os Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas pelos destinatários dos pagamentos, com os supostos gastos com transportes. Não há um comprovante de que com o valor recebido tenha se efetuado a compra de uma passagem de um transporte público, ou ate despesas com combustível. Não há nenhum comprovante também de que esses Recibos foram contabilizados pela empresa, até porque os Livros Contábeis, como bem registrado pelo Auditor autuante nas fls 52, foram apresentados sem cumprimento de todas as formalidades extrínsecas. 8. Em relação ao pagamento das ajudas de custo, a Lei n° 8.212/91 considera que não integra o saláriodecontribuição a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em Fl. 650DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 6 9 decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT. Já a CLT, nos termos desse art. 470, assegura aos empregados, em caso de necessidade de serviço, o direito à ajuda de custo resultante das despesas de sua transferência para localidade diversa da que resultar do contrato (grifamos). Como se vê, a ajuda de custo para não ser considerada como salário deContribuição ela só pode ser paga numa única parcela e com um fim especifico (mudanç' de local de trabalho), que não é o caso, uma vez que elas não são pagas com base nesse fim específico. E mais, só6 os segurados empregados, com base na Lei 8.212/91 e na CLT,. enquadram nessa situação, que também não 6 o caso, uma vez que está se tratando de pagamentos efetuados a contribuintes individuais. Ou seja, todos os pagamentos efetuados a Contribuintes individuais, a titulo de ajuda de custo, são considerados como saláriodecontribuição. 9. Quanto ao pagamento de diárias, a legislação prevê que elas não são consideradas como saláriodecontribuição quando correspondentes a até 50% da remuneração do empregado, (grifamos) e só esta espécie de segurado está protegida por esta legislação, como pode ser verificado no art. 457, § 1° da CLT, combinado com o art. 28 I, §§ 8° e 9°, letra "h", da Lei n° 8.212, de 24/07/1991 e com o art. 214, I e §§ 8° e 13 do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. 0 parágrafo 9° do art 71 da IN SRP 03/2005, em vigor à época dos fatos geradores, também contém essa regra de que a verificação da limitação dos 50% só é válida para os segurados empregados. Ou seja, qualquer valor pago a este titulo a contribuintes individuais, que é o caso em questão, é considerado como saláriodecontribuição. 10. Ademais, se os pagamentos efetuados aos destinatários foram efetivamente a titulo de adiantamento, onde estão as Prestações de Contas apresentadas pelos contribuintes individuais para verificação dos valores gastos e possíveis sobras, que deveriam ser devolvidas à empresa? Não existe nenhuma vinculação, entre os valores recebidos pelos contribuintes individuais e as despesas supostamente por ele realizadas. 11. Pela fragilidade dos documentos apresentados pela impugnante, não ha como prosperar suas alegações, devendo ser mantido na Integra os valores considerados pela fiscalização como base de calculo das contribuições previdenciárias. 12. Agora sim, passaremos a analisar Levantamento por Levantamento. LEVANTAMENTO PRO (CONVÊNIO PRONAF) 13. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 67, a empresa apresenta alguns recibos assinados Fl. 651DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 pela Sra. Maria Aparecida de Azevedo (fls 253, 258 e 259), sendo que num deles esta descrito que se trata de um pagamento efetuado a titulo de ajuda de custo de transportes, outro a titulo de ajuda de custo de diárias e outro referente à remuneração decorrente da prestação de serviços. 14. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas pela Sra. Maria Aparecida de Azevedo, por exemplo, com os supostos gastos com transportes. Não ha um comprovante de que com o valor recebido por esta senhora, ela efetuou a compra de uma passagem de um transporte público, ou até despesas com combustível. Não ha sequer coincidência entre o valor do Recibo de fls 253 com o valor do comprovante de depósito, que também sequer apresenta o nome do depositante. 15. Em relação aos pagamentos efetuados ao Sr. Moisés Leandro da Silva, cujos recibos foram apresentados pela empresa e constam nas fls 265, 268, 271 e 276, as mesmas observações dos itens 13 e 14 são validas para o caso em questão, ou; seja, não há comprovação efetiva dos gastos realizados pelo destinatário do pagamento. A empresa ainda juntou recibo de taxi (fls 272) e Nota Fiscal de Serviço, juntamente com recibo, emitida pela Cooptal (fls 273 e 274). Verificase facilmente que o recibo de táxi sequer tem o nome do cliente e a NFS da Cooptal não apresenta nenhuma vinculação entre o valor recebido pelo Sr. Moisés e o pagamento efetuado a Cooptal. Ou seja, não há nenhuma comprovação de que o Sr. Moisés efetuou o pagamento à Cooptal com os valores recebidos a titulo de "adiantamento". LEVANTAMENTO AAJ (CONVÊNIO MDA/AGENTE JOVEM) 16. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 68,, a empresa apresenta alguns recibos assinados pela Sra. Jeanne Maria Duarte dos Santos (fls 254, 255 e 256), sendo que num deles está descrito que se trata de um pagamento efetuado a titulo de ajuda de custo de transportes, outro a titulo de ajuda de custo de diárias e outro referente à remuneração decorrente da prestação de serviços. 17. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas pela Sra. Jeanne Maria Duarte dos Santos, por exemplo, com os supostos gastos com transportes. LEVANTAMENTO ROM (OUTRAS CONTAS A PAGAR) 18. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 69, a empresa apresenta um recibo assinado pela Assocene (fls 284), um extrato bancário (fls 285) e um recibo em nome do Sr. Rodrigo Maule, mas não assinado, com a informação de que se trata de devolução de empréstimo efetuado pelo mesmo em 10/10/2003 (fls 286). A empresa alega que se trata de uma devolução de empréstimo, que foi realizado pelo Sr. Rodrigo, para execução do evento Avaliação do Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural. Alega ainda a empresa Fl. 652DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 7 11 em sua impugnação que há uma declaração do Sr. Rodrigo Maule, que não foi localizada por este auditor nos autos do processo. 19. Ainda que esta suposta declaração fosse apresentada, não há como comprovar que o valor pago ao Sr. Rodrigo Maule foi realmente a titulo de devolução de empréstimo, até porque não existe nenhum contrato de mútuo nos autos, nem a comprovação de que esse valor, que efetivamente foi depositado na contacorrente da empresa, foi efetuado por este senhor e se foi, se este depósito foi a titulo de empréstimo. LEVANTAMENTO INC (CONVÊNIO INCRA) 20. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 70 e 71, a empresa alega em sua impugnação que tem todos os documentos necessários para comprovar que as contribuições foram recolhidas e que possui os documentos necessários para comprovar o valor antecipado A Sra. Adjnae M. da Silva, mas nenhum desses documentos foram anexados aos autos. LEVANTAMENTO COV (CONVÊNIO MDA/CONVIVER:CFE) 21. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 72 e 73, a empresa apresenta alguns recibos assinados pelos destinatários dos pagamentos, mas como já relatado anteriormente em relação aos outros Convênios está registrado que se tratam de pagamentos efetuados a titulo de ajuda de custo de transportes, ajuda de custo de diárias, ajuda de custo de alimentação e remuneração decorrente da prestação de serviços. 22. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas, por exemplo, com os supostos gastos com transportes. 23. Não existe nenhuma vinculação, repitase, entre os valores recebidos pelos contribuintes individuais e as despesas supostamente por ele realizadas. Há, por exemplo, uma Nota Fiscal de Serviço (fis 326) que é juntada como se fizesse paga através do mecanismo da antecipação. Mas quem fez esse pagamento? Como ele foi realizado? Como vincular o pagamento do Hotel ao adiantamento de algum contribuinte individual? LEVANTAMENTO CAJ (CONVÊNIO MDA/AGENTE JOVEM) 24. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 124, a empresa em sua impugnação afirma ainda não haver encontrado os comprovantes, protestando pela posterior juntada de documentos, que até a presente data ainda não foram apresentados. Fl. 653DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 25. Tendo em vista a ausência de documentos comprobatários, não há como prosperar suas alegações, devendo ser mantido na integra os valores considerados pela fiscalização como base de calculo das contribuições previdenciárias. , LEVANTAMENTO COC (CONVÊNIO MDA/CO:OFTRATIVA DE CRÉDITO) , 26. Neste Levantamento, cuja Planilha com os Valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 125, a empresa apresenta alguns recibos assinados pelos destinatários dos pagamentos, mas como já relatado anteriormente em relação aos outros Convênios esta registrado que se tratam de pagamentos efetuados a titulo de ajuda de custo de transportes, ajuda de custo de diárias, ajuda de custo de alimentação e remuneração decorrente da prestação de serviços. 27. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas, por exemplo, com os supostos gastos com transportes. LEVANTAMENTO AJC (AJUDA DE CUSTO) 28. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 159, a empresa apresenta alguns recibos assinados pelo destinatário dos pagamentos, mas como já relatado anteriormente em relação aos outros Convênios esta registrado que se tratam de pagamentos efetuados a titulo de ajuda de custo. 29. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas. LEVANTAMENTO TRA (DESPESAS COM TRANSPORTE) 30. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 160 e 161, a empresa apresenta alguns recibos assinados pelos destinatários dos pagamentos, mas como já relatado anteriormente em relação aos outros Convênios esta registrado que se tratam de pagamentos efetuados a titulo de ajuda de custo de transportes. 31. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas com os supostos gastos com transportes. LEVANTAMENTO DDE (DESPESAS COM DIÁRIA E ESTADAS) 32. Neste Levantamento, cuja Planilha com os valores considerados como remuneração pela fiscalização se encontra nas folhas 162 e 163, a empresa apresenta alguns recibos assinados pelos destinatários dos pagamentos, mas como já relatado anteriormente em relação aos outros Convênios esta registrado que se tratam de pagamentos efetuados a titulo de ajuda de custo de diárias e estadias. Fl. 654DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 8 13 33. Analisando esses Recibos apresentados pela ora impugnante, constatase que não existe nenhuma comprovação das despesas efetuadas com os supostos gastos com diárias e estadias. Não ha um comprovante de que com o valor recebido, tenha sido efetuado o pagamento de hospedagem. LEVANTAMENTO SPF (SERVIÇOS PRESTADOS PESSOA FÍSICA) 34. A própria empresa em sua impugnação (fls 223) confirma que alguns contribuintes não eram declarados em GFIP. Se a própria empresa admite tal fato, bastante evidente que deve ser mantido na integra os valores considerados pela fiscalização como base de cálculo das contribuições previdenciárias. LEVANTAMENTO DIR (VALORES DECLARADOS EM DIRF) 35. A própria empresa em sua impugnação (fls 223) confirma que alguns contribuintes não eram declarados em GFIP. Se a própria empresa admite tal fato, bastante evidente que deve ser mantido na Integra os valores considerados pela fiscalização como base de cálculo das contribuições previdenciárias. O voto condutor da decisão de primeira instância segue o mesmo caminho da diligência, isto é, falta de comprovação. 0 que de fato a fiscalização verificou foi o registro contábil de pagamento de valores a segurados contribuintes individuais, a serviço da empresa, sob títulos diversos como: "serviços prestados PF'; "Convênios"; "Despesas com Transporte", "Diárias e Estadas", consoante se verificam nas planilhas que instruem o lançamento em tela. Ocorre que para caracterizálas como adiantamento de despesas, como alega a impugnante, mister restasse comprovada pelos respectivos beneficiários a sua utilização para o desempenho das atividades contratadas com a empresa, com correspondente prestação de contas. Sem isto, não há como acolher a tese da defendente, dado que recibos expedidos pelos referidos segurados, sem qualquer comprovação do dispêndio efetivado, não têm, assim, o condão de caracterizar os referidos repasses financeiros como adiantamento de despesas. Ao contrário, representam ganhos pelo exercício de suas atividades e, em conseqüência, integram a remuneração para fins de tributação de contribuições previdenciárias, luz do disposto no art. 28, III, da Lei n.° 8.212/91, não importando a denominação que a empresa ou o segurado lhes atribua (ajuda de custo; diária; transporte, etc). Fl. 655DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 Pela falta de comprovação, entendo por não acatar a tese da recorrente. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS Quanto à Representação Fiscal Para Fins Penais, verificase que essa é uma questão sobre a qual o CARF possui decisões reiteradas e, por essa razão foi editada Súmula, cuja observância é obrigatória para estes conselheiros. Abaixo apresento a Súmula número 28. Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. MULTA DE MORA A multa de mora aplicada teve por base o artigo 35 da Lei 8.212/91, que determinava aplicação de multa que progredia conforme a fase e o decorrer do tempo e que poderia atingir 50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal. Ocorre que esse artigo foi alterado pela Lei 11.941/2009, que estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 61 da Lei 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Visto que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para comparála com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; Fl. 656DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19647.019536/200897 Acórdão n.º 2403002.821 S2C4T3 Fl. 9 15 c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. CONCLUSÃO À vista do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91 e prevalência da mais benéfica ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 657DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 6/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10280.901060/2012-48
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO.
O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais.
ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 3403-003.518
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor André Teixeira Lima, OAB/PA no 9.664.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 90 10 60 /2 01 2- 48 Fl. 492DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor André Teixeira Lima, OAB/PA no 9.664. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre Pedido de Ressarcimento/Restituição PER de no 37041.64348.130809.1.1.084048 (fls. 2 a 4)1, com transmissão em 13/08/2009, referente a créditos de Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa exportação/1o trimestre de 2008, em valor de R$ 9.742.929,58 (com base no § 1o do art. 5o da Lei no 10.637/2002), sendo o montante utilizado em compensações R$ 9.450.000,00 (DCOMP de fls. 5 a 8). A análise efetuada pela fiscalização culmina no parecer de fls. 333 a 337 (emitido em 22/03/2012), no qual são informadas as glosas de créditos efetuadas pelo fisco (detalhadas em planilhas anexas): (a) produtos/bens que não são aplicados diretamente no processo produtivo (como o ácido sulfúrico, que é material de limpeza), ou descritos de forma imprecisa que não possibilita enquadramento para fins de aproveitamento do crédito; (b) serviços considerados pela fiscalização como não utilizados na produção dos bens (Alumina, que é o produto final); e (c) bens do ativo imobilizado, considerando as glosas efetuadas no processo administrativo no 10280722272/200965 (com depreciação de 1/48 para as aquisições de maio/2004 a dezembro/2005, e de 1/12 para as aquisições de fevereiro a dezembro/2007). Com base no parecer é emitido o Despacho Decisório de fl. 339 (com ciência à empresa em 16/05/2012, cf. AR de fl. 341), deferindose crédito no montante de R$ 7.066.333,76, homologandose parcialmente a DCOMP, e exigindose o pagamento em relação aos débitos indevidamente compensados, com acréscimos legais. A empresa apresenta sua manifestação de inconformidade em 14/06/2012 (fls. 343 a 387), sustentando que: (a) na não cumulatividade (que não foi restrita pelo texto constitucional), geram créditos os custos, despesas e encargos relativos à receita de exportação, e consideramse insumos, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 493DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 493 3 todos os gastos gerais da pessoa jurídica necessários para a produção dos bens ou prestação de serviços; (b) não foi feita qualquer visita na empresa, dificultando a análise da efetiva aplicação dos bens no processo produtivo; (c) os custos com transporte de rejeitos são geradores de créditos, pois inerentes às atividades produtivas da empresa, assim como os custos de transporte dos insumos considerados glosados; (d) constituem insumos o óleo BPF (destinado à queima em fornos adequados para calcinação de hidrato e geração de vapor nas caldeiras), o ácido sulfúrico (para limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina, na neutralização de efluentes cáusticos), inclusive glosado em duplicidade, e o inibidor de corrosão (que forma uma película protetora contra corrosão nas tubulações de água de resfriamento); (e) há previsão expressa para desconto de créditos em relação a edificações e bens do ativo imobilizado, ainda que não enquadrados como insumos (incisos VI e VII da Lei no 10.637/2002), embora no caso concreto tais bens sejam efetivamente utilizados na produção de alumina, e o aproveitamento possa ser feito em bases diferenciadas (1/12) para os equipamentos descritos no RECAP e depreciação acelerada para aquisições de bens de capital por empresas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas nas áreas de atuação da SUDAM e da SUDENE, cabendo ainda destacar que o fisco considerou indevidamente (sem justificativa) como edificações algumas máquinas e equipamentos; e (f) não houve violação ao REIDI, que reduziu para 24 meses o prazo mínimo para utilização dos créditos decorrentes da aquisição de edificações. Demanda, por fim, produção de prova pericial, via auditagem suplementar. Em 26/03/2013 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 420 a 437), no qual se decide unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os argumentos de que: (a) o conceito de insumos para as contribuições deriva do inciso II do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 e da IN SRF no 404/2004 (bens com ação direta sobre o produto em fabricação); (b) somente os serviços prestados por pessoa jurídica contribuinte geram créditos, desde que utilizados diretamente na linha de produção da empresa; (c) não há qualquer glosa, nos autos, de óleo BPF ou carvão energético; (d) as glosas em relação ao ativo imobilizado alcançam, de forma geral, produtos não utilizados na produção de bens destinados a venda e bens considerados como edificações, perfeitamente individualizados; e (e) o encargo referente à depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem começa a ser utilizado. Cientificada do acórdão da DRJ em 03/06/2013 (AR de fl. 439), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 03/07/2013 (fls. 441 a 486), basicamente reiterando as considerações expostas na manifestação de inconformidade, e acrescentando que: (a) ao contrário do que entendeu a fiscalização, o ácido sulfúrico é utilizado para limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina, sendo a limpeza fundamental para manter a eficiência de troca térmica e a estabilidade do licor para garantir a produtividade da planta; (b) não há disposição normativa que restrinja o aproveitamento dos encargos de depreciação/amortização a partir da utilização do bem; e (c) são relevantes as decisões administrativas/judiciais trazidas aos autos. É o relatório. Voto Fl. 494DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 4 Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como relatado de início, o presente processo se refere exclusivamente à Contribuição para o PIS/PASEP relativa ao 1o trimestre de 2008. Cabe destacar que o processo congênere (de no 10280.901059/201213, referente à COFINS relativa ao 1o trimestre de 2008) foi apreciado por esta Terceira Turma recentemente, acordandose pela baixa em diligência (Resolução no 3403000.545), em virtude de não constarem naquele processo as planilhas referidas no parecer que contém a motivação e a fundamentação do despacho decisório. Assim, cabe, preliminarmente, verificar se tais planilhas estão presentes no processo em análise. No parecer de fls. 333 a 337 fazse referência à “Planilha Insumos Glosas, item outros insumos”, no qual são indicados os itens glosados e a uma “Planilha Serviços Glosas”. Em relação a ativo imobilizado, há simples remissão ao processo administrativo no 10280722272/200965. Às fls. 9 a 130, há planilha inominada (aparentemente se referindo às glosas de bens efetuadas) contendo quatro colunas (“descrição do fornecedor/número da nota fiscal”; “nome do fornecedor”, “valor da nota fiscal” e “período”), destacandose que há sobreposição de linhas em vários itens (embora sem prejuízos substanciais à leitura). Às fls. 131 a 252, aparentemente se encontram a quinta e a sexta colunas (“descrição da nota fiscal” e “insumo”) da mesma planilha, o que dificulta sobremaneira (embora não impossibilite) a identificação individualizada das glosas efetuadas. Às fls. 253 a 269 há nova planilha inominada, com três colunas (“descrição do fornecedor/número da nota fiscal”; “nome do fornecedor” e “valor da nota fiscal”), havendo na última coluna algumas linhas com valores positivos, e outras com valores negativos destacados em vermelho. Às fls. 270 a 286, aparentemente se encontram a quarta e a quinta colunas (“período” e “descrição da nota fiscal”) da mesma planilha. Contudo, as descrições não são de serviços, mas de bens, inclusive o óleo BPF. Às fls. 287 a 293, encontrase uma terceira planilha inominada (aparentemente tratando de serviços glosados), tendo duas colunas “descrição do fornecedor” e “valor da nota fiscal”). E a terceira e a quarta colunas (“período” e “descrição”) de tal planilha se encontram às fls. 294 a 300. Há, ainda, às fls. 301 a 310, vários “resíduos” de planilhas (provavelmente continuações de textos das planilhas anteriores). Por fim, às fls. 311 a 318 surge nova planilha inominada com três colunas (“descrição do fornecedor”, “valor da nota fiscal” e “período”), sendo a quarta coluna (“descrição”) presente às fls. 319 a 332. Temos, assim, logo de início, caracterizada uma situação lamentável, na qual o fisco anexa planilhas aos autos sem qualquer preocupação em relação a seu manuseio pela recorrente (e pelo próprio julgador). Diante de documentos sem nome, linhas sobrepostas, planilhas que começam e recomeçam a cada dezena de páginas, sem indicação do número da linha correspondente (isso sem falar nos “resíduos de texto”, dificilmente passíveis de vinculação a alguma linha das planilhas, na forma em que estão dispostos), certo que há maior Fl. 495DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 494 5 dificuldade à análise (mas não impedimento, como no caso do processo congênere, no qual sequer constavam as planilhas). Como a empresa, tanto em sua manifestação de inconformidade quanto em seu recurso voluntário sequer suscita dificuldades no manejo de tais planilhas, ou alega ter existido empecilho para saber exatamente quais as glosas, não vemos prejuízo à continuidade da análise do processo. Os assuntos em discussão são basicamente os mesmos já analisados pela turma em diversos processos da mesma empresa: (a) aspectos constitucionais da não cumulatividade; (b) delimitação do conceito de insumo para as contribuições; (c) glosas de bens considerados como insumos (v.g., ácido sulfúrico); (d) glosas de serviços considerados como insumos (transporte de rejeitos); e (e) glosas em relação a edificações e bens do ativo imobilizado, inclusive no que se refere a bases diferenciadas (1/12). Preliminarmente a tais questões, no entanto, cabe efetuar considerações sobre o ônus probatório nos processos referentes a compensação, como o presente. 