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Numero do processo: 13830.901063/2013-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2007
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA TRIBUTÁRIA. INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO.INTELIGÊNCIA SÚMULA CARF N.2.
É vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico.
ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso.
Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72.
Numero da decisão: 1302-002.217
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2007 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA TRIBUTÁRIA. INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO.INTELIGÊNCIA SÚMULA CARF N.2. É vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso. Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72.
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INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO.INTELIGÊNCIA SÚMULA CARF N.2. É vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso. Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 90 10 63 /2 01 3- 87 Fl. 74DF CARF MF Processo nº 13830.901063/201387 Acórdão n.º 1302002.217 S1C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratam os autos de análise eletrônica de Pedido de Restituição, por intermédio do qual o contribuinte pretende a restituição de suposto crédito de pagamento indevido ou a maior de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Como resultado da análise foi proferido despacho decisório que decidiu pelo indeferimento do pedido de restituição, haja vista que o montante recolhido pelo Darf apontado como origem do crédito foi integralmente utilizado para liquidar débito confessado em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Cientificado da decisão o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade onde argumenta, em síntese, que os créditos de PIS e Cofins nãocumulativos não devem afetar a determinação do lucro real, nem a base de cálculo da CSLL. A exigência de IRPJ e CSLL sobre tais créditos desrespeita o princípio constitucional da neutralidade tributária. A DRJ ao apreciar a matéria assim decidiu, litteris: ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA TRIBUTÁRIA. INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO. É o administrador um mero executor de leis não lhe cabendo questionar a legalidade ou constitucionalidade do comando legal. A análise de teses contra a legalidade ou a constitucionalidade de normas é privativa do Poder Judiciário, conforme competência conferida constitucionalmente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformado com o decisium, o recorrente interpôs Recurso Voluntário, alegando, em síntese, os mesmos argumentos da impugnação, acrescentando que a Administração não pode eximirse da competência sobre o controle de constitucionalidade das leis, decretos e portarias, bem como o fato de não ser razoável que a Administração Pública desconsidere as informações prestadas pelo Contribuinte na DCOMP, as quais apresentam presunção de legitimidade. É o relatório. Voto Fl. 75DF CARF MF Processo nº 13830.901063/201387 Acórdão n.º 1302002.217 S1C3T2 Fl. 4 3 Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302002.134, de 18.05.2017, proferido no julgamento do processo nº 13830.900610/201226, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302002.134): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme depreendese da leitura do Relatório acima, o Recorrente sustenta seus argumentos com base em supostas inconstitucionalidades perpetradas pela autoridade fiscal e ratificadas pela decisão recorrida. Contudo, é vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. As autoridades administrativas, enquanto responsáveis pela execução das determinações legais, devem sempre partir do pressuposto de que o legislador tenha editado leis compatíveis com a Constituição Federal e Código Tributário Nacional. Assim, não há que se cogitar de desobediência aos dispositivos legais elencados, no âmbito da Administração Tributária, quando esta, no exercício da sua atividade de fiscalização, logre efetuar o lançamento de crédito tributário, lastreado em fatos e atos atribuídos ao sujeito passivo, que ensejam a exigência de tributos e dos acréscimos legais pertinentes, desde que referido lançamento seja devidamente fundamentado em regular procedimento de ofício e de acordo com os dispositivos legais que regem a espécie. O tema é pacificado no âmbito deste Conselho Administrativo, nos termos da Súmula 02: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de Lei Tributária”. Afasto, portanto, o presente argumento, por não ser o CARF competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Noutra banda, verificase que o recorrente sem acostar documentos comprobatórios aos presentes autos, em seu recurso voluntário, faz referências genéricas aos fatos que motivaram a presente autuação, bem como em relação a decisão proferida em Fl. 76DF CARF MF Processo nº 13830.901063/201387 Acórdão n.º 1302002.217 S1C3T2 Fl. 5 4 primeira instância, sem com isto trazer objetivamente os fundamentos e provas com base nas quais pede para que seja homologado o seu pedido de compensação. Para esse Relator fica claro que o Recorrente se insurge contra decisão proferida pela DRJ de forma genérica, fazendo mera referência parte das razões apresentadas em sede da impugnação e a necessidade de observação das provas já juntadas aos autos, não merecendo prosperar e, por conseguinte, não surte o efeito pretendido em alterar a decisão do julgador a quo. Nesse sentido já decidiu esta Corte Administrativa, conforme se extrai do decidido nos autos do processo nº 10935.720364/2013 45 que teve como relator Amílcar Barca Teixeira Júnior, como segue: "(...) 1. O contribuinte, em seu recurso, no concernente à obrigação principal, limitas se a prestar informações genéricas e não ataca o mérito, situação que não o favorece, enquadrando se, assim, na disciplina do art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972 (Acórdão nº 2803003.497. Rel. Amílcar Barca Teixeira Júnior. Sessão de 12/08/2014)." Diante do exposto, NEGO provimento ao Recurso Voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.002716/2007-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIDA.
A matéria, que não foi expressamente contestada na impugnação, deve ser considerada como preclusa, quando apresentada em fase recursal, em obediência ao artigo 17, do Decreto nº 70.235, de 1972.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA.
A decadência vem fulminar o direito subjetivo, quando se discorre sobre a análise de pedido de restituição, o direito subjetivo é do contribuinte e não do fisco.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
CONCEITO DE INSUMO. NÃO-CUMULATIVIDADE.
O conceito de insumo é polissêmico, há que se observar o processo produtivo da contribuinte e verificar-se se o insumo enquadra-se nos custos de aquisição e produção - fatores de produção.
CRÉDITO. FRETES. PRODUTO ACABADO. ESTABELECIMENTOS DA PESSOA JURÍDICA.
O serviço de frete no transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, por falta de previsão legal, e por não poder ser enquadrado como insumo, não gera direito ao crédito.
Numero da decisão: 3302-004.337
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Por unanimidade de votos, o colegiado conheceu parcialmente o recurso voluntário, e na parte conhecida, por unanimidade, rejeitou a prejudicial de decadência e, no mérito, por maioria, negou-lhe provimento, vencida a Conselheira Lenisa Rodrigues Prado.
(assinatura digital)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente
(assinatura digital)
Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo.
Nome do relator: SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIDA. A matéria, que não foi expressamente contestada na impugnação, deve ser considerada como preclusa, quando apresentada em fase recursal, em obediência ao artigo 17, do Decreto nº 70.235, de 1972. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. A decadência vem fulminar o direito subjetivo, quando se discorre sobre a análise de pedido de restituição, o direito subjetivo é do contribuinte e não do fisco. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 CONCEITO DE INSUMO. NÃO-CUMULATIVIDADE. O conceito de insumo é polissêmico, há que se observar o processo produtivo da contribuinte e verificar-se se o insumo enquadra-se nos custos de aquisição e produção - fatores de produção. CRÉDITO. FRETES. PRODUTO ACABADO. ESTABELECIMENTOS DA PESSOA JURÍDICA. O serviço de frete no transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, por falta de previsão legal, e por não poder ser enquadrado como insumo, não gera direito ao crédito.
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PRECLUSÃO. NÃO CONHECIDA. A matéria, que não foi expressamente contestada na impugnação, deve ser considerada como preclusa, quando apresentada em fase recursal, em obediência ao artigo 17, do Decreto nº 70.235, de 1972. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. A decadência vem fulminar o direito subjetivo, quando se discorre sobre a análise de pedido de restituição, o direito subjetivo é do contribuinte e não do fisco. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 CONCEITO DE INSUMO. NÃOCUMULATIVIDADE. O conceito de insumo é polissêmico, há que se observar o processo produtivo da contribuinte e verificarse se o insumo enquadrase nos custos de aquisição e produção fatores de produção. CRÉDITO. FRETES. PRODUTO ACABADO. ESTABELECIMENTOS DA PESSOA JURÍDICA. O serviço de frete no transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, por falta de previsão legal, e por não poder ser enquadrado como insumo, não gera direito ao crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 27 16 /2 00 7- 29 Fl. 828DF CARF MF 2 Por unanimidade de votos, o colegiado conheceu parcialmente o recurso voluntário, e na parte conhecida, por unanimidade, rejeitou a prejudicial de decadência e, no mérito, por maioria, negoulhe provimento, vencida a Conselheira Lenisa Rodrigues Prado. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo. Relatório Por bem transcrever os fatos e ser sintético, adotase o relatório da DRJ/Porto Alegre, fls. 7761 e seguintes: Tratase de pedido de ressarcimento de crédito de Contribuição para o PIS/Pasep, no valor de R$ 99.395,07, apurado sob a modalidade não cumulativa, decorrente de vendas no mercado interno, referente ao 4o trimestre de 2004. O contribuinte apresentou declaração de compensação vinculadas ao PER Pedido Eletrônico de Restituição em 14/09/2007. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba – SP, por meio do Despacho Decisório de fls. 742/745, reconheceu em parte o direito creditório, no montante de R$ 73.339,18, homologando as compensações efetuadas até esse limite, haja vista principalmente, a glosa de fretes entre estabelecimentos da Empresa, os quais não poderiam ser objeto de creditamento nos termos da legislação vigente. Conforme consta no TVF, foi apurado que parte dos fretes sobre os quais a empresa tomou créditos não se referem a operações de venda, e sim, por questões logísticas, tão somente a operações de distribuição. Cientificada do despacho decisório em 13/09/2012, a Empresa apresentou tempestivamente Manifestação de Inconformidade (fls. 754/766), alegando que tendo se passado prazo superior a cinco entre a data da transmissão do PER e a ciência do Despacho Decisório, resta inequívoca a ocorrência de decadência ante o decurso do prazo legal estipulado pela legislação, até mesmo porque, nos termos do art. 207 do Código Civil Brasileiro, a decadência não se suspende ou interrompe. 1 Todas as páginas, citadas no voto, correspondem ao eprocesso. Fl. 829DF CARF MF Processo nº 10855.002716/200729 Acórdão n.º 3302004.337 S3C3T2 Fl. 3 3 Discorre sobre a questão dos fretes nas operações de venda, alegando que seria lógico a a (sic) legislação fiscal possibilitar seu creditamento na sistemática de Pis/Cofins não cumulativos e simplesmente desconsiderar parte destes custos quando, por questões de logística e otimização de carga, o frete é desmembrado. Defende que a realização de transporte de mercadorias, seja de modo direto ou indireto, deve ser considerada sempre como destinado à venda para fins de composição da base de cálculo das referidas contribuições. Não se conforma com o indeferimento da parcela dos créditos calculados sobre fretes de transferência de mercadorias entre matriz e filiais ou entre filiais e centros de distribuição, já que entende tratarse de etapa essencial à atividade da empresa, que possui unidades produtivas em diversos municípios do país. Reforça seu entendimento alegando que a sistemática da não cumulatividade ampararia o creditamento sobre os fretes entre estabelecimentos conforme calculado. Cita excertos de decisões judiciais e transcreve Soluções de Consulta proferidas pela SRF que entende como favoráveis ao seu entendimento. Conclui então que o procedimento adotado estaria de acordo com o Art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/03. Sobreveio, então, acórdão da DRJ/Porto Alegre, considerando a manifestação de inconformidade improcedente, cuja ementa é colacionada abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 Ementa: CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES. Por não integrarem o conceito de insumo utilizado na produção de bens destinados à venda e nem se referirem à operação de venda de mercadorias, as despesas efetuadas com fretes contratados para o transporte de produtos acabados ou em elaboração entre estabelecimentos industriais e destes para os estabelecimentos comerciais da mesma pessoa jurídica, não geram direito à apuração de créditos a serem descontados das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins. RESTITUIÇÃO HOMOLOGAÇÃO TÁCITA IMPOSSIBILIDADE Sendo diferentes os regimes pelos quais a restituição e a compensação podem ou não ser viabilizadas, e por falta de previsão legal, o prazo estipulado no §5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. E, de qualquer forma, a ciência do Despacho Decisório que homologou em parte a compensação ocorreu dentro do limite legal de cinco anos previsto em lei para o exame do encontro de contas. A contribuinte apresentou Recurso Voluntário, onde repisou as alegações da manifestação de inconformidade e solicitou a reversão das glosas em relação ao arrendamento mercantil. Fl. 830DF CARF MF 4 É o relatório. Voto Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Relatora. 1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, a ciência do acórdão ocorreu em 07 de julho de 2014, fls. 788, e o recurso foi protocolado em 06 de agosto de 2014, fls. 790. Tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Da Matéria Preclusa No Recurso Voluntário, a Recorrente alega que a turma julgadora não emitiu juízo de valor sobre o crédito, decorrente de despesas com arrendamento mercantil. Discorre que a apropriação de créditos, decorrentes de custos com arrendamento mercantil, na apuração da COFINS não cumulativa, não foi condicionada ao fato de que o bem, equipamento ou veículo fosse utilizado na atividade fim da empresa, cita precedente do Carf e solicita a reversão da glosa. De fato, não há no acórdão da DRJ/Porto Alegre qualquer manifestação sobre a glosa de despesas com arrendamento mercantil, contudo, a Recorrente somente apresentou tal tema em fase recursal, não havendo, assim, como a decisão, ora contestada, pronunciarse sobre um tema que não havia sido manifestado no momento oportuno. Vale transcrever a legislação que discorre sobre a matéria que deve versar na impugnação administrativa: Decreto nº 70.235/1972 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (grifos não constam no original) No caso em análise, a Recorrente não impugnou a glosa dos créditos decorrentes de despesas com arrendamento mercantil na fase da manifestação de inconformidade, que seria equivalente à impugnação. Por tal motivo, a matéria é preclusa e, portanto, não pode ser conhecida. 