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Numero do processo: 11020.911453/2012-93
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2008
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. IMPROCEDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVAS.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO.LIQUIDEZ E CERTEZA.
Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.176
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2008 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. IMPROCEDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVAS. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO.LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis. Recurso Voluntário Negado.
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FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. IMPROCEDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVAS. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO.LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 91 14 53 /2 01 2- 93 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 11 2 (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 12 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto mos autos do processo nº 11020.911453/201293, contra o acórdão nº 0250.260, julgado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Belo Horizonte (DRJ/BHE), na sessão de julgamento de 29 de outubro de 2013, em que indeferiu as preliminares e julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório nº rastreamento 41976784 emitido eletronicamente em 03/01/13, referente ao PER/DCOMP nº 30649.18212.170408.1.3.040461. O PER/DCOMP foi transmitido com o objetivo de compensar o(s) débito(s) nele discriminado(s) com crédito de COFINS, Código de Receita 5856, no valor de R$3.677,23, decorrente de recolhimento com DARF efetuado em 20/03/08. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN),art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando, em síntese, o que se segue: Preliminarmente, defende a nulidade do despacho decisório por ausência de fundamentação e motivação e porque não foi intimado a esclarecer os motivos que o levaram a postular a compensação de débitos com os créditos dos pagamentos que considerou indevidos. Afirma que o procedimento foi eletrônico e que houve preterição do direito de defesa. Acrescenta que o despacho decisório não se presta a instaurar de forma legítima o contraditório administrativo, que não houve Fl. 93DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 13 4 diligência por parte da fiscalização com o intuito de verificar a natureza do crédito postulado e que isso prejudica a ampla defesa. Solicita a posterior juntada de documentos que comprovem suas alegações em respeito ao princípio da verdade material. Defende a ilegalidade e a inconstitucionalidade da multa aplicada sobre o montante do tributo supostamente devido que fere os princípios do não confisco, da razoabilidade e da proporcionalidade. Requer a nulidade do despacho decisório e a procedência da manifestação de inconformidade.. A DRJ de Belo Horizonte (DRJ/BHE) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Colaciono a ementa do referido julgado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Ano calendário:2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite compensação com crédito que não se comprova existente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com improcedência de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, enfatizando que deve ser reformada a decisão de primeira instância diante da falta de fundamentação, dizendo ainda que foi prejudicado o contraditório e ampla defesa, alegando também a aplicabilidade da verdade material e, por fim, a inaplicabilidade da multa. É o sucinto relatório. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 14 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Preliminares de Nulidade O recorrente afirma que a decisão não respeitou os princípios basilares do processo administrativo, assim como carece de fundamentação aviltando o direito a ampla defesa e contraditório, sendo, portanto, nulo. Preliminarmente cabe serem afastadas as alegações de nulidade. A recorrente invoca genericamente que o auto de infração é nulo por desatender os princípios basilares do processo administrativo fiscal, dentre eles: o da verdade material, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. Apesar de discorrer longamente sobre a ausência de fundamentação do ato administrativo e o seu desvio de finalidade, por ausência do dever administrativo de instruir, tenho consagrado que compete ao requerente de crédito líquido e certo que traga os elementos essenciais para a prova de sua certeza e liquidez. Não considero assim, que no presente caso, que o princípio da verdade material entre em contradição com o princípio da iniciativa da prova. Por fim, cabe afastar a alegação de inaplicabilidade da multa em face do princípio constitucional de vedação de confisco. Cabe esclarecer que a multa aplicada possui natureza moratória e não punitiva. De outro lado determina, a Súmula n. 02 a vedação à apreciação por este órgão julgador das matérias constitucionais em conflito. Sendo assim, deixo de apreciar esta matéria por expressa proibição no CARF. Razões de Mérito Analisandose os autos, verificase que o processo se iniciou com uma PER/DCOMP transmitida pela contribuinte, no qual informou ela ter realizado pagamento indevido ou a maior de COFINS. A RFB constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido. Isto está claro no tópico “DÉBITO CONFESSADO”. Deste modo, carece de direito creditório o contribuinte, não havendo, pois, apresentando com a manifestação de inconformidade documentos idôneos e suficientes para comprovação de crédito líquido e certo como escrituração contábil e fiscal do período, para fins de confrontar possível erro no sistema da RFB em compensar o crédito com débito confessado em DCTF. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 15 6 Assim, com base nestas constatações, no fato de a legislação tributária dispor que a DCTF é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário (art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984) e que a compensação de débitos tributários somente pode ser efetuada mediante existência de créditos líquidos e certos do interessado perante a Fazenda Pública (art. 170 do CTN), e de a lei que trata do processo administrativo tributário federal estabelecer que a prova documental deve ser apresentada na impugnação (art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235, de 1972), a DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade. Apesar de a decisão de primeira instância ter sido fundamentada de modo a dar a conhecer à contribuinte as razões de fato e de direito que levaram ao indeferimento de sua manifestação de inconformidade, no recurso voluntário afirmase apenas que são infundadas as alegações da RFB de que não resta crédito disponível para compensação e que o DARF informado no PER/DCOMP seria suficiente para comprovar a existência do crédito. A recorrente nada diz sobre ter retificado a DCTF, tampouco sobre eventual erro na DCTF considerada pela DRF na verificação da existência de crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Logo, não foi contestada a utilização do crédito para compensação de crédito confessado em DCTF. Diante dos fatos, passível de conclusão de que a recorrente concorda, haja vista não ter apresentado em suas razões recursais impugnação específica, quanto a necessidade de comprovação documental por meio de apresentação da escrituração contábil e fiscal na data final para apresentação da manifestação de inconformidade. Portanto, restarseá, tão somente, verificar se é procedente a alegação de que o DARF citado no PER/DCOMP é suficiente para comprovar a existência do crédito. Contudo, o despacho decisório é claro ao atestar que o pagamento informado como indevido ou a maior foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte e que não sobrou crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Conforme afirmou a Auditora Relatora do acórdão recorrido, a conclusão emitida pela autoridade fiscal da DRF de origem baseouse em dados constantes dos sistemas informatizados da RFB, alimentados por informações prestadas pelos próprios contribuintes por meio de declarações fiscais próprias. Assim, temse que, no caso, o pagamento informado como indevido ou a maior estava totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF como devido. Por consequência, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum. A contribuinte não comprovou possível erro na DCTF original que permitisse considerar que o valor pago por meio do DARF informado foi indevido ou a maior. Não tendo ficado provado o fato constitutivo do direito de crédito alegado, então, com fundamento nos artigos 170 do CTN e 333 do CPC, devese considerar correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. Compartilho do entendimento de que o fato do contribuinte ter retificado a DCTF após a ciência do despacho decisório, por si só, não é motivo suficiente para provocar o não reconhecimento do seu crédito. Logo, entendo como indispensável a apresentação de provas suficientes a justificar o erro de cálculo inicialmente cometido, nos termos do § 1º do artigo 147 do CTN: Fl. 96DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 16 7 “Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.” Ocorre que a contribuinte não logrou êxito ao apresentar provas contábeis e fiscais suficientes para a comprovação do crédito, carreando aos autos tão somente cópia do DARF e cópia do PER/DCOMP, pelo que, tornase impossível reconhecer o crédito pretendido sem os elementos de prova indispensáveis. Logo, deixou transcorrer a contribuinte a sua oportunidade de produzir provas que sustentassem as suas alegações, ônus que lhe competia, não sendo os documentos juntados em anexo ao recurso voluntário suficiente para provar o direito alegado. Assim, temos que no processo administrativo fiscal, tal qual no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, in casu, da contribuinte. Neste sentido, prevê a Lei n° o 9.784/99 em seu art. 36: “Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei.” Em igual sentido, temos o art. 333 do CPC: “Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.” Observo que a turma tem admitido a DCTF retificadora mesmo quando posterior à ciência do despacho decisório, porém, somente quando acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e dos documentos fiscais e contábeis, o que não ocorreu no caso dos autos por silente o contribuinte. “Assim, conforme a jurisprudência deste Egrégio Conselho, somente se admite a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, apresentada após a ciência do Despacho Fl. 97DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 11020.911453/201293 Acórdão n.º 3801004.176 S3TE01 Fl. 17 8 Decisório, quando a contribuinte apresentar a documentação adequada e suficiente para provar que houve pagamento indevido ou maior. “ Deste modo, deixando o contribuinte de trazer aos autos elemento que possa comprovar a sua pretensão, concluo por não ter sido comprovado o direito creditório pretendido, ainda que invocado o princípio da verdade material. Assim, entendo inaplicável ao presente caso o princípio da verdade material, pois ciente a contribuinte de seu dever de trazer aos autos documentação hábil para comprovar seu direito, optou por assim não o fazer. Desta forma, em especial pela não comprovação da existência de direito de crédito líquido e certo, entendo que deve ser negado provimento ao presente recurso voluntário, mantendose a decisão que não reconheceu o direito de credito pleiteado e não homologou a compensação a ele vinculada. Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Fl. 98DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 22/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10680.721731/2010-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Aug 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 26/07/2010
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO - ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 - AIOP CORRELATOS
A sorte de Autos de Infração relacionados a não inclusão de segurado empregado, está diretamente associado a procedência do AIOP que descreveu a caracterização dos segurados empregados.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-003.050
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Ausência momentânea justificada do Conselheiro Elias Sampaio Freire (Presidente).
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Ricardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 26/07/2010 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DEIXAR DE REGISTRAR SEGURADO EMPREGADO ARTIGO 17, DA LEI N.º 8.213/91 C/C ARTIGO 18, I § 1.º DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autode infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Deixar de registrar segurado empregado constitui infração a dispositivo da legislação previdenciária, importando multa. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 26/07/2010 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 AIOP CORRELATOS A sorte de Autos de Infração relacionados a não inclusão de segurado empregado, está diretamente associado a procedência do AIOP que descreveu a caracterização dos segurados empregados. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 17 31 /2 01 0- 14 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Ausência momentânea justificada do Conselheiro Elias Sampaio Freire (Presidente). Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Ricardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 10680.721731/201014 Acórdão n.º 2401003.050 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Trata o presente autodeinfração, lavrado sob n. 37. 276.7028, em desfavor do recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 17 da Lei n ° 8.213/1991 c/c art. 18, I e § 1º do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a autoridade previdenciária, o recorrente deixou de inscrever segurado empregado na previdência social Conforme descrito no relatório fiscal, fl. 06 a 08, a autuação compreende competências entre o período de 01/2006 a 12/2006 e referese aos seguintes fatos geradores: 3 A empresa, no período de 01/2006 a 12/2006, para ter reconhecida a relação regida pela Lei n° • 6.494 de 07/12/77, regulamentada pelo Decreto n°. 87.497, de 18/08/1982, texto atualizado pela Lei no 8.859, de 23/03/1994, na redação dada pelas MP n.° 1.95224, de 26/05/2000 e MP n.° 2.16441, de 24/08/2001, que regulamentam o estágio de estudantes, além do termo de compromisso a que se refere o art. 2°, daquela Lei, deveria também comprovar que as atividades desenvolvidas visavam a complementação do ensino e aprendizagem, cujo planejamento, execução, acompanhamento e avaliação se davam na conformidade com o currículo, programa e calendários escolares (§ 2°, do Art. 1°, da Lei n° 6.494/77). Não comprovados pela empresa estes pressupostos, bem como evidenciado que os trabalhos desenvolvidos eram equivalentes aos prestados pelos empregados da empresa lotados na matriz — CNPJ 71.027.866/000134, e, considerando ainda que, a filial — CNPJ 71.027.866/000215 onde os segurados se encontram lotados como estagiários possui em seu quadro de empregados no período ora auditado somente Alexandre Mendes de Oliveira na função de Coordenador Operacional, coube a esta fiscalização a constatação que para o desenvolvimento de suas atividades normais a empresa necessita da contratação de prestadores de serviços com a caracterizada relação de emprego, regida pela CLT. Quanto a aplicação da multa, conforme descrito no mesmo relatório, procedeu a autoridade fiscal ao comparativo da multa mais benéfica, tendo por fim, concluído: “ Nos anexos 05A, 05B e 05C que apresentam a multa a ser aplicada de acordo com o item 8.1 e o quadro comparativo da aplicação das multas acima mencionadas, respectivamente, está demonstrado que a multa aplicada de oficio 75% (setenta e cinco por cento) incidente sobre o valor originário do débito é mais benéfica no presente Auto de Infração relativa As competências Janeiro, Fevereiro, Abril, Julho a Setembro, Novembro a Dezembro/2006 e 13.° Salário/2006.Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 26/07/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 30/06/2010.” Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 30/06/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 26/07/2010. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA 4 Não conformada com a notificação, foi apresentada defesa pela notificada, fls. 40 a 42. na qual argui o recorrente: 02 — 0 autuado está apresentando, nesta data, impugnação contra o lançamento relativo à contribuição previdencidria, para o SAT e a favor de terceiros, calculada sobre as importâncias pagas aos questionados bolsistas estagiários. Na respectiva peça de defesa, ele demonstra que a descaracterização em causa é improcedente, pois os fundamentos utilizados pela fiscalização se mostram inidõneos para tanto. 03 — É claro que restando insubsistente o lançamento 1á impugnado, o mesmo ocorrerá com à multa ora contestada, já que são os mesmos fatos a ele subj acentes. 04 — Desta forma, para evitar enfadonhas repetições, o impugnante anexa à presente cópia da impugnação que está sendo apresentada no processo considerado "matriz", qual seja, o pertinente ao Auto de Infração n° 37.246.1670, que, como documento n° 5, passa a integrála, em todos os seus termos, como se aqui transcrita estivesse. Foi exarada Decisão de Primeira Instância que confirmou a procedência parcial do lançamento, fl. 67 a 69, procedendo a retificação do lançamento. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 NÃO INSCRIÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO Constitui infração ao art. 17 da Lei n ° 8.213/1991 c/c art. 18, I e § 1º do RPS, deixar a empresa de inscrever segurado empregado. CONEXÃO DE PROCESSOS Lançamentos fiscais decorrentes do mesmo fato gerador e mesmos elementos de prova são apensados para tramitação conjunta. ESTAGIO. DESCARACTERIZAÇÃO. O estágio somente será válido caso atenda aos requisitos formais e ,,, materiais que asseguram o cumprimento de seus objetivos de natureza educacional complementar, sob pena de se desqualificar a relação estabelecida para simples contrato de emprego. Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 91 a 93, em que aduz exatamente as mesmas indagações expostas na impugnação e acima transcritas. .A Delegacia da Receita Federal do Brasil, encaminhou o processo a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 10680.721731/201014 Acórdão n.º 2401003.050 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 121. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO Primeiramente, como o próprio recorrente destaca, o julgamento do presente AI está relacionado diretamente a procedência do AI de Obrigação principal DEBCAD 37.246.1670, que descreve a obrigação patronal, sendo que atrelou seu recursos aos mesmo argumentos demonstrados naquele AI. Segundo a fiscalização previdenciária a empresa deixou inscrever segurado empregado na previdência social. Dessa forma, justificável apenas a necessária apreciação do desfecho do julgamento dos AIOP que apreciaram a incidência de contribuições sobre os benefícios concedidos, tendo em vista que o resultado dos autos de infração de obrigação acessória estão diretamente ligados ao resultado das obrigações principais. Senão vejamos: No processo DEBCAD 37.246.1670 (principal), Processo 10680.721657/201036 – Acordão 240003.043, decidiram os membros deste colegiado, por unanimidade em excluir do lançamento as contribuições referentes a caracterização dos estagiários, senão vejamos trecho do voto condutor: CARACTERIZAÇÃO DO VINCULO DE EMPREGO DOS ESTAGIÁRIOS Conforme descrito pela autoridade julgadora, o objeto do contrato de estágio é o desenvolvimento de atividades vinculadas ao ensino realizado pelo estagiário. Todavia, é plenamente possível em descumpridas as regras da lei 11.180/2008, que alterou a lei 6404/77, lei do estagio, formarse o vinculo diretamente com a empresa concedente do estágio. Entretanto, dita possibilidade, esta atrelada a efetiva demonstração não apenas do descumprimento da lei, como da presença dos requisitos que caracterizam o vinculo de emprego, quais sejam prestação de serviços contínuos, remunerados, pessoalidade e sob subordinação. Assim, manifestouse o auditor quanto a formação do vínculo: 7.2.2 Para que se reconheça a relação regida pela Lei n° 6.494 de 07/12/77, texto atualizado pela Lei n° 8.859, de 23/03/1994 e pela Medida Provisória n° 1.952 24, de 26/05/2000, DOU 28/05/2000— Ed. Extra) (Estágio de Estudante) além do termo de compromisso a que se refere o art. 2°, daquela Lei, necessário é a prova de que as atividades desenvolvidas visavam a complementação do ensino e aprendizagem, cujo planejamento, execução, acompanhamento e avaliação se davam na conformidade com o currículo, programa e calendários escolares (§ 2°, do Art. 1 0, da Lei n° 6.494/77). Não comprovados pela empresa estes pressupostos, bem como evidenciado que os trabalhos desenvolvidos eram equivalentes aos prestados pelos empregados da empresa lotados na matriz — CNPJ 71.027.866/000134, e, Fl. 106DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA 6 considerando ainda que, a filial — CNPJ 71.027.866/000215 onde os segurados se encontram lotados como estagiários possui em seu quadro de empregados no • período ora auditado somente Alexandre Mendes de Oliveira na função de Coordenador Operacional, coube a esta fiscalização a constatação que para o desenvolvimento de suas atividades normais a empresa necessita da contratação de prestadores de serviços com a caracterizada relação de emprego, regida pela CLT. (...) 