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Numero do processo: 11080.722581/2014-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon May 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2009 a 30/11/2013
VÍCIO NO ATO ADMINISTRATIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentar-se comprovada no processo.
IPI. VENDAS. ENTRADAS. DEVOLUÇÕES. INIDONEIDADE.
Apurada a condição de inidôneas das supostas entradas relativas à aquisição de insumos ou devolução de vendas operadas por meio da deliberada e sistemática emissão fraudulenta de notas fiscais de entrada, de se efetuar a glosa dos créditos indevidos e constituir o crédito tributário respectivo.
MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO.
Caracterizada a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, a evitar ou diferir o seu pagamento a que se reporta o art. 72 da Lei n. 4.502, de 1964, imperiosa a qualificação da multa de ofício de que cuida o art. 569, §6o, II, do Decreto n. 7.212, de 2010.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
Recurso Voluntário Provido Parcialmente
Numero da decisão: 3201-002.836
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Winderley Morais Pereira - Presidente substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentarse comprovada no processo. IPI. VENDAS. ENTRADAS. DEVOLUÇÕES. INIDONEIDADE. Apurada a condição de inidôneas das supostas entradas relativas à aquisição de insumos ou devolução de vendas operadas por meio da deliberada e sistemática emissão fraudulenta de notas fiscais de entrada, de se efetuar a glosa dos créditos indevidos e constituir o crédito tributário respectivo. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. Caracterizada a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, a evitar ou diferir o seu pagamento a que se reporta o art. 72 da Lei n. 4.502, de 1964, imperiosa a qualificação da multa de ofício de que cuida o art. 569, §6o, II, do Decreto n. 7.212, de 2010. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. Recurso Voluntário Provido Parcialmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 25 81 /2 01 4- 11 Fl. 849DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Presidente substituto e Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Winderley Morais Pereira. Relatório Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. Contra a interessada acima qualificada foi lavrado Auto de Infração (fls. 401/470), relativo ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no montante de R$ 1.120.227,60 (um milhão, cento e vinte mil, duzentos e vinte e sete reais e sessenta centavos), incluídos imposto, multa proporcional e juros de mora, estes calculados até março de 2014. Consigna a autoridade fazendária no Relatório Fiscal integrante do Auto de Infração (fls. 433/470), no que respeita ao período compreendido entre janeiro de 2009 e novembro de 2013: 4 DAS PROVIDÊNCIAS TOMADAS QUANTO AOS CRÉDITOS DE IPI APROVEITADOS INDEVIDAMENTE PELA EMPRESA A DOS CRÉDITOS FISCAIS LANÇADOS COMO "DIVERSOS" e "COMPLEMENTO DE IMPOSTO" Da análise da documentação apresentada pela empresa constatamos o lançamento de créditos de IPI registrados no Livro Registro de Entradas, tendo como origem a emissão de notas fiscais de entrada emitidas pelo próprio estabelecimento matriz, com as descrições "Diversos" e "Complemento de Imposto", todas com o Código Fiscal de Operações (CFOP) 1101 (o qual se refere à "compra para industrialização", o que está em desacordo com a descrição aposta no item "descrição dos produtos" nas notas fiscais, onde consta as expressões Fl. 850DF CARF MF Processo nº 11080.722581/201411 Acórdão n.º 3201002.836 S3C2T1 Fl. 3 3 "Diversos" e "Complemento de Imposto", conforme "Demonstrativo de Créditos de IPI indevidos" abaixo. Tais créditos foram posteriormente lançados no Livro Registro de Apuração do IPI, no CFOP 1101. Foi INTIMADO em 05/02/2014 a esclarecer a origem de tais créditos e seu fundamento legal, apresentando, se for o caso, planilhas com os cálculos destes valores. (...) Ao praticar tal ação, dolosamente, reduziu o montante do imposto (IPI) devido, agindo, portanto de forma fraudulenta nos exatos termos do disposto nos artigo 68, § 2o da Lei n° 4.502, de 1964, e Decretolei n° 34, de 1966, art. 2o, alteração 18a, artigo 72 da Lei n° 4.502, de 1964, artigo 481 do Decreto n° 4.544, de 26/12/2002 (RIPI) e artigo 562 do Decreto n° 7.212, de 15/06/2010 (RIPI/10), a seguir: (...) Em decorrência da infração praticada, glosamos os créditos de IPI lançados indevidamente no Livro Registro de Entradas e no Livro Registro de Apuração do IPI, no valor de R$ 296.036,04, relativo ao período de novembro de 2009 a julho de 2012, constituímos o crédito tributário em favor da Fazenda Pública. O presente Relatório de Ação Fiscal e o Auto de Infração estão inseridos nos autos do processo administrativo fiscal n° 11080 722.581/201411. B DOS CRÉDITOS RELATIVO À DEVOLUÇÃO DE VENDA DE PRODUTOS Da análise da documentação apresentada pelo estabelecimento com relação à devolução de produtos, após diversas intimações e reintimação, constatamos a seguinte situação: 1 – As notas fiscais de devolução, em sua ampla maioria, são emitidas pelo próprio estabelecimento da Lev e Monte, através de Nota Fiscal de entrada, constando na descrição as expressões "Devolução Venda Prod Estab", "Dev de Vendas de Mere Adq ou Rec de Terc Oprecão Sujeit Regi" e "DEV. REF. DOCUMEMTOS FISCAIS", com o código da CFOP 1201 (cópias anexadas); 2 – Após diversas intimações e reintimação, o contribuinte apresentou 5 (cinco) caixas contendo diversas notas fiscais, quase que na sua totalidade de notas fiscais de saídas. Esta fiscalização esclarece que do exame da documentação apresentada, foram consideradas as devoluções referente às notas fiscais a seguir, por apresentarem carimbos de devolução e ou nota fiscal de devolução, tendo sido excluídas da planilha sujeita a cobrança dos créditos indevidos: 740, 792, 1482, 1490, 2320, 7067, 9734, 10221, 11506, 17307, 21082, 21178, 22379; 30094, 34897, 37067, 38248 e 38361. 3 – O contribuinte não cumpriu as exigências previstas nos artigos 229, 231, incisos I e II, 232 e 251 do Decreto 7.212/2010 (RIPI/2010), amplamente descritas nas intimações e reintimação; (...) Constatamos, ainda, que cada nota fiscal de entrada emitida pela Lev e Monte tem como origem diversas notas fiscais de saídas, pela leitura das informações complementares que Fl. 851DF CARF MF 4 constam dos "DADOS ADICIONAIS' nas notas fiscais de entradas, contrariando o disposto nos artigos citados anteriormente. Observese, ainda, a falta de discriminação dos produtos, a quantidade sempre apresentar uma (1) UNIDADE, apresentar um valor total e somente uma alíquota de IPI com percentuais fracionados e não por produto. Em decorrência da infração praticada, glosamos os créditos de IPI lançados indevidamente no Livro Registro de Entradas e no Livro Registro de Apuração do IPI, no valor de R$ 156.346,02, relativo ao período de novembro de 2010 a dezembro de 2012, conforme planilha abaixo, constituímos o crédito tributário em favor da Fazenda Pública. O presente Relatório de Ação Fiscal e o Auto de Infração estão inseridos nos autos do processo administrativo fiscal n° 11080722.581/201411. Inconformada, em 30 de abril de 2014, apresenta a autuada impugnação (fls. 473/493), por meio da qual, em síntese, assevera que não teria restado comprovada a presença de dolo na prática da empresa relacionada ao aproveitamento de crédito a título de IPI, posto que não caracterizada a intenção de seus representantes no sentido de fraudar os cofres públicos. Caberia à autoridade fazendária fazer prova da vontade da impugnante em praticar a fraude cometida pelos Srs. Luis Adriano Vargas Buchor e Cristiano Vargas Buchor através da empresa Economia Consultoria Tributária Ltda, tarefa carregada de subjetividade. Tendo agido de boafé quanto ao lançamento dos créditos considerados inidôneos pelo Fisco, não se poderia presumir que a impugnante tenha agido com dolo. Salienta que foi assessorada pela aludida empresa, a qual, em que pese insistência da autuada, não teria fornecido os documentos pertinentes à apuração dos créditos de IPI. Tais créditos, porém, pelo que informado à época por parte da empresa Economia Consultoria Tributária Ltda, seriam oriundos da exclusão do ICMS da base de cálculo do IPI. Aduz, assim, que não detinha a documentação pretendida pela autoridade fiscal, manifestandose no sentido de elaborar o planilhamento de tais créditos caso entendesse referida autoridade necessário. Não obstante, o auto de infração teria restado lavrado sem que a fiscalizada fosse intimada a tanto, o que ensejaria sua nulidade, em face da inobservância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Com relação às notas fiscais de devolução de produtos, sustenta que, a exemplo do afirmado no curso da fiscalização, teria restado comprovada a mencionada devolução nos termos da legislação vigente, a saber, Subseção II do Decreto n. 7.212, de 2010, mais especificamente os arts. 231, 232, 234 e 466 respectivos. No que se refere às notas fiscais de ns. 3040, 4786, 5300, 6740, 7058, 9874, 11067, 11507, 12157, 12199, 12575, 12912, 13773, 14169, 16027, 17537, 19866, 20467, 22908 e 24074, salienta as correspondentes comprovações das devoluções, o que por si só autorizaria a nulidade do auto de infração. Quanto às demais notas fiscais de entrada, argumenta que teria prestado todas as informações possíveis, restando comprovadas, tanto na escrituração das notas fiscais no Livro Registro de Entradas e no Livro Registro de Inventário (estes apresentados Fl. 852DF CARF MF Processo nº 11080.722581/201411 Acórdão n.º 3201002.836 S3C2T1 Fl. 4 5 como controle facultativo, nos termos do art. 466 do Decreto n. 7.212, de 2010), como nos registros contábeis constantes do SPED Contábil. Relata que os dados dos produtos devolvidos viriam especificados nas notas fiscais emitidas na entrada de tais produtos, e que seriam os mesmos constantes nas notas fiscais originárias, tais como o número, a data de emissão, o valor, o imposto e a causa da devolução. Devolução esta que não consistiria necessariamente na restituição da quantia paga, podendo o ressarcimento ser efetivado com a troca do produto. A fiscalizada teria também cumprido com todas as exigências legais referidas no art. 231, I e II, do Decreto n. 7.212, de 2010. Salienta que a emissão das notas fiscais de entrada de CFOP 1201 deverseia à falta de emissão da respectiva nota fiscal de devolução por parte do cliente, na maioria das vezes consumidores finais e empresas prestadoras de serviço. Com fundamento no princípio da vedação ao confisco e da proporcionalidade, postula o afastamento do que considera excessiva exação representada pela multa aplicada sobre o tributo apurado. A legislação tributária também não teria sido interpretada de acordo com o art. 112 do Código Tributário Nacional – CTN. Elenca doutrina e jurisprudência. Ao final, alinha: Diante do exposto, conforme ampla e exaustivamente demonstrado, o Auto de Infração não está em condições de prevalecer, o qual deve ser declarado NULO, pelo cerceamento de defesa e ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, e pele demais fatos e fundamentos acima delineados. Requer ainda: a. quanto às devoluções, restando comprovadas às notas fiscais de entrada, ora anexadas, a exclusão destas do referido lançamento. b. seja extirpada a cobrança das multas punitivas aplicadas nos montantes de 75% e 150% em face dos argumento supra expostos, para que ao mínimo seja reduzida a alíquota para 20%, a fim de afastar a figura do confisco; c. subsidiariamente, seja atenuada a aplicação da multa para 20% conforme orientação jurisprudencial do STF que firmou o entendimento de que a multa fiscal acima de 20% configura na espécie o caráter confiscatório. Protesta desde já pela produção de todo o gênero de provas em direito admitidas, tal qual a testemunhal, documental e pericial. POR TODAS AS RAZÕES E FATOS EXPENDIDOS, a IMPUGNANTE requer a acolhida integral do presente ato, nos termos que acima se coloca. Para tanto, carreia aos autos os documentos de fls. 494/778." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve integralmente o lançamento. A decisão foi assim ementada: Fl. 853DF CARF MF 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2009 a 30/11/2013 IPI. VENDAS. ENTRADAS. DEVOLUÇÕES. INIDONEIDADE. Apurada a condição de inidôneas das supostas entradas relativas à aquisição de insumos ou devolução de vendas operadas por meio da deliberada e sistemática emissão fraudulenta de notas fiscais de entrada, de se efetuar a glosa dos créditos indevidos e constituir o crédito tributário respectivo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2009 a 30/11/2013 MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. Caracterizada a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, a evitar ou diferir o seu pagamento a que se reporta o art. 72 da Lei n. 4.502, de 1964, imperiosa a qualificação da multa de ofício de que cuida o art. 569, §6o, II, do Decreto n. 7.212, de 2010. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2009 a 30/11/2013 PAF. ATOS ADMINISTRATIVOS. NULIDADE. HIPÓTESES. As hipóteses de nulidade encontramse no art. 59 do Decreto n. 70.235, de 1972. Consoante tal dispositivo, são nulos, além dos atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. O art. 60 do mesmo Decreto esclarece que as irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no art. 59 não importarão em nulidade, e, salvo se o sujeito passivo lhes houver dado causa, serão sanadas quando resultarem em prejuízo para este, ou quando não influírem na solução do litígio. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. Cientificada, a empresa interpôs recurso voluntário onde repisa as alegações apresentadas na impugnação, com os seguintes tópicos: i) Ausência de dolo ou fraude praticado pela Recorrente; ii) apuração dos créditos de IPI elaborados pela empresa "economia consultoria tributária Ltda."; iii) cerceamento de defesa e da inobservância dos princípios do contraditório e da ampla defesa ante a ausência de intimação da empresa recorrente para apresentação de planilhas de cálculos de origem dos créditos; iv) especificação dos produtos devolvidos de acordo com o disposto nos arts. 229, 231, incisos I e II, 232 e 251 do Decreto nº 70.212/2010; v) ilegalidade e abusividade da multa aplicada sobre o crédito tributário apurado; vi) caráter confiscatório da multa aplicada em percentual acima de 20%. Fl. 854DF CARF MF Processo nº 11080.722581/201411 Acórdão n.º 3201002.836 S3C2T1 Fl. 5 7 É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecidas. PRELIMINARES A Recorrente alega em sua defesa, em sede preliminar, a existência de nulidade do auto de infração. Entendo não assistir razão ao recurso. A Recorrente foi intimada do auto de infração, das motivações da fiscalização para o lançamento, da base legal que lastreia a exigência fiscal e os motivos para aplicação das penalidades. A Recorrente protocolou sua impugnação questionando as afirmações da Fiscalização que motivaram o lançamento e após a decisão da DRJ apresentou recurso voluntário trazendo os mesmos questionamentos que foram objeto da exigência fiscal e de julgamento pela primeira instância. Não vislumbro nenhum questão que possa levar a nulidade da exigência fiscal. As motivações estão bem delineadas e bem aclaradas, as alegações da recorrente que não pode exercer plenamente a sua defesa não podem prosperar diante dos procedimentos adotados em estrita obediência ao Processo Administrativo Fiscal, onde foi garantida à Recorrente ampla e plena defesa, trazendo as alegações que questionam o lançamento fiscal e ainda sendolhe franqueado apresentar documentos que possam corroborar e atestar a veracidade das suas afirmações. A simples alegação de que a Fiscalização não adotou os procedimentos que entende a Recorrente seriam os mais corretos e ainda, que não pode se manifestar durante a fiscalização não implica em vício no lançamento. Para discutir a exigência fiscal constante do auto de infração, basta o contribuinte utilizar os procedimentos previstos no Decreto nº 70.235/72, e foi o que fez a Recorrente ao impugnar o lançamento, momento a partir da qual é permitido à Recorrente apresentar seus argumentos de defesa, documentos e informações que entende serem suficiente para refutar as conclusões da Fiscalização. A plenitude de defesa é assegurada durante o Processo administrativo Fiscal, onde a Recorrente possui todas as prerrogativas necessárias a sua defesa. Assim, não existe vício no lançamento fiscal. As afirmações quanto as divergências das conclusões da Fiscalização forma o litígio fiscal que e apreciado nos ritos previstos no Decreto nº 70.235/72. O que se mostra corretamente adotado no presente processo. Assim, não existe nenhuma nulidade no procedimento fiscal ou no instrumento de exigência, estando todo o procedimento dentro das normativas do PAF. MÉRITO Fl. 855DF CARF MF 8 Quanto ao mérito da exigência, a teor do relatado, a Fiscalização identificou o registro de créditos na apuração do IPI que teriam origem em orientação fornecida pela empresa de consultoria "Economia Consultoria Tributária Ltda". Em sua defesa, a Recorrente alega que a empresa de consultoria teria apresentado planilhas informando os créditos que foram objeto de glosa pela Fiscalização. Afirma ainda, que segundo informado pela Economia Consultoria, os créditos constantes das planilhas teriam origem na exclusão do ICMS da base de cálculo do IPI, em obediência a não cumulatividade prevista no art. 155, § 2º, I da CF. Intimada pela Fiscalização a prestar detalhar os cálculos e prestar esclarecimentos sobre os créditos registrados na escrita fiscal. A Recorrente respondeu a intimação, afirmando que solicitou insistentemente que a Economia Consultoria fornecesse os documentos que amparariam os créditos informados nas planilhas, mas não obteve resposta. Alega ainda a Recorrente, que não detinha a documentação solicitada pela Fiscalização que justificaria o suposto crédito informado nas planilhas fornecidas pela Economia Consultoria. O procedimento informado pela Recorrente já indica a situação dolosa adotada, sem dispor de quaisquer documentos que lastreassem o seu direito creditório, utilizou segundo suas afirmações, uma planilha emitida por uma empresa de consultoria, sem qualquer amparo legal ou documental, que justificasse a existência de supostos créditos referentes a exclusão do ICMS da base de cálculo do IPI. A legislação é clara ao incluir o ICMS na base de cálculo do IPI, e mesmo que a Recorrente entendesse existir amparo para não aplicar a legislação e excluir o ICMS da base de cálculo do imposto, o procedimento a ser adotado não pode ser apenar registrar no livro do IPI como crédito extemporâneo sem informar à Receita Federal a inaplicabilidade da legislação vigente. Na existência de discussão sobre a matéria, o caminho normal a ser utilizado é o pedido de restituição/compensação dos supostos valores que entende serem indevidos e não registrar no Livro de Apuração do IPI sem nenhuma prova documental do seu suposto direito creditório. Nos termos esclarecidos pela Recorrente, o único documento utilizado para registrar o valor dos créditos foi a planilha apresentada pela Economia Consultoria, que segundo a Recorrente, mesmo solicitada não apresentou nenhuma documentação ou demonstração dos cálculos para aferir o suposto crédito. A Recorrente tenta omitirse da sua responsabilidade sobre o procedimento adotado, afirmando que caberia a empresa de consultoria demonstrar e esclarecer sobre os créditos apurados e eventuais exigências fiscais e penalidades deveriam recair sobre a Economia Consultoria. A Recorrente é responsável pelos lançamentos contábeis e fiscais realizado na sua escrituração, sendo que o registro de créditos totalmente desamparados de documentos ou quaisquer ações judiciais ou pedidos a Receita Federal, buscou de forma evidente, ocultar e reduzir o imposto devido nas suas operações, configurando as hipóteses para aplicação da multa qualificada, nos termos previstos no art. 72 da Lei nº 4.502/64. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Fl. 856DF CARF MF Processo nº 11080.722581/201411 Acórdão n.º 3201002.836 S3C2T1 Fl. 6 9 As alegações da Recorrente para afastar a sua responsabilidade sobre as infrações cometidas não pode prosperar, sendo responsável pelos tributos indevidamente não recolhidos e pelas infrações qualificadas aplicadas sobre tais procedimentos. Quanto a segunda infração objeto da exigência fiscal, referente aos créditos escriturados com origem em devolução de mercadorias. A Fiscalização analisou as Notas Fiscais referentes à devolução de mercadoria e verificou que em sua ampla maioria são emitidas pela própria Recorrente. A Fiscalização não aceitou as Notas Fiscais por entender que não cumpririam os requisitos previstos no art. 231, I e II do Decreto nº 7.212/2010 (Regulamento do IPI). O artigo em comento determina as regras a serem observadas para fruição de crédito na devolução de produtos. Art. 231. O direito ao crédito do imposto ficará condicionado ao cumprimento das seguintes exigências: I pelo estabelecimento que fizer a devolução, emissão de nota fiscal para acompanhar o produto, declarando o número, data da emissão e o valor da operação constante do documento originário, bem como indicando o imposto relativo às quantidades devolvidas e a causa da devolução; e II pelo estabelecimento que receber o produto em devolução: a) menção do fato nas vias das notas fiscais originárias conservadas em seus arquivos; b) escrituração das notas fiscais recebidas, nos livros Registro de Entradas e Registro de Controle da Produção e do Estoque ou em sistema equivalente, nos termos do art. 466; e c) comprovação, pelos registros contábeis e demais elementos de sua escrita, do ressarcimento do valor dos produtos devolvidos, mediante crédito ou restituição dele, ou substituição do produto, salvo se a operação tiver sido feita a título gratuito. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à volta do produto, pertencente a terceiros, ao estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, exclusivamente para operações de conserto, restauração, recondicionamento ou reparo, previstas nos incisos XI e XII do art. 5o. O inciso I do art. 231, determina que na devolução deverá ser emitida Nota Fiscal da empresa que realizar a devolução para acompanhar o produto, informando o número, data da emissão e o valor da operação constante do documento originário, bem como, indicando o imposto relativo às quantidades devolvidas e a causa da devolução. A Recorrente afirma que existiram as devoluções e que os clientes não emitiram a respectiva nota fiscal de devolução, razão pela qual a própria empresa emitiu a nota fiscal de entrada. O Procedimento alegado pela Recorrente não encontra amparo na legislação, sendo condição necessária para aproveitamento de créditos na devolução de produtos, a existência de Notas Fiscais emitidas pelas empresas que realizam a devolução. Tal fato por si só, já confirma a posição da Fiscalização pela improcedência dos créditos referentes Fl. 857DF CARF MF 10 a devolução dos produtos, mas além do não cumprimento da obrigação legal, ainda restou comprovado nos autos que as notas fiscais de entrada emitidas pela Recorrente para justificar a devolução de mercadorias referemse a diversas notas fiscais de saída, entretanto não detalha quais produtos foram objeto de retorno e suas respectivas alíquotas de IPI. O trecho abaixo, extraído do relatório fiscal, detalha os fatos identificados pela autoridade autuante.(efls. 460) "Constatamos, ainda, que cada nota fiscal de entrada emitida pela Lev e Monte tem como origem diversas notas fiscais de saídas, pela leitura das informações complementares que constam dos "DADOS ADICIONAIS" nas notas fiscais de entradas, contrariando o disposto nos artigos citados anteriormente. Observese, ainda, a falta de discriminação dos produtos, a quantidade sempre apresentar uma (1) UNIDADE, apresentar, um valor total e somente uma alíquota de IPI com percentuais fracionados e não por produto." Quanto as multas aplicadas, a Recorrente tece diversos argumentos alegando a irrazoabilidade da exigência, o caráter confiscatório que ofenderia a princípios constitucionais. Esta matéria não pode ser objeto de análise por este colegiado, diante da edição da súmula nº 2 do CARF, publicada no DOU de 22/12/2009, que veda o pronunciamento sobre inconstitucionalidade de lei tributária. “Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Quanto a legalidade da multas aplicadas, os fatos constantes dos autos demonstram a exigência da multa de 150% , nos termos previstos nos art. 569, § 6º, II do Decreto nº. 7.212/2010 em razão da utilização de créditos fraudulentos obtidos sem nenhum amparo legal, referentes as planilhas informadas pela empresa economia consultoria e 75% sobre os créditos indevidos referentes ao retorno de mercadoria sem os requisitos previstos na legislação, nos termos previstos no art. 569 do Decreto nº 7.212/2010. Destarte não as penalidades exigidas estão prevista na legislação tributária não assistindo razão as alegações do recurso. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 858DF CARF MF Processo nº 11080.722581/201411 Acórdão n.º 3201002.836 S3C2T1 Fl. 7 11 Fl. 859DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.902751/2010-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Exercício: 1999
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO.
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Aplicação da Súmula CARF nº 91.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROVA DO DIREITO ALEGADO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre quem alega o direito. No caso concreto, não restou comprovada, nos autos, a identidade entre a pessoa jurídica interessada no processo administrativo e aquela que figurava como litisconsorte no processo judicial, nem a existência de eventos societários que permitissem considerar a primeira como sucessora da segunda em direitos e obrigações.
Numero da decisão: 1301-002.316
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
[assinado digitalmente]
Waldir Veiga Rocha Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 1999 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Aplicação da Súmula CARF nº 91. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROVA DO DIREITO ALEGADO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre quem alega o direito. No caso concreto, não restou comprovada, nos autos, a identidade entre a pessoa jurídica interessada no processo administrativo e aquela que figurava como litisconsorte no processo judicial, nem a existência de eventos societários que permitissem considerar a primeira como sucessora da segunda em direitos e obrigações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. [assinado digitalmente] Waldir Veiga Rocha – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Waldir Veiga Rocha. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 27 51 /2 01 0- 08 Fl. 254DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 3 2 BANCO VOLKSWAGEN S.A., já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I / SP, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da DEINF/SP. Trata a lide de Pedido de Restituição (PER/DCOMP), no qual o alegado direito creditório é decorrente de pagamento indevido ou a maior da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Posteriormente, o contribuinte usou esse alegado direito creditório para a compensação com débito de sua titularidade, mediante a Declaração Eletrônica de Compensação (PER/DCOMP), transmitida em 2008. Consta dos autos intimação, informando ao contribuinte que o DARF por ele especificado não teria sido localizado nos sistemas da RFB e instandoo à regularização. Não consta do processo qualquer resposta ou providência do contribuinte. A unidade administrativa que primeiro analisou os pedidos formulados pela empresa (DEINF/SP) negou homologação à compensação. O motivo foi a não localização do DARF nos sistemas da RFB, mesmo após a intimação acima referida. Em sua manifestação de inconformidade contra o Despacho Decisório, a interessada, inicialmente, junta comprovante de arrecadação obtido no sítio eletrônico da Receita Federal. Na sequência, esclarece: Esse recolhimento foi indevidamente efetuado pelo Recorrente, uma vez que ele dispunha de decisão judicial definitiva, proferida nos autos do Mandado de Segurança n° 89.00112058, que o exonerava do recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, no período de 1988 a 09/1997 (data do trânsito em julgado da decisão judicial). Nem se alegue que o pagamento foi efetuado após o trânsito em julgado da decisão judicial exoneratória e com os benefícios previstos na Lei n° 9779/99, tendo em vista que, além desses fatos não servirem de fundamento para a negativa do pedido de restituição, o recolhimento se deu porque a própria Secretaria da Receita Federal, mesmo em face da decisão judicial favorável ao Recorrente, insistia na cobrança de tais valores, ao argumento de que os efeitos da decisão judicial alcançavam apenas a CSLL relativa ao exercício de 1989. Apenas com a decisão do 1º Conselho de Contribuintes (acórdão n° 101 93.610), proferida em 19/09/01, com acórdão formalizado em 11/12/01, que reconheceu expressamente o direito de um dos litisconsortes do ora Recorrente, no Mandado de Segurança n° 89.00112058, de não recolher a CSLL, no período de 1990 a 1997, ou seja, desde a propositura da medida judicial até o trânsito em julgado da decisão favorável, o que se deu em 02/09/97, é que o Recorrente obteve a comprovação de que também estava desobrigado do recolhimento da CSLL nesse período e que, portanto, tinha direito de reaver os montantes indevidamente recolhidos: "Ementa: IRPJ Normas Gerais. Lançamento Tributário. Sentença Judicial. Trânsito em Julgado. Efeitos. A sentença judicial reconhecendo a inconstitucionalidade dos artigos 1º, 2º, 3º e 8º, da Lei n° 7689, de 1988, e, de consequência, desobrigando a pessoa jurídica do recolhimento da CSLL, irradia seus efeitos jurídicos até o período no qual tenha ocorrido seu trânsito em julgado. Fl. 255DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 4 3 Recurso conhecido e provido. Trecho do Voto do Conselheiro Sebastião Rodrigues Cabral — Relator: Nesta linha de raciocínio, e considerando que no presente caso: i) A sentença judicial que acolheu a pretensão da Recorrente, no sentido de desobrigála do recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido instituída pela Lei n° 7689, de 1988, transitou em julgado em 02 de setembro de 1997, tal qual atestado na Certidão fornecida pela 10ª Vara Federal, anexa aos autos às fls.; ii) O Mandado de Segurança interposto pela Recorrente, em 1989, objetivou a dispensa do recolhimento da referida Contribuição sob alegação de inconstitucionalidade da lei que a instituiu (n° 7689, de 1988), o que foi integralmente reconhecido pela referida sentença transitada em julgado; iii) O auto de infração guerreado no presente processo pretende exigir da Recorrente a Contribuição Social relativa aos períodosbase de 1990 a 1994, portanto, anteriores ao trânsito em julgado da sentença judicial; só nos resta concluir que referidos períodos estão albergados pela 'coisa julgada', sendo defeso ao Fisco exigir a Contribuição em causa relativamente àqueles períodosbase." Assim, deve ser prontamente revisto o despachodecisório, ora recorrido, ante a comprovação do recolhimento indevido, a ensejar o direito à restituição, nos termos do artigo 165, I, do Código Tributário Nacional. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I / SP analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e indeferiu a solicitação. Ciente da decisão de primeira instância e com ela inconformada, a interessada apresentou recurso voluntário, mediante o qual oferece, em apertada síntese, os seguintes argumentos: Acerca do prazo para pleitear o indébito, a recorrente se reporta ao Pedido Eletrônico de Restituição, ao Pedido de Restituição protocolado na Deinf e sustenta que estaria plenamente respeitado, no caso, o prazo prescricional de cinco anos, previsto no art. 168, I, do CTN. A recorrente afirma ter anexado aos autos cópia do Mandado de Segurança nº 89.00112058, em que foi proferida a decisão transitada em julgado que a exonerava do recolhimento da CSLL de 1988 até 09/1997 (data do trânsito em julgado). Da mesma forma, anexa documentos que comprovam ser a recorrente a sucessora de Autolatina Financiadora S/A, que foi parte no processo judicial. A interessada reitera, ainda, os argumentos trazidos na Manifestação de Inconformidade, acerca da decisão proferida pelo 1º Conselho de Contribuintes em 2001. Conclui com o pedido de provimento de seu recurso e homologação da compensação declarada. É o Relatório. Voto Fl. 256DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 5 4 Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 1301002.287, de 12/04/2017, proferido no julgamento do processo 16327.900370/201248, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 1301002.287): O recurso voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Gira a lide em torno de pedido de restituição, posteriormente cumulado com declaração de compensação. No atual estágio da discussão administrativa, o alegado direito creditório não foi reconhecido por dois fundamentos autônomos, ou seja, cada um deles é suficiente, por si só, para o não reconhecimento do direito creditório. O primeiro fundamento adotado pelo julgador de primeira instância, de caráter preliminar, foi o transcurso do prazo para pleitear o indébito. Alega a recorrente que deveria ter sido considerado o período transcorrido entre a data do recolhimento, em 1999, e a data do protocolo do pedido de restituição, em 2004. Com isso, restaria atendido o prazo de cinco anos de que trata o art. 168, I, do CTN. Examinando a decisão recorrida, constatase que, efetivamente, houve um equívoco do julgador ao não considerar o pedido de restituição originalmente formulado em 2004. Isso fica evidenciado na afirmação de que “... observase que somente em 2008 veio pleitear compensação do referido crédito, ou seja, cerca de sete anos após ‘obter a comprovação’, e nove após a extinção do débito, pelo pagamento”. Ora, a declaração de compensação é datada de 2008, mas reportase ao anterior pedido de restituição, e é esse pedido que deve ser considerado, para fins da contagem do prazo para a repetição de indébito. No entanto, como se verá a seguir, a correção desse equívoco não trará modificação na conclusão. Esse prazo, se de cinco ou dez anos, bem assim a determinação dos termos inicial e final para a contagem, já foram objeto de acirrados debates, tanto no âmbito administrativo quanto no judicial. A inovação legislativa (arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 118/2005) tentou pacificar a questão, mas somente aumentou as divergências, tanto doutrinárias quanto jurisprudenciais. Finalmente, a questão foi pacificada pelo Poder Judiciário. De especial interesse, o Recurso Especial nº 1.002.932, de 25/11/2009, prolatado pelo STJ no regime do art. 543C do CPC então vigente, e o Recurso Extraordinário nº 566.321, de 04/08/2011, proferido pelo STF no regime do art. 543B do mesmo diploma legal. A reiterada aplicação administrativa dessas decisões conduziu à aprovação, em 09/12/2013, pelo Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, da súmula CARF nº 91, a seguir reproduzida. Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Fl. 257DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 6 5 As súmulas CARF são de observância obrigatória pelos membros deste órgão administrativo, a teor do art. 72 do Anexo II do Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 e alterações supervenientes. No caso concreto, o pedido de restituição foi protocolado em 2004, antes da data limite prevista na súmula, aplicandose, portanto, o prazo prescricional de dez anos. O termo inicial da contagem é, também nos termos da súmula, a data do fato gerador. O fato gerador foi fixado pela própria interessada no pedido de restituição. Desta forma, para fatos geradores completados anteriormente a 12/02/1994 o prazo prescricional já se encontrava encerrado no momento do pedido de restituição. Observese que a data do recolhimento não é considerada para este fim, muito menos a circunstância alegada pela interessada acerca do julgamento administrativo de um auto de infração no qual o sujeito passivo seria um dos litisconsortes na ação judicial. Não se vislumbra qual a relação entre aquele julgamento administrativo e o prazo para a formulação do pedido de restituição aqui discutido. A constatação que se impõe é de que o decurso do prazo prescricional impede que seja atendido o pleito da interessada, independentemente de quaisquer considerações de mérito, negandose provimento ao recurso voluntário. O segundo fundamento adotado pelo julgador de primeira instância para o indeferimento do pleito foi a falta de comprovação do direito. O seguinte excerto do voto condutor do acórdão recorrido é elucidativo: Observese que a empresa não trouxe a petição inicial e nenhuma peça do processo judicial que afirma amparala, de forma a se poder verificar a correção de sua alegação central de mérito, o que, como demonstrado acima, seria ônus da empresa. E, em consulta ao sítio do TRF da 3ª Região, utilizandose do número de processo judicial fornecido pela Interessada, na opção “Consulta Processual – Visualizar Processo” a empresa não aparece como parte, mas sim as seguintes empresas: Consórcio Nacional Ford Ltda., Autolatina S/A, Autolatina Financiadora S/A Crédito Financiamento e Investimentos e Ford Brasil S/A. Junto com o recurso voluntário, a interessada faz acostar aos autos peças do processo judicial, e documentos que, segundo ela, comprovariam ser a recorrente sucessora da Autolatina Financiadora S/A, que foi parte no processo judicial. Compulsando os autos, especialmente as peças processuais do Mandado de Segurança nº 89.112058, constato que a impetrante foi Consórcio Nacional Ford Ltda., e que posteriormente foram admitidos como litisconsortes: (i) Autolatina S/A; (ii) Autolatina Financiadora S/A – Crédito, Financiamento e Investimentos; e (iii) Ford Brasil S/A. Prosseguindo na análise, encontro Ata da AGE de 31/05/1996 de Banco Autolatina S.A., na qual se registra a cisão parcial dessa pessoa jurídica, com a versão de parcela de seu patrimônio para o Banco Ford S/A e a mudança do nome da parcela remanescente da cisão do Banco Autolatina S/A para Banco Volkswagen S/A (a interessada). Na sequência, encontro também o Protocolo da cisão e versão do patrimônio. No entanto, não encontro prova de que Banco Autolatina S/A fosse parte da ação judicial. No documento datado de 17/02/2004, dirigido à DEINF/SP, a interessada se identifica como “BANCO VOLKSWAGEN S/A., atual denominação de BANCO AUTOLATINA S.A., anteriormente denominado AUTOLATINA Fl. 258DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 7 6 FINANCIADORA S.A., ...”. Mas tratase de mera afirmação, da qual não encontro prova documental nos autos. Apesar de saber que esse ponto foi um dos fundamentos adotado pelo julgador de primeira instância para negar seu pedido, a interessada apresentou apenas o documento da cisão parcial de Banco Autolatina S/A e posterior mudança de nome da parcela remanescente para Banco Volkswagen S/A, não se preocupando em rastrear e comprovar os eventos societários desde a litisconsorte na ação judicial (Autolatina Financiadora S/A – Crédito, Financiamento e Investimentos) até a atual pessoa jurídica, nem os direitos que teriam sido transmitidos em cada um desses eventos. Em se tratando de pedido de restituição, é ônus de quem alega o direito creditório comprovar o que alega, especialmente, no caso sob análise, que a pessoa jurídica que efetuou o recolhimento seria a sucessora em todos os direitos e obrigações da pessoa jurídica que foi parte na ação judicial. Ao não se encontrar nos autos essa comprovação, também por esse motivo o recurso voluntário há que ser negado. Os dois fundamentos autônomos anteriormente discutidos já seriam (e são) suficientes para que o recurso voluntário seja desprovido. Penso, entretanto, que uma consideração adicional há de ser feita. É que o pagamento em questão foi feito em 1999, ao amparo do art. 17 da Lei nº 9.779/1999. Confirase seu teor (grifos não constam do original): Art.17.Fica concedido ao contribuinte ou responsável exonerado do pagamento de tributo ou contribuição por decisão judicial proferida, em qualquer grau de jurisdição, com fundamento em inconstitucionalidade de lei, que houver sido declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em ação direta de constitucionalidade ou inconstitucionalidade, o prazo até o último dia útil do mês de janeiro de 1999 para o pagamento, isento de multa e juros de mora, da exação alcançada pela decisão declaratória, cujo fato gerador tenha ocorrido posteriormente à data de publicação do pertinente acórdão do Supremo Tribunal Federal.(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) §1oO disposto neste artigo estendese:(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 2158 35, de 2001) Iaos casos em que a declaração de constitucionalidade tenha sido proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em recurso extraordinário;(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IIa contribuinte ou responsável favorecido por decisão judicial definitiva em matéria tributária, proferida sob qualquer fundamento, em qualquer grau de jurisdição;(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IIIaos processos judiciais ajuizados até 31 de dezembro de 1998, exceto os relativos à execução da Dívida Ativa da União.(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) Fl. 259DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 8 7 §2oO pagamento na forma do caput deste artigo aplicase à exação relativa a fato gerador:(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) Iocorrido a partir da data da publicação do primeiro Acórdão do Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, na hipótese do inciso I do § 1o;(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IIocorrido a partir da data da publicação da decisão judicial, na hipótese do inciso II do § 1o;(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IIIalcançado pelo pedido, na hipótese do inciso III do § 1o.(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) §3oO pagamento referido neste artigo:(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) Iimporta em confissão irretratável da dívida;(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IIconstitui confissão extrajudicial, nos termos dos arts. 348, 353 e 354 do Código de Processo Civil;(Vide Medida Provisória nº 1.807, de 1999)(Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) [...] Insisto: os pagamentos nesses termos são confissão irretratável da dívida e confissão extrajudicial. Ou seja, ainda que pudessem ser superados os dois fundamentos anteriormente expostos, o pedido de restituição encontraria obstáculo inarredável na disposição expressa da lei acima transcrita. Supondose, como hipótese argumentativa, que a interessada fosse, como afirma, sucessora da litisconsorte na ação judicial, o fato é que espontaneamente decidiu abrir mão do direito conquistado na ação judicial (possivelmente por vêlo ameaçado por reiteradas manifestações do STF no sentido da inconstitucionalidade da CSLL apenas para o primeiro ano de sua vigência) e parcelar o valor da contribuição para os anos subsequentes. A recorrente afirma que somente fez os pagamentos porque a Receita Federal insistia na cobrança, mesmo em face da decisão judicial que havia obtido. Ora, esse era o entendimento administrativo à época, atualmente ainda mais reforçado, tanto pelo sucesso obtido em ações rescisórias diversas propostas perante o Poder Judiciário, quanto por Pareceres da douta PGFN. Se a interessada tivesse plena convicção de seu direito, seu procedimento teria sido o de aguardar o lançamento e discutilo administrativa e judicialmente, nunca o de se antecipar, confessando a dívida de forma irretratável e recolhendo o tributo. A recorrente reclama, ainda, que esse aspecto não teria sido fundamento para a negativa do pedido de restituição, pelo que não poderia, agora, ser abordado. Observese que a DEINF/SP originalmente negou o pedido porque o pagamento (DARF) não foi identificado nos sistemas da RFB. Apesar de intimada, a interessada não se preocupou em trazer aos autos os esclarecimentos que Fl. 260DF CARF MF Processo nº 16327.902751/201008 Acórdão n.º 1301002.316 S1C3T1 Fl. 9 8 permitissem essa correta identificação. Essa questão foi plenamente superada em primeira instância. Somente então foi possível avançar e questionar outros aspectos, a saber, o prazo para pleitear o indébito e a comprovação do direito alegado. Quanto a este último aspecto, o julgador a quo se deteve na falta das peças do processo judicial e na falta de comprovação de que a interessada no processo administrativo fosse também uma das partes do processo judicial. Penso que as considerações aqui tecidas sobre esse ponto nada mais são do que um aprofundamento acerca da análise de mérito do pedido. Seriam, talvez, dispensáveis, como dito anteriormente, mas em nada prejudicam, antes reforçam a conclusão. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. [assinado digitalmente] Waldir Veiga Rocha Fl. 261DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.726897/2013-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
IRPF. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 63.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Numero da decisão: 2401-004.831
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, negar-lhe provimento. Ausente o conselheiro Carlos Alexandre Tortato. Processo julgado em 12/05/17.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Denny Medeiros da Silveira, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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ISENÇÃO. Recorrente EUZELICE TEIXEIRA SANTOS CRUZ Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 IRPF. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 63. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, negarlhe provimento. Ausente o conselheiro Carlos Alexandre Tortato. Processo julgado em 12/05/17. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Denny Medeiros da Silveira, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 68 97 /2 01 3- 06 Fl. 88DF CARF MF 2 Relatório Tratase de notificação de lançamento de imposto de renda pessoa física IRPF no valor de R$ 11.949,99, acrescido de multa de ofício e juros de mora (fls. 13/17), referente a omissão de rendimentos do trabalho com vínculo e/ou sem vínculo empregatício, das fontes pagadoras Fundação dos Economiários Federais FUNCEF e Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 101.304,34. Em impugnação apresentada às fls. 3/6, a contribuinte alega que é isenta do imposto de renda, pois os rendimentos são provenientes de aposentadoria e por ser portadora de moléstia grave, conforme laudo médico juntado nos autos. A DRJ/BHE, julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário, conforme acórdão 0257.786 de fls. 47/52, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 ESTATUTO DO IDOSO. PRIORIDADE DE JULGAMENTO. Os processos distribuídos às delegacias de julgamento pela CoordenaçãoGeral de Contencioso Administrativo e Judicial observam as prioridades estabelecidas na legislação. NULIDADE. INDEFERIMENTO. Indeferese a preliminar de nulidade argüida quando se verifica que foram observados todos os elementos essenciais do procedimento fiscal. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Um dos efeitos produzidos pela apresentação de impugnação tempestiva é a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. LAUDO MÉDICO PERICIAL. A isenção do imposto de renda é garantida ao contribuinte desde que, cumulativamente, o rendimento auferido seja relativo a aposentadoria, pensão ou reforma e seja portador de uma das doenças especificadas na legislação. PROVAS. APRECIAÇÃO. A autoridade julgadora, na apreciação da prova, formará livremente sua convicção. MULTA DE OFÍCIO. INCONSTITUCIONALIDADE. DISCUSSÃO. Em sede administrativa, não há respaldo para discussão sobre inconstitucionalidade. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10580.726897/201306 Acórdão n.º 2401004.831 S2C4T1 Fl. 88 3 JUROS DE MORA. APLICABILIDADE. Constatada a infração tributária, cabe à autoridade administrativa aplicar os juros de mora, nos moldes da legislação de regência. Consta do voto do acórdão de impugnação: No caso concreto, é possível concluir, amparandose nos informes de rendimentos de fls. 23 e fls. 24 do dossiê de malha, processo nº 10010.004477/061309, emitidos, respectivamente, por Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil e Fundação dos Economiários Federais, que a contribuinte auferiu rendimentos de aposentadoria ou pensão, pois em ambos os documentos consta a presença de rendimentos isentos e não tributáveis oriundos de parcela dos proventos de aposentadoria e pensão de maiores de 65 anos ou mais de idade. O laudo médico de fls. 23 a 24, emitido em 26/01/2011 pelo psiquiatra André Furtado, CRM 11877, é, conforme petição endereçada pelo curador da contribuinte à Fundação dos Economiários Federais, fls. 25/26, proveniente de Unidade Oficial de Saúde do Estado da Bahia HJM – Hospital Juliano Moreira. Consulta ao CNES, fls. 44 a 46, revela que o Hospital Juliano Moreira é unidade de saúde mantida pela esfera administrativa estadual e que André Sampaio Furtado é médico psiquiatra estatutário daquele hospital. O mencionado laudo médico concluiu que a contribuinte é portadora de alienação mental secundária a demência vascular, CID 10 – F01, sem, contudo, indicar a data em que a doença foi contraída, apenas discriminando no campo denominado “Dados Anamnésticos: História da Moléstia Atual” que houve relato de acidente vascular cerebral abril de 2009. [...] Assim, para o laudo médico de fls. 23 a 24, se acaso fosse admitido por este colegiado julgador, a isenção de imposto de renda valeria apenas a partir do mês da emissão do laudo que reconheceu a moléstia, ou seja, 26/01/2011, não alcançando o anocalendário 2010 em debate no presente lançamento. No dossiê de malha, por sua vez, destacase a presença de outro laudo médico pericial, fls. 14, emitido pelo Perito Médico Previdenciário Yuri Silva Serafim Machado, Matrícula 1330500, CRM 14079, assinado em 01/07/2011, o qual, ao analisar o laudo médico de fls. 23 a 24, dele discordou, nos termos a seguir descritos, e, ao final, concluiu que não houve informação comprobatória de alienação mental. [...] Não consta no processo os laudos dos exames de imagem cerebral realizados. [...] O médico informa que “responde com coerência as solicitações”, “funções cognitivas e intelectuais Fl. 90DF CARF MF 4 prejudicadas” não informando o grau do prejuízo, os elementos para esta conclusão e não descreve nenhum teste para avaliação intelectual e cognitiva.[...] [...] Ante tais considerações, me valho do laudo médico pericial elaborado pela perícia do INSS para declarar que não se comprovou, no presente processo, que a contribuinte é portadora de moléstia grave no anocalendário 2010, motivo pelo qual deve ser mantida a omissão de rendimentos apurada pela autoridade lançadora. (grifo nosso) Cientificado do Acórdão em 23/7/14 (cópia de Aviso de Recebimento AR de fl. 55), a contribuinte apresentou recurso voluntário em 22/8/14, fls. 58/62, no qual apresenta novamente os argumentos apresentados na impugnação e acrescenta, em síntese: Diz ser portadora de alienação mental e que recebe proventos de aposentadoria, sendo isenta. Alega que protocolou pedido de isenção desde 1/2/11 junto às fontes pagadoras. O pedido foi deferido pela Caixa de Previdência do Banco do Brasil. Diz anexar cópia do comprovante de rendimentos onde não há mais imposto de renda na fonte. Argumenta que mesmo tendo apresentado, através de seu curador, todos os documentos pertinentes a isenção do imposto de renda em 4/6/13, teve indevidamente seu rendimento tributado, o que gerou a notificação de lançamento. Explica que é idosa, com mais de 95 anos de idade, que tem saúde debilitada e precisa dos proventos para aquisição de medicamentos e outras despesas. Entende que o valor lançado é confiscatório. Pede a suspenção da exigibilidade do crédito tributário, que seja expurgado do crédito a multa confiscatória de 75%, que seja excluída a multa calculada pela taxa Selic, que sejam recepcionados os elementos probatórios dos documentos que isenta a contribuinte do referido imposto e a decretação de nulidade do lançamento fiscal. Às fls. 75/80 foram anexados documentos, dentre eles: · Sentença determinando a interdição da contribuinte, pois concluiuse que é portadora de doença mental, datada de 15/12/10. · Termos de curatela. · Laudo do exame de sanidade mental realizado na contribuinte para fins de interdição, onde consta que houve um acidente vascular cerebral em abril de 2009, com perda progressiva das funções cognitivas, datado de 26/1/11. · Relatório médico da Fundação de Neurologia Instituto do Cérebro. É o relatório. Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10580.726897/201306 Acórdão n.