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Numero do processo: 13558.000456/2001-12
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1997
VENDAS PARA EXPORTAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Excluem-se da base de cálculo da Cofins as receitas de exportação, desde que exportações realizadas diretamente pelo produtor, de vendas às empresas comerciais exportadoras e de vendas às empresas exportadoras, com fins específicos de exportação.
FALTA DE RECOLHIMENTO.
Exige-se a diferença da Cofins incidente sobre as receitas de venda de cacau, pela falta ou insuficiência de recolhimento da contribuição, pela não comprovação da efetiva exportação.Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-004.234
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram este julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi. e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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FALTA DE COMPROVAÇÃO. Excluemse da base de cálculo da Cofins as receitas de exportação, desde que exportações realizadas diretamente pelo produtor, de vendas às empresas comerciais exportadoras e de vendas às empresas exportadoras, com fins específicos de exportação. FALTA DE RECOLHIMENTO. Exigese a diferença da Cofins incidente sobre as receitas de venda de cacau, pela falta ou insuficiência de recolhimento da contribuição, pela não comprovação da efetiva exportação.Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram este julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi. e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 55 8. 00 04 56 /2 00 1- 12 Fl. 447DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Tratase o processo de Auto de Infração relativo a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins no valor de R$107.461,27 (fls. 06/09 e Demonstrativos de fls.11/20), acrescido da multa de ofício e dos juros de mora, para exigir a diferença de contribuição incidente sobre as receitas de venda de cacau. Consta no Termo de Verificação e Constatação Fiscal, fls.28/36, que o contribuinte deixou de considerar na base de cálculo da Cofins as receitas provenientes das vendas de leite ou gado bovino, deixando de considerar as vendas de cacau amêndoas às empresas Companhia Brasileira de Exportação e Chaves Cacau Ltda, que não são exclusivamente exportadoras, pois também realizam vendas para o mercado interno, alegando que estas vendas eram efetuadas para empresas exportadoras. Contudo, o artigo 1º do Decreto nº1.030, ao regulamentar o art.7º da Lei Complementar nº 07, de 30 de dezembro de 1970, elencou as hipóteses de isenção para as receitas provenientes da venda de mercadorias ou produtos destinados ao exterior. Por sua vez, o art.1º do Decretolei nº1.248, de 1972, define as vendas efetuadas por empresa comercial exportadora com fim específico de exportação, não se enquadrando as vendas realizadas como exportadas. Cientificado da exigência fiscal em 25/06/2001, fl.06, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento em 25/07/2001 (fls.317/337), e cópias dos documentos de fls.338/349, alegando em síntese que: · o art,156, inciso V, do Código Tributário NacionalCTN estabelece que a prescrição e a decadência são modalidades de extinção do crédito tributário, sendo o prazo decadencial para Fazenda operar o lançamento, no caso do tributo sujeito ao lançamento por homologação, determinado pelo §4º, art.150 do CTN; · o auto de infração é nulo por que exige fatos geradores ocorridos há mais de cinco anos, portanto decadentes; padece de vício insanável por ferir o art.10 e inciso II do Decreto nº70.235, de 1972, tendo sido lavrado nas dependências da Receita Federal ao invés do estabelecimento interessado e por profissional não habilitado à atividade típica e exclusiva de contador; não foi intimada do termo de prosseguimento da ação fiscal e nem do próprio termo de início de fiscalização, ocorrendo portanto irregularidade na formalização, conforme §2º do art.7º do Decreto nº70.235, de 1972; Fl. 448DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13558.000456/200112 Acórdão n.º 3802004.234 S3TE02 Fl. 410 3 · no período de quatro anos de fiscalização somente foi cientificado de dois termos, docs.04 e 05, em 21/10/1998 e outro em 30/05/2001; · na hipótese de as preliminares não serem acatadas, o auto de infração não deve prosperar quanto ao mérito relativo à Cofins incidente sobre a receita da venda de cacau, nas competências de janeiro/1994 a dezembro/1997, pois estas receitas são isentas na forma do art.7º da LC nº70/91, cujo dispositivo foi regulado pelo Decreto nº1.030, de 29/12/1993, art.1º, este sancionado pela Lei Complementar nº85, de 15 de fevereiro de 1996; · entre os exercícios de 1994 e 1997 apenas efetuou vendas equiparadas a exportação para a Companhia Brasileira Exportadora, devidamente à época registrada na Secretaria do Comércio Exterior, e tendo sido informada pelo comprador registrado no SISCOMEX que o cacau seria exportado, passou a carimbar as notas fiscais de saída fazenda referência que a venda era com fim específico de exportação; · o agente fiscal interpretando a regra de isenção prevista nos incisos III e IV do art.1º do Decreto nº1.030/93, entendeu que o art.7º da LC nº70/91 – vendas com fim específico de exportação para o exterior, inciso IV, tinha o mesmo contorno que o dado pelo inciso III, em consonância com o Decretolei nº1.248, de 29/11/1972, o que constitui violação ao art.111, inciso II, do CTN e arts.2º e 48 da Constituição Federal, conforme jurisprudência que transcreve, e assim requer que sejam tais suposições e pretensões anuladas; · são improcedentes a multa de ofício e os juros de mora, pois até a data da ciência do lançamento, não tinha sido informada da ação fiscal em curso; · requer a realização de perícia a fim de que sejam verificados os documentos que não teriam sido analisados pelo fisco, e que comprovam a efetividade das exportações realizadas pela empresa adquirente do cacau vendido pela autuada. Às fls.351/352 foi solicitada diligência ao estabelecimento autuado visando intimar o contribuinte a apresentar documentação e demonstrativo comprovando as exportações de cacau efetivadas. Intimado às fls.353/354, o contribuinte apresenta a petição de fls.355/356 esclarecendo que: juntamente com as defesas apresentadas em outros processos administrativos nº13558.000453/200171 e 13558.000456/200112 colacionou o registro de exportador do cliente Bahia Comércio de Cacau Ltda, a declaração da exportação decorrente do cacau adquirido pela autuada e algumas comprovações de exportação realizadas pelo cliente; entende que a exigência de aguardar o comprovante da exportação realizada pelo adquirente não estava à época prevista na legislação concedente da Fl. 449DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 isenção de PIS/Cofins, razão pelo qual o requerimento ora respondido a essa instituição não se presta ao condão de verificar a isenção ou não das vendas realizadas; a legislação edita a obrigatoriedade de a empresa comercial exportadora que adquirir mercadorias de outra pessoa jurídica, com o fim específico de exportação, o prazo de 180 dias contados da emissão da nota fiscal pela vendedora, para comprovação do embarque para o exterior, sob pena de pagamento dos impostos e contribuições que deixaram de ser pagos e assim, ainda, ainda que não exportado, não caberia a autuadavendedora, o pagamento da contribuição, mas àquele que adquiriu as mercadorias. À fl.363 consta petição do interessado dirigida ao Delegado da Receita Federal em Itabuna comunicando a desistência e renúncia de todas e qualquer defesa apresentada nos autos do PAF nº13558.000453/200171, por estar aderindo ao parcelamento da Lei nº11.941, de 2009 (fls.363/373). O Despacho da Seção de Fiscalização da DRF/Itabuna, fl374, comunica que em resposta à diligência solicitada, que o contribuinte apresentou petição relativa ao termo de intimação fiscal, contudo deixou de apresentar o demonstrativo que comprovasse as exportações. Quanto ao pedido de desistência e renúncia, este se refere ao auto de infração do PIS, não havendo demonstração de que houve renúncia também quanto ao presente lançamento em tempo hábil, dia 28/02/2010, razão pela qual encaminham o processo para julgamento a esta DRJ. O pleito foi indeferido em parte, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/SDR n° 1524.448, de 28/07/2010, proferida pelos membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador /BA, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/1994 a 31/03/1994, 01/05/1994 a 29/02/1996, 01/04/1996 a 31/12/1997 LANÇAMENTO. NULIDADE. Improcede a argüição de nulidade do lançamento quando não se vislumbra nos autos qualquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. DECADÊNCIA. Afastada a aplicação do art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991, pelo Supremo Tribunal Federal, em face da edição da Súmula Vinculante nº 08, de 2008, e tendo havido pagamento parcial da contribuição devida, considerase que o prazo decadencial é de cinco anos contados a partir da ocorrência do fato gerador, nos termos do § 4º do art. 150, do Código Tributário NacionalCTN. Na ausência de pagamento, não há que se falar em homologação, regendose a decadência pelos ditames do art. 173 do CTN, com início do lapso temporal no primeiro dia do Fl. 450DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13558.000456/200112 Acórdão n.º 3802004.234 S3TE02 Fl. 411 5 exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. VENDAS PARA EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Podem ser excluídas da base de cálculo da Cofins as receitas de exportação, nos casos de exportações realizadas diretamente pelo produtor, de vendas às empresas comerciais exportadoras e de vendas às empresas exportadoras, com fins específicos de exportação. A isenção concedida para vendas a empresas exportadoras, assim registradas no órgão competente, contempla apenas as vendas efetuadas com fins específicos de exportação para o exterior, quando as mercadorias são diretamente embarcadas para a exportação ou depositadas em entreposto, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação. FALTA DE RECOLHIMENTO. Apurada a falta ou insuficiência de recolhimento da Cofins nos prazos previstos na legislação tributária, é devida sua cobrança, com os encargos legais correspondentes. Impugnação Procedente em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. O julgamento foi no sentido de considerar procedente em parte o lançamento. A parte excluída tem com fundamento a Súmula Vinculante nº 8, pois o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o art. 45 da Lei nº 8.212/1991. Logo, afastada a aplicação dessa artigo há que se considerar como cinco anos, contados a partir do fato gerador, o prazo decadencial para o Fisco constituir os créditos tributários contra a contribuinte, na hipótese de haver recolhimentos e inexistindo recolhimentos, utilizase a regra de contagem prevista no art.173, do CTN. Nos termos do Termo de Verificação fiscal, a recorrente efetuou recolhimentos da Cofins tão somente em alguns períodos do ano de 1994, que discriminou, deixando de efetuar quaisquer recolhimentos da Cofins, nos anos de 1995, 1996 e 1997. Como a ciência ao lançamento ocorreu em 25/06/2001, não estava decaído o direito de a Fazenda constituir o crédito tributário relativo aos fatos geradores a partir de janeiro de 1996, sendo de se reconhecer, por dever de ofício, que os lançamentos referentes aos períodos de apuração dos anos de 1994 e 1995 estão fulminados pela decadência, nos termos da decisão recorrida. O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. A Recorrente argumenta que se dedica à produção de cacau em amêndoas, para posterior venda, sendo empresa pioneira no desenvolvimento tecnológico de plantas resistentes à praga que dissimou a lavoura de cacau, em seu setor na região Nordeste, e fornece para grandes conglomerados estrangeiros. Fl. 451DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Alega que as exportações com finalidade de exportação de vendas a empresas exportadoras com finalidade específica de exportação tem tratamento de isenção na LC 70/91, na MP 2.l5835/01 e no Decreto n° l.030/93. Não na qualquer exigência ou fundamento legal para especificar a isenção à venda a “empresas comerciais exportadoras” ou Trading Companies. Prossegue, a venda com fim específico de exportação, no regime de Cofins não encontra na legislação aplicável qualquer remissão à remessa direta para embarque de exportação ou recinto alfandegado. A interpretação literal aplicável às isenções não permite analogias com dispositivos de legislação do IPI ou de outros incisos e dispositivos que não "o próprio dispositivo interpretado. Procedimento de declaração de destinação pelo Adquirente foi definido ante a ausência de regulamentação do dispositivo e conclui que a falta de regulamentação de lei não retira a eficácia da norma isentiva que é autoaplicável. O processo digitalizado foi a mim encaminhado. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Inicialmente, só a título de ilustração, tendo em vista, parte já excluída pela decisão a quo, bem como já comentado em nível de relatório. A contribuição do litígio é destinada a financiar a Seguridade Social, nos termos do art. 195, inciso I, da Constituição Federal, sendo que lhe era aplicável, portanto, as normas específicas da Lei nº 8.212, de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social, e cujo art. 45 previa: Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído;[...] Assim sendo, o entendimento da fiscalização era de que o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário relativo às contribuições sociais era de dez anos, conforme previsto acima. O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional esse artigo 45 da Lei nº 8.212, de 1991, e editou a Súmula Vinculante nº 8, de 12/06/2008, com o seguinte entendimento: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Através do Parecer PGFN/CAT nº 1.617, de 2008, a Procuradoria da Fazenda Nacional disciplina que o comando da súmula vinculante exige imediata adequação e cumprimento por parte a Administração, nos termos do art. 103A, da Constituição Federal (redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Fl. 452DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13558.000456/200112 Acórdão n.º 3802004.234 S3TE02 Fl. 412 7 Aplicase, portanto, às contribuições sociais a regra de decadência do Código Tributário NacionalCTN, recepcionado pela Constituição Federal com força de lei complementar, prevista nos artigos 150, § 4º e 173, a depender se houve ou não pagamento. Passando ao mérito, tratase de Auto de Infração para exigência da diferença de contribuição incidente sobre as receitas de venda de cacau, da parte remanescente (fatos geradores a partir de janeiro de 1996 e 1997). A recorrente discorda da inclusão na base de cálculo da Cofins de valores relativos à venda do cacau exportada. O art.7º da Lei Complementar nº 07, de 30/12/1970, elencou as hipóteses de isenção para as receitas provenientes da venda de mercadorias ou produtos destinados ao exterior, nos termos abaixo: Art. 7º É ainda isenta da contribuição a venda de mercadorias ou serviços, destinados ao exterior, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo. Por sua vez, o Decreto nº 1.030, de 29/12/1993, que regulamentou o artigo acima, preconiza em seu art. 1º que: Art. 1º Na determinação da base de cálculo da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, instituída pelo art. 1º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, serão excluídas as receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, assim entendidas: I – vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II – exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III – vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decretolei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV – vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; e V – fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível. (grifos não são originais). O art. 7º da Lei Complementar nº 70, de 1991, passou a vigorar com a seguinte redação dada pela Lei Complementar nº 85, de 15 de fevereiro de 1996: Art. 7º São também isentas da contribuição as receitas decorrentes: Fl. 453DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 I de vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II de exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decretolei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; (grifouse) V – de fornecimentos de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações ou aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; VI das demais vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo. Concluise que para fins de exclusão da base de cálculo da COFINS, abatem as receitas de exportação, nos termos vistos. Quanto às vendas no mercado interno, são consideradas igualmente exportadas as mercadorias vendidas a empresa comercial exportadora, conforme o art.1º do Decretolei nº 1.248, de 1972: Art. 1º. As operações decorrentes de compra de mercadorias no mercado interno, quando realizadas por empresa comercial exportadora, para o fim específico de exportação, terão o tratamento tributário previsto neste Decretolei. Parágrafo único. Consideramse destinadas ao fim específico de exportação as mercadorias que forem diretamente remetidas do estabelecimento do produtorvendedor para: a) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora; b) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação, nas condições estabelecidas em regulamento. (...) Em assim sendo, existem duas espécies de empresas comerciais exportadoras: a empresa comercial exportadora comum e a constituída nos termos do Decretolei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, conhecida como trading company. Para a trading company há exigências a serem ressaltadas, de acordo com o art. 2º do citado DecretoLei nº 1.248, de 1972, que dispõe: I Registro especial na Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S/A. (CACEX) e na Secretaria da Receita Federal, de acordo com as normas aprovadas pelo Ministro da Fazenda; Fl. 454DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13558.000456/200112 Acórdão n.º 3802004.234 S3TE02 Fl. 413 9 II Constituição sob forma de sociedade por ações, devendo ser nominativas as ações com direito a voto; III Capital mínimo fixado pelo Conselho Monetário Nacional. ......”(grifos não são originais) Observase que no Termo de Verificação e Constatação Fiscal, a recorrente deixou de considerar na base de cálculo da Cofins as receitas provenientes das vendas de leite ou gado bovino, bem como as vendas de cacau em amêndoas às empresas Companhia Brasileira de Exportação e Chaves Cacau Ltda, as quais não são exclusivamente exportadoras, pois também realizam vendas para o mercado interno, alegando a recorrente que estas vendas eram efetuadas para empresas exportadoras. O fato constatado é o de que a recorrente dá saída ao cacau em amêndoa, deixando de incidir a Cofins sobre tais receitas, uma vez que as entende isentas, porque destinadas à exportação, conforme notação em suas notas fiscais. Como se percebe as vendas são realizadas a empresas que não são exclusivamente exportadoras, pois que também efetuam vendas para o mercado interno. Não constam elementos comprobatórios, nos autos, de que a empresa adquirente da mercadoria da autuada, Chaves Cacau Ltda, hoje Bahia Comércio de Cacau Ltda, tivesse adquirido o cacau para o fim específico de exportação, ou que atendesse aos requisitos legais, vistos acima. Assim, não estando caracterizado que as vendas foram destinadas especificamente para exportação e, uma vez que se verifica que o cacau não é embarcado diretamente para o exterior pela recorrente, tampouco por empresa comercial exportadora, nem depositado em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, não há como excluir estas receitas da base de cálculo da Cofins. Em sendo assim, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 455DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 9/04/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10930.000043/2009-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DECORRENTES DE AÇÃO TRABALHISTA, DEDUÇÃO INDEVIDA DE PREVIDÊNCIA OFICIAL E COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IRRF.
Verificada a omissão de rendimentos decorrentes de ação trabalhista, a dedução de previdência oficial e a compensação do IRRF correspondentes devem ser realizadas no ano em que o contribuinte receber os rendimentos tributáveis.
IRPF. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA. ENTENDIMENTO DO STJ, SOB A SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. ART. 62-A DO RICARF.
