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Numero do processo: 13657.000286/2008-16
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE.
São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
Numero da decisão: 2001-001.214
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que sejam restabelecidas as despesas médicas no valor total de R$25.112,50 (quais sejam Julio Cesar Alves e Motta no valor total de R$15.000,00, Marli Ferreira de Melo no valor total de R$5.000,00 e Vanda Maria de Paula Morais no valor total de R$5.112,00. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho que dava-lhe provimento integral.
(assinado digitalmente)
Honório Albuquerque de Brito - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernanda Melo Leal - Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Honório Albuquerque de Brito (Presidente) e José Alfredo Duarte Filho.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
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COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo anocalendário da obrigação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que sejam restabelecidas as despesas médicas no valor total de R$25.112,50 (quais sejam Julio Cesar Alves e Motta no valor total de R$15.000,00, Marli Ferreira de Melo no valor total de R$5.000,00 e Vanda Maria de Paula Morais no valor total de R$5.112,00. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho que davalhe provimento integral. (assinado digitalmente) Honório Albuquerque de Brito Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 7. 00 02 86 /2 00 8- 16 Fl. 91DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Honório Albuquerque de Brito (Presidente) e José Alfredo Duarte Filho. Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi emitida Notificação de Lançamento, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2005, anocalendário de 2004, que lhe exige o recolhimento de um crédito tributário de aproximadamente R$11.000,00, calculado e atualizado até dezembro de 2007. Foram constatadas as seguintes irregularidades, conforme a Descrição dos Fatos: dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 43.112,50. O interessado foi cientificado da notificação e apresentou impugnação alegando, em síntese, que mal foi intimado a presta informações, que não sabia da notificação de lançamento e que não teve a oportunidade de se apresentar na Receita para esclarecer todas as informações. A DRJ Juiz de Fora , na análise da peça impugnatória, manifestou seu entendimento no sentido de que: => o termo de intimação foi devidamente encaminhado ao domicílio tributário do contribuinte e ele não prejuízo em não se apresentar na Receita pois tem diversas oportunidades durante o processo administrativo para apresentar seus argumentos, sua defesa e os documentos. => quanto aos documentos apresentados, demonstra que: 1 os recibos de fls.29/31 (total R$ 6.000,00), emitidos pelo Dr. Luiz Carlos Silva Pereira, não identificam o(s) beneficiário(s) do “tratamento odontológico” e nem apresenta data; 2 os recibos de fls.32/41 (total de R$ 5.112,50), emitidos pela Dra. Vanda Maria de Paula Morais, não identificam o(s) beneficiário(s) do “tratamento dentário”; 3 os recibos de fls.42/49 (total R$ 15.000,00), emitidos pelo Dr. Júlio César Alves e Motta, não identificam o(s) beneficiário(s) do “tratamento odontológico”, e não consta endereço profissional do emitente; 4 os recibos de fls.50/53 (total R$ 5.000,00), emitidos pela Dra. Marli Ferreira de Melo, não identificam o(s) beneficiário(s) do “tratamento médico” e não informam o endereço profissional da emitente; 5 os recibos de fls.54/59 (total R$ 12.000,00), emitidos pela Dra. Ana Paula da Silva Pereira, não identificam o(s) beneficiário(s) do “tratamento odontológico” e não informam o endereço profissional da emitente. Assim, autoridade fiscal não pode acatar como válidos documentos emitidos com as falhas acima apontadas. Os dados negligenciados nos supracitados recibos são necessários ao deslinde da questão em foco. Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13657.000286/200816 Acórdão n.º 2001001.214 S2C0T1 Fl. 3 3 Em sede de Recurso Voluntário, o contribuinte volta a apresentar suas razões para o reconhecimento das despesas médicas e apresenta declarações emitidas por certos profissionais, ratificando que o contribuinte seria o beneficiário, que os pagamentos foram feitos nas datas especificadas, além de conter todas as demais informações exigidas em lei. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Glosa de despesas médicas Nos termos do artigo 8°, inciso II, alínea "a", da Lei 9.250/1995, com a redação vigente ao tempo dos fatos ora analisados, são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física as despesas a título de despesas médicas, psicológicas e dentárias, quando os pagamentos são especificados e comprovados. Lei 9.250/1995: Art. 8°. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. (...) § 2º O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: (...) II restringese aos pagamentos feitos pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro de Pessoas Jurídicas de quem Fl. 93DF CARF MF 4 recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” O Recorrente apresentou recibos que não atenderam os requisitos legais (seja por rasura, seja por falta de indicação do endereço profissional do médico, seja por falta de indicação de beneficiário e endereço profissional). No entanto, em sede de Recurso Voluntário, apresenta declarações emitidas por certos profissionais, ratificando que o contribuinte seria o beneficiário, que os pagamentos foram feitos nas datas especificadas, além de conter todas as demais informações exigidas em lei, quais sejam: declaração emitida por Julio Cesar Alves e Motta, ratificando que o contribuinte foi seu paciente, detalhando datas e valores pagos, somando R$15.000,00 e contendo todas as demais informações exigidas em lei (credenciamento profissional, endereço profissional, valor total pago), declaração emitida por Marli Ferreira de Melo, ratificando que o contribuinte foi seu paciente, detalhando datas e valores pagos, somando R$5.000,00 e contendo todas as demais informações exigidas em lei (credenciamento profissional, endereço profissional, valor total pago), declaração emitida por Vanda Maria de Paula Morais, ratificando que o contribuinte foi seu paciente, detalhando datas e valores pagos, somando R$5.112,50 e contendo todas as demais informações exigidas em lei (credenciamento profissional, endereço profissional, valor total pago). Neste diapasão, merece trazer à baila o princípio pela busca da verdade material. Sabemos que o processo administrativo sempre busca a descoberta da verdade material relativa aos fatos tributários. Tal princípio decorre do princípio da legalidade e, também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que, hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos. De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados. Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos, oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através das provas, buscase a realidade dos fatos, desprezandose as presunções tributárias ou outros procedimentos que atentem apenas à verdade formal dos fatos. Neste sentido, deve a administração promover de oficio as investigações necessárias à elucidação da verdade material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa. A verdade material é fundamentada no interesse público, logo, precisa respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa. A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material apresentará a versão legítima dos fatos, independente da impressão que as partes tenham Fl. 94DF CARF MF Processo nº 13657.000286/200816 Acórdão n.º 2001001.214 S2C0T1 Fl. 4 5 daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias e prerrogativas constitucionais possíveis do contribuinte no Brasil, sempre observando os termos especificados pela lei tributária. A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do Poder Judiciário, portanto, quando nos depararmos com um Processo Administrativo Tributário, não se deve deixar de analisálo sob a égide do princípio da verdade material e da informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir o um julgamento justo, desprovido de parcialidades. Somase ao mencionado princípio também o festejado princípio constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, o qual determina que os processos devem desenvolverse em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda. Ratifico, ademais, a necessidade de fundamento pela autoridade fiscal, dos fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e baseando se nas evidências e documentações apresentadas pelo Recorrente em sede de Recurso, entendo que deve ser dado provimento PARCIAL ao Recurso Voluntário para que sejam restabelecidas as despesas médicas no valor total de R$25.112,50 (quais sejam Julio Cesar Alves e Motta no valor total de R$15.000,00 , Marli Ferreira de Melo no valor total de R$5.000,00 e Vanda Maria de Paula Morais no valor total de R$5.112) CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, nos moldes acima expostos. (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal. Fl. 95DF CARF MF 6 Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.902416/2014-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/08/2000
PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.
A declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei Federal 9.718/1998 não alcança as receitas operacionais das instituições financeiras, de forma que devem compor a base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins, em razão de provirem do exercício de suas atividades empresariais.
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. EXCLUSÃO. POSSIBILIDADE.
Durante a vigência da redação original da Lei Federal 9.718/1998, a remuneração sobre juros sobre o capital próprio, a despeito de ser tratada como receita financeira, não pode ser considerada uma receita típica de instituições financeiras, vez que se trata de efetiva receita decorrente de participações societárias perante outras pessoas jurídicas, não se coadunando com o objeto social da Recorrente.
Numero da decisão: 3401-005.850
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para reconhecer os créditos em relação a juros sobre o capital próprio, em função do REsp 1.104.184/RS, e receitas de locação de imóveis. O Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanhou o relator pelas conclusões. O Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco indicou a intenção de apresentar Declaração de Voto, o que foi feito no processo paradigma.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/08/2000 PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. A declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei Federal 9.718/1998 não alcança as receitas operacionais das instituições financeiras, de forma que devem compor a base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins, em razão de provirem do exercício de suas atividades empresariais. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. EXCLUSÃO. POSSIBILIDADE. Durante a vigência da redação original da Lei Federal 9.718/1998, a remuneração sobre juros sobre o capital próprio, a despeito de ser tratada como receita financeira, não pode ser considerada uma receita típica de instituições financeiras, vez que se trata de efetiva receita decorrente de participações societárias perante outras pessoas jurídicas, não se coadunando com o objeto social da Recorrente.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/08/2000 PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. A declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei Federal 9.718/1998 não alcança as receitas operacionais das instituições financeiras, de forma que devem compor a base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins, em razão de provirem do exercício de suas atividades empresariais. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. EXCLUSÃO. POSSIBILIDADE. Durante a vigência da redação original da Lei Federal 9.718/1998, a remuneração sobre juros sobre o capital próprio, a despeito de ser tratada como “receita financeira”, não pode ser considerada uma receita típica de instituições financeiras, vez que se trata de efetiva receita decorrente de participações societárias perante outras pessoas jurídicas, não se coadunando com o objeto social da Recorrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para reconhecer os créditos em relação a juros sobre o capital próprio, em função do REsp 1.104.184/RS, e receitas de locação de imóveis. O Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanhou o relator pelas conclusões. O Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco indicou a intenção de apresentar Declaração de Voto, o que foi feito no processo paradigma. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 24 16 /2 01 4- 48 Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da DRJ/POR, que considerou insubsistente a Manifestação de Inconformidade contra despacho decisório que indeferiu pedido de restituição de COFINS. Do Pedido de Compensação e do Despacho Decisório O contribuinte pleiteou compensação, referente a pagamento efetuado indevidamente ou a maior, transmitido através de PER. Em despacho decisório, o pedido foi indeferido sob a alegação que o “recolhimento apontado como origem do crédito encontrase integralmente alocado ao débito informado pelo contribuinte, não restando qualquer saldo de pagamento a ser restituído. ” Da Manifestação de Inconformidade O Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, argumentando o seguinte: 1. O Supremo Tribunal Federal declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins, contida no §1º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 1998 e que o presente pedido de restituição se mostra subsistente, pois os recolhimentos da contribuição em tela foram realizados nos estritos lindes do artigo 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, cujo descompasso com o sistema normativo acabou por provocar o recolhimento a maior nesse tocante e, por conseguinte, não há como prosperar o indeferimento do presente pedido de restituição. 2. O STF declarou a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei 9.718/98 porque reconheceu que as contribuições sociais ao PIS e à Cofins só poderiam incidir sobre o faturamento das empresas, assim entendida “a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza”, não podendo incluir na base de cálculo receitas não operacionais. 3. O conceito de faturamento não varia em função do objeto social de cada contribuinte, pois a base de cálculo ficaria sujeita a um grau de incerteza absolutamente incompatível com uma obrigação tributária. Assim sendo, não há qualquer relação de identidade entre o conceito de faturamento com a atividade principal dos contribuintes. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 4 3 4. Mesmo que se entenda que as receitas financeiras auferidas por instituições financeiras têm natureza de receita de prestação de serviços, integrando o conceito de faturamento, o que se admite apenas para argumentar, não podem integrar referida base de cálculo as receitas financeiras decorrentes da aplicação de seus recursos próprios e ou de terceiros em hipóteses que não envolvam intermediação financeira. 5. A base de cálculo, deveria ficar restrita somente às receitas auferidas no exercício de seu objeto social, com a prestação de serviços bancários, tais como administração de fundos de investimentos, assessoria em operações de fusão e aquisição, intermediação financeira e concessão de crédito, dentre outras atividades. 6. As receitas financeiras obtidas com a aplicação de seu próprio capital de giro e capital de terceiros, bem como em razão da remuneração dos depósitos compulsórios realizados junto ao Banco Central e aplicações próprias, realizadas no seu único e exclusivo interesse, sem intermediação, não configuram prestação de serviços, uma vez que ninguém presta serviço para si próprio. Junto com a impugnação, o recorrente apresentou planilhas de cálculo, e balancete analítico do mês de referência. Da Decisão de Primeiro Grau O colegiado a quo julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 14061.524. Do Recurso Voluntário Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso, reprisando as razões apresentadas na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401005.809, de 25 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10580.902382/201491, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3401005.809): "Da Admissibilidade Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 5 4 O Recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade; de modo que tomo seu conhecimento. Do Mérito O núcleo do litígio reside na forma de aplicação da declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei Federal 9718/1998 pelo STF – quando do julgamento do RE nº 585.235, sob a forma do art. 543B, do CPC, sobre o alargamento da base de cálculo das contribuições PIS e COFINS, no que tange às instituições financeiras. Naquela oportunidade, restou pacificado que, para fins de incidência cumulativa das contribuições sociais, o faturamento é o resultado das atividades típicas, ou seja, que decorram do objeto social do contribuinte. Como não poderia ser diferente, esse vem sendo o entendimento adotado nessa Seção, e na Câmara Superior de Recursos Fiscais: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2000 COFINS. FATURAMENTO. LEI 9.784/98 [SIC]. BASE DE CÁLCULO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. Consoante entendimento firmado pelo STF, as receitas operacionais obtidas pelas instituições financeiras, decorrentes de sua atividade fim, integram o conceito de receita bruta utilizado pelo art. 3º da Lei nº 9.718/98. RECUPERAÇÃO DE ENCARGOS E DESPESAS E REVERSÃO DE PROVISÕES OPERACIONAIS. Lançamentos que não representes ingressos de receita oriundos das atividades típicas das instituições financeiras não podem ser alcançados pela incidência da COFINS. (Acórdão nº 3201004.445, Relatora Tatiana Josefovicz Belisário, sessão de 27.11.2018) ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/01/2004 PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL. Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 6 5 As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercussão Geral, sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Declarado inconstitucional o § 1º do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, integra a base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica. (Acórdão nº 9303002.934, Redator designado: Ricardo Paulo Rosa, sessão de 03.06.2014). Acertadamente, a decisão ora recorrida destacou que as atividades operacionais das instituições financeiras se encontram elencadas no Plano de Conta COSIF, nos termos emanados pelo Banco Central do Brasil: O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional, instituído pela Circular do Banco Central do Brasil nº 1.273, de 29 de dezembro de 1987, traz em seu Capítulo 1 Normas Básicas, Seção 17 Receitas e Despesas, item 3, que as rendas obtidas tanto com as operações ativas como com a prestação de serviços, ambas referentes a atividades típicas, regulares e habituais da instituição financeira, são classificadas como operacionais. Confirase: 3 As rendas operacionais representam remunerações obtidas pela instituição em suas operações ativas e de prestação de serviços, ou seja, aquelas que se referem a atividades típicas, regulares e habituais. (grifos nossos) No Cosif, as contas de receitas operacionais são divididas em: 7.1 RECEITAS OPERACIONAIS 7.1.1.00.001 Rendas de Operações de Crédito 7.1.2.00.004 Rendas de Arrendamento Mercantil 7.1.3.00.007 Rendas de Câmbio 7.1.4.00.000 Rendas de Aplicações Interfinanceiras de Liquidez 7.1.5.00.003 Rendas com Títulos e Valores Mobiliários e Instrumentos Financeiros Derivativos Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 7 6 7.1.7.00.009 Rendas de Prestação de Serviços 7.1.8.00.002 Rendas de Participações 7.1.9.00.005 Outras Receitas Operacionais (...) Portanto, em uma instituição financeira as receitas financeiras decorrem de serviços prestados aos clientes (financiamentos, empréstimos, operações de câmbio na importação ou exportação, colocação e negociação de títulos e valores mobiliários, aplicações e investimentos, capitalização, seguros, arrendamento mercantil, administração de planos de previdência privada e tantas outras mais) não constituindo mero ganho financeiro como acontece em outras empresas. São, portanto, receitas operacionais, que compõem a base de cálculo do PIS e da Cofins. (...) Especificamente quanto a instituições financeiras e contribuintes a ela equiparadas por força do artigo 22, § 1° da Lei 8.212/91, devese entender por faturamento os ganhos obtidos com operações financeiras realizadas por tais entidades, quanto à captação, movimentação e aplicação de ativos que proporcionem alguma forma de ganho pecuniário, posto não ser outro o objeto social de tais sociedades. Observando o caso concreto, tratase de instituição financeira que tem por objeto social “efetuar operações bancárias em geral, inclusive câmbio”. Esse, portanto, é o limite das atividades típicas que devem ser objeto de escrutínio para sua inclusão na base de cálculo das contribuições sociais. No presente processo, a Recorrente pleiteia crédito de COFINS no montante calculado sobre a diferença entre a totalidade de receitas operacionais e a receita de prestação de serviços bancários (conta 7.1.7.00.00.9), entendendo, a despeito do entendimento acima esposado, que somente as atividades de prestação de serviços bancários poderiam vir a ser objeto de incidência das contribuições sociais, ignorando que a atividade bancária per si não se restringe, por óbvio, aos serviços prestados aos clientes. Adicionese aos argumentos anteriores que a própria Lei Federal 9.718/1998 partiu da premissa que as receitas financeiras geradas nas atividades das instituições bancárias eram tributadas, quando previu, em seus parágrafos 5º e 6º, hipóteses específicas de dedução: Fl. 180DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 8 7 I no caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de crédito: a) despesas incorridas nas operações de intermediação financeira; b) despesas de obrigações por empréstimos, para repasse, de recursos de instituições de direito privado; c) deságio na colocação de títulos; d) perdas com títulos de renda fixa e variável, exceto com ações; e) perdas com ativos financeiros e mercadorias, em operações de hedge; II no caso de empresas de seguros privados, o valor referente às indenizações correspondentes aos sinistros ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de cosseguro e resseguro, salvados e outros ressarcimentos. III no caso de entidades de previdência privada, abertas e fechadas, os rendimentos auferidos nas aplicações financeiras destinadas ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates; IV no caso de empresas de capitalização, os rendimentos auferidos nas aplicações financeiras destinadas ao pagamento de resgate de títulos. Assim, todas as receitas decorrentes da atividade bancária, seja pela prestação de serviços, seja pela fruição de resultados financeiros dos ativos próprios e de terceiros, devem ser tributadas pelas contribuições sociais, observadas das deduções acima. Por outro lado, a remuneração sobre juros sobre o capital próprio, a despeito de ser tratada como “receita financeira”, não pode ser considerada uma receita típica de instituições financeiras, vez que se trata de efetiva receita decorrente de participações societárias perante outras pessoas jurídicas, não se coadunando com o objeto social da Recorrente, nos termos do RE 1.104.184/RS, do STJ, julgado sob efeitos do artigo 543C do antigo CPC. Sob a mesma ótica, não é possível admitir na base de cálculo das contribuições as receitas decorrentes da locação de imóveis, eis que essa atividade não se encontra contemplada no seu contrato social. Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 9 8 Tratase, portanto, de resultados que não decorre da atividade bancária, de forma que a parcela do lançamento referente a essa rubrica deve ser cancelada. Por todo o exposto, conheço do Recurso, e doulhe parcial provimento para afastar a glosa sobre as receitas decorrentes da remuneração de juros sobre o capital próprio e locação de imóveis próprios." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. . Da mesma forma, a Declaração de Voto do Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, apresentada no processo paradigma, é extensível ao presente processo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer do recurso voluntário, e darlhe parcial provimento para reconhecer os créditos em relação a juros sobre o capital próprio, em função do REsp 1.104.184/RS, e receitas de locação de imóveis. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10580.902416/201448 Acórdão n.º 3401005.850 S3C4T1 Fl. 10 9 Fl. 183DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13821.720006/2017-31
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 2002-000.092
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que junte a Declaração de Ajuste Anual (DAA).