1. Considerações iniciais O ônus probatório em processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito. Assim vem reiteradamente decidindo esta turma de forma unânime: “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica.” (Acórdãos n. 3403002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânimes, sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos pedidos de compensação/ressarcimento, incumbe ao postulante a prova de que cumpre os requisitos previstos na legislação para a obtenção do crédito pleiteado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 3403003.173, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 21.ago.2014) (No mesmo sentido: Acórdão n. 3403003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014; Acórdão 3403002.681, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403002.472, 473, 474, 475 e 476, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013) Fl. 496DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 6 Não há dúvidas, assim, sobre ser o ônus probatório da recorrente, no caso em análise. E o fisco não se furtou a assegurar à recorrente a possibilidade de exercer tal prova, durante o procedimento de fiscalização. Incumbe à empresa a apresentação de prova de vínculo dos bens e serviços ao seu processo produtivo, sendo a visita às instalações da empresa medida que se faz necessária somente no caso de haver dúvidas em relação ao conteúdo probatório apresentado. Da mesma forma, a diligência se presta a esclarecer dúvida do julgador, e não à complementação probatória. Feitos estes esclarecimentos, indeferese, por desnecessária, a realização de perícia no caso concreto. Aproveitase ainda este tópico preliminar para aclarar que as decisões administrativas e judiciais prestamse a auxiliar na formação de convicção de julgador administrativo, mas apenas em alguns casos excepcionais (v.g., as proferidas nas sistemáticas citadas no art. 62A do Regimento Interno deste CARF) efetivamente exercem efeito vinculante no julgamento por este colegiado. Assim, indubitavelmente se toma em conta a jurisprudência apresentada na presente análise, ainda que dela se discorde eventualmente. 2. Do caráter constitucional da não cumulatividade Impendese destacar a impossibilidade de análise por parte deste CARF de eventual tese que sustente ser a nãocumulatividade expressa na Constituição Federal brasileira (art. 195, § 12) inatingível (ou não sujeita a restrições) pela legislação infraconstitucional, devendo eventual modulação ser feita tãosomente no próprio texto constitucional, o que culminaria no reconhecimento de inconstitucionalidade nas limitações estabelecidas essencialmente pelas Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003. O tema já é inclusive sumulado no âmbito deste tribunal: “Súmula CARF no 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Resta, assim, a análise da abrangência do conceito de insumos na legislação referente à contribuição, e a verificação da compatibilidade das glosas a tal conceito. 3. Da delimitação do conceito de insumos para as contribuições O termo insumo é polissêmico. Por isso, há que se indagar qual é sua abrangência no contexto das Leis no 10.627/2002 e no 10.833/2003. Na busca de um norte para a questão, poderseia ter em consideração os teores do § 5o do art. 66 da IN SRF no 247/2002 (editado com base no art. 66 da Lei no 10.637/2002) e do art. 8o da IN SRF no 404/2004 (editado com alicerce no art. 92 da Lei no 10.833/2003), que, para efeito de disciplina da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, estabelecem entendimento de que o termo insumo utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda abrange “as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado” e “os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto”. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 495 7 Outro caminho seria buscar analogia com a legislação do IPI ou do IR (ambas frequentes na jurisprudência deste CARF). Contudo, tal tarefa se revela improfícua, pois em face da legislação que rege as contribuições, o conceito expresso nas normas que tratam do IPI é demasiadamente restritivo, e o encontrado a partir da legislação do IR é excessivamente amplo, visto que se adotada a acepção de “despesas operacionais”, chegarseia à absurda conclusão de que a maior parte dos incisos do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 (inclusive alguns que demandaram alteração legislativa para inclusão v.g. incisos IX, referente a energia elétrica e térmica, e X, sobre valetransporte ... para prestadoras de serviços de limpeza...) é inútil ou desnecessária. A Lei no 10.637/2002, que trata da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa, e a Lei no 10.833/2003, que trata da COFINS nãocumulativa, explicitam, em seus arts. 3o, que podem ser descontados créditos em relação a: “II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis (...)” (grifo nosso) A mera leitura dos dispositivos legais já aponta para a impossibilidade de se considerar como insumo um bem ou serviço que não seja utilizado na produção ou fabricação do bem destinado à venda. Há, assim, que se acolher a argumentação de que o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final, como vem reiteradamente decidindo esta Terceira Turma: “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. (...).” (Acórdão no 3403003.166, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime – em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403002.469 a 477; no 3403 001.893 a 896; no 3403001.935; no 3403002.318 e 319; e no 3403.002.783 e 784) Isto posto, cabe analisar a adequação ao conceito de insumo das rubricas questionadas no presente contencioso, já destacando que não se identifica com a legislação do IPI nem com a do IR. As glosas discutidas ocorreram basicamente em três grupos: bens utilizados como insumo, serviços utilizados como insumo e bens do ativo imobilizado. 3.1. Bens utilizados como insumo Fl. 498DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 8 Em relação a bens utilizados como insumos, o texto que trata da justificativa para as glosas (fls. 334/335) é extremamente sintético, pelo que merece ser integralmente transcrito: 13) CRÉDITOS DECORRENTES DE BENS INFORMADOS COMO INSUMOS, OBJETO DE GLOSA: Em primeiro lugar cabe realçar que a legislação em vigor estabelece que a pessoa jurídica poderá creditarse em relação a aquisições de bens e serviços utilizados como insumos, inclusive combustíveis e lubrificantes (art 3º da Lei 10.637/2002).Todavia o bem para ser considerado insumo deve guardar relação com o conceito estabelecido no artigo 8º da IN 404/2004 que considera insumo a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. O contribuinte apresentou uma extensa relação de bens adquiridos utilizados para crédito de PIS. Destacamos da Planilha Insumos Glosas os itens considerados MATÉRIA PRIMA (MP) pelo contribuinte, mas que não cabem no conceito de Insumo para gerar direito a crédito como o ÁCIDO SULFÚRICO que é utilizado como material de limpeza. As glosas demonstradas na Planilha Insumos Glosas, item OUTROS INSUMOS são de bens que não se enquadram como Insumos ou são descritos de forma imprecisa que não possibilita enquadramento para fins de aproveitamento de crédito. Exemplo: MATERIAIS DIVERSOS.” Vejase que o conceito de insumo adotado pelo fisco (derivado da legislação do IPI) não corresponde ao aclarado no tópico anterior do presente voto. Assim, fazse necessário verificar se os bens glosados são efetivamente necessários à produção de alumina (produto final fabricado pela empresa). O fisco justifica expressamente somente dois itens glosados, a título exemplificativo: o ácido sulfúrico (que afirma ser material de limpeza, e não bem destinado ao processo produtivo) e os bens relacionados como “materiais diversos”, que, pela descrição, não permitem concluir se são destinados ao processo produtivo. E não junta aos autos nenhuma explicação em relação ao processo produtivo da empresa ou a outros elementos que afirma terem sido apresentados pela fiscalizada à fl. 333. Em relação ao segundo item (“materiais diversos”), estamos de acordo que a descrição impossibilita a obtenção de crédito, pois não resta comprovado pelo postulante a utilização como insumo na produção de alumina. No que se refere ao ácido sulfúrico, no entanto, o fisco simplesmente afirma que constitui “material de limpeza”. Na manifestação de inconformidade (fl. 347), a empresa literalmente afirma que o ácido sulfúrico é utilizado para “limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina”, e que tal limpeza “é fundamental para manter a eficiência de troca térmica e a estabilidade do licor para garantir a produtividade da planta”. E a informação é reiterada em sede recursal (fl. 444). Ou seja, não se está aqui a tratar de limpeza do chão, ou de mesas e cadeiras, mas da limpeza de trocadores de calor, inseridos no processo produtivo. Fl. 499DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 496 9 Não se sabe ao certo de onde o fisco tira a informação de que o ácido sulfúrico constitui simples “material de limpeza” (pois a fiscalização não anexa aos autos nenhuma resposta de intimação efetuada à recorrente, nem efetua visita à empresa, como se atesta na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário). Mas, se peca o fisco em relação ao ácido sulfúrico, a heresia por parte da empresa é ainda maior em relação a todos os demais itens da planilha, sequer questionados especificamente. A empresa contentase em alegar em sua defesa que se consideram insumos, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, todos os gastos gerais da pessoa jurídica necessários para a produção dos bens ou prestação de serviços (sobre o tema, remetemos ao entendimento já exarado neste voto a respeito da delimitação do conceito de insumos para as contribuições, reiterando que o insumo gerador de créditos deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final). Acrescentese que esta Terceira Turma já apreciou diversos outros processos da mesma empresa, em relação a idêntico processo produtivo, restando configurado que o ácido sulfúrico se enquadra no conceito de insumo: “A fiscalização considerou o ácido sulfúrico como material de limpeza e consignou na planilha 10 que o inibidor de corrosão e o dispersante de sais são aplicados no tratamento de água potável e no resfriamento de água. (...) A descrição do processo produtivo revela que o ácido sulfúrico tem outras utilidades, além se servir como desincrustante. A limpeza de dutos e trocadores de calor, assim como a desmineralização da água das caldeiras e o tratamento de efluentes são procedimentos necessários para assegurar a eficiência das instalações fabris e a proteção do meioambiente. A empresa incorre em custos ao adotar esses procedimentos. E é inequívoco que esses custos estão umbilicalmente correlacionados com o processo produtivo da alumina, enquadrandose na disposição do art. 290, I do RIR/99. Assim, devem ser afastadas as glosas relativas ao ácido sulfúrico e aos respectivos fretes, uma vez que são insumos que integram o custo de produção (art. 290, I, do RIR/99). Integrando o custo de produção, o valor desses insumos deve ser considerado no cálculo do crédito da contribuição, nos termos do art. 3º, II, da Lei nº 10.833/03. Quanto aos demais bens descritos na planilha 10 A, tidos pela recorrente como insumos, verificase que em sua maioria não são relacionados ao processo produtivo. (...) Segundo o critério do Fisco, realmente tais produtos não são insumos aptos a gerarem créditos das contribuições, mas pelo critério do custo de produção, que vem sendo adotado pelo CARF, tais produtos poderiam ensejar a tomada do crédito, caso Fl. 500DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 10 a recorrente tivesse apresentado algum elemento capaz de elidir a glosa efetuada. Caberia à recorrente ter comprovado na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário onde são aplicados e quais as funções desempenhadas pelos produtos, pois a teor do art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72 a impugnação deve ser específica e vir acompanhada dos elementos de prova necessários ao convencimento do julgador. Tendo em vista, que não houve contestação específica em relação aos demais bens relacionados na planilha 10 – A e que os elementos existentes nos autos não permitem identificar nem a função e nem onde são aplicados aqueles produtos, há que se manter a glosa efetuada pela fiscalização.”(voto condutor do Acórdão no 3403001.955, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime em relação à matéria, sessão de 20.mar.2013) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403001.954 e 956) “O Ácido Sulfúrico, conforme explica o Recorrente, é empregado na limpeza dos caloríficos por onde circula o licor enriquecido de alumina, dependendo deste procedimento a manutenção do sistema de trocas térmicas e a estabilidade dos reagentes. (...) Entendo que o contribuinte demonstrou de maneira satisfatória, por meio de sua explicação, a participação destes três bens no processo produtivo. A atuação destes três bens configura o conceito de insumo para o efeito das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, pois atuam e colaboram no processo produtivo da indústria de alumina, devendose reconhecer o crédito pela sua aquisição. (...) Quanto às demais aquisições de bens, no entanto, tendo em vista que não houve a demonstração pelo contribuinte de sua participação no processo produtivo precluindo a oportunidade de fazêlo, eis que não fez tal demonstração nem na manifestação de inconformidade, nem no recurso voluntário , deve ser mantida a glosa realizada pela Fiscalização..” (voto unanimemente acolhido no Acórdão no 3403002.764, Rel. Cons. Ivan Allegretti, sessão de 25.fev.2014) (grifo nosso) (No mesmo sentido o Acórdão no 3403002.765) Na linha que já vem adotando esta turma, assim, entendese que são improcedentes as glosas em relação às aquisições de ácido sulfúrico (assim como dos correspondentes fretes). E, ainda acompanhando a recorrente jurisprudência da turma, mantém se a glosa em relação aos demais itens, não questionados especificamente nas peças de defesa. 3.2. Serviços utilizados como insumo Fl. 501DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 497 11 Em relação a serviços utilizados como insumo, são igualmente sintéticas as motivações das glosas (fl. 335), aqui integralmente transcritas: “15) CRÉDITOS DECORRENTENTES (sic) DOS SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS: Serviços glosados por não serem considerados como utilizados diretamente na produção da Alumina (produto final) conforme Planilha Serviços Glosas em anexo.” Mas é novamente genérica a defesa. Sem embargo, no único serviço especificamente questionado assiste razão à recorrente, conforme também já assentado unanimemente por esta turma recentemente. Transcrevase excerto do julgamento que resultou no Acórdão no 3403002.764, no qual passamos a acolher a possibilidade de crédito em relação à remoção de resíduos, reformando posicionamento anterior, adotado nos Acórdãos no 3403 001.954, 955 e 956: “Deve ser reconhecido o direito de crédito em relação ao pagamento pela prestação de serviço de remoção de rejeitos industriais, visto que tal atividade deve ser considerada como inserida no contexto da produção, tal como sustenta o Recorrente (fl. 464/465). Entendo que assiste razão ao Recorrente, pois os serviços de transporte dos resíduos industriais configuram atos que viabilizam e integram a atividade produtiva. Não apenas o transporte de matériaprima destinada ao processo produtivo, mas também o transporte dos resíduos decorrentes da produção configura ato que viabiliza e integra o processo produtivo. Este tema foi enfrentado logo nos primeiros julgados deste Conselho a respeito do regime nãocumulativo, concluindose que “Quanto aos dispêndios realizados com o serviço de remoção de resíduos industriais, não há nenhuma dúvida de que este serviço é parte do processo de industrialização dos bens exportados e está vinculado à receita de exportação. Pela natureza da atividade da recorrente, sem este serviço não há produção. Sendo um serviço diretamente vinculado ao processo produtivo, entendo que a recorrente tem direito ao crédito da Cofins incidente sobre a compra desse serviço e, como tal, tem direito ao ressarcimento desse crédito em face da exportação dos produtos (inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002)” (trecho do voto proferido no Acórdão 20181.139, Recurso 148.457, Processo 11065.101271/200647, Rel. Cons. Walber José da Silva, j. 02.06.2008). Entendo, pois, que deve ser reconhecido o direito de crédito em relação aos serviços de remoção de resíduos em questão. Quanto às demais aquisições de serviços, no entanto, tendo em vista que não houve a demonstração pelo contribuinte de sua participação no processo produtivo –precluindo a oportunidade Fl. 502DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 12 de fazêlo, eis que não fez tal demonstração nem na manifestação de inconformidade, nem no recurso voluntário, deve ser mantida a glosa realizada pela Fiscalização.” (voto unanimemente acolhido no Acórdão no 3403002.764, Rel. Cons. Ivan Allegretti, sessão de 25.fev.2014) (grifo nosso) Assim, novamente mantenho o entendimento externado pela turma, reconhecendo o direito ao crédito em relação a serviços de transporte de rejeitos industriais, mantendose a glosa em relação aos serviços não especificamente questionados pela defesa. 3.3. Bens do ativo imobilizado Em relação ao ativo imobilizado, além de ser sintética a justificativa (fl. 335), novamente transcrita de forma integral, remetese a outro processo administrativo (que teve o recurso voluntário recentemente apreciado por esta turma): “16) CRÉDITOS DECORRENTES DO ATIVO IMOBILIZADO: O contribuinte apurou crédito de depreciação em duas modalidades: 1/48 avos para bens adquiridos de Maio/2004 a Dezembro/2005 e 1/12 avos para as aquisições posteriores. Consideramos as glosas realizadas em procedimento fiscal formalizado no Processo 10280.722272/200965 para as aquisições de Maio/2004 a Dezembro/2005 (1/48 avos) e de fevereiro a dezembro de 2007 (1/12 avos) da seguinte forma (...)” Não há assim propriamente uma glosa, mas uma decorrência de glosa efetuada em outro processo da mesma empresa. A recorrente não questiona a simples remissão ao outro processo, sem detalhamento da motivação nestes autos, e parece compreender bem a motivação quando se defende da mesma forma que naquele processo, discutindo os dois mecanismos de depreciação (1/48 e 1/12). Mas a defesa é novamente genérica, com reprodução de diversos dispositivos normativos e decisões, sem a eficaz vinculação à situação concreta narrada nos autos. E a regra de que o encargo referente à depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem começa a ser utilizado encontra expressa guarida no art. 305, § 2o do RIR (por sua vez derivado de disposição legal art. 57, § 8o da Lei no 4.506//1964): “[A] quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir”. E, reiterese, esta mesma Terceira Turma já apreciou aquele processo administrativo, exatamente em relação à matéria, concluindo que: “DA GLOSA DOS CRÉDITOS TOMADOS COM BASE NO ART. 3º, § 14 DA LEI Nº 10.833/04 Quanto à glosa dos créditos tomados sobre o valor de aquisição de bens para o ativo imobilizado, como opção à regra geral da tomada de crédito sobre a depreciação desses bens (art. 3º, § 14 da Lei nº 10.833/04), o exame das planilhas 1 a 7B revela que essas glosas foram motivadas pela fiscalização em dois fatos: a) os bens não se enquadram como máquinas e equipamentos ou não são aplicados diretamente na produção dos bens destinados Fl. 503DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 498 13 à venda; e b) os bens, embora pertençam ao imobilizado, são edificações não abrangidas pelo benefício legal. (...) Os bens relacionados nessa planilha não se enquadram na hipótese legal do art. 3º, VI, da Lei nº 10.833/03, ou seja, não constituem “máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços”. O requisito legal que rende ensejo ao crédito é que as máquinas, os equipamentos ou os “outros bens” sejam passíveis de ativação e que sua destinação seja a locação a terceiros ou o emprego na produção, o que não é o caso dos produtos glosados pela fiscalização na planilha 1. Por seu turno, os valores dos produtos relacionados nas planilha 2 e 5 foram glosados porque os bens ali descritos constituem edificações. Os bens descritos constituem partes de edificações, como estruturas metálicas, ou bens destinados à construção civil, como elevadores, mãodeobra, “diversos materiais para construção civil”, e etc. A opção prevista no art. 3º, § 14 da Lei nº 10.833/04 só alcança os bens especificados no art. 3º, VI, da lei, que não inclui obras de construção civil e nem suas partes. Quanto à planilha 4, os bens relacionados constituem basicamente móveis como por exemplo: gaveteiros, colchões, painel divisor, armários, balcão de atendimento, mesa de reunião, mapoteca e cabideiro, (...). É óbvio que tais produtos não possuem aptidão para gerarem créditos, pois nem sequer são utilizados na produção da alumina. Portanto, ficam mantidas as glosas efetuadas pela fiscalização. DA GLOSA DOS CRÉDITOS TOMADOS COM BASE NO ART. 31 DA LEI Nº 11.196/2005. (...) O que a fiscalização fez foi glosar bens que não se enquadram na previsão contida no art. 31 da Lei nº 11.196/2005. Os requisitos estabelecidos nesse dispositivo legal são os seguintes: a) a pessoa jurídica deve ter projeto aprovado para instalação, ampliação, modernização ou diversificação enquadrado em setores da economia considerados prioritários; b) localização nas áreas das extintas Sudene e Sudam; c) o crédito é gerado pela aquisição, a partir do ano de 2006, de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados em regulamento, destinados à incorporação ao seu ativo imobilizado; d) o desconto do crédito deve ser feito no prazo de 12 meses, contados da aquisição do bem; e e) o crédito é resultante da aplicação da alíquota de 7,6% sobre 1/12 do custo de aquisição do bem. Fl. 504DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 14 O exame da planilha 7D revela que a fiscalização somente questionou o item “c” acima relacionado, pois os códigos das glosas foram os seguintes: DT05 – indica que o bem foi glosado em virtude da data de aquisição ser anterior à publicação da Lei nº 11.196/2005; EDIF06 E EDIF07 – indica que se tratam de edificações dos anos de 2006 e 2007, que não são contempladas pelo benefício; Nindica que os bens não são considerados bens do imobilizado ou não são empregados no processo produtivo do adquirente; NCDindica que os bens não estão relacionados no regulamento; NREBindica que o bem não possui aptidão para gerar crédito por ter sido adquirido em operação equiparada a exportação (que é desonerada das contribuições). A recorrente mais uma vez não se desincumbiu do ônus estabelecido no art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72, pois não contestou especificamente e nem trouxe documentação hábil a elidir nenhum dos motivos invocados para a glosa. Sendo assim, devem ser mantidos os cálculos elaborados pela fiscalização. A defesa invocou as soluções de consulta proferidas pela 8ª Região Fiscal, nas quais o órgão entendeu que materiais utilizados na manutenção dos bens de produção da empresa são passíveis de gerarem créditos das contribuições. Esse direito em momento algum foi contestado pela fiscalização ou pelo Acórdão de primeira instância. A questão é a mesma já constatada linhas acima, qual seja: o contribuinte não apresentou contestação específica elencando quais itens foram destinados à manutenção do ativo imobilizado, não demonstrou se os bens aplicados eram ou não passíveis de ativação obrigatória e também não demonstrou onde e como foram aplicados. Ao contrário do alegado pela defesa, o art. 6º, §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03, não autoriza o crédito em relação a qualquer gasto vinculado à obtenção da receita de exportação, pois o § 1º remete o cálculo do crédito ao disposto no art. 3º. Portanto, os eventos que dão direito ao crédito são os mesmos, independentemente de a venda da produção ocorrer no mercado interno ou externo.” (Acórdão no 3403001.954, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime em relação ao tema, sessão de 20.mar.2013) (grifo nosso) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403001.955 e 956, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânimes em relação ao tema, sessão de 20.mar.2013, que tratavam, respectivamente, da COFINS do terceiro e do primeiro trimestres de 2007) Mantémse, assim, novamente o entendimento já firmado na turma, restando hígidas neste tópico as glosas decorrentes efetuadas pelo fisco. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido Fl. 505DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 499 15 sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Rosaldo Trevisan Fl. 506DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN
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Numero do processo: 11065.721256/2011-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009
UTILIZAÇÃO DE EMPRESAS INTERPOSTAS INSCRITAS NO SIMPLES. SIMULAÇÃO. POSSIBILIDADE.
