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Numero do processo: 10469.904168/2009-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/01/2005
COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE.
Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de indeferimento de seu pedido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.083
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Semiramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Valcir Gassen, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Giovani Vieira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Compensação. Comprovação do direito creditório. Recorrente G J DE MEDEIROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/01/2005 COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de indeferimento de seu pedido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Semiramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Valcir Gassen, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Giovani Vieira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4ª Turma da DRJ Recife, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório oriundo de suposto recolhimento à maior da Cofins. Em consequência, foi mantida a nãohomologação da compensação declarada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 41 68 /2 00 9- 99 Fl. 2682DF CARF MF Processo nº 10469.904168/200999 Acórdão n.º 3301003.083 S3C3T1 Fl. 3 2 A autoridade competente da DRF/Natal não homologou a compensação, fundamentandose no fato de o DARF informado no PER/DCOMP já ter sido utilizado integralmente para quitar débitos declarados da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP objeto do presente processo. Segundo a Contribuinte, a explicação para a existência do crédito é o fato de haver apurado e recolhido a COFINS sobre seu faturamento total. No entanto, considerando que a maior parte dos produtos vendidos eram tributados à alíquota 0% (frutas e verduras no mercado interno art. 28 da Lei 10.865/2004), o valor devido seria bem menor do que o que foi declarado/pago. Quando ciente deste erro, ocorrido em 2005 e 2006, procedeu à reapuração dos valores devidos da Cofins, apurando créditos utilizados nas compensações declaradas (PER/DECMPs), mas não retificou as DCTFs. A retificação das DCTFs só foi efetuada após a ciência dos Despachos Decisórios emitidos pela DRF/Natal. A 4ª Turma da DRJ/REC, por intermédio do Acórdão nº 1133.630, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, por entender que não foram comprovadas a liquidez e a certeza do suposto crédito informado na compensação declarada. Transcrevese a parte da ementa de interesse: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO (...) DCOMP. ERRO DE FATO EM DCTF. NÃO COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não comprovado o erro de fato no preenchimento da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, com base em documentos hábeis e idôneos, não há que se acatar a retificadora para fins de comprovar a liquidez e certeza do crédito oferecido para a compensação com os débitos indicados na PER/DCOMP eletrônica. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (...) PROVAS. As provas devem ser apresentadas na forma e no tempo previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Em seu recurso voluntário, a Recorrente reitera seu direito creditório, justificando que nessa oportunidade apresenta as cópias das notas fiscais do período a que se refere a compensação, cópia do livro de registro de notas fiscais de saída, o relatório de vendas feitas no período, por produto, e o balancete do mês. Fl. 2683DF CARF MF Processo nº 10469.904168/200999 Acórdão n.º 3301003.083 S3C3T1 Fl. 4 3 Estes autos vieram ao CARF para apreciação do recurso voluntário, tendo o feito sido convertido em diligência, Resolução nº 3802000.030, da 2ª Turma Especial, nos termos do voto do relator Francisco José Barroso Rios, para que a unidade preparadora: · examinasse a fidedignidade da documentação acostada ao recurso voluntário, isso, frente a eventuais demonstrativos e documentação outra a ser requerida da interessada, porventura necessários à apuração da contribuição efetivamente devida; · diante dos elementos constantes dos autos, frente à documentação anexada ao processo e demais documentos e esclarecimentos que julgar necessários indagar à suplicante, se manifestasse sobre o valor da COFINS efetivamente devida. A empresa foi intimada pela fiscalização (Termo de Intimação Fiscal Número 001), tendo apresentado mais alguns elementos comprobatórios de seu alegado direito. Conforme consta do Relatório de Diligência Fiscal (anexado como Despacho de Diligência), as informações prestadas foram satisfatórias para a comprovação dos créditos de outros processos (outros períodos de apuração), mas, para o período de apuração analisado no presente não foi apresentada qualquer comprovação. Por isso o Auditor Fiscal concluiu que o valor devido da Cofins foi o originalmente apurado/pago pela contribuinte, que não logrou êxito em comprovar o suposto recolhimento à maior. Por fim, o despacho de encaminhamento da unidade de origem atesta que, observado o prazo regulamentar, não houve manifestação da contribuinte quanto ao resultado da diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.092, de 27 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10469.903724/200918, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.092): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. A não homologação do PER/DCOMP se deu pelo fato de que à época da análise eletrônica da compensação declarada, a interessada ainda não havia entregue a DCTF retificadora e o dito pagamento estava, assim, totalmente apropriado ao débito originalmente declarado. Fl. 2684DF CARF MF Processo nº 10469.904168/200999 Acórdão n.º 3301003.083 S3C3T1 Fl. 5 4 Como relatado, no Recurso Voluntário, a Recorrente informa que o faturamento total de fevereiro/2006 foi de R$ 683.020,04 e que o faturamento sujeito à tributação da COFINS era somente de R$ 27.625,15. Dessa forma, a COFINS nãocumulativa informada e pleiteada pela Recorrente seria de R$ 476,68, calculada sob a alíquota de 7,6%, portanto, a base de cálculo utilizada teria sido a de R$ 6.272,10. Por isso, a Recorrente foi intimada para apresentar e comprovar os créditos subtraídos do faturamento tributável (R$ 27.625,15) para chegar à base de cálculo efetiva, de R$ 6.272,10. Foi comprovada nos autos a ciência dessa intimação, em 29/12/2015, mas o contribuinte não procedeu a essa demonstração. A prova a cargo do contribuinte tem como função especificar quais os produtos vendidos hortifrutigranjeiros (se classificados Capítulos 7 e 8 da TIPI), com seus valores e quantidades e sua destinação ao mercado interno, para que pudesse estar sujeita ao disposto no art. 28, da Lei 10.865/2004: Lei 10.865/2004 Art. 28. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COF1NS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de: (Vide Lei n° 11.727, de 2008) (...) III produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados na posição 04.07, todos da TIPI; e Na apuração de COFINS nãocumulativa, a prova da existência do direito de crédito indicado incumbe ao contribuinte, de maneira que, não havendo tal demonstração por parte do contribuinte, deve a Fiscalização não efetuar a homologação da compensação. Em regra geral, considerase que o ônus de provar recai sobre quem alega o fato ou o direito: CPC/1973 Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. CPC/2015 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Fl. 2685DF CARF MF Processo nº 10469.904168/200999 Acórdão n.º 3301003.083 S3C3T1 Fl. 6 5 II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor É do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Nesse sentido a lição de Fabiana Del Padre Tomé (A Prova no Direito Tributário. 3ª ed. São Paulo: Noeses, 2011, p. 264): A prova compete a quem tem interesse em fazer prevalecer o fato afirmado. Por outro lado, se o autor apresenta provas do fato que alega, incumbe ao demandado fazer a contraprova, demonstrando fato oposto. Em processo tributário, por exemplo, se o Fisco afirma que houve determinado fato jurídico, apresentando documento comprobatório, ao contribuinte cabe provar a inocorrência do alegado fato, apresentando outro documento, pois a negativa se resolve em uma ou mais afirmativas. A empresa foi intimada a apresentar os documentos comprobatórios, o que não foi exercido. Sem o atendimento à diligência determinada pelo CARF, não há como comprovar os créditos da nãocumulatividade, porque não foram colocados à disposição para verificação. No caso presente, devese ainda acrescentar que tratase um pedido de iniciativa do próprio contribuinte (ressarcimento), para o qual, necessariamente, o mesmo deve possuir e apresentar as provas correspondentes. Isso porque a compensação tributária somente é possível, se demonstrada a liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, conforme a prescrição do art. 170 do Código Tributário Nacional CTN: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Enfim, estáse diante da ausência de liquidez e certeza quanto ao suposto crédito contra a Fazenda Nacional, não cabendo a homologação do PER/DCOMP a ele vinculado. Conclusão Fl. 2686DF CARF MF Processo nº 10469.904168/200999 Acórdão n.º 3301003.083 S3C3T1 Fl. 7 6 Em vista disso, a Recorrente não logrou êxito em comprovar o crédito alegado, consequentemente a COFINS devida referente ao mês de fevereiro de 2006 permanece no valor originalmente pago e declarado, de R$ 18.404,01. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo a empresa foi intimada a comprovar os valores que deveriam ser subtraídos da base de cálculo originalmente apurada (vendas sujeitas à alíquota zero), para chegar à base de cálculo que, supostamente, seria a efetiva. Contudo, apesar das oportunidades que lhe foram dadas, a contribuinte não conseguiu apresentar a demonstração/comprovação necessária para que o Fisco atestasse a certeza e liquidez do direito creditório utilizado na compensação declarada nestes autos. Permanece como devido, portanto, o valor da Cofins de R$19.006,31, referente ao mês de janeiro de 2005, valor esse originalmente declarado e recolhido pela contribuinte. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 2687DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10469.904165/2009-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/03/2006 a 31/03/2006
COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITO. PROVA.
Na apuração de COFINS não-cumulativa, a prova da existência do direito de crédito indicado na PER/DCOMP incumbe ao contribuinte.
COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE.
Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de indeferimento de seu pedido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.080
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Semiramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Valcir Gassen, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Giovani Vieira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Compensação. Comprovação do direito creditório. Recorrente G J DE MEDEIROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/2006 a 31/03/2006 COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO. PROVA. Na apuração de COFINS nãocumulativa, a prova da existência do direito de crédito indicado na PER/DCOMP incumbe ao contribuinte. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de indeferimento de seu pedido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Semiramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Valcir Gassen, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Giovani Vieira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 41 65 /2 00 9- 55 Fl. 1277DF CARF MF Processo nº 10469.904165/200955 Acórdão n.º 3301003.080 S3C3T1 Fl. 3 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4ª Turma da DRJ Recife, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório oriundo de suposto recolhimento à maior da Cofins. Em consequência, foi mantida a nãohomologação da compensação declarada. A autoridade competente da DRF/Natal não homologou a compensação, fundamentandose no fato de o DARF informado no PER/DCOMP já ter sido utilizado integralmente para quitar débitos declarados da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP objeto do presente processo. Segundo a Contribuinte, a explicação para a existência do crédito é o fato de haver apurado e recolhido a COFINS sobre seu faturamento total. No entanto, considerando que a maior parte dos produtos vendidos eram tributados à alíquota 0% (frutas e verduras no mercado interno art. 28 da Lei 10.865/2004), o valor devido seria bem menor do que o que foi declarado/pago. Quando ciente deste erro, ocorrido em 2005 e 2006, procedeu à reapuração dos valores devidos da Cofins, apurando créditos utilizados nas compensações declaradas (PER/DECMPs), mas não retificou as DCTFs. A retificação das DCTFs só foi efetuada após a ciência dos Despachos Decisórios emitidos pela DRF/Natal. A 4ª Turma da DRJ/REC, por intermédio do Acórdão nº 1133.627, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, por entender que não foram comprovadas a liquidez e a certeza do suposto crédito informado na compensação declarada. Transcrevese a parte da ementa de interesse: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO (...) DCOMP. ERRO DE FATO EM DCTF. NÃO COMPROVAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não comprovado o erro de fato no preenchimento da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, com base em documentos hábeis e idôneos, não há que se acatar a retificadora para fins de comprovar a liquidez e certeza do crédito oferecido para a compensação com os débitos indicados na PER/DCOMP eletrônica. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (...) PROVAS. As provas devem ser apresentadas na forma e no tempo previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Fl. 1278DF CARF MF Processo nº 10469.904165/200955 Acórdão n.º 3301003.080 S3C3T1 Fl. 4 3 Em seu recurso voluntário, a Recorrente reitera seu direito creditório, justificando que nessa oportunidade apresenta as cópias das notas fiscais do período a que se refere a compensação, cópia do livro de registro de notas fiscais de saída, o relatório de vendas feitas no período, por produto, e o balancete do mês. Estes autos vieram ao CARF para apreciação do recurso voluntário, tendo o feito sido convertido em diligência, Resolução nº 3802000.027, da 2ª Turma Especial, nos termos do voto do relator Francisco José Barroso Rios, para que a unidade preparadora: · examinasse a fidedignidade da documentação acostada ao recurso voluntário, isso, frente a eventuais demonstrativos e documentação outra a ser requerida da interessada, porventura necessários à apuração da contribuição efetivamente devida; · diante dos elementos constantes dos autos, frente à documentação anexada ao processo e demais documentos e esclarecimentos que julgar necessários indagar à suplicante, se manifestasse sobre o valor da COFINS efetivamente devida. A empresa foi intimada pela fiscalização (Termo de Intimação Fiscal Número 001), tendo apresentado mais alguns elementos comprobatórios de seu alegado direito. Conforme consta do Relatório de Diligência Fiscal (anexado como Despacho de Diligência), as informações prestadas foram satisfatórias para a comprovação dos créditos de outros processos (outros períodos de apuração), mas não para o período de apuração analisado no presente. Por esse motivo foi emitida uma segunda intimação (Termo de Intimação Fiscal Número 002), exigindo da contribuinte o detalhamento dos créditos utilizados, relativos a nãocumulatividade do tributo. Todavia, não houve resposta à intimação nº 2. Por isso o Auditor Fiscal concluiu que o valor devido da Cofins foi o originalmente apurado/pago pela contribuinte, que não logrou êxito em comprovar o suposto recolhimento à maior. Por fim, o despacho de encaminhamento da unidade de origem atesta que, observado o prazo regulamentar, não houve manifestação da contribuinte quanto ao resultado da diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.092, de 27 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10469.903724/200918, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.092): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Fl. 1279DF CARF MF Processo nº 10469.904165/200955 Acórdão n.º 3301003.080 S3C3T1 Fl. 5 4 A não homologação do PER/DCOMP se deu pelo fato de que à época da análise eletrônica da compensação declarada, a interessada ainda não havia entregue a DCTF retificadora e o dito pagamento estava, assim, totalmente apropriado ao débito originalmente declarado. Como relatado, no Recurso Voluntário, a Recorrente informa que o faturamento total de fevereiro/2006 foi de R$ 683.020,04 e que o faturamento sujeito à tributação da COFINS era somente de R$ 27.625,15. Dessa forma, a COFINS nãocumulativa informada e pleiteada pela Recorrente seria de R$ 476,68, calculada sob a alíquota de 7,6%, portanto, a base de cálculo utilizada teria sido a de R$ 6.272,10. Por isso, a Recorrente foi intimada para apresentar e comprovar os créditos subtraídos do faturamento tributável (R$ 27.625,15) para chegar à base de cálculo efetiva, de R$ 6.272,10. Foi comprovada nos autos a ciência dessa intimação, em 29/12/2015, mas o contribuinte não procedeu a essa demonstração. A prova a cargo do contribuinte tem como função especificar quais os produtos vendidos hortifrutigranjeiros (se classificados Capítulos 7 e 8 da TIPI), com seus valores e quantidades e sua destinação ao mercado interno, para que pudesse estar sujeita ao disposto no art. 28, da Lei 10.865/2004: Lei 10.865/2004 Art. 28. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COF1NS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de: (Vide Lei n° 11.727, de 2008) (...) III produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados na posição 04.07, todos da TIPI; e Na apuração de COFINS nãocumulativa, a prova da existência do direito de crédito indicado incumbe ao contribuinte, de maneira que, não havendo tal demonstração por parte do contribuinte, deve a Fiscalização não efetuar a homologação da compensação. Em regra geral, considerase que o ônus de provar recai sobre quem alega o fato ou o direito: CPC/1973 Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 1280DF CARF MF Processo nº 10469.904165/200955 Acórdão n.º 3301003.080 S3C3T1 Fl. 6 5 CPC/2015 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor É do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Nesse sentido a lição de Fabiana Del Padre Tomé (A Prova no Direito Tributário. 3ª ed. São Paulo: Noeses, 2011, p. 264): A prova compete a quem tem interesse em fazer prevalecer o fato afirmado. Por outro lado, se o autor apresenta provas do fato que alega, incumbe ao demandado fazer a contraprova, demonstrando fato oposto. Em processo tributário, por exemplo, se o Fisco afirma que houve determinado fato jurídico, apresentando documento comprobatório, ao contribuinte cabe provar a inocorrência do alegado fato, apresentando outro documento, pois a negativa se resolve em uma ou mais afirmativas. A empresa foi intimada a apresentar os documentos comprobatórios, o que não foi exercido. Sem o atendimento à diligência determinada pelo CARF, não há como comprovar os créditos da nãocumulatividade, porque não foram colocados à disposição para verificação. No caso presente, devese ainda acrescentar que tratase um pedido de iniciativa do próprio contribuinte (ressarcimento), para o qual, necessariamente, o mesmo deve possuir e apresentar as provas correspondentes. Isso porque a compensação tributária somente é possível, se demonstrada a liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, conforme a prescrição do art. 170 do Código Tributário Nacional CTN: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Fl. 1281DF CARF MF Processo nº 10469.904165/200955 Acórdão n.º 3301003.080 S3C3T1 Fl. 7 6 Enfim, estáse diante da ausência de liquidez e certeza quanto ao suposto crédito contra a Fazenda Nacional, não cabendo a homologação do PER/DCOMP a ele vinculado. Conclusão Em vista disso, a Recorrente não logrou êxito em comprovar o crédito alegado, consequentemente a COFINS devida referente ao mês de fevereiro de 2006 permanece no valor originalmente pago e declarado, de R$ 18.404,01. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo a empresa foi intimada a comprovar os valores que deveriam ser subtraídos da base de cálculo originalmente apurada (vendas sujeitas à alíquota zero), além da comprovação dos créditos descontados (apuração não cumulativa), para chegar à base de cálculo que, supostamente, seria a efetiva. Contudo, apesar das oportunidades que lhe foram dadas, a contribuinte não conseguiu apresentar a demonstração/comprovação necessária para que o Fisco atestasse a certeza e liquidez do direito creditório utilizado na compensação declarada nestes autos. Permanece como devido, portanto, o valor da Cofins de R$29.759,09, referente ao mês de março de 2006, valor esse originalmente declarado e recolhido pela contribuinte. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 1282DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.724299/2014-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Dec 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 2010
IPI. PRODUTOS DE INFORMÁTICA. BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO. UTILIZAÇÃO INDEVIDA.
Correta a exigência do IPI relativo aos produtos comercializados antes de sua inclusão nas portarias de habilitação relativas à concessão do benefício fiscal de redução do imposto. A exigência constante da Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007 tem fundamento no Decreto nº 5.906/2006.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2010
MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE. EXIGÊNCIA EM DUPLICIDADE.
Alegações de que as multas legalmente aplicadas têm efeito confiscatório implicam a apreciação de sua inconstitucionalidade, o que é defeso no âmbito do julgamento administrativo. Não restou comprovado a existência de multas aplicadas em duplicidade.