Não incide imposto de renda sobre juros de mora recebidos em ação trabalhista. Esta é a orientação do STJ, consagrada sob a sistemática dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), que deve ser observada por este Tribunal, à luz do art. 62-A do Regimento Interno do CARF.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2101-002.706
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Maria Cleci Coti Martins, Eduardo de Souza Leão, Heitor de Souza Lima Júnior e Daniel Pereira Artuzo.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS DECORRENTES DE AÇÃO TRABALHISTA, DEDUÇÃO INDEVIDA DE PREVIDÊNCIA OFICIAL E COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IRRF. Verificada a omissão de rendimentos decorrentes de ação trabalhista, a dedução de previdência oficial e a compensação do IRRF correspondentes devem ser realizadas no ano em que o contribuinte receber os rendimentos tributáveis. IRPF. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA. ENTENDIMENTO DO STJ, SOB A SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. ART. 62A DO RICARF. Não incide imposto de renda sobre juros de mora recebidos em ação trabalhista. Esta é a orientação do STJ, consagrada sob a sistemática dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), que deve ser observada por este Tribunal, à luz do art. 62A do Regimento Interno do CARF. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 00 00 43 /2 00 9- 94 Fl. 330DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Maria Cleci Coti Martins, Eduardo de Souza Leão, Heitor de Souza Lima Júnior e Daniel Pereira Artuzo. Relatório Tratase de recurso voluntário (efls. 96/98) interposto em 24 de abril de 2012 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) (efls. 87/90), do qual o Recorrente teve ciência em 26 de março de 2012 (efl. 95), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de efls. 80/85, lavrado em 24 de novembro de 2008, em decorrência de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de ação trabalhista, dedução indevida de previdência oficial e compensação indevida de imposto de renda retido na fonte, verificadas no anocalendário de 2005. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 PROVA. PRESSUPOSTO DE FATO. Não tendo a prova apresentada pelo contribuinte o condão de afastar os pressupostos de fato do lançamento, impõese a improcedência da impugnação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” (efl. 87). Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (efls. 96/98), pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. Em sessão realizada em 09 de setembro de 2014, o julgamento foi convertido em diligência, “a fim de que sejam esclarecidas as seguintes questões de fato: a) Esclarecer se o contribuinte utilizouse ou não para fins de compensação durante os anoscalendário de 2002, 2003 ou 2004 do recolhimento de IRRF no valor de R$ 126.152,55 (efl. 178) a) Verificação de autenticidade do mesmo DARF de efl. 178, recolhido em 21 de junho de 2002.” Realizada a diligência, os autos retornaram ao CARF para julgamento. É o relatório. Fl. 331DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10930.000043/200994 Acórdão n.º 2101002.706 S2C1T1 Fl. 331 3 Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da DRJ que manteve lançamento de IRPF (efls. 80/85), em virtude de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica decorrente de ação trabalhista (R$ 236.382,83), dedução indevida de previdência oficial (R$ 1.624,50) e compensação indevida de imposto de renda na fonte (R$ 126.152,55). Entendeu a DRJ que “não restou clara a situação fática a ser analisada, pois não há como formar convicção de que os cálculos apresentados foram efetivamente os cálculos homologados pela juíza, impedindo, desta forma, a necessária qualificação dos rendimentos auferidos” (efl. 90). Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 96/97), apresentando os documentos de efls. 104 e seguintes, relativos à ação trabalhista ajuizada em face do Banco Real S.A, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. Extraise da análise dos documentos apresentados que a diferença apontada pela fiscalização a título de omissão de rendimentos decorre da soma das guias de retirada de fls. 214, 215, 216 e 221 (R$ 643.721,35) e o valor declarado pelo Recorrente (R$ 371.936,33). Os valores glosados a título de previdência oficial (R$ 1.624,50) e imposto de renda retido na fonte (R$ 126.152,55) foram informados ao Recorrente pela fonte pagadora em 2003, por meio do comprovante de rendimentos de efl. 17, relativo ao anocalendário 2002. Quanto a este aspecto específico, a controvérsia decorre do fato de que os rendimentos informados no referido comprovante de rendimentos não foram recebidos pelo Recorrente no anocalendário 2002. Na realidade, é fato incontroverso nos autos que essas quantias foram recebidas somente em janeiro de 2005. Também decorre dos documentos juntados aos autos que os montantes relativos à previdência oficial e ao imposto de renda na fonte foram recolhidos pela fonte pagadora em 2002, conforme DARF acostado à efl. 178. Verificase, portanto, que o Recorrente declarou, em 2005, os rendimentos recebidos, juntamente com os valores recolhidos pela fonte em 2002. Entendo que, neste caso, o procedimento do Recorrente foi correto, pois atrelou a previdência oficial e o imposto de renda na fonte aos respectivos rendimentos. No que se refere à omissão de rendimentos em si, no valor de R$ 236.382,83, o cálculo de liquidação de efl. 138 (resumo geral) demonstra que, já em 30 de junho de 2001, o valor dos juros de mora correspondia a R$ 296.478,02. Com relação aos juros de mora em indenização trabalhista, este CARF, consoante a previsão constante do art. 62A do seu regimento interno, está obrigado a observar, Fl. 332DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 em suas decisões, as matérias que já foram alvo de apreciação pelo Superior Tribunal de Justiça, sob a sistemática dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), sobre os quais não incide imposto de renda, segundo acórdão de lavra do Ministro Teori Zavascki: “RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. – Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais em decorrência de sua natureza e função indenizatória ampla. Recurso especial, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, improvido.” (STJ, Primeira Turma, REsp n.º 1.227.133, Relator Ministro Teori Zavascki, DJe de 19/10/2011) A análise do acórdão proferido pelo STJ em sede de embargos de declaração no bojo do Recurso Especial nº 1.227.133/RS, julgado pela sistemática dos recursos repetitivos, prevista no art. 543C do CPC, deve ser realizada com cautela. Com efeito, por ocasião do julgamento do recurso especial, a Primeira Turma do STJ, sob relatoria do Ministro Teori Zavascki, houve por bem negarlhe provimento, afirmando a não incidência de imposto de renda sobre juros moratórios legais em decorrência de sua natureza e função indenizatória ampla, o que motivou a oposição de embargos de declaração pela União. Ato contínuo, é sobre o acórdão relatado pelo Ministro Cesar Asfor Rocha, que recebeu parcialmente os aludidos embargos para tão somente modificar a ementa do julgado, sem, contudo, alterarlhe o resultado, que a análise deve ser empreendida, de maneira a determinar seu real e efetivo alcance. Senão vejamos. O Ministro Relator dos embargos procedeu a acurada análise dos sete votos proferidos no acórdão embargado, tendo havido três vencidos e quatro vencedores, a saber: a) Votos vencidos: a.1) Ministro Teori Zavascki: dada a natureza indenizatória dos juros moratórios, considera que há acréscimo patrimonial ao credor, tipificando o fato imponível do art. 43 do CTN. Afirma a existência no sistema de uma isenção indireta, de modo que deu parcial provimento ao recurso especial por entender que há, no caso concreto, isenção apenas quanto aos juros de mora incidentes sobre o valor do auxílioalimentação e sobre o valor das diferenças de FGTS, tendo em vista que essas parcelas estão contempladas por isenção, nos termos dos artigos 6º, incisos I e V, da Lei n. 7.713/1988, e do art. 39, incisos IV e XX, do Decreto n. 3.000/1999 (RIR/99); a.2) Ministro Herman Benjamin: acompanhou o Ministro Teori; a.3) Ministro Benedito Gonçalves: também acompanhou o Relator; b) Votos vencedores: b.1) Ministro Cesar Asfor Rocha: afastou a incidência do imposto de renda sobre os juros moratórios legais, em qualquer hipótese, diante da sua natureza e função indenizatória ampla; b.2) Ministro Humberto Martins: acompanhou o Ministro Cesar Asfor Rocha; Fl. 333DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10930.000043/200994 Acórdão n.º 2101002.706 S2C1T1 Fl. 332 5 b.3) Ministro Mauro Campbell Marques: negou provimento ao recurso especial por fundamentos diversos dos utilizados pelo Ministro Cesar Asfor Rocha. Entendeu que a regra geral é a incidência do IR sobre os juros de mora a teor da legislação até então vigente, mas que o art. 6º, inciso V, da Lei 7.713/88 trouxe regra especial ao estabelecer a isenção do IR sobre as verbas indenizatórias pagas por ocasião da despedida ou rescisão do contrato de trabalho. Com base nesse referido dispositivo legal, então, reconheceu a isenção, especificamente, no caso em debate; b.4) Ministro Arnaldo Esteves Lima: restringiu a discussão aos juros de mora pagos em virtude de decisão judicial proferida em ação de natureza trabalhista, devidos no contexto de rescisão de contrato de trabalho, adotando fundamentos semelhantes aos do Ministro Mauro Campbell para configurar a aplicação de isenção à situação. Ante o exposto, os quatro votos vencedores podem ser divididos em duas correntes, ou seja, (i) a da não incidência de IR sobre juros moratórios em qualquer hipótese (Ministros Cesar Asfor e Humberto Martins), e (ii) aquela que afirma haver norma isentiva (art. 6º, V, da Lei 7.713/88), limitandose a afastar a incidência do imposto de renda nas hipóteses semelhantes ao caso em debate (Ministros Mauro Campbell e Arnaldo Esteves Lima). A conclusão alcançada pelo Ministro relator do acórdão dos embargos foi, ipsis litteris, esta: “A melhor redação da ementa, portanto, considerando o objeto destes autos, é a seguinte: ‘RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA INDENIZATÓRIA. VERBAS TRABALHISTAS. NÃO INCIDÊNCIA OU ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA. Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Recurso especial, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, improvido.’ Embargos de declaração acolhidos parcialmente.” [grifos nossos] Desta feita, percebese que os embargos de declaração foram acolhidos única e tãosomente para alterar o texto da ementa do julgado, tendo sido negado provimento ao recurso especial sob fundamentos distintos, mas a restrição do alcance da ementa, dela passando a constar a não incidência de IR sobre juros moratórios decorrentes de verba trabalhista percebida por meio de decisão judicial, foi proposital. Caso contrário, isto é, caso o fundamento adotado fosse mais restrito a ponto de considerar a isenção no contexto de despedida ou rescisão de contrato de trabalho, os novos embargos manejados pela União teriam sido providos, e não rejeitados, tendo transitado em julgado o acórdão em epígrafe em março do corrente ano. Disso decorre, inexoravelmente, que este CARF está obrigado a respeitar as decisões do STJ, nos termos do art. 62A do Regimento Interno, nos exatos moldes em que proferidas, sem tentar alargarlhes o alcance e/ou conteúdo. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 Considerando, destarte, que no presente caso é incontestável que as verbas trabalhistas foram recebidas por força de decisão judicial, outra não pode ser a conclusão senão afirmar a não incidência de IR sobre os juros de mora, subsumindose, precisamente, ao julgado representativo da controvérsia do STJ. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de DAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 335DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 15922.000472/2008-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
As despesas médicas são dedutíveis da base de cálculo do imposto sobre a renda, desde que comprovadas e justificadas.
Hipótese em que a prova produzida pela Recorrente é suficiente para comprová-las em parte.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2101-002.698
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher e prover os embargos, para retificar o Acórdão 2101-001.349, para conhecer do recurso voluntário e, no mérito, dar-lhe provimento em parte para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais).
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Maria Cleci Coti Martins, Eduardo de Souza Leão, Heitor de Souza Lima Júnior e Daniel Pereira Artuzo.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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Hipótese em que a prova produzida pela Recorrente é suficiente para comproválas em parte. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher e prover os embargos, para retificar o Acórdão 2101001.349, para conhecer do recurso voluntário e, no mérito, darlhe provimento em parte para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais). (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 92 2. 00 04 72 /2 00 8- 01 Fl. 138DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 139 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Maria Cleci Coti Martins, Eduardo de Souza Leão, Heitor de Souza Lima Júnior e Daniel Pereira Artuzo. Relatório Tratase de recurso de embargos de declaração (efls. 74/76) interposto em 16 de dezembro de 2011 em face do acórdão de efls. 67/70, do qual a Recorrente teve ciência em 10 de dezembro de 2011, que, por unanimidade de votos, não conheceu do recurso voluntário interposto pelo contribuinte em virtude de intempestividade. O acórdão teve a seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o Recurso Voluntário interposto após o transcurso do prazo legal de 30 (trinta) dias contados da data da ciência da decisão recorrida, excluindo se o dia do início (data da ciência) e incluindose o do vencimento do prazo. Não interposto Recurso Voluntário no prazo legal, tornase definitiva a decisão de primeira instância.” (efl. 67) O contribuinte opôs embargos de declaração pedindo “seja sanada a omissão acima apontada (o fato de o recurso ter sido postado em 05 de novembro de 2010), a fim de que o Recurso Voluntário interposto seja conhecido e, por conseguinte, tenha seu mérito devidamente analisado” (efl. 76). O recurso foi admitido por meio do despacho de efl. 95/96. Em sessão realizada em 02 de dezembro de 2014, o julgamento foi convertido em diligência, “para que o dossiê do contribuinte seja trazido aos autos”. Juntado referido dossiê, os autos retornaram ao CARF para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. O presente recurso, apresentado pelo contribuinte com fundamento no disposto no art. 65 do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria MF n.º 256/2009, que admite a oposição de embargos, semelhantemente ao quanto estabelecido pelo art. 535 do Código de Processo Civil pátrio, apenas e tãosomente quando demonstrada omissão, obscuridade ou contradição no acórdão recorrido, é tempestivo e deve ser acolhido in totum. Fl. 139DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 140 3 No presente caso, a Embargante aduz que o acórdão proferido por esta Turma foi omisso quanto à apreciação do fato de que o Recurso Voluntário interposto não foi protocolado diretamente na Unidade da Receita Federal do Brasil em 09/11/2010, mas sim postado tempestivamente, em 05/11/2010, em Agência dos Correios. Corroboram sua assertiva os documentos ora anexados, quais sejam a cópia do aviso de recebimento postal assinado por funcionário da Receita Federal do Brasil (efls. 86/87) e a cópia do rastreamento da postagem emitido pelo site dos Correios (efl. 88). Eis os motivos pelos quais os presentes embargos devem ser acolhidos para, suprindo a omissão apontada, retificar o Acórdão 2101001.349 para conhecer do recurso voluntário. Passo então a analisar as razões do recurso voluntário. Para tanto, transcrevo o relatório da Conselheira Celia Murphy: “Em desfavor de MARIA LIGIA FARIA RIBEIRO foi emitida a Notificação de Lançamento às fls. 5, na qual é cobrado o imposto sobre a renda de pessoa física (IRPF) suplementar no valor de R$ 5.095,32 (cinco mil e noventa e cinco reais e trinta e dois centavos), que, com juros de mora calculados até 29.08.2008 e multa proporcional perfaz um valor total exigido de R$ 11.198,49 (onze mil cento e noventa e oito reais e quarenta e nove centavos). Na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 5) a Fiscalização informa ter apurado 1. Dedução indevida a título de despesas médicas realizadas junto aos profissionais abaixo descritos: a) IRACILDA RODRIGUES ARAUJO SOUZA (CPF 101.696.90822): Valor declarado: R$ 4.000,00. Valor glosado: R$ 3.200,00. b) KATIA REGINA MIYOSHI (CPF 019.974.31939): Valor glosado: R$ 10.000,00. 3. INTERMÉDICA SISTEMA DE SAÚDE (CNPJ 44.649.812/000138): Valor glosado: R$ 4.130,64. 2. Dedução indevida com dependentes, por falta de comprovação da relação de dependência, no valor de R$1.272.00. 3. Omissão de rendimentos do trabalho, sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 107,15. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 141 4 Em 8 de setembro de 2008, a contribuinte apresentou impugnação (fls. 1 e 2), na qual requer o cancelamento da alteração no valor da restituição, alegando, em síntese, que: 1) Os recibos comprobatórios das despesas médicas foram apresentados tempestivamente e são idôneos; 2) Com a indicação do CPF ou CNPJ, a Receita Federal tem acesso ao endereço atualizado do emitente do recibo, que, por isso, deve ser validado apesar da falta de endereço e da falta de indicação do beneficiário, haja vista que, se o recibo está na posse do contribuinte, é óbvio que este efetuou o pagamento. 3) As despesas com plano de saúde do seu pai são pagas por ela, já que o pai é aposentado e isento; ainda que conste como sócio de empresa inativa, esse fato não muda a sua relação de dependência da filha. A 10.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo 2, mediante o Acórdão n.º 1743.379, de 11 de agosto de 2010, julgou a Impugnação improcedente, em decisão assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. Mantidas as glosas de despesas médicas, quando não apresentados documentos comprobatórios. OMISSÃO DE RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. Tributase o rendimento recebido de Pessoa Jurídica, omitido na declaração de ajuste anual. DEDUÇÃO DE DEPENDENTE. GLOSA. Indevida a dedução como dependente de filho que apresenta declaração de ajuste anual em separado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido.” O recurso abrange apenas as despesas médicas e com dependentes. Em relação à glosa de despesas médicas, a norma aplicável ao caso (Lei n.º 9.250/95) preceitua o seguinte: “Art. 8º. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: Fl. 141DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 142 5 I – de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II – das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; ... §2º. O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: I – aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II – restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou Cadastro Geral de Contribuintes – CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” Já o Decreto n.º 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), introduziu o seguinte comando normativo: “Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n.º 5.844, de 1.943, art. 11, § 3º). § 1º. Se foram pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei n.º 5.844, de 1943, art. 11, § 4º).” ... “Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). §1º. O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; (...) Fl. 142DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 143 6 III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento”. Cabe mencionar, ainda, que, no entender deste Conselheiro, a autoridade fiscalizadora deve fazer a prova necessária para infirmar os recibos de despesas dedutíveis eventualmente acostados aos autos pela fiscalizada, comprovando a não prestação do serviço ou o não pagamento. Não se pode, simplesmente, glosar as despesas médicas pelo fato de a fiscalizada não comprovar documentalmente o pagamento, já que o contribuinte, em relação a este ponto, não está obrigado a liquidar as obrigações representativas dos serviços por títulos de créditos, podendo fazer a liquidação em espécie. Salvo em casos excepcionais, quando a autoria do recibo for atribuída a profissional que tenha contra si súmula administrativa de documentação tributariamente ineficaz, devidamente homologada e com cópia nos autos para que o contribuinte possa exercer seu direito de defesa ou, quando efetivamente existirem nos autos elementos que possam afastar a presunção de veracidade dos recibos, não se pode recusar recibos que preenchem os requisitos legais e que vêm acompanhados de declarações dos profissionais confirmando a prestação dos serviços, o respectivo recebimento, o beneficiário do tratamento e os dados completos do prestador. Nesse sentido a determinação contida no art. 845, § 1°, do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000/99, in verbis: "§ 1° Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores com elemento seguro de prova ou indício veemente de falsidade ou inexatidão” (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 79, §12)." Por fim, cabe ressaltar que os documentos que comprovam a contraprestação dos serviços médicos prestados e deduzidos pelo contribuinte devem ser devidamente armazenados pelo mesmo lapso de tempo que as autoridades fiscais têm para constituir possível crédito. Nesse sentido, colacionamos alguns acórdãos que elucidam tal entendimento: “NULIDADE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – PROVA – No processo administrativo tributário os fatos devem evidenciarse com provas documentais. A documentação dos fatos havidos no transcorrer do anocalendário tem prazo para guarda igual àquele em que possível a constituição do correspondente crédito tributário.” (1º Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, Recurso Voluntário nº. 146.926, relator Conselheiro Naury Fragoso Tanaka, sessão de 04/07/2007) *** “DOCUMENTOS – GUARDA – O prazo para guarda de documentos é o mesmo que o permitido ao sujeito ativo para exigir o tributo ou rever de ofício o lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS – DEPÓSITOS BANCÁRIOS – A presunção legal de renda com suporte na existência de depósitos e créditos bancários de origem não comprovada tem fundamento legal na norma do artigo 42 da Lei nº Fl. 143DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 144 7 9.430, de 1996, tendo caráter relativo e transfere o ônus da prova em contrário ao contribuinte.” (1º Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, Recurso Voluntário nº. 140.839, relator Conselheiro Naury Fragoso Tanaka, sessão de 21/06/2006) Feitos os esclarecimentos prévios, cumpre mover à análise específica dos documentos apresentados pela Recorrente, de maneira a aferir se, de fato, a glosa das despesas que foi mantida pelo acórdão recorrido, tal como realizada, afigurase válida, ou, em sentido contrário, se os documentos apresentados seriam suficientes para o fim de demonstrar a legitimidade dos gastos apontados in casu. No presente caso, foram glosadas despesas médicas de duas profissionais e um plano de saúde. Com relação à Sra. Iracilda Rodrigues Araújo Souza, os recibos não teriam discriminado o endereço da emitente; no que se refere à Sra. Kátia Regina Miyoshi, os recibos não teriam discriminado os beneficiários dos serviços prestados; quanto à Intermédica Sistema de Saúde, o beneficiário não poderia ser qualificado como dependente. A DRJ decidiu que, além da identificação do beneficiário, a prova do pagamento efetuado e da efetiva prestação dos serviços deveria ser feita, pois as deduções pleiteadas na Declaração de Ajuste Anual equivalem a percentual acima de 50% de seus rendimentos tributáveis. Em seu recurso, a Recorrente apresenta razões genéricas que, no entender deste Conselheiro, têm o condão de infirmar apenas parte das razões do acórdão recorrido. De fato, ao contrário do que afirmado na notificação de lançamento, há sim no primeiro dos recibos da Sra. Iracilda Rodrigues Araújo Souza o endereço da emitente, o que já seria suficiente para afastar a glosa. Não obstante, quanto às demais despesas, o lançamento tem de ser mantido, pois o nome do beneficiário adquire importância maior no presente caso, já que um dos dependentes foi desqualificado como tal, já que apresentou declaração em separado e a Recorrente não trouxe nenhum argumento que pudesse afastar a conclusão da DRJ. Assim, a glosa do valor pago a título de plano de saúde também deve ser mantida. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de ACOLHER os embargos para retificar o Acórdão 2101001.349, para conhecer do recurso voluntário e, no mérito, darlhe provimento em parte para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais). (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 144DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 15922.000472/200801 Acórdão n.º 2101002.698 S2C1T1 Fl. 145 8 Fl. 145DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 12/02/ 2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10715.002740/2010-68
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 05/01/2007 a 30/01/2007
ERRO MATERIAL DO ACÓRDÃO. EXISTÊNCIA.
Comprovado o equivoco no acórdão com relação a condenação que ficou estabelecida, deve-se reformado acórdão de primeira instância neste ponto.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO ÀS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INTEMPESTIVIDADE NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Aplica-se o instituto da denúncia espontânea às obrigações acessórias de caráter administrativo cumpridas intempestivamente, mas antes do início de qualquer atividade fiscalizatória, relativamente ao dever de informar, no Siscomex, os dados referentes ao embarque de mercadoria destinada à exportação.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL.
A Instrução Normativa que tem por finalidade o preenchimento de lacunas dentro do processo fiscal, sendo que estas quando preveem prazo para a apresentação ou recolhimento não serem sujeitas a reserva legal do art. 97 do CNT.
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.AUSÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO.
A obrigação acessão descumprida pelo recorrente de apresentação de declaração de exportação no prazo legal, tem finalidade fiscalizatória, configurando o seu descumprimento em prejuízo ao erário.
MULTA REGULAMENTAR. REGISTRO DAS INFORMAÇÕES. PRAZO. PENALIDADE. TIPICIDADE.
