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Numero do processo: 10480.720153/2010-55
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jun 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 07/10/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL. SITUAÇÕES FÁTICAS DIFERENTES. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO CARACTERIZADA. NÃO CONHECIMENTO.
A divergência jurisprudencial que autoriza a interposição de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF caracteriza-se quando, em situações semelhantes, são adotadas soluções divergentes por colegiados diferentes, em face do mesmo arcabouço normativo.
Numero da decisão: 9303-005.268
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Érika Costa Camargos Autran (relatora), Tatiana Midori Migiyama e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. Nos termos do Art. 58, §5º, Anexo II do RICARF, o conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas (suplente convocado) não votou nesse julgamento, por se tratar de questão já votada pelo conselheiro Júlio César Alves Ramos na sessão anterior.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza, Demes Brito, Erika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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RECURSO ESPECIAL. SITUAÇÕES FÁTICAS DIFERENTES. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO CARACTERIZADA. NÃO CONHECIMENTO. A divergência jurisprudencial que autoriza a interposição de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF caracterizase quando, em situações semelhantes, são adotadas soluções divergentes por colegiados diferentes, em face do mesmo arcabouço normativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Érika Costa Camargos Autran (relatora), Tatiana Midori Migiyama e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. Nos termos do Art. 58, §5º, Anexo II do RICARF, o conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas (suplente convocado) não votou nesse julgamento, por se tratar de questão já votada pelo conselheiro Júlio César Alves Ramos na sessão anterior. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Relatora (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 72 01 53 /2 01 0- 55 Fl. 347DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza, Demes Brito, Erika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo Contribuinte contra o acórdão n.º 3301002.722, de 10 de dezembro de 2015 (fls. 208 a 217 do processo eletrônico), proferido pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que por unanimidade de votos negou provimento ao Recurso Voluntário, mantendo o crédito tributário, conforme acórdão assim ementado in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 07/10/2008 IPI. SELOS DE CONTROLE. IMPORTAÇÃO. PRAZO PARA REGISTRO DA DI. EXTRAVIO. ELEMENTOS DE PROVA. APLICAÇÃO DA MULTA. O importador tem o prazo de noventa dias, a partir da data do fornecimento do selo de controle, para efetuar o registro da declaração de importação. A simples alegação de extravio, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para afastar a aplicação da multa prevista no art. 33 do DecretoLei nº 1.593/77. Recurso Voluntário Negado A discussão dos presentes autos tem origem no auto de infração lavrado contra o Contribuinte por intermédio do qual foi constituído crédito tributário referente à multa pelo uso indevido de selo de controle do IPI, prevista no inciso III do art. 499 do Decreto nº 4.544, de 27 de dezembro de 2002 (Regulamento do IPI RIPI/2002), no valor de R$ 951.870,96. Segundo indicado na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, parte integrante do auto de Infração, o Contribuinte é regularmente inscrito no Registro Especial e Fl. 348DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 4 3 protocolizou (processo nº 19647.007829/200821) solicitação de 160.944 selos de controle do IPI, para selagem no exterior de bebidas (uísque). O fornecimento dos selos foi autorizado, conforme Ato Declaratório Executivo, da DRF/Recife, nº 59, de 12/06/2008. Os selos foram entregues em 08/07/2008. Porém, o Contribuinte não efetuou o registro da declaração de importação no prazo legal, não tendo requerido a prorrogação deste, segundo previsto na norma, fato que caracteriza o uso indevido de selo, tal como previsto no art. 59 da Instrução Normativa SRF nº 504, de 03/02/2005. O Contribuinte apresentou impugnação, em que alega em síntese, que na qualidade de importadora de uísque, requereu em 02/06/2008 à DRF/Recife 160.944 selos de controle, cuja autorização de fornecimento e entrega ocorreram, respectivamente, em 23/06/2008 e 08/07/2008. Informa que providenciou a remessa dos 160.944 selos de controle para o exterior, para que o exportador das bebidas efetuasse a selagem das mesmas. Assim, contratou uma empresa transportadora para que entregasse os apontados selos de controle. Ocorre que, a empresa transportadora extraviou os 160.944 selos de controle. Este fato motivou o protocolo do processo nº 19647.016991/200831, para informar a unidade administrativa da Receita Federal a perda dos selos de controle. A 2ª Turma da DRJ/RecifePE julgou improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, o Colegiado por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso, mantendo o crédito tributário. O Contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 241 a 294) em face do acordão recorrido que negou provimento ao Recurso Voluntário, a divergência suscitada pelo contribuinte diz respeito à tipicidade legal da multa aplicável por descumprimento do prazo de 90 dias para registro de DI, no caso de selos de controle enviados para selagem no exterior. Fl. 349DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 5 4 Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, o Contribuinte apresentou como paradigma o acórdão de nº 340300.409. A comprovação do julgado firmou se pela juntada de cópias de inteiro teor do acórdão, documento de fls. 299 a 306. O Recurso Especial do Contribuinte foi admitido, conforme despacho de fls. 332 a 334, A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões às fls. 336 a 341, manifestando pelo não provimento do recurso especial, mantendo v. acórdão. É o relatório em síntese. Voto Vencido Conselheira Érika Costa Camargos Autran Relatora O Recurso Especial é tempestivo e, depreendendose da análise de seu cabimento, entendo que foi comprovada a divergência jurisprudencial, pois o acórdão recorrido entendeu que o Contribuinte deixou de registrar a DI no prazo regulamentar, razão pela qual deveria ser responsabilizada pelo recolhimento da multa prevista no artigo 33, incisos III, do DecretoLei 1.593/77, por força do quanto disposto nos artigos 57 e 59 da Instrução Normativa RFB n.° 504/2005 (vigente à época), que se reporta às penalidades aplicáveis às hipóteses de uso indevido de selos de controle. Art. 57. O Delegado da DRF ou Defic do domicílio fiscal do estabelecimento importador, com base nas informações de que trata o artigo anterior, deverá: I se aceito o requerimento, divulgar, por intermédio de ADE, publicado no DOU, a identificação do importador, a marca comercial e características do produto, a quantidade autorizada, o tipo e a cor dos respectivos selos de controle; e Fl. 350DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 6 5 II se não aceito o requerimento, comunicar o fato ao requerente, fundamentando as razões da não aceitação. (...) § 4º O importador terá o prazo de noventa dias, a partir da data de fornecimento do selo de controle, para efetuar o registro da declaração da importação. § 5º O prazo de que trata o § 4º poderá ser prorrogado uma única vez, por até noventa dias, pela autoridade mencionada no caput, mediante requerimento apresentado pelo importador, acompanhado de justificativa fundamentada do pedido. (...) Art. 59. Sujeitase às penalidades previstas na legislação, aplicáveis às hipóteses de uso indevido de selos de controle, o importador que descumprir o prazo estabelecido no § 4º do art. 57. Parágrafo único. As penalidades de que trata este artigo serão calculadas sobre a quantidade de selos adquiridos que não houver sido utilizada na importação, se ocorrer importação parcial. Segundo o dispositivo acima transcrito, a penalidade se refere ao emprego de selo em desacordo com as normas previstas pela Secretária da Receita Federal. E o acórdão paradigma, por sua vez, entendeu que a situação descrita não estava tipificada no art. 33, inciso III, do DecretoLei 1.593/77, afastando as instruções normativas da Receita Federal que assim definem, ao fundamento de que somente Lei pode cominar penalidade. Ou seja, que as determinações da Instrução Normativa não são suficientes para a tipificação da conduta dentre aquelas previstas no artigo 33, do DecretoLei n° 1.593/77. Desta maneira, entendeu o acórdão paradigma que a multa aplicável às situações descritas no inciso III do artigo 33 do DecretoLei n.° 1.593/77 não guarda relação às Fl. 351DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 7 6 acusações de descumprimento do prazo de 90 (noventa) dias para registro de DI referente a bebidas alcóolicas sujeitas a selo de controle, impossível justificar a aplicação de tal multa aos casos de perda de selos. E que a multa prevista no artigo no art. 33, III, do DecretoLei n° 1.593/77 exige a efetiva circulação de produtos concomitantemente com o emprego de selos em situação irregular, situações essas que são totalmente diferentes da perda de selos. Assim, entendo que os paradigmas apresentados comprovam a divergência suscitada. Ante o exposto, conheço do Recurso Especial do Contribuinte. Vencida no conhecimento, deixo de analisar o mérito. É como voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Fl. 352DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 8 7 Voto Vencedor Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado. Com todo respeito ao voto da ilustre relatora, entendo que o recurso especial do contribuinte não pode ser conhecido por não atender os pressupostos regimentais constantes do Regimento Interno do CARF. Vejamos o que dispõe o Regimento Interno do CARF, art. 67 do anexo II da Portaria MF nº 343/2015: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente. (...) § 6º Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida indicando até 2 (duas) decisões divergentes por matéria. Da leitura do dispositivo normativo, evidenciase que para que exista a divergência de interpretação da legislação tributária, os fatos ocorridos entre os acórdãos, recorrido e paradigmas, devem ter alguma semelhança entre si, o que definitivamente não ocorre no presente caso. Portanto temos que revisitar os fatos constantes nos referidos acórdãos no sentido de identificar os pontos que permitissem a comparação. No acórdão recorrido, o contribuinte adquiriu 160.944 selos de controle para serem aplicados em bebidas (uísque) a serem por ele importadas. Conforme disposto no § 4º do artigo 57 da IN SRF nº 504/2005, o contribuinte teria um prazo de noventa dias, a partir da data do fornecimento dos selos de controle, para efetuar o registro da declaração de importação. O registro da DI nunca ocorreu, tendo o contribuinte declarado, sem nunca ter apresentado Fl. 353DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 9 8 qualquer elemento de prova (a juízo das autoridades julgadoras), que referidos selos de controle teriam sido extraviados. Foi aplicada então a penalidade prevista no art. 33, inc. III, do DecretoLei nº 1.593/77. Para comprovar a divergência jurisprudencial foi apresentado o Acórdão paradigma nº 340300409, de 30/06/2010, cuja ementa abaixo transcrevese: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 2002 IMPORTAÇÃO DE BEBIDAS SUJEITAS A SELO DE CONTROLE. DESCUMPRIMENTO DO PRAZO DE REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. INAPLICABILIDADE DA MULTA PREVISTA NO ART. 33, INCISO III, DO DECRETOLEI 1.593/1977. O descumprimento do prazo previsto no art. 57 da IN SRF n° 73/2001 não configura a aplicação da penalidade prevista no art, 33, inciso III, do DecretoLei 1.593, de 21 de dezembro de 1977. Vêse que no acórdão paradigma os selos de controle foram efetivamente utilizados, porém houve o registro em atraso da DI. Como vimos, no acórdão recorrido os selos nunca foram utilizados, portanto é um questão muito maior do que o mero atraso no registro de sua utilização. A primeira razão para o não conhecimento do recurso especial decorre da data da ocorrência do fato gerador que são diferentes nos dois processos. Deste fato decorre que a legislação interpretada também são díspares a despeito de terem redações e conteúdos muito parecidos. No acórdão paradigma, o fato gerador ocorreu no ano calendário de 2002 e a multa foi aplicada com base na redação original do art. 33 do DecretoLei nº 1.593/77, o qual foi alterado pela Lei nº 10.637 de 31/12/2002. No caso a Instrução Normativa em que se debruçou o Acórdão Paradigma foi a IN SRF nº 73/2001 enquanto que no Acórdão recorrido foi a IN SRF nº 504/2005, porquanto o fato gerador ocorreu em 2008. Porém esta não é a principal razão para o não conhecimento do recurso. É que o destino dado aos selos de controle são diametralmente opostos, sendo que no paradigma Fl. 354DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 10 9 os selos foram utilizados com atraso, no recorrido não houve a utilização dos selos de controle, sendo que o recorrente não se preocupou em comprovar o seu efetivo extravio. Pela transcrição abaixo, dos trechos do voto do acórdão paradigma, vêse que a efetiva utilização dos selos ajudou a formar a convicção de que aquela multa não poderia ser aplicada. (...) O dispositivo em tela, define como penalidade, o emprego de selo em desacordo com as normas previstas pela Secretária da Receita Federal. Tendo em vista, que as Declarações de Importação foram registradas e conforme consta dos autos foram desembaraçadas, as mercadorias, sendo objeto do despacho aduaneiro, sofreram a aplicação do selo, sem os quais não poderia ter ocorrido o desembaraço. Seguindo este raciocínio, não existiu a aplicação de selo de controle fora da previsão da SRF. O que na verdade ocorreu foi um descumprimento do prazo para registro da Declaração de Importação que instruiu o despacho aduaneiro. Podese alegar, que a Instrução Normativa da SRF 73/2001, no seu artigo 59, determina que descumprido o prazo para registro da Declaração de Importação, deveriam ser aplicadas as sanções previstas para o uso indevido de selos de controle. Corno descrito alhures, a Instrução Normativa não pode cominar penalidade, estas são obrigatoriamente definidas em lei, portanto, tal fato não pode autorizar o lançamento. Mesmo que não entendêssemos desta forma e considerássemos que o descumprimento do prazo ensejaria a aplicação das penalidades previstas para o uso indevido de selo, mesmo assim, ainda restariam dúvidas sobre quais dispositivos aplicar, pois o uso indevido de selo seria uma ficção legal. Na verdade como já descrito, ocorreu um registro de declaração de importação fora do prazo e não uso indevido de selo. (...) Da leitura do voto resta cristalino que foi decisivo para o afastamento da multa aplicada o fato de que não teria havido uso indevido dos selos, uma vez que eles foram aplicados nas mercadorias e a importação foi realizada. Somente houve atraso no registro da DI. Evidenciase que o arcabouço fático é totalmente distinto do presente processo a inviabilizar a caracterização da divergência jurisprudencial. No presente processo os Fl. 355DF CARF MF Processo nº 10480.720153/201055 Acórdão n.º 9303005.268 CSRFT3 Fl. 11 10 selos de controle não foram utilizados na importação dos produtos que se pretendia. Portanto, na falta de comprovação de seu extravio presumese o uso indevido a invocar a aplicação do art. 33, inc. III do DecretoLei nº 1.593/77. Diante do exposto, voto por não conhecer do recurso especial do contribuinte. (assinatura digital) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 356DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.905475/2012-99
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 13 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jan 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 31/07/2009
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
Da decisão da DRJ caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Apresentado o recurso após este prazo, o mesmo não poderá ser conhecido em razão de intempestividade.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3402-004.803
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário por intempestivo.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Larissa Nunes Girard (Suplente convocada) e Pedro Sousa Bispo.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 31/07/2009 INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Da decisão da DRJ caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Apresentado o recurso após este prazo, o mesmo não poderá ser conhecido em razão de intempestividade. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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A. MACIEL EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/07/2009 INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Da decisão da DRJ caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Apresentado o recurso após este prazo, o mesmo não poderá ser conhecido em razão de intempestividade. Recurso Voluntário Não Conhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário por intempestivo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Larissa Nunes Girard (Suplente convocada) e Pedro Sousa Bispo. Relatório O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório, referente ao PER/DCOMP transmitido com o objetivo de ter reconhecido o direito creditório correspondente a PIS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 90 54 75 /2 01 2- 99 Fl. 41DF CARF MF Processo nº 10183.905475/201299 Acórdão n.º 3402004.803 S3C4T2 Fl. 3 2 De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Assim, diante da inexistência de crédito, o Pedido de Restituição foi INDEFERIDO. Como enquadramento legal citouse: art. 165 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN). MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade, alegando que, ao solicitar a restituição do valor pago indevidamente pago não foi feita a retificação da DCTF pertinente, portanto, não houve a exclusão do débito declarado erroneamente na DCTF. Em seguida, resume assim os seus pontos de discordância: a) foi localizado o pagamento do crédito pleiteado; b) não há débito referente ao crédito em questão, conforme comprova DCTF retificadora em anexo. Ao final, demonstrada a improcedência do indeferimento de seu pleito, requer seja acolhida a presente manifestação de inconformidade. A DRJ julgou improcedente a impugnação apresentada. Irresignado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário aduzindo as razões de sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.801, de 13 de dezembro de 2017, proferido no julgamento do processo 10183.905472/201255, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.801): "O presente Recurso Voluntário é manifestamente intempestivo, nos termos do art. 33 do Decreto 70.235/73, verbis: Fl. 42DF CARF MF Processo nº 10183.905475/201299 Acórdão n.º 3402004.803 S3C4T2 Fl. 4 3 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Compulsando os autos,verificase que no AR da intimação do resultado de julgamento junto à DRJ consta a seguinte data de recebimento (fl.26): Por outro lado, a data da apresentação do Recurso Voluntário consta em fl.29: Há entre essas duas datas o transcurso de um prazo superior aos trinta dias determinados pelo art. 33 do Decreto regente do processo administrativo fiscal, não vislumbrando este relator qualquer motivo que justifique a interposição extemporânea do presente Recurso. Desse modo, voto por não conhecer do Recurso Voluntário, em razão da sua intempestividade. É como voto." Importante consignar que a data de ciência do Acórdão da DRJ, bem como de interposição do Recurso Voluntário nos autos ora em apreço, são idênticas às identificadas no processo paradigma. Fl. 43DF CARF MF Processo nº 10183.905475/201299 Acórdão n.º 3402004.803 S3C4T2 Fl. 5 4 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por não conhecer do Recurso Voluntário, em razão da sua intempestividade. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 44DF CARF MF
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Numero do processo: 10510.000446/2003-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 10 00:00:00 UTC 2010
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2002
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO
Uma vez constatado que o saldo negativo do imposto de renda pessoa
jurídica era menor do que o indicado pelo sujeito passivo, descabe homologar a compensação pleiteada.
