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Numero do processo: 11831.006548/2002-77
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 1988, 1989, 1990, 1991
RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS.
Nos termos do art. 67 do RICARF, é requisito indispensável do recurso especial a comprovação da divergência interpretativa entre colegiados distintos acerca de fatos ao menos assemelhados. Não se assemelham situações em que, de um lado, há duas decisões judiciais "transitadas em julgado" e o que se discute nos autos é qual delas prevalece, e, por outro, decisões que afirmam, tão-somente, ser o dies a quo para contagem do prazo prescricional a data de trânsito em julgado de decisão que reconhece o direito creditório sem que outro trânsito pudesse ser apontado.
Numero da decisão: 9303-002.877
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
MARCOS AURÉLO PEREIRA VALADÃO - Presidente Substituto.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Designado para redigir o acórdão.
EDITADO EM: 08/01/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo Da Costa Pôssas, Francisco Mauriício Rabelo De Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabíola Keramidas e. Ausentes, justificadamente as Conselheira Suzi Gomes Hoffman e Maria Tereza Martinez Lopes e o Presidente Otacílio Dantas Cartaxo, que foi substituído pelo Presidente da Primeira Seção de Julgamento.
Designou-me o Presidente da CSRF para a redação do acórdão que decidiu, por unanimidade, pela não admissibilidade do recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional, visto que o Relator, Conselheiro Rodrigo Miranda, renunciou ao mandato sem o ter apresentado à Secretaria. Em seu cumprimento, procurarei ser o mais fiel possível às posições defendidas pelo dr. Rodrigo ao longo dos quase quatro anos em que tive o privilégio de sua companhia no colegiado revisor.
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 1988, 1989, 1990, 1991 RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS. Nos termos do art. 67 do RICARF, é requisito indispensável do recurso especial a comprovação da divergência interpretativa entre colegiados distintos acerca de fatos ao menos assemelhados. Não se assemelham situações em que, de um lado, há duas decisões judiciais "transitadas em julgado" e o que se discute nos autos é qual delas prevalece, e, por outro, decisões que afirmam, tãosomente, ser o dies a quo para contagem do prazo prescricional a data de trânsito em julgado de decisão que reconhece o direito creditório sem que outro trânsito pudesse ser apontado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. MARCOS AURÉLO PEREIRA VALADÃO Presidente Substituto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Designado para redigir o acórdão. EDITADO EM: 08/01/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 83 1. 00 65 48 /2 00 2- 77 Fl. 346DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/01/2 016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RA MOS 2 Miranda, Rodrigo Da Costa Pôssas, Francisco Mauriício Rabelo De Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabíola Keramidas e. Ausentes, justificadamente as Conselheira Suzi Gomes Hoffman e Maria Tereza Martinez Lopes e o Presidente Otacílio Dantas Cartaxo, que foi substituído pelo Presidente da Primeira Seção de Julgamento. Designoume o Presidente da CSRF para a redação do acórdão que decidiu, por unanimidade, pela não admissibilidade do recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional, visto que o Relator, Conselheiro Rodrigo Miranda, renunciou ao mandato sem o ter apresentado à Secretaria. Em seu cumprimento, procurarei ser o mais fiel possível às posições defendidas pelo dr. Rodrigo ao longo dos quase quatro anos em que tive o privilégio de sua companhia no colegiado revisor. Relatório O recurso fazendário voltase contra o acórdão 380200.167, cuja ementa consignou: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Exercício: 1988, 1989, 1990, 1991 AÇÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. LIQUIDAÇÃO. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO. TERMO INICIAL. O termo inicial do prazo para pleitear a compensação de créditos decorrentes de provimento judicial ilíquido é o trânsito em julgado da sentença homologatória dos cálculos, mormente quando a liquidação é providenciada pelo próprio juízo. No caso novamente em discussão, houve duas decisões "transitadas em julgado", a primeira, relativa ao mérito, apenas reconheceu a existência de um direito creditório a favor do sujeito passivo mas não lhe determinou o montante. Prosseguindo o contribuinte, no mesmo processo, com a execução dessa decisão, nova sobreveio que homologou os cálculos até então elaborados. Após obter judicialmente o montante a que tinha direito, ingressou o contribuinte administrativamente, após desistir da execução judicial iniciada, com pleito de restituição. Contado da primeira decisão, mais de cinco anos depois; da segunda, não. O colegiado recorrido entendeu ser desta última que se deveria contar o prazo de cinco anos, e julgou não prescrito o direito. O especial fazendário aponta divergência com duas decisões prolatadas por colegiados distintos (acórdãos 30131.240 e 20216.168) cujas ementas, respectivamente, apontaram quanto ao tema: (...) DECADÊNCIA. Não ocorrida, cujo termo judicial começa a fluir a partir do trânsito em julgado da decisão judicial de que foi parte a recorrente, encerrandose com o decurso de 5 (cinco) anos. Fl. 347DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/01/2 016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 11831.006548/200277 Acórdão n.º 9303002.877 CSRFT3 Fl. 321 3 NORMAS PROCESSUAIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRAZO DECADENCIAL. O termo inicial de contagem da decadência/prescrição para solicitação de restituição/compensação de valores pagos a maior não coincide com o dos pagamentos realizados, mas com o do transito em julgado da ação judicial própria que reconheceu a inconstitucionalidade da lei. Com eles, pretende a Fazenda que seja reconhecido que o trânsito em julgado previsto no art. 168 do CTN seja o da sentença que reconheceu o direito creditório e não, como decidido, a que homologou os cálculos. O recurso foi admitido pelo Presidente Henrique Pinheiro Torres, consoante despacho (fls. 264/265), que conclui: Há que se reconhecer a existência de divergência em ambas as decisões trazidas pela Recorrente, em contraposição à decisão recorrida. A matéria da divergência em si não guarda complexidade. O tema diz respeito ao termo ad quo para a contagem do prazo prescricional do exercício, perante a Administração Tributária, do direito declarado em Ação Judicial. Alertese, a referência é o direito declarado e não o crédito liquido, que só surge, na esfera judicial, após a liquidação do valor, em ação própria, ou na seqüência do processo. As duas decisões trazidas pela Recorrente são pela fixação do termo ad quo quando do trânsito em julgado da sentença que reconhece o pleito do contribuinte (ainda não liquido), contrapondose decisão recorrida, que é pela fixação do termo ad quo quando do trânsito em julgado da sentença homologatória dos cálculos, materializandose a divergência de maneira evidente. Em tempestivas contrarrazões, pugna a recorrida, primeiramente, pela revisão da admissibilidade do recurso, dado que, segundo entende, nenhuma das decisões coligidas serve para comprovar a divergência, visto que em nenhuma delas discutiuse a existência de duas decisões no mesmo processo. É o relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS designado para a redação do acórdão A teor do relatado, o colegiado não conheceu do recurso da Fazenda por entender não ter sido adequadamente comprovada a divergência processual. É que os acórdãos juntados pela Procuradoria da Fazenda Nacional não cuidaram de situações sequer assemelhadas à que o colegiado recorrido enfrentou. Fl. 348DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/01/2 016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RA MOS 4 Deveras, no primeiro deles (acórdão nº 30131.240), a discussão cingiuse ao termo inicial do prazo prescricional. Defendia o contribuinte ser ele a data do trânsito em julgado da decisão (única) que lhe era favorável, enquanto a DRJ apontara ser a data de cada recolhimento indevidamente efetuado. Ainda que tenha prevalecido a primeira posição aqui defendida pela Fazenda Nacional não houve ali qualquer questionamento sobre qual data seria essa, na medida em que havia apenas uma decisão judicial, aquela relativa ao mérito. Já o segundo paradigma (acórdão 20216.168) abordou situação em que o contribuinte sequer ingressou no Judiciário com ação própria. Buscou, ao invés, valerse da declaração de inconstitucionalidade da majoração de alíquota do Finsocial proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Também nele afirmou o colegiado que o termo inicial seria o trânsito em julgado daquela decisão, e novamente não se discutiu de qual decisão, porquanto também lá apenas uma havia e, por óbvio, não em ação do contribuinte. Destarte, em nenhum dos acórdãos apresentados como paradigma discutiuse aquilo que é o cerne do presente: no caso de continuidade do processo judicial cuja sentença de mérito reconhece o direito creditório mas não lhe fixa o montante, sobrevindo então nova decisão que homologa os cálculos, deve prevalecer como "data de trânsito em julgado" para os efeitos do art. 168 do CTN a primeira ou a segunda? É bom deixar registrado que a Turma não mudou o seu entendimento no sentido de que as situações tratadas no recorrido e nos paradigmas precisam ser apenas assemelhadas e não rigorosamente idênticas. O que se concluiu foi que sequer assemelhadas elas eram, dada a especificidade da situação versada no acórdão recorrido. Com essas considerações, que refletem tanto quanto me é possível mais de um ano após a votação, a posição externada à época pelo Conselheiro Rodrigo Miranda, votou ele por não conhecer do recurso da Fazenda Nacional, sendo acompanhado pela maioria dos membros do Colegiado. E esse é o acórdão que fui incumbido de redigir. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Fl. 349DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 15/01/2 016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RA MOS
score : 1.0
Numero do processo: 10935.002914/2003-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 1999
PRELIMINAR - INTIMAÇÃO POR EDITAL - NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE OS MEIOS PARA INTIMAÇÃO PESSOAL E PELOS CORREIOS RESULTARAM IMPROFÍCUOS.
Verificado nos autos que a fiscalização esgotou os meios normais para ciência pessoal da parte, com base no artigo 23, III, do Decreto nº 70.235, de 1972, considera-se válida a citação feita por edital.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando não se vislumbra nos autos nenhuma das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS.
Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. CONFISCO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Em se tratando de lançamento de ofício, é legítima a cobrança da multa correspondente, por omissão de rendimentos, sendo inaplicável o conceito de confisco que é dirigido a tributos. JUROS DEMORA. TAXA SELIC. SÚMULACARFNº4
A partir de 1ºde abril de 1995,os juros moratório incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos,no período de inadimplência,à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-002.292
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1999 PRELIMINAR - INTIMAÇÃO POR EDITAL - NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE OS MEIOS PARA INTIMAÇÃO PESSOAL E PELOS CORREIOS RESULTARAM IMPROFÍCUOS. Verificado nos autos que a fiscalização esgotou os meios normais para ciência pessoal da parte, com base no artigo 23, III, do Decreto nº 70.235, de 1972, considera-se válida a citação feita por edital. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando não se vislumbra nos autos nenhuma das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. CONFISCO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Em se tratando de lançamento de ofício, é legítima a cobrança da multa correspondente, por omissão de rendimentos, sendo inaplicável o conceito de confisco que é dirigido a tributos. JUROS DEMORA. TAXA SELIC. SÚMULACARFNº4 A partir de 1ºde abril de 1995,os juros moratório incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos,no período de inadimplência,à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Negado.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2353; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T1 Fl. 358 1 357 S2C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.002914/200379 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2101002.292 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 18 de setembro de 2013 Matéria IRPF Recorrente FATIMA REGINA FERREIRA CANTO BOTELHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1999 PRELIMINAR INTIMAÇÃO POR EDITAL NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE OS MEIOS PARA INTIMAÇÃO PESSOAL E PELOS CORREIOS RESULTARAM IMPROFÍCUOS. Verificado nos autos que a fiscalização esgotou os meios normais para ciência pessoal da parte, com base no artigo 23, III, do Decreto nº 70.235, de 1972, considerase válida a citação feita por edital. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando não se vislumbra nos autos nenhuma das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PRESUNÇÃO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. CONFISCO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Em se tratando de lançamento de ofício, é legítima a cobrança da multa correspondente, por omissão de rendimentos, sendo inaplicável o conceito de confisco que é dirigido a tributos. JUROSDEMORA. TAXASELIC. SÚMULACARFNº4 Apartirde1ºdeabrilde1995,osjurosmoratóriosincidentessobredébitostributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil sãodevidos,noperíododeinadimplência,àtaxareferencialdoSistemaEspecialdeL iquidaçãoeCustódiaSELICparatítulosfederais. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 29 14 /2 00 3- 79 Fl. 358DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. EDITADO EM: 02/10/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Eivanice Canario da Silva, Francisco Marconi de Oliveira, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa (Relator), Alexandre Naoki Nishioka. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls.241/261) interposto em 20 de maio de 2004 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) (fls.222/238), do qual o Recorrente teve ciência em 22 de abril de 2004, fls.240, que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 135/139, lavrado em 25 de novembro de 2003, em decorrência de Omissão de Rendimentos, caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, sendo constituído um crédito tributário de R$ 510.371,22, mais cominações legais. A decisão recorrida possui a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 Ementa: CIÊNCIA DO LANÇAMENTO POR EDITAL. NULIDADE. INEXISTÊNCIA É válida a notificação do lançamento realizada por edital após tentativas frustradas de realizar o ato pessoalmente e pela via postal no domicilio tributário do contribuinte. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Fl. 359DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10935.002914/200379 Acórdão n.º 2101002.292 S2C1T1 Fl. 359 3 Inexistindo dolo e evidenciado, pela declaração de ajuste anual, que houve pagamento de imposto, o prazo decadencial de cinco anos para lançar imposto suplementar é contado desde o último dia do ano a que se refere o fato gerador objeto do lançamento. Relativamente ao ano de 1998, não havia ocorrido à decadência na data da ciência do lançamento realizada em 17/12/2003. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA PELA AUTORIDADE FISCAL. INOCORRÊNCIA. É impertinente a alegação de que a autoridade administrativa não detém competência para quebrar sigilo bancário se o ato foi praticado pelo Poder Judiciário. INFORMAÇÕES ALUSIVAS À CPMF UTILIZAÇÃO RETROATIVAS. INOCORRÊNCIA. Tratandose de extratos bancários recebidos em decorrência de extensão à Receita Federal de sigilo bancário quebrado judicialmente, descabe falar em utilização retroativa de informações alusivas à CPMF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Os valores depositados em conta bancária com recursos de origem não comprovada caracterizam presunção de omissão de rendimentos. TAXA SELIC. ALEGAÇÃO DE INAPLICABILIDADE AO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. O julgador administrativo carece de competência para declarar inaplicável dispositivo legal vigente, atribuição reservada com exclusividade ao Poder Judiciário. FALTA DE ESCLARECIMENTO DA ORIGEM DE RECURSO DEPOSITADO. AGRAVAMENTO DA MULTA. IMPROCEDÊNCIA. Considerandose que a não comprovação da origem dos recursos depositados em conta bancária é pressuposto necessário para a presunção legal prevista no art. 42 da Lei n° 9.430/96, descabe, em lançamento da espécie, agravamento da multa motivado pela ausência da aludida comprovação. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. O julgador de instância administrativa carece de competência para se pronunciar sobre alegação de inconstitucionalidade de dispositivo legal vigente, atribuição reservada com exclusividade ao Poder Judiciário. Lançamento Procedente em Parte Fl. 360DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 O presente recurso já foi objeto de julgamento pela Segunda Câmara do então Primeiro Conselho de Contribuintes que, por maioria de votos, julgou procedente o recurso, no qual o Recorrente pugnou: Preliminarmente: a) Pela anulação do Edital nº 32/2003, para considerar a ciência do auto de infração ocorrida no ano de 2004; b) Invalidade do procedimento administrativo; c) Pela decadência ao defender que tomou ciência do auto de infração somente em 2004 No mérito: a) Pela mera presunção fiscal relativamente aos depósitos bancários, os quais não devem ser considerados sinônimos de renda; b) Pela violação ao princípio da proporcionalidade, instrumento fundamental no controle de constitucionalidade, havendo ausência de razoabilidade entre o valor originário do imposto e o valor da multa aplicada; c) Pela inaplicabilidade da taxa Selic, cujo mecanismo não é legalmente permitido. O acórdão do então Primeiro Conselho de Contribuintes teve a seguinte ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CIÊNCIA POR EDITAL. Até a vigência da Lei 11.196/2005, somente era cabível a intimação do lançamento por edital quando restasse improfícua tanto a ciência pessoal quanto a postal. Verificado nos autos que a fiscalização não esgotou os meios ordinários de ciência, é nulo o edital. DECADÊNCIA TERMO FINAL DE CONTAGEM DO PRAZO APERFEIÇOAMENTO DO PROCEDIMENTO FISCAL — REABERTURA DO PRAZO DE IMPUGNAÇÃO. A reabertura do prazo de impugnação para o contribuinte manifestarse sobre documentos que deveriam fazer parte dos autos, haja vista que deram suporte ao lançamento, mas somente foram juntados após o encerramento da auditoria, evidencia a necessidade de aperfeiçoamento do procedimento fiscal. Uma vez que a ciência desse saneamento/ aperfeiçoamento ocorreu após o prazo de 5 (cinco) anos, contados da ocorrência do fato gerador do IRPF, o lançamento foi fulminado pela decadência, à luz do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional. Em 17/03/2008 (fl. 304), a Fazenda Nacional foi intimada do acórdão acima referenciado e em 26/03/2008, protocolizou o recurso especial de fls. 306 a 317. Admitido o Fl. 361DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10935.002914/200379 Acórdão n.º 2101002.292 S2C1T1 Fl. 360 5 recurso (fls.346/355), a parte recorrida apresentou as contrarrazões de fls. 324 a 331. O Recurso Especial foi provido, cujo acórdão teve a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 1999 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – INTIMAÇÃO POR EDITAL – NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE QUE OS MEIOS PARA INTIMAÇÃO PESSOAL E PELO CORREIO RESULTARAM IMPROFÍCUOS. Verificado nos autos que a fiscalização esgotou os meios normais para ciência pessoal da parte, com base no artigo 23, III, do Decreto nº 70.235, de 1972, considerase válida a citação feita por edital. Recurso especial provido. O processo foi devolvido à turma recorrida, para apreciar as demais matérias e questões suscitadas no recurso voluntário, sendo distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 357, que também trata do envio dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Decidida a questão preliminar quanto à intimação por edital, passemos às demais questões preliminares: A) DA JUNTADA DE DOCUMENTOS E REABERTURA DE PRAZO A Recorrente pede que seja considerada a ciência do Auto de Infração somente em 2004, isso em razão de a mesma entender que o referido auto não se configurava procedimento válido, haja vista o mesmo ter sido concluído somente com a juntada da documentação citada e a Recorrente ter tomado pleno conhecimento dos motivos que ensejaram a autuação. Como já decidido, a contribuinte foi intimada em 17/12/2003 (15 dias após afixação do edital, em 02/12/2003, ou seja, a contribuinte não foi intimada em 2004). À Recorrente foi estendido prazo para manifestação durante o procedimento de fiscalização, efetuada intimação regular do auto de infração com todos os elementos Fl. 362DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 legalmente exigidos, proporcionando prazo para interposição de impugnação, conhecidas e analisadas as eventuais provas anexadas na impugnação, e, por último, possibilitada a interposição de recurso voluntário, tudo na . Assim, não há que se falar em invalidade da peça básica, não se configurando quaisquer das hipóteses previstas no artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, in verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Com efeito, não há que se falar em cancelamento do lançamento em exame, pois este contém todos os requisitos legais para sua plena validade e eficácia, conforme dispõe o artigo 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, de modo a proporcionar ao autuado seu regular exercício do direito de defesa, e também não ocorreram os pressupostos elencados no artigo 59 do mesmo diploma legal, a conspurcar de nulidade o Auto de Infração. B) DECADÊNCIA DO DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA Pedimos vênia para transcrever trecho do voto formalizado no acórdão de n.