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Numero do processo: 10875.000683/2002-30
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 03 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Sep 16 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1997
DEPÓSITO JUDICIAL. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR DEPOSITADO. MATÉRIA SUMULADA.
São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5).
Numero da decisão: 3803-001.202
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para cancelar a incidência de juros de mora. Vencido o relator. Designado o Conselheiro Rangel Perrucci Fiorin para a redação do voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa (Presidente Substituto), Rangel Perrucci Fiorin (Redator designado), Hélcio Lafetá Reis, Carlos Henrique Martins Lima e Daniel Maurício Fedato (Relator). Ausente momentaneamente o Conselheiro Alexandre Kern (Presidente).
Nome do relator: DANIEL MAURICIO FEDATO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1997 DEPÓSITO JUDICIAL. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR DEPOSITADO. MATÉRIA SUMULADA. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para cancelar a incidência de juros de mora. Vencido o relator. Designado o Conselheiro Rangel Perrucci Fiorin para a redação do voto vencedor. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa (Presidente Substituto), Rangel Perrucci Fiorin (Redator designado), Hélcio Lafetá Reis, Carlos Henrique Martins Lima e Daniel Maurício Fedato (Relator). Ausente momentaneamente o Conselheiro Alexandre Kern (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1997 DCTF. REVISÃO INTERNA. AÇÃO JUDICIAL. LANÇAMENTO. A propositura de ação judicial antes da lavratura do auto de infração, com o mesmo objeto, não obstaculiza a formalização do lançamento. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1997 DEPÓSITO JUDICIAL. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR DEPOSITADO. MATÉRIA SUMULADA. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral (Súmula CARF nº 5). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para cancelar a incidência de juros de mora. Vencido o relator. Designado o Conselheiro Rangel Perrucci Fiorin para a redação do voto vencedor. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa (Presidente Substituto), Rangel Perrucci Fiorin (Redator designado), Hélcio Lafetá Reis, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 00 06 83 /2 00 2- 30 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 10/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10875.000683/200230 Acórdão n.º 3803001.202 S3TE03 Fl. 105 2 Carlos Henrique Martins Lima e Daniel Maurício Fedato (Relator). Ausente momentaneamente o Conselheiro Alexandre Kern (Presidente). Relatório Tendo sido designado como relator ad hoc neste processo, elaboro o relatório e redijo o voto vencedor de acordo com os termos constantes da ata de julgamento, omitindose o teor do voto vencido elaborado pelo relator original, que não mais compõe o quadro de conselheiros do CARF, por não se encontrarem registrados por escrito os termos por ele adotados. Por bem demonstrar os fatos controvertidos nos autos, reproduzse o relatório elaborado pela DRJ Campins/SP: Trata o presente processo do Auto de Infração relativo à Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, lavrado em 01/11/2001 e cientificado ao contribuinte por via postal, formalizando crédito tributário no valor total de R$ 11.647,13, com os acréscimos legais cabíveis até a data da lavratura, em virtude da não localização do pagamento vinculado ao débito declarado em dezembro/97. Inconformado com a exigência fiscal, o contribuinte, por intermédio de seu procurador, protocolizou a impugnação de fls. 01/03, em 10/01/2002, juntando os documentos de fls. 04/27 e apresentando, em sua defesa, as seguintes razões de fato e de direito: • Assevera que não deixou de recolher a contribuição devida em dezembro/97, apresentando cópia de guia de depósito judicial no valor de R$ 4.632,53, efetuado em 15/01/98. • Acrescenta que: Respeitando o entendimento em sentido contrário, a notificada não praticou qualquer ato ou infração, razão pela qual não reconhece a penalidade ora aplicada, em razão do pagamento efetuado no prazo legal, outrossim esclarece a notificada que não informou na DCTF do quarto trimestre de 1997, que a exigibilidade estaria suspensa em razão do processo n° 98.000.185.14. • Menciona que a notificação ou infração sempre estará pendente dos reflexos e dos elementos de convicção advindos da investigação ou instrução e, para tanto, deve submeterse às formalidades para se guardar de validade. Em conseqüência, pede o seu cancelamento, porquanto todas as imputações assacadas contra a notificada ainda não se mostraram suscetíveis de serem provadas, pois o pagamento já foi realizado. A autoridade preparadora juntou informações da Ação Ordinária n° 98.00067469 e da Medida Cautelar n° Fl. 105DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 10/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10875.000683/200230 Acórdão n.º 3803001.202 S3TE03 Fl. 106 3 98.00018514 (fls. 31/48), formulando despacho de fl. 49, no qual relata o andamento das ações judiciais. A decisão da DRJ Campinas/SP de julgar parcialmente procedente a impugnação do contribuinte restou ementada da seguinte forma: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1997 DCTF. REVISÃO INTERNA. DEPÓSITO JUDICIAL. PROCESSO JUDICIAL CONFIRMADO. LANÇAMENTO. A propositura de ação judicial antes da lavratura do auto de infração, com o mesmo objeto, não obstaculiza a formalização do lançamento. MULTA DE OFÍCIO. Não cabe a aplicação de multa de ofício na constituição do crédito tributário de períodos para os quais foram efetuados depósitos judiciais no montante integral do tributo devido. Lançamento Procedente em Parte Cientificado da decisão, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, alegando que, em face do tempestivo depósito judicial da parcela controvertida, não havia mora que pudesse justificar a incidência de juros. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Na condição de relator ad hoc e considerando o resultado do julgamento registrado em ata, reproduzo parte do voto condutor do acórdão nº 9101002.136, de 26 de fevereiro de 2015, da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), cujo teor coincide com a decisão tomada neste processo de cancelar a exigência de juros de mora em face da existência de depósitos judiciais: O cerne da questão cingese à definição da possibilidade ou não de incidência dos juros de mora sobre o montante do crédito tributário depositado judicialmente. A matéria em debate foi sumulada (Súmula CARF nº 5) e aprovada pelo Pleno na sessão realizada em 08/12/2009 [...]. A súmula nº 5 do CARF assim dispõe: “São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.” De acordo com o disposto na súmula transcrita são devidos juros de mora sobre o valor não pago no vencimento, ainda que suspensa a exigibilidade do crédito, que ocorre nos seguintes Fl. 106DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 10/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10875.000683/200230 Acórdão n.º 3803001.202 S3TE03 Fl. 107 4 casos, conforme artigo 151 do CTN, salvo na hipótese do inciso II: “Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I a moratória; II o depósito do seu montante integral; III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) VI o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)” No entanto, apesar de constar no artigo transcrito que o depósito do montante integral do crédito é causa de suspensão do crédito tributário, tal hipótese é excluída na súmula CARF nº 5, ou seja, quando houver depósito integral do crédito não serão devidos juros de mora. Cumpre, nesse ponto, analisar o alcance do termo “integralidade do depósito”, ou seja, se a incidência dos juros, quando não depositado integralmente o crédito tributário, alcança apenas o valor não depositado ou a integralidade do crédito. Ora, se admitirmos a incidência de juros sobre o valor total do crédito, admitiríamos, por consequência: (i) a cobrança de juros de mora sobre valor que já está em posse da União, bem com (ii) a incidência de juros mora sobre valor que já está sendo remunerado por estar depositado. Assim, a partir da análise do que dispõe a súmula, a conclusão mais razoável é de que deverá incidir juros de mora apenas sobre o valor não depositado. É esta a inteligência da súmula. Quanto ao lançamento de ofício do principal, relativo à contribuição para o PIS, mantémse a decisão da DRJ Campinas/SP, muito bem sintetizada no seguinte trecho do voto condutor do acórdão recorrido: Ocorre que a discussão judicial e correspondentes depósitos dos valores questionados não são obstáculo à formalização do crédito tributário pelo lançamento de ofício, o qual, consoante o art. 142 do CTN, é decorrente do caráter vinculado e obrigatório do ato administrativo, não podendo a fiscalização, sob pena de responsabilidade funcional, eximirse de efetuálo, mesmo estando suspensa a exigibilidade do crédito tributário. Diante do exposto, votase por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para cancelar a incidência dos juros de mora sobre os valores depositados. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 10/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10875.000683/200230 Acórdão n.º 3803001.202 S3TE03 Fl. 108 5 É o voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Fl. 108DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 10/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 16643.000428/2010-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1301-000.210
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros deste Colegiado, por unanimidade de votos, converter em diligência o presente julgado, para declarar a conexão com o processo 16561.000177/2007-75 para fins de julgamento em conjunto.
(assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Jakson da Silva Lucas Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Valmir Sandri.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros deste Colegiado, por unanimidade de votos, converter em diligência o presente julgado, para declarar a conexão com o processo 16561.000177/2007 75 para fins de julgamento em conjunto. (assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes– Presidente (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Valmir Sandri. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 66 43 .0 00 42 8/ 20 10 -1 5 Fl. 664DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 12 2 RELATÓRIO Em decorrência de ação fiscal direta, a contribuinte, acima identificada, foi autuada, em 28/12/2010 (fls. 376 e 384), e intimada a recolher o crédito tributário constituído relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), multa de ofício e juros de mora, referente a fatos geradores ocorridos em 31/12/2005 e 31/12/2006. 2. Conforme descrito nos Autos de Infração e no Termo de Verificação Fiscal (fls. 389 a 402), a fiscalizada é sucessora por incorporação, ocorrida em 28 de abril de 2006, da empresa VCP Exportadora e Participações Ltda., CNPJ 04.200.557/000127. A VCP deixou indevidamente de adicionar ao lucro líquido apurado em 31/12/2005, para a determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, os lucros auferidos em 2005 por sua controlada (100% do capital) Newark Financial Inc., estabelecida nas Ilhas Virgens Britânicas, no montante de U$ 55.769.817,16 equivalentes a R$130.540.411,03 à taxa de câmbio de R$2,3407 (cotação de fechamento Ptax/venda em 31/12/2005). Devido à matéria tributável apurada em 31/12/2005, os “estoques” de prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas de CSLL compensados em 31/12/2006 mostraramse insuficientes cada um no montante de R$12.232.475,97, o que também foi objeto do lançamento de ofício. 3. Tendo em vista o apurado, foram lavrados, conforme preceitua o artigo 9º do Decreto n º 70.235, de 06 de março de 1972, os seguintes autos de infração: 3.1. IRPJ (fls. 375 a 378) com base nos artigos 25, §§ 2º e 3º, da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 16 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 3º da Lei nº 9.959, de 27 de janeiro de 2000, 21 e 74 da Medida Provisória (MP) nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, 247, 249, inciso II, 250, inciso III, 251, 394, 509 e 510 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999), formalizando crédito tributário, calculado até 30/11/2010, no montante de R$58.769.052,34; e 3.2. CSLL (fls. 383 a 386) com base nos artigos 2º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 58 da Lei nº 8.981, de 22 de janeiro de 1995, 16 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, 1º da Lei nº 9.316, de 22 de novembro de 1996, 28 da Lei nº 9.430/1996 e 37 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, formalizando crédito tributário, calculado até 30/11/2010, no montante de R$21.175.428,77. 4. O enquadramento legal dos juros de mora é o artigo 6º, § 2º, da Lei nº 9.430/1996 e da multa de ofício é o artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996 (fls. 374 e 382). 5. Irresignada, a empresa, representada por procuradores (fls. 419 a 436), apresentou a impugnação de fls. 407 a 419, protocolizada em 26/01/2011 e instruída com os documentos de fls. 420 a 492, na qual alega, em síntese, que: 5.1 a fiscalização deixou de considerar os prejuízos fiscais acumulados em anos anteriores pela controlada no exterior, conforme documentos de fls. 469 a 486, que podem Fl. 665DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 13 3 compensar o resultado apurado em 2005 no montante de R$130.540.411,03, na forma do artigo 4º da Instrução Normativa do Secretário da Receita Federal (IN/SRF) nº 213, de 07 de outubro de 2002; 5.2. assim não há lucros no exterior relacionados à controlada Newark Financial Inc. a computar no lucro real da controladora “pela simples razão de que os resultados desta controlada são negativos no período sob exame”; 5.3. se não forem suficientes os documentos apresentados, requer que se converta o julgamento em diligência para apuração dos valores dos prejuízos fiscais acumulados da Newark Financial Inc. a serem compensados com o resultado de R$130.540.411,03 apurado em 2005; 5.4. a existência destes prejuízos restou devidamente comprovada no processo administrativo 16561.000177/200775 objeto de julgamento pela 1ª Turma da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF, na sessão iniciada em 15/12/2010 e retomada em 27/01/2011, cabendo registrar que os documentos de fls. 469 a 486, que instruem esta impugnação, foram coletados naquele processo administrativo; 5.5. a fiscalização se limitou a adicionar ao lucro real da impugnante o lucro líquido contábil da controlada no exterior, no montante de R$130.540.411,03, sem proceder aos ajustes determinados pela legislação brasileira a despeito do mandamento legal expresso neste sentido contido no artigo 25, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.249/1995; 5.6. “estivesse correta a pretensão do auto ora impugnado de adicionar o lucro líquido contábil de controlada, sem os ajustes exigidos pela legislação brasileira, consagrada estaria a utilização desenfreada de paraísos fiscais, visto que, apurado o lucro, poderseia deduzir a sua quase totalidade a título de ‘pagamento a beneficiários não identificados’ que, segundo a legislação brasileira seria não dedutível, mas que constituiria fator de redução do lucro contábil a praticamente zero, lucro contábil este que, no querer da Fazenda Nacional, constituiria o montante a ser computado na determinação do lucro real do investidor brasileiro”; 5.7. a legislação brasileira citada no inciso I do § 2º do artigo 25 da Lei nº 9.249/1995 compreende não somente a lei comercial aplicável à apuração do lucro contábil, mas também a legislação fiscal, como era a dicção expressa do projeto de lei originalmente encaminhado ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo (artigo 24, § 2º, do Projeto de Lei nº 913B, de 1995, do Poder Executivo, mensagem nº 932/95); 5.8. quanto à equivalência patrimonial, cabe lembrar a ponderação feita no Parecer da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados em torno da redação final do artigo 25, parágrafo 6º, da Lei nº 9.249/95, segundo a qual “pelas normas propostas, os resultados da avaliação do investimento pelo método da equivalência patrimonial continuarão excluídos da tributação”; 5.9. “a única interpretação do art. 7º da IN/SRF n. 213/02 compatível com o texto legal do art. 25, parágrafo 6º, da Lei n. 9.249/95 é a de que, a norma isencional relacionada ao resultado da equivalência patrimonial, não elide a tributação dos lucros auferidos no exterior, no sentido de que os resultados de equivalência patrimonial não constituem parcela a deduzir dos lucros auferidos no exterior apurados em consonância com a legislação de regência (art. 25, parágrafo 2º, da Lei n. 9.249/95)”; Fl. 666DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 14 4 5.10. “a adequada interpretação do dispositivo contido no art. 7º da IN SRF n. 213/02 é no sentido de que a equivalência patrimonial foi lembrada na regulamentação administrativa 1º) porque ela integra (é parte de) o lucro, 2º) para que não fosse subtraída do montante dos lucros auferidos no exterior a pretexto de ser isenta e 3º) para regular os efeitos temporais inerentes às diversas sistemáticas de apuração do lucro real (trimestral, anual ou com base em balancete de verificação)”, não havendo como se cogitar que a disposição contida no artigo 7º da IN/SRF nº 213/02 possa ser fundamento autônomo do lançamento ex officio relacionado à autuação sob exame; 5.11. em se tratando de subsidiárias indiretas, a disposição aplicável é o § 6º do artigo 1º da IN/SRF nº 213/02 que determina a consolidação dos resultados das subsidiárias indiretas com o da controlada direta, inexistindo base legal para acrescentar aos lucros auferidos pela controladora brasileira a parcela de equivalência patrimonial correspondente à participação que a controlada no exterior detém em sociedade coligada; 5.12. a autuação adicionou ao lucro real da impugnante não somente a equivalência patrimonial de controlada no exterior, mas também a equivalência patrimonial nela contida de coligada da controlada domiciliada no Brasil, em contradição manifesta com as disposições regulamentares, que determinam a consolidação dos resultados na hipótese de participações indiretas relativamente aos lucros auferidos no exterior, não se aplicando aos resultados apurados por coligadas ou controladas domiciliadas no Brasil, por não se subsumir a regra do artigo 25 da Lei nº 9.249/1995 que manda tão somente tributar os lucros auferidos no exterior e também porque esta sociedade brasileira já foi submetida à tributação no Brasil; 5.13. integram o resultado de R$130.540.411,03 parcela de R$191.746.756,00 correspondente à participação de 12,5% da controlada no capital da coligada Aracruz Celulose S.A, sociedade constituída e domiciliada no Brasil (CNPJ 42.157.511/000161, conforme documento de fls. 490 a 492), líquida da respectiva variação cambial (R$200.832.232,00 – R$9.085.567,00); 5.14. cobrar sobre a receita da Aracruz os mesmos tributos já anteriormente cobrados fere o princípio da capacidade contributiva; 5.15. se prevalecerem os fundamentos da autuação, como o artigo 26 da Lei nº 9.249/1995 prevê a compensação contra os impostos devidos no Brasil dos créditos fiscais correspondentes aos impostos pagos pelas coligadas e controladas estrangeiras, a impugnante requer diligência para apurar os valores do IRPJ e da CSLL pagos pela Aracruz a serem compensados contra os tributos objetos dos lançamentos impugnados; 5.16. requer que, na hipótese de ser declarada a inconstitucionalidade dos artigos 21 e 74 da MP n. 2.15835/ 01 pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 2.588, seja declarada a correspondente nulidade da presente autuação, fundada que está nos dispositivos em questão, inexistindo no presente feito qualquer alegação, muito menos comprovação, de que tenha ocorrido qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na Lei nº 9.532/1997; 5.17. deve ser rechaçada a pretensão, contida no auto de infração, de fazer incidir multa de ofício sobre os supostos créditos tributários devidos por empresa incorporada pela impugnante, com a justificativa de que as empresas envolvidas na incorporação são controladas pelos mesmos sócios e/ou administradores, visto que em 2009 ocorreu a incorporação da Aracruz Celulose S.A à impugnante, o que fez com que a impugnante seja Fl. 667DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 15 5 companhia com quadro acionário inteiramente diverso do anterior, sendo atualmente o BNDES seu maior acionista; 5.18. ao interpretar sistematicamente o artigo 132 do CTN, o autuante se esqueceu de promover também a integração do artigo 139 do CTN que esclarece que o crédito fiscal diz respeito exclusivamente à obrigação principal, relacionada ao pagamento do tributo; 5.19. o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou em diversos julgados no sentido de afastar a penalização da sucessora por infração cometida pela sucedida; e 5.20. em homenagem ao princípio da verdade material, protesta por todos os meios de prova em Direito admitidos. A autoridade julgadora de primeira instância (DRJ/SPI), decidiu a matéria por meio do Acórdão 1632.374, de 28/06/2011 (fls. 497), julgando a impugnação improcedente, tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/12/2005, 31/12/2006 ESPÉCIES DE PROVAS. PERICIAL. DILIGÊNCIA. DOCUMENTAL. MOMENTO PARA REQUERER OU APRESENTAR. IMPUGNAÇÃO. O processo administrativo fiscal federal prevê a prova pericial, a diligência e a prova documental, devendo as primeiras ser formuladas e justificadas na impugnação e a última, em regra, ser apresentada juntamente com a mesma impugnação. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/12/2005 COLIGADA DE CONTROLADA NO EXTERIOR. EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. EXCLUSÃO DOS EFEITOS. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. O valor do resultado de equivalência patrimonial integrante do lucro da controlada no exterior em decorrência de sua participação em empresa domiciliada em território brasileiro deve compor a base de cálculo do Imposto de Renda da controladora brasileira por inexistência de previsão legal que permita esta exclusão. COLIGADA BRASILEIRA DE CONTROLADA NO EXTERIOR. IMPOSTO PAGO. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste previsão legal para compensação, pela controladora brasileira, de qualquer imposto que tenha incidido no Brasil em parte do lucro apurado pela controlada no exterior, podendo apenas ser compensado, pela controladora, até o limite do imposto renda e da contribuição social sobre o lucro incidente no Brasil, em virtude da adição, à sua base de cálculo, dos lucros, Fl. 668DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 16 6 rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior, o valor do imposto pago no domicílio da controlada. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 31/12/2005 COLIGADA DE CONTROLADA NO EXTERIOR. EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. EXCLUSÃO DOS EFEITOS. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. O valor do resultado de equivalência patrimonial integrante do lucro da controlada no exterior em decorrência de sua participação em empresa domiciliada em território brasileiro deve compor a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da controladora brasileira por inexistência de previsão legal que permita esta exclusão. COLIGADA BRASILEIRA DE CONTROLADA NO EXTERIOR. IMPOSTO PAGO. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste previsão legal para compensação, pela controladora brasileira, de qualquer Contribuição Social sobre o Lucro Líquido que tenha incidido no Brasil em parte do lucro apurado pela controlada no exterior, podendo apenas ser compensado, pela controladora, até o limite do imposto renda e da contribuição social sobre o lucro incidente no Brasil, em virtude da adição, à sua base de cálculo, dos lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior, o valor do imposto pago no domicílio da controlada. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/12/2006 MULTA DE OFÍCIO. INCORPORAÇÃO. RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA. A pessoa jurídica incorporadora é responsável pelo crédito tributário da incorporada, respondendo tanto pelos tributos e contribuições como por eventual multa de ofício e demais encargos legais decorrentes de infração cometida pela empresa sucedida, mesmo que formalizados após a alteração societária. Convém salientar que os autos do presente processo veio a julgamento por esta Turma Ordinária em Sessão do dia 11 de julho de 2013, da qual por unanimidade de votos os membros da Turma resolveram sobrestar o julgamento nos termos do disposto no art. 62A, do Anexo II, do Regimento Interno deste Conselho (Resolução 1301000.140). No entanto, em decorrência da revogação dos parágrafos 1o. e 2o. do citado art. 62A pela Portaria (GMF) 545, de 18/11/2013, pondo fim ao sobrestamento do feito, retorna o processo a julgamento por esta Corte Administrativa. É o relatório. Fl. 669DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 17 7 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso voluntário por tempestivo e assente em lei, dele conheço. Como visto do relatório trata o presente processo de auto de infração que se exige da empresa autuada (Fibria Celulose S.A, atual denominação da Votorantim Celulose e Papel S.A) IRPJ e CSLL relativos ao ano calendário de 2005 por ausência de adição ao lucro liquido na determinação do lucro real pela empresa Votorantim Exportadora e Participações Ltda (incorporada em 2006 pela autuada) dos lucros auferidos por sua controlada (100% do capital) Newark Financial Inc., estabelecida nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo a Fiscalização, o valor de R$ 130.540.411,03 deveria ter sido disponibilizado para a sua controladora no Brasil, Votorantim Exportadora e Participações Ltda (VCP Exp), conforme o art. 74 da MP 2.15835/2001, no que resultou, também, em glosa na compensação de prejuízos fiscais no ano de 2006. A ora recorrente repete as argumentações iniciais (impugnação) traduzidas, em suma, nos seguintes pleitos: a nulidade da autuação, tendo em vista que, na apuração dos fatos, a fiscalização não cuidou de determinar a existência de prejuízos fiscais acumulados em anos anteriores a 2006 pela NEWARK; a nulidade da autuação, na medida em que a Administração Tributária pretendeu adicionar o lucro líquido contábil da controlada no exterior, no montante de R$ 130.450.411,03, sem proceder aos ajustes determinados pela legislação fiscal brasileira; a improcedência dos autos de infração, tendo em vista a pretensão de incluir no lucro real não somente os lucros de controlada no exterior (NEWARK), mas também os lucros de coligada domiciliada no Brasil (Aracruz Celulose S.A), pelo simples fato de refletirem nos lucros da NEWARK como resultado de equivalência patrimonial. Afirmou que, excluindo os resultados apurados no Brasil (e não no exterior) pela sua coligada ARACRUZ, os resultados da NEWARK são negativos para o período em exame. Citou o processo n° 16561.000177/200775, no qual se discute matéria idêntica à analisada nos presentes autos, qual seja, tributação dos lucros na NEWARK, oriundos de coligada domiciliada no Brasil, em que houve decisão do CARF pela conversão em diligência, após as sessões de 15.12.2010 e 27.01.2011; a necessidade de afastamento da multa punitiva, como decorrência da aplicação do art. 132 do CTN, que se refere apenas a “impostos”. Pois bem. O primeiro ponto a ser apreciado diz respeito a “Equivalência Patrimonial” conquanto alega, a ora recorrente que “a autuação adicionou ao lucro real da impugnante não somente a equivalência patrimonial de controlada no exterior, mas também a equivalência patrimonial nela contida de coligada da controlada domiciliada no Brasil, em contradição manifesta com as disposições regulamentares, que determinam a consolidação dos resultados na hipótese de participações indiretas relativamente aos lucros auferidos no exterior, não se aplicando aos resultados apurados por coligadas ou controladas domiciliadas no Brasil, por não se subsumir a regra do artigo 25 da Lei nº 9.249/1995 que manda tão Fl. 670DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 18 8 somente tributar os lucros auferidos no exterior e também porque esta sociedade brasileira já foi submetida à tributação no Brasil”. Aduz, mais: “integram o resultado de R$130.540.411,03 parcela de R$191.746.756,00 correspondente à participação de 12,5% da controlada no capital da coligada Aracruz Celulose S.A, sociedade constituída e domiciliada no Brasil (CNPJ 42.157.511/000161, conforme documento de fls. 490 a 492), líquida da respectiva variação cambial (R$200.832.232,00 – R$9.085.567,00). Cobrar sobre a receita da Aracruz os mesmos tributos já anteriormente cobrados fere o princípio da capacidade contributiva e, mais, que, excluindo os resultados apurados no Brasil (e não no exterior) pela sua coligada ARACRUZ, os resultados da NEWARK são negativos para o período em exame. Citou o processo n° 16561.000177/200775, no qual se discute matéria idêntica à analisada nos presentes autos, qual seja, tributação dos lucros na NEWARK, oriundos de coligada domiciliada no Brasil, em que houve decisão do CARF pela conversão em diligência, após as sessões de 15.12.2010 e 27.01.2011”. De fato, compulsando os autos do processo citado (16561.000177/200775), constatase que a matéria é idêntica aos dos presentes autos, vejamos as alegações de defesa naquele processo (o qual se encontra em diligência): “Alega que a maior parte do lucro auferido pela empresa Newark Financial Inc foi decorrente dos resultados obtidos pela Aracruz Celulose S.A, empresa coligada, situada no Brasil, onde a Newark detém 12,35% de participação e a lei prevê que os lucros tenham sido auferidos no exterior. Alega que esses lucros já foram tributados regularmente no Brasil e exigir tributação sobre esses mesmos lucros caracterizaria bis in idem, não admitido na legislação brasileira. Alega que, além desse fato, o art. 25 da Lei nº 9.249/1995, se refere a tributação de controladas e coligadas mas não se estende a coligada de controlada, quando ambas se situam no exterior e, sendo a Aracruz mera coligada da empresa Newark, não estaria alcançada pela tributação. Alega que seria absolutamente injusto e ilegítimo submeter esse lucro já tributado à nova incidência na controlada brasileira (Aracruz) de sua coligada estrangeira (Newark) e, por meio da equivalência patrimonial, na controladora (VCP) de sua coligada (Newark). Alega que por esses motivos, deverão ser refeitos os cálculos dos lançamentos efetuados, expurgandose a parcela proveniente da empresa Aracruz e que, ao serem apurados os resultados, verificarseá que a empresa Newark apresenta, na realidade, prejuízos acumulados, nada havendo o que recolher sobre resultados da Newark Financial Inc. Requer que o feito seja baixado em diligência para correção dos cálculos.” Diante dos fatos os membros da Segunda Câmara, Primeira Turma Ordinária, decidiu que a questão atine perquirir se o lucro auferido decorrente do reconhecimento da equivalência patrimonial de uma sociedade investida que é residente no Brasil deve ou não ser tributado na forma do art. 25, da Lei 9.249/95. Em outras palavras, se este lucro preenche o requisito legal de ter sido “auferido no exterior”. Para tanto, resolveram, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a autoridade oficiante diligencie junto à recorrente e responda aos quesitos abaixo discriminados (Resolução 1202000.038): Fl. 671DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16643.000428/201015 Resolução nº 1301000.210 S1C3T1 Fl. 19 9 QUESITO 01: DIPJ 2007/Ano Calendário 2006 Ficha 35 Linha 9 Outras Receitas Valor de R$185.981.197,00 – Pedese à autoridade oficiante para verificar e demonstrar, mediante os registros contábeis e documentos pertinentes, se a referida parcela decorre, total ou parcialmente, do resultado positivo auferido pela Newark relativo à sua participação societária na sociedade brasileira Aracruz. Em caso positivo, apurar e demonstrar com os respectivos documentos os valores efetivamente recebidos ou disponibilizados pela sociedade Aracruz no País à sua controladora Newark no exterior; QUESITO 02: DIPJ 2007/Ano Calendário 2006 Ficha 35 Linha 10 Outras Despesas Valor de R$ 91.438.360,00 Consoante planilha constante no processo (fls. 1.722) e reproduzida no memorial da defesa na sessão de julgamento, tal parcela refere se ao ágio verificado na aquisição da sociedade Aracruz pela controladora Newark. Pedese à autoridade oficiante para apurar a regularidade do registro contábil do aventado ágio, inclusive o valor efetivamente adicionado ao resultado da autuada no ano calendário de 2006, para fins de apuração do IRPJ e da CSLL; QUESITO 03: Pedese à autoridade oficiante para verificar e informar se a autuada e a Newark utilizaramse do método da equivalência patrimonial como método de avaliação do investimento. Se constatado que não houve a utilização do método de equivalência patrimonial como método de avaliação do investimento, verificar e informar demonstrando qual método foi utilizado. O fato é que no processo em análise a primeira discussão diz respeito, exatamente, ao QUESITO 03 acima descrito, só com relação ao ano calendário de 2005 (DIPJ/2006). Para o deslinde da questão, no meu entender, tornase imprescindível a resposta a este quesito para que se possa decidir quanto a tributação do “lucro auferido no exterior“ ou “equivalência patrimonial” conforme alegado em sede de recurso nos dois processos. Diante do exposto, meu voto é no sentido de converter o julgamento em diligência para os fins de julgamento em conjunto com o processo n° 16561.000177/200775 (em diligência fiscal). (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 672DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 02/ 09/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES
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Numero do processo: 11251.000040/2009-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/1998 a 31/07/1998
CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS EM RAZÃO DO GRAU DE INCIDÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA DECORRENTE DOS RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO. CONSTITUCIONALIDADE.
É devida à Seguridade Social as contribuições sociais destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, na forma estabelecida no art. 22, II da Lei nº 8.212/91.
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SAT. ENQUADRAMENO EM GRAU DE RISCO. ATIVIDADE PREPONDERANTE.
Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa como um todo, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, sendo irrelevante para tal enquadramento se tais segurados ocupam cargos na atividade meio ou na atividade fim da empresa.
CONTRIBUIÇÃO PARA SAT. FIXAÇÃO DO GRAU DE RISCO E DO CONCEITO DE ATIVIDADE PREPONDERANTE POR DECRETO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF.
A definição, por Regulamento Presidencial, dos conceitos de atividade preponderante e do grau de periculosidade das atividades desenvolvidas pelas empresas não extrapola os limites insertos na legislação previdenciária, porquanto tenha detalhado tão somente o seu conteúdo, sem, todavia, lhe alterar os elementos essenciais da hipótese de incidência, inexistindo, portanto, qualquer ofensa ao princípio da legalidade insculpido no art. 97 do CTN.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2401-004.007
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª TO/4ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Voluntário para, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Maria Cleci Coti Martins Presidente-Substituta de Turma.
Arlindo da Costa e Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins (Presidente-substituta de Turma), Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Henrique de Oliveira, Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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CONSTITUCIONALIDADE. É devida à Seguridade Social as contribuições sociais destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, na forma estabelecida no art. 22, II da Lei nº 8.212/91. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SAT. ENQUADRAMENO EM GRAU DE RISCO. ATIVIDADE PREPONDERANTE. Considerase preponderante a atividade que ocupa, na empresa como um todo, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, sendo irrelevante para tal enquadramento se tais segurados ocupam cargos na atividade meio ou na atividade fim da empresa. CONTRIBUIÇÃO PARA SAT. FIXAÇÃO DO GRAU DE RISCO E DO CONCEITO DE ATIVIDADE PREPONDERANTE POR DECRETO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF. A definição, por Regulamento Presidencial, dos conceitos de atividade preponderante e do grau de periculosidade das atividades desenvolvidas pelas empresas não extrapola os limites insertos na legislação previdenciária, porquanto tenha detalhado tão somente o seu conteúdo, sem, todavia, lhe alterar os elementos essenciais da hipótese de incidência, inexistindo, portanto, qualquer ofensa ao princípio da legalidade insculpido no art. 97 do CTN. Recurso Voluntário Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 25 1. 00 00 40 /2 00 9- 62 Fl. 775DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª TO/4ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Maria Cleci Coti Martins – PresidenteSubstituta de Turma. Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins (Presidentesubstituta de Turma), Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Henrique de Oliveira, Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira e Arlindo da Costa e Silva. Fl. 776DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 776 3 Relatório Período de apuração: 01/06/1998 a 31/07/1998 Data da lavratura da NFLD: 18/08/1998. Data da Ciência da NFLD: 03/09/1998. Temse em pauta Recurso Voluntário interposto em face de Decisão Administrativa de 1ª Instância proferida pela Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Guarulhos que julgou improcedente a impugnação oferecida pelo sujeito passivo do crédito tributário lançado por intermédio da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito nº 32.092.1778, consistentes em contribuições patronais destinadas ao custeio da Seguridade Social, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e a Outras Entidades e Fundos, incidentes sobre as remunerações pagas, creditadas ou devidas a segurados empregados e a Segurados Contribuintes Individuais nas competências junho e julho de 1998, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 28/29. Durante os procedimentos de Fiscalização, a Autoridade Lançadora constatou que a empresa não havia efetuado os recolhimentos das contribuições patronais destinadas ao custeio da Seguridade Social, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e a Outras Entidades e Fundos, incidentes sobre as remunerações pagas, creditadas ou devidas a segurados empregados e a Segurados Contribuintes Individuais, tendo recolhido, tão somente, as contribuições arrecadadas dos segurados empregados. Da mesma forma, a empresa também deixou de recolher as Contribuições Sociais a seu cargo incidentes sobre as remunerações dos segurados empresários, conforme demonstrado nas GRPS a fls. 615/617. As cotas de Salário Família e Salário Maternidade pagos pela empresa, foram deduzidas das contribuições devidas. Após tomar ciência da autuação, por via postal, em 03/09/1998, conforme Aviso de Recebimento a fl. 34, a Autuada apresentou impugnação a fls. 36/43, alegando, dentre outras coisas, que deixara de efetuar os recolhimentos, por estar efetuando compensação de valores recolhidos a título de contribuição sobre as remunerações pagas a administradores e autônomos, nos termos da Ação Ordinária nº 9500516705, em trâmite no TRF da 3ª Região. Despacho da Gerência Regional de Arrecadação e Fiscalização de São José dos Campos, a fl. 621, informa que os valores compensados nos processos de Levantamento de Débito nº 32.092.1743 e 32.092.1760 já haviam ultrapassado os créditos tributários obtidos pela empresa na ação ordinária acima citada, de maneira que a empresa não possuía mais créditos a se compensar. A Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Guarulhos lavrou Decisão Administrativa aviada na DecisãoNotificação nº 21.025.0/0249/2001, a fls. Fl. 777DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 4 644/648, julgando procedente o lançamento e mantendo o Crédito Tributário em sua integralidade. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 17/01/2002, conforme Aviso de Recebimento a fl. 650. Inconformado com a decisão exarada pelo órgão administrativo julgador a quo, o ora Recorrente interpôs recurso voluntário, a fls. 652/681, respaldando sua inconformidade em argumentação desenvolvida nos seguintes elementos: · Inconstitucionalidade da contribuição para o SAT, uma vez que a lei não definiu quais são as atividades que oferecem risco leve, médio e grave, nem tampouco estabeleceu o que se venha a entender por atividade preponderante, o que foi instituído por decreto; · Que os Decretos nº 612/92 e 2.173/97 são inconstitucionais, por violação ao princípio da estrita legalidade em matéria tributária; Ao fim, requer a declaração de improcedência da NFLD e o seu arquivamento. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Fl. 778DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 777 5 Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O sujeito passivo foi válida e eficazmente cientificado da decisão recorrida no dia 17/01/2002. Havendo sido o recurso voluntário protocolado no dia 01/02/2002, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto. Presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço. Ante a inexistência de questões preliminares, passamos ao exame do mérito. 2. DO MÉRITO Cumpre de plano assentar que não serão objeto de apreciação por este Colegiado as matérias não expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais serão consideradas como verdadeiras, assim como as matérias já decididas pelo Órgão Julgador de 1ª Instância não expressamente contestadas pelo sujeito passivo em seu instrumento de Recurso Voluntário, as quais se presumirão como anuídas pela Parte. Também não serão objeto de apreciação por esta Corte Administrativa as questões de fato e de Direito referentes a matérias substancialmente alheias ao vertente lançamento, eis que em seu louvor, no processo de que ora se cuida, não se houve por instaurado qualquer litígio a ser dirimido por este Conselho, assim como as questões arguidas exclusivamente nesta instância recursal, antes não oferecida à apreciação do Órgão Julgador de 1ª Instância, em razão da preclusão prevista no art. 17 do Decreto nº 70.235/72. 