3. Da Prejudicial de Mérito Da Decadência A Recorrente alega que, no presente caso, operouse o instituto da decadência, uma vez que o seu pedido de ressarcimento eletrônico foi transmitido em 30 de agosto de 2007 às 16h13min e a sua ciência ocorreu em 17 de setembro de 2012. Assim, entende que concluído o prazo de cinco anos sem a manifestação da Receita Federal do Brasil, o pedido de restituição estaria decaído e, por conseguinte, tacitamente homologado. Fl. 831DF CARF MF Processo nº 10855.002716/200729 Acórdão n.º 3302004.337 S3C3T2 Fl. 4 5 No caso em análise, observase a existência de dois pedidos: um de ressarcimento e outro de compensação. Assim, em primeiro, lugar é necessário observar se o contribuinte faz jus ao crédito pleiteado no ressarcimento, para, então, poder alocálo no pedido de compensação. Quanto ao pedido de ressarcimento, não há como considerar que há uma homologação tácita pelo decurso de tempo, conferindo direito ao crédito. O período de decadência, em análise, seria para o contribuinte efetuar o pedido de ressarcimento, uma vez que o instituto da decadência apresentase como uma forma de estabilizar as relações jurídicas, pois ela se apresenta como uma forma extintiva do direito subjetivo. No caso, a contribuinte faz jus ao direito subjetivo de pleitear o crédito, que entende que possui. Por outro lado, o fisco faz jus ao direito subjetivo de lançar o crédito, que entende que não foi constituído. Portanto, a decadência vem fulminar o direito subjetivo. Quando se discorre sobre a análise de pedido de restituição, o direito subjetivo é da contribuinte e não do fisco. Assim, a existência do crédito no ressarcimento é premissa necessária para a compensação, não podendo falar em homologação tácita. Ademais, não há previsão legal de prazo para o fisco analisar o pedido de restituição. Portanto, rejeitase a prejudicial de decadência e não se conhece da matéria. 4. Dos Créditos Custos de Fretes A Recorrente alega que incorre em custos inevitáveis e necessários com transporte de seus produtos para suas filiais e centros de distribuição, razão pela qual eles devem integrar a base de créditos do PIS, pois se constituem em um verdadeiro insumo essencial na atividade produtiva da empresa, cita a legislação, entende insumo sob o aspecto da essencialidade. Pleiteia que os seus gastos com frete intermediário, aquele para o transporte de seus produtos para outros estabelecimentos, venham a compor a base de créditos do PIS. Cita soluções de consulta e pleiteia pela aplicação do princípio da isonomia. Por fim, entende que o conceito de insumo deve ser analisado sob a ótica do imposto sobre a renda. Da Informação Fiscal, fls. 731, extraise: 3.6 Despesas de Armazenagem e Fretes na Operação de Venda O item IX do artigo 3° da lei 10.833/2003, traz a permissão para crédito de gastos com “armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda”, “quando o ônus for suportado pelo vendedor”. A memória de cálculo apresentada pela empresa foi detalhada na planilha 6 – Despesas de Fretes e Armazenagem, gravada no CD 04, cujo conteúdo encontrase digitalmente anexado ao Recibo de entrega de arquivos digitais – READ. Nesta rubrica, ao auditála, percebeuse que o número da nota fiscal elencada na planilha e informada no lançamento contábil, tratavase, na verdade, do número da Fatura, que, como sabemos, pode agregar várias notas fiscais, ou Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas, o CTRC. (...) Fl. 832DF CARF MF 6 3.6.1 – Fretes na Operação de Venda (...) Para calcular o valor do crédito de direito, procedeuse da seguinte forma: Extraímos os fretes interiharas, isto é, os fretes da Iharabrás para a própria Iharabrás, consolidando tais valores a fim de glosálos, nos Anexos IX “Fretes Consolidados Iharabrás Para Iharabrás Jul 2004 a Dez 2004 – Analítico” e Anexo X “Fretes Consolidados Iharabrás Para Iharabrás – Jul 2004 A Dez 2004 – Sintético”. Identificamos os fretes cujo remetente é a Iharabrás, e destinatário diverso, a fim de manter o creditamento. No que tange ao conceito de “insumos”, ele é polissêmico e não deve ser considerado como um termo de âmbito fechado, tampouco extremamente amplo; a sua interpretação há que se balizada pela proporcionalidade e razoabilidade, além do dever de observarse o contexto em que o determinado bem ou serviço está inserido, para, então, poder se configurar como despesas atinentes ao processo produtivo ou à prestação de serviço, havendo, assim, uma orientação própria na interpretação do conceito “insumo” a fim de observar o princípio da nãocumulatividade, presente na contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS. Há que se observar o processo produtivo da Recorrente e verificarse se o insumo enquadrase nos custos de aquisição e produção fatores de produção. Da doutrina contábil, extraise: d) Custo gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço2 Assim, assemelhase, em parte, aos custos de produção e despesas necessárias, previstos nos artigos 290, I, e 299, do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99, mas não há uma identidade total, devendo ser analisado caso a caso, já que se tratam de materialidades similares, mas não idênticas. Assim, ele não pode ser restrito ao conceito, previsto no IPI, nem tão amplo, quanto na legislação do imposto sobre a renda. Da legislação, extraise: Lei 10.637/2002 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto 2 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 25. Fl. 833DF CARF MF Processo nº 10855.002716/200729 Acórdão n.º 3302004.337 S3C3T2 Fl. 5 7 em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; Lei 10.833/2003 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; Assim, analisando o contexto, deverá se encontrar um caminho adequado, razoável, para equilibrar o conceito de insumo e, portanto, dar cumprimento à legislação, no caso, a Lei nº 10.637/2002 e a Lei nº 10.833/2003. O cerne da questão é se fretes de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica pode ser considerado como insumo do processo produtivo. Para esclarecer como ocorre o creditamento de fretes no que concerne à contribuição para o PIS/Pasep, valese da preciosa lição do Conselheiro José Fernandes do Nascimento, no acórdão nº 3302003.210, que explica didaticamente como ocorre e do qual se adota como fundamento: Em suma, chegase a conclusão que o direito de dedução dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, calculados sobre valor dos gastos com frete, são assegurados somente para os serviços de transporte: a) de bens para revenda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos sob forma de custo de aquisição dos bens transportados (art. 3º, I, da Lei 10;637/2002, c/c art. 289 do RIR/1999); b) de bens utilizados como insumos na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens destinados à venda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos como custo de aquisição dos insumos transportados (art. 3º, II, da Lei 10;637/2002, c/c art. 290 do RIR/1999); c) de produtos em produção ou fabricação entre unidades fabris do próprio contribuinte ou não, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como serviço de transporte utilizado como insumo na produção ou fabricação de bens destinados à venda (art. 3º, II, da Lei 10;637/2002); e Fl. 834DF CARF MF 8 d) de bens ou produtos acabados, com ônus suportado do vendedor, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como despesa de venda (art. 3º, IX, da Lei 10.637/2002). Enfim, cabe esclarecer que, por falta de previsão legal, o valor do frete no transporte dos produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica (entre matriz e filiais, ou entre filiais, por exemplo), não geram direito a apropriação de crédito das referidas contribuições, porque tais operações de transferências (i) não se enquadra como serviço de transporte utilizado como insumo de produção ou fabricação de bens destinados à venda, uma vez que foram realizadas após o término do ciclo de produção ou fabricação do bem transportado, e (ii) nem como operação de venda, mas mera operação de movimentação dos produtos acabados entre estabelecimentos, com intuito de facilitar a futura comercialização e a logística de entrega dos bens aos futuros compradores. O mesmo entendimento, também se aplica às transferência dos produtos acabados para depósitos fechados ou armazéns gerais. (grifos não constam do original) Pela análise do anexo XIV, fls. 538 e seguintes, e pela própria argumentação da contribuinte, ela pleiteia pelo crédito de frete no transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, que por falta de previsão legal, e por não poder ser enquadrado como insumo, não gera direito ao crédito. Por tal motivação, mantémse a decisão da DRJ/Porto Alegre. 5. Conclusão Diante do exposto, conheço parcialmente o recurso voluntário, e, na parte conhecida, rejeito a prejudicial de mérito e, no mérito, nego provimento. Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Fl. 835DF CARF MF Processo nº 10855.002716/200729 Acórdão n.º 3302004.337 S3C3T2 Fl. 6 9 Fl. 836DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.900371/2014-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 25/04/2012
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez.
Numero da decisão: 3401-003.737
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Data do fato gerador: 25/04/2012 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez.
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CRÉDITOS DE IPI PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR COM DÉBITOS DA COFINS. AUSÊNCIA DE PROVAS DO CONTRIBUINTE. ÔNUS QUE LHE INCUMBE. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Contribuinte que pede compensação, instruindo seu pedido com a DCOMP; sobrevindo decisão dizendo que não há mais créditos a serem aproveitados tem o dever de provar a sua existência por outros meios, dentre outros, por intermédio de DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI, mas não o fez. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge O'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos (relator) e Tiago Guerra Machado. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 03 71 /2 01 4- 19 Fl. 63DF CARF MF Processo nº 13888.900371/201419 Acórdão n.º 3401003.737 S3C4T1 Fl. 3 2 Versam os autos sobre PER/DCOMP cujo direito creditório alegado seria oriundo de recolhimento indevido do IPI, a ser compensado com débito de tributo administrado pela RFB. O despacho decisório não homologou a compensação em razão do recolhimento indevido já ter sido integralmente quitado com outros débitos do contribuinte. O contribuinte apresentou tempestivamente sua manifestação de inconformidade, arguindo várias nulidades, mormente que o aludido Despacho não teria fundamentação, teria se desviado de sua finalidade e lhe causado cerceamento de defesa. Sobreveio decisão da DRJ de Ribeirão Preto/SP, na qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja ementa possui o seguinte teor: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 25/04/2012 NULIDADES. As causas de nulidade no âmbito do processo administrativo fiscal são somente aquelas elencadas na legislação de regência. O Despacho Decisório devidamente fundamentado é regularmente válido. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. A homologação das compensações declaradas requer créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional. Não caracterizado o pagamento indevido, não há créditos para compensar com os débitos do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte interpôs tempestivamente o seu recurso voluntário, asseverando que a decisão não levou em consideração, nas razões de decidir a eficácia dos princípios constitucionais da motivação dos atos administrativos e da ampla defesa, impedindo que a Recorrente apresentasse defesa, bem como demonstrasse a existência do crédito, requerendo a nulidade da decisão, vez que não lhe foi oportunizado conhecer os motivos pelos quais sua compensação não foi homologada. É o relatório. Voto Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13888.900371/201419 Acórdão n.º 3401003.737 S3C4T1 Fl. 4 3 Conselheiro Rosaldo Trevisan Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.652, de 25 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900243/201467, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401003.652): Como se viu do relatório, o presente recurso voluntário visa a nulidade da decisão da DRJ de Ribeirão Preto/SP, entendendo que esta não restou motivada, implicando seu cerceamento de defesa. Não merece prosperar as alegações da Recorrente. A uma, disse o Despacho Decisório: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A duas, mencionou expressamente a decisão de piso que a Recorrente não trouxe qualquer prova (DARF, DCTF, Livro de Apuração e Registro do IPI), indício ou justificativa que permitisse comprovar o alegado recolhimento indevido. A propósito, merece destaque parte do voto do e. relator: Inicialmente vale verificar o que consta no Despacho Decisório, devidamente assinado pela autoridade competente: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Ou seja, o alegado pagamento indevido não foi restituído porque já tinha sido utilizado para quitar outros débitos. Com efeito, se há erro nos arquivos da Receita, bastaria o interessado juntar a idônea e hábil documentação contraditória (DARF, DCTF e Livro de Apuração e Registro do IPI), até em homenagem o princípio da verdade material tanto invocado, sendo que, se tratam de declarações e livros cuja boa guarda e apresentação imediata estão legalmente determinadas. A manifestação do interessado não traz qualquer prova, indício ou mesmo justificativa que permita comprovar o alegado Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13888.900371/201419 Acórdão n.º 3401003.737 S3C4T1 Fl. 5 4 recolhimento indevido, limitandose, tão somente a colecionar julgados e doutrinas sobre nulidades. Considerando que nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, consta que os valores recolhidos no indigitado DARF já foram utilizados para quitar outros débitos e nada o contribuinte a isto contrapõe, não há o que reconsiderar ou anular, sendo que não se justifica a falta de apresentação de documentos que provassem seu direito creditório, na medida que a alegação de cerceamento da defesa não se sustenta. A três, vêse que a decisão fora motivada, embora cingiramse as assertivas da Recorrente apenas e tão somente na juntada da DCOMP, informando que detinha um crédito de IPI, oriundo de pagamento indevido, o qual seria compensado com débitos da COFINS. A quatro, temse que, sobrevindo a decisão da manifestação de inconformidade, deveria a Recorrente fazer prova deste suposto pagamento indevido ou a maior do IPI, conforme determinava o artigo 333 do CPC, vigente à época ademais, como ressalvada pela decisão da DRJ , porém, quedou silente a contribuinterecorrente. A quinto, o processo há de vir devidamente instruído para que o Colegiado possa apreciálo, de modo que, diante da ausência de qualquer prova, a conclusão que se chega é que a decisão de piso não merece reparos. Não maiores ilações a serem feitas e diante da ausência de provas, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Rosaldo Trevisan Fl. 66DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.901094/2013-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2008
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA TRIBUTÁRIA. INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO.INTELIGÊNCIA SÚMULA CARF N.2.
É vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico.
ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso.
Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72.
