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Numero do processo: 10825.001993/2004-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2000, 2001, 2002, 2003
NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
O atendimento aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, a presença dos requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235/1972 e a observância do contraditório e do amplo direito de defesa do contribuinte afastam a hipótese de nulidade do lançamento.
SÚMULA CARF N° 50. MULTA DE OFÍCIO.
É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração.
ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO PARA EXIGÊNCIA DE TRIBUTO QUE DEVERIA SER RETIDO NA FONTE POR ESTADO DA FEDERAÇÃO. DESCABIMENTO.
É de se rejeitar a alegação de ilegitimidade ativa da União Federal, uma vez que a atribuição de titularidade do produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte toca apenas à repartição de receitas tributárias, não repercute sobre a legitimidade da União Federal para exigir o imposto de renda sujeito ao ajuste anual.
IRPF. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NO REGIME DE ANTECIPAÇÃO. NÃO RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA. RESPONSABILIDADE DO CONTRIBUINTE PELO IMPOSTO DEVIDO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL.
A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluí-los, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual; na qual somente poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago. Aplicação da Súmula CARF nº 12.
IRPF. AJUSTE. COMPENSAÇÃO DO IRRF. BENEFÍCIO DO CONTRIBUINTE.
No cálculo do IRPF relativo deve ser levado em consideração o Imposto de Renda Retido na Fonte para efeito de compensação.
AJUSTE. COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. COMPROVAÇÃO.
Comprovada a retenção do imposto de renda na fonte, correspondente a antecipação para fins de ajuste anual, o contribuinte poderá deduzir o valor do imposto retido na declaração de rendimentos.
Numero da decisão: 2401-006.240
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar. No mérito, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento os valores comprovadamente retidos, pelo Estado de São Paulo, a título de Imposto de Renda na Fonte (Código 70.012), relativos aos períodos objeto do lançamento, constantes nos Demonstrativos de Pagamento de fls. 156 e 199. Vencidos os conselheiros Cleberson Alex Friess, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro e Miriam Denise Xavier, que negavam provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Matheus Soares Leite - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: MATHEUS SOARES LEITE
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INOCORRÊNCIA. O atendimento aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, a presença dos requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235/1972 e a observância do contraditório e do amplo direito de defesa do contribuinte afastam a hipótese de nulidade do lançamento. SÚMULA CARF N° 50. MULTA DE OFÍCIO. É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração. ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO PARA EXIGÊNCIA DE TRIBUTO QUE DEVERIA SER RETIDO NA FONTE POR ESTADO DA FEDERAÇÃO. DESCABIMENTO. É de se rejeitar a alegação de ilegitimidade ativa da União Federal, uma vez que a atribuição de titularidade do produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte toca apenas à repartição de receitas tributárias, não repercute sobre a legitimidade da União Federal para exigir o imposto de renda sujeito ao ajuste anual. IRPF. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NO REGIME DE ANTECIPAÇÃO. NÃO RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA. RESPONSABILIDADE DO CONTRIBUINTE PELO IMPOSTO DEVIDO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluílos, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual; na qual somente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 00 19 93 /2 00 4- 29 Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 210 2 poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago. Aplicação da Súmula CARF nº 12. IRPF. AJUSTE. COMPENSAÇÃO DO IRRF. BENEFÍCIO DO CONTRIBUINTE. No cálculo do IRPF relativo deve ser levado em consideração o Imposto de Renda Retido na Fonte para efeito de compensação. AJUSTE. COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. COMPROVAÇÃO. Comprovada a retenção do imposto de renda na fonte, correspondente a antecipação para fins de ajuste anual, o contribuinte poderá deduzir o valor do imposto retido na declaração de rendimentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar. No mérito, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento os valores comprovadamente retidos, pelo Estado de São Paulo, a título de Imposto de Renda na Fonte (Código 70.012), relativos aos períodos objeto do lançamento, constantes nos Demonstrativos de Pagamento de fls. 156 e 199. Vencidos os conselheiros Cleberson Alex Friess, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro e Miriam Denise Xavier, que negavam provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório A bem da celeridade, peço licença para aproveitar boa parte do relatório já elaborado em ocasião anterior e que bem elucida a controvérsia posta, para, ao final, complementálo (fls. 172/179). Pois bem. Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado Auto de Infração de fls. 47/57, com o lançamento de imposto de renda relativo aos anoscalendário 2000, 2001, 2002 e 2003, no valor de R$123.989,04, juros de mora, calculados até 29/10/2004, de R$42.065,02 e multa de ofício de R$92.991,76. Fl. 210DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 211 3 De acordo com os autos, o contribuinte, servidor público aposentado, com idade acima de 65 anos, amparado por decisão liminar proferida no Mandado de Segurança 1999.61.00.0023549, classificou como isentos o total de rendimentos recebidos do Governo do Estado de São Paulo, o qual ficou impedido de reter o imposto de renda devido nos anos calendário 2000, 2001, 2002 e janeiro a agosto de 2003. Quando do julgamento do mérito, a juíza responsável decidiu pela improcedência do pedido do contribuinte acima identificado, em razão de receber outros rendimentos diferentes dos de trabalho, conforme sentença de 11/02/2000, publicada em 21/07/2000 (fls. 22v e 83/91). Apesar disso, o contribuinte continuou a classificar seus rendimentos como isentos (fls. 24/37), o que gerou a fiscalização, conforme MPF — Mandado de Procedimento Fiscal n.° 08.1.03.002004002443, de 15/09/2004 (fls. 01). Em 20/09/2004, o interessado foi intimado a apresentar comprovantes de rendimentos recebidos do Governo do Estado de São Paulo nos anoscalendário 2000 a 2003 e, caso tivesse procedido à retificação das DIRPF 2001/2000, 2002/2001, 2003/2002 e 2004/2003, cópia das mesmas. Em resposta, apresentou os comprovantes de rendimentos solicitados e informou que não procedeu à retificação das DIRPF em questão. Acrescentou que, diante da decisão judicial de mérito que lhe foi desfavorável, requereu à fonte pagadora o desconto do imposto de renda dos anoscalendário 2000 a 2003 com base no art. 111 da Lei n.° 11.261/68, e apresentou certidão comprobatória do fato (fls.11). Tendo em vista que o interessado efetuou classificação indevida dos rendimentos, foi lavrado o presente auto de infração, cujo enquadramento legal encontrase a fls. 148. Cientificado do auto de infração em 22/11/2004, o interessado apresentou impugnação tempestiva de fls. 60/74, acompanhada de documentos de fls. 75/133, alegando, em síntese: Das preliminares (a) Relata o andamento processual do Mandado de Segurança n.° 1999.61.00.0023549, no qual figura como um dos autores, com o intuito de que o total de seus proventos de aposentadoria fossem considerados isentos de imposto de renda, com base no art. 153, §2°, inciso II, da Constituição, na redação anterior à edição da Emenda Constitucional n.° 20/98. (b) Informa ter obtido decisão liminar favorável ao pleito e que, posteriormente, a decisão, de mérito julgou improcedente o pedido, com fundamento no fato de o ora impugnante seria detentor de outros rendimentos diferentes dos de trabalho. Contra tal decisão interpôs recurso de apelação. Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 212 4 (c) Tendo em vista que tal decisão não é definitiva, invoca a aplicação do art. 112 do Código Tributário Nacional — CTN, trazendo doutrina e jurisprudência administrativa. (d) Invoca, ainda os arts. 951 e 960 do RIR — Regulamento do Imposto de Renda, para requerer a declaração de nulidade do lançamento, pois tais dispositivos normativos não foram observados. Do mérito (e) A infração apontada pela autoridade lançadora foi cometida pela fonte pagadora, e não pelo impugnante, tendo em vista o próprio enquadramento legal apresentado no auto de infração. Entretanto, optou se por exigir o tributo da parte mais frágil, em desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade administrativa. (f) Invoca o art. 157 da Constituição para afirmar que "(...) a Carta Magna atribui a totalidade do imposto de renda na fonte retido sobre os rendimentos pagos, aos Estados e ao Distrito Federal. Sendo assim, a decisão judicial, acertadamente, teve por receptor e direção o verdadeiro titular do tributo. Não é gratuito, portanto, que a autoridade coatora seja o Governo ir do Estado de São Paulo, por meio do seu Departamento de Despesa de Pessoal." (g) Tendo em vista que o litígio encontrase pendente de decisão até que seja julgado o recurso de apelação interposto pelo impugnante, este propôs à unidade da fonte pagadora responsável pela retenção que efetuasse "(.) o desconto do imposto de renda na fonte relativo aos anos de 2000 e 2002, em parcelas não excedentes a décima parte de sua remuneração, nos termos do artigo 111, da Lei n.° 10.261/1968 (Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo)." (h) Acrescenta que a solicitação foi efetivada em 05/05/2004, ou seja, antes do início da ação fiscal, conforme demonstra o protocolo que junta à defesa e que "houve o deferimento da solicitação, por entender, o Estado, de que estaria fazendo a exigência de um imposto cujo produto lhe pertencia." (i) Apresenta quadros demonstrativos do imposto de renda a ser retido pela fonte pagadora, comparando o valor total com o valor do presente lançamento, para concluir que "(...) recai sobre o impugnante duas exigências tributárias da mesma espécie, por autoridades diferentes, relativamente ao mesmo fato gerador. Embora a competência tributária do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza esteja constitucionalmente definida, sofre o impugnante uma espécie de bitributação, embora a exigência refirase a um mesmo tributo." (j) Salienta que o auditorfiscal tinha conhecimento dos fatos e "(...) de que o impugnante estava sofrendo a retenção do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos recebidos nos anos de 2000 a 1 2002 e no período que compreende os meses de janeiro a julho de 2003". Conclui que a Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 213 5 autoridade fiscal tinha o dever de levar o fato em consideração, efetuando a compensação de valores. Não o tendo feito, desrespeitou os princípios da legalidade e da moralidade, causando prejuízo ao impugnante. (k) Por fim, afirma ser necessário "(...) que se desconte o valor do imposto de renda na fonte que se repassa ao Governo do Estado de São Paulo" e seja reconhecida a improcedência do valor da exigência fiscal. Em seguida, sobreveio julgamento proferido pela 10ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo/SP (DRJ/SPOII), por meio do Acórdão nº 1727.577 (fls. 172/179), de 18/09/2008, cujo dispositivo considerou o lançamento procedente. É ver a ementa do julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2000, 2001, 2002, 2003. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. O Imposto de Renda Retido na Fonte é de competência da União, cabendolhe a fiscalização e arrecadação do tributo, ainda que destinado o produto aos Estados e Distrito Federal. FALTA DE RETENÇÃO. MEDIDA LIMINAR. Na hipótese de cassação de medida judicial que haja impedido o responsável tributário de reter e recolher tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, o pagamento do débito deverá ser efetuado pelo próprio contribuinte. Lançamento Procedente Nesse sentido, cumpre repisar que a decisão a quo exarou os seguintes motivos e que delimitam o objeto do debate recursal: Da Preliminar 1. O impugnante requer seja declarada a nulidade do lançamento tendo em vista suposta inobservância dos arts. 951 e 960 do RIR. 2. O art. 951 do RIR possibilita ao contribuinte não pagar a multa de mora quando, após decisão judicial que considerou devido o imposto, retirandolhe o amparo de medida liminar, venha a efetuar o recolhimento do tributo até trinta dias após a data de publicação da citada decisão que lhe foi desfavorável. 3. Embora não conste dos autos certidão de objeto e pé relativa à ação judicial em questão, a informação Obtida no sítio do TRF 3 a Região na internet dá conta de que o acórdão que negou provimento' ao recurso de apelação do ora impugnante transitou em julgado em 09/02/2006 (fls. 137). Assim, não há que se falar em exclusão de multa e juros. Conforme o texto legal acima transcrito, dependia do contribuinte ter tomado a Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 214 6 providência de recolher o tributo dentro daquele Prazo para beneficiarse da não incidência dos acréscimos legais. 4. Já o art. 960 estabelece não caber multa de ofício quando a constituição do crédito tributário for destinada a prevenir a decadência nas hipóteses de suspensão de exigibilidade do art. 151 do CTN. Quanto ao art. 960 do mesmo Regulamento, não se aplica ao caso, pois o lançamento não objetivava prevenir os efeitos da decadência. Hoje pode ser verificado que a decisão em sede de recurso de apelação também lhe foi desfavorável (fls. 140/145). Do mérito 5. Verificase que a impugnação do interessado centrase nos aspectos relativos a competência tributária da União e a responsabilidade tributária relativa à referida retenção. Invocando o art. 157 da Constituição Federal, objetiva negar a competência tributária da União quanto à cobrança do imposto de renda. O citado argumento decorre de equívoco quanto aos conceitos de competência tributária e de repartição de receitas tributárias. 6. Destarte, não pode prevalecer a argüição de ilegitimidade ativa, pois a União tem a competência constitucional de instituir o Imposto de Renda, cabendo administrálo, com as atividades de arrecadação, fiscalização e tributação. 7. No presente caso, o contribuinte logrou não sofrer retenção de imposto de renda na fonte em virtude de decisão judicial em sede de liminar, reformada quando do julgamento de mérito. Apresentou documentos que demonstram ter solicitado à fonte pagadora o desconto do imposto de ren44 que não foi retido nos anoscalendário objeto do mandado de segurança, o que vem sendo feito desde setembro de 2003. 8. A situação põe em pauta a questão da responsabilidade tributária no caso de nãoretenção por força de decisão judicial. O Parecer Normativo SRF n° 1, de 24 de setembro de 2002, elucida a questão. 9. Assim, cabia ao contribuinte o recolhimento do imposto de renda não retido pela fonte pagadora Governo do Estado de São Paulo no período em questão. Interessante observar que o impugnante requereu àquela o desconto do aludido tributo, tendo por base o art. 157 da Constituição do qual, conforme já assinalado, fez interpretação equivocada. O contribuinte, por sua vez, inconformado com a decisão prolatada e procurando demonstrar a improcedência do lançamento, interpôs Recurso Voluntário (fls. 184/195), apresentando, em síntese, os seguintes argumentos: Preliminar de nulidade a. Enganase a Autoridade Julgadora em seu entendimento restritivo de que a nulidade no Processo Administrativo se limita ao disposto no referido artigo 59. Esquecese ela sobre duas ocorrências de deveras importância. Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 215 7 A primeira é a data da ocorrência do lançamento. O segundo, são as formalidades que devem ser obedecidas ao ato de lançar. b. Conforme se verifica, o auto de infração foi lavrado em novembro de 2004, portanto, bem antes da solução da pendência judicial em curso, que só se findou em 09/02/2006, como consta da decisão. c. Vêse, também, que o lançamento de ofício engloba os fatos geradores ocorridos entre os anos de 2000 a 2003. Resta claro que a atividade fiscal teve por fim, também, a prevenção da decadência, principalmente no que se refere ao ano de 2000. Isto se reveste de um axioma, cujo significado é “verdade evidente por si mesma”, segundo o Dicionário Aurélio. d. Posto isso, inegavelmente, o lançamento encontravase subordinado aos ditames do art. 960 do Regulamento do Imposto de Renda, onde é implícito o descabimento da exigência da multa de ofício nos lançamentos preventivos da decadência. e. O lançamento efetuado com a exigência da multa de ofício sobre o imposto, que no aspecto temporal estava prestes a sofrer os efeitos da decadência, constitui transgressão à determinação contida no art. 690 do RIR/1999, o que importa em sua nulidade. Do mérito f. Todo o argumento trazido pela decisão de piso seria cabível se a questão em debate recaísse unicamente sobre o imposto de renda na fonte como antecipação do devido, como regra geral. Mas, o que aqui se discute é a exceção a essa regra, posto tratarse do imposto retido de fonte pelo Governo do Estado de São Paulo sobre os vencimentos de seus servidores. Neste caso, a Constituição, taxativamente determina em seu art. 157, que pertencem aos Estados. g. Esse fato, analisado em conjunto com o art. 25 da Constituição Federal, impede à União, imiscuirse na administração estadual. h. Portanto, a competência plena para a instituição do imposto de renda é da União. Mas a administração desse imposto, retido sobre os rendimentos pagos pelo Estado subordinase à administração estadual. i. À União faltalhe o interesse de agir. O imposto referido no art. 157, I, da CF, é um tributo estadual, e o agente estadual em relação a ele, age no exercício de competência própria e não delegada. Portanto, não há nenhum equívoco na interpretação do aludido dispositivo, como afirma a Autoridade Julgadora. j. É de se invocar a informação prestada na impugnação, de que o recorrente estava, como ainda está, repondo aos cofres do Estado, o valor do imposto de renda na fonte que deixou de ser retido. Basta verificar os documentos n°s 06 e 07 anexos à impugnação. Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 216 8 k. O recorrente ainda continua repondo aos cofres do Estado o valor do imposto de renda na fonte conforme consta do doc. 04, em anexo, que se refere a contracheque de outubro de 2008, cuja ocorrência já se havia demonstrado na impugnação, por meio do doc. 07 a ela anexada. l. Diante disso, o valor ressarcido até este momento ao Governo do Estado de São Paulo gira em torno de R$ 90.000,00 (noventa mil reais). m. Se considerarmos legítimo o lançamento, que na realidade não é, e o recorrente procedesse a quitação do débito exigido no auto de infração, constitucionalmente esse valor deverá ser repassado da União para o Governo do Estado de São Paulo nos termos do já referido art. 157, I, da Constituição Federal. n. Isso importa em duplicidade de encargo para o recorrente, a vista de que o imposto de renda não retido na fonte por ocasião do pagamento de seus vencimentos, continua sendo reposto aos cofres do Estado. o. Além disso, ressalvada a hipótese prevista no artigo 624 do RIR/1999, que trata do pagamento de rendimento do trabalho assalariado, não se pode exigir de uma pessoa física a retenção e o recolhimento do imposto de renda na fonte. p. Equivale dizer que esse é o único dispositivo legal que dá à pessoa física a natureza de contribuinte, assim mesmo, na qualidade de fonte pagadora e não de recebedora de rendimentos, que é o caso do recorrente. q. Aliás, o Parecer Normativo CST n° 324/1971, ao tratar da responsabilidade pela retenção do imposto de renda na fonte incidente sobre fretes ou carretos pagos pela jurídica, afirma que “a responsabilidade pela não retenção e recolhimento do imposto não se comunica com a pessoa do beneficiário do rendimento”. r. Tanto são verdadeiras as afirmações até aqui expostas, que somente após a edição da Medida Provisória n° 2.11330/2001, atual Medida Provisória n° 2.15835, de 2001, ainda em vigor nos termos do art. 2° da E.C. n° 32/2001, houve o disciplinamento dos fatos que compõem e se relacionam a este processo. s. Somente após a edição dessa medida provisória houve a definição e a determinação do responsável pelo recolhimento do imposto de renda na fonte não retido. t. Contudo, por força do inciso II do § 3°, art. 55, tal imposição é aplicável somente em relação às ações impetradas a partir de 1° de maio de 2001, o que não é o caso do recorrente, conforme se demonstrará. u. O recorrente impetrou mandado de segurança coletivo contra a retenção do imposto de renda sobre os proventos de sua aposentadoria pagos pelo Governo do Estado de São Paulo. Fl. 216DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 217 9 v. Conforme consta do doc. 05, o processo teve o n° 199961000023549, cuja petição foi protocolada em 20/01/1999, portanto bem anterior à edição da medida provisória acima referida. Encabeçava a ação o impetrante Ary Ferreira de Figueiredo, figurando o recorrente como outros, conforme se prova por meio do documento 06, onde consta o seu nome, DYDIÊ ANDREGHETTO, como copartícipe. w. Em decisão publicada em 09/03/1999, houve a concessão da medida liminar determinando à autoridade coatora que se suspenda a retenção do imposto de renda na fonte, exceto no que se refere ao impetrante Roy da Silva, em razão de sua desistência na ação (doc. 07). x. Posteriormente, houve a cassação da liminar, fato de somenos importância quanto aos argumentos aqui expendidos, mormente porque a ação foi impetrada antes da data prevista no inciso II, do § 3°, do artigo 55 da Medida Provisória n° 2.15835/2001. y. A exceção prevista nesse dispositivo exclui o recorrente do pólo passivo da obrigação tributária, de forma que torna ilegal o lançamento efetuado. A sua subsistência, fere, também, os princípios da legalidade e da moralidade. z. Além de todo o exposto, é relevante demonstrar que antes mesmo da lavratura do auto de infração, o recorrente propôs junto ao Governo do Estado de São Paulo, na Divisão Seccional de Despesa – DSD 8, a solicitação do desconto do imposto de renda na fonte relativo aos anos de 2000 a 2002 e parte do ano de 2003 (doc. 08). Houve o acolhimento dessa solicitação conforme a certidão em anexo (doc. 09), que se juntam para simples comodidade, posto que constante da impugnação. aa. Esse desconto continua sendo efetivado, conforme se prova pelo Demonstrativo de Pagamento referente ao mês de outubro de 2008 (doc. 04). bb. Sem dúvida, recai sobre o recorrente o pagamento de duas exigências tributárias sobre o mesmo fato gerador, uma exigida pela União, via Secretaria da Receita Federal e outra pelo Governo do Estado de São Paulo. cc. Além disso, tendo a autoridade lançadora conhecimento de todos os fatos, mormente no que se refere a retenção do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos dos anos de 2000 a 2002 e parte de 2003, conforme consta da certidão SD013/2004 (doc. 09), teria, por obrigação, efetuar a compensação do imposto de renda retido na fonte, até por obediência aos princípios da legalidade e moralidade expostos na impugnação. dd. Requer o cancelamento da exigência fiscal. Em seguida, os autos foram remetidos a este Conselho para apreciação e julgamento do Recurso Voluntário. Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 218 10 Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Matheus Soares Leite – Relator 1. Juízo de Admissibilidade. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/72. Portanto, dele tomo conhecimento. 