º 2401004.831 S2C4T1 Fl. 89 5 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. ISENÇÃO Quanto a isenção, assim dispõe o CTN: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: [...] II outorga de isenção; [...] Sobre o gozo da isenção do imposto sobre a renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, a Lei 7.713/88 determina que: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; No mesmo sentido, o Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/99), Decreto 3.000/99, assim dispõe: Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: [...] XXXI os valores recebidos a título de pensão, quando o beneficiário desse rendimento for portador de doença relacionada no inciso XXXIII deste artigo, exceto a Fl. 92DF CARF MF 6 decorrente de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XXI, e Lei nº 8.541, de 1992, art. 47); [...] XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º); [...] § 4º Para o reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII, a partir de 1º de janeiro de 1996, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle (Lei nº 9.250, de 1995, art. 30 e § 1º). § 5º As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicamse aos rendimentos recebidos a partir: I do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo pericial. § 6º As isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII também se aplicam à complementação de aposentadoria, reforma ou pensão. Sendo assim, verificase que para a fruição da isenção, exigese o preenchimento cumulativo de três requisitos: a) que o rendimento seja proveniente de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que o rendimento seja recebido por portador de moléstia grave relacionada em lei; e Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10580.726897/201306 Acórdão n.º 2401004.831 S2C4T1 Fl. 90 7 c) que a moléstia seja comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Acrescentese a isso o enunciado da Súmula Carf nº 63, aprovada em 29/11/10: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. (grifo nosso) Conforme consta no acórdão de impugnação, verificase que se trata de proventos de aposentadoria ou pensão recebidos pela titular. Resta averiguar então se a contribuinte era portadora da moléstia grave no anocalendário 2010. Os documentos apresentados para a fiscalização e na impugnação (trazidos também no recurso), foram criteriosamente analisados pelo julgador de primeira instância, que teceu as conclusões transcritas no relatório do presente acórdão. A conclusão não pode ser outra se não a que o documento mais remoto que atende aos requisitos legais para fins de isenção de imposto de renda é datado de janeiro de 2011. Portanto, na melhor das hipóteses, a isenção valeria a partir desta data (da emissão do laudo, 26/1/11), não alcançando os rendimentos recebidos no anocalendário 2010, objeto do presente lançamento. Ressaltese que a contribuinte, ciente do acórdão de impugnação, poderia ter apresentado no recurso voluntário novo laudo onde constasse a data de início da alienação mental, contudo, não o fez. Logo, não tendo o contribuinte comprovado que é portador de moléstia grave no anocalendário 2010, não restaram preenchidos os requisitos legais para o gozo da isenção. Quanto aos demais pedidos realizados, mantémse a decisão da DRJ. Trechos abaixo transcritos: Preliminar de nulidade. O lançamento obedeceu aos requisitos específicos do lançamento de ofício, pois ocorreu a qualificação do sujeito passivo, a descrição dos fatos, foram apontadas as disposições legais infringidas e determinada a exigência com a respectiva intimação para cumprila ou impugnála no prazo legal. Não se comprovou nenhuma hipótese que propicie a nulidade da notificação de lançamento, pois os atos e os termos foram lavrados por pessoa competente e não houve preterição do direito de defesa (artigo 59 do Decreto nº 70.235/72), além de não se vislumbrar ilegitimidade passiva ou vício formal (Código Tributário Nacional, artigos 142 e 173). Fl. 94DF CARF MF 8 Isto posto, refuto a preliminar de nulidade argüida pela contribuinte. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Um dos efeitos produzidos pela apresentação de impugnação tempestiva é a suspensão da exigibilidade do crédito tributário (artigo 151, III, do Código Tributário Nacional). Enquanto, pois, pendente de julgamento a impugnação, não será possível promover a cobrança amigável do débito, nem inscrevê lo em dívida ativa e nem propor ação de execução fiscal. [...] Multa de ofício. Confisco. Em sede administrativa, não há lugar para embate sobre fundamento de inconstitucionalidade, consoante a previsão do artigo 26A do Decreto nº 70.235/72. Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) [...] Desse modo, não merece ser acolhido o pleito da contribuinte quando alega que a multa de ofício exigida, no percentual de 75%, caracteriza autêntico confisco. Juros de mora. Selic. Constatada a existência de infração tributária, deve a autoridade administrativa efetuar o lançamento empregando os juros de mora estabelecidos na legislação de regência, sob pena de responsabilidade funcional. Assim, ao se verificar que os juros de mora lançados estão em conformidade com a legislação tributária, corretamente indicados no lançamento, não prospera o protesto do contribuinte por sua exclusão. Acrescentese o disposto nas súmulas CARF nº 2 e nº 4: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10580.726897/201306 Acórdão n.º 2401004.831 S2C4T1 Fl. 91 9 CONCLUSÃO Voto por conhecer do recurso, NEGANDOLHE provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10247.000002/2006-63
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jun 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/01/2000
EMBARGOS. PRESENÇA DE OMISSÃO.
Nos termos do art. 65 do Regimento Intero, cabíveis embargos contra decisão
que não se pronuncia sobre ponto obrigatório. Comprovado que o colegiado
deixou de manifestar-se sobre recurso formalmente apresentado e admitido,
deve ser sanada essa flagrante omissão pelo expresso pronunciamento acerca
das razões nele elencadas.
PIS/COFINS NÃO-CUMULATIVOS. CONCEITO DE INSUMOS. DESPESAS PÓS-PRODUÇÃO.
Admitido, sem controvérsia, que as despesas em discussão ocorrem após
concluído o processo produtivo, impossível sua inclusão no conceito de
insumos geradores de crédito da não-cumulatividade.
Embargos acolhidos com efeitos infringentes.
Numero da decisão: 9303-004.400
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer dos Embargos de Declaração da Fazenda Nacional para acolhê-los e provê-los, com efeitos infringentes, a fim de que sejam excluídos os gastos pós-produção, vencidos os conselheiros Erika Costa Camargos Autran (relatora), Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que os conheceram, acolheram e proveram, sem efeitos infringentes, para retificar o acórdão embargado, a fim de sanar a omissão apontada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Júlio César Alves Ramos.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
(assinado digitalmente)
Júlio César Alves Ramos- Redator Designado
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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PRESENÇA DE OMISSÃO. Nos termos do art. 65 do Regimento Intero, cabíveis embargos contra decisão que não se pronuncia sobre ponto obrigatório. Comprovado que o colegiado deixou de manifestarse sobre recurso formalmente apresentado e admitido, deve ser sanada essa flagrante omissão pelo expresso pronunciamento acerca das razões nele elencadas. PIS/COFINS NÃOCUMULATIVOS. CONCEITO DE INSUMOS. DESPESAS PÓSPRODUÇÃO. Admitido, sem controvérsia, que as despesas em discussão ocorrem após concluído o processo produtivo, impossível sua inclusão no conceito de insumos geradores de crédito da nãocumulatividade. Embargos acolhidos com efeitos infringentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer dos Embargos de Declaração da Fazenda Nacional para acolhêlos e provêlos, com efeitos infringentes, a fim de que sejam excluídos os gastos pósprodução, vencidos os conselheiros Erika Costa Camargos Autran (relatora), Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 7. 00 00 02 /2 00 6- 63 Fl. 771DF CARF MF 2 Marini Cecconello, que os conheceram, acolheram e proveram, sem efeitos infringentes, para retificar o acórdão embargado, a fim de sanar a omissão apontada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Júlio César Alves Ramos. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Relatora (assinado digitalmente) Júlio César Alves Ramos Redator Designado Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Embargos de Declaração (fls. 764 a 768) interpostos, tempestivamente, pela Fazenda Nacional, fulcro no artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, em face de omissão verificada no acórdão nº 9303003.069, exarado por essa Colenda Turma. O acórdão recorrido negou provimento ao Recurso Especial da Fazenda, em decisão assim ementada: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 CONCEITO DE INSUMO. PIS E COFINS NÃO CUMULATIVOS. CREDITAMENTO. CRITÉRIOS PRÓPRIOS E NÃO DA LEGISLAÇÃO DO IPI OU DO IRPJ. A legislação do PIS e da COFINS não cumulativos estabelece critérios próprios para a conceituação de “insumos” para fins de creditamento. É um critério que se afasta da simples vinculação ao conceito do IPI, presente na IN SRF n° 247/2002, e que também não se aproxima do conceito de despesa necessária prevista na legislação do IRPJ. Fl. 772DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 772 3 CONCEITO DE INSUMO. INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA, SISTEMÁTICA E TELEOLÓGICA. LEIS N° 10.637/2002 E 10.833/2003. CRITÉRIO RELACIONAL. “Insumo” para fins de creditamento do PIS e da COFINS não cumulativos, partindo de uma interpretação histórica, sistemática e teleológica das próprias normas instituidoras de tais tributos (Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003), deve ser entendido como todo custo, despesa ou encargo comprovadamente incorrido na prestação de serviço ou na produção ou fabricação de bem ou produto que seja destinado à venda, e que tenha relação e vínculo com as receitas tributadas (critério relacional), dependendo, para sua identificação, das especificidades de cada processo produtivo. COFINS. CRÉDITO. RESSARCIMENTO. CUSTOS, DESPESAS E ENCARGOS VINCULADOS À RECEITA DE EXPORTAÇÃO. EMPRESA DE CELULOSE. São passíveis de ressarcimento os créditos de COFINS apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, inclusive os relativos à produção de matériaprima usada na fabricação do produto exportado. No caso da recorrente, as despesas com a implantação, manutenção e exploração de florestas (ou produção de madeira) estão vinculadas ao produto exportado (celulose). A produção e a exportação de celulose somente é possível com a utilização de madeira na sua fabricação, sua principal matériaprima. As despesas incorridas na obtenção de madeira empregada no processo produtivo (produção própria ou aquisição de terceiros) são custos ou despesas de produção e estão, inexoravelmente, vinculados à receita de exportação. EMPRESA DE CELULOSE. CRÉDITOS RECONHECIDOS. Tratandose de uma empresa produtora de celulose, foram reconhecidos créditos com relação aos seguintes insumos: 1 Serviços Silviculturais; 2 Serviços Florestais Produção; 3 Outros Serviços Florestais, exceto os seguintes serviços, por não se enquadrarem no conceito de insumo: 3.1 Manutenção de Vias Permanentes; 3.2 Terraplanagem e Manutenção de Estradas; 3.3 Serviço de Pesquisa/Desenvolvimento/Planejamento/Controle Florestal. 4 Despesas com fertilizantes, formicida, Herbicida, Calcário, Vermiculita e outros insumos, e os respectivos fretes, combustíveis e lubrificantes, utilizados na produção de madeira usada como matériaprima na fabricação de pasta de celulose; 5 Serviços industriais, ou seja, as despesas realizadas com a manutenção de máquinas e equipamentos industriais (partes, peças e serviços de manutenção), desde que não incorporados ao ativo imobilizado; 6 Despesas realizadas com a manutenção de máquinas e equipamentos agrícolas (partes, peças e serviços de manutenção), desde que não incorporados ao ativo imobilizado. Recurso Especial do Procurador Negado” Fl. 773DF CARF MF 4 Alega a embargante que o acordão restou omisso quanto à análise do recurso especial de decisão nãounânime, fundado no art. 7º do RICSRF (Portaria MF nº 147/2007) c/c art. 4º do RICARF (Portaria MF nº 256/2009), que trata das despesas de pósprodução e que foi admitido conforme despacho admissibilidade de fls. 692 É o Relatório. Voto Vencido Conselheira Érika Costa Camargos AutranRelatora. Os Embargos são tempestivos e aponta omissão, merecendo ser conhecidos. A Fazenda Nacional volta aos autos, desta feita para interpor embargos de declaração fls. 753, acusando a decisão de conter omissão acerca do recurso especial interposto com base no inc. I do art. 7° do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria NF n° 147, de 25 de junho de 2007 – RICSRF, formalmente admitido pelo Despacho nº 3300146, de 9 de junho de 2011, fls. 691 e 692. Compulsando o exame de admissibilidade e o acórdão embargado, constato que a Fazenda Nacional interpôs o já mencionado Recurso Especial, apontando divergência jurisprudencial e propugnando que apenas podem ser considerados insumos para fins de cálculo do crédito referente à COFINS não cumulativa, aqueles elencados no art. 3º da Lei nº 10.833 de 2003, nos termos da IN SRF nº 247, de 2002, como exatamente decidiu a r. decisão de 1ª instância. E além disso, no tocante às despesas de “pósprodução”, apontou ofensa ao disposto no artigo 3º da Lei nº 10.833/2003 e ao artigo 111 do CTN, posto que, no seu entendimento, em razão do creditamento da COFINS ser um benefício fiscal, deveria ser interpretado restritivamente. O voto condutor da decisão, no entanto, restringiuse a abordar a matéria vertida no recurso por divergência quanto ao conceito de insumo para fins de creditamento das contribuições sociais não cumulativas, nada aduzindo relativamente às despesas de pós produção, objeto de recurso por contrariedade à lei ou à prova constante dos autos. Fl. 774DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 773 5 Do exame do acórdão do recurso especial, verificase que de fato há a omissão apontada pela Embargante, não tendo ocorrido o exame, a ofensa ao disposto no artigo 3º da Lei nº 10.833/2003 e ao artigo 111 do CTN, no tocante às despesas de “pósprodução”. Passase ao exame da matéria. O que se discute no presente embargo, é o conceito de insumos para aproveitamento de créditos das contribuições COFINS. A Lei nº 10.833/03 que instituiu a COFINS com incidência não cumulativa, assim dispõe quanto aos créditos passiveis de descontos da contribuição apurado no mês /e ou de ressarcimento do saldo credor trimestral: “Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...); II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples); V – despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de Fl. 775DF CARF MF 6 optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) VII edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; VIII bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei. IX energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) IX energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (...). § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.727, de 2008) (Vigência) I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos III a V do caput, incorridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos no mês; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; IV dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês. § 2o Não dará direito a crédito o valor de mãodeobra paga a pessoa física. § 2o Não dará direito a crédito o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I de mãodeobra paga a pessoa física; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos Fl. 776DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 774 7 ou não alcançados pela contribuição. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) § 3o O direito ao crédito aplicase, exclusivamente, em relação: I aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País; II aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; III aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a partir do mês em que se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei. § 4o O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes. (...).” Visando normatizar o termo “insumo” a Receita Federal editou as Instruções Normativas, IN SRF nº 247/02, art. 66, § 5º, no caso do PIS e IN SRF nº 404/04, art. 8º, § 4º para a COFINS, que esclarecem o conceito de insumo previsto no art. 3 da Lei n.º 10.833/03 e que restringem o conceito de insumos. Entendo que tal restrição, não pode prevalecer, pois parte da premissa equivocada de que os créditos de PIS e COFINS teriam semelhança com os créditos de IPI. Pois, a legislação do PIS e da COFINS não cumulativos estabelece critérios próprios para a conceituação de “insumos” para fins de creditamento. É um critério que afasta da simples vinculação ao conceito do IPI, presente na IN SRF nº 247/2002, e que, além disso, também não se aproxima do conceito de despesa necessária prevista na legislação do IRPJ. Nessa senda, entendese igualmente impróprio para conceituar insumos, adotar se parâmetro estabelecido na legislação do IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, pois demasidamente amplo. Pelo raciocínio estabelecido a partir da leitura dos artigos 290 e 299 do Decreto nº 3.000/99 (RIR/99), poderseia enquadrar como insumo todo e qualquer custo da pessoa jurídica com o consumo de bens ou serviços integrantes do processo de fabricação ou da prestação de serviços como um todo. Diante disto, a matéria referente ao crédito das contribuições não deve ser interpretada restritivamente, por não se enquadrar nas previsões do art. 111 do CTN (isenção, suspensão/exclusão de crédito tributário, dispensa de cumprimento de obrigação acessória). Fl. 777DF CARF MF 8 Posto isso, concluise que o rol do art. 3ºda Lei n.