Numero da decisão: 1302-002.248
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO.INTELIGÊNCIA SÚMULA CARF N.2. É vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso. Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 90 10 94 /2 01 3- 38 Fl. 75DF CARF MF Processo nº 13830.901094/201338 Acórdão n.º 1302002.248 S1C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratam os autos de análise eletrônica de Pedido de Restituição, por intermédio do qual o contribuinte pretende a restituição de suposto crédito de pagamento indevido ou a maior de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). Como resultado da análise foi proferido despacho decisório que decidiu pelo indeferimento do pedido de restituição, haja vista que o montante recolhido pelo Darf apontado como origem do crédito foi integralmente utilizado para liquidar débito confessado em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Cientificado da decisão o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade onde argumenta, em síntese, que os créditos de PIS e Cofins nãocumulativos não devem afetar a determinação do lucro real, nem a base de cálculo da CSLL. A exigência de IRPJ e CSLL sobre tais créditos desrespeita o princípio constitucional da neutralidade tributária. A DRJ ao apreciar a matéria assim decidiu, litteris: ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA TRIBUTÁRIA. INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR ADMINISTRATIVO. É o administrador um mero executor de leis não lhe cabendo questionar a legalidade ou constitucionalidade do comando legal. A análise de teses contra a legalidade ou a constitucionalidade de normas é privativa do Poder Judiciário, conforme competência conferida constitucionalmente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformado com o decisium, o recorrente interpôs Recurso Voluntário, alegando, em síntese, os mesmos argumentos da impugnação, acrescentando que a Administração não pode eximirse da competência sobre o controle de constitucionalidade das leis, decretos e portarias, bem como o fato de não ser razoável que a Administração Pública desconsidere as informações prestadas pelo Contribuinte na DCOMP, as quais apresentam presunção de legitimidade. É o relatório. Voto Fl. 76DF CARF MF Processo nº 13830.901094/201338 Acórdão n.º 1302002.248 S1C3T2 Fl. 4 3 Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302002.134, de 18.05.2017, proferido no julgamento do processo nº 13830.900610/201226, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302002.134): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme depreendese da leitura do Relatório acima, o Recorrente sustenta seus argumentos com base em supostas inconstitucionalidades perpetradas pela autoridade fiscal e ratificadas pela decisão recorrida. Contudo, é vedado ao julgador administrativo negar aplicação de lei sob alegação de inconstitucionalidade em sede de recurso administrativo. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. As autoridades administrativas, enquanto responsáveis pela execução das determinações legais, devem sempre partir do pressuposto de que o legislador tenha editado leis compatíveis com a Constituição Federal e Código Tributário Nacional. Assim, não há que se cogitar de desobediência aos dispositivos legais elencados, no âmbito da Administração Tributária, quando esta, no exercício da sua atividade de fiscalização, logre efetuar o lançamento de crédito tributário, lastreado em fatos e atos atribuídos ao sujeito passivo, que ensejam a exigência de tributos e dos acréscimos legais pertinentes, desde que referido lançamento seja devidamente fundamentado em regular procedimento de ofício e de acordo com os dispositivos legais que regem a espécie. O tema é pacificado no âmbito deste Conselho Administrativo, nos termos da Súmula 02: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de Lei Tributária”. Afasto, portanto, o presente argumento, por não ser o CARF competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Noutra banda, verificase que o recorrente sem acostar documentos comprobatórios aos presentes autos, em seu recurso voluntário, faz referências genéricas aos fatos que motivaram a presente autuação, bem como em relação a decisão proferida em Fl. 77DF CARF MF Processo nº 13830.901094/201338 Acórdão n.º 1302002.248 S1C3T2 Fl. 5 4 primeira instância, sem com isto trazer objetivamente os fundamentos e provas com base nas quais pede para que seja homologado o seu pedido de compensação. Para esse Relator fica claro que o Recorrente se insurge contra decisão proferida pela DRJ de forma genérica, fazendo mera referência parte das razões apresentadas em sede da impugnação e a necessidade de observação das provas já juntadas aos autos, não merecendo prosperar e, por conseguinte, não surte o efeito pretendido em alterar a decisão do julgador a quo. Nesse sentido já decidiu esta Corte Administrativa, conforme se extrai do decidido nos autos do processo nº 10935.720364/2013 45 que teve como relator Amílcar Barca Teixeira Júnior, como segue: "(...) 1. O contribuinte, em seu recurso, no concernente à obrigação principal, limitas se a prestar informações genéricas e não ataca o mérito, situação que não o favorece, enquadrando se, assim, na disciplina do art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972 (Acórdão nº 2803003.497. Rel. Amílcar Barca Teixeira Júnior. Sessão de 12/08/2014)." Diante do exposto, NEGO provimento ao Recurso Voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 78DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.000823/2008-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 31/10/2004 a 30/09/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Os embargos de declaração se prestam a sanar omissão existente no Acórdão, que deixou de analisar os argumentos subsidiários trazidos no Recurso Voluntário.
ERRO NA QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
Diante da ausência de documentos capazes de comprovar o alegado pelo sujeito passivo, não apresentados em sede de impugnação ou recursal, deve ser mantido o cálculo realizado no lançamento.
MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. IMPOSTO COM COBERTURA DE CRÉDITO.
Correta a imposição de multa de oficio, proporcional ao valor do imposto que deixou de ser destacado na nota fiscal de saída (imposto não lançado), mesmo havendo créditos para abater parcela desse imposto.
JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. NÃO INCIDÊNCIA.
Não incidem juros de mora sobre a multa de ofício, por carência de fundamento legal expresso.
Embargos Acolhidos e Parcialmente Providos.
Numero da decisão: 3402-004.140
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por acolher os Embargos de Declaração opostos com efeito modificativo para suprir as omissões apontadas e, no mérito, por maioria de votos, excluir os juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa do presente julgado. Vencidos os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra e Maria Aparecida Martins de Paula, que votaram por manter os juros de mora sobre a multa.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 31/10/2004 a 30/09/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Os embargos de declaração se prestam a sanar omissão existente no Acórdão, que deixou de analisar os argumentos subsidiários trazidos no Recurso Voluntário. ERRO NA QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Diante da ausência de documentos capazes de comprovar o alegado pelo sujeito passivo, não apresentados em sede de impugnação ou recursal, deve ser mantido o cálculo realizado no lançamento. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. IMPOSTO COM COBERTURA DE CRÉDITO. Correta a imposição de multa de oficio, proporcional ao valor do imposto que deixou de ser destacado na nota fiscal de saída (imposto não lançado), mesmo havendo créditos para abater parcela desse imposto. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. NÃO INCIDÊNCIA. Não incidem juros de mora sobre a multa de ofício, por carência de fundamento legal expresso. Embargos Acolhidos e Parcialmente Providos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por acolher os Embargos de Declaração opostos com efeito modificativo para suprir as omissões apontadas e, no mérito, por maioria de votos, excluir os juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa do presente julgado. Vencidos os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra e Maria Aparecida Martins de Paula, que votaram por manter os juros de mora sobre a multa. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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MULTA DE OFÍCIO FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. NÃO INCIDÊNCIA TAXA SELIC SOBRE MULTA DE OFÍCIO. Embargante SCHOLLE LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 31/10/2004 a 30/09/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Os embargos de declaração se prestam a sanar omissão existente no Acórdão, que deixou de analisar os argumentos subsidiários trazidos no Recurso Voluntário. ERRO NA QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Diante da ausência de documentos capazes de comprovar o alegado pelo sujeito passivo, não apresentados em sede de impugnação ou recursal, deve ser mantido o cálculo realizado no lançamento. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. IMPOSTO COM COBERTURA DE CRÉDITO. Correta a imposição de multa de oficio, proporcional ao valor do imposto que deixou de ser destacado na nota fiscal de saída (imposto não lançado), mesmo havendo créditos para abater parcela desse imposto. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. NÃO INCIDÊNCIA. Não incidem juros de mora sobre a multa de ofício, por carência de fundamento legal expresso. Embargos Acolhidos e Parcialmente Providos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por acolher os Embargos de Declaração opostos com efeito modificativo para suprir as omissões apontadas e, no mérito, por maioria de votos, excluir os juros de mora sobre a multa de ofício na fase de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 08 23 /2 00 8- 81 Fl. 429DF CARF MF 2 liquidação administrativa do presente julgado. Vencidos os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra e Maria Aparecida Martins de Paula, que votaram por manter os juros de mora sobre a multa. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratamse de Embargos de Declaração opostos em face do Acórdão n.º 3402 001.904 que, pelo voto de qualidade, negou provimento ao Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte. Referido acórdão, proferido em 26/09/2012, foi ementado nos seguintes termos: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 31/10/2004 a 30/09/2007 IPI FATO GERADOR ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A PRODUTOR SUBSEQÜENTE SAÍDA DE PRODUTOS IMPORTADOS SUSPENSÃO ART. 29 DA LEI N°10.637/02. A suspensão do IPI nas saídas de MP, PI e ME, destinados a estabelecimento da indústria alimentícia, produtos farmacêuticos, calçados e químicos orgânicos e inorgânicos, não alcança as operações realizadas por estabelecimento equiparado a industrial.. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negouse provimento ao recurso. Vencidos Conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo d´Eça, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. Designado conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho para redigir o voto vencedor." (efl. 354) Nos aclaratórios interpostos (efls. 381/391) sustenta a Embargante, em síntese: Fl. 430DF CARF MF Processo nº 10830.000823/200881 Acórdão n.º 3402004.140 S3C4T2 Fl. 430 3 (i) obscuridade e contradição entre o voto vencedor e seus fundamentos, ao entender que a suspensão do IPI prevista no art. 29 da Lei n.º 10.637/2002, sob análise nos presentes autos, não alcançaria os produtos que saíram da embargante na condição de estabelecimento equiparado a industrial. Os vícios residiriam no fato de que o art. 4º da Lei n.º 4.502/64 equipararia o importador ao estabelecimento produtor, garantindo à Embargante a suspensão do IPI, e o acórdão citado como precedente pelo acórdão não seria aplicável ao presente caso; (ii) omissão na análise dos argumentos subsidiários trazidos no Recurso Voluntário, nos itens 6 ("DIFERENÇAS DE IPI EXIGIDAS ERRO NA QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO" efls. 162/164), 7 ("IMPRÓPRIA EXIGÊNCIA DE MULTA PROPORCIONAL DE 75% QUANDO NÃO HÁ SALDO DEVEDOR DE IPI" efls. 164/165) e 8 ("IMPOSSIBILIDADE DE JUROS SELIC SOBRE MULTA DE OFÍCIO" e fls. 165/167). Às efls. 415/421 foi proferido despacho de admissibilidade dos Embargos pelo I. Presidente desta turma, oportunidade na qual foi reconhecida a existência das omissões apontadas no item (ii) acima, afastando a existência da obscuridade e da contradição apontadas no item (i), por implicar em verdadeiro reexame da matéria já julgada por este Colegiado: "Analisandose as omissões pretextadas para a interposição do recurso, percebese que a embargante tem razão, haja vista que nada foi aduzido em relação ao pleito de refazimento da escrita, à aplicação de multa de lançamento de ofício sobre o valor do IPI não lançado, mas coberto por créditos, e; ao acréscimo de juros de mora sobre o valor das multas de lançamento de ofício. Desde já, acolhemse os embargos para que a decisão seja integrada. A omissão que abre a estreita via dos aclaratórios é justamente essa: a ausência de julgamento de matéria expressamente posta em debate. Contradição (...) Assim, no caso, não vislumbro a contradição alegada pelo embargante, na medida em que, conforme consignado, o aludido vício de intelecção deve ser interno, aquilatável entre as proposições manifestadas pelo juízo naquele mesmo julgado, e não eventual divergência entre os fundamentos da decisão e demais provas e fatos do processo ou dispositivos legais de outras relações jurídicas processuais distintas, isto é, externo ao julgado. O voto condutor da decisão embargada declinou expressamente que a suspensão pretendida pelo recorrente só contempla o estabelecimento industrial e não se aplica aos equiparados, tal e qual havia decidido a decisão de primeira instância, como se constata na ementa do Acórdão nº 1527.851 4ª Turma da DRJ/SDR , fls. 123: (...) Para que se volte à análise do que ficou decidido, é necessária a existência de omissão, obscuridade ou contradição no julgado e, no caso vertente, não se cogita de qualquer dos vícios supramencionados, mas, de mero inconformismo da parte, nada havendo a declarar ou suprir, esgotandose, ainda aqui, toda e qualquer alegação com base nas matérias previstas legalmente para amparar este tipo de apelo. Obscuridade Fl. 431DF CARF MF 4 O vício de obscuridade que enseja a interposição dos aclaratórios diz respeito à redação do julgado, que, por não ser clara, torna difícil ou até impossível dele ter se a verdadeira inteligência ou exata interpretação. Não é o caso do voto condutor do Acórdão nº 3402001.904, pois o Embargante, além de não precisar no que residiria o vício alegado, demonstrou que conseguiu extrair dele o seu conteúdo semântico." (efls. 420/421 grifei) Por meio do despacho das efls. 422/424, foi aberta vista à Procuradoria do teor dos Embargos de Declaração para evitar qualquer prejuízo ao contraditório e à ampla defesa no presente processo e em conformidade com o art. 1.023 do Código de Processo Civil aprovado pela Lei n.º 13.105/20151, aplicado de forma supletiva ao presente processo na forma do art. 15 daquela mesma lei. Conforme petição da efl. 426, a Procuradoria optou por não se manifestar do teor dos Embargos de Declaração. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne Com efeito, como consignado no despacho de admissibilidade, este Colegiado deixou de se pronunciar sobre os argumentos subsidiários aventados pela ora Embargante no Recurso Voluntário, trazidos nos itens 6 ("DIFERENÇAS DE IPI EXIGIDAS ERRO NA QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO" efls. 162/164), 7 ("IMPRÓPRIA EXIGÊNCIA DE MULTA PROPORCIONAL DE 75% QUANDO NÃO HÁ SALDO DEVEDOR DE IPI" efls. 164/165) e 8 ("IMPOSSIBILIDADE DE JUROS SELIC SOBRE MULTA DE OFÍCIO" efls. 165/167) da peça recursal. Assim, por não ter enfrentado os argumentos oportunamente trazidos pela Recorrente, entendo que os aclaratórios devem ser acolhidos para sanar as omissões apontadas na forma do art. 65 do RICARF1. Passase, portanto, à análise dos pontos omitidos no Acórdão. I QUANTO AO ARGUMENTO DO ERRO NA QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Como se depreende dos presentes autos, o Auto de Infração sob análise foi lavrado em decorrência da indevida suspensão do IPI com fulcro no art. 29 da Lei n.º 10.637/2002, em operações realizadas pela Recorrente na condição de estabelecimento equiparado a industrial. Após a identificação da base de cálculo (efls. 39/40) e o valor do IPI devido nessas operações incorridas entre outubro/2004 a setembro/2007 (efls. 42/45), a fiscalização procedeu com a reconstituição da escrita fiscal do contribuinte, identificando os períodos nos quais permanecia débito devido. A tabela com a reconstituição da escrita fiscal do sujeito passivo consta das e fls. 32/33, abaixo reproduzidas: 1 "Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma." Fl. 432DF CARF MF Processo nº 10830.000823/200881 Acórdão n.º 3402004.140 S3C4T2 Fl. 431 5 No item 6 do Recurso Voluntário, alega a Recorrente que o valor considerado pela fiscalização de "Créditos Escriturados", na coluna relativa aos "DADOS DO LIVRO DO IPI", estaria supostamente à menor, vez que teria desconsiderado o estorno de créditos na Fl. 433DF CARF MF 6 escrita realizados pelo próprio sujeito passivo em razão da exigência vigente à época do art. 23 da IN 900/20082. Entretanto, o contribuinte não apresentou qualquer documento capaz de afastar a legitimidade dos dados indicados pelo fisco nas tabelas acima reproduzidas, em especial os livros de apuração do IPI relativos aos períodos de apuração em discussão. Diante da ausência de documentos, não apresentados em sede de impugnação ou recursal, não é possível comprovar se o saldo credor considerado pela fiscalização estaria efetivamente à menor que o apurado pelo sujeito passivo ou mesmo qual o valor da suposta diferença de crédito (estornado pelo contribuinte em razão dos pedidos de ressarcimento formulados) que deveria ter sido considerada pela fiscalização. Com isso, em razão da ausência de documentos, não merece ser acolhida a pretensão da Recorrente neste item, devendo ser mantido o cálculo realizado pela fiscalização. II QUANTO À INAPLICABILIDADE DA MULTA DE 75% QUANDO INEXISTENTE SALDO DEVEDOR DE IPI Neste ponto igualmente não assiste razão à Recorrente. Insurgese a Recorrente contra a multa de ofício no valor de R$ 160.985,18, apurada às efls. 50/52 como "Multa s/ IPI Não Lançado com Cobertura de Crédito", correspondente à 75% do imposto que deixou de ser lançado nas respectivas notas fiscais. Nesse sentido, a multa em litígio foi aplicada em razão da falta de lançamento do imposto nas notas fiscais, sendo que, para os valores de imposto não recolhidos, foi aplicada a multa de ofício de 75% respaldada na ausência de recolhimento. O fundamento legal para a aplicação das duas multas, trazido à efl. 52, foi o art. 80 da Lei n.º 4.502/64 que, à época dos fatos geradores, expressava: ü Para os fatos geradores ocorridos até 21/07/2007 "Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal, a falta de recolhimento do imposto lançado ou o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa moratória, sujeitará o contribuinte às seguintes multas de ofício: (Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996) I setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido ou que houver sido recolhido após o vencimento do prazo sem o acréscimo de multa moratória; (Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996)" (grifei) ü Para os fatos geradores ocorridos após 22/07/2007 "Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)" (grifei) 2 Com idêntica redação do art. 23 da Instrução Normativa n.º 1.300/2012, que expressam: "Art. 23. No período de apuração em que for apresentado à RFB o pedido de ressarcimento, o estabelecimento que escriturou referidos créditos deverá estornar, em sua escrituração fiscal, o valor do crédito solicitado." Fl. 434DF CARF MF Processo nº 10830.000823/200881 Acórdão n.º 3402004.140 S3C4T2 Fl. 432 7 No Termo de Verificação Fiscal a fiscalização narrou a ausência de lançamentos nas notas fiscais passíveis de ensejar especificamente a penalidade sob análise: "Ao dar saída do estabelecimento, então, com suspensão do IPI de produtos por ele importados, condição esta que o equipara a um estabelecimento industrial, o contribuinte incorreu em um descumprimento de uma das condições para a utilização do referido benefício fiscal, que seria a saída dos referidos produtos fosse efetuada de um estabelecimento industrial (artigo 44, inciso I, do RIPI/2002; artigo 31 da Medida Provisória n° 66/2002; artigo 30 da Medida Provisória n° 75/2002; artigo 29 da Lei n°. 10.637/2002, com redação dada pelo artigo 25 da Lei n°. 10.684/2003; no artigo 9°., inciso I, do RIPI/2002; artigo 23, inciso II, da Instrução Normativa SRF no. 296/2003, com redação dada pela Instrução Normativa SRF no. 429/2004 e a Solução de Consulta no. 12/2003 da Coordenação do Sistema de Tributação COSIT, todos já reproduzidos neste Termo Fiscal). Nestas operações, como estabelecimento equiparado a industrial, o importador deve se creditar do IPI pago no desembaraço aduaneiro, como de fato o fez, e destacar o IPI nas saídas do estabelecimento destes produtos/insumos, o que ele não o fez, já que deu saída a eles com suspensão deste imposto. Por todo o exposto, o IPI não lançado pelo contribuinte nas saídas do seu estabelecimento dos produtos/insumos importados será cobrado, com os devidos acréscimos legais, mediante a lavratura de Auto de Infração." (fl. 36 grifei) No Recurso Voluntário apresentado, sustenta a Recorrente que esta multa de ofício somente poderia ser aplicável quando exigível o imposto, o que não ocorreu em distintas competências em razão da recomposição da conta gráfica. Entretanto, esse argumento vêm sendo categoricamente afastado por este Conselho, que entende que a simples falta de lançamento do IPI na nota fiscal é suficiente para a aplicação da multa sob análise, independentemente da existência de saldo devedor. Nesse sentido já era o entendimento à época do Conselho de Contribuintes: "(...) IPI. MULTA DE OFÍCIO PELA FALTA DE LANÇAMENTO DO IMPOSTO, COM COBERTURA DE CRÉDITO. CABIMENTO. A mera falta de lançamento do IPI, nas notas fiscais respectivas, é fato gerador da multa de lançamento de ofício a que se refere o inciso I do art. 80 da Lei nº 4.502/64, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 9.430/96, independentemente da emergência de saldos devedores a recolher. Recurso provido em parte. (...) Repitase, o simples lançamento do imposto nas notas fiscais já é suporte suficiente para ensejar a aplicação da multa, independentemente de redundar ou não em saldo de imposto a recolher. Essa foi, justamente, a situação em concreto detectada pela Fiscalização, motivo pelo qual devem ser rejeitados os óbices opostos pela recorrente. Tampouco há a alegada duplicidade entre ela e a multa proporcional, que incidem sobre bases distintas: enquanto uma incide sobre os saldos devedores não recolhidos, emergentes da escrituração dos débitos e créditos do imposto, a outra incidirá sobre aquela parcela do imposto não lançado nas notas fiscais que foi coberta pelos créditos de que dispunha o autuado." (Processo nº : 10120.008174/0045. Recurso nº : 127.433. Acórdão nº : 20216.915 grifei) Fl. 435DF CARF MF 8 A Câmara Superior igualmente já se manifestou nesse sentido em acórdão proferido em abril de 2006, de relatoria do Conselheiro Henrique Pinheiro Torres: "NORMAS PROCESSUAIS – CAPITULAÇÃO LEGAL NULIDADE INEXISTENTE. O estabelecimento autuado defendese dos fatos a ele imputado, e não do dispositivo legal mencionado na acusação fiscal. Não existe prejuízo à defesa quando os fatos narrados e fartamente documentados nos autos amoldamse perfeitamente às infrações imputadas à empresa fiscalizada. Não há nulidade sem prejuízo. IPI – MULTA DE OFÍCIO PELA FALTA DE LANÇAMENTO DO IMPOSTO, COM COBERTURA DE CRÉDITO A mera falta de lançamento do imposto nas notas fiscais respectivas, é suporte fático suficiente para a aplicação da multa de lançamento de ofício, mesmo nos casos em que o período de apuração apresente saldo credor na escrita fiscal. Recurso especial provido. (...) Em relação ao mérito, entendo assistir razão à reclamante, pois a infração apontada e provada à exaustão nos autos, consistente na falta de lançamento do imposto devido nas notas fiscais emitida pela autuada é sancionada com a multa de ofício de 75% do valor do imposto devido, independentemente de resultar em falta de recolhimento do tributo. A lei penalisa a falta de lançamento do imposto nas notas fiscais, a falta de recolhimento do imposto lançado e, também, o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa moratória. Qualquer dessas infrações em conjunto ou individualmente, sujeitam os contribuintes às multas de ofício fixadas pela legislação. No caso, a de 75% do imposto que deixou de ser lançado. O aqui explicitado encontra supedâneo no art. 80, inciso I, da Lei nº 4.502/64, com a redação dada pelo art. 45 da Lei nº 9.430/96 (...) Como se pode verificar, uma das ações ilícitas tipificadas no dispositivo legal é a falta de lançamento do IPI na nota fiscal. Tendo sido constatada a saída de produtos em operações tributadas sem o lançamento do imposto, é dever do agente fiscal a aplicação da multa de ofício de 75% sobre o valor que deixou de ser lançado na nota. Salientese que não há qualquer previsão legal de que a multa somente deve ser aplicada quando houver imposto a pagar. O não lançamento do imposto na nota é o requisito necessário. Deste modo, quando houver saldo devedor na escrita fiscal, o imposto deve ser lançado conjuntamente com a multa proporcional de 75%, e nos casos de saldo credor, a multa deve ser aplicada isoladamente, pois não há imposto a ser exigido. Correto, portanto, o procedimento adotado pelo autuante. Não há falar, no caso, em bis in idem. Não obstante a mesma norma legal, a multa regulamentar (sem cobertura de crédito) teve como base de cálculo o IPI devido emergente da recomposição da escrita, considerando os débitos constatados na auditoria fiscal e os créditos de que dispunha a autuada. A multa do IPI não lançado com cobertura de crédito, por sua vez, como o seu próprio nomem iuris retrata, incidiu sobre aquelas parcelas de imposto que deixaram de ser destacadas nas respectivas notas fiscais de saída, consolidadas por período de apuração, e que foram compensadas com créditos à disposição do contribuinte, no período." (Processo nº : 13808.001705/9813. Recurso nº : 203112290. Acórdão nº : CSRF/0202.301 grifei) E em julgados recentes esse posicionamento vêm sendo referendado, inclusive por esta turma no Acórdão n.º 3402003.181, na sessão de 21/07/2016, de relatora da I. Conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Nesse sentido, deve ser mantida a multa de ofício sobre o valor do imposto não lançado nas notas fiscais. Fl. 436DF CARF MF Processo nº 10830.000823/200881 Acórdão n.º 3402004.140 S3C4T2 Fl. 433 9 III QUANTO À NÃO INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO Por fim, quanto à não incidência da Taxa SELIC sobre a multa de ofício, assiste razão à Recorrente, uma vez que inexiste no ordenamento jurídico pátrio dispositivo legal que fundamente tal exigência. Com efeito, a previsão legal do art. 61, da Lei n. 9.430/96 garante a inclusão dos juros de mora sobre os débitos "decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal" que sejam pagos a destempo. Esta extensão do que se entende por débito para fins da inclusão dos juros de mora é depreendida do caput e do §3º deste dispositivo legal, que expressam: "Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento." (grifei) Nesta toada, vislumbrase que a multa de ofício não foi incluída como "débitos para com a União" para fins de aplicação dos juros no art. 61 da Lei n.º 9.430/96. Consoante o raciocínio proposto pelo Conselheiro Rosaldo Trevisan, mostrase “ilógico interpretar que a expressão 'débitos' ao início do caput abarca as multas de ofício. Se abarcasse, sobre elas deveria incidir a multa de mora, conforme o final do comando do caput” (Acórdão 3403002.367, de 24 de julho de 2013). Da mesma forma, não se entende que seria aplicável na espécie o art. 43, da Lei n.º 9.430/96. Isso porque o referido dispositivo traz a previsão de aplicação dos juros de mora quando da lavratura auto de infração que se refira, "exclusivamente, a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente", tratandose, portanto, de "Auto de Infração sem tributo" nos termos do título utilizado pela própria lei neste artigo: "Seção V Normas sobre o Lançamento de Tributos e Contribuições Auto de Infração sem Tributo Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento." (grifei) Ora, a hipótese trazida no dispositivo legal acima distinguese claramente daquela sob análise, que se trata de Auto de Infração "com" tributo, no qual foi aplicada multa Fl. 437DF CARF MF 10 de 75% do valor do tributo não recolhido/não lançado (IPI), ambos sem previsão legal para a incidência de juros. A ausência de previsão legal para a incidência de juros sobre a multa de ofício vem sendo reconhecida pela jurisprudência deste CARF, ainda não consolidada (por exemplo, Acórdão 3403002.367, de 24/07/2013; Acórdão 3402002.862, de 26/01/2016 e Acórdão 3402002.929, de 24/02/2016). E aqui, frisese, que não se está afastando de qualquer forma a aplicação da Súmula CARF n.º 43, que determina a inclusão da SELIC sobre débitos tributários administrados pela Secretaria Receita Federal. Com efeito, devese entender por "débitos tributários" para fins de inclusão da SELIC os tributos administrados pela RFB, em conformidade com a expressão do art. 61 da Lei n.º 9.430/96, não podendo estender para as multas de ofício cobradas no mesmo lançamento. Nesse exato sentido: "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Carece de base legal a incidência de juros de mora sobre a multa de lançamento de ofício. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ACRÉSCIMOS LEGAIS. JUROS DE MORA À TAXA SELIC. É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia Selic para títulos federais. (Súmula CARF nº 4) Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" (Acórdão n.º 3403003.425. Processo n.º 19515.723091/201314 Sessão 13/11/2014 Relator Alexandre Kern e Redator designado Antonio Carlos Atulim especificamente quanto à parte da não incidência dos juros sobre a multa de ofício grifei) Sem lei que estabeleça expressamente a aplicação de juros sobre a multa de ofício, incabível a cobrança pretendida pela Autoridade Fiscal nestes autos, devendo ser a mesma cancelada por este Colegiado. IV CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por acolher os Embargos de Declaração opostos para, sanando as omissões indicadas, integralizar o Acórdão proferido e dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para excluir a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa deste julgado, mantidas as demais conclusões alcançadas pelo acórdão embargado. É como voto. (Assinado com certificado digital) 3 "Súmula CARF n° 4: A partir de 1o de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais” Fl. 438DF CARF MF Processo nº 10830.000823/200881 Acórdão n.º 3402004.140 S3C4T2 Fl. 434 11 Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora Fl. 439DF CARF MF
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Numero do processo: 13710.002969/2004-92
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano-calendário: 2004
ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA. SERVIÇO DE PRÓTESE DENTÁRIA.