º 5.906, de 7 de abril de 2004 (fls. 222/238), de relatoria do I. Conselheiro Hernani Ori Harlos, para adotar as mesmas razões de decidir: “1.2 — Decadência. A contribuinte alegou primeiro que teve conhecimento do lançamento somente em 06/01/2004 e depois alegou que a ciência regular do lançamento ocorreu somente em 17/02/2004, data em que foi intimada de que podia se pronunciar sobre novos documentos que haviam sido carreados aos autos. Arrimandose nestas datas, a contribuinte sustenta que a Fazenda Nacional não mais podia ter lançado crédito tributário do ano de 1998, uma vez que a decadência do mesmo havia se consumado no último dia do ano 2003. O Código Tributário Nacional — CTN (Lei n° 5.172, de 25/10/1966) instituiu duas regras de contagem do prazo decadencial para a constituição de crédito tributário: uma mais favorável ao contribuinte (art. 150, § 4°), aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, e outra menos favorável ao contribuinte (art. 173, 1), por redundar, ao final, em prazo mais longo para a administração tributária proceder ao lançamento. Os dois dispositivos legais têm a seguinte redação: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10935.002914/200379 Acórdão n.º 2101002.292 S2C1T1 Fl. 361 7 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; (...) Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. (grifos acrescidos) A regra de decadência do § 4° do artigo 150 do CTN tem aplicação nos lançamentos por homologação, característica dos tributos a que a lei atribui ao sujeito passivo o dever de apurar e recolher o montante do crédito tributário que entender devido, sem nenhuma participação prévia da autoridade tributária. Evidentemente, somente se pode falar em lançamento por homologação se houve pagamento de tributo, até porque, em caso contrário, não haveria o que homologar. A necessidade de pagamento unilateral pelo sujeito passivo está consolidada na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, da qual é exemplificativa a seguinte ementa de acórdão: TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUJEITOS AO REGIME DO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos tributos sujeitos ao regime do lançamento por homologação, a decadência do direito de constituir o crédito tributário se rege pelo artigo 150, § 4. °, do Código Tributário Nacional, isto é, o prazo para esse efeito será de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; a incidência da regra supõe, evidentemente, hipótese típica de lançamento por homologação, aquela em que ocorre o pagamento antecipado do tributo. Se o pagamento do tributo não for antecipado, já não será o caso de lançamento por homologação, hipótese em que a constituição do crédito tributário deverá observar o disposto no artigo 173, I do Código Tributário Nacional. Embargos de divergência acolhidos. (Ac un da //. a S do STJ — Ediv em Resp 101.407SP — Rel. Min. Ari Pargendler — j 07.04.00 — Embte.: Missiato S/A Indústria e Fl. 364DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 8 Comércio; Embda.: Fazenda do Estado de Selo Paulo — DJUe I 08.05.00, p 53. Também publicada no Repertório IOB de jurisprudência, RJ I, caderno n.° 11/2000, verbete n.° 14.798, com grifos acrescidos). Portanto, considerando que a recorrente tomou ciência em 17/12/2003 não há que se falar em decadência. Quanto ao mérito, tomo como razões de decidir, comungando na integralidade com o exposto nos seguintes trechos do voto formalizado no acórdão de n.º 5.906, de 7 de abril de 2004 (fls. 222/238), de relatoria do I. Conselheiro Hernani Ori Harlos: “2.1 Presunção fiscal — depósitos bancários. A síntese do argumento de defesa é que depósitos bancários não são suficientes por si só para caracterizar omissão de rendimentos. Pela regra geral de direito de que o ônus da prova é de quem alega, caberia à autoridade fiscal provar a omissão de rendimentos que imputou ao contribuinte. Ocorre, todavia, que o legislador criou presunções legais de omissão de rendimentos, entre as quais está a do artigo 42 da Lei n° 9.430/96, verbis: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. No caso dos autos, a autoridade fiscal relacionou (fls.07) créditos realizados nas contas correntes da contribuinte nos bancos HSBC e Noroeste/Santander no período de abril a dezembro de 1998 e a intimou para no prazo de 20 dias provar a origem dos recursos com que realizou aquelas operações. Em resposta, a contribuinte, embora aparentemente tivesse intenção de atender objetivamente h intimação, uma vez que requereu ampliação do prazo por quatro vezes, ao que foi atendida (fls. 1418), ao final nada provou. Restou, assim, plenamente caracterizada a hipótese de omissão de rendimentos prevista no dispositivo legal transcrito acima. Releva registrar que servidor administrativo carece de competência para apreciar alegações que inquinam de inconstitucional dispositivo legal. A atribuição do servidor administrativo consiste em aplicar a legislação vigente, ainda que discorde de seu comando.” Ao se contrapor à pretensão, cabe ao sujeito passivo provar os fatos alegados como impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do fisco. A origem dos créditos Fl. 365DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10935.002914/200379 Acórdão n.º 2101002.292 S2C1T1 Fl. 362 9 bancários é ônus atribuído expressamente pelo artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, ao sujeito passivo. O contribuinte poderia ter apresentado todas as provas que julgasse cabível durante o procedimento de fiscalização ou dentro do prazo de impugnação, pois esta deve estar acompanhada de documentos que lhes dê suporte, consoante dispõe o artigo 15, do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 (in verbis): “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência.” Já o artigo 16, §§ 4º e 5º, do mesmo diploma legal, assim dispõe em relação ao tema: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) A fim de consolidar o entendimento deste CARF sobre a matéria foi editada a Súmula de nº 26, com a seguinte redação: “A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.” Destarte, é ônus probatório do contribuinte, por expressa determinação legal a comprovação da origem dos créditos bancários e não cabe à fiscalização substituílo neste dever, porque o titular da conta bancária é que conhece a natureza das operações que Fl. 366DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 10 propiciaram os ingressos. Neste aspecto, no voluntário, como já dito, nenhum elemento de prova foi apresentado para comprovar a origem dos recursos. Assim, relativamente à presunção vergastada, a mesma se manifestou na forma da legislação aplicável, não merecendo guarida o argumento do Recorrente. No concernente ao princípio da proporcionalidade, por ser o lançamento um ato administrativo vinculado à lei (art.142 do CTN), ainda que se reconhecesse a sua desproporcionalidade, até a revogação da norma legal transcrita, cabe ao órgão administrativo de julgamento tão somente zelar por sua aplicação (art.97,VI, CTN). No relativo à Taxa Selic, verificase que a Decisão à quo deu correta solução à demanda, com a qual comungo, analisando minuciosamente a questão (fls.237/238). Vejase, ainda, a seguinte Súmula CARF: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Em face ao exposto, nego provimento ao recurso. Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 367DF CARF MF Impresso em 14/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 03/10/2013 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 07/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10467.720375/2010-46
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO DE FATO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.
Não se acolhem os embargos declaratórios quando inexistente o erro e/ou contradição apontados no julgado.
Embargos Rejeitados.
Numero da decisão: 2401-004.167
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios e, no mérito, negar-lhes provimento, deixando de acolher o recurso por inexistir o vício apontado pela Fazenda Nacional.
André Luís Mársico Lombardi - Presidente
Cleberson Alex Friess Relator Ad Hoc
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios e, no mérito, negar-lhes provimento, deixando de acolher o recurso por inexistir o vício apontado pela Fazenda Nacional. André Luís Mársico Lombardi - Presidente Cleberson Alex Friess Relator Ad Hoc Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira.
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ERRO DE FATO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. Não se acolhem os embargos declaratórios quando inexistente o erro e/ou contradição apontados no julgado. Embargos Rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 72 03 75 /2 01 0- 46 Fl. 5929DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.930 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios e, no mérito, negarlhes provimento, deixando de acolher o recurso por inexistir o vício apontado pela Fazenda Nacional. André Luís Mársico Lombardi Presidente Cleberson Alex Friess – Relator “Ad Hoc” Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira. Fl. 5930DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.931 3 Relatório Cuidamse de embargos de declaração tempestivamente opostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional, às fls. 5.913/5.921, contra o Acórdão nº 2301004.262, de relatoria do Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, proferido pela 1ª Turma de 3ª Câmara da 2ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o qual está juntado às fls. 5.896/5.911. 2. A Fazenda Nacional alega erro e/ou contradição no v. acórdão, nos termos a seguir expostos: 2.1 O acórdão embargado deu provimento ao recurso voluntário por entender que o lançamento desrespeitou decisão judicial transitada em julgado, prolatada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, a qual teria declarada a inconstitucionalidade do art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, tanto no que tange à sua redação original quanto na redação alterada pela Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998. 2.2 Porém, de acordo com a Fazenda Nacional, a simples leitura da parte dispositiva da decisão judicial transitada em julgado revela o equívoco dessa interpretação, visto que afastou apenas a incidência das alterações introduzidas no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 9.732, de 1998. De tal sorte que o acórdão do Tribunal Regional Federal, o qual transitou em julgado, manteve a disposição do art. 55 em sua redação original. 2.3 Desse modo, a Fazenda Nacional conclui que o acórdão embargado, apesar de afirmar que considerou os termos da decisão transitada em julgado emitida pelo Tribunal Regional Federal, tomou como referência, na verdade, o conteúdo da sentença de primeiro grau. 2.4 É nesse ponto, segundo afirma, que se localiza o erro e/ou contradição da decisão embargada, visto que o correto seria cumprir o determinado pelo acórdão de segunda instância, o qual transitou em julgado. 3. Designado relator "ad hoc" para pronunciamento sobre a admissibilidade dos embargos de declaração opostos1, os aclaratórios foram admitidos por meio de despacho do presidente da 2ª Seção (fls. 5.924 e 5.925/5.926, respectivamente). É o relatório. 1 A designação "ad hoc" deuse com fundamento no § 7º do art. 49 c/c § 2º do art. 65 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Fl. 5931DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.932 4 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess, Relator "Ad hoc" 4. Uma vez preenchidos os requisitos de admissibilidade dos embargos, passo ao exame de mérito. 5. Antes, porém, saliento que a designação de relator "ad hoc" é medida excepcional, neste caso devida à circunstância de o relator originário não mais compor o colegiado. 5.1 À vista disso, incumbeme a emissão de opinião sobre a necessidade de saneamento do Acórdão nº 2301004.262, a fim de submeter a questão à apreciação da Turma. Ressalvo, assim, que tal juízo não implica a minha concordância ou discordância com os fundamentos e as conclusões da decisão embargada. 6. Pois bem. Ao ler o votocondutor do acórdão embargado, constato que o relator enfrentou inicialmente a questão do desrespeito à coisa julgada material no Processo Judicial nº 2000.82.00.0117065. 6.1 Isso porque, desde o protocolo da impugnação, a entidade fiscalizada sustentava que estava amparada por decisão judicial transitada em julgado em 2006, a qual afastou as exigências contidas no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, para o gozo da imunidade das contribuições para a seguridade social previstas no § 7º do art. 195 da Carta da República de 1988 (fls. 5.903). 7. O erro e/ou contradição apontado pela Fazenda Nacional no acórdão embargado relacionase à delimitação (ou ao alcance) do conteúdo da norma jurídica individual e concreta criada pelo Poder Judiciário, no âmbito do Processo nº 2000.82.00.0117065, que está submetida à coisa julgada formal e material. 8. Para melhor compreensão da celeuma, transcrevo as decisões judiciais de primeira e segunda instância: Sentença de 1ª instância (fls. 5.107/5.111) (...) 21. Isso posto, com base no CPC, arts. 5º e 269, I, declaro incidenter tantum a inconstitucionalidade do art. 55 da Lei nº 8.212/91, tanto na redação original quanto na que lhe foi atribuída pela Lei nº 9.732/98, declaro os INSTITUTOS PARAIBANOS DE EDUCAÇÃO desobrigados de contribuir para a seguridade social, por estarem acobertados pela imunidade prevista no § 7º do art. 195 da Constituição da República; ficam mantidos os efeito da liminar anteriormente concedida. (sublinhei) (...) Fl. 5932DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.933 5 Acórdão de 2ª instância (fls. 5.112/5.118) Voto (...) No presente caso, a documentação acostada à inicial demonstra ser a autora sociedade civil constituída para fins filantrópicos, declarada entidade de utilidade pública federal pelo Decreto nº 87.122/82, pela Lei Estadual nº 3.688/72 e pela Lei Municipal nº 1.578/71, estando registrada no Conselho Nacional de Assistência Social às fls. 77, com certificado de entidade de fins filantrópicos deferido pelo referido Conselho Nacional às fls. 74, o que motiva a confirmação da sentença de primeiro grau para assegurar à apelada o direito à imunidade tributária fixada pelo art. 195, § 7º, da CF/88, afastando a incidência das alterações introduzidas pela Lei 9732/98 no art. 55 da Lei 8212/91. (sublinhei) (...) Dispositivo Decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, rejeitar a preliminar e negar provimento às apelações e à remessa obrigatória, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que integram o presente julgado. (sublinhei) 9. A Fazenda Nacional, ora embargante, sempre defendeu que a decisão transitada em julgado, proferida pelo Tribunal Regional Federal em grau de recurso de apelação, apenas afastou a incidência das alterações da Lei nº 8.212, de 1991, promovidas pela edição da Lei nº 9.732, de 1998, ensejando a eficácia do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação originária. 9.1 Com efeito, no âmbito administrativo, há a manifestação de lavra da Procuradora Federal Zileida de V. Barros, acostada às fls. 158/160 destes autos digitais, originalmente numerada em papel como fls. 138/140, em que afirma sobre o tema: (...) Assim, salvo melhor juízo, o acórdão, não obstante tenha negado provimento às alegações, restabeleceu a observância do art. 55 da Lei nº 8.212/91, em sua redação original, afastando apenas as alterações introduzidas pela Lei nº 9.732/98. (...) 10. Essa tese jurídica foi levada também ao Poder Judiciário, dentro do mesmo processo em que foi proferido o acórdão pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Fl. 5933DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.934 6 10.1 Mais especificamente, a Fazenda Nacional atravessou petições em juízo alegando "erro material e a ineficácia da sentença em virtude da inexistência de apreciação da inconstitucionalidade do art. 55 da Lei nº 8.212/91 em sua redação original pela Col. Turma do Eg. Tribunal Regional Federal" (fls. 5.119/5.134). 10.2 Na oportunidade, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, ao apreciar a questão incidental, conforme decisão colegiada no Agravo Regimental na Apelação Cível nº 315560/PB Processo nº 2000.82.00.0117066 , negou provimento ao agravo regimental, por unanimidade (fls. 5.135/5.140). 10.3 Nesse ponto, é elucidativo o voto do relator do agravo, Desembargador Federal José Maria Lucena, o qual transcrevo parcialmente abaixo (fls. 5.139/5.140): (...) A alegação trazida pela Fazenda Nacional, nas suas petições de fls. 442/447 e de fls. 646/654, não representa simples erro material, corrigível de ofício, nos termos do art. 463 do CPC. Isso porque invocou a agravante a alteração do julgado por entender que o voto, apesar de ter mantido a sentença em sua integralidade, assentouse sobre a premissa de afastamento das alterações do art. 55 da Lei 8212/91 introduzidas pela Lei 9732/98, enquanto a sentença declarou, também, a inconstitucionalidade do referido art. 55 da Lei 8212/91, em sua redação original, restando, ainda, omisso o acórdão acerca da declaração de inconstitucionalidade realizada no juízo de Primeiro Grau. Ora, não vejo como tais questões possam ser analisadas por essa egrégia Turma nessa fase processual, já decorrido, há muito, o prazo para interposição de embargos declaratórios, recurso passível de apreciação pelo próprio órgão julgador. E mais, a pretensão da Fazenda Nacional direcionase ao acórdão proferido no julgamento da apelação, decisão esta tida por transitada em julgado por essa eg. Turma ao apreciar o Agravo Regimental de fls. 415/420. Assim, pendente de revisão judicial a referida decisão, porque contra ela se interpôs o Recurso Especial de fls. 433/438, não se há de, ultrapassando etapas, enfrentar questões que impliquem conceitos atinentes à relativização da coisa julgada. Como se sabe, o erro material, retificável de ofício, representa inexatidão que não demanda revolvimento do direito aplicado, tratandose de vício percebido em primeira leitura, sendo o reconhecido primu ictu oculi, consistente em equívocos materiais sem conteúdo decisório propriamente dito, como a troca de uma legislação por outra, a consideração de data inexistente no processo ou uma inexatidão numérica; e não, aquele que decorre de juízo de valor ou de aplicação de uma norma jurídica sobre o(s) fato(s) do processo (REsp 1021841/PR, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Segunda Turma, julgado em 07/10/2008, DJe 04/11/2008). Fl. 5934DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.935 7 No caso ora em exame, não se tratando de matéria passível de apreciação de ofício por essa Primeira Turma, tenho por irretocável a decisão anteriormente proferida. Desta feita, nego provimento ao agravo regimental. (sublinhei) 11. As breves considerações acima, a partir de elementos de prova colhidos do processo administrativo em destaque, têm por objetivo evidenciar que o relator, Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, não desconhecia tais circunstâncias quando da análise do recurso voluntário. 12. Em verdade, o relator do acórdão combatido emitiu claramente um juízo de valor acerca dos fatos, bem como das normas aplicáveis, no sentido de que a decisão judicial que transitou em julgado manteve intacta os termos da sentença de 1º grau, declarando a "inconstitucionalidade do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, tanto na redação original quanto a que lhe foi atribuída pela Lei nº 9.732, de 1998". 12.1 Nesse passo, peço licença para reproduzir trecho do votocondutor do Acórdão nº 2301004.262, ora embargado (fls. 5.903): (...) II DESRESPEITO À COISA JULGADA MATERIAL NO PROCESSO N. 2000.82.00117065 Registrese que, desde o protocolo da impugnação, a Recorrente suscitou que, não obstante a suspensão da imunidade, a Entidade encontravase albergada por decisão judicial transitada em julgado desde 2006, proferida nos autos do processo n. 2000.82.00117065, que lhe declarou o direito a imunidade tributária em relação às contribuições sociais previdenciárias patronais, haja vista atender a todos os requisitos previstos na norma regulamentadora do §7º do artigo 195 da Constituição Federal, qual seja, o art. 14 do CTN, tendo declarado inclusive a inconstitucionalidade do art. 55 da Lei n. 8.212/91, tanto na redação original quanto a que lhe foi atribuída pela Lei n. 9.732/98, conforme se observa da declaração prestada pela Procuradora Federal Zileida de V. Barros [fls. 138/140]. Registrese, por oportuno, que diferentemente da conclusão apontada pela i. Procuradora Federal, verificase que, não obstante os recursos interpostos pela União, a sentença mantevese incólume: (negritos do original) (....) 12.2 Inclusive, na sequência do seu voto, o relator transcreveu o teor de decisões posteriores ao julgamento da apelação, proferidas pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região a exemplo do despacho de não admissão do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional , que ratificavam a seu sentir as conclusões sobre a manutenção dos termos da sentença de 1º grau (fls. 5.904/5.908). Fl. 5935DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 10467.720375/201046 Acórdão n.º 2401004.167 S2C4T1 Fl. 5.936 8 13. Sob o ponto de vista consignado no acórdão embargado, acolhido por unanimidade pela Turma, é de verse que, longe de julgar contrariamente ao entendimento exarado pelo Tribunal Regional Federal, houve um claro posicionamento do colegiado pela eficácia da decisão proferida em grau recursal, a qual, ao negar provimento ao recurso de apelação e à remessa oficial, teria "confirmado" o inteiro teor da decisão recorrida de primeiro grau. 14. De mais a mais, não se perca de vista a rigidez das hipóteses de oponibilidade dos embargos de declaração, as quais não visam corrigir eventuais equívocos ocorridos na solução de fato e de direito aplicada ao julgado (denominados "error in judicando"). Tampouco os declaratórios prestamse para rediscutir os fundamentos adotados pelo ato administrativo. 15. Exposto assim, entendo inexistente no presente caso o vício suscitado pela Fazenda Nacional na sua petição (erro de fato ou material e/ou contradição, ou mesmo equívoco manifesto). Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER dos embargos declaratórios e, no mérito, NEGARLHES PROVIMENTO, deixando de acolher o recurso por inexistir o vício apontado pela Fazenda Nacional. É como voto. Cleberson Alex Friess. Fl. 5936DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 20/03/201 6 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, As sinado digitalmente em 18/03/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000647/2009-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
DECADÊNCIA - LANÇAMENTO DE OFÍCIO - AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DO TRIBUTO.