º10.833/03 é meramente exemplificativo, incluindose, no conceito de insumo TODAS AS DESPESAS diretas e indiretas do contribuinte, não sendo possível, no nível da produção, separar o que é essencial por ser físico, por exemplo, do que é acidental. Dessa forma, deverá ser classificado como insumo tudo que o produtor adquirir para a produção, independentemente de qualquer reflexão. Não obstante essas circunstâncias, com base na jurisprudência administrativa existente, podese dizer que são entendidos como indispensáveis/necessários todos os bens/serviços sem os quais a atividade produtiva não se torne possível, ainda que eles não sejam efetivamente consumidos/aplicados na referida atividade. Verificase que as atividades que forem necessárias à viabilização da produção do bem serão consideradas inseridas no conceito de insumo, desde que haja clara ligação com a atividadefim (geradora de receita) realizada pelo contribuinte. Esse entendimento vem permitindo a interpretação de que o conceito de insumo deve alcançar bens e serviços utilizados em atividades que normalmente seriam vistas como prévias ao processo produtivo, desde que elas tenham efetivamente contribuído para o “produto final”. Ou seja, a despesa pode ser incorrida antes ou depois de realizada a produção ou fabricação do bem colocado à venda e tributado, ou, no caso específico, do bem exportado. Pelas definições adotadas, não há dúvida de que o referido creditamento é possível em relação aos insumos utilizados/aplicados após o efetivo início da produção, ou seja, após o encerramento das atividades de desenvolvimento. De fato, nessas circunstâncias, estamos diante de valores indiscutivelmente incluídos na fase produtiva. Assim quanto as despesas de “pósprodução”, embora, claramente, estas não tenham sido incorridos na fase de produção (ou seja, embora não estejam propriamente inseridas no processo produtivo), entendo que estas devem gerar créditos para o contribuinte. Fl. 778DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 775 9 Portanto, acolho os embargos, sem efeitos infringentes, para retificar o acórdão embargado, a fim de sanar a omissão apontada nos presentes embargos de declaração, nos termos acima expostos. É como voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Voto Vencedor Conselheiro Júlio César Alves Ramos Redator designado Como bem relatado, restou sem análise, na decisão agora embargada, a questão das despesas pósprodução, assim designadas porque não há controvérsia quanto a que são elas efetivadas após já concluído o processo produtivo. E é certo que este colegiado vem consolidando entendimento de que o conceito de insumos para a nãocumulatividade do PIS/COFINS não admite a restrição que se lhe impõe para efeito do IPI, isto é, não se pode exigir um contato físico entre o bem candidato a insumo e o produto final para que lhe reconheça a natureza de matéria prima ou produto intermediário. Essas primeiras conclusões já foram por mim "sintetizadas" dessa forma: Tendo sido, pois, "motivado" o lançamento pelo entendimento de que somente podem ser insumos os itens que se desgastam, no processo produtivo, como resultado de uma ação direta sobre o produto, conforme o critério eleito pelo antigo Parecer Normativo CST 65/79, relativo ao IPI, e adotado nas IINN SRF 247/2002 e 404/2004, natural começar pelos motivos que me levam a rejeitar tal exigência. É que, acredito já seja de conhecimento amplo, não adiro à tese de que o conceito de insumos que permitem a tomada de créditos, nos termos do art. 3º da Lei 10.637, para o PIS e do art. 3º da Lei 10.833, para a COFINS, seja tão restrito quanto o pretendido por elas. Mas apenas rejeitar o critério da IN SRF também não nos leva muito longe. Parece igualmente óbvio que permitir a inclusão de toda e qualquer despesa, desde que aceita pela legislação do IRPJ, tampouco está em conformidade Fl. 779DF CARF MF 10 com o texto legal, que tanto se esmerou em enunciar as hipóteses ensejadoras. Por isso, para avançar na fixação de um critério para tal conceito que seja suficientemente flexível para permitir a análise de qualquer item, fixeime na expressão legal "bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviço e na produção ou fabricação..." 1 . Dessa expressão, algumas conclusões se impõem de plano; a) os beneficiários do crédito podem ser fabricantes, mas também "produtores", e mesmo prestadores de serviço; b) um serviço pode se enquadrar como tal, e mesmo que "utilizado na prestação de serviço". Essas observações preliminares já são suficientes para rejeitar a pretensão de utilizar o critério há muito aceito para o IPI: que o bem candidato a gerador de crédito entre em contato físico com o bem que está sendo industrializado. Por óbvio, ela não se aplica nem à "prestação de serviço", nem a um serviço como insumo. Mas uma atenta leitura do §4º do art. 8º da IN 4042 deixa igualmente claro que a SRF não o pretendeu aplicar aos serviços em qualquer das "pontas". Pretende fazêlo, porém, sempre que se estiver cuidando de "produção ou fabricação", aparentemente tomando as duas expressões como sinônimas. E é aí, a meu ver, que começam os problemas. Por primeiro, não me parece que o legislador da 10.833 (assim como o da 10.637) tenha buscado equiparar as expressões, atento que estava à possibilidade de que a "produção" ensejadora de crédito no âmbito das contribuições não corresponda a uma efetiva industrialização nos termos do IPI. Como é cediço, fora daquele contexto produção pode se referir, e no mais das vezes se refere, a um conjunto de atividades bem maior, que inclui, entre outras, a atividade agropecuária, bem como a agroindustrial. 1 1 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o; II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes; 2 § 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entendese como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; Fl. 780DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 776 11 Ainda assim, como em todos os casos há um produto físico gerado ao final de um processo produtivo, pareceria, em princípio, razoável a adoção daquele critério mesmo quando de industrialização em sentido estrito não se tratasse. O problema, entretanto, é que o critério do Parecer Normativo CST 65/79 destinase a definir o que se poderia enquadrar no conceito de "produto intermediário" apenas referido mas não definido no art. 25 da Lei 4.502/643 . Ou seja, ele não é destinado à definição do que seja insumo, mas do que seja produto intermediário, ou mais precisamente, de qual seria o critério para considerar um bem como consumido no processo produtivo. Sobre esse ponto, peço licença para reproduzir considerações que expendi em julgamento realizado ainda o antigo Conselho de Contribuintes, no já distante ano de 20084 : Como se disse no relatório, o contribuinte recorre de decisão que lhe negou o ressarcimento de saldo credor originado no registro de créditos de IPI em relação às aquisições de energia elétrica, produto considerado pelo IPI como nãotributado. Entende possível incluir a energia elétrica consumida no processo produtivo entre os “produtos que, embora não se integrando ao produto final, são consumidos no processo produtivo, desde que não compreendidos entre os bens do Ativo Permanente”, consoante redação do art. 147 do Regulamento do IPI baixado pelo Decreto 2.637/98 (atual art. 164 do Regulamento baixado em 2002). A SRF considera, com base no Parecer Normativo CST nº 65/79, entre outros, que não, visto não ter contato físico com o produto em elaboração. Para mim, a decisão recorrida não merece reparos. É que, embora lastreada na orientação do Parecer Normativo, a que está vinculada, e com a qual não concordo inteiramente, o que fez foi dar correta aplicação ao princípio da nãocumulatividade. Para melhor compreensão, necessário um registro, ainda que breve, da evolução legislativa da matéria. Como se sabe, a Lei nº 4.502/64, foi a última a regular o extinto Imposto Sobre o Consumo instituído pelo Decretolei nº 7.404/45 e transformado no IPI. Na evolução legislativa daquele imposto é que se vai encontrar pela 3 Art. 164. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a MP, PI e ME , adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; 4 Julgamento do recurso voluntário nº 147.752, no Processo 10830.000989/200474, sessão de agosto de 2008 Fl. 781DF CARF MF 12 primeira vez tentativa de aplicação do princípio de tributação sobre o valor agregado. Tratase, como é de sabença geral, da disposição do art. 213 da Lei nº 3.520/58: Art. 213 ... 2º Os fabricantes pagarão o imposto com base nas vendas de mercadorias tributadas, apuradas quinzenalmente, deduzido, no mesmo período o valor do imposto relativo às matérias primas e outros produtos adquiridos a fabricantes ou importadores ou importados diretamente, para emprêgo na fabricação e acondicionamento de artigos ou produtos tributados; Após ser regulamentada pelo Decreto 45.422/59, essa lei foi alterada pela de nº 4.153, já em 1962, na qual se promoveu grande ampliação do instituto. Vejamos: Art. 34.O artigo 148 do atual Regulamento do Imposto de Consumo aprovado pelo Decreto nº 45.422, passa a vigorar com as seguintes alterações: a)As palavras "nas vendas de mercadorias tributadas" são substituídas pelas seguintes: "nas entregas a consumo de mercadorias tributadas"; b) Para os fins do art. 148, entendemse como adquiridos para emprego na fabricação e acondicionamento de artigos ou produtos tributados: na fabricação as matérias primas ou artigos e produtos secundários ou intermediários que, integrando o produto final ou sendo consumidos total ou parcialmente no processo de sua fabricação, sejam utilizados na sua composição, elaboração, preparo, obtenção e confecção, inclusive na fase de apresto e acabamento. Portanto, além das matérias primas, davam direito de abatimento do valor devido as aquisições dos chamados produtos secundários e intermediários. Na busca de distinção entre eles, confirmouse a definição mais ou menos consensual de que produtos intermediários são os que partilham com as matérias primas o caráter de se integrarem fisicamente aos produtos fabricados, delas diferindo apenas pelo fato de já serem produtos prontos, passíveis, assim, de utilização adicional. Já os produtos secundários é que consistiam naqueles que, embora não se integrando ao produto final, fossem consumidos, total ou parcialmente, no processo de fabricação. Ocorre que a Lei nº 4.502/64 suprimiu a referência a produtos secundários como possibilitadores de dedução do IPI devido pelas saídas. Confiramse os artigos da Lei 4.502 que cuidaram da matéria: Art. 25. Para efeito do recolhimento, na forma do art. 27, será deduzido do valor resultante do cálculo. I o imposto relativo às matériasprimas produtos intermediários e embalagens, adquiridos ou recebidos para emprego na industrialização e no acondicionamento de produtos tributados; Fl. 782DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 777 13 II o imposto pago por ocasião do despacho de produtos de procedência estrangeira ou da remessa de produtos nacionais ou estrangeiras para estabelecimentos revendedores ou depositários. Art. 27. A importância a recolher será: I no caso do inciso I do artigo anterior a resultante do cálculo do imposto; II No caso do inciso II a necessária à manutenção de saldo suficiente para cobertura do imposto devido pela saída dos produtos; III no caso do inciso III a resultante do cálculo do imposto relativo aos produtos saídos do estabelecimento produtor na quinzena anterior, deduzida: a) do valor do imposto relativo as matérias primas, produtos intermediários e embalagens, adquiridos no mesmo período, quando se tratar de estabelecimento industrial; b) do valor do imposto pago por ocasião do despacho ou da remessa, quando se tratar de estabelecimento importador, arrematante ou revendedor, considerados, para efeito da apuração, os capítulos de classificação dos produtos. § 1º Será excluído do crédito o imposto relativo às matérias primas, produtos intermediários e embalagens que forem objeto de revenda ou que forem empregados na industrialização ou no acondicionamento de produtos isentos e não tributados. § 2º O devedor remisso, sujeito ao recolhimento antecipado, utilizarseá do crédito de imposto, mediante adição ao seu saldo. § 3º O imposto relativo às matériasprimas, produtos intermediários e embalagens, adquiridos a revendedores não contribuintes, será calculado, para efeito de crédito mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto sobre 50% (cinqüenta por cento) do seu valor constante da nota fiscal. § 4º Em qualquer hipótese, o direito ao crédito do imposto será condicionado às exigências de escrituração estabelecidas nesta lei e em seu regulamento, e, quando não exercido na época própria, só poderá selo, cumprida a formalidade do inciso I do art. 76 ou quando o seu valor for incluído em reconstituição de escrita, efetuada pela fiscalização. § 5º Quando ocorrer saldo credor numa quinzena, será ele transportado para a quinzena seguinte, sem prejuízo da obrigação do contribuinte apresentar ao órgão arrecadador, dentro do prazo legal previsto para o recolhimento, a guia demonstrativa desse saldo. Ainda assim, o primeiro regulamento do IPI já editado após a Lei 4.502 – Decreto 56.791/65 – ao “regulamentar” o dispositivo acima, estabeleceu: Art. 27. Para efeito do recolhimento, será deduzido do valor resultante do cálculo, na forma do art. 29: I o imposto relativo às matériasprimas, produtos intermediários e embalagens, adquiridos ou recebidos para emprego na industrialização e no acondicionamento de produtos tributados, compreendidos, entre os primeiros, Fl. 783DF CARF MF 14 alquiles que, embora não se integrando no novo produto, são consumidos no processo de industrialização; Ou seja, mantevese a possibilidade de dedução do imposto pago sobre os produtos secundários, agora “apelidados” de produtos intermediários. Ainda mais, sua redação irrestrita parece permitir que aí se incluíssem mesmo os produtos para uso e consumo e os constituintes de máquinas e equipamentos, visto que nem mesmo quanto a estes houve qualquer restrição. Tal largueza de conceitos, porém, não vinha sendo aceita pelo Fisco, o que suscitou diversos questionamentos ao Poder Judiciário quanto à abrangência do conceito de produtos intermediários. Em diversos julgados proferidos, a partir de 1966, no âmbito do STF (RMS 19.625GB, julgado em 20/6/1966, relator Ministro Victor Gomes; Recurso Extraordinário 18.661PE, julgado pelo Pleno em 16/10/1968 sob relatoria do Ministro Aliomar Baleeiro), firmou se o entendimento de que a expressão poderia sim englobar produtos que fossem apenas consumidos no processo industrial, desde que cumpridos, porém, dois requisitos primordiais: que os produtos consumidos fossem essenciais e específicos à fabricação em questão (vide votos condutores das decisões mencionadas). Pelo primeiro, requerse que o processo produtivo não se possa completar na ausência daquele “produto intermediário”; pelo segundo, que não sejam eles de uso comum, indiscriminado a todo e qualquer processo industrial. Destarte, o primeiro requisito determinava a exclusão, entre outros, da energia elétrica usada para iluminação, ainda que do ambiente onde se realizasse a produção, que poderia perfeitamente prosseguir sem a sua presença (salvo, talvez, situações muito específicas de ausência completa de iluminação natural).Também dos combustíveis empregados para acionamento de máquinas e equipamentos (em que também se pode utilizar a eletricidade). Pelo segundo, afastou se a aplicação ao desgaste de equipamentos físicos (depreciação de máquinas, equipamentos e instrumentos), componentes da estrutura física do estabelecimento, porque comuns a praticamente todo processo industrial. Tentando, ao meu ver, dar aplicação a essas restrições impostas pelo Judiciário é que o Regulamento seguinte, baixado pelo Decreto 70.163/72, acresceu a necessidade de que o consumo se desse de forma “imediata e integral”, bem como incluiu a restrição aos bens integrantes do ativo permanente. Suscitou, porém, novos questionamentos judiciais (Recurso Extraordinário ao STF nº 79.601RS, de 1974, também relatado pelo Ministro Aliomar Baleeiro e, no extinto Tribunal Federal de Recursos, a Apelação Cível nº 44.781SP, de 1978, relatada pelo Ministro Carlos Velloso). Em ambos, ratificaram os Tribunais Superiores os critérios estabelecidos nos julgamentos anteriores, mesmo com a mudança de redação introduzida no Regulamento do Imposto. Daí, viuse o Poder Executivo instado a alterar novamente a redação dos decretos regulamentares posteriores, que deixaram de trazer a restrição quanto ao consumo imediato e integral. Essa ausência, então, suscitou a Fl. 784DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 778 15 edição do mencionado Parecer Normativo nº 65/79, pela Coordenação do Sistema de Tributação da SRF, que vincula a possibilidade de crédito ao emprego sobre o produto em elaboração.Tratase de nova tentativa de dar aplicação aos critérios aceitos no Poder Judiciário5. Embora imprecisa, tal definição, a meu ver, atinge o cerne da discussão, ao menos para a grande maioria dos processos industriais. É que, salvo honrosas exceções que têm de ser comprovadas caso a caso, não vemos, em princípio, como considerar essenciais e específicos ao processo artigos que sequer entrem em contato direto com o produto em elaboração. De todo modo, restringindose a discussão do presente feito, à energia elétrica, dúvida não tenho de que, de ordinário, ela não pode ser considerada produto intermediário mesmo nessa mais ampla acepção. Há, por certo, 5 O que resulta claro nos itens 8 a 10 do citado Parecer Normativo: 8. No caso, entretanto, a própria exegese histórica da norma desmente esta acepção, de vez que a expressão "incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando no novo produto, forem consumidos no processo de industrialização" é justamente a única que consta de todos os dispositivos anteriores (inciso I do art. 27 do Decreto nº 56.791/65, inciso I do art. 30 do Decreto nº 61.514/67 e inciso I do art. 32 do Decreto nº 70.162/72), o que equivale a dizer que foi sempre em função dela que se fez a distinção entre os bens que, não sendo matériasprimas nem produtos intermediários stricto sensu, geram ou não direito ao crédito, isto é, segundo todos estes dispositivos, geravam o direito os produtos que, embora não se integrando no novo produto, fossem consumidos no processo de industrialização. 