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Numero do processo: 10675.905078/2009-80
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/09/2002
PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL.
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercussão Geral, sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Declarado inconstitucional o § 1º do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, integra a base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-002.953
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Ricardo Paulo Rosa.
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente Substituto
Nanci Gama - Relatora
Ricardo Paulo Rosa - Redator Designado
Nome do relator: Relator
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BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de Repercussão Geral, sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Declarado inconstitucional o § 1º do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, integra a base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e da Contribuição para o PIS/Pasep o faturamento mensal, representado pela receita bruta advinda das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Substituto Nanci Gama Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 90 50 78 /2 00 9- 80 Fl. 287DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 262 2 Ricardo Paulo Rosa Redator Designado Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte com fundamento no artigo 67, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, em face do acórdão prolatado pela 1ª Turma Especial da 1ª Câmara deste Conselho, que, por voto de qualidade, negou provimento ao seu recurso voluntário, cuja ementa é a seguinte: “PIS. COISA JULGADA. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 3º DA LEI 9.718/98. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. RECEITAS FINANCEIRAS. A declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9718/98 não alcança as receitas operacionais das instituições financeiras. As receitas oriundas da atividade operacional (receitas financeiras) compõem o faturamento das instituições nos termos do art. 2º e do caput do art. 3º da Lei 9.718/98 e há incidência da contribuição de PIS sobre este tipo de receita, pois estas receitas são decorrentes do exercício de suas atividades empresariais.” Em face da decisão acima, o contribuinte interpôs recurso especial de divergência no qual sustentou que a decisão recorrida não só interpretou equivocadamente a decisão prolatada pelo Supremo Tribunal Federal no RE 401.348/MG, como contrariou a coisa julgada obtida pelo contribuinte que não só declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, mas também reconheceu o significado de faturamento a ser utilizado para a incidência do PIS como aquelas provenientes da “receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza”. O i. Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF deu seguimento ao recurso especial por considerar que restou comprovada a divergência jurisprudencial. Por meio de Resolução, com base no artigo 62A do Regimento Interno do CARF, o processo foi suspenso até que o STF no RE nº 609.096 se pronunciasse definitivamente sobre a matéria. Em face da revogação dos parágrafos 1º e 2º do art. 62A do RICARF, o processo retornou em pauta para julgamento. É o relatório. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 263 3 Voto Vencido Conselheira Nanci Gama, Relatora O recurso atende aos requisitos legais de admissibilidade e dele tomo conhecimento, ressaltando a bem demonstrada divergência pelo Recorrente em seu recurso especial. Como mencionado no relatório, o pedido de reforma do acórdão recorrido está suportado na alegação do Recorrente de que a referida decisão viola a coisa julgada, em face da decisão por ele obtida nos autos do Mandado de Segurança nº 2000.38.03.0007782, que não somente reconheceu a inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98 (ampliação da base de cálculo do tributo), como limitou a incidência da contribuição ao PIS as receitas provenientes do faturamento, cujo significado restringese a “receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza”, como expressamente se constata de referida decisão, prolatada como base no artigo 557, § 1ºA, do CPC), bem assim, e especialmente, do conteúdo do acórdão prolatado pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal por oportunidade do julgamento do Recurso Extraordinário nº 390.840/MG. O Recorrente sustenta ainda, caso não acatada a alegação de violação de coisa julgada, que seja firmado o entendimento, em consonância com a Lei Complementar 7/70, de que o conceito de faturamento empregado na referida norma somente compreende as receitas provenientes da venda de mercadorias e da prestação de serviços, e que, portanto, não alcança outras receitas recebidas pelas instituições financeiras a título de remuneração decorrentes de empréstimos bancários, spreads, prêmios, deságios, juros oriundos de intermediação financeira ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, financiamentos, colocação e negociação de títulos e valores mobiliários, capitalização, leasing, etc. A meu ver, a alegação do contribuinte no sentido que o respeitável acórdão recorrido viola coisa julgada, como assim também entendo com apoio no voto proferido pela ilustre Conselheira Maria Tereza Lopes Martinez em caso análogo ao ora em análise, não exclui, por outro lado, a necessidade de se interpretar o conceito de faturamento empregado no acórdão prolatado no Mandado de Segurança nº 2000.38.03.0007782, bem assim nas decisões judiciais citadas na referida decisão e que consubstancia a jurisprudência dos Tribunais Superiores vigente a época em que prolatada. Em primeiro lugar, se faz necessário buscar no ordenamento jurídico a definição e alcance do termo faturamento tomado como hipótese de incidência da contribuição ao PIS pela Lei Complementar 7/70 e pela Constituição Federal, artigo 195, não obstante o PIS ter sido instituído sob a égide da Constituição Federal de 1967 com as alterações da Emenda Constitucional nº 1 de 1969. Os artigos 2º e 3º de mencionada Lei Complementar previam que o PIS seria “executado” mediante um “Fundo de Participação”, constituído por depósitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal, por meio de duas modalidades: a primeira mediante dedução do imposto de renda devido pelas empresas e a segunda com recursos próprios das empresas, calculada mediante a aplicação de percentuais sobre o faturamento. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 264 4 O § 2º de mencionado artigo 3º dispunha que as instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas, que não realizassem operações de vendas de mercadorias, recolheriam ao Programa de Integração Social uma contribuição diferenciada (recursos próprios de valores idênticos aos apurados mediante a dedução do imposto de renda) das demais sociedades que realizassem operações de venda de mercadorias (percentual sobre o faturamento). Em 30 de outubro de 1998, foi publicada a Medida Provisória nº 1.724, posteriormente convertida na Lei nº 9.718/1998, que unificou o tratamento, dispondo sobre as contribuições do PIS e COFINS de forma conjunta. A Lei nº 9.718/1998 inovou a base de cálculo dessas contribuições, na medida em que equiparou faturamento à receita bruta e considerou esta como a “totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica”. Vale a transcrição dos dispositivos para que a matéria seja bem compreendida: “Art. 2º. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei”. “Art. 3º. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica”. “§ 1º. Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”. Diante da ausência de qualquer exceção feita no que se refere ao âmbito subjetivo de incidência, podese afirmar que com o advento da Lei nº 9.718, em 27 de novembro de 1998, as instituições financeiras passaram a recolher o PIS e a COFINS conforme os ditames normativos desta Lei1. É bem verdade que, em 30 de dezembro de 2002, foi publicada a Lei nº 10.637, que alterou radicalmente o mecanismo de tributação do PIS, adotando o princípio da nãocumulatividade. No entanto, as instituições financeiras foram expressamente excluídas do âmbito de aplicação do regime nãocumulativo (artigo 8º, inciso I, da Lei nº 10.637/2002 e 1 No que respeita especificamente ao PIS devido pelas instituições financeiras, cumpre notar que da edição da Lei Complementar nº 7/70 até o advento da Lei nº 9.718/1998, referido tributo teve sua base de cálculo estabelecida pelos DecretosLei nºs 2.445/1988 e 2.449/1988 (receita operacional bruta), pela Lei nº 9.701/1988, que ressalvava o tratamento próprio das instituições financeiras consistente no artigo 72, inciso V, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1/1994 (receita bruta operacional como definida na legislação do imposto de renda, a saber, produto da venda de bens e serviços nas transações ou operações de conta própria). O artigo 72, inciso V, do ADCT foi previsto para vigorar temporariamente. A Emenda Constitucional de Revisão nº 1/1994 previu a incidência do PIS sobre a receita bruta operacional para os exercícios de 1994 e 1995. As Emendas Constitucionais nº 10/1996 e 17/1997 “estenderam” essa incidência até 31 de dezembro de 1999. Sendo assim, a partir de 1º de janeiro de 2000, o PIS instituições financeiras passou a ser regulado pela Lei nº 9.718/1998. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 265 5 artigo 10, inciso I, da Lei nº 10.833/2003), permanecendo, portanto, sujeitas às normas de legislação anterior, especificamente, a Lei nº 9.718/1998. Portanto, podese dizer que a base de cálculo das contribuições do PIS das instituições financeiras deveria observar o estabelecido no § 1º do artigo 3º da Lei n.º 9.718/1998, que definia o alcance da expressão receita bruta empregada no caput do artigo 3º, ou seja, a totalidade das receitas percebidas pela pessoa jurídica. Ocorre que o artigo 195, inciso I, da Constituição Federal de 1998, em sua redação original, vigente à época da publicação da Lei nº 9.718/1998, não permitia a incidência de referidas contribuições sobre a totalidade das receitas das pessoas jurídicas. Com efeito, somente em dezembro de 1998, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 20, que alterou vários artigos do texto constitucional, inclusive o inciso I do artigo 195, o qual passou a prever, na alínea “b”, que as contribuições para a seguridade social poderão incidir sobre a receita ou o faturamento. Diante dessas considerações, o Pleno do Supremo Tribunal Federal, em 09 de novembro de 2005, por oportunidade do julgamento do Recurso Extraordinário n.º 390.840/MG2, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/19983, tendo o acórdão, acolhido por maioria, merecido a seguinte ementa: “CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada”. (grifouse) 2 V. os RE nºs 346.084, 357.950, 358.273, todos da relatoria do Ministro Marco Aurélio, cujas ementas são do mesmo teor. 3 O controle de constitucionalidade foi realizado em caráter concentrado, sendo que o dispositivo declarado inconstitucional somente foi extirpado do ordenamento jurídico com o advento, em 27 de maio de 2009, da Lei nº 11.941/2009, que, em seu artigo 79, inciso XII, o revogou expressamente. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 266 6 De acordo com essa decisão, proferida pelo órgão ao qual incumbe a palavra final em exame de constitucionalidade, devese entender que a hipótese de incidência do PIS é o faturamento, devendo ser incluída na base de cálculo dessas contribuições somente a receita bruta da venda de mercadorias e da prestação de serviços. E referida tributação sobre o faturamento, assim entendido como a receita proveniente da venda de mercadorias ou da prestação de serviços, é a que se coaduna com a natureza e a finalidade da contribuição ao PIS/COFINS. Assim, temse que, no caso das instituições financeiras, as contribuições ao PIS/COFINS devem recair tão somente sobre negócios jurídicos em que é possível estabelecer um preço como contraprestação à mercadoria ou serviço disponibilizado. Se não atingirem exclusivamente os preços do tráfico de mercadorias e serviços, as contribuições ao PIS/COFINS estarão recaindo sobre o patrimônio da empresa, o que não é o objetivo dessas contribuições, e representarão uma injustificável sobreposição em relação à contribuição social sobre o lucro, no campo do financiamento da seguridade social. E a não caracterização, por exemplo, dos valores percebidos pelos bancos pelas operações de crédito por eles realizadas como contraprestação de serviços, decorre inclusive da previsão contida Lei Complementar nº 116/2003 (cfr. artigo 2º, inciso III), que exclui da incidência do ISS “o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras”. No julgamento do já mencionado RE nº 390.840/MG, o Ministro Cezar Peluso, embora tenha acompanhado o relator no sentido de votar pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, votou pela obrigatoriedade de não só as seguradoras, mas também os bancos estarem sujeitos ao recolhimento do PIS/COFINS, rejeitando o conceito de faturamento tido por “tradicional”, que abrangeria somente o ganho de empresas produtoras de bens e prestadoras de serviços que emitem fatura. De acordo com o Ministro, o conceito “moderno” de faturamento deve abranger não só a venda de mercadorias e serviços, mas também todas as atividades que integram o objeto social da sociedade. Ocorre que esse entendimento do Exmo. Ministro Cezar Peluso, com a devida licença, parece estar em contradição com o que o próprio defende. No voto proferido no RE nº 390.940/MG, o Ministro Cezar Peluso pugnou pela necessidade de conferir interpretação conforme à Constituição Federal para que a receita bruta referida na Lei nº 9.718/1998 seja considerada como sinônimo de faturamento, a saber, o resultado da venda de mercadorias e da prestação de serviços. O próprio Ministro também afirmou que quando não há conceito jurídico expresso na Constituição Federal, o intérprete deve socorrerse dos instrumentos disponíveis no sistema do direito positivo. Do sistema do direito positivo brasileiro é possível extrair os conceitos de mercadoria e de serviços. E as receitas financeiras não se adequam a esses conceitos. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 267 7 Sendo assim, se o Ministro concebe faturamento como as receitas decorrentes da venda de mercadorias e serviços, não há, a nosso ver, como se pretender tributar receitas que não se adequem perfeitamente a esse conceito. Não se olvida que o conceito de serviços é plurissignificativo, isto é, admite várias acepções, dependendo do enfoque: social, econômico, político etc., podendo assumir contornos mais ou menos amplos a depender da abordagem conferida. No entanto, o artigo 110 do Código Tributário impõe que, em matéria tributária, a acepção tomada seja restrita, ou melhor, jurídica. Com efeito, o conceito tido por “moderno” pelo Ministro Cezar Peluso, com a devida licença, é, a meu ver, inaplicável em matéria tributária, face ao princípio da legalidade e o disposto no artigo 110 do CTN, também corolário do princípio da legalidade, que exige que se recorra aos conceitos de direito privado para que se defina a hipótese de incidência dos tributos, conforme disposta na Constituição Federal. As notas de Misabel Abreu Machado Derzi às lições do renomado Aliomar Baleeiro4 são muito elucidativas quanto à impossibilidade de se adotar a interpretação econômica – como parece pretender o Ministro Cezar Peluso para se definir os conceitos de direito privado utilizados pela Constituição Federal na definição das incidências tributárias. Os trechos a seguir destacados são contundentes: “A chamada interpretação segundo o critério econômico, consiste em apreender o sentido das normas, institutos e conceitos jurídicos, de acordo com a realidade econômica subjacente por detrás das formas jurídicas. Desenvolveuse plenamente na Alemanha, em distintos períodos, mas serviu, em certa época, ao desenvolvimento do fiscalismo e da insegurança jurídica, ao direito do Reich fascista e totalitário. (...) Assim, a interpretação econômica, que serviu a um regime totalitário foi erradicada da própria Alemanha, onde prosperou em tempos sombrios. Hoje, o critério ‘econômico’, que se invoca eventualmente na interpretação por um tribunal tedesco, serve à apuração da capacidade econômica de contribuir e somente se justifica, na medida em que, dentro dos limites dos sentidos possíveis da palavra, colher aquele sentido que melhor se ajustar aos postulados da justiça tributária. Ora, o Código Tributário Nacional também não acolheu a tese da interpretação econômica. Ao contrário, como observa Aliomar Baleeiro, o art. 110 proclama, como um limite ao próprio legislador: ‘... o primado do Direito Privado quanto à definição, ao conteúdo e ao alcance dos institutos, conceitos e formas deste ramo jurídico quando utilizado (sic) pela Constituição Federal, pelas dos Estados ou pelas Leis Orgânicas do DF e dos 4 In BALEEIRO, Aliomar, Direito tributário brasileiro, 11ª ed. atualizada por Misabel Abreu Machado Derzi, Rio de Janeiro, Forense, 1999, pp. 689690. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 268 8 Municípios. A contrario sensu, tal primado não existe se aquelas definições, conceitos e formas promanam de outras leis ordinárias’ (v. comentários supra, tópico 3). Mas, e isso é de suma relevância, somente o legislador poderá atribuir efeitos tributários distintos, alterando o alcance e o conteúdo dos institutos e conceitos do Direito Privado, se inexistir obstáculo na Constituição. Não o intérprete e aplicador da lei. A licença, como diz Baleeiro, contida no art. 109, a contrario sensu, dirigese ao legislador, mesmo assim, naqueles casos, que são restritíssimos, em que institutos, conceitos e formas do Direito Privado não foram utilizados pela Constituição para definir ou limitar competências”. (itálico no original) O autor Rodrigo Caramori Petry5 compartilha do entendimento de que, tendo em vista a disposição contida no artigo 110 do Código Tributário Nacional, o conceito de faturamento deve conceber a prestação de serviços em sentido estrito. É o que se infere do seguinte trecho: “Por fim, ainda cumpre ressaltar que o conceito de ‘faturamento’ toma a expressão ‘prestação de serviços’ em sentido estrito. Assim sendo, não podem ser objeto de incidência da COFINS enquanto incidente sobre o ‘faturamento’, v.g., as receitas derivadas de locação de bens móveis ou imóveis, tendo em vista que a ‘locação de bens” não se configura como ‘prestação de serviço’, conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal no RE nº 116.11213/SP”. O entendimento que vem sendo manifestado pelo Ministro Cezar Peluso contraria, ainda, a própria jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que, ao menos desde o julgamento do RE nº 116.121/SP passando pelo julgamento do RE 390.840/MG, vem concebendo serviço como uma obrigação de fazer, conforme a conceituação trazida pelo Código Civil Brasileiro. Com as devidas vênias, não há como entender que outras receitas, que não aquelas provenientes da venda de mercadorias ou serviços, que não decorram de uma obrigação de fazer, possam ser incluídas na base de cálculo do PIS/COFINS, como parece defender o Ministro Cezar Peluso. Defender tal entendimento implica, em última análise, uma “reconstitucionalização” do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, na medida em que se passará a admitir a inclusão na base de cálculo do PIS/COFINS de outras receitas que não as provenientes da venda de mercadorias e serviços, alargandose sobremaneira o conceito de faturamento adotado pela Constituição Federal, ao arrepio do disposto no artigo 110 do Código Tributário Nacional, ou se permitindo uma nova fonte de custeio da seguridade social (receita), que não estava prevista na redação original do artigo 195, inciso I, da Constituição Federal, vigente à época da edição da Lei nº 9.718/1998. 