No caso de lançamento de ofício, como é o caso de Auto de Infração lavrado por descumprimento de obrigação acessória, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN.
APRESENTAÇÃO DE GFIP/GRFP COM DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES DE TODAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS .
Toda empresa está obrigada a informar, por intermédio de GFIP/GRFP, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária.
MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Numero da decisão: 2301-004.008
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso, nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 DECADÊNCIA - LANÇAMENTO DE OFÍCIO - AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DO TRIBUTO. No caso de lançamento de ofício, como é o caso de Auto de Infração lavrado por descumprimento de obrigação acessória, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN. APRESENTAÇÃO DE GFIP/GRFP COM DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES DE TODAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS . Toda empresa está obrigada a informar, por intermédio de GFIP/GRFP, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso, nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 DECADÊNCIA - LANÇAMENTO DE OFÍCIO - AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DO TRIBUTO. No caso de lançamento de ofício, como é o caso de Auto de Infração lavrado por descumprimento de obrigação acessória, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN. APRESENTAÇÃO DE GFIP/GRFP COM DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES DE TODAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS . Toda empresa está obrigada a informar, por intermédio de GFIP/GRFP, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso Fl. 247DF CARF MF Impresso em 21/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/ 10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso, nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). MARCELO OLIVEIRA - Presidente. MANOEL COELHO ARRUDA JÚNIOR –Relator. EDITADO EM: 14/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCELO OLIVEIRA (Presidente), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, MAURO JOSE SILVA, ADRIANO GONZALES SILVÉRIO. Relatório Em face da VISA CLEAN COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA, CNPJ nº. 02.907.432/0001-06, foi lavrado Auto de Infração (NFLD n°.) de fls. 61-63, em virtude da empresa não haver informado em GFIP - Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social a remuneração de todos os segurados que lhe prestaram serviços no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2004, o que constituiria infração ao disposto no inciso IV do art. 32 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991. Em sede de defesa a recorrente inconformada com a atuação (fls. 88/90) a impugnou por meio de expediente em 18.12.2009, onde alegou que não houve dolo ou má-fé no preenchimento das Guias, mas apenas um equívoco que foi logo retificado. Alega também que por não ter causado prejuízo à autarquia, a multa deveria ser relevada ou pelo menos, substituída pelo percentual mínimo. A 6º. Turma de Julgamento do DRJ através do acórdão nº. 05-29.567 de fls. 153/157 proferido em 27.07.2010, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário exigido: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAR INFORMAÇÕES DE INTERESSE DO INSS, POR INTERMÉDIO DA GFIP. DESCUMPRIMENTO. MULTA. Constitui infração, punível com multa pecuniária, a empresa omitir, na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social - GFIP, valores que constituam fatos geradores de contribuições previdenciárias. RELEVAÇÃO DA MULTA. CONDIÇÕES. CUMPRIMENTO APÓS A REVOGAÇÃO DO ART. 291 DO REGULAMENTO DA Fl. 248DF CARF MF Impresso em 21/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/ 10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 16095.000647/2009-14 Acórdão n.º 2301-004.008 S2-C3T1 Fl. 247 3 PREVIDÊNCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N° 3.048/99. IMPOSSIBILIDADE. Juridicamente impossível a relevação da multa, na hipótese em que as condições estabelecidas no § I o do art. 291 do RPS foram cumpridas após a revogação deste dispositivo. O órgão entendeu que, em que pese os protestos da autuada: - a recorrente em sua impugnação limitou-se a justificar o equívoco sob alegação de desconhecimento; - que a multa aplicada somente poderia ser reduzida se a recorrente realizasse o seu pagamento, respectivamente, no curso do prazo de impugnação do auto ou de recurso contra a decisão administrativa de 1º Instância; - que as alegações para redução não constam em legislação previdenciária como causas de redução do valor da multa, o que impede o deferimento de que esta seja “substituída” pelo percentual mínimo; Intimada do acórdão em 14.10.2011 (fls. 212) e inconformada com entendimento firmado, a recorrente interpôs recurso voluntário em 10.11.2011 (fls. 214/234), repisando as mesmas alegações e acrescentando ainda que: a) o acórdão é nulo de pleno direito, por ser absolutamente contraditório: “uma vez que em sua decisão o relator manifestou que o lançamento não foi expressamente impugnado, ele deveria ter encaminhado o processo à área de arrecadação da Delegacia da Receita Federal do Brasil respectiva, de forma a que fosse dado prosseguimento à cobrança do crédito tributário constituído”; b) a autoridade julgadora de 1º instância adotou um entendimento híbrido, isto é, entendeu que o contribuinte não rechaçara, de maneira inconteste, a acusação que havia- lhe sido imputada, concordando, portanto, com a mesma, porém, apreciou, por meio de sua Decisão, mérito, que, em tese, inexistiria, visto que, não houvera sido expressamente contestado; c) requer que o presente processo administrativo retorne à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, para que uma de suas Turmas Julgadoras se manifeste se houve – neste caso, que seja prolatado novo Acórdão, desta vez em boa e perfeita ordem, reabrindo-se, por conseqüência, após haver sido levado a conhecimento do contribuinte, o respectivo prazo para o oferecimento, em querendo, do devido recurso voluntário – ou se, em tendo inocorrido expressa impugnação da matéria, na forma do art. 17 do Decreto nº. 7/23501972 que o crédito tributário passe a ser, de pronto, exigido da ora Recorrente; d) que a ação fiscal gerou outros autos de infração, sendo que para uma delas foi proferido o acórdão nº. 05-29.246 pela mesma Turma Julgadora do presente acórdão em que o relator do voto simples fez valer a Súmula Vinculante nº, 08 do STF , exonerando na íntegra, o crédito tributário constituído, visto alcançado pela decadência; Fl. 249DF CARF MF Impresso em 21/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/ 10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 e) alega que o Acórdão ora recorrido, apesar de abranger as mesmas competências do acórdão nº. 05-29.246 sequer menciona referida Súmula 8, havendo portanto ao seu ver tratamentos distintos; f) requer seja aplicado a Sumula 8 do STF e na pior das hipóteses a anulação do acórdão ora recorrido. É relatório. Voto Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior O recurso é tempestivo e todos os pressupostos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice ao seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a recorrente requer a reforma da decisão em relação à decadência, a fim de que seja reconhecida a decadência das parcelas anteriores à dezembro de 2001, com a aplicação da regra contida no art. 150, § 4o, do CTN, entendendo que não se apresenta legal e razoável a exigência de documentos referentes ao período temporal intangível à ação fiscal para constituição do crédito tributário através do presente auto de infração. Entretanto, o caso em tela se trata de Auto de Infração por descumprimento de obrigação acessória, ou seja, de lançamento de ofício, para o qual se a aplica o disposto no art. 173 do Código Tributário Nacional, transcrito a seguir: Art.173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva à decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo Único O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. O Auto de Infração foi lavrado em 03/12/2009, e sua cientificação ao sujeito passivo se deu em 11/12/2009. Dessa forma, considerando o exposto acima, constata-se que não há que se falar em decadência. Dessa forma, mantenho a decisão recorrida em relação à decadência. MÉRITO Quanto ao mérito, é fácil verificar, pelos termos da peça de fls. 81 a 83, que a autuada não contesta a prática da infração que lhe é imputada pela fiscalização. Ao contrário Fl. 250DF CARF MF Impresso em 21/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/ 10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 16095.000647/2009-14 Acórdão n.º 2301-004.008 S2-C3T1 Fl. 248 5 disso, limita-se a justificá-la sob alegação de desconhecimento de que os dados de uma nova GFIP se sobrepõem aos já informados na mesma competência, e que, portanto, ignorava que as GFIP transmitidas em 25/04/2006 (fls. 64 a 75), unicamente com os dados relativos à diferença do 13° salário da segurada Márcia Teodoro da Conceição (e não Maria Teodoro da Conceição, como dito na defesa), substituiriam todas as informações anteriormente prestadas. Nesse sentido, não pretensão de reforma do julgado recorrido. MULTA No tocante à GFIP segundo as novas disposições legais, a multa prevista no artigo 32, § 6º da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, qual seja, aquela aplicada em razão de erro no preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, a qual culminava com determinado valor por campo inexato, omisso ou incompleto, passou a ser prevista no artigo 32-A, cujo inciso I, limita o valor a R$20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. Incabível a multa prevista no artigo 35-A da Lei 8.212/91, uma vez que este dispositivo, ao fazer referência ao artigo 44 da Lei 9.430/61, restringe sua aplicação ao lançamento de créditos relativos às contribuições previdenciárias e não o descumprimento de obrigação acessória. Tanto isso é verdade que o novel artigo 35-A acima mencionado faz referência “às contribuições referidas no art. 35 desta Lei”. Seguindo essa linha vemos que o artigo 35, ao tratar das contribuições faz nova remissão, agora às alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do artigo 11 da Lei 8.212/91, o qual dispõe que constituem contribuições sociais as das empresas, as dos empregadores domésticos e as dos trabalhadores. Não há, portanto, permissão para que a multa do artigo 35-A seja lançada em decorrência do descumprimento de dever instrumental. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. CONCLUSÃO Ante o exposto, VOTO no sentido de CONHECER o recurso voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso tão-somente para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). É o voto. Manoel Coelho Arruda Júnior - Relator Fl. 251DF CARF MF Impresso em 21/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/ 10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 6 Fl. 252DF CARF MF Impresso em 21/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/ 10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/04/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 10930.907088/2011-14
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 14/11/2000
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO.
O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR).
Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal.
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO.
Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do Carf decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos
ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO.
Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-004.165
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do Fato Gerador: 14/11/2000 INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do Carf decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2334; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 92 1 91 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10930.907088/201114 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3802004.165 – 2ª Turma Especial Sessão de 25 de fevereiro de 2015 Matéria COFINS PER/RESTITUIÇÃO Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do Fato Gerador: 14/11/2000 INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 70 88 /2 01 1- 14 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 91), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. A Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A., interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0641.488, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba/PR, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade declarada pelo contribuinte por recolhimento vinculado a débito confessado, negando o direito creditório. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: "Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do indeferimento de pedido de restituição (PER), de nº 23051.59127.300605.1.2.040583, nos termos do despacho decisório emitido em 02/12/2011 (rastreamento nº 013472410). No aludido PER, transmitido eletronicamente em 30/06/2005, a contribuinte indicou um crédito de R$ 532,99, referente ao pagamento efetuado em 14/11/2000, de Cofins, código de receita 2172,, no valor total de R$ 73.439,14. Segundo o despacho decisório recorrido, a restituição foi indeferida porque o Darf indicado como crédito estava totalmente utilizado para extinção de Fl. 93DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907088/201114 Acórdão n.º 3802004.165 S3TE02 Fl. 93 3 débito de Cofins, 2172, do período de apuração de 31/10/2000, de acordo com a informação da DCTF transmitida pela Interessada. Cientificada em 22/12/2011, a Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 19/01/2012. Alega que recolheu valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins que incidiram sobre outras parcelas que não se compreendem no conceito de faturamento, relativamente às competências de 07/2000 a 01/2004, 03/2004 e 07/2004. Diz que nos referidos períodos (anos de 2000 a 2004) informou em DCTF os valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins levando em conta a legislação vigente à época, que alargava a suas bases de cálculo ao considerar as receitas financeiras como integrantes do conceito de faturamento. Aduz, porém, que o STF considerou inconstitucional tal ampliação da base de cálculo. Anexa jurisprudência do STF e do CARF. Em função disso, entende que as “declarações prestadas à época da vigência plena do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98, hoje declarada inconstitucional, hão de ser revistas de modo a se adequarem a tal entendimento, em prol da realidade material que passou a existir com a declaração de inconstitucionalidade pelo E. STF”. Anexa planilha demonstrando as diferenças pleiteadas, as quais “correspondem exatamente às receitas não operacionais, não integrantes da base de cálculo do PIS/Cofins após a declaração de inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98”. Argumenta que para o deferimento do pedido de restituição basta que a autoridade julgadora exclua das DCTF apresentadas as receitas não operacionais (financeiras), tendo por base a planilha anexa, a fim de adaptar à realidade as declarações prestadas. Pede o provimento integral do presente recurso. É o relatório." Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a procedência do crédito tributário na forma da Ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 14/11/2000 RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o pagamento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER INTER PARTES. É perfeitamente aplicável a disposição § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, só atingindo as partes envolvidas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido" Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba – DRJ/CTA, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, anexa trechos de seus livros Diário e Razão nos quais constam as rubricas de receitas financeiras, requer a homologação da compensação declarada por evidente a origem do crédito e, por conseguinte, o direito à compensação do mesmo. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 91), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Conforme exposto nas linhas acima, a Declaração de Compensação da Recorrente teve como causa a tributação indevida de PIS e COFINS sobre receitas financeiras, especialmente diante da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins promovida pela Lei nº 9.718/98, tendo em vista a ausência de mandamento constitucional (ou, doutra maneira, a edição de lei complementar que estabelecesse novas fontes de custeio da seguridade social) que validasse a incidência da contribuição em referência sobre receitas financeiras e outras receitas operacionais, não inseridas no conceito de faturamento. Como bem observado pela decisão recorrida, o Tribunal Pleno da Egrégia Corte examinou os Recursos Extraordinários nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR, declarando, incidentalmente e por maioria, a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, na forma da ementa assim redigida: Fl. 95DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907088/201114 Acórdão n.º 3802004.165 S3TE02 Fl. 94 5 "CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (Supremo Tribunal Federal, Tribunal Pleno, RE 346.084/PR, Relator Ministro Ilmar Galvão, Julgamento 09/11/2005, Publicação 01/09/2006)." Ainda que, como destacado pela DRJ, a decisão não tenha efeito erga omnes à luz da legislação de regência das decisões exaradas pelo STF, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, autoriza este Colegiado a afastar a aplicação de tratado, acordo internacional, lei ou decreto “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Superior Tribunal Federal”. Ora, não é outra a hipótese do caso sob exame. Portanto, sendo a observância do decisum proferido pelo STF facultada a este órgão julgador, devese reconhecer o direito de a Recorrente pleitear a restituição do montante indevidamente recolhido a título de Cofins em virtude da aplicação do art. 3º da Lei nº 9.718/98, declarado inconstitucional pelo STF, em consonância com o repertório jurisprudencial do CARF, do qual se traz, a título exemplificativo, a decisão adiante: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2002 DIREITO CREDITÓRIO. RESTITUIÇÃO. PRAZO. Para os pedidos de restituição apresentados até o dia 08/06/2005, o direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, ou em valor maior que o devido, extinguese com o decurso do prazo de cinco Fl. 96DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 anos, contados da data da homologação (tácita ou expressa) do pagamento antecipado, nos casos de tributos lançados por homologação. Observância ao princípio da segurança jurídica. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO Tendo o plenário do STF declarado, de forma definitiva, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve o CARF aplicar esta decisão para reconhecer o direito à restituição das importâncias pagas com fulcro no referido dispositivo legal. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO PER/DCOMP. INADMISSIBILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição apresentado em formulário impresso após 29/09/2003. Recurso Voluntário Provido em Parte. (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, RV 501572, Acórdão 3302001.245, Relator Conselheiro Walber José da Silva, Julgamento 06/10/2011)" Assim é que, em tese, assiste direito ao Recorrente. No entanto, ultrapassada a questão de direito, tornase fundamental apreciar a matéria de prova. No caso em tela, a análise da prova restou prejudicada, pois a DRJ não aceitou a planilha apresentada pelo Recorrente. Como forma de fundamentar a planilha apresentada à época da manifestação, o contribuinte apresentou excertos de seus livros Diário e Razão para buscar comprovar o direito de crédito indicado na planilha que anexou em sua primeira peça defensiva. Tais documentos podem excepcionalmente ser juntados aos autos, diante da previsão do art. 16, § 4o, c, do RPAF, que permite a apresentação de documentos posteriormente à peça defensiva inaugural para contrapor razões trazidas em momento processual seguinte, pelo que se vê abaixo: "§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos." Todavia, a análise da documentação acostada aos autos pode levar à supressão de instância. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907088/201114 Acórdão n.º 3802004.165 S3TE02 Fl. 95 7 Assim, e considerando que a supressão de instância somente pode ser realizada se esta for favorável ao sujeito passivo, forte no art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/72, entendo que devem os autos retornar para julgamento da DRJ quanto à matéria de prova, de modo a se averiguar a liquidez e certeza do crédito oferecido à compensação. Nesse mesmo sentido já decidiu essa Eg. Turma Especial, no Acórdão 3802 001.857, de relatoria do Conselheiro Solon Sehn: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). Assim, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf, o que implica a obrigatoriedade do reconhecimento da inconstitucionalidade do referido dispositivo legal. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. MATÉRIA NÃO CONHECIDA NA INSTÂNCIA A QUO. PRELIMINAR QUE IMPEDIU O CONHECIMENTO DO MÉRITO. AFASTAMENTO. RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA EXAME DA MATÉRIA. A DRJ, ao acolher a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, não chegou a apreciar o mérito da existência do direito creditório, isto é, o valor do crédito e do débito e outras circunstâncias relevantes ao desate da questão, inclusive a efetiva inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição no período alegado pelo interessado. Destarte, os autos devem retornar à DRJ para exame da matéria de mérito, sob pena de supressão de instância. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão." No mesmo sentido, aplicáveis à espécie os somase os nºs Acórdãos 3802 001.959 e 3802001.960, de relatoria do Conselheiro Bruno Mauricio Macedo Curi. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Conclusão Diante de todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para darlhe provimento parcial, determinandose o retorno dos autos à instância a quo, para fins de apreciação do mérito. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
score : 1.0
Numero do processo: 10469.003110/97-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1994
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO PARA SANAR OMISSÃO PRESENTE.
Constatada a omissão, acolhem-se os embargos para fins sanar a decisão apresentada no recurso voluntário.
Numero da decisão: 1402-001.961
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração e, no mérito, provê-los com efeitos infringentes retificando o Acórdão 1402-000.662 para considerar a extensão do que foi decidido em relação ao IRPJ à CSLL, ratificando-o quanto às demais matérias; nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez.
(assinado digitalmente)
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente.