7.2.4 Os valores pagos a titulo de Estágio, consignados em Folha de Pagamento sob o código: 00650 — BOLSA AUX ESTÁGIO estão sendo considerados como salário decontribuição (base de cálculo), das contribuições devidas à Seguridade Social, no presente lançamento, tendo em vista que foram pagos aos prestadores de serviços, sem observância das condições estabelecidas pela Lei 6.494, de 07/12/1977, regulamentada pelo Decreto n°. 87.497, de 18/08/1982 e na redação da MP 2.164 41, de 24/08/2001 que dispõe sobre os serviços prestados à empresa pelo estudante considerado estagiário. Observamos que o maior argumento trazido pelo auditor é o fato de que na unidade (filial) concedente do estágio não existiam empregados (bancários), mas tão somente um coordenador. Isso demonstra efetivamente, como trazido pelo auditor, uma irregularidade, capaz inclusive, de descaracterizar a prestação de serviços como estagiário. Contudo, entendo que apenas esse elemento não e suficiente para determinar a formação do vínculo de emprego. Pela análise do relatório fiscal, seis são os estagiários descritos pelo auditor, mas, pelo relatório fiscal não identifico para quais o contrato de estágio encontrase irregular. Quais desses exercerem as mesmas funções dos bancários, quais estavam atuando de forma subordinada e quais os prestando serviços enquanto verdadeiros estagiários, desenvolvendo atividades relacionadas ao seu estudo. Mesmo que considerássemos, que um ou outro encontravase prestando serviços na condição de empregado, pelos pontos trazidos pelo auditor não podemos inferir tal fato para todos. Dessa forma, entendo que o lançamento, quanto a este ponto, encontrase falho, posto não ter sido demonstrando pontualmente, como se dava a prestação de serviços, ou quais as atividades desenvolvidas. Não estou dizendo com isso, que toda a caracterização tenha que ser individualizada, mas no presente caso (em se tratando de apenas 6 estagiários), não podemos afirmar, com os dados constantes do relatório que todos os contratos de estagio da filial foram irregulares. Esclareço, por fim, quanto a este ponto, que embora a autoridade julgadora tenha descrito, de forma mais aprofundada as irregularidades, não podemos ter esses fundamentos como emenda ao lançamento. O julgador, ao apreciar os documentos apresentados na defesa, enfrentou questões não trazidas pelo auditor, como por exemplo a existência ou não de contratos formais. Esses argumentos deveriam ter sido trazidos pelo auditor, não pelo julgador, razão porque deve ser excluído do lançamento ditos fatos geradores por vicio formal na constituição do lançamento. Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Contudo, se o objeto da autuação encontrase respaldado em lançamento declarado nulo, mesmo destino deve ser dado a obrigação acessória dela resultante, posto a impossibilidade de se exigir a inscrição de segurado empregado, cujo lançamento da obrigação principal não restou devidamente fundamentado. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 10680.721731/201014 Acórdão n.º 2401003.050 S2C4T1 Fl. 5 7 .Diante o exposto e de tudo o mais que dos autos consta do processo que julga a obrigação principal correlata. CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do recurso, para no mérito DARLHE PROVIMENTO. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 108DF CARF MF Impresso em 25/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/08/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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Numero do processo: 10920.906343/2012-01
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/01/2002
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS.
Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.898
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/01/2002 EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Aplicação da Súmula nº 2 do CARF. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. 1 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 63 43 /2 01 2- 01 Fl. 37DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. 2 Fl. 38DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão, julgado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Belo Horizonte (DRJ/BHE), em que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, sendo indeferida a restituição pleiteada. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “O presente processo trará de manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório emitido eletronicamente referente ao PER/DCOMP. O pedido de restituição gerado pelo programa PER/DCOMP foi transmitido com o objetivo de ter reconhecido direito creditório correspondente a COFINS – Código de Receita 2172, tendo sido pleiteado crédito, correspondente ao DARF recolhido. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para a quitação de créditos do contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição. Assim, diante da inexistência de crédito, o Pedido de Ressarcimento foi indeferido. Como o enquadramento legal citouse: art. 165 da Lei Nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN) Cientificado do Despacho Decisório em 16/08/2012, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade, tendo feito referência à legislação que trata da COFINS e do PIS, além de disposições da Constituição Federal e do Código Tributário Nacional (CTN). Concluiu o manifestante que tais contribuições só podem incidir sobre o fat7uramento que representa, unicamente, o somatório dos valores das opções negociadas. Prosseguindo, argumentou que descabe assentar que os contribuintes do PIS e da COFINS “ faturam ICMS”, uma vez que o ICMS não é receita da empresa e sim um desembolso a beneficiar o Estado, que tem a competência para cobrálo. Asseverou também que não se pode aceitar a incidência do PIS e da COFINS sobre outro imposto. Ao final, requer seja acatado o Pedido de Restituição. 3 Fl. 39DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 A DRJ de Belo Horizonte (DRJ/BHE) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, cuja ementa do acórdão está assim redigida: ASSUNTO: Contribuição Para Financiamento da Segurança SocialCofins PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDTTO NÃO COMPROVADO Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de restituição. Inconformada com a improcedência da impugnação, a contribuinte interpôs, recurso a qual denominou de Recurso Voluntário, onde em suas razões, requer seja concedido o pedido de restituição. É o sucinto relatório. 4 Fl. 40DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Tanto na manifestação de inconformidade apresentada, quanto no recurso voluntário interposto, a contribuinte manteve o argumento de que deveria ser excluído o ICMS da base de cálculo da COFINS. Primeiramente, necessário destacar se há necessidade ou não de sobrestamento do processo. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, em ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Presidente da República (ADC n° 18), deferiu, por maioria, medida cautelar para determinar que juízos e tribunais suspendam o julgamento dos processos em trâmite que envolvam a aplicação do art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718/1998, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF. (MCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito, 13.8.2008) Contudo, em sessão plenária do dia 4.2.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, prorrogar o prazo da decisão liminar concedida, nos termos do voto do relator. (QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Após, em sessão plenária do dia 16.9.2009, o Tribunal, resolvendo questão de ordem, por maioria, decidiu novamente por prorrogar o prazo da decisão liminar concedida. (2ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Menezes Direito) Por fim, em sessão plenária do dia 25.03.2010, o Tribunal, por maioria, resolveu questão de ordem no sentido de prorrogar, pela última vez, por mais 180 dias (cento e oitenta) dias, a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. (3ª QOMCADC 18/DF, rel. Min. Celso de Mello) Deste modo, entendese que após decorrido o prazo de 180 dias, a contar de 25.03.2010, perdeu a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Assim, entendese que não deve haver o sobrestamento da matéria. Outrossim, cabe ainda destacar que o § 1º do Art. 62A do Regimento Interno do CARF que faz referência a contribuinte no presente Recurso Voluntário (interposto em 19/12/2013), estava inclusive já revogado pela Portaria MF nº 545, de 18 de novembro de 2013. Cumpre ressaltar inclusive que a presente Turma ao apreciar a mesma matéria já se manifestou no sentido de não sobrestar o processo. Tal decisão ocorreu por unanimidade nos autos do processo administrativo n° 10950.003104/201071, de Relatoria do Conselheiro José Luiz Bordignon, em sessão de 27 de novembro de 2012, onde foi lavrado o acórdão n° 3801001.593. No referido acórdão, assim restou decidido: 5 Fl. 41DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 “Acordam os membros do colegiado: (I) Por unanimidade de votos, não sobrestar o processo; (II) Por unanimidade votos, negar provimento ao recurso em relação às preliminares de cerceamento de defesa e de que o crédito tributário já sido constituído pelo contribuinte; (III) Pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso em relação à preliminar de vício do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que reconheciam a nulidade; (IV) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso.” (grifouse) Deste modo, entendo por não sobrestar o presente processo. Analisando o mérito, verificase que a recorrente alega que o ICMS não deve incluir na base de cálculo da COFINS com base no art. 155, inciso II, da CF/88, colacionando precedente de repercussão geral. Apesar de entendimento diverso desse relator, o pedido do contribuinte vai de encontro com a jurisprudência dominante e sumulada do STJ. Importante referir que o pedido da recorrente não possui respaldo no Superior Tribunal de Justiça, que já editou Súmula com o seguinte teor: STJ Súmula nº 68 15/12/1992 DJ 04.02.1993 ICM Base de Cálculo do PIS A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS. Em igual sentido o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região assim tem se manifestado: EMENTA: PIS. COFINS. ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INADMISSIBILIDADE. Os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Por isso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo ser excluídos do cálculo do PIS/COFINS, que têm, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. É constitucional e legal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos do art. 3º, §2º, I, da Lei 9.718/98. (TRF4, AC 5008959 23.2010.404.7000, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 12/09/2013) 6 Fl. 42DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 9 Deste modo, entendese que os encargos tributários integram a receita bruta e o faturamento da empresa. Assim, seus valores são incluídos no preço da mercadoria ou no valor final da prestação do serviço. Diante disso, são receitas próprias da contribuinte, não podendo deixar de ser incluídos no cálculo da COFINS, que tem, justamente, a receita bruta/faturamento como sua base de cálculo. Assim, incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da COFINS, pois esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Relator 7 Fl. 43DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 12269.000189/2007-53
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2002 a 30/09/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIDOS.
Os embargos de declaração servem para correção de omissão, contradição e obscuridade apontados na decisão recorrida. Assim, constatado qualquer um desses vícios no Acórdão exarado pelo Conselho, correto o acolhimento dos embargos de declaração com vistas a sanar o vício apontado.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2803-003.480
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, de modo a retificar o acórdão 2803-003.262, onde o texto que representa o decido pela Turma passa a ter a seguinte redação: "Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da desistência do recursos voluntário pelo contribuinte, tendo em vista sua adesão ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 11.941/2009."
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Natanael Vieira dos Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior e Eduardo de Oliveira.
Nome do relator: NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2002 a 30/09/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIDOS. Os embargos de declaração servem para correção de omissão, contradição e obscuridade apontados na decisão recorrida. Assim, constatado qualquer um desses vícios no Acórdão exarado pelo Conselho, correto o acolhimento dos embargos de declaração com vistas a sanar o vício apontado. Embargos Acolhidos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, de modo a retificar o acórdão 2803-003.262, onde o texto que representa o decido pela Turma passa a ter a seguinte redação: "Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da desistência do recursos voluntário pelo contribuinte, tendo em vista sua adesão ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 11.941/2009." (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior e Eduardo de Oliveira.
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EPP ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2002 a 30/09/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIDOS. Os embargos de declaração servem para correção de omissão, contradição e obscuridade apontados na decisão recorrida. Assim, constatado qualquer um desses vícios no Acórdão exarado pelo Conselho, correto o acolhimento dos embargos de declaração com vistas a sanar o vício apontado. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, de modo a retificar o acórdão 2803003.262, onde o texto que representa o decido pela Turma passa a ter a seguinte redação: "Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da desistência do recursos voluntário pelo contribuinte, tendo em vista sua adesão ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 11.941/2009." (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 9. 00 01 89 /2 00 7- 53 Fl. 204DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 12269.000189/200753 Acórdão n.º 2803003.480 S2TE03 Fl. 204 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior e Eduardo de Oliveira. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 12269.000189/200753 Acórdão n.º 2803003.480 S2TE03 Fl. 205 3 Relatório 1. Tratase de embargos de declaração, opostos pela União (Fazenda Nacional), contra o acórdão 2803003.262, de 16/04/2014, proferido em sede de recurso voluntário pela 3ª Turma Especial – 3ª Câmara – 2ª Seção, em virtude de ter sido observada uma contradição. 2. De acordo com o artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22/06/2009, a obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou omissão quanto a algum ponto sobre o qual deveria se pronunciar a turma possibilita a oposição de embargos de declaração: “Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma.” 3. A embargante aponta a contradição na medida em que esse e. Colegiado, por unanimidade, declarou em não conhecer do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, em razão de apresentação intempestiva de seu recurso voluntário, enquanto nas conclusões (item 8) do voto consta outra razão, qual seja, “desistência do contribuinte, em função da adesão ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 11.941/2009.” 4. Em face da contradição, os Embargos foram acolhidos pelo Presidente da Turma, conforme despacho nº 2803124, de 09/05/2014 (fls. 201/202). É o relatório. Fl. 206DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 12269.000189/200753 Acórdão n.º 2803003.480 S2TE03 Fl. 206 4 Voto Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, Relator. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Sendo o embargo de declaração tempestivo, passo ao seu exame. DA CONTRADIÇÃO 2. União (Fazenda Nacional) opôs Embargos de Declaração contra o acórdão 2803003.262, por entender que houve contradição entre o acordado pelo Colegiado e o contido nas conclusões do respectivo voto, o que pode ser detectado pela simples leitura dos textos a seguir colacionados: “(...). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade (...).” (fl. 193). VOTO: “(...). CONCLUSÃO. 8. Diante do exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário pela desistência do contribuinte, em função da adesão ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 11.941/2009.” (fl. 198). 3. Da análise do acórdão embargado e do voto, verificase que há razão na oposição dos embargos e em seus fundamentos, pois o acórdão 2803003.262 contém a contradição descrita. 4. De fato, verificase que no acordado pela Turma ficou consignado no referido Acórdão em não acolher o recurso em razão de intempestividade quando o correto é o que foi submetido ao colegiado no sentido de que o não conhecimento foi por perda de objeto do recurso, haja vista à desistência do contribuinte, tendo em vista que o mesmo aderiu ao parcelamento de que trata a Lei nº 11.941/2009. 5. Do anteriormente arrazoado, não se tem dúvidas, portanto, de que há a necessidade de sanar a contradição apontada no presente recurso, devendo corrigir o voto exarado pelo colegiado, ensejando, assim, a procedência das alegações da embargante. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 12269.000189/200753 Acórdão n.º 2803003.480 S2TE03 Fl. 207 5 CONCLUSÃO 6. Por todo o exposto, voto no sentido de acolher e dar provimento aos embargos, de modo a retificar o acórdão 2803003.262, onde o texto que representa o decido pela Turma passa a ter a seguinte redação: “Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da desistência do recursos voluntário pelo contribuinte, tendo em vista sua adesão ao parcelamento disciplinado pela Lei nº 11.941/2009.” É como voto. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 8/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA
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Numero do processo: 19515.000577/2007-24
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004, 2005
IRPF. DECADÊNCIA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA. ENTENDIMENTO DO STJ NA SISTEMÁTICA PREVISTA PELO ARTIGO 543-C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ARTIGO 62-A, DO ANEXO II, DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Consoante entendimento consignado no Recurso Especial n.º 973.733/SC, o prazo decadencial para o fisco constituir o crédito tributário conta-se da ocorrência do fato gerador, nos casos em que há antecipação do pagamento e não há imputação de dolo, fraude ou simulação.