A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária.
MULTA QUALIFICADA. SONEGAÇÃO. PRESENÇA DE INTERPOSTA PESSOA. PROCEDÊNCIA.
A multa de ofício qualificada de 150% é aplicável quando caracterizada a prática de sonegação com o objetivo de impedir o conhecimento da ocorrência do fato gerador pelo Fisco e de reduzir o montante das contribuições devidas, utilizando-se de interpostas pessoas jurídicas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-004.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues que excluíam a multa qualificada mantendo a multa de ofício em 75%. Apresentará o voto vencedor o conselheiro Ronaldo de Lima Macedo.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator
Ronaldo de Lima Macedo Redator Designado
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana Espindola de Souza Reis, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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SIMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. MULTA QUALIFICADA. SONEGAÇÃO. PRESENÇA DE INTERPOSTA PESSOA. PROCEDÊNCIA. A multa de ofício qualificada de 150% é aplicável quando caracterizada a prática de sonegação com o objetivo de impedir o conhecimento da ocorrência do fato gerador pelo Fisco e de reduzir o montante das contribuições devidas, utilizandose de interpostas pessoas jurídicas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 12 56 /2 01 1- 87 Fl. 372DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues que excluíam a multa qualificada mantendo a multa de ofício em 75%. Apresentará o voto vencedor o conselheiro Ronaldo de Lima Macedo. Julio César Vieira Gomes Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues – Relator Ronaldo de Lima Macedo – Redator Designado Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana Espindola de Souza Reis, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 373DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11065.721256/201187 Acórdão n.º 2402004.313 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de autos de infração constituídos em 28/03/2011 (fls. 2 e 11), decorrente do não recolhimento da cota patronal sobre pagamentos efetuados a segurados empregados e contribuintes individuais, bem como GILRAT e contribuições de terceiros (Sal. Educação, INCRA e SEBRAE), no período de 01/01/2008 a 31/12/2009. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 29 e seguintes), o lançamento se baseou no fato de a empresa Max Metalúrgica Ltda. (Recorrente) ter utilizado a empresa Universal Ferramentas Ltda., optante pelo SIMPLES, para o abrigo indevido de segurados empregados. Mencionouse ainda que a Recorrente mantém convênio com o SESI e SENAI, pagandoas diretamente, motivo pelo qual não se exigiu as contribuições destinadas a estas entidades. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 125 e seguintes) requerendo a total improcedência do lançamento. A empresa Associação Educativa do Brasil SOEBRAS interpôs impugnação (fls. 634/780). A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG, ao analisar o presente caso (fls. 345 e seguintes), julgou o lançamento procedente, entendendo que: (i) o procedimento de fiscalização tem caráter investigativo, prescindindo da participação do autuado, sendo o direito ao contraditório garantido na fase litigiosa do lançamento; (ii) correta a apuração da simulação realizada com o intuito de burlar o fisco; (iii) a multa de ofício qualificada de 150% é aplicável quando caracterizada a prática de sonegação com o objetivo de impedir o conhecimento da ocorrência do fato gerador pela autoridade fazendária; e (iv) é vedado aos órgãos de julgamento administrativo afastar a aplicação da lei sob fundamento de inconstitucionalidade. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 362/369) argumentando que: (i) a fiscalização não comprovou terem ocorridos os requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica da Universal, como a confusão patrimonial e o desvio de finalidade; (ii) a Universal produz peças à Recorrente de forma não exclusiva; (iii) a multa de 150% foi aplicada de forma infundada e é confiscatória. É o relatório. Fl. 374DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Vencido Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A fiscalização fundamentou o presente lançamento nos seguintes fatos: (i) a sede da Recorrente é a mesma da empresa Universal; (ii) há grau de parentesco entre os sócios da Recorrente (Luiz Fernando Oderich) e da Universal (Maria Isabel de Paiva Oderich); (iii) ambas as empresas são fabricantes de ferramentas manuais empregadas na construção civil; (iv) o registro ponto é feito eletronicamente em locais separados, mas no mesmo pavilhão; (v) a Universal é um departamento da empresa Max; (vi) existem processos na justiça do trabalho onde observase haver responsabilidade solidária entre as empresas Max e Universal; (vii) os reclamantes trabalhavam na produção das duas empresas, no mesmo estabelecimento fabril, com a mesma atividade fim e sob o comando dos mesmos dirigentes; (viii) que o Sr. Vilmar de Souza Câmara foi demitido da Max em 28/11/2007 e admitido na Universal em 03/12/2007; (ix) que a rescisão do contrato de trabalho de tal funcionário foi assinada pela Sra. Giovana Fernandes, funcionária registrada na Universal mas que na prática trabalha para as duas empresas; (x) que o ativo imobilizado da Universal é de R$ 299.990,75 e o da Max é de R$ 2.177.547,22, enquanto que a relação entre faturamento/custo com mãodeobra é de 80/90% naquela e apenas 2% nesta; (xi) consta na contabilidade da Max diversos empréstimos e endossos à Universal, o que demonstra a dependência desta; (x) o faturamento da Max é muito superior ao da Universal, embora seus custos com funcionários sejam muito inferiores. Destacouse ainda que a Universal emite notas fiscais para a Max ref. a operações de mercadorias recebidas para industrialização por encomenda, retornandoa para a Max com o devido custo da prestação do serviço efetuado pela Universal, tudo dentro do mesmo estabelecimento. Defende a Recorrente que a fiscalização não comprovou os requisitos previstos no art. 50 do Código Civil para a desconsideração da personalidade jurídica, quais sejam: a confusão patrimonial e o desvio de finalidade. Entretanto, vale destacar que o processo administrativo tributário é regido pelo princípio da primazia da realidade sobre a forma, ou princípio da verdade material. De acordo com o art. 118 do CTN, a definição legal do fato gerador deve ser interpretada abstraindose (i) “da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos” (ii) e “dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.” Assim, constatando a fiscalização que os fatos levantados refletem uma realidade distinta daquela que foi apresentada pelo contribuinte (ou seja, verificada a simulação), cabível se definir os fatos geradores sem considerar a validade jurídica dos atos praticados pelos contribuintes. Vale mencionar que o art. 50 do Código Civil, além de ser um instrumento de prerrogativa do Juiz de Direito, trata da desconsideração da personalidade jurídica para fins de Fl. 375DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11065.721256/201187 Acórdão n.º 2402004.313 S2C4T2 Fl. 4 5 se estender as obrigações aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica, o que não é o caso. Em situação similar à presente, assim já decidiu este Conselho: “CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. INTERPOSTA PESSOA OPTANTE DO SIMPLES. EXCLUSÃO. DESNECESSIDADE. O pr ocedimento administrativo de caracterização da prestação de serviços por segura dos à outra empresa que não aquela para o qual foi contratado tem por fundamen to os princípios da primazia da realidade e da verdade material e encontra respaldo nos artigos 116, parágrafo único, e 149, VII, do CTN, sendo irrelevante qualquer procedimento de desconstituição, inaptidão ou exclusão da pessoa jurídica do SIMPLES.” (CARF, PAF nº 11065.724735/201155, Cons. Rel. André Luís Mársico Lombardi, Sessão de 16 de julho de 2014) Destarte, não assiste razão à Recorrente. Alegou a Recorrente ainda que a Universal produz peças a ela de forma não exclusiva. No entanto, não foi juntado aos autos qualquer documento que pudesse atestar tal alegação, razão pelo qual não há como prosperar este argumento. Sustenta ainda a Recorrente que não se justifica a aplicação da multa de 150%, haja vista que não foram levantadas provas materiais das práticas dolosas ou fraudulentas que teriam sido utilizadas. Analisando o Relatório Fiscal, constatase que a autoridade administrativa pautou a majoração da multa em sua conclusão de que a Max utilizou empresa do SIMPLES para omitir e/ou reduzir contribuições previdenciárias, nos seguintes termos: “A multa qualificada, de 150%, está sendo aplicada em virtude de ter sido constatado pela fiscalização que a empresa Max utilizouse de empresas, optantes pelo sistema SIMPLES Nacional com a finalidade de omitir e/ou reduzir a contribuição previdenciária.” Contudo, cabe ressaltar que, para aplicação da multa de 150% prevista no art. 44, inc. I e § 1º da Lei nº 9.430/96, os fatos devem ser analisados de acordo com o disposto nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64 (se sonegação, fraude ou conluio), de modo a tipificar a penalidade. Notase que no presente processo a autoridade administrativa não efetuou qualquer análise da legislação acima, deixando a fundamentação da multa agravada totalmente carente. Deste modo, revelase equivocada a majoração da multa ref. ao período de 12/2008 a 12/2009, devendo esta ser exigida no patamar padrão de 75%, nos termos do art. 35 A da Lei nº 8.212/91. Fl. 376DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para, no mérito, DARLHE PARCIALPROVIMENTO, a fim de que a multa exigida no período de 12/2008 a 12/2009 seja retificada ao patamar de 75%, nos termos do art. 35A da Lei nº 8.212/91.. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 377DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11065.721256/201187 Acórdão n.º 2402004.313 S2C4T2 Fl. 5 7 Voto Vencedor Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, Redator Designado. Analisando o voto proferido pelo i. Conselheiro Relator, especificamente no que tange à multa qualificada de 150%, entendo que houve a demonstração dos fundamentos fáticos e jurídicos da multa agravada pelo Fisco. A multa qualificada no percentual de 150% foi aplicada sobre os valores lançados para as competências 12/2008 a 12/2009 Quando das infrações aqui em comento, tinha vigência a regra do art. 44 da Lei 9.430/1996 para as multas oriundas da legislação previdenciária (Lei 8.212/1991). Aplica se a multa qualificada nos casos de evidente intuito de sonegação, fraude ou conluio definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei 4.502/1964. Esses fundamentos jurídicos foram esposados nos Fundamentos Legais do Débito (FLD), anexos do Relatório Fiscal, nos seguintes termos: “[...] 703 SONEGAÇÃO, FRAUDE OU CONLUIO 703.01 Competências : 12/2008 a 13/2009 Lei n. 8.212, de 24.07.91, 35A (combinado com o art. 44, parágrafo1. da Lei n. 9.430, de 27.12.96), ambos com redação da MP n. 449 de 04.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009. Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996 50% (75% x 2) 75% falta de pagamento, de declaração e nos de declaração inexata Lei 9430/96, art. 44, inciso I: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Aplicar em dobro sonegação, fraude ou conluio Lei 9.430/96, art. 44, parágrafo 1º: § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. [...]” Fl. 378DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Assim, entendese que a multa aplicada de 150% foi tipificada legalmente nos Fundamentos Legais do Débito (FLD), conforme os tipos abstratos do art. 44 da Lei 9.430/96 combinados com os arts. 71, 72, 73 da Lei 4.502/1964. Nesse caminhar, o Relatório Fiscal delineou que o negócio jurídico estabelecido entre a Recorrente e a Universal Ferramentas Ltda ocorreu com a finalidade de simular a realidade fática, concluindo que esta foi constituída com o fim de absorver a mão de obra empregada no processo produtivo da própria Recorrente, para obter os benefícios do “Simples” na redução dos encargos tributários. Esse raciocínio decorre dos elementos fáticos registrados no item III do Relatório Fiscal, que também foram devidamente registrados na decisão de primeira instância nos seguintes termos: “[...] Falta de capacidade financeira da Universal Ferramentas Ltda, ante o grande número de empréstimos que esta tomou da autuada; Após análise da representatividade dos custos de mãodeobra em relação ao faturamento das duas empresas, constatouse que na autuada não chega a 5%, e a Universal Ferramentas Ltda chega a ultrapassar 90%, o que aponta a situação de que a Universal Ferramentas Ltda, na verdade, foi constituída com o fim de absorver a mãodeobra alocada na produção da autuada, com o fim de reduzir encargos tributários utilizandose dos benefícios do Simples; A existência de processos judiciais em que a autuada e a Universal Ferramentas Ltda foram chamadas para compor a lide na condição de demandados pelos trabalhadores que alegaram terem sido contratados para trabalhar na linha de produção de ambas, que ficam estabelecidas no mesmo estabelecimento, possuindo as mesmas atividades e sob os mesmos dirigentes; A autuada e a Universal Ferramentas Ltda ocupam o mesmo estabelecimento, e seus sóciosadministradores são parentes que residem no mesmo endereço. Além disso, autuada trouxe aos autos o contrato de comodato de fls.208 a 214, por meio do qual ela transferiu à Universal Ferramentas Ltda os direitos de uso e gozo de bens de se ativo imobilizado, no valor de R$ 1.228.760,00, que na verdade se refere a máquinas e ferramentas utilizadas na industrialização de seus produtos. Isso demonstra que a Universal Ferramentas Ltda além de não dispor de capacidade financeira, não dispõe também de capacidade operacional para realizar o negócio para a qual foi constituída, pois seu ativo imobilizado é de apenas R$ 299.990,75 (fl.31), ou seja, representa cerca de 25% do ativo imobilizado obtido da autuada em comodato. [...]” (decisão de primeira instância; Acórdão 0428.644 da 4ª Turma da DRJ/CGE). Percebese, então, que a Recorrente utilizouse da empresa Universal Ferramentas Ltda para simular a realidade fática evidenciada pelo Fisco, visando esconder o fato gerador da contribuição previdenciária, já que ficou demonstrado que a Recorrente utilizouse de interposta pessoa jurídica para absorver a mão de obra empregada no seu processo produtivo. Logo, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada que houve a prática de interposta pessoa na contratação da mão de obra. O mesmo entendimento, apenas sendo distinta a espécie de tributos, foi manifestado no enunciado da Súmula CARF nº 34: “Nos lançamentos em que se apura omissão de receita ou rendimentos, decorrente de depósitos bancários de origem não Fl. 379DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11065.721256/201187 Acórdão n.º 2402004.313 S2C4T2 Fl. 6 9 comprovada, é cabível a qualificação da multa de ofício, quando constatada a movimentação de recursos em contas bancárias de interpostas pessoas”. Em relação ao pretenso aspecto confiscatório da multa lançada, melhor sorte não socorre a Recorrente, a teor do art. 150, inciso IV, da Constituição Federal de 1988 que positivou o princípio do nãoconfisco. Constituição Federal de 1988: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV utilizar tributo com efeito de confisco; Como estampado no art. 3° do Código Tributário Nacional (CTN), tributo é toda prestação pecuniária compulsória, que não constitua sanção de ato ilícito. A sanção de ato ilícito tem na multa pecuniária uma de suas espécies. Assim, tratandose de multa pecuniária, não há que falar em princípio nãoconfisco. Vêse, claramente, que o CTN extrema os conceitos de tributo e de multa, não havendo identidade entre estes. O princípio do não confisco (art. 150, IV) somente se aplica a tributos. Com isso, rejeitase a pretensão recursal. Quanto aos demais pontos abordados pelo ilustre Relator, no que não colidem com a demonstração (motivação) supramencionada, aliome às suas razões de decidir. Ante todo o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso e NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do voto. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 380DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por LIZONTINA MARIA CAETANO, Assinado digitalmente em 05/01/2 015 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por RONALDO DE LIMA MACE DO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 14751.000140/2006-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO OU SEM CAUSA COMPROVADA. Sujeitam-se à incidência do imposto exclusivamente na fonte, à aliquota de 35%, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, assim como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. O prazo para a constituição do IRPJ na hipótese em que não há pagamento da divida, é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 1401-000.706
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar as preliminares suscitadas e, por maioria, negar provimento ao recurso voluntário vencida a conselheira Karem Jureidini Dias.