8.1. A norma constante do direito anterior (inciso I do art. 32 do Decreto nº 70.162/72), todavia, restringia o alcance do dispositivo, dispondo que o consumo do produto, para que se aperfeiçoasse o direito ao crédito, deveria se dar imediata e integralmente. 8.2. O dispositivo vigente (inciso I do art. 66 do RIPI/79), por sua vez, deixou de registrar tal restrição, acrescentando, a título de inovação, a parte final referente à contabilização no ativo permanente. 9. Como se vê, o que mudou não foi o critério, que continua sendo o do consumo do bem no processo industrial, mas a restrição a este. 10. Resumese, portanto, o problema na determinação do que se deva entender como produtos "que, embora não se integrando no novo produto, forem consumidos, no processo de industrialização", para efeito de reconhecimento ou não do direito ao crédito. 10.1. Como o texto fala em "incluindose entre as matériasprimas e os produtos intermediários", é evidente que tais bens hão de guardar semelhança com as matériasprimas e os produtos intermediários stricto sensu, semelhança esta que reside no fato de exercerem na operação de industrialização função análoga a destes, ou seja, se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou por este diretamente sofrida. 10.2. A expressão "consumidos", sobretudo levandose em conta que as restrições "imediata e integralmente", constantes do dispositivo correspondente do Regulamento anterior, foram omitidas, há de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo. 10.3. Passam, portanto, a fazer jus ao crédito, distintamente do que ocorria em face da norma anterior, as ferramentas manuais e as intermutáveis, bem como quaisquer outros bens que, não sendo partes nem peças de máquinas, independentemente de suas qualificações tecnológicas, se enquadrem no que ficou exposto na parte final do subitem 10.1 (se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou por este diretamente sofrida). Fl. 785DF CARF MF 16 situações em que a energia elétrica cumpre aqueles requisitos: tratase daqueles processos que requerem a separação molecular, via eletrólise, para que o processo possa continuar. Presentes aí a essencialidade e a especificidade, mas também a aplicação sobre o produto em elaboração como requer o Parecer. Assim, não demonstrado nos presentes autos que a energia elétrica é empregada dessa forma, ou de alguma similar, não vejo como acatar sua inclusão no conceito de produtos intermediários, mesmo na mais ampla definição que a eles se deu nos últimos regulamentos do IPI. E isso bastaria à negativa de provimento do recurso do contribuinte. Mas, como disse, esse é apenas o primeiro dos requisitos, e a energia elétrica também não cumpre o segundo: não há IPI algum para gerar crédito. Deveras, a energia elétrica está fora do campo de incidência do imposto, merecendo na TIPI a expressão NT – de não tributado. É certo que há outra linha de questionamento judicial, esta mais recente, que diz respeito a essa necessidade de que tenha havido destaque de IPI na aquisição feita. Mas esses questionamentos, normalmente, a isso se resumem, sendo indiscutível o enquadramento do produto adquirido na condição de matéria prima ou produto intermediário. Por isso, o “quase ineditismo” deste recurso, a que fiz referência no relatório. Nele se discutem os dois requisitos. Com efeito, aqui se tem um produto que, segundo as disposições do Parecer Normativo, não é matéria prima, produto intermediário nem material de embalagem e que também não sofreu o gravame do imposto. E quanto a esse último aspecto, da forma mais importante, isto é, não está sequer no seu campo de incidência. Da leitura das leis instituidoras da nãocumulatividade das contribuições não chego à conclusão de que, para elas, também se precise demarcar o que significa "ser consumido no processo produtivo". Seja porque a expressão legal não é essa, como também porque não se está a definir produto intermediário, mas sim insumo. Já se vê daí que, com as escusas sempre necessárias, não tenho como partilhar a premissa de sua excia. o ministro Herman Benjamim, citado no voto do dr. Henrique. É que, a meu ver, a legislação do IPI não identifica o conjunto formado por matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem ao conceito de insumo. Para tanto, é óbvio, não basta dizer que aquele conjunto é insumo; é preciso, mais, dizer que só ele o é. Mas, longe disso, a este último não é dada qualquer definição formal naquela legislação, a começar pela Lei 4.502/64 em que sequer se encontra o vocábulo "insumos". Mesmo nos decretos regulamentares, o que se diz ou sempre se pode ler é que aquele conjunto é insumo; nada há sobre a recíproca. Assim, pareceme, mesmo para o legislador do IPI, matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem formam um subconjunto do conjunto mais amplo dos insumos. Aliás, de não ser assim, Fl. 786DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 779 17 desnecessárias seriam as diversas ressalvas a itens passíveis de enquadramento no conjunto maior. Especialmente, no artigo definidor dos créditos não se precisaria especificar que ele se restringe àquele subconjunto; bastaria autorizálo aos "insumos", que seria a mesma coisa. A conseqüência lógica dessa divergência é que não se precisa pensar em legisladores tributários distintos. Mesmo admitindo que o conceito de insumos deva ser uno para todos os efeitos tributários, nada há que impeça usarse o que proponho aqui: bem utilizado no processo produtivo e aí "consumido" ainda que não por um contato físico com o produto em elaboração. Mas é preciso demarcar bem quando começa o processo produtivo, pois, como já reiterou suficientemente a doutrina, não se está aqui limitado aos "produtores" no sentido do IPI, isto é, a lei não está a cuidar apenas de processos industriais, strictosensu, embora seja aqui o caso. Destarte, quando o produto final gerado (e a ser vendido) depende de uma etapa prévia, ainda não exatamente industrial, mas que seja realizada pela mesma empresa, não vejo nenhuma incompatibilidade com a lei em considerar também integrante do processo essa etapa prévia, como ocorre em diversas cadeias produtivas, a exemplo da celulose, do álcool etc. Embora irrelevante para o presente caso, o critério genérico há de ser, portanto, o do início das operações que culminarão com a obtenção daquilo que gerará a receita da empresa, esta que será a base de cálculo da exação. E em se tratando aqui de uma simples operação industrial, parece fácil identificálo com o início das operações tipicamente industriais como o faz também a IN SRF. Assim, nesses casos de empreendimentos tipicamente industriais minha única divergência com o critério da IN SRF se prende à exigência de que os insumos tenham contato físico com o produto final, o que já excluiria, de plano, todos os serviços, mas não só. Por ele, também ficariam de fora todos os itens normalmente glosados no IPI embora participantes efetivos do processo, onde se desgastam, também sem controvérsia, mesmo sem ter "contato" com o produto em elaboração. De outra banda, não adiro à noção de essencialidade que é por muitos advogada. Como primeiro contraargumento, porque, preservada a premissa econômica de racionalidade do empresário, seria difícil encontrar algum item efetivamente empregado no processo, e portanto gerador de custo, sem que haja necessidade para tal, no mínimo, para que o produto final seja aceito pelo consumidor. De fato, esse critério apenas nos leva a uma nova dificuldade, qual seja, a delimitação do grau de necessidade do item em consideração: seria ela estritamente técnica ou também econômica, no sentido acima? A primeiro Fl. 787DF CARF MF 18 opção nos levaria a ter de nos embrenhar nas minúcias de cada processo produtivo; a segunda, a aceitar praticamente todo e qualquer gasto. Em segundo lugar, porque há inúmeros itens, especialmente de serviços, que são "essenciais ao", mas não "utilizados no", processo produtivo. Além desse requisito, considero igualmente excluídos pela expressão "utilizados no processo produtivo" os bens que devem compor o ativo permanente, o que significa que, em meu entender, a legislação das contribuições preservou este específico óbice existente quanto ao IPI. E assim concluo porque, quanto a eles, a legislação permitiu a dedução da despesa de depreciação e desde que o bem ativado seja efetivamente empregado no processo produtivo o que inviabiliza a tomada de crédito sobre o valor integral da aquisição de uma só vez. Rejeitados, assim, os demais critérios, o da IN, o da essencialidade e o da apropriação de custos nos termos da legislação do IR, analiso cada item candidato a insumo sob o duplo ponto de vista: a) participa efetivamente do processo produtivo? b) aí se desgasta em menos de um ano, de modo a não ser ativado? Respostas afirmativas a ambas levamme a aceitálo. Como espero esteja claro aí, para este conselheiro o que caracteriza um insumo é seu consumo no processo produtivo, pouco importando se o seu desgaste se dá naquelas precisas condições mencionadas no Parecer COSIT 65/79, aplicável ao IPI. A ênfase, entretanto, recai sobre a duração do que se possa denominar "processo produtivo" por mais alargada que se deva admitir tal definição, em respeito à extensão da base de incidência das contribuições. E seja ela qual for, pareceme, nunca haverá de incluir algo que é, reconhecidamente, posterior a ele. Com efeito, tenho reiteradamente enfatizado esse ponto: ainda que essencial, qualquer gasto que ocorra antes de iniciada a produção ou depois que o produto esteja pronto insumo não pode ser. Com essas considerações, acolhemos, com efeitos infringentes, os embargos da Fazenda para retificar o acórdão, excluindo do cômputo dos insumos geradores de crédito os gastos a título de despesas pósprodução. Esse o acórdão que me coube redigir. Fl. 788DF CARF MF Processo nº 10247.000002/200663 Acórdão n.º 9303004.400 CSRFT3 Fl. 780 19 (assinado digitalmente) Conselheiro Júlio César Alves Ramos Fl. 789DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.901190/2006-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999
COFINS.DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE RAZÕES POR FALTA DE APRESENTAÇÃO DE INTEGRALIDADE DA PEÇA RECURSAL
A falta de apresentação da peça recursal íntegra, impede que a turma julgadora aprecie as razões de defesa. Preservação do contraditório e ampla defesa por realização de diligência para suprir a ocorrência, sem que a Recorrente, regularmente intimada, tenha se manifestado.
Numero da decisão: 3201-002.748
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Vencido o Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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HIDRO ELÉTRICA RIO SÃO FRANCISCO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999 COFINS.DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE RAZÕES POR FALTA DE APRESENTAÇÃO DE INTEGRALIDADE DA PEÇA RECURSAL A falta de apresentação da peça recursal íntegra, impede que a turma julgadora aprecie as razões de defesa. Preservação do contraditório e ampla defesa por realização de diligência para suprir a ocorrência, sem que a Recorrente, regularmente intimada, tenha se manifestado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Vencido o Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira– Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 11 90 /2 00 6- 86 Fl. 95DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Versa o presente litígio sobre declaração de compensação de Cofins não homologada. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da Delegacia de Julgamento: Trata o presente processo de pedido de restituição da COFINS, cumulado com o pedido de Compensação formalizado por meio do Pedido Restituição e Declaração de Compensação — PER/DCOMP n° 19757.93393.270603.1.3.047066, de fls.07/11, na qual 1992002 e como débito parcela da mesma contribuição, no valor de R$2.045,25, relacionada ao período de apuração de 01/10/2002 a 31/10/2002. 2. 0 pleito foi indeferido pelo Despacho Decisório Eletrônico de n° 733297047, A. f1.01, do Delegado da Receita Federal do Brasil em Recife, com base nas seguintes constatações, in verbis: "Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no Per/Dcomp: R$ 2.045,25 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para a quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para a compensação dos débitos informados no PER/DcomP." 3. Cientificada de tal negativa em 03/12/2006 conforme "AR" de fl. 05, a contribuinte, por meio do seu Superintendente de Execução e Controle EconômicoFinanceiro assim identificado no documento de fl.28, apresentou manifestação de inconformidade, fls. 14/15, na data de 28/12/2006, em que contesta o indeferimento sob os seguintes argumentos, em síntese: I a não localização do crédito de R$ 2.045,00 a que se refere o Despacho Decisório impugnado, se deve ao fato de ter havido erro no preenchimento da sua DCTF, no campo detalhamento dos Darf recolhidos no período, onde foi informado o somatório destes sem discriminálos um a um, o que de certa forma pode ter dificultado o reconhecimento do valor compensado; III na Per/Dcomp só pode ser informado um único Darf Sendo assim, como haviam 03 Darf, foi escolhido o Darf no valor de R$ 20.000,00, o que pode ter ocasionado o desencontro de informações nos sistemas da Receita Federal do Brasil. Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10480.901190/200686 Acórdão n.º 3201002.748 S3C2T1 Fl. 94 3 A Delegacia de Julgamento não conheceu da manifestação de inconformidade, em decisão assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999 RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DECOMP A retificação da DECOMP é da competência exclusiva dos Delegados da Receita Federal do Brasil, não cabendo, portanto, a sua apreciação em sede de impugnação, pelas Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento. Impugnação não Conhecida Na decisão ora recorrida, afirmase que as alegações da Recorrente implicam em pedidos de retificação de declaração, os quais somente poderiam ser efetuados por meio de uma PER/DCOMP retificadora, único instrumento legal para tal procedimento, obedecidas as regras estabelecidas pelos arts. 56 a 59 da IN SRF n° 600, de 28/12/2005, por meio do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) nas hipóteses em que for admitida e apreciada pela autoridade competente, o Delegado da Receita Federal do Brasil. A apreciação de processos relacionados a retificações de declaração não estariam contempladas dentre as atribuições das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento, conforme se depreende da leitura do art.212, do Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF no 125, de 04.03.2009 DOU de 06.03.2009. O recurso voluntário foi apresentado às fls. 94 e ss. Não obstante, verificase que apenas foram juntadas aos autos as fls. 54 e 55, faltando a fl. 56 do recurso voluntário, passando a sequência dos autos, para a fl.57. Pela Resolução 3201.000.639 foi realizada diligência para que fosse juntada as folhas faltantes do recurso voluntário, contudo intimada a Recorrente para a apresentação de cópia integral da peça, não se manifestou, retornando o processo para prosseguimento do julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora Fl. 97DF CARF MF 4 Conforme relatado, a manifestação de inconformidade apresentada, não foi conhecida sob o argumento de que a apreciação de retificação de declaração de compensação, seria do Delegado da Receita Federal de jurisdição do contribuinte, conforme se depreenderia da leitura do art.212, do Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF n. 125, de 04.03.2009 DOU de 06.03.2009. Destarte, a Recorrente emitiu declaração de compensação para utilização de suposto direito creditório de Cofins no valor de R$2.045,00, por pagamento a maior, acostando aos autos a declaração de compensação original, sem que tivesse sido procedida à sua retificação, para acomodar o crédito que afirma ter. Observese, ademais, que, ademais de não ter procedido à retificação das respectivas obrigações acessórias, dos documentos acostados aos autos, não se depreende a sua existência, ou seja, juntou DARFs de pagamento, a declaração de compensação original e nenhum outro documento que desse guarida à sua pretensão. É dizer, em princípio, não se vislumbra a liquidez e certeza do direito creditório, nos termos do art.170 do CTN. Por outro lado, compulsandose os autos constatouse que apenas duas folhas de recurso voluntário foram juntadas, de sorte que não há como se apreciar as razões da Recorrente. E para que não houvesse prejuízo ao contraditório e ampla defesa, a turma julgadora deliberou a diligência para que se possibilitasse a integral juntada do recurso voluntário, tendo se mantido inerte a Recorrente, embora juntado aos autos o respectivo "termo de ciência por abertura de mensagem". Em face do exposto, voto pelo não conhecimento do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 98DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.964770/2009-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE CABIMENTO.
Cabem embargos de declaração para integração de decisão obscura, omissa ou contraditória em seus fundamentos. Não configuradas tais hipóteses, é de se rejeitar os embargos.
Numero da decisão: 3201-002.759
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
Winderley Morais Pereira - Presidente.
