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Numero do processo: 15463.001697/2009-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. RESSARCIMENTO.
Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos especificados e comprovados, efetuados, no ano-calendário, a médicos e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Na hipótese de pagamentos realizados no exterior, a conversão em moeda nacional será feita nos termos do § 2º do artigo 80 do RIR/1999. A possibilidade de dedução não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2202-003.946
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para afastar a glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$ 19.386,30.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009 DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. RESSARCIMENTO. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos especificados e comprovados, efetuados, no ano-calendário, a médicos e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Na hipótese de pagamentos realizados no exterior, a conversão em moeda nacional será feita nos termos do § 2º do artigo 80 do RIR/1999. A possibilidade de dedução não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. RESSARCIMENTO. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos especificados e comprovados, efetuados, no anocalendário, a médicos e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Na hipótese de pagamentos realizados no exterior, a conversão em moeda nacional será feita nos termos do § 2º do artigo 80 do RIR/1999. A possibilidade de dedução não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para afastar a glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$ 19.386,30. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente. (assinado digitalmente) Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 46 3. 00 16 97 /2 00 9- 11 Fl. 300DF CARF MF Processo nº 15463.001697/200911 Acórdão n.º 2202003.946 S2C2T2 Fl. 301 2 Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto. Relatório Adoto como relatório, em parte, aquele utilizado por ocasião da Resolução nº 2202000.702, desta Turma Ordinária, complementandoo ao final (fl. 253): O contribuinte em epígrafe teve sua declaração de imposto de renda das pessoas físicas, do ano calendário de 2008, exercício de 2009 revista de ofício pela Autoridade Fiscal competente, tendo sido emitida a Notificação de Lançamento de folha 08 e seguintes, que reduziu o valor do imposto a restituir, pleiteado no ajuste, de R$ 13.147,38 para R$ 7.769,27. O procedimento decorreu da glosa de despesas médicas pleiteadas como dedução na declaração, relativa a dois prestadores de serviços, um no Brasil e um nos EUA, conforme discriminado na folha 10. A Autoridade Fiscal que efetuou a revisão anotou que a glosa se dava por: "despesas não consideradas pois não foi apresentada planilha de reembolso." É que o contribuinte possui plano de saúde que lhe ressarcia parcialmente as despesas incorridas. O contribuinte apresentou impugnação à exigência, anexando documentos, para comprovar a efetividade das despesas médicas. A DRJ ao analisar a impugnação, deu provimento parcial ao pedido para considerar comprovadas as despesas com o prestador de serviços no Brasil e, em relação ao prestador de serviços no exterior, disse que (fl. 61): No que tange aos documentos de fls. 19 a 32, cabe esclarecer que a juntada de documentos redigidos em língua estrangeira, desacompanhados de tradução firmada por tradutor público juramentado, contraria o disposto no Parecer Normativo CST n.º 31, de 1977, e nos arts. 156 e 157 do Código de Processo Civil, não constituindo, dessa forma, elementos de prova hábeis a comprovar as razões do Impugnante. Os documentos de fls. 33 a 43 são extratos de faturas de cartão de crédito do contribuinte e revelamse, por si sós, insuficientes para comprovar despesas médicas próprias do contribuinte e de seus dependentes, nos termos previstos na legislação tributária. Cientificado dessa decisão em 11/02/2014 (fl. 66), o contribuinte apresentou recurso voluntário, mediante procuradores constituídos, em 12/03/2014 (fl. 69). Em sede de recurso alega que as despesas realizadas no exterior são dedutíveis na forma Fl. 301DF CARF MF Processo nº 15463.001697/200911 Acórdão n.º 2202003.946 S2C2T2 Fl. 302 3 da legislação aplicável e que anexa então toda a documentação comprobatória com tradução juramentada, que deve ser considerada em fase recursal, pelo princípio da verdade material. PEDE o provimento integral de seu recurso cancelandose a Notificação de Lançamento e efetuandose a restituição integral do imposto conforme declarado. Alternativamente, requer a conversão do julgamento em diligência para apuração dos fatos e provas. Ao analisar a questão, decidiuse pela conversão do julgamento em diligência em vista de faltarem alguns esclarecimentos necessários nos autos, encaminhandose à DRFB para que o interessado fosse intimado a apresentar: a) planilha com discriminação por datas dos valores pagos a título de despesas médicas ao Hospital Johns Hopkins, no ano de 2008, com indicação da folha destes autos que contém a cópia do documento comprobatório do pagamento correspondente, e a taxa de conversão para moeda nacional empregada, com a respectiva data, observando o disposto no RIR/1999, artigo 80, § 2º, a fim de que se possa chegar ao total declarado de R$ 25.716,28. b) na mesma planilha, indicar o valor ressarcido em relação a cada um dos pagamentos acima especificados, novamente com indicação da folha que contém a cópia do documento comprobatório, a fim de que se possa concluir que, de fato, o valor ressarcido foi somente aquele indicado na DIRPF (R$ 6.302,16). Podese, ainda, anexar declaração do Plano de Saúde com a discriminação dos valores ressarcidos naquele ano, onde seja possível identificar quais se referem à despesa com o Hospital aqui em caso. O contribuinte intimado manifestouse nas fls. 260 e seguintes. Cumprida a diligência, com anexação dos documentos de folhas 266 e seguintes, retornaram os autos para prosseguimento do julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. O recurso é tempestivo, conforme relatado, e, atendidas as demais disposições legais, dele tomo conhecimento. Também conforme foi delimitado no Voto que redundou na conversão do julgamento em diligência: Entendo que assiste razão ao recorrente quando pleiteia a consideração de documentos, no caso a tradução juramentada, que foram anexados somente na fase recursal. Fl. 302DF CARF MF Processo nº 15463.001697/200911 Acórdão n.º 2202003.946 S2C2T2 Fl. 303 4 Além de estarse homenageando o princípio da verdade material, em busca da correta e precisa solução da lide, é de se considerar o que foi disposto pela DRJ, que exigiu tal procedimento, que, observese, não constou da Notificação de Lançamento originalmente, apesar de ter havido interlocução prévia com o contribuinte, como demonstra o Termo de Intimação Fiscal na folha 14. Assim, aplicase o disposto na alínea 'c', § 4º, artigo 16, do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF). Entretanto, mesmo analisando a documentação, com a devida tradução, continuase com dúvida sobre qual foi o valor ressarcido pelo Plano Bradesco Saúde S/A, em relação ao total de despesas com o Hospital Johns Hopkins, e mesmo qual foi o total das despesas efetivamente pagas a tal prestador de serviços, já que esses foram exatamente os pontos que motivaram o lançamento fiscal. A parte da autuação que aqui se discute referese à glosa de R$ 25.716,26 a título de despesas médicas informadas no Johns Hopkins Medicine International, com um reembolso por plano de saúde no Brasil, no valor de R$ 6.302,15. Esses foram, também, os valores informados pelo próprio contribuinte em sua DIRPF/2010, cuja cópia consta das fls. 48. As despesas teriam incorrido com o próprio declarante e com sua esposa e dependente Lilian Vianna (fl. 45). Assim, entendo que a lide que chega a esta instância recursal administrativa está limitada por esses valores acima especificados, não se podendo reconhecer despesas extra, além daquelas pleiteadas na declaração de ajuste, e que foram glosadas pela Autoridade Fiscal e constam da Notificação de Lançamento, pois isso transborda os seus limites. Segundo Marcos Vinicius NEDER e Maria Teresa Martinez LOPÉZ: “Para a solução do litígio tributário deve o julgador delimitar, claramente, a controvérsia posta à sua apreciação, restringindo sua atuação apenas a um território contextualmente demarcado. Esses limites são fixados, por um lado, pela pretensão do Fisco e, por outro, pela resistência do contribuinte, expressos respectivamente pelo ato de lançamento e pela impugnação....(grifei) A lei processual estabelece regras que deverão presidir as relações entre os intervenientes na discussão tributária. A atuação dos órgãos administrativos de julgamento pressupõe a existência de interesses opostos, expressos de forma dialética....Na lição de Calamandrei, “o processo se desenvolve como uma luta de ações e reações, de ataques e defesas, na qual cada um dos sujeitos provoca, com a própria atividade, o movimento dos outros sujeitos, e espera,depois, deles um novo impulso....”Se no curso deste processo, constatarse a concordância de opiniões, devese por fim ao processo, já que o próprio objeto da discussão perdeu o sentido. Da mesma forma, não há o que julgar se o contribuinte não contesta a imposição tributária que lhe é imputada.(NEDER, Marcos Vinícius e LOPEZ, Maria Teresa Martinez. Processo Administrativo Fiscal Comentado. 2ª ed,. Dialética, São Paulo, 2004, p. 265/266) Fl. 303DF CARF MF Processo nº 15463.001697/200911 Acórdão n.º 2202003.946 S2C2T2 Fl. 304 5 Portanto, impróprio o pedido de reconhecimento de valores além dos declarados, em sede deste recurso administrativo. Bem, com a diligência, vieram aos autos informações que especificam e sistematizam documentos que já constavam dos autos, esclarecendo a questão. Na tabela de fl. 263, o contribuinte lista uma série de despesas que foram incorridas no ano de 2008, com ele mesmo e com sua dependente. As informações conferem com o que consta dos autos e com a tradução juramentada. Está claro que nos meses de abril e novembro de 2008 o casal esteve nos EUA realizando exames e outros procedimentos médicos. Há recibos, cópias de exames, laudos e extratos de pagamento de cartão de crédito. Parte dessas despesas foi, no entanto, ressarcida por seguro de saúde no Brasil, conforme apontado no documento de fls. 294 e seguintes, emitido por Bradesco Saúde. Observo que pela sistemática do Plano, o contribuinte pagava as despesas que eram posteriormente ressarcidas, após a apresentação da comprovação de pagamento. Somando as despesas ressarcidas que constam na tabela elaborada pelo próprio contribuinte, na fl. 263, encontrase um total de R$ 6.329,96, valor um pouco superior ao informado na declaração de ajuste. CONCLUSÃO Em face do acima exposto, entendo que o contribuinte comprovou que teve despesas médicas no exterior e que essas despesas foram pagas por ele, relativas ao próprio tratamento ou de sua dependente, e que está determinado, pelo que consta dos autos, qual parcela foi ressarcida por plano de saúde localizado no Brasil. Dessa feita, VOTO por dar provimento parcial ao recurso para afastar a glosa de dedução a título de despesas médicas no valor de R$ 19.386,30 (R$ 25.716,26 menos R$ 6.329,96). (assinado digitalmente) Marcio Henrique Sales Parada Fl. 304DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.723978/2012-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL.
O cálculo do imposto deverá considerar os meses a que se referem os rendimentos utilizando-se, assim, as tabelas e alíquotas vigentes mês a mês. Na declaração de ajuste anual poderá ser compensado o valor equivocadamente retido pela fonte pagadora sobre a totalidade dos rendimentos recebidos acumuladamente no mês de pagamento. Precedentes do STJ sujeitos ao regime do art. 543-C do Código de Processo Civil; portanto, de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF por força do art. 62-A de seu Regimento Interno.
Numero da decisão: 2402-005.839
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso, vencidos os Conselheiros Ronnie Soares Anderson e Mário Pereira de pinho Filho e, no mérito, por maioria de votos, dar-lhe provimento parcial no sentido de que o cálculo do imposto observe o comando inserto no "caput" do art. 12-A da Lei n. 7.713/1998. Vencido no mérito o Conselheiro Mário Pereira de Pinto Filho
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(assinado digitalmente)
Jamed Abdul Nasser Feitoza - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild, João Victor Ribeiro Aldinucci, Waltir de Carvalho e Jamed Abdul Nasser Feitoza.
Nome do relator: JAMED ABDUL NASSER FEITOZA
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O cálculo do imposto deverá considerar os meses a que se referem os rendimentos utilizandose, assim, as tabelas e alíquotas vigentes mês a mês. Na declaração de ajuste anual poderá ser compensado o valor equivocadamente retido pela fonte pagadora sobre a totalidade dos rendimentos recebidos acumuladamente no mês de pagamento. Precedentes do STJ sujeitos ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil; portanto, de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF por força do art. 62A de seu Regimento Interno. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 39 78 /2 01 2- 57 Fl. 63DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso, vencidos os Conselheiros Ronnie Soares Anderson e Mário Pereira de pinho Filho e, no mérito, por maioria de votos, darlhe provimento parcial no sentido de que o cálculo do imposto observe o comando inserto no "caput" do art. 12A da Lei n. 7.713/1998. Vencido no mérito o Conselheiro Mário Pereira de Pinto Filho (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild, João Victor Ribeiro Aldinucci, Waltir de Carvalho e Jamed Abdul Nasser Feitoza. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 11065.723978/201257 Acórdão n.º 2402005.839 S2C4T2 Fl. 2.055 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (Fls. 40 a 58) interposto contra decisão proferida no Acórdão 1041.3108ª Turma da DRJ/POA (Fls. 33 a 35) onde, por unanimidade de votos, julgou a Impugnação (fls. 02 a 17) improcedente, mantendose a integralidade do crédito tributário. A Notificação de Lançamento (fl 05) teve origem em revisão de informações constantes do banco de dados da Receita Federal do Brasil onde restou constatado pelo Agente Fiscal a omissão de rendimentos recebidos acumuladamente, no anocalendário 2010, exercício 2011, no valor de R$ 132.769,97 em razão de processo judicial federal, apurandose diferença a ser recolhida pelo contribuinte no valor de R$ 53.296,43, multa de oficio e juros de mora Na apuração do imposto devido foi compensado o IRRF sobre os rendimentos omitidos de R$ 3.983,09. Segundo informa o relatório, os rendimentos foram declarados em DIRF pela fonte pagadora Banco do Brasil S.A. Complementando a descrição dos fatos, a fiscalização informa não ter sido apresentado comprovantes de pagamentos de honorários advocatícios/periciais (Notas Fiscais/recibos). Estas informações também não constaram na declaração de ajuste anual no campo “Doações e Pagamentos Efetuados. Na impugnação o Recorrente informou ter declarado erroneamente o valor líquido como rendimentos tributados exclusivamente na fonte, enquanto que o correto seria ter informado em rendimentos recebidos acumuladamente. Ao concluir, solicitou que lhe seja autorizado entregar declaração de ajuste anual retificadora. Tendo a DRJ não acolhido a pretensão expressa na impugnação, o mesmo expressa seu inconformismo interpondo Recurso Voluntário. Em sua peça recursal, no item que denominou Preliminar, limitouse a apresentar relato dos fatos, não havendo qualquer conteúdo prejudicial ao mérito. No mérito argumenta quanto a necessidade de aplicação de tratamento diverso do adotado, pedindo aplicação da metodologia de calculo típica do tipo de rendimentos recebidos acumuladamente, bem como a retificação de oficio de sua declaração de ajuste anual. É o relatório. Fl. 65DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Jamed Abdul Nasser Feitoza Relator Admissibilidade O recurso é tempestivo, entretanto, é necessário analisar a ocorrência de inovação na lide. A decisão recorrida registra que "o contribuinte não contestou os fatos geradores do lançamento, apenas solicitou a oportunidade para efetuar a retificação da declaração de ajuste. Tacitamente admitiu a omissão do valor apontado pela fiscalização de R$ 132.769,97." Considerando que o recurso voluntário é mais estruturado e apresenta pedidos ligeiramente diversos dos constantes na impugnação, poderíamos sustentar a ocorrência de inovação na lide, o que conduziria ao não conhecimento do Recurso em análise. O Decreto 70.235/72 em seus artigos 16 e 17 define o momento em que devem ser aduzidos todos os fatos, fundamentos, indicadas as provas e formulados todos os pedidos que balizarão o feito do inicio ao fim:. "Art. 16 A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Medida Provisória nº 1.602, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.602, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.602, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.602, de 1997) (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante." Fl. 66DF CARF MF Processo nº 11065.723978/201257 Acórdão n.º 2402005.839 S2C4T2 Fl. 2.056 5 Numa primeira análise acabamos por tender a corroboração do entendimento adotado pela DRJ quanto a não impugnação da matéria e, por conseqüência, entendendo ter o contribuinte inovado na causa em âmbito recursal dada as estreitas alegações apresentadas na impugnação. Temos que ter em mente ser o Recorrente pessoa física desprovida de conhecimentos técnicos aptos a permitir uma exposição clara de suas razões de resistência, Não é razoável exigir deste uma exposição técnica perfeita, tão pouco estaríamos diante de uma exigência proporcional a realidade em voga. Assim, visando resguardar a eficiência do processo e prestigiando a busca da verdade material, temos de fazer um esforço interpretativo visando garantir ao recorrente sua ampla defesa e contraditório. Apesar da simplicidade dos argumentos, ainda na impugnação, o mesmo argumenta tratase de erro na apuração do tributo, que ao invés de ser declarado e tributado como Rendimentos Recebidos acumuladamente ou declarado, pelo seu valor liquido, como rendimentos tributados exclusivamente na fonte, sendo sua pretensão, agora mais clara na peça recursal, ver corrigido o método de apuração. Ante ao exposto, no que se refere a admissibilidade, voto por conhecer do Recurso Voluntário. Preliminares O contribuinte neste tópico apenas apresente relatório dos fatos, não indicando qualquer matéria prejudicial a analise de mérito ou pedido típico do tema. Não havendo conteúdo decisório merecedor de manifestação. Mérito Não há qualquer dúvida quanto a origem dos rendimentos tidos por omitidos. Estamos diante de Rendimentos Recebidos Acumuladamente no anocalendário 2010, exercício 2011 em razão do processo nº 2004.71.08.0030036 (RS), tendo como órgão julgador o Juízo Federal da 4ª VF de Novo Hamburgo e versou sobre CONCESSÃO DE BENEFICIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUICAO, tendo como réu o INSS. E, para o caso em análise, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.127, de 7 de fevereiro de 2011, os rendimentos recebidos acumuladamente, relativos a anos calendário anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, quando decorrentes do aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; O imposto será retido, pela fonte pagadora, pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se referem os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. No presente caso, conforme se pode ver na tabela emitida pela própria Justiça Federal de Novo Hamburgo (fls 15/16), resta claro que tal procedimento foi observado e o tributo devido com base na sistemática de calculo própria do tipo de rendimento foi Fl. 67DF CARF MF 6 devidamente retido e o pagamento ao Recorrente realizado em função da dedução ali indicada conforme se pode ver no documento de folhas 17. Assim, ainda que tenham ocorrido erro na declaração, tendo o contribuinte declarado tal rendimento na linha de tributação exclusiva na fonte, não seria adequado promover a tributação dos valores integrais sem considerar a tabela utilizada pela fonte pagadora. Cumpre destacar que no anocalendário de recebimento de rendimentos pelo recorrente, vigia o artigo 12 da Lei nº 7.713, de 1988, que possuía a seguinte redação: "Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização." Porém, em 20 de dezembro de 2010 a Lei 12.350 introduziu o art. 12A da Lei nº 7.713, de 1988, que definiu como regra, a tributação exclusiva na fonte para os rendimentos recebidos acumuladamente, quando decorrentes de rendimentos do trabalho, aposentadoria, pensão, reserva remunerada ou reforma, pagos pelas entidades públicas de previdência social: "Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anoscalendário anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. (Incluído pela Lei 12.350, de 2010) (...) §7º Os rendimentos de que trata o caput, recebidos entre 1o de janeiro de 2010 e o dia anterior ao de publicação da Lei resultante da conversão da Medida Provisória no 497, de 27 de julho de 2010, poderão ser tributados na forma deste artigo, devendo ser informados na Declaração de Ajuste Anual referente ao anocalendário de 2010." Isto posto, não temos dúvida quanto a incidência do art. 12A da Lei nº 7.713/88 para os exercícios posteriores a 2010, contudo, dúvidas podem surgir quanto ao incidência do dispositivo no presente caso, uma vez que as verbas foram recebidas em 14/04/2010 (fl. 17), considerando que o contribuinte não assinalou a opção "tributação exclusiva". Vale ressaltar que o próprio contribuinte só tomou conhecimento de seu erro (de não assinalar a opção "tributação exclusiva") ao sofrer a fiscalização, de forma que sua impugnação tinha por pedido a retificação da DAA e ainda tentou apresentar Declaração de Ajuste Anual Retificadora. Registramos aqui a existência precedente da Câmara Superior do CARF encaminhando a questão rumo a aplicação da tributação preconizada no art. 12A da Lei nº 7.713/88, desde o anocalendário 2009, conforme Acórdão CSRF 9202003.695, julgado em 27/01/2016: Fl. 68DF CARF MF Processo nº 11065.723978/201257 Acórdão n.º 2402005.839 S2C4T2 Fl. 2.057 7 O STJ nos Recursos Especiais REsp 1.420.720 e REsp n1.118.429, ambos julgados sob rito do artigo 543C do CPC, decidiu que o Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos: "RESP 1.420.720 "O valor do imposto de renda, apurado pelo regime de competência e em valores originais, deve ser corrigido, até a data da retenção na fonte sobre a totalidade de verba acumulada, pelo mesmo fator de atualização monetária dos valores recebidos acumuladamente (em ação trabalhista, como no caso, o FACDT fator de atualização e conversão dos débitos trabalhistas). A taxa SELIC, como índice único de correção monetária do indébito, incidirá somente após a data da retenção indevida." "RESP 1.118.429 TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. AÇÃO REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS DE FORMA ACUMULADA. 1. O Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008." O STF se posicionou no mesmo sentido sobre o tema no RE 614.406, sob o rito do artigo 543B do CPC Considerando que o que dispõem o artigo 62, §2º do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, o entendimento do STF e STJ deverão ser reproduzidos por essa turma: "Art. 62 (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF." Diante das questões de fato e de direito referentes encaminhamos nosso entendimento no sentido de que deverá ser promovido o recalculo do tributo na forma incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo contribuinte. Quanto ao pedido de Retificação da Declaração de Ajuste Anual, considerando que o tema do presente processo não há que se falar em recebimento da Declaração de Ajuste Anual Retificadora ou promoção da retificação de oficio. Conclusão Fl. 69DF CARF MF 8 Com base no exposto, voto por conhecer do recurso voluntário e darlhe parcial provimento para que o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente seja calculado utilizandose as tabelas e alíquotas do imposto vigentes no mês em que a parcela foi reconhecida como devida, na decisão judicial, segundo os critérios estabelecidos pelo Resp. 1.470.720. (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza Fl. 70DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.908716/2009-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/04/2002
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO.