Conforme a previsão do art.37 e art. 107, IV, "e" do Decreto-Lei 37/66, das informações prestadas pelo transportador ao fisco devem respeitar do forma e prazo, sendo portanto aplicável a multa pelo seu descumprimento.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-004.890
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento a preliminar no sentido de reconhecer o erro de cálculo na decisão administrativa de 1ª instância; por maioria de votos, no mérito, em dar provimento ao recurso reconhecendo-se o instituto da denúncia espontânea. Vencidos os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges que negavam provimento ao recurso voluntário nesta matéria. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Laiana Lacerda da Cunha, OAB/DF 41.709. julgado.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso Da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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EXISTÊNCIA. Comprovado o equivoco no acórdão com relação a condenação que ficou estabelecida, devese reformado acórdão de primeira instância neste ponto. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO ÀS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INTEMPESTIVIDADE NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase o instituto da denúncia espontânea às obrigações acessórias de caráter administrativo cumpridas intempestivamente, mas antes do início de qualquer atividade fiscalizatória, relativamente ao dever de informar, no Siscomex, os dados referentes ao embarque de mercadoria destinada à exportação. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. A Instrução Normativa que tem por finalidade o preenchimento de lacunas dentro do processo fiscal, sendo que estas quando preveem prazo para a apresentação ou recolhimento não serem sujeitas a reserva legal do art. 97 do CNT. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.AUSÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO. A obrigação acessão descumprida pelo recorrente de apresentação de declaração de exportação no prazo legal, tem finalidade fiscalizatória, configurando o seu descumprimento em prejuízo ao erário. MULTA REGULAMENTAR. REGISTRO DAS INFORMAÇÕES. PRAZO. PENALIDADE. TIPICIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 27 40 /2 01 0- 68 Fl. 140DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 3 2 Conforme a previsão do art.37 e art. 107, IV, "e" do DecretoLei 37/66, das informações prestadas pelo transportador ao fisco devem respeitar do forma e prazo, sendo portanto aplicável a multa pelo seu descumprimento. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento a preliminar no sentido de reconhecer o erro de cálculo na decisão administrativa de 1ª instância; por maioria de votos, no mérito, em dar provimento ao recurso reconhecendo se o instituto da denúncia espontânea. Vencidos os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges que negavam provimento ao recurso voluntário nesta matéria. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Laiana Lacerda da Cunha, OAB/DF 41.709. julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Redator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso Da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10715.002740/201068, contra o acórdão nº 0728.218, julgado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Florianópolis (DRJ/FNS), na sessão de julgamento de 11 de abril de 2012, onde se entendeu pela parcial procedência da manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “Trata o presente processo de auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário no valor de R$ 45.000,00, referentes à multa regulamentar por não prestação de informação sobre veiculo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, na forma e no prazo estabelecido pela Receita. Conforme se descrição dos fatos, a interessada deixou de registrar os dados de embarque de Declarações de Exportação no Siscomex, na forma e prazo estabelecidos, conforme o disposto no art. 37 da IN SRF n° 28/94. Entendendo estar caracterizada a prestação de informação fora do prazo estabelecido pela Receita Federal do Brasil, a autoridade fiscal aplicou a multa de R$ 5.000,00 por embarque, pelo descumprimento do prazo na informação dos dados de embarque no Siscomex. Regularmente cientificada a interessada apresentou impugnação que, em síntese, apresenta os seguintes argumentos: que não existe base legal especifica para a exigência da prestação das informações em até dois dias; que a imposição da penalidade com base em Instrução Normativa ofende ao principio da legalidade; que o art. 107, IV, "e" do Decreto lei 37/66 é inaplicável, uma vez que não apresenta uma precisa definição das obrigações que devem ser atendidas pelo contribuinte, não se constituindo assim numa norma completa. que deveria haver tratamento isonômico com os embarques marítimos, cuja exigência é de sete dias para o registro dos dados. que não houve qualquer prejuízo ao erário em razão de pequenos atrasos cometidos pela impugnante no registro de dados de suas embarcações; que não dificultou ou embaraçou a atividade das autoridades administrativas. Requer, pelos motivos expostos, a improcedência do auto de infração e a anulação da multa regulamentar. É o relatório. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 5 4 A DRJ de Florianópolis (DRJ/FNS) decidiu pela parcial procedência da impugnação, reduzindo o crédito tributário de R$ 50.000,00 para R$ 40.000,00, referente à multa prevista no art. 107, inciso IV, alínea “e”, do Decreto Lei nº 37/1966. Colaciono a ementa do referido julgado: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 05/01/2007 a 30/01/2007 REGISTRO NO SISCOMEX DOS DADOS DE EMBARQUE. PRAZO. O registro dos dados de embarque no Siscomex em prazo superior a 7 dias, contados da data do efetivo embarque, para a via de transporte aérea, caracteriza a infração contida na alínea "e", inciso IV, do artigo 107 do DecretoLei n° 37/66. PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA DA LEI TRIBUTARIA. Aplicase a lei tributária, em matéria de penalidades, a ato ou fato pretérito não definitivamente julgado quando for mais benéfica ao sujeito passivo. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformada com improcedência de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário a fls. 77/94, expondo que: 1 Erro matéria da decisão de primeira instância, tendo em vista que colocou como sendo a condenação remanescente o valor referente ao que deveria ser excluído; 2 Não houve prejuízo ao fisco ou dificuldade na fiscalização da carga; 3 Pede a aplicação da denúncia espontânea, tendo em vista que a obrigação seria devida após o desembaraço aduaneiro, que não houve abertura de procedimento fiscalizatório senão graças às informações prestadas anteriormente ao seu inicio pelo recorrente; 4 Aponta como ausente de fundamento legal o prazo previsto no Decreto Lei infringindo o principio da legalidade; 5 Pede pela imposição de multa singular, evocando a espécie jurídica extraída do Código Penal, “Crime Continuado”; É o sucinto relatório. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo os demais requisitos de admissibilidade, dele conheço, portanto. Erro de Cálculo Primeiramente, quanto ao erro de cálculo, haja vista que de fato restou mantida a penalidade apenas com relação a três voos, quais sejam, o do dia 26/01/2007 e 30/01/2007, devendo, portanto ser reduzida a multa aplicada de R$40.000,00, para R$10.000,00, reformandose a decisão de primeira instância. Denuncia Espontânea A questão em debate cingese à incidência da multa prevista pelo art. 107, IV, alínea “e” do DecretoLei nº 37/66. Muito embora compartilhe do entendimento que as agências de carga não possam ser sujeitas da multa prevista pelo art. 107, IV, alínea “e” do DecretoLei nº 37/66, devendo ser estas serem impostas somente ao transportador, tenho que deve ser adotado o entendimento deste egrégio Conselho, já exposto em diversos acórdãos, como, v.g., o de nº 3401002.443, julgado na sessão de 26 de novembro de 2013. Ocorre que diversos são os julgados deste Conselho onde foi compreendido que a obrigação do transportador, de prestar as informações à RFB, encontrase estabelecida no art. 37 do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003, in verbis: Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. § 1º O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. Todavia, entendo que a penalidade não deve ser aplicada no presente caso. Ocorre que a Recorrente alega que as informações foram prestadas antes da lavratura do auto Fl. 144DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 7 6 de infração. Portanto, nos termos do art. 138, caput, do Código Tributário Nacional (CTN), a multa deveria ter sido excluída em razão da caracterização da denúncia espontânea: “Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentado após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.” Deste modo, entendo que por ter a Recorrente apresentado as declarações, mesmo que fora do prazo, passou a existir o instituto da denúncia espontânea. Assim, muito embora típica e perfeitamente subsumido o fato à norma, no caso em tela se está diante de uma excludente da punibilidade, haja vista a Recorrente estar amparada pela hipótese legal da chamada denúncia espontânea. Esse instituto jurídico tem lugar quando o contribuinte informa à administração as infrações por ele praticadas, antes de iniciado qualquer procedimento fiscalizatório. A vantagem dessa confissão prévia e espontânea para o contribuinte está na consequência legal que o instituto lhe garante. No presente caso temse que o pedido de retificação prestado pela recorrente foi anterior lavratura do Auto de Infração, bem como de qualquer outra intimação da RFB. Deste modo, aplicase ao presente caso o instituto da denúncia espontânea. O Código Tributário Nacional disciplina no art. 138 a exclusão da responsabilidade quando a denúncia espontânea for acompanhada do pagamento do tributo e dos juros de mora, restringindo tal hipótese quando caracterizado o início do procedimento administrativo ou qualquer medida de fiscalização, nos termos do parágrafo único. Destacase também que até a edição da Medida Provisória nº 497, de 27 de julho de 2010, convertida na Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, a caracterização da denúncia espontânea não contemplava as obrigações acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com o fato gerador do tributo. Porém, com a vigência da norma acima, foi modificado o § 2º, do art. 102 do DecretoLei nº 37/66, incluindo as penalidades administrativas dentre aquelas possíveis de aplicação da denúncia espontânea, in verbis: Art. 102. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 8 7 § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (grifouse) No presente caso, temos portanto que a retificação foi apresentada antes de qualquer procedimento de fiscalização, caracterizando a denúncia espontânea, devendo ser excluída a penalidade ora discutida, de natureza administrativa, conforme previsão do § 2º do artigo 102 do DecretoLei nº 37/66. Ainda, cabe observar que, sendo o fato gerador anterior a Medida Provisória nº 497, de 27 de julho de 2010, necessário aplicar in casu a retroatividade benigna da alteração legislativa processada pela referida Medida Provisória, conforme determina o artigo 106 do CTN. Logo, aplicável à referida legislação ao presente caso. Acrescentase ainda que este Egrégio Conselho tem compartilhado deste entendimento, consoante se verifica pelos arestos abaixo: DENÚNCIA ESPONTÂNEA CONFIGURAÇÃO A retificação de informação prestada em registro de conhecimento de carga antes de qualquer procedimento da fiscalização aduaneira, está amparada pela denúncia espontânea prevista no art. 102, do mesmo diploma legal (Acórdão 3101001.138, 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, sessão de 22/05/2012, Relator Conselheiro Luiz Roberto Domingo) DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO AS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A alteração do art. 102 do DecretoLei nº 37/66 promovida pela Medida Provisória nº 497/2010, posteriormente convertida na Lei nº 12.350/2010, que incluiu as penalidades de natureza administrativa, dentre aquelas alcançadas pela denúncia espontânea é aplicada aos casos ainda pendentes de julgamento, em razão da retroatividade benigna, nos termos do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN. (Acórdão 3102001.663, 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, sessão de 25/10/2012, Relator Conselheiro Álvaro Arthur L. de Almeida Filho) DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA. Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização. (Acórdão 3301001.691, 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, sessão de 30/01/2013, Relator Conselheiro Jose Adão Vitorino de Morais) Fl. 146DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 9 8 Diante da aplicação do instituto da denúncia espontânea, entendo pelo provimento do recurso e passo a analisar as demais matérias, não obstante prejudicadas, para fins de privilégio do devido processo legal. Reserva Legal A infração em tese cometida pela recorrente se encontra caracterizada pela apresentação de declaração de informações sobre o voo e as declarações fora do prazo estabelecido, por força do art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei 37/66, com redação dada pela Lei nº 10.833/03, c/c art. 44 da Instrução Normativa 28/94, com redação dada pela Instrução Normativa 510/05 e art. 22 da Instrução Normativa 800/07. No que tange a tipificação da conduta do recorrente, a sua descrição consta igualmente e inicialmente tipificada no art. 107 do DecretoLei 31/66, que estabelece a aplicação de multa para quem deixar de prestar a declaração sobre veículo e carga transportada, bem como quem de forma omissiva ou comissiva embaraçar ação de fiscalização. Ademais, as instruções normativas tem como finalidade de preencher lacunas que por vezes se encontram dentro dos procedimentos fiscais, no caso específico de normas que estabelecem prazo para a apresentação ou recolhimento de obrigações acessórias, não estão sujeitas a reserva legal do art. 97 do CTN, por não compreendem o rol de matérias lá estabelecido, cabendo, portanto, o estabelecimento dos prazos por norma de hierarquia inferior, como as Portarias e Instruções Normativas, conforme tem se posicionado o CARF. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/12/1998 OBRIGAÇÃO ACESSORIA. PRAZO. INSERÇÃO SISCOMEX DE DECLARAÇÃO DE EMBARQUE DE MERCADORIAS. O prazo de inserção das informações do embarque de mercadoria no SISCOMEX é de sete dias, contados do dia do efetivo embarque. Não se aplica a norma processual do artigo 210 do Código Tributário Nacional, neste caso prevalece o prazo fixado em Portarias e Instruções Normativas em razão de que não contemplam aspectos da hipótese de incidência, estão fora da reserva legal prevista no artigo 97 do CTN. Constado inserção além do prazo fixado, impõe negar provimento ao recurso. Recurso Negado. Ressalto que o entendimento seria pela carência de razão do contribuinte caso não estivesse prejudicada a análise desta matéria. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 10 9 Ausência de Dano ao Erário Em que pese não tenha ocorrido dano pecuniário do ente público, o entendimento no caso é por embaraçar a fiscalização do fisco. As declarações a que as empresas de transporte são obrigadas a apresentar são obrigações acessórias com finalidade exclusiva de auxiliar a fiscalização das importações e exportações, possibilitando a ciência do que cada empresa que utiliza a transportadora tem transportado, para onde vai e se foi recolhido o tributo a que esta operação está sujeita. Logo, a responsabilidade de declarar a mercadoria transportada pela empresa, conforme art. 107, IV, alínea “e” do Decreto lei 37/66, é uma obrigação acessória de declaração ao fisco e cujo descumprimento implica na aplicação de multa por embaraço à fiscalização. Nestes termos, entendo que há o embaraço da fiscalização, quando as transportadoras não cumprem o prazo de emissão da declaração, não obstante entenda que não deve incidir a multa regulamentar neste caso, apenas nos casos de omissão. Multa Singular e o Princípio da Proporcionalidade e Razoabilidade A recorrente se insurge contra a aplicação da multa regulamentar contra as declarações expedidas as destempo em cada uma das viagens de voo declarações de forma extemporânea, evocando o princípio da razoabilidade de proporcionalidade. Neste ponto, entendo que não há maculas o julgado da DRJ, posto que determinou que em cada voo cujas declarações tenham sido expedidas com atraso deveria ser aplicada multa apenas na proporção de viagens, respeitando a proporcionalidade e razoabilidade ao contrario do que afirma o recorrente. Neste sentido, entendo por interpretar a norma de forma mais favorável sem infringir a legalidade ao contribuinte quando esta determina penalidade ao tipo de conduta, conforme resta estabelecido no art. 112, do Código Tributário Nacional – CTN, segundo o qual “a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto”: à capitulação legal do fato; à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou natureza ou extensão de seus efeitos; à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; e à natureza d penalidade, aplicação, ou à sua gradação. Sobre o tema em comendo, temse decidido nas sessões deste Conselho a interpretação da norma em favor do infrator. Vejamos: Assunto: Obrigações Acessórias Anocalendário: 2006 ILEGIMITIDADE PASSIVA. MULTA. REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE MARÍTIMO EM ATRASO. EXPORTAÇÃO. RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR. É legitimo para figurar no polo passivo da autuação, o transportador que registou os dados de embarque fora do prazo estabelecido no art. 37, §2º, da Instrução Normativa SRF nº 28/94. Inteligência Fl. 148DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 11 10 dos arts. 107, inciso IV, alínea “e” e 37 do DecretoLei nº 37/66 c/c arts. 37, §2º, 44 e 46 da Instrução Normativa SRF nº 28/94. REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE MARÍTIMO EM ATRASO. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. Ocorrendo dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão de seus efeitos; à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; e à natureza da penalidade aplicação, ou à sua gradação, deve ser aplicada a interpretação mais favorável ao acusado (art. 112, CTN). A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias destinadas à exportação no Siscomex é aplicada por viagem do veículo transportador e não por carga (Declaração para Despacho de Exportação). DUPLICIDADE DA COBRANÇA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Não comprovada documentalmente o alegado bis in idem, improcedente a alegação de duplicidade da cobrança e a consequente identidade de objetos entre dois processos administrativos fiscais. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ART. 138, CTN. MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INAPLICABILIDADE. Não alegado em momento oportuno, o argumento está precluso, pelo que não merece ser conhecido, ex vi dos arts. 16, inciso III e 17, do Decreto nº 70.235/72. (Recurso Voluntário nº 11968.001039/200717, Relator Bruno Mauricio Macedo Curi, da 2ª Câmara da 3ª Sessão de Julgamento do Carf, Publicada em 11/09/2013) Nestes termos, entendo que deve ser alterada a decisão de primeira instância para que conste o valor correto a ser aplicado de multa, evidenciado o erro formal e pela correta aplicação da penalidade do art. 107, IV, alínea “e” do Decreto Lei nº 37/66, devendo incidir sobre cada voo e não por declaração emitida, conforme julgou a primeira instância. Ressalto que este seria o entendimento caso não estivesse prejudicada a análise. Em face do exposto, encaminho o voto para DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É assim que voto. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator Fl. 149DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10715.002740/201068 Acórdão n.º 3801004.890 S3TE01 Fl. 12 11 Fl. 150DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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Numero do processo: 13896.910123/2012-15
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 01 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.904
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório eletronicamente emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil no Recife, por meio do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 10 12 3/ 20 12 -1 5 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910123/201215 Resolução nº 3801000.904 S3TE01 Fl. 12 2 qual foi não homologada a Declaração de Compensação DCOMP em que é indicado suposto crédito a título de pagamento indevido ou a maior da COFINS. Por bem descrever os fatos, transcrevo o Relatório da DRJ de Recife: 2. A não homologação da compensação se deu porque, embora localizado supradito pagamento, ele fora integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação. 3. No recurso, a defendente alega que tem por objeto a prestação de serviços técnicos no ramo de engenharia e que tem como principal tomadora de serviços o Grupo PETROBRÁS, estando submetida ao pagamento, dentre outros tributos, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, relativamente às quais as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 estabeleceram sistemática não cumulativa de pagamento, que consiste “em deduzir, dos débitos apurados de cada contribuição, os respectivos créditos admitidos na legislação”. 4. Transcreve a recorrente o art. 3º, da Lei nº 10.833/2003, que prevê a possibilidade de desconto de créditos da COFINS, e apresenta decisões administrativas e judiciais que tratam do conceito de insumos para fins de desconto de créditos desta contribuição, após o que assevera que, “fundamentada na legislação tributária e no entendimento dado pelos Tribunais Pátrios, em decorrência de recolhimentos realizados a maior no exercício de liquidação de sua carga tributária inerente às Contribuições Sociais em comento, razão pela qual requereuse a presente compensação administrativa”. 5. Diz ter cumprido todas as etapas legais estabelecidas e que preencheu todos os requisitos e que, desta forma, não haveria que se negar a homologação das compensações e muito menos ainda aplicar multa. 6. Argúi que a alegação do Despacho Decisório recorrido de que inexistiria crédito indicaria, de forma clara, erro no cruzamento de informações dos sistemas que impediu a identificação do crédito, que fala ser líquido e certo. 7. Menciona que, para sanar quaisquer dúvidas, apresenta Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais – DACON e de Declaração de Débitos e Créditos – DCTF da DCOMP. 8. Ao final, diante das provas apresentadas, requereu o acolhimento da defesa e que seja julgada “improcedente a autuação e, em decorrência, cancelada a exigência”. 9. Dentre outros documentos, a contribuinte anexou aos presentes autos cópia de DACON retificadora e este. Analisando o caso, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife entendeu por bem julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade do contribuinte, ao Fl. 297DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910123/201215 Resolução nº 3801000.904 S3TE01 Fl. 13 3 argumento de que este não apresentou documentos que evidenciassem, de forma inequívoca, o direito ao pretendido indébito. Transcrevase a ementa da referida decisão: TRIBUTO. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. RESTITUIÇÃO. RECONHECIMENTO. REQUISITOS. O reconhecimento do direito à restituição/compensação de tributo recolhido de acordo com confissão de dívida constante de DCTF ativa quando da emissão do Despacho Decisório que não homologa a compensação exige a comprovação, pelo sujeito passivo, de erro na confissão e de que o pagamento realizado foi indevido ou a maior que o devido em face da legislação aplicável ou das circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. DIREITO CREDITÓRIO. PROVAS. MOMENTO PARA APRESENTAÇÃO. Ressalvadas as hipóteses das alíneas “a” a “c”, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72, as provas do direito creditório devem ser apresentadas por ocasião da interposição da Manifestação de Inconformidade, precluindo o direito de posterior juntada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Diante dessa decisão, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, alegando, em síntese, que não fora intimado para prestar qualquer esclarecimento ou apresentar documentação fiscal que atestassem a natureza e demonstrassem inequivocamente o seu crédito, tendo o seu pedido de compensação sido não homologado direto por meio de despacho eletrônico. Assim, juntou ao Recurso todos os documentos contábeis, fiscais, relatórios, planilhas demonstrativas, balancetes, que comprovam a natureza do crédito. Registrou também disponibilizar os documentos fiscais e contábeis, que poderão ser retirados a qualquer momento no arquivo central da empresa, em Barueri. Argumentou que o processo administrativo fiscal possui como princípio a verdade material e traz jurisprudência deste Conselho e do Poder Judiciário sobre a necessidade e importância de sua aplicação. É o relatório. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910123/201215 Resolução nº 3801000.904 S3TE01 Fl. 14 4 Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Analisando os autos, entendo que no julgamento da Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente, a Delegacia de Julgamento de Recife poderia, de ofício, independentemente de requerimento expresso, ter realizado diligências para aferir autenticidade e correção dos créditos declarados pela Recorrente. Esta é a orientação do artigo 18 do Decreto 70.235/72. Confirase: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) A ilação do citado dispositivo do Decreto que rege o processo administrativo é de que deve a Administração Pública se valer de todos os elementos possíveis para aferir a autenticidade das declarações dos contribuintes, o que, data venia, não foi feito no presente caso. Devese ressaltar, sobre o processo administrativo fiscal, que ele é delineado por diversos princípios, dentre os quais se destaca o da Verdade Material, cujo fundamento constitucional reside nos artigos 2º e 37 da Constituição Federal, no qual o julgador deve pautar suas decisões. Ou seja, o julgador deve perseguir a realidade dos fatos, para que não incorra em decisões injustas ou sem fundamento. Nesse sentido, são os ensinamentos do ilustre Professor James Marins: A exigência da verdade material corresponde à busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal; aproximação entre os eventos ocorridos na dinâmica econômica e o registro formal de sua existência; entre a materialidade do evento econômico (fato imponível) e sua formalidade através do lançamento tributário. A busca pela verdade material é princípio de observância indeclinável da Administração tributária no âmbito de suas atividades procedimentais e processuais. (grifouse). (MARINS, James. Direito Tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. pág. 178 e 179.) No processo administrativo tributário, o julgador deve sempre buscar a verdade e, portanto, não pode basear sua decisão em apenas uma prova carreada nos autos. É permitido ao julgador administrativo, inclusive, ao contrário do que ocorre nos processos judiciais, não ficar restrito ao que foi alegado, trazido e provado pelas partes, devendo sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Isto porque, no processo administrativo não há a formação de uma lide propriamente dita, não há, em tese, um conflito de interesses. O objetivo é esclarecer a Fl. 299DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910123/201215 Resolução nº 3801000.904 S3TE01 Fl. 15 5 ocorrência dos fatos geradores de obrigação tributária, de modo a legitimar os atos da autoridade administrativa. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes, portanto, da decisão, fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Processo anulado. (13896.000730/00 99, Recurso Voluntário n°. 132.865, ACÓRDÃO 20312338, Relator Dalton Cesar Cordeiro de Miranda) PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento". (Ac. 103 18789 3ª. Câmara 1º. C.C.). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371 RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. (10950.002540/200565, Recurso Voluntário n°. 136.880, Acórdão 30239947, Relatora Judith do Amaral Marcondes) IRPJ PREJUÍZO FISCAL IRRF RESTITUIÇÃO DE SALDO NEGATIVO ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DIPJ PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Não procede o não reconhecimento de direito creditório relativo a IRRF que compõe saldo negativo de IRPJ, quando comprovado que a receita correspondente foi oferecida à tributação, ainda que em campo inadequado da declaração. Recurso provido. (Número do Recurso: 150652 Câmara: Quinta Câmara Número do Processo: 13877.000442/200269 – Recurso Voluntário: 28/02/2007) COMPENSAÇÃO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO E/OU PEDIDO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração e/ou pedido, deve a verdade material prevalecer sobre a formal. Recurso Voluntário Provido. (Número do Recurso: 157222 Primeira Câmara Número do Fl. 300DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910123/201215 Resolução nº 3801000.904 S3TE01 Fl. 16 6 Processo:10768.100409/200368 – Recurso Voluntário: 27/06/2008 Acórdão 10196829). Assim, devem ser considerados, in casu, a DACON que foi retificada pelo Recorrente, que, a princípio, em uma análise superficial, demonstra créditos passíveis de compensação. Contudo, só através de diligência, que deverá ser realizada pela DRF de Recife, é que se poderá ter certeza de que os créditos utilizados são mesmo decorrentes de bens e serviços utilizados como insumos na sua prestação de serviços de engenharia e, em conseqüência, são passíveis de compensação, como pretendeu a Recorrente. Não se pode olvidar que consta anexada aos Autos, além da DACON retificada, balancete, documentação fiscal e contábil passível de verificação do direito creditório. Tal documentação, contudo, não foi considerada pela DRJ/Recife, sob a alegação de ter sido apresentada posteriormente ao indeferimento da compensação. Tendo em vista o acima exposto, voto por converter o julgamento em diligência à DRF de Recife para: 1. Apurar se, com base na documentação acostada aos autos, os valores dos créditos de bens e serviços utilizados como insumos na sua atividade declarado no DACON retificado estão corretos; 2. Caso se entenda que a documentação acostada aos autos não seja suficiente para a verificação dos créditos, intimar a empresa a apresentar documentos adicionais para esse fim específico, concedendolhe prazo para tal apresentação; 3. Intimar a empresa a se manifestar acerca da diligência realizada, se assim desejar, no prazo de trinta dias de sua ciência; 4. Retornar os presentes autos ao CARF para julgamento. Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 301DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 11634.000638/2008-76
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2403-000.229
Decisão: RESOLVEM os membros do Colegiado, converter o julgamento em DILIGÊNCIA.