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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HIPÓTESES DE CABIMENTO. Cabem embargos de declaração para integração de decisão obscura, omissa ou contraditória em seus fundamentos. Não configuradas tais hipóteses, é de se rejeitar os embargos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Winderley Morais Pereira Presidente. Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pela contribuinte acima identificada, em face do Acórdão nº 3802001.988 (fls. 180 e ss.), assim ementado: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 96 47 70 /2 00 9- 58 Fl. 269DF CARF MF 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao contribuinte o ônus da prova quanto ao fato constitutivo de direito de crédito por ele alegado. Recurso Voluntário Negado. O Embargante alega ocorrência de contradição, uma vez que o acórdão, embora afirme que o sujeito passivo não teria produzido provas de suas alegações, reconhece que ter sido acostada aos autos cópia do livro razão, documento que, ao contrário do decidido, seria hábil e capaz de comprovar as razões sustentadas. O recurso foi admitido em despacho de admissibilidade nos seguintes termos: Por outro lado, à medida que a oposição foi assentada na alegação de contradição no acórdão recorrido, encontramse presentes os pressupostos para o conhecimento dos embargos declaratórios na forma do art. 65, Anexo II, do Regimento Interno. Os embargos declaratórios, portanto, devem ser admitidos e submetidos à apreciação do Colegiado, com a movimentação ao Conselheiro Relator, para posterior inclusão em pauta de julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo , Relatora. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. O processo administrativo que deu origem ao presente recurso referese a pedido de compensação, no qual foi denegado o direito creditório sob o fundamento de que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar tributo informado em DCTF não restando crédito disponível para a compensação declarada.. Afirma a Embargante, contudo, que a decisão embargada teria sido omissa quanto à juntada de cópia do livro razão, para a comprovação do direito creditório. Fl. 270DF CARF MF Processo nº 15374.964770/200958 Acórdão n.º 3201002.759 S3C2T1 Fl. 221 3 Contudo, ao se analisar a decisão embargada verificase que, expressamente, analisou a questão da juntada de cópia do livro razão, não havendo a omissão e nem mesmo a contradição apontada, pois se entendeu que esta, isoladamente considerada, não era suficiente para comprovar o direito creditório. Nesse contexto, diz a decisão embargada: Assim, não foram atendidos o art. 170 do CTN, que autoriza a compensação de créditos tributários com créditos do sujeito passivo líquidos e certos, e o art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito. A contribuinte afirma que a DCTF contém erro, de modo que o valor pago foi maior que o devido. Para comprovar o erro apresenta cópia de folha do Livro Razão referente a dezembro de 2008 que contém informações da conta roaming internacional, fls. 29/30. Conforme destacado na decisão recorrida, “os documentos apresentados pelo contribuinte são insuficientes para comprovar o erro alegado, pois os registros contábeis desacompanhados dos documentos que lhe deram suporte, não são suficientes para amparar o direito creditório no valor de R$ R$ 62.476,76, em face do que dispõe o artigo 923 do RIR/1999”. Transcrevo o art. 923 do Decreto nº 3.000, de 26/03/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999): “Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 1º).” Os documentos que fundamentaram os registros fiscais e contábeis deveriam ser apresentados junto com a manifestação de inconformidade, tendo em vista que os arts. 15 e 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, lei que trata do processo administrativo tributário federal, estabelece que a prova documental deve ser apresentada na impugnação, a menos que fique demonstrada sua impossibilidade por motivo de força maior, refirase a fato ou direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriores. Até o momento do protocolo do recurso voluntário, a contribuinte não apresentou documentos que comprovassem o alegado erro, nem DCTF retificadora. Também não comprovou ocorrência de alguma das hipóteses que permitiriam sua apresentação em momento posterior. . Portanto, não assiste razão à Embargante, pois a questão foi devidamente enfrentada no acórdão embargado, não se verificando a subsunção do caso ao quanto disposto Fl. 271DF CARF MF 4 no art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que assim prescreve: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Não existindo a alegada omissão, voto por rejeitar os embargos de declaração. Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 272DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.720144/2011-34
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
CRÉDITO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. BENS PARA REVENDA ADQUIRIDOS POR COMERCIANTES ATACADISTAS E VAREJISTAS DE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA DE QUE TRATAM OS §1º E 1º-A DO ARTIGO 2º DAS LEIS Nº 10.637/2002 E 10.833/2002. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 17 DA LEI Nº 11.033/2004.
É vedado o creditamento na aquisição de bens para revenda dos produtos referidos nos §1º e §1-A do artigo 2º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, nos termos das alíneas "b" dos incisos I dos artigos 3º das referidas leis. Tal disposição não foi revogada pelo artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, pois que não versa sobre hipóteses de creditamento, mas apenas sobre a manutenção de créditos, apurados conforme a legislação específica.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-003.773
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Ricardo Paulo Rosa.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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DIREITO DE CRÉDITO. INCIDÊNCIA CONCENTRADA. Recorrente RENAUTO VEÍCULOS E PEÇAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 CRÉDITO DA NÃOCUMULATIVIDADE. BENS PARA REVENDA ADQUIRIDOS POR COMERCIANTES ATACADISTAS E VAREJISTAS DE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA DE QUE TRATAM OS §1º E 1ºA DO ARTIGO 2º DAS LEIS Nº 10.637/2002 E 10.833/2002. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 17 DA LEI Nº 11.033/2004. É vedado o creditamento na aquisição de bens para revenda dos produtos referidos nos §1º e §1A do artigo 2º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, nos termos das alíneas "b" dos incisos I dos artigos 3º das referidas leis. Tal disposição não foi revogada pelo artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, pois que não versa sobre hipóteses de creditamento, mas apenas sobre a manutenção de créditos, apurados conforme a legislação específica. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 01 44 /2 01 1- 34 Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10120.720144/201134 Acórdão n.º 3302003.773 S3C3T2 Fl. 3 2 Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Ricardo Paulo Rosa. Relatório Tratase de Pedido Eletrônico de Restituição e Ressarcimento – PER, formulado através do programa PER/Dcomp, pelo qual a Recorrente pleiteia o ressarcimento em espécie do saldo credor acumulado de COFINS incidência não cumulativa – mercado interno. O Pedido de Ressarcimento foi indeferido, por ausência de direito ao crédito pleiteado, devido a vedação legal de aproveitamento de créditos incidente nas operações de aquisição de produtos sujeitos a tributação monofásica/concentrada. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 06049.288. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, não ampara o creditamento das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS, com base na sistemática da não cumulatividade, pelas revendedoras de veículos automotores, em decorrência de vedação legal expressa para o aproveitamento do crédito nas vendas submetidas à incidência monofásica. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as alegações deduzidas em manifestação de inconformidade, calcadas nas seguintes premissas: 1. Que a recorrente se sujeita à incidência nãocumulativa; 2. Que havia uma vedação ao creditamento conforme o disposto no artigo 3º, I, “b”, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003; 3. Que foi atribuída alíquota zero aos produtos da recorrente, portanto, não se trata de monofasia, o que ocorreria se houvesse apenas uma incidência na cadeia; 4. Que a nãocumulatividade foi aperfeiçoada com o artigo 17 da Lei nº 11.033/2004 e que esta é uma norma multitemática, ou seja, não restrita ao REPORTO; 5. Que o artigo 16 da Lei 11.116/2005 robusteceu o caráter abrangente do artigo 17 da Lei nº 11.033/2004; 6. Ambas as leis não ressalvaram quais os casos permaneceriam na regra antiga e que o direito ao creditamento é coerente à técnica da nãocumulatividade das contribuições (método subtrativo indireto); 7. O artigo 17 da Lei nº 11.033/2004 veio justamente para os casos em que havia vedação ao creditamento; 8. Que pretendeuse mitigar a aplicação do artigo 17 da Lei nº 11.033/2004 com a edição das MP nº 413/2008 e 451/2008, criando vedações ao creditamento, as quais não foram mantidas na conversão de ambas medidas provisórias; Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10120.720144/201134 Acórdão n.º 3302003.773 S3C3T2 Fl. 4 3 9 Que a nãocumulatividade das contribuições não guarda relação com o arrecadado anteriormente ou posteriormente na cadeia produtiva. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302003.750, de 29 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.720142/201145, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302003.750): "O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. O pedido de ressarcimento foi efetuado com fulcro no artigo 16 da Lei nº 11.116/2005 combinado com o artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, abaixo transcritos: Lei nº 11.116/2005: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Lei nº 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O fundamento da recorrente recai essencialmente na possibilidade de se tomar créditos da nãocumulatividade de Cofins em razão do disposto no artigo 17 da Lei nº 11.033/2004 e de se pedir o ressarcimento com fulcro no artigo 16 da Lei nº 11.116/2005. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10120.720144/201134 Acórdão n.º 3302003.773 S3C3T2 Fl. 5 4 A Lei nº 10.485/2002 estabeleceu a concentração de tributação no fabricante e importadores de determinados veículos e autopeças, dispondo no §2º que os comerciantes atacadistas e varejistas ficassem sujeitos à alíquota zero sobre suas receitas de revendas: § 2o Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) I o caput deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II o caput do art. 1o desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001. (Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) Com base, nesta receita sujeita à alíquota zero, é que a recorrente entende possível a aplicação do artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, isto é, a tomada de créditos sobre a revenda de máquinas e veículos constantes das posições da TIPI constantes do artigo 1º da Lei nº 10.485/2002 e de autopeças constantes dos Anexos I e II da referida lei. Ocorre que, não obstante estar sujeita ao regime nãocumulativo das contribuições, as alíneas "b" dos incisos I dos artigos 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 vedam expressamente a tomada de créditos sobre bens adquiridos para revenda pelas pessoas jurídicas que comercializam os produtos referidos nos artigos 1º e 3º da Lei nº 10.485/2002, como transcrevese a seguir: Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) § 1o Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) [...] III no art. 1o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) IV no inciso II do art. 3o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) [...] Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10120.720144/201134 Acórdão n.º 3302003.773 S3C3T2 Fl. 6 5 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Produção de efeito (Vide Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) (Regulamento) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (Produção de efeitos) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998) Por sua vez, o artigo 17 dispôs genericamente que as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Ora, este artigo não traz nenhuma hipótese de creditamento, mas apenas esclarece que nas situações ali previstas, os créditos vinculados àquelas vendas são mantidos. E tais créditos são, justamente, as hipóteses que a legislação faculta ao contribuintes a sua tomada, como por exemplo, os artigos 3º das leis acima citadas, o artigo 15 da Lei nº 10.865/2004 e outros quaisquer artigos que veiculem hipóteses de creditamento. O item 191 da exposição de motivos da MP nº 206/2004, cuja conversão resultou na Lei nº 11.033/2004, confirma este entendimento na medida que dispôs que a redação do artigo 16, convertido no artigo 17 acima referido, visava "esclarecer dúvidas relativas à interpretação da legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS." Não por outro motivo, que o artigo 16 da Lei nº 11.116/2005 dispôs sobre a possibilidade de ressarcimento e compensação do saldo credor vinculado às vendas mencionadas no artigo 17, vinculandoos à forma de apuração do artigo 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 e do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, reconhecendo, por óbvio, que ali estavam listadas as hipóteses de creditamento e não que o artigo 17 inovara toda a legislação, revogando o artigo 3º e redefinindo as hipóteses de creditamento, o que seria a consequência inevitável da tese da recorrente. Ressaltase, porém, que o artigo 17 não proibiu a tomada de créditos vinculados às receitas sujeitas à alíquota zero decorrentes das revendas dos bens de que tratam este processo em relação às demais hipóteses previstas no artigo 3º, proibição esta que foi, conforme mencionado pela recorrente, objeto de duas tentativas propostas pelo Executivo Federal nas MPs nº 413/2008 e 451/2008. Ocorre que, como também já mencionado na peça recursal, tais dispositivos não foram contemplados na conversão das duas MPs, mantendose a possibilidade de creditamento em relação às demais hipóteses do artigo 3º, entendimento confirmado na Solução de Consulta nº 218/2014. Assim, referidas MP´s pretenderam impedir o creditamento das demais hipóteses legais previstas nos artigos 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, mas 1 19. As disposições do art. 16 visam esclarecer dúvidas relativas à interpretação da legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10120.720144/201134 Acórdão n.º 3302003.773 S3C3T2 Fl. 7 6 foram irrelevantes em relação à vedação específica contida na alínea "b" do inciso I do artigo 3º, que se destina justamente à vedação do creditamento relativo aos bens adquiridos para revenda de que tratam os §§1º e 1ºA do artigo 2º das referidas leis. Neste diapasão, citase o Acórdão nº 340301.566: Ementa: COFINS – REGIME MONOFÁSICO – IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DE CRÉDITOS O artigo 17 da Lei 11.033/2004, que garante a manutenção do crédito às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, só se aplica aos setores ou produtos sujeitos regime nãocumulativo, não se aplicando aos produtos sujeitos ao regime monofásico. Portanto, diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário." Nos termos do entendimento exarado no paradigma, a impossibilidade de creditamento, no regime nãocumulativo, na aquisição de bens para revenda adquiridos por comerciantes atacadistas e varejistas de produtos sujeitos à tributação concentrada referidos nos §1º e §1A do artigo 2º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, nos termos das alíneas "b" dos incisos I dos artigos 3º das referidas leis, se aplica tanto à Contribuição para o PIS/Pasep quanto à COFINS. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.901238/2011-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 21 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPROVAÇÃO
Não pode ser homologada uma compensação, cujos créditos não foram comprovados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.466
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2007 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPROVAÇÃO Não pode ser homologada uma compensação, cujos créditos não foram comprovados. Recurso Voluntário Negado.
