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Numero do processo: 13851.900238/2006-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1201-000.553
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo nº 13851.900234/2006-83, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo nº 13851.900234/200683, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Relatório Na condição de Presidente da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, no uso das atribuições conferidas pelo art. 17, III, do Anexo II do RICARF, designome Redator ad hoc para formalizar a Resolução nº 1201000.553, de 17/08/2018, referente ao presente processo, julgado na sistemática de recursos repetitivos de que trata o art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 51 .9 00 23 8/ 20 06 -6 1 Fl. 98DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 3 2 2015, tendo em vista que a então Presidente da Turma, Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, deixou de fazêlo, em virtude de sua aposentadoria. O contribuinte interpôs seu tempestivo Recurso Voluntário, considerando que acórdão, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, ratificou o despacho decisório, não homologando a Declaração de Compensação (DCOMP) de Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL) pela inexistência do crédito de pagamento indevido ou a maior. De acordo com referido despacho decisório, o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de outro débito do contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Entretanto, o contribuinte afirma no seu recurso que existia crédito compensável, como indicado na PER/DCOMP, porém, não foi homologado pela ausência de retificação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), inerente ao 3º trimestre de 2002. O contribuinte retificou a mencionada Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), por fim, requerendo o provimento do Recurso Voluntário para homologar a pretendida compensação. É o relatório. Voto Lizandro Rodrigues de Sousa Redator ad hoc O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201000.535 , de 17/08/2018, proferida no julgamento do Processo nº 13851.900234/2006 83, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.535): Inicialmente, quando da sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte anexou uma cópia da DCTF, versão retificadora, pertinente ao 4º trimestre de 2002, presumindo que era suficiente para homologação da sua Declaração de Compensação (DCOMP). Noentanto, o acórdão recorrido concluiu pela inexistência do direito de crédito, vez que "exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoo com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente e análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o montante de tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado." O artigo 170 do Código Tributário Nacional preceitua que "A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 4 3 compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública". Portanto, imprescindível a certeza e a liquidez do crédito compensável, facultando ao contribuinte que impugne a não homologação formalizada através de despacho decisório, instruindo sua manifestação com as provas em contrário, garantindo, assim, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. O processo administrativo tributário é regido por normas específicas, principalmente, o Decreto nº 70.235/1972, a Lei nº 9.430/1996 e o Decreto nº 7.574/2011, orientado pelos princípios que norteiam a Administração Pública, incluindo a moralidade, eficiência e impessoalidade. Conquanto submetido ao regime de apuração pelo lucro real, inicialmente, o contribuinte não demonstrou o pagamento a maior do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), mediante a idônea escrituração contábil e fiscal, motivando, assim, a retificação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Ressalvase que a "escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza.", conforme o artigo 923 do Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR), instituído pelo Decreto nº 3.000/1999. O ônus do contribuinte era que demonstrasse seu indébito, por exemplo, com Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), balanço patrimonial, Livro Diário e/ou Livro Razão, justificando a redução do valor devido e pelo próprio declarado de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), considerando os artigos 7º, § 4º, e 8º, inciso I, do Decretolei nº 1.598/1977: Art 7º O lucro real será determinado com base na escrituração que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais e fiscais. (...) § 4º Ao fim de cada períodobase de incidência do imposto o contribuinte deverá apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Art 8º O contribuinte deverá escriturar, além dos demais registros requeridos pelas leis comerciais e pela legislação tributária, os seguintes livros: I de apuração de lucro real, no qual: I de apuração do lucro real, que será entregue em meio digital, e no qual: (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) a) serão lançados os ajustes do lucro líquido do exercício, de que tratam os §§ 2º e 3º do artigo 6º; b) será transcrita a demonstração do lucro real (§ 1º); Fl. 100DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 5 4 b) será transcrita a demonstração do lucro real e a apuração do Imposto sobre a Renda; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) c) serão mantidos os registros de controle de prejuízos a compensar em exercícios subseqüentes (art. 64), de depreciação acelerada, de exaustão mineral com base na receita bruta, de exclusão por investimento das pessoas jurídicas que explorem atividades agrícolas ou pastoris e de outros valores que devam influenciar a determinação do lucro real de exercício futuro e não constem de escrituração comercial (§ 2º). Posteriormente, quando da interposição do Recurso Voluntário, o contribuinte esclareceu a origem do seu crédito de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ): A Recorrente, equivocadamente, apurou os valores a recolher de CSLL e IRPJ em cada trimestre calendário fracionando o recolhimento nos três meses seguintes. Ocorre que na apuração dos valores devidos, houve por recolher valor a maior, resultado em oneração indevida e pagamento a maior. A origem desses créditos pode ser comprovada através dos lançamentos contábeis realizados e toda escrituração da apuração fiscal realizada aqui apresentada. Outrossim, o Recurso Voluntário anexou: (i) Balancete analítico trimestral, incluindo o período de 01.07.2002 a 30.09.2002; (ii) Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), versão Fl. 101DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 6 5 original, referente ao anocalendário de 2002, com Imposto de Renda a pagar de R$ 44.422,98 e; (iii) Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), período de apuração de 30.09.2002, concernente à 3ª quota do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), apurado no 3º trimestre/2002, com valor principal de R$ 18.791,90. A prova documental instruirá a impugnação "precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual", consoante o artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/1972, exceto (I) demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (II) refirase a fato ou a direito superveniente e; (III) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que:(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) O erro da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), retificado após o despacho decisório, não é determinante para o indeferimento da Declaração de Compensação (DCOMP), prevalecendo a verdade material, como se extrai do Parecer Normativo da CoordenaçãoGeral de Tributação (COSIT) nº 02/2015: Fl. 102DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 7 6 "Assunto. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR." As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, Fl. 103DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 8 7 não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Entendo que não há necessidade de conversão do presente julgamento em diligência ou qualquer outra perícia (artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972), visto que se restringe à análise sobre os documentos constituírem ou não a imprescindível prova de certeza e de liquidez do crédito, ainda que trazidos aos autos somente com Recurso Voluntário. Avaliando a prova documental existente no recurso, valorizando o princípio da verdade material, notase: 1. O contribuinte demonstrou, com balancete analítico trimestral, vários lançamentos contábeis, que validariam as informações da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) e da planilha denominada "Da Comprovação Exaustiva da Origem dos Créditos". 2. A Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), versão original, referente ao anocalendário de 2002, consignou o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) a pagar de R$ 44.422,98. 3. Por fim, o contribuinte anexou um único Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), período de apuração de 30.09.2002, equivalente à 3ª quota do declarado Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), com valor principal de R$ 18.791,90. Em resumo, o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) devido foi de R$ 44.422,98, porém, o Recorrente comprovou o pagamento apenas da 3ª quota de R$ 18.791,90, não demonstrando o adimplemento superior ao montante exigível. A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), versão retificadora, embora em um primeiro momento resultasse no despacho decisório, que não homologou a declaração de compensação, não influenciou nessa conclusão, limitada à prova documental sobre o crédito, acostada no Recurso Voluntário. Entendo que é indispensável a conversão do presente julgamento em diligência, com fundamento no artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972, visto que demanda uma análise sobre se os documentos, anexados ao Recurso Voluntário, constituem a necessária prova de certeza e de liquidez do crédito. Adicionalmente, presumível que o Recorrente adimpliu as demais quotas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), caracterizando o pagamento a maior, suscetível de restituição e compensação. Isto posto, voto pela conversão do julgamento em diligência, solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Fl. 104DF CARF MF Processo nº 13851.900238/200661 Resolução nº 1201000.553 S1C2T1 Fl. 9 8 Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), oriundo do pagamento a maior, argumentado pelo Recorrente. Finalizada esta diligência, ressalvo a necessidade de promover a ciência do contribuinte sobre o "Relatório Conclusivo", fixando o prazo de 30 (trinta) dias para sua manifestação, antes do retorno dos autos para novo julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Voto por converter o julgamento do recurso em diligência., solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), Período de Apuração 30/06/2002, oriundo do pagamento a maior, argumentado pelo Recorrente. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 105DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.007146/2003-02
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri May 08 00:00:00 UTC 2009
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL - COFINS
Período de apuração: 01/07/1998 a 31/08/1998
AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXTINTO POR PAGAMENTO E RETENÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS.
Indevido o lançamento de oficio de crédito tributário confessado e recolhido tempestivamente.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2101-000.148
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª câmara / 1ª turma ordinária da segunda seção de julgamento, por unanimidade de votos, nega provimento ao recurso
Matéria: DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
Nome do relator: MARIA CRISTINA ROZADA COSTA
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SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO e Processo n° 10980.007146/2003-02 Recurso n° 152.778 Voluntário Acórdão n° 2101-00.148 – 1' Câmara/ia Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2009 Matéria COFINS Recorrente ESTEIO - ENGENHARIA E AEROLEVANTAMENTOS S/A Recorrida DRJ em Curitiba - PR ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 01/07/1998 a 31/08/1998 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXTINTO POR PAGAMENTO E RETENÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS. Indevido o lançamento de oficio de crédito tributário confessado e recolhido tempestivamente. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1' câmara / 1' turma ordinária da segunda seção de jul ,. e• ento, por unanimidade de votos, - - nega • . ovimento ao recurso. c 11. es! 4P. :- I0 MARCOS Ckl i DO P esidente (1— 111F ARIA- RIS- N. A RgrDA COCS4t4 elatora Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Gustavo Kelly Alencar, Antonio Zomer, Antônio Lisboa Cardoso, Antonio Carlos Atulim, Domingos de Sá Filho e Maria Teresa Martínez Léppez. o Processo n° 10980.007146/2003-02 S2-CIT1 Acórdão n.° 2101-00.148 Fl. 273 Relatório A matéria controvertida está circunscrita à efetividade da exação devida, em face da apresentação de informações divergentes à Administração Tributária, por meio da DIPJ e da DCTF, relativo aos períodos de apuração de julho e agosto de 1998. O auto de infração resultou de lançamento efetuado eletronicamente, sob a motivação de "pagamento não localizado". A autoridade julgadora a quo logrou alterar o lançamento somente parcialmente, à vista da apresentação dos DARF de arrecadação pela impugnante, que à época não trouxe aos autos a informação acerca das retenções de órgãos públicos. Colocado o processo em pauta, foi o julgamento convertido em diligência para que a fiscalização apurasse, manualmente, a Cofins efetivamente devida nos períodos lançados, demonstrando as divergências por acaso encontradas, entre o crédito tributário apurado e o constante nas DCTF que arrimam a presente exigência fiscal. Retornaram os autos a este Colegiado para prosseguir o julgamento. É o relatório. Voto Conselheira MARIA CRISTINA ROZA DA COSTA, Relatora Como já fundamentado na Resolução aprovada por este Colegiado, as normas legais que regem o direito tributário impedem a exigência de tributo sem que a lei o estabeleça, o que equivale dizer, exigir tributo além do efetivamente devido. Também importa destacar que o crédito tributário constituído nestes autos se deu pela sistemática do lançamento eletrônico, no qual inexiste qualquer verificação prévia ou intimação ao contribuinte para prestar esclarecimento. O relatório de diligência fiscal de fl. 269 informa que a recorrente já havia sido alvo de ação fiscal, conforme documentos de fls. 168 a 183, momento em que se apurou a Cotins efetivamente devida nos períodos lançados. Que na referida ação apurou-se, na verdade, declaração e recolhimento a maior que o devido, em face das retenções efetuadas por órgãos públicos Realmente, impende destacar que apesar de se tratar de ato administrativo praticado pela Repartição Fiscal (procedimento fiscal e auto de infração) em data bastante posterior ao lançamento eletrônico (03/03/2006 e 21/07/2003, respectivamente), porém anterior ao julgamento efetuado na primeira instância (04/12/2007), não adotou a autoridade/g administrativa as providências de sua competência para encerrar o presente feito. Aliás, a realização da ação fiscal e suas conclusões só foram trazidas aos autos pela recorrente e não pela autoridade lançadora, como seria devido. &&" 2 .- '` Processo n° 10980.00714612003-02 S2-CIT1 Acórdão n.° 2101-00.148 Fl. 274 Portanto mais urna vez verifica-se e constata-se a fragilidade Mc lançamentos efetuados eletronicamente sem a prévia intimação do contribuinte para prestação de esclarecimentos, bem como a estanquicidade dos controles eletrônicos da Secretaria da Receita Federal do Brasil, uma vez que todos esses procedimentos encontram-se registrados nos sistemas de controle do crédito tributário. Correta a recorrente em sua indignação manifestada ao longo de sua defesa em relação à indevida exigência tributária por meio de auto de infração, quando bastaria uma correspondência solicitando informações acerca da existência de possíveis pagamentos, o quanto bastaria para evitar tantos ônus processuais e financeiros para ambas as partes. Por todo o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário e cancelar o auto de infração eletrônico constate destes autos. Sala das Sessões, em 08 de maio de 2009. ---* Il _ MaL&CergíttrkidgbA CIE)-d-A 3 Page 1 _0045400.PDF Page 1 _0045500.PDF Page 1
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Numero do processo: 10880.690353/2009-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3301-001.068
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para a Unidade de Origem: a) apurar o valor da Cofins no Regime Não Cumulativo do Período de Apuração 09/2007, mediante análise das Notas Fiscais, Relatórios de Vendas e Planilhas apresentadas pela Recorrente às fls. 83-92, 93-95, 96 e 118, do teor explicativo do Recurso Voluntário às fls. 63-66, bem como, da contabilidade disponível mantida pelo Contribuinte e de outras provas que julgar necessárias, podendo proceder a intimações e requerimentos; b) informar se, para o referido período de apuração, houve operações de venda de resíduos de alumínio e ferro passíveis de suspensão da Cofins, quantificá-las e informar se essas operações foram incluídas indevidamente em sua base de cálculo, de forma a respaldar o direito creditório pleiteado pela Recorrente; c) aferir a procedência e quantificação do direito creditório indicado pela Recorrente, empregado sob forma de compensação; d) elaborar relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados; e e) Da conclusão da diligência, dar ciência à Contribuinte, abrindo-lhe o prazo de trinta dias para, querendo, pronunciar-se sobre o feito.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marco Antonio Marinho Nunes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
Relatório
Nome do relator: MARCO ANTONIO MARINHO NUNES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para a Unidade de Origem: a) apurar o valor da Cofins no Regime Não Cumulativo do Período de Apuração 09/2007, mediante análise das Notas Fiscais, Relatórios de Vendas e Planilhas apresentadas pela Recorrente às fls. 8392, 9395, 96 e 118, do teor explicativo do Recurso Voluntário às fls. 6366, bem como, da contabilidade disponível mantida pelo Contribuinte e de outras provas que julgar necessárias, podendo proceder a intimações e requerimentos; b) informar se, para o referido período de apuração, houve operações de venda de resíduos de alumínio e ferro passíveis de suspensão da Cofins, quantificálas e informar se essas operações foram incluídas indevidamente em sua base de cálculo, de forma a respaldar o direito creditório pleiteado pela Recorrente; c) aferir a procedência e quantificação do direito creditório indicado pela Recorrente, empregado sob forma de compensação; d) elaborar relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados; e e) Da conclusão da diligência, dar ciência à Contribuinte, abrindo lhe o prazo de trinta dias para, querendo, pronunciarse sobre o feito. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente. (assinado digitalmente) Marco Antonio Marinho Nunes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 90 35 3/ 20 09 -2 0 Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10880.690353/200920 Resolução nº 3301001.068 S3C3T1 Fl. 128 2 Relatório Para evitar repetições, adoto o relatório do v. acórdão da DRJ. Tratase de Manifestação de Inconformidade, fls. 10/14, interposta aos 08/12/2009 em face do Despacho Decisório, eletronicamente proferido pela Unidade de Origem, fl. 07, e do qual a contribuinte tomou ciência aos 06/11/2009 (sextafeira), conforme aviso de recebimento de fl. 42, anexado por este Relator. Citado Despacho Decisório não homologou a compensação objeto da Declaração de Compensação DCOMP tratada nos correntes autos, na qual foi indicado o valor de R$ 23.122,71 como crédito originário inicial a ser compensado, atinente a suposto pagamento a maior que o devido da COFINS, que foi realizado no montante original de R$ 3.386.353,75 em relação ao período de apuração de setembro de 2007. 2. A compensação foi não homologada por ter sido detectado que o pagamento acima fora totalmente aproveitado para quitação do débito da COFINS devido pelo sujeito passivo em relação a supradito período de apuração, não tendo resta saldo disponível para a compensação. 3. No recurso interposto, a defendente diz que, embora tenha recolhido (e confessado em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF) a supradita contribuição no montante de R$ 3.386.353,75, refez a apuração do tributo e detectou que o valor correto devido seria de apenas R$ 3.363.231,04 (importância informada no correspondente Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON), razão por que diz ter direito a crédito no importe de R$ 23.353,94. 4. Pondera que, como o valor devido do tributo indicado no DACON estava correto, deixou de retificar sua DCTF, o que gerou contradição entre as informações constantes destes dois documentos e que a RFB não a intimou a retificar sua DCTF para prestar a informação correta. 5. Diz que “resta demonstrado de maneira clara que existe uma inconsistência entre os valores declarados na DCTF e na DACON da Recorrente, porém o valor informado na DACON, que demonstra toda a apuração da referida contribuição, está correto, demonstrando o exato valor devido e o crédito decorrente do pagamento a maior”. 6. Fala que “sendo a DACON uma declaração muito mais detalhada, que demonstra toda a origem do crédito e todos os débitos existentes no mês, forçoso concluir que ela é declaração que melhor demonstra o valor efetivamente devido a titulo de COFINS” e que “adotando o valor indicado na DACON como correto, concluise que o crédito pleiteado pela Recorrente é legitimo e plenamente existente, tornando injustificado o indeferimento da referida compensação”. 7. Articula que a “inconsistência entre as declarações é um simples erro no cumprimento das obrigações acessórias, equivoco este não pode ensejar o dever de recolher tributo, conforme já decidido reiteradas vezes pelo extinto Conselho de Contribuintes”, conforme jurisprudência que colaciona. 