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que junte a Declaração de Ajuste Anual (DAA). (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
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Resolvem, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que junte a Declaração de Ajuste Anual (DAA). (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 55/56) contra decisão de primeira instância (fls. 44/49), que julgou procedente em parte a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 21 .7 20 00 6/ 20 17 -3 1 Fl. 97DF CARF MF Processo nº 13821.720006/201731 Resolução nº 2002000.092 S2C0T2 Fl. 3 2 Para o sujeito passivo em epígrafe foi emitida Notificação de Lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF (fls. 3440), referente ao(s) exercício(s) 2014, ano(s)calendário 2013, por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Após a revisão da Declaração, foi apurado saldo de imposto a pagar de R$21.323,89, mais multa de ofício e juros de mora e R$212,67, mais multa de mora e juros de mora. O lançamento acima foi decorrente das seguintes infrações: Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial. Glosa de R$63.322,88, por falta de comprovação. Regularmente intimado, não atendeu a Intimação. Enquadramento legal consta da Notificação de Lançamento supracitada. Dedução Indevida de Previdência Privada. Glosa de R$4.335,60, por falta de comprovação. Regularmente intimado, não atendeu a Intimação. Enquadramento legal consta da Notificação de Lançamento supracitada. Dedução Indevida de Despesas Médicas. Glosa de R$9.882,93, por falta de comprovação. Regularmente intimado, não atendeu a Intimação. Enquadramento legal consta da Notificação de Lançamento supracitada. Compensação Indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte. Glosa de R$212,67, correspondente à diferença entre o valor declarado e o informado pelas fontes pagadoras. Regularmente intimado, não atendeu a Intimação. Enquadramento legal consta da Notificação de Lançamento supracitada. O contribuinte apresenta impugnação (fls. 0207), na qual, em síntese, expõe os motivos de fato e de direito que se seguem: Despesas Médicas – tratase de mensalidades e utilização do plano de saúde pagos à Fundação Cesp. Pensão Alimentícia o valor referese a pagamentos efetuados a título de pensão alimentícia, inclusive a prestação de alimentos provisionais, conforme normas do Direito de Família, em decorrência de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou de escritura pública, no caso de divórcio consensual. Previdência Privada – corresponde a contribuição à entidades de previdência complementar e a fundos de aposentadoria. Compensação Indevida de IRRF – referese ao IRRF informado no comprovante de rendimentos fornecido pela fonte pagadora. O resumo da decisão revisanda está condensado na seguinte ementa do julgamento: Fl. 98DF CARF MF Processo nº 13821.720006/201731 Resolução nº 2002000.092 S2C0T2 Fl. 4 3 DEDUÇÃO INDEVIDA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. PARCIAL. Somente são dedutíveis na Declaração do Imposto de Renda os pagamentos efetuados a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO PARCIAL. A comprovação por documentação hábil e idônea de parte dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração do Imposto de Renda importa no restabelecimento das despesas até o valor comprovado. DEDUÇÃO INDEVIDA DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA RETENÇÃO. Se o contribuinte não comprovar, com documentação hábil e idônea, que foi feita, pela fonte pagadora, a retenção do Imposto no valor informado na Declaração, mantémse a glosa. DEDUÇÃO INDEVIDA DE CONTRIBUIÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA/FAPI. São dedutíveis, da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Física, os pagamentos de Contribuições para entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, comprovados mediante documentos hábeis e idôneos e obedecido o limite legal. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, combatendo o mérito, juntando documentos. Requer ainda, o cancelamento do débito fiscal. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 14/08/2017 (fl. 54); Recurso Voluntário protocolado em 08/09/2017 (fl. 55), assinado pelo próprio contribuinte. Há documentos que são imprescindíveis para o julgamento do feito, entre eles está a Declaração de Ajuste Anual (DAA), que por lapso não foi juntado. Assim, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem junte a Declaração de Ajuste Anual (DAA). Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13821.720006/201731 Resolução nº 2002000.092 S2C0T2 Fl. 5 4 É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 100DF CARF MF
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Numero do processo: 15586.001113/2007-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/2006
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO QUANTO À INOVAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR. PRECLUSÃO.
É vedado à parte inovar no pedido ou na causa de pedir em sede de julgamento de segundo grau, salvo nas circunstâncias excepcionais referidas nas normas que regem o processo administrativo tributário federal.
SALÁRIO EDUCAÇÃO. SISTEMA DE MANUTENÇÃO DO ENSINO. MODALIDADE. INDENIZAÇÃO DE DEPENDENTES. GLOSA DE DEDUÇÃO INDEVIDA.
A modalidade de indenização de dependentes é opção da empresa, e nesta condição está obrigada a cumprir com o dever de informar, por meio de Relatório de Alunos Indenizados (RAI), os alunos beneficiários para os fins de alimentação de cadastro mantido no pelo FNDE, na forma em que dispõe o artigo 10 da Resolução nº 02/2002, procedimento obrigatório sem o qual sujeita-se à glosa das deduções indevidas.
Numero da decisão: 2202-005.200
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso para, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correia, Virgílio Cansino Gil (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/2006 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO QUANTO À INOVAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR. PRECLUSÃO. É vedado à parte inovar no pedido ou na causa de pedir em sede de julgamento de segundo grau, salvo nas circunstâncias excepcionais referidas nas normas que regem o processo administrativo tributário federal. SALÁRIO EDUCAÇÃO. SISTEMA DE MANUTENÇÃO DO ENSINO. MODALIDADE. INDENIZAÇÃO DE DEPENDENTES. GLOSA DE DEDUÇÃO INDEVIDA. A modalidade de indenização de dependentes é opção da empresa, e nesta condição está obrigada a cumprir com o dever de informar, por meio de Relatório de Alunos Indenizados (RAI), os alunos beneficiários para os fins de alimentação de cadastro mantido no pelo FNDE, na forma em que dispõe o artigo 10 da Resolução nº 02/2002, procedimento obrigatório sem o qual sujeita-se à glosa das deduções indevidas.
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FNDE. Recorrente BANESTES S/A BANCO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/2006 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO QUANTO À INOVAÇÃO DA CAUSA DE PEDIR. PRECLUSÃO. É vedado à parte inovar no pedido ou na causa de pedir em sede de julgamento de segundo grau, salvo nas circunstâncias excepcionais referidas nas normas que regem o processo administrativo tributário federal. SALÁRIO EDUCAÇÃO. SISTEMA DE MANUTENÇÃO DO ENSINO. MODALIDADE. INDENIZAÇÃO DE DEPENDENTES. GLOSA DE DEDUÇÃO INDEVIDA. A modalidade de indenização de dependentes é opção da empresa, e nesta condição está obrigada a cumprir com o dever de informar, por meio de Relatório de Alunos Indenizados (RAI), os alunos beneficiários para os fins de alimentação de cadastro mantido no pelo FNDE, na forma em que dispõe o artigo 10 da Resolução nº 02/2002, procedimento obrigatório sem o qual sujeitase à glosa das deduções indevidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso para, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 11 13 /2 00 7- 41 Fl. 9582DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correia, Virgílio Cansino Gil (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) DRJ/RJ1, que julgou procedente lançamento de contribuições para o Salário Educação decorrente de glosa de deduções realizadas a título de indenização de dependentes (relatório fiscal às fls. 109 e ss). A instância recorrida resumiu à fl. 9467 os termos da autuação e da impugnação (fls. 465 e ss): 2. A ação fiscal que originou o lançamento foi motivada por representação administrativa encaminhada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação — FNDE, que apontou divergências entre as deduções efetivadas pela empresa e as informações prestadas através do formulário Relação de Alunos Indenizados. Consta no relatório fiscal de folhas 41 a 43 que a origem do lançamento está no fato de que o FNDE — Fundo Nacional de Desenvolvimento do Salário Educação, tendo verificado irregularidades no recolhimento do salário educação, formalizou representação administrativa à Receita Federal do Brasil, acompanhada de elementos de convicção. O exame realizado pelo FNDE consistiu em verificar a regularidade das deduções realizadas na modalidade "indenização de dependentes" baseandose nas informações constantes do Sistema de Gestão da Arrecadação — SIGA da autarquia, ficando constatado que o valor deduzido no documento de arrecadação do salário educação não era equivalente ao número de alunos beneficiados informado pela empresa na Relação de Alunos IndenizadosRAI. 3. Segundo o mesmo relatório, nos casos em que não houve entrega da RAI, os valores apurados pelo FNDE foram integralmente deduzidos pela empresa no comprovante de Arrecadação Direta CAD. 4. Uma vez que as deduções foram realizadas em desacordo com as informações prestadas ao FNDE, ou a falta delas, foi constituído o presente lançamento. 5. Acompanham o relatório fiscal os seguintes documentos: cópias de oficios emitidos pelo FNDE, de representação administrativa, e ainda um Demonstrativo de Divergências por estabelecimento emitido por aquele órgão. 6. Notificada por via postal em 10/12/2007, conforme AR de fls. 461, a interessada apresentou impugnação, de fls. 46 a 57, na qual argúi a decadência parcial do crédito e afirma que todos os valores deduzidos foram efetivamente indenizados, conforme documentos que anexa às fls. 471/9.402. Fl. 9583DF CARF MF Processo nº 15586.001113/200741 Acórdão n.º 2202005.200 S2C2T2 Fl. 9.583 3 A exigência foi parcialmente mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 9474/9480), reconhecendose a decadência das competências relativas ao período de 04/1997 a 11/2002, em decisão cuja ementa a seguir se transcreve: OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. SALÁRIO EDUCAÇÃO. GLOSA. As deduções dos valores devidos ao Salário Educação, mediante convênio com o FNDE só serão válidas se cumpridas as exigências definidas na legislação de regência. TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE Nº 08 DO STF. REVISÃO DO LANÇAMENTO. Com a declaração da inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91, o prazo decadencial das contribuições previdenciárias passa a ser regido pelo Código Tributário Nacional, fato que implica a revisão imediata dos créditos em fase de cobrança administrativa. O contribuinte interpôs recurso voluntário em 11/01/2010 (fls. 9490/9496), no qual arguí, em síntese, que: a competência 12/2002 deve ser excluída, visto que a Resolução FNDE nº 02/2002, que fundamentou a exigência, somente vigorou a partir de 1º/01/2003, não cabendo sua retroatividade para alcançar tal competência; os valores deduzidos do salário educação foram comprovados documentalmente às fls. 471/9402 como tendo sido reembolsados ao empregados, sendo que o Decreto nº 3.142/99 estabeleceu unicamente tal requisito para a dedução, e a Resolução FNDE nº 02/02 não poderia instituir outras exigências não previstas na Lei nº 9.424/96 e no Decreto nº 3.142/99. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço, ainda que parcialmente. Isso porque o cotejo entre a impugnação (fls. 467/473) e o recurso voluntário (fls. 9490/9496) revela que o contribuinte não levantou, quando daquela primeira oportunidade, a alegação de irretroatividade dos preceitos da Resolução FNDE nº 02/02, a qual excluiria do lançamento a competência 12/2002. Mister notar que o recorrente não pode modificar o pedido ou invocar outra causa petendi (causa de pedir) nesta fase do contencioso, sob pena de violação dos princípios da congruência, estabilização da demanda e do duplo grau de jurisdição administrativa, em ofensa aos arts. 14 a 17 do Decreto nº 70.235/72 (em especial o § 4º do art. 16), bem como aos Fl. 9584DF CARF MF 4 arts. 141, 223, 329 e 492 do Código de Processo Civil (CPC), mormente quando não há motivo para só agora aduzir os questionamentos referidos. Nesse sentido, vide os Acórdãos de nos 2402005.971 (j. 12/09/2017), 3802 004.118 (j. 25/02/2015), 1802001.150 (j. 15/03/2012), 3401002.142 (j. 26/02/2013), 3201 001794 (j. 15/10/2014), 2202003.577 (j. 21/09/2016), e 1803000.777 (j. 27/01/2011). Cumpre, destarte, não conhecer da adução relativa, especificamente, à competência 12/2002, pois de acordo com a sistemática processual vigente, é vedado ao recorrente inovar nas razões recursais, haja vista ter ocorrido preclusão consumativa. Já no que se refere à questão de fundo, o contribuinte aduz ser descabida a exigência da RAI (Relação de Alunos Indenizados) para comprovação das deduções em tela, pois tal exigência foi instituída pela Resolução FNDE nº 2, de 20 de agosto de 2002, a qual seria incompatível com o Decreto nº 3.142/99 e com a Lei nº 9.424/96. Bastaria, no seu entender, apenas a comprovação semestral de frequência e pagamento de mensalidades, o que estaria comprovado nos autos. Cabe observar que dita resolução se trata de norma regulamentar exarada no âmbito de autarquia vinculada ao Ministério da Educação, não se vislumbrando a sua incompatibilidade com o Decreto nº 3.142/99, ou com a Lei nº 9.424/96. Pelo contrário, tal Resolução confere efetividade a essas normas que lhe dão o necessário suporte, não sendo o processo administrativo fiscal federal a esfera adequada para se questionar sua eventual incompatibilidade com as precitadas normas. Acrescentese que tal alegação também não foi formulada quando da impugnação, o que implica, também, em seu não conhecimento em sede de julgamento de segunda instância. Noutro giro, oportuno é registrar que, embora não corriqueira, a matéria examinada não é tampouco estranha no âmbito do CARF, havendo diversos precedentes que a enfrentam. Dentre eles destacase o Acórdão nº 2402004.503, datado de 21/01/2015 e de lavra do Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, cuja fundamentação, por ser, mutatis mutandis, aplicável à espécie, passa a integrar, ainda que parcialmente, a presente decisão: (...) Inicialmente, a contribuição destinada ao SalárioEducação/FNDE, por força do Decreto 87.043/1982, foi fixada à alíquota em 2,5% sobre a folha de salários. Posteriormente, a Lei nº 9.424/1996 também disciplinou a matéria no art.15, in verbis: Art 15. O SalárioEducação, previsto no art. 212, § 5º, da Constituição Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em regulamento, é calculado com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (...) No caso dos autos, é incontroverso que se trata de valores cujos fatos geradores ocorreram na vigência da Lei 9.766/1998, do Decreto 3.142/1999 e da Resolução FNDE nº 2/2002, em que todos esses atos normativos autorizavam a apuração dos valores destinados ao SalárioEducação pela autarquia FNDE, a teor do art. 5º da Lei 9.766/1998. Fl. 9585DF CARF MF Processo nº 15586.001113/200741 Acórdão n.º 2202005.200 S2C2T2 Fl. 9.584 5 As empresas optantes pelo SME deveriam recolher a contribuição social do SalárioEducação ao FNDE com a dedução dos valores comprovadamente despendidos na indenização de dependentes até o limite mensal, por aluno, fixado pelo Conselho deliberativo do FNDE. Isso estava estabelecido no art. 10 do Decreto 3.142/1999, in verbis: Art. 10. O Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental constituise no programa pelo qual a empresa, contribuinte da contribuição social do salárioeducação, propicia aos seus empregados e dependentes o direito social de obter o ensino fundamental, por intermédio das seguintes modalidades: I aquisição de vagas na rede de ensino particular destinadas a empregados e dependentes, indicados pela empresa, até o limite de vagas geradas por sua contribuição; II escola própria gratuita mantida pela empresa para os seus empregados, dependentes e alunos da comunidade; III indenização de dependentes, mediante comprovação semestral de freqüência e pagamento das mensalidades em estabelecimentos particulares. § 1o As empresas optantes pelo Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental ou pela arrecadação direta recolherão a contribuição social do salárioeducação ao FNDE: I integralmente, no caso da modalidade de que trata o inciso I do caput deste artigo; II com a dedução dos valores comprovadamente despendidos na manutenção da escola própria ou na indenização de dependentes, até o limite mensal por aluno fixado pelo Conselho Deliberativo do FNDE, nos demais casos.