Carlos Alberto Mees Stringari-Presidente
Ivacir Júlio de Souza-Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Maria Anselma Coscrato dos Santos.
RELATÓRIO.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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Carlos Alberto Mees StringariPresidente Ivacir Júlio de SouzaRelator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Maria Anselma Coscrato dos Santos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 16 34 .0 00 63 8/ 20 08 -7 6 Fl. 788DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 396 2 RELATÓRIO. Por iniciativa do Ministério Público Federal foi intentada Ação Civil Pública em face da impugnante, da qual derivou o presente lançamento fiscal. Sustentou o Ministério Público Federal que segundo parecer de Auditoria Fiscal, constataramse irregularidades na concessão do CEBAS (Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social) outrora expedidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS. Cumpre ressaltar, que não se verificam nos autos Cópia da Ação Civil Pública, da Informação Fiscal exarado pela Auditoria fiscal e tampouco do exigível ATO CANCELATÓRIO das isenções emitido pela então competente Autoridade Administrativa. No que se refere a Informação Fiscal e ao ATO CANCELATÓRIO, o Ministro de Estado da Previdência e Assistência Social baixou a Portaria nº 3015, de 15 de Fevereiro de 1996 a seguir parcialmente transcrita: “Considerando a necessidade de uniformizar procedimento do Instituto Nacional de Seguro Social e do Conselho de Recursos da Previdência Social com relação às entidades filantrópicas; Considerando que não se pode exigir a contribuição social sem o respectivo fato gerador, e Considerando, ainda, que se há de resguardar, nos processos administrativos, o direito de defesa, resolve: Art. 1º O Instituto Nacional de Seguro Social INSS, pelo seu órgão próprio, ao fiscalizar a pessoa jurídica que esteja no gozo de isenção de contribuição social para a manutenção da Seguridade Social prevista no art. 195, § 7º da Constituição, verificando que não está sendo atendida condição exigida para a manutenção do privilégio emitirá informação fiscal, na qual relatará os fatos que determinam a sua perda. Art. 2º A entidade a que se refere o artigo anterior será cientificada do inteiro teor da informação fiscal, sugestões e conclusões emitidas pela Administração e terá o prazo de 30 dias para a apresentação de defesa e produção de provas. Art. 3º Apresentada a defesa ou decorrido o prazo sem manifestação da parte interessada, o INSS decidirá acerca do cancelamento da isenção, emitindo, se for o caso, o Ato Cancelatório. Art. 4º Cancelada a isenção a entidade terá o prazo de 30 dias, contados da ciência da decisão, para interpor recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Recursos da Previdência Social. § único. O Conselho de Recursos da Previdência Social dará prioridade para a distribuição e julgamento do recurso a que se refere este artigo. Fl. 789DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 397 3 Art. 5º Transitada em julgado decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social que negue provimento ao recurso a que se refere o artigo anterior, o INSS lavrará e emitirá Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, se for o caso. Art. 6º Os Presidentes das Câmaras de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social deverão devolver à origem os processos pendentes de julgamento e que não tenham seguido o procedimento determinado nesta Portaria. § único. O INSS, uma vez recebido o processo, deverá anular o feito a partir do momento em que se verificar o vício de contraditório ou o cerceamento de defesa. Art. 7º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.” Sem mencionar que a sobredita Portaria tivesse sido observada, às fls. 636, colacionado pela Recorrente em sede recursal, consta que em 02 de março de 2007 o Justiça Federal autorizou que a União procedesse a constituição dos créditos tributários, afim de evitar a decadência Na suprareferida sentença, no que pertine a pretendida declaração de que o contribuinte não ostentava a condição de entidade beneficente, bem como sem entrar no mérito da alegada nulidade dos atos do Conselho Nacional de Assistência Social, o Magistrado, alegando ter procedido análise perfunctória entendeu que as circunstâncias descritas afigurar seiam verificáveis apenas após o contraditório e eventual produção de provas. Ato contínuo autorizou o lançamento por prudência – que mais tarde em sentença definitiva seria classificado de PROVISÓRIO tãosomente para evitar hipótese decadencial, e ainda que se expedisse ofício ao Conselho Nacional de Assistência Social determinando que no prazo de 90 dias fosse decido a Representação Administrativa informado pelo Autor no processo 71010.002578/200542, pendente de julgamento desde 2005. Aduz que não consta dos autos a referida Representação Administrativa. Do acima, temse que a decisão de mandar constituir os créditos foi tomada SEM ADENTRAR AO MÉRITO, mediante análise superficial das razões que supunham a nulidade na concessão dos Atos do Conselho Nacional de Assistência Social. Cumpre notar que no Relatório Fiscal de fls.54, não se colacionaram provas da perda da isenção e tampouco se faz referências a Informações Fiscais ou Atos Cancelatórios. A motivação da autuação sequer fora constatações da autoridade autuante mas tãosomente em cumprimento da sentença em comento: “ Relatório Fiscal ,fls 54 II PROCEDIMENTO FISCAL: 1. Tratase de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal sob n° 2007.70.01.0003020 / PR, em que se busca o reconhecimento do Instituto Filadélfia de Londrina como devedor de Contribuições Previdenciárias Patronais, em virtude de não fazer jus à imunidade prevista no artigo 195 § 70 da Constituição Federal, tendo em vista não preencher todos os requisitos do artigo 55, da Lei n° 8212/91. Fl. 790DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 398 4 2. E, em cumprimento de decisão judicial, de ordem do MM. Juiz Federal Substituto da 1 a Vara de Londrina, Dr. Alexei Alves Ribeiro, determinando que a União proceda a constituição do crédito tributário, a fim de evitar a decadência, com suspensão da exigibilidade, foi emitido, em 26/08/2008, Mandado de Procedimento Fiscal, fiscalização n 0 09.1.02.002008009628, para a execução de Auditoria Fiscal na empresa com a finalidade de verificar a regularidade entre os valores declarados e os valores apurados pelo sujeito passivo em relação aos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, nos últimos cinco anos e no período de execução deste Procedimento Fiscal, de 12/2002 a 12/2007”. Não constando dos autos o referido MPF, busca no sítio da RFB aduz que a informação de que a ação fiscal era para constituir o crédito “autorizado” pela sentença não se verifica registrada no documento. Da forma como foi expedido tratouse de procedimento de rotina : “ MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DRF – LONDRINA MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL FISCALIZAÇÃO N° 09.1.02.002008009628 CONTRIBUINTE/RESPONSÁVEL CNPJ/CPF: 78.624.202/000100 COMPLEMENTO: UF: PR CEP: 86.020360 NOME EMPRESARIAL/NOME: INSTITUTO FILADÉLFIA DE LONDRINA ENDEREÇO: R PROCEDIMENTO FISCAL: FISCALIZAÇÃOTRIBUTOS/CONTRIBUIÇÕES Contrib Previdenciárias e para Outras Entidades e Fundos :PERÍODOS : 12/2002 a 12/2007 VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS: correspondência entre os valores declarados e os valores apurados pelo sujeito passivo em suaescrituração contábil e fiscal, em relação aos tributos e contribuições administrados pela RFB, nos últimos cinco anos e no períodode execução deste Procedimento Fiscal. AUDITORFISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL JOSE ALVARES LOPES JOAQUIM HENRIQUE DOS REIS NETO ENCAMINHAMENTO Determino, nos termos da Portaria RFB n° 11.371, de 12 de dezembro de 2007, a execução do procedimento fiscal definido pelo presente Mandado, que será realizado pelo(s) Auditor(es)Fiscal(is) da Receita Federal do Brasil (AFRFB) acima identificado(s), que está(ão) autorizado(s) a praticar, isolada ou conjuntamente, todos os atos necessários a sua realização. Este Mandado deverá ser executado até 24 de Dezembro de 2008. Este instrumento poderá ser prorrogado, a critério da autoridade outorgante, em especial na eventualidade de qualquer ato praticado pelo contribuinte/responsável que impeça ou dificulte o andamento deste procedimento fiscal, ou a sua conclusão. Londrina, 26 de Agosto de 2008. M P F E N C E R R A D O SERGIO GOMES NUNES Matrícula: 00001747 DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DRF LONDRINA Assinado eletronicamente conforme Portaria RFB n° 11.371, de 12 de dezembro de 2007 1. O AFRFB deverá identificarse mediante apresentação de sua identidade funcional ao contribuinte/responsável. 2. Em caso de dúvida, o contribuinte/responsável poderá entrar em contato com: Chefe de Equipe: JOSE ALVARES LOPESTelefone : (43) 33220095 Endereço: RUA BRASIL, 865 1° ANDAR Bairro: CENTRO LONDRINA CEP.: 86.010916” Cumpre ressaltar que o procedimento foi atípico até porque o fisco não necessita de autorização para efetuar lançamentos. Na forma do parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional – CTN , a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, verbis: “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, Fl. 791DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 399 5 calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Contudo, o lançamento foi realizado na forma da sentença da Ação Civil Pública 2007.70.01.0003020, exarada em 02 de março de 2007 , às fls 636, que no item 2 autorizou e não determinou constituir os créditos para evitar a decadência. Fl. 792DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 400 6 VOTO Conselheiro Ivacir Júlio de Souza Relator DA SENTENÇA EM 10 DE FEVEREIRO DE 2011 Acessei em 12 de fevereiro de 2014 o sítio do TRF PR em busca de elementos da sobredita ação e ali se registra que após longa tramitação, em 10 de fevereiro de 2011 ressaltese , após a data do julgamento de primeira instância realizado em , 06 de março de 2009, na forma do Acórdão 0621.239 – exarado pela 5° Turma da Delegacia de Julgamento de Curtiba – PR DRJ/CTA MM Juiz Federal Substituto Roberto Lima Santos, exarou sentença que em,11/09/2012, teve Lavrada Certidão de Baixa Definitiva. No Relatório da Ação Civil Pública 2007.70.01.0003020 em comento, aduz que a referida ação fora provocado pela Receita Federal Previdenciária do Brasil em Londrina que, visando ao indeferimento dos processos de renovação dos Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social requeridos pela Recorrente, protocolou junto ao Conselho Nacional de Assistência Social representação administrativa (processo nº 71010.002578/200542) que, todavia, encontrase pendente de julgamento desde 2005. Me ocorre ressaltar que se o fato motivador do lançamento ( a representação administrativa ) sequer fora julgado por ocasião do lançamento, não se pode atribuir solidez a decisão de lavrar a autuação ainda que para prevenir decadência. O que ficou contestado pela então Receita Previdenciária foi a concessão dos certificados que tendo a fiscalização entendido concedidos de forma incorreta representou junto ao Conselho Nacional de Assistência Social que, como visto alhures, até pelo menos 10 de fevereiro de 2011 data da sobredita sentença, não obtivera resposta da representação. O MPF incorporou a tese aquiesceu o pedido e a submeteu ao judiciário na forma parcialmente transcrita do Relatório da Sentença: “RELATÓRIO Tratase de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em face do Instituto Filadélfia de Londrina e da União em que pretende o reconhecimento do primeiro réu como devedor das contribuições previdenciárias a cargo da empresa, por não fazer jus à imunidade prevista no artigo 195, §7º, da CF, tendo em vista que não preenche os requisitos estatuídos pelo artigo 55, da Lei nº 8.212/91. Sustenta que em auditoria fiscal realizada pela Delegacia da Receita Federal Previdenciária do Brasil em Londrina foi constatado que o primeiro réu, por não cumprir o requisito atinente à aplicação do percentual mínimo de 20% da receita bruta em assistência social em alguns exercícios, não poderia ter renovado o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, tampouco se manter isento da cobrança da contribuição patronal, nos termos do artigo 3º, inciso VI, do Decreto nº 2.536/98 e do artigo 55, da Lei nº 8.212/91. (..) Fl. 793DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 401 7 Informa que a Delegacia da Receita Federal Previdenciária do Brasil, visando ao indeferimento dos processos de renovação dos Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social requeridos pelo primeiro réu, protocolou junto ao Conselho Nacional de Assistência Social representação administrativa (processo nº 71010.002578/200542) que, todavia, encontrase pendente de julgamento desde 2005. Postula a antecipação de tutela com vistas à declaração de que o primeiro réu não ostenta a condição de entidade beneficente de assistência social para os fins do artigo 195, §7º, da CF ou do artigo 55, da Lei nº 8.212/91, bem como da nulidade dos atos do Conselho Nacional de Assistência Social que certificam o primeiro réu como tal. Pleiteia, ainda, autorização para que o INSS ou a União (Delegacia da Receita Federal do Brasil Previdenciária) constitua os créditos tributários referentes aos períodos anteriores à propositura desta ação e ainda não decaídos, bem como realize a devida cobrança administrativa e sua execução provisória.” DOS PEDIDOS DOS AUTORES Extraído das fls. 27, temse os pedidos dos autores baseado na representação da então Receita Previdenciária : “A pretensão do autor da ação está lastreada em dois fundamentos: (i) "não aplicação do percentual mínimo de 20% de sua receita bruta em gratuidade" (fl.16); (ii) com relação a estes gastos com gratuidade, a constatação pela auditoria do INSS de que as bolsas de estudo e descontos foram e costumam ser "concedidos pelo Instituto Filadélfia de Londrina a funcionários (por força de acordo coletivo ou convenções coletivas) e professores da própria Instituição e distribuídas uniformemente e indistintamente a todos os seus alunos, não caracterizando, assim, gastos ou despesas com assistência social. As bolsas de estudo/descontos, na forma como são concedidas, apresentamse como liberalidade da entidade, pois são concedidas com base em situação de carência" (fl.17).” Assente em laudo pericial, às fls, 31 o Magistrado concluiu que : “ Em resumo, a prova pericial comprovou que:(i)o Instituto Filadélfia de Londrina vem aplicando, com o título de "Despesas com Filantropia", valores maiores do que o percentual de 20%;(ii)os valores das contribuições previdenciárias patronais, sempre foram inferiores ao valor das despesas com filantropia;(iii)as bolsas de estudo e descontos concedido aos funcionários, professores e familiares não eram computados no cálculo da aplicação de 20% para efeito de verificação das despesas com filantropia;(iv)a concessão de bolsas e descontos a funcionários, professores e familiares não era concedida indiscriminadamente, pois podia ser negada se não fossem atendidos alguns requisitos;(v)a concessão de bolsas aos alunos é feita através de procedimento específico para tal fim, tendo sido constatados diversos processos de indeferimento de pedidos de concessão de bolsas;(vi)não havia irregularidades na contabilidade da ré a título de assistência social e filantropia. Fl. 794DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 402 8 O resultado da prova pericial não dá margem a outro julgamento, senão o de improcedência, na medida em que o MPF não conseguiu provar os fundamentos que embasam a ação, seja no sentido da não aplicação do percentual mínimo de 20% em gratuidade, seja no de que estes gastos ou despesas com gratuidade não ostentam caráter de assistência social.” DO DISPOSITIVO DA AÇÃO “3. DISPOSITIVO. Ante o exposto,julgo extinto oprocesso sem resolução de mérito,por falta de interesse processual, forte no art. 267, VI do CPC, com relação à anulação das renovações do CEAS nº 28987.013043/199506, validade de 01.01.1995 a 31.12.1997, e nº 44006.002230/199734, validade de 01/01/1998 a 31/12/2000. No que resta,julgo improcedentes os pedidos,extinguindo o processo com resolução de mérito, com fulcro no art. 269, I do CPC. Saliento, por oportuno, que, apesar do julgamento de improcedência, o lançamento provisório de fls. 389/393 permanece válido (com a ressalva feita abaixo), pois, como já assentado na decisão de fls. 484/485, não se tem notícia de que o IFL obteve as renovações do CEAS, referentes aos triênios de01.01.2001 a 31.12.2003 e 01.01.2004 a 31.12.2006(pedidos nºs 44006.005321/200071 e 71010.003037/200370),haja vista os indeferimentos desses pedidos (Resolução 083/2007, DOU de 28.05.2007). Contudo, como foi deferido o pedido de renovação do CEAS, processo nº 71010.004042/200642, para o triênio de01/01/2007 a 31/12/2009, o lançamento deve ser adequado,com exclusão das competências de 2007. Sem custas e honorários (art. 18 da Lei 7.347/85) Publiquese. Registrese. Intimemse, inclusive de que na subida do processo ao TRF da 4ª Região os autos serão digitalizados, passando a tramitar no meio eletrônico (sistema eProc) por força do disposto em resolução, sendo obrigatório o cadastramento dos advogados na forma do artigo 5º da Lei 11.419/2006.” O lançamento de fls.389/393 caracterizado pelo magistrado como provisório no dispositivo é exatamente o lançamento em comento. Ressaltese que em observação a decisão em tela , EXCLUAMSE os créditos das competências de 2007. DO CEBAS Relevante ressaltar que até a edição do Ato Declaratório nº 05/2011, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional resistia em aceitar o CEBAS como documento suficiente que para que a entidade seja considerada de fins filantrópicos. No teor do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2132/2011, colacionaramse voto exmo. sr. Ministro Castro Meira que na condução do voto manifestouse como abaixo se transcreve: Fl. 795DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 403 9 “VOTO O EXMO. SR. MINISTRO CASTRO MEIRA (Relator): Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso especial. Passo a sua análise. Entendeu o Tribunal Regional Federal da 4ª Região que basta a entidade possuir o Atestado de Registro no Conselho Nacional de Serviço Social CNSS para que seja considerada de fins filantrópicos. Afirma, ainda, que o deferimento pelo CNSS do recadastramento e do pedido de emissão do Certificado de Entidades de Fins Filantrópicos opera efeitos ex tunc ” No sobredito parecer consta ainda que : “23. Nesses termos, não há dúvida de que futuros recursos que versem sobre a matéria apenas sobrecarregarão o Poder Judiciário, sem nenhuma perspectiva de sucesso para a Fazenda Nacional. Portanto, continuar insistindo nessa tese significará apenas alocar os recursos colocados à disposição da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, em causas nas quais, previsivelmente, não se terá êxito. 24. Outrossim, devese buscar evitar a constituição de novos créditos tributários que levem em consideração interpretação diversa daquela adotada pelo STJ nessa matéria.” Em 20 de dezembro de 2011, a ProcuradoraGeral da Fazenda Nacional editou o Ato Declaratório 05/2011e autorizou a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos nas ações judiciais que visem obter a declaração de que o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social é meramente declaratório, produzindo efeito ex tunc, retroagindo à data de protocolo do respectivo requerimento. “ATO DECLARATÓRIO 05/2011 A PROCURADORAGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2132/2011, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 15/12/2011, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais que visem obter a declaração de que o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social é meramente declaratório, produzindo efeito ex tunc, retroagindo à data de protocolo do respectivo requerimento, ressalvado o disposto no art. 31 da Lei nº 12.101, de 2009 (data da publicação da concessão da certificação), desde que inexista outro fundamento relevante, como a necessidade de cumprimento da legislação superveniente pelo contribuinte.” JURISPRUDÊNCIA: REsp 1.027.577/PR, 2ª Turma, relatora a ministra ELIANA CALMON, DJe de 26.02.2009; AgRg no REsp Fl. 796DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 404 10 756.684/RS, relatora a ministra DENISE ARRUDA, DJ de 02.08.07; REsp 413.728/RS, relator o ministro PAULO MEDINA, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/10/2002, DJ 02/12/2002, p. 283; AgRg no REsp 579.549/RS, relator o ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/08/2004, DJ 30/09/2004, p. 223; AgRg no REsp 382.136/RS, relator o ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/03/2004, DJ 03/05/2004, p. 95; REsp nº 478.239/RS, relator o ministro CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJ de 28.11.2005; MS nº 9.152, relator o ministro CASTRO MEIRA, DJ de 17.05.2004; AgRg no MS nº 10.757, relator o ministro CASTRO MEIRA, DJ 03.03.2008. Brasília, 20 de dezembro de 2011” De tudo que foi exposto, em razão da sobredita sentença, teríamos elementos suficiente para por fim a lide determinando desconstituir o PROVISÓRIO LANÇAMENTO. Entretanto, e compulsório notar que embora no dispositivo os pedidos tenham sido definitivamente julgados improcedentes, ali se registrou que “ não se tem notícia de que o IFL obteve as renovações do CEAS, referentes aos triênios de01.01.2001 a 31.12.2003 e 01.01.2004 a 31.12.2006(pedidos nºs 44006.005321/200071 e 71010.003037/2003 70),haja vista os indeferimentos desses pedidos (Resolução 083/2007, DOU de 28.05.2007.” Retornando ao documento de fls. 636, colacionado pela Recorrente em sede recursal, consta que em 02 de março de 2007 , consta que o magistrado decidiu que se expedisse ofício ao Conselho Nacional de Assistência Social determinando que no prazo de 90 dias fosse decido a Representação Administrativa informada pelo Autor no processo 71010.002578/200542, então pendente de julgamento desde 2005. É de se trazer à lume o fato de às fls. 418 documento datado, 17 de novembro de 2008, onde se registra que não obstante a representação fiscal em tela a Recorrente obteve certidão concedida pelo Ministério da Justiça : “ CERTIDÃO Finalidade: Apresentação de relatório anual de serviços para fins de manutenção do Título de Utilidade Pública Federal: Validade: 30 de Abril de 2009 CERTIFICO que a instituição INSTITUTO FILADÉLFIA DE LONDRINA, CNPJ 78.624.202/0001 00, declarada de utilidade pública federal publicada no Diário Oficial da União em 25 de Fevereiro de 1981; apresentou seu relatório circunstanciado de serviços e o demonstrativo de receitas e despesas referentes ao ano de 2007, como exigido pelo art. 4.° da Lei 91/35 e pelo àtt. 5. 0 do Decreto 50.517/61, pelo que mantém o título em referência. Não obstante o prazo de validade da presente certidão, o Ministério da Justiça poderá eventualmente cassar o título se for comprovada, através de processo administrativo, qualquer infração às normas que disciplinam a declaração de utilidade pública federal. Caberá aos interessados verificar acerca da manutenção do título desta entidade, bem como da existência de processo administrativo em trâmite, no endereço eletrônico http://Nxk,,w.m~j,.g,ov.br/CNEsPuhl ico. Fl. 797DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11634.000638/200876 Resolução nº 2403000.229 S2C4T3 Fl. 405 11 Brasília DF, 17 de Novembro de 2008.” O fato encimado não passou desapercebido pelo magistrado que ao exarar a sentença última em 10 de fevereiro de 2011 no Dispositivo do voto manifestouse na forma abaixo transcrita: “Contudo, como foi deferido o pedido de renovação do CEAS, processo nº 71010.004042/200642, para o triênio de 01/01/2007 a 31/12/2009, o lançamento deve ser adequado, com exclusão das competências de 2007” CONCLUSÃO Em razão de tudo que foi exposto, determino que os autos retornem em diligência para que se providencie : cópias ou informações das renovações do CEAS, referentes aos triênios de 01.01.2001 a 31.12.2003 e 01.01.2004 a 31.12.2006 (pedidos nºs 44006.005321/200071 e 71010.003037/200370 ; cópia da Informação Fiscal ; cópia do ATO CANCELATÓRIO emitido pela Autoridade administrativa impedindo que a Recorrente usufruísse dos benefícios de isenção então tidos como indevidos; cópia da representação administrativa junto ao Conselho Nacional de Assistência Social no processo 71010.002578/200542 ; cópia da resposta da representação fiscal junto ao Conselho Nacional de Assistência Social no processo 71010.002578/200542; e informação sobre eventual impugnação do Ato Cancelatório, bem como em caso positivo o número do respectivo processo. Antes de a diligência retornar a este Colegiado, o Recorrente deve ser intimando da presente Resolução bem como da resposta a esta, para que, em querendo, interponha manifestação. É como voto. Ivacir Júlio de Souza – Relator. Fl. 798DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 15540.000806/2008-23
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004
AUXÍLIO UNIFORME. CUSTEIO.