(assinado digitalmente)
FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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ACOLHIMENTO PARA SANAR OMISSÃO PRESENTE. Constatada a omissão, acolhemse os embargos para fins sanar a decisão apresentada no recurso voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração e, no mérito, provêlos com efeitos infringentes retificando o Acórdão 1402000.662 para considerar a extensão do que foi decidido em relação ao IRPJ à CSLL, ratificandoo quanto às demais matérias; nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez. (assinado digitalmente) LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente. (assinado digitalmente) FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 00 31 10 /9 7- 68 Fl. 977DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 978 2 Relatório Trata o presente de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO interpostos pela empresa autuada, COMERCIAL ELOI CHAVES LTDA, contra o Acórdão 140200.662, proferido por esta 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF, que deu parcial provimento ao recurso voluntário. Tais embargos mostramse tempestivos, conforme termo de fl. 964, e preenchem os demais requisitos para seu conhecimento. Designado para pronunciarme sobre a admissibilidade dos embargos, assim o fiz: Em resumo, alega a embargante que houve omissão e obscuridade no voto condutor do acórdão. Omissão: a) quanto a elementos fáticos que a turma deveria ter se manifestado, título VI do recurso voluntário; b) quanto a apreciação de matéria trazida no recurso voluntário, itens II e IV a IX; c) quanto a extensão do julgado nos lançamentos do PIS, da CSLL e da Cofins (alega haver contradição entre a decisão e seus fundamentos quanto ao reconhecimento de que os art. 43 e 44 da Lei nº 8.541/92 somente se aplicam aos fatos geradores a partir de 01/01/95); e obscuridade na interpretação relativa à execução do decidido no acórdão quanto à adaptação do PIS à súmula CARF nº 15. Quanto aos itens (a) e (b) acima, alega a embargante que não foram apreciadas matérias trazidas no seu recurso, particularmente quanto ao item (a), foi anexada documentação (notas fiscais mencionadas no item 66 do recurso) que não foram apreciadas. De fato, não consta no acórdão embargado a análise de tais matérias/documentos ou justificativa para não os analisar. Entendo, pois, haver, ao menos em tese, a omissão aventada. Quanto ao item (c) acima, também entendo que, em tese, houve omissão no acórdão embargado porquanto não se pronunciou acerca da extensão do decidido no lançamento de IRPJ aos lançamentos de PIS, CSLL e Cofins. Por fim, quanto à obscuridade aventada, perscrutando o acórdão embargado, também cabe razão à embargante no sentido de que, ao menos em tese, houve a alegada obscuridade quanto à adaptação do decidido em relação ao PIS à súmula CARF nº 15. Vejase o excerto do acórdão embargado: Quanto à semestralidade do PIS, esclareço que tal matéria possui entendimento firmado nesta Corte, por meio da Súmula CARF nº 15, no sentido de que sua base de cálculo, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. Nesse sentido, alega a embargante que a determinação contida no acórdão embargado leva a uma apuração do PIS diferente daquela contida no lançamento. Há que se esclarecer, na verdade, tal obscuridade. Desse modo, por entender que, em tese, houve omissão/obscuridade sobre pontos que a turma deveria ter se pronunciado, com base no art. 65, § 2°, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, manifestome pela admissão dos embargos Fl. 978DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 979 3 de declaração opostos e conseqüente retorno dos autos a este Colegiado para apreciação. O I. Presidente desta Turma aprovou o despacho, admitindo os embargos na forma apresentada acima, retornando os autos para relato e inclusão em pauta de julgamentos. Dessa forma, passo à análise do caso, adotando, por oportuno, o relatório do acórdão recorrido. Comercial Eloi Chaves Ltda recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 3ª Turma da DRJ Recife/PE, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Contra a contribuinte acima qualificada foi lavrado o auto de infração de fls. 270/276, através do qual é exigido o crédito tributário relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ no valor de R$ 195.576,64, incluídos juros de mora e multa de ofício de 75%. 2. De acordo com o auto de infração e com o Termo de Encerramento da Ação Fiscal (fls. 237/238), o lançamento decorreu da omissão de receitas nos meses de janeiro a novembro de 1994, caracterizada pela ocorrência de saldo credor da conta caixa. 3. Em conseqüência da omissão de receitas, foram lavrados os autos de infração reflexos concernentes à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (fls. 247/252), no valor de R$ 56.562,15, ao Imposto de Renda Retido na Fonte (fls. 253/258), no valor de R$ 195.576,64, à Contribuição para o Programa de Integração Social PIS (fls. 264/269), no valor de R$ 5.867,33, e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins (fls. 259/263), no valor de R$ 15.646,14. 4. O crédito tributário total importa em R$ 469.228,88, conforme demonstrativo consolidado de fls. 01/02. 5. O enquadramento legal das infrações, bem assim os demonstrativos de apuração, encontramse nos autos de infração e em seus anexos. 6. A contribuinte apresentou impugnação (fls. 279/322), alegando, em síntese: 6.1 que não houve saldo credor de caixa em nenhum mês. A fiscalização não teria considerado a movimentação bancária, os rendimentos de aplicações financeiras, nem os saldos de caixa de períodos anteriores, conforme teria assinalado o autuante no termo de encerramento; 6.2 – que as despesas e a composição do Passivo foram incorretamente apuradas pela fiscalização; 6.3 – que seus registros contábeis estão assentados no Livro Diário, revestido das formalidades legais, os quais divergem expressivamente dos incluídos pela fiscalização, a quem caberia provar a desclassificação dos registros; 6.4 – que o art. 892 do RIR/94 diz respeito a declaração inexata, além de que e a empresa não teria omitido receitas, já que as vendas teriam sido contabilizadas; Fl. 979DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 980 4 6.5 – que é insubsistente, inaplicável e ilegal a caracterização de omissão de receita a que se refere o art. 44 da Lei nº 8.541/92, razão por que é improcedente o lançamento do Imposto de Renda Retido na Fonte; 6.6 – que a conversão da UFIR foi incorretamente efetuada; 6.7 – que nos meses de maio a novembro o cálculo da CSLL considerou o coeficiente de 10% sobre as receitas omitidas, quando deveria ser de 1%; 7. Ao final, requereu a realização de diligência, a retificação dos cálculos apontados na defesa e a descaracterização da omissão de receita. 8. Foi o processo baixado em diligência (fls. 324/325), visando a confirmar a veracidade das alegações de defesa. 9. Em despacho de fl. 330, a autoridade lançadora informa estranhar que as receitas contabilizadas no Livro Diário eram superiores à receita declarada e escriturada nos livros fiscais. Chamaramlhe a atenção aspectos extrínsecos do Livro Diário, motivo pelo qual foi ele submetido a exame pela Polícia Federal, que, por meio do laudo de fls. 332/334, concluiu pela invalidade da autenticação do livro, “tornandoo, assim, um documento inábil para qualquer tipo de exame e/ou análise contábil”. 10. A fiscalização emitiu relatório de fls. 336/337, considerando prejudicada a diligência, haja vista que as alegações de defesa estavam integralmente alicerçadas nos registros do Diário, tido por inválido. 11. A autuada, ouvida por solicitação desta delegacia, trouxe novas alegações, em resumo (fls. 347/402): 11.1 – que houve ofensa ao princípio constitucional da anualidade, equívocos quanto aos fatos geradores, incorreção quanto à nãoadoção da semestralidade do PIS, nãoobservância do princípio da retroatividade benigna; 11.2 – que a fiscalização, quando da intimação para realização da diligência, reteve indevidamente os livros e documentos da empresa. Teria sido impossível, assim, uma completa e minuciosa impugnação, por ausentes os extratos bancários e os Livros Razão, Diário e Registro de Saídas, restando caracterizado o cerceamento do direito de defesa, agravado pela falta de clareza nos demonstrativos elaborados pelo autuante; 11.3 – que o saldo de caixa do ano anterior, não considerado no lançamento, encontrase registrado no balanço patrimonial e no Livro Caixa do ano de 1993, não sendo alcançado, portanto, pelas equivocadas conclusões do laudo pericial. Também não teria sido considerado o saldo de numerário mantido no Banco Bamerindus em 31/12/93; 11.4 – que a fiscalização não incluiu rendimentos de aplicações financeiras e calculou incorretamente as obrigações da empresa; 11.5 – que o Livro Diário foi autenticado na Junta Comercial do Rio Grande do Norte, a quem foi requerida certidão comprobatória da autenticidade, não tendo ainda obtido o documento e 11.6 – que a recomposição do fluxo de caixa carece de retificações. Fl. 980DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 981 5 12. Através da Resolução DRJ/RCE nº14, de 22 de fevereiro de 2002 (fls. 519/546), a 3ª Turma de Julgamento baixou novamente o processo em diligência, solicitando que, em relação aos documentos trazidos na segunda impugnação, fosse verificada sua autenticidade e confirmados os pagamentos alegados pelo sujeito passivo. Requereuse, ainda, a documentação comprobatória de outras alegações sustentadas pela defesa, bem assim a elucidação de outras questões argüidas pela empresa, restituindolhe os livros e reabrindolhe prazo para defesa. 13. Efetuada a diligência (fls. 626/645), concluiuse pela procedência parcial das alegações da contribuinte, tendo a fiscalização ajustado os demonstrativos de composição do Passivo e do fluxo de caixa à nova situação. 14. A autuada apresentou contestação à diligência (fls. 646/658), por meio da qual reafirma a inclusão de seis notas fiscais no rol de suas obrigações, reitera as aplicações financeiras não aceitas pela fiscalização e relaciona compras que teriam sido pagas em vencimento posterior ao admitido pela autoridade fiscal. Sobre a nãoconfirmação dos pagamentos, alega que as empresas fornecedoras não mais existem, em face do que requer seja considerado, para cada nota fiscal, que o pagamento se deu no mês do vencimento da respectiva duplicata. É o relatório.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 11 24.934 (fls. 737753) de 19/12/2008, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento. A decisão foi assim ementada. “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1994 OMISSÃO DE RECEITAS. SALDO CREDOR DE CAIXA. A ocorrência de saldo credor de caixa caracteriza omissão de receitas, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção. DEVER DE ESCRITURAR. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, sendo obrigatório o uso do livro Diário revestido das formalidades legais. BASE DE CÁLCULO. CONVERSÃO EM UFIR. A partir de 1º de setembro de 1994, a base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas será convertida em quantidade de UFIR mediante a divisão do valor do lucro real, presumido ou arbitrado, pelo valor da UFIR vigente no mês subseqüente ao de encerramento do períodobase de sua apuração. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS. COFINS.IRRF.CSLL. Estendese aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 1994 Fl. 981DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 982 6 OMISSÃO DE RECEITA. BASE DE CÁLCULO. A partir de maio de 1994, nos casos de omissão de receitas, a CSLL deverá ser lançada de ofício, à alíquota de 10%, e considerado como base de cálculo o valor total da receita omitida. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1994 ALEGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A impugnação deve estar instruída com todos os documentos e provas que possam fundamentar as contestações de defesa. Não têm valor as alegações desacompanhadas de documentos comprobatórios, quando for este o meio pelo qual devam ser provados os fatos alegados. NOVAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. PRECLUSÃO. Devem ser rejeitados argumentos suplementares alegados após a realização de diligência e que não guardem relação com os novos fatos ou documentos trazidos aos autos. ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 19/03/2009 (A.R. de fl. 758), a interessada interpôs recurso voluntário em 06/04/2009 (fls. 763809) onde repisa os argumentos trazidos na impugnação. É o relatório. Fl. 982DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 983 7 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar A questão diz respeito à omissões no voto condutor do acórdão embargado, a seguir elencadas: a) quanto a elementos fáticos que a turma deveria ter se manifestado, título VI do recurso voluntário; b) quanto a apreciação de matéria trazida no recurso voluntário, itens II e IV a IX; c) quanto a extensão do julgado nos lançamentos do PIS, da CSLL e da Cofins (alega haver contradição entre a decisão e seus fundamentos quanto ao reconhecimento de que os art. 43 e 44 da Lei nº 8.541/92 somente se aplicam aos fatos geradores a partir de 01/01/95); e d) obscuridade na interpretação relativa à execução do decidido no acórdão quanto à adaptação do PIS à súmula CARF nº 15 Quanto aos itens (a) e (b) acima, alega a embargante que não foram apreciadas matérias trazidas no seu recurso. Particularmente, quanto ao item (a), foi anexada documentação (notas fiscais mencionadas no item 66 do recurso, anexadas às fls. 907/917) que não foram apreciadas. Vejase o excerto do mencionado item 66 do recurso voluntário. ... 66. Merece ser ressaltado que estamos acostando aos autos as vias originais das Notas Fiscais referidas no presente tópico (ver DOC. Nº 01) ... De fato, não consta no acórdão embargado a análise de tais matérias/documentos ou justificativa para não os analisar. Entendo, pois, haver, ao menos em tese, a omissão aventada. Quanto a esse ponto, perscrutando os autos, constatase que as notas fiscais em referência já haviam sido requisitadas pelo Fisco em diversas ocasiões (Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos, de 15/01/2007, fl. 609; Termo de Constatação e Intimação Fiscal, de 28/02/2008, fls. 623/624; Termo de Reintimação Fiscal, de 13/05/2008, fls. 693). Não tendo sido apresentadas naquelas ocasiões, considero precluso o direito de a autuada apresentálas nesse momento processual, a teor do que estabelece o art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/72 e alterações, in verbis: art. 16. ... ... Fl. 983DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 984 8 § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) ... Ademais, quanto à apreciação dos demais elementos fáticos, constatase que a documentação que efetivamente foi acostada por ocasião dos acima citados termos foram analisadas pelo Fisco por conta de pedido de diligência da DRJ/Recife (vide Termo de Diligência Fiscal, fls. 697/702), e consideradas no julgamento da DRJ/Recife, vejase o excerto da decisão recorrida, na parte de interesse. "... 31. A autoridade fiscal encarregada da diligência, ante os documentos apresentados pela empresa, considerou comprovadas algumas alegações, entre elas a de que não haviam sido considerados o saldo de caixa do ano anterior e algumas notas fiscais integrantes do passivo. Assim sendo, a fiscalização recompôs os demonstrativos de composição do passivo e do fluxo de caixa, resultando na eliminação do saldo credor em janeiro, na diminuição do saldo credor nos meses de fevereiro, março, abril, agosto, setembro e novembro e no aumento do saldo credor nos meses de maio, junho, julho e outubro. 30. Examinemse, a seguir, as contestações finais indicadas pela impugnante (fls. 646/658). 30.1 Notas fiscais não consideradas como obrigações a autoridade diligenciante, ao argumento de que a empresa não comprovara a data do efetivo pagamento da obrigação, deixou de incluir algumas aquisições como integrantes do passivo. Vejase, por exemplo, o caso da nota fiscal n° 0085 da Cosmorama Assessoria (fls. 660/661). A nota foi emitida em 28/06/94, enquanto a duplicata correspondente indica o vencimento para 12/07/94. O pleito da impugnante é no sentido de que a obrigação conste do passivo no mês de junho, o que não foi aceito na diligência porque não foi comprovada a data do efetivo pagamento. Penso que a impugnante tem razão em seu pleito. Primeiro, porque, de acordo com os documentos e até prova em contrário, a obrigação estava pendente de liquidação em 30/06/94. Segundo, porque este foi o critério utilizado pela autoridade autuante, ou seja, o de considerar, para efeito de levantamento das obrigações, que o pagamento ocorreu no mês de vencimento indicado na duplicata. Este procedimento está claro no demonstrativo de fls.212/224, no qual se constata que a obrigação foi Fl. 984DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 985 9 considerada no passivo conforme a data constante da duplicata, ainda que desconhecida a data da sua efetiva liquidação. Desta forma, a nota fiscal emitida pela Cosmorama Assessoria, no valor de CR$ 794.109,00 será considerada como passivo no mês de junho/94, vez que o vencimento se deu em julho/94. 30.2 Nota fiscal n° 002117 da Laticínios Pethigra Alandra (fl. 618) Não consta a duplicata nem há indicação da data de vencimento. O extrato bancário acostado pela contribuinte não informa que o débito de R$ 860,00 se refere à nota em questão. Não será incluída como obrigação perante em novembro/94. 30.3 Nota fiscal n° 002250 da Laticínios Pethigra Alandra (fl. 686) idem subitem 30.2. Acresce que o cheque de R$ 900,00 (fl. 687) está nominal a "José Fernandes", e não ao <brnt or em questão. Não será incluída como obrigação. 30.4 Nota fiscal n° 0148 da Cosmorama Assessoria (fls. 491/495) idem subitem 30.1. O valor de R$ 3.443,44 será considerado como passivo no mês de dezembro/94, vez que o vencimento das duplicatas se deu em janeiro/95. 30.5 Rendimentos de aplicações financeiras à fl. 41 consta relatório do sistema SIGA, da Receita Federal, que comprova o auferimento de receitas de aplicações financeiras no ano de 1994, assim distribuídas: abril 28,85 UF1R X 524,34 = 15.127,20 maio 16,19 UFIR X 740,63 = 11.990,80 julho 0,77 UFIR X 0,5618 = 0,43 agosto 60,41 UFIR X 0,5911 = 35,70 Essas receitas serão consideradas para recompor o fluxo de caixa elaborado pela fiscalização, reduzindo os saldos de caixa credores, conforme cálculos ao final deste voto. A outra receita sustentada pela defesa, no valor de R$ 745,15, relativa a outubro, não foi comprovada pela empresa. 30.6 Notas fiscais emitidas por Moinho Fortaleza relacionadas às fls. 653/654 das notas fiscais anexadas (fls. 695/720), não serão acatadas as de n° 613907 (fl. 696) e 619672 (fl. 698), vez que indicam emissão e vencimento no mesmo mês, e não há documento hábil a comprovar a data de efetivo pagamento. As demais notas serão consideradas como passivo no mês da respectiva emissão, já que nelas consta o vencimento em mês posterior, consoante entendimento expresso no subitem 30.1. 30.7 Nota fiscal n° 111044 emitida por Braswey S/A (fls. 730/731) Idem subitem 30.1. O valor de R$ 8.960,00 será considerado como passivo no mês de julho/94, vez que o vencimento da duplicata se deu em agosto/94. 