2. Preliminar. Preliminarmente, alega o recorrente que o lançamento de ofício abarcou os fatos geradores ocorridos entre os anos de 2000 a 2003, de modo a atividade fiscal teve por fim, também, a prevenção da decadência, principalmente no que se refere ao ano de 2000. Dessa forma, pugna pela nulidade do lançamento, por desrespeito aos ditames do art. 960, do Regulamento do Imposto de Renda, que impede a exigência da multa de ofício nos lançamentos preventivos da decadência. Pois bem. Conforme preconiza o artigo 960, do RIR/99, vigente à época, não cabe multa de ofício quando a constituição do crédito tributário for destinada a prevenir a decadência, nas hipóteses de suspensão de exigibilidade do inciso IV, do art. 151, do CTN, ou seja, quando houver a concessão de medida liminar em mandado de segurança. É ver a redação do referido dispositivo legal: Art. 960. Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 1966 (Lei nº 9.430, de 1996, art. 63). Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo (Lei nº 9.430, de 1996, art. 63, § 1º). A começar, o contribuinte se equivoca ao afirmar que a constituição do crédito tributário foi destinada a prevenir a decadência. Logicamente, a consequência de todo lançamento tributário é impedir a ocorrência do prazo decadencial, contudo, o art. 960, do RIR/99, diz respeito às situações nas quais o lançamento tem por objetivo unicamente impedir a decadência do crédito tributário, o que não se faz presente no caso em questão. A bem da verdade, o lançamento em questão foi motivado pelo fato de que o contribuinte classificou, sob a ótica da fiscalização, indevidamente, rendimentos na DIRPF, excedentes ao limite de isenção para declarantes com 65 anos ou mais, em razão da perda da Fl. 218DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 219 11 eficácia da Medida Liminar anteriormente deferida (Enquadramento Legal: arts. 1° a 3° e §§, da Lei n° 7.713/88; Arts. 1° a 3°, da Lei n° 8.134/90; Arts. 39, inciso XXXIV, e 43, inciso XII do RIR/99; Art. 1° da Lei n° 9.887/99; Art. 1° da Medida Provisória n° 22/2002 convertida na Lei n° 10.451/2002). A não incidência da multa de ofício apenas ocorre na hipótese de o contribuinte, antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo, tenha a seu favor, a suspensão da exigibilidade do tributo, na forma do inciso IV, do art. 151, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, exigindo que, no momento do lançamento, a suspensão da exigibilidade ainda se faça presente. Essa é a inteligência do art. 63, da Lei n° 9.430/96. Contudo, conforme AR. de fl. 81, o contribuinte foi cientificado do lançamento em questão no dia 22/11/2004, havendo notícia de que a Medida Liminar, anteriormente deferida, nos autos do Mandado de Segurança n°: 1999.61.00.0023549, perante a 7ª Vara da Justiça Federal, teve seus efeitos cassados a partir de 01 de agosto de 2003 (fl. 155). Ou seja, não há nos autos, prova no sentido de que, no momento do lançamento, o contribuinte tinha, a seu favor, a suspensão da exigibilidade do tributo que aqui se discute. A propósito, é de se ver a Súmula CARF n° 50: É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração. Ademais, constato que não encontrei nenhum vício que macula o lançamento tributário, não tendo sido constatada violação ao devido processo legal e à ampla defesa, havendo a devida descrição dos fatos e dos dispositivos infringidos e da multa aplicada. Entendo, pois, que o lançamento em comento seguiu todos os passos para sua correta formação, conforme determina o art. 142 do Código Tributário Nacional, quais sejam: (a) constatação do fato gerador cominado na lei; (b) caracterização da obrigação; (c) apuração do montante da base de cálculo; (d) fixação da alíquota aplicável à espécie; (e) determinação da exação devida – valor original da obrigação; (f) definição do sujeito passivo da obrigação; e (g) lavratura do termo correspondente, acompanhado de relatório discriminativo das parcelas exigidas, tudo conforme a legislação. Assim, rejeito a preliminar levantada pelo recorrente, e passo a analisar o mérito da questão posta. 3. Mérito. No tocante ao mérito, inicialmente, o recorrente suscita a ilegitimidade ativa da União para exigência de tributo que deveria ser retido na fonte pelo Estado de São Paulo. E, ainda, alega que não se pode exigir de uma pessoa física a retenção e o recolhimento do imposto de renda na fonte. Nesse sentido, sustenta que a ação foi ajuizada antes da data prevista no inciso II, do § 3°, do artigo 55, da Medida Provisória n° 2.158 35/2001, sendo que, por esse motivo, a cassação da liminar é fato de menor importância, de modo que o recorrente deve ser excluído do polo passivo da obrigação tributária. Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 220 12 Subsidiariamente, argumenta que devem ser compensados os valores descontados na fonte, a seu pedido, pelo Governo do Estado de São Paulo, sob pena de arcar com o pagamento de duas exigências tributárias sobre o mesmo fato gerador. Pois bem. Inicialmente, é de se destacar que a exigência em questão diz respeito ao imposto de renda incidente sobre rendimentos da pessoa física (IRPF) e não ao imposto de renda que deixou de ser retido pelo Estado de São Paulo (IRRF). Ainda que o Estado de São Paulo tivesse efetuado a retenção do IRRF, persistiria íntegra a obrigação de o contribuinte oferecer a integralidade do rendimento bruto à tributação do imposto de renda, na declaração de ajuste anual. Cabe pontuar que o imposto de renda retido na fonte é mera antecipação do imposto de renda sujeito ao ajuste anual. A repartição das receitas tributárias, sobretudo a transferência do produto arrecadado com o IRRF ao próprio Estado (art. 157, I, da CF/88), não elimina a competência da União para fiscalizar e arrecadar o imposto de renda sujeito ao ajuste anual. A questão já foi, inclusive, objeto de diversas decisões no âmbito deste Conselho, tendo sido assentado o entendimento segundo o qual a ausência de retenção do imposto na fonte não exclui a competência da União para a constituição do crédito tributário de rendimentos sujeitos a incidência do imposto na DIRPF, nos termos da Súmula CARF n° 12, in verbis: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. E, ainda, conforme já abordado no tópico anterior, conforme AR. de fl. 81, o contribuinte foi cientificado do lançamento em questão no dia 22/11/2004, havendo notícia de que a Medida Liminar, anteriormente deferida, nos autos do Mandado de Segurança n°: 1999.61.00.0023549, perante a 7ª Vara da Justiça Federal, teve seus efeitos cassados a partir de 01 de agosto de 2003 (fl. 155). Ou seja, não há nos autos, prova no sentido de que, no momento do lançamento, o contribuinte tinha, a seu favor, a suspensão da exigibilidade do tributo que aqui se discute. Por fim, entendo que assiste parcial razão ao contribuinte, quando afirma que devem ser compensados os valores descontados na fonte, a seu pedido, pelo Governo do Estado de São Paulo, sob pena de arcar com o pagamento de duas exigências tributárias sobre o mesmo fato gerador. Apesar de compreender que a União possui competência para a para a constituição do crédito tributário de rendimentos sujeitos a incidência do imposto na DIRPF, o crédito tributário deve ser tratado como um só, de modo que não é possível ignorar os valores retidos, na fonte, pelo Estado de São Paulo, sob pena de legitimar a cobrança em duplicidade. Assim, entendo que devem ser descontados, do lançamento em epígrafe, os valores comprovadamente retidos, pelo Estado de São Paulo, a título de Imposto de Renda na Fonte (Código 70.012), relativos aos períodos objeto do lançamento, constantes nos Demonstrativos de Pagamento de fls. 156 e 199. Fl. 220DF CARF MF Processo nº 10825.001993/200429 Acórdão n.º 2401006.240 S2C4T1 Fl. 221 13 Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário, para, rejeitar a preliminar e, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de que sejam descontados, do lançamento em epígrafe, os valores comprovadamente retidos, pelo Estado de São Paulo, a título de Imposto de Renda na Fonte (Código 70.012), relativos aos períodos objeto do lançamento, constantes nos Demonstrativos de Pagamento de fls. 156 e 199. É como voto. (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Fl. 221DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.001516/2003-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 01 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA -IRPF
Exercício: 2001, 2002
GLOSAS. DEDUÇÃO COM DEPENDENTES DESPESA MÉDICA.
SOGRA E SOGRO POSSIBILIDADE.
A sogra e o sogro podem constar como dependentes do genro, desde que não aufiram rendimento superior ao limite de isenção e sua filha não declare cm separado. Deve-se restabelecer a despesa medica glosada sob o único fundamento de não ter sido efetuada coM estes dependentes.
PRESCRIÇÃO. RECURSO PENDENTE DE JULGAMENTO, SÚMULA CARF nº11.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. A prescrição somente começa a fluir a partir da decisão administrativa REMISSAO. LEI nº 11.941/2009.
Inaplicável a remissão pretendida pelo recorrente, para o crédito tributário lançado de valor superior a. RS 10.000,00,
Recurso voluntario provido em parte.
Numero da decisão: 2101-000.873
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar preliminar e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução com os dependentes Amaro Romão da Silva e lone Furtado da Silva nos anos-calendário de 2000 e
2001 e da despesa medica de R$ 130,00 no ano-calendário de 2000, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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ASSUN 1 0: EV1POS1O SOBRE. A RENDA DE PESSOA -IRPF Exercício: 2001, 2002 GLOSAS. D1 M1.160 COM DEPHNIDFN NT FS DESPHSA MÉDICA. SOGRA E SOGRO POSSIBILIDADE. A sogra e o sogro podem constar como dependentes do genro, desde que não a.ufiram rendimento superior ao limite de isenção e sua filha não declare cm separado . Deve-se restabelecer a despesa medica glosada sob o único ..fundamento de não ter sido efetuada corn estes dependentes. PRESCRIÇÃO. RECURSO PENDENTF DE JULGAMENTO, SÚMULA CAR.F n"11. Não se aplica a prescrição intercorrente no process() administrativo fiscal. A prescrição somente começa a fluir a partir da decisão administrativa REMISSAO. LEI n" 11.941/2009. Inaplicável a remissão pretendida pelo lecorrente, para o crédito tributário lançado de valor superior a. RS 10.000,00, Recurso voluntdrio provido em parte.. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.. Acordam os membros do Colegiado, íor unanimidade de votos, em rejeitar preliminar e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução corn os dependentes Amaro Romão da Silva e lone Furtado da Silva nos anos-calend ário de 2000 e 2001 e da despesa medica de R$ 130,00 no ano-calendário de 2000, nos termos do voto do Relator, 67-) 4arcos Cândido - Pr 1( ente José Ruiimundt TO's Santos - Relator EDITADO EM: 1 I FEV 2011 Pari ciparam do presente .julgamento os Conselheiros Caio Marcos Cândido, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naok.i. Nishioka, Gonçalo Bonet Allage, Odmir Fernandes e Ana Neyle Olímpio Holanda.. Relatorio 0 recurs° voluntário e:11 exame pretende a reforma do Acórao IV 07-14,810 235), clue, pot unanimidade de votos, .julgou procedente em parte o lançamento, para restabelecer a deduydo com a dependente Anieely 1: ,'igueredo, nos anos calendários de 2000 e 2001. A .infrayao indicada no lançamento e os argumentos de defesa suscitados na impugnaydo tbra.m sintetizados pelo julgador a quo nos seguintes termos: Poï intermédio do Auto de Infração de tls. 120 a 126, exige-se do interessado Imposto sobre a Renda de Pessoa Física no valor de R$ 12.594,05, acrescido de multa de oficio de 75% e taros de mora, referente aos fatos geradores oeonidos nos anos-calendário 2000 e 2001 . Compulsando os autos, verifica-se quea presente autuação Ibi lavrada em razão this seguintes infrações: omissão de rendimentos tributáveis recebidos durante o ano-calendário 2000 (R.$ 7434,55); b) não compn.wacão de parte das deduções declaradas, no exercício 2001 (ano- calendário 2000), a titulo de contribuição á previdOncia oficial, dependentes, despesas com instrução e despesas médicas; c) não comprovação de parte das deduções declaradas, no exercício 2002 (ano- ea lendário 2001), a titulo de dependentes, despesas com instrução e despesas medicas; (I) declaração de despesas não dedutiveis, no exercício 2002 (ano-calendário 2001), titulo de livro tendo em vista as infrações descritas acima, a autoridade lançadora efetuou as seguintes alterações: a) no ano-calcndario 2000, alterou o valor dos rendimentos tributáveis recebidos de pessoas jurídicas de R$ 40 976,17 para .R.$ 48.410,72, e glosou parte das deduções declaradas titulo de contribuição ii previd&ncia. oficial (R$ 2.564,10 de urn total de R$ 4 507,38), dependentes (R$ 5.400,00 de um total dc R$ 8.640,00), despesas com instrução (R$ 3..400,00 de -um total de R$ 5. - 100,00) e despesas médicas (R$ 11.290,32 de um total de R$ 11742,32); 2 Procosso n" 10920 001516 12003-02 S2411...1:1 Ac6i (I?io n." 2101-00.873 Fl 2 b) no ano-calendario 2001, glosou as deduções declaradas a Milo de livro caixa (RS 10 .261,99), e parte das deduções declaradas a titulo de dependentes (R$ 5.400,00 de mu total. de R$ 8 640,00), despesas com instrução (R$ 3.386,14 de um total de RI 5 086,14.) c despesas médicrs (R$ 5 526,45 de um total de R$ 6.118,45). A autoridade fançadot a esclarece, na "Desiçii6 deis Fatos fuquadramento(s) Legal (is)" de fls. 122 a 125, que a revisao efetuada tomou poi. base a pi imeira deelatação de ajuste anual entregue pelo contribuinte nos anos-calendario 2000 (Hs 111 a 113) e 2001 ( fls 114 a 116). A deelaracão de ajuste anual retificador a entregue no ano-cal.endario 2000 (li s. 06 a 10), ainda de acordo corn o auditor-fiscal autuante, não foi considerada no lançamento, ja. que, por ter sido entregue após o inicio do procedimento fiscal, não produziu efeitos. 1-111 sua impugnaçao de fls. 130 a 132, o contribuinte contestou integralmente a auttração, alegando cm síntese que: a) "n5o conconlo cam a alegação do auditor fiscal (pre soneguei intolmações quanto aos valores dos meus renditnentos recebidos no ano base 2000, pois o que houve foi o desconto dos valot es que foram descontados e repassados ao meu Sindicato de Classe, mas par a corrigir esta distarçao em minha declaração de ajuste anual, efetuei a devida tetiticaçao, amparado na Instrução Normativa n° 15 de 06 de fevereiro de 2001, publicada no 1)01:1 em 08/02/2001, em seu artigo 54, 55, 56 e 57 clue trata da matéria"; b) as deduções declaradas a titulo de contribuição ii. previdência o ficial estão de acordo corn as informações recebidas das fontes pagadoras; c) só foram declaradas como dependentes pessoas que efetivamente dependem. I inanceiramente do contribuinte; (1) as deduções declaradas a Undo de despesas médicas se 'dcier)" a pagamentos efetuados a plano de saúde e a profissionais dessa area; e) as deduções declaradas a titulo de despesas coin i nstrução se refer em pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino particular; f) as despesas declaradas a .titulo de livro caixa se referem S contribuição mensal obrigatoria ao sirklicato de sua categoria pi ofissionat; g) a contribuição paga ao sindicato á necessaria para que o contribuinte participe do rodízio de chamada. fun, o contribuinte pleiteia a declaração de improcedt'smeia do presente I ançamento. Juntamente corn a impugnação apresentou as copias de documentos de Hs. 133 a )3'7 Lm seu apelo ao CARP, a if 244, o recorrente argumenta, em preliminar, que somente após cinco anos e oito meses da apresentação da defesa administrativa o process() foi julgado, restando prescrito. Ressalta que em decisão recente o Supremo Tribunal Federal, árgão máximo no pais para dirimir dúvidas jurídicas, considerou quo todos os créditos tributarios pertencentes à união, não lançados em divida ativa, prescreve no período de OS anos. Considera que, de acordo corn a medida provisória assinada pelo .presidente da Repablica, foram extintos todos os débitos corn valot inferior a R$ 10.000,00, e que o lançamento em exame se enquadra nesta norma. o relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator . O recurso atende os requisitos de admissibilidade. As questões suscitadas em sede de recurso reportam-se ás modalidades de extinydo do crédito tributário (prescriçao e remissao), conforme disciplina o artigo 156 do CTN.. Nos termos do artigo 174 do CIN, a açao para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituiyao definitiva. Conforme dispõe o artigo 201 do CTN, constitui divida ativa tribut(iria a proveniente de crédito dessa natureza„ regularmente inscrita na repartição a(hninistrativa compelente, depois dee,sgolado o prazo fixado„ para pa,f.amento, pela lei ort por decisão final prolerida em proces-.so regular. Diferentemente do que argumenta o recorrente, as manifestações judiciais sat) uníssonas no entendimento de que somente após a decisdo administrativa que n'cio caiba mais recurso, cm desfavor do contribuinte, é que o crédito tributário se torna definitivamente constituido e dotado dc liquidez e certeza. A partir desse momento começa a fluir o prazo presericional, 'Enquanto pendente de julgamento, nao há mais que se filial . em decadéncia, pois o direito constituicao do credito através do lançamento jú foi exercitado, nem em prescriçao, pois a exigibilidade do crédito encontra-se suspensa, consoante disciplina o artigo 151 do CT.N.. Confira-se os arcstos abaixo coheionados: RE 95424 / PI? Relator Mui Néri da Silveira Ementa CREDITO 7RIBUTÁRIO. IC AI DECADAVC7A C7 N, ARTS 173, I, E PiIRÁGRAL 0 CHICO, 151, III 0 LAW/MO:NM, NO ( AS°, AN7ES DE DECORRIDOS TeLS ANDS 1)0 1/4 TO GERA DOI?, COM O LEVANTAMENTO EFETUAI)() E A NO1IFICA(40 DO CONTRIBUINTE A PARTIR DAL NÃO HÁ MAIS FALAR EM DECADÊNCIA. LANÇADO O TRIBUTO„ ,1 DISCUSS40, POR VIA DE RECURSOS ADMINLS1RAT1VOS, TEM O EFEITO DE SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRED110 TRI1W1ÁRI0, UT ART- 151. 111, DO CTN. NA -0 CABE, SEOUER,AI, TER COMO INICIADO O PRAZO DE PRESCRIÇÃO A INSCRIÇÃO 1)0 CRÉDITO LM DIVIDA ATIVA NÃO E 0 MOMENTO MAL 1)1 SUA CONSTITU4140 COM 0 AUTO DE INFRAÇÃO, CONSUMA-SE 0 LANÇAMEN70 DEFI7V1D0 NO ART-142, 1)0 ( -IN 4 CERTIDÃO DA IAS( R1('ÃO DO CREDIT() FM DIVIDA Al:1VA VALE C0A40 EXECUTIVO .E.X1RAJUDICIAL PRECTil)EN1ES' DO SIP REC'URSO CONHECIDO E PRO M)°, PARA Al'ASTAR A DECADÊNCIA DEC 7? El A DA (gt del) RP; 95365 / MG Relator. Min Décio Miranda Amenta 1RIBUiriiRIO CREDIT° 7RIBUEiR10. EA:IMO-0 DRADE.NCIA L PRES'C'RIÇÃO O CORIGO TRIBUTÁRIO 14-‘ Process° 1" 10920 00151012003-02 S2-C11 TI Ac(ii (1:40 o " 2101-00.873 01 3 NACIONAL EA1ABELECE TRÊS EASES PVCONFUNDIVEIS: A 01IE VA/ A TÉ A NO11 FICA CIO 1)0 LANÇAMENTO AO SUJEITO PASSIM, FM . °IT CORRE PRAZO DE DECADÊNCIA (ART 173, I E 11); A OUE SE ESTENDE DA NOTIEICAÇÃO DO LANÇAMENTO) 4 TE .4 SOLUÇÃO DO PROCESS° .,4 DMINL9TRA 111/V, EM OUE N.40 CORREM - NEM PRAZO DE DECADÊNCIA, NEM DE PRES(1?1(40, POI? ESTAR SUSPENSA A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO (ART. 151, 111); A OUE COMEÇA NA DATA DA SOLI -1(40 FINAL DO PROCESS() A DMINISTRATIVO, 01/ANDO CORRE PRAZO DE PRESCRI(.40 DA AÇÃO JUDICIAL DA FAZENDA (ART 1742 ( -viki) Ha de se acrescentar que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscal consolidou sua jurisprudencia mansa e pacifica na Snmula n" ii, a respeito da inaplicabilidade da. preseriçao intereorrente ao processo administrativo fiscal.. Sfinfula CARE n" 11.• Ntio .se aplica a prescri(ao intercori enie no proccsso administrativo No que tange rem iF,s5o, entendo que o crédito ern discussio é muito superior ao limite estabelecido pelo artigo .14 da MP n 0 449/2008 (convertida .na Lei n" 11.941/2009): Ar .14.. Ficam reinitidos 0. 5 débilos coin a Tazenda Naciontil, inchtsive aqueles corn .suspensa que, em 31 de dezembro de 2007, estejam vencidos há 5 (arum) anos ou mats e cujo valor total consolidado, nessa masina data, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). § liinite previsto no caput deste artigo deve sei considerado pot- ,sujeito passivo C. .separadamente, em relaçao. I aos débitos 0(5(1 11(15 cio Divida :Viva da União, no ()what) da PiOeui adoilu-Gerai da .Fazenda Nacional, decoirentes das contribuiçães sociais pcvi.stas nas alineas a, b e c do pat ágral0 1.'.1.nico do art 11 da Lei n' 8 212, de 24 de julho de 1991, das contribuiçães instituídas a tittih, substituição e das contribuições devidas a tor:chi/8, (155i11. en leittlidaS 011i f . OS emidades e fundos, - II — aos demais débitos inscritos cm Dívida Ativa da Unuso , no ambit() da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, III aos débitos decorrentes das contribuiçães sociais previstas tiLLS alineas a, b e c do parkrafo iinico do art. 11 da Lei n " .8.212, de.? 24 de julho de 1991, das contribuições instimidas a titulo de sub,stituição e das contribuições devidas a terceir Os, (158 1 01 entendidas outras entidades e . fiou/os, administrados pela Secretaria do Receihi Federal do Bra„sil,- e IV aos demais débitos administradas pela Sec:Peoria da Receita Federal do Brasil 5 § 2" No hipótese do o valor de que trata este artigo sera apurado considetando a totalidade dos estabelecimentos da pessoa juridiea 3" O disposto neste ai ligo não implica restiluição de quantias pctgas ,P Aplica-se o disposto ncste at .tigo aoY débitos otiginarios de operações de credit() rural e do Programa Especial de Crédito para a 1?clOrma Agra tio — PROCERA transferidos ao Tesouro Afacional, renegociados ou não coin amparo em legislação especifica, initas na divido ativa da Unido, inclusive tupelos adquiridas ou desoneradas de risca pela (Ada() por força do Medida Provisória n" 2.196-3, de 24 de agosto de 2001 Pot fim, do exame das peças processuais, verifica-se que a decisao recorrida examinou minuciosamente a matéria em litígio , decidindo em conformidade coin a jurisprudência deste Conselho Merece reparo, tao-somente, a parte da deeisao que manteve a glosa dos dependentes Atrial() Roma() da Silva e lone Furtado da Silva, sogro e sogra do autuado. Nos termos do inciso VI do artigo 35 da Lei n" 9..250, de 1995, estes podem constar como dependente do genro, desde que nib o auliram rendimentos acima da tabela dc .iscnçao e a Ala (esposa do autuado) declare em conjunto. Na declaraçao em conjunto, se a cônjuge auferiu rendimentos, estes devem ser somados aos rendimentos do declarante, sendo a esposa incluída como dependente do marido. No caso em exame, como a esposa do autuado nao apresentou declaraydo em separado, e foi relacionada como dependente do marido ias declarações do período fiscalizado, penso que o sogro e a sogra podem figurar como dependentes do genro . Como conseqiiéncia, restabeleço a deduçao da despesa médica de Amaro Romao da Silva, no valor de RS130,00, confOrme recibo ui ti. 39 (copia a ti. 173), relativo ao ano-calendario de 2000, glosada sob o único fundamento de ter sido efetuada corn o sogro. As demais glosas devem ser mantidas, pelos próprios fundamentos declinados no voto condutor da dccisao a quo. .1-na face ao exposto, .rejeitar a preliminar e, no mérito, don parcial provimento ao recurso, para restabelecer a deduedo corn os dependentes Amaro Roma() da Silva e lone Furtado da Silva, nos anos-calendario de 2000 e 2001, e da despesa medica de 10130,00, no ano-calendario de 2000, José Raimum la Santos
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Numero do processo: 10830.010693/2007-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 2301-000.765
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Antonio Sávio Nastureles - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente), Thiago Duca Amoni (suplente), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e Antônio Savio Nastureles (Presidente substituto), sendo os conselheiros Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni suplentes convocados, em substituição, respectivamente, aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto.