Não integra o salário de contribuição o valor correspondente a vestuário fornecido ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços.
SÚMULA 437 DO TST.INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
Na forma do item II da Súmula n° 437 do TST, é inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. Releva observar o item III da referida súmula que assevera que possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento - a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2403-002.920
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, a) por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para determinar a exclusão dos valores pagos a titilo de Auxilio Uniforme (Levantamento IU - RUBRICA INDENIZAÇÃO UNIFORME), b) por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para manter a Indenização Hora Refeição (Levantamento HR- RUBRICA HORA REFEIÇÃO). Vencidos os conselheiros Marcelo Magalhães(relator) e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro; c) por maioria de votos, determinar o recálculo da multa de mora do saldo remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ivacir Julio de Souza.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto Relator
Ivacir Julio de Souza Redator Designado
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Ewan Teles Aguiar, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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CUSTEIO. Não integra o salário de contribuição o valor correspondente a vestuário fornecido ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços. SÚMULA 437 DO TST.INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI1) Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 Na forma do item II da Súmula n° 437 do TST, é inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. Releva observar o item III da referida súmula que assevera que possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 00 08 06 /2 00 8- 23 Fl. 144DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, a) por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para determinar a exclusão dos valores pagos a titilo de Auxilio Uniforme (Levantamento IU RUBRICA INDENIZAÇÃO UNIFORME), b) por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para manter a Indenização Hora Refeição (Levantamento HR RUBRICA HORA REFEIÇÃO). Vencidos os conselheiros Marcelo Magalhães(relator) e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro; c) por maioria de votos, determinar o recálculo da multa de mora do saldo remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ivacir Julio de Souza. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto – Relator Ivacir Julio de Souza – Redator Designado Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Ewan Teles Aguiar, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15540.000806/200823 Acórdão n.º 2403002.920 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I, nº 1224.457, fls. 117/125, que julgou improcedente a impugnação apresentada para manter incólume o crédito tributário consubstanciado no DEBCAD 37.130.6426, referente ao período de 01/12/2003 a 31/12/2004, no valor de R$ 27.778,97 (vinte e sete mil, setecentos e setenta e oito reais e noventa e sete centavos). A presente autuação almeja o recolhimento de crédito tributário referente às contribuições sociais devidas a outras entidades e fundos, consubstanciados no pagamento de “indenização horarefeição” e “indenização uniforme” e outras verbas remuneratórias, ante o batimento entre folha de pagamento e GFIP, todas não declaradas em guia própria. Foi elaborado pela fiscalização três levantamentos para abarcar os fatos acima, entendidos como tributáveis pelo fiscal: DFP – FP SUPERIOR A GFIP OU NFLD; HR – RUBRICA HORA REFEIÇÃO e; IU – RUBRICA INDENIZAÇÃO UNIFORME. Os fatos foram explicitados conforme explicados no Relatório Fiscal, fls. 39/50, cujos trechos pertinentes se encontra colacionado abaixo: 3. FATOS GERADORES DAS CONTRIBUIÇÕES LANÇADAS 3.1 VERBAS REMUNERATÓRIAS DIVERSAS O pagamento mensal de verbas remuneratórias aos segurados empregados, constantes nas folhas de pagamento da empresa e consideradas pela mesma como base de incidência das contribuições sociais. 3.2 INDENIZAÇÃO HORA/REFEIÇÃO O pagamento mensal da verba remuneratória: Indenização Hora/Refeição (cód. 217) aos segurados empregados, constante da folha de pagamento da empresa e não considerada pela mesma como base de incidência das contribuições sociais. ... 3.3 INDENIZAÇÃO UNIFORME 3.3.1 O pagamento mensal (quadrimestral a partir de 11/2004) da verba remuneratória: Indenização Uniforme (cód. 51) aos segurados empregados, constante da folha de pagamento da empresa e não considerada pela mesma como base de incidência das contribuições sociais. ... 3.3.4 A previsão legal se aplica aos casos de pagamento de salários através de utilidades, ou seja, toda prestação in natura Fl. 146DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 que a empresa fornecer ao empregado, em caráter de habitualidade, por força do contrato ou do costume”; situação esta, que não acontece no caso em questão, pois a empresa paga em espécie (moeda corrente nacional) na folha de pagamento, sob o Título: Indenização Uniforme. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou a autuação fiscal em epígrafe por meio do instrumento de fls. 60/83. DO ACÓRDÃO DA DRJ Após analisar os argumentos do então impugnante, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I, DRJ/RJ1, prolatou o Acórdão nº 12 24.457, fls. 117/125, a qual julgou improcedente a impugnação, conforme ementa a seguir: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÃO PARA OUTRAS ENTIDADES É devida a contribuição a Outras entidades – Terceiros incidentes sobre a remuneração paga aos segurados empregados (art. 94 da Lei 8.212/91) UNIFORME. PAGAMENTO DE IMPORTÂNCIA MENSAL FIXA. NATUREZA SALARIAL. O pagamento de importância mensal fica a título de uniforme, quando desvinculada de qualquer comprovação de despesas, equivale a instituir gratificação mensal ajustada, integrando, assim, o salário de contribuição VALORES PAGOS A TÍTULO DE SUPRESSÃO DO INTERVALO DE ALIMENTAÇÃO (INTRAJORNADA). HORAS TRABALHADAS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. São passíveis de tributação, dada a sua natureza remuneratória, as horas pagas pelo empregador em razão de trabalho realizado no horário destinado ao descanso intrajornada. Lançamento Procedente DO RECURSO VOLUNTÁRIO Inconformado, a recorrente, AUTO ÔNIBUS FAGUNDES LTDA, interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, contestando a autuação fiscal em epígrafe por meio do instrumento de fls. 129/133, requerendo a reforma do acórdão da DRJ, utilizandose, para tanto, dos seguintes argumentos: 1) A natureza indenizatória do pagamento efetuado a título de Indenização Uniforme; 2) Que a categoria de funcionários da recorrente seja enquadrada na exceção contida no art. 62, inciso I, da CLT. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15540.000806/200823 Acórdão n.º 2403002.920 S2C4T3 Fl. 4 5 É o relatório. Fl. 148DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Vencido Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto DA TEMPESTIVIDADE Conforme registro de fls. 143, o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO DO AUXÍLIO UNIFORME O pagamento a título de ajuda de custo para aquisição de uniformes é realizado por força de norma de Convenção Coletiva de Trabalho 2003/2004 presente nas fls. 126/133, e na Convenção Coletiva de Trabalho 2004/2005, fls. 134/141 do processo 15540.000805/200889, do qual este é processo anexo. A Cláusula 21 estabelece o padrão dos uniformes a serem utilizados pelos trabalhadores da companhia de transportes, que, por sua vez, obedece ao estabelecido pelo Decreto 3.893/81 do Estado do Rio de Janeiro, in verbis: CLÁUSULA 21 Fica padronizado para o pessoal de tráfego o seguinte uniforme: a) camisa azul; b) calça, cinto, meias gravata e sapatos pretos. § ÚNICO Nas linhas urbanas fica dispensado o uso de gravata. A Cláusula 23 da CCT, por sua vez, trata da ajuda de custo que deu origem a esta autuação: CLÁUSULA 23 As empresas concederão aos motoristas, cobradores, fiscais, e despachantes, que tenham trabalhado mais de 15 dias em cada mês, e a título de ajuda de custo para aquisição de uniformes, o valor quadrimestral de R$ 48,00 (quarenta e oito reais), com pagamento até o 5º dia útil de março de 2005, correspondente aos meses de novembro e dezembro de 2004, janeiro e fevereiro de 2005, correspondente a R$ 12,00 por cada mês trabalhado nas condições ora ajustada. Em outubro de 2004 o valor da ajuda de custo será de R$ 12,00. O artigo 28, § 9º, alínea "r" afasta os valores pagos a título de vestuário a serem utilizados no local de trabalho, vejamos: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: ... § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: Fl. 149DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15540.000806/200823 Acórdão n.º 2403002.920 S2C4T3 Fl. 5 7 r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; Tendo em vista que a quantia paga de R$ 48,00 paga em período quadrimestral, dividida em 4 (quatro) parcelas de R$ 12,00, é de se ver que o valor é considerado razoável, não devendo incidir contribuições previdenciárias. Não obstante, de acordo com o Código disciplinar dos serviços de transporte, aprovado pelo Decreto nº 3.893/81, constituem infração as seguintes condutas: 3.1.5. Manter pessoal de tráfego em serviço com ausência de uniforme. G1 ... 4.10. Trabalhar com o uniforme sem asseio devido. G1. Dessa forma, o uniforme é essencial à prestação dos serviços, e o valor pago a título deste auxílio é compatível e razoável para os fins a que se destina. Os fundamentos acima são os mesmos esposados em oportunidade pretérita por esta turma, em voto de relatoria do Presidente Carlos Alberto Mees Stringari, no julgamento do processo 15540.720315/201106 no dia 20 de novembro de 2012, em julgamento unânime, quando foi prolatado o acórdão nº 2403001.727, contribuinte Expresso Garcia Ltda., atuante no mesmo ramo empresarial e na mesma base territorial que a do contribuinte sob julgamento. Colacionase abaixo a ementa do julgado e trechos do voto condutor, in verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 UNIFORME Não integra o salário de contribuição o valor correspondente a vestuário fornecido ao empregado e utilizados no local do trabalho para a prestação dos respectivos serviços Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte **************************************************** Quanto à questão de fundo, entendo que os valores referemse sim a uniforme utilizado no local de trabalho para prestação de serviços. Os valores são compatíveis e existe obrigatoriedade de trabalhar uniformizado, conforme contrato de trabalho, convenção coletiva e Decreto nº 3.893/81 do Estado do Rio de Janeiro. Este último estabelece o Regulamento do Transporte Rodoviário Intermunicipal do Estado do Rio de Janeiro, que inclusive prevê Fl. 150DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 como infração "Manter o pessoal de tráfego em serviço com ausência de uniforme." ... Entendo que a situação fática descrita no processo enquadrase na hipótese prevista no artigo 28, § 9º, "r", da Lei 8.212/91, do que resulta em os valores correspondentes e "ajuda uniforme" não integrarem o salário de contribuição Entendo, dessa forma, que a parcela paga a título de indenização uniforme não é hipótese de incidência de contribuições previdenciárias, nos termos do art. 28, § 9º, "r", da Lei 8.212/91. DA INDENIZAÇÃO INTRAJORNADA Entende a recorrente que os valores pagos a título de indenização intrajornada, paga pelo fato de ser suprimido o intervalo do trabalhador, é de caráter indenizatório, vez que não há fruição do intervalo de direito trabalhista, o mesmo está disposto no art. 71 da CLT: Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. (...) § 4º Quando o intervalo para repouso ou alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente, com um acréscimo de no mínimo de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Conforme ventilado no recurso, e de fácil constatação ante a natureza do serviço prestado, os motoristas e cobradores não utilizam uma determinada hora fixa para o descanso, razão pela qual são indenizados pela supressão do direito trabalhista ordinário. O caso em questão trata de clara supressão de direito trabalhista, que, no direito brasileiro, é reparado pelo pagamento de indenização e, portanto, não integrante do conceito de salário de contribuição, critério material da regra matriz de incidência da contribuição previdenciária. Neste sentido, há precedente da 1ª Turma da 3ª Câmara, que, inclusive, abarca o tema dos uniformes, ratificando o entendimento acima, in verbis: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 PARCELA PAGA EM CONTRAPARTIDA À SUPRESSÃO DO INTERVALO ALIMENTAR. ARTIGO 71 § 4º DA CLT. O caput do dispositivo é prescritor de direito trabalhista, consistente na concessão pelo empregador de intervalo de repouso ou alimentação considerado entre lapsos temporais determinados. O § 4° é norma sancionatória, cujo antecedente é Fl. 151DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15540.000806/200823 Acórdão n.º 2403002.920 S2C4T3 Fl. 6 9 o descumprimento da obrigação prescrita na endonorma. O conteúdo da sanção é pecuniário, consistente no pagamento do valor pactuado no contrato de trabalho adicionado de 50%. Tratase de clara hipótese de supressão de direito trabalhista, que no direito brasileiro, é reparado pelo pagamento de indenização. VALOR CORRESPONDENTE A VESTUÁRIO. NATUREZA NÃO REMUNERATÓRIA. Não integram a remuneração do trabalhador o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços. ... (CARF. SEGUNDA SEÇÃO – 3ª CÂMARA – 1ª TURMA ORDINÁRIA, Processo n. 15540.720076/201186, Acórdão n. 2301003.768, sessão de 15 de outubro de 2013) Transcrevo abaixo trecho do voto vencedor do acórdão, de relatoria do Conselheiro Adriano Gonzáles Silvério, que fundamentam a decisão do colegiado acima, in verbis: O caput do art. 71 da CLT é prescritor de direito trabalhista, consistente na concessão pelo empregador de intervalo de repouso ou alimentação considerado entre lapsos temporais determinados. O parágrafo 4º é norma sancionatória, cujo antecedente é o descumprimento da obrigação prescrita na endonorma. O conteúdo da sanção é pecuniário, consistente no pagamento do valor pactuado no contrato de trabalho adicionado de 50%. Tratase de clara hipótese de supressão de direito trabalhista, que, no direito brasileiro, é reparado pelo pagamento de indenização. As verbas de caráter indenizatório carecem do elemento contraprestação pelo trabalho e são hipóteses de não incidência por via das contribuições sociais previdenciárias. Nestes termos, entendo que não há incidência de contribuição previdenciária sobre o pagamento desta verba. DAS VERBAS REMUNERATÓRIAS DIVERSAS – DIFERENÇA DE FP E GFIP Além das rubricas especificas acima apontadas pela fiscalização, foi encontrado também diferenças entre folha de pagamento e aqueles declarados em GFIP, estando, por vezes, a primeira com valores maiores do que a segunda. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 O contribuinte em momento algum rebate essa imputação fiscal, deixando de apresentar argumento capaz de infirmar a autuação, razão pela qual, há de ser mantida essa exigência. DO RECÁLCULO DA MULTA DE MORA A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Fl. 153DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15540.000806/200823 Acórdão n.º 2403002.920 S2C4T3 Fl. 7 11 Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Já em relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplicase apenas a multa de ofício. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN positiva o princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. CONCLUSÃO Do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso para determinar a exclusão dos valores pagos a título de Auxílio Uniforme (Levantamento IU – RUBRICA INDENIZAÇÃO UNIFORME) e Indenização Hora Refeição (Levantamento HR – RUBRICA HORA REFEIÇÃO) e, por fim, determinar o recálculo da multa de mora do saldo Fl. 154DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 remanescente, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 155DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15540.000806/200823 Acórdão n.º 2403002.920 S2C4T3 Fl. 8 13 Voto Vencedor O i. Relator arrazoou seu voto no sentido de dar provimento às alegações do contribuinte no que concerne ao que fora classificado de "Indenização Hora Refeição (Levantamento HR – RUBRICA HORA REFEIÇÃO)" Afirma que : "O caso em questão trata de clara supressão de direito trabalhista, que, no direito brasileiro, é reparado pelo pagamento de indenização e, portanto, não integrante do conceito de salário de contribuição, critério material da regra matriz de incidência da contribuição previdenciária." Com todo respeito ao entendimento trazido à colação, cumpre divergir tendo em vista que a matéria consta pacificada Tribunal Superior do Trabalho TST na forma da edição da Súmula 437 , verbis: "SÚMULA 437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI1) Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I Após a edição da Lei nº 8.923/94, a nãoconcessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. II É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. III Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. IV Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do Fl. 156DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT." Relevante destacar que na forma do item III da Súmula 437 do TST, possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. Compulsório notar, ainda , que no § 4º do sobredito art. 71 da CLT, na hipótese de ocorrência de trabalho no intervalo intrajornada, o legislador, a contrario sensu, define que o valor pago referese a remuneração de HORA EXTRA posto que trata como acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho. "Art. 71 Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. (...) § 4º Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho." Pelo exposto, voto por não dar provimento às alegações do contribuinte quanto a não incidência tributária das verbas pagas à título Indenização Hora Refeição (Levantamento HR – RUBRICA HORA REFEIÇÃO).. Mantenhase o crédito. É como voto. Ivaccir Júlio de Souza Relator designado. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/03 /2015 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 16327.003286/2002-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Mar 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2000
Ementa:
LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL ACRÉSCIMOS LEGAIS - A decretação da liquidação extrajudicial de instituição financeira não exclui, do lançamento de oficio, a imposição de multa e juros, cujas exigências devem ser examinadas na fase de execução.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-002.958
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Antonio Lopo Martinez Presidente e Relator
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Rafael Pandolfo, Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Maria Anselma Croscrato dos Santos (Suplente Convocada), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado).