30.8 Nota fiscal n° 015415 da Ceará Industrial (fls. 733/734) Idem subitem 30.1. O valor de R$ 840,00 será considerado como passivo no mês de julho/94, vez que o vencimento da duplicata se deu em agosto/94. Alega, ainda, a recorrente que a DRJ, apesar de ter acatado na decisão os fatos acima transcritos (item 30 do voto da DRJ/REC), deixou de estendêlos a outras situações com as mesmas características. Fl. 985DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 986 10 Com efeito, a argumentação da recorrente nesse ponto não procede. As outras situações com mesma características trazidas no recurso são aquelas correspondentes às notas fiscais anexadas às fls. 907/917, já analisadas acima e consideradas preclusas. Por fim, quanto à apreciação de matéria trazida no recurso voluntário, itens II e IV a IX, vêse que, na realidade, tratamse de matérias apreciadas no acórdão embargado, não havendo omissão para o caso. Dessa forma, supridas as omissões aventadas nos itens (a) e (b), ratificase o acórdão embargado quanto a esses pontos. Quanto ao item (c) acima, também entendo que, em tese, houve omissão no acórdão embargado porquanto não se pronunciou acerca da extensão do decidido no lançamento de IRPJ aos lançamentos de PIS, CSLL e Cofins. Vejase a parte de interesse no voto condutor do acórdão embargado. "... Alega a recorrente, inicialmente, que a caracterização de omissão de receitas a que se referem os art. 43 e 44 da Lei nº 8.541/92 é ilegal, haja vista serem as disposições contidas naqueles artigos aplicáveis para empresas tributadas pelo lucro presumido apenas a partir de 1º/01/1995. Quanto a esse ponto, reproduzo a seguir excerto do Acórdão 10806125, de 06/06/2000, da Oitava Câmara/Primeiro Conselho de Contribuintes, cujo fundamento peço vênia ao autor para adotar como razão de decidir no presente caso: “... Com efeito, o art. 43 da Lei 8.541/92 dispunha originalmente: "Art. 43— Verificada omissão de receita, a autoridade tributária lançará o imposto de renda, à alíquota de 25%, de oficio, com os acréscimos e as penalidades de lei, considerando como base de cálculo o valor da receita omitida. ... § 2° — O valor da receita omitida não comporá a determinação do lucro real e o imposto incidente sobre a omissão será definitivo." Vêse que esse dispositivo não se destinava às empresas tributadas pelo lucro presumido, já que no §2° estabelece apenas para empresas tributadas pelo lucro real. A inclusão da sistemática para empresas tributadas pelo lucro presumido veio apenas com a Medida Provisória 492, de 5/5/94, cujo art. 3° deu a seguinte redação ao dispositivo: “§2° O valor da receita omitida não comporá a determinação do lucro real, presumido ou arbitrado, bem como a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, e o imposto e a contribuição incidentes sobre a omissão serão definitivos.” (grifouse). Contudo, quando do julgamento do recurso 117.884, o relator Conselheiro José Antonio Minatel fez notar que, pelo princípio da anterioridade, o aumento Fl. 986DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 987 11 introduzido pela MP 492/94 somente poderia surtir efeitos em 1995 (Constituição Federal. Art. 150, III, "b"). O Poder Executivo, tendo percebido o equívoco legal, a partir da reedição de julho da MP 492, a de n° 544, publicada no DOU de 04.07.94, e até a sua conversão na Lei 9.064/95, não fez constar o termo de início da aplicação da norma anteriormente previsto no art. 7º. Quanto ao IRRF, o mesmo raciocínio deve ser adotado, isto é, a alteração da apuração do tributo somente pode ter aplicação no exercício seguinte. Dessa forma, o lançamento do IRRF deveria seguir a legislação anterior com tributação diretamente da pessoa física (art. 40, § 11, da Lei 8.383191). Peço vênia para transcrever a ementa e a conclusão do eminente Conselheiro na apreciação do recurso acima referido (10805.552): IRPJ E IRFONTE — BASE DE CÁLCULO DAS RECEITAS OMITIDAS — EFICÁCIA DOS ARTS. 43 E 44 DA LEI 8.541/92, NA TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO E ARBITRADO: A MP 492/94 (art. 3°) estendeu as regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8.541/92, para incidirem, também, sobre as empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, fixando no seu art. 7º e da que lhe sucedeu (MP 520/94), que a nova tribulação de 100% (cem por cento) da receita omitida aplicarseia "aos fatos geradores ocorridos a partir de 9 de maio de 1.994". Todavia, essa determinação expressa de efeitos imediatos perdeu sua eficácia por não constar das reedições subseqüentes, nem da Lei 9.064/95 em que foi convertida. Por traduzir majoração de imposto, pelo alargamento da base de cálculo das empresas tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, só a partir de 01.01.95 seria possível a aplicação das regras dos arts. 43 e 44 da Lei 8.541/92, em respeito ao princípio da anterioridade fixado no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal. Prevalência das regras anteriores, no ano de 1.994, que autorizam reduzir a base tributável do IRPJ para 50% (cinqüenta por cento) da receita omitida, e cancelar o IRFONTE lançado contra a pessoa jurídica, passível de ser exigido das pessoas físicas beneficiárias. (...) Diante dessa sucessão legislativa, que afastou o vício de inconstitucionalidade acenado com a eficácia imediata na primeira inserção proposta com a MP 492/94, não vejo óbice para sua interpretação no campo administrativo, de cuja tarefa é possível extrair duas conclusões que me parecem irrefutáveis: 1 — ao teor do parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, pela não conversão em lei no prazo de trinta dias e por não constar do texto das Medidas Provisórias que lhes sucederam, perdeu integralmente a eficácia, desde a primeira edição, o expresso mandamento "exceto o disposto nos art. 3º e 4º, que aplicarseão aos fatos geradores ocorridos partir de 9 de maio de 1.994" contido nas Medidas Provisórias n°s 492/94 e 520/94, traduzindo a supressão forma de revogação; 2 — por implicarem majoração de impostos para as empresa, tributadas pelo Lucro Presumido e Arbitrado, as alterações processadas pelo artigo 3º da Medida Provisória 492/94, só podem produzir efeitos a partir de 01.01.95, permanecendo em vigor, no ano de 1.994, a legislação anterior que mandava considerar 50% (cinqüenta por cento) da receita omitida como base de cálculo do IRPJ (art. 6°, da Lei 6.468/77 — RIR/80, art. 396), assim como a regra do art. 40, § 11, da Lei 8.383/91, que mandava tributar na pessoa física valores presumidamente distribuídos. Fl. 987DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 988 12 Dessa forma, há que se considerar que a base de cálculo do IRPJ deve corresponder a 50% da receita omitida, nos termos do art. 6°, de Lei 6.468/77 (RIR/80, art. 396). No que se refere ao IRFonte, como demonstrado acima, deve ser exigido da pessoa física conforme o art. 40, § 11, da Lei 8313. ..." Com efeito, constatase a omissão aventada pela embargante. Perscrutando aos autos constatase que a base legal atacada, art. 43 da Lei nº 8.541/92, é também supedâneo dos lançamentos da CSLL (fl. 265), mas não do PIS ou da Cofins. Assim, há que se retificar o acórdão embargado para considerar a extensão do que foi decidido para o IRPJ à CSLL. Por fim, entendo sem substância a tese aventada quanto à obscuridade na interpretação relativa à execução do decidido no acórdão quanto à adaptação do PIS à súmula CARF nº 15. Vejase o excerto do acórdão embargado: Quanto à semestralidade do PIS, esclareço que tal matéria possui entendimento firmado nesta Corte, por meio da Súmula CARF nº 15, no sentido de que sua base de cálculo, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. Não há obscuridade a ser sanada nesse caso. Na sequência, a embargante alega que a determinação contida no acórdão embargado leva a uma apuração do PIS diferente daquela contida no lançamento. De se esclarecer que tal alegação não se constitui em omissão, contradição ou obscuridade no acórdão. Há, na realidade, a vontade, pela embargante, de rediscutir o lançamento quanto a esse ponto, desiderato para o qual não se presta a figura dos embargos de declaração. Por todo o exposto, Voto no sentido de acolher os embargos de declaração para sanar as omissões acima discutidas e, no mérito, provêlos com efeitos infringentes tão somente para considerar a extensão do que foi decidido para o IRPJ à CSLL. Ratificase o acórdão recorrido quanto às demais matérias. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator Fl. 988DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10469.003110/9768 Acórdão n.º 1402001.961 S1C4T2 Fl. 989 13 Fl. 989DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 10882.721580/2011-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2007, 2008
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. DOCUMENTO DE CONTROLE INTERNO. O MPF, atualmente revogado, é um documento de controle interno da SRF e a irregularidade porventura constatada neste processo não tem o condão de anular o lançamento tributário efetuado por Auditor-Fiscal da RFB.
MULTAS. LEGALIDADE. As multas que integram o lançamento tributário de ofício decorrem de disposição legal (Lei 9.430/96).
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-004.003
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, em afastar as preliminares e, em negar provimento ao recurso.
Maria Cleci Coti Martins
Presidente Substituto e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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DOCUMENTO DE CONTROLE INTERNO. O MPF, atualmente revogado, é um documento de controle interno da SRF e a irregularidade porventura constatada neste processo não tem o condão de anular o lançamento tributário efetuado por AuditorFiscal da RFB. MULTAS. LEGALIDADE. As multas que integram o lançamento tributário de ofício decorrem de disposição legal (Lei 9.430/96). Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, em afastar as preliminares e, em negar provimento ao recurso. Maria Cleci Coti Martins Presidente Substituto e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 72 15 80 /2 01 1- 17 Fl. 255DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 2 Relatório Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte em 09/02/2012 em face do Acórdão 0536.306 4ª Turma da DRJ/CPS que considerou intempestiva a impugnação apresentada pelo mesmo no processo. A ciência da decisão recorrida deuse em 12/01/2012. O acórdão recorrido está assim ementado. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2007, 2008 FALTA DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO RETIDO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. Compete à fonte pagadora dos rendimentos efetuar a retenção e o recolhimento do imposto incidente sobre os rendimentos pagos ao trabalho assalariado, não assalariado, aluguéis e royalties, na qualidade de responsável tributário. TRIBUTOS INFORMADOS EM DIRF. NÃO DECLARADOS EM DCTF. A falta ou insuficiência de comprovação do recolhimento do IRRF, apurado por meio do confronto das informações presentes na DIRF com os débitos declarados em DCTF, em conjunto com a ausência de esclarecimentos sobre eventuais erros ou inconsistências de preenchimento de tais declarações, implica na exigência das diferenças de imposto retido pela fonte pagadora e não repassada aos cofres públicos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2007, 2008 MULTA DE OFICIO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. A multa de ofício, exigida no percentual de 75% sobre o imposto não recolhido, tratase de penalidade objetiva, prevista em legislação específica, não cabendo sua exclusão ou redução pela autoridade administrativa. Na constituição do crédito tributário contra empresa em recuperação judicial não há óbice para a inclusão da multa de ofício. A apreciação quanto a exclusão ou não da multa de ofício é de competência do juízo respectivo, não cabendo à autoridade tributária afastála. O recorrente aduz as seguintes razões para que a decisão seja modificada. 1. A autoridade fiscal descaracterizou a contabilidade da impugnante e demais documentos fiscais e considerou os documentos enviados por terceiros como as correspondentes aos fatos geradores do Imposto de Renda Retido na Fonte. Compete à autoridade administrativa fiscal apresentar a cópia das DIRF´s que considerou válidas, que entende como devidas, bem como os termos e documentos fiscais apresentados pela recorrente. Em não fazendo isso estaria desrespeitando determinação do art. 9 do Decreto 70235/72, assim Fl. 256DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10882.721580/201117 Acórdão n.º 2401004.003 S2C4T1 Fl. 3 3 como os princípios da legalidade, da ampla defesa e do contraditório e da moralidade para que não sejam lançados valores a esmo, sem comprovação alguma dos fatos. Assim, o auto deve ser declarado nulo. 2. Faz considerações a respeito do Mandado de Procedimento fiscal e que, devido ao que entende como falhas procedimentais, teriam o condão de tornar nulo o lançamento fiscal. 3. Argumenta que a multa de 75% é abusiva e ilegal e não deve prosperar. Mais ainda, que a multa de mora só pode ser exigida depois de decorrido o prazo de quinze dias da intimação da decisão que constitui em definitivo o lançamento fiscal. É o relatório. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 4 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e deve ser conhecido. Tendo sido considerada a impugnação improcedente, o contribuinte recorre a este Conselho para argumentar sobre o lançamento fiscal. Em suma, contesta apenas a legalidade do procedimento fiscal em especial os procedimentos da autoridade fiscal, o Mandado de Procedimento Fiscal e também a exorbitância da multa de ofício, que considera ilegal. Com relação ao alegado cerceamento do direito de defesa, não assiste razão ao contribuinte, pois lhe foi facultada defesa por todos os meios admitidos em direito nas duas instâncias administrativos do contencioso fiscal, quais sejam a Impugnação e o Recurso Voluntário a este Conselho. O auto de infração está claro quanto aos fatos geradores e também quanto à legislação infringida. O entendimento deste Conselho é de que o Mandando de Procedimento Fiscal é um documento de controle interno da Secretaria da Receita Federal e irregularidades porventura existentes na sua emissão não teriam o condão de invalidar o procedimento fiscal lavrado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Saliento que tal instrumento já está revogado. A seguir transcrevo excerto de Acórdão deste Conselho sobre o assunto. Acórdão nº 2201002.713 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de dezembro de 2015 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2006, 2007 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. MPF. O Mandado de Procedimento Fiscal é mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais, portanto eventuais falhas na emissão e trâ mite desse instrumento, não implica nulidade do procedimento fiscal. Observo que a nulidade contestada em sede de recurso voluntário não fora objeto de impugnação e, portanto, o direito estaria precluso. Contudo, cumpre registrar os casos de nulidade do lançamento fiscal conforme o art. 59 do Decreto 70235/72, in verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. A autoridade competente para o lançamento tributário é o Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, conforme o art. 6 da Lei 10593/2002. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10882.721580/201117 Acórdão n.º 2401004.003 S2C4T1 Fl. 4 5 Lei 10593/2002 Art. 6. São atribuições dos ocupantes do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil: I. No exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativofiscal, bem como em processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros documentos, materiais, equipamentos e assemelhados; d) examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1190 a 1192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1193 do mesmo diploma legal. e) proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; f) supervisionar as demais atividades de orientação ao contribuinte;... Para o questionamento relativamente à multa de ofício, único item sendo objeto de análise em segunda instância, entendo que não assiste razão ao contribuinte. A exigência está embasada no art. 4.. da Lei 9.430/96, a seguir transcrito. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Por oportuno, também a multa de mora está disposta no mesmo instrumento legal, art. 61, conforme a seguir. Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 6 § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Medida Provisória nº 1.725, de 1998) (Vide Lei nº 9.716, de 1998) Dado o exposto, voto por afastar as preliminares e negar provimento ao recurso. Maria Cleci Coti Martins. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS
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Numero do processo: 10166.911568/2009-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 02 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Mar 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
IRPJ. PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
As Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, havendo inconsistências nas mesmas não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional - CTN).
O artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. À míngua de tal comprovação não se homologa a compensação pretendida.
Numero da decisão: 1201-001.339
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente substituto.
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Roberto Caparroz de Almeida, Paulo Mateus Ciccone, Gilberto Baptista, João Carlos de Figueiredo Neto. Ausentes, por motivo justificado, o Conselheiro Ronaldo Apelbaum e Marcelo Cuba Netto. Ausente, temporariamente, o Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. As Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, havendo inconsistências nas mesmas não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional CTN). O artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. À míngua de tal comprovação não se homologa a compensação pretendida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Presidente substituto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 91 15 68 /2 00 9- 65 Fl. 168DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 3 2 (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Roberto Caparroz de Almeida, Paulo Mateus Ciccone, Gilberto Baptista, João Carlos de Figueiredo Neto. Ausentes, por motivo justificado, o Conselheiro Ronaldo Apelbaum e Marcelo Cuba Netto. Ausente, temporariamente, o Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório Por economia processual e bem resumir os fatos adoto o Relatório da decisão recorrida que transcrevo a seguir: Tratase o presente processo das Declarações de Compensação (DCOMP) de nº 20960.58120.201108.1.3.049823, 34440.88987.230109.1.3.040919 e 25700.52033.230109.1.3.04 2595, transmitidas eletronicamente com base em créditos relativos ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ. A contribuinte declarou no PER/DCOMP a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, cujo DARF apresenta as seguintes características: PERÍODO DE APURAÇÃO 30/9/2007 CÓDIGO DE RECEITA 2089 VALOR TOTAL DO DARF 17.940,68 DATA DE ARRECADAÇÃO 28/12/2007 A partir das características do DARF foi identificado pelos sistemas da RFB que o referido pagamento havia sido utilizado integralmente, de modo que não existia crédito disponível para efetuar a compensação solicitada. Assim, em 7/10/2009, foi emitido eletronicamente o Despacho Decisório (fl. 4), cuja decisão não homologou a compensação dos débitos confessados por inexistência de crédito. Observase que apensados aos presentes autos encontramse os processos 10166.912633/200970 e 10166.912634/200914. Cientificado, via postal, dessa decisão em 12/11/2009 (fl. 103), bem como da cobrança dos débitos confessados na Dcomp, o sujeito passivo apresentou em 11/12/2009, manifestação de inconformidade à fl. 2 e 3, acrescida de documentação anexa. A contribuinte esclarece teria se equivocado ao declarar o valor de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ apurado para o período em análise. Posteriormente, ao perceber o erro, deveria ter entregue DCTF semestral e DIPJ retificadoras, o que não ocorreu. Fl. 169DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 4 3 Acrescenta que, constatado a não entrega das declarações retificadoras a que estava obrigada, fato esse que se deu paralelamente ao conhecimento do despacho decisório, a empresa teria procedido à entrega das respectivas declarações retificadoras em substituição às retificadas, conforme legislação vigente. Tal fato teria, no seu entendimento, restabelecido a correta apuração do imposto devido conforme a sua escrituração fiscal, eliminando o motivo que teria levado o auditor fiscal da RFB a concluir pela não existência do crédito e conseqüente não homologação da DCOMP. Anexa aos autos: a) comprovante de arrecadação; b) DCTF Mensal (original e retificadora); c) DIPJ (original e retificadora); d) Per/DCOMP. Ao final, entendendo ter demonstrado a insubsistência e improcedência da ação fiscal, requer que seja acolhida a manifestação de inconformidade. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/Brasília/DF) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, conforme decisão proferida no Acórdão nº 0347.166, de 16 de fevereiro de 2012, cientificado ao interessado em 08/05/2012 conforme Aviso de Recebimento (AR). A decisão recorrida possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário:2007 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil/fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de DCTF ou DIPJ retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada Fl. 170DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 5 4 nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A pessoa jurídica interpôs recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em 07/12/2011, no qual, essencialmente, alega, preliminarmente que, a decisão recorrida padece do vício de nulidade por não observância de suas formalidades legais, bem como por cercear a defesa da autuada, e, no mérito, argúi que, o IRPJ foi calculado pela base presumida de 32% o que gerou um IRPJ a recolher no valor de R$ 52.849,60, porém tomouse conhecimento que pelo ramo de atividade da empresa, qual seja, prestação de Serviço de Transporte Rodoviário de Carga, exceto produtos perigosos e mudanças, tem uma presunção de lucro de 8%. Após esta constatação procedeuse nova apuração do IRPJ do 3o Trimestre de 2007, a qual resultou no valor de R$ 8.827,44 que dividido em 3(três) quotas como na anterior apuração temse o valor de R$ 2.942,48 por quota. Portanto, restou comprovado com a realização dos cálculos obedecendo ao que preceitua a legislação do Imposto de Renda quanto à tributação pelo Lucro Presumido, que havia sido paga quantia maior que a realmente devida no valor de R$ 44.022,16 no geral e de R$ 14.674,05 em cada uma das quotas do IRPJ referente ao 3o Trimestre de 2007, correspondendo estes a direito creditório. Finalmente requer seja conhecido e provido o recurso voluntário, para reformar integralmente a decisão a quo, referente ao direito creditório do IRPJ, por Direito e JUSTIÇA. É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72. Dele conheço. Aos presentes autos encontramse apensados os processos 10166.912633/200970 e 10166.912634/200914, de sorte que a decisão proferida no presente processo aplicase aos mencionados processos apensados. O presente processo decorre do PER/DCOMP nº 20960.58120.201108.1.3.049823, (fls.87/92), transmitido à Receita Federal em 20/11/2008. O crédito original de R$ 14.674,05 indicado para compensações, se refere ao DARFcom as seguintes características: valor: R$ 17.616,54; código: 2089; período de apuração: 30/09/2007; Data de Arrecadação: 28/12/2007. Conforme relatado, por intermédio do despacho decisório de fl.3, emitido em 07/10/2009 não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, nãohomologada a compensação declarada no PER/DCOMP, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação Fl. 171DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 6 5 de débitos da contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação do débito informado no PER/DCOMP". Irresignada com o Despacho Decisório, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade que analisada em sede de 1ª instância, a 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ/Brasilia/DF) mediante o Acórdão nº 0347.166, de 16 de fevereiro de 2012, julgou IMPROCEDENTE a Manifestação de Inconformidade e manteve a não homologação das compensações sob o fundamento de que não foi comprovada a liquidez e certeza do crédito informado no PER/DCOMP. Preliminarmente, a Recorrente alega que a decisão recorrida padece do vício de nulidade por não observância de suas formalidades legais, bem como por cercear a defesa da autuada. Aduz que, em sua decisão a relatora narra a inexistência de documentos contábeis. Entende a Recorrente que o crédito estaria comprovado com a entrega de declarações retificadoras mas no entendimento da decisão recorrida tais declarações não teriam o condão de comprovar a existência de pagamento a maior. A Recorrente destaca que o voto condutor do acórdão recorrido só se ateve a não juntada de documentos contábeis deixando assim, de se analisar os juntados documentos legais estes da alçada justamente da RFB, quais sejam, DIPJs, DCTFs e PER/DCOMPs, que se tivessem sido devidamente analisados demonstrariam a plena existência do crédito e a sua devida compensação. De início verificase que a argumentação desenvolvida pelo interessado nas peças impugnatórias permite concluir que os motivos da denegação tanto no despacho decisório quanto na decisão recorrida foram compreendidos, inclusive, quando da instauração do litígio, ao contribuinte está facultada a apresentação das provas documentais que julgar necessárias para atingir o seu intento. Com efeito, o fato de a decisão de 1ª instância inferir que as declarações (DIPJs, DCTFs e PER/DCOMPs) não são suficientes para comprovar o crédito alegado e considerar imprescindível que seja demonstrada na escrituração contábil/fiscal da contribuinte, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do IRPJ correspondente ao período de apuração, não significa cerceamento ao direito de defesa. Pois, o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes apresentadas pelo interessado, confrontandoas com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual o tributo devido declarado e comparálo ao pagamento efetuado. Nesse sentido, na declaração de compensação apresentada, o indébito não contém os atributos necessários de liquidez e certeza, os quais são imprescindíveis para reconhecimento pela autoridade administrativa de crédito junto à Fazenda Pública, sob pena de haver reconhecimento de direito creditório incerto, contrário, portanto, ao disposto no artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN). Fl. 172DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 7 6 É certo que o artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Como cediço, as Declarações (DCTF, DCOMP e DIPJ) são produzidas pelo próprio contribuinte, de sorte que, havendo inconsistências nas mesmas não retiram a obrigação do recorrente em comprovar os fatos mediante a escrituração contábil e fiscal, tendo em vista que, apenas os créditos líquidos e certos comprovados inequivocamente pelo contribuinte são passíveis de compensação tributária, conforme preceituado no artigo 170 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional CTN). De plano, o que se observa nos autos é que a interessada não traz elementos suficientes que comprovem suas alegações, o que viola a regra jurídica adotada pelo direito pátrio de que a prova compete ou cabe à pessoa que alega o fato, conforme se depreende do abaixo transcrito artigo 16, caput, III, do Decreto n° 70.235, de 1972 (PAF), que regulamenta o processo administrativo fiscal no âmbito federal, e do artigo 333, do Código de Processo Civil,verbis: Decreto n° 70.235, de 1972: Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. CPC Art. 333. 0 ônus da prova incumbe: I — ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; ... A Recorrente, busca transferir ao Fisco sua obrigação de comprovar o direito creditório alegado. Ora, nada impedia ao contribuinte, acaso interessado em comprovar seu direito creditório, a proceder a juntada de cópia da escrituração contábil/fiscal e comparar com os valores declarados na DIPJ/2008 e DCTF. E, demonstrar cabalmente suas atividades operacionais mediante notas fiscais do período de apuração, no caso, do 3º trimestre de 2007, para os fins de apuração do lucro presumido e que a atividade exercida pelo interessado tratase de " prestação de Serviço de Transporte Rodoviário de Carga" como alega a defesa. Em sua defesa, a Recorrente alega que o IRPJ na DIPJ/2008 original foi calculado pela base presumida de 32% o que gerou um IRPJ a recolher no valor de R$ 52.849,60, porém tomouse conhecimento que pelo ramo de atividade da empresa, qual seja, prestação de Serviço de Transporte Rodoviário de Carga, exceto produtos perigosos e mudanças, tem uma presunção de lucro de 8%. Por óbvio, deve o contribuinte provar que sua receita bruta total decorre da atividade prestação de Serviço de Transporte Rodoviário de Carga, exceto produtos perigosos e mudanças, e que, tem uma presunção de lucro de 8% pelo que resultaria o crédito tributário em razão da diferença de aplicação do percentual sobre a receita bruta do trimestre, de 32% para Fl. 173DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 8 7 8% o que justificou a apresentar a DIPJ/2008 retificadora em 26/11/2009 após o Despacho Decisório. É ônus do contribuinte comprovar a liquidez e certeza de seu direito creditório, conforme determina o artigo 170 do CTN, devendo demonstrar de maneira inequívoca a sua existência, e, por conseguinte, o erro em que se fundou a declaração original (DIPJ/2008 e DCTF). Portanto, não merece reparo à decisão recorrida e não se vislumbra o alegado cerceamento ao direito de defesa. Preliminar rejeitada. No mérito além dos fundamentos já esgotados em sede de preliminar, a Recorrente alega que buscando cessar qualquer possibilidade de não procedência do presente recurso por falta de apresentação de documentos contábeis motivo pelo qual fora improcedente a manifestação de inconformidade anexase a este, cópia das folhas do livro fiscal de Registro de Serviços Prestados referentes ao trimestre em questão, este que simplesmente comprovará que o mesmo faturamento foi declarado na DIPJ original e retificadora. Como bem frisado pela defesa, o livro fiscal de Registro de Serviços Prestados simplesmente comprova que o mesmo faturamento foi declarado na DIPJ original e retificadora mas não comprova a atividade "prestação de Serviço de Transporte Rodoviário de Carga" que serviu de fundamento para apuração do direito creditório em razão da alegada diferença de aplicação do percentual sobre a receita bruta do trimestre, de 32% para 8%. Ademais, perscrutandose os autos, verifico que tanto na DIPJ/2008 (original), fl.66, quanto na DIPJ/2008 (Retificadora) fl.77, consta na Ficha 02 Dados Cadastrais da Recorrente, o CNAE41204/01 Construção de edifícios e não, Serviço de Transporte Rodoviário de Carga. A busca da verdade material não autoriza o julgador a substituir o interessado na produção das provas. A apresentação dos documentos juntamente com a defesa é ônus da alçada da recorrente. À míngua da comprovação do direito creditório alegado não se homologa a compensação pretendida. Por oportuno, convém registrar que a jurisprudência citada pela Recorrente em sua defesa serve apenas como forma de ilustrar e reforçar sua argumentação, não vinculando a administração àquela interpretação, isto porque não têm eficácia normativa. Da mesma forma, se utilizadas neste voto, as citações e transcrições jurisprudenciais, terão como objetivo ilustrar e reforçar o posicionamento desta relatora. Diante do exposto, voto no sentido de afastar a preliminar suscitada pela Recorrente e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa. Fl. 174DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 10166.911568/200965 Acórdão n.º 1201001.339 S1C2T1 Fl. 9 8 Fl. 175DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 21/ 02/2016 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
score : 1.0
Numero do processo: 10855.001600/93-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 02 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Exercício: 1992, 1993
RECURSO VOLUNTÁRIO. COFINS. DEPÓSITOS JUDICIAIS. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INAPLICABILIDADE DE MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA.
Realizados depósitos judiciais dos valores discutidos em ação judicial a tempo e modo, verifica-se a suspensão da exigibilidade crédito tributário, nos termos do artigo151, inciso II, do CTN.
Não há fundamentação para aplicação da multa de ofício e juros de mora sobre os valores lançados em face da existência de depósito integral anterior ao lançamento.
Lançamento de ofício é efetuado simplesmente para prevenir a decadência, sendo incabível a aplicação de penalidades. Súmulas CARF nº 5 e 17.
Numero da decisão: 3201-002.036
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira,Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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COFINS. DEPÓSITOS JUDICIAIS. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INAPLICABILIDADE DE MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA. Realizados depósitos judiciais dos valores discutidos em ação judicial a tempo e modo, verificase a suspensão da exigibilidade crédito tributário, nos termos do artigo151, inciso II, do CTN. Não há fundamentação para aplicação da multa de ofício e juros de mora sobre os valores lançados em face da existência de depósito integral anterior ao lançamento. Lançamento de ofício é efetuado simplesmente para prevenir a decadência, sendo incabível a aplicação de penalidades. Súmulas CARF nº 5 e 17. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 16 00 /9 3- 61 Fl. 113DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01 /03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira,Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho em face de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Sorocaba/SP. Pela clareza e objetividade dos seus termos, adoto como relatório a Informação DRF SOR/EQJUD nº112, de 27 de abril de 2.015, de fls. 109/110, aqui transcrita: “Trata o presente processo de Auto de Infração(fls.37 a 41) lavrado para constituição de débitos de COFINS PA Abril/1992 a Julho/1993 para fins de prevenção quanto ao efeito decadencial previsto pelo artigo 173 do CTN. O crédito tributário foi lançado com a sua exigibilidade suspensa em função da existência de depósitos judiciais efetuados nos autos dos processos 92.00535330 e 92.00639410(fls.37 a 41). 2. O contribuinte, através de impugnação tempestiva(fls.43 a 47), alegou: preliminarmente, que os valores dos débitos de COFINS PA Abril/1992 a Julho/1993 eram incertos, “(...)especialmente porque não demonstrada adequadamente a fórmula de cálculo e conversão da suposta dívida, para UFIR.” e que “Indevida é a conversão do valor do tributo e multas, além dos juros, em quantidade de UFIR, visando indexar a totalidade do suposto valor do débito.(...)”; que houve excesso de exação com o lançamento de multa de ofício e juros de mora, tendo em vista a existência de depósitos judiciais integrais e tempestivos realizados. 3. Decisão nº100/94(fls.50 a 52) manteve integralmente o lançamento. 4. O Primeiro Conselho de Contribuintes, por meio da Resolução nº1021.781(fls.62 a 67), converteu o julgamento do Recurso Voluntário de fls.53 a 56, “...para que o processo aguarde na Repartição de origem a decisão judicial, para somente então retornar a este Colegiado, após verificação minuciosa sobre a quitação ou não da exigência com vinculada exigência da penalidade, tudo registrado em relatório circunstanciado.”(destaque nosso). DA ACAO JUDICIAL→ 92.00535330 5. Por meio da ação cautelar 92.00535330, Antonio Cláudio de Arruda Campos(MATRIZ CNPJ 55.198.188/000116 e FILIAL – CNPJ 55.198.188/000205) requereu a concessão da liminar para que fosse autorizada a realização do depósito judicial dos valores devidos a título de COFINS, instituída pela Lei Complementar 70/91(fls.04 a 14). Fl. 114DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01 /03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10855.001600/9361 Acórdão n.º 3201002.036 S3C2T1 Fl. 114 3 6. Decisão proferida em 01/07/1992 autorizou a realização do depósito ora solicitado(fls.15). 7. Decisão proferida em 23 de agosto de 1994 extinguiu o processo sem julgamento do mérito, nos termos dos artigos 3º e 295, incisos IV e VI do CPC(fls.81). Esta decisão transitou em julgado em 14/02/1995. DA ACAO JUDICIAL→ 92.00639410 8. Por meio da ação ordinária 92.00639410, Antonio Cláudio de Arruda Campos(MATRIZ CNPJ 55.198.188/000116 e FILIAL – CNPJ 55.198.188/000205) pleiteou que fosse declarada a inexigibilidade das parcelas devidas a título de COFINS, instituída pela Lei Complementar nº70/91(fls.16 a 26). 9. Em 01/11/1995 foi extinto o processo com julgamento do mérito, diante da improcedência do pedido(fls.84). 10. Os autos encontramse arquivados(fls.84). DOS DEPOSITOS JUDICIAIS 11. Por meio do SICALC(fls.100 a 107), imputamos os depósitos de fls.28 a 36 aos débitos de PIS PA Abril/92 a Julho/93 e verificamos que os mesmos são suficientes para liquidar o crédito tributário e foram efetuados anteriormente ao início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. 12. Conforme apuração presente às fls.76(DEPJUD) e de acordo com extrato de fls.75, constatase que os depósitos judiciais foram integralmente convertidos em renda da União em 10/08/1999. 13. Diante do todo exposto, atendida à solicitação presente na Resolução nº102 1.781(fls.62 a 67), encaminhese o presente processo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais(CARF), nos termos do artigo 49 da Lei 11941/2009 e da Portaria MF 256/2009.” Acrescentase que, em seu Recurso Voluntário de fls. 50/56, o Recorrente alega que "existindo depósito do montante integral do tributo, no prazo de vencimento do tributo, inexiste qualquer direito a penalidade de qualquer espécie". Por fim, cumpre registrar que o presente PAF 10855.001600/009361 decorre de Auto de Infração lavrado em face do estabelecimento filial da Recorrente (CNPJ 55.198.188/000205), sendo este conexo ao PAF 10855.001601/9323, originário de Auto de Infração lavrado contra o estabelecimento matriz (CNPJ 55.198.188/000116). Ambos tem por objeto a exigência da COFINS e possuem mesmos fatos geradores e períodos de apuração. É o relatório. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01 /03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 Voto O presente Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os demais requisitos e dele tomo conhecimento. Como se verifica do relato dos fatos, tratase de Auto de Infração lavrado para prevenção de decadência, uma vez que o Recorrente possuia discussão judicial acerca da matéria, tendo realizado os depósitos judiciais dos valores controvertidos. Não é objeto do presente Recurso o mérito da exigência tributária, objeto de decisão judicial já transitada em julgado, tampouco o direito do Fisco de realizar o lançamento fiscal para prevenção da decadência. Está sob análise, tãosomente, a legitimidade dos lançamentos realizados a título de juros de mora e multa de ofício. Conforme atestado pela Fiscalização após diligência solicitada por este Órgão Julgador, os depósitos judiciais realizados pelo Recorrente (i) são suficientes para liquidar o crédito tributário; (ii) foram efetuados anteriormente ao início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo; e (iii) foram integralmente convertidos em renda da União em 10/08/1999. Desse modo, resta claro que não subsiste crédito tributário principal a ser apreciado por esta Turma Julgadora. No que toca aos valores lançados a título de juros de mora e multa de ofício, assiste razão ao Recorrente. Um vez realizados os depósitos judiciais a tempo e modo pelo contribuinte e anteriormente ao lançamento fiscal, ocorre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário sob discussão, nos termos do art. 151, II do CTN. Assim, não há falar em mora capaz de suportar o lançamento de juros e multa. É o que resta pacificado pelas Súmulas CARF nº 5 e 17: Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Súmula CARF n° 17: Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Pelo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário tempestivamente interposto, para excluir o crédito tributário decorrente dos lançamentos Fl. 116DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01 /03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10855.001600/9361 Acórdão n.º 3201002.036 S3C2T1 Fl. 115 5 realizados a título de juros de mora e multa de ofício sobre os valores objeto de depósitos judiciais realizados pelo Recorrente, nos termos das Súmulas CARF nº 5 e 17. É como voto. Conselheira Relatora Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 117DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01 /03/2016 por TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 19515.721467/2011-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2009
GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE AÇÕES. LUCROS ORIGINÁRIOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL EM HOLDINGS. INCORPORAÇÃO REVERSA. AUMENTO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO.
O fato de cada uma das transações dentro do grupo societário, isoladamente e do ponto de vista formal, ostentar legalidade, não garante a legitimidade do conjunto de operações, quando restar comprovada que o aumento do custo das ações de acionistas pessoas físicas se deu através de planejamento tributário que capitalizou dividendos em duplicidade, pois são meros reflexos da aplicação do método de equivalência patrimonial nas holdings, seguidas de correspondentes incorporações reversas, com o fim de majoração do custo da aquisição de ações a serem alienadas e consequente apuração de ganho de capital, por configurar conduta abusiva e dissociada dos fins visados pela legislação pertinente.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO.
No planejamento tributário, quando identificada a convicção do contribuinte de estar agindo segundo o permissivo legal, sem ocultação da prática e da intenção final dos seus negócios, não há como ser reconhecido o dolo necessário à qualificação da multa, elemento este constante do caput dos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/64.
JUROS DE MORA COM BASE NA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO APLICABILIDADE
O art. 161 do Código Tributário Nacional CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício, isto porque a multa de ofício integra o crédito a que se refere o caput do artigo. É legitima a incidência de juros sobre a multa de ofício, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC.
Recurso Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-004.482
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Acompanhou pelas conclusões o Dr. João Bellini Junior. Fez sustentação oral o Dr. Luis Claudio Pinto, OAB/RJ 88.704.
João Bellini Júnior - Presidente.
Alice Grecchi - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi.
Nome do relator: ALICE GRECCHI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2006, 2009 GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE AÇÕES. LUCROS ORIGINÁRIOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL EM HOLDINGS. INCORPORAÇÃO REVERSA. AUMENTO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO. O fato de cada uma das transações dentro do grupo societário, isoladamente e do ponto de vista formal, ostentar legalidade, não garante a legitimidade do conjunto de operações, quando restar comprovada que o aumento do custo das ações de acionistas pessoas físicas se deu através de planejamento tributário que capitalizou dividendos em duplicidade, pois são meros reflexos da aplicação do método de equivalência patrimonial nas holdings, seguidas de correspondentes incorporações reversas, com o fim de majoração do custo da aquisição de ações a serem alienadas e consequente apuração de ganho de capital, por configurar conduta abusiva e dissociada dos fins visados pela legislação pertinente. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO. No planejamento tributário, quando identificada a convicção do contribuinte de estar agindo segundo o permissivo legal, sem ocultação da prática e da intenção final dos seus negócios, não há como ser reconhecido o dolo necessário à qualificação da multa, elemento este constante do caput dos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/64. JUROS DE MORA COM BASE NA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO APLICABILIDADE O art. 161 do Código Tributário Nacional CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício, isto porque a multa de ofício integra o crédito a que se refere o caput do artigo. É legitima a incidência de juros sobre a multa de ofício, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC. Recurso Provido em Parte
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Acompanhou pelas conclusões o Dr. João Bellini Junior. Fez sustentação oral o Dr. Luis Claudio Pinto, OAB/RJ 88.704. João Bellini Júnior - Presidente. Alice Grecchi - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi.
