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Numero do processo: 11075.001705/2008-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/1998 a 30/09/1998
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO. PRODUTO CLASSIFICADO NA TIPI COMO NT. SUMULA CARF 124.
A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996.
Numero da decisão: 3401-005.416
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/1998 a 30/09/1998 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO. PRODUTO CLASSIFICADO NA TIPI COMO NT. SUMULA CARF 124. A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996.
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EXPORTAÇÃO. PRODUTO CLASSIFICADO NA TIPI COMO NT. SUMULA CARF 124. A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 5. 00 17 05 /2 00 8- 52 Fl. 167DF CARF MF Processo nº 11075.001705/200852 Acórdão n.º 3401005.416 S3C4T1 Fl. 3 2 Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 3ª Turma da DRJ/POA, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos Fatos Tratase de “Pedido de Ressarcimento de Crédito de IPI” (efls.3), formulado em papel, crédito presumido oriundo da Lei nº 9.363/96, apurado no período 3º Trimestre de 1998 no valor de R$ 12.872,62 O requerimento da interessada foi recepcionou pela DRF de Uruguaiana/RS que procedeu diligencia para verificar a exatidão dos créditos de IPI declarados, com observância dos artigos 16 a 20 da IN SRF 600/05. As fls. 95 a 103 juntou Parecer Fiscal concluindo que não assiste direito ao Sujeito Passivo à apuração do crédito presumido de IPI, pois da análise documental realizada, dos produtos destinados ao exterior, foram especificados na TIPI como Não Tributados (NT). Pela ausência do direito deixou de examinar a correição do quantum do crédito apurado pela Interessada. Do Despacho Decisório A DRF de Uruguaiana proferiu Despacho Decisório (efls.106), seguindo orientação do Parecer Fiscal, por não reconhecer o direito creditório no valor total de R$ 12.872,62 Da Manifestação de Inconformidade Inconformada com a resposta a ela endereçada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade da qual se destaca os seguintes pontos: (i) que “As Leis 9.363/96 e 10.276/01, que instituíram o Crédito Presumido de IPI, visando ressarcir o PIS e COFINS incidentes na cadeia produtiva destes produtos, não impôs qualquer condicionante que tais produtos fossem tributados pelo IPI na saída, visto que o objetivo desoneração da cadeia produtiva em face de incidência das contribuições para o PIS e a COFINS independe da tributação de IPI na etapa final. (ii) o direito ao crédito presumido de IPI nos termos estabelecidos pela Lei nº 9.363/1996 já foi objeto de análise pela CSRF, com decisões favoráveis ao contribuinte, conforme se extrai dos acórdãos CSRF/0202.189 e CSRF/02.02.191; (iii) não havendo na norma qualquer posição condicionante de que o produto exportado seja tributado pelo IPI, requer a reforma da decisão recorrida, com reconhecimento do direito ao crédito presumido de IPI. Do Julgamento de Primeiro Grau A 3ª Turma da DRJ/POA julgou improcedente a manifestação de inconformidade e ratificou em sua integralidade o Despacho Decisório nos termos da ementa assim elaborada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ¬ IPI Período de apuração: 01/07/1998 a 30/09/1998 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS NT. Fl. 168DF CARF MF Processo nº 11075.001705/200852 Acórdão n.º 3401005.416 S3C4T1 Fl. 4 3 A exportação de produtos que estão enquadrados na Tabela de Incidência do IPI como NT, não gera direito ao crédito presumido do IPI. Do Recurso Voluntário O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário contra a decisão de primeiro grau, com o intuito de ver seu pedido atendido. Repisa os fatos e argumentos da manifestação de inconformidade, em sua literalidade e pugna por seu acolhimento, julgandose ao final, procedente o pleito. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A contribuinte, com base em seus registros fiscais, ingressou com pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, nos termos conferidos pela Lei nº 9.363 de 13 de dezembro de 1996, instituído para compensar valores de PIS e COFINS incidentes sobre as aquisições, no mercado interno, de Matéria Prima, Produto Intermediário e Material de Embalagem, utilizados no processo produtivo de produtos destinados ao mercado externo. Estabelece a Lei nº 9.363/96: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. (...) Art. 2o A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 11075.001705/200852 Acórdão n.º 3401005.416 S3C4T1 Fl. 5 4 § 1o O crédito fiscal será o resultado da aplicação do percentual de 5,37% sobre a base de cálculo definida neste artigo. (Vide Lei nº 10.637, de 2002) Vimos, portanto, que a mencionada lei contempla um incentivo fiscal e assim deverá ser tratada, respeitando a literalidade de seus termos, a fim de se evitar eventual prejuízo as partes por falha de interpretação, mesmo que se adote suporte conceitual de outros dispositivos legais. Partindo do texto da Lei nº 9.363/96, art. 1º, temos que quem faz jus ao crédito presumido de IPI é o produtor e exportador de mercadorias nacionais, tendo por finalidade a compensação do PIS e COFINS incidentes nas operações de aquisições, no mercado interno, de MP, PI e ME, para utilização no processo produtivo. Já a forma de se calcular o crédito presumido de IPI, art. 2º da Lei nº 9.363/96, dividese em três partes: a 1ª é estabelecer o percentual correspondente a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor/exportador; a 2ª é fazer incidir o percentual encontrado na 1ª etapa sobre o valor total das aquisições de MP, PI e ME adquiridas no mercado interno, cujo resultado podemos chamar de base de cálculo; e a 3ª é aplicar o percentual previsto no § 1º (5,37%) sobre a base de cálculo encontrada na 2ª etapa. O ponto central no presente processo em que persiste a lide está voltada única e exclusivamente para a classificação do produto exportado constar da TIPI como não tributado (NT), que para o fisco é fator determinante para o indeferimento do pedido de crédito e por conseqüência a não homologação das compensações praticadas. Para a Recorrente esse fato é irrelevante, bastando o produto exportado ter passado pelo processo de industrialização, já que o crédito presumido de IPI objetiva compensar a incidência do PIS e da COFINS em operação de aquisição de insumos para o processo industrial. O fisco em toda sua análise, muito bem elaborada, faz relação do direito ao crédito de IPI nas aquisições de insumos (MP, PI e ME), com a saída dos produtos industrializados submetidos à incidência do imposto. Sendo o produto aqui envolvido especificado na TIPI como NT, retira do produtor o direito ao correspondente crédito, transformando o produto especificado como NT – Não Tributado em sinônimo de produto NI – Não Industrializado. Comparandose o entendimento do fisco com a norma que trata do crédito presumido de IPI, vêse que são coisas completamente distintas. Não há vinculação ou relação de débito e crédito de IPI, débito incidente sobre o produto final e crédito pela entrada dos insumos. O benefício que a lei denominou de “crédito presumido de IPI”, só tem IPI no nome, sua finalidade é a de ressarcir PIS e COFINS incidente na aquisição de insumos e desonerar a cadeia produtiva com relação aos produtos industrializados destinados ao exterior do país. A questão específica da classificação dos produtos envolvidos, "soja, milho e Trigo", de serem beneficiados e aparecerem da TIPI como "NT", é consenso entre as partes. Porém, toda essa celeuma relacionada as bases de convencimento tanto do fisco quanto da recorrente, perdem relevância, face à nova posição do CARF em relação ao direito ao crédito presumido de IPI na exportação de produtos classificados na TIPI como NT. Fl. 170DF CARF MF Processo nº 11075.001705/200852 Acórdão n.º 3401005.416 S3C4T1 Fl. 6 5 Como mencionado foi publicado novas Súmulas do CARF e dentre elas está a de nº 124, vinculante aos órgãos julgadores administrativos, impondo sua aplicação sob pena de insubordinação hierárquica. Vejamos o teor da respectiva Súmula: Súmula CARF nº 124 A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Independentemente das teses levantadas pelas partes e seus convencimentos quanto ao direito ou não de crédito presumido de IPI sobre as operações realizadas, ou ainda, da jurisprudência administrativa presente até então no CARF, passa a prevalecer a aplicação da Súmula acima transcrita. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 171DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.900539/2008-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 16/04/2004
INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 3302-006.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente).