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. CONTA MANTIDA NO EXTERIOR. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL.
A autorização judicial para que documentos sejam compartilhados com a Receita Federal afasta a alegação de ilegalidade na obtenção das provas.
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. CONTAS MANTIDAS NO BRASIL. Inexiste ilegalidade na obtenção da prova utilizada no lançamento, obtidas pela Receita Federal diretamente das instituições financeiras, em conformidade com a Lei Complementar nº 105/2001, regulamentada pelo Decreto n.º 3.724/2001. DEPÓSITO BANCÁRIO. FATO GERADOR. SÚMULA CARF Nº 38. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário.
OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO. SÚMULA CARF nº 26. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, quando a origem destes não forem comprovados pelo sujeito passivo.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. EXAME DA LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 02. Não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do Poder Judiciário.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2102-002.999
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso, para acolher a decadência em relação ao ano-calendário de 2001 e excluir da base de cálculo do lançamento os créditos referentes à conta bancária no exterior. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Realizou sustentação oral a Dra. Suzana Soares Melo, OAB/SP nº 198.074-B.
Nome do relator: José Raimundo Tosta Santos
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DECADÊNCIA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA. ENTENDIMENTO DO STJ NA SISTEMÁTICA PREVISTA PELO ARTIGO 543C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ARTIGO 62A, DO ANEXO II, DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Consoante entendimento consignado no Recurso Especial n.º 973.733/SC, o prazo decadencial para o fisco constituir o crédito tributário contase da ocorrência do fato gerador, nos casos em que há antecipação do pagamento e não há imputação de dolo, fraude ou simulação. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. CONTA MANTIDA NO EXTERIOR. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. A autorização judicial para que documentos sejam compartilhados com a Receita Federal afasta a alegação de ilegalidade na obtenção das provas. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. CONTAS MANTIDAS NO BRASIL. Inexiste ilegalidade na obtenção da prova utilizada no lançamento, obtidas pela Receita Federal diretamente das instituições financeiras, em conformidade com a Lei Complementar nº 105/2001, regulamentada pelo Decreto n.º 3.724/2001. DEPÓSITO BANCÁRIO. FATO GERADOR. SÚMULA CARF Nº 38. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO. SÚMULA CARF nº 26. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, quando a origem destes não forem comprovados pelo sujeito passivo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 05 77 /2 00 7- 24 Fl. 978DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. EXAME DA LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 02. Não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do Poder Judiciário Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso, para acolher a decadência em relação ao anocalendário de 2001 e excluir da base de cálculo do lançamento os créditos referentes à conta bancária no exterior. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Realizou sustentação oral a Dra. Suzana Soares Melo, OAB/SP nº 198.074B. (assinado digitalmente) _________________________________ José Raimundo Tosta Santos – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, José Raimundo Tosta Santos, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Relatório O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão n° 1726.823 (fl. 706), proferido pela 3ª Turma da DRJ São Paulo II, que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário exigido. A infração indicada no lançamento e os argumentos de defesa suscitados na impugnação foram sintetizados pelo Órgão julgador a quo nos seguintes termos: Contra o contribuinte em questão foi lavrado o auto de infração (fls. 650/655) com o lançamento de imposto de renda relativo ao anocalendário 2001/2005 de R$ 24.429.830,87, de multa de ofício de R$ 18.322.373,13 e de juros de mora calculados até 31/10/2007 de R$ 18.895.529,93. A presente ação fiscal contra o contribuinte foi iniciada em 04/12/2006, com a ciência do Termo de Início de Fiscalização de fls. 05/06, em que o contribuinte foi intimado a apresentar, em relação ao anocalendário 2001/2002, documentação hábil e idônea comprovando a origem dos recursos que deram causa aos créditos/depósitos ocorridos na conta 30.101.468, mantida no MTBCBCHUDSON BANK por Agata Int'L Holdings Corp, da qual o contribuinte e seu cônjuge constam como beneficiários nestas movimentações. Posteriormente, o contribuinte é intimado, ainda, a comprovar a origem dos recursos que possibilitaram depósitos efetuados nas contas correntes mantidas, no Brasil, nas seguintes instituições: Banco Itaú S.A e Citybank S.A, conforme Termo de Intimação Fiscal de fls. 62. Ressaltese que, em face da negativa do contribuinte em cumprir as intimações a ele endereçadas foi lavrado o Termo de Embaraço a Fiscalização de fls. 64. Fl. 979DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 3 3 Assim, de posse de documentos recebidos por meio de Representação Fiscal da Coordenação de Fiscalização (COFIS) que comprovam transferências financeiras em conta no exterior e dos extratos das contas mantidas em instituições financeiras nacionais recebidas por força do Decreto 3.724/2001, e após intimado a comprovar a origem dos recursos dos créditos, conforme relatado no Termo de Constatação Fiscal de fls. 633/649, a autoridade fiscal encerra o procedimento em tela com a lavratura do citado auto de infração, tendo em vista que foi apurada a seguinte infração à legislação tributária: 1 Omissão de Rendimentos Caracterizada por Depósitos Bancários sem Origem Comprovada. Omissão de rendimentos provenientes de valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantida em instituição financeira, cuja origem dos recursos utilizados nestas operações não foi comprovada mediante documentação hábil e idônea, conforme descrição dos valores tributáveis e respectivas datas dos fatos geradores, no citado auto de infração, e sob o seguinte fundamento legal: artigo 42 da Lei 9.430/96; artigo 4° da Lei 9.481/97; artigo 21 da Lei 9.532/97. O contribuinte toma ciência do auto de infração em 14/11/2007, e, inconformado com o lançamento, apresenta impugnação, em 17/12/2007 de fls. 670/688, em que alega, em síntese, que: 1 a titularidade da conta 30.101.468, junto ao MTB Bank, não é da impugnante, mas sim da Ágata Holdings Corp, assim que deveria se manifestar no presente processo é a Ágata; 2 por se tratar de empresa situada no exterior, cujas operações ocorreram no exterior não se sujeita à fiscalização da Receita Federal do Brasil, nem se encontra sujeita à legislação brasileira; 3 não cabe à autoridade administrativa, ao pretexto de apurar ilícitos, afastar a garantia constitucional do sigilo. Tal prerrogativa é única do Poder Judiciário, dotado de imparcialidade necessária para decidir se os indícios coletados justificariam a quebra do sigilo; 4 em que pese a Lei Complementar 105/2001 e a Lei 10.174/2001, não basta o legislador infraconstitucional permitir que a autoridade administrativa proceda à quebra do sigilo. Nos termos da jurisprudência do STF, deveria a Constituição ter sido alterada; 5 como a quebra do sigilo bancário ocorreu sem a devida autorização judicial, todas as provas obtidas por este meio devem ser consideradas ilícitas; 6 nos documentos apresentados não consta qualquer comprovação de que foram fornecidos pelo MTB Bank. Não há nos referidos documentos qualquer timbre, carimbo de forma que não há como saber se tais documentos foram efetivamente fornecidos por esta instituição; 7 embora os documentos tenham sido obtidos de forma ilegal, a planilha ora juntada aos autos é completamente ininteligível, assim como seu anexo II; 8 não se pode imputar a estas hipotéticas movimentações financeiras ao impugnante, vez que conforme o próprio Fisco alega, os valores não lhe pertenciam; Fl. 980DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 9 deve ser reconhecida a decadência dos valores lançados com relação aos fatos geradores referentes a todo o anocalendário 2001 a novembro de 2002; pois, por se tratar de tributo sujeito ao lançamento por homologação, aplicase o disposto no art. 150, §4°, do Código Tributário Nacional; 10 deve ser também aplicado o parágrafo 1°, do art. 42, da Lei 9.430/96 que estabelece que os rendimentos considerados omitidos no mês do crédito bancário; 11 deveria constar do auto de infração, como sujeito passivo à Ágata Holdings, a verdadeira titular da conta no exterior; 12 a autoridade fiscal não pode valerse de conjecturas e opiniões infundadas para fins de motivação de seus atos administrativos, devendo sempre fundamentar o lançamento com provas inequívocas; 13 a taxa Selic não pode ser utilizada para fins de apuração de juros moratórios, pois se trata de indicador utilizado pelo Banco Central do Brasil para refletir a liquidez dos recursos financeiros no mercado monetário; assim deve ser utilizado critério estabelecido pelo art. 161, § único, do Código Tributário Nacional; Ao apreciar o litígio, o Órgão julgador de primeiro grau manteve integralmente o lançamento, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS TRIBUTÁRIAS. As Delegacias de Julgamento da Receita Federal do Brasil não são competentes para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO CONTA MANTIDA NO EXTERIOR AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. A quebra de sigilo bancário no exterior da empresa Beacon Hill Service Corporation, sediada em Nova York, EUA, feito com base no Acordo de Mútua Assistência em Matéria Penal MLTA, foi autorizada pelo Juízo Federal da 2 Vara Federal Criminal de Curitiba, não havendo, portanto, nenhuma ilegalidade na obtenção das provas. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO CONTAS MANTIDAS NO BRASIL. Havendo procedimento administrativo instaurado, a prestação, por parte das instituições financeiras, de informações solicitadas Fl. 981DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 4 5 pelos órgãos fiscais do Ministério da Fazenda, não possui nenhum vício ou irregularidade. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Após 1° de janeiro de 1997, com a entrada em vigor da Lei 9.430 de 1996, consideramse rendimentos omitidos, autorizando o lançamento do imposto correspondente, os depósitos junto a instituições financeiras, quando o contribuinte, regularmente intimado, não logra comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados. DEPÓSITOS BANCÁRIOS INTERPOSTA PESSOA. Provado nos autos do processo que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. TAXA SELIC INCIDÊNCIA Os débitos, decorrentes de tributos, não pagos nos prazos previstos pela legislação específica, são acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um por cento no mês do pagamento. Lançamento Procedente Da decisão a quo a contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 726/753), pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. A recorrente aduz que, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, estaria decadente o direito do Fisco de efetuar a constituição do crédito tributário relativo ao período de janeiro 2001 a novembro de 2002. Inicialmente, cumpre ressaltar, que a jurisprudência pacífica deste Conselho Administrativo é no sentido de que o fato gerador do IRPF é complexivo, mesmo nos casos de lançamento fundado em depósitos bancários de origem não comprovada, aperfeiçoandose em 31 de dezembro de cada anocalendário, tal como enunciado constante da Súmula 38 deste CARF, in verbis: Súmula CARF nº 38: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a Fl. 982DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. O Código Tributário Nacional CTN possui duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, § 4º). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, § 4º, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. No momento da publicação do CTN, a questão não tinha tanta importância, uma vez que eram poucos os tributos para os quais a legislação atribuía ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Entretanto, atualmente, em nossa sociedade de consumo, onde milhares de operações sujeitas à tributação ocorrem simultaneamente, tornouse impossível para o Fisco efetuar o lançamento direto, e praticamente todas as exações adotaram o modelo de transferir para o contribuinte o dever de apurar e recolher, fazendo a Administração Tributária apenas o controle posterior. Por muito tempo as diversas correntes doutrinárias se digladiaram sobre qual das regras de decadência se deve utilizar para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação quando não há pagamento antecipado, sendo que, no âmbito da 2ª Seção de Julgamento do CARF prevalecia a idéia de que seria sempre a do art. 150, §4º, do CTN, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Contudo, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4º, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou Fl. 983DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 5 7 simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada pelas instâncias inferiores do Poder Judiciário. Recentemente, a Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, introduziu o art. 62A no Regimento Interno do CARF RICARF, com a seguinte redação: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 984DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 8 Desta forma, este CARF forçosamente terá que mudar seu posicionamento, e adotar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4º, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. No caso em tela, consoante Demonstrativos às fls. 656/657, houve antecipação do pagamento do imposto de renda nos anoscalendário de 2001 e 2002, e não há qualificação da multa de ofício pela ocorrência de dolo, fraude ou simulação, razão pela qual o início da contagem do prazo decadencial darseá conforme previsto no artigo 150, § 4º do CTN: 5 (cinco) anos, contados do fato gerador, ou seja, 31/12/2001 e 31/12/2002, com termo final em 31/12/2006 e 31/12/2007, respectivamente. Portanto, na data da ciência do auto de infração (fl. 663), que ocorreu em 14/11/2007, já havia decaído o direito da Fazenda Nacional constituir o crédito tributário relativo ao anocalendário de 2001. Acolho, portanto, a arguição de decadência em relação às omissões ocorridas no anocalendário de 2001 e rejeito em relação às omissões apuradas nos meses de janeiro a novembro/2002, que estão englobadas no fato gerador complexivo ocorrido em 31/12/2002, cujo termo final do prazo decadencial somente ocorreu em 31/12/2007, data posterior à ciência do lançamento. Desta forma, todo o crédito tributário relativo ao anocalendário de 2001 deve ser excluído do Auto de Infração. No que pertine à ilegalidade da prova utilizada no lançamento, pela requisição e utilização de documentos bancários (extratos e informações cadastrais), obtidos pela Receita Federal diretamente das instituições financeiras sediadas no Brasil, com suporte na Lei Complementar nº 105/2001, regulamentada pelo Decreto n.º 3.724/2001, e Lei nº 10.174 de 2001, entendo que tal arguição não merece prosperar. A decisão de primeiro grau foi bastante minuciosa ao analisar tal questão e transcreveu toda a legislação que deu suporte à expedição da RMF, bem assim quanto ao dever do sigilo fiscal a que estão submetidos os servidores da Receita Federal (fls. 714/717), com fundamentos que estão em consonância com reiteradas decisões do CARF sobre a matéria, razão pela qual os adoto como razões de decidir. Cumpre esclarecer que tanto o Decreto nº 70.235/72, em seu artigo 26A, quanto a própria jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), representada pela Súmula nº 02 do CARF, são claros ao impedirem a análise de inconstitucionalidade de normas, reconhecendo a presunção de legalidade dos dispositivos aprovados na forma do processo legislativo pátrio, em ambas as casas do Congresso Nacional, razão pela qual nenhuma nulidade alcança a decisão recorrida. A este respeito, aliás, cumpre destacar que, muito embora tenha o egrégio Supremo Tribunal Federal, em controle difuso de constitucionalidade, no julgamento do RE n.º 389.808/PR, da lavra do Ministro Marco Aurélio, entendido que “conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte”, referida interpretação foi feita por maioria simples de votos, razão pela qual não foi declarada a inconstitucionalidade de quaisquer dispositivos legais, matéria esta sujeita à maioria absoluta dos pares, na forma do art. 101 da Constituição Federal. Em outras palavras, referido julgado, não apreciado pelo regime de repercussão geral, restringese à aplicação no caso específico discutido. Diante da movimentação financeira absolutamente incompatível com os recursos declarados pela contribuinte, não se olvida a possibilidade de requisição de extratos e dados cadastrais pela Receita Federal diretamente às instituições financeiras, na forma do art. 6º da LC nº 105/2001. Fl. 985DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 6 9 De fato, havendo movimentação incompatível com os recursos declarados, não restam dúvidas de que seria indispensável para aferição de possível omissão de rendimentos, caracterizada pela existência de crédito bancário sem origem comprovada, nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430/96. Referida interpretação, aliás, além de encontrar respaldo no próprio artigo 6º, da LC nº 105, também se infere do texto do art. 3º, incisos V e X, do Decreto nº 3.724/2001, ambos combinados com o texto do próprio art. 42, da Lei n.