SOBRESTAMENTO. PROCESSOS DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
Não há previsão legal para sobrestamento de processos de compensação cuja análise não estão sendo efetuadas no âmbito do presente processo.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3301-003.071
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, [por maioria de votos, Negar Provimento ao Recurso Voluntário na forma do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Semíramis de Oliveira Duro]
Luiz Augusto do Couto ChagasPresidente
José Henrique MauriRedator "ad hoc"
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri (Redator "adhoc"), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. O Conseheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator original, desligou-se do colegiado, tendo consignado seu voto na sessão anterior.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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PRODUTOS DE INFORMÁTICA. BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO. UTILIZAÇÃO INDEVIDA. Correta a exigência do IPI relativo aos produtos comercializados antes de sua inclusão nas portarias de habilitação relativas à concessão do benefício fiscal de redução do imposto. A exigência constante da Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007 tem fundamento no Decreto nº 5.906/2006. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2010 MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE. EXIGÊNCIA EM DUPLICIDADE. Alegações de que as multas legalmente aplicadas têm efeito confiscatório implicam a apreciação de sua inconstitucionalidade, o que é defeso no âmbito do julgamento administrativo. Não restou comprovado a existência de multas aplicadas em duplicidade. SOBRESTAMENTO. PROCESSOS DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para sobrestamento de processos de compensação cuja análise não estão sendo efetuadas no âmbito do presente processo. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 42 99 /2 01 4- 86 Fl. 1320DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 12 2 Acordam os membros do colegiado, [por maioria de votos, Negar Provimento ao Recurso Voluntário na forma do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Semíramis de Oliveira Duro] Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente José Henrique Mauri Redator "ad hoc" Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri (Redator "adhoc"), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. O Conseheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator original, desligouse do colegiado, tendo consignado seu voto na sessão anterior. Fl. 1321DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 13 3 Relatório Por economia processual adoto o relatório elaborado pela decisão recorrida, abaixo transcrito: Trata o presente processo de Auto de Infração decorrente da falta de lançamento do IPI na saída, do estabelecimento, de produtos tributados, por ter o contribuinte utilizado indevidamente do benefício do instituto da isenção, instituído pelas Leis nº 8.248/91, 10.176/2001 e 11.077/004 e Decretos nº 792/93, 3.800/2001 e 5.906/06 (lei da informática) e concedido para os produtos relacionados na Portaria MCT/MDIC/MF existentes no sitio do Ministério da Ciência e Tecnologia, na internet. Segundo a descrição dos fatos, a utilização indevida do benefício decorreu da saída dos produtos relacionados no “item 9” do Termo de Verificação Fiscal, com redução da alíquota de IPI, em data anterior a inclusão dos mesmos nas portarias que concederam o benefício. Feita a reconstituição da escrita fiscal, foi constituído o crédito tributário montante em R$ 10.885.283,32, sendo R$ 1.453.200,51 de imposto, R$ 518.082,95 de juros (calculados até 08/2014), R$ 1.089.900,39 de multa proporcional e R$ 7.824.099,47 relativo à multa sobre o IPI não lançado por cobertura de crédito. Regularmente cientificado, o sujeito passivo apresentou a impugnação alegando, em suma, o que segue abaixo: Diz que com a publicação das portarias Interministeriais nºs 107/2004, 736/2008, 319/2008 e 484/2007 o MCT/MDIC reconheceram o atendimento dela aos requisitos legais para fruição do benefício de redução do IPI dos produtos indicados nestas portarias. Aduz que a publicação das referidas portarias Interministeriais apenas declarou o direito à fruição do benefício de redução de IPI na saída dos produtos abrangidos, direito este, segundo ela, decorrente do atendimento aos requisitos previstos na Lei de Informática, mas precisamente na Lei nº 8.191/1991 e Lei 8.248/1991 e suas alterações posteriores. Acrescenta, é a lei, no caso a Lei de Informática, que constitui o direito à isenção do IPI, uma vez demonstrado o atendimento aos requisitos legais previstos. Ressalta que uma vez reconhecido o cumprimento dos requisitos legais, tem direito a usufruir da redução do IPI na saída dos produtos indicados nas Portarias Interministeriais publicadas pelos Ministérios de Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Entende que contrariando a máxima do ordenamento jurídico de que somente a lei constitui direito à isenção/redução, a Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007, vigente à época dos fatos, previu em seu art. 2º, que os novos modelos de produtos já beneficiados somente podem ser comercializados após a publicação de sua inclusão na página eletrônica da SEPIN/MCT e/ou da SDP/MDIC. Transcreveu o artigo. Fl. 1322DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 14 4 Diz que seu direito à isenção ou a redução do IPI decorre da lei, no caso da Lei nº 8.191/1991 e da Lei nº 8.248/1991, e suas alterações posteriores, e que quaisquer atos administrativos relacionados à isenção têm efeitos meramente declaratórios, jamais constitutivos do direito. Assevera, a inclusão de novos modelos de produtos já beneficiados no sistema eletrônico do MCT e do MDIC tem a finalidade de declarar publicamente que estes produtos/modelos estão abrangidos pelo benefício da isenção/redução concedida por lei. Acrescenta, estes atos, ao contrário do que sustenta a Fiscalização, não são constitutivos de direito e, portanto, não podem ser utilizados como marco inicial para fruição do benefício já anteriormente concedido. Lembra que a Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 151/2006, antecessora da Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007, previa expressamente em seu artigo 2º que a inclusão de novos modelos no sistema teria efeito meramente declaratório. Transcreveu o artigo. Entende que, admitir que ela (impugnante) tenha direito à isenção e redução do IPI tão somente após a inclusão e publicação dos novos modelos no sistema eletrônico é contrariar todos os preceitos do ordenamento jurídico, que estabelece que a lei está acima hierarquicamente de quaisquer atos administrativos. Alega que em caso praticamente igual ao presente, obteve decisão favorável proferida pelo CARF, que reconheceu o caráter meramente declaratório da inclusão de novos modelos no sistema eletrônico do MCT e do MDIC. Transcreveu trecho da referida decisão. Quanto à multa, diz, se não bastasse a nítida desproporcionalidade e caráter confiscatório da multa exigida, há ainda o fato de que, uma vez que a Fiscalização utilizou parte dos créditos oriundos de saldos credores apurados no ano de 2010 para “quitar” de ofício os valores de IPI supostamente devidos e não recolhidos, é certo que ela (impugnante) será também penalizada com a cobrança de multa sobre o valor dos débitos não compensados ante a inexistência de crédito suficiente, utilizado indevidamente de ofício pela Fiscalização. Relacionou diversos pedidos de ressarcimento e declarações de compensação e, alega, uma vez que a maior parte dos créditos utilizados nos referidos Pedidos de Compensação foi utilizada indevidamente para “quitar” de ofício o crédito apurado como devido pela Fiscalização, resta evidente a necessidade da suspensão dos referidos Pedidos de compensação até o julgamento definitivo da presente ação, a fim de resguardar o direito dela (impugnante) de não ser compelida ao pagamento em duplicidade dos débitos que foram pagos via compensação com o crédito decorrente dos saldos credores apurados no ano de 2010. Por fim, requer: a) Suspensão da análise e julgamento dos pedidos de compensação, relacionados, e as corretas compensações, até o julgamento definitivo do presente auto de infração; b) Que seja julgada procedente a impugnação de modo que seja cancelado o auto de infração; c) Que seja reconstituída a escrita fiscal nos mesmos termos como lançada por ela. Fl. 1323DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 15 5 Ao julgar referida impugnação a 3ª Turma da DRJ/Belém proferiu o Acórdão nº 0130.380, com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Anocalendário: 2010 REDUÇÃO. UTILIZAÇÃO INDEVIDA. Mantémse o lançamento do imposto quando os produtos indicados nas notas fiscais que deram lastro ao auto de infração foram comercializados em data anterior à inclusão dos mesmos nas portarias que concederam o benefício, contrariando, assim, o que estabelece a Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007. JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTAÇÃO. IMPEDIMENTO DE APRECIAÇÃO DA IMPUGNAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O protesto pela juntada posterior de documentação não obsta a apreciação da impugnação e somente é possível em casos especificados na lei. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. Argüições de inconstitucionalidade fogem à competência da instância administrativa, salvo se já houver decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, hipótese em que compete à autoridade julgadora afastar a sua aplicação. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com referida decisão o contribuinte apresentou recurso voluntário, por meio do qual aduz basicamente os mesmos argumentos de sua impugnação. É o relatório. Fl. 1324DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 16 6 Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Redator "ad hoc" em face do Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator original, que desligouse do colegiado para assumir o encardo de presidente de Câmara. O presente voto reflete, na íntegra, o voto consignado pelo relator original. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso deve ser conhecido. Competência para a análise da legalidade de normas infralegais No primeiro tópico de seu recurso voluntário o contribuinte insurgese contra a decisão recorrida na parte em que concluiu, em síntese, pela impossibilidade da instância administrativa de apreciar questões que importem na negação de vigência e eficácia dos preceitos normativos sob o âmbito de sua possível ilegalidade ou inconstitucionalidade. Não há reparos a ser feito na decisão recorrida. Essa matéria já está até sumulada no âmbito do CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Também não houve qualquer prejuízo à defesa do contribuinte, pois a decisão recorrida proferiu de forma clara o seu entendimento sobre a aplicação dos citados preceitos normativos. Mérito A fiscalização constatou que a empresa deu saída a produtos de sua fabricação, com redução da alíquota do IPI, em data anterior à inclusão dos mesmos nas portarias que concederam o benefício, contrariando, assim, o que estabelece a Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007. O que se discute no presente processo não é se a empresa cumpriu ou não os requisitos legais da lei de informática, mas se os produtos por ela comercializados com redução do imposto (IPI) estavam inclusos na Portaria do MCT, em data anterior à comercialização, fato determinante para a redução do imposto. A impugnante não nega que comercializou seus produtos antes da inclusão dos mesmos nas portarias que concederam o benefício, limitase a argumentar que seu direito à isenção ou a redução do IPI decorre da lei, no caso da Lei nº 8.191/1991 e da Lei nº 8.248/1991, e suas alterações posteriores, e que quaisquer atos administrativos relacionados à isenção têm efeitos meramente declaratórios, jamais constitutivos do direito. Diz, ainda, que contrariando a máxima do ordenamento jurídico de que somente a lei constitui direito à isenção/redução, a Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685/2007, vigente à época dos fatos, previu em seu art. 2º, que os novos modelos de produtos já beneficiados somente podem ser comercializados após a publicação de sua inclusão na página eletrônica da SEPIN/MCT Fl. 1325DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 17 7 e/ou da SDP/MDIC, e que as portarias publicadas pelo MCT/MDIC têm caráter meramente declaratório da inclusão de novos modelos no sistema eletrônico destes ministérios. Vejamos então o que trata os dispositivos legais sobre o referido benefício fiscal. Lei nº 8.248/91 Art. 4o As empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação que investirem em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação farão jus aos benefícios de que trata a Lei no 8.191, de 11 de junho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 10.176, de 2001) (Regulamento) (...) § 1oA. O benefício de isenção estendese até 31 de dezembro de 2000 e, a partir dessa data, fica convertido em redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, observados os seguintes percentuais: (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.176, de 11.1.2001) ) (...) Art. 11. Para fazer jus aos benefícios previstos no art. 4o desta Lei, as empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e automação deverão investir, anualmente, em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação a serem realizadas no País, no mínimo, 5% (cinco por cento) do seu faturamento bruto no mercado interno, decorrente da comercialização de bens e serviços de informática, incentivados na forma desta Lei, deduzidos os tributos correspondentes a tais comercializações, bem como o valor das aquisições de produtos incentivados na forma desta Lei ou do art. 2o da Lei no 8.387, de 30 de dezembro de 1991, ou do art. 4o da Lei no 11.484, de 31 de maio de 2007, conforme projeto elaborado pelas próprias empresas, a partir da apresentação da proposta de projeto de que trata o § 1oC do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) (Produção de efeito) Esses dispositivos legais foram objetos de regulamentação por meio do Decreto nº 5.906/2006: Art. 22. O pleito para a habilitação à concessão da isenção ou redução do imposto será apresentado ao Ministério da Ciência e Tecnologia pela empresa fabricante de bens de informática e automação, conforme instruções fixadas em conjunto pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por intermédio de proposta de projeto que deverá: I identificar os produtos a serem fabricados; Fl. 1326DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 18 8 II contemplar o Plano de Pesquisa e Desenvolvimento elaborado pela empresa; III demonstrar que na industrialização dos produtos a empresa atenderá aos PPB para eles estabelecidos; IV ser instruída com a Certidão Conjunta Negativa, ou Positiva com efeitos de negativa, de Débitos Relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União e com a comprovação da inexistência de débitos relativos às contribuições previdenciárias e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS; e V comprovar, quando for o caso, que os produtos atendem ao requisito de serem desenvolvidos no País. § 1o A empresa habilitada deverá manter atualizada a proposta de projeto, tanto no que diz respeito ao Plano de Pesquisa e Desenvolvimento quanto ao cumprimento do PPB. § 2o Comprovado o atendimento aos requisitos estabelecidos neste artigo, será editado ato conjunto dos Ministros de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que reconheça o direito à fruição da isenção ou da redução do IPI quanto aos produtos nela mencionados, fabricados pela pessoa jurídica interessada. (Redação dada pelo Decreto nº 8.072, de 2013) § 3o Se a empresa não der início à execução do Plano de Pesquisa e Desenvolvimento e à fabricação dos produtos com atendimento ao PPB, cumulativamente, no prazo de cento e oitenta dias, contados da publicação da portaria conjunta a que se refere o § 2o, o ato será cancelado. § 4o A empresa habilitada deverá manter registro contábil próprio com relação aos produtos relacionados nas portarias conjuntas de seu interesse, identificando os respectivos números de série, quando aplicável, documento fiscal e valor da comercialização, pelo prazo em que estiver sujeita à guarda da correspondente documentação fiscal. § 5o Os procedimentos para inclusão de novos modelos de produtos relacionados nas portarias conjuntas a que se refere o § 2o serão fixados em ato conjunto pelos Ministros de Estado da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. (...) Art. 47. O Ministério da Ciência e Tecnologia, ouvidos os Ministérios afetos à matéria a ser disciplinada, poderá tomar decisões e expedir instruções complementares à execução deste Decreto. Atendendo ao comando do Decreto, foi editada a Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685, de 25/10/2007, cujo único objetivo foi de regulamentar a inclusão de novos modelos de produtos nas portarias de habilitação. Assim dispôs: Fl. 1327DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 19 9 Art. 2º A comercialização, com os benefícios de que trata o Decreto nº 5.906, de 2006, de novos modelos de produto já habilitado à fruição desses benefícios deverá, obrigatoriamente, ser precedida de sua publicação na página eletrônica da SEPIN/MCT e/ou da SDP/MDIC. É fato incontroverso que os produtos objetos do auto de infração foram comercializados antes de sua inclusão nas respectivas portarias de habilitação. A defesa do contribuinte vai no sentido de que sendo a inclusão dos produtos, um mero procedimento de reconhecimento de que o produto atende aos requisitos legais, nada impede que a inclusão tenha efeitos retroativos. Até junta um acórdão do CARF em que, na mesma situação, houve o reconhecimento de mero caráter declaratório ao procedimento. Não concordo com essa conclusão. Convém lembrar que estamos tratando de um benefício fiscal, ou seja, um favor do Estado para incentivar a modernização e o uso de tecnologias de informática. O cumprimento dos requisitos legais devem ser rigorosos e não só o Estado deve ter o zelo de fiscalizar, mas o beneficiário tem a obrigação de demonstrar o seu fiel cumprimento, sob pena de ver afastado o benefício. Por essa razão o autor do procedimento fiscal fez questão de destacar o disposto no art. 111 do CTN: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. É importante realçar que o citado art. 2º da Portaria Interministerial MCT/MDIC nº 685, de 25/10/2007, tem seu fundamento de validade no Decreto nº 5.906/2006 e não cabe interpretálo de forma a reduzir o seu conteúdo. Lá está expressamente consignado que não poderá haver comercialização de novos modelos, com os benefícios fiscais do Decreto nº 5.906/2006, antes de sua inclusão nas respectivas portarias de habilitação. Portanto, se houve a comercialização, e tal fato está provado, o contribuinte não tem direito a usufruir do benefício fiscal de redução do IPI, estando correta a exigência tributária efetuada por meio do presente processo. As exigências constantes do decreto de regulamentação e nas portarias destinamse a controles do Estado, o qual concede o favor fiscal e tem direito de exigir o cumprimento de normas que entende ser essenciais ao controle e fiscalização da utilização do benefício fiscal. Não pode o beneficiário do incentivo fiscal, de forma unilateral, amenizar ou afastar uma ou outra regra sob o argumento de que teria cumprido as principais exigências legais. Não entendo que haja qualquer ilegalidade nas exigências constantes da referida portaria. Do efeito confiscatório da multa Fl. 1328DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 20 10 A multa foi aplicada no percentual de 75% nos exatos termos da legislação pertinente. Consta do auto de infração que a multa aplicada está prevista no caput do art. 80 da Lei nº 4.502/64 com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007, abaixo transcrita: Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. O contribuinte alega ainda que o valor cobrado, além de desproporcional, configura confisco, pois o total da multa aplicada chega a ser mais de 6 vezes maior que o valor do principal. A Constituição Federal em seu art. 150, inc. IV, abaixo transcrito, veda a utilização do tributo com efeito de confisco. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV utilizar tributo com efeito de confisco; Ocorre que este dispositivo constitucional é destinado ao legislador infra constitucional. Se a lei instituidora do tributo e de seus acréscimos legais está vigente, ao aplicador da lei, no caso, as autoridades lançadoras e de julgamento, só cabem o seu cumprimento, estando vedado a esta instância administrativa de julgamento a análise de sua constitucionalidade. Nestes termos a Súmula CARF nº 2, abaixo transcrita: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Porém, a título de esclarecimento, não é verdade que a multa aplicada corresponde a seis vezes o valor do tributo lançado. O IPI exigido no presente auto de infração corresponde a R$ 1.453.200,51 e a multa correspondente a esse tributo não declarado é de exatamente 75% de seu valor, ou seja, R$ 1.089.900,39. Tal fato está perfeitamente consignado no auto de infração. No entanto foi aplicada uma multa isolada de 75% prevista no mesmo dispositivo legal, que corresponde à falta de lançamento do IPI na nota fiscal, com cobertura de crédito. Esclareçase que o valor dessa multa não tem ligação com o montante do IPI exigido no presente auto de infração, como dito, tratase de multa isolada. Multa em duplicidade O contribuinte, antes da constituição do presente crédito de IPI, havia apurado saldos credores desse tributo os quais noticia que foram objetos de pedidos de ressarcimento cumulados com declarações de compensação. Com o presente lançamento houve por consequência a reconstituição da escrita fiscal do IPI restando naturalmente reduzidos ou anulados os saldos credores relativos aos fatos geradores de que se trata. Assim ele afirma que as suas declarações de compensação não serão homologadas e ele terá que arcar com as multas de mora dos tributos não compensados. Assim, o recorrente sustenta que as multas aplicadas no Fl. 1329DF CARF MF Processo nº 10830.724299/201486 Acórdão n.º 3301003.071 S3C3T1 Fl. 21 11 presente processo estão sendo exigidas em duplicidade com as multas decorrentes da não homologação de suas declarações de compensação. As declarações de compensação do contribuinte não são objetos do presente processo. Está certo o contribuinte ao prever a possível exigência das multas de mora relativas aos tributos indevidamente compensados com provável saldo credor de IPI inexistente. Mas apesar de uma estreita ligação de causa e consequência entre o lançamento do IPI do presente processo e a não homologação das compensações, o fato é que se tratam de fatos jurídicos distintos que implicam em consequências também distintas. O fato gerador da multa do presente processo é a falta de lançamento do IPI nas notas fiscais ou a sua falta de recolhimento/declaração. Vamos supor então que a presente exigência está correta e não exista os supostos saldos credores de IPI. Daí iremos para o outro fato jurídico, não homologação das compensações pela inexistência de crédito. Hora, a consequência lógica da não homologação é a existência de débitos tributários, de outros tributos, não pagos na data de vencimento aos quais a legislação tributária prevê o pagamento de multa de mora correspondente a 20% sobre o respectivo valor. Como se vê são fatos jurídicos distintos que não comportam a alegada duplicidade. Suspensão dos pedidos de compensação O recorrente, após listar os PER/Dcomp correspondestes às declarações de compensação referenciadas no item anterior, solicita que a análise de tais pedidos sejam suspensas até o julgamento definitivo do presente processo administrativo. Não existe previsão legal para o sobrestamento pretendido, até porquê os processos decorrentes de não homologação de compensação têm ritos definidos e podem estar suspensos em face de recursos apresentados pelo contribuinte. No caso, como referida análise, não é objeto do presente processo, não tem como deferir qualquer tipo de suspensão. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. José Henrique Mauri Redator "ad hoc". Fl. 1330DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10467.903387/2011-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS.