5 PETRY, Rodrigo Caramori. Contribuições Pis/Pasep e Cofins – Limites Constitucionais da Tributação sobre o “Faturamento”, a “Receita”, e a “Receita Operacional” das empresas e outras entidades no Brasil. São Paulo: Quartier Latin, 2009, pp. 148 e 149. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 269 9 Diante do acima exposto, tendo em vista que o recorrente é possuidor de decisão que transitou em julgado que não só declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, mas também reconheceu o significado de faturamento a ser utilizado para a incidência do PIS, como sendo o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, voto por dar provimento ao recurso especial do contribuinte. Nanci Gama Voto Vencedor Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Redator Designado Embora a clareza e proficiência com que a i. Conselheira Relatora do Processo fundamentou a decisão proposta, ouso divergir de suas conclusões pelas razões que a seguir serão expostas. O litígio decorre de declarações de compensação apresentadas pela Requerente visando a compensação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep apurados de acordo com o entendimento que teve de decisão judicial transitada em julgado nos autos do Mandado de Segurança n° 2000.38.03.000.7782, que tramitou na 1ª Vara Federal de Uberlândia/MG. Informa a Recorrente que o Mandado de Segurança foi impetrado “em 16 de fevereiro de 2000, com pedido para que fosse concedida a segurança, declarandose a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 e reconhecendo o direito de recolher a contribuição ao PIS, a partir de 1°/01/2001, à alíquota de 0,65% sobre seu efetivo faturamento que engloba a receita decorrente da prestação de serviços a seus clientes”. Adiante conclui, No entanto, o Recurso Extraordinário foi não só conhecido como foi integralmente provido o pedido do Requerente, pelo STF: A tese do acórdão recorrido está em aberta divergência com a orientação da Corte, cujo Plenário, em data recente, consolidou, com nosso voto vencedor declarado, o entendimento de inconstitucionalidade apenas do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, violando assim, a noção de faturamento pressuposta na redação original do art. 195, I, b, da Constituição da República, e cujo significado é o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais (cf. RE n. 346.084PR, Rei. orig. Min. Ilmar Galvão; RE n. 357.950RS, RE n. 358.273RS e RE n. 390.840MG, Rel. Min. Marco Aurélio, todos julgados em 09.11.2005. Ver Informativo STF n. 408, p. 1). Diante do exposto, e com fundamento no art. 557, § 1°A do CPC, conheço do recurso e doulhe provimento, para, concedendo a ordem, excluir, da base de incidência do PIS, receita estranha ao faturamento do recorrente, entendido esse nos termos já suso enunciados Fl. 295DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 270 10 Embora o caso em tela envolva provimento jurisdicional específico, a solução da lide, segundo me parece, guarda estreita relação com o entendimento que se tem acerca do evento marcado pela declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e dos efeitos que lhe são próprios e alcançam os contribuintes de modo geral. Necessário introduzir o assunto. A controvérsia teve início na promoção do alargamento do conceito de faturamento para efeito de cálculo das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, introduzido pela Lei 9.718/98, que incluiu na base de cálculo toda e qualquer receita, independentemente de sua classificação contábil6. A inconformidade dos contribuintes alcançados pela medida levou o assunto ao Poder Judiciário, onde a matéria terminou por ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal, em Regime de Repercussão Geral, nos seguintes termos. EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Decisão O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. RE 585.235QO, Min. Cezar Peluso O que se discute nos autos, e o assunto não é novo, diz respeito ao preciso efeito da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, uma vez que, em nenhum momento, as decisões tomadas no âmbito do Supremo Tribunal Federal estenderam esse juízo à alteração introduzida pelo caput do artigo 3º, assim como por todos os 6 Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 1º Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 271 11 demais critérios de apuração especificados nos parágrafos e artigos subsequentes e na legislação superveniente. Com efeito, é de sabença que a Suprema Corte do Pais, na pessoa do Exmo. Sr. Ministro Cezar Peluso, fez expressa menção à constitucionalidade do caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, a teor do pronunciamento encontrado, pelo menos, nos Recursos Extraordinários nº. 346.084, 357.950, 358.273 e 390.840. Embora no caso concreto discutase exclusivamente a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep, não será demais que aqui se fale também a respeito dos efeitos da modificação legislativa sobre a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, uma vez que sua base de cálculo se tenha também afetado no curso mesmo empreendimento legislativo que promoveu o alargamento da base de cálculo do PIS e tenha sido, tal como a última, submetida a idêntica conformação aos liames constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Cofins tinha base de cálculo definida na Lei Complementar nº 70/91 como sendo o faturamento decorrente das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Já as Contribuições para o PIS e para o PASEP contavam com fontes de financiamento advindas de diversas origens, conforme Leis Complementares 07 e 08 de 19707, dentre elas o faturamento das empresas e demais entidades especificadas nas Leis, onde estavam textualmente incluídas as instituições financeiras8. Ao instituir a nova base tributável por meio da Lei 9.718/98, o legislador ordinário, embora tenha mantido o faturamento como definição elementar do fenômeno econômicocontábil gravado pela tributação, especificouo, conforme dito antes, como sendo toda a receita bruta auferida pela pessoa jurídica, irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada, conceito que conflitou com o disposto no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal que, antes da Emenda Constitucional nº 20, de 20 de dezembro de 1998, previa o financiamento da seguridade social com base no valor arrecadado pelas contribuições sociais incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro9, sem nenhuma menção à receita. 7 A constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias art. 72, inciso V, destinou uma parcela da Contribuição para o PIS devida pelas instituições financeiras ao Fundo Social de Emergência, fixando alíquotas e definindo a base de cálculo como sendo a receita bruta operacional. A Lei 9.701/98 autorizou determinadas exclusões ou deduções dessa base. 8 § 2.º As instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas que não realizam operações de vendas de mercadorias participarão do Programa de Integração Social com uma contribuição ao Fundo de Participação de, recursos próprios de valor idêntico do que for apurado na forma do parágrafo anterior. 9 O texto antes e depois da EM 20/98. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; II dos trabalhadores; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, o Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: Fl. 297DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 272 12 É precisamente neste ponto que se encontra a origem de toda a discussão em torno da inconstitucionalidade do conceito insculpido no parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, transbordando as delimitações contidas no texto constitucional na data da entrada em vigor da legislação novel. Ainda que, para efeitos tributários, já houvesse uma tendência ao reconhecimento de certa equivalência entre o conceito de faturamento e receita (observese que, muito antes de se falar na EM 20/98, a própria LC 70/91 já especificava a base de cálculo como sendo a receita), a expansão promovida pelo parágrafo primeiro foi para muito além daquilo que estava e ainda está sedimentado na doutrina e na jurisprudência como sendo o possível conceito de faturamento empresarial para fins de incidência tributária. De fundamental importância, neste cenário, observar e compreender com precisão o verdadeiro problema identificado pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal ao acolhimento da nova definição de faturamento introduzida pela Lei 9.718/98. Nos precitados Recursos Extraordinários, tornaramse de amplo conhecimento as considerações feitas sobre o assunto pelo Ministro Cesar Peluso, estabelecendo os limites da definição possível para o conceito veiculado no (constitucional) caput do artigo 3º da Lei 9.718/98, conforme segue (todos os grifos acrescentados). Por todo o exposto, julgo inconstitucional o parágrafo 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para “toda e qualquer receita”, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, parágrafo 4º, se considerado para esse efeito de nova fonte de custeio da seguridade social. Quanto ao caput do art. 3º, julgoo constitucional, para lhe dar interpretação conforme à Constituição, nos termos do julgamento proferido no RE nº 150755/PE, que tomou a locução receita bruta como sinônimo de faturamento, ou seja, no significado de “receita bruta de venda de mercadoria e de prestação de serviços”, adotado pela legislação anterior, e que, a meu juízo, se traduz na soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. (...) Sr. Presidente, gostaria de enfatizar meu ponto de vista, para que não fique nenhuma dúvida ao propósito. Quando me referi ao conceito construído sobretudo no RE 150.755, sob a expressão “receita bruta de venda de mercadorias e prestação de serviço”, quis significar que tal conceito está ligado à idéia de produto do exercício de atividades empresariais típicas, ou seja, que nessa expressão se inclui todo incremento patrimonial resultante do exercício de atividades empresariais típicas. Se determinadas instituições prestam tipo de serviço cuja remuneração entra na classe das receitas chamadas financeiras, isso não desnatura a remuneração de atividade própria do campo empresarial, de modo que tal produto entra no conceito de “receita bruta igual a faturamento.” (...) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; Fl. 298DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 273 13 6. (...) Faturamento nesse sentido, isto é, entendido como resultado econômico das operações empresariais típicas, constitui a base de cálculo da contribuição, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado. Noutras palavras, o fato gerador constitucional da COFINS são as operações econômicas que se exteriorizam no faturamento (sua base de cálculo), porque não poderia nunca corresponder ao ato de emitir faturas, coisa que, como alternativa semântica possível, seria de todo absurda, pois bastaria à empresa não emitir faturas para se furtar à tributação. – grifamos. (...) Uma vez que o Ministro Cezar Peluso tenha sido parcialmente vencido na decisão da causa, se tem criticado o uso de suas manifestações (e as de outros Ministros que também foram total ou parcialmente vencidos) na fundamentação de decisões envolvendo os efeitos da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. Quanto a isso, de grande relevo que se situe com clareza a matéria que estava então sub judice na Suprema Corte, as considerações que lhes emprestaram não apenas o Ministro Cesar Peluso mas todos os demais integrantes do Tribunal e em que assunto e aspectos, especificamente, uns e outros se viram vencedores ou vencidos. Analisase um dos precedentes apontados no Recurso Extraordinário nº 585.235 que concedeu Regime de Repercussão Geral à questão: RE 346.0846/PR, da Relatoria do Ministro Ilmar Galvão, Relator para acórdão Ministro Marco Aurélio. O Relatório do Ministro Ilmar Galvão delimita com rapidez e precisão os liames da lide. RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO ILMAR GALVÃO (Relator) : Recurso que, pela letra a do permissivo constitucional, foi interposto contra acórdão que concluiu pela legitimidade da ampliação da base de cálculo da COFINS até então restrita às “vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza” conforme definido pela Lei Complementar n.° 70/91 (art. 2.°), para nela fazer compreender “a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”, efetuada por meio de lei ordinária (Lei n.° 9.718/98, art. 3.°, § 1.°), alteração que teve por vigente a partir de 1.° de fevereiro de 1999, como estabelecido no art. 17, I, do referido diploma normativo. Sustenta a recorrente que, ao assim decidir, o acórdão ofendeu o inciso I e o § 4.° do art. 195 e, por conseqüência, o inciso I do art. 154, ambos da CF. Sustenta, ainda, haver a decisão recorrida contrariado, por igual, o § 6.° do mencionado art. 195, por haver considerado que a alteração passou a produzir efeito a partir da edição da primeira medida provisória e não da EC 20, de 15 de dezembro de 1998 , que, a seu ver, não poderia constitucionalizar norma editada com ofensa à Constituição. Regularmente processado, foi o recurso admitido na origem, havendo a douta ProcuradoriaGeral da República, em parecer do Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, opinado pelo nãoconhecimento. É o relatório. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 274 14 Se bem posso traduzir em poucas palavras o relatório acima transcrito, diria tratarse de um litígio que se travou em torno da constitucionalidade do alargamento da base de cálculo, (i) à luz do conceito de faturamento vigente à época da formulação da exigência fiscal e (ii) da possibilidade de que se reconhecesse a constitucionalidade superveniente da Lei 9.718/98 em face da modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 20. A ementa do decisum confirma a circunscrição da lide nos termos em que está acima definida. CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 32, § l2, DA LEI Na 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Ne 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § Ia DO ARTIGO 3 a DA LEI Na 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional na 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § lº do artigo 3º da Lei na 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Uma vez especificado o que havia por decidir no âmbito do Recurso Extraordinário nº 346.0846, relevante que se observe o conteúdo das decisões parciais proferidas após o Voto de cada um dos Ministros que participaram do processo de formação do Ato Decisório, até o último Extrato de Ata emitido pela Secretaria, em 09 de novembro de 2005. PLENÁRIO EXTRATO DE ATA RECURSO EXTRAORDINÁRIO 346.0846 PROCED.: PARANÁ RELATOR ORIGINÁRIO: MIN. ILMAR GALVÃO RELATOR PARA O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO RECTE.: DIVESA DISTRIBUIDORA CURITIBANA DE VEÍCULOS S/A ADVDOS.: MARCELO MARQUES MUNHOZ E OUTROS ADV.(A/S): RODRIGO LEPORACE FARRET E OUTROS RECDA.: UNIÃO ADV.: PFN RICARDO PY GOMES DA SILVEIRA Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Ilmar Galvão, Relator, conhecendo e provendo parcialmente o extraordinário, para fixar, como termo inicial dos 90 (noventa) dias, 1º de fevereiro de 1999, pediu vista o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Falaram, pela recorrente., o Dr. Helenilson Cunha Pontes, e, pela recorrida, Fl. 300DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 275 15 o Dr. Francisco Targino da Rocha Meto, Procurador da Fazenda Nacional. Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 12.12.2002. Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Ilmar Galvão, Relator, conhecendo e provendo parcialmente o extraordinário, para fixar, como termo inicial dos 90 (noventa) dias, 1º de fevereiro de 1999, e dos votos dos Senhores Ministros Gilmar Mendes e Presidente, Ministro Maurício Corrêa, que conheciam do recurso, mas negavamlhe provimento, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Cezar Peluso. Não participou da votação o Senhor Ministro Carlos Britto por suceder ao Senhor Ministro limar Galvão que proferira voto anteriormente. Plenário, 01.04.2004. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Cezar Peluso, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo lº da Resolução nu 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência, em exercício, do Senhor Ministro Nelson Jobim, VicePresidente. Plenário, 13.05.2004. Decisão: Após os votos dos Senhores Ministros Cezar Peluso, Marco Aurélio, Carlos Velloso, Celso de Mello e Sepúlveda Pertence, conhecendo e provendo o recurso, nos termos dos seus respectivos votos, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Eros Grau. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Nelson Jobim (Presidente). Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie (Vice Presidente). Plenário, 18.05.2005. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Eros Grau, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo 1º da Resolução nº 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 15.06.2005. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e, por maioria, deulhe provimento, em parte, para declarar a inconstitucionalidade do § 1º. do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Ilmar Galvão (Relator), Cezar Peluso e Celso de Mello e, integralmente, os Senhores Ministros Gilmar Mendes, Maurício Corrêa, Joaquim Barbosa, e o Presidente (Ministro Nelson Jobim). Reformulou parcialmente o voto o Senhor Ministro Sepúlveda Pertence. Não participaram da votação os Senhores Ministros Carlos Britto e Eros Grau por serem sucessores dos Senhores Ministros limar Galvão e Maurício Corrêa que proferiram voto. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 09.11.2005;. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Presentes â sessão os Senhores Ministros Sepúlveda Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa e Eros Grau. ProcuradorGeral da. República, Dr. Antônio Fernando Barros e Silva de Souza. Luiz Tomimatsu Secretário Percebese acima que, o núcleo da discussão até que o Ministro Cezar Peluso pedisse vista dos autos, girava em torno da constitucionalidade superveniente da Lei 9.718/98 em face da modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 20. Essa circunstância está estampada no excerto a seguir reproduzido, extraído do próprio Voto do Ministro Cezar Peluso. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 276 16 Admitido o recurso, o relator, Min. ILMAR GALVÃO, deulhe parcial provimento, para julgar inconstitucional a majoração da base de cálculo da COFINS, na forma do art. 39 da Lei ne 9.718/98, até a edição da EC ns 20/98, que “veio emprestarlhe o embasamento constitucional de que carecia, ao dar nova redação ao art. 195 da Carta de 88, para dispor que a COFINS passaria a incidir sobre ‘b) a receita ou o faturamento’“. O Min. GILMAR MENDES, em votovista, entendeu constitucional a majoração, pelos seguintes fundamentos: (...) Este entendimento foi acompanhado pelo Min. MAURÍCIO CORREA, que, antecipando voto, julgou constitucional a majoração. Nessa fase do julgamento, foi, então, justamente o Ministro Cezar Peluso que, como se lê nas transcrições acima, abriu a divergência na decisão que vinha sendo proposta à lide, para externar seu entendimento e decidir pela inconstitucionalidade do “parágrafo 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para ‘toda e qualquer receita’, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, parágrafo 4º, se considerado para esse efeito de nova fonte de custeio da seguridade social”. Ante tais evidências colhidas dos registros feitos ao longo do julgamento, pareceme impróprio minorar a relevância dos fundamentos do Ministro Cesar Peluso na solução da lide. Foi justamente ele quem primeiro destoou do entendimento, até então prevalente, de que o alargamento promovido pela Lei 9.718/98 havia sido constitucionalizado pela Emenda Constitucional nº 20, determinando novo rumo ao julgamento e à decisão que ao final haveria de ser proposta. Ainda mais, como adiante se pretenderá demonstrar, foi o Ministro Cezar Peluso quem mais fundo foi no estudo da questão posta, tendo sido citado por quase todos os demais Ministros em seus respectivos votos. A redação final do Acórdão não permite saber exatamente em que assunto o Ministro Cezar Peluso ficou vencido, mas, sem margem de dúvida, ele não se refere nem à decisão de considerar inconstitucional apenas o parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98, tampouco à dedicada incursão que fez ao significado do vernáculo faturamento10. Com efeito, de grande importância sublinhar que, ao longo de todo o julgamento, não se logra êxito em encontrar no corpo do decisum qualquer dissonância entre os integrantes da Corte Suprema acerca disponibilidade concedida pela Carta Política ao legislador ordinário para fixação do que deva ser considerado faturamento para fins tributários. Outrossim, identificase ao longo de todo o processo decisório uma única menção, de lavra do Ministro Celso de Mello, propondo a inconstitucionalidade do artigo 3º como um todo. O Ministro, contudo, assim como o Ministro Cezar Peluso, foi, ao final, declarado parcialmente vencido. 