Não pode recolher os impostos na forma do SIMPLES, a pessoa jurídica prestadora de serviços de prótese dentária, por desenvolver atividade cujo exercício exige habilitação profissional legal.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1801-000.937
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Edgar Silva Vidal
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2004 ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA. SERVIÇO DE PRÓTESE DENTÁRIA. Não pode recolher os impostos na forma do SIMPLES, a pessoa jurídica prestadora de serviços de prótese dentária, por desenvolver atividade cujo exercício exige habilitação profissional legal. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator (Documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Presidente (Documento assinado digitalmente Edgar Silva Vidal Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carmem Ferreira Saraiva, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes Fl. 49DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 04/04/2012 po r ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL 2 Relatório A Recorrente foi excluída do SIMPLES a partir de 01/01/2002, pelo Ato Declaratório Executivo DERAT/RJO nº 535.658, de 02 de agosto de 2004, por exercer atividade econômica vedada “outras atividades de serviços profissionais da área de saúde” CNAE 85154/99. O Ato teve por fundamentação legal a Lei 9.317, de 05/12/1996, art. 9º, XIII, art. 12, art. 14, I, art. 15, II ; Medida Provisória nº 2.15834, de 27/07/2001, art. 73, Instrução Normativa SRF nº 355, de 29/08/2003, art. 20, XII, art. 21, art.. 23, I, art. 24, II c/c parágrafo único. A atividade da Recorrente é a prestação de serviços de prótese dentária. Comunicada da exclusão em 26/08/2004 (fls. 14), a contribuinte solicitou Revisão do ato junto à DERAT/RJ, mas teve seu pleito indeferido (fls. 01/03). Cientificada do Despacho Denegatório em 17/08/2006 (fls. 21v), apresentou impugnação em à DRJ, alegando, em síntese (fls. 23/25) I a exclusão efetivada mais de sete anos após a empresa haver optado pelo regime, e ainda por cima 'com efeitos retroativos, ofende o principio da segurança jurídica, o do ato jurídico perfeito, o da moralidade, o do não confisco e o da capacidade contributiva, entre outros; II no caso especifico, a própria Receita Federal aceitou os débitos confessados pela empresa na sistemática 'do Simples, e tanto isto é verdade que tais dividas encontramse parceladas no âmbito do PAES, programa de regularização Fiscal instituído pela Lei n° 10.684/2003; III o Supremo Tribunal Federal, por outro lado, ao apreciar o pedido de liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 1.643/UF, entendeu que o inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317/1996, vedaria a opção pelo Simples somente para as pessoas jurídicas prestadoras de serviços que dependam de habilitação profissional exigida e regulamentada por lei; IV a atividade desenvolvida pela empresa, que é de prestação de serviços de prótese dentária, não se enquadra, absolutamente, entre aquelas que exigem habilitação profissional legalmente exigida; IV muito embora a definição da forma e das dimensões da prótese dentária seja de competência do dentista, profissional com habilitação legalmente exigida, o trabalho de confecção da prótese pode ser realizado por um protético, profissional de nível técnico cuja formação é de apenas dois anos, sem necessidade de registro no conselho próprio dos dentistas. Em sessão de julgamento de 12 de abril de 2007. a 4ª Turma DRJ/RJOI, com o Acórdão nº 1213.901, indeferiu a Solicitação, tendo por base a Lei nº 6.710, de 05 de Fl. 50DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 04/04/2012 po r ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL Processo nº 13710.002969/200492 Acórdão n.º 180100.937 S1TE01 Fl. 43 3 novembro de 1979, regulamentada pelo Decreto nº 87.689, de 11 de outubro de 1982, que tratam da profissão de Técnico em Prótese Dentária. Intimada do Acórdão em 19/6/2007 (fls. 34), interpôs Recurso Voluntário em 16/7/2007 (fls. 35/39), onde alega: I –dentre as profissões vedadas pelo artigo 9º, inciso XIII, da Lei 9.317/96 cujo exercício depende de habilitação profissionalmente exigida está a de dentista, mas não a de protético, simplesmente porque a profissão de protético depende do dentista, ou seja, o protético é um auxiliar do dentista; II – por não estar identificado na Lei, a rigor, está excluído da vedação citada; III – A Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006, em seu artigo 17, cita as profissões vedadas para adesão ao SIMPLES e outras que agora podem optar pelo benefício, mas não veda expressamente a profissão de protético; IV – reconhece que a profissão de protético é regulamentada por Lei, no caso a 6.710, de 05 de novembro de 1979, regulamentada pelo Decreto nº 87.689, de 11 de outubro de 1982 que exigem para sua habilitação, curso profissional a nível de 2º grau e inscrição no Conselho Regional de Odontologia; V repete, o protético é um profissional com formação exigida apenas de 2° grau, seu trabalho é monitorado,conferido e com acabamento do dentista, este, sim, um profissional de curso superior que tem responsabilidade pessoal na hipótese da aplicação da prótese, já que ela é encomendada, desenhada e aplicada por ele, dentista. VI – destaca o aspecto da responsabilidade pessoal, já que o propósito da lei é justamente o de vedar no SIMPLES aqueles profissionais de profissões legalmente regulamentadas, e que tenham responsabilidade pessoal com o trabalho realizado, caso dos médicos (qualquer erro, responde no Conselho de Medicina), assim como advogados, etc. Pede o provimento do Recurso. É o relatório. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 04/04/2012 po r ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL 4 Voto Conselheiro Edgar Silva Vidal – Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e dele conheço. A Recorrente foi excluída do SIMPLES por exercer atividade vedada nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9.317, de 1996. Embora a Recorrente apresente vários argumentos, não há como mantêla no SIMPLES, pois como reconhecido pela própria, a profissão de protético é regulamentada por Lei, no caso a nº 6.710, de 05 de novembro de 1979, regulamentada pelo Decreto nº 87.689, de 11 de outubro de 1982, que exigem para sua habilitação, curso profissional a nível de 2º grau e inscrição no Conselho Regional de Odontologia, enquadrandose perfeitamente na parte final do art. 9º , XIII, da Lei 9.317/96: Art. 9° Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: (...) "XIII — que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor,estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício depende de habilitação profissional legalmente exigida. Diante do exposto voto para negar provimento ao Recurso (Documento assinado digitalmente) Edgar Silva Vidal – Relator Fl. 52DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL, Assinado digitalmente em 04/04/2012 po r ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2012 por EDGAR SILVA VIDAL
score : 1.0
Numero do processo: 15540.720042/2011-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2007 a 31/12/2009
NULIDADE. LANÇAMENTO.
Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade.
ALÍQUOTA SAT/GILRAT. CNAE FISCAL.
Para fins de aplicação de alíquota SAT/GILRAT, prevalece o grau de risco aferido com base no CNAE-Fiscal, caso o contribuinte não traga evidências de que o risco de sua atividade é efetivamente diverso daquele.
Numero da decisão: 2402-005.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo, Presidente
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson, Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Waltir de Carvalho, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/2007 a 31/12/2009 NULIDADE. LANÇAMENTO. Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade. ALÍQUOTA SAT/GILRAT. CNAE FISCAL. Para fins de aplicação de alíquota SAT/GILRAT, prevalece o grau de risco aferido com base no CNAE-Fiscal, caso o contribuinte não traga evidências de que o risco de sua atividade é efetivamente diverso daquele.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo, Presidente (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Waltir de Carvalho, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
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LANÇAMENTO. Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade. ALÍQUOTA SAT/GILRAT. CNAE FISCAL. Para fins de aplicação de alíquota SAT/GILRAT, prevalece o grau de risco aferido com base no CNAEFiscal, caso o contribuinte não traga evidências de que o risco de sua atividade é efetivamente diverso daquele. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 72 00 42 /2 01 1- 91 Fl. 228DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo, Presidente (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Waltir de Carvalho, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 15540.720042/201191 Acórdão n.º 2402005.846 S2C4T2 Fl. 108 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) DRJ/RJ1, que julgou procedente os autos de infração DEBCAD nº 37.300.6098, atinente a contribuições patronais (parte da empresa e parte para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho), e DEBCAD nº 37.300.6128, que trata das contribuições a Outras entidades (FNDE, INCRA; SENAI; SESI e SEBRAE). Consoante relata a decisão contestada (fl. 198), 2. Informa a Auditoria Fiscal que: 2.1. Embora a sociedade empresária não pertencesse ao regime do SIMPLES Nacional a mesma declarou em GFIPs como se participante do regime fosse, deixando de calcular, desta forma, as contribuições patronais devidas à Previdência Social e a Terceiros; 2.2. tampouco efetuou os recolhimentos das contribuições patronais devidas à Previdência Social e a Terceiros; 2.3. que os fatos geradores foram as remunerações pagas a segurados empregados e contribuintes individuais, extraídas de folhas de pagamento e GFIPs; 2.4. promoveu a comparação das multas aplicáveis à época da lavratura, lançando a menos gravosa ao Contribuinte. Apesar de impugnada (fls. 133/192), a exigência foi mantida no julgamento de primeira instância (fls. 196/203), o que ensejou a interposição de recurso voluntário em 6/11/2013 (fls. 208/217), no qual foi arguído, em síntese, que: ter havido cerceamento de defesa, pois não há descrição do fato e disposição legal infringida no lançamento; cabe discutir a adequação ou avaliar o grau de risco da atividade no curso de procedimento fiscal, colacionando, nesse sentido, decisão judicial que entende ir ao encontro dessa consideração; deveria ter havido perícia prévia nos estabelecimentos da recorrente para fins de aferição do grau de risco da atividade; há incongruência no lançamento, pois o número de empregados adotados pela fiscalização para seus cálculos e aqueles efetivamente mantidos pelo contribuinte, acrescentando, ainda, que houve omissão no que tange ao ano de 2010. Demanda, ao final, a anulação da exigência. É o relatório. Fl. 230DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. As alegações trazidas pelo contribuinte são, à toda vista, genéricas e sem respaldo documental, não obstante, impende serem enfrentadas. No relatório fiscal de fls. 5/9 estão devidamente descritos os fatos que deram azo à autuação, quais sejam, ter a empresa informado em GFIP ser optante do Simples Nacional, muito embora não possuísse tal condição. Nesse passo, furtouse ao recolhimento da contribuição patronal sobre a remuneração dos segurados empregados e segurados contribuintes individuais, bem como as destinadas a outras entidades e fundos, cujos valores foram apurados no confronto das GFIPs com as folhas de pagamento. Por sua vez, tais fatos subsumiramse às normas de regência devidamente capituladas não só no Relatório Fiscal, como também nas demais partes do lançamento, às fls. 20 e seguintes. Não se vislumbra na espécie, aliás, qualquer das hipóteses ensejadoras da decretação de nulidade do lançamento consignadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72, havendo sido todos os atos do procedimento lavrados por autoridade competente, sem qualquer prejuízo ao direito de defesa do contribuinte, o qual recorre de seus termos evidenciando pleno conhecimento das exigências que lhe são imputadas. Inexiste, portanto, vestígio sequer de procedência na peça recursal, ao defender ter havido cerceamento de defesa por falta de descrição dos fatos e de base legal, a ensejar o reconhecimento de nulidade na autuação. Noutro giro, temse que atividade empresarial do recorrente é classificada na Tabela CNAE 2.0 sob o código “10.538 – Fabricação de sorvetes e outros gelados comestíveis”, recebendo o grau de risco médio, o que gera uma contribuição 2% sobre a base de cálculo apurada para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Tal código advém da tabela CNAEFiscal, que foi aprovada e divulgada pela Comissão Nacional de ClassificaçõesCONCLA, órgão com a incumbência de promover no País a padronização das classificações utilizadas no sistema estatístico e nos cadastros e registros da Administração Pública, seguindo padrões internacionais definidos no âmbito da ONU. A CNAEFiscal resulta, de fato, de um trabalho conjunto das três esferas de governo, elaborada sob a coordenação da RFB e orientação técnica do IBGE, com representantes da União, dos Estados e Municípios na Subcomissão Técnica da CNAE que atua em caráter permanente na CONCLA. Ela identifica de forma detalhada todos os segmentos produtivos, estando estruturada em níveis hierárquicos, abrangendo toda a atividade econômica exercida no país. Fl. 231DF CARF MF Processo nº 15540.720042/201191 Acórdão n.º 2402005.846 S2C4T2 Fl. 109 5 Nesse contexto, o art. 22, inciso II e § 3º da Lei nº 8.212/91, e o Regulamento da Previdência Social, Decreto nº 3.048/99, em seu Anexo V, associam os CNAEFiscal correspondentes a cada atividade a uma alíquota do SAT/GILRAT pré determinada, no caso dos autos 2%, como mencionado. Há então, uma presunção normativa de que, realizando atividade enquadrada em determinado CNAEFiscal, o grau de risco associado é o estabelecido no referido Anexo, sendo atribuído à empresa uma determinada alíquota para fins de cálculo do SAT/GILRAT. Caberia ao recorrente demonstrar que, não obstante o objeto social estabelecido contratualmente, o grau de risco da atividade que desenvolve é diverso do presumido, carreando as provas que entendesse suficientes para esclarecer sua situação. Não o fazendo, correto o enquadramento realizado pela fiscalização, com base no CNAEFiscal. Oportuno dizer que, frente a tais constatações, resta desnecessária a realização de perícia para aferição do grau de risco da atividade do contribuinte, visto que ele não trouxe qualquer elemento de prova que evidencie que no seu caso tal grau difira, ainda que marginalmente, das demais empresas que exercem essas mesmas atividades, a justificar a imputação de alíquota diferenciada no tocante ao SAT/GILRAT. A par disso, também não junta o recorrente comprovação de que o número de empregados adotado pela fiscalização não corresponda ao por ele efetivamente mantido. Tem se, uma vez mais, alegação vaga e sem qualquer fundamentação. Por fim, quanto à suposta omissão quanto ao "lapso temporal referente ao ano de 2010", não dissinto das percucientes observações vertidas pela instância de piso, as quais adoto, com a devida vênia, a título de razões de decidir: 10. Alega a Impugnante ter seu direito à defesa e ao contraditório prejudicado por não integrar os autos as planilhas relativas ao ano de 2009. 11. Neste ponto não está perfeitamente claro o que a Impugnante reclama. Deduzo que esta referese ao fato de o Relatório Fiscal contemplar duas planilhas, itens 10.1 e 10.2, abrangendo as competências de 07/2007 a 11/2008, não fazendo menção ao ano de 2009. 12. Tal percepção mostrase equivocada, posto que as planilhas referenciadas tratam exclusivamente do comparativo entre as multas aplicáveis para as competências anteriores à MP 449/2008, em cumprimento ao princípio da retroatividade benigna estampado no art. 106, II, “c”, do CTN, efetuando a comparação das penalidades cabíveis e aplicando a menos gravosa ao Contribuinte. 13. A partir da vigência da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, tal comparativo não mais é efetuado, posto que, a multa aplicável é a estipulada no artigo 35A da Lei 8.212/1991. 14. O crédito lançado está discriminado no relatório “DD – Discriminativo do Débito” (fls. 12/19), o qual é suficientemente claro, apontando as competências abrangidas pelo lançamento – 07/2007 a 12/2009, inclusive 13° Salário; a base de cálculo apurada, as alíquotas e a multa aplicada. Fl. 232DF CARF MF 6 Decerto, não abrangendo a autuação o anocalendário 2010, subentendese que o contribuinte está a se referir ao anocalendário 2009, a respeito do qual a DRJ/RJ1 teceu as bem postas considerações encimadas, das quais se compartilha. Ante o exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 233DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19991.000077/2010-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3302-000.592