À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias.
IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO.
Havendo, ao final de cada trimestre-calendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3301-003.130
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(Assinado com certificado digital)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
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Ressarcimento. Recorrente BENTONISA BENTONITA DO NORDESTE S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias. IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO. Havendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 90 33 87 /2 01 1- 95 Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10467.903387/201195 Acórdão n.º 3301003.130 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da DRJ de Belém que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da empresa, não reconhecendo o direito ao ressarcimento de créditos do IPI, solicitado com amparo no artigo 11 da Lei 9.779/99. A razão que levou ao indeferimento do pleito foi a constatação de que os créditos cujo ressarcimento foi solicitado pelo contribuinte são referentes a aquisições da filial da empresa, localizada em outra jurisdição fiscal (DRF/Campina Grande), embora o PER tenha indicado como estabelecimento detentor do crédito a matriz, que, na verdade, não é contribuinte do IPI. A 3ª Turma da DRJ/BEL manteve o indeferimento na sua integralidade, por intermédio do Acórdão 01028.003, decisão que traz a seguinte ementa, transcrita na parte de interesse: RESSARCIMENTO. Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Em seu recurso voluntário, a Recorrente alega que: · Houve equívoco no PER/DCOMP quanto à indicação do CNPJ da matriz; · Não se pode negar que a Recorrente é sociedade una, sujeito de direitos e obrigações, detentora dos créditos solicitados, mesmo tendo sido legalmente adquiridos via filial, créditos estes de entradas de matériaprima e insumos destinados à industrialização; · Excluído o fato de que no PER/DCOMPs ocorreu a troca de CNPJ da filial pela matriz, isso é erro material perfeitamente corrigível administrativamente, por ser de fácil verificação e não depender de dilação probatória; · Não há que prosperar a negativa de existência dos créditos solicitados, considerando que tem direito a usufruílos, o que não pode ser elidido em função de simples erro material; · O erro material poderia ser resolvido com mero despacho orientativo sobre o procedimento correto a ser adotado; · A competência para reconhecimento dos créditos declarados na PER/DCOMP é da DRF/Campina Grande, que é de jurisdição do estabelecimento titular dos créditos (filial), por isso não é válido o indeferimento pela DRF/João Pessoa do pedido da Recorrente (jurisdição da matriz); · Não era da DRF/João Pessoa a competência para analisar a matéria, pois as notas fiscais são referentes a aquisições de insumos destinados à industrialização de betonita pela filial; Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10467.903387/201195 Acórdão n.º 3301003.130 S3C3T1 Fl. 4 3 · O que se pretende é fazer a retificação da declaração de compensação gerada no PER/DCOMP, por via eletrônica ou por meio de papel, apenas corrigindo o CNPJ, excluindo o da matriz e inserindo o da filial. Ao final, requer seja dado provimento integral ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório solicitado em ressarcimento. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.106, de 29 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10467.903839/200914, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.106): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. No PER/DCOMP 07361.38390.280205.1.1.010195 referente ao 4° trimestre de 2004, foi indicado como estabelecimento titular do crédito a ser ressarcido, o da matriz da Recorrente, todavia os créditos solicitados foram gerados pela filial (o contribuinte do imposto). Com razão a Recorrente ao alegar que se trata de mero erro formal, pois é incontroverso que a matriz não é estabelecimento industrial. O IPI é regido pelo princípio da autonomia dos estabelecimentos, o que implica na impossibilidade da apuração de créditos e débitos por um deles ser aproveitado por outro estabelecimento, ainda que matriz. Cumpri colacionar a legislação vigente à época: Decreto nº 4544/2002 (RIPI/2002) Art. 24 – São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte: (...) Parágrafo único – Considerase contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar (Lei nº 5.172, de 1966, art. 51, parágrafo único). (...) Fl. 180DF CARF MF Processo nº 10467.903387/201195 Acórdão n.º 3301003.130 S3C3T1 Fl. 5 4 Autonomia dos Estabelecimentos Art. 313 – Cada estabelecimento, seja matriz, sucursal, filial, agência, depósito ou qualquer outro, manterá o seu próprio documentário, vedada, sob qualquer pretexto, a sua centralização, ainda que no estabelecimento matriz (Lei nº 4.502, de 1964, art. 57). (...) Art. 518 – Na interpretação e aplicação deste Regulamento, são adotados os seguintes conceitos e definições: I – as expressões ‘firma’ e ‘empresa’, quando empregadas em sentido geral, compreendem as firmas em nome individual, e todos os tipos de sociedade, quer sob razão social, quer sob designação ou denominação particular (Lei nº 4.502, de 1964, art. 115); II – as expressões ‘fábrica’ e ‘fabricante’ são equivalentes a estabelecimento industrial, como definido no art. 8º; III – a expressão ‘estabelecimento’, em sua delimitação, diz respeito ao prédio em que são exercidas atividades geradoras de obrigações, nele compreendidos, unicamente, as dependências internas, galpões e áreas contínuas muradas, cercadas ou por outra forma isoladas, em que sejam, normalmente, executadas operações industriais, comerciais ou de outra natureza; IV – são considerados autônomos, para efeito de cumprimento da obrigação tributária, os estabelecimentos, ainda que pertencentes a uma mesma pessoa física ou jurídica; V – a referência feita, de modo geral, a estabelecimento comercial atacadista não alcança os estabelecimentos comerciais equiparados a industrial; A Instrução Normativa SRF nº 210, de 2002, nos art. 14 e 32, prescrevia que: Art. 14. Os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), escriturados na forma da legislação específica, poderão ser utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: (...) § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, mediante utilização do ‘Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI’, bem assim utilizálos na forma prevista no art. 21 desta Instrução Normativa. Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10467.903387/201195 Acórdão n.º 3301003.130 S3C3T1 Fl. 6 5 (...) Art. 32. A decisão sobre o pedido de ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF, Derat ou IRF Classe Especial que, à data do reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio fiscal do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Por sua vez, a Instrução Normativa SRF nº 460, de 2004, nos art. 16 e 43, prescrevia que: Art. 16. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: (...) § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, bem como utilizálos na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF. (...) Art. 43. O reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF ou da Derat que, à data do reconhecimento, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Dessa forma, para efeito da legislação do IPI, os estabelecimentos de uma mesma empresa são considerados autônomos, devendo cada um cumprir as obrigações tributárias previstas no RIPI, independentemente do fato de ser matriz ou filial. Cada estabelecimento emitirá suas próprias notas fiscais e escriturará os seus livros fiscais, que devem ser conservados no próprio estabelecimento. Todavia, restou demonstrado nos autos que o titular dos créditos era a filial. Assim, deve o pleito da Recorrente ser analisado pela DRF da filial, ou seja, a DRF/Campina Grande. No PER/DCOMPs ocorreu a troca de CNPJ da filial pela matriz, isso é erro passível de correção administrativa, já que é de fácil verificação e não depende de dilação probatória. Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10467.903387/201195 Acórdão n.º 3301003.130 S3C3T1 Fl. 7 6 Por conseguinte, não há que prosperar a negativa de análise dos créditos solicitados, cuja verificação é obrigatória pela DRF/Campina Grande. De fato, a competência para reconhecimento dos créditos declarados na PER/DCOMP é da DRF/Campina Grande, que é de jurisdição do estabelecimento titular dos créditos (filial), motivo pelo qual este processo deve ser remetido à essa unidade para análise do direito creditório da Recorrente. Para tanto, deve ser feita a retificação da declaração de compensação gerada no PER/DCOMP, para corrigir o CNPJ, excluindo o da matriz e inserindo o da filial. E, a posterior análise do pedido de ressarcimento, sendo imperiosa a manifestação a respeito da existência ou inexistência do direito aos créditos pleiteados. Do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para envio à DRF/Campina Grande para que seja retificado o PER/DCOMP 07361.38390.280205.1.1.010195, com a alteração do CNPJ da matriz pelo da filial e analisado o pedido de ressarcimento." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o PER/DCOMP foi preenchido com o CNPJ da matriz, sendo que os créditos do IPI foram apurados pela filial de Boa Vista/PB (CNPJ 09.185.877/000250), que é o estabelecimento industrial. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para envio à DRF/Campina Grande para que seja retificado o PER/DCOMP objeto deste processo, com a alteração do CNPJ da matriz pelo da filial e verificada a legitimidade dos créditos solicitados em ressarcimento. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 183DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.902501/2010-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004
Ementa:
CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO.
O valor apurado do crédito presumido do ICMS concedido pelos Estados e pelo Distrito Federal não integra a base de cálculo da Cofins apurada no regime não cumulativo.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3301-004.396
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro José Henrique Mauri, que negava provimento.
José Henrique Mauri - Presidente.
Valcir Gassen - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: VALCIR GASSEN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO. O valor apurado do crédito presumido do ICMS concedido pelos Estados e pelo Distrito Federal não integra a base de cálculo da Cofins apurada no regime não cumulativo. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro José Henrique Mauri, que negava provimento. José Henrique Mauri Presidente. Valcir Gassen Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 25 01 /2 01 0- 86 Fl. 253DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 254 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 213 a 226) interposto pelo Contribuinte, em 30 de setembro de 2013, contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 1046.162 (fls. 200 a 208), de 5 de setembro de 2013, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS), que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a Manifestação de Inconformidade (fls. 179 a 197). Visando a elucidação do caso e a economia processual adoto e cito o relatório do referido Acórdão: A contribuinte supracitada solicitou restituição de Cofins do mês de apuração de novembro de 2004, com vencimento em dezembro de 2004, para fins de compensação com débitos e recebimento em espécie, conforme Dcomps de fls.02/24. A DRF de origem apreciou o pleito da contribuinte, indeferindoo parcialmente, conforme Despacho Decisório Nº 0012/2011, de fls.93. Neste, fundamentado na Informação Fiscal, de fls.86/92, foi negado parcialmente o pleito de restituição/compensação devido à não inclusão na base de cálculo do PIS e da Cofins dos valores relativos à título de crédito presumido de ICMS, oriundo de incentivo fiscal previsto no art. 32, incisos LXIX (redação dada pelo Decreto Estadual Nº 42.563/2003 e alterações posteriores) do Regulamento do ICMS do estado do Rio Grande do Sul (Decreto Estadual No 37.699/1997), o qual não estaria incluído nas hipóteses enumeradas no §3o incisos I a VI do art. 10 da Lei 10.833/2003. Irresignada, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, de fls.179/197. Nesta, inicia fazendo um resumo do pedido e da decisão da DRF, para depois fazer suas alegações. Pertinente ao crédito presumido de ICMS, afirma que somente constitui receita, e portanto base de cálculo das contribuições para o PIS/Cofins, o ingresso de novos valores ao patrimônio da empresa. Como os créditos presumidos de ICMS nada mais são do que um benefício fiscalescritural (relacionado à redução de custos na industrialização da farinha de trigo para que a Empresa obtenha maior competitividade em relação aos produtos derivados do trigo), não configuram receita auferida pela empresa a ensejar capacidade contributiva, sendo equivocado o procedimento da sua inclusão como receita para o cálculo das contribuições. Aduz como suporte à sua tese, doutrina e precedentes do CARF (relativo à Lei 9.718/98), do TRF da 4a Região e do STJ . Segundo a contribuinte, admitir que os créditos presumidos de ICMS como receita bruta, para fins de incidência da contribuição, seria aceitar a intervenção federal em matéria privativa dos Estados, pois o benefício do ICMS teria sua eficácia limitada pela União, conforme Jurisprudência do TRF da 4a Região. Por fim, argumenta ainda que a RFB incorre em “bis in idem”, uma vez que a impugnante já é obrigada a recolher o PIS e a Cofins sobre o valor do ICMS destacado nas operações de vendas de mercadorias, sendo que, mantido o entendimento da Fiscalização, teria que adicionar o crédito presumido do ICMS na Fl. 254DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 255 3 base de cálculo destas contribuições federais. Transcreve Acórdão do TRF da 4a Região relativo a caso análogo e que seria aplicável a sua tese. Tendo em vista a decisão consubstanciada no Acórdão ora recorrido, o Contribuinte ingressou com Recurso Voluntário para que seja reformada a referida decisão. É o relatório. Voto Conselheiro Valcir Gassen O Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte, em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 1046.162 é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O ora analisado Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004 CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. O crédito presumido do ICMS integra a base de cálculo do PIS e da COFINS. Não existe previsão legal para a exclusão do crédito presumido de ICMS da base de cálculo do tributo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Observase que o Contribuinte, por meio do Recurso Voluntário apresentado, visa a reforma da decisão consubstanciada no ora analisado Acórdão para que se afaste a incidência de PIS e Cofins dos créditos presumidos de ICMS, reconhecendo o direito integral do Contribuinte sobre à restituição dos valores recolhidos a maior destes tributos. Nesse sentido, cito trecho do referido Recurso em que o Contribuinte explicita as razões de reforma do Acórdão ora recorrido (fl. 226): Ocorre que tal decisão não encontra guarida na legislação atinente ao caso em comento, tampouco está em concordância com a jurisprudência, seja do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, seja dos Tribunais Regionais Federais, seja do Superior Tribunal de justiça, conforme restou devidamente comprovado por meio de todo o aqui exposto. Assim, cotejando os documentos apresentados pela recorrente ao longo do processo administrativo com a legislação aplicável à espécie e o entendimento dos respeitáveis Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Tribunal Regional Federal da 4ª Região e Superior Tribunal de justiça, chancelando o direito ora pleiteado, não merece prosperar o entendimento exarado na decisão da Segunda Turma da DRJ/POA. Fl. 255DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 256 4 Já o entendimento trazido pelo voto no referido Acórdão é no sentido de que o crédito presumido de ICMS deve integrar a base de cálculo do PIS e Cofins, uma vez que se trata de uma receita que não tem previsão legal de exclusão ou mesmo isenção, conforme se verifica neste seguinte trecho do voto: O crédito presumido de ICMS enquadrase no conceito de receita – outras receitas operacionais, conforme previsto no art. 392, inciso I do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR) e deve integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins. Não há dúvida de que a autora obtém vantagens financeiras com o crédito presumido do ICMS, qual seja, a dispensa do pagamento do imposto estadual nas saídas tributadas, podendo assim dispor dos recursos próprios (não despendidos) como capital de giro ou mesmo na aplicação em investimentos. Outrossim, considerando que tal crédito é presumido, inferese que o mesmo constitui receita nova, ou melhor “receita decorrente de benefício fiscal”, concedido pela Fazenda Estadual, no caso de ser compensado com o ICMS devido. Portanto, em síntese, tratase de receita auferida pelas empresas independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Do ponto de vista jurídico, podemos dizer que o crédito presumido não significa devolução de algo indevido, eis que nada foi pago pela autora de forma indevida, mas sim estímulo de ordem financeira a prestigiar o setor contemplado. O crédito presumido não deixa, pois, de ser espécie de subvenção governamental para este setor, uma subvenção de custeio, já que, por ela, recuperamse custos, conforme previsto no art. 392, inciso I do Regulamento do Imposto de Renda: Subvenções e Recuperações de Custo Art. 392. Serão computadas na determinação do lucro operacional: I – as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais (Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, inciso IV); Esse dispositivo é claro no sentido de que o crédito presumido do ICMS é receita e, portanto, entra no cômputo do Lucro como rendimento das pessoas jurídicas. Subvenção, sob o ângulo da legislação do imposto renda das pessoas jurídicas, é um auxílio que não importa em qualquer exigibilidade para o seu recebedor, ou seja, o patrimônio da empresa beneficiária é enriquecido com recursos vindos de fora sem que isto importe na assunção de uma dívida ou obrigação. As subvenções, quando feitas pelo Poder Público, podem se traduzir através de redução, isenção ou dedução de impostos, como no caso presente. As subvenções têm natureza de receitas e são, de ordinário, tributáveis, tanto que foram classificadas pela legislação do Imposto de Renda como "Outros Resultados Operacionais", na modalidade subvenção correntes para custeio ou operação (art. 335 do RIR, de 1994 ou art. 392 do RIR, de 1999). E como o próprio nome diz, subvenção são créditos, concedidos por lei, cujo objetivo é beneficiar determinado setor da economia, caracterizandose assim como benefício fiscal. No caso em comento, como o crédito presumido é compensado com o ICMS devido pela Impugnante fica evidenciada a sua natureza de “receita decorrente de benefício fiscal”, desonerando o valor devido do imposto estadual. Fl. 256DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 257 5 Juridicamente, podese afirmar que o crédito presumido do ICMS não significa devolução de um pagamento indevido, posto que nada foi recolhido indevidamente pela impugnante, mas implica, isto sim, um estímulo financeiro para prestigiar o setor contemplado. E esta forma de renúncia fiscal caracteriza uma subvenção de custeio. O incentivo relativo ao crédito presumido de ICMS concedido pelo Decreto Estadual, constitui, para os fins da legislação tributária federal, subvenção corrente para custeio ou operação, devendo integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins, visto tratarse de receita para a qual não há expressa previsão legal de exclusão ou isenção. (grifouse). Em que pese o entendimento da DRJ/POA, acredito que se encontra consolidada a jurisprudência no sentido de o crédito presumido de ICMS não integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins por se tratar apenas de mera recuperação de custos. Nesse sentido, considero relevante citar na íntegra o voto vencedor do il. Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, consubstanciado no Acórdão nº 9303005.783 da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF, proferido em 20 de setembro de 2017 no processo nº 13401.000483/200675, que bem elucida a questão e que serve de razões para decidir: Está mais do que pacificada na jurisprudência a tese de que o crédito presumido de ICMS concedido pelos Estados às pessoas jurídicas que neles se instalem ou aumentem a produção já instalada não integra a base de cálculo do PIS/Cofins não cumulativos, por constituirse, segundo este entendimento, apenas mera recuperação de custos. Exemplificativamente, confiramse as seguintes ementas de decisões do Superior Tribunal de Justiça – STJ, a quem cabe, como se sabe, a tarefa de uniformizar a interpretação de lei federal: TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INCLUSÃO DO CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO À CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO. I. Agravo interno interposto em 20/04/2016, contra decisão publicada em 29/03/2016. II. Na esteira do entendimento firmado no STJ, "o crédito presumido de ICMS configura incentivo voltado à redução de custos, com vistas a proporcionar maior competitividade no mercado para as empresas de um determinado estadomembro, não assumindo natureza de receita ou faturamento, motivo por que não compõe a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS" (STJ, AgRg no AREsp 626.124/PB, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 06/04/2015). No mesmo sentido: STJ, AgRg no REsp 1.402.204/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 02/06/2015. III. Consoante a jurisprudência desta Corte, "a questão referente à ofensa ao princípio da reserva de plenário (art. 97 da CF) não deve ser confundida com a interpretação de normas legais embasada na jurisprudência deste Fl. 257DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 258 6 Tribunal" (STJ, AgRg no REsp 1.330.888/AM, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 21/02/2014). IV. Agravo interno improvido. (AgInt no AREsp 843051 / SP, Rel. Min. Assussete Magalhães, DJe 02/06/2016). PROCESSUAL REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. CRÉDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/PASEP E DA COFINS. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO STJ ACERCA DA MATÉRIA. SÚMULA 83/STJ. 1. Não se conhece do Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 535 do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula 284/STF. 2. O acórdão recorrido está em sintonia com o atual entendimento do STJ de que os créditos presumidos de ICMS, por se tratarem de mero ressarcimento, não representam ingresso de valores nos caixas da empresa e, portanto, não são tributáveis. Incidência da Súmula 83/STJ. 3. Agravo Regimental não provido. (AgRg no REsp 1573339 / SC, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 24/05/2016). PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. NÃO INCLUSÃO. INCENTIVO FISCAL. NATUREZA JURÍDICA DIVERSA DE RECEITA OU FATURAMENTO. 1. Segundo a jurisprudência desta Corte os valores provenientes do crédito presumido do ICMS não ostentam natureza de receita ou faturamento, mas de recuperação de custos na forma de incentivo fiscal concedido pelo governo para desoneração das operações, razão pela qual não integra a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. Precedentes: AgRg no AREsp 626.124/PB, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 6/4/2015; AgRg no REsp 1.494.388/ES, Rel. Ministra Marga Tessler (Juíza Federal convocada do TRF 4a Região), Primeira Turma, DJe 24/3/2015; AgRg no AREsp 596.212/PR, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 19/12/2014; AgRg no REsp 1.329.781/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 3/12/2012. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1247255 / RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe 26/11/2015). TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. LEIS 10.637/02 E 10.833/03: O CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS CONFIGURA INCENTIVO VOLTADO À REDUÇÃO DE CUSTOS, COM VISTAS A PROPORCIONAR MAIOR COMPETITIVIDADE NO MERCADO PARA AS EMPRESAS DE UM DETERMINADO ESTADOMEMBRO, NÃO ASSUMINDO NATUREZA DE RECEITA OU Fl. 258DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 259 7 FATURAMENTO, PELO QUE NÃO COMPÕE A BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS. ENTENDIMENTO APLICÁVEL AO IRPJ E À CSLL. PRECEDENTE: AGRG NO RESP. 1.227.519/RS, REL. MIN. BENEDITO GONÇALVES, DJE 7.4.2015. AGRAVO REGIMENTAL DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. O Superior Tribunal de Justiça assentou o entendimento de que o crédito presumido de ICMS configura incentivo voltado à redução de custos, com vistas a proporcionar maior competitividade no mercado para as empresas de um determinado estadomembro, não assumindo natureza de receita ou faturamento, motivo por que não compõe a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. 2. A Primeira Turma desta Corte assentou o entendimento de que o crédito presumido de ICMS não se inclui na base de cálculo do IRPJ e da CSLL; Não há dúvida alguma que a aplicação desse sistema de incentivo aos exportadores amplia os lucros das empresas exportadoras. Se não ampliasse, não haveria interesse nem em conceder, nem em utilizar. O interesse é que move ambas as partes, o Fisco e o contribuinte; neste caso, o Fisco tem o interesse de dinamizar as exportações, por isso concede o benefício, e os exportadores têm o interesse de auferir maiores lucros na atividade exportadora, por isso correm reivindicam o benefício. Isso é absolutamente básico e dispensável de qualquer demonstração. 3. Nesse sentido, deve o legislador haver ponderado que, no propósito de menor tributação, a satisfação do interesse público primário representado pelo desenvolvimento econômico, pela geração de emprego e de renda, pelo aumento de capacidade produtiva, etc. preponderaria sobre a pretensão fiscal irrestrita, exemplo clássico de interesse público secundário. 4. Agravo Regimental da Fazenda Nacional desprovido. (AgRg no REsp 1461415 / SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 26/10/2015). PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Recurso especial em que se discute a inclusão do crédito presumido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base de cálculo de: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição para Programa de Integração Social (PIS) e Constribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). 2. "O crédito presumido de ICMS configura "benefício fiscal" que ao ser lançado na escrita contábil da empresa promove, indiretamente, a majoração de seu lucro e impacta, consequentemente, na base de cálculo do IRPJ e da CSLL". Nesse sentido: AgRg nos EDcl no REsp 1.458.772/RS, Rel Ministro HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe 13/10/2014; AgRg no REsp 1.461.032/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJe 27/11/2014; AgRg nos EDcl no REsp 1.465.870/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, DJe 31/3/2015. 3. "Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, os valores provenientes do crédito do ICMS não ostentam natureza de receita ou faturamento, mas mera recuperação de custos na forma de incentivo fiscal concedido pelo Fl. 259DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 260 8 governo para desoneração das operações, NÃO integrando, portanto, a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS". Nesse sentido: AgRg no REsp 1422739/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 18/02/2014; AgRg no REsp 1.463.364/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, julgado em 24/3/2015, DJe 30/3/2015. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1402204 / SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 02/06/2015). O fundamento de tais decisões judiciais reside no disposto na alínea “b” do inciso V do § 3º do art. 1º das Leis no 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e 10.833, 29 de dezembro de 2003, que assim determinam: Art. 1º A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. (...) § 3º Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: (...) V referentes a: (...) b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita. (g.n.) Esse entendimento também foi compartilhado pelo ProcuradorGeral da República, como se vê do parecer que exarou nos autos do Recurso Extraordinário – RE nº 835818/PR, no qual reconhecida a repercussão geral da matéria levada à apreciação do Supremo Tribunal Federal: PARECER No 117184/2016 – ASJCIV/SAJ/PGR Recurso Extraordinário 835818 – PR Relator: Ministro Marco Aurélio Recorrente: União Recorrida: O.V.D. Importadora e Distribuidora Ltda. DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 843. CRÉDITOS PRESUMIDOS DE ICMS. NÃO INCLUSÃO NO CONCEITO DE RECEITA. PRINCÍPIOS DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA, DA ISONOMIA E DA PROPORCIONALIDADE. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS. DESPROVIMENTO. 1 – Proposta de Tese de Repercussão Geral (Tema 843): Devem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS os valores correspondentes a créditos presumidos de ICMS decorrentes de incentivos Fl. 260DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 261 9 fiscais concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal, sob pena de ofensa aos princípios da capacidade contributiva, da isonomia e da proporcionalidade. 2 – Parecer pelo não provimento do recurso extraordinário. Brasília (DF), 30 de maio de 2016. Rodrigo Janot Monteiro de Barros ProcuradorGeral da República Portanto, na esteira de remansosa jurisprudência do STJ, o crédito presumido de ICMS conferido pelos estados não integra a base de cálculo do PIS/Cofins, razão pela qual DOU PROVIMENTO ao recurso especial da contribuinte. Com isso, me filio a posição adotada no voto supracitado, uma vez que considero que os créditos presumidos de ICMS concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal às pessoas jurídicas não integram a base de cálculo de PIS e Cofins nãocumulativo. Reforço a posição com a decisão proferida por maioria de votos no Acórdão 3301004.055, de 27 de setembro de 2017, de relatoria do il. Conselheiro Marcelo Costa Marques d'Oliveira, que ficou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/10/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. SUBVENÇÃO PARA CUSTEIO. INCIDÊNCIA DE PIS Tratase de incentivo fiscal, cujo objetivo é o de reduzir a despesa com ICMS. Portanto, não é receita e não deve ser incluído nas bases de cálculo do PIS. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/10/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. SUBVENÇÃO PARA CUSTEIO. INCIDÊNCIA DE COFINS Tratase de incentivo fiscal, cujo objetivo é o de reduzir a despesa com ICMS. Portanto, não é receita e não deve ser incluído nas bases de cálculo do COFINS. Neste mesmo sentido temse a decisão proferida em 07 de dezembro de 2017 pelo Superior Tribunal de Justiça no AgInt no REsp 1606998/SC de relatoria da il. Ministra Regina Helena Costa: Ementa TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. ICMS. CRÉDITO PRESUMIDO. PIS. COFINS. IRPJ. CSLL. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. ART. 85, § 11, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. NÃO CABIMENTO. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. I Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplicase o Código de Processo Civil de 2015. II O crédito presumido de ICMS, concedidos pelos EstadosMembros, configura incentivo voltado à redução de custos, não assumindo natureza de receita ou faturamento, motivo pelo qual não Fl. 261DF CARF MF Processo nº 11080.902501/201086 Acórdão n.º 3301004.396 S3C3T1 Fl. 262 10 compõe a base de cálculo das contribuições destinadas ao PIS e à COFINS. III Revelase incabível a inclusão do crédito presumido de ICMS na base de cálculo do IRPJ e da CSLL. IV Tratandose de recurso especial sujeito ao Código de Processo Civil de 1973, impossibilitada a majoração de honorários nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil de 2015. V A Agravante não apresenta, no agravo, argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. VI Agravo Interno improvido. (grifouse). Portanto, tendo em vista a legislação aplicável ao caso e a jurisprudência mais recente sobre o tema, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário. Valcir Gassen Relator Fl. 262DF CARF MF
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Numero do processo: 10855.000880/2003-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 28/02/2003
PIS. DECRETOS-LEI N° 2445/88 E 2449/88. PROCESSO JUDICIAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS. A decisão judicial deve ser reconhecida e devidamente aplicada pelo órgão administrativo de julgamento. Comprovado o recolhimento a maior a título de PIS, à época dos declarados inconstitucionais Decretos-Lei nº 2445/88 e 2449/88, resta evidente o direito à compensação de tais valores. Reconhecimento parcial do indébito alegado pelo contribuinte, conforme o demonstrado no procedimento de diligência fiscal. Crédito parcialmente extinto, nos termos do art. 156, II, do CTN.
PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA CARF Nº 15 (VINCULANTE). A base de cálculo do PIS das empresas industriais e comerciais, até a data em que passou a viger as modificações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212/95 (29/02/1996), era o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, podendo a semestralidade ser reconhecida de ofício. Aplicação da Súmula CARF nº 15, vinculante.
Recurso voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 3301-004.085
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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DECRETOSLEI N° 2445/88 E 2449/88. PROCESSO JUDICIAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS. A decisão judicial deve ser reconhecida e devidamente aplicada pelo órgão administrativo de julgamento. Comprovado o recolhimento a maior a título de PIS, à época dos declarados inconstitucionais DecretosLei nº 2445/88 e 2449/88, resta evidente o direito à compensação de tais valores. Reconhecimento parcial do indébito alegado pelo contribuinte, conforme o demonstrado no procedimento de diligência fiscal. Crédito parcialmente extinto, nos termos do art. 156, II, do CTN. PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA CARF Nº 15 (VINCULANTE). A base de cálculo do PIS das empresas industriais e comerciais, até a data em que passou a viger as modificações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212/95 (29/02/1996), era o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, podendo a semestralidade ser reconhecida de ofício. Aplicação da Súmula CARF nº 15, vinculante. Recurso voluntário parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. Semíramis de Oliveira Duro Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 08 80 /2 00 3- 78 Fl. 1305DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.306 2 Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Adoto o relatório da decisão de efls. 549555, por bem descrever os fatos: Tratase de declaração de compensação de créditos relativos à contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) dos meses de outubro de 1990 a abril de 1994, com vistas a compensar créditos de PIS no valor de R$ 27.155,58 relativo ao período de apuração de fevereiro de 2003, previamente reconhecidos e apurados nos termos da Ação Ordinária n° 95.09044393, cujo acórdão transitou em julgado na data de 06/04/2000. Nos moldes em que a seguir se transcreve: "De outro modo, tendo em vista que o pagamento perseguido na exordial é a compensação dos valores recolhidos indevidamente a título de PIS com o próprio PIS, anulo a sentença na parte em que deferiu a compensação com COFINS, por ser ultra petita. Correção monetária dos valores a serem compensados deverá ser efetuada a partir do recolhimento indevido, nos termos da Súmula 162 do Superior Tribunal de Justiça, pelos mesmos índices que o fisco utiliza para a correção de seus créditos. (...) Por tais fundamentos, dou parcial provimento às apelações e à remessa oficial, para autorizar a compensação do PIS recolhido indevidamente apenas com valores do próprio PIS, na forma acima exposta, anulando a sentença na parte em que excedeu o pedido." Considerando a autorização contida no acórdão do TRF 3a Região, a RFB apurou o crédito relativo ao PIS recolhido indevidamente, nos termos da Lei Complementar n° 07/70, e legislação posterior, até a edição da Medida Provisória n° 1.212, de 28/11/1995, ou seja, os recolhimentos relativos aos períodos de apuração abril/1991 a setembro/1995, conforme demonstrativo de fls.61/66, observando que foi considerada como base de cálculo a mesma base informada nas respectivas DIRPJ para recolhimento do FINSOCIAL/COFINS. Ao constatar que os créditos apurados nos processos 10855.500983/200414 e 10855.500982/200470 seriam insuficientes para compensar o débito de PIS do período de apuração de fevereiro de 2003, a autoridade competente não homologou a declaração de compensação, conforme despacho decisório de fls. 77. Em seguida, após ciência do despacho retro (30/07/04 – fls.79), interpôs a interessada manifestação de inconformidade em 31/08/04 onde aduziu o seguinte: a) Que a decisão proferida nos autos da Ação Ordinária n° 95.09044393, com correção monetária pela taxa Selic, geroulhe um crédito de R$ 637.742,56 a ser compensado, conforme planilha anexa em fls. 04/06. Em contrapartida, o crédito apurado pela Receita Federal do Brasil efetivamente compensado revelou o montante de R$ 75.558,41; b) Que a diferença de R$ 562.184,15 entre os créditos apurados pelos interessados é mais do que suficiente para compensar o débito de R$ 27.165,58 relativo ao período de apuração de fevereiro de 2003; c) Como motivo determinante para a não homologação do crédito pleiteado, foi alegada a inobservância por parte da interessada, dos atos normativos posteriores Fl. 1306DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.307 3 aos referidos Decretos, os quais promoveram alterações quanto ao prazo de recolhimento do PIS. No entender da interessada, tais prazos foram atendidos, comprovando seus argumentos através dos DARFs anexos; d) Que a base de cálculo do PIS é fixada de acordo com o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador sem correção monetária; e) Que em restando demonstrado o correto recolhimento da contribuição, deverá ser homologada a mencionada declaração de compensação. Analisada a manifestação de inconformidade pela DRJ/RPO, acordaram os membros da 4a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, pela não homologação da compensação, entendendo, em síntese, que a base de cálculo do PIS é o faturamento do próprio mês de ocorrência do fato gerador, bem como pela inexistência de crédito a ser compensado. Cientificada em 08/03/07, a interessada interpôs recurso voluntário na data de 09/04/2007 oportunidade em que reforçou os argumentos utilizados em sede de manifestação de inconformidade, pleiteando ao final pelo acolhimento do pleito com a consequente homologação da DCOMP. A 3ª Turma Especial, por meio da Resolução n° 3803000.116, converteu o julgamento em diligência, para determinar: o retorno do processo à delegacia fiscal de origem, para que se proceda a apuração do crédito em questão, observandose a semestralidade da base de cálculo do PIS do período de outubro de 1990 a abril de 1994 e, ainda, a correção monetária do crédito, até a data da compensação do PIS da competência abril de 2003 objeto da presente demanda, com base na variação da taxa Selic, nos exatos termos da decisão judicial proferida pelo TRF 3ª Região. A diligência foi cumprida, nos termos da informação fiscal, efls. 1253 e s. Sobre o resultado, a empresa manifestouse, nas efls. 1296 e s., contestando a conversão de moeda, de cruzeiro real par real, o que implicaria, segundo alega, em valores menores do que teria direito. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro O recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. É pacífico o entendimento de que a base de cálculo do PIS, sob o regime da Lei Complementar nº 7/70, é o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, e, sendo inconstitucionais os Decretoslei nº 2445 e 2449/88, Fl. 1307DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.308 4 conforme a Resolução nº 49/95, deve prevalecer a LC, nos termos em que imposta até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95, convertida na Lei nº 9.715/98. A matéria é inclusive tema da Súmula CARF nº 15 (vinculante): “A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.” Por conseguinte, exsurgiu o direito de o contribuinte compensar os valores recolhidos indevidamente a título de PIS de acordo com os atos inconstitucionais, naquilo que superou o previsto na Lei Complementar n° 7/70. Andou bem a Resolução n° 3803000.116 ao determinar de ofício a aplicação da semestralidade. A compensação demanda suporte documental comprobatório dos direitos creditórios requeridos, para atestar a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte, nos termos do art. 170 do CTN. Isso porque, na compensação/restituição é do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Temse que todos os pagamentos informados foram considerados na auditoria fiscal. Por isso, a diligência para apuração do indébito da Recorrente utilizou as seguintes premissas: (i) período de apuração do fato gerador – 04/1991 a 10 /1994; (ii) atualização monetária – atualização padrão adotada pela RFB – Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 08, de 1997; (iii) aplicação da semestralidade, ou seja, considerando como base de cálculo o faturamento do 6º mês anterior ao mês da operação, sem correção, ou seja de 10/1990 a 04/1994; e (iv) base de cálculo considerada: mesma base informada nas respectivas DIRPJ para recolhimentos do FINSOCIAL/COFINS, efls. 1141/1143. Como resultado da diligência, a Delegacia competente verificou que quase a totalidade dos valores em litígio neste processo e em outros processos, foram objeto de compensação. Relata a autoridade fiscal que do confronto dos débitos apurados com os recolhimentos havidos no mesmo período, obtémse, como resultado, conforme relatório “Demonstrativo de Saldo de Pagamentos”, o montante de R$ 300.809,62 (trezentos mil, oitocentos e nove reais e sessenta e dois centavos) que corresponde ao efetivo direito creditório do contribuinte antes de realizadas as compensações por ele declaradas em DCTF e em Declarações de Compensação (a partir de 2003). Transcrevo parte do teor da informação fiscal: III – Das Compensações – Até o Limite do Crédito Apurado e Reconhecido As compensações foram realizadas até o limite do crédito apurado e reconhecido, por ordem direta dos períodos de apuração dos débitos de PIS informados/declarados pelo contribuinte, do mais antigo para o mais recente. No demonstrativo “Quadro Resumo – Demonstrativo de Utilização de Crédito do PIS para Compensação com o próprio PIS” juntado às fls. 1189, é possível se verificar a consumação do crédito apurado após a amortização de cada um dos Fl. 1308DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.309 5 débitos de PIS, até a sua completa exaustão. Nos demonstrativos, listagens e demonstrativos citados adiante, as compensações serão tratadas pormenorizadamente. Para fins de operacionalização e controle nos sistemas da Receita Federal do Brasil – RFB, as compensações informadas e declaradas pelo contribuinte foram divididas em dois períodos distintos, a saber: • período de apuração de 07/1996 a 10/2000 – compensações informadas em DCTF; • período de apuração de 02/2003 a 01/2004 – compensações declaradas em DCOMP. Para o primeiro conjunto – PA 07/1996 a 10/2000 – o crédito reconhecido foi suficiente para a amortização de todas as contribuições de PIS, conforme demonstrado nos seguintes relatórios: • Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes, fls. 1190/1191; • Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes, fls. 1192/1193; • Demonstrativo Analítico de Compensação, fls. 1194/1230. Já para o segundo conjunto – PA 02/2003 a 01/2004 – o crédito apurado foi suficiente para a compensação total das contribuições do PIS relativas aos períodos de apuração de fevereiro/2003 até novembro/2003 e parcial do período de apuração dezembro/2003, conforme relatórios anexos: • Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes II, fls. 1231; • Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes II, fls. 1232; • Demonstrativo Analítico de Compensação II, fls. 1233/1240. Dessa forma, conforme “Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes” de fls. 1232, remanesceram os débitos de PIS de dezembro/2003 (parcial), no valor de R$ 7.980,88, e janeiro de 2004, no valor de R$ 8.378,17, valores estes sujeitos à cobrança final e inscrição em dívida ativa. Entretanto, a Recorrente alega que a diferença a pagar se deve por erro na conversão entre as moedas, de cruzeiro real para real: Ocorre que, de acordo com os cálculos da ora Requerente (planilha juntada aos autos do processo, o direito creditório antes de realizadas as compensações corresponde ao valor de R$ 307.182,97 (trezentos e sete mil, cento e oitenta e dois reais e noventa e sete centavos), e não de R$ 300.809,62 (trezentos mil, oitocentos e nove reais e sessenta e dois centavos) como apontado pela autoridade administrativa. Aparentemente, a autoridade administrativa considerou todos os pagamentos realizados pela ora Recorrente, mas, ao converter os valores de Cruzeiros (CR$) para Reais (R$), na planilha denominada “Demonstrativos de Saldos e Pagamentos”, não mencionou a fórmula utilizada para tanto, o que impede a Requerente de contraditar os cálculos da Receita Federal e que implica em nítido cerceamento do direito de defesa. Com efeito, nos termos da informação fiscal, partindose do valor apurado pela Receita Federal antes das compensações (R$ 300.809,62), ao final, remanescerão os débitos de PIS de Fl. 1309DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.310 6 dezembro/2003, no valor de R$ 7.098,88 e janeiro de 2004, no valor de R$ 8.378,17, pois o crédito não seria suficiente para liquidar integralmente as compensações declaradas. Por outro lado, partindose do valor apurado pelo contribuinte (R$ 307.182,97), verificarseá que, realizadas as compensações, não remanescerá débito algum. Não há o que se deferir quanto ao pleito de esclarecimento do método de cálculo utilizado na conversão de valores de cruzeiros para reais, com o apontamento dos índices aplicados. Isso porque as conversões são realizadas automaticamente pelo sistema da Receita Federal, o SICALQ, que está, inclusive, disponível para download no site www.receita.fazenda.gov.br. De todo modo, o sistema atende ao comando da Medida Provisória n° 542/1994 e reedições e da Lei n° 9069/1995. As regras de conversão do cruzeiro real para real estão postas no art. 12 e seguintes da Lei n° 9069/1995. Logo, a argumentação da Recorrente não desqualificou o trabalho da auditoria fiscal. Diante disso, considerando as premissas apontadas pela Recorrente, a partir das quais a diligência foi efetuada (itens i a iv citados acima), bem como o resultado avalizado pela interessada, entendo que é imperioso reconhecer o indébito devidamente comprovado. Então, operouse a extinção do crédito, nos termos do art. 156, II, do CTN, até o limite reconhecido pela autoridade fiscal, no procedimento de diligência fiscal. Do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 1310DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.720831/2014-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 28/02/2014, 31/03/2014, 30/04/2014, 31/05/2014, 30/06/2014
RECURSO DE OFÍCIO. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA INFERIOR AO LIMITE DE ALÇADA EM VIGOR NA DATA DO JULGAMENTO EM SEGUNDA INSTÂNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 103.
O valor da redução do crédito tributário que motivou o recurso de ofício está abaixo do limite de alçada em vigor na data de hoje, não devendo ser conhecido, em cumprimento da Súmula CARF n° 103.
SICOBE. MULTA. PREJUÍZO AO NORMAL FUNCIONAMENTO. PREVISÃO LEGAL. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE RESSARCIMENTO.
A multa prevista no art. 30 da Lei no 11.488/2007, por ação ou omissão praticada pelo fabricante tendente a prejudicar o normal funcionamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas aplica-se no caso de omissão caracterizada pela falta de ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil, responsável pela manutenção preventiva ou corretiva.
RETROATIVIDADE BENIGNA. NÃO OCORRÊNCIA.
Mesmo com a revogação do art. 58-T da Lei 10.833/2003, a obrigação acessória ainda permanece vigente, uma vez que o art. 35 da Lei 13.097/2015 estabeleceu obrigação acessória idêntica àquela, cominando, inclusive, a mesma penalidade prevista no art. 30 da Lei nº 11.488/07.
Recurso de Ofício não Conhecido
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-004.137
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício, pelo limite de alçada e por negar provimento o recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Renato Vieira de Ávila, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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De Ofício e Voluntário Acórdão nº 3301004.137 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de outubro de 2017 Matéria MULTA SICOBE Recorrentes BEBIDAS MAX WILHELM LTDA e FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL e BEBIDAS MAX WILHELM LTDA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 28/02/2014, 31/03/2014, 30/04/2014, 31/05/2014, 30/06/2014 RECURSO DE OFÍCIO. DESONERAÇÃO TRIBUTÁRIA INFERIOR AO LIMITE DE ALÇADA EM VIGOR NA DATA DO JULGAMENTO EM SEGUNDA INSTÂNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 103. O valor da redução do crédito tributário que motivou o recurso de ofício está abaixo do limite de alçada em vigor na data de hoje, não devendo ser conhecido, em cumprimento da Súmula CARF n° 103. SICOBE. MULTA. PREJUÍZO AO NORMAL FUNCIONAMENTO. PREVISÃO LEGAL. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE RESSARCIMENTO. A multa prevista no art. 30 da Lei no 11.488/2007, por ação ou omissão praticada pelo fabricante tendente a prejudicar o normal funcionamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas aplicase no caso de omissão caracterizada pela falta de ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil, responsável pela manutenção preventiva ou corretiva. RETROATIVIDADE BENIGNA. NÃO OCORRÊNCIA. Mesmo com a revogação do art. 58T da Lei 10.833/2003, a obrigação acessória ainda permanece vigente, uma vez que o art. 35 da Lei 13.097/2015 estabeleceu obrigação acessória idêntica àquela, cominando, inclusive, a mesma penalidade prevista no art. 30 da Lei nº 11.488/07. Recurso de Ofício não Conhecido Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 08 31 /2 01 4- 70 Fl. 916DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 917 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício, pelo limite de alçada e por negar provimento o recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Renato Vieira de Ávila, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Fl. 917DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 918 3 Relatório Consoante capitulações legais consignadas às fls. 54 e 744, foram lavrados os autos de infração às fls. 53 e 743, em 25/03/2014 e em 22/08/2014, para exigir respectivamente R$ 7.955.505,22 (período de julho a novembro de 2013) e R$ 11.466.578,89 (período de dezembro de 2013 a junho de 2014), no total de R$ 19.422.084,11 de multa regulamentar por ação ou omissão tendente a prejudicar o normal funcionamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE), conforme as descrições dos fatos às fls. 54 e 744. De acordo com o termo de verificação fiscal relativo ao primeiro auto de infração (período de julho a novembro de 2013), às fls. 58/64, a anormalidade do funcionamento do SICOBE foi constatada em procedimento fiscal, não tendo o sujeito passivo efetuado o pagamento do ressarcimento devido à Casa da Moeda do Brasil no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013 em virtude da realização de procedimentos de manutenção preventiva/corretiva realizadas no SICOBE pela Casa da Moeda do Brasil. A irregularidade consta do Relatório Técnico de Ocorrências nº 35, de 27/03/2013, sendo o débito no importe de R$ 458.408,85. Em 09/04/2013, mediante termo de intimação (fls. 224 e 225) cientificado por via postal em 21/05/2014 (AR, fl. 226), a empresa foi instada a regularizar no prazo de 10 dias o ressarcimento devido à Casa da Moeda do Brasil, conforme as circunstâncias descritas no Relatório Técnico de Ocorrências nº 35/2013, anexo a termo de diligência entregue à empresa infratora. Em 19/04/2013, em resposta apresentada, a intimada afirmou ser detentora de saldos credores de PIS e de COFINS no montante total de R$ 1.031.425,39, sendo requisitada a compensação desses saldos credores com o valor cobrado do ressarcimento. Sendo inexistente a previsão legal para tal compensação, houve a caracterização de falta de atendimento da intimação. Portanto, foi declarada a situação de anormalidade de funcionamento do SICOBE com o Ato Declaratório Executivo COFIS nº 44, de 27/05/2013, estando sujeita a contribuinte à multa prevista na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, art. 30, c/c a Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 58T, com a redação dada pela Lei nº 11.827, de 20 de novembro de 2008, e disciplinada pela Instrução Normativa RFB nº 869, de 12 de agosto de 2008, art. 13. Constatase que em 05/06/2013, a empresa impetrou ação judicial (nº 500657719.2013.404.7205) visando à compensação do ressarcimento devido à Casa da Moeda do Brasil com créditos de PIS/COFINS. Indeferida a antecipação de tutela, a interessada peticionou a autorização para a realização de depósito judicial do montante integral. Em 17/01/2014, houve o depósito no valor de R$. 458.408,85. Todavia, restou um passivo de R$ 113.162,58 concernente ao ressarcimento do SICOBE do período de fevereiro de 2013 até a data da declaração de anormalidade, cujo complemento de depósito foi exigido pela autoridade judicial como condição, inclusive, para o religamento do SICOBE (o respectivo desligamento havia sido solicitado pela própria contribuinte para o segundo semestre de 2013). Fl. 918DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 919 4 A fiscalização entendeu que nenhuma medida judicial impedia a exigência da multa regulamentar, cujo valor foi calculado conforme o disposto na Lei nº 11.488, de 2007, art. 30, caput: 100% do valor comercial da mercadoria produzida se o fabricante não efetuar o controle de volume de produção, sem prejuízo da aplicação das demais sanções fiscais e penais cabíveis, com o valor global não inferior a R$ 10.000,00. O demonstrativo de apuração de multas regulamentares (fl. 55) foi elaborado a partir dos dados de produção mensal das bebidas (fls. 65/69) fornecidos pelo sujeito passivo mediante a lavratura de termo de intimação (termo, fls. 45/47; AR, fl. 48; resposta, fls. 49/51). Fato Gerador Valor em Reais Julho/2013: 1.062.832,28 Agosto/2013: 1.438.559,16 Setembro/2013: 1.459.945,92 Outubro/2013: 2.027.002,22 Novembro/2013: 1.967.165,64 Total: R$ 7.955.505,22 Efetuada a autuação parcial, houve, posteriormente, a complementação da imposição de multa regulamentar, conforme a narração dos fatos do termo de verificação fiscal (período de novembro de 2013 a junho de 2014), às fls. 737/741, ora com excerto reproduzido abaixo: “Nesse sentido, a empresa foi então autuada considerando a continuidade da situação de anormalidade, com a aplicação da penalidade de que trata o art. 13 da Instrução Normativa RFB nº 869/2008, amparada pelo art. 30, inciso I, da Lei nº 11.488/2007, relativa aos valores comerciais da produção, nos períodos mensais de apuração do IPI dos meses de julho a Novembro de 2013. Tal autuação foi impugnada em 02/05/2014, na qual a empresa afirma participar de Ação Coletiva n° 502833269.2012.404.7000, perante a 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Paraná, ajuizada pela AFREBRÁS – ASSOCIAÇÃO DOS FABRICANTES DE REFRIGERANTES DO BRASIL, na qual foi concedida antecipação de tutela para determinar a suspensão da cobrança do ressarcimento em questão. Porém, tal decisão teve seus efeitos suspensos por meio de decisão proferida em 25/03/2014 pelo TRF 4ª Região nos autos do Agravo de Instrumento nº 500586746.2014.404.0000/PR. Destarte, no curso do mesmo procedimento fiscal, a empresa foi novamente intimada, por meio do Termo de Intimação Fiscal 2013.004205/2, cientificado em 11/07/2014, a apresentar: a) Comprovantes de pagamentos dos ressarcimentos devidos à Casa da Moeda, relativos ao período de fev/2013 até a data de declaração da anormalidade. b) Eventuais decisões liminares e/ou sentenças da Ação Ordinária 5028332 69.2012.404.7000/PR, atualizadas e vigentes até a presente data. Fl. 919DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 920 5 c) Eventuais decisões liminares e/ou sentenças no Agravo de Instrumento nº 500586746.2014.404.0000/PR, atualizadas e vigentes até a presente data. d) Informação sobre a existência de outras ações judiciais adotadas pela empresa, relativas ao assunto em questão, apresentando cópias de petições iniciais, liminares ou sentenças. e) Planilha representativa da produção relativa ao período de 01 de Dezembro de 2013 a 30 de junho de 2014, detalhada por produto fabricado pela empresa, em bases mensais. f) Para cada produto elencado na planilha anterior, apresentar o preço mínimo de venda praticado em cada mês. Na continuação do relatório, transcrevo o acórdão recorrido: Em resposta datada de 01/08/2014, constatouse, em relação aos quesitos formulados pela fiscalização: a. A empresa não apresentou comprovantes de pagamento dos ressarcimentos devidos à Casa da Moeda. Por outro lado, apresentou cópia de depósito judicial 123954000051407230, de 23/07/2014, que complementou o valor total em R$ 113.162,58, tendo por remetente Werner Greuel, CPF 003.848.60915, sócio administrador da empresa. b. Não apresentou decisões atualizadas, que tenham modificado a situação da Ação Ordinária 502833269.2012.404.7000/PR. c. Apresentou diversas cópias de peças judiciais, dentre as quais ressaltase: i) Requerimento nos autos do processo 500657719.2013.404.7205, datado de 23/07/2014, onde solicita que seja intimada a União para que proceda o imediato religamento dos aparelhos do SICOBE, haja vista a complementação do depósito judicial comentado. ii) Recurso especial junto ao TRF 4, tendo por finalidade a cassação do acórdão que julgou o Agravo de Instrumento nº 500586746.2014.404.0000/PR, já comentado anteriormente. d. Apresentou planilha referente à produção do período de 01/12/2013 a 30/06/2013, contendo os preços mínimos praticados. Na mesma data, 01/08/2014, a empresa apresentou requerimento no qual alega que ao realizar o depósito integral dos montantes relativos ao ressarcimento do SICOBE, não haveria que se falar em qualquer anormalidade no SICOBE, “sob pena de afronta ao direito subjetivo assegurado no art. 151, II, do Código Tributário Nacional.” Requer em seguida o imediato