(g.n) (...) Constatase que a Recorrente estava inserida na modalidade de indenização de dependentes, mediante comprovação semestral de frequência e pagamento das mensalidades em estabelecimentos particulares. Nesta modalidade, a empresa reembolsava aos empregados a importância correspondente ao somatório, no semestre, do valor pertinente à vaga (R$ 21,00). Somente teria direito ao reembolso os empregados que comprovassem a frequência regular e a quitação das mensalidades de seus dependentes em estabelecimentos de ensino particular. Após essa comprovação, ela deveria deduzir da contribuição social devida ao salário educação os valores despendidos na indenização até o limite mensal por aluno fixado pelo Conselho Deliberativo do FNDE. Contudo, a Recorrente incorreu em irregularidade ao efetuar as deduções, na medida em que não enviou a Relação de Alunos Indenizados (RAI) ao FNDE, nem Formulário Autorização para Manutenção de Ensino (FAME), dentro do prazo legal (31 de julho para os dados relativos ao 1º semestre, e 31 de janeiro do exercício seguinte para os dados relativos ao 2º semestre), descumprindo assim as regras inseridas nas Resoluções editadas pelo FNDE, que dispunham sobre todas as condições a serem cumpridas pelas empresas optantes pelo SME, no caso em tela a Resolução FNDE nº 2/2002. Resolução FNDE nº 2 de 20 de Agosto de 2002. Dispõe sobre a arrecadação direta ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE da contribuição social do SalárioEducação, em razão da opção pelo Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental, e dá outras providências. Fl. 9586DF CARF MF 6 Fundamentação Legal:Lei n.º 9.424, de 24 de dezembro de 1996, § 3º, do art. 15º.Decreto n.º 3.142, de 16 de agosto de 1999. A SECRETÁRIA EXECUTIVA DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE, no uso de suas atribuições conferidas pelo inciso VII do art. 90, do Regimento Interno do FNDE, aprovado pela Portaria MEC n.º 1.627, de 3 de novembro de 1999, bem como do inciso I do art. 2º da RS/SE/FNDE n.º 1, de 7 de dezembro de 1999 (..) Art. 1º Estabelecer as normas do Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental a serem observadas pela empresa contribuinte do SalárioEducação, para propiciar aos seus empregados e dependentes o direito social de obter o ensino fundamental, por meio das modalidades previstas nos incisos I a III do art. 6º desta resolução, ou à conta de deduções desta contribuição (...) Art. 8º A empresa deverá prestar contas, FNDE, sobre os recursos financeiros aplicados nas modalidades Escola Própria e Indenização de Dependentes, respeitando os procedimentos e os prazos estabelecidos no art. 10 desta resolução, sob pena de serem glosadas todas as deduções efetivadas no semestre, resultando em notificação para recolhimento de débito. (...) Art.10. As informações das empresas para atualização do cadastro dos alunos beneficiários, mantido pelo FNDE, serão encaminhados nos prazos fixados e de conformidade com as orientações fornecidas por esta autarquia, da seguinte forma: (...) II na modalidade Indenização de Dependentes, por meio eletrônico – www.fnde.gov.br – link captação dos Dados da RAI para atualização semestral do sistema de Relação de Alunos Indenizados – RAI, cujo envio deverá, obrigatoriamente, ocorrer até 31 de julho para os dados relativos ao 1º semestre, e 31 de janeiro do exercício seguinte para os dados relativos ao 2º semestre. (g.n.) Parágrafo Único – A empresa responsável pela indicação dos alunos beneficiários deverá encaminhar, obrigatoriamente, a via original da Relação de Alunos Cadastrados – RAC e/ou Cadastro de Aluno – CA, ao FNDE e uma cópia às escolas prestadoras de serviços, nas modalidades Aquisição de Vagas e Escola Própria, obedecidos os prazos e de conformidade com as orientações fornecidas por esta autarquia. (....) Art. 16. Os formulários previstos no art. 2º e no inciso I do art. 10, bem como o Comprovante de Arrecadação Direta – CAD de que trata o art. 3º, todos desta resolução, preenchidos ou atualizados e assinados pelo respectivo coresponsável, e autenticados pelo Banco do Brasil S.A, no caso do CAD, atestarão, junto aos órgãos fiscalizadores, o cumprimento das normas previstas nesta resolução.(g.n.) (...) No caso em comento, conforme frisado no julgamento de primeiro grau, "não é possível elidir o débito, na medida em que a empresa deixou de prestar contas ao FNDE, informando o nome dos alunos beneficiados, na forma do inciso II do artigo 10º acima transcrito, isto é, não apresentou a RAI dentro do prazo legal, tornando o procedimento irregular, inválido o convênio, e, portanto, devidos os valores não recolhidos" objeto de lançamento de ofício. Em outros termos, temse que apenas se cumpridas as formalidades do regulamento poderia ter o recorrente abatido os valores vinculados à indenização dos dependentes da contribuição relativa ao salárioeducação, o que não se verificou no particular. Fl. 9587DF CARF MF Processo nº 15586.001113/200741 Acórdão n.º 2202005.200 S2C2T2 Fl. 9.585 7 Não foi comprovado pelo recorrente, ademais, o regular envio da RAI para a atualização semestral do Sistema de Relação de Alunos Indenizados RAT, constatação que evidencia o descumprimento das disposições do art 10 da Resolução FNDE nº 2/2002, e respalda o procedimento fiscal. Ante o exposto, voto por conhecer em parte do recurso, para, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 9588DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.901380/2013-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3401-001.809
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para que a unidade preparadora da RFB: (i) proceda à juntada da decisão administrativa irrecorrível proferida no Processo Administrativo nº 10830.726826/2013-14; (ii) confeccione "Relatório Conclusivo" da diligência, esclarecendo o impacto do referido resultado definitivo sobre o crédito em debate no presente processo e os impactos sobre a escrita fiscal da contribuinte, com os esclarecimentos que se fizerem necessários; e (iii) intime a contribuinte para que se manifeste sobre o "Relatório Conclusivo" e demais documentos produzidos em diligência, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, trintídio após o qual, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento do julgamento.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para que a unidade preparadora da RFB: (i) proceda à juntada da decisão administrativa irrecorrível proferida no Processo Administrativo nº 10830.726826/201314; (ii) confeccione "Relatório Conclusivo" da diligência, esclarecendo o impacto do referido resultado definitivo sobre o crédito em debate no presente processo e os impactos sobre a escrita fiscal da contribuinte, com os esclarecimentos que se fizerem necessários; e (iii) intime a contribuinte para que se manifeste sobre o "Relatório Conclusivo" e demais documentos produzidos em diligência, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, trintídio após o qual, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 80 .9 01 38 0/ 20 13 -0 6 Fl. 8150DF CARF MF Processo nº 11080.901380/201306 Resolução nº 3401001.809 S3C4T1 Fl. 8.150 2 Tratase do pedido de ressarcimento nº 3506.86965.311011.1.1.012564, fls. 3.042/7.341, referente ao 4º trimestre de 2010, no valor de R$ 17.617.276,09, cumulado com as Declarações de Compensação nº 23152.68971.301111.1.3.013110, 23121.04585.110112.1.3.017011, 05820.39535.190112.1.3.012710, 28551.08489.310112.1.3.011720, 39463.05989.160312.1.3.010585 e 02958.25846.190412.1.3.015358 em virtude da falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com redução da alíquota do IPI, em razão de uso indevido do benefício fiscal (sobre bens de informática) instituído pela Lei n° 8.191, de 11 de junho de 1991 e por inobservância de alíquota de IPI. Por meio dos autos de infração lavrados em 30/08/2012 e 18/11/2013, objetos dos Processos Administrativos Fiscal n°s 10830.725456/201217 e 10830.726826/201314 respectivamente, promoveu a autoridade fiscal o lançamento de ofício dos débitos A Delegacia da Receita Federal em Porto Alegre, proferiu Despacho Decisório eletrônico nº 078133353, fl. 7.356, reconhecendo integralmente o valor do crédito solicitado, no valor de R$ 17.617.276,09. Parte do crédito reconhecido foi utilizado em compensações, razão pela qual haverá pagamento parcial de restituição/ressarcimento para o pedido apresentado no PER/DCOMP 33506.86965.311011.1.1.012564, no valor remanescente de R$ 1.520.701,53. Cientificada do despacho decisório em 17/03/2014, fl. 7.361, a autuada apresentou, em 03/04/2014, manifestação de inconformidade às fls. 291 a 372, alegando em síntese que: [ A despeito de reconhecer a integralidade do valor passível de ressarcimento, a requerente contesta o despacho decisório que, por ocasião do cálculo apresentado no “Demonstrativo de Créditos e Débitos (Ressarcimento de IPI)”, descontou os débitos constituídos no processo administrativo nº 10830.726826/201314; [O despacho decisório contém demonstrativo que destaca divergências na compensação realizada na Dcomp 23152.68971.301111.1.3.013110 (doc. 08), que dizem respeito às diferenças entre a multa calculada e informada na Dcomp e o que a fiscalização entendeu como correto. Cumpre informar que a Requerente, por meio desta, consente com os cálculos fiscais; [ O presente valor passível de ressarcimento solicitado pela Requerente já foi parcialmente utilizado por essa quando da denúncia espontânea protocolada perante a RFB em 09 de abril de 2012 (doc. 09), ainda não processada, no valor de R$ 1.541.681,31; [No entanto, o presente Despacho Decisório não merece prosperar, uma vez que intrinsecamente vinculado ao Processo Administrativo n° 10830.726826/201314, devendo, portanto, ser apensado a esse último ou então, minimamente, restar suspenso até decisão administrativa definitiva desse; [A Requerente é pessoa jurídica de direito privado que tem por objetivo a industrialização, importação, exportação, comercialização e distribuição de computadores e produtos de informática em geral; Fl. 8151DF CARF MF Processo nº 11080.901380/201306 Resolução nº 3401001.809 S3C4T1 Fl. 8.151 3 [ A Receita Federal, visando legitimar o pedido de ressarcimento de créditos, realizou fiscalização no estabelecimento da Requerente, que resultou na lavratura de Auto de Infração (que originou o Processo Administrativo n° 10830.726826/201314) (doc. 04), visando: (i) à cobrança de multa de oficio, relativo ao período de janeiro de 2009 a junho de 2011, no montante total de R$ 15.318.094,95 por suposta falta de destaque de IPI em notas fiscais de venda; e (ii) o estorno, mediante lançamento no Livro Registro de Apuração do IPI, de saldo credor de IPI no valor de RS 20.424.126,57; A requerente, não podendo concordar com tamanha afronta ao seu direito, apresentou impugnação administrativa ao mencionado auto de infração, requerendo o integral cancelamento da autuação fiscal uma vez que completamente indevido o auto de infração; Da mesma forma, conforme se demonstrará abaixo, o cancelamento do auto de infração acaba por repercutir no despacho decisório ora recorrido, na medido em que o cálculo de apresentação do “Demonstrativo de Créditos e Débitos (Ressarcimento de IPI)” acabou por considerar os débitos constituídos no processo administrativos nº 10830.726826/201314, que a requerente contesta administrativamente; O despacho decisório referese a ressarcimento de saldo credor ao IPI apurado na escrita fiscal no período autuado; A presente Manifestação de Inconformidade está intimamente ligada à Impugnação Administrativa apresentada, uma vez que decorre da mesma infração supostamente cometida pela Requerente; Diante do exposto e considerando o disposto no art. 1º da Portaria nº 666, de 2008, requer seja determinado o julgamento conjunto do presente Manifestação de inconformidade com o Auto de Infração que originou o Processo Administrativo n° 10830.726826/201314, de modo a evitar decisões conflitantes; Na hipótese de se entender pela impossibilidade de julgamento conjunto requer, no mínimo, a suspensão do presente processo administrativo até decisão final do Auto de Infração acima mencionado; Considerações iniciais sobre a precariedade do auto de infração que lastreou o presente despacho decisório, que se verifica pela violação e não observância do art. 142 do CTN, dado que auto de infração (i) partiu de premissas equivocadas que acabaram direcionando a uma conclusão que não seria obtida caso a legislação fosse interpretada de forma coerente e caso os produtos industrializados e comercializados pela requerente fossem analisados tecnicamente e de forma mais detida; e (ii) impossibilitaram a requerente de exercer seu direito de defesa, tendo em vista que a relação de Notas Fiscais que supostamente originariam os débitos em questão continha aproximadamente 3600 produtos autuados não identificáveis; Dada a precariedade do Auto de Infração em comento, merece o mesmo ser cancelado, o que culminaria no cancelamento também do presente Despacho Decisório, cujos valores glosados a Requerente Fl. 8152DF CARF MF Processo nº 11080.901380/201306 Resolução nº 3401001.809 S3C4T1 Fl. 8.152 4 sequer tem condições de avaliar, dado que isso também não foi possível quando do Auto de Infração que gerou o presente Despacho Decisório, em flagrante violação ao direito de defesa da Requerente; Em 12/12/2014, a 04ª Turma da Delegacia Regional do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS) proferiu o Acórdão DRJ nº 1537.870, que entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2010 a 31/12/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo até sua decisão final. ISENÇÃO CONDICIONAL. FABRICANTE DE BENS DE INFORMÁTICA E AUTOMAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES. PERDA DO DIREITO À FRUIÇÃO DOS BENEFÍCIOS. Para fazer jus aos benefícios de isenção do IPI previstos na Lei n° 8.248, de 1991, é necessário o cumprimento dos requisitos e obrigações previstos no Decreto nº 3.800, de 2001. O descumprimento dos requisitos ou obrigações implica na perda do direito à fruição dos benefícios. DESCUMPRIMENTO DE REQUISITO. BASE DE CÁLCULO. Na hipótese do não cumprimento das exigências para gozo dos benefícios de isenção do IPI, cabe ao Fisco o lançamento do imposto que deixou de ser destacado em nota fiscal do produto tributado. PRODUTO NÃO INCLUÍDO EM PORTARIA CONCESSIVA DE BENEFÍCIO FISCAL. Restando provado que não há, no período autuado, portaria concessiva da isenção do IPI para os produtos objeto da autuação, é procedente o lançamento do crédito tributário decorrente da indevida utilização do benefício. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte interpôs recurso voluntário, em cujas razões reiterou os argumentos vertidos em sua manifestação de inconformidade. Fl. 8153DF CARF MF Processo nº 11080.901380/201306 Resolução nº 3401001.809 S3C4T1 Fl. 8.153 5 É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Em síntese, foi instaurado procedimento fiscal no estabelecimento da contribuinte, que resultou na lavratura de Auto de Infração (que originou o Processo Administrativo n° 10830.726826/201314), que formalizou cobrança de multa de oficio, relativo ao período de janeiro de 2009 a junho de 2011, no montante total de R$ 15.318.094,95 por falta de destaque de IPI em notas fiscais de venda, bem como estorno, mediante lançamento no Livro Registro de Apuração do IPI, de saldo credor de IPI no valor de RS 20.424.126,57. Considerando que eventual cancelamento do auto de infração acabará por repercutir no despacho decisório ora recorrido, na medido em que o cálculo de apresentação do “Demonstrativo de Créditos e Débitos (Ressarcimento de IPI)” acabou por considerar os débitos constituídos no processo administrativos nº 10830.726826/201314, que a contribuinte contesta administrativamente, necessário, antes da formação da convicção do aplicador, certificarse a respeito do desfecho do processo administrativo em apreço. Assim, entendo que o processo não se encontra em condições de julgamento, razão pela qual voto por converter o presente feito em diligência, para que a unidade local adote as seguintes providências: (i) Proceder à juntada da decisão administrativa irrecorrível proferida no Processo Administrativo nº 10830.726826/201314; (ii) Confeccionar “Relatório Conclusivo” da diligência, esclarecendo o impacto da resposta ao item anterior sobre o crédito em debate no presente processo e os impactos sobre a escrita fiscal da contribuinte, com os esclarecimentos que se fizerem necessários; (iv) Intimar a contribuinte para que se manifeste sobre o “Relatório Conclusivo” e demais documentos produzidos em diligência, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, trintídio após o qual, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento do julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 8154DF CARF MF Processo nº 11080.901380/201306 Resolução nº 3401001.809 S3C4T1 Fl. 8.154 6 Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 8155DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10725.001054/2009-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2008
CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO.