Numero da decisão: 1401-000.340
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Nome do relator: Fernando Luiz Gomes de Mattos
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ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO Uma vez constatado que o saldo negativo do imposto de renda pessoa jurídica era menor do que o indicado pelo sujeito passivo, descabe homologar a compensação pleiteada.
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Recorrida 2ª Turma da DRJ Salvador (BA) ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO Uma vez constatado que o saldo negativo do imposto de renda pessoa jurídica era menor do que o indicado pelo sujeito passivo, descabe homologar a compensação pleiteada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) VIVIANE VIDAL WAGNER - Presidente. (assinado digitalmente) FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS - Relator. EDITADO EM: 31/01/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Viviane Vidal Wagner, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Antonio Bezerra Neto, Maurício Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira e Karem Jureidini Dias. Relatório Fl. 300DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS 2 Por bem descrever os fatos, adoto parcialmente o relatório que integra o Acórdão recorrido (fls. 245v-247): TELERGIPE CELULAR S/A manifesta inconformidade ao DESPACHO DECISÓRIO DRF/AJU n° 1.350, de 18 de dezembro de 2006, que deferiu parcialmente o pedido de restituição referente ao saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2002 e homologou parcialmente a compensação do crédito com os débitos discriminados no extrato à fl. 63. O relato e as fundamentações expostos no parecer estão transcritos às fls. 147 a 152. Cientificada do Despacho Decisório da Delegada da Receita Federal em Aracaju, apresentou manifestação de inconformidade alegando, fls. 189/199: a) Relata a autoridade fiscal que após diligências feitas pela Receita Federal com o objetivo exclusivo de verificar a regularidade do crédito indicado pela Requerente em seu pedido de compensação, não teria havido o pagamento de estimativas do ano-calendário de 2002, tendo em vista a inexistência de créditos de saldo negativo do ano-calendário de 1998, bem como insuficiência de créditos de saldo negativo do ano-calendário de 2001, o que resultou na redução do saldo negativo do ano- calendário de 2002; b) As análises efetivadas pelo Fisco se basearam em processos administrativos que têm seu trâmite perante a Delegacia da Receita Federal em Aracaju/SE, sob os nºs 10510.000678/2002- 66 e 10510.000942/2002-61; c) Em relação ao processo 10510.00678/2002-66, ocorreu a desconstituição do saldo negativo de IRPJ, operada no ano- calendário de 1998. Como se tratasse de período decaído, não houve a lavratura de auto de infração em relação ao IRPJ 1999/1998, destinado à exigência do suposto saldo devedor. Porém, o Fisco considerou inexistente o crédito apurado pela Requerente, uma vez que o valor total dos pagamentos de imposto de renda efetuados em relação ao ano calendário de 1998 teria sido insuficiente para extinguir o total do IRPJ que restou devido após as glosas efetuadas pela fiscalização; d) Não devem prevalecer os argumentos do Fisco em face da homologação tácita dos recolhimentos antecipados ao longo daquele ano, por força do decurso do prazo decadencial previsto no art. 150, §4° do Código Tributário Nacional. A discussão a respeito do saldo negativo do imposto de renda relativo ao ano- calendário de 1998 não se considera incontroverso, permanecendo pendente de julgamento o recurso voluntário interposto (processo n° 10510.000678/2002-66, doc nº 04); e) Sobre o processo de n° 10510.000942/2002-61 infere-se que, nos termos do Despacho Decisório DRF/AJU n°298, de 31 de março de 2006 (doc. n° 05), foram utilizados créditos relativos aos saldos negativos de IRPJ dos exercícios de 1999, 2000 e 2002, para compensar débitos relativos ao PIS, COFINS, CSLL, IRRF, bem como 1RPJ estimativas mensais; Fl. 301DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10510.000446/2003-99 Acórdão n.º 1401-00.340 S1-C4T1 Fl. 291 3 f) A autoridade fiscal, no que interessa à presente discussão, no exercício de 2002, ano calendário de 2001, reduziu o saldo negativo de imposto de renda aproveitado nas compensações de R$ 4.067.144,93 para R$ 3.671.261,95. Tal redução se operou pelo não reconhecimento de saldo negativo no ano-calendário de 1998, conforme decisão proferida cm processo anterior de compensação (de n° 10510.000678/2002-66-doc. n° 04, cit.), no qual se discutia a compensação do saldo negativo de IRRF do ano de 1998 com débitos distintos dos tratados no presente processo, encontrando-se o mesmo pendente de decisão administrativa definitiva; g) Como o saldo negativo de 1998 foi utilizado em compensações de estimativas mensais do imposto de renda do ano calendário 2001, a redução do saldo negativo de 1998 operada pelo Fisco levou à redução do saldo negativo de 2001, uma vez que não havia crédito suficiente oriundo do ano de 1998 para efetuar as compensações das estimativas de 2001, as quais foram excluidas do cômputo dos recolhimentos antecipados, reduzindo assim o saldo negativo de IRPJ do ano calendário 2001 e conseqüentemente o de 2002, em que parte dos valores relativos às estimativas foi quitada com crédito do IRPJ de 2001. Como as compensações ora em discussão se deram com saldo negativo do ano calendário 2002, a sua redução teria levado ao não reconhecimento da extinção das estimativas ora exigidas cm virtude da não homologação das compensações objeto do presente processo; h) Alega a inexistência de coisa julgada administrativa relativa à discussão do saldo negativo de imposto de renda apurado no ano calendário de 1998, não podendo a administração tributária desconsiderar as estimativas pagas no ano calendário de 2002 e reduzir o saldo negativo de IRPJ do período; i) Assim,o juízo quanto às regularidades das compensações de créditos de saldo negativo do ano-calendário de 1998 (discutida no processo nº 10510.00678/2002-66) e o seu cômputo no saldo negativo de 2001 (rejeitado no processo n° 10510.000942/2002- 61), bem como a compensação da estimativa já negada diretamente a qual sequer foi aberto prazo para apresentação de Manifestação de Inconformidade (processo n° 10510.501275/2006-63), são questões imbricadas e baseiam-se nos mesmos elementos de prova, indicando ser o caso de aplicação do disposto no art. 1° da Portaria SM? n°6.129, de 2 de dezembro de 2005; j) Argúi a decadência do direito da Fazenda refazer a apuração do IRPJ do ano-calendário de 1998; k) Conforme já explicitado, os créditos indeferidos pela fiscalização (saldo negativo de imposto de renda relativo ao ano calendário de1998) dizem respeito a fatos ocorridos há cerca de oito anos, encontrando-se portanto,alcançados pela decadência, conforme reconhece a própria autoridade fiscal que indeferiu o pleito da Recorrente no âmbito administrativo; Fl. 302DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS 4 l) O IRPJ, desde a edição da Lei n° 8.383, de 1991, sujeita-se a lançamento por homologação, regime em que a decadência do direito de lançar eventuais diferenças opera-se em cinco anos contados o fato gerador. Transcreve o art. 150, § 4º do CTN; m) Assim é que transcorridos mais de cinco anos do fato gerador, tal como se verifica no caso vertente, sem que a autoridade fiscal conteste a regularidade dos recolhimentos efetuados pelo contribuinte, considera-se homologado o lançamento e opera-se a extinção do crédito tributário; n) Em verdade, com o atingimento do termo final do prazo decadencial relativo ao IRPJ do ano calendário 1998, o Fisco homologou tacitamente o crédito do IRPJ indicado pela Recorrente para extinguir todos os débitos, afigurando-se desarrazoado a exigência a destempo de comprovação de fatos relativos a períodos decaidos; o) A Recorrente, durante cinco anos que se seguiram ao exercício de 1998, manteve em plena ordem e à disposição do Fisco toda a documentação comprobatória dos valores lançados na DIPJ, bem assim do saldo negativo apurado. Posteriormente, em face da caducidade do direito de Fazenda de alterar a apuração do imposto levada a efeito pelo contribuinte, considerou dispensável a manutenção da documentação relativa aos custos e despesas a indicados, o que acabou por levar à rejeição do crédito pelo Fisco; p) Aliás, a presente exigência fiscal, ao buscar fundamento em fatos relativos a períodos decaídos - o pressuposto da exigência diz respeito à falta de apresentação dos documentos comprobatórios de despesas que integram a apuração do IRPJ 1999/1998 - deve ser rechaçada, sob pena de restar burlado o instituto da decadência; q) Traria enorme insegurança jurídica o revolvimento de questões fáticas relativas aos créditos de IRPJ oriundos de períodos decaídos, pois restaria traída a boa-fé dos contribuintes que se restringem a manter a documentação que lastreia os lançamentos contábeis até a homologação tácita do lançamento, momento em que se extingue a obrigação e se tem por confirmada a apuração do tributo levada a efeito pelo contribuinte. Levado ao extremo as razões expendidas pelo Fisco, os contribuintes deveriam manter a documentação fiscal durante toda a vida das empresas, caso as mesmas viessem se aproveitando sempre, em períodos sucessivos, do saldo negativo do período imediatamente anterior, em clara afronta à regra da decadência esculpida no art. 150 do CTN; r) É importante deixar claro que em nenhum momento, conforme se dessume do processo administrativo em que se discute o saldo negativo de 1998, o Fisco apurou irregularidade nos livros contábeis e fiscais da empresa, mas exigiu tão somente notas fiscais e documentos comerciais que comprovassem os lançamentos contábeis. Procurou, assim, impor uma construção obliqua à Recorrente e burlar o prazo de carência; s) O que se verifica no caso vertente, conforme restará demonstrado ao cabo da presente manifestação, é a exigência de Fl. 303DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10510.000446/2003-99 Acórdão n.º 1401-00.340 S1-C4T1 Fl. 292 5 estimativas de IRPJ em valor superior ao necessário para extinguir o imposto devido no seu ano base e os débitos estimados de períodos subseqüentes extintos com o saldo negativo do período-base; t) Consoante se dessume da decisão exarada pela Delegada da Receita Federal em Sergipe, as estimativas em aberto, exigidas após o refazimento, pelo Fisco, da apuração do IRPJ levada a efeito pela Requerente no ano calendário 2002, do qual foi extraído saldo negativo para pagamento de estimativas que ora se encontram em aberto relativas ao ano-calendário de 2004, dizem respeito a períodos anuais de apuração do IRPJ, nos quais no primeiro caso o próprio Fisco apurou saldo negativo do imposto a pagar, e no ano-calendário de 2004 não houve qualquer retificação; u) Assim é que se afigura ilegal a exigência das estimativas mensais cuja compensação foi indeferida (estimativas IRPJ — Períodos de Apuração 02, 03, 04 e 07/2004, bem como a CSLL relativa aos Períodos de Apuração 03 e 04/2004, no valor originário total de R$279.367,99), una vez que a decisão fiscal não logrou demonstrar que a exigência de tais estimativas presta-se a cobrir a ausência de pagamento de imposto de renda efetivamente devido no respectivo ano-calendário. A 2ª Turma da DRJ Salvador indeferiu a solicitação da contribuinte, por meio do Acórdão nº 15-15.569, assim ementado (v. fls. 245): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO Descabe homologar a compensação em virtude do saldo negativo do imposto de renda pessoa jurídica ser menor do que o pleiteado pelo sujeito passivo. Solicitação Indeferida Intimada desse Acórdão em 08/04/2008 (fls. 257), a contribunte apresentou em 07/05/2008 o Recurso Voluntário de fls. 259-275, apresentando os seguintes argumentos: a) Não existe coisa julgada administrativa relativa à discussão do crédito passível de compensação, apurado pela Recorrente no ano-calendário de 1998; b) Decaiu o direito da Fazenda de refazer a apuração do IRPJ do ano- calendário 1998; c) É indevida a exigências das estimativas mensais de IRPJ e CSLL, relativas ao ano-calendário 2004, em face da falta de demonstração da existência de saldos em aberto dos referidos tributos, em relação à integralidade do ano-calendário. Fl. 304DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS 6 Nestes termos, requereu que seja dado provimento ao presente recurso voluntário, reconhecendo-se o crédito da Recorrente e extinguindo o crédito tributário em comento. Alternativamente, requereu a declaração da nulidade, por vício substancial, do indeferimento das compensações das estimativas de IRPJ e CSLL, em face da inexistência da comprovação de saldo em aberto dos tributos no ano-calendário 2004. O presente processo foi incluído em pauta para julgamento, na sessão deste colegiado realizada em 09/07/2010. Após apresentação do relatório, o processo foi retirado de pauta para verificação da prevenção com o processo nº 10510.000942/2002-61. Em 28/09/2010 recebi e-mail enviado pela Presidente deste colegiado, informando que o processo nº 10510.000942/2002-61 encontra-se arquivado na Procuradoria da Fazenda Nacional de Sergipe. O referido e-mail informou que não há notícia de nenhuma decisão e que não há registros de passagem do aludido processo por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. É o relatório. Voto Conselheiro FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Relator O recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de diversos pedidos de compensação de supostos direitos creditórios da interessada, a título de saldo negativo de IRPJ (ano-calendário 2002), com débitos confessados a título de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. A autoridade fiscal da jurisdição da recorrente esclareceu, com muita propriedade, que embora a contribuinte tenha indicado em seus diversos pedidos de compensação que o presente direito creditório referia-se ao IRRF sobre aplicações financeiras, na realidade o presente processo trata de pedidos de compensação de saldo negativo de IRPJ (ano-calendário 2002), posto que os valores retidos na fonte são tratados como antecipações, nos termos do art. 76 da Lei n°8.981/95, com a redação dada pela Lei n° 9.065/95. Não ocorrendo retenção indevida não há que se falar em restituição do imposto de renda na fonte. Assim sendo, temos que, por meio do presente processo o sujeito passivo requereu que parte do saldo negativo do IRPJ referente ao ano-calendário 2002, no valor de R$ 598.271,34 (Declarações de Compensação às fls. 01 e 28 a 62), fosse compensado com débitos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, devidamente consolidados no demonstrativo de fl. 63. A autoridade fiscal, no entanto, constatou que a contribuinte declarou a compensação das estimativas devidas nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e agosto com o crédito de saldo negativo de IRPJ do ano de 1998 e compensou as estimativas dos meses de maio, junho e dezembro com o saldo negativo do ano-calendário de 2001 (vide DCTF anexas, fls. 111 a 118). A unidade fiscal de origem desconsiderou a compensação dos débitos relativos às estimativas dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e agosto de 2002 com o saldo negativo do ano calendário de 1998, uma vez que no processo n° 10510.0000678/2002- Fl. 305DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10510.000446/2003-99 Acórdão n.º 1401-00.340 S1-C4T1 Fl. 293 7 66 não foi reconhecido o saldo negativo do aludido ano calendário (Parecer Técnico SAORT n° 413/2005, fls. 121 a 125). Sobre o tema, assim se pronunciou, com grande propriedade, a decisão recorrida: Em relação ao processo n° 10510.000678/2002-66, que trata do pedido de restituição/compensação do saldo negativo do imposto de renda pessoa jurídica do ano calendário de 1998, as razões da 2ª Turma de Julgamento da DRJ Salvador, ao proferir o Acórdão n° 15-10331, de 5 de maio de 2006 (anexo às fls. 235 a 238), foram no sentido da inexistência de saldo negativo do IRPJ em razão de não ter a contribuinte apresentado qualquer documento que comprovasse os valores deduzidos a titulo de "Perdas em Operações de Créditos", bem assim não ter identificado os prestadores de serviços e nem os valores dos serviços prestados relativos às contas registradas no Razão sob os códigos 311.35.310; 311.38.113; 311.39.693; 312.39.693 e 313.39.693, conforme Termo de Diligência às fis. 124/125, e o Termo de Encerramento de Diligência à fl. 154, daquele processo. Glosados os valores lançados às contas retrocitadas, com a conseqüente recomposição das Fichas 05 e 06 (Custos dos Bens e Serviços Vendidos e Despesas Operacionais, respectivamente), ano-calendário de 1998 , ao contrário de saldo negativo de R$ 1.026.601,92, a contribuinte teve um saldo de imposto a pagar de R$ 2.922.893,02, que não pôde mais ser objeto de lançamento de oficio em razão do prazo decadencial. Por outro lado, a administração fiscal estava impedida de deferir o pleito de compensação do crédito alegado pelo sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, por não possuir o crédito os atributos de certeza e liquidez, sem os quais o correspondente débito não poderia ser extinto, ex vi da determinação contida no artigo 170 do Código Tributário Nacional: A unidade fiscal de origem também desconsiderou a compensação do débito relativo à estimativa do mês de dezembro de 2002 com o saldo negativo do ano calendário de 2001, uma vez que no processo n.