º 9.430/96. Assim, sob o prisma da legalidade, de competência deste eg. CARF, não se afigura qualquer irregularidade do procedimento de obtenção dos extratos das contas correntes sob a titularidade da contribuinte no Brasil. Em relação à quebra do sigilo da conta nº 30.101.468, mantida no MTB CBCHudson Bank, nos autos do processo 2003.70000303334, o Juiz Federal da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba, ouvido o representante do Ministério Público federal, que se manifestou favoravelmente à medida, autorizou a quebra de sigilo. As informações trazidas do exterior em meio magnético foram analisadas pelo Instituto Nacional de Criminalística, órgão técnico do Departamento da Polícia Federal, com a elaboração de Laudos de Exame EconômicoFinanceiro cujo objetivo foi, dentre outros, identificar os relacionamentos existentes e consolidar a movimentação financeira para cada conta examinada. A participação da Receita Federal no exame dos documentos recebidos do exterior somente ocorreu após a autorização judicial de 29 de abril de 2004 (fls. 22/26). Cumpre ressaltar que, diferentemente do que foi alegado pela defesa no recurso voluntário, a autorização judicial expressamente determinou a quebra do sigilo bancário das contas mantidas no MTBCBCHudson Bank (fl. 25/26), conforme se constata pelos excertos abaixo colacionados: 24. Em relação às canas mantidas no MTBCBCHudson Bank e as contas da Lespan S/A mantidas no Citibank e também no MTB, há em síntese: a) o registro de que várias delas teriam recebido numerário de contas da agência do Banestado em Nova York e das contas da Beacon Hill no Chase de Nova York, que, por sua vez, constituía o destino de numerário remetido de forma fraudulenta do Brasil; b) o registro de que várias delas seriam controladas por "doleiros" brasileiros e utilizadas para a realização de operações de câmbio ilegais; e c) a informação de que essas contas e as instituições que as manteriam estão sob investigação das autoridades norte americanas por suspeita de lavagem de dinheiro. 25. Isso é o suficiente para autorizar a quebra do sigilo bancário. Portanto, com base no exposto, decreto a quebra do sigilo bancário sobre as contas do MTBCBCHudson Bank e sobre as contas da Lespan S/A, observando que estas e várias Fl. 986DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 10 das contas mantidas no MTBCBCHudson Bank já haviam tido o seu sigilo quebrado no inquérito de n° 2003.70000303334. Autorizo, como conseqüência, a utilização do material encaminhado às autoridades brasileiras pelas autoridades públicas norteamericanas relativamente a essas contas. 25. Desde logo, também autorizo a utilização de tal material também pela Força Tarefa Policial CC5 e ainda o seu compartilhamento com o MPF e a Justiça Federal de Blumenau e Florianópolis para a instrução das investigações e ações penais ali em curso. 26. Por outro lado, reiterando o já fundamentado na decisão de 20104/2004 proferida no inquérito n..° 2003.70000303334, autorizo, também desde logo e segundo juízo de oportunidade da autoridade policial e do MPF, o compartilhamento do material relativo ao MTBCBCHudson Bank e Lespan com a Receita Federal, Bacen e Coaf, para instruir as atividades específicas destas instituições. Do outro lado, defiro o acesso pela Força Tarefa Policial de todos os dados constantes nos bancas de tais órgãos que tenham ligação com titulares de ativos ou contas, depositantes ou beneficiários de pagamentos, mantidas no MTB CBCHudson Bank e Lespan S/A. 27. Por questão de segurança, as mídias encaminhadas a este Juízo permanecerão arquivadas em Secretaria, cabendo ao MPF disponibilizar cópias ao MPF e a Justiça Federal de Blumenau e Florianópolis e à Força Tarefa Policial CC5 se isso já não foi feito. (grifos acrescidos) Ora, se a quebra de sigilo bancário no exterior e o recebimento dos documentos advindos desta quebra sempre passaram pelo crivo judicial, alegações relacionadas a ilegalidades, inclusive no que se refere aos aspectos intrínsecos e extrínsecos das provas obtidas, devem ser argüidas em face do poder Judiciário, que autorizou o compartilhamento do material relativo ao MTBCBCHudson Bank e Lespan com a Receita Federal, e que, por questão de segurança, manteve arquivadas na Secretaria daquele Juízo as mídias encaminhadas pela Promotoria Distrital de Nova York. Cumpre ressaltar que os documentos juntados no processo e utilizados como prova foram autenticados pelo ConsuladoGeral do Brasil em Nova York e que todos os documentos foram submetidos a tradução juramentada. Também não se vislumbra a alegada falta de inteligibilidade dos documentos e planilhas relacionados à conta da Agata, pois estas informam as transações bancárias ocorridas no exterior. O Termo de Verificação Fiscal, que também integra o Auto de Infração, faz minucioso relato sobre todos os fatos e fundamentos que dão suporte ao lançamento. Atende, portanto, ao disposto no inciso III, artigo 10, do Decreto 70.235/72, pois fornece à contribuinte amplo e total conhecimento das ilicitudes constantes do auto de infração. Rejeito, portanto, a alegação de ilegalidade das provas utilizadas no lançamento, relacionadas às contas bancárias no Brasil e no exterior. A tributação em exame está alicerçada no artigo 42 da Lei n.º 9.430/1996, a seguir transcrito, com as alterações posteriores introduzidas pelo art. 4º da Lei nº 9.481, de 13/08/1997, e pelo art. 58 da Lei nº 10.637, de 30/12/2002: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente Fl. 987DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 7 11 intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I – os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II – no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais). § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. (grifos acrescidos). Como se vê, por força do artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, o depósito bancário em conta de depósito ou de investimento foi apontado como fato presuntivo da omissão de rendimentos, desde que a pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados na operação. Na tributação em exame o legislador entendeu que há lógica, concordância e certeza entre o fato presuntivo (depósito bancário sem origem comprovada) e o fato presumido (omissão de rendimentos), na esteira dos argumentos expostos por Hugo de Brito Machado Fl. 988DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 12 (Imposto de Renda – Estudos, Editora Resenha Tributária, pág. 123), que convém trazermos à baila: 5.6. Realmente, a existência de depósito bancário em nome do contribuinte, ... é indício que autoriza a presunção de auferimento de renda. Cabe então ao contribuinte provar que os depósitos tiveram origem outra, que não seja tributável. Pode ser que decorra de transferências patrimoniais (doações e heranças), por exemplo, de rendimentos não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte, ou mesmo de rendimentos tributáveis auferidos Há muito tempo, relativamente aos quais extinto já esteja, pela decadência, o direito de a Fazenda Pública fazer o lançamento do tributo, nos termos do art. 173 do Código Tributário Nacional. Ao contribuinte cabe o ônus da prova, que pode ser produzida antes ou durante o procedimento do lançamento, impedindo que este se consume, e pode até ser produzida depois, em ação anulatória. 5.7. Isto não significa considerar rendimentos os depósitos bancários. Tais depósitos são indícios, isto é, são fatos conhecidos que autorizam a presunção de existência de rendimentos, fatos sobre cuja existência se questiona. Ordinariamente a disponibilidade de dinheiro decorre de auferimento de renda. Por isso a existência de disponibilidade de dinheiro autoriza a presunção de auferimento de renda. Tudo de pleno acordo coma teoria das provas. A obtenção de renda presumida a partir do crédito bancário é um fato que pode ser verdadeiro ou falso, mas o legislador o tem como verdadeiro, cabendo à parte que tem contra si tal presunção legal fazer a prova em contrário. Confirase o que dispõem os artigos 333 e 334 do Código de Processo Civil, aplicáveis subsidiariamente ao Processo Administrativo Fiscal: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Art. 334. Não dependem de prova os fatos: (...) IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. (grifos acrescidos). A partir da vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, os depósitos bancários deixaram de ser “modalidade de arbitramento” — que exigia da fiscalização a demonstração de gastos incompatíveis com a renda declarada (aquisição de patrimônio a descoberto e sinais exteriores de riqueza), conforme interpretação consagrada pelo poder judiciário (súmula TFR 182), pelo Primeiro Conselho de Contribuintes, e artigo 9º, inciso VII, do DecretoLei nº 2.471/88 (que determinava o cancelamento dos lançamentos do imposto de renda arbitrado com base exclusivamente em valores de extratos ou de comprovantes de depósitos bancários) — para se constituir na própria omissão de rendimento (art. 43 do CTN), decorrente de presunção legal, que inverte o ônus da prova em favor da Fazenda Nacional. Fl. 989DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 8 13 Os julgamentos do Conselho de Contribuintes passaram a refletir a determinação da Lei nº 9.430 de 1996, admitindo, nas condições nela estabelecidas, o lançamento com base na presunção de omissão de rendimento caracterizada por depósito bancário sem origem comprovada, quando o contribuinte, devidamente intimado, não lograr êxito em comprovar a origem dos depósitos ou investimentos, como se constata nas ementas dos acórdãos a seguir reproduzidas: DEPÓSITOS BANCÁRIOS OMISSÃO DE RENDIMENTOS Presumese a omissão de rendimentos sempre que o titular de conta bancária, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento (art. 42 da Lei nº. 9.430, de 1996). ( Acórdão nº CSRF/0400.029, de 21.06.2005) DEPÓSITO BANCÁRIO PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei nº 9.430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. (Segunda Câmara, Acórdão10248982, Data da Sessão: 23/04/2008.) DEPÓSITO BANCÁRIO. A existência de depósito bancário não contabilizado e cuja origem não foi comprovada configura presunção de omissão de receita não elidida pela interessada. (Oitava Câmara, Acórdão 10809736, Data da Sessão: 19/09/2008) OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS SITUAÇÃO POSTERIOR À LEI Nº 9.430/96 Com o advento da Lei nº 9.430/96, caracterizase também omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular não comprove a origem dos recursos utilizados, observadas as exclusões previstas no § 3º, do art. 42, do citado diploma legal. (Ac 10613329). TRIBUTAÇÃO DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei 9.430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ÔNUS DA PROVA Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos informados para acobertar seus dispêndios gerais e aquisições de bens e direitos. (Ac 106 13188 e 10613086). No âmbito do contencioso administrativo fiscal, a fim de consolidar o entendimento acima transcrito sobre a matéria, foi editada a Súmula CARF de nº 26, restando inteiramente superada a jurisprudência colacionada no recurso voluntário, que tem suporte em legislação anterior à edição da Lei nº 9.430, de 1996. Confirase: Fl. 990DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 14 Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancário sem origem comprovada. Em relação à conta bancária nº 30.101.468, mantida no MTBCBCHudson Bank de Nova York/NI, sob a titularidade da Agata International Holdings Corp., que teve os créditos bancários tributados como rendimentos presumidos do casal Roger Clement Haber e Myrian Haber, únicos sócios e efetivos beneficiários da referida empresa, entendo que o artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, não dá suporte a tal propósito. Destituído de relevância o fato da empresa ter sido constituída no ano de 1996, a abertura da conta comercial da Agata ter ocorrido também no ano de 1996, com a finalidade dentre outras de transação de câmbio, e nas referências bancárias constar que o casal é referenciado como “cliente existente” desde 1988. É usual esse tipo de informação cadastral, pois apesar da abertura de nova conta para a pessoa jurídica, os sócios/responsáveis/efetivos beneficiários pela empresa já tinham relacionamento com o MTB Bank em momento anterior. É evidente que os sócios cotistas, acionistas ou empresário individual serão sempre os efetivos beneficiários de suas empresas. Os elementos de prova nos autos recebidos da Promotoria de Nova York, juntados aos autos pela fiscalização, devem ser analisados em sua integralidade, e são conclusivos e concordantes que a pessoa jurídica prestava serviços financeiros a diversas pessoas físicas e jurídicas, recebia valores de agências bancárias do exterior e remetia valores para terceiros também no exterior. O Termo de Verificação Fiscal de fls. 633/649 não destoa desta premissa. Como é cediço, a pessoa jurídica é uma criação da ordem jurídica, que lhe atribui personalidade para ser detentora de direitos e obrigações. Mas como são imateriais, necessitam sempre de representação por uma ou mais pessoas naturais. De fato, a empresa atua pela vontade dos seus proprietários ou através de pessoas que executam as diretrizes emanadas das instâncias decisórias. Não há nos autos a comprovação de qualquer óbice à existência de fato e de direito da empresa Agata International Holding Corp., segunda as normas legais vigentes nas Ilhas Virgens Britânicas. As transações levadas à tributação no lançamento em exame, relacionadas à conta bancária mantida no MTBCBCHudson Bank, ocorreram em país estrangeiro, através de conta bancária titulada por empresa estrangeira. O fato de pessoas físicas, contribuintes do imposto de renda no Brasil, serem seus sócios/proprietários, em nada interfere na personalidade jurídica da referida empresa. Devese aferir a capacidade para os aportes financeiros efetuados pelos sócios, indicados nos atos constitutivos da empresa e a regular informação nas Declarações de Rendimentos dos lucros e demais benefícios auferidos da empresa. Se remessas de divisas foram ilegalmente remetidas ao exterior, devese investigar e aplicar as normas financeiras, tributárias e penais para referidas transações. Contudo, a parte do lançamento que se reporta à conta bancária no exterior não cuida dessas operações, nem da saída de recursos do Brasil, consoante Demonstrativos às fls. 527/560, que não estabelecem qualquer vinculação neste sentido. O Termo de Verificação Fiscal referese ao documento de fls. 612, traduzido às fls. 292/293, ao documento de fls. 31, traduzido às fls. 294/295, ao documento de fls. 223, traduzido às fls. 296/297, ao documento de fls. 224, traduzido às fls. 298/299 e ao documento de fls. 225, traduzido às fls. 300, que tratam de correspondências internas do Hudson United Bank a respeito da emissão de Carta de Crédito em Garantia, com a retenção de saldo de US$ 37.200,00 aplicada à conta Agata, de n° 30101.468, para cobrir um ano de aluguel de um apartamento em Nova York para o Sr. Richard Clement Haber, filho de Roger e Myrian. Ora, o valor envolvido nesta operação é assaz pequeno para estabelecer uma confusão patrimonial entre a pessoa física e a jurídica, diante do volume movimentado nesta conta bancária. Fl. 991DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19515.000577/200724 Acórdão n.º 2102002.999 S2C1T2 Fl. 9 15 Ademais, todos os fatos narrados no Termo de Verificação Fiscal de fls. 633/649, relacionados à conta no exterior, amoldamse à hipótese de prestação de serviços financeiros, cambiais. Desta forma, mesmo que restasse consagrada a hipótese de que a conta bancária mantida no MTB Bank fosse de titularidade do casal não se poderia tributar os recursos dos clientes como rendimentos líquidos, já que um percentual dessa movimentação é que remunera os serviços, sendo certo que a descrição dos fatos e o enquadramento legal da infração deveria se reportar a tal situação, razão pela qual não merece prosperar a parte do lançamento que atribuiu a titularidade aos sócios da conta bancária nº 30.101.468, mantida no MTBCBCHudson Bank pela empresa Agata International Holdings Corp. Por outro lado, aos créditos bancários efetuados nas contas bancárias mantidas nos Bancos Itaú e Citibank, sob a cotitularidade de Roger Clement Haber e Myrian Haber, deve ser aplicada a norma do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Com efeito, cumprindo requisito fundamental para aplicação válida da presunção estabelecida no referido artigo, a contribuinte foi regularmente intimada para comprovar a origem dos créditos, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea. Cada crédito das contas bancárias mantidas no Brasil foi devidamente listado no Demonstrativo de fls. 561/609, em momento anterior à lavratura do Auto de Infração, sendo certo que a contribuinte não apresentou qualquer elemento de prova relacionado a tais valores naquela oportunidade, nem em sede de impugnação ou de recurso voluntário. Por fim, após inúmeros debates acerca da legalidade e constitucionalidade da aplicação da taxa Selic no cálculo dos juros de mora, com suporte em mansa e pacífica jurisprudência, este tribunal administrativo editou a Súmula CARF nº 04: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Em face ao exposto, rejeito as preliminares argüidas e, no mérito, dou provimento parcial ao recurso, para acolher a decadência em relação ao anocalendário de 2001 e excluir da base de cálculo do lançamento os créditos referentes à conta bancária no exterior, sob a titularidade da Agata International Holdings Corp., relativo ao anocalendário de 2002. (assinado digitalmente) José Raimundo Tosta Santos Fl. 992DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por ANGELICA DOS SANTOS GOMES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 11070.720153/2013-92
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008, 2009, 2010
NULIDADE POR VÍCIOS NO PROCEDIMENTO FISCAL - INOCORRÊNCIA.