São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial.
Na hipótese, a contribuinte, beneficiária de rendimentos de aposentadoria e pensão, comprovou, por meio de laudo médico oficial que, no ano-calendário, era portadora de cardiopatia grave.
Numero da decisão: 2101-001.722
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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ISENÇÃO. São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial. Na hipótese, a contribuinte, beneficiária de rendimentos de aposentadoria e pensão, comprovou, por meio de laudo médico oficial que, no ano calendário, era portadora de cardiopatia grave. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ________________________________________________ LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. (assinado digitalmente) ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gonçalo Bonet Allage, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Fl. 59DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 2 Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento contra a contribuinte em epígrafe, na qual apurouse omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica. Em 24.9.2009, a contribuinte impugnou o lançamento (fls. 1 a 4), alegando, em síntese, que não omitiu rendimentos tributáveis, já que sofre de cardiopatia grave, identificada desde 1998, é aposentada da Secretaria de Estado de Planejamento Gestão e beneficiária de pensão do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS por morte previdenciária de seu cônjuge. Sendo assim, a seu ver, os rendimentos percebidos são isentos do imposto sobre a renda por ser portadora de moléstia grave prevista no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988. A 2.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro 2 decidiu pela procedência do lançamento mediante o Acórdão n.º 1335.074, de 30 de maio de 2011, cuja ementa a seguir transcrevese:. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2008 OMISSÃO DE RENDIMENTOS.MOLÉSTIA GRAVE. A isenção para portadores de moléstia grave só poderá ser concedida quando o contribuinte preenche os dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção: a natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria/reforma ou pensão, e o outro que relacionase à existência da moléstia tipificada no texto legal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da Decisão em 26.7.2011, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 5.8.2011 (fls. 34 a 37), no qual reitera as razões de impugnação e apresenta novas provas, consubstanciadas nos documentos anexados às fls. 45 a 48. É o relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O recurso atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Cabe, primeiramente, ressaltar que a isenção do imposto sobre a renda por moléstia grave é cabível em relação aos rendimentos auferidos, em razão da inatividade, por contribuinte portador de uma das patologias listadas no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988. O reconhecimento da isenção depende, portanto, do cumprimento dos seguintes requisitos: Fl. 60DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10725.001054/200917 Acórdão n.º 210101.722 S2C1T1 Fl. 52 3 1.º) que os rendimentos auferidos sejam de aposentadoria, reforma ou pensão; 2.º) que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei. No tocante à primeira exigência, isto é, que os rendimentos auferidos sejam provenientes de reforma, aposentadoria ou pensão, foi constatado que a recorrente aufere rendimentos de inatividade, mais especificamente, de sua aposentadoria, publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro na data de 16 de abril de 1996 (fls. 8 e 9, frente e verso) e de pensão por morte previdenciária (fls. 10). Sobre este aspecto, já no voto condutor da decisão a quo, a Relatora verificou ter ficado comprovado que os rendimentos percebidos pela interessada decorrem de aposentadoria e pensão, nos seguintes termos: “Ab initio, é de se informar que, de acordo com os documentos de fls.08 e 09, a contribuinte é aposentada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (matrícula 00656900) desde abril de 1996. Conseqüentemente, os rendimentos por ela auferidos da citada fonte pagadora têm a natureza de aposentadoria. Acrescentese que também restou comprovado no presente processo que a Sra. Marília dos Santos Assad recebeu pensão por morte previdenciária em 2007, do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, conforme consta do documento acostado à fl. 10 (comprovante de rendimentos pagos e de retenção do imposto de renda na fonte).” Sendo assim, restou preenchido o primeiro requisito para a isenção. As moléstias graves que autorizam a isenção do imposto sobre a renda de contribuintes que auferem rendimentos decorrentes da inatividade são aquelas relacionadas no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988, a seguir transcrito: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) (g.n.) [...] Fl. 61DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 4 O cumprimento do segundo requisito, qual seja, que a contribuinte é portadora de moléstia grave, prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988, deve ser feito por meio de Laudo Médico Pericial emitido por serviço médico oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, nos termos da Lei n° 9.250, de 1995, verbis: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. [...] No caso em análise, em sede de impugnação, foi acostado aos autos laudo emitido por médico da Santa Casa de Misericórdia de Campos, RJ (fls. 14 e 15), o qual atesta que a contribuinte sofre de cardiopatia grave, desde 1998. Tal comprovante, todavia, foi insuficiente para cumprir o segundo requisito, por força do que prevê o artigo 30 da Lei n.º 9.250, de 1995, acima transcrito. Por esse motivo, a decisão da DRJ foi pela improcedência da impugnação. Nesse ponto, a Relatora do Voto condutor de referida decisão assim se manifestou: “Quanto ao outro requisito indispensável à concessão da isenção, é de se ressaltar que consta dos documentos de fls. 14 e 15, ambos exarados pela Santa Casa de Misericórdia de Campos, em 15/07/2007, que a interessada é portadora de cardiopatia grave. Notese, entretanto, que em pesquisa à Internet (http://cnes.datasus.gov.br) fl.26, verificase que a mencionada Instituição é de natureza privada, não se revestindo os documentos de fls.14 e 15 das características de laudos periciais emitidos por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, como determina a legislação que trata da isenção para portadores de moléstia grave.” Diante dessas informações, para complementar as provas já apresentadas em sede de impugnação, visando ao atendimento dos requisitos exigidos por lei para comprovar o direito à isenção pleiteada, a interessada apresentou, em sede de recurso voluntário, os documentos acostados às fls. 45 a 48. Às fls. 45 consta “declaração” do médico Paulo A. Maia, emitida em papel timbrado (receituário) da UPA 24 Horas – Campos. As UPA 24 Horas Unidades de Pronto Atendimento são unidades pré hospitalares vinculadas à Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. A declaração apresentada às fls. 45 foi, portanto, emitida por órgão oficial, e contém, em seu bojo, identificação da contribuinte, especificação da moléstia grave (prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988), a data a partir da qual a recorrente passou a ser portadora de tal doença e, ao final, é subscrito por médico identificado. Cumpre, portanto, a exigência do artigo 30, caput, da Lei n.º 9.250, de 1995. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10725.001054/200917 Acórdão n.º 210101.722 S2C1T1 Fl. 53 5 Em circunstâncias tais como as da presente hipótese, imperioso o reconhecimento da isenção. Este entendimento já foi pacificado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por meio da Súmula CARF n.º 63: “Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.” Sendo assim, cumpridos os requisitos legais, a recorrente faz jus à isenção do imposto sobre a renda por moléstia grave. Conclusão Ante todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 63DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
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Numero do processo: 18186.010141/2008-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 31 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 1989, 1990
RESTITUIÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO.
A falta de comprovação do direito líquido e certo acarreta o indeferimento do pedido de restituição.
Numero da decisão: 1301-003.876
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, José Roberto Adelino da Silva (suplente convocado) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild, substituída pelo Conselheiro José Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 1989, 1990 RESTITUIÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO. A falta de comprovação do direito líquido e certo acarreta o indeferimento do pedido de restituição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, José Roberto Adelino da Silva (suplente convocado) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild, substituída pelo Conselheiro José Roberto Adelino da Silva. Relatório Trata o presente processo administrativo de Pedido de Restituição de ILL Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido, apurados nos exercícios de 1990 e 1991, nos valores AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 6. 01 01 41 /2 00 8- 31 Fl. 614DF CARF MF 2 originais de Cr$ 35.099.368,23 e Cr$ 80.502.762,00, conforme DARF`s apresentados pelo contribuinte. O pretenso crédito tem origem em Decisão Judicial transitada em julgado, e foi objeto de Pedido de Habilitação de Crédito Judicial, nos termos da legislação vigente, cuja manifestação favorável da RFB consta às fls. 96. Constatouse que a decisão judicial autorizou a compensação dos valores pagos a título de ILL com as parcelas vincendas do mesmo imposto e do Imposto de Renda: Considerando a Decisão Judicial e a habilitação do crédito deferida pela DRF, ocontribuinte apresentou diversas DCOMP`s, utilizando o pretenso indébito. Em análise aos documentos apresentados pelo contribuinte, a DRF emitiu o Despacho Decisório anexado às fls. 448 a 466, onde, em síntese, se manifesta: 22. Objetivando a necessidade de comprovação da liquidez e certeza dos créditos relativos aos recolhimentos do Imposto de Renda Retido na Fonte, o contribuinte foi intimado às fls. 133/134, para informar todos os processos administrativos e PER/DCOMP, relacionados a este pedido de habilitação de crédito, apresentar cópias da Atas da Assembleias realizadas do período de 1989 até 22/03/1996 (data do protocolo da Ação Ordinária), a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados dos exercícios de 1990 a 1997 e; a Demonstração da Base de Cálculo do ILL dos exercícios de 1990 e 1991, que deram origem aos recolhimentos no código 0262, em 30/04/1990 e 30/04/1991, nos respectivos valores de Cr$ 35.099.368,23 e Cr$ 80.502.762,00, e as DIPJs dos anosbase de 1989 e 1990. 23.Em cumprimento à intimação, a Requerente apresentou a documentação de fls.144/306, informando que não conseguiu levantar os elementos para fundamentar a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados de 1989 a 1996 (fls.194), que os recolhimentos de ILL foram feitos no código 0262, pois não havia na época, um código específico para o ILL (fls. 193 item 3), porém as planilhas de fls. 253 e 264 demonstram que os recolhimentos de ILL, ocorreram de forma destacada, separados dos recolhimentos do IRPJ. 26. Examinando as Atas das Assembleias Ordinárias e Extraordinárias enviadas (fls.208/251), cópias das DIRPJ, exercícios 1990 e 1991 (fls. 153/164 e 165/180, respectivamente e cópias fls. 285/306) e telas do sistema IRPJ,IRPJCONS,CONSULTA, da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, dos exercícios de 1990 a 1997 (fls. Fl. 615DF CARF MF Processo nº 18186.010141/200831 Acórdão n.º 1301003.876 S1C3T1 Fl. 3 3 309/337 e 421/446) constatouse que não foram distribuídos dividendos em espécie nos anoscalendário de 1989 a 1995, no entanto, ocorreram distribuições de lucros dos exercícios de 1990 original de NCz$ 117.976.492,00 e 1991 original de Cr$ 592.236.561,00, conforme abaixo e detalhamento na planilha ANEXO 4, à fl. 408. (...) 34.De acordo com o texto legal, incide o imposto de renda na fonte no momento da distribuição dos lucros/dividendos que constituí um fato gerador próprio [art. 36 da Lei 7713/1988], não se confundindo com o fato gerador previsto no Art. 35, da Lei 7.713, de 1988, ou seja, quando o imposto de renda na fonte é calculado com base no lucro líquido apurado pelas pessoas jurídicas na data do encerramento do período base. 35.Neste contexto, em relação ao presente processo, concluise que ocorreram distribuições de lucros para absorver saldo anterior de prejuízos acumulados e suas correções monetárias, ajustes devedores de períodosbase anteriores, outras aplicações, pagamentos de ILL e prejuízos líquidos do próprio período de apuração (ver 26.a e 26.b), que antecedem aos Pedidos de Restituição/Compensação do contribuinte, através da Ação Ordinária nº 96.00082316, distribuída em 22 de março de 1996, sendo as bases de cálculo as próprias distribuições dos lucros que estão sujeitas às retenções do imposto de renda na fonte e respectivos recolhimentos, por determinação legal do Art.36, Parágrafo Único, “a”, da Lei 7.713 , de 22 de dezembro de 1988, salvo se tributados na forma do art. 35 da mesma lei. 36.Intimada às fls.409, a informar se ocorreram as retenções de imposto de renda na fonte e seus respectivos recolhimentos, no momento das distribuições dos lucros para absorção dos prejuízos fiscais (conforme detalhe de fls.408/410) a recorrente requereu em 28/05/2012 a prorrogação do prazo de atendimento da intimação por mais 20 (vinte dias) o que efetivamente deixou de cumprilo. 37.Face ao não atendimento de nossa intimação,o contribuinte deixou de informar sobre as eventuais retenções e recolhimentos do imposto de renda incidentes nas distribuições dos lucros para absorção dos ; saldo anterior de prejuízos acumulados e suas correções monetárias, ajustes devedores de períodos de apuração anteriores, outras aplicações, pagamentos de ILL e prejuízos líquidos do próprio período de apuração (ver 26.a e 26.b), configurandose a hipótese de não retenção e recolhimento por aplicação do art. 35, da Lei nº 7.713/1988, nos termos do art. 36, caput da mesma lei. Ao final, constatou a fiscalização que os pagamentos feitos sob o código 0262 geraram saldos disponíveis, que foram posteriormente alocados para a quitação de outros débitos tributários (fls. 352373). E concluiu: Fl. 616DF CARF MF 4 ISTO POSTO, considerando que os Lucros Líquidos dos Períodos base após a provisão para IR relativos a 1989 e 1990 ou os Lucros Acumulados e as Reservas de lucros por eles originados foram integralmente distribuídos para absorção de Prejuízos líquidos dos Exercícios de 1992, 1993, 1994 e ajustes devedores de períodos de apuração anteriores e outras aplicações conforme detalhe em 26.a, 26.b e planilha 4 (fls.408), sem os descontos do imposto de renda na fonte e seus respectivos recolhimentos, em razão do Art. 36 da Lei 7.713, de 1988, dispor que não estarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte os lucros que foram tributados na forma do Art. 35 da mesma lei, devendo ser deduzidos dos valores passíveis de repetição de indébito o ILL correspondente a tal presunção legal de compensação, proponho o INDEFERIMENTO do pedido do contribuinte de fls. 01/05, em relação aos pagamentos de ILL, no código 0262, relativos aos exercícios de 1990, e 1991, anosbase de 1989 e 1990, respectivamente nos valores originais de Cr$ 35.099.368,23 e Cr$ 80.502.862,00 e a NÃO HOMOLOGAÇÃO dos Pedidos de Compensação, referentes às PERDCOMP de números 00697.75194.091208.1.3573720, 17443.38914.200109.1.3.577205, 31846.63039.160209.1.3.57 5487, 16600.92364.050309.1.3.573794, 13613.03641.070409.1.3.577106 e 24322.34813.190509.1.3.57 2020. Cientificado do despacho decisório, o contribuinte apresentou Manifestação de inconformidade aduzindo a) nulidade do despacho decisório pro não observância do rito do Decreto 70235/72; b) extinção da responsabilidade da fonte pagadora de reter e recolher o IRRF, após o término do período de apuração; c) ocorrência de decadência; A DRJ julgou o pleito improcedente, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 1989, 1990 NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Tendo sido o Despacho Decisório efetuado com observância dos pressupostos legais e não havendo prova de violação das disposições contidas no artigo 142 do CTN e artigos 10 e 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se falar em nulidade do ato em questão. RESTITUIÇÃO NÃO COMPROVAÇÃO. A falta de comprovação do direito líquido e certo acarreta o indeferimento do pedido de restituição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, aduzindo a) que o IRRF não seria devido, e que não houve lançamento do IRRF; b) decadência do direito de cobrar o IRRF; c) desobediência à decisão judicial. Fl. 617DF CARF MF Processo nº 18186.010141/200831 Acórdão n.