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Numero do processo: 16327.720099/2013-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Aug 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO
Acolhem-se os embargos declaratórios para sanar as omissões apontadas na ementa do Acórdão do Recurso Voluntário, sem atribuição de efeitos infringentes.
Assim, a ementa relativa ao Acórdão nº 2401004.777 passa a ter a seguinte redação:
"PRELIMINAR. EXCLUSÃO DO NOME DOS SÓCIOS DO RELATÓRIO DE VÍNCULOS.
De acordo com a Súmula CARF nº 88, o fato dos sócios da empresa terem sido relacionados no relatório de vínculos não significa a caracterização da responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas, tendo finalidade meramente informativa.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. AUSÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO SINDICATO DOS SECURITÁRIOS.
Na ação declaratória (Processo nº 009612005.054.02.008) foi proferida decisão, confirmada pelo TRT da 2ª Região, assegurando a representatividade da categoria ao SIMCSP. No presente caso, caberia à fiscalização o aprofundamento da verificação quanto à representatividade da categoria pelo Sindicato dos SECURITÁRIOS, o que não foi evidenciado o motivo de tal conclusão por parte da fiscalização. O argumento sob o qual se fundamentou a acusação fiscal (ausência do Sindicato dos SECURITÁRIOS) para a desconsideração dos pagamentos de PLR foi deficiente e não deve prevalecer.
AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS DA EMPRESA NO ACORDO COLETIVO.
A Lei nº 10.102/2000 prevê duas opções para a negociação do PLR, quais sejam, comissão paritária, integrada por um representante do sindicato, ou convenção ou acordo coletivo. A acusação fiscal analisa o PLR estabelecido através de Acordo Coletivo em que os trabalhadores estão representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro CONTRAF-CUT que representa trabalhadores no ramo financeiro, sendo, portanto, parte legítima para celebrar o acordo, não havendo que se falar em contrariedade ao art. 2º da Lei de regência.
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE. NÃO OBRIGATORIEDADE DE INDICAÇÃO NO PLANO
A Lei nº 10.101/2000 não prevê a obrigatoriedade de indicar no plano fórmulas, cálculos e percentuais do índice de lucratividade a ser distribuído. A Lei exige negociação entre empresa e trabalhadores que resulte em regras claras e objetivas quanto à fixação dos critérios e mecanismos de aferição dos resultados relativos ao cumprimento do acordado, tendo as partes a liberdade para fixar os elementos e condições objetivando a fruição da PLR, sendo válida a escolha de qualquer resultado que interesse à empresa, principalmente em virtude das especificidades que devem ser sopesadas diante do caso concreto e do setor produtivo correspondente, para que a adoção de determinado critério não inviabilize a Participação de Lucros e Resultados dos empregados.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). PRAZO PARA ASSINATURA DO AJUSTE ENTRE AS PARTES. ASSINATURA DO ACORDO DURANTE O PERÍODO DE APURAÇÃO. FLEXIBILIZAÇÃO. ANÁLISE DO CASO CONCRETO.
É da essência do instituto da participação nos lucros ou resultados que a assinatura do termo de ajuste preceda os fatos que se propõe a regular, incentivando, desse modo, o alcance de lucros ou resultados pactuados previamente. Nada obstante, a prévia pactuação dos termos do acordo, antes de iniciado o período de aferição, é prática limitada pelo mundo real, o que impõe certa flexibilidade na análise dos fatos, para não chegar ao ponto de inviabilizar a aplicação do instituto. A possibilidade de flexibilização demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto e, em qualquer hipótese, o instrumento negocial deve estar assinado com antecedência razoável ao término do período de apuração a que se referem os lucros ou resultados.
No caso em apreço, o acordo coletivo foi assinado em 20/12/2007, quando já estavam definidos os resultados, estando em desconformidade com o que prescreve a Lei nº10.101, de 2000.
Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição.
EXONERAÇÃO DA PARCELA DO CRÉDITO DE PAGAMENTOS DE PLR REALIZADOS COM BASE NA CCT PLR BANCOS 2008
A rubrica das antecipações de pagamentos à título do PLR relativa ao período indicado na Convenção Coletiva de Trabalho - CCT PLR bancos 2008, constante nas folhas de pagamento, deve ser excluída do lançamento.
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.
Uma vez mantido o lançamento fiscal relativo ao PLR, mostra-se correta a exigência da multa por descumprimento de obrigação acessória.
MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA.
A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto, por competência, entre a penalidade prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35-A da Lei nº 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades com base na legislação vigente à época do fato gerador: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º a 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do inciso II do art. 35 dessa mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal.
JUROS DE SOBRE MULTA DE OFÍCIO. TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC). INCIDÊNCIA. LEGALIDADE.
A multa de ofício integra o crédito tributário, logo está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do mês subsequente ao do vencimento."
Numero da decisão: 2401-005.535
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos, na parte em que foram admitidos, e acolhê-los, sem efeitos modificativos, para sanar as omissões apontadas e complementar a ementa do acórdão embargado.
(Assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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No presente caso, caberia à fiscalização o aprofundamento da verificação quanto à representatividade da categoria pelo Sindicato dos SECURITÁRIOS, o que não foi evidenciado o motivo de tal conclusão por parte da fiscalização. O argumento sob o qual se fundamentou a acusação fiscal (ausência do Sindicato dos SECURITÁRIOS) para a desconsideração dos pagamentos de PLR foi deficiente e não deve prevalecer. AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS DA EMPRESA NO ACORDO COLETIVO. A Lei nº 10.102/2000 prevê duas opções para a negociação do PLR, quais sejam, comissão paritária, integrada por um representante do sindicato, ou convenção ou acordo coletivo. A acusação fiscal analisa o PLR estabelecido através de Acordo Coletivo em que os trabalhadores estão representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro CONTRAF-CUT que representa trabalhadores no ramo financeiro, sendo, portanto, parte legítima para celebrar o acordo, não havendo que se falar em contrariedade ao art. 2º da Lei de regência. ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE. NÃO OBRIGATORIEDADE DE INDICAÇÃO NO PLANO A Lei nº 10.101/2000 não prevê a obrigatoriedade de indicar no plano fórmulas, cálculos e percentuais do índice de lucratividade a ser distribuído. A Lei exige negociação entre empresa e trabalhadores que resulte em regras claras e objetivas quanto à fixação dos critérios e mecanismos de aferição dos resultados relativos ao cumprimento do acordado, tendo as partes a liberdade para fixar os elementos e condições objetivando a fruição da PLR, sendo válida a escolha de qualquer resultado que interesse à empresa, principalmente em virtude das especificidades que devem ser sopesadas diante do caso concreto e do setor produtivo correspondente, para que a adoção de determinado critério não inviabilize a Participação de Lucros e Resultados dos empregados. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). PRAZO PARA ASSINATURA DO AJUSTE ENTRE AS PARTES. ASSINATURA DO ACORDO DURANTE O PERÍODO DE APURAÇÃO. FLEXIBILIZAÇÃO. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. É da essência do instituto da participação nos lucros ou resultados que a assinatura do termo de ajuste preceda os fatos que se propõe a regular, incentivando, desse modo, o alcance de lucros ou resultados pactuados previamente. Nada obstante, a prévia pactuação dos termos do acordo, antes de iniciado o período de aferição, é prática limitada pelo mundo real, o que impõe certa flexibilidade na análise dos fatos, para não chegar ao ponto de inviabilizar a aplicação do instituto. A possibilidade de flexibilização demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto e, em qualquer hipótese, o instrumento negocial deve estar assinado com antecedência razoável ao término do período de apuração a que se referem os lucros ou resultados. No caso em apreço, o acordo coletivo foi assinado em 20/12/2007, quando já estavam definidos os resultados, estando em desconformidade com o que prescreve a Lei nº10.101, de 2000. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. EXONERAÇÃO DA PARCELA DO CRÉDITO DE PAGAMENTOS DE PLR REALIZADOS COM BASE NA CCT PLR BANCOS 2008 A rubrica das antecipações de pagamentos à título do PLR relativa ao período indicado na Convenção Coletiva de Trabalho - CCT PLR bancos 2008, constante nas folhas de pagamento, deve ser excluída do lançamento. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Uma vez mantido o lançamento fiscal relativo ao PLR, mostra-se correta a exigência da multa por descumprimento de obrigação acessória. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto, por competência, entre a penalidade prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35-A da Lei nº 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades com base na legislação vigente à época do fato gerador: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º a 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do inciso II do art. 35 dessa mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal. JUROS DE SOBRE MULTA DE OFÍCIO. TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC). INCIDÊNCIA. LEGALIDADE. A multa de ofício integra o crédito tributário, logo está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do mês subsequente ao do vencimento."
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO Acolhemse os embargos declaratórios para sanar as omissões apontadas na ementa do Acórdão do Recurso Voluntário, sem atribuição de efeitos infringentes. Assim, a ementa relativa ao Acórdão nº 2401004.777 passa a ter a seguinte redação: "PRELIMINAR. EXCLUSÃO DO NOME DOS SÓCIOS DO RELATÓRIO DE VÍNCULOS. De acordo com a Súmula CARF nº 88, o fato dos sócios da empresa terem sido relacionados no relatório de vínculos não significa a caracterização da responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas, tendo finalidade meramente informativa. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. AUSÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO SINDICATO DOS SECURITÁRIOS. Na ação declaratória (Processo nº 009612005.054.02.008) foi proferida decisão, confirmada pelo TRT da 2ª Região, assegurando a representatividade da categoria ao SIMCSP. No presente caso, caberia à fiscalização o aprofundamento da verificação quanto à representatividade da categoria pelo Sindicato dos SECURITÁRIOS, o que não foi evidenciado o motivo de tal conclusão por parte da fiscalização. O argumento sob o qual se fundamentou a acusação fiscal (ausência do Sindicato dos SECURITÁRIOS) para a desconsideração dos pagamentos de PLR foi deficiente e não deve prevalecer. AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS DA EMPRESA NO ACORDO COLETIVO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 00 99 /2 01 3- 40 Fl. 754DF CARF MF 2 A Lei nº 10.102/2000 prevê duas opções para a negociação do PLR, quais sejam, comissão paritária, integrada por um representante do sindicato, ou convenção ou acordo coletivo. A acusação fiscal analisa o PLR estabelecido através de Acordo Coletivo em que os trabalhadores estão representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro CONTRAF CUT que representa trabalhadores no ramo financeiro, sendo, portanto, parte legítima para celebrar o acordo, não havendo que se falar em contrariedade ao art. 2º da Lei de regência. ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE. NÃO OBRIGATORIEDADE DE INDICAÇÃO NO PLANO A Lei nº 10.101/2000 não prevê a obrigatoriedade de indicar no plano fórmulas, cálculos e percentuais do índice de lucratividade a ser distribuído. A Lei exige negociação entre empresa e trabalhadores que resulte em regras claras e objetivas quanto à fixação dos critérios e mecanismos de aferição dos resultados relativos ao cumprimento do acordado, tendo as partes a liberdade para fixar os elementos e condições objetivando a fruição da PLR, sendo válida a escolha de qualquer resultado que interesse à empresa, principalmente em virtude das especificidades que devem ser sopesadas diante do caso concreto e do setor produtivo correspondente, para que a adoção de determinado critério não inviabilize a Participação de Lucros e Resultados dos empregados. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). PRAZO PARA ASSINATURA DO AJUSTE ENTRE AS PARTES. ASSINATURA DO ACORDO DURANTE O PERÍODO DE APURAÇÃO. FLEXIBILIZAÇÃO. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. É da essência do instituto da participação nos lucros ou resultados que a assinatura do termo de ajuste preceda os fatos que se propõe a regular, incentivando, desse modo, o alcance de lucros ou resultados pactuados previamente. Nada obstante, a prévia pactuação dos termos do acordo, antes de iniciado o período de aferição, é prática limitada pelo mundo real, o que impõe certa flexibilidade na análise dos fatos, para não chegar ao ponto de inviabilizar a aplicação do instituto. A possibilidade de flexibilização demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto e, em qualquer hipótese, o instrumento negocial deve estar assinado com antecedência razoável ao término do período de apuração a que se referem os lucros ou resultados. No caso em apreço, o acordo coletivo foi assinado em 20/12/2007, quando já estavam definidos os resultados, estando em desconformidade com o que prescreve a Lei nº10.101, de 2000. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. EXONERAÇÃO DA PARCELA DO CRÉDITO DE PAGAMENTOS DE PLR REALIZADOS COM BASE NA CCT PLR BANCOS 2008 A rubrica das antecipações de pagamentos à título do PLR relativa ao período indicado na Convenção Coletiva de Trabalho CCT PLR bancos 2008, constante nas folhas de pagamento, deve ser excluída do lançamento. Fl. 755DF CARF MF Processo nº 16327.720099/201340 Acórdão n.º 2401005.535 S2C4T1 Fl. 3 3 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Uma vez mantido o lançamento fiscal relativo ao PLR, mostrase correta a exigência da multa por descumprimento de obrigação acessória. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto, por competência, entre a penalidade prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades com base na legislação vigente à época do fato gerador: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º a 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do inciso II do art. 35 dessa mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal. JUROS DE SOBRE MULTA DE OFÍCIO. TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC). INCIDÊNCIA. LEGALIDADE. A multa de ofício integra o crédito tributário, logo está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do mês subsequente ao do vencimento." Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos, na parte em que foram admitidos, e acolhêlos, sem efeitos modificativos, para sanar as omissões apontadas e complementar a ementa do acórdão embargado. (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Fl. 756DF CARF MF 4 Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos pelo contribuinte (fls. 654/662), em face de decisão prolatada no Acórdão nº 2401004.777 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 2ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, (fls. 590/622), em sessão de julgamento realizada em 09 de maio de 2017, que possui a ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 PRELIMINAR. EXCLUSÃO DO NOME DOS SÓCIOS DO RELATÓRIO DE VÍNCULOS. De acordo com a Súmula CARF nº 88, o fato dos sócios da empresa terem sido relacionados no relatório de vínculos não significa a caracterização da responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas, tendo finalidade meramente informativa. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. AUSÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO SINDICATO DOS SECURITÁRIOS. Na ação declaratória (Processo nº 009612005.054.02.008) foi proferida decisão, confirmada pelo TRT da 2ª Região, assegurando a representatividade da categoria ao SIMCSP. No presente caso, caberia à fiscalização o aprofundamento da verificação quanto à representatividade da categoria pelo Sindicato dos SECURITÁRIOS, o que não foi evidenciado o motivo de tal conclusão por parte da fiscalização. O argumento sob o qual se fundamentou a acusação fiscal (ausência do Sindicato dos SECURITÁRIOS) para a desconsideração dos pagamentos de PLR foi deficiente e não deve prevalecer. AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS DA EMPRESA NO ACORDO COLETIVO. A Lei nº 10.102/2000 prevê duas opções para a negociação do PLR, quais sejam, comissão paritária, integrada por um representante do sindicato, ou convenção ou acordo coletivo. A acusação fiscal analisa o PLR estabelecido através de Acordo Coletivo em que os trabalhadores estão representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro CONTRAFCUT que representa trabalhadores no ramo financeiro, sendo, portanto, parte legítima para celebrar o acordo, não havendo que se falar em contrariedade ao art. 2º da Lei de regência. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). PRAZO PARA ASSINATURA DO AJUSTE ENTRE AS PARTES. ASSINATURA DO ACORDO DURANTE O PERÍODO DE APURAÇÃO. FLEXIBILIZAÇÃO. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. É da essência do instituto da participação nos lucros ou resultados que a assinatura do termo de ajuste preceda os fatos que se propõe a regular, incentivando, desse modo, o alcance de Fl. 757DF CARF MF Processo nº 16327.720099/201340 Acórdão n.º 2401005.535 S2C4T1 Fl. 4 5 lucros ou resultados pactuados previamente. Nada obstante, a prévia pactuação dos termos do acordo, antes de iniciado o período de aferição, é prática limitada pelo mundo real, o que impõe certa flexibilidade na análise dos fatos, para não chegar ao ponto de inviabilizar a aplicação do instituto. A possibilidade de flexibilização demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto e, em qualquer hipótese, o instrumento negocial deve estar assinado com antecedência razoável ao término do período de apuração a que se referem os lucros ou resultados. No caso em apreço, o acordo coletivo foi assinado em 20/12/2007, quando já estavam definidos os resultados, estando em desconformidade com o que prescreve a Lei nº10.101, de 2000. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Uma vez mantido o lançamento fiscal relativo ao PLR, mostrase correta a exigência da multa por descumprimento de obrigação acessória. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto, por competência, entre a penalidade prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades com base na legislação vigente à época do fato gerador: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º a 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do inciso II do art. 35 dessa mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal. JUROS DE SOBRE MULTA DE OFÍCIO. TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC). INCIDÊNCIA. LEGALIDADE. A multa de ofício integra o crédito tributário, logo está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do mês subsequente ao do vencimento. O contribuinte aduz em peça recursal de Embargos que o Acórdão embargado incorreu em omissão com relação aos seguintes aspectos: I Omissão na Ementa quanto ao resultado favorável no que tange à exoneração da parcela do crédito relativa aos pagamentos de PLR realizados com base na CCT PLR bancos 2008; II Omissão na Ementa no que tange à desnecessidade de referência no acordo coletivo de PLR do índice de Fl. 758DF CARF MF 6 lucratividade; III Omissão quanto à retroatividade benigna e limitação da multa de mora em 20%. Em despacho de fls. 733/739, os Embargos de Declaração foram admitidos pela presidente da Turma, com relação às omissões apontadas nos itens I e II. A Fazenda Nacional tomou ciência do despacho de admissibilidade e requereu o prosseguimento do feito (fl. 741), razão pela qual o processo foi encaminhado para inclusão em pauta para julgamento. É o relatório Voto Conselheiro Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Juízo de admissibilidade Conheço dos embargos declaratórios, pois presentes os requisitos de admissibilidade. Mérito Ab initio, mister se faz esclarecer que os embargos de declaração devem ser analisados dentro dos limites da admissibilidade proferida no despacho de fls. 733/739. Com relação à omissão apontada no item I, o Colegiado, por voto de qualidade, deu parcial provimento ao Recurso interposto para excluir do lançamento os valores lançados na competência 11/08 a título de pagamentos de PLR realizados com base na CCT PLR bancos 2008. Embora o voto não deixe qualquer dúvida quanto ao que foi decidido, deve ser complementada a Ementa para acrescentar o seguinte trecho: A rubrica das antecipações de pagamentos à título do PLR relativa ao período indicado na Convenção Coletiva de Trabalho CCT PLR bancos 2008, constante nas folhas de pagamento, deve ser excluída do lançamento. No que tange ao item II, entendo que assiste razão ao Embargante quanto à necessidade de destacar na ementa as premissas exaradas no Acórdão, devendo ser complementada com o a inclusão do seguinte trecho consignado no Voto às fls. 608/609: A Lei nº 10.101/2000 não prevê a obrigatoriedade de indicar no plano fórmulas, cálculos e percentuais do índice de lucratividade a ser distribuído. A Lei exige negociação entre empresa e trabalhadores que resulte em regras claras e objetivas quanto à fixação dos critérios e mecanismos de aferição dos resultados Fl. 759DF CARF MF Processo nº 16327.720099/201340 Acórdão n.º 2401005.535 S2C4T1 Fl. 5 7 relativos ao cumprimento do acordado, tendo as partes a liberdade para fixar os elementos e condições objetivando a fruição da PLR, sendo válida a escolha de qualquer resultado que interesse à empresa, principalmente em virtude das especificidades que devem ser sopesadas diante do caso concreto e do setor produtivo correspondente, para que a adoção de determinado critério não inviabilize a Participação de Lucros e Resultados dos empregados. Dessa forma, a ementa relativa ao Acórdão nº 2401004.777 passa a ter a seguinte redação: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 PRELIMINAR. EXCLUSÃO DO NOME DOS SÓCIOS DO RELATÓRIO DE VÍNCULOS. De acordo com a Súmula CARF nº 88, o fato dos sócios da empresa terem sido relacionados no relatório de vínculos não significa a caracterização da responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas, tendo finalidade meramente informativa. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS PLR. AUSÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO SINDICATO DOS SECURITÁRIOS. Na ação declaratória (Processo nº 009612005.054.02.008) foi proferida decisão, confirmada pelo TRT da 2ª Região, assegurando a representatividade da categoria ao SIMCSP. No presente caso, caberia à fiscalização o aprofundamento da verificação quanto à representatividade da categoria pelo Sindicato dos SECURITÁRIOS, o que não foi evidenciado o motivo de tal conclusão por parte da fiscalização. O argumento sob o qual se fundamentou a acusação fiscal (ausência do Sindicato dos SECURITÁRIOS) para a desconsideração dos pagamentos de PLR foi deficiente e não deve prevalecer. AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS DA EMPRESA NO ACORDO COLETIVO. A Lei nº 10.102/2000 prevê duas opções para a negociação do PLR, quais sejam, comissão paritária, integrada por um representante do sindicato, ou convenção ou acordo coletivo. A acusação fiscal analisa o PLR estabelecido através de Acordo Coletivo em que os trabalhadores estão representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro CONTRAFCUT que representa trabalhadores no ramo financeiro, sendo, portanto, parte legítima para celebrar o acordo, não havendo que se falar em contrariedade ao art. 2º da Lei de regência. ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE. NÃO OBRIGATORIEDADE DE INDICAÇÃO NO PLANO Fl. 760DF CARF MF 8 A Lei nº 10.101/2000 não prevê a obrigatoriedade de indicar no plano fórmulas, cálculos e percentuais do índice de lucratividade a ser distribuído. A Lei exige negociação entre empresa e trabalhadores que resulte em regras claras e objetivas quanto à fixação dos critérios e mecanismos de aferição dos resultados relativos ao cumprimento do acordado, tendo as partes a liberdade para fixar os elementos e condições objetivando a fruição da PLR, sendo válida a escolha de qualquer resultado que interesse à empresa, principalmente em virtude das especificidades que devem ser sopesadas diante do caso concreto e do setor produtivo correspondente, para que a adoção de determinado critério não inviabilize a Participação de Lucros e Resultados dos empregados. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). PRAZO PARA ASSINATURA DO AJUSTE ENTRE AS PARTES. ASSINATURA DO ACORDO DURANTE O PERÍODO DE APURAÇÃO. FLEXIBILIZAÇÃO. ANÁLISE DO CASO CONCRETO. É da essência do instituto da participação nos lucros ou resultados que a assinatura do termo de ajuste preceda os fatos que se propõe a regular, incentivando, desse modo, o alcance de lucros ou resultados pactuados previamente. Nada obstante, a prévia pactuação dos termos do acordo, antes de iniciado o período de aferição, é prática limitada pelo mundo real, o que impõe certa flexibilidade na análise dos fatos, para não chegar ao ponto de inviabilizar a aplicação do instituto. A possibilidade de flexibilização demanda, necessariamente, a avaliação do caso concreto e, em qualquer hipótese, o instrumento negocial deve estar assinado com antecedência razoável ao término do período de apuração a que se referem os lucros ou resultados. No caso em apreço, o acordo coletivo foi assinado em 20/12/2007, quando já estavam definidos os resultados, estando em desconformidade com o que prescreve a Lei nº10.101, de 2000. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. EXONERAÇÃO DA PARCELA DO CRÉDITO DE PAGAMENTOS DE PLR REALIZADOS COM BASE NA CCT PLR BANCOS 2008 A rubrica das antecipações de pagamentos à título do PLR relativa ao período indicado na Convenção Coletiva de Trabalho CCT PLR bancos 2008, constante nas folhas de pagamento, deve ser excluída do lançamento. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Uma vez mantido o lançamento fiscal relativo ao PLR, mostrase correta a exigência da multa por descumprimento de obrigação acessória. Fl. 761DF CARF MF Processo nº 16327.720099/201340 Acórdão n.º 2401005.535 S2C4T1 Fl. 6 9 MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto, por competência, entre a penalidade prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades com base na legislação vigente à época do fato gerador: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º a 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do inciso II do art. 35 dessa mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal. JUROS DE SOBRE MULTA DE OFÍCIO. TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC). INCIDÊNCIA. LEGALIDADE. A multa de ofício integra o crédito tributário, logo está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do mês subsequente ao do vencimento. Assim, restam sanadas as omissões apontadas com a devida complementação da ementa conforme transcrição com as alterações acima indicadas. Conclusão Ante o exposto, conheço dos Embargos de Declaração, na parte que foram admitidos os embargos, e DOULHES PROVIMENTO, para sanar as omissões apontadas, complementar a ementa do Acórdão, sem atribuição de efeitos modificativos. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 762DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12268.000027/2008-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/1997 a 30/04/1998
RECURSO DE OFÍCIO. VALOR EXONERADO INFERIOR AO LIMITE DE ALÇADA. MOMENTO DE AFERIÇÃO DO VALOR. DATA DE APRECIAÇÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO.