Descabe pretender discutir nulidade de auto de infração alegando suposto vício que não se concretizou.
OMISSÃO DE RECEITAS - DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA.
Créditos em contas bancárias não comprovados presumem-se advindos de transações realizadas à margem da tributação.
PIS E CONFINS - OMISSÃO DE RECEITAS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - TRANSPORTE INTERNACIONAL.
Para fazer jus à isenção de PIS e COFINS sobre a receita omitida, é ônus de o contribuinte provar que elas têm origem na prestação de serviços de transporte internacional.
MULTA QUALIFICADA.
Prestar declarações inverídicas, informando ao fisco, de forma consistente e sistemática, valores inferiores às receitas efetivamente auferidas apuradas por prova direta, constitui conduta dolosa tendente a impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, das circunstâncias materiais da obrigação tributária (verdadeira base de cálculo), justificativa da imposição da multa qualificada.
JUROS DE MORA.
Ocorrido o fato gerador nasce à obrigação tributária e, como ela, o crédito tributário correspondente. Esse, se não pago na data do vencimento (a qual é prevista na legislação específica de cada tributo), sujeita-se aos juros de mora a partir daquela data.
Numero da decisão: 1301-001.592
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, negado provimento ao recurso. Ausente temporariamente o Presidente Valmar Fonsêca de Menezes, substituído no colegiado pelo Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado (Substituto Convocado) e na presidência pelo Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães.
(documento assinado digitalmente)
Wilson Fernandes Guimarães
Presidente Substituto.
(documento assinado digitalmente)
Valmir Sandri
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães (Presidente substituto), Paulo Jakson da Silva Lucas, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Substituto Convocado), Valmir Sandri, Cristiane Silva Costa (Suplente Convocada) e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior.
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008, 2009, 2010 NULIDADE POR VÍCIOS NO PROCEDIMENTO FISCAL INOCORRÊNCIA. Descabe pretender discutir nulidade de auto de infração alegando suposto vício que não se concretizou. OMISSÃO DE RECEITAS DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA. Créditos em contas bancárias não comprovados presumemse advindos de transações realizadas à margem da tributação. PIS E CONFINS OMISSÃO DE RECEITAS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA TRANSPORTE INTERNACIONAL. Para fazer jus à isenção de PIS e COFINS sobre a receita omitida, é ônus de o contribuinte provar que elas têm origem na prestação de serviços de transporte internacional. MULTA QUALIFICADA. Prestar declarações inverídicas, informando ao fisco, de forma consistente e sistemática, valores inferiores às receitas efetivamente auferidas apuradas por prova direta, constitui conduta dolosa tendente a impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, das circunstâncias materiais da obrigação tributária (verdadeira base de cálculo), justificativa da imposição da multa qualificada. JUROS DE MORA. Ocorrido o fato gerador nasce à obrigação tributária e, como ela, o crédito tributário correspondente. Esse, se não pago na data do vencimento (a qual é AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 72 01 53 /2 01 3- 92 Fl. 2575DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 3 2 prevista na legislação específica de cada tributo), sujeitase aos juros de mora a partir daquela data. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PPRRIIMMEEIIRRAA SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, negado provimento ao recurso. Ausente temporariamente o Presidente Valmar Fonsêca de Menezes, substituído no colegiado pelo Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado (Substituto Convocado) e na presidência pelo Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães. (documento assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães Presidente Substituto. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães (Presidente substituto), Paulo Jakson da Silva Lucas, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Substituto Convocado), Valmir Sandri, Cristiane Silva Costa (Suplente Convocada) e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Relatório Cuidase de recurso interposto por Transporte Ludams Ltda., em face de decisão que julgou improcedente a impugnação apresentada contra os autos de infração lavrados para dela exigir créditos tributários referentes a IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, alcançando fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2008, 2009 e 2010. As exigências decorrem da constatação de omissão de receitas, e os lançamentos seguiram a sistemática do lucro presumido, em razão da opção formalizada pelo sujeito passivo. Por sua concisão e clareza, tomo de empréstimo o relato dos fatos feito pelo julgador de primeiro grau. A partir de extratos bancários obtidos pela quebra de sigilo autorizada pela Justiça Federal, a fiscalização intimou a contribuinte a comprovar a origem dos depósitos bancários e realizou diligências junto a algumas empresas tomadoras dos serviços da autuada. Fl. 2576DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 4 3 Ao cabo das investigações e com base em livros e documentos apresentados pela contribuinte, foram efetuados lançamentos em razão de omissão de receitas de prestação de serviço de transporte internacional, identificadas a partir das diligências e omissão de receitas por depósitos bancários de origem não comprovada. Os autos de infração das contribuições para o PIS e Cofins foram lançados apenas em relação à omissão de receitas por depósitos não comprovados, uma vez que não ficou demonstrado pela fiscalizada que a totalidade da movimentação financeira fosse fruto da prestação de fretes internacionais, cujas receitas são isentas. Segundo a fiscalização, a contribuinte não trouxe documentação para comprovar a origem de depósitos bancários; apenas fez alegações. O montante lançado com base na presunção do art. 42 da Lei 9.430/96 foi estabelecido a partir do valor positivo apurado, depois de descontadas as receitas declaradas em DIPJ e as receitas identificadas a partir das diligências. O autuante aplicou multa de ofício qualificada de 150% sobre a omissão de receitas identificada a partir das diligências (item b). Ele entendeu que a contribuinte omitiu as receitas dolosamente nas suas declarações, impedindo o conhecimento do fato gerador da obrigação tributária principal pela autoridade tributária. Afirma que a sonegação estaria caracterizada pela prática reiterada da omissão de receitas, já que, em sete trimestres, a contribuinte informou menos da metade das receitas auferidas, chegando a declarar apenas 18,01% no segundo semestre de 2008. Afasta a possibilidade de erro esporádico, eventual, de interpretação ou de digitação, haja vista que “predominantemente, a grande maioria de suas receitas foi omitida, e de forma reiterada”. A autuada foi intimada dos autos de infração em 19/3/13 e apresentou impugnação em 17/4/13. A impugnante pede, em preliminar, a nulidade do procedimento fiscal. Para isso alega: a) não foi obedecido o prazo máximo de 60 dias para a conclusão dos trabalhos fiscais, o que infringiria o art. 196 do CTN, combinado com o art. 7º, § 2º, do Decreto 70.235/72; b) a Portaria RFB 3.014/11 não pode extrapolar a sua função reguladora, prevista na Constituição Federal; c) todas as prorrogações da ação fiscal estão viciadas: foram emitidas quando já havia findado o prazo da prorrogação anterior, extrapolaram o prazo máximo para conclusão da ação fiscal, não declinaram prazo para a conclusão e foram efetivadas sem o consentimento expresso da impugnante para esse tipo de intimação, tendo sido processadas via sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil, contrariando as prescrições do art. 23, § 5º, do Decreto 70.235/72; d) o procedimento fiscalizatório se perpetuou por longos dois anos, vindo a ser concluído por auditor fiscal desconhecido da impugnante, sem que fosse emitido novo MPFC; Fl. 2577DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 5 4 e) houve a quebra do sigilo bancário da impugnante de período que nem estava sob ação fiscal; e f) os autos de infração foram lavrados após transcorridas irregularidades insanáveis, as quais os nulificam de pleno direito. A contribuinte citou ementas do Carf (antigo Conselho de Contribuintes) e de tribunais para respaldar a possibilidade de nulidade do lançamento por invalidade do procedimento. No mérito, a contribuinte se inconforma contra a ilegalidade dos valores lançados e da omissão presumida baseada em depósitos bancários de origem não comprovada, além da aplicação da multa qualificada e dos juros de mora. Suas razões vêm a seguir sintetizadas: a) os extratos bancários não são necessários para a apuração da base de cálculo do lucro presumido; b) nem todas as pessoas jurídicas são obrigadas a manter escriturada a movimentação bancária; c) a lei dispensa a manutenção de contabilidade regular para efeitos do recolhimento do IRPJ sobre o lucro presumido; d) os extratos bancários não são documentos escrituráveis para a apuração da receita e servem somente para controle; e) a impugnante não se negou a prestar informações; f) a Lei Complementar 123, art. 26, não estabelece exigência expressa de que seja escriturada a movimentação bancária das empresas de pequeno porte – a obrigação que lhes é imposta é de manter a comprovação da receita bruta e a escrituração do livro caixa; g) a impugnante não era obrigada a apresentar os contratos de financiamento, pois, com a quebra do sigilo bancário, o fisco é que deveria requisitálos aos bancos; h) apesar do longo período de fiscalização e das inúmeras diligências, o autuante resolveu lavrar os autos de infração por mera presunção de depósitos bancários de origem não comprovada; i) apesar das incontáveis diligências, o fiscal preferiu lavrar os autos de infração não pela diferença de R$ 8.499.224,23, entre os R$ 14.546.231,03 que foram apurados nas diligências e o montante que fora tributado, de R$ 6.047.006,80, mas pela diferença de R$ 14.546.231,46, sem ter em nenhum momento comprovado quais as empresas ou fontes que efetuaram os pagamentos dos fretes à impugnante; j) o fiscal silenciou quando o valor apurado, somado ao declarado, suplantou o dos depósitos bancários; k) a autoridade fiscal não tem o ônus legal de provar, mas o dever constitucional de investigar e provar o suporte fático tributário atende às exigências dos princípios da legalidade, da motivação e da definição legal de lançamento; Fl. 2578DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 6 5 l) os depósitos bancários são meros indícios de renda, não podendo ser transformados, nem pela lei tributária, nem pelo agente fiscal, em acréscimos patrimoniais suscetíveis de tributação; m) os fretes nacionais são inferiores ao valor de receita bruta informada pela contribuinte em DIPJ; n) o autuante lavrou ilegalmente os autos de infração de PIS e Cofins sobre valores de movimentação bancária, considerandoos como de omissão de receitas de fretes nacional, apesar de ter acesso, por diligência, ao montante dos fretes internacionais e a todos os conhecimentos de transportes rodoviários de cargas (CTRC), emitidos obrigatoriamente de forma sequencial; o) a simples falta de recolhimento do tributo não justifica a aplicação da multa de 150% e não caracteriza sonegação ou fraude; p) nada foi sonegado ou desviado do fisco pela impugnante, que apresentou todos os seus livros contábeis e documentos solicitados e informou corretamente as fontes de onde provinham suas receitas; q) o fato de ter recolhido, em alguns meses, a menor do que o apurado pelo fiscal autuante não autoriza, por si só, a duplicidade da multa; r) não ocorreu dolo, fraude ou má fé; s) o auditor fiscal comete abuso e arbitrariedade ao impor penalidade sem existência de legislação aplicável ao caso e totalmente em desconformidade com os textos legais tributários; t) se o fisco agisse com presteza, diante do vasto aparato e poderes para exercer os atos fiscalizatórios de forma contínua e rápida, não ocorreria à reiteração das infrações que motivaram o agravamento da multa; u) não é verdadeira a afirmação de que a impugnante “negouse a prestar as informações referentes aos seus extratos bancários”, pois, na verdade, ela não os tinha em seu poder, nem necessitaria deles para apurar o montante de suas receitas; v) os juros de mora deveriam ser calculados a partir do vencimento previsto no lançamento de ofício e não a partir do fato gerador, w) a Súmula Carf 38, de efeito vinculante, estabelece que os juros somente devem incidir a partir de 31 de dezembro de cada ano; e x) a representação fiscal para efeitos penais é arbitrária. Por fim, a contribuinte pede: a) seja recebida a impugnação, com a consequente suspensão da exigibilidade do crédito tributário; b) seja intimada do encerramento da instrução e da data da seção de julgamento na pessoa do seu advogado, com permissão para apresentação de alegações finais, conforme preceituado pelos arts. 2º, X, 3º, III, 32 e 44 da Lei 9.784/99; e, c) a procedência da impugnação para anular e/ou reformar os autos de infração. Fl. 2579DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 7 6 A mesma ação fiscal gerou a autuação de IRPJ e CSLL sobre períodos do ano calendário 2007, os quais foram objeto do processo administrativo 11070.722314/201200. A 5ª Turma de Julgamento da DRJ em Porto Alegre, por unanimidade de votos, manteve integralmente as exigências, em decisão assim ementada: Assunto: IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA Anocalendário: 2008, 2009, 2010. NULIDADE. PROCEDIMENTO FISCAL E AUTOS DE INFRAÇÃO. A nulidade do procedimento fiscal não é objeto da competência das DRJ. Não se anula o auto de infração se não restar evidenciada a incompetência do autuante ou o cerceamento do direito de defesa. NULIDADE. QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO. Não há nulidade pela utilização de documentos cobertos por sigilo bancário quando eles são trazidos aos autos com autorização judicial e remetidos pela Justiça Federal. INCONSTITUCIONALIDADE. Questionamentos sobre inconstitucionalidade de normas regularmente instituídas no ordenamento jurídico não se inserem na competência de discussão do julgador administrativo. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA. Créditos em contas bancárias não comprovados presumemse advindos de transações realizadas à margem da contabilidade. PIS E CONFINS. OMISSÃO DE RECEITAS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. TRANSPORTE INTERNACIONAL. A isenção de PIS e Cofins para os serviços de transporte internacional não alcança as receitas cuja natureza não for comprovada. MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. A prática reiterada de declarar ao fisco valores inferiores às receitas efetivamente auferidas constitui procedimento doloso tendente à sonegação, o que respalda a aplicação da multa qualificada. JUROS DE MORA. Os juros de mora são devidos a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento original do tributo. TRIBUTAÇÃO DECORRENTE: CSLL, PIS E COFINS. Fl. 2580DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 8 7 As considerações aqui formuladas para o lançamento do IRPJ são extensíveis à CSLL, PIS e Cofins devido à identidade de causas. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2008, 2009, 2010 MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA E BANCÁRIA. ESCRITA CONTÁBIL. REGULARIDADE E GUARDA. O contribuinte deve manter a escrituração regular da movimentação financeira e bancária, guardando os comprovantes dos lançamentos e facultandoos ao fisco quando requisitado. Impugnação Improcedente A ciência da decisão ocorreu em 23/05/2013 e o recurso foi protocolizado em 17 de junho. A Recorrente reedita a preliminar de nulidade do procedimento fiscal. Quanto ao mérito, suas alegações recursais podem assim ser resumidas: 1 Em relação ao IRPJ e CSLL: As diligências realizadas pela Fiscalização permitiramna conhecer a totalidade das receitas obtidas pela Recorrente, de R$ 14.546.231,03, de forma que competia lhe promover o lançamento pela diferença entre o valor apurado e o submetido à tributação (R$ 6.047.006,80), resultando em auto de infração legal de omissão de receita no montante de R$ 8.499.224,23, e não pela diferença entre os depósitos bancários e o valor já tributado. A fiscalização desprezou a informação dos fretes pagos, prestada pelas empresas para as quais realizou transporte de cargas, valendose de presunção de depósitos bancários não comprovados. O Acórdão recorrido decidiu pela improcedência da impugnação, mencionando que parte dos valores tem origem em apuração direta junto às empresas que efetuaram o pagamento de fretes, e parte tem origem indireta por presunção legal. Impõese a retirada dos valores correspondentes à parte indireta, apurada com base em presunção, tendo em vista que o fiscal exauriu suas diligências e apurou o valor real das receitas da Recorrente. 