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
RELATÓRIO
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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(SPRESS CAFÉ IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. RELATÓRIO Tratase de pedido de ressarcimento de créditos de Cofins nãocumulativos do 1º trimestre de 2006, vinculados a receitas de exportação. As glosas empreendidas pela fiscalização foram relativas a aquisições de bens para revenda de pessoas jurídicas declaradas inaptas pela RFB, de acordo com os artigos 39 e 45 da IN RFB nº 1.005/2010 e de crédito presumido de que trata o artigo 8º da Lei nº 10.925/2004, em razão de não ter sido considerada produtora de café, nos termos do §6º do referido artigo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 99 91 .0 00 07 7/ 20 10 -7 2 Fl. 370DF CARF MF Processo nº 19991.000077/201072 Resolução nº 3302000.592 S3C3T2 Fl. 371 2 Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou que efetuou os pagamentos aos fornecedores declarados inaptos, que as mercadorias compuseram seu estoque, mediante notas fiscais de remessa para armazém geral e nota fiscal de retorno, que as mercadorias foram exportadas conforme notas fiscais informadas. Em relação aos fornecedores EXPORT DO BRASIL LTDA e J.B. BARONI, reitera que efetuou as operações com referidos fornecedores e que eventual descumprimento de obrigações fiscais por parte dos mesmos não pode servir de fundamento à glosa das operações com a recorrente. Complementa, alegando equivocado o entendimento da fiscalização em vincular a possibilidade de crédito à existência efetiva de pagamento das contribuições pelos fornecedores. Concernente à glosa por não ter sido considerada produtora, a recorrente alegou que é produtora de acordo com o artigo 4º do Decreto nº 4.544/2002 (RIPI/2002), ainda que industrialize por encomenda de terceiros, por ser equipada a industrial pela legislação do IPI. A DRJ, por seu turno, proferiu o Acórdão nº 0937.096, considerando a manifestação procedente em parte, nos termos da seguinte ementa: PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. No âmbito especifico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório é ônus do qual deve se desincumbir. CRÉDITO DE BENS PARA REVENDA, ADQUIRIDOS DE INAPTAS E OMISSAS CONTUMAZES. Na qualidade de terceiro interessado, há que se reconhecer tão somente o direito credit6rio dos valores de Pis/Cofins não cumulativos relativos ante os quais a contribuinte comprovou o pagamento do prep respectivo e o recebimento dos bens, direitos ou mercadorias, de sorte a que se visse livre da inidoneidade das respectivas notas fiscais de aquisição. CRÉDITO PRESUMIDO AGROINDUSTRIA Para fazer jus ao crédito presumido agroindústria, na espécie, mister que a pessoa jurídica produza o café que revende, considerandose como produção o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Em recurso voluntário, a recorrente reiterou a efetividade das operações ocorridas com os fornecedores CERRADO EXPORT DO BRASIL LTDA e J.B.BARONI, únicos fornecedores inaptos cujas glosas de aquisições foram mantidas pela DRJ, afirmando que a declaração de inaptidão da CERRADO ocorreu apenas em 01/03/2010, mais de quatro anos após as operações e que a J.B.BARONI possui cadastro ativo e nunca foi declarada inapta, Fl. 371DF CARF MF Processo nº 19991.000077/201072 Resolução nº 3302000.592 S3C3T2 Fl. 372 3 conforme tela do CNPJ juntada. Concernente ao crédito presumido de que trata o artigo 8º da Lei nº 10.925/2004, reprisou as alegações realizadas na manifestação de inconformidade. Na sessão de 29/01/2014, o julgamento foi convertido em diligência mediante a Resolução nº 3302000.381, para que a recorrente pudesse comprovar seu processo produtivo, elucidando como é realizado este processo produtivo, definindo as fases (recebimento do café/moagem/torra/etc) e todo o procedimento ao qual se submete o grão de café; quem é que faz este processo produtivo, clareando a informação do que é feito em seus próprios estabelecimentos e o que é terceirizado, apresentado, se o caso, provas deste procedimento de industrialização em seus estabelecimentos; comprovar documentalmente o procedimento de envio para industrialização por encomenda, bem como que realiza a venda de produto industrializado. Em resposta, a autoridade fiscal concluiu que a o processo produtivo previsto no §6º do artigo 8º da Lei nº 10.925/2004 foi cumprido, mas por outra pessoa jurídica, a saber um armazém geral local e não pela recorrente, que apenas efetuou a encomenda da industrialização. Porém, reconheceu o direito creditório de R$ 5.092,31, decorrentes de despesas de armazenagem e fretes sobre vendas e bens do ativo imobilizado. Em manifestação, a recorrente reiterou que todas as atividades previstas no §6º do artigo 8º ad Lei nº 10.925/2004 ocorreram, ainda que parte por encomenda, o que não retira a condição de produtora da recorrente, de acordo com a legislação do IPI. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. VOTO Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Destacase, inicialmente, que, embora a fiscalização tenha abrangido os pedidos de ressarcimento de PIS/Pasep e Cofins, do 1º ao 4º trimestres de 2006, este processo trata apenas do pedido de ressarcimento de Cofins referente ao 1º trimestre de 2006. A primeira questão diz respeito às glosas sobre aquisições de café dos fornecedores CERRADO EXPORT e JB BARONI, considerados inidôneos pela fiscalização, que afirmou estar a CERRADO inapta por se tratar de empresa omissa contumaz desde 01/07/2004, enquanto a J B BARONI foi considerada omissa contumaz desde 16/12/2004, data de abertura da empresa. Ocorre que este processo não abrange o período de junho/2006, mês em que foi glosada a nota fiscal emitida por J B BARONI, razão pela qual não serão conhecidas as alegações tanto do despacho decisório quanto da peça recursal. A declaração de inaptidão torna presumida a inidoneidade dos documentos emitidos pela empresa assim considerada e não produzirá efeitos tributários perante terceiros, os quais assumem o ônus de provar o efetivo pagamento do preço respectivo e o efetivo recebimento dos bens ou da prestação de serviços, conforme disposto no artigo 82 da Lei nº 9.430/1996, a seguir: Fl. 372DF CARF MF Processo nº 19991.000077/201072 Resolução nº 3302000.592 S3C3T2 Fl. 373 4 Art. 82. Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido considerada ou declarada inapta. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços. A regulamentação coube à RFB que dispôs sobre o assunto nas instruções normativas que tratam do CNPJ, sendo que as declarações de inaptidão foram efetuadas com base na in IN RFB nº 748/2007, conforme informado no despacho decisório: IN RFB nº 748/2007: Art. 34. Será declarada inapta a inscrição no CNPJ de entidade: I omissa contumaz: a que, embora obrigada, tenha deixado de apresentar, por cinco ou mais exercícios consecutivos, DIPJ, DSPJ Inativa ou DSPJ Simples, e, intimada, não tenha regularizado sua situação no prazo de sessenta dias, contado da data da publicação da intimação; II omissa e não localizada: a que, embora obrigada, tenha deixado de apresentar as declarações referidas no inciso I, em um ou mais exercícios e, cumulativamente, não tenha sido localizada no endereço informado à RFB; III inexistente de fato; ou IV que não efetue a comprovação da origem, da disponibilidade e da efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior, na forma prevista em lei; Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à pessoa jurídica domiciliada no exterior. [...]Art. 48. Será considerado inidôneo, não produzindo efeitos tributários em favor de terceiro interessado, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no CNPJ haja sido declarada inapta. § 1º Os valores constantes do documento de que trata o caput não poderão ser: [...]III utilizados como crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e das Contribuições para o PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) não cumulativos; e § 2º Considerase terceiro interessado, para os fins deste artigo, a pessoa física ou entidade beneficiária do documento. § 3º O disposto neste artigo aplicarseá em relação aos documentos emitidos: I a partir da data da publicação do ADE a que se refere: Fl. 373DF CARF MF Processo nº 19991.000077/201072 Resolução nº 3302000.592 S3C3T2 Fl. 374 5 a) o art. 37, no caso de pessoa jurídica omissa contumaz; b) o art. 39, no caso de pessoa jurídica omissa e não localizada; II na hipótese do art. 41, desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde a sua constituição, se ela jamais houver exercido atividade; e III na hipótese de pessoa jurídica com irregularidade em operações de comércio exterior, desde a data de ocorrência do fato. [...]§ 5º O disposto no § 1º não se aplica aos casos em que o terceiro interessado, adquirente de bens, direitos e mercadorias, ou o tomador de serviços, comprovar o pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos ou mercadorias ou a utilização dos serviços. Art. 49. A pessoa jurídica com inscrição declarada inapta que regularizar sua situação perante a RFB terá sua inscrição enquadrada na condição de ativa. Inferese que a declaração de inaptidão torna presumida a inidoneidade dos documentos emitidos após a data de publicação do ADE ou após a data de ocorrência do fato, conforme o motivo que gerou a declaração, de acordo com o artigo 48 da IN RFB nº 748/2007, mas que tal presunção é relativa e comporta prova em contrário pelo beneficiário dos documentos, do efetivo pagamento do preço e do efetivo recebimento das mercadorias. Além disso, a empresa declarada inapta poderia regularizar sua situação e voltar à condição de ativa. Salientase que há algumas inconsistências fáticas no caso em concreto. A fiscalização afirmou que a CERRADO foi declarada inapta por ser omissa contumaz, de acordo com o artigo 48 da IN RFB 748/2007, com efeito a partir de 1º/07/2004. Porém, §3º do artigo 48 da IN dispunha que a inidoneidade de aplicaria aos documentos emitidos após a data de publicação do ADE, o que ocorreu após os fatos geradores (2006), uma vez que com base na IN RFB 748/2007. Além desta inconsistência, o próprio motivo da inaptidão está em desacordo com a informação constante no recurso voluntário, o qual mostra uma tela com inaptidão por inexistência de fato, diferentemente da informação constante no despacho decisório. Em consulta ao sítio da RFB, verificase que a CERRADO está declarada inapta desde 01/03/2010, por inexistência de fato. Em relação à J B BARONI, a inconsistência é similar, pois a acusação foi de ser omissa contumaz, com efeitos a partir de 16/12/2004, o que se mostra incompatível com o §3º do artigo 48 da IN RFB 748/2007, o qual determinava que os efeitos seriam a partir da data de publicação do ADE no caso de omissa contumaz. E tal ADE foi publicado posterior a 2006, pois com base na IN RFB 748/2007, como já se viu. Ainda no recurso voluntário, a J B BARONI se encontra como ativa em 20/12/2011, o que também não comprova a afirmação da recorrente de que a empresa nunca fora declarada inapta, pois pode ocorrer a declaração e posterior reativação como explicita o artigo 49 da referida instrução. Atualmente, esta empresa encontrase baixada por omissão contumaz, conforme tela do comprovante de inscrição extraída em 09/05/2017. Porém, frisese que não foram localizados os referidos ADEs nos autos para se confirmar o motivo e a data de publicação dos referidos. Assim, entendo necessária a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de origem junte os ADEs de Fl. 374DF CARF MF Processo nº 19991.000077/201072 Resolução nº 3302000.592 S3C3T2 Fl. 375 6 declaração de inaptidão mencionados no despacho decisório, identificando o motivo da declaração e a data de produção de efeitos, nos termos da IN RFB nº 748/2007. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 375DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15983.000432/2010-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
RECURSO DE OFÍCIO - LIMITE PARA INTERPOSIÇÃO. PORTARIA MF nº 63, DE 09 DE FEVEREIRO DE 2017.
De acordo com precedentes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, alteração no limite mínimo para interposição de recurso de ofício deve ser aplicada imediatamente. Nos casos em que o valor do crédito tributário exonerado é inferior ao novo limite, a superveniência da nova legislação acarreta a perda de objeto do recurso de ofício.
Numero da decisão: 2401-004.763
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não Conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 RECURSO DE OFÍCIO - LIMITE PARA INTERPOSIÇÃO. PORTARIA MF nº 63, DE 09 DE FEVEREIRO DE 2017. De acordo com precedentes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, alteração no limite mínimo para interposição de recurso de ofício deve ser aplicada imediatamente. Nos casos em que o valor do crédito tributário exonerado é inferior ao novo limite, a superveniência da nova legislação acarreta a perda de objeto do recurso de ofício.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não Conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