Nome do relator: Mauricio Pereira Faro
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Sujeitamse à incidência do imposto exclusivamente na fonte, à aliquota de 35%, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, assim como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. O prazo para a constituição do IRPJ na hipótese em que não há pagamento da divida, é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar as preliminares suscitadas e, por maioria, negar provimento ao recurso voluntário vencida a conselheira Karem Jureidini Dias. Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva Presidente Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Alexandre Antônio Alkmin Teixeira, Antônio Bezerra Neto, Mauricio Pereira Faro e Fernando Luiz Gomes de Mattos. Fl. 596DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 2 2 Relatório Tratase de recurso manejado pelo contribuinte contra o acórdão proferido pela DRJ/REC que julgou procedente o auto de infração. Por bem resumir a questão adoto o relatório da DRJ: 1.Contra a empresa supra qualificada foi lavrado, em 16/05/2006, o Auto de Infração a seguir relacionado, referente a fatos geradores ocorridos entre os anos calendários de 2001 e 2002. 2. Segundo a descrição dos fatos (fl. 07), constatouse, na ação fiscal, FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRRF SOBRE PAGAMENTO SEM COMPROVAÇÃO DE SUA CAUSA (cheques sacados e pagamentos efetuados, CONTA:1.1.01.0001 CAIXA, listados nas intimações de 16/02/2006 e 20/03/2006— fls. 149 a 155) e. 3. Consta ainda que a empresa, durante a fase de implantação do projeto, efetuou pagamentos cuja causa não logrou comprovar: 3.1. Ano 2000: Cheques de R$ 5.000,00 emitidos pela CIMA e sacados no Bradesco, não incluidos no auto, em virtude da decadência do direito da fazenda lançar; 3.2. Ano 2001 e 2002: Cheques emitidos pela CIMA e sacados no Bradesco e Banco do Nordeste do Brasil. Intimação para apresentação dos cheques não atendida e intimação e reintimação para comprovação das operações que deram causa aos pagamentos também não atendidas; Intimação e reintimação aos sócios da empresa Joseilton Construções e Comércio ltda, CNPJ 02.378.740/000191 relativa às prestações dos serviços à CIMA (Edificação da Obra) devolvidas; 3.4. Intimação e reintimação A. CIMA do contrato com Joseilton C e C Ltda e Notas Fiscais, dos cheques por ela emitidos nos anos de 2001 e 2002 e de várias inconsistências contábeis. A empresa não as atendeu; DA IMPUGNACÃO Fl. 597DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 3 3 4. Devidamente notificada e não se conformando com o lançamento, o contribuinte apresentou, em 23/06/2006 (fls. 267/286), a sua contestação, alegando em síntese: 4.1. DA PRELIMINAR DE DECADENCIA: Dito o lançamento por homologação, que seja reconhecida a decadência relativamente ao período de 02/01/2001 a 18/05/2001, já que tomou ciência do auto em 24 de maio de 2006. DO MÉRITO: 4.2. Partindo da premissa que a Corregedoria Geral da Uniao no Estado da Paraiba — CGU realizou auditoria no projeto da empresa, constatando liberações de dinheiro, até 14/02/2002, na ordem de R$ 1.886.544,00, e, ainda, que ao final de 2001, o montante de recursos próprios vinculados ao projeto já totalizava R$ 3.890.279,00; mais, ainda, que a SUDENE após auditoria, concluiu pela regularidade do projeto, que as presumíveis irregularidades apontadas pelo FISCO, com enquadramento legal no § 1°, do art. 674 do R 1R199, consignadas as operações que motivaram os pagamentos elencados nos demonstrativos de fls. 155/158, se referem aos contratos firmados pela impugnante, mencionados, alias, no relatório da CGU na Paraiba com as empresas Joseilton Construções e Comércio Ltda, Construtora Unidas Ltda e Empresa Firmino Construções Ltda; 4.3. Que os serviços contratados foram executados, conforme comprovaram as fiscalizações realizadas pelas equipes de fiscalização da UGFIN, órgão que administra os projetos da extinta SUDENE, e pela CGU, que registram a execução de um galpão industrial com area superior a 14.000 M 2, e que foi exatamente o objeto dos contratos aqui referidos; 4.4. Que a emissão de cheques nominais a Carmem de Lourdes de Araújo e Claudio Paulo Marcone constitui uma operação normal, típica de transferência de recursos de estabelecimentos bancários para reforço de caixa, conforme livro Razão anexado. Esses suprimentos, que totalizam R$ 61.000,00, mais o cheque 153, do Bradesco, no valor de R$ 295.000,00, possibilitaram os pagamentos Construtora Firmino e à Unidas Ltda.; 4.5. Que os valores lançados, totalizando R$ 156.000,00, referemse à adiantamentos IIVIAL — Industria Mecânica Antônio Leopoldino Ltda, pela confecção de cantoneiras galvanizadas para transporte de bacias sanitárias. Ainda, que ao final do ano, ao concluir o trabalho, emitiu Nota Fl. 598DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 4 4 Fiscal Fatura n° 412, de 27/12/2000, no valor de R$ 244.200,00; 4.6. Que a Construtora Unidas Ltda, em função do contrato para conclusão do galpão industrial, executou as obras constantes da Nota Fiscal de serviços no 27, no valor de R$ 406.894,19 e reconheceu um crédito em favor da CIMA, no valor de R$ 695.000,00, pagos durante o 1° semestre de 2001, a titulo de adiantamentos; 4.7. Que o distrato relativo ao contrato firmado com a Construtora Unidas Ltda contém dois erros, A uma, não faz menção à nota fiscal de serviços n° 33, de 28/03/2001, no valor de R$ 330.108,73. A duas, os adiantamentos totalizam apenas a quantia de R$ 685.000,00, consoante registro no Razão, e correspondem aos cheques 78, 81, 82, 84, 86, 89, 9294, 9698, 101, 103, 104 3 106; 4.8. Que o total das notas fiscais 27 e 33, no montante de R$ 737.007,92, foi pago com os cheques 95 e 155, do Bradesco, e o restante R$ 142.502,92, indicado no demonstrativo de fl. 157 [Sacou o cheque no valor de R$ 295.000,00, conforme registro no Razão 2001 (doc.87)]; 4.9. Que em função do contrato firmado com Joseilton Construções e Comércio Ltda em 01/08/2000, pagou até 03/01/2001 o valor de R$ 2.922.192,53 pelos serviços prestados, conforme notas fiscais de serviço n° 570, 582 e 583. A parcela final ocorreu em 02/01/2001, no valor de R$ 300.000,00, para o qual resgatou aplicação de igual valor (doc. 87) e, ainda, no mesmo dia, emitiu o cheque n° 66 do Bradesco e, com o produto do saque, realizou pagamento em espécie a Joseilton, que assim preferiu para fugir da incidência da CPMF; 4.10. Que o Sr. Joseilton Alves da Silva deixou a empresa em abril de 1998 e passou a gerir os negócios da empresa como procurador dos sócios remanescentes, assinando, nessa qualidade, os papéis de fls. 219/249 e a rescisão contratual; 4.11. Que em relação aos desembolsos realizados em 2000, sobre os quais a fiscalização afirma que a CIMA apresentou documentação que lhes desse suporte, verifica se que compõemse de pagamento, notas fiscais e recibos assinados por Joseilton Alves da Silva como procurador, estranhamente agora não aceito pelo fisco; 4.12. Que na contabilidade da CIMA há registros de vários pagamentos que teriam sido feitos à empresa Joseilton C. Ltda, nos anos de 2000 e 2001, a titulo de adiantamento para execução de obras, mas que, com efeito, se referem a Fl. 599DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 5 5 adiantamentos A. Construtora Unidas Ltda, embora emitidos nominais à empresa Joseilton C. Ltda.; 4.13. Que um acordo firmado entre as supracitadas empresas (sucedida e sucessora na construção do galpão), talvez em virtude de problemas administrativos e fiscais autorizou a CIMA pagar à Joseilton obrigações concernentes a Unidas; Que em função do contrato firmado entre CIMA e Firmino Construções Ltda, para realização de obras do projeto Mamanguape, no valor de R$ 2.865.996,38 (docs 224/226), sendo paga a quantia de R$ 300.000,00, em 02/01/2002, parte como adiantamento e parte por serviços, e que, em função de outros serviços, os valores foram compensados com a quantia de R$ 695.000,0; 4.15. Que os cheques de n's 158 e 159, totalizando R$ 520.000,00, sacados junto ao Bradesco, tiveram a finalidade de suprir o caixa, com o fim de permitir, entre outros, o pagamento da NF n° 45 da Empresa Firmino Contruções Ltda. No valor de R$ 456,866,06; 4.16. Que o pagamento de R$ 14.000,00, consta no Razão (doc. 142) como pagamento da NF no 174, da empresa J. E. Engenharia Ltda.; 4.17. Quanto aos pagamentos em espécie, que nada existe proibindo tal prática, consoante disposto no inciso II, do art. 5 0 da Constituição Federal de 88; 4.18. Que as obras foram realizadas, como está sobejamente comprovado neste processo; 4.19. Que as receitas forma contabilizadas e oferecidas a. tributação pelas empresas contratadas, como poderá ser constatado em diligência; e 4.20. Por fim, que sejam consideradas comprovadas as operações ou as suas causas, referente aos pagamentos efetuados no período acima indicado, bem como no período de 07/06/2001 a 27/12/2002, que tratam os demonstrativos de fls. 155/157; Analisando a questão, entendeu o órgão julgador a quo por julgar procedente o auto de infração, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2001, 2002 Fl. 600DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 6 6 PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO OU SEM CAUSA COMPROVADA. Sujeitamse à incidência do imposto exclusivamente na fonte, à aliquota de 35%, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, assim como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001, 2002 PRELIMINAR DE DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O prazo para a constituição do IRPJ na hipótese em que não há pagamento da divida, é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002 IMPUGNAÇÃO. ONUS DA PROVA. As alegações apresentadas na impugnação devem vir acompanhadas das provas documentais correspondentes, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. Lançamento Procedente Irresignado, interpôs a contribuinte o recurso ora analisado, reiterando os argumentos anteriormente apresentados e suscitando uma preliminar de cerceamento de defesa. É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Pereira Faro Da Decadência Sustenta a Recorrente a decadência parcial do crédito tributário ora discutido tendo em vista a aplicação do artigo 150, § 4º do CTN. Entendeu o órgão julgador a quo que no presente caso deve ser aplicado o artigo 173, I do CTN que determina o inicio do prazo a partir do primeiro dia do exercício seguinte, haja vista a inexistência de pagamento, ainda que a menor, por parte da Recorrente. Em suas razoes recursais limitase a Recorrente a reiterar os argumentos expendidos anteriormente, bem como apresentar acórdãos do antigo Conselho de Contribuinte sem, contudo, fazer prova de eventual pagamento a menor. Fl. 601DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 7 7 Nesse sentido, já é pacífica a jurisprudência do STJ acerca da aplicação do artigo 173, I do CTN nos casos em que inexiste pagamento a menor, conforme se verifica do REsp. Nº 973.733 SC, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12.8.2009. Ante o exposto, afasto a decadência suscitada pela Recorrente. Do Cerceamento de defesa Sustenta a Recorrente a ocorrência de cerceamento de defesa em razão dos Fiscais da SRFB terem efetuado a oitiva dos Srs. Paulo Sérgio G da Silva, no dia 16 de fevereiro de 2006, e Franciraldo de Lima Rocha, no dia 15 de fevereiro de 2006, localizados as fls. 258 a 261. Isso porque, segundo a Recorrente, a mesma não foi intimada previamente para fazerse presente ao referido ato ceifando seu direito à ampla defesa e ao contraditório. É necessário esclarecer que o objetivo da oitiva das pessoas acima mencionadas se justificou em razão dos mesmos constarem como sócios no contrato social da empresa JOSEILTON CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA a quem a Recorrente afirma ter efetuado pagamentos da ordem de quase três milhões de reais. Todavia, conforme se verifica dos referidos depoimentos, as referidas pessoas não apenas afirmaram desconhecer a empresa JOSEILTON CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA, como também demonstrarem não possuir condições financeiras para possuir uma empresa desse porte, residindo, inclusive, em casas humildes cujas fotos foram anexadas aos presentes autos. Por seu turno, além de reconhecer a pertinência da referida oitiva para o deslinde da presente controvérsia, não vislumbro o cerceamento de defesa alegado haja vista que a Recorrente contestou plenamente o auto de infração não apenas na impugnação apresentada como também no recurso ora analisado. Dessa forma, entendo que não merece prosperar a preliminar de cerceamento de defesa. Do Mérito Conforme é cediço, nas hipóteses em que seja apurada a existência de pagamentos em relação aos quais não seja possível a identificação do beneficiário ou da causa do pagamento, é legalmente autorizada a incidência de IRRF, com base na presunção de se tratar de pagamento de rendimento tributável a terceiro, sujeito a uma aliquota diferenciada, em face das circunstâncias indicativas de irregularidade (falta de identificação do beneficiário ou da causa do pagamento). Da leitura dos presentes autos podese verificar que a empresa em tela foi intimada em 16/02/2006 e reintimada em 20/03/2006 a comprovar as operações que deram causa aos cheques por ela emitidos elencados nos demonstrativos de fls. 151 e 154, sacados em 2001 e 2002, nos bancos Bradesco e do Nordeste do Brasil — BNB, pagamentos efetuados Fl. 602DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 8 8 com desembolsos na conta CAIXA e prestar outros esclarecimentos a respeito de inconsistências contábeis detectadas. Todavia, conforme indicado pela decisão recorrida, a Recorrente , não atendeu as referidas intimações. Por seu turno, os cheques sacados, totalizando R$ 2.654.700,00) apresentam como beneficiários a própria CIMA (R$ 1.204.500,00), IMAL — Indústria Mecânica Antônio Leopoldino Ltda (R$ 10.400,00), Carmem de Lourdes de Araújo (R$ 15.000,00), Cláudio Paulo Marcone (118.500,00), Joseilton Construções Ltda. (R$ 624.500,00), Visão Empreendimentos Ltda. (R$ 10.000,00), José Carlos Teixeira de Carvalho (R$ 81.000,00), Unidas Construções Ltda. (R$540.000,00) e Firmino Construções Ltda. (R$ 55.000,00) Convém aqui lembrar que, no tocante aos dispêndios correlacionados a despesas efetuadas pela pessoa jurídica, para sua comprovação, a legislação do imposto de renda impõe que fique inequivocamente comprovado, mediante documentação hábil e idônea, o respectivo pagamento e que o gasto efetuado teve como contrapartida o efetivo ingresso de bens ou serviços na empresa, e em se tratando de custo ou despesa operacional, que se trate de dispêndio necessário à manutenção das atividades da empresa. Registrese, ainda, que o montante de R$ 624.500,00 foi pago à empresa Joseilton Construções Ltda. Todavia, de acordo com os depoimentos contidos as fls 258/261 os Srs. Paulo Sérgio G da Silva e Franciraldo de Lima Rocha, que seriam supostos sócios da referida empresa, não apenas afirmaram desconhecer a referida empresa como demonstraram cabalmente não possuírem condições financeiras para atuar em empresa de tal porte. Tal fato não somente levanta duvidas acerca da índole da referida empresa, como também da legitimidade dos vultosos pagamentos que a Recorrente afirma ter efetuado. Por seu turno, conforme atestou a decisão de Primeiro Grau, da documentação apresentada pela Recorrente o que se observa é que não existe qualquer correlação entre os beneficiários dos pagamentos efetuados (cheques) e os respectivos registros na contabilidade, gerando uma presunção relativa de que os referidos registros não são absolutamente aceitáveis e, em se tratando de pagamentos cujas operações se quer correlacionar, ser necessário outros elementos de prova que não os produzidos pela própria Recorrente e, ainda, com validade perante terceiros, sob pena de assim não sendo, exigirse o IRRF sobre os mesmos, nos termos do art. 61, §1° da Lei no 8.981, de 1995. No que se refere à alegada conclusão da regularidade do projeto por parte da Corregedoria Geral da União no Estado da Paraiba, SUDENE, etc., são análises especificas dos citados órgãos que, vale salientar, em nenhum momento foram contestadas pela fiscalização, mas que não pressupõem a regularidade da escrituração contábil e fiscal do contribuinte para fins tributários, cuja competência de análise pertence à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Já quanto à comprovação da execução dos serviços contratados, conforme fiscalizações realizadas pelas equipes de fiscalização da UGFIN e CGU, que registram a execução de um galpão industrial com area superior a 14.000 m 2, tal fato não foi contestado pela fiscalização, apenas não foram apresentadas provas da correlação entre os dispêndios e os mencionados serviços, fato que enseja a aplicação do disposto no art. 674 do RIR/99. Ainda, é de se mencionar, mais uma vez, que não compete à RFB fiscalizar o uso dos recursos fornecidos por entidades governamentais destinadas a formentar o desenvolvimento, quer seja local, regional ou nacional, como é o caso das entidades enumeradas pela Recorrente. Fl. 603DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 9 9 Pretende a Recorrente comprovar as possíveis operações que deram causa aos pagamentos (despesas na fase préoperacional), correlacionando pagamentos diversos a contratos, notas fiscais e recibos, além de alegações variadas, tais como acordos informais entre empresas contratadas. Todavia, conforme registrado pela decisão de Primeiro Grau, a fiscalização não desconsiderou os contratos apresentados e demais documentos apresentados pela contribuinte relativamente a despesas da fase préoperacional, nem, tampouco, as obras realizadas, sendo certo que a contribuinte não obteve êxito para comprovar as as causas dos dispêndios efetuados. Ante o exposto, afasto a preliminar de decadência e cerceamento de defesa e, no mérito, nego provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Mauricio Pereira Faro Relator Fl. 604DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO
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Numero do processo: 14367.000367/2010-69
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2001 a 30/04/2003
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PROCESSOS PRÓPRIOS.
O contribuinte que tiver créditos de valores recolhidos indevidamente à Previdência Social ou a outras entidades e fundos junto ao fisco deve se habilitar para recebê-los mediante processos próprios de restituição/compensação.
MULTA DE MORA.
Na forma da redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212/91 pela Lei n 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
RETROATIVIDADE BENIGNA.
O artigo 106, c , do Código Tributário Nacional - CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna.