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LUCROS ORIGINÁRIOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL EM HOLDINGS. INCORPORAÇÃO REVERSA. AUMENTO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO. O fato de cada uma das transações dentro do grupo societário, isoladamente e do ponto de vista formal, ostentar legalidade, não garante a legitimidade do conjunto de operações, quando restar comprovada que o aumento do custo das ações de acionistas pessoas físicas se deu através de planejamento tributário que capitalizou dividendos em duplicidade, pois são meros reflexos da aplicação do método de equivalência patrimonial nas holdings, seguidas de correspondentes incorporações reversas, com o fim de majoração do custo da aquisição de ações a serem alienadas e consequente apuração de ganho de capital, por configurar conduta abusiva e dissociada dos fins visados pela legislação pertinente. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO. No planejamento tributário, quando identificada a convicção do contribuinte de estar agindo segundo o permissivo legal, sem ocultação da prática e da intenção final dos seus negócios, não há como ser reconhecido o dolo necessário à qualificação da multa, elemento este constante do caput dos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/64. JUROS DE MORA COM BASE NA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO APLICABILIDADE O art. 161 do Código Tributário Nacional CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício, isto porque a multa de ofício integra o “crédito” a que se refere o caput do artigo. É legitima a incidência de juros AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 14 67 /2 01 1- 86 Fl. 648DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 sobre a multa de ofício, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC. Recurso Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Acompanhou pelas conclusões o Dr. João Bellini Junior. Fez sustentação oral o Dr. Luis Claudio Pinto, OAB/RJ 88.704. João Bellini Júnior Presidente. Alice Grecchi Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até a apresentação da impugnação pelo contribuinte, adoto de forma livre o relatório do Acórdão proferido pela 5ª Turma da DRJ/SP2, nº 1757.408, constante em fls. 526/556: Em ação fiscal levada a efeito no contribuinte acima qualificado, foi lavrado, em 17/10/2011, o Auto de Infração de fls. 357/365, acompanhado do Termo de Verificação Fiscal de fls. 337/354, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, anoscalendário 2006 e 2009, por meio do qual foi apurado crédito tributário no montante de R$ 1.650.806,00 (um milhão, seiscentos e cinquenta mil, oitocentos e seis reais), sendo R$ 587.792,95, referentes ao imposto, R$ 881.689,42, à multa de ofício e R$ 181.323,63, aos juros de mora (calculados até 30/09/2011). Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 362/363), o procedimento resultou na apuração da seguinte infração: Omissão de Ganhos de Capital na Alienação de Ações/Quotas Não Negociadas em Bolsa [...] Fl. 649DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 649 3 Segundo o Termo de Verificação Fiscal de fls. 337/354, em dezembro de 2006, após um complexo processo de reorganização societária, o contribuinte alienou à empresa UBS Brasil Participações Ltda a participação que possuía no Banco Pactual, representada por 2.835.190 (dois milhões, oitocentas e trinta e cinco mil, cento e noventa) ações ordinárias. Tal alienação resultou na apuração de um ganho de capital no valor aproximado de R$ 10,6 milhões e de um imposto de renda pessoa física da ordem de R$ 1,59 milhões, sendo R$ 619 mil no ano de 2006 e R$ 974 mil em 2009 (uma vez que parte do valor da venda foi recebida apenas nessa data, diferindose, assim, sua tributação). Afirma a autoridade lançadora que, antes de concluir a venda de sua participação no Banco Pactual S/A à UBS Brasil Participações Ltda, o contribuinte elevou indevidamente o custo de aquisição dessa participação, utilizandose de sofisticados artifícios contábeis, engendrados através de diversos negócios societários, que, resumidamente, consistiram na elevação do capital em empresas investidoras, via equivalência patrimonial com as empresas investidas e a quase simultânea extinção das holdings que detinham participação societária no Banco Pactual, por meio de sucessivas incorporações reversas, culminando com a alienação das ações do Banco diretamente pelos acionistas pessoas físicas da instituição. Com isto, o contribuinte inflou artificialmente o custo das ações que pretendia vender, com o propósito de reduzir o montante de seu ganho de capital e conseqüentemente o valor do IR incidente sobre essa alienação. De acordo ainda com o Termo de Verificação Fiscal, esse artifício se torna flagrante ao compararmos a evolução do Patrimônio Líquido do Banco, que atingiu 84,45% no período de 31/12/2005 a 31/11/2006, com o aumento do custo de aquisição pretendido pelo contribuinte de 4.855.120,83% no mesmo período. Conclui, então, o fiscal autuante que a análise em conjunto de todas as operações que antecederam a alienação das ações representativas do capital social do Banco Pactual, realizadas entre o grupo Pactual e o contribuinte, evidenciam que este incorreu na prática de ato simulado, ao inflar artificialmente o custo de aquisição das ações, com capitalização cumulativa de valores derivados dos lucros apurados por equivalência patrimonial, nas operações de incorporações inversas, com o propósito de lesar terceiros, no caso a Fazenda Nacional, configurandose a hipótese de incidência prevista no inciso I, do parágrafo primeiro, do art. 167 do Código Civil, combinado com seu parágrafo 2º. Assim, para efeito da correta apuração do ganho de capital ocorrido na alienação da participação societária que o contribuinte possuía no Banco Pactual S/A, foi expurgado, para fins de cálculo de seu efetivo custo de aquisição, o efeito produzido pelas capitalizações de lucros e/ou reservas nas empresas Nova Pactual Participações e Pactual Holdings, ocorridas em 13/10/2006, nos respectivos valores de R$ 686 milhões e de R$ 202,5 milhões, uma vez que, como acima evidenciado, esse efeito foi utilizado em duplicidade e está embutido na capitalização Fl. 650DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 de lucros da Pactual S/A, realizada em 03/11/2006, no valor de R$996.087.876,00. Expurgandose o acréscimo promovido pelo contribuinte no custo de aquisição de suas ações, em razão capitalização da empresa Nova Pactual Participações, no valor de R$ 3.918.556,00, foi apurado o valor correto do custo de aquisição das ações alienadas, que somou R$ 2.490.335,50 (R$ 6.408.891,50 R$ 3.918.556,00). Cientificado da autuação em 27/10/2011 (fls. 366), o interessado apresentou, em 16/11/2011, por meio de seu representante legal, a impugnação de fls. 371/410, por meio da qual alega, em síntese, o que segue: 1. antes da reestruturação, o impugnante era titular de investimentos representativos de 0,000019% da Nova Pactual Participações Ltda, sociedade holding titular de investimentos representativos de 78,18% do capital da empresa Pactual S/A., holding titular de investimentos representativos de 100% do capital do Banco Pactual; 2. os investimentos representativos dos demais 21,82% do capital da Pactual S/A eram de propriedade da Pactual Holdings S/A., sociedade holding na qual o impugnante não tinha qualquer participação; 3. os principais atos da reestruturação questionados pelo Auto de Infração foram: i) aumento de capital da Nova Pactual Participações, realizado em 13/10/2006, mediante a capitalização de lucros gerados pelo Banco Pactual e por ela reconhecidos em razão da aplicação do Método de Equivalência Patrimonial (MEP), resultando em acréscimo do custo dos investimentos do impugnante em R$3.918.556,00; ii) aumento de capital da Pactual Holdings, na mesma data, mediante a capitalização de lucros gerados pelo Banco Pactual e por ela reconhecidos em razão da aplicação do MEP, o qual é irrelevante no caso concreto porque, como visto acima, o impugnante não era titular de investimentos na Pactual Holdings; iii) incorporação da Nova Pactual Participações (e Pactual Holdings, o que não é relevante no caso) pela Pactual S/A, sua controlada (incorporação reversa), e transferência ao impugnante, em substituição à sua participação no capital da incorporada, de investimentos diretos na incorporadora, ou seja, na Pactual S/A; iv) aumento de capital da Pactual S/A, em 03/11/2006, mediante a capitalização de lucros gerados pelo Banco Pactual e por ela reconhecidos em razão da aplicação do MEP, resultando em aumento do custo dos investimentos do impugnante na Pactual S/A em R$ 2.490.216,00; v) incorporação da Pactual S/A pelo Banco Pactual (incorporação reversa), tendo o impugnante recebido, em substituição à sua participação no capital da incorporada, extinta com a incorporação, investimentos diretos na incorporadora, ou seja, no Banco Pactual; 4. depois da incorporação da Pactual S/A pelo Banco Pactual, as ações deste último, das quais o impugnante se tornou proprietário, foram alienadas à UBS Brasil Participações Ltda, pelo preço total de R$ 13.109.031,11, sendo que uma parcela foi paga a vista, em 2006 (R$ 5.094.842,67), e outra parcela, em 2009 (R$ 8.014.200,00); Fl. 651DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 650 5 5. o saldo restante (R$ 2.311.293,61) foi capitalizado no mesmo ano na BTG Pactual Participações 2 S.A; 6. após a implementação da reestruturação, o custo dos investimentos do impugnante no Banco Pactual passou a ser de R$ 6.408.891,50; 7. no Termo de Verificação Fiscal anexo ao Auto de Infração, a fiscalização afirma que a reestruturação: i) implicou na majoração indevida do custo de aquisição dos investimentos do impugnante no Banco Pactual, a qual decorreria de uma interpretação equivocada do art. 135 do RIR com relação aos efeitos das incorporações inversas; ii) consubstanciou ato simulado cujos efeitos, nos termos do art. 116, § único, do CTN, poderiam ser desconsiderados para fins fiscais; iii) implicou na caracterização cumulativa de todas as hipóteses previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n° 4.502/64, quais sejam, sonegação, fraude e conluio, motivando a aplicação da multa de 150%; 8. em razão do exposto, a fiscalização desconsiderou parte do acréscimo do custo de aquisição dos investimentos do impugnante no Banco Pactual, qual seja, aquele decorrente da capitalização de lucros pelas holdings do Banco Pactual (Nova Pactual Participações e Pactual S.A), no que excederam os lucros existentes no próprio Banco Pactual; 9. o auto indica, como enquadramento legal, uma série de dispositivos que apenas contém regras gerais relativas à apuração e à tributação dos ganhos de capital auferidos por pessoas físicas, e nenhum deles foi infringido pelo impugnante; 10. o Grupo Pactual era composto por diversas holdings existentes há mais de dez anos e constituídas em uma época em que as pessoas físicas integrantes do grupo (controladores) sequer cogitavam alienar seus investimentos no Banco Pactual; 11. os objetivos das holdings eram exclusivamente os de organizar o exercício do controle do Banco Pactual e a distribuição de seus resultados e, dessa forma, a alienação do Banco Pactual a terceiros faria com que as mesmas se tornassem totalmente desnecessárias; 12. em tese, as holdings poderiam ser extintas antes ou depois da concretização da venda do Banco Pactual, sendo que, na primeira hipótese, os controladores figurariam no pólo vendedor da operação, ao passo que, na segunda, as holdings ocupariam essa posição; 13. pela natureza do negócio celebrado com o UBS Brasil, optouse pela extinção das holdings antes da realização do negócio; 14. como é comum nas vendas de instituições financeiras com as características do Banco Pactual, seus principais acionistas assumem obrigações de caráter personalíssimo, como a de não competirem com a sociedade vendida e mesmo de nela continuarem atuando até que seu fundo Fl. 652DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 de comércio tenha se consolidado após a transferência de seu controle acionário; 15. assim, nada mais lógico que eles fossem parte no negócio, e não meros intervenientes. 16. o caminho trilhado pelos controladores para se tornarem vendedores do Banco Pactual foi o mais lógico, rápido e econômico possível e o acréscimo de custo de seus investimentos é mera consequência da aplicação das normas em vigor; 17. entre as diversas variantes que poderiam ser adotadas para fazer com que os controladores figurassem como vendedores, tais como: i) a liquidação das holdings com a entrega dos ativos (no que se incluiriam as ações do Banco Pactual) aos controladores em devolução do capital; ii) a redução do capital das holdings, mediante entrega dos investimentos no Banco Pactual aos controladores; iii) incorporações diretas ou tradicionais, cujos inconvenientes são enormes, ressaltando que a incorporação de um banco como o Pactual por outra empresa, sobretudo uma que não seja instituição financeira, seria extremamente complexa e onerosa; iv) a venda, pelos controladores, de investimentos diretos nas holdings, hipótese em que seria desnecessária qualquer reestruturação societária prévia; a última variante disponível, a incorporação reversa das holdings pelo Banco Pactual, sem dúvida, era a mais conveniente do ponto de vista prático, operacional, negocial e fiscal; 18. desde que o art. 8° da Lei n° 9.532, de 10/12/1997, definiu os efeitos fiscais das incorporações inversas, as incorporações de holdings têm sido a primeira opção para a eliminação de empresas cuja existência se torna desnecessária; 19. não procede, assim, a alegação de que a opção pelas incorporações inversas consistiu em um artifício motivado exclusivamente pela economia fiscal; 20. nas incorporações, a incorporadora recebe um conjunto patrimonial (bens, direitos e obrigações) e “paga” aos acionistas da incorporada pelo mesmo, em ações representativas de aumento de seu capital; 21. não se apuram resultados na substituição de ações da incorporada por ações da incorporadora e, por essa razão, as ações da incorporadora recebidas pelos acionistas da incorporada têm o mesmo custo de seus investimentos na incorporada, declarados extintos na incorporação; 22. a incorporação das holdings pelo Banco Pactual é um exemplo de incorporação “inversa” ou “reversa”, na qual a investida (Banco Pactual) sucede as investidoras (as holdings) em todos os seus bens, direitos e obrigações, dentre os quais figuram os investimentos da investidora/incorporada na investida/incorporadora, cabendo à investida/incorporadora aumentar seu capital social e entregar as ações representativas desse aumento aos acionistas da investidora/incorporada; Fl. 653DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 651 7 23. contudo, a investida/incorporadora passa a ter ações representativas de seu próprio capital social, que são canceladas no próprio ato ou, opcionalmente, mantidas em tesouraria, na hipótese de a investida dispor de lucros ou reservas suficientes à subsistência das ações; 24. ocorre, assim, um aumento de capital (para a emissão de ações destinadas aos acionistas da investidora/incorporada) e uma subsequente redução do capital para cancelamento das ações representativas do próprio capital da investida, caso a mesma não possa ou não queira mantêlas em tesouraria; 25. o conjunto patrimonial destinado à realização do aumento de capital corresponde à diferença entre o valor dos ativos e das obrigações da incorporada, isto é, ao seu patrimônio líquido; 26. a parcela do patrimônio líquido da incorporada, representada por lucros ou reservas de lucro, por exemplo, transformase em capital da incorporadora no processo de incorporação e, por essa razão, é indiferente que, antes da incorporação, os lucros da incorporada sejam ou não capitalizados; 27. a automática conversão de todas as contas do patrimônio líquido da incorporada em capital da incorporadora é reconhecida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e até mesmo pelo fisco; 28. não fosse a distribuição e capitalização prévia de lucros, a incorporação faria com que as quotas da incorporadora (Pactual S/A.), destinadas aos quotistas da Nova Pactual Participações Ltda em substituição de suas participações na mesma, fossemlhes atribuídas na proporção do capital social, fazendo com que os lucros acumulados até então fossem distribuídos também nesta proporção; 29. em vista disto, os lucros de Nova Pactual Participações foram distribuídos em bases desproporcionais e reaplicados na empresa, acertando as participações dos acionistas no patrimônio líquido antes da incorporação; 30. tal assertiva é comprovada pela simples análise da capitalização de lucros de Nova Pactual Participações, realizada nos termos de sua 4a Alteração Contratual, datada de 13/10/2006 oportunidade em que o capital de Nova Pactual foi aumentado em R$ 686.000.000,00, mediante a conversão de créditos detidos por seus quotistas, créditos estes decorrentes do direito ao recebimento de lucros; 31. esta foi, portanto, a razão de a capitalização de lucros de Nova Pactual Participações ter sido expressa e não mera decorrência de sua incorporação por Pactual; 32. a legislação do Imposto de Renda determina, no art. 130, §1º e art. 135 do RIR, que o custo de aquisição de ações ou quotas de titularidade de uma pessoa física corresponde ao custo original do investimento acrescido do montante dos lucros ou reservas de lucros capitalizados; Fl. 654DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 8 33. nas incorporações inversas, se, por um lado, os acionistas da incorporadora recebem ações da incorporada por custo idêntico ao das ações da incorporadora, por outro lado, ocorre a capitalização de lucros ou reservas eventualmente existentes na incorporada e o novo custo de aquisição das ações dos acionistas da incorporada passa a corresponder ao valor original de seu investimento acrescido do montante dos lucros e reservas de lucros da incorporada; 34. no caso concreto, a capitalização de lucros e reservas de lucros das holdings foi deliberada antes da incorporação, mas a capitalização existiria independentemente desta deliberação; 35. o ajuste de custo do valor dos investimentos se verificaria, quer houvesse deliberação expressa específica no sentido da capitalização dos lucros das holdings, como houve, quer não; 36. a legislação em vigor prevê que a capitalização dos lucros gera acréscimo de custo para os acionistas pessoas físicas, sem cogitar da natureza do lucro; 37. quer a capitalização dos lucros das holdings tivesse resultado de deliberação específica, quer houvesse ocorrido no processo de incorporação, seus sócios ou acionistas eram os vendedores e, dentre eles, estava o impugnante e, assim, o ajuste do custo dos seus investimentos decorre da aplicação da lei, não havendo como rejeitálo; 38. a opção de eliminaremse as holdings mediante incorporações reversas era o caminho lógico, natural e admitido por lei para viabilizar a venda das ações do Banco Pactual pelos controladores e o aumento de custo das ações do impugnante foi mera consequência da adoção dessa opção legítima e essencial aos negócios; 39. ainda que a majoração dos investimentos do impugnante no Banco Pactual seja em montante superior aos lucros auferidos pelo próprio Banco e que esta seja encarada como uma distorção, ela resulta da aplicação das normas societárias em vigor; 40. não se pode esperar que o contribuinte deixe de aplicar a lei em razão de a mesma lhe favorecer, pela peculiaridade de determinada situação; por outro lado, o fisco também não pode deixar de aplicála por considerar que ela beneficia indevidamente o contribuinte; 41. as distorções decorrentes da aplicação do método de equivalência patrimonial ocorrem não só nas hipóteses de incorporações reversas, mas também em outras situações; 42. o 1º Conselho de Contribuintes já decidiu que “a existência de falhas na legislação” não pode ser suprimida pelo julgador, ou, ainda, que “não cabe à autoridade fiscal ignorar o preceito representativo da vontade do legislador”; 43. as distorções que ocorrem devem ser corrigidas por quem tem competência para isso, o legislador, estando o intérprete e o aplicador da lei Fl. 655DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 652 9 adstritos aos seus termos, não lhes cabendo deixar de aplicála por considerar que deveria ter tratado de forma diversa uma situação específica; 44. ao afirmar que o impugnante deveria ter baixado uma parcela do custo de aquisição de seus investimentos quando ocorreu a incorporação reversa das holdings do Grupo Pactual, a fiscalização quer impor a adoção de procedimento sem base legal e sequer previsto em norma editada pela Receita Federal do Brasil; 45. além disso, faltaria até lógica a esse procedimento, pois, ao fazêlo, a venda do investimento após a incorporação reversa (e redução de custo) importaria no reconhecimento de injustificável ganho de capital; 46. a distribuição proporcional dos lucros da Nova Pactual Participações, decorrente desse aumento de capital, resultou em um acréscimo significativo na participação do impugnante, que passou de 0,000019% para 0,32%; 47. por outro lado, após a incorporação da Nova Pactual Participações pela Pactual S/A ocorreu um aumento de capital dessa última, que proporcionou ao impugnante um acréscimo de custo no montante de R$ 2.490.216,00, sendo que o auto de infração desconsidera o acréscimo de custo decorrente do primeiro aumento de capital, ou seja, o de maior valor; 48. por coerência com o que consta do auto de infração, se alguma parcela de custo tivesse que ser desconsiderada, seria a decorrente do aumento de capital da Pactual S/A e não da Nova Pactual Participações uma vez que: i) o aumento vinculado à esta última empresa é resultante da utilização