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PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. Recorrente COMERCIAL PARISENTI LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. COMPROVAÇÃO Não pode ser homologada uma compensação, cujos créditos não foram comprovados. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação DCOMP, apresentada pela contribuinte acima qualificada Em análise da compensação intentada, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba/SC decidiu não homologála em razão de que o valor recolhido via DARF, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 12 38 /2 01 1- 47 Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10925.901238/201147 Acórdão n.º 3301003.466 S3C3T1 Fl. 3 2 indicado como fonte do crédito contra a Fazenda Nacional, já havia sido integralmente utilizado para o pagamento de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos valores informados no PER/DCOMP. Inconformada com a não homologação de sua compensação, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade, na qual defende, inicialmente, que os débitos exigidos não compensados devem ficar com a exigibilidade suspensa em razão da apresentação da manifestação de inconformidade. Quanto ao mérito, a contribuinte alega, em síntese, que apurou créditos, passíveis de compensação, oriundos do recolhimento indevido de tributos, uma vez reconhecido seu direito de recolher as contribuições – PIS e Cofins – nos moldes previstos no artigo 3º, §2º, inciso III, da Lei nº 9.718/98. A DRJ em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 07030.864. O fundamento adotado foi o de que, quando a compensação declarada pelo sujeito passivo está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é indevido, só se pode homologar tal compensação, independentemente de eventuais outras verificações, nos casos em que o contribuinte, previamente à apresentação da DCOMP, retifica regularmente a DCTF. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, em que alega o seguinte: a) que o débito, cuja compensação não foi homologada, deve permanecer com a exigibilidade suspensa, em razão da apresentação do recurso voluntário; b) que não há dispositivo legal que vede a compensação de tributos, nos casos em que a DCTF retificadora, em que foi demonstrada a existência do pagamento indevido, tenha sido apresentada após a transmissão da Declaração de Compensação (DCOMP); e c) que a multa de ofício de 150% cobrada da Recorrente não se aplica a compensações indevidas e que não poderia ser superior a 20%, além de afrontar os princípios da proporcionalidade e finalidade dos atos da administração pública e a própria Consituição Federal, em razão de seu caráter confiscatório. Em relação à alegação mencionada na letra "c", cumpre destacar que o débito, cuja compensação não foi homologada, está sendo cobrado, acrescido de multa de mora de 20% e não de multa de ofício de 150%, além de juros Selic. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.444, de Fl. 62DF CARF MF Processo nº 10925.901238/201147 Acórdão n.º 3301003.466 S3C3T1 Fl. 4 3 27 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 10925.901334/201276, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.444): "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Tratase de Despacho Decisório que não homologou compensação pleiteada por meio de DCOMP, em razão de o alegado pagamento a maior não constar nos registros da Receita Federal do Brasil (RFB). Nos autos, encontramse a DCOMP, o Despacho Decisório e extratos da RFB, contendo detalhamento da compensação e histórico da transmissão da DCOMP. Não há cópias de Declarações de Débitos e Créditos Federais Tributários Federais (DCTF). Na manifestação de inconformidade, a Recorrente informou que efetuara pagamentos a maior e apresentou as bases legais que dariam suporte à compensação. Nada dispôs sobre a DCTF original, na qual teria sido incluído o DARF indicado na DCOMP como fonte do crédito (pagamento a maior), e tampouco se fora retificada. Também não carreou aos autos cópias de DCTF. A DRJ (fls. 37 a 40) ratificou o Despacho Decisório, sob a alegação de que na data da protocolização da DCOMP, a DCTF que constava no banco de dados da RFB não indicava a existência de crédito, consistente em pagamento a maior de tributo. E que uma DCTF retificadora somente pode suportar uma compensação, cuja DCOMP tenha sido apresentada na mesma data ou posteriormente. No recurso voluntário, foram apresentados os seguintes argumentos para sustentar a compensação: a) que o débito cuja compensação não foi homologada deve permanecer com a exigibilidade suspensa, em razão de apresentação do recurso voluntário; b) que não há dispositivo legal que vede a compensação de tributos, nos casos em que a DCTF retificadora, em que foi demonstrada a existência do pagamento indevido, tenha sido apresentada após a transmissão da Declaração de Compensação (DCOMP); e c) que a multa de ofício de 150% cobrada da Recorrente não se aplica a compensações indevidas e que não poderia ser superior a 20%, além de afrontar os princípios da proporcionalidade e finalidade dos atos da administração pública e a própria Constituição Federal, em razão de seu caráter confiscatório. Em relação à letra "a", nada há que se falar, pois nenhuma controvérsia há sobre a questão: o inc. III do art. 151 da Lei n° 5.172/66 (Código tributário Nacional CTN) dispõe que a apresentação de recurso, nos termos das normas que regulam o processo administrativo, suspende a exigibilidade do crédito tributário. O disposto na letra "c" também não merece comentários, haja vista que não houve lançamento de ofício e, por conseguinte, multa dele derivada. O débito originalmente compensado com o crédito não comprovado está sendo cobrado com o acréscimo de multa de mora de 20% e juros Selic. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10925.901238/201147 Acórdão n.º 3301003.466 S3C3T1 Fl. 5 4 Finalmente, sobre o tema central, a adequação ou não da compensação realizada, parcialmente tratada pela Recorrente na letra "b", voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Não resta dúvida acerca da possibilidade legal defendida pela Recorrente de compensar tributos pagos a maior com débitos tributários. Também não me oporia a legitimar a compensação pretendida, pelo simples fato de que a DCTF retificadora, com indicação do pagamento a maior, tivesse sido apresentada após a protocolização da DCOMP, desde que restasse comprovado que o crédito tributário já existia à época da liquidação do débito tributário. Com efeito, regra geral, a compensação é possível até mesmo se o crédito tiver surgido após o vencimento do débito, desde que a este sejam acrescidos os devidos encargos moratórios. Porém, no caso em tela, não se encontram os elementos probatórios essenciais à confirmação do crédito, quais sejam: a DCTF retificadora propriamente dita e a demonstração do cálculo do débito e sua comparação com o DARF pago, indicando o pagamento a maior. Temos apenas as alegações da Recorrente de que retificara a DCTF e que detinha o crédito. Alegações, contudo, desacompanhadas das devidas comprovações. Desta forma, não me resta alternativa que não a de negar provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não se encontram os elementos probatórios essenciais à confirmação do crédito, quais sejam: a DCTF retificadora propriamente dita e a demonstração do cálculo do débito e sua comparação com o DARF pago, indicando o pagamento a maior. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 64DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.907169/2012-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/11/2009
ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.204
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 30/11/2009 ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado.
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BASE DE CÁLCULO. ICMS. Recorrente INDÚSTRIA DE MÁQUINAS MIRUNA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/11/2009 ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo. Relatório Tratase de pedido de PER/DCOMP para restituição de créditos de PIS, cujo pedido foi indeferido, via despacho decisório. Inconformada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese: que o ICMS destacado nas vendas não pode ser considerado como AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 71 69 /2 01 2- 18 Fl. 46DF CARF MF Processo nº 10882.907169/201218 Acórdão n.º 3302004.204 S3C3T2 Fl. 3 2 faturamento ou como receita bruta, não devendo, por isso, ser incluído na base de cálculo do PIS e da COFINS; que a inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições em tela desrespeita o preceito do artigo 110 do CTN; que o STF, por meio do RE 240.785/MG, manifestou o entendimento de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Sobreveio, então, julgamento da DRJ/Belo Horizonte, que indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 02050.807. A contribuinte, então, apresentou recurso voluntário repisando os argumentos da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.158, de 23 de maio de 2017, proferido no julgamento do processo 10283.902818/201235, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.158): "1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, a ciência do acórdão ocorreu em 28 de agosto de 2014, fls. 50, e o recurso foi protocolado em 29 de setembro de 2014, fls. 52. Tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Do mérito 2.1. Do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.144.469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. Fl. 47DF CARF MF Processo nº 10882.907169/201218 Acórdão n.º 3302004.204 S3C3T2 Fl. 4 3 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMS ST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros Fl. 48DF CARF MF Processo nº 10882.907169/201218 Acórdão n.º 3302004.204 S3C3T2 Fl. 5 4 ingressos na contabilidade da empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da não cumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. Fl. 49DF CARF MF Processo nº 10882.907169/201218 Acórdão n.º 3302004.204 S3C3T2 Fl. 6 5 RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃO APLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.15835, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10882.907169/201218 Acórdão n.º 3302004.204 S3C3T2 Fl. 7 6 (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente; no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706 RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento encontramse, desde já, fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. 3. Conclusão Por todo o exposto, conheço do recurso voluntário, mas, no mérito, nego provimento." Da mesma forma que no caso do paradigma, no presente processo o recurso voluntário também foi apresentado tempestivamente. Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10882.907169/201218 Acórdão n.º 3302004.204 S3C3T2 Fl. 8 7 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Ricardo Paulo Rosa Fl. 52DF CARF MF
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Numero do processo: 10715.002494/2010-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/12/2006 a 29/12/2006
REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE EM ATRASO. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR.
A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea e, do Decreto-Lei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias , destinadas à exportação no Siscomex é cabível quando o atraso é superior a sete dias, nos termos da IN SRF nº 1096/2010.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.167
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias , destinadas à exportação no Siscomex é cabível quando o atraso é superior a sete dias, nos termos da IN SRF nº 1096/2010. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 24 94 /2 01 0- 44 Fl. 303DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Auto de Infração que exige do contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37/1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. Inconformada com a autuação, o Contribuinte apresentou Impugnação, que foi julgada parcialmente procedente pela DRJ, com a aplicação retroativa da IN SRF nº 1096/2010, que ampliou o prazo de apresentação de informações para 7 (sete) dias, para afastar a multa em todos os casos em que a informação se deu dentro deste prazo. Em seguida, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, expondo que: 1 Erro material da decisão de primeira instância, tendo em vista que colocou como sendo a condenação remanescente o valor referente ao que deveria ser excluído; 2 Não houve prejuízo ao fisco ou dificuldade na fiscalização da carga; 3 Solicita a aplicação da denúncia espontânea, tendo em vista que a obrigação seria devida após o desembaraço aduaneiro, que não houve abertura de procedimento fiscalizatório senão graças às informações prestadas anteriormente ao seu inicio pelo recorrente; 4 Aponta como ausente de fundamento legal o prazo previsto no Decreto Lei infringindo o principio da legalidade; 5 Pede pela imposição de multa singular, evocando a espécie jurídica extraída do Código Penal, “Crime Continuado”; Julgando o feito, a Turma recorrida deu provimento ao recurso voluntário, aplicando a denúncia espontânea para afastar a exigência da multa acima citada. Cientificada do acórdão mencionado o Representante da Fazenda Nacional apresentou recurso especial suscitando divergência quanto à exoneração da penalidade em comento por aplicação da denúncia espontânea prevista no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37/1966, com a nova redação dada pela Lei 12.350/2010. Ao julgar o caso, a 3ª Câmara Superior de Recursos Fiscais deste CARF deu provimento parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, afastando a possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea às penalidades infligidas pelo descumprimento de deveres instrumentais, como os decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela SRF para a prestação de informações à administração aduaneira. Na mesma decisão, determinou que os autos fossem remetidos novamente às Câmaras Baixas para apreciação e deliberação dos demais argumentos apresentados pelo Contribuinte. O contribuinte opôs Embargos de Declaração cuja a admissibilidade foi negada por despacho do Presidente do CARF. Por fim, os autos foram distribuídos à turma 3402, para relatoria do feito. É o relatório. Fl. 304DF CARF MF Processo nº 10715.002494/201044 Acórdão n.º 3402004.167 S3C4T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. Como se verifica no relatório, apenas o argumento relativo à aplicação da denúncia espontânea em relação a penalidades decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias foi enfrentado no acórdão proferido pela 3ª CSRF, justamente por ter sido o fio condutor do acórdão proferido na Câmara Baixa, que deixou de deliberar sobre os demais pontos, a despeito do I. Relator têlos enfrentado em seu acórdão. Desse modo, cabe a este Colegiado discutir, a despeito de concordância ou não com o mérito da decisão da CSRF, apenas os demais argumentos. Tampouco cabe deliberar aqui a respeito da preliminar apreciada no acórdão recorrido, a respeito da existência de erro material na decisão da DRJ, no momento de cálculo do crédito tributário remanescente. Isso se dá em razão de tanto a preliminar quanto ao mérito terem sido apreciados, a despeito de apenas em relação a este último ter versado o Recurso Especial da Fazenda Nacional, o que implica na definitividade do provimento em relação ao erro material apontado pelo Contribuinte. Nessa mesma linha, o provimento da decisão da 3ª CSRF foi exatamente no sentido de que se apreciasse os demais argumentos relativos ao mérito, que deixaram de ser deliberados em razão do provimento meritório. Apenas por razão de cautela, visando evitar omissões ou dificuldades de execução do acórdão, frisase esse ponto para esclarecer o motivo pelo qual tal preliminar não será enfrentada aqui, visto que não é possível nos manifestarmos sobre matéria que já foi julgada e, inclusive, transitou em julgado administrativo por ausência de manifestação. 1) Da Ofensa à Reserva Legal Tal matéria foi devidamente enfrentada pelo Conselheiro Paulo Caliendo no Acórdão CARF nº 3801004.879, pelo que adiro às suas conclusões, reproduzindo seu entendimento: A infração em tese cometida pela recorrente se encontra caracterizada pela apresentação de declaração de informações sobre o vôo e as declarações fora do prazo estabelecido, por força do art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei 37/66, com redação dada pela Lei nº 10.833/03, c/c art. 44 da Instrução Normativa 28/94, com redação dada pela Instrução Normativa 510/05 e art. 22 da Instrução Normativa 800/07. No que tange a tipificação da conduta do recorrente, a sua descrição consta igualmente e inicialmente tipificada no art. 107 do DecretoLei 31/66, que Fl. 305DF CARF MF 4 estabelece a aplicação de multa para quem deixar de prestar a declaração sobre veículo e carga transportada, bem como quem de forma omissiva ou comissiva embaraçar ação de fiscalização. Ademais, as instruções normativas tem como finalidade de preencher lacunas que por vezes se encontram dentro dos procedimentos fiscais, no caso específico de normas que estabelecem prazo para a apresentação ou recolhimento de obrigações acessórias, não estão sujeitas a reserva legal do art. 97 do CTN, por não compreendem o rol de matérias lá estabelecido, cabendo, portanto, o estabelecimento dos prazos por norma de hierarquia inferior, como as Portarias e Instruções Normativas, conforme tem se posicionado o CARF. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/12/1998 OBRIGAÇÃO ACESSORIA. PRAZO. INSERÇÃO SISCOMEX DE DECLARAÇÃO DE EMBARQUE DE MERCADORIAS. O prazo de inserção das informações do embarque de mercadoria no SISCOMEX é de sete dias, contados do dia do efetivo embarque. Não se aplica a norma processual do artigo 210 do Código Tributário Nacional, neste caso prevalece o prazo fixado em Portarias e Instruções Normativas em razão de que não contemplam aspectos da hipótese de incidência, estão fora da reserva legal prevista no artigo 97 do CTN. Constado inserção além do prazo fixado, impõe negar provimento ao recurso. Recurso Negado. Mais ainda, é preciso distinguir entre a legalidade veiculada no artigo 5º, II e no artigo 150, I, ambos da Constituição Federal: Art. 5º. (...) II ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; Apenas o artigo 150, I veicula comando de reserva de lei, restringindo a exigência ou o aumento de tributo ao manejo deste instrumento legislativo, ao determinar expressamente que a lei deverá estabelecer tais matérias. Diferentemente, o art. 5º, II fala apenas que as obrigações de ação ou omissão deverão ser constituídas em virtude de lei, é dizer, podem sêlo diretamente por ela, mas sem prejuízo da lei remeter, por exemplo, à RFB a determinação de certos aspectos relativos a essas obrigações. É exatamente o caso, como se depreende da tipificação da infração administrativa incorrida, prevista no DecretoLei nº 37/66, art. 107, IV, "e": por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e Há uma remissão expressa a ato da RFB que determinará a forma e prazo da prestação de informações, atribuindo competência expressa a esta para regulamentar tal matéria no âmbito infralegal. Frisese, naturalmente, que tal se dá por se tratar de matéria referente a Fl. 306DF CARF MF Processo nº 10715.002494/201044 Acórdão n.º 3402004.167 S3C4T2 Fl. 4 5 obrigações acessórias, visto que se de tributo se tratasse, somente por lei se poderia criálo ou modificálo. Desse modo, não procede o argumento do Contribuinte. 2) Da Ausência de Dano ao Erário Novamente sobre este tópico, adiro às razões do Acórdão CARF nº 3801 004.879, às quais reproduzo: Em que pese não tenha ocorrido dano pecuniário do ente público, o entendimento no caso é por embaraçar a fiscalização do fisco. As declarações a que as empresas de transporte são obrigadas a apresentar são obrigações acessórias com finalidade exclusiva de auxiliar a fiscalização das importações e exportações, possibilitando a ciência do que cada empresa que utiliza a transportadora tem transportado, para onde vai e se foi recolhido o tributo a que esta operação está sujeita. Logo, a responsabilidade de declarar a mercadoria transportada pela empresa, conforme art. 107, IV, alínea “e” do Decreto lei 37/66, é uma obrigação acessória de declaração ao fisco e cujo descumprimento implica na aplicação de multa por embaraço à fiscalização. Nestes termos, entendo que há o embaraço da fiscalização, quando as transportadoras não cumprem o prazo de emissão da declaração, não obstante entenda que não deve incidir a multa regulamentar neste caso, apenas nos casos de omissão. Com razão, é preciso observar, no esteio da jurisprudência deste CARF, que o bem jurídico tutelado pelas obrigações acessórias em matéria aduaneira não é a liquidez do Erário, mas sim o controle das fronteiras, especialmente em relação aos produtos que entram e que saem no transporte internacional. Desse modo, a ausência de prejuízo pecuniário à arrecadação tributária não afeta, de maneira alguma, a aplicação das sanções relativas ao descumprimento de obrigações acessórias com finalidade fiscalização e controle do comércio exterior. Assim, tampouco deve proceder o argumento do contribuinte neste ponto. 3) Da aplicação de multa singular A infração capitulada no art. 107, IV, "e" do DL 37/66 tem o seguinte texto: por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; Não procede a tese de contribuinte de aplicação da regra de "crime continuado" prevista no artigo 71 do Código Penal, por inexistir no contexto fático relação de continuidade entre as omissões quanto à prestação de informações a despeito de concordamos com sua assunção no sentido de tal regra ser relativa à infrações administrativas. Isso se dá Fl. 307DF CARF MF 6 pelo fato do artigo 71 do CP exigir algum grau de conexão entre as infrações, para a construção do liame de continuidade, o que não há no caso. Tampouco caberia se falar na aplicação da multa por embarque, é dizer, por embarcação ou por vôo, com base em possível dúvida interpretativa do tipo infracional, com fundamento no artigo 112 do Código Tributário Nacional, visto que a metodologia aplicada pelo fiscal foi exatamente a de aplicar a multa por embarque e não por carga. Ante o exposto, entendo que não deve prosperar o argumento do contributinte neste ponto. 4) Conclusão Em face do que foi analisado acima, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 308DF CARF MF
score : 1.0