2.1. DA ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DO SAT. O Recorrente alega a inconstitucionalidade da contribuição para o SAT, uma vez que a lei não definiu quais são as atividades que oferecem risco leve, médio e grave, nem tampouco estabeleceu o que se venha a entender por atividade preponderante, o que foi instituído por decreto. Aduz que os Decretos nº 612/92 e 2.173/97 são inconstitucionais, por violação ao princípio da estrita legalidade em matéria tributária. NÃO !!! Fl. 779DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 6 Cumpre inicialmente trazer à balha que todo ato normativo oriundo do Poder Legislativo ingressa no Ordenamento Jurídico com presunção relativa de conformidade com a Constituição. Dessarte, uma vez promulgada e sancionada a lei, esta passa a desfrutar de presunção iuris tantum de constitucionalidade, a qual somente pode ser infirmada pela declaração em sentido contrário proferida pelo órgão jurisdicional competente. Segundo Luís Roberto Barroso (in Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. 7ª ed. rev. São Paulo, Saraiva, 2009, p. 193), “O princípio da presunção de constitucionalidade dos atos do Poder Público, notadamente das leis, é uma decorrência do princípio geral da separação dos Poderes e funciona como fator de autolimitação da atividade do Judiciário, que, em reverência à atuação dos demais Poderes, somente deve invalidarlhes os atos diante de casos de inconstitucionalidade flagrante e incontestável”. O art. 195, I da Constituição Federal determina que a Seguridade Social seja custeada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos oriundos, dentre outras fontes, das contribuições sociais a cargo da empresa incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Nossa Lei Soberana não parou por aí. Disse mais: No capítulo reservado aos Direitos Sociais, assegurou o Constituinte Originário, como direito dos trabalhadores urbanos e rurais, o seguro contra acidentes do trabalho, a ser custeado diretamente pelo empregador. Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: Fl. 780DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 778 7 (...) XXVIII seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; (grifos nossos) No plano infraconstitucional, a disciplina da matéria em relevo ficou a cargo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a qual, sem transpor os umbrais erguidos pela Carta Superior, instituiu o Plano de Custeio da Seguridade Social, consubstanciado nas contribuições sociais a cargo da empresa e dos segurados obrigatórios do RGPS, nos limites traçados pela CF/88. Por se tratarem de matérias afins, houve por bem o legislador ordinário, envolto na ordem jurídica realçada nas linhas precedentes, assentar no inciso II de seu art. 22 a instituição e regramento da contribuição social destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, a cargo da empresa, em nada conflitando com as orientações contempladas na Constituição. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: II para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 1998). a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. §3º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá alterar, com base nas estatísticas de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o enquadramento de empresas para efeito da contribuição a que se refere o inciso II deste artigo, a fim de estimular investimentos em prevenção de acidentes. Salientese que os preceitos aqui anunciados não conflitam com as disposições encartadas no art. 202 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99, verbatim: Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99 Fl. 781DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 8 Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. Conforme detalhadamente demonstrado, a Lei n° 8.212/91, realizando o Princípio da Legalidade inscrito no inciso II do art. 5º da Lei Maior, instituiu a contribuição destinada ao custeio do direito social constitucionalmente assegurado, fixandolhe os percentuais aplicáveis em razão do grau de risco inerente a cada atividade empresarial, restando a cargo do Regulamento o enquadramento de cada empresa nos patamares então definidos. No caso, o §3º do art. 22 da Lei nº 8.221/91 estabeleceu que o Ministério do Trabalho e da Previdência Social "poderá alterar, com base nas estatísticas de acidentes do trabalho, apuradas em inspeção, o enquadramento de empresas para efeito da contribuição a que se refere o inciso II deste artigo, a fim de estimular investimentos em prevenção de acidentes". Dessarte, da conjugação dos preceitos plasmados no inciso II, alíneas a, b e c, do art. 22, com o §3º desse mesmo dispositivo legal, concluise que a norma primária, fixando as alíquotas padrão, cometeu ao regulamento a competência para alterar, com base em estatísticas, o enquadramento referido nas mencionadas alíneas. Registrese que, sendo a atuação da Administração Tributária inteiramente vinculada à Lei, e, restando os preceitos introduzidos pelas leis que regem as contribuições ora em apreciação plenamente vigentes e eficazes, a inobservância desses comandos legais implicaria negativa de vigência por parte do Auditor Fiscal Notificante, fato que desaguaria inexoravelmente em responsabilidade funcional dos agentes do Fisco Federal. Devese atentar igualmente para o fato de que as disposições introduzidas pela legislação tributária em apreço, até o presente momento, não foram ainda vitimadas de qualquer sequela decorrente de declaração de inconstitucionalidade, seja na via difusa seja na via concentrada, exclusiva do Supremo Tribunal Federal, produzindo portanto todos os efeitos jurídicos que lhe são típicos. Ao revés, o Pretorio Excelso, em recente decisão no julgamento do Recurso Extraordinário RE 343.4462/SC, de relatoria do Min. Carlos Velloso, cuja ementa abaixo se transcreve, ratificou a constitucionalidade e exigência da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Fl. 782DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 779 9 CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO SAT. Lei 7.787/89, arts. 3º e 4º'; Lei 8.212/91, art. 22, II, redação da Lei 9.732/98. Decretos 612/92, 2.173/97 e 3.048/99. C.F., artigo 195, § 4º art. 154, II; art. 5°, II; art. 150, I . I Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho SAT: Lei 7.787/89, art. 3°, II; Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4°, c/c art. 154, I, da Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de observância da técnica da competência residual da União, C.F., art. 154, I. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da contribuição para o SAT. II O art. 3°, II, da Lei 7.787/89 não é ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art. 4° da mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos desiguais. III As Leis 7.787/89, art. 3°, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica ofensa ao principio da legalidade genérica, C.F., art. 5°, II, e da legalidade tributária, C.F., art. 150, I. (grifos nossos) IV Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questão não é de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade, matéria que não integra o contencioso constitucional. V. Recurso extraordinário não conhecido". (STF, RE 343.4462/SC, rel. Min. Carlos Velloso. DJ 04042003 PP00040) Reafirmou o Ministro Relator o seu entendimento no sentido de que é possível deixar por conta do Executivo o estabelecimento de normas em regulamento, desde que os standards ou padrões estejam previamente definidos em lei stricto sensu, a fim de que se possa atender às necessidades da administração pública na realização do interesse coletivo. É de bom alvitre esclarecer, de modo a repelir qualquer dúvida, que o inciso II do art. 5º da CF/88 estatuiu que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. A inteligência do dispositivo constitucional ora invocado conduz à conclusão de que as obrigações de fazer, não fazer ou de permitir não precisam estar taxativamente previstas, com todos os seus elementos, na Lei stricto sensu, mas sim, serem estatuídas em razão da lei, em decorrência da lei. Autores de nomeada reconhecem que tal disposição constitucional autoriza a lei formal a outorgar competência legislativa a outros instrumentos normativos de menor escalão para dispor sobre as condições de contorno secundárias ou de maior dinâmica social inerentes à hipótese de incidência da obrigação. No caso do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, o art. 22, II, da Lei nº 8.212/91, instituiu a cobrança da contribuição social em ribalta, estabelecendo todos os elementos primários conformadores da hipótese de incidência tributária, digase: (a) Fl. 783DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 10 fato gerador remuneração paga, creditada ou devida, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos; (b) a base de cálculo o montante global dessas remunerações; (c) alíquota percentuais progressivos na ordem de 1%, 2% ou 3%, fixados em função do risco de acidentes do trabalho. Na sequência, o parágrafo 3º do mesmo dispositivo legal autorizou o Ministério do Trabalho e da Previdência Social a alterar, com base nas estatísticas de acidentes do trabalho, o enquadramento de empresas nos respectivos graus de risco para efeito da contribuição destinada ao SAT. No caso do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, o art. 22, II da Lei nº 8.212/91, instituiu a cobrança da contribuição social em ribalta, estabelecendo todos os elementos conformadores da hipótese de incidência tributária, digase: (a) fato gerador remuneração paga, creditada ou devida, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos; (b) a base de cálculo o montante global dessas remunerações; (c) alíquota percentuais progressivos na ordem de 1%, 2% ou 3%, fixados em função do risco de acidentes do trabalho. Nessa perspectiva, havendo sido fixadas, mediante lei formal, as condições de contorno essenciais da exação em tela, o estabelecimento por Regulamento do Poder executivo dos limites do grau de periculosidade das atividades desenvolvidas por cada empresa não extravasa as fronteiras insertas na Lei de Custeio da Seguridade Social, porquanto tenha tão somente detalhado o seu conteúdo, sem, contudo, alterar qualquer daqueles elementos essenciais da hipótese de incidência. O egrégio STJ já irradiou em seus arestos a interpretação que deve prevalecer na pacificação do debate em torno do assunto, consoante se extrai do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 753.635/PR, da Relatoria do Min. Luiz Fux, assim ementado: AgRg no REsp 753.635/PR AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2005/00845620 Relator: Ministro LUIZ FUX Órgão Julgador T1 PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 16/09/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 02/10/2008 Ementa: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ARTS. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO SAT. LEI Nº 8.212/91, ART. 22, II. DECRETO N.º 2.173/97. ALÍQUOTAS. FIXAÇÃO PELOS GRAUS DE RISCO DA ATIVIDADE PREPONDERANTE DESEMPENHADA EM CADA ESTABELECIMENTO DA EMPRESA, DESDE QUE INDIVIDUALIZADO POR CNPJ PRÓPRIO. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA PELA PRIMEIRA SEÇÃO. SÚMULA 07/STJ. CONTRIBUIÇÃO PARA O INCRA. LC 11/71. COMPENSAÇÃO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DEVIDAS AO INSS. IMPOSSIBILIDADE. DESTINAÇÃO DIVERSA. INAPLICABILIDADE DO ART. 66, § 1º DA LEI Nº 8.383/91. TAXA SELIC. LEI 9.065/95. INCIDÊNCIA. Fl. 784DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 780 11 1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o tribunal de origem pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 2. A Primeira Seção assentou que: A Lei nº 8.212/91, no art. 22, inciso II, com sua atual redação constante na Lei nº 9.732/98, autorizou a cobrança da contribuição do SAT, estabelecendo os elementos formadores da hipótese de incidência do tributo, quais sejam: (a) fato gerador remuneração paga, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos; (b) a base de cálculo o total dessas remunerações; (c) alíquota percentuais progressivos (1%, 2% e 3%) em função do risco de acidentes do trabalho. Previstos por lei tais critérios, a definição, pelo Decreto nº 2.173/97 e Instrução Normativa nº 02/97, do grau de periculosidade das atividades desenvolvidas pelas empresas não extrapolou os limites insertos na referida legislação, porquanto tenha tão somente detalhado o seu conteúdo, sem, contudo, alterar qualquer daqueles elementos essenciais da hipótese de incidência. Não há, portanto, ofensa ao princípio da legalidade, posto no art. 97 do CTN, pela legislação que institui o SAT Seguro de Acidente do Trabalho. (EREsp n.º 297.215/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJU de 12/09/2005). 3. A Primeira Seção reconsolidou a jurisprudência da Corte, no sentido de que a alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho SAT, de que trata o art. 22, II, da Lei n.º 8.212/91, deve corresponder ao grau de risco da atividade desenvolvida em cada estabelecimento da empresa, individualizado por seu CNPJ. Possuindo esta um único CNPJ, a alíquota da referida exação deve corresponder à atividade preponderante por ela desempenhada (Precedentes: ERESP nº 502.671/PE, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, julgado em 10/08/2005; EREsp nº 604.660/DF, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 01/07/2005 e EREsp nº 478.100/RS, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 28/02/2005). (grifos nossos) 4. A alíquota da contribuição para o seguro de acidentes do trabalho deve ser estabelecida em função da atividade preponderante da empresa, considerada esta a que ocupa, em cada estabelecimento, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, nos termos do Regulamento vigente à época da autuação (§ 1º, artigo 26, do Decreto nº 612/92). (grifos nossos) 5. Vale ressaltar que o reenquadramento do pessoal administrativo em grau de risco adequado e a estipulação da alíquota devida, assentados pela instância ordinária com fundamento na prova produzida nos autos, decorre de enquadramento tarifário, restando, assim, inviável o exame da matéria pelo E. STJ, a teor do disposto na Súmula 07, desta Corte, que assim determina: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." Fl. 785DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 12 6. A contribuição para o INCRA não se destina a financiar a Seguridade Social. Assim, os valores recolhidos indevidamente a este título não podem ser compensados com outras contribuições arrecadadas pelo INSS que se destinam ao custeio da Seguridade Social. Não se aplica, portanto, o §1º do art. 66 da Lei nº 8.383/91. O encontro de contas só pode ser efetuado com prestações vincendas da mesma espécie, ou seja, destinadas ao mesmo orçamento. 7. Os créditos tributários recolhidos extemporaneamente, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 1º de janeiro de 1995, a teor do disposto na Lei nº 9.065/95, são acrescidos dos juros da taxa SELIC, operação que atende ao princípio da legalidade. 8. A jurisprudência da Primeira Seção, não obstante majoritária, é no sentido de que são devidos juros da taxa SELIC em compensação de tributos e mutatis mutandis, nos cálculos dos débitos dos contribuintes para com a Fazenda Pública. 9. Raciocínio diverso importaria tratamento antiisonômico, porquanto a Fazenda restaria obrigada a reembolsar os contribuintes por esta taxa SELIC, ao passo que, no desembolso, os cidadãos exonerarseiam desse critério, gerando desequilíbrio nas receitas fazendárias. 10. Agravo regimental desprovido. E não se desdenhe do poder normativo do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99. Atentese que os Incisos II, IV e VI, ‘a’ do art. 84 da Constituição da República afloram como fontes jurídicas de onde dimana a competência do Presidente da República para o exercício da direção superior da Administração Pública Federal, com o auxílio dos Ministros de Estado, e o poder presidencial para sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução, bem assim como dispor sobre a organização e o funcionamento da máquina do Executivo Federal. Constituição Federal de 1988 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: II exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; (...) IV sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; (...) VI dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; Depreendese do exposto que o Regulamento da Previdência Social decorre da competência constitucional do Presidente da República agente político da mais elevada estatura ocupante do arquétipo fundamental de Poder, o qual, nestas circunstâncias, exerce o Fl. 786DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 781 13 seu poder constitucional para formar a vontade superior do Estado, na ordenação estrutural do Poder Executivo Federal. Assentado que o Regulamento Suso citado encontrase dotado de normatividade em grau necessário e suficiente à partilha interna corporis das atribuições do Ministério da Previdência Social, deflui daí que, de acordo com a norma administrativa em realce, a empresa encontrase agrilhoada à obrigação tributária principal de recolher a contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, segundo a alíquota prevista nas alíneas ‘a’, ‘b’ ou ‘c’ do inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212/91, a qual será definida em função do grau de risco da atividade econômica preponderante por ela exercida, conforme relação fixada no Regulamento da Previdência Social. Mostrase imperioso destacar, de forma a nocautear qualquer dúvida porventura ainda renitente, que a declaração de inconstitucionalidade de leis ou de atos administrativos insertas no Ordenamento Jurídico constituise prerrogativa outorgada pela Constituição Federal exclusivamente ao Poder Judiciário, não podendo os agentes da Administração Pública imiscuíremse ex proprio motu nas funções reservadas pelo Constituinte Originário ao Poder Togado, sob pena de usurpação da competência exclusiva deste. Chamamos a atenção do Leitor para o fato de que as disposições introduzidas pela legislação tributária em apreço não teve, ainda, a sua constitucionalidade abatida pelos órgãos judiciários competentes, produzindo, portanto, todos os efeitos jurídicos que lhe são de estilo. Nesse contexto, sendo a atuação da Administração Tributária inteiramente vinculada à Lei, e, restando os preceitos introduzidos pelas leis que regem as contribuições sociais e seus acréscimos legais ora em apreciação plenamente vigentes e eficazes, a inobservância desses comandos legais implicaria negativa de vigência por parte do Auditor Fiscal Autuante, fato que desaguaria inexoravelmente em responsabilidade funcional dos agentes do Fisco Federal. De plano, devese atentar que o Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, dispõe expressamente em seu art. 26A ser vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, salvo nas hipóteses em que os citados diplomas legislativos tenham sido declarados inconstitucionais por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal. Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) Fl. 787DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 14 §6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) II – que fundamente crédito tributário objeto de: (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) Ademais, perfilando idêntico entendimento como o acima esposado, a Súmula CARF nº 2, de observância vinculante, exorta não ser o CARF órgão competente para se pronunciar a respeito da inconstitucionalidade de lei de natureza tributária. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Revelase pertinente salientar que é vedado aos membros das turmas de julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar o conteúdo encartado em leis e decretos sob o fundamento de incompatibilidade com a Constituição Federal, conforme determinado pelo art. 62 Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, do Ministério da Fazenda. Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 Art. 62. Fica vedado aos membros afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73/93. Fl. 788DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 11251.000040/200962 Acórdão n.º 2401004.007 S2C4T1 Fl. 782 15 Desbastada nesses talhes a escultura jurídica, impedido se encontra este Colegiado de apreciar tais alegações e propalar as declarações de inconstitucionalidade pleiteadas pelo Recorrente, atividade essa que somente poderia aflorar no Poder Judiciário. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Arlindo da Costa e Silva. Relator. Fl. 789DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS
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Numero do processo: 10950.002828/2005-30
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Apr 25 00:00:00 UTC 2008
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Data do fato gerador: 18/02/2005
DCTF - MULTA POR ATRASO NA ENTREGA - CONGESTIONAMENTO DE DADOS NO SITE DA RECEITA FEDERAL - RECONHECIMENTO ATRAVÉS DE ATO DECLARATóRIO EXECUTIVO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CESSAMENTO DA IMPOSSIBILIDADE DE TRANSMISSÃO DAS DECLARAÇÕES VIA INTERNET.
Uma vez que a própria Receita Federal, através do Ato Declaratório Executivo SRF no 24, de 08.04.2005, reconhecera a ocorrência de problemas técnicos nos sistemas eletrônicos para a recepção e transmissão de declarações, torna-se não devida a multa haja vista que com relação à data imposta como limítrofe para a entrega, nada ha que comprove que posteriormente a esta não havia mais a impossibilidade de transmissão das declarações via internet.