10 Interessante observar, inclusive, que o Ministro Carlos Velloso, apontado como vencedor no Acórdão, acompanhou o Ministro Cezar Peluso em usa decisão. "Concluo o meu voto. Com a vénia do eminente Relator, que já não está aqui, acompanho o voto do Ministro César Peluzo. Nos demais recursos extraordinários, com o eminente MinistroRelator, Ministro Marco Aurélio". Fl. 302DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 277 17 É de grande interesse conhecer, da leitura dos excertos que seguem, como os Ministros se manifestaram a respeito do conceito de faturamento para fins tributários, assunto a respeito do qual, repitase, não há registro de divergência. Ministro Ilmar Galvão. O recorrente considera que tais precedentes não seriam aplicáveis ao caso, haja vista que o STF teria estabelecido sinonímia entre faturamento e receita bruta quando tais expressões designavam receitas oriundas de vendas de bens e/ou serviços. Tal leitura não é correta. A Corte, ao admitir tal equiparação, em verdade assentou a legitimidade constitucional da atuação do legislador ordinário para densificar uma norma constitucional aberta, não estabelecendo a vinculação pretendida pelo recorrente em relação às operações de venda. Ao contrário do que pretende o recorrente, a Corte rejeitou qualquer tentativa de constitucionalizar eventuais préconcepções doutrinárias não incorporadas expressamente no texto constitucional. O STF jamais disse que havia um específico conceito constitucional de faturamento. Ao contrário, reconheceu que ao legislador caberia fixar tal conceito. E também não disse que eventuais conceitos vinculados a operações de venda seriam os únicos possíveis. Não fosse assim, teríamos que admitir que a composição legislativa de 1991 possuía um poder extraordinário. Por meio da Lei Complementar nº 71, teriam aqueles legisladores fixado uma interpretação dotada da mesma hierarquia da norma constitucional, interpretação esta que estaria infensa a qualquer alteração, sob pena de inconstitucionalidade. Na tarefa de concretizar normas constitucionais abertas, a vinculação de determinados conteúdos ao texto constitucional é legítima. Todavia, pretender eternizar um específico conteúdo em detrimento de todos os outros sentidos compatíveis com uma norma aberta constitui, isto sim, uma violação à força normativa da Constituição, haja vista as necessidades de atualização e adaptação da Carta Política à realidade. Tal perspectiva é sobretudo antidemocrática, uma vez que impõe às gerações futuras uma decisão majoritária adotada em uma circunstância específica, que pode não representar a melhor via de concretização do texto constitucional. (...) Ministro Gilmar Mendes Nessa breve história legislativa da COFINS percebese, desde logo, que já sob o regime da Lei Complementar de 1991 a acepção de faturamento adotada pelo legislador não correspondia àquela usualmente adotada nas relações comerciais. Ou seja, já sob o império da Lei Complementar n° 70 se verificara o abandono do conceito tradicional de faturamento, especialmente naquela acepção comercialista que se refere, grosso modo, a operações de venda de mercadorias já concluídas e registradas em fatura. Esse conceito técnicocomercial é invocado expressamente pelos recorrentes. Precedentes do STF Fl. 303DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 278 18 A discussão quanto à legitimidade dessa perspectiva adotada pelo legislador, de abandono de eventuais préconcepções da expressão “faturamento”, não é estranha para este Tribunal. No RE 150.755, da relatoria do Ministro Carlos Velloso (redator do acórdão o Min. Sepúlveda Pertence), em que se discutia a constitucionalidade da contribuição do FINSOCIAL, tal como fixada no art. 28 da Lei n° 7.738, de 1989, admitiuse como legítima a assimilação do conceito de receita bruta ao de faturamento. Nesse precedente, registra a parte final da ementa: 8. A contribuição social questionada se insere entre as previstas no art. 195, I, CF e sua instituição, portanto dispensa a lei complementar: no art. 28 da L. 7.738/89, a alusão a “receita bruta”, como base de cálculo do tributo, para conformarse ao art. 195, I, da Constituição, há de ser entendida segundo a definição do Dl. 2.397/87, que é equiparável à noção corrente de “faturamento” das empresas de serviço.” Especificamente sobre a alegação de que o tributo previsto art. 28 da Lei n° 7.738 não se enquadraria na definição constitucional de faturamento, assentou o Ministro Sepúlveda Pertence: “(...) 43. Convencime, porém, de que a substancial distinção pretendida entre receita bruta e faturamento cuja procedência teórica não questiono , não encontra respaldo atual no quadro do direito positivo pertinente à espécie, ao menos, em termos tão inequívocos que induzisse, sem alternativa, à inconstitucionalidade da lei. 44. Baixada para adaptar a legislação do imposto sobre a renda à Lei das Sociedades por Ações, dispusera o Dl. 1.598, 26.12.77: (...) O recorrente considera que tais precedentes não seriam aplicáveis ao caso, haja vista que o STF teria estabelecido sinonímia entre faturamento e receita bruta quando tais expressões designavam receitas oriundas de vendas de bens e/ou serviços. Tal leitura não é correta. A Corte, ao admitir tal equiparação, em verdade assentou a legitimidade constitucional da atuação do legislador ordinário para densificar uma norma constitucional aberta, não estabelecendo a vinculação pretendida pelo recorrente em relação às operações de venda. Ministro Eros Grau “06. No caso, faturamento terá sido tomado como termo de uma das várias noções que existem as noções de faturamento na e com uma de suas significações usuais atualmente. Sabemos de antemão que já não se a toma como atinente ao fato de ‘emitir faturas’. Nós a tomamos, hoje, em regra, como o resultado econômico das operações empresarias do agente econômico, como ‘receita bruta das vendas de mercadorias e mercadorias e serviços, de qualquer natureza’ [art.22 do decretolei n. 2.397/87]. Esse entendimento foi consagrado no RE 150.764, Relator o Ministro ILMAR GALVÃO, e na ADC n. 1, Relator o Ministro MOREIRA ALVES. 07. Daí porque tudo parece bem claro: em um primeiro momento diremos que faturamento é outro nome dado à receita bruta das vendas e serviços do agente econômico. Essa é uma das significações usuais do vocábulo [i.é., a noção da qual o vocábulo é termo é precisamente esta faturamento é receita bruta das vendas e serviços do agente econômico]. A análise dos precedentes aponta, no entanto – isso Fl. 304DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 279 19 é proficientemente indicado em parecer de HUMBERTO ÁVILA no sentido de inversão dos termos: a lei tributária chamou de receita bruta, para efeitos do FINSOCIAL, o que é faturamento; o conceito de receita bruta [ = receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços], na lei, é que coincide com a noção de faturamento, na Constituição. 08 .Ora, o artigo 3º da Lei n. 9.718/98 não diz mais do que isso. Seu § 1º é que vai além, para afirmar que ali e ali não se cogita de faturamento, mas de receita bruta se trata da totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para tais receitas. (...) 10. (...) Eis o que aí se tem, nesse § 1º do artigo 3º e da Lei nº 9.718/98, uma definição jurídica de receita bruta: a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para tais receitas. 11 .Cumpre então indagarmos se a lei poderia ter afirmado essa definição de receita bruta. A Constituição dizia, anteriormente à EC 20/98, que a seguridade social seria financiada, entre outros, mediante recursos provenientes de contribuição social “dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e os lucros” art. 195, I). A EC 20/98 alterou o preceito, para afirmar que essa mesma contribuição incidirá sobre a folha de salários e outros rendimentos do trabalho, sobre “a receita ou o faturamento” e sobre o lucro. A lei é anterior à EC 20/98, ao tempo em que o artigo 195, I da Constituição afirmava que a contribuição incidiria “sobre a folha de salários, o faturamento e os lucros”. 12. A alteração no texto da Constituição aparentemente, mas não necessariamente, indica alteração do campo de incidência da contribuição. A emenda , ao referir “a receita ou o faturamento”, poderia estar a tomar receita como sinônimo de faturamento e faturamento como sinônimo de receita. Anteriormente à EC 20/98 ela incidia sobre a receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços [= receita bruta], que coincidia, qual afirmou esta Corte, com a noção de faturamento. Após a EC 20/98 ela incide sobre “a receita ou o faturamento”. Ora, se receita bruta [= receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços] coincide, qual afirmou esta Corte, com a noção de faturamento, a inserção do termo de um outro conceito “receita” no texto constitucional há de estar referindo outro conceito, que não o que coincide com a noção de faturamento. Para exemplificar, sem qualquer comprometimento com a conclusão: receita como totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante para a determinação dessa totalidade o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para tais receitas. Temos aí receita bruta, termo de um conceito, e receita bruta, termo de outro conceito. No primeiro caso, receita bruta que é enquadrada na noção de faturamento, receita bruta das vendas e serviços do agente econômico, isto é, proveniente das Fl. 305DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 280 20 operações do seu objeto social. No segundo, receita bruta que envolve, além da receita bruta das vendas e serviços do agente econômico isto é, das operações do seu objeto social aquela decorrente de operações estranhas a esse objeto. (grifos meus). Impõese então distinguirmos: de um lado teremos receita bruta/faturamento; de outro, a receita bruta que excede a noção de faturamento, introduzida pela EC 20/98, para a determinação de cuja totalidade são irrelevantes o tipo de atividade que dá lugar a sua percepção e a classificação contábil adotada. 13. Dirseá que a Constituição, ao não definir faturamento, incorporou noção que dele se tinha à época. Na verdade incorporou uma das noções que dele à época se tinha. A Constituição poóleria [sic], mais do que incorporar, poderia ter contemplado uma definição jurídica, de faturamento. Não o tendo feito, prevaleceu um dos entendimentos possíveis, aquele nos termos do qual receita bruta coincide com a noção de faturamento enquanto receita da venda de mercadorias e da prestação de serviços. Poderia ter prevalecido outro. E cumpre aqui dedicar especial atenção à fundamentação do voto do Ministro Relator Marco Aurélio, que, ainda que faça menção ao conceito de faturamento como sendo a receita vinculada à venda de mercadorias, serviços ou ambos, conforme explicitado na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 11/DF (leitura empregada em data muito anterior à Lei 9.718/98), deixa claro que o problema está no conceito veiculado pelo parágrafo primeiro: o passo mostrouse demasiadamente largo, (...) por incluir no conceito de receita bruta todo e qualquer aporte contabilizado pela empresa, pouco importando a origem, em si, e a classificação que deva ser levada em conta sob o ângulo contábil. Quer dizer, a norma transgrediu o ordenamento jurídico ao transbordar a noção técnicojurídica possível de faturamento e não ao definilo como sendo resultado de outras operações empresariais além das vendas de mercadorias e serviços ou ambos. Ministro Marco Aurélio (Relator) Examino, então, a problemática referente à Lei nº 9.718/98. Aqui há de se perceber o empréstimo de sentido todo próprio ao conceito de faturamento. Eis o teor da lei envolvida na espécie: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Tivesse o legislador parado nessa disciplina, aludindo faturamento sem dar lhe, no campo da ficção jurídica, conotação discrepante da consagrada por doutrina e jurisprudência, terseia solução idêntica à concernente à Lei nº 9.715/98. Tomarse ia o faturamento tal como veio a ser explicitado na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 11/DF, ou seja, a envolver o conceito de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços. Respeitado estaria o Diploma Maior ao estabelecer, no inciso I do artigo 195, o cálculo da contribuição para o financiamento da seguridade social devida pelo empregador, considerado o faturamento. Em última análise, terseia a observância da ordem natural das coisas, do conceito do instituto que é o faturamento, caminhandose para o atendimento da jurisprudência desta Corte. (...) Fl. 306DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 281 21 Não fosse o § lº que se seguiu, terseia a observância da jurisprudência desta Corte, no que ficara explicitado, na Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 1 1/DF, a sinonímia dos vocábulos “faturamento” e “receita bruta”. Todavia, o § 1º veio a definir esta última de forma toda própria: § 1 Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. O passo mostrouse demasiadamente largo, olvidandose, por completo, não só a Lei Fundamental como também a interpretação desta já proclamada pelo Supremo Tribunal Federal. Fezse incluir no conceito de receita bruta todo e qualquer aporte contabilizado pela empresa, pouco importando a origem, em si, e a classificação que deva ser levada em conta sob o ângulo contábil. Essencial que se diga que a questão específica da incidência das Contribuições nas receitas das instituições financeiras terminou por não ser resolvida nas decisões que lastrearam o Recurso Extraordinário 585.235, que outorgou repercussão geral à decisão de extirpar do mundo jurídico o parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. Isso se vê em diversos dos debates colhidos das notas taquigráficas. Seguese um deles. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Sr. Presidente, gostaria de enfatizar meu ponto de vista, para que não fique nenhuma dúvida ao propósito. Quando me referi ao conceito construído sobretudo no RE 150.755, sob a expressão “receita bruta de venda de mercadorias e prestação de serviço”, quis significar que tal conceito está ligado à idéia de produto do exercício de atividades empresariais típicas, ou seja, que nessa expressão se inclui todo incremento patrimonial resultante do exercício de atividades empresariais típicas. Se determinadas instituições prestam tipo de serviço cuja remuneração entra na classe das receitas chamadas financeiras, isso não desnatura a remuneração de atividade própria do campo empresarial, de modo que tal produto entra no conceito de “receita bruta igual a faturamento”. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) Mas, ministro, seria interessante, em primeiro lugar, esperar a chegada de um conflito de interesses, envolvendo uma dúvida quanto ao conceito que, por ora, não passa pela nossa cabeça, O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Mas passa pela cabeça de outros. Já não temos poucas causas, Sr. Ministro, para julgar. Quanto mais claro seja o pensamento da Corte, melhor para a Corte e para a sociedade. O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) Não pretendo, neste julgamento, resolver todos os problemas que possam surgir, mesmo porque a atividade do homem é muito grande sobre a base de incidência desses tributos. E, de qualquer forma, estamos julgando um processo subjetivo e não objetivo e a única controvérsia é esta: o alcance do vocábulo “faturamento”. E, a respeito desse alcance, temos já, na Corte, reiterados pronunciamentos. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO É o que estou fazendo: esclarecendo meu pensamento sobre o alcance desse conceito. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 282 22 O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (RELATOR) Senão, em vez de julgarmos as demandas que estão em Mesa, provocaremos até o surgimento de outras demandas, cogitando de situações diversas. (...) No curso do julgamento, o Colegiado chegou inclusive a adentrar à questão (preocupação mais uma vez manifesta pelo Ministro Cezar Peluso) dos demais parágrafos do artigo 3º da Lei 9.718/98, sem, contudo, chegar a uma conclusão a esse respeito. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Presidente, só uma ponderação. Como o artigo 3º não tem um único parágrafo, mas vários, se for declarada a inconstitucionalidade do caput, os outros parágrafos ficarão soltos, perderão o seu objeto de referência. O SR. MINISTRO CARLOS VELLOSO Ministro, eles ficam soltos e vêm soltos porque se referem ao parágrafo lº: "§ 2º Para. fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta:” Que receita bruta? A que está no § lº. O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO O meu receio é de que haja algum parágrafo que, depois, ganhe certa autonomia e gere dificuldade. É isso que me preocupa. O SR. MINISTRO CARLOS VELLOSO Todos eles são dependentes do § 1º. O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE Todos eles regulam a base de cálculo da COFINS. Se estamos entendendo que o conceito básico e a disciplina do COFINS já estão declarados constitucionais pelo Tribunal... O SENHOR MINISTRO CEZAR PELUSO Estou apenas ponderando quanto ao risco de eventuais incertezas futuras. A SRA. MINISTRA ELLEN GRACIE (PRESIDENTE) Ainda teremos uma sessão de julgamento em que o Ministro Eros Grau trará o seu voto e poderemos eventualmente reajustar. Vêse, sem margem para dúvidas, que se constitui em assunto bastante controvertido, e, por certo, não haverá de, aqui, deixar de sêlo. Com efeito, o alinhamento do entendimento aplicável à matéria depende, em última análise, do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, em Regime (já determinado) de Repercussão Geral, do Recurso Extraordinário nº 609096, a partir de quando, pelo menos no contexto atual e na presente instância, as opiniões pessoais cederão à hierarquia da jurisdição. Enquanto não consumado o julgamento do RE pelo Pretório Excelso, cumpre a este Colegiado escolher a interpretação que considera correta e determinar o cumprimento da decisão em âmbito administrativo. Nestas condições, pareceme que, a despeito das reticências que se extraem do debate travado entre Ministros da Suprema Corte, uma vez que não foi declarada a inconstitucionalidade do caput do artigo 3º, necessário distinguir que a base de cálculo, até Fl. 308DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 283 23 então adstrita à receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza, passou a ser também identificada, simplesmente, como receita bruta. De fato, ao declarar a inconstitucionalidade apenas do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, o Supremo Tribunal Federal não deixou outro caminho, se não o que conduz o intérprete a compreensão de que é constitucional a definição insculpida no caput do artigo. A alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 20/98 teve por escopo justamente permitir que a receita, lato sensu, fosse alcançada pelas contribuições para o financiamento da seguridade social. Como foi observado pelo Exmo. Ministro Carlos Britto, a autorização introduzida pela Emenda autoriza, justamente, a incidência sobre as receitas que estariam especificadas no parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. A conclusão a que se chega é que depois da Lei 9.718/98 e da declaração da inconstitucionalidade do parágrafo 1º de seu artigo 3º, apenas a receita típica da pessoa jurídica e não a totalidade das receitas auferidas por ela poderiam integrar a base de cálculo das Contribuições. Quanto a isso, que se diga que não se desconhecem os diversos Acórdãos do Supremo Tribunal Federal que, depois da decisão pela inconstitucionalidade do parágrafo primeiro, fazem remissão ao conceito de faturamento que parecia pacificado antes da entrada em vigor da Lei 9.718/98, o da Lei Complementar 70/91. Sobre o assunto, imperioso pontuar que emerge inconfundível das manifestações colhidas dos votos dos Ministros que participaram dos leading case do Recurso Extraordinário 585.235, que é nítido o entendimento de que jamais pretendeuse “a constitucionalização de preconcepções doutrinárias não incorporadas expressamente no texto constitucional”, nem o reconhecimento de “um específico conceito constitucional de faturamento11“. A dedução remissiva ao status anterior da base imponível encontrada em muitos acórdãos decorre da destinação das decisões onde eles se encontram, em processos nos quais discutiase o direito do contribuinte de afastar o inconstitucional alargamento da base de cálculo e não a amplitude do conceito de faturamento que, me arrisco dizer, não foi objeto daquelas lides. E que se diga, no caso concreto o provimento judicial, embora refirase à venda de mercadorias e prestação de serviços de qualquer natureza, acrescenta, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. Isto tudo esclarecido, que se diga, há, ainda, outras questões que merecem ser levadas em consideração. Do parágrafo 2º ao parágrafo 9º do artigo 3º, assim como na MP 2.158/01, encontramse exclusões permitidas da base de cálculo das Contribuições apuradas no Sistema Cumulativo que não fariam nenhum sentido se essa as instituições financeiras continuassem sujeitas à incidência apenas sobre as receitas provenientes da prestação de serviços stricto sensu. Outrossim, resgatando mais uma vez o arcabouço normativo histórico da Cofins, vêse que a Lei Complementar nº 70/91, ao disciplinar de maneira ampla a incidência da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, seu raio de alcance e 11 As duas remissões são à manifestação, antes reproduzida, do Exmo. Ministro Ilmar Galvão. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 284 24 fonte de financiamento das atividadesfins das áreas de saúde, previdência e assistência social, excluiu as instituições financeiras do pagamento da Contribuição e elevou a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por elas devida. Lei Complementar 70/91 Art. 11. Fica elevada em oito pontos percentuais a alíquota referida no § 1° do art. 23 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, relativa à contribuição social sobre o lucro das instituições a que se refere o § 1° do art. 22 da mesma lei, mantidas as demais normas da Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações posteriormente introduzidas. Parágrafo único. As pessoas jurídicas sujeitas ao disposto neste artigo ficam excluídas do pagamento da contribuição social sobre o faturamento, instituída pelo art. 1° desta lei complementar. Lei 8.212/91 Art. 23. As contribuições a cargo da empresa provenientes do faturamento e do lucro, destinadas à Seguridade Social, além do disposto no art. 22, são calculadas mediante a aplicação das seguintes alíquotas: I 2% (dois por cento) sobre sua receita bruta, estabelecida segundo o disposto no § 1º do art. 1º do Decretolei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, com a redação dada pelo art. 22, do Decretolei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, e alterações posteriores; 9 II 10% (dez por cento) sobre o lucro líquido do períodobase, antes da provisão para o Imposto de Renda, ajustado na forma do art. 2º da Lei nº 8.034, de 12 de abril de 1990. 10 § 1º No caso das instituições citadas no § 1º do art. 22 desta Lei, a alíquota da contribuição prevista no inciso II é de 15% (quinze por cento). § 2º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas de que trata o art. 25. Não somente a Lei 9.718/98, mas outras medidas legislativas que se seguiram, como fazem exemplo a MP 2.158/01 e, mais tarde, as Leis 10.637/03 e 10.833/03, que introduziram o Sistema NãoCumulativo das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, revisaram o Sistema de financiamento da Seguridade Social, incluindo as instituições bancárias no rol de contribuintes sujeitos ao recolhimento da exação fiscal. Vejase. Se o que se discute é a possibilidade de que estejam extirpados do ordenamento jurídico todas as disposições normativas introduzidas pelo artigo 3º da Lei 9.718/98 e MP 2.158/01, então haveria de se estar faltando em exclusão total do pagamento da Cofins, uma vez que a revogação tácita do parágrafo único do artigo 11 da Lei Complementar 70/91 decorre das disposições introduzidas pelo artigo 3º da Lei 9.718/98 e MP 2.158/0112. Já no que concerne à alteração introduzida recentemente pela Lei 12.973/04 e a correspondente exposição de motivos, importante observar que se trata de uma inovação na definição da receita bruta que alcança a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins e Contribuição para o PIS/Pasep, essas duas últimas, também quando 12 Como disse antes, faço remissão à Cofins mesmo que o assunto dos autos restrinjase ao PIS. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10675.905078/200980 Acórdão n.º 9303002.953 CSRFT3 Fl. 285 25 calculadas no Sistema NãoCumulativo de apuração. A exposição de motivos não deixa claro para qual desses tributos e contribuições estarseia passando a tributar fato gerador novo, inaugural no mundo jurídico tributário. A despeito disso, não há como interpretar que a Lei tenha encerrado a questão da incidência ou não das Contribuições sobre o spread bancário para fato geradores anteriores a sua entrada em vigor. As manifestações colhidas da mais alta instância da jurisdição brasileira mostram que tratase de um assunto em aberto, que será decidido apenas quando com o trânsito em julgado do Recurso Extraordinário nº 609096. De resto, não será demais acrescentar que o vernáculo serviço, cujo produto da venda é base de cálculo das Contribuições, admite múltiplas concepções. No âmbito do Acordo Geral sobre Comércio e Serviços – GATS, por exemplo, o spread bancário é textualmente incluído no rol de atividades designadas como tal. De fato, não há como afirmar que a inclusão da atividade bancária no conceito de serviços seja uma violação a preceitos constitucionais ou ao ordenamento jurídico pátrio. A palavra serviço amoldase muito bem às mais diferentes atividades. Muito diferente é o que ocorre, por exemplo, com a atividade de locação. Como apontado pelo Ministro Cesar Peluso, justamente no votovista em que propôs a inclusão de todas as receitas decorrentes da atividade típica da pessoa jurídica na base de cálculo das Contribuições, “a Corte julgou inconstitucional a exigência de imposto sobre serviços na ‘locação de bens móveis’, por delirar do conceito de serviços pressuposto pela Constituição na outorga de competência aos municípios. Da ementa consta: RE 116.1213 “TRIBUTO FIGURINO CONSTITUCIONAL. A supremacia da Carta Federal é conducente a glosarse a cobrança de tributo discrepante daqueles nela previstos. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS CONTRATO DE LOCAÇÃO. A terminologia constitucional do Imposto Sobre Serviços revela o objeto da tributação. Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo considerado contrato de locação de bem móvel. Em direito, os institutos, as expressões e os vocábulos têm sentido próprio, descabendo confundir a locação de serviços com a de móveis, praticas diversas regidas pelo Código Civil, cujas definições são de observância inafastável art. 110 do Código Tributário Nacional.” Por todo o exposto, meu VOTO é por negar provimento ao Recurso Especial. Ricardo Paulo Rosa Fl. 311DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 25/11/2014 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 02/ 12/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 10166.008785/2003-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
Empréstimo Compulsório Eletrobrás - Restituição - Compensação
É incabível a compensação de tributos e contribuições federais administrados pela RFB com pretenso crédito de Empréstimo Compulsório da Eletrobrás de natureza não tributária, por falta de previsão legal.
Numero da decisão: 1401-001.368
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto Relator e Presidente em exercício
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Carlos Mozart Barreto Vianna, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: Relator
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto – Relator e Presidente em exercício Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Carlos Mozart Barreto Vianna, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Antonio Bezerra Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 00 87 85 /2 00 3- 81 Fl. 424DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10166.008785/200381 Acórdão n.º 1401001.368 S1C4T1 Fl. 425 2 Relatório Tratase de analisar recurso voluntário perante Acórdão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de julgamento em BrasíliaDF. Adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância, compondo em parte este relatório: Trata o presente processo de requerimento protocolado em 07/08/2003 (fls. 1/2), no qual o patrono da empresa, acima identificada Élvis Del Barco Camargo Procuração fl. 5 , solicita compensação de débitos tributários vencidos e vincendos, no valor de R$ 199.687, 88, confessados em DCTF a partir da data de protocolo, com pretenso crédito de empréstimo Compulsório instituído pela Lei n° 4.156, de 1962, constante das Cautelas de Obrigações da Eletrobrás n°s 096208 e 096209. Às fls. 134/135, com base em laudo de atualização monetária fls. 136 a 147 , informa o pretenso crédito relativo às cautelas de Obrigações da eletrobrás no valor de R$ 1.456.699,68, que pretende utilizar nas compensações requeridas na peça inicial. A empresa interessada foi intimada (fl. 245) para esclarecer o fato de não haver nas DCTF do primeiro trimestre de 2006 a indicação do processo administrativo ou Per/Dcomp a que se referem os débitos compensados (fls. 229 a 244), cuja resposta a essa intimação, encontrase às fls. 249 a 279. A autoridade administrativa competente examinou a questão e no despacho decisório (fls. 356/359), datado de 23/03/2007, considerando não haver amparo legal à declaração de compensação que utiliza crédito decorrente de empréstimo compulsório sobre energia elétrica, por ser este não administrado pela Receita Federal, decidiu considerar como não declarada a compensação solicitada, objeto deste processo. No despacho decisório consta ainda informação de que não cabe manifestação de inconformidade, tendo a empresa interessada tomado ciência da decisão em 23/03/2007, no próprio despacho decisório (fl. 359). Inconformada apresentou em 29/03/2007, por intermédio de seu procurado (Élvis Del Barco Camargo), a manifestação de inconformidade (fls. 365 a 372), na qual transcreve breve histórico e em questão de direito, em resumo, apresenta os seguintes argumentos de defesa: compensou o seu crédito de empréstimo compulsório sobre energia elétrica instituído pela União Federal (art. 148, CF/88), com os seus débitos fiscais federal (vencidos e/ou vincendos, até o limite do crédito), pois entende que a Receita Federal é obrigada a restituir referido tributo, sob pena de confisco, o qual é vedado pela Carta Magna no seu artigo 150, IV, CF/88. é importante não perder de vista que foi a União quem instituiu o empréstimo compulsório (art. 148, CF/88 c/c Lei 4.156/62) e quem recebeu, sendo obrigada a restituir em dinheiro, sob pena de confisco (art. 150, IV, CF/88), inexistindo, portanto, óbice à compensação, a qual é uma espécie de restituição menos gravosa do que a restituição em dinheiro; Fl. 425DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10166.008785/200381 Acórdão n.º 1401001.368 S1C4T1 Fl. 426 3 a União é devedora solidária (juntamente com a Eletrobrás) para com o empréstimo compulsório recebido em dinheiro (art. 4o, §3°, da Lei 4.156/62), ratificando, a sua obrigação de restituir o tributo recebido, inclusive, por via da compensação tributária, que lhe é menos onerosa (art. 620, CPC). Neste sentido, há os seguintes julgados (transcreve ementas de decisões e de acórdãos judiciais) administração do empréstimo compulsório, mesmo que se esqueça, foi a União quem recebeu e destinou para onde bem quis, FOI A RECEITA FEDERAL QUEM ADMINISTROU A UTILIZAÇÃO DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA. INCLUSIVE FISCALIZANDO A SUA UTILIZAÇÃO. E. AINDA RECEBEU UMA PARTE DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO PARA CUSTEAR AS DESPESAS DA ADMINISTRAÇÃO DE TAL RECURSO TOMADO DOS CONTRIBUINTES: os artigos 6o, 7o, 8o 10°, 19° e 20° e seu respectivo parágrafo do Decreto 68.419/71 prevêem expressamente a obrigação da Secretaria da Recata Federal em fiscalizar a utilização de empréstimo compulsório sobre energia (conhecido também por imposto único sobre energia elétrica), bem como fiscalizar a utilização dos recursos e serviços, nos moldes de suas jurisdições, além do recebimento do próprio imposto, na falta de outros agentes arrecadadores, aprovar modelos de guias de recebimento, instaurar de processo fiscal em face de eventual inadimplemento, receber 0,5% do. imposto para fazer frente a despesa com arrecadação, dirigir os serviços de fiscalização etc; todas essas atribuições demonstram que a Receita Federal foi quem administrou os recursos decorrentes do empréstimo compulsório sobre energia elétrica, além de ter inclusive recebido o imposto (03% art. 7° e S° do Decreto 68.419/71), exatamente como acontece hoje, em razão do disposto no artigo 74, da Lei 9430/96, com a redação dada pelo art. 49 da Lei 10.673/2002, não havendo falar em óbice ao deferimento do pedido de compensação, porque a Receita Federal supostamente não administrava os recursos do empréstimo compulsório sobre energia elétrica. 1.1 DA MULTA APLICADA DESCABIMENTO a compensação por si só não justifica a aplicação de multa, ainda mais quando a contribuinte oferta todos os elementos para a tributação. Esclarecer que não houve omissão de receita, fraude, dolo ou qualquer outra espécie de prática de ato ilícito por parte dela, não havendo falar em aplicação de penalidade em razão do pleito compensatório. No pedido, requer seja julgado procedente o pedido formulado no requerimento exordial e seja homologada a compensação pretendida, bem como a exclusão da multa aplicada. A autoridade fiscal responsável pelo feito antes de enviar o presente processo a esta DRJ/Brasília, considerando que a solicitação de compensação foi apresentada antes da entrada em vigor da Lei n° 11.051, 29/12/2004, decidiu rever de ofício a sua decisão para considerar "COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA", em vez de "COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA". A DRJ INDEFERIU o pleito, nos termos da ementa a baixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 426DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10166.008785/200381 Acórdão n.º 1401001.368 S1C4T1 Fl. 427 4 Anocalendário: 2005 Empréstimo Compulsório Eletrobrás Restituição Compensação É incabível a compensação de tributos e contribuições federais administrados pela RFB com pretenso crédito de Empréstimo Compulsório da Eletrobrás de natureza não tributária, por falta de previsão legal. Irresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs recurso voluntário a este CARF (fls. 390/400), repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório Fl. 427DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10166.008785/200381 Acórdão n.º 1401001.368 S1C4T1 Fl. 428 5 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator Conhecimento: Vale para o conhecimento do presente recurso as mesmas considerações feitas pela DRJ: A manifestação de inconformidade, protocolizada em 29/03/2007, contra a decisão que considerou não declarada a compensação, embora tempestiva e atender as demais formalidades legais de admissibilidade, previstas no Decreto n.° 70.235, de 06/03/1972, não poderia ser apreciada por esta Turma de Julgamento, por falta de previsão legal; contudo, como a decisão foi revista de oficio pela autoridade fiscal competente para considerar compensação não homologada, consoante o disposto no artigo 48 da IN SRF no 600, de 2005, dela se toma conhecimento. Feitas essas observações preambulares, tomo conhecimento do recurso, pois preenche os requisitos de admissibilidade. O ponto relevante da presente lide tratase de analisar implicância no reconhecimento de pretenso crédito (empréstimo compulsório) de natureza não tributária, oriundo de duas obrigações ao portador emitidas pela ELETROBAS, bem como a sua compensação com débitos tributários. A DRJ em um voto muito bem fundamentado com o qual me alinho em todos os seus termos, opõe vários obstáculos ao pleito da Recorrente de compensar créditos de natureza não tributária com débitos tributários. Apesar de me alinhar fielmente aos argumentos expendidos pela DRJ, motivo pelo qual adotoos também como fundamentos do presente voto como se aqui estivessem transcritos, para mim, são suficientes para o indeferimento do pleito as razões que passo a destacar. Cumpre inicialmente investigar a legislação correlata. Assim dispôs o caput do art. 170 do CTN, in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Grifouse) Como se percebe, a compensação, como medida de extinção do crédito tributário, depende de expressa previsão legal. Nesse sentido, “A compensação, em matéria tributária, não é modalidade comum de extinção do crédito, mas modalidade especial, cuja instituição depende de lei, que fixará os critérios e condições em que ela poderá ocorrer” do REsp n° 373.264 – RJ) Fl. 428DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10166.008785/200381 Acórdão n.º 1401001.368 S1C4T1 Fl. 429 6 A referida modalidade especial de extinção do crédito tributário está disposta especificamente no art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003, que dispõe, ipsis litteris: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Grifouse) A leitura dos dispositivos supracitados permite concluir; entre outras condições, primeiro, que os créditos devem ser próprios; segundo, devem se referir a tributos e contribuições administrados pela SRFB; por último, tais créditos têm que ser passíveis de restituição ou ressarcimento. Logo, além de tudo que foi colocado como óbice pela DRJ, não há previsão legal para reconhecer a compensação pretendida pela recorrente de créditos não administrados pela Receita Federal do Brasil, isto é, créditos de natureza não tributárias. Execução A autoridade julgadora deverá atentar para o fato de não cobrar em duplicidade o mesmo crédito tributário constante do auto de infração referente ao processo n. 10166.008785/200381, ora julgados em conjunto que foi motivo de compensação no presente processo. Em face de tudo que foi exposto, nego provimento ao recurso, mantendo assim a nãohomologação das compensações pleiteadas. Por todo o exposto, NEGO provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 429DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO
score : 1.0
Numero do processo: 10380.015336/2008-69
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Nova Lei limitou a multa de mora a 20%.
A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte.
PEDIDO DE PERÍCIA. REQUISITOS. INDEFERIMENTO.
O indeferimento do pedido de perícia não caracteriza cerceamento do direito de defesa, quando demonstrada sua prescindibilidade.