8. Explica que “não retificou a sua DCTF após o recebimento do despacho decisório, pois tal retificação não surtiria efeito”. 9. Dentre outros documentos, a recorrente anexou à Manifestação de Inconformidade cópia de DCTF do mês de setembro/2007 em que consta o valor da Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10880.690353/200920 Resolução nº 3301001.068 S3C3T1 Fl. 129 3 contribuição devida no referido mês no montante de R$ 3.386.353,75 (fls. 33/36) e DACON de setembro de 2007 no qual consta o valor de R$ 3.363.231,03 na Ficha “25B – Resumo – Cofins – regime NãoCumulativo”, fls. 37/38. A DRJ decidiu pela improcedência da Manifestação de Inconformidade, registrando o Acórdão nº 1146.278 2ª Turma da DRJ/REC com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/2007 a 30/09/2007 TRIBUTO. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. RESTITUIÇÃO. RECONHECIMENTO. REQUISITOS. O reconhecimento do direito à restituição exige a comprovação, pelo sujeito passivo, da realização de pagamento de tributo indevido ou a maior que o devido em face da legislação aplicável ou das circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. INDÉBITO. NÃORECONHECIMENTO. COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. O não reconhecimento do indébito implica a nãohomologação da compensação em que ele foi utilizado e a conseqüente cobrança do débito indevidamente compensado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2007 a 30/09/2007 DIREITO CREDITÓRIO. PROVAS. MOMENTO PARA APRESENTAÇÃO. Ressalvadas as hipóteses das alíneas “a” a “c”, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72, as provas do direito creditório devem ser apresentadas por ocasião da interposição da Manifestação de inconformidade, precluindo o direito de posterior juntada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, ocasião em que repisou seus argumentos iniciais, notadamente quanto à impossibilidade de redução do direito creditório por mero equívoco no preenchimento da DCTF, e trouxe aos autos as seguintes alegações e pleitos adicionais. Preliminarmente, haveria nulidade do despacho decisório e da decisão de primeira instância. Quanto ao despacho decisório porque, antes de ser exarado, a Recorrente "não foi previamente intimada a prestar esclarecimentos, tal como determinava a legislação de regência à época (artigo 65, da IN RFB nº 900/08)". E, quanto à decisão de primeiro grau porque "poderia a DRJ baixar o feito em diligência caso tivesse qualquer dúvida, ou ao menos indicar quais documentos entende que a Recorrente teria deixado de apresentar". Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10880.690353/200920 Resolução nº 3301001.068 S3C3T1 Fl. 130 4 No mérito, seria inequívoco o crédito pleiteado, decorrente da correta apuração da Cofins de setembro de 2007. Esclarece que, embora desnecessária sua exposição, o motivo que originou a redução da base de cálculo (e, portanto, direito creditório) da Cofins para o período de apuração setembro de 2007 seria a inclusão indevida na base de cálculo desse tributo de receitas decorrentes da venda de resíduos (sucata) de alumínio, uma vez que os artigos 47 e 48 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, possibilitaram aos contribuintes a suspensão da incidência do PIS e da Cofins nos casos de venda de desperdícios, resíduos ou aparas (sucatas) de ferro, alumínio, entre outros. Assim, informa ter efetuado operações de compra e venda de sucata comercializadas entre a Recorrente e a empresa Irmãos Roberto S.A Indústria de Artefatos de Alumínio (CNPJ 60.841.822/00208) no montante de R$ 304.246,20, no mês em comento, sendo esta a diferença na base de cálculo que teria originado o saldo credor de Cofins para o referido período de apuração (R$ 304.246,20 x 7,6% = R$ 23.122,71), e reitera que estas informações (corretas) encontravamse devidamente declaradas na DACON Mensal de setembro de 2007. Acrescenta, ainda, que, embora não seja objeto dos presentes autos, em 2012, constatou novamente a inclusão equivocada de outras receitas oriundas da venda de sucata (desta vez ferro fundido, classificado sob o código NCM 7204.10.00) na base de cálculo da Cofins de setembro de 2007, advindas de vendas para as empresas Votorantim Siderurgia S.A e SPS Suprimentos para Siderurgia Ltda, no montante de R$ 813.117,49, ocasião em que promoveu as retificações da DCTF e DACON correspondentes, de forma que, em verdade, o crédito a que faz jus perfaz montante superior ao pleiteado. Objetivando comprovar essas alegações, junta Notas Fiscais Fatura à empresa Irmãos Roberto S.A. Indústria de Artefatos de Alumínio, às fls. 8392; documento intitulado "Relatório de partidas individuais de clientes", referente à empresa Irmãos Roberto S.A. Indústria de Artefatos de Alumínio, à fl. 9395; Planilha de apuração de saldos credores de PIS e Cofins de setembro de 2007, à fl. 96; DCTF e DACON retificadoras transmitidas em 28/09/2012, às fls. 97117, e Planilha de vendas às empresas Votorantim Siderurgia S.A e SPS Suprimentos para Siderurgia Ltda, à fl. 118. Requer, subsidiariamente, caso seja entendido que os documentos acostados aos autos não são suficientes para comprovar a alteração realizada na base de cálculo da Cofins de setembro de 2007, a realização de diligência ou perícia, a ser cumprida pela autoridade fiscal, com a devida análise dos documentos acostados. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Antonio Marinho Nunes, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais pressuposto de admissibilidade, razão pela qual deve ser conhecido. Inicialmente, entendo ser necessário analisar a recente alegação da Requerente, bem como a apresentação dos documentos correspondentes, os quais dizem respeito à inclusão indevida na base de cálculo da Cofins (PA 09/2007) de receitas decorrentes da venda de resíduos (sucata) de alumínio e ferro, sob o fundamento de que os artigos 47 e 48 da Lei nº 11.196, de 2005, possibilitaram aos contribuintes a suspensão da incidência do PIS e da Cofins nos casos de venda de desperdícios, resíduos ou aparas (sucatas) de ferro, alumínio, entre outros. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10880.690353/200920 Resolução nº 3301001.068 S3C3T1 Fl. 131 5 Uma rápida leitura dos dispositivos citados pela Recorrente, abaixo transcritos, permiteme concluir ser pertinente a suspensão da Cofins sobre as alegadas vendas de resíduos (alumínio e ferro) e também, caso tais operações sejam confirmadas e sejam obedecidos aos demais requisitos expostos em tais dispositivos, ser pertinente o direito creditório decorrente do indevido oferecimento à tributação da base de cálculo contendo os valores dessas vendas. Art. 47. Fica vedada a utilização do crédito de que tratam o inciso II do caput do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e o inciso II do caput do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, nas aquisições de desperdícios, resíduos ou aparas de plástico, de papel ou cartão, de vidro, de ferro ou aço, de cobre, de níquel, de alumínio, de chumbo, de zinco e de estanho, classificados respectivamente nas posições 39.15, 47.07, 70.01, 72.04, 74.04, 75.03, 76.02, 78.02, 79.02 e 80.02 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, e demais desperdícios e resíduos metálicos do Capítulo 81 da Tipi. (Vigência) Art. 48. A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda de desperdícios, resíduos ou aparas de que trata o art. 47 desta Lei, para pessoa jurídica que apure o imposto de renda com base no lucro real. (Vigência) Parágrafo único. A suspensão de que trata o caput deste artigo não se aplica às vendas efetuadas por pessoa jurídica optante pelo Simples. Assim, entendo que devam ser apreciados os documentos e alegações agora apresentados, pois, em prol da verdade material, o fato de não terem sido juntados/apresentados em momento oportuno não impede que o órgão julgador os aprecie e lhes reconheça a validade se assim lhe convir. E, por entender haver plausibilidade nas alegações, faz necessário converter o julgamento em diligência, de forma que os autos retornem à unidade de origem para: a) Apurar o valor da Cofins no Regime Não Cumulativo do Período de Apuração 09/2007 mediante analise das Notas Fiscais, Relatórios de Vendas e Planilhas apresentadas pela Recorrente às fls. 8392, 9395, 96 e 118, do teor explicativo do Recurso Voluntário às fls. 6366, bem como da contabilidade disponível mantida pelo Contribuinte e de outras provas que julgar necessárias, podendo proceder a intimações e requerimentos; b) Informar se, para o referido período de apuração, houve operações de venda de resíduos de alumínio e ferro passíveis de suspensão da Cofins, quantificálas e informar se essas operações foram incluídas indevidamente em sua base de cálculo, de forma a respaldar o direito creditório pleiteado pela Recorrente; c) Aferir a procedência e quantificação do direito creditório indicado pela Recorrente, empregado sob forma de compensação; d) Elaborar relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados; e e) Da conclusão da diligência, dar ciência à Contribuinte, abrindolhe o prazo de trinta dias para, querendo, pronunciarse sobre o feito. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10880.690353/200920 Resolução nº 3301001.068 S3C3T1 Fl. 132 6 Após todos os procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF, para prosseguimento do rito processual. É como voto. (assinado digitalmente) Marco Antonio Marinho Nunes Fl. 132DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13502.900014/2012-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3401-001.794
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) manifeste-se conclusivamente sobre a adequação dos bens e serviços identificados como insumos ao conceito fixado no RESp n. 1.221.170/PR e detalhado no Parecer COSIT 5, de 17/12/2018; (ii) manifeste-se conclusivamente sobre a glosa de créditos extemporâneos, ultrapassada a discussão referente a não retificação de DCTF/DACON, (iii) produza relatório fiscal sobre as questões (i) e (ii), e cientifique a recorrente para que esta, desejando, manifeste-se no trintídio regulamentar; e (iv) junte ao presente processo cópia integral do processo n. 13502.720607/2012-42, retornando os autos ao CARF, para julgamento.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente
(assinado digitalmente)
Tiago Guerra Machado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente). Ausente o conselheiro Cassio Schappo.
Nome do relator: TIAGO GUERRA MACHADO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) manifestese conclusivamente sobre a adequação dos bens e serviços identificados como insumos ao conceito fixado no RESp n. 1.221.170/PR e detalhado no Parecer COSIT 5, de 17/12/2018; (ii) manifestese conclusivamente sobre a glosa de créditos extemporâneos, ultrapassada a discussão referente a não retificação de DCTF/DACON, (iii) produza relatório fiscal sobre as questões (i) e (ii), e cientifique a recorrente para que esta, desejando, manifestese no trintídio regulamentar; e (iv) junte ao presente processo cópia integral do processo n. 13502.720607/201242, retornando os autos ao CARF, para julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente (assinado digitalmente) Tiago Guerra Machado Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Ausente o conselheiro Cassio Schappo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 35 02 .9 00 01 4/ 20 12 -6 8 Fl. 3391DF CARF MF Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3.374 ___________ Relatório Cuidase de Recurso Voluntário e de Ofício contra decisão da 2ª Turma da DRJ/JFA, que considerou improcedentes em parte as razões da Recorrente sobre a reforma do Despacho Decisório que indeferiu o ressarcimento de créditos, referentes ao PIS não cumulativo, no que tange ao ano calendário de 2010. Dos Pedidos de Ressarcimento e Compensação O contribuinte pleiteou o ressarcimento de créditos relativos a Cofins não cumulativa, decorrentes de operações de exportação referente ao 3º trimestre de 2010, através do PER nº 20486.86836.280711.1.5.097170; tendo, posteriormente utilizados o suposto crédito para amparar os pedidos de compensação nº’s 34309.63665.260810.1.7.090577, 42822.25425.170811.1.7.090046, 04791.24956.150910.1.3.098604, 40594.14093.150811.1.7.094260, 20587.43558.230811.1.7.090810 e 15071.15996.230910.1.3.095078. Do Despacho Decisório A DRFCamaçari/BA, baseado no relatório fiscal às fls. 228 e seguintes, reconheceu parcialmente o direito creditório, vindo a glosar parcela relevante dos créditos pretendidos em razão de não se enquadrarem no conceito de insumo nos termos da IN SRF 404, conforme abaixo: Ademais, foram glosados: 1. Serviços de frete e armazenagem que foram tidos como não relacionados à venda de mercadorias, mas sim a transferência de produtos acabados. 2. Serviços de manutenção industrial; Fl. 3392DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.375 3 3. Serviços “variáveis”: a. Tratamento de Efluentes Líquidos b. Destinação de Resíduos c. Serviços em Embalagens d. Aluguel Tanque para ArmazMP/INS e. Serviços de Distribuição por Dutovia f. Tratamento com Produtos Químicos g. Renovação de Anodos de Célula h. Fretes para Movimentação de PA p/consumo Ainda, alguns créditos foram glosados em razão de haverem sido apropriados extemporaneamente, sem a retificação das respectivas DACON’s e DCTF´s. Da Manifestação de Inconformidade Irresignado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 315 e seguintes), onde, em síntese, dispõe sobre o conceito de insumo no âmbito da COFINS e veio e expor especificamente sobre os bens e serviços utilizados como insumo: · BENS: Água Bruta, Resinas Catiônica, Iônica e Permutadora de Íons, Cloro Líquido, Carvão Ativado e Kuriverter, Antiespumantes, Gás Nitrogênio e Nitrogênio Líquido, Propano, Solvente DMF, Gás Freon, Tego Antifoam, Inibidores De Corrosão, Sulfato de Alumínio. Soda Cáustica e Cal Hidratada, Kurita Oxa 101 e Kurita Oxm 201, Óleo Lubrificante Compressor, Hipoclorito de Sódio. Kuriroyal e Kurizet, Petroflo, Betzdearborn H218, GLP, Lauril Sulfato de Sódio e Sulfito Sódio, Tambor, Vaselina, Vaselina BYK, Carbonato de Sódio, TEAL, Hidrogênio, Óleo Mineral, Material de embalagem, Esferas de Cerâmica, Dianodic e Spectrus, Inibidor Red oil, Outros produtos; · SERVIÇOS: Serviço de Transporte dos Insumos, Serviços relativos aos materiais de embalagem, Serviços de Manutenção e Conservação Industrial, Pintura Industrial, Inspeção de Equipamentos e Manutenção Civil, Isolamento Térmico Refratário Antiácido, Limpeza Industrial, Manutenção de Equipamentos de Laboratório, Serviços de Caldeiraria, de Mecânica e de Elétrica, Gerenciamento de Empreendimentos e Paradas, Serviços de Tubulação, Serviços Variáveis, Serviços de tratamento de efluentes; Fl. 3393DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.376 4 Além disso, expôs suas razões para reverter as glosas referentes às aquisições de energia térmica (Vapor, Ar de instrumento, Carvão, Óleo Combustível, Gás natural), energia elétrica consumida, despesas com frete, sobre créditos extemporâneos e dos valores glosados de PISimportação. Apresentou laudo técnico sobre seu processo produtivo, planilhas de cálculo e documentos para comprovar os valores pleiteados. Da Decisão de Primeira Instância Em 28/11/2017, foi proferido o Acórdão 0965191, pela 2ª Turma da DRJ/JFA, que veio a acatar parcialmente as razões da contribuinte, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2010 PIS/PASEP COFINS. INSUMOS O conceito de insumos para fins de crédito de PIS/Pasep e COFINS é o previsto no § 5º do artigo 66 da Instrução Normativa SRF 247/2002, que se repetiu na IN 404/2004. PIS/PASEP COFINS. CRÉDITO SOBRE FRETE Somente os valores das despesas realizadas com fretes contratados para a entrega de mercadorias diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pela pessoa jurídica vendedora, é que podem gerar direito a créditos a serem descontados das Contribuições. PIS/PASEP COFINS. CRÉDITO SOBRE DESPESAS COM USO DE REDE DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Nos termos da Solução de Consulta nº 274 – SRRF08/Disit, de 19/11/2012, as despesas com uso de rede de transmissão de energia elétrica não fazem jus ao crédito das contribuições. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Vale ressaltar que o voto do relator foi extraído do PTA 13502.720607/201242, que se refere a um auto de infração que veio a lança o mesmo tributo, decorrente das mesmas operações, razão pela qual o relator da decisão recorrida aproveitou integralmente as informações daquele processo para instruir as razões para acolher parcialmente a MAnifestação de Inconformidade: Fl. 3394DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.377 5 O presente processo referese à analise do pedido de ressarcimento – PER, relativo a créditos de PIS/Pasep ou Cofins vinculados à exportação. Dessa análise originouse ação fiscal que culminou com a lavratura de auto de infração que se encontra protocolado no processo administrativo nº 13502.720607/201242. A impugnação apresentada pela empresa em face do citado auto de infração, depois de realizadas as diligências requeridas, foi julgada nesta mesma sessão de julgamento, quando foi prolatado o Acórdão nº 65.177 que a considerou parcialmente procedente, conforme voto deste mesmo relator que transcrevo a seguir e que passa a fazer parte deste processo: (...) Pelo exposto, voto pela procedência parcial da manifestação de inconformidade, pelo reconhecimento do direito creditório conforme voto acima transcrito que foi integralmente usado como dedução da contribuição lançada no auto de infração constante processo administrativo nº 13502.720607/201242 não existindo, portanto, crédito a ser ressarcido e/ou usado nas Dcomps nºs 04791.24956.150910.1.3.098604, 40594.14093.150811.1.7.094260, 20587.43558.230811.1.7.090810 e 15071.15996.230910.1.3.095078, que permanecem conforme definido no Despacho Decisório. Importante dizer que ambos os processos juntamente com o PTA 13502.720407/201532, que trata da multa regulamentar pela não homologação do pedido de ressarcimento e pedidos de compensação foram distribuídos ao mesmo relator da DRJ, sendo que o PTA referente ao auto de infração, ao longo do processo de conhecimento, foi apensado e posteriormente desapensado do presente processo. Do Recurso Voluntário O contribuinte interpôs Recurso Voluntário, onde veio a reforçar os argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade, adicionado de novos documentos com o intuito de comprovar o direito creditório. Voto Conselheiro Tiago Guerra Machado Relator Da Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade; de modo que tomo seu conhecimento. Com relação ao Recurso de OFício, verificase que o montante desonerado por conta da decisão da DRJ supera o limite de alçada, razão pela qual também deve ser conhecido Fl. 3395DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.378 6 Da Proposta de Diligência Preliminarmente, peço vênia para discorrer brevemente sobre a não cumulatividade da Contribuição Social ao PIS e da COFINS A modalidade nãocumulativa das contribuições sociais surgiu em decorrência da edição das Medidas Provisórias 66/2002 e 135/2003, posteriormente convertidas nas Leis Federais 10.637/2002 e 10.833/2003. Anteriormente, a nãocumulatividade tributária no Brasil foi inaugurada com o ICMS e o IPI, sob influência da sistemática de tributação sobre o valor agregado, em voga em muitos países europeus a partir da segunda metade do século XIX, e pouco se desenvolveu de doutrina – e jurisprudência – a respeito da definição dos itens que poderiam ser admitidos como crédito; primeiro, porque houve uma taxatividade mais explícita dos itens creditáveis; segundo, até o advento da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, os debates jurídicos eram monopolizados pelos conflitos de ordem eminentemente formal, especialmente nos casos em que o contribuinte leis ordinárias est de forma conflituosa com os dispositivos constitucionais sobre tais tributos nos últimos cinquenta. Contudo, diferentemente de outros tributos nãocumulativos, como o ICMS e o IPI, a regulamentação constitucional limitouse a delegar à lei ordinária para que essa estabelecesse quais setores de atividade econômica o regime nãocumulativo seria aplicável, conforme se denota da inclusão do parágrafo doze ao artigo 195, da Constituição Federal: § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas. Vejam que, em relação ao ICMS e ao IPI, a Constituição Federal foi um pouco menos econômica, buscando definir limites mínimos para a aplicação do conceito da não cumulatividade tributária: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: IV produtos industrializados; II será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; (...) Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: Fl. 3396DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.379 7 I será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; De tal forma, ainda que o princípio da nãocumulatividade guarde um significado próprio – qual seja a de viabilizar a tributação sobre o valor agregado –, é certo que a modalidade nãocumulativa das contribuições sociais deve ser encarada mormente pelos mandamentos previstos nas respectivas leis de sua criação, não cabendo a esse Tribunal ultrapassar os limites objetivos previstos por essa legislação infraconstitucional. Esse é o comentário de Ricardo Mariz de Oliveira, na obra coletiva “Não Cumulatividade Tributária: Todavia, pelo que consta desse artigo, já se pode constatar que se trata de um regime de nãocumulatividade parcial, pois ele não assegura plena dedução de créditos, mas apenas dos valores listados “numerus clausulus” e segundo regras de cálculo prescritas expressamente. (Editora Dialética, 2009. Página 427) Assim, devese ter em vista que a nãocumulatividade não comporta um conceito absoluto e independente da legislação que regra os tributos com essa particularidade. Isso não será diferente com as contribuições sociais. Na miríade de atos normativos que regem a contribuições sociais não cumulativas, é muito claro que nos detemos no artigo 3º, das Leis Federais de regência, muito embora as modalidades de direito ao crédito estejam espalhadas na legislação ordinária que regulam as contribuições sociais para setores específicos e operações específicas, as quais algumas serão objeto de análise mais adiante. Nesse primeiro momento, vejamos o citado artigo 3º: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o; I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3o do art. 1o; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 413, de 2008) Produção de efeitos a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (Produção de efeitos) b) no § 1o do art. 2o desta Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998) II bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; Fl. 3397DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.380 8 II – bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples); V – despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) VII edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; VIII bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei. IX energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) IX energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) Fl. 3398DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.381 9 XI bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. E fica bem claro que o item de maior questionamento desde o início da vigência do regime nãocumulativo é aquele que se refere a “bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.” Vejam que a expressão “insumo”, na legislação de referência, não foi adicionada de uma definição própria para aplicação, de modo que, nos termos do artigo 11, da Lei Complementar 95/1998, que trata da elaboração e redação das leis, as palavras devem ser utilizadas no texto legal em seu sentido comum, de modo que a interpretação da legislação deve seguir tal comando como premissa. Diante disso, cabe mencionar que, segundo o Dicionário Aurélio1, insumo pode ser definido como o “elemento que entra no processo de produção de mercadorias ou serviços; máquinas e equipamentos, trabalho humano, etc.; fator de produção”. No que se refere ao conceito de insumo em âmbito jurídico, o eminente tributarista Aliomar Baleeiro2, há muito já definira: (...) é uma algaravia de origem espanhola, inexistente em português, empregada por alguns economistas para traduzir a expressão inglesa 'input', isto é, o conjunto dos fatores produtivos, como matériasprimas, energia, trabalho, amortização do capital, etc., empregados pelo empresário para produzir o 'output' ou o produto final. (...) De fato, do ponto de vista puramente econômico, o conceito acima nos parece apropriado. Para a ciência econômica, tal definição inclui todos os elementos necessários à produção de um bem, mercadoria ou serviço, tais como matériasprimas, bens intermediários, equipamentos, capital, horas de trabalho, etc. Todavia, para fins fiscais, o termo insumo é utilizado de maneira mais restrita, haja vista a pouca disposição existente até hoje para se desenvolver esse conceito no Direito Brasileiro. Nas raras remissões legislativas encontradas, usualmente tratase do ICMS e do IPI, tributos onde há uma forte vinculação física entre o produto final e o bem que irá gerar crédito fiscal, mesmo porque constituem impostos sobre a “produção e circulação de bens e serviços”, tal como disposto em nosso Código Tributário Nacional (Capítulo IV da Lei nº 5.172/1966 CTN). No caso do ICMS, o que se observa é uma evolução gradual do conceito de insumo, que acaba ampliando o conceito básico e evidente da tríade matériaprima/produto intermediário/material de embalagem, principalmente no que se refere ao que se chama produto intermediário. Nas raras oportunidades em que a legislação estadual enfrentou o tema, podemos citar um ato normativo que pode ser considerado como pioneiro na definição de insumo: a Decisão Normativa CAT 01/2001, do Estado de São Paulo, que, ao exemplificar 1 Novo Aurélio Século XXI – O Dicionário da Língua Portuguesa, 3ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 2 In Direito Tributário Brasileiro, 9ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1980, pág. 214. Fl. 3399DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.382 10 mercadorias que poderiam ser consideradas insumos, deu especial destaque àqueles produtos que são utilizados no processo ainda que não componham o produto final: Entre outros, têmse ainda, a título de exemplo, os seguintes insumos que se desintegram totalmente no processo produtivo de uma mercadoria ou são utilizados nesse mesmo processo produtivo para limpeza, identificação, desbaste, solda etc.: lixas; discos de corte; discos de lixa; eletrodos; oxigênio e acetileno; escovas de aço; estopa; materiais para uso em embalagens em geral tais como etiquetas, fitas adesivas, fitas crepe, papéis de embrulho, sacolas, materiais de amarrar ou colar (barbantes, fitas, fitilhos, cordões e congêneres), lacres, isopor utilizado no isolamento e proteção dos produtos no interior das embalagens, e tinta, giz, pincel atômico e lápis para marcação de embalagens; óleos de corte; rebolos; modelos/matrizes de isopor utilizados pela indústria; produtos químicos utilizados no tratamento de água afluente e efluente e no controle de qualidade e de teste de insumos e de produtos. Porém, como podemos verificar, o conceito amplificado de insumo para o ICMS (e também do IPI) é derivado da conclusão de que são os elementos que participam efetivamente do processo produtivo, haja vista que, conforme dito anteriormente, o ICMS demanda uma intrínseca relação entre a entrada da mercadoria utilizada no processo econômico que ensejará a saída do produto final. Ademais, verificase que enquanto o ICMS e o IPI possuem profunda relação com a movimentação física de bens e mercadorias, o que se reflete na maneira como a não cumulatividade se manifesta – como regra, apropriase créditos na entrada de bens e mercadorias que venham a serem movimentados posteriormente com débito do imposto , o PIS e a COFINS possuem relação com um aspecto absolutamente econômico, representado e controlado graficamente pela contabilidade, a geração de receitas tributáveis. Nessa linha, a nãocumulatividade das contribuições sociais deve se performar não mais de uma perspectiva “Entrada vs. Saída”, mas de uma perspectiva “Despesa/Custo vs. Receita”, expressivamente mais complexa e mais alheia aos operadores do Direito e aos legisladores, que durante cinquenta anos acostumaram com a “nãocumulatividade física” em detrimento de uma “nãocumulatividade econômica” De certo, é possível entender essa falha conceitual ao se analisar com cuidado o artigo 3º acima mencionado, quando se observa que os incisos e parágrafos insistem na ideia de permitir o crédito, por exemplo, desde a entrada dos bens para estoque (quando menciona “aquisição”) enquanto o conceito intrínseco da não cumulatividade econômica está sobre a noção de custo e despesa, que não são registrados no momento da aquisição do estoque, mas sim quando da sua realização pela venda, e consequente registro contábil da receita. Desse modo, acredito que o conceito de insumo para a legislação do PIS/PASEP e da COFINS parece ser mais abrangente que o utilizado para créditos do IPI e do ICMS – como faz crer das conclusões da decisão ora recorrida –, de maneira que o legislador permitiu a apropriação de créditos que ultrapassem a vinculação física e recaiam sobre o aspecto econômico da operação de entrada de bens e serviços. Nesse caso, entendo que a legislação possibilitou o desconto de créditos das contribuições além dos elementos que compõem os custos diretos e indiretos de produção através alocação por atividade (i.e. “Sistema de Custeio ABC”), e incluiu componentes que, em uma análise puramente contábil, seriam classificados como despesas variáveis, estritamente atreladas com a geração de receitas. Fl. 3400DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.383 11 Porém, como premissa básica para a apuração de créditos de PIS/PASEP e COFINS, temos que os custos diretos e indiretos constituem base de cálculo de forma inquestionável; já as despesas deverão ser analisadas caso a caso, na medida em que cada uma contribua de forma cabal para a venda do produto ou serviço. Por outro lado, a Instrução Normativa SRF nº 247/2002, com a redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 358/2003, ao regulamentar a cobrança do PIS/PASEP e da COFINS, definiu insumo de uma maneira mais restrita, contrariando, em última análise, o espírito das Leis Federais nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, que visavam mitigar o efeito cascata das contribuições e “estimular a eficiência econômica”3: Art. 66. (...) § 5º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entendese como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço.(...) Partindo esse entendimento, a Receita Federal amenizou algumas restrições, criando um entendimento, que vigora até hoje em diversas Soluções de Consulta, de que deve haver um vínculo de imprescindibilidade e à essencialidade do respectivo bem ou serviço para que seja possível a apropriação de créditos. Assim, destacou a Solução de Consulta que inaugurou esse raciocínio: “Solução de Consulta nº 400/2008 (8ª Região Fiscal) PIS/PASEP. CRÉDITO. INSUMOS. Consideramse insumos, para fins de desconto de créditos na apuração da contribuição para o PIS/PASEP nãocumulativa, os bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas, aplicados ou consumidos na fabricação de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. O termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tão somente, como aqueles, adquiridos de pessoa jurídica, que efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço. Dessa forma, somente os gastos efetuados com a aquisição de bens e serviços aplicados ou consumidos diretamente na produção de bens ou prestação de serviços geram direito a créditos a serem descontados da contribuição para o PIS/PASEP devida. 3 Exposição de Motivos da Lei Federal nº 10.833/2003. Fl. 3401DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.384 12 Não dão direito a crédito os valores pagos a pessoas jurídicas domiciliadas no País, a título de despesas administrativas, contábeis, de venda, de propaganda, de advocacia, assim como, a aquisição de bens e serviços destinados a essas atividades, efetuados por empresa que se dedica à indústria e comércio de alimentos, por não configurarem pagamento de bens e serviços enquadrados como insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à venda. Dispositivos legais: Lei no 10.637, de 2002, art. 3o, inciso II; IN SRF no 247, de 2002, art.66, § 5o. COFINS. CRÉDITO. INSUMOS. Consideramse insumos, para fins de desconto de créditos na apuração da Cofins nãocumulativa, os bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas, aplicados ou consumidos na fabricação de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. O termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tão somente, como aqueles, adquiridos de pessoa jurídica, que efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço. Dessa forma, somente os gastos efetuados com a aquisição de bens e serviços aplicados ou consumidos diretamente na produção de bens ou prestação de serviços geram direito a créditos a serem descontados da COFINS devida. Não dão direito a crédito os valores pagos a pessoas jurídicas domiciliadas no País, a título de despesas administrativas, contábeis, de venda, de propaganda, de advocacia, assim como, a aquisição de bens e serviços destinados a essas atividades, efetuados por empresa que se dedica à indústria e comércio de alimentos, por não configurarem pagamento de bens e serviços enquadrados como insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à venda. Dispositivos legais: Lei no 10.833, de 2003, art. 3o, inciso II; IN SRF no 404, de 2004, art.8o, § 4o.(DOU de 08/12/2008)” Já a Instrução Normativa SRF nº 404/2004 manteve a definição anterior, em seu artigo 8º, §4º, que assim dispôs: Artigo 8º. (...) § 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entendese como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. (...) Fl. 3402DF CARF MF Processo nº 13502.900014/201268 Resolução nº 3401001.794 S3C4T1 Fl. 3.385 13 Consideradas, pois, as manifestações acima, podemos afirmar que o conceito de insumo para fins de apropriação de créditos de PIS e COFINS deve ser tido de forma mais abrangente, desde que tais itens estejam intimamente ligados à atividadefim da empresa e que principalmente venham a ser utilizados efetivamente e de forma identificável na venda de produtos ou serviços, contribuindo para geração de receitas, devendo ser inquestionável o crédito decorrente dos elementos que compõem o custo de produção, seja direto ou indireto. Essas conclusões são eminentemente as mesmas que restaram evidentes quando do julgamento do REsp 1.221.170/PR e posteriormente corroborado pelo Parecer Normativo COSIT 5/2018. Contudo, da leitura do relatório, percebese que a análise da DRJ se pautou pelo conceito restrito de insumo, que não pode ser aceito por esse Colegiado, urgindo a necessiadde de averiguação da documentação juntada pela Recorrente ao longo do contencioso sob a ótica mais moderna e pacificada do conceito de insumos no âmbito da nãocumulatividade do PIS/COFINS. Nesse sentido, sugiro a conversão do presente em diligencia para que a unidade preparadora da RFB: (i) manifestese conclusivamente sobre a adequação dos bens e serviços identificados como insumos ao conceito fixado no RESp n. 1.221.170/PR e detalhado no Parecer COSIT 5, de 17/12/2018; (ii) manifestese conclusivamente sobre a glosa de créditos extemporâneos, ultrapassada a discussão referente a não retificação de DCTF/DACON, (iii) produza relatório fiscal sobre as questões (i) e (ii), cientificando a recorrente para que esta, desejando, manifeste se no trintídio regulamentar; e (iii) junte ao presente processo cópia integral do processo n. 13502.720607/201242, retornando os autos ao CARF, para julgamento. (assinado digitalmente) Tiago Guerra Machado Fl. 3403DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16349.000332/2010-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2001
BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF.
Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718/1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos administrativos. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF.
Recurso Voluntário Provido.
Direito Creditório Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-006.352
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, substituído pelo Suplente convocado.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF. Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718/1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos administrativos. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Provido. Direito Creditório Reconhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 34 9. 00 03 32 /2 01 0- 73 Fl. 299DF CARF MF Processo nº 16349.000332/201073 Acórdão n.º 3402006.352 S3C4T2 Fl. 0 2 Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, substituído pelo Suplente convocado. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o Acórdão nº 03062.633, proferido pela Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, para manter a Decisão que indeferiu o Pedido de Restituição (PER) por inexistência do crédito solicitado. Regularmente cientificada, a contribuinte interpôs, tempestivamente, o Recurso Voluntário ora em apreço, onde pede a reforma da decisão de primeira instância, com o reconhecimento do direito à plena restituição de PIS/COFINS calculada sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, diante da inconstitucionalidade do artigo 3º, parágrafo 1º da Lei nº 9.718, declarada pelo STF e já reconhecida pela jurisprudência administrativa. Em síntese, o Recurso Voluntário está fundamentado nos seguintes argumentos: i) Os montantes que compõem o crédito pleiteado se referem à inclusão indevida, na base de cálculo daquela contribuição, de receitas estranhas ao conceito de faturamento, o que implicou pagamento indevido ou a maior, efetuado com base no art. 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/1998; ii) A despeito das sólidas alegações de direito que embasaram a manifestação de inconformidade apresentada pela recorrente, e não obstante tais alegações terem sido suportadas por documentos hábeis à comprovação do crédito pleiteado, o v. acórdão manteve o entendimento do despacho decisório eletrônico; iii) Na base de cálculo da contribuição somente deveriam ter sido incluídos os valores correspondentes ao seu faturamento, ou sejam os ingressos que correspondem às suas receitas das vendas de mercadorias e da prestação de serviços, dada a inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo 1º, da Lei n. 9718, já declarada pelo STF em decisão plenária definitiva, bem como em recurso em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria. É o relatório. Fl. 300DF CARF MF Processo nº 16349.000332/201073 Acórdão n.º 3402006.352 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 3402006.345, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 16349.000329/201050, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3402006.345): "Pressupostos legais de admissibilidade Nos termos do relatório, verificase a tempestividade do recurso, bem como o preenchimento dos demais requisitos de admissibilidade, resultando em seu conhecimento. Mérito O Pedido de Restituição nº 30231.53932.100506.1.2.04 5076 tem por origem crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo no valor de R$ 9.207,56, referente ao Darf do período de apuração de abril de 2001, arrecadado em 15/05/2001, no valor de R$ 610.330,36, mantendo a glosa de créditos referentes à Contribuição do Financiamento da Seguridade Social (COFINS). A decisão recorrida não considerou a inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, proferida pelo Supremo Tribunal Federal, por concluir que o artigo 26A Decreto 70.235/1972 veda ao órgão de julgamento afastar a aplicação de lei sob fundamento de inconstitucionalidade, sendo que até aquele momento não havia autorização do Secretário da Receita por meio de ato específico determinando os procedimentos, nos termos do artigo 77 da Lei 9.430/1996 e o Decreto 2.346/1977. A matéria suscitada é questão decidida em repercussão geral (Tema 110) pelo Supremo Tribunal Federal através do RE nº 585235, transitado em julgado em 12/12/2008, conforme Ementa abaixo: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de Fl. 301DF CARF MF Processo nº 16349.000332/201073 Acórdão n.º 3402006.352 S3C4T2 Fl. 0 4 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RERGQO 585235, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, publicado em 28/11/2008, ) Neste caso, considerando que a decisão recorrida foi proferida em 31/07/2014, deveria a autoridade julgadora a quo aplicar o artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997, afastando o § 1º, do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 e, por sua vez, reconhecendo o direito ao crédito informado em PERD/COMP. De outro turno, igualmente por se tratar de decisão definitiva e vinculante do Supremo Tribunal Federal, não incide a Súmula CARF nº 2 e artigo 26A do Decreto nº 70.235/72. Deve ser aplicado neste caso o artigo 62, § 2 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/20151. Neste sentido, colaciono precedente da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais em julgamento ao Recurso Especial nº 137.866 (PAF: 13808.005507/200103): Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/03/1996 a 31/08/1998, 01/11/1998 a 30/11/1998, 01/01/1999 a 31/01/1999, 01/06/1999 a 30/06/1999, 01/08/1999 a 31/08/1999, 01/05/2000 a 31/08/2000, 01/01/2001 a 28/02/2001 Ementa: PIS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. DECISÃO DEFINITIVA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O Supremo Tribunal Federal, através do seu órgão plenário, já se posicionou de forma definitiva quanto à inconstitucionalidade do disposto no § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, com a reafirmação da sua jurisprudência, no julgamento do RE nº 582.235/MG, reconhecido como de repercussão geral, tendo se deliberado, ainda, neste caso, pela edição de súmula vinculante. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 4º DO DECRETO Nº 2.346/1997 E DO ARTIGO 62 DO RICARF. 1 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou do s arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Fl. 302DF CARF MF Processo nº 16349.000332/201073 Acórdão n.º 3402006.352 S3C4T2 Fl. 0 5 Nos termos do parágrafo único do artigo 4º do Decreto nº 2.346/1997, na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Recurso Especial do Procurador Negado (Acórdão nº 9303002.859 – 3ª Turma) Com relação ao ônus da prova da Contribuinte, restou reconhecido em despacho decisório que o pedido foi instruído com a relação de PERDCOMP de fls. 42/45, DARF de fl. 60, planilha demonstrativa do crédito de fls. 62/66 e lançamentos destacados no Livro Razão, às fls. 67/199. Portanto, deve a Unidade de Origem apurar o valor do crédito invocado e demonstrado pela Recorrente, afastando a inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Dispositivo Ante o exposto, conheço e dou provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no artigo 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar provimento ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento do despacho decisório no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/1998, seja apurado pela unidade de origem o valor do eventual direito creditório da Recorrente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 303DF CARF MF
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Numero do processo: 10803.720074/2012-16
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2007
IR-FONTE SOBRE PAGAMENTO A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO E/OU SEM CAUSA. DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ART. 173, I, DO CTN.
Súmula CARF nº 114: O Imposto de Renda incidente na fonte sobre pagamento a beneficiário não identificado, ou sem comprovação da operação ou da causa, submete-se ao prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. Para os fatos geradores de IRRF ocorridos de janeiro a outubro do ano-calendário de 2007, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é o dia 01/01/2008, e o prazo decadencial de cinco anos se consumaria em 01/01/2013. Como o lançamento foi realizado em 30/10/2012, não houve decadência.