RECURSO VOLUNTARIO PROVIDO
Numero da decisão: 303-35.291
Decisão: ACORDAM os membros da terceira câmara do terceiro conselho de contribuintes, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Matéria: DCTF - Multa por atraso na entrega da DCTF
Nome do relator: Nilton Luiz Bartoli
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ementa_s : OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 18/02/2005 DCTF - MULTA POR ATRASO NA ENTREGA - CONGESTIONAMENTO DE DADOS NO SITE DA RECEITA FEDERAL - RECONHECIMENTO ATRAVÉS DE ATO DECLARATóRIO EXECUTIVO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CESSAMENTO DA IMPOSSIBILIDADE DE TRANSMISSÃO DAS DECLARAÇÕES VIA INTERNET. Uma vez que a própria Receita Federal, através do Ato Declaratório Executivo SRF no 24, de 08.04.2005, reconhecera a ocorrência de problemas técnicos nos sistemas eletrônicos para a recepção e transmissão de declarações, torna-se não devida a multa haja vista que com relação à data imposta como limítrofe para a entrega, nada ha que comprove que posteriormente a esta não havia mais a impossibilidade de transmissão das declarações via internet. RECURSO VOLUNTARIO PROVIDO
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URBANO PASTANA S/S Recorrida DRJ-CURITIBA/PR ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 18/02/2005 DCTF - MULTA POR ATRASO NA ENTREGA - CONGESTIONAMENTO DE DADOS NO SITE DA RECEITA FEDERAL - RECONHECIMENTO ATRAVÉS DE ATO DECLARATóRIO EXECUTIVO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CESSAMENTO DA IMPOSSIBILIDADE DE TRANSMISSÃO DAS DECLARAÇÕES VIA INTERNET. Uma vez que a própria Receita Federal, através do Ato Declaratório Executivo SRF no 24, de 08.04.2005, reconhecera a ocorrência de problemas técnicos nos sistemas eletrônicos para a recepção e transmissão de declarações, torna-se não devida a multa haja vista que com relação à data imposta como limítrofe para a entrega, nada ha que comprove que posteriormente a esta não havia mais a impossibilidade de transmissão das declarações via internet. RECURSO VOLUNTARIO PROVIDO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da terceira câmara do terceiro conselho de contribuintes, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Processo n° 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 ANELIS / IAUDT PRIETO Presidente CC03/CO3 Fls. 40 • ATON L ARTC.: Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Nanci Gama, Luis Marcelo Guerra de Castro, Vanessa Albuquerque Valente, Celso Lopes Pereira Neto e Tarásio Campelo Borges. Ausente o Conselheiro Heroldes Bahr Neto. • 2 Processo no 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 CC03/CO3 Fls. 41 Relatório Trata-se de Auto de Infração constante às fls. 03, referente à multa por entrega fora do prazo de Declaraçaes de Débitos e Créditos Federais — DCTF, referente ao 4° trimestre de 2004, fundamentada no art. 113, § 3° e 160, Lei 5172/66 do CTN, art. 40 e 2° da IN SRF 126/98, combinado com o item I da Portaria MF 118/84, art. 5° do DL no 2124/84 e art. 7° da MP 16/2001 convertida na Lei 10.426/02. Inconformado com o lançamento, o contribuinte apresentou Impugnação as fls. 01/02, na qual alega, em suma, que: a DCTF não foi entregue no prazo estipulado (15/02/2005) por motivo de congestionamento no site da Receita Federal; foi orientado pela Sra. Alacir Braz, MD chefe CAC/DRF/Mgd para que continuasse tentando acessar o site e, no caso de não conseguir efetuar a transmissão que entregasse a DCTF no dia seguinte diretamente no balcão da SRF — Maring6; ao levar a DCTF diretamente a SRF, esta não foi recebida, com alegação de não havia instruções para recebe-la; até que no dia 22/02/2005, durante uma palestra no auditório da S.RF — Maringá, obteve a orientação que efetuasse a transmissão da DCTF pela internet mesmo fora do prazo e esperasse a notificacdo da SRF para entra com pedido de impugnação do lançamento da multa. Diante do exposto, requer o acolhimento de suas alegaçbes e cancelamento do lançamento em foco. Instruem os autos os documentos de fls. 03/14, dentre os quais cópia do Informativo Secap (fls. 04). Encaminhados os autos h. Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Curitiba (PR), esta indeferiu a solicitação as fls. 20/24, nos termos da seguinte ementa: "Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 18/02/2005 DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS - DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. CABIMENTO. A contribuinte que, obrigada a entrega da DCTF, a apresenta fora do prazo legal sujeita-se à multa estabelecida na legislação de regência. Lançamento Procedente" Processo n° 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 CC03/CO3 Fls. 42 Ciente da decisão proferida à fl. 27, o contribuinte apresentou tempestivamente o Recurso Voluntário As fls. 28/31, no qual reitera os argumentos já apresentados em sede de impugnação. Trouxe aos autos os documentos de fls. 32/36. Não efetuado arrolamento de Bens e Direitos, para seguimento do Recurso Voluntário, devido ao valor ser inferior a R$ 2.500,00, aplicando-se assim o disposto no parágrafo 7 0 do art.2° da IN SRF 264/02. Os autos foram distribuídos a este Conselheiro em 27/02/2008, em um único volume, constando numeração até a fl. 37, penúltima. Desnecessário o encaminhamento do processo A Procuradoria da Fazenda Nacional para ciência quanto ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, nos termos da Portaria MF n°. 314, de 25108/99. o relatório. • • Processo n° 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 CC03/CO3 Fls. 43 Voto Conselheiro NILTON LUIZ BARTOLI, Relator Por conter matéria deste E. Conselho, conheço do Recurso Voluntário, tempestivamente, interposto pelo contribuinte. Quanto ao arrolamento de bens e direitos, consigne-se que este não é mais exigido como condição para seguimento do recurso voluntário, haja vista o que dispõe o Ato Declaratório n° 9, de 05/06/07, com fulcro na Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 1976 do STF. Ultrapassadas as análises dos requisitos de admissibilidade, passemos ao mérito. Em inúmeras oportunidades já extemei meu entendimento acerca da inaplicabilidade de multa minima por atraso na entrega da DCTF, com respaldo na Instrução Normativa no 129, de 19.11.1986. Senão, vejamos: Todo ato realizado segundo um determinado sistema de direito positivo, com o fim de nele se integrar, deve, obrigatoriamente, encontrar fundamento de validade em norma hierarquicamente superior a esta, que, por sua vez, também deve encontrar fundamento de validade em norma hierarquicamente superior, e assim por diante, até que se encontre o fundamento de validade na Constituição Federal. Nestes termos, qualquer que seja a norma deve-se confrontá-la com a Constituição Federal, pois não estando com ela compatível, não estará compatível com o sistema. Segundo se verifica, a fonte formal da Instrução Normativa n° 129, de 19.11.1986, posteriormente alterada pela Instrução Normativa n° 73, de 19.12.1996, é a Portaria do Ministério da Fazenda n° 118, de 28.06.84, que delegou ao Secretário da Receita Federal a competência para eliminar ou instituir obrigações acessórias. JA o Ministro da Fazenda foi autorizado a eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais, por força do Decreto-lei n° 2.124, de 13.06.84. 0 Decreto-Lei n°2.124, de 13.06.1984, encontra fundamento de validade na Constituição Federal de 1967, alterada pela Emenda Constitucional n° 01/69, que em seu art. 55, cria a competência para o Presidente da República editar Decretos-Leis, em casos de urgência ou de interesse público relevante, em relação as matérias que disciplina, inclusive a tributária, mas não se refere à delegação de competência ao Ministério da Fazenda para criar obrigações, sejam tributárias ou, não. Afora isto, a antiga Constituição também privilegiava o principio da legalidade e da vinculação dos atos administrativos à lei, o que de plano criaria um conflito entre a norma editada no Decreto-Lei n° 2.124, de 13.06.1984 e a Lei Maior de 1967 (art. 153, §2°). Processo n° 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 CC03/CO3 Fls. 44 Da análise do artigo 97, inciso V, do Código Tributário Nacional, também não resta dúvida que somente A. lei é dada autorização para criar deveres e direitos, não escapando h. regra as obrigações acessórias. Por outro lado, incabível dar ao artigo 100, do mesmo diploma, a conotação de que está aberta a possibilidade de um ato normativo vir a substituir a função da lei, ou por falha da lei cobrir sua lacuna ou vicio. No mais, atos normativos de miter normativo são assim caracterizados por introduzirem normas atinentes ao "modus operandi" do exercício da função administrativa tributária, tendo força para normatizar a conduta da própria administração em face do contribuinte, e em relação ás condutas do contribuinte, servem, tão somente, para explicitar o que fora estabelecido em lei. E nesse contexto que os atos normativos cumprem sua função de complementaridade das leis. Ressalte-se que todo ato administrativo tem por requisito de validade cinco elementos: objeto licito, motivação, finalidade, agente competente e forma prescrita em lei. Ocorre que, a Instrução Normativa n° 129, de 19.11.1986 cumpriu os desígnios orientadores da validade do ato administrativo no concernente aos tits primeiros elementos, vez que a exigência de entrega de Declaração de Contribuições e Tributos Federais — DCTF, com o fim de informar à Secretaria da Fazenda Nacional o montante de tributos devidos e suas respectivas bases de cálculo, é de materialidade licita, motivada pela necessidade de a Fazenda ter o controle dos fatos geradores que fazem surgir cada relação jurídica tributária entre o contribuinte e o Fisco, tendo por finalidade o controle do recolhimento dos respectivos tributos. Porém, no que tange ao agente competente, o mesmo não se verifica, uma vez que o Secretário da Receita Federal não tem a competência legiferante, privativa do Poder Legislativo, para criar normas constituidoras de obrigações de caráter pessoal ao contribuinte, cuja cogência é imposta pela cominação de penalidade. Ainda que se admitisse que o Decreto-lei n° 2.124, de 13.06.1984, fosse o veiculo introdutório para outorgar competência ao Ministério da Fazenda para que criasse deveres instrumentais, o Decreto-lei não poderia autorizar ao Ministério da Fazenda a delegar tal competência, como na realidade não o fez, tendo em vista o principio da indelegabilidade da competência tributária (art. 70 do Código Tributário Nacional) e até mesmo o principio da indelegabilidade dos poderes (art. 2° da CF/88). Assim, se o Ministério da Fazenda não tinha a competência para delegar a competência que recebera com exclusividade do Decreto-lei n° 2.124, de 13.06.1984, a Portaria MF n° 118, de 28/06/1984, extravasou os limites do poder outorgados pelo Decreto- Lei. Quanto a forma prescrita em lei, a instituição da obrigação de entrega da DCTF, por instrução normativa, também não cumpre o requisito de validade do ato administrativo, uma vez que tal instituição é reservada à Lei. Somente a Lei pode criar um vinculo relacional entre o Fisco e o contribuinte e a penalidade pelo descumprimento da obrigação fulcral desse vinculo. E tal poder é indelegável, com o fim de que sejam garantidos o Estado de Direito Democrático e a Segurança Jurídica. Processo n° 10950.002828/2005-30 Acórdão n. ° 303-35.291 CC03/CO3 Fls. 45 Ademais, a delegação de competência legiferante introduzida pelo Decreto-Lei n° 2.124, de 13.06.1984, não encontra supedâneo jurídico na nova ordem constitucional instaurada pela Constituição Federal de 1988, uma vez que o art. 25 estabelece o seguinte: "Art 25 — Ficam revogados a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito este prazo a prorrogação por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional, especialmente no que tange a: I — ação normativa; II — alocaoão ou transferência de recursos de qualquer espécie" (Grifei) Assim, a competência de legislar sobre a matéria pertinente ao sistema tributário é do Congresso Nacional, como determina o art. 48 da Constituição Federal, sendo que a delegação outorgada pelo Decreto-Lei n° 2.124, de 13.06.1984, ato do Poder Executivo auto disciplinado, que ainda que pudesse ter validade na vigência da constituição anterior, perdeu sua vigência 180 dias após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Tendo a norma que dispõe sobre a delegação de competência perdido sua vigência, a Instrução Normativa n° 129, de 19.11.1986, ficou sem fonte material que a sustente e, consequentemente, também perdeu sua vigência em abril de 1989. Quanto A cominação da penalidade estabelecida no próprio texto da Instrução Normativa n° 129, de 19.11.1986, Anexo II — 1.1 (e, posteriormente, na Instrução Normativa n° 73, de 19.12.1996, que a alterou), entendo que os argumentos retro mencionados são plenamente aplicáveis, isto 6, a imposição de qualquer tipo de multa só poderá ser prevista em Lei. Desta feita, a ausência de perfeita tipicidade na lei de conduta do contribuinte, implica a carência da ação fiscal e, como tais elementos estão ausentes no presente caso, dai também não ser punível a conduta do agente. Tudo isto para dizer que a Instrução Normativa n° 129, de 19.11.1986 não constitui o veiculo próprio a criar, alterar ou extinguir direitos, seja porque não encontra em lei seu fundamento de validade material, seja porque inova o ordenamento jurídico extrapolando sua própria competência. Tal assertiva veio a ser confirmada com a edição da Lei n° 10.426, de 25.04.2002 (conversão da Medida Provisória n° 16 de 27.12.2001) que assim dispõe: "Art. 7° 0 sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informa cães Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), Declaração Simplificada da Pessoa Juridica e Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirt), nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, set-6 intimado a apresentar declaração original, no caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal, e sujeitar-se-á as seguintes multas: Processo n° 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 CC03/CO3 Fls. 46 II — de dois por cento ao mês calendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no §3°- Com efeito, a adoção da Medida Provisória n° 16, posteriormente convertida na Lei n° 10.426/02, determinando sanções para a não apresentação, pelo sujeito passivo, da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), atesta cabalmente a inexistência de legislação válida até a sua edição, uma vez que não haveria lógica em se editar norma, de caráter extraordinário, que simplesmente repetisse a legislação anterior. Ao adotar Medida Provisória, o Poder Executivo Federal reconheceu a necessidade de disciplinar a instituição de deveres instrumentais e penalidades para seu descumprimento, que até então não se encontrava (validamente) regulada pelo direito pátrio. Assim, após a entrada em vigor da Medida Provisória n° 16/2001, convertida na Lei n° 10.426, de 24.04.2002, surgiu a disciplina válida ou vigente no sistema tributário nacional para o cumprimento do dever acessório de entrega da DCTF, e, conseqüentemente, para a cominação de sanções para sua não apresentação, vindo a confirmar todo o entendimento exposto com relação à Instrução Normativa n° 129, de 19.11.1986. Assim, consubstanciada na Lei n° 10.426, de 24.04.2002 (conversão da Medida Provisória n° 16 de 27.12.2001), a Instrução Normativa SRF n° 583, de 20.12.2005 (a qual revogou a IN SRF n° 532, de 30.03.2005, que alterou a IN SRF n° 482, de 21.12.2004), validamente, estabelece quanto à multa a ser aplicada, que: "Art. 10. A pessoa jurídica que deixar de apresentar a DCTF no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimada a apresentar declaração original, no caso de não- apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela SRF, e sujeitar-se-It Its seguintes multas: I — de dois por cento ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante dos impostos e contribuições informados na DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega dessa declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no §P; (.) §3 0 A multa minhna a ser aplicada será de: I — R$200,00 (duzentos reais) tratando-se de pessoa jurídica inativa; II — R$500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. Desta forma, como mencionado anteriormente, atos normativos, tal como a vigente Instrução Normativa SRF n° 583, de 20.12.2005, são para explicitar o que fora Processo n" 10950.002828/2005-30 Acórdão n.° 303-35.291 CC03/CO3 FIs. 47 estabelecido em Lei (Lei n° 10.426, de 24.04.2002, conversão da Medida Provisória n° 16 de 27.12.2001), cumprindo, nesse contexto, sua função de complementaridade da Lei. Ocorre que, in casu, tem-se situação em que o contribuinte fora impossibilitado de entregar a DCTF do 40 trimestre de 2004 dentro do prazo, em razão de congestionamento de dados no site da Receita Federal. Tanto é que a própria Receita Federal acabou por reconhecer que houve problemas técnicos nos sistemas eletrônicos desenvolvidos pelo Serpro para a recepção e transmissão de declarações, através do Ato Declaratório Executivo SRF no 24, de 08/04/2005. Em observância a referido ato, a Receita Federal considerou como entregues em 15/02/2005, as declarações apresentadas até 18/02/2005. A controvérsia, no entanto, se estabeleceu pelo fato do contribuinte ter apresentado a DCTF, relativa ao 4° trimestre de 2004, somente em 28/02/2005, ou seja, após 18/02/2005. Note-se, primeiramente, que a própria Receita Federal reconhecera a ocorrência de problemas técnicos nos sistemas eletrônicos de recepção e transmissão de declarações. Outrossim, embora tenha ampliado a data limítrofe de entrega para 18/02/2005, como se tivessem sido entregues em 15/02/2005, não ha nada que comprove que, naquela data (18102/2005), haviam cessado tais problemas. Pelo exposto, DOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, visto que comprovada a impossibilidade de transmissão da DCTF, referente ao 4 0 trimestre de 2004, no prazo. Sala das Sessões, em 25 de abril de 2008 NMTON L f7 ARTOL - Relator 9 •
score : 1.0
Numero do processo: 11516.000355/2011-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Mar 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 01/07/2010
AUTO DE INFRAÇÃO DE GFIP. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. RECONHECIMENTO DA ANISTIA.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2202-003.078
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente).
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa. Presidente
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira. - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 01/07/2010 AUTO DE INFRAÇÃO DE GFIP. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. RECONHECIMENTO DA ANISTIA. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente). Marco Aurélio de Oliveira Barbosa. Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. - Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1890; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 241 1 240 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11516.000355/201176 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.078 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 10 de dezembro de 2015 Matéria CP: REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS: PARCELAS EM FOLHA DE PAGAMENTO; REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS: PARCELAS DESCONTADAS DOS SEGURADOS; CONTRIBUINTE INDIVIDUAL; SEGURO DE ACIDENTES DO TRABALHO – SAT/GILRAT/ADICIONAL; TERCEIROS; AUTO DE INFRAÇÃO: GFIP. INFORMAÇÃOES INCORRETAS OU OMISSAS Recorrente BOING ADMINISTRADORA DE BENS LTDA EPP. Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 01/07/2010 AUTO DE INFRAÇÃO DE GFIP. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. RECONHECIMENTO DA ANISTIA. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente). Marco Aurélio de Oliveira Barbosa. –Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 03 55 /2 01 1- 76 Fl. 241DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 242 2 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra o Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP – DEBCAD 37.321.9806, que objetiva o lançamento da contribuição social previdenciária, decorrente da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da categoria de empregados, relativamente, a cota patronal e ao SAT/RAT, e, ainda, da retribuição ao contribuinte individual – cota patronal, assim como o Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP DEBCAD 37.321.9814, que objetiva o lançamento da contribuição social previdenciária, decorrente da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da categoria de empregados – parte descontada do trabalhador e da retribuição paga ao contribuinte individual – parte descontada, e, ainda, o Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP DEBCAD 37.321.9822, que objetiva o lançamento da contribuição destinada a outras entidades e fundos – terceiros, decorrente da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da categoria de empregados, bem como o Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA – DEBCAD 37.321.9792, CFL.78 por apresentar a empresa a declaração a que se refere a Lei 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, acrescentado pela Lei n. 9.528, de 10.12.97, e redação da MP 449, de 03.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009, com informações incorretas ou omissas, com período de apuração 01/2008 a 06/2010, conforme Termo de Início de Procedimento Fiscal – TIPF, de fls. 32 e 33. O sujeito passivo foi cientificado dos lançamentos, em 16/02/2011, conforme Folhas de Rosto dos Autos de Infração de Obrigação Principal e Acessória – AIOP e AIOA, fls. 01; 10; 16 e 23, respectivamente. O contribuinte apresentou suas defesas/impugnações petições com razões impugnatórias acostadas, as fls. 54 a 63; 79 a 88; 101 a 110; 124 a 130, recebida, em 17/03/2011, acompanhada dos documentos, de fls. 64 a 58; 89 a 100; 111 a 123; 131 a 140. As impugnações foram consideradas tempestivas, fls. 141. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 0730.515 5ª, Turma DRJ/FOR, em 31/01/2013, fls. 181 a 192. A impugnação foi considerada procedente em parte e o crédito retificado com a redução do valor do Auto de Infração DEBCAD 37.321.9792. Consta, as fls. 197, despacho informando que os DEBCAD’S 37.321.9806; 37.321.9814 e 37.321.9822 foram transferidos para o processo 16542.720406/201348, pois não foram impugnados, transcrevo abaixo o item sobre a matéria. 2. A empresa apresentou impugnação somente para o AI debcad 37.321.9792, motivando assim a segregação dos outros AIs com debcads 37.321.9806, 37.321.9814 e 37.321.9822, não impugnados, que passaram a constituir o processo nº 16542720406/201348. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 243 3 O contribuinte foi cientificado desse decisório, em 07/05/2013, conforme AR de fls. 199. Irresignado o contribuinte impetrou Recurso Voluntário petição com razões recursais acostadas, de fls. 209 a 217, recebido, em 04/06/2013, acompanhado dos documentos, de fls. 218 a 235. As razões recursais não serão sumariadas, o que se explicará no voto. A autoridade preparadora reconheceu a tempestividade do recurso, fls. 238. Os autos foram remetidos ao CARF/MF, despacho de fls. 238. Os autos foram sorteados e distribuídos a esse conselheiro, em 09/10/2014, Lote 03, fls. 239. É o Relatório. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 244 4 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é tempestivo e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade ele merece ser apreciado. Retenção. O presente processo ficou retido e sua solução foi retardada em razão dos recentes acontecimentos que afetaram o normal funcionamento do CARF, situação, absolutamente, fora do alcance do presente conselheiro. Delimitação da Lide. No presente recurso voluntário, se está tratando, exclusivamente, do Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA – DEBCAD 37.321.9792, CFL.78. Mérito. Ocorre que antes da apresentação dos autos para julgamento o ordenamento jurídico foi inovado pela Lei 13.097/2015, publicada no DOU em 20.01.2015 com vigência dos artigo 48 a 50, na data de publicação da citada lei. Ocorre que o artigo 49 citado e abaixo reproduzido dá expressa anistia as multas previstas no artigo 32 – A, da Lei 8.212/91. Art. 49. Ficam anistiadas as multas previstas no art. 32A da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, lançadas até a publicação desta Lei, desde que a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, tenha sido apresentada até o último dia do mês subsequente ao previsto para a entrega. O artigo 32 – A citado acima prevê as seguintes infrações, observese o texto legal transcrito. Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da Fl. 244DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 245 5 declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Da leitura do texto legal supramencionado verificase que três são as infrações possíveis: 1. apresentar a GFIP com informações incorretas ou omissas, caput do artigo 32 e parágrafo I; 2. deixar de apresentar GFIP, caput do artigo 32 e parágrafo II; 3. apresentar GFIP fora do prazo, caput do artigo 32 e parágrafo II; No caso vertente a recorrente foi autuada por ter praticado a conduta a seguir descrita: apresentar a empresa o documento a que se refere a Lei 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, parágrafo 3º, acrescentados pela Lei n. 9.528, de 10.12.97, com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, conforme previsto na Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, IV, parágrafo 5º., também, acrescentado pela Lei 9.528, de 10.12.97, combinado com o art. 225, IV e parágrafo 4º., do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99. Com a entrada em vigor do artigo 32 – A como acima citado a infração passou a ter esse descrição: apresentar a empresa a declaração a que se refere a Lei 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, acrescentado pela Lei n. 9.528, de 10.12.97, e redação da MP 449, de 03.