º 1301003.876 S1C3T1 Fl. 4 5 É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido pelo Colegiado. O litígio instaurado neste processo diz respeito ao não reconhecimento do crédito de ILL utilizado pelo contribuinte em DCOMP`s, que resultou na não homologação das compensações declaradas pelo contribuinte. O ILL era um tributo cobrado sobre o lucro líquido apurado pelas pessoas jurídicas, previsto no art. 35 da Lei nº 7713/1988, verbis: Art. 35. O sócio quotista, o acionista ou titular da empresa individual ficará sujeito ao imposto de renda na fonte, à alíquota de oito por cento, calculado com base no lucro líquido apurado pelas pessoas jurídicas na data do encerramento do período base. (Vide RSF nº 82, de 1996) Posteriormente, a Resolução do Senado nº 82/1996, que suspendeu a execução do Art. 35 da Lei 7.713, de 1988, na parte que diz respeito à expressão acionista, declarada inconstitucional pelo STF (posicionamento este aproveitado pelo Recorrente em ação judicial própria, a ser mencionada adiante). Entretanto, a mesma lei previa que nos casos em que os lucros não forem tributados pelo ILL, eles estariam sujeitos à cobrança de IRRF no momento da distribuição aos sócios, conforme art. 36: Art. 36. Os lucros que forem tributados na forma do artigo anterior, não estarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte. Parágrafo único. Incide, entretanto, o imposto de renda na fonte: a)em relação aos lucros que não tenham sido tributados na forma do artigo anterior; b)no caso de pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de lucros, quando o beneficiário for residente ou domiciliado no exterior. Pois bem, o pedido de habilitação de créditos reconhecidos por decisão judicial se baseia em pretensos recolhimentos indevidos de ILL da empresa COMPANHIA NIQUEL TOCANTINS, incorporada pela MINERAÇÃO SERRA DA FORTALEZA, anterior denominação da VOTORANTIM METAIS NÍQUEL S A, no valor calculado pelo contribuinte à fl. 08, no importe de R$ 3.681.858,72. Fl. 618DF CARF MF 6 A certidão emitida pela Justiça Federal, Seção Judiciária de São Paulo, indica que o Trânsito em Julgado da ação ocorreu aos 15 de fevereiro de 2008 e reconheceu a inexistência da relação jurídica que obrigue a autora ao recolhimento do imposto de renda sobre o lucro líquido apurado pela sociedade antes da efetiva distribuição de lucros aos acionistas, bem como autorizou a compensação dos valores comprovadamente pagos a esse título com parcelas vincendas do mesmo imposto e do imposto de renda. Posteriormente, a própria fiscalização, por meio do despacho decisório, entendeu ser possível a compensação com quaisquer tributos administrados pela RFB, com base na Solução de Divergência nº 2/2010. Em razão disso, o contribuinte apresentou os PER/DCOMPs ora analisados, com base nos pagamentos constantes às fls. 38 e 39, recolhidos para o código 0262. Tal como apontado pela DRF, os DARF`s apontados e anexados pelo contribuinte ao processo referemse a recolhimentos efetuados ao código 0262 – IRPJ Lucro Real. O manifestante argumenta que se trata do ILL, recolhidos equivocadamente com o código do IRPJ, apresentando planilhas que indicariam dois recolhimentos distintos por um mesmo código, alegando inexistir à época um código próprio para o ILL. Com a devida vênia, esse primeiro ponto é flagrantemente equivocado, visto que o manual do Imposto de Renda do AC de 1989 dispunha expressamente, no item 556: Como corretamente apontado na decisão recorrida, o equívoco no preenchimento do código de receita quando dos recolhimentos destinados aos tributos e contribuições administrados pela RFB pode ser corrigido através de REDARF, desde que efetuado dentro do prazo decadencial (art. 13 da IN SRF 672, de 2006), considerando o prazo concedido ao fisco para verificação dos procedimentos executados pelo contribuinte no art. 150 do CTN. Apesar de alegar equívoco na identificação do recolhimento efetuado, o contribuinte não providenciou sua correção através de REDARF, de modo que, tal recolhimento foi computado pela RFB como destinado ao IRPJ. Em razão da inexistência de qualquer crédito tributário constituído referente ao ILL, os pagamentos efetuados pelo Contribuinte constaram como "saldo disponível", tendo recebido o seguinte destino: EX 1990 – AC 1989: “devido ao longo tempo transcorrido, algumas informações não constam mais nos sistemas da RFB e por este motivo, não foi possível verificar no sistema SINCOR, TRATAPAGTO, se este pagamento encontrase disponível ou foi utilizado para quitar outros débitos” Fl. 619DF CARF MF Processo nº 18186.010141/200831 Acórdão n.º 1301003.876 S1C3T1 Fl. 5 7 EX 1991 – AC 1990 “foi alocado para quitar outros débitos, tornando dessa forma indisponível para ser utilizado em compensação, conforme pesquisas no sistema SINCOR, TRATAPAGAMENTO, CONSPGTO e SINCOR, CONTACORPJ, CONSDEBITO” Tal como apontado pela DRF, constatouse que o pagamento efetuado pelo contribuinte em 30/04/1991 sob o código 0262 – IRPJ, foi integralmente utilizado na extinção de débitos declarados pelo contribuinte, ao amparo do art. 163 do CTN. O recolhimento efetuado em 30/04/1990 não foi localizado nos sistemas da RFB, em função do tempo transcorrido, embora não signifique a sua inexistência. Pois bem, as declarações de débito, assim como os DARF`s recolhidos pelo contribuinte, com a identificação precisa do código de receita, além de demais obrigações acessórias previstas na legislação de regência, permitem ao fisco a verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte, efetuando a imputação dos pagamentos aos débitos declarados, prosseguindo na cobrança dos débitos inadimplidos e constituição daqueles não declarados. O “encontro de contas” promovido pelo fisco tem como ponto de partida as informações prestadas pelo próprio sujeito passivo. Tendo em vista os pagamentos efetuados pelo contribuinte ao código 0262 – IRPJ e os débitos por ele declarados, foi efetuado, eletronicamente, o “encontro de contas”. Na hipótese de identificação incorreta do código de receitas, ao contribuinte está facultada a sua alteração mediante procedimento de REDARF; contudo, tal procedimento deve ocorrer, em regra, dentro do prazo decadencial (IN 672, de 2006 e art. 150 do CTN) Tal providência não foi tomada pelo contribuinte, embora reconheça que os recolhimentos apontados neste processo tenham como identificação o IRPJ, enquanto alega que a empresa pretendia quitar o ILL, que tem código de receita específico, quais sejam, o 0764 e 0490. Neste contexto, não tem amparo legal, ultrapassado o prazo decadencial, pretender o contribuinte alterar a destinação de pagamentos efetuados, quando a administração tributária despendeu a estes pagamentos o tratamento conforme informações prestadas pelo próprio contribuinte. Diferentemente do que aduz o contribuinte, não está havendo constituição de crédito tributário de IRRF, até mesmo em razão do prazo decadencial ter transcorrido há muito, tanto para a fiscalização lançar o IR, quanto para o contribuinte retificar suas declarações. O que pretendeu a fiscalização, ao solicitar a informação "se ocorreram as retenções de imposto de renda na fonte e seus respectivos recolhimentos, no momento das distribuições dos lucros para absorção dos prejuízos fiscais" (fl. 409) foi apurar a liquidez e certeza dos créditos relativos aos recolhimentos do ILL. Foi constatado, com base na documentação apresentada pelo contribuinte, que não foram distribuídos dividendos em espécie nos anoscalendário de 1989 a 1995, no entanto, ocorreram distribuições de lucros dos exercícios de 1990 original de NCz$ 117.976.492,00 e 1991 original de Cr$ 592.236.561,00, conforme detalhamento na planilha ANEXO 4, à fl. 408. Fl. 620DF CARF MF 8 Desse modo, a intimação foi voltada a determinar a aplicabilidade ou não do art. 35 da Lei nº 7713/88 à Recorrente mormente para determinar se os valores recolhidos correspondiam ao ILL ou ao IRRF devido na distribuição dos lucros hipótese esta que afastaria a presente situação do alcance da decisão judicial obtida pelo Recorrente. Em razão da não apresentação dessa documentação, não há como se verificar se houve ou não o recolhimento do ILL, na forma do art. 35 da Lei nº 7713/88, e posterior compensação do valor pago no momento de recolhimento do IRRF devido na distribuição o que serviria para comprovar a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não há, diferentemente do aduzido pelo contribuinte, uma tentativa de lançamento do crédito tributário de IRRF, não sendo procedentes assim as suas alegações a esse respeito. Da mesma forma, não comprovada a liquidez e certeza do crédito pleiteado, não há que se afirmar o descumprimento da decisão judicial, visto que cabe à autoridade administrativa a quantificação do crédito a ser compensado ou restituído, conforme prova do contribuinte Desse modo, não comprovada a liquidez e certeza do crédito, e verificado que o montante pago com o código supostamente equivocado fora utilizado integralmente para a compensação de outros tributos, não vislumbro fundamento para a concessão do crédito, devendo ser rejeitadas as alegações do contribuinte. Ante o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (Assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Fl. 621DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.901632/2013-23
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010
PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracteriza-se a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade.
Numero da decisão: 3302-006.853
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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CONCOMITÂNCIA. A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracterizase a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. Relatório Trata o presente processo do Pedido de Restituição (PER), transmitido pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a restituição de PIS. Consta no processo Despacho Decisório Eletrônico proferido pela unidade de origem, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER, sob o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 16 32 /2 01 3- 23 Fl. 345DF CARF MF Processo nº 16682.901632/201323 Acórdão n.º 3302006.853 S3C3T2 Fl. 3 2 fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 12088.999. Inconformado com a decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) A ausência de retificação de DCTF ou de qualquer outra obrigação acessória jamais poderia ser impeditivo do reconhecimento do seu direito ao crédito, na medida em que o Fisco possui outros meios de apurar a existência de eventual indébito tributário. Assim, não restam dúvidas de que a falta de retificação da DCTF não deve implicar na perda do direito ao crédito; b) Não há concomitância entre o presente processo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. A lide proposta foi no sentido de que fosse reconhecido o direito líquido e certo da recorrente não se sujeitar à incidência do PIS/Cofins sobre as receitas de interconexão, bem como para reconhecer o crédito referente a eventuais valores pagos indevidamente, relativamente a contribuições apuradas e recolhidas após a impetração do writ. O objeto da ação judicial se destina apenas às contribuições de PIS e Cofins apuradas e recolhidas após a distribuição do referido MS; c) No caso concreto, há uma divisão muito clara. Os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição. Apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Bem verdade que há certa semelhança entre as causas de pedir dos processos administrativos e judicial. Ambos estão fundados na “não incidência do PIS/COFINS sobre receitas de interconexão”. Todavia, os pedidos efetuados para se afastar o PIS e a COFINS sobre as receitas de interconexão, bem como para se reconhecer o crédito sobre pagamentos indevidos realizados envolvem a mesma discussão para períodos de apuração distintos. Frisese: os pedidos administrativos se voltam às contribuições apuradas e pagas antes da impetração do mandado de segurança. Já aquelas apuradas e pagas após o ajuizamento da ação judicial são objeto do mandado de segurança. Diante desse cenário, verificase que não há concomitância entre o mandado de segurança em curso perante o Poder Judiciário e o presente processo administrativo, tendo em vista que os períodos de apuração relativos ao crédito referente ao indébito tributário são distintos; d) Os valores recebidos pela Recorrente e repassados a outras operadoras a título de interconexão de redes não configuram receita tributável pelo PIS e COFINS, pois não se trata de “receita” auferida pela Recorrente, quer do ponto de vista jurídico, quer mesmo do ponto de vista contábil. No caso dos valores recebidos pela Recorrente e repassados a terceiros a título de interconexão de redes, o que se verifica é um mero e transitório ingresso de recursos que devem ser repassados ao terceiro que cedeu seus meios de rede à Recorrente. Não há, portanto, qualquer efetivo acréscimo patrimonial da Recorrente, porque já há um imediato e compulsório destino para aquele valor recebido, que é repassado para as outras operadoras de telecomunicação; e) A tributação nos moldes pretendidos pelo Fisco implica a tributação pelo PIS/COFINS da receita total auferida pela Recorrente pela prestação do serviço de Fl. 346DF CARF MF Processo nº 16682.901632/201323 Acórdão n.º 3302006.853 S3C3T2 Fl. 4 3 telecomunicação, incluindo a parcela que será repassada a terceiros pela interconexão de redes. E, além dessa tributação, nos termos da pretensão fiscal, haveria uma nova incidência do PIS/COFINS pelo terceiro que realiza a interconexão, no momento em que ele apropriar a receita que lhe é repassada, caracterizando o bis in idem tributário; f) A base de cálculo do PIS/COFINS não deve ser integrada por elementos estranhos à receita auferida, notadamente pelos valores que devem ser repassados a terceiros a título de interconexão de redes. Na prática, isso faz com que todo o valor pago pela Recorrente a título de PIS/COFINS sobre esses valores de interconexão de redes seja qualificado como indébito tributário, que lhe deve ser restituído. Termina o recurso requerendo o provimento para que seja reformado o acórdão recorrido, a fim de que seja deferido o pedido de restituição formulado. É o breve relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.815, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 16682.900008/201490, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.815): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise. O cerne da questão está em decidir se há concomitância entre esse processo administrativo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Para tanto, é necessário analisar os objetos dos respectivos processos. Conforme já mencionado na decisão a quo, o indébito pleiteado no Pedido de Restituição decorre, nas palavras do contribuinte, “da indevida inclusão na base de cálculo do PIS de valores referentes a ingressos de numerário em razão de contratos de interconexão, os quais não constituem "receita" da Manifestante”. Portanto, defende em processo administrativo a não incidência do PIS/COFINS sobre tarifas de interconexão. Vejamos o objeto do MS nº 002418579.2013.4.02.5101: Pela petição inicial, temos os seguintes pedidos: a) concessão de medida liminar para assegurar o direito liquido e certo da impetrante à suspensão da exigibilidade dos créditos tributários, nos termos do art. 151, IV, do CTN, das Fl. 347DF CARF MF Processo nº 16682.901632/201323 Acórdão n.