Numero da decisão: 9101-004.015
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para restabelecer a exigência dos débitos de IRRF cujos fatos geradores ocorreram no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, e que haviam sido cancelados em razão de decadência.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araujo - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano, Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ART. 173, I, DO CTN. Súmula CARF nº 114: O Imposto de Renda incidente na fonte sobre pagamento a beneficiário não identificado, ou sem comprovação da operação ou da causa, submetese ao prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. Para os fatos geradores de IRRF ocorridos de janeiro a outubro do ano calendário de 2007, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é o dia 01/01/2008, e o prazo decadencial de cinco anos se consumaria em 01/01/2013. Como o lançamento foi realizado em 30/10/2012, não houve decadência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para restabelecer a exigência dos débitos de IRRF cujos fatos geradores ocorreram no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, e que haviam sido cancelados em razão de decadência. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 3. 72 00 74 /2 01 2- 16 Fl. 6535DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano, Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Fl. 6536DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência jurisprudencial relativamente à contagem de prazo decadencial para constituição de crédito tributário. A recorrente insurgese contra o Acórdão nº 1402002.884, de 20/02/2018, por meio do qual a 2a Turma Ordinária da 4a Câmara da 1a Seção de Julgamento do CARF decidiu, entre outras questões, por unanimidade de votos, reconhecer a decadência de parte do lançamento a título de IRFonte sobre pagamento a beneficiários não identificados ou sem causa (fatos geradores ocorridos no período de 01/01/2007 a 30/10/2007), com base no art. 150, §4º, do CTN. O acórdão recorrido contém a ementa e a parte dispositiva descritas abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007, 2008 DECADÊNCIA. IRPJ. OCORRÊNCIA PARCIAL. O IRPJ por ser tributo cuja legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, tratase de lançamento por homologação. É de cinco anos, a partir do fato gerador, o prazo de decadência para o Fisco constituir o crédito tributário. No Anocalendário em exame, a regra era a da apuração do lucro real trimestral, mas o contribuinte poderia optar, como optou, pela apuração anual do IRPJ, o que implica em considerar que o fato gerador do tributo ocorreu em 31 de dezembro daquele ano. Logo, o lançamento de ofício realizado dentro dos cinco anos seguintes e após 31/12/2006 está fora do alcance da decadência. CUSTOS, DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS. PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS. CAUSA NÃO COMPROVADA. COMPROVAÇÃO DOS PAGAMENTOS E IDENTIFICAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS. PROVIMENTO RECURSO. Trazidos aos autos a comprovação e a identificação dos beneficiários dos pagamentos de valores constantes das notas fiscais, exonerase o lançamento na parte objeto de comprovação, mantendose o lançamento na parte que não foi comprovada. CUSTOS, DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS. DESPESAS INDEDUTÍVEIS. COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. PROVIMENTO DO RECURSO. Comprovada a efetiva prestação de serviços por contratada da pessoa jurídica e tratandose de despesa necessária à manutenção da fonte produtora, é de se prover o recurso e cancelar a autuação quanto à parte Fl. 6537DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 5 4 que foi comprovada, mantendose o lançamento na parte que não foi comprovada. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2006, 2007, 2008 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. A tributação reflexa é matéria consagrada na jurisprudência administrativa e amparada pela legislação de regência, devendo o entendimento adotado em relação aos respectivos Autos de Infração acompanharem o do principal em virtude da íntima relação de causa e efeito. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2006, 2007, 2008 DECADÊNCIA. IRRF. OCORRÊNCIA PARCIAL. Na tributação do Imposto de renda na fonte sobre pagamentos a beneficiários não identificados/pagamentos sem causa, a hipótese de incidência é o pagamento, e o fato gerador considerase ocorrido na data do pagamento. A recorrente tendo sido intimado do Auto de Infração em 30/10/2012, ocorreu a decadência parcial do crédito tributário do IRRF, em relação aos fatos geradores ocorridos até 30/10/2007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício e dar provimento ao recurso voluntário para acolher a decadência do IRRF em relação aos fatos geradores ocorridos até 30/10/2007. A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à legislação tributária interpretação divergente da que foi dada em outro processo, especificamente quanto à contagem do prazo decadencial para o lançamento de IRFonte. Para o processamento de seu recurso, a PGFN desenvolve os argumentos descritos abaixo: DOS FATOS. tratase de auto de infração lavrado para cobrança do imposto de renda da pessoa jurídica IRPJ, da contribuição social sobre o lucro líquido CSLL e do imposto de renda retido na fonte IRRF nos anos base de 2006, 2007 e 2008; o acórdão recorrido deu provimento ao recurso do contribuinte para considerar caduco o direito de lançar referente aos créditos tributários do IRRF incidente sobre pagamentos sem causa, cujos fatos geradores tenham ocorrido antes de 30/10/2007, haja vista a intimação do lançamento ter ocorrido em 30/10/2012, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN, verbis: [...]; Fl. 6538DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 6 5 contudo, o acórdão da Colenda Turma merece reforma, conforme se passa a demonstrar; DO DIREITO. DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL (DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL). a decisão recorrida, proferida pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, está em evidente divergência com decisão da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, cuja ementa segue abaixo integralmente transcrita e o inteiro teor segue em anexo, verbis: ACÓRDÃO Nº 910100.773 – 1ª TURMA/CSRF ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2002 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO EFETUADO COM BASE EM FATOS APURADOS EM AÇÃO FISCAL. No caso de lançamento de ofício resultante de ação desenvolvida por iniciativa fiscal em que dos levantamentos e investigações realizadas emergiram fatos imputáveis que de outra forma não teriam vindo à lume, a contagem do prazo decadencial é deslocado para a regra geral do artigo 173, inciso I do CTN, sendo incabível, in casu, falarse em homologação de pagamento antecipado de tributo ou da ação envidada pelo sujeito passivo para demonstrálo inexistente, mesmo porque outra não fora a acusação fiscal senão a de que a autuada, dissimuladamente, tudo fizera para dele se eximir. não obstante não se consiga vislumbrar, prima facie, a divergência jurisprudencial pela ementa do acórdão paradigma no tocante à contagem do prazo decadencial do IRRF com fundamento em “pagamentos sem causa”, ela efetivamente existe, conforme se demonstrará com uma análise criteriosa do voto condutor do acórdão paradigma; por ter havido pagamento parcial, o acórdão recorrido considerou improcedentes todos os lançamentos referentes ao IRRF cujos fatos geradores tenham ocorrido antes de 30/10/2007, haja vista a incidência do prazo decadencial de 5 (cinco) anos, na forma do art. 150, § 4º, do CTN; desse modo, o acórdão recorrido considerou que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa sujeitase a lançamento por homologação; a fim de se ressaltar o ponto, observese trecho do voto condutor do acórdão recorrido, verbis: [...]; conforme se observa, toda a fundamentação do voto condutor parte do pressuposto que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa se submete à modalidade de lançamento por homologação; entendimento divergente, porém, foi proferido pelo acórdão paradigma, da Colenda 1ª Turma do CSRF, que entendeu que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa Fl. 6539DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 7 6 não se submete a lançamento por homologação, haja vista inexistir dever legal de antecipação de pagamento, sendo o prazo decadencial regido pelo art. 173, I, do CTN, conforme entendimento do STJ exarado no REsp 973.733; de acordo com o STJ, não havendo previsão legal de antecipação de pagamento, o prazo decadencial contase na forma do art. 173, I, do CTN; foi exatamente a essa conclusão a que chegou o acórdão paradigma, pois considerou que, no caso de IRRF incidente sobre pagamentos sem causa, inexistia o dever legal de antecipação de pagamento; a fim de se demonstrar a divergência jurisprudencial, vejase trecho do voto condutor do acórdão paradigma, verbis: A questão a ser solucionada por este Colegiado é quanto à contagem do prazo decadencial a ser observado no caso de lançamento de ofício efetuado a partir de infração fiscal apurada pela autoridade administrativa de fiscalização, ou seja, se ao caso é aplicável a regra de caducidade do artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional – CTN, como decidido no acórdão recorrido, em sede de preliminar suscitada de ofício pelo relator, ou a regra prevista no artigo 173, I do CTN, conforme entendimento externado na decisão de Primeira Instância e defendida pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Os citados dispositivos do CTN estão assim redigidos: (...) Filiome ao entendimento de que a homologação de que trata o dispositivo do artigo 150 do CTN, acima transcrito, diz respeito não ao pagamento antecipado da obrigação tributária, mas à atividade exercida pelo sujeito passivo, no sentido de apurar o valor do imposto, se devido, ou de constatar sua inexistência, como, por exemplo, no caso da apuração de prejuízo fiscal, oportunidade em que o sujeito passivo faz constar dos seus registros contábeis e fiscais, com transparência, os eventos que ensejaram o resultado negativo do período base encerrado. No presente caso, o lançamento de ofício deuse a partir de infração apurada em ação fiscal, portanto com a imprescindível participação da autoridade administrativa de fiscalização, no exercício da competência que lhe é conferida, de forma exclusiva e vinculada, pelo artigo 142 do CTN. Sendo assim, não há falarse na inexistência de pagamento antecipado ou também na homologação de alguma atividade que tenha sido exercida pelo sujeito passivo com vistas a apurar se havia ou não tributo devido. O que temos é uma ação fiscal levada a efeito na sua plenitude, fato que, a meu ver, desloca a contagem do prazo decadencial para a regra geral do artigo 173, inciso I do CTN. Não fora a iniciativa fiscal de efetuar os levantamentos e investigações pertinentes, os fatos imputados não teriam vindo à lume. O lançamento em análise corrobora meu entendimento de que não faz diferença se há ou não pagamento antecipado da obrigação para que se considere a contagem do prazo decadencial de uma ou de outra forma, pois neste caso obviamente não se cogitaria de pagamento antecipado de Fl. 6540DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 8 7 tributo que, de acordo com a acusação fiscal, a fiscalizada, dissimuladamente, tudo fizera para dele se eximir. Ainda mais que, se a fiscalização considerou que o pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado de fato ocorrera, indagase, como se falar em pagamento antecipado ou em atividade exercida pelo sujeito passivo, se os procedimentos que levaram à caracterização do ilícito foram praticados com dissimulação deliberada? Ou, ainda, como se falar em homologação? Homologar o quê? Seria a homologação da atividade dissimulada que, na ótica da autoridade fiscal, fora praticada pelo sujeito passivo, com vistas a ludibriar o fisco e escondêla até mesmo das autoridades encarregadas do controle e fiscalização das nossas instituições bancárias? A resposta a essas indagações não pode ser outra senão um categórico não. Sendo assim, com a devida vênia, discordo dos fundamentos a partir dos quais a decisão recorrida considerou o lançamento alcançado pela decadência, pois não vislumbro atividade de iniciativa do sujeito passivo que estivesse pendente de homologação, assim como discordo também do entendimento da douta Procuradoria da Fazenda Nacional quanto às razões que fundamentaram o seu Recurso Especial, porquanto considero correta a aplicação da regra do art. 173, I do CTN não porque deixou de haver o pagamento antecipado de qualquer parcela do crédito tributário, mas em virtude de o lançamento ter sido realizado a partir de verificações efetuadas por iniciativa da autoridade de fiscalização, consoante art. 142 do CTN, culminando com a lavratura do auto de infração. Nessa ordem de juízos, dou provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional para afastar a decadência do crédito tributário, por aplicação da regra do art. 173, I do CTN, retornandose os autos à Turma de julgamento em substituição à extinta Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, com vistas à apreciação do recurso de ofício quanto às questões de mérito que deixaram de ser apreciadas na decisão recorrida. desse modo, o acórdão paradigma entendeu que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa não se submetia a lançamento por homologação, mas sim a do lançamento de ofício, haja vista a necessidade de iniciativa do Fisco para se apurar o ilícito tributário e este se verificar exatamente em uma omissão do contribuinte (demonstrar a causa do pagamento); havendo divergência no tocante à modalidade de lançamento a que se submete a exação (por homologação ou de ofício), por óbvio haverá interferência na contagem do prazo decadencial; a divergência diz respeito à interpretação e aplicação dos arts. 61 da Lei n. 8.981/95 e 150, § 4º, e 173, I, do CTN; sendo assim, diante das teses firmadas nas decisões paradigmas, fica patente a divergência jurisprudencial quanto à modalidade de lançamento a que se submete o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa, encontrandose presentes, portanto, os requisitos de admissibilidade do recurso especial, nos termos da legislação de regência (Decreto nº 70.235/72, art. 37, § 2º, II, c/c art. 67 e §§, do RICARF); Fl. 6541DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 9 8 MÉRITO. conforme se afirmou, a Receita Federal efetuou contra a empresa recorrida lançamento tributário do IRRF, à alíquota de 35%, incidente sobre pagamentos sem causa, nos termos do art. 61, da Lei nº 8.981/95, c/c art. 674, do RIR/99, verbis: [...]; o acórdão recorrido, fundamentadose basicamente na redação do § 2º do art. 61 da Lei nº 8.981/95, considerou que a legislação submeteu o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa a lançamento por homologação, aplicando o prazo decadencial de acordo com as regras que são próprias para esse tipo de lançamento (CTN, art. 150, § 4º), por ter havido pagamento antecipado; porém, ao declarar a decadência dos créditos tributários, por considerar que a exação se submetia a lançamento por homologação, o acórdão recorrido incorreu em evidente equívoco; é que o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito” (REsp 973.733); em resumo, não prevendo a lei o dever do contribuinte de apurar o crédito e antecipar o pagamento, o regime jurídico do prazo decadencial é o do art. 173, I, do CTN; resta claro, a partir do trecho da ementa transcrita, que é necessário haver uma conduta objetiva a ser homologada, sob pena de a contagem do prazo decadencial ser orientada pelo disposto no art. 173 do CTN; mas, no presente caso, em se tratando de incidência de IRRF sobre pagamentos sem causa, não há o que se falar em conduta do sujeito passivo a ser homologada. A providência determinada no art. 61 da Lei nº 8.981/95 pressupõe, justamente, a sua omissão em demonstrar a operação realizada e a sua sujeição às normas de tributação, isenção, imunidade ou não incidência; em verdade, nas hipóteses de aplicação deste dispositivo, a lei não atribuiu ao sujeito passivo o dever de apurar e pagar o IRRF devido, antes de qualquer procedimento de ofício, mas, pelo contrário, atribuiu ao Fisco o dever de efetuar o lançamento de ofício, quando apurada qualquer daquelas hipóteses de incidência descritas na norma jurídica; neste contexto, a apuração de pagamentos a beneficiários não identificados ou sem causa constituise em indício de irregularidades, alçado ao status de presunção legal que permite concluir que, até prova em contrário, os pagamentos se encontram no campo de incidência do IRRF, configurandose claramente como hipóteses de incidência de tributo, sujeitas a lançamento de ofício, e não a lançamento por homologação, sendo aplicável o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN, tendo por termo inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Fl. 6542DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 10 9 assim, é irrelevante o fato de o contribuinte, em outros pagamentos, ter procedido à regular identificação dos beneficiários e à retenção do imposto de renda por eles devido em razão da natureza dos rendimentos pagos; cada pagamento constitui um fato gerador independente, de forma que a homologação tácita prevista no art. 150, §4º, do CTN, somente se opera sobre os fatos regularmente classificados pelo contribuinte como tributáveis, isentos, imunes ou não tributáveis, providência da qual a contribuinte não se desincumbiu relativamente aos pagamentos em tela; logo, se a sua omissão na identificação da causa do pagamento é o motivo para exigência do IRRF, deve ser afastada de plano a aplicação do art. 150, § 4º do CTN, declarandose possível o lançamento enquanto não expirado o prazo do art. 173, I do CTN; inclusive, a Colenda 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF já decidiu nesse sentido, verbis: [...]; sendo assim, o acórdão recorrido merece ser reformado para que seja aplicado o entendimento, firmado no precedente acima transcrito e no acórdão paradigma, de que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa não se submete a lançamento por homologação, mas sim a lançamento de ofício, sendo a decadência do crédito tributário regida pelo art. 173, I, do CTN; DO PEDIDO. ante o exposto, nos termos da fundamentação supra, requer a Fazenda Nacional seja conhecido e provido o presente Recurso Especial para reformar o acórdão atacado e afastar a decadência do crédito tributário, mantendose incólume a exação, no ponto. Quando do exame de admissibilidade do recurso especial da PGFN, o Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, por meio do despacho exarado em 26/06/2018, deu seguimento ao recurso com base na seguinte análise sobre a divergência suscitada: [...] III Análise da admissibilidade do Recurso Especial Passo ao exame da divergência relativa à matéria arguida no recurso. A Procuradoria insurgese contra a decisão argumentando: [...] Apresentou como paradigma o Acórdão nº 910100773, que foi assim ementado: [...] Com a finalidade de demonstrar a divergência jurisprudencial transcreve o voto do julgado paradigma: [...] Fl. 6543DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 11 10 De fato, como pugna a Recorrente existe a divergência jurisprudencial suscitada. Enquanto na decisão recorrida entendeuse que o IRRF sobre pagamentos sem causa se submete à modalidade de lançamento por homologação, no paradigma adotouse entendimento diverso, decidindose que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa não se subsume ao lançamento por homologação, ficando o prazo decadencial sob a regência do art. 173, I, do CTN. Em exame de cognição sumária, entendo comprovada a divergência alegada, uma vez que o paradigma adotou tese semelhante à da Fazenda Nacional. DOU SEGUIMENTO à matéria. Em 12/07/2018, a contribuinte foi cientificada do Acórdão nº 1402002.884, do recurso especial da PGFN, e do despacho que admitiu esse recurso. Tempestivamente, em 24/07/2018, ela apresentou as contrarrazões ao recurso, com os seguintes argumentos: DOS ESCLARECIMENTOS INICIAIS. a recorrida sofreu fiscalização que culminou na lavratura dos autos de infração de IRPJ, CSLL e de IRRF, que totalizavam R$ 24.611.688,44, em virtude da emissão de notas fiscais de prestação de serviços pela empresa Expertise Comunicação Total Ltda., nos anos calendários de 2006 a 2008; em que pese a recorrida ter prestado todos os esclarecimentos necessários, sempre bem documentados e provados, esta foi surpreendida com a lavratura dos citados autos de infração de IRPJ, CSLL e IRRF, sob o principal fundamento de que não teriam sido identificados os beneficiários dos pagamentos, a causa dos pagamentos e a efetiva prestação dos serviços e suas causas, com o que entenderam serem devidos os impostos e a multa qualificada de 150% além dos juros de mora, o que alcançou a espantosa cifra de R$ 24.611.688,44; irresignada com a referida autuação, a recorrida apresentou impugnação, que foi julgada pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ), Acórdão nº 1259.578, que manteve o lançamento fiscal em parte, reduzindo o significativamente, conforme