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*
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ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 16/04/2004 INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 05 39 /2 00 8- 53 Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13819.900539/200853 Acórdão n.º 3302006.072 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologar a compensação declarada (DCOMP), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte não havia sustentado a existência do crédito declarado na DCOMP não homologada, tendo apenas informado que "temendo que a Receita Federal não processasse o citado PER/DCOMP, a mesma por sua liberalidade quitou este débito com multa e juros, (...) portanto não há o que se falar em valores devidos, ou seja, a empresa não é devedora de débito algum, pois foi devidamente quitado, conforme cópia em anexo" (sic). Ao fim, pediu o contribuinte, em manifestação de inconformidade, que fosse feita revisão de ofício, contemplando o cancelamento da DCOMP em comento e, por via de conseqüência, cancelada a cobrança decorrente da não homologação. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 05035.475, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando a ausência de prova do direito creditório pleiteado. Ressaltou a DRJ que o contencioso administrativo não se prestava ao pedido formulado pelo contribuinte, havendo rito específico para pedido de cancelamento, e que a autoridade encarregada da cobrança haveria de cuidar para que, comprovada a coincidência entre os débitos exigidos por meio da DCOMP e os relacionados com o pagamento alegado, não houvesse cobrança duplicada do débito tributário. Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, ratificando os argumentos da Manifestação de Inconformidade e alegando não ter se utilizado do crédito apontado na DCOMP, vez que promovera o pagamento integral do débito cuja compensação se pleiteava, o que materializaria erro de fato e não ausência de pagamento. Destacou o recorrente que o pagamento integral do débito ocorrera antes mesmo da ciência da não homologação da compensação declarada, não podendo ser compelido ao pagamento em duplicidade do citado débito. Sustentou, ainda, que o pagamento é causa de extinção do crédito tributário e que, muito embora a DCOMP constitua confissão de dívida, tal preceito não pode ferir o art. 149, II e IV do CTN, no sentido de que fosse promovida a revisão de ofício. Por fim, pediu que, em caso de não se entender pelo cancelamento da DCOMP, fosse a repartição de origem oficiada para que não houvesse cobrança duplicada do débito tributário. É o relatório. Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13819.900539/200853 Acórdão n.º 3302006.072 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3302006.068, de 24/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 13819.900462/200811, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3302006.068): O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade, portanto, passo a apreciálo. Do Contencioso Administrativo. A compensação enquanto modalidade de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156, II, do CTN, operase mediante a existência de crédito líquido e certo oponível à fazenda pública, sem o que não há como efetivar o encontro de contas pretendido pelo contribuinte. Assim, têmse que o direito à compensação existe na medida exata da certeza e liquidez do crédito declarado. Não restando comprovadas a certeza e liquidez do crédito do contribuinte, não há como operacionalizar a compensação. Atualmente, a compensação pode ser declarada pelo próprio sujeito passivo, em meio eletrônico, mediante preenchimento e transmissão de Declaração de Compensação DCOMP, na qual se indicará, em detalhes, o crédito existente e o débito a ser compensado, sujeitandose a ulterior homologação por verificação fiscal. A verificação fiscal das compensações declaradas pelos contribuintes se opera em dois momentos distintos, a saber: 1) Verificação Eletrônica: Consiste no cruzamento de informações fiscais do contribuinte, disponíveis na base de dados dos sistemas utilizados pela Receita Federal do Brasil, objetivando verificar a consistência e coerência da compensação declarada. Detectada, nesta fase de verificação, qualquer inconsistência ou divergência entre valores e informações do contribuinte, não homologase a compensação realizada, oportunizando ao interessado o contraditório e ampla defesa em processo administrativo fiscal específico. 2) Verificação Documental: Uma vez instaurada a fase litigiosa do processo administrativo fiscal, pela apresentação de Manifestação de Inconformidade à não homologação decorrente da verificação eletrônica, tem início a nova etapa de análise do direito creditório, que passa a se operar mediante verificação de documentos hábeis e idôneos que Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13819.900539/200853 Acórdão n.º 3302006.072 S3C3T2 Fl. 5 4 comprovem a existência do crédito utilizado pelo contribuinte. Neste segundo momento de verificação, devem ser observadas todas as regras e princípios aplicáveis ao processo administrativo fiscal. Em outras palavras, na etapa de verificação eletrônica antes de instaurado o contencioso administrativo são consideradas somente as informações e dados constantes dos sistemas utilizados pela Receita Federal do Brasil. Contudo, uma vez constatada a inconsistência/divergência das informações existentes nos sistemas informatizados, não homologase a compensação declarada e iniciase a etapa de verificação documental, nos autos de processo administrativo fiscal, onde incumbe ao contribuinte comprovar a existência de certeza e liquidez do crédito que pretende utilizar. No caso em estudo, o contribuinte informou, em sua primeira oportunidade de manifestação nestes autos, ter efetuado, por meio de DARF, o pagamento integral do débito que pretendia compensar, bem como pediu, de modo suficientemente claro, a revisão de ofício para fins de cancelamento da DCOMP. Assim, no que cinge ao suposto crédito declarado na DCOMP em comento, o próprio contribuinte reconheceu sua inexistência, ainda em sede de manifestação de inconformidade, fazendo com que sequer tenha se instaurado controvérsia administrativa sobre tal matéria, não havendo que se falar em reconhecimento ou não de direito creditório, pois não há crédito em litígio. A DRJ conheceu da Manifestação de Inconformidade e ratificou a decisão da DRF, não reconhecendo o direito creditório, sob o fundamento de que o contencioso administrativo não se presta ao pedido formulado pela contribuinte, havendo rito específico para o pedido de cancelamento. No recurso voluntário, o contribuinte ratificou todos os argumentos produzidos por ocasião da manifestação de inconformidade, renovando o pedido de revisão de ofício para o cancelamento da DCOMP e, por conseguinte, da cobrança decorrente de sua não homologação, sob pena de pagamento em duplicidade. Repisese que desde sua primeira manifestação neste PAF, a empresa reconheceu a inexistência do direito creditório antes alegado e pugnou pela revisão de ofício, com o cancelamento da DCOMP e extinção da cobrança decorrente de sua não homologação. Segundo previsão legal do § 9º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, com alterações introduzidas pela Lei nº 10.833/2003, é facultado ao sujeito passivo se insurgir, por meio de Manifestação de Inconformidade, contra a não homologação da declaração de compensação. Nesse sentido, temse que a competência dos órgãos de julgamento administrativo, no que diz respeito às declarações de compensação, está adstrita ao reconhecimento ou não do direito creditório, que terá por consectário a homologação, ou não, da compensação declarada. Ocorre que o caso em estudo não versa sobre a não homologação da DCOMP, vez que o próprio contribuinte reconheceu a inexistência de direito creditório, tendo pleiteado a revisão de ofício para que fosse realizado o Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13819.900539/200853 Acórdão n.º 3302006.072 S3C3T2 Fl. 6 5 cancelamento da DCOMP, o que escapa à competência dos julgadores administrativos. Não estando a retificação ou o cancelamento de declarações, entregues pelo sujeito passivo, inseridos na esfera de competências do julgador administrativo, não se pode decidir sobre tal matéria. Tampouco faz sentido decidir sobre matéria não impugnada pelo contribuinte em suas peças, como é o caso do reconhecimento do direito creditório e conseqüente homologação da DCOMP em comento, sobre o que, conforme já visto, sequer se instaurou litígio. Noutras palavras, não tendo o contribuinte pugnado pelo reconhecimento do direito creditório não homologado pelo Despacho Decisório, não há e nunca houve litígio administrativo quanto a não homologação, esvaziando a competência dos órgãos de julgamento administrativo, vez que também não podem estes decidir sobre os pedidos formulados nas peças produzidas pelo contribuinte nestes autos. Observese, entretanto, que há indícios de que o débito antes pretendido compensar foi pago por meio de DARF pelo contribuinte antes da emissão do despacho decisório, devendo a unidade responsável avaliar se o referido pagamento é passível de alocação ao débito oriundo da DCOMP em comento. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 57DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.722302/2010-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002
CFL 68 - OMISSÃO DE FATOS GERADORES EM GFIP.