2 Em relação ao PIS e COFINS. O autuante considerou que os depósitos bancários de origem não comprovada são provenientes de fretes realizados internamente no território nacional. Para transportar cargas dentro do território nacional o transportador deve emitir, obrigatoriamente, o “Documento de Transporte Rodoviário de CargaDTRC”. Fl. 2581DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 9 8 A Recorrente apresentou ao Fisco os talonários sequencialmente numerados, de todos os transportes realizados no território nacional, de forma que nem possibilidade jurídica há de que outros fretes tenham sido realizados, além dos comprovados pela emissão de DTRC. Pelas diligências fiscais realizadas o autuante não constatou valores superiores aos informados e tributados pela Recorrente, não havendo possibilidade jurídica de que a movimentação bancária tenha sua origem em omissão de receitas correspondente a fretes de transporte nacional de cargas. O Acórdão recorrido decidiu pela improcedência do pedido ao fundamento de que os atos constitutivos da Recorrente preveem a prestação de serviços nacionais, e a movimentação financeira não poderia ser considerada como proveniente de transportes internacionais, que é atividade isenta. Diante dos CTRC apresentados à fiscalização, cuja emissão é obrigatória, e que comprovam documentalmente que todos os fretes nacionais foram submetidos à tributação, impõese o provimento do recurso. 3 Abusividade da multa qualificada de 150% pela falta de recolhimento do tributo. Tão só o fato de ter sido apurado, por vários meses, o recolhimento a menor que o devido, sem que tenha sido constatado, por parte do fiscal, qualquer ato fraudulento de adulteração, vício, rasuras, ocultação, ou qualquer outro tendente a retardar e/ou ocultar a apuração do valor devido, não permite que a Recorrente seja enquadrada em qualquer dos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, a justificar a imposição da multa de 150%. Para fundamentar a manutenção da qualificação, o Acórdão recorrido apontou que a Recorrente exercia a prática reiterada de oferecer à tributação valores menor que o devido, e considerou tratarse de prática dolosa, e que eventual colaboração da Recorrente não anula os efeitos da sonegação. Impõese a reforma do Acórdão, uma vez que a Recorrente não praticou qualquer ato fraudulento. 4. Ilegalidade dos juros moratórios. Início da contagem. A pretensão da Recorrente em ver calculados os juros a partir do vencimento do débito constante dos autos de infração está sustentada no art. 161 do CTN e na Súmula CARF nº 38. Em decorrência desses fundamentos, impõese seja julgada procedente a impugnação, para que os juros moratórios sejam afastados e/ou ajustados ao patamar legal, em eventual remanescência de principal. É o relatório. Fl. 2582DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 10 9 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator Recurso tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Para suscitar a preliminar de nulidade do procedimento fiscal, alega a Recorrente que: (i) a extensão dos atos fiscalizatórios para o período de 2009 e 2010 foi comandada após a decretação da quebra do sigilo bancário, portanto, inexistente procedimento fiscal em curso, violando a Lei Complementar 105/2001; (ii) não foi respeitado o prazo de 60 dias previsto no art. 7º do Decreto nº 70.235/72, c/c art. 196 do CTN, sendo inválidas as prorrogações; (iii) as intimações das prorrogações da ação fiscal foram feitas pelo sítio da Receita Federal do Brasil, com violação do art. 23, § 5º, do Decreto nº 70.235/72; (iv) a ação fiscal foi concluída por auditor desconhecido da fiscalizada e não constante do MPF, sem obediência ao que preceitua o art. 59 e incisos do Decreto nº 70.235/72, transgredindo o que estabelece o Decreto nº 3.724/2001, com a redação do Decreto nº 6.104/2007 e o art. 9º da Portaria 3.014/2011. Com a devida vênia, não tem pertinência a referência feita à Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe sobre o acesso a dados bancários pela autoridade administrativa independentemente de autorização judicial, uma vez que, no caso concreto, a quebra de sigilo deuse por ordem judicial. O prazo de 60 dias de validade dos atos de ofício previstos no art. 7º do Decreto nº 70.235/72 dirigese à exclusão de espontaneidade do sujeito passivo, conforme expressamente previsto no seu § 2º. Se o ato praticado pela fiscalização perde a validade por inobservância do prazo e o sujeito passivo disso não se aproveita para denunciar espontaneamente a infração, o desrespeito ao prazo não acarreta nenhum outro efeito. Também não procedem as alegações de irregularidades relacionadas ao MPF. O Mandado de Procedimento Fiscal é um documento instituído pela Portaria SRF nº 1.265/1999, que estabeleceu normas para a execução da atividade fiscal, determinando que os procedimentos fiscais relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal deverão ser promovidos em conformidade com a ordem específica – Mandado de Procedimento Fiscal, expedida por uma das autoridades relacionadas em seu art. 6°, e dentro do prazo nela estipulado (artigos 12 e 13). As normas de regência do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) foram sucessivamente alteradas, e o instrumento hoje é regido pela Portaria SRF nº 3014, de 2011. De acordo com as normas que o disciplinam, o Mandado de Procedimento deve ser emitido sempre que for necessária a instauração de procedimento fiscal de fiscalização (MPFF) e a efetivação de diligência (MPFD). Há, ainda, previsão de emissão de Mandado de Procedimento Fiscal Especial (MPFE), a ser expedido nos casos em que o procedimento fiscal tenha se iniciado antes da emissão de MPF em razão da necessidade de preservação dos interesses da Fazenda Nacional, Mandado de Procedimento Fiscal Extensivo (MPFEx), para realizar diligência para coletar informações e documentos destinados a subsidiar procedimento de fiscalização relativo a outro sujeito passivo, e Mandado de Procedimento Fiscal Fl. 2583DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 11 10 Complementar (MPFC), que deve ser utilizado para proceder às alterações no MPF, decorrentes de substituição, inclusão ou exclusão de AFRF responsável pela sua execução, ou pela supervisão, bem assim as relativas a tributos ou contribuições a serem examinados e período de apuração, ou, ainda, para constituição de crédito tributário relativo a período diverso do fixado, e deve ser emitido pela autoridade outorgante do MPF originário. A Portaria SRF nº 3014/2011, vigente quando da emissão do MPF, dispõe: Art. 4º O MPF será emitido exclusivamente na forma eletrônica e assinado pela autoridade emitente, mediante a utilização de certificado digital válido, conforme modelos constantes dos Anexos de I a III desta Portaria. Parágrafo único. A ciência do MPF pelo sujeito passivo darseá no sítio da RFB na Internet, no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. (...) Art. 7 º O MPFF, o MPFD e o MPFE conterão: I a numeração de identificação e controle, composta de dezessete dígitos; (...) IV o prazo para a realização do procedimento fiscal; (...) VIII o código de acesso à Internet que permitirá ao sujeito passivo, objeto do procedimento fiscal, identificar o MPF. (...) Art. 9º. As alterações no MPF, decorrentes de prorrogação de prazo, inclusão, exclusão ou substituição de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela sua execução ou pela supervisão, bem como as alterações relativas a tributos a serem examinados e a período de apuração, serão procedidas mediante registro eletrônico efetuado pela respectiva autoridade emitente, conforme modelo constante do respectivo Anexo a esta Portaria, cientificado o contribuinte nos termos do parágrafo único do art. 4º. (...) Art. 11. Os MPF terão os seguintes prazos máximos de validade: I 120, nos casos de MPFF e de MPFE; II sessenta dias, nos casos de MPFD Art. 12. A prorrogação do prazo de que trata o artigo 11r poderá ser efetuada pela autoridade emitente, tantas vezes Fl. 2584DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 12 11 quantas necessárias, observado, em cada ato, os prazos fixados nos incisos I e II do art. 11, conforme o caso. Conforme consulta ao sítio da Receita Federal pela senha de acesso informada no Termo de Início da Ação Fiscal, não houve nenhuma irregularidade. Seu prazo de validade foi sucessivamente prorrogado até 05/04/2013, e ele foi alterado (i) em 30/08/2011 para troca do supervisor; (ii) em 29/11/2011 para inclusão de ARFB; (iii) em 13/12/2011 para troca de supervisor; (iv) em 13/03/2012 para exclusão de ARFB; (v) em 02/04/2010 para inclusão de novos períodos. O § 5º do art. 23 do Decreto nº 70.235/72 trata da intimação de atos processuais, não tendo pertinência com a ciência de alterações no mandado de procedimento fiscal, que não é ato processual, mas ato administrativo interno de controle a acompanhamento do procedimento fiscal. Finalmente, o Decreto nº 3.724/2001 regulamenta o art. 6o da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001, relativamente à requisição, acesso e uso, pela Secretaria da Receita Federal, de informações referentes a operações e serviços das instituições financeiras e das entidades a elas equiparadas, o que não tem pertinência com o caso concreto, em que as informações foram fornecidas à administração tributária por ordem judicial. Portanto, rejeito as preliminares suscitadas pela Recorrente. Mérito 1 IRPJ e CSLL Como visto no relatório, a investigação fiscal que deu origem às exigências litigadas desenvolveramse em duas vertentes: (i) diligências junto a contratantes dos serviços de transporte prestados pela interessada e, (ii) informações prestadas pelas instituições financeiras nas quais a interessada mantém conta. Na primeira vertente, a fiscalização levantou as receitas auferidas por prova direta. Na segunda, por prova indireta, em razão de movimentação financeira de origem não comprovada, com base na presunção legal veiculada pelo art. 42 da Lei nº 9.430/96. Levantadas as receitas, a fiscalização comparouas com os valores declarados pelo contribuinte em suas DIPJ e tributou a diferença como omissão de receitas, observando o critério de deduzir, das receitas apuradas com base na movimentação bancária, as receitas apuradas por prova direita (diligência junto aos contratantes). Para ilustrar o critério usado pela autoridade fiscal, reproduzo a apuração relativos a dois períodos, escolhidos aleatoriamente (3º trimestre de 2008 e 4º trimestre de 2009): 3º trimestre de 2008: Total de receitas apuradas em diligência fiscal: R$ 1.319.330,28 Total da receita declarada: R$ 323.988,85 Receita omitida (prova direta): R$1.064.341,43 Total da movimentação bancária: R$ 1.686.356,70 Fl. 2585DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 13 12 Movimentação bancária justificada: R$ 300.000,00 Receita omitida por presunção legal (D – E – B –C) = zero 4º trimestre de 2009: Total de receitas apuradas em diligência fiscal: R$ 1.236.566,10 Total da receita declarada: R$ 460.537,90 Receita omitida (prova direta): R$766.028,20 Total da movimentação bancária: R$ 2.171.256,48 Movimentação bancária justificada: R$ 0,00 Receita omitida por presunção legal (D – E – B –C) = 934.699,38 A Recorrente não contesta a omissão de receitas decorrente da diferença entre a receita apurada mediante diligência fiscal e a declarada, mas entende que esse deveria ser o montante total a ser lançado, alegando que a fiscalização desprezou as informações prestadas pelos contratantes dos fretes. Não procede o inconformismo da Recorrente. De acordo com o disposto no art. 42 da Lei nº 9.430/96, os valores creditados em conta de titularidade do contribuinte cuja origem não seja por ele comprovada, quando para tal intimada, presumese como oriundos de receitas. A autoridade fiscal procedeu rigorosamente de acordo com a lei. Levantou os valores creditados em conta de titularidade do contribuinte e intimouo a comprovar a respectiva origem. Os valores para os quais a origem não foi comprovada foram considerados como oriundos de receitas. A diferença entre essas receitas apuradas por presunção legal e as receitas apuradas mediante diligência junto a terceiros (parte declarada pelo contribuinte, parte omitida) constitui omissão de receita, a ser tributada de ofício. Tratase de presunção legal, que o contribuinte somente pode desconstituir pela apresentação da prova da origem dos depósitos. 2 PIS e COFINS Em relação a esses dois tributos, o inconformismo da Recorrente prendese ao fato de as omissões de receitas apuradas a partir dos depósitos de origem não coprovado terem sido considerados como oriundos de fretes nacionais. No Termo de Verificação Fiscal que instrui os autos de infração, a autoridade justifica registra que “(...) o contribuinte não comprovou que os depósitos tratavamse de receitas que não estariam sujeitas à tributação dessas duas contribuições. (...). Contudo, tendo em vista que nas diligências efetuadas constataramse diversos fretes internacionais, para o cálculo do PIS e da COFINS utilizouse de planilha diferente. (....) A partir da movimentação financeira não justificada, diminuiuse o valor dos fretes internacionais que foram identificados nas diligências efetuadas (isentos de tais contribuições); desse resultado, diminuiuse a receita declarada em DACON.” Fl. 2586DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 14 13 Alega a Recorrente ser impossível atribuir a origem dos depósitos a receitas de fretes nacionais, uma vez que apresentou ao Fisco os talonários sequencialmente numerados, de todos os transportes realizados no território nacional, de forma que nem possibilidade jurídica há de que outros fretes tenham sido realizados, além dos comprovados pela emissão de DTRC. Não procede a ponderação da contribuinte de que a receita não pode advir de fretes nacionais, porque não há possibilidade jurídica de realização de transportes sem a emissão de DCTR. A impossibilidade jurídica não significa impossibilidade fática. Provada (mediante prova indireta) a omissão de receitas, poderia ela advir: (i) de fretes nacionais; (ii) de fretes internacionais; (iii) de outras origens, que não de fretes. Para gozar da isenção de PIS e COFINS em relação às receitas omitidas, é ônus da contribuinte provar que elas se originam de fretes internacionais. Não o tendo feito, correta a autoridade fiscal ao não atribuir a isenção. 3 Da qualificação da multa. Defende a Recorrente ser abusiva a aplicação da multa de 150%, alegando que tão somente o fato de ter sido apurado, por vários meses, o recolhimento a menor que o devido, sem que tenha sido constatado, por parte do fiscal, qualquer ato fraudulento de adulteração, vício, rasuras, ocultação, ou qualquer outro tendente a retardar e/ou ocultar a apuração do valor devido, não permite o enquadramento em qualquer dos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. Conforme previsto no art. 44, § 1º da Lei nº 9.430/96, c.c. arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/64, a qualificação da multa está diretamente ligada à conduta dolosa do contribuinte. Portanto, para decidir sobre a qualificação é preciso verificar não só a tendência da conduta num dos sentidos identificados nos artigos 71 e 72 da Lei nº 4.502/64, mas também se essa conduta foi dolosa (justificando a qualificação) ou culposa (afastando a qualificação). Como o dolo é elemento subjetivo, na maioria das vezes não é simples identificar a situação que justifica a qualificação. No presente caso, a fiscalização demonstrou a consistente prática do contribuinte em omitir receitas, parte provada por prova direta (diferença entre as receitas apuradas em diligência junto a terceiros e receitas declaradas), e parte por presunção legal (depósitos de origem não comprovada). A omissão de receitas obtida por prova direta deuse em todos os meses do período fiscalizado (três anoscalendário), e em valor significativo. A qualificação da multa incidiu apenas sobre a omissão demonstrada por prova direta (diferença entre a receita declarada e a apurada em diligência junto a terceiros), e o motivo declinado pela fiscalização para a qualificação foi a reiteração na prática de omitir a maior parte das receitas auferidas e verificadas em diligência. Informa a fiscalização que o contribuinte declarou apenas 41,57% do total das receitas apuradas, que em sete trimestres informou menos da metade, chegando a declarar apenas 18,01% no segundo trimestre de 2008. De acordo com o art. 71, inciso I, da Lei nº 4.502/64, constitui sonegação toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, não só da ocorrência do fato gerador da Fl. 2587DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 15 14 obrigação tributária principal, mas também de circunstâncias materiais da obrigação tributária principal. A apresentação de declarações ao Fisco constitui obrigação acessória, definida pelo § 2º do art. 113 do CTN como a que “decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos”. Assim, prestar declarações inverídicas, deixando de informar ao fisco parcela significativa da receita, constitui conduta que tende a impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, das circunstâncias materiais da obrigação tributária (verdadeira base de cálculo). Se tal conduta não fosse sistemática, poderia haver dúvida quanto ao elemento subjetivo do dolo. Contudo diante do quadro demonstrado pela fiscalização, em que o contribuinte declarou, em todos os meses do período fiscalizado (36 meses), apenas uma pequena parte de suas receitas, não há como atribuir a omissão a erro esporádico, eventual, de interpretação ou de digitação, como bem apontou a autoridade fiscal. Entendo caracterizada a vontade consciente por parte do contribuinte, de impedir (ou retardar) o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, das circunstâncias materiais da obrigação tributária (verdadeira base de cálculo), que impõe a qualificação da multa. 