ementa abaixo transcrita: [...]; a decisão administrativa de 1ª Instância, acolheu em parte a preliminar de decadência suscitada pela recorrida para cancelar as exigências de IRPJ, CSLL e IRRF anteriores a 01.01.2007, considerada a antecipação de pagamento dos tributos lançados e a data de ciência dos lançamentos (30.10.2012); esclarecese que os autos de infração de IRPJ, CSLL e IRRF abrangeram fatos geradores dos períodos de 01/2006 a 12/2006, 01/2007 a 12/2007 e 01/2008 a 05/2008; com a decisão proferida pela 1ª Instância Administrativa foi reconhecida e declarada a decadência de todos os fatos geradores anteriores a 31/12/2006; Fl. 6544DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 12 11 em relação aos demais períodos, em que pese não terem sido acolhidas as preliminares arguidas, a decisão administrativa reconheceu que as conclusões dos agentes fiscais autuantes não foram efetivadas de maneira correta, o que culminou na exoneração parcial dos créditos tributários lançados, significativamente, mantendose os lançamentos do IRPJ de R$ 221.387,31, CSLL de R$ 93.550,31 e IRRF de R$ 480.838,39; assim dos iniciais R$ 24.611.688,44 que foram objeto dos lançamentos fiscais originários, foram mantidos R$ 795.776,01 (IRPJ de R$ 221.387,31, CSLL de R$ 93.550,31 e IRRF de R$ 480.838,39); em suma, no mérito, o acórdão recorrido determinou (a) o cancelamento parcial da exigência de IRPJ, CSLL e IRRF, sob o fundamento de que teriam sido comprovados os beneficiários e causa dos pagamentos ao longo do procedimento fiscal; e (b) a redução do percentual da multa de ofício de 150% para 75%, por entender que a Fiscalização não teria apresentado elementos suficientes para comprovar a fraude, dolo ou simulação que justificaria a qualificação da multa aplicada; tendo em vista a exoneração parcial do crédito tributário acima do valor de alçada previsto na Portaria do Ministério da Fazenda n° 3/2008, o Colegiado a quo suscitou de ofício o reexame da matéria ao Carf; a recorrida, por sua vez, interpôs recurso voluntário, alegando a preliminar de decadência dos valores exigidos a título de IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007 e informando a adesão ao parcelamento especial em relação aos débitos de IRPJ, CSLL e IRRF remanescentes (IRPJ e CSLL do período de 01/01/2007 a 31/05/2008, inclusive do IRRF do período de 31/10/2007 a 31/05/2008), ou seja, não cancelados pela decisão administrativa de 1ª Instância; levado o feito a julgamento, em 04/03/2105, a 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara, através da resolução nº 1102000.302, converteu o mesmo em diligência, nos seguintes termos: [...]; superada a conversão do julgamento em diligência, em sessão de 20/02/2018 foi proferido o Acórdão recorrido nº 1402002.884 pela 4ª Câmara, 2ª Turma Ordinária da Primeira seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, assim ementado: [...]; de acordo com o voto do Conselheiro Relator Evandro Correa Dias, as causas apontadas pela fiscalização para a lavratura dos Autos de Infração não se sustentam, parcialmente, pois: [...]; por tais razões, ou seja, revelada a causa dos pagamentos e tendo sido identificados os beneficiários dos pagamentos, entendeu o v. acórdão não ser cabível, para estes, o reajuste e a tributação do IRF, na forma do artigo 674 do RIR/99; assim, revelada a causa dos pagamentos e a identificação dos beneficiários dos pagamentos, o v. acórdão recorrido, adotou o que fora decido pelo em 1ª Instância, e negou provimento ao recurso de ofício; quanto à decadência, foi dado provimento ao recurso voluntário interposto pela ora recorrida, para reconhecer a decadência do IRRF em relação aos fatos geradores Fl. 6545DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 13 12 ocorridos no período de 01/01/2007 à 30/10/2007, nos termos do artigo 150 § 4º do CTN, considerando para tanto como fato gerador, a incidência do pagamento prevista no art. 61, da Lei nº 8.981/95; em face do V. Acórdão nº 1402002.884 da 2ª Turma da 4ª Câmara que acolheu a preliminar de decadência do IRRF no período de 01/01/2007 à 30/10/2007 a Fazenda Nacional interpôs recurso especial alegando em suma ter ocorrido interpretação divergente da que fora atribuída ao Acórdão paradigma nº 910100.773 – da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no tocante à contagem do prazo decadencial do IRRF com fundamento em “pagamentos sem causa”; portanto, de se frisar que o recurso especial interposto contra o Acórdão nº 1402002.884 se restringe ao provimento dado ao recurso voluntário da ora recorrida que reconheceu a decadência dos valores exigidos a título de IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007;. PRELIMINAR – NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO. é pacífico nessa Colenda CSRF o entendimento de que é cabível o reexame da admissibilidade do recurso em sede de preliminar ao julgamento. Isso porque a competência para admissibilidade e julgamento é dessa Câmara, consoante art. 67 do RI/CARF; em verdade, o Presidente da Câmara recorrida realiza um exame prévio da admissibilidade, que está sujeito a reapreciação pelo colegiado da CSRF . Nesse sentido é vasta a jurisprudência dessa CSRF, a exemplo dos seguintes acórdãos: [...]; no presente caso verificase que não há divergência jurisprudencial entre o acórdão recorrido e o aresto apontado como paradigma no recurso da Fazenda Nacional; considerando revelada a causa dos pagamentos e tendo sido identificados os beneficiários dos pagamentos, entendeu o v. acórdão não ser cabível, para estes, o reajuste e a tributação do IRF, na forma do artigo 674 do RIR/99, tendo reconhecido a decadência do IRRF em relação aos fatos geradores ocorridos no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, nos termos do artigo 150 § 4º do CTN, considerando para tanto como fato gerador, a incidência do pagamento prevista no art. 61 da Lei nº 8.981/95; o v. acórdão recorrido acolheu a decadência dos lançamentos, utilizandose da premissa básica de que se tratando de lançamento por homologação, aplicase a regra do artigo 150, §4º do CTN, quando tiver ocorrido pagamento ainda que parcial; a recorrente Fazenda Nacional ao fundamentar o recurso especial se utiliza do alegado entendimento exarado pelo REsp 973.733, no sentido de que o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa não se submeteria a lançamento por homologação, haja vista inexistir dever legal de antecipação de pagamento, com o que o prazo decadencial seria regido pelo art. 173, I do CTN; porém, a jurisprudência consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do recurso especial (REsp) 973.733/SC que observou o procedimento de recursos repetitivos (CPC Art. 543C, e Resolução STJ nº 08/2008, foi assim ementada: [...]; Fl. 6546DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 14 13 notese que o julgado supra traz expressamente consignados os requisitos para aplicação do prazo previsto no §4º do art. 150, mesmo para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, como : 1) a ausência de dolo, fraude ou simulação do contribuinte; 2) a existência de pagamento antecipado, ainda que parcial; e 3) a declaração prévia do débito; o acórdão citado, julgado pelo C. STJ como recurso repetitivo, consolidou o entendimento acerca da decadência, utilizandose dos seguintes parâmetros para sua caracterização: 1) Ser ou não tributo sujeito a lançamento por homologação; 2) Comprovação da obrigação ex lege de pagamento antecipado, ainda que parcial; e 3) A data da constituição do crédito tributário (com a notificação regular do sujeito passivo); neste sentido, a decisão recorrida obedeceu os ditames constantes no artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; ademais, tendo o v. acórdão recorrido deixado expressamente consignado que revelada a causa dos pagamentos e tendo sido identificados os beneficiários dos pagamentos, não é cabível, para estes, o reajuste e a tributação do IRF, na forma do artigo 674 do RIR/99, tendo reconhecido a decadência do IRRF em relação aos fatos geradores ocorridos de 01/01/2007 até 30/10/2007, nos termos do artigo 150 § 4º do CTN, considerando para tanto como fato gerador, a incidência do pagamento prevista no art. 61 da Lei nº 8.981/95, todos os requisitos foram preenchidos pela recorrida, pois não foram apontados dolo, fraude ou simulação, com aplicação da multa de 75% sobre os tributos lançados; consta nos autos que ocorrera a comprovação de que a mesma efetuou recolhimentos em todos os períodos de apuração; tendo sido determinado o cancelamento dos créditos tributários constituídos, relativos à infração sobre a falta de recolhimento do imposto de renda na fonte sobre pagamentos a beneficiários não identificados, sob o entendimento de que nos casos de pagamentos cujos beneficiários estão claramente identificados e não se tratam de pagamentos sem causa, não há incidência do previsto no artigo 61 da Lei nº 8.981, de 1995; ainda que assim o fosse, como visto, a fonte pagadora é colhida como substituta. Com tal, deve, por conta própria, providenciar a apuração do imposto e do seu recolhimento, no regime de lançamento pela modalidade de homologação. Assim, mediante o pagamento, essa questão não deve ser causa para o deslocamento da regra de decadência para o art. 173 do CTN; não há, assim, nenhuma causa justa para o deslocamento da regra de decadência do § 4º, do art. 150, para o art. 173, ambos do CTN. Esse também o entendimento alcançado pelos seguintes precedentes: [...]; tendo o lançamento sido efetuado em 30/10/2012, a decisão recorrida, por unanimidade, reconheceu a decadência em relação ao IRRF quanto aos fatos geradores no período de 01/01/2007 a 30/10/2007; tudo pautado no julgamento de Recurso Especial nº 973.733/SC pelo C. STJ, que observou o procedimento de recursos repetitivos (CPC, artigo 543C e Resolução STJ nº 08/2008), o que merece a devida valoração no julgamento deste Recurso Especial; Fl. 6547DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 15 14 no intuito de comprovar a divergência jurisprudencial, afirma a PGFN que o Acórdão paradigma nº 910100.773 da Câmara Superior de Recursos Fiscais teria entendimento pela aplicação do artigo 173, I, do CTN, de forma completamente distinta da determinada pela decisão recorrida; ocorre que, o v. acórdão dito paradigma não se reveste de tais características para fim de comprovação de divergência jurisprudencial. Primeiro, porque se trata de suporte fático distinto daquele versado nos autos, pois se refere exclusivamente a lançamento de ofício resultante de ação desenvolvida por iniciativa fiscal em que dos levantamentos e investigações realizadas emergiram fatos imputáveis que de outra forma não teriam vindo à lume, posto tratarse de IRRF incidente sobre pagamentos sem causa e a beneficiários não identificados, praticados com dissimulação deliberada, o que difere completamente do caso discutido nestes autos em que restaram comprovados os pagamentos e identificados os beneficiários; no caso em tela, diferentemente do que ocorreu no acórdão paradigma indicado, as decisões administrativas de 1ª e 2ª Instâncias entenderam não ter ocorrido pagamento sem causa e estarem os beneficiários identificados, o que afasta a aplicação do artigo 674 do RIR, mormente quando considerado que ocorreram pagamentos para o reconhecimento da decadência; no Acórdão paradigma, o caso versa sobre a inexistência de pagamento antecipado, onde a fiscalizada, dissimuladamente, tudo fizeram para se eximir do pagamento; neste aspecto, o julgado foi no sentido da aplicação do artigo 173, inciso I do CTN para cômputo do prazo decadencial, pois ocorreram omissões e dolo no não pagamento, o que evidentemente não ocorreu no caso em tela; ademais, quando a recorrente tenta comprovar a divergência com o suposto cotejo analítico, passa a transcrever parte da fundamentação apresentada pelo dito acórdão paradigma, no que tange à interpretação textual do artigo 173, I do CTN quando há lançamento de ofício e do §4º do artigo 150 do CTN, interpretando onde o legislador não atuou; esta tese há muito já se encontra superada, diante da decisão sedimentada pelo C. Superior Tribunal de Justiça já citada; desse modo, em que pese o entendimento defendido pela recorrente, não há se concordar com tal interpretação, por absoluta falta de amparo legal; a regra especial da decadência está prevista no art. 150, §4º, CTN, abaixo transcrito, alcançando tributos lançados por homologação com antecipação de pagamento, onde o prazo decadencial contarseá do fato gerador, provocando o procedimento homologatório tácito que impedirá que a Administração Pública lance de modo suplementar a eventual diferença, verbis: [...]; em nome da segurança jurídica, as relações de direito não se colocam livres dos efeitos do tempo, podendo certo intervalo temporal, criar, modificar ou extinguir direitos das pessoas relacionadas a essas relações. Em regra, a decadência é uma forma extintiva do direito subjetivo, ou seja, da faculdade do sujeito ativo da relação tributária agir sobre o sujeito passivo (contribuinte). Esse instituto faz com que o direito decaia obstruindo a constituição do crédito tributário pelo Fisco (art. 156, V, CTN); Fl. 6548DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 16 15 o Artigo 150, §§1º a 4º do CTN é suficientemente claro no sentido de que cabe ao fisco proceder a homologação das atividades exercidas pelo contribuinte ou promover lançamento direito do crédito tributário em relação à operação eventualmente omitida pelo contribuinte, mas sempre dentro do prazo de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador; neste sentido, a recorrida alegou em recurso que o direito da Fazenda Nacional constituir os créditos tributários relativos aos fatos geradores de IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, estavam extintos, face a ocorrência da decadência, em razão do transcurso de 5 (cinco) anos dos fatos geradores da obrigação tributária, tudo nos termos do artigo 150 § 4º do CTN; as referidas autuações (bem como quaisquer reflexos delas decorrentes) referemse no todo aos períodos de 01/2006 a 12/2006, 01/2007 a 12/2007, e 01/2008 a 05/2008, sendo que, considerando o ciente da lavratura dos autos de infração na data de 30/10/2012, quaisquer períodos exigidos há mais de 5 anos, consideramse absolutamente decaídos; por tais razões a decisão administrativa de 1ª Instância reconheceu a decadência de todos os fatos geradores ocorridos de 01/01/2006 a 31/12/2006. Já a 2ª Instancia Administrativa reconheceu que também estavam decaídos o IRRF do período de 01/01/2007 a 30/10/2007; no caso em tela, todos os tributos exigidos até a competência de 10/2007 estão abrangidos pelo instituto da decadência (sumariamente ignorado pela Autoridade Fiscal) na mais absoluta consonância com o artigo 150, §4º do CTN; a regra de incidência de cada tributo é que define a sistemática de seu lançamento. Vejamos em relação ao Imposto de Renda Retido na Fonte; a retenção na fonte, apesar de denominada antecipação do imposto de renda devido na declaração de ajuste anual, é, como se constata, imposto lançado e pago, ainda que os respectivos rendimentos sejam submetidos a ajustes e o lançamento dependa de posterior homologação da Administração Tributária; de acordo com o CTN, o crédito tributário somente passa a ser devido após a sua constituição; assim, para que o imposto seja devido e possa ser retido e recolhido, deve haver um "lançamento", ainda que "provisório", que constitua o respectivo crédito tributário, efetuado pela fonte pagadora, em substituição ao sujeito passivo, ou pelo próprio sujeito passivo, se o rendimento for recebido de pessoa física (carnêleão); a data que interessa ao Fisco é a do término do prazo para recolhimento do imposto, tendo em vista que, após essa data, se a obrigação tributária não tiver sido cumprida, o imposto poderá ser exigido de ofício, fato esse que fixa o elemento temporal; por fim, no imposto de renda retido na fonte, em que o recolhimento deve ser feito no mês seguinte ao pagamento, com o lançamento se completando por homologação, o prazo é de cinco anos corridos, conforme se vê na jurisprudência da Receita Federal do Brasil, verbis: [...]; Fl. 6549DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 17 16 o IRRF é tributo cuja legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, pelo que amoldase à sistemática de lançamento denominada de homologação, onde a contagem do prazo decadencial deslocase da regra geral (art. 173 do CTN, para encontrar respaldo no § 4º do artigo 150, do mesmo Código), hipótese em que o cinco anos têm como termo inicial a data da ocorrência do fato gerador, o que foi expressamente reconhecido pela decisão recorrida; esta consideração já é pacífica no Conselho de Contribuintes, podendose citar os Acórdãos nºs. 10245.625, da sessão de 21.08.2002; 10612.460, da sessão de 22.01.2002; 10419.523, da sessão de 09.09.2003; 10246.234, da sessão de 28.01.2004; etc; não há como negar que o imposto de renda retido na fonte está sujeito à periodicidade mensal, submetido à regra do artigo 150, § 4º do CTN; neste sentido, vale transcrever a posição adotada por Carlos Madeira, da 4ª Turma do TFR, São Paulo, que no acórdão de 12/03/80, ao julgar a Ap. 50680 (RTFR, 67: 136/138), assim se manifestou: [...]; da mesma forma tem decidido o Colegiado da 3ª Instância Administrativa, Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme as ementas abaixo: [...]; ademais, devese considerar o entendimento pacificado sobre o tema, que acolhe a preliminar de decadência, se constatado que houve pagamentos, ainda que parciais, até o vencimento, determinandose o prazo de decadência conforme o disposto no § 4º do art. 150 do CTN; assim, não obstante a recorrente sustentar a ocorrência da decadência, mesmo que se não tivesse havido o pagamento, pois este não interferiria na contagem do prazo, a própria decisão recorrida reconheceu expressamente que a autuada efetuou recolhimentos do IRPJ e do IRRF nos anos calendários de 2006 e 2007, com o que deve ser aplicado à mesma o disposto no artigo 150, §4º do CTN, com o que inclusive foi afastada a fraude ao analisar a multa qualificada; diante de tais considerações, não há como recusar o reconhecimento e a declaração da decadência dos fatos geradores de IRRF do período de 01/01/2007 a 30/10/2007, com aplicação direta do disposto no artigo 150, §4º do CTN, pois conforme comprovado, a recorrida procedeu aos pagamentos do tributo em questão, no período da lide, mantendose o v. acórdão recorrido; tal entendimento têm sido baseado no Parecer PGFN/CAT nº 1617, de 1º de agosto de 2008, abaixo transcrito: [...] 40. Do que, então, emerge mais uma conclusão: o pagamento antecipado da contribuição (ainda que parcial) suscita a aplicação da regra especial, isto é, do § 4º do art. 150 do CTN,; a inexistência de pagamento justifica a utilização da regra do art. 173 do CTN, para efeitos de fixação do dies a quo dos prazos de caducidade, projetados nas contribuições previdenciárias. Isto é, no que se refere à contagem dos prazos de decadência. Tal concepção, em Fl. 6550DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 18 17 princípio, pode ser aplicada para todos os tributos federais, e não somente, para as contribuições previdenciárias. com base no entendimento claramente exposto no Parecer acima transcrito, em especial no item 40 em destaque, aliado ao reconhecimento expresso da ocorrência de pagamentos relativos ao período abrangido pelo lançamento, impõese a manutenção da decisão recorrida e a extinção pela decadência dos fatos geradores anteriores a 30/10/2007, em relação ao Imposto de Renda Retido na Fonte; diante do exposto, requerse seja revista a questão da admissibilidade do recurso especial, negandose seguimento ao mesmo, por lhe faltarem os requisitos essenciais ao seu processamento, no que se refere à ausência de demonstração de dissídio jurisprudencial; por fim, caso mantida a admissibilidade do recurso especial, requerse seja negado provimento ao mesmo, mantendose a decisão recorrida no que se refere ao reconhecimento da decadência, em relação aos fatos geradores de IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007; DO PEDIDO. diante do exposto, requerse sejam conhecidas as presentes contrarrazões, para: 1) acolher a preliminar de não conhecimento do recurso especial de divergência, interposto pela Fazenda Nacional, haja vista que não se configurou o alegado dissídio; 2) na hipótese de a preliminar ser rejeitada, seja negado provimento ao recurso especial de divergência, posto que a decisão recorrida não merece reparos quanto ao transcurso do prazo decadencial (em relação aos fatos geradores de IRRF ocorridos de 01/01/2007 até 30/10/2007); 3) e ainda, se provido o recurso especial da Fazenda Nacional, requerse seja apreciado o mérito, em relação ao período que fora reconhecida a decadência, mantendo o mesmo fundamento jurídico utilizado pela 4ª Câmara / 2ª Turma da Primeira Seção de Julgamento do CARF para cancelar integralmente o lançamento referente ao IRRF de 01/01/2007 a 30/10/2007, posto que efetivada a diligência fiscal, para identificação dos beneficiários e dos respectivos pagamentos, o que culminou inclusive no cancelamento de quase a totalidade do lançamento fiscal; 4) caso assim não entendam V. Sas., em relação à apreciação do mérito constante no item 3 supra, requerse seja determinado o retorno do processo à Colenda 4ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 1ª Seção de Julgamento do E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para que seja apreciado o mérito, no que se refere aos fatos geradores de IRRF ocorridos no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, posto que efetivada diligência fiscal para identificação dos beneficiários e dos respectivos pagamentos, o que culminou inclusive no cancelamento de quase a totalidade do lançamento fiscal. É o relatório. Fl. 6551DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 19 18 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. Conheço do recurso, pois este preenche os requisitos de admissibilidade. O presente processo tem por objeto lançamento para constituição de crédito tributário a título de IRPJ, CSLL e IRfonte sobre pagamento a beneficiário não identificado ou sem causa, com fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2006, 2007 e 2008. A autuação do IRPJ e CSLL decorreu da glosa de despesas não comprovadas. Para uma parte dessas despesas, não houve identificação dos beneficiários dos pagamentos e nem de sua causa, o que também resultou no lançamento do IRfonte previsto no art. 674 do RIR/99 (com multa de 150%). Para outra parte, não houve comprovação da prestação dos serviços, e isso implicou somente na glosa da despesa para fins de apuração do IRPJ e CSLL (com multa de 75%). Ao examinar a impugnação da contribuinte, a decisão de primeira instância administrativa acolheu em parte a preliminar de decadência suscitada pela contribuinte, para cancelar as exigências de IRPJ, CSLL e IRRF anteriores a 01/01/2007, considerada a antecipação de pagamento dos tributos lançados e a data de ciência dos lançamentos (30/10/2012). No mérito, essa decisão determinou (a) o cancelamento parcial da exigência de IRPJ, CSLL e IRRF, sob o fundamento de que teriam sido comprovados os beneficiários e causa dos pagamentos ao longo do procedimento fiscal; e (b) a redução do percentual da multa de ofício de 150% para 75%, por entender que a Fiscalização não apresentou elementos suficientes para comprovar a fraude, dolo ou simulação, que justificariam a qualificação da multa aplicada. Em razão dos valores exonerados, houve recurso de ofício, e a contribuinte apresentou recurso voluntário contra uma parte da decisão que lhe foi desfavorável. No recurso voluntário, a contribuinte questionou apenas a decadência dos valores exigidos a título de IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, e informou a adesão ao parcelamento especial em relação aos débitos de IRPJ, CSLL e IRRF remanescentes, ou seja, não cancelados pela decisão de primeira instância. A decisão de segunda instância administrativa (acórdão ora recorrido) negou provimento ao recurso de ofício (confirmando os cancelamentos feitos pela decisão de primeira instância), e deu provimento ao recurso voluntário, para fins de acolher a decadência do IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, e é exatamente esse o objeto do recurso especial da PGFN, a ser agora examinado. Em sede de contrarrazões, a contribuinte apresenta preliminar de não conhecimento do recurso. O relatório acima permite ver que a ela incluiu toda a argumentação de mérito no tópico da preliminar. Fl. 6552DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 20 19 Como preliminar propriamente dita, a contribuinte alega, em síntese, que o paradigma trata de suporte fático distinto do versado nos presentes autos, porque aqui restaram comprovados os pagamentos e identificados os beneficiários; que no caso paradigma a aplicação do artigo 173, I, do CTN para cômputo do prazo decadencial foi justificada em razão de omissões e dolo no não pagamento, o que evidentemente não ocorreu no caso em tela; que o acórdão recorrido estaria de acordo com a jurisprudência consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do recurso especial (REsp) 973.733/SC, que observou o procedimento de recursos repetitivos; e que o acórdão recorrido, portanto, teria obedecido os ditames constantes no artigo 62A do RICARF. A primeira observação é que não procede a alegação de que o suporte fático das decisões cotejadas é diferente. Não há dúvida de que no presente processo houve a identificação do beneficiário e a comprovação da causa do pagamento para uma parte dos valores autuados, o que inclusive justificou o cancelamento desses valores, independentemente da decadência. Mas a divergência não repousa, obviamente, sobre essa parte do lançamento. A divergência sobre a decadência abrange os pagamentos ocorridos no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, para os quais não houve, no curso do processo, a identificação do beneficiário e a comprovação da causa. E em relação a essa parte do lançamento, a situação é exatamente a mesma do paradigma. Também não procede a alegação de que o paradigma tratou de um contexto fático distinto, em que houve dolo, fraude, dissimulação deliberada, etc., porque não foi isso o que justificou a aplicação do art. 173, I, do CTN por aquela decisão. O voto que conduziu o acórdão paradigma em nenhum momento invoca as figuras previstas no final do §4º do art. 150 do CTN (dolo, fraude e simulação), para deslocar a contagem da decadência do art. 150 para o art. 173 do CTN. A menção que o paradigma faz à ocorrência de "dissimulação deliberada" tem apenas o escopo de destacar que não há nada para se homologar quando se está diante dessa situação de pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado: Ainda mais que, se a fiscalização considerou que o pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado de fato ocorrera, indagase, como se falar em pagamento antecipado ou em atividade exercida pelo sujeito passivo, se os procedimentos que levaram à caracterização do ilícito foram praticados com dissimulação deliberada? Ou, ainda, como se falar em homologação? Homologar o quê? Seria a homologação da atividade dissimulada que, na ótica da autoridade fiscal, fora praticada pelo sujeito passivo, com vistas a ludibriar o fisco e escondêla até mesmo das autoridades encarregadas do controle e fiscalização das nossas instituições bancárias? A resposta a essas indagações não pode ser outra senão um categórico não. E o entendimento de que nada há para se homologar nesse tipo de situação (pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado) é, em tese, perfeitamente aplicável no contexto do caso recorrido. Fl. 6553DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 21 20 A divergência jurisprudencial foi perfeitamente identificada pelo despacho de exame de admissibilidade. Para a decisão recorrida, o IRRF sobre pagamentos sem causa se submete à modalidade de lançamento por homologação (sendo aplicável o prazo decadencial do art. 150, §4º, do CTN), enquanto que para o paradigma, o IRRF incidente sobre pagamentos sem causa não se subsume ao lançamento por homologação (porque nada há para se homologar), ficando o prazo decadencial sob a regência do art. 173, I, do CTN. A referida decisão do STJ (REsp 973.733/SC) também não prejudica o processamento do recurso especial. Não cabe aqui a aplicação do art. 67, §12, II, do RICARF. A questão não abrange uma simples aplicação do que foi decidido pelo STJ no julgamento do REsp n° 973.733/SC. No que toca à presente controvérsia, há espaço para interpretação desse julgado, tanto assim que a própria PGFN o invoca a seu favor. Vale registrar que no âmbito do CARF, mesmo após o referido posicionamento do STJ (decisão transitada em julgado em 22/10/2009), ainda remanesceu controvérsia quanto ao prazo de decadência que deve ser aplicado ao lançamento de IRRF sobre pagamento a beneficiário não identificado ou sem causa, com base no art. 674 do RIR/1999. Nesse sentido destaco decisão dessa própria 1ª Turma da CSRF, o Acórdão nº 9101 003.231, exarado em 09/11/2017. Há também o Acórdão nº 920202.113, de 09/05/2012, que, fazendo citação expressa de que o art. 62A do RICARF obrigava a utilização da regra do REsp n° 973.733/SC, concluiu pela aplicação do art. 173, I, do CTN em situação bastante semelhante à destes autos. Não há como entender que o paradigma apresentado contraria decisão definitiva do STJ em sede de julgamento de recursos repetitivos (CPC, art. 543C). As preliminares, portanto, devem ser rejeitadas. Quanto ao mérito, reproduzo a ementa do Acórdão nº 9101003.231, de 09/11/2017, mencionado acima, ocasião em que esta 1ª Turma da CSRF decidiu, com base em voto de minha autoria, que o IRfonte sobre pagamento a beneficiário não identificado ou sem causa, em situação semelhante à do presente processo, está sujeita à aplicação do prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN: Acórdão nº 9101003.231 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2002 IRFONTE SOBRE PAGAMENTO A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO. DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ART. 173, I, DO CTN. Cada fato gerador de IRfonte (cada pagamento efetuado pela fonte pagadora a um beneficiário) é um fato gerador próprio, completo, autônomo, individual, que não se comunica com outras retenções relativas a outros pagamentos feitos pela fonte pagadora (outros fatos geradores). O fato gerador do IRfonte é um típico fato gerador instantâneo. Não há nesse caso a figura do fato gerador complexivo (periódico), como se dá com o IRPJ e a CSLL. Se cada fato gerador de IRfonte é único, não há como falar em pagamento parcial de tributo. Não há como utilizar recolhimentos de IRfonte Fl. 6554DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 22 21 referentes a outras retenções (outros fatos geradores), independentemente do código de recolhimento, da rubrica, etc., para fins de deslocar a contagem da decadência para a regra do art. 150 do CTN. O deslocamento da regra decadencial só seria possível se o contribuinte apresentasse recolhimento parcial de IRfonte para uma determinada retenção feita por ele, o que é difícil de acontecer, e também não é o caso dos autos. Ainda assim, o deslocamento só abrangeria esse específico fato gerador, e não serviria para antecipar a contagem da decadência para todos os demais fatos geradores de IRfonte ocorridos na mesma semana, no mesmo decêndio, na mesma quinzena, no mesmo mês, no mesmo trimestre, no mesmo ano, etc. Desnecessário reproduzir todas as considerações que estão sintetizadas na ementa acima, porque a matéria foi recentemente sumulada no âmbito do CARF (súmula aprovada em sessão extraordinária, no dia 03/09/2018): Súmula CARF nº 114 O Imposto de Renda incidente na fonte sobre pagamento a beneficiário não identificado, ou sem comprovação da operação ou da causa, submetese ao prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. Acórdãos Precedentes: 110100.622, de 23/11/2011; 140200.320, de 11/11/2010; 220201.975, de 15/08/2012; 910100.773, de 14/12/2010; 1103000.904, de 06/08/2013; 1301001.544, de 03/06/2014; 1302001.857, de 04/05/2016; 2202002.561, de 18/02/2014; 2202002.804, de 10/09/2014; 2301004.531, de 08/03/2016. Para os fatos geradores de IRRF ocorridos de janeiro a outubro do ano calendário de 2007, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é o dia 01/01/2008, e o prazo decadencial de cinco anos se consumaria em 01/01/2013. Como o lançamento foi realizado em 30/10/2012, não houve decadência. Finalmente, não cabe atender o pleito que a contribuinte apresentou no final de suas contrarrazões, "para que seja apreciado o mérito, no que se refere aos fatos geradores de IRRF ocorridos no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, posto que efetivada diligência fiscal para identificação dos beneficiários e dos respectivos pagamentos, o que culminou inclusive no cancelamento de quase a totalidade do lançamento fiscal". Não cabe mais nenhuma apreciação de mérito para identificação dos beneficiários e dos respectivos pagamentos (causas), nem por esse colegiado, e muito menos pela Turma Ordinária. Já restou esclarecido no início deste voto que a decisão de primeira instância administrativa acolheu em parte a decadência, para cancelar as exigências de IRPJ, CSLL e IRRF referentes ao anocalendário de 2006; e que, no mérito, essa mesma decisão determinou o cancelamento dos valores para os quais houve comprovação dos beneficiários e da causa dos pagamentos ao longo do procedimento fiscal. Esse julgamento de mérito produziu efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2007, para os quais não foi reconhecida a decadência naquela fase processual. Fl. 6555DF CARF MF Processo nº 10803.720074/201216 Acórdão n.º 9101004.015 CSRFT1 Fl. 23 22 Em razão dos valores exonerados, houve recurso de ofício, e a contribuinte apresentou recurso voluntário contra uma parte da decisão que lhe foi desfavorável. No recurso voluntário, a contribuinte questionou apenas a decadência dos valores exigidos a título de IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, o que demonstra sua concordância com a análise de mérito empreendida pela DRJ. No mesmo recurso voluntário, a contribuinte informou ainda a adesão ao parcelamento especial em relação aos débitos de IRPJ, CSLL e IRRF remanescentes, ou seja, aos débitos que não foram cancelados pela decisão de primeira instância. A adesão ao parcelamento abrangeu débitos de IRPJ e CSLL do ano calendário de 2007, tributos cuja apuração anual abrange as glosas de despesas ocorridas ao longo de todo aquele ano de 2007, o que também demonstra a concordância da contribuinte com a análise de mérito empreendida pela DRJ. A decisão de segunda instância administrativa (acórdão ora recorrido) negou provimento ao recurso de ofício (confirmando os cancelamentos feitos pela decisão de primeira instância, na parte em que ela examinou o mérito da questão sobre a comprovação dos beneficiários e da causa dos pagamentos), e deu provimento ao recurso voluntário, para fins de acolher a decadência do IRRF no período de 01/01/2007 a 30/10/2007 (que foi o único pleito da contribuinte na fase de recurso voluntário). Não há nada, portanto, que justifique uma nova análise de mérito sobre a identificação dos beneficiários e a comprovação da causa dos pagamentos. Desse modo, voto no sentido de CONHECER e DAR provimento ao recurso especial da PGFN, para restabelecer a exigência dos débitos de IRRF cujos fatos geradores ocorreram no período de 01/01/2007 a 30/10/2007, e que haviam sido cancelados em razão de decadência. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 6556DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.905560/2015-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/02/2010 a 28/02/2010
MULTA DE MORA. APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE REGIMES TRIBUTÁRIOS DIFERENTES.
O aproveitamento de pagamento de mesmo tributo ou contribuição e mesmo período de apuração não enseja a cobrança de multa de mora, e não se revela como procedimento de compensação.
Numero da decisão: 3201-004.979
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
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MULTA DE MORA. PAGAMENTOS DE MESMO TRIBUTO E PERÍODO DE APURAÇÃO. Recorrente MANAGER ONLINE SERVIÇOS DE INTERNET LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2010 a 28/02/2010 MULTA DE MORA. APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE REGIMES TRIBUTÁRIOS DIFERENTES. O aproveitamento de pagamento de mesmo tributo ou contribuição e mesmo período de apuração não enseja a cobrança de multa de mora, e não se revela como procedimento de compensação. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre/RS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 55 60 /2 01 5- 51 Fl. 108DF CARF MF Processo nº 13896.905560/201551 Acórdão n.º 3201004.979 S3C2T1 Fl. 3 2 Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada contra despacho decisório eletrônico emitido pela DRF Barueri, que deferiu parcialmente o pedido de restituição – PER apresentado pelo contribuinte. Cientificado do referido despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade informando que apura o PIS e a Cofins pelo regime misto, ou seja, possui parcela de suas receitas sujeitas ao regime cumulativo (maior parte) e parcela sujeita ao regime nãocumulativo. Diz ter, equivocadamente, pago parte do que seria enquadrável no regime cumulativo como se fosse do nãocumulativo. Ao constatar tal equívoco, formulou seu pedido de restituição do saldo existente desse crédito, tendo em vista que já havia transmitido compensação utilizando parte desse mesmo crédito. Apesar de ter transmitido a DCOMP após a data de vencimento da contribuição que estava sendo quitada, esclarece que deixou de incluir na discriminação dos débitos compensados qualquer valor a título de multa de mora (Processo de Consulta nº 166/2007). Acredita que a razão do indeferimento de parte do crédito pleiteado por meio do presente PER reside no fato de que o Despacho Decisório, que homologou parcialmente o PER/DCOMP, impôs a obrigação do recolhimento da multa moratória de 20 % quando da análise da compensação, o que resultou num valor menor a lhe ser restituído, ao passo que o seu entendimento foi de que "não poderia se incluir qualquer valor a título de multa moratória na composição do seu débito". A DRJ/Porto Alegre/RS, por intermédio do Acórdão 10060.570, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório em tela. O litígio restringiuse à aplicação dos acréscimos legais pelo fato de a compensação ter sido efetuada em data posterior à do vencimento do débito. Os julgadores a quo entenderam acertada a incidência da multa moratória, a despeito de se tratar de erro no tocante à apuração da contribuição pelo regime da nãocumulatividade, quando o correto seria pela cumulatividade. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário visando a reforma da decisão recorrida, para que lhe seja reconhecido o direito creditório. Em síntese, aduz: A necessidade de se observar e atender ao disposto na Solução de Consulta nº 166/07; A ilegalidade na alteração do PER/DCOMP de ofício pela fiscalização e a necessidade da lavratura de auto de infração específico; A aplicação do art. 138 do CTN (denúncia espontânea), que impossibilita a imposição de multa. Roga ao final: (i) Seja declarada a inexigibilidade da multa moratória cobrada sobre o montante dos débitos compensado, com o consequente deferimento integral da restituição pleiteada; Fl. 109DF CARF MF Processo nº 13896.905560/201551 Acórdão n.º 3201004.979 S3C2T1 Fl. 4 3 (ii) Subsidiariamente, seja reconhecida a ilegalidade da imputação da multa de ofício pela fiscalização e a necessidade da lavratura de auto de infração específico para sua exigência e/ou o reconhecimento do benefício da denúncia espontânea. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.953, de 26/02/2019, proferido no julgamento do processo 13896.900136/201782, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.953): (...)1 "O aproveitamento de pagamentos de mesmo tributo e mesmo período, em casos de mudança de regime de tributação, prescinde de Declaração de Compensação. Somente seria necessária Declaração de Compensação em casos de compensação do mesmo tributo em períodos diferentes, ou tributos diferentes. Embora a recorrente tenha utilizado a formalidade equivocada, Declaração de Compensação, materialmente tratase de aproveitamento de mesmo tributo, e mesmo período, do que se aplica a ratio decidendi da Súmula Carf 76: Súmula CARF nº 76 Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observandose os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Portanto, os recolhimentos em regimes tributários diferentes devem ser aproveitados, sem necessidade de Declaração de Compensação. Bastaria, no caso, uma retificação de Darf (Redarf), corrigindo o código de arrecadação. A retificação do código de arrecadação seria permitida, sem ofensa ao art. 11, V, da IN 672/20062, posto que a mudança de regime não ofendeu a legislação, isto é, não houve acusação fiscal de que o regime de tributação pretendido fosse indevido. 1 Não se transcreveu o voto vencido, do relator do processo paradigma, por manifestar entendimento que restou vencido na votação, não se aplicando, portanto, na solução do litígio deste processo. Entretanto, sua íntegra consta do acórdão do paradigma (3201004.953). 2 Art. 11. Serão indeferidos os pedidos de retificação que versem sobre: (...) V alteração de código de receita que corresponda à mudança no regime de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, quando contrariar o disposto na legislação específica; Fl. 110DF CARF MF Processo nº 13896.905560/201551 Acórdão n.º 3201004.979 S3C2T1 Fl. 5 4 Desse modo, não é aplicável, para cálculo de mora, a data de transmissão da Declaração de Compensação, pois não é o caso de compensação. Tendo sido o pagamento tempestivo, ainda que com regime de tributação equivocado, não cabe a multa de mora. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado deu provimento recurso voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 111DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10315.900381/2012-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. CONCOMITÂNCIA. INEXISTÊNCIA.
O instituto da concomitância deve ter tratamento semelhante ao da litispendência no processo civil, de forma que somente ocorrerá a renúncia ou desistência do recurso administrativo quando houver identidade entre os três elementos dos processos administrativo e judicial, quais sejam, partes, pedidos e causas de pedir.
A impetração de mandado de segurança coletivo, por substituto processual, não se configura hipótese em que se deva declarar a renúncia à esfera administrativa, eis que não há identidade de partes nos processos judicial e administrativo.
Em que pese a superioridade de eventual decisão judicial definitiva superveniente sobre o mesmos fatos, a contribuinte tem o direito subjetivo de ter apreciada sua impugnação administrativa, eis que, se ela não optou pela via judicial, não há que se falar em sua renúncia às instâncias administrativas.
É nula a decisão de primeira instância proferida com preterição do direito de defesa da impugnante, que não era parte da ação judicial de mesmo objeto.
Nulidade da decisão recorrida
Aguardando nova decisão
Numero da decisão: 3402-006.384
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para declarar a nulidade da decisão recorrida, determinando à Delegacia de Julgamento que profira nova decisão com a apreciação dos argumentos de mérito da contribuinte.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos e Marcos Antonio Borges (Suplente convocado em substituição ao Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes). Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. CONCOMITÂNCIA. INEXISTÊNCIA. O instituto da concomitância deve ter tratamento semelhante ao da litispendência no processo civil, de forma que somente ocorrerá a renúncia ou desistência do recurso administrativo quando houver identidade entre os três elementos dos processos administrativo e judicial, quais sejam, partes, pedidos e causas de pedir. A impetração de mandado de segurança coletivo, por substituto processual, não se configura hipótese em que se deva declarar a renúncia à esfera administrativa, eis que não há identidade de partes nos processos judicial e administrativo. Em que pese a superioridade de eventual decisão judicial definitiva superveniente sobre o mesmos fatos, a contribuinte tem o direito subjetivo de ter apreciada sua impugnação administrativa, eis que, se ela não optou pela via judicial, não há que se falar em sua renúncia às instâncias administrativas. É nula a decisão de primeira instância proferida com preterição do direito de defesa da impugnante, que não era parte da ação judicial de mesmo objeto. Nulidade da decisão recorrida Aguardando nova decisão
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para declarar a nulidade da decisão recorrida, determinando à Delegacia de Julgamento que profira nova decisão com a apreciação dos argumentos de mérito da contribuinte. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos e Marcos Antonio Borges (Suplente convocado em substituição ao Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes). Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. ASSOCIAÇÃO. CONCOMITÂNCIA. INEXISTÊNCIA. O instituto da concomitância deve ter tratamento semelhante ao da litispendência no processo civil, de forma que somente ocorrerá a renúncia ou desistência do recurso administrativo quando houver identidade entre os três elementos dos processos administrativo e judicial, quais sejam, partes, pedidos e causas de pedir. A impetração de mandado de segurança coletivo, por substituto processual, não se configura hipótese em que se deva declarar a renúncia à esfera administrativa, eis que não há identidade de partes nos processos judicial e administrativo. Em que pese a superioridade de eventual decisão judicial definitiva superveniente sobre o mesmos fatos, a contribuinte tem o direito subjetivo de ter apreciada sua impugnação administrativa, eis que, se ela não optou pela via judicial, não há que se falar em sua renúncia às instâncias administrativas. É nula a decisão de primeira instância proferida com preterição do direito de defesa da impugnante, que não era parte da ação judicial de mesmo objeto. Nulidade da decisão recorrida Aguardando nova decisão Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para declarar a nulidade da decisão recorrida, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 5. 90 03 81 /2 01 2- 81 Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 2 determinando à Delegacia de Julgamento que profira nova decisão com a apreciação dos argumentos de mérito da contribuinte. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos e Marcos Antonio Borges (Suplente convocado em substituição ao Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes). Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes. Relatório Versam os autos sobre PER/DCOMPs que restaram indeferidas/não homologadas, consoante razões constantes no Despacho Decisório que instrui os autos. Insatisfeita com esta decisão, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, que não foi conhecida pelo colegiado a quo, sob o argumento de que a matéria estaria sendo discutida no mandado de segurança coletivo nº 2008.34.00.0011699 (nova numeração 0001162.69.2008.4.01.3400). Cientificada dessa decisão (acórdão nº 08035.445), a interessada apresentou recurso voluntário tempestivo, alegando, em síntese: Nos termos da Súmula nº 629 do STF, a impetração de mandado de segurança coletivo prescinde de autorização de seus associados, o que significa que esses não estão obrigados a aproveitar os benefícios obtidos na possível decisão favorável concedida no processo ajuízado pela associação, podendo, inclusive, ajuizar demanda individual própria. O período abrangido pelos créditos concedidos no processo judicial da Assobrav não é o mesmo do crédito por aquela pleiteado administrativamente, como destacou o AuditorFiscal, razão pela qual não há vinculação entre o processo administrativo e o mandado de segurança. Portanto, a alínea "c" do Ato Declaratório nº 03/96 não se aplica ao caso, devendo o recurso ser recebido e conhecido. A recorrente está sujeita à alíquota zero de PIS/Cofins sobre as receitas decorrentes de suas vendas de veículos e peças, dentro do regime de incidência monofásica ao qual está submetido, conforme disposto na Lei nº 10.833/2003, de forma que tem direito ao aproveitamento de créditos pelas suas aquisições de veículos e peças para revenda, nos termos do art. 16 da MP nº 206/2004 e do art. 17 da Lei nº 11.033/2004. É o relatório. Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.362, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10315.720660/201343, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.362) "Atendidos aos requisitos de admissibilidade tomase conhecimento do recurso voluntário. Importa verificar se teria havido a concomitância do presente processo administrativo com o mandado de segurança coletivo nº 000116269.2008.4.01.3400, distribuído na 17ª Vara Federal em Brasília, impetrado pela Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen Assobrav em face do Secretário da Receita Federal do Brasil. A questão do encerramento da discussão no âmbito administrativo quando a matéria seja submetida à apreciação judicial foi tratada nos seguintes dispositivos legais: Decretolei nº 1.737/79: Art 1º (...) (...) § 2º A propositura, pelo contribuinte, de ação anulatória ou declaratória da nulidade do crédito da Fazenda Nacional importa em renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. Lei nº 6.830/80: Art. 38 A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo Único A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 4 de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. [negritos da Relatora] A matéria foi objeto da Súmula CARF nº 01, publicada no DOU de 22/12/2009, no sentido de que: "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial". Pelo que se depreende dos textos em negrito dos dispositivos acima, a renúncia ou desistência do litígio administrativo somente resta caracterizada quando a ação judicial é proposta pelo contribuinte ou sujeito passivo ou, no mínimo, integre o seu pólo ativo como litisconsorte, o que é bastante razoável, eis que a contribuinte, quando opta pela via judicial, já é sabedora da previsão de caracterização de renúncia ou desistência do seu recurso administrativo. Por certo, a contribuinte não poderia perder o direito à discussão administrativa em face da opção de outrem pela via judicial. No mais, tratandose de normas que excepcionam a regra geral de que o administrado tem direito ao devido processo legal no âmbito administrativo, é certo que não poderia haver interpretação extensiva ou ampliativa dessa exceção. Considerando, no entanto, a regulamentação um pouco dúbia dada pelo art. 87 do Decreto nº 7.574/20111, que parece abrigar a mera existência de ação judicial com o mesmo objeto, convém prosseguir um pouco mais na análise da matéria. Sobre a questão da identidade entre os objetos dos processos administrativo e judicial, o Parecer Normativo Cosit nº 7, de 22 de agosto de 2014, DOU de 27/08/2014, veicula o seguinte entendimento: 9. Poderseia questionar quanto à definição da expressão “mesmo objeto” a que se reportam o ADN Cosit nº 3, de 1996, a Súmula nº 1 do CARF e a Portaria MF nº 341, de 2011. Aqui, fazse mister diferenciar o objeto da relação jurídica substancial ou primária do objeto da relação jurídica processual. Aquele consiste no bem da vida sobre o qual recaem os interesses em conflito, in casu, o patrimônio do contribuinte; este, por sua vez, diz respeito ao serviço que o Estado tem o dever de prestar, e nos 1 Decreto nº 7.574/2011: Art. 87. A existência ou propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial com o mesmo objeto do lançamento importa em renúncia ou em desistência ao litígio nas instâncias administrativas (Lei no 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único). Parágrafo único. O curso do processo administrativo, quando houver matéria distinta da constante do processo judicial, terá prosseguimento em relação à matéria diferenciada. Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 5 procedimentos de que este se utiliza para tanto, resultando no proferimento de decisões administrativas ou judiciais em cada processo, guardando relação de instrumentalidade com a real demanda do autor (JUNIOR, Nelson Nery; NERY, Rosa Maria de Andrade. Constituição Federal Comentada. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. p. 179). 9.1. Assim, só produz o efeito de impedir o curso normal do processo administrativo a existência de processo judicial para o julgamento de demanda idêntica, assim caracterizada aquela em que se verificam as mesmas partes, a mesma causa de pedir (fundamentos de fato – ou causa de pedir remota e de direito – ou causa de pedir próxima) e o mesmo pedido (postulação incidente sobre o bem da vida) a chamada teoria dos três eadem, conforme definida no art. 301, § 2º da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil – CPC), o qual ora se aplica por analogia. 9.2. Levase em consideração o objeto da relação jurídica substancial; se a discussão judicial se refere a questões instrumentais do processo administrativo, contra as quais se insurge o sujeito passivo da obrigação tributária, não há que se falar em desistência da instância administrativa nem em definitividade da decisão recorrida, quando nesta se discute alguma questão de direito material. Se, no entanto, a discussão administrativa gira em torno de alguma questão processual, como a tempestividade da impugnação, por exemplo, questão esta também levada à apreciação judicial, configurase a renúncia à esfera administrativa quanto a este ponto específico. 9.3. Seguindo esse raciocínio, encontrase entendimento na doutrina e na jurisprudência de que só se caracteriza a identidade de ações quando se verificam as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir: 19. Identidade de ações: caracterização. As partes devem ser as mesmas, não importando a ordem delas nos pólos das ações em análise. A causa de pedir, próxima e remota [...], deve ser a mesma nas ações, para que se as tenha como idênticas. O pedido, imediato e mediato, deve ser o mesmo: bem da vida e tipo de sentença judicial. Somente quando os três elementos, com suas seis subdivisões, forem iguais é que as ações serão idênticas. (JUNIOR, Nelson Nery; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 11. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 595) Litispendência. Identidade de pedidos. A identidade de pedidos não caracteriza a litispendência. Somente se verifica a litispendência com a identidade de ações: as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 6 pedir. (TRF5ª, 1ª T., Ap 17299RN, rel. Juiz Ridalvo Costa, v.u., j. 10.12.1992, JSTJ 47/583) 9.4. Vale reproduzir o seguinte excerto do Parecer PGFN/Cocat nº 2/2013: 49. Dito disso, conferimos ao instituto da concomitância no PAF o mesmo tratamento da litispendência no processo civil, pois a verificação da ausência desses dois pressupostos negativos têm como finalidade precípua evitar o processamento de causas iguais quando houver: (i) identidade das partes, (ii) da causa de pedir e (iii) do pedido (art. 301, §§ 1º e 2º, do CPC; e Súmula nº 1/CARF). 50. Com efeito, na linha do que foi afirmado no item 26, tanto a concomitância quanto a litispendência constituem requisitos de validade objetivos extrínsecos da relação processual. São pressupostos negativos, ou seja, fatos que não podem ocorrer para que o procedimento se instaure validamente. Representam acontecimentos estranhos à relação jurídica processual (daí o adjetivo "extrínseco") que, uma vez existentes, impedem a formação válida do processo (procedimento). (grifos conforme original) 9.5. Feitos esses esclarecimentos, e à vista da terminologia utilizada nos normativos retromencionados, adotarseá, neste parecer, o entendimento de que a expressão “mesmo objeto” diz respeito àquilo sobre o qual recairá o mérito da decisão, quando sejam idênticas as demandas. Portanto, temse como critérios de aplicação da impossibilidade do prosseguimento do curso normal do processo administrativo, em vista da concomitância com processo judicial, tanto o pedido como a causa de pedir, e não somente o pedido. 9.6. Seguindo essa lógica, caso o processo administrativo fiscal contenha pedido mais abrangente que o do processo judicial, ele deve ter seguimento somente em relação à parte que não esteja sendo discutida judicialmente. Se, por exemplo, a ação judicial requer a anulação de um lançamento em relação a determinada multa, mas nada diz sobre a base de cálculo do tributo, e a impugnação administrativa tratar também da discussão sobre a base de cálculo, esta parte deverá ser objeto de julgamento administrativo. Assim, o entendimento que prevalece na Receita Federal é no sentido de que deve ser dado ao instituto da concomitância tratamento semelhante ao da litispendência no processo civil, de forma que somente ocorrerá a renúncia ou desistência do recurso administrativo quando houver identidade entre os três elementos dos processos administrativo e judicial, quais sejam, partes, pedidos e causas de pedir. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 7 No caso, embora não conste nos autos a petição inicial do referido mandado de segurança coletivo, a fim de que se possa cotejar os pedidos e causas de pedir dessa ação judicial com aqueles do presente processo, podese analisar, de imediato, a questão de a impetrante do mandado de segurança não ser a própria recorrente, mas uma entidade da qual ela é associada. Sobre o conceito de parte e substituição processual, Humberto Theodoro Júnior2, nos ensina que: (...) Assim para Liebman, "são partes do processo os sujeitos do contraditório instituído perante o juiz (os sujeitos do processo diversos do juiz, para os quais este deve proferir o seu provimento". Parte, portanto, em sentido processual, é o sujeito que intervém no contraditório ou que se expõe às suas consequências dentro da relação processual. (...) Em regra a titularidade da ação vinculase à titularidade do pretendido direito material subjetivo, envolvido na lide (legitimação ordinária). Assim, "ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico" (NCPC, art. 18). Há, só por exceção, portanto, casos em que a parte processual é pessoa distinta daquela que é parte material do negócio jurídico litigioso, ou da situação jurídica controvertida. Quando isso ocorre, dáse o que em doutrina se denomina substituição processual (legitimação extraordinária), que consiste em demandar a parte, em nome próprio, a tutela de um direito controvertido de outrem. (...) (...) Uma consequência importante da substituição processual, quando autorizada por lei, passase no plano dos efeitos da prestação jurisdicional: a coisa julgada formase em face do substituído, mas, diretamente, recai também sobre o substituído. A regra, porém prevalece inteiramente na substituição nas ações coletivas de consumo. Nestas, as sentenças benéficas fazem coisa julgada para todos os titulares dos direitos homogêneos defendidos pelo substituto processual (CDC, art. 103, III). O insucesso, porém, da ação coletiva não obsta as ações individuais, a não ser para aqueles que tenham integrado o processo como litisconsortes (CDC, arts. 94 e 103, §2º). Nesse último caso, a coisa julgada impede a repropositura da ação coletiva, mas não o manejo de ações individuais 2 THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum. v. 1. 58. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 270/273. Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 8 com o mesmo objeto visa pela demanda coletiva. Dizse que a pretensão individual nunca será a mesma formulada coletivamente, ou seja: o direito difuso ou coletivo nunca se confunde com o direito individual de cada um dos indivíduos interessados. Mesmo no caso dos direitos individuais homogêneos, o que se discute, coletivamente, é apenas a tese comum presente no grupo de cointeressados. Nunca ficará o indivíduo privado do direito de demonstrar que sua situação particular tem aspectos que justificam a apreciação da ação individual. (...) Com relação especificamente ao mandado de segurança coletivo, esclarece Sergio Ferraz3 que: "(...) a entidade comparece não em representação, mas em defesa dos interesses ou direitos de seus filiados. Há, pois, legitimação direta, extraordinária (substituição processual), nãointermediada, para agir. Por isso, aqui não se há de cogitar de autorização expressa, mandato etc. (...)"4. Prossegue o autor: "(...) a legitimação coletiva não exclui a individual, ainda que sobre o mesmo tema versado no writ coletivo (...). Tampouco invocável, aqui, a excludente de litispendência, eis que, no eventual ajuizamento de mandado de segurança individual e coletivo contra o mesmo ato coator, pertinente a mesma constrição, não está estritamente configurado o requisito da identidade dos autores (...)". Dessa forma, no presente caso, não se verifica a identidade entre as partes do processo administrativo fiscal e do mandado de segurança coletivo, razão pela qual não há que se falar em concomitância entre o presente processo e o referido mandado de segurança. Nesse sentido já foi decidido por este CARF, conforme ementas abaixo transcritas: Acórdão nº 3402004.614– 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 20017 Relator: Carlos Augusto Daniel Neto ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. CONCOMITÂNCIA. INEXISTÊNCIA. 3 FERRAZ, Sergio. Mandado de Segurança. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 73/77. 4 Vide Súmula do STF nº nº 629, nos seguintes termos:"A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes". Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 9 A impetração de mandado de segurança coletivo, por substituto processual, não se configura hipótese em que se deva declarar a renúncia à esfera administrativa. Acórdão n° 9101001.216 — 1ª Turma Sessão de 18 de outubro de 2011 Relator: Antonio Carlos Guidoni Filho Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercícios: 1998, 2000, 2002 Ementa: PROCESSO TRIBUTÁRIO. CONCOMITÂNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. INOCORRÊNCIA. A impetração de mandado de segurança coletivo por associação de classe não impede que o contribuinte associado pleiteie individualmente tutela de objeto semelhante ao da demanda coletiva, já que aquele (mandado de segurança) não induz litispendência e não produz coisa julgada em desfavor do contribuinte nos termos da lei. É impróprio falarse em afronta ao principio da unicidade de jurisdição neste caso, pois o sistema jurídico admite a coexistência e convivência pacifica entre duas decisões (uma de natureza coletiva e outra individual), sendo que, via de regra, aplicarseá ao contribuinte aquela proferida no processo individual. A renúncia à instância administrativa de que trata o art. 38 da Lei n. 6.830/80 pressupõe ato de vontade do contribuinte expressado mediante litisconsórcio com a associação na ação coletiva ou propositura de ação individual de objeto análogo ao processo administrativo, o que não se verifica na hipótese. Recurso Especial do Procurador Negado. Ademais, não se poderia sequer alegar relação de prejudicialidade entre os processos, eis que, pelo que consta no sítio do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o mandado de segurança coletivo já transitou em julgado com resultado desfavorável à associação impetrante. Dessa forma, em consonância com o disposto no art. 59, II do Decreto nº 70.235/725, entendo que deve ser declarada a 5 Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. Fl. 102DF CARF MF Processo nº 10315.900381/201281 Acórdão n.º 3402006.384 S3C4T2 Fl. 0 10 nulidade da decisão recorrida para que outra seja proferida com a análise de mérito dos argumentos da impugnante, que não é parte na ação judicial. Assim, pelo exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário para declarar a nulidade da decisão recorrida, determinando à Delegacia de Julgamento que profira nova decisão com a apreciação dos argumentos de mérito da contribuinte." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar parcial provimento ao recurso voluntário para declarar a nulidade da decisão recorrida, determinando à Delegacia de Julgamento que profira nova decisão com a apreciação dos argumentos de mérito da contribuinte. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 103DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10650.720621/2018-40
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2016
IRPF. GLOSA DE DEDUÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. NÃO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Podem ser deduzidos na Declaração do Imposto de Renda os pagamentos realizados a título de pensão alimentícia, se restar comprovado que os pagamentos efetuados decorrem de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente e que atendam aos requisitos para dedutibilidade dos valores pagos.
Restando demonstrado que a pensão não decorre de determinação judicial ficam vulnerados os requisitos para dedutibilidade dos valores pagos, devendo ser mantida a glosa efetuada, considerando, os aludidos pagamentos porventura realizados, em mera liberalidade.
Numero da decisão: 2003-000.036
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Sheila Aires Cartaxo Gomes Presidente
(assinado digitalmente)
Wilderson Botto Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz.
Nome do relator: WILDERSON BOTTO
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GLOSA DE DEDUÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. NÃO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. Podem ser deduzidos na Declaração do Imposto de Renda os pagamentos realizados a título de pensão alimentícia, se restar comprovado que os pagamentos efetuados decorrem de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente e que atendam aos requisitos para dedutibilidade dos valores pagos. Restando demonstrado que a pensão não decorre de determinação judicial ficam vulnerados os requisitos para dedutibilidade dos valores pagos, devendo ser mantida a glosa efetuada, considerando, os aludidos pagamentos porventura realizados, em mera liberalidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Sheila Aires Cartaxo Gomes – Presidente (assinado digitalmente) Wilderson Botto – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 65 0. 72 06 21 /2 01 8- 40 Fl. 111DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 99/104) contra o acórdão nº 0843.613 da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza (CE) DRJ/FOR (fls. 85/88), que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte (fls. 2/11) em face da lavratura da Notificação de Lançamento IRPF (fls. 24/27) objeto do presente feito. A decisão de primeira instância assim contextualizou a notificação de lançamento e os fatos envolvidos (fls. 86): Contra o contribuinte acima identificado foi emitida Notificação de Lançamento de Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza de Pessoa Física – IRPF relativa ao ano calendário 2016, exercício 2017, por meio da qual houve ajuste do imposto restituir declarado de R$ 3.950,11 para o imposto a restituir apurado de R$ 1.119,48. Foi glosado o valor de R$ 10.560,00, deduzido indevidamente a título de pensão alimentícia. A autoridade fiscal relatou: Glosa do valor de R$ 10.560,00, indevidamente deduzido a título de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública. No documento judicial há menção expressa de renúncia expressa do casal a pensão de alimentos. As despesas que a conjugue virago se compromete a pagálas são: prestação de imóvel, contas de telefone e energia elétrica, todas essas despesas são indedutíveis a título de pensão alimentícia. Em face do apurado, a fiscalização promoveu o ajuste do imposto a restituir que, ante a glosa de pensão alimentícia, foi reduzido de R$ 3.950,11 para R$ 1.119,48 (fls. 27). Cientificado, o contribuinte apresentou impugnação tempestiva, onde contesta a glosa da pensão alimentícia declarada, sob a alegação de que ela representa 90% da restituição devida, sendo que o requerente ajuda com o sustento e a manutenção quase integral de sua exmulher e familiares, conforme se comprova documentalmente com os recibos anexados. Salienta ainda que o seu divórcio ocorreu de forma consensual, e pede, ao final, a restituição integral dos valores declarados (fls. 2/11). A impugnação foi julgada improcedente, para manter a redução do imposto a restituir ajustado pela fiscalização. Intimado por AR da decisão (06/07/2018) (fls. 92/93), apresentou (em 12/07/0218), via postal (fls. 98), Recurso Voluntário (fls. 99/104), insurgindose contra as deduções glosadas, repisando as alegações da impugnação, requerendo a reconsideração do julgado, sobretudo porque faz o acompanhamento psiquiátrico de seus filhos Rose Mary, Antônio Romeu Filho e Mona Helena, além de arcar com as despesas de sua neta Geovana Silva Leite. Que paga pensão alimentícia à sua exesposa, no valor de um salário mínimo, para suprir as necessidades de seus filhos. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10650.720621/201840 Acórdão n.º 2003000.036 S2C0T3 Fl. 112 3 Processo distribuído para julgamento em Turma Extraordinária, tendo sido observadas as disposições do art. 23B, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/15, e suas alterações. É o relatório. Voto Conselheiro Wilderson Botto – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, razões por que dele conheço e passo à sua análise. MÉRITO Da glosa da despesa com pensão alimentícia: O Recorrente deduziu o valor de R$ 10.560,00 relativo a despesas com pensão alimentícia pagas a sua excônjuge Maria Neusa de Carvalho (fls. 14/22). A DRJ/FOR, por sua vez, entendeu que a dedução foi indevida, pois o Recorrente não comprovou haver decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou escritura pública determinando o pagamento de pensão alimentícia a excônjuge Maria Neusa de Carvalho, tratandose, os pagamentos de pensão alimentícia porventura realizados, de mera liberalidade, não se sujeitando aos critérios de dedutibilidade da legislação do imposto de renda (fls. 85/88). Neste ponto, considerando que o Recorrente, em sua peça recursal, reiterou basicamente os termos da impugnação, e os demais fatos narrados não são suficientes para alterar a conclusão do julgado de piso, adoto os fundamentos da decisão recorrida, mediante transcrição do seu inteiro teor no particular, à luz do disposto no § 3º do art. 57 do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015– RICARF: A impugnação apresentada é tempestiva e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/1972, portanto dela conheço. A Lei nº 9.250/1995 estabelece: Art. 4º. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda poderão ser deduzidas: (...) II – as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) GRIFEI Fl. 113DF CARF MF 4 O Regulamento do Imposto sobre a Renda – RIR, aprovado pelo Decreto nº 3.000/1999, dispõe: Art. 78. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso II). (...) § 4º Não são dedutíveis da base de cálculo mensal as importâncias pagas a título de despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). § 5º As despesas referidas no parágrafo anterior poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto de renda na declaração anual, a título de despesa médica (art. 80) ou despesa com educação (art. 81) (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). (...) Conforme se vê, para que o contribuinte tenha direito à dedução de pensão alimentícia, é necessária a comprovação de que: (1) decorre de obrigação estabelecida pelas regras do Direito de Família; (2) foi estabelecida em decisão judicial, em acordo homologado judicialmente ou em escritura pública de separação ou divórcio e (3) foi efetivamente paga. O contribuinte apresentou: recibos emitidos por Maria Neusa de Carvalho, a qual afirma ter recebido do contribuinte valores a título de pensão alimentícia; certidão de seu casamento com Maria Neusa de Carvalho em 13/04/1963, com a averbação de divórcio consensual efetivado em 04/09/1998, em virtude de sentença do MM. Juiz da 4ª Vara Cível da Comarca de Uberaba/MG. No dossiê no qual constam os documentos apresentados pelo contribuinte durante a ação fiscal estão anexadas peças da ação judicial na qual foi homologado o acordo de divórcio direto consensual entre o contribuinte e Maria Neusa da Silva. No acordo homologado, consta o seguinte: ... Os filhos são maiores de idade portanto não há de falar em guarda nem tão pouco (sic) em visitas e pensão; O casal renuncia entre si pensão de Alimentos, porém o varão vem pagando as prestações do Imóvel do casal que é financiado, e ainda as contas de telefone e luz e irá continuar arcando com estas despesas; Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10650.720621/201840 Acórdão n.º 2003000.036 S2C0T3 Fl. 113 5 Dessa forma, não há determinação em decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou escritura pública para que o contribuinte pague pensão alimentícia a Maria Neusa de Carvalho, sendo valor porventura pago mera liberalidade. Ademais, de acordo com o Regulamento do Imposto sobre a Renda, fora a pensão alimentícia, que constitui numerário que provenha a subsistência do alimentado, somente o pagamento direto de despesas médicas e com educação podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto sobre a Renda. Assim, montante porventura dado pelo contribuinte a Maria Neusa de Carvalho, por liberalidade, não atende os requisitos da legislação tributária necessários à dedução pleiteada.” A par dos fatos, como bem explicitado na decisão recorrida a pretensão esbarrou num óbice instransponível, o acordo homologado judicialmente nos autos da Ação Direta de Divórcio Consensual nº 701.98.0097409, que tramitou na 4ª Vara Cível da Comarca de Uberaba/MG (fls. 54/58), não prevê pagamento de pensão por parte do Recorrente, pelo contrário o exime de prestála, tanto a excônjuge quanto aos filhos. Destarte, não restaram nos autos atendidos os requisitos para dedutibilidade dos valores pagos à título de pensão alimentícia, nos moldes previstos na legislação de regência, ao revés, a transação consensual aquiescida nos autos da ação judicial, caminhou em sentido diametralmente oposto ao alegado pelo Recorrente, razão pela qual mantenho a glosa efetuada. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO do Recurso Voluntário, nos termos do voto em epígrafe, para manter a glosa da dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do imposto de renda, anocalendário 2016, exercício 2017. (assinado digitalmente) Wilderson Botto Fl. 115DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16024.000576/2007-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Exercício: 2003, 2004, 2005
MULTA REGULAMENTAR. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. DÉBITOS GARANTIDOS. ALCANCE.
A multa prevista no art. 32 da Lei n. 4.357/1964, pressupõe que a pessoa jurídica, no momento da distribuição, tenha débitos sem garantia inscritos em Dívida Ativa da União e em execução judicial, o que não se aplica ao presente caso.
Numero da decisão: 2401-006.122
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausentes as Conselheiras Luciana Matos Pereira Barbosa e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. DÉBITOS GARANTIDOS. ALCANCE. A multa prevista no art. 32 da Lei n. 4.357/1964, pressupõe que a pessoa jurídica, no momento da distribuição, tenha débitos sem garantia inscritos em Dívida Ativa da União e em execução judicial, o que não se aplica ao presente caso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 02 4. 00 05 76 /2 00 7- 13 Fl. 344DF CARF MF 2 Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausentes as Conselheiras Luciana Matos Pereira Barbosa e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II SP (DRJ/SPOII) que julgou, por unanimidade de votos, procedente o lançamento, mantendo o Crédito Tributário exigido, conforme ementa do Acórdão nº 1729.881 (fls. 296/300): ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Exercício: 2003, 2004, 2005 MULTA REGULAMENTAR. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS AOS SÓCIOS POR EMPRESA EM DEBITO NÃO GARANTIDO. As pessoas jurídicas, enquanto estiverem em DÉBITO, não GARANTIDOS, por falta de recolhimento de imposto no prazo legal, não poderão dar ou atribuir participação nos lucros a seus sócios ou quotistas, importando a sua desobediência em multa aos diretores e demais membros da administração superior que houverem recebido as importâncias indevidas. Lançamento Procedente O presente processo trata de Auto de Infração (fls. 244/246), lavrado contra o Contribuinte em 06/12/2007, relativo aos exercícios 2003, 2004 e 2005, por ter recebido rendimentos de participações da empresa Fersol Indústria e Comércio S/A, CNPJ 47.226.493/000146, na qualidade de diretor ou membro da administração superior, no qual é exigido o recolhimento da Multa Regulamentar no valor de R$ 218.957,97, passível de redução. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 239/240), a referida empresa encontravase em débito não garantido por falta de recolhimento de imposto no prazo legal. O Contribuinte foi cientificado do Auto de Infração, pessoalmente, em 10/12/2007 (fl. 244) e, em 08/01/2008, apresentou sua Impugnação de fls. 250/266, instruída com os documentos nas fls. 267/291. O Processo foi encaminhado à DRJ/SPOII para julgamento, onde, através do Acórdão nº 1729.881, em 04/02/2009 a 3ª Turma resolveu, por unanimidade de votos, julgar o lançamento procedente. O Contribuinte tomou ciência do Acórdão da DRJ/SPOII, via Correio, em 19/11/2009 (AR fl. 310) e, inconformado com a decisão prolatada, em 14/12/2009, tempestivamente, apresentou seu RECURSO VOLUNTÁRIO de fls. 316/339, por meio da qual contesta o lançamento e, em síntese, argumenta que: 1. A Constituição Federal não recepcionou o artigo 32 da Lei n.° 4.357/64, o que invalida a alteração feita pela Lei n.° 11.051/04, no artigo 32 Lei n.° 4.357/64, e por conseguinte a impossibilidade da sua aplicação; Fl. 345DF CARF MF Processo nº 16024.000576/200713 Acórdão n.º 2401006.122 S2C4T1 Fl. 3 3 2. A aplicação da norma contida na lei de 2004 viola diversos Princípios Constitucionais, dentre eles o da livre iniciativa e do valores sociais do trabalho; 3. As adesões ao REFIS e ao PAES suspendem a exigibilidade do crédito tributário (CTN, art. 151, VI), logo a pessoa jurídica poderia distribuir dividendos; 4. Ainda que aplicada tal norma, o Contribuinte não se enquadra na sujeição à mesma, uma vez que quando recebeu a distribuição de lucros era sócio e membro do Comitê Diretor de sociedade limitada (ver fls. 69 dos autos), sobre as empresas limitadas não recaem os efeitos da norma sancionadora por falta de previsão legal; 5. O Contribuinte detinha 1% do capital social da pessoa jurídica, com dezesseis mil quotas no valor total de cento e sessenta mil Reais, e a distribuição de dividendos somente se opera quando deliberada em Assembléia Geral, e sua representatividade nas Assembléias foi somente 1% do capital votante. Finaliza seu RV requerendo a improcedência do Auto de Infrações lavrados, cancelando integralmente as multas exigidas. É o relatório. Voto Conselheiro Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito O Recorrente se insurge contra a exigência da multa regulamentar por ter recebido distribuição de lucros de pessoa jurídica em débito não garantido. O artigo 32 da Lei nº 4.357/64, com a redação dada pela Lei nº 11.051/2004, prescreve a aplicação de multa regulamentar, conforme a seguir transcrito: Art 32. As pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, para com a União e suas autarquias de Previdência e Assistência Social, por falta de recolhimento de imposto, taxa ou contribuição, no prazo legal, não poderão: Fl. 346DF CARF MF 4 a) distribuir ... (VETADO) ... quaisquer bonificações a seus acionistas; b) dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos; c) (VETADO). § 1o A inobservância do disposto neste artigo importa em multa que será imposta:(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) das quantias distribuídas ou pagas indevidamente; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) II aos diretores e demais membros da administração superior que receberem as importâncias indevidas, em montante igual a 50% (cinqüenta por cento) dessas importâncias. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o A multa referida nos incisos I e II do § 1o deste artigo fica limitada, respectivamente, a 50% (cinqüenta por cento) do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) O então Decreto 3.000/99 assim preceituava acerca da vedação às pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, por falta de recolhimento de imposto: Art. 889. As pessoas jurídicas, enquanto estiverem em débito, não garantido, por falta de recolhimento de imposto no prazo legal, não poderão (Lei nº 4.357, de 1964, art. 32): I distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas; II dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou quotistas, bem como a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos. Posteriormente, com o advento do Decreto nº 9.580/2018, que aprovou o novo regulamento do imposto sobre a Renda, a matéria restou regulamentada na Seção V que trata Da proibição de distribuir rendimentos de participações, da seguinte forma: Art. 1.018. As pessoas jurídicas que, enquanto estiverem em débito, não garantido, por falta de recolhimento de imposto sobre a renda no prazo legal não poderão: I distribuírem quaisquer bonificações a seus acionistas; ou II darem ou atribuírem participação de lucros a seus sócios ou quotistas, e a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos. § 1º a inobservância do disposto no caput acarretará multa que será imposta (Lei nº 4.357, de 1964, art. 32, § 1º e § 2º): I às pessoas jurídicas que distribuírem ou pagarem bonificações ou remunerações, em montante igual a cinquenta por cento das quantias distribuídas ou pagas indevidamente; e Fl. 347DF CARF MF Processo nº 16024.000576/200713 Acórdão n.º 2401006.122 S2C4T1 Fl. 4 5 II aos diretores e aos demais membros da administração superior que receberem as importâncias indevidas, em montante igual a cinquenta por cento dessas importâncias. § 2º A multa a que se refere os incisos I e II do caput fica limitada a cinquenta por cento do valor total do débito não garantido da pessoa jurídica. Dessa forma, a vedação legal estabelecida tanto do RIR/99 (vigente à época dos fatos geradores), quanto no RIR/2018 (atualmente em vigor), relativa à participação nos lucros, diz respeito, especificamente, a débito, não garantido, por falta de recolhimento de imposto sobre a renda no prazo legal. Diante do teor normativo, e tendo em vista que a matéria relativa à garantia do débito estabelecida no ordenamento jurídico nacional encontrase insculpida no artigo 9° da Lei nº 6.830/80 e artigo 183 e seguintes do CTN, importante destacar os pressupostos legalmente estabelecidos para que ocorra a garantia do débito: Lei nº 6.830/80 Art. 9º Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá: I efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária; II oferecer fiança bancária ou seguro garantia; (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) III nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou IV indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública. § 1º O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à penhora com o consentimento expresso do respectivo cônjuge. § 2º Juntarseá aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, do seguro garantia ou da penhora dos bens do executado ou de terceiros. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) § 3º A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia, produz os mesmos efeitos da penhora. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) § 4º Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz cessar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora. § 5º A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições préestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Fl. 348DF CARF MF 6 § 6º O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar incontroversa, e garantir a execução do saldo devedor. Art. 10 Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que trata o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Código Tributário Nacional Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Art. 185. Presumese fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Art. 185A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) § 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitarseá ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a Fl. 349DF CARF MF Processo nº 16024.000576/200713 Acórdão n.º 2401006.122 S2C4T1 Fl. 5 7 relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) Constatase que a necessidade de garantia do débito ocorre diante das seguintes condições: (i) que tenha sido o débito inscrito em Dívida Ativa; (ii) que o débito tenha sido objeto de execução fiscal. Dessa forma, para que a pessoa jurídica que distribuiu lucros incorra na vedação estabelecida na norma de regência, teria que garantir a execução da dívida por um dos meios de garantia do crédito tributário (depósito em dinheiro à ordem do Juízo, fiança bancária ou seguro garantia, nomear bens à penhora), visto que o alcance de “débito garantido” estabelecido no artigo 32 da Lei nº 4.357/1964, somente pode ser lastreado nos termos em que o ordenamento jurídico preceitua. Nesse diapasão, a imposição da multa prevista no artigo 32 da Lei nº 4.357/1964 pressupõe que no momento em que ocorreu a distribuição de lucros ao sócio, a pessoa jurídica tenha débitos sem garantia inscritos em Dívida Ativa da União e em cobrança executiva, o que não restou comprovado no presente caso. Os valores parcelados constantes nos documentos adunados aos autos e que serviram de base para a aferição da autoridade fiscal, se referem a valores ainda em cobrança na Receita Federal do Brasil. O valor parcelado que estava na Procuradoria da Fazenda Nacional é de menor significância se comparado ao montante total do débito parcelado com exigibilidade suspensa (fl. 137) e não se tem notícia na acusação fiscal da existência de execução sem débito garantido. A orientação encontrase inserida na Solução de Consulta Cosit nº 30, de 27 de março de 2018 no sentido de que “a pessoa jurídica que possui débitos relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que sejam objeto de parcelamento, independentemente da exigência de apresentação de garantia para este, poderá distribuir quaisquer bonificações a seus acionistas, e dar ou atribuir participação de lucros a seus sócios ou cotistas, bem como a seus diretores e demais membros de órgãos dirigentes, fiscais ou consultivos, sendo, portanto, inaplicável, na espécie, a vedação constante do art. 32 da Lei nº 4.357, de 1964, com a redação introduzida pela Lei nº 11.051, de 2004 (...)”. Assim, não verifico as circunstâncias necessárias ao lançamento em tela. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do Recurso Voluntário e DOULHE provimento. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 350DF CARF MF
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