Determina a lavratura de auto de infração a omissão de fatos geradores previdenciários na declaração prestada pela empresa em GFIP, conforme art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91.
Numero da decisão: 2401-005.708
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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Determina a lavratura de auto de infração a omissão de fatos geradores previdenciários na declaração prestada pela empresa em GFIP, conforme art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 23 02 /2 01 0- 83 Fl. 389DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier– Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Tratase de Auto de Infração por Descumprimento de Obrigação Acessória DEBCAD n° 37.297.2535, consolidado em 07/10/2010, em face da ADLER Assessoramento Empresarial e Representações Ltda., no valor de R$ 491.474,81 (quatrocentos e noventa e um mil e quatrocentos e setenta e quatro reais e oitenta e um centavos), referente à multa por apresentar Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social — GFIP com incorreções, omissões, ou inexatidões no período de 01/99 a 12/2002. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 06/11 os fatos que ensejaram tal atuação se baseiam em documentos já existentes no Auto de Infração original (DEBCAD N° 35.675.4170), anulado pro vício formal. Sendo assim, o Auto de Infração aqui tratado, se configura como um lançamento substitutivo. A Fiscalização alega que o crédito tributário apurado decorreu de práticas fraudulentas por parte da empresa, traduzidas em omissão de faturamento pela prática criminosa de calçamento de notas fiscais e a conseqüente omissão de fatos geradores de contribuição previdenciária em seus registros contábeis. A Recorrente apresentou Impugnação (fls. 311/316) e o lançamento foi mantido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF, cuja ementa foi proferida nos seguintes termos (fls. 339/345): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 AIOA DEBCAD n. 37.297.2535 CFL 68 OMISSÃO DE FATOS GERADORES EM GFIP. Fl. 390DF CARF MF Processo nº 10166.722302/201083 Acórdão n.º 2401005.708 S2C4T1 Fl. 3 3 Determina a lavratura de auto de infração a omissão de fatos geradores previdenciários na declaração prestada pela empresa em GFIP, conforme art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91. Inconformada, a Empresa apresentou Recurso Voluntário de fls. 349/365, alegando, em síntese: Preliminarmente, a presente Autuação, por conexão administrativa, terá provimento intimamente ligado com aquele a ser deferido no processo de n° 10166016223/200815, em que se discute o AI DEBCAD n° 35.675.4219, na medida em que, se considerada insubsistente a obrigação principal, não há como subsistir a obrigação acessória; Que o presente processo deve ser apensado ao que trata da obrigação principal, para conjunta tramitação, sob pena de nulidade; Que devese calcular, antecipadamente, o valor da multa. utilizandose os fatores de redução decorrente da aplicação dos critérios de multa mais benéfica ao contribuinte e não apenas no momento do pagamento, caso contrário estarseia a prestigiar a incerteza e a falta de liquidez a este lançamento; Que em razão da retroatividade dos efeitos da lei mais benéfica nos termos do Art. 106,II, c, do CTN, tratandose de ato não definitivamente julgado, e por força da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, que incluiu o art. 32A à Lei 8.212/91, deve, no presente caso, decidirse pela aplicação da multa mais benéfica; A 3ª Turma Especial do CARF, por intermédio da Resolução nº 2803 000.128, às fls. 367/377, por maioria de votos, entendeu pela conexão e determinou que os presentes autos fossem encaminhados à 1º TO da 3ª Câmara, da 2ª Seção do CARF, ou Turma responsável, para julgamento conjunto com processo nº 10166.016223/200815, com base no artigo 9º, § 1º do Decreto nº 70.235/72. Nesse diapasão, a 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção, ao analisar os autos já com as devidas conexões promovidas, mais uma vez converte o feito em diligência, por intermédio da Resolução nº 2302000.358, às fls. 381/384, tendo em vista que, no processo principal nº 10166.016223/200815, o retorno da diligência estava incompleto, tendo em vista que o Auditor fiscal, naquele feito, cumpriu apenas 03 (três) das solicitações realizadas por este Conselho, deixando de esclarecer se as obrigações fiscais incidentes sobre o faturamento foram efetivamente quitadas e/ou incluídas no REFIS, bem como para que a Fiscalização analise as guias de pagamento juntadas aos autos pela Recorrente, com o intuito de clarificar se os DARFs acostados representam, de fato, as parcelas correspondentes à migração do REFIS para o parcelamento da Lei nº 11.941. Assim o julgamento foi convertido em diligência para que se aguarde o deslinde do processo nº 10166.016223/200815, ante a possibilidade de sua decisão irradiar efeitos na decisão a ser proferida nestes autos. Ocorre que, da manifestação fiscal, em retorno da diligência solicitada nos autos nº 10166.016223/200815, a Recorrente não foi intimada a se manifestar, conforme pude constatar após análise daqueles autos. Fl. 391DF CARF MF 4 Novamente o processo foi convertido em diligência (Resolução nº 2401 000.581 – fls. 385/388), determinandose que o presente feito aguarde o deslinde do processo principal nº 10166.016223/200815, ante a possibilidade de sua decisão irradiar efeitos na decisão aqui a ser proferida. É o relatório. Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE A Recorrente foi cientificada do acórdão em 18/04/2005 (fl. 10.889) e interpôs o Recurso Voluntário, tempestivamente, em 17/05/2005, razão pela qual CONHEÇO DO RECURSO já que presentes os requisitos de admissibilidade. 1. DA PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA A Recorrente repisa as alegações apresentadas perante a instância a quo, requerendo que seja declarada a nulidade do crédito lançado, alegando que a fiscalização não teria demonstrado com clareza os cálculos da multa mais benéfica ao contribuinte, bem como os critérios de aferição dessas multas, contemplados pela Lei n. 11.941/10. Reitera, com base nessa premissa, que teriam sido violadas as suas garantias fundamentais ao contraditório e à ampla defesa. Todavia, não merece guarida o argumento suscitado pela defesa. Conforme esclarecido pela instância de piso, nas planilhas de fls. 291 a 295, consta toda a comparação efetuada, conforme determina a legislação de regência, bem como os arquivos do Auto de Infração anteriormente lavrado, pelo que se pode constatar, com base nesses dados, a higidez dos cálculos efetuados pela autoridade autuante. Continua ressaltando que a autuada foi devidamente cientificada do inteiro teor desses demonstrativos, não os tendo impugnado em nenhum ponto. Logo, não vislumbrou na espécie, como não vislumbro, qualquer vício de obscuridade e imprecisão na exposição dos fatos determinantes da limitação máxima da multa em cada competência capaz de macular com pena de nulidade o lançamento em tela. 3. DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DESCUMPRIDA Assim, corroboro o entendimento de que ao declarar GFIP com informações inexatas nos dados não relacionados aos fatos geradores referentes à remuneração dos segurados que lhes prestaram serviços, sujeitase o infrator à sanção estabelecida no parágrafo 5º, inciso IV, do artigo 32, da Lei 8.212/91 e inciso II, do artigo 284, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. No tocante à multa, a Medida Provisória 449, em vigor desde 04/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, alterou a redação do artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, acrescentoulhe o artigo 35A, passando a aplicar a multa prevista no artigo 44, Fl. 392DF CARF MF Processo nº 10166.722302/201083 Acórdão n.