Nome do relator: ANTONIO SAVIO NASTURELES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente), Thiago Duca Amoni (suplente), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e Antônio Savio Nastureles (Presidente substituto), sendo os conselheiros Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni suplentes convocados, em substituição, respectivamente, aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto. RReellaattóórriioo 1. Tratase de julgar recurso voluntário (efls 101/121) interposto em face do Acórdão nº 0521.830 (efls 78/91 ) prolatado pela DRJ Campinas em sessão de julgamento realizada em 06 de maio de 2008. 2. Fazse a transcrição do relatório contido na decisão recorrida: início da transcrição do relatório inserto no Acórdão nº 0521.830 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .0 10 69 3/ 20 07 -1 2 Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10830.010693/200712 Resolução nº 2301000.765 S2C3T1 Fl. 154 2 Tratase de crédito lançado pela fiscalização contra o contribuinte acima identificado, correspondendo às contribuições devidas à Seguridade Social, relativas à parte dos segurados, destinadas ao Fundo de Previdência e Assistência Social FPAS, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e aos terceiros – SALÁRIOEDUCAÇÃO, SESI, SENAI, SEBRAE e INCRA. Segundo o Relatório Fiscal, constituem fatos geradores das contribuições previdenciárias o total das verbas pagas a seus empregados, sob a denominação de Participação nos Lucros ou Resultados PLR, sem atender aos quesitos legais determinados pela Lei 10.101, de 19/12/2000. O Auditor Fiscal informa que a empresa é constituída por estabelecimentos que operam em Campinas, Indaiatuba e Juazeiro do Norte. Acrescenta que o acordo sindical firmado entre a unidade de Juazeiro do Norte e o Sindicato da categoria contemplava a participação nos lucros e resultados mediante a elaboração de um plano de metas por comissão interna de empregados com participação e anuência de representante sindical, porém, tal plano não foi organizado. Assim, ao deixar de cumprir a exigência legal, as verbas pagas a título de PLR constituem fato gerador de contribuição previdenciária. Assegura que nas convenções/acordos coletivos anuais firmados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, São José dos Campos e Limeira e as unidades de Campinas e Indaiatuba, não constam cláusulas estabelecendo o pagamento de PLR, dessa forma, os valores pagos a este título são passíveis de incidência de contribuição previdenciária. Noticia que a base de cálculo foi obtida da análise do resumo geral das folhas de pagamento, indicados mensalmente no Relatório de Lançamentos – RL e as contribuições dos segurados foram calculadas pela alíquota média de cada mês de ocorrência deste fato gerador. Assevera que lançou todas as contribuições devidas na matriz, tendo em vista a carência de informações e de documentação fornecidas pela empresa, conforme descrito no Auto de Infração 37.078.0582. Indica que ao não declarar os valores pagos a título de PLR em GFIP os diretores da SINGER podem, em tese, ter incorrido em crime de Sonegação de Contribuição Social e Previdenciária, previsto no artigo 337A do Código Penal Brasileiro e será objeto de representação à Promotoria Pública Federal. Foram, ainda, lavrados os Autos de Infração 37.136.4639 e 37.136.4647. Por fim, informa que a fiscalização foi atendida pela Srª.Cecília Aparecida Rodrigues Alvarenga, Diretora de Recursos Humanos e representante legal da empresa, a quem foram prestados todos os esclarecimentos sobre a origem do débito. Na data de sua consolidação, 05/12/2007, mencionado crédito importava em R$3.665.763,63 (três milhões seiscentos e sessenta e cinco mil, setecentos e sessenta e três reais e sessenta e três centavos), já incluídos aí os juros e a multa de mora. Em 28/12/2007, sob protocolo nº 009942, a Notificada apresentou impugnação, onde, em tese preliminar sustenta que: 1 A presente NFLD deve ser anulada por não atender o disposto no artigo 37 da Lei 8.212, de 24/07/1991 e no artigo 142 do Código Tributário Nacional, uma vez que Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10830.010693/200712 Resolução nº 2301000.765 S2C3T1 Fl. 155 3 não consta do FLD nenhum dispositivo da Lei 10.101/2000, mencionada no Relatório Fiscal como embasamento da caracterização da base de cálculo como salário de contribuição. 2 Foi cerceada em seu direito de defesa quando o Auditor deixou de relacionar o fato gerador das supostas diferenças e conseqüente incidência de contribuição previdenciária, além do que não identificou os beneficiários que teriam recebido estas remunerações sem o respectivo recolhimento das contribuições. Ainda, estabelece que o procedimento fiscal atentou contra os princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, devendo ser de pronto anulada. 3 O prazo decadencial a ser observado é de cinco anos, pois, a Corte Especial do TRF 4ª Região já declarou a inconstitucionalidade do caput do artigo 45 da Lei 8.212/91. Dessa forma as contribuições lançadas até 11/2002 já foram atingidas pela decadência. Quanto ao mérito desta NFLD alega que: a) A verba paga a título de PLR é desvinculada do salário, desde a promulgação da CF/1988; b) A PLR deve ser considerada salário quando constituirse em substituição indevida de remuneração. Cita jurisprudência do STJ e TRF da 4ª Região para ratificar seu entendimento; c) Não foi firmado acordo para o pagamento da PLR por razões alheias a sua vontade, isto é, o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região é terminantemente contra este pagamento ser condicionado a se atingir metas, e tanto assim o é que não possibilitou a previsão do pagamento de PLR em seus acordos coletivos com a empresa; d) À revelia do entendimento do Sindicato, propôs reuniões internas com seus colaboradores para negociar o pagamento de PLR com base na produtividade, de acordo com a obtenção das metas estipuladas, em total compasso com a legislação vigente; e) A Lei 10.101/2000 não institui pena, ou seja, a descaracterização da natureza da PLR, caso os pagamentos efetuados não observem o ali determinado. Transcreve jurisprudência e doutrina que confirmam seu entendimento; Por fim, requer o prazo de noventa dias para juntada de novos documentos, que comprovem as alegações ora formuladas. Junta carta endereçada ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Campinas e Região. final da transcrição do relatório inserto no Acórdão nº 0521.830 2.1. A decisão recorrida julgou procedente o lançamento, com a exclusão da rubrica segurados (vício formal), tendo sido o débito retificado de R$3.665.763,63 (três milhões seiscentos e sessenta e cinco mil setecentos e sessenta e três reais e sessenta e três centavos) para R$2.885.693,44 (dois milhões oitocentos e oitenta e cinco mil seiscentos e noventa e três reais e quarenta e quatro centavos), de acordo com o DADR – Discriminativo Analítico de Débito Retificado. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10830.010693/200712 Resolução nº 2301000.765 S2C3T1 Fl. 156 4 3. Interposto o recurso voluntário (efls 104/106), deduz alegações subdivididas como se segue: Em sede preliminar 4.1 DA NULIDADE ABSOLUTA DA NFLD AUSÊNCIA DE FUNDAMENTO LEGAL FLD efls 104/106 4.2 DA NULIDADE ABSOLUTA QUANTO ÀS SUPOSTAS DIFERENÇAS DE CONTRIBUIÇÕES DE SEGURADOS EMPREGADOS efls 106/109 4.3 DA DECADÊNCIA PARCIAL DOS SUPOSTOS DÉBITOS efls 109/110 No mérito 5.1 DA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS PLR A POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERlORES SOBRE A NATUREZA DA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS efls 110/113 5.2 DAS RAZÕES FORMAIS E ESPECÍFICAS DA FISCALIZAÇÃO efls 113/120 3.1. Fazse a transcrição do pedido (efls 121): Por todo exposto, pedese e esperase que sejam acolhidas as preliminares de nulidade absoluta e de decadência, ou ainda, que seja acolhido o presente recurso em seu mérito, julgando se insubsistente a NFLD lavrada, conforme argumentaçao retro. VVoottoo 4. A Recorrente sustenta que o prazo decadencial a ser observado é de cinco anos, em vista da edição da Súmula Vinculante nº 8 do STF, ao declarar a inconstitucionalidade do caput do artigo 45 da Lei 8.212/91. Dessa forma as contribuições lançadas até 11/2002 já foram atingidas pela decadência (período atingido pela decadência: 12/2000 a 11/2002). 4.1. A decisão recorrida, por seu turno, entendeu aplicável a regra decadencial prevista na redação original do art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991, que estabelecia ser de dez anos o prazo para a decadência do direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos 4.2. Constatase, de pronto, a ocorrência de decadência, em face do Súmula Vinculante STF nº 8, de 12/06/2008, que declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212, de 1991. 4.3. A controvérsia a ser dirimida, centrase, pois, em determinar qual regra decadencial a ser aplicada ao caso em julgamento. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10830.010693/200712 Resolução nº 2301000.765 S2C3T1 Fl. 157 5 4.3.1. Isso porque, para os períodos em que tenha havido, comprovadamente, antecipação de pagamento, devese aplicar a regra decadencial a prevista no § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional (CTN), cujo termo inicial do prazo de decadência é a data do fato gerador. 4.3.2. Para os períodos em que não estejam comprovados, nos autos, antecipação de pagamento, a regra de decadência é a do inc. I do art. 173 do CTN, que estabelece o termo a quo o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 4.4. É razoável supor que, no caso concreto, tenha havido recolhimento do tributo parte patronal da contribuição previdenciária porém, ao compulsar os autos, não foi possível a este Relator, identificar casos de pagamento antecipado a esse título. 4.5. Em vista do exposto, propõese, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora informe se há registro de recolhimentos que se refiram ao período do lançamento. Nessa hipótese, haveria em nosso entendimento, a atração do Enunciado da Súmula. 4.6. Assim, por não ser possível extrair dos autos uma posição firme sobre a situação fática, entendo necessário converter o julgamento em diligência para esclarecer a existência, ou não, de pagamentos de contribuições previdenciárias pela autuada e seus estabelecimentos, a fim de verificar a existência, ou não, da decadência dos créditos tributários do período de apuração. CCoonncclluussããoo 4.7. Considerando o exposto, antes do enfrentamento das questões do recurso faz se necessária manifestação da autoridade lançadora quanto à existência de recolhimentos espontâneos do contribuinte, no período de 12/2000 a 11/2002, identificandoos por estabelecimento, competência, rubrica e data do pagamento. 4.8. Em suma, a autoridade fiscal deverá prestar as informações solicitadas, elaborar relatório de diligência detalhado e conclusivo, inclusive prestando informações adicionais e juntando documentos que entender necessários, intimar a interessada do relatório da diligência e conceder prazo de trinta dias para apresentação de contrarrazões. 4.9. Após o cumprimento da diligência, os autos devem retornar a este Colegiado. 4.10. Para concluir, voto pela conversão do julgamento em diligência para a unidade preparadora atender as solicitações descritas nos subitens 4.7 e 4.8 supra (Assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles Relator Fl. 157DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.720984/2010-96
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/05/2010
ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCOMP. CORREÇÃO DE OFÍCIO.
Pelo princípio da Verdade Material a DRJ corrigiu erros de preenchimento na DCOMP (código de receita).
DA COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS.
Em verificação fiscal da DCOMP transmitida, apurou-se que não existia crédito disponível para se realizar a compensação pretendida. Como prova do seu crédito a Recorrente fez a juntada somente das DCTFs do período de apuração, documento insuficiente para demonstrar a certeza e liquidez do crédito.
Numero da decisão: 3003-000.227
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário
Marcos Antônio Borges - Presidente.
(assinado digitalmente)
Müller Nonato Cavalcanti Silva - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Vinícius Guimarães, Marcio Robson Costa e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: MULLER NONATO CAVALCANTI SILVA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/05/2010 ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCOMP. CORREÇÃO DE OFÍCIO. Pelo princípio da Verdade Material a DRJ corrigiu erros de preenchimento na DCOMP (código de receita). DA COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS. Em verificação fiscal da DCOMP transmitida, apurou-se que não existia crédito disponível para se realizar a compensação pretendida. Como prova do seu crédito a Recorrente fez a juntada somente das DCTFs do período de apuração, documento insuficiente para demonstrar a certeza e liquidez do crédito.
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CORREÇÃO DE OFÍCIO. Pelo princípio da Verdade Material a DRJ corrigiu erros de preenchimento na DCOMP (código de receita). DA COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS. Em verificação fiscal da DCOMP transmitida, apurouse que não existia crédito disponível para se realizar a compensação pretendida. Como prova do seu crédito a Recorrente fez a juntada somente das DCTFs do período de apuração, documento insuficiente para demonstrar a certeza e liquidez do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário Marcos Antônio Borges Presidente. (assinado digitalmente) Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 09 84 /2 01 0- 96 Fl. 117DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Vinícius Guimarães, Marcio Robson Costa e Müller Nonato Cavalcanti Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra Acórdão de Impugnação proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belo HorizonteMG (DRJ/BH), que visa a reforma da decisão. Por bem retratar o histórico de fatos, adoto o relatório do acórdão recorrido: O presente processo trata de autos de infração de contribuição para o PIS/Pasep, no valor total de R$ 124.671,78, para os períodos de apuração abril/2005 a junho/2005; e Cofins, no valor total de R$ 576.665,31, para os períodos de apuração abril/2005 a junho/2005 e outubro/2005. Ambas autuações se referem à insuficiência de recolhimento das contribuições e respectivas multas e juros moratórios para o regime de apuração cumulativo. A fiscalização constatou divergência dos valores declarados pelo contribuinte no Dacon e na DCTF, e, após análise, apurou insuficiência de recolhimento de PIS e Cofins com base no Dacon e nos recolhimentos realizados em DARF, conforme demonstrativo às fls. 12 e 13. Ademais, a fiscalização aplicou a multa de 75% sobre o saldo devedor apurado, nos termos do art. 44, I da Lei 9430/96. O contribuinte foi cientificado em 09/04/2010 e apresentou impugnação em 07/05/2010 alegando, em síntese, o que se segue: a) Em relação aos períodos de apuração abril/2005, junho/2005 e outubro/2005, tanto do lançamento de PIS quanto de Cofins, o contribuinte reconhece os débitos e pretende quitálos via parcelamento. b) Segundo o contribuinte, houve erro na apuração do valor de PIS e Cofins para o período de apuração de maio/2005. No Dacon, os valores informados são de R$ 49.375,90 (PIS) e R$ 227.888,79 (Cofins). Os valores corretos seriam R$ 47.355,22 (PIS) e R$ 218.562,57 (Cofins). c) Essa diferença ocorreu porque os valores a título de receita financeira e as deduções relativas a IPI sobre vendas e receitas de exportação teriam sido incorretamente informados no Dacon, o que resultou em uma base de cálculo maior para a apuração das contribuições. d) Para comprovar as alegações, o contribuinte apresentou memória de cálculo do PIS e Cofins e relatório de receitas, por estabelecimento, contendo os cálculos corretos. Apresentou ainda cópia da DCTF. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10980.720984/201096 Acórdão n.º 3003000.227 S3C0T3 Fl. 3 3 e) Alega ainda que teria feito a extinção do débito via Dcomp antes do lançamento relativo ao PA maio/2005. No entanto, houve um erro de informação no código de tributo a ser compensado na Dcomp. Esse erro teria ocorrido tanto para o PIS quanto para a Cofins e a referida declaração teria sido homologada de forma equivocada. f) Alega que na referida Dcomp, o código Cofins 5960 deve ser alterado para 2172, enquanto o código PIS 5979 deve ser alterado para 8109. g) Por fim, nos pedidos, solicita que a RFB promova as retificações correspondentes na Dcomp 36884.94218.230705.1.3.017637 ou determine à autoridade administrativa que o oriente quanto à forma de promover tais retificações. Inconformada com a decisão prolatada pela instância de piso, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário a este Tribunal Administrativo reiterando, em poucas palavras, que houve erro no Código de Receita quando do preenchimento das Dcomps, e que as provas acostadas aos autos na peça de impugnação são hábeis a provar o direito creditório que alega ter. Recebido os autos nesta Corte, foi dado a mim relator e apresentar voto, que segue fundamentado. Voto Conselheiro Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator. O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos formais de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DA CORREÇÃO DE OFÍCIO DE ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCOMP Antes de adentrar ao cerne da apuração do direito creditório, julgo ser prudente aclarar o modo como procedeu a DRJ ao apreciar os pleitos da Recorrente. Considerando as disposições do art. 147 do CTN, e tendo em vista o princípio da verdade material, a DRJ verificou inexatidão/equívoco em algum dado que possa ser confirmado pelos elementos carreados ao processo. Por ser perfeitamente autorizada a correção de PER/DCOMP de ofício pela autoridade competente, assim o fez. No caso em julgamento a DRJ apurou que havia erro de preenchimento da DCOMP, especificamente nos códigos de receita, de modo que foi preenchida equivocadamente a COFINS com o código 5960, e o PIS com o código 5979. Fl. 119DF CARF MF 4 O próprio objeto social da Recorrente leva ao entendimento que não esteve sujeita ao recolhimento de PIS e COFINS sobre retenções no período de apuração informado na DCTF. Igualmente não há qualquer outra declaração da Recorrente que noticia débito de PIS/COFINS nos códigos acima, à exceção da própria DCOMP, que claramente está eivada de equívoco no preenchimento. Portanto, conforme procedeu a DRJ, o valor original dos créditos informados na DCOMP foi abatido do lançamento de ofício, vez que o débito de PIS e COFINS relativo ao período de apuração de maio/2005, só havia sido considerado em razão do erro nos códigos de receita. Sendo corrigido o equívoco no preenchimento da DCOMP e extinto o débito dele decorrente, restou unicamente as alegações da Recorrente sobre existência de crédito, porém sem respaldo probatório. DA COMPROVAÇÃO DE EXISTÊNCIA DO CRÉDITO A compensação tributária uma das modalidades de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156, II, do Código Tributário Nacional pressupõe a existência de créditos e débitos tributários de titularidade do contribuinte. Conforme o art. 170 do CTN, a lei poderá atribuir, em certas condições e sob garantias determinadas, à autoridade administrativa autorizar a compensação de débitos tributários com créditos líquidos e certos do sujeito passivo. Nesse contexto, o direito à compensação existe na medida exata da certeza e liquidez do crédito em favor do sujeito passivo. Assim, a comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário mostrase fundamental para a efetivação da compensação. Em verificação fiscal da DCOMP transmitida, apurouse que não existia crédito disponível para se realizar a compensação pretendida. Como prova do seu crédito a Recorrente fez a juntada somente das DCTFs do período de apuração. Como se pacificou a jurisprudência neste Tribunal Administrativo, o ônus da prova é devido àquele que pleiteia seu direito. Portanto, para fato constitutivo do direito de crédito, o contribuinte deve demonstrar de forma robusta ser detentor do crédito. Sobre ônus da prova em compensação de créditos transcrevo entendimento da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), em decisão consubstanciada no acórdão de nº 9303005.226, a qual me curvo para adotála neste voto: "...o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar é do contribuinte. O papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repitase, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo contribuinte. Não pode o julgador administrativo atuar na produção de provas no processo, quando o interessado, no caso, a Contribuinte não demonstra sequer indícios de prova documental, mas somente alegações." No caso concreto, já em sua impugnação perante o órgão a quo, a Recorrente deveria ter reunido todos os documentos suficientes e necessários para a demonstração da certeza e liquidez do crédito pretendido. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10980.720984/201096 Acórdão n.º 3003000.227 S3C0T3 Fl. 4 5 Pela avaliação probatória que faço dos autos, somente as DCTF de fls. 71/86 não aclaram a existência de crédito a ser compensado. Para a demonstração da certeza e liquidez do direito creditório invocado, não basta que a Recorrente apresente somente DCTF, mas é preciso apontar em documentos idôneos o demonstrativo de apuração das contribuições sociais contrastando o cálculo original com o retificado, identificando as rubricas de despesas que foram alteradas para reduzir o tributo devido, apontando na escrituração contábilfiscal as evidências da existência do crédito para formar o convencimento da Autoridade Julgadora. Concluo nesta análise que não há nos autos provas que demonstrem a natureza e extensão de eventuais créditos que possam ser objeto de homologação. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito negarlhe provimento. É como voto. Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator. (assinado digitalmente) Fl. 121DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13117.720180/2012-26
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2011, 2012
ACÓRDÃO DE IMPUGNAÇÃO. OMISSÃO DE ANÁLISE DE QUESTÃO FUNDAMENTAL SUSCITADA PELO IMPUGNANTE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA.