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009, com informações incorretas ou omissas. Observese que a diferença básica está na citação “dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias”. Ora evidente que se nem todos os dados referentes aos fatos geradores foram declarados é porque houve omissão em relação a alguns deles. Evidenciase, assim, que a infração anterior é idêntica a nova infração, mas apenas com uma outra roupagem e descrição. Desta forma, penso que a multa sobejante desse auto de infração está abarcada pela anistia concedida pela Lei 13.097/2015, ainda, que tal lei só cite o artigo 32 – A, da Lei 8.212/91 na redação dada pela Lei 11.941/2009 e várias são as razões que me levam a essa conclusão. A uma, porque o artigo 108, I, da Lei 5.172/66 admite o empregado da analogia em matéria tributária, pois como diz o Supremo Tribunal Federal – STF, no AI 835.442 – RJ, 09/04/2013, R. Ministro Luiz Fux. Fl. 245DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 246 6 2. As transcrições revelam similaridade entre este caso e aquele que está com repercussão geral reconhecida. Aplicação das regras de hermenêutica jurídica segundo as quais: Ubi eadem ratio ibi idem jus (onde houver o mesmo fundamento haverá o mesmo direito) e Ubi eadem legis ratio ibi eadem dispositio (onde há a mesma razão de ser, deve prevalecer a mesma razão de decidir). A duas, porque o contribuinte não se defende do dispositivo legal infringido, mas sim da imputação a ele feita e no caso como demonstrado a imputação é a mesma apenas o dispositivo legal é outro, vejase. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO TRIBUTÁRIO. ANULATÓRIA DE DÉBITO. MULTA. APELAÇÃO CONHECIDA PARCIALMENTE. AUSÊNCIA DE ENTREGA DE DCTF'S. OMISSÃO. LANÇAMENTO DE DÉBITO. REGULARIDADE. LEGALIDADE DA EXIGÊNCIA. ARTIGO 115 DO CTN. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. MULTA. VALIDADE. SENTENÇA MANTIDA. 1. A apelação da autora merece ser conhecida apenas em parte, pois, veicula, em suas razões, questão dissociada do quanto decidido ao pugnar pela redução do valor da multa, assunto não ventilado no pedido inicial e que refoge aos limites da lide posta. 2. No caso dos autos, a ação foi ajuizada visando a obter a decretação de nulidade da NFLD que aplicou à autora multa pela falta de entrega de DCTF's, em dado período, bem como para determinar a devolução de qualquer valor indevidamente pago a esse título. 3. O CTN admite, no art. 115, que a lei pode estabelecer, no interesse da administração tributária, obrigações acessórias a serem cumpridas pelo contribuinte no sentido de praticar ou não condutas outras, além da obrigação principal, consistente no dever legal de recolher o tributo devido, uma vez ocorrido o fato gerador dessa obrigação. 4. Em face disso, o Decretolei nº 2.065/1983, no art. 11, impôs ao contribuinte a obrigação de informar ao Fisco, por meio de declaração constante de formulário padronizado, no caso, denominado de DCTF, quanto aos seus créditos ou débitos tributários, sob pena de sujeitarse à multa por informação inexata, incompleta ou omitida. 5. Na verdade, referido dever legal já decorria do disposto no Decretolei nº 1.968/1982, tendo, posteriormente, o Decretolei nº 2.124/1984, autorizado o ministro da Fazenda a eliminar ou instituir outras obrigações acessórias relativas a tributos federais. 6. Verifica se, pois, da breve remissão legislativa, que a DCTF não foi instituída por meio da Instrução Normativa nº 73/1994, ou qualquer outra subseqüente, pois, como não poderia deixar de ser, esta apenas baixou normas para esclarecer e orientar os contribuintes quanto ao preenchimento dos formulários com as informações a serem prestadas, inclusive por meio eletrônico. Assim sendo, resta claro que a obrigação de prestar informações ao Fisco, por meio das DCTF's, decorre de lei, não havendo falar em vulneração do princípio da legalidade. 7. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte Regional. 8. No caso dos autos, a notificação de lançamento, emitida em Fl. 246DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 247 7 23.09.1998, não registra vícios, falhas ou irregularidades, posto que a fiscalização foi minuciosa ao elencar as razões de fato e de direito que ensejaram a lavratura, inclusive com o demonstrativo da apuração do crédito tributário, estando suficientemente motivado a fim de possibilitar a defesa da autora, que não teve dificuldade em impugnar a exigência, não havendo falar ofensa aos princípios da legalidade, da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, nem tampouco configurado qualquer prejuízo ao contribuinte. 9. Frisese, por relevante no caso, que a indicação da base legal da multa ainda que inadequada, incompleta ou até errônea, não invalida o lançamento quando os fatos estiverem devidamente narrados, pois o contribuinte se defende dos fatos e não da capitulação constante da autuação. Ademais, sequer exige fundamentação exaustiva quando restar claro, como no caso em tela, que a multa imposta decorreu do descumprimento da obrigação acessória consistente na entrega das declarações, portanto, aplicada dentro dos parâmetros legais. 10. Ademais, a autuação fiscal constituiuse em ato administrativo e este goza da presunção de legalidade e veracidade que somente pode ser afastada mediante prova robusta a cargo do administrado, e, no caso, não logrou este provar as suas alegações. 11. Em suma, a prestação de informações ao fisco por meio de DCTF's é dever legal, constituindose em obrigação acessória que, uma vez descumprida, sujeita os omissos ao pagamento de multa, impondose, pois, a manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido. 12. Conheço em parte da apelação e na parte conhecida, negolhe provimento. AC 00022008319994036114 AC APELAÇÃO CÍVEL – 786915 JUIZ CONVOCADO VALDECI DOS SANTOS TRF3 TERCEIRA TURMA eDJF3 Judicial 1 DATA:31/08/2012. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CDA PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ NÃO ABALADA. 1 O fato de não constar os dispositivos legais na NFLD não a invalida, pois que, conforme informado fls. 16, estava acompanhada do relatório fiscal no qual relacionados os dispositivos infringidos. Além disso, os fatos imputados foram devidamente descritos, possibilitando, assim a defesa, o exercício do contraditório na via administrativa. Registrase que no âmbito administrativo houve recurso até a segunda esfera recursal. 2 Como bem anotado na sentença, sobre ser Associação Cultural e Recreativa sem fins lucrativos, referida alegação não passou do campo das meras alegações, vez que não cuidou sequer de juntar a documentação a tal respeito. Aliás, registrese, que ao defender participação de funcionários nos fulcros e mesmo sem resultados ele está justamente contradizendo a sua afirmação de não ter fins lucrativos. 3 No tocante à afirmativa da embargante de que nada deve, é ver que, assim como vislumbrado no parágrafo antecedente, ela não fez prova contraria á presunção de certeza e liquidez da certidão de divida ativa, assim não se desincumbindo de ônus probatório que era seu, conforme artigo 333, I, do CPC. 4 Apelação improvida. AC 864106719984010000 AC APELAÇÃO CIVEL – 864106719984010000. JUIZ FEDERAL GRIGÓRIO CARLOS Fl. 247DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 248 8 DOS SANTOS. TRF1. 5ª TURMA SUPLEMENTAR. eDJF1 DATA:05/10/2012 PAGINA:1894 (promovi os realces). A três, porque segundo a doutrina citada abaixo a anistia exclui a infração e não a capitulação legal imposta. “A anistia não se confunde com a remissão. Esta pode dispensar o tributo, ao posso que a anistia fiscal é limitada à exclusão das infrações cometidas anteriormente à vigência da lei, que a decreta.” 1 Aliás,é isso que diz o artigo 180, da Lei 5.172/66, a seguir transcrita. Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: A quatro, porque além disso temos que observar o que diz o artigo 112, III e IV, da Lei 5.172/66, ou seja, dúvida quanto a imputabilidade e a natureza da penalidade aplicável, assim como a “anistia é perdão da falta, da infração, que impede o surgimento do credito tributário correspondente à multa respectiva [Hugo de Brito, 2006: 248]. Não há razão jurídica para se aplicar a anistia a uma infração e não a outra apenas porque o dispositivo legal é outro. 1 Direito Tributário Brasileiro. 7a edição. Rio de Janeiro. 1975, p. 533. Fl. 248DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 11516.000355/201176 Acórdão n.º 2202003.078 S2C2T2 Fl. 249 9 Lembro, ainda, que em verdade o dispositivo legal a prevalecer não seria o antigo, artigo 32, IV, §5º, mas sim o artigo 32 – A – I, da Lei 8.212/91 na redação da Lei 11.941/2009, uma vez que o artigo 106, II, “c”, da Lei 5.172/66 determina a aplicação da legislação que comine penalidade menos severa e isso vem sendo aplicado sistematicamente pelo menos na 3ª TE/3ª Câmara/2ª Seção/CARF. Destarte, ainda, que por ricochete cabe a aplicação da anistia, pois a infração a subsistir seria a do artigo 32 A – I, conforme consagrada jurisprudência dessa casa. Com esses esclarecimentos, entendo aplicável ao caso a anistia, ainda, que o fundamento da autuação tenha sido a MP 449/2008. (Assinado digitalmente). CONCLUSÃO: Pelo exposto voto em dar provimento ao recurso. Eduardo de Oliveira. Fl. 249DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001109/2007-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2002, 2003
IRPF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. COMPROVAÇÃO MATERIAL DA UTILIZAÇÃO DE INTERPOSTAS PESSOAS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DE COTITULAR. NULIDADE. A comprovação do uso de conta bancária em nome de terceiros para movimentação de valores tributáveis enseja o lançamento sobre os titulares de fato, verdadeiros sujeitos passivos da obrigação tributária. De acordo com a Súmula do CARF n.º 29, “Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.” Não havendo, no presente caso, a intimação de todos os cotitulares de fato, o auto de infração é nulo quanto aos valores depositados na conta conjunta.
Embargos de declaração acolhidos.
Numero da decisão: 2101-001.738
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanear o vício apontado e retificar o Acórdão n.º 2101- 00.416, de 21 de janeiro de 2010, alterando o resultado do julgamento para dar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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materia_s : IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2002, 2003 IRPF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. COMPROVAÇÃO MATERIAL DA UTILIZAÇÃO DE INTERPOSTAS PESSOAS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DE COTITULAR. NULIDADE. A comprovação do uso de conta bancária em nome de terceiros para movimentação de valores tributáveis enseja o lançamento sobre os titulares de fato, verdadeiros sujeitos passivos da obrigação tributária. De acordo com a Súmula do CARF n.º 29, “Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.” Não havendo, no presente caso, a intimação de todos os cotitulares de fato, o auto de infração é nulo quanto aos valores depositados na conta conjunta. Embargos de declaração acolhidos.
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. COMPROVAÇÃO MATERIAL DA UTILIZAÇÃO DE INTERPOSTAS PESSOAS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DE COTITULAR. NULIDADE. A comprovação do uso de conta bancária em nome de terceiros para movimentação de valores tributáveis enseja o lançamento sobre os titulares de fato, verdadeiros sujeitos passivos da obrigação tributária. De acordo com a Súmula do CARF n.º 29, “Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.” Não havendo, no presente caso, a intimação de todos os cotitulares de fato, o auto de infração é nulo quanto aos valores depositados na conta conjunta. Embargos de declaração acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanear o vício apontado e retificar o Acórdão n.º 2101 00.416, de 21 de janeiro de 2010, alterando o resultado do julgamento para dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente Fl. 1129DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por MARIA MADALENA SILVA EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 23/06/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001109/200777 Acórdão n.º 210101.738 S2C1T1 Fl. 2 2 (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Evande Carvalho Araujo, Celia Maria de Souza Murphy e Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa. Relatório Tratase de embargos de declaração (fls. 362/407) opostos por Carlos Eduardo Schahin, em 08 de setembro de 2010, contra o Acórdão n.º 210100.416, de 21 de janeiro de 2010 (fls. 327/336), que, por unanimidade de votos, deu parcial provimento ao recurso voluntário. O acórdão teve a seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2002, 2003 Ementa: PRAZO DE DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. O lançamento tributário efetuado nos casos em que haja comprovação de dolo, fraude ou simulação, tem o dies a quo deslocado para o primeiro dia útil do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante determinado pela combinação dos arts. 150, §4º, e 173, I, do CTN. ASPECTO TEMPORAL DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA CONSUMADO EM 31/12 DO ANOCALENDÁRIO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 42, §4º, DA LEI 9.430/96. Sendo certo que o aspecto temporal do IRPF é anual, afigurase equivocada a interpretação conferida pelo Recorrente ao art. 42, §4º, da Lei n.º 9.430/96. O disposto pelo artigo citado, ao contrário, apenas corrobora o sistema de apuração do IRPF existente desde a edição da Lei n.º 7.713/88, de bases correntes, impondo o dever de anteciparse o recolhimento do imposto em conformidade com a percepção dos rendimentos ao longo do anocalendário. Nesse sentido, é preciso lembrar que os rendimentos sujeitos à tabela progressiva obrigatoriamente são colacionados no ajuste anual, quando, então, apurase o imposto devido, a partir do confronto entre os fatosacréscimos e os fatosdecréscimos. O fato, portanto, de a legislação determinar a sujeição dos depósitos à tabela progressiva, portanto, poderia no máximo ensejar uma eventual autuação do contribuinte para cobrança de multa isolada, nas hipóteses em que inexistissem tributos devidos ao final do ano calendário. Fl. 1130DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por MARIA MADALENA SILVA EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 23/06/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001109/200777 Acórdão n.º 210101.738 S2C1T1 Fl. 3 3 SUJEITO PASSIVO. IDENTIFICAÇÃO. A comprovação do uso de conta bancária em nome de terceiros para movimentação de valores tributáveis enseja o lançamento sobre o titular de fato, verdadeiro sujeito passivo da obrigação tributária. COMPROVAÇÃO MATERIAL. CARACTERIZAÇÃO. A comprovação material é passível de ser produzida não apenas a partir de uma prova única, concludente por si só, mas também como resultado de um conjunto de indícios que, se isoladamente nada atestam, agrupados têm o condão de estabelecer a certeza manifesta de uma dada situação de fato. Nesses casos, a comprovação é deduzida como conseqüência lógica destes vários elementos de prova, não se confundindo com as hipóteses de presunção. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. INTERPOSIÇÃO DE PESSOA. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo, inclusive quando efetuados em conta bancária mantida em nome de interposta pessoa. INTERPOSIÇÃO FICTÍCIA DE PESSOAS. PROCURAÇÃO CONFERIDA COM AMPLOS PODERES PARA OS SUPOSTOS MANDATÁRIOS. BASE DE CÁLCULO. Havendo sido comprovado que a contacorrente detida junto à instituição financeira no exterior no nome de interposta pessoa era de titularidade efetiva de seus supostos procuradores, fazse mister a divisão proporcional dos recursos percebidos nas contas bancárias entre todos os beneficiários, consoante determina o §6º do art. 42 da Lei n.º 9.430, de 1996. IRPF. DEPÓSITO BANCÁRIO DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Os depósitos de valores individuais inferiores a R$ 12.000,00, desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse R$ 80.000,00, não deverão ser considerados para efeito de determinação da receita omitida, nos termos do inciso II do §3º. do artigo 42 da Lei n. 9.430/96. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Comprovandose o dolo, a fraude ou a simulação, impõese ao infrator a aplicação da multa qualificada no percentual de 150% previsto na legislação de regência. Recurso parcialmente provido” (fl. 326). Não se conformando, o Recorrente opôs embargos de declaração, apontando, em síntese, (i) contradição em face da consideração de se tratar o Recorrente de um mero procurador autorizado a realizar atos em nome da empresa; (ii) omissão em razão de ausência de demonstração cabal da fraude, dolo ou simulação, o que teria o condão de afastar (ii.1) a aplicação do prazo decadencial do art. 173, inc. I, do CTN, com a consequente aplicação do prazo previsto no art. 150, §4º, do CTN, bem como (ii.2.) a aplicação da multa qualificada no presente caso; (iii) omissão em relação ao exame da preliminar de nulidade do lançamento formalizado contra a Embargante, por erro na quantificação da base de cálculo da obrigação tributária exigida; e, por fim, (iv) inexatidão material em face de ter sido a decisão fundamentada também com base em documento redigido em idioma estrangeiro (inglês) desacompanhado da tradução juramentada, imprescindível para sua validade como prova. É o relatório. Fl. 1131DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por MARIA MADALENA SILVA EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 23/06/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001109/200777 Acórdão n.º 210101.738 S2C1T1 Fl. 4 4 Voto Conselheiro ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Relator Os embargos de declaração interpostos pelo Recorrente com fundamento no disposto pelo art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n.º 256, de 2009, preenchem os requisitos de admissibilidade, razão pela qual deles conheço. De fato, o texto normativo do atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), mais especificamente o seu art. 65, caput, admite a interposição do referido recurso, semelhantemente ao quanto estabelecido pelo art. 535 do Código de Processo Civil pátrio, apenas e tão somente quando demonstrada omissão, obscuridade ou contradição no acórdão recorrido. Tal como esclareceu o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Exmo. Sr. Marco Aurélio, no julgamento do Agravo de Instrumento n. 163.0475PRAgRgEdcl: “Os embargos declaratórios não consubstanciam crítica ao ofício judicante, mas servemlhe ao aprimoramento. Ao apreciálos, o órgão deve fazêlo com espírito de compreensão, atentando para o fato de consubstanciarem verdadeira contribuição da parte em prol do devido processo legal”. Com esse espírito, passo a analisar o recurso. No presente caso, entre outros pontos, apontase omissão no acórdão embargado em relação ao exame de preliminar de nulidade do lançamento por erro na quantificação da base de cálculo. Com efeito, muito embora tenha o acórdão se ocupado do exame da questão relativa à base de cálculo, foi omisso quanto à análise, nesse âmbito, da existência de um terceiro procurador, ou cotitular de fato da conta corrente junto ao Delta Bank, o qual também haveria de ser devidamente intimado antes da lavratura do auto para comprovação da origem dos depósitos. No caso em tela, o conjunto probatório dos autos aponta para a existência de ato simulado, com a consequente desconsideração da abertura de conta corrente feita em nome da sociedade “Hodge Hall Investments Inc.”, atribuindoa aos seus procuradores, em virtude do fenômeno da interposição fictícia de pessoas. Se, por um lado, constatouse que, sob o manto do instrumento de mandato que lhe fora outorgado, o Embargante praticava, por interposta pessoa, os atos de movimentação dos valores, por outro lado, verificouse haver outros corresponsáveis pela conta corrente junto ao Delta Bank, a saber, os Srs. Eugênio Bergamo e Sandro Tordin. O auto de infração lavrado em nome do ora Embargante, no entanto, como se extrai do Termo de Verificação Fiscal, considera como base de cálculo para o imposto lançado a metade dos valores depositados em conta corrente. Confirase: Fl. 1132DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por MARIA MADALENA SILVA EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 23/06/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001109/200777 Acórdão n.º 210101.738 S2C1T1 Fl. 5 5 “Observese que os valores a seguir discorridos, a serem utilizados como base de cálculo, foram convertidos em moeda nacional com base na taxa de câmbio fixada, para compra, pelo Banco Central do Brasil, em vigor na data do depósito (art. 3º, § 30 da IN SRF no 246/02) e divididos igualmente entre os cotitulares da conta, em número de dois, cabendo ao contribuinte em epigrafe a responsabilidade pela metade dos valores depositados, com fundamento no art. 58 da MP 66/02, convalidada pela Lei n. 10.637/02, que acrescentou o § 6° ao art. 42 da Lei no 9.430/96 e art. 1., § 2. da IN SRF n. 246/02 (...).” Breve pesquisa no sítio desse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de outro lado, aponta para a abertura do Processo Administrativo n.º 19515.001107/200788 em nome do Sr. Sandro Tordin, o que também se comprova pelo acórdão juntado nas fls. 276/325 desses autos, atribuindoselhe o imposto relativo à outra metade dos valores depositados na conta corrente n.º 0001504370001. Todavia, além dos Srs. Carlos Eduardo Schahin e Sandro Tordin, também há elementos nos autos que apontam para a cotitularidade da conta 0001504370001, mantida junto ao Delta National Bank and Trust Company, pelo Sr. Eugênio Bergamo. Tal como já consignado no acórdão embargado, o contrato de abertura e movimentação de conta corrente junto ao Delta Bank, em nome da Hodge Hall Investments Inc., tinha como responsáveis os Srs. Carlos Eduardo Schahin, ora Recorrente, Eugênio Bergamo e Sandro Tordin (fls. 130/134 dos autos). Também do documento intitulado General Power of Attorney (fls. 136/139), corroborado pelo documento intitulado Resolution Consent by the Sole Director Of Hodge Hall Investments Inc. (fl. 140), verificase que tanto o Embargante, quanto os Srs. Sandro Tordin e Eugênio Bergamo, foram designados como procuradores da empresa, com amplos poderes de representação da sociedade. E mais, também do cartão de assinaturas juntado nas fls. 134/135 (Signature Card) inferese que as três pessoas físicas em referência teriam poderes de representação da Hodge Hall. Assim, se é certo que a comprovação material é passível de ser produzida não apenas a partir de uma prova única, concludente por si só, mas também como resultado de um conjunto de indícios que, se isoladamente nada atestam, agrupados têm o condão de estabelecer a certeza manifesta de uma dada situação de fato, tal como a interposição fictícia de pessoas no caso em tela, não menos certo é que tais elementos também devem ser observados em relação ao dever de intimação de todos os cotitulares de fato da aludida conta para comprovação da origem dos depósitos nela efetuados. Essa é a interpretação que se extrai dos §§5º e 6º do art. 42 da Lei n.º 9.430/96: “Art. 42. (...) §5º. Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. §6º. Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada Fl. 1133DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por MARIA MADALENA SILVA EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 23/06/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001109/200777 Acórdão n.º 210101.738 S2C1T1 Fl. 6 6 titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.” Deve ser aplicada ao presente caso, portanto, a Súmula CARF n.º 29, cujo teor abaixo se reproduz: Súmula CARF n.º 29: “Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento.” Desse modo, considerandose que não houve, no caso em exame, a intimação específica do Sr. Eugênio Bergamo, cotitular de fato da mencionada conta bancária n.º 0001 504370001, para comprovar a origem dos depósitos nelas efetuados na fase que precedia a lavratura do auto de infração, verificase a insanável nulidade do presente auto de infração. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de ACOLHER os embargos de declaração para sanear o vício apontado e retificar o Acórdão n.º 210100.416, de 21 de janeiro de 2010, alterando o resultado do julgamento para DAR provimento ao recurso (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 1134DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por MARIA MADALENA SILVA EX CL UÍ DO Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 23/06/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 19515.720501/2013-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010
SIMPLES NACIONAL. OPÇÃO. PESSOA JURÍDICA NÃO OPTANTE. CONTRIBUIÇÕES PATRONAIS. TERCEIROS.