º 2401005.708 S2C4T1 Fl. 4 5 I, da Lei 9.430/96, nos casos em que haja lançamento de ofício de contribuições não pagas e não declaradas em GFIP. Em decorrência da alteração e considerando a disposição contida no artigo 106, II, “c” do Código Tributário Nacional CTN, foi efetuada pela auditoria fiscal a análise comparativa da multa aplicada em conformidade com a legislação vigente à época da autuação com a multa prevista nos dispositivos legais atualmente em vigor, prevalecendo aquela mais favorável ao sujeito passivo (Parecer PGFN/CAT nº 433, de 2009), conforme Demonstrativo do cálculo da multa aplicada, fls. 291 a 295. Assim, ao efetuar a comparação, verificou a fiscalização que a legislação anterior seria mais benéfica em todas as competências objeto do presente AI. Portanto, agiu a fiscalização em perfeita consonância com a legislação de regência. Melhor sorte não assiste ao Recorrente em relação à multa aplicada, onde reitero o entendimento da instância inferior, adotando in totum suas razões de decidir, nessa direção, há que se atentar para a alteração havida no ordenamento jurídico com o advento da Medida Provisória 449, em vigor desde 04/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. O novo diploma legal alterou a redação do artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, acrescentoulhe o artigo 35A, passando a aplicar a multa prevista no artigo 44, I, da Lei 9.430/96 nos casos em que haja lançamento de ofício de contribuições não pagas e não declaradas em GFIP. Considerando a disposição contida no artigo 106, II, “c” do Código Tributário Nacional CTN, mostrase necessária a análise comparativa da multa aplicada em conformidade com a legislação vigente à época da autuação com a multa prevista nos dispositivos legais atualmente em vigor, devendo prevalecer aquela mais favorável ao sujeito passivo. Dessa forma, ante a sistemática legal ora vigente e pelo entendimento exposto no Parecer PGFN/CAT nº 433, de 2009, o cotejo da multa aplicada neste Auto de Infração deve ser feito com a penalidade prevista no artigo 44, I, da Lei 9.430/96, a fim de que prevaleça a multa mais benéfica ao contribuinte. Ressalta a fiscalização, no Relatório Fiscal (fls. 12/16), que, nas competências objeto deste auto, verificou infração a outro dispositivo legal capitulado no Código de Fundamentação Legal – CFL 68, além de ter havido lançamento de ofício. Assim, ao efetuar a comparação, nas planilhas de fls. 74/75, constatou ser a multa calculada pela legislação revogada a mais benéfica ao contribuinte, com exceção das competências 07/1999 e 13/2000. No mérito, a Recorrente não manifesta qualquer razão de inconformidade com a exigência, limitandose, simplesmente, a pleitear o reconhecimento da conexão entre este Auto de Infração e os outros lavrados pela fiscalização e que se encontram pendentes de julgamento os AI de obrigação principal de nº 37.297.2543 e 35.675.4219. Alega, para tanto, que o presente débito de obrigação acessória seria mera decorrência do débito de Fl. 393DF CARF MF 6 obrigação principal, pelo que teria o seu desfecho subordinado ao resultado julgamento dos citados AI. Essa questão está superada, tendo em vista que o julgamento deste auto ocorre na mesma sessão do auto de obrigação principal. Por fim, salientese que o auto de infração ora analisado encontrase revestido de todas as formalidades legais pertinentes, tendo sido lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, vigentes à época do lançamento, consoante o disposto no caput do artigo 33 da Lei nº 8.212/91, não tendo sido constatada a existência de vícios que pudessem ensejar sua nulidade. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso Voluntário para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO nos termos do relatório e voto. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 394DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10074.720245/2016-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/2011 a 01/07/2012
OMISSÃO DO JULGAMENTO. PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre as Impugnações apresentadas pelas partes.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Aguardando Nova Decisão.
Numero da decisão: 3402-006.039
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento aos Recursos Voluntários das empresas B2W e ST Importações para anular a decisão recorrida, prejudicada a análise do Recurso Voluntário da Destro Brasil.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Avila (suplente convocado).
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
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PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre as Impugnações apresentadas pelas partes. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento aos Recursos Voluntários das empresas B2W e ST Importações para anular a decisão recorrida, prejudicada a análise do Recurso Voluntário da Destro Brasil. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 4. 72 02 45 /2 01 6- 12 Fl. 18753DF CARF MF 2 Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Avila (suplente convocado). Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado para a exigência de multa decorrente da conversão da pena de perdimento de mercadorias não localizadas, importadas mediante ocultação do sujeito passivo, nos termos dos arts. 673, 675, inciso IV, 689 e §1° do Decreto n° 6.759/09 e arts. 73, §§ 1° e 2° e 77 da Lei n° 10.833/03. Segundo a fiscalização, foram realizadas importações por encomenda pela empresa ST IMPORTAÇÕES LTDA, CNPJ: 02.867.220/000142 (ST Importações, importadora ostenciva) sem a identificação, nas Declarações de Importação, do correto encomendante. Nas DIs, foram identificadas as empresas COMERCIAL DESTRO LTDA. CNPJ: 76.062.488/000739, e DESTRO BRASIL DISTRIBUIÇÃO LTDA. – CNPJ: 13.495.487/000172 (DESTRO BRASIL), tão somente para acobertar a relação comercial existente entre a importadora ostenciva e as empresas B2W COMPANHIA DIGITAL (B2W) e as LOJAS AMERICANAS S.A. (Lojas Americanas), que seriam as reais encomendantes das mercadorias. No entender da fiscalização, as empresas Lojas Americanas e B2W eram as reais adquirentes das mercadorias importadas por meio de importação por encomenda pela ST Importação, sendo que teria partido delas o planejamento de interpor uma terceira empresa (DESTRO BRASIL) como aparente encomendante das mercadorias com a finalidade exclusiva de ocultar sua participação nas operações de importação. Com isso, estaria caracterizado o ilícito de ocultação do sujeito passivo responsável pela operação, punível com a pena de perdimento das mercadorias, no qual respondem solidariamente os sujeitos passivos ocultos e o importador ostensivo (art. 23, V e §§ 1º e 2º do DecretoLei nº 1.455/1976, combinados com os artigos 675, II, e 689, XXII e § 6º do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 6.759/09). A autuação abrange as mercadorias destinadas à empresa B2W (admitida como real encomendante oculto) constantes de Declarações de Importação (DI) registradas pela ST Importações no período de junho de 2011 a julho de 2012, nas quais a Destro Brasil foi declarada como encomendante da importação. No presente Auto de Infração, respondem solidariamente as empresas B2W, Destro Brasil e ST Importações. Tratase da primeira etapa da fiscalização, que atingiu as Declarações de Importação registradas no período de junho de 2011 a julho de 2012. A interposição verificada com a empresa Destro Brasil é objeto dos processos n.º 10074.720.245/201612 (presente processo de pena de perdimento), 10074.720021/201692 (ST Importações, multa de cessão de nome) e 10074.720647/201617 (Destro Brasil, multa de cessão de nome), postos em julgamento nessa sessão. O relatório fiscal do Auto de Infração encontrase acostado às efls. 94/174, sendo que as 6 (seis) razões que respaldam a ação fiscal foram assim sintetizadas pela fiscalização: "1) A importadora direta (ST Importações) é controlada pelas Lojas Americanas e pela B2W, únicas sócias daquela empresa, e 100% dos administradores da ST Fl. 18754DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.754 3 Importações são comuns ao quadro de dirigentes de Lojas Americanas e B2W ou de empresas controladas por elas. 2) Considerando os anos de 2010 e 2011, 99,9% do total de vendas da ST Importações (R$739.904.247,82) foi destinado à empresa Comercial Destro, e todas as aquisições se deram a título de importação por encomenda desta. 