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Numero do processo: 11065.000266/2005-37
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA DOMICILIADA NO PAÍS. DIREITO AO CRÉDITO. NÃO CARACTERIZADO NO CASO DOS AUTOS.
A legislação tributária permite o aproveitamento de créditos das contribuições não-cumulativas decorrentes da prestação de serviços de industrialização por terceiros, expressamente autorizada pelo disposto no art. 3º, §3º, inciso I da Lei nº 10.833/2003, desde que haja independência entre as pessoas jurídicas da relação negocial.
No entanto, esta não é a hipótese dos autos, porque não há independência gerencial e econômica entre contratante e contratada, constituindo-se, em verdade, na mesma pessoa jurídica. Verificou-se, assim, não ser a pessoa jurídica contratada independente, mas sim, tratarem-se contratante (IMS BRAZIL LTDA) e contratada (PUPPIES TIME) da mesma empresa, impossibilitando o creditamento das contribuições não-cumulativas.
Numero da decisão: 9303-006.072
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (suplente convocado), Valcir Gassen (suplente convocado em substituição à Conselheira Érika Costa Camargos Autran), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Érika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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DIREITO DE CRÉDITO. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado IMS BRAZIL LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA DOMICILIADA NO PAÍS. DIREITO AO CRÉDITO. NÃO CARACTERIZADO NO CASO DOS AUTOS. A legislação tributária permite o aproveitamento de créditos das contribuições nãocumulativas decorrentes da prestação de serviços de industrialização por terceiros, expressamente autorizada pelo disposto no art. 3º, §3º, inciso I da Lei nº 10.833/2003, desde que haja independência entre as pessoas jurídicas da relação negocial. No entanto, esta não é a hipótese dos autos, porque não há independência gerencial e econômica entre contratante e contratada, constituindose, em verdade, na mesma pessoa jurídica. Verificouse, assim, não ser a pessoa jurídica contratada independente, mas sim, trataremse contratante (IMS BRAZIL LTDA) e contratada (PUPPIES TIME) da mesma empresa, impossibilitando o creditamento das contribuições nãocumulativas. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (suplente convocado), Valcir Gassen (suplente convocado em substituição à Conselheira Érika Costa Camargos Autran), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Érika Costa Camargos Autran. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 02 66 /2 00 5- 37 Fl. 403DF CARF MF Processo nº 11065.000266/200537 Acórdão n.º 9303006.072 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela FAZENDA NACIONAL com fulcro nos artigos 67 e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09, buscando a reforma do Acórdão nº 3201000.768, de 11/08/2011, que possui a seguinte ementa, transcrita na parte de interesse: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 COFINS NÃO CUMULATIVA — É lícito o aproveitamento de crédito na hipótese de contratação de empresa para a realização de embalagem e acondicionamento de produtos exportados pelo contribuinte, ainda que haja indícios de que a empresa contratada tenha a ingerência da empresa contratante. Inexistência de vedação legal e insuficiência de indícios para caracterizar a ausência de substância econômica nos atos e negócios jurídicos praticados, de forma a deflagrar simulação. Em face da referida decisão, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial alegando divergência jurisprudencial quanto ao reconhecimento do direito ao crédito de COFINS nãocumulativa decorrente de "serviços prestados na industrialização por terceiros, ante a constatação de que a empresa que prestava tais serviços (Puppies Time) era, na verdade, estabelecimento da própria interessada". Colacionou como paradigma o acórdão nº 20219.139, da mesma empresa (IMS BRAZIL LTDA). Nas razões recursais, a Fazenda Nacional sustenta, em síntese, que: (a) restou comprovada a divergência jurisprudencial na medida em que os acórdãos confrontados analisam a mesma situação fática, atinente à possibilidade de creditamento de insumos de COFINS correspondentes a serviços prestados na industrialização por terceiros, atribuindolhes soluções jurídicas diversas; (b) conforme a legislação de regência das contribuições para o PIS e COFINS nãocumulativos, os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no país, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto, geram direito ao crédito de PIS e COFINS nãocumulativos. No entanto, é requisito que a prestadora de serviço tenha independência formal e econômica em relação à contribuinte interessada no ressarcimento do insumo. Já no caso dos autos, ficou caracterizada a dependência econômica da prestadora de serviços (Puppies Time Ltda.) em relação à IMS Brazil Ltda., afastando o direito ao crédito; (c) a análise do conjunto de situações descritas no Relatório Fiscal revela que a prestadora de serviços (Puppies Time) era, de fato, um estabelecimento industrial da Contribuinte exportadora, e não uma pessoa jurídica independente como seria necessário. Para ilustrar a assertiva, a Fazenda Nacional colacionou em seu recurso as seguintes constatações: “a Fl. 404DF CARF MF Processo nº 11065.000266/200537 Acórdão n.º 9303006.072 CSRFT3 Fl. 4 3 empresa Puppies Time foi a principal fornecedora de serviços de industrialização da IMS Brazil.; a empresa Puppies Time trabalhou exclusivamente para a IMS Brazil; a empresa Puppies Time desenvolveu suas atividades com máquinas, equipamentos e em prédio pertencente à IMS Brazil; a empresa Puppies Time foi gerenciada por pessoa contratada pela IMS Brazil, que inclusive utilizava cartões de visita em nome das duas empresas; a empresa Puppies Time tinha como sóciaadministradora uma exfuncionária da IMS Brazil, que ainda assinava em nome desta e pouco participava da administração daquela; e a empresa Puppies Time possuía passivo a descoberto em mais de 800% (oitocentos por cento) do valor total do seu Ativo, em decorrência de vultosos adiantamentos recebidos da IMS Brazil”. (d) requer seja dado provimento ao recurso especial e mantida a glosa realizada pela Fiscalização. Foi admitido o recurso especial da Fazenda Nacional por meio de despacho proferido pelo Presidente da Segunda Câmara da Terceira Seção de Julgamento, em exercício à época. A IMS BRASIL LTDA. apresentou contrarrazões postulando a negativa de provimento ao recurso especial. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.070, de 12/12/2017, proferido no julgamento do processo 11065.101125/200611, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.070): "Admissibilidade O recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional atende aos pressupostos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09 e reproduzido na Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, devendo, portanto, ter prosseguimento. Fl. 405DF CARF MF Processo nº 11065.000266/200537 Acórdão n.º 9303006.072 CSRFT3 Fl. 5 4 Mérito No mérito, cingese a discussão à possibilidade de aproveitamento de créditos COFINS nãocumulativa decorrente da prestação de serviços de industrialização por terceiros, expressamente autorizada pelo disposto no art. 3º, §3º, inciso I da Lei nº 10.833/2003. Ocorre que, no caso dos autos, verificase não ser a pessoa jurídica contratada independente, mas sim, trataremse contratante (IMS BRAZIL LTDA) e contratada (PUPPIES TIME) da mesma empresa, impossibilitando o creditamento de COFINS não cumulativo. Adotase como fundamentos da presente decisão, aqueles expendidos no Acórdão nº 20219.139, de lavra da Ilustre então Conselheira Maria Tereza Martínez López, in verbis: (II) DOS CRÉDITOS RELATIVOS À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELA EMPRESA PUPPLES TIME LTDA. A decisão recorrida reitera o relatório da Ação Fiscal ao explicitar que a prestadora de serviços (sic) "nada mais é o de que um braço da exportadora, constituindo um estabelecimento industrial da autuada, e não uma pessoa jurídica independente." E mais (fl. 229): "Sua criação formal serve aos interesses da fiscalizada, inclusive no que tange a folha de pagamentos com empregados, pretendendo, também, levar vantagem no que concerne à tributação, visto a empresa Puppies Time, ser optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) sofrendo tributação diferenciada como tal. Ademais, os créditos de PIS e da Cofins sequer existiriam se o serviço fosse prestado pelos próprios empregados da interessada ou por pessoas físicas." Consta do Relatório da Ação Fiscal — Cofins (fl. 88) o que segue: "Os fatos relatados nos itens 3.2.2 e 3.2.3 do presente relatório revelaram, em suma, que no período sob fiscalização a empresa Puppies Time: foi a principal fornecedora de serviços de industrialização da IMS Brazil; trabalhou exclusivamente para a IMS Brazil; desenvolveu suas atividades com máquinas, equipamentos e em prédio pertencente à IMS Brazil; foi gerenciada por pessoa contratada pela IMS Brazil, que inclusive utilizava cartões de visita em nome das duas empresas; tinha como sóciaadministradora uma exfuncionária da IMS Brazil, que ainda assinava em nome desta e pouco participava da administração daquela; e possuía passivo a descoberto em mais de 800% (oitocentos por cento) do valor total do seu Ativo, em decorrência de vultosos adiantamentos recebidos da IMS Brasil; Diante desses fatos, portanto, não restou dúvida que, embora regularmente constituída, esta fornecedora de serviços não era, de fato, uma pessoa jurídica independente, mas sim um estabelecimento industrial da própria fiscalizada, dissimulado como outra pessoa jurídica. Considerando que, pelo exposto neste relatório, a verdadeira atividade da Puppies Time consistiu em fornecer mãodeobra para o embalamento de produtos e que a fiscalizada controlava informalmente esta empresa, ficou claro que este artificio foi por ela utilizado para deixar de alocar esses empregados em sua folha de pagamentos. Com isso, por conta das notas fiscais emitidas pela Puppies Time, ela criou condições de tomar créditos sobre a mãodeobra de mais de 140 (cento e quarenta) empregados no período de 2003 e 2004, o que não teria ocorrido sem esta simulação. Fl. 406DF CARF MF Processo nº 11065.000266/200537 Acórdão n.º 9303006.072 CSRFT3 Fl. 6 5 Concluímos assim que, por este motivo, as atividades desenvolvidas neste estabelecimento não configuravam, para a fiscalizada, serviços de industrialização de terceiros, mas sim custos com mãodeobra própria, de pessoas físicas. Assim sendo, porquanto o § 2° do art. 3° da Lei n° 10.833/2003, estabelece claramente que 'não dará direito a crédito (..) o valor de mãodeobra paga a pessoa fisica', os créditos calculados sobre estas operações foram considerados indevidos. Ademais, por terem sido calculados sobre operações em que a fiscalizada se fez passar por terceiro, concluímos que, além e indevidos, esses créditos haviam sido por ela apurados com o evidente intuito de fraude." (destaques do original) Cabe registrar que não se trata de se proceder à desconsideração da personalidade jurídica, matéria que diz respeito ao Poder Judiciário. Nesse sentido, oportuno transcrever o disposto no art. 50 do Código Civil: "Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações selam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica." Este dispositivo legal estatui norma que prevê a desconsideração tanto na hipótese de desvio de finalidade (teoria subjetiva), quanto na de confusão patrimonial (teoria objetiva). No caso dos autos, importa em saber se havia ou não independência ou autonomia de estabelecimento de forma a justificar o procedimento adotado pela contribuinte. Se de fato ocorreu suposta fraude ou simulação do ponto de vista fiscal. Com efeito, ainda que se possa invocar a aplicação da chamada Lei Antielisão (Lei Complementar nº 104, de 10 de Janeiro de 2001 — LC nº 104/2001), a maior parte da doutrina, assim como a jurisprudência, ainda admite a possibilidade de os contribuintes optarem por estruturas que lhes sejam menos onerosas do ponto de vista fiscal, contanto que tais estruturas não sejam implementadas com dolo, fraude ou simulação. Claro que os serviços prestados por PJ domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto geram créditos. Assim, dão direito ao crédito (IN SRF Nº 404/2004 (Regulamenta o art. 3º, II, das Leis nºs 10.637 e 10.833) os Insumos para a Prestação de Serviços: bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. No caso, importa, no meu sentir, reconhecer se quem fazia a prestação de serviços era de fato a mesma quem contratava. Pelo descrito pela autoridade autuante, há sim, nos autos, uma caracterização de dependência econômica, gerencial entre a Puppies Time e a autuada. Em outras palavras, era a própria autuada que administrava e providenciava a execução do serviço. Erra a contribuinte ao não demonstrar a independência da empresa com a prestadora de serviço. Portanto, fiscalmente, assiste razão à decisão recorrida ao manter a autuação e, dessa forma, convalidar a exclusão dos créditos relativos aos valores da contribuição que incidiram sobre a prestação de serviços. Fl. 407DF CARF MF Processo nº 11065.000266/200537 Acórdão n.º 9303006.072 CSRFT3 Fl. 7 6 [...]Com efeito, a fraude e a simulação sempre foram expressamente proibidas pela legislação tributária, sendo que o próprio Código Tributário Nacional prevê o lançamento de oficio nas hipóteses em que se comprovar que o sujeito passivo, ou terceiro em beneficio dele, agiu com dolo, fraude ou simulação. Nos termos da Lei nº 4.502, de 30 de Novembro de 1.964, a fraude é definida como toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. Já a simulação, por sua vez, corresponde a uma declaração enganosa da verdade. Podese dizer que simular é fingir o que não é, ao passo que dissimular é fingir aquilo que é. Ambas as formas têm em comum o fato de que algo verdadeiro está sendo disfarçado, de modo que a verdade fica coberta por um ato falso, sendo assim inerente, tanto no caso da simulação quanto da dissimulação, a existência de uma declaração falsa que não corresponde à realidade. No caso dos autos, no exame detalhado das provas apresentadas pela fiscalização, provado está que a empresa constituída não era de fato uma pessoa jurídica independente e sim um estabelecimento industrial da autuada, dissimulado com outra pessoa jurídica.[...] (grifouse) Diante do exposto, dáse provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial da Fazenda Nacional foi conhecido e, no mérito, o colegiado deulhe provimento. assinado digitalmente Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 408DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13701.000608/2008-44
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2008
IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE.
Tendo sido o recurso voluntário apresentado após o prazo previsto na legislação, mas com a apresentação de alegação de tempestividade, cabe a análise da defesa no tocante a esse assunto, dela não se conhecendo, todavia, ao se confirmar o atraso em sua entrega.
Numero da decisão: 1001-000.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a) Conselheiro(a) Eduardo Rodrigues Morgado.
(Assinado Digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2008 IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. Tendo sido o recurso voluntário apresentado após o prazo previsto na legislação, mas com a apresentação de alegação de tempestividade, cabe a análise da defesa no tocante a esse assunto, dela não se conhecendo, todavia, ao se confirmar o atraso em sua entrega.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a) Conselheiro(a) Eduardo Rodrigues Morgado. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
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Numero do processo: 10945.010796/2002-72
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jan 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL
Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN), nos casos em que constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, ou ainda, mesmo nas ausências desses vícios, nos casos em que não ocorre o pagamento antecipado da exação e inexiste declaração prévia do débito. Por outro lado, nos casos em que não foi constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, e que há pagamento antecipado ou declaração prévia do débito, o prazo decadencial é contado da data de ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, do CTN). Entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previstos no artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ nº 08/2008. Interpretação que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do que determina o §2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015.