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PORTARIA MF nº 63, DE 09 DE FEVEREIRO DE 2017. De acordo com precedentes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, alteração no limite mínimo para interposição de recurso de ofício deve ser aplicada imediatamente. Nos casos em que o valor do crédito tributário exonerado é inferior ao novo limite, a superveniência da nova legislação acarreta a perda de objeto do recurso de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 04 32 /2 01 0- 51 Fl. 1439DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não Conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. Fl. 1440DF CARF MF Processo nº 15983.000432/201051 Acórdão n.º 2401004.763 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso de Ofício interposto contra decisão de primeiro grau que deu provimento à impugnação apresentada pelo contribuinte para exonerar o crédito tributário perseguido. Contra o contribuinte acima qualificado foi lavrado Auto de Infração à constituição de crédito tributário previdenciário relativo às contribuições sociais devidas pela empresa à Seguridade Social, bem assim, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa e riscos ambientais do trabalho – GILRAT, incidentes sobre as remunerações de seus segurados empregados e contribuintes individuais, abrangendo o período de 01/2005 a 12/2005, incluindose o 13º salário do exercício de 2005, que apurou o crédito tributário no montante de R$ 1.552.343,42 (um milhão, quinhentos e cinquenta e dois mil, trezentos e quarenta e três reais e quarenta e dois centavos) – fl. 02. Conforme consta do Relatório Fiscal de fls. 27/52, o lançamento está fundamentado na violação dos preceitos legais relativos à isenção das contribuições previdenciárias. Afirma a fiscalização que: a) a entidade fiscalizada era titular de direito adquirido à isenção das contribuições a cargo da empresa, servindo o lançamento para prevenir a decadência e desencorajar as atividades das entidades que não se enquadram nas regras de isenção; b) em consulta ao sistema Plenus/Confilan, verificouse cancelada a isenção da entidade pelo Ato Cancelatório nº 01/2009, em 13/02/2009, com efeitos a partir de 01/11/2007, por infringência ao disposto no § 6º do artigo 55 da Lei nº 8.212/91; c) a entidade é uma associação de caráter educacional, cultural e de assistência social, para a consecução dos seus objetivos, mantendo os projetos que indica, quais sejam: c.1) Colégio Don Domenico – Projeto Educacional; c.2) Faculdade Don Domenico – Projeto Educacional; c.3) Centro Esportivo Don Domenico – Projeto de Esportes e Lazer; c.4) Creche e escola “Ninho Maternal” – Projeto de Assistência Social ao Menor; Fl. 1441DF CARF MF 4 c.5) Posto Médicosocial – projeto de assistência social e à saúde; d) que funcionam sob o mesmo CNPJ: d.1) Administração, colégio e faculdade Don Domenico; d.2) Centro Esportivo Don Domenico d.3) Creche e escola “Ninho Maternal” d.4) Posto Médicosocial e) a entidade mantém vários estabelecimentos em endereços distintos, sem cadastrálos como tal, sequer como filiais do estabelecimento matriz; cita a Instrução Normativa RFB nº 1.005, de 08/02/2010, além de outros atos normativos; f) transcreve os artigos 1º e 3º do Estatuto Social do sujeito passivo; g) não consta adesão do sujeito passivo ao Programa Universidade para Todos – PROUNI; h) traz à colação o disposto nos artigos 29 e 32 da Lei nº 12.101, de 27/11/2009, o artigo 55 da Lei nº 8.212/91, o artigo 3º, incisos VI e VIII do Decreto nº 2.536/98, o artigo 3º, inciso V, alínea d, e inciso VI, da Resolução CNAS nº 177/00, concluindo que a entidade descumpriu os dispositivos citados, em razão da aplicação anual, em gratuidade, ser inferior aos 20% (vinte por cento) da receita bruta, e seus diretores perceberem remuneração, em razão das competências, funções ou atividades que lhes eram atribuídas pelos respectivos atos constitutivos; i) as infrações referemse ao ano de 2005, ano no qual a entidade obteve a renovação de seu CEAS pelo processo nº 44006.000669/200378, com validade para o período de 01/01/2004 a 31/12/2006; Gratuidades Concedidas j) faz considerações sobre o conceito de gratuidade, com citação do artigo 203 da Constituição Federal de 1988, e citação de doutrina, aduzindo que tanto o colégio como a faculdade não alcançam pessoas em situação de exclusão social, de marginalidade; que tais áreas de atuação não compreendem o nível básico de educação a ser provido de forma filantrópica, não constituindo um “mínimo social necessário à existência digna para o homem”; k) o conteúdo fundamental do que se deve entender por aplicação em gratuidade é o de assistência social beneficente prestada “a quem dela necessitar” (art. 203, CF/88) para o atendimento de suas “necessidades básicas” (art. 1º, Lei nº 8.742/93), o que exclui as gratuidades concedidas a todos indistintamente; l) transcreve excerto do julgamento promovido pelo Supremo Tribunal Federal na ADIn nº 2.0285; m) serviços gratuitos prestados por entidades beneficentes que, apesar de úteis a quem os recebe, não atendam ao conceito de mínimos sociais, o básico, não pode ser considerado gratuidade; cita o Parecer CJ nº 2.414/2001; transcreve parte de artigo publicado pela doutrina na Revista de Previdência Social nº 199/533; Fl. 1442DF CARF MF Processo nº 15983.000432/201051 Acórdão n.º 2401004.763 S2C4T1 Fl. 4 5 n) que as notas explicativas que acompanham o balanço contábil do ano de 2005 informam o registro, a título de isenção usufruída, apenas da quota patronal previdenciária, deixando de considerar outras contribuições administradas pela SRF, como a CPMF, COFINS e CSLL; o) a entidade contabilizou “subvenção municipal” como dedução da receita total na apuração da receita base para fins de apuração da gratuidade a conceder, quando deveria, somente, ter deduzido “devolução de mensalidades” e “Gratuidade (bolsas) concedidas”; p) foram consideradas como gratuidades atividades que não integram este conceito: palestras, atividades recreativas, participações em eventos, fornecimento de materiais nada assistencialistas, correio, seguros de imóvel e veículos, xerox e autenticações, material de limpeza, impressos e material de escritório, material de informática, assessoria e auditoria, despesas de taxas e contribuições, luz, água, telefone, conservação, manutenção e reparos de imóveis, de veículos, de móveis e de máquinas, serviços profissionais de motoristas, de rodos moça e de pessoas jurídicas etc. Assim, a entidade considerou como gratuidades verdadeiras despesas correntes, superestimando as gratuidades concedidas; faz uma enumeração dos valores lançados como gratuidades; q) a não adesão ao PROUNI impede sejam consideradas como gratuidades as bolsas de estudo concedidas em sede de ensino superior, conforme artigo 11 da Lei nº 11.096/2005, fato este que levou a fiscalização à desconsideração dos valores das bolsas de estudo em nível superior como gratuidades concedidas; conclui que a entidade aplicou somente 12,48% de sua receita total em gratuidades; Remuneração de Diretores r) a não remuneração, sob qualquer forma, de diretores da entidade é requisito essencial à obtenção do CEBAS, conforme artigo 2º, inciso VI do Decreto nº 752/93; alguns membros da diretoria auferiram vantagens pecuniárias em razão das funções exercidas e especificadas no seu estatuto, violando o citado dispositivo no período de janeiro a dezembro de 2005; elenca os beneficiários das vantagens: r.1) Anna Juliana Tybor Passaes: eleita Diretora Presidente da Diretoria Geral em 06/01/2004, exercendo a função de Administradora Geral, cabendolhe cumprir e fazer cumprir a consolidação do Estatuto Social, dirigir e administrar a Associação (artigos 54 e 55 do Estatuto Social); r.2) Marcelo Mendes Passaes: eleito Diretor VicePresidente em 06/01/2004, exercendo a função de administrador e administrador do Centro Esportivo, cabendolhe substituir a Diretora Presidente em suas ausências e impedimentos, auxiliandoa no desempenho de suas funções (art. 56 do Estatuto Social); r.3) Manoel Mendes Passaes: eleito Superintendente Geral, cabendolhe substituir o Presidente, VicePresidente e Diretores na ausência destes no exercício das suas funções; supervisionar todas as áreas de atividades da Associação; representar a Associação ativa e passivamente, em juízo e fora dele, perante órgãos públicos, administrativos e Fl. 1443DF CARF MF 6 particulares e, em geral, nas suas relações com terceiros, conjuntamente com o Diretor Presidente (art. 56 do Estatuto Social); s) as remunerações de tais membros da Diretoria Geral encontramse discriminadas em suas fichas funcionais, bem como constam de folha de pagamento, dos registros do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, em violação ao disposto no artigo 102 do Estatuto Social; t) os referidos membros, a despeito de tais cargos para os quais foram eleitos, possuem mais de um registro como funcionários da instituição, citandose: t.1) Anna Juliana Tybor Passaes: registro nº 1132001 (03/08/98) como administradora geral; registro nº 1469001 (01/08/02) como professora superior; t.2) Marcelo Mendes Passaes: registro nº 1339001 (01/08/00) como administrador e administrador do Centro Esportivo; registro nº 1470001 (01/08/02) como professor de geografia; t.3) Manoel Mendes Passaes: registro nº 470001 (01/08/87) como professor de filosofia; registro nº 1079001 (02/01/01) como advogado; registro nº 1433001 (08/08/01) como coordenador; u) a remuneração dos membros diretores por mais de um registro constitui artifício para burlar a vedação da percepção de vantagens por seus diretores, auferindo, em razão delas, vultosas quantias remuneratórias, além da função técnica ou de profissão regulamentada. Conclui pela violação dos incisos IV e V, in fine, do artigo 55 da Lei nº 8.212/91, ensejando a suspensão da isenção nos termos do artigo 206, inciso VII, § 8º do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.48/99. Devidamente notificado, em 18/08/2010 o contribuinte apresentou Impugnação (fls.174/221) postulando pela nulidade da autuação e sua improcedência, aduzindo, em síntese, o que segue: 1ª) que é absolutamente impossível compreender os motivos de fatos ou fundamentos de direito em ensejaram o lançamento fiscal, não se identificando no Auto de Infração qualquer elemento que leve à declaração do acontecimento do fato jurídico tributário; 2ª) que a fiscalização desconhece a sistemática aplicável no caso de entidades beneficentes que atuam no ensino superior, especificamente, no tocante à relação mantenedora mantida, exigindo CNPJ para as entidades mantidas; 3º) que foi desconsiderado, para efeito do cômputo do percentual da receita bruta destinados à gratuidade os valores correspondentes às bolsas de estudo concedidas aos alunos do ensino superior, ao arrepio do artigo 10 da Lei nº 11.096/05, direcionado justamente às instituições de ensino superior que não fizeram adesão ao Programa Universidade para Todos – PROUNI; 4º) que há confusão de argumentos, tornandose incapaz de relacionar com a legislação pertinente e que, por si só, são suficientes à nulidade do lançamento; 5º) que a declaração do fato jurídico tributário, inclusive aqueles atinentes ao preenchimento de requisitos voltados à exclusão da incidência do tributo, constitui requisitos Fl. 1444DF CARF MF Processo nº 15983.000432/201051 Acórdão n.º 2401004.763 S2C4T1 Fl. 5 7 essencial ao ato de lançamento, conforme artigo 142 do Código Tributário Nacional – CTN (que transcreve), artigo 10, incisos III e IV do Decreto nº 70.235/72 (que transcreve) e artigo 6º da Instrução Normativa SRB nº 185/02 (que transcreve); 6º) aduz ser por meio dos fatos no seu aspecto material, espacial e temporal, que o agente tributário elabora o conceito de fato, tomando por base o material fático probatório, o qual deve instruir a pretensão fiscal; que a motivação do ato administrativo exacional deve conter: a) descrição dos fatos que ensejam sua feitura; b) explicitação do direito aplicável; c) demonstração da juridicidade dos fatos; 7º) é impossível compreender os motivos do lançamento fiscal, pois mesmo a questão da imunidade já foi superada com a renovação dos certificados, como destacado pelo próprio auditor (transcreve excerto do Relatório Fiscal – fl. 08); que o processo relativo à renovação do certificado nº 71010.001955/200615 apreciou os períodos de 2003 a 2005; 8º) que mesmo o ato cancelatório de isenção indicado pela fiscalização é de total desconhecimento por parte da entidade, uma vez que foi apresentada impugnação em 04/04/2009, não tendo, até o momento, segundo aduz, conhecimento de seu julgamento; que toda a situação tratada revela violação ao disposto no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988, bem assim, violação ao artigo 2º, parágrafo único, inciso VII, e artigo 50 da Lei nº 9.784/99, que transcreve; diante disto, haveria nulidade no lançamento, conforme artigo 53 da Lei nº 9.784/99 e artigo 59, inciso II do Decreto nº 70.235/72, que transcreve; traz à colação decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF; 9º) aduz que, diante da imunidade da impugnante, o lançamento não poderia ocorrer sem a instauração do processo administrativo com escopo específico de cancelar a imunidade, na forma do artigo 32 da Lei nº 9.430/96 (que transcreve), restando inválido, portanto, o crédito constituído; não há qualquer decisão administrativa em caráter definitivo no tocante ao cancelamento da imunidade da impugnante, que teve seu certificado renovado por força da MP nº 446/08; deveria ter sido aplicado o procedimento dos artigos 31 e 32 da Lei nº 12.101/09 (que transcreve); 10º) no Auto de Infração falta a assinatura do AFRFB chefe da unidade da SRF, consoante determina o artigo 6º, inciso II do Decreto nº 70.235/72 (que transcreve), havendo nulidade insanável ao Auto de Infração; que não se trata de obrigação acessória e, dessa forma, não poderia ser chamado de “auto de infração”, reunindo todos os elementos de um efetivo lançamento fiscal; 11º) alega a ocorrência de decadência do direito de constituir o lançamento fiscal, pois foi consolidado em 13/07/2010, sendo o contribuinte notificado em 14/07/2010, abrangendo fatos geradores relativos a 01/2005 a 12/2005, de maneira que parte do lançamento se encontra abrangido pela decadência na forma do artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional – CTN (que transcreve), somente se podendo constituir lançamento em relação a fatos geradores ocorridos a partir de 08/2005; cita e transcreve a Súmula nº 08 do STF e diversos arestos do CARF; traz considerações sobre o momento inicial de contagem do prazo decadencial, aduzindo ser o momento do fato gerador, em harmonia ao artigo 150, § 4º do CTN; transcreve julgados em favor da tese; Fl. 1445DF CARF MF 8 12º) que sempre foi uma instituição filantrópica e, consequentemente, imune na forma do artigo 195, § 7º da Constituição Federal de 1988, preenchendo todos os requisitos necessários ao gozo da imunidade, incluindose os do artigo 55 da Lei nº 8.212/91, hoje constantes no artigo 29 da Lei nº 12.101/09; 13º) é reconhecida como de utilidade pública federal e municipal, conforme tela juntada à impugnação; é portadora de Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, conforme tela juntada à impugnação e Resolução CNAS nº 03, de 23/01/2009, que transcreve; promove assistência social, conforme artigo 3º de seu estatuto social; não promove a distribuição de remuneração a seus diretores, conselheiros ou instituidores, na forma do artigo 102 do estatuto social, e toda remuneração recebida por estes é fruto de atividades realizadas na instituição mantida; todo resultado operacional é vertido no território nacional e na manutenção de seus objetivos sociais, conforme artigo 5º do estatuto social; 14º) que a MP nº 446/08 gerou a remissão dos processos que tramitavam no CNAS para efeito de renovação do certificado de entidade beneficente de assistência social, acabando por abalizar todos os fundamentos que são objeto do lançamento fiscal; que a Resolução CNAS nº 03/09, ao renovar o certificado da entidade, acabou por abranger o período constante do Auto de Infração; a MP nº 446/08 gerou tais efeitos e a Advocacia Geral da União confirmou tais efeitos, conforme autos do processo administrativo nº 00400.004229/200957, com despacho nº 1.973/2009 que transcreve; 15º) no tocante às gratuidades concedidas, o artigo 10 da Lei nº 11.096/2005 disciplina a concessão de bolsas por instituições de ensino que não aderiram ao PROUNI, cabendo, portanto, considerar as bolsas concedidas em sede de ensino superior como integrantes das gratuidades concedidas em atendimento ao percentual de 20% da receita bruta da entidade; 16º) no que tange à remuneração dos diretores, aduz que há distinção entre o exercício da função acadêmica e o exercício da função de direção; que o artigo 16 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação prevê a figura da instituição de ensino pública (mantida pela União) e as instituições de ensino privadas, nestas, havendo a relação mantenedora e mantida; segundo o artigo 7ºA da Lei nº 9.131/95, as entidades mantenedoras poderão ser constituídas sob qualquer das espécies de pessoas jurídicas previstas no Código Civil; que as instituições mantidas são classificadas de acordo com sua organização acadêmica, conforme artigo 12 do Decreto nº 5.773/06; transcreve parte do Decreto nº 3.860/01; às instituições mantenedoras compete prover condições patrimoniais e logísticas que possibilitem a adequada atuação das instituições de ensino mantidas, coordenando a sua gestão administrativa e financeira; as entidades mantidas são responsáveis pela atuação no âmbito acadêmico, desempenhando efetivamente as atividades de ensino; 17º) que a entidade provê o patrimônio e recursos financeiros que possibilitam ao Colégio e Faculdade Dom Domenico, à Creche e Escola “Ninho Maternal”, e ao Posto MédicoSocial e ao Centro Esportivo Don Domenico, enquanto entidades mantidas, o desenvolvimento de suas atividades acadêmicas e assistenciais, seja por oferta de seus cursos de graduação e ensino infantil, médio e fundamental, ou pelos serviços sociais ofertados; a compreensão das atividades de cada instituição é necessária para orientar a atividade dos diretores; que as atividades exercidas, ainda pelos diretores da entidade mantenedora (impugnante), tem em mira harmonizar duas questões: a liberdade de profissão e a previsão do artigo 29, inciso I da Lei nº 12.101/09 e artigo 14, inciso I do CTN; Fl. 1446DF CARF MF Processo nº 15983.000432/201051 Acórdão n.