3) Os únicos fornecedores de mercadorias importadas às empresas Lojas Americanas e B2W, no período de junho de 2011 a julho de 2012, foram Comercial Destro e Destro Brasil. Tanto Lojas Americanas quanto B2W encontramse com suas habilitações para operar no comércio exterior SUSPENSAS. 4) Absolutamente todas as mercadorias enviadas por ST Importações à Comercial Destro e à Destro Brasil foram repassadas às Lojas Americanas ou à B2W. 5) Em pesquisa por amostragem em Declarações de Importação registradas por ST Importações e em NFe de Entrada e de Saída emitidas por ST Importações, Comercial Destro e Destro Brasil, foram observadas algumas características típicas de operações comerciais onde ocorre a interposição de terceiros. Vejamos: 5.1 Dos prazos: O intervalo de tempo médio a separar a data do desembaraço da Declaração de Importação da data de emissão da NFe de Entrada das respectivas mercadorias nacionalizadas na ST Importações é de 10 (dez) dias. O intervalo de tempo médio a separar a data de emissão da NFe de Entrada das mercadorias nacionalizadas na ST Importações da data de emissão da NFe de Saída das mesmas para Comercial Destro e Destro Brasil é inferior a 5 (cinco) dias. As observações acima indicam uma destinação prévia da mercadoria já antes mesmo de sua entrada na ST Importações Ltda. 5.2 Da composição qualitativa e quantitativa das NFe emitidas: Em regra, há a emissão de somente uma NFe de Entrada pela ST Importações para toda a mercadoria desembaraçada por uma única Declaração de Importação. Já as NFe de Saída emitidas pela ST Importações para Comercial Destro e Destro Brasil não espelham as respectivas NFe de Entrada. Para a mercadoria nacionalizada por uma única Declaração de Importação, são emitidas várias NFe de Saídas. Considerase estranha a ação, pois todas as NFe de Saída apresentam o mesmo participante (Comercial Destro ou Destro Brasil) e são emitidas, via de regra, no mesmo dia. As NFe de Saída emitidas pela Comercial Destro, quer seja para B2W, quer seja para LOJAS AMERICANAS, são idênticas qualitativa e quantitativamente às NFe de Saída emitidas pela ST Importações para as mesmas mercadorias. As múltiplas NFe de Saída emitidas pela Comercial Destro e pela Destro Brasil destinamse, via de regra, a filiais distintas de um mesmo participante, quer seja para filiais da B2W ou para filiais da LOJAS AMERICANAS. Observase uma perfeita segregação de destino da mercadoria nacionalizada. As observações acima indicam a destinação prévia das mercadorias aos reais adquirentes antes mesmos do registro das Declarações de Importação; pois toda a mercadoria nacionalizada por uma Declaração de Importação é destinada a um único real adquirente. Indicam também o comando dos reais adquirentes quanto ao destino final das mercadorias, pois as mesmas já saem da empresa ST Importações fracionadas conforme a destinação a cada uma das filiais dos reais adquirentes. Tais observações indicam a participação consciente da empresa ST Importações no presente esquema de interposição; bem como o papel de mera interposta pessoa desempenhado pela Comercial Destro e pela Destro Brasil, pois essas só fazem repassar as mercadorias provenientes de ST Importações. 5.3 Do perfil das importações: Fl. 18755DF CARF MF 4 ST Importações opera quase que exclusivamente para o esquema ora em análise. No período de junho de 2011 a julho de 2012, ST Importações registrou 2.087 Declarações de Importação. Dessas DIs, apenas 8 não foram destinadas à Comercial Destro ou Destro Brasil e, posteriormente, a B2W e Lojas Americanas. Em estudo amostral das importações efetuadas por ST Importações, verificouse que, nos anos de 2012 a 2015, esta empresa mantevese operando quase que exclusivamente no mesmo esquema, ou seja, mercadorias destinadas a Destro Brasil e, posteriormente, a B2W e LOJAS AMERICANAS. Ademais, a grande variedade de produtos nacionalizados (diversas NCM declaradas) demonstra ser improvável que as adquirentes das mercadorias (Comercial Destro e Destro Brasil) atuasse no mercado internacional num modelo de coleta de produtos e preços para posterior oferta dessas mercadorias à possíveis clientes no mercado interno. Tal diversidade de produtos comercializados coadunase com empresas que atuam no mercado num modelo de aquisição de produtos específicos previamente encomendados por clientes prédeterminados. 5.4 Dos lacres: Informação a corroborar a prévia destinação da mercadoria importada, antes mesmo da saída da mesma de ST Importações, é obtida da observação dos dados de transporte da mercadoria em território nacional constantes das NFe emitidas. Em várias NFe da amostra, verificouse que o número do lacre aposto à mercadorias constantes da NFe de Saída das mercadorias da ST Importações era o mesmo número do lacre aposto às mercadorias constantes das NFe de Saída de Comercial Destro ou Destro Brasil com destino às empresas B2W e LOJAS AMERICANAS . Além de não haver alteração da embalagem utilizada no transporte da mercadoria pela manutenção dos lacres apostos em todas as etapas de transporte sequer ocorreu alteração do veículo de transporte utilizado – pois idênticas eram as placas dos veículos em cada uma das etapas do transporte. Logo, resta claro haver o envio direto da mercadoria de ST Importações às diversas filiais de LOJAS AMERICANAS e B2W; observandose a segregação da carga em NFe distintas já a partir de ST Importações, em função da filial que seria a destinatária final da mercadoria. 5.5 – Das Marcas: Análise da propriedade das marcas dos produtos importados pela ST Importações também denota que essas operações comerciais transcorriam sob determinação das empresas Lojas Americanas e B2W. Em consulta ao site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI ficou demonstrado que muitos produtos importados pela ST Importações possuem marcas cuja propriedade recai sobre Lojas Americanas ou B2W. Portanto, as empresas Comercial Destro e Destro Brasil não seriam as reais adquirentes dessas mercadorias, já que não poderiam comercializálas livremente em território nacional sem o consentimento dos detentores do direito, havendo aí notória predestinação desses produtos aos pontos de venda das empresas Lojas Americanas e B2W, os reais adquirentes. 6) Por fim, este esquema de importação através de empresas interpostas mostrase bastante lucrativo para Lojas Americanas e B2W, pois permite a elas fugir do IPI de saída das mercadorias e da observância ao valor tributável mínimo na apuração da base de cálculo deste imposto. Se Lojas Americanas ou B2W realizassem importações diretas, estariam sujeitas ao destaque do IPI quando da revenda das mercadorias importadas, pois ambas estariam equiparadas a estabelecimento industrial. Caso elas importassem por encomenda direta à ST Importações (equiparada a estabelecimento industrial), esta estaria sujeita, em suas saídas de mercadorias para Lojas Americanas e B2W, ao valor tributável mínimo, nos termos do inciso I, do artigo 195 do RIPI, em razão da interdependência entre as empresas (artigo 612 do RIPI). Fl. 18756DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.755 5 Essa simulação de compra de mercadorias através de empresas interpostas, visa gerar, de forma ilícita, imensa economia de impostos para o grupo econômico (Lojas Americanas, B2W e ST Importações) através da ocultação da verdadeira relação entre a importadora direta e a empresa varejista." (efls. 100/103 grifei) O esquema foi assim sintetizado pela fiscalização (efl. 117) Inconformadas, as empresas apresentaram Impugnações Administrativas, julgadas improcedentes pelo Acórdão 1677.823 da 22ª Turma da DRJ/SPO, ementado nos seguintes termos: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/07/2012 DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS RELATIVAS À IMPORTAÇÃO POR CONTA E ORDEM DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. MULTA SUBSTITUTIVA. Restando comprovada a interposição fraudulenta, incontroverso o entendimento