Numero da decisão: 9101-003.228
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araujo - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN), nos casos em que constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, ou ainda, mesmo nas ausências desses vícios, nos casos em que não ocorre o pagamento antecipado da exação e inexiste declaração prévia do débito. Por outro lado, nos casos em que não foi constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, e que há pagamento antecipado ou declaração prévia do débito, o prazo decadencial é contado da data de ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, do CTN). Entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previstos no artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ nº 08/2008. Interpretação que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do que determina o §2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
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ANDREIS E CIA. LTDA. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN), nos casos em que constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, ou ainda, mesmo nas ausências desses vícios, nos casos em que não ocorre o pagamento antecipado da exação e inexiste declaração prévia do débito. Por outro lado, nos casos em que não foi constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, e que há pagamento antecipado ou declaração prévia do débito, o prazo decadencial é contado da data de ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, do CTN). Entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previstos no artigo 543C do CPC e da Resolução STJ nº 08/2008. Interpretação que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do que determina o §2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 01 07 96 /2 00 2- 72 Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 3 2 Adriana Gomes Rêgo – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência jurisprudencial relativamente à contagem de prazo decadencial para constituição de crédito tributário. A recorrente insurgiuse contra o Acórdão nº 10515.456, de 08/12/2005, por meio do qual a antiga Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, deu provimento a recurso voluntário da contribuinte acima identificada, para fins de reconhecer a decadência do crédito tributário exigido nos presentes autos. O acórdão recorrido contém a seguinte ementa: NORMAIS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO — DECADÊNCIA — IRPJ: Sendo o IRPJ tributo submisso à homologação na forma do artigo 150 do CTN, o prazo decadencial é de cinco anos contados a partir da ocorrência do fato gerador. A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à lei tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, relativamente à matéria acima mencionada. Para o processamento de seu recurso, a PGFN desenvolve os argumentos descritos abaixo: DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL o entendimento jurisprudencial que fundamenta o presente recurso diverge do adotado pela e. Câmara a quo, e está representado em acórdãos, cujas ementas estão abaixo transcritas: Acórdão 10808281 PAF LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL O início da contagem do prazo decadencial, no caso de lucro inflacionário acumulado diferido, se dá a partir do momento da realização do lucro e não da sua constituição. Fl. 195DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 4 3 Acórdão CSRF/0103.103 IRPJ — LANÇAMENTO EX OFFICIO — PRAZO DECADENCIAL — Tratandose de lançamento de ofício, o prazo decadencial é contado pela regra do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. o acórdão ora recorrido, proferido pela Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes reconheceu a decadência do lançamento em relação ao ano calendário de 1997, sustentando que se aplicava ao caso a previsão do art. 150, §4° do CTN; diverso é o entendimento constante nos acórdão paradigmas, pois esses indicam o emprego do art. 173, I do CTN para a contagem do prazo decadencial nos caos de lançamento de oficio. Ademais, o acórdão 10808281 aponta que, nos casos de diferimento da tributação do lucro inflacionário, o prazo de decadência tem início apenas com a realização do referido lucro, já que somente a partir desse momento poderia o fisco tributar o ganho dele decorrente; dessa forma, demonstrada a divergência jurisprudencial diante da ementa anexa, encontramse presentes os requisitos de admissibilidade do presente recurso especial, consoante o disposto no artigo 7°, II, do RICSRF (Portaria MF n° 147/2007); DOS FUNDAMENTOS PARA A REFORMA DO R. ACÓRDÃO RECORRIDO. a lei estabelece ao contribuinte a faculdade do diferimento do lucro inflacionário enquanto não realizado. Em conseqüência, durante o período em que a empresa estiver em condições de diferir a tributação, a Fazenda Nacional estará impedida da constituição do crédito tributário; portanto, sendo proibido ao Fisco, o lançamento do tributo com base no lucro inflacionário antes da sua realização, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial vinculase à sua realização; assim, o cômputo do prazo decadencial, nos casos de diferimento da tributação do lucro inflacionário, inicia tãosomente com a realização do referido lucro (seja pela realização dos bens e direitos do ativo sujeitos à correção monetária, seja pela aplicação do percentual mínimo legal, seja pela obrigatoriedade de realização integral do saldo a diferir ainda existente), uma vez que somente a partir desse momento poderia o fisco tributar o ganho dele decorrente; com efeito, sendo o lucro inflacionário um ganho não financeiro cuja tributação pode ser diferida, não há como dar início ao prazo decadencial no período em que foi ele apurado caso tenha a interessada se utilizado dessa faculdade, uma vez que a Fazenda Nacional não poderia constituir o crédito tributário correlativo enquanto a pessoa jurídica estivesse legalmente apta a diferilo; desse modo, apenas na medida em que o referido lucro inflacionário for sendo realizado, poderseia ser exercitado o direito de o fisco tributar o ganho dele decorrente, sendo, então, iniciada a contagem do prazo decadencial pertinente ao lançamento de oficio; Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 5 4 sendo lançamento de oficio, para fins de contagem de prazo decadencial não se aplica o art. 150, § 4º, CTN e sim, o art. 173. I; não há que se falar no prazo previsto no art. 150, §4° do CTN. Ao contrário, sob o amparo do art. 149, V, a Administração poderá exercer o direito de lançar de oficio, enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública na forma do art. 173 do CTN; assim, à medida que o lucro inflacionário for sendo realizado e não oferecido à tributação por parte do contribuinte é que a fiscalização poderá exercer o direito de constituir o crédito tributário, sendo, a partir de então, iniciada a contagem do prazo decadencial previsto no art. 173, I do CTN, independentemente do período base em que o lucro inflacionário tenha sido originado; diante do exposto, deve ser rejeitada a decadência declarada pela Câmara a quo. Quando do exame de admissibilidade do recurso especial da PGFN, o Presidente da antiga Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por meio do DESPACHO PRES N° 105458/2007, exarado em 27/12/2007, negou seguimento ao recurso, consignando que não havia divergência quanto ao entendimento de que o prazo de decadência se inicia no período base em que a empresa deve realizar o lucro inflacionário, ou com a alienação do ativo ou a realização mínima, e não no período de sua formação, porque tanto o acórdão recorrido quanto o paradigma sustentavam esse mesmo entendimento; e nem quanto à aplicação, pelo acórdão recorrido, do art. 150 em vez do art. 173 do CTN, porque o segundo paradigma tratou de fato gerador de 1.987, anterior à Lei n° 8.383/91 (época em que o IRPJ ainda não era submetido a lançamento por homologação, o que sempre ensejava a aplicação do art. 173 do CTN): Analisando os arestos postos em confronto verifico que a divergência argüida não restou caracterizada. É que tanto no acórdão recorrido como no paradigma a tese é de que a contagem do prazo decadencial em relação ao lucro inflacionário é o da realização e não da formação e que o prazo se inicia de acordo com o período base em que a empresa tenha que realizar tal lucro, ou com a alienação do ativo ou a realização mínima. Diferente do dito pelo recorrente a tese aplicada no paradigma foi a do artigo 150 § 4° do CTN pois o fato gerador ocorreu em 31.12.95 e o lançamento se deu em 09 de maio de 2.000, (fl. 05 da decisão), portanto dentro do qüinqüênio contado nos termos da legislação supra citada. Já em relação ao Acórdão CSRF/0103.103, também não há divergência visto que tratou de fato gerador de 1.987, anterior à Lei n° 8.383/91, a partir da qual a jurisprudência tanto dos Conselhos como da CSRF, foi alterada em relação ao início do prazo decadencial, do primeiro dia do exercício seguinte para a data de ocorrência dos fatos geradores. Assim na competência a mim conferida pelo artigo 15 § 6° do RICSRF, NEGO SEGUIMENTO ao RE, por não preencher os requisitos regimentais. Na sequência, a PGFN ingressou com agravo contra o exame de admissibilidade de seu recurso, e o agravo foi provido pelo Presidente da Câmara Superior de Fl. 197DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 6 5 Recursos Fiscais, que deu seguimento ao recurso, na parte em que ele questiona a aplicação, pelo acórdão recorrido, do art. 150 em vez do art. 173 do CTN, nos seguintes termos: A intensa discussão sobre a aplicação da decadência aos lançamentos vem de longa data. Concordam as partes aqui em confronto quanto ao fato gerador do IRPJ sobre o lucro inflacionário, o períodobase da realização. A divergência vai além, está no termo de inicio de contagem do prazo decadencial em função da modalidade pela qual o tributo seja lançado. A argumentação da PFN, ancorada no Acórdão n° CSRF/0103.103, não põe em discussão ser o IRPJ um tributo regido pela modalidade da homologação, mas sim se se poderia dar tratamento semelhante aos lançamentos de oficio o lançamento por homologação, espécie caracterizadamente diferente. A questão está clara no acórdão paradigma quando seu relator assim discorre: "... no presente caso, estamos diante do lançamento de oficio, portanto efetuado pela autoridade tributária, por constatação de omissão ou inexatidão na declaração efetuada pelo contribuinte. A homologação, quer expressa, quer tácita, na modalidade de lançamento de que se ocupa o art. 150, não implica decadência do direito de lançar... Mas a homologação, expressa ou tácita, para que se dê, pressupõe uma atividade do contribuinte: o pagamento prévio determinado em lei. Sem ele não há fato homologável... não tendo havido o pagamento antecipado... a Administração poderá exercer o direito de lançar de oficio, enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública na forma do artigo 173 do CTN". Assim, vêse que o fato da Lei n° 8.383/91, citada no despacho agravado, ter trazido para a modalidade de lançamento por homologação o IRPJ, não é suficiente para afastar a divergência argüida, pois a discussão que se mostra é se, ainda que lançado de oficio, o imposto restará regido, quanto à decadência, por dispositivo aplicado à outra modalidade. Pelo exposto, aceito o agravo para alterar o Despacho n° 105 458/2007, no sentido de dar seguimento ao recurso especial. [...] Em 30/01/2009 (sextafeira), a contribuinte foi intimada do despacho que admitiu o recurso especial da PGFN. Tempestivamente, em 16/02/2009 (segundafeira), ela apresentou as contrarrazões ao recurso, com os argumentos descritos a seguir: PRELIMINAR NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE invocase a divergência de entendimento acerca do início da contagem do prazo decadencial para o crédito tributário pretendido em cobrança; acontece que em momento algum a Fazenda Nacional indicou onde e quando haveria a divergência apontada, limitandose apenas alegar que a contagem do prazo decadencial deveria ser regida pelo artigo 173 do CTN por tratarse de lançamento de ofício; Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 7 6 dos paradigmas apresentados denotase que nenhum deles diverge da decisão recorrida, muito pelo contrário, só vêm a corroborar com o entendimento ali manifestado; o argumento de que se trata de lançamento de ofício e que em razão disto o prazo decadencial seria o do artigo 173 do CTN, em hipótese alguma pode prevalecer, pois restou demonstrado que a espécie de lançamento no caso que aqui se apresenta é por homologação e não de oficio, aplicandose ao caso a regra do §4°, do artigo 150, do CTN; correta, pois, a decisão recorrida que deu provimento ao recurso do contribuinte firmando o entendimento de que se trata de lançamento por homologação e a contagem do prazo decadencial nos casos de lucro inflacionário é quando há a realização do mesmo, mesmo entendimento aplicado no acórdão utilizado como paradigma, de forma que no presente caso não há que se falar em divergência; o acórdão paradigma n° 108.08281 foi claro ao afirmar: [...]; como visto, o entendimento do acórdão paradigma foi o mesmo aplicado na decisão recorrida, não havendo que se falar em divergência; nas duas decisões o entendimento foi de que o prazo decadencial começa a fluir quando da realização do lucro, e no caso da Recorrida, a realização do lucro se deu com a mudança na forma da apuração do imposto de renda que passou do lucro real para lucro arbitrado, e nos termos da Lei 8.383/91, esta realização deveria se dar quando desta alteração e foi exatamente este o procedimento adotado pelo contribuinte; em relação ao segundo acórdão paradigma, pretende a Fazenda inovar em sede recursal trazendo a baila questão que não foi objeto de análise no arresto recorrido; veja que a decisão recorrida limitou a analisar o início da contagem do prazo decadencial em relação à apuração de lucro inflacionário, no entanto, a Fazenda argumenta, fugindo totalmente à discussão travada nos autos, que o que deve ser levado em conta é que o lançamento se deu de ofício, sendo assim, o prazo decadencial não seria aquele previsto no artigo 150, §4º do CTN e sim aquele previsto no artigo 173 do mesmo diploma; nada mais absurdo; vejamos o que determina o artigo 54 da Lei 9.430/96, vigente à época: [...]; a regra é clara ao dispor que havendo a mudança na forma de apuração do lucro, a empresa deveria adicionar à base de cálculo do imposto os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida; a própria decisão afirma que a mudança na forma de apuração da Contribuinte se deu em 1997, portanto, neste momento foi adicionado à base do imposto de renda, o saldo total do lucro inflacionário. Nessa oportunidade o IRPJ sobre lucro inflacionário foi integralmente recolhido pela empresa. Em outras palavras, em 1997 considerase realizado o lucro inflacionário; sem sombra de dúvidas de que o presente caso referese a lançamento por homologação, pois o próprio contribuinte calcula o valor do imposto devido e efetua o Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 8 7 recolhimento. Notese que o Fisco pretende é exigir somente uma diferença encontrada no valor do imposto, apurada sob critérios não esclarecidos; se estivéssemos diante da hipótese de não recolhimento, não há dúvidas de que o lançamento aplicado seria de ofício, mas não no presente caso, onde o contribuinte apurou e recolheu o IRPJ, e o Fisco acha que existe uma diferença. O caso é, pois, típico lançamento por homologação; tal lançamento consiste basicamente na conferência dos valores recolhidos pelo contribuinte. Verificandose diferença, exigese mediante auto de infração, desde que respeitado o prazo qüinqüenal a partir do fato gerador da obrigação; assim, temse que totalmente despropositada a inovação pretendida pelo Fisco, ao querer impor uma espécie de lançamento totalmente equivocada como forma de tentar aplicar o artigo 173 do CTN, evitando assim o reconhecimento da decadência do crédito tributário pretendido em cobrança; dessa forma, não obstante os argumentos de mérito a seguir descritos, tem se que o presente recurso não merece seguimento, já que o acórdão recorrido está em consonância com o entendimento da Câmara Superior, o primeiro acórdão paradigma não demonstra a divergência ocorrida e o segundo acórdão paradigma pretende inovar em sede recursal trazendo à baila questão que não foi objeto de análise no aresto recorrido, devendo, portanto, o presente recurso ser julgado totalmente improcedente; DO MÉRITO o primeiro aspecto a ser analisado, diz respeito à contagem do prazo decadencial para o lançamento do crédito tributário; é de comum acordo, tanto nas manifestações apresentadas pelo Fisco, bem como nas informações apresentadas pelo Contribuinte, que o prazo decadencial começa a fluir quando a adição do lucro inflacionário deveria ter sido realizada; no presente caso, eventual saldo de lucro inflacionário que insiste o Fisco ser devido, deveria ter sido realizado em Março de 1997 — Ano calendário 1997, e não no anobase 1997 ano calendário 1998, conforme fundamentou a autoridade fiscal; ou seja, o lucro inflacionário foi realizado no primeiro trimestre de 1997, e portanto, a diferença supostamente encontrada pelo Fisco deveria ter sido cobrada a partir do referido período; desta feita, o procedimento que deveria ter sido aplicado pelo Fisco, considerando que havia suposto saldo em dezembro de 1996, seria lavrar auto de infração da suposta não realização do lucro inflacionário já no primeiro trimestre de 1997, quando ocorreu o fato gerador da obrigação; ora, se imposto já seria devido no primeiro trimestre de 1997, evidente que ocorreu a decadência da pretensão do Fisco quando este toma como termo inicial do prazo o dia 1° de janeiro de 1998; e não é outro o entendimento do Conselho de Contribuintes, vejamos: [...]; Fl. 200DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 9 8 como visto, é pacífico o entendimento de que o prazo decadencial começa fluir a partir da data que o lucro deveria ter sido adicionado à base de cálculo do imposto e no presente caso, tal ocorreu no primeiro trimestre de 1997, devendo ser este o marco inicial para a contagem do referido prazo; tendo em vista que o crédito tributário veio a ser constituído em novembro de 2002, não há dúvidas quanto à existência da decadência, devendo o recurso apresentado ser julgado totalmente improcedente; outro aspecto aventado pelo Fisco e que em hipótese alguma pode ser levado em consideração é no que diz respeito à modalidade de lançamento nos casos como o que se apresenta; aduz o Fisco que se trata de lançamento de ofício e que em razão disto as regras devem ser aquelas previstas no artigo 173 do CTN; nada mais absurdo; é Pacífico o entendimento de que tributos como o do presente auto de infração são considerados tributos sujeitos ao lançamento por homologação; nesta esteira, a Lei Complementar Tributária é muito clara, ao disciplinar a hipótese de lançamento por homologação, onde o sujeito passivo tem o dever de prestar as informações necessárias e antecipar o pagamento do tributo, como ocorre com o IRPJ; ao mesmo tempo que conceitua o lançamento por homologação, o CTN define para os tributos sujeitos a esta modalidade regra específica relativa ao prazo decadencial: [...]; ora, a decadência diz com o não exercício de um direito potestativo pela Fazenda Pública — o direito de lançar o crédito tributário, declarálo formalmente e se a lei complementar tributária confere ao Ente Político titular do tributo, um prazo quinquenal para efetivar o lançamento, podemos concluir, em um silogismo claro, que, dentro de 5 anos a contar da ocorrência do fato gerador, e nem um dia após esse prazo — há de ser efetivado o lançamento tributário, há que ser manifestado formalmente o exercício daquele direito potestativo; o art. 150, §4º, do CTN, dispõe claramente que, findo o prazo de 5 anos sem que haja manifestação da Fazenda Pública, considerase homologada a atividade do contribuinte e definitivamente extinto o crédito tributário pela ocorrência da decadência; no presente caso, o Fisco pretende lançar crédito de IRPJ em decorrência da adição a menor do lucro inflacionário na base de cálculo do referido imposto; ora, desde a entrega da declaração e dos comprovantes de recolhimento do primeiro trimestre de 1997, o Fisco passou a ter em suas mãos elementos suficientes para apurar se o contribuinte havia adicionado ou havia adicionado a menor o lucro inflacionário à base de cálculo do imposto, sendo que não o fez; é caso nítido de lançamento por homologação, pois o contribuinte apresenta todas as declarações, com todas as informações de valores apurados e efetua o recolhimento, Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 10 9 sendo que havendo a discordância do Fisco, como no presente caso, este dispõe de um prazo de 5 anos para efetuar o lançamento sob pena de decair do seu direito, e foi exatamente o que ocorreu na presente demanda; dessa forma, correto o acórdão recorrido que impõe a aplicação do artigo 150, §4° do CTN; ademais, não há que se falar em lançamento de ofício em razão da ausência de preenchimento dos requisitos contidos no artigo 149 do CTN, vejamos: [...]; analisando os incisos do artigo supra descrito denotase que os procedimentos adotados pela Recorrida não se enquadram em nenhum deles, pois todas as declarações e informações foram prestadas e entregues ao Fisco, com o recolhimento antecipado dos impostos que entendia ser devidos, de forma que o Fisco tinha em suas mãos todas as informações necessárias para que efetuasse o lançamento do tributo que ainda entendesse ser devido, no entanto, não o fez; aliás, sobre a modalidade de lançamento e sobre a aplicação do §4° do artigo 150 do CTN, nos casos de tributos como o que aqui se apresenta, cabe destacar o entendimento do Egrégio Conselho de Contribuintes que só vem a corroborar com a tese apresentada pelo Contribuinte, vejamos: [...]; a questão, portanto, encontrase pacificada perante o Colegiado administrativo, de forma que é incontestável a improcedência do Recurso interposto pela Fazenda; ALTERNATIVAMENTE na remota hipótese do presente recurso vir a ser julgado procedente, o que de forma alguma se espera, em razão da fragilidade dos argumentos já apresentados, fazse necessária a baixa e diligência do presente processo como forma de se apurar a existência ou não de saldo de lucro inflacionário; além do que, do saldo apontado pelo Fisco, mister que seja abatida a realização ocorrida em dezembro de 1994, em momento algum considerada nos cálculos apresentados pelo Fisco; caso haja reforma da decisão recorrida, o Fisco deverá rever todo o conjunto probatório, saldo de prejuízo fiscal, comprovantes de recolhimento do IRPJ sobre a realização antecipada do lucro inflacionário em 1994; tal pleito fazse necessário, porque quando do lançamento, o Fisco desprezou a realização integral do saldo do lucro inflacionário em 1994, para exigir da Recorrida o imposto. É o relatório. Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 11 10 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. Conheço do recurso, pois este preenche os requisitos de admissibilidade. O presente processo tem por objeto lançamento a título de IRPJ sobre fato gerador ocorrido em 31/03/1997. A autuação é relativa à realização do lucro inflacionário acumulado em períodos pretéritos. De acordo com a Fiscalização, a empresa optou pela tributação pelo Lucro Arbitrado, sem ter adicionado o saldo do lucro inflacionário existente, conforme Declaração de Imposto de Renda referente ao anocalendário de 1997. A controvérsia que chega a essa fase de recurso especial diz respeito à divergência jurisprudencial sobre a contagem do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. Em seu recurso especial, a PGFN defende o entendimento de que, por se tratar de lançamento de ofício, a decadência deveria ser contada pelo art. 173, I, do CTN, e não pelo art. 150, §4º, do mesmo código. A contribuinte, por meio de contrarrazões, apresenta inicialmente uma preliminar de não conhecimento do recurso, mas essa preliminar é improcedente. Em primeiro lugar, conforme já relatado acima, cabe destacar que não foi dado seguimento ao recurso especial na parte em que ele trata da divergência quanto ao entendimento de que o prazo de decadência se inicia no período em que a empresa deve realizar o lucro inflacionário, e não no período de sua formação, porque o acórdão recorrido já adotou esse entendimento. Nesse passo, a argumentação para que o recuso não seja conhecido nessa parte fica prejudicada, porque a matéria já não subiu para apreciação deste colegiado. O recurso foi admitido apenas na parte em que questiona a aplicação, pelo acórdão recorrido, do art. 150 em vez do art. 173 do CTN, e, quanto a isso, percebese que a contribuinte defende o não conhecimento do recurso com argumentos de mérito. Não deixo de perceber que a contribuinte, em sede de preliminar, alega também, em relação ao segundo paradigma (segunda divergência), que a Fazenda pretende inovar em sede recursal, trazendo à baila questão que não foi objeto de análise no arresto recorrido (no caso, a aplicação do art. 173 em vez do art. 150 do CTN, por se tratar de lançamento de ofício). Entretanto, não há essa alegada inovação. O que aconteceu é que diante de situações semelhantes, uma decisão aplicou a regra decadencial do art. 150, §4º, do CTN (acórdão recorrido), enquanto a outra aplicou o art. 173, I, do CTN (acórdão paradigma). Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 12 11 Isso basta para a caracterização da divergência. Tratandose de duas regras conhecidamente excludentes uma da outra, não havia nenhuma necessidade de o acórdão recorrido dizer expressamente que estava deixando de aplicar o art. 173, I, do CTN. Penso também que foi correta a análise do agravo da PGFN feita pelo Presidente desta CSRF (conforme mencionado no relatório acima), porque a decisão do segundo paradigma, aplicando o art. 173 do CTN, não foi motivada em razão de o fato gerador naquele caso ser anterior à Lei n° 8.383/91 (época em que o IRPJ ainda não era submetido a lançamento por homologação). O despacho que examinou o referido agravo deixa claro que a aplicação do art. 173, I, do CTN, pelo segundo paradigma, foi motivada pelo fato de se estar diante de lançamento de ofício, em que não houve pagamento antecipado por parte do contribuinte. Nestes termos, não merece reparo o despacho que deu seguimento ao recurso, relativamente à matéria mencionada. Preliminar rejeitada. Quanto ao mérito, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC firmou o seguinte entendimento em relação à questão da decadência: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008). Essa interpretação deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, conforme determina o § 2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 13 12 De acordo com o STJ, devese aplicar o artigo 173, I, do CTN, quando, a despeito da previsão legal de pagamento antecipado da exação, o mesmo inocorre e inexiste declaração prévia do débito capaz de constituir o crédito tributário. No sentido inverso, há duas condições para a aplicação do prazo decadencial previsto no art. 150, § 4º, do CTN: 1) haver pagamento ou 2) haver declaração prévia que constitua crédito tributário. Não se pode, portanto, deixar de reconhecer a relevância da existência ou não de pagamento ou declaração/confissão (ainda que parciais) para fins de definição do critério para a contagem de prazo decadencial. Aliás, vale frisar que todo esse debate em torno da relevância do pagamento ou da confissão de débito para análise de decadência de lançamento posteriormente realizado pelo Fisco pressupõem pagamento e/ou confissão parciais mesmo. Até porque o Fisco não realizaria nenhum lançamento de ofício para constituir crédito tributário que já foi em momento anterior integralmente pago ou confessado pelo contribuinte. No caso em análise, o acórdão recorrido reconheceu a decadência para o fato gerador ocorrido em 31/03/1997. O lançamento ocorreu em 20/11/2002. Compulsando os autos (fls. 5), constato que a contribuinte apurou, no regime do lucro arbitrado, base tributária positiva e "Imposto de Renda a pagar" no primeiro trimestre de 1997 (período de apuração autuado). Constato também que o lançamento abrangeu apenas a parte referente à realização do lucro inflacionário (que não havia sido computada pela contribuinte). Ou seja, não houve lançamento sobre a base de cálculo positiva de IRPJ (lucro arbitrado) apurada pela própria contribuinte, indicando claramente que o IRPJ referente às receitas declaradas ou estava pago, ou pelo menos tinha sido declarado/confessado em instrumento hábil à execução. Do contrário, a autoridade fiscal teria realizado lançamento também sobre a base de cálculo declarada. A conclusão, portanto, é de que a contribuinte pagou ou pelo menos confessou uma parte do IRPJ relativo ao primeiro trimestre de 1997, o que implica na contagem da decadência pela regra do art. 150, §4º, do CTN, conforme o referido entendimento pacificado pelo STJ. Assim, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso especial da PGFN. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10945.010796/200272 Acórdão n.º 9101003.228 CSRFT1 Fl. 14 13 Fl. 206DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.900539/2010-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2004
DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO EM DUPLICIDADE. COMPROVAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO.
Comprovado em procedimento de diligência fiscal a existência de pagamento em duplicidade, deve ser reconhecido o direito creditório pleiteado pela recorrrente.
A compensação requerida deve ser homologada até o limite do crédito reconhecido.
Numero da decisão: 1301-002.651
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de R$ 21.157,42, e homologar as compensações até esse limite de crédito.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
Milene de Araújo Macedo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Ângelo Abrantes Nunes, Bianca Felícia Rothschild, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Roberto Silva Junior.
Nome do relator: MILENE DE ARAUJO MACEDO
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2004 DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO EM DUPLICIDADE. COMPROVAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. Comprovado em procedimento de diligência fiscal a existência de pagamento em duplicidade, deve ser reconhecido o direito creditório pleiteado pela recorrrente. A compensação requerida deve ser homologada até o limite do crédito reconhecido.
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PAGAMENTO EM DUPLICIDADE. COMPROVAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. Comprovado em procedimento de diligência fiscal a existência de pagamento em duplicidade, deve ser reconhecido o direito creditório pleiteado pela recorrrente. A compensação requerida deve ser homologada até o limite do crédito reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de R$ 21.157,42, e homologar as compensações até esse limite de crédito. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 90 05 39 /2 01 0- 50 Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10730.900539/201050 Acórdão n.º 1301002.651 S1C3T1 Fl. 167 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Ângelo Abrantes Nunes, Bianca Felícia Rothschild, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e Roberto Silva Junior. Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação, por meio da qual a contribuinte pretende extinguir débitos de CSRF (janeiro/2005) e IRRF (janeiro/2005, abril/2005, fevereiro/2006 e novembro/2006) com crédito, do SIMPLES, relativo a pagamento a maior do período de apuração de setembro de 2004. A Delegacia da Receita Federal em Niterói, Rio de Janeiro, unidade administrativa que primeiro analisou o pedido formalizado pela contribuinte, o indeferiu com base na alegação de que o valor pleiteado havia sido utilizado, integralmente, na quitação de débito de titularidade da requerente. Inconformada, a contribuinte interpôs Manifestação de Inconformidade (fls. 02/04), por meio da qual argumentou: que o valor apurado no mês de setembro de 2004 havia sido recolhido em duplicidade, tendo sido efetuado o primeiro recolhimento, no valor total de R$ 19.070,02, em 29 de outubro de 2004, e o segundo, no valor total de R$ 22.091,42, em 30 de novembro de 2004, que foi utilizado como pagamento indevido ou a maior no PER/DCOMP; que o valor principal do DARF recolhido em setembro de 2004 não correspondia ao valor efetivamente apurado, o que levou à Receita Federal a não identificar o recolhimento; que o valor apurado em setembro de 2004 era de R$ 18.854,17 e, como o DARF recolhido em 29 de outubro de 2004 foi de R$ 18.057,03, havia uma diferença a ser recolhida de R$ 797,14; que, ao invés de recolher a diferença de R$ 797,14, em 30 de novembro de 2004 recolheu R$ 18.854,17, valor que havia sido apurado em setembro de 2004; que o crédito apurado, já considerando a multa e os juros, seria de R$ 21.157,42. A 7a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, ao apreciar a Manifestação de Inconformidade, decidiu, por meio do acórdão n° 1234.664, de 8 de dezembro de 2010, pela sua improcedência, conforme acórdão assim ementado: DIREITO CREDITÓRIO. LITISPENDÊNCIA. O direito creditório de que trata o presente processo foi pleiteado originalmente na declaração de compensação (DCOMP) inicial nº 30772.50467.100305.1.3.049579, objeto do processo nº 10730.900521/2010 Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10730.900539/201050 Acórdão n.º 1301002.651 S1C3T1 Fl. 168 3 58, não tendo sido reconhecido. Descabe, portanto, nova apreciação, em razão de litispendência. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. Uma vez que o direito creditório pleiteado na DCOMP inicial nº 30772.50467.100305.1.3.049579, objeto do processo nº 10730.900521/2010 58, não foi reconhecido, não devem ser homologadas as compensações efetuadas no presente processo. Cientificada do acórdão recorrido em 23/12/2010, a ARQUI FORMA ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA TÉCNICA ESPECIALIZADA, sucessora por incorporação de SERVIFORMA REFORMA NAVAIS LTDA, apresentou, em 20/01/2011, o recurso voluntário de fls. 47/54, no qual sustenta: que não há litispendência, mas tão somente identidade das partes e da causa de pedir; que, em homenagem ao princípio da eventualidade, intentou recurso também no denominado "processo originário", o que afeta diretamente a demanda feita no presente processo; que, para fins de comprovação, anexa demonstração de sua receita bruta acumulada até setembro de 2004, DARFs e planilha explicativa, além de documentos já anexados à Manifestação de Inconformidade. Nos autos do processo nº 10730.900521/201058, por meio da Resolução nº nº 1301000.239, de 25/11/2014, foi determinada, dentre outras providências, a apensação do presente processo àquele, para julgamento em conjunto, nos seguintes termos: "Considerando, pois, a ausência de intimação prévia para que a contribuinte aportasse aos autos comprovação do alegado em sede defesa; a divergência de fundamentos na denegação do reconhecimento do direito creditório promovida nas instâncias precedentes; os argumentos e documentos trazidos pela contribuinte em sede de recurso; e o princípio da verdade material, conduzo meu voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que sejam adotadas as seguintes providências: i) sejam apensados ao presente, para fins de julgamento conjunto, os processos administrativos n°s 10730.900536/201016 e 10730.900539/201050, que atualmente se encontram neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; ii) seja apensado ao presente, para fins de julgamento conjunto, o processo administrativo n° 10730.900535/201071, que atualmente se encontra na Delegacia da Receita Federal em Niterói, Rio de Janeiro, e que de acordo com informação consignada na peça recursal já foi julgado em primeira instância; iii) sejam sobrestados os julgamentos dos processos administrativos n°s 10730.900537/201061 e 10730.900538/201013 até que a diligência de que trata o item seguinte seja realizada, devendo os referidos processos serem apensados ao presente; e iv) seja apreciada pela unidade administrativa de origem, com base nos argumentos e documentos juntados ao processo, ou, se necessário, na documentação Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10730.900539/201050 Acórdão n.º 1301002.651 S1C3T1 Fl. 169 4 contábil e fiscal da contribuinte, a efetiva ocorrência de pagamento em duplicidade e, sendo o caso, o montante de crédito passível de reconhecimento no presente processo e em cada um dos que ora se solicita a apensação (processos n°s: 10730.900535/201071; 10730.900536/2010 16; 10730.900537/201061; 10730.900538/201013; e 10730.900539/201050). Relativamente ao item "iv" acima, solicitase que o resultado da análise seja reproduzido em relatório fundamentado, o qual deverá ser cientificado à contribuinte para que ela, se quiser, adite razões. Consta do relatório de diligência fiscal anexado às fls. 203 do processo nº 10730.900521/201058, que o contribuinte possui crédito disponível no valor total de R$ 19.079,02, relativo ao primeiro pagamento realizado em 29/10/2004: "Conforme se verifica nos relatórios anexados nas fls. 199/201, o contribuinte de fato realizou dois pagamentos para a quitação do débito confessado do SIMPLES referente ao mês de setembro de 2004, sendo que o primeiro pagamento não quitava o débito integralmente. Dessa forma, o segundo pagamento, no valor de R$ 22.091,42 foi alocado para quitação do débito, remanescendo disponível integralmente o primeiro recolhimento realizado em 29/10/2004 no valor total de R$ 19.070,02. Esse valor representa efetivamente o crédito do contribuinte, em conformidade com a IN RFB 1.300/2012." Cientificada do relatório de diligência acima mencionado, em 10/06/2006, a recorrente apresentou aditamento ao recurso voluntário em 12/07/2006, reafirmando que os DARFs no valor de R$ 19.070,02 e R$ 22.091,42 referemse ao recolhimento em duplicidade na competência setembro/2004. Com o objetivo de instruir a análise por parte deste colegiado informou que observava o regime de caixa para reconhecimento de suas receitas e anexou cópias de notas fiscais, extratos bancários e planilhas explicativas. Em complemento ao relatório de diligência, na Informação Fiscal efetuada às fls. 315 do processo nº 10730.900521/201058, consta que os processos de nº 10730.900537/201061 e 10730.900538/201013 foram a ele apensados. Os processos 10730.900536/201016 e 10730.900539/201050 não foram apensados pois encontravamse no CARF. Já o processo 10730.900535/201071 foi apenas vinculado ao processo nº 10730.900521/201058 pois encontravase arquivado. Com o objetivo de realizar julgamento de todos os processos de compensação vinculados ao direito creditório analisado no processo nº 10730.900521/201058, foi efetuado despacho de vinculação no referido processo às fls. 317 a 319, solicitando a distribuição dos processos 10730.900536/201016 e 10730.900539/201050 para julgamento em conjunto É o relatório. Voto Conselheira Milene de Araújo Macedo, Relatora O recurso é tempestivo e dele conheço. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10730.900539/201050 Acórdão n.º 1301002.651 S1C3T1 Fl. 170 5 Tendo em vista que o crédito utilizado na compensação pleiteada no presente processo é o mesmo crédito do processo nº 10730.900521/201058, adoto como razões de decidir os fundamentos constantes da decisão nele proferida, a seguir transcritas: "O contribuinte protocolizou em 19/04/2010 pedido de restituição decorrente de recolhimento a maior do período de apuração de setembro/2004, relativo ao DARF pago em 30/11/2004. Alega a recorrente que efetuou o recolhimento em duplicidade, sendo o primeiro no valor total 19.070,02, em 29/10/2004, e o segundo no valor de R$ 22.091,42, em 30/11/2004. Afirma que o total devido em setembro de 2004 era de R$ 18.854,17, porém como o valor principal do DARF de 29/10/2004 foi de R$ 18.057,03, havia uma diferença a ser recolhida de R$ 797,14, entretanto, ao invés de recolher somente a diferença recolheu novamente o valor total de R$ 18.854,17, mais os acréscimos legais. A DRJ/RJ1 ao apreciar o pleito da contribuinte indeferiu o direito creditório sob o argumento de que não restou comprovado, documentalmente, a existência de crédito líquido e certo, entretanto, homologou tacitamente a compensação pleiteada no processo em virtude do decurso de prazo de cinco anos da data da entrega da declaração. Apesar da homologação tácita, a recorrente interpôs recurso voluntário, afirmando que o referido creditório deve ser reconhecido pois foi também utilizado nas DCOMPs protocolizadas nos processos a seguir relacionados: 10730.900535/201071; 10730.900536/201016; 10730.900539/201050; 10730.900537/201061; 10730.900538/201013. Com o objetivo de afastar as alegações do acórdão recorrido de que poderia ter havido equívoco na informação constante no período de apuração, tratandose de DARFs de períodos de apuração distintos, a contribuinte anexou os seguintes documentos: planilha demonstrativa da movimentação financeira da empresa, cópias dos DARFs relativos aos meses de setembro/2004 e outubro/2004 e cópias das notas fiscais emitidas. Alega a recorrente que a juntada dos documentos está amparada pelo art. 16, § 4º, alínea "c" do Decreto nº 70.235/72, sendo imperiosa a análise dos mesmos, em observância aos princípios da legalidade tributária objetiva e da verdade material. De fato, o art. 16, § 4º, alínea "c" do Decreto nº 70.235/72, excepciona a apresentação de provas após a impugnação, caso as mesmas se destinem a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos: Art. 16. A impugnação mencionará: [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10730.900539/201050 Acórdão n.º 1301002.651 S1C3T1 Fl. 171 6 a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Com fundamento no dispositivo legal acima transcrito, bem assim, em obediência ao princípio da verdade material, foi determinada realização de diligência, por meio da Resolução nº 1301000.239, de 25/11/2014, para análise dos documentos juntados ao processo e, caso necessário, da documentação contábil e fiscal da contribuinte, a fim de identificar a efetiva ocorrência de pagamento em duplicidade. Considerando ainda que a recorrente afirmou em sua peça recursal que o direito creditório do presente processo também havia sido objeto dos pedidos de compensação protocolizados nos processos administrativos nº 10730.900535/2010 71, 10730.900536/201016, 10730.900539/201050, 10730.900537/201061 e 10730.900538/201013, foi solicitada a apensação dos mesmos ao presente processo para julgamento conjunto. Em cumprimento à diligência fiscal, foram anexados ao presente processo os processos administrativos nº 10730.900536/201016, 10730.900539/201050, 10730.900537/201061 e 10730.900538/201013. O processo nº 10730.900535/201071 não foi apensado pois já encontravase arquivado. Consta do Relatório às fls. 203, elaborado durante o procedimento de diligência, que de acordo com os relatórios emitidos pelo sistema SIEF (fls. 199 a 201), o contribuinte de fato realizou dois pagamentos para a quitação do débito confessado do SIMPLES referente ao mês de setembro de 2004, sendo que o primeiro pagamento não quitava o débito integralmente. Por este motivo, o segundo pagamento, no valor de R$ 22.091,42 e objeto do presente pedido de ressarcimento foi alocado para quitação do débito, remanescendo disponível integralmente o primeiro recolhimento realizado em 29/10/2004 no valor total de R$ 19.070,02. Ainda de acordo com referido relatório, esse valor representa efetivamente o crédito do contribuinte, em conformidade com a IN RFB 1.300/2012. Em aditamento ao recurso voluntário, apresentado após o Relatório de diligência a recorrente informou que observava o regime de caixa para reconhecimento de suas receitas e anexou cópias de notas fiscais, extratos bancários e planilhas explicativas. Todavia, em virtude do reconhecimento da duplicidade de pagamentos durante o procedimento de diligência fiscal, bem assim, da análise da documentação anexada ao recurso voluntário, entendo desnecessária a apreciação desses documentos. Assim, constatada a duplicidade de pagamentos, o recorrente tem direito à utilização do crédito para compensação de débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme disposto no art. 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação vigente à época do pedido: Art. 74 Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10730.900539/201050 Acórdão n.º 1301002.651 S1C3T1 Fl. 172 7 de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Apesar do sistema SIEF ter alocado o segundo DARF (R$ 22.091,42 em 30/11/2004) para quitação do débito e o primeiro encontrarse totalmente disponível (R$ 19.070,02 em 29/10/2004), o pedido de restituição referese à parcela do segundo DARF, recolhida indevidamente. Dessa forma, comprovada a duplicidade dos recolhimentos, deve ser reconhecido o direito creditório no montante de R$ 21.157,42, relativamente à parte do segundo recolhimento realizado em 30/11/2004, conforme pleiteado pela recorrente no PER/DCOMP objeto do presente processo: Principal R$ 18.057,03 Multa R$ 2.919,82 Juros R$ 180,57 TOTAL R$ 21.157,42 A compensação objeto do presente processo, bem assim, as demais compensações objeto dos processos administrativos nº 10730.900536/201016, 10730.900539/201050, 10730.900537/201061 e 10730.900538/201013, todas com a utilização do mesmo crédito, devem ser homologadas até o limite do direito creditório reconhecido. Com relação ao processo nº 10730.900535/201071 , apesar de tratarse do mesmo direito creditório, não cabe a este órgão se manifestar em virtude da falta de interposição de recurso voluntário no referido processo." Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto por reconhecer o direito creditório sobre o valor de R$ 21,157,42, devendo as compensações efetuadas serem homologadas até o limite do crédito reconhecido. (assinado digitalmente) Milene de Araújo Macedo Fl. 172DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.001622/2007-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2002 a 31/07/2002
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.196
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 00 16 22 /2 00 7- 03 Fl. 112DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10530.001622/200703 Acórdão n.º 2202004.196 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 114DF CARF MF
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Numero do processo: 10735.720861/2012-19
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2012
SIMPLES NACIONAL TERMO DE INDEFERIMENTO DÉBITOS
Não poderá recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou empresa de pequeno porte que possua débitos com a Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal.
Numero da decisão: 1001-000.153
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(Assinado Digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2012 SIMPLES NACIONAL TERMO DE INDEFERIMENTO DÉBITOS Não poderá recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou empresa de pequeno porte que possua débitos com a Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal.
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório Tratase de Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional (efl. 116) para o ano calendário 2012, tendose em vista a existência de débitos (de números 36.815.3541 e 36.815.3550) com a Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, de natureza previdenciária, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 08 61 /2 01 2- 19 Fl. 134DF CARF MF 2 cuja exigibilidade não estava suspensa, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006, art. 17, inciso V. Após tomar ciência do contido do Termo de Indeferimento a empresa apresentou Manifestação de Inconformidade. A decisão de primeira instância (efls. 17/19) julgou a manifestação de inconformidade improcedente, por entender que, apesar haver dois pagamentos em 30/01/2012, referentes aos dois débitos, os pagamentos não foram suficientes para a quitação dos débitos naquela data: 10. Observase pela tabela acima, e fundamentado nos documentos juntados às folhas 57/60 que, conquanto o Contribuinte tenha recolhido duas guias relacionados aos débitos apontados no Termo de Indeferimento da Opção pelo SIMPLES Nacional em 30/01/2012, ou seja, dentro do prazo legal para regularizar os débitos que havia contra si, estes recolhimentos não foram suficientes para a quitação plena destes débitos; o que só veio a ocorrer em 30/01/2013, com o recolhimento dos valores remanescentes. Cientificada da decisão de primeira instância através de intimação em 24/07/2015 (efl. 107) a Interessada interpôs recurso voluntário, protocolado em 13/08/2015 (efls. 110/113), em que aduz, em resumo, que as parcelas pagas a menor em 31/01/2012 foram emitidas através de guias impressas pela Agência da Receita Federal com a indicação de que se estaria pagando a totalidade do débito. Voto Conselheiro Lizandro Rodrigues de Sousa Relator O recurso é tempestivo, portanto dele conheço. Tratase, nestes autos, exclusivamente do Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional (efl. 07) para o ano calendário 2011. Cabe verificar o que dispõe o artigo 17 da Lei nº 123/2006, inciso V e XI, e o art. 7o, § 1ºA, da Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007: “Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: (...) V que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa”;(destaquei). (...) A opção pelo Simples Nacional está regulamentada pela Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007: Art. 7º A opção pelo Simples Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10735.720861/201219 Acórdão n.º 1001000.153 S1C0T1 Fl. 135 3 (...) § 1ºA Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá: (Incluído pela Resolução CGSN nº 56, de 23 de março de 2009) I regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo; (Incluído pela Resolução CGSN nº 56, de 23 de março de 2009) Está comprovado que o contribuinte fez dois pagamentos para cada débito, um pagamento em 31/01/2012 e outro em 31/01/2013. Logo, em 31/01/2012 os débitos não estavam quitados nem estavam com a exigibilidade suspensa. Desta forma, concluo que havia impedimento para a adesão. O recorrente não consegue comprovar sua afirmação de que teria sido a própria Receita Federal que indicou que os valores pagos em 31/01/2012 e que seriam suficientes para a quitação dos débitos. Isto porque pagou os débitos através de guias avulsas, de preenchimento feito pelo próprio contribuinte (efls. 119 e 121). Assim, voto para negar provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 136DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.000430/2006-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 19 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário:2001
OMISSÃO DE RECEITA. LUCRO PRESUMIDO.
Correto o lançamento de ofício, uma vez comprovado que a contribuinte auferiu receitas em operações comerciais por conta própria, sem oferecê-las à tributação.
LUCRO PRESUMIDO. REVENDA DE ÁLCOOL COMBUSTÍVEL.
O percentual de 1,6% previsto na legislação tributária para determinação do lucro presumido na revenda de álcool combustível, somente é aplicável em caso de revenda direta ao consumidor.
Numero da decisão: 1401-000.671
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Matéria: IRPJ - AF- lucro presumido(exceto omis.receitas pres.legal)
Nome do relator: Fernando Luiz Gomes de Mattos
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário:2001 OMISSÃO DE RECEITA. LUCRO PRESUMIDO. Correto o lançamento de ofício, uma vez comprovado que a contribuinte auferiu receitas em operações comerciais por conta própria, sem oferecê-las à tributação. LUCRO PRESUMIDO. REVENDA DE ÁLCOOL COMBUSTÍVEL. O percentual de 1,6% previsto na legislação tributária para determinação do lucro presumido na revenda de álcool combustível, somente é aplicável em caso de revenda direta ao consumidor.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 OMISSÃO DE RECEITA. LUCRO PRESUMIDO. Correto o lançamento de ofício, uma vez comprovado que a contribuinte auferiu receitas em operações comerciais por conta própria, sem oferecêlas à tributação. LUCRO PRESUMIDO. REVENDA DE ÁLCOOL COMBUSTÍVEL. O percentual de 1,6% previsto na legislação tributária para determinação do lucro presumido na revenda de álcool combustível, somente é aplicável em caso de revenda direta ao consumidor. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Meigan Sack Rodrigues e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente). Fl. 1DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto parcialmente o relatório que integra o Acórdão recorrido (fls. 264269): De acordo com todo o relatado no termo de verificação fiscal de fls.71/79, da ação fiscal realizada junto à contribuinte acima identificada foi constatada a seguinte irregularidade: • Omissão de receita de venda de produtos e/ou mercadorias (especificamente álcool combustível), no 1º trimestre do ano calendário de 2001. O autor da ação relatou, no referido termo, que a fiscalização teve início em face da movimentação financeira ocorrida em suas contas bancárias, incompatível com a receita informada ha Declaração de Informações da Pessoa Jurídica — DIPJ, nos anoscalendário de 2001, 2002 e 2003. Segundo o referido termo, a contribuinte foi intimada a apresentar extratos bancários e os livros "Diário e Razão, ou livro "Caixa" onde a movimentação financeira estivesse, além dos documentos que lhe tenham dado suporte (banco e respectiva movimentação, conforme relacionados às fls. 71/72). Em resposta, apresentou os extratos bancários e os livros "Diário" e "Razão" referentes aos anoscalendário de 2001 e 2002, e o livro " Caixa" referente ao anocalendário de 2003. O representante da contribuinte esclareceu que, relativamente aos serviços prestados à empresa Oil Petro, apresentava contrato e distrato do acordo que vigeu de 1° de janeiro de 2002 a 31 de março de 2003, apresentando "Relatório de Vendas". Ressaltou ainda: Sobre os serviços prestados à Oil Petro, insta ressaltar que a contratada Draalcool, naquele período, efetuou vendas de combustíveis da contratante Oil Petro a diversos revendedores (postos de gasolina), conforme listados no Relatório de Venda, recebendo e depositando em suas contas correntes o produto das vendas, pagando a seguir à fornecedora Oil Petro, recebendo pelos serviços 1% sobre o faturamento bruto." Da análise da documentação apresentada, o Fisco concluiu que a prestação de serviços à empresa Oil Petro provavelmente fosse a principal fonte de recursos da empresa, visto que esse foi o único contrato de prestação de serviços apresentados. Outras observações feitas pelo Fisco, com relação aos anos calendário de 2001 e 2002, foram: a) não há conta com denominação específica que se refira a compras e vendas realizadas; b) há conta de ativo (1.01.0301.01.0001) denominada "Adiantamento p/ Conta de Cliente", cuja função não ficou clara, considerando os lançamentos existentes; c) existe conta de ativo específica para desconto de títulos, denominada "Descontos de títulos Bradesco" n° Fl. 2DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA Processo nº 10835.000430/200666 Acórdão n.º 140100.662 S1C4T1 Fl. 288 3 1.01.03.05.01.0004; d) existem contas de passivo que controlam cheques em trânsito, havendo uma conta para cada banco onde a empresa possui movimentação financeira, mas não há contrapartida em contas de resultado; e) Os valores constantes nos extratos bancários encontramse escriturados no livros "Diário". [...] Conforme termo de constatação fiscal de fl. 36, foi solicitado ao procurador da fiscalizada, Sr. Irio José da Silva, que apresentasse a documentação relativa às vendas efetuadas no 1° trimestre de 2001 (notas fiscais) e contratos que indicassem a prestação de serviços nesse período. Não foram apresentadas notas fiscais de serviço referentes àquele trimestre, nem contratos que justificassem a tal representação, concluindo o Fisco que as operações efetuadas naquele ano calendário foram de compra e venda de álcool combustível. Diante disso, o Fisco extraiu os valores das vendas registradas na conta "Adiantamento por Conta de Clientes" e lavrou o auto de infração ora guerreado, para tributação da receita bruta na revenda de combustível. Conforme demonstrativo contido no termo de constatação (fl. 77/79), a contribuinte deixara de informar na DIPJ receitas de venda de mercadorias no valor total de R$1.357.846,24, auferidas no 1° trimestre de 2001. Ressaltou o autuante ter aplicado o percentual de 8% na determinação do lucro presumido, porque a própria contribuinte declarou não ter ocorrido venda direta ao consumidor, descartando, por isso, a aplicação do percentual de 1,6%, aplicável nos casos de vendas diretas para consumo imediato (do posto para o consumidor). Conseqüentemente, com relação ao 1º trimestre de 2001, foram lavrados os autos de infração de fls. 63/70, para constituição do crédito tributário no montante de R$ 93.293,85, conforme abaixo demonstrado, prosseguindo a ação fiscal com relação aos demais períodos, culminando na lavratura dos autos de infração formalizados nos processos 15940.000018/200662 e 15940.000083/200698: [...] Ciente dos lançamentos em 31/03/2006, conforme se constata nos autos de infração, a contribuinte, representada por seu procurador, Irio José da Silva (fl.97), ingressou em 02/05/2006 com as impugnações de fls. 90/96, nas quais os refuta, em suma, sob as seguintes alegações: 1) Com relação ao IRPJ, que a pretensão fiscal não pode prosperar, pois a autuação é de cabal improcedência. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 4 • Quanto ao lançamento de imposto de renda adicional, não há menção quanto ao enquadramento legal que dê suporte a essa cobrança. Portanto, verificase o não cumprimento dos requisitos essenciais à validade do auto de infração, exigidos nos incisos III e IV do art. 10 do Decreto n° 70.235, de 1972, impondo, assim, sua nulidade, pelo fato de impossibilitar o exercício constitucional do direito de ampla defesa no processo legal. • Inexistem as operações de vendas de álcool combustível que ensejem a aplicação do percentual de 8% como receitas extraídas da conta e ativo "Adiantamento p/Conta de Clientes", relacionadas no termo de verificação fiscal, que totalizam R$ 1.357.846,24. Tendo em vista a atividade exercida pela autuada, a representação mercantil para compra e venda de combustíveis "em nome e por conta de terceiros", no período a que se refere o trabalho fiscal, prestou serviços a "Global Petróleo S/A, ficando convencionado o encargo de receber os valores relativos às operações de venda por ela intermediada. • É bastante usual a contratação de representação de combustíveis, e como exemplo pode ser citado o contrato firmado posteriormente entre a autuada com a "Oil Petro", e mais recentemente com "Tux Distribuidora". Por tais acordos, a impugnante fecha um pedido com o posto de combustível, remeteo à distribuidora representada, que se encarrega de remeter o combustível acobertado por sua nota fiscal, ficando a representante encarregada do recebimento. Na data aprazada, a representante daquelas vendas recebe os respectivos valores, por meio de transferências bancárias ou depósitos de cheques pré datados em sua conta "Adiantamento por conta de Clientes". • Explicase o sistema operacional da representação pelos documentos idôneos acostados à presente impugnação, como as duplicatas sacadas pela "Global Petróleo S/A" (representada) em desfavor dos postos adquirentes do produto intermediado pela autuada, os quais coincidem em datas e valores com os valores levados a crédito na contacorrente mantida junto ao Banco Bradesco S/A — Ag. DracenaSP pela Draálcool, indicando na planilha do "Relatório de Comissões a Receber" (fls.161/162), firmado pelo diretor da representada, sendo os valores que circularam em fevereiro de 2001, de R$ 742.517,50, e no mês de março, o importe de R$ 680.804,90, "suficientes para acobertar a importância tipificada como receita de vendas de álcool combustível". • O relatório fiscal aponta que no dia 05/02/2001 houve ingresso na contacorrente, no valor de R$ 28.085,00. Esse valor, por sua vez, encontrase comprovado tratarse de depósito eletrônico efetivado pelo Auto Posto Evereste Ltda, decorrente de venda procedida pela representada, acobertada por documento fiscal que deu origem ao saque da Duplicata 17603, e assim por diante, terseá cabalmente comprovado que os valores internados no Banco Bradesco, e na contabilidade sob a rubrica "Adiantamentos p/conta de Clientes", na realidade não se referem a receitas de vendas da autuada, mas sim, valores creditados meramente em decorrência do sistema de Fl. 4DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA Processo nº 10835.000430/200666 Acórdão n.º 140100.662 S1C4T1 Fl. 289 5 representação avençado, no qual a representante assumiu o encargo de cobrança. • Diante das provas, inconteste a improcedência da autuação, pois estarseia produzindo o bis in idem, eis que, ao proceder a venda do combustível aos postos de gasolina, a representada, Global, sujeitouse aos encargos de tais operações como sujeito passivo da obrigação tributária. • Outro aspecto do auto de infração impugnado é o percentual de 8% aplicado para determinação da base de cálculo do imposto exigido. A fixação do percentual sobre a base de cálculo emerge didaticamente no art. 15 da Lei n° 9.249, de 1995, assim estatuído: A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante aplicação do disposto nos arts. 30 a 35 da Lei n° 8.981, de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: I — 1,6% para atividade de revenda, para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; • É evidente que o percentual de 8% se aplica para determinação de base de cálculo, tratandose das atividades relacionadas no art. 31 da Lei n° I 8.981, de 1995, todavia, estatuindo que nas operações de conta alheia, a receita bruta seja o resultado auferido naquelas operações, que no caso presente, se traduz meramente no recebimento de comissões. Portanto, se fosse o caso de revenda de álcool carburante, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta seria de 1,6%, excepcionado no inciso I, § 1°, do art. 15 da Lei n° 9.249, de 1995. • Alegou o Fisco que desprezou aquele percentual, aplicando o de 8%, em razão de a venda de álcool combustível não ter ocorrido diretamente para consumo. Nesse ponto, o entendimento fiscal encontrase equivocado, pois atribuiu condição não prevista pelo legislador (venda direta para consumo imediato), ensejando assim um entendimento extensivo da norma tributária. Com efeito, para aplicação do percentual de 1,6%, o legislador contemplou a atividade revenda, para consumo de combustível, álcool etílico carburante... Assim, o vocábulo "revenda" significa que essa é a atividade excepcionada. Não entender assim é fazer vistas grossas à existência de vírgula entre "revenda" e "para consumo". 2) No que diz respeito ao lançamento da CSLL, protestando pela juntada de novas provas antes de decisão de primeira instância, aduziu que, se julgado improcedente o lançamento do IRPJ, diante das provas concretas da improcedência da autuação, essas também se aplicam ao auto de infração da contribuição a fim de tornálo, igualmente, insubsistente. Para instrução processual juntou documentos que fazem as fls. 97/199. A 3ª Turma da DRJ Ribeirão Preto, por unanimidade, julgou procedente o lançamento, por meio de Acórdão assim ementado (fls. 263): Fl. 5DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 RECEITA NÃO DECLARADA. LUCRO PRESUMIDO. Constatado que a contribuinte auferiu receitas em operações comerciais, por conta própria, sem oferecêlas à tributação, cabe o lançamento de oficio. LUCRO PRESUMIDO. REVENDA DE ÁLCOOL COMBUSTÍVEL. O percentual de 1,6% previsto na legislação tributária para determinação do lucro presumido, na revenda de álcool combustível, somente é aplicável em caso de revenda direta ao consumidor. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001 NULIDADE. Não se declara a nulidade por suposto vício formal, mormente quando este não tiver causado prejuízo à parte e ao exercício do direito de defesa. LANÇAMENTO DECORRENTE. CSLL. Aplicase à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal, em face da estreita relação de causa e efeito; portanto, apurada omissão de receita, esta deve ser considerada na determinação da base de cálculo para o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Lançamento Procedente Cientificada do Acórdão em 18/02/2009 (fls. 276), a contribuinte, em 12/03/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 277284, argumentando, basicamente que: a) o lançamento fiscal é nulo, por infringência ao disposto no art. 10, II e IV do Decreto nº 70.235/72; b) a atividade exercida pela recorrente é efetivamente a representação mercantil para compra e venda de combustíveis em nome e por conta de terceiros; c) é equivocada a utilização do percentual de 8% para a apuração da base de cálculo do lucro presumido, nos termos do art. 15, § 1º, I da Lei nº 9.249/95; Nestes termos, requereu o provimento do seu recurso. É o relatório. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA Processo nº 10835.000430/200666 Acórdão n.º 140100.662 S1C4T1 Fl. 290 7 Voto Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos O recurso atende aos requisitos legais, razão pela qual deve ser conhecido. Preliminar de nulidade A Recorrente, repetindo o que fizera na fase impugnatória, argüiu a nulidade do presente lançamento, por suposta ausência de indicação do dispositivo legal que fundamentou a exigência do imposto adicional. No entender da Recorrente, tal fato teria cerceado seu direito de defesa. Não assiste razão à Recorrente. Os termos da impugnação e da peça recursal demonstram, à exaustão, que a contribuinte teve pleno conhecimento do tributação que lhe foi imposta, bem como dos fatores que a motivaram. Todos estes aspectos do lançamento estão devidamente explicitados no termo de constatação fiscal, fls. 7179, parte integrante do auto de infração. No tocante ao enquadramento legal das infrações, os dispostitivos infringidos estão claramente indicados no corpo dos respectivos autos de infração, fls. 6370. Como se percebe, ao contrário do que afirmou a Recorrente, não se vislumbra no presente caso qualquer indício de preterição do seu direito de defesa. Ao apreciar tal alegação, o acórdão recorrido se pronunciou com grande propriedade, fls. 270: O auto de infração não deixa dúvidas quanto à acusação fiscal que está sendo imputada ao sujeito passivo, que pôde exercer seu direito de defesa na plenitude. A este respeito assim se manifestou o Conselho de Contribuintes: [...] NULIDADE PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Não se declara a nulidade por vício formal quando esta não tiver causado prejuízo à parte e ao exercício do direito de defesa. (Acórdão n ° 10421.947, sessão de 18/10/2006) Diante do exposto, rejeito a preliminar de nulidade arguida pela Recorrente. Mérito Omissão de receitas Fl. 7DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 8 Repetindo o que fizera na fase impugnatória, a Recorrente procurou demonstrar que a atividade por ela exercida, no período da autuação, era de simples representação mercantil para compra e venda de combustíveis "em nome e por conta de terceiros". Segundo a peça recursal, no período a que se refere o trabalho fiscal, a Recorrente teria prestado serviços a "Global Petróleo S/A, ficando convencionado o encargo de receber os valores relativos às operações de venda por ela intermediada. Como se percebe, em sede recursal a contribuinte não trouxe aos autos quaisquer argumentos ou elementos de prova inovadores. As razões de defesa e respectivas provas trazidas na fase impugnatória foram devidamente apreciadas e refutadas pelo colegiado julgador a quo, razão pela qual adoto e transcrevo parcialmente as suas razões de decidir, fls. 270271: Inicialmente, cumpre ressaltar que o lançamento ora impugnado referese ao 1º trimestre de 2001. A contribuinte descreveu o modus operandi ao qual estaria submetida nesse período, alegando, em suma, que se inclui num sistema operacional de representação, conforme indicado na planilha denominada "Relatórios de Comissões a Receber" (fls. 161/162) e documentos acostados à impugnação, como as faturas/duplicatas sacadas pela "Global Petróleo S/A" (representada), em desfavor dos postos adquirentes do produto intermediado pela autuada. Documentos que coincidiriam em datas e valores com os valores levados a crédito na conta corrente mantida junto ao Banco Bradesco S/A — Ag. Dracena SP pela Draálcool. Cumpre observar que não foram apresentadas durante a fiscalização, nem na fase impugnatória, notas fiscais de prestação de serviços efetuados pela impugnante, referentes a esse período. Tampouco foi apresentado contrato de representação comercial com a "Global Petróleo S.A.". A contribuinte, com o intuito de comprovar o alegado, apresentou faturas que teriam sido emitidas pela "representada" contra os clientes (postos), documentos que normalmente são destinados aos sacados, e cópias de depósitos bancários. Esses documentos, por si só, não podem ser considerados hábeis e idôneos, se desacompanhados de outros que lhe dêem validade, que possam confirmar que se trata de operações entre a "Global Petróleo S.A." e os diversos postos de venda de combustível. Até porque não se constatou, em momento algum, que a contribuinte tenha prestado contas à "representada” de suas operações por conta desta. Assim, somente com base nos documentos apresentados não se pode inferir que tenha havido contratação da prestação de serviços da autuada, mesmo que de forma verbal, inexistindo o bis in idem alegado. Com base nestes argumentos, concluo que foi correta a presente autuação, ao considerar que os valores contabilizados na conta “Adiantamento por Conta de Clientes”, no Fl. 8DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA Processo nº 10835.000430/200666 Acórdão n.º 140100.662 S1C4T1 Fl. 291 9 primeiro trimestre de 2001, efetivamente se referiam a operações por conta própria da contribuinte e não a operações de representação comercial, por conta e ordem de terceiros. Nestes termos, cosidero que em relação a este tema o acórdão recorrido nçao merede quaisquer reparos. Percentual de presunção do lucro Em relação a este tema, a Recorrente sustenta que, na apuração da base de cálculo do imposto, deveria ser utilizado o percentual de 1,6%, e não de 8%, pelo fato de se tratar de revenda de combustível, nos termos do art. 15 da Lei n° 9.249, de 1995. Não assiste razão à Recorrente. Para comprovar este fato, basta analisar o inteiro teor da norma legal referida pela Recorrente (grifado): Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita brufa auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995. 1° Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: 1 um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; Como facilmente se percebe, o percentual de 1,6% somente é aplicável às receitas decorrentes da revenda de combustíveis no comércio varejista (ou seja, revenda para consumo). Em outras palavras: somente os postos de gasolina podem utilizar o aludido percentual de 1,6% sobre a receita bruta, para fins de apuração do luvro presumido. No caso dos autos, existem fortes evidências de que a venda de combustível se deu para outras pessoas jurídicas, que não se caracterizam como consumidor final. Inexistindo nos autos qualquer indício de que a revenda tenha sido destinada diretamente ao consumidor, não há de se cogitar da aplicação do percentual pretendido pela Recorrente. Portanto, também em relação a este tema o acórdão recorrido merece ser mantido. Lançamento decorrente Uma vez constatada a procedência do lançamento referente ao IRPJ, com base na constatação de omissão de receitas, idêntico tratamento deve ser dispensado ao lançamento decorrente da CSLL, por conta da íntima relação de causa e efeito existente entre os mesmos. Sobre o tema, convém transcrever o disposto no art. 24 da Lei n° 9.249/95, verbis: Fl. 9DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 10 Art. 24 Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. 1° No caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado, não sendo possível a identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela a que corresponder o percentual mais elevado. § 2° O valor da receita omitida será considerado na determinação da base de cálculo para o lançamento da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para a seguridade social COFINS e da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP. (grifado) Conclusão Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Fl. 10DF CARF MF Impresso em 17/08/2012 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 1 1/07/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA
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Numero do processo: 10880.940319/2009-10
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Nov 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008
IPI. DIREITO CREDITÓRIO. CERTEZA E LIQUIDEZ.
A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito.
RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INSUFICIENTE.
Estando o valor do direito creditório disponível para compensação na data da transmissão do PER/DCOMP corretamente demonstrado nos anexos ao despacho decisório e, posteriormente explicitado, de forma inclusive didática, no voto condutor do acórdão recorrido; e, constatado que os documentos acostados ao recurso voluntário são exatamente aqueles em que fundamentou a autoridade fiscal que concluiu pela existência apenas parcial de saldo credor de IPI informado pelo contribuinte, bem assim os juntados na manifestação de inconformidade, não há como prevalecer a pretensão recursal quanto a existência de saldo credor de IPI suficiente para compensar os débitos declarados a título de PIS/Pasep e/ou Cofins.
Numero da decisão: 3001-000.032
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 IPI. DIREITO CREDITÓRIO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INSUFICIENTE. Estando o valor do direito creditório disponível para compensação na data da transmissão do PER/DCOMP corretamente demonstrado nos anexos ao despacho decisório e, posteriormente explicitado, de forma inclusive didática, no voto condutor do acórdão recorrido; e, constatado que os documentos acostados ao recurso voluntário são exatamente aqueles em que fundamentou a autoridade fiscal que concluiu pela existência apenas parcial de saldo credor de IPI informado pelo contribuinte, bem assim os juntados na manifestação de inconformidade, não há como prevalecer a pretensão recursal quanto a existência de saldo credor de IPI suficiente para compensar os débitos declarados a título de PIS/Pasep e/ou Cofins. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 94 03 19 /2 00 9- 10 Fl. 196DF CARF MF 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário (fls. 82 a 194) interposto contra o Acórdão 11 40.633, da 6ª Turma Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife/PE DRJ/REC (fls. 74 a 79), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo recorrente (fls. 25 a 30), mantendo, por conseguinte, a decisão exarada pela autoridade administrativa na repartição de origem. Do Pedido de Ressarcimento O requerente, por meio dos "Pedido de Ressarcimento ou Restituição / Declaração de Compensação" PER/DCOMP 39262.71941.191008.1.5.013723, retificado pelo PER/DCOMP 11585.03017.181008.1.1.014039, transmitido em 19.10.2008, e o PER/DCOMP 07128.75878.191108.1.3.019676, data de criação em 20.10.2008, solicitou o ressarcimento do IPI, referente ao 3º trimestrecalendário do ano de 2008, para compensar com débitos da COFINS Não Cumulativa, referente ao período de apuração de 10/2008, com vencimento em 19.11.2008 (fls. 02 a 18). Do Despacho Decisório Em face do referido pedido, foi exarado o despacho decisório Número de Rastreamento 850214907 (fls. 20 a 25): (...) 3FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL Analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP e período de apuração acima identificados, constatouse o seguinte: Valor do crédito solicitado/utilizado: R$ 14.590,11 Valor do crédito reconhecido: R$ 10.123,29 0 valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão do(s) seguinte(s) motivo(s): Constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado. O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual: HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP 07128.75878.191108.1.3.019676 Não ha valor a ser restituído/ressarcido para o(s) pedido(s) de restituição/ressarcimento apresentado(s) no(s) PER/DCOMP: 39262.71941.191008.1.5.013723 Valor devedor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 30/10/2009. Fl. 197DF CARF MF Processo nº 10880.940319/200910 Acórdão n.º 3001000.032 S3C0T1 Fl. 197 3 PRINCIPAL MULTA JUROS 4.466,82 I 893,36 426,13 Para informações complementares da análise de crédito, identificação dos PER/DCOMP objeto da análise, detalhamento da compensação efetuada, verificação de valores devedores e emissão de DARF, consultar www.receita.fazenda.gov.br , opção Empresa ou Cidadão, Todos os Serviços, assunto "Restituição...Compensação", Item PER/DCOMP, Despacho Decisório. Enquadramento Legal: Art. 11 da Lei nº 9.779/99; art. 164, inciso I, do Decreto nº 4.544/2002 (RIPI). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (...) Da Manifestação de Inconformidade Diante da decisão supra, o contribuinte apresentou, em 04.12.2009, manifestação de inconformidade para aduzir, em apertada síntese, que o valor do crédito acumulado no trimestrecalendário em questão é suficiente para atender à compensação declarada e, por conseguinte, para autorizar a homologação pelo órgão fazendário (RFB). Junta os seguintes documentos (fls. 31 a 71): (1) alteração e consolidação contratual da sociedade; (2) instrumento de procuração outorgada pelo sócio da sociedade; (3) cédula de identidade de estrangeiro do sócio da sociedade; (4) identidade do procurador; despacho decisório; (5) pedido de ressarcimento; (6) declaração de compensação; e (7) registro de apuração de IPI. Por considerar que existe o crédito no montante informado, invoca a improcedência do indeferimento de seu pleito, razão pela qual requereu a homologação da compensação declarada em PER/DCOMP. Da Decisão de 1ª Instância Sobreveio a decisão contida no voto condutor do acórdão vergastado, exarado pela 6ª Turma da DRJ/REC, da Sessão realizada de 24 de abril de 2013, que por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo a decisão proferida pela autoridade administrativa na repartição de origem, cuja ementa transcrevo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INSUFICIENTE. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. O valor do direito creditório disponível para compensação na data da transmissão do PER/DCOMP em foco foi corretamente demonstrado nos anexos ao despacho decisório. A alegação de que o saldo credor referenciado seria superior ao valor reconhecido pela RFB não pode ser sustentada pelo teor da Fl. 198DF CARF MF 4 manifestação de inconformidade e documentos anexos. Mantém se a decisão exarada pela repartição fiscal de origem. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do Recurso Voluntário Irresignado ainda com o feito, o requerente interpôs recurso voluntário, que veio a reprisar, em suma, os mesmos argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Os trechos a seguir transcritos confirmam essa identidade, vejamos: (...) Trata o caso em tela da hipótese de créditos escriturais de IPI relativos a aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados diretamente com o produto final comprovados através dos documentos anexos (Registro de Apuração do IPI) relativo ao período apurado do crédito compensado. Apesar do constante no despacho decisório referente ao presente processo, verificase dos documentos anexados (Registro de Apuração de IPI) demonstram haver créditos acumulados suficientes para fazer frente aos débitos compensados. Os créditos estão registrados no livro de apuração do IPI conforme se verifica dos documentos juntados. (LIVRO_REGISTRO_APURACAO_IPI) No entanto, a autoridade administrativa fiscal constatou que, até a data da apresentação do PER/DCOMP em tela, a interessada já utilizara parcialmente, na sua escrita fiscal, o saldo credor passível de ressarcimento relativo ao trimestre especificado no PER/DCOMP, utilizando o para quitar outros débitos em períodos mensais subseqüentes ao trimestre referenciado no PER/DCOMP. Assim, o Despacho Decisório recorrido apontou o crédito remanescente reconhecido em valor insuficiente para compensar integralmente os débitos declarados e, por isso, foi homologada apenas parcialmente a compensação declarada no PER/DCOMP. A razão não merece acolhimento à alegação supra. (...) O valor passível de ressarcimento no trimestrecalendário em tela foi gerado após abatimento dos débitos do IPI mensal e suficiente para compensar devidamente, os débitos das Contribuições Sociais do PIS e da COFINS até a data de transmissão do PER/DCOMP como se comprovará a seguir. (...) Em relação ao apontamento feito pelo Ilustre Agente Fiscal de Rendas que, a utilização se daria também por transmissão de outras compensações via PER/DCOMP em meses posterior a data efetivada da primeira compensação, não deve prosperar, haja vista a documentação digital comprobatória juntada que demonstra claramente que a recorrente somente efetivou Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10880.940319/200910 Acórdão n.º 3001000.032 S3C0T1 Fl. 198 5 compensação até o mês 11/2008 nada mais do que isto!! Arquivo magnético (DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA) (...) Não obstante, a fim de se comprovar que o saldo credor passível de ressarcimento apurado no segundo trimestre de 2008 não foi utilizado na escrituração fiscal e tão pouco em outros PER/DCOMP, mas devidamente estornado (folhas de número 46 e 50 do LRAIPI) nos meses de 10/08 e 11/08 o montante de R$ 78.647,67, solicitado na data de transmissão. (...) A empresa contribuinte apurou saldo credor de IPI acumulado no trimestre calendário conforme artigo 11 da Lei 9.779/99 e IN SRF 33/99. (...) Assim, no presente caso houve total obediência à regras da lei n. 9.779/99 e à Instrução Normativa 33/99 eis que os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) havidos no trimestre calendário e que foram escriturados na forma da legislação específica e que diante disto foram utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos fiscais compensados em PER/DCOMP. Apenas para frisar, como pode ser verificado do Registro de Apuração de IPI anexo, ao final do trimestrecalendário, foram verificados créditos do IPI passíveis de ressarcimento, assim, requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento mediante utilização do "Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI" anexo e utilizouos para compensação de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Os créditos estão registrados no livro de apuração do IPI conforme se verifica dos documentos juntados. (LIVRO_REGISTRO_APURACAO_IPI) (...) III. DO PEDIDO À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do indeferimento de seu pleito, requer que seja acolhida o presente recurso voluntário com a homologação da compensação declarada em PER/DCOMP diante da existência de crédito. DOCUMENTOS JUNTADOS 1. DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA 2. LIVRO_REGISTRO_APURACAO_IPI 3. PEDIDO RESTITUICAO RESSARCIMENTO 001 Fl. 200DF CARF MF 6 4. PEDIDO RESTITUICAO RESSARCIMENTO 002 Relativamente ao "Livro Registro de Apuração do IPI Modelo P8", foram juntados os registros de apuração referentes aos meses de abril de 2006 a dezembro de 2008. Quanto aos Recibos de Entrega das Declarações de Compensação DComp, foram juntadas a (1) Declaração 29906.25423.201008.1.3.016730, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de PIS/PASEP, no valor de R$ 6.127,34 (transmitida em 20.10.2008); (2) Declaração 4062.81245.201008.1.3.014018, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de PIS/Pasep e Cofins, no valor de R$ 7.436,32 (transmitida em 20.10.2008); (3) Declaração 16309.44189.201008.1.3.011581, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 6.297,66 (transmitida em 20.10.2008); (4) Declaração 0953.36888.201008.1.3.012055, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 5.773,61 (transmitida em 20.10.2008); (5) Declaração 2424.37807.201008.1.3.014403, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 5.109,02 (transmitida em 20.10.2008); (6) Declaração 13546.42469.201008.1.3.014828, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 7.899,30 (transmitida em 20.10.2008); (7) Declaração 22095.33340.201008.1.3.010740, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 5.535,00 (transmitida em 20.10.2008); (8) Declaração 26453.16454.201008.1.3.016206, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 507,35 (transmitida em 20.10.2008); (9) Declaração 30382.01631.191108.1.3.01 9490, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de PIS/Pasep e Cofins, no valor de R$ 6.456.48 (transmitida em data não legível); (10) Declaração 00922.87519.191108.1.3.012145, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 12.735,48 (transmitida em 19.11.2008); e (11) Declaração 07128.75878.191108.1.3.019676, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 14.590,11 (transmitida em 19.11.2008). Em relação aos Recibos de Entrega dos Pedidos de Ressarcimento PER, foram juntados o (1) Pedido 40793.65653.181008.1.1.010177, retificado pelo Pedido 02087.88403.191008.1.5.012729, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 7.436,32 (transmitido em 19.10.2008); (2) Pedido 14101.10637.181008.1.1.016573, retificado pelo Pedido 01015.60880.191008.1.5.014520, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 6.297,66 (transmitido em 19.10.2008); (3) Pedido 31610.50773.181008.1.1.015430, retificado pelo Pedido 07594.62437.191008.1.5.017247, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 5.773,61 (transmitido em 19.10.2008); (4) Pedido 28558.73480.181008.1.1.012411, retificado pelo Pedido 09663.67026.191008.1.5.010729, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 5.109,02 (transmitido em 19.10.2008); (5) Pedido 42631.47982.181008.1.1.01 5240, retificado pelo Pedido 04878.82484.191008.1.5.018809, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 7.899,30 (transmitido em 19.10.2008); (6) Pedido 29431.70429.181008.1.1.011607, retificado pelo Pedido 25281.11300.191008.1.5.012741, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 5.535,00 (transmitido em 19.10.2008); (7) Pedido 30183.98453.181008.1.1.016717, retificado pelo Pedido 36170.63409.191008.1.5.01 3443, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 6.963,83 (transmitido em 19.10.2008); (8) Pedido 11173.65519.181008.1.1.013415, retificado pelo Pedido 01285.25079.191008.1.5.011313, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 12.735,48 (transmitido em 19.10.2008); e (9) Pedido 1585.03017.181008.1.1.014039, retificado pelo Pedido 39262.71941.191008.1.5.013723, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 14.590,11 (transmitido em 19.10.2008). Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10880.940319/200910 Acórdão n.º 3001000.032 S3C0T1 Fl. 199 7 É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da Admissibilidade O recurso voluntário, conforme se depreende do carimbo aposto na petição em análise, foi protocolado na CAC/Paulista, em 20.06.2013 (quintafeira). A ciência da decisão de 1º (primeiro) grau, conforme carimbo aposto no Aviso de Recebimento "AR" CDD Veleiro São Paulo SPM (fl. 81), ocorreu em 27.05.2013 (segundafeira). Portanto, nos termos do artigo 73 do Decreto 7.574 de 29.09.2011, combinado com o artigo 33 do Decreto 70.235 de 06.03.1972, é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação; de modo que conheço da peça recursal. Prolegômeno O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelos parágrafos 1º e 2º do artigo 47 do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343 de 09.06.2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3001000.033 de 27 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10880.940320/200936, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3001000.033): "Do Mérito Em face da manutenção integral dos fundamentos do despacho decisório, efetuada pela 6ª Turma da DRJREC, quando da prolação do acórdão recorrido, o litígio posto à apreciação desta Turma de Julgamento, restringese em se determinar se os elementos de prova coligidos aos autos, com a apresentação do recurso voluntário, são hábeis e suficientes para infirmar a conclusão contida no voto condutor do acórdão vergastado, que referendou a decisão exarada pela autoridade administrativa na repartição de origem, ocasião em que homologou parcialmente a compensação declarada através do PER/DCOMP especificado, e com isto, reconhecer o direito creditório alegado pelo recorrente, confirmando a existência do saldo credor de IPI requerido, com relação ao trimestre/ano indicado no PER/DCOMP, utilizado para quitar débitos de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. É inconteste que a presente contenda não se refere a uma possível discussão sobre a natureza do crédito de IPI, relativo a aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados ao produto final. Da mesma forma, não está se discutindo se o recorrente apurou saldo credor de IPI em desconformidade com a legislação de regência aplicável ao caso sob exame, notadamente as gravadas no artigo 11 da Lei 9.779 de 19.01.1999 e IN/SRF 33 de 04.03.1999. Fl. 202DF CARF MF 8 Posto que em nenhum momento discutiuse o direito ao aproveitamento de saldo credor de IPI, que resultou de aquisições de matériaprima, materiais intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização. A celeuma está em saber se, com as informações disponíveis nos sistemas de controle da RFB, complementadas com a documentação apresentada pelo recorrente, o saldo credor do IPI, referente ao trimestre informado, é no montante indicado no PER/DCOMP transmitido na data da compensação pretendida ou se parte deste saldo já fora utilizado na compensação de outros débitos, por meio de outros PER/DCOMP, em meses subseqüentes ao trimestre em que foi apurado o saldo credor considerado. Já se viu que a documentação coligida aos autos neste momento processual é a mesma que havia sido apresentada nas fases inquisitorial e recursal antecedentes. Neste sentido, valhome da instrutiva análise contida no voto condutor do acórdão recorrido, o qual, desde já peço licença para reproduzir alguns trechos, para evidenciar que a interpretação dada pelo recorrente, quanto ao suposto saldo credor não se sustenta, vejamos o que importa destacar: (...) O despacho decisório recorrido e seus anexos explicitam a conclusão obtida a partir da análise fiscal procedida. Explicita se naqueles anexos ao despacho decisório, que o valor do remanescente saldo credor referenciado ao trimestre especificado no PER/DCOMP, efetivamente disponível para ressarcimento ou compensação é em valor inferior ao pretendido, identificando ambos os valores. Ao contrário do que alega a d. manifestante, a razão para a conclusão da autoridade fiscal foi devidamente explicitada nos anexos ao despacho decisório, tudo cientificado à interessada. Os anexos ao despacho decisório se formam a partir de um extrato do “Sistema de Controle de Créditos (SCC) PER/DCOMP Despacho Decisório Análise de Crédito”, o qual foi desdobrado nos seguintes quatro (04) demonstrativos: (1º) Demonstrativo de Créditos e Débitos (Ressarcimento de IPI), (...); (2º) Demonstrativo de Apuração do Saldo Credor Ressarcível, (...); (3º) Demonstrativo de Apuração após o período do ressarcimento. (...) (4º) Demonstrativo do Crédito Reconhecido para cada PER/DCOMP (...). No caso concreto, foi plenamente garantido o exercício do contraditório e da ampla defesa. Ademais, os fundamentos utilizados pela fiscalização, que serviram de base ao despacho decisório recorrido, foram devidamente cientificados ao contribuinte, conforme documentos anexos, e estão consoantes com o entendimento oficial. No entanto, a interessada, ora manifestante, apesar de alegar possuir crédito suficiente para a compensação pretendida, não Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10880.940319/200910 Acórdão n.º 3001000.032 S3C0T1 Fl. 200 9 foi capaz de contraditar a informação fiscal de que houve compensação de outros débitos, atestados em outros PER/DCOMP relacionados no terceiro demonstrativo dentre os anexados ao despacho decisório, fatos que determinaram a redução do saldo credor ressarcível referente ao trimestre referenciado no PER/DCOMP. (...) O despacho decisório, cuja conclusão foi corroborada pelo voto condutor do acórdão recorrido, teve como fundamento as informações prestadas pela própria empresa. Com referência ao crédito e compensação já parcialmente negados, não há mais espontaneidade da empresa, o que não dispensa a apresentação das declarações com as informações que entende corretas. A manifestação de inconformidade (primeiro) e o recurso voluntário (por fim) era a oportunidade para a empresa fornecer a devida comprovação do direito creditório e/ou do erro em que se fundou a declaração transmitida. O artigo 170 do CTN (Lei 5.172 de 25.10.1966) fixa pressuposto nuclear a ser atendido pelo contribuinte a fim de que possa ser corroborada a compensação pela Fazenda Nacional: que seus créditos estejam revestidos de liquidez e certeza. As alegações devem ser comprovadas com documentos hábeis e suficientes, nos termos dos artigos 15 e 16 do Decreto 70.235 de 06.03.1972 (aplicável tanto a impugnação e a manifestação de inconformidade, quanto a recurso, por força dos §§ 9º a 11 do artigo 74 da Lei 9.430 de 27.12.1996), cabendo ao interessado apresentar as provas necessárias para confirmar sua defesa: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/93). Para o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional, nos termos em que pretendido pelo interessado, necessário que demonstrasse que sua escrita contábilfiscal infirmasse a conclusão contida no acórdão recorrido, na medida em que não representasse a expressão a verdade. No entanto, no presente processo, nenhuma prova nova, que comprovasse o montante do saldo credor de IPI, para fins do ressarcimento pretendido, foi apresentada. Noutros termos, a documentação acostada ao presente recurso é a mesma que instruiu a declaração transmitida eletronicamente e a manifestação de inconformidade, qual seja o "LIVRO REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI MODELO P8", cujos registros não Fl. 204DF CARF MF 10 contradizem as informações contidas no “Sistema de Controle de Créditos (SCC) PER/DCOMP Despacho Decisório Análise de Crédito”. Não se pode acolher a argumentação de que o saldo credor de IPI requerido, com relação ao trimestre/ano indicado no PER/DCOMP, foi suficiente para quitar débitos de tributos administrados pela RFB, conforme pretende o interessado. Não é possível reconhecer o direito se o contribuinte não traz documentação fidedigna apta a provar o direito alegado, pois é ônus exclusivo deste, provar o que alega, nos termos do artigo 373, do Código de Processo Civil CPC/2015 (Lei 13.105 de 16.03.2015.), abaixo transcrito: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I recair sobre direito indisponível da parte; II tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. Quanto à decisão recorrida, só seria cabível a sua reforma em julgamento com a comprovação taxativa e incontestável do erro em que se fundou a declaração original e do indébito apurado, o que, como exaustivamente evidenciado, não é o caso dos presentes autos. Da Conclusão Por todo o exposto, conheço do recurso voluntário e negolhe provimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos parágrafos 1º e 2º do artigo 47 do Anexo II do RICARF (Portaria MF 343 de 09.06.2015), nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10880.940319/200910 Acórdão n.º 3001000.032 S3C0T1 Fl. 201 11 Fl. 206DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.002696/2009-58
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jan 22 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1001-000.210
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente) e José Roberto Adelino da Silva
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente) e José Roberto Adelino da Silva Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 26 96 /2 00 9- 58 Fl. 38DF CARF MF 2 Trata o presente processo de indeferimento de pedido de inclusão no Simples Nacional para o anocalendário de 2008.em decorrência de ausência de opção, por meio da internet, de empresa que não tenha migrado, automaticamente, para o Simples Nacional, consoante o seguinte despacho decisório, o qual reproduzo posto que toda a normatização foi analisada, com profundidade: DESPACHO DECISÓRIO DRF/SOR SECA T n." 999/2010 RELATÓRIO 1. Tratase de pedido protocolizado em 06/11/2009, de inclusão retroativa no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional. 2. A interessada apresenta o Pedido de Inclusão no Simples Nacional na Situação Outras: "SOLICITAÇÃO DE OPÇÃO PARA O SIMPLES NACIONAL". Apresenta como razões do pedido, que a empresa teve início de suas atividades em 13/05/2008 com CNAE permitido pela legislação do Simples Nacional, possuindo recolhimento através do DAS a partir do início de suas atividades, pede se ao final, a inclusão de optante a partir da data do início de suas atividades, ou seja, para o ano calendário de 2008, a fls. 01. 3. De acordo com as pesquisas no sistema informatizado do SIMPLES NACIONAL, verificase que interessada solicitou a opção pelo Simples Nacional em 05/01/2009, na Situação: "Deferida", Número do Período no Simples Nacional 3411830, Data Efeito 01/01/2009, e "Ingresso no Simples Nacional por Opção do Contribuinte", conforme Consulta Histórico da Empresa no Simples Nacional, a fls. 11/14. 4. A DRF/SOROCABA (SP), efetuou Consultas ao Banco Suporte Web, a primeira, de n° 03640/2009, relata que justificada a impossibilidade, que mesmo não havendo emissão do Termo de Indeferimento, cabe recurso a Prefeitura que de posse do Processo Administrativo colocar a empresa no Simples Nacional, já que ela tem todos os elementos do "erro de fato". 5. A segunda, de n° 02553/10, apresentou esta resposta: "A RFB não foi responsável pelo deferimento da última inscrição, portanto não cabe revêlo de oficio. Se o erro foi na contagem dos 180 dias da data de inscrição constante no CNPJ aí sim caberia à RFB rever de ofício." 6. No Pedido n° 04519/2010 a resposta é que " a análise da solicitação do contribuinte poderá ser feita pelo ente federativo que promoveu a última inscrição e, caso o pedido seja deferido pelo ente, seja enviado ofício a RFB Fl. 39DF CARF MF Processo nº 10855.002696/200958 Acórdão n.º 1001000.210 S1C0T1 Fl. 3 3 com os documentos necessários, para que se proceda o registro da inclusão de ofício no sistema". 1, O último, n° 05455/2010, é quanto a mensagem colhida pelo contribuinte no Portal do Simples Nacional, com a resposta: "E uma solicitação de opção apresentada intempestivamente. Somente são analisadas e deferidas ou indeferidas com emissão de Termo — as opções apresentadas tempestivamente", referindo o questionamento sobre a legislação u(erro de direito"). 8 . A descrição do objeto (atividade econômica) do requerente de acordo com o Requerimento de Empresário, registro JUCESP n° 35123283620, em 13/05/2008 é Fornecimento de Alimentos Preparados Preponderantemente para Consumo Domiciliar Disk Pizza/Rotisseri, sua CNAE Fiscal 56.201/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar e sua Natureza Jurídica Empresário (Individual), Código 2135, a fls. 03 e 08. 9 . Tratase de Pedido de Inclusão Retroativa no Simples Nacional, com a data da abertura constante do CNPJ, ou seja, 13/05/2008 (05/2008), nos termos do art. 7o , § 3 oInciso I, c/c a letra "b" dos Incisos V e VI, assim deverá ser admitido. FUNDAMENTAÇÃO \ • 10. Quanto à observância dos prazos de opção, que a legislação pertinente ao Simples Nacional trata sobre ditos prazos para formalização de opção de empresa em inicio de atividades, encontrase no art. 7o , § 6o, da Resolução CGSN n° 4, de 30 de maio de 2007, que merece ser visto, confrontandose com os §§ I o e 3o , inciso I, do mesmo artigo e Resolução: Art. 7o A opção pelo Simples Nacional darseá por meio da internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. § 1° A opção de que trata o caput deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 3odeste artigo e observado o disposto no § 3°do art. 21. § 3°No caso de início de atividade da ME ou EPP no ano calendário da opção, deverá ser observado o seguinte: I a ME ou a EPP, após efetuar a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica(CNPJ), bem como obter a sua inscrição municipal e estadual, caso exigíveis, terá o prazo Fl. 40DF CARF MF 4 de até 30 (trinta) dias, contados do último deferimento de inscrição, para efetuar a opção pelo Simples Nacional; (Redação dada pela Resolução CGSN n" 41, de 1 ode setembro de 2008) (Vide art. 2o da Resolução CGSN n° 41, de Iode setembro de 2008 Vigência 01/09/2008 Efeitos a partir de 01/01/2009)". (destacouse) (...) § 6° A ME ou a EPP não poderá efetuar a opção pelo Simples Nacional na condição de empresa em início de atividade depois de decorridos 180 (cento e oitenta) dias da data de abertura constante do CNPJ, observados os demais requisitos previstos no inciso 1 do § 3° deste artigo. (Redação dada pela Resolução CGSN n° 29, de 21 de janeiro de 2008) (destacouse). 11. Conforme dispõe a Resolução CGSN n° 4, de 30/05/2007, após efetuar a inscrição no CNPJ, bem como obter as suas inscrições Estadual e Municipal, caso exigíveis, a partir de 01/01/2009, a ME ou a EPP terá o prazo de até 30 (trinta) dias, e até 31/12/2008. este prazo era de 10 (dez) dias contado do último deferimento de inscrição, para efetuar a opção pelo Simples Nacional, desde que não tenham decorridos 180 (cento e oitenta) dias da inscrição no CNPJ. Após esse prazo, a opção somente será possível no mês de janeiro do anocalendário seguinte. 12. Em pesquisa no sistema CNPJ, verificase a data de abertura da empresa em 13/05/2008 (05/2008). a fls. 08, e de acordo com a Inscrição Municipal n" 302956, na Prefeitura Municipal de Sorocaba, a fls. 05, data do último deferimento, providenciou seu cadastro em 30/06/2008 (Data da Abertura), assim sendo, destacando o último dia, a data de 30/07/2008. na forma estabelecida no art. 7 o § 3 o Inciso I, da Resolução CGSN n° 04, de 30 de maio de 2007, como pessoa jurídica em início de atividade para solicitação da opção, via internet, no Portal do Simples Nacional. 13. Todavia, entende o requerente, que merece tratamento de empresa em início de atividade, previsto no art. 7o § 3o Inciso I e Alínea "b " dos Incisos V e VI c/c o § 6o, da Resolução CGSN n° 04, de 30 de maio de 2007, considerando os recolhimentos através do DAS a partir do início de suas atividades, ficando evidente, o erro ocorrido, ao ser permitido o cálculo e recolhimentos efetuados pelo sistema diferenciado de tributação. 14. Cumpre registrar, que o Contribuinte solicitou o ingresso no Simples Nacional em 05/01/2009, na Situação da Solicitação: "Solicitações deferidas imediatamente (sem problemas cadastrais e fiscais)", gerada a Opção 3411830, desde 01/01/2009, e mesmo antes de protocolar o presente Fl. 41DF CARF MF Processo nº 10855.002696/200958 Acórdão n.º 1001000.210 S1C0T1 Fl. 4 5 procedimento em 06/11/2009, conseguiu efetuar pagamento na modalidade de tributação Simples Nacional, mesmo sem ter formalizado a devida opção, conforme demonstra o total dos DAS pagos na DASN Ano Calendário 2008, a fls. 09. 15. Outrossim, notase que o Contribuinte intenta concreta conduta no sentido de se ver vinculado no sistema de tributação simplificado, efetuando recolhimentos na modalidade Simples Nacional e admitidos desde a primeira competência em que teve faturamento, ou seja, 06/2008, daí decorre o conflito da normatização da legislação atinente a matéria em discussão, cabendo a DRJ, decidir sobre o pedido e a matéria tratada neste processo fiscal. 16. Nos moldes do presente procedimento fiscal, restaria inequívoco o desrespeito da previsão legal, preceituada na Resolução CGSN n° 04, de 30 de maio de 2007, art. 7o , § 3o , inciso I (dez dias), c/c § 6o (cento e oitenta dias), todavia as DRF's não tem a competência para decidir sobre a presente questão. 17. O questionamento tratado neste procedimento fiscal envolve "erro de direito", sobre a normatização da matéria, pelo CGSN, e somente as DRJ'S DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE JULGAMENTO têm competência de decisão sobre a matéria. Nesse sentido, o subitem 1.5.4, da Nota Técnica n° 01, de 22 de Outubro de 2007, anexa ao INFORMATIVO/COTEC/SIMPLESNACIONAL N° 43/2007. 18. Finalmente, o requerente fica devidamente cientificado, através da presente decisão que deverá cancelar a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), referente ao período 01/05/2008 a 31/12/2008, Recibo de Entrega n° 02.07.09119.00762152. Autenticação 09140.56461.39706.92500, transmitida em 29/04/2010, procedendo a regularização das obrigações fiscais e tributárias, advindas deste cancelamento, sujeitandose na falta, as penalidades legalmente previstas, no caso de não haver manifestação de inconformidadepara a DRJ/Ribeirão Preto. 19. Referida regularização do período 13/05/2008 a 31/12/2008, não pode ocorrer antes do término do presente procedimento fiscal, implicando em desistência indireta do pedido, qualquer alteração que porventura venha a ser feita, nesse sentido. Fl. 42DF CARF MF 6 20. Ante todo o exposto, proponho seja INDEFERIDO o pedido da empresa, de inclusão retroativa no SIMPLES NACIONAL com efeito retroativo a data constante no cadastro CNPJ, em 13/05/2008, observada a previsão contida no § 3 o Inciso I c/c alínea "b" dos Incisos V e VI, do art. 7o da Resolução CGSN n° 004, de 30 de maio de 2007. Proponho ainda, abertura de prazo para impugnação, caso a empresa não concorde com a presente decisão, pela falta de previsão legal para emissão do competente Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, considerando a entrega da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), no dia 29/04/2009, a fls. 09, e os recolhimentos vertidos pelo regime de tributação simplificado, antes de ser protocolado o presente procedimento fiscal. A, ora recorrente, apresentou impugnação à DRJ, que proferiu o seguinte acórdão: Vistos, relatados e discutidos ou autos do presente processo, ACORDAM os julgadores da 2ª Turma da DRJ/BELÉM, por unanimidade, DECLARAR A MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE COMO IMPROCEDENTE nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Cientifiquese a interessada, ressalvandolhe o direito à interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais no prazo de trinta dias, conforme facultado pelo art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei n.º 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei 10.522, de 19 de julho de 2002. Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade e, portanto, dele eu conheço. A recorrente não trouxe fatos novos, em seu recurso voluntário, limitandose a repetir os termos de sua impugnação. A DRJ analisou os fatos e proferiu a seguinte decisão: Do Mérito 7. Analisando os documentos acostados ao processo fls 3, 5, 6, 12, 16 a 19, verificouse que não assiste razão ao sujeito passivo, tendo em vista que não observou para o Fl. 43DF CARF MF Processo nº 10855.002696/200958 Acórdão n.º 1001000.210 S1C0T1 Fl. 5 7 anocalendário de 2008, o prazo previsto na legislação de regência do Simples Nacional, que aqui deixa de ser transcrita, tendo em vista que já foi devidamente explicitada nas fls 16 a 19, com o que concordamos por descrever corretamente as exigências da Lei Complementar nº 123/2006, e legislações complementares. Conclusão 8. Diante do exposto, encaminho o meu voto no sentido de considerar IMPROCEDENTE a Manifestação de Inconformidade, de modo que a requerente não possa ser tributada pelo Simples Nacional, no anocalendário de 2008. Portanto, nada há a acrescentar a decisão proferida no despacho decisório e pela DRJ . Assim, nego provimento ao presente Recurso Voluntário, sem crédito tributário em litígio. É como voto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 44DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10320.902761/2009-85
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008
IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO. MEIO DE PROVA. EFETIVA OPERAÇÃO. APRESENTAÇÃO TARDIA E INSUFICIENTE.
O meio apto para a legitimação da tomada do crédito é aquele que comprova a efetiva operação, ou seja, a verdadeira aquisição do material de embalagem, produto intermediário e/ou matéria prima. Os comprovantes de pagamento e de transporte são documentos hábeis para tanto, contudo, devem ser apresentados na manifestação de inconformidade.