4. Juros moratórios. Início da contagem. Alega a Recorrente que os juros de mora devem ser calculados a partir do vencimento do débito constante dos autos de infração, invocando o art. 161 do CTN e a Súmula CARF nº 38. O CTN, no seu art. 161, estabelece que o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta. E no art. 138 dispõe que o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. A obrigação principal, por seu turno, surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento do tributo, cuja ocorrência o extingue (art. 113, § 1º). Portanto, ocorrido o fato gerador nasce a obrigação tributária e, como ela, o crédito tributário correspondente. Esse, se não pago na data do vencimento (a qual é prevista na legislação específica de cada tributo), sujeitase aos juros de mora a partir daquela data. O lançamento destinase apenas a formalizar o crédito, mas não representa o seu nascimento, que já ocorreu juntamente com o fato gerador da obrigação tributária. A Súmula CARF nº 38, invocada pela Recorrente, trata da data de ocorrência do fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, não tendo pertinência com o caso em exame. Pelas razões expostas, rejeito as preliminares suscitadas, para no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 30 de julho de 2014. Fl. 2588DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 11070.720153/201392 Acórdão n.º 1301001.592 S1C3T1 Fl. 16 15 (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 2589DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 17/08/2014 por WI LSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 14/08/2014 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10580.911722/2009-16
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/07/2004
Direito ao crédito não conhecido.
Ausência da prova do crédito pleiteado.
Numero da decisão: 3802-003.451
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o presente recurso e negar-lhe provimento, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente.
(assinado digitalmente)
Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/07/2004 Direito ao crédito não conhecido. Ausência da prova do crédito pleiteado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o presente recurso e negar-lhe provimento, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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Ausência da prova do crédito pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o presente recurso e negarlhe provimento, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 91 17 22 /2 00 9- 16 Fl. 203DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 2a Turma da DRJ/BHE, a qual, por unanimidade de votos, julgou pela IMPROCEDÊNCIA da manifestação de inconformidade, tendo em vista que, na ótica fazendária, o contribuinte não conseguiu comprovar o direito ao crédito e, por via de conseqüência, não houve a homologação da compensação pleiteada. Em ato contínuo, o processo de Declaração de Compensação fora realizado pelo contribuinte por meio eletrônico, no qual pretendia quitar os débitos declarados no referido documento, com créditos decorrentes de recolhimento indevido realizado, por meio de DARF, nos termos do Acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/07/2004 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecimento. Em sede de impugnação e de recurso, o contribuinte apresenta os mesmos argumentos, que, em síntese, se referem à identificação e exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS os medicamentos com incidência de alíquota zero, conforme decisão em seu favor, ainda não transitada em julgado, perante a 9ª Vara Federal da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal sob o número 2009.34.00.0314472, de modo a manter a integralidade do crédito declarado e a homologar a compensação pleiteada por intermédio do PER/DCOMP. É o relatório. Voto Admissibilidade do Recurso. Tendo em vista que os requisitos de admissibilidade do presente recurso se fazem presentes, é de rigor dele tomar conhecimento e analisar o mérito da questão. Mérito Consultando os autos do processo noticiado pelo contribuinte, se verifica que houve a propositura de mandado de segurança coletivo, impetrado pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços, com o objetivo de suspensão da exigibilidade do PIS e da COFINS proveniente de medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma prevista pela Lei nº 10.147/00, com as alterações posteriores feitas pela Lei nº 10.548/02, de modo a isentar ou impedir a cobrança de tais valores dos Hospitais e Clínicas substituídos. Nessa decisão de primeira instância do Pode Judiciário em favor ao recorrente, a qual está em segundo grau de jurisdição, a segurança foi concedida para Fl. 204DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10580.911722/200916 Acórdão n.º 3802003.451 S3TE02 Fl. 112 3 determinar à autoridade fiscal que se abstivesse de exigir o recolhimento da contribuição para o PIS e COFINS sobre a receita proveniente da utilização de medicação, bem como foi declarado o direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos a título de PIS e da COFINS sobre a receita de medicamentos. A partir da decisão judicial proferida pelo Justiça Federal, surge a seguinte situação: o contribuinte cumpre a determinação judicial e, por sua conta e risco, adota esse novo modelo tributário para o futuro e aqui sempre é bom lembrar que essa decisão judicial ainda não é definitiva, pois comporta recursos de ambas as partes envolvidas no processo até o seu ultimato da marcha processual. E, por outro lado, em relação ao passado, o contribuinte se antecipa e requer a compensação dos direitos decorrentes da própria decisão judicial. Pois bem! Para que se possa promover a compensação dos pretensos créditos, necessário se faz o preenchimento dos requisitos da liquidez e certeza decorrentes do artigo 170 do Código Tributário Nacional. E é justamente aqui se esbarra o direito do contribuinte. A compensação tributária dáse nas condições estipuladas pela lei, entre créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos do sujeito passivo. Não é possível o encontro de contas se o contribuinte não demonstrar, previamente, estes dois requisitos. No presente caso, o recorrente tem ao seu favor uma decisão judicial precária que suspende a exigibilidade do PIS e da COFINS proveniente de medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma prevista pela Lei nº 10.147/00, com as alterações posteriores, bem como declaração do direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos a título de PIS e da COFINS sobre a receita de medicamentos. Esta situação, por sua vez, não implica no reconhecimento da liquidez e da certeza dos créditos tributários. A compensação de tributos devidos com créditos do particular em face do fisco é permitida em nossa legislação, desde que satisfeitos certos requisitos para tanto. Inicialmente, é interessante lembrar que a matéria está prevista no Código Tributário Nacional, no caput do art. 170: "Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública." Desde logo se verifica que o CTN é expresso ao afirmar que a lei poderá permitir a compensação, desde que seja ela feita com a utilização de créditos líquidos e certos. Não basta, assim, que existam hipotéticos pagamentos de um tributo posteriormente julgado indevido: é preciso que exista a certeza do pagamento, bem como o valor atualizado do seu montante. Por via de conseqüência, qualquer decisão judicial que autorize a compensação de créditos ilíquidos ou incertos estará violando o art. 170 do CTN. Interessante observar que o dispositivo transcrito acima não condiciona a compensação a uma necessária intervenção do Poder Judiciário. Não exige o CTN, assim, que somente possa compensar créditos aquele que tenha uma autorização judicial para tanto. O caput do art. 66 da Lei nº 8.383, de 30/12/91, autoriza a compensação prevista no art. 170 do CTN: "Art. 66. Os casos de pagamento indevido ou a maior de tributos e contribuições federais, inclusive previdenciárias, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação Fl. 205DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a períodos subseqüentes." Expressamente se verifica, inicialmente, que há de haver pagamento indevido ou a maior de tributos para que possa surgir o direito à compensação. Além disso, como mencionado acima, os créditos precisam ser líquidos e certos. Assim, se inexiste pagamento indevido ou a maior, não é possível compensar (art. 66 da Lei nº 8.383/91). Nesse sentido, se não há a certeza da existência dos pagamentos devidos, ou se estes não são líquidos, não é possível compensar (art. 170 do CTN). Presentes esses requisitos, tem o contribuinte o direito à compensação. Se não estão presentes esses requisitos, não tem o contribuinte o direito à compensação. Tendo em vista que, no presente caso, o contribuinte tem em seu poder uma decisão judicial passível de reforma, já que não houve o acertamento tributário definitivo, sou pelo CONHECIMENTO do presente recurso e dele NEGOLHE provimento para manter a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator Fl. 206DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10670.900048/2008-46
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
Uma vez comprovados os requisitos da certeza e da liquidez do crédito passível de restituição, informado na Declaração de Compensação (DComp), homologa-se a compensação dos débitos confessados.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3102-002.233
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Votou o Conselheiro Demes Brito no lugar da Conselheira Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, ausente.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé, José Luiz Feistauer de Oliveira, Demes Brito e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. Uma vez comprovados os requisitos da certeza e da liquidez do crédito passível de restituição, informado na Declaração de Compensação (DComp), homologa-se a compensação dos débitos confessados. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Votou o Conselheiro Demes Brito no lugar da Conselheira Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, ausente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé, José Luiz Feistauer de Oliveira, Demes Brito e Nanci Gama.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. Uma vez comprovados os requisitos da certeza e da liquidez do crédito passível de restituição, informado na Declaração de Compensação (DComp), homologase a compensação dos débitos confessados. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Votou o Conselheiro Demes Brito no lugar da Conselheira Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, ausente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé, José Luiz Feistauer de Oliveira, Demes Brito e Nanci Gama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 90 00 48 /2 00 8- 46 Fl. 52DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21 /08/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por RICARDO PAULO ROS A 2 Relatório Tratase de Declaração de Compensação – DComp (fls. 5/9), em que informada a compensação de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês janeiro de 2003, no valor de R$ 3.328,76, decorrente de pagamento a maior que o devido, com débito da Cofins dos meses de outubro e novembro de 2003. Por intermédio do Despacho Decisório de fl. 13, a autoridade fiscal homologou parcialmente as compensações declaradas, com base no argumento de que o valor do crédito informado na citada DComp fora parcialmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, restando saldo disponível inferior ao valor do crédito informado, insuficiente para compensação dos débitos confessados na dita DComp, remanescendo débito indevidamente compensado no valor original de R$ 900, 94 Em sede de manifestação de inconformidade (fl. 12), a interessada, em síntese, alegou que o valor do débito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de janeiro de 2003 era R$ 1.423,48, porém, fora recolhido os valores de R$ 3.825,54, no dia 14/2/2003, e de R$ 926,70, no dia 31/3/2003, acrescido de encargos financeiros de R$ 140,77, logo, excluído do valor total recolhido (R$ 4.752,24) o valor do devido no mês (R$ 1.423,48), restou um pagamento a maior de R$ 3.328,76, que foi objeto da compensação em apreço. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 27/29), em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, com base nos fundamentos resumidos no enunciado da ementa que segue transcrito: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/02/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA TOTALIDADE DO CRÉDITO DECLARADO. Como a interessada não comprovou a existência de crédito além do reconhecido pela autoridade administrativa, ratificase o Despacho Decisório que homologou parcialmente a compensação declarada. Em 3/5/2010, a autuada foi cientificada da referida decisão (fls. 35/36). Inconformada, em 27/5/2010, protocolou o recurso voluntário de fl. 37, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na fase de manifestação de inconformidade. Em aditamento, alegou que houve erro de fato no preenchimento da referida DComp, o pagamento do Darf efetuado em 31/3/2003, no valor de R$ 926,70, acrescido dos encargos financeiros de R$ 140,77 perfazendo o total de R$ 1.067,47, por equívoco, não fora informado na última DCTF retificadora apresentada em 25/5/2006, o que motivou o indeferimento da parcela do referido crédito. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21 /08/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10670.900048/200846 Acórdão n.º 3102002.233 S3C1T2 Fl. 101 3 O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O cerne da comprovérsia gira em torno da falta de comprovação da existência de parcela do crédito, no valor de R$ 926,70, proveniente do pagamento maior que o devido, da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de janeiro de 2003, utilizado pela recorrente na compensação dos débito da Cofins dos meses de outubro e novembro de 2003. Na peça recursal em apreço, a recorrente alegou erro de fato no preenchimento da última DCTF retificadora, uma vez que, por equívoco, nela não foi informado o Darf pago em 31/3/2003, no valor total de R$ 1.067,47, sendo R$ 926,70 de Cofins e R$ 140,77 de acréscimos legais, o que motivou o indeferimento da parcela do do crédito relativa ao mencionado pagamento. Assiste razão à recorrente. O erro por ela alegado encontrase evidenciado nos autos (fls. 22/26). Com efeito, de acordo as cópias da DCTF original e 1ª retificadora (fls. 23/24), ambas canceladas, verificase que a recorrente nelas informou os dois pagamentos de R$ 3.825,94 e R$ 926,70, enquanto que nas últimas DCTF retificadoras (fls. 25/26), a primeira cancelada e a última ativa, foi omitido o último pagamento. Como a análise do direito creditório foi feita com base das informações contidas na última DCTF retificadora, o valor do crédito relativo ao último pagamento, obviamente, não foi levado em consideração, o que resultou na glosa parcial do crédito no valor de R$ 926,70. Dessa forma, demonstrado o erro de fato cometido preenchimento da DCTF, deve ser restalecido o valor da parcela do crédito glosada. Por todo exposto, votase por DAR PROVIMENTO ao recurso, para reconhecer o valor do crédito informado e homologar a compensação declarada. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 54DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/08/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21 /08/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01/09/2014 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 13804.001267/2003-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3401-000.821