Recurso Voluntário Provido em parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2403-002.746
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para determinar o recálculo da multa de mora de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 (art. 61 da Lei 9.430/96) Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues ePaulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Nova Lei limitou a multa de mora a 20%. A multa de mora, aplicada até a competência 11/2008, deve ser recalculada, prevalecendo a mais benéfica ao contribuinte. PEDIDO DE PERÍCIA. REQUISITOS. INDEFERIMENTO. O indeferimento do pedido de perícia não caracteriza cerceamento do direito de defesa, quando demonstrada sua prescindibilidade. Recurso Voluntário Provido em parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para determinar o recálculo da multa de mora de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/09 (art. 61 da Lei 9.430/96) Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 53 36 /2 00 8- 69 Fl. 470DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues ePaulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 471DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.015336/200869 Acórdão n.º 2403002.746 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza, Acórdão 0815.824 da 5ª Turma, que julgou a impugnação procedente em parte. O lançamento referese a parcela não declarada em GFIP (valores extraídos da contabilidade) sendo que o julgamento de primeira instância reconheceu que alguns valores haviam sido declarados e deveriam ser excluídos. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Tratase de Auto de Infração (AI) DEBCAD n° 37.161.5240, lavrado em nome do sujeito passivo acima identificado doravante chamado impugnante ou empresa, no montante total de R$ 175.993,46 (cento e setenta e cinco mil, novecentos e noventa e três reais e quarenta e seis centavos). Foram incluídas no presente crédito as contribuições previdenciárias incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e destinadas a outras entidades ou fundos (Salário Educação, INCRA, SEBRAE, SESI e SENAI), conforme determinado art. 3º da Lei 11.457/2007. Irresignada com a autuação, a empresa apresentou impugnação às fls. 53/69, acompanhada dos documentos de f1s. 70/193, na qual alega em síntese: a empresa somente foi intimada para apresentar o livro razão de 2004, motivo pelo qual "os elementos comprobatórios do recolhimento das exações, ora anexos, não foram sequer requeridos, razão pela qual não lhe foram apresentados"; a impugnante está sendo levianamente prejudicada em seu direito de contribuinte, pois tais contribuições já estão recolhidas em GFIP; não foram compensados os valores referentes à saláriofamília e saláriomaternidade a que faz jus a empresa; somente é possível a estipulação de juros de mora em valor diferente de 1% por meio de lei complementar, o que não é o caso dos juros SELIC, motivo pelo qual é ilegal e inconstitucional tal exação; a natureza da taxa SELIC é de juros remuneratórios e não moratórios, ademais sua instituição e definição se dá por Fl. 472DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 circular do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil, demonstrando ser instrumento de política monetária, inaplicável a sua aplicação na relação jurídica fisco contribuintes; a estipulação de juros para débitos tributários em atraso só pode ser feita por lei, o que não é o caso dos juros SELIC, sua definição e atualização se dá por circular; a natureza remuneratória dos juros SELIC é incompatível com a atividade estatal de tributação, assim é que a mora do devedor não deve proporcionar fonte de receita extraordinária ao fisco; por fim, acerca dos juros SELIC, resta dizer que se trata de verdadeiro confisco, prática constitucionalmente vedada; é impossível a empresa sofrer autuação pela não apresentação de documentos não solicitados; Finalmente, requer a expurgação dos juros de mora e multa aplicados, substituindoos pela atualização monetária, a suspensão da exigibilidade nos termos do inciso III do art. 151 do CTN, a nulidade do Auto, em virtude da não solicitação de documentos, bem como a realização de vistoria complementar da documentação da impugnante. Não sendo este o entendimento, que se julgue improcedente o presente Auto e se determine a tomada de depoimento pessoal das partes, ajuntada posterior de documentos, perícia contábil, requisição de informações, tudo em respeito ao contraditório e à ampla defesa. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Ratifica o alegado na impugnação. · Requer perícia. · Limitação da multa a 20%. É o relatório. Fl. 473DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.015336/200869 Acórdão n.º 2403002.746 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. A recorrente ratifica todos argumentos apresentados na impugnação, sem combater os argumentos apresentados quando do julgamento de primeira instância, que analisou com detalhes o que foi declarado pela recorrente e seus recolhimentos. O destaque foi o pedido de perícia. Entendo que as questões levantadas na impugnação foram devidamente analisadas no julgamento de primeira instância, que analisou as bases de cálculo, competência por competência, excluindo valores já declarados. Para a perícia, da mesma forma que a primeira instância, entendo desnecessária. Fl. 474DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Sobre o pedido de perícia e diligência, julgo estas desnecessárias, por não envolverem ponto relevante para o deslinde da questão, além de estar perfeitamente instruído o presente processo com todos os elementos necessários ao seu julgamento, com supedâneo no art. 18 do Decreto 70.235/72, verbis: ... Para a questão de multa, entendo assistir razão à recorrente. A multa de mora aplicada teve por base o artigo 35 da Lei 8.212/91, que determinava aplicação de multa que progredia conforme a fase e o decorrer do tempo e que poderia atingir 50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal. Ocorre que esse artigo foi alterado pela Lei 11.941/2009, que estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 61 da Lei 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Visto que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para comparála com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. CONCLUSÃO À vista do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91 e prevalência da mais benéfica ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 475DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.015336/200869 Acórdão n.º 2403002.746 S2C4T3 Fl. 5 7 Fl. 476DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 15885.000489/2007-63
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1988 a 01/02/2007
PRELIMINAR ÚNICA. TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU. CONSTA DOS AUTOS QUE TODOS OS DOCUMENTOS APREENDIDOS FORAM DEVOLVIDOS. ALÉM DISSO FICOU DEMONSTRADO NO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E NO ACÓRDÃO DA APELAÇÃO E DO REEXAME NECESSÁRIO DO TRF3 QUE INEXISTEM ELEMENTOS CAPAZES DE AFIRMAR QUE DISOS TIVESSEM SIDO APREENDIDAS. ASSIM A CONTAGEM DO PRAZO DE IMPUGNAÇÃO COMEÇOU A CORRER, NA DATA DA CIENTIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO DO TRF3. DEIXANDO O CONTRIBUINTE QUE ESTE TRANSCORRE-SE IN ALBIS. O QUE CONFIGUROU A INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU, POIS APRESENTADA APÓS TRANSCORRIDO - DUZENTOS E SESSENTA E NOVE DIAS DA INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2803-003.901
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente).
Helton Carlos Praia de Lima. Presidente
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira. Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Fabio Pallaretti Calcini, Gustavo Vettorato.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1988 a 01/02/2007 PRELIMINAR ÚNICA. TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU. CONSTA DOS AUTOS QUE TODOS OS DOCUMENTOS APREENDIDOS FORAM DEVOLVIDOS. ALÉM DISSO FICOU DEMONSTRADO NO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E NO ACÓRDÃO DA APELAÇÃO E DO REEXAME NECESSÁRIO DO TRF3 QUE INEXISTEM ELEMENTOS CAPAZES DE AFIRMAR QUE DISO’S TIVESSEM SIDO APREENDIDAS. ASSIM A CONTAGEM DO PRAZO DE IMPUGNAÇÃO COMEÇOU A CORRER, NA DATA DA CIENTIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO DO TRF3. DEIXANDO O CONTRIBUINTE QUE ESTE TRANSCORRESE IN ALBIS. O QUE CONFIGUROU A INTEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU, POIS APRESENTADA APÓS TRANSCORRIDO DUZENTOS E SESSENTA E NOVE DIAS DA INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente). Helton Carlos Praia de Lima. –Presidente (Assinado digitalmente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 88 5. 00 04 89 /2 00 7- 63 Fl. 448DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 449 2 Eduardo de Oliveira. – Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Fabio Pallaretti Calcini, Gustavo Vettorato. Fl. 449DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 450 3 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD DEBCAD 37.083.6928, que objetiva o lançamento das contribuições sociais previdenciárias, decorrentes da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da recorrente da categoria de empregados – parte descontada dos segurados, bem como retenções destacadas em notas fiscais de prestação de serviços e não recolhidas, conforme Relatório Fiscal da NFLD – REFISC, de fls. 36 a 40, com período de apuração de 01/1988 a 01/2007, conforme Mandado de Procedimento Fiscal MPF, de fls. 13 a 15. O sujeito passivo foi cientificado da autuação, em 27/04/2007, conforme Folha de Rosto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, de fls. 01. O contribuinte apresentou sua defesa, em 22/12/20011, as fls. 153 a 176, acompanhada dos documentos, de fls. 172 a 185. A SAFIS da DRF – origem emitiu a Informação Fiscal IF, de fls. 193 194, onde afirma que todos os documentos apreendidos foram devolvidos e que não ficou caracterizado a apreensão de DISO’s, fazendo transcrição de outros documentos que juntou à IF. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 1443.401 7ª, Turma DRJ/RPO, em 30/07/2013, fls. 382 a 387. No qual a impugnação não foi conhecida, ante a rejeição da preliminar de tempestividade da impugnação. O contribuinte tomou conhecimento da decisão da DRJ, em 13/12/2013, conforme AR, de fls. 394. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição com razões recursais, as fls. 397 e 441, recebida, em 10/01/2014, acompanhado dos documentos, de fls. 442 a 444. As razões recursais estão a seguir sumariadas, relativamente apenas a questão preliminar da tempestividade da impugnação de primeiro grau, pois mesmo que reconhecida e acatada não permite o conhecimento do mérito por parte deste Conselho, em razão da supressão de instância, situação que demandaria a devolução dos autos ao primeiro grau para julgar o mérito da impugnação. Preliminar. · que a impugnação de primeiro grau é tempestiva, pois apesar de ter recebido cópia do ofício que informa ao Juízo da 3ª Vara Federal de Bauru/SP a devolução dos documentos apreendidos, isso não ocorreu in totum, uma vez que as DISO’s de obras não foram devolvidas e a Fl. 450DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 451 4 sentença da medida cautelar fixa que o prazo para impugnação só começaria a correr a partir da devolução de todos os documentos apreendidos; · que para se evitar a alegação de omissão ou inércia da recorrente esta apresenta impugnação resguardando seu direito de defesa, ainda, que não devolvidas as DISO’s; · que após julgamento da impugnação em primeiro grau que rejeitou a preliminar e não conheceu da impugnação sob o fundamento de intempestividade daquele foi aberto prazo para recurso, relativamente, apenas quanto a alegação de tempestividade; · que demonstrada a tempestividade da impugnação de primeiro grau se passa a expor a questões de mérito recursal. Não há pedido realizado em razão das questões arguidas em preliminar. A autoridade preparadora reconheceu a tempestividade do recurso, fls. 446. O processo foi remetido ao CARF, fls. 446. Os autos foram sorteados e distribuídos a esse conselheiro, em 18/07/2014, Lote 09, fls. 447. É o Relatório. Fl. 451DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 452 5 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é tempestivo e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade ele merece ser apreciado. Preliminar – Intempestividade da impugnação de primeiro grau. O presente crédito foi lançado, em 27/04/2007, assim sendo o prazo para a contagem do prazo para impugnação deveria começar a correr, em 30/04/2007, em tese, e encerrarseia, em 14/05/2007. Contudo, tal prazo foi suspenso em razão da decisão liminar concedida na medida cautelar inominada nº 2007.61.08.0042401 e confirmada pela sentença de mérito, extrato abaixo transcrito. Consulta da Movimentação Número : 51 PROCESSO 000424075.2007.4.03.6108 Autos com (Conclusão) ao Juiz em 06/08/2007 p/ Sentença *** Sentença/Despacho/Decisão/Ato Ordinátorio Tipo : A Com mérito/Fundamentação individualizada /não repetitiva Livro : 3 Reg.: 106/2009 Folha(s) : 110 Posto isso, julgo procedentes os pedidos, para tornar definitiva a liminar deferida, condenando a requerida a proceder a devolução de todos os documentos ainda retidos (por conta de busca e apreensão determinada nos autos de apuração criminal que tramita na 3ª Vara Federal de Bauru), e imprescindíveis à defesa administrativa, em especial os DISO referidos na inicial, bem como, fixando que o prazo de 15 (quinze) dias para a defesa só comece a fluir da data em que comprovada a efetiva e correta forma de devolução da documentação pela requerida. Condeno a ré ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, arbitrados em dez por cento sobre o valor dado à causa, Fl. 452DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 453 6 atualizado monetariamente até o efetivo pagamento.Desnecessária a remessa dos autos ao SEDI, tendo em vista que houve correção do pólo passivo automaticamente pelo sistema processual.Sentença sujeita a reexame necessário.Publiquese. Registrese. Intimemse. Ato Ordinatório (Registro Terminal) em : 19/03/2009 A decisão liminar foi objeto de Agravo 2007.03.00.0693964 AG 304351, o qual foi assim decidido, veja a transcrição. Diante do exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, posto que manifestamente inadmissível, nos termos do art. 557, § 1°A, do Código de Processo Civil e nos termos da fundamentação supra. Publiquese. Intimese. Após o cumprimento das formalidades cabíveis, dêse baixa à Vara de origem. São Paulo, 14 de dezembro de 2007. A sentença de mérito da medida cautelar inominada foi desafiada por Apelação da União Federal e submetida ao Reexame Necessário, os termos dessa decisão estão assim determinados. Diante do exposto, de ofício, julgo extinto o processo, sem resolução de mérito, nos termos do disposto no artigo 267, inciso VI, do Código de Processo Civil, no tocante ao pedido de devolução dos documentos apreendidos, restando prejudicado, nesta parte, o apelo da União Federal. No tocante à contagem do prazo para a interposição do recurso administrativo, rejeito as preliminares e nego provimento à apelação da União Federal e dou parcial provimento ao reexame necessário para reformar parcialmente a sentença e julgar parcialmente procedente o pedido formulado na inicial para que o prazo para a interposição do recurso administrativo tenha como início a data de conclusão do procedimento de devolução efetuado no âmbito da medida de busca e apreensão penal ou a data da intimação da presente decisão, o que ocorrer por último, restando sem efeito a liminar de fl. 316.(destaques do original). Mantenho o ônus da sucumbência tal como estabelecido na sentença, uma vez que a autora decaiu em parte mínima do pedido (Parágrafo único do artigo 21 do Código de Processo Civil), dada a preponderância da impossibilidade de decurso de prazo para interposição do recurso administrativo enquanto os documentos estavam em poder da Administração Pública. Uma vez observadas as formalidades legais e efetuadas as devidas certificações, encaminhemse os autos à origem. Fl. 453DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 454 7 São Paulo, 11 de março de 2011. COTRIM GUIMARÃES Desembargador Federal Ou seja, está última decisão judicial modificou o marco da contagem do prazo para impugnação administrativa, fixando duas possibilidades, considerando a que ocorrer por último: 1) o prazo para a interposição do recurso administrativo teria como início a data de conclusão do procedimento de devolução efetuado no âmbito da medida de busca e apreensão penal; 2) a data da intimação da decisão do TRF3 na apelação e reexame necessário. Verifico que consta, as fls. 72, dos presentes autos o Ofício DRF/BAU/SAFIS Nº 301, datado de 24/12/2009, remetido ao D. MM Juiz Federal, que oficia a frente do feito nº 2003.61.08.0126184 – 3ª Vara Federal Bauru, remetido e recebido, via AR, de fls. 72, em 05/01/2010, informando que todos os documentos foram devolvidos. Todavia, a empresa recorrente sustenta desde a primeira manifestação que DISOS’s não teriam sido devolvidas, o que impediria o início da fluência do prazo de impugnação. Entretanto, tal alegação não merece prosperar e três razões básicas levam a essa conclusão, como a seguir se demonstrará. A primeira, é que ficou consignado que toda a documentação foi devolvida, sendo tal fato comunicado ao D. MM Juiz Federal, que oficia a frente do feito nº 2003.61.08.0126184 – 3ª Vara Federal Bauru, o que ocorreu, em 05/01/2010, fls. 72, o que levaria o prazo final para impugnação para 03/02/2010, uma vez que nessa data o prazo já era de trinta dias. A segunda, é o fato de que ficou constatado e afirmado que não existiam DISO’s a serem devolvidas, pois não foram apreendidos tais documentos, como ficou asseverado nos autos pelos agentes do fisco em duas passagem que transcrevo. Transcrição da transcrição, contida na IF “V DAS ALEGAÇÕES DA EMPRESA DE CERCEAMENTO DE DEFESA De todo o exposto, são totalmente improcedente e inverídicas as alegações da empresa, uma vez que não consta relacionadas nas atas de abertura de todas as caixas objeto de apreensão judicial a descrição DISO’S de obras, tudo como citado no item II e III, e muito menos há que se falar em cerceamento de defesa uma vez que para a apuração das contribuições devidas esta Fiscalização utilizouse dos documentos que foram objetos da apreensão e que já foram totalmente devolvidos. Resumindo, dentre os documentos apreendidos e depois devolvidos ou retidos mediante fornecimento de cópias ao contribuinte, não foi relacionada DISO alguma; se é que Fl. 454DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 455 8 estavam dentre os documentos apreendidos, foram ao contribuinte devolvidas.” Transcrição da IF 4. Dessa forma, todos os procedimentos feitos, no processo de apreensão e devolução dos documentos, durante a ação fiscal e após o encerramento da mesma, estão detalhados no anexo. Portanto, entendo que as alegações referentes às DISOs tem apenas caráter protelatório. Não fosse isso suficiente o I. Des. Federal Cotrim Guimarães no Acórdão da apelação e do reexame necessário, deixou claro que os documentos constantes dos autos não permitem concluir que DISO’s foram apreendidas, vejase a passagem transcrita. Os documentos constantes dos presentes autos não permitem concluir no sentido da efetiva apreensão das DISO's, fatos que foram negados pela União Federal e que não foram impugnados pela autora, conforme se verifica dos documentos de fls. 324/508 e a certidão de fl. 512. A terceira, verificase no Acórdão da Apelação e Reexame Necessário, pois o I. Des. Federal Cotrim Guimarães no dispositivo determinou duas formas de contagem do prazo aproveitandose o que ocorresse por último e no caso o que ocorreu por último foi a data da intimação do Acórdão da Apelação e Reexame Necessário, uma vez que como demonstrado acima a conclusão da devolução se deu, em 05/01/2010, e, o intimação da decisão do TRF3 se deu, conforme consta a seguir. A data da intimação da decisão dos autos n° 2007.61.08.004240 1, ocorreu em 28/03/2011 e, em consulta ao sistema de controle de documentos e processos (Cdoc e Comprot), não houve interposição de recurso administrativo até a presente data. Destarte, a data de início do prazo para impugnação deve ser considerado como sendo 28/03/2011 e a data da interposição da impugnação de primeiro grau só se deu, em 22/12/2011, fls. 153. Fl. 455DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 456 9 Verificase, assim, que a impugnação foi protocolizada com duzentos e sessenta e nove (269 dias), ou seja, muito além do prazo de trinta (30 dias), configurando de forma inequívoca a sua INTEMPESTIVIDADE. Isto posto, rejeito a preliminar de tempestividade da impugnação de primeiro grau e em decorrência disso nego provimento ao recurso. Fl. 456DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15885.000489/200763 Acórdão n.º 2803003.901 S2TE03 Fl. 457 10 Assim com esses esclarecimentos rejeito todas as alegações suscitadas pela recorrente em preliminar. CONCLUSÃO: Pelo exposto voto por conhecer do recurso, para no mérito negarlhe provimento, tendo em vista que a preliminar de tempestividade da impugnação de primeiro grau foi rejeitada. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 457DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.004277/2003-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE EMENTA.
Tendo havido erro na publicação da ementa, que não reflete o teor da decisão proferida, devem ser acolhidos os embargos de declaração para sua retificação, com ratificação da decisão proferida.
Numero da decisão: 1401-001.283
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONHECER e ACOLHER os embargos para retificar a ementa do Acórdão nº 1401-001.076, sem efeitos infringentes. Ausente momentaneamente o Conselheiro Sérgio Luiz Bezerra Presta.
(assinado digitalmente)
Jorge Celso Freire da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alexandre Antonio Alkmim Teixeira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos.