º 2401004.763 S2C4T1 Fl. 6 9 18º) assevera ser clara a possibilidade de uma pessoa física, integrante dos órgãos diretivos da entidade, ser remunerada em virtude de outras atividades específicas desempenhadas no seio da mesma instituição, considerando sua habilitação profissional e a igualdade de condições com os demais empregados; a proibição de remuneração de dirigentes, prevista em lei, não se dirige a toda cumulação de atividades que uma mesma pessoa física possa ter em relação à entidade; que a própria fiscalização afirma ter verificado contrato de trabalho registrado entre os diretores e a entidade (item 73 do Relatório Fiscal); em se tratando de cumulação que não seja vedada, não se pode considerar a remuneração recebida como motivo ao cancelamento da imunidade; que o profissional deve ter qualificação específica ao exercício da atividade em relação à qual seja remunerado, bem assim, esta remuneração deve ser compatível com aquelas praticadas na área de atuação; cita e transcreve o Parecer CJ/MPAS nº 1.405; que a lei tributária veda a percepção de benefício econômico ou vantagem pelo exercício da função de direção, relacionada com a atividade da mantenedora, não havendo óbice a que os diretores desta exerçam atividades nas entidades mantidas, e, em face desta última atividade, recebam remuneração; cita e transcreve acórdão do 1º Conselho de Contribuintes e julgados dos Tribunais sobre a matéria. A 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas (SP), através do acórdão nº 0535.232 (fls. 1.134/1.151) julgou procedente a impugnação e exonerou o crédito tributário, nos seguintes termos: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 RESULTADO DE DILIGÊNCIA. CIÊNCIA DO SUJEITO PASSIVO. NULIDADE. MÉRITO. Não se declara situação de nulidade quando o mérito seja a favor do sujeito passivo. PREVIDENCIÁRIO. ENTIDADE FILANTRÓPICA. GOZO DA ISENÇÃO. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. COMPETÊNCIA. Carece à Receita Federal do Brasil, em sede de cancelamento de isenção, competência para verificar o atendimento do critério de concessão das gratuidades. ISENÇÃO PREVIDENCIÁRIA. REQUISITOS. REMUNERAÇÃO DE DIRETORES. EXERCÍCIO DE ATIVIDADES DIVERSAS. LIBERDADE DE PROFISSÃO. Não configura violação ao requisito da não remuneração de membro integrante de órgão diretor da entidade em gozo da isenção a sua remuneração pelo exercício de outras atividades na entidade, estando tais desvinculadas da atuação gerencial. DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE. STF. INOCORRÊNCIA. Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n.º 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal STF, por meio da Fl. 1447DF CARF MF 10 Súmula Vinculante n.º 8, publicada no Diário Oficial da União em 20/06/2008, o lapso de tempo de que dispõe a Secretaria da Receita Federal do Brasil para constituir os créditos relativos às contribuições previdenciárias e de terceiros, mencionadas nos artigos 2º e 3º da Lei n.º 11.457/07, será regido pelo Código Tributário Nacional Lei n.º 5.172/66. Não havendo pagamento antecipado em sede de lançamento por homologação, aplicase a regra do artigo 173, inciso I do Código Tributário Nacional CTN. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado.” Posteriormente, o Recurso de Ofício foi encaminhado a este Conselho para análise e decisão. Em seguida, os autos foram distribuídos ao Conselheiro André Luís Mársico Lombardi, e, em Sessão realizada no dia 21 de janeiro de 2014, esta egrégia 2ª Seção converteu o julgamento em diligência para que a auditoria fiscal, com base no que já apurado por ocasião dos lançamentos e no que venha a ser apurado mediante a intimação da recorrente para a apresentação documentação e de esclarecimentos, instrua os autos especificando, no período do débito, para cada um dos diretores apontados (Anna, Marcelo, Manoel e Fernando), a exata relação entre as atividades estatutárias e as remunerações percebidas por força de outros vínculos de trabalho, conforme quesitos indicados no voto do Relator (fls. 1.159/1.168). Em cumprimento à requisição de diligência, em 10 de abril de 2015 a Associação, representada pelo Presidente, Sr. Manoel Fernando Passaes, apresentou todos os esclarecimentos solicitados bem como documentação comprobatória (fls. 1.178/1.187). Encerrada a diligência fiscal, os autos retornaram a este CARF para prosseguimento. Entretanto, considerando a extinção do mandato do Conselheiro André Luis Mársico Lombardi, os autos foram redistribuídos e encontramse, atualmente, sob minha relatoria. É o relatório. Fl. 1448DF CARF MF Processo nº 15983.000432/201051 Acórdão n.º 2401004.763 S2C4T1 Fl. 7 11 Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Conforme Despacho de Encaminhamento (fl. 1.157), o Recurso de Ofício foi encaminhado a este Conselho em razão do Acórdão nº 0535.232 de fls. 1.134/1.151 – de 27 de setembro de 2011), ter exonerado o contribuinte da cobrança de imposto e multa em montante de R$ 1.552.343,42 (um milhão, quinhentos e cinquenta e dois mil, trezentos e quarenta e três reais e quarenta e dois centavos). Não obstante, em 10 de fevereiro de 2017, foi publicada a Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, que estabelece o limite de R$ R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) para interposição de Recurso de Ofício. Muito embora a referida portaria tenha entrado em vigor na data de sua publicação, a jurisprudência deste Conselho tem entendido que, em matéria de Recurso de Ofício, a alteração do limite tem aplicação imediata, acarretando, em hipóteses como a presente – em que o valor do crédito exonerado (em montante de R$ 1.552.343,42) é inferior ao novo limite – a perda de objeto da remessa ex officio. Resta claro, portanto, que o presente Recurso de Ofício perdeu seu objeto em decorrência de legislação superveniente. Ante o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, NÃO CONHEÇO do Recurso de Ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 1449DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13808.006289/98-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1994
PRAZO DECADENCIAL. FALTA DE ANTECIPAÇÃO. INÍCIO DA CONTAGEM. IRPJ E CSLL. APURAÇÃO TRIMESTRAL.
Nos termos do art. 173, I, do CTN, o termo inicial é o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. Já que não houve pagamento, inaplicável o §4º do art. 150, do CTN. Precedente do STJ do Resp. 973.733/SC, julgado nos termos do art. 543-C do CPC, e que conforme art. 62-A do RICARF, vincula o Colegiado.
Numero da decisão: 1301-002.513
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos com efeitos infringentes para restabelecer a exigência referente ao IRPJ do quarto trimestre de 1993 e do primeiro e do segundo trimestres de 1994, e ao PIS e a Cofins dos meses de abril, junho e julho de 1994.
(Assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1994 PRAZO DECADENCIAL. FALTA DE ANTECIPAÇÃO. INÍCIO DA CONTAGEM. IRPJ E CSLL. APURAÇÃO TRIMESTRAL. Nos termos do art. 173, I, do CTN, o termo inicial é o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. Já que não houve pagamento, inaplicável o §4º do art. 150, do CTN. Precedente do STJ do Resp. 973.733/SC, julgado nos termos do art. 543C do CPC, e que conforme art. 62A do RICARF, vincula o Colegiado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos com efeitos infringentes para restabelecer a exigência referente ao IRPJ do quarto trimestre de 1993 e do primeiro e do segundo trimestres de 1994, e ao PIS e a Cofins dos meses de abril, junho e julho de 1994. (Assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 8. 00 62 89 /9 8- 50 Fl. 192DF CARF MF Processo nº 13808.006289/9850 Acórdão n.º 1301002.513 S1C3T1 Fl. 193 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Relatório Trata o presente de embargos de declaração(fls. 348/351) opostos pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), em face do Acórdão nº 120200.084, prolatado pela extinta turma 2a Turma Ordinária da 2a Câmara da 1a Seção de Julgamento, na sessão de julgamento de 17 de junho de 2009 (fls. 163/165v). No referido julgado, o Colegiado pronunciouse no sentido de ACOLHER a preliminar de decadência do PIS e da COFINS para fatos geradores acontecidos até o mês de agosto de 1994 e para o IRPJ e a CSLL para fatos geradores ocorridos até o segundo trimestre de 1994 e, quanto ao mérito, dar provimento parcial ao recurso para admitir a dedução dos valores de tributos recolhidos pela empresa pelo sistema do lucro presumido, relativos aos períodos autuados nos termos do relatório e votos que integram o julgado. A decisão foi ementada como segue: ARBITRAMENTO DE LUCRO O imposto devido no decorrer do anocalendário será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou apresentar escrituração em desacordo com a legislação comercial. Alega a embargante que o Acórdão combatido estaria eivado de omissão relacionada a ponto de importância fundamental para o deslinde da matéria e de maior relevância mais precisamente quanto a análise da contagem do prazo decadencial com base na existência ou não de pagamento antecipado dos tributos devidos, aplicando, se for o caso, ou o art. 150, §4º, ou o art. 173, mbos do CTN, nos termos do recente entendimento exposto pela CSRF e pelo Superior Tribunal de Justiça. Despacho de admissibilidade às fls. 189/191. É o relatório. Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora. A ciência do acórdão ora embargado, formalmente, se deu em 20/05/2010, o embargante protocolou os Embargos em 24/05/2010 (fl. 170/173). Dessa forma, tenho que os Fl. 193DF CARF MF Processo nº 13808.006289/9850 Acórdão n.º 1301002.513 S1C3T1 Fl. 194 3 embargos são tempestivos, conforme o estabelecido pelo § 9º do art. 23 do Decreto nº 70.235/72. O v. acórdão embargado deu provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo a decadência dos lançamentos do anocalendário de 1993, e com relação ao anocalendário de 1994, nos termos do art. 150 do CTN, reconheceu que os lançamentos até o segundo trimestre de 1994 para IRPJ e CSLL estariam decaídos e para o PIS e COFINS, os fatos geradores até agosto de 1994 estão decaídos. No entanto, conforme o entendimento da PGFN, a análise de sua fundamentação demonstra a presença de omissão acerca de questão fundamental para a análise dessa causa de extintiva, já que ao embasarse no art. 150, §4º do CTN, o acórdão ora embargado se olvidou de analisar a contagem do prazo decadencial segundo a ocorrência ou não de pagamento antecipado dos tributos devidos, nos termos do novo entendimento consolidado no âmbito do CARF e STJ. Os tributos foram lavrados com base em arbitramento quanto aos quatro trimestres dos anoscalendários de 1993 e 1994. De acordo com a fundamentação contida no acórdão embargado, por se tratar de tributo sujeito ao lançamento por homologação, deve serlhe aplicado o regime decadencial de que cuida o art. 150, §4°, do CTN, ou seja, o termo inicial do prazo dáse a partir do momento da ocorrência do fato gerador. E a omissão consistiu em não se ter examinado a necessidade do pagamento antecipado, para fins de aplicação do art. 150, §4°, do CTN. [...] A Fazenda Nacional defende que, mesmo se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação, caso o sujeito passivo não o apure, deixando de efetuar o pagamento antecipado, aplicase a regra do art. 173, I, do CTN, deslocandose o termo inicial do prazo de decadência para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser realizado. Portanto, ao desconsiderar a necessidade, ou não, da existência de pagamento antecipado, como requisito para a aplicação da regra do art. 150, §4°, do CTN, a Egrégia Turma incorreu em omissão no julgamento. Da análise do acórdão embargado e as razões da Fazenda, temos o que segue: Importante ressaltar, que em sede de recurso voluntário, o recorrente juntou uma série de comprovantes de pagamentos de tributos dos anos lançados, fls. 120 e ss, conforme quadro abaixo: IRPJ CSLL PIS COFINS jan/93 Sim Sim Sim fev/93 mar/93 abr/93 mai/93 jun/93 jul/93 Sim Sim Sim Fl. 194DF CARF MF Processo nº 13808.006289/9850 Acórdão n.º 1301002.513 S1C3T1 Fl. 195 4 ago/93 set/93 out/93 nov/93 Sim Sim Sim dez/93 jan/94 Sim Sim Sim fev/94 Sim Sim Sim mar/94 Sim Sim Sim abr/94 Sim mai/94 Sim Sim Sim jun/94 jul/94 ago/94 Sim Sim Sim set/94 Sim Sim Sim out/94 Sim Sim Sim nov/94 Sim Sim Sim dez/94 Nesse caso, devemos nos ater ao julgado definitivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça e, sede de recurso repetitivo (art. 543C, da Lei 5.869/73 CPC, nos termos do Resp nº 973.733SC. EMENTA 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. [...] 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos Fl. 195DF CARF MF Processo nº 13808.006289/9850 Acórdão n.º 1301002.513 S1C3T1 Fl. 196 5 sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo.(REsp 973733 SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) Notese que essa decisão tornouse vinculante àquelas proferidas por esse Conselho, nos termos do art. 62, §2º do RICARF, ou do art. 62A do RICARF anterior. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Nesses termos, segundo o Egrégio STJ, em caso de tributo sujeito à lançamento por homologação, em que não haja pagamento antecipado, é aplicado o prazo decadencial nos termos do art. 173, I do CTN, não possibilitando a aplicação cumulativa com aquele prazo definido no art. 150, §4º do CTN. Caso haja pagamento, que se caracterize como antecipado, aplicase o prazo do art. 150, §4º do CTN. No caso em tela não há apontamento de fraude, dolo ou simulação. Quanto ao IRPJ e CSLL, no que tange ao anocalendário de 1993, com exceção do último trimestre, verifico que ainda que não houvesse pagamento, ocorreu a decadência, visto que o início do termo se daria em 01/01/1994, com término em 31/12/1998. Assim, tendo a ciência ocorrido em 27/09/1999, operouse a decadência. Com relação ao ultimo trimestre de 1993 e demais meses de 1994, para os casos em que não houve o pagamento, o início da contagem do prazo decadencial ocorreu em 01/01/1995 e término em 31/12/1999. Fl. 196DF CARF MF Processo nº 13808.006289/9850 Acórdão n.º 1301002.513 S1C3T1 Fl. 197 6 Para os casos em que houve o pagamento, o início da contagem se dá com a ocorrência do fato gerador, dessa forma, em razão do pagamento, alguns meses encontramse, de fato fulminados pela decadência. Assim, com base na tabela acima, verifico que para IRPJ não houve o pagamento antecipado de nenhum período de apuração, de tal forma que deve ser aplicado o art. 173, I, para os demais tributos, caso haja o pagamento, deve ser aplicada a contagem do art. 150, §4º, do CTN. No que tange ao PIS e à Cofins verifico que com relação a todos os meses de 1993, com exceção de dezembro, ainda que não houvesse pagamento ocorreu a decadência, visto que o início do termo se daria em 01/01/94, com término em 01/01/99. Com relação ao ano de 1994, de acordo com a tabela acima, para os meses em que não houve o pagamento, abril, junho e junho de 1994, o início do termo se daria em 01/01/95, com término em 31/12/1999, assim, diante da ciência em 27/09/99, não se operou a decadência. Desta forma, verifico a ocorrência da omissão apontada, de tal forma que acolho os embargos dandolhes efeitos modificativos, para que os meses em que o pagamento não tenha sido verificado, seja aplicado o art. 173, I, do CTN. Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto em conhecer os presentes embargos declaratórios e no mérito darlhes provimento parcial com efeitos modificativos, para se restabelecer o crédito tributário nos seguintes períodos: 4o trimestre de 1993 para o IRPJ; 1o e 2o trimestre de 1994 para o IRPJ; abril, junho e julho de 1994 para o PIS e COFINS. (Assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 197DF CARF MF
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