da fiscalização de ocorrência da infração prevista pelo artigo 23, do Decretolei 1.455/1976, considerada dano ao Erário, punida com a pena de perdimento das mercadorias ou com a multa equivalente ao respectivo valor aduaneiro, caso elas não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" (efl. 18.047) Intimada desta decisão em 23/06/2017 (efl. 18.095), a empresa B2W apresentou Recurso Voluntário em 24/07/2017 (efls. 18.100/18.140). A DESTRO BRASIL foi intimada desta decisão em 28/06/2017 (efl. 18.097), apresentando Recurso Voluntário em 28/07/2017 (efls. 18.200/18.287). Por sua vez, a empresa ST Importações foi intimada da decisão em 05/07/2017 (efl. 18.098/18.347), apresentando Recurso Voluntário em 03/08/2017 (efls. 18.298/). As alegações de defesa trazidas pelas empresas podem ser assim sintetizadas: (i) alegações preliminares: Fl. 18757DF CARF MF 6 (i.1) quanto à nulidade da decisão da DRJ: (i.1.1) sustentam as empresas B2W e ST Importações que a decisão é nula por não ter adentrado nos argumentos de defesa por elas aventados em sede de Impugnação, não tendo, sequer, feito menção à apresentação das defesas no relatório. (i.1.2) sustenta a empresa DESTRO BRASIL que a decisão é nula por ter deixado de converter o processo em diligência. (i.2) quanto à nulidade da autuação: (i.2.1) ausência de Procedimento Especial de Controle Aduaneiro (PECA) e utilização indevida de conclusão alcançada quanto a fatos ocorridos até abril de 2012 (prova emprestada sem correspondência com as DIs objeto da autuação). Não basta o art.638 do Decreto nº 6.759/09 preveja a revisão aduaneira, é necessário a indicação de qual inciso do art.149 do CTN enquadrase o presente caso para a autorização da revisão de ofício. A empresa Destro sustenta ainda a nulidade vez que o procedimento de fiscalização foi encerrado na mesma data da ciência da empresa; (i.2.2) incerteza sobre os fatos autuados, face a ausência de correspondência entre o Auto de Infração e o Termo de Constatação anexo ao Auto de Infração, por se referir à MPF e processo distinto. (i.2.3) equívocos na base de cálculo, com a consideração de valores aduaneiros das mercadorias em montante superior àqueles registrados nas Declarações de Importação sem justificativa. (i.2.4) a ausência de motivação, sendo que a autuação teria se baseado unicamente em presunções, sem obediência ao princípio da verdade material, desconsiderando elementos fáticos constatados, sem produzir provas necessárias a respaldar a conclusão fiscal e com a indevida desconsideração do negócio jurídico, sendo inaplicável o art. 116, parágrafo único, do Código Tributário Nacional (CTN); (i.2.5) a impossibilidade de inclusão da DESTRO BRASIL e da ST Importações como devedoras solidárias com base no art. 124, I, do Código Tributário Nacional. (i.2.6) a não demonstração, pela fiscalização, da tentativa de localização das mercadorias, se baseando apenas na informação prestada pela empresa B2W; (i.2.7) a redação anterior do art. 689 do Regulamento Aduaneiro/2009, vigente à época dos fatos (art. 59 da Lei n º 10.637/02), não previa a aplicação da pena de perdimento para as mercadorias revendidas, apenas as não localizadas ou consumidas. Somente com a redação do Decreto nº 8.010/2013 que passou a ser possível a aplicação da pena de perdimento, em vigor a partir de 17/05/2013, não se aplicando a fatos geradores anteriores a sua vigência; (ii) no mérito, a ausência da interposição fraudulenta no presente caso, enfrentando as razões trazidas pela fiscalização, sustentando que: Fl. 18758DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.756 7 (ii.1) a participação dos mesmos sócios nas empresas ST Importações e B2W não descaracteriza sua natureza de empresas autônomas (princípio da autonomia no Direito Privado), sendo que a B2W não interfere nas operações da ST Importações, a qual atua no mercado de forma independente. As empresas dos grupos econômicos são entidades empresariais distintas, sendo que a Destro Brasil não se confunde com a empresa Comercial Destro. As empresas possuem autonomia estrutural e independência sendo que as mercadorias importadas pela ST Importações são repassadas à Destro Brasil, as quais direcionam as mercadorias aos seus centros de distribuição, onde são armazenadas e revendidas; (ii.2) a capacidade operacional, econômica e financeira da DESTRO BRASIL e da ST Importações, bem como o propósito negocial na sua contratação para a revenda das mercadorias à B2W e Lojas Americanas. O caso em análise não possui os mesmos elementos de prova de outros casos de interposição fraudulenta, vez que não foi demonstrado que quem arcou com a importação foram as empresas apontadas como encomendantes de fato (adiantamento de despesas), não houve tentativa reiterada e frustrada das empresas de habilitar no RADAR, sendo que o CARF já afastou a pena de perdimento quando evidenciada a margem de lucro da operação e a autonomia das partes; (ii.3) inexiste a identidade no lacre apontada pela fiscalização, pois houve a efetiva alteração dos mesmos na ocasião do transporte entre a empresa DESTRO para as empresas compradoras; (ii.4) a existência de margem real de lucro antes dos impostos, razoável pelo volume vendido nas operações; (ii.5) a ausência de provas, por parte do Fisco, da quebra da cadeia do IPI, sendo que muitos produtos sequer ensejavam o recolhimento do IPI não podendo haver a mencionada quebra da cadeia do imposto. A B2W não teria interesse na quebra da cadeia do IPI, pois a legislação não imputa a obrigação tributária ao estabelecimento varejista. A Fiscalização não comprovou o dano efetivo ao erário com o suposto recolhimento a menor do IPI; (ii.6) a necessidade de excluir a ST Importações do polo passivo vez que a ela é aplicável penalidade específica da multa de cessão de nome, não sendo cabível a cumulação da multa substitutiva da pena de perdimento e da multa por cessão de nome. (iii) subsidiariamente, a cobrança da multa com base em mudança de interpretação dos fatos reiteradamente homologados (art. 100 e 146, CTN) é desproporcional ferindo preceitos constitucionais. Houve a preclusão lógica por ausência de motivação do ato, pois a autoridade fiscal permitiu o desembaraço aduaneiro e depois anulouo sem motivação adequada; e (iv) exclusão dos juros de mora sobre a multa, pois esta incide somente sobre tributo. A procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões aos recursos (efls. 18.430/18.479). Em abril/2018, a Fazenda Nacional solicitou o julgamento conjunto dos Fl. 18759DF CARF MF 8 processos (efls. 18.491/18.492), sendo os processos que estavam no âmbito deste CARF a mim distribuídos para julgamento conjunto, na forma do despacho da efls. 18.495/18.497. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne. Conheço dos Recursos Voluntários apresentados pelas empresas, por tempestivos, adentrando em suas razões. Atentando para o argumento preliminar suscitado pelas empresas B2W e ST Importações de nulidade da decisão de primeira instância, entendo que a ele cabe provimento, na forma a seguir exposta. Pela leitura da r. decisão recorrida, possível vislumbrar que, em qualquer momento, foram feitas menções às Impugnações tempestivamente apresentadas pelas empresas B2W (efls. 16.165/16.187) e ST Importações (efls.16.799/16.833), ou dos documentos por elas acostados aos autos juntamente com as defesas (respectivamente, às efls. 16.260/16.795 e efls. 16.851/17.715). Quaisquer de seus argumentos são mencionados (dentre os quais, quanto à impossibilidade das empresas constarem do polo passivo da autuação), pautando a r. decisão recorrida na análise das considerações trazidas pela empresa Destro Brasil. A tempestividade das defesas apresentadas em primeira instância administrativa pelas empresas B2W e ST Importações foi atestada no despacho das efls. 17.996, com o seguinte teor: "Trata o presente processo de auto de infração lavrado pela IRF Rio de JaneiroRJ em face dos contribuintes abaixo identificados, conforme auto de infração de fls.02/07: 1) Sujeito passivo: B2W COMPANHIA DIGITAL para o qual foi dada ciência eletrônica do auto de infração em 13/10/2016, conforme fls.16144/16147. Em 13/11/2016 apresentou impugnação tempestiva, conforme documentos de fls.16165/16795. 