A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material.
VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA.
As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-002.717
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/04/2002 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. Recurso Voluntário Negado
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CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. Recurso Voluntário Negado ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 90 87 16 /2 00 9- 22 Fl. 70DF CARF MF Processo nº 15374.908716/200922 Acórdão n.º 3201002.717 S3C2T1 Fl. 3 2 ABW FACTORING FOMENTO MERCANTIL LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da contribuição social (PIS ou Cofins). A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade, a contribuinte alegou, em síntese, que parte do pagamento declarado era indevido, sem, contudo, trazer aos autos qualquer elemento probatório do crédito pleiteado, como a escrita fiscal ou notas fiscais. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 1332.700. A DRJ fundamentou sua decisão no fato de que o recolhimento alegado como origem do crédito encontravase integralmente alocado para a quitação de débito confessado, não se tendo por caracterizado o alegado pagamento indevido ou a maior, dada a inexistência de comprovação de erro no preenchimento da DCTF. Em seu recurso voluntário a Recorrente alega, em resumo, que a legislação não se encontra autorizada a alterar conceitos adotados na Constituição Federal, não sendo possível, por conseguinte, a ampliação da base de cálculo das contribuições sociais (PIS e Cofins), uma vez que, no período de apuração sob comento, a base de cálculo se restringia ao faturamento, ou seja, ao resultado das vendas de mercadorias e da prestação de serviços, dada a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo das contribuições promovido pela Lei 9.718/1998. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.640, de 30/03/2017, proferido no julgamento do processo 13558.901073/200911, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.640): O Recurso Voluntário é tempestivo, e não verificando outros óbices, tomo conhecimento dele. A recorrente alega que a parcela do Darf que considera indevida seria referente à ampliação da base de cálculo da Cofins, promovida pela Lei 9.718/98. Dois obstáculos impedem o provimento solicitado. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 15374.908716/200922 Acórdão n.º 3201002.717 S3C2T1 Fl. 4 3 O primeiro é que toda a argumentação quanto à base de cálculo da Cofins não foi feita na Manifestação de Inconformidade, e por isso, tal matéria encontrase atingida por preclusão, conforme art. 17 do PAF – Decreto 70.235/721, combinado com art. 74, §§ 9º, 10 e 11 da Lei 9.430/962. O segundo obstáculo é que o crédito pretendido não foi demonstrado e provado. Com efeito, o débito de Cofins, no valor integral do Darf, foi confessado em DCTF. A DCTF é o instrumento formal para confissão de débito, no lançamento por homologação (Decretolei 2.124/84), de modo que o crédito tributário representado pelo valor integral do Darf foi formalmente constituído. Estando o crédito tributário formalmente constituído, para que se pudesse retificálo seria necessária prova de sua inexatidão. Seria preciso demonstrar, documentalmente, a composição da Base de Cálculo e as deduções permitidas em lei, com os livros oficiais, tais como Diário, Razão, ou qualquer escrituração ou documento legal que se revista do caráter de prova. Ora, o ônus da prova cabe ao interessado (art. 36 da Lei 9.784/993, art. 373,I do CPC4). Sem tais elementos, se mostra impossível desconstituir o que formalmente foi constituído. Também considero inaplicável o pedido de diligência. Com efeito, a recorrente já teve duas oportunidades para demonstrar seu direito material: 1 – após a ciência do Despacho Decisório, e 2 – após a ciência do Acórdão de manifestação de inconformidade. Permitir agora uma terceira oportunidade malfere o art. 16, § 4º do PAF Decreto 70.235/72: §4º – A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; 1 Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. 2 § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 4 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Fl. 72DF CARF MF Processo nº 15374.908716/200922 Acórdão n.º 3201002.717 S3C2T1 Fl. 5 4 c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Não se verificando nenhuma dessas exceções, não pode agora o processo ser submetido a nova fase probatória, nas quais se mostrariam necessárias verificações fiscais, batimentos, etc, que não tiveram lugar no tempo próprio. Desse modo, e ainda por homenagem aos princípios da preclusão probatória, do ônus probatório, da impulsão oficial do processo e da celeridade, não vislumbro espaço para determinação de diligência. Assim, o crédito solicitado não pode ser deferido, em vista dos dois fundamentos expostos, cada um per se suficiente para o desprovimento. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Destaquese que, neste processo, não houve preclusão de matéria, situação que ocorreu no paradigma, dado que a recorrente já havia informado na Manifestação de Inconformidade que a origem do direito creditório alegado era a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98. Todavia, da mesma forma que no caso do paradigma, nos presentes autos a contribuinte não demonstrou, "documentalmente, a composição da Base de Cálculo e as deduções permitidas em lei, com os livros oficiais, tais como Diário, Razão, ou qualquer escrituração ou documento legal que se revista do caráter de prova", o que, por si só, impede o reconhecimento do direito creditório em litígio. Dessa forma, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 73DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000168/2010-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/12/2006
CIDE-REMESSA. BASE DE CÁLCULO.. VALOR DA REMESSA AO EXTERIOR. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA INCLUSÃO DE OUTROS TRIBUTOS
A base de cálculo da contribuição deve entendida como o valor utilizado nos contratos de câmbio que possibilitaram o adimplemento da obrigação contratual pela fonte pagadora, sem a inclusão de quaisquer tributos por ausência de previsão legal. O artigo 725, do RIR/99, não se aplica à contribuição em comento, haja não haver aplicação subsidiária entre as normas atinentes aos dois tributos. Tampouco deve ser incluído o Imposto sobre Serviço que eventualmente tenha incidido na operação, por ausência de dispositivo normativo
Numero da decisão: 3401-003.788
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, deu-se provimento ao recurso voluntário apresentado, na parte conhecida, não sujeita a concomitância, para afastar da base de cálculo da contribuição os valores referentes a IRRF e a ISS, vencidos os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira e Fenelon Moscoso de Almeida.
ROSALDO TREVISAN - Presidente.
TIAGO GUERRA MACHADO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Rodolfo Tsuboi.
Nome do relator: TIAGO GUERRA MACHADO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Período de apuração: 01/07/2005 a 31/12/2006 CIDEREMESSA. BASE DE CÁLCULO.. VALOR DA REMESSA AO EXTERIOR. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA INCLUSÃO DE OUTROS TRIBUTOS A base de cálculo da contribuição deve entendida como o valor utilizado nos contratos de câmbio que possibilitaram o adimplemento da obrigação contratual pela fonte pagadora, sem a inclusão de quaisquer tributos por ausência de previsão legal. O artigo 725, do RIR/99, não se aplica à contribuição em comento, haja não haver aplicação subsidiária entre as normas atinentes aos dois tributos. Tampouco deve ser incluído o Imposto sobre Serviço que eventualmente tenha incidido na operação, por ausência de dispositivo normativo Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, deuse provimento ao recurso voluntário apresentado, na parte conhecida, não sujeita a concomitância, para afastar da base de cálculo da contribuição os valores referentes a IRRF e a ISS, vencidos os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira e Fenelon Moscoso de Almeida. ROSALDO TREVISAN Presidente. TIAGO GUERRA MACHADO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 64 3. 00 01 68 /2 01 0- 70 Fl. 3470DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Rodolfo Tsuboi. Relatório Cuidase de Recurso Voluntário (fls. 3431 e seguintes) contra decisão da Delegacia Regional de Julgamento (DRJ) que considerou improcedente as razões da Recorrente sobre a nulidade de Auto de Infração exarado pela DEMAC/SP, referente a insuficiência de pagamento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre Remessas ao Exterior ("CIDERoyalties"), durante o período compreendido entre julho de 2005 a dezembro de 2006. Do Lançamento para evitar a decadência do crédito tributário Após o cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal 08.1.71.002009 001178, a D. Fiscalização lançou crédito tributário de R$ 448.495,08 (quatrocentos e quarenta e oito mil quatrocentos e noventa e cinco reais e oito centavos), acrescido de juros de mora e multa de ofício de 75%, totalizando a exigência em R$ 643.897,12 (seiscentos e quarenta e três mil oitocentos e noventa e sete reais e doze centavos). O procedimento ocorrera no interregno de discussão judicial (Mandado de Segurança nº 2002.61.00.0269930) entre a Recorrente e a Fazenda Nacional quanto à incidência de CIDERoyalties nas remessas de valores oriundos de contratos celebrados entre o contribuinte e entidades jurídicas domiciliadas no exterior, especialmente à título de licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, objeto do lançamento. Por isso mesmo, ainda que tenha havido digressão pela autoridade fazendária, no Termo de Verificação Fiscal, acerca da incidência da contribuição sobre tais eventos, entendo que o escopo do presente Recurso como explicitado pela peça apresentada pela Recorrente não possa incluir tal embate, haja vista a supressão da esfera administrativa nesse particular. Entendendo não haver prejuízo ao presente, e a fim de conferir maior celeridade à sua análise, somente irei incluir nesse relatório as razões e fatos apresentados referentes à discussão que ainda pende a este tribunal administrativo. Os motivos da fiscalização foram os seguintes: (a) A Recorrente teria deixado de recolher a CIDERoyalties em remessas para o exterior decorrente de contratos de licença de uso e/ou de comercialização ou distribuição de programa de computador durante o período de 2005 a 2006; (b) Ainda que os débitos da contribuição social tenha sido informada em DCTF, como aduz o Termo de Verificação Fiscal, os valores ora declarados perante o Fisco teriam sido insuficientes em razão da metodologia de cálculo efetuado pelo contribuinte; Fl. 3471DF CARF MF Processo nº 16643.000168/201070 Acórdão n.º 3401003.788 S3C4T1 Fl. 3.471 3 (c) O entendimento pacificado pela Receita Federal do Brasil seria o de que a base de cálculo da CIDERoyalties é o valor bruto das remessas, não importando em dedução dessa base o montante do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) devido em tais remessas; (d) Esse método de cálculo estaria calcado no entendimento do auditor de que a CIDE Royalties estaria sujeita subsidiariamente, suponho à aplicação do artigo 725, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), o qual dispõe que a base de cálculo do IRRF deverá ser calculada mediante o "reajustamento do respectivo rendimento bruto", "quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário, uma vez que, nesse caso, "a importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, será considerada líquida"; (e) Por outro lado, o Termo de Verificação Fiscal destaca que o IRRF "é elemento componente das importâncias pagas àqueles beneficiários no exterior", exemplificando os seguintes enxertos dos contratos, referentes às cláusulas de pagamento e impostos: Contrato com Microsoft "3,4 Impostos. (a) Se qualquer autoridade fiscal exigir que a Distribuidora retenha impostos sobre os pagamentos da Distribuidora para a Microsoft, a Distribuidora poderá deduzir esses impostos do valor do pagamento e paqálos a autoridade fiscal competente, Contudo, a Distribuidora devera garantir e entregar imediatamente à Microsoft, em 30 (trinta) dias civis do pagamento da Distribuidora para a Microsoft, um recibo oficial a respeito de quaisquer impostos retidos e qualquer outro documento necessário para a Microsoft reivindicar um crédito de imposto estrangeiro...," Contrato com CA Inc. "4,6 Impostos. Todos os preços excluem todos os impostos aplicáveis. A Distribuidora concorda em pagar e arcar com a responsabilidade por todos os impostos relacionados à comercialização e distribuição do Software da CA que ela solicitar, incluindo, mas não necessariamente limitando a imposto sobre vendas, uso, consumo, valor agregado e impostos similares, e todos os lançamentos alfandegários, tributos ou encargos governamentais, porém excluindo (i) impostos com base no lucro liquido, capital ou receitas brutas da CA, ou (ii) quaisquer impostos retidos na fonte lançados, se este imposto retido na fonte for permitido como um crédito contra os impostos de renda da CA que essa retenção for exigida por lei. No caso de a Distribuidora for obrigada a reter impostos, a Distribuidor concorda em fornecer à CA todos os recibos e a documentação necessários que comprovarem este pagamento " Contrato com Symantec Fl. 3472DF CARF MF 4 5. Determinação de Prego e Pagamento (b) Impostos, Tarifas e Taxas. Os preços da Symantec e as taxas de licença por cópia excluem todos os impostos aplicáveis e, de forma especifica, não incluem nenhum imposto de venda, uso, valor agregado ou outros impostos, tributos alfandegários e tarifas e taxas similares, nacionais, estaduais ou locais que a Symantec vier a ser exigida a pagar ou arrecadar por ocasião da venda ou entrega de Produtos Symantec ou na arrecadação do prego de venda.. A Distribuidora devera pagar e assumir a responsabilidade por todos os impostos relacionados à comercialização, sublicenciamento, e entrega dos Produtos Symantec que ela solicitar, incluindo, entre outros, impostos de venda, uso, consumo, valor agregado e impostos similares e todos os encargos alfandegários, tributos ou imposições governamentais, porém, excluindo: (0 impostos com base no lucro liquido, capital ou receitas brutas da Symantec, ou (ii) ouaisouer impostos retidos na fonte lançados , desde que esse imposto retido na fonte seja permitido como um crédito contra os impostos de renda da Symantec quando essa retenção for exigida por lei. Caso qualquer reivindicação de imposto ou tributo seja feita contra a Symantec, a Distribuidora concorda em pagar esse imposto ou tributo e indenizar a Symantec por qualquer reivindicação a respeito desse imposto ou tributo exigido. Se a distribuidora for obrigada (de acordo com as leis e regulamentos do Território) e reter quaisquer impostos sobre valores pagáveis a Symantec nos termos deste instrumento, a Distribuidora deverá ter o direito de deduzir e reter quaisquer referidos impostos na medida em que a Distribuidora fornecer à Symantec um certificado de dedução me retenção válido e uma copia fiel do recibo governamental do imposto comprovando seu pagamento. A Distribuidora deverá obter e fornecer à Symantec, de forma tempestiva recibos fiscais oficiais ou outro comprovante de pagamento que a Symantec vier a ser obrigada a apresentar para estabelecer seu direito à um crédito fiscal estrangeiro para seu passivo de imposto de renda federal norteamericano...". (f) Ainda, identificou durante o MPF que a Recorrente teria excluído da base de cálculo da CIDERoyalties, não só o IRRF, mas também os valores do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) devidos sobre as mesmas operações e que também foram abatidos para fins da remessa aos beneficiários estrangeiros, nos termos dos contratos de câmbio apresentados. (g) Também aduz que procedera ao lançamento dos créditos, ainda que com exigibilidade suspensa por medida judicial, citando o Parecer PGFN/CAT n° 1.405/1999, e justifica a incidência da taxa SELIC sobre a multa de ofício ora lançada, citando o artigo 63, da Lei Federal 9.430/1996. Da Impugnação Irresignada com o lançamento lavrado pela Receita Federal do Brasil, a Recorrente apresentou, à época, Impugnação (fls. 523 e seguintes), a qual, em síntese, procurou desconstituir o crédito com os seguintes argumentos: (a) Em primeiro lugar, o lançamento de crédito fiscal mediante auto de infração sobre tributo suspenso por meio de medida judicial deveria ser anulado como decorrência do artigo 62, do Decreto Federal 70.235/1972 ("PAF"), que trata da impossibilidade da instauração de procedimento fiscal enquanto perdurar a suspensão jurisdicional. Fl. 3473DF CARF MF Processo nº 16643.000168/201070 Acórdão n.º 3401003.788 S3C4T1 Fl. 3.472 5 Juntou, para reforçar seu argumento jurisprudência e recortes da doutrina sobre o tema, especialmente para desconstituir o uso de lançamento de ofício para prevenir a decadência. (b) Discorre também sobre a falta de hipótese de incidência da CIDERoyalties sobre o caso concreto, o que, como vimos, não será tratado por esse Tribunal haja vista já ser objeto de lide judicial própria; (c) Sobre a inclusão do IRRF na base de cálculo da CIDERoyalties, a Recorrente ressalta que: (i) Os contratos ora em julgamento possuem, como de praxe, "preços 'líquidos de impostos', cabendo ao contratante (ora Requerente) assumir o encargo financeiro representado pelos tributos a serem retidos na fonte em seu País, abstendose de repassálo ao prestador de serviços", de modo que seria incontroverso [de fato, esse ponto é mesmo incontroverso] que a Recorrente assumiu integralmente o custo tributário do IRRF e do ISS que incidiram sobre as remessas decorrentes. (ii) Por isso mesmo, não teria havido incremento nos valores contratados, mas tãosomente a previsão genérica sobre quem suportaria os encargos tributários, de modo que a contribuição foi calculada com base nos valores a serem efetivamente pagos pela Recorrente ao exterior; (iii) Diante dessa última afirmativa, afirma que a base de cálculo da CIDE Royalties é o valor efetivamente pago ao exterior, coadunando seu entendimento da obrigatoriedade de observância do principio da interpretação estrita do parágrafo 3º, do artigo 2º, da Lei Federal 10.168/2000, rebatendo a utilização da legislação do Imposto de Renda para fins desta contribuição social, mas sem tecer mais maiores comentários sobre esse aspecto da autuação; (d) Por fim, repudia a aplicação de juros de mora em vista de o tributo ora em análise ainda que fosse correta a posição fazendária permanece com exigibilidade suspensa nos termos do artigo 151, do Código Tributário Nacional (CTN) e porque, em sua visão, a Taxa SELIC não teria natureza moratória, mas sim remuneratória, partilhando jurisprudência1 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o assunto. 