º 10510.000942/2002-61 somente se reconheceu a procedência das compensações relativas às estimativas dos meses de maio e junho de 2002 (Despacho Decisório DRF/AJU nº 298/2006, fls. 126 a 131). Desta forma, foi reconhecido parcialmente o direito creditório solicitado, tendo em vista a diminuição do valor do saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2002 de R$ 1.052.118,63 para R$ 322.455,85. O motivo dessa redução foi a ausência de recolhimento (ou de compensação válida) das estimativas do IRPJ dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, agosto e dezembro de 2002, nos valores de R$ 72.240,71, R$ 133.760,20, R$ 227.932,59, R$ 72.355,93, R$ 52.485,7 e R$ 186.320,97, respectivamente. No presente recurso voluntário, a Recorrente arguiu a inexistência de coisa julgada administrativa relativa à discussão do crédito passível de compensação, por ela apurado no ano-calendário de 1998. Fl. 306DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS 8 Ora, tal alegação é contrária à própria pretensão da contribuinte. Afinal, para pleitear a compensação de créditos com débitos de natureza tributária é necessário que os aludidos créditos sejam líquidos e certos. No caso presente, contudo, a própria interessada reconhece a inexistência de coisa julgada administrativa em relação aos supostos créditos passíveis de compensação, de onde se conclui pela ausência de certeza e liquidez do aludido direito creditório. Consequentemente, afigura-se correta a atitude da autoridade fiscal, que desconsiderou a compensação dos débitos relativos às estimativas dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e agosto de 2002 com o saldo negativo do ano calendário de 1998, diante da ausência de saldo negativo no aludido ano calendário A Recorrente alegou, outrossim, que decaiu o direito da Fazenda de refazer a apuração do IRPJ do ano-calendário 1998. Sobre o tema, deve-se dizer que o Fisco constatou que, no aludido ano- calendário, ao contrário de saldo negativo de R$ 1.026.601,92, a contribuinte teve um saldo de imposto a pagar de R$ 2.922.893,02. Este valor não pôde ser objeto de lançamento de oficio, justamente em razão do decurso do prazo decadencial. Tal fato, porém, não autoriza o deferimento do pleito de compensação dos créditos alegados pela Recorrente, uma vez que tais créditos carecem de liquidez e certeza. Sobre o tema, é suficientemente clara a redação do art. 170 do Código Tributário Nacional (grifado): Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Não obstante este esclarecimento, convém reiterar que a discussão acerca da existência destes créditos compensáveis, relativos a um eventual saldo negativo de IRPJ no ano-calendário de 1998, deveria ocorrer exclusivamente nos autos do processo nº 10510.0000678/2002-66, sob pena de total desvirtuamento do presente processo administrativo. Vale repetir que somente são passíveis de compensação os créditos do sujeito passivo revestidos dos atributos de liquidez e certeza. Tais características ainda não são aplicáveis aos créditos pleiteados pelo contribuinte no presente processo. Por fim, a Recorrente alegou que seria indevida a exigências das estimativas mensais de IRPJ e CSLL, relativas ao ano-calendário 2004, em face da falta de demonstração da existência de saldos em aberto dos referidos tributos, em relação à integralidade do ano- calendário. Alegação totalmente desprovida de sentido. No presente processo, não se está exigindo o recolhimento das aludidas estimativas mensais. Na realidade, por meio do presente processo, a contribuinte pleiteia a compensação de supostos saldos negativos de IRPJ, referente ao ano-calendário de 2002. No entanto, na composição do alegado saldo negativo de IRPJ foram indevidamente computados valores referentes a estimativas de IRPJ, que não foram recolhidos nem validamente extintos por compensação. Consequentemente, agiu corretamente a autoridade fiscal, ao negar a compensação dos aludidos créditos, que são desprovidos dos atributos de certeza e liquidez. Fl. 307DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10510.000446/2003-99 Acórdão n.º 1401-00.340 S1-C4T1 Fl. 294 9 Diante do exposto, é forçoso reconhecer a correção da fundamentação do Acórdão recorrido, que reconheceu apenas parcialmente o direito creditório solicitado, relativo ao saldo negativo do imposto de renda pessoa jurídica no ano-calendário de 2002. Conclusão Diante de todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Fl. 308DF CARF MF Emitido em 08/02/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Assinado digitalmente em 08/02/2011 por VIVIANE VIDAL WAGNER, 31/01/2011 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
score : 1.0
Numero do processo: 11060.724243/2011-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. NULIDADE DA DECISÃO DE PISO. APRECIAÇÃO DE TODAS QUESTÕES IMPUGNADAS. NECESSIDADE.
A concomitância de instâncias exige que as partes, objeto e causa de pedir sejam as mesmas no processo administrativo e no judicial. Havendo concomitância parcial, o julgamento administrativo deve apreciar as matérias distintas existentes. A aplicação da Súmula CARF nº 1 no caso em apreço determina a apreciação parcial da impugnação apresentada, sob pena de supressão de instância. Nulidade do julgamento de primeiro grau verificada.
Numero da decisão: 2201-003.961
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a nulidade da decisão de primeira instância, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente e Relator.
EDITADO EM: 16/10/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a nulidade da decisão de primeira instância, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente e Relator. EDITADO EM: 16/10/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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NULIDADE DA DECISÃO DE PISO. APRECIAÇÃO DE TODAS QUESTÕES IMPUGNADAS. NECESSIDADE. A concomitância de instâncias exige que as partes, objeto e causa de pedir sejam as mesmas no processo administrativo e no judicial. Havendo concomitância parcial, o julgamento administrativo deve apreciar as matérias distintas existentes. A aplicação da Súmula CARF nº 1 no caso em apreço determina a apreciação parcial da impugnação apresentada, sob pena de supressão de instância. Nulidade do julgamento de primeiro grau verificada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em reconhecer a nulidade da decisão de primeira instância, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Presidente e Relator. EDITADO EM: 16/10/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 72 42 43 /2 01 1- 18 Fl. 442DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso de Voluntário interposto contra acórdão da 4ª Turma da DRJ em Porto Alegre/RS, que não conheceu a impugnação apresentada e manteve, na integralidade, o lançamento tributário relativo ao IRPF supostamente devido no anocalendário de 2007, em razão de ganho de capital por venda de ações não listadas na bolsa. Tal crédito foi constituído por meio do auto de infração (fls. 146 do processo digitalizado), devidamente explicitado, pelo qual foi apurado o crédito tributário de R$ 192.404,84, que compreende imposto (R$ 85.467,68), juros de mora (R$ 42.836,40), multa proporcional (R$ 64.100,76), valores consolidados em dezembro de 2011. A ciência do auto de infração, que contém o lançamento referente ao IRPF do anocalendário 2007, ocorreu em 15 de dezembro de 2011, conforme se verifica pela cópia do AR às folhas 192. Em 12 de janeiro de 2012, foi apresentada impugnação (fls 284) ao lançamento. A decisão da 4ª Turma da DRJ POA, consubstanciada no Acórdão 1039.595 (fls. 284), de 11/07/12, foi pelo não conhecimento da impugnação, mantendose o crédito tributário constituído. Transcrevo a ementa do acórdão recorrido: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 Ementa: NORMAS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CONCOMITÂNCIA DE AÇÃO JUDICIAL A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual , antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, e/ou dele dependente, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. SÚMULA nº 1º Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. Impugnação Não Conhecida Crédito Tributário Mantido" Dessa decisão consta o seguinte relatório que, adoto, por sua precisão e clareza (fls. 285): "1. A autoridade lançadora detectou omissão de ganhos de Capital na Alienação de Ações/Quotas não negociadas em Bolsa. Enquadramento legal: Arts. 43, 105, 109, 111, inciso Fl. 443DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 442 3 I, 144, 151, inciso II e 178, do código Tributário Nacional; arts. 1° a 3° e §§, 16 e §§, 19 e 58, da Lei n° 7.713/1988; arts. 1° e 2°, da Lei n° 8.134/1990, arts. 7° e 21 da lei n° 8.981/1995; art. 10, § único e 17 da Lei n° 9.249/95; arts. 117, 123 inciso I, 126, 128, § 9°, 130 e §§, 131, 135, 138, 140 e 142 do Decreto n° 3.000/1999 – RIR/1999; arts. 7° e 16, da Instrução Normativa SRF 84/2001, fl 508. O contribuinte apresentou impugnação, fls. 204 a 250, alegando que a fiscalização produziu o cálculo do imposto de renda sem considerar o direito adquirido à isenção de tributo sobre as ações adquiridas até 31 de dezembro de 1983, que foi reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça nos autos do Mandado de Segurança n° 2007.71.02.0014672, impetrado pelo impugnante, com o objetivo de garantir o direito à isenção do imposto de renda, lembra também o DecretoLei n° 1.510/1976. Salienta que a fiscalização reconhece que ele impetrou Mandado de Segurança para o fim de garantir o direito à isenção do imposto de renda. Afirma que a fiscalização realizou o lançamento de oficio considerando como tributável o lucro obtido com a venda das ações adquiridas até 31 de dezembro de 1983. Invoca a nulidade do lançamento, devido à incorreta apuração do custo médio ponderado, no qual foram consideradas, também, as ações alcançadas pela isenção e também pela exigência de imposto sobre matéria cuja exigibilidade esteja suspensa, conforme a legislação. E mesmo havendo exclusão da parcela devida relativo ao ganho de capital sobre ações adquiridas até 31121983, há a alteração do valor encontrado, invalidando integralmente o lançamento. Alega, também, que a fiscalização somente poderia efetuar o lançamento para fins de prevenção de decadência, determinando a suspensão da cobrança do crédito tributário até o deslinde da ação judicial. Porém promoveu a imediata cobrança, inclusive com os acréscimos de multa e juros de mora. Discorre com relação ao princípio da unicidade da jurisdição, afirmando que a fiscalização violou tal princípio ao sustentar a inexistência do direito adquirido à isenção, lançando o tributo sobre a parcela cuja discussão encontrase sob o crivo do Poder Judiciário. Conclui que, se o órgão de julgamento administrativo não pode examinar a mesma questão levada ao Poder Judiciário, tão pouco poderia ser levantada qualquer questão pela fiscalização, por completa incompetência e submissão à decisão judicial. Embora não tenha havido o trânsito em julgado da referida ação, aguardase apenas o julgamento de um último recurso (Embargos de Declaração), interposto pela Fazenda nacional junto ao Superior Tribunal de Justiça. Entretanto, não há como coexistir duas normas sobre o mesmo fato. Fl. 444DF CARF MF 4 A fiscalização entende como inaplicável o artigo 169 da lei n° 6.404/1976 como critério de rateio das bonificações recebidas pelo impugnante, além de que não tem o condão de produzir efeitos tributários de isenção. Tendo como argumentos, que a proporcionalidade prevista em lei trata apenas da obrigatoriedade que as bonificações sejam distribuídas de acordo com o percentual de cada acionista, que as ações distribuídas em bonificação não seriam acessórias em relação às ações que lhes deram origem. Tais argumentos não merecem prosperar, pois são dissociados de premissas básicas do direito societário e tributário. Afirma que para a ação recebida em bonificação, seja de natureza de ação nova subscrita, é necessário verificar se há ingresso de recursos do acionista para o recebimento das bonificações. Assim, não havendo qualquer subscrição de novas ações pelo impugnante, pelo fato de que sequer era necessário o recebimento de ações em bonificação, permitindose a simples alteração do valor nominal das ações já existentes, não se tratando, portanto, de transferência de patrimônio da companhia para o acionista ou aumento patrimonial. Com relação ao rateio das bonificações, acredita ser incorreto o auto de infração ao sustentar que para fins tributários, as ações recebidas em bonificação, sejam consideradas como ações novas e que a forma de rateio utilizada pelo impugnante tenha se baseado em normas revogadas. O contribuinte afirma, que realizou depósito judicial do imposto de renda diante os autos do Mandado de Segurança, que foi reconhecido no auto de infração. Requer, ao final,o acolhimento da preliminar de nulidade do Auto de Infração, não sendo esse o entendimento, que seja cancelado o Auto de Infração em razão de incorreta interpretação acerca da natureza jurídica das ações recebidas em bonificação, ou então, que seja afastada a aplicação de multa e juros de mora sobre os valores depositados judicialmente." Em 08 de agosto de 2012, a Contribuinte apresenta recurso voluntário (fls. 300), de maneira tempestiva, contra a decisão de primeiro grau da qual teve ciência em 24 de julho de 2012. Tal recurso, em linhas gerais, reprisa os argumentos constantes da impugnação. Em 10 de abril de 2013, foi juntado ao processo às fls. 355, petição que noticia o trânsito em julgado do mandado de segurança interposto pela Recorrente, com resultado favorável ao contribuinte, posto que o STJ decidiu por reconhecer o direito à isenção do imposto sobre a renda decorrente do ganho de capital incidente sobre a alienação das ações adquiridas sob a égido do Decreto 1.510/76 desde que cumpridos os 5 anos estabelecidos como condição para a fruição da isenção, mesmo que a alienação tenha ocorrido após a edição da Lei nº 7.713/88 (RE 1.146.142/RS). Por meio de petição datada de 21/07/2014, acostada às folhas 433, a Procuradoria da Fazenda Nacional requer a juntada do Acórdão 2202002.550, pelo qual a 2ª Turma desta 2ª Câmara, reconheceu, em matéria idêntica, que a concomitância com o Mandado Fl. 445DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 443 5 de Segurança acima noticiado é apenas parcial e determinou a nulidade da decisão de primeiro grau e retorno dos autos para novo julgamento. O processo foi distribuído em sessão pública, de modo eletrônico, para este Conselheiro. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, passo a apreciar o recurso voluntário. Antes porém de examinar os argumentos recursais, verifico a existência de uma prejudicial à análise recursal. Verifico a existência de nulidade da decisão de piso em face da concomitância de instâncias declarada. Consta da decisão recorrida, a seguinte ementa: "A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual , antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, e/ou dele dependente, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. SÚMULA nº 1º Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. (destaques não constam da ementa) Na conclusão do voto condutor da decisão, verifico (fls.290/291): "Ressaltese, no entanto, que o fato de não conhecer do pedido não importa em nãoreconhecimento da decisão judicial, que deve ser aplicada em sua totalidade pela delegacia de origem quando transitada em julgado, inclusive para as ações adquiridas em bonificação cujo lançamento efetuado pela fiscalização é contestado pelo contribuinte sob a alegação de que elas acompanham as ações originárias e mantêm a mesma natureza, bem como o cálculo de apuração do ganho de capital; não podendo, pois, a Delegacia de Julgamento analisar, neste Fl. 446DF CARF MF 6 momento, sem a decisão definitiva do Judiciário e a respectiva aplicação pela DRF de origem Portanto, em face da propositura da ação judicial que importa renúncia à esfera administrativa, e tendo em vista a unidade de jurisdição consagrada no art. 5º, XXXV da CF/1988 e a orientação contida no Ato Declaratório Normativo COSIT nº 03/1996, em relação à matéria objeto da ação judicial, é de se observar o que for determinado pela decisão judicial definitiva, ficando prejudicada a análise do mérito, na esfera administrativa" (destaques não constam do original) Impende ressaltar a notícia do trânsito em julgado da decisão judicial no sentido da aplicação da isenção prevista no artigo 4º, "d", do DL 1.510/76 ao caso em apreço, conforme noticiado na petição da Recorrente de folhas 355. Por fim, cabe recordar que a Procuradoria da Fazenda Nacional apontou nos autos decisão da 2ª Turma Ordinária desta 2ª Câmara no sentido do reconhecimento da concomitância parcial em razão da medida judicial proposta por outro sujeito passivo em razão do mesmo fato gerador ocorrido. Com essas considerações se torna absolutamente necessário a verificação da existência da concomitância entre a decisão judicial proferida e qual sua extensão. Entre outros fundamentos, apóiase a decisão de piso que como dito reconheceu a existência da renúncia ao processo administrativo na dicção da Súmula CARF nº 1. Vejamos seus termos: "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." (destaques nossos) Claríssima a disposição que consolidou entendimento praticamente unânime deste Colegiado: há tácita renúncia ao processo administrativo a propositura, antes ou depois do lançamento, de medida judicial com o mesmo objeto do processo administrativo. Assim, mister entendermos o que é o objeto do processo administrativo e cotejálo com o objeto do processo judicial que se analisa. Segundo o dicionário Michaelis 'online', publicado no sitio uolBusca (http://dic.busca.uol.com.br/result.html?q=objeto&group=0&t=10), o verbete objeto, em sua acepção jurídica: "objeto •sm(lat objectu) Tudo que se oferece aos nossos sentidos ou à nossa alma. Coisa material:Havia na estante vários objetos.Col: bateria,trem(quando agrupados para o mesmo fim). Motivo, causa. Tudo que constitui a matéria de ciências ou artes. Assunto, matéria. Intenção, desígnio, mira. Fim a que se mira ou que se tem em vista. Fl. 447DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 444 7 FilosAquilo que é pensado, por oposição ao próprio ato de pensar. DirTudo aquilo sobre que recai um direito, ou uma ação, ou obrigação." (sublinhamos) Também no mesmo sentido, um tanto amplo para os fins do nosso estudo, caminha o dicionário jurídico. Para objeto do processo, encontramos a seguinte significação (Diccionario Básico Jurídico, 7ª ed. Comares Editorial): "Conjunto de fatos que integrando o processo, o levam a conseguir as diversas finalidades que o mesmo persegue (...)" Das significações apresentadas, podemos inferir que o objeto da demanda processual é aquilo que com ela se pretende obter, o que se quer alcançar. Porém, somente tal entendimento é suficiente para se verificar a concomitância, como entendeu a decisão recorrida? Não nos parece a melhor doutrina. O Professor Moacyr Amaral Santos, no clássico Primeira Linhas de Direito Processual Civil ( 1º Vol., Ed. Saraiva, 20ª ed., p. 163), leciona que objeto da ação: "é o pedido do autor (Cod Proc. Civil, art 282, IV), ou seja, o que ele solicita que lhe seja assegurado pelo órgão jurisdicional. (...) Assim, o objeto, isto é, o pedido (res, petitum) é imediato ou mediato. O pedido imediato consiste na providência jurisdicional solicitada: sentença condenatória, declaratória, constitutiva ou mesmo providência executiva, cautelar ou preventiva. O pedido mediato é a utilidade que se quer alcançar pela sentença, ou providencia jurisdicional, isto é, o bem material ou imaterial pretendido" Continuando sua lição, o emérito Professor das Arcadas, ensina que o pedido deve estar sempre apoiado, deve sempre corresponder a uma causa de pedir, pois "quem invoca uma providência jurisdicional quanto a um bem pretendido, cumpre dizer no que se funda seu pedido" (ob. cit., pag. 164). Recorda o Mestre que o Códex Processual exige que o autor exponha na inicial não só o seu pedido, mas também os fundamentos jurídicos deste. Com tal exigência, a lei processual requer a exposição não só a causa próxima de pedir os fundamentos jurídicos como também a causa remota o fato gerador do direito. No caminhar de sua lição, com a didática exemplar que sempre o caracterizou, o Professor Moacyr Amaral, explica que a identificação de ações ( o cerne de nosso problema) exige que se examine detalhadamente a identidade, a individualidade de uma demanda. Para tanto, leciona o saudoso Professor: "(...) duas ações são idênticas quando em ambas seus elementos são os mesmos. Assim, duas ações são idênticas quando entre Fl. 448DF CARF MF 8 elas há: a) identidade de partes (eadem personae); b) identidade de objeto (eadem res); c) identidade de causa de pedir (eadem causa petendi)." Exsurge a distinção. Temse identidade entre ações quando as mesmas, intrinsecamente, coincidem, ou seja, são iguais. Para tanto, necessariamente convergem para a mesma solução a partir de divergências sobre o mesmo bem da vida mas forçosamente com essa divergência decorrente do mesmo motivo, da mesma causa. Tal exigência decorre não só de um imperativo processual, mas também de um imperativo lógico. Não basta a demanda reunir mesmas partes, sobre o mesmo bem em discussão: o motivo da disputa deve ser o mesmo. Por exemplo se pode entender melhor. Dois senhores podem discutir sobre um imóvel, mais acuradamente sobre a posse e propriedade de um imóvel. Imaginemos que se trate de um imóvel comercial, onde o proprietário, por contrato de locação, passou a posse do imóvel a um comerciante. Tempos depois, o comerciante propôs a compra do imóvel. Firmam um contrato de compra e venda, com pagamento parcelado. Ajustam que durante o pagamento parcelado da compra, o locatário, agora promitente comprador, continuaria a pagar o aluguel. Iniciados os pagamentos, o comprador vêse em dificuldades financeiras e atrasa algumas parcelas. O vendedor, opta pela resolução contratual unilateral e vende, à vista, o imóvel a outrem, porém ajustando com o novo comprador, que entregará o imóvel desocupado. Ingressa com medida judicial, ação de despejo, visando a retomada do imóvel. Nesse caso o objeto é a posse do imóvel. O locatário, aqui ainda promitente comprador, inconformado com o desfazimento do contrato de promessa de compra e venda, ingressa com ação judicial buscando fazer valer seu direito decorrente do contrato de compra e venda firmado e portanto anular a segunda venda. Objeto da ação: a propriedade do imóvel. Partes envolvidas: as mesmas. Resultado, objeto , de uma e de outra: o imóvel. Importante recordar que se o direito de promitente comprador for reconhecido, por óbvio que a segunda decisão terá seu resultado impactando na primeira, na ação de despejo. Mesmo assim, há coincidência de ações? Por óbvio que não. A distinção é flagrante quanto à causa de pedir. Em uma e em outra ação, embora o objeto seja o mesmo, o fundamento jurídico do pedido é distinto. Esses requisitos para que se reconheça a identidade de ações e portanto, a concomitância também é reconhecido por Julio Fabbrini Mirabete (Processo Penal, Ed. Atlas, 10ª ed., p. 217), processualista de renome, que explicita, ao examinar a litispendência: "Os elementos que identificam a demanda, impedindo outra por litispendência são: a) o pedido (petitum), o que o autor pede; b) as partes (personae), são as partes em litígio; a causa de pedir (causa petendi), a razão de fato pela qual o autor pede a condenação, no processo penal o fato criminoso. Numa expressão bem simples, se o mesmo autor, com o mesmo fundamento de fato, faz o mesmo pedido, contra o mesmo réu, a demanda é a mesma que a anterior" (destacamos) Fl. 449DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 445 9 Não é outra a lição de Cândido Rangel Dinamarco, outro ícone da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, que em sua importantíssima obra, Instituições de Direito Processual Civil ( Vol III, 2ª ed. Ed. Malheiros p. 136), assevera: "Didaticamente e seguindo uma linha tradicional no processo civil brasileiro, o Código de Processo Civil afirma que uma ação é precisa reprodução de outra quando em ambas coincidem os três elementos constitutivos, tendo elas as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido (...)" (destacamos) Outro simples raciocínio demonstra a importância da causa de pedir como traço elementar, e portanto distintivo, de uma ação. Pensemos agora em hipótese de lide tributária clássica, ou seja, insurgência contra a tributação. Decerto que nessas ações tributárias, dois elementos serão sempre coincidentes: i) as partes, pois sempre se analisará a demanda de determinado contribuinte contra a Administração Tributária; ii) o pedido, o próprio objeto, pois sempre o contribuinte buscará se esquivar da exação como pretendida pelo Fisco. Ora, nesses casos, ao prevalecer a questão como posta pela decisão recorrida, ou seja, há concomitância quando o contribuinte pode alcançar na via judicial o mesmo resultado que teria na esfera administrativa, qualquer tipo de lide judicial afastaria qualquer demanda na fase administrativa, uma vez que pelo nosso pressuposto ao conseguir judicialmente o afastamento da pretensão fiscal como pretendida pela Administração Tributária, a esfera administrativa nunca teria função. Imaginemos que o contribuinte tenha ingressado com uma ação de inexistência de relação tributária acerca de determinado tributo. Tempos depois, ao perceber que aquele contribuinte não estava recolhendo os valores devidos sobre aquele determinado tributo, o Fisco inicia procedimento fiscalizatório. Ao ser cientificado da existência da demanda judicial, a autoridade fiscal, visando cumprir a determinação legal, opta por lançar o tributo em litígio somente para prevenir a decadência. Na impugnação, o contribuinte se insurge sobre o lançamento tributário em razão da existência, em sua opinião, de nulidade no procedimento do lançamento. A prevalecer a posição aqui atacada, por ser certo que o resultado da lide judicial pode ser a declaração da inexistência da relação tributária entre o Fisco e o contribuinte, a processo administrativo tributário não poderia ser conhecido pois se observaria a concomitância, com consequente renuncia. Resultado: a Administração Tributária deixou de examinar, de controlar, a legalidade de determinado ato por ela produzido, expondo assim ao mundo um ato eivado de ilegalidade, nulo portanto, realizado por quem está adstrito ao princípio da legalidade, que determina que a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite. Por óbvio que não pode ser esse o conceito de concomitância. Ao aplicarmos aos exemplos acima a clássica doutrina processualista, que exige para que se tenha identidade de ações a presença dos três elementos essenciais da ação (mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido), não se verificaria a concomitância havendo, portanto, o exame dos processos por serem distintos. Fl. 450DF CARF MF 10 Outro não é o entendimento da própria Administração Tributária. Vejamos o trecho do conteúdo do Parecer Normativo Cosit nº 7, de 22 de agosto de 2014, que versa exatamente sobre o tema aqui analisado: "Da identidade de objetos dos processos administrativo e judicial 9. Poderseia questionar quanto à definição da expressão “mesmo objeto” a que se reportam o ADN Cosit nº3, de 1996, a Súmula nº1 do CARF e a Portaria MF nº341, de 2011. Aqui, fazse mister diferenciar o objeto da relação jurídica substancial ou primária do objeto da relação jurídica processual. Aquele consiste no bem da vida sobre o qual recaem os interesses em conflito, in casu, o patrimônio do contribuinte; este, por sua vez, diz respeito ao serviço que o Estado tem o dever de prestar, e nos procedimentos de que este se utiliza para tanto, resultando no proferimento de decisões administrativas ou judiciais em cada processo, guardando relação de instrumentalidade com a real demanda do autor (JUNIOR, Nelson Nery; NERY, Rosa Maria de Andrade. Constituição Federal Comentada. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009. p. 179). 9.1. Assim, só produz o efeito de impedir o curso normal do processo administrativo a existência de processo judicial para o julgamento de demanda idêntica, assim caracterizada aquela em que se verificam as mesmas partes, a mesma causa de pedir (fundamentos de fato – ou causa de pedir remota e de direito – ou causa de pedir próxima) e o mesmo pedido (postulação incidente sobre o bem da vida) a chamada teoria dos três eadem, conforme definida no art. 301, § 2ºda Lei nº5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil – CPC), o qual ora se aplica por analogia. 9.2. Levase em consideração o objeto da relação jurídica substancial; se a discussão judicial se refere a questões instrumentais do processo administrativo, contra as quais se insurge o sujeito passivo da obrigação tributária, não há que se falar em desistência da instância administrativa nem em definitividade da decisão recorrida, quando nesta se discute alguma questão de direito material. Se, no entanto, a discussão administrativa gira em torno de alguma questão processual, como a tempestividade da impugnação, por exemplo, questão esta também levada à apreciação judicial, configurase a renúncia à esfera administrativa quanto a este ponto específico. 9.3. Seguindo esse raciocínio, encontrase entendimento na doutrina e na jurisprudência de que só se caracteriza a identidade de ações quando se verificam as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir: 19. Identidade de ações: caracterização. As partes devem ser as mesmas, não importando a ordem delas nos pólos das ações em análise. A causa de pedir, próxima e remota [...], deve ser a mesma nas ações, para que se as tenha como idênticas. O pedido, imediato e mediato, deve ser o mesmo: bem da vida e tipo de sentença judicial. Somente quando os três elementos, com suas seis subdivisões, forem iguais é que as ações serão Fl. 451DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 446 11 idênticas. (JUNIOR, Nelson Nery; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 11. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 595) Litispendência. Identidade de pedidos. A identidade de pedidos não caracteriza a litispendência. Somente se verifica a litispendência com a identidade de ações: as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. (TRF5ª, 1ª T., Ap 17299RN, rel. Juiz Ridalvo Costa, v.u., j. 10.12.1992, JSTJ 47/583) 9.4. Vale reproduzir o seguinte excerto do Parecer PGFN/Cocat nº2/2013: 49. Dito disso, conferimos ao instituto da concomitância no PAF o mesmo tratamento da litispendência no processo civil, pois a verificação da ausência desses dois pressupostos negativos têm como finalidade precípua evitar o processamento de causas iguais quando houver: (i) identidade das partes, (ii) da causa de pedir e (iii) do pedido (art. 301, §§ 1ºe 2º, do CPC; e Súmula nº1/CARF). 50. Com efeito, na linha do que foi afirmado no item 26, tanto a concomitância quanto a litispendência constituem requisitos de validade objetivos extrínsecos da relação processual. São pressupostos negativos, ou seja, fatos que não podem ocorrer para que o procedimento se instaure validamente. Representam acontecimentos estranhos à relação jurídica processual (daí o adjetivo "extrínseco") que, uma vez existentes, impedem a formação válida do processo (procedimento). (grifos conforme original) 9.5. Feitos esses esclarecimentos, e à vista da terminologia utilizada nos normativos retromencionados, adotarseá, neste parecer, o entendimento de que a expressão “mesmo objeto” diz respeito àquilo sobre o qual recairá o mérito da decisão, quando sejam idênticas as demandas. Portanto, temse como critérios de aplicação da impossibilidade do prosseguimento do curso normal do processo administrativo, em vista da concomitância com processo judicial, tanto o pedido como a causa de pedir, e não somente o pedido. 9.6. Seguindo essa lógica, caso o processo administrativo fiscal contenha pedido mais abrangente que o do processo judicial, ele deve ter seguimento somente em relação à parte que não esteja sendo discutida judicialmente. Se, por exemplo, a ação judicial requer a anulação de um lançamento em relação a determinada multa, mas nada diz sobre a base de cálculo do tributo, e a impugnação administrativa tratar também da discussão sobre a base de cálculo, esta parte deverá ser objeto de julgamento administrativo. 