º 3302006.853 S3C3T2 Fl. 5 4 contribuições ao PIS e a Cofins, sobre os meros ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza); b) determinação à Autoridade Coatora sobre o contudo da decisão liminar, bem como acerca do conteúdo do presente mandamus, para que no prazo legal, preste as informações que entender necessárias, com a posterior oitiva do representante do Ministério Público; c) Ciência à União Federal, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009; d) ao final, a concessão da segurança para confirmar a liminar requerida e assegurar o direito liquido e certo de a impetrante não se sujeitar à incidência das contribuições ao PIS e à Cofins, sobre meros ingressos apurados mensalmente pelo regime da competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza), sob pena de violação ao art. 2º da Lei nº 9,718/99 e aos arts. 5º, II; 145 § 1º; 150, I e IV e 195, I, "b" da Constituição Republicana de 1988, com a consequente compensação do indébito dessas contribuições, apurados desde a distribuição do presente writ, devidamente atualizado pela Taxa Selic, após o trânsito em julgado, nos termos dos artigos 165, 170 e 170A do CTN. A sentença de primeiro grau do Mandado de Segurança nº 002418579.2013.4.02.5101, assim decidiu: Tratase de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado por INTELIG COMUNICAÇÕES LTDA contra ato atribuído ao DELEGADO DA DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE MAIORES CONTRIBUINTES NO RIO DE JANEIRO DEMAC, objetivando a declaração de não incidência das contribuições ao PIS e à COFINS, sobre os ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela Impetrante, decorrentes de tarifas de interconexão serviços prestados pelas demais operadoras, que são posteriormente repassados àquelas congêneres, bem como a declaração do direito de compensar o indébito referente a estas contribuições, apurado desde a distribuição do writ. Sustenta, em apertada síntese, que as chamadas "tarifas de interconexão" não constituem receita, e sim meros ingressos econômicos ou financeiros, tendo cm vista que são recebidas, cm um primeiro momento, pela Impetrante, porem repassadas cm seguida às operadoras que efetivamente prestaram os serviços ao cliente usuário da Impetrante. (...) Fl. 348DF CARF MF Processo nº 16682.901632/201323 Acórdão n.º 3302006.853 S3C3T2 Fl. 6 5 Pelo exposto, com fulcro no art. 269. I, do CPC. JULGO PROCEDENTE O PEDIDO e CONCEDO A SEGURANÇA, para determinar ao Impetrado que se abstenha de exigir da Impetrante que recolha o PIS e a Cofins, incluindo na base de cálculo o valor recebido pela Impetrante e posteriormente repassado a operadora congênere, que prestou efetivamente o serviço, a título de "tarifa de interconexão", bem como para declarar o direito da Impetrante à compensação do indébito, apurado desde a distribuição do presente, na forma da lei de regência, de acordo com a modalidade escolhida pelas Impetrantes, aplicandose a SELIC como critério de atualização do indébito, vedada a cumulação com qualquer outro índice, nos termos da fundamentação supra. Analisando as razões jurídicas apresentadas na peça recursal, fico convencido da identidade das demandas administrativa e judicial, pois nas duas esferas o que se discute é a inexistência de relação jurídica tributária do PIS e da Cofins em relação as receitas de interconexão. O próprio recorrente reconhece essa congruência entre os processos administrativo e judicial. Sua alegação para afastar a concomitância se ampara no fato de que os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição, e que apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 0024185 79.2013.4.02.5101. Não comungo do entendimento no qual a concomitância é afastada pela falta de identidade entre os períodos de apuração apontados nos processos judicial e administrativo. O diferencial entre os períodos de apuração, aqueles contemplados pelo mandamus e os não contemplados, na minha visão, referese somente à possibilidade de o recorrente utilizálos para pedido de compensação antes do trânsito em julgado, por ordem judicial, conforme sua solicitação na exordial. Os demais períodos de apuração, os que foram apurados antes da distribuições do writ, deverão esperar o trânsito em julgado da ação para poderem se credenciar a objeto de um pedido de restituição, com possíveis compensações. Digo isso, pois a decisão do Poder Judiciário sobre a incidência do PIS e da Cofins nas receitas oriundas das tarifas de interconexão, terá reflexos para todos os períodos de apuração, independentemente se foi contemplado no pedido do MS nº 002418579.2013.4.02.5101 ou não Isso se deve ao fato de que na existência de processos paralelos, com objeto e finalidade idênticos, não é salutar que haja decisões com efeitos redundantes ou antagônicos. Em qualquer das hipóteses, prevalecerá a decisão judicial, motivo pelo qual a concomitância de processos ofende o princípio da economia processual. Em face disso, a opção do contribuinte pela via judicial encerra o processo administrativo fiscal em definitivo, em qualquer das fases em que ele se encontre. Fl. 349DF CARF MF Processo nº 16682.901632/201323 Acórdão n.º 3302006.853 S3C3T2 Fl. 7 6 Registrese que a coisa julgada a ser proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, pois tal procedimento feriria a Constituição Federal, que adota o modelo de jurisdição una, onde são soberanas as decisões judiciais. Sendo assim, nos casos em que o sujeito passivo opta pela via judicial para a discussão de matéria tributária implica na renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos do parágrafo único do art. 38 da Lei nº 6.830/80 e do § 2º, art. 1º do Decretolei nº 1.737, de 1979. Ratificando este entendimento, foi aprovado o enunciado de Súmula CARF nº 01, in verbis: Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Na linha do entendimento fixado, não conheço do recurso quanto à matéria submetida ao crivo do Poder Judiciário e na parte conhecida, nego provimento ao recurso por enxergar identidade entre os pedidos e as causas de pedir apresentados no MS nº 2007.70.00.0222765 e neste recurso administrativo." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 350DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15555.720046/2012-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 06 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2007,2008,2009, 2010, 2011
PROCESSO ADMINISTRATIVO. ÔNUS DA PROVA.
Predomina no processo o princípio de que as afirmações que importem redução, exclusão, suspensão ou extinção do crédito tributário competem ao contribuinte.
Numero da decisão: 2402-007.191
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer o recurso voluntário, sendo vencido o Conselheiro Luís Henrique Dias Lima, que votou por não conhecer do recurso e no mérito, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento, o Conselheiro Maurício Nogueira Righetti, substituído pela Conselheira Sheila Aires Cartaxo Gomes.
(documento assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Paulo Sergio da Silva - Relator.
Participaram ainda da sessão de julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira (Presidente), Gregório Rechmann Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luís Henrique Dias Lima, Paulo Sergio da Silva, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Conselheira substituta), Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Wilderson Botto (suplente convocado). Ausente a Conselheira Renata Toratti Cassini, substituída pelo conselheiro Wilderson Botto.
Nome do relator: PAULO SERGIO DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2006, 2007,2008,2009, 2010, 2011 PROCESSO ADMINISTRATIVO. ÔNUS DA PROVA. Predomina no processo o princípio de que as afirmações que importem redução, exclusão, suspensão ou extinção do crédito tributário competem ao contribuinte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer o recurso voluntário, sendo vencido o Conselheiro Luís Henrique Dias Lima, que votou por não conhecer do recurso e no mérito, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento, o Conselheiro Maurício Nogueira Righetti, substituído pela Conselheira Sheila Aires Cartaxo Gomes. (documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira- Presidente. (documento assinado digitalmente) Paulo Sergio da Silva - Relator. Participaram ainda da sessão de julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira (Presidente), Gregório Rechmann Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luís Henrique Dias Lima, Paulo Sergio da Silva, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Conselheira substituta), Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Wilderson Botto (suplente convocado). Ausente a Conselheira Renata Toratti Cassini, substituída pelo conselheiro Wilderson Botto.
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ÔNUS DA PROVA. Predomina no processo o princípio de que as afirmações que importem redução, exclusão, suspensão ou extinção do crédito tributário competem ao contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer o recurso voluntário, sendo vencido o Conselheiro Luís Henrique Dias Lima, que votou por não conhecer do recurso e no mérito, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Declarouse impedido de participar do julgamento, o Conselheiro Maurício Nogueira Righetti, substituído pela Conselheira Sheila Aires Cartaxo Gomes. (documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente. (documento assinado digitalmente) Paulo Sergio da Silva Relator. Participaram ainda da sessão de julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira (Presidente), Gregório Rechmann Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luís Henrique Dias Lima, Paulo Sergio da Silva, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Conselheira substituta), Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Wilderson Botto (suplente convocado). Ausente a Conselheira Renata Toratti Cassini, substituída pelo conselheiro Wilderson Botto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 55 5. 72 00 46 /2 01 2- 91 Fl. 131DF CARF MF Processo nº 15555.720046/201291 Acórdão n.º 2402007.191 S2C4T2 Fl. 133 2 Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 116) pelo qual o recorrente se indispõe contra decisão em que a autoridade de piso que considerou improcedente impugnação contra a lançamento de IRPF no valor de R$ 174.658,14 (incluídos juros e multa), incidente sobre rendimentos omitidos da declaração de ajuste anual do exercícios de 2007 a 2012. Consta do Auto de Infração (fls 07) a seguinte narrativa das circunstâncias e dos fatos geradores relacionados ao lançamento. Cientificado do Auto de Infração em 06.09.2012 (fls 73), o contribuinte apresentou impugnação em 26.09.2012 (fls 75), manifestandose contra a exigência do tributo sob exame. Em 05.08.2014 o julgador da instância de piso assim relatou a matéria impugnada: Fl. 132DF CARF MF Processo nº 15555.720046/201291 Acórdão n.º 2402007.191 S2C4T2 Fl. 134 3 Ao analisar a questão, entendendo o julgador que caberia ao contribuinte fazer prova da alegada decisão judicial transitada em julgado relacionada à matéria e favorável a si, e não havendo tais documentos nos autos, decidiu pela improcedência da impugnação. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 15555.720046/201291 Acórdão n.º 2402007.191 S2C4T2 Fl. 135 4 Intimado de tal decisão 26.09.2014, o contribuinte interpôs o recurso voluntário em apreço em 29.10.2014, trazendo, em síntese, os mesmo argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio da Silva, Relator. Da admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais para sua admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Do mérito O Contribuinte pede a improcedência do auto de infração alegando que existe decisão transitada em julgado determinado a cessão da incidência de IRPF sobre os rendimentos por ele recebidos do Fundo PETROS, referentes à complementação de aposentadoria. Sobre tal alegação, assim como ocorreu no julgamento do processo perante a DRJ, a defesa não apresenta informações processuais capazes de comprovar a emissão de decisão favorável impeditiva do lançamento, obrigação que cabia ao recorrente, pois é regra subsidiária aplícável ao processo administrativo que incumbe ao réu o ônus da prova da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373 CPC). Assim, por não diferir o posicionamento a ser tomado no presente voto em relação à decisão recorrida, colacionase abaixo excerto daquela decisão, tratando da matéria: Fl. 134DF CARF MF Processo nº 15555.720046/201291 Acórdão n.º 2402007.191 S2C4T2 Fl. 136 5 Devido a isso, o lançamento deve ser mantido, ressalvada a eventual hipótese de revisão de ofício do lançamento pela unidade de origem. Conclusão Posto isso, voto por CONHECER do recurso voluntário e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, mantendo o crédito tributário discutido. Assinado digitalmente Paulo Sergio da Silva – Relator Fl. 135DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.720078/2017-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jun 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Período de apuração: 01/09/2012 a 30/11/2012
VENDA SEM EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS. OMISSÃO DE RECEITA.
Evidencia omissão de receita a comprovação de vendas de mercadorias sem a respectiva emissão de documentos fiscais, lançando mão para tanto da utilização de notas fiscais de empresas de fachada (noteiras).
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO.
Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, quando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadra-se em pelo menos uma das hipóteses tipificadas nos artigos 71 a 73, da Lei nº 4.502/64.
Estando plenamente comprovada a prática reiterada do contribuinte de omitir do Fisco parte das receitas de vendas, caracterizada pela falta de emissão de documento fiscal e utilização de notas fiscais de empresas de fachada, sonegando, assim, parte da tributação, correta a aplicação da multa qualificada.
SÚMULA CARF nº 2.
Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme súmula CARF nº 2.
Numero da decisão: 1301-003.872
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, José Roberto Adelino da Silva (suplente convocado) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild, substituída pelo Conselheiro José Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Período de apuração: 01/09/2012 a 30/11/2012 VENDA SEM EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS. OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a comprovação de vendas de mercadorias sem a respectiva emissão de documentos fiscais, lançando mão para tanto da utilização de notas fiscais de empresas de fachada (noteiras). MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, quando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadra-se em pelo menos uma das hipóteses tipificadas nos artigos 71 a 73, da Lei nº 4.502/64. Estando plenamente comprovada a prática reiterada do contribuinte de omitir do Fisco parte das receitas de vendas, caracterizada pela falta de emissão de documento fiscal e utilização de notas fiscais de empresas de fachada, sonegando, assim, parte da tributação, correta a aplicação da multa qualificada. SÚMULA CARF nº 2. Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme súmula CARF nº 2.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, José Roberto Adelino da Silva (suplente convocado) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild, substituída pelo Conselheiro José Roberto Adelino da Silva.