1 "TRIBUTÁRIO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. ART. 39, § 40, DA LEI 9.250/95. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. I Inconstitucionalidade do § 4 0 do art. 39 da Lei 9.250 de 26 de dezembro de 1995, que estabeleceu a utilização da Taxa SELIC, uma vez que essa taxa não foi criada por lei para fins tributários. II Taxa SELIC, indevidamente aplicada como sucedâneo dos juros moratórios, quando na realidade possui natureza de juros remuneratórios, sem prejuízo de sua conotação de correção monetária. Fl. 3474DF CARF MF 6 Da Decisão de 1ª Instância Provindo a decisão administrativa de primeiro grau (fls. 3366 e seguintes), o auto de infração foi julgado procedente em sua integralidade, reforçando os pontos destacados pela fiscalização quando do lançamento, nos seguintes termos: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2005, 2006 OBRIGAÇÃO. EXTINÇÃO. PAGAMENTO. A expressão "as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a titulo de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, e a titulo de royalties, de qualquer natureza estão sujeitas ao IRF.”, no contexto das legislações, inclui, necessariamente, os tributos que o tomador do serviço tem a obrigação de recolher, tanto por meios legais, como por convenção contratual com o prestador dos serviços envolvidos. JUROS. TAXA SELIC. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, sofrerão a incidência juros de mora calculados à taxa a que se refere o à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. LANÇAMENTO. A existência de ação judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, não tem o condão de impedir o lançamento, devendo a autoridade formalizar a constituição do crédito tributário com forma para prevenir a decadência. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" Cabe destacar os seguintes enxertos da decisão ora recorrida: (a) Sobre a nulidade do lançamento defendida pela Recorrente diante da suspensão do crédito tributário pela medida judicial: "Em razão da atual vigência da segurança concedida ao contribuinte, a fiscalização procedeu ao lançamento dos montantes apurados de CIDE unicamente para prevenir a decadência do direito fazendário, uma vez que a ação judicial em andamento não impede o lançamento do crédito tributário, conforme III Impossibilidade de equiparar os contribuintes com os aplicadores; estes praticam ato de vontade; aqueles são submetidos coativamente a ato de império. IV Aplicada a Taxa SELIC há aumento de tributo, sem lei especifica a respeito, o que vulnera a art. 150, inciso I, da Constituição Federal. V Incidente de inconstitucionalidade admitido para a questão ser dirimida pela Corte Especial. VI Decisão unânime." Fl. 3475DF CARF MF Processo nº 16643.000168/201070 Acórdão n.º 3401003.788 S3C4T1 Fl. 3.473 7 Pareceres PGFN/CAT no 743/88 e 1.064/93, confirmados pelo Parecer PGFN/CAT n° 1.405/99 (...) 'TRIBUTÁRIO — MANDADO DE SEGURANÇA — MEDIDA LIMINAR — RECURSO ADMINISTRATIVO — LANÇAMENTO — EFETIVAÇÃO DE NOVOS LANÇAMENTOS — POSSIBILIDADE — CTN, ARTS, 151, 1 E III, E 173 — PRECEDENTES. A concessão da segurança requerida suspende a exigibilidade do crédito tributário, mas não tem o condão de impedir a formação do titulo executivo pelo lançamento, paralisando apenas a execução do crédito controvertido. Recurso especial conhecido e provido.(STJ, REsp 75 075/RJ) '" (b) Sobre a incidência de juros de mora sobre o tributo com exigibilidade suspensa: "No tocante à aplicação dos juros de mora, trazemos excerto do livro Hiromi, Higuchi, Imposto de renda das empresas: interpretação e prática: atualizado até 10/01/2011/ Hiromi Higuchi, Fábio Hiroshi Higuchi, Celso Hiroyuki Higuchi – 36ª ed. – São Paulo: IR Publicações, 2011, pág 656; (...)'....Os juros de mora são devidos inclusive durante o período em que a respectiva cobrança houver sido suspensa por decisão administrativa ou judicial, dispõe o art. 5º do Decretolei nº 1.736/79. Somente o depósito em dinheiro faz cessar a responsabilidade pelos juros de mora (art.9º, §4º, da lei nº 6.830/80). Igualmente, os juros de mora são devidos durante o período em que o crédito tributário teve sua exigibilidade suspensa por força de impugnação apresentada pelo sujeito passivo, decidiu o 1º C.C., nos Ac. nº 105 00.630/84 (DOU de 100185) e 10175.810/85 (DOU de 201187)...'" (c) Sobre a inclusão do IRRF e do ISS na base de cálculo da CIDERoyalties "No caso específico, temos que há contratos nos quais existem obrigações por parte da impugnante em relação aos demais contratantes; e estas “obrigações” estão descritas em contrato e foi, justamente no sentido do adimplemento destas obrigações que: 1 foram efetuadas as remessas ao exterior, já demonstradas no presente processo; e 2 foram recolhidos os tributos devidos nas respectivas operações. Assim, temos que “pagar algo” é, ao fim, “adimplir (extinguir) uma obrigação (...) A leitura combinada i) da legislação relativa aos tributos;ii) da natureza jurídica do termo “pagar”, no sentido de adimplir obrigações; e iii) das cláusulas contratuais relativas à obrigação de quitar os tributos porventura existentes, nos levam a concluir que “os tributos recolhidos (ou retidos) pela impugnante, entre eles o Imposto sobre Serviços (ISS) e o IRRF” deveriam compor a base de cálculo tanto da CIDE.." Ainda sobre o ISS "A Lei Complementar n° 116/03 determina, em seu artigo 37 (SIC), parágrafo 1°, inciso I, que o responsável pelo ISS no caso de importação de serviços é o tomador, conforme se verifica abaixo: Fl. 3476DF CARF MF 8 (...) Assim, há um mecanismo de arrecadação de tributos conhecido como Substituição tributária! O substituto tributário é o terceiro que a lei obriga a apurar o montante devido e cumprir a obrigação de pagamento do tributo “em lugar” do contribuinte . Assim, desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva recai sobre uma pessoa diferente daquela que possui relação pessoal e direta com a situação descrita em lei como fato gerador do tributo. Assim, a impugnante não observa em seu argumento que o Ônus do ISS deve (por lei) ser suportado pelo tomador do serviço (que no caso seria a Requerente) e ser por ele recolhido no lugar do suposto prestador do serviço domiciliado no exterior. A “obrigação” a ser “paga”, no contexto das legislações acima descritas, inclui necessariamente os tributos que o tomador do serviço tem a obrigação de recolher, tanto por meios legais, como por convenção contratual com o prestador dos serviços envolvidos!!!! Logo, o valor do ISS e do IRRF devem compor a base de cálculo da CIDE, pois fazem parte do “pagamento” feito à contratante do exterior." (d) Sobre a não incidência de Taxa SELIC sobre a multa de ofício "(...) tendo em conta que, em que pese a interpretação contrária pretendida pela defesa, a multa é débito para com a União decorrente de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, configurase regular a incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício." Do Recurso Voluntário Diante do teor da decisão, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, cujo teor, enquanto reafirma parte de suas alegações também altera substancialmente a sua pretensão conforme se segue: (a) A Recorrente afirma que não está discutindo a inclusão ou não do IRRF na base de cálculo da CIDERoyalties, eis que o imposto já teria integrado o cálculo da contribuição; (b) Renovando seu posicionamento inicial quanto ao ISS, destaca que o ônus do imposto municipal fora “suportado exclusivamente pelas beneficiárias estrangeiras, de forma que as bases de cálculo da CIDE não poderiam ser reajustadas para englobar esse valores.” (c) Desse modo, não teria havido qualquer reajustamento de preço (“grossup”) para que as beneficiárias fossem “recompensadas” pela Recorrente, o que aumentaria o montante bruto dos contratos em questão; Fl. 3477DF CARF MF Processo nº 16643.000168/201070 Acórdão n.º 3401003.788 S3C4T1 Fl. 3.474 9 (d) Colaciona jurisprudência desse Tribunal sobre o tema, especialmente no sentido de que a CIDERoyalties não teria incidência sobre a parcela do valor reajustado do pagamento, oriundo da aplicação do artigo 725, do RIR/99; (e) Aduz, caso a Turma entenda pertinente o cálculo da CIDERoyalties com a inclusão dos demais impostos incidentes na operação, que seja retificado o crédito tributário diante de existência de erro material no lançamento de ofício no valor de R$ 32.421,32 (trinta e dois mil quatrocentos e vinte e um reais e trinta e dois centavos), decorrente de transcrição errada (a maior) entre os valores de novembro de 2005 dispostos na planilha elaborada pela fiscalização e a que restou consignada no auto de infração. Vejamos: Como se pode observar através da planilha elaborada para a apuração dos valores de CIDE supostamente devidos, o valor encontrado para o período de novembro de 2005 foi de R$ 3.473,61 (folha 474). (...) No entanto, ao transportar esse valor para o auto de infração, o d. agente fiscal informou como devido para o mês de novembro de 2005 o valor de R$ 35.894,93 (folha 496) (...) Tal equívoco, portanto, acabou ensejando um lançamento a maior de R$ 32.421,32. Dessa forma, fazese necessária a retificação do equívoco demonstrado acima, de forma que o valor total cobrado seja reduzido de R$ 448.495,08 para R$ 416.073,75 (...) Posteriormente, a Recorrente apresentou petição (em 19.05.2017) juntando decisão final final, porque consta a certidão de transito em julgado referido processo da ação judicial comentada acima nos termos seguintes termos: Fl. 3478DF CARF MF 10 No conteúdo da decisão, o voto vencedor foi no sentido de anular qualquer lançamento da CIDERoyalties decorrente da edição da Lei Federal 11.451/2007, com vigência retroativa a janeiro de 2006; porém sem alcançar fatos geradores anteriores à vigência da norma invocada: Esse é o relatório Voto Da Tempestividade O Recurso Voluntário é tempestivo a notificação quanto à decisão da DRJ foi feita no dia 17.08.2015, por Aviso de Recebimento, e o protocolo do recurso data de 11.09.2015, portanto dentro do prazo legal razão pela qual conheço do mesmo. Do Mérito A Recorrente, nos termos do Recurso apresentado, não discute administrativamente a incidência da CIDERoyalties sobre as remessas efetuadas ao exterior, eis que essa matéria encontrase em concomitância, nos termos da Súmula CARF nº 1. Quanto à recente decisão final do processo judicial, ocorridas às vésperas dessa sessão de julgamento, tendo em vista que a parte dispositiva do acórdão apenas reconheceu a inexistência de relação jurídicotributária a partir de 2006 em diante, o efeito do lançamento de créditos tributários compreendidos entre julho e dezembro de 2005 antes suspensos restam definitivos, eis que a Recorrente abstevese de desafiar os lançamentos dos créditos de julho a dezembro de 2005. Por outro lado, vem discutir a base de cálculo da contribuição, em especial a inclusão do IRRF e do ISS pagos por ocasião da remessa efetuada ao exterior à respectiva base. Fl. 3479DF CARF MF Processo nº 16643.000168/201070 Acórdão n.º 3401003.788 S3C4T1 Fl. 3.475 11 De fato, não assiste razão à D. Fiscalização e à decisão de primeiro grau quanto a esse aspecto Isto porque, ao se observar a Lei Complementar nº 95/1998 – que dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis – especialmente seu artigo 11, III2, notase que a ordem e disposição de artigos e parágrafos em um texto legal devem observar regras objetivas de forma a nortear a atividade do intérprete. De fato, os artigos são núcleos dispositivos de maneira que não é permitido tratar de dois assuntos em um único; ao passo que cabem aos parágrafos trazer complementaridade e regras de exceção ao previsto no caput do mesmo artigo. Pois bem. Tais premissas permitem inferir que a inclusão do parágrafo único ao caput do artigo 3º, da Lei Federal 10.168/2000 teve o objetivo de complementar a afirmação do caput sobre a responsabilidade da RFB na administração e fiscalização do tributo – diferentemente do que acontecia com outras CIDE´s como AFRMM – apenas quer deixar claro que a contribuição estará sujeita às mesmas regras e ritos atinentes ao processo administrativo fiscal como também sujeitarseá aos acréscimos previstos na legislação do Imposto de Renda3, como a aplicação da Taxa SELIC e às multas de ofício previstas na Lei Federal 9.430/1996. Do contrário, estaríamos admitindo que um artigo que trata da administração tributária no caput, trata, no seu parágrafo único, de base de cálculo do tributo. Seria uma irracionalidade admitir que o legislador pretendesse, a despeito de norma orientadora sobre redação legislativa, afastarse tanto dos seus ditames e da própria sintaxe. Em suma, não há aplicação subsidiária plena da legislação do IRPJ em relação à CIDERoyalties, mas tãosomente no que tange à matéria prevista no caput do artigo 3º, qual seja, a administração e fiscalização do tributo. Superada essa questão, e sendo certo que o parágrafo único, do artigo 3º, da Lei Federal 10.168/2000, não trata do fato gerador da CIDERoyalties mas somente da administração do tributo, a utilização dos ditames do artigo 725 do RIR/99 para fins de apuração da base de cálculo da contribuição é uso indevido de analogia pela autoridade que lançou o tributo. Ressaltese que a base de cálculo de tributo é, notadamente, tratada como o aspecto quantitativo do fato gerador, portanto dele se integra. 2 Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observadas, para esse propósito, as seguintes normas: (...) III para a obtenção de ordem lógica: a) reunir sob as categorias de agregação subseção, seção, capítulo, título e livro apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei; b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ou princípio; c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida; d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens. 3 Até mesmo porque, em uma análise mais detida, verificase o cuidado do legislador ordinário, até então, de, a cada tributo federal, deixar claro o fator de ajuste moratório do crédito tributário recolhido a destempo. É o que se denota, por exemplo, do Regulamento do IPI de 1998, que se preocupou em deixar clara a atualização pela SELIC, no seu artigo 444. Mesma observação quanto às multas de ofício, que, criadas pela Lei Federal 9.430/1996, Fl. 3480DF CARF MF 12 Sendo lhe parte integrante, aplicase restrição expressa ao uso da analogia de que trata o parágrafo 1º, do artigo 108, do CTN. Dito isso, repilo a aplicação da legislação do imposto de renda para fins de determinação da base de cálculo da contribuição, devendome ater meramente à análise dos marcos normativos da CIDERoyalties quanto à base imponível. A Lei Federal 10.168/2000 previu que: Art. 2º (...) §3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no §2º deste artigo Não deveria haver muitas dúvidas sobre o que significam os verbos “pagar”, “creditar”, “entregar”, “empregar” ou “remeter”. Todos eles se encontram em um único núcleo semânticojurídico: uma obrigação de dar. Porém, a incidência se constituirá por qual valor? (i) O valor despendido pelo contribuinte para viabilizar o pagamento; ou (ii) o valor recebido pelo beneficiário no exterior? Creio que seja a segunda alternativa. A legislação, ao consolidar no mesmo campo semântico “valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos”, reconheceu que o valor a ser usado como base da contribuição deve ser aquele atinente ao fim do processo do adimplemento da obrigação de dar, ou seja, o valor adimplido é aquele que foi “entregue” ou “remetido” ao beneficiário. Daí não assistir razão à tese de que o “valor bruto da remessa”, com a inclusão de IRRF ou quaisquer outros valores, deve ser utilizado para apuração do tributo. Por quê? Porque, não bastasse à sinonímia dada aos termos pago/entregue/remetido, em nenhum momento, a legislação foi expressa ou ao menos permitiu essa interpretação. Se essa fosse a vontade do legislador, que exprimisse tal dispositivo de forma clara e inequívoca. Como visto antes, a única forma de se atingir tal entendimento foi através da aplicação “subsidiária”, ora reputada, e análoga e, por isso, vedada , do artigo 725, do RIR/1999. Diante disso, entendo que a base de cálculo da CIDERoyalties a ser consideradas nas operações em análise deve ser aquela representada pelos contratos de câmbio utilizados para viabilizar a efetiva entrega, remessa, pagamento aos beneficiários domiciliados no exterior. Em consequência, entendo restar prejudicada a necessidade de correção do erro material incorrido pela fiscalização conforme destacado no Recurso Voluntário, acerca do valor do crédito tributário, à época constituído, referente ao mês de novembro de 2005. Por todo o exposto, o Recurso Voluntário foi conhecido e, por maioria de votos, deuse provimento ao recurso voluntário apresentado, na parte conhecida, não sujeita a concomitância, para afastar da base de cálculo da contribuição os valores referentes a IRRF e a Fl. 3481DF CARF MF Processo nº 16643.000168/201070 Acórdão n.º 3401003.788 S3C4T1 Fl. 3.476 13 ISS, vencidos os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira e Fenelon Moscoso de Almeida. Tiago Guerra Machado Relator Fl. 3482DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.720637/2008-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
NULIDADE PROCESSUAL. RETRATAÇÃO DE OFÍCIO DA AUTORIDADE JULGADORA APÓS PROFERIMENTO DE ACÓRDÃO. NÃO CABIMENTO. NULIDADE PARCIAL DO PRIMEIRO ACÓRDÃO PROFERIDO.
Eventuais erros de julgamento cometidos pela autoridade de primeira instância só podem ser corrigidos pelo órgão competente de segundo grau. Descabe a anulação e revisão do primeiro acórdão proferido, pela mesma autoridade, sob a premissa de ocorrência de lapso manifesto. O equívoco na avaliação da matéria em julgamento deve ser objeto de revisão mediante recurso voluntário ou de ofício. Impõe-se a anulação de todos os atos posteriores à primeira decisão proferida e a declaração de nulidade parcial do primeiro Acórdão em face da omissão do colegiado a quo sobre matéria litigiosa suscitada na impugnação.
Numero da decisão: 1302-002.131
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em acolher a preliminar, suscitada de ofício, pelo Conselheiro Alberto Pinto Sousa Junior, de nulidade parcial da primeira decisão de primeiro grau e de nulidade de todos os atos praticados nos autos depois do seu proferimento, determinando o retorno dos autos à DRJ para que o colegiado a quo se pronuncie sobre a matéria relacionada ao preço de transferência pelo método PRL, vencida a Conselheira Ester Marques Lins de Sousa. O Conselheiro Relator reformulou seu voto, para acolher a preliminar suscitada.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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SUPERAVALIAÇÃO DE ESTOQUE Recorrente SAMSUNG ELETRÔNICA DA AMAZÔNIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 NULIDADE PROCESSUAL. RETRATAÇÃO DE OFÍCIO DA AUTORIDADE JULGADORA APÓS PROFERIMENTO DE ACÓRDÃO. NÃO CABIMENTO. NULIDADE PARCIAL DO PRIMEIRO ACÓRDÃO PROFERIDO. Eventuais erros de julgamento cometidos pela autoridade de primeira instância só podem ser corrigidos pelo órgão competente de segundo grau. Descabe a anulação e revisão do primeiro acórdão proferido, pela mesma autoridade, sob a premissa de ocorrência de lapso manifesto. O equívoco na avaliação da matéria em julgamento deve ser objeto de revisão mediante recurso voluntário ou de ofício. Impõese a anulação de todos os atos posteriores à primeira decisão proferida e a declaração de nulidade parcial do primeiro Acórdão em face da omissão do colegiado a quo sobre matéria litigiosa suscitada na impugnação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em acolher a preliminar, suscitada de ofício, pelo Conselheiro Alberto Pinto Sousa Junior, de nulidade parcial da primeira decisão de primeiro grau e de nulidade de todos os atos praticados nos autos depois do seu proferimento, determinando o retorno dos autos à DRJ para que o colegiado a quo se pronuncie sobre a matéria relacionada ao preço de transferência pelo método PRL, vencida a Conselheira Ester Marques Lins de Sousa. O Conselheiro Relator reformulou seu voto, para acolher a preliminar suscitada. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 06 37 /2 00 8- 14 Fl. 3804DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório O acórdão recorrido considerou que teria havido a anulação do primeiro acórdão da DRJ Belém: Acórdão nº 0112.935 de 5 de fevereiro de 2009, da 1ª Turma da DRJ de Belém PA que, por unanimidade de votos, havia julgado procedente em parte o lançamento, cancelando todos os créditos exigidos neste processo e mantendo parcialmente o ajuste na base de cálculo do IRPJ e da CSLL. O Acórdão considerado anulado (0112.935) foi substituído pela Resolução nº 55, da 1ª Turma da DRJ/BEL, em sessão de 30/07/2009. Determinouse novo julgamento, em virtude de lapso manifesto. Verificouse a necessidade de levantar quais os produtos que estariam submetidos ao "preço de transferência" e quais os métodos adotados pelo contribuinte no cálculo dos ajustes para cada produto. Após a diligência, sobre a qual a Recorrente se manifestou, a DRJ proferiu novo julgamento. A Recorrente interpôs Recurso Voluntário interposto face a esse julgamento, formalizado nos termos do Acórdão nº 0116.923, de 31 de março de 2010, que revisou o Acórdão nº 0112.935 (anulado) de 5 de fevereiro de 2009, da 1ª Turma da DRJ de Belém PA que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento, conforme a seguir exposto, consignandose a seguinte ementa: REVISÃO DE ACÓRDÃO. A Turma de Julgamento de 1" instância pode revisar seu acórdão, através de ato de ofício ou mediante pedido de correção do sujeito passivo ou da autoridade responsável pela execução do acórdão, quando certificar a existência de vicio material no julgamento, provocado por lapso manifesto ou erro de escrita ou de cálculo. RECURSOS ADMINISTRATIVOS. A autoridade da unidade responsável pela execução do acórdão, somente através de pedido de correção, c parte legitima para se manifestar a respeito da decisão de primeira instância, desde que demonstre a inequívoca existência de lapso manifesto, erro de escrita ou erro de cálculo na decisão. NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto n° 70.233/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. Fl. 3805DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 4 3 INSTRUÇÃO NORMATIVA. ILEGALIDADE. As autoridades julgadoras de 1" instância não possuem competência para apreciar a ilegalidade da Instrução Normativa expedida por autoridade hierárquica superior. INSTRUÇÃO NORMATIVA. OBSERVÂNCIA. As Instruções Normativas gozam de presunção de legalidade c são de observância obrigatória pelos servidores subordinados à autoridade que expediu o ato. GLOSA DE CUSTO. SUPERAVALIAÇÃO DO ESTOQUE. Verificado que o contribuinte superavaliou o estoque inicial dos produtos de fabricação própria, pertinente a glosa do valor excedente no custo do produto vendido. PREÇO DE TRANSFERÊNCIA. ACORDOS INTERNACIONAIS. Não há contradição entre as disposições da Lei n5 9.430/96 e os acordos internacionais para evitar a dupla tributação, firmados pelo Brasil, em matéria relativa ao principio arm 's lenglh. PREÇO DE TRANSFERÊNCIA. MÉTODO MAIS BENÉFICO. Na hipótese de utilização de mais de um método de cálculo do preço parâmetro por parte do contribuinte, a fiscalização deve escolher, dentre os utilizados, aquele mais benéfico ao contribuinte, desde que este forneça toda a documentação hábil e idônea de suporte dos cálculos. PREÇO DE TRANSFERÊNCIA. DESCONSIDERAÇÃO DA METODOLOGIA UTILIZADA. NECESSIDADE DE REQUISIÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA. A ausência da documentação de suporte do preço parâmetro de transferência autoriza o fisco a desconsiderar o cálculo efetuado pelo sujeito passivo e efetivar nova apuração com base nos elementos disponíveis. Contudo, a medida administrativa só é eficaz se o contribuinte for regularmente intimado a apresentar a referida documentação. PREÇO DE TRANSFERÊNCIA. PRODUTO IMPORTADO. A apuração do ajuste de preço de transferência, relativo ao excesso de custo de mercadoria importada de vinculada no exterior, tem por pressuposto u efetiva importação desta mercadoria. Comprovado que a quantidade de mercadoria importada é menor que a utilizada na apuração do preço de transferência, cabível a redução do ajuste aos valores efetivamente importados. LUCRO DA EXPLORAÇÃO. No caso de lançamento de ofício, não é admitida a recomposição do lucro da exploração referente ao período abrangido pelo lançamento. PREJUÍZOS FISCAIS. COMPENSAÇÃO. Comprovado que a pessoa jurídica, optante pelo lucro real, possui saldo de prejuízos fiscais de períodos anteriores, legitima a compensação deste saldo na base de cálculo do lançamento, na forma definida pelo art. 15 da lei n" 9.065/95, mediante manifestação do sujeito passivo neste sentido. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. O Ônus da prova cabe a quem ela aproveita quanto aos fatos constitutivos de seu direito. DILIGÊNCIA. Os pedidos de diligências, ou perícias, devem conter a exposição dos motivos que as justifiquem e a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados. Fl. 3806DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 5 4 CSLL. Aplicase à CSLL, no que couber, o que foi decido ao lançamento matriz, dada a íntima relação de causa e efeito que os une. Recurso de Ofício Em virtude de exoneração de crédito tributário, houve Recurso de Ofício (fl. 3447), interposto pela DRJ. Auto de Infração A recorrente foi autuada, em virtude das seguintes infrações: a) superavaliação do estoque inicial, com consequente majoração indevida do Custo do Produto Vendido (CPV); e b) falta de adição ao lucro das parcelas dos custos dos insumos importados que excedem ao preço parâmetro de transferência. A infração de superavaliação do estoque inicial decorre da divergência entre o estoque final do anocalendario 2002, registrado no Livro de Inventário, e o estoque inicial do anocalendário 2003, registrado na apuração do lucro líquido da DIPJ 2004. A infração de falta de adição dos excessos de custos relativos ao preço de transferência, por sua vez, decorre da desconsideração do método de cálculo CPL (utilizado pela recorrente) e do recálculo do preço parâmetro (pelo fisco) pelo método PRL60. A Recorrente apresentou impugnação, julgada nos termos do Acórdão n° 01 12.935 (fls. 3.1173.124), de 05 de fevereiro de 2009 (revisado pelo acórdão recorrido em questão: 0116.923, de 31/03/2010, fls. 3536/3569) que apresentou as seguintes conclusões: 1. Reduzir o valor tributável da infração de superavaliação de estoque de R$41.816.530,27 para R$41.438.385,22; 2. Considerar não comprovada a ausência/imprestabilidade dos documentos utilizados como suporte para determinação do preço praticado; 3. Julgar IMPROCEDENTE a constituição dos créditos de IRPJ e CSLL; 4. Promover os ajustes indicados na Tabela (...) nas bases de cálculo dos tributos exigidos no processo. Em relação ao item 2, acima, considerouse que a parte do lançamento, relativa ao preço de transferência, restringiuse aos insumos que haviam sido calculados pelo método CPL. Ver trecho do voto do condutor, abaixo: Na descrição dos fatos do auto de infração, a autoridade fiscal asseverou que "O contribuinte apresentou os Arquivos Magnéticos e Planilhas com as indicação dos Métodos utilizados para cálculos dos "Ajustes"". E prossegue afirmando que "O CONTRIBUINTE NÃO APRESENTOU, APESAR DE INTIMADO PARA ISTO, \A DOCUMENTAÇÃO OBRIGATÓRIA QUE PUDESSE EXERCER O DIREITO DE UTILIZAR O MÉTODO CPL." Fl. 3807DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 6 5 Ocorre que, pedir para justiçar os ajustes efetuados não equivale dizer apresentar a documentação obrigatória do método de calculo utilizado. Logo, podese concluir que contribuinte não foi regularmente intimado a apresentar a documentação obrigatória para o uso do método CPL. Pelo que, tenho que esta parte do lançamento se reveste de ilegalidade, na medida que a Autoridade Fiscal não conseguiu comprovar a ausência/imprestabilidade dos documentos utilizados como suporte do preço praticado. Quanto à alegação de que a fiscalização rechaçou os demonstrativos PRL da impugnante sem justificar o motivo para tanto, vejo pelo cotejo da página do livro razão (à fl. 2.816) e da Planilha Transfer Pricing 2003 (fl. 3.116) com Demonstrativo Sintético do Excesso de Custo por Insumo (fls. 3082) que o lançamento relativo às adições pelo preço de transferência se restringiu aos insumos outrora calculados pelo método CPL. Em conformidade com a Resolução n° 55 (fls. 3341 e 3342), de 30 de julho de 2009, a 1ª Turma da DRJ Belém reconheceu que o lançamento relativo aos ajustes do preço de transferência contemplava a presença de insumos que havia sido submetidos pelo contribuinte à metodologia de cálculo PRL60, e que, portanto, se equivocou ao afirmar que "o lançamento relativo às adições pelo preço de transferência se restringiu aos insumos outrora calculados pelo método CPL". Todavia considerou que os elementos trazidos aos autos não eram aptos a serem submetidos a novo julgamento porque a unidade de origem não teria separado o quantum do lançamento (dos ajustes do preço de transferência) era devida a cada fundamentação. Nestes termos, determinou: 1. Anular o acórdão nº 0112.935 1ª Turma da DRJ/BEL, de 05 de fevereiro de 2007, para substituílo peta presente resolução; 2. Devolver os autos à unidade de origem para que esta divida e identifique a base de cálculo da infração de falta de adição dos excessos do preço de transferência de acordo com o motivo da infração. Ou seja. separe e totalize os excessos de custos relativos a desconsideração do método CPL dos excessos relativos a divergência no cálculo do PRL60; 3. Dê ciência do resultado da diligência ao sujeito passivo, facultandolhe o direito de se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. Em cumprimento à Resolução, a DRF obteve arquivos digitais (CD, fl. 3397), que apresentam memória de cálculo da Recorrente (de acordo metodologia de cálculo empregada) e a memória de cálculo utilizada pelo fisco. Também separou e totalizou a base da cálculo da infração na forma reproduzida na Tabela 1. Tabela 1 Base de cálculo do lançamento de excesso de custos relativos ao Preço de Transferência: Fl. 3808DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 7 6 A Recorrente manifestouse sobre o resultado da diligência, nos termos da petição de fls. 34303444, a seguir sintetizados: Da matéria em litígio 1. O lapso manifesto arguido para anular o acórdão só pode ser considerado para o ajuste referente ao método PRL. Da ilegalidade da IN SRF 243/2002 2. A recém publicada MP n° 478/09, que alterou o art. 18, II, da I Lei n° 9.430/96, de maneira a igualar a mecânica do PRL à aquela prevista na IN 243/2002, ressalvando a nova redução da margem de lucro para 35%, confirma a tese de que IN 243/2002 estava eivada de ilegalidade. Do erro do cálculo PRL60 3. Os cálculos apresentados pela fiscalização possuem erros manifestos, pois os insumos PY80BH0300028M e PY80BH0300028K não foram totalmente importados, mas em grande parte adquiridos no mercado nacional. 4. As importações do insumo PY80BII0300028M totalizaram, de fato, 28.026 peças adquiridas por R$ 3.060.653,39 (CIF+II), contra as 589.238 peças, ao preço de total de RS 61.157.509,67, consideradas pela fiscalização, conforme demonstrativo das importações do referido insumo de pessoa jurídicas consideradas vinculadas no exterior (doe 1), cujo arquivo completo a titulo de "Memórias de cálculos BH0300028M" está anexo ao CD 01. 5. A diferença foi adquirida da Samsung SDI do Brasil Ltda., sediada em ManausAM, conforme movimentação do estoque (doe 2) e notas fiscais de aquisição desses produtos (doe 3). 6. Dessa forma, o ajuste fiscal, em relação ao insumo PY8OBH0300028M, seria de RS 1.287.166,86, conforme planilha de cálculo e ajustes (doe 4). 7. As importações do insumo PY80BH03O0028N totalizaram, de fato, 14.401 peças adquiridas por R$ 1.761.557,88 (CIF+II), contra as 76.362 peças, ao preço dc total de RS 7.969.534,36, consideradas pela fiscalização, conforme demonstrativo anexo (doe 5), cujo arquivo completo com nome "Memórias de cálculo BH03 00038N" inserido no CD 01. 8. A diferença foi adquirida no mercado nacional, conforme pode ser analisado pela movimentação do estoque (doc. 6) e pelas notas de aquisição dos produtos (doc. 7); 9. Dessa forma, o ajuste fiscal, em relação ao insumo PY80BH0300028N. seria de R$996.671,69 (doc. 4); Do preço PIC Fl. 3809DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 8 7 10. Oitenta por cento (80%) dos insumos Importados para a produção de monitores são aquisições feitas de terceiros, através de consolidação de compras no exterior realizada por urna empresa vinculada: 11. A empresa consolidadora agrega ao preço livre de mercado praticado na aquisiçio destes produtos margem não superior a 5% na maior parte do insumo. 12. Dessa forma, o preço de aquisição realizado pela empresa consolidadora no exterior, praticado com terceiros não vinculados, é um preço independente, e. portanto, comparável com o preço de aquisição praticado pela recorrente. 13. A IN SRF nº 243/2002 tolera uma margem de divergência de 5% na comparação dos preços de transferência. 14. Junta CD 2 contendo oi arquivos: a. "IPCback data 2003 SEDA PIC" QUE demonstra 80% das importações do insumos referentes aos produzidos, o que por certo satisfaz o quesito de relevância da amostragem; b. "back data vendor invoice" que possui dados de emissão eletrônica de documentos fiscais, vez que na Coréia não há emissão de documentos fiscais. c. Demonstrativo de cálculos PRL60, excluídos os ajustes das aquisições locais e os ajustes dos itens para os quais existe a comprovação de compras feitas de partes não relacionadas pela empresa integradora (método P1C). 15. O ajuste pelo método PRL deve ser modificado para R$25.023.033,79, conforme demonstrado no arquivo "Samsung cálculo TP2003 excluindo PIC KR"; 16. Somandose o ajuste remanescente do método PRL. de R$25.023.033,79, com o ajuste do método PIC. de R$2.288.677,38, temse um ajuste total de preço de transferência para monitores de R$27.311.711,17. Os novos documentos apresentados pela recorrente, assim como os CDs 1 e 2 foram reunidos nos novos anexos I e II. Os autos retornaram |à DRJ e o novo acórdão registrou as seguintes conclusões: Ante tudo exposto, voto no sentido julgar o lançamento PROCEDENTE EM PARTE, nos seguintes termos: 1. Reduzir o valor tributável da infração de superavalização de estoque de R$41.816.530,27 para RS 41.438.385,22; 2. Considerar não comprovada a ausência/imprestabilidade dos documentos utilizados pela recorrente como suporte para determinação do preço parâmetro CPL e, por conseguinte, cancelar o ajuste decorrente desta infração; 3. Reduzir o ajuste relativo às divergências no cálculo PRL60 de R$125.532.04575 para R$69.999.573,32; 4. Deferir, nos termos da lei, a compensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores, na base de cálculo do lançamento; Fl. 3810DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 9 8 5. Manter o crédito tributário de IRPJ, FG 31/12/2003, no valor de R$7.842.889,28, acrescido da multa de 75% e dos juros moratórios; 6. Cancelar o crédito de CSLL, FG 31/12/2003, todavia reduzindo a base de cálculo negativa da contribuição no período para R$22.334.702,22; 7. Promover os ajustes de aumento da base de cálculo e da compensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores nos sistemas internos da RFB; 8. Intimar o contribuinte a promover os mesmos ajustes no LALUR. A recorrente foi intimada desse novo Acórdão, em 10/05/2010 (fl. 3621), via AR. Interpôs recurso voluntário, em 07/06/2010 (fl. 3628/3673), em cujas razões reforça os fatos e fundamentos apresentados em manifestação à referida diligência, e aponta erro de cálculo quanto ao valor devido do IRPJ que detalharei no voto, a seguir. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Relator O recurso voluntário é tempestivo e os recorrentes estão regularmente representados. Conheço do recurso. Na forma relatada, o acórdão recorrido revisou o acórdão anterior, na parte anulada por lapso manifesto, e manteve as demais decisões sobre as quais não houve indicação de inexatidão material. Na manifestação sobre o resultado da diligência, a recorrente apresenta novos argumentos e provas, relativos ao lançamento do excesso de custos do preço de transferência na importação, mormente na parte que diz respeito ao recálculo do preço parâmetro pelo método PRL60. Os documentos foram acolhidos pela DRJ, independentemente da pré existência dos documentos e do fato de que poderiam ter sido apresentados à DRF, na fase fiscalizatória. Nesse ponto, suscitou preliminar, de ofício, o Conselheiro Alberto Pinto Sousa Junior, à vista da nulidade parcial da primeira decisão de primeiro grau e de nulidade de todos os atos praticados nos autos depois do seu proferimento, determinando o retorno dos autos à DRJ para que o colegiado a quo se pronuncie sobre a matéria relacionada ao preço de transferência pelo método PRL. Destacouse que, em respeito à rigidez do devido processo administrativo, não há previsão para o fiscal (se retratar) considerar que errou e que há a necessidade de retificação do TVF. Temse, portanto, que o fiscal não poderia, de ofício, se manifestar como o fez. A DRJ teria exaurido a instância administrativa, ao proferir o primeiro acórdão (que considerouse como anulado: Acórdão: 0112.935 de 05/02/2009). Nesse sentido, somente em sede de recurso de ofício poderseia discutir a alegada nulidade. Sendo assim, é de se anular todos os atos a partir da interferência do fiscal. Fl. 3811DF CARF MF Processo nº 10283.720637/200814 Acórdão n.º 1302002.131 S1C3T2 Fl. 10 9 Além disso, em virtude da omissão da DRJ, quanto aos documentos juntados pela recorrente, após a considerada anulação do primeiro acórdão, há pelo menos uma nulidade a ser sanada: o fato de o primeiro acórdão não ter se manifestado sobre todos os métodos de cálculo do preço parâmetro e não só o método do CPL. Nesse sentido, voto no sentido de que seja acolhida a presente liminar para que: a) seja declarada a nulidade de todos os atos havidos após o primeiro acórdão; b) seja declarada a nulidade, inclusive de parte do primeiro acórdão (já que o ato que anulou o primeiro acórdão manifestação indevida do fiscal é nulo, então o primeiro acórdão nunca foi anulado) para que a DRJ aprecie todos os métodos, e não somente um método (CPL) do preço parâmetro (não poderia ter tratado tudo como uma coisa só). A DRJ deverá apreciar todos os documentos apresentados pela recorrente, em relação ao PRL, cujo PIC seria o método alternativo. (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Fl. 3812DF CARF MF
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Numero do processo: 10142.000462/2008-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. INFRAÇÃO POR DANO ERÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA PENA PERDIMENTO. APLICAÇÃO DA MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA. POSSIBILIDADE.
A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação, configura interposição fraudulenta presumida na importação, infração por dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008
AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade, o Auto de Infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, que exerceu plena e adequadamente o direito defesa.
NULIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. SUJEITOS PASSIVOS SOLIDÁRIOS REGULARMENTE CIENTIFICADOS. IMPOSSIBILIDADE.
Não há cerceamento do direito de defesa se após a conclusão do procedimento fiscal foi oportunizado e exercido adequadamente o direito de defesa, por todos os sujeitos passivos solidários.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.433
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. INFRAÇÃO POR DANO ERÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA PENA PERDIMENTO. APLICAÇÃO DA MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA. POSSIBILIDADE. A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação, configura interposição fraudulenta presumida na importação, infração por dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, o Auto de Infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, que exerceu plena e adequadamente o direito defesa. NULIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. SUJEITOS PASSIVOS SOLIDÁRIOS REGULARMENTE CIENTIFICADOS. IMPOSSIBILIDADE. Não há cerceamento do direito de defesa se após a conclusão do procedimento fiscal foi oportunizado e exercido adequadamente o direito de defesa, por todos os sujeitos passivos solidários. Recurso Voluntário Negado.
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E OUTRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. INFRAÇÃO POR DANO ERÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA PENA PERDIMENTO. APLICAÇÃO DA MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DA MERCADORIA. POSSIBILIDADE. A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação, configura interposição fraudulenta presumida na importação, infração por dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, o Auto de Infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, que exerceu plena e adequadamente o direito defesa. NULIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. SUJEITOS PASSIVOS SOLIDÁRIOS REGULARMENTE CIENTIFICADOS. IMPOSSIBILIDADE. Não há cerceamento do direito de defesa se após a conclusão do procedimento fiscal foi oportunizado e exercido adequadamente o direito de defesa, por todos os sujeitos passivos solidários. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 2. 00 04 62 /2 00 8- 21 Fl. 755DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, José Renato Pereira de Deus e Walker Araújo. Relatório Tratase do auto de infração (fls. 4/89), em que formalizada a exigência da multa, no valor de R$ 2.886.830,86, equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas e exportadas no período da autuação, em decorrência da conversão da pena de perdimento aplicada em decorrência da prática da infração por dano Erário, caracterizada por interposição fraudulenta de terceiros, definida no art. 23, V, §§ 1º, 2º e 3º, do Decretolei 1.455/1976, com redação dada pelo art. 59 da Lei 10.637/2002. Além da pessoa jurídica EXPRESS COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. (doravante denominada de EXPRESS), autuada na condição importadora e exportadora, também foi incluída no polo passivo da autuação a pessoa jurídica COMISSÁRIA DE DESPACHOS ADUANEIROS MUNDO NOVO EPP (doravante denominada COMISSÁRIA), autuada na condição de sujeito passivo solidário, por revelar interesse comum com a primeira autuada e ter concorrido para a prática da interposição fraudulenta ou dela se beneficiado, nos termos do art. 124, I, do CTN e do art. 95, I, do Decretolei 1.455/1976. De acordo com a Descrição dos Fatos (fls. 6/71), que integra o referido auto de infração, a fiscalização apurou os seguintes fatos: a) a situação dos estabelecimentos matriz (fechado) e filial era incompatível como a capacidade da empresa de realizar as operações de comércio exterior declaradas, pois, não havia empregados nem área para o manejo das cargas, o que demonstrava que as mercadorias eram destinadas diretamente aos clientes. O patrimônio restringiase a valores em espécie; b) os dois sócios eram interpostas pessoas ("laranjas"), pois, além de desconhecer os aspectos essenciais da empresa, não comprovaram a integralização do capital social, o que tornava a empresa inexistente de fato; c) não tinha escrituração contábil e fiscal, bem como não foram apresentados os documentos relativos às operações de comércio exterior realizadas no período fiscalizado. Não foram utilizados contratos de câmbio no pagamento de todas as operações de importação. Fl. 756DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 724 3 d) não foi comprovada a origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos utilizados nas operações de comércio exterior; e) a responsável solidária COMISSÁRIA atuara com poderes além dos que eram necessários para realizar o despacho aduaneiro das mercadorias, inclusive tinha total liberdade para emitir as notas fiscais de venda. Além disso, os tributos vinculados às operações de importação das mercadorias, tais como o II, IPI, PIS e Cofins, eram pagos pela responsável solidária, sem que houvesse comprovação do ressarcimento dos correspondentes valores; e t) as operações de importação e de exportação foram realizadas mediante a prática de interposição fraudulenta, com a ocultação dos reais vendedores/adquirentes, traduzindo dano ao Erário, sancionada com a pena de perdimento, porém, como as mercadorias não foram localizadas, a referida penalidade foi convertida em multa equivalente ao valor das mercadorias, nos termos do art. 23, V e §§ 1º e 2º, do Decreto 1.455/1976. Cientificada da autuação, a autuada EXPRESS apresentou a peça impugnatória de fls. 637/648, em que alegou, em síntese, as seguintes razões de defesa: 1) em preliminar, alegou nulidade do auto de infração, com base no argumento de que, com o advento do art. 33 da Lei 11.488/2007, deixou de ser imputável ao importador ou exportador ostensivo, em coautoria com o real comprador/vendedor, a infração do artigo 23, V, do Decretolei 1.455/1976. A importadora cedente do nome passou responder apenas pela multa de 10% (dez por cento) sobre o valor da operação, conforme estabelecido no primeiro preceito legal; 2) no mérito, alegou que: a) a responsável solidária COMISSÁRIA era detentora de capacidade financeira bem aquém da impugnante e não tinha qualquer participação na autuada, sendo dela somente mera prestadora de serviços de despacho aduaneiro de mercadoria, logo, era um contrasenso atribuirlhe qualquer responsabilidade pelos fatos em exame; b) no curso da ação fiscal, a impugnante oferecera toda a documentação requisitada pela fiscalização e quanto aos documentos não enviados ao fisco apresentara justificativas para tal omissão; c) não havia qualquer ilícito relativo ao fato de a comissária de despacho haver recolhido os tributos de que a defendente era devedora nas operações de importação; d) era descabida qualquer declaração de inaptidão da sua inscrição no CNPJ, fato que implicara graves dissabores ao seu funcionamento, enquanto não concluído o julgamento deste processo; e) não fora provada a interposição fraudulenta de terceiras pessoas, restando, por conseguinte, imprópria a aplicação da pena de perdimento das mercadorias já desembaraçadas. Aliás, todos os seus clientes estão perfeitamente identificados nas notas fiscais de saída, a que a fiscalização teve acesso; f) não procede a alegação de hipossuficiência econômicofinanceira a amparar suas importações e exportações, visto que suas próprias movimentações bancárias, propositadamente não encartadas nos autos pela fiscalização, aliadas à pequena monta das Fl. 757DF CARF MF 4 transações comerciais, davam suporte à concretização das correspondentes operações internacionais, oferecendo pleno giro de capital; g) a Lei 10.637/2002, que deu nova redação ao Decretolei 1.455/76, bem como o art. 81 da Lei 9.430/1996, estabeleceram o rito de produção da prova da origem de recursos empregados na importação, porém devem ser interpretados de forma sistemática; h) a fiscalização não lograra provar quem era os reais importadores, tendo fundamentado suas conclusões apenas em presunções, o que esmaece a concreção do tipo infracional eleito; e i) os autuantes até tentaram considerar os clientes da defendente como reais importadores, porém tal desiderato não subsistiu, tendo em vista a inexistência de qualquer irregularidade nas operações analisadas. Por sua vez, cientificada da autuação, a responsável solidária COMISSÁRIA apresentou a impugnação de fls. 477/495, em que apresentou as seguintes alegações: a) fora incluída indevidamente no polo passivo da autuação como responsável solidária, sem apoio instrutivo, o que inquinava de nulidade o próprio procedimento fiscal, tornando igualmente nulo o lançamento fiscal dele aflorado; b) não participara como sócia cotista tampouco gestora da autuada EXPRESS, apenas a ela prestou serviços atinentes ao despacho aduaneiro e somente em época específica. Aliás, a autuada EXPRESS não era sua única cliente, conforme documentação anexada, sobretudo porque há mais de cinco anos militava nesse ramo de atividade; c) a fiscalização extraíra dos autos, equivocadamente, a responsabilidade solidária da defendente, traduzida na condição de interessada na existência e operação da empresa comercial qualificada como interposta pessoa; d) houve equívoco interpretativo no que tange à diferenciação entre responsabilidade solidária e responsabilidade por infração. A solidariedade prevista no CTN não se alicerçava em interesse comum fincado em meros fatos; mas, sim, em interesse jurídico. E para delimitação da responsabilidade por infração, era necessária a satisfação dos requisitos previstos no art. 137 do CTN, que não foi demonstrado pela fiscalização; e) a dimensão do termo “na forma da legislação aplicável”, inserido na definição do fato gerador da obrigação acessória, explicitado no art. 115 do CTN, devia ser interpretado de forma restritiva. Na mesma linha, para a aplicação do art. 95 do Decretolei 37/1966, com necessária observância das balizas do CTN, faziase necessária a prática da ação fraudulenta na constituição do fato gerador; f) extraíase do lançamento que, além da omissão da comprovação da origem de recursos, fora imputado às autuadas a condição de interpostas pessoas, impulsionadores de falsidade ideológica. Porém, para a configuração do dano ao Erário, consoante se verifica no inciso V do art. 23 do mencionado diploma legal, faziase necessária a demonstração da fraude e/ou simulação, aqui ausentes, visto que baseadas em meras ilações; g) a impugnante jamais teve a gestão, posse, domínio ou a propriedade de quaisquer mercadorias transacionadas pela autuada EXPRESS, pois, na condição de prestadora de serviços jungidos ao despacho aduaneiro, não poderia fazêlos, à luz da legislação que rege aludida atividade, sobretudo o Decreto 646/1992, restando descabida a pena de perdimento em seu desfavor, ou mesmo, a penalidade pecuniária alternativa; Fl. 758DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 725 5 h) os despachantes aduaneiros e seus ajudantes era uma categoria profissional disciplinada em lei, no caso, o Decretolei 2.472/1988, sendo erigidos ao posto de profissionais liberais, auferindo honorários pelo seu mister, pagos mediante seu órgão de classe; f) a impugnante levou a cabo seu trabalho nos estritos termos definidos na legislação de regência, em especial, relacionados aos ditames dos incisos I a V do art. 1º do Decreto 646/1992, assim como ao art. 71 da Lei 10.833/2003. Mediante contrato remunerado de prestação de serviços, somente assessorara, auxiliara, nos moldes da citada legislação, a autuada EXPRESS, nunca a compôs e tampouco geriu sua atividade empresarial, principalmente à vista de expressa vedação disposta no art. 10 do Decreto 646/1992; g) quanto a eventuais deficiências de ordem estrutural e logística da primeira autuada, não lhe competia qualquer papel de censor nessa matéria, pois transbordava o escopo de sua atividade profissional tal incumbência; h) o pagamento dos tributos devidos nas importações é operacionalizado por intermédio de débito bancário na contacorrente do importador ou, por autorização deste, na contacorrente do despachante aduaneiro correspondente, conforme expressamente disciplinado no art. 11 da Instrução Normativa 680/2006; e i) predicar como laranja o profissional que laborou seu ofício em estrita observância à legislação que rege sua atividade, calcado em meras ilações ou presunções descabidas, sem qualquer prova nesse sentido, afrontava princípios jurídicos fundamentais, dentre o quais, os princípios da legalidade, impessoalidade e razoabilidade. Além disso, referido pensar ensejaria a equivocada inferência que todos os profissionais que prestaram serviços à primeira autuada, tais como advogados, contadores etc., patrocinaram suposto modo defeso de agir, fato dissonante com os princípios elementares do direito. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 652/684), em que, por unanimidade de votos, a preliminar de nulidade formal foi rejeitada e, no mérito, negado provimento às impugnações e integralmente mantido o crédito tributário, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 NORMAS PROCESSUAIS. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUSÊNCIA DE NULIDADE DO LANÇAMENTO. O pleno exercício da atividade fiscal não pode ser obstruído por força de ato administrativo de caráter gerencial. O mandado de procedimento fiscal, por ser medida disciplinadora visando à administração dos trabalhos de fiscalização, não pode sobrepor se ao que dispõe o Código Tributário Nacional acerca do lançamento tributário, bem como aos dispositivos da Lei nº 10.593/2002, que trata da competência funcional para a lavratura do auto de infração. INAPTIDÃO DE CNPJ. PROCESSO ADMINISTRATIVO. DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE JULGAMENTO. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA. Fl. 759DF CARF MF 6 Falece competência à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento para adentrar no exame de feito relacionado à inaptidão de CNPJ, sob pena de imiscuirse em âmbito de processo administrativo restrito ao titular da unidade local da Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 SUJEIÇÃO PASSIVA. DESPACHANTE ADUANEIRO. INTERESSE COMUM NAS ATIVIDADES DA EMPRESA. SUJEIÇÃO PROCESSUAL PASSIVA SOLIDÁRIA. O despachante aduaneiro e seu ajudante estão proibidos de efetuar, em nome próprio ou no de terceiro, importação e exportação de quaisquer produtos, ou exercer comércio interno de mercadorias estrangeiras (art. 10 do Decreto nº 646/1992). A Comissária de Despachos equiparase ao despachante aduaneiro, pois somente essas pessoas possuem a devida autorização, perante a Receita Federal do Brasil, para procederem a atos relativos às operações de despacho de importação/exportação. Se, tanto como pessoas físicas, quanto como pessoas jurídicas, demonstrarem interesse comum no fato gerador do imposto de importação e violarem essa proibição, respondem como responsáveis solidários, cabendo a exigência também contra eles dos tributos e multas das operações de importação/exportação, concomitantemente com as penalidades pertinentes. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 02/01/2006 a 28/02/2008 INCOMPATIBILIDADE ENTRE OS MONTANTES DAS OPERAÇÕES TRANSACIONADAS NO COMÉRCIO EXTERIOR E A CAPACIDADE FINANCEIRA E ECONÔMICA DA EMPRESA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. PRESUNÇÃO LEGAL. A incompatibilidade entre os volumes transacionados no comércio exterior e a capacidade financeira e econômica da pessoa jurídica é uma presunção legal juris tantum de interposição fraudulenta de terceiros, a qual só poderá ser afastada pela apresentação de documentação idônea capaz de comprovar a origem dos recursos utilizados nas transações. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. A pena de perdimento, na hipótese de interposição fraudulenta de terceiros, deve ser substituída pela multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria quando esta houver sido consumida ou não for localizada. EXPORTAÇÃO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS UTILIZADOS NA AQUISIÇÃO DAS MERCADORIAS EXPORTADAS. Fl. 760DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 726 7 A legislação aduaneira exige para a empresa exportadora a comprovação da origem dos recursos utilizados na aquisição das mercadorias exportadas. A não comprovação da origem lícita dos recursos empregados na aquisição dessas mercadorias caracteriza a presunção legal de interposição fraudulenta de terceiros em tais aquisições. A autuada EXPRESS foi cientificada da decisão de primeira instância em 8/3/2010 (fls. 697 e 699/700). Em 7/4/2010, apresentou o recurso voluntário de fls. 701/712, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na peça impugnatória. Enquanto a solidária COMISSÁRIA foi cientificada em 10/3/2010, por meio do Edital de fl. 698, afixado no dia 23/2/2010 e desafixado no dia 10/3/2010, sem que tivesse apresentado recurso. Na Sessão de julgamento de 8/12/2015, ao constatar que não havia nos autos provas de que a referida intimação por edital fora feita após esgotados os meios determinados no art. 23, § 1º, do Decreto 70.235/1972, este Colegiado converteu o julgamento em diligência, para que a unidade da Receita Federal de origem comprovasse que as referidas condições foram atendidas, ou, se não cumpridas, fosse sanada a irregularidade. Em 27/1/2016, a solidária COMISSÁRIA foi cientificada, pessoalmente, da referida decisão, por intermédio do seu suposto preposto (fl. 731). No dia 26/2/2016, protocolou recurso de fls. 734/752, em que reafirmou os argumentos apresentados na peça impugnatória. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Os recursos foram tempestivamente apresentados e atendem os demais requisitos de admissibilidade, portanto, devem ser conhecidos. Nos referidos recursos foram suscitadas, em preliminar, a nulidade da autuação e, no mérito, a ilegitimidade passiva da recorrente COMISSÁRIA. Das Preliminares de Nulidade da Autuação. Em sede de preliminar, a autuada EXPRESS e a solidária COMISSÁRIA alegaram nulidade do auto de infração, com base em argumentos distintos. A autuada EXPRESS alegou nulidade da autuação, baseada no argumento de que a fiscalização não aplicara a penalidade adequada, pois, em vez da multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, estabelecida no art. 33 do Lei 11.488/2007, aplicara indevidamente a multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias, prevista no art. 23, V, §§ 1º, 2º e 3º, do Decretolei 1.455/1976, com redação dada Lei 10.637/2002. Sem razão a recorrente.A autuação em apreço foi fundamentada no fato de a empresa importadora e recorrente EXPRESS não ter comprovado a origem, disponibilidade e Fl. 761DF CARF MF 8 transferência dos recursos utilizados nas operações de importação e exportação. E essa conduta materializa a infração por interposição fraudulenta presumida, definida no art. 23, § 2º, do Decretolei 1.455/1996, sancionada com a pena de perdimento ou multa substitutiva equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, nos termos do art. 23, §§ 1º e 3º, do citado Decretolei. Além da presunção da infração por interposição fraudulenta de terceiros, a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência lícitas dos recursos financeiros utilizados na operação de importação ou exportação representa condição suficiente também para aplicação da sanção de inaptidão da inscrição da pessoa jurídica importadora ou exportadora no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), nos termos do § 1º do art. 811 da Lei 9.430/1996. Assim, se demonstrada a ocorrência da interposição fraudulenta presumida, o importador responde pelas seguintes sanções: a) pena de perdimento da mercadoria, por dano ao erário, ou multa substitutiva equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, estabelecidas, respectivamente, nos §§ 1º e 3º do art. 23 do Decretolei 1.455/1976; e b) declaração de inaptidão da sua inscrição no CNPJ, determinada no § 1º do art. 812 da Lei 9.430/1996. No entendimento deste Relator, a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, estabelecida no art. 33 do Lei 11.488/2007, somente se aplica na hipótese de interposição fraudulenta comprovada na importação por conta e ordem, que se configura com a comprovação da interposição do adquirente (ou mandante aparente) e a identificação do real adquirente da mercadoria ocultado do conhecimento das autoridades aduaneiras e tributárias. Nessa modalidade de interposição fraudulenta comprovada, como a operação de importação é realizada por conta do mandante interposto (ou adquirente aparente), o importador assume a condição de mero cedente do nome. E dada a condição de não ser o proprietário da mercadoria, nem de fato ou de direito, o importador responde apenas pela multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, nos termos do caput art. 33 da Lei 11.488/2007, enquanto que o adquirente interposto (ou mandante aparente) e o adquirente oculto (ou real adquirente), por força do disposto no art. 95, I e V, do Decretolei 37/1966, em regime de solidariedade, respondem pela pena de perdimento da mercadoria ou pela multa substitutiva equivalente ao valor da mercadoria, prevista no art. 23, V e §§ 1º e 3º, do Decreto lei 1.455/1976. No caso, como a infração atribuída à recorrente foi de interposição fraudulenta presumida e as mercadorias não eram passíveis de serem apreendidas, a multa substitutiva da pena de perdimento equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas e exportadas foi corretamente aplicada em nome da importadora e ora recorrente EXPRESS. Além dessa penalidade, noticia a própria recorrente que a fiscalização também propôs a 1 “Art. 81. Art. 81. Poderá ser declarada inapta, nos termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que, estando obrigada, deixar de apresentar declarações e demonstrativos em 2 (dois) exercícios consecutivos. § 1o Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002).” 2 “Art. 81. Art. 81. Poderá ser declarada inapta, nos termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que, estando obrigada, deixar de apresentar declarações e demonstrativos em 2 (dois) exercícios consecutivos. § 1o Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002).” Fl. 762DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 727 9 declaração de inaptidão da sua inscrição perante o CNPJ, o que confirma o entendimento aqui esposado de que a prática da interposição fraudulenta presumida constitui motivação necessária e suficiente para aplicação cumulativa das duas penalidades. Por sua vez, a autuada COMISSÁRIA alegou nulidade da autuação, baseada no argumento de que não fora submetida a prévio procedimento de fiscalização e o MPF emitido autorizava a fiscalização apenas da fiscalizada EXPRESS. Não assiste razão à recorrentes. A uma, porque a inclusão do sujeito passivo solidário no polo passivo da autuação depende apenas da comprovação, no curso do procedimento fiscal, da sua responsabilidade pelo crédito tributário lançado ou pela multa aplicada. Assim, uma vez demonstrada a existência de interesse comum nos fatos jurídicos tributários ou que concorreu para prática da infração ou dela beneficiou, independentemente, de figurar ou não no MPF, que amparou a realização do procedimento fiscal, o sujeito passivo solidário deverá ser integrado ao polo passivo da autuação, por expressa determinação do art. 142 do CTN. Ademais, por ser mero instrumento administrativo de controle dos procedimentos de fiscalização, relativos aos tributos administrados pela RFB, eventual irregularidade existente no referido documento, inequivocamente, não tem o condão de macular higidez do auto de infração resultado do trabalho de fiscalização, realizado em conformidade com os requisitos estabelecidos no art. 10 do Decreto 70.235/1972. A duas, porque, no âmbito do processo administrativo fiscal, após a conclusão do procedimento fiscal e a ciência regular do auto de infração ao contribuinte fiscalizado e demais sujeitos passivos solidários, a todos eles é assegurado o contraditório e o exercício do amplo direito de defesa. Dada essa condição, se na fase de instrução ou inquisitorial do procedimento fiscal, instaurado contra determinado sujeito passivo, a fiscalização obtém os elementos necessários para inclusão dos demais sujeitos passivos solidários no polo passivo da autuação, revelase de todo dispensável a ciência do procedimento já instaurado ou a instauração de um novo contra cada um dos sujeitos passivos solidários. Nesse sentido, consolidouse a jurisprudência deste Conselho, conforme se infere do enunciado da Súmula CARF nº 46, de adoção obrigatória pelos integrantes deste Conselho, que segue transcrito: “O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário.” A autuada COMISSÁRIA alegou ainda nulidade da autuação, sob argumento de que fora incluída no polo passivo da presente autuação em razão com base em meras presunções e suposições, sem qualquer prova da sua participação no quadro societário da autuada EXPRESS, nos atos gerenciais e nas transações de comércio exterior da referida empresa. Segundo a referida recorrente, ela autuara como mera prestadora de serviços de despacho aduaneiro à citada empresa. Tratase de alegação atinente à condição de legitimada passiva da recorrente COMISSÁRIA, questão de mérito, que será analisada a seguir. Com base nessas considerações, rejeitase as preliminares de nulidade suscitadas pelas recorrentes. Fl. 763DF CARF MF 10 Da Análise das Questões de Mérito. De acordo com a descrição dos fatos que integra o presente auto de infração, o motivo da imposição da multa em apreço foi a atribuição à pessoa jurídica EXPRESS da prática da infração por interposição fraudulenta presumida nas operações de importação e exportação, considerada dano ao Erário e sancionada com a pena perdimento das mercadorias ou multa substitutiva equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias, nos termos do art. 23, V, e §§ 1º a 3º, do Decretolei nº 1.455, de 1976, com redação dada pela Lei 10.637/2002, a seguir transcritos: Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: [...] V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. § 3o A pena prevista no § 1o convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. [...] (grifos não originais) No caso, a fiscalização apurou que, embora a recorrente tivesse se identificado, nos respectivos despachos aduaneiros de importação e exportação, como importadora e exportadora por conta própria, de fato, ela atuara como interposta pessoa, ocultando os reais adquirentes ou reais vendedores das mercadorias, respectivamente, importadas e exportadas. A fiscalização chegou a essa conclusão, com respaldo no fato presuntivo de que a recorrente não comprovara a origem, a disponibilidade e a transferência lícitas dos recursos que foram ou deveriam ter sido utilizados nas operações de importação e de exportação registradas no período de janeiro de 2006 a fevereiro de 2008. Além disso, outro fatos relevantes, devidamente comprovados nos autos com documentação adequada, corroboram a conclusão da fiscalização, dentre os quais cabe mencionar que a empresa importadora/exportadora EXPRESS: a) não tinha estrutura operacional, administrativa e empregados para realizar, por conta própria, as operações de comércio exterior declaradas no período da autuação; b) não tinha contabilidade, o capital social era insignificante em relação aos das operações de comércio exterior e não fora comprovada a origem dos recursos utilizados na sua integralização; Fl. 764DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 728 11 c) o quadro societário era constituído por dois sócios (“laranjas”) desprovidos de capacidade administrativa e gerencial e sem patrimônio, conforme processo de arrolamento de bens de nº 10142.000470/200378, a este apenso; d) as mercadorias importadas eram remetidas do recinto alfandegado diretamente para as empresas importadoras; e) a liquidação de grande parte dos contratos de câmbio ocorrera depois de dois anos e meio e boa parte remanescia em aberto, o que denotava que a recorrente não utilizava os meios oficiais para o pagamentos dos forncecedores/exportadores estrangeiros; e f) a emissão da documentação fiscal (notas fiscais de entrada e saída) e o pagamento dos tributos era feita pela empresa contratada para prestação de serviços de despacho aduaneiro, a recorrente COMISSÁRIA. Todos esses fatos ratificam a conclusão de que a recorrente EXPRESS, efetivamente, não tinha recursos financeiros e nenhuma estrutura operacional, econômica e financeira para realizar as operações de comércio exterior, formalmente, declaradas em seu nome. Aliás, sequer a recorrente EXPRESS tinha existência de fato, pois, conforme demonstrado nos autos, o seu modus operandi era típico de empresa de fachada ou laranja, utilizada para acobertar os reais interessados e beneficiários nas operações de comércio exterior que foram realizadas em seu nome. Por todas essas razões, resta devidamente comprovada que, de forma fraudulenta, a recorrente EXPRESS atuou como interposta pessoa em todas as operações de importação e exportação realizadas durante o período fiscalizado. Das alegações da recorrente EXPRESS Em relação a esses graves fatos que lhe foram imputados, sem respaldo em qualquer elemento probatório, a recorrente EXPRESS alegou que a fiscalização não comprovara o alegado, já que a recorrente e seu proprietário não possuíam terceiros interpostos e ambos encontravamse perfeitamente identificados. Tratase de alegação genérica sem relevância. O motivo da autuação foi a falta de comprovação, por parte da recorrente EXPRESS, da origem, disponibilidade e transferência lícitas dos recursos financeiros utilizados nas operações de comércio exterior, no período fiscalizado. No caso, em face da presunção relativa, prevista no art. 23, § 2º, do Decretolei 1.455/1976, cabia a recorrente o ônus de provar utilização lícita dos recursos financeiros, o que não fizera no curso do procedimento fiscal e tampouco nas duas oportunidades em que compareceu aos autos. Logo, permanece a presunção de que, de forma fraudulenta, atuara como interposta pessoa nos correspondentes operações de comércio exterior. A recorrente alegou ainda que os compradores das mercadorias importadas não foram ocultados, pois todos eles estavam devidamente identificados nas notas fiscais expedidas pela empresa. Essa alegação teria relevância se o motivo da autuação fosse omissão nos documentos do real comprador ou vendedor das mercadorias, respectivamente importadas e exportadas, nos casos de interposição fraudulenta comprovada, em resta demonstrado nos autos Fl. 765DF CARF MF 12 a “ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação”. A recorrente alegou que era hipossuficiente para realizar as importações em pauta, posto que as próprias movimentações financeiras e as declarações de importação demonstravam os baixos valores econômicos e sempre em pequenas frações. Tratase de mais uma alegação sem relevância, principalmente, tendo em conta que, no período da autuação, os valores (CIF) das importações totalizaram as cifras de R$ 2.332.934,12 e US$ 1.196.753,20, enquanto os valores (VLME) das exportações totalizaram as cifras de R$ 553.896,74 e US$ 309.690,15. Também sem procedência a alegação de que restava suficientemente justificada a origem dos recursos com que a empresa operava no mercado externo, logo não havia como subsistir a presunção de que haveria uma terceiro “real comprador”, ou “real financiador”, oculto na operação comercial. Sem relevância também a alegação da recorrente que era conveniente atrasar o pagamento de seus credores, haja vista a queda acentuada do dólar em relação a moeda nacional eralhe mais favorável. Também não procede a alegação de que a autoridade fiscal não indicara os possíveis responsáveis pela importação, o que seria necessário ante a alegação de interposição fraudulenta, pois, tal exigência somente se justifica no caso da interposição fraudulenta comprovada. Enfim, a recorrente alegou que, no mínimo, era um contrasenso a inclusão da recorrente COMISSÁRIA no polo passivo da autuação, haja vista que a referida empresa atuara como simples despachante aduaneiro. Ademais, a recorrente era possuidora de capacidade financeira bem superior a da referida empresa, logo, não era permitido afirmar que citada empresa teria melhores condições financeiras e seria a responsável pelo fornecimento dos recursos empregados nas operações efetivadas pela recorrente. Tratase de alegação atinente à legitimidade passiva da solidária e recorrente COMISSÁRIA, que, por falta de regular poder de representação, não pode ser conhecida. Entretanto, tal questão será analisada a seguir, inclusive os argumentos legitimamente apresentados pela recorrente, por meio de seu patrono regularmente constituído por procuração. Das alegações da recorrente COMISSÁRIA. A recorrente COMISSÁRIA foi incluída no polo passivo da autuação na condição de sujeito passivo solidário, por ter concorrido para a prática da interposição fraudulenta ou dela se beneficiado, nos termos do art. 95, I, do Decretolei 1.455/1976, a seguir transcrito: Art. 95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; [...]. (grifos não originais). As condutas atribuídas a recorrente pela fiscalização, que motivaram a sua integração ao polo passivo da autuação, foram as seguintes: Fl. 766DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 729 13 a) em diligência realizado na sede da recorrente encontrara grande quantidade de blocos de notas fiscais em branco de diversas empresas, além de várias notas fiscais de venda (notas fiscais de saída) da autuada EXPRESS; b) a participação da recorrente ía além da simples realização dos procedimentos necessários ao desembaraço aduaneiro das mercadorias e incluía também a emissão de documentos fiscais de venda, sem o conhecimento da empresa fiscalizada; c) os tributos devidos nas operações de importação da autuada EXPRESS, no registro das DI, eram pagos mediante débito em contacorrente da recorrente, sem fosse comprovada o ulterior ressarcimento dos tributos pagos pela autuada; e d) parte da remuneração da recorrente Comissária pelos serviços prestados era feita sob a forma de produtividade e em algumas situações o pagamento da remuneração era feita diretamente pelo cliente final da autuada EXPRESS. Esses fatos foram colhidos com base no depoimento do sócio da própria recorrente COMISSÁRIA (fls. 110/111), o Sr. Kleiton Benites de Oliveira, cujos trechos relevantes seguem reproduzidos: [...] QUE a empresa normalmente gera os seguintes documentos para o cliente: Extrato da DI, extrato da LI, MIC, CRT, notas fiscais de entrada e saída do cliente; QUE a Comissária não tem relacionamento com os clientes finais da EXPRESS; QUE em algumas situações a empresa recebeu o pagamento diretamente do cliente final da EXPRESS; [..] QUE a empresa emite Notas Fiscais de saída para a EXPRESS quando o cliente final já é conhecido, ou seja a mercadoria já é importada com o destinatário definido; QUE a empresa possui em seu escritório blocos de Notas fiscais em branco caso haja novas operações que precisem desse documento;[...] QUE a emissão das notas fiscais de entrada e saída é feita com conhecimento dos sócios da EXPRESS, sem qualquer objeção; QUE foram encontradas "máscaras" de notas fiscais de simples remessa no computador da empresa e que elas são emitidas pela COMISSARIA para o transporte das mercadorias de Mundo Novo/MS até a cidade de Guaíra/PR; QUE a empresa emite em nome da EXPRESS, os seguintes documentos: notas fiscais de entrada e notas fiscais de saída, tanto na importação quanto na exportação e faturas comerciais nas exportações, todas elas com conhecimento da EXPRESS e sem objeção; [...] QUE alguns pagamentos aos envolvidos nas operações de comércio exterior, como motoristas, frete, entre outros, foram pagos diretamente pela empresa, não se recordando exatamente quais foram, nem se esse procedimento é freqüente;[...]. E corroboram tais fatos os trechos relevantes do depoimento do sócio administrador da autuada EXPRESS (fls. 119/121), o Sr. Adenilson Aparecido da Silva, a seguir transcritos: [...] QUE todas as atividades operacionais da empresa, como compras, vendas, documentação fiscal, são feitas ou na filial, ou junto a empresa COMISSÁRIA; [...] QUE além dos serviços Fl. 767DF CARF MF 14 aduaneiros a empresa COMISSARIA emite outros documentos como Notas fiscais de Entrada e Saída; [...] QUE a maioria das notas de venda da empresa são emitidas pela empresa COMISSARIA; QUE o declarante entrega tantas notas fiscais em branco à COMISSARIA quantas forem necessárias para atendimento ao transporte e venda das mercadorias; QUE normalmente entrega apenas as notas fiscais em branco necessárias às vendas, já tendo entregue talonários inteiros, também em branco, à COMISSÁRIA [...]; Com base nos referidos, inferese que a recorrente praticou atos em nome da autuada EXPRESS foram bem além das suas atividades relacionadas com a prestação de serviços de despacho aduaneiro de mercadorias. No caso, ao emitir o documentário fiscal e efetuar o pagamento dos tributos devidos nas operações de importação, com recursos próprios, sem a comprovação do ressarcimento dos pagos, de fato, a recorrente funcionava como departamento de fiscal e financeiro da autuada EXPRESS. Além disso, o fato de a recorrente ser remunerada por produtividade e, em alguns casos, receber a remuneração diretamente do adquirente da mercadoria, evidencia que a recorrente, além de concorrer para a prática da infração, também foi beneficiária do esquema fraudulento em comento. Portanto, resta demonstrado que, em conformidade com o referido preceito legal, agiu com acerto a fiscalização ao incluir a recorrente no polo passivo da autuação na condição de sujeito passivo solidário. Em relação a esses fatos, a recorrente COMISSÁRIA alegou que fora incluída no polo passivo da presente autuação com base em meras presunções e suposições, sem qualquer prova da sua participação no quadro societário da autuada EXPRESS, nos atos gerenciais e nas transações de comércio exterior da referida empresa. Segundo a referida recorrente, ela autuara como mera prestadora de serviços de despacho aduaneiro à citada empresa. Sem razão a recorrente. Os fatos por ela relatados no seu depoimento são suficientes para o convencimento deste Relator de que ela não só concorreu como se beneficiou do esquema fraudulento implementado em nome da recorrente EXPRESS, como revela ser a pessoa jurídica existente fato, que utilizou o nome da recorrente EXPRESS, para realizar as operações de comércio exterior, que foram, formalmente, declaradas em nome da citada recorrente. Tais fatos ainda demonstram que a recorrente COMISSÁRIA, não só extrapolou os limites determinados para o exercício da atividade relativa ao despacho aduaneiro, fixadas no art. 1º do Decreto 646/1992, na época dos fatos vigente, como ainda praticou atividades que lhe expressamente vedada no art. 10 do citado Decreto, a seguir transcrito: Art. 10. É vedado ao despachante aduaneiro e ao ajudante de despachante aduaneiro: I efetuar, em nome próprio ou no de terceiro, exportação ou importação de quaisquer mercadorias ou exercer comércio interno de mercadorias estrangeiras; II exercer cargo público, exceto nos casos previstos em lei. Parágrafo único. Excluemse da proibição do inciso I os bens que se destinem ao uso próprio do despachante ou do ajudante de despachante aduaneiro. Fl. 768DF CARF MF Processo nº 10142.000462/200821 Acórdão n.º 3302004.433 S3C3T2 Fl. 730 15 Os fartos elementos probatórios coligidos aos autos revelam, de forma cabal, que a recorrente EXPRESS tratavase de ente com personalidade meramente formal, portanto, pessoa jurídica inexiste de fato, que fora utilizada pelos proprietários da recorrente COMISSÁRIA, para fim de realização das operações de comércio exterior e emissão dos documentos fiscais relativos às operações comerciais praticadas no mercado interno. Assim, tendo em conta que a responsabilidade pela infração deve recair sobre quem efetivamente praticou o ato infracional, não apenas ou ou seja, deve responder pela infração quem de fato praticou a conduta infracional no mundo real e não aquele ou somente aquele, que, sob o véu das formalidades, mediante interposição fraudulenta, foi utilizado apenas para acobertar a atuação real infrator. Diante dessas condições, a recorrente COMISSÁRIA deve ser mantida no polo passivo da autuação. Da Conclusão. Por todo o exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO aos recursos voluntários interpostos, para manter na íntegra a decisão recorrida. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 769DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.902720/2011-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2004
PIS/COFINS. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS NOVOS SUBMETIDOS AO REGIME MONOFÁSICO PARA REVENDA. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL.
No regime não-cumulativo das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista, o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime monofásico concentrado no fabricante e importador. A aquisição de veículos relacionados no art. 1º da Lei n° 10.485/02, para revenda, quando feita por comerciantes atacadistas ou varejistas desses produtos, não gera direito a crédito do PIS/COFINS, dada a expressa vedação, consoante os art. 2º, § 1º, III e art. 3º, I, b, c/c da Lei nº 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003.
CRÉDITOS. MANUTENÇÃO. ART. 17 DA LEI Nº 11.033/2004. IMPOSSIBILIDADE.
A manutenção dos créditos, prevista no art. 17 da Lei nº 11.033/04, não tem o alcance de manter créditos cuja aquisição a lei veda desde a sua definição.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.378
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques dOliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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TOMADA DE CRÉDITOS. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. Recorrente CIAASA MERCANTIL DE VEÍCULOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2004 PIS/COFINS. AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS NOVOS SUBMETIDOS AO REGIME MONOFÁSICO PARA REVENDA. MANUTENÇÃO DE CRÉDITO PELO COMERCIANTE ATACADISTA E VAREJISTA. VEDAÇÃO LEGAL. No regime nãocumulativo das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS, por expressa determinação legal, é vedado ao comerciante atacadista e varejista, o direito de descontar ou manter crédito referente às aquisições de veículos novos sujeitos ao regime monofásico concentrado no fabricante e importador. A aquisição de veículos relacionados no art. 1º da Lei n° 10.485/02, para revenda, quando feita por comerciantes atacadistas ou varejistas desses produtos, não gera direito a crédito do PIS/COFINS, dada a expressa vedação, consoante os art. 2º, § 1º, III e art. 3º, I, “b”, c/c da Lei nº 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003. CRÉDITOS. MANUTENÇÃO. ART. 17 DA LEI Nº 11.033/2004. IMPOSSIBILIDADE. A manutenção dos créditos, prevista no art. 17 da Lei nº 11.033/04, não tem o alcance de manter créditos cuja aquisição a lei veda desde a sua definição. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 27 20 /2 01 1- 60 Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10120.902720/201160 Acórdão n.º 3301003.378 S3C3T1 Fl. 3 2 Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d’Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de Pedido Eletrônico de Ressarcimento PER, formulado através do programa PER/Dcomp, por intermédio do qual a Recorrente pleiteia o ressarcimento em espécie do saldo credor acumulado de PIS/Pasep NãoCumulativo – Mercado Interno. O Pedido de Ressarcimento foi indeferido, por ausência de direito ao crédito pleiteado. A origem do direito creditório alegado seria o saldo credor acumulado em razão da aquisição de produtos monofásicos (veículos novos). A Recorrente tem como atividade comercial a compra e venda, no atacado e varejo, de veículos novos e peças em geral, relacionadas na Lei nº 10.485/02. A Lei nº 10.485/02, no art. 3º, § 2º, I e II, prescreve que os produtos nela relacionados têm as alíquotas de PIS e COFINS reduzidas a 0% relativamente à receita bruta auferida por comerciantes atacadistas e varejistas. A Recorrente alega que com a edição das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, os produtos relacionados na Lei n° 10.485/2002 compõem a sua receita bruta para efeito de apuração de PIS e COFINS sob o regime da nãocumulatividade e que a manutenção dos créditos decorrentes da aquisição desses produtos tem como fundamento legal o art. 17 da Lei n° 11.033/2004 e o pedido de ressarcimento em espécie tem como fundamento legal o art. 16 da Lei n° 11.116/2005. Assim, com esse entendimento, os créditos de PIS/Pasep nãocumulativo, objeto do ressarcimento deste processo fiscal pela Recorrente, têm origem exclusiva na aplicação direta das alíquotas previstas nas leis 10.637/02 (PIS) e 10.833/03 (COFINS), que introduziram a nova sistemática do regime da nãocumulatividade para ambas as Contribuições, sobre o valor de aquisição dos produtos relacionados na Lei n° 10.485/2002 (veículos automotores novos), pois a alíquota da Contribuição nas saídas subsequentes desses produtos foi reduzida a 0%. Então, a controvérsia nestes autos é o direito ao creditamento, no regime não cumulativo, dos valores de aquisição dos produtos relacionados na Lei n° 10.485/2002 (veículos automotores novos), ou seja, crédito com origem nas aquisições de produtos com incidência monofásica. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 03050.921. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que há vedação legal e normativa para o aproveitamento do crédito das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS, com base na sistemática da não cumulatividade, pelas revendedoras de veículos automotores, nas vendas submetidas à incidência monofásica. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10120.902720/201160 Acórdão n.º 3301003.378 S3C3T1 Fl. 4 3 Tanto na manifestação de inconformidade, quanto em seu recurso voluntário, a Recorrente tece longo arrazoado para justificar o seu direito ao creditamento, para tanto interpreta a legislação federal e o princípio constitucional da nãocumulatividade. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.248, de 29 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.902719/201135, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.248): O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Não há direito ao creditamento, no regime nãocumulativo, dos valores de aquisição dos produtos relacionados na Lei n° 10.485/2002 (veículos automotores novos), conforme se justifica a seguir. Os art. 1o e 3o da Lei n° 10.485/2002 prescrevem: Art. 1o.As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto no 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Art. 3o As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: II 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), respectivamente, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10120.902720/201160 Acórdão n.º 3301003.378 S3C3T1 Fl. 5 4 § 2o Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Assim, para os veículos classificados nos códigos 87.01 a 87.06 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI e dos produtos relacionados nos Anexos I e II, a cobrança da COFINS terá incidência monofásica, com alíquotas diferenciadas para as pessoas jurídicas fabricantes e importadoras. O regime monofásico concentra a cobrança do tributo em uma etapa da cadeia produtiva, desonerando a etapa seguinte. E ainda, a referida lei reduziu a zero as alíquotas da COFINS incidentes sobre as receitas auferidas pelos comerciantes atacadistas ou varejistas com a venda desses mesmos produtos. O regime monofásico impõe que o fabricante ou importador dos produtos (monofásicos) recolham o PIS/COFINS em uma alíquota diferenciada e majorada, bem como a fixação de alíquota zero de PIS/COFINS sobre a receita auferida com a venda dos mesmos pelos demais participantes da cadeia produtiva (distribuidores, atacadistas e varejistas). Então, não se cogita do sistema de compensação entre créditos e débitos. Deste modo, a Lei nº 10.485/02 fixou a tributação devida ao PIS e à COFINS no início da cadeia produtiva, fabricantes e/ou importadores de veículos automotores e autopeças, estabelecendo alíquota mais elevada nesta etapa de comercialização, desonerando a fase em que se integram as concessionárias, mediante atribuição de alíquota zero, nos termos dos seus artigos 2º, § 2º, II; 3º, § 2º, I e II; e 5º, parágrafo único, esses dispositivos não foram revogadas pela Lei nº 10.833/03. A incidência monofásica das contribuições discutidas incorre na inviabilidade lógica e econômica do reconhecimento de crédito recuperável pelos comerciantes varejistas e atacadistas, pois inexistente cadeia tributária após a venda destinada ao consumidor final, razão pela qual o art. 17 da Lei nº 11.033/04, afigurase incompatível com este caso. Ademais, não há crédito em relação aos veículos classificados nos códigos 87.01 a 87.06 da TIPI e aos produtos relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485/2002 adquiridos para revenda, por vedação expressa dos art. 2º, § 1º, III e art. 3º, I, “b”, c/c da Lei nº 10.833/2003, verbis: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) b) no § 1º do art. 2º desta Lei; Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art.1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10120.902720/201160 Acórdão n.º 3301003.378 S3C3T1 Fl. 6 5 § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) Logo, pela redação dos dispositivos supracitados, é expressamente vedado descontar créditos calculados em relação aos veículos classificados nos códigos 87.01 a 87.06 da TIPI e aos produtos relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485, de 2002, adquiridos para revenda. Alega a Recorrente que teria direito ao creditamento com base no art. 17 da Lei nº 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Esse dispositivo não se aplica ao caso em comento, pelas seguintes razões: 1 Referese a “manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados” nas operações de vendas com isenção, alíquota zero ou nãoincidência da COFINS, ou seja, tratase de créditos legalmente autorizados da COFINS (neste caso o crédito está proibido); 2 É regra geral que coexiste com vedação ao creditamento por norma específica e 3 Não revoga expressa ou tacitamente o inciso I, alínea “b”, do art. 3º da Lei nº 10.833/03. Por fim, quanto a argumentos de inconstitucionalidade da vedação ao creditamento, por afronta ao princípio da nãocumulatividade, saliento que sobre esta matéria o CARF não pode se pronunciar, de acordo com a Súmula nº 2 (O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária). Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Nos termos do entendimento exarado no paradigma, a impossibilidade de creditamento, no regime nãocumulativo, dos valores de aquisição dos produtos relacionados Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10120.902720/201160 Acórdão n.º 3301003.378 S3C3T1 Fl. 7 6 na Lei n° 10.485/2002 (veículos automotores novos) aplicase tanto à Contribuição para o PIS/Pasep quanto à COFINS. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 144DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.723285/2013-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
De acordo com a Súmula CARF nº 9 "É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário".
Numero da decisão: 2202-003.893
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente
(assinado digitalmente)
Cecilia Dutra Pillar - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
Nome do relator: CECILIA DUTRA PILLAR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2011 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. De acordo com a Súmula CARF nº 9 "É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário".
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
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INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. De acordo com a Súmula CARF nº 9 "É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário". Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 32 85 /2 01 3- 38 Fl. 62DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (fls. 03/10), decorrente de revisão da Declaração de Ajuste Anual do IRPF do exercício de 2012, ano calendário de 2011, em que foram glosados valores indevidamente deduzidos a título de: · dependentes, no valor de R$ 7.558,56, por falta de comprovação; · despesas médicas, no valor de R$ 8.785,87, por falta de comprovação; · despesas com instrução, no valor de R$ 8.774,69, por falta de comprovação. Foi apresentada impugnação tempestiva onde a interessada alegou a regularidade das deduções de dependentes, porque marido e netos e com relação às despesas médicas e com instrução informou que houve erro de preenchimento da declaração e que são deduções de outra natureza. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA), julgou improcedente a impugnação, conforme acórdão de fls. 41/43, pois a interessada não apresentou documentos que confirmem sua alegação com relação aos dependentes. Cientificada dessa decisão por via postal em 09/02/2015 (A.R. de fls. 50), a contribuinte interpôs Recurso Voluntário somente em 23/03/2015 (fls. 52), pedindo que seu processo seja novamente analisado por fatos novos pois apresentou sua DIRPF de 2012 e pagou todos os impostos e que foi feita uma declaração retificadora sem seu conhecimento. Requer o cancelamento da declaração retificadora, retornando a declaração original. Em despacho de fls. 58 a ARF de Ananindeua encaminha o processo ao CARF, tendo em vista o disposto no art. 35 do Decreto 70.235/1972. É o Relatório. Voto Conselheira Cecilia Dutra Pillar Relatora. Inicialmente há que se analisar a questão da tempestividade do recurso. O Decreto 70.235/1972, que disciplina o processo administrativo fiscal, assim dispõe com relação aos prazos: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. [...] Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10280.723285/201338 Acórdão n.º 2202003.893 S2C2T2 Fl. 63 3 Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II – por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] § 2° Considerase feita a intimação: I – na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II – no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; (...) Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à ciência da decisão. A ciência da decisão de primeira instância deuse em 09/02/2015 (segunda feira), por via postal. Conforme se verifica pela leitura do Aviso de Recebimento (fls. 50) a correspondência foi recebida em seu endereço. Sendo assim, de acordo com a Súmula CARF nº 9 que diz: "É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário". Considerando que os prazos somente se iniciam ou vencem em dias de expediente normal na repartição, o prazo para interposição do recurso voluntário iniciou em 10/02/2015 (terçafeira) e esgotouse em 11/03/2015 (quartafeira). A petição da contribuinte foi apresentada somente no dia 23/03/2015, portanto fora do prazo determinado no art. 33 do Decreto nº 70.235/1972. A contribuinte não apresentou qualquer justificativa quanto ao não atendimento do prazo recursal, que lhe fora informado pela ordem de intimação do acórdão da Fl. 64DF CARF MF 4 DRJ e também pela Intimação do Resultado do Julgamento nº 173, emitida pela Agência da RFB em Ananindeua (fls. 47) e encaminhada em conjunto com o acórdão, pelos correios. Assim, a petição apresentada após o prazo legal carece do pressuposto processual da tempestividade, razão pela qual não merece ser conhecida. Conclusão Ante o exposto, voto por não conhecer do recurso, por ser intempestivo. (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar Relatora Fl. 65DF CARF MF
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Numero do processo: 10380.724114/2010-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 04 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2007 a 31/12/2009
NULIDADE. LANÇAMENTO.
Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade.
BOLSA DE ESTUDO. DEPENDENTES DE EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
De acordo com a legislação aplicável, em particular o disposto no art. 28, § 9º, 't' da Lei nº 8.212/91, antes da vigência da redação dada pela Lei nº 12.513/11, estão sujeitas à contribuição previdenciária as bolsas de estudo concedidas por empregador aos dependentes de seus funcionários.
AFERIÇÃO INDIRETA. PRO LABORE.
Não havendo o contribuinte, devidamente intimado, apresentando escrituração contábil apta a comprovação dos fatos, pode a fiscalização, sem prejuízo da penalidade cabível, levantar de ofício importância que apurar devida, inclusive a correspondente a pro labore, resultando no lançamento por aferição indireta, que encontra amparo nos §§ 3º e 6º do artigo 33 da Lei nº 8.212/91.
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUSÊNCIA DE CUMULAÇÃO DE PENALIDADES.
Tendo por pressupostos fatos e fundamentação jurídica distintos, não há falar em cumulação de penalidades na coexistência de infrações relativas a obrigação principal e acessórias.
INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONO DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO.
O art. 23 do Decreto nº 70.235/72 não traz previsão da possibilidade de a intimação dar-se na pessoa do advogado do autuado, tampouco o RICARF apresenta regramento nesse sentido.
Numero da decisão: 2402-005.896
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os Conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci e Theodoro Vicente Agostinho.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Theodoro Vicente Agostinho, Maurício Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza e Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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R. ORGANIZACAO EDUCACIONAL S/C LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2007 a 31/12/2009 NULIDADE. LANÇAMENTO. Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade. BOLSA DE ESTUDO. DEPENDENTES DE EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. De acordo com a legislação aplicável, em particular o disposto no art. 28, § 9º, 't' da Lei nº 8.212/91, antes da vigência da redação dada pela Lei nº 12.513/11, estão sujeitas à contribuição previdenciária as bolsas de estudo concedidas por empregador aos dependentes de seus funcionários. AFERIÇÃO INDIRETA. PRO LABORE. Não havendo o contribuinte, devidamente intimado, apresentando escrituração contábil apta a comprovação dos fatos, pode a fiscalização, sem prejuízo da penalidade cabível, levantar de ofício importância que apurar devida, inclusive a correspondente a pro labore, resultando no lançamento por aferição indireta, que encontra amparo nos §§ 3º e 6º do artigo 33 da Lei nº 8.212/91. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUSÊNCIA DE CUMULAÇÃO DE PENALIDADES. Tendo por pressupostos fatos e fundamentação jurídica distintos, não há falar em cumulação de penalidades na coexistência de infrações relativas a obrigação principal e acessórias. INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONO DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 72 41 14 /2 01 0- 55 Fl. 298DF CARF MF 2 O art. 23 do Decreto nº 70.235/72 não traz previsão da possibilidade de a intimação darse na pessoa do advogado do autuado, tampouco o RICARF apresenta regramento nesse sentido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negarlhe provimento. Votaram pelas conclusões os Conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci e Theodoro Vicente Agostinho. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Theodoro Vicente Agostinho, Maurício Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza e Bianca Felícia Rothschild. Fl. 299DF CARF MF Processo nº 10380.724114/201055 Acórdão n.º 2402005.896 S2C4T2 Fl. 108 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro (RJ) DRJ/RJO, que julgou procedente auto de infração DEBCAD nº 37.295.5452 (fls. 2/51), no qual foram lançados valores referentes às contribuições dos segurados do contribuinte. O relatório da decisão contestada bem resumiu os termos da autuação, cabendo sua reprodução, no essencial (fl. 265): 2. Foi realizado o cruzamento das informações constantes dos sistemas informatizados da Receita Federal do Brasil, sendo detectado que as informações constantes das GFIP entregues pelo contribuinte informam valores menores que os valores informados nas folhas de pagamento de acordo com o arquivo digital MANAD (folha de pagamento), arquivo digital da DIRF entregue pelo Contribuinte , as remunerações informadas em RAIS detectadas do sistema informatizado CNISA. 3. A contribuição devida pelo segurado empregado foi calculada com observância do limite mensal de salário de contribuição (Levantamento SE). 4. O presente lançamento engloba os seguintes levantamentos: 4.1. Levantamentos BO – BOLSA DE ESTUDOS SAL INDIRETO (sem multa agravada) e BO2 – BOLSA DE ESTUDOS SAL INDIRETO (com multa agravada): Referentes a Bolsas de estudos a filhos de funcionários Tais valores foram detectadas no razão analítico da conta 641022 – RECEITA DE BOLSISTA, bem como no relatório entregue pela empresa “Relação de devedores por responsável”, em anexo, onde são discriminados os nomes dos professores e seus filhos e os valores das bolsas percebidas; 4.2. Levantamento SE: Contribuição de segurado empregado calculada, observado o limite de salário de contribuição, dos levantamentos FP (diferença entre folha de pagamento e GFIP), DI (diferença entre DIRF e GFIP), RA (diferença entre RAIS e GFIP). (...) Muito embora impugnada (fls. 200/254), a exigência foi mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 263/274), ensejando a interposição de recurso voluntário em 7/4/2015 (fls. 279/291), no qual foram repisadas as razões da impugnação, a seguir sintetizadas: os valores objeto do auto de infração encontramse parcelados conforme Lei nº 11.941/09; as bolsas de estudo concedidas a filhos ou dependentes de empregados não se constituem em salário in natura ou remuneração em decorrência de decisões de tribunais e da própria Lei nº 8.212/91 e da Lei nº 10.243/01; Fl. 300DF CARF MF 4 as remunerações de sócios e diretores constituemse de fato em lucros e dividendos pagos, demandandose, daí, a realização de análise pericial que assim o demonstrará, sendo indicado o nome do responsável para tanto; o mesmo fato não pode ensejar duas penalidades, o que está a ocorrer tendo em vista os lançamentos DEBCAD nº 37.295.5436 e nº 37.295.5452; Requer ao final a nulidade da autuação face à adesão ao parcelamento, e a intimação do procurador dos atos processuais. É o relatório. Fl. 301DF CARF MF Processo nº 10380.724114/201055 Acórdão n.º 2402005.896 S2C4T2 Fl. 109 5 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Inicialmente, deve ser destacado que não há comprovação de que os débitos veiculados neste processo tenham sido incluídos em parcelamento. De fato, o contribuinte colacionou à impugnação (fls. 239/254) diversos "RECIBO DE PARCELAMENTO DA LEI Nº 11.941, DE 27 DE MAIO DE 2009", datados de 25/8/2009, e "RECIBO DA DECLARAÇÃO DE INCLUSÃO DA TOTALIDADE DOS DÉBITOS NO PARCELAMENTO DA LEI Nº 11.941/2009", datados de 09/06/2010. Entretanto, o lançamento ora discutido foi lavrado em 28/9/2010 (fl. 2), data posterior aos referidos documentos. Notese, aliás, que a referida declaração de inclusão da totalidade dos débitos no parcelamento, diz respeito, obviamente, "aos débitos constituídos no âmbito da PGFN e da RFB", não a débitos a constituir a partir daquele momento. Acrescentese que a instância a quo registrou ter realizado consulta nos sistemas informatizados da RFB para fins de verificação de inclusão do lançamento em tela em parcelamento (fl. 269), o que não foi constatado. Ainda que seja possível cogitar da posterior inclusão dos créditos tributários constituídos ulteriormente, no âmbito daquele parcelamento, é ônus do contribuinte trazer prova, ainda que indiciária, de que tal evento tenha efetivamente ocorrido. Não o trazendo, queda sem suporte fático o pedido de nulidade formulado, devendo ser reparado, por oportuno, que não se verifica no particular qualquer das hipóteses ensejadoras da decretação de nulidade do lançamento consignadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, havendo sido todos os atos do procedimento lavrados por autoridade competente, sem qualquer prejuízo ao direito de defesa do contribuinte, o qual recorre de seus termos evidenciando pleno conhecimento das exigências que lhe são imputadas. No que tange às bolsas de estudo concedidas aos filhos dos professores funcionários, cabe frisar que ganhos habituais em forma de utilidades sofrem, como regra, a incidência de contribuições previdenciárias, em consonância com o disposto no art. 195, incisos I e II, e 201, § 11 da CF, c/c o inciso I do art 22 da Lei nº 8.212/91 Já as hipóteses isentivas são numerus clausus, a rigor do art. 111, inciso II do CTN, e estão discriminadas no art. 28 da Lei de Custeio, sendo que, no tocante ao caso em foco, devese transcrever a redação do § 9º, 't' desse artigo (reproduzida no art. 214, § 9º, inciso XIX do RPS), de acordo com a redação vigente à época dos fatos, ou seja, antes da vigência da nova redação dada pela Lei nº 12.513/11: Fl. 302DF CARF MF 6 § 9° Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) t) O valor relativo a plano educacional que vise à educação básica nos termos do artigo 21 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados as atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e 4.6 que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; O enunciado legal é bastante claro ao prever o benefício de isenção como estímulo à melhora da educação dos trabalhadores de modo a melhor contribuir para as atividades da empresa ou entidade, não estando nele contemplada a concessão de bolsas de estudo aos dependentes de empregados ou contribuintes individuais. como requer o recorrente. Nesse diapasão, é fato que eventuais julgados trabalhistas ou convenções/acordos laborais, bem como eventuais decisões isoladas de órgãos judiciais não se sobrepõem aos ditames da legislação tributária, tampouco vinculam este Colegiado, salvo nas hipóteses previstas no Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 343/15), do que não se trata o caso em tela. Mencionese que recentes decisões da CSRF a respeito do tema caminham no mesmo rumo ora trilhado, conforme ilustram os Acórdãos de nº 9202004.008, 9202004.007 e 9202004.006, todos publicados em 10/10/2016 e disponíveis no respectivo sítio na internet. Citese, ainda, o Acórdão nº 2402004.830, proferido por esta Turma em 26/1/2016. Assim, deve ser mantida a exigência no particular. Noutro giro, temse que o contribuinte deixou de informar a totalidade de fatos geradores incidentes sobre a remuneração paga aos contribuintes individuais (sócios diretores e autônomos). Assim, a remuneração paga aos sócios diretores Ricardo Pereira e Karla Pereira foi aferida indiretamente com base na maior remuneração paga a segurado empregado (Maria Erivanda Moreira Jorge) no valor de R$ 2.461,00, por sócio diretor, abatidos os valores já informados em GFIP. Isso porque, como observa a decisão de piso (fl. 272): 40. A fiscalização informa que, de acordo com o Termo de Início de Procedimento Fiscal, o Contribuinte, não atendeu à intimação para apresentação dos arquivos em meio digital da contabilidade da empresa, bem como à solicitação , por escrito, acerca do uso de meio digital para prestar informações dos segurados e as informações contábeis, sendo considerado como omissão dolosa de informação a fim de impedir ou retardar, total, ou parcialmente, o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, motivo pelo qual houve, inclusive agravamento da multa. 41. De acordo com o art. 33 da Lei nº 8.212/1991, §3º, ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receira Federal pode , sem prejuízo da penalidade, lançar de ofício a importância devida, sendo aberto prazo de defesa para o contribuinte demonstrar documentalmente que estão incorretos os valores lançados. 42. Embora alegue que os valores lançados como pró labore se tratam na realidade de lucros e dividendos, a Impugnante não trouxe aos autos qualquer comprovação de sua alegação. Fl. 303DF CARF MF Processo nº 10380.724114/201055 Acórdão n.º 2402005.896 S2C4T2 Fl. 110 7 Destarte, à míngua da apresentação dos documentos contábeis aptos a lastrear o adequado reconhecimento fático da remuneração, correto o proceder da autoridade fiscal no sentido de realizar a aferição indireta do pro labore dos sócios. Nessa esteira, há que se esclarecer que a realização de perícia, como postula o recorrente, não se presta para suprir o ônus da prova da parte. Se esta teve toda oportunidade de trazer os documentos que atestariam as suas razões, em particular a natureza de dividendos dos valores considerados pelo Fisco como pro labore, e nada produziu em termos probatórios, o pedido de perícia desvelase como mero expediente procrastinatório, cabendo sua rejeição. Por seu turno, a ilação de que estaria havendo bis in idem com relação aos lançamentos consubstanciados nos DEBCAD nº 37.295.5436 e nº 37.295.5452 não tem como prosperar. Notese que se tratam de contribuições diversas, ainda que tendo por suporte material os mesmos fatos. No presente caso, analisase as contribuições patronais incidentes sobre os valores pagos aos empregados, aos sócios e aos contribuintes individuais que lhe prestaram serviços. O DEBCAD nº 37.295.5452, aliás, é precisamente o que é objeto de exame neste mesmo processo, não se cogitando de bis in idem com a própria autuação (provavelmente se trata de erro de transcrição na peça recursal). E o DEBCAD nº 37.295.5436 (processo 10380.724112/201066) diz respeito à multa prevista no art. 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, visto que a empresa apresentou a GFIP omitindo fatos geradores de contribuições previdenciárias, descumprimento assim de obrigação acessória, a qual, a teor do que disciplina o art. 113, § 2º, do CTN, decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela prevista, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Cada uma das infrações, repitase, possui embasamento legal próprio, correspondendo a fatos diferentes previstos nas respectivas hipóteses de incidência. Por fim, registrese que é demandada a ciência do patrono do contribuinte, todavia os incisos I a III do art. 23 do Decreto nº 70.235/1972 estabelece que as intimações no decorrer do contencioso administrativotributário federal serão realizadas pessoalmente ao sujeito passivo, não a seu advogado, inexistindo tampouco permissivo para tanto no Regimento Interno do CARF RICARF (Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015). Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, rejeitando a nulidade suscitada, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 304DF CARF MF
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Numero do processo: 13558.901176/2009-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 29/12/2005
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO.
Considera-se preclusa a matéria não impugnada e não discutida na primeira instância administrativa.
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO.
A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material.
VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA.
As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-002.700
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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PRECLUSÃO. Considerase preclusa a matéria não impugnada e não discutida na primeira instância administrativa. DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. Recurso Voluntário Negado ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 55 8. 90 11 76 /2 00 9- 72 Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13558.901176/200972 Acórdão n.º 3201002.700 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório PORTO SEGURO VEICULOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da contribuição social (PIS ou Cofins). A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade, a contribuinte alegou, em síntese, que parte do pagamento declarado era indevido. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 1522.420. A DRJ fundamentou sua decisão no fato de que o recolhimento alegado como origem do crédito encontravase integralmente alocado para a quitação de débito confessado, não se tendo por caracterizado o alegado pagamento indevido ou a maior, dada a inexistência de comprovação de erro no preenchimento da DCTF. Em seu recurso voluntário a Recorrente alega, em resumo, que a legislação não se encontra autorizada a alterar conceitos adotados na Constituição Federal, não sendo possível, por conseguinte, a ampliação da base de cálculo das contribuições sociais (PIS e Cofins), uma vez que, no período de apuração sob comento, a base de cálculo se restringia ao faturamento, ou seja, ao resultado das vendas de mercadorias e da prestação de serviços, dada a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo das contribuições promovido pela Lei 9.718/1998. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.640, de 30/03/2017, proferido no julgamento do processo 13558.901073/200911, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.640): O Recurso Voluntário é tempestivo, e não verificando outros óbices, tomo conhecimento dele. A recorrente alega que a parcela do Darf que considera indevida seria referente à ampliação da base de cálculo da Cofins, promovida pela Lei 9.718/98. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13558.901176/200972 Acórdão n.º 3201002.700 S3C2T1 Fl. 4 3 Dois obstáculos impedem o provimento solicitado. O primeiro é que toda a argumentação quanto à base de cálculo da Cofins não foi feita na Manifestação de Inconformidade, e por isso, tal matéria encontrase atingida por preclusão, conforme art. 17 do PAF – Decreto 70.235/721, combinado com art. 74, §§ 9º, 10 e 11 da Lei 9.430/962. O segundo obstáculo é que o crédito pretendido não foi demonstrado e provado. Com efeito, o débito de Cofins, no valor integral do Darf, foi confessado em DCTF. A DCTF é o instrumento formal para confissão de débito, no lançamento por homologação (Decretolei 2.124/84), de modo que o crédito tributário representado pelo valor integral do Darf foi formalmente constituído. Estando o crédito tributário formalmente constituído, para que se pudesse retificálo seria necessária prova de sua inexatidão. Seria preciso demonstrar, documentalmente, a composição da Base de Cálculo e as deduções permitidas em lei, com os livros oficiais, tais como Diário, Razão, ou qualquer escrituração ou documento legal que se revista do caráter de prova. Ora, o ônus da prova cabe ao interessado (art. 36 da Lei 9.784/993, art. 373,I do CPC4). Sem tais elementos, se mostra impossível desconstituir o que formalmente foi constituído. Também considero inaplicável o pedido de diligência. Com efeito, a recorrente já teve duas oportunidades para demonstrar seu direito material: 1 – após a ciência do Despacho Decisório, e 2 – após a ciência do Acórdão de manifestação de inconformidade. Permitir agora uma terceira oportunidade malfere o art. 16, § 4º do PAF Decreto 70.235/72: §4º – A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; 1 Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. 2 § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 4 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13558.901176/200972 Acórdão n.º 3201002.700 S3C2T1 Fl. 5 4 c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Não se verificando nenhuma dessas exceções, não pode agora o processo ser submetido a nova fase probatória, nas quais se mostrariam necessárias verificações fiscais, batimentos, etc, que não tiveram lugar no tempo próprio. Desse modo, e ainda por homenagem aos princípios da preclusão probatória, do ônus probatório, da impulsão oficial do processo e da celeridade, não vislumbro espaço para determinação de diligência. Assim, o crédito solicitado não pode ser deferido, em vista dos dois fundamentos expostos, cada um per se suficiente para o desprovimento. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 57DF CARF MF
score : 1.0