10.A prevalência, nesses casos, do curso do processo judicial se deve ao princípio constitucional da unicidade de jurisdição, insculpido no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal (“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou Fl. 452DF CARF MF 12 ameaça a direito;”), segundo o qual o Poder Judiciário detém o monopólio do controle jurisdicional, não sendo necessário que se configure a efetiva lesão a direito, bastando a simples ameaça para que se dê o ingresso em juízo. Ademais, o caráter de não definitividade das decisões administrativas consiste na possibilidade de sua apreciação pelo Judiciário. Registrese, ainda, a desnecessidade do esgotamento da via administrativa para o acesso ao Poder Judiciário, como ocorria no sistema constitucional revogado (CF/1967, art. 153, § 4º). (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 312). 10.1. Outra justificativa que se pode invocar para a inadmissibilidade da concomitância entre as discussões sobre a mesma matéria nas instâncias judicial e administrativa, sob pena de se admitir um dispêndio desnecessário de recursos públicos, além do risco de se obterem decisões conflitantes, passa pelo princípio da economia processual, o qual, segundo lecionam Cintra, Grinover e Dinamarco (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 79), “preconiza o máximo resultado na atuação do direito com o mínimo emprego possível de atividades processuais”. Tratase do mesmo princípio que inspira os efeitos do instituto da litispendência no processo civil (arts. 219, 267 e 301 do CPC)." (destaques não constam do Parecer mencionado) Nesse mesmo caminho segue o STJ. Afirma o voto condutor da decisão proferida no Ag Rg no Agravo em Recurso Especial nº 702.892SP, de Relatoria do Min Sérgio Kukina, julgado em 15/03/16 pela Primeira Turma. "Há litispendência quando se repetem ações em curso com as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido; ainda que sejam causas de natureza diversa, como são mandado de segurança e processo de conhecimento, induvidosa a réplica proibida pela lei processual." Assentes quanto ao conceito de concomitância entre a ação judicial e o processo administrativo tributário, passemos ao caso concreto. No caso em apreço, a determinação da identidade de ações se torna ainda mais necessária e, com a devida vênia, o desacerto do entendimento esposado no voto da Delegacia de Julgamento ainda mais flagrante. Como bem apontado pela decisão de piso, o contribuinte impetrou Mandado de Segurança pelo qual obteve decisão favorável no sentido da não incidência do imposto de renda sobre o ganho de capital decorrente da alienação das ações adquiridas há mais de cinco anos e ainda na vigência do DecretoLei 1510/76. Porém o lançamento que aqui se discute teve a seguinte motivação (Relatório Fiscal, folhas 153/154): "Em função do ganho de capital auferido na operação, o sujeito passivo e outros acionistas impetraram Mandado de Segurança sob o n° 2007.71.0202.0014672/RS (em anexo) junto à 2a Vara da Justiça Federal em Santa Maria visando o reconhecimento da Fl. 453DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 447 13 isenção de Imposto de Renda sobre o ganho de capital ocorrido na alienação de ações da empresa Expresso Mercúrio SA., pleiteando o benefício para as ações adquiridas, por qualquer forma, até 31/12/1983. Alegaram que, de acordo com o artigo 4o do Decretolei n° 1.510/76, não haveria a incidência de tributação sobre os lucros auferidos pela venda de ações adquiridas após cinco anos da data da aquisição. Em síntese, o sujeito passivo alega "possuir" direito adquirido à fruição da isenção concedida pelo artigo 4o do Decretolei n° 1.510/76, pois o benefício foi revogado expressamente pelo artigo 58 da Lei n° 7.713/88. Ressaltese que o objeto do mandado de segurança (MS) foi especificamente o reconhecimento da isenção, não sendo objeto de discussão o cálculo de apuração do ganho de capital auferido, conforme a petição inicial, com trecho abaixo transcrito: "Não se discute neste feito o cálculo de apuração do custo de aquisição das ações vendidas e o valor do imposto de renda pago por força do ganho de capital, até porque tais discussões escapariam à via estreita do Mandado de Segurança" No pedido o sujeito passivo requereu fundamentalmente o seguinte: "A concessão da segurança pleiteada, com o reconhecimento e declaração da isenção a incidência do Imposto de Renda da Pessoa Física sobre o lucro auferido pela alienação de participações societárias de propriedade dos Impetrantes no período anterior a 31 de dezembro de 1983, nos termos da fundamentação." Conforme constatação, não foi objeto do MS a discussão sobre as bonificações em ações recebidas (em forma de novas ações distribuídas pela empresa) após 31/12/1983 estarem também ao abrigo da isenção prevista no artigo 4o do Decretolei n° 1.510/76, visto que estas constituem boa parte das ações pertencentes ao sujeito passivo, fato que alterará profundamente o resultado do ganho de capital apurado pelo sujeito passivo, conforme será demonstrado mais adiante." (somente os destaques do último parágrafo transcrito não consta do relatório fiscal) Ora, há clara delimitação, pela Autoridade Lançadora das questões judicializadas e daquelas em discussão no Relatório Fiscal. Vejamos a questão da concomitância. Para tanto, destaquemos as controvérsias existentes. No plano judicial, encontramos um mandado de segurança proposto pelo Recorrente em face da Administração Tributária que tem por objeto a aplicação da isenção prevista no artigo 4º, alínea 'd', do Decreto nº 1.510/76 para ações adquiridas antes da vigência da Lei nº 7.783/88 e alienadas posteriormente a essa vigência. Fl. 454DF CARF MF 14 No plano administrativo, observamos que o Recorrente se insurge contra o lançamento tributário decorrente do não reconhecimento dessa isenção e mais, do tratamento a ser aplicado nas bonificações de ações recebidas após 31/12/1983 bem como na apuração do ganho de capital auferido. Ao buscarmos os elementos essenciais das duas demandas encontraremos: Administrativo Judicial Partes Recorrente e Fisco Recorrente e Fisco Pedido Nulidade/Cancelamento lançamento reconhecimento da isenção do DL 1.510/76 para ações alienadas posteriormente Causa de pedir Nulidade/ não incidência/ reconhecimento de decisão judicial existência de isenção condicionada cujos requisitos foram cumpridos A simples leitura do quadro acima demonstra a inexistência de coincidência entres os elementos caracterizadores das lides, o que torna despiciendo que o contribuinte possa a vir obter a improcedência do lançamento como resultado da demanda judicial proposta. Assim, mister que se conheça do recurso apresentado, uma vez que não se pode, sob ofensa ao primado da lógica jurídica, aplicarse a Súmula CARF nº 1 ao caso em apreço, vez que nem mesmo o objeto, o pedido em si, é o mesmo. Na via judicial, se reconheceu direito à isenção das ações adquiridas na vigência do DL nº 1510/76. Na via administrativa o pedido é cancelamento do lançamento, seja por nulidade, seja pelo reconhecimento do direito de isenção, inclusive para as ações adquiridas por bonificações, o que como explicitado não foi objeto da ação judicial Não obstante o exposto, mister realçar que a concomitância de ações exige além da identidade do pedido, a identidade da causa de pedir. Nesse sentido, é clara a existência da concomitância parcial, posto que somente foi apreciado pelo Poder Judiciário o reconhecimento do direito à isenção concedida pelo Decreto nº 1.510/76 para as ações adquiridas em 1983 e alienadas em 2007. Em consequência, entendo que a decisão de primeiro grau deve ser anulada, posto que não enfrentou todas as demais questões objeto da .impugnação. CONCLUSÃO Diante do exposto e pelos fundamentos apresentados, voto por determinar a nulidade do julgamento de primeiro grau, devendo os autos serem remetidos à DRJ em Porto Alegre para exame de todas as questões controvertidas que não foram objeto da decisão judicial transitada em julgado. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Relator Fl. 455DF CARF MF Processo nº 11060.724243/201118 Acórdão n.º 2201003.961 S2C2T1 Fl. 448 15 Fl. 456DF CARF MF
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Numero do processo: 10660.001405/2009-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Nov 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DO JULGADO. CABIMENTO.
São cabíveis embargos de declaração para suprir omissão de acórdão. Os embargos são acolhidos para integrar os fundamentos eivados de omissão, concedendo-se efeitos infringentes ao recurso quando as omissões constatadas tiverem o condão alterar a decisão embargada.
LUCRO PRESUMIDO. CESSÃO DE CRÉDITOS ORIUNDOS DE TRIBUTO RECOLHIDO A MAIOR. NÃO INCIDÊNCIA DE TRIBUTAÇÃO NO MOMENTO DA CESSÃO.
A cessão de créditos com deságio não se sujeita à tributação do IRPJ, pois não há ganho na operação, que é resultado da subtração entre o valor recebido e o valor do crédito cedido.
Numero da decisão: 1401-002.153
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para suprimir as omissões destacadas, com efeitos infringentes, para dar provimento ao recurso em relação ao ano-calendário de 2005.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente
(assinado digitalmente)
Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva e José Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: LUIZ RODRIGO DE OLIVEIRA BARBOSA
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OMISSÃO DO JULGADO. CABIMENTO. São cabíveis embargos de declaração para suprir omissão de acórdão. Os embargos são acolhidos para integrar os fundamentos eivados de omissão, concedendose efeitos infringentes ao recurso quando as omissões constatadas tiverem o condão alterar a decisão embargada. LUCRO PRESUMIDO. CESSÃO DE CRÉDITOS ORIUNDOS DE TRIBUTO RECOLHIDO A MAIOR. NÃO INCIDÊNCIA DE TRIBUTAÇÃO NO MOMENTO DA CESSÃO. A cessão de créditos com deságio não se sujeita à tributação do IRPJ, pois não há ganho na operação, que é resultado da subtração entre o valor recebido e o valor do crédito cedido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para suprimir as omissões destacadas, com efeitos infringentes, para dar provimento ao recurso em relação ao anocalendário de 2005. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente (assinado digitalmente) Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 0. 00 14 05 /2 00 9- 91 Fl. 1701DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia De Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva e José Roberto Adelino da Silva. Relatório Tratase de embargos de declaração propostos pela empresa em epígrafe contra decisão proferida no Acórdão 1401001.071, da sessão de 05/11/2013, da 1ª Turma da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF, que teve a seguinte decisão: Acordam os membros do colegiado: I) Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de oficio; II) Em relação ao recurso voluntário, DAR provimento PARCIAL, nos seguintes termos: a) Por maioria de votos, para desqualificar a multa de ofício, reduzindoa de 150% (cento e cinqüenta por cento) para 75% (setenta e cinco por cento) e por conseqüência ACOLHER parcialmente a decadência apenas do 4ª trimestre de 2004. Vencido o Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos (Relator) que mantinha a qualificação da multa de ofício e afastava a decadência. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira; b) Pelo voto de qualidade, NEGAR provimento em relação às demais questões de mérito. Vencidos os Conselheiros Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Maurício Pereira Faro e Karem Jureidini Dias que davam provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Segue ementa do acórdão do CARF: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005 VALIDADE DOS ATOS PRATICADOS A validade dos negócios jurídicos deve ser verificada à luz da teoria dos fatos jurídicos. Caso se constate a ocorrência de simulação, configurada pela divergência entre a vontade manifestada e a vontade real, os negócios jurídicos simulados devem ser desconsiderados. SOLIDARIEDADE PASSIVA E RESPONSABILIDADE PESSOAL. São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Nos casos de fraude, simulação e prática de outros atos ilícitos os mandatários, prepostos, empregados, diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelas obrigações tributárias e penalidades. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estendese aos lançamentos decorrentes, em razão da intima relação de causa e efeito que os vincula. DESQUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO Fl. 1702DF CARF MF Processo nº 10660.001405/200991 Acórdão n.º 1401002.153 S1C4T1 Fl. 1.702 3 No planejamento tributário, quando identificada a convicção do contribuinte de estar agindo segundo o permissivo legal, sem ocultação da prática e da intenção final dos seus negócios, não há como ser reconhecido o dolo necessário à qualificação da multa, elemento este constante do caput dos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/64. DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO REFERENTE AO 4º TRIMESTRE DE 2004 Na ausência de indícios de fraude, não se aplica o artigo 173, I do CTN, o prazo decadencial deve ser contado da ocorrência do fato imponível. Decadência em relação ao 4º trimestre de 2004. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 COFINS. PIS/PASEP. BASE DE CALCULO. CONCEITO DE FATURAMENTO. LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONAL1DADE. Declarada a inconstitucionalidade, por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal, do § 1° do art. 3° da Lei n° 9.718/98, que ampliou o conceito de faturamento para fins de tributação do PIS/Pasep e da Cofins, deve ser cancelado o lançamento referente as receitas advindas da cessão de crédito, conforme permissivo introduzido no art. 26A do Decreto nº 70.235/72. Cientificada da decisão do CARF na data de 16/05/2016 cf. ARECF de e fl. 1564, e motivada por suposta omissão contida no referido acórdão, a empresa protocolou a peça de Embargos de Declaração, na data de 26/05/2016 (efl. 1568). Segue trecho do despacho em que foram admitidos os Embargos propostos pela empresa (efl. 1670 a 1674): Afirmam os sujeitos passivos que a 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF, ao prolatar o acórdão 1401001.071, incorreu em omissão sobre ponto acerca do qual deveria haver se pronunciado, conforme trechos dos embargos a seguir reproduzidos: 2. DAS OMISSÕES DO ACÓRDÃO EMBARGADO. Como é sabido, a omissão passível de embargos de declaração se caracteriza quando a decisão deixa de apreciar algum aspecto relevante para o julgamento da causa e no presente caso, restou clara a existência de omissão quanto a fundamentação de mérito trazida no Recurso Voluntário. Vejamos: A empresa Embargante, segundo a Fiscalização, foi autuada por suposta omissão de receita que teria sido recebida a título de "cessão de crédito a terceiros", com base nos artigos 521 e 528 do RIR/99, visto que, segundo a autoridade lançadora, alguns Fl. 1703DF CARF MF 4 valores destacados no Termo de Verificação Fiscal não teriam transitado pela contabilidade da Comercial Beneficiadora de Café Ltda. Dentre os demais fundamentos destacados no Recurso Voluntário, a Embargante trouxe no item 6 de sua peça recursal, intitulado "Dos Efeitos Fiscais da Recuperação de Tributos Pagos Indevidamente Ausência de Matéria Tributável", os fundamentos de mérito que dizem respeito à suposta omissão de receita. Conforme consignado às fl. 22 e seguintes do recurso dos ora Embargantes, o critério jurídico que norteou o presente lançamento foi a tributação dos valores referentes a "cessão de direitos contabilizados no Ativo" da empresa. Contudo, para comprovar a ausência de matéria tributável, a Embargante fez a construção sistemática de toda a legislação tributária aplicável, a qual pede venia para transcrevêla parcialmente: "Na opção da tributação pelo lucro presumido, a base de cálculo do imposto e do adicional, em cada trimestre, será determinada pela aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração (Lei 9.249/1995. art. 15, e Lei n.° 9.430/1996, arts. 1° e 25, inciso I, RIR/1999, art. 518). Considerase receita bruta o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, excluindose as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente (Lei n.° 8.981/1995, art. 31, e parágrafo único. RIR/1999, art. 519. c/c art. 224 e parágrafo único). Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo conceito de receita bruta, também serão acrescidos à base de cálculo para efeito de incidência do imposto e do adicional (Lei 9.430/1996, art. 25, inciso II, RIR/1999, art. 521). a) no anocalendário de 2003 a empresa registrou contabilmente em conta do Ativo Circulante valor relativo à possibilidade de reconhecimento de direito creditório junto à Fazenda Nacional, avaliado em R$ 11.055.000,00, sendo R$ 3.732.948,32 à título de valor do principal, e R$ 6.164.590,85, bem como R$ 1.157.460,83, à título de juros Selic, tomando por base pedido de restituição formalizado através do processo administrativo nº. 10660.000339/200266, ainda sem solução definitiva; b) esses créditos foram então cedidos a terceiros, gerando o recebimento efetivo de R$ 729.125,00 no anocalendário de 2003, e R$ 5.927.275,00, no anocalendário de 2004, assumindo se significativo deságio justificado pelo fato dos créditos ainda não estarem reconhecidos em definitivo; c) da mesma forma, com uma nova atualização do valor desses créditos, a empresa registrou contabilmente no Ativo Circulante um direito creditório de R$ 1.708.545,00, também cedido pelo Fl. 1704DF CARF MF Processo nº 10660.001405/200991 Acórdão n.º 1401002.153 S1C4T1 Fl. 1.703 5 valor efetivamente recebido de R$ 1.180.952,60, novamente assumindose significativo deságio. Ora, considerando que o critério jurídico que norteou o presente lançamento foi a tributação da cessão de direito contabilizado no Ativo Circulante da empresa, o seu enquadramento legal se dará na forma prevista no art. 25, inciso II, da Lei 9.430/1996 art. 521 do RIR/1999, o que obriga que o seu resultado positivo, apurado na forma da IN RF n° 93/97, art. 4º, § 2º, seja acrescido à base de cálculo para efeito de incidência do imposto e do adicional. Como a cessão de direito em questão ocorreu com considerável deságio, impõese a conclusão da inexistência de matéria tributável, em conclusão válida tanto para o IRPJ quanto para a CSLL. Entretanto, não pode ser descartada a hipótese de que o critério jurídico que verdadeiramente norteou o lançamento tenha sido o de tributarse como "outras receitas" uma realização antecipada e parcial do valor a restituir decorrente do processo administrativo já citado acima, sendo então, o caso de considerarse, pura e simplesmente, quais seriam os efeitos fiscais da recuperação de tributos pagos indevidamente. Em primeira mão, devese buscar o enquadramento legal dessa hipótese no art. 53 da Lei 9.430/1996 parágrafo 3º do art. 521 do RIR/1999, com a seguinte redação: "os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido para determinação do imposto, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado". O presente caso encontra amparo na parte final do texto legal acima reproduzido, onde se dispensa a inclusão na base de cálculo do lucro presumido de valores recuperados à titulo de custos ou despesas (impostos indevidamente recolhidos inclusive), que se refiram a períodos anteriores também submetidos ao lucro presumido. Verificase do trecho transcrito que o Recurso Voluntário trouxe razões fundamentadas, com indicação dos dispositivos legais aplicáveis, que são suficientes para afastar a acusação fiscal. Contudo, essas razões de mérito, apresentadas pelos Embargantes não foram analisadas pelo ilustre relator e, por consequência, não houve manifestação da Turma Julgadora no Acórdão ora embargado. (...) Fl. 1705DF CARF MF 6 Na admissibilidade dos Embargos, o presidente desta turma ordinária assim se manifestou: (...) Quanto à alegada omissão da Turma sobre ponto acerca do qual deveria haver se pronunciado, a meu juízo a embargante logrou êxito em demonstrála. Tendo a natureza de recurso de saneamento, os embargos declaratórios somente são cabíveis para corrigir errores in procedendo e, ainda assim, apenas aqueles errores in procedendo tipificados na norma1 ("quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma"). Dito isso, nos casos em que "for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma", somente são cabíveis os embargos quando seja razoável supor que: (i) a omissão da motivação sobre um determinado argumento levantado no recurso tenha sido fruto da omissão do próprio exame do argumento pela Turma; e (ii) acaso tal argumento houvesse sido examinado, a Turma, em tese, poderia ter decidido de maneira diferente da que decidiu. É a presença desses dois pressupostos que demonstra o error in procedendo do órgão julgador, autorizando assim o seu saneamento pela estreita via dos embargos. No caso dos presentes autos, a meu ver, restou demonstrado o alegado error in procedendo por parte da Turma embargada. De fato, nos itens 7.1 e 7.2 da impugnação ao lançamento (efl. 1187 e ss.), os sujeitos passivos levantaram questões sobre os "efeitos fiscais da recuperação de tributos pagos indevidamente". A DRJ de origem examinou a argumentação, havendo decidido que a legislação apontada não se aplicava ao caso dos autos (efl. 1366 e ss.). Inconformados, os sujeitos passivos reiteraram a argumentação no item 6 de seu recurso voluntário (efl. 1366 e ss.). A Turma embargada, contudo, ao apreciar o recurso voluntário: (i) não se manifestou sobre os argumentos expostos no aludido no item 6 da peça recursal; e (ii) pelo exame do acórdão é razoável supor que a referida falta de manifestação decorreu da própria falta de exame de uma argumentação que, em tese, poderia levar a Turma a decidir de maneira diferente. Tendo em vista todo o exposto, e nos termos do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, DOU SEGUIMENTO, aos presentes embargos opostos pelos sujeitos passivos. (...) Após sorteio regimental, coube a mim a relatoria dos Embargos. 1 Sobre a natureza dos embargos declaratórios como recurso de saneamento de errores in procedendo tipificados vide interessante artigo de Rodrigo Mazzei, intitulado "Embargos de Declaração e a Omissão Indireta". Disponível em http://www.mmp.adv.br/artigos/Embargos_Declaracao_Omissao_Indireta.pdf Fl. 1706DF CARF MF Processo nº 10660.001405/200991 Acórdão n.º 1401002.153 S1C4T1 Fl. 1.704 7 É o Relatório. Voto Conselheiro Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Relator Os embargos foram propostos tempestivamente e deles tomo conhecimento. A discussão gravita em saber se a cessão de créditos oriundos de tributos recolhidos a maior, pelas empresas sujeitas à apuração pelo lucro presumido: i) deve ser tributada pela regra geral contida no caput do art. 521 do RIR/99; ii) não deve ser tributada, em razão da redação do caput do art. 521 do RIR/99 não permitir a tributação de resultado negativo, in casu, o deságio na cessão de créditos; iii) deve ser tributada pela disposição contida na primeira parte do § 3º art. 521 do RIR/99; ou iv) não deve ser tributada conforme parte final do § 3º art. 521 do RIR/99. Vejase os seguintes textos legais: Art. 521. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 519, serão acrescidos à base de cálculo de que trata este Subtítulo, para efeito de incidência do imposto e do adicional, observado o disposto nos arts. 239 e 240 e no § 3º do art. 243, quando for o caso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 25, inciso II). (...) § 3º Os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido para determinação do imposto, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado. (destaquei) De acordo com o Despacho de Admissibilidade dos Embargos, a omissão do enfrentamento deste argumento poderia modificar o julgamento do caso em comento. Pois bem. Segundo consta no Termo de Verificação Fiscal, a empresa foi autuada nos anos de 2003, 2004 e 2005, em relação aos seguintes fatos (efls. 24, 25 e 45): 26. Em resumo, com base nas informações analisadas nos tópicos anteriores acerca da distribuição de lucros no anocalendário de 2004 e no anocalendário 2005, concluímos que: (...) Em relação ao ano calendário 2005: Fl. 1707DF CARF MF 8 (...) 2º= Da análise dos livros contábeis da COMERCIAL BENEFICIADORA DE CAFÉ constatamos que os valores recebidos da EMBRASIL no anocalendário de 2005, não transitaram por sua contabilidade, já que foram depositados diretamente na conta corrente conjunta dos sócios, caracterizando uma omissão de receita, de acordo com os arts. 521 e 528 do RIR/99, considerando que essa receita se originou de uma real cessão de crédito e não de uma suposta cisão parcial. (negritei) (...) X Das Infrações Fiscais Apuradas na Comercial Beneficiadora de Café X.1. Da Tributação como Outras Receitas nos AnosCalendário de 2003 e 2004 93. As receitas relativas A suposta "cisão parcial" ocorrida em 12/12/2003, levando em consideração o regime de caixa adotado pela COMERCIAL BENEFICIADORA DE CAFÉ, fls 819 a 821, nos valores de R$ 729.125,00 e de R$ 5.927.275,00 efetivamente recebidas da EMBRASIL, respectivamente, nos anos calendário de 2003 e 2004, tributadas pela empresa como receitas originárias de atividade própria tendo sido aplicado o percentual de presunção de lucro de 8%, foram tributadas em sua totalidade como outras receitas, visto serem provenientes de cessão de créditos, com base no art. 521 do RIR/99. 94. Foram descontados no auto de infração os impostos declarados em DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) pela empresa em relação ao anocalendário de 2004, pois em relação ao anocalendário de 2003 não existem débitos declarados. X.2. Da Omissão de Receita no AnoCalendário de 2005 95. Em relação A suposta "cisão parcial" (cessão de crédito) ocorrida no ano calendário de 2005, a receita no valor de R$ 1.180.952,60 efetivamente recebida da EMBRASIL nesse ano foi tributada como omissão de receita, visto não ter transitado pela contabilidade da empresa COMERCIAL BENEFICIADORA DE CAFÉ, com base nos arts. 521 e 528 do RIR/99. ENTRETANTO, estes embargos somente se referem à análise do fato gerador ocorrido no anocalendário de 2005. Isto porque, no período de 2003 e 2004, a turma do CARF, por meio de análise do recurso de ofício e do recurso voluntário, reconheceu a decadência dos anoscalendário de 2003 e 2004, uma vez que a ciência do lançamento tributário se deu em 06/01/2010, ou seja, há mais de 5 (cinco) anos após a ocorrência dos fatos geradores ocorridos no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres dos anos de 2003 e 2004, nos termos do § 4º do art. 150 do CTN o 4º trimestre de 2004, por exemplo, que é o período mais contemporâneo, decaiu em 01/01/2010 . No caso dos autos, a empresa protocolou um pedido de restituição de tributos pagos a maior, mais especificamente a título de Quotas de Contribuição s/ Exportação de Café, instituída pelo DecretoLei 2.295/86, recolhidas no período de dezembro/1986 a abril/1990, acrescidas das devidas correções, sob a alegação de inconstitucionalidade, da referida contribuição, pelo STF frente à ordem constitucional atual e pretérita (efl. 1048). Para refletir na sua contabilidade a realidade dos fatos, contabilizou o direito creditório em conta de ativo circulante, conforme informações da própria fiscalização. Trarei aqui informações sobre os anoscalendário de 2003, 2004 e 2005, mas tão somente como forma Fl. 1708DF CARF MF Processo nº 10660.001405/200991 Acórdão n.º 1401002.153 S1C4T1 Fl. 1.705 9 de aclarar o que foi destacado pela fiscalização, pois se sabe que somente o ano de 2005 é que é objeto destes embargos: a) no anocalendário de 2003 a empresa registrou contabilmente em conta do Ativo Circulante valor relativo à possibilidade de reconhecimento de direito creditório junto à Fazenda Nacional, avaliado em R$ 11.055.000,00, sendo R$ 3.732.948,32 à título de valor do principal, e R$ 6.164.590,85, bem como R$ 1.157.460,83, à título de juros Selic, tomando por base pedido de restituição formalizado através do processo administrativo nº 10660.000339/200266, ainda sem solução definitiva; Posteriormente, transferiu o direito creditório a terceiros, por meio de operações de cisão parcial. Desta forma, a empresa contabilizou em seu ativo circulante, um valor de deságio, conforme informações da própria fiscalização: b) esses créditos foram então cedidos a terceiros, gerando o recebimento efetivo de R$ 729.125,00 no anocalendário de 2003, e R$ 5.927,275,00, no ano calendário de 2004, assumindose significativo deságio justificado pelo fato dos créditos ainda não estarem reconhecidos em definitivo; No ano de 2005, a empresa atualizou os valores do crédito a que tinha direito perante a Fazenda Nacional, conforme informações do fisco: c) da mesma forma, com uma nova atualização do valor desses créditos, a empresa registrou contabilmente no Ativo Circulante um direito creditório de R$ 1.708.545,00, também cedido pelo valor efetivamente recebido de R$ 1.180.952,60, novamente assumindose significativo deságio. Em relação ao ano de 2005, a fiscalização apresentou o que segue (efls. 30 e 31): Anocalendário de 2005 60. No anocalendário de 2005, o Livro Razão da COMERCIAL BENEFICIADORA DE CAFÉ possui somente 04 folhas, como 02 folhas correspondem ao Termo de abertura e ao de encerramento, restam apenas 02 folhas correspondentes aos lançamentos, uma vez que as receitas oriundas da cessão de crédito não transitaram por sua contabilidade. Convém, relatar alguns pontos: 60.1. Na conta Caixa não ocorreu nenhum lançamento que caracterizasse algum recebimento pela empresa, apresentando apenas como saldo o equivalente ao saldo do ano anterior, o mesmo ocorrendo na conta Banco Movimento; já que os valores recebidos no anocalendário de 2005 da EMBRASIL foram depositados diretamente na conta conjunta do contribuinte e seu sócio. 60.2. Como no anocalendário de 2004, as subcontas "Crédito a RecuperarV1 Original" e "Crédito a RecuperarJuros Selic" tiveram seus saldos zerados, devido à transferência desses créditos para a EMBRASIL/EMBRAEX, via suposta 1ª cisão parcial; no anocalendário de 2005, o contribuinte e seu sócio realizaram uma nova atualização do valor desses créditos, de acordo com o laudo de avaliação Fl. 1709DF CARF MF 10 complementar, fls. 654/649, que originou uma nova implantação de saldo que, propiciou uma suposta 2ª cisão parcial, dita complementar, conforme lançamentos abaixo: D Créditos a RecuperarJuros selic/Implantação saldo 1.708.545,42 = Valor crédito cindido 2ª cisão parcial oriundo da Comercial Benef de Cafe C Resultado de Exercícios Futuros a Realizar/Implantação saldo 60.3. Articulouse na contabilidade, da empresa o valor a ser distribuído como lucro a seus sócios, para que fosse exatamente o mesmo valor de implantação desse novo saldo transferido na suposta 2ª cisão parcial, conforme se observa nos lançamentos a seguir: D Resultado de Exercícios Futuros a Realizar/Transferência Crédito SRF 1.708.545,42 C Lucros Acumulados/Transferência Crédito SRF D Lucros Acumulados/Distribuição Lucros ALYSON CARVALHO ROCHA 854.272,71 D Lucros Acumulados/Distribuição Lucros ADRIANO FERREIRA SODRÉ 854.272,71 C Créditos a RecuperarJuros Selic/Distribuição Lucros ALYSON CARVALHO ROCHA C Créditos a RecuperarJuros Selic/Distribuição Lucros ADRIANO FERREIRA SODRÉ 60.4. Ressaltamos, que a empresa não teve nenhuma outra receita, e que o seu prejuízo acumulado se refere apenas as despesas bancárias transferidas na apuração do resultado. O que claramente evidencia, mais uma vez, a aquisição e existência da empresa apenas para a realização dos objetivos de seus sócios a cessão de créditos encoberta por uma cisão parcial e o recebimento dessa cessão via lucros distribuídos com isenção de tributação. Quanto à contabilização da cessão do créditos cedeu R$ 1.708.545,42 em créditos fiscais e recebeu R$ 1.180.952,60 , a embargante não efetuou a contabilização, conforme informações do item 60 acima. Não obstante, como este valor decorre de nova atualização monetária do valor do mesmo crédito ora constituído (créditos fiscais de Quotas de Contribuição s/ Exportação de Café), concluise que tal valor também foi cedido a terceiros, razão pela qual a tributação também se refere à cessão de crédito a terceiros. A semelhança entre a origem dos créditos dos períodos de lançamento se comprova quando a empresa (ora embargante) baixa o valor do crédito em contrapartida à conta lucros acumulados, da mesma forma que foi feito nos anos de 2003 e 2004. Da mesma forma, a fiscalização entendeu que, na essência, a empresa cedeu o direito creditório, vendendo tal crédito com um deságio, por se tratar de crédito ainda pendente liquidez e certeza. Assim, tributou o ganho com a cessão dos créditos a terceiros, para Fl. 1710DF CARF MF Processo nº 10660.001405/200991 Acórdão n.º 1401002.153 S1C4T1 Fl. 1.706 11 fins de incidência do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. Quanto ao PIS e à COFINS, a turma do CARF exonerou a tributação, não sendo objeto destes embargos. Desta feita, ultrapassada a discussão da cisão parcial que foi descaracterizada pelo fisco, por se tratar na essência de operação de cessão de créditos, e que foi confirmada por esta turma do CARF no acórdão embargado , a discussão nestes embargos é verificar se a receita advinda com a venda (cessão) dos créditos, do ano de 2005, se encaixa no conceito estabelecido na redação do caput do art. 521 do RIR/1999 ou se está no § 3º do art. 521 do mesmo diploma legal. Após isso, devese verificar se os argumentos da recorrente quanto à não tributação da receita auferida devem prevalecer. A recorrente reproduz em seus embargos as razões constantes na sua peça de recurso voluntário. Ela divide a impossibilidade de tributação baseada em 2 (dois) argumentos, os quais são subsidiários: 1) Se a cessão de crédito se enquadra no caput do art. 521 do RIR/1999, a fiscalização deveria considerar que a empresa apurou um deságio na cessão dos créditos a terceiros; logo não haveria resultado positivo a ser tributado. Vejase no trecho dos embargos (efl. 1571): Ora, considerando que o critério jurídico que norteou o presente lançamento foi a tributação da cessão de direito contabilizado no Ativo Circulante da empresa, o seu enquadramento legal se dará na forma prevista no art. 25, inciso II, da Lei 9.430/96 art. 521 do RIR/99, o que obriga que o seu resultado positivo, apurado na forma da IN RF nº 93/97, art. 4º, § 2º, seja acrescido à base de cálculo para efeito de incidência do imposto e do adicional. Como a cessão de direito em questão ocorreu com considerável deságio, impõese a conclusão da inexistência de matéria tributável, em conclusão válida tanto para o IRPJ quanto para a CSLL. 2) Se a cessão de crédito se enquadra no § 3º do art. 521 do RIR/1999, a autuação deve ser afastada, por ela (embargante) se enquadrar na hipótese de exceção à tributação da cessão de créditos. Vejase no trecho dos embargos (efl. 1.571 e 1.572): Entretanto, não pode ser descartada a hipótese de que o critério jurídico que verdadeiramente norteou o lançamento tenha sido o de tributarse como "outras receitas" uma realização antecipada e parcial do valor a restituir decorrente do processo administrativo já citado acima, sendo então, o caso de considerarse, pura e simplesmente, quais seriam os efeitos fiscais da recuperação de tributos pagos indevidamente. Em primeira mão, devese buscar o enquadramento legal dessa hipótese no art. 53 da Lei 9.430/1996 parágrafo 3º do art. 521 do RIR/1999, com a seguinte redação: "os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido para determinação do imposto, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado". Fl. 1711DF CARF MF 12 O presente caso encontra amparo na parte final do texto legal acima reproduzido, onde se dispensa a inclusão na base de cálculo do lucro presumido de valores recuperados à título de custos ou despesas (impostos indevidamente recolhidos inclusive), que se refiram a períodos anteriores também submetidos ao lucro presumido. Pois bem. Entendo que, independentemente da natureza da recuperação de tributo, por recolhimento a maior, este caso não necessita da conclusão sobre esta reflexão, pois minha convicção perpassa por este ponto. Tudo isso fundado no propósito do legislador ao estabelecer tais regras. Mesmo assim, avancemos sobre as possíveis subsunções da natureza desta receita. Desta forma, devese verificar se o valor de tributos recolhidos a maior correspondem a "outras receitas", conforme dita o caput do art. 521 do RIR/99, ou correspondem a uma recuperação de custos e despesas ou recuperação de perdas no recebimento de créditos, conforme a intenção descrita no § 3º do art. 521 do RIR/99. Na redação do caput do art. 521 do RIR/99 restou consignado que: Art. 521. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 519, serão acrescidos à base de cálculo de que trata este Subtítulo, para efeito de incidência do imposto e do adicional, observado o disposto nos arts. 239 e 240 e no § 3º do art. 243, quando for o caso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 25, inciso II). A recorrente alega que, se for considerar o deságio na operação de cessão, "as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo art. 519" não comportam matéria tributável, pois o resultado da venda dos créditos é negativo, devendo a autuação ser afastada. Entendo que tem razão a recorrente. Se a cessão de créditos correspondeu a uma perda para o cedente e a um ganho para cessionário, em razão do deságio ocorrido na operação, é mister reconhecer que a operação para o cedente representa uma perda de capital, pois o que se deve avaliar não é o valor que será recebido pela cessão do crédito, mas o encontro de contas entre a baixa do crédito reconhecido originariamente e o valor pago pela cessionária. No caso, o resultado com a cessão do crédito ao cessionário foi negativo, já que o crédito fiscal que a recorrente possuía era no montante de R$ 1.708.545,42 e o valor recebido pelos sócios da recorrente, por meio do processo de cisão, foi de R$ 1.180.952,60, o que gerou um resultado negativo (deságio) de R$ 527.592,82. Desta forma, a se considerar o resultado da cessão de créditos como outras receitas operacionais, não há o que se tributar, pois não houve ganho na operação, mas sim perda. Fl. 1712DF CARF MF Processo nº 10660.001405/200991 Acórdão n.º 1401002.153 S1C4T1 Fl. 1.707 13 Quanto à aplicação da parte final do § 3º do art. 521 do RIR/99, devese analisar o propósito da redação contida nesse dispositivo legal, que foi dada pelo art. 53 da Lei nº 9.430/1996, reproduzida novamente abaixo para facilitar a compreensão: § 3º Os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido para determinação do imposto, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado. Interpretando o texto legal, constatase que a regra da redação acima é que os valores recuperados deverão ser adicionados ao lucro presumido, para determinação do imposto. Excepcionalmente, a tributação não ocorrerá por dois motivos: i) quando o contribuinte comprova não ter deduzido os valores dos custos e despesas (que posteriormente foram recuperados) no lucro real; ou ii) quando os custos e despesas (que posteriormente foram recuperados) tenham sido despendidos em período no qual a empresa tributasse pelo lucro presumido ou arbitrado. O que eu percebo do dispositivo legal, tanto em relação à primeira quanto à segunda exceções, é que o legislador pretendeu exonerar da tributação algo que, em tese, já teria se submetido à exação, mesmo que por falta de contabilização de uma despesa, evitando assim tributar 2 (duas) vezes um mesmo fato gerador. Na primeira exceção, "... salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ...", demonstrase a intenção latente do legislador, pois, se o custo não foi utilizado para reduzir a base de tributação do IRPJ; por consequência, a recuperação deste custo também não pode ser tributada. Na segunda exceção, "... se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ...", o legislador está a dizer que, se o lucro presumido se sujeita a regras que não permitem que custos e despesas sejam reduzidos de sua base de tributação, não faz sentido determinar que a recuperação de tais custos o faça. Entretanto, o que percebo é que esta questão somente deveria ser trazida à discussão se estivéssemos analisando os efeitos da contabilização do reconhecimento do crédito, e não os efeitos da cessão de tais créditos. Como o processo aqui não trata da autuação do reconhecimento dos créditos, entendo que a avaliação aqui não deve ser tratada com base no referido § 3º do art. 521 do RIR/99. Uma questão que poderia ser avaliada é se esta regra se aplicaria ao caso em que a empresa tributasse o lucro presumido pelo regime de caixa. Isto porque, no reconhecimento do crédito, não haveria tributação em razão da permissão de postergação da tributação até a entrada efetiva de caixa. Como na operação de cessão dos créditos houve a entrada efetiva de caixa, eventualmente correto estaria o lançamento fiscal com base neste fundamento. Entendo que é uma discussão interessante, ainda mais quando se verifica o alcance dos efeitos da referida norma, uma vez que a adoção do regime de caixa somente foi Fl. 1713DF CARF MF 14 prevista em 1998, pela Lei nº 9.718, ou seja, em período posterior à base legal do § 3º do art. 521 do RIR/99, qual seja, Lei nº 9.430/1996. Não obstante essa constatação, o fundamento utilizado pela fiscalização não trata da não aplicação da norma do § 3º do art. 521 do RIR/99 em razão da adoção do regime de caixa pela recorrente, mas tão somente referese puramente à tributação da cessão de créditos como outras receitas, o que deve ser afastado. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de ACOLHER os embargos para suprimir as omissões destacadas, com efeitos infringentes, para DAR provimento ao recurso em relação ao anocalendário de 2005. (assinado digitalmente) Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa Relator Fl. 1714DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.004937/2007-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 02/04/2007
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.169
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 49 37 /2 00 7- 65 Fl. 65DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10380.004937/200765 Acórdão n.º 2202004.169 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 67DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13331.000117/2010-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 30/06/2005
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.232
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 30/06/2005 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 33 1. 00 01 17 /2 01 0- 73 Fl. 75DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 76DF CARF MF Processo nº 13331.000117/201073 Acórdão n.º 2202004.232 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13975.000495/2003-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. ERRO FORMAL
Comprovado a contradição no acórdão onde a decisão está em desacordo com o voto prolatado, cabe a admissibilidade dos embargos com efeitos infringentes para alteração da decisão para refletir o voto condutor do Acórdão embargado.
Numero da decisão: 3201-003.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos, com efeitos infringentes, para constar na decisão do Acórdão, que os membros da turma julgadora, por maioria de votos, negaram provimento ao recurso voluntário.
Winderley Morais Pereira - Presidente.
Leonardo Vinicius Toledo de Andrade - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: LEONARDO VINICIUS TOLEDO DE ANDRADE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. ERRO FORMAL Comprovado a contradição no acórdão onde a decisão está em desacordo com o voto prolatado, cabe a admissibilidade dos embargos com efeitos infringentes para alteração da decisão para refletir o voto condutor do Acórdão embargado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos, com efeitos infringentes, para constar na decisão do Acórdão, que os membros da turma julgadora, por maioria de votos, negaram provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira - Presidente. Leonardo Vinicius Toledo de Andrade - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
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CONTRADIÇÃO. ERRO FORMAL Comprovado a contradição no acórdão onde a decisão está em desacordo com o voto prolatado, cabe a admissibilidade dos embargos com efeitos infringentes para alteração da decisão para refletir o voto condutor do Acórdão embargado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos, com efeitos infringentes, para constar na decisão do Acórdão, que os membros da turma julgadora, por maioria de votos, negaram provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Presidente. Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 5. 00 04 95 /2 00 3- 52 Fl. 448DF CARF MF 2 Relatório Tratase de tempestivos Embargos interpostos pela Fazenda Nacional em face de lapso manifesto constante no Acórdão n° 3201000.671, julgado na sessão de 04/05/2011. A R. decisão embargada apresenta a seguinte ementa e proclamação de resultado: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. COMBUSTÍVEIS. PROVA. INSUMO. Não havendo prova da sua aplicação direta no processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes; ou a essencialidade deste para processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes, não merece provimento o pedido formulado no recurso voluntário. PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. JUROS. CONTRATO DE CÂMBIO. É possível descontar créditos calculados em relação a despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, contudo, o Contrato de Câmbio não tem natureza jurídica de empréstimo, nem de financiamento, não sendo possível tal aproveitamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por maioria, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes." Os embargos de declaração estão fundamentados nos seguintes termos: Fl. 449DF CARF MF Processo nº 13975.000495/200352 Acórdão n.º 3201003.168 S3C2T1 Fl. 3 3 Pugna a embargante pela correção da contradição existente. Os embargos de declaração foram devidamente acolhidos pelo Sr. Conselheiro Presidente da 1ª Turma da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF, como embargos inominados, conforme a seguir: "Logo, é nítida a contradição apontada pela Embargante entre as conclusões obtidas pelo Voto condutor do acórdão recorrido e o resultado do julgamento que restou consignado no momento da formalização do acórdão, tratandose de erro manifesto, passível de correção. Pelo exposto, presentes as condições de admissibilidade, proponho o conhecimento dos Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional, na condição de Embargos Inominados, Fl. 450DF CARF MF 4 nos termos do art. 666 do RICARF, e a sua remessa para julgamento pela Turma." É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Assiste razão à embargante (Fazenda Nacional). Constatase que na decisão embargada constou o seguinte excerto: "ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por maioria, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes." Ocorre que, pela própria ementa e pelo teor do voto do relator é possível compreender que a decisão foi por negar provimento ao recurso voluntário interposto. Temse no voto condutor: "O recurso voluntário cuida somente de dois pontos da decisão recorrida, a saber: (1) combustíveis utilizados no transporte da madeira das plantações mantidas pela recorrente para seus estabelecimentos e (2) as despesas financeiras decorrentes de Contratos de Câmbio de Compra. Não há previsão legal para o aproveitamento de crédito dos combustíveis no transporte feito da madeira para o estabelecimento da recorrente, nem houve prova nos autos da sua aplicação direta no processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes; nem da essencialidade deste para processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes, portanto, não há possibilidade de dar provimento ao recurso voluntário neste ponto." (nosso destaque) Prossegue o relator: "Assim, também não como prover o recurso neste particular, logo, VOTO por conhecer do recurso para negarlhe provimento." (nosso destaque) Na ementa consta de modo expresso: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. COMBUSTÍVEIS. PROVA. INSUMO. Não havendo prova da sua aplicação direta no processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes; Fl. 451DF CARF MF Processo nº 13975.000495/200352 Acórdão n.º 3201003.168 S3C2T1 Fl. 4 5 ou a essencialidade deste para processo produtivo, de venda, de serviço ou qualquer combinação destes, não merece provimento o pedido formulado no recurso voluntário. PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. JUROS. CONTRATO DE CÂMBIO. É possível descontar créditos calculados em relação a despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica, contudo, o Contrato de Câmbio não tem natureza jurídica de empréstimo, nem de financiamento, não sendo possível tal aproveitamento." Diante do exposto, é de se conhecer os presentes Embargos de Declaração, na condição de Embargos Inominados, e darlhes provimento com vistas a alteração e consequente correção da decisão embargada para que passe a constar o seguinte excerto na parte que proclama o resultado do julgado: "ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por maioria, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes." É como voto. Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator Fl. 452DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13811.001357/98-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 1997
RESSARCIMENTO. ESTORNO DE CRÉDITOS. NO RAIPI.
Não pode ser condição impeditiva para o reconhecimento de direito a créditos de IPI a falta de formalidade (estorno de crédito objeto de pedido de ressarcimento) que, embora prevista em norma orientadora da SRF, poderia, neste caso, ser suprida pela autoridade no curso do processo.
Numero da decisão: 3402-004.670
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Maria Aparecida, que negou provimento ao recurso. Sustentou pela recorrente o Dr. Marcos Rodrigues Farias, OAB/SP 157.897.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 1997 RESSARCIMENTO. ESTORNO DE CRÉDITOS. NO RAIPI. Não pode ser condição impeditiva para o reconhecimento de direito a créditos de IPI a falta de formalidade (estorno de crédito objeto de pedido de ressarcimento) que, embora prevista em norma orientadora da SRF, poderia, neste caso, ser suprida pela autoridade no curso do processo.
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ESTORNO DE CRÉDITOS. NO RAIPI. Não pode ser condição impeditiva para o reconhecimento de direito a créditos de IPI a falta de formalidade (estorno de crédito objeto de pedido de ressarcimento) que, embora prevista em norma orientadora da SRF, poderia, neste caso, ser suprida pela autoridade no curso do processo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Maria Aparecida, que negou provimento ao recurso. Sustentou pela recorrente o Dr. Marcos Rodrigues Farias, OAB/SP 157.897. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 13 57 /9 8- 62 Fl. 1085DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de Pedidos de Ressarcimento, formulados em papel, por períodos decendiais, relativos a insumos utilizados na fabricação de bens de informática e automação, amparados na Lei n°8.248, de 1991, art. 4°; no Dec. n° 792, de 1993, art. 1°, parágrafo único, e, ainda, na Portaria Interministerial MF/MCT n° 273, de 1993. Os Pedidos de Ressarcimento estão relacionados no quadro a seguir: Aos pedidos de ressarcimento o contribuinte vinculou os seguintes Pedidos de Compensação: Fl. 1086DF CARF MF Processo nº 13811.001357/9862 Acórdão n.º 3402004.670 S3C4T2 Fl. 3 3 O Contribuinte foi intimado do Despacho Decisório de fls. 608613 em 29/08/2008, conforme Aviso de Recebimento de fl. 618, denegando o crédito pleiteado sob os seguintes fundamentos: a) utilização do benefício em período anterior à sua concessão (relativo a Janeiro de 1997). b) existência de notas fiscais de saída com códigos fiscais incorretos; c) o estorno do montante do crédito solicitado não foi efetuado na data de protocolização do processo, conforme determinação legal. A empresa fez diversos registros no livro de IPI (fl. 18), acreditando que aquilo seria um estorno, quando na verdade se tratava de mera observação, provocando uma série de rasuras no citado livro dessa página em diante, sem, contudo estornar o crédito de IPI solicitado; Fl. 1087DF CARF MF 4 d) a empresa teria utilizado duas vezes o mesmo crédito, uma através de pedido de ressarcimento de I\PI com insumos aplicados em produtos incentivados e outra como crédito básico por transferência de saldo credor. Irresignado, apresentou Manifestação de Inconformidade alegando: a) a homologação tácita dos pedidos de restituição e compensação que foram protocolados entre 08/08/98 e 08/02/99, cujo despacho decisório fora proferido apenas em 29/08/08 (nove anos e meio depois); b) reconhecendo a utilização indevida dos benefícios anteriormente à Portaria Interministerial nº 25/1997, reconhecendo a procedência da glosa relativamente ao período de Janeiro de 1997, no valor de R$ 25.380,81; c) as aquisições de periféricos de informática (teclados, monitores, mouses etc.) são adquiridos de revendedores nacionais e, portanto, não estão sujeitos a incidência de IPI, de modo que a aquisição deles não afeta de qualquer modo o saldo credor de IPI objeto do pedido de ressarcimento. d) as vendas de microcomputadores AQUANTA e terminais são realizadas com isenção do IPI nos termos das Portarias Interministerial nos 25/97 e 359/97, sendo garantida a manutenção dos créditos das MP, PI e ME utilizados no processo produtivo desse equipamento. e) a legislação do IPI não impede a utilização de um único CFOP para a representação de mais de uma operação numa mesma nota fiscal; f) o erro cometido pela ora Impugnante ao utilizar o CFOP 512 quando o correto seria 511, não gerou qualquer prejuízo ao Erário, na medida em que não houve apuração "a menor" do IPI devido ou "a maior" do saldo credor; g) anexouse aos autos demonstrativos de todas as NF de saída 0001 a 3183, no qual consta a segregação dos produtos incluídos nessas notas fiscais e a efetiva natureza das operações realizadas. h) foi anexado também demonstrativo das notas fiscais de saída emitidas com o código incorreto do CFOP, indicando qual seria o código correto, satisfazendo assim, os pleitos das autoridades fiscais; i) não houve aproveitamento em duplicidade do saldo credor do IPI e que o fato dos estornos de crédito não terem sidos realizados na época correta não geraram prejuízo ao erário público, conforme comprova o demonstrativo que reescriturou o Livro de Apuração do IPI. A decisão proferida pela DRJ foi parcialmente procedente, reconhecendo a homologação tácita das compensações declaradas pelo contribuinte, decorrentes de conversões de pedidos de compensações com débitos próprios, mas mantendo o indeferimento do direito creditório pretendido, em razão da ausência de estorno dos créditos objetos dos pedidos de ressarcimento. Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando as razões de sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 1088DF CARF MF Processo nº 13811.001357/9862 Acórdão n.º 3402004.670 S3C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. Preliminarmente, o contribuinte sustenta a ocorrência da homologação tácita de todas as compensações atreladas aos pedidos de ressarcimento. É preciso frisar, todavia, que está sob julgamento, no presente processo, apenas as compensações efetuadas com débitos próprios, visto que aquelas envolvendo débitos de terceiro foram apartadas dos autos, conforme informação de fl. 943, e como bem exposto pela decisão recorrida: No que tange ao Pedido de Compensação de Créditos com Débitos de Terceiros há uma singularidade: tais pedidos não se converteram em declarações de compensação, tampouco sua denegação, mediante indeferimento de pedido de ressarcimento, dão direito às discussões relativas ao processo administrativo fiscal. A conversão em declaração de compensação de pedidos de compensação pendentes de apreciação cingem aos pedidos de compensação com débitos próprios, jamais aos pedidos de compensação de créditos com débitos de terceiros. Por essa razão, o pedido de compensação, componente do processo nº 11543.001865/9986, antes apensado, foi apartado dos autos. O processo foi encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para ajuizamento de cobrança encontrandose atualmente no Arquivo da Dívida Ativa da União, conforme extrato do sistema Comprot, à fl. 943. Portanto, legalmente, também se encontra fora do litígio o pedido de compensação com débitos de terceiros. Desse modo, não há como nos pronunciarmos acerca de matéria que está fora do presente litígio. Por outro lado, em relação às compensações com débitos próprios, a decisão recorrida deu provimento ao pleito do contribuinte, de modo que, não havendo recurso de ofício no presente caso, não há por que nos manifestarmos a esse respeito, visto que a matéria está definitivamente julgada, de forma favorável ao Recorrente, na seara administrativa. Quanto ao direito ao crédito do contribuinte, questão meritória, a decisão da DRJ foi categórica em negar o direito do contribuinte sustentando a necessidade de estorno dos créditos de IPI no momento da habilitação para o ressarcimento. Invocou como fundamento da exigência a IN SRF nº 114/88 e a IN SRF nº 102/80: DO APROVEITAMENTO DOS CRÉDITOS: 3. O aproveitamento dos créditos a que faz menção o item 1 dar seá, inicialmente, por compensação do imposto devido pelas saídas dos produtos do estabelecimento industrial no período de Fl. 1089DF CARF MF 6 apuração em que forem escriturados (art. 103 e § 1º do RIPI/82 e item 1 da Portaria MF nº 322/80). 3.1 Efetuada a compensação, adotarseá o seguinte procedimento se ocorrer saldo credor; 3.1.1 O excedente relativo aos créditos básicos será transferido para o período de apuração seguinte. 3.1.2 O excedente relativo aos créditos incentivados poderá ser objeto de ressarcimento em espécie (Portaria MF nº 322/80, item 1 ), a ser requerido à Secretaria da Receita Federal nos termos da Instrução Normativa SRF nº 102/80 e alterações posteriores, a partir do encerramento do período de apuração correspondente à entrada dos insumos (MP, PI e ME) no estabelecimento industrial. IN SRF nº 102/80: 3. Ao habilitarse para o ressarcimento, o requerente deverá proceder à imediata anulação do valor do crédito correspondente ao pedido, no Livro Registro de Apuração do IPI, modelo 8. Todavia, pareceme que há razões de duas ordens distintas que nos permitem discordar do entendimento esposado pela decisão recorrida. Em primeiro lugar, há que se rememorar que a exigência da anulação do crédito, enquanto obrigação acessória, não constou da IN SRF 21/1997, vigente à época dos pedidos de ressarcimento, vindo a reaparecer apenas com a IN SRF nº 10/2002 e nas que lhe sucederam. Assim, agiu o auditor fiscal com um rigor desproporcional, ao exigir como condição do reconhecimento do direito de crédito um cumprimento de uma obrigação acessória que, conquanto seja importante para controlar a utilização dos créditos de IPI, não era instituída por regra cogente à época dos pedidos. Além disso, bastaria que durante a auditoria realizada pela fiscalização, que fosse verificada a utilização dos créditos exclusivamente para os pedidos de ressarcimento, com a correção da escrita fiscal do contribuinte, para que retomasse sua higidez. Nesse sentido, inclusive, existem diversas decisões deste Conselho: RESSARCIMENTO. ESTORNO DE CRÉDITOS. NO RAIPI. Não pode ser condição impeditiva para o reconhecimento de direito a créditos de IPI a falta de formalidade (estorno de crédito objeto de pedido de ressarcimento) que, embora prevista em norma orientadora da SRF, poderia, neste caso, ser suprida pela autoridade no curso do processo em prestígio à busca da verdade material. (Acórdão nº 20311.220) IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N° 9.363/96. ESTORNO DE CRÉDITOS. NÃO IMPEDIMENTO AO GOZO DO BENEFÍCIO. • Não é condição impeditiva para o reconhecimento de direito a crédito presumido do IPI a ausência de estorno, na escrita fiscal, dos créditos solicitados. Embora previsto em norma orientadora da Secretaria da Receita Federal tal estorno, que assume a Fl. 1090DF CARF MF Processo nº 13811.001357/9862 Acórdão n.º 3402004.670 S3C4T2 Fl. 5 7 natureza._de _obrigação acessória—a sua ausência por si não —acarreta a perda do direito. (Acórdão nº 20312.733) Mais ainda, não se pode prescindir da efetiva existência ou não do crédito simplesmente pelo descumprimento de uma exigência que sequer era existente à época do preenchimento dos pedidos de ressarcimento conquanto, novamente frisese, seja o estorno medida essencial do procedimento de aproveitamento dos créditos através de ressarcimento. Em segundo lugar, e de forma complementar à primeira razão, ao analisar a cópia do registro de IPI na fl. 418 (1º decêndio de Março de 1999), verificase que foi registrado como débito o montante de R$ 1.358.696,68, na linha 11, que é exatamente a soma dos valores de R$ 1.315.107,08 (que foram transferidos à Unisys Brasil Ltda.) e R$ 43.589,60, utilizado pela Recorrente para compensação de débitos de PIS e Cofins, conforme pedido de ressarcimento de fl. 252. O montante de R$ 1.358.696,68, somado ao débito de R$ 6.693,11 gerado pela saída de produtos, totaliza R$ 1.365.389,79 que, confrontado com o total de créditos de R$ 2.780.138,05, resultou no saldo credor de R$ 1.414.748,26. Isso fica absolutamente claro quando compulsadas as cópias do livro de registro do IPI, juntados às fls. 10601069, que demonstram claramente que o estorno foi realizado no 1º decêndio de Março, no valor de R$ 1.358.696,68. Assim, o fato da exigência do estorno não existir à época do protocolo dos pedidos de ressarcimento, somado à comprovação cabal apresentada pelo Recorrente de que os créditos objetos dos pedidos de ressarcimento foram anulados em sua escrita fiscal, servem de suporte para infirmar as conclusões alcançadas pela decisão da DRJ. Todavia, há que se observar que em razão de fundamentar a negativa apenas na questão da ocorrência ou não do estorno, a decisão da DRJ deixou de analisar os demais pontos relativos à substância do crédito pleiteado pelo contribuinte, razão pela qual o processo deve retornar àquele colegiado para análise de tais pontos. Ante o exposto, voto por dar PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário para reformar a decisão recorrida frente à comprovação do estorno do valor do crédito objeto dos Pedidos de Ressarcimento, remetendo os autos à DRJ/Juiz de Fora para que enfrente os demais pontos meritórios impugnados. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 1091DF CARF MF 8 Fl. 1092DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.904976/2012-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Nov 27 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DACON RETIFICADORA E DARF. AUSÊNCIA DE DCTF. PROVAS INSUFICIENTES. RECURSO DESPROVIDO.
Em sede de pedido de restituição cabe ao contribuinte fazer prova do seu alegado direito, conforme artigo 36, da Lei 9.874/98 c/c artigo 333, I do CPC/73 (vigente à época dos fatos), atual artigo 373, I, do CPC/2015.
A Recorrente apresentou DACON retificadora e DARF do suposto pagamento indevido, todavia, não se mostraram provas mínimas para o fim desejado, revelando-se provas precárias, insuficientes.
Numero da decisão: 3401-004.208
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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APRESENTAÇÃO DE DACON RETIFICADORA E DARF. AUSÊNCIA DE DCTF. PROVAS INSUFICIENTES. RECURSO DESPROVIDO. Em sede de pedido de restituição cabe ao contribuinte fazer prova do seu alegado direito, conforme artigo 36, da Lei 9.874/98 c/c artigo 333, I do CPC/73 (vigente à época dos fatos), atual artigo 373, I, do CPC/2015. A Recorrente apresentou DACON retificadora e DARF do suposto pagamento indevido, todavia, não se mostraram provas mínimas para o fim desejado, revelandose provas precárias, insuficientes. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versam os autos sobre recurso voluntário, oriundo de processo de PER/DCOMP, no qual o sujeito passivo indicou suposto crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição apurado sob o regime da nãocumulatividade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 49 76 /2 01 2- 27 Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10925.904976/201227 Acórdão n.º 3401004.208 S3C4T1 Fl. 3 2 O pedido da recorrente foi indeferido através do Despacho Decisório Eletrônico que instrui os autos, onde informouse que o pagamento indicado estava totalmente utilizado para a quitação de débitos da Contribuinte, não restando crédito disponível. Irresignada, apresentou manifestação de inconformidade defendendo que recolheu contribuições indevidamente, vez que não tinha efetuado exclusões da base de cálculo da referida contribuição, previstas em lei. Apresentou DACON retificadora onde apura saldo credor, de modo que o recolhimento feito anteriormente, mostrase indevido, logo, passível de restituição. Asseverou que, por um lapso, deixou de retificar tal informação em DCTF e que a informação em DACON é suficiente para demonstrar seu direito. Defende que a circunstância de não retificar a DCTF não inviabiliza a restituição de valores comprovadamente indevidos. Sobreveio acórdão nº 07030.959 da DRJ/FNS, que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, de acordo com a seguinte ementa: COMPENSAÇÃO. INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. REQUISITO PARA HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que a existência do indébito incluído em declaração de compensação está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é indevido, só se pode homologar tal compensação, independentemente de eventuais outras verificações, nos casos em que o contribuinte, previamente à apresentação da DCOMP, retifica regularmente a DCTF. Regularmente cientificada desta decisão, a recorrente interpôs, tempestivamente, o recurso voluntário ora em apreço, onde essencialmente repisa os argumentos da manifestação de inconformidade, afirmando possuir o direito pleiteado e citando o Acórdão nº 3302002.104 do CARF como jurisprudência que entende amparar seu pleito. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.207, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10925.904977/201271, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10925.904976/201227 Acórdão n.º 3401004.208 S3C4T1 Fl. 4 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.207): "I. Do conhecimento e admissibilidade dos recursos voluntário O recurso voluntário é tempestivo, vez que a Recorrente fora cientificada da decisão da DRJ, em 21/05/2013 (efl. 64), vindo a ser interposto recurso voluntário, 19/06/2013. Assim, preenchidos os requisitos formais de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II. Do mérito O julgamento deste processo servirá de paradigma aos demais processos vinculados, seguindo, portanto, a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Como se viu do Relatório acima, entende a Recorrente que faz jus a compensação da contribuição para o PIS, referente ao mês de abril 2005, vez que teria o recolhido indevidamente, não excluindo de sua base de cálculo parcelas autorizadas pela legislação de regência. Para dar azo ao seu suposto direito, em 21/08/2009, apresentou DACON retificador. O artigo 16 do Decreto 70.235/72 exige que o contribuinte apresente provas documentais no momento da impugnação, porém, este E. Tribunal tem flexibilizado em razão do princípio da verdade material, possibilitando que o sujeito passivo produza provas em momento posterior. Em casos em que o contribuinte não traz qualquer prova DARF, DCTF, Livros contábeis, etc), este CARF tem entendido que tal ônus é da parte que pleiteia o crédito, dentre outros, acórdão 3401003.652, referente ao processo 13888.900243/201467, de minha relatoria, o qual também serviu de paradigma. Diz a Recorrente que tentou fazer sua DCTF retificadora logo após o despacho decisório, porém recebera informação "... (mensagem de erro) de que o prazo para a retificação de informações havia expirado." (efl. 68), porém, não há nos autos tal prova. Defende que seus créditos são advindos de ter deixado de excluir da base de cálculo do PIS e da COFINS, parcelas legalmente admitidas pela legislação de regência (artigo 15 da Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10925.904976/201227 Acórdão n.º 3401004.208 S3C4T1 Fl. 5 4 MPV 2.158351; artigo 17, da Lei 10.684/20032 e artigo 1° da Lei 10.676/20033. As hipóteses de exclusão contidas nas legislações referidas são variadas, porém, a Recorrente apenas trouxe a prova no DACON, o qual não traz a origem destes créditos, ou seja, o nexo causal da retificação com a real existências destes tais créditos, ou qualquer explicação ou elemento de prova que indique com precisão o valor do pleito à restituir; e o DARF, do recolhimento supostamente indevido. Como se sabe, em sede de pedido de restituição e/ou compensação, o ônus da prova cabe ao contribuinte, por força do artigo 36, da Lei 9.874/98 c/c artigo 333, I, do CPC/1973 (vigência à época dos fatos), atual artigo 373, I, do CPC/2015, o 1 Art. 15. As sociedades cooperativas poderão, observado o disposto nos arts. 2o e 3o da Lei no 9.718, de 1998, excluir da base de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP: I os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à cooperativa; II as receitas de venda de bens e mercadorias a associados; III as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação profissional e assemelhadas; IV as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de produção do associado; V as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos. § 1o Para os fins do disposto no inciso II, a exclusão alcançará somente as receitas decorrentes da venda de bens e mercadorias vinculados diretamente à atividade econômica desenvolvida pelo associado e que seja objeto da cooperativa. § 2o Relativamente às operações referidas nos incisos I a V do caput: I a contribuição para o PIS/PASEP será determinada, também, de conformidade com o disposto no art. 13; II serão contabilizadas destacadamente, pela cooperativa, e comprovadas mediante documentação hábil e idônea, com a identificação do associado, do valor da operação, da espécie do bem ou mercadorias e quantidades vendidas. 2 Art. 17. Sem prejuízo do disposto no art. 15 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, e no art. 1o da Medida Provisória no 101, de 30 de dezembro de 2002, as sociedades cooperativas de produção agropecuária e de eletrificação rural poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS os custos agregados ao produto agropecuário dos associados, quando da sua comercialização e os valores dos serviços prestados pelas cooperativas de eletrificação rural a seus associados. Parágrafo único. O disposto neste artigo alcança os fatos geradores ocorridos a partir da vigência da Medida Provisória no 1.85810, de 26 de outubro de 1999. 3 Art. 1º As sociedades cooperativas também poderão excluir da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sem prejuízo do disposto no art. 15 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, as sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. § 1o As sobras líquidas da destinação para constituição dos Fundos referidos no caput somente serão computadas na receita bruta da atividade rural do cooperado quando a este creditadas, distribuídas ou capitalizadas pela sociedade cooperativa de produção agropecuárias. § 2o Quanto às demais sociedades cooperativas, a exclusão de que trata o caput ficará limitada aos valores destinados a formação dos Fundos nele previstos. § 3o O disposto neste artigo alcança os fatos geradores ocorridos a partir da vigência da Medida Provisória no 1.85810, de 26 de outubro de 1999. Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10925.904976/201227 Acórdão n.º 3401004.208 S3C4T1 Fl. 6 5 que, no caso dos autos, no entender deste relator, não fora feito pela Recorrente. O DACON e DARF juntados pela Recorrente não são provas suficientes para comprovar, minimamente, o direito à restituição perseguido, revelandose provas precárias para este fim. Dispositivo Com estas considerações, conheço do recurso voluntário e lhe nego provimento." Registrese que nos autos ora em apreço, assim como no paradigma, a recorrente trouxe como provas de seu suposto crédito, apenas a DACON retificadora e DARF, sendo estes, consoante entendimento exposto, elementos insuficientes para comprovar o direito à restituição. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 78DF CARF MF
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