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Presidente e Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Rafael Pandolfo, Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Maria Anselma Croscrato dos Santos (Suplente Convocada), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 32 86 /2 00 2- 11 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Relatório Em desfavor do Contribuinte, MARTINELLI SEGURADORA S. A., foi lavrado, Auto de Infração (fls. 02 a 06) relativo ao Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF, referente ao ano calendário de 2.000. Na seção "Descrição dos fatos e enquadramento legal" (fls. 03), o Auditor Fiscal autuante informa que o contribuinte não efetuou o recolhimento do IRRF, incidente sobre trabalho assalariado e sobre trabalho sem vinculo de emprego. No "Termo de Verificação" (fls. 08 e 09), parte integrante do Auto de Infração, o autuante explica que o contribuinte declarou, em DIRF, nos códigos 0561 (trabalho assalariado) e 0588 (trabalho sem vinculo empregaticio) valores superiores aos que declarou em DCTF, ocasionando a retenção de 20 pessoas fisicas em malha. Em função disso, o Auditor Fiscal, utilizando os valores apontados no "Termo de Verificação" como base de cálculo, lavrou o Auto de Infração, constituindo o crédito tributário de R$ 80.507,16, já incluídos a multa de oficio agravada por falta de atendimento as intimações e os juros de mora, calculados até 30/08/2002. Como enquadramento legal, a autoridade fiscal cita os artigos 620, 621, 624, 625, 626, 628, 629, 630, 636, 637, 638, 641 a 646, todos do RIR199, c/c artigo 21, da Lei n°9.887/99. Tendo tomado ciência do lançamento em 20/09/2002 (A. R. à fl. 34), o contribuinte, representado por seu advogado (fls. 40) apresentou impugnação, em 09/10/2002, relatando e alegando o que segue. Inicia, informando que, nos termos da Portaria SUSEP n° 1.334, de 05 de abril de 2002 (fls. 41), foi decretada a liquidação extrajudicial da Martinelli Seguradora. Em vista disso, solicita a suspensão do procedimento administrativo, porque a partir dessa decretação vigorará a universalidade dos credores, na forma da legislação aplicável, cabendo a habilitação administrativa do pretenso crédito. Depois, passa a argumentar que o "Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo" não atende a todos os requisitos do § 5°, do art. 2°, da n° 6.830/80, aplicado analogicamente. Cita o inciso VI, que descreve que o Termo de Inscrição da Divida Ativa deverá conter o número do processo administrativo ou do auto de infração. E enfatiza que tal defeito não pode ser objeto de correção, conforme já decidiu o Tribunal Federal de Recursos. Prossegue, informando que as dificuldades operacionais advindas dos problemas que ocasionaram a decretação da Fl. 102DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 16327.003286/200211 Acórdão n.º 2202002.958 S2C2T2 Fl. 3 3 liquidação extrajudicial tiveram profundos reflexos em todas as áreas da empresa. Acrescenta que a divergência de valores é atribuível A entrega das DCTF referentes aos 3° e 4° trimestres de 2.000 ter sido efetivada em 03 de outubro de 2.001. Assim, diz, a divida foi confessada, embora fora do prazo. Ainda assim, confirma a existência de diferença de valores. Argumenta que estão empenhados em solucionar essa questão e que o fato de não terem sido atendidas as intimações foi em função dos percalços da liquidação extrajudicial. Encerra, requerendo seja decretada a nulidade do Auto de Infração. A DRJ ao apreciar as razões do interessado, julgou procedente o lançamento, para: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA 0 FONTE IRRF Anocalendário: 2000 LANÇAMENTO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Auto de Infração lavrado com observância das disposições legais pertinentes não é nulo. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 0 processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo até sua decisão final. Lançamento Procedente Insatisfeito, o interessado interpõe recurso voluntário, onde enfatiza em especial os seguintes pontos: que o Sr. Alfredo Luiz Kugelamas na sua posição perante o processo de falência não implica na responsabilização pessoal do mesmo pelas supostas dívidas da massa falida. quanto ao mérito indica que melhor sorte não assite a Fazenda Nacional, mesmo tendo sido previamente advertida pela falida que, 6. época, encontravase em regime de liquidação extrajudicial pelo Banco Central do Brasil, e, agora, encontrase em estado falimentar, não tomou as devidas providências, consoante verseá adiante. Com a liquidação extrajudicial da ora recorrente, tanto a Fazenda Nacional, quanto todos os outros credores se sujeitaram ao disposto na Lei n° 6.024/74, assim como, a partir da quebra, todos se sujeitaram ao constante no DecretoLei n° 7661/45. Muito embora não detenha a recorrente elementos para se insurgir contra o valor ratificado pelo V. Acórdão de 27/09/2006, ante sua liquidação extrajudicial e, principalmente, ante seu atual estado falimentar, consoante dispõem a Lei no 6.024/74 e o Fl. 103DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 DecretoLei n° 7661/45, deverão ser observadas algumas ressalvas para a efetiva cobrança do débito em debate. Mencionado DecretoLei n° 7661/45, por sua vez, determina, em seu art. 26 que, no que concerne a. contagem dos juros, estes só deverão ser considerados até a data da quebra o que, no caso vertente e em tese, faria com que incidissem até 08/05/2003, data da falência. É o relatório. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 16327.003286/200211 Acórdão n.º 2202002.958 S2C2T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O presente recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal e deve, portanto, ser conhecido. A matéria a ser aqui examinada diz respeito tãosomente à incidência da multa e dos juros de mora, considerando o fato de que, quando do lançamento, a Recorrente estava em processo de liquidação extrajudicial. A decretação da liquidação extrajudicial de instituição financeira não exclui do lançamento de oficio efetuado anteriormente a imposição de multa e juros, cujas exigências devem ser examinadas na face de execução. A restrição à reclamação de penas pecuniárias por infração de natureza administrativa, não prejudica o julgamento da procedência da exigência tributária, para fins de constituição definitiva do crédito. O lançamento é ato administrativo vinculado e obrigatório destinado à constituição do crédito tributário, que compreende a multa "exoffício" e os juros de mora. A mim me parece claro, por outro lado, que as restrições impostas pela Lei n° 6.024, de 1974, art. 18, alíneas "d" e "f" e pelo Decretolei n° 7.661, de 1945, art. 23, parágrafo único, inciso III e art. 26, caput, dizem respeito à fase de execução, e devem, portanto, se analisada no foro competente. Para melhor compreensão dessa questão, transcrevo a seguir os mencionados dispositivos, verbis: Lei n°6.024, de 1974: Art. 18. A decretação da liquidação extrajudicial produzirá de imediato, os seguintes efeitos: (...) d)não fluência de juros, mesmo que estipulados, contra a massa, enquanto não integralmente pago o passivo; e) não reclamação de correção monetária de quaisquer divisas passivas, nem penas pecuniárias por infração de leis penais ou administrativas. Lei n°7.661. de 1945: Art. 23. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 (...) Parágrafo único. Não podem ser reclamados na falência: C..) III — as penas pecuniárias por infração das leis penais e administrativas. O julgamento administrativo é parte do processo e constituição definitiva do crédito tributário, que não deve ser prejudicado por circunstâncias que dizer respeito à reclamação ou cobrança desse crédito, vale dizer, à fase se execução. Ora, a legislação tributária é clara ao prescrever a incidência de multa de oficio e dos juros de mora no caso de lançamento de oficio como o que ora se examina. E, sendo assim, não vislumbro razão para excluir tais encargos nessa fase. Essas mesmas conclusões aplicamse no caso de processo falimentar. Assim, a informação trazida pela Recorrente de que foi decretada a falência ou de que o teria sido iniciada a liquidação extrajudicial em nada altera o que foi dito acima. No que se refere ao local de intimação do Sr. Alfredo Luiz Kugelamas, essa não se trata de matéria vinculada ao lançamento, que indique vício no mesmo, deste modo não se tratará por não ter vinculação com o lançamento em si. Ante o exposto, VOTO no sentido de negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 106DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Numero do processo: 10283.720951/2009-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/01/2004 a 31/12/2004
BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO.
A Cofins Cumulativa devida pelas sociedades cooperativas de trabalho será calculada com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3° da Lei n.° 9.718, de 1998, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência.
COFINS. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. MATÉRIA DE PROVA.
Somente podem ser acolhidos, a título de deduções da base de cálculo da Cofins, aqueles valores que restem comprovados de forma induvidosa. É ônus do contribuinte comprovar o direito que invoca, bem como sua oponibilidade perante a Administração Tributária.
Recurso voluntário negado
Numero da decisão: 3202-001.609
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior votou pelas conclusões..
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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FALTA DE RECOLHIMENTO. Recorrente UNIODONTO DE MANAUS COOPERATIVA DE TRABALHO ODONTOLÓGICO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2004 a 31/12/2004 BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO. As contribuições para o PIS/PASEP cumulativas devida pelas sociedades cooperativas de trabalho devem ser calculadas com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3° da Lei n.° 9.718/98, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. ÔNUS DA PROVA. Somente podem ser acolhidos, a título de deduções da base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP, aqueles valores que restem comprovados, de forma induvidosa. É ônus do contribuinte comprovar o direito que invoca, bem como sua oponibilidade perante a Administração Tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2004 a 31/12/2004 BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO. A Cofins Cumulativa devida pelas sociedades cooperativas de trabalho será calculada com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3° da Lei n.° 9.718, de 1998, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência. COFINS. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. MATÉRIA DE PROVA. Somente podem ser acolhidos, a título de deduções da base de cálculo da Cofins, aqueles valores que restem comprovados de forma induvidosa. É ônus do contribuinte comprovar o direito que invoca, bem como sua oponibilidade perante a Administração Tributária. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 09 51 /2 00 9- 70 Fl. 603DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Recurso voluntário negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior votou pelas conclusões.. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: “Trata o presente processo de Autos de Infração do período que vai de 01 a 12/2004, relativos à: a) Contribuição para o PIS, no valor de R$ 58.007,99 (fl. 01), compreendendo principal, multa de ofício de 75% e juros de mora calculados até 29/05/2009; e b) Contribuição para o financiamento da Seguridade Social, no valor de R$ 267.730,08 (fl.199), compreendendo principal, multa de ofício de 75% e juros de mora calculados até 29/05/2009. A autoridade fiscal, nos termos das descrições de fatos de fls. 03/04 e 203/204, informa que a autuada registrou na DIPJ/2005 deduções na base de cálculo do PIS e da Cofins com a rubrica "exclusões permitidas às sociedades cooperativas”, sem guarida nos instrumentos normativos pertinentes, posto que o tipo de cooperativa da qual a autuada é espécie não está contemplada como beneficiária de quaisquer exclusões permitidas às demais sociedades cooperativas, daí decorrendo a autuação. Cientificada dos lançamentos em 30/06/2009 (fls. 02 e 202), a contribuinte apresentou, em 24/07/2009, as impugnações de fls. 399/432 e 435/462, nas quais alega: a) O lançamento foi realizado em 30/03/2009, motivo pelo qual estão decaídos os tributos das competências de janeiro a maio de 2004. b) Relativamente ao PIS, sustenta que a fiscalização desprezou o comando legal contido no § 1º do art. 2° da Lei n° 9.715/1998, que isenta as cooperativas da contribuição ao PIS sobre os atos cooperativos. Aduz que tal dispositivo não foi revogado, expressa ou tacitamente, pela legislação superveniente. c) A questão do alargamento da base de cálculo do PIS é bastante conhecida. A Lei nº 9.718/98 previa em seu art. 3º, § 1º, que se considerava faturamento toda a receita ingressada na pessoa jurídica, independentemente da classificação contábil adotada. O STF, contudo, declarou a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo em tela, sob o entendimento de que a norma era inválida pela redação Fl. 604DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10283.720951/200970 Acórdão n.º 3202001.609 S3C2T2 Fl. 598 3 original. Assim, não há qualquer comando que invalide o disposto no § 1º do art. 2° da Lei n° 9.715/1998. Refere julgados administrativos. d) A medida provisória n° 2.15835 pretendeu revogar a isenção da Lei Complementar n° 70/91, conferida a atos cooperativos. Contudo, sobre o ato cooperativo ocorre não incidência e não isenção, assim, esses atos não são passíveis de tributação pelo PIS e pela Cofins. Afirma que é sociedade cooperativa de trabalho, passando a discorrer acerca da natureza de tais entes jurídicos, do ato cooperativo e do regime econômico das operações cooperativas. Acresce que o ato praticado pela cooperativa para atingir seu objetivo, de prestar serviços aos associados, caracteriza o ato cooperativo,ensejando pelo princípio do retorno que a sociedade não titularize nada em suas operações, sendo todo o valor arrecadado repassado aos cooperados. Cita julgados judiciais e administrativos. e) Além da inexistência de hipótese de incidência sobre o ato cooperativo, o lançamento não respeitou a legislação de regência da atividade praticada pela contribuinte, que independe de sua natureza societária. A contribuinte atua como operadora de planos privados de assistência à saúde, cuja atividade é regulada pela ANS, possuindo a faculdade de exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins dos valores referidos no art. 3 0, § 9°, da Lei n° 9.718/1998. Acresce que a lei emprega linguajar técnicocontábil do setor regulado, o que muitas vezes leva a divergência de entendimento sobre a extensão do texto pela fiscalização. Tomando por base esclarecimentos fornecidos pela ANS, esclarece o significado dos termos co responsabilidades cedidas, provisões técnicas e eventos ocorridos, cujos valores deveriam ser excluídos da base de cálculo das contribuições em tela. f) O plano de saúde é contrato de risco que se assemelha ao segurosaúde. Porém, do ponto de vista fiscal, as mesmas operações tinham tratamentos diferentes. Até o encerramento da vigência da MP n° 2.15834/2001, havia clara distorção fiscal concorrencial, pois operadores do mesmo segmento tinham tratamento, em razão da mesma atividade, de forma diversa. Assim, a MP n°2.15835/2001, ao incluir o § 9º ao art. 3' da Lei n°9.718/98, apenas criou regra fiscal de correção, ao permitir às operadoras de planos de saúde exclusões de base de cálculo idênticas às permitidas às seguradoras. Cita nota da ANS. g) É segura a possibilidade das operadoras de planos de saúde excluírem da base de cálculo das contribuições em tela as despesas com os cirurgiõesdentistas para cobertura do plano odontológico efetivamente creditadas. Tratandose de despesas suportadas pelo prestador, na qualidade de sóciocooperado, a rubrica contábil que a alimenta é "produção de cooperado", integrante da conta de despesas de eventos indenizáveis. Cita julgado administrativo. Não procede, assim, o lançamento sem a dedução das despesas previstas na legislação do plano odontológico operado pela contribuinte. Tomando em conta tais fundamentos, pleiteia o acolhimento da preliminar de decadência parcial e a reforma do lançamento, para que seja cancelado ou deduzido.” A DRJBelém/PA julgou procedente em parte a impugnação lançamento (fls.541/548), nos termos da ementa transcrita adiante: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. Fl. 605DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 São improfícuos os julgados judiciais e administrativos trazidos pelo sujeito passivo, por lhes falecer eficácia normativa, na forma do artigo 100, II, do Código Tributário Nacional. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. PRAZO DECADENCIAL. Declarada a inconstitucionalidade dos textos normativos que estabeleciam o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições sociais e havendo sido proferida, pelo STF, a Súmula Vinculante n° 08, concluise que a contagem do prazo decadencial dessas espécies tributárias regese pelo disposto no Código Tributário Nacional. Assim, na hipótese em que há recolhimento parcial antecipado, o prazo decadencial de cinco anos tem início na data de ocorrência do fato gerador, na forma do art. 150, § 4º , do Estatuto Tributário. De outro lado, não havendo qualquer pagamento, aplicase a regra do art. 173, I, do mesmo diploma, pouco importando se houve ou não declaração, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. PIS. CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO. A Contribuição para o PIS Cumulativo devido pelas sociedades cooperativas de trabalho será calculada com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3° da Lei n.° 9.718, de 1998, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência. PIS. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. MATÉRIA DE PROVA. Somente podem ser acolhidos, a título de deduções da base de cálculo da Contribuição para o PIS,aqueles valores que restem comprovados, de forma induvidosa. É ônus do contribuinte comprovar o direito que invoca, bem como sua oponibilidade à Administração Tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados judiciais e administrativos trazidos pelo sujeito passivo, por lhes falecer eficácia normativa, na forma do artigo 100, II, do Código Tributário Nacional. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. PRAZO DECADENCIAL. Declarada a inconstitucionalidade dos textos normativos que estabeleciam o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições sociais e havendo sido proferida, pelo STF, a Súmula Vinculante n° 08, concluise que a contagem do prazo decadencial dessas espécies tributárias regese pelo disposto no Código Tributário Nacional. Assim, na hipótese em que há recolhimento parcial antecipado, o prazo decadencial de cinco anos tem início na data de ocorrência do fato gerador, na forma Fl. 606DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10283.720951/200970 Acórdão n.º 3202001.609 S3C2T2 Fl. 599 5 do art. 150, § 4°, do Estatuto Tributário. De outro lado, não havendo qualquer pagamento, aplicase a regra do art. 173, I, do mesmo diploma, pouco importando se houve ou não declaração, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. COFINS. CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. COOPERATIVAS DE TRABALHO. A Cofins Cumulativa devida pelas sociedades cooperativas de trabalho será calculada com base no seu faturamento mensal, assim entendido como a receita bruta definida no art. 3° da Lei n.° 9.718, de 1998, da qual podem ser excluídos somente os valores autorizados pela legislação de regência. COFINS. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. MATÉRIA DE PROVA. Somente podem ser acolhidos, a título de deduções da base de cálculo da Cofins, aqueles valores que restem comprovados de forma induvidosa. É ônus do contribuinte comprovar o direito que invoca, bem como sua oponibilidade à Administração Tributária. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário (efls. 578/582), alegando, em síntese: que a Lei nº 9.718/98, em seu art. 3º, § 1º, considerava faturamento toda receita ingressada na pessoa jurídica, independentemente da classificação contábil adotada. O STF, contudo, declarou a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo em tela, sob o entendimento de que a norma era inválida pela redação original. Assim, não há qualquer comando que invalide o disposto no § 1º do art. 2° da Lei n° 9.715/1998, o qual claramente isenta as cooperativas da contribuição ao PIS sobre atos cooperativos; que, além deste fato, o lançamento tributário realizado não respeitou a legislação que rege a atividade praticada pela recorrente, a qual atua como cooperativa de planos odontológicos de saúde, tendo sua atividade regulada pela ANS, que lhe faculta a exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS dos valores referidos no artigo 3°, parágrafo 9°, da Lei n.° 9.718/1998; que o plano de saúde é contrato de risco que se assemelha ao segurosaúde, porém, tem tratamento diferenciado do ponto de vista fiscal; que é clara a improcedência do lançamento sem dedução das despesas previstas na legislação do plano odontológico, pois se tratam de despesas suportadas pelo prestador, na qualidade de sócio cooperado, referentes à "produção de cooperado", integrante das despesas de eventos indenizáveis. Ao final, requereu o cancelamento do Auto de Infração, por entender estar isenta de tributação; ou, caso não seja este o (..) entendimento, (...) seja procedido novo Fl. 607DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 cálculo, sendo facultado à recorrente a dedução dos valores correspondentes aos atos cooperativos e produção pagos aos cooperados. É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço. Ao teor do relatado, versa a lide sobre Autos de Infração, lavrados em 30/06/2009 (ciência na mesma data), contra a contribuinte UNIODONTO DE MANAUS COOPERATIVA DE TRABALHO ODONTOLÓGICO LTDA, para exigência de créditos tributários relativos às contribuições para o PIS e a COFINS, referentes a fatos geradores ocorridos entre 31/01/2004 a 31/12/2004, no valor total de R$ 325.738,07, inclusos o principal, multa de ofício e juros de mora (efls. 03/16 e 207/215). A DRJBelém/PA julgou procedente em parte a impugnação, excluindo do lançamento, por decadentes, os créditos tributários relativos aos fatos geradores de janeiro e maio de 2004, o que restou incontroverso em sede de recurso. Na esfera recursal, alega a recorrente que somente são tributáveis as receitas das operações com não associados, tendo em vista o disposto no § 1º do art. 2° da Lei n° 9.715/1998, o qual “isentaria” as cooperativas da contribuição ao PIS sobre atos cooperativos. Vejase o texto da lei: Lei nº. 9.715/98 Art. 2o A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: I pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, com base no faturamento do mês; II pelas entidades sem fins lucrativos definidas como empregadoras pela legislação trabalhista e as fundações, com base na folha de salários; (Vide Medida Provisória nº 1.8586, de 1999) (Revogado pela Medida Provisória nº 2.15835, de 24.8.2001) III pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas. § 1o As sociedades cooperativas, além da contribuição sobre a folha de pagamento mensal, pagarão, também, a contribuição calculada na forma do inciso I, em relação às receitas decorrentes de operações praticadas com não associados. § 2o Excluemse do disposto no inciso II deste artigo os valores correspondentes à folha de pagamento das instituições ali Fl. 608DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10283.720951/200970 Acórdão n.º 3202001.609 S3C2T2 Fl. 600 7 referidas, custeadas com recursos originários dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. Acontece, porém, que o pleno do STF, em 05/11/2014, no julgamento do RE 599.362/RJ, com repercussão geral reconhecida, reafirmou o entendimento de que as cooperativas não são imunes à incidência dos tributos, e firmou a tese de que incide o PIS/PASEP sobre atos praticados pelas cooperativas com terceiros tomadores de serviços, resguardadas exclusões e deduções previstas em lei. Vejase a ementa do julgado: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. ARTIGO 146, III, C, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ADEQUADO TRATAMENTO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE IMUNIDADE OU DE NÃO INCIDÊNCIA COM RELAÇÃO AO ATO COOPERATIVO. LEI Nº 5.764/71. RECEPÇÃO COMO LEI ORDINÁRIA. PIS/PASEP. INCIDÊNCIA. MP Nº 2.15835/2001. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. INEXISTÊNCIA. 1. O adequado tratamento tributário referido no art. 146, III, c, CF é dirigido ao ato cooperativo. A norma constitucional concerne à tributação do ato cooperativo, e não aos tributos dos quais as cooperativas possam vir a ser contribuintes. 2. O art. 146, III, c, CF pressupõe a possibilidade de tributação do ato cooperativo ao dispor que a lei complementar estabelecerá a forma adequada para tanto. O texto constitucional a ele não garante imunidade ou mesmo não incidência de tributos, tampouco decorre diretamente da Constituição direito subjetivo das cooperativas à isenção. 3. A definição do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo se insere na órbita da opção política do legislador. Até que sobrevenha a lei complementar que definirá esse adequado tratamento, a legislação ordinária relativa a cada espécie tributária deve, com relação a ele, garantir a neutralidade e a transparência, evitando tratamento gravoso ou prejudicial ao ato cooperativo e respeitando, ademais, as peculiaridades das cooperativas com relação às demais sociedades de pessoas e de capitais. 4. A Lei nº 5.764/71 foi recepcionada pela Constituição de 1988 com natureza de lei ordinária e o seu art. 79 apenas define o que é ato cooperativo, sem nada referir quanto ao regime de tributação. Se essa definição repercutirá ou não na materialidade de cada espécie tributária, só a análise da subsunção do fato na norma de incidência específica, em cada caso concreto, dirá. 5. Na hipótese dos autos, a cooperativa de trabalho, na operação com terceiros – contratação de serviços ou vendas de produtos não surge como mera intermediária de trabalhadores autônomos, mas, sim, como entidade autônoma, com personalidade jurídica própria, distinta da dos trabalhadores associados. Fl. 609DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 8 6. Cooperativa é pessoa jurídica que, nas suas relações com terceiros, tem faturamento, constituindo seus resultados positivos receita tributável. 7. Não se pode inferir, no que tange ao financiamento da seguridade social, que tinha o constituinte a intenção de conferir às cooperativas de trabalho tratamento tributário privilegiado, uma vez que está expressamente consignado na Constituição que a seguridade social “será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei” (art. 195, caput, da CF/88). 8. Inexiste ofensa ao postulado da isonomia na sistemática de créditos conferida pelo art. 15 da Medida Provisória 2.158 35/2001. Eventual insuficiência de normas concedendo exclusões e deduções de receitas da base de cálculo da contribuição ao PIS não pode ser tida como violadora do mínimo garantido pelo texto constitucional. 9. É possível, senão necessário, estabeleceremse diferenciações entre as cooperativas, de acordo com as características de cada segmento do cooperativismo e com a maior ou a menor necessidade de fomento dessa ou daquela atividade econômica. O que não se admite são as diferenciações arbitrárias, o que não ocorreu no caso concreto. 10. Recurso extraordinário ao qual o Supremo Tribunal Federal dá provimento para declarar a incidência da contribuição ao PIS/PASEP sobre os atos (negócios jurídicos) praticados pela impetrante com terceiros tomadores de serviço, objeto da impetração. (RE 599362/RJ. Relator Min. Dias Toffoli. Julgamento: 06/11/2014. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Assim, as sociedades cooperativas sujeitamse ao pagamento das contribuições para o PIS e a COFINS sobre seu faturamento, correspondente à receita bruta da pessoa jurídica, permitidas as deduções da base de cálculo previstas no §2º do art. 3º da Lei nº. 9.718/1998. Vejase: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica § 1º Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas(Revogado pela Lei nº. 11.941, de 2009) § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: Fl. 610DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10283.720951/200970 Acórdão n.º 3202001.609 S3C2T2 Fl. 601 9 I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; II as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; .(Revogado pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) IV a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. V a receita decorrente da transferência onerosa, a outros contribuintes do ICMS, de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. (Incluído pela Medida Provisória nº 451, de 2008) (Produção de efeito) V a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). Para as operadoras de planos de assistência à saúde, autoriza a lei, ainda, as deduções na base de cálculo previstas no §9º do mesmo art. 2º acima transcrito. E para as sociedades cooperativas, prevê, ainda, as deduções do art. 15. Vejase: Art. 2º. (...) § 9. Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) I coresponsabilidades cedidas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) Fl. 611DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 10 II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) (...) Art. 15.As sociedades cooperativas poderão, observado o disposto nos arts. 2º e 3o da Lei no 9.718, de 1998, excluir da base de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP: I os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à cooperativa; II as receitas de venda de bens e mercadorias a associados; III as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação profissional e assemelhadas; IV as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de produção do associado; V as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos. §1o. Para os fins do disposto no inciso II, a exclusão alcançará somente as receitas decorrentes da venda de bens e mercadorias vinculados diretamente à atividade econômica desenvolvida pelo associado e que seja objeto da cooperativa. § 2. Relativamente às operações referidas nos incisos I a V do caput: I a contribuição para o PIS/PASEP será determinada, também, de conformidade com o disposto no art. 13; II serão contabilizadas destacadamente, pela cooperativa, e comprovadas mediante documentação hábil e idônea, com a identificação do associado, do valor da operação, da espécie do bem ou mercadorias e quantidades vendidas. Acontece que, da mesma forma como na impugnação, em esfera recursal a contribuinte limitouse a trazer, de forma genérica, a alegação de que não há incidência incidência de PIS e COFINS cumulativos sobre ato cooperativo, deixando de comprovar, sequer apontar, quais seriam os atos cooperativos cujos valores pretende sejam excluídos da base de cálculo, conforme assinalou a instância julgadora a quo, a saber: “Embora resulte induvidosa, em tese, a possibilidade de que valores relativos a "coresponsabilidades cedidas", "contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas" e "indenizações correspondentes aos eventos ocorridos" sejam excluídos da base de cálculo das contribuições Fl. 612DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10283.720951/200970 Acórdão n.º 3202001.609 S3C2T2 Fl. 602 11 em tela, também se faz evidente que a interessada limitouse a alegar os fatos que aduz em seu favor. Ocorre que demonstrar a existência líquida, certa e inequívoca dos valores que pretende ver deduzidos da base de cálculo das contribuições é ônus mínimo que se impõe à contribuinte, a qual não se desincumbiu,.assim;de seu ônus probatório de aduzir ao processo documentação que dê suporte a sua pretensão. (...) Desse modo, a litigante deveria ter trazido aos autos as provas hábeis a comprovar, de forma induvidosa, o seu direito, bem como sua oponibilidade, em concreto, à Administração Tributária, sob pena de, não o fazendo, havêlo como não argüido.” Tal comprovação se dá em razão de que, no processo administrativo fiscal, também é aplicável o princípio processual de que ao autor cabe o ônus de demonstrar os fatos constitutivos de seu direito, isto é, à Fazenda Pública cabe demonstrar os fatos que justificam o lançamento fiscal (quem alega tem de provar) e, ao sujeito passivo, os fatos impeditivos e ou modificativos do direito demonstrado pelo autor (pela Fazenda Pública). Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira ] Fl. 613DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digital mente em 26/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
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Numero do processo: 15504.013681/2009-19
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
PREVIDENCIÁRIO. AFERIÇÃO INDIRETA. DECADÊNCIA. LEGISLAÇÃO CONTEMPORÂNEA. INSTRUÇÃO DO PROCESSO. NULIDADE.