1. A Súmula CARF nº 103 preleciona que o limite de alçada deve ser aferido na data de apreciação do recurso em segunda instância.
2. Observa-se no próprio lançamento que o somatório do tributo e dos encargos de multa não ultrapassam a quantia de R$ 2.500.000,00, de tal maneira que o recurso não deve ser conhecido.
Numero da decisão: 2402-006.436
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de oficio.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, José Alfredo Duarte Filho e Gregorio Rechmann Junior.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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CONHECIMENTO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BANCO BANESTADO S.A. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/1997 a 30/04/1998 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR EXONERADO INFERIOR AO LIMITE DE ALÇADA. MOMENTO DE AFERIÇÃO DO VALOR. DATA DE APRECIAÇÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. 1. A Súmula CARF nº 103 preleciona que o limite de alçada deve ser aferido na data de apreciação do recurso em segunda instância. 2. Observase no próprio lançamento que o somatório do tributo e dos encargos de multa não ultrapassam a quantia de R$ 2.500.000,00, de tal maneira que o recurso não deve ser conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de oficio. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 8. 00 00 27 /2 00 8- 14 Fl. 162DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, José Alfredo Duarte Filho e Gregorio Rechmann Junior. Relatório A DRJ/CTA fez um relato preciso da autuação e da impugnação, que passa a integrar, em parte, o presente relatório: Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD (DEBCAD 37.148.0388), cadastrada no COMPROT sob n° 12268000027/200814, lavrada contra BANCO BANESTADO S/A, com a finalidade de apurar e constituir o crédito destinado ã Seguridade Social, relativo a contribuições previdenciárias (contribuição dos segurados, da empresa, inclusive SAT/RAT) e aquelas devidas a Terceiros (Salário Educação e INCRA), incidentes sobre remunerações pagas aos segurados empregados a título de ABONO PECUNIÁRIO DE FÉRIAS, no período de 10/1997 a 04/1998, totalizando a importância de R$ 3.139.917,98 (três milhões, cento e trinta e nove mil, novecentos e dezessete reais e noventa e oito centavos). 2. [...]. 3. Cientificado pessoalmente em 28/12/2007, veio o notificado impugnar tempestivamente o lançamento, por meio do instrumento de fls. 34 a 41, carreando aos autos os documentos de fls. 42 a 84, alegando, em síntese: 3.1. Preliminar de mérito: Da decadência do direito de lançar: Pela inaplicabilidade do prazo previsto no art. 45 da Lei n” 8.212/91, já afastada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, deve ser reconhecida a decadência da totalidade dos créditos tributários ora questionados, uma vez que o Impugnante foi intimado do lançamento em 28/12/2007, portanto após o transcurso do prazo de 5 anos contados da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4°, do CTN); 3.2. A remuneração tratada no artigo 457 da CLT: Levandose em consideração que a base de cálculo da contribuição a cargo da empresa é a totalidade da remuneração paga empregados, o conceito da expressão “remuneração” deve ser buscado na CLT, em conformidade com o art. 110 do CTN. Por essa razão é que o abono pecuniário de férias não é considerado como remuneração, conforme previsto nos arts. 143 e 144 da CLT, sendo defeso aplicar a MP n° 15237/97; 3.3. Do equívoco na apuração do crédito tributário: O percentual de alíquota referente a terceiros (2,7%) deve ser excluído do valor autuado, tendo em vista que: a) o Impugnante discute judicialmente a constitucionalidade do adicional de 2,5% nos autos do processo n° 89.00056310 e efetua depósitos judiciais para suspender a exigibilidade do crédito tributário; e Fl. 163DF CARF MF Processo nº 12268.000027/200814 Acórdão n.º 2402006.436 S2C4T2 Fl. 3 3 b) possui decisão judicial favorável transitada em julgado em 28/06/2004 (Processo n° 9800198040), para afastar a exigência da alíquota de 0,2%; 3.4. Do pedido: Requer, ao final, a improcedência do lançamento, quer em face da decadência, quer em face da impossibilidade de se incluir o abono de férias na base de cálculo da contribuição previdenciária, e protesta pela juntada dos meios de prova que se fizerem necessários. 4. Em face das informações constantes da peça impugnatória e documentos juntados pelo Contribuinte, foram os autos encaminhados ao órgão preparador para instrução junto à Douta Procuradoria da Fazenda Nacional, que procedeu à juntada de cópias de autos judiciais às fls. 92 a 146, manifestandose às fls. 147/148. A DRJ/CTA aplicou ao caso a Súmula Vinculante STF 8 e julgou improcedente o lançamento, conforme decisão cuja ementa e resultado são os seguintes: LANÇAMENTO FISCAL. DECADÊNCIA. PRAZO. SUMULA VINCULANTE. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. APLICAÇÃO DO CTN. A Súmula Vinculante n° 8, editada pelo STF, ao determinar a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212, de 1991, atraiu a incidência do prazo qüinqüenal de decadência estabelecido no Código Tributário Nacional. Lançamento Improcedente Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da 6ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente o lançamento, nos termos do voto da Relatora, cancelando o crédito tributário exigido no valor de R$ 3.139.917,98 (três milhões, cento e trinta e nove mil, novecentos e dezessete reais e noventa e oito centavos), consolidado em 21/12/2007. Houve a interposição de recurso de ofício ao então 2º Conselho de Contribuintes, tendo em vista que a decisão exonerou o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa em valor superior a R$ 1.000.000,00. Sem contrarrazões ou manifestação pelas partes. É o relatório. Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Fl. 164DF CARF MF 4 1 Conhecimento Remanesce nos autos apenas o recurso de ofício, interposto porque a decisão recorrida exonerou o sujeito passivo de crédito tributário superior a R$ 1.000.000,00. A Portaria MF 63/2017 estabeleceu um novo limite para a interposição de tal recurso, elevando o aludido limite para R$ 2.500.000,00. Vejase: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). A Súmula CARF nº 103 preleciona que o limite de alçada deve ser aferido na data de apreciação do recurso em segunda instância. Verbis: Súmula CARF nº 103 : Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Neste caso, observase no próprio lançamento que o somatório do tributo e dos encargos de multa não ultrapassa R$ 2.500.000,00, e o recurso não deve ser conhecido. 2 Conclusão Diante do exposto, votase no sentido de não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Fl. 165DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10320.721707/2012-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2008
EXCLUSÕES DA ÁREA TRIBUTÁVEL. RETIFICAÇÃO. COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO.
A retificação da DITR que vise a inclusão ou a alteração de área a ser excluída da área tributável do imóvel somente será admitida nos casos em que o contribuinte demonstre a ocorrência de erro de fato no preenchimento da referida declaração.
PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DA DITR. DENUNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. APÓS AÇÃO FISCAL.
Nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional, o instituto da denúncia espontânea somente é passível de aplicabilidade se o ato corretivo do contribuinte, com o respectivo recolhimento do tributo devido e acréscimos legais, ocorrer antes de iniciada a ação fiscal, o que não se vislumbra na hipótese dos autos, impondo seja decretada a procedência do feito.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, RESERVA LEGAL E ÁREAS COBERTAS POR FLORESTAS NATIVAS, PRIMÁRIAS OU SECUNDÁRIAS EM ESTÁGIO MÉDIO OU AVANÇADO DE REGENERAÇÃO. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL.
Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17-O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente, reserva legal e áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios, notoriamente laudo técnico que identifique claramente as áreas e as vincule às hipóteses previstas na legislação ambiental.
ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO INTEMPESTIVA. DATA POSTERIOR AO FATO GERADOR.
O ato de averbação tempestivo é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Mantém-se a glosa da área de reserva legal quando averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel em data posterior à ocorrência do fato gerador do imposto.
ÁREAS COBERTAS POR FLORESTAS NATIVAS. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. REQUISITOS.
Para fins de exclusão da tributação do imposto, as áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias, em estágio médio ou avançado de regeneração deverão estar comprovadas através de documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 2401-005.574
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário. No mérito, por voto de qualidade, dar-lhe provimento parcial para que seja considerada no imóvel rural com cadastro fiscal sob o n° 6.569.207-1 a área de preservação permanente, no total de 2,9791 ha. Vencidos os conselheiros Matheus Soares Leite (relator), Andréa Viana Arrais Egypto, Rayd Santana Ferreira e Luciana Matos Pereira Barbosa, que davam provimento parcial em maior extensão para que fosse também excluída a área coberta por florestas nativas, no total de 2.272,6552 ha. Vencidos em primeira votação os conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, que negavam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Cleberson Alex Friess.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Matheus Soares Leite - Relator
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: MATHEUS SOARES LEITE
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RETIFICAÇÃO. COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO. A retificação da DITR que vise a inclusão ou a alteração de área a ser excluída da área tributável do imóvel somente será admitida nos casos em que o contribuinte demonstre a ocorrência de erro de fato no preenchimento da referida declaração. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DA DITR. DENUNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. APÓS AÇÃO FISCAL. Nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional, o instituto da denúncia espontânea somente é passível de aplicabilidade se o ato corretivo do contribuinte, com o respectivo recolhimento do tributo devido e acréscimos legais, ocorrer antes de iniciada a ação fiscal, o que não se vislumbra na hipótese dos autos, impondo seja decretada a procedência do feito. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, RESERVA LEGAL E ÁREAS COBERTAS POR FLORESTAS NATIVAS, PRIMÁRIAS OU SECUNDÁRIAS EM ESTÁGIO MÉDIO OU AVANÇADO DE REGENERAÇÃO. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente, reserva legal e áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios, notoriamente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 72 17 07 /2 01 2- 36 Fl. 200DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 201 2 laudo técnico que identifique claramente as áreas e as vincule às hipóteses previstas na legislação ambiental. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO INTEMPESTIVA. DATA POSTERIOR AO FATO GERADOR. O ato de averbação tempestivo é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Mantémse a glosa da área de reserva legal quando averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel em data posterior à ocorrência do fato gerador do imposto. ÁREAS COBERTAS POR FLORESTAS NATIVAS. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. REQUISITOS. Para fins de exclusão da tributação do imposto, as áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias, em estágio médio ou avançado de regeneração deverão estar comprovadas através de documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário. No mérito, por voto de qualidade, darlhe provimento parcial para que seja considerada no imóvel rural com cadastro fiscal sob o n° 6.569.2071 a área de preservação permanente, no total de 2,9791 ha. Vencidos os conselheiros Matheus Soares Leite (relator), Andréa Viana Arrais Egypto, Rayd Santana Ferreira e Luciana Matos Pereira Barbosa, que davam provimento parcial em maior extensão para que fosse também excluída a área coberta por florestas nativas, no total de 2.272,6552 ha. Vencidos em primeira votação os conselheiros Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, que negavam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Cleberson Alex Friess. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Relator (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 202 3 Tratase de Notificação de Lançamento n° 03201/00027/2012 (fls. 03/06), contra o contribuinte acima qualificado, decorrente de procedimento de revisão de Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), relativo ao exercício de 2008, referente ao imóvel denominado “Fazenda Sanhaco”, localizado no município de Barra do Corda (MA), com cadastro fiscal sob o n° 6.569.2071 (fls. 03). Segundo consta na “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, o contribuinte, após regularmente intimado, não teria comprovado a área efetivamente utilizada para fins de exploração extrativa declarada, o que motivou a alteração do Documento de Informação e Apuração do ITR. A modificação imposta ocasionou a alteração da área utilizada e consequentemente do grau de utilização do imóvel, levando a modificação da alíquota incidente, nos termos da lei, antes de 0,30, para 8,60, ocasionando saldo suplementar a pagar no valor histórico de R$ 59.578,24, com fundamento no art. 10, § 1°, inciso V, alínea “c” da Lei n° 9.393/96, além da multa de 75% (setenta e cinco por cento), no montante histórico de R$ 44.683,68, capitulada no art. 44, inciso I, § 1° e 3° da Lei n° 9.430/96, com alterações introduzidas pelo art. 14 da Lei n° 11.488/07, além dos juros de mora, previstos no art. 61, § 3° da Lei n° 9.430/96. Após efetivada ciência da Notificação do Lançamento de ITR (fls. 10), o contribuinte, tempestivamente, compareceu aos autos apresentando sua Impugnação (fls. 13/33), com os seguintes argumentos, em síntese: (a) Deixou de informar áreas de preservação permanente, reserva legal e coberta de florestas nativas, porque a Receita Federal informava que a comprovação de tais áreas seria necessária a apresentação do Ato Declaratório Ambiental que, na época, não estava disponível no site do Ibama, o qual só veio a ser expedido em 2011. (b) Não conseguiu transmitir a declaração retificadora do exercício 2008, após ter protocolado o Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal junto à Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Maranhão, porque o sistema da Receita Federal não estava disponível naquela data, por isso o imóvel rural foi tributado como se não tivesse áreas isentas, resultando na cobrança de imposto bem elevado. Contudo, tem direito de retificar sua declaração porque adquiriu a espontaneidade e fazendo jus à isenção relativa às áreas de preservação permanente, reserva legal e florestas nativas, para justificar seu entendimento cita a súmula 33 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF e Solução de Consulta Interna nº 15 de 20 de maio de 2005. (c) O Código Florestal e a Lei nº 10.165/2000 não exigem para o reconhecimento da isenção das áreas de preservação permanente, reserva legal e coberta de florestas nativas averbação na matrícula do imóvel tampouco apresentação do ADA, e cita jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF e do Supremo Tribunal Federal para justificar seu entendimento sobre a matéria. (d) Houve violação aos princípios constitucionais da proporcionalidade e razoabilidade que se constituem como verdadeiros anteparos jurídicos necessários à segurança das relações jurídicotributárias bem como à estrita obediência ao princípio da verdade material. Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 203 4 Em seguida, sobreveio julgamento proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE), por meio do Acórdão nº 0434.010, de 04/11/2013, cujo dispositivo considerou improcedente a Impugnação, mantendo o crédito tributário (fls. 98/107). É ver a ementa do julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR Exercício: 2008 Nulidade do Lançamento. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Áreas Isentas. Tributação. Averbação. ADA. Para a exclusão da tributação sobre áreas de preservação permanente, reserva legal e cobertas de florestas, é necessária a comprovação efetiva da existência dessas áreas e apresentação de Ato Declaratório Ambiental (ADA) ao Ibama, no prazo previsto na legislação tributária. A área de reserva legal deve estar averbada na matrícula do imóvel na data do fato gerador do ITR. Retificação dos Dados da DITR. Incabível a retificação dos dados da DITR quando não restar comprovado com documentos hábeis e idôneos conforme previstos na legislação tributária erro no preenchimento da declaração. Matéria não Impugnada – Valor da Terra Nua. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, conforme legislação processual. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Nesse sentido, cumpre repisar que a decisão a quo exarou os seguintes motivos e que delimitam o objeto do debate recursal: (a) Para a exclusão das áreas de preservação permanente, reserva legal, bem como as áreas cobertas de florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, incluindo o Bioma Mata Atlântica, da incidência do ITR, é necessário a informação das áreas ambientais no Ato Declaratório Ambiental (ADA), protocolizado dentro dos prazos previstos nos atos normativos do IBAMA. (b) Para a exclusão da área de reserva legal, fazse necessário a averbação tempestiva à margem da matrícula junto ao Cartório de Registro de Imóveis competente, conforme preceituam os artigos 16 e seus parágrafos e 44 e seu parágrafo único da Lei n° 4.771/1965, com a redação dada pela Lei n° 7.803/89 e pela Medida Provisória n° 2.16667, de 2001, art. 1°; RITR/2002, art. 12. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 204 5 (c) Constam nos autos Laudo Técnico de Avaliação do imóvel, ART, Certidão de Registro, mas o Ato Declaratório Ambiental de 2011 não regulariza o exercício 2008, face à anualidade de sua apresentação. Por outro lado, a área de reserva legal só foi averbada na matrícula em 16/06/2010. (d) Não sendo comprovada a isenção das áreas de preservação permanente, reserva legal e cobertas de florestas nativas mediante a apresentação do ADA protocolado no prazo previsto em ato normativo do Ibama, não há como atender o pleito do contribuinte. (e) Por fim, no que diz respeito à glosa da área de exploração extrativa não comprovada, o contribuinte nada questionou. Dessa forma, considerase não impugnada essas matérias, vez que não foram expressamente contestadas, conforme preceitua o art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, com redação dos arts. 1º, da Lei nº 8.748/1993, e 67 da Lei nº 9.532/1997. O contribuinte, por sua vez, inconformado com a decisão prolatada e procurando demonstrar a improcedência do lançamento, interpôs Recurso Voluntário (fls. 135/153), no dia 19/08/2015, apresentando, em síntese, os seguintes argumentos: (a) A recuperação da espontaneidade deferida mediante decisão unânime lavrada pelo Acórdão n. 0434010 devolveu ao contribuinte o direito de retificar sua declaração originária na Impugnação, operandose efeito ex tunc, isto é, desde a data anterior ao início da ação fiscal, possibilitando ao contribuinte realizar a retificação da declaração do ITR sem os efeitos do lançamento tributário, isto é, sem a aplicação da multa de ofício de 75% e seus consectários legais. (b) Deve ser aplicada a súmula 75 do CARF que dispõe que “a recuperação da espontaneidade do sujeito passivo em razão da inoperância da autoridade fiscal por prazo superior a sessenta dias aplicase retroativamente, alcançando os atos por ele praticados no decurso desse prazo”, ficando afastado, no caso em julgamento, o óbice do enunciado n° 33 do CARF que prevê que “a declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício”. (c) O contribuinte é proprietário do imóvel rural com área total de 3.324,7 hectares, registrado no Cartório do 1° Ofício de Registro de Imóveis de Barra do Corda (MA), sob a matrícula n° 16.872, possuindo 1.047,1 hectares a título de reserva legal, 2,9 hectares de área de preservação permanente, e, ainda, é detentor de área remanescente coberta por florestas nativas primárias, correspondente a 2.272,6 hectares, conforme a certidão de inteiro teor do imóvel, o Laudo Técnico de Avaliação de Imóvel com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica e o Ato Declaratório Ambiental (documentos ns. 03, 04 e 05 coligidos à defesa). (d) Entretanto, o contribuinte deixou de considerar as áreas informadas na declaração do ITR, pois, segundo a Receita Federal, para a comprovação de tais áreas, seria imprescindível a apresentação do Ato Declaratório Ambiental, documento que na ocasião da feitura da declaração original não estava disponível, pois o IBAMA somente veio a expedilo no ano de 2011, conquanto o requerimento do Termo de Averbação de Reserva Legal tenha sido protocolado na Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Maranhão – SEMA. (e) A Lei 9.393/96 que disciplina o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural na redação anterior ao advento da Lei 12.651/2012 (novo Código Florestal), não traz em seu bojo a exigência de prazo para averbação de reserva legal, tampouco a exigência de Ato Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 205 6 Declaratório Ambiental – ADA para comprovação da área de reserva legal, de preservação permanente e coberta por florestas nativas. (f) A única exigência prevista no antigo Código Florestal, aplicável à espécie, era a averbação da área de reserva legal à margem do registro do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis respectivo, sem estipulação de qualquer prazo para fazêlo (Medida Provisória n. 21667 que alterou a Lei 4.771/65, então em vigor, no início do procedimento fiscal). (g) E mesmo a Lei 10.165/2000, que alterou o art. 17O da Lei 6.938/81, não ventilou qualquer exigência à observância de prazo para requerimento do ADA, não se podendo cogitar em impor como condição à isenção, a data de sua requisição/apresentação. (h) No caso do imóvel em questão, a averbação da Reserva Legal foi efetivada no Cartório de Registro de Imóveis em 16 de junho de 2010, antes do início da ação fiscal, já sendo o suficiente à comprovação da existência da referida área e, por consequência, ao direito isencional garantido na Lei 9.393/96. E, quanto à área de preservação permanente e a área remanescente coberta por florestas nativas primárias e secundárias em estágio de regeneração, suficiente à comprovação o Laudo Técnico de Avaliação do imóvel com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, com apresentação de mapas e imagens captadas por satélite. (i) Assegurando a observância do princípio da verdade material, erigido ao status de lei, a autoridade julgadora é obrigada a decidir com base nos fatos que representam a realidade vivenciada pelo contribuinte, sempre partindo dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. (j) A averbação da área de reserva legal, no Cartório de Imóveis competente, desde que realizada antes do lançamento ou mesmo antes do início da ação fiscal, já é o suficiente à comprovação da existência da referida área e, por consequência, ao direito isencional garantido na Lei 9.393/96. E mesmo o ADA intempestivo, por si só, não é condição suficiente para impedir o contribuinte de usufruir o benefício fiscal no âmbito do ITR, também no que diz respeito à área de preservação permanente. (k) Dessa forma, o imóvel em questão, possui área de preservação permanente correspondente, a qual, mesmo sendo dispensada por lei a averbação em cartório, dispõe também de laudo técnico elaborado por profissional habilitado devidamente reconhecido pelo CREA, sendo meio hábil de prova, suficiente ao êxito da presente discussão. (l) E, tratandose de área de preservação permanente devidamente comprovada mediante documentação hábil e idônea, ainda que não apresentado o Ato Declaratório Ambiental – ADA tempestivamente, impõese o reconhecimento da aludida área, glosada pela fiscalização, para efeito de cálculo do imposto a pagar em observância ao princípio da verdade material. Ao final, requereu a procedência do apelo para: (a) Declarar a nulidade do crédito tributário do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural do imóvel rural registrado no NIFR sob o n. 6.569.2071, relativo ao exercício de 2008, em face da espontaneidade readquirida, reconhecendo a existência da área de reserva legal, tendo em vista que a averbação da respectiva área foi devidamente realizada na Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 206 7 respectiva matrícula do imóvel, em data anterior ao início da ação fiscal, no quantitativo discriminado no presente recurso e já apresentado na defesa. (b) Declarar, a nulidade do crédito tributário do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural do imóvel rural registrado no NIFR sob o n. 6.569.2071, relativo ao exercício de 2008, em face da espontaneidade readquirida, reconhecendo a existência da área de preservação permanente, devidamente declarada no Ato Declaratório Ambiental – ADA, em data anterior ao início da ação fiscal, no quantitativo discriminado no presente recurso e já apresentado na defesa. (c) Declarar a nulidade do crédito tributário do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural do imóvel rural registrado no NIRF sob o n. 6.569.2071, relativo ao exercício de 2008, em face da espontaneidade readquirida, reconhecendo a existência da área coberta por florestas nativas primárias e secundárias em estágio de regeneração, devidamente declarada no ADA – Ato Declaratório Ambiental, em data anterior ao início da ação fiscal, no quantitativo discriminado no presente recurso e já apresentado na defesa. (d) Alternativamente, somente na eventualidade desse Conselho não acolher o pedido de anulação do crédito tributário do ITR, determinar que a autoridade fiscal promova a correta desoneração do crédito tributário do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural do imóvel rural registrado no NIRF sob o n. 6.569.2071, referente ao exercício de 2008, em face da espontaneidade readquirida, e da existência dos documentos necessários à comprovação da existência das áreas de reserva legal, de preservação permanente e aquelas cobertas por florestas nativas primárias e secundárias em estágio de regeneração, anteriores ao início da ação fiscal, nos quantitativos discriminados no presente recurso e já apresentados na defesa. (e) Caso assim não entenda esse respeitável Conselho Administrativo, tendo em vista que já houve o reconhecimento da requisição da espontaneidade tributária da ora recorrente, que conceda ao contribuinte o direito de retificar a declaração original do ITR, relativa ao exercício de 2008 do imóvel cadastrado na Receita Federal do Brasil, sob o NIRF n. 6.569.2071, ante a existência das áreas de reserva legal, cobertas por floresta nativa (primária) e de preservação permanente no aludido imóvel, comprovados através de documentos existentes em data anterior ao início da ação fiscal, uma vez que não há como o contribuinte promover a retificação, já que o sistema da Receita Federal está indisponível para alteração/retificação de dados. Em seguida, os autos foram remetidos a este Conselho para apreciação e julgamento do Recurso Voluntário. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Matheus Soares Leite – Relator 1. Juízo de Admissibilidade Fl. 206DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 207 8 O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/7. Portanto, dele tomo conhecimento. 2. Conexão Esclareço que, nos termos do art. 6°, § 1°, I, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343/2015, o presente processo é conexo aos processos destacados abaixo, pois versam sobre exigência de crédito tributário e pedido do contribuinte fundamentados em fatos idênticos, todos relativos ao imóvel com Código Fiscal sob o n° 0.047.4460, diferenciandose, entre eles, apenas em relação ao período em questão: Processo Exercício Imóvel 10320.721708/201281 2009 NIRF 6.569.2071 10320.721709/201225 2010 NIRF 6.569.2071 A discussão posta nos autos é pertinente, ainda, para os processos mencionados abaixo, pois possuem idêntica fundamentação de direito, embora relacionadas a fatos distintos, por se tratarem de imóveis distintos, conforme tabela abaixo: Processo Exercício Imóvel 10320.721698/201283 2008 NIRF 0.047.4460 10320.721699/201228 2009 NIRF 0.047.4460 10320.721700/201214 2010 NIRF 0.047.4460 10320.721701/201269 2008 NIRF 1.661.6359 10320.721702/201211 2009 NIRF 1.661.6359 10320.721703/201258 2010 NIRF 1.661.6359 10320.721704/201201 2008 NIRF 6.401.4835 10320.721705/201247 2009 NIRF 6.401.4835 10320.721706/201291 2010 NIRF 6.401.4835 Em todo o caso, os argumentos trazidos pelo contribuinte, em sede de Recurso Voluntário, são similares, diferenciandose apenas em relação ao período, e por vezes alterando, cirurgicamente, a ordem de alguns parágrafos ou acrescentando excertos jurisprudenciais. Por fim, destaco que todos os processos mencionados acima foram distribuídos a este Relator. 3. Considerações iniciais O julgador administrativo deve fundamentar suas decisões com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que a motivam (art. 50 da Lei n° 9.784/99), observando, dentre outros, os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência (art. 2° da Lei n° 9.784/99). O dever de motivação oportuniza a concretização dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LV, da CR/88), abrindo aos interessados a possibilidade de contestar a legalidade do entendimento adotado, mediante a apresentação de razões possivelmente desconsideradas pela autoridade na prolação do decisum. Para a solução do litígio tributário, deve o julgador delimitar, claramente, a controvérsia posta à sua apreciação, restringindo sua atuação apenas a um território contextualmente demarcado. Os limites são fixados, por um lado, pela pretensão do Fisco e, Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 208 9 por outro lado, pela resistência do contribuinte, que culminam com a prolação de uma decisão de primeira instância, objeto de revisão na instância recursal. Dessa forma, se a decisão de 1ª instância apresenta motivos expressos para refutar as alegações trazidas pelo contribuinte, a lida fica adstrita a essa motivação. Para solucionar a lide posta, o julgador se vale do livre convencimento motivado, resguardado pelos artigos 29 e 31 do Decreto n° 70.235/72. Assim, não é obrigado a manifestar sobre todas as alegações das partes, nem a se ater aos fundamentos indicados por elas ou a responder, um a um, a todos os seus argumentos, quando possui motivos suficientes para fundamentar a decisão. Cabe a ele decidir a questão de acordo com o seu livre convencimento, utilizandose dos fatos, das provas, da jurisprudência, dos aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso concreto. Cumpre de plano assentar que não serão objeto de apreciação por este Colegiado as matérias não expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais serão consideradas como verdadeiras, assim como as matérias já decididas pelo Órgão Julgador de 1ª Instância não expressamente contestadas pelo sujeito passivo em seu Recurso Voluntário, as quais se presumirão como anuídas pelo interessado. Também não serão objeto de apreciação por esta Corte Administrativa as matérias substancialmente alheias ao vertente lançamento, eis que em seu louvor, no processo de que ora se cuida, não se houve por instaurado qualquer litígio a ser dirimido por este Conselho, assim como as questões arguidas exclusivamente nesta instância recursal, antes não oferecida à apreciação do Órgão Julgador de 1ª Instância, em razão da preclusão prevista no art. 17 do Decreto nº 70.235/72. Ademais, constato que não encontrei nenhum vício que macula o lançamento tributário, não tendo sido constatada violação ao devido processo legal e à ampla defesa, havendo a devida descrição dos fatos e dos dispositivos infringidos e da multa aplicada, sendo o imposto e sua base de cálculo apurados com base na declaração apresentada pelo contribuinte à Receita Federal. Portanto, entendo que não se encontram motivos para se determinar a nulidade do lançamento, por terem sido cumpridos os requisitos legais estabelecidos no artigo 11 do Decreto n° 70.235/72. Caso a recorrente discorde da decisão proferida por este Colegiado, pode, ainda: (a) opor embargos de declaração no caso de “obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma” (art. 65 do RICARF); ou (b) interpor Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, desde que demonstre a existência de decisão de outra Câmara, Turma de Câmara, Turma Especial ou a própria CSRF que dê a à lei tributária interpretação divergente (art. 67 do RICARF). Assim, passo a analisar o mérito. 4. Mérito 4.1. Sobre a possibilidade de retificar a declaração após iniciada a ação fiscal, ou mesmo procedido o lançamento A teor do disposto nos arts. 142 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN) e 10 e 14 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, tem Fl. 208DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 209 10 se que o ITR é tributo sujeito ao lançamento por homologação, ou seja, cabe ao contribuinte a apuração e o pagamento do imposto devido, “independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior” (art. 10 da Lei n° 9.393/96). Iniciado o procedimento de ofício, não cabe mais a retificação da declaração por iniciativa do contribuinte, pois já houve a perda de espontaneidade, nos termos do art. 7° do Decreto n° 70.235/72. Nesse caso, resta ao contribuinte a possibilidade de impugnar o lançamento (art. 145, inciso I, do Código Tributário Nacional), demonstrando a ocorrência de erro de fato no preenchimento da referida declaração. A propósito, é ver a redação do artigo 138 do Código Tributário Nacional: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Na hipótese dos autos, o contribuinte, após iniciada a ação fiscal, vem procurando retificar a declaração objeto da autuação, o que é vedado pelo dispositivo legal em comento, impossibilitando o acolhimento de seu pleito. Ainda que se considere a reabertura da espontaneidade do sujeito passivo, a denúncia espontânea deve vir acompanhada da declaração retificadora, e, antes do lançamento de ofício. Após esse prazo, a questão deve ser resolvida na Impugnação, com a análise dos argumentos postos pelo contribuinte para afastar o lançamento tributário e que, sendo sua pretensão acolhida pelo Colegiado, excluirá integralmente ou determinará o recálculo do imposto a pagar, com a retificação da declaração pela unidade da RFB responsável pelo cumprimento do decisum. 4.2. Da exigência do Ato Declaratório Ambiental para as Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e Áreas Cobertas por Florestas Nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração Como se observa do relato introdutório, o cerne da questão posta nos autos é a discussão sobre a exigência do protocolo do Ato Declaratório Ambiental – ADA dentro do prazo legal, no tocante às áreas de preservação permanente, reserva legal e cobertas por florestas nativas, bem como a necessidade de averbação tempestiva da reserva legal junto à matrícula do imóvel, para fins de não incidência do Imposto Territorial Rural ITR. Inicialmente, sobre a exigência do protocolo do Ato Declaratório Ambiental – ADA, dentro do prazo legal, no tocante às áreas de preservação permanente, reserva legal, e cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, cumpre esclarecer, o que dispõe a Lei nº 9.393/96, a respeito do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, conforme redação vigente à época do fato gerador: Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 210 11 Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; (...) d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006) (...) e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006) § 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) O Decreto n° 4.382/02, que regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, tratou da área tributável da seguinte forma: Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II): I de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1º); II de reserva legal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001, art. 1º); III de reserva particular do patrimônio natural (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, art. 21; Decreto nº 1.922, de 5 de junho de 1996); IV de servidão florestal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 44A, acrescentado pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001); Fl. 210DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 211 12 V de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas nos incisos I e II do caput deste artigo (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II, alínea "b"); VI comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II, alínea "c"). § 1º A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma das hipóteses previstas no caput deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável. § 2º A área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da efetiva entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural DITR. § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e II estar enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a VI em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR. § 4º O IBAMA realizará vistoria por amostragem nos imóveis rurais que tenham utilizado o ADA para os efeitos previstos no § 3º e, caso os dados constantes no Ato não coincidam com os efetivamente levantados por seus técnicos, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, que apurará o ITR efetivamente devido e efetuará, de ofício, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis (Lei nº 6.938, de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 2000). Ademais, o artigo 17O da Lei n° 6.938/81, com a redação que lhe foi dada pela Lei n° 10.165/00, passou a prever: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 212 13 § 1oA. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. Apesar da previsão contida no § 1° do art. 17O, no sentido de que a utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é imperativa, entendo que o dispositivo não pode ser analisado isoladamente, e sua aplicação deve ser restrita às hipóteses em que o benefício da redução do valor do ITR tenha como condição o protocolo tempestivo do ADA. Pela interpretação sistemática do art. 10, Inc. II, e § 7° da Lei nº 9.393/96 c/c art. 10, Inc. I a VI e §3°, Inc. I do Decreto n° 4.382/02 c/c art. 17O da Lei n° 6.938/81, entendo que a exigência do ADA para fins de isenção do ITR diz respeito apenas às seguintes áreas: (a) de reserva particular do patrimônio natural; (b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas nos incisos I e II do caput do artigo 10 do Decreto n° 4.382/02; (c) comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual. Nas hipóteses acima, sendo o ADA exigido para fins de fruição da isenção, não cabe ao julgador afastar sua obrigatoriedade, invocando o princípio da verdade material, mormente em se tratando de exigência atinente ao ITR, de caráter nitidamente extrafiscal e que almeja a proteção do meio ambiente aliada à capacidade contributiva. Isso porque, muito embora o livre convencimento motivado, no âmbito do processo administrativo, esteja assegurado pelos arts. 29 e 31 do Decreto n° 70.235/72, entendo que existem limitações impostas e que devem ser observadas em razão do princípio da legalidade e que norteia o direito tributário. Contudo, entendo que as áreas de preservação permanente, de reserva legal, bem como as de servidão florestal ou ambiental, estão excluídas da exigência do ADA para fins de fruição da isenção, em virtude do caráter interpretativo do disposto § 7°, do art. 10, da Lei n° 9.393/96 e que trata expressamente dessas áreas. Ainda que as áreas de preservação permanente, de reserva legal, bem como as de servidão florestal, estejam mencionadas no caput do art. 10 do Decreto n° 4.382/02, a interpretação deve ser sistemática, excluindo a obrigatoriedade em razão da análise conjunta com o disposto § 7°, do art. 10, da Lei n° 9.393/96. Tratase de aparente antinomia, resolvida pelo intérprete mediante o emprego da interpretação sistemática. A propósito, no tocante às áreas de preservação permanente e de reserva legal, o Poder Judiciário consolidou o entendimento no sentido de que, em relação aos fatos geradores anteriores à Lei n° 12.651/12, é desnecessária a apresentação do ADA para fins de exclusão do cálculo do ITR1, sobretudo em razão do previsto no § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996. 1 É ver os seguintes precedentes: REsp 665.123/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 5.2.2007; REsp 1.112.283/PB, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 1/6/2009; REsp 812.104/AL, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 10/12/2007 e REsp 587.429/AL, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 213 14 Temse notícia, inclusive, de que a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), elaborou o Parecer PGFN/CRJ nº 1.329/2016, reconhecendo o entendimento consolidado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça sobre a inexigibilidade do ADA, nos casos de área de preservação permanente e de reserva legal, para fins de fruição do direito à isenção do ITR, relativamente aos fatos geradores anteriores à Lei n° 12.651/12, tendo a referida orientação incluída no item 1.25, “a”, da Lista de dispensa de contestar e recorrer (art. 2º, incisos V, VII e §§3º a 8º, da Portaria PGFN nº 502/2016). Já no tocante às áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, entendo que se encontram excluídas da exigência do ADA em virtude da ausência de sua menção no caput do art. 10 do Decreto n° 4.382/02. Tratase de interpretação sistemática do art. 10, Inc. II, “e”, da Lei nº 9.393/96 c/c art. 10, Inc. I a VI e §3°, Inc. I do Decreto n° 4.382/02 c/c art. 17O da Lei n° 6.938/81. Ainda que se considere o fato de que a introdução da exclusão da referida área da base de cálculo do ITR somente sobreveio com a vigência da Lei nº 11.428, de 2006, que incluiu a alínea “e”, no inciso II, do § 1°, da Lei nº 9.393/96, e que o Regulamento do ITR é do ano de 2002, época em que não havia, portanto, a referida previsão legal, não é possível a utilização do recurso da analogia para criar obrigações tributárias, sob pena de desrespeito ao art. 108, § 1°, do CTN. Se não houve a alteração formal da legislação, não cabe ao intérprete criar obrigações não previstas em lei. Ademais, ressalto, novamente, que a previsão contida no § 1° do art. 17O, no sentido de que a utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é imperativa, não pode ser analisada isoladamente, e sua aplicação deve ser restrita às hipóteses em que o benefício da redução do valor do ITR tenha como condição o protocolo tempestivo do ADA, não sendo o caso das áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, por não estarem previstas no caput do art. 10 do Decreto n° 4.382/02. Dessa forma, ao contrário da decisão de piso, entendo que não cabe exigir o protocolo do ADA para fins de fruição da isenção do ITR das áreas de preservação permanente, reserva legal e das áreas cobertas por florestas nativas, bastando que o contribuinte consiga demonstrar através de provas inequívocas a existência e a precisa delimitação dessas áreas. Se a própria lei não exige o ADA, não cabe ao intérprete fazêlo. E no tocante à questão probatória, reforço que o Laudo Técnico, referente ao ano de 2007, emitido por Engenheira Agrônomo (fls. 53/69), acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART (fls. 70 e 77), identificou as áreas pertinentes ao imóvel denominado “Fazenda Sanhaco”, elucidadas no demonstrativo abaixo: Exercício 2008 Demonstrativo do AI Distribuição da Área do Imóvel Rural (ha) Declarado Apurado Laudo Técnico 2007 Área Total do Imóvel 3.324,7 3.324,7 3.324,72338 Área de Preservação Permanente 2,9791 Área de Reserva Legal 1.047,1921 Área Coberta por Florestas Nativas 2.272,6552 DJ de 2/8/2004; AgRg no REsp 1.395.393/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de 31/03/2015. Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 214 15 Distribuição da Área Utilizada pela Atividade Rural (ha) Declarado Apurado Laudo Técnico 2007 Área de Exploração Extrativa 3.323,7 O conjunto probatório acostado aos autos, ao meu juízo, permite atestar, com segurança, a existência dessas áreas, notadamente em razão dos seguintes documentos apresentados em sede de Impugnação: (a) Certidão expedida pelo Cartório do 1° Ofício Extrajudicial do Estado do Maranhão, da Comarca de Barra do Corda (MA), constatando no Livro n° 2 do Registro Geral de Imóveis da Comarca, na matrícula n° 16.872, em 16/06/2010, a averbação, nos termos de um Termo de Responsabilidade e Averbação de Reserva Legal – TRARL, datado de 03 de maio de 2010, para fazer constar uma área de utilização limitada correspondente a 1.047,1921 ha (fls. 49). (b) Certidão expedida pelo Cartório do 1° Ofício Extrajudicial do Estado do Maranhão, da Comarca de Barra do Corda (MA), afirmando que, no Livro n° 2 de Registro Geral de Imóveis (Registro Geral), na matrícula n° 16.872, registro n° 01, em data de 31 de agosto de 2004, há o registro de uma Gleba de terras situada neste município, denominada Fazenda Vale do Rio Ourives (02), localizada no lugar Ourives, com uma área de 3.324,7238 ha (fls. 52). (c) Laudo Técnico de Avaliação de Imóvel Rural – NIRF 6.569.2071 emitido por Engenheira Agrônomo (fls. 53/69), referente ao ano de 2007, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART (fls. 70 e 77). (d) Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal TRARL, protocolizado junto à Sec. Est. Meio Ambiente (fls. 78). (e) Mapa de Uso do Solo, discriminando as áreas de Reserva Legal, Preservação Permanente, Remanescente e Benfeitorias, devidamente assinado por Engenheiro Florestal, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART (fls. 77), informando que as coordenadas foram obtidas a partir de GPS de navegação (fls. 75). Dessa forma, pela análise da documentação acostada aos autos, as respectivas áreas de preservação permanente, reserva legal, cobertas por florestas nativas, foram devidamente comprovadas pelo Laudo Técnico (fls. 53/69), cuja informação encontra respaldo, ainda, nos registros cartorários de fls. 49, 52 e 78. Ressalto, contudo, que apesar de entender que o Laudo Técnico (fls. 53/69) acostado pelo contribuinte não permite que se chegue à conclusão no sentido de que a área coberta de florestas nativas esteja em estágio médio ou avançado de regeneração, condição para a exclusão dessa área do montante tributável por força do art. 10, § 1°, inc. II, “e”, da Lei n° 9.393/96, esse aspecto passou ao largo da decisão de piso, que apenas condicionou a comprovação da área mediante a apresentação do Ato Declaratório Ambiental. Dessa forma, entendo que a lide recursal está adstrita à fundamentação posta, não podendo a instância recursal inovar no julgamento, surpreendendo a parte em relação a aspecto do qual não se defendeu, em ofensa aos princípios do contraditório, a ampla defesa e segurança jurídica. Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 215 16 4.3. Da exigência da prévia averbação de reserva legal no registro de imóveis como condição para a isenção do ITR No que diz respeito à necessidade prévia de averbação da reserva legal no registro de imóveis como condição para a concessão para a isenção do Imposto Territorial Rural, prevista no art. 10, II “a”, da Lei n° 9.393/96, o Superior Tribunal de Justiça2 pacificou as seguintes teses: (a) É indispensável a preexistência de averbação da reserva legal no registro de imóveis como condição para a concessão de isenção do ITR, tendo a averbação, para fins tributários, eficácia constitutiva; (b) A prova da averbação da reserva legal não é condição para a concessão da isenção do ITR, por se tratar de tributo sujeito à lançamento por homologação, sendo, portanto, dispensada no momento de entrega de declaração, bastando apenas que o contribuinte informe a área de reserva legal; e (c) É desnecessária a averbação da área de preservação permanente no registro de imóveis como condição para a concessão de isenção do ITR, pois essa área é delimitada a olho nu. Dessa forma, para a exclusão da área de reserva legal do cálculo do ITR, exigese sua averbação tempestiva e antes do fato gerador. Interpretação diversa não se sustenta, pois a alínea "a" do inciso II do § 1º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, que dispõe sobre a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal do cálculo do ITR, redação vigente à época, fazia referência às disposições da Lei nº 4.771/65 do antigo Código Florestal. E, ainda, o § 8° do art. 16 do Código Florestal exigia que a área de reserva legal fosse averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro competente. É ver a redação do dispositivo: Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (...) § 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. A referida exigência, consta, ainda, expressamente no art. 12, § 1°, do Decreto n° 4.382/02, in verbis: Art. 12. São áreas de reserva legal aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis 2 STJ EREsp: 1310871 PR 2012/02329655, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 23/10/2013, S1 PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 04/11/2013. Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 216 17 competente, nas quais é vedada a supressão da cobertura vegetal, admitindose apenas sua utilização sob regime de manejo florestal sustentável (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001). § 1º Para efeito da legislação do ITR, as áreas a que se refere o caput deste artigo devem estar averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador. Também a Lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos) prevê a obrigatoriedade da averbação da reserva legal, conforme se observa do art. 167, inciso II, nº 22: Art. 167 No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. (...) II a averbação: (...) 22. da reserva legal. Assim, para o gozo da isenção do ITR no caso de área de reserva legal, é imprescindível a averbação prévia da referida área na matrícula do imóvel, sendo o ato de averbação dotado de eficácia constitutiva, posto que, diferentemente do que ocorre com as áreas de preservação permanente, não são instituídas por simples disposição legal3. Apesar do § 7°, do art. 10, da Lei n° 9.393/96, dispensar a prévia comprovação da área de reserva legal por parte do declarante, nada mais fez do que explicitar a natureza homologatória do lançamento do ITR, não dispensando sua posterior comprovação que só perfectibiliza mediante a juntada do documento de averbação, em razão de sua eficácia constitutiva. A averbação da área de reserva legal no Cartório de Registro de Imóveis, antes do fato gerador, deve ser exigida, portanto, como requisito para a fruição da benesse tributária, sendo uma providência que potencializa a extrafiscalidade do ITR4. Isso porque, o ITR é um imposto que concilia a arrecadação com a proteção das áreas de interesse ambiental, e o incentivo à averbação da área de reserva legal vai ao encontro do desenvolvimento sustentável, por criar limitações e exigências para a manutenção de sua vegetação, servindo como meio de proteção ambiental. Também aqui, entendo que não cabe ao julgador invocar o princípio da verdade material, mormente em atenção à extrafiscalidade do ITR, pois muito embora o livre convencimento motivado, no âmbito do processo administrativo, esteja assegurado pelos arts. 29 e 31 do Decreto n° 70.235/72, entendo que existem limitações impostas e que devem ser observadas em razão do princípio da legalidade e que norteia o direito tributário. 3 Nesse sentido: STJ EREsp 1027051/SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 21.10.2013. 4 Precedentes: REsp 1027051/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17.5.2011; REsp 1125632/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 31.8.2009; AgRg no REsp 1.310.871/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 14/09/2012. Fl. 216DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 217 18 Não cabe, pois, invocar a verdade material para o descumprimento de uma exigência legal e que está em consonância com a preservação do meio ambiente, aspecto ínsito ao caráter extrafiscal do ITR. A jurisprudência deste Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, vem adotando o mesmo entendimento, ao exigir a averbação de reserva legal antes da ocorrência do fato gerador, como requisito para a isenção do ITR: ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO INTEMPESTIVA. DATA POSTERIOR AO FATO GERADOR. O ato de averbação tempestivo é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Mantémse a glosa da área de reserva legal quando averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel em data posterior à ocorrência do fato gerador do imposto. (CARF Processo nº 10660.724592/201108 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401004.977 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 4 de julho de 2017). ÁREA DE RESERVA LEGAL. ISENÇÃO. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. NECESSIDADE. Para fins de isenção de ITR é necessária a averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel antes da data da ocorrência do fato gerador. (CARF Segunda Seção TERCEIRA CÂMARA PRIMEIRA TURMA RECURSO: RECURSO DE OFÍCIO RECURSO VOLUNTARIO ACÓRDÃO: 2301004.866 Data de decisão: 18/01/2017) ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A exclusão de área declarada como de reserva legal da área tributável do imóvel rural, para efeito de apuração do ITR, está condicionada a sua averbação à margem da inscrição da matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, até a data da ocorrência do fato gerador. (CARF Segunda Seção SEGUNDA CÂMARA SEGUNDA TURMA RECURSO: RECURSO VOLUNTARIO ACÓRDÃO: 2202004.311 Data de decisão: 04/10/2017). ISENÇÃO. RESERVA LEGAL. A averbação tempestiva é requisito indispensável à isenção de ITR para área de reserva legal. No caso dos autos a averbação ocorreu 2 anos após a ocorrência do fato gerador. Embargos Acolhidos. (CARF Segunda Seção QUARTA CMARA PRIMEIRA TURMA ECURSO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACÓRDÃO: 2401004.436 Data de decisão: 12/07/2016) Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 218 19 ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS ANTES DO FATO GERADOR. OBRIGATORIEDADE. A área de reserva legal somente será considerada como tal, para efeito de exclusão da área tributada e aproveitável do imóvel, quando devidamente averbada junto ao Cartório de Registro de Imóveis competente, na data anterior ao fato gerador. (CARF Segunda Seção SEGUNDA CMARA PRIMEIRA TURMA RECURSO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACÓRDÃO: 2201003.027 Data de decisão: 12/04/2016 ) Cumpre destacar, ainda, que o Código de Processo Civil de 2015, com aplicação subsidiária ao processo administrativo, por força de seu artigo 15, estimula a integridade das decisões proferidas, ao recomendar que “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantêla estável, íntegra e coerente” (art. 926 do NCPC/15). Por fim, observo que o contribuinte alega que o Termo de Averbação da Reserva Legal – TRARL foi emitido antes do início da ação fiscal, o que já seria suficiente para comprovar a existência da área de reserva legal e, por consequência, o direito à isenção garantido pela Lei n° 9.393/96. Contudo, conforme exposto, endosso o entendimento de que para o exercício do direito à exclusão da área de reserva legal para fins de apuração do ITR, é imprescindível a averbação da área à margem da matrícula do imóvel, antes do fato gerador, por ser ato constitutivo da própria reserva, não importando que a emissão do Termo de Responsabilidade de Averbação de Reserva Legal tenha ocorrido antes do lançamento ou mesmo antes do início da ação fiscal. Dessa forma, entendo que o contribuinte não comprovou a averbação da área de reserva legal no registro competente, anteriormente ao fato gerador, impossibilitando a fruição do direito à isenção do ITR, relativamente a essa área, devendo ser mantida a glosa neste ponto. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de revisar as informações na declaração do exercício de 2008, passando a constar as seguintes áreas, referentes ao imóvel rural com cadastro fiscal sob o n° 6.569.2071: (a) área de preservação permanente, no total de 2,9791 ha; (b) área remanescente coberta por florestas nativas, no total de 2.272,6552 ha. Esclareço que a unidade da RFB responsável pela execução do acórdão deverá proceder ao recálculo do imposto, segundo a legislação vigente à época dos fatos geradores, devendo a multa de 75% (setenta e cinco por cento) incidir sobre o saldo remanescente apurado. É como voto. (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Fl. 218DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 219 20 Voto Vencedor Conselheiro Cleberson Alex Friess Redator Designado Peço vênia ao I. Relator para discordar de seu voto na parte em que acolheu a comprovação da existência de área remanescente coberta por florestas nativas para fins de exclusão da área tributável do imóvel rural. A respeito dessa matéria controvertida, reproduzo excerto do voto do I. Relator: (...) Dessa forma, pela análise da documentação acostada aos autos, as respectivas áreas de preservação permanente, reserva legal, cobertas por florestas nativas, foram devidamente comprovadas pelo Laudo Técnico (fls. 53/69), cuja informação encontra respaldo, ainda, nos registros cartorários de fls. 49, 52 e 78. Ressalto, contudo, que apesar de entender que o Laudo Técnico (fls. 53/69) acostado pelo contribuinte não permite que se chegue à conclusão no sentido de que a área coberta de florestas nativas esteja em estágio médio ou avançado de regeneração, condição para a exclusão dessa área do montante tributável por força do art. 10, § 1°, inc. II, “e”, da Lei n° 9.393/96, esse aspecto passou ao largo da decisão de piso, que apenas condicionou a comprovação da área mediante a apresentação do Ato Declaratório Ambiental. Dessa forma, entendo que a lide recursal está adstrita à fundamentação posta, não podendo a instância recursal inovar no julgamento, surpreendendo a parte em relação a aspecto do qual não se defendeu, em ofensa aos princípios do contraditório, a ampla defesa e segurança jurídica. (...) Pois bem. Na origem, a revisão da declaração pela fiscalização foi motivada pela ausência de comprovação da área declarada pelo contribuinte para fins de exploração extrativa, o que resultou na alteração de ofício dos dados e exigência de imposto suplementar. Por ocasião do contencioso administrativo, o recorrente não se insurgiu contra tal aspecto da declaração, mas sim afirmou que havia deixado de incluir tempestivamente na declaração anual as áreas de preservação permanente, reserva legal e coberta de florestas nativas do seu imóvel rural, calculando o imposto como se não houvesse áreas isentas. Nessa hipótese, em que o contribuinte alega erro no preenchimento da declaração, recai sobre ele todo o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito. Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10320.721707/201236 Acórdão n.º 2401005.574 S2C4T1 Fl. 220 21 Em outros dizeres, cabe ao interessado demonstrar através de documentação hábil e idônea a existência das áreas, bem como o cumprimento dos requisitos legais para a exclusão da tributação. Para os imóveis rurais nos quais há áreas cobertas por florestas nativas, prescreve o art. 10, § 1º, inciso II, alínea "e", da Lei nº 9.393, de 1996: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: (...) e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; (...) Como se observa do texto da Lei nº 9.393, de 1996, as áreas cobertas de florestas nativas são passíveis de exclusão do montante tributável por força de lei, desde que comprovado o estágio médio ou avançado de regeneração. Todavia, como assinala o I. Relator em seu voto, o laudo técnico acostado aos autos não permite inferir que a área coberta por florestas nativas encontrase em estágio médio ou avançado de regeneração, tal qual exigido em lei. Não se trata de inovação no julgamento em instância recursal, porque a área coberta por florestas nativas não havia sido declarada e, portanto, não foi objeto de avaliação pela autoridade fazendária. Por isso, tampouco há que se falar em alteração de critério jurídico do lançamento fiscal. Ao interpor o recurso voluntário, toda a matéria correspondente foi devolvida à apreciação pelo órgão de segunda instância administrativa. Na falta de comprovação pelo contribuinte que a área do imóvel cumpre os requisitos legais, inviável a sua exclusão para fins de redução do imposto devido. Conclusão Ante o exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, para considerar tão somente uma área de preservação permanente no total de 2,9791 ha. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 220DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.906303/2011-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007, 2008
IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO
À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas jurídicas.
O critério adotado de constituição da empresa como sociedade empresarial e a tributação diferenciada quanto às alíquotas no IRPJ e CSLL, somente foi implementado com o advento da Lei nº 11.727/2008. Antes, porém, vigorava a Lei nº 9.249/95 que não estabelecia tais parâmetros de sociedade empresarial como condição para a tributação e aplicação das alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) às receitas provenientes de serviços hospitalares.
Numero da decisão: 1401-002.570
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos,em dar provimento ao recurso nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia de Carli Germano (Vice-Presidente), Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007, 2008 IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas jurídicas. O critério adotado de constituição da empresa como sociedade empresarial e a tributação diferenciada quanto às alíquotas no IRPJ e CSLL, somente foi implementado com o advento da Lei nº 11.727/2008. Antes, porém, vigorava a Lei nº 9.249/95 que não estabelecia tais parâmetros de sociedade empresarial como condição para a tributação e aplicação das alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) às receitas provenientes de serviços hospitalares.
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SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas jurídicas. O critério adotado de constituição da empresa como sociedade empresarial e a tributação diferenciada quanto às alíquotas no IRPJ e CSLL, somente foi implementado com o advento da Lei nº 11.727/2008. Antes, porém, vigorava a Lei nº 9.249/95 que não estabelecia tais parâmetros de sociedade empresarial como condição para a tributação e aplicação das alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) às receitas provenientes de serviços hospitalares. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos,em dar provimento ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 63 03 /2 01 1- 36 Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia de Carli Germano (VicePresidente), Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal em Juiz de Fora (MG), que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte apresentada em virtude de não ter reconhecido o direito creditório pleiteado e de não homologar a compensação dos débitos declarados na PER/DCOMP, para manter o crédito tributário exigido. Ao compulsar dos autos, percebese que “a matéria foi objeto de decisão proferida por intermédio do Despacho Decisório eletrônico , exarado pela Delegacia da Receita Federal em Itajaí/SC, no qual não foi homologada a DCOMP, sob o argumento de que “foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Diante disto, a Derat/SC – Florianópolis, não homologou a compensação declarada, exigindo o recolhimento dos débitos, com os respectivos acréscimos legais. Exigiu se os valores devedores indevidamente compensados. A Ciente da autuação, o interessado apresentou MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE, na qual alegou: 1. PRELIMINAR: DA DECISÃO JUDICIAL QUE DECLAROU A NATUREZA HOSPITALAR DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELA REQUERENTE AUSÊNCIA DE MOTIVO PARA A EDIÇÃO DO ATO IMPUGNADO: Diz que há uma questão prejudicial à lavratura do Despacho Decisório, tendo em vista que fora judicialmente reconhecida a natureza hospitalar dos serviços de patologia, autorizando lhes a aplicar o percentual de 8% (IRPJ) e 12%CSLL, para efeitos de determinação da base de calculo (lucro presumido)”. 2. NO MÉRITO: O contribuinte alegou haver ingressado com ação ordinária junto à 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Itajaí/SC, que recebeu o nº 500001672.2010.404.7208, objetivando o reconhecimento do direito de recolher o IRPJ e a CSLL aplicando os percentuais de 8% e 12% sobre a receita bruta e, ainda, o direito de compensar os recolhimentos a maior já efetuados (alíquota de 32%). 3. Diz que obteve decisão judicial que suspendeu a exigibilidade em relação aos créditos tributários correspondentes. E que, uma vez reconhecida judicialmente a natureza hospitalar dos serviços prestados não restam dúvidas no sentido de que a compensação levada a efeito, cujo crédito apurado decorre de pagamentos indevidos Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 4 3 de IRPJ e CSLL, pela aplicação equivocada do percentual de 32% é plenamente legítima, devendo, pois, ser homologado o procedimento de compensação. E que, partindo da premissa que o crédito utilizado para compensação é plenamente legitimo, o entendimento externado no r. Despacho Decisório, configura uma hipótese de negativa de vigência ao disposto no art. 74, da Lei n. 9.430/96”. 4. Requereu que seja: "(a) recebida a presente manifestação de inconformidade, para suspender a exigibilidade do crédito tributário objeto do processo administrativo fiscal, nos termos do art. 151, inc. III, do Código Tributário Nacional; (b) decretada a nulidade do r. Despacho ...; ou, então, (c) seja este integralmente reformado, tendo em vista que fora reconhecida judicialmente a natureza hospitalar dos serviços de patologia prestados”. O Acórdão ora Recorrido recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007, 2008. DIREITO CREDITÓRIO. DISCUSSÃO JUDICIAL. Não encontra amparo legal a pretensão de discutir, na esfera administrativa, matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, dada a supremacia hierárquica da esfera judicial. COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. VEDAÇÃO. CRÉDITOS. LIQUIDEZ E CERTEZA. 1. É vedada a compensação de débitos com direito creditório discutido judicialmente, antes do trânsito em julgado da decisão judicial. 2. Somente o trânsito em julgado da decisão judicial no processo no qual se discute a determinação do crédito do contribuinte pode atribuir a este os requisitos de liquidez e certeza sem os quais a compensação declarada não pode ser homologada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Isto porque, segundo entendimento da Turma, a DCOMP foi transmitida anteriormente à ação ordinária, impetrada em 2010, conforme trecho da sentença anexado aos autos, de modo que o crédito, quando utilizado na compensação declarada, não tinha amparo nem fundamento na ação judicial invocada pela interessada. E que, além disso, cumpre observar que se encontra prejudicada a apreciação do mérito do direito ao crédito e de sua compensação, na medida em que não encontra amparo à pretensão de discutir, na esfera administrativa, matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, dada a supremacia hierárquica da esfera judicial”. E no que tange à possibilidade de se compensar os indébitos discutidos na ação ordinária ajuizada pela impugnante, notase que “nos termos do artigo 170A do Código Tributário Nacional, incluído pela Lei Complementar nº 104, de 2001, citado na própria sentença, é vedada a compensação mediante aproveitamento de tributo objeto de contestação judicial antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial”. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 5 4 Conclui a turma julgadora que “somente após o trânsito em julgado de decisão judicial que reconheça direito creditório é que pode a empresa pleitear na via administrativa a compensação, observados ainda os demais requisitos da legislação pertinente”. Dessa forma, a manifestação fora julgada improcedente, culminandose com a não homologação da compensação objeto da DCOMP. Ciente da decisão do Acórdão, o contribuinte interpõe Recurso Voluntário, alegando seguintes as razões: 1. DA PROTEÇÃO DA SEGURANÇA JURÍDICA DA CONFIANÇA E DA BOAFÉ: Aduz que a compensação levada a efeito, pautouse por entendimento já preconizado pela própria administração fazendária, o acórdão recorrido acabou vulnerando os princípios da segunda jurídica, da proteção da confiança e da boafé, devendo, portando, ser modificado. 2. DA INAPLICABILIDADE DO ART. 170 A (CTN): Aduz que ao se tratar de compensação de indébito resultante de enquadramento legal equivocado, não tem aplicabilidade o disposto no art. 170A, já que nessa hipótese, para constatarse a configuração do indébito, não haverá necessidade de pronunciamento judicial. E que, em decorrência do recolhimento de tributo a maior, a recorrente tem direito ao justo ressarcimento do indébito mediante exercício do direito protestativo de compensação, independentemente de prévia autorização judicial ou administrativo. 3. DA VERIFICAÇÃO E APURAÇÃO DO INDÉBITO RELATIVO AO CRÉDITO COMPENSADO: Afirma que em razão dos amplos poderes de fiscalização da Receita Federal, a compensação levada a efeito não deveria ter sido rejeitada de plano eventualmente pela falta de retificação da DCTF em que fora declarado o tributo indevido. Informa que tal entendimento é baseado no art. 165, II do CTN, em que assegura que a restituição (no caso por compensação) do pagamento indevido mesmo quando o tributo for recolhido a maior em função de erro na edificação do sujeito passivo, na determinação de alíquota aplicada, no calculo do montante de debito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento 4. Requereu o provimento do Recurso Voluntário interposto para modificar o acórdão recorrido, homologandose a compensação pleiteada. É o relatório do essencial. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.553, de 17/05/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10983.902599/2011 16, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.553): "[...] O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. A controvérsia que delimita o conteúdo da lide versa sobre o direito de compensar a diferença de alíquotas do IRPJ e CSLL atribuídos por força da utilização do percentual reduzido de 8% e 12% na apuração do lucro presumido por ocasião da equiparação hospitalar, desde que o contribuinte seja constituído de fato e de direito como sociedade empresária. Não é caso novo nesse Conselho. A DRJ manteve o crédito tributário sob o entendimento de que “somente após o trânsito em julgado de decisão judicial que reconheça direito creditório é que pode a empresa pleitear na via administrativa a compensação, observados ainda os demais requisitos da legislação pertinente”. Entretanto, como bem observado pela DRJ “a DCOMP foi transmitida anteriormente à ação ordinária, impetrada em 2010, conforme trecho da sentença anexado aos autos, de modo que o crédito, quando utilizado na compensação declarada, não tinha amparo nem fundamento na ação judicial invocada pela interessada. Não é caso novo nesse Conselho a análise sobre as alíquotas aplicáveis e o enquadramento como serviços de natureza hospitalar. DO ENQUADRAMENTO DE SERVIÇOS HOSPITALARES: É cediço, que o Superior Tribunal de Justiça pacificou a matéria atinente à aplicação de alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) às receitas provenientes de serviços hospitalares. O critério eleito é de cunho objetivo e concerne “à natureza do serviço que deve ser relacionado à promoção da Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 7 6 saúde e ter custo diferenciado, excluídas, assim, as receitas decorrentes de simples consultas médicas e demais atividades administrativas”, senão vejamos: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 8 7 médicos". (STJ, REsp 1.369.763/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 24/6/2013; AgRg no REsp 1.383.586/RS, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 1/10/2015). Coadunase ao entendimento pacificado do STJ, o seguinte julgado: Acórdão nº 1401001.433 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de dezembro de 2015. Matéria Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Recorrentes Hemoclínica Serviços de Hemoterapia Ltda Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas, como hemoclínicas. Forçoso reconhecer, portanto, o direito da empresa recorrente ao recolhimento do imposto de renda pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido, no mesmo patamar exigido das entidades prestadoras de serviços hospitalares, previsto nos arts. 15, § 1º, III, "a" (IRPJ) e 20 da Lei n. 9.249∕95 (CSLL). Desta feita, restandolhe assegurado o direito ao recolhimento no mesmo patamar das prestadoras de serviços hospitalares, também lhe é assegurado o direito à restituição ou compensação dos valores pagos a maior. FATOS GERADORES OCORRIDOS ANTES DO ADVENTO DA LEI Nº 11.727/08: Em que pese não tenha sido objeto da decisão recorrida vez que a mesma não adentrou ao mérito, cumpre enfrentar a matéria. O critério adotado de constituição da empresa como sociedade empresarial e a tributação diferenciada quanto às alíquotas no IRPJ e CSLL, somente foi implementado com o advento da Lei nº 11.727/2008. Antes, porém, vigorava a Lei nº 9.249/95 que não estabelecia tais parâmetros de sociedade empresarial como condição para a tributação e aplicação das Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 9 8 alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) às receitas provenientes de serviços hospitalares. Acerca do efeito vinculante para a Administração Tributária Federal de teses jurisprudências pacificadas, fazse necessário a transcrição da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1 de 12 de fevereiro de 2014: Art. 19. Fica a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto, desde que inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão versar sobre: (Redação dada pela Lei nº 11.033, de 2004) ...V matérias decididas de modo desfavorável à Fazenda Nacional pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos art. 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, com exceção daquelas que ainda possam ser objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal Federal. § 5o As unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil deverão reproduzir, em suas decisões sobre as matérias a que se refere o caput, o entendimento adotado nas decisões definitivas de mérito, que versem sobre essas matérias, após manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional nos casos dos incisos IV e V do caput. (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) § 6o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) § 7o Na hipótese de créditos tributários já constituídos, a autoridade lançadora deverá rever de ofício o lançamento, para efeito de alterar total ou parcialmente o crédito tributário, conforme o caso, após manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional nos casos dos incisos IV e V do caput. (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) De fato, a matéria está na lista de temas em relação aos quais se aplica o disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/02 e nos arts. 2º, V, VII, §§ 3º a 8º, 5º e 7º da Portaria PGFN Nº 502/2016, publicada pela a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (http://www.pgfn.fazenda.gov.br/legislacaoe normas/documentosportaria502/listadedispensade contestarerecorrerart2ovviiea7a73oa8oda portariapgfnno5022016, acesso em 15 de outubro de 2017): "Alíquotas reduzidas Serviços hospitalares Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 10 9 REsp 1.116.399/BA (tema nº 217 de recursos repetitivos) Resumo: Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Para fins de redução da alíquota, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". Ficou consignado que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. OBSERVAÇÃO: O benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das receitas da sociedade que decorre da prestação de serviços hospitalares propriamente ditos. Ressaltamos que o STF não reconheceu repercussão geral com relação a este tema (AI 803.140). OBSERVAÇÃO 2: Deve ser apresentada contestação e interposto recurso quando se tratar de sociedade simples, tendose em vista a alteração introduzida pela Lei 11.718/08* no art 15, III, da Lei 9.249/95, segundo a qual a alíquota reduzida será aplicável apenas quando a prestadora de serviços for organizada sob a forma de sociedade empresária." (Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 2014). Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 11 10 Ocorre que, somente após o advento da Lei 11.727/08 é que houve a instituição do requisito legal de ser uma sociedade empresária para poder usufruir do beneficio legal da tributação favorecida. Antes de janeiro de 2009, os contribuintes poderiam estar organizados sob a forma de sociedade simples, sem que isso interferisse na obtenção do referido benefício fiscal. Não há obrigatoriedade de ser constituída como sociedade empresária para os fatos geradores ocorridos anteriormente a 01/01/2009, data em que passou a produzir efeitos o art. 29 da Lei n. 11.727/2008. Somente após esta data, é que se deve observar as alterações e imposições trazidas pelo texto legal. In casu, o auto de infração fora lavrado com exigências tributárias referentes aos anoscalendários de 2006/2007/2008, de modo que as alterações trazidas pela Lei nº 11.727/08 não podem retroagir para abarcar fatos geradores ocorridos anteriormente à vigência da Lei. Ademais, admitir a modulação dos efeitos da Lei 11.727/2008 para fatos pretéritos, é aceitar uma modificação de critério jurídico vedado pelo art. 146 do CTN, na medida em que se traz eficácia retroativa aos fatos geradores ocorridos anteriormente à vigência da Lei: Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. (CTN). [grifase]. Outrossim, verificase a existência de Recurso Repetitivo nº 217, do STJ, que assim dispôs sobre os serviços hospitalares sujeitos à alíquota reduzida do lucro presumido, inclusive tratandose acerca da irretroatividade da lei para fatos pretéritos, a saber: As modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda à receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. (STJ Tema 217). [grifo nosso]. Diante do exposto, verificandose que o fiscalizada presta serviços laboratoriais de análises clínicas, serviços esses que estão inseridos no conceito de atividades hospitalares e levando em consideração a irretroatividade da Lei 11.727/08 para fatos geradores pretéritos, faz jus a contribuinte ao recolhimento do IRPJ e da CSLL às alíquotas de 8% e 12%, nos Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10983.906303/201136 Acórdão n.º 1401002.570 S1C4T1 Fl. 12 11 termos da Lei nº 9.249/95 (arts. 15, § 1º, inciso III, alínea a, e 20, caput). CONCLUSÃO: Dessa forma, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário interposto, para reconhecer o direito da recorrente de tributar suas receitas em relação ao IRPJ e à CSLL, pelas alíquotas reduzidas de 8% e 12% respectivamente, razão pela qual lhe assiste o direito de compensar os pagamentos feitos a maior. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento ao recurso, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13910.720192/2012-03
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2009
DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE.
Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº. 49.
A denúncia espontânea não afasta a aplicação da multa por atraso no cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Aplicação da Súmula CARF n. 49. Assim, impossível aplicar-se o benefício previsto no art. 138 do CTN no caso de multa por entrega de DCTF em atraso.
Numero da decisão: 1002-000.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do Relatório e Voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Ailton Neves da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes
Nome do relator: BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
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DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DCTF Recorrente MARIZA CHERUBIM COMERCIO DE ROUPAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2009 DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº. 49. A denúncia espontânea não afasta a aplicação da multa por atraso no cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Aplicação da Súmula CARF n. 49. Assim, impossível aplicarse o benefício previsto no art. 138 do CTN no caso de multa por entrega de DCTF em atraso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do Relatório e Voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 91 0. 72 01 92 /2 01 2- 03 Fl. 45DF CARF MF 2 Breno do Carmo Moreira Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 33 à 37) interposto contra o Acórdão n° 0638.784, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR (efls. 28 à 31), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela ora Recorrente, decisão esta ementada nos seguintes termos: Ora, existindo dispositivos estabelecendo uma obrigação acessória por parte do sujeito passivo, e que impõem uma multa pelo seu descumprimento, sendo tais dispositivos integrantes da legislação tributária, conforme estabelecido nos art. 96 e 100, I, do Código Tributário Nacional CTN, a sua observância é obrigatória por parte das autoridades administrativas. Portanto, em relação à legislação que fundamenta a autuação, arrolada nos lançamentos, os agentes do fisco estão plenamente vinculados, e sua desobediência pode causar a responsabilização funcional, conforme previsão do parágrafo único do art. 142 do mesmo Código, que tem a seguinte redação: “a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”. Vejase que nem mesmo cabe apreciação, por esta turma de julgamento, de argüições de ilegalidade ou de inconstitucionalidade de normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional, uma vez que tal análise foge à alçada das autoridades administrativas, justamente por não disporem de competência para examinar as hipóteses aventadas. Assim, qualquer pedido ou alegação que ultrapasse a análise de conformidade do ato administrativo de lançamento com as normas legais vigentes, somente podem ser reconhecidos pela via competente, no caso o Poder Judiciário. Sintetizando, em procedimento administrativo fiscal, basta, ao convencimento da autoridade julgadora, a norma jurídica vigente e apta a incidir (eficácia potencial); se válida ou não, já é questionamento a ser apreciado pelo judiciário e, mesmo assim, para que a tutela beneficie a contribuinte deve ser ela parte interessada na contenda judicial ou, se não, deve referida tutela emanar, em última análise, do Supremo Tribunal Federal, segundo os termos do Decreto nº 2.346, de 1997. No tocante ao instituto da denúncia espontânea, sustentando ser o mesmo plenamente aplicável à hipótese de que se trata, é de se ressaltar que, embora a contribuinte tenha apresentado espontaneamente a declaração antes de qualquer atividade administrativa da fiscalização, entendese que, mesmo nesses Fl. 46DF CARF MF Processo nº 13910.720192/201203 Acórdão n.º 1002000.229 S1C0T2 Fl. 46 3 casos a aplicação da multa permanece pertinente, uma vez que, em se tratando de obrigação acessória, a ela não se aplica o instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do CTN, in verbis: Art. 138 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Ou seja, a exclusão de responsabilidade pela denúncia espontânea da infração se refere à multa de ofício relativa à obrigação principal, qual seja, aquela decorrente da falta de pagamento do tributo, não alcançando a obrigação acessória. A multa aplicada pela falta de entrega, ou entrega a destempo (após o prazo legalmente estabelecido), nada tem a ver com o fato gerador da obrigação tributária principal. Tratase, sim, de uma penalidade decorrente do descumprimento de uma obrigação acessória formal. Se a obrigação tributária principal não for adimplida, ai sim, a penalidade de ofício aplicada apresenta relação direta com o fato gerador da obrigação principal. Os argumentos apresentados na Impugnação são reiterados em sede de Recurso Voluntário, de modo que pretende a Contribuinte o reconhecimento da denúncia espontânea. Pugna, também, pela suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151, III, do CTN), em virtude dos efeitos recursais. É o Relatório. Voto Conselheiro Breno do Carmo Moreira Relator .O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Passo à análise dos pontos suscitados no Recurso. Ab initio, quanto à obrigação de apresentar a Declaração em comento a tempo e modo, a Recorrente não demonstrou de modo objetivo fato impeditivo, modificativo ou extintivo do dever de cumprir a obrigação instrumental. Por seu turno, o art. 7.º da Lei n.º Fl. 47DF CARF MF 4 10.426, de 24 de abril de 2002, com a redação vigente na época da infração, estabelece a obrigação de entrega da DCTF, sob pena de aplicação de multa, ao enunciar que: Art. 7.º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei n.º 11.051, de 2004) (...) § 1.º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei n.º 11.051, de 2004) Constróise, a partir do texto acima transcrito, a norma jurídica instituidora do dever instrumental de entregar declaração, a instituidora da regramatriz sancionadora da violação deste dever instrumental e a instituidora da regramatriz da lavratura da autuação. Estas, em conjunto, atuando sistemicamente, regulam, de modo objetivo e transpessoal, as condutas intersubjetivas, via modal deôntico obrigatório, no sentido de que, uma vez descumprida a obrigação de dar/entregar, a qual estava obrigado a contribuinte, impõese a autoridade lançadora o dever de constituir a relação jurídica que impõe a obrigação de pagar a multa. Se havia o dever jurídico de adimplir a obrigação de entregar a DCTF, no prazo estabelecido, descumprido o comando normativo, surge para a administração tributária o direito subjetivo de exigir o adimplemento da multa, sendo, em verdade, o agente competente obrigado a proceder com o lançamento, sob pena de violar a norma enunciada no parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN). Somese a isto o fato de que a análise deve seguir o critério objetivo, não sendo necessário perquirir sobre a existência de eventuais prejuízos pela não entrega da declaração. A sanção quedase alheia à vontade da Contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado da inobservância das regras de cumprimento do dever instrumental. A responsabilidade no campo tributário independe da intenção do agente ou do responsável, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, conforme estabelece expressamente o art. 136 do CTN. Destaco, outrossim, que a própria natureza da obrigação acessória representa um viés autônomo do tributo. Nessa trilha, quando se descumpre a indigitada obrigação, exsurge a possibilidade da constituição de um direito autônomo à cobrança, pois pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal, relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, § 3°, do CTN). Isto porque, o art. 113 do CTN ao enunciar que “a obrigação tributária é principal ou acessória” estabeleceu que, para fins de cobrança, o direito de exigir o pagamento de tributo ou o direito de exigir o adimplemento em pecúnia do valor equivalente a multa imposta por descumprimento de dever instrumental devem ser tratados de igual maneira para todos os fins de exigibilidade. Fl. 48DF CARF MF Processo nº 13910.720192/201203 Acórdão n.º 1002000.229 S1C0T2 Fl. 47 5 A importância do cumprimento do dever instrumental devese à necessidade de transportar para o mundo jurídico, via linguagem competente, elementos enriquecedores para que seja possível a instauração da pretensão tributária, principalmente facilitando o estabelecimento de “fatos jurídicos”, após o relato dos eventos em linguagem competente. Aliás, este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), analisando caso semelhante, já decidiu no mesmo sentido. Peço vênia para transcrever a ementa, verbo ad verbum: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2001 DCTF. ENTREGA EXTEMPORÂNEA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. MULTA PECUNIÁRIA. O retardamento da entrega de DCTF constitui mera infração formal. Não sendo a entrega serôdia infração de natureza tributária, e sim infração formal por descumprimento de obrigação acessória autônoma, não abarcada pelo instituto da denúncia espontânea, é legal a aplicação da multa pelo atraso de apresentação da DCTF. As denominadas obrigações acessórias autônomas são normas necessárias ao exercício da atividade administrativa fiscalizadora do tributo, sem apresentar qualquer laço com os efeitos do fato gerador do tributo. A multa aplicada decorre do exercício do poder de polícia de que dispõe a Administração Pública, pois o contribuinte desidioso compromete o desempenho do fisco na medida em que cria dificuldades na fase de homologação do tributo. (...) ÔNUS DA PROVA. Para elidir o fato constitutivo do direito do fisco, incumbe ao sujeito passivo o ônus probatório da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo. (CARF, Recurso Voluntário, Acórdão 1802001.539 2ª Turma Especial, Rel. Conselheiro Nelso Kichel, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 06/02/2013) Valhome aqui, de igual modo, dos precedentes desta Colenda 2.ª Turma Extraordinária, desta Primeira Seção de Julgamentos do CARF, que nos Acórdãos ns. 1002 000.006, 1002000.009, 1002000.010, 1002000.012, 1002000.016, 1002000.075, 1002 000.077, 1002000.078, 1002000.079, 1002000.080, 1002000.081, 1002000.083, 1002 000.090, 1002000.091 e 1002000.104, dentre outros, seguiram a tese de que a entrega extemporânea da DCTF enseja a aplicação de multa. Nessa trilha, em relação ao instituto da denúncia espontânea suscitado no Recurso Voluntário, fazse mister ressaltar que tal matéria também é respaldada por entendimento sumulado do CARF: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Fl. 49DF CARF MF 6 Demais disto, observo que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui precedente acerca da legalidade da exigibilidade da multa por descumprimento do dever instrumental de entregar declaração, vejase: TRIBUTÁRIO. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUSÊNCIA DE ENTREGA DE DCTF. ARTIGO 11, §§ 1º e 3º, DO DECRETOLEI 1.968/82 (REDAÇÃO DADA PELO DECRETOLEI 2.065/83). 1. A multa pelo descumprimento do dever instrumental de entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF regese pelo disposto no § 3º, do artigo 11, do DecretoLei 1.968/82 (redação dada pelo DecretoLei 2.065/83), verbis: "Art. 11. A pessoa física ou jurídica é obrigada a informar à Secretaria da Receita Federal os rendimentos que, por si ou como representante de terceiros, pagar ou creditar no ano anterior, bem como o Imposto de Renda que tenha retido. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 1º A informação deve ser prestada nos prazos fixados e em formulário padronizado aprovado pela Secretaria da Receita Federal. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 2º Será aplicada multa de valor equivalente ao de uma OTRN para cada grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou omitidas, apuradas nos formulários entregues em cada período determinado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 3º Se o formulário padronizado (§ 1º) for apresentado após o período determinado, será aplicada multa de 10 ORTN, ao mês calendário ou fração, independentemente da sanção prevista no parágrafo anterior. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 4º Apresentado o formulário, ou a informação, fora de prazo, mas antes de qualquer procedimento ex officio, ou se, após a intimação, houver a apresentação dentro do prazo nesta fixado, as multas cabíveis serão reduzidas à metade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983)." 2. Deveras, o artigo 11, do DecretoLei 1.968/82, instituiu o dever instrumental do contribuinte (pessoa física ou jurídica) da entrega de informações, à Secretaria da Receita Federal, sobre os rendimentos pagos ou creditados no ano anterior e o imposto de renda porventura retido (caput). 3. As aludidas informações são prestadas por meio de formulário padronizado, sendo certo que a Instrução Normativa SRF nº 126/1998 instituiu a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF a ser apresentada pelas pessoas jurídicas. 4. O inadimplemento da obrigação de entrega da DCTF, no prazo estipulado, importa na aplicação de multa de 10 ORTN's (§ 3º, do artigo 11, do DL 1.968/82), independentemente da sanção prevista no § 2º (multa de 1 ORTN para cada grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou omitidas, apuradas em cada DCTF). 5. Conseqüentemente, revelase escorreita a penalidade aplicada para cada declaração apresentada extemporaneamente. 6. Recurso especial desprovido. (REsp 1081395/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/06/2009, DJe 06/08/2009) Fl. 50DF CARF MF Processo nº 13910.720192/201203 Acórdão n.º 1002000.229 S1C0T2 Fl. 48 7 Pela oportunidade, destaco que a Doutrina se posiciona no seguinte sentido acerca das infrações às normas instrumentais enunciadas na legislação, chegando a apontar a sua importância para a sistemática da administração tributária: Professor Paulo de Barros Carvalho1: O antecedente da regra sancionatória descreve fato ilícito qualificado pelo descumprimento de um dever estipulado no consequente da regramatriz de incidência. É a nãoprestação do objeto da relação jurídica. Essa conduta é tida como antijurídica, por transgredir o mandamento prescrito, e recebe um nome de ilícito ou infração tributária. Atrelada ao antecedente ou suposto da norma sancionadora está a relação deôntica, vinculando, abstratamente, o autor da conduta ilícita ao titular do direito violado. No caso das penalidades pecuniárias ou multas fiscais, o liame também é de natureza obrigacional, uma vez que tem substrato econômico, denomina se relação jurídica sancionatória e o pagamento da quantia estabelecida é promovida a título de sanção. Professor Sacha Calmon Navarro2: Podemos, então, sem medo de errar, afirmar que a infração fiscal configurase pelo simples descumprimento dos deveres tributários de dar, fazer e não fazer, previstos na legislação. Esta a sua característica básica. (...) É preciso ver que a sanção, em Direito Tributário, cumpre relevante papel educativo. Noutras palavras, provoca na comunidade dos obrigados a necessidade de inteirarse dos deveres e direitos defluentes da lei fiscal, certo que o erro ou a ignorância possuem total desvalia como excludente de responsabilidade, ... Ademais, entendo que o dever instrumental é necessário ao controle das atividades estatais de arrecadação no livre mercado, perfectibilizando as exigências das leis tributárias, sendo o direito aplicado de igual modo para todos. A multa nasce a partir de uma conduta contrária à legislação tributária, conduta esta que pode ser evitada com uma boa governança tributária. Logo, é possível ficar livre da sanção fiscal, caso se opte por seguir o caminho regulamentar, dirigindo sua atuação conforme a disciplina normativa correta e atuando com o dever de ofício que lhe impõe a lei. Por fim, pontuo que o efeito da suspensão da exigibilidade do crédito é inexorável ao efeito do Recurso Voluntário, razão pela qual se torna descabida sua detida análise processual. Considerando o até aqui esposado e enfrentadas todas as questões necessárias para a decisão, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ. 1 CARVALHO, Paulo de Barros Curso de Direito Tributário, São Paulo: Saraiva, 1999, p. 465 e 466. 2 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Teoria e prática das multas tributárias. 2ª ed. Rio de Janeiro, Forense. 2001, p.29. Fl. 51DF CARF MF 8 Conclusão Com tudo o que foi exposto nos tópicos anteriores, resta claro que os argumentos esposados pela Recorrente não merecem ser acolhidos. Portanto, VOTO pelo NÃO PROVIMENTO do Recurso Voluntário, com a consequente manutenção da decisão de origem. (assinado digitalmente) Breno do Carmo Moreira Vieira Fl. 52DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720353/2007-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Aug 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 08/02/2007
RECLASSIFICAÇÃO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO.
A falta de impugnação quanto a reclassificação fiscal que ensejou o lançamento de ofício, torna definitivamente constituídos os valores do auto de infração, não remanescendo litígio a ser apreciado por este colegiado.
Numero da decisão: 3302-005.735
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Weis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araújo, Vinicius Guimarães (suplente convocado), José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: DIEGO WEIS JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 08/02/2007 RECLASSIFICAÇÃO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. A falta de impugnação quanto a reclassificação fiscal que ensejou o lançamento de ofício, torna definitivamente constituídos os valores do auto de infração, não remanescendo litígio a ser apreciado por este colegiado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Diego Weis Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araújo, Vinicius Guimarães (suplente convocado), José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 03 53 /2 00 7- 69 Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10280.720353/200769 Acórdão n.º 3302005.735 S3C3T2 Fl. 59 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto por Rema Auto Car Comercial Ltda. contra o Acórdão n. 0735.203, da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) – DRJ/FNS, que julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido por meio de auto de infração. O Acórdão foi dispensado de ementa com base no que dispõe a Portaria SRF nº 1.364 de 10/11/2004. Em síntese, durante o despacho aduaneiro de importação, o contribuinte teve suas mercadorias reclassificadas, gerando saldo credor de PIS/PASEPimportação e Cofins importação em relação a algumas e saldo devedor quanto a outras (fl.16), o que deu origem ao auto de infração em questão, lavrado com base na existência de crédito tributário no valor R$3.001,60, proveniente de diferença de PIS/Pasepimportação e COFINSimportação, multa de mora e juros de mora. A impugnação oposta pelo contribuinte não questiona a reclassificação e, conseqüentemente, a origem do débito lançado, mas permite entender que houve compensação dos valores pagos a maior com aqueles lançados pelo auto de infração, conforme se pode verificar pelas fls. 19 e 20. A 1ª Turma da DRJ/FNS (fls. 23/25) considerou improcedente a impugnação com base no que dispõe o artigo 165, I, do CTN, segundo o qual o crédito tributário indevidamente recolhido pode ser objeto de pedido de restituição, o que foi requerido pelo contribuinte nos autos do processo nº 10209.000327/200783. Já os valores não recolhidos devem ser necessariamente exigidos mediante auto de infração, sendo, portanto, plenamente válido o auto em questão. Em seu recurso voluntário o Recorrente sustenta seu direito à compensação com base na existência de crédito devidamente reconhecido no processo nº 10209.00326/2007 93, anexando o despacho decisório de fl. 35, que reconhece a existência do crédito e determina compensação com débitos antes de efetivar a restituição. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Weis Junior, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade. 1 Da Reclassificação Fiscal e do pagamento a menor do PIS e COFINS Importação. Tratase de caso envolvendo auto de infração lavrado quando do desembaraço aduaneiro, ocasião em que os tributos recolhidos a menor tiveram sua diferença cobrada e os valores recolhidos a maior foram objeto de pedido de restituição analisado em outro processo, de nº. 10209.000326/200793. O contribuinte não questiona a reclassificação fiscal e nem mesmo o lançamento efetuado por meio do auto de infração, fazendo com que os saldos devedores lançados, nos montantes originais de R$398,23 a título de PISImportação e de R$1.953,78 a Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10280.720353/200769 Acórdão n.º 3302005.735 S3C3T2 Fl. 60 3 título de COFINSImportação, com vencimento em 08.02.2007, sejam considerados definitivamente constituídos, não remanescendo litígio a ser apreciado por esta turma. 2 Da necessidade de confirmação da extinção por compensação. Conforme se pode comprovar pela análise dos documentos de fls. 19 e 35, há elementos que indicam a possível ocorrência de compensação dos débitos constituídos pelo auto de infração em discussão nestes autos com os créditos de IPI objeto do pedido de restituição do outro processo, o que configuraria hipótese de extinção do crédito tributário constituído, nos termos do art. 156, II, do CTN. Destarte, muito embora as diferenças das contribuições ao PISImportação e à COFINSimportação, decorrentes da reclassificação fiscal ocorrida nas mercadorias da DI nº 07/01740544, registrada em 08.02.2007, nos valores originais respectivos de R$398,23 e R$1.953,78 tenham sido definitivamente constituídas, a sua exigência está condicionada à não extinção por compensação com o credito de IPI relativo ao processo de nº 10209.00326/2007 93. Assim, ratificase que antes de formalizar a exigência do crédito tributário constituído, deve a autoridade fiscal certificarse de que tais valores não foram objeto de compensação com o pedido de restituição de IPI pleiteado pelo contribuinte por meio do processo nº 10209.00326/200793. Ante ao exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Diego Weis Junior Relator Fl. 60DF CARF MF
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Numero do processo: 10932.000177/2009-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2005 a 31/01/2007
INTEMPESTIVIDADE CARACTERIZADA. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Não se conhece do recurso apresentado após o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão de primeira instância.
Efetiva-se a ciência do contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, o que ocorrer primeiro.
Numero da decisão: 2202-004.384
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo (suplente convocada), Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil (suplente convocado), Ronnie Soares Anderson (Presidente).
Ausente, justificadamente, o conselheiro Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. Não se conhece do recurso apresentado após o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão de primeira instância. Efetivase a ciência do contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, o que ocorrer primeiro. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo (suplente convocada), Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil (suplente convocado), Ronnie Soares Anderson (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 00 01 77 /2 00 9- 95 Fl. 1181DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática dos Recursos Repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018, proferido no âmbito do processo n° 10932.000179/200984, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que julgou a impugnação improcedente. Conforme Relatório Fiscal, a fiscalização foi comandada para fins de verificação da regularidade do recolhimento das contribuições previdenciárias e devidas a outras entidades e fundos. Após intimada e reintimada a apresentar a Contabilidade por Centro de Custo/individualizada por obra, a empresa não a apresentou, o que levou a auditoria a efetuar o lançamento por aferição indireta nos termos do art. 33, §6º, da Lei nº 8.212/91 e do art. 473 da IN 03/2005 e alterações posteriores. Os autos de Infração lavrados no procedimento fiscal foram discriminados pela fiscalização na seguinte planilha: DEBCAD N° LEVANTAMENTO REFERENTE REF. AO ESTABELECIMENTO 37.227.3645 Auto de Infração por falta de Matrícula CEI 56.473.317/000108 37.227.3653 Auto de Infração por Deixar de contabilizar em Títulos próprios 56.473.317/000108 37.227.3661 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.367 0 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.3688 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.3696 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3700 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3718 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3726 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 232 50.022.27644/77 37.227.3734 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 232 50.022.27644/77 37.227.3742 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Oora 232 50.022.27644/77 37.227.3750 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3769 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3777 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3785 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 234 50.025.43828/73 37.227.3793 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3807 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3815 Auto de Infração de Emp/RAT reforente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3823 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3831 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3840 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3858 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.3866 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.3874 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.388 2 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 251 G 50.022.22636/70 Fl. 1182DF CARF MF Processo nº 10932.000177/200995 Acórdão n.º 2202004.384 S2C2T2 Fl. 3 3 37.227.3890 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 251 G 50.022.22636/70 37.227.3904 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 251G 50.022.22636/70 37.227.3912 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.227.3920 Auto de Infração tíc Terceiros referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.227.3939 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.231.6220 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.6239 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.621/ Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.6255 Auto de Infração dc Segurados referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6263 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6271 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6280 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 256 50.025.43742/79 37.231.6298 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6301 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6310 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6328 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 3/.231.6336 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 37.231.6344 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 37.231.6352 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6360 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6379 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6387 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6395 Auto de In'ração de Terceiros referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6409 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6417 Auto de Infração de Segurados referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 37.231.6425 Auto de Infração de Terceiros referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 3/.231.6433 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 37.231.6441 Auto de Infração de Terceiros referente a Serviços da Giagui 56.473.317/000108 37.231.6450 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Serviços da Giagui 56.473.317/000108 Cientificado da autuação a recorrente apresentou impugnação alegando, em síntese, a improcedência e incorreção da aferição indireta. Diante das alegações da recorrente a autoridade julgadora de primeira instância, converteu o julgamento em diligência, a fim de que a fiscalização se pronunciasse sobre os argumentos levantados pela defesa. No resultado da diligência a fiscalização se manifestou sobre todos os processos gerados no procedimento fiscal, listando os seguintes: 10932.000171/200918 10932.000187/200921 10932.000205/200974 10932.000172/200962 10932.000190/200944 10932.000206/200919 10932.000173/200915 10932.000192/200933 10932.000207/200963 10932.000174/200951 10932.000189/200910 10932.000208/200916 10932.000175/200904 10932.000191/200999 10932.000209/200952 10932.000177/200995 10932.000193/200988 10932.000210/200987 10932.000176/200941 10932.000194/200922 10932.000211/200921 10932.000178/200930 10932.000197/200966 10932.000212/200976 Fl. 1183DF CARF MF 4 10932.000180/200917 10932.000200/200941 10932.000213/200911 10932.000179/200984 10932.000195/200977 10932.000214/200965 10932.000181/200953 10932.000196/200911 10932.000215/200918 10932.000183/200942 10932.000198/200919 10932.000217/200907 10932.000182/200906 10932.000199/200955 10932.000218/200943 10932.000184/200997 10932.000202/200931 10932.000219/200998 10932.000186/200986 10932.000204/200920 10932.000220/200912 10932.000185/200931 10932.000201/200996 10932.000221/200967 10932.000188/200975 10932.000203/200985 10932.000222/200910 10932.000223/200956 A auditoria reafirmou a procedência do lançamento por aferição indireta, de cujo Termo de Constatação extraio os seguintes trechos: “Ora, se a empresa possui controles analíticos de salários, se possui controles contábeis para identificação individual dos lançamentos dos encargos previdenciários, isto não foi demonstrado nem no momento da fiscalização e muito menos na documentação anexada como meio de prova, nesta fase de defesa administrativa, Todos os documentos apresentados nesta fase se referem a VALORES GLOBAIS, como o resumo da folha de pagamento GERAL e os tais relatórios de composição contábil, como detalharemos mais abaixo. Portanto, em nenhum momento desta defesa, o contribuinte conseguiu provar a contabilização em títulos próprios, por obra de construção civil, dos fatos geradores previdenciários, conforme prega o art. 32 da lei 8.212/91.” A recorrente apresentou contrarrazões ao resultado da diligência, reafirmando a improcedência do lançamento. A impugnação foi julgada improcedente pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil, cujo resultado foi levado à ciência da recorrente por meio da disponibilização na Caixa Postal, Módulo eCAC do Site da Receita Federal. Após ciência por meio da abertura dos arquivos disponibilizados, via Termo de Abertura de Documento, não houve manifestação dentro do prazo que teria para apresentação de Recurso Voluntário. Diante disso, lavrouse o respectivo Termo de Perempção e o processo foi encaminhado à PGFN. Nessa fase, passados mais de 100 (cem) dias desde a data da ciência do Acórdão da DRJ, pelo contribuinte, este protocolizou recurso voluntário em face da Decisão de 1ª Instância Administrativa. O processo, então, retornou à fase administrativa para apreciação do recurso interposto, no qual se alega, em síntese: · Tempestividade. Admissibilidade do recurso. · Alteração da forma de intimação de meio papel para digital sem autorização do recorrente. · Falta de comprovação da intimação do resultado do julgamento de primeira instância. · Vícios do procedimento fiscal e vícios da autuação. Fl. 1184DF CARF MF Processo nº 10932.000177/200995 Acórdão n.º 2202004.384 S2C2T2 Fl. 4 5 Por fim, requereu o Recorrente o cancelamento da inscrição em dívida ativa e o retorno ao trâmite administrativo, para declaração de nulidade do auto de infração. É o relatório." Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson – Relator. Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018, proferido no julgamento do processo n° 10932.000179/200984, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, a seguir, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pela Conselheira Rosy Adriane da Silva Dias, digna relatora da susodita decisão paradigma, reprisese, Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018: Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária "O Recurso Voluntário é intempestivo, o que prejudica sua admissibilidade. Primeiramente, informo que a matéria tratada nos autos é a mesma discutida nos processos nº 10932.000187/200921, 10932.000190/200944, 10932.000192/200933, originados do mesmo procedimento fiscal, conforme relatado anteriormente, e que já foram julgados pelo CARF em 08/03/2016, tendo sido exarados os acórdãos nº 2201002.966, 2201002.965, 2201 002.964, respectivamente. Conforme relatórios constantes nos acórdãos citados, os processos foram baixados em diligência, a fim de que fosse comprovada a opção do recorrente pelo Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), conforme trecho extraído do Acórdão nº 2201 002.966 (processo 10932.000187/200921): “O processo baixou em diligência para comprovar a opção do contribuinte pelo Domicílio Tributário Eletrônico DTE, apresentar as normas e condições de sua utilização e confirmar a data de entrada do Recurso Voluntário na Receita Federal. A DERAT/SP informou que a empresa realizou a opção pelo DTE em 13/01/2012 e em 27/08/2012, anexou tela com as orientações sobre o funcionamento do DTE na Caixa Postal do eCAC e confirmou o de recebimento do Recurso Voluntário pela Receita Federal em 05/08/2013. Fl. 1185DF CARF MF 6 Conforme fl. 1368 foi solicitada Apuração Especial pelo SERPRO, cujo resultado encontrase nas fls. 13691373 e comprova que o contribuinte de CNPJ 56.473.317/00001 08 (NI logado e NI papel) realizou a opção pelo DTE no dia 13/01/2012 e no dia 27/08/2012. De acordo com o despacho do SETEC, fl. 1366, foi anexada a tela na fl. 1365 com as orientações sobre o funcionamento do DTE na Caixa Postal do eCAC Considerandose na fl. 1336 (última do Recurso Voluntário) a menção ao recebimento dos documentos naquela data, cujo carimbo está na fl. 1262 (primeira do Recurso Voluntário), além da Tela do Histórico de eventos no SICOB, na JL1374 (campo data do Evento Recurso Voluntário), compreendese que a data de recebimento do Recurso Voluntário pela Receita Federal foi em 05/08/2013.” Restou comprovado, por meio de diligência naqueles processos, que a recorrente fez opção pelo DTE, o que levou o Colegiado de segunda instância a não conhecer dos recursos, conforme dispositivos dos acórdãos citados: "ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestivo.". Diante da informação exarada nos acórdãos citados, a qual aproveito para análise do presente processo, entendo que a ciência do resultado do julgamento de primeira instância se deu pela Abertura dos Arquivos correspondentes no link Processo Digital, disponibilizados no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), por meio da opção Consulta Comunicados/Intimações, conforme Termo de Abertura de Documentos, nos termos da alínea "b" do inciso III do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto 70.235/72 (PAF): “Art. 23. Farseá a intimação: [...] III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] § 2° Considerase feita a intimação: [...] III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Grifei).” Registrese, por relevante, que, mesmo que se adotasse o critério de ciência do contribuinte por decurso de prazo, previsto na Fl. 1186DF CARF MF Processo nº 10932.000177/200995 Acórdão n.º 2202004.384 S2C2T2 Fl. 5 7 alínea "a" do inciso III do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, ainda assim o recurso voluntário interposto pelo Sujeito Passivo permaneceria infectado pelo vício da intempestividade, eis que, na data de sua interposição, o prazo recursal já se haveria exaurido há, pelo menos, dois meses. Portanto, como o Recurso Voluntário foi apresentado após o limite estabelecido pelo Decreto nº 70.235/72, ele é extemporâneo. Conclusão Por todo o exposto, voto por não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) Ana Maria Bandeira." Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, em razão de sua apresentação intempestiva. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. Fl. 1187DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.914258/2012-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005
RESTITUIÇÃO. REQUISITO.
O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN).
Numero da decisão: 3201-003.878
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005 RESTITUIÇÃO. REQUISITO. O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório METROBENS AUTOMÓVEIS LTDA. apresentou pedido eletrônico de restituição de crédito da contribuição (Cofins/PIS), pedido esse que restou indeferido pela repartição de origem em razão do fato de que o pagamento informado pelo pleiteante já havia sido utilizado para quitação de outros débitos de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 42 58 /2 01 2- 02 Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10980.914258/201202 Acórdão n.º 3201003.878 S3C2T1 Fl. 3 2 Cientificado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reavaliação do despacho decisório, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) o direito creditório pleiteado se refere a pagamento a maior da contribuição (PIS/Cofins) decorrente da inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo; b) a contribuição (PIS/Cofins) incide sobre o faturamento mensal que corresponde à receita bruta da venda de mercadorias e/ou serviços; c) a Lei nº 9.718/1998 extrapolou a previsão constitucional, instituindo as contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente do tipo de atividade exercida e/ou da classificação contábil adotada, enquanto que o art. 195, I, "b", da Constituição Federal previa a instituição de contribuições sociais somente sobre o faturamento, o que não abrange o valor pago a título de ICMS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não faturamento. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por meio do acórdão nº 12 078.378, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, diante da não comprovação do crédito pleiteado. Irresignado, o contribuinte interpôs, no prazo legal, Recurso Voluntário, repisando os mesmos argumentos de defesa, destacando a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição (PIS/Cofins), conforme decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal proferida no dia 8 de outubro de 2014, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852/MG, que também reconheceu a repercussão geral da matéria no julgamento do RE nº 574.706. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.778, de 20/06/2018, proferido no julgamento do processo 10980.912250/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.778): O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou PER/DCOMP por meio do qual requereu a restituição da Cofins apurada em novembro de 2006. Indeferido o pleito ao argumento de que o crédito vindicado estava integralmente utilizado para quitação de débitos do próprio contribuinte, Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10980.914258/201202 Acórdão n.º 3201003.878 S3C2T1 Fl. 4 3 a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, por meio da qual alegou, com fundamento em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, que o direito à restituição decorre do fato do pagamento a maior do PIS/Cofins, em face da inclusão, nas suas respectivas bases de cálculos, do ICMS estadual, argumento repetido no recurso voluntário, ora apreciado. A Recorrente, contudo, não se atentou para o fato – devidamente explicitado no acórdão recorrido – de que a razão para o indeferimento do pedido repousou na utilização integral do crédito para pagamento de débito da mesma contribuição. Noutras palavras, a Recorrente sequer apresentou, antes ou após a ciência do Despacho Decisório (na verdade, nada falou a respeito em suas defesas), DCTF retificadora para permitir a liberação do valor requerido, se fosse o caso, e a sua restituição em pecúnia ou a sua compensação com outros tributos. Ainda que eventualmente seja procedente o argumento que embasa o pedido (isso não significa que concordemos com a tese), a Administração Tributária não podia e não pode restituir valor já alocado para quitação de um tributo. Quem deve fazêlo é o próprio contribuinte, de ordinário antes de apresentar o pedido eletrônico de restituição. É como, aliás, entende a própria RFB, como indica o Parecer Normativo Cosit nº 2, de 28 de agosto de 2015: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10980.914258/201202 Acórdão n.º 3201003.878 S3C2T1 Fl. 5 4 objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442 Portanto, para que haja a possibilidade de restituição, o crédito respectivo deve estar liberado, mediante a entrega de DCTF retificadora, exceto quanto às hipóteses de impedimento à sua apresentação, não verificadas, aliás, no caso ora em exame, como, por exemplo, quando o saldo a pagar já tenha sido enviado à Procuradoria da Fazenda Nacional PFN para inscrição em Dívida Ativa. Não cabe, ademais, à RFB fazer a retificação de ofício. Como consignado nos fundamentos do referido PN, "enquanto não retificada a DCTF, o débito ali espontaneamente confessado é devido, logo, valor utilizado para quitálo não se constitui formalmente em indébito, sem que a recorrente promova a prévia retificação da declaração. (Acórdão nº 1302001.571, Rel. Cons. Alberto Pinto Souza Júnior, 25 de novembro de 2014)". A situação aqui enfrentada é, como se percebe, diferente da que comumente se vê no Contencioso Administrativo, em que o interessado costuma apresentar DCTF retificadora, mas não apresenta, na manifestação de inconformidade, documentos contábeis/fiscais Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10980.914258/201202 Acórdão n.º 3201003.878 S3C2T1 Fl. 6 5 comprovando o erro cometido na original, ou os apresenta neste recurso, mas o só fato de a DCTF retificadora ter sido apresentada após a ciência do Despacho Decisório leva a DRJ a manter, por esse só motivo, o indeferimento do pedido de restituição. Não tendo sido apresentada DCTF retificadora, o crédito reclamado continua vinculado ao pagamento confessado na DCTF enviada à RFB, de modo que, nesse contexto, não há como restituílo. Contudo, não foi este o entendimento dos demais integrantes da Turma, que, muito embora também negando provimento ao recurso, fizeramno ao argumento de que não haveria provas do direito reclamado pela Recorrente (apenas apresentou planilha discriminando os valores pleiteados, mas nenhum documento fiscal ou contábil). Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 54DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.000512/2007-15
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2004
SIMPLES FEDERAL. MONTAGEM, MANUTENÇÃO OU INSTALAÇÃO INDUSTRIAL.
O exercício da atividade de montagem ou instalação industrial não pode ensejar exclusão do Simples Federal fundamentada no exercício da atividade de construção de imóveis.
Conforme Súmula CARF nº 57, a prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.
SIMPLES FEDERAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 106 DO CTN.
Não se aplicam as disposições do art. 106 do CTN com a finalidade de retroação das disposições do Simples Nacional, pois estas tratam tão-somente de definir o campo de vedação no que tange à permissão ao ingresso neste sistema, não se caracterizando como normas interpretativas ou que tratem de extinguir ou minorar sanções.
Numero da decisão: 1003-000.035
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2004 SIMPLES FEDERAL. MONTAGEM, MANUTENÇÃO OU INSTALAÇÃO INDUSTRIAL. O exercício da atividade de montagem ou instalação industrial não pode ensejar exclusão do Simples Federal fundamentada no exercício da atividade de construção de imóveis. Conforme Súmula CARF nº 57, a prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. SIMPLES FEDERAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 106 DO CTN. Não se aplicam as disposições do art. 106 do CTN com a finalidade de retroação das disposições do Simples Nacional, pois estas tratam tão-somente de definir o campo de vedação no que tange à permissão ao ingresso neste sistema, não se caracterizando como normas interpretativas ou que tratem de extinguir ou minorar sanções.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
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MONTAGEM, MANUTENÇÃO OU INSTALAÇÃO INDUSTRIAL. O exercício da atividade de montagem ou instalação industrial não pode ensejar exclusão do Simples Federal fundamentada no exercício da atividade de construção de imóveis. Conforme Súmula CARF nº 57, a prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. SIMPLES FEDERAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 106 DO CTN. Não se aplicam as disposições do art. 106 do CTN com a finalidade de retroação das disposições do Simples Nacional, pois estas tratam tãosomente de definir o campo de vedação no que tange à permissão ao ingresso neste sistema, não se caracterizando como normas interpretativas ou que tratem de extinguir ou minorar sanções. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 05 12 /2 00 7- 15 Fl. 109DF CARF MF Processo nº 13971.000512/200715 Acórdão n.º 1003000.035 S1C0T3 Fl. 110 2 Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão de primeira instância que julgou improcedente a "impugnação" (manifestação de inconformidade) apresentada contra o Ato Declaratório Executivo nº 106, de 26/08/2009, da DRF Blumenau, (folha 41, numeração em papel), o qual excluiu a empresa do Simples Federal a partir de 01 de setembro de 2004, em razão de ter restado evidenciado, conforme Relatório e Despacho Decisório DRF/BLU nº 219/2009 (folhas 38/40), com base na Representação Administrativa da Delegacia de Receita Previdenciária em Blumenau, às folhas 01/05 e documentos (contrato social e alterações, contratos de prestação de serviços e notas fiscais) anexos às folhas 06/37, o exercício da atividade econômica "prestação de serviços de aplicação de refratários em caldeiras e isolamentos térmicos", que constituiria atividade impeditiva à opção pelo Simples Federal por corresponder a serviços auxiliares e complementares da construção civil, assim mencionados no art. 9º, inciso V e § 4º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996 e no Ato Declaratório Normativo COSIT nº 030, de 14 de outubro de 1999. O acórdão de primeira instância (folhas 81/83), entre outras deliberações, concluiu que a atividade comprovadamente exercida pela contribuinte, "montagem de refratários em caldeira", ou "montagem de paredes com tijolos refratários" está relacionada à atividade de construção de imóveis de terceiros, pois as paredes refratárias "sem dúvida, agregam benfeitorias ao solo ou ao subsolo", correspondendo, portanto à vedação expressa no § 4º do art. 9º da Lei nº 9.317/96. A recorrente alega, em síntese: I Que a decisão ora recorrida é totalmente vaga e genérica, não analisa os pontos apresentados pela contribuinte e os indefere sem fundamentar; e que, pela discrepância do embasamento legal e jurídico ("doutrinas, jurisprudências e legislações") apresentado pela contribuinte e "a exposta" na decisão prolatada, é injustificável o indeferimento da manifestação de inconformidade; II Que a Lei nº 9.317/96 foi revogada pela Lei Complementar nº 123/06 e, sendo esta mais benéfica em relação às atividades vedadas pela anterior, aplicável a nova lei ao fato pretérito, nos moldes do art. 106 do CTN. Que, na esteira da decisão de 30/05/2008 do TRF 1ª Região, Oitava Turma, que transcreve, atualmente é descabida a discussão à luz da Lei nº 9.317/96 e de "suas" Instruções Normativas que a regulamentavam, isto porque, a superveniente Lei Complementar 123/06 revogou a Lei 9.317/96; Fl. 110DF CARF MF Processo nº 13971.000512/200715 Acórdão n.º 1003000.035 S1C0T3 Fl. 111 3 III Que a Lei Complementar 123/2006 manteve apenas vedações ao ingresso no Simples Nacional a empresas que se dediquem ao loteamento e à incorporação de imóveis, permitindo o ingresso de contribuintes dedicados à compra e venda e à construção de imóveis, atividades vedadas pela Lei nº 9.317/96; IV Que a atividade da recorrente não era vedada pela Lei nª 9.317/96, pois dedicase a "prestação de serviços de aplicação de refratários em caldeiras e isolamentos térmicos" e não a "construção de imóveis", interpretação que excede, inclusive a analogia. Que o ramo de aplicações de refratários em nada se relaciona à construção de imóveis, mas é uma "especialidade específica" na construção dos fornos que movem as caldeiras em indústrias. Transcreve jurisprudência no sentido de tal atividade, instalação e manutenção de refratários em caldeiras, constante de seu contrato social, contratos de prestação de serviços e notas fiscais juntados aos autos, não estar submetida à vedação legal constante do art. 9º, XIII, da Lei nº 9.317/96. Por fim, a recorrente reforça sua argumentação fazendo referência a jurisprudência, princípio da legalidade, Lei Complementar nº 123/06 e contrato social. É o relatório. Voto Conselheiro Sérgio Abelson, Relator O Recurso voluntário é tempestivo, portanto dele conheço. I Uma simples leitura da decisão de primeira instância é suficiente para constatar que esta abordou todos os pontos questionados pela impugnante de forma objetiva, tanto que terá vários de seus argumentos aqui repetidos. Não é função do julgador administrativo colacionar um número equivalente de citações doutrinárias, jurisprudenciais ou legais equivalente ao trazido pela recorrente, tampouco responder a teses que não se relacionem direta e objetivamente à solução do caso em comento, quais sejam: legislação efetivamente aplicável e jurisprudência vinculante. II, III A Lei Complementar nº 123/2006 revogou expressamente a Lei nº 9.317/96, mas esta não perdeu sua eficácia ou aplicabilidade em relação ao período em que vigeu. Isto porque é inaplicável ao caso o art. 106 do CTN, já que a Lei Complementar nº 123, de 2006, não é interpretativa, apenas institui um novo regime tributário e revoga expressamente, a partir de sua vigência, outro regime então vigente, não tratando de infrações, penalidades ou exigências relativas ao regime tributário revogado, regido pela Lei nº 9.317/96. Desta forma, nem jurisprudência não vinculante com entendimento oposto, nem qualquer dispositivo da Lei Complementar nº 123/2006, são capazes de negar eficácia e aplicabilidade à Lei n 9.317/96 relativamente a fatos ocorridos no período de sua vigência. IV No que se refere à atividade econômica efetivamente exercida pela contribuinte, "prestação de serviços de aplicação de refratários em caldeiras e isolamentos térmicos", em relação à qual não há divergência nem na representação administrativa, nem no despacho decisório, nem no contrato social vigente à época dos fatos, nem nos contratos de Fl. 111DF CARF MF Processo nº 13971.000512/200715 Acórdão n.º 1003000.035 S1C0T3 Fl. 112 4 prestação de serviço, nem nas notas fiscais, nem no acórdão de primeira instância constantes dos autos, cabe registrar que se insere em um ramo da atividade econômica de construção, contudo distinto do ramo de edificações ou construção de imóveis. Uma classificação usual do setor de construção (ou construção civil) o subdivide em construção civil (ou edificações, ou construção de imóveis), construção pesada e montagem industrial. A construção civil produz edifícios, estradas, melhorias urbanas. A construção pesada é o subsetor das obras de grande escala e repetitivas, como a construção de portos e aeroportos, vias férreas, gasodutos. E a montagem industrial é o subsetor de construção das plantas industriais. Feita esta observação, fica evidente que a atividade econômica exercida pela contribuinte inserese, indubitavelmente, no subsetor de montagem industrial. O Simples Federal (e também o Nacional) apresentam como critério básico para permissão ou vedação ao regime, além do volume de receitas, a natureza das atividades econômicas exercidas pelas empresas. É de se notar que o inciso V e o § 4º do art. 9º da Lei nº 9.317/96, nessa esteira, referemse a atividades notadamente pertencentes ao subsetor econômico de construção civil, ou edificações: Art. 9° Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: (...) V que se dedique à compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis; (...) § 4º Compreendese na atividade de construção de imóveis, de que trata o inciso V deste artigo, a execução de obra de construção civil, própria ou de terceiros, como a construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) (...) O conceito de benfeitoria, utilizado no acórdão de primeira instância para vincular a atividade exercida pela contribuinte ao §4º acima transcrito, é próprio do subsetor da construção civil, edificações ou construção de imóveis, no qual o bem imóvel é objeto final, em si, de comercialização, e não sua utilidade para atividades econômicas, que é o caso no subsetor de montagem industrial. A aplicação de refratários em caldeiras e isolamentos térmicos não tem o objetivo de produzir benfeitoria que valorize o imóvel, mas de tornálo útil para uma atividade industrial específica. Parece, portanto, equivocada a conclusão de que a atividade econômica exercida pela contribuinte agregue "benfeitorias ao solo ou ao subsolo", e não utilidade à atividade industrial, e possa ser classificada como vedativa à opção pelo Simples Federal figurando em dispositivo que elenca atividades de um subsetor econômico eminentemente diverso. Desta forma, o exercício da atividade de montagem industrial, portanto, não pode ensejar exclusão do Simples Federal fundamentada no exercício da atividade de construção de imóveis. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 13971.000512/200715 Acórdão n.º 1003000.035 S1C0T3 Fl. 113 5 Além disso, conforme Súmula CARF nº 57, a prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Considerando que caldeiras correspondem a equipamentos industriais, inclusive conforme Norma Regulamentadora 13 do MTE, e a aplicação de refratários corresponde a manutenção, montagem ou instalação, aplicamse ao caso as disposições da referida súmula. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Fl. 113DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10469.725370/2015-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Ano-calendário: 2011, 2012
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIARIA. AGROINDUSTRIA. ATOS COOPERATIVOS. AUSÊNCIA DE MERCANTILIDADE. NÃO PODEM SER COMPUTADOS PARA FINS DE APURAÇÃO DA RECEITA BRUTA.
Os atos cooperativos não podem ser considerados atos mercantis para fins de classificação da receita bruta para incidência das contribuições devidas pela agroindústria.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA EMPREGADOR OU SEGURADO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO. SUB-ROGAÇÃO DO ADQUIRENTE DA PRODUÇÃO RURAL.
A empresa responsável por produção rural fica sub-rogada nas obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial onde cumprimento das obrigações previstas no art. 25 da Lei 8.212/91, independentemente de as operações de venda terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, efetuando a retenção dos valores correspondentes às contribuições.
Numero da decisão: 2201-004.542
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar a exclusão, da base de cálculo das contribuições devidas pela agroindústria, no Levantamento PJ, dos valores relativos às transferências de produção destinadas às Cooperativas.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Ano-calendário: 2011, 2012 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIARIA. AGROINDUSTRIA. ATOS COOPERATIVOS. AUSÊNCIA DE MERCANTILIDADE. NÃO PODEM SER COMPUTADOS PARA FINS DE APURAÇÃO DA RECEITA BRUTA. Os atos cooperativos não podem ser considerados atos mercantis para fins de classificação da receita bruta para incidência das contribuições devidas pela agroindústria. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA EMPREGADOR OU SEGURADO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO. SUB-ROGAÇÃO DO ADQUIRENTE DA PRODUÇÃO RURAL. A empresa responsável por produção rural fica sub-rogada nas obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial onde cumprimento das obrigações previstas no art. 25 da Lei 8.212/91, independentemente de as operações de venda terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, efetuando a retenção dos valores correspondentes às contribuições.
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AGROINDÚSTRIA. Recorrente TRIUNFO AGROINDUSTRIAL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Anocalendário: 2011, 2012 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIARIA. AGROINDUSTRIA. ATOS COOPERATIVOS. AUSÊNCIA DE MERCANTILIDADE. NÃO PODEM SER COMPUTADOS PARA FINS DE APURAÇÃO DA RECEITA BRUTA. Os atos cooperativos não podem ser considerados atos mercantis para fins de classificação da receita bruta para incidência das contribuições devidas pela agroindústria. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA EMPREGADOR OU SEGURADO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO. SUBROGAÇÃO DO ADQUIRENTE DA PRODUÇÃO RURAL. A empresa responsável por produção rural fica subrogada nas obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial onde cumprimento das obrigações previstas no art. 25 da Lei 8.212/91, independentemente de as operações de venda terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, efetuando a retenção dos valores correspondentes às contribuições. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar a exclusão, da base de cálculo das contribuições devidas pela agroindústria, no Levantamento PJ, dos valores relativos às transferências de produção destinadas às Cooperativas. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 72 53 70 /2 01 5- 02 Fl. 939DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 940 2 (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de fls. 917/928, interposto contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), de fls. 900/907, que julgou improcedente a impugnação apresentada pela RECORRENTE e manteve o lançamento de Contribuições Previdenciárias de fls. 2/16 (DEBCAD 51.078.1802) e fls. 17/25 (DEBCAD 51.078.1810), lavrados em 30/11/2015, relativo aos anoscalendário 2011 e 2012, com ciência da RECORRENTE em 1º/12/2015 (fls. 495). Foram lavrados dois autos de infração (ambos objeto do presente processo), quais sejam: (i) DEBCAD 51.078.1802, relativo às contribuições devidas pelo produtor rural pessoa física, na alíquota de 2,0%, bem como a alíquota RAT de 0,1%, ambas incidentes sobre a comercialização da sua produção, cujo recolhimento está a cargo da RECORRENTE na condição de adquirente, em virtude da subrogação prevista no art. 30, IV da Lei n° 8.212/91 (FUNRURAL), objeto do Levantamento PF; além da contribuição previdenciária incidente sobre a comercialização do produtor rural agroindústria, prevista nos artigo 22A, I e II da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 10.256/2001, incidente na alíquota de 2,5% bem como a alíquota RAT de 0,1%, objeto do Levantamento PJ; no valor global histórico de R$ 17.280.145,58, já inclusos juros de mora (até o mês da lavratura) e multa de ofício de 75%.; e (ii) DEBCAD 51.078.1810 (Terceiros), relativo à contribuição ao SENAR, na alíquota de 0,2%, conforme art. 6º da Lei nº 9.528/97, incidente sobre os mesmos fatos geradores objeto do Levantamento PF no DEBCAD 51.078.1802; e na alíquota de 0,25%, conforme art. 22A, §5º, da Lei 8.212/91, incidente sobre os mesmos fatos geradores objeto de Levantamento PJ no DEBCAD 51.078.1802; no valor de R$ 1.660.799,35, já inclusos juros de mora (até o mês da lavratura) e a correspondente multa de ofício no percentual de 75% . Conforme o Relatório Fiscal (fls. 26/29), as contribuições lançadas são referentes às contribuições previdenciárias e de Terceiros incidentes sobre a comercialização Fl. 940DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 941 3 da produção da agroindústria e também sobre a aquisição, pela empresa, de produtos rurais de pessoa física. Também segundo o relatório fiscal, a apuração do crédito foi feita com base na comparação da receita bruta comprovada através das notas fiscais constantes no repositório nacional do SPED com as informações constantes na declaração em GFIP. Através de tal análise constatouse a existência de uma parcela não declarada e não recolhida, conforme detalhado nas planilhas I e II integrantes do anexo I. Ainda conforme o relatório fiscal (fls.27): Da Impugnação Intimada dos lançamentos em 1º/12/2015 (fls. 495), a RECORRENTE apresentou Impugnação de fls. 508/521 em 29/12/2015. Ante a clareza e precisão didática do resumo da Impugnação elaborada pela Delegacia da Receita Previdenciária em Ribeirão Preto (SP), adotase, ipsis litteris, tal trecho para compor parte do presente relatório: “A autuada apresentou impugnação tempestiva, alegando o seguinte: Não procedem as contribuições lançadas em decorrência de atos cooperativos típicos, as quais não integram a “receita bruta proveniente da comercialização da produção”, por não se tratarem operações de mercado ou contratos de compra e venda (artigo 79 da Lei n° 5.764/61). Fl. 941DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 942 4 No auto de infração, a fiscalização nada fala sobre as contribuições devidas por subrogação em decorrência da aquisição de produtores rurais pessoas físicas empregadores. A fiscalização levou em conta o que estava registrado no SPED, não se dando ao trabalho de examinar a documentação relativa às aquisições de matéria, presumindo que a subrogação estava presente em toda e qualquer aquisição. De acordo com a legislação estadual transcrita, as notas fiscais eletrônicas de entrada de mercadorias podem ser emitidas até o quinto dia útil do mês subseqüente. Tal fato foi ignorado pela fiscalização, que apurou diferenças em janeiro de 2011, decorrentes de operações realizadas no mês anterior. Este erro se repetiu nas demais competências. A impugnação é instruída com planilha indicando tais erros (planilha “produtos adquiridos de terceiros pessoa física”). Com relação à contribuição ao SENAR, reprisa as mesmas irregularidades já relatadas. Ao final, discorre sobre a tempestividade da impugnação apresentada; discrimina os elementos probatórios que instruem a impugnação; informa que toda a documentação da empresa está à disposição caso se entenda pela necessidade de diligência para esclarecimento dos fatos, e requer a insubsistência das autuações.” Da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP. Em princípio, a analisar os autos a DRJ em Ribeirão Preto/SP constatou a necessidade de diligência para verificar o argumento do contribuinte de que a legislação estadual o autorizava a registrar parte das notas fiscais na competência seguinte (fls. 881/882). Conforme relatado pelo julgador de primeira instância, assim concluiu a fiscalização (fls. 894/895): Em atendimento, a fiscalização emitiu a Informação de fls. 894/895, com o seguinte teor: a) A respeito da alegação do Contribuinte que parte das Notas Fiscais de cada mês era registrada apenas nas competências seguintes, situação permitida na legislação estadual, cabe ressaltar que tal situação não encontra respaldo na legislação federal, uma vez que o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo decreto 3.048/99, em seu art. 225, § 13, I, determina que os lançamentos de fatos geradores de Contribuições Previdenciárias deverão atender ao princípio contábil do regime de competência. b) Sobre os documentos juntados pelo Contribuinte, às fls. 699/866, observouse que correspondem às fichas de “Entrada de Mercadoria”, demonstrando se tratar de um documento de controle interno da empresa, alheio a qualquer obrigação Fl. 942DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 943 5 previdenciária acessória. Porém, a Nota Fiscal de Entrada é o documento hábil para identificação da ocorrência de fato gerador da comercialização da produção rural de produtor rural pessoa física e de segurado especial realizada diretamente com a empresa adquirente. c) Acrescentese que no procedimento fiscal foi considerado que o fato gerador da obrigação previdenciária é a competência da data da emissão da respectiva Nota Fiscal de Entrada, extraída do SPED, nos termos da Instrução Normativa RFB 971/2009, art. 166 e art. 169. Regularmente cientificado, conforme fls. 892/893, a autuada não se manifestou. Posteriormente, quando do julgamento do caso, a Delegacia em Ribeirão Preto/SP, às fls. 900/907, julgou procedente o lançamento, através de acórdão com a seguinte ementa: INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. AGROINDÚSTRIA. EXPORTAÇÃO VIA COOPERATIVA. A imunidade constitucional sobre receitas decorrentes de exportação alcança somente as operações diretas com o mercado externo. Incidem contribuições sociais sobre as receitas decorrentes de comercialização da produção de agroindústria com cooperativa, ainda que o produto seja destinado à exportação. PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA. CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA BRUTA DA COMERCIALIZAÇÃO DE SUA PRODUÇÃO RURAL. SUBROGAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ADQUIRENTE. São devidas pelo produtor rural pessoa física as contribuições incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural, ficando a pessoa jurídica adquirente responsável pela retenção e recolhimento dessas contribuições em virtude da subrogação prevista no artigo 30, IV da Lei n° 8.212/91. ERRO NA BASE DE CÁLCULO. ÔNUS DO SUJEITO PASSIVO. ALEGAÇÃO GENÉRICA. Não será acolhida a alegação genérica de que houve erro na apuração da base de cálculo, cabendo ao sujeito passivo que possui os elementos necessários para conferir os valores apurados pela fiscalização – no exercício do seu direito de defesa, o ônus de apontar concretamente os valores eventualmente inseridos pela fiscalização na base de cálculo de forma indevida. PRODUÇÃO RURAL ADQUIRIDA DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA. SUBROGAÇÃO. MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. Fl. 943DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 944 6 Em se tratando de contribuições devidas por subrogação pela pessoa jurídica adquirente da produção rural do produtor rural pessoa física, considerase ocorrido o fato gerador no momento da emissão da nota fiscal. No mérito, quanto as alegações do contribuinte referente as contribuições devidas pela agroindústria, decidiu que, segundo o artigo 149, § 2º, I, da Constituição Federal, na redação conferida pela Emenda Constitucional 33, de 11 de dezembro de 2001, apenas são imunes as receitas decorrentes da exportação, o que não é o presente caso. Afirma também que não merece prosperar a alegação de que a negociação com a cooperativa implica em ato cooperativo típico e não em venda. O julgador de primeira instância entendeu que a comercialização, no presente caso, se deu em dois momentos distintos, sendo o primeiro a entrega do produto para cooperativa e subsequentemente a exportação do produto. Segundo o artigo 200, §4º do RPS, o fato gerador da contribuição previdenciária ocorreu no momento da transferência do mesmo para cooperativa, pouco importando se foi uma venda propriamente dita ou uma entrega em consignação. Por fim, entendeu ser desnecessária a realização de qualquer diligência para verificar a natureza desta operação. Por sua vez, quanto a contribuição devida pelo produtor rural pessoa física (FUNRURAL), entendeu que o contribuinte não comprovou, com prova documental hábil e idônea, a alegação de que a fiscalização incorreu em erro ao embasar o lançamento em valores registrados no SPED (fls. 32 e 364/429). Segundo a DRJ, a autuada deveria ter confrontado “tais valores com aqueles constantes em sua contabilidade, apresentando, no momento da impugnação, a documentação comprobatória de que a fiscalização cometeu algum equívoco, e apontando concretamente os valores supostamente corretos, ao invés de formular argumento genérico como o fez”. Por fim, entendeu que não cabe na presente análise adentrar no mérito da legislação estadual, visto que a legislação federal estabelece normas claras e objetivas que não foram seguidas pelo contribuinte, ainda que a legislação estadual dispusesse em sentido contrário. Do Recurso Voluntário A RECORRENTE, intimada da decisão da DRJ em 11/8/2016, conforme termo de abertura de documento de fls. 914, apresentou o recurso voluntário de fls. 917/928 em 6/9/2016, conforme termo de solicitação de juntada de fls. 916. Em suas razões de recurso, a RECORRENTE reiterou o alegado em sua Impugnação. Este recurso voluntário compôs lote, sorteado para este relator, em Sessão Pública. É o Relatório. Fl. 944DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 945 7 Voto Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. MÉRITO 1. Alegada Inexigibilidade da Contribuição Social Previdenciária Sobre Atos Cooperativos Típicos. A autuação fiscal se refere a omissão de fatos geradores de contribuições previdenciárias sobre Receita de Comercialização de Produção Rural, alíquota 2,5% mais 0,1% de Sat/Rat e 0,25% relativa ao SENAR, período 01/2011 a 12/2002 (objeto do levantamento PJ do DEBCAD: 51.078.1802 – fls. 02/15), a que está obrigada a RECORRENTE pelo artigo 22 A da Lei 8.212/91, por ser uma agroindústria: Art. 22A. A contribuição devida pela agroindústria, definida, para os efeitos desta Lei, como sendo o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a industrialização de produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros, incidente sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção, em substituição às previstas nos incisos I e II do art. 22 desta Lei, é de:(Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). I dois vírgula cinco por cento destinados à Seguridade Social;(Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). II zero vírgula um por cento para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade para o trabalho decorrente dos riscos ambientais da atividade.(Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). Além dos tributos acima, a fiscalização lavrou sobre o mesmo levantamento PJ a contribuição destinada ao SENAR na alíquota de 0,25% (objeto do DEBCAD: 51.078.1810), conforme artigo 22A, §5º, da Lei 8.212/91. Art. 22A. (...) § 5º O disposto no inciso I do art. 3o da Lei no 8.315, de 23 de dezembro de 1991, não se aplica ao empregador de que trata este artigo, que contribuirá com o adicional de zero vírgula vinte e cinco por cento da receita bruta proveniente da comercialização da produção, destinado ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Fl. 945DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 946 8 As contribuições apuradas não foram declaradas em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP. A RECORRENTE afirma que “a base de cálculo da contribuição é só e somente só a ‘receita bruta proveniente da comercialização da produção’, ficando excluídas da base imponível todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, assim como os créditos por ela escriturados contabilmente, não enquadrados no conceito de receita proveniente da comercialização de sua produção”. Neste sentido, afirma que o fisco está exigindo a contribuição previdenciária sobre o resultado da prática de ato cooperativo típico, o que se revela inadmissível. Afirma, ainda, que a documentação trazida aos autos evidencia que as diferenças encontradas pela fiscalização entre o que foi informado em GFIP e o que supostamente não teria sido informado diz respeito às notas de remessa de açúcar e álcool para Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas (CRPAAA). Neste sentido, a RECORRENTE defende que a planilha de fls. 619/622 demonstra que todas as saídas supostamente ensejadoras da contribuição previdenciária correspondem a remessas para a CRPAAA. Assim, aponta que não há “receita” quando se trata de ato cooperativo típico, isto é, quando o cooperado disponibiliza à cooperativa os bens produzidos para ulterior comercialização. Neste ponto, entendo que merecem prosperar as alegações do RECORRENTE. É que, conforme expõe o próprio Relatório Fiscal (fl. 27), a apuração da comercialização própria (Levantamento PJ), cujos totais mensais encontramse demonstrados na Planilha I (fl. 31), foram apurados com base nos seguintes grupos de Notas Fiscais constantes do SPED: A relação das NF1 (comercialização da produção destinado à Cooperativas) representa a maior parte da base de cálculo reputada como não incluída em GFIP pela RECORRENTE. A relação dessas notas foi acostada às fls. 58/252. A RECORRENTE defende que, por se tratar de ato cooperado típico, o mesmo não se enquadra no conceito de comercialização da produção e, portanto, tal operação não pode ser incluída na base de cálculo desta contribuição previdenciária. Merece prosperar o argumento do contribuinte. O STJ, ao julgar a matéria da legalidade da inclusão dos atos Cooperativos típicos na a base de cálculo do PIS e da COFINS (REsp 1141667/RS), entendeu, em sede de recurso representativo de controvérsia, que os atos cooperativos não são atos de mercancia, e Fl. 946DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 947 9 não podem ser enquadrados no conceito faturamento ou receita bruta para fins de incidência daquele imposto. De acordo com o artigo 62, § 2° do RICARF, diante de decisões de definitivas de mérito em repercussão geral proferidas pelo STF e de repetitivos pelo STJ, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Neste sentido: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. NÃO INCIDÊNCIA DO PIS E DA COFINS NOS ATOS COOPERATIVOS TÍPICOS. APLICAÇÃO DO RITO DO ART. 543C DO CPC E DA RESOLUÇÃO 8/2008 DO STJ. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Os RREE 599.362 e 598.085 trataram da hipótese de incidência do PIS/COFINS sobre os atos (negócios jurídicos) praticados com terceiros tomadores de serviço; portanto, não guardam relação estrita com a matéria discutida nestes autos, que trata dos atos típicos realizados pelas cooperativas. Da mesma forma, os RREE 672.215 e 597.315, com repercussão geral, mas sem mérito julgado, tratam de hipótese diversa da destes autos. 2. O art. 79 da Lei 5.764/71 preceitua que os atos cooperativos são os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. E, ainda, em seu parág. único, alerta que o ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. 3. No caso dos autos, colhese da decisão em análise que se trata de ato cooperativo típico, promovido por cooperativa que realiza operações entre seus próprios associados (fls. 124), de forma a autorizar a não incidência das contribuições destinadas ao PIS e a COFINS. 4. O Parecer do douto Ministério Público Federal é pelo provimento parcial do Recurso Especial. 5. Recurso Especial parcialmente provido para excluir o PIS e a COFINS sobre os atos cooperativos típicos e permitir a compensação tributária após o trânsito em julgado. 6. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 8/2008 do STJ, fixandose a tese: não incide a contribuição destinada ao PIS/COFINS sobre os atos cooperativos típicos realizados pelas cooperativas. (REsp 1141667/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/04/2016, DJe 04/05/2016) Ou seja, nos estritos termos do art. 79 da Lei nº 5.764/71, atos cooperativos são aqueles praticados: (i) entre as cooperativas e seus associados; (ii) entre os associados e as Fl. 947DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 948 10 cooperativas; e (iii) pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Por fim, o parágrafo único do mencionado dispositivo expõe que “o ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria”. Conforme exposto, grande parte do lançamento das contribuições sobre a receita da RECORRENTE (Levantamento PJ) foi calculada sobre Notas Fiscais da Comercialização da Produção destinada à Cooperativas (fls. 58/252), especificamente à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas (CRPAAA). Quando da apresentação de sua defesa, a RECORRENTE acostou aos autos o Estatuto Social da CRPAAA (fls. 564/589) e o “contrato regulamentar da execução de disposições estatutárias e de assunção de outras obrigações safras 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011” (firmado entre a CRPAAA e a RECORRENTE – fls. 590/599) a fim de demonstrar que, no período fiscalizado, estava vinculada à mencionada Cooperativa. O art. 14, §1º, do estatuto da CRPAAA expõe que o seu objetivo é a venda em comum da produção de açúcar, álcool, melaço e derivados dos seus associados, e que estes são obrigados a entregar à Cooperativa, e esta comercializar, toda a produção de açúcar, álcool, e mel rico que produzirem (fl. 568). A cláusula primeira do “contrato regulamentar” firmado com a RECORRENTE também é neste mesmo sentido. Portanto, não há como incidir a contribuição previdenciária sobre a entrega de tais mercadorias à CRPAAA, por tratarse de ato cooperado entre o RECORRENTE associado e a cooperativa a qual ele está vinculado, não se tratando de ato de mercancia, conforme entendimento do STJ. Neste sentido, cito também recente julgado do CARF (Acórdão nº 2301 005.151; data de julgamento: 03/10/2017): Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2009 a 30/04/2012 (...) COOPERATIVA DE PRODUÇÃO. PRÁTICA DE ATOS EM NOME PRÓPRIO. STF. DECISÃO SUBMETIDA AO RITO DA REPERCUSSÃO GERAL. ATO COOPERATIVO. ATO NÃO COOPERATIVO. CONCEITO. As cooperativas, em sua relação com o mercado (terceiros não cooperados), na consecução de seus objetivos sociais, praticam atos em nome próprio, sujeitos à incidência tributária (RE 599.362, submetido ao rito da Repercussão Geral, Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, decisão unânime, transitada em julgado). Os atos cooperativos são unicamente os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. O ato cooperativo não implica operação de Fl. 948DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 949 11 mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. Não são atos cooperativos os atos praticados com terceiros, mesmo que inerentes aos objetivos da sociedade no atendimento de sua finalidade, como a venda, pela cooperativa, dos produtos rurais no mercado. Tais atos caracterizamse como atos não cooperativos intrínsecos. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE A ENTREGA À COOPERATIVA DA PRODUÇÃO RURAL DE PRODUTOR PESSOA FÍSICA. “FUNRURAL”. ART. 25 DA LEI Nº 8.212, DE 1991, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 10.256, DE 2001. ATO COOPERATIVO. AUSÊNCIA DE COMERCIALIZAÇÃO. Não há comercialização na entrega dos produtos rurais pelos segurados especiais à cooperativa (ato cooperativo), motivo pelo qual não é devida, nessas operações, a contribuição previdenciária prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, na redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001 (Funrural). (...)” A DRJ afirma no acórdão recorrido que “na situação que se coloca sob a presente análise, ocorrem duas operações distintas: a primeira correspondente à entrega da produção da autuada à cooperativa e a segunda representada pela exportação efetivada posteriormente, ou mesmo a comercialização dessa produção no mercado interno, pouco importando se uma ou outra, pois, resta induvidoso diante deste contexto, que a comercialização e, conseqüentemente, a ocorrência do fato gerador, deuse na operação entre a autuada e a cooperativa.” No entanto, o entendimento ora firmado, conforme acima exposto, é de que a entrega de mercadorias pelo associado à cooperativa para o cumprimento de seu objeto é ato cooperativo que não se caracteriza como operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. Portanto, por não haver comercialização, não é devida a contribuição previdenciária prevista no art. 22A da Lei nº 8.212/91 nem a contribuição ao SENAR prevista no §5º do mesmo dispositivo legal. Ademais, caso fosse pretensão construir uma tese de que a entrega para a cooperativa não seria ato cooperativo típico, por eventuais distorções do “contrato regulamentar” firmado entre o associado e a cooperativa, deveria ter demonstrado tais fatos no Relatório Fiscal, o qual não teceu qualquer comentário com a finalidade de desnaturar o ato cooperado. Portanto, os atos cooperativos típicos não podem ser considerados atos mercantis e, desta forma, não compõe o conceito de faturamento. Considerando que a base de cálculo das contribuições devidas pela agroindústria (contribuição social da empresa, SAT/RAT e SENAR) é o faturamento proveniente da comercialização da produção, entendo por afastar o lançamento destas contribuições (empresa, SAT/RAT e SENAR) sob todas as notas fiscais que constem a transferência de propriedade para cooperativa (fl. 31 e fls. 58/252), objeto do Levantamento PJ em ambos os DEBCADs. Fl. 949DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 950 12 Deve a autoridade preparadora fazer a análise de todas as notas fiscais e afastar a incidência daquelas que efetivamente refiramse à transferência da titularidade para cooperativa. 2. Das Alegações Acerca da inexigibilidade da contribuição social sobre a produção adquirida de pessoas físicas (subrogação) Em síntese, o argumento central da defesa da RECORRENTE é no sentido de que era dever da autoridade fiscalizadora comprovar que todos as pessoas físicas às quais a RECORRENTE adquiriu produtos rurais eram contribuintes individuais obrigatórios, nos termos do art. 12, inciso V, alínea “a” da Lei nº 8.212/1991, ou seja, produtores rurais pessoas físicas com propriedade superior a 4 (quatro) módulos fiscais. Contudo, não merece prosperar o argumento do contribuinte. O art. 25 da Lei nº 8.212/91, com a redação da Lei n 10.256/01 estabelece dever do adquirente da produção (no presente caso, a RECORRENTE) de reter e recolher a contribuição devida pelo produtor rural pessoa física sobre a comercialização desta produção, in verbis (redação vigente à época dos fatos): Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de: I 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; II 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho. Mais adiante, o art. 30 da mesma lei estabelece a regra de subrogação da empresa adquirente de produtos do empregador rural pessoa física e do segurado especial: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (...) IV a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa ficam subrogadas nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; De acordo com a Lei nº 8.212/91, o empregador rural pessoa física é: Fl. 950DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 951 13 “Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: (...) V como contribuinte individual: a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10 e 11 deste artigo;” Por sua vez, os segurados especiais são: “Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: (...) VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou (...)” Pereba que, ao contrário do que afirma a RECORRENTE, não é somente no caso de produtores rurais pessoas físicas com propriedade superior a 4 (quatro) módulos fiscais que deve ocorrer a regra da subrogação. O art. 30, IV, da Lei nº 8.212/91 disciplina que a empresa adquirente fica subrogada nas obrigações da pessoa física e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 da mesma Lei. Sendo assim, o tamanho da área em que o produtor pessoa física explore atividade agropecuária não irá causar qualquer influência na regra de subrogação, já que: 1. Se a área for superior a 4 (quatro) módulos fiscais, ele é considerado contribuinte individual pessoa física, nos termos do art. 12, V, “a”; 2. Se a área for igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais e ele explore atividade agropecuária com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos, ele é considerado contribuinte individual pessoa física, nos termos do art. 12, V, “a”; Fl. 951DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 952 14 3. Se a área for igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais, e ele exerça sem auxílio de empregados, ele é considerado segurado especial, nos termos do art. 12, VII, “a”, “1”. Em qualquer caso acima, aplicase a regra de subrogação art. 30, IV, da Lei nº 8.212/91. Portanto, deve ser mantida a exigência das contribuições (contribuição social de 2%, SAT/RAT de 0,1% e SENAR de 0,2%) incidentes sobre aquisição de produtos rurais a produtores rurais pessoas físicas, objeto do Levantamento PF, cujos valores encontramse discriminados na Planilha II (fl. 32) e a Relação discriminada de fls. 364/407. Desta forma, considerando que o lançamento tributário deve ser pautado pelos requisitos legais atinentes, não restando discricionariedade à Autoridade Fiscal na constituição do crédito tributário, e que a legislação aplicável não faz distinção acerca da regra de subrogação em relação ao tamanho da área explorada pela pessoa física, sendo tanto as compras efetuadas a produtor rural pessoa física como aquelas efetuadas a segurado especial sujeitas à subrogação, não merece prosperar o recurso quanto a estes pontos. 3. Equívocos da Autuação na Apuração dos Pretensos Créditos Tributários Relativos à Aquisição de Matéria Prima: Por fim, a RECORRENTE alega que o lançamento estaria maculado pois “os valores apurados em cada competência nos anos de 2011 e 2012 desprezaram o fato de que conforme a legislação tributária do Estado de Alagoas [art. 2º da Instrução Normativa SEFAZ/AL nº 30/2008], as notas fiscais eletrônicas de entrada de mercadorias (especialmente canadeaçúcar) podem ser emitidas até o quinto dia do mês subsequente”. Com isso, afirmou que a autoridade lançadora apurou supostas diferenças na competência janeiro/2011, quando, na verdade, as notas fiscais de entrada emitidas nessa competência diziam respeito à competência anterior e que o mesmo erro sucedeu nas demais competências. Neste ponto, importante repisar que, conforme já relatado, o presente processo foi objeto de diligência sugerida pela DRJ para análise da alegação da contribuinte. Em resposta, a autoridade fiscal informou que (fls. 894/895): “a) A respeito da alegação do Contribuinte que parte das Notas Fiscais de cada mês era registrada apenas nas competências seguintes, situação permitida na legislação estadual, cabe ressaltar que tal situação não encontra respaldo na legislação federal, uma vez que o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, em seu art. 225, § 13, I, determina que os lançamentos de fatos geradores de Contribuições Previdenciárias deverão atender ao princípio contábil do regime de competência. b) Sobre os documentos juntados pelo Contribuinte, às fls 699/866, observouse que correspondem às fichas de "Entrada de Mercadoria", demonstrando se tratar de um documento de controle interno da empresa, alheio a qualquer obrigação previdenciária acessória. Porém, a Nota Fiscal de Entrada é o documento hábil para identificação da ocorrência de fato gerador da comercialização da produção rural de produtor rural Fl. 952DF CARF MF Processo nº 10469.725370/201502 Acórdão n.º 2201004.542 S2C2T1 Fl. 953 15 pessoa física e de segurado especial realizada diretamente com a empresa adquirente. c) Acrescentese que no procedimento fiscal foi considerado que o fato gerador da obrigação previdenciária é a competência da data da emissão da respectiva Nota Fiscal de Entrada, extraída do SPED, nos termos da Instrução Normativa RFB no 971/2009, art. 166 e art. 169.” Portanto, as fundamentações apresentadas pela fiscalização são bastante para afastar a pretensão da RECORRENTE de aplicar norma estadual em relação a lançamento de tributo federal. Referida norma pode ter seu efeito em relação às obrigações acessórias do tributo estadual (ICMS). Contudo, para efeitos de contribuição previdenciária, não são validas para regulamentar a relação entre o contribuinte e o Fisco. Caso, de fato ocorresse erro na apuração por parte da autoridade fiscal, caberia à RECORRENTE trazer aos autos a documentação comprobatória de tal erro, tendo em vista que a fiscalização embasou o lançamento das contribuições sobre a compra de produtos dos produtores rurais pessoas físicas com a Relação discriminada de fls. 364/407, a qual apresenta as datas de emissão da notas fiscais, os seus números, os valores, os nomes e CPF dos produtores rurais, etc. Portanto, a demonstração de eventual erro de apuração é ônus do contribuinte. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, para determinar a exclusão, no Levantamento PJ, dos valores decorrentes da transferência de produção destinada à Cooperativa (NF1 – fl. 31 e fls. 58/252) da base de cálculo das contribuições devidas pela agroindústria (contribuição social da empresa, SAT/RAT e SENAR). (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator Fl. 953DF CARF MF
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