A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dá-se na forma prevista na legislação tributária. A empresa não optante sujeita-se ao recolhimento das contribuições patronais previdenciárias, bem como das contribuições reflexas devidas a terceiros.
MULTA QUALIFICADA. AFASTAMENTO.
Deve ser afastada a aplicação da multa constante do artigo 44, inciso I, da Lei n.º 9.430/96, duplicada na forma como disposto pelo parágrafo 1º, quando não restar comprovado o dolo do contribuinte na situação apontada como fraudulenta pela fiscalização, bem como por restar dúvidas quanto ao enquadramento do contribuinte no Simples Nacional que ensejou os recolhimentos a menor.
Recurso voluntário provido em parte
Numero da decisão: 2401-003.944
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento a qualificação da multa, reduzindo-a para 75%. Os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi e Carlos Henrique de Oliveira acompanharam o relator que negava provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Carlos Alexandre Tortato fará o voto vencedor.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
André Luís Mársico Lombardi - Presidente
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Cleberson Alex Friess - Relator
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Carlos Alexandre Tortato - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010 SIMPLES NACIONAL. OPÇÃO. PESSOA JURÍDICA NÃO OPTANTE. CONTRIBUIÇÕES PATRONAIS. TERCEIROS. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dá-se na forma prevista na legislação tributária. A empresa não optante sujeita-se ao recolhimento das contribuições patronais previdenciárias, bem como das contribuições reflexas devidas a terceiros. MULTA QUALIFICADA. AFASTAMENTO. Deve ser afastada a aplicação da multa constante do artigo 44, inciso I, da Lei n.º 9.430/96, duplicada na forma como disposto pelo parágrafo 1º, quando não restar comprovado o dolo do contribuinte na situação apontada como fraudulenta pela fiscalização, bem como por restar dúvidas quanto ao enquadramento do contribuinte no Simples Nacional que ensejou os recolhimentos a menor. Recurso voluntário provido em parte
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2384; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 610 1 609 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.720501/201367 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401003.944 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 8 de dezembro de 2015 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: PESSOA JURÍDICA NÃO OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL. SIMULAÇÃO/FRAUDE Recorrente MYMO COMÉRCIO DE ROUPAS LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010 SIMPLES NACIONAL. OPÇÃO. PESSOA JURÍDICA NÃO OPTANTE. CONTRIBUIÇÕES PATRONAIS. TERCEIROS. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dáse na forma prevista na legislação tributária. A empresa não optante sujeitase ao recolhimento das contribuições patronais previdenciárias, bem como das contribuições reflexas devidas a terceiros. MULTA QUALIFICADA. AFASTAMENTO. Deve ser afastada a aplicação da multa constante do artigo 44, inciso I, da Lei n.º 9.430/96, duplicada na forma como disposto pelo parágrafo 1º, quando não restar comprovado o dolo do contribuinte na situação apontada como fraudulenta pela fiscalização, bem como por restar dúvidas quanto ao enquadramento do contribuinte no Simples Nacional que ensejou os recolhimentos a menor. Recurso voluntário provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento a qualificação da multa, reduzindoa para 75%. Os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi e Carlos Henrique de Oliveira acompanharam o relator que negava provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Carlos Alexandre Tortato fará o voto vencedor. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 05 01 /2 01 3- 67 Fl. 610DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 611 2 (ASSINADO DIGITALMENTE) André Luís Mársico Lombardi Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Cleberson Alex Friess Relator (ASSINADO DIGITALMENTE) Carlos Alexandre Tortato Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira. Fl. 611DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 612 3 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE), cujo dispositivo tratou de julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Transcrevo a ementa do Acórdão nº 0435.031 (fls. 414/426): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA A SEGURIDADE SOCIAL E PARA OS TERCEIROS. O enquadramento no SIMPLES é opção do contribuinte, em virtude disso este tem que atender os requisitos da Lei Complementar nº 123/2006 e, ademais, comprovar a sua opção por meio de documentos idôneos para as Autoridades Competentes relacionadas na Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94, de 29 de novembro de 2011. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no artigo 44, inciso I combinado com o parágrafo 1º, da Lei nº 9.430/96, restando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadrase, em tese, nas hipóteses tipificadas no art. 72, da Lei nº 4.502/64. 2. Extraise do relatório fiscal, às fls. 39/45, que o processo administrativo é composto por 3 (três) autos de infração (AI), a saber: i) AI nº 51.036.7917 (obrigação principal), referente às contribuições previdenciárias patronais, incidentes sobre as remunerações dos segurados empregados e contribuintes individuais, nas competências de 01/2009 a 12/2010; ii) AI nº 51.036.7925 (obrigação principal), relativas às contribuições devidas a terceiros, incidentes sobre as remunerações dos segurados empregados nas competências 01/2009 a 12/2010 (FPAS 515 Terceiros 0115); e iii) AI nº 51.036.7933 (obrigação acessória), por ter a empresa deixado de exibir o livro caixa (Código de Fundamentação Legal CFL 38). Fl. 612DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 613 4 2.1 Segundo a fiscalização, a empresa realizava o recolhimento apenas da contribuição previdenciária a cargo dos segurados, na medida em que se autoenquadrava indevidamente como optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, conhecido como Simples Nacional. 2.2 Os fatos geradores e as bases de cálculo foram identificados em folhas de pagamento e Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP). 2.3 Especificamente quanto às competências 02/2009, 12/2009, 08/2010 e 11/2010, a empresa substituiu as GFIPs, por meio de retificação dos documentos, e passou a declarar apenas um único segurado, com exclusão dos empregados e sócios que constavam das declarações originais. 3. Comunica a fiscalização ainda que sobre o valor das contribuições não recolhidas foi aplicada multa de ofício majorada de 150% (cento e cinquenta por cento), nos termos do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 3.1 A respeito da exasperação da penalidade, a autoridade lançadora esclarece que o sujeito passivo, de forma sistemática e continuada e durante todos os meses dos anos calendário de 2009 e 2010, assinalou a condição de empresa optante pelo Simples Nacional em campo próprio da GFIP, prestando informações falsas às autoridades fazendárias com o propósito de reduzir as contribuições devidas. 4. Cientificado da autuação por via postal em 18/3/2013, às fls. 187, o contribuinte impugnou parcialmente a exigência fiscal. No que toca ao AI nº 51.036.7933, relativo ao descumprimento de obrigação acessória, o autuado optou em efetuar o pagamento da multa de ofício com a redução prevista na legislação (fls. 361/377 e 432). 5. Intimada da decisão do colegiado de primeira instância, em 5/9/2014, também por via postal, às fls. 456, a recorrente apresentou recurso voluntário no dia 1º/10/2014 (fls. 458/469). 5.1 Em sua peça recursal, a recorrente reafirma argumentos já trazidos na impugnação, abaixo sinteticamente resumidos: i) mesmo que a fiscalização tenha entendido por bem desenquadrar a recorrente do Simples Nacional em razão da não apresentação do livro caixa, a receita bruta anual da sociedade empresária, nos anos de 2009 e 2010, de acordo com a respectiva Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), esteve abaixo do limite previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, e suas alterações, para fins de sua opção e permanência no regime especial de tributação; Fl. 613DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 614 5 ii) uma vez dentro do limite estabelecido pela legislação nos anos mencionados, a recorrente exerceu o seu direito de enquadramento no Simples Nacional, recolhendo as contribuições devidas nessa sistemática; iii) todavia, acaso mantida a cobrança dos autos de infrações, os valores já recolhidos devem ser abatidos do montante global, sob pena de pagamento em duplicidade e enriquecimento sem causa por parte do erário; iv) as retificações de GFIP, nas competências 02/2009, 12/2009, 08/2010 e 11/2010, foram realizadas exclusivamente para incluir novos funcionários, que não constavam dos documentos anteriormente transmitidos; e v) não houve dolo na conduta da recorrente, que não teve a intenção de fraudar o Fisco Federal, sendo descabida a multa qualificada aplicada. É o relatório. Fl. 614DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 615 6 Voto Vencido Conselheiro Cleberson Alex Friess, Relator Juízo de admissibilidade 6. Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Mérito a) Opção pelo Simples Nacional 7. Preliminarmente, destaco que, diferentemente do afirmado pela recorrente, a fiscalização não procedeu ao seu desenquadramento de ofício do Simples Nacional. A acusação fiscal foi exposta em termos claros no sentido de que "(...) a empresa se enquadrou indevidamente como Simples Nacional na GFIP, mas que não detém a condição de optante deste sistema (...)" (fls. 40). 8. O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido previsto em lei. Nada obstante, a apuração e recolhimento dos impostos e contribuições federais, estaduais e municipais, mediante regime único de arrecadação, na sistemática do Simples Nacional, é um ato voluntário do contribuinte, mediante opção, de acordo com o art. 16 da Lei Complementar nº 123, de 2006: Art. 16. A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte darseá na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o anocalendário. (...) 8.1 Vale dizer que o ingresso da pessoa jurídica no Simples Nacional exige: i) a formalização da opção pelo regime tributário; ii) o enquadramento na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte, com base no valor anual da receita bruta auferida; e iii) o cumprimento dos demais requisitos previstos na legislação, tais como a forma de constituição da sociedade e o tipo de atividade empresarial exercida. 9. Na imputação fiscal, a autoridade afirma que a recorrente não é optante pelo Simples Nacional. Em contraposição, ao sujeito passivo competiria demonstrar, por meio da linguagem de provas, tão somente a inocorrência desse alegado fato, isto é, que era optante pelo regime simplificado de tributação. Fl. 615DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 616 7 10. Contudo, os argumentos deduzidos em sua petição referemse apenas ao valor da receita bruta auferida nos anos de 2009 e 2010, insuficientes, por si só, para comprovar a sua regular condição de optante pelo Simples Nacional, na forma exigida pela legislação tributária. 11. Nesse passo, a consulta pública disponível para identificar os optantes pelo Simples Nacional mostra que a peticionante, em relação ao período do levantamento do crédito tributário, não é optante pelo Simples Nacional:1 12. Mais que isso, os documentos juntados aos autos pela recorrente também certificam a condição de empresa não optante pelo Simples Nacional. 12.1 De fato, segundo as DIPJs 2010 e 2011, referentes ao período de 2009 e 2010, respectivamente acostadas às fls. 557 e 571, cujo documento as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional estão desobrigadas de apresentálo, o sujeito passivo declarou ao Fisco que se submete ao lucro presumido para fins de tributação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). 12.2 Como cediço, o regime de recolhimento com base no lucro presumido é incompatível com a tributação simultânea na forma do Simples Nacional. 13. Noutro giro, conquanto ausente a opção formal pelo Simples Nacional, como exige a legislação tributária, a argumentação recursal confirma que o sujeito passivo comportouse como optante do regime tributário favorecido e diferenciado previsto na Lei Complementar nº 123, de 2006, ao menos em relação ao cumprimento das obrigações previdenciárias. 1 Consulta em 22/6/2015, em <www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/> Fl. 616DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 617 8 13.1 De maneira que os pagamentos realizados em Guia da Previdência Social (GPS), utilizandose do código 2003 (Simples CNPJ), conforme fls. 578/591, presumemse relativos às contribuições previdenciárias dos trabalhadores e da pessoa do empresário, cujos tributos estão excluídos do recolhimento mensal unificado, e são exigidos da pessoa jurídica na condição de responsável tributário. 13.2 Logo, não há que se falar em abatimento desses pagamentos no crédito tributário lançado, tendo em vista que a exigência fiscal consubstanciada no processo administrativo sob exame diz respeito a exações distintas. 13.3 Vale dizer, o lançamento referese à cobrança das contribuições previdenciárias patronais, previstas nos incisos I a III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, incidentes sobre as remunerações dos segurados empregados e contribuintes individuais, e das contribuições reflexas devidas a terceiros, assim compreendidos entidades e fundos. 14. Em vista do exposto, e uma vez inexistente a formalização da opção pelo Simples Nacional no período de 01/2009 a 12/2000, aplicase o regime de tributação comum, sujeitandose o contribuinte ao recolhimento das contribuições previdenciárias patronais, bem como das contribuições destinadas a terceiros. b) Multa qualificada 15. A aplicação da multa no lançamento de ofício é regulada, a partir da competência 12/2008, pelo art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, o qual remete aos critérios de mensuração previstos no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Reproduzo abaixo os dispositivos: Lei nº 8.212, de 1991 Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Lei nº 9.430, de 1996 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (...) Fl. 617DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 618 9 15.1 Por sua vez, os arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de dezembro de 1964, acima mencionados, estão assim redigidos: Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. 16. Vêse que a par do critério básico de aplicação da multa de ofício, equivalente a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o valor principal, a legislação prevê a denominada multa qualificada, em que há uma duplicação do percentual padrão, quando evidenciada pela fiscalização sonegação, fraude ou conluio, cuja gravidade do comportamento lesivo do infrator enseja um reprimenda punitiva mais severa, como forma de castigar o transgressor e desestimular condutas afins por parte de outros sujeitos passivos. 17. Para essa elevação do percentual básico é condição indispensável a acusação identificar elementos subjetivos na conduta do infrator, porquanto tanto a simulação quanto a fraude pressupõem o dolo, sendo insuficiente para cogitar da hipótese tão somente a materialidade da conduta. 18. Vale dizer que a sonegação, fraude ou mesmo o conluio devem possuir base probatória autônoma, pela qual se demonstra a vontade livre e consciente do infrator em praticar as condutas ilícitas, em prol de, ao final e ao cabo, viabilizar a supressão ou redução do tributo. 19. Pois bem. Ao ler as razões recursais, constatase que o sujeito passivo concentra suas palavras na inexistência de dolo e fraude na conduta identificada pela fiscalização, porquanto as retificações efetuadas inicialmente em GFIP destinaramse a mera inclusão de funcionários, e não a exclusões, a despeito do equívoco do procedimento que adotou para alcançar o fim pretendido. Fl. 618DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 619 10 19.1 De fato, as regras de experiência demonstram inúmeros casos de empresas que cometem erros no preenchimento do documento, excluindo inconscientemente as informações corretas apresentadas anteriormente na GFIP, por falta de uma adequada compreensão da sistemática de retificação da declaração. 20. Entretanto, a fiscalização não sustenta a aplicação da multa qualificada no erro ocorrido na retificação dos documentos de confissão de dívida. Como já referido em outro ponto, o motivo da exasperação da penalidade, segundo a fiscalização, diz respeito ao fato de o sujeito passivo declarar de forma dolosa, ao longo de todos os meses dos anos de 2009 e 2010, a informação falsa em GFIP de que era optante pelo Simples Nacional. 21. Não só o conjunto fáticoprobatório dos autos, mas também a linha argumentativa da recorrente, demonstram sem dúvidas que houve a inserção de informação inexata em GFIP, visto que o sujeito passivo não era optante pelo regime simplificado de tributação no período fiscalizado. 22. Por seu turno, em que pese o ponto de vista exposto pela recorrente, a falta da condição de optante pelo Simples Nacional não decorre de controvérsias sobre questões de direito, interpretação ou aplicação de preceitos normativos, visto que a legislação tributária, nesse ponto, é demasiadamente inequívoca acerca da necessidade de inclusão formal no Simples Nacional para quem deseja usufruir da sistemática de tributação mais benéfica da Lei Complementar nº 123, de 2006, e suas alterações. 23. Daí porque, longe de qualquer equívoco de preenchimento, entendo que a recorrente prestou, de forma consciente, intencional e reiterada, informações inverídicas em GFIP quanto à sua situação perante o Simples Nacional, com a finalidade de manter em erro a fiscalização tributária e reduzir as contribuições devidas. 24. Reforça a certeza da conduta dolosa, o fato de a recorrente ter apresentado Declarações EconômicoFiscais (DIPJ) para os anoscalendário de 2009 e 2010, conforme já mencionado nos autos, pelas quais manifesta a expressa opção pela tributação pelo lucro presumido (fls. 557/571). 24.1 Tal conduta só vem a reafirmar as evidências de existir uma intenção firme e deliberada do sujeito passivo no sentido de afastar ilicitamente o pagamento das contribuições previdenciárias patronais e daquelas contribuições decorrentes de lançamento reflexo, destinadas a terceiros, pois controladas e confessadas por meio da entrega de declaração fiscal específica (GFIP). 25. Com efeito, ao prestar informação sabidamente não verdadeira em GFIP, tal comportamento tem o condão de inibir o cálculo realizado pelo sistema gerador do documento fiscal quanto à parte patronal da contribuição previdenciária, bem como no que toca às contribuições devidas a terceiros. Fl. 619DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 620 11 25.1 A conduta irregular distorce os fatos que chegam ao conhecimento da Administração Tributária, tornando viável, enquanto não identificada, a realização de pagamento a menor em GPS, escapando à cobrança pelo recolhimento dos tributos efetivamente devidos. 26. Logo, diante da conduta do sujeito passivo, a exasperação da multa de ofício afigurase correta. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do recurso voluntário e NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (ASSINADO DIGITALMENTE) Cleberson Alex Friess Relator Fl. 620DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 621 12 Voto Vencedor Conselheiro Carlos Alexandre Tortato, Redator Designado Da Exclusão da Multa Qualificada. No presente julgado, o ilustre Relator negou provimento ao recurso voluntário, contudo restou vencido, por maioria, no tocante à exclusão da multa qualificada no lançamento de ofício. A imposição da multa qualificada, nos termos do art. 44, § 1º, da Lei nº. 9.430/96, se deu , no entender da fiscalização, ante a conduta dolosa da recorrente, conforme Relatório Fiscal às fls. 4243: [...] o contribuinte declarou em GFIP, relativo ao período de 01.2009 a 12.2010 base de cálculo, porém os valores declarados referentes às contribuições devidas levaram em consideração que a empresa se enquadrou indevidamente como Simples Nacional na GFIP, sendo que a mesma não detém a condição de optante deste sistema, visando o não recolhimento da cota patronal. 20.1. Os procedimentos adotados pelo contribuinte tiveram como objetivo reduzir os valores daquelas contribuições que, portanto, foram declaradas recolhidas a menor. 20.2 Tais fatos configuram, em tese, crime contra a ordem tributária, previsto na legislação em vigor, cujo dolo se caracterizaria pelo fato de o contribuinte, de forma sistemática e continuada durante todos os meses dos anos calendários 2009 e 2010, ter prestado à Secretaria da Receita Federal do Brasil informações falsas no preenchimento das GFIPs, apresentadas com a finalidade de reduzir aquelas contribuições. Do Relatório Fiscal verificase que a divergência sobre a opção da recorrente ao Simples Nacional e ainda a imposição de multa pela ausência de entrega do livrocaixa no curso da fiscalização, motivo este que seria passível de exclusão do Simples Nacional. Do mesmo modo, foram verificadas divergências entre folha de pagamento e GFIPs somente nas competências 02/2009; 12/2009; 08/2010 e 11/2010. Com relação a existência ou não de opção da recorrente pelo Simples Nacional e, assim, a verificação da conduta dolosa da contribuinte em prestar declaração falsa de opção por um regime de tributação ao qual não tivesse optado, o Relatório Fiscal não nos leva a sólidas conclusões acerca da real situação da recorrente, ou seja, se optante ou não. Fl. 621DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 622 13 Ademais, acessando o sistema Comprot, de consulta pública de processos administrativos no âmbito da Receita Federal do Brasil, verificase a existência dos PAF nº. 19515.003260/200740, cujo assunto é: EXCLUSÃO DO SIMPLES PORT. SRF 6129/2005. Reproduzo: Ocorre que as informações contidas na movimentação deste não são claras acerca do andamento e resultado final, tampouco constam no presente processo administrativo. Nesse contexto, nos resta dúvida acerca da efetiva exclusão ou não, bem como dos efeitos desta, ou até mesmo eventual êxito do contribuinte em defesa administrativa. Desse modo, entendo não ser possível verificar, com clareza, a conduta dolosa da contribuinte em fraudar o Fisco, posto que sequer há certeza acerca do seu enquadramento ou não no Simples Nacional. Caberia à fiscalização, em seu Relatório Fiscal, demonstrar efetivamente a exclusão da recorrente do Simples Nacional, quando esta se deu, quando ocorreu o término do processo administrativo de exclusão e a consequente ciência da recorrente para, então, verificarmos eventual conduta dolosa em prestar declaração falsa para se beneficiar dos recolhimentos das contribuições previdenciárias na sistemática do Simples Nacional. Fl. 622DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19515.720501/201367 Acórdão n.º 2401003.944 S2C4T1 Fl. 623 14 Assim, pelo motivos expostos, entendo pela exclusão da multa de ofício qualificada de 150%, reduzindoa para a multa de 75% prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº. 9.430/96, dando PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário. (ASSINADO DIGITALMENTE) Carlos Alexandre Tortato Redator Designado Fl. 623DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 12/01/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 13/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 13/01/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS
score : 1.0
Numero do processo: 10930.907123/2011-97
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 14/11/2001
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO.