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OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a comprovação de vendas de mercadorias sem a respectiva emissão de documentos fiscais, lançando mão para tanto da utilização de notas fiscais de empresas de fachada (noteiras). MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, quando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadrase em pelo menos uma das hipóteses tipificadas nos artigos 71 a 73, da Lei nº 4.502/64. Estando plenamente comprovada a prática reiterada do contribuinte de omitir do Fisco parte das receitas de vendas, caracterizada pela falta de emissão de documento fiscal e utilização de notas fiscais de empresas de fachada, sonegando, assim, parte da tributação, correta a aplicação da multa qualificada. SÚMULA CARF nº 2. Este Conselho não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme súmula CARF nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 00 78 /2 01 7- 94 Fl. 380DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 380 2 (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, José Roberto Adelino da Silva (suplente convocado) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild, substituída pelo Conselheiro José Roberto Adelino da Silva. Relatório MARMORARIA SANTO ANTÔNIO LTDA ME, já qualificado nos autos, recorre da decisão proferida pela 7a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) DRJ/RPO (fls. 342 e ss), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação do contribuinte e manteve o lançamento de SIMPLES, referente ao período de setembro a novembro de 2012, com a exclusão do Regime do SIMPLES, o valor total de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) —Simples no valor de R$2.648,10, de Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) — Simples no valor de R$1.891,51, de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) — Simples no valor de R$2.648,10, de Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) — Simples no valor de R$7.881,47, de Contribuição para a Seguridade Social — (INSS Contribuição Patronal) — Simples no valor de R$22.509,58, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Simples no valor de R$19.356,96 e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Simples no valor de R$3.152,56, totalizando R$60.088,28, decorrente de omissão de receitas em razão da falta de emissão de documento fiscal, com utilização de notas fiscais de empresa noteira, com imputação de multa qualificada e juros de mora. Do Lançamento Segundo o Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal e Relatório do acórdão recorrido, as razões do lançamento foi a omissão de receitas, por não emissão do documento fiscal respectivo. Dispõe inicialmente o Termo de Encerramento Parcial nº 05 – 668/16, de fls. 19 a 57, sobre o quadro societário e atividade da empresa conforme CNAE 2391503, qual seja, aparelhamento de placas e execução de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras. Aduz que os dois sócios da empresa MARMORARIA SANTO ANTÔNIO LTDA ME, doravante Fl. 381DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 381 3 denominada neste Acórdão de MARMORARIA, também compõem o quadro societário da empresa SEMIL SERRARIA DE MINÉRIOS VARGEM ALTA LTDA ME – CNPJ: 39.311.113/000143, doravante denominada neste Acórdão de SEMIL, localizada igualmente em Vargem Alta – ES e que tem o mesmo CNAE acima descrito. A manifestante é optante do Simples Nacional desde 01/07/2007. Iniciado o procedimento fiscal através do Termo de Início da Fiscalização nº 01668/2016, com confirmação do recebimento pela empresa em 19/08/2016, foi o contribuinte cientificado de distorções entre os valores de receita declarada por ele informados em PGDASD nos anos de 2013 e 2014 relativamente à sua movimentação bancária, conforme informações prestadas pelas instituições financeiras relacionadas, apresentando os respectivos valores confrontados. Foi, assim, o contribuinte intimado a apresentar os arquivos eletrônicos dos Livros Diários 2012 a 2014 e extratos bancários concernentes às contas bancárias que deram origem às citadas movimentações financeiras. Em resposta, encaminhou à fiscalização “planilhas que demonstram a real movimentação financeira, bem como seus extratos bancários”. O contribuinte almejou com isso comprovar que parcela dos recursos financeiros transitados nas contas correntes da MARMORARIA pertencia às atividades comerciais de outras duas empresas do grupo familiar: SEMIL e ALMIROANA MÁRMORES E GRANITOS EIRELI – EPP, CNPJ: 07.736.745/000162, doravante chama de ALMIROANA. Emitiu então a fiscalização novo Termo de Intimação Fiscal – TIF nº 02 668/2016, requerendo da manifestante informações e detalhamento das operações relacionadas às suas contas correntes relativamente à SEMIL e ALMIROANA, inclusive com tabela com as respectivas notas fiscais, além dos Livros Diário/Razão 2012 a 2014, registrando que na hipótese de não elaboração desses livros, apresentar o Livro Caixa. Foram apresentados os Livros Diário e Caixa, nos 2012 e 2014, registrados na Junta Comercial somente em 2017. Na seqüência, a fiscalização apresenta detalhada descrição da Operação Âmbar, deflagrada em 10/11/2015, pelo Ministério Público Estadual do Espírito Santo em parceria com a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Vitória e Receita Estadual, cujo objetivo era desarticular uma organização criminosa que atuava no setor de rochas ornamentais no município de Fl. 382DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 382 4 Cachoeiro do Itapemirim. O esquema consistia na constituição e utilização de empresas de fachada (NOTEIRAS) que vendiam notas fiscais frias para empresas e empresários do setor, buscando dissimular o verdadeiro fornecedor de blocos e chapas de mármore e granito, e, conseqüentemente, sonegar tributo. Entre as noteiras identificadas era explícita a divergência entre o montante elevado de notas fiscais emitidas e a inexistente ou insignificante movimentação bancária/financeira, acrescida da falta de recolhimento dos tributos devidos. Passa, então, a fiscalização a detalhar todos os procedimentos, depoimentos prestados e informações pertinentes trazidas pelos envolvidos nas empresas de fachada, identificando diversas dessas empresas, entre elas a ACB METAS (ACB MÀRMORES) e ÁGATA GRANITOS. Em continuidade, dispõe a fiscalização acerca das operações fraudulentas envolvendo a empresa noteira ÁGATA GRANITOS LTDA, doravante chamada de ÁGATA. Informa que a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Vitória recebeu denúncia da existência de esquema organizado de venda de notas fiscais por empresas de fachada (“laranjas”), que eram utilizadas em operações ilícitas de compra e venda de mármore e granito, com o intuito de encobrir o verdadeiro fornecedor e, por conseguinte, a sonegação de tributos. Nesse esquema, estaria envolvida a empresa ÁGATA, cujos sócios de fato são identificados na referida denúncia anônima, José Alexandre Leal Santanna, CPF: 882.874.59753, e Silvana Mara Louzada de Souza, CPF: 997.879.54720. Aduz a fiscalização que a ÁGATA foi inscrita da RFB em 1997 e mantevese inativa de 1999 a 2007, apresentando para os anos de 2008, 2009, 2010 e 2012 declaração lucro presumido com valores zerados, mantendose omissa nos demais anos. Não obstante, no período de 2011 a 2014 emitiu notas fiscais no valor de pouco mais de R$ 20 milhões sem qualquer recolhimento de tributo federal. Foi baixada pela RFB, por inexistência de fato, em 21/07/2016, após decurso das investigações. Os dados das notas fiscais emitidas foram extraídos do Sped e foram selecionados para diligência os destinatários que apresentaram valores mais expressivos. Estes foram intimados a apresentar comprovantes de pagamentos efetuados pelas respectivas compras, informar a pessoa que havia negociado tais operações, juntando documentação pertinente. Do exame da documentação apresentada foi possível identificar a existência de operações fraudulentas. Neste contexto, envolvendo empresas que lançaram mão de notas fiscais da empresa laranja ÁGATA, consta a MARMORARIA, conforme na seqüência demonstra a fiscalização, relatando diligências efetuadas em diversas empresas destinatárias das notas fiscais. METALLAR MÓVEIS TUBOLARES LTDA EPP – CNPJ: 73.543.639/000197. Instada a apresentar comprovantes de pagamentos e outros documentos relativos às compras realizadas e que foram objeto das notas fiscais emitidas pela ÁGATA, a Metallar encaminhou farta documentação comprobatória das operações de venda de mercadorias pela MARMORARIA e que foram fraudulentamente documentadas com notas fiscais da ÁGATA, além de cópia dos comprovantes de pagamentos efetivados a crédito das contas correntes da MARMORARIA mantidas no Bradesco e no Baco do Brasil referentes a estas operações. Todos os comprovantes de depósito foram identificados nos extratos bancários fornecidos pela MARMORARIA, apresenta respectiva Fl. 383DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 383 5 tabela demonstrativa, com informações de pagamentos efetuados de forma parcelada relativos aos meses de 02/2014 a 09/2014. Ainda para confirmar o verdadeiro fornecedor, a Metallar apresentou os romaneios emitidos pela MARMORARIA relativos às notas fiscais emitidas pela ÁGATA relacionadas na tabela citada. Junta cópia por amostragem. Também apresenta cópia de formulários de controle das mercadorias adquiridas, relacionando todas as informações supra sintetizadas, destacandose que nestes formulários, além das mercadorias adquiridas, identificase a forma de pagamento parcelado, valores e contas correntes da MARMORARIA. Informa ainda que as compras foram realizadas pelo vendedor José Carlos Oliveira de Jesus, vulgo Serginho. Prestando esclarecimentos à fiscalização, o vendedor dispôs que intermediava negociações entre a compradora Metallar e as empresas vendedoras de granito e mármore, cabendo a fornecedora a entrega da mercadoria ao adquirente, que os pagamentos eram feitos ora por depósito na conta corrente do fornecedor ora por cheques, que não conhece a empresa ÁGATA e que as operações em questão foram vendas da empresa MARMORARIA. V E F DE BRITO E CIA LTDA – CNPJ: 08.629.915/000172. A referida empresa, cujo nome de fantasia é FABONE Móveis Tubulares, questionada pela fiscalização sobre operações documentadas com notas fiscais da ÁGATA, devidamente identificadas, apresentou cópia de cheques que foram emitidos em contrapartida pelas mercadorias adquiridas, os quais evidenciam claramente tratarse de vendas da empresa MARMORARIA, uma vez que no verso dos mesmos sempre consta uma referência à MARMORARIA, inclusive número de sua conta junto ao SICOOB. Informa ainda a Fabone, que as negociações sempre ocorreram através do representante Serginho, que retirava as mercadorias na MARMORARIA e que, a pedido do representante, os respectivos cheques nominais à ÁGATA fossem enviados para a MARMORARIA. Apresentou cópia dos romaneios expedidos pela MARMORARIA e apresenta tabela com respectivos comprovantes de pagamentos. CIPLAFE COM. E IND. DE MÓVEIS LTDA – CNPJ: 47.841.911/0001 05. De igual modo, a CIPLAFE encaminhou a fiscalização documentação comprobatória de mercadorias adquiridas da MARMORARIA com utilização de notas fiscais da empresa ÁGATA. Apresenta depósito bancário feito em conta da MARMORARIA no Banco do Brasil referente à operação de venda documentada pela nota fiscal nº 1.257 da ÁGATA. Desta forma, conclui a fiscalização que não há dúvida sobre a utilização de empresas laranjas pela MARMORARIA visando ocultar vendas de mercadorias de sua titularidade, e que esta prática não se resume à empresa laranja ÁGATA e ao anocalendário de 2014. Em continuidade, aduz a fiscalização que demonstrará que a MARMORARIA já utilizava deste expediente desde 2012, com notas fiscais da noteira ACB METAS, conforme discorre a seguir. A empresa NK INDÚSTRIA DE MÓVEIS EPP – CNPJ: 15.673.559/0001 50 foi diligenciada objetivando fornecimento de cópia de comprovantes de Fl. 384DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 384 6 pagamentos decorrentes de compras realizadas e que foram documentadas por meio de notas fiscais da ACB METAS, bem como para informar a identificação das pessoas com as quais as negociações foram realizadas, no período de 09/2012 a 11/2012, apresenta planilha detalhada demonstrativa das vendas. resposta a NK apresentou planilha com todos os dados de seus pagamentos via cheque de sua titularidade junto ao Banco Itaú, cheques estes quase na sua totalidade nominais à MARMORARIA e com anotação no verso da sua conta corrente na SICOOB ou identificação do sócio da MARMORARIA, Dedé (sr. Antônio José Ofranti). Informa ainda que todos os pedidos foram feitos ao representante Serginho ou diretamente com as funcionárias da MARMORARIA de nome Sônia ou Ângela via telefone ou email. Outra empresa diligenciada foi a IND. E COM. DE MÓVEIS MOURA – METALÚRGICA MOURA – CNPJ: 01.488.894/000173. Informa que as operações respaldadas pelas notas fiscais da empresa ACB METAS se deram por intermédio de email e telefone da MARMORARIA, período das notas fiscais 09/2012 a 11/2012. Traz ainda a fiscalização a declaração do representante de vendas Serginho, que conclui que a MARMORARIA é o verdadeiro fornecedor que acobertou suas vendas com notas fiscais da ACB METAS. O item seguinte do Termo de Encerramento Parcial nº 05 – 668/16 traz a tentativa por parte da MARMORARIA em provar a origem da movimentação financeira verificada em suas contas correntes como sendo relativa ao grupo de empresas da família, ALMIROANA e SEMIL. Apresenta para tanto planilhas onde buscar vincular a origem dos recursos bancários. Neste contexto, faz o cotejamento dos pagamentos trazidos pela Metallar com os registros contidos nas planilhas elaboradas pela MARMORARIA e constata que inexiste sintonia entre as informações da diligenciada com as supostas vendas indicadas pela MARMORARIA. Os pagamentos trazidos pela Metallar constam na planilha da impugnante como supostas vendas envolvendo outras várias pessoas jurídicas, tudo demonstrado pela fiscalização em planilha elucidativa. Mais uma vez conclui que a MARMORARIA realizou vendas sem emissão de notas fiscais e as dissimulou com notas fiscais de empresas laranjas (ACB METAS e ÁGATA). Da infração a dispositivo da Lei Complementar nº 123/2006. Aduz a auditoria fiscal que ao arrimo do inciso XI, art. 29, da Lei Complementar nº 123/2006, restou comprovado que a MARMORARIA descumpriu de forma reiterada a obrigação contida no inciso I do caput do art. 26 do mesmo diploma legal, qual seja, a obrigatoriedade de emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviços. Constatouse que a MARMORARIA não emitiu documentário fiscal obrigatório para efetivar as operações de venda de mercadorias às empresas NK e Metalúrgica Moura ocorridas nos meses de setembro a novembro de 2012. Também no ano de 2014 tal prática se repetiu. Em seqüência a fiscalização traz legislação que embasa os recolhimentos de tributos devidos pela impugnante à RFB e declarações à RFB de empresas optantes do Simples Nacional, que trata da competência da RFB em fiscalizar Fl. 385DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 385 7 todos os tributos instituídos pela Simples Nacional e as formas de exclusão de empresas do Simples Nacional, se de ofício ou mediante comunicação da própria pessoa jurídica. Continua trazendo o art. 29 da Lei Complementar nº 123/2006 que trata de hipóteses que implicam em exclusão de ofício, especificamente trazendo do inciso XI e o § 9º, incisos I e II, além dos §§ 1º e 2º do mesmo art. 29 que trata da produção de efeitos da exclusão e do prazo de impedimento para nova opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica excluída. Já o art. 32 do mesmo diploma legal prescreve o tratamento tributário ao qual se sujeitará a excluída. Já o art. 13 da Lei Complementar nº 123/2006 estabelece a obrigação do recolhimento mensal dos tributos que especifica pelas pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, concluindo a fiscalização que estes são os dispositivos legais necessários para a análise dos fatos contidos no Termo de Exclusão do Simples Nacional. Da apuração do crédito tributário e da exclusão do Simples Nacional. O art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006, alterada pela Lei Complementar nº 147/2014, estabelece a base de cálculo e as alíquotas dos tributos devidos pelas pessoas jurídicas optantes do Simples Nacional. Por sua vez o art. 3º, § 1º, da referida Lei, conceitua receita bruta. A partir das Declarações do Simples Nacional apresentadas pela MARMORARIA, sob regime de competência, elaborou a fiscalização uma planilha com os valores da receita bruta declarada da empresa em 2012, competência a competência. Dispõe ainda: Ocorre que o descumprimento reiterado da obrigação contida no inciso I do caput do art. 26 da Lei Complementar nº 123, de 2006, importa em exclusão de ofício da pessoa jurídica do SIMPLES NACIONAL (inciso XI, do art. 29). Não resta dúvida, por todo o relatado, de que a MARMORARIA SANTO ANTÔNIO transgrediu o conteúdo da referida lei pelos seguintes fatos: a) deixou de emitir documento fiscal de venda por 02 (dois) ou mais períodos de apuração, consecutivos ou não, de idênticas infrações, o que se subsume ao disposto no inciso I do §9º do art. 29; b) lançou mão do artifício de notas fiscais de empresa laranja visando dissimular venda de mercadorias de fabricação própria, e assim impedir o conhecimento pela autoridade administrativa da ocorrência do fato gerador, suprimindo ou reduzindo o pagamento dos tributos, nos exatos termos do inciso II do §9º do art., ambos da LC nº 123/2006 . MARMORARIA SANTO ANTÔNIO infringiu dispositivos da Lei Complementar nº 123, de 2006, nos períodos de apuração 09/2012 a 11/2012, ao não emitir documento fiscal das vendas de mercadorias e, ato contínuo, dissimulálas com nota fiscal da empresa laranja ACB METAS. Desde modo, para fins de dar cumprimento ao disposto nos §§1º e 2º do art. 29, que tratam da produção de efeitos da exclusão e do prazo de impedimento para a nova opção pelo SIMPLES NACIONAL pela pessoa jurídica excluída, serão objeto de lançamento de ofício, em encerramento parcial do procedimento fiscal objeto do TDPF – F nº 2016006682, os fatos geradores ocorridos nos períodos de apuração de 09 a 11/2012, Fl. 386DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 386 8 necessários e suficientes para caracterizar a prática reiterada de infração à Lei Complementar nº 123, de 2006. A reiteração se deu no período de apuração de 11/2012, dando início aos efeitos da exclusão do mês 12/2012. Em continuidade, através da planilha demonstrativa abaixo, informa os fatos geradores que constaram no lançamento de ofício dos períodos de apuração 09 a 11/2012, com tributação na forma do Simples Nacional, em decorrência do encerramento parcial do procedimento fiscal, consolidando na referida planilha os valores omitidos pela empresa para os meses acima. Informa ainda que relativamente aos períodos de apuração de 12/2012 a 12/2014 serão lançados de ofício oportunamente. Discorre a seguir das razões que levaram a fiscalização a qualificar a multa aplicada no lançamento de ofício e a legislação que rege sua aplicação. Neste contexto, dispõe que em virtude dos fatos descritos anteriormente, e considerando, sobretudo a intenção fraudulenta do contribuinte em