2) Sujeito passivo solidário: DESTRO BRASIL DISTRIBUIÇÃO LTDA para o qual foi dada ciência eletrônica do auto de infração em 13/10/2016, conforme documentos de fls.16148/16151. Em 14/11/2016 apresentou impugnação tempestiva, conforme documentos de fls.17721/17960 e 17962/17994. 3) Sujeito passivo solidário: ST IMPORTAÇÕES LTDA para o qual foi dada ciência eletrônica do auto de infração em 25/10/2016, conforme documentos de fls.16160/16163. Em 24/11/2016 apresentou impugnação tempestiva, conforme documentos de fls.16798/17715. Foi anexado o extrato do processo às fls.17964/17965. Isto posto, proponho a remessa dos autos à DRJ/FNS/SECOJSC para prosseguimento." (efl. 17.996 grifei) Para melhor visualização, vejamos os trechos mais relevantes da r.decisão, com destaque para as referências feitas, exclusivamente, à Impugnação apresentada pela Destro Brasil (efls. 17.722/17.960) e a petição de regularização processual apresentado por esta empresa (efls. 17.970/17.972): "Relatório Fl. 18760DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.757 9 Trata o presente processo de aplicação de multa equivalente ao valor aduaneiro de mercadorias não localizadas e importadas mediante ocultação do sujeito passivo, nos termos do art. 23, caput, V, §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/76, com a redação dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637/02 e pela Lei nº 12.350/10 no valor total de R$ 12.010.275,24. (...) O presente Auto de Infração abrange as mercadorias destinadas à empresa B2W (real encomendante oculto) constantes de Declarações de Importação (DI) registradas no período de junho de 2011 a julho de 2012, nas quais a Destro Brasil é declarada como encomendante da importação. Por este Auto de Infração respondem solidariamente B2W, Destro Brasil e ST Importações. A contribuinte teve ciência por meio de sua Caixa Postal, considerada seu Domicílio Tributário Eletrônico (DTE) perante a RFB, ciência esta realizada por seu procurador 416.607.49972 JOSE CARLOS DA SILVA, na data de 25/10/2016 11:27:55, data em que se considera feita a intimação nos termos do art. 23, § 2º, inciso III, alínea 'b' do Decreto nº 70.235/72. A autuada apresentou as impugnações em 13/12/2016 (fls.17.722/17.835) e em 23/01/2017 (fls.18.000/18.002), alegando, em síntese, que a multa não é cabível em razão de: O presente Auto de Infração é nulo, em razão de a competência para a lavratura do ato ser da RFB de Jundiaí e não da IRF Rio de Janeiro, pois o domicílio fiscal da contribuinte está localizado em Jundiaí; A impugnante não pode ser considerada devedora solidária pelo art.124, I, CTN, pois não houve a comprovação do interesse comum com a encomendante das mercadorias importadas; Não há justificativa (motivação) para a exigência da multa o que acabou por cercear seu direito de defesa (capitulação legal contraditória) tornando, portanto, o ato nulo; O presente ato é nulo por desconsiderar elementos fáticos constatados e de capitular fato jurídico diverso; O ato está eivado de nulidade, uma vez que não houve a extinção do processo administrativo (art.73, Lei nº 10.833/03) e nem a instauração de novo PAF para a aplicação da multa; A redação anterior do Decreto que trata da pena de perdimento, vigente à época dos fatos (art.59 da Lei n º 10.637/02), não previa a referida penalidade para as mercadorias revendidas (apenas as não localizadas ou consumidas). A pena de perdimento do Decreto nº 8.010/03 passou a vigorar apenas a partir de 17/05/2013 não se aplicando a fatos geradores de 2011 e 2012; Não basta o art. 638 do Decreto nº 6.759/09 preveja a revisão aduaneira, é necessário a indicação de qual inciso do art.149 do CTN enquadrase o presente caso para a autorização da revisão de ofício, o que torna nulo o presente ato; Houve a preclusão lógica por ausência de motivação do ato, pois a autoridade fiscal permitiu o desembaraço aduaneiro e depois anulouo sem motivação adequada; Os recursos da impugnante estão comprovados o que impossibilitaria a aplicação do art.23 do Decreto nº 1.455/76; Ocorreu a nulidade do presente Auto de Infração em razão de encerramento do procedimento de fiscalização ter ocorrido na mesma data da ciência da impugnante o que ofende o direito ao contraditório; A impugnante possui capacidade operacional, econômica e financeira razão pela qual não se pode presumir a falta de propósito negocial das suas operações comerciais; A Fiscalização apenas presumiu que a DESTRO não era a real encomendante das mercadorias importadas entendendo haver remessas da ST Importações para a empresa ORSILOG demonstrando a falta de autonomia da impugnante na Fl. 18761DF CARF MF 10 importação. Referido procedimento fere os princípio da motivação, contraditório e eficiência, tornando o Auto de Infração nulo; Com relação à margem de lucro das operações da ST Importações, a Fiscalização apenas presumiu que era baixa (19%), no entanto, a verdadeira margem foi de 7%, como comprovado nos autos; A DESTRO possui capacidade empresarial como comprova a documentação apresentada à Fiscalização, não podendo a conclusões basearemse em simples presunções; Em relação à B2W Companhia Digital, a Fiscalização não comprovou o dano com o recolhimento a menor de IPI, ou seja, não foi apontado qualquer dano efetivo ao erário; O art.116 do CTN não foi regulamentado razão pela qual não dá a prerrogativa da autoridade fiscal desconsiderar atos ilícitos praticados em conformidade com a legislação tributária necessitando de medida judicial para tal intento; A impugnante não se confunde com a empresa Comercial DESTRO Ltda, pois são entidades empresariais distintas apesar de pertencerem ao mesmo grupo econômico DESTRO; A DESTRO BRASIL possui autonomia estrutural e independência sendo que as mercadorias importadas pela ST Importações são repassadas à impugnante, as quais direcionam as mercadorias aos seus centros de distribuição, onde são armazenadas e revendidas; Em relação ao número do lacre das mercadorias da ST Importações, não era o mesmo número do lacre das mercadorias da impugnante, pois as notas fiscais não foram emitidas pela interessada, mas sim por empresa que não é objeto da presente autuação; A B2W e as Lojas Americanas não são importadoras das mercadorias, mas tão somente clientes compradores; A empresa DESTRO BRASIL teve seu balaço patrimonial prejudicado em razão de incêndio ocorrido em 2010 em que amargou elevados prejuízos (setenta milhões de reais). Pelos números contábeis PL de R$ 128.000.000,00, Capital Social de R$ 95.700.440,00 e lucros acumulados de R$ 33.000.000,00 em 2015, não se pode concluir pela incapacidade e idoneidade financeira da interessada; Inexiste o fato de o lacre ser o mesmo, pois houve a efetiva alteração dos mesmos na ocasião do transporte (mesmo número de lacre das mercadorias que saíram da ST Importações para a impugnante e posterior envio às empresas Lojas Americanas e B2W); Em relação às margens de lucro da ST Importação, todas as especificações estão contidas nos contratos celebrados pelas partes contratantes. A margem real antes dos impostos foi de 10%, razoável pelo volume vendido nas operações; Nem todas as mercadorias importadas pela ST Importações adquiridas pela impugnante foram remetidas para as empresas em questão, somente o fato ocorreu nos anoscalendário de 2011/2012. Exemplifica um caso em que mercadorias do anocalendário de 2012 foram revendidas em 2014 ; Não houve dano ao erário público, pois a impugnante comprovou o recolhimento do IPI em todas as etapas da importação. A Fiscalização não comprovou o efetivo dano cabendo à autoridade fiscal o ônus de proválo; Não pode incidir a taxa SELIC sobre a multa de ofício, sendo aplicável somente para os tributos e contribuições; Requer a realização de perícia e diligência; A DESTRO BRASIL DISTRIBUIÇÃO LTDA apresenta impugnação com os mesmos fundamentos da defesa da impugnante (fls.18.000/18.002). Voto DA NULIDADE O presente ato administrativo trata