O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR).
Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal.
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO.
Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos
ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO.
Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-004.182
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 71 23 /2 01 1- 97 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 91), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. A Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A., interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0641.505, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba/PR, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade declarada pelo contribuinte por recolhimento vinculado a débito confessado, negando o direito creditório. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do indeferimento de pedido de restituição (PER), de nº 18044.82469.300605.1.2.041536, nos termos do despacho decisório emitido em 02/12/2011 (rastreamento nº 013472295). No aludido PER, transmitido eletronicamente em 30/06/2005, a contribuinte indicou um crédito de R$ 498,99, referente ao pagamento efetuado em 14/11/2001, de Cofins, código de receita 2172, no valor total de R$ 88.236,29. Segundo o despacho decisório recorrido, a restituição foi indeferida porque o Darf indicado como crédito estava totalmente utilizado para extinção de débito de Cofins, 2172, do Fl. 93DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907123/201197 Acórdão n.º 3802004.182 S3TE02 Fl. 93 3 período de apuração de 31/10/2001, de acordo com a informação da DCTF transmitida pela Interessada. Cientificada em 22/12/2011, a Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 19/01/2012. Alega que recolheu valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins que incidiram sobre outras parcelas que não se compreendem no conceito de faturamento, relativamente às competências de 07/2000 a 01/2004, 03/2004 e 07/2004. Diz que nos referidos períodos (anos de 2000 a 2004) informou em DCTF os valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins levando em conta a legislação vigente à época, que alargava a suas bases de cálculo ao considerar as receitas financeiras como integrantes do conceito de faturamento. Aduz, porém, que o STF considerou inconstitucional tal ampliação da base de cálculo. Anexa jurisprudência do STF e do CARF. Em função disso, entende que as “declarações prestadas à época da vigência plena do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98, hoje declarada inconstitucional, hão de ser revistas de modo a se adequarem a tal entendimento, em prol da realidade material que passou a existir com a declaração de inconstitucionalidade pelo E. STF”. Anexa planilha demonstrando as diferenças pleiteadas, as quais “correspondem exatamente às receitas não operacionais, não integrantes da base de cálculo do PIS/Cofins após a declaração de inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98”. Argumenta que para o deferimento do pedido de restituição basta que a autoridade julgadora exclua das DCTF apresentadas as receitas não operacionais (financeiras), tendo por base a planilha anexa, a fim de adaptar à realidade as declarações prestadas. Pede o provimento integral do presente recurso.. É o relatório. Indeferida a Manifestação de Inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a procedência do crédito tributário na forma da Ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 14/11/2001 RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o pagamento alegado Fl. 94DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER INTER PARTES. É perfeitamente aplicável a disposição § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, só atingindo as partes envolvidas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba – DRJ/CTA, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, anexa trechos de seus livros Diário e Razão nos quais constam as rubricas de receitas financeiras, requer a homologação da compensação declarada por evidente a origem do crédito e, por conseguinte, o direito à compensação do mesmo. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 91), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Conforme exposto nas linhas acima, a Declaração de Compensação da Recorrente teve como causa a tributação indevida de PIS e COFINS sobre receitas financeiras, especialmente diante da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da Cofins promovida pela Lei nº 9.718/98, tendo em vista a ausência de mandamento constitucional (ou, doutra maneira, a edição de Lei Complementar que estabelecesse novas fontes de custeio da seguridade social) que validasse a incidência da contribuição em referência sobre receitas financeiras e outras receitas operacionais, não inseridas no conceito de faturamento. Como bem observado pela decisão recorrida, o Tribunal Pleno da Egrégia Corte examinou os Recursos Extraordinários nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR, declarando, incidentalmente e por maioria, a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, na forma da ementa assim redigida: Fl. 95DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907123/201197 Acórdão n.º 3802004.182 S3TE02 Fl. 94 5 "CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (Supremo Tribunal Federal, Tribunal Pleno, RE 346.084/PR, Relator Ministro Ilmar Galvão, Julgamento 09/11/2005, Publicação 01/09/2006)." Ainda que, como destacado pela DRJ, a decisão não tenha efeito erga omnes à luz da legislação de regência das decisões exaradas pelo STF, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, autoriza este Colegiado a afastar a aplicação de tratado, acordo internacional, lei ou decreto “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Superior Tribunal Federal”. Ora, não é outra a hipótese do caso sob exame. Portanto, sendo a observância do decisum proferido pelo STF facultada a este órgão julgador, devese reconhecer o direito de a Recorrente pleitear a restituição do montante indevidamente recolhido a título de Cofins em virtude da aplicação do art. 3º da Lei nº 9.718/98, declarado inconstitucional pelo STF, em consonância com o repertório jurisprudencial do CARF, do qual se traz, a título exemplificativo, a decisão adiante: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2002 DIREITO CREDITÓRIO. RESTITUIÇÃO. PRAZO. Para os pedidos de restituição apresentados até o dia 08/06/2005, o direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, ou em valor maior que o devido, extinguese com o decurso do prazo de cinco Fl. 96DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 anos, contados da data da homologação (tácita ou expressa) do pagamento antecipado, nos casos de tributos lançados por homologação. Observância ao princípio da segurança jurídica. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO Tendo o plenário do STF declarado, de forma definitiva, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve o CARF aplicar esta decisão para reconhecer o direito à restituição das importâncias pagas com fulcro no referido dispositivo legal. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO PER/DCOMP. INADMISSIBILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição apresentado em formulário impresso após 29/09/2003. Recurso Voluntário Provido em Parte. (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, RV 501572, Acórdão 3302001.245, Relator Conselheiro Walber José da Silva, Julgamento 06/10/2011)" Assim é que, em tese, assiste direito ao Recorrente. No entanto, ultrapassada a questão de direito, tornase fundamental apreciar a matéria de prova. No caso em tela, a análise da prova restou prejudicada, pois a DRJ não aceitou a planilha apresentada pelo Recorrente. Como forma de fundamentar a planilha apresentada à época da manifestação, o contribuinte apresentou excertos de seus livros Diário e Razão para buscar comprovar o direito de crédito indicado na planilha que anexou em sua primeira peça defensiva. Tais documentos podem excepcionalmente ser juntados aos autos, diante da previsão do art. 16, § 4o, c, do RPAF, que permite a apresentação de documentos posteriormente à peça defensiva inaugural para contrapor razões trazidas em momento processual seguinte, pelo que se vê abaixo: "§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos." Todavia, a análise da documentação acostada aos autos pode levar à supressão de instância. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907123/201197 Acórdão n.º 3802004.182 S3TE02 Fl. 95 7 Assim, e considerando que a supressão de instância somente pode ser realizada se esta for favorável ao sujeito passivo, forte no art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/72, entendo que devem os autos retornar para julgamento da DRJ quanto à matéria de prova, de modo a se averiguar a liquidez e certeza do crédito oferecido à compensação. Nesse mesmo sentido já decidiu essa Eg. Turma Especial, no Acórdão 3802 001.857, de relatoria do Conselheiro Solon Sehn: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). Assim, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf, o que implica a obrigatoriedade do reconhecimento da inconstitucionalidade do referido dispositivo legal. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. MATÉRIA NÃO CONHECIDA NA INSTÂNCIA A QUO. PRELIMINAR QUE IMPEDIU O CONHECIMENTO DO MÉRITO. AFASTAMENTO. RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA EXAME DA MATÉRIA. A DRJ, ao acolher a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, não chegou a apreciar o mérito da existência do direito creditório, isto é, o valor do crédito e do débito e outras circunstâncias relevantes ao desate da questão, inclusive a efetiva inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição no período alegado pelo interessado. Destarte, os autos devem retornar à DRJ para exame da matéria de mérito, sob pena de supressão de instância. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão." No mesmo sentido, aplicáveis à espécie os somase os nºs Acórdãos 3802 001.959 e 3802001.960, de relatoria do Conselheiro Bruno Mauricio Macedo Curi. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Conclusão Diante de todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para darlhe provimento parcial, determinandose o retorno dos autos à instância a quo, para fins de apreciação do mérito. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Numero do processo: 10735.720403/2014-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. RECOLHIMENTO IMPOSTO DEVIDO APÓS AÇÃO FISCAL. DENUNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. MANUTENÇÃO DA AUTUAÇÃO.
Nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional, o instituto da denúncia espontânea somente é passível de aplicabilidade se o ato corretivo do contribuinte, com o respectivo recolhimento do tributo devido e acréscimos legais, ocorrer antes de iniciada a ação fiscal, o que não se vislumbra na hipótese dos autos, impondo seja decretada a procedência do feito.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-004.147
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento. O Conselheiro Cleberson Alex Friess votou por não conhecer do recurso voluntário porque não instaurado o litígio quanto à matéria questionada. Dado que conhecido o recurso voluntário, votou por negar-lhe provimento.
André Luís Marsico Lombardi - Presidente
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Carlos Henrique de Oliveira, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. RECOLHIMENTO IMPOSTO DEVIDO APÓS AÇÃO FISCAL. DENUNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. MANUTENÇÃO DA AUTUAÇÃO. Nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional, o instituto da denúncia espontânea somente é passível de aplicabilidade se o ato corretivo do contribuinte, com o respectivo recolhimento do tributo devido e acréscimos legais, ocorrer antes de iniciada a ação fiscal, o que não se vislumbra na hipótese dos autos, impondo seja decretada a procedência do feito. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 04 03 /2 01 4- 41 Fl. 98DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. O Conselheiro Cleberson Alex Friess votou por não conhecer do recurso voluntário porque não instaurado o litígio quanto à matéria questionada. Dado que conhecido o recurso voluntário, votou por negarlhe provimento. André Luís Marsico Lombardi Presidente Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Carlos Henrique de Oliveira, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 10735.720403/201441 Acórdão n.º 2401004.147 S2C4T1 Fl. 99 3 Relatório ILMA DE OLIVEIRA ALVES LEHNEN, contribuinte, pessoa física, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 7a Turma da DRJ em Rio de Janeiro/RJ, Acórdão nº 1276.284/2015, às fls. 70/74, que julgou procedente em parte a Notificação de Lançamento concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente da constatação de omissão de rendimentos provenientes de alugueis recebidos de pessoas jurídicas, em relação ao exercício 2011, conforme peça inaugural do feito, às fls. 58/62, e demais documentos que instruem o processo. Tratase de Notificação de Lançamento, lavrada em 24/01/2014, nos moldes da legislação de regência, contra a contribuinte acima identificada, constituindose crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação. Com mais especificidade, no decorrer da ação fiscal, a partir da confrontação com as importâncias declaradas em DIRF pelas fontes pagadores, apurouse omissão de rendimentos recebidos a titulo de alugueis das seguintes pessoas jurídicas: CRUZ VERMELHA BRASILEIRA E JVA IGUAÇU COMERCIO DE MIUDEZAS LTDA ME. Em sua defesa inaugural, a contribuinte somente se insurgiu contra os pretensos rendimentos recebidos da Cruz Vermelha, confessando, por outro lado, o valor omitido da JVA. A autoridade julgadora de primeira instância entendeu por bem acolher a pretensão da contribuinte, de maneira a rechaçar em parte a pretensão fiscal, relativamente aos valores tributados como rendimentos recebido da Cruz Vermelha, em face da documentação ofertada pela contribuinte, notadamente declaração da própria fonte pagadora reconhecendo como correto o valor declarado pela autuada, no valor de R$ 3.500,00, atestando, portanto, as informações prestadas em Declaração de Ajuste. Assim, admitindo a DIRF apenas como princípio de prova, de natureza relativa, afasta sua aplicabilidade para adotar os rendimentos constantes das DIRPF. Inconformada com a Decisão recorrida, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, à fl. 81, procurando demonstrar a improcedência do crédito mantido, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, suscita que equivocouse na elaboração da Declaração de imposto de renda referente ao exercício em epígrafe, declarando rendimento menor do que o real, motivo pelo qual recolheu a diferença devida equivalente ao crédito mantido pela DRJ, relativamente aos valores recebidos a título de aluguel da empresa JVA IGUAÇU COMERCIO DE MIUDEZAS LTDA ME. Em defesa de sua pretensão, assevera que quando tomou conhecimento da diferença omitida em sua declaração, originando imposto a pagar, procedeu o recolhimento de aludido valor, em 13/05/2013, com os devidos encargos legais. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 4 Afirma que juntou aos autos o comprovante de pagamento do imposto recolhido, o qual não fora observado pela decisão a quo, mantendo indevidamente o crédito tributário relacionado ao comprovante. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para reformar a decisão de primeira instância, julgando improcedente a cobrança que entende não ser mais devida, face a mesma já ter sido recolhida, colacionando novamente aos autos o comprovante. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 10735.720403/201441 Acórdão n.º 2401004.147 S2C4T1 Fl. 100 5 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira, Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, com base na confrontação da DIRPF da contribuinte com informações constantes das DIRF´s das fontes pagadoras, apurouse na presente autuação omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas a título de aluguel, mais precisamente das empresas CRUZ VERMELHA BRASILEIRA E JVA IGUAÇU COMERCIO DE MIUDEZAS LTDA ME. Em sua defesa inaugural, a contribuinte insurgiuse tão somente em relação aos rendimentos recebidos da Cruz Vermelha, trazendo à colação documentos comprobatórios dos valores declarados, tendo obtido êxito em sua empreitada em julgamento de primeira instância, que julgou procedente em parte a autuação, afastando a autuação pertinente àquela pessoa jurídica. Ainda irresignada com a autuação e, bem assim, a decisão recorrida, a contribuinte interpôs recurso voluntário asseverando que a diferença mantida do crédito tributário, relativamente aos rendimentos recebidos da empresa JVA Iguação Comércio de Miudezas Ltda. ME, fora devidamente recolhida com os encargos legais, em 13/05/2013, oportunidade em que a autuada constatou, de fato, o equívoco que teria incorrido. Sustenta que juntou aos autos o comprovante de pagamento do imposto recolhido, o qual não fora observado pela decisão a quo, mantendo indevidamente o crédito tributário relacionado ao comprovante, razão pela qual pretende seja afastada, igualmente, aludida infração. Não obstante as substanciosas razões de fato e de direito ofertadas pela contribuinte em sua peça recursal, seu entendimento, contudo, não tem o condão de prosperar, sobretudo quanto a improcedência da autuação fiscal. Isto porque, a legislação de regência, notadamente o artigo 138 do Código Tributário Nacional, veda aludido procedimento da contribuinte, com o fito de retificar sua Declaração de Rendimentos ou mesmo afastar a tributação de valores/rendimentos omitidos, após iniciado procedimento fiscal, senão vejamos: "Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração." (grifamos) Na hipótese dos autos, o procedimento fiscal teve início em 18/04/2013 (AR. de fl. 56), com a ciência do Termo de Intimação Fiscal, de fl. 55. Por sua vez, a contribuinte constatando a renda omitida em sua declaração achou por bem proceder o recolhimento do tributo que Fl. 102DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 6 entendeu/calculou devido, em 13/05/2013, consoante DARF, de fl. 83, acostada aos autos nesta oportunidade. Olvidouse, porém, os preceitos do artigo 138 do CTN, acima transcrito, que veda aludida conduta para fins de pagamento do tributo devido, uma vez que, iniciado o procedimento fiscal, apurandose omissão de rendimentos a autoridade fiscal efetuará o lançamento exigindo o imposto devido, com o acréscimo de encargos legais e multa de ofício. Dessa forma, após o lançamento, se a contribuinte concordar com a autuação poderá recolher o tributo lançado, o que não implica dizer que a autuação é improcedente. Ao contrário, significa que a autuada concordou com o lançamento e optou por pagar o imposto exigido e não discuti lo. Na esteira desse entendimento, não há se falar em improcedência da infração concernente os rendimentos recebidos e omitidos da empresa JVA, simplesmente porque a contribuinte, após iniciada a fiscalização, admitiu a omissão e recolheu o que calculou como devido, impondo seja mantido o lançamento nesta parte, na forma lançada. Por outro lado, relativamente aos valores pretensamente recolhidos pela contribuinte, se, de fato, for pertinente ao crédito tributário exigido no presente lançamento, a DRF de origem irá analisar a possibilidade de dedução de aludido valor, não cabendo ao CARF proceder referida retificação, uma vez que a decisão seria condicionante à análise da própria autoridade fazendária de origem, o que não coaduna com o desiderato da atividade deste Colegiado. Quanto às demais alegações da contribuinte, não merece aqui tecer maiores considerações, uma vez não serem capazes de ensejar a reforma da decisão recorrida, especialmente quando desprovidos de qualquer amparo legal ou fático, bem como já devidamente rechaçadas pelo julgador de primeira instância. Por todo o exposto, estando a Notificação de Lançamento sub examine em consonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO, e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. Rayd Santana Ferreira. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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Numero do processo: 15586.720032/2012-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Sep 22 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2007
DECLARAÇÃO INEXATA.
Quando da análise da escrituração contábil e fiscal verifica-se que o contribuinte optante do SIMPLES declarou apenas 10% da renda auferida, é correta a tributação da diferença apurada por meio da sistemática por ele adotada.
OPÇÃO PELO SIMPLES. RECEITA AUFERIDA SUPERIOR AO LIMITE LEGAL. TRIBUTAÇÃO.
Na tributação do contribuinte optante pelo SIMPLES não se verificam as exclusões e deduções que dizem respeito à apuração pelo Lucro Real, mesmo que ultrapassado o limite legal de receita no período em análise fiscalizado, pois os efeitos da exclusão só se verificam no ano-calendário subsequente.
LANÇAMENTOS REFLEXOS. CSLL, PIS, COFINS e INSS.
O decidido no lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ é aplicável aos Autos de Infração reflexos em face da relação de causa e efeito entre eles existente.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Benedicto Celso Benício Junior.
Considerando: i) que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão; ii) que a 1ª Turma da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF); e, iii) as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 1ª Câmara/1ª Seção Marcos Aurélio Pereira Valadão que o faz meramente para a formalização do Acórdão.
Da mesma maneira, tendo em vista que na data da formalização da decisão, a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado redator ad hoc responsável pela formalização do voto e do presente Acórdão, o que se deu na data de 15 de setembro de 2015.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO
Presidente para formalização do acórdão
(documento assinado digitalmente)
PAULO MATEUS CICCONE
Redator "ad hoc" designado para formalização do voto e do acórdão
Composição do colegiado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vice-presidente), Nara Cristina Takeda Taga e Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma). Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Benedicto Celso Benício Júnior
Numero da decisão: 1101-000.843
Decisão:
Nome do relator: NARA CRISTINA TAKEDA TAGA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2007 DECLARAÇÃO INEXATA. Quando da análise da escrituração contábil e fiscal verificase que o contribuinte optante do SIMPLES declarou apenas 10% da renda auferida, é correta a tributação da diferença apurada por meio da sistemática por ele adotada. OPÇÃO PELO SIMPLES. RECEITA AUFERIDA SUPERIOR AO LIMITE LEGAL. TRIBUTAÇÃO. Na tributação do contribuinte optante pelo SIMPLES não se verificam as exclusões e deduções que dizem respeito à apuração pelo Lucro Real, mesmo que ultrapassado o limite legal de receita no período em análise fiscalizado, pois os efeitos da exclusão só se verificam no anocalendário subsequente. LANÇAMENTOS REFLEXOS. CSLL, PIS, COFINS e INSS. O decidido no lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ é aplicável aos Autos de Infração reflexos em face da relação de causa e efeito entre eles existente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Benedicto Celso Benício Junior. Considerando: i) que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão; ii) que a 1ª Turma da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 72 00 32 /2 01 2- 19 Fl. 730DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 3 2 Fiscais RICARF); e, iii) as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 1ª Câmara/1ª Seção Marcos Aurélio Pereira Valadão que o faz meramente para a formalização do Acórdão. Da mesma maneira, tendo em vista que na data da formalização da decisão, a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado redator ad hoc responsável pela formalização do voto e do presente Acórdão, o que se deu na data de 15 de setembro de 2015. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente para formalização do acórdão (documento assinado digitalmente) PAULO MATEUS CICCONE Redator "ad hoc" designado para formalização do voto e do acórdão Composição do colegiado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vicepresidente), Nara Cristina Takeda Taga e Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma). Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Benedicto Celso Benício Júnior Fl. 731DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de Acórdão exarado pela DRJ no Rio de Janeiro I, que, por unanimidade de votos, manteve o crédito tributário exigido. Segundo consta do Termo de Verificação Fiscal (proc. fls. 508 a 518), no período de janeiro a junho de 2007, o contribuinte apurou e recolheu os tributos federais pelo SIMPLES Nacional. No entanto, para o período subsequente, julho a dezembro de 2007, a sistemática utilizada foi a do Lucro Real. A fiscalização objetivou aferir a correspondência entre os valores informados à Receita Federal e aqueles apurados pelo sujeito passivo em sua escrita contábil e fiscal. A autoridade fazendária verificou que o IRPJ e a CSLL informados na DIPJ 2008, no ajuste anual, não foram recolhidos. Ademais, constatou divergência entre os valores declarados na Declaração Simplificada PJ – SIMPLES do exercício 2008 e aqueles registrados na contabilidade da contribuinte, referente ao período de janeiro a junho de 2007. Destacou que os presentes autos referemse ao período de apuração em que o contribuinte tributou a receita auferida por meio do SIMPLES, ou seja, de janeiro a junho de 2007. O período de julho a dezembro de 2007 é objeto de outro processo administrativo. Apesar de intimado e reintimado, o contribuinte não prestou esclarecimentos acerca da discrepância encontrada entre a receita auferida declarada na PJSI 2008 e a registrada nos Livros Contábeis e Fiscais apresentados. Destarte, foram constatadas as seguintes infrações no período de janeiro a junho de 2007: i) declaração a menor da receita auferida, e ii) insuficiência de recolhimento. O auditor fiscal afirmou que os saldos mensais de receita de venda de mercadorias, mesmo considerando a conta “devolução de vendas”, é muito superior ao declarado à Receita Federal. Concluiu a autoridade fazendária que de forma reiterada, o contribuinte “diminuiu a receita auferida mensal, retardando o conhecimento pela Fazenda da receita efetivamente auferida. Com isso, não recolheu aos cofres públicos os tributos a que estava sujeita pela sistemática simplificada”. Neste sentido, entendeu a autoridade fazendária que ao inserir informações inverídicas mês a mês na Declaração Simplificada do exercício de 2008, o contribuinte “teve o claro intuito (dolo) de retardar o conhecimento pela Receita Federal das circunstâncias materiais do fato gerador, isto é, da receita bruta real auferida. Tal procedimento se insere, no conceito de sonegação descrito no art. 71 da Lei nº 4.502/64”. Concluiu que, “embora não tenha impedido o conhecimento da ocorrência do fato gerador da obrigação principal, pois a receita estava escriturada, o retardou, já que Fl. 732DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 5 4 prestou informação falsa à administração tributária, mantendoa em erro para se liberar dos recolhimentos dos tributos devidos. Tributou apenas 7 a 11% da receita auferida mensal”. Relativamente à insuficiência de recolhimento, a autoridade lançadora asseverou que em decorrência do não oferecimento da receita integral à tributação, o percentual aplicado foi alterado para menor pelo contribuinte. Desta forma, houve insuficiência de recolhimento já que o valor pago foi calculado sobre a base de cálculo e percentual incorretos. Foi aplicada multa na sua forma qualificada, pois segundo relatou o auditor fiscal, o contribuinte omitiu informações que estão claras em seus registros contábeis, visto que em todos os meses, o fiscalizado deixou de declarar, de forma consciente, cerca de 90% da receita auferida. Segundo a autoridade fazendária, a receita real do contribuinte corresponde a 1.114,56% da informada à Receita Federal e oferecida à tributação. Portanto, configurada a sonegação fiscal que justifica a aplicação da multa no percentual de 150%. Neste panorama, foram lavrados os Autos de Infração de IRPJ – SIMPLES (proc. fls. 464 a 468), PIS SIMPLES (proc. fls. 473 a 477), CSLL – SIMPLES (proc. fls. 482 a 486), CONFINS – SIMPLES (proc. fls. 491 a 495) e INSS – SIMPLES (proc. fls. 500 a 504). A autoridade fiscalizadora ainda destacou que, “embora a empresa tenha extrapolado em 2007 o limite de receita bruta para permanência no regime de tributação pela sistemática simplificada, definido nos incisos I e II do art. 9º da Lei nº 9.317/96, não há que se falar em exclusão do SIMPLES, pois em 07/2007, dentro do próprio ano calendário, com o advento da Lei Complementar nº 123/2007 passou à tributação da Receita pelo Lucro Real”. Ciente da atuação, em 17/02/2012, o contribuinte apresentou Impugnação para cada tributo apurado: IRPJ (proc. fls. 551 a 573), PIS – SIMPLES (proc. fls. 576 a 598), CSLL – SIMPLES (proc. fls. 601 a 624), CONFINS – SIMPLES (proc. fls. 626 a 648), INSS – SIMPLES (proc. fls. 651 a 673), todas com o mesmo teor. De início, o Impugnante alegou que houve uma má interpretação legal por parte do Setor Contábil no momento em que ocorreu a transição da sistemática do SIMPLES para o Lucro Real. Em sede de preliminar, o Postulante alegou a nulidade do Auto de Infração, pois a autoridade lançadora não procedeu às exclusões legais para apuração do Lucro Real. Argumentou ainda que também foi omitida a fundamentação legal em que se baseou a imposição tributária, bem como a descrição da matéria tributável. Destarte, nula de pelo direito a exigência por violação do art. 10, III e IV do Decreto nº 70.235/72. O Impugnante entendeu existir outro motivo a justificar a decretação da nulidade do Auto de Infração, qual seja: a ausência de descrição da legislação aplicável na correção monetária, bem como nos juros utilizados para o cálculo das multas delas advindas, o que acarretou em cerceamento do seu direito de defesa. No tocante à aplicação da multa, o Postulante asseverou que não se verificou qualquer conduta ilícita que justificasse a sua imposição. Ademais, entendeu a multa cominada Fl. 733DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 6 5 possui caráter nitidamente confiscatório o que afronta o Princípio Constitucional do Não Confisco. O Interessado alegou a inaplicabilidade da taxa Selic como índice de juros sobre o débito de tributos e contribuições sociais federais posto que inconstitucional. Ademais, mencionou que a jurisprudência condena o anatocismo configurado na taxa Selic. O contribuinte ainda afirmou que a Constituição Federal limita a taxa de juros ao percentual de 12% ao ano. Por fim, o Postulante manifestouse contra a base de cálculo utilizada para apuração do IRPJ e contribuições devidas. Asseverou que a autoridade fiscalizadora calculou todos os tributos com o percentual aplicado ao SIMPLES, sem levar em consideração que o faturamento mensal não se enquadrava mais em tal sistemática. Concluiu afirmando que a legislação tributária que define infrações ou comina penalidades deve ser interpretada de maneira mais favorável ao contribuinte, portanto, devese aplicar a sistemática do Lucro Real em detrimento do SIMPLES já que o faturamento mensal do Contribuinte é superior aos previstos pela legislação do SIMPLES. Requereu a produção de prova pericial. Em 26/06/2012, a DRJ proferiu Acórdão mantendo a exação (proc. fls. 688 a 694). Preliminarmente a Turma se manifestou contrária à realização de diligência sob o argumento de que nos autos do processo constam todos os elementos necessários à convicção do Relator. Ademais, o pedido de diligência não se deu de acordo com o previsto no art. 16, IV do Decreto nº 70.235/72. Pertinente à alegação de cerceamento de defesa, o Colegiado asseverou que nos Autos de Infração e no Termo de Verificação Fiscal a infração se encontra minunciosamente descrita e documentada. Quanto ao questionamento sobre a ausência de indicação da legislação aplicável à correção monetária, o órgão julgador esclareceu que desde 01/01/1997 não mais se aplica a correção monetária para efeitos tributários. No mérito, a DRJ afirmou que o interessado espontaneamente optou pela sistemática do SIMPLES, e que tal opção é definitiva para todo o exercício nos termos do art. 8º, § 2º da Lei nº 9.317/96. Além disso, o art. 5º do mesmo normativo prevê que a base de cálculo é a receita bruta, não havendo qualquer previsão de dedução de custo ou despesa. O órgão julgador a quo esclareceu ainda que a autuação foi baseada unicamente na escrituração contábil do interessado, na qual foram registradas receita de vendas superiores àquelas informadas na declaração simplificada. No tocante aos efeitos da exclusão de ofício do SIMPLES, segundo o art. 15, IV c/c art. 9º, I e II, da Lei nº 9.317/96, verificado que a empresa ultrapassou o limite da receita, os efeitos da exclusão se dão a partir do anocalendário seguinte àquele em que for apurado. Desta forma, a DRJ entendeu correta a autuação pela sistemática do SIMPLES. Fl. 734DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 7 6 Em relação à alegação de que a multa aplicada se mostra confiscatória, o Colegiado afirmou que a mesma foi aplicada de conformidade com a legislação vigente e não cabe aos órgãos administrativos afastarem a aplicação de lei validamente promulgada que goza de presunção de constitucionalidade. Quanto à aplicação da taxa Selic, a Turma asseverou que esta se deu de conformidade com o disposto no art. 61, § 3º c/c art. 5º, § 3º ambos da Lei nº 9.430/96, e que se encontra em perfeita harmonia com o art. 16 do CTN. Ademais, a jurisprudência pacificada tanto do Superior Tribunal de Justiça, quanto do CARF, este último por meio inclusive de Súmula, é no sentido de ser legítima a aplicação da taxa Selic. O órgão julgador concluiu afirmando que no que diz respeito ao argumento de que a Constituição limita os juros a 12% ao ano, este dispositivo constitucional foi revogado pela Emenda Constitucional nº 40/03. Neste sentido, o cálculo dos juros se dá mediante somatório das taxas e não pela multiplicação sucessiva de cada taxa mensal, desta forma, afastase o argumento de anatocismo. Em a 20/09/2012, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário (proc. fls. 700 a 712). De início o Recorrente alegou que houve cerceamento do direito de defesa ante ao indeferimento de produção de prova pericial técnica. Desta forma, entendeu que tal negativa gera a nulidade da decisão proferida. No mais, o Postulante valeuse dos mesmos argumentos esposados em sede de Impugnação, quais sejam: · A autoridade fiscalizadora não procedeu às devidas exclusões legais para apuração do Lucro Real; · O Auto de Infração não descreve a matéria tributável, a legislação aplicável na correção monetária, bem como nos juros utilizados para o cálculo das multas; · Foi aplicada multa com caráter nitidamente confiscatório; · Inaplicabilidade da taxa Selic, vez que inconstitucional; e, · Impossibilidade de autuação pelo SIMPLES, pois o faturamento da empresa ultrapassou o limite legal, devendo, portanto, ser aplicada a sistemática do Lucro Real. É o relatório. Fl. 735DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 8 7 Voto PAULO MATEUS CICCONE – Redator “Ad Hoc” designado. Considerando que a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, este Conselheiro, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado ad hoc para a formalização do presente Acórdão. Nesta condição de Redator designado, transcrevo literalmente a minuta que foi apresentada pela Conselheira durante a sessão de julgamento. Portanto, a análise do caso concreto reflete a convicção daquela relatora na valoração dos fatos. Ou seja, não me encontro vinculado, no caso aqui tratado: i) ao relato dos fatos apresentado; ii) a nenhum dos fundamentos adotados para a apreciação das matérias em discussão; e, iii) a quaisquer das conclusões da decisão, incluindose a parte dispositiva e a ementa, com as quais posso ou não concordar em situações concretas . Passo, a seguir, à transcrição do voto. Nara Cristina Takeda Taga, Conselheira Relatora O Recurso interposto apresenta os requisitos para sua admissibilidade, dele tomo conhecimento. A Recorrente alegou que o indeferimento de produção de prova pericial técnica cerceou o seu direito de defesa acarretando na nulidade da decisão proferida. De conformidade com o art. 18 do Decreto nº 70.235/72, a autoridade julgadora é competente para indeferir pedidos de diligência ou perícia que julgar desnecessário. Vide abaixo: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. ... Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso. No caso em análise, o órgão julgador a quo fundamentou sua decisão no art. 16, IV, do Decreto supra mencionado ao afirmar que o ordenamento vigente exige que o fiscalizado apresente justificativa e quesitos que embasem o pedido de diligência ou perícia, o que não ocorreu. Ademais, o Colegiado ressaltou que constam nos autos do processo todos os elementos necessários à convicção do julgador. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 9 8 Decreto nº 70.235/72: Art. 16. A impugnação mencionará: ... IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. Desta forma, entendo correta a negativa de realização de perícia e afasto a preliminar de cerceamento do direito de defesa. Quanto às alegações de nulidade do procedimento fiscal, é importante mencionar que o art. 59 também do Decreto nº 70.235/72 prevê as hipóteses de nulidade do procedimento administrativo fiscal. São elas: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. O contribuinte alega a nulidade do Auto de Infração por ausência de descrição da matéria tributável, da legislação aplicável na correção monetária e aos juros utilizados no cálculo das multas. Ocorre que, compulsando os autos, em especial os Autos de Infração e o Termo de Verificação Fiscal, podem ser pormenorizados os enquadramentos legais dos tributos, das multas e dos juros aplicados. No tocante à legislação aplicável à correção monetária, como bem consta do Acórdão questionado, desde 01/01/1997, não mais se aplica a correção monetária para efeitos tributários. Destarte, também afasto as preliminares de nulidade arguidas pelo Recorrente. No mérito, o Postulante alegou a impossibilidade de autuação pela sistemática do SIMPLES, pois o seu faturamento ultrapassou o limite legal. Também questionou a não efetivação das exclusões legais para a apuração do Lucro Real. Não assiste razão ao Recorrente. O contribuinte era optante do SIMPLES e segundo dispõe o art. 8º, § 2º da Lei nº 9.317/96, a opção pelo SIMPLES perdura por todo o exercício, desta forma, não lhe cabe a alegação de que como o seu faturamento ultrapassou o limite legal previsto para os optantes do SIMPLES, a sua autuação deve se dar pelo Lucro Real. Fl. 737DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 10 9 O faturamento acima do previsto para os optantes do SIMPLES desencadeia na sua exclusão, no entanto, determina o art. 16 da Lei nº 9.317/96 que somente após a concretização dos efeitos da exclusão é que se realizará a tributação semelhante à aplicada às demais pessoas jurídicas. Confirase: Art. 16. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. Desta forma, tendose em vista de que os efeitos da exclusão apenas se concretizam no anocalendário seguinte ao que se auferiu receita bruta superior a previsto em lei, correta a autuação pela sistemática do SIMPLES que não prevê as deduções legais. Vide Lei nº 9.317/96: Art. 15: A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os art. 13 e 14 surtirá efeito: ... IV – a partir do anocalendário subsequente àquele em que for ultrapassado o limite estabelecido, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 9º. ... Art. 9º. Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: I – na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) II – na condição de empresa de pequeno porte, que tenha auferido, no anocalendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais). No caso em análise, não há que se falar em exclusão tendo em vista que com o advento da Lei Complementar nº 123/07, o contribuinte optou pela tributação pelo Lucro Real a partir de julho de 2007. No entanto, isto não afasta a tributação do período em que era optante do SIMPLES por esta sistemática. Concernente às alegações de inconstitucionalidade da multa, sob o argumento de afrontar a Constituição por ter caráter confiscatório, e da aplicação da taxa Selic, não cabe a este Colegiado manifestarse sobre a constitucionalidade, ou não, de legislação plenamente em vigor. Vide súmula deste Colegiado: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Referente à multa, esta foi aplicada de conformidade com o art. 44, I e §1º da Lei nº 9.430/96 que prevê percentual de 150% nos casos previstos nos art. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, ou seja, desde que configurada a sonegação, fraude ou conluio. Fl. 738DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 11 10 No caso em análise, ante a patente desconformidade entre a escrituração contábil e as declarações prestadas à Receita Federal do Brasil, chegando o contribuinte a declarar menos de 10% do valor efetivamente arrecadado, verificase o intuito sonegatório. Neste mesmo sentido já se manifestou este Conselho: MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA 150%. Cabível a multa qualificada de 150% quando estiver perfeitamente demonstrado nos autos que o agente envolvido na prática da infração tributária conseguiu o objetivo desejado de, reiteradamente, ocultar parte dos tributos devidos, deixando, com isto, de recolhêlos Fazenda Nacional. (2º Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, acórdão nº 20218.698, julgado em 12.02.2008) MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis, será aplicada à multa de oficio de 150%. (CARF, 1ª Câmara, 2ª Turma, acórdão nº 110200.193, julgado em 19/05/2010) Quanto á aplicabilidade da taxa Selic, este Conselho Administrativo entende ser plenamente cabível. Confirase súmula neste sentido: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Ante todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso interposto mantendose a exação dos créditos tributários em análise. Sala de Sessão, 04 de dezembro de 2012. Nara Cristina Takeda Taga Relatora (documento assinado digitalmente) PAULO MATEUS CICCONE – Redator “Ad Hoc” designado. Fl. 739DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 15586.720032/201219 Acórdão n.º 1101000.843 S1C1T1 Fl. 12 11 Fl. 740DF CARF MF Impresso em 22/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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