Numero da decisão: 3001-000.080
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Cássio Schappo, que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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RESSARCIMENTO. CRÉDITO. MEIO DE PROVA. EFETIVA OPERAÇÃO. APRESENTAÇÃO TARDIA E INSUFICIENTE. O meio apto para a legitimação da tomada do crédito é aquele que comprova a efetiva operação, ou seja, a verdadeira aquisição do material de embalagem, produto intermediário e/ou matéria prima. Os comprovantes de pagamento e de transporte são documentos hábeis para tanto, contudo, devem ser apresentados na manifestação de inconformidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Cássio Schappo, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 90 27 61 /2 00 9- 85 Fl. 306DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo. Relatório Despacho Decisório 952418888 O despacho decisório tratou de julgar a Perd/Competência n. 02252.46818.260908.1.1.019665, qual se referia a período de apuração do crédito referente ao 2.º Trimestre de 2008. O Valor do Crédito solicitado foi de R$ 49.737,39 e o Valor do Crédito reconhecido ficou na ordem de R$ 43.836,75. Desta forma, o Crédito reconhecido foi menor que o crédito pleiteado em razão da constatação de utilização integral ou parcial, na escrita fiscal, do saldo credor passível de ressarcimento em períodos subseqüentes ao trimestre em referência, até a data da apresentação do pedido. Neste sentido, foi homologado parcialmente a compensação declarada no Per/Dcomp 17110.79367.171209.1.3.013076 e negado o valor a ser restituído no Per/Dcomp 02252.46818.260908.1.1.019665. O Valor devedor consolidado, referente aos débitos indevidamente compensados, restaram em principal no valor de R$ 15.678,07, Multa no valor de R$ 3.135,61 e Juros no valor R$ 5.136,13. Manifestação de Inconformidade A Recorrente informa, em relato, a ocorrência de erro material no preenchimento das DCOMP. Erro de preenchimento Em breve síntese, traz aos autos que, em DCOMP anterior, sob n.º 37136.63932.261109.1.3.013054 e 17110.79637.171209.1.3.013076, foram informados débitos equivocados referentes à CSL e que, por tal erro, devem ser desconsiderados. Menciona, para tanto, o teor do Despacho Decisório 952418891, que ao analisar a DCOMP 08156.92326.261109.1.3.010358 "Portanto, em um primeiro momento, considerando a ocorrência descrita, manifestamos um erro de preenchimento do DCOMP quando declara o valor de CSL devida de R$ 38.802,65, como sendo referente ao 1.º trimestre de 2008. Tal valor, na verdade, deveria terse reportado ao 2.º trimestre de 2008, entretanto, considerando o erro configurado e, considerando ainda que o valor correto apurado naquele trimestre foi corretamente mencionado nas declarações posteriormente enviadas, deverse á de fato desconsiderar aquele valor ali declarado. Do precedente exposto, solicita o contribuinte que se considere sem efeito o valor mencionado da DCOMP 08156.92326.261109.1.3.010358 " Fl. 307DF CARF MF Processo nº 10320.902761/200985 Acórdão n.º 3001000.080 S3C0T1 Fl. 307 3 Referente à DCOMP 02855.10302.171209.1.3.016370 e 06673.61037.171209.1.3.015844 menciona a ocorrência de mesmo erro, vez que foi informado o débito de CSL no valor de R$ 11.131,42 referente ao 2.º trimestre de 2008. Acórdao DRJ/PA A manifestação de inconformidade foi julgada com a seguinte ementa: Acórdão 0123.724 3ª Turma da DRJ/BEL Sessão de 7 de dezembro de 2011 Processo 10320.902761/200985 Interessado CALORISOL DO MARANHÃO INDUSTRIA DE REFRATARIOS LTDA CNPJ/CPF 08.563.761/000163 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/03/2008 a 30/06/2008 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PROVA. O crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, como é o caso da Declaração de Compensação. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Relatório Segunda consta do Relatório da decisão da DRJ/PA, tratase de declaração de compensação transmitida em 26/09/2008 pela recorrente, na qual indicou crédito de ressarcimento de IPI do 2º trimestre de 2008, no valor de R$49.737,39. A Delegacia de origem, decidiu que: “o valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão da constatação de utilização integral ou parcial, na escrita fiscal, do saldo credor passível de ressarcimento em períodos subseqüentes ao trimestre em referência, até a data da apresentação do PER/DCOMP”. Regime Jurídico da Compensação Assim, homologou parcialmente a compensação declarada no PER/DCOMP 17110.79367.171209.1.3.013076, no valor de R$43.836,75. Fl. 308DF CARF MF 4 Inconformada com a decisão, a interessada apresentou, em 07/11/2011, manifestação de inconformidade (fls. 39/42) na qual alega, em síntese, que, por erro, os valoresconstantes nas DCOMP´s foram informados indevidamente, tendo em vista que não existia o débito dos impostos ali declarados. No Voto, admitiu a manifestação de inconformidade, e fez breve síntese sobre o instituto da Compensação. Inicialmente, trouxe o art. 49 da Medida Provisória nº 66, de 30 de agosto de 2002, convertida na Lei nº 10.637, de 31 de dezembro de 2002, ao alterar o art. 74 da Lei nº 9.430, de 30 de dezembro de 1996, atribuiu à compensação efeito extintivo do crédito tributário, mediante apresentação de declaração de compensação, sob condição resolutiva de sua ulterior homologação. Ainda, mencionou o art. 17 da MP nº 135/03, convertida na Lei nº 10.833/03, ao dar nova redação ao § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, o qual fixou prazo de cinco anos, a partir da entrega da DCOMP, para que a Receita Federal do Brasil proceda à homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo. Em seqüência, a Receita Federal, reconhece a homologação tácita das compensações que, após cinco anos da data do protocolo respectivo, não tenham sido objeto de despacho decisório. DCOMP como instrumento de Confissão de Dívida Asseverou que nos termos do art. 74, § 6º, da Lei nº 9.430/96, “a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados”. Em decorrência, o débito informado em DComp poderá tanto já haver sido constituído anteriormente, mediante DCTF, quanto poderá tratarse de “novo crédito” agora constituído pelo sujeito passivo e que, portanto, não fora objeto de confissão ou constituição anteriores. Necessidade de Documentos Hábeis e Idôneos para elidir a confissão de dívida E conclui o voto: "Logo, a desconstituição do crédito tributário nascido com a DComp dependerá de comprovação inequívoca, por meio de documentos hábeis e idôneos, de que se trata de débito inexistente. É que, para ilidir a presunção de legitimidade do crédito tributário nascido com a confissão intrínseca à DComp, não se mostra suficiente que o contribuinte limite se a alegar erros de fato, fazendose necessário que demonstre, por intermédio de documentação hábil e idônea, que a obrigação tributária principal é indevida." "não trouxe aos autos os livros fiscais e demais documentos de suporte capazes de indicar o quantum do tributo efetivamente devido, resulta notória a impossibilidade de ser acolhida sua pretensão. "Advirtase, ainda, que em sede de compensação tributária, a qual exige créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional, temse que deve restar demonstrada de forma induvidosa, por intermédio de documentação hábil e idônea, a Fl. 309DF CARF MF Processo nº 10320.902761/200985 Acórdão n.º 3001000.080 S3C0T1 Fl. 308 5 existência dos créditos alegados pelo sujeito passivo, assim como os débitos confessados. E, em se tratando de compensação oposta à Receita Federal do Brasil, o contribuinte figura como autor do pleito e, como tal, possui o ônusde prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, é o sujeito passivo que possui o encargo de apresentação de todos os documentos comprobatórios do direito invocado. "como ônus do sujeito passivo trazer aos autos administrativos, junto com sua manifestação de inconformidade, as provas hábeis a comprovar, de forma induvidosa, o seu direito, bem como sua oponibilidade, em concreto, à Administração Tributária." Recurso Voluntário Particularmente neste caso, a recorrente protocolizou documento fazendo referência ao acórdão 0123724 da 3.º Turma, prolatado em sede do processo administrativo 10320.902761/200985, sem no entanto nominálo de Recurso Voluntário, ou sequer, direcionálo ao CARF. Nesta esteira, mencionado documento não analisou os argumentos tecidos na decisão emanada pela DRJ/PA, limitandose, tão somente, a juntar os documentos que entendeu necessários à comprovação do erro de fato mencionado em sua manifestação de inconformidade. Juntou: · Notas fiscais referente a 01/03/2008 a 30/06/2008; · Livro de Registro de Entrada de 2008; · Livro de Registro de Saída de 2008 · Livro de Apuração do IPI de 2008. É o Relatório Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator Tempestividade A ciência se deu mediante a entrega de Aviso de Recebimento AR, registrado sob sódigo RM 46339080 2 BR, com data de recebimento em 2 de Abril de 2012. Já a juntada do Recurso Voluntário se deu em 26 abril. Portanto, tempestivo o Recurso. Mérito Preclusão da juntada de documentos Fl. 310DF CARF MF 6 Limitouse, tão somente, a juntar os documentos que entendeu necessários à comprovação do erro de fato mencionado em sua manifestação de inconformidade. Anexou em sede de Recurso Voluntário: · Notas fiscais referente a 01/03/2008 a 30/06/2008; · Livro de Registro de Entrada de 2008; · Livro de Registro de Saída de 2008; · Livro de Apuração do IPI de 2008. Momento da PROVA Foi apresentado, pela recorrente, em tempo hábil, ou seja, em sede de manifestação de inconformidade, cópia do Livro de Apuração de IPI. Já em sede deste Recurso Voluntário, apresentou, também, cópias das Notas Fiscais, as quais, sob entendimento da Recorrente, estariam aptas a comprovar a existência do crédito de IPI destacado na Nota, feito extemporaneamente na 2.º quinzena de março de 2004 cópia do RAIPI da 2.º quinzena de março de 2004, onde consta o crédito extemporâneo; e, por fim, apresentou, no corpo do Recurso Voluntário, memória de cálculo apresentando os créditos gerados vinculados com as respectivas notas fiscais. Seguindo o entendimento deste Conselho, relaciono abaixo o acórdão cujo teor da decisão determina o momento da apresentação da prova: Acórdão 202.15430 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PRODUÇÃO DE PROVA DOCUMENTAL PRECLUSÃO Na forma do parágrafo quarto do artigo 16 do Decreto n.º 70.235/72, a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito do impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; refirase a fato ou direito superveniente; ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. Existência do Crédito Pleiteado Pretende a Recorrente demonstrar a existência do crédito mediante constantes nas notas fiscais mas não apropriados, tendo a Recorrente solicitado sua compensação. As notas fiscais, assim como os livros, não serão analisadas em razão de seu não conhecimento por tidos como preclusos. Expôs a Recorrente que o saldo apontado em seu favor consta do Livro de Apuração de IPI, apresentado, para fins desta análise, intempestivamente. É entendimento deste Conselho que a Recorrente, a fim de aproveitar seu direito creditório, quando posto em litígio administrativo, deve assumir, plenamente, o ônus de provar a real existência do crédito. E, assumir o ônus de provar a existência do crédito, significa dizer, provar a exitência da efetiva operação. Fl. 311DF CARF MF Processo nº 10320.902761/200985 Acórdão n.º 3001000.080 S3C0T1 Fl. 309 7 Meio de Prova Apto a comprovação do Crédito Pagamento e comprovantes de transporte Após ampla pesquisa sobre os meios de prova aptos a comprovar a legitimidade da tomada de crédito, este julgador concluiu que o pagamento e comprovantes de entregas seriam os meios de prova aptos para espancar quaisquer dúvidas a respeito da realidade fática e, assim, dar efetiva concretude ao princípio da verdade material. Qualquer outro meio de prova, como notas fiscais, livros contábeis e fiscais e memoriais de cálculo, poderiam renderse a eventuais manipulações com a intenção, justamente, de esconder o real acontecido. Neste sentido, são as manifestações da jurisprudência deste Conselho: Acórdão 3402002.954 TERCEIRO INTERESSADO. PROCEDIMENTO FISCAL REGULAR. ATO DECLARATÓRIO DE BAIXA DA INSCRIÇÃO. DESNECESSIDADE. Não obstante o procedimento fiscal instaurado em face da contribuinte, motivadopelainexistênciadefatodaempresafornecedoradeseuspro dutos, a contribuinte não logrou êxito em demonstrar a efetiva realização das operações suspeitas e o correspondente pagamento, tendo sido corretas as glosas perpetradas pela fiscalização. "DA PROVA DA OPERAÇÃO" Alega a recorrente que a nota fiscal seria o documento hábil para representar a operação de compra e venda dos produtos e, logo, serve de lastro ao registro na escrituração, consoante dispõe o art.9o doDecreto lein°1.598/77, assim, a contabilização de operação de aquisição de matéria prima lastreada em nota fiscal faria prova em seu favor. No entanto, diante da ausência da comprovação da idoneidade das notas fiscais, o dispositivo citado não favorece a recorrente. Não há que se olvidar que o procedimento fiscal foi instaurado justamente para verificar se efetivamente ocorreram as aquisições da recorrente objeto das notas fiscais com fundadas suspeitas da idoneidade ,eis que a fornecedora da autuada nessas operações, na verdade, atuava com a compra e venda das próprias notas fiscais, e não das mercadorias nela descritas. Por certo,as"aquisições"objeto das notas fiscais seriam registradas corretamente na contabilidade da recorrente, pois era mesmo esse o intento da fraude para o registro dos créditos de IPI da s"aquisições". Não obstante as oportunidades oferecidas à recorrente no curso do procedimento fiscal e na impugnação,como bem explicitou a decisão recorrida, cujos trechos abaixo transcritos adoto como fundamento de decidir, nos termos do art. 50, §1° da Lei nº 9.784/99,ela não comprovou que efetivamente ocorreram as aquisições objeto das notas fiscais suspeitas: Tendo em vista que incumbiria à impugnante o ônus da prova de eventual elemento modificativo da autuação, não seria o caso de, em sede de recurso voluntário, realizar a diligência requerida para produzir a prova que a impugnante não logrou êxito em fazêlo. Fl. 312DF CARF MF 8 Há que se esclarecer que está preclusa, neste momento processual, a produção de novas provas, nos termos do art. 16, §4° do Decreto nº 70.235/72. É por ocasião da apresentação da impugnação que a recorrente deveria ter produzido a prova necessária à comprovação das suas alegações. A autoridade julgadora administrativa, a teor do art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, pode determinar, de ofício ou a requerimento do interessado, a realização de diligências ou perícias, mas somente quando entendêlas necessárias ao seu convencimento, devendo indeferir as prescindíveis ao julgamento. No entanto, as diligências e perícias não existem com o propósito de suprir o ônus da prova colocado às partes, mas sim de elucidar questões pontuais mantidas controversas mesmo em face dos documentos trazidos pela requerente. As diligências destinamse à solução de dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, à impugnante, ora recorrente. Assim, entendo que deve ser indeferido o pedido de perícia da recorrente, em conformidade com o art. 18 e 28 do Decretonº70.235/72,tendo em vista a preclusão para a produção de provas neste momento processual, bem como ao fato de que seria de sua incumbência a apresentação de provas em contraposição à pretensão fiscal, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 36 da Lei nº9.784/99. "DA AUSÊNCIA DE APURAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS MERCADORIAS ADQUIRIDAS" Somente as notas fiscais não seria suficientes para comprovar a efetiva aquisição das mercadorias, não obstante a eventual dificuldade da recorrente para produzir a prova em face do tempo decorrido, mormente quando: foram emitidas por empresa fornecedora que atuava na compra e venda de notas fiscais, não se comprovou a vinculação dos pagamentos a essas operações e não se comprovou os transportes das mercadorias correspondentes, como já esclareceu a decisão recorrida. Nesta esteira, diante da ausência de qualquer prova da efetiva existência das operações, a matéria não comporta dúvida razoável para a aplicação do art. 112 do CTN, como quer a recorrente. Além de insuficientes, portanto, as notas fiscais e os livros, são intempestivos. Os documentos hábeis a comprovar a efetiva operação seriam os comprovantes de pagamento, facilmente comprováveis pelas movimentações financeiras em conta corrente. Conclusão Ante o exposto, conheço do Recurso Voluntário e negolhe provimento. (Assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 313DF CARF MF Processo nº 10320.902761/200985 Acórdão n.º 3001000.080 S3C0T1 Fl. 310 9 Fl. 314DF CARF MF
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