de instauração de PAF para a aplicação de multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria em que a impugnante insurge se contra o presente Auto de Infração alegando que a infração imputada baseouse em meras presunções de interposição fraudulenta. Referido fato, por si só, não se Fl. 18762DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.758 11 enquadra na hipótese de nulidade do ato administrativo do art.59 do PAF, além de a interposição fraudulenta, discutida nos autos, ter sido averiguada minuciosamente, conforme observado no Relatório Fiscal de fls.94/174. (...) A contribuinte defende que a redação anterior do Decreto que trata da pena de perdimento, vigente à época dos fatos (art.59 da Lei n º 10.637/02), não previa a penalidade para as mercadorias revendidas (apenas as não localizadas ou consumidas). A pena de perdimento do Decreto nº 8.010/03 passou a vigorar apenas a partir de 17/05/2013 não se aplicando a fatos geradores de 2011 e 2012. A alegação da interessada não merece prosperar, pois a legislação sobre a pena de perdimento de mercadorias referese à Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, a qual incluiu na legislação brasileira a tipificação da infração “ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros”, punível com a pena de perdimento das mercadorias (parágrafo 1º, do art. 23, do Decreto Lei (DL) nº 1455/76), podendo ser convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não possa ser apreendida (parágrafo 3º do mesmo dispositivo). No presente caso, não ocorreu a preclusão lógica por ausência de motivação do ato, em que a autoridade fiscal permitiu o desembaraço aduaneiro e depois anulou o sem motivação adequada, pois a revisão aduaneira pode ser efetuada para qualquer caso em que haja suspeita de irregularidade nas operações de comércio exterior. Quanto ao domicílio tributário, a IRF Rio de Janeiro é a unidade competente para a realização dos procedimentos de fiscalização, em decorrência dos fatos geradores terem ocorrido em sua jurisdição conforme expressamente previsto no art.127 do CTN. A contribuinte é devedora solidária pelo art.124, I, CTN, pois houve a comprovação do interesse comum com a encomendante das mercadorias importadas, conforme extensamente descrito no Relatório Fiscal, tratandose de sujeito passivo oculto (Artigo 23, inciso V e parágrafos 1º e 2º do DecretoLei nº 1.455/1976, com redação dada pela Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002, combinados com os artigos 675, inciso II, e 689, inciso XXII e parágrafo 6º do Regulamento Aduaneiro de 2009 (Decreto nº 6.759/09). Pelas razões expostas, não há como prosperar as alegações da interessada em relação a possibilidade de nulidade do presente ato administrativo. DO CERCEAMENTO DE DEFESA A impugnante suscita como matéria prejudicial à análise do mérito da autuação, a nulidade do lançamento em razão de ter sido cerceado o seu direito de defesa, ao argumento de que a autoridade fiscal não teria comprovado o nexo causal entre o fato apurado e a infração prevista em lei. (...) Não é, todavia, a situação verificada nesses autos. Depreendese da leitura das razões de impugnação que a autuada revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram atribuídas, tendoas rebatido, de forma meticulosa, uma a uma, e, portanto, não ocorrendo o alegado cerceamento de defesa. (...) DO MÉRITO Encaminhados os autos do presente processo que trata da impugnação apresentada, procede ao julgamento nos termos do regimento interno da RFB. (...) A impugnante defende que a Fiscalização apenas presumiu que a DESTRO não era a real encomendante das mercadorias importadas demonstrando ainda a falta de autonomia da impugnante na importação. Fl. 18763DF CARF MF 12 Foi constatado na ação fiscal a importação de mercadorias pela ST Importações destinada às empresas Comercial Destro e Destro Brasil mas com repasse das mesmas para as empresas Lojas Americanas e B2W. As verdadeiras adquirentes das mercadorias importadas pela ST Importações seriam as Lojas Americanas e B2W com a utilização das empresas Comercial Destro e Destro Brasil como intermediárias ocultadose, portanto, os verdadeiros adquirentes das mercadorias. (...) Apesar de a ST Importações afirmar que há mercadorias do anocalendário de 2012 as quais foram revendidas em 2014 não altera em nada as demais operações em que foi caracterizada a interposição fraudulenta. Dentro do conjunto probatório, o fato de toda a documentação de vendas da ST Importações terem praticamente idêntico conteúdo das emitidas pelas empresas do grupo Destro reforça o entendimento de que os referidos procedimentos e documentos foram preparados para o imediato repasse das mercadorias importadas para os reais adquirentes. As empresas do Grupo Destro apenas eram intermediárias para viabilizar a entrada das mercadorias para a contribuinte. Segundo o levantamento fiscal, a ST Importações no período de junho de 2011 a julho de 2012, registrou 2.087 Declarações de Importação (diversas NCM declaradas). Dessas DIs, onde apenas 8 não foram destinadas à Comercial Destro ou Destro Brasil e, posterior repasse à B2W e Lojas Americanas. O estudo amostral das importações efetuadas por ST Importações verificou que, nos anos de 2012 a 2015, esta empresa mantevese operando quase que exclusivamente no mesmo esquema, ou seja, mercadorias destinadas a Destro Brasil e, posteriormente, a B2W e LOJAS AMERICANAS. Portanto, fato de a impugnante não se confundir com a empresa Comercial DESTRO Ltda e possuir autonomia estrutural, capacidade empresarial e independência, não descaracteriza a situação de que esta foi utilizada para acobertar as operações de comércio exterior ocultandose o verdadeiro adquirente das mercadorias importadas (Americanas e B2W). A hipótese de que a empresa DESTRO BRASIL ter seu balanço patrimonial prejudicado em razão de incêndio ocorrido em 2010, em nada ameniza o fato de ter servido como intermediária do esquema de interposição fraudulenta, pois houve a caracterização e o propósito de repasse das mercadorias para as reais adquirentes das mercadorias importadas pela ST Importações. (...) DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA (...) O argumento da impugnante de que a não lavratura do Termo de Sujeição Passiva Solidária dos sóciosgerentes caracteriza cerceamento de defesa e enseja a nulidade do presente Auto de Infração não merece prosperar, pois referido fato não está previsto entre as hipóteses de nulidade do ato administrativo, conforme já discutido. Os motivos, a fundamentação legal bem como a individualização dos sócios enquadrados nas hipóteses previstas em Lei estão devidamente especificados no Relatório Fiscal, o qual faz parte do presente Auto de Infração. (...) DOS EFEITOS DAS JURISPRUDÊNCIAS JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS Em relação às decisões administrativas proferidas pelos Conselhos de Contribuintes e pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, inseridas pela impugnante no contexto de sua defesa, cumpre ressaltar que são improfícuas as jurisprudências administrativas ora apresentadas, tendo em conta a ausência de base legal que atribua aos acórdãos, proferidos pelos órgãos de julgamento, a devida eficácia normativa, não se constituindo em normas complementares do Direito Tributário, nos termos do art. 100, inciso II, do CTN. Portanto, depreendese que não são passíveis de serem estendidos genericamente ao caso concreto, eis que são estritamente aplicáveis ao contencioso administrativo dos processos administrativos relacionados aos referidos acórdãos e tãosomente se vinculam aos fatos e as partes envolvidas naqueles litígios. Fl. 18764DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.759 13 (...) PROVAS A interessada requer a produção de todas as provas admitidas em direito. Cabe ressaltar que as provas admitidas no processo administrativo fiscal são a diligência, perícia e prova documental. TAXA SELIC Por fim, caso infrutíferas as argüições constantes de sua defesa, a impugnante requer que não ocorra a aplicação da aplicação de atualização monetