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Numero do processo: 10860.000048/2002-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/1997 a 31/10/1997
COFINS. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO EM AÇÃO JUDICIAL.
A ação judicial em questão transitou em julgado, mantendo a decisão favorável ao contribuinte que autorizava a compensação de eventuais créditos de FINSOCIAL, recolhidos na alíquota superior a 0,5%, com valores devidos a título de COFINS.
CRÉDITO COMPROVADO EM DILIGÊNCIA.
A diligência realizada pela Delegacia da Receita Federal de circunscrição do contribuinte comprovou que há crédito suficiente para a quitação da Cofins no período de apuração de outubro de 1997.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3301-002.680
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/1997 a 31/10/1997 COFINS. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO EM AÇÃO JUDICIAL. A ação judicial em questão transitou em julgado, mantendo a decisão favorável ao contribuinte que autorizava a compensação de eventuais créditos de FINSOCIAL, recolhidos na alíquota superior a 0,5%, com valores devidos a título de COFINS. CRÉDITO COMPROVADO EM DILIGÊNCIA. A diligência realizada pela Delegacia da Receita Federal de circunscrição do contribuinte comprovou que há crédito suficiente para a quitação da Cofins no período de apuração de outubro de 1997. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente. Luiz Augusto do Couto Chagas - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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COMPENSAÇÃO. CRÉDITO EM AÇÃO JUDICIAL. A ação judicial em questão transitou em julgado, mantendo a decisão favorável ao contribuinte que autorizava a compensação de eventuais créditos de FINSOCIAL, recolhidos na alíquota superior a 0,5%, com valores devidos a título de COFINS. CRÉDITO COMPROVADO EM DILIGÊNCIA. A diligência realizada pela Delegacia da Receita Federal de circunscrição do contribuinte comprovou que há crédito suficiente para a quitação da Cofins no período de apuração de outubro de 1997. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. Luiz Augusto do Couto Chagas Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 00 00 48 /2 00 2- 11 Fl. 126DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10860.000048/200211 Acórdão n.º 3301002.680 S3C3T1 Fl. 127 2 Relatório Tratase de Auto de Infração eletrônico decorrente do processamento da DCTF ano calendário 1997, quarto trimestre, exigindo crédito tributário de R$ 114.112,57, correspondente à Cofins PA10/1997, não recolhida. Impugnanda tempestivamente a exigência, argumenta a contribuinte que o débito originário de R$ 44.657,21 foi compensado com saldo de crédito correspondente ao que excedeu à alíquota de 0,5% do Finsocial. Junta documentos de fls.09/26. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas SP indeferiu a manifestação de inconformidade em Acórdão com a seguinte ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1997 Ementa: Indeferido o pedido de compensação pela autoridade administrativa competente e não interposta manifestação de inconformidade, cabível a exigência de ofício dos valores indevidamente compensados. No seu Recurso Voluntário, a contribuinte repete os argumentos da manifestação de inconformidade apresentados à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas SP. No julgamento do recurso voluntário, o Segundo Conselho de Contribuintes converteu o julgamento em diligência través da resolução nº 20100.519, alegando que as referidas compensações restaram autorizadas e convalidadas pelas IN SRF nºs 21 e 32, de 1997, razão pela qual entendeu que a decisão da insigne DRJ merece reparo. As compensações de créditos de Finsocial com a Cofins foram procedidas em razão de decisão judicial exarada pelo MM Juiz da 12ª Vara Federal de São José dos Campos SP nos autos do Processo nº 94.04035254, não obstante a regular comunicação desta ao Fisco através de DCTF. A diligência requereu o retorno dos autos à repartição de origem para que informe o resultado e andamento da referida ação judicial. Requereu também que se apure os créditos de Finsocial decorrentes do recolhimento em alíquota superior a 0,5%, informando ainda ao Segundo Conselho de Fl. 127DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10860.000048/200211 Acórdão n.º 3301002.680 S3C3T1 Fl. 128 3 Contribuintes se as compensações foram efetuadas dentro dos prazos de vencimento da Cofins, e se, mesmo após considerar a orientação insculpida nas IN SRF nºs 21 e 32, de 1997, remanescem créditos passíveis de lançamento de ofício. A Delegacia da Receita Federal em Taubaté SP realizou as diligências necessárias e prestou as informações discriminadas, dirimindo as dúvidas quanto ao montante do crédito de Finsocial objeto da compensação com a Cofins, bem como se remanesce crédito tributário passível de lançamento de ofício, mesmo depois de considerados os termos das IN SRF 21/97 e 32/97. É o relatório. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10860.000048/200211 Acórdão n.º 3301002.680 S3C3T1 Fl. 129 4 Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas Relator. O recurso voluntário é tempestivo, portanto, dele tomo conhecimento. No retorno da diligência realizada pela Delegacia da Receita Federal em Taubaté SP, constatouse que: 1) A ação judicial n° 94.04035254 transitou em julgado, após ter sido negado provimento à apelação e à remessa oficial, em 24/11/1997, mantendo a decisão favorável ao contribuinte que autorizava a compensação de eventuais créditos de FINSOCIAL, recolhidos na alíquota superior a 0,5%, com valores devidos a título de COFINS (fls. 97/104); 2) A apuração dos créditos de Finsocial decorrentes dos recolhimentos em alíquota superior a 0,5%, conforme despacho de fls. 109, foi realizada no Processo Administrativo Judicial (fls. 30/31) e ficou demonstrado que restou um saldo credor de 48.512,51 UFIR; 3) As compensações foram efetuadas em 07/11/1997, dentro do prazo de vencimento da Cofins, que se deu em 10/11/1997; 4) Considerando a orientação das IN SRF n° 21 e 32, de 1997, não remanescem créditos passíveis de lançamento de oficio, já que utilizandose da sobra no sistema SICALC, a qual foi convertida para reais pelo valor da UFIR de 01/01/1996 (48.512,51 X 0,8287 = R$ 40.202,31), podese verificar, dos relatórios de fls. 105/108, que ela foi suficiente para quitar integralmente o débito de COFINS do Período de apuração de 10/1997, no valor originário de R$ 44.657,21. Assim, considerando o trânsito em julgado da ação judicial do contribuinte, mantendo a decisão favorável que autorizava a compensação de eventuais créditos de FINSOCIAL, recolhidos na alíquota superior a 0,5%, com valores devidos a título de COFINS e considerando que a diligência realizada pela Delegacia da Receita Federal de circunscrição do contribuinte comprovou que há crédito suficiente para a quitação da Cofins no período de apuração de outubro de 1997, não remanescendo créditos passíveis de lançamento de ofício, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas Relator (ASSINADO DIGITALMENTE) LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Fl. 129DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10860.000048/200211 Acórdão n.º 3301002.680 S3C3T1 Fl. 130 5 Fl. 130DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL
score : 1.0
Numero do processo: 13739.001041/2003-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Exercício: 2003
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA DA PESSOA FÍSICA.
Descabe a aplicação da multa por atraso na entrega da declaração de ajuste anual quando o contribuinte colige aos autos elementos que demonstram que o mesmo não participou do quadro societário de empresa e esta era a única hipótese que o obrigava a apresentar a declaração.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2201-002.893
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Presidente Substituto.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente).
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Exercício: 2003 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA DA PESSOA FÍSICA. Descabe a aplicação da multa por atraso na entrega da declaração de ajuste anual quando o contribuinte colige aos autos elementos que demonstram que o mesmo não participou do quadro societário de empresa e esta era a única hipótese que o obrigava a apresentar a declaração. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah - Presidente Substituto. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente).
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Descabe a aplicação da multa por atraso na entrega da declaração de ajuste anual quando o contribuinte colige aos autos elementos que demonstram que o mesmo não participou do quadro societário de empresa e esta era a única hipótese que o obrigava a apresentar a declaração. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 73 9. 00 10 41 /2 00 3- 91 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13739.001041/200391 Acórdão n.º 2201002.893 S2C2T1 Fl. 91 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento de multa por atraso na entrega da declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda da pessoa física referente ao ano calendário de 2002, por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 165,74. O contribuinte apresentou a impugnação de fls. 2/4 deste processo digital, que foi julgada improcedente por intermédio do acórdão de fls. 71/74, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OBRIGATORIEDADE. Está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2003 a pessoa física residente no Brasil que participou do quadro societário de empresa como titular, sócio ou acionista, ou de cooperativa no anocalendário de 2002. MULTA PELO ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. A entrega da Declaração de Ajuste Anual após o término do prazo determinado na legislação tributária sujeita o contribuinte à multa. Cientificado da decisão de primeira instância em 07/03/2012 (fl. 76), o Interessado apresentou, em 28/03/2012, o recurso de fl. 78/79, acompanhado dos documentos de fls. 80/86. Na peça recursal aduz, em síntese, que: Não possui nenhum tipo de ligação com a empresa Suhey Lanches Ltda. Referida empresa se utilizou de seus dados pessoais para inscrevêlo no quadro societário. Possivelmente este inconveniente foi desencadeado a partir de um assalto por ele sofrido há dezessete anos. Está processando a empresa Suhey Lanches Ltda e seus representantes legais pelo uso indevido de seu nome nos quadros societários da empresa. O processo encontrase em fase de diligência pericial para, através de exames grafotécnicos, esclarecer que o Interessado não tem e nunca teve nenhuma participação em tal sociedade. Ao final, pleiteia o sobrestamento deste processo administrativo até o deslinde da mencionada ação judicial. É o essencial relatório. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13739.001041/200391 Acórdão n.º 2201002.893 S2C2T1 Fl. 92 3 Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital, que difere da numeração de folhas do processo físico. A presente Notificação de Lançamento foi lavrada em virtude de o CPF do Recorrente figurar como representante legal da empresa Suhey Lanches Ltda. nos cadastros da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB desde o anocalendário de 1996. Por força de diligência levada a cabo pela Autoridade fiscal uma das ex sócias da empresa declarou que vendeu suas quotas ao Interessado no ano de 1996 (fl. 51). A Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro JUCERJA, de sua vez, apresentou ao Fisco alteração contratual da empresa onde as exsócias cedem suas quotas ao Recorrente, para admissão como sócio da empresa (fl. 58). O Interessado alegou na impugnação e alega no recurso voluntário que jamais teve participação nos quadros societários da mencionada empresa. Bem por isso está processando a empresa e seus representantes legais (petição inicial da ação às fls. 80/84). O Recorrente informa que o processo encontrase em fase de diligência pericial para, através de exames grafotécnicos, esclarecer que ele não tem e nunca teve nenhuma participação em tal sociedade (petição para apresentação de quesitos à fl. 85). Em consulta ao Portal do TJRJ, Comarca de São Gonçalo (processo nº 001339657.2005.8.19.0004), verifiquei que realmente a ação foi ajuizada e que o processo foi distribuído em 30/03/2005, com remessa dos autos ao Ministério Público em 02/02/2015 e retorno ao juízo em 20/02/2015. O ajuizamento da ação judicial, cujo custo supera em muito o valor do crédito tributário discutido neste processo, confere, a meu ver, plausibilidade suficiente para acreditar que o Interessado nunca figurou como representante legal da empresa Suhey Lanches Ltda., de modo que não estava obrigado a apresentar a declaração de ajuste anual que originou a presente Notificação de Lançamento. Face ao exposto, voto por dar provimento ao recurso para cancelar a multa por atraso na entrega da declaração no valor de R$ 165,74. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos Almeida Fl. 92DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13739.001041/200391 Acórdão n.º 2201002.893 S2C2T1 Fl. 93 4 Fl. 93DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 10920.001583/2009-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO.
O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitando-se à incidência não-cumulativa da contribuição.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62-A DO ANEXO II DO RICARF.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62-A do Anexo II do RICARF
Numero da decisão: 3302-002.962
Decisão: Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: Relator
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INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência não cumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência não cumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 15 83 /2 00 9- 12 Fl. 382DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 3 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de Autos de Infração lavrados para constituição de crédito tributário de PIS/Pasep e Cofins, no período de 30/04/2004 a 31/12/2006. Por bem retratar a realidade dos fatos, transcrevese parte do relatório do voto proferido pelo colegiado a quo: “Segundo a descrição dos fatos dos autos de infração, que remete ao Termo de Verificação Fiscal integrante das peças acusatórias (fls. 238 e seguintes), os lançamentos decorrem de procedimento fiscal que constatou insuficiências de declaração/recolhimento de Cofins e contribuição para o PIS, apuradas com base no fato exposto em síntese. A contribuinte é beneficiária de decisão judicial definitiva que autorizou o aproveitamento de créditos presumidos de IPI sobre a aquisição de insumos sem incidência do tributo (isentos, NT e alíquota zero), cujos valores são contabilizados como exclusão Fl. 383DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 4 3 do custo de aquisição, para fins de apuração do IRPJ e CSLL, ou seja, o custo de aquisição se torna igual ao valor cheio da nota fiscal menos o crédito presumido. No entanto, na apuração das bases de cálculo de PIS/Cofins (incidência nãocumulativa), a empresa aproveita como crédito o valor cheio da nota fiscal, sem, todavia, incluir em contrapartida os valores dos ganhos provenientes dos créditos de IPI decorrentes da ação judicial em suas receitas sujeitas à incidência das contribuições em foco, procedimento que segundo a fiscalização configura infração ao disposto no art. 1º das Leis nºs. 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, o que motivou a feitura dos lançamentos de ofício. Cientificada pessoalmente das exigências em 28/04/2009, a contribuinte apresentou em 30/09/2013 a petição impugnativa acostada às fls. 251 e seguintes, atacando o entendimento do autor do procedimento com os argumentos a seguir sumariados. A impugnante inicia a petição discorrendo sobre o fato que deu origem à autuação, a ação judicial que lhe deferiu o direito de crédito de IPI presumido, a sistemática que adota para contabilizar a apropriação desse crédito, e, em seguida passa a defender a tese de que o crédito presumido de IPI não representa receita, como interpreta a fiscalização, mas um redutor de custo, haja vista que é lançado a débito da conta “IPI a Recolher”, seguindo o mesmo tratamento do crédito sobre as aquisições de produtos sobre os quais incide o tributo. Aduz que é lógico que se o contribuinte pagasse o IPI incidente sobre o produto vendido, sem beneficiarse do custo nas aquisições, o tributo perderia sua característica constitucional da nãocumulatividade, prevista no art. 153 da CF/88 e no art. 163 do RIPI. Cita, a esse respeito, trecho do decisum proferido na ação que lhe deu ganho de causa para o crédito presumido e de votos proferidos pelos Ministros Castro Meira e Francisco Falcão, do STJ, concluindo que o crédito em questão não representa uma receita nova, mas uma importância para corrigir o custo. Na mesma linha, reproduz a ementa dos Acórdãos prolatados pelo então 2º Conselho de Contribuintes no julgamento dos recursos 131.755 e 131.756. Acrescenta que, considerar o crédito presumido do IPI como receita, em vez de redutor de custo, seria a administração tributária estar modificando conceitos do direito privado, em flagrante desrespeito ao estatuído no art. 110 do CTN, cuja redação transcreve, citando, a respeito, fragmento de ementa de Acórdão proferido pelo STF, no julgamento de RE que declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº. 9.718, de 1998. Finalizando, protesta contra o percentual da penalidade de 75%, que reputa confiscatório, apoiandose no art. 150, IV, da CF/88 e posicionamentos do Poder Judiciário, requerendo que, na Fl. 384DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 5 4 eventual hipótese de ser julgada procedente a exigência, esse percentual seja reduzido para 2%.” A Segunda Turma da DRJ em Brasília proferiu o acórdão nº 0358.933, com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/04/2006 a 31/12/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. Os órgão julgadores administrativos não detém competência para apreciar argüição de inconstitucionalidade de lei. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. IMPUGNAÇÃO COMUM. Em se tratando de impugnação comum, aplicase ao lançamento da contribuição para o PIS o decidido em relação ao lançamento da Cofins. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reprisando as alegações deduzidas na impugnação, à exceção do caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, sendo tal matéria não contestada. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos demais pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A lide se restringe à inclusão ou não dos créditos presumidos de IPI, apurados mediante provimento judicial definitivo obtido pela recorrente, no sentido de se creditar do IPI na entrada de matériasprimas, insumos e embalagens imunes, nãotributadas, isentas ou tributadas à alíquota zero, pela aplicação da alíquota do produto final aos insumos Fl. 385DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 6 5 isentos ou sujeitos à alíquota zero, apropriandose do resultado como crédito, ou pela exclusão desses insumos da base de cálculo do IPI, aplicandose a alíquota ao saldo. As Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 dispuseram no §3º do artigo 1º sobre as receitas que não integram a base de cálculo na incidência nãocumulativa, não havendo disposição legal específica que contemple a exclusão pleiteada. Assim, necessária a verificação da natureza dos créditos presumidos apurados, ou seja, se se enquadram no conceito de receita. Como mencionado pelo acórdão recorrido, a NBC T 19.30, norma brasileira de contabilidade aprovada pelo Conselho Federa de Contabilidade, dispõe que Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições dos proprietários. O Pronunciamento Técnico CPC 30 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis assim define receita: Objetivo A receita é definida no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis como aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As receitas englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil de receitas provenientes de certos tipos de transações e eventos. A questão primordial na contabilização da receita é determinar quando reconhecêla. A receita é reconhecida quando for provável que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e esses benefícios possam ser confiavelmente mensurados. Este Pronunciamento identifica as circunstâncias em que esses critérios são satisfeitos e, por isso, a receita deve ser reconhecida. Ele também fornece orientação prática sobre a aplicação desses critérios. Conceitualmente, receita é o ingresso econômico representado por um aumento de ativo ou diminuição de passivo que resultam em aumentos de patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 ainda determinam que a incidência independe da denominação ou classificação contábil. Fl. 386DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 7 6 Corroborando o entendimento, transcrevese trecho do voto do ilustre Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, proferido no Acórdão 3301002.395: Peço vênia para me socorrer também nos valiosos ensinamentos do eminente Conselheiro Sólon Sehn no artigo denominado “Crédito Presumido de IPI e a Base de Cálculo de PIS e Cofins” publicado no volume 2 do livro “PIS e cofins à luz da Jurisprudência do CARF, fls. 519/537, in verbis: (...) Não há qualquer impedimento à cobrança do tributo no regime não cumulativo, uma vez que a recuperação de custos integra a receita bruta da empresa. Afinal, se o conceito de receita compreende o acréscimo patrimonial líquido, não há motivos para afastar de seu âmbito de significação o incremento resultante do recebimento do crédito presumido do IPI. O patrimônio compreende não só os bens, mas os direitos de crédito e todas as demais relações jurídicas de conteúdo econômico titularizadas pelo sujeito de direitos. Por conseguinte, a receita pode ser auferida não apenas mediante recebimento de dinheiro, mas pela aquisição de qualquer direito susceptível de apreciação pecuniária. Por outro lado, embora a Lei nº 9.363/1996 faça referência a “ressarcimento”, devese ter presente que não se trata propriamente de uma indenização. A concessão do crédito constitui uma liberalidade, um ato unilateral do Poder Público, que não se confunde com as obrigações derivadas da responsabilidade extracontratual. Tampouco se trata de reembolso, porque este pressupõe a recomposição do patrimônio devida em razão de uma despesa realizada por conta e ordem de outrem. (...) Os créditos presumidos são benefícios fiscais concedidos unilateralmente pelo Poder Público, podendo apresentar natureza de subvenção de custeio (v.g. crédito presumido do IPI para ressarcimento de contribuições previsto na Lei nº 9.363/1996) ou de subvenção para investimentos (v.g. crédito presumido para incentivos da Lei nº 9.826/1999). No primeiro caso, as subvenções integram o resultado da pessoa jurídica e, nessa condição, têm natureza de receita bruta do sujeito passivo. Portanto, devem ser incluídas na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, desde que se trate de contribuinte submetido ao regime não cumulativo... Constatase, pois, que o crédito presumido de que trata estes autos, assim como o crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363/96, representa ganho econômico efetivo, pois reduz um passivo mediante um aumento no patrimônio líquido (crédito em resultado). Fl. 387DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 8 7 Neste sentido, citamse ementas de acórdãos deste conselho, inclusive da Câmara Superior de Recursos Fiscais, mantendo a incidência de PIS/Pasep e Cofins sobre o crédito presumido de IPI para ressarcimento de PIS/Pasep e Cofins,: Acórdão nº 9303002.825, proferido em 23/01/2014: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA COFINS NÃO CUMULATIVA. O crédito presumido do IPI constitui receita sujeita à incidência da COFINS nãocumulativa. Acórdão nº 3801002.205, proferido em 24/10/2013: [...] BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PIS. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI E DE CRÉDITO PRÊMIO DE IPI. As receitas decorrentes de ressarcimentos de créditos presumidos de IPI e do crédito prêmio do IPI compõem a base de cálculo da contribuição PIS no regime da não cumulatividade, tendo em vista que o faturamento mensal corresponde ao total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independente de sua denominação ou de sua classificação contábil. Recurso Voluntário Negado Acórdão nº 3301002.395, proferido em 23/07/2014: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO CUMULATIVO. Por força do art. 1º da Lei nº 10.637/2002, o crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS. Tratase de um benefício fiscal com natureza de subvenção de custeio, integrando a receita bruta do contribuinte. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECEITA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. Não há como concluir que a receita decorrente do crédito presumido de IPI é decorrente de operação de exportação de mercadorias para o exterior. É um benefício fiscal instituído unilateralmente pelo Poder Público e decorre das operações internas com incidência de PIS e Cofins. Nos termos do art. 111 do CTN interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre exclusão de crédito tributário. As próprias Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, ao disporem no §3º sobre as receitas que integram a base de cálculo, conferem natureza de receita às reversões de provisões e às recuperações de crédito baixados como perda, que foram expressamente excluídas da base, indicando a abrangência da definição de receita e a necessidade de a lei definir expressamente as exclusões. Fl. 388DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10920.001583/200912 Acórdão n.º 3302002.962 S3C3T2 Fl. 9 8 Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 389DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 19/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 11971.000886/2007-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jan 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
NULIDADE ACÓRDÃO RECORRIDO
Não há que se falar em nulidade de decisão, que mesmo que não tenha abordado todas alegações da impugnante, apresentou suficiente fundamentação, não causando qualquer prejuízo ao amplo direito de defesa.
CRÉDITO PRESUMIDO. LEI 9.440/97. UTILIZAÇÃO EXCLUSIVAMENTE COMO LANÇAMENTO ESCRITURAL NO LIVRO REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI, NÃO SENDO POSSÍVEL SEU RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO.
Nos termos da legislação de regência, o credito presumido de IPI como ressarcimento das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins estatuído no art.1º, IX da Lei n° 9.440/97, até o publicação do Decreto nº 6.556/08, ocorrido em 09/09/2008, somente permitia a sua utilização através da dedução do imposto devido pela saída de produtos tributados, não havendo previsão para seu ressarcimento ou mesmo compensação com outros tributos administrados pela RFB.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3402-002.726
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro apresentou declaração de voto.
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
Jorge Lock Freire - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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CRÉDITO PRESUMIDO. LEI 9.440/97. UTILIZAÇÃO EXCLUSIVAMENTE COMO LANÇAMENTO ESCRITURAL NO LIVRO REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI, NÃO SENDO POSSÍVEL SEU RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. Nos termos da legislação de regência, o credito presumido de IPI como ressarcimento das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins estatuído no art.1º, IX da Lei n° 9.440/97, até o publicação do Decreto nº 6.556/08, ocorrido em 09/09/2008, somente permitia a sua utilização através da dedução do imposto devido pela saída de produtos tributados, não havendo previsão para seu ressarcimento ou mesmo compensação com outros tributos administrados pela RFB. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. O Conselheiro Diego Diniz Ribeiro apresentou declaração de voto. Antônio Carlos Atulim Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 97 1. 00 08 86 /2 00 7- 13 Fl. 213DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 214 2 Jorge Lock Freire Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Versam os autos recurso voluntário contra Acórdão da 5ª Turma da DRJ/REC que manteve o despacho denegatório da autoridade local da RFB exarado com amparo em informação fiscal que denegou o pleito da empresa para se ver ressarcida de crédito de IPI referente ao 2º trimestre de 2007, o qual teve por origem incentivo fiscal calculado conforme Certificado de Habilitação MDIC/SDP/Nº 002/02. Em suma, o fundamento do Fisco, abarcado pelo Acórdão recorrido, é no sentido de que do benefício fiscal criado pelo art. 1º, IX ("crédito presumido do imposto sobre produtos industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, 8 e 70, de 7 de setembro de 1970, 3 de dezembro de 1970 e 30 de dezembro de 1991, respectivamente, no valor correspondente ao dobro das referidas contribuições que incidiram sobre o faturamento das empresas referidas no § 1º deste artigo"), da Lei 9.440/97, e regulamentado pelo Decreto 3.893, de 22/08/2001, não é ressarcível. Isto porque o § 14 do art. 1º desta Lei, remeteu a forma de utilização do benefício ao que o regulamento viesse a dispor. E o referido Decreto, em seu art. 6º, estatuiu que o aproveitamento do mesmo seria apenas sua escrituração, a título de outros créditos, no Livro Registro de Apuração do IPI (RAIPI), não prevendo sua forma de utilização por meio de ressarcimento de saldo credor que tenha por origem o indigitado incentivo. Contudo, uma vez estornado pelo contribuinte tal valor e uma vez indeferido seu pleito, legítima a reconstituição da escrita do IPI para fazer retornálo à mesma para eventual encontro com eventuais débitos deste imposto. Não resignada com a decisão a quo, interpôs o presente recurso. Preliminarmente, postula a nulidade da mesma por não ter enfrentado seu argumento acerca do art 12 da IN SRF 21/97, alem de não ter enfrentado o argumento de que Instruções Normativas e Decretos servem apenas para regulamentar o direito posto em lei, alem do fato de não ter sido abordado o argumento de que a Lei 9.430/96 autorizaria a compensação com tributos de qualquer espécie de créditos passíveis de ressarcimento. Discorre que é indústria produtora de partes e peças para fabricação de automóveis, sendo atualmente seu carro chefe a venda de cabos e painéis elétricos para a Volkswagen do Brasil, aduzindo que face às peculariedades dos produtos que vende e outros benefícios fiscais que faz jus, não possui débito suficiente para utilizar os créditos acumulados, uma vez que mais de 50% de suas saídas são suspensas. Entende que o Decreto 6.556, de Fl. 214DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 215 3 08/09/2008, tem natureza interpretativa, aplicandose, portanto, desde a edição da MP 1.532/96, que foi convertida na Lei 9.440/97. Alega que a IN SRF 21/97, em seu art. 3º, já autorizava a compensação do saldo credor do IPI com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal, ao referirse a estímulos fiscais na área do IPI, o que, a seu juízo, abarcaria os créditos da natureza dos seus. Segue consignando que o sentido da Lei 9.440/97 atende a política de desenvolvimento regional, sendo inconcebível entender o benefício como não palpável, gizando que a conclusão é no sentido de que aquela Lei assegura a compensação do saldo credor com outros débitos administrados pela Receita Federal. Passa a historiar acerca dos benefícios concedidos ao regime automotivo. Em sequência, passa a análise de questões fáticas para concluir que a ser mantido o entendimento do Fisco, seu benefício seria "nenhum", pois a manutenção das fabricantes de partes e peças no Nordeste, como é seu caso, só fez aumentar seu custo com frete, uma vez que a maioria de seus fornecedores estão localizados na região CentroSul, assim como seu principal cliente, a Volkswagen do Brasil. Pontua que o benefício concedido pela Lei 9.440, antes de ser para o regime automotivo, serve para o desenvolvimento regional do Norte, Nordeste e CentroOeste. Alega, ainda, que não há na legislação definição específica do que seja ressarcimento, daí que se deve buscar o conceito adotado pela doutrina, que, aliás, advém do direito privado (art. 110 do CTN), e que estaria ligado à idéia de reparação, indenização, obrigação do Estado de fazer". In casu, entende, aplicase à indenização como satisfação de reparar prejuízo, porque se trata de benefício para as empresas que se instalarem nas Regiões Norte, Nordeste e CentroOeste. Sem ele, não é viável manterse nas referidas regiões. Assevera que em relação à denegação de crédito da mesma natureza inserto nos autos do processo administrativo 11971.000342/200239, ajuizou a ação judicial (processo 080114409.2012.4.055.8300) para desconstituir o entendimento da RFB, tendo obtido antecipação de tutela de seu pedido. Entretanto, não informou os termos finais do mencionado processo judicial. Requer, por fim, o reconhecimento do direito à utilização do saldo credor de IPI decorrente do benefício da Lei 9.440/97 e a homologação das compensações declaradas. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Lock Freire, Relator. Quanto à pugnada nulidade do r. Acórdão, há de ser rechaçada. A alegação de nulidade da decisão recorrida é lastreada no fato de que nem todos os argumentos esgrimidos na impugnação foram enfrentados pelo julgador a quo. Entretanto, essa argumentação está superada tanto no plano do processo judicial como no administrativo. Neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já se pacificou o entendimento de que não é necessário rebater, uma a uma, as alegações do sujeito passivo, e sim que o julgador deve apresentar razões suficientes para fundamentar o seu voto. O vício Fl. 215DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 216 4 estaria na não fundamentação ou em uma má fundamentação, que restasse prejudicada a defesa, ou que não se constatou nos autos, pois o recurso tem uma defesa técnica robusta e qualificada. Essa visão deita raízes no princípio da eficiência e no direito à duração razoável do processo, pois o tempo, como recurso escasso que é, deve ser utilizado de maneira a maximizar resultados sob os aspectos qualitativo e quantitativo. Assim, entendo que a decisão vergastada foi fundamentada a contento no sentido que concluiu, não tendo nenhuma repercussão negativa ao direito de defesa da ora recorrente. Por tal, afasto a postulada nulidade do Acórdão recorrido. Quanto ao mérito, sustenta a recorrente que o direito ao ressarcimento ao saldo credor seria fruto de uma política de desenvolvimento regional, no caso Nordeste, visando expandir o setor automotivo de peças alem das regiões centrosul, trazendo à baila questões de fato, como seu acúmulo de saldo credor em função de suas saída com suspensão para a indústria automobilística que é seu principal cliente. Faz também uma leitura abrangente do direito ao creditamento, com fulcro em legislação revogada como a IN SRF 21/97, chegando ao ponto de dizer que há lacuna na legislação no sentido de não haver uma definição do que seria ressarcimento, para ao fim concluir que o Decreto 6.556, de 08/09/2008, que veio a permitir, posteriormente ao período de apuração em análise, o ressarcimento do saldo credor tem natureza interpretativa, devendo por isso retroagir seus efeitos. Não é este meu entendimento. Como é consabido, a legislação que estabelece incentivo fiscal deve ser analisada de forma estrita, por motivos óbvios, já que na espécie o Estado abre mão de uma fonte de receita em troca de outro fim buscado pelo legislador. E dúvida não há no caso da Lei 9.440/97, que o escopo buscado foi levar o desenvolvimento industrial automotivo para as regiões Norte, Nordeste e CentroOeste do país, visando atender ao mandamento constitucional de reduzir as desigualdades regionais, desconcentrando o poderio econômico das regiões centrosul. Contudo, esse viés políticoeconômico, bem pontuado no recurso, não tem o condão de afastar o que o próprio legislador delimitou para fruência do incentivo fiscal, e que, como dito, deve ser interpretado em termos restritos. Pois bem, o art. 1º, IX, da Lei 9.440/97, estatuiu que poderia ser concedido, "nas condições fixadas em regulamento", ... IX "crédito presumido do imposto sobre produtos industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, 8 e 70, de 7 de setembro de 1970, 3 de dezembro de 1970 e 30 de dezembro de 1991, respectivamente, no valor correspondente ao dobro das referidas contribuições que incidiram sobre o faturamento das empresas referidas no § 1º deste artigo". E o § 14º do art. 1º do referido diploma legal vazou a forma que tal incentivo, os créditos escriturais a que aludiu o inciso IX do mesmo art. 1º, seriam utilizados, nos seguintes termos: "§ 14. A utilização dos créditos de que trata o inciso IX será efetivada na forma que dispuser o regulamento.” E de seu turno, o art. 6º do Decreto 2.179/99, definiu os termos em que o benefício seria usufruído. E o inciso VI do art. em referência vazou a forma como o incentivo em voga seria utilizado. Vejamos: Fl. 216DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 217 5 VI crédito presumido do imposto sobre produtos industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, 8 e 70, de 7 de setembro de 1970, 3 de dezembro de 1970 e 30 de dezembro de 1991, respectivamente, no valor correspondente ao dobro das referidas contribuições que incidiram sobre o faturamento das empresas referidas no inciso IV do art. 2º. Parágrafo único. Os créditos a que se refere o inciso VI serão escriturados no livro Registro de Apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados, e sua utilização darse á nos termos do previsto no art. 103 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto nº87.981, de 23 de dezembro de 1982.” (sublinhei) O art 103 do RIPI/82, que corresponde ao art 178 do RIPI/98, estipula que os créditos de IPI serão utilizados mediante a dedução do imposto devido na saída (os débitos) dos produtos do estabelecimento industrial. Quando os créditos forem de natureza incentivada, o art. 179 do mesmo Regulamento, deixa claro que para aqueles que "para os quais a lei expressamente assegurar a manutenção e utilização" poderão ser utilizados inclusive na forma de ressarcimento em dinheiro . Ou seja, só há falarse em ressarcimento em espécie e, consequentemente, em compensação desses valores com outros tributos administrados pela RFB, quando a lei expressamente o admitir. Na hipótese sob exame, a legislação delegou competência ao Executivo e este, pelo Decreto citado, permitiu, exclusivamente, sua utilização como crédito escritural no livro de apuração do IPI, eis que a Lei não assegurava expressamente a utilização do saldo credor na forma de ressarcimento em dinheiro e/ou compensação com outros tributos. Como vimos, a lei delegou essa competência ao Poder Executivo, que somente com a edição do Decreto 6.556/2008 deu nova redação ao art. 6º do Decreto 2.179, vigente à época do período abarcado pelo pedido, sendo que, aí sim, o § 3º da nova redação do art. 1º deste Decreto, permitiu que o crédito presumido não aproveitado na dedução com débitos do IPI ao final de cada período de apuração (trimestrecalendário) passasse a ser ressarcível. Sendo que a vigência deste Decreto, expressamente por seu art. 2º, foi a data de sua publicação, "alcançando o saldo credor de IPI existente nesta data", o que afasta o entendimento da recorrente no sentido da retroação do direito ao ressarcimento antes da publicação desse Decreto. Portanto, inconteste que o Decreto e os atos administrativos não foram de encontro à Lei em questão, mas sim ao seu encontro. Igualmente o art. 74 da Lei 9.430 deixa claro que o direito à compensação estava vinculado a créditos passíveis de restituição ou ressarcimento, o que só veio a ocorrer com a publicação do Decreto 6.556/2008, em 9/9/2008. Igualmente, o art. 4º da IN SRF 21/97, impede textualmente o ressarcimento em espécie do crédito presumido previsto no art 1º, IX da Lei 9.440/97. Quanto ao entendimento do Judiciário, não trouxe a recorrente maiores esclarecimentos quanto ao destino daquela ação judicial, apenas fazendo menção ao pedido de antecipação de tutela, pelo que entendo que teve apenas o condão de trazer mais um argumento em prol de sua tese. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 218 6 O Acórdão 340300.746, de 08/08/2010, assim como o 310100.993, de 26/01/2012, seguem mesmo entendimento. Também no mesmo rumo os Acórdãos 20307469 e 20307473, ambos de 22/06/2001, do extinto Segundo Conselho de Contribuintes. Forte em todo exposto, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Jorge Lock Freire Fl. 218DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 219 7 Declaração de Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 1. Tratase de recurso voluntário interposto pelo contribuinte com o fito de ver reconhecido o seu direito de ser ressarcido de crédito presumido de IPI e, consequentemente, ver homologada a compensação dos seus créditos com outros tributos administrados pela RFB. 2. Segundo defendido pelo contribuinte, o art. 1º, inciso IX da Lei n. 9.440/97 teria por escopo criar um benefício fiscal que, em contrapartida, implicaria um estímulo para que empresas como a Recorrente se instalassem na região Nordeste do país. Assim, referido dispositivo legal não poderia ser analisado apenas com um foco no contribuinte beneficiado (perspectiva microscópica do incentivo), mas deveria também ser visto de modo a se extrair o seu verdadeiro sentido/finalidade (perspectiva macroscópica), qual seja, incentivar a fixação de empresas na região Nordeste do país e, com isso, estimular a economia regional. 3. Dito isso e tomando tais assertivas como premissas, tenho que assiste razão ao contribuinte. E isso se deve, primeiramente, por conta de uma análise das particularidades do caso em concreto vis a vis de uma interpretação teleológica a ser aqui realizada. 4. Nesse sentido, insta destacar que a Recorrente é fabricante de peças para o setor automobilístico, setor este que, por sua vez, se sujeita a uma incidência monofásica do IPI, cuja concentração para fins de recolhimento se dá na figura da indústria automobilística. Logo, não é difícil concluir que limitar o aproveitamento do benefício aqui tratado ao creditamento escritural do IPI implica o acúmulo do crédito presumido para a Recorrente, o que, por conseguinte, inviabiliza o aproveitamento do benefício criado pelo art. art. 1º, inciso IX da Lei n. 9.440/97, esvaziandoo de sentido jurídico, digase de passagem. 5. Tal fato, por seu turno, não trás um prejuízo apenas para o contribuinte, ora Recorrente, que realizou investimentos para a instalação da sua empresa e se sujeita a uma logística mais tortuosa para estar na Região Nordeste do país. Mais do que isso, esta interpretação restritiva do benefício acaba por macular a finalidade precípua da norma aqui tratada, qual seja, estimular a economia da Região Nordeste do país. 6. Nem se alegue que, por se tratar de um benefício fiscal, a interpretação a ser aqui desenvolvida deveria ser literal, nos termos do que prescreve o art. 111 do Código Tributário Nacional. Primeiro porque o benefício aqui tratado não se amolda a qualquer uma das hipóteses do referido inciso [(i) suspensão ou exclusão do crédito tributário; (ii) outorga de isenção; ou (iii) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias] 7. E, em segundo lugar, só há que se falar em interpretação, ainda que literal, quando este processo hermenêutico tenha um material sentido jurídico, o que, como visto alhures, não é o caso dos autos. Por fim, não é demais lembrar que a interpretação literal deve ser o prelúdio de todo e qualquer processo interpretativo, mas não um fim em si mesma. Nesse esteio, Fl. 219DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 220 8 ...o desprestígio da chamada interpretação literal, como critério isolado de exegese, é algo que dispensa meditações mais sérias, bastando arguir que, prevalecendo como método interpretativo do direito, seríamos forçados a admitir que os meramente alfabetizados, quem sabe com o auxílio de um dicionário de tecnologia jurídica, estariam credenciados a elaborar as substâncias das ordens legisladas, edificando as proposições do significado da lei (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. p. 140.). 8. Assim, a interpretação a ser realizada aqui é a teleológica ou finalística, de modo a se perseguir o verdadeiro sentido da disposição legal em análise que repitase no caso em tela consiste em não apenas prestigiar um setor da economia (automobilístico), mas, acima de tudo, estimular a Região Nordeste do país. 9. S.m.j., também não é crível alegar que o entendimento aqui esposado não encontraria respaldo jurídico, mas seria, em verdade, uma interpretação metajurídica e de caráter exclusivamente econômico. Absolutamente não! Como visto acima, a interpretação aqui parte de uma consagrada técnica jurídica, qual seja, a de interpretar a norma sob uma perspectiva teleológica, em especial quando se leva em conta as particularidades do caso em concreto, o que, no caso decindendo, consiste na impossibilidade do contribuinte fruir do benefício legal aqui tratado ao sujeitar seu aproveitamento à compensação com créditos escriturais de IPI. 10. Aliás, referendando o caráter jurídico das considerações aqui postas, não é demais lembrar que há caso análogo ao aqui tratado dependente de apreciação pelo A. Supremo Tribunal Federal. Como é sabido, o Pretório Excelso reconheceu a repercussão geral de um determinado recurso extraordinário no qual se discute a possibilidade do adquirente de produtos oriundos da Zona Franca de Manaus se creditar de IPI, ao fundamento de que, a impossibilidade do creditamento, implicaria a falência da referida zona de livre comércio. Nesse esteio: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI. NÃOCUMULATIVIDADE. DIREITO AO CREDITAMENTO NA ENTRADA DE INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 592891 RG, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, julgado em 21/10/2010, DJe226 DIVULG 24112010 PUBLIC 25112010 EMENT VOL0243802 PP00339 ). 11. Registrese, ainda, que no Tribunal Regional Federal da 3a. Região, o leading case alhures tratado foi decidido favoravelmente ao contribuinte, o que ocorreu nos seguintes termos: Fl. 220DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 221 9 TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. INSUMOS E MATÉRIA PRIMA ADQUIRIDOS SOB REGIME DE ISENÇÃO, ALÍQUOTA ZERO OU NÃO INCIDÊNCIA JUNTO À ZONA FRANCA DE MANAUS. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. 1. Acolhese a apropriação dos créditos decorrentes de insumos, matériaprima e material de embalagem adquiridos junto à Zona Franca de Manaus sob o regime de isenção, consoante entendimento já preconizado pelo C. STF (RE 212.484). 2. Incabível a correção monetária, posto se tratar de crédito escritural, na linha de precedentes do C. STF. 3. O prazo prescricional é de cinco anos, nos termos do art. 1º do Decreto nº 20.910/32. 4. Apelação a que se dá provimento. (TRF 3ª. Região; 3ª. Turma; Apelação n.º 1999.61.00.0144900; Relator: JUIZ CONV. ROBERTO JEUKEN; Data do julgamento: 02/08/2006) (g.n.). 12. Ao longo do seu voto, o Relator da apelação acima referida assim se manifestou: De fato, as isenções de produtos oriundos das chamadas zonas livre de comércio, qualificamse como um incentivo regional assegurado diretamente no corpo da lei maior, conforme se depreende da análise do art. 43 e § 2º, não obstante a necessidade da lei instituidora, inclusive porque a opção poderá se dar em face dos outros benefícios assegurados no mesmo preceptivo, esmaecendose, portanto as objeções que pudessem ser opostas em face do art. 150, § 6° da mesma, na redação conferida pela EC. 03, de 17.03.93. (...). Tal peculiaridade coloca estas desonerações de caráter regional, por força daquele preceito, no mesmo patamar constitucional da incumulatividade, em ordem a que a desconsideração dos créditos dela advindos, substanciaria a prática de dar com uma mão e tirar com a outra (voto do Ministro Marco Aurélio no RE 212.484), não admitida no Excelso Pretório. (…). Portanto, no caso daquelas isenções concedidas as empresas situadas na Zona Franca de Manaus, a exemplo do que também ocorreria nas chamadas Zonas Livres de Comércio, é Fl. 221DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 11971.000886/200713 Acórdão n.º 3402002.726 S3C4T2 Fl. 222 10 preciso ter presente que a desoneração tem objetivos de desenvolvimento regional, colaborando de molde a baratear a aquisição dos insumos, e a obtenção de preço final mais competitivo, nos produtos resultantes do processo de industrialização, na medida em que o adquirente não precisa pagar o valor do imposto. De fato, se as empresas, adquirindo o produto intermediário a preços mais vantajosos, não pudessem creditarse do montante que seria devido à título de IPI, que se erigia no diferencial que motivara a aquisição de empresa situada em local distante, se tomado em conta as regiões sul e sudeste, por certo ela acabaria mudando de fornecedor, tendo em vista outras indústrias do mesmo ramo, situadas na mesma região, barateando o transporte. Portanto, a finalidade buscada com a isenção, barateamento do custo de produção, restaria frustrado e aquelas empresas lá situadas, que fizeram elevados investimentos para iniciar a produção em locais que no muito das vezes, além de distantes, são inóspitos e não possuem mão de obra qualificada, não iriam adiante. (...) (g.n.). 13. Diante de tais considerações jurídicas, ouso discordar do douto. Relator do caso e da maioria desta colenda Turma julgadora, razão pela qual voto pela procedência do recurso voluntário interposto pelo contribuinte. 14. É como voto. Conselheiro Diego Diniz Ribeiro Fl. 222DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinad o digitalmente em 16/12/2015 por DIEGO DINIZ RIBEIRO
score : 1.0
Numero do processo: 11020.003116/2006-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2000
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES DO STF PROLATADAS NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC.
Nos termos do § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 1973 - Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
COFINS. TRANSFERÊNCIA ONEROSA DE CRÉDITOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. STF RE 606.107
No julgamento do RE 606.107, concluiu a Suprema Instância:
(...)
VIII - Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS.
IX - Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, b, da Constituição Federal.
Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicando-se aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543-B, § 3º, do CPC.
Numero da decisão: 3401-003.006
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente e Relator.
EDITADO EM: 03/02/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2000 NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES DO STF PROLATADAS NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC. Nos termos do § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 1973 - Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. COFINS. TRANSFERÊNCIA ONEROSA DE CRÉDITOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. STF RE 606.107 No julgamento do RE 606.107, concluiu a Suprema Instância: (...) VIII - Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. IX - Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, b, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicando-se aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543-B, § 3º, do CPC.
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OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES DO STF PROLATADAS NA SISTEMÁTICA DO ART. 543B DO CPC. Nos termos do § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. COFINS. TRANSFERÊNCIA ONEROSA DE CRÉDITOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. STF RE 606.107 No julgamento do RE 606.107, concluiu a Suprema Instância: (...) VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. IX Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, “b”, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 31 16 /2 00 6- 82 Fl. 423DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 07/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente e Relator. EDITADO EM: 03/02/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relatório Em sessão de votação realizada em 06 de outubro de 2011, decidimos sobrestar o julgamento deste recurso com base no voto do i. relator de então, Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis: Retorna o processo da CSRF para reanálise, haja vista o provimento do Especial interposto pala Procuradoria da Fazenda Nacional. Excluindose a questão relativa à necessidade (ou não) de lançamento, no lugar da glosa efetuada quando a RFB considera que não foram computados todos os débitos em pedido de ressarcimento do PIS e Cofins não cumulativos, por ser matéria não devolvida a esta instância, conforme decidido pela CSRF, são dois os temas a tratar: a glosa relativa à transferência de créditos de ICMS, cujo valor foi reduzido daquele a ressarcir por entender a fiscalização que o valor do imposto Estadual está incluso na base de cálculo do PIS e Cofins, e a incidência (ou não) da Selic sobre a parcela do ressarcimento parcial autorizado pelo órgão de origem. O tema referente à inclusão (ou não) do ICMS na base de cálculo do PIS Faturamento e da Cofins não cumulativos está sob análise do Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário nº 606107, com repercussão geral já definida. Não pode, pois, ser analisado nesta oportunidade, impondose o sobrestamento do julgamento em obediência ao § 2º do art. do Anexo II do RICARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, que dispõe o seguinte: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 424DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 07/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.003116/200682 Acórdão n.º 3401003.006 S3C4T1 Fl. 424 3 § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Como informa o sítio do Colendo Tribunal na internet (consulta em 03 de outubro de 2011), o debate no RE nº 606107 versa sobre o seguinte: Recurso extraordinário em que discute, à luz dos artigos 149, § 2º, I; 150, § 6º; 155, § 2º, X, a; e 195, caput, I, b, da Constituição Federal, a constitucionalidade, ou não, da exigência de que o valor correspondente às transferências de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS pela empresa contribuinte seja integrado à base de cálculo das contribuições Programa de Integração Social PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS não cumulativas. Por oportuno, observo que a matéria também é objeto da ADC nº 18 e do RE nº 2407852/MG. Apreciando Medida Cautelar na referida Ação Declaratória de Constitucionalidade, o STF, em 14/08/2008, resolvendo questão de ordem suscitada no sentido de dar prosseguimento ao julgamento do RE nº 240.7852/MG, por maioria deliberou pela precedência do controle concentrado em relação ao controle difuso, conforme a ementa seguinte: Medida cautelar. Ação declaratória de constitucionalidade. Art. 3º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.718/98. COFINS e PIS/PASEP. Base de cálculo. Faturamento (art. 195, inciso I, alínea "b", da CF). Exclusão do valor relativo ao ICMS. 1. O controle direto de constitucionalidade precede o controle difuso, não obstando o ajuizamento da ação direta o curso do julgamento do recurso extraordinário. 2. Comprovada a divergência jurisprudencial entre Juízes e Tribunais pátrios relativamente à possibilidade de incluir o valor do ICMS na base de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP, cabe deferir a medida cautelar para suspender o julgamento das demandas que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.718/98. 3. Medida cautelar deferida, excluídos desta os processos em andamentos no Supremo Tribunal Federal. Pelo exposto, levando em conta art. 62A, § 2º, do RICARF, voto por sobrestar o julgamento até que o STF decida sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS Faturamento e Cofins não cumulativos. Somente após decisão transitada em julgado do Colendo Tribunal sobre o tema é que o processo deve retornar a esta Turma para julgamento. Suprimida a norma regimental que nos impedia de julgar, retornaram os autos a julgamento, agora sob minha relatoria em razão de o dr. Emanuel ter deixado o CARF. É o Relatório. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 07/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Consoante o relatado, a única matéria a ser dirimida por este colegiado estava com repercussão geral reconhecida pelo STF e ainda não votada por ocasião da primeira colocação em pauta pelo Conselheiro Emanuel. Por esse motivo, corretamente sobrestamos sua votação em respeito ao comando regimental mencionado pelo i. relator. Retorna agora o recurso por força da revogação daquele dispositivo regimental, o que passou a nos obrigar a decidir mesmo antes do pronunciamento definitivo do Supremo. Felizmente, no que tange a este recurso, isso não será necessário, visto que aquela corte já pronunciou o entendimento que deve ser aqui tãosomente reproduzido como manda o atual art. 62 do RICARF aprovado pela Portaria MF 343/2015: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; c) Dispensa legal de constituição ou Ato Declaratório da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; d) Parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, nos termos dos arts. 40 e 41 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; e e) Súmula da AdvocaciaGeral da União, nos termos do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1973. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 426DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 07/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.003116/200682 Acórdão n.º 3401003.006 S3C4T1 Fl. 425 5 Refirome, como é sabido de todos, ao julgamento do RE 606.107, sendo relatora a ministra Rosa Weber, cuja ementa consignou: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. II A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita” constante do seu art. 195, I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei. Tampouco está condicionada à lei a exegese dos dispositivos que estabelecem imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o acórdão de origem (arts. 149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, “a”, da CF). Em ambos os casos, tratase de interpretação da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com absoluta independência da atuação do legislador tributário. III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções concorrenciais. IV O art. 155, § 2º, X, “a”, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos , imuniza as operações de exportação e assegura “a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores”. Não incidem, pois, a COFINS e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal violação do preceito constitucional. V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas sobre o total das receitas, “independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui Fl. 427DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 07/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. VI O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita tributável. Cuidase de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal. VII Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditarse do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificamse como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal. VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. IX Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, “b”, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC. Face ao exposto, apenas nos resta dar provimento ao recurso do contribuinte. E é como voto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 428DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 07/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 13971.002754/2002-39
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Sep 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002
CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. OCORRÊNCIA DA EXPORTAÇÃO.
Conforme o disposto no parágrafo único do art. 3º da Lei nº 9.363/96, tem-se que o auferimento da receita de exportação, para todos os fins, a cuja aplicação subsidiária a lei se refere, ocorre no momento da emissão do Conhecimento de Cargas, nos termos do art. 47 da IN SRF nº 28/94.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMOS JUNTO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS.
A aquisição de insumos atrelados ao processo produtivo junto a pessoas físicas e cooperativas deve ser considerada no cálculo do crédito presumido do IPI. Precedentes do CARF e REsp nº 993.164, julgado pela sistemática de recursos repetitivos pelo STJ.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. CUSTOS COM ENERGIA ELÉTRICA. MULTAS E JUROS DECORRENTES DE PAGAMENTO EM ATRASO E CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. INAPLICABILIDADE.
Não devem ser considerados, para os fins de cálculo do crédito presumido do IPI, despesas diversas pagas conjuntamente à fatura de energia elétrica, quais sejam penalidades contratuais (multas e juros por pagamento em atraso) ou Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEÇAS DE REPOSIÇÃO MÁQUINAS. NÃO CABIMENTO.
Independentemente da utilização no processo produtivo ou não, fato é que o contribuinte não deve considerar as peças de reposição como insumos, mas sim ativo imobilizado. A partir daí, seguindo a legislação de regência, o crédito seria aproveitado à razão de 1/12 mensais, ao invés de integralmente em um mês de apuração.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-004.018
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Solon Sehn, em relação ao crédito da COSIP (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública), ao qual dava provimento.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mercia Helena Trajano Damorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. OCORRÊNCIA DA EXPORTAÇÃO. Conforme o disposto no parágrafo único do art. 3º da Lei nº 9.363/96, temse que o auferimento da receita de exportação, para todos os fins, a cuja aplicação subsidiária a lei se refere, ocorre no momento da emissão do Conhecimento de Cargas, nos termos do art. 47 da IN SRF nº 28/94. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMOS JUNTO A PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. A aquisição de insumos atrelados ao processo produtivo junto a pessoas físicas e cooperativas deve ser considerada no cálculo do crédito presumido do IPI. Precedentes do CARF e REsp nº 993.164, julgado pela sistemática de recursos repetitivos pelo STJ. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. CUSTOS COM ENERGIA ELÉTRICA. MULTAS E JUROS DECORRENTES DE PAGAMENTO EM ATRASO E CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. INAPLICABILIDADE. Não devem ser considerados, para os fins de cálculo do crédito presumido do IPI, despesas diversas pagas conjuntamente à fatura de energia elétrica, quais sejam penalidades contratuais (multas e juros por pagamento em atraso) ou Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEÇAS DE REPOSIÇÃO MÁQUINAS. NÃO CABIMENTO. Independentemente da utilização no processo produtivo ou não, fato é que o contribuinte não deve considerar as peças de reposição como insumos, mas sim ativo imobilizado. A partir daí, seguindo a legislação de regência, o crédito seria aproveitado à razão de 1/12 mensais, ao invés de integralmente em um mês de apuração. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 27 54 /2 00 2- 39 Fl. 851DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI 2 Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Solon Sehn, em relação ao crédito da COSIP (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública), ao qual dava provimento. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mercia Helena Trajano Damorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 850), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. Tratase de recurso voluntário que chega a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em razão da insurgência do contribuinte em epígrafe contra Acórdão lavrado pela 12ª Turma da DRJ de Ribeirão Preto (SP), que julgou procedente em parte a Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente. Por bem explicitar os fatos ocorridos até o presente momento processual, adotase o relatório formulado pela autoridade julgadora de primeira instância nos seguintes termos: “O estabelecimento acima identificado requereu o ressarcimento do crédito presumido do IPI, tendo como fundamento a Lei no 10.276/01 e a IN nº SRF 69/01, referente ao terceiro trimestre de 2002, no valor de R$ 1.424.983,16, conforme pedido de ressarcimento da fl. 2. Também foram apresentados os pedidos de compensação constantes dos processos 13971.002884/200271 e 13971.003193/200295. O pleito foi apreciado pelo despacho decisório das fls. 699 a 715, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Blumenau/SC, que deferiu parcialmente o ressarcimento, reconhecendo o direito creditório de apenas R$ 788.279,34, homologando os pedidos de compensação até o limite do Fl. 852DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13971.002754/200239 Acórdão n.º 3802004.018 S3TE02 Fl. 852 3 crédito reconhecido. O ressarcimento foi deferido parcialmente pelos seguintes motivos: 1. Foram efetuados ajustes na receita de exportação direta no mês e nas vendas a comercial exportadora no mês porque de acordo com as instruções de preenchimento do programa gerador da DCTF 2.0 aprovado pela IN nº 154/2002, considerase ocorrida a exportação para efetivos de apuração do crédito presumido, na data da efetiva saída dos produtos do estabelecimento industrial constante na nota fiscal. Além disso, não foi considerado o valores da nota fiscal nº 708832, no valor de R$ 7.476,00, em virtude do cancelamento do despacho de exportação; 2. Foram efetuados ajustes nos custos com energia elétrica, decorrentes de divergências entre o valor declarado na DCTF e o efetivamente encontrado pela soma das notas entregues em resposta à intimação fiscal, como também excluiu valores relativos às multas e juros nos pagamentos em atraso e às contribuições de iluminação pública; 3. Foram desconsiderados integralmente os custos das aquisições de insumos adquiridos de cooperativas e de pessoas físicas nãocontribuintes, que não geram direito ao crédito presumido, conforme disposto no art. 5º, § 2º, e art. 16 da IN SRF nº 69/01, ressaltando que essas aquisições deveriam ter sido informadas pela requerente por ocasião da Intimação Fiscal nº 029/07 (quesito 6 fl. 298), porém, não o foram; 4. Foram desconsiderados os custos das aquisições de peças para reposição em máquinas e de cabides que, ainda que sejam consumidas pelo estabelecimento industrial, não revestem a condição de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem; 5. Ressalva que, de acordo com planilhas de cálculo dos Despachos Decisórios dos processos administrativos nºs 13971.001226/200262 (fl. 696) e 13971.002083/200214 (fl. 697), concernentes, respectivamente, ao 1º e 2º trimestres de 2002, foram efetuados ajustes nos seis primeiros meses de 2002, ocasionando, consequentemente, os respectivos efeitos no período ora analisado. Devidamente cientificada do despacho decisório, em 09/11/2007, a interessada apresentou a manifestação de inconformidade das fls. 735/745, instruída com os documentos de fls. 746/798, alegando o que vem sintetizado na sequência: 1. A Lei nº 9.363/96 que instituiu o benefício do crédito presumido não estabeleceu que a data da saída da mercadoria do estabelecimento industrial será considerada como o momento da ocorrência da exportação e/ou da venda para comercial exportadora, assim, poderia a requerente considerar como ocorrida as exportações e as vendas à comercial exportadora a data da emissão das notas fiscais; com relação à nota fiscal nº 708832, houve novo despacho de exportação válido, de nº 2020569967/7, averbado em 05/08/2002; 2. A legislação aplicável ao assunto previu que para a apuração da base de cálculo do crédito presumido serão considerados os custos integrais com energia elétrica utilizada no processo produtivo. Ao final de cada mês, a empresa fazia a previsão do custo estimado com energia elétrica, promovendo o ajuste ao receber as respectivas faturas. E, para a apuração Fl. 853DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI 4 do crédito presumido, a empresa utilizouse dos valores lançados em sua contabilidade, por se tratar do custo incorrido no mês, acrescido do valor do ICMS lançado no Livro de Apuração, que também compõe o seu custo. Portanto, não há o que questionar quanto aos valores apontados pela empresa em seu pedido; 3. As vedações ao crédito de pessoas físicas e de cooperativas previstas na IN nº 69/2001 não encontram respaldo na lei que instituiu o benefício; 4. As peças e partes de máquinas devem ser consideradas como insumos, pois são consumidas pelo desgaste na produção, e sem as mesmas, as atividades industriais da empresa não poderiam ser levadas a efeito, sendo, portanto, geradoras de crédito de IPI. Inclusive, o posicionamento do fisco é contrário ao do STF; 5. Da mesma forma acontece com os cabides, utilizados na venda de roupões destinados à exportação. Que, por exigência dos clientes, seguem junto referidas mercadorias, fazendo parte da embalagem/apresentação do produto; 6. Ao final, requer a reforma do despacho decisório para o deferimento do pedido de ressarcimento inicialmente pleiteado.” Ao analisar a impugnação, a 12a Turma da DRJ de Ribeirão Preto, acatou parcialmente os argumentos do contribuinte, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A receita de exportação é obtida dos valores escriturados no livro Registro de Apuração do IPI, com base no valor, em Reais, registrado nas notas fiscais emitidas nas saídas dos produtos do estabelecimento industrial. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. INSUMOS ADMITIDOS NO CÁLCULO. Os conceitos de produção, matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem são os admitidos na legislação aplicável do IPI, não abrangendo produtos empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos ou necessários ao seu acionamento, e suas peças e partes. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS NÃO CONTRIBUINTES DO PIS E DA COFINS. As aquisições de insumos de pessoas físicas e cooperativas não contribuintes do PIS e da Cofins, não se incluem na base de cálculo do crédito presumido do IPI. RESSARCIMENTO DE IPI. REVISÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. Constatado nos autos erro no cálculo do crédito presumido do IPI, impõese a correção dos valores e a homologação da compensação nos limites do crédito reconhecido. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte.” Fl. 854DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13971.002754/200239 Acórdão n.º 3802004.018 S3TE02 Fl. 853 5 Inconformado com a decisão recorrida, o contribuinte apresentou tempestivamente Recurso Voluntário às fls. 826 e seguintes, no qual aduz que: a) Quanto ao momento no qual se deve considerar ocorrida a exportação, tal deve ser no da emissão da nota fiscal, e não da saída física do produto do estabelecimento exportador; b) Quanto aos insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas, a questão já está pacificada em favor do contribuinte conforme RESP julgado em sede de recurso repetitivo; c) Quanto aos produtos intermediários, ainda que estes não se integrem fisicamente ao produto final, caso sejam consumidos no processo de industrialização, devem ser considerados para fins de cálculo do crédito presumido; e d) Quanto à energia elétrica, andou mal a decisão recorrida ao excluir os custos relativos a multas e juros decorrentes do pagamento em atraso, assim como Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública. Sendo esses os aspectos mais relevantes do presente procedimento de revisão de lançamento tributário, passase ao voto. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar o Acórdão (fl. 850), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa mesma situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso, passando à análise das razões nele expostas. Como visto ao final do relatório, o presente Recurso se dedica à defesa de alguns argumentos, a saber: O momento no qual se deve considerar ocorrida a exportação; Insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas; O conceito de insumos para os fins de cálculo do crédito presumido; Abrangência da expressão “custos” na aquisição de energia elétrica. Posto isto, vamos a eles. Fl. 855DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI 6 1. Do momento no qual se deve considerar ocorrida a exportação. No que se refere a esse item, entendo que não assiste razão à Recorrente. A celeuma diz respeito ao momento no qual juridicamente se considera ocorrida a exportação: se no momento de emissão da nota fiscal ou no momento da saída física do estabelecimento. A decisão recorrida sustenta seu entendimento nas normas de regência, buscando esteio no RIPI então vigente, o qual, ao seu turno, encontra esteio na lei 4502/64, cujo art. 2º trago à baila: Art. 2º Constitui fato gerador do impôsto: I quanto aos produtos de procedência estrangeira o respectivo desembaraço aduaneiro; II quanto aos de produção nacional, a saída do respectivo estabelecimento produtor. Ao seu turno, a Recorrente defende que deve ser adotado o critério de incidência do PIS e da COFINS, nos termos do caput do art. 3º da lei 9363/96, a seguir transcrito: Art. 3o Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1o, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Nada obstante o caput do art. 3º da Lei nº 9.363/96 dispor que a apuração do montante da receita de exportação será efetuada nos termos das normas de regência de PIS e COFINS, o parágrafo único do mesmo artigo determina a utilização subsidiária da legislação do IR e do IPI para o estabelecimento dos conceitos de receita de produção. As saídas para exportação compõem a receita bruta do contribuinte, mas promovem primordialmente receitas de produção (parcela do todo que, pelo próprio nome, é a receita bruta). A questão passa a ser, portanto, o momento em que se considera auferida a receita de exportação. A partir do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 9.363/96, temse que o auferimento da receita de exportação (receita de produção, portanto), para todos os fins, inclusive do Imposto de Renda – a cuja aplicação subsidiária a lei se refere –, ocorre no momento da emissão do Conhecimento de Cargas, registrado nos termos do art. 47 da IN nº 28/94, a seguir transcrito: Art. 47 . Nos termos do artigo anterior, a averbação do embarque ou da transposição de fronteira, no SISCOMEX, apenas confirma e valida a data Fl. 856DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13971.002754/200239 Acórdão n.º 3802004.018 S3TE02 Fl. 854 7 de embarque ou de transposição de fronteira e a data de emissão do Conhecimento de Carga, registradas, no Sistema, pelo transportador ou exportador, que são as efetivamente consideradas para fins comerciais, fiscais e cambiais. (grifos nossos) Diante disso, é possível que haja circunstâncias em que o Conhecimento de Cargas tenha sido emitido no mesmo mês de emissão da nota fiscal, como que haja ocasiões em que o Conhecimento tenha sido emitido somente em mês posterior. Para evitar prejuízos tanto ao contribuinte quanto ao fisco, acolho parcialmente o pleito da Recorrente, no que tange a esse item, a fim de que a Unidade de Origem considere passível de consideração no cálculo do crédito presumido todos os casos em que a emissão do Conhecimento de Cargas tenha ocorrido no mesmo mês de emissão da nota fiscal. 2. Da aquisição de insumos junto a pessoas físicas e cooperativas. Quanto a esse item, de fato o STJ já julgou esse assunto no REsp. nº 993.164, nos termos abaixo: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que Fl. 857DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI 8 "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciarse ão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Fl. 858DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13971.002754/200239 Acórdão n.º 3802004.018 S3TE02 Fl. 855 9 Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; Resp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtor exportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Fl. 859DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI 10 Além de o referido Acórdão ter subsidiado a edição da Súmula 494 do Sodalício Superior (“O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as matériasprimas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP”), o julgado da Primeira Seção daquela Corte submeteuse à sistemática dos recursos repetitivos, favoravelmente ao contribuinte, o que obriga o CARF a reproduzir o entendimento nos termos do art. 62A do seu Regimento Interno. Nesse sentido, uma vez que o despacho decisório (fl. 711 do processo digital) é categórico ao afirmar que efetivamente se trata de insumos no processo produtivo, mas que, por terem sido adquiridos junto a pessoas físicas e cooperativas, não podem ser computados no cálculo do crédito presumido, entendo seja o caso de dar provimento ao Recurso nesse aspecto. 3. Das peças de reposição de máquinas: os produtos adquiridos e não considerados como insumos para os fins de cálculo do crédito presumido. O despacho decisório, mantido pela decisão recorrida, negou que as peças de reposição de máquinas e os cabides fossem considerados insumos para os fins de cálculo do crédito presumido. A decisão recorrida, ao seu turno, acolheu o pleito do contribuinte quanto aos cabides, mas manteve a glosa quanto às peças para reposição de máquinas, assim dispondo: "(...) Assim sendo, nos termos dos Pareceres retro citados e em consonância com o inciso I do art. 82 do RIPI/1982, geram direito ao crédito, além das matériasprimas, produtos intermediários “strictosensu” e material de embalagem que se integram ao produto final, quaisquer outros bens – desde que não contabilizados pela contribuinte em seu ativo permanente – que se consumam por decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, que sofram, em função de ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação, ou viceversa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, alterações tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, restando definitivamente excluídos aqueles que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização. Do exposto fica claro que os gastos com aquisição de partes e peças de manutenção e reposição de máquinas utilizadas no processo produtivo, não podem ser computados nos cálculos desse benefício fiscal porque não revestem a condição de insumos (MP e PI), conceituados pela legislação do IPI, como explicado anteriormente. Melhor sorte não cabe a materiais adquiridos para conservação e limpeza, ou materiais para escritório, por razão ainda mais óbvias (sic): ausência total de relação com o produto fabricado. Os cabides foram reconhecidos pela decisão recorrida como utilizados no processo produtivo, em decorrência do que o pleito do sujeito passivo foi acolhido nesse sentido. Ocorre que, independentemente da utilização no processo produtivo ou não, fato é que o contribuinte não deve considerar as peças de reposição como insumos, mas sim ativo imobilizado. Fl. 860DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13971.002754/200239 Acórdão n.º 3802004.018 S3TE02 Fl. 856 11 A partir daí, seguindo a legislação de regência, o crédito seria aproveitado à razão de 1/12 mensais, ao invés de integralmente em um mês de apuração. Em razão disso, é de se negar provimento ao Recurso nesse aspecto. 4. Da aquisição de energia elétrica. A Recorrente defende que a decisão recorrida equivocouse ao excluir, do cálculo do crédito presumido, os gastos incorridos com multas e juros decorrentes do pagamento em atraso das faturas de energia elétrica, assim como dos valores pagos a título de Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). Aduz que “a referida lei [10.276/2001], assim como a IN n. 69/01, que regulamentava a matéria na época dos fatos, não trouxe qualquer exclusão dos valores pagos a título de energia elétrica. Ela fala em custos”. O pleito da Recorrente, no entanto, não merece ser acolhido. Em que pese seus argumentos, parece claro que somente os gastos incorridos com a energia elétrica despendida no processo produtivo devem ser considerados para fins de composição do cálculo do crédito presumido do IPI. A rigor, eventuais despesas relativas à penalidade contratual (multas e juros por pagamento em atraso) decorrem da relação jurídica entre a Recorrente e a concessionária de energia elétrica. É diferente do quanto regido pela legislação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a qual, mesmo mais ampla quanto às despesas incorridas pelo sujeito passivo, ainda traz nuances que não merecem ser pormenorizadas aqui. De toda forma, mesmo essa ilustração já permite visualizar que, no âmbito do crédito presumido de IPI, o relevante é o atrelamento entre certas despesas e o processo produtivo do contribuinte – o que de plano afasta rubricas distintas da energia elétrica em si. A preocupação com relação a isso é tamanha, que a própria IN 69/2001 trouxe disposição própria para assegurar que o ICMS incidente sobre a energia elétrica consumida pelo sujeito passivo componha o cálculo: Art. 18. Para efeito do cálculo do crédito presumido, o ICMS não será excluído dos custos das matériasprimas, dos produtos intermediários, dos materiais de embalagem, da energia elétrica e dos combustíveis, bem assim os valores do frete e seguro, desde que cobrados ao adquirente. Assim é que somente as despesas relativas à energia elétrica em si podem ser consideradas para fins de cálculo do crédito presumido, afastandose multas e juros por adimplemento em atraso, uma vez que se tratam de gastos com penalidades contratuais – e não com a energia elétrica aplicada ao processo produtivo. A questão se torna ainda mais nítida quando se trata da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP), paga pela Recorrente e considerada custo de energia elétrica. A COSIP é tributo, é gasto totalmente distinto da energia elétrica, e que é cobrada como uma rubrica distinta na fatura apenas por permissibilidade constitucional (art. Fl. 861DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI 12 149A, § 2o , da CRFB). Mas sua natureza é totalmente diversa, pelo que não se pode equipararlhe aos gastos com energia elétrica consumida na produção da Recorrente. De se negar provimento, portanto, ao Recurso Voluntário, nesse aspecto. Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para darlhe provimento parcial, a fim de que a Unidade de Origem considere no cálculo do crédito presumido todos os casos em que a emissão do Conhecimento de Cargas tenha ocorrido no mesmo mês de emissão da nota fiscal (item 1), além de reconhecer todos os créditos relativos à aquisição de insumos junto a pessoas físicas e cooperativas (item 2). Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 862DF CARF MF Impresso em 30/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/09/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/2015 por JOEL MIYAZAKI
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Numero do processo: 10665.000689/2003-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 1998
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. NORMA GERAL.
Não estando satisfeitas as condições para o lançamento por homologação, para fins de contagem do prazo decadencial, aplica-se a regra geral, segundo a qual o direito de a Fazenda Pública constituir o credito tributário extingue-se cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RECOMPOSIÇÃO DO RESULTADO. APROVEITAMENTO DE SALDOS NEGATIVOS. CONDIÇÃO.
Para que se possa admitir o aproveitamento de resultados finais (saldos negativos) nos lançamentos tributários relativos ao IRPJ, além da aferição da liquidez e certeza dos créditos envolvidos, é necessário que o contribuinte comprove que a atividade a que alude o caput do art. 150 do Código Tributário Nacional encontra-se em curso, isto é, que os saldos apurados não foram objeto de pedido de restituição e que não foram indicados para compensação tributária.
Numero da decisão: 1301-001.895
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros deste colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo relator.
(assinado digitalmente)
Wilson Fernandes Guimarães - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Gilberto Baptista e Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
Nome do relator: PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 1998 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. NORMA GERAL. Não estando satisfeitas as condições para o lançamento por homologação, para fins de contagem do prazo decadencial, aplicase a regra geral, segundo a qual o direito de a Fazenda Pública constituir o credito tributário extingue se cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RECOMPOSIÇÃO DO RESULTADO. APROVEITAMENTO DE SALDOS NEGATIVOS. CONDIÇÃO. Para que se possa admitir o aproveitamento de resultados finais (saldos negativos) nos lançamentos tributários relativos ao IRPJ, além da aferição da liquidez e certeza dos créditos envolvidos, é necessário que o contribuinte comprove que a atividade a que alude o caput do art. 150 do Código Tributário Nacional encontrase em curso, isto é, que os saldos apurados não foram objeto de pedido de restituição e que não foram indicados para compensação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros deste colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo relator. (assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 06 89 /2 00 3- 63 Fl. 549DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 2 Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Gilberto Baptista e Hélio Eduardo de Paiva Araújo. Fl. 550DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 10665.000689/200363 Acórdão n.º 1301001.895 S1C3T1 Fl. 12 3 Relatório 0 Auto de Infração de fls. 02/16 exige da empresa retromencionada o recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), na importância de R$135.416,40, computados a multa de oficio e os juros de mora calculados até 30 de abril de 2003. Em procedimento de Revisão da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica dos Exercícios de 1998 a 2000, anoscalendário de 1997 a 1999, foi apurado falta de adição ao lucro liquido do período, na determinação do lucro real, do lucro inflacionário realizado, com base no percentual de realização do ativo, conforme descrição dos fatos do Auto de Infração de folhas 04/05. Como enquadramento legal foram apontados: arts. 195, inciso I II, e 417 do Regulamento de Imposto sobre a Renda aprovado pelo Decreto n°. 1.041, de 11 de janeiro de 1994 RIR/1994; art. 5° da Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995; art. 6° e 7° da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995; arts 249, inciso I e II, e 448 do Regulamento de Imposto sobre a Renda aprovado pelo Decreto n°. 3000, de 26 de março de 1999 — RIR/1999. Cientificado do lançamento em 14/05/2003 (fl. 210), o contribuinte apresentou a impugnação em 13/06/2003, fls. 211/224, documentação de fls. 225/253, com as argumentações a seguir sintetizadas. Inicialmente discorre sobre o auto de infração, a descrição dos fatos, o enquadramento legal e o crédito tributário apurado. Preliminarmente, alega que o auto de infração não pode prosperar, pois foi lavrado de forma dissonante com a legislação e com a jurisprudência. Foi intimado a prestar esclarecimentos para a revisão da declaração dos anos calendário de 1998 e 1999, sendo assim de forma velada, em relação ao anocalendário de 1997 já se reconhecia a decadência. Argumenta que para os fatos geradores ocorridos em 1997 já havia ocorrido a decadência do direito de lançamento, além de serem violadas outras regras legais. Para os fatos geradores ocorridos no anocalendário de 1997 a Secretaria da Receita Federal teria o direito de efetuar o lançamento até o dia 31 de dezembro de 2002. Na forma do inciso I do art. 173 do Código Tributário Nacional (CTN — Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966) o direito de constituição do crédito tributário extinguese em cinco anos após o 1° dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou seja, a partir de 01 de janeiro de 1998. Doutrinariamente, conceitua a decadência e a prescrição. Diz ainda, que, o art. 156 do CTN arrola a decadência e a prescrição como modalidades de extinção do crédito tributário. Fl. 551DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 4 Neste sentido, transcreve ementas do 1° Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Requer, sejam decotados e cancelados do valor total do lançamento os valores decorrentes de débitos oriundos de fatos geradores ocorridos no anobase 1997. Ainda, em relação ao anocalendário de 1997, aponta erros no período de apuração: ao invés de 01/10 a 31/12/1997 deveria ter sido de 01/01 a 31/12/1997, o mesmo ocorrendo com o adicional do imposto de renda que considerou apenas o último trimestre e não todo o ano de 1997, o que ocasiona distorções no cálculo do imposto de renda. Para os períodos de 1998 e 1999, admite que "não efetuou as adições na Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, (.), resultando na apuração de Lucro Real em valor inferior ao efetivamente devido", concordando com os valores apurados. Todavia, alega possuir saldo credor, passível de compensação, conforme demonstrativo de folhas 226/229. Passa a discorrer sobre a compensação de créditos tributários historiando a legislação que rege a matéria, citando ensinamentos doutrinários. Citando a Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (art. 2°) assevera que: "no Processo Administrativo Fiscal a autoridade julgadora deve munirse, como razões de decidir, de todos os elementos materiais possíveis, mesmo que sejam desfavoráveis ao Fisco". Por estas razões, decadência e erros na apuração do imposto para os fatos geradores ocorridos em 1997, créditos compensáveis com os valores apurados para os períodos de 1998 e 1999, conclui que: "A lavratura do Auto de Infração em objeto é totalmente improcedente, devendo V.Sa., determinar o cancelamento e o seu definitivo arquivamento". A DRJ/BELO HORIZONTE (MG) decidiu a matéria consubstanciada no Acórdão 10.312, de 07 de fevereiro de 2006, julgando procedente em parte a impugnação, tendo sido lavrada a seguinte ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1998 Ementa: Decadência. Lançamento p/ Homologação. Norma Geral. Não estando satisfeitas as condições para o lançamento por homologação, para fins de contagem do prazo decadencial, aplicase a regra geral, segundo a qual o direito de a Fazenda Pública constituir o credito tributário extingue se cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1998 Ementa: Cálculo do Adicional do Imposto de Renda. Somente a parcela que exceder ao resultado da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo números de meses do respectivo período de apuração sujeitase à incidência do adicional do imposto de renda. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1999, 2000 Fl. 552DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 10665.000689/200363 Acórdão n.º 1301001.895 S1C3T1 Fl. 13 5 Ementa: Pedido de Compensação. Falece competência à Delegacia da Receita Federal de Julgamento apreciação de pedidos de compensação. Lançamento Procedente em Parte É o relatório. Fl. 553DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 6 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso voluntário é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Como visto do relatório o presente processo trata de lançamento originado em procedimento de verificação das obrigações tributárias correspondentes aos exercícios de 1998 a 2000, tendo sido constatado falta de realização de lucro inflacionário nos percentuais de realização do ativo nos anoscalendário de 1997, 1998 e 1999, conforme descrição dos fatos e enquadramento legal de fl. 04/05. A peça recursal traz duas matérias a discussão, a primeira diz respeito à decadência com relação ao fato gerador ocorrido em 31/12/1997 (Lucro Inflacionário não realizado), e, a segunda da impossibilidade da autoridade fiscal proceder a compensação de créditos tributários do contribuinte. No que se refere à decadência arguída, extraise dos autos ser este o ponto nodal da presente discussão. A recorrente em sua peça de defesa alega, em síntese, que: É fato incontroverso que do valor total do crédito tributário constante do Lançamento efetuado pelo i. Auditor Fiscal, estão incluídos valores de imposto renda pessoa jurídica tributado a menor em decorrência do lucro inflacionário não realizado relativamente ao ano calendário ano base de 1.997. Da mesma forma compulsando os autos, temse como fato inquestionável que a ação fiscal foi iniciada em 15 de abril de 2.003. Destarte, conforme sustenta o contribuinte, ora impugnanterecorrente, evidentemente, a Receita Federal já teria decaído do direito de lançar credito tributário, referente débitos em decorrência de fatos geradores verificados a mais de cinco anos, como ocorre in casu. ... Com o devido consentimento, notase que a nobre autoridade julgadora, prolatora do r. acórdão, em proveito próprio e por razões óbvias, quer estender ou modificar a interpretação do principio da decadência, aduzindo "que em relação ao fato gerador ocorrido em 31121997, não consta dos autos que o contribuinte tenha efetuado qualquer pagamento a titulo de antecipação do IRPJ, para o período de apuração de 0101 a 31121997 e por esse motivo, a contagem do prazo decadencial tem inicio em 1o. de Janeiro de 2.000. ... Conforme se infere dos documentos de fls. 51 e seguintes, corroborados pelos documentos que acompanham este recurso, apresentou tempestivamente, relativamente ao ano calendário 1997, período de apuração 01/01 a 31/12/1997, todas as DCTF — DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES E TRIBUTOS FEDERAIS, onde restou demonstrado de forma clara, claríssima, cristalina que a Fl. 554DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 10665.000689/200363 Acórdão n.º 1301001.895 S1C3T1 Fl. 14 7 impugnanterecorrente efetuou, MENSALMENTE, os pagamentos de antecipação do Imposto de Renda PJ, na forma de compensação. Pois bem. Compulsando os autos constatase que a contribuinte no ano calendário de 1997 optou pelo regime anual de apuração dos impostos com base em balanços/balancetes mensais de suspensão/redução, conforme se atesta pela DIPJ apresentada para o período (fls. 44/75). E, no caso, conforme assinalado pela decisão recorrida não consta dos autos que o contribuinte tenha efetuado qualquer pagamento a titulo de antecipação do IRPJ, para o período de apuração de 01/01 a 31/12/1997. Fato este ratificado pelo Termo de Verificação Fiscal produto de diligência determinada pela Resolução n° 105001.293 com a finalidade de se verificar se a recorrente possuía "valores que porventura tenham sido retidos na fonte ou recolhidos pela mesma, relativos ao próprio anocalendário da ocorrência do fato gerador cujo lançamento se refere, e que não tenham sido utilizados para outras compensações". Por importante ao deslinde da questão transcrevo os seguintes trechos conclusivos da diligência: Ao verificarmos a DCTF do ano de 1997, constatase que, a despeito de ter sido apurado imposto a pagar (segundo DIPJ) apenas nos meses de maio, outubro e novembro de 1997 a titulo de IRPJ por estimativa, nela (na DCTF) o contribuinte informou débitos em todos os meses em que apurou imposto devido, ou seja, nos meses de abril a dezembro de 1997, deixando de abater qualquer dedução das citadas nas linhas 04 a 06, da DIPJ, conforme ficha acima. Assim, verificase que a informação na DCTF está completamente divergente da DIPJ no que se refere à forma de pagamento das estimativas por meio da compensação. Da análise da escrituração contábil do contribuinte, a partir do Livro Razão das contas do grupo 1.1.2.06 — Impostos a Compensar (razão às fls.4 ou do grupo 2.1.1.08 — Impostos e Contribuições s/ Lucros (razão às fls. 433 ), não se constatou qualquer lançamento no ano de 1997, relativo às supostas compensações realizadas para pagamento das estimativas mensais de IRPJ, seja de acordo com a DIPJ, seja de acordo com a DCTF. Desde já registramos que apenas foi localizado lançamento contábil de compensação de débito apurado em relação ao AJUSTE ANUAL de 1997, que será objeto de posterior comentário. Se ainda analisarmos os Demonstrativos apresentados pelo contribuinte junto ao seu recurso, conforme fls. 226 a 229, também não se verifica qualquer registro de compensação de estimativas mensais de IRPJ, relativamente aos meses do ano de 1997. Assim, o que se vislumbra é que o contribuinte, seja em razão de ter sofrido retenções de imposto de renda na fonte, seja em razão de ter apurado créditos originários de saldos negativos de anos anteriores, independentemente de controlar estes saldos com vistas a verificar a sua suficiência, preenchia as suas declarações DIPJ e DCTF partindo do pressuposto de que tais valores seriam suficientes para compensação dos débitos. Além do mais, como se considerar pagos por compensação aqueles valores apenas informados em DCTF relativos a estimativa mensal de IRPJ: — se não foram sequer apurados pelo contribuinte, conforme se vê de sua DIPJ? (DIPJ apura débito apenas em três meses). Fl. 555DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 8 — se não foram contabilizados? — se o próprio demonstrativo de compensações apresentado pelo contribuinte nada se refere a estas supostas compensações de estimativas? Assim, apesar do esforço empreendido em verificar a realização das supostas compensações das estimativas mensais do ano de 1997 com a utilização de saldo negativo de períodos anteriores, naqueles valores informados na DCTF, ou até mesmo nos valores apurados na DIPJ, não foi possível concluir pela sua ocorrência. Veja que, para atender ao pedido de diligência, isto é fundamental, já que se questiona se o contribuinte efetuou pagamentos no próprio período de apuração das infrações, seja com DARF, IRRF ou com compensações. Já em relação ao Imposto de Renda Retido na Fonte no próprio ano de 1997, é certo que tais valores, segundo a DIPJ foram utilizados para abater as estimativas mensais de IRPJ apuradas. Novamente, também em relação ao IRRF do próprio ano de 1997, não se identificou qualquer lançamento contábil relativo as compensações registradas na DIPJ. 1.2. Conclusões quanto is estimativas mensais do ano de 1997: Assim diante da total falta de consistência das informações contidas na contabilidade, na DCTF e na DIPJ, relacionadas com os supostos pagamentos mensais por estimativas, seja com compensação de períodos anteriores, seja com o IRRF, somente é possível concluir que a contabilidade, que não registra qualquer lançamento de compensação de estimativa, seja com o IRRF, seja com supostos saldos negativos de períodos anteriores, não se presta a afirmar a ocorrência de tal situação, ou seja, que teria havido pagamentos mensais. Quanto a DCTF, como já dito, a referida declaração apenas informa valores que não refletem a apuração mensal realizada, uma vez que nela são lançados imposto a pagar em meses nos quais sequer foram apurados débitos. 0 único documento que melhor reflete a conduta do contribuinte, relacionada com a apuração do imposto mensal, as suas deduções e compensações com o IRRF é a DIPJ. Ainda assim, não se verifica um preenchimento correto das fichas das estimativas mensais. Neste sentido, forçoso concluir, que além da ausência de pagamentos de IRPJ para o ano calendário de 1997, a DCTF conforme apresentada, pela sua inconsistência, não se presta à confissão dos tributos capaz de constituir o crédito tributário. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC firmou o seguinte entendimento em relação à matéria em pauta: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da Fl. 556DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 10665.000689/200363 Acórdão n.º 1301001.895 S1C3T1 Fl. 15 9 previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008). Essa interpretação deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, conforme determina o § 2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. De acordo com o STJ, devese aplicar o artigo 173, I, do CTN, quando, a despeito da previsão legal de pagamento antecipado da exação, o mesmo inocorre e inexiste declaração prévia do débito capaz de constituir o crédito tributário. Como o lançamento se consumou com a ciência ao auto de infração em 24/11/2003, para os fatos geradores ocorridos em 31/12/1997, o termo inicial para a contagem da decadência pela regra do art. 173, I, do CTN, ou seja, o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado", logo, no caso, o lançamento poderia ser efetuado no exercício de 1998, termo inicial, portanto, 01/01/1999 e, termo final 31/12/2003, de modo que não há decadência para o crédito tributário lançado (IRPJ). A segunda matéria trazida a apreciação pelo recurso voluntário diz respeito a compensação de ofício pretendida pela recorrente. Extraise da peça recursal os seguintes fragmentos: "Para os períodos de 1998 e 1999 a recorrente admite que não efetuou as adições na Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, (.), resultando na apuração de Lucro Real em valor inferior ao efetivamente devido, concordando com os valores apurados. Todavia, alega possuir saldo credor, passível de compensação, conforme demonstrativo de folhas 226/229. 0 i. auditor fiscal que lavrou o Auto de Infração, antes de lavrar o auto, poderia ter procedido a compensação dos valores constantes do lançamento de crédito tributário referente ao período de 1998 e 1999, pois todos esses elementos estão inseridos nas Declarações de Imposto de Renda Pessoa Jurídica devidamente entregues à Receita Federal nas épocas próprias". Portanto, os valores apurados restam incontroversos, não fazendo parte do presente litígio. No caso, presumindo de fato o saldo credor, sua existência não afeta a apuração da base de incidência do IRPJ lançado, uma vez que o saldo negativo é crédito do contribuinte e que pode, inclusive, ser objeto de pedidos de compensação com outros tributos de outras espécies, por meio da apresentação da competente PER/DCOMP, portanto, com regras próprias, cuja competência de apreciação inicial é da Delegacia da Receita Federal de origem da jurisdição do contribuinte. Fl. 557DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 10 Além do mais, noto, contudo, que a Recorrente não aporta ao processo um único documento para comprovar que efetivamente não finalizou a atividade exigida pela lei, isto é, que, embora tenha apurado saldos negativos, nenhuma destinação deu aos valores correspondentes, seja por meio da apresentação de pedidos de restituição, seja através de indicação dos créditos para fins de compensação tributária. Penso que a compensação em referência não se revelaria plausível no contexto da ação fiscal que ora se aprecia, visto que estamos diante de procedimento iniciado em abril de 2003 (Termo de Intimação Fiscal Inicial às fls. 17), tendo por objeto os anos calendário de 1998 e 1999, em que não é razoável supor que, passados mais de cinco anos da apuração do resultado, nenhum destino foi dado aos saldos credores alegados pela defesa. Por todo o exposto, conduzo meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. “documento assinado digitalmente” Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 558DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por WILSON FERNANDES GU IMARAES
score : 1.0
Numero do processo: 10855.000642/2005-24
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 30/04/2004, 30/07/2004
MULTA. NÃO APRESENTAÇÃO DE DIF-PAPEL IMUNE. RETROAÇÃO BENIGNA.
Há retroação benigna da penalidade prevista no art. 57, I, b, da MP 2.158-35, nos casos de falta de entrega de DIF-Papel Imune, de acordo com sua nova redação, veiculada pelo art. 57 da Lei da Lei 12.873/2013.
Recurso Voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 3402-002.865
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto vencedor elaborado pelo Redator designado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 30/04/2004, 30/07/2004 MULTA. NÃO APRESENTAÇÃO DE DIFPAPEL IMUNE. RETROAÇÃO BENIGNA. Há retroação benigna da penalidade prevista no art. 57, I, b, da MP 2.15835, nos casos de falta de entrega de DIFPapel Imune, de acordo com sua nova redação, veiculada pelo art. 57 da Lei da Lei 12.873/2013. Recurso Voluntário parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto vencedor elaborado pelo Redator designado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Redator designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 06 42 /2 00 5- 24 Fl. 200DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3ª Turma da DRJ em Ribeirão Preto – SP (fls. 120/130 do processo eletrônico), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, cujo crédito tributário provém da lavratura do Auto de Infração, referente a exigência de multa regulamentar aplicada em razão do descumprimento de obrigação acessória, qual seja, apresentação da DIF Papel imune. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: Contra a empresa epigrafada foi lavrado o auto de infração de fls. 16/21, que se prestou a exigir crédito tributário relativo a multa regulamentar (código de arrecadação: 3199),aplicada em razão do descumprimento de obrigação acessória prescrita na Instrução Normativa (IN) SRF n° 71, de 24 de agosto de 2001, que instituiu a Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune (DIFPapel Imune). O crédito tributário consolidado no referido auto de infração, relativo ao período compreendido entre o 2° trimestre de 2002 e o 2° trimestre de 2004, atingiu o montante de R$225.000,00. O lançamento fundamentouse nas disposições contidas nos seguintes comandos normativos: art. 57, inciso I, da Medida Provisória (MP) n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001;art. 368 do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002; arts. 1°, 10 e 12 da Instrução Normativa (IN) SRF n° 71, de 24 de agosto de 2001; e também no art. 4° do DecretoLei n° 1.680/79. A ação fiscal foi realizada conforme determinação contida no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) no 08.1.90.002004 005897 (fl. 01), tendo a fiscalizada sido inicialmente intimada a regularizar sua situação fiscal em relação A entrega das DIFs Papel Imune omissas, ou apresentar o respectivo comprovante de entrega (fl. 09). O sujeito passivo foi cientificado por meio de correspondência encaminhada por Aviso de Recebimento, recebida em 11/03/2005 (fl. 22), tendo protocolado sua impugnação em 04/04/2005, conforme peça de fls. 24/25 (firmada por procurador regularmente estabelecido, fls. 26/27), e anexos que a seguem, na qual aduz, em síntese: a) que, mesmo nunca tendo adquirido papel imune, tampouco ter impresso livros, jornais ou periódicos, erroneamente solicitou sua inscrição no "Registro Especial para Gráfica — impressor de livros, jornais e periódicos", porque entendia que estava obrigada a tal registro; Fl. 201DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10855.000642/200524 Acórdão n.º 3402002.865 S3C4T2 Fl. 177 3 b) que não entregou as declarações porque não teve movimento com papel imune no período; c) que entregou as declarações solicitadas na intimação fiscal, dentro do prazo que lhe foi concedido; d) que, desde o inicio de suas atividades, em 30/07/1954, jamais foi "notificada de algum processo por sonegação"; e) que é empresa de pequeno porte, "operando praticamente em regime familiar"; f) que os proprietários da empresa possuem um único imóvel, "sendo que o mesmo é utilizado para residência e parte dele como gráfica"; g) que solicitará o cancelamento de seu Registro Especial, por ter havido erro de fato quando do pedido; h) que não tem como arcar com o pagamento do auto de infração e não houve intenção alguma de "deixar de informar à Receita qualquer movimentação com respeito a este processo com finalidade de algum tipo de sonegação". Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 30/04/2004, 30/07/2004 DIFPAPEL IMUNE. INSCRIÇÃO NO REGISTRO ESPECIAL. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. A pessoa jurídica possuidora de estabelecimento inscrito no Registro Especial está obrigada a apresentar a DIF Papel Imune, independentemente de ter havido ou não operação com papel imune no período. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 30/04/2004, 30/07/2004 INFRAÇÃO TRIBUTARIA. NATUREZA OBJETIVA. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Lançamento Procedente Fl. 202DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 Cientificada da referida decisão em 05/09/2008 (fl. 146), a interessada, em 30/09/2008 (fl. 147), apresentou o recurso voluntário de fls. 147/153, com as alegações resumidas abaixo: a) que é uma empresa que tem 54 anos no mercado, sempre respeitando as regras e às leis, e que no caso, não se trata de questionar a constitucionalidade ou a legalidade das normas tributárias aplicadas ao caso, mas sim a sua interpretação e adequação; b) que no caso em tela, a desproporcionalidade da multa aplicada, salta aos olhos de maneira inusitada, uma vez que a multa no valor de R$ 157.500,00, se refere a ausência de entrega da DIF – Papel imune, que a recorrente nem era obrigada a apresentar pelo simples fato de jamais ter utilizado papel imune em suas operações, sendo a sua inscrição no regime especial totalmente equivocada; c) ainda que tenha ocorrido a infração objetiva, prevista em lei, ensejadora da penalidade, é de se considerar o elemento subjetivo para a caracterização do ilícito e na situação em análise, nunca haveria operações com papel imune pelo simples fato de que a empresa foi impressora de livros, jornais ou periódicos, não causando, portanto, nenhuma lesão ao erário; d) percebese claramente que os valores das multas aplicadas à recorrente, não guardam o mínimo critério de razoabilidade e de proporcionalidade em relação às operações realizadas e nem ao seu porte financeiro, conforme pode ser observado nas DIPJ entregues. Ante o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, requer ao Colegiado seja dado provimento ao presente recurso. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Admissibilidade do recurso A recorrente foi cientificada da referida decisão em 05/09/2008 (fl. 146), a interessada, em 30/09/2008 (fl. 147), apresentou o recurso voluntário de fls. 147/153, portanto tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Do Mérito Tratase os presente autos de analisar lançamento de multa regulamentar devida em face da entrega intempestiva da DIFPapel Imune. Como visto, a Recorrente não questiona a situação fática que originou o lançamento combatido, qual seja, a entrega intempestiva das citadas declarações. Assevera que entregou as declarações em atenção à intimação fiscal, no prazo nela concedido. Entende que a multa é indevida porquanto não operou com papel imune, tendo solicitado seu Registro Especial de forma equivocada. Apela para o atendendo dos princípios da racionalidade, razoabilidade e de proporcionalidade em relação as operações realizadas e ao seu porte financeiro, seja a penalidade reduzida para patamares adequados ao porte da empresa, dentro de sua realidade de mercado e capacidade econômica e capacidade contributiva. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10855.000642/200524 Acórdão n.º 3402002.865 S3C4T2 Fl. 178 5 Como se vê, não há controvérsia em relação a fatos. As discussões se restringem à leitura jurídica de tais fatos. É incontroverso que a empresa possui “Registro Especial de Gráfica”. Isso brota de sua própria demanda e do teor do Ato Declaratório Executivo nº 69, de 24/02/2002, expedido pela DRF de Sorocaba SP (fl. 14): (...) N° 69 I Inscrito no registro especial para estabelecimento que realiza operações com papel destinado à impressão de livros, jornais c periódicos, na condição específica de gráfica impressor de livros, jornais e periódicos, que recebe papel de terceiros ou o adquire com imunidade tributário (GP), sob o nº GP08110/49, o estabelecimento da empresa CAMPANHÃO & CIA LTDA. CNPJ no 55.140.6281000184, localizado na Rua Candido Morin, 50, Centro, CEP 18540000, Porto Feliz, SP, e considerando o pedido que consta do processo de número 876 000143/200234. II O presente Ato Declaratório Executivo entra em vigor na data de sua publicação. WALTER LUIZ DE HÁRO Delegado Ainda, quedouse claro nos autos, que não houve má fé por parte da Recorrente, o que acaba sendo irrelevante diante da responsabilidade objetiva prevista no art. 136, do CTN. Portanto, o que se está discutindo no presente processo, não se refere a impostos, ou a multa por falta de seu recolhimento. Tratam os autos, sim, de falta de cumprimento de uma obrigação acessória (dever instrumental) de entregar declaração, no caso a DIF Papel Imune. A obrigação de apresentar a DIF, bem como a consequência da não apresentação, estão claramente estabelecidas na IN SRF nº 71/2001, vigente à época: “Art. 1º Os fabricantes, os distribuidores, os importadores, as empresas jornalísticas ou editoras e as gráficas que realizarem operações com papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos estão obrigados à inscrição no registro especial instituído pelo art. 1º do Decretolei Nº 1.593, de 21 de dezembro de 1977, não podendo promover o despacho aduaneiro, a aquisição, a utilização ou a comercialização do referido papel sem prévia satisfação dessa exigência. (...) Art. 10. Fica instituída a Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle do Papel Imune (DIFPapel Imune), cuja apresentação é obrigatória para as pessoas jurídicas de que trata o art. 1º. Art. 11. A DIF Papel Imune deverá ser apresentada até o último dia útil dos meses de janeiro, abril, julho e outubro, em relação aos trimestres civis imediatamente anteriores, em meio magnético, mediante a utilização de aplicativo a ser Fl. 204DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 disponibilizado pela SRF. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa SRF nº 134, de 08 de fevereiro de 2002) (...) Art. 12. A não apresentação da DIF Papel Imune, nos prazos estabelecidos no artigo anterior, enseja a aplicação da penalidade prevista no art. 57 da Medida Provisória Nº 2.158 34,de 27 de julho de 2001.” E a penalidade aplicada foi exatamente a então prevista no art. 57, I da Medida Provisória no 2.15835, de 2001, conforme se externa no enquadramento legal no Auto de Infração (fl. 34): Art. 4 ° do DecretoLei n°1.680/79 c/c art. 10 c/c art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 71/2001; Art. 12 da Instrução Normativa SRF n ° 71/2001 c/c art. 57 da Medida Provisória n° 2.15834, de 27 de julho de 2001; Art. 368 do Decreto n° 4.544/02 (RIPI/02). O citado art. 57 da Medida Provisória no 2.15834/2001 apresentava, à época, a seguinte redação (com destaque para o inciso I): “Art. 57. O descumprimento das obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 16 da Lei no 9.779, de 1999, acarretará a aplicação das seguintes penalidades: I R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês calendário, relativamente às pessoas jurídicas que deixarem de fornecer, nos prazos estabelecidos, as informações ou esclarecimentos solicitados; II (...). Parágrafo único: Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo SIMPLES, os valores e o percentual referidos neste artigo serão reduzidos em setenta por cento. Ressaltese que a empresa, à época dos fatos, encontravase entregando suas DIRPJ, optante pelo SIMPLES (Matriz Optante pelo SIMPLES em 01/01/1997), como pode ser observado no extrato/cópia dos documentos à fl. 14, e portanto, perfeitamente enquadrada no Parágrafo único do art. 57 da referida MP. Analisandose os demonstrativos constantes do Auto de Infração, percebese que os valores da Multa Regulamentar foram as seguintes (fl. 34): Data Ocorrência Valor Multa Regulamentar 31/07/2002 R$ 45.000,00 31/10/2002 R$ 40.500,00 31/01/2003 R$ 36.000,00 30/04/2003 R$ 31.500,00 31/07/2003 R$ 27.000,00 31/10/2003 R$ 22.500,00 Fl. 205DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10855.000642/200524 Acórdão n.º 3402002.865 S3C4T2 Fl. 179 7 30/04/2004 R$ 13.500,00 30/07/2004 R$ 9.000,00 Ao observamos a tabela acima, percebese que os valores são exatamente o resultado da multiplicação de R$ 1.500,00 pelo número de meses completados entre a data em que deveria ser entregue cada DIF (data de ocorrência) e a data da autuação que ocorreu em 11/03/2005. Assim, por exemplo, a penalidade para a DIF a ser entregue em 31/07/2002 equivale a R$ 5.000,00 multiplicado por 30 (são 6 meses, de agosto a dezembro de 2002; e 24 meses referente a janeiro/2003 a dezembro/2004), resultando em 150.000,00, sendo aplicado a redução de 70%, resultou nos R$ 45.000,00, que estão relacionados na autuação para àquele período. A empresa, intimada a apresentar as Declarações (fl. 18), elaborou a entrega em janeiro de 2005, durante o curso da ação fiscal (cópia extratos consulta declarações fls. 22 a 30). Observese que a Declaração entregue para o 1º trimestre/2005, não foi objeto de autuação. Isto posto, e tratando de matéria semelhante, cabe destacar julgado deste CARF relatado pelo Eminente Conselheiro Rosaldo Trevisan (Acórdão CARF nº 3403 003.585, da 3ª TO/4ª Câmara Processo nº 19515.000656/200573), do qual me filio como razões de decidir, fazendo as devidas adaptações. Atualmente, e após o julgamento feito pela DRJ em Ribeirão Preto (SP) – 24/07/2008, surge a Medida Provisória nº 451 de 15/12/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.945, de 2009. Essa lei cria penalidade mais específica (e mais branda) para o caso, dispondo em seus arts. 1º e 2º (ambos vigentes a partir de 16/12/2008, cf. art. 33, IV, “a” da lei): Art. 1º. Deve manter o Registro Especial na Secretaria da Receita Federal do Brasil a pessoa jurídica que: I exercer as atividades de comercialização e importação de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, a que se refere a alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal; e II adquirir o papel a que se refere a alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal para a utilização na impressão de livros, jornais e periódicos. (...) § 3º Fica atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil competência para: I expedir normas complementares relativas ao Registro Especial e ao cumprimento das exigências a que estão sujeitas as pessoas jurídicas para sua concessão; II estabelecer a periodicidade e a forma de comprovação da correta destinação do papel beneficiado com imunidade, Fl. 206DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 inclusive mediante a instituição de obrigação acessória destinada ao controle da sua comercialização e importação. § 4º O não cumprimento da obrigação prevista no inciso II do § 3º deste artigo sujeitará a pessoa jurídica às seguintes penalidades: I 5% (cinco por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais) e não superior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), do valor das operações com papel imune omitidas ou apresentadas de forma inexata ou incompleta; e II de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para micro e pequenas empresas e de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para as demais, independentemente da sanção prevista no inciso I deste artigo, se as informações não forem apresentadas no prazo estabelecido. § 5º Apresentada a informação fora do prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício, a multa de que trata o inciso II do § 4o deste artigo será reduzida à metade. Art. 2º O Registro Especial de que trata o art. 1o desta Lei poderá ser cancelado, a qualquer tempo, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil se, após a sua concessão, ocorrer uma das seguintes hipóteses:(Produção de efeitos). I desatendimento dos requisitos que condicionaram a sua concessão; II situação irregular da pessoa jurídica perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ; III atividade econômica declarada para efeito da concessão do Registro Especial divergente da informada perante o CNPJ ou daquela regularmente exercida pela pessoa jurídica; (...)” (grifo nosso) Desta forma, passou a haver penalidade específica para o caso, e que pode retroagir tendo em vista o comando do art. 106, II, “c” do Código Tributário Nacional: “a lei se aplica a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática”. A alteração legislativa de ordem legal ocasionou a revogação da IN SRF nº 71/2001, tendo a Instrução Normativa revogadora (IN RFB nº 976, de 2009), em seu art. 12, reproduzido as penalidades constantes nos arts. 1º e 2º da Lei nº 11.945, de 2009. Quanto ao fato de ser benigna a retroação, no caso em análise, não há dúvidas, visto que a penalidade prevista no inciso II do art. 1º da Lei nº 11.945/2009, de R$ 2.500,00 ou R$ 5.000,00 (não se tem nos autos a informação conclusiva sobre ser a recorrente “micro ou pequena empresa”), não é por mês calendário, mas por DIF não apresentada. Como no caso em análise o fisco apurou a falta de 08 (oito) DIF Papel Imune, a cada uma delas deve ser aplicada a penalidade de R$ 5.000,00 ou R$ 2.500,00, dependendo do porte da empresa, a ser verificado pela unidade preparadora quando da implementação/liquidação deste julgado. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10855.000642/200524 Acórdão n.º 3402002.865 S3C4T2 Fl. 180 9 E a soma das oito penalidades de R$ 5.000,00 ou de R$ 2.500,00 é certamente inferior aos R$ 225.000,00 lançados pelo Fisco. Adicionese que não se aplica ao caso o disposto no inciso I, do § 4º, do art. 1º da Lei nº 11.945, de 2009, por não ter o fisco sequer examinado as DIF apresentadas em janeiro/2005 no presente processo, o que poderia ser oportunamente feito em procedimento posterior, dentro dos prazos previstos na legislação, nem a redução prevista no § 5º do art. 1º da mesma lei (porque a apresentação extemporânea da DIF ocorreu durante o procedimento de ofício, resultante da intimação efetuada à fl. 18) . Cabe ainda salientar que a base legal explícita da autuação (art. 57 da Medida Provisória no 2.15835/2001) foi alterada por duas vezes (sempre tratando genericamente de obrigações acessórias): inicialmente pela Lei no 12.766, de 2012 (art. 8º), e depois pela Lei nº 12.873, de 2013 (art. 57). Mas pela sua especificidade, prevalecem, no caso, as penalidades previstas na Lei nº 11.945, de 2009, que tratam objetivamente de papel imune. Assim, deve ser aplicado ao caso retroativamente o inciso II, do § 4º, do art. 1º da Lei nº 11.945, de 2009, resultando na manutenção de multas no patamar de R$ 2.500,00 (se a pessoa jurídica for micro ou pequena empresa), ou R$ 5.000,00 (caso não o seja), para cada DIF não apresentada. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário apresentado, reconhecendo a retroação benigna do inciso II, do § 4º, do art. 1º da Lei nº 11.945/2009, resultando na manutenção de multas no patamar de R$ 2.500,00 (se a pessoa jurídica for micro ou pequena empresa), ou R$ 5.000,00 (caso não o seja), para cada uma das 08 (oito) DIFPapel imune não apresentadas, cabendo à unidade preparadora verificar o porte da recorrente, para efeito de liquidação deste julgado. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Relator Voto Vencedor Com a devida vênia, divirjo do ilustre Conselheiro relator originário. Ocorre que, por acaso, também em Sessão de janeiro de 2016, me deparei com matéria semelhante, qual seja, cobrança de multa isolada por não entrega da DIFPapel Imune. Contudo, a solução que dei ao caso foi em outro sentido. O prezado relator originário se arrimou em lei mais específica. Também tive essa dúvida ao redigir o voto do Acórdão 3402.002.883. Contudo, assim como naquele processo, neste, igualmente, o fundamento legal do lançamento foi o art. 57 da Medida Provisória 2.158. Dessa forma, adoto o voto que proferi naquele aresto. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 Após a interposição do presente recurso, foi editada a lei 12.873, de 24/10/2013, objeto de conversão da MP 619, de 06/06/2013, cujo art. 57 tem a seguinte dicção: O art. 57 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 57. O sujeito passivo que deixar de cumprir as obrigações acessórias exigidas nos termos do art. 16 da Lei no 9.779, de 19 de janeiro de 1999, ou que as cumprir com incorreções ou omissões será intimado para cumprilas ou para prestar esclarecimentos relativos a elas nos prazos estipulados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e sujeitarseá às seguintes multas: I ................................................................................... a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que estiverem em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas ou que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro presumido ou pelo Simples Nacional; b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às demais pessoas jurídicas; c) R$ 100,00 (cem reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas físicas; II por não cumprimento à intimação da Secretaria da Receita Federal do Brasil para cumprir obrigação acessória ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela autoridade fiscal: R$ 500,00 (quinhentos reais) por mêscalendário; III por cumprimento de obrigação acessória com informações inexatas, incompletas ou omitidas: a) 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa jurídica ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta; b) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), não inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais), do valor das transações comerciais ou das operações financeiras, próprias da pessoa física ou de terceiros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata ou incompleta. ............................................................................................. § 3º A multa prevista no inciso I do caput será reduzida à metade, quando a obrigação acessória for cumprida antes de qualquer procedimento de ofício. § 4o Na hipótese de pessoa jurídica de direito público, serão aplicadas as multas previstas na alínea a do inciso I, no inciso II e na alínea b do inciso III.”(NR) Assim, a multa que à época de sua aplicação era de R$ 5.000,00 passou a ser de R$ 1.500,00 por mêscalendário ou fração, conforme a nova redação do art. 57 da MP Fl. 209DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10855.000642/200524 Acórdão n.º 3402002.865 S3C4T2 Fl. 181 11 2.15835, espeque legal do lançamento. E tratandose de penalidade menos severa, aplicase o princípio da retroatividade benigna positivado no art. 106, II, c, do CTN. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso, reconhecendo a retroatividade benigna da nova redação do art. 57, I, b, da MP 2.15835. Em consequência, deve o órgão local recalcular o auto de infração aplicando o valor de R$ 1.500,00 (em vez de R$ 5.000,00) por mêscalendário de atraso das DIF do período abarcado pela exação. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 210DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 15940.001023/2010-79
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA - PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial. Se a razão de decidir no acórdão recorrido é a concomitância de multas incidentes sobre os mesmos rendimentos, não há como demonstrar-se a alegada divergência interpretativa mediante a colação de paradigma em que foi aplicada somente uma das penalidades, situação esta em que o próprio acórdão recorrido reconhece ser cabível a multa em tela.
Recurso Especial do Procurador não conhecido
Numero da decisão: 9202-003.688
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS- Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Relatora.
EDITADO EM: 11/02/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente) e Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1866; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 500 1 499 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 15940.001023/201079 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202003.688 – 2ª Turma Sessão de 27 de janeiro de 2016 Matéria IRPF multa isolada do carnêleão concomitante com multa de ofício Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado JAILTON JOÃO SANTIAGO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial. Se a razão de decidir no acórdão recorrido é a concomitância de multas incidentes sobre os mesmos rendimentos, não há como demonstrarse a alegada divergência interpretativa mediante a colação de paradigma em que foi aplicada somente uma das penalidades, situação esta em que o próprio acórdão recorrido reconhece ser cabível a multa em tela. Recurso Especial do Procurador não conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente em exercício. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO Relatora. EDITADO EM: 11/02/2016 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 94 0. 00 10 23 /2 01 0- 79 Fl. 500DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente) e Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente). Relatório Em sessão plenária de 24/08/2011, foi prolatado o Acórdão nº 220201.331, assim ementado: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 INSTAURAÇÃO DE AÇÃO FISCAL CONTRA TERCEIROS. PERDA DA ESPONTANEIDADE EM RELAÇÃO AS INFRAÇÕES VERIFICADAS. O contribuinte perde a espontaneidade no que se refere às infrações apuradas em procedimento de ofício regularmente instaurado contra terceiros em relações as quais estava diretamente envolvido. DECLARAÇÃO RETIFICADORA ENTREGA APÓS O INÍCIO DO PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. EFEITOS. A declaração retificadora entregue após o início do procedimento de ofício não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício, pois a espontaneidade do sujeito passivo é excluída com a instauração da ação fiscal (Súmula CARF no 33, em vigor desde 22/12/2009). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 OMISSÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. TRIBUTAÇÃO. Comprovado nos autos que os valores declarados como recebidos pelo filho do contribuinte a título de doação eram de fato honorários por ele auferidos, legítima a desclassificação dos rendimentos efetuada pela fiscalização, incluindoos como tributáveis na base de cálculo de ajuste anual. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 MULTA QUALIFICADA Fl. 501DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO Processo nº 15940.001023/201079 Acórdão n.º 9202003.688 CSRFT2 Fl. 501 3 Configurada a existência de dolo, impõese ao infrator a aplicação da multa qualificada de 150% prevista na legislação de regência. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA. É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de ofício exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de ofício exigida isoladamente. Recurso parcialmente provido." A decisão foi assim registrada: "Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa isolada por falta de recolhimento do carnêleão lançada de forma concomitante com a multa de ofício, nos termos do voto do Redator Designado. Vencida a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga (Relatora), que negava provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Nelson Mallmann." O processo foi encaminhado à PGFN em 21/10/2011 (Despacho de Encaminhamento de fls. 373) e, de acordo com o disposto no art. 7º, §§ 3º e 5º, da Portaria MF nº 527, de 2010, a intimação presumida da Fazenda Nacional ocorreu em 21/11/2011. Em 30/11/2011, foi interposto o Recurso Especial de fls. 374 a 380 (Despacho de Encaminhamento de fls.405), com fundamento no art. 67, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, visando a rediscutir a exclusão da multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho de Admissibilidade nº 220000.892, de 14/02/2012 (fls. 406 a 411). Cientificado do acórdão em 17/04/2012 (AR Aviso de Recebimento de fls. 417), o Contribuinte, em 02/05/2012, ofereceu as Contrarrazões de fls. 456 a 478 e interpôs o Recurso Especial de fls. 421 a 455, ao qual foi negado seguimento por meio do Despacho de Admissibilidade de fls. 483 a 485, de 26/03/2013, o que foi confirmado por meio do Despacho de Reexame de fls. 486/487. Em sede de Contrarrazões, o Contribuinte pede o não provimento do Recurso Especial da Fazenda Nacional, mantendose a exoneração da multa isolada do carnêleão, promovida pelo acórdão recorrido. Às fls. 493 a 497, a Delegacia da Receita Federal em Presidente Prudente/SP informa que os débitos cuja constituição tornouse definitiva foram transferidos para o processo nº 10835721.096/201315, permanecendo no presente processo apenas a parte controversa. Fl. 502DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 4 Na Câmara Superior de Recursos Fiscais, os autos foram sorteados inicialmente ao Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que os devolveu em 19/06/2015, tendo em vista haver renunciado ao mandato de Conselheiro (informação de fls. 499), sendo sorteados a esta Conselheira na sessão de dezembro de 2015. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo, restando perquirir acerca do atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade. Em seu apelo, a Fazenda Nacional intenta rediscutir a aplicação da multa isolada pelo não recolhimento do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício. Como paradigma, foi indicado o Acórdão nº 10422.037 (fls. 381 a 404). Antes de proceder à análise do paradigma, importa salientar que se trata de Recurso Especial de Divergência, assim entendida a diversidade de interpretações conferidas à lei tributária, obviamente que em face de situações fáticas similares. Assim, é imprescindível que sejam analisadas as situações fáticas dos acórdãos recorrido e paradigma. No caso do acórdão recorrido, ocorreu a omissão, na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2008, de rendimentos que estariam sujeitos ao pagamento mensal do carnêleão, durante o anocalendário de 1997, aplicandose duas multas: a multa de 75%, relativa à omissão dos rendimentos na Declaração de Ajuste Anual, bem como a multa isolada do carnêleão não recolhido. A multa isolada do carnêleão teve como fundamento o art. 44, inciso II, da Lei nº 9.430, de 1996, já com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 15/06/2007, cuja base fora a Medida Provisória nº 303, de 29/06/2006 (fls. 144). Assim, no acórdão recorrido a multa isolada do carnêleão foi exonerada unicamente porque fora aplicada concomitantemente com a multa de ofício, esta última lançada em face da omissão, na Declaração de Ajuste Anual, dos mesmos rendimentos que serviram de base para a multa isolada. Nesse passo, o julgado guerreado deixa claro o cabimento da multa isolada do carnêleão, nos casos em que não existe a concomitância de multas, ou seja, nas situações em que o Contribuinte declara o rendimento (por isso mesmo não há lançamento de ofício), porém deixa de recolher a antecipação do carnêleão. Confirase os trechos da ementa e do voto condutor do acórdão recorrido: “MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA. É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de ofício exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de ofício exigida isoladamente." "(...) se o lançamento do tributo é de ofício deve ser cobrada a multa de lançamento de ofício juntamente com o tributo (multa de ofício normal), não havendo neste caso espaço legal para se incluir a cobrança da multa de lançamento de ofício isolada. Fl. 503DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO Processo nº 15940.001023/201079 Acórdão n.º 9202003.688 CSRFT2 Fl. 502 5 Por outro lado, quando o lançamento de exigência tributária for aplicação de multa isolada, só há espaço legal para aquelas infrações que não foram levantadas de ofício, a exemplo da apresentação espontânea da declaração de ajuste anual com previsão de pagamento de imposto mensal (carnêleão) sem o devido recolhimento, caso típico da aplicação de multa de lançamento de ofício isolada sem a cobrança de tributo, cabendo neste além da multa isolada a cobrança de juros de mora de forma isolada, entre o vencimento do imposto até a data prevista para a entrega da declaração de ajuste anual, já que após esta data o imposto não recolhido está condensado na declaração de ajuste anual. Desta forma, entendo cabível, a partir de 1º de janeiro de 1997, a multa de ofício prevista no art. 44, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.430, de 1996, exigidos isoladamente, sob o argumento do não recolhimento do imposto mensal (carnêleão), previsto no artigo 8º, da Lei nº 7.713, de 1988, informado na Declaração de Ajuste Anual." (grifei) À guisa de paradigma, a Fazenda Nacional indica o Acórdão nº 10422.037, colacionando a respectiva ementa, conforme a seguir: "DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TERMO INICIAL PRAZO No caso de lançamento por homologação, o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário extinguese no prazo de cinco anos, contados da data de ocorrência do fato gerador que, em se tratando de Imposto de Renda Pessoa Física sobre rendimentos sujeitos ao ajuste anual, considerase ocorrido em 31 de dezembro do ano calendário. GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE IMÓVEL Integram o valor de alienação os itens que constituem partes integrantes e indissociáveis do imóvel alienado, constando inclusive da escritura de compra e venda e obviamente compondo o preço do negócio. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS Caracterizamse como rendimentos omitidos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular pessoa física, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996). MULTA ISOLADA DO CARNÊLEÃO REDUÇÃO RETROATIVIDADE BENIGNA Tratandose de penalidade cuja exigência se encontra pendente de julgamento, aplicase a legislação superveniente que venha a beneficiar o contribuinte, em respeito ao princípio da retroatividade benigna (Medida Provisória n° 303, de 29/06/2006, e art. 106 do CTN). Preliminar rejeitada. Fl. 504DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 6 Recurso parcialmente provido." De plano, constatase que a ementa acima não menciona a ocorrência de eventual omissão de rendimentos sujeitos ao carnêleão recebidos de pessoa física ou do exterior. Muito pelo contrário, as infrações especificadas são relativas a omissão de rendimentos referentes a ganho de capital e depósitos bancários sem comprovação de origem. Com efeito, nenhuma destas infrações, que ensejaram multa de ofício, ensejam a exigência de antecipação pelo carnêleão, de sorte a materializarse a concomitância de multas. Compulsandose o inteiro teor do paradigma, constatase que efetivamente a multa isolada do carnêleão, mencionda na ementa, não diz respeito a rendimentos omitidos, mas sim a rendimentos declarados, tanto assim que o Contribuinte invoca a denúncia espontânea. Confirase o relatório e o voto vencedor do paradigma: Relatório "Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado (...) o Auto de Infração (...) relativo a Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre ganhos de capital na alienação de bens e direitos nos anoscalendário de 2000 e 2001, compensação indevida de imposto no anocalendário de 1999 e omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não identificada nos anoscalendário de 1999 a 2002, tudo isso acrescido de multa de ofício de 150% relativamente aos depósitos bancários e 75% quanto às outras infrações, e juros de mora, bem como multa isolada do 'carnêleão' nos anos calendário de 1999 a 2002. (...) DA IMPUGNAÇÃO Contesta a autuação por falta de recolhimento de carnêleão pelos seguintes motivos: ainda que a cobrança fosse correta as retenções efetuadas e provadas nos autos foram simplesmente desprezadas no cálculo da multa; os valores de aluguéis recebidos de pessoa jurídica não estão sujeitos ao carnêleão; optou de forma tempestiva e definitiva, pelo regime simplificado de tributação da pessoa física, antes de qualquer medida de fiscalização, estando protegido pelo instituto da denúncia espontânea; no ano de 2001, o valor mensal recebido de pessoas físicas foi inferior ao limite de isenção." Voto " Trata o processo, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, tendo em vista as seguintes infrações: a) ganho de capital na alienação de bens e direitos; b) compensação indevida de imposto; c) multa isolada do carnêleão; e d) omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. (...) Fl. 505DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO Processo nº 15940.001023/201079 Acórdão n.º 9202003.688 CSRFT2 Fl. 503 7 Finalmente, no que tange ao item 'c' multa isolada do carnê leão tratase de exigência fundada no art. 44, inciso I e § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430, de 1996, que assim estabelecia: 'Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (...) § 1° As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 80 da Lei 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste;' Não obstante, a Medida Provisória n° 303, de 29/06/2006, alterou o dispositivo legal retro, que passou a vigorar com a seguinte redação: 'Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de setenta e cinco por cento sobre a totalidade ou diferença de tributo, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de cinqüenta por cento, exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física:' Como se pode constatar, a multa isolada pela falta de recolhimento do carnêleão foi reduzida a 50%, cabível a aplicação do art. 106 do CTN (...) Quanto ao argumento do contribuinte, no sentido de que teria havido denúncia espontânea (art. 138 do CTN), importa salientar que a penalidade ora tratada não diz respeito a falta de registro de rendimentos na respectiva declaração, mas sim à falta de recolhimento da antecipação determinada pelo art. 8° da Lei n° 7.713, de 1988. Diante do exposto, REJEITO a preliminar argüida pelo contribuinte e, no mérito, DOU provimento PARCIAL ao recurso Fl. 506DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO 8 para reduzir a multa isolada do carnêleão ao percentual de 50% e excluir da base de cálculo dos depósitos bancários os valores de R$ 100.000,00 e R$ 40.000,00, nos anoscalendário de 1999 e 2001, respectivamente." (grifei) Assim, os trechos acima transcritos, mormente a parte grifada do voto, não deixam dúvidas, no sentido de que, no caso do paradigma, no que tange aos rendimentos sujeitos ao carnêleão, estes foram representados por aluguéis declarados pelo Contribuinte, tanto assim que ele invoca o instituto da denúncia espontânea. Nesse passo, obviamente ditos rendimentos não foram objeto de lançamento de ofício, como de fato em nenhum momento o paradigma registra que teria havido tal infração, de sorte que fica descartada a ocorrência de concomitância de multas, constatandose apenas a cobrança da multa isolada do carnêleão. E a concomitância foi justamente o que motivou o Colegiado recorrido a exonerar a multa isolada, registrandose no voto vencedor, inclusive, ser cabível dita penalidade, quando os respectivos rendimentos constam da Declaração de Ajuste Anual, o que descarta a aplicação da multa de ofício. Destarte, longe de demonstrar a alegada divergência, o paradigma está em total sintonia com o julgado guerreado, já que este também admite a aplicação da multa isolada do carnêleão quando esta não é concomitante com a multa de ofício, pela omissão dos mesmos rendimentos. Ocorre que, no caso do acórdão recorrido, houve lançamento de ofício. Ademais, registrese que os julgados em confronto tratam de fatos geradores de períodos diversos, regidos por dispositivos legais com redações diferentes, o que também comprometeria o estabelecimento de divergência jurisprudencial. Diante do exposto, não conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO Relatora Fl. 507DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 12/0 2/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por MARIA HELENA COT TA CARDOZO
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Numero do processo: 10680.912903/2008-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003
Ementa:
CRÉDITOS DE IPI UTILIZADOS EM PRODUTOS NT. SÚMULA CARF Nº 20.
Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62-A DO ANEXO II DO RICARF.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62-A do Anexo II do RICARF.
Numero da decisão: 3302-003.038
Decisão: Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 Ementa: CRÉDITOS DE IPI UTILIZADOS EM PRODUTOS NT. SÚMULA CARF Nº 20. Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62-A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62-A do Anexo II do RICARF.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1898; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.912903/200842 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302003.038 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 27 de janeiro de 2016 Matéria IPI Recorrente MINERAÇÕES BRASILEIRAS REUNIDAS S.A. MBR Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 Ementa: CRÉDITOS DE IPI UTILIZADOS EM PRODUTOS NT. SÚMULA CARF Nº 20. Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 29 03 /2 00 8- 42 Fl. 215DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de pedido de ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao terceiro trimestre de 2003, com fulcro no artigo 11 da Lei nº 9.779/1999, cumulado com declarações de compensação, efetuado pelo estabelecimento de CNPJ 33.417.445/004622. A autoridade fiscal efetuou a glosa de créditos extemporâneos de IPI, escriturados em setembro de 2003, lastreados em notas fiscais de crédito emitidas extemporaneamente em 26/09/2003, relativos a entradas realizadas entre 1999 a junho/2003, em razão de a recorrente fabricar produtos classificados no código 2601.11.00 da TIPI enquadrados como NT (Não Tributado), não sendo, pois, considerada estabelecimento industrial para fins de IPI. Adicionalmente, glosou, ainda, a correção monetária efetuada pela recorrente sobre os valores originais de IPI lançados nas notas fiscais de entrada, bem como insumos que não tiveram contato direito com o produto em fabricação, conforme preconizado pelo Parecer Normativo nº 65/1979. A recorrente apresentou manifestação de inconformidade, alegando em síntese: 1. Que o princípio da nãocumulatividade do IPI é norma constitucional e não autoriza a vedação ao creditamento de IPI na saída de produtos isentos ou não tributados, mediante legislação infraconstitucional; 2. Que sua atividade é de industrialização por beneficiamento de minério de ferro, de acordo com o inciso II do artigo 4º do RIPI/2002 e que seu estabelecimento não poderia ser classificado como não industrial; 3. Que o artigo 7º da Lei nº 4.502/64 dispôs que o produto de origem mineral é isento de IPI e, portanto, pode manter o crédito de IPI; 4. Que o artigo 13 da Lei nº 9.493/97 não pode definir a condição de contribuinte, uma vez que tal matéria é reservada à lei complementar; 5. Que exportava mais de 80% de sua produção e, portanto, fazia jus ao crédito em razão do disposto no artigo 5º do Decretolei nº 491/1969; Fl. 216DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 4 3 6. Que a Lei nº 9.779/1999 autoriza o creditamento de IPI vinculado às saídas de produtos imunes; 7. A necessidade de atualização monetária do saldo credor de IPI, por tal crédito não ser escritural e que o pedido de ressarcimento se equivale a pedido de restituição; 8. Que a glosa da autoridade fiscal relativa ao aproveitamento de créditos em desacordo com o conceito de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem não contém elementos suficientes, impedindo o exercício do contraditório e da ampla defesa; 9. A homologação das compensações em decorrência das razões já aduzidas. Relativamente às declarações de compensação, a recorrente apresentou renúncia à compensação e incluiu os débitos no parcelamento da Lei nº 11.941/2009, mantendose a discussão apenas em relação ao pedido de ressarcimento. A Terceira Turma da DRJ em Juiz de Fora proferiu o Acórdão nº 0941.745, nos termos da ementa que abaixo transcrevese: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 1 RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS. PRODUTOS NT. IMPOSSIBILIDADE. O direito ao crédito do IPI condicionase a que os produtos a que a pessoa jurídica dá saída estejam dentro do campo de incidência do imposto, o que não ocorre quando os mesmos são nãotributados (NT), na forma do parágrafo único, do artigo 2º do RIPI/98 (Decreto nº 2.637, de 1998) ou do RIPI/2002 (Decreto nº 4.544, de 2002). Não havendo o citado direito creditório, cabe indeferir o pedido de ressarcimento que nele se funda. 2 RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS. DENEGAÇÃO. Não incide correção monetária nem juros compensatórios no ressarcimento de créditos do IPI. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGALIDADE. Não cabe à esfera administrativa questionar ou negar aplicação às normas e determinações da legislação tributária que se encontram revestidas validade e eficácia. Sendo assim, as arguições que, direta ou indiretamente, versem sobre matéria atinente à inconstitucionalidade ou de ilegalidade da legislação tributária válida e eficaz não se submetem à competência de Fl. 217DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 5 4 julgamento da autoridade administrativa, sendo exclusiva do Poder Judiciário. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 PERÍCIA/DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. Perícia ou diligência só se promovem para solucionar dúvidas com relação ao levantamento fiscal e sobre assuntos coerentes com a legislação tributária. Proposições do contribuinte que de plano são afastadas em face da legislação tributária não as justificam. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a recorrente interpôs recurso voluntário, tempestivamente, reprisando as alegações já aduzidas na manifestação de inconformidade, exceto a concernente ao aproveitamento de créditos em desacordo com o conceito de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A questão central da lide referese à possibilidade de creditamento de IPI nas entradas de insumos vinculados a saídas de produtos classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI como NT (não tributados). A recorrente fundamentou o direito ao referido creditamento no princípio da nãocumulatividade insculpido no artigo 153, §3º inciso II da Constituição Federal e no artigo 11 da Lei nº 9.779/1999. De plano, esclareçase que a argüição de inconstitucionalidade de atos normativos deve ser formulada perante o Poder Judiciário, em vista da competência constitucional prevista nos artigos 97 e 102 da Carta Magna, sendo vedado a este conselho conhecer das alegações de ofensa ao princípio constitucional da nãocumulatividade do IPI e à reserva material à lei complementar, conforme artigo 59 do Decreto nº 7.574/2011, exceto nas hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A1 do Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009. Neste sentido, foi publicada a Súmula CARF nº 2: 1 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 218DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 6 5 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Quanto ao mérito, destacase que a classificação dos produtos no código 2601.11.00 não foi contestada, de modo que é ponto incontroverso. A respeito transcrevese a descrição do código na TIPI: CÓDIGO NCM DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%) 26.01 MINÉRIOS DE FERRO E SEUS CONCENTRADOS, INCLUÍDAS AS PIRITAS DE FERRO USTULADAS (CINZAS DE PIRITAS) 2601.1 Minérios de ferro e seus concentrados, exceto as piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas) 2601.11.00 Não aglomerados NT 2601.12.00 Aglomerados NT 2601.20.00 Piritas de ferro ustuladas (cinzas de piritas) NT Assim, nos termos do parágrafo único do artigo 2º dos Decretos nº 2.637/1998 (RIPI/98) e nº 4.544/2002 (RIPI/2002) 2, os produtos com notação "NT" estão fora do campo de incidência do IPI, ainda que, sujeitos aos processos de industrialização descritos no artigo 4º dos referidos decretos. Por outro lado, o artigo 3º da Lei nº 4.502/64, matriz legal do artigo 8º3 dos decretos, dispõe que estabelecimento industrial é aquele que industrializa produtos sujeitos ao imposto, o que afasta da definição o estabelecimento recorrente. De fato, o crédito básico decorrente de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem somente é possível aos estabelecimentos industriais ou equiparados, conforme preconizam os artigos 164 e 190 do Decreto nº 4.544/2002, correspondentes aos artigos 147 e 171 do Decreto nº 2.637/98: Art. 164. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a MP, PI e ME , adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 1993. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. ( Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 ) 2 Art. 2º O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI (Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, e DecretoLei nº 34, de 18 de novembro de 1966, art. 1º). Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (nãotributado) (Lei nº 9.493, de 10 de setembro de 1997, art. 13). Art. 2º O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI (Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, e Decretolei nº 34, de 18 de novembro de 1966, art. 1º). Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (nãotributado) (Lei nº 10.451,de 10 de maio de 2002, art. 6º). 3 Lei nº 4.502/64 Art . 3º Considerase estabelecimento produtor todo aquêle que industrializar produtos sujeitos ao impôsto. Decreto nº 2.637/98 e nº 4.544/2002 Art. 8º Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4º, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º). Fl. 219DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 7 6 não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; [...] Art. 190. Os créditos serão escriturados pelo beneficiário, em seus livros fiscais, à vista do documento que lhes confira legitimidade: I nos casos dos créditos básicos, incentivados ou decorrentes de devolução ou retorno de produtos, na efetiva entrada dos produtos no estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial; II no caso de entrada simbólica de produtos, no recebimento da respectiva nota fiscal, ressalvado o disposto no § 2º; III nos casos de produtos adquiridos para utilização ou consumo próprio ou para comércio, e eventualmente destinados a emprego como MP, PI ou ME, na industrialização de produtos para os quais o crédito seja assegurado, na data da sua redestinação; e IV nos casos de produtos importados adquiridos para utilização ou consumo próprio, dentro do estabelecimento importador, eventualmente destinado a revenda ou saída a qualquer outro título, no momento da efetiva saída do estabelecimento. § 1º Não deverão ser escriturados créditos relativos a MP, PI e ME que, sabidamente, se destinem a emprego na industrialização de produtos não tributados, ou saídos com suspensão cujo estorno seja determinado por disposição legal . Defluise que a recorrente não se sujeita à incidência do IPI, e, portanto, não apura créditos vinculados à fabricação de produtos NT, ainda que exportados, e, consequentemente, não se enquadra na faculdade do artigo 11 da Lei nº 9.779/1999: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. Impende esclarecer que esta matéria está pacificada no âmbito do CARF, a teor da Súmula CARF nº 20, de observância obrigatória pelos membros deste conselho, conforme disposto no artigo 72 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, cujo enunciado transcrevese: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 8 7 Transcrevese voto do Acórdão nº 20400.488, proferido pela Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, utilizado como um dos paradigmas para elaboração do enunciado da referida súmula: “Sem reparos a decisão vergastada. A questão é simples e decorre de expressa disposição legal. Primeiro, gizo que não há controvérsia quanto ao fato de que os produtos a que a empresa dá saída, frutas em geral, são classificadas como NT na TIPI. Com base nas transcrições do RIPI/98 feitas na r. decisão, resta evidenciado que a legislação do IPI exclui do campo de incidência deste imposto os produtos classificados como NT. Em conseqüência, mesmo que sobre estes produtos seja executada alguma operação que possa ser considerada como industrialização, no caso o alegado beneficiamento, resta não atendido o pressuposto para tal que é o fato de o produto estar dentro do campo de incidência do IPI, eis que os produtos classificados como NT estão fora deste, como expresso no artigo 13 da Lei n° 9.493/97, norma reproduzida à fl. 55, no Parecer SORAT da DRF em Petrolina PE. Portanto, se tais produtos estão fora do campo de incidência do IPI, mesmo que haja beneficiamento das frutas, como parece ser o caso, em relação a esta operação o estabelecimento beneficiador não é industrial, desta forma não havendo direito a qualquer crédito na sua entrada, até porque não há destaque algum de IPI nessas operações e não há decisão alguma do STF que respalde creditamento de IPI de produtos NT, pelo que não há incidência da norma estatuída do artigo 11 da Lei n° 9.779, já que lhe falece legitimidade para creditarse dos valores de IPI, se créditos houvesse.” Portanto, desnecessário o debate sobre os demais argumentos deduzidos concernentes ao direito ao creditamento IPI em relação às aquisições de insumos utilizados em produtos com notação NT, bem como resta prejudicada a matéria relativa à atualização monetária pleiteada. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 221DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10680.912903/200842 Acórdão n.º 3302003.038 S3C3T2 Fl. 9 8 Fl. 222DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 04/02 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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