É nula, por preterição do direito de defesa, a decisão que deixa de enfrentar todos os argumentos deduzidos na impugnação que sejam essenciais à solução da lide administrativa, à luz do que determina o art. 59, II, do Decreto 70.235, de 1972.
Numero da decisão: 1002-000.148
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento para reconhecer a nulidade da decisão recorrida, determinando o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão apontada, vencidos os conselheiros Leonam de Rocha Medeiros (relator) e Breno do Carmo Moreira Vieira, que lhe deram provimento parcial, para anular parcialmente a decisão de primeira instância. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ailton Neves da Silva.
(assinado digitalmente)
Julio Lima Souza Martins - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonam Rocha de Medeiros - Relator.
(assinado digitalmente)
Ailton Neves da Silva - Redator Designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: LEONAM ROCHA DE MEDEIROS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2011, 2012 ACÓRDÃO DE IMPUGNAÇÃO. OMISSÃO DE ANÁLISE DE QUESTÃO FUNDAMENTAL SUSCITADA PELO IMPUGNANTE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. É nula, por preterição do direito de defesa, a decisão que deixa de enfrentar todos os argumentos deduzidos na impugnação que sejam essenciais à solução da lide administrativa, à luz do que determina o art. 59, II, do Decreto 70.235, de 1972.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento para reconhecer a nulidade da decisão recorrida, determinando o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão apontada, vencidos os conselheiros Leonam de Rocha Medeiros (relator) e Breno do Carmo Moreira Vieira, que lhe deram provimento parcial, para anular parcialmente a decisão de primeira instância. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ailton Neves da Silva. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins - Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros - Relator. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva - Redator Designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
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Cerceamento de defesa. Penalidade Multa por Atraso na Entrega de Declaração DCTF. Denúncia Espontânea. Recorrente D. P. DE AQUINO COSTA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2011, 2012 ACÓRDÃO DE IMPUGNAÇÃO. OMISSÃO DE ANÁLISE DE QUESTÃO FUNDAMENTAL SUSCITADA PELO IMPUGNANTE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. É nula, por preterição do direito de defesa, a decisão que deixa de enfrentar todos os argumentos deduzidos na impugnação que sejam essenciais à solução da lide administrativa, à luz do que determina o art. 59, II, do Decreto 70.235, de 1972. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento para reconhecer a nulidade da decisão recorrida, determinando o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão apontada, vencidos os conselheiros Leonam de Rocha Medeiros (relator) e Breno do Carmo Moreira Vieira, que lhe deram provimento parcial, para anular parcialmente a decisão de primeira instância. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ailton Neves da Silva. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva Redator Designado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 11 7. 72 01 80 /2 01 2- 26 Fl. 56DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Cuidase, o caso versando, de Recurso Voluntário (efls. 32/33) ― autorizado nos termos do art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, interposto com efeito suspensivo e devolutivo ―, protocolado pela recorrente, indicada no preâmbulo, devidamente qualificada nos fólios processuais, relativo ao inconformismo com a decisão de primeira instância (efls. 36/39), proferida em sessão de 30/10/2012, consubstanciada no Acórdão n.º 0349.550, da 4.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF (DRJ/BSB), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento efetivado pela fiscalização da administração fazendária decorrente da aplicação de multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) de Dezembro do AnoCalendário 2011 e de Janeiro do AnoCalendário 2012 (efls. 6 e 8), deixando de acolher a impugnação (efls. 2/3) apresentada pela recorrente, tendo sido assim ementada a decisão vergastada: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2011 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. ESPONTANEIDADE. INFRAÇÃO DE NATUREZA FORMAL. A entrega da Declaração, intempestivamente, embora feito o recolhimento dos tributos devidos, não caracteriza a espontaneidade, com o condão de ensejar a dispensa da multa prevista na legislação. O princípio da denúncia espontânea não inclui a prática de ato formal, não estando alcançado pelos ditames do art. 138 do Código Tributário Nacional. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. As notificações de lançamento em questão foram lavradas, eletronicamente, em 10/05/2012, na DRF – Palmas, homologado por Auditor Fiscal da Receita Federal, sumariando o seguinte contexto e enquadramento para aduzida infração à legislação tributária e respectivo demonstrativo do crédito tributário: Descrição dos fatos: Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) entregue fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação da multa (...). Enquadramento legal: Art. 7.º da Lei n.º 10.426, de 24/04/2002, com redação dada pelo art. 19 da Lei n.º 11.051, de 2004. Demonstrativo: Dezembro – 2011, Multa R$500,00 Janeiro – 2012, Multa R$500,00 A impugnação instaurou a fase litigiosa do procedimento, tendo alegado inatividade durante todo o anocalendário, bem como alegou ter realizado a denúncia espontânea antes de qualquer ação fiscal, no entanto não foi acolhida pela DRJ. De toda sorte, observase que a temática da inatividade não foi abordada pela decisão de primeira instância. O Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13117.720180/201226 Acórdão n.º 1002000.148 S1C0T2 Fl. 57 3 recurso voluntário, inconformado com a decisão a quo, reiterou os termos da impugnação, inclusive quanto a inatividade. Os autos foram encaminhados para este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), sendo, posteriormente, distribuído para este relator. É o que importa relatar. Passo a devida fundamentação analisando os juízos de admissibilidade e de mérito para, posteriormente, finalizar em dispositivo. Voto Vencido Conselheiro Leonam Rocha de Medeiros, Relator O Recurso Voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade intrínsecos, uma vez que é cabível, há interesse recursal, a recorrente detém legitimidade e inexiste fato impeditivo, modificativo ou extintivo do poder de recorrer. Outrossim, atende aos pressupostos de admissibilidade extrínsecos, pois há regularidade formal e apresentase tempestivo (aviso de recebimento efl. 31, postagem efls. 46/47 e despacho de encaminhamento efl. 54), tendo respeitado o trintídio legal, na forma exigida no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, contandose o prazo com a observação do art. 5.º, parágrafo único, do mesmo diploma legal. Demais disto, observo a plena competência deste Colegiado, na forma do art. 23B do Regimento Interno, com redação da Portaria MF n.º 329, de 2017. Portanto, dele conheço. A recorrente suscita a aplicação da denúncia espontânea para afastar a exação e, em paralelo, também argumenta que se manteve inativa, o que, por si só, igualmente afastaria a exação. Pois bem. Quanto a obrigação de apresentar a declaração em comento a tempo e modo, tenho que destacar que a recorrente, de modo objetivo, alega, desde a impugnação, fato impeditivo do dever de cumprir a obrigação instrumental. É que a contribuinte, efetivamente, suscita questão de fato e de direito relativa a sua inatividade nos períodos da autuação, a qual, se comprovada e devidamente reconhecida pelos órgãos de julgamento integrantes do contencioso administrativo fiscal federal, configura motivo necessário e suficiente para a exclusão da multa pela entrega extemporânea da DCTF, uma vez que o artigo 3.º da IN RFB n.° 974/2009 dispensa as Pessoas jurídicas inativas da apresentação da DCTF. De fato, a contribuinte, desde o protocolo de defesa que instaurou o litígio, diz que se manteve inativa durante todo o anocalendário, conforme "Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica Inativa 2012" (efl. 10 ou efl. 34), relativa ao período 01/01/2011 a 31/12/2011, e "Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica Inativa 2013" (e fl. 35), relativa ao período 01/01/2012 a 31/12/2012, tendo declarado não ter efetuado qualquer atividade operacional, não operacional, financeira ou patrimonial durante os referidos períodos, pelo que não estaria sujeito a multa por entrega extemporânea das DCTF's de Dezembro do AnoCalendário 2011 e de Janeiro do AnoCalendário 2012 (e fls. 6 e 8). Fl. 58DF CARF MF 4 Registrese, por oportuno, que, a despeito da "Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica Inativa 2013" (efl. 35), relativa ao período 01/01/2012 a 31/12/2012, ter sido juntada aos autos após a impugnação, não visualizo preclusão, uma vez que a impugnação foi protocolada em 18/06/2012 (efl. 2), enquanto que a dita declaração de inatividade de 2013 foi transmitida somente em 19/02/2013 (efl. 35), isto é, em momento superveniente, logo não poderia constar no processo quando do protocolo da impugnação. De toda sorte, a impugnação já registrava a tese da inatividade, incluindo ambos os períodos 01/01/2011 a 31/12/2011 e 01/01/2012 a 31/12/2012. Portanto, não observo qualquer preclusão, ex vi dos 14, 15, 16, III, § 4.º, b, do Decreto n.º 70.235, de 1972. Portanto, a questão da inatividade é tema posto para decisão nos autos, desde a origem. No entanto, a DRJ não se pronunciou sobre a referida temática. Sendo assim, não tendo o órgão julgador de primeira instância se pronunciado sobre a questão de fato e de direito relativo a inatividade, entendo que o acórdão da DRJ é parcialmente nulo. Isto porque, o art. 59, II, do Decreto 70.235, de 1972, disciplina que são nulas as decisões proferidas com preterição do direito de defesa. Demais disto, o referido regulamento do processo administrativo fiscal prevê toda uma estrutura recursal com instância e fases próprias que se não respeitadas resulta em flagrante supressão de instância. Deste modo, entendo que é parcialmente nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar questão de fato e de direito relevante para a decisão do mérito, no caso a temática da "inatividade", a qual foi suscitada tempestivamente na impugnação, que delimitou os contornos da lide ao instaurar a fase litigiosa do procedimento. De qualquer sorte, é bom pontuar que a nulidade parcial não vicia inteiramente o acórdão, cabendo o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, para que profira decisão complementar sobre o capítulo não apreciado, isto é, a fim de que decida sobre o tema da inatividade frente as provas colacionadas nos autos e a disciplina legal que trata de tal matéria. Isto porque, é dever do órgão julgador enfrentar todos os argumentos deduzidos na impugnação capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada no julgamento, sob pena de cerceamento de defesa, na forma do art. 59, II, do Decreto 70.235, de 1972. Demais disto, como antes afirmado, o órgão colegiado revisor não pode apreciar matéria não decidida pela DRJ, sob pena de supressão de instância. No mais, ressalto que entendo pela nulidade parcial, uma vez que a decisão pode ser dividida em capítulos distintos e estanques, na medida em que, à cada unidade do pedido, atribuise um capítulo correspondente para decisão, especialmente quando as temáticas devem adotar por corolário lógico fundamentação específica, autônoma e independente. Assim, a nulidade deve se referir apenas a parte que contém erro in procedendo, principalmente quando o vício não guarda, e nem interfere, na outra pretensão específica, autônoma e independente. No caso vejo com autonomia a temática da denúncia espontânea e, também, com autonomia o tema da inatividade. Quaisquer delas poderiam afetar, por si só, a conclusão do julgamento. Importa anotar, outrossim, que o pedido único de cancelamento da multa pela entrega extemporânea da DCTF, consubstanciase, na verdade, numa unidade de dois Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13117.720180/201226 Acórdão n.º 1002000.148 S1C0T2 Fl. 58 5 pedidos, posto que pode ser fragmentado em dois capítulos, face ao duplo fundamento, gerador de dupla pretensão, independente e autônoma, apresentado pela defesa, de forma que à cada unidade do pedido podese atribuir capítulo específico na decisão. Uma das unidades do pedido que se extrai dos limites da lide proposta é delimitada pelo cancelamento da multa com fundamento na inatividade e a outra unidade é concernente ao cancelamento da multa com fundamento na denúncia espontânea. Não há uma unidade única de pedido como poderia parecer numa análise superficial, sem verificar os capítulos delimitados na lide que devem capitular a decisão. Aliás, como afirma o Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, o pedido se extrai da "interpretação lógicosistemática da petição inicial, sendo de levarse em conta os requerimentos feitos em seu corpo e não só aqueles constantes em capítulo especial ou sob a rubrica 'dos pedidos' " (REsp n. 233.446RJ). Dito isso, temse, ainda, a circunstância de que o entendimento pela nulidade parcial da decisão de primeira instância já foi admitida, por várias vezes, neste Egrégio Conselho, a teor do Acórdão n.º 1302002.562, da Sessão de 21 de fevereiro de 2018; dos Acórdãos ns.º 1302002.037 e 1302002.038, da Sessão de 14 de fevereiro de 2017; dos Acórdãos ns.º 1302002.041 e 1302002.043, da Sessão de 15 de fevereiro de 2017; do Acórdão n.º 1302001.984, da Sessão de 14 de setembro de 2016; Acórdão n.º 1302001.948, da Sessão de 09 de agosto de 2016; da Resolução n.º 1402000.363, da Sessão de 07 de junho de 2016; do Acórdão n.º 1101001.128, da Sessão de 04 de junho de 2014. Quanto a temática da denúncia espontânea, o acórdão da DRJ, no capítulo em que decidiu a referida pretensão deduzida pela defesa, não é nulo, no entanto, neste presente acórdão do CARF, deixo de analisar o mérito do recurso voluntário quanto a dita matéria. Primeiro, porque, após os debates no Colegiado, o Conselheiro Ailton Neves da Silva apresentou manifestação importante para este aclaramento, no sentido de que não seria pertinente a Turma julgar a denúncia espontânea, haja vista existir tema de nulidade no acórdão da DRJ, a despeito deste Relator divergir quanto a extensão da nulidade. Segundo, porque a ressalva prevista no § 3.º do art. 59 do Decreto n.º 70.235, de 1972, não autoriza que se prossiga na apreciação do mencionado argumento, ainda que eventualmente fosse para acolhêlo e decidir o mérito da exigência em favor do sujeito passivo, na medida em que a Fazenda Nacional teria, em tese, a possibilidade de apresentar recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais e o julgamento deste seria retardado/prejudicado porque não sanado o vício aqui constatado relativo a nulidade parcial no julgamento de primeira instância. Considerando o até aqui esposado e enfrentadas todas as questões necessárias para a decisão, entendo pela nulidade parcial do julgamento da DRJ. Ante o exposto, de livre convicção, relatado, analisado e por mais o que dos autos constam, voto em conhecer do recurso voluntário. No mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para anular parcialmente a decisão de primeira instância, determinando, para os fins do § 2.º do art. 59 do Decreto n.º 70.235, de 1972, o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, para que profira decisão complementar sobre o capítulo não apreciado no acórdão a quo referente a inatividade suscitada pelo sujeito passivo em sua impugnação nos anoscalendários 2011 e 2012, podendo, inclusive, se entender pertinente, converter inicialmente o julgamento em diligência para solicitar apuração acerca da efetiva inatividade ou não. Fl. 60DF CARF MF 6 Neste momento, resta prejudicado o julgamento da temática da denúncia espontânea, devendose aguardar a decisão integrativa da DRJ para, se sobrevier novo recurso, ter a lide prosseguimento na forma regulamentar e regimental. Esclareço, por fim, que, sendo proferido o julgamento complementar sobre a temática da inatividade, o sujeito passivo deverá ser cientificado do referido resultado para, se desejar, analisando a integralidade dos acórdãos da primeira instância, apresentar novo recurso voluntário. É como Voto. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator Voto Vencedor Conselheiro Aílton Neves da Silva Redator designado. Em que pese a bem elaborada análise e as ponderações do I. Relator, peço vênia para dele divergir. A questão apreciada nos autos diz respeito ao lançamento de multa por atraso na entrega de DCTF relativa ao período de 12/2011 e 01/2012. Contra o lançamento em questão são apresentados dois argumentos centrais pelo Recorrente: o da Denúncia espontânea da infração e o da não obrigatoriedade de entrega da DCTF em razão de inatividade da empresa no períodobase da autuação. O argumento da "inatividade", desde que provado ou devidamente reconhecido pelos órgãos de julgamento integrantes do contencioso administrativo fiscal federal, configuraria motivo necessário e suficiente para a exclusão da multa, uma vez que o artigo 3º da IN RFB n° 974/2009 dispensa as pessoas jurídicas inativas da apresentação das DCTF: Art. 3º Estão dispensadas de apresentação da DCTF: I as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse sistema; II as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o anocalendário ou durante todo o período compreendido entre a data de início de atividades e 31 de dezembro do ano calendário a que se referirem as DCTF;(grifos nossos) (...) Como destacado nos autos esta matéria "inatividade" não foi enfrentada no acórdão de impugnação exarado pela DRJ (efl. 33), conforme se pode inferir da leitura de sua ementa, vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13117.720180/201226 Acórdão n.º 1002000.148 S1C0T2 Fl. 59 7 Ano calendário: 2011 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. ESPONTANEIDADE. INFRAÇÃO DE NATUREZA FORMAL. A entrega da Declaração, intempestivamente, embora feito o recolhimento dos tributos devidos, não caracteriza a espontaneidade, com o condão de ensejar a dispensa da multa prevista na legislação. O princípio da denúncia espontânea não inclui a prática de ato formal, não estando alcançado pelos ditames do art. 138 do Código Tributário Nacional Constato que não foi dedicada uma linha sequer no acórdão de impugnação ao enfrentamento do tema "inatividade", muito embora seja ele essencial ao deslinde desta lide administrativa e tenha constado da impugnação apresentada pelo contribuinte, conforme trechos a seguir destacados (efl. 3, 4): (...) b) Acontece, que ditas apresentações foram todas feitas espontaneamente, sem que, para isso, houvesse qualquer notificação, intimação, ou qualquer outra ação fiscal. c) No entanto, para sanar esses deslizes, contando com amparo legal, vem apoiarse na Instrução Normativa da RFB N° 786, de 19 de novembro de 2007, em conformidade com seu Art. 5o, inciso II, que assim se expressa: Art. 5o Estão dispensadas da apresentação da DCTF Inciso II As pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o ano calendário a que se referirem as DCTFs. Para tanto, em anexo, apresenta fotocópia da Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica Inativa 2012. d) Ainda, a seu favor e com fundamento no Código Tributário Nacional Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 vem amparar se no seu Artigo 138, que assim se manifesta: Art.138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo.devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo depende de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o inicio de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. d) No caso da Requerente, tratase apenas de obrigação acessória que não a obrigaria, necessariamente, ao Fl. 62DF CARF MF 8 recolhimento de tributos. Ora, a Requerente apresentou as DCTFs, espontaneamente, antes de qualquer ação fiscal, estando, assim, isenta de qualquer penalidade, inclusive de multa formal. e) Não considerar esses preceitos legais tanto da IN RFB N° 786, acima descrita e do Art. 138 do CNT, será um verdadeiro desrespeito, violação e afronta às determinações do estado de direito. Diante ao exposto, as Notificações de Lançamentos objeto da presente impugnação são nulas de pleno direito, eis que ferem os princípios da inatividade (Art. 5° inciso II, da IN da RFB n° 786) e espontaneidade consagrado no Código Tributário Nacional (art. 138), bem como em farta jurisprudência de nossos Tribunais Superiores. Em seu Recurso Voluntário o Recorrente voltou a questionar a inatividade da empresa no períodobase da autuação, conforme excertos abaixo: (...) c) No entanto, para sanar esses deslizes, contando com amparo legal, vem apoiarse na Instrução Normativa n°. 974 de 27 de novembro de 2009, em conformidade com seu Art. 3o, inciso II, que assim se expressa: Art. 3° Estão dispensadas da apresentação da DCTF: Inciso II As pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o ano calendário ou durante todo o período compreendido entre a data de início de atividades e 31 de Dezembro do ano calendário a que se referirem as DCTFs. d) Outrossim, esclarece que antes não usou desse direito por não ter conhecimento da citada Instrução Normativa que isenta a pessoa jurídica inativa desde o início do ano de apresentar DCTFs e, assim, apresentouas intempestivamente. e) Contudo, por estar desobrigada de apresentar essa declaração, no caso, a DCTF de Janeiro de 2011, que conta com o devido amparo da Instrução Normativa n° 974 e de têla apresentado, no caso, fora do prazo e indevidamente, por não ser necessário, não a sujeita ao pagamento de multa, como a que lhe está sendo, também, indevidamente cobrada. O mesmo se aplica à DCTF de Dezembro de 2011 protegida pela espontaneidade argüida no Art. 138 do respeitável CTN. f) Para tanto, em anexo, apresenta fotocópia da Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica Inativa, referentes aos exercícios de 2012 e 2013, bem como a DCTF de Dezembro de 2012, que confirma a sua inatividade nesse ano. g) A firma encontrase inativa há alguns anos ao presente mês e, assim, continuará até a sua efetiva baixa; desse modo, estando sem nenhum movimento operacional, não operacional, financeiro ou patrimonial a prestar. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 13117.720180/201226 Acórdão n.º 1002000.148 S1C0T2 Fl. 60 9 h) A inatividade deuse em razão de sua péssima situação financeira, ficando sem condição de arcar com os mínimos gastos. i) Não considerar esses preceitos legais da IN RFB N° 974 da RFB, acima descritos (e/ou de outra que a substitua), no caso, assinada pelo próprio e ilustre SECRETÁRIO DA RECEITA, desrespeitála seria um verdadeiro e inominável absurdo. (...) Assim, é inquestionável o fato de a inatividade argüida pelo Recorrente configurar tema crucial ao deslinde da lide que não foi enfrentado no acórdão de impugnação. Divirjo do relator apenas por entender que a nulidade in casu é total, e não parcial. É que a nulidade parcial do acórdão exarado pela instância a quo só poderia ser declarada com respeito a matéria autônoma, que não fosse considerada determinante ou essencial ao deslinde da lide, o que não é o caso aqui analisado. Isso porque as matérias Denúncia espontânea e inatividade, postas a análise deste colegiado, revelam interdependência, não podendo, por isso, ser tratadas isoladamente. Explico. Se a matéria "inatividade" for julgada a favor do Recorrente em um novo acórdão de impugnação a ser proferido pela instância a quo, a continuidade da discussão na esfera administrativa concernente à matéria "Denúncia espontânea da infração" perderá sentido, eis que ficará carente de pressuposto objetivo básico de admissibilidade recursal, caracterizado pelo surgimento de fato impeditivo ou extintivo do recurso, qual seja: o reconhecimento da inexistência da infração. Assim, a temática da "inatividade" confundese com o próprio mérito da lide processual, não podendo ser desatrelada de seu resultado, eis que eventual reconhecimento da inatividade na nova decisão de primeiro grau faria desaparecer o fundamento de validade do lançamento de multa por atraso na entrega da DCTF questionada, a teor do que dispõe o artigo 3º da IN RFB n° 974/2009. Por consequência, o julgamento da questão de mérito relativa à Denúncia espontânea perderia seu objeto. Fundado nesse argumento da interdependência das matérias, acredito que fere a lógica jurídica processual o entendimento que considera a nulidade parcial do acórdão de impugnação por não ter analisado a temática da inatividade e, ao mesmo tempo, deixa de invalidar a decisão nele contida relativa à Denúncia espontânea. Por todo o exposto, a nulidade integral do acórdão de impugnação é medida que se impõe no caso sub examine, eis que uma nova decisão da instância a quo a respeito da matéria "inatividade" poderá repercutir decisivamente no julgamento da lide na matéria "Denúncia espontânea", mormente na hipótese de uma decisão favorável ao Recorrente, porquanto não poderia haver Denúncia espontânea a respeito de uma DCTF que o Recorrente sequer estivesse obrigado a apresentar. Em razão da constatação de omissão do acórdão recorrido de matéria essencial ao deslinde da lide administrativa, voto no sentido de anulálo integralmente, para Fl. 64DF CARF MF 10 que a instância a quo possa pronunciarse sobre o tema "inatividade" e demais matérias, de modo a produzir um novo acórdão, ou resolução, na boa e devida forma, devolvendose o prazo para apresentação de Recurso Voluntário, se for o caso, de acordo com o Decreto nº 70.235/72. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Fl. 65DF CARF MF
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Numero do processo: 10830.724838/2011-34
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1002-000.080
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, a fim de que ela responda aos seguintes itens:
a) Informe de que forma o contribuinte S. LOPES PILOT - EPP teve ciência do acórdão de impugnação de nº 01-29.143 da 2ª Turma da DRJ/BEL, proferido em 05 de maio de 2014, juntando aos autos o(s) documento(s) oficial(is) comprobatório(s), se for o caso;
b) Pronuncie-se sobre a idoneidade da solicitação de cópia de documentos de e-fl. 116, juntada aos autos de forma unilateral pelo Recorrente e sem qualquer informação, carimbo de recepção ou crítica da repartição de origem, e na qual consta, meramente, dados do peticionário, sua assinatura e uma data grafada a mão, estando ausentes a identificação do Recorrente, o número do processo no qual consta o Acórdão 01-29.143 e as páginas objeto do pedido, além de estar desacompanhada de DARF de eventuais emolumentos;
Após, cientificar o Recorrente sobre o resultado da diligência e retornar os autos ao Relator para prosseguimento.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo.
Nome do relator: AILTON NEVES DA SILVA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, a fim de que ela responda aos seguintes itens: a) Informe de que forma o contribuinte S. LOPES PILOT - EPP teve ciência do acórdão de impugnação de nº 01-29.143 da 2ª Turma da DRJ/BEL, proferido em 05 de maio de 2014, juntando aos autos o(s) documento(s) oficial(is) comprobatório(s), se for o caso; b) Pronuncie-se sobre a idoneidade da solicitação de cópia de documentos de e-fl. 116, juntada aos autos de forma unilateral pelo Recorrente e sem qualquer informação, carimbo de recepção ou crítica da repartição de origem, e na qual consta, meramente, dados do peticionário, sua assinatura e uma data grafada a mão, estando ausentes a identificação do Recorrente, o número do processo no qual consta o Acórdão 01-29.143 e as páginas objeto do pedido, além de estar desacompanhada de DARF de eventuais emolumentos; Após, cientificar o Recorrente sobre o resultado da diligência e retornar os autos ao Relator para prosseguimento. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo.
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LOPES PILOT EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, a fim de que ela responda aos seguintes itens: a) Informe de que forma o contribuinte S. LOPES PILOT EPP teve ciência do acórdão de impugnação de nº 0129.143 da 2ª Turma da DRJ/BEL, proferido em 05 de maio de 2014, juntando aos autos o(s) documento(s) oficial(is) comprobatório(s), se for o caso; b) Pronunciese sobre a idoneidade da solicitação de cópia de documentos de e fl. 116, juntada aos autos de forma unilateral pelo Recorrente e sem qualquer informação, carimbo de recepção ou crítica da repartição de origem, e na qual consta, meramente, dados do peticionário, sua assinatura e uma data grafada a mão, estando ausentes a identificação do Recorrente, o número do processo no qual consta o Acórdão 0129.143 e as páginas objeto do pedido, além de estar desacompanhada de DARF de eventuais emolumentos; Após, cientificar o Recorrente sobre o resultado da diligência e retornar os autos ao Relator para prosseguimento. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo. Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .7 24 83 8/ 20 11 -3 4 Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10830.724838/201134 Resolução nº 1002000.080 S1C0T2 Fl. 161 2 Tratase de Recurso Voluntário do indeferimento de Manifestação de Inconformidade interposta contra o Ato Declaratório Executivo DRF/CPS nº 008, datado de 10 de fevereiro de 2012 (efl. 6), que excluiu o ora Recorrente do Simples Federal por ocorrência de situação excludente prevista na alínea “f” do inciso XII do art. 9º da Lei nº 9.317/1996. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém (PA) indeferiu a Manifestação de Inconformidade por meio do acórdão 0129.143 (efl. 108), o qual recebeu a seguinte Ementa: ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2005 EMENTA EXCLUSÃO DO SIMPLES FEDERAL. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio Irresignado, o Recorrente apresenta Recurso Voluntário no qual elenca argumentos e fundamentos de fato e de direito abaixo sintetizados. Inicialmente, o Recorrente pugna pela tempestividade do recurso apresentado em 08/07/2014, afirmando que foi cientificado da decisão da DRJ no dia 08/07/2014, tendo o prazo fatal expirado no dia 07/08/2014. Quanto ao mérito, afirma que "presta serviço de locação, manutenção e instalação de equipamentos de áudio, vídeo e iluminação para diversas empresas e eventos. Os locais são teatros (Nota Fiscal n° 0003); shows (Nota Fiscal n° 0190 e 0192); programas de TV (Nota Fiscal n° 0134); hotéis (Nota Fiscal n° 0190 e 0192) (Doe. 02), enfim, em diversos lugares, com preços variáveis e alguns bem baixos, o que se verifica que não havia qualquer terceirização, conforme Notas Fiscais apresentadas pela Recorrente". Diz que "As características das atividades de locação de mão de obra são: a) a celebração de contrato entre a empresa prestadora de serviço e uma tomadora; b) seleção e recrutamento de pessoal com vínculos estabelecidos pela CLT; c) pagamento à prestadora de uma taxa de administração; d) total dependência entre ambas; e) realização de serviços contínuos e sistemáticos" e que no caso em questão " as características acima elencadas não se enquadram na prestação de serviço desempenhada pela Recorrente, uma vez que esta: a) presta serviços para diversas empresas, sem qualquer vínculo contratual contínuo; b) não há qualquer tipo de seleção e recrutamento de pessoal às empresas contratantes; c) realiza a instalação de equipamentos para a concretização do evento; d) recebe valores variáveis pela prestação do serviço a depender da complexidade da atividade prestada; e) não há nenhuma dependência entre a Recorrente e as empresas em que prestava serviços, tratandose de serviço eventual". Sobre a tercerirização de mão de obra aduz que "A Administração concluiu dessa forma devido à descrição do serviço na Nota Fiscal, as quais não foram elaboradas da melhor forma constando: "prestação de serviço de mão de obra", o que não significa dizer que a Recorrente praticava a locação de mão de obra, ao contrário, tratase apenas de um erro de Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10830.724838/201134 Resolução nº 1002000.080 S1C0T2 Fl. 162 3 fato na descrição dos serviços prestados" e que "A DRJ/BEL afirmou no acórdão que a exclusão da Recorrente do SIMPLES deveria ser mantida pelo fato de que ocorreu a prestação de serviço com utilização de mão de obra, porém em nenhum momento apresentou provas que fundamentassem tal afirmação". Sustenta a "necessidade de observar no presente caso o princípio da verdade material. O agente da Administração não pode deixar de pautar sua conduta nos princípios estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal, que por sua vez, irradiamse em diretrizes específicas à Administração tributária. Tanto a DRF/Campinas quanto a DRJ/BEL somente afirmaram que a Recorrente exerceu atividade proibida para sua manutenção no regime do SIMPLES, porém não comprovaram tal afirmação, não é somente o contribuinte que deve fazer prova de seus argumentos, mas também a Administração, ainda mais quando estarse retirando o contribuinte de um regime benéfico". O Recorrente reafirma "que não se enquadra no conceito de locação de mão de obra para fins de exclusão do SIMPLES" e que "O conceito de locação de mão de obra está bem delimitado no Parecer COSIT n° 69, de 10 de novembro de 1999, e consubstanciase na locadora assumir a obrigação de contratar empregados sob sua exclusiva responsabilidade, que ficarão subordinados hierarquicamente à locatária, que por sua vez determinará e comandará os serviços a serem executados. A contratada entrega os trabalhadores que obedecerão às ordens da contratante". Registra que, no caso em tela, "o contrato tem objeto específico e determinado, pelo qual a Recorrente se obriga, mediante remuneração e sem subordinação ou dependência, a fazer e entregar determinado serviço para a Empresa contratante". A respeito de sua exclusão do regime simplificado, defende que "os efeitos da exclusão do SIMPLES FEDERAL só poderão alcançar os fatos supervenientes ao entendimento manifestado no Ato Declaratório Executivo, com a devida notificação do contribuinte excluído, ou seja, a partir do dia 18/04/2012, data da notificação da Recorrente" e que (sic) "A irretroatividade dos efeitos da exclusão do SIMPLES FEDERAL para fatos anteriores a notificação do Ato Declaratório fundamentase no princípio constitucional da segurança jurídica (consubstanciado na garantia individual da irretroatividade) e das disposições expressas do Código Tributário Nacional em seus artigos 100, I; 103, I e 105". Salienta que "o Ato Declaratório Executivo não possui natureza meramente declaratória, mas sim resolutória, uma vez que determina uma situação supostamente incompatível com o regime tributário simplificado e, dessa forma, se constatada qualquer irregularidade para a permanência no sistema simplificado da Lei Complementar n° 123/06, os efeitos, obrigatoriamente, devem ser dirigidos a fatos geradores futuros". Lastreado no artigo 54 da lei n° 9.784/99, sustenta que "a Administração possui autorização para anular o ato administrativo que homologou a opção de ingresso no SIMPLES FEDERAL, pela Recorrente, pelo prazo de 5 anos da data que foi praticada essa opção" entendendo que "A opção pelo SIMPLES FEDERAL é irretratável para todo o ano calendário, conforme dispõe o artigo 16 da Lei Complementar n° 123/2006" e que " Nesse sentido, a opção da Recorrente para os anos calendários de 2005 e 2006 decorreram de pedidos, conforme o artigo 8o, §2°, da Lei n° 9.317/1996, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano calendário subsequente e sendo irretratável durante todo o período de 2005 e 2006, com a devida homologação por parte da Administração", concluindo que "o ADE retroagiu seus efeitos para além do prazo de 5 anos permitido pela legislação e, dessa forma, Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10830.724838/201134 Resolução nº 1002000.080 S1C0T2 Fl. 163 4 os Nobres Conselheiros devem decidir pela impossibilidade dos efeitos da exclusão alcançarem os anos calendários de 2005 e 2006, sendo que a DRJ/BEL não se pronunciou". Argumenta que (sic) "a decadência da retroatividade dos efeitos da exclusão para o período de 11/2005 a 11/2006, admitindose a definitividade da exclusão do SIMPLES da Recorrente com eventual lançamento da diferença dos tributos recolhidos, ainda assim não se poderia abranger o período de 11/2005 a 11/2006, tendo em vista o que preceitua o artigo 150, §4°, do Código Tributário Nacional". Apresenta, ainda, acórdãos de jurisprudência e escólio de doutrina, como forma de dar sustentação as suas alegações. Ao final, requer o acolhimento do presente recurso para o fim de determinar a irretroatividade dos efeitos do ADE e a reforma integral do Acórdão da DRJ nº 0129.143. É o relatório do essencial. Voto Preliminarmente, entendo que o Recurso Voluntário não se encontra em condições de ser julgado, eis que há dúvidas quanto a sua tempestividade, conforme se explica na seqüência. Constatase, às efl. 114, a existência do comunicado Seort nº 1401/2014, expedido em 18/06/2014, fazendo presumir que o Termo de Ciência do Acórdão nº 0129.143 da DRJ/CPS foi encaminhado ao domicilio tributário do Recorrente e sugerindo que houve ciência por via postal, eis que nele não consta qualquer assinatura indicativa de ciência pessoal. Por outro lado, o Recorrente sustenta que tomou ciência do Acórdão nº 01 29.143 em 08/07/2014, entretanto, não consta dos autos qualquer documento ou informação oficial nesse sentido. Presumese que o documento de ciência a que se refere o Recorrente é a solicitação de cópia de documentos de efl. 116, juntada aos autos por ele próprio e na qual consta a data de 08/07/2014 grafada a mão como sendo a data do protocolo do pedido. Se assim for, é necessário diligenciar junto à Unidade de Origem para que esclareça se houve ciência postal ou pessoal do Acórdão nº 0129.143, juntando o "AR" no primeiro caso, ou verificando, no segundo, se a ciência foi feita com observância das formalidades previstas na legislação que regula o processo administrativo fiscal, eis que a solicitação de cópia do processo, trazida aos autos de forma unilateral, não faz qualquer referência à identificação do Recorrente, ao número do processo no qual consta o Acórdão nº 0129.143 e às páginas objeto do pedido, além de não conter nenhuma informação, crítica ou carimbo de recepção da repartição de origem e estar desacompanhada de DARF comprobatório do pagamento de eventuais emolumentos. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10830.724838/201134 Resolução nº 1002000.080 S1C0T2 Fl. 164 5 Sendo assim, voto por converter o julgamento em diligência, para que a Unidade de Origem responda aos quesitos abaixo: 1) Informe de que forma o contribuinte S. LOPES PILOT EPP teve ciência do acórdão de impugnação de nº 0129.143 da 2ª Turma da DRJ/BEL, proferido em 05 de maio de 2014, juntando aos autos o(s) documento(s) oficial(is) comprobatório(s), se for o caso; 2) Pronunciese sobre a idoneidade da solicitação de cópia de documentos de e fl. 116, juntada aos autos de forma unilateral pelo Recorrente e sem qualquer carimbo de recepção, informação ou crítica da repartição de origem, e na qual consta, meramente, os dados do peticionário e sua assinatura, estando ausentes a identificação do Recorrente, o número do processo e as páginas objeto do pedido, além de estar desacompanhada de DARF de eventuais emolumentos; É como voto. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Fl. 164DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10510.003032/2006-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005
RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS.
O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é devido sempre que ocorrer a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de qualquer natureza.
Na hipótese, não ficou comprovado que as verbas recebidas excluem-se do conceito de renda e proventos de qualquer natureza.
TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE.
A tributação exclusiva na fonte é uma exceção à regra geral de tributação do imposto sobre a renda e, por esse motivo, deve estar especificamente prevista em lei.
Não se comprovou, nos autos que as verbas recebidas sofreram tributação exclusiva na fonte.
Numero da decisão: 2101-001.934
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é devido sempre que ocorrer a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de qualquer natureza. Na hipótese, não ficou comprovado que as verbas recebidas excluemse do conceito de renda e proventos de qualquer natureza. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE. A tributação exclusiva na fonte é uma exceção à regra geral de tributação do imposto sobre a renda e, por esse motivo, deve estar especificamente prevista em lei. Não se comprovou, nos autos que as verbas recebidas sofreram tributação exclusiva na fonte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________________________ JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente Substituto. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 30 32 /2 00 6- 64 Fl. 74DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos (Presidente Substituto), Gonçalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento contra o contribuinte em epígrafe, por omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica. Segundo relato da Fiscalização, da análise das informações e documentos apresentados pelo contribuinte e das informações constantes dos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, constatouse omissão de rendimentos do trabalho com vínculo e/ou sem vínculo empregatício, sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 24.724,94, recebidos da Caixa Econômica Federal (R$ 12.664,04) e da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros (R$ 12.060,90). Em 1.11.2006, o contribuinte apresentou impugnação, na qual argumenta que recebeu, da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, o montante de R$ 56.976,33, mas descontou deste a quantia de R$ 12.061.23, correspondente ao valor de incentivo para mudar de plano de previdência, por entende que se trata de verba não tributável, de caráter indenizatório. Observa, por outro lado, que a Fiscalização não detectou que o valor de R$ 15.672,30, recebido da Caixa Econômica Federal como pagamento de indenização judicial como benefício previdenciário, conforme Processo n°: 2003.85.10.0015523, sofreu tributação exclusiva na fonte no valor de R$ 470,17, sendo também descontada desse montante a quantia de R$ 2.350,85, a título de honorários advocatícios. A 3.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Salvador (BA), por meio do Acórdão n.º 1516.291, de 24 de julho de 2008, declarou o lançamento procedente e manteve em parte o crédito tributário lançado, mediante a ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 ISENÇÃO NÃO COMPROVADA. São tributáveis os rendimentos cuja isenção não for comprovada. Lançamento Procedente Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário, no qual reitera todos os argumentos suscitados na impugnação. Entende que, como cumpriu o prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física do exercício de 2005, tem um crédito a receber, não tendo obrigação de suplementar qualquer valor aos cofres públicos. Pelo Fl. 75DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10510.003032/200664 Acórdão n.º 2101001.934 S2C1T1 Fl. 69 3 contrário, acredita ter direito à restituição no valor correspondente ao saldo da retenção feita indevidamente na fonte quando do pagamento do incentivo à mudança de plano de previdência e que houve enriquecimento ilícito da União. Requer seja declarada a improcedência do Acórdão n.º 1516.291, da 3.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Salvador (BA). É o Relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais previstos no Decreto n° 70.235, de 1972. Dele conheço. Na declaração de ajuste original do exercício 2005 (fls. 24 a 29), o contribuinte declarou ter auferido, da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, rendimentos tributáveis no montante de R$ 56.976,33. Em 27.8.2005, apresentou declaração retificadora, reduzindo o valor desses rendimentos para R$ 44.915,10 (fls. 18 a 23). Em procedimento de fiscalização, foi apurada omissão de rendimentos tributáveis recebidos da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, no valor de R$ 12.060,90 (há uma pequena diferença, de arredondamento de centavos, entre o valor apurado pela Fiscalização e o resultado da subtração: R$ 56.976,33 – R$ 44.915,10 = 12.061,23). Também foi objeto de lançamento a omissão de rendimentos tributáveis auferidos da Caixa Econômica Federal, de R$ 12.664,04. Na impugnação, o contribuinte esclareceu que o valor recebido da Petros no anocalendário 2004 foi, de fato, R$ 56.976,33, mas foi abatida deste valor a quantia de R$ 12.061,23, correspondente a um incentivo para mudar de plano de previdência, que, por constituir, a seu ver, uma indenização, não é tributável. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA) não acolheu os argumentos do então impugnante e sustentou que inexiste previsão legal de isenção de rendimentos pagos como incentivo para alteração de plano de previdência privada, sendo regra geral de tributação que todos os rendimentos sujeitamse ao imposto sobre a renda; as exceções a esta regra estão especificadas em lei. Os argumentos de impugnação foram reiterados em sede de recurso voluntário. Foi acostado aos autos Demonstrativo emitido pela Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, em nome do contribuinte, no qual consta que, em dezembro de 2004, foi paga a verba de R$ 12.061,23, em decorrência de “Incentivo – Termo de Compromisso” (vide fls. 11). Fl. 76DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 Apesar do entendimento manifestado pelo recorrente quanto à natureza indenizatória e não tributável dessa verba, tal não ficou comprovado nos autos. Não foi anexado qualquer documento que comprovasse que esse “incentivo” teria caráter indenizatório, de tal modo a não ser alcançado pelo imposto sobre a renda. Pelo contrário no Demonstrativo emitido pela Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, a verba encontrase sob a rubrica “proventos”. Nada indica que, tal como alegado, o valor de R$ 12.061,23, recebido da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, teria natureza de indenização e não de renda. O Código Tributário Nacional (Lei n.º 5.172, de 1966), em seu artigo 43, ao dispor acerca do imposto sobre a renda, assim estipula, verbis: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) [...]. No mesmo sentido, o artigo 3.º da Lei n.º 7.713, de 1988 estabelece ser rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, bastando, para a incidência do imposto, que tenha havido o benefício do contribuinte, de qualquer forma e a qualquer título. Vejamos: Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. (Vide Lei 8.023, de 12.4.90) § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. [...] § 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. [...]. Na presente hipótese, como se viu, o recorrente não comprovou que a verba de R$ 12.061,23, recebido da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, omitidos de Fl. 77DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10510.003032/200664 Acórdão n.º 2101001.934 S2C1T1 Fl. 70 5 sua declaração anual de ajuste do exercício 2005, excluise do conceito de renda. Verificase, diversamente, tratarse de rendimento tributável. A Fiscalização também apurou omissão do rendimento de R$ 12.664,04, recebido da Caixa Econômica Federal. Nesse ponto, o contribuinte sustenta que a Fiscalização não detectou que o valor de R$ 15.672,30, recebido da Caixa Econômica Federal, a título de indenização judicial como benefício previdenciário, conforme Processo n°: 2003.85.10.0015523, sofreu tributação exclusiva na fonte no valor de R$ 470,17, sendo também descontada desse montante a quantia de R$ 2.350,85, a título de honorários advocatícios. Primeiramente, do exame das peças daquele processo judicial, anexadas aos presentes autos, ficou nítido que a quantia recebida em decorrência da sentença proferida tem natureza de rendimento do trabalho, já que consiste em diferenças resultantes da revisão da renda mensal inicial do recorrente, acrescidas de juros e correção monetária (vide fls. 5, 8 e 9). Além disso, o valor de R$ 12.664,00 consta discriminado no comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte emitido, em nome do contribuinte, por Petros, referente ao anocalendário 2004, como rendimento tributável recebido a título de benefício da previdência oficial. Sendo assim, não há que se falar que o montante de R$ 12.664,04 teria caráter de indenização, não estando inserido no conceito de renda. Tratase de rendimento do trabalho, e integra o conceito de renda de que trata o artigo 43 do Código Tributário Nacional. Superada essa questão, também não tem fundamento o argumento que a verba recebida no processo n.º 2003.85.10.0015523 seria tributável exclusivamente na fonte. É que a tributação exclusiva na fonte é uma exceção à regra geral de tributação do imposto sobre a renda; por esse motivo, deve estar especificamente prevista em lei. Nos casos previstos em lei, o valor do rendimento sujeito à tributação exclusiva na fonte deve estar discriminado como tal, separadamente do rendimento tributável na declaração de ajuste anual, e deve estar acompanhado da indicação do valor do imposto retido correspondente. No presente caso, como visto, tratase de rendimento do trabalho, em regra, tributável na declaração de ajuste anual. E não existe, nas peças do processo judicial acostadas aos presentes autos, discriminação de qualquer parcela sujeita à tributação exclusiva na fonte. Impende, por fim, ressaltar que, no lançamento, a Fiscalização compensou o imposto retido na fonte, de R$ 470,17 e, conforme constatado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA), considerou a dedução da despesa com honorários de advogado para o recebimento da verba (vide fls. 50, frente e verso). Diante dessas colocações, não merece reparos a decisão a quo. Conclusão Ante todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) _________________________________ Fl. 78DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 79DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 36202.002460/2007-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2007
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO. ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS SEM EFEITOS INFRINGENTES. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO DE OFÍCIO.
Constatada a ocorrência de erro por lapso manifesto na decisão do acórdão embargado, impõe-se o acolhimento dos embargos inominados para o devido saneamento e integração da decisão embargada, sem efeitos infringentes, para não conhecer do recurso de ofício.
Numero da decisão: 2402-007.212
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem efeitos infringentes, para sanar a omissão apontada, não se conhecendo do recurso de ofício, por não atingimento do limite de alçada.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(assinado digitalmente)
Luís Henrique Dias Lima - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Luís Henrique Dias Lima, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Thiago Duca Amoni (Suplente Convocado), Maurício Nogueira Righetti, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Júnior e Denny Medeiros da Silveira.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE DIAS LIMA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2007 EMBARGOS INOMINADOS. ERRO. ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS SEM EFEITOS INFRINGENTES. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO DE OFÍCIO. Constatada a ocorrência de erro por lapso manifesto na decisão do acórdão embargado, impõe-se o acolhimento dos embargos inominados para o devido saneamento e integração da decisão embargada, sem efeitos infringentes, para não conhecer do recurso de ofício.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem efeitos infringentes, para sanar a omissão apontada, não se conhecendo do recurso de ofício, por não atingimento do limite de alçada. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Luís Henrique Dias Lima, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Thiago Duca Amoni (Suplente Convocado), Maurício Nogueira Righetti, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Júnior e Denny Medeiros da Silveira.
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ERRO. ACOLHIMENTO DOS EMBARGOS SEM EFEITOS INFRINGENTES. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO DE OFÍCIO. Constatada a ocorrência de erro por lapso manifesto na decisão do acórdão embargado, impõese o acolhimento dos embargos inominados para o devido saneamento e integração da decisão embargada, sem efeitos infringentes, para não conhecer do recurso de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem efeitos infringentes, para sanar a omissão apontada, não se conhecendo do recurso de ofício, por não atingimento do limite de alçada. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Luís Henrique Dias Lima, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Thiago Duca Amoni (Suplente Convocado), Maurício Nogueira Righetti, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Júnior e Denny Medeiros da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 20 2. 00 24 60 /2 00 7- 28 Fl. 1765DF CARF MF Processo nº 36202.002460/200728 Acórdão n.º 2402007.212 S2C4T2 Fl. 1.766 2 Relatório Tratase de Embargos Inominados (efl. 1723) apresentados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Vitória (ES) em face do Acórdão n. 2402003.440 2ª. Turma Ordinária/4ª. Câmara/2ª. Seção sessão de julgamento de 13 de março de 2013 (efls. 1272/1280) com fulcro em inexatidão material por lapso manifesto, vez que a decisão embargada não faz qualquer menção ao recurso de ofício consignado no Acórdão de Impugnação n. 1230.444 – 15ª Turma da DRJ/RJ1 (efls 1081/1096). É o relatório. Voto Conselheiro Luís Henrique Dias Lima Relator. Os embargos inominados já foram admitidos pelo CARF. Passo à análise. Da análise da decisão embargada, verificase, de plano, o erro apontado pela embargante, vez que, de fato, a instância de piso recorreu de ofício a este CARF com fundamento na Portaria MF 03, de 03/01/2008 (DOU 07/01/2008). Pois bem. O recurso de ofício interposto pela DRJ tem amparo no art. 34, I, do Decreto n. 70.235/1972, verbis: Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) [...](grifei) A autoridade julgadora de primeira instância observou a Portaria MF n. 3, de 03 de janeiro de 2008, então vigente, que estabelece, em seu art. 1°., o limite para interposição de recurso de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento e encargos de multa em valor total superior a R$ 1.000.000,00. Ocorre que, em conformidade com o Enunciado n. 103 de Súmula CARF, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância: Fl. 1766DF CARF MF Processo nº 36202.002460/200728 Acórdão n.º 2402007.212 S2C4T2 Fl. 1.767 3 Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Destarte, aplicase, no caso em apreço, a Portaria MF n. 63, de 09 de fevereiro de 2017, atualmente em vigor, que estabelece o limite para interposição de recurso de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributos e encargos de multa em valor total superior a R$ 2.500.000,00, bem assim quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário, nos termos do seu art. 1°., §§ 1° e 2°., verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. [...](grifei) No mesmo sentido, o Enunciado n. 103 de Súmula CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Na espécie, verificase que o valor do lançamento consignado na NFLD DEBCAD n. 37.020.3348 (efls. 02/258) correspondente à soma do principal e multa equivale ao total de R$ 3.633.600,41 (R$ 2.823.144,14 + R$ 810.456,27). Ocorre que o Acórdão de Impugnação n. 1230.444 15ª Turma da DRJ/RJ1 (efls 1081/1096) esclarece que foram mantidos R$ 1.994.291,01, já computados, inclusive, o período alcançado pela decadência e pelas retificações efetuadas pela autoridade lançadora, verbis: 20. Da exclusão do período alcançado pela decadência e das retificações acima detalhadas, resulta o valor total mantido de R$1.994.291,01, conforme Discriminativo Analítico de Débito Retificado DADR, acrescido de encargos moratórios a serem calculados no momento de emissão da guia de recolhimento. Por sua vez, o DADR sera remetido empresa interessada e demais participes do grupo econômico, em anexo ao presente Acórdão. (grifei) Deduz assim que o valor total excluído foi na ordem de R$ 1.639.309,40, inferior, portanto, ao limite estabelecido na Portaria MF n. 63, de 09 de fevereiro de 2017, do Fl. 1767DF CARF MF Processo nº 36202.002460/200728 Acórdão n.º 2402007.212 S2C4T2 Fl. 1.768 4 que decorre o não conhecimento do recurso de ofício em apreço, observandose, inclusive, o teor do Enunciado n. 103 de Súmula CARF. Desta forma, são procedentes os embargos inominados (efl. 1723), impondo se, inclusive o saneamento com a integração da decisão embargada, na forma ora proposta, inclusive com a retificação da ementa: Onde se lê: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2007 ASSISTÊNCIA MÉDICA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Incidem contribuições previdenciárias sobre a parcela financiadora da assistência aos dependentes de empregados e dirigentes da empresa a titulo de Plano de Assistência Médica e Odontológica, por não coincidir com a hipótese de isenção previdenciária prevista na alínea "q" do § 9º do artigo 28 da Lei 8.212/1991. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Leiase: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/01/2007 RECURSO DE OFÍCIO. REQUISITOS. NÃO PREENCHIMENTO. NÃO CONHECIMENTO. Não preenchidos os requisitos de admissibilidade do recurso de ofício, previstos na Portaria MF n. 63/2017, dele não se conhece. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. ASSISTÊNCIA MÉDICA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Incidem contribuições previdenciárias sobre a parcela financiadora da assistência aos dependentes de empregados e dirigentes da empresa a titulo de Plano de Assistência Médica e Odontológica, por não coincidir com a hipótese de isenção previdenciária prevista na alínea "q" do § 9º do artigo 28 da Lei 8.212/1991. Fl. 1768DF CARF MF Processo nº 36202.002460/200728 Acórdão n.º 2402007.212 S2C4T2 Fl. 1.769 5 INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Ante o exposto, voto por acolher os embargos inominados para corrigir o erro apontado, sem efeitos infringentes, não se conhecendo do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Fl. 1769DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.916116/2016-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2010
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE.
Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.896
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2010 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
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LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 61 16 /2 01 6- 23 Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10880.916116/201623 Acórdão n.º 3301005.896 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão que manteve a não homologação da compensação do débito declarada pela contribuinte, em virtude de constar nos sistemas da RFB que o alegado recolhimento indevido já tinha sido utilizado integralmente para quitação de outros débitos. Confirase o teor do Despacho Decisório na origem: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em manifestação de inconformidade, sustentou a contribuinte que o Despacho Decisório não teria fundamentação, tampouco motivação. Por isso, teria havido cerceamento do seu direito de defesa. A DRJ/BHE, no acórdão n° 02072.975, negou provimento ao apelo. Em recurso voluntário, a Recorrente aduz que: a) A decisão de piso não levou em consideração a eficácia dos princípios constitucionais da motivação dos atos administrativos e da ampla defesa, o que impediu a empresa de se defender adequadamente, bem como demonstrar a existência do crédito; b) O princípio da motivação dos atos administrativos foi desrespeitado, uma vez que a autoridade indeferiu a homologação das compensações, utilizando como fundamento a inexistência do crédito, sem qualquer esclarecimento adicional; c) Restou violado o direito à ampla defesa, pois, como afirmado anteriormente, sem conhecer os motivos pelos quais sua compensação não foi homologada, a apresentação de qualquer defesa fica prejudicada. Ao final, defende a reforma da decisão de primeira instância, para declarar insubsistente o despacho decisório que não homologa a compensação e acolher o recurso para homologála. É o relatório. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10880.916116/201623 Acórdão n.º 3301005.896 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.882, de 27 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.903814/201405, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.882): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Sustenta a empresa que o Despacho Decisório é nulo por ausência de motivação, o que lhe impede de fazer a comprovação do direito ao crédito, constituindo o cerceamento de defesa. Aduz: “como pode a recorrente argumentar e apresentar defesa sem saber ao certo por qual motivo sua compensação não foi homologada?”. A resposta a tal questão é límpida pelo teor do ato administrativo: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, a devida motivação reside no fato de que o alegado pagamento indevido não foi restituído, porque já tinha sido utilizado para quitar outros débitos. Por outro lado, não se observa as hipóteses do art. 59, II, do Decreto n° 70.235/72, sendo inexistente, por conseguinte, qualquer nulidade. Ademais, a Recorrente não traz apontamento da origem do indébito e tampouco qualquer elemento de prova. Limitouse em sede de manifestação de inconformidade apenas a afirmar que: A requerente, ao calcular o quantum debeatur da COFINS, utilizouse de base de cálculo com valores que indevidamente a integravam, ou seja, de base de cálculo ampliada. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10880.916116/201623 Acórdão n.º 3301005.896 S3C3T1 Fl. 5 4 Incluiu nesta base de cálculo, não só a receita decorrente de seu faturamento, ou seja, de suas vendas, mas sim as demais receitas que não devem compôlas. Para tanto, utilizouse de algumas teses tributárias já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal de forma favorável aos contribuintes, a exemplo a ampliação da base de cálculo por alterar o conceito de faturamento, a exclusão da base de cálculo de determinadas despesas, entre outros. Por esta razão é que postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior desta exação. Tais afirmações sequer foram reiteradas no recurso voluntário. É sabido que a contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. Entretanto, a Recorrente não demonstrou a base de cálculo utilizada para apurar a COFINS paga. Dessa forma, não houve demonstração da base de cálculo utilizada na apuração da COFINS, para a verificação de que os recolhimentos abrangeram receitas mensais que não faziam parte da atividade da empresa. Em pedido de iniciativa da contribuinte, cabialhe: a) Apresentar planilha com base de cálculo da COFINS, relativa ao valor da receita bruta mensal e o valor das receitas indevidamente incluídas na apuração; b) Apontar no livro razão/balancete os valores indicados; c) Exibir DIPJ, DCTF original e o DARF; d) Mostrar outros documentos fiscais e contábeis que permitissem afirmar que houve recolhimento sobre as outras receitas, que não compusessem o seu faturamento. Isso porque, dispõe o art. 170, do CTN que a compensação depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Dessa forma, na ausência de documentação referente ao crédito, entendo que a pretensão da Recorrente não merece acolhida, uma vez que, regra geral, considerase que o ônus de provar recai a quem alega o fato ou o direito, nos termos do art. 373 do CPC/15. Logo, é da própria empresa o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10880.916116/201623 Acórdão n.º 3301005.896 S3C3T1 Fl. 6 5 Então, restou demonstrado que a interessada se omitiu em produzir a prova que lhe cabia, segundo as regras de distribuição do ônus probatório do processo administrativo fiscal. Não o fazendo, acertadamente, a compensação não foi homologada. Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 77DF CARF MF
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Numero do processo: 10283.900145/2009-83
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO DA DIVERGÊNCIA SOBRE PRECLUSÃO.
A controvérsia sobre a preclusão lógica nos presentes autos se dá em torno da questão de que a contribuinte, ao requerer o cancelamento do PER/DCOMP (pleito que foi apresentado na primeira instância e simplesmente repetido na fase processual seguinte), estava adotando conduta incompatível com o ânimo de controverter o despacho decisório proferido pela unidade de origem (porque esse despacho decisório já havia negado/cancelado o encontro de contas). O caso aqui não tem nada a ver com a alegação da PGFN de que o acórdão recorrido conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada, de matéria que só foi trazida na segunda instância administrativa; e também não tem nada a ver com a falta de apresentação de provas que pudessem dar substância à contestação do ato administrativo (matéria tratada nos paradigmas). No presente processo, diferentemente dos quadros que a PGFN traça para caracterizar a divergência jurisprudencial, a contribuinte nem mesmo confronta a parte dispositiva da decisão administrativa, ou seja, ela não busca reverter essa decisão, para que sua compensação seja homologada. O debate sobre a preclusão nos presentes autos não pode nem mesmo ser confrontado com a argumentação e os paradigmas apresentados pela PGFN para a primeira divergência, de modo que o recurso não deve ser conhecido nessa parte.
DCOMP. CANCELAMENTO OU RETIFICAÇÃO DO DÉBITO PELOS ÓRGÃOS JULGADORES, APÓS DECISÃO DA DELEGACIA DE ORIGEM QUE NEGA A HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O cancelamento ou a retificação do PER/DCOMP somente são admitidos enquanto este se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador ou do pedido de cancelamento, e desde que fundados em hipóteses de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento. A manifestação de inconformidade e o recurso voluntário contra a não homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo não constituem meios adequados para veicular a retificação ou o cancelamento do débito indicado na Declaração de Compensação. O rito processual previsto no Decreto nº 70.235/1972 não se aplica para o cancelamento de débitos informados em PER/DCOMP (em razão de erro cometido pelo contribuinte em suas apurações), assim como não se aplica para o cancelamento de débitos informados em DCTF. As Delegacias da Receita Federal tem plena competência para sanar esse tipo de problema. O que não se pode é alargar a competência dos órgãos julgadores, submetidos ao rito processual previsto no Decreto nº 70.235/1972, para que passem a apreciar situações que não lhes devem ser submetidas.
Numero da decisão: 9101-004.076
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial (i) quanto à preclusão. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial (ii) quanto à retificação e ao cancelamento de PER/DCOMP e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencida a conselheira Cristiane Silva Costa, que lhe negou provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Cristiane Silva Costa.
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araujo Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Viviane Vidal Wagner, Demetrius Nichele Macei, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado), Lívia De Carli Germano, Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO DA DIVERGÊNCIA SOBRE PRECLUSÃO. A controvérsia sobre a preclusão lógica nos presentes autos se dá em torno da questão de que a contribuinte, ao requerer o cancelamento do PER/DCOMP (pleito que foi apresentado na primeira instância e simplesmente repetido na fase processual seguinte), estava adotando conduta incompatível com o ânimo de controverter o despacho decisório proferido pela unidade de origem (porque esse despacho decisório já havia negado/cancelado o encontro de contas). O caso aqui não tem nada a ver com a alegação da PGFN de que o acórdão recorrido conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada, de matéria que só foi trazida na segunda instância administrativa; e também não tem nada a ver com a falta de apresentação de provas que pudessem dar substância à contestação do ato administrativo (matéria tratada nos paradigmas). No presente processo, diferentemente dos quadros que a PGFN traça para caracterizar a divergência jurisprudencial, a contribuinte nem mesmo confronta a parte dispositiva da decisão administrativa, ou seja, ela não busca reverter essa decisão, para que sua compensação seja homologada. O debate sobre a preclusão nos presentes autos não pode nem mesmo ser confrontado com a argumentação e os paradigmas apresentados pela PGFN para a primeira divergência, de modo que o recurso não deve ser conhecido nessa parte. DCOMP. CANCELAMENTO OU RETIFICAÇÃO DO DÉBITO PELOS ÓRGÃOS JULGADORES, APÓS DECISÃO DA DELEGACIA DE ORIGEM QUE NEGA A HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O cancelamento ou a retificação do PER/DCOMP somente são admitidos enquanto este se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador ou do pedido de cancelamento, e desde que AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 01 45 /2 00 9- 83 Fl. 243DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 3 2 fundados em hipóteses de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento. A manifestação de inconformidade e o recurso voluntário contra a não homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo não constituem meios adequados para veicular a retificação ou o cancelamento do débito indicado na Declaração de Compensação. O rito processual previsto no Decreto nº 70.235/1972 não se aplica para o cancelamento de débitos informados em PER/DCOMP (em razão de erro cometido pelo contribuinte em suas apurações), assim como não se aplica para o cancelamento de débitos informados em DCTF. As Delegacias da Receita Federal tem plena competência para sanar esse tipo de problema. O que não se pode é alargar a competência dos órgãos julgadores, submetidos ao rito processual previsto no Decreto nº 70.235/1972, para que passem a apreciar situações que não lhes devem ser submetidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial (i) quanto à preclusão. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial (ii) quanto à retificação e ao cancelamento de PER/DCOMP e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencida a conselheira Cristiane Silva Costa, que lhe negou provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Cristiane Silva Costa. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo – Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Viviane Vidal Wagner, Demetrius Nichele Macei, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado), Lívia De Carli Germano, Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência jurisprudencial quanto ao que se decidiu sobre declaração de compensação apresentada pela contribuinte acima identificada. A PGFN insurgese contra o Acórdão nº 1803001.590, de 04/12/2012, por meio do qual a 3ª Turma Especial da 1a Seção de Julgamento do CARF, por maioria de votos, deu provimento a recurso voluntário da contribuinte, "para determinar o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que seja analisado o mérito do pedido". O acórdão recorrido contém a ementa e a parte dispositiva descritas abaixo: Fl. 244DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 4 3 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2006 PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. VALORAÇÃO DAS PROVAS. A comprovação de efetivo erro de fato, no preenchimento da PER/DCOMP exige em homenagem ao princípio da verdade material e adequada valoração das provas, que se aprecie o pedido, afastando óbices formais que supostamente preconizam a intangibilidade das informações prestadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para determinar o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que seja analisado o mérito do pedido, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, relator, que negava provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Walter Adolfo Maresch. A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à legislação tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, relativamente aos seguintes pontos: a) ocorrência de preclusão, em face da ausência de impugnação específica; e b) impossibilidade de cancelamento da DCOMP após despacho que não homologa a compensação. Para o processamento de seu recurso, a PGFN desenvolve os argumentos a seguir: BREVE RELATO tratase de declaração de compensação transmitida em 31/03/2005 pela contribuinte acima identificada, na qual indicou crédito no valor de R$ 485.517,10, resultante de pagamento indevido ou a maior originário de DARF relativo à receita de código 2362, do período de apuração de 31/01/2004, com arrecadação em 27/02/2004, no valor originário de R$ 827.551,37; a Delegacia de origem, em análise datada de 18/02/2009 (fl. 06), constatou que "a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP (...) foram localizados um ou mais pagamentos (...), mas integralmente utilizados para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP ". Assim, não homologou a compensação declarada; cientificada, a interessada apresentou, em 03/04/2009, manifestação de inconformidade (fls. 12/15), na qual requer o cancelamento do PER/DCOMP ora analisado, uma vez que apurou equivocadamente o valor do tributo a pagar e, do mesmo modo, informou valor de crédito inferior ao efetivamente calculado por ocasião do ajuste da DIPJ e apuração do lucro real, e, que não há, portanto, crédito nem débito para compensar (neste processo); a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém não conheceu da manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte, por não atender o requisito da impugnação específica prevista no art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72. Confirase: Fl. 245DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 5 4 No caso concreto, constatase que a interessada, embora alegue a existência de recolhimento a maior (e limitase exclusivamente a alegar, sem trazer aos autos qualquer prova do quanto alega), acaba por requerer o cancelamento do PER/DCOMP objeto dos autos, adotando, pois, conduta incompatível com o ânimo de controverter o despacho decisório proferido pela unidade de origem, ou seja, incide em preclusão lógica a sua faculdade recursal. inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário; a 3ª Turma Especial da 1ª Seção do CARF, por maioria de votos, deu provimento parcial à insurgência do sujeito passivo para determinar o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que seja analisado o mérito do pedido; todavia, conforme restará demonstrado, o r. acórdão merece ser reformado; CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL a decisão tomada no presente feito divergiu de outros Colegiados do CARF em relação a dois pontos, a saber: a) ocorrência de preclusão, em face da ausência de impugnação específica; b) impossibilidade de cancelamento da DCOMP após despacho que não homologa a compensação; DA DEMONSTRAÇÃO DE DIVERGÊNCIA EM RELAÇÃO À PRECLUSÃO como visto, na 1ª instância a pretensão da contribuinte havia sido indeferida, considerando que nos termos do art. 16, III, do Decreto nº 70.235/1972, a impugnação deverá conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir, sob pena de não ser conhecida; porém, a 2ª instância reformou tal entendimento, invocando o princípio da busca da verdade material, em detrimento dos termos da norma mencionada; ao assim decidir, o v. acórdão ora recorrido acabou por malferir o acórdão paradigma nº 2403001.310, que reforça o entendimento já esposado pela DRJ, segundo o qual não se conhece de matéria não expressamente impugnada pelo sujeito passivo, com a exposição dos motivos de sua discordância. Litteris: Acórdão nº 2403001.310 Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias. Período de apuração: 01/05/2010 a 31/10/2010. Ementa: PREVIDENCIÁRIO. MATÉRIA NÃO EXPRESSAMENTE IMPUGNADA. Na forma da redação dada pela Lei n 8.748, de 1993, o comando do inciso III, artigo 16 do Decreto 70.235/72, exige que a impugnação faça constar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. Também o artigo 17 do Decreto 70.235/72 preceitua que :“Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.” Em instância administrativa, de forma subsidiaria, o artigo 286 do Código de Processo Civil – CPC , impõe ao autor que individue e descreva, quantitativamente e qualitativamente, na forma mais concreta Fl. 246DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 6 5 possível, o que pretende em Recurso, a fim de possibilitar a correta compreensão da decisão proferida. no mesmo sentido da impossibilidade de conhecimento de matéria que o contribuinte não impugnou especificamente, deixando de demonstrar os pontos de discordância em relação à decisão recorrida, apresentase o acórdão paradigma nº 2101000.861, cuja ementa restou assim redigida: Acórdão nº 2101000.861 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF. Exercício: 2002. IMPUGNAÇÃO NÃO CONHECIDA. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO 70.235/72. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora, devendo a impugnação mencionar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as provas que possuir. Considerar seá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. patente, portanto, a divergência jurisprudencial. Enquanto o Colegiado a quo conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada pelo contribuinte, as Turmas prolatoras dos acórdãos paradigmas entenderam ser inviável conhecer de matéria que não tenha sido objeto de insurgência específica pelo sujeito passivo, com a indicação dos motivos de sua discordância, em face do instituto da preclusão; DA DEMONSTRAÇÃO DE DIVERGÊNCIA EM RELAÇÃO À IMPOSSIBILIDADE DE CANCELAMENTO DA DCOMP APÓS A PROLAÇÃO DO DESPACHO QUE NÃO HOMOLOGA A COMPENSAÇÃO o Colegiado a quo determinou o retorno dos autos à unidade de origem para que essa aprecie o pedido de cancelamento da DCOMP, apresentado pelo sujeito passivo após a prolação do despacho que não homologou a compensação; tal entendimento diverge do posicionamento adotado pela 2ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF, a qual considera ser inviável analisarse pedido de cancelamento da DCOMP apresentado após a prolação do despacho que não homologa a compensação. Confirase, por oportuno, a ementa do acórdão paradigma nº 110200.620: Acórdão nº 110200.620 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL. Anocalendário: 2004. DCOMP. CANCELAMENTO OU RETIFICAÇÃO DO DÉBITO APÓS DECISÃO QUE NEGOU HOMOLOGAÇÃO À COMPENSAÇÃO. O cancelamento ou a retificação do PERDCOMP somente são admitidos enquanto este se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador ou do pedido de cancelamento, e desde que fundados em hipóteses de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento. A manifestação de inconformidade e o recurso voluntário contra a não homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo não constituem Fl. 247DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 7 6 meios adequados para veicular a retificação ou o cancelamento do débito indicado na Declaração de Compensação. no mesmo sentido apontase ainda o acórdão paradigma nº 1102000.690: Acórdão nº 1102000.690 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL. Anocalendário: 2001. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA PARA REEXAME DO PEDIDO. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Diligências não se destinam a suprir eventuais deficiências na prova que incumbe à interessada produzir. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO APÓS DECISÃO QUE NEGOU HOMOLOGAÇÃO A COMPENSAÇÃO. O cancelamento ou a retificação do PERDCOMP somente são admitidos enquanto este se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador ou do pedido de cancelamento, e desde que fundados em hipóteses de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ERRO DE FATO. NÃO COMPROVAÇÃO. A alegação de erro de fato no preenchimento de PERDCOMP deve ser acompanhada dos elementos de prova convincentes de sua ocorrência. patente, portanto, a divergência jurisprudencial. A 2ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF, diferentemente do Colegiado recorrido, entendeu que o cancelamento do PER/DCOMP só é admitido enquanto se encontrar pendente de decisão administrativa, restando vedada sua apreciação após a prolação de despacho que não homologa a compensação; assim, devidamente demonstrada a divergência jurisprudencial, encontrase presente o requisito de admissibilidade do recurso especial; FUNDAMENTOS PARA A REFORMA DO ACÓRDÃO a teor do Decreto n.º 70.235/72, é dever do autuado apresentar todos os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, sendo considerada não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, verbis: [...]; uma vez constatado que o contribuinte nem sequer apresentou os motivos de discordância em relação ao despacho que não homologou a compensação, resta inviável conhecer de sua insurgência; registrese que, no caso concreto, embora a interessada alegue a existência de recolhimento a maior (e limitase exclusivamente a alegar, sem trazer aos autos qualquer prova do alegado), acaba por requerer o cancelamento do PER/DCOMP objeto dos autos, adotando, pois, conduta incompatível com o ânimo de controverter o despacho decisório proferido pela unidade de origem, ou seja, incide em preclusão lógica a sua faculdade recursal; Fl. 248DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 8 7 ademais, cabe lembrar que, nos termos do art. 82 da Instrução Normativa SRF nº 900/2008, o pedido de cancelamento de PER/DCOMP só pode ocorrer enquanto o documento estiver pendente de apreciação administrativa; tendo o pedido de cancelamento sido efetuado apenas após a ciência da decisão da Delegacia da Receita Federal de origem, que não homologou a compensação pleiteada, esse não pode ser originariamente apreciado pelas instâncias julgadoras, seja pela supressão de instância, seja porque a manifestação de inconformidade e o recurso voluntário contra a nãohomologação do encontro de contas não constituem meios adequados para veicular a hipótese de alegado erro; patente, portanto, a necessidade de reforma do acórdão ora recorrido; PEDIDO diante do exposto, a União (Fazenda Nacional) requer seja o presente recurso conhecido e provido, para que seja reformado o acórdão proferido pela Terceira Turma Especial da Primeira Seção do CARF. Quando do exame de admissibilidade do Recurso Especial da PGFN, o Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, por meio do despacho exarado em 22/04/2015, deu seguimento ao recurso, fundamentando sua decisão na seguinte análise sobre as divergências suscitadas: A PGFN interpôs recurso especial em 18.03.2013, alegando divergência jurisprudencial da decisão proferida. 1) Matéria Não Expressamente Impugnada [...] 2) Cancelamento do Per/DComp Após a Prolação do Despacho Decisório [...] Para fins de análise, tem cabimento transcrever excertos das ementas dos acórdãos apresentados como paradigmas: 1) Matéria Não Expressamente Impugnada Acórdão nº 2403001.310, de 16.05.2012: [...] Acórdão nº 2101000.861, de 21.10.2010: [...] Avaliando os acórdãos paradigmas em seu inteiro teor verificase que os mesmos trazem o entendimento de que considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo Sujeito Passivo. Assim, as conclusões sobre a matéria ora recorrida nos acórdãos examinados revelamse discordantes, restando plenamente configurada a divergência jurisprudencial apontada pela PGFN. Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 9 8 2) Cancelamento do Per/DComp Após a Prolação do Despacho Decisório Acórdão nº 1102000.620, de 24.11.2011: [...] Examinando o acórdão paradigma em seu inteiro teor verificase que o mesmo traz o entendimento de que não há possibilidade de cancelamento do Per/DComp após a prolação do Despacho Decisório que não homologa a compensação pleiteada pelo Sujeito Passivo. Observese que o Acórdão nº 1102000.690, de 15.03.2013, não pode ser considerado por ser da mesma Turma julgadora (art. 67 do Anexo II do RICARF). Portanto, as conclusões sobre a matéria ora recorrida nos acórdãos examinados revelamse discordantes, restando plenamente configurada a divergência jurisprudencial apontada pela PGFN. Em 24/11/2015, a contribuinte foi cientificada do despacho que deu seguimento ao recurso especial da PGFN, e em 09/12/2015, ela apresentou tempestivamente suas contrarrazões, com os seguintes argumentos: quanto à alegação de preclusão em face da suposta ausência de impugnação específica do contribuinte em relação à decisão de primeira instância que, nos termos do art. 16, III do Decreto nº 70.235/72, não conheceu a manifestação de inconformidade, fazse necessário destacar que a Recorrida, tanto em sua defesa quanto em seu Recurso Voluntário, demonstrou a necessidade de cancelamento do PER/DCOMP, tendo em vista a inexistência do débito e crédito informados, e ressaltou a imperiosa necessidade de serem os autos convertidos em diligência para que seja comprovado o erro material alegado; inexiste, portanto, interpretação divergente que fundamente o Recurso Especial ora contrarrazoado, pois a Recorrida não apenas fundamentou a sua Manifestação de Inconformidade indicando a ocorrência de erro material, como também apresentou documentos capazes de comprovar os seus argumentos. Tais fatos foram, inclusive, ratificados pelo Voto Vencedor do Acórdão nº 1803001.590, confirase: "Conforme o ilustre conselheiro relator reconheceu em seu voto, existem fundadas razões em se acreditar que o pleito da recorrente tem procedência em afirmar a existência de erro de fato e que se conhecida a manifestação de inconformidade. Com efeito, conforme se observa dos documentos que embasam o pedido inicial, manifestação de inconformidade e recurso voluntário, temse evidência de que houve efetivamente erro de fato no preenchimento da PER/DCOMP pois inexiste saldo de imposto a pagar relativo ao ajuste do período de apuração encerrado em 31/12/2004. Não havendo o débito constante da PER/DCOMP irrelevante qualquer discussão em torno do suposto crédito informado nessa declaração. Desta forma, não se apresenta razoável considerando a robusta prova material existente no processo desconhecer pura e simplesmente a manifestação de inconformidade, sob o pretexto de preclusão do direito em Fl. 250DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 10 9 retificar a PER/DCOMP ignorando totalmente o conjunto probatório apresentado." como se pode depreender da análise do trecho acima destacado, o Voto Vencedor da Terceira Turma Especial da 1ª Seção de Julgamento do CARF, não apenas afastou o suposto descumprimento ao art. 16, III do Decreto nº 70.235/72 e a suposta preclusão, como também expressamente destacou que "conforme se observa dos documentos que embasam o pedido inicial, manifestação de inconformidade e recurso voluntário, temse evidência de que houve efetivamente erro de fato no preenchimento da PER/DCOMP"; a Recorrente, inconformada com o teor o Acórdão recorrido, suscita suposta divergência de entendimento, sem qualquer embasamento, pois no próprio Voto Vencedor é destacado que o contribuinte cumpriu com os requisitos necessários para que os argumentos e documentos da manifestação de inconformidade sejam apreciados, o que leva à conclusão de que, em relação à suposta preclusão, é totalmente incabível o Recurso Especial; no que se refere à suposta divergência em relação à impossibilidade de cancelamento do PER/DCOMP após a prolação do despacho que não homologa a compensação, é importante ressaltar que a Recorrida em nenhum momento contesta os termos do art. 82 da Instrução Normativa SRF nº 900/2008, atual art. 93 da Instrução Normativa RFB 1300/2012; ocorre que a situação discutida nos presentes autos transcende o formalismo contido na Instrução Normativa, uma vez que o contribuinte, ao apresentar a sua Manifestação de Inconformidade, confessa o equívoco na elaboração do PER/DCOMP, e comprova que não há qualquer débito ou crédito para compensação; como bem destacado no Acórdão recorrido "não havendo o débito constante da PER/DCOMP irrelevante qualquer discussão em torno do suposto crédito informado nessa declaração." Aceitar o contrário é se prender a formalidades processuais ao invés de buscar a verdade material, suprimindo o próprio princípio da capacidade contributiva; manter o PER/DCOMP e, consequentemente, o entendimento do Despacho Decisório que não homologou a compensação e, ainda, determinou, o pagamento de suposto saldo remanescente, é desconsiderar todo o pagamento e apuração efetuada pelo contribuinte, de modo a exigir tributo nitidamente indevido e fruto de manifesto erro material; inclusive, sobre o tema, esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já afirmou que não se pode admitir, de forma alguma, a cobrança de tributo indevido, ainda que decorrente de erro do contribuinte, in verbis: [...]; o acolhimento do pleito da União Federal, qual seja, a reforma do acórdão que determinou que a remessa dos autos à unidade julgadora de origem para análise do mérito, traz nitidamente uma violação à verdade material, vez que se aceito, não haverá análise da documentação fiscal do contribuinte, impondo a cobrança de valor que é manifestamente indevido; ou seja, a União Federal ao aduzir a impossibilidade de cancelamento do PERD/DCOMP após despacho que não homologa a compensação, deixa, por uma excessiva formalidade processual, de considerar dois princípios essenciais, quais sejam, princípio da verdade material e princípio da capacidade contributiva; Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 11 10 no que se refere à verdade material, o acórdão recorrido destaca não ser razoável "considerando a robusta prova material existente no processo desconhecer pura e simplesmente a manifestação de inconformidade, sob o pretexto de preclusão do direito em retificar a PER/DCOMP ignorando totalmente o conjunto probatório apresentado"; nesse sentido, esse Colendo Conselho Administrativo possui entendimento de que a verdade material deve prevalecer sobre a formalidade processual, de maneira que a decisão seja a mais justa possível. Confirase: [...]; logo, não cabe a alegação da União Federal de que o acórdão recorrido divergiu de outros julgados do CARF. Isto porque, é possível verificar que as Turmas têm acolhido os apelos dos contribuintes, no sentido de respeitar o principio da verdade material e possibilitar a produção da prova material para a conclusão final da demanda; cabe ressaltar, ainda, que a autoridade fiscal tem o dever de apurar detidamente a veracidade de todas as informações e decidir estritamente de acordo com tal apuração, tanto para favorecer o Fisco como o próprio contribuinte, podendo de antemão fazer as necessárias retificações de ofício, ao invés de invocar dados equivocados ou recorrer a formalidades processuais para justificar a cobrança de valores notoriamente indevidos, na exata linha do que já decidiu esse Colendo Conselho, senão vejase: [...]; nesse mesmo sentido se posiciona a doutrina: [...]; por todo o exposto, evidenciase que restam equivocados os argumentos aduzidos pela Recorrente em seu Recurso Especial, devendo ser mantido o entendimento esposado no Voto Vencedor do Acórdão nº 1803001.590, segundo o qual se defende a necessidade de remessa dos autos à origem para análise do mérito do pedido; com base nas considerações aqui expostas, a ora Recorrida, requer e espera seja negado provimento ao Recurso Especial interposto pela União Federal, devendo ser mantido o Acórdão nº 1803001.590, de modo que os autos sejam remetidos à origem para análise do mérito do pedido. É o relatório. Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 12 11 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. O presente processo traz controvérsia sobre declaração de compensação em que a contribuinte utilizou um alegado direito creditório no valor de R$ 485.517,10 resultante de pagamento indevido ou a maior originário de DARF no código 2362 (IRPJ/Estimativa), referente ao período de apuração de 31/01/2004, com arrecadação em 27/02/2004, no valor originário de R$ 827.551,37. A Delegacia de origem não homologou a compensação porque constatou que o pagamento gerador do direito creditório havia sido integralmente utilizado para a quitação de débitos da contribuinte. Desde a manifestação de inconformidade, a contribuinte vem requerendo o cancelamento do PER/DCOMP, com a alegação de que apurou equivocadamente o valor do tributo a pagar e, do mesmo modo, informou valor de crédito inferior ao efetivamente calculado por ocasião do ajuste da DIPJ e apuração do lucro real, e que não há, portanto, crédito nem débito para compensar (neste processo). A decisão de primeira instância administrativa não conheceu da manifestação de inconformidade, pelas seguintes razões: [...] No caso concreto, constatase que a interessada, embora alegue a existência de recolhimento a maior (e limitase exclusivamente a alegar, sem trazer aos autos qualquer prova do quanto alega), acaba por requerer o cancelamento do PER/DCOMP objeto dos autos, adotando, pois, conduta incompatível com o ânimo de controverter o despacho decisório proferido pela unidade de origem, ou seja, incide em preclusão lógica a sua faculdade recursal. Esclareçase, neste ponto, que nos termos do art. 82 da Instrução Normativa SRF n° 900, de 2008, o pedido de cancelamento de PER/DCOMP somente poderá ocorrer enquanto o documento estiver pendente de apreciação administrativa, encontrandose tal análise, inclusive, no âmbito de competência da unidade local de jurisdição do sujeito passivo. Por último, no que diz respeito à cobrança decorrente da não homologação do PER/DCOMP objeto dos autos (nos termos do despacho decisório de fl. 06, tornado definitivo), cumpre assinalar que compete à unidade de origem verificar em concreto a existência do erro de fato argüido pela contribuinte, bem como, em sendo o caso e em assim indicando o seu convencimento, adotar as providências necessárias ao tratamento manual que o caso vier a requer. Isto posto, voto no sentido de NÃO CONHECER da manifestação de inconformidade. Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 13 12 A decisão de segunda instância administrativa (acórdão ora recorrido), por sua vez, entendeu que não era razoável desconhecer pura e simplesmente a manifestação de inconformidade, sob o pretexto de preclusão do direito em retificar o PER/DCOMP, ignorando totalmente o conjunto probatório apresentado; e que, em homenagem ao princípio da verdade material e da adequada valoração das provas, deveria determinar o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que fosse analisado o mérito do pedido. Com seu recurso especial, a PGFN tenta restabelecer o que foi decidido na primeira instância administrativa. É preciso inicialmente fazer algumas considerações sobre a admissibilidade do recurso. Quanto à primeira divergência, que trata da preclusão, observo que a PGFN ataca aquela situação em que o órgão julgador de segunda instância aprecia matéria que não tinha sido argüida na fase processual anterior (matéria que não foi objeto de impugnação). Após transcrever as ementas dos paradigmas, a PGFN afirma: Patente, portanto, a divergência jurisprudencial. Enquanto o Colegiado a quo conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada pelo contribuinte, as Turmas prolatoras dos acórdãos paradigmas entenderam ser inviável conhecer de matéria que não tenha sido objeto de insurgência específica pelo sujeito passivo, com a indicação dos motivos de sua discordância, em face do instituto da preclusão. Ocorre que não é esse o contexto dos presentes autos. Tem razão a contribuinte quando, em sede de contrarrazões, alega que tratou da necessidade de cancelamento do PER/DCOMP tanto em sua primeira defesa quanto no recurso voluntário; que inexiste interpretação divergente relativa à suposta preclusão; e que o recurso especial é totalmente incabível para essa matéria. Realmente, não guarda correlação com os presentes autos a alegação da PGFN de que o acórdão recorrido conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada, de matéria que só foi trazida na segunda instância administrativa. Não bastasse isso, essa alegação da PGFN não guarda correlação nem mesmo com os próprios paradigmas que ela apresentou para a caracterização da primeira divergência. No caso, o primeiro paradigma (Acórdão nº 2403001.310) tratou de Auto de Infração para exigência de contribuições devidas à Seguridade Social, parcela patronal, decorrente de glosas de compensações indevidamente levadas a efeito pela contribuinte. Examinando as peças de defesa, esse paradigma concluiu que o fundamento do lançamento controlado naqueles autos não foi expressamente impugnado. Ao fazer menção à existência de "matéria não expressamente impugnada", o que aquela decisão contempla é que "a recorrente (contribuinte autuada) afirma sem efetivamente demonstrar que efetuou recolhimentos sobre horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade e de periculosidade", rubricas que teriam gerado os supostos indébitos compensados. Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 14 13 A referida decisão afirma que a contribuinte, "confessando que se utilizou das verbas acima para compensar, colacionou resumido demonstrativo sem exibir cópias dos recolhimentos que sustentaram a produção da planilha"; que o recurso voluntário da contribuinte dispõe essencialmente sobre questões de direito, e não sobre as questões fáticas levantadas pela Fiscalização; que a contribuinte não apresentou nenhum material fático, por exemplo, cópias de folhas de pagamentos e outros documentos com destaques para os valores das rubricas indevidamente recolhidos (que justificassem as alegadas compensações); e que o comando do inciso III do artigo 16 do Decreto 70.235/72 exige que a impugnação faça constar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta. Nesse passo, conclui o referido paradigma em relação ao tema abordado na primeira divergência: Isto exibido, demonstra que o recurso apresentado não contesta expressamente os termos do Auto de Infração lavrado, limitandose a requerer a compensação do seu valor com os créditos oriundos de decisões judiciais onde na ampla maioria – não figuras como autor e que sequer encontramse pacificadas. Aduz que a Recorrente, também, não impugnou expressamente as razões que motivaram o Relator “ad quod” na condução de seu voto quando no decisium não deu provimento às alegações procedidas em sede de impugnação, que ressaltese, também não combatia expressamente o lançamento promovendo tãosomente caudalosa peça com exortações de direito e não fáticas. Convicto de que o Auto de Infração em comento não se insere dentro das exceções previstas nos incisos I, II e III do artigo 286 do Código de Processo Civil – CPC , subsidiariamente busco amparo no sobredito artigo que impõe ao autor que individue e descreva, quantitativamente e qualitativamente, na forma mais concreta possível, o que pretende em Recurso, a fim de possibilitar a correta compreensão da decisão proferida. Neste diapasão, com redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009, cumpre sucumbir ao comando do artigo 17 do Decreto 70.235/72 para observar que “ Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.” Vêse que toda a questão trazida pelo paradigma diz respeito à situação de a contribuinte alegar genericamente questões jurídicas, sem trazer documentos que pudessem confrontar os fatos apontados pela Fiscalização (de que ela realizou compensações indevidas), sem comprovar os alegados direitos creditórios que utilizou nas compensações. Enfim, no caso paradigma, a contribuinte tentou, sem êxito, contestar os fundamentos do lançamento. Mas quando o paradigma fala em "MATÉRIA NÃO EXPRESSAMENTE IMPUGNADA", isso está totalmente inserido no contexto da produção de prova, e nada tem a ver com aquela alegação de que o acórdão recorrido conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada, de matéria que só foi trazida na segunda instância administrativa. O mesmo pode ser dito em relação ao segundo paradigma (Acórdão nº 2101 000.861), porque sua ementa deixa claro que a invocação dos artigos 16 e 17 do Decreto nº Fl. 255DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 15 14 70.235/1972 também está relacionada a aspectos da produção de prova, frisandose o entendimento de que a impugnação deve mencionar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as provas que possuir. Mas o problema não se resume a esse desencontro entre a alegação da PGFN e a os paradigmas que ela apresenta. O maior problema é que nem a alegação da PGFN e nem os paradigmas guardam relação com a situação examinada no acórdão recorrido. Realmente, a situação examinada pelo acórdão recorrido é outra, é de um terceiro tipo. Nos presentes autos, a controvérsia se deu em torno da preclusão lógica, pelo fato de a contribuinte estar pedindo cancelamento de um PER/DCOMP que já tinha sido indeferido pela Delegacia de origem. O caso aqui não tem nada a ver com a alegação da PGFN de que o acórdão recorrido conheceu de matéria que não foi expressamente impugnada, de matéria que só foi trazida na segunda instância administrativa; e também não tem nada a ver com a falta de apresentação de provas que pudessem dar substância à contestação do ato administrativo (no caso, do despacho decisório que negou a homologação do PER/DCOMP). Aqui, diferentemente dos quadros que a PGFN traça para caracterizar a divergência jurisprudencial, a contribuinte nem mesmo confronta a parte dispositiva da decisão administrativa, ou seja, ela não busca reverter essa decisão, para que sua compensação seja homologada. A controvérsia que se deu nos presentes autos abrange a preclusão lógica, e não a preclusão temporal que a PGFN aborda em seu recurso (argüição de matéria fora do momento oportuno). Também não abrange questões de ordem probatória como as tratadas nos paradigmas. A decisão de primeira instância, ao fazer menção aos artigos 16 e 17 do Decreto nº 70.235/1972, deixou bem claro que estava tratando da preclusão lógica. Isso, aliás, está expresso na referida decisão, conforme transcrição acima. Seu entendimento foi no sentido de que a contribuinte, ao requerer o cancelamento do PER/DCOMP (pleito que foi apresentado na primeira instância e simplesmente repetido na fase processual seguinte), adotava uma conduta incompatível com o ânimo de controverter o despacho decisório proferido pela unidade de origem (porque esse despacho decisório já havia negado/cancelado o encontro de contas). E essa mesma preclusão é que foi afastada pelo acórdão recorrido. Portanto, o debate sobre a preclusão nos presentes autos não pode nem mesmo ser confrontado com a argumentação e os paradigmas apresentados pela PGFN para a primeira divergência, de modo que o recurso não deve ser conhecido nessa parte. Fl. 256DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 16 15 A segunda divergência, por sua vez, está caracterizada. Enquanto o acórdão recorrido admite que no contexto da apreciação de manifestação de inconformidade ou de recurso voluntário, há a possibilidade de atendimento de pedido para cancelamento de PER/ DCOMP já indeferido pela Delegacia de origem, os paradigmas negam essa possibilidade. De acordo com os paradigmas, o cancelamento ou a retificação de PER/DCOMP somente são admitidos enquanto este se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador ou do pedido de cancelamento. E ainda de acordo com o primeiro paradigma (Acórdão nº 110200.620), a manifestação de inconformidade e o recurso voluntário contra a nãohomologação da compensação declarada pelo sujeito passivo não constituem meios adequados para veicular a retificação ou o cancelamento do débito indicado na Declaração de Compensação. Cabe apenas fazer o registro de que o despacho de exame de admissibilidade do recurso incorreu em equívoco quando, destacando o art. 67 do Anexo II do RICARF, afirmou que o segundo paradigma, o Acórdão nº 1102000.690, não poderia ser considerado "por ser da mesma Turma julgadora". O que o referido dispositivo veda é a utilização de paradigmas que tenham sido exarados pela mesma turma julgadora que proferiu o acórdão recorrido. Mas não há nenhum óbice no simples fato de os dois paradigmas terem sido exarados por uma mesma turma. No caso, os dois paradigmas foram exarados pela 2ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF, enquanto que o recorrido foi exarado pela 3ª Turma Especial da 1ª Seção do CARF. Não cabe aqui reverter o despacho que negou o reconhecimento da segunda divergência com base no segundo paradigma para ela apresentado. O colegiado não tem essa competência regimental. De qualquer modo, o primeiro paradigma serviu (e continua servindo) perfeitamente para a caracterização da segunda divergência, e em razão disso o recurso especial deve ser conhecido nessa parte. Quanto ao mérito, cabe primeiramente assinalar que a preclusão lógica não foi a única razão pela qual a decisão de primeira instância defendeu o não conhecimento da manifestação de inconformidade da contribuinte. Além da preclusão lógica, essa decisão também registrou que a análise de pedido de cancelamento de PER/DCOMP está no âmbito de competência da unidade local de jurisdição do sujeito passivo. Ainda de acordo com essa decisão, no que diz respeito à cobrança do débito decorrente da não homologação do PER/DCOMP, compete à unidade de origem verificar em concreto a existência do erro de fato argüido pela contribuinte, bem como, em sendo o caso e em assim indicando o seu convencimento, adotar as providências necessárias ao tratamento manual que o caso vier a requerer. Portanto, o não conhecimento da manifestação de inconformidade também foi vinculado a questões sobre a competência legal para verificar a existência de erro nas apurações feitas pela contribuinte, visando o cancelamento do débito que ela informou na Declaração de Compensação. Fl. 257DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 17 16 Contudo, invocando o princípio da verdade material e da adequada valoração das provas, o acórdão recorrido entendeu que, no âmbito da competência jurisdicional do CARF, poderia/deveria ser determinado o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que fosse analisado o mérito do pedido. Penso que andou melhor a decisão de primeira instância administrativa. Não se trata de defender a cobrança de tributo indevido, fruto de erro material da contribuinte, com violação do princípio da verdade material, etc., como critica a contribuinte em suas contrarrazões. A questão sobre a competência legal surge porque o foco do processo de compensação é o encontro de contas. E se já houve negativa (indeferimento, não aceitação, cancelamento) desse encontro de contas (sem que haja uma controvérsia quanto a essa parte dispositiva da decisão administrativa), não cabe dar continuidade ao processo para que se modifique apenas o fundamento da decisão denegatória (em vez de ser cancelada pela inexistência do crédito, a compensação passaria a ser cancelada pela inexistência do débito). Não quero aqui retomar o debate sobre preclusão. Mas é necessário esclarecer que a contribuinte pretendeu seguir com o processo não para defender a regularidade da compensação, visando sua homologação, e sim para conseguir o cancelamento do débito que ela mesma apurou e informou ao Fisco, e isso está além dos limites do rito processual previsto no Decreto nº 70.235/1972. Com efeito, o referido decreto prevê o processamento de litígios referentes a créditos tributários constituídos mediante lavratura de auto de infração ou notificação de lançamento. Tratase daqueles créditos tributários constituídos de ofício pelas autoridades fiscais. Não desconheço que a Lei 9.430/1996, em seu art. 74, §11, prevê a aplicação do rito processual do Decreto nº 70.235/1972 aos processos de compensação tributária, mas isso se aplica àqueles casos em que a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação (art. 74, §9º, da mesma lei), pretendendo revertêla, o que, conforme já mencionado, não ocorreu aqui. O Decreto nº 70.235/1972 não se aplica para cancelar débitos informados em PER/DCOMP (em razão de erro cometido pelo contribuinte em suas apurações), assim como não se aplica para cancelar débitos informados em DCTF. Novamente, isso não significa defender a cobrança de tributo indevido, fruto de erro material da contribuinte, com violação do princípio da verdade material, etc. As Delegacias da Receita Federal tem plena competência para sanar esse tipo de problema. O que não se pode é alargar a competência dos órgãos julgadores, submetidos ao rito processual previsto no Decreto nº 70.235/1972, para que passem a apreciar situações que não lhes devem ser submetidas. E a determinação feita pelo acórdão recorrido para a Delegacia de origem incorreu exatamente nesse problema. É o caso de indagar: se a contribuinte não ficar satisfeita com o posicionamento da DRF em relação ao cancelamento do débito confessado, ela vai Fl. 258DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 18 17 poder voltar ao CARF para questionar isso, uma vez que foi o CARF que determinou esse exame? A meu ver, o voto vencido constante do acórdão recorrido, lavrado pelo Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes (relator do processo na segunda instância administrativa), foi correto e preciso em seus apontamentos: Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Conforme foi salientado no Relatório deste Acórdão, limitase a interessada a alegar a inexistência do crédito e do débito informados no Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) apresentado. Assim, embora intitulada a petição de fls. 11 a 16, indevidamente, de “manifestação de inconformidade”, tratase, ela, na realidade, de um “pedido de cancelamento de declaração de compensação”, matéria alheia à competência da Delegacia de Julgamento jurisdicionante. Nesse sentido, pronunciouse a CoordenaçãoGeral de Tributação (Cosit), no Parecer nº 53, de 29 de junho de 2011, ao analisar o rito processual do pedido de retificação ou cancelamento de DComp: 15. Os §§ 9º e 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, são cristalinos no sentido de que o sujeito passivo pode apresentar manifestação de inconformidade contra decisão da autoridade administrativa que não tenha homologado compensação efetuada, e que esta contestação deve seguir o rito processual do Decreto nº 70.235, de 1972. [...]. 16. Convém, porém, salientar que a petição apresentada pelo sujeito passivo deve possuir um aspecto de contestação, de inconformismo, de insatisfação contra as razões que conduziram a autoridade administrativa a decidir de determinada forma. Daí o termo “manifestação de inconformidade”. Não basta o contribuinte manifestarse, mediante petição qualquer. É necessário haver uma expressa discordância da decisão prolatada, ou seja, deve estar presente um litígio, um enfrentamento. 17. O fato de, no despacho decisório, constar a informação de que o contribuinte pode apresentar manifestação de inconformidade contra a decisão, não autoriza concluir que qualquer petição, apresentada no prazo estabelecido de trinta dias, deva ser recebida como peça de contestação. Tal medida visa simplesmente a alertar o sujeito passivo de um direito que lhe é garantido por lei, o qual pode ser ou não exercido. Dessa forma, e inexistindo qualquer litígio a ser dirimido por aquela DRJ no presente processo, correta a decisão daquele Colegiado, de não conhecer da “manifestação de inconformidade” apresentada. Menciono, a respeito, o seguinte precedente administrativo: Acórdão nº 110200.620 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 24 de novembro de 2011 Fl. 259DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 19 18 DCOMP. CANCELAMENTO OU RETIFICAÇÃO DO DÉBITO APÓS DECISÃO QUE NEGOU HOMOLOGAÇÃO À COMPENSAÇÃO. O cancelamento ou a retificação do PERDCOMP somente são admitidos enquanto este se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador ou do pedido de cancelamento, e desde que fundados em hipóteses de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento. A manifestação de inconformidade e o recurso voluntário contra a não homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo não constituem meios adequados para veicular a retificação ou o cancelamento do débito indicado na Declaração de Compensação. Não obstante, recomendase à DRF de origem proceder à revisão de ofício da exigência objeto do despacho decisório de fls. 6, em face de se tratar ao que tudo indica de compensação de estimativa com ajuste do mesmo anocalendário (fls. 3 e 4), cuja compensação já é feita na Ficha 12A da Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). Diante de todo o exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso especial em relação à primeira divergência (preclusão), e de dar provimento ao recurso especial em relação à segunda divergência, para fins de restabelecer a decisão de primeira instância, firmando o entendimento de que não cabe conhecer de recurso administrativo que busque a retificação/cancelamento de DCOMP pelos órgãos julgadores após despacho da Delegacia de origem que não homologa a compensação. Em síntese, voto por NÃO CONHECER do Recurso Especial (i) quanto à preclusão e por CONHECER do Recurso Especial (ii) quanto à retificação e ao cancelamento de PER/DCOMP e, no mérito, em DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 260DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 20 19 Declaração de Voto Conselheira Cristiane Silva Costa Com a devida vênia ao entendimento do Ilustre Relator, entendo por negar provimento ao recurso especial da Procuradoria na matéria admitida por este Colegiado. Com efeito, esta Turma da CSRF já manifestou entendimento pela possibilidade de análise do débito em processo de compensação (acórdão 9101003.494): Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ANÁLISE DO DÉBITO DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. ESTIMATIVA MENSAL ANTECIPAÇÃO DO IRPJ E DA CSLL. SÚMULA CARF 82. O ato de homologação de uma declaração de compensação abrange a análise do débito confessado pelo contribuinte, inclusive de fatos supervenientes que modifiquem a sua existência. A extinção do IRPJ devido ao final do exercício impede a exigência da estimativa mensal. Aplicação da Súmula CARF 82: "Após o encerramento do anocalendário, é incabível lançamento de ofício de IRPJ ou CSLL para exigir estimativas não recolhidas." A Relatora do acórdão nº 9101003.494, conselheira e atual Presidente do CARF Adriana Gomes Rêgo , negou provimento ao recurso, em citado julgamento mas manifestou entendimento no sentido da possibilidade de apreciação do débito compensado, nos termos da Lei nº 9.430/1996: Ora, a atividade de homologação de uma declaração de compensação exige a análise tanto do crédito (pagamento indevido ou a maior), quanto do débito (obrigação tributária), nos termos do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (...) É que essa Lei exige, expressamente, certas características do débito a ser compensado: que seja próprio do declarante (caput), que seja administrado pela RFB (caput), que não seja devido em razão de importação (§3º, II); que não esteja inscrito em Dívida Ativa da União (§3º, III); que não esteja incluído em programa de parcelamento (§3º, IV) e que não tenha sido objeto de outra compensação não homologada (§3º, V). Com isso, a atividade de homologação de uma declaração de compensação deve incluir a apreciação do débito, pelo menos nos aspectos acima apontados, em razão de comando legal. Fl. 261DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 21 20 Aliás, a verificação do débito é ainda mais ampla, em razão da necessidade de se concretizar o princípio da verdade material frente às alegações do contribuinte quando argumenta, por exemplo: que o débito não existe, que o débito foi declarado em duplicidade, que o débito foi declarado a maior, que o débito já foi extinto etc.. (...) A despeito de reconhecer a possibilidade de análise do débito, a D. Relatora à ocasião entendeu que o caso não deveria ser acolhido pois “o resultado dessa atividade não comporta o cancelamento de uma obrigação tributária devida, ainda que tenha se tornado inexigível em razão de fato superveniente” (trecho extraído do referido acórdão). Diante disso, restei vencedora no acórdão nº 9101003.494, elaborando voto vencedor, no qual consignei a possibilidade de análise de fato superveniente: A despeito de concordar com a possibilidade de apreciação do débito confessado, divirjo quanto à possibilidade de apreciação de fatos supervenientes que modifiquem o débito originalmente declarado. (...) O caso dos autos trata de débitos (do contribuinte) de estimativa mensal de IRPJ e CSLL, declarados em PER/DCOMP, para fins de compensação com créditos então identificados pelo contribuinte. Alega o contribuinte que os débitos (de estimativa mensal) teriam sido extinto pelo pagamento (REFIS IV) do IRPJ devido ao final do anocalendário. O contribuinte tem razão em seu pedido, tanto por reconhecimento do pagamento do tributo ao final do anocalendário inclusive no Programa REFIS IV , que é forma de extinção do crédito tributário (IRPJ e CSLL devidos ao final do período e, por consequência, os débitos de estimativas mensais indicados pelo contribuinte em suas PER/DCOMPs), nos termos do artigo 156, do Código Tributário Nacional; como pela natureza antecipatória da estimativa mensal, como tratado anteriormente. Reitero meu entendimento, manifestado à ocasião, pela possibilidade de análise do débito declarado em compensação, como também de fatos supervenientes, conforme acórdão acima reproduzido. Nesse sentido, irretocável o acórdão recorrido (acórdão 1803001.590), ao analisar a existência do débito, diante da “robusta prova documental” nos autos. Trancrevese trecho do voto vencedor, do Conselheiro Walter Adolfo Maresch: Com efeito, conforme se observa dos documentos que embasam o pedido inicial, manifestação de inconformidade e recurso voluntário, temse evidência de que houve efetivamente erro de fato no preenchimento da PER/DCOMP pois inexiste saldo de imposto a pagar relativo ao ajuste do período de apuração encerrado em 31/12/2004. Não havendo o débito constante da PER/DCOMP irrelevante qualquer discussão em torno do suposto crédito informado nessa declaração. Fl. 262DF CARF MF Processo nº 10283.900145/200983 Acórdão n.º 9101004.076 CSRFT1 Fl. 22 21 Desta forma, não se apresenta razoável considerando a robusta prova material existente no processo desconhecer pura e simplesmente a manifestação de inconformidade, sob o pretexto de preclusão do direito em retificar a PER/DCOMP ignorando totalmente o conjunto probatório apresentado. Destarte, em nome do princípio da verdade material e da adequada valoração das provas, deve ser conhecida a manifestação de inconformidade para que a unidade de origem aprecie e analise a existência do erro de fato, acolhendo a retificação da PER/DCOMP confirmandose os elementos apresentados pela recorrente. Assim, nego provimento ao recurso especial da Procuradoria. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Fl. 263DF CARF MF
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