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE EMENTA. Tendo havido erro na publicação da ementa, que não reflete o teor da decisão proferida, devem ser acolhidos os embargos de declaração para sua retificação, com ratificação da decisão proferida.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONHECER e ACOLHER os embargos para retificar a ementa do Acórdão nº 1401-001.076, sem efeitos infringentes. Ausente momentaneamente o Conselheiro Sérgio Luiz Bezerra Presta. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva - Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos.
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Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado AÇÃO INFORMATICA BRASIL LTDA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE EMENTA. Tendo havido erro na publicação da ementa, que não reflete o teor da decisão proferida, devem ser acolhidos os embargos de declaração para sua retificação, com ratificação da decisão proferida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONHECER e ACOLHER os embargos para retificar a ementa do Acórdão nº 1401001.076, sem efeitos infringentes. Ausente momentaneamente o Conselheiro Sérgio Luiz Bezerra Presta. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 42 77 /2 00 3- 91 Fl. 1337DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JORGE C ELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.004277/200391 Acórdão n.º 1401001.283 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de embargos de declaração apresentado pela Procuradoria da Fazenda Nacional, por meio dos quais questiona o fundamento da decisão proferida pela 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção deste CARF, sob a alegação de que não se trataria de caso de cumulação de multa de ofício com multa isolada, posto que a primeira não teria sido lavrada. A decisão, consolidada no acórdão 1401001.076, teve a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO As estimativas do imposto de renda são antecipações do tributo que será devido quando do encerramento do ano calendário, razão pela qual, finalizado o exercício financeiro, a obrigação tributária passa a ser regida pelo ajuste anual dele decorrente. É o relatório, no necessário. Fl. 1338DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JORGE C ELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.004277/200391 Acórdão n.º 1401001.283 S1C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Os embargos são tempestivos e, atendidos os demais requisitos de lei, deles conheço. Segundo os embargos de declaração, “as multas isoladas foram exoneradas sob o fundamento de concomitância com a multa de ofício aplicada no lançamento do tributo apurado pelas regras do ajuste anual”. Assim, transcrevendo a ementa do julgado, aponta que o caso dos autos não é de cumulação de multa de ofício com multa isolada, razão pela qual a decisão embargada merece ser revista. Compulsando as razões de decidir, extraio o seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 CSLL. ESTIMATIVA MENSAL. FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE BALANCETES NO LIVRO DIÁRIO. O descumprimento da determinação legal para transcrição dos balancetes mensais no Diário, por se tratar de obrigação acessória, não é suficiente para ensejar a aplicação de multa isolada por falta de pagamento de estimativa mensal. A comprovação da falta ou insuficiência de pagamento é que autoriza a aplicação da multa isolada. No meu sentir, tem razão a Recorrente. A uma, por ser contraditório submeter à multa isolada um contribuinte que, antes do início do procedimento fiscal, recolhe a diferença de tributo devido, para excluir a mesma multa quando o contribuinte não promove referido recolhimento; A duas, por serem, as estimativas do imposto de renda, antecipações do tributo que será devido quando do encerramento do ano calendário, razão pela qual, finalizado o exercício financeiro, a obrigação tributária passa a ser regida pelo ajuste anual dele decorrente. É com base nesta lógica que este Conselho, em sucessivas decisões, cancela a aplicação da multa isolada (i) quando se apura prejuízo no exercício (acórdão 103.22182) ou (ii) quando ocorre a formação de saldo negativo (acórdãos 105.15806, 107.08110). Fl. 1339DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JORGE C ELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.004277/200391 Acórdão n.º 1401001.283 S1C4T1 Fl. 5 4 Lógica diferente não existe com a confissão da dívida pelo contribuinte com o consequente pagamento dos tributos devidos, caracterizadores da chamada denúncia espontânea. Aqui, com mais razão ainda a multa isolada deve ser afastada, uma vez que o art. 138 do CTN preconiza que a denúncia espontânea, quando válida, afasta a aplicação de qualquer penalidade. Neste sentido, também, é farta a jurisprudência: IRPJ E CSLL MULTA ISOLADA FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS DENÚNCIA ESPONTÂNEA – Em face do disposto no art. 138 do CTN, descabe a multa prevista no art. 44, § 1º, inciso IV, da Lei nº 9.430/96 quando o contribuinte, que deixara de escriturar no Livro Diário, os balancetes mensais com prejuízo, supre a omissão dessa obrigação dessa obrigação acessória, com a inserção em sua DIPJ dos resultados negativos constantes dos balancetes, antes de qualquer procedimento do fisco. Recurso especial negado. (acórdão 401.05685) Especificamente com relação à multa isolada do mês de fevereiro de 2003, o lançamento procede, posto não ter havido o lançamento da multa de ofício. Da leitura da decisão, verificase que as razões e fundamentos de decidir, de fato, não se coadunam com a ementa publicada, que faz referência à concomitância entre a multa de ofício e a multa isolada. No caso dos autos, o provimento parcial deveuse (i) à denúncia espontânea do contribuinte e (ii) por já ter sido encerrado o ano calendário quando da lavratura do auto de infração. Neste sentido, merece retificação apenas a ementa do julgado, para exclusão da referência à “concomitância”, e inclusão da denúncia espontânea, pelo que integro o julgamento no acórdão nº 1401001.076, para que a ementa passa a ser a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA ISOLADA SOBRE ESTIMATIVAS. NÃO CABIMENTO. Tendo havido a denúncia espontânea com pagamento pelo contribuinte, não cabe a aplicação da multa isolada pelo não recolhimento das estimativas referentes ao imposto de renda confessado e pago. Fl. 1340DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JORGE C ELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.004277/200391 Acórdão n.º 1401001.283 S1C4T1 Fl. 6 5 MULTA ISOLADA APÓS O ENCERRAMENTO DO ANO CALENDÁRIO As estimativas do imposto de renda são antecipações do tributo que será devido quando do encerramento do ano calendário, razão pela qual, finalizado o exercício financeiro, a obrigação tributária passa a ser regida pelo ajuste anual dele decorrente. Pelo exposto, voto por dar provimento aos embargos de declaração, sem efeitos infringentes, integrando o julgamento proferido por meio do acórdão nº 1401001076. É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Fl. 1341DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JORGE C ELSO FREIRE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 15374.938959/2008-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
PER/DCOMP. RECURSOS. LIMITES OBJETIVOS DA LIDE.
A admissibilidade do recurso voluntário em face de decisão não-homologatória de compensação limita-se a verificar a existência do direito creditório alegado e, caso exista, o quanto do débito tributário confessado pela recorrente foi, por ele, compensado. Qualquer decisão além disso, desbordaria dos limites da competência regimental desta Turma e configuraria uma afronta ao requisito da adequação recursal.
Numero da decisão: 1302-001.613
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto, Waldir Rocha, Eduardo Andrade, Guilherme Pollastri, Márcio Frizzo e Hélio Araújo.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003 PER/DCOMP. RECURSOS. LIMITES OBJETIVOS DA LIDE. A admissibilidade do recurso voluntário em face de decisão não-homologatória de compensação limita-se a verificar a existência do direito creditório alegado e, caso exista, o quanto do débito tributário confessado pela recorrente foi, por ele, compensado. Qualquer decisão além disso, desbordaria dos limites da competência regimental desta Turma e configuraria uma afronta ao requisito da adequação recursal.
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RECURSOS. LIMITES OBJETIVOS DA LIDE. A admissibilidade do recurso voluntário em face de decisão não homologatória de compensação limitase a verificar a existência do direito creditório alegado e, caso exista, o quanto do débito tributário confessado pela recorrente foi, por ele, compensado. Qualquer decisão além disso, desbordaria dos limites da competência regimental desta Turma e configuraria uma afronta ao requisito da adequação recursal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto, Waldir Rocha, Eduardo Andrade, Guilherme Pollastri, Márcio Frizzo e Hélio Araújo. Relatório Versa o presente processo sobre recurso voluntário, interposto pelo contribuinte em face do Acórdão nº 1226.608 da 1ª Turma da DRJ/RJ1, cuja ementa assim dispõe: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 93 89 59 /2 00 8- 12 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. Matéria nova não integra a lide. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O voto condutor do acórdão assim está exarado: “Tempestiva a manifestação de inconformidade (fl. 55), dela conheço. A DERAT/RJO, através do Despacho Decisório n° 804830504 (fl. 9), não homologou a compensação declarada. No Despacho Decisório, a DERAT ressalva que o Darf não foi localizado. Na manifestação de inconformidade, o interessado não elide os fatos apontados no Despacho Decisório. Alega que cometeu equívocos no preenchimento do PER/DCOMP, bem como no preenchimento da DIPJ e DCTF, como expõe. Solicita o cancelamento do PER/DCOMP. As alterações pretendidas não podem ser entendidas como mero erro de preenchimento. O interessado introduz matéria nova e que, assim, não pode ser conhecida neste momento processual. A retificação da Declaração de Compensação somente pode ser admitida antes do Despacho Decisório que não homologou a compensação (art. 57 da IN n° 600/2005). Eventual pedido de retificação ou cancelamento do PER/DCOMP não pode ser apreciado neste momento processual, no qual já foi denegada a compensação. Tal análise não se insere no rol de competências das Delegacias de Julgamento. O Despacho Decisório deve ser mantido, por não terem sido elididos os fatos nele apontados.” A recorrente, cientificada do Acórdão nº 1226.608 em 21/06/2010 (AR a fls. 87), interpôs, em 21/07/2010, recurso voluntário (doc. a fls. 89 e segs.), no qual alega as seguintes razões de defesa: a) que a Recorrente solicitou, mediante utilização do programa eletrônico PER/DCOMP, a compensação de crédito tributário oriundo de Pagamento Indevido ou a Maior de IRPJ, referente ao 2° trimestre de 2003, para que fosse extinto o suposto débito de IRPJ relativo ao mês de janeiro de 2004; b) que, porém, especificamente em relação ao mês de janeiro/2004, desde a sua origem a DIPJ já não apresentava saldo de imposto a pagar, eis que o IRF retido no período foi mais do que suficiente para a absorção do débito do IRPJ apurado; c) que o que o PER/DCOMP n° 36293.74924.100605.1.7.045848 foi, desnecessariamente, encaminhado à Receita Federal do Brasil RFB, embora esse fato só tenha sido percebido pela Recorrente após a não homologação da compensação o que a impediu de fazer o cancelamento da declaraçao tempestivamente; d) que, dentre as informações constantes do PERDCOMP n° 36293.74924.100605.1.7.045848, frisese, indevidamente elaborado, e que motivou a não homologação do pedido de compensação e a consequente cobrança do tributo diz respeito à data de arrecadação do DARF originário do crédito (no valor de R$ 1.407.841 ,77.), a qual foi informada como sendo 28.02.2004, quando o correto seria dizer 07.08.2003, daí o motivo pelo qual o mesmo não foi localizado nos sistemas da Receita Federal do Brasil – RFB; e) que tal desconhecimento acerca da localização do referido DARF não poderia dar azo à argumentaçao constante do relatório do v. Acórdão para a manutenção do Fl. 164DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 15374.938959/200812 Acórdão n.º 1302001.613 S1C3T2 Fl. 164 3 crédito tributário, uma vez que a data correta foi informada na Manifestação de Inconformidade e, no caso, tal dado é absolutamente irrelevante, haja vista não haver débito a ser compensado e, por reflexo o crédito informado não se presta à compensação de débito inexistente; f) que, para que não paire dúvidas, transcreve o extrato do DARF; g) que, inobstante o DARF indicado como sendo a origem do crédito exista conforme acima demonstrado inexistente o débito de IRPJ de janeiro/2004, razão pela qual não cabe considerálo; h) que não é só prescindível a identificação do DARF para validação do crédito, como também, no que tange ao débito de IRPJ de janeiro de 2004, a própria Ficha 11, da DIPJ exercício 2005, anocalendário de 2004 original, já demonstrava não existir imposto a pagar relativo ao mês de janeiro de 2004; i) que mesmo quando a DIPJ/2005 anocalendário 2004 foi retificada em 17.12.2008, a Recorrente continuou demonstrando na sua Ficha 11 não existir valor a pagar de IRPJ relativo ao mês de janeiro de 2004; j) que em virtude da inexistência do débito e da inutilidade do crédito, a compensação pleiteada, perdeu seu objeto, ou seja, que, se não há o que ser compensado, não há o que ser cobrado, motivo pelo qual foi requerido o cancelamento de ofício do PER/DCOMP em questão; l) que não pode a administração pública exigir o pagamento de imposto quando todas as provas dão conta de ter ocorrido mero erro de informação na declaração apresentada, erros esses que não podem compelir ao pagamento de tributo indevido; m) que requer a V.Sas. que se dignem conhecer e dar provimento ao presente Recurso para declarar a insubsistência e improcedência do Despacho Decisório n° 804830504, para que não produza quaisquer efeitos, por ser medida de inteira JUSTIÇA! É o relatório. Voto Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior. O recurso voluntário é tempestivo e foi subscrito por mandatários com poderes para tal, conforme procuração a fls. 110 e substabelecimento a fls. 106, razão pela qual passo a analisar outros pressupostos de admissibilidade. Como se verifica, da simples leitura do relatório, tratase de uma situação inusitada, para falar o mínimo, em que o recorrente apresentou manifestação de inconformidade, para requerer o cancelamento do PER/DCOMP e a desconstituição do débito tributário por ele mesmo confessado, sendo que, ao não ser atendido no seu pleito, agora apresenta recurso voluntário para devolver a matéria a este Colegiado. O objeto dos presentes autos é o pedido de compensação apresentado pela recorrente, por meio da PerDcomp a fls. 2 e segs.. Dessa forma, a admissibilidade do recurso voluntário na espécie limitase a verificar a existência do direito creditório alegado e, caso exista, o quanto do débito tributário confessado pela recorrente foi, por ele, compensado. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 Qualquer decisão além disso, desbordaria dos limites da competência regimental desta Turma, para julgar recurso em face de decisão nãohomologatória de compensação e configuraria uma afronta ao requisito da adequação recursal. Não obstante o processo administrativo seja informado por certo informalismo, este não pode ser tão excessivo a ponto de afrontar o devido processo legal, nem, no presente caso, podese aplicar a fungibilidade recursal por se tratar de erro grosseiro de adequação. Por esse motivo, entendo que não pode agora a recorrente transmudar a natureza do contencioso inaugurado pela manifestação de inconformidade, para que essa Turma a conheça como impugnação ao débito confessado pela própria recorrente, matéria que estaria sendo devolvida, pelo recurso voluntário, a este Colegiado. Por último, se revisão de ofício couber acerca do débito tributário confessado pela recorrente, esta será de competência da Autoridade Tributária, competente para expedir o aviso de cobrança. Em face do exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 166DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 10580.720378/2009-40
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA. APURAÇÃO. REGIME DE COMPETÊNCIA.
A incidência do imposto de renda pela regra do regime de caixa, como prevista na redação do artigo 12 da Lei 7.713/1988, gera um tratamento desigual entre os contribuintes. Aquele que entrou em juízo para exigir diferenças na remuneração seria atingido não só pela mora do devedor, mas também por uma alíquota maior. A incidência do imposto de renda sobre rendimentos recebidos acumuladamente deve considerar as alíquotas vigentes na data em que a verba deveria ter sido paga, observada a renda auferida mês a mês. Não é razoável, nem proporcional, a incidência da alíquota máxima sobre o valor global pago fora do prazo. Inteligência daquilo que foi decidido pelo STF no Recurso Extraordinário nº 614406, com repercussão geral reconhecida.
DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. COMPROVAÇÃO.
A apresentação de documentação hábil e idônea dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual implica no restabelecimento das despesas glosadas.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2801-003.941
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para cancelar a infração de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente de pessoa jurídica e para restabelecer despesas médicas no valor de R$ 8.291,99, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente o Conselheiro Flavio Araujo Rodrigues Torres.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA. APURAÇÃO. REGIME DE COMPETÊNCIA. A incidência do imposto de renda pela regra do regime de caixa, como prevista na redação do artigo 12 da Lei 7.713/1988, gera um tratamento desigual entre os contribuintes. Aquele que entrou em juízo para exigir diferenças na remuneração seria atingido não só pela mora do devedor, mas também por uma alíquota maior. A incidência do imposto de renda sobre rendimentos recebidos acumuladamente deve considerar as alíquotas vigentes na data em que a verba deveria ter sido paga, observada a renda auferida mês a mês. Não é razoável, nem proporcional, a incidência da alíquota máxima sobre o valor global pago fora do prazo. Inteligência daquilo que foi decidido pelo STF no Recurso Extraordinário nº 614406, com repercussão geral reconhecida. DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. COMPROVAÇÃO. A apresentação de documentação hábil e idônea dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual implica no restabelecimento das despesas glosadas. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para cancelar a infração de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente de pessoa jurídica e para restabelecer despesas médicas no valor de R$ 8.291,99, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 03 78 /2 00 9- 40 Fl. 182DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 183 2 Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente o Conselheiro Flavio Araujo Rodrigues Torres. Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o “Relatório” da decisão de primeira instância (fl. 141 deste processo digital), reproduzido a seguir: O interessado impugna auto de infração do imposto de renda do anocalendário 2006, lavrado para incluir rendimentos omitidos de R$ 13.502,26, pagos pelo INSS em ação judicial, e para glosar despesas médicas de R$ 19.293,07. De acordo com o relatório fiscal, o contribuinte, intimado (fls. 81), não apresentara documentos discriminando as parcelas de despesas com planos de saúde correspondentes a si próprio e aos demais beneficiários. O impugnante argumenta, em síntese, que não houve omissão de rendimentos, pois os havia declarado como rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte, a título de indenização de correção de aposentadoria; que se houve omissão, foi do INSS, que lhe fornecera comprovante de rendimentos anuais sem informar estes rendimentos (fls. 63), induzindoo a erro em sua declaração; que não foi computado o imposto de R$ 405,07 que incidira na fonte sobre estes rendimentos (fls. 32). Quanto às despesas médicas, apresenta recibos e documentos para comprovar a participação de outros beneficiários nos planos de saúde em seu nome. Afirma que apesar da sua esposa constar como beneficiária do plano de saúde da Coelba, isto não implicou qualquer acréscimo nas contribuições mensais, como informa a Coelba às fls. 34 e como dispõe o item 6.1 do regulamento do plano (fls. 41), cabendo a sua dedução integral desta despesa em sua declaração. A impugnação apresentada pelo contribuinte foi julgada procedente em parte por intermédio do acórdão de fls. 140/142. Entenderam os julgadores da instância de piso que deveriam ser restabelecidas a dedução das despesas médicas referentes aos planos de saúde COELBA e EMBASA, porquanto demonstrado que a dependente integrava os mesmos a título não oneroso, e o IRRF sobre rendimentos pagos em virtude de decisão judicial, no valor de R$ 405,07. Fl. 183DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 184 3 O Interessado interpôs, em 06/12/2010, o recurso de fls. 160/168 deste processo digital. Na peça recursal aduz, em síntese, que: A DIRF fornecida pela fonte pagadora (INSS) não trazia discriminados os valores, e, por isso, não apontava, em conjunto com os demais valores recebidos da mesma fonte pagadora, a necessidade de seu oferecimento à tributação, ou mesmo a forma e natureza do seu enquadramento para o IRPF. Ainda que sem a identificação correta de tais rendimentos e sua natureza, registrou os mesmos em sua declaração, como rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte, diante, repitase, da falta de informações pela fonte pagadora. Quem deveria sofrer a aplicação de penalidade, pois praticou ato ilícito (descumprimento de obrigação acessória pela emissão equivocada da DIRF), é o INSS, e não o Recorrente, que, de boa fé, tentou proceder de acordo com a legislação federal, mesmo tendo sido induzido em erro pelo próprio poder público. O que o acórdão chama de "despesas médicas não ressarcidas", na verdade, não constituem valores pagos por serviços médicos fora da cobertura do plano de saúde, como interpretou o julgador de primeiro grau, dada a frequência deste tipo de situação. Tais valores compreendem o pagamento das despesas geradas pelo uso dos serviços classificados no Plano de Assistência Básica e disponibilizados na rede credenciada, conforme estabelecido no Regulamento do Plano. O Regulamento do Plano de Saúde da Coelba expressa nos itens 6.2 Contribuição em Regime de Póspagamento e 7 Utilização dos Serviços Disponibilizados pelo Plano, as regras para sua utilização. A contribuição do Recorrente nas despesas médicas, como citadas na Declaração da Coelba, representa os 50% custeados pelos aposentados e pensionistas através de consignação em folha de pagamento e/ou recolhimento ao plano, ou seja, não são despesas não ressarcidas pelo plano e sim pagamento para custeio do próprio plano pelos segurados, pagamento pelo uso dos serviços classificados no Plano de Assistência Básica e disponibilizados na rede credenciada, conforme estabelecido no Regulamento do Plano. Deste modo, ao contrário do quanto afirmado no acórdão impugnado, não cabe perquirir a vinculação subjetiva de tais valores, mesmo porque a declaração da Coelba comprova explicitamente que os valores pagos no anocalendário de 2006 o foram em benefício do Recorrente, chegando a constar no documento citado que para Letícia Maria Faria de Oliveira (beneficiária não dependente do IRPF) está anotado nenhum valor. Já em relação ao Plano de Saúde da EMBASA, a Declaração n° 014/09, de 19/01/2009, comprova explicitamente o montante dos valores pagos no anocalendário de 2006, que se referem ao Recorrente enquanto beneficiário dos serviços médicos prestados, informando neste documento, em separado, o valor das mensalidades de responsabilidade de Letícia Maria Faria de Oliveira. Ao final, requer a reforma integral do auto de infração impugnado e parcial do acórdão recorrido nos pontos apontados, sendo totalmente anulado o lançamento e desconstituído o crédito tributário exigido, especialmente para: Fl. 184DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 185 4 a) excluir os juros e multa sobre o IRPF apurado sobre os rendimentos recebidos do INSS por força de decisão judicial; e b) admitir a dedução das despesas médicas não admitidas pelo acórdão impugnado, tanto em relação à COELBA(R$ 4.913,79), quanto em relação à EMBASA (R$ 3.378,20), totalizando R$ 8.291,99. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital. O recurso veio subscrito pelo próprio contribuinte e o despacho de fl. 176 informa que o recurso voluntário é tempestivo. Assim, dele tomo conhecimento, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. Cingese a controvérsia às infrações de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente em decorrência de processo na Justiça Federal e de dedução indevida de despesas médicas. Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica decorrentes de ação na Justiça Federal Deixo de analisar as razões do Recorrente, sobre este ponto, pelos motivos que passo expor. Compulsando os autos constatase que os valores considerados omitidos, que foram recebidos pelo Interessado, decorrem de revisão de aposentadoria pelo INSS. O “Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido”, acostado à fl. 23, evidencia que a base de cálculo do imposto de renda apurado após as alterações efetuadas pela Autoridade lançadora foi calculada com fundamento na regra estabelecida no art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, ou seja, a base de cálculo foi apurada mediante a utilização do denominado “regime de caixa”. No julgamento do Recurso Especial nº 1.118.429/SP, julgado em 24/03/2010, o Superior Tribunal de Justiça – STJ havia decidido, sob o rito do art. 543C do Código de Processo Civil – CPC (recurso repetitivo), que “O Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente”. Por entender que a ratio decidendi da tese repetitiva estava fundada em ato ilícito praticado pela Administração e que o pagamento decorrente de ato ilegal não poderia constituir fato gerador de tributo, posto que inadmissível que o Fisco se aproveitasse da própria torpeza em detrimento do segurado da previdência social, este julgador vinha aplicando o entendimento do STJ no sentido de dar provimento parcial aos recursos dos contribuintes para que o cálculo do imposto de renda incidente sobre os rendimentos de benefícios previdenciários recebidos acumuladamente fosse apurado mensalmente, em correlação aos Fl. 185DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 186 5 parâmetros fixados na tabela progressiva do imposto de renda vigente à época dos respectivos fatos geradores. A linha de entendimento por mim adotada foi mantida até a sessão de novembro de 2014. Sabiase, todavia, que a controvérsia relativa à (in) constitucionalidade do art. 12 da Lei nº 7.713/1988 teve a repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal STF em 20/10/2010, no julgamento da questão de ordem em agravo regimental no Recurso Extraordinário nº 614406, em razão da declaração de inconstitucionalidade do referido dispositivo legal, proferida em controle difuso pela Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Em 23 de outubro de 2014 o STF, finalmente, concluiu o julgamento relativo à forma de incidência do imposto de renda sobre rendimentos recebidos acumuladamente. A Corte entendeu que a alíquota do imposto deve ser aplicada ao rendimento recebido mês a mês, e não aquela que incidiria sobre valor total pago de uma única vez. Naquela assentada veiculouse, no sítio eletrônico do STF, notícia com o seguinte teor, na parte que interessa: Foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) caso relativo à forma de incidência do Imposto de Renda (IR) sobre rendimentos recebidos acumuladamente, como ocorre no caso de disputas previdenciárias e trabalhistas. A Corte entendeu que a alíquota do IR deve ser a correspondente ao rendimento recebido mês a mês, e não aquela que incidiria sobre valor total pago de uma única vez, e, portanto, mais alta. (...) O julgamento do caso foi retomado hoje com votovista da ministra Cármen Lúcia, para quem, em observância aos princípios da capacidade contributiva e da isonomia, a incidência do IR deve considerar as alíquotas vigentes na data em que a verba deveria ter sido paga, observada a renda auferida mês a mês. “Não é nem razoável nem proporcional a incidência da alíquota máxima sobre o valor global, pago fora do prazo, como ocorre no caso examinado”, afirmou. A ministra citou o voto do ministro Marco Aurélio, proferido em sessão de maio de 2011, segundo o qual a incidência do imposto pela regra do regime de caixa, como prevista na redação original do artigo 12 da Lei 7.713/1988, gera um tratamento desigual entre os contribuintes. Aquele que entrou em juízo para exigir diferenças na remuneração seria atingido não só pela mora, mas por uma alíquota maior. Em seu voto, a ministra mencionou ainda argumento apresentado pelo ministro Dias Toffoli, que já havia votado anteriormente, segundo o qual a própria União reconheceu a ilegalidade da regra do texto original da Lei 7.713/1988, ao editar a Medida Provisória 497/2010, disciplinando que a partir dessa data passaria a utilizar o regime de competência (mês a Fl. 186DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 187 6 mês). A norma, sustenta, veio para corrigir a distorção do IR para os valores recebidos depois do tempo devido. Em 04 de novembro de 2014 a decisão foi noticiada no Informativo nº 764 do STF, ostentando a seguinte redação: IRPF e valores recebidos acumuladamente 4 É inconstitucional o art. 12 da Lei 7.713/1988 (“No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização”). Com base nessa orientação, em conclusão de julgamento e por maioria, o Plenário negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a constitucionalidade da referida norma — v. Informativo 628. O Tribunal afirmou que o sistema não poderia apenar o contribuinte duas vezes. Esse fenômeno ocorreria, já que o contribuinte, ao não receber as parcelas na época própria, deveria ingressar em juízo e, ao fazêlo, seria posteriormente tributado com uma alíquota superior de imposto de renda em virtude da junção do que percebido. Isso porque a exação em foco teria como fato gerador a disponibilidade econômica e jurídica da renda. A novel Lei 12.350/2010, embora não fizesse alusão expressa ao regime de competência, teria implicado a adoção desse regime mediante inserção de cálculos que direcionariam à consideração do que apontara como “épocas próprias”, tendo em conta o surgimento, em si, da disponibilidade econômica. Desse modo, transgredira os princípios da isonomia e da capacidade contributiva, de forma a configurar confisco e majoração de alíquota do imposto de renda. Vencida a Ministra Ellen Gracie, que dava provimento ao recurso por reputar constitucional o dispositivo questionado. Considerava que o preceito em foco não violaria o princípio da capacidade contributiva. Enfatizava que o regime de caixa seria o que melhor aferiria a possibilidade de contribuir, uma vez que exigiria o pagamento do imposto à luz dos rendimentos efetivamente percebidos, independentemente do momento em que surgido o direito a eles. RE 614406/RS, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 23.10.2014. (RE614406) Sobreveio a publicação do acórdão do STF, cujo “Extrato de Ata” resume o resultado do julgamento da seguinte forma: Decisão: Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, decidindo o tema 368 da Repercussão Geral, negou provimento ao recurso, vencida a Ministra Ellen Gracie (Relatora), que lhe dava provimento. Ausente, neste julgamento, o Ministro Gilmar Mendes. Não votou a Ministra Rosa Weber por suceder à Ministra Ellen Gracie (Relatora). Redigirá o acórdão o Ministro Marco Aurélio. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 23.10.2014. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 188 7 Colhese, no voto condutor vencedor redigido pelo Ministro Marco Aurélio, as seguintes passagens: Qual é a consequência de se entender de modo diverso do que assentado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região? Haverá, como ressaltado pela doutrina, principalmente a partir de 2003, transgressão ao princípio da isonomia. Aqueles que receberam os valores nas épocas próprias ficaram sujeitos a certa alíquota. O contribuinte que viu resistida a satisfação do direito e teve que ingressar em Juízo será apenado, alfim, mediante a incidência de alíquota maior. Mais do que isso, tem se o envolvimento da capacidade contributiva, porque não é dado aferila, tendo em conta o que apontei como disponibilidade financeira, que diz respeito à posse, mas o estado jurídico notado à época em que o contribuinte teve jus à parcela sujeita ao Imposto de Renda. O desprezo a esses dois princípios conduziria a verdadeiro confisco e, diria, à majoração da alíquota do Imposto de Renda. (...) Por isso, no caso, desprovejo o recurso, assentando a inconstitucionalidade do artigo 12 – não do 12A, que resultou da medida provisória, da conversão em lei –, no que conferida interpretação alusiva à junção do que alcançado pelo contribuinte, considerados os vários exercícios. Verificase, portanto, que o voto condutor do acórdão negou provimento ao recurso da União e afastou a aplicabilidade da regra prevista no art. 12 da Lei nº 7.713/1998, declarandoa inconstitucional, em controle difuso, com julgamento submetido ao rito da repercussão geral (CPC, art. 543B). O entendimento da Suprema Corte, em sede de repercussão geral, é de observância obrigatória pelos membros deste Conselho, conforme disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, assim descrito: Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, impõese a aplicação do entendimento externado pelo STF em julgamento realizado na sistemática da repercussão geral ao caso concreto, reconhecendo que houve um vício material no lançamento (apuração indevida da base de cálculo do tributo com repercussão na alíquota aplicável). Nesse cenário, entendo que deve ser cancelada a infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica decorrentes de ação trabalhista. Dedução indevida de despesas médicas A Autoridade lançadora efetuou as seguintes glosas de despesas médicas: Fl. 188DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 189 8 Plano de Saúde EMBASA: R$ 4.110,60 Plano de Saúde COELBA: R$ 10.608,31 Plano de Saúde CASSI: R$ 4.474,16 Despesa com Cátia Moura Galvão R$ 100,00 Total: R$ 19.293,07 A decisão recorrida restabeleceu as seguintes despesas: Plano de Saúde EMBASA: R$ 366,20 Plano de Saúde COELBA: R$ 5.694,52 Plano de Saúde CASSI: R$ 4.474,16 Total: R$ 10.534,88 Em litígio, portanto, a glosa das seguintes despesas médicas: Plano de Saúde EMBASA: R$ 3.744,40 Plano de Saúde COELBA: R$ 4.913,79 Despesa com Cátia Moura Galvão R$ 100,00 Total: R$ 8.758,19 O comprovante de rendimentos emitido pela EMBASA (fl. 62) evidencia que o total das despesas médicas suportadas pelo contribuinte foi de R$ 4.110,60. A declaração da mesma empresa, acostada aos autos em fl. 70, revela que R$ 3.744,40 (R$ 366,20 + R$ 3.378,20) referemse a despesas médicas do titular do plano (Recorrente) e R$ 366,20 referem se a despesas médicas de Letícia Maria Faria de Oliveira (esposa do Recorrente). Em relação às despesas com o Recorrente a decisão de piso restabeleceu R$ 366,20 e manteve a glosa de R$ 3.378,20, sob o fundamento de que “caberia ao contribuinte comprovar, como havia sido intimado a fazer, que se destinaram a tratamento próprio, uma vez que não poderia deduzilas no caso de tratamento de sua esposa, que não é sua dependente”. Ocorre que a declaração de fl. 70 discrimina, por beneficiário, os valores de despesas médicas pagas no anocalendário de 2006, imputando ao Interessado o montante de R$ 3.744,40 (R$ 366,20 + R$ 3.378,20), de modo que entendo que deve ser restabelecida a despesa no valor de R$ 3.378,20. Por outro lado, deve ser mantida a glosa no valor de R$ 366,20 de despesas da esposa do Recorrente, porquanto esta não figura como dependente na declaração de ajuste anual. Fl. 189DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10580.720378/200940 Acórdão n.º 2801003.941 S2TE01 Fl. 190 9 As despesas médicas com o plano de saúde COELBA, no valor de R$ 4.913,79, devem ser restabelecidas pelo mesmo motivo das despesas com o plano de saúde EMBASA, haja vista que a declaração de fl. 69 demonstra que a totalidade das despesas do plano destinou a tratamento do Interessado. A glosa da dedução da despesa com Cátia Moura Galvão, no valor de R$ 100,00, deve ser mantida, porquanto realizada com a genitora do Recorrente, que não figura como dependente na declaração de ajuste anual. Conclusão Pelo exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para cancelar a infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica e para restabelecer despesas médicas no valor de R$ 8.291,99 (R$ 3.378,20 da EMBASA + R$ R$ 4.913,79 da COELBA). Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 190DF CARF MF Impresso em 28/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por TANIA MARA PA SCHOALIN
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Numero do processo: 13502.720832/2011-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3101-000.388
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem, nos termos do voto do Relator.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente
Luiz Roberto Domingo - relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (Suplente), Demes Brito (Suplente), Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem, nos termos do voto do Relator. Henrique Pinheiro Torres - Presidente Luiz Roberto Domingo - relator Participaram do julgamento os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (Suplente), Demes Brito (Suplente), Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem, nos termos do voto do Relator. Henrique Pinheiro Torres Presidente Luiz Roberto Domingo relator Participaram do julgamento os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (Suplente), Demes Brito (Suplente), Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que manteve o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI constituído por conta de: (i) falta de lançamento do imposto nas saídas do estabelecimento de produtos tributados, por ter se utilizado incorretamente do instituto da suspensão; (ii) falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com falta ou insuficiência de lançamento de imposto, por erro de classificação fiscal; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 35 02 .7 20 83 2/ 20 11 -0 6 Fl. 666DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13502.720832/201106 Resolução nº 3101000.388 S3C1T1 Fl. 861 2 e (iii) o estabelecimento industrial declarou em DCTF valores inferiores ao efetivamente devido. Os fundamentos da manutenção do auto de infração estão consubstanciados na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2009 NULIDADE. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. O mandado de procedimento fiscal é mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades de auditoria fiscal, eventuais irregularidades em sua emissão e trâmite não acarretam a nulidade do lançamento. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS DE EMBALAGEM. SUSPENSÃO DO IPI. FABRICAÇÃO PREPONDERANTE. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. Podem sair do estabelecimento industrial com suspensão do IPI os materiais de embalagem destinados a estabelecimento que se dedique preponderantemente à elaboração dos produtos arrolados no art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, desde que atendidas as obrigações acessórias previstas na legislação de regência. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DA SUSPENSÃO DO IPI. SAÍDA PARA EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES. É devido o imposto não lançado nas notas fiscais de saída destinadas às empresas optantes pelo Simples, em virtude da utilização incorreta do instituto da suspensão de que trata a Lei nº 10.637, de 2002. MATERIAL DE EMBALAGEM. SUSPENSÃO. O mecanismo de suspensão de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, não se dirige ao comerciante, mas aos estabelecimentos industriais dos produtos ali referidos. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Classificase no código 3901.20.19 o polímero de etileno em forma de grânulo, com densidade superior a 0,94, em conformidade com a RGI 1 e 6, RGC e Nota Explicativa nº 6, do capitulo 39. IPI. FALTA DE RECOLHIMENTO. Apurada a falta de recolhimento e de declaração em DCTF de débito do IPI registrado nos livros fiscais da contribuinte, devese constituir o crédito tributário com os encargos legais correspondentes. MULTA DE OFÍCIO. Tratandose de lançamento de ofício decorrente de infração a dispositivo legal detectado pela administração em exercício regular da ação fiscalizadora, é legítima a cobrança da multa punitiva correspondente, no percentual de 75% do imposto. Fl. 667DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13502.720832/201106 Resolução nº 3101000.388 S3C1T1 Fl. 862 3 PEDIDO DE DILIGÊNCIA E PERÍCIA Constando nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido da contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada, a Contribuinte interpôs Recurso alegando em síntese que: há nulidade por erro de identificação do MPF, que “trouxe grave insegurança à Recorrente”; falta de demonstração e motivação das infrações cometidas em face da constatação da divergência de apuração do IPI e das declarações apresentadas; insuficiência na motivação da multa, apesar da indicação da capitulação legal; as saídas com suspensão foram realizadas com base nas declarações prestadas pelos clientes (de que trata o § 7º do art. 26 da Lei 10.637/2002) e que sobre essas saídas não se aplica a multa de 75% por conta da redação do art. 80 da Lei 4.502/64, “posto que tratase de falta de lançamento do valor, total ou parcial do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal”, haja vista que houve destaque da suspensão; não há prova hábil a sustentar a reclassificação que determine conclusivamente que o produto atenda a Nota 3 do Capítulo 39; e considera necessária a prova pericial para classificação dos produtos. É o Relatório. Voto Conselheiro Luiz Roberto Domingo, Relator. Vencido em minha proposta de nulidade do lançamento por falta da comprovação do conteúdo intrínseco do produto descrito pela Recorrente como “composto máster”, acompanhei ao final a proposta de diligência para elaboração de lado técnico específico, haja vista que entendo que a fiscalização demonstrou à saciedade que o produto não pode ser classificado na posição NCM nº 3206.11.30 (lanço mão das razões de decidir do Acórdão recorrido, nesse ponto). Contudo não há prova capaz de subsidiar a classificação fiscal indicada pelo Fisco como a mais adequada, tão somente a descrição apresentada pela Recorrente do seu processo produtivo, indicando a quantidade de matériasprimas utilizadas na industrialização, conforme planilha abaixo, com as matériasprimas utilizadas e suas proporções para fabricação do “composto máster”: INSUMO 2007 2008 2009 Polietileno/Polipropileno 93,7% 93,3% 93,6% Carbonato de cálcio 6,3% 3,9% 5,3% Pigmento Karina 0% 1,3% 0,9% Pigmento BL 10074 0% 1,5% 0,15% Composto cromex 0% 0% 0,06% Fl. 668DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13502.720832/201106 Resolução nº 3101000.388 S3C1T1 Fl. 863 4 Com base nessas informações e na evidente conclusão de que o produto não é um “composto máster”, entendeu o Fisco que as características extrínsecas dos produto (em grânulos, conter material corante, utilizado para moldagem) atendem àquelas previstas na Nota 3 do Capítulo 39 da NESH. Diz a fiscalização que: “a conclusão a que se chega é que o produto descrito pela empresa... deve ser definido como um composto plástico granulado, à base de polietileno, onde forma adicionados em pequena quantidade, substâncias inorgânicas, com destaque para o carbonato de cálculo. Conforme tabelas de propriedades extraída do endereço eletrônico da Brasken, fornecedora do contribuinte, os polietilenos utilizados em maior proporção pela empresa (HF0144, HF 0146 e HF 0150), tem densidade superior a 0,94. Assim, a classificação fiscal que deve ser utilizada é a NCM 3901.20.19, assim definida: ‘Polímeros de etileno, em formas primárias. Polietileno de densidade igual ou superior a 0,94. Com carga. Outros’”. Resume a DRJ aduz: “O autuante, com base nas informações prestadas pela contribuinte e considerando a descrição do processo produtivo, os insumos utilizados na composição do produto e os conceitos estabelecidos na NESH, conclui que o produto em comento é um composto plástico granulado, à base de polietileno, onde foram adicionadas, em pequenas quantidades, substâncias inorgânicas, com destaque para o carbonato de cálcio.” Considerando que não e possível afirmar categoricamente que a densidade do produto final seja a mesma dos insumos acima referidos, converto o julgamento em diligência à repartição de origem para que seja designado perito técnico especializados para que analise o produto descrito pela Recorrente como “composto máster” com as composição de materiais primas referidas no quadro acima, e responda: descreva o produto final industrializado pela Reocrrente; tratase de um Polímeros de etileno, em formas primárias? A densidade final do produto é igual ou superior a 0,94? A Recorrente deverá ser intimada para, querendo indicar assistente técnico par acompanhar a perícia. Concluída a diligência, a Recorrente deverá ser intimada para, querendo, manifestarse no prazo de 30 dias. Após, retornem os autos, para julgamento. Luiz Roberto Domingo Fl. 669DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 11020.912305/2012-96
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 31/12/2008
PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O contribuinte, a despeito da ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3802-003.784
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do Fato Gerador: 31/12/2008 PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 91 23 05 /2 01 2- 96 Fl. 87DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 2° Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, assentada nos fundamentos resumidos na ementa seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/12/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO. Não há previsão legal para retificação de DCOMP por meio de manifestação de inconformidade. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), identificando, em tese, incorretamente o valor do crédito. O valor do crédito original informado não era suficiente para a quitação o débito, já que teria sido integralmente utilizado em outros débitos. Apesar de afirmar o erro, não retificou a Per/Dcomp, supostamente por não ter conseguido fazêlo em razão da superveniência de decisão administrativa. A DRJ manteve a não homologação, porque não houve comprovação, por meio de documentação hábil, idônea e suficiente, do erro no preenchimento da declaração. A Recorrente, nas razões de fls. 62 e ss., alega que teria tentado retificar o PER/Dcomp, corrigindo o valor original do crédito inicial, do crédito acumulado e do saldo do crédito original. Porém, devido à superveniência do despacho decisório, não conseguiu transmitir a retificação. Sustenta ter direito à retificação, bem como a veracidade do direito de crédito. Apresenta como prova do direito de crédito: “a) INCONFORMIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO; b) PERDCOMP ORIGINAL transmitida; c) PERDCOMP RETIFICADORA não transmitida por motivo de impedimento acima identificado; d) Comprovante de Arrecadação; e) Última alteração Contratual; f) Procuração; d) Cópias C.I. Responsável Legal e do Procurador”. Pleiteia, assim, o recebimento do recurso voluntário e o seu integral provimento. É o relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn Fl. 88DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11020.912305/201296 Acórdão n.º 3802003.784 S3TE02 Fl. 88 3 O sujeito passivo teve ciência da decisão no dia 04/11/2013 (fls. 59), interpondo recurso tempestivo em 29/11/2013 (fls. 62). Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do Decreto no 70.235/1972, o recurso pode ser conhecido. A compensação, consoante destacado, não foi homologada porque o Recorrente transmitiu o PER/Dcomp sem a retificação da Dctf. Em circunstâncias dessa natureza, ao contrário do que entendeu a decisão recorrida, a Turma tem interpretado que o contribuinte, por força do princípio da verdade material, tem direito à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado. Nesse sentido, cumpre destacar os seguintes julgados da Turma: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A INSCRIÇÃO DO DÉBITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da existência do crédito compensado (art. 12, § 3o, da Instrução Normativa SRF nº. 583/2005, vigente à época da transmissão das DCTF’s retificadoras). A retificação, porém, não produz efeitos quando o débito já foi enviado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. (CARF. 3ª S. 2ª T.E.Acórdão nº 380201.078. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. [...] Recurso Voluntário Negado. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.290. Rel. Conselheiro José Fernandes do Nascimento. S. 25/09/2012). COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO Fl. 89DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 3802001.593. Rel. Conselheiro Francisco José Barroso Rios. S. 27/02/2013). PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. APRESENTAÇÃO DA PROVA DO CRÉDITO APÓS DECISÃO DA DRJ. HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 16, § 4º, “C”, DO DECRETO Nº 70.235/1972. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. A prova do crédito tributário indébito, quando destinada a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos, pode ser apresentada após a decisão da DRJ, por força do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, § 4º, “c”, do Decreto nº 70.235/1972. Havendo prova do crédito, a compensação deve ser homologada, a despeito da retificação a posteriori da Dctf. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido. (CARF. 3ª S. 2ª T.E. Acórdão nº 380201.005. Rel. Solon Sehn. S. 22/05/2012). PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito da retificação extemporânea da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova contábil da existência do crédito compensado. A simples retificação após o despacho decisório não autoriza a homologação da compensação do crédito tributário. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11020.912305/201296 Acórdão n.º 3802003.784 S3TE02 Fl. 89 5 (CARF. S3TE02. Acórdão nº 380201.112. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 27/07/2012). COMPENSAÇÃO. REQUISITOS FORMAIS. AUSÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DA DCTF. IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO PELO CONTRIBUINTE APÓS DECORRIDOS CINCO ANOS DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO. EXCEPCIONALIDADE DE ACEITAÇÃO PELO CARF. A retificação de DCTF constitui requisito formal do contribuinte, ao efetuar pedido de compensação com base em créditos decorrentes de retificação de documentos de cunho declaratório (DACON, DIPJ, dentre outros). Assim, a ausência de apresentação da DCTF retificadora é causa para negação do crédito pleiteado. Todavia, excepcionalmente se permite a compensação caso o contribuinte demonstre que a retificação só foi apontada como não efetuada após o decurso dos cinco anos contados da extinção do crédito, sendo certo que a negativa importaria em situação excepcional de restrição formal à verdade material, contrassenso à própria finalidade do processo administrativo tributário. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido. (CARF. S3TE02. Acórdão nº 3802001.642. Rel. Conselheiro Bruno Macedo Curi. S. 28/02/2013) No presente caso, o Recorrente limitouse a apresentar como prova da “veracidade” do crédito: “a) INCONFORMIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO; b) PERDCOMP ORIGINAL transmitida; c) PERDCOMP RETIFICADORA não transmitida por motivo de impedimento acima identificado; d) Comprovante de Arrecadação; e) Última alteração Contratual; f) Procuração; d) Cópias C.I. Responsável Legal e do Procurador”. Tais documentos, contudo, são insuficientes para demonstrar a liquidez e a certeza do direito de crédito, porque apenas veiculam a insurgência do Recorrente em face do despacho decisório (item “a”), comprovam o preenchimento do PER/Dcomp retificado (item “b” e “c”), a regularidade da representação do Recorrente (itens “e”, “f” e “d”), bem como o pagamento do Darf (itens “d”). Estão distantes, como se vê, de qualquer relação de pertinência com a prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Votase pelo conhecimento e integral desprovimento do recurso. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 91DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 10/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10880.906397/2006-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1201-000.157
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(documento assinado digitalmente)
RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Presidente
(documento assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Lima Junior (Vice Presidente) e Luis Fabiano Alves Penteado.
RELATÓRIO
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (documento assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO – Presidente (documento assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Neto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Lima Junior (Vice Presidente) e Luis Fabiano Alves Penteado. RELATÓRIO Trata o presente processo de Pedido de Restituição de crédito decorrente de Saldo Negativo de IRPJ, apurado no ano calendário de 2002, no montante de R$ 3.435.248,86, com débitos próprios, informados nas Declarações de Compensações indicadas às fls. 29/32. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 06 39 7/ 20 06 -3 4 Fl. 590DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/1 2/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIO R Processo nº 10880.906397/200634 Resolução nº 1201000.157 S1C2T1 Fl. 591 2 No Despacho Decisório de fls. 29/43 houve reconhecimento parcial do direito creditório, no montante de R$ 1.596.719,28, pois ao avaliar o saldo negativo de IRPJ do ano calendário 2002, a fiscalização constatou que: (i) não foi apurado IRPJ a pagar (ficha 09A da DIPJ 2003); (ii) o IRRF comprovado pelas fontes foi de R$1.596.719,28 e deste valor deduziu R$ 47.935,18, relativo ao recolhimento de estimativas. Portanto, após os ajustes decorrentes das diferenças constatadas, apurouse saldo negativo de R$ 1.596.719,28 (IRPJ do período = 0,00; IRRF R$ 1.548.784,10 e IRPJ estimativa R$ 47.935,18). Posteriormente, foi proferido despacho decisório complementar em razão do julgado no Acórdão nº 18.718, de 23/09/2008 (processo n° 11831.000900/200341), por meio do qual a decisão original foi revisada e, consequentemente, foi reconhecido todo o crédito pleiteado, ou seja, R$ 980.836,87 e homologadas as compensações ali pleiteadas. Assim, do valor reconhecido na decisão original deste processo (R$ 1.596.719,28), foi deduzido o montante de R$ 980.836,87, razão pela qual o crédito reconhecido passou a ser de R$ 615.882,41 e as compensações homologadas até referido limite. Ciente do primeiro despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: (i) apresentou PER/DCOMP retificadora (07318.96993.310108.1.7.02 9212) ajustando o valor do saldo negativo do ano calendário de 2002 de R$ 4.416.085,73 para R$ 3.435.248,86, em vista do acórdão proferido no processo 11831.000900/200341; (ii) o valor das retenções no período totalizou R$ 4.416.085,73, isto porque, houve erro de fato no preenchimento da DIRF apresentada pela fonte pagadora Petroflex Ind. e Com. S.A. no AC 2002 (IRRF de R$ 2.819.366,45), que identificou como beneficiária dos rendimentos a empresa Cia Suzano de Papel e Celulose, sendo que o pagamento do Contrato de Mútuo foi inequivocamente realizado com a Suzano Petroquímica S.A; (iii) do valor das retenções não se aplica a exclusão da parcela de R$ 47.935,18; Por fim, pugnou pela homologação das compensações até o limite de R$ 3.435.248,86. Após o segundo despacho decisório, o contribuinte apresentou manifestação complementar, por meio da qual repisou os argumentos já apresentados e observou que os mesmos não foram analisados no segundo despacho emitido, bem como acrescentou que caberia ao Fisco oficiar a fonte pagadora para apresentação dos informes de rendimento, com a finalidade de verificar os pagamentos eventualmente realizados. Nesse contexto, os membros da DRJ em São Paulo I (SP), por meio do acórdão 1627.014, por unanimidade de votos, consideraram improcedentes as manifestações de inconformidade em razão dos seguintes fundamentos: (i) o contribuinte não comprovou a existência de crédito líquido e certo no montante alegado e (ii) não demonstrou que a receita financeira correspondente ao IRRF foi oferecido à tributação. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/1 2/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIO R Processo nº 10880.906397/200634 Resolução nº 1201000.157 S1C2T1 Fl. 592 3 Assim, mantiveram o reconhecimento do direito creditório no montante de R$ 615.882,41 e homologadas as compensação sob análise até o limite do direito creditório reconhecido. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 400/415), por meio do qual repisou os argumentos já suscitado e, ainda, sustentou que: (i) é nula a decisão recorrida por inobservância do artigo 65 da IN SRF 900/08. Nesse ponto, observou que na hipótese de dúvida quanto ao direito pleiteado, nos termos do artigo 65, da Instrução Normativa SRF n° 900/20, deve a autoridade administrativa determinar as diligências necessárias à comprovação do direito creditório. Afirmou que, no caso, não existiu qualquer espécie de intimação para apresentação de documentos ou esclarecimentos quanto aos pontos que restringiram o direito creditório do contribuinte, (ii) apresentou toda a documentação necessária à demonstração de que as receitas geradas no ano calendário foram oferecidas à tributação. Por fim, pugnou pelo reconhecimento da totalidade do crédito decorrente do saldo negativo de IRPJ (ano calendário 2002) e homologação das compensações até seu limite. Pugnou, ainda, pela determinação de diligência fiscal, caso as informações e documentos constantes nos autos não sejam suficientes à demonstração do direito creditório pretendido. É o Relatório. VOTO Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator O recurso é tempestivo, dele tomo conhecimento. Trata –se de Pedido de Restituição de crédito decorrente de Saldo Negativo de IRPJ com débitos próprios, informados nas Declarações de Compensação indicadas às fls. 29/32, o qual foi parcialmente reconhecido. A DRJ manteve o despacho decisório inicial, por meio do qual houve parcial reconhecimento do crédito pretendido, no montante de R$ 615.882,41, pois: (i) o contribuinte não comprovou a existência de crédito líquido e certo no montante alegado (R$ 3.435.248,86) e (ii) não demonstrou que a receita financeira correspondente ao IRRF foi oferecido à tributação. O contribuinte argumentou que o valor das retenções no período está equivocado, isto porque, houve erro no preenchimento da DIRF apresentada pela fonte pagadora Petroflex Ind. e Com. S.A. no AC 2002 (IRRF de R$ 2.819.366,45), que identificou como beneficiária dos rendimentos a empresa Cia Suzano de Papel e Celulose, sendo que o pagamento do Contrato de Mútuo foi inequivocamente realizado com a Suzano Petroquímica S.A, bem como que (ii) as receitas geradas no ano calendário foram oferecidas à tributação. Fl. 592DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/1 2/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIO R Processo nº 10880.906397/200634 Resolução nº 1201000.157 S1C2T1 Fl. 593 4 Em razão dos indícios de que houve erro no preenchimento da DIRF pela fonte pagadora e da existência do crédito pretendido, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que: (i) seja verificado, junto à fonte pagadora (Petroflex Ind. e Com. S.A), se houve, de fato, erro no preenchimentos da DIRF; (ii) seja verificado, junto à empresa Cia Suzano de Papel e Celulose que, conforme alegação do contribuinte, foi indevidamente identificada como beneficiária, se esta apropriou o crédito decorrente do valor retido; (iii) seja analisada a documentação e escrituração do contribuinte, para verificar se as receitas referentes às retenções em questão foram oferecidas à tributação; (iv) por fim, seja o contribuinte intimado a se manifestar sobre as constatações. É como voto. (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior – Relator. Fl. 593DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/1 2/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIO R
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