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Robson José Bayerl Presidente ad hoc e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Motta Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Cláudio Monroe Massetti.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Robson José Bayerl Presidente ad hoc e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Motta Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Cláudio Monroe Massetti.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Robson José Bayerl – Presidente ad hoc e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Motta Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Cláudio Monroe Massetti. Relatório Cuidase, na espécie, de pedido de restituição de FINSOCIAL, período fevereiro/1989 e abril/1992, cujo indébito foi reconhecido nos autos do MS 93.00179470, o qual foram atreladas compensações com débitos de Cofins. O despacho decisório asseverou que houve indevida exclusão do ICMS da base de cálculo do FINSOCIAL, na apuração do indébito, bem como, desconsiderou no cômputo um documento de arrecadação (09/91) não localizado nos sistemas da RFB, conseqüentemente o crédito foi reconhecido parcialmente e, na mesma proporção, homologadas as compensações. Cientificado, o contribuinte opôs manifestação de inconformidade onde alegou a ocorrência de homologação tácita das compensações, uma vez que realizadas nos moldes do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 04 .0 01 26 7/ 20 03 -6 1Fl. 469DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.001267/200361 Resolução nº 3401000.821 S3C4T1 Fl. 3 2 art. 66 da Lei nº 8.383/91; que o ajuste efetuado no direito de crédito, pela inclusão do ICMS, exigiria a constituição do crédito tributário correspondente, em face do excesso de compensação; que o direito à aludida constituição de crédito estaria colhida pela decadência, nos termos do art. 150, § 4º do CTN; que houve prescrição do direito de exigir a Cofins compensada, porquanto, declarada em DCTF, não foi cobrada dentro do qüinqüênio legal; que era cabível o abatimento do ICMS da base de cálculo do FINSOCIAL; que o recolhimento relativo a setembro/1991 estava devidamente comprovado nos autos; e, que houve equívoco no critério adotado na imputação dos pagamentos realizados. A DRJ São Paulo I/SP julgou a manifestação de inconformidade improcedente, em decisão assim ementada: “COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPROCEDÊNCIA. Não se vislumbra a ocorrência de homologação tácita das compensações declaradas, quando a empresa apresenta Dcomp antes do término do prazo para uma eventual cobrança dos débitos e a Administração a analisa dentro do prazo estabelecido por lei. DIREITO CREDITÓRIO. VERIFICAÇAO DA BASE DE CÁLCULO. A verificação da base de cálculo do tributo é cabível no âmbito da análise das declarações de compensação, para efeito de determinação da certeza e liquidez do crédito invocado pelo sujeito passivo. Desnecessário o lançamento de oficio se essa verificação não objetiva a constituição do crédito tributário, mas a conferência da regularidade do procedimento adotado pela pessoa jurídica. DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTOS INDEVIDOS OU A MAIOR. ÔNUS DA PROVA. Para ter direito à repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo apresentar provas cabais e inequívocas de que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. BASE DE CÁLCULO. ICMS SOBRE AS VENDAS. A parcela relativa ao ICMS integra o preço de venda de mercadorias e serviços e, consequentemente, o faturamento, que é a base de cálculo do FINSOCIAL. É vedada a sua exclusão da base de cálculo, por falta de previsão legal. COMPENSAÇÃO. FORMA DE IMPUTAÇÃO. A regra de imputação de pagamentos estabelecida no artigo 354 do Código Civil não se aplica às hipóteses de compensação tributária.” O recurso voluntário, com alguma variação, repisou a argumentação já deduzida. É o relatório. Fl. 470DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.001267/200361 Resolução nº 3401000.821 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso interposto é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade. O caso vertente envolve compensação de indébito de FINSOCIAL, relativo ao período fevereiro/1989 a abril/1992, com débitos de Cofins, período julho/1993 a janeiro/1995, porém, através de entrega de declaração de compensação protocolada em 12/03/2003. O recorrente argumentou que a compensação já se realizara na contabilidade, no âmbito do lançamento por homologação, por ocasião da ocorrência do fato gerador, como permitia o art. 66 da Lei nº 8.383/91, correspondendo a “declaração de compensação” (fls. 01/03) apenas à formalização deste procedimento, daí porque sustentou a homologação tácita de sua realização. Para comprovar as alegações juntou cópia das DCTFs e do livro contábil com os lançamentos correspondentes aos meses de novembro/1994 a janeiro/1995, exigidos neste processo em decorrência do reconhecimento parcial do direito creditório. Pois bem, hodiernamente é pacífico na jurisprudência, tanto administrativa, como judicial, que o FINSOCIAL e a Cofins são tributos da mesma espécie e destinação constitucional (e.g. AgRg no REsp 882069/SP, REsp 1018707/SP, EDcl no REsp 887063/SP, Acórdão 20177.032, acórdão 201101.205, acórdão 3801001.802, etc.), de maneira que se aplicava à compensação entre ambos os tributos as disposições do art. 66 da Lei nº 8.383/91, cuja vigência cessou apenas com o advento da Lei nº 10.637/02. Como evidenciado alhures, os períodos de apuração objeto de compensação são anteriores à vigência da Lei nº 10.637/02, todavia, o protocolo do formulário “declaração de compensação” lhe é posterior, assim, erigese uma questão de fato que necessita ser esclarecida para que se possa prosseguir o julgamento: houve efetivamente compensação nos moldes do art. 66 da Lei nº 8.383/91? O recorrente, como dito, trouxe um acervo que, a meu juízo, equivale a um princípio de prova, e digo isto porque, isoladamente não é possível concluir que houve aludida compensação. A uma, devido à apresentação da contabilização apenas dos débitos ora exigidos; a duas, porque os valores registrados não coincidem com aqueles declarados. Por outro lado, as DCTFs colacionadas foram apresentadas na data aprazada, sendo que os valores lá informados, na condição sub judice, são idênticos àqueles indicados na “declaração de compensação” constante deste processo. Portanto, o conjunto probatório produzido nestes autos justifica a conversão do julgamento em diligência para que seja providenciado o seguinte: 1. Verificar na escrita contábil/fiscal do contribuinte a existência de lançamentos que correspondam à compensação da Cofins, período julho/1993 a janeiro/1995, com o direito creditório oriundo de FINSOCIAL; Fl. 471DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.001267/200361 Resolução nº 3401000.821 S3C4T1 Fl. 5 4 2. Informar se as DCTFs anexadas pelo contribuinte, na manifestação de inconformidade, foram posteriormente retificadas e, em caso positivo, providenciar a juntada dos extratos das declarações ativas; 3. Elaborar relatório circunstanciado da situação encontrada com as observações que julgar necessárias; e, 4. Cientificar o contribuinte interessado do relatório produzido e franquearlhe prazo de 30 (trinta) dias para manifestação. Findo o procedimento e o prazo concedido, com ou sem sobredita manifestação, devolvamse os autos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para prosseguimento do julgamento. Robson José Bayerl Fl. 472DF CARF MF Impresso em 09/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 p or ROBSON JOSE BAYERL
score : 1.0
Numero do processo: 13987.000093/2003-19
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXTINÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
Nos lançamentos por homologação, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado quanto ao pagamento antecipado efetuado pelo contribuinte, extingue-se o crédito tributário após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, desde que não haja outro prazo fixado em lei, nos termos do art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional (CTN).
Numero da decisão: 3803-006.469
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para cancelar o auto de infração.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Samuel Luiz Manzotti Riemma e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXTINÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Nos lançamentos por homologação, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado quanto ao pagamento antecipado efetuado pelo contribuinte, extingue-se o crédito tributário após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, desde que não haja outro prazo fixado em lei, nos termos do art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional (CTN).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para cancelar o auto de infração. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Samuel Luiz Manzotti Riemma e Jorge Victor Rodrigues.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. EXTINÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Nos lançamentos por homologação, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado quanto ao pagamento antecipado efetuado pelo contribuinte, extinguese o crédito tributário após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, desde que não haja outro prazo fixado em lei, nos termos do art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional (CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para cancelar o auto de infração. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Samuel Luiz Manzotti Riemma e Jorge Victor Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 7. 00 00 93 /2 00 3- 19 Fl. 123DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13987.000093/200319 Acórdão n.º 3803006.469 S3TE03 Fl. 124 2 Trata o presente processo de auto de infração em que se exige parcela da Cofins decorrente da não localização nos sistemas internos da Receita Federal de parte dos pagamentos declarados em DCTF, referentes aos meses de janeiro a maio de 1998. Cientificado da autuação, o contribuinte apresentou Impugnação e requereu a declaração de insubsistência do auto de infração e a realização de perícia, alegando que os débitos declarados em DCTF haviam sido objeto de compensação em sua escrita fiscal, nos termos autorizados pela Lei nº 8.383, de 1991, tendo em vista o recolhimento a maior da contribuição para o PIS apurada com base nos Decretoslei nº 2.445 e 2.449, ambos de 1988, declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Alegou, também, o Impugnante que a multa de ofício era inexigível em razão do seu caráter confiscatório. A DRJ Porto Alegre/RS julgou o lançamento parcialmente procedente, cancelandose a multa de ofício com base na retroatividade benigna, tendo sido o acórdão ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 PAGAMENTO INDEVIDO. DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO. TERMO DE INÍCIO DO PRAZO DECADENCIAL. O prazo de decadência do direito à compensação de créditos originados de pagamento indevido de tributos tem seu termo inicial na data da extinção do crédito tributário, que se dá com no instante em que se realiza o pagamento indevido. DIREITO CREDITÓRIO. INEXISTÊNCIA. Não havendo comprovação de pagamento indevido, não há como homologar a compensação declarada. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 COMPENSAÇÃO. TRIBUTOS DE ESPÉCIES DIFERENTES. No período em tela, se mostrava indispensável anuência prévia da Receita Federal para que fosse implementada a compensação entre tributos de espécies diferentes por ela administrados. MULTA DE OFÍCIO VINCULADA. Em face do princípio da retroatividade benigna, consagrado no CTN, devese cancelar a multa de ofício aplicada, ante o advento de norma tributária com aplicação retroativa. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 Fl. 124DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13987.000093/200319 Acórdão n.º 3803006.469 S3TE03 Fl. 125 3 PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. Apesar de ser facultado ao sujeito passivo o direito de solicitar a realização de perícias, compete à autoridade julgadora decidir sobre sua efetivação, podendo aquela ser indeferida por prescindível ou impraticável. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Cientificado da decisão em 24/01/2014, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 21/02/2014, argüiu, em preliminar, cerceamento do direito de defesa em razão do indeferimento da perícia requerida e, no mérito, reiterou seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa, sendo acrescida a alegação de que o prazo para se repetir indébito da contribuição para o PIS é decenal. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis – Relator O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. De início, registrese que, não obstante a ausência de prova do direito pleiteado (escrituração contábilfiscal e documentação que a lastreia), assiste razão ao contribuinte no que tange aos efeitos erga omnes da declaração de inconstitucionalidade, proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dos Decretoslei nº 2.445 e 2.449, ambos de 1988, bem como ao prazo decendial para se repetir indébitos formalizados antes do término da vacatio legis da Lei Complementar nº 118, de 2005, conforme decisão do STF submetida à sistemática da repercussão geral, que deve ser obrigatoriamente repetida em julgados do CARF, por força do teor do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno. Contudo, tais questões não afetam o presente voto, pois, aqui, há uma prejudicial de mérito, qual seja, a decadência do direito de se constituir o crédito tributário, que fulmina de pronto o lançamento de ofício sobre o qual se controverte nos autos. Destaquese que, por se tratar de matéria de ordem pública, a decadência pode ser argüida de ofício pela autoridade administrativa julgadora. Conforme consta do auto de infração (fls. 14 a 21), o lançamento de ofício se refere a fatos geradores ocorridos no período de janeiro a março de 1998, tendo havido pagamentos parciais da Cofins em todos os meses sob comento, pagamentos esses confirmados pela autoridade administrativa no próprio auto de infração. Na data de emissão do auto de infração (16/06/2003), já havia transcorrido o prazo decadencial de cinco anos contados das datas dos fatos geradores para se constituir o crédito tributário relativamente a tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos termos previstos no art. 150, caput, e § 4º, do Código Tributário Nacional (CTN). Fl. 125DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13987.000093/200319 Acórdão n.º 3803006.469 S3TE03 Fl. 126 4 Ressaltese que o Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula Vinculante n° 8, a seguir transcrita, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n° 8.212/1991, que previa o prazo decadencial de dez anos para a constituição de créditos tributários relativos a contribuições sociais. São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. (Súmula vinculante n° 8 de 12/06/2008). A Constituição Federal, por sua vez, em seu art. 103A e §§, determina que o conteúdo de súmula vinculante deve ser observado pelo Poder Judiciário e pela Administração Pública, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). Grifei § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgandoa procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso." No mesmo sentido, a Lei Complementar n ° 118/2008 revogou o referido art. 45, conforme demonstrado a seguir: Art. 13. Ficam revogados: I – a partir da data de publicação desta Lei Complementar: a) os arts. 45 e 46 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; Dessa forma, diante do fato de se tratar a Cofins de tributo sujeito ao lançamento por homologação previsto no art. 150 do CTN, para fins de apuração do prazo decadencial, devese aplicar a regra prevista no § 4° do mesmo artigo, in verbis: Fl. 126DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13987.000093/200319 Acórdão n.º 3803006.469 S3TE03 Fl. 127 5 Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Considerando que no presente caso houve pagamentos antecipados relativos aos fatos geradores ocorridos no período de janeiro a maio de 1998, temse por configurada, na data da emissão do auto de infração (16/06/2003), a homologação tácita dos pagamentos, por ter havido atuação prévia do contribuinte voltada ao cumprimento da obrigação tributária. Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para cancelar o auto de infração, com base na homologação tácita dos pagamentos antecipados efetuados pelo contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Fl. 127DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 25/09/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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