religamento dos equipamentos do SICOBE. Diante das respostas e documentos apresentados pela empresa, ao tempo em que se consulta o andamento do processo judicial, podese constatar preliminarmente que não há, neste momento, nenhuma decisão judicial em vigor que determine o imediato religamento do SICOBE, tampouco impeça a RFB de aplicar a multa relativa ao período da anormalidade explicitada pelo Ato Declaratório ADE COFIS 44/2013. Ao contrário, existe recurso de agravo de instrumento interposto pela União (500586746.2014.404.0000), por meio do qual houve a concessão do efeito suspensivo dos efeitos decorrentes da citada sentença de antecipação de tutela. Fl. 920DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 921 6 Essa decisão do TRF 4 está sendo combatida pela empresa por meio do Recurso Especial comentado anteriormente. Por outro lado, mesmo que o depósito judicial complementar seja reconhecido pela justiça como motivo para determinar o religamento do SICOBE e impedir a RFB de proceder ao lançamento da multa pela anormalidade, devese observar que a decisão poderá ser exnunc, ou seja, com seus efeitos a partir da efetivação do citado depósito. Nesse sentido, o período ora abrangido por essa ação fiscal, que é de dezembro de 2013 a junho de 2014, é anterior à realização do depósito judicial, o que, s.m.j., ainda compreende a situação de anormalidade não sanada, portanto estando a empresa passível de ser autuada, face a previsão legal da aplicação da penalidade em foco, a cada período de apuração do IPI”. O demonstrativo de apuração de multas regulamentares (fl. 746) foi elaborado com base nos valores comerciais da produção mensal das bebidas fornecidos pelo sujeito passivo, conforme os montantes discriminados abaixo: Fato Gerador Valor em Reais Dezembro/2013: 1.547.467,10 Janeiro/2014: 2.270.917,74 Fevereiro/2014: 2.112.013,37 Março/2014: 2.097.708,84 Abril/2014: 1.185.518,68 Maio/2014: 1.200.521,52 Junho/2014: 1.052.433,64 Total: R$ 11.466.580,89 Regularmente cientificado da primeira peça acusativa em 02/04/2014 por via postal (AR, fl. 70), apresentou o sujeito passivo a impugnação às fls. 590/610 em 02/05/2014, subscrita pelo respectivo procurador (instrumento legal à fl. 619), em que, basicamente, sustenta que: I. Preliminarmente: a) A inconstitucionalidade da cobrança da taxa de ressarcimento é objeto da Ação Coletiva nº 502833269.2012.404.7000, ajuizada perante a 1ª Vara Federal de Curitiba, PR, pela AFREBRAS – Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil; antecipação de tutela concedida em 18/02/2014 para a suspensão da cobrança do ressarcimento, em razão da instalação do sistema de controle SICOBE, pelas empresas associadas em favor da Casa da Moeda, devendo a União Federal se abster de fazer a referida cobrança das empresas associadas à autora e da imposição de multas, penalidades e de restrições pela falta de pagamento do ressarcimento; b) Em virtude do indeferimento de pedido de compensação dos débitos de ressarcimento do SICOBE com créditos de PIS/COFINS, foi proposta a ação ordinária nº 500657719.2013.404.7205, em 05/06/2013, para a garantia da referida compensação; com o indeferimento da antecipação de tutela requerida, a impugnante efetuou o depósito em juízo do valor integral relativamente ao saldo devedor do Fl. 921DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 922 7 ressarcimento no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013; para evitar os prejuízos da retirada arbitrária dos equipamentos, foi feito o depósito em juízo do valor consignado no Termo de Ocorrências nº 2013.090/1, ou seja, R$ 458.408,85; o suposto saldo remanescente de ressarcimento no valor de R$ 113.162,58, observado pela Casa da Moeda, que não foi objeto do Mandado de Procedimento Fiscal, é inválido e arbitrário, já que sua inclusão implica violação ao direito de ampla defesa e contraditório; portanto, o processo administrativo fiscal, em relação ao valor devido, é viciado por nulidade; II. No mérito: a) O ressarcimento em questão, instituído por lei, tem natureza tributária, sendo que a respectiva definição viola vários princípios constitucionais tributários e que o SICOBE, desenvolvido estritamente no âmbito público, serve ao interesse da fiscalização do Estado: tratase a espécie tributária de taxa, instituída em razão do poder de polícia estatal; as leis que tratam da “taxa de ressarcimento” delegaram a fixação da base de cálculo e da alíquota (elemento qualitativo) à Receita Federal do Brasil, o que caracteriza inconstitucionalidade; b) A impugnante possui créditos de PIS/COFINS em montante superior aos débitos relativos à taxa de ressarcimento do SICOBE, sendo que a compensação de débitos e créditos tem previsão legal (art. 74 da Lei nº 9.430/96) e regulamentação infralegal (IN nº 900/2008); assim, não há razão para o pagamento do SICOBE, apesar de que este deva funcionar regularmente; c) A multa de 100% sobre o faturamento, em caso de inadimplemento da taxa do SICOBE, é abusiva e confiscatória; a imposição de multa em tal patamar tem condão de fulminar o direito fundamental ao livre exercício da atividade econômica (CF, art.170); há precedentes do STF acerca da matéria; há previsão infralegal apenas (IN RFB nº 869/2008, art. 13, § 2º), já que a Lei nº 11.488/2007 somente estipula a multa para a hipótese de prejuízo ao funcionamento do SICOBE (art. 30), e não para inadimplemento da taxa de ressarcimento: uma ilegalidade. Por fim, requer que a impugnação seja acolhida e que seja cancelado o débito fiscal com base nas razões e fundamentos apresentados. Regularmente cientificado da segunda peça acusativa em 27/08/2014 por via postal (AR, fl. 749), apresentou o sujeito passivo a impugnação às fls. 752/777 em 26/09/2014, subscrita pelo respectivo representante legal (alteração de contrato social às fls. 780/787), em que, basicamente, sustenta que: a) Em virtude da suposta ausência de pagamento do ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013 houve a caracterização de anormalidade no funcionamento do SICOBE, o que dá sustentação à autuação fiscal; em virtude do indeferimento de pedido de compensação dos débitos de ressarcimento do SICOBE com créditos de PIS/COFINS, foi proposta a Ação Ordinária nº 500657719.2013.404.7205, em 05/06/2013, para a garantia da referida compensação; com o indeferimento da antecipação de tutela requerida, a impugnante efetuou o depósito em juízo do valor integral relativamente ao saldo devedor do ressarcimento no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013 (R$ 458.408,85); um saldo remanescente de ressarcimento no valor de R$ 113.162,58, apontado pela Casa da Moeda, motivou a autuação anterior, devidamente impugnada; b) A exigência fiscal em questão diz respeito ao período de 01/12/2013 a 30/06/2014, sendo que, intimada, a impugnante apresentou comprovantes do Fl. 922DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 923 8 pagamento da taxa de ressarcimento, informações sobre ações judiciais em curso, planilha demonstrativa da produção do período fiscalizado e o preço mínimo de venda dos produtos; além disso, a impugnante solicitou o religamento do SICOBE em razão do depósito judicial do valor integral da taxa, incluído o saldo remanescente de R$ 113.162,58; é indevida a aplicação da multa, no montante de R$ 9.919.113,00, referente aos meses de janeiro a junho de 2014 porque os depósitos judiciais foram feitos em 17/01/2014 (R$ 458.408,85) e em 23/07/2014 (R$ 113.162,58), tendo cessado a causa geradora da infração, no máximo poderia ser cobrada multa no valor de R$ 1.514.467,10 e o religamento do SICOBE já deveria ter sido efetuado pela Casa da Moeda, uma vez que não existe mais a ação ou omissão tendente a impedir ou retardar a instalação ou o normal funcionamento do sistema, tendo sido a impugnante injustamente onerada, com grande comprometimento financeiro; c) Em 23/07/2004, com o depósito judicial de R$ 113.162,58, deixou de existir anormalidade que justifique a continuação do desligamento do SICOBE na produção da impugnante; a existência da Ação Ordinária já mencionada não é motivo para manter o desligamento, sendo o restabelecimento do sistema SICOBE não dependente de uma decisão judicial; a inexigibilidade da multa aplicada é inquestionável, pois há a suspensão da exigibilidade do crédito tributário principal em razão dos depósitos judiciais realizados (CTN, art. 151, II), com efeitos extensivos ao acessório: a aplicação da sanção; d) A multa de 100% sobre o faturamento, em caso de inadimplemento da taxa do SICOBE, é abusiva e confiscatória; no máximo, a multa deveria ter como base de cálculo somente o valor da exação não recolhida (taxa de ressarcimento: R$ 571.571,43); a imposição de multa em tal patamar (20 vezes maior do que a taxa não recolhida) tem o condão de fulminar o direito fundamental ao livre exercício da atividade econômica (CF, art.170); há precedentes do STF acerca da matéria; há previsão infralegal apenas (IN RFB nº 869/2008, art. 13, § 2º), já que a Lei nº 11.488/2007 somente estipula a multa para a hipótese de prejuízo ao funcionamento do SICOBE (art. 30), e não para inadimplemento da taxa de ressarcimento: uma ilegalidade; e) A impugnante industrializa para terceiros (serviço de industrialização), como é o caso dos energéticos NITRIX e ENERGY DRINK produzidos pela empresa MISTURA S Comércio de Produtos Alimentícios e Bebidas em Geral Ltda. (CNPJ 15.519.518/000103); nesse caso, não cabe a cobrança de taxa de ressarcimento pelo uso do SICOBE e, portanto, não pode ser imposta multa por falta de recolhimento já que sobre tal produção não incide a taxa (a empresa encomendante não está obrigada, conforme lista extraída da própria RFB); assim sendo, deve ser excluído o montante de R$ 1.767.453 da multa aplicada, correspondente ao serviço de industrialização para terceiros, conforme planilha anexa (demonstrativo de produção – dezembro de 2013 a junho de 2014) e amostragem de notas fiscais de prestação de serviços de industrialização de junho de 2014 que comprovam a operação. Por derradeiro, repisa toda a argumentação, principalmente a suspensão da exigibilidade da multa ou a redução do valor de R$ 1.767.453,90; ademais, requer que todas as intimações sejam encaminhadas exclusivamente ao patrono da empresa, sob pena de nulidade. A DRJ considerou improcedente a impugnação sob a seguinte ementa: Fl. 923DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 924 9 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 28/02/2014, 31/03/2014, 30/04/2014, 31/05/2014, 30/06/2014 MULTA REGULAMENTAR. ANORMALIDADE NO FUNCIONAMENTO DO SICOBE. A ação ou omissão tendente a prejudicar a obrigatoriedade de ressarcir a Casa da Moeda do Brasil pela utilização do SICOBE, caracterizada a respectiva anormalidade de funcionamento, implica a imposição de multa correspondente a 100% do valor comercial da mercadoria produzida em cada período de apuração, no período de constatação da irregularidade, em montante global não inferior a R$ 10.000,00, devendo a exigência fiscal ser escoimada de valores relativos a prestação de serviços na industrialização por encomenda de terceiros na apuração da base de cálculo da multa regulamentar. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 28/02/2014, 31/03/2014, 30/04/2014, 31/05/2014, 30/06/2014 INTIMAÇÕES. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. As intimações, para ciência, devem ser encaminhadas ao domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo da obrigação tributária. Impugnação Improcedente Crédito tributário Mantido A contribuinte repetiu no recurso voluntário os argumentos da impugnação. Fl. 924DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 925 10 Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. Foram lavrados dois autos de infração, em 25/03/2014 e em 22/08/2014, para exigir respectivamente R$ 7.955.505,22 relativos ao período de julho a novembro de 2013 e R$ 11.466.578,89 relativos ao período de dezembro de 2013 a junho de 2014, no total de R$ 19.422.084,11 de multa regulamentar por ação ou omissão tendente a prejudicar o normal funcionamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE). A decisão de 1ª instância excluiu a muita regulamentar em relação à industrialização por encomenda e manteve a exigência da multa em relação à industrialização própria da recorrente. Recurso de Ofício: A decisão de 1ª instância considerou procedente em parte a impugnação, com a exoneração de R$ 1.767.554,02 no que concerne à multa regulamentar. Na decisão de primeira instância, foi consignada a interposição de recurso ofício, uma vez que a exoneração tributária ultrapassou o limite de alçada de R$ 1.000.000,00, estabelecido pela Portaria n° 03/08, em vigor na data do julgamento. Contudo, em 10/02/17, foi publicada a Portaria MF n° 63/2017, alterando o limite de alçada para R$ 2.500.000,00. E assim dispõe a Súmula CARF n° 103: "Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância." Como o propósito do presente recurso ofício é analisar o valor exonerado de R$ 1.767.554,02, e este está abaixo do limite de alçada em vigor na data de hoje, voto por não conhecer do recurso de ofício, em cumprimento da Súmula CARF n° 103. Recurso Voluntário: A recorrente não efetuou o pagamento do ressarcimento devido à Casa da Moeda do Brasil no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013 em virtude da realização de procedimentos de manutenção preventiva/corretiva realizadas no SICOBE pela Casa da Moeda do Brasil. A infração cometida pela recorrente ficou caracterizada com a edição do Ato Declaratório Executivo COFIS nº 44, de 27/05/2013. Fl. 925DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 926 11 A lei prevê a incidência de multa na hipótese de anormalidade de funcionamento do SICOBE, mesmo que tal anormalidade resulte apenas da falta de pagamento dos valores a título de ressarcimento para a Casa da Moeda do Brasil, o que ocorreu no caso concreto. De início, constatase que a autoridade fiscal cumpriu os ditames legais e não houve violação de preceitos constitucionais na lavratura da infração. A penalidade imposta tem abrigo na Lei nº 11.488, de 2007, art. 30, I e § 1º, não havendo portanto, imposição de multa com fulcro em ato normativo infralegal. Como dito, a anormalidade de funcionamento do SICOBE foi decorrente da falta de pagamento dos valores a título de ressarcimento para a Casa da Moeda do Brasil. Tal falta de pagamento foi consequência, dentre outras razões, de discussão judicial requerendo a compensação de supostos créditos. A questão da compensação é discutida apenas no âmbito judicial, mas, a título informativo, não é possível a compensação entre tributos e taxas cujos administradores são distintos: Receita Federal do Brasil e Casa da Moeda do Brasil. Não há previsão legal para a compensação entre créditos de PIS e COFINS, tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, e débitos concernentes a taxa administrada pela Casa da Moeda do Brasil. A recorrente apresenta uma série de ações judiciais acerca do tema: a) Ação Coletiva nº 502833269.2012.404.7000: Promovida pela Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (AFREBRAS), com o fito de questionar a validade da exigência da taxa de ressarcimento para a Casa da Moeda do Brasil, em fase de apreciação de recurso especial encaminhado ao STJ. b) Agravo de Instrumento nº 500586746.2014.4.04.0000: Ação manejada pela União Federal para suspender os efeitos da antecipação de tutela concedida nos autos do processo nº 02833269.2012.404.7000. O TRF da 4ª Região deu provimento, por unanimidade, ao Agravo de Instrumento. Situação atual: baixa definitiva. c) Ação Ordinária nº 500657719.2013.4.04.7205: Ação impetrada visando ao reconhecimento do direito à compensação de créditos do PIS e da COFINS com os valores referentes às taxas de ressarcimento devidas à Casa da Moeda do Brasil. O TRF da 4ª Região não deu provimento ao recurso de apelação interposto contra a sentença denegatória da 1ª instância. Em fase de apreciação dos recursos especial e extraordinário pelo STJ e pelo STF, respectivamente. Portanto, verificase que não há concomitância entre o processo em tela e as ações judiciais acima elencadas. No mérito, verificase que as razões que levaram à lavratura dos autos de infração são incontroversas. Realmente, a recorrente não efetuou o pagamento do ressarcimento devido à Casa da Moeda do Brasil no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013 em virtude da realização de procedimentos de manutenção preventiva e corretiva realizadas no SICOBE pela Casa da Moeda do Brasil. Fl. 926DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 927 12 A falta de manutenção preventiva e corretiva do Sicobe, em consequência da ausência de ressarcimento à CMD pelos serviços de manutenção por esta prestados à recorrente, conduz a uma conduta omissiva devidamente comprovada nos autos, que acarretou o desligamento das máquinas do Sicobe e assim prejudicou o normal funcionamento do Sistema. Logo, resta devidamente materializada a conduta tipificada no art. 30, I, e § 1º, da Lei 11.488/2007. Fica demonstrado que a multa aplicada tem amparo legal e, portanto, não houve ofensa ao princípio da estrita legalidade inscrito no art. 97, V, do CTN. Portanto, reputa se legítima a cobrança da multa em apreço. Em complemento, há mais uma questão a ser analisada. Apesar de não ter sido alegado pela recorrente em sede de recurso voluntário, é imperioso analisar se a obrigação acessória que fundamentou os auto de infração foi ou não revogada, acarretando na aplicação da retroatividade benigna em favor do contribuinte Como veremos adiante, esta obrigação acessória não foi revogada na prática, pois a própria Lei 13.097/2015, em seu art. 35, instituiu obrigação idêntica e de mesma natureza, verbis: Art. 35 As pessoas jurídicas que industrializam os produtos de que trata o art. 14 ficam obrigadas a instalar equipamentos contadores de produção, que possibilitem, ainda, a identificação do tipo de produto, de embalagem e sua marca comercial, aplicandose, no que couber, as disposições contidas nos arts. 27 a 30 da Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007. Para adequada apreciação da matéria, impõese transcrever os respectivos textos legais que incidem na espécie: De início, a Lei nº 10.833/2003 instituiu a obrigatoriedade da instalação de equipamentos contadores de produção: LEI Nº 10.833/2003 Art. 58A. A Contribuição para o PIS/Pasep, a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, a Contribuição para o PIS/PasepImportação, a Cofins Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI devidos pelos importadores e pelas pessoas jurídicas que procedam à industrialização dos produtos classificados nos códigos 21.06.90.10 Ex 02, 22.01, 22.02, exceto os Ex 01 e Ex 02 do código 22.02.90.00, e 22.03, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – Tipi, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, serão exigidos na forma dos arts. 58B a 58U desta Lei e nos demais dispositivos pertinentes da legislação em vigor. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008) Art. 58T. As pessoas jurídicas que industrializam os produtos de que trata o art. 58A desta Lei ficam obrigadas a instalar equipamentos contadores de produção, que possibilitem, ainda, a identificação do tipo de produto, de embalagem e sua marca comercial, aplicandose, no que couber, as disposições contidas Fl. 927DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 928 13 nos arts. 27 a 30 da Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007. (Redação dada pela Lei nº 11.827, de 2008) § 1o A Secretaria da Receita Federal do Brasil estabelecerá a forma, limites, condições e prazos para a aplicação da obrigatoriedade de que trata o caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 36 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001. (Incluído pela Lei nº 11.827, de 2008)” Posteriormente, a Lei nº 11.488/2007 instituiu a multa em tela: LEI Nº 11.488/2007 Art. 27. Os estabelecimentos industriais fabricantes de cigarros classificados na posição 2402.20.00 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, excetuados os classificados no Ex 01, estão obrigados à instalação de equipamentos contadores de produção, bem como de aparelhos para o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos medidos na forma, condições e prazos estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 1o Os equipamentos de que trata o caput deste artigo deverão possibilitar, ainda, o controle e o rastreamento dos produtos em todo o território nacional e a correta utilização do selo de controle de que trata o art. 46 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, com o fim de identificar a legítima origem e reprimir a produção e importação ilegais, bem como a comercialização de contrafações. § 2o No caso de inoperância de qualquer dos equipamentos previstos neste artigo, o contribuinte deverá comunicar a ocorrência no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, devendo manter o controle do volume de produção, enquanto perdurar a interrupção, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 3o A falta de comunicação de que trata o § 2o deste artigo ensejará a aplicação de multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais). (...) Art. 28. Os equipamentos contadores de produção de que trata o art. 27 desta Lei deverão ser instalados em todas as linhas de produção existentes nos estabelecimentos industriais fabricantes de cigarros, em local correspondente ao da aplicação do selo de controle de que trata o art. 46 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1o O selo de controle será confeccionado pela Casa da Moeda do Brasil e conterá dispositivos de segurança aprovados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil que possibilitem, ainda, a verificação de sua autenticidade no momento da aplicação no estabelecimento industrial fabricante de cigarros. Fl. 928DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 929 14 § 2o Fica atribuída à Casa da Moeda do Brasil a responsabilidade pela integração, instalação e manutenção preventiva e corretiva de todos os equipamentos de que trata o art. 27 desta Lei nos estabelecimentos industriais fabricantes de cigarros, sob supervisão e acompanhamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil e observância aos requisitos de segurança e controle fiscal por ela estabelecidos. § 3o Fica a cargo do estabelecimento industrial fabricante de cigarros o ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil pela execução dos procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, bem como pela adequação necessária à instalação dos equipamentos de que trata o art. 27 desta Lei em cada linha de produção. (...) Art. 30. A cada período de apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados, poderá ser aplicada multa de 100% (cem por cento) do valor comercial da mercadoria produzida, sem prejuízo da aplicação das demais sanções fiscais e penais cabíveis, não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais): I se, a partir do 10o (décimo) dia subseqüente ao prazo fixado para a entrada em operação do sistema, os equipamentos referidos no art. 28 desta Lei não tiverem sido instalados em virtude de impedimento criado pelo fabricante; II se o fabricante não efetuar o controle de volume de produção a que se refere o § 2o do art. 27 desta Lei. § 1o Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, considerase impedimento qualquer ação ou omissão praticada pelo fabricante tendente a impedir ou retardar a instalação dos equipamentos ou, mesmo após a sua instalação, prejudicar o seu normal funcionamento. (Grifei) Logo, constatase que a discussão judicial empreendida pela contribuinte e que se mostrou infrutífera para ela, ocasionou a falta de ressarcimento à Casa da Moeda, o que é considerada uma atitude que prejudica o normal funcionamento do Sicobe e que no caso concreto levou até ao desligamento do sistema. Por isso, a IN RFB nº 869/2008, no § 2º do seu art. 13, esclarece que “a falta de manutenção preventiva e corretiva junto ao Sicobe, comunicada pela Casa da Moeda à RFB, em virtude da ausência do ressarcimento de que trata o art. 11 ou pela negativa de acesso dos técnicos da Casa da Moeda ao estabelecimento industrial, caracterizase como prática prejudicial ao normal funcionamento do Sicobe”. No caso concreto, por omissão integralmente imputável ao sujeito passivo, ou seja, a falta de ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil, houve a interrupção dos procedimentos de manutenção preventiva/corretiva no Sicobe e, na seqüência, o seu desligamento, materializandose a partir de então, a toda evidência, prejuízo ao “normal funcionamento” dos equipamentos contadores de produção que compõem o Sicobe. Fl. 929DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 930 15 Verificase, pois, que a conduta do sujeito passivo encontra previsão na lei formal que disciplina o tema, inexistindo fundamento para sua alegação de que não há justa causa para aplicação da penalidade ou, ainda, que a multa em tela serlheia inaplicável por ausência de subsunção, a qual restou suficientemente demonstrada. Registrese, neste ponto, em relação a obrigações tributárias acessórias que, nos termos dos artigos 113, § 2º e 115 do CTN, as mesmas decorrem da legislação tributária, tomando lugar a aplicação da penalidade prevista no texto normativo de incidência quando demonstradas, respectivamente, a oponibilidade da obrigação e o seu inadimplemento. No caso concreto, como resulta evidente que o sujeito passivo se encontrava obrigado a não obstar o “normal funcionamento” dos equipamentos contadores de produção que compõem o Sicobe, apresentase inafastável a imposição da multa. Também aplicável à análise acima empreendida, vale assinalar, no que diz respeito à alegação de que não houve qualquer evasão de tributos devidos, que a responsabilidade por infrações à legislação tributária, salvo disposição de lei em contrário, exibe natureza objetiva, nos termos do art. 136 do CTN, fazendose irrelevante, pois, para a materialização da infração, a intenção que moveu o agente, extraindose, ainda, que a responsabilidade por infrações também independe da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, ou seja, não se exige que tenha havido, concretamente, prejuízo econômico ao fisco, bastando o potencial de lesão resultante da conduta do agente. Consoante já fora exposto no tópico anterior, o dispositivo que institui a multa, um dos fundamentos do auto de infração, é o art. 30 da Lei nº 11.488/07, que se encontra plenamente em vigor. O sujeito passivo, de fato, não realizou a manutenção preventiva e corretiva do Sicobe. Tratase de conduta omissiva devidamente comprovada nos autos, que acarretou o desligamento das impressoras do Sicobe e assim prejudicou o normal funcionamento do Sistema. Logo, restou devidamente materializada a conduta tipificada no art. 30, § 1º, da Lei 11.488/2007. Ademais, como já adiantado em tópico anterior, a obrigação acessória de que estamos tratando, antes prevista no art. 58T da Lei 10.833/2003, não foi revogada na prática, pois a própria Lei 13.097/2015, em seu art. 35, instituiu obrigação idêntica e de mesma natureza, verbis: Lei 13.097/2015 Art. 35 As pessoas jurídicas que industrializam os produtos de que trata o art. 14 ficam obrigadas a instalar equipamentos contadores de produção, que possibilitem, ainda, a identificação do tipo de produto, de embalagem e sua marca comercial, aplicandose, no que couber, as disposições contidas nos arts. 27 a 30 da Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007. Ou seja, se por um lado a Lei 13.097 revogou o art. 58T da Lei 10.833/2003, por outro, instituiu no seu art. 35 a mesma obrigação acessória ali prevista. O artigo 35 acima transcrito, além de ter a mesma redação do art. 58T, também faz referência aos arts. 27 a 30 da Lei 11.488/2007, o que significa dizer que também para esta obrigação acessória, será cominada a multa prevista no art. 30 da Lei 11.488/2007. Fl. 930DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 931 16 Logo, o art. 35 da Lei 13.097/2015 realizou um agrupamento da norma que estabelece a obrigação acessória com a norma que estabelece a multa pelo seu descumprimento de alguma maneira. Tal artigo não só instituiu a mesma obrigação acessória, antes prevista no art. 58T, de instalar equipamentos contadores de produção, que possibilitem, ainda, a identificação do tipo de produto, de embalagem e sua marca comercial, como também lhe cominou a mesma penalidade para os casos de inadimplemento. Constatase que a jurisprudência do CARF não discorda desse entendimento, conforme recentes julgados cujas enunciados das ementas, na parte de interesse, seguem reproduzidos: SICOBE. PREJUÍZO AO NORMAL FUNCIONAMENTO. MULTA Nos termos do art. 30 da Lei nº. 11.488/2007, se restar caracterizado que o fabricante concorreu para prejudicar o normal funcionamento do Sicobe, caberá multa de 100% do valor comercial da mercadoria produzida. (Acórdão 3402002.011 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara Rel. Cons. Gilson Macedo Rosenburg Filho) SICOBE. MULTA. PREJUÍZO AO NORMAL FUNCIONAMENTO. PREVISÃO LEGAL. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE RESSARCIMENTO. A multa prevista no art. 30 da Lei no 11.488/2007, por ação ou omissão praticada pelo fabricante tendente a prejudicar o normal funcionamento do equipamento que compõe o SICOBE (Sistema de Controle de Produção de Bebidas) aplicase no caso de omissão caracterizada pela falta de ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil, responsável pela manutenção preventiva/corretiva. (Acórdão 3403003.307 da 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara Rel. Cons. Ivan Allegretti e Red. Desig. Cons. Rosaldo Trevisan) SICOBE. MULTA. PREJUÍZO AO NORMAL FUNCIONAMENTO. PREVISÃO LEGAL. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE RESSARCIMENTO. A multa prevista no art. 30 da Lei no 11.488/2007, por ação ou omissão praticada pelo fabricante tendente a prejudicar o normal funcionamento do Sistema de Controle de Produção de Bebidas aplicase no caso de omissão caracterizada pela falta de ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil, responsável pela manutenção preventiva /corretiva. (Acórdão 3101001.6951ª Turma Ordinária da 1ª Câmara (, Rel. Cons. Rodrigo Mineiro Fernandes) Enfim, constatase que, mesmo com a revogação do art. 58T da Lei 10.833/2003, a obrigação acessória ainda permanece vigente, uma vez que o art. 35 da Lei 13.097/2015 estabeleceu obrigação acessória idêntica àquela, cominando, inclusive, a mesma penalidade prevista no art. 30 da Lei nº 11.488/07. Fl. 931DF CARF MF Processo nº 13971.720831/201470 Acórdão n.º 3301004.137 S3C3T1 Fl. 932 17 Multa Confiscatória: A recorrente alega que a multa de 100% sobre o faturamento, em caso de inadimplemento da taxa do SICOBE, é abusiva e confiscatória, sendo a imposição de multa em tal patamar tem condão de fulminar o direito fundamental ao livre exercício da atividade econômica, de acordo com a CF/88. Sobre a matéria transcrevo a Súmula Nº 2 do CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, nego provimento ao recurso nessa matéria. Assim, tendo em vista tudo o acima exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso de ofício e por negar provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 932DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.903613/2012-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007
RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRE CALENDÁRIO. GLOSA. AUTO DE INFRAÇÃO. JULGAMENTO CONJUNTO DE PROCESSOS.
Os julgamentos do auto de infração por insuficiência de recolhimento de IPI e dos pedidos de ressarcimento de créditos de IPI só fazem sentido se concomitantes. Sendo improcedente o auto de infração, é de se afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos.
Recurso voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 3301-004.186
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
José Henrique Mauri - Presidente.
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRE CALENDÁRIO. GLOSA. AUTO DE INFRAÇÃO. JULGAMENTO CONJUNTO DE PROCESSOS. Os julgamentos do auto de infração por insuficiência de recolhimento de IPI e dos pedidos de ressarcimento de créditos de IPI só fazem sentido se concomitantes. Sendo improcedente o auto de infração, é de se afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos. Recurso voluntário parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. José Henrique Mauri Presidente. Semíramis de Oliveira Duro Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 36 13 /2 01 2- 16 Fl. 1570DF CARF MF Processo nº 11080.903613/201216 Acórdão n.º 3301004.186 S3C3T1 Fl. 1.571 2 Relatório Adoto o relatório da decisão recorrida, o qual segue transcrito: Tratase de Manifestação de Inconformidade, apresentada pela requerente, ante Despacho Decisório de autoridade da Delegacia da Receita Federal em Campinas (fl. 241), que indeferiu o pedido de ressarcimento de crédito de IPI e não homologou as compensações pleiteadas. A contribuinte apresentou PER/DCOMP, no valor de R$ 7.943.470,16, referente ao saldo credor de IPI do 4º trimestre de 2007. A DRF em Campinas, indeferiu o direito creditório e exigiu os débitos não homologados: principal – R$ 6.341.920,38; multa – R$ 1.268.384,06; e juros – R$ 2.758.735,35. Segundo consta na informação fiscal de fls. 243/244, foi lavrado auto de infração (cópia às fls. 245/277), que resultou na reconstituição da escrita fiscal e conseqüente extinção do saldo credor ressarcível ao final do trimestre. Conforme relatado, foi constatada falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com redução da alíquota do IPI, em razão de uso indevido de benefício fiscal previsto na Lei nº 8.248/91 e suas alterações, uma vez que não foram encontradas portarias conjuntas MCT/MF, em nome da contribuinte, identificando esses produtos. O auto de infração foi formalizado no processo administrativo nº 10830.725456/201217. Regularmente cientificada, a postulante apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 02/48, com as seguintes alegações: o auto de infração foi objeto de impugnação, que está pendente de julgamento na esfera administrativa; o presente processo deve ser suspenso até o efetivo julgamento do auto de infração; contesta, no mérito, os motivos alegados pela fiscalização para a lavratura do auto de infração; após a improcedência do auto de infração, o despacho decisório deve ser reformado. Por fim, requer o recebimento da presente manifestação de inconformidade de forma a suspenderse a exigibilidade do crédito tributário e impedirse a inscrição em dívida ativa dos créditos tributários ora discutidos. Ao julgar a manifestação de inconformidade, a 12ª Turma da DRJ/RPO proferiu o Acórdão nº 1449.169, com a seguinte ementa: Fl. 1571DF CARF MF Processo nº 11080.903613/201216 Acórdão n.º 3301004.186 S3C3T1 Fl. 1.572 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRE CALENDÁRIO. Extinguindose o saldo credor de IPI do trimestre calendário, em virtude do lançamento de imposto e reconstituição da escrita fiscal, indeferese o pedido de ressarcimento. A Recorrente apresentou recurso voluntário, no qual repisa as razões de sua manifestação de inconformidade e combate ponto a ponto a decisão de piso. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, por isso deve ser conhecido. Conforme relatado, foi constatada a falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com redução da alíquota do IPI, em razão de uso indevido de benefício fiscal (sobre bens de informática) instituído pela Lei nº 8.191, de 11 de junho de 1991 e por inobservância de alíquota de IPI, o que resultou na reconstituição da escrita fiscal e consequente redução do saldo credor ressarcível ao final do trimestre. O auto de infração foi formalizado no processo administrativo nº 10830.725456/201217. É cristalino o fato de que o presente processo é totalmente vinculado ao processo nº 10830.725456/201217, que trata de auto de infração de IPI, como bem apontou a decisão de piso: A contribuinte transmitiu declarações de compensação com base em saldo credor de IPI do 4º trimestre de 2007. A DRF em Campinas indeferiu o pedido porque constatou falta de lançamento do imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com redução da alíquota do IPI, em razão de uso indevido de benefício fiscal previsto na Lei nº 8.248/91 e suas alterações. Em virtude da lavratura de auto de infração e reconstituição da escrita fiscal, não teria sobrado saldo credor a ser ressarcido. Assim, o julgamento deste processo depende do julgamento do auto de infração. Fl. 1572DF CARF MF Processo nº 11080.903613/201216 Acórdão n.º 3301004.186 S3C3T1 Fl. 1.573 4 Por conseguinte, diante da vinculação deste julgamento ao do auto de infração, há que se aplicar a decisão proferida no processo nº 10830.725456/201217, cuja ementa foi assim redigida: DECADÊNCIA. Se após a reconstituição da escrita fiscal no RAIPI, houver créditos validados pelo Fisco para compensar parte do saldo devedor, então houve pagamento parcial, apto a atrair a aplicação do art. 150, §4º, do CTN. Logo, contase o prazo decadencial de cinco anos a partir do fato gerador do tributo. IPI. LEI DE INFORMÁTICA. BENEFÍCIO FISCAL. DISTINÇÃO ENTRE NOVO MODELO E VERSÃO DO MODELO HABILITADO. Mediante a juntada de laudos técnicos, demonstrado que os equipamentos objetos do auto de infração apresentam as características técnicas dos modelos já habilitados no incentivo fiscal e que são, portanto, versões, resultantes da combinação de características alternativas que podem pertencer a cada um dos modelos, conforme já constara no processo de habilitação, então não houve descumprimento da Portaria de concessão do benefício fiscal. Legítima a saída com as reduções de IPI. PROVA. LAUDO TÉCNICO ELABORADO PELO INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA. Nos termos do art. 30 do Decreto 70.235/72 cabe ao Instituto Nacional de Tecnologia, do Ministério da Ciência e Tecnologia, a elaboração de laudo visando ao esclarecimento de questões de natureza técnica postas ao deslinde dos órgãos julgadores administrativos, cujas conclusões sobre tais questões técnicas, devem ser acatadas pelas instâncias julgadoras. MULTA ISOLADA POR FALTA DE DESTAQUE DE IPI COM COBERTURA DE CRÉDITO. A multa isolada por falta de destaque de IPI com cobertura de crédito encontrase prevista na legislação vigente, art. 80, §8, da Lei 4.502/64. Recurso voluntário provido. Diante disso, como todo pedido de ressarcimento depende da existência de um crédito, o qual deve ser reconhecido na exata medida de sua comprovação, a Recorrente deve ter seu direito creditório analisado e apurado pela unidade de origem. Logo, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos. (Assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 1573DF CARF MF Processo nº 11080.903613/201216 Acórdão n.º 3301004.186 S3C3T1 Fl. 1.574 5 Fl. 1574DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.902008/2011-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/06/2002
DIREITO À RESTITUIÇÃO. COMPROVAÇÃO
O art. 165 do CTN garante ao contribuinte o direito à restituição de tributos pagos a maior. Contudo, é dele o ônus de comprovar sua liquidez e certeza. Uma vez que não foi carreada aos autos a necessária documentação suporte, os créditos não devem ser reconhecidos.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-004.259
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/06/2002 DIREITO À RESTITUIÇÃO. COMPROVAÇÃO O art. 165 do CTN garante ao contribuinte o direito à restituição de tributos pagos a maior. Contudo, é dele o ônus de comprovar sua liquidez e certeza. Uma vez que não foi carreada aos autos a necessária documentação suporte, os créditos não devem ser reconhecidos. Recurso Voluntário Negado.