de lucros nela existentes e o impugnante tinha investimentos diretos na empresa; e ii) esse aumento de custo teria ocorrido mesmo na hipótese da empresa Nova Pactual Participações ter incorporado a Pactual S/A (a investida), dentro do que seria o “padrão normal” destas operações, conforme sustenta o auto de infração; 49. o art. 167, §1º, inciso I, do Código Civil contempla situação em que pessoas sem qualquer interesse real (as chamadas interpostas pessoas) participam de negócios jurídicos com o único objetivo de ocultar um de seus verdadeiros participantes; 50. no caso concreto, não houve simulação por interposição de pessoa, pois em nenhum momento aparentouse conferir direitos a pessoa distinta com o objetivo de ocultar a que efetivamente os recebeu, não tendo havido em qualquer etapa da reestruturação a interposição de parte oculta; 51. a alienação do Banco Pactual foi celebrada entre seus proprietários e o UBS Brasil, tendo a reestruturação sido feita às claras para viabilizar a negociação das ações do Banco Pactual diretamente pelos controladores e, nesse particular, ela não foi contestada; Fl. 656DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 10 52. os bens transferidos aos controladores foram ações do Banco Pactual e não direitos caracterizados pela majoração artificial do custo de aquisição das ações alienadas do Banco Pactual S/A; 53. ainda que a legislação vedasse a elevação dos custos do investimento do impugnante, a reestruturação teria ocorrido exatamente da mesma forma que ocorreu, pois ela representava a maneira mais rápida e econômica de viabilizar o negócio; 54. de acordo com a maior parte dos precedentes do 1º CC, a caracterização de simulação por interposta pessoa, prevista no art. 167, §1º, do CC/02, verificase quando direitos são entregues a pessoas que não são seus verdadeiros proprietários e sequer têm ingerência sobre eles; 55. o art. 116, § único, do CTN é inaplicável, seja porque ele não se destina ao combate de atos simulados, seja porque ele é ainda ineficaz, por não ter sido regulamentado; 56. o referido dispositivo não é autoaplicável e o próprio texto faz referência aos “procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”, sem os quais o referido dispositivo não produz efeitos; 57. a fiscalização não lançou a multa agravada com base na ocorrência de simulação, a qual foi suscitada no TVF unicamente para justificar a aplicação do art. 116, § único do CTN; 58. todavia, se este tivesse sido o caso, a inaplicabilidade da multa já teria restado plenamente comprovada, pois, conforme visto, não houve qualquer ato simulado na reestruturação; 59. o fato de o TVF indicar a existência cumulativa de simulação, sonegação, fraude e conluio é um fortíssimo indício de que a fiscalização não se preocupou em comprovar suas alegações, optando por mencionar todas as patologias que lhe ocorreram; 60. tal procedimento contraria a jurisprudência pacífica do CARF e da CSRF, que em numerosos julgados têm decidido que a aplicação da multa agravada está condicionada à comprovação, por parte do fisco, da existência de “evidente intuito de fraude do sujeito passivo”; 61. diante do exposto, fica evidente que não se verificaram, no caso concreto, os pressupostos da aplicação da multa de 150%, razão pela qual a cobrança da mesma é improcedente; 62. é descabida a incidência de juros sobre a multa porque isso implicaria numa indireta majoração da própria penalidade e não se pode falar em mora na exigência de multa; 63. à vista do exposto, requer que seja julgado improcedente o auto de infração, com a consequente extinção do crédito tributário dele decorrente. Para fins de instrução processual, o contribuinte juntou aos autos os documentos de fls. 411/521. Fl. 657DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 653 11 (g.n.) A Turma de Primeira Instância, julgou improcedente a impugnação. O contribuinte foi cientificado do Acórdão n° 1757.408 da 5ª Turma da DRJ/SP2 em 02/03/2012 (fl. 560). Sobreveio Recurso Voluntário em 12/03/2012 (fls. 564/611), no qual, o contribuinte, em suma, ratificou as razões da impugnação. É o relatório. Passo a decidir. Voto Conselheira Relatora Alice Grecchi O recurso voluntário ora analisado possui todos os requisitos de admissibilidade do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. Inicialmente, cumpre esclarecer que a matéria aqui tratada não é nova neste E. Conselho. Vários julgados analisaram as operações que resultaram na alienação de participações societárias do Banco Pactual à UBS. A fim de elucidar a questão, cito como exemplo, os acórdãos 210201.938, 2202002.164, 2202002.165, 2202002.166, 2202 002.167, 2202002.258, 2202002.260, 2202002.262, 2202002.263, 2202002.428 e 2802 003.285. Dá análise destes, verificase que apenas o primeiro dos acórdãos citados considerou totalmente indevido o lançamento; os demais deram parcial provimento ao recurso voluntário apenas para cancelar a qualificadora da multa. O contribuinte alienou a participação societária que possuía no BANCO PACTUAL, representada por 2.835.190 (dois milhões, oitocentos e trinta e cinco mil, cento e noventa) ações ordinárias, à empresa UBS BRASIL PARTICIPAÇÕES LTDA. Pelo contrato de compra e venda celebrado entre o Banco Pactual e a UBS, ficou acertado que a compra e venda se daria diretamente entre as pessoas físicas, sócios e/ou acionistas das sociedades controladoras do Banco Pactual e a UBS. Para tanto, foi promovida uma série de reestruturações societárias, nas quais a sociedade controlada incorporou a sociedade controladora (operação nominada de “incorporação reversa” ou “incorporação às avessas”); assim, no que interessa ao presente processo, a Pactual S.A. incorporou a Nova Pactual em 13/10/2006 e foi incorporada pelo Banco Pactual em 1º/12/2006. Previamente a cada incorporação reversa ocorreu, na incorporada/ controladora, aumento de capital social, por meio da capitalização de créditos que os sócios detinham perante a sociedade, decorrentes do direito a receber dividendos. Os sócios, em vez Fl. 658DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 12 de receberem os dividendos a que teriam direito, os utilizaram para aumentar o capital social da sociedade que, em seguida, foi incorporada por sua controlada. Como decorrência do aumento de capital na sociedade em que detinham participação direta (primeiramente a Nova Pactual, e, após sua incorporação pela Pactual S.A., esta última), os quotistas/acionistas promoveram o aumento do custo de aquisição de sua participação societária, que segundo o recorrente estariam autorizados pelo art. 135 do Decreto 3.000, de 1999, que aprova o Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR 99). O recorrente alienou, conjuntamente com os demais acionistas, suas ações do Banco Pactual, apurando ganho de capital nos anoscalendário 2006 e 2009 (anos em que recebeu pagamentos atinentes à operação). Acerca da matéria ora em julgamento, há recente decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF Acórdão nº 9202003701 2ª Turma, em sessão de 27/01/2016, ementada conforme segue: OMISSÃO DE GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE AÇÕES. DUPLICIDADE DE CAPITALIZAÇÃO DE LUCROS E RESERVAS. Constatada a majoração artificial do custo de aquisição da participação societária alienada, mediante a capitalização de lucros e reservas oriundos de ganhos avaliados por equivalência patrimonial nas sociedades investidoras, seguida de incorporação reversa e nova capitalização, em inobservância à correta interpretação a ser dada ao art. 135 do Decreto no 3.000, de 1999, devem ser expurgados os acréscimos indevidos, com a conseqüente tributação do novo ganho de capital apurado. Do julgado acima referido, subtraio excertos do voto da Ilustre Relatora Maria Helena Cotta Cardozo, os quais utilizo como fundamento para decidir: [...] A distribuição de lucros deve se dar a partir da pessoa jurídica operacional, seguida de subscrição de aumento de capital nas empresas componentes de um grupo econômico (a pessoa jurídica operacional e suas holdings), tendo por efeito patrimonial o aumento de capital em toda a cadeia societária. Nesse passo, não é possível distribuir mais de uma vez o mesmo lucro (o lucro e seus reflexos por equivalência patrimonial), tampouco capitalizálo mais de uma vez. Isso porque as disponibilidades passíveis de distribuição estão no patrimônio da pessoa jurídica operacional, que somente pode distribuir o lucro para sua proprietária direta, a holding. Esta, por sua vez, somente pode distribuir o lucro aos acionistas, pessoas físicas, após o recebimento dos recursos da pessoa jurídica operacional, e os acionistas somente podem aumentar capital na holding em que possuam participação direta. Finalmente a holding, com os recursos recebidos, poderá aumentar o capital da pessoa jurídica operacional. Assim, somente haverá capitalização de lucros passíveis de distribuição se toda a cadeia societária (holdings e empresa Fl. 659DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 654 13 operacional) realizar a capitalização. Caso ocorra apenas a capitalização dos lucros de holdings, o parágrafo único, do art. 10, da Lei n° 9.249, de 1995, não incide, devendo ser mantido o valor da participação societária pelos proprietários, porque os efetivos lucros da pessoa jurídica operacional ainda poderão ser distribuídos sem tributação (para os próprios sócios) ou para futuros adquirentes. [...] Com efeito, como bem analisou a decisão de primeira instância, o aumento do custo de aquisição das ações não pode superar a riqueza produzida pela sociedade. Desse modo, o planejamento tributário adotado capitalizou os mesmos dividendos por duas vezes, considerando que as reservas e lucros capitalizados por Nova Pactual Participações S/A e Pactual S/A são o resultado da equivalência patrimonial do Banco Pactual. Nesse sentido, utilizo como razões para julgar o mérito os fundamentos adotados pela decisão a quo, abaixo transcritos, os quais as ratifico e bem elucidam a questão posta nos autos: Conforme relatado pela fiscalização, ocorreu um padrão nos eventos societários. Após o incremento dos patrimônios líquidos das sociedades investidoras (Nova Pactual Participações e Pactual S/A) em decorrência do ajuste de equivalência patrimonial originado pelo lucro obtido pela investida (Banco Pactual S/A), todas elas tiveram seus lucros e reservas capitalizados. Os acionistas consideraram, então, o valor incorporado como dividendos não distribuídos e aumentaram o custo de suas ações nas investidoras. Ocorre que os recursos financeiros ainda não se encontravam nas investidoras, mas na investida. Após as incorporações inversas, as investidoras foram extintas e suas ações substituídas pelas ações emitidas pela investida. No ato de incorporação, ocorreu a capitalização dos lucros e reservas da investida, aumentandose novamente o custo de aquisição das ações dos acionistas, que consideraram o valor incorporado como dividendo não distribuído. Percebese, pelo exposto, que todos os atos de reorganização societária (capitalização de lucros e reservas e incorporações reversas) de Nova Pactual Participações S/A por Pactual S/A foram contínuos, todos na data de 13/10/2006, ocorrendo, em 03/11/2006, a capitalização de lucros e reservas de Pactual S/A e, em 01/12/2006, sua incorporação pelo Banco Pactual S/A. Tais operações geraram um aumento importante do custo de aquisição das ações pertencentes ao contribuinte antes da alienação, por ocasião da capitalização de dividendos da holding Nova Pactual Participações S/A e da incorporadora Pactual S/A. Entretanto, conclui a fiscalização, de forma acertada, que os aumentos de capital promovidos pelo interessado e utilizados como justificativa para esses aumentos de custo tiveram origem em um único fato econômico: o lucro obtido pelo Banco Pactual S/A, sendo que os demais aumentos de custo foram destituídos de Fl. 660DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 14 qualquer amparo material e econômico. Pretendeuse aumentar o custo do Banco Pactual não através de recursos, mas através de reflexos/imagens de recursos, o que se torna patente ao compararmos o aumento do patrimônio líquido do Banco Pactual no período de 31/12/2005 a 31/11/2006 (84,45%) ao acréscimo do custo de aquisição das ações do contribuinte no mesmo período (6.797.202,65%). O aumento do custo de aquisição das ações não pode superar a riqueza produzida pela sociedade. Não há sentido econômico em tal fato, mas sim uma distorção, que não decorreu do texto de lei, mas de procedimento que capitalizou os mesmos dividendos por duas vezes, considerando que as reservas e lucros capitalizados por Nova Pactual Participações S/A e Pactual S/A são o resultado da equivalência patrimonial do Banco Pactual. [...] Todavia, no que tange a multa qualificada, da análise especificamente do Termo de Verificação Fiscal, constante em fls. 337/354 (PDF) entendo que a fiscalização não logrou êxito em comprovar o dolo do contribuinte em sonegar e fraudar o erário Público, tal qual previsto nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502 de 1964, limitandose apenas a argumentar que através das operações societárias realizadas entre as empresas envolvidas, pretendeu o contribuinte simular e elevar o custo de aquisição da sua participação detida junto ao Banco PACTUAL S/A e alienada à UBS BRASIL PARTICIPAÇÕES LTDA. A multa qualificada, aplicada ao caso em exame, está prevista no art. 44, inciso I, §1º, da Lei n° 9.430/96, que determina: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; [...] § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Os arts. 71 e 72 da Lei n° Lei 4.502/64, por seu turno, assim dispõem: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Fl. 661DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 655 15 Art. 72. Fraude é tecla ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Ocorre que, a fraude se caracteriza por uma ação ou omissão, de uma simulação ou ocultação, e pressupõe, sempre, a intenção de causar dano à fazenda pública, num propósito de liberado de se subtrair no todo ou em parte a uma obrigação tributária. Assim, ainda que o conceito de fraude seja amplo, deve sempre estar caracterizada a presença do dolo, um comportamento intencional, específico, de causar dano à fazenda pública, onde, utilizando se de subterfúgios, escamoteia na ocorrência do fato gerador ou retardam o seu conhecimento por parte da autoridade fazendária. Ou seja, o dolo é elemento específico da sonegação, da fraude e do conluio, que a diferenciada declaração inexata ou da falta ou pagamento a menor do tributo ou da omissão de rendimentos, seja ela pelos mais variados motivos que se possa alegar. Dessa forma, o intuito doloso deve estar plenamente demonstrado, sob pena de não restarem evidenciados os ardis característicos da fraude, elementos indispensáveis para ensejar o lançamento da multa qualificada. O intuito do contribuinte de fraudar não pode ser presumido: Compete ao fisco exibir os fundamentos concretos que revelem a presença da conduta dolosa de fraudar o fisco. No planejamento tributário, quando identificada a convicção do contribuinte de estar agindo segundo o permissivo legal, sem ocultação da prática e da intenção final dos seus negócios, não há como ser reconhecido o dolo necessário à qualificação da multa, elemento este constante do caput dos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. Apesar da nítida intenção do contribuinte em ver reduzida sua tributação, não se vislumbra a presença do dolo relacionado à conduta que levou à pretendida redução de tributo. Nos casos de planejamento tributário, é necessário que seja identificado o dolo relacionado à ilicitude da conduta praticada, e não com relação ao objetivo de redução de tributo. Mesmo porque está no cerne do conceito de elisão fiscal a existência do direito do contribuinte de planejar seus negócios com o objetivo de redução ou não pagamento de tributos. No entanto, frustrado o planejamento tributário e ausente a evidência de que o contribuinte sabia e queria praticar o ilícito, deve ser afastada a multa qualificada. Temse, assim que, apesar de o negócio ter sido desconsiderado, afastandose os seus efeitos para fins de tributação, identificandose ser o tributo devido, resta evidente que o Recorrente agiu certo de que estaria praticando o chamado negócio jurídico lícito, afastando o dolo apontado. Neste sentido cabe transcrever a ementa dos julgados abaixo, os quais coadunam com o entendimento desta relatora: "Processo nº 12448.736211/201175 Fl. 662DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 16 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802003.285 2ª Turma Especial Sessão de 20 de janeiro de 2015 Matéria IRPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007, 2010 GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE AÇÕES. LUCROS ORIGINÁRIOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL EM HOLDINGS. INCORPORAÇÃO REVERSA. AUMENTO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO EM DESCOMPASSO COM O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 10 DA LEI 9.249/95 (ART. 135 DO RIR/99). A sucessiva capitalização de lucros que são meros reflexos da aplicação do método de equivalência patrimonial nas holdings, seguidas de correspondentes incorporações reversas, não ampara a aplicação do parágrafo único do art. 10 da Lei nº 9.249/95 (art. 135 do RIR/99) para fins de majoração do custo da aquisição de ações a serem alienadas e consequente apuração de ganho de capital, por configurar conduta abusiva e dissociada dos fins visados pelo referido preceito legal. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICAÇÃO. EXISTÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL ACERCA DO DOLO. DESCABIMENTO. Não restando suficientemente evidenciado que o contribuinte pautou sua conduta com o dolo de infringir as normas tributárias, não cabe perseverar a qualificação da multa de ofício. [...]" "Processo nº 18471.000009/200633 Recurso nº 154.824 Voluntário Matéria IRPJ E OUTRO Exs.: 2002 a 2004 Acórdão nº 10709.601 Sessão de 17 de dezembro de 2008 [...] MULTA QUALIFICADA Ainda que se possa vislumbrar nas condutas da autuada as figuras doutrinárias, e hoje positivadas na legislação civil, da fraude à lei e do abuso de direito, se os atos negociais foram devidamente registrados, feitos às claras e cumpridas todas as obrigações acessórias, quando foi dado ao fisco conhecer, sem dificuldade alguma, toda a extensão dos negócios engendrados, não cabe a qualificação da penalidade, porque não provadas as figuras delituosas requeridas pela lei que autoriza a exasperação da penalidade. [...]" Fl. 663DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 19515.721467/201186 Acórdão n.º 2301004.482 S2C3T1 Fl. 656 17 Por fim, passo a análise da alegação de impossibilidade de incidência de juros sobre a multa de ofício. A matéria sob exame pode ser dividida em duas questões, que se completam. A primeira, diz respeito à própria possibilidade genérica da incidência de juros sobre a multa, e centrase na interpretação do artigo 161 do CTN; a segunda questão envolve a discussão sobre a existência ou não de previsão legal para a exigência de juros sobre a multa, cobrados com base na taxa Selic. Sobre a incidência de juros de mora o citado art. 161 do CTN prevê o seguinte: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Inicialmente entendo que o art. 161 do Código Tributário Nacional – CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício após a lavratura do auto de infração, já que a multa de ofício integra o “crédito” a que se refere o caput do artigo. Ou seja, tanto a multa como o tributo compõem o crédito tributário, devendo lhes ser aplicado os mesmos procedimentos e os mesmos critérios de cobrança, sendo, portanto, possível a incidência de juros no caso de pagamento após o vencimento, conforme preceituado pelo art. 113, § 3º, do CTN. Por seu turno o § 1º do art. 161 do CTN, ao prever os juros moratórios incidentes sobre os créditos não satisfeitos no vencimento, estipula taxa de 1% ao mês, não dispondo a lei de modo diverso. Abriu, dessa forma, possibilidade ao legislador ordinário tratar da matéria, o que introduz a segunda questão: a da existência ou não de lei prevendo a incidência de juros sobre a multa de oficio com base na taxa Selic. O artigo 43 da Lei n° 9.430/96 traz previsão expressa da incidência de juros sobre a multa. Confirase in verbis: Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3o do art. 5º a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Fl. 664DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 18 Considerando a natureza híbrida da taxa SELIC, representando tanto taxa de juros reais quanto de correção monetária, justificase a sua aplicação sobre a multa. Neste sentido se posicionou a 2ª Turma da CSRF: JUROS DE MORA COM BASE NA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO APLICABILIDADE O art. 161 do Código Tributário Nacional CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de oficio, isto porque a multa de oficio integra o “crédito ” a que se refere o caput do artigo Recurso especial negado. É legítima a incidência de juros sobre a multa de oficio, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC. Precedentes do Tribunal Regional da 4ª Região. Recurso Especial Negado." (Acórdão no 920200I.991.de 16/02/2012, relator: conselheiro Elias Sampaio Freire) Destarte, entendo que é legítima a incidência de juros sobre a multa de oficio após a lavratura do auto de infração, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC. Diante do exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso para, desqualificar a multa de ofício aplicada, reduzindoa para 75%. (Assinado digitalmente) Relatora Alice Grecchi Fl. 665DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
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