Os créditos tributários das contribuições previdenciárias serão constituídos pelo procedimento especial de aferição indireta, quando restar comprovado o previsto no § 6º, do art. 33, da Lei n° 8.212/91, que no exame da escrituração contábil e, não de ou, de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatou que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.
Conforme Súmula CARF nº 99, Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.
Na forma do at. 144 do Código Tributário Nacional- CTN , o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
A exigência do crédito tributário será formalizada em autos de infração ou notificações de lançamento, instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. Tal determinação é o que consta no comando do art. 9° do Decreto 70.235/72.
O art. 61 do Decreto 70.235/72, preceitua que diante de fatos que a ensejar, é prerrogativa do relator declarar a nulidade.O parágrafo único do art. 168, da lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, subsidiariamente, determina que as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz quando as encontrar provadas não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
Processo Anulado.
Numero da decisão: 2403-002.614
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Em preliminar: por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência dos lançamentos para as competências 07/2004 e anteriores, com base no art. 150, § 4º, do CTN. No mérito por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para determinar a nulidade do processo por vício material. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro . O conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari votou pelas conclusões.
CARLOS ALBERTOMEES STRINGARI - Presidente.
IVACIR JÚLIO DE SOUZA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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AFERIÇÃO INDIRETA. DECADÊNCIA. LEGISLAÇÃO CONTEMPORÂNEA. INSTRUÇÃO DO PROCESSO. NULIDADE. Os créditos tributários das contribuições previdenciárias serão constituídos pelo procedimento especial de aferição indireta, quando restar comprovado o previsto no § 6º, do art. 33, da Lei n° 8.212/91, que no exame da escrituração contábil “e”, não de “ou”, de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatou que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. Conforme Súmula CARF nº 99, “ Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.” Na forma do at. 144 do Código Tributário Nacional CTN , o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. A exigência do crédito tributário será formalizada em autos de infração ou notificações de lançamento, instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. Tal determinação é o que consta no comando do art. 9° do Decreto 70.235/72. O art. 61 do Decreto 70.235/72, preceitua que diante de fatos que a ensejar, é prerrogativa do relator declarar a nulidade.O parágrafo único do art. 168, da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 01 36 81 /2 00 9- 19 Fl. 528DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, subsidiariamente, determina que as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz quando as encontrar provadas não lhe sendo permitido suprilas, ainda que a requerimento das partes. Processo Anulado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Em preliminar: por unanimidade de votos, em reconhecer a decadência dos lançamentos para as competências 07/2004 e anteriores, com base no art. 150, § 4º, do CTN. No mérito por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para determinar a nulidade do processo por vício material. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro . O conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari votou pelas conclusões. CARLOS ALBERTOMEES STRINGARI Presidente. IVACIR JÚLIO DE SOUZA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Fl. 529DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de crédito lançado pela fiscalização contra a empresa Global Engenharia Ltda, no montante de R$ 112.341,14 (cento e doze mil trezentos e quarenta e um reais e quatorze centavos), consolidado em 05/08/09, que, de acordo com o Relatório Fiscal de fls. 100/111, referese a contribuições devidas às entidades denominadas “Terceiros” (Salário Educação, Incra, SESC, SENAC e SEBRAE), incidentes sobre o valor da mãodeobra utilizada na prestação de serviços de construção civil, apurado por aferição indireta. Ainda de acordo com o Relatório Fiscal, o débito foi apurado pelo método de aferição indireta, tendo em vista que a empresa não apresentou os documentos solicitados através do Termo de Intimação Fiscal específico para apresentação das folhas de pagamentos, GFIP e GPS referentes à prestação de serviços aos clientes discriminados na planilha de fls. 112/114. DA IMPUGNAÇÃO Efetuada a leitura do relatório a quo, compulsando os autos, corroborei o que fora narrado e , por pragmatismo, reproduzo a íntegra do sobredito relatório gerado em razão da peça vestibular de fls. 120/151 que a empresa apresentou onde procedeu as alegações que se seguem : “ Das Contribuições Sociais das Empresas: Base de Cálculo Neste tópico, argumenta que o procedimento de Aferição Indireta da base de cálculo das contribuições sociais, previsto nos arts. 427, 428, 600, 601 e 605 da Instrução Normativa MPS/SRP nº 03/2005 e adotado pela fiscalização, é absolutamente excepcional e somente aplicável nas hipóteses de absoluta impossibilidade de apurar os reais valores pagos a título de remuneração dos empregados ou pessoas físicas prestadoras de serviços, o que não é o caso. Diz que em se tratando as atividades fiscalizadas de obras de construção civil, se fosse o caso de uma aferição indireta dos valores, deveria ela ser realizada, em geral com base no percentual de 14%, previsto no inciso V do art. 605 da IN 03/2005, na realidade seria aplicável o art. 623 da IN nº 100/2003, esta sim em vigor. Prossegue argumentando que, no caso, é inaplicável a aferição indireta uma vez que existe prova contundente e suficiente a demonstrar qual a efetiva e real base de cálculo das contribuições sociais a cargo da empresa fiscalizada. Da Deficiente Capitulação Legal das Supostas Infrações Alega que a fiscalização aplicou à autuação dispositivo normativo que não estava em vigor quando da ocorrência das supostas infrações, ou seja, a Instrução Normativa MPS/SRP nº 03, de 14/07/2005. Entende que deveria ser aplicado ao caso a Instrução Normativa INSS/DC nº 100, de 18/12/2003 (DOU de 24/12/2003). Fl. 530DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 Invoca os artigos 105 e 106 do CTN. Requer a nulidade do auto de infração por vício insanável de legalidade, uma vez que o mesmo carece de motivação, fundamentação e tipificação legal. Invoca o art. 10, IV, do Decreto 70.235/72, e julgados do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda e do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Dos Serviços Prestados a Construtoras Alega que os serviços prestados às empresas LIBE CONSTRUTORA LTDA e CONSTRUTORA MELLO AZEVEDO S/A, se tratam de meras atividades de consultoria e projetos, que foram prestados pelos próprios engenheiros sócios e diretores da impugnante, e não demandaram a utilização de mãodeobra nem de empregados da empresa nem de pessoas físicas contratadas e também não configuraram qualquer tipo de subcontratação de serviços, razão pela qual não há que se falar em contribuição sobre a folha de salários. Esclarece, ainda, que a Nota Fiscal 2405, emitida contra a CONSTRUTORA MELLO AZEVEDO S/A, foi cancelada ( fls. 171/174 do Anexo I), ou seja, os serviços ali representados sequer foram prestados. Contrato com o IGAM Com relação ao contrato firmado com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, para execução de obras de sistemas de abastecimento de água nas cidades de Araçuaí e Carbonita, faz os seguintes esclarecimentos: • foi gerada a matrícula CEI nº 500155808171, em outubro/2004; • foram base para a autuação as Notas Fiscais 2454, 2453, 2488 e 2489, todas emitidas ao IGAM, datadas de novembro e dezembro de 2004 e referentes aos serviços de construção de sistema de abastecimento de águas, cujas medições foram realizadas em outubro e novembro/2004; • os serviços prestados relativos às NF 2454, 2453, 2488 e 2489, foram diretamente prestados pela impugnante ao IGAM de modo que os encargos previdenciários foram apurados e recolhidos pela GLOBAL, conforme a folha de pagamento do próprio empreendimento; • junta cópias de vários documentos às fls. 175/247 do Anexo I, entre os quais cópias do contrato e de folhas de pagamento; • diz que em outubro, de acordo com as folhas de pagamento e SEFIP, a base de cálculo dos encargos previdenciários foi de R$2.544,00, o que gerou um recolhimento de R$834,05 (já abatidos os valores do salário família); • em novembro, de acordo com as folhas de pagamento e SEFIP, a base de cálculo dos encargos previdenciários foi de R$12.010,26, o que gerou um recolhimento de R$4.057,49 (já abatidos os valores do salário família); • já no mês de dezembro, de acordo com as folhas de pagamento e SEFIP, a base de cálculo dos encargos previdenciários foi de R$15.119,27, o que gerou um recolhimento de R$5.220,39 (já abatidos os valores do salário família); Fl. 531DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 4 5 Contrato com a Prefeitura Municipal de Caxambu/MG Com relação ao contrato firmado com a Prefeitura Municipal de Caxambu, para execução de obras de urbanização e pavimentação de logradouros públicos e revitalização de ruas, apresenta os seguintes esclarecimentos e alegações: • foi gerada a matrícula CEI nº 500067723072, em agosto/2002; • os serviços apontados nas Notas Fiscais nº 2423 e 2424 não foram diretamente prestados pela impugnante à Prefeitura de Caxambu, mas foram objeto de contrato de subempreitada, firmado em agosto de 2002, com a empresa CEDRO SUL CONSTRUÇÕES LTDA que assim assumiu a responsabilidade direta pelos encargos previdenciários de seus empregados e contratados, de modo que coube à GLOBAL apenas a Retenção em relação aos serviços subcontratados. Junta cópias de Notas Fiscais emitidas pela CEDRO SUL CONSTRUÇÕES LTDA onde foram destacadas as retenções pertinentes, bem como cópia dos respectivos comprovantes de recolhimento de tais antecipações a cargo da GLOBAL , relativas às competências 09/2002, 10/2002, 11/2002 , 02/2003 e 04/2003; • diz que em relação a esta obra, a empresa não logrou êxito em localizar a tempo a documentação referente à subempreitada efetivamente contratada, qual seja, as Notas Fiscais emitidas pela empresa contratada e os respectivos comprovantes de retenção e recolhimento dos encargos previdenciários pertinentes; • contesta a alíquota aplicada para a aferição indireta dizendo que esta deveria ter sido realizada com base nos artigos 428 e 605 da IN 03/2005 ( ou 442 e 623 da IN 100/2003), e que os serviços prestados neste empreendimento foram de pavimentação asfáltica devendo, pois, ser aplicado o percentual de 4%, conforme inciso I do artigo 605 da IN 03/2005 ( ou inciso I do artigo 623 da IN 100/2003); • junta os documentos de fls. 248/294 do Anexo I . Contrato com a Prefeitura Municipal de Ouro Preto execução de obras de ampliação do sistema de abastecimento e distribuição de água potável, faz os seguintes esclarecimentos • foi gerada a matrícula CEI nº 5000602210/79, em julho de 2002; • foram base para a autuação as Notas Fiscais 2296, 2327, 2355, 2360 e 2497, emitidas à Prefeitura de Ouro Preto, respectivamente em 13/02/2004, 05/04/2004, 17/05/2004,01/06/2004 e 17/12/2004, e referentes a serviços de ampliação do sistema de abastecimento de água do distrito de Cachoeira do Campo; • os serviços apontados nas notas fiscais objeto do lançamento fiscal não foram diretamente prestados pela impugnante à Prefeitura de Ouro Preto, mas foram objeto de Contrato de Subempreitada, firmado em agosto de 2003, com a empresa SABRE ENGENHARIA LTDA, que assim assumiu a responsabilidade direta pelos encargos previdenciários de seus empregados e contratados, de modo que coube à GLOBAL apenas a RETENÇÃO em relação aos serviços subcontratados. Junta cópias das notas fiscais emitidas pela empresa SABRE ENGENHARIA LTDA, onde foram destacadas as retenções pertinentes, bem como cópia dos respectivos comprovantes de recolhimento de tais antecipações a cargo da GLOBAL. Faz uma análise das retenções efetuadas nas notas fiscais emitidas pela SABRE ENGENHARIA, alegando que todas as retenções foram efetuadas regularmente. Fl. 532DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 • junta os documentos de fls. 295/339 do Anexo I para comprovar que a referida obra foi totalmente subcontratada, bem como a regularidade dos procedimentos de Retenção dos respectivos encargos previdenciários. Contrato com a Prefeitura Municipal de Planura Com relação ao contrato firmado com a Prefeitura Municipal de Planura, para execução de obras de construção do sistema de tratamento de esgoto, faz os seguintes esclarecimentos • os serviços apontados nas notas fiscais objeto do lançamento não foram diretamente prestados pela impugnante, mas foram objeto de contratos de subempreitada firmados com as empresas CISOL – CONSTRUTORA E INCORPORADORA SOUTO LTDA e JR ENGENHARIA LTDA, que assim assumiram a responsabilidade direta pelos encargos previdenciários de seus empregados e contratados, de modo que coube à GLOBAL apenas a retenção em relação aos serviços subcontratados. • junta as notas fiscais emitidas pelas empresas CISOLCONSTRUTORA E INCORPORADORA SOUTO LTDA e JR ENGENHARIA LTDA, onde foram destacadas as Retenções pertinentes, bem como cópia dos respectivos comprovantes de recolhimento de tais antecipações a cargo da GLOBAL. Faz uma análise das retenções efetuadas nas notas fiscais emitidas pela CISOL CONSTRUTORA E INCORPORADORA SOUTO LTDA e JR ENGENHARIA LTDA, alegando que todas as retenções foram efetuadas regularmente. • Junta os documentos de fls. 340/364 do Anexo I e 366/381 do Anexo II, para comprovar que a referida obra foi totalmente subcontratada, bem como a regularidade dos procedimentos de retenção dos respectivos encargos previdenciários. Contrato com a Prefeitura Municipal de São Romão Com relação ao contrato firmado com a Prefeitura Municipal de São Romão, diz que a empresa não logrou êxito em localizar a tempo a documentação referente à subempreitada efetivamente contratada, ou seja, as Notas Fiscais emitidas pela empresa contratada e os respectivos comprovantes de retenção e recolhimento dos encargos previdenciários pertinentes. Alega, todavia, que verificase a irregularidade quando da aferição indireta uma vez que esta deveria ter sido realizada com base nos arts. 428 e 605 da IN 03/2005 ( ou os arts. 442 e 623 da IN 100/2003). Argumenta que os serviços prestados neste empreendimento foram obras civis de saneamento básico e ambiental, serviços para cuja execução é inerente a exigência de utilização de equipamentos e maquinário pesado, o que significa que seria aplicável ao caso a aferição indireta do valor da mão de obra com base no inciso V do artigo 605 da IN 03/2005 (14%). Junta os documentos de fls. 382/399 do Anexo II, entre os quais o contrato celebrado com a Prefeitura Municipal de São Romão. Das Multas Aplicadas Discorrendo sobre os dispositivos legais que tratam da aplicação de multa de mora e de multa de ofício, argumenta que, se a interpretação e aplicação da penalidade será sempre aquela mais benéfica ao contribuinte, é evidente que será aplicável ao caso a regra do art. 35, II, “a”, outrora vigente, que previa Multa de 24% sobre o valor do débito, em detrimento da nova regra do art. 35A, que prevê aplicação de Multa de 75% sobre a mesma base de cálculo. Fl. 533DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 5 7 Assim, requer, acaso não sejam acatadas as razões de mérito, que ao menos sejam revistas as penalidades de Multa aplicadas de modo a se aplicar apenas e tão somente a penalidade de 24% prevista no art. 35, II, “a”, da Lei 8.212/91. DA DILIGÊNCIA Tendo em vista as alegações e os documentos apresentados pela empresa, o processo foi encaminhado em diligência fiscal, conforme despacho de fls. 159/161. DA INFORMAÇÃO FISCAL No que concerne ao resultado da Diligência, instruíramse o presente processo fazendo remissão aos documentos colacionados nos autos do de n° 15504.013680/200974 conforme consta no Relatório a quo às fls.460: “Em atendimento à referida diligência o auditor fiscal notificante manifestouse às fls. 407/410 do processo 15504.013680/200974.” DA MANIFESTAÇÃO DA RECORRENTE Em relação à manifestação do contribuinte consta documento de fls. 404/417 onde alega que: Dos serviços prestados pela construtoras ficou claro que se trataram de meras atividades de consultoria e projetos de obras, tanto assim que a diligência fiscal entendeu acertadamente pela exclusão da totalidade de tais lançamentos. Contrato com o IGAM Alega que a obra em questão realmente foi contratada em agosto/2004, porém, por conta de um atraso na emissão da ordem de serviço, que só veio a ser efetivamente emitida em 04/10/2004, foi firmado inclusive um Termo Aditivo ao Contrato nº 013/2004, prorrogandose seu prazo final para 31/10/2005, conforme doc de fl. 189. Diz que, como a ordem de serviço só fora emitida em 04/10/2004, a abertura de matrícula no Cadastro Específico do INSSCEI, só veio a ocorrer no mesmo mês de outubro/2004 sob o número 500155808171. Quanto ao contrato de subempreitada com a Construtora Penchel, tratase de documento que fora equivocadamente anexado aos autos, eis que diz respeito a período distinto daquele que gerou os lançamentos fiscais impugnados. Aduz que as notas fiscais que foram base para a autuação foram todas emitidas diretamente ao IGAM, datadas de novembro e dezembro de 2004, referentes a serviços de construção de sistema de abastecimento de águas no Município de Araçuaí. Esclarece que os serviços foram diretamente prestados pela impugnante ao IGAM, que firmara convênio com a Prefeitura Municipal de Araçuaí, para a realização de obras nos sistemas de abastecimento de água daquela cidade. Fl. 534DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 Alega que muito embora as GFIPs e SEFIPs apresentadas, bem como o CEI, apresentem como pretensa tomadora dos serviços a Prefeitura Municipal de Araçuaí, tais documentos se referem inequivocamente à obra nos sistemas de abastecimento de água de Araçuaí, que fora contratada pelo IGAM diretamente junto à impugnante. à Global (obra 399), para construção/reforma no sistema de abastecimento de água em Araçuaí, assim como todas as GPS referentes a este CEI também se referem ao mesmo empreendimento e devem ser consideradas como tais. Prossegue argumentando que os encargos previdenciários foram apurados e recolhidos diretamente pela Global, conforme a folha de pagamento do próprio empreendimento, vinculado ao CEI 50015580171 e respectivas GPS. Contrato com a Prefeitura Municipal de Caxambu/MG Neste tópico reitera os mesmos argumentos apresentados em sua defesa inicial acrescentando apenas que a própria diligência fiscal já reconheceu como inadequada a aferição indireta realizada no Auto de Infração, de modo a concluir pela retificação dos valores dos serviços contidos nas notas fiscais, com a redução do percentual de 50% relativo ao fornecimento do material, mantendo o percentual de mão de obra em 40%. Aduz, também, que o simples fato de constarem nas descrições dos serviços prestados, contidas nas Notas Fiscais, as expressões “revitalização urbana” ou “urbanização” não descaracteriza a pavimentação asfáltica como objeto da prestação dos serviços, tendo a descaracterização desta atividade se tratado de preciosismo e excessivo rigor na interpretação dos documentos anexados aos autos. Contrato com a Prefeitura Municipal de Ouro Preto Reitera os mesmos argumentos apresentados em sua defesa inicial e aduz que: • É incabível e inadequada a apuração realizada na diligência fiscal, como se a Global fosse a prestadora direta dos serviços fiscalizados. Na verdade, a empresa, enquanto subcontratante dos serviços, deveria apenas e tão somente proceder à retenção dos encargos previdenciários devidos por seu contratado, como de fato ocorreu. • O procedimento de apuração das contribuições previdenciárias diretamente com base nas Notas Fiscais nºs 2296, 2327, 2355, 