suprimir tributos/contribuição social devidos, omitindo mediante fraude receitas que deveriam constar em sua escrituração contábil, aplicouse multa de 150% sobre o Simples Nacional (IRPJ, Cofins, ICMS, PIS, IPI e CPP) cuja exigência decorre da omissão de receitas, caracterizada pela falta de emissão de documentos fiscais, lançando mão de notas fiscais de empresas de fachada (noteiras). Transcreve art. 44 da Lei nº 9.430/96, que por sua vez remete aos artigos 71 a 73 da Lei nº 4.502/64, que definem sonegação e fraude fiscal. Dispõe ainda que: Em razão da convicção firmada pela fiscalização quanto à intenção da MARMORARIA SANTO ANTÔNIO em se eximir dos tributos devidos por meios defesos em lei caracterizada, de forma inequívoca, pela falta de emissão de documentos fiscais de venda, cumulado com a utilização de notas fiscais de empresa laranja. Tais ações inseremse no contexto de fraude à fiscalização tributária, configurando o dolo necessário para a qualificação da multa de ofício. Fato é que a MARMORARIA SANTO ANTÔNIO procedeu à redução dos valores dos tributos devidos declarados nas Declarações do SIMPLES NACIONAL, pela falta da emissão das notas fiscais de vendas de mercadorias e utilização de notas fiscais de empresa laranja, com único objetivo de suprimir ou reduzir o pagamento do tributo devido. Fl. 387DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 387 9 Os fatos descritos se subsumem à prescrição do art. 71, I da Lei nº 4.502, de 1964, na figura da Sonegação, tendo em vista a tentativa, por meio de ação dolosa, de impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais. Por fim, trata da seara penal e conclui aduzindo que a ação fiscal encerrada parcialmente examinou fatos geradores ocorridos nos meses de setembro a novembro/2012, tudo documentado no referido Termo de Encerramento Parcial nº 05, nos demonstrativos de descrição dos fatos e enquadramento legal e demais documentos que serviram de prova. Da Impugnação Nos termos da decisão da DRJ, segue o relato da Impugnação, de fls. 318/325, que aduziu os seguintes argumentos: Informa que durante o procedimento fiscal a impugnante sempre atendeu a todas as intimações, sempre fornecendo as explicações e documentação solicitada, e para seu espanto, recebeu o termo de encerramento parcial de fiscalização, com a conseqüente lavratura de Auto de Infração, na sistemática do Simples Nacional, referente ao período de 09 a 11/2012, pela suposta omissão de receita mediante não emissão de documento fiscal. Do prejuízo ao contraditório e da utilização ilegal de fatos ainda em análise. Em leitura ao Termo que serve de fundamento ao Auto, verificase que a fiscalização baseia seu trabalho em fatos geradores ocorridos nos meses de setembro a novembro de 2012. Ocorre que o que se observa é que a fiscalização elabora planilhas e se atém, quase que totalmente, a supostos fatos ocorridos nos anos de 2013 e 2014, ou seja, em período posterior ao autuado, que ainda se encontram sob verificação e não são conclusivos, isso sem falar que poderão ser contestados no momento oportuno. Os relatórios deveriam se ater estritamente a fatos e documentos referentes ao período autuado e excluído, o que gerou uma falsa convicção negativa sobre a empresa. Tal fato, além de ilegal e indevido, fere o contraditório da impugnante, visto que a presente defesa somente deverá se manifestar sobre o período autuado (09 a 11/12) que gerou e exclusão, até porque a impugnação não pode se manifestar acerca de fatos não conclusivos e que ainda estão sob análise da fiscalização. Por uma questão de legalidade o Termo de Encerramento Parcial deveria ser anulado e refeito para descrever unicamente supostos fatos imputados relacionados ao período autuado. Do equívoco da autuação e da inexistência de infração à Lei Complementar nº 123/2006. A fiscalização no que tange aos meses autuados, não conseguiu comprovar qualquer infração cometida pela impugnante, até mesmo porque não existiu. Sustenta o fisco que a impugnante teria se utilizado de notas fiscais da ACB METAS para dissimular suas operações de vendas para as empresas NK e Metalúrgica Moura, nos meses de setembro a novembro de 2012. Além de Fl. 388DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 388 10 não restarem cabalmente comprovados os fatos, a impugnante não cometeu qualquer infração, devido a: a) a fiscalização utiliza depoimento de operadores e dos sócios das empresas noteiras, que, sem passar pelo crivo do contraditório, em nenhum momento tais operadores e laranjas fazem menção a impugnante como participante deste suposto esquema; b) a impugnante desconhece as operações mencionadas pela fiscalização junto as empresas NK e Metalúrgica Moura, em que supostamente foram utilizadas notas fiscais da empresa noteira ACB METAS, isso porque essas empresas tinham diversos fornecedores na região e eram atendidas por um representante autônomo que fazia todas as transações. c) o citado representante comercial conhecido pela alcunha de Serginho declarou que era vendedor autônomo e que vendia tampos de mesas para diversos fornecedores e para diversas empresas, não podendo dessa forma presumir a origem e o destino das operações, além de receber valores e fazer pagamentos entre seus fornecedores, utilizando valor de uma empresa para pagar a outra. Assim, não existem provas cabais que a impugnante não tenha emitido notas fiscais nas operações de venda para as empresas NK e Metalúrgica Moura ocorridas nos meses de 09 a 11/2012, lançando mão para tanto da empresa noteira ACB METAS para dissimular suas operações de vendas, evidenciando que a fiscalização não comprovou suas alegações e que inexistiu qualquer infração à Lei Complementar nº 123/2006, devendo o ADE ser considerado nulo e insubsistente. Da multa qualificada. Discorre que em nenhum momento ficou devidamente comprovado ou sequer caracterizado que a impugnante tenha agido de máfé ou com dolo, e a presunção da fiscalização se baseia em supostos fatos posteriores a autuação. Não encontra amparo legal a aplicação da multa qualificada e muito menos substrato fático. Descabida a aplicação da multa de ofício qualificada. Da multa confiscatória. Discorre robustamente acerca do caráter confiscatório da multa aplicada e que viola princípio constitucional. Requer seja declarado o Auto de Infração totalmente nulo e insubsistente. Se assim não for, que seja excluída a multa qualificada. Requer ainda a juntada de novos documentos e demais provas em direito admitidas. Em julgamento realizado em 28 de setembro de 2017, a 7ª Turma da DRJ/RPO, considerou improcedente a impugnação da contribuinte e prolatou o acórdão 14 70.458 assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/09/2012 a 30/11/2012 VENDA SEM EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS. OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a comprovação de vendas de mercadorias sem a respectiva emissão de documentos fiscais, lançando mão para tanto da utilização de notas fiscais de empresas de fachada (noteiras). Fl. 389DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 389 11 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, quando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadrase em pelo menos uma das hipóteses tipificadas nos artigos 71 a 73, da Lei nº 4.502/64. Estando plenamente comprovada a prática reiterada do contribuinte de omitir do Fisco parte das receitas de vendas, caracterizada pela falta de emissão de documento fiscal e utilização de notas fiscais de empresas de fachada, sonegando, assim, parte da tributação, correta a aplicação da multa qualificada. MULTA. EFEITO CONFISCATÓRIO. ARGUIÇÕES DE ILEGALIDADE OU INCONSTITUCIONALIDADE. VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA. Na aplicação da multa, à autoridade administrativa cabe cumprir a determinação legal, aplicando o ordenamento vigente aos fatos geradores e infrações concretamente constatadas, não sendo competente para discutir a constitucionalidade da lei e se esta fere ou não dispositivos e/ou princípios constitucionais. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Do Recurso Voluntário Apenas o responsável solidário apresentou recurso voluntário às fls. 364 e ss, onde reforça os argumentos apresentados em sede de impugnação e requer: Preliminar do prejuízo ao contraditório e da utilização ilegal de fatos ainda em análise; Mérito do equívoco da autuação e da inexistência de infração à lei complementar 123/2016; Da multa qualificada; e confiscatória; Recebi os autos, desta feita, por sorteio, em 22/01/2019. É o relatório. Fl. 390DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 390 12 Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora A contribuinte foi autuada para o recolhimento de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e INSS no regime simplificado SIMPLES, relativo ao período de setembro a novembro de 2012, totalizando o crédito tributário de R$60.088,28, incluindo multa de ofício qualificada de 150% e juros de mora. Ela foi cientificada do teor do acórdão da DRJ/RPO em 14/11/2017 (AR de fl. 361), e apresentou em 06/12/2017, recurso voluntário, juntado às fls. 364 e ss. Já que atendidos os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72, e tempestivo, dele conheço. Conforme se verifica do TVF, a fiscalização identificou através de programa de fiscalização que a recorrente efetuou vendas sem a devida emissão de notas fiscais, bem como lançou mão de forma reiterada de notas fiscais inidôneas de empresas de fachada (noteiras) para acobertar tais operações, dissimulando suas próprias vendas. Identificou a fiscalização que os sócios da recorrente tambémm compõem o quadro societário da empresa SEMIL SERRARIA de MINERIOS VARGEM ALTA LTDA ME e ALMIROANA MARMORES E GRANITO e justifica que os recursos que transitaram por sua conta corrente na realidade seriam decorrentes dessas empresas, do mesmo grupo familiar. Identificouse também, que fazia parte de esquema que se constituía e utilizava empresas de fachadas noteiras que vendiam notas fiscais frias para empresas e empresários do setor de rochas ornamentais (mármore e granito) no município de Cachoeiro do Itapemirim ES dentro da chamada Operação Âmbar. Tais empresas de fachada era utilizadas para dissimular o verdadeiro fornecedor de blocos e chapas de mármore e granito, e consequentemente, sonegar tributos. O MP/ES, por intermédio do OF/GAECO/nº 861/2016, de 11/07/2016, encaminhou à DRFB/VITÓRIA/ES a decisão do Juiz da 4ª Vara Criminal de Cachoeiro de Itapemirim – ES, que, em 16/06/2016, autorizou o compartilhamento das provas com a Receita Federal do Brasil. Foram identificadas diversas pessoas físicas envolvidas diretamente na constituição dessas empresas de fachada, inclusive com atuação na área técnicocontábil. A investigação apontou como operadores as pessoas de Júlio César Vingler Brites, vulgo “JUNINHO”, e Anderson Moreira Maifrede, vulgo “SANSÃO”, como intrinsecamente envolvidos na utilização de empresas de fachada para venda de notas fiscais, além do profissional técnicocontábil Vítor Lacerda Barbiero. Em depoimento prestado a polícia judiciária de Cachoeiro de Itapemirim – ES, em novembro de 2012, Vítor Barbiero esclareceu que, apesar da INATIVIDADE da ACB Fl. 391DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 391 13 METAS, seus sócios, Ana Paula Delabela Matos e Júlio César Vingler Brites, procuravam empresários do ramo de rochas ornamentais e se ofereciam para faturar as mercadorias comercializadas com notas fiscais da ACB METAS em troca de uma comissão de 5 a 6%, em dinheiro ou em material. Segue ainda, o TVF, no sentido de que No curso das investigações, restou comprovado que ele era sócio de fato da noteira ÁGATA GRANITOS, que como se mostrará adiante foi utilizada para dissimular vendas da MARMORARIA SANTO ANTÔNIO. Várias empresas que adquiriram mercadoriasmatéria prima da ÁGATA GRANITOS foram diligenciadas, intimadas a apresentarem documentações de tais operações. E no que concerne à recorrente, várias delas, para o período citado, encaminhou farta documentação comprobatória das operações de venda de mercadorias da MARMORARIA SANTO ANTÔNIO e que foram fraudulentamente documentadas com notas fiscais da empresa laranja ÁGATA GRANITOS.Inclusive com pagamentos efetuados à recorrente: É certo que na fiscalização consta o período posterior, de 2013 e 2014, porém tais informações não são utilizadas para embasar esta autuação. Assim, não há que se falar em prejuízo ao recorrente. Há também os fatos e documentações que lastrearam este lançamento, referentes ao período de setembro a novembro de 2012, especificamente no que tange à empresa "laranja" ACB Metais, que vendeu para NK INdústria de Móveis, que encaminhou documentação de que realizou o pagamento para a recorrente: Bem como para a empresa IND. E COM. DE MÓVEIS MOURA METALÚRGICA MOURA: Fl. 392DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 392 14 A DRJ manteve o lançamento nos seguintes termos, com os quais concordo: Todos os elementos de prova utilizados pela fiscalização que levaram ao presente Auto de Infração referemse a vendas de mercadorias pela autuada, sem que houvesse a respectiva emissão de notas fiscais, tendo utilizado para tanto notas fiscais da empresa noteira ACB METAS, tudo devidamente detalhado e comprovado pela auditoria fiscal, restrito ao período de 09 a 11/2012, tendo a empresa apenas apresentado alegações genéricas, repitase, não apresentando nenhuma prova contrária aos fatos elencados pela fiscalização dispostos fartamente no Termo de Encerramento Parcial nº 05 – 668/16. Desta forma, não há que se falar em anulação do referido Termo de Encerramento Parcial conforme requer a impugnante. Em seqüência, na sua impugnação, a empresa argui que não restou comprovada pela fiscalização qualquer a infração por ela cometida e dispõe, conforme os três itens abaixo: a) a fiscalização utiliza depoimento de operadores e dos sócios das empresas noteiras, que, sem passar pelo crivo do contraditório, em nenhum momento tais operadores e laranjas fazem menção a impugnante como participante deste suposto esquema. Não procede sua argumentação. Em que pese a fiscalização ter detalhadamente apresentado no Termo de Encerramento Parcial nº 05 todo o contexto da Operação Âmbar, não foram os depoimentos dos operadores e sócios das empresas noteiras que levaram ao presente lançamento. Foi sim toda a documentação juntada pelo fisco em suas bem direcionadas diligências, que resultaram em sólidos elementos de prova da ocorrência da infração relatada e da omissão de receitas, na exata proporção de tudo que foi explicitado no referido Termo. b) a impugnante desconhece as operações mencionadas pela fiscalização junto às empresas NK e Metalúrgica Moura, em que supostamente foram utilizadas notas fiscais da empresa noteira ACB METAS, isso porque essas empresas tinham diversos fornecedores na região e eram atendidas por um representante autônomo que fazia todas as transações. Mais uma vez, a empresa apresenta alegação genérica e sem nenhum elemento de comprovação que se contraponha ao disposto de forma objetiva e conclusiva pela auditoria fiscal em seu detalhado trabalho. Trouxe o fisco elementos claros da ligação entre as operações efetuadas de setembro a novembro de 2012 com as empresas NK e Metalúrgica Moura, com a Fl. 393DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 393 15 utilização de notas da ACB METAS, com vinculação de pagamentos nas contas da MARMORARIA, tudo devidamente comprovado no supracitado Termo de Encerramento. Não se acata os termos da manifestação de inconformidade. c) o citado representante comercial conhecido pela alcunha de Serginho declarou que era vendedor autônomo e que vendia tampos de mesas para diversos fornecedores e para diversas empresas, não podendo dessa forma presumir a origem e o destino das operações, além de receber valores e fazer pagamentos entre seus fornecedores, utilizando valor de uma empresa para pagar a outra. Não há que se acatar tal disposição, já que claro ficou no Termo de Encerramento a relação existente entre as empresas envolvidas nas operações de vendas que levaram ao presente lançamento, os cheques com referência à MARMORARIA ou ao sócio no verso, à conta corrente de sua titularidade junto ao SICOOB, o liame entre as notas fiscais da ACB METAS e os pagamentos, ou seja, trazer apenas alegações genéricas sobre a forma de proceder do representante comercial para contestar tais elementos comprobatórios não tem o condão de desconstituir as provas trazidas aos autos. Contrariamente ao que dispõe a autuada, o fisco comprovou suas alegações, não havendo razão para se considerar nulo e insubsistente o presente Auto de Infração, conforme requer a autuada. Assim, de se manter o lançamento. Da Multa Qualificada Segundo o TVF, fl. 56, a multa qualificada foi aplicada nos lançamentos, pois em seu entendimento, a recorrente teve plena e total intenção de se eximir dos tributos devidos por meios defesos em lei caracterizada, de forma inequívoca, pela falta de emissão de documentos fiscais de venda, cumulado com a utilização de notas fiscais de empresa laranja. Tais ações inseremse no contexto de fraude à fiscalização tributária, configurando o dolo necessário para a qualificação da multa de ofício. Continua ainda, Fato é que a MARMORARIA SANTO ANTÔNIO procedeu à redução dos valores dos tributos devidos declarados nas Declarações do SIMPLES NACIONAL, pela falta da emissão das notas fiscais de vendas de mercadorias e utilização de notas fiscais de empresa laranja, com único objetivo de suprimir ou reduzir o pagamento do tributo devido. O recorrente em sua defesa afirma que não houve a ocorrência do dolo, nos termos dos arts. 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64. Já a DRJ mantém a qualificação com os seguintes argumentos: Entende este julgador que, contrariamente ao que alega a impugnante, está plenamente comprovada a prática reiterada da impugnante de omitir do Fisco parte das receitas de vendas, caracterizada pela falta de emissão de nota fiscal e utilização de empresas de fachada noteiras, sonegando, assim, parte da Fl. 394DF CARF MF Processo nº 10783.720078/201794 Acórdão n.º 1301003.872 S1C3T1 Fl. 394 16 tributação. A fiscalização identificou prova direta de conduta tipificada nos artigos 71 e 72 da Lei nº 4.502/64, que definem sonegação e fraude. Resta, assim, caracterizado o tipo descrito no artigo 71 e 72 da Lei nº 4.502/64, justificandose, por si só, a aplicação da multa de ofício qualificada (de 150%), prevista no artigo 44, inciso I e § 1º, da Lei nº 9.430/96 (com a redação dada pelo artigo 14 da Lei nº 11.488/2007). As operações dolosamente (tinha a intenção de praticar os atos, a fim de evitar a tributação) engendradas pelo contribuinte, visaram reduzir o montante dos tributos devidos (o que caracteriza a fraude). Assim, correta a aplicação de multa qualificada pelo montante de 150%. Assim, também, de se manter a qualificação da multa Com relação a questões constitucionais relacionadas à multa de caráter confiscatório, este CARF não é competente para analisálas, nos termos da Súmula CARF 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONCLUSÃO Diante de todo o acima exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, afastar preliminar arguida e no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 395DF CARF MF
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