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PIS/COFINS. ÔNUS DA PROVA. Recorrente RICAL RACK INDUSTRIA E COMERCIO DE ARROZ LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/06/2002 DIREITO À RESTITUIÇÃO. COMPROVAÇÃO O art. 165 do CTN garante ao contribuinte o direito à restituição de tributos pagos a maior. Contudo, é dele o ônus de comprovar sua liquidez e certeza. Uma vez que não foi carreada aos autos a necessária documentação suporte, os créditos não devem ser reconhecidos. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 90 20 08 /2 01 1- 61 Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13227.902008/201161 Acórdão n.º 3301004.259 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP, transmitido eletronicamente. O Despacho Decisório proferido pela unidade de origem não homologou a compensação declarada em PER/DCOMP pela contribuinte acima qualificada, sob o fundamento de que, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado do Despacho Decisório o interessado apresentou manifestação de inconformidade alegando que, em revisão realizada nos cálculos, a empresa identificou que havia recolhimentos a maior de PIS e Cofins decorrentes de inclusão de receitas isentas na base de cálculo, fato que lhe possibilitaria a restituição e compensação com outros débitos. Constatando que o crédito havia sido indeferido, o contribuinte identificou que isto ocorreu pelo fato de não terem sido retificadas as DCTF, embora o crédito seja totalmente devido. Acrescentou que a resolução das divergências encontradas no cruzamento de informações no sistema da Receita Federal do Brasil que gerou o indeferimento do crédito poderia ser resolvido com uma simples retificação de DCTF. Porém, em função de terem transcorridos mais de cinco anos desde o fato gerador do crédito, o contribuinte fica impossibilitado de retificar as informações. Por isso, requereu a correção da informação prestada em DCTF, a fim de sanar os motivos que ensejaram o indeferimento, se colocando à disposição para comprovar a existência do crédito da forma que a autoridade fiscal entender necessário, e ainda que: a) sejam corrigidos os valores dos tributos devidos em função da impossibilidade do contribuinte retificar as DCTF da época; b) caso entenda a autoridade fiscal necessária a comprovação das bases de cálculo, informe a forma e os documentos que deseja que sejam apresentados; c) sejam declarados homologados os pedidos de restituição; d) sejam declaradas homologadas as compensações. A DRJ em Belo Horizonte (MG) julgou a manifestação de inconformidade improcedente, sob fundamento da não comprovação da existência e suficiência do crédito postulado, nos termos do Acórdão nº 02051.142. Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em que repisa os argumentos contidos na manifestação de inconformidade e, nos seguintes termos: Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13227.902008/201161 Acórdão n.º 3301004.259 S3C3T1 Fl. 4 3 2.1 DA DECADÊNCIA DA POSSIBILIDADE DE RETIFICAR A DCTF INEXISTÊNCIA DE DECADÊNCIA DO CREDITO; 2.2 DA INEXISTÊNCIA DE FALTA DE COMPROVAÇÃO INAPLICABILIDADE DO ART 333 DO CPC POSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DE DILIGÊNCIAS; 2.3 DA INVIABILIDADE DA MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ECONOMIA PROCESSUAL E EFICIÊNCIA. Além de requerer o provimento do seu pleito, requer alternativamente a realização de diligências a fim de que a Recorrente seja intimada a apresentar os documentos comprobatórios do crédito. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.237, de 02 de fevereiro de 2018, proferido no julgamento do processo 13227.900822/201141, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.237): "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Quanto à decadência, adotase o entendimento da decisão recorrida de que ao pedido de retificação de informações da DCTF em razão da impossibilidade de o contribuinte retificála transcorridos mais de cinco anos do fato gerador, ainda que fosse possível transmitir a DCTF retificadora, a mera retificação, operada após a ciência do despacho decisório e sem suporte em nenhum outro elemento de prova, não se prestaria para comprovação do pagamento indevido ou a maior. Ademais, conforme se consignou na decisão de piso, a retificação da DCTF não produzirá efeitos quando tiver como objetivo reduzir débitos que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização (art. 9º, § 2o, I, c, da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24/12/2010, vigente na época). Atualmente o art. 9º, § 5o, da Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015 é cristalino: § 5ºO direito do sujeito passivo de pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13227.902008/201161 Acórdão n.º 3301004.259 S3C3T1 Fl. 5 4 1º(primeiro) dia do exercício seguinte àquele ao qual se refere a declaração. Portanto, adotase a conclusão constante da decisão recorrida de que já decaíra o direito de o contribuinte proceder à retificação da DCTF. O art. 165 do CTN dispõe que o contribuinte tem direito à restituição de tributos pagos a maior. Contudo, o ônus de provar a liquidez e certeza do direito incumbe àquele que alega detêlo (art. 333 do antigo Código de Processo Civil CPC, em vigor nas datas da apuração do crédito e da emissão do Despacho Decisório, e reproduzido pelo art. 373 do Novo CPC). Dessa forma, é dever da Recorrente comprovar seu crédito e ele teve ampla oportunidade. Assim, tal oportunidade que se encontra precluída em razão de não ter apresentado provas de seu crédito quer na manifestação de inconformidade, quer no Recurso Voluntário. Dessarte, denegase por incabível, o pedido de diligências da Recorrente. Anotese que o fato de a DCTF não ter sido retificada, por si só, definitivamente, não teria o condão de elidir o direito ao crédito garantido pelo art. 165 do CTN. Todavia, para que pudéssemos reconhecêlo, a recorrente deveria ter carreado aos autos demonstrativo da apuração, devidamente conciliado com os livros contábeis. Portanto, nego provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.910285/2013-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008
RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRE CALENDÁRIO. GLOSA. AUTO DE INFRAÇÃO. JULGAMENTO CONJUNTO DE PROCESSOS.
Os julgamentos do auto de infração por insuficiência de recolhimento de IPI e dos pedidos de ressarcimento de créditos de IPI só fazem sentido se concomitantes. Sendo improcedente o auto de infração, é de se afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos.
Recurso voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 3301-004.187
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
José Henrique Mauri - Presidente.
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRE CALENDÁRIO. GLOSA. AUTO DE INFRAÇÃO. JULGAMENTO CONJUNTO DE PROCESSOS. Os julgamentos do auto de infração por insuficiência de recolhimento de IPI e dos pedidos de ressarcimento de créditos de IPI só fazem sentido se concomitantes. Sendo improcedente o auto de infração, é de se afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos. Recurso voluntário parcialmente provido.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRE CALENDÁRIO. GLOSA. AUTO DE INFRAÇÃO. JULGAMENTO CONJUNTO DE PROCESSOS. Os julgamentos do auto de infração por insuficiência de recolhimento de IPI e dos pedidos de ressarcimento de créditos de IPI só fazem sentido se concomitantes. Sendo improcedente o auto de infração, é de se afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos. Recurso voluntário parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as glosas efetuadas e determinar à unidade de origem que proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP apresentado, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. José Henrique Mauri Presidente. Semíramis de Oliveira Duro Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 02 85 /2 01 3- 95 Fl. 15953DF CARF MF Processo nº 11080.910285/201395 Acórdão n.º 3301004.187 S3C3T1 Fl. 15.954 2 Relatório Adoto o relatório da decisão recorrida, o qual segue transcrito: Tratase de manifestação de inconformidade (efls. 2 a 51) apresentada em 07 de março de 2014 contra despacho decisório (efls. 15437 a 15441) de 07 de fevereiro de 2014, cientificado em 20/02/2014, que não homologou declarações de compensação com créditos de IPI do 2º trimestre de 2008, apresentadas a partir de 18 de março de 2013. De acordo com o despacho decisório, foi apurado o seguinte: Analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP e período de apuração acima identificados, constatouse o seguinte: Valor do crédito solicitado/utilizado: R$ 8.477.230,30 Valor do crédito reconhecido: R$ 0,00 O valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão do(s) seguinte(s) motivo(s): Constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado. Redução do saldo credor do trimestre, passível de ressarcimento, resultante de débitos apurados em procedimento fiscal. Informações complementares da análise do crédito estão disponíveis na página internet da Receita Federal, e integram este despacho. Diante do exposto: NÃO HOMOLOGO a compensação declarada no(s) seguinte(s) PER/DCOMP: 05817.47515.141113.1.3.014255 42414.10854.150513.1.3.019804 02235.71696.090513.1.7.010446 INDEFIRO o pedido de restituição/ressarcimento apresentado no(s) PER/DCOMP: 25935.20866.180313.1.1.015636 Na manifestação de inconformidade, a Interessada alegou, inicialmente, que “a discussão sobre a existência dos créditos que são objeto da presente manifestação de inconformidade é decorrente de suposta infração ainda debatida no Processo Administrativo n° 10830.725456/201217.” A despeito de se tratar de procedimento decorrente do contido nos mencionados autos, seria necessário a apresentação da manifestação de inconformidade para efeito de suspensão da exigibilidade dos créditos, razão Fl. 15954DF CARF MF Processo nº 11080.910285/201395 Acórdão n.º 3301004.187 S3C3T1 Fl. 15.955 3 pela qual requereu a suspensão do processo administrativo até o “efetivo julgamento do processo administrativo 10830.725456/201217”. Atacou a não aplicação do art. 265 do Código de Processo Civil, citando ementas de acórdãos dos antigos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A seguir, passou a tratar das razões de direito para o reconhecimento do crédito declarado, apresentando inicialmente um histórico do processo administrativo de auto de infração mencionado. Esclareceu que houve a reconstituição de sua escrita fiscal em função do estorno de créditos de IPI da ordem de vinte milhões de Reais. Argumentou que a autuação teria decorrido de uma interpretação equivocada da legislação, passando a demonstrar o processo de habilitação que deu origem à Portaria Interministerial MCT/MDIC/MF n. 985, de 2006, relativa à aprovação de seu processo produtivo básico e incentivo no âmbito do IPI. Apresentou, ainda, as razões alegadas no processo de auto de infração, que se referiram à nulidade da autuação por falha na busca da verdade material, à decadência dos lançamentos e estornos de créditos relativos aos meses de março a agosto de 2007. Relativamente ao mérito, alegou que todos os equipamentos vendidos estariam “rigorosamente enquadrados na Portaria Interministerial n. 985/2006”. Contestou a conclusão da Fiscalização de que “a regra contida na Portaria n° 685/2007 e a decisão proferida pelo CARF no Acórdão n° 3302 01.389 lhe dariam suporte ao presente lançamento.” Alegou ainda: Da mesma forma que consta expressamente do processo de habilitação da Manifestante as definições para cada um dos modelos mencionados, também consta que todos eles PODEM apresentar características alternativas (Seção C, páginas 223 a 254 do processo de habilitação fls. 12.111/12.142 do Doe. 03), relativas aos seguintes componentes: Gabinete, Placa mãe, Processador, Memória, Disco rígido, Disco flexível, Disco ótico, Placa de vídeo, Placa de áudio, Placa de rede, Faxmodem, Sistema Operacional (OS), Software aplicativos. Descreveu as diferenças entre os modelos, por meio de uma tabela, e esclareceu por que os produtos vendidos seriam de características alternativas aos constantes da Portaria conjunta mencionada, representando versões diferentes de um mesmo modelo de produto, conforme o laudo que apresentou no processo de auto de infração e que também anexou à manifestação de inconformidade. Fl. 15955DF CARF MF Processo nº 11080.910285/201395 Acórdão n.º 3301004.187 S3C3T1 Fl. 15.956 4 Ademais, alegou que seria improcedente o auto de infração por suprimir o benefício fiscal por eventual descumprimento de obrigação acessória, “Porque a partir da edição da Portaria Interministerial MCT/MDIC n° 685, de 25 de outubro de 2007, que instituiu o sistema eletrônico de inclusão de novos modelos ao processo de habilitação para fruição dos benefícios fiscais previstos na Lei n° 8.248/91 ("Sigplani"), foi introduzida uma nova definição de modelo, específica para habilitação no Sigplani, que não existia até então nas normas que regulamentavam o assunto.” Acrescentou o que segue: Portanto, há que se ter bem claro que a inclusão no Sigplani das novas versões de modelos habilitados pela Manifestante tiveram apenas o efeito de propiciar ao MCTI e MDIC o controle da utilização correta do incentivo pela Manifestante; ou seja, propiciar a verificação de que as novas versões não se tratavam de novos produtos, os quais, caso fossem, estariam sujeitos a novo processo de habilitação. E justamente porque não se tratavam de outros produtos, não habilitados ao incentivo, é que as novas versões dos modelos já habilitados foram aprovadas pelo MCTI. Assim, por ter sido o registro dessas versões junto ao Sigplani procedimento meramente informativo, acautelatório, da parte da Manifestante, o fato de terem sido essas novas versões comercializadas antes de publicadas na página eletrônica da SEPIN/MCT e/ou SDP/MDIC não deveria afetar o direito a fruição do benefício. Assim, a “habilitação para 'novos modelos' de produtos já habilitados” seria uma obrigação acessória criada pelo art. 1º da Portaria Interministerial n. 685, de 2007, que teria caráter meramente declaratório. Não haveria, ainda, segundo a Interessada, previsão legal para habilitação específica de novos modelos, nos termos da análise que fez a seguir da Lei n. 9.248, de 1991, sua regulamentação e alterações, pois seriam as seguintes as condições para fruição do benefício: (i) produzir bens de informática e automação, dentre os relacionados pelo Poder Executivo, de acordo com processo produtivo básico definido pelo Poder Executivo; (ii) investir em P&D de acordo com os termos do art. 11 da Lei n° 8.248/91; (iii) implantar sistema de qualidade na forma definida pelo Poder Executivo; (iv) implantar programa de participação dos trabalhadores nos lucros e resultados da empresa nos termos da legislação aplicável vigente (no caso, Lei n° 10.101/00); e (v) habilitar projeto perante o Ministério da Ciência e Tecnologia. Acrescentou que a disposição da Portaria MF n° 685, de 2007, art. 1º, I, seria ilegal que, por se tratar de benefício concedido por prazo certo, “não Fl. 15956DF CARF MF Processo nº 11080.910285/201395 Acórdão n.º 3301004.187 S3C3T1 Fl. 15.957 5 poderia ser revogado ou modificado sequer por lei, conforme determina o art. 178 do CTN”. Ao julgar a manifestação de inconformidade, a 8ª Turma da DRJ/RPO proferiu o Acórdão nº 1454.179, com a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 IPI. RESSARCIMENTO. REDUÇÃO DECORRENTE DE DÉBITOS APURADOS EM AUTO DE INFRAÇÃO. SOBRESTAMENTO DO PROCESSO. IMPOSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal, regulamentar ou regimental para o sobrestamento de processo de ressarcimento de IPI decorrente de procedimento anterior que resultou em lavratura de auto de infração. IPI. RESSARCIMENTO. DÉBITOS LANÇADOS EM AUTO DE INFRAÇÃO. ABSORÇÃO DOS CRÉDITOS. CONSEQUÊNCIA. Tratandose de procedimento decorrente de auto de infração mantido por decisão de primeira instância anterior, cabe a aplicação da referida decisão para dar o mesmo destino à manifestação de inconformidade. A Recorrente apresentou recurso voluntário, no qual repisa as razões de sua manifestação de inconformidade e combate ponto a ponto a decisão de piso. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, por isso deve ser conhecido. Conforme relatado, foi constatada a falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com redução da alíquota do IPI, em razão de uso indevido de benefício fiscal (sobre bens de informática) instituído pela Lei nº 8.191, de 11 de junho de 1991 e por inobservância de alíquota de IPI, o que resultou na reconstituição da escrita fiscal e consequente redução do saldo credor ressarcível ao final do trimestre. O auto de infração foi formalizado no processo administrativo nº 10830.725456/201217. Fl. 15957DF CARF MF Processo nº 11080.910285/201395 Acórdão n.º 3301004.187 S3C3T1 Fl. 15.958 6 É cristalino o fato de que o presente processo é totalmente vinculado ao processo nº 10830.725456/201217, que trata de auto de infração de IPI, como bem apontou a decisão de piso: Conforme esclarecido pela Interessada, o auto de infração constante do processo administrativo n. 10830.725456/201217 disse respeito a lançamento de IPI não destacado em notas fiscais, implicando reconstituição da escrita e apuração de débitos, que tiveram reflexo na apuração dos saldos credores apurados pela Interessada. No caso dos autos, conforme demonstrativos de efls. 15438, a reconstituição gerou anulação dos créditos apurados nos meses de abril a junho de 2008, que, somados, resultam o valor de R$ 20.492.303,94. (...) Portanto, a redução a zero do valor do ressarcimento decorreu unicamente da inclusão dos débitos apurados no auto de infração mencionado no relatório, que amortizou totalmente os créditos e ainda resultou na exigência de IPI nos três meses do trimestre calendário. Dessa forma, o presente procedimento decorre do procedimento relativo ao auto de infração. Não há, assim, questão de mérito propriamente dito a ser discutida no presente processo. (...) Assim, tendo sido julgada a impugnação de lançamento em processo próprio, descabe a apreciação, em sede de julgamento de manifestação de inconformidade, da matéria já julgada em primeira instância, devendo o resultado do acórdão ser aplicado ao caso dos autos. Por conseguinte, diante da vinculação deste julgamento ao do auto de infração, há que se aplicar a decisão proferida no processo nº 10830.725456/201217, cuja ementa foi assim redigida: DECADÊNCIA. Se após a reconstituição da escrita fiscal no RAIPI, houver créditos validados pelo Fisco para compensar parte do saldo devedor, então houve pagamento parcial, apto a atrair a aplicação do art. 150, §4º, do CTN. Logo, contase o prazo decadencial de cinco anos a partir do fato gerador do tributo. IPI. LEI DE INFORMÁTICA. BENEFÍCIO FISCAL. DISTINÇÃO ENTRE NOVO MODELO E VERSÃO DO MODELO HABILITADO. Mediante a juntada de laudos técnicos, demonstrado que os equipamentos objetos do auto de infração apresentam as características técnicas dos modelos já habilitados Fl. 15958DF CARF MF Processo nº 11080.910285/201395 Acórdão n.º 3301004.187 S3C3T1 Fl. 15.959 7 no incentivo fiscal e que são, portanto, versões, resultantes da combinação de características alternativas que podem pertencer a cada um dos modelos, conforme já constara no processo de habilitação, então não houve descumprimento da Portaria de concessão do benefício fiscal. Legítima a saída com as reduções de IPI. PROVA. LAUDO TÉCNICO ELABORADO PELO INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA. Nos termos do art. 30 do Decreto 70.235/72 cabe ao Instituto Nacional de Tecnologia, do Ministério da Ciência e Tecnologia, a elaboração de laudo visando ao esclarecimento de questões de natureza técnica postas ao deslinde dos órgãos julgadores administrativos, cujas conclusões sobre tais questões técnicas, devem ser acatadas pelas instâncias julgadoras. MULTA ISOLADA POR FALTA DE DESTAQUE DE IPI COM COBERTURA DE CRÉDITO. A multa isolada por falta de destaque de IPI com cobertura de crédito encontrase prevista na legislação vigente, art. 80, §8, da Lei 4.502/64. Recurso voluntário provido. Diante disso, como todo pedido de ressarcimento depende da existência de um crédito, o qual deve ser reconhecido na exata medida de sua comprovação, a Recorrente deve ter seu direito creditório analisado e apurado pela unidade de origem. Logo, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem proceda ao encontro de contas estampado no PER/DCOMP 25935.20866.180313.1.1.015636, homologando total ou parcialmente, de acordo com o resultado da apuração e comprovação de todos os valores envolvidos. (Assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 15959DF CARF MF
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