2360 e 2497, como se a Global fosse a prestadora direta dos serviços, se mostra absolutamente incabível e equivocado. • Destaca que as retenções destacadas nas Notas Fiscais 2296, 2327, 2355, 2360 e 2497 foram procedidas apenas e tão somente por exigência da Prefeitura Municipal de Ouro Preto, pois, a rigor, tais retenções seriam legalmente desnecessárias, justamente por conta da integral subcontratação dos serviços. • Quanto à retenção destacada na NF 2497, emitida em 17/12/2004 pela Global contra a Prefeitura de Ouro Preto/MG, realmente o recolhimento se deu na competência 11, como restou consignado na diligência fiscal. Ocorre que o serviço subcontratado realmente fora prestado pela subempreiteira na competência 11, segundo informa a NF 86, de 09/11/2004. Diz que, na verdade, este serviço inicialmente havia sido faturado junto à Prefeitura de Ouro Preto em 09/11/2004, através da NF 2456, conforme documento anexado às fls. 428, que posteriormente fora cancelada em 10/12/2004 e substituída pela NF 2497, de 17/12/2004, quando houve o efetivo recebimento do pagamento junto à Prefeitura. Assim, Fl. 535DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 6 9 quando da emissão da NF 2456, em 09/11/2004, efetuou o recolhimento da contribuição previdenciária exigida pela Municipalidade (embora indevida), antes mesmo da substituição desta nota pela NF 2497, de 17/12/2004. Por esta razão não há qualquer vinculação expressa da retenção da NF 2497, pois, quando ocorreu a retenção e o recolhimento esta NF sequer existia. E como a diligência fiscal admitiu, os valores são realmente idênticos, o que justifica plenamente a vinculação de débito/crédito. • Insiste, diante da subcontratação plena dos serviços, que estas retenções diretas junto à Prefeitura de Ouro Preto sequer seriam devidas diante das retenções regularmente realizadas perante o efetivo e imediato prestador dos serviços, ou seja, a empresa Sabre Engenharia. Contrato com a Prefeitura Municipal de Planura Reitera os mesmos argumentos apresentados em sua defesa inicial e aduz que, com relação à divergência de datas apontada na diligência fiscal, ela se justifica pelo atraso da Prefeitura de Planura em efetuar o pagamento das notas fiscais 2395 e 2396, ambas datadas de 20/07/2004. Alega que, embora as notas fiscais tenham sido emitidas em julho de 2004, as suas respectivas medições só foram realizadas em maio de 2005 (05/05/2005), conforme se verifica pelo Movimento de Caixa da peticionária já anexado aos autos às fls. 355/356. Diz que, assim sendo, as notas fiscais das subempreiteiras (NF 000103 e 000034) só vieram a ser emitidas e efetivamente quitadas também em maio/2005, nos dias 25 e 31, como também se verifica pelo já citado Movimento de Caixa da peticionária. Argumenta que uma vez demonstrada a plena subcontratação dos serviços prestados à Prefeitura Municipal de Planura, bem como a total regularidade dos procedimentos de retenção dos respectivos encargos previdenciários, fica claro o equívoco fiscal em relação à autuação de tais atividades, o que demanda de pronto o seu cancelamento. Contrato com a Prefeitura Municipal de São Romão Além de reiterar os argumentos apresentados em sua defesa inicial, a impugnante aduz que o serviço contratado é de obra civil de saneamento básico e ambiental, empreitada esta sabidamente complexa e sofisticada a ponto de demandar não só a utilização de equipamentos, como também o uso de maquinário pesado. Diz que seria insensato e até absurdo imaginarmos que uma construtora realizaria obras de saneamento básico e ambiental em um município se utilizando apenas de pás, picaretas e colheres de pedreiro. Pela mera descrição dos serviços prestados, o bom senso clama pela aplicação do disposto no inciso V do art. 605 da IN 03/2005, ou o art. 623, V da IN 100/2003. Das Multas Aplicadas Das Contribuições Sociais das Empresas: Base de Cálculo e Da Deficiente Capitulação Legal das Supostas Infrações Nestes tópicos reitera os mesmos argumentos apresentados em sua defesa inicial. Requer o acolhimento da manifestação apresentada para julgar totalmente procedentes todos os pedidos articulados na peça de impugnação. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA No “decisium” colacionado as fls.454, os membros da 6ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (MG DRJ/BHE em 16 de fevereiro de 2012, na forma do Acórdão n ° 0237.505, por unanimidade de votos, mantiveram em parte o crédito tributário , conforme Discriminativo de Débito, em anexo. DO RECURSO VOLUNTÁRIO Não satisfeita com o resultado do julgamento a Recorrente interpôs Recurso de fls 488 guerreando a decisão com os mesmos argumentos trazidos em sede de impugnação. É o Relatório Fl. 537DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 7 11 Voto Conselheiro Ivacir Júlio de Souza DA TEMPESTIVIDADE Conforme protocolo na peça recursal, o documento é tempestivo. Aduz que reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto dele tomo conhecimento. DA PRELIMINAR DE DECADÊNCIA O Relatório DAD Discriminativo Analítico de Debito de fls 03/06 revela que os créditos tributários em comento foram constituídos pelas diferenças de valores à recolher logo, implica que ocorreram “ pagamentos antecipados” remetendo a aplicação da súmula 99 deste Conselho: “ Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.” Considerando que conforme registro de fls. 01 a empresa fora notificada em 11/08/2009, as competência 07/04 e anteriores restam fulminadas pelo Instituto da Decadência. DAS NULIDADES Em razão de as competências 08/12 de 2004 não terem sido alcançadas pela decadência, cumpre analisar os autos naquilo que sobreveio. Isto feito, configuraramse nulidades que adiante se expõem. Exortando, de plano, o comando do art. 144 do Código Tributário Nacional – CTN ali se determina que o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Neste sentido, cumpre ressaltar que a autuação em comento, embora tenha sido concluída em 13/11/2009, reportase aos fatos geradores ocorridos no período 01/2004 a 12/2004: “Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. (..) ” O Relatório Fiscal de fls. 95, registra nos itens 5 e 6 , que a fundamentação legal para o procedimento adotado encontrase no § 6° art. 33, da Lei n° 8.212/91 e também na Instrução Normativa SRP n° 03, 14 de Julho de 2005 (artigos 427, 411/ 428, 601 e 605). Destacando o art 425 incluído no rol 411/ 428 acima descrito entre os que sustentaram a autuação, é relevante notar que na forma do registro na parte final do artigo, Fl. 538DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 consta que este fora introduzido pala Instrução Normativa MF/RFB nº 774 de 29 de agosto de 2007 – DOU DE 3/9/2007), superveniente ao período levantado, verbis: “Art. 425. A empresa contratante é obrigada a manter em arquivo, por empresa contratada, em ordem cronológica, durante o prazo de dez anos, as notas fiscais, as faturas ou os recibos de prestação de serviços e as correspondentes GFIP e, se for o caso, as cópias dos documentos relacionados no § 2º do art. 155, por disposição expressa no § 6º do art. 219 do RPS. Parágrafo único. Para os fins do caput, a empresa contratante deverá exigir as cópias das GFIP emitidas pelas empresas contratadas, com informações específicas para a obra e identificação de todos os segurados que executaram serviços na obra e suas respectivas remunerações Nova Redação dada pela (Instrução Normativa MF/RFB nº 774 de 29 de agosto de 2007 – DOU DE 3/9/2007) ” As planilhas colacionadas pela Autoridade autuante às fls 106/108, revelam que a autuada operou como contratada. Assim, se a empresa contratante não tiver cumprido a exigência de sua responsabilidade conforme o comando do sobredito Parágrafo único, esta, na hipótese de sofrer ação fiscal, será penalizada pelo descumprimento, descabendo imputar penalidade idêntica à contratada pela mesma obrigação acessória inadimplida. É compulsório lembrar que a instrução contemporânea aos fatos geradores que constituíram os créditos tributários para o lançamento em comento no período 01/2004 a 12/2004 levantado, restava formalizada no comando da IN 100/2003. Assim, a Instrução Normativa SRP n° 03, 14 de julho de 2005 , na qual se louvou a Autoridade autuante para constituir os créditos tributários em apreço, se demonstrou superveniente aos fatos geradores e, portanto, inquinou de vício o lançamento. Não obstante o sobredito vício, ao amparo do § 6° art. 33, da Lei n° 8.212/91, o procedimento de aferição indireta ali autorizado exigia efetiva constatação de que a escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa não registrou o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, verbis: “Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos.( Redação dada pela Lei n 11.941 , de 2009) (...) § 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário” Fl. 539DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 8 13 O art 33 supra, revela que mesmo que a constatação das irregularidades não seja na escrituração contábil, mas em qualquer outro documento, tal situação deve ficar efetivamente provada . Esclarecendo o caput, o Legislador sem utilizar a expressão “ou” que permitiria opções mas introduzindo a partícula de ligação “e” no § 6º , define ser necessário examinar a contabilidade “ e “ em conjunto com outro qualquer documento. Em síntese para demonstrar que a contabilidade é imprestável e não representa os atos e fatos da azienda, há que , à luz de documento probante, caracterizar tal circunstância, verbis: “§ 6º Se, no exame da escrituração contábil “e” de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.” De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 95/109, a autuação referese a contribuições previdenciárias correspondentes à parte patronal, incidentes sobre o valor da mãodeobra utilizada na prestação de serviços, apurado por aferição indireta tendo em vista que a empresa não apresentou os documentos solicitados através do Termo de Intimação Fiscal específico para apresentação das folhas de pagamentos, GFIP e GPS referentes à prestação de serviços aos clientes discriminados na planilha de fls. 110/112. Pagamentos sem recibos e não contabilizados devem ser efetivamente demonstrados e não tãosomente presumidos. Do registro à fls.99, no item 9 do Relatório Fiscal, se observa que a Autoridade autuante entendeu que se a empresa não apresentou as folhas de pagamentos, GFIP e GPS referentes à prestação de serviços aos clientes, tal omissão, por si só, demonstraria que a empresa remunerava seus empregados sem a devida observância dos devidos procedimentos legais, não contabilizando na despesas com pessoal a remuneração total dos segurados a seus serviços, senão vejamos: “9. Com relação aos documentos ou informações de interesse da RFB solicitados e não apresentados demonstra que a empresa remunerava seus empregados sem a devida observância dos devidos procedimentos legais, não contabilizando na despesas com pessoal a remuneração total dos segurados a seus serviços.” Ainda às fls 98, no item 10 do Relatório Fiscal, a Autoridade autuante embora tenha desconsiderado a contabilidade na forma do item 9, para apurar as bases de cálculos utilizadas na constituição do credito previdenciário busca auxílio nas notas fiscais daquelas prestações de serviço : “10.As bases de cálculos utilizadas para apuração do credito previdenciário deste levantamento tiveram origem nas notas fiscais emitidas pela empresa no período de 01/2004 a 12/2004 conforme planilha anexa.” Fl. 540DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 No item 3 do Relatório Fiscal, a Autoridade autuante revela que tendo em vista que a empresa não apresentou os documentos solicitados efetuou AFERIÇÃO INDIRETA sobre os valores das NFs lhes apresentadas : “3. A aferição indireta foi utilizada tendo em vista que a empresa não apresentou os documentos solicitados através do Termo de Intimação Fiscal especifico para apresentação das folhas de pagamentos, GFIP e GPS referente à prestação de serviços aos clientes discriminados na planilha anexa contendo o código de levantamento, o número da nota fiscal, data de emissão, valor do serviço prestado e o tipo de serviço.” No item 7 a Autoridade autuante complementa as razões de desconsiderar a contabilidade: “7. Em decorrência da não apresentação da documentação solicitada, tais como: documentos que deram suporte aos lançamentos contábeis referentes à movimentação contábil (Caixa e Bancos dos meses de 01/2004 e 12/2004), folhas de pagamentos, notas fiscais de prestação de serviços de subempreitadas, dentre outros documentos, foi lavrado o AutodeInfração n° 37.211.1629, por descumprimento ao artigo 33, parágrafos 2° e 3° da Lei 8.212/91, combinado .com o artigo 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048 de 06.05.99.” Do exposto, resta curioso verificar que se por um turno a empresa sofreu a sobredita autuação materializada pelo Autode Infração n° 37.211.1629, por não apresentar notas fiscais de prestação de serviço, noutro giro, como puderam ser confeccionadas as planilhas de fls. 110/112 com bases justo nas NFs. Nas referidas planilhas, com riqueza de detalhes destacaramse número da nota fiscal, data de emissão, valor do serviço prestado e o tipo de serviço na forma do abaixo estratificado: “ consultoria e projetos em suas obras; execução de obras civis para o sistema de abastecimento de água; revitalização urbana na área central; medição dos serviços de ampliação do sistema de abastecimento e distribuição de água potável; ampliação do sistema de abastecimento e distribuição de água potável; construção do sistema de tratamento de esgotos; e medição do contrato n. 33512003.” Sendo certo que se referiu às folhas ordinárias, no Termo de Encerramento do Procedimento Fiscal – TEPF, a Autoridade autuante registra que examinou Folhas de Pagamentos, Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações á Previdência Social (GFIP); Comprovantes de Recolhimento e Outros Elementos. Fl. 541DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 9 15 Também às fls 102 do Relatório fiscal, no item 14 confirmase que os documentos foram examinados “ 14. Foram examinados os seguintes documentos: folha de pagamento, GFIP e notas fiscais de prestação de serviços.” Cumpre ressaltar que, exceto pela ilação no genérico comentário do item 9 do Relatório Fiscal, não se alcança, registros sustentado por elementos probantes, no Relatório Fiscal sobre irregularidades constatando que a contabilidade não registrava o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço: “ 9. Com relação aos documentos ou informações de interesse da RFB solicitados e não apresentados demonstra que a empresa remunerava seus empregados sem a devida observância dos devidos procedimentos legais, não contabilizando na despesa com pessoal a remuneração total dos segurados a seus serviços.” Nos termos do art.615 da então vigente IN 100/2003, notese que aqui a autoridade administrativa altera a redação do § 6º da Lei n 8.212 e insere a expressão “ ou” o procedimento seria de ser implementado se a fiscalização confrontando documentos versus lançamentos constatasse que a contabilidade não registrava o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, da receita, ou do faturamento e do lucro, verbis: “ Art. 615. A aferição indireta será utilizada, se: I no exame da escrituração contábil ou de qualquer outro documento do sujeito passivo, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, da receita, ou do faturamento e do lucro” Aventandose a possibilidade de que os serviços foram prestados alternadamente em que a tarefa ou o serviço contratado fora executado por trabalhador ou equipe de trabalho em vários estabelecimentos ou várias obras de uma mesma contratante ou de vários contratantes, por etapas, numa mesma competência , isto não foi narrado no Relatório Fiscal , entretanto, penso que se as ordinárias folhas de pagamento apresentadas pela empresa tiverem exibido expressivo quadro de segurados, pagamentos de horas extras, plantões , diárias e prestações de contas de despesas com empregados, notas fiscais dos serviços e demais documentos – todos lançados na contabilidade – isto de certa forma concorreria para demonstrar que a empresa vinha de atuar plenamente e em grande escala. Neste sentido caberia autuar o contribuinte por descumprimento de obrigação acessória e não simplesmente inferir pagamentos foram feitos sem lançamento e que houveram contratações irregulares . Não é qualquer documento ou informação que recusados de apresentar ao fisco motiva o especial procedimento de aferição indireta. A ementa do voto a quo, alinhada com o entendimento da Autoridade autuante, não se reporta ao necessário exame da escrituração contábil bem como a obrigação de provar que registros do movimento real de remuneração dos segurados a serviço da contratada, do faturamento e do lucro foram omitidos ou estavam incorretos de modo a Fl. 542DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 16 tornar imprestável a contabilidade e assim as contribuições efetivamente devidas devem ser apuradas, por aferição indireta : “Serão apuradas por aferição indireta as contribuições efetivamente devidas, quando ocorrer recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente. ” O “§ 6º do art. 33 da Lei 8.212/91 no qual se fundamentou o procedimento exige que se demonstre que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro , verbis: “§ 6º Se, no exame da escrituração contábil “e” de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário.” Pelo que se expôs, entendo precária a motivação para aferir indiretamente. Destaquese que no processo em comento, como registrado alhures, este não foi instruído na forma do que se determina no art. 9o do Decreto 70.235/72 . Aduz que os documentos contendo a Informação Fiscal da Diligência não consta colacionado nos autos mas sim no processo de n° 15504.013680/200974 conforme consta no Relatório da instância a quo às fls. 460: “Em atendimento à referida diligência o auditor fiscal notificante manifestouse às fls. 407/410 do processo 15504.013680/200974.” Diante do sobredito, cumpre trazer à lume o comando do art. 9o do Decreto 70.235/72 , determinando que a exigência do crédito tributário será formalizada em autos de infrações que deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito, verbis: “Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. ( Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009) ” Relevante ressaltar que embora o comando do artigo supra tenha sido dado por redação superveniente ao período levantado, 01/2004 a 12/2204, o texto não é novo e reitera as determinações dadas pela Redação dada pela Lei n 8.748, de 1993, então vigente à época dos fatos geradores: “Art. 9º A exigência de crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e a aplicação de penalidade isolada serão formalizadas em autos de infração ou notificação de Fl. 543DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.013681/200919 Acórdão n.º 2403002.614 S2C4T3 Fl. 10 17 lançamento, distintos para cada imposto, contribuição ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” Na forma do art. 61 do Decreto 70.235/72, diante de fatos que a ensejar, é prerrogativa do relator declarar a nulidade. O parágrafo único do art. 168, da lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, aludido subsidiariamente, aduz que as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz quando a encontrar provada não lhe sendo permitido suprilas, ainda que a requerimento das partes Considerando que nesta mesma sessão de julgamento esta Turma decidiu que o Autode Infração n° 15504.013680/200974 de obrigações principais que vinculam o presente é nulo, mesmo destino alcança o processo em comento. Por economia processual, não adentrei no mérito das demais alegações. CONCLUSÃO Conheço do Recurso Voluntário para , com esteio no art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional CTN, DECLARAR A DECADÊNCIA dos lançamentos para as competência 07/2004 e anteriores, bem como determinar a NULIDADE POR VÍCIO MATERIAL dos créditos tributários constituídos que sobrevieram àquelas competências fulminadas pelo Instituto da Decadência. É como voto Ivacir Júlio de Souza Relator Fl. 544DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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