MULTA MAIS BENÉFICA
Autuação lavrada por ofensa à legislação vigente capitulada nos incisos I, II e III do art. 35 anterior a nova redação dada pela Lei n 11.941, sendo mais benéfico o novo comando, o cálculo da multa de mora há que se submeter ao preceituado último.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.787
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, Acórdão: 2403-002.787: a) pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso à questão da apropriação dos valores abatidos no DEBCAD 37.304.597-2. Vencidos os conselheiros Marcelo Magalhães Peixoto (relator), Jhonatas Ribeiro da Silva e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ivacir Julio de Souza. b) por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Ivacir Julio de Souza - Redator Designado
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues. Jhonatas Ribeiro da Silva.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/2001 a 30/04/2003 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PROCESSOS PRÓPRIOS. O contribuinte que tiver créditos de valores recolhidos indevidamente à Previdência Social ou a outras entidades e fundos junto ao fisco deve se habilitar para recebê-los mediante processos próprios de restituição/compensação. MULTA DE MORA. Na forma da redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212/91 pela Lei n 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. RETROATIVIDADE BENIGNA. O artigo 106, c , do Código Tributário Nacional - CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. MULTA MAIS BENÉFICA Autuação lavrada por ofensa à legislação vigente capitulada nos incisos I, II e III do art. 35 anterior a nova redação dada pela Lei n 11.941, sendo mais benéfico o novo comando, o cálculo da multa de mora há que se submeter ao preceituado último. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2200; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 2 1 1 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14367.000367/201069 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403002.787 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 04 de novembro de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Recorrente TORONTO CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2001 a 30/04/2003 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PROCESSOS PRÓPRIOS. O contribuinte que tiver créditos de valores recolhidos indevidamente à Previdência Social ou a outras entidades e fundos junto ao fisco deve se habilitar para recebêlos mediante processos próprios de restituição/compensação. MULTA DE MORA. Na forma da redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212/91 pela Lei n 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. RETROATIVIDADE BENIGNA. O artigo 106, “c” , do Código Tributário Nacional CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. MULTA MAIS BENÉFICA Autuação lavrada por ofensa à legislação vigente capitulada nos incisos I, II e III do art. 35 anterior a nova redação dada pela Lei n 11.941, sendo mais benéfico o novo comando, o cálculo da multa de mora há que se submeter ao preceituado último. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 36 7. 00 03 67 /2 01 0- 69 Fl. 128DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, Acórdão: 2403002.787: a) pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso à questão da apropriação dos valores abatidos no DEBCAD 37.304.5972. Vencidos os conselheiros Marcelo Magalhães Peixoto (relator), Jhonatas Ribeiro da Silva e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ivacir Julio de Souza. b) por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Ivacir Julio de Souza Redator Designado Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues. Jhonatas Ribeiro da Silva. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14367.000367/201069 Acórdão n.º 2403002.787 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de Acórdão que manteve em parte o lançamento consubstanciado no DEBCAD 37.304.5999, referente período de 01/03/2001 a 31/03/2003, na qual pretende o recolhimento das contribuições previdenciárias devidas pelos segurados, de responsabilidade da empresa, apuradas em folha de pagamento e não declaradas em GFIP, destinadas a TERCEIROS. Segundo relata a autoridade fiscal nas fls. 39/46, a presente autuação destina se a substituir Notificações Fiscais de Lançamento de Débito, elencados no Relatório Fiscal, originariamente lavradas em 20/10/2006, e julgadas nulas por vício formal pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém, ante a ocorrência de vícios na cientificação do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF. A autuação em epígrafe, lavrado em dezembro de 2010, desdobrase nos seguintes levantamentos: EP – CARACTERIZAÇÃO DE EMPREGADOS: corresponde ao montante das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados que a empresa os tinha considerado como contribuintes individuais e que a fiscalização do lançamento originário comprovou com os próprios documentos da empresa que se tratavam, em verdade, de segurados empregados, conforme documentos constantes na autuação originária, apensado ao presente; FP – FOLHA DE PAG A PARTIR DE 0199: decorre das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais que lhes prestaram serviços; VR – VALORES RESTITUÍDOS VIA PROC: foram lançados os valores que foram restituídos via processo administrativo, conforme COGPS – Consulta Detalhes GPS, conforme documento anexo constante na autuação originária, apensado ao presente; DAL – DIFERENÇA DE ACRÉSCIMOS LEGAIS: registra as diferenças decorrentes de recolhimentos a menor de atualizações monetárias, juros ou multa de mora, com indicação de valores que seriam devidos e dos valores recolhidos, considerandose como competência para lançamento do acréscimo legal àquela em que foi efetuado o recolhimento a menor. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, o contribuinte apresentou defesa através do instrumento de fls. 77/89. DO ACÓRDÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da então Impugnante, a 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém, DRJ/BEL, prolatou o Acórdão nº 01 Fl. 130DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 22.998, fls. 100/113, na qual consignou a procedência em parte da impugnação ofertada para reconhecer a decadência nos termos do art. 150, § 4º, do CTN, assim como para excluir o segurado Antonio Marques da Silva do levantamento EP – CARACTERIZAÇÃO DE EMPREGADOS, por ausência, nos autos, de provas de sua caracterização como empregado da Impugnante. O julgado restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2003 DECADÊNCIA. O direito de constituir o crédito tributário relativo às contribuições previdenciárias, em virtude do reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da Súmula Vinculante nº 08 de 12/06/2008, publicada no DJ de 20/06/2008, de observância obrigatória por força do disposto no art. 103A da Constituição Federal de 1988, regulamentado pelo art. 2º da Lei nº 11.417/2006, extinguese em 5 (cinco). Aplicarseá, assim, o prazo decadencial do art. 150, § 4º, ou do art. 173, inciso I, do CTN. CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS Verificando a autoridade administrativa que o trabalho executado pelos prestadores de serviço atendem aos requisitos caracterizadores da relação de emprego, pode ele desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado. Impugnação Improcedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a Recorrente, interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 156/159, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizandose, para tanto, do argumento de que há prejuízos decorrentes da apropriação inadequada dos créditos. É o relatório. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14367.000367/201069 Acórdão n.º 2403002.787 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Vencido Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA ADMISSIBILIDADE Conforme documentos de fl. 162, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO Afirma o recorrente que a fiscalização rateou os recolhimentos efetuados no CNPJ nas diversas CEI’s/levantamentos, gerando diferenças inexistentes em todos os levantamentos e, especialmente, nas NFLD do presente processo. Afirma que não conseguiu assimilar como foram apropriados os recolhimentos efetuados no CNPJ, haja vista que o RDA contém valores superiores as contribuições apuradas nas NFLDs, o que faria dele um credor e não devedor. No entanto, não entendo que o fundamento levantado seja suficiente para a caracterização de nulidade no presente processo, conforme afirma o contribuinte. Três são os levantamentos presentes neste processo: “EP” – pagamento feito através de recibos aos contribuintes individuais, “FP” referente a lançamentos em folha de pagamento e “VR” – relativo a valores restituídos via processo 10/2001 a 12/2002. Em anexo ao auto de infração, consta o Discriminativo Analítico de Débitos, assim como o Relatório de Documentos Apresentados, que discrimina, por estabelecimento e por competência, as parcelas que foram deduzidas das contribuições apuradas, constituídas por recolhimentos, valores confessados pelo sujeito passivo, quando for o caso. Também no RADA, há a demonstração de como os documentos apresentados pelo contribuinte ou apurados na ação fiscal foram apropriados pela fiscalização, GRPS, GPS, LDC, CRED (créditos diversos) e DNF (valores destacados em nota fiscal ainda não recolhidos). Dessa forma, não vislumbro o erro apontado pelo contribuinte, assim como entendo que não restou demonstrado o suposto prejuízo. No entanto, uma ressalva merece ser feita. Nos processos em que fora realizada a aferição indireta, esta turma em julgamento realizado na pauta de outubro/2014 entendeu que ali estão presentes nulidades que maculam os referidos autos de infração de vício material insanável, no qual foi dado provimento ao Recurso Voluntário quanto ao processo de que tratava o DEBCAD 37.304.597 2 (TERCEIROS AFERIÇÃO INDIRETA). Ocorre que, ao assim se proceder, as apropriações (créditos) realizados pelo fiscal naquele processo merecem ser migrados e devidamente apropriados no presente já que ante a inexistência do lançamento anterior e da constatação da existência do crédito do Fl. 132DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 contribuinte, não pode o recorrente ter seus créditos, líquidos e certos, excluídos, uma vez que foram devidamente reconhecidos pela própria fiscalização no Relatório de Documentos Apropriados – RADA. Cumpre destacar que o presente DEBCAD n. 37.304.5999 (TERCEIROS), está relacionado com o DEBCAD 37.304.5972 (TERCEIROS AFERIÇÃO INDIRETA), que, conforme já se destacou, foi anulado por esta turma de julgamento. Dessa forma, a partir dos lançamentos efetuados pela fiscalização os seguintes créditos, imputados no DEBCAD 37.304.5972, devem ser apropriados no presente nçamento: Os créditos acima totalizam um montante de R$ 19.326,54 (dezenove mil, trezentos e vinte e seis reais e cinqüenta e quatro centavos) e devem ser apropriados, (independentemente da correlação de obras uma vez que se trata do mesmo contribuinte) para o presente DEBCAD por também se tratar da parte de terceiros. Logo, quando da execução do julgado, os créditos acima devem ser abatidos até o limite do presente DEBCAD. CONCLUSÃO Ante o exposto, conheço do Recurso Voluntário para, no mérito, darlhe provimento para, determinar a apropriação dos créditos apurados no DEBCAD n. 37.304.597 2. Marcelo Magalhães Peixoto LEVANTAMENTO COMPETÊNCIA VALOR APURADO VALOR APROPRIADO QD ‐ AMBL BL 05 E CONST QUADRA ESP dez/01 R$ 842,08 R$ 842,08 QD ‐ AMBL BL 05 E CONST QUADRA ESP jan/02 R$ 842,08 R$ ‐ DE ‐ CONST DELEGACIA TAPAUA jan/02 R$ 208,41 R$ 208,41 DE ‐ CONST DELEGACIA TAPAUA abr/02 R$ 208,41 R$ 208,41 DE ‐ CONST DELEGACIA TAPAUA mai/02 R$ 208,41 R$ 208,41 EP ‐ CARACTERIZAÇÃO DE EMPREGADO set/02 R$ 376,21 R$ 376,21 IN ‐ ILUMINAÇÃO NATALINA dez/01 R$ 2.128,60 R$ 2.128,60 IN ‐ ILUMINAÇÃO NATALINA jan/02 R$ 2.128,60 R$ 2.128,60 NR ‐ DRENAGEM ESTRADA NOVO REMANDO set/02 R$ 4.093,78 R$ 4.093,78 NR ‐ DRENAGEM ESTRADA NOVO REMANDO out/02 R$ 4.486,99 R$ 4.486,99 NR ‐ DRENAGEM ESTRADA NOVO REMANDO nov/02 R$ 3.022,98 R$ 3.022,98 NR ‐ DRENAGEM ESTRADA NOVO REMANDO dez/02 R$ 1.622,07 R$ 1.622,07 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14367.000367/201069 Acórdão n.º 2403002.787 S2C4T3 Fl. 5 7 Voto Vencedor Embora o respeito ao entendimento do i. Conselheiro que desenvolveu os encimados argumentos sustentados na motivação de seu voto, ouso discordar de sua conclusão na forma do abaixo expresso. Na condução do voto , o I. Conselheiro referindose aos créditos de outro processo aduz que esses devam ser apropriados neste , independente de correlação: "Ocorre que, ao assim se proceder, as apropriações (créditos) realizados pelo fiscal naquele processo merecem ser migrados e devidamente apropriados no presente já que ante a inexistência do lançamento anterior e da constatação da existência do crédito do contribuinte, não pode o recorrente ter seus créditos, líquidos e certos, excluídos, uma vez que foram devidamente reconhecidos pela própria fiscalização no Relatório de Documentos Apropriados – RADA. (...) (independentemente da correlação de obras uma vez que se trata do mesmo contribuinte) para o presente DEBCAD por também se tratar da parte de terceiros. Logo, quando da execução do julgado, os créditos acima devem ser abatidos até o limite do presente DEBCAD " E nesta questão em que divirjo em razão de entender que o contribuinte que tiver créditos de valores recolhidos indevidamente à Previdência Social ou a outras entidades e fundos junto ao fisco nas circunstâncias em comento, deve se habilitar para recebêlos mediante processos próprios de restituição/compensação. DA MULTA DE MORA A infração ocorrera no período 01/03/2001 a 30/04/2003. Às fls. 01 se observa que a empresa fora penalizada com multa de mora de mora. No Relatório de Fundamentos Legais do Débito – FLD, de fls. 24 o item, 601 – Acréscimos Legais da Multa, revela que a multa restou assentada nos incisos I, II e II do art. 35 da Lei n° 8.212/91 . Na forma da redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212/91 pela Lei n° 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, verbis : “Art.35 . Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996” Eis que o caput e § 2º da sobredita Lei no 9.430/96 determinam taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso limitada ao percentual de vinte por cento, verbis: Fl. 134DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 “ Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso.(...) § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.” MULTA MAIS BENÉFICA O artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. “ Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” Desse modo, cabe recálculo da multa aplicada na forma do previsto na art. 35 da Lei n 8.212/912 na forma da redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996 até a competência 11/2008. Ivacir Júlio de Souza Relator designado. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10183.902994/2008-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.871
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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E COM. LTDA Recorrida DRJCAMPO GRANDE/MS Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 83 .9 02 99 4/ 20 08 -1 9 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10183.902994/200819 Resolução nº 3401000.871 S3C4T1 Fl. 133 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de valor supostamente recolhido de modo indevido a título de multa moratória por atraso no recolhimento da COFINS do período de apuração de junho de 2000 e vencimento em julho do mesmo ano, mas pago somente em 05/12/2000, no valor original de R$ 10.078,82, para compensar o PIS de agosto de 2003. O PER/DCOMP eletrônico (fls. 2/6) foi transmitido em 16/04/2008. O crédito foi indeferido pela DRF em Cuiabá/MT e a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente. A Recorrente interpôs recurso voluntário, alegando que a multa não era devida por ter ocorrido a denúncia espontânea. Na primeira análise por esta turma, o julgamento foi convertido em diligência, a fim de saber se realmente houve a denúncia espontânea. Para isso, os autos foram devolvidos à delegacia de origem, a fim de que ela informasse se os juros referentes ao atraso do recolhimento da COFINS do mês de junho 2000, com vencimento em julho do mesmo ano, foi recolhido integralmente; se o valor devido no mês de junho de 2000 foi declarado em DCTF e qual a data em que a respectiva DCTF foi apresentada. Em resposta à diligência, a delegacia de origem informou que a DCTF foi apresenta em 12/08/2000 e que o valor confessado foi extinto por pagamento com juros e multa (fls. 128/129). É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça Como já analisado na primeira oportunidade, o recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual foi conhecido. Muito embora se tenha ordenado expressamente que a Recorrente fosse intimada do resultado da diligência para apresentar sua manifestação no prazo de 30 (trinta) dias, esse comando não foi atendido. Assim, em atendido ao princípio do contraditório e da ampla defesa, fazse necessário converter o julgamento em diligência mais uma vez, para que a Recorrente seja intimada do resultado da diligência para, querendo, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. Após esse prazo, os autos devem retornar ao CARF para análise do mérito, ainda que o prazo tenha transcorrido in albis. Ex positis¸ converto o julgamento em diligência nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 133DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10183.902994/200819 Resolução nº 3401000.871 S3C4T1 Fl. 134 3 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
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Numero do processo: 14120.000220/2008-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS DA EMPRESA - PLR. IMUNIDADE. OBSERVÂNCIA À LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. ASSIDUIDADE/ABSENTEÍSMO. META. VALIDADE/POSSIBILIDADE. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO.
A Participação nos Lucros e Resultados - PLR concedida pela empresa aos seus funcionários, como forma de integração entre capital e trabalho e ganho de produtividade, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias, por força do disposto no artigo 7º, inciso XI, da CF, sobretudo por não se revestir da natureza salarial, estando ausentes os requisitos da habitualidade e contraprestação pelo trabalho.
Somente nas hipóteses em que o pagamento da verba intitulada de PLR não observar os requisitos legais insculpidos na legislação específica, notadamente artigo 28, § 9º, alínea j, da Lei nº 8.212/91, bem como MP nº 794/1994 e reedições, c/c Lei nº 10.101/2000, é que incidirão contribuições previdenciárias sobre tais importâncias, em face de sua descaracterização como Participação nos Lucros e Resultados.
O legislador ordinário, ao contemplar os pressupostos da PLR, optou por prestigiar os acordos feitos entre as partes, ou melhor, a negociação coletiva levada a efeito pelos Sindicatos em conjunto com as respectivas empresas ou mesmo comissões de empregados, não cabendo, via de regra, à autoridade fazendária ou julgadora adentrar a essência do acordo, mas, sim, verificar se, de fato, existem metas, mecanismos de aferição, regras claras e objetivas, etc, bem como se foram cumpridos pela contribuinte por ocasião do pagamento da verba sob análise.
In casu, afastar a possibilidade de a empresa estabelecer como parâmetro/condição ao pagamento da PLR a assiduidade/absenteísmo, aferido mensalmente, mas pago em duas parcelas, é de cunho subjetivo do aplicador/intérprete da lei, extrapolando os limites das normas específicas em total afronta à própria essência do benefício, o qual, na condição de verdadeira imunidade, deve ser interpretado de maneira ampla e não restritiva.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. EXISTÊNCIA DE CONVENÇÃO COLETIVA PREVENDO REGRAS PARA PAGAMENTO DA VERBA. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
Constatando-se que a empresa concedeu Participação nos Lucros e Resultados com base em Convenção Coletiva com a explicitação de regras claras e objetivas e mecanismos de aferição, ainda que apurada mensalmente a partir de valor fixo ajustável de acordo com o número de faltas do trabalhador, não há se falar em afronta a legislação de regência e, por conseguinte, na incidência de contribuições previdenciárias.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-003.801
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Kleber Ferreira Araújo (relator) e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Redator Designado
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ewan Teles Aguiar e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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IMUNIDADE. OBSERVÂNCIA À LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. ASSIDUIDADE/ABSENTEÍSMO. META. VALIDADE/POSSIBILIDADE. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO. A Participação nos Lucros e Resultados PLR concedida pela empresa aos seus funcionários, como forma de integração entre capital e trabalho e ganho de produtividade, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias, por força do disposto no artigo 7º, inciso XI, da CF, sobretudo por não se revestir da natureza salarial, estando ausentes os requisitos da habitualidade e contraprestação pelo trabalho. Somente nas hipóteses em que o pagamento da verba intitulada de PLR não observar os requisitos legais insculpidos na legislação específica, notadamente artigo 28, § 9º, alínea “j”, da Lei nº 8.212/91, bem como MP nº 794/1994 e reedições, c/c Lei nº 10.101/2000, é que incidirão contribuições previdenciárias sobre tais importâncias, em face de sua descaracterização como Participação nos Lucros e Resultados. O legislador ordinário, ao contemplar os pressupostos da PLR, optou por prestigiar os acordos feitos entre as partes, ou melhor, a negociação coletiva levada a efeito pelos Sindicatos em conjunto com as respectivas empresas ou mesmo comissões de empregados, não cabendo, via de regra, à autoridade fazendária ou julgadora adentrar a essência do acordo, mas, sim, verificar se, de fato, existem metas, mecanismos de aferição, regras claras e objetivas, etc, bem como se foram cumpridos pela contribuinte por ocasião do pagamento da verba sob análise. In casu, afastar a possibilidade de a empresa estabelecer como parâmetro/condição ao pagamento da PLR a assiduidade/absenteísmo, aferido mensalmente, mas pago em duas parcelas, é de cunho subjetivo do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 12 0. 00 02 20 /2 00 8- 47 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 aplicador/intérprete da lei, extrapolando os limites das normas específicas em total afronta à própria essência do benefício, o qual, na condição de verdadeira imunidade, deve ser interpretado de maneira ampla e não restritiva. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. EXISTÊNCIA DE CONVENÇÃO COLETIVA PREVENDO REGRAS PARA PAGAMENTO DA VERBA. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Constatandose que a empresa concedeu Participação nos Lucros e Resultados com base em Convenção Coletiva com a explicitação de regras claras e objetivas e mecanismos de aferição, ainda que apurada mensalmente a partir de valor fixo ajustável de acordo com o número de faltas do trabalhador, não há se falar em afronta a legislação de regência e, por conseguinte, na incidência de contribuições previdenciárias. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Kleber Ferreira Araújo (relator) e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira – Redator Designado Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ewan Teles Aguiar e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 336 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 04 17.697 de lavra da 4.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Campo Grande (MS), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.134.2503. O crédito sob discussão referese a lançamento para exigência das contribuições patronais destinada a outras entidades ou fundos. Nos termo do relatório fiscal, fls. 20 e segs., os fatos geradores considerados no lançamento foram os pagamentos efetuados a título de participação nos lucros ou resultados repassados aos segurados empregados. Segundo o fisco o pagamento não se amolda à hipótese desonerativa prevista na alínea "j" do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991, uma vez que a sua concessão não está de acordo com os ditames da Lei n.º 10.101/2000. Vale a pena transcrever excerto do relatório de trabalho da auditoria fiscal: "Demonstrado que a Verba PLP MENSAL não é paga como distribuição por participação nos lucros e resultados fruto da integração entre capital e trabalho incentivada pela Lei 10.101/2000; considerando o viés salarial da Verba PLP MENSAL calculada com base financeira no "salário reajustado" ou "salário normativo" apurada, creditada, contabilizada, mensalmente, como "premiação" ao trabalhador por sua assiduidade; diante da apropriação mensal dos Custos Diretos dos Serviços Prestados como Abonos Salariais (Conta 92002006), ferindo o princípio da periodicidade semestral (art. 3.º , § 2.º da Lei 10.10112000) e, caracterizado o pagamento ou crédito em desacordo com a Lei 10.101/2000 a Verba PLP MENSAL enquadrase no conceito de salário de contribuição e remuneração previsto no inciso I do art. 28 da Lei no 8.212/91, na redação dada pela Lei no 9.528/97, c/c o inciso I do art. 22, tanto na redação dada pela Lei no 9.528/97 quanto pela redação atual dada pela Lei n.º 9.876/99." Cientificada do lançamento em 07/07/2008, a empresa ofertou impugnação, cujas razões não foram acatadas pelo órgão julgador de primeira instância, que manteve o lançamento na íntegra (ver fls. 122 e segs.). Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário, fls. 134 e segs., no qual, em apertada síntese, alegou que o lançamento é improcedente, haja vista que os objetivos almejados pela Lei da PLR foram plenamente alcançados pelos procedimentos adotados pela empresa, que atendeu plenamente as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho que firmou com o Sindicato representativo da categoria dos seus empregados. A seguir transcreve os argumentos lançados na impugnação, os quais podem ser resumidos nos seguintes itens. a) a assiduidade é um parâmetro aceitável para aferição do direito ao pagamento da PLR, uma vez que, sendo a recorrente uma empresa concessionária de serviço público, os principais indicadores de resultados são a qualidade e a continuidade da prestação; Fl. 337DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 b) a falta ao serviço de um trabalhador prejudica a performance da empresa, posto que impacta na qualidade no serviço e no custo da execução contratual; c) assiduidade é um resultado pretendido pela empresa empregadora, uma vez beneficia os seus usuários e representa incremento nos ganhos de produtividade na prestação dos serviços; d) conforme o texto constitucional a desvinculação da PLR da remuneração é norma auto aplicável, que impede a incidência de contribuições sobre este benefício trabalhista. Cita textos doutrinários que abonariam a sua tese; e) a Convenção Coletiva atende inteiramente as exigências da Lei n.º 10.101/2000, haja vista que contém as regras claras e objetivas que fixam os direitos à participação, além das normas necessários ao acompanhamento pelos empregados do cumprimento do acordado e a periodicidade para revisão do acordo e para o pagamento. f) a Lei da PLR indicou em lista exemplificativa critérios e condições que poderiam ser impostos visando ao pagamento da participação, portanto, não há qualquer vedação para que as partes elejam a assiduidade como parâmetro mestre para aquisição do direito ao benefício; g) a Lei n.º 8.212/1991, na parte relativa à tributação da PLR, deve ser interpretada de forma que não reduza o alcance do desejo do legislador constitucional de excluir a verba do conceito de remuneração; h) para dar força a suas teses, apresenta estudo elaborado pelo ExMinistro do STF, Sidney Sanches, e pelo tributarista Kiyoshi Harada, que reforça a ideia da não incidência de contribuições sobre a PLR; i) o procedimento adotado pela empresa, conforme os preceitos da Convenção Coletiva, está em perfeita consonância com a norma de regência, pois que a redução no absentismo, resultando num aumento da "assiduidade", reflete diretamente no resultado operacional da empresa e num cálculo bastante transparente para os empregados, quanto ao direito à PLR; j) a utilização do lucro como parâmetro seria de difícil acompanhamento pelos próprios empregados, inclusive muitas empresas têm tomado o "resultado" como regra mestra para o pagamento da verba em questão. Cita texto doutrinário que reforça o seu entendimento; k) mesmo que se desconsidere a verba como PLR, não há de prevalecer o lançamento, posto que o STJ tem entendido que o "abono assiduidade" tem natureza indenizatória, sendo insuscetível de incidência de contribuições. Cita decisões do STJ; m) a decisão recorrida despreza a prerrogativa dos entes sindicais de representar a classe em tratativas sobre os seus direitos. Ao final, requer o provimento do recurso, com consequente cancelamento da lavratura. É o relatório. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 337 5 Voto Vencido Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Da eficácia plena do dispositivo constitucional que trata da PLR Não posso concordar com a recorrente quando afirma que a desvinculação da participação nos lucros e resultados é norma constitucional de eficácia plena. Ao defender tal tese, o sujeito passivo, por via oblíqua, defende que as normas previstas na Lei n. 10.101/2000 são inconstitucionais, além de que a alínea “j” do § 9. do art. 28 da Lei n. 8.212/1991 também representaria uma contrariedade Carta Magna. Façamos um rápido passeio pela fundamentação legal na qual se embasou a auditoria para considerar a incidência previdenciária sobre a verba sob comento. A participação dos empregados no lucro das empresas tem sede constitucional no Capítulo que trata dos Direitos Sociais. Eis o que preleciona a Carta Máxima: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (...) Atendendo a essa previsão, veio ao mundo legal a Medida Provisória n.º 794/2004, sucessivamente reeditada até a conversão na Lei n. 10.101/2000. O seu art. 1.º dispõe: Art.1o Esta Lei regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. Essa diploma veio normatizar diversos aspectos atinentes à participação dos trabalhadores no resultado do empregador, tais como: forma de negociação, impossibilidade de substituição da remuneração por esse benefício, periodicidade, isenção tributária, etc. Nesse sentido, ao entender que o pagamento dessa verba é irrestrito, não se subordinando a qualquer regramento infraconstitucional que venha a lhe impor determinados Fl. 339DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 condicionamentos, a recorrente está indiretamente a afirmar que esses dispositivos da Lei n. 10.101/2000 são inconstitucionais. A Lei n. 8.212/1991, na que a alínea “j” do § 9. do art. 28, que regula a isenção previdenciária sobre a participação nos lucros, prevê que não haverá a incidência de contribuições previdenciárias sobre a citada verba, mas condiciona o benefício fiscal ao pagamento da parcela dos resultados em conformidade com a lei específica, no caso a Lei n. 10.101/2000. Eis o dispositivo: Art. 28. (...) § 9 Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (...) Da mesma forma, com a defesa da tese de que nunca haveria incidência previdenciária sobre a PLR, inevitavelmente, estarseia diante da declaração de inconstitucionalidade da Lei de Custeio da Previdência Social. Antes de apreciar as supostas desconformidades das regras acima frente à Constituição Federal, é curial que a priori façamos uma abordagem acerca da possibilidade de afastamento por órgão de julgamento administrativo de ato normativo por inconstitucionalidade. Sobre esse tema, notese que o escopo do processo administrativo fiscal é verificar a regularidade/legalidade do lançamento à vista da legislação de regência, e não das normas vigentes frente à Constituição Federal. Essa tarefa é de competência privativa do Poder Judiciário. A própria Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, é por demais enfática neste sentido, impossibilitando, regra geral, o afastamento de tratado, acordo internacional, lei ou decreto, a pretexto de inconstitucionalidade, nos seguintes termos: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993; ou Fl. 340DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 338 7 c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 1993. Observese que, somente nas hipóteses ressalvadas no parágrafo único e incisos do dispositivo legal encimado poderá ser afastada a aplicação da legislação de regência. Nessa linha de entendimento, dispõe o enunciado de súmula, abaixo reproduzido, o qual foi divulgado pela Portaria CARF n.º 106, de 21/12/2009 (DOU 22/12/2009): Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Essa súmula é de observância obrigatória, nos termos do “caput” do art. 72 do Regimento Interno do CARF1. Como se vê, este Colegiado falece de competência para se pronunciar sobre as alegações de inconstitucionalidade de leis trazidas pela recorrente. Assim, partindose do pressuposto que os dispositivos da Lei n. 8.212/1991 e da Lei n. 10.101/2000 que tratam da participação nos lucros e resultados das empresas por seus empregados são constitucionais, vejo que a decisão de primeira instância não merece censura quanto a esse aspecto. Assiduidade como condição para pagamento da PLR A outra questão abordada no recurso referese a utilização da assiduidade dos empregados como condição para que façam jus a participação nos resultados. Iniciemos pela transcrição dos dispositivos da Convenção Coletiva de Trabalho que deu ensejo ao pagamento da verba sob discussão. "44.0 PLR (PRODUTIVIDADE) Fica assegurado aos empregados a percepção dos valores decorrentes a título de prêmio de produtividade de acordo com a Lei 10.101 de 19/12/2000 que disciplina a matéria, considerando os seguintes critérios: I. A apuração e aquisição do direito será realizada mensalmente e corresponderá a 11% (onze por cento) por mês efetivamente trabalhado sobre o salário normativo do mês, desde que os empregados atenda o seguinte requisito: quem tiver uma primeira falta perderá somente 20% (vinte por cento) sobre o PLR. Na Segunda falta, perderá mais 30% (trinta por cento), e numa terceira falta perderá 100 (cem por cento) do PLR. Ficou acertado também entre as partes laboral e patronal, que o funcionário que vier a faltar ao serviço por questão de nascimento de filhos e/ou falecimento de ascendente ou 1 Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. (...) Fl. 341DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 descendente justificado através certidões não terá perda do PLR do corrente mês. 11. O pagamento observará o valor calculado e acumulado mensalmente e ocorrerá conforme previsto no. art. 3.º , § 2.º, da Lei 10.101, de 19/12/2000, em folha suplementar nos meses de janeiro e julho de 2005, juntamente com a folha de pagamento do mês imediatamente anterior. Parágrafo Único O benefício da presente cláusula não se incorporará ao salário, não refletirá no cômputo da média das horas extras, prêmios, adicionais noturno, de insalubridade, periculosidade, além de outras vantagens e também não integrará base de cálculo para efeito previdenciário." Conforme se observa não há qualquer resultado ou meta estipulada na CCT, o que esta dispõe é a possibilidade de se reduzir o valor do benefício em razão do absenteísmo dos funcionários. A recorrente, por sua vez, sustenta que essa condição está em perfeita consonância com a Lei n.º 10.101/2000, posto que as faltas dos empregados gera uma perda de produtividade, que impacta nos resultados do negócio. De acordo com a Lei n.º 8.212/1991, transcrita acima, os valores pagos a título de PLR somente estarão excluídos do saláriodecontribuição caso sejam pagos em obediência à lei específica que no caso é a Lei n.º 10.101/2000. Esta exige que o instrumento de negociação entre patrão e empregados contenha regras claras e objetivas quanto à aferição do direito à percepção do benefício. Eis o que dispõe o § 1.º do art. 2.º: §1oDos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: Iíndices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; IIprogramas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Quando analisamos o texto da Convenção Coletiva acima, fica evidente o não atendimento da regra legal citada. Sabese que esta norma menciona critérios e condições que podem ser eleitos no instrumento de negociação, sendo a relação meramente exemplificativa, todavia, o pagamento da PLR deve estar atrelado a algum parâmetro. No caso sob apreciação, verificase que a empresa fica obrigada a pagar a cada empregado o valor correspondente a 11% do seu salário nominal, desde que o empregado não conte com nenhuma falta ao trabalho, podendo este valor ser reduzido em razão do absenteísmo do trabalhador. Na verdade estamos diante de um benefício que não decorre de qualquer meta da empresa, o qual, todavia, pode ser reduzido como punição ao empregado pela falta ao trabalho. De se concluir que, inexistindo na Convenção Coletiva metas corporativas ou individuais a serem alcançadas, o pagamento da verba em questão está em dissonância com a Fl. 342DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 339 9 lei de regência, não se aplicando a isenção prevista na alínea "j" do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. Observando a jurisprudência do CARF pude encontrar vários decisões que não acolhem a tese da empresa. Vejamos o que disse o Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, quando se deparou com situação semelhante: "É oportuno lembrar que não é a instituição de um plano de pagamento, ou mesmo previsão em Acordo Coletivos de Trabalho (Convenção) referente ao pagamento de verbas a títulos de participação nos lucros que irá lhe retirar o seu caráter remuneratório. Pelo contrário, é importante a estreita observância à legislação que, neste caso, irá afastála da incidência tributária. A Recorrente argumenta ainda que as metas para a aquisição do direito de receber a PLR estariam inseridas nos acordos coletivos, tais como número de faltas injustificadas ao trabalho, apuração de freqüência e rotatividade. Essa alegação não será acatada, eis que não existe indício da interferência dos resultados indicados nas planilhas no pagamento da PLR, nem há previsão de metas objetivas nos acordos coletivos firmados nos anos 2006, 2007 e 2008. Além disso, os índices de ausências dos trabalhadores (absenteísmo) e da rotatividade, por si só, e desacompanhados de elementos subjacente à meta ou resultado que se pretende comprovar, não atendem os parâmetros do programa de metas delineados no art. 2o da Lei 10.101/2000. Assim, por não estarem de acordo com o que determina a legislação pertinente, tais valores integram o salário de contribuição, nos termos do artigo 28, inciso I, da Lei 8.212/1991, não estando enquadrados na excludente do § 9o, alínea “j”, deste mesmo artigo, bem como do artigo 214, § 9°, “X” e § 10 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/1999." (Acórdão n.º 2402 003.680) Não devo acatar também a tese de que a verba poderia ser tratada como "abono assiduidade", a qual estaria fora do campo de tributação para a Seguridade Social. Analisando o § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991, dispositivo que traz relação exaustiva dos casos de exclusão de parcelas do saláriodecontribuição, não se verifica qualquer menção ao abono relacionado à frequência ao trabalho. Assim, por falta de previsão legal não se admite que este tipo de abono deixe de sofrer a incidência de contribuições. Quando a Lei (item 7 da alínea "e" do § 9.º do art. 28) fala não incidência sobre o abono, faz a ressalva que devem ser excluídos do saláriodecontribuição apenas os abonos expressamente desvinculados do salário, o que não é o caso, haja vista que na espécie o ganho representa o percentual de 11% do salário do empregado para cada mês trabalhado. No mesmo Acórdão do CARF acima mencionado, o Relator também manteve o lançamento na parte relativa ao "abono assiduidade", por vislumbrar a sua natureza salarial. Vejamos as palavras do Conselheiro Ronaldo Macedo: "Diante disso, não têm natureza de indenização as verbas pagas a empregados em razão de acordos trabalhistas (prêmio férias e prêmio assiduidade), que são remuneratórias e, por isso, sobre elas incide a contribuição previdenciária. Isso está em consonância com o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidiu: “(...) É cediço nesta Corte que as verbas decorrentes de acordos trabalhistas celebrados com os empregados não têm caráter indenizatório, mas, ao reverso, remuneratório, devendo, pois, incidir sobre elas a contribuição previdenciária. Todavia, querendo afastar essa incidência, cabe ao interessado Fl. 343DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 comprovar que tais parcelas são, na realidade, indenizatórias. (...)” (RESP 200400799770, 1a Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 28.08.2006, p. 220). Caminha com o mesmo entendimento, o disposto no art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na medida em que a legislação trabalhista é aplicável subsidiariamente à previdenciária, sempre que não conflitante com a mesma. Nesse passo, dispõe textualmente o art. 457 da CLT, in verbis: Art.457. Compreendemse na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1° Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. (g. n.) Considerando que a verba discutida representa um ganho ao empregado, já que tem nítida repercussão econômica, concedida com características de habitualidade, não se enquadrando em nenhuma das hipóteses excludentes do art. 28, § 9°, da Lei n° 8.212/1991, é correta a sua inclusão na base de cálculo das contribuições previdenciárias. De tudo exposto, não merecem sucesso os argumentos recursais. Conclusão Voto por negar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 340 11 Voto Vencedor Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira – Redator Designado Não obstante as sempre bem fundamentadas razões de decidir do ilustre Conselheiro Relator, peço vênia para manifestar entendimento divergente, por vislumbrar na hipótese vertente conclusão diversa da adotada pelo nobre julgador, como passaremos a demonstrar. Consoante se positiva dos autos, a contribuinte fora autuada em relação aos pagamentos de PLR, com esteio nas Convenções Coletivas dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande/MS, referente ao período fiscalizado, as quais, em suma, assim prescreviam: “44.0 PLR (PRODUTIVIDADE) Fica assegurado aos empregados a percepção dos valores decorrentes a título de prêmio de produtividade de acordo com a Lei 10.101 de 1911212000 que disciplina a matéria, considerando os seguintes critérios: I. A apuração e aquisição do direito será realizada mensalmente e corresponderá a 11% (onze por cento) por mês efetivamente trabalhado sobre o salário normativo do mês, desde que os empregados atenda o seguinte requisito: quem tiver uma primeira falta perderá somente 20% (vinte por cento) sobre o PLR. Na Segunda falta, perderá mais 30% (trinta por cento), e numa terceira falta perderá 100 (cem por cento) do PLR. Ficou acertado também entre as partes laboral e patronal, que o funcionário que vier a faltar ao serviço por questão de nascimento de filhos e/ou falecimento de ascendente ou descendente justificado através certidões não terá perda do PLR do corrente mês. II. O pagamento observará o valor calculado e acumulado mensalmente e ocorrerá conforme previsto no. art. 3 0, § 20, da Lei 10.101, de 1911212000, em folha suplementar nos meses de janeiro e julho de 2005, juntamente com a folha de pagamento do mês imediatamente anterior. Parágrafo Único O benefício da presente cláusula não se incorporará ao salário, não refletirá no cômputo da média das horas extras, prêmios, adicionais noturno, de insalubridade, periculosidade, além de outras vantagens e também não integrará base de cálculo para efeito previdenciário.” Por sua vez, a autoridade fazendária entendeu por bem descaracterizar aludidos pagamentos de PLR, concluindo que a sua vinculação à assiduidade dos empregados afasta a natureza de participação nos lucros, devendo ser admitidos, em verdade, como “Prêmio Assiduidade”, inexistindo qualquer meta a ser alcançada, sobretudo considerando que o cálculo de referida verba se dava mensalmente, baseandose na quantidade de faltas dos funcionários. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 Em suma, extraise do voto do ilustre Relator que a manutenção da exigência fiscal sobre os pagamentos das PLR’s fora motivada basicamente em razão de o Programa ter adotado o absenteísmo dos funcionários, se caracterizando como uma verdadeira penalidade, afastandose, assim, da essência dessa verba no sentido da integração entre capital e trabalho. Por outro lado, suscita a contribuinte que a assiduidade é um parâmetro aceitável para aferição do direito ao pagamento da PLR, uma vez que, sendo a recorrente uma empresa concessionária de serviço público, os principais indicadores de resultados são a qualidade e a continuidade da prestação. A fazer prevalecer seu entendimento, aduz que a falta ao serviço de um trabalhador prejudica a performance da empresa, posto que impacta na qualidade no serviço e no custo da execução contratual. Conclui que a assiduidade é um resultado pretendido pela empresa empregadora, uma vez beneficia os seus usuários e representa incremento nos ganhos de produtividade na prestação dos serviços. Em que pesem os substanciosos fundamentos de fato e de direito constantes do voto do ilustre Conselheiro Relator, constatase que a pretensão da contribuinte merece acolhimento, impondo seja afastada a incidência de contribuições previdenciárias sobre os pagamentos de PLR. Antes mesmo de se adentrar as questões de mérito propriamente ditas, em relação ao caso concreto, mister se faz trazer à baila a legislação de regência que regulamenta a verba sub examine, bem como alguns estudos a propósito da matéria, senão vejamos: A Constituição Federal, por meio de seu artigo 7º, inciso XI, instituiu a Participação dos empregados nos Lucros e Resultados da empresa, como forma de integração entre capital e trabalho e ganho de produtividade, desvinculandoa expressamente da base de cálculo das contribuições previdenciárias, como segue: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;” Por seu turno, a legislação tributária ao regulamentar a matéria, impôs algumas condições para que as importâncias concedidas aos segurados empregados a título de participação nos lucros e resultados não integrassem o salário de contribuição, a começar pelo artigo 28, § 9º, alínea “j”, que assim preceitua: “Art. 28. [...] § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta lei: [...] j – a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com a lei específica.” (grifos nossos) Fl. 346DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 341 13 Em atendimento ao estabelecido na norma encimada, a Medida Provisória nº 794/1994, tratando especificamente da questão, determinou em síntese o seguinte: “Art. 2º Toda empresa deverá convencionar com seus empregados, mediante negociação coletiva, a forma de participação destes em seus lucros ou resultados. Parágrafo único. Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: a) índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; e b) programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Art. 3º A participação de que trata o artigo 2º não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista ou previdenciário. [...] § 2º É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre. [...]” Após reedições a MP retro fora convertida na Lei nº 10.101/2000, trazendo em seu bojo algumas inovações, notadamente quanto a forma/periodicidade do pagamento de tais verbas, senão vejamos: “Art. 2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo Fl. 347DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 14 ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2º O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade funcional dos trabalhadores. [...] Art.3º A participação de que trata o art. 2º não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. [...] § 2º É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação de lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. [...]” Em suma, extraise da evolução da legislação específica relativa à participação nos lucros e resultados que existem dois momentos a serem apartados quanto aos requisitos para não incidência das contribuições previdenciárias. Para o período até 29/06/1998, era vedado o pagamento em periodicidade inferior a um semestre. Posteriormente a 30/06/1998, além da exigência acima, passou a ser proibido o pagamento de mais de duas parcelas no mesmo ano civil. No que tange aos demais requisitos, especialmente àqueles inscritos no artigo 2º, as disposições legais continuaram praticamente as mesmas, exigindo regras claras e objetivas relativamente ao método de aferição e concessão da verba em comento. A teor dos preceitos inscritos na legislação encimada, constatase que a Participação nos Lucros e Resultados, de fato, constitui uma verdadeira imunidade, eis que desvinculada da tributação das contribuições previdenciárias por força da Constituição Federal, em virtude de se caracterizar como verba eventual e incerta. Entrementes, não é a simples denominação atribuída pela empresa à verba concedida aos funcionários, in casu, PLR, que irá lhe conferir a não incidência dos tributos ora exigidos. Em verdade, o que importa é a natureza dos pagamentos efetuados, independentemente da denominação pretendida/atribuída pela contribuinte. E, para que a verba possua efetivamente a natureza de Participação nos Lucros e Resultados, indispensável se faz a conjugação dos pressupostos legais inscritos na MP nº 794/1994 e reedições, c/c Lei nº 10.101/2000, dependendo do período fiscalizado. Nessa esteira de entendimento, é de fácil conclusão que as importâncias pagas aos segurados empregados intituladas de PLR somente sofrerão incidência das contribuições previdenciárias se não estiverem revestidas dos requisitos legais de aludida verba. Melhor elucidando, a tributação não se dá sobre o valor da PLR, mas, tão somente, quando assim não restar caracterizada. Fl. 348DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14120.000220/200847 Acórdão n.º 2401003.801 S2C4T1 Fl. 342 15 Por sua vez, a interpretação do caso concreto deve ser levada a efeito de forma objetiva, nos limites da legislação específica. Em outras palavras, a autoridade fiscal e, bem assim, o julgador não poderão deixar de observar os pressupostos legais de caracterização de tal verba, sendo defeso, igualmente, a atribuição de requisitos/condições que não estejam contidos nos dispositivos legais que regulamentam a matéria, a partir de meras subjetividades, sobretudo quando arrimadas em premissas que não constam dos autos, sob pena, inclusive, de afronta ao Princípio da Legalidade. Por outro lado, convém frisar que tratandose de imunidade, os pagamentos a título de PLR não devem observância aos rigores interpretativos insculpidos nos artigos 111, inciso II e 176, do CTN, os quais contemplam as hipóteses de isenção, com necessária interpretação restritiva da norma. Ao contrário, no caso de imunidade, a doutrina e jurisprudência consolidaram entendimento de que a interpretação da norma constitucional poderá ser mais abrangente, de maneira a fazer prevalecer a própria vontade do legislador constitucional ao afastar a tributação de tais verbas, o que não implica dizer que a PLR não deve observância ao regramento específico e que a norma constitucional que a prescreve é de eficácia plena. Na hipótese vertente, em suma, o ponto de controvérsia repousa na possibilidade de a meta utilizada pelas CCT´s se escorar na assiduidade dos empregados. De um lado, a fiscalização, corroborada pelo nobre Conselheiro relator, entende que aludido parâmetro não encontra sustentáculo na Lei nº 10.101/2001. De outro, no entendimento da maioria da Turma, traduzido neste voto vencedor, é possível adotarse o absenteísmo como lastro da PLR. Aliás, neste ponto, impende fazer uma ressalva, de maneira a esclarecer que o legislador ordinário, ao contemplar os pressupostos da PLR, optou por prestigiar os acordos feitos entre as partes, ou melhor, a negociação coletiva levada a efeito pelos Sindicatos em conjunto com as respectivas empresas ou mesmo comissões de empregados, não cabendo, via de regra, à autoridade fazendária ou julgadora adentrar a essência do acordo, mas, sim, verificar se, de fato, existem metas, mecanismos de aferição, regras claras e objetivas, etc, bem como se foram cumpridos pela contribuinte por ocasião do pagamento da verba sob análise. Destarte, a discussão e os parâmetros do Plano de Participação nos Lucros ou Resultados é objeto de negociação entre as partes interessadas em reuniões específicas, levando em consideração as especificidades de cada seguimento e/ou setor das respectivas empresas e seus funcionários. Em outras palavras, como explicitado alhures, a PLR, na forma de integração entre capital e trabalho e ganho de produtividade, deverá ser negociada entre as partes envolvidas/interessadas, as quais estabelecerão todas as condições para o pagamento do benefício. Não pretendeu o legislador engessar tal verba, para não fugir à sua própria essência, eis que as especificidades das atividades desenvolvidas por cada empresa e respectivos funcionários, ou mesmo por suas entidades de classe, é que deverão ser levadas a efeito nas tratativas de maneira específica. É exatamente o que se verifica no caso vertente, onde as Convenções Coletivas dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande/MS contemplam situações específicas para as empresas de ônibus, estabelecendo o absenteísmo como parâmetro para o pagamento da PLR, que será apurado mensalmente, com reduções dos Fl. 349DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 16 valores na hipótese de faltas, como muito bem explicitado no voto no ilustre Conselheiro Relator. Ora, tratandose de empresas de ônibus, com mais razão a assiduidade dos funcionários, especialmente motoristas, é determinante ao alcance de lucros ou resultados pretendidos. Havendo faltas de funcionários desse ofício, como exemplo, diminuirão os veículos em trânsito, exigindo o cumprimento de horas extras de outros motoristas ou deslocamentos para cumprir o serviço. Em outra via, o fato de a apuração do valor a ser pago ser mensal, igualmente, não afronta à legislação de regência. Tratase de simples mecanismo de aferição da importância a ser paga, verificada a cada mês, mas apurada ao final do ano para o pagamento em duas parcelas no ano subseqüente. Ou seja, não há se falar em pagamento mensal, mas, sim, de apuração mensal, com percentual predeterminado, estabelecendo o critério da assiduidade para fins de se chegar ao valor a ser destinado a cada funcionário. Como se observa, é um critério claro e objetivo e de fácil entendimento por parte dos funcionários, indo, portanto, ao encontro com os pressupostos exigidos nos dispositivos legais que regulamentam a matéria. Partindo dessas premissas, é de se restabelecer a ordem legal no sentido de considerar o Plano de Participação nos Lucros de Resultados da empresa em conformidade com a legislação de regência, decretando, portanto, a improcedência do feito. Por todo o exposto, estando o Auto de Infração em dissonância com as normas que regem a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO E DARLHE PROVIMENTO, para decretar a improcedência do lançamento, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 15/12 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10880.690173/2009-48
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 29 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3403-000.579
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Alexandre Kern. Esteve presente ao julgamento o Dr. Fernando Giacon Ciscato, OAB/SP 198.179.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Ivan Allegretti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Relatório
Nome do relator: IVAN ALLEGRETTI
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Alexandre Kern. Esteve presente ao julgamento o Dr. Fernando Giacon Ciscato, OAB/SP 198.179. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de Declaração de Compensação que indica como crédito valores de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) cujo recolhimento indevido aconteceu em 11/10/2006 (fls. 1/3). A compensação foi recusada por meio da emissão de Despacho Decisório Eletrônico (fl. 4), sob o fundamento de que “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. O contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 8/19) alegando, em síntese, que a decisão de nãohomologação da DCOMP baseouse exclusivamente na RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 90 17 3/ 20 09 -4 8 Fl. 174DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10880.690173/200948 Resolução nº 3403000.579 S3C4T3 Fl. 175 2 informação existente na DCTF, deixando de apreciar em substância o fato de que o contribuinte recolheu indevidamente o tributo, em razão de que desde de janeiro de 2006 deixou de haver a incidência da CIDE sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, nos termos do art. 2º, § 1ºA, da Lei nº 10.168/2000, incluído pela Lei nº 11.452/2007, o qual prevê que “A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia”. Para fazer prova da operação, juntou cópia dos contratos celebrados e dos invoices que demonstram o pagamento realizado sob tal título. Argumenta que embora a DCTF contenha erro formal, o erro de preenchimento não pode prejudicar o direito à restituição dos valores indevidamente pagos, tal como demonstrado, protesto pela aplicação do princípio da verdade material. A Delegacia da Receita Federal de São Paulo/SP1 (DRJ), por meio do Acórdão nº 1632.155, de 16 de junho de 2011 (fls. 68/73), julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, conforme o seguinte entendimento resumido na sua ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE Data do fato gerador: 11/10/2006 Ementa: DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE SALDO DISPONÍVEL MOTIVAÇÃO. Motivada é a decisão que por conta da vinculação total de pagamento a debito do próprio interessado, expressa a inexistência de direito creditório disponível para fins de compensação. DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OI! A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos cabais de prova não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. PEDIDO DE PRODUÇÃO POSTERIOR DE PROVAS. As provas que possuir, salvo excludentes legais expressamente previstas, devem sei apresentadas no prazo para Impugnação/Manifestação. INTIMAÇÃO. DOMICÍLIO DO SUJEITO PASSIVO. ENDEREÇO DIVERSO. IMPOSSIBILIDADE. Indeferese o pedido de endereçamento de intimações ao escritório dos procuradores cm razão da inexistência de previsão legal para intimação cm endereço diverso do domicílio do sujeito passivo. SUSTENTAÇÃO ORAL EM SESSÃO DE JULGAMENTO INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO NA LEGISLAÇÃO QUE REGE C PROCESSO ADMINISTRATIVO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA Deve ser indeferido o pedido de sustentação oral em sessão de julgamento na primeira instância administrativa, tendo em vista a falta de previsão na legislação pertinente, em especial o Decreto n" 70.235/72 e a Portaria MF n° 58/2006. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 175DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10880.690173/200948 Resolução nº 3403000.579 S3C4T3 Fl. 176 3 Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 76/172) no qual reitera os mesmos fundamentos de sua impugnação, acrescentando pedido de anulação da decisão da DRJ, por violação da ampla defesa e do contraditório. É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator O recurso voluntário foi protocolado em 19/08/2011 (fl. 76), dentro do prazo de 30 dias contados da notificação do acórdão da DRJ, ocorrida em 22/07/2011 (fl. 75). Por ser tempestivo e por conter fundamentos de reforma contra o acórdão da DRJ, conheço do recurso. No mérito, o recorrente sustenta que promoveu o recolhimento indevido de CIDERoyalties em relação a pagamentos que corresponderiam a “remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador”, sem transferência de tecnologia, na forma do art. 2º, § 1ºA, da Lei nº 10.168/2000, incluído pela Lei nº 11.452/2007. Com a impugnação foram apresentados os seguintes documentos: a) uma espécie de fatura que resume a composição do pagamento, entitulada “planilha de custo real”, na qual consta a descrição “SOFTWARE (Manutenção de software, Mainframe, Licença de Uso, Etc...)”, b) o contrato de câmbio no mesmo valor, que indica como descrição da operação “SERVIÇOS DIVERSOS – EXP/IMP DE SERVIÇOS – SOFTWARE”; c) “invoice” no mesmo valor total, que descreve os valores como “Services for Sao Paolo”, desdobrandoos entre “consulting” e “travel costs”; d) demonstrativo extraído da contabilidade com os valores recolhidos de CIDE; e) cópia do Livro Razão, da conta correspondente à CIDE, e um demonstrativo dos recolhimentos que seriam indevido. A DRJ, por sua vez, tratou das provas da seguinte forma: 8.3. No caso vertente, é de se observar que o Contribuinte não efetuou as retificações que sustenta pertinentes por meio do veiculo apropriado para tal fim DCTF retificadora, mormente no tocante à CIDE, consoante pesquisas realizadas junto aos sistemas informatizados à disposição da RFB, fls.. 57/9. Ademais, a mera menção da ocorrência de equívoco no preenchimento de indigitada Declaração, neste Fl. 176DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10880.690173/200948 Resolução nº 3403000.579 S3C4T3 Fl. 177 4 momento do rito processual, não é suficiente para fazer prova em favor da Insurgente. 8.4. Erigindo a tese de que o recolhimento da CIDE, a partir de janeiro de 2006, não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, com respaldo no art. 2o, § 1°A, da Lei n° 10.168/00 c/c art. 21 da lei n° 11.452/07, acosta documentos, 36 a 41, com os quais comprova a existência de transferências financeiras para o exterior, cuja origem leria sido, consoante planilha de custo real (lis. 36), serviços de "manutenção de software, mainfraime, licença de uso, etc.". 8.5. Contudo, não restou cabalmente comprovado nos autos que a transação em tela referirseia à remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador e, muito menos, que não teria havido a transferência da correspondente tecnologia, condições reclamadas pela mencionada legislação isentiva. 8.6. Os documentos juntados comprovam, tão somente, operação de remessa de divisas para o exterior efetivada por intermédio do HSBC Bank Brasil S. A. Banco Múltiplo, da Manifestante para a empresa Voith Solutions GMBH, sediada na Alemanha. 8.7. Diante do exposto, insta ressaltar e reafirmar que a DCTF encerra instrumento de confissão de dívida c constituição definitiva do crédito tributário, sendo defeso ao Fisco, sem que tenha havido provocação do Sujeito Passivo c sem que haja firme respaldado c efetiva comprovação da ocorrência de equívocos, alterar, exofjicio, as informações prestadas pelo Contribuinte. Desta sorte, revelase absolutamente imprescindível a comprovação documental completa e inconteste do quanto aduzido. O presente caso deve ser apreciado com especial atenção em relação ao seu itinerário processual, mais especificamente quanto à dinâmica de produção das provas. Sabese que nos pedidos de restituição o ônus da prova é do contribuinte, pois a ele cabe demonstrar a existência do indébito que alega. É situação diferente dos casos de lançamento, em que o ônus da prova é da Administração, a quem cabe verificar e apresentar a motivação fática e os fundamentos legais para dar amparo à exigência. Ocorre que o presente caso está inserido em um contexto peculiar, que não pode ser ignorado. Como visto acima, a DRJ limitouse a dizer que não haveria prova suficiente do enquadramento da operação demonstrada pelo contribuinte na isenção prevista no do art. 2º, § 1ºA, da Lei nº 10.168/2000, incluído pela Lei nº 11.452/2007. Notese, porém, que a manifestação de inconformidade foi a primeira e única oportunidade que o contribuinte teve de demonstrar o seu indébito. Isto porque a sua alegação de indébito foi julgada por Despacho Decisório Eletrônico (DDE), sem que tenha havido qualquer procedimento humano de fiscalização, em Fl. 177DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10880.690173/200948 Resolução nº 3403000.579 S3C4T3 Fl. 178 5 que o contribuinte tivesse a oportunidade de apresentar as provas e informações que dariam amparo ao indébito. Isso é agravado pelo fato de que, atualmente, os pedidos de restituição são apresentados por programa eletrônico, transmitindose para o Fisco exclusivamente dados, sem a possibilidade de apresentarse nem documentos, nem arrazoados. Ou seja, o contribuinte transmite as informações e aguarda a oportunidade de apresentar as provas. No presente caso, contudo, não houve intimação do contribuinte antes da decisão do seu pedido. A decisão aconteceu baseada exclusivamente no cruzamento informatizado de dados. O contribuinte, por sua vez, na primeira oportunidade que teve – a interposição de defesa na fase contenciosa, com fundamento no PAF –, apresentou as provas que lhe pareceram cabíveis. Este atropelo, que decorre de se haver ceifado a fase de fiscalização prévia à decisão, faz perder um momento precioso de esclarecimento dos fatos, que permitiria estabelecer a comunicação inteligente e dinâmica entre o Fisco e o contribuinte. Acrescentese que no recurso voluntário o contribuinte esclarece que o código 48110, que ele declara no campo específico do Contrato de Câmbio que trata da natureza da operação, é classificada pelo Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais da seguinte forma: Com isto sugere que a licença de programa de computador estaria amparada neste código, além de que, apenas os outros códigos envolveriam a transferência de tecnologia. Entendo, enfim, que os documentos e informações apresentados pelo contribuinte, embora não sejam suficiente, geram indícios que devem ser aferidos em diligência, tendo em conta a já mencionada conjuntura da produção de provas. Diante deste contexto e por tais razões, voto pela conversão do julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem (1) intime o contribuinte para apresentar os contratos, acordos ou outros instrumentos que dão suporte às operações objeto do presente Fl. 178DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10880.690173/200948 Resolução nº 3403000.579 S3C4T3 Fl. 179 6 pedido, os quais devem esclarecer categoricamente se se trata de aquisição de licença ou de prestação de serviço, ou esclareça a respeito, (2) bem como que o contribuinte descreva qual a licença de software é objeto das operações, ou qual a utilidade ou o serviço que foi realizado especificamente em relação aos fatos geradores alcançados por este pedido, apresentando os documentos que comprovem suas características e natureza, (3) que explique comprove a não existência de transferência de tecnologia, (4) assegurandose à Delegacia que promova qualquer diligência que venha a entender necessária, devendo ao final lavrar relatório da diligência, dizendo da configuração ou não da hipótese do art. 2º, § 1ºA, da Lei nº 10.168/2000, incluído pela Lei nº 11.452/2007, intimando o contribuinte para, querendo, manifestarse a respeito do relatório da diligência no prazo de 15 (quinze) dias, devolvendose então os autos a este Conselho, para julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Fl. 179DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 17/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10580.003007/2002-23
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2000, 2001
CORREÇÃO DO RESSARCIMENTO. TAXA SELIC.
O RESP 1.035.847 aplica-se não só aos casos em que existe ato de oposição estatal, mas também aos casos de mora da administração na análise do pedido de ressarcimento.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3403-003.455
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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TAXA SELIC. O RESP 1.035.847 aplicase não só aos casos em que existe ato de oposição estatal, mas também aos casos de mora da administração na análise do pedido de ressarcimento. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. O Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Alexandre Kern. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 30 07 /2 00 2- 23 Fl. 632DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 15/01/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de embargos de declaração opostos em tempo hábil pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao Acórdão 3403002.807, por meio do qual o colegiado, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito à correção do ressarcimento pela taxa Selic entre a data de protocolo do pedido e a data da utilização do crédito nas declarações de compensação tratadas neste processo. Alegou o ilustre Procurador Fazendário a existência de omissão no acórdão embargado, pois não foi indicado o ato de oposição estatal que rendeu ensejo à aplicação do recurso repetitivo do STJ. Entende a Procuradoria que aquele decisum só pode ser aplicado quando houver ato de oposição estatal, o que não teria ocorrido no caso concreto. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. Os embargos de declaração preenchem os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, deles tomo conhecimento. O entendimento da Procuradoria da Fazenda Nacional está em choque com o entendimento da maioria dos membros deste colegiado. O RESP 1.035.847 aplicase não só aos casos em se constata oposição de ato estatal, mas também quando ocorre mora da administração na análise do pedido. A ementa desse julgado realmente só menciona ato estatal de oposição à utilização do crédito, mas seu inteiro teor revela que ele se aplica também aos casos de morosidade na apreciação dos pedidos. Essa circunstância do repetitivo se aplicar às duas situações foi esclarecida no voto condutor do acórdão embargado, o que no fundo caracteriza que os embargos pretendem rediscutir os fundamentos do julgado. No caso concreto, embora o contribuinte realmente tenha se equivocado na fundamentação legal do pedido, não foi esse fato que fez com que a administração demorasse 6 anos para proferir o despacho decisório. Esclareçase que na prática o acórdão embargado não deferiu a correção pela taxa Selic por esses 6 anos, mas sim entre a data de protocolo do pedido de ressarcimento e as datas em que o crédito foi sendo aproveitado nas declarações de compensação tratadas neste processo. Inexistindo no julgado a omissão alegada pelo ilustre Procurador Fazendário, voto no sentido de rejeitar os embargos de declaração. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 633DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 15/01/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10580.003007/200223 Acórdão n.º 3403003.455 S3C4T3 Fl. 3 3 Fl. 634DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 15/01/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10380.906972/2009-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2001
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § Iº, DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS.
Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § 1º, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, ..; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 - Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tunc do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475-L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação.
Numero da decisão: 3401-002.694
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. Ausente momentaneamente a Conselheira Angela Sartori.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente) Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2001 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § Iº, DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS. Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § 1º, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, ..; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 - Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tunc do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475-L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2001 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § Iº, DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS. Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § 1º, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, ..; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. 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AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 69 72 /2 00 9- 82 Fl. 174DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente) Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti. Relatório Trata o presente de pedido de compensação informado em PER/DCOMP que não foi homologado, e que percorre as instâncias julgadoras pela persistente inconformidade do contribuinte, nos termos da legislação que disciplina a matéria. A Autoridade Administrativa, consoante despacho decisório, entendeu por não homologar a compensação pleiteada pela Requerente, através da PER/DCOMP referenciada em epígrafe, sob os seguintes fundamentos: "Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 37,84. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP.” [...] Diante da inexistência do crédito, NAO HOMOLOGO a compensação declarada O contribuinte contestou essa decisão. Explicou que seu direito creditório para realizar a compensação provinha da redefinição da base de calculo do Pis e da COFINS conforme constava no texto legal, mas que havia deixado de registrar esse valor nas DCTF e DIPJ, razão porque o sistema informatizado de controle identificou falta de crédito e não homologou a compensação. Mas que providenciou a DCTF e a DIPJ retificadora. Sua argumentação, in verbis: · Consoante exposto nas razões de fato, a Requerente quando da definição da base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, incluiu, no conceito de faturamento, além das receitas decorrentes das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza, outras receitas nãooperacionais, tais como receitas financeiras, decorrentes de descontos obtidos, juros ativos, variação monetária, rendimentos de aplicações, recuperação de despesas e reversão de provisões, conforme comprovam os balancetes elaborados à época (DOC. 04), a seguir descritos · Sobre o montante acima identificado, apurou os valores a pagar das referidas Contribuições, cujas informações foram devidamente prestadas à Receita Federal, através das declarações entregues à época, quais sejam DiPJ's e DCTF's. Ato contínuo, efetuou o recolhimento dos valores supostamente Fl. 175DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 3 3 devidos, através de Documento de Arrecadação de Receitas Federais DARF, bem como efetuou a vinculação de outros créditos, decorrentes de compensações outrora realizadas. · Ocorre que, por força da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, a Requerente passou a ser detentora de créditos oriundos dos recolhimentos efetuados a maior, a título das referidas Contribuições, relativamente à parcela calculada sobre outras receitas, ... : · A Requerente, todavia, não obstante ter identificado a existência desses créditos em seu favor, não efetuou as retificações necessárias das Declarações originalmente transmitidas à Receita Federal DIPJTs e DCTF's motivo pelo qual o Fisco, ao cruzar os valores declarados e os DARF's pagos, não identificou o recolhimento realizado a maior, entendendo que os pagamentos localizados teriam sido integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. · Por ocasião da presente manifestação de inconformidade, a Requerente procedeu às retificações necessárias das declarações apresentadas à Receita Federal, devidamente transmitidas DIPJ's e DCTF's (DOC. 05), aptas a comprovar o montante do crédito existente, este amparado na contabilidade e demais documentos da Requerente. · Vislumbrando a documentação acostada, fácil constatar que houve pagamento a maior do período, visto que, a partir das Declarações Retificadoras, o valor efetivamente devido a título de COFINS em 31/12/2001 perfazia originalmente R$ 12.823,81 (doze mil, oitocentos e vinte três reais e oitenta e um centavos), ao passo que foi efetuada a vinculação de créditos (pagamentos e compensações) no montante de R$ 22.200,91 (vinte e dois mil, duzentos reais e noventa e um centavos) (também valores principais), remanescendo saldo credor original de R$ 9.377,10 (nove mil, trezentos e setenta e sete reais e dez centavos), gerou valor este utilizado no Pedido de Compensação através da PER/DCOMP n°. 18382.60288.310806.1.3.049052. A atualização desse valor ocasionou saldo credor de R$ 37,84 (trinta e sete reais e oitenta e quatro centavos), valor este utilizado nesse Pedido de Compensação. Em sede de apreciação do pedido do contribuinte a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza(CE) exarou o Acórdão 0818.242 – 4ª Turma, em 15 de junho de 2010, ponderando que: "(...) cabe vincar que a declaração retificadora redutora de tributo deve ser considerada legítima se apresentada no período de espontaneidade legal. No entanto, para que se atribua eficácia às informações nela contidas, especificamente em relação àquelas que implicam a caracterização do pagamento a maior ou indevido, é mister que a retificadora tenha sido entregue antes do decisório, pois a comprovação da disponibilidade de crédito deve ser aferida no momento da decisão exarada pela autoridade recorrida. Se entregue depois do decisório, incumbe ao contribuinte o ônus de comprovar o seu direito creditório mediante a juntada, com a manifestação de inconformidade, não somente da declaração retificadora, mas também de documentos (contábeis e fiscais) que fundamentam a retificação." Fl. 176DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 A respeitável 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento apreciou a contestação da contribuinte, mas concluiu pelo indeferimento do seu pedido. Em suma, entendeu que não havia direito liquido e certo quando do pedido de compensação, e que a declarações retificadoras não poderiam produzir efeito para sanear o fato, representado pela exigência relacionada à não homologação. A ementa do Acórdão 0818.242 ficou assim redigida: AS S U N T O : P R O C E S S O A D M I N I S T R A T I V O F I S C A L Anocalendário: 2001 PROVAS. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. DCTF. RETIFICAÇÃO. DECISÓRIO. ESPONTANEIDADE. REDUÇÃO DE TRIBUTO. CONFIGURAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. E legítima a declaração retificadora que reduzir ou excluir tributo se apresentada por contribuinte em espontaneidade legal. No entanto, para que se atribua eficácia às informações nela contidas, especificamente em relação àquelas que suportam a caracterização do pagamento a maior ou indevido de tributo, é mister que a retificadora tenha sido entregue antes do decisório. Se entregue depois, incumbe ao contribuinte o ônus de comprovar o seu direito creditório mediante ajuntada, com a manifestação de inconformidade, não somente da declaração retificadora, mas também de documentos que fundamentam a retificação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte ingressou com Recurso Voluntário, onde, além das razões presentes na impugnação, acrescenta outras adicionais porque pede a reforma da decisão de 1º grau: · Seu direito creditório provem do recolhimento indevido de Pis e Cofins face a inconstitucionalidade reconhecida do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998. o “Preliminarmente, antes de adentrar nas razões que levaram à improcedência da Manifestação de Inconformidade em comento, importa destacar que o direito creditório diz respeito à possibilidade de compensação dos valores indevidamente recolhidos pela Recorrente a título da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sob a égide do inconstitucional § I o do art. 3 o da Lei n° 9.718/98.” o “Com a declaração de inconstitucionalidade do referido dispositivo legal, pelo Plenário do Egrégio Supremo Tribunal Federal, restaram reconhecidas como indevidas as majorações da Contribuição para o Fl. 177DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 4 5 PIS/PASEP e da COFINS decorrentes da ampliação de suas bases de cálculo, assim entendidas como faturamento, deixando de ser considerado como a totalidade das receitas da pessoa jurídica, para voltar a ser entendido como as receitas advindas da venda de mercadorias e/ou prestação de serviços.” · Em sua opinião, a legislação que rege as DIPJ E DCTF prevê o direito do contribuinte retificar as declarações por ele prestadas, inclusive para louvar os princípios de justiça e da verdade material que devem orientar os procedimentos das relações tributárias: o “Ocorre que mesmo reconhecendo a possibilidade de devolução dos valores recolhidos a maior pela Recorrente, a Ilustre Turma entendeu por julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade, sob o fundamento da impossibilidade de análise das retificações de declarações apresentadas após o despacho decisório que não homologara as compensações, o que, a seu ver, impossibilitaria a análise da liquidez e certeza do crédito pleiteado.” o “No caso em comento, a Autoridade Administrativa afirma que o despacho decisório (de não homologação das compensações) levara em conta as informações prestadas em DCTF original, e que o manifestante retificou a DIPJ e a DCTF depois de cientificado do decisório impugnado, o que impossibilitaria a análise das referidas retificações, a não ser que a defesa administrativa fosse acompanhada de provas inequívocas da existência do crédito.” o “ Ocorre que o procedimento de retificação da DCTF, na forma em que fez a Recorrente, não incorre em qualquer vedação, motivo pelo qual merece ser acatado, senão vejase. (...) A Instrução Normativa RFB n°. 903, de 30 de dezembro de 2008, vigente à época da retificação das DCTF's que albergam o crédito pleiteado, dispõe, em seu art. 11, sobre os efeitos da referida retificação” (...) E o iem ‘c’ desse artigo 11 não pode ser interpretado como restrição para a retificação e seus efeitos pois o contribuinte não havia sido intimado do inicio de procedimento fiscal, mas apenas cientificado do despacho eletrônico de não homologação de seu pedido de compensação. o O princípio da verdade material impõe às autoridades administrativas o dever de apurar todos os fatos que lhe são apresentados na busca da verdade real, não se limitando a emitir juízo acerca dos documentos analisados a partir de mera presunção. o Desta forma, a autoridade administrativa competente para decidir não está limitada às provas produzidas pelas partes, nem está restrita às suas alegações, devendo obrigatoriamente buscar todos os elementos que julgar necessários e suficientes ao seu livre convencimento. o Assim, dada à importância desse princípio, a busca da verdade material não é uma faculdade da autoridade administrativa, mas sim um dever, de modo que esta deve solicitar e analisar todos os documentos que entender necessários à elucidação do caso, principalmente quando o contribuinte apresenta documentação amplamente comprobatória do deu direito. · Não é verdade, como afirmaram os Julgadores que o contribuinte não comprovou seu direito ao crédito e à compensação: Fl. 178DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 o Neste diapasão, afirmou a Autoridade Administrativa que a Recorrente "não se desincumbiu do ônus de comprovar o indébito ao instruir a sua manifestação apenas com a DCTF retificadora." o Ocorre que basta uma análise perfunctória da manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, para verificar que a mesma não instruiu referida impugnação "apenas com a DCTF retificadora", como afirmado pela Autoridade Administrativa. o Quando da apresentação da manifestação de inconformidade por parte da Recorrente, a mesma apresentou diversas PLANILHAS contendo o histórico da formação e utilização do crédito, acostando ainda como documentos, não só a referida DCTF retificadora, como também os BALANCETES do mês em questão com o detalhamento das receitas auferidas, acompanhados ainda da DIPJ devidamente retificada. o Dessa forma, o entendimento exarado no acórdão recorrido, pela não homologação da compensação declarada deve ser modificado, levandose em conta a documentação já apresentada pela Recorrente e já acostada aos autos, quando da apresentação de manifestação de inconformidade, que devem ser objeto de apreciação da Autoridade Administrativa, em obediência aos princípios da verdade material e da instrumentalidade. Referido Conselho ao analisar as manifestações do contribuinte aduziu, em síntese que: "De fato, há nos autos diversos documentos, coerentes entre si, que demonstram o indébito. Mas nenhum deles é, ao menos comprovadamente, documento contábil cuja validação seja exigida legalmente. Entendo, por isso, que o acatamento do recurso requer a verificação, que já deveria ter sido feita em primeiro grau, da veracidade das informações apostas, primeiro, na planilha integrante da própria manifestação de inconformidade, depois, na peça intitulada "balanço" e referida no recurso como "balancete", e por fim, na DIPJ entregue. Repisese que há perfeita consonância entre as diversas "demonstrações". E finaliza o julgamento do recurso com a Resolução n 3402000.176 – da 2ª Turma da 4ª Câmara do CARF, baixando o processo em diligência para que a fiscalização aponte qual é o valor devido da contribuição, levando em conta apenas o conceito de faturamento reconhecido pelo STF como apto a constituir a base de cálculo da contribuição, ou seja, considerando apenas receitas de prestação de serviços e/ou de vendas de mercadorias e indique se há indébito no mês em discussão e qual o seu montante, com base nos livros contábeis exigidos pela legislação (Diário e Razão). A autoridade fiscal, como resultado no atendimento da diligência solicitada pelo CARF, de posse das informações apresentadas pelo contribuinte (Livro Razão), concluiu que os demonstrativos apresentados às fls. 11/12 dos autos, onde se apura o valor correto do tributo devido, encontra fidelidade com os registros contábeis exibidos. Ela verificou que, na apuração da base de cálculo originária, o contribuinte incluíra valores de outras receitas afora as oriundas das receitas de convênios e receitas de exames, receitas estas as principais de sua Fl. 179DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 5 7 atividade. Constou naquela base de cálculo receitas decorrentes de variação monetária ativa, juros ativos, rendimentos de aplicações financeiras, reversões de provisões entre outras. A autoridade fiscal finaliza seu parecer informando: “Assim, no procedimento de acerto da base de cálculo em consonância com o conceito de faturamento reconhecido pelo STF, cuja a observância é solicitada pelo julgado acima, constatamos que o valor correto da contribuição é de R$ 12.828,94. Como o contribuinte originalmente apurou o valor de R$ 22.206,91, e pagou apenas R$ 22.022,64; no valor pago há uma diferença de tributo a seu favor no montante de R$ 9.193,70. (22.022,64 12.828,94 = 9.193,70). E o que tínhamos a informar.” Apesar de cientificada desse relatório fiscal e da possibilidade de se manifestar, o contribuinte nada apresenta a ser juntado ao processo. Assim, o processo retorna ao CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Há tempestividade do Recuso Voluntário e atendimento dos requisitos de admissibilidade. Tratase de recurso interposto contra a decisão que indeferiu pedido de compensação declarado por meio do PER/DCOMP n° 15673.07351.290906.1.3.049062. O pedido de compensação objetiva compensar o alegado pagamento a maior de Cofins, referente ao mês de dezembro de 2001 e efetuado em 15.01.2002, com débito de estimativa de CSLL, respeitante ao mês de agosto de 2006. Aliome aos que valorizam a busca da verdade material como concorrente à realização dos mais elevados propósitos do julgamento das lides na esfera administrativa. Há acórdãos proferidos em o Conselho de Contribuinte e no atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que representam essa orientação de que a busca da verdade material deve ser fortemente considerada nas relações tributárias e nas soluções dos contenciosos entre o Fisco e o Contribuinte: IRPJ FALTA DE CARACTERIZAÇÃO DA INFRAÇÃO Em respeito à legalidade, verdade material e segurança jurídica não pode subsistir lançamento de crédito tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária. ÔNUS DA PROVA Na relação jurídicotributária o ônus probandi incumbit ei qui dicit. Compete ao Fisco, ab initio, investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário ou da prática de infração praticada no Fl. 180DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 sentido de realizar a legalidade, o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. O sujeito passivo somente poderá ser compelido a produzir provas em contrário quando puder ter pleno conhecimento da infração com vista a elidir a respectiva imputação. PROCESSOS REFLEXOS PIS COFINS IRF CSLL Respeitandose a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo principal será aplicada aos processos tidos como decorrentes, face a íntima relação de causa e efeito. Recurso provido. (Primeiro Conselho de Contribuintes, 3° Câmara, Relatora Mary Elbe Gomes Queiroz, Recurso n°. 124737, Processo n°. 10283.002174/9774, Acórdão n°. 10320594,sessão de 22/05/2001) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1999 EXCESSO NA DESTINAÇÃO AO FINOR Como cediço, no processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que, buscase descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação, é de se levar em conta, que a preclusão temporal, em razão dos princípios da busca da verdade material, da legalidade e da eficiência pode vir a ter sua aplicação mitigada nos julgamentos administrativos. Recurso Voluntário Provido. (1° Conselho de Contribuintes, 8 Turma Especial, Relator Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior, Recurso n°.156170, processo n°. 10820.002086/200366, Acórdão n°. 19800116, sessão de 30/01/2009). Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/01/1994 a 30/04/2004 PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOBRE A REMUNERAÇÃO PAGA PARA EXECUÇÃO DE OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. ELEMENTOS PARA COMPROVAÇÃO DA DECADÊNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O princípio da verdade material, tão caro no processo administrativo fiscal, deve prevalecer, de modo que sejam considerados documentos hábeis a comprovar a decadência das contribuições vinculadas à realização de obra de construção civil, ainda que não expressamente previstas nas normas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Recurso Voluntário Provido. (2° Conselho de Contribuintes, 6a Turma Especial, Relator Kleber Ferreira de Araújo, Recurso n°. 246754, processo n°. 12045.000374/200772, Acórdão n°. 296 00078, sessão de 10/02/2009). IRRF DCTF ERRO DE PREENCHIMENTO Comprovados os recolhimentos de IRRF, mediante apresentação das guias respectivas, acompanhadas da regular retificação e complementação da DCTF e dos respectivos lançamentos contábeis, afastase o lançamento. Recurso provido. (Io Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, processo n°. 10665.000668/2002 67, Recurso n°. 147364, Relatora Silvana Mancini Karam, Acórdão 102 47820, Sessão de 16/08/2006) Correta a decisão e orientação dada pelo E. Relator na Resolução que originou o pedido de diligência, em suas palavras: Fl. 181DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 6 9 “Não partilho, como já tive oportunidade de afirmar em outros julgados, a tese da Administração segundo a qual a homologação de compensações declaradas pelo sujeito passivo dependa de prévia retificação de sua DCTF quando nesta conste valor condizente com o pagamento realizado . O que é necessário, a meu ver, é que o alegado indébito esteja provado. E é por isso que não se pode ainda decidir o recurso.” “De fato, há nos autos diversos documentos, coerentes entre si, que demonstram o indébito. Mas nenhum deles é, ao menos comprovadamente, documento contábil cuja validação seja exigida legalmente.” “Entendo, por isso, que o acatamento do recurso requer a verificação, que já deveria ter sido feita em primeiro grau, da veracidade das informações apostas, primeiro, na planilha integrante da própria manifestação de inconformidade, depois, na peça intitulada “balanço” e referida no recurso como “balancete” e, por fim, na DIPJ entregue. Repisese que há perfeita consonância entre as diversas “demonstrações”. Sou, por isso, pela baixa do processo em diligência para que a d. fiscalização aponte qual é o valor devido da contribuição, argüida neste processo, levando em conta apenas o conceito de faturamento reconhecido pelo STF como apto a constituir a base de cálculo da contribuição. Mais especificamente: considerando apenas receitas de prestação de serviços e/ou de vendas de mercadorias, indique se há indébito no mês em discussão e qual o seu montante, com base nos livros contábeis exigidos pela legislação (Diário e Razão) a serem exibidos pelo contribuinte. Dos resultados da diligência, seja cientificada a ora recorrente, abrindoselhe prazo de trinta dias para eventual contestação.” Portanto, não procede deixar de apreciar as retificações das declarações prestadas pelo contribuinte, nem de se verificar a sua correspondência com os próprios registros contábeis. E nessa direção, é que a verificação dos valores que seriam devidos do tributo é procedimento essencial para a apreciação e conclusão da lide. Por outro lado, há que se reconhecer o teor das bases do direito creditório pleiteado. Há decisões do CARF que consolidam, nos casos concretos, a definição de que a ampliação do conceito de faturamento às receitas financeiras pela Lei n° 9.718, de 1998, foi inconstitucional, afastando a aplicação da referida Lei, o que corresponde à tese do recorrente, conforme julgados a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/04/2002, 31/05/2002, 31/08/2002 BASE DE CALCULO. LEI Nº 9.718, DE 1998. RECEITAS FINANCEIRAS. A ampliação do conceito de faturamento às receitas financeiras pela Lei n° 9.718, de 1998, é inconstitucional, segundo decisão definitivo do Plenário do Supremo Tribunal Federal. Recurso voluntário provido. (Segundo Conselho de Contribuintes, Ia Câmara, Acórdão 20181.260, de 03.07.08, Relator: José Antonio Francisco). COFINS E PIS RECEITA FINANCEIRAS INAPLICABILIDADE DA LEI 9.718/98 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RE 380840 MG Conforme decisão transitada em julgado no RE 390840MG, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o § Io, do artigo 3°, da Lei Fl. 182DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 10 9.718. A extensão dos efeitos dessa decisão definitiva beneficia a ambas as partes, estancando custos desnecessários. Por conseqüência, não compõem a base da contribuição em apreços as receitas financeiras. Recurso provido. (Primeiro Conselho de Contribuintes, Ia Câmara, Processo n". 10120.003831/200381, Recuso n°. 140629, Acórdão 101 95764, Relator Mário Junqueira Franco Júnior, Sessão de 21/09/2006). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/P ASEP Período de apuração: 01/01/1999 a 31/07/1999 PIS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3o, § Io, DA LEI N" 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS. Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § Io, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, limar; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tune do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475 L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação. [...] Recurso voluntário provido. (Segundo Conselho de Contribuintes, Ia Câmara, Processo n°. 10980.011343/200318, Recurso nº 139409, Acórdão 20181235,Relator Fernando Luiz da Gama Lobo DEça, Sessão de 01/07/2008). A autoridade fiscal, em seu relatório em atendimento à diligência confirma as alegações do recorrente e os valores que seriam devidos desse tributo no período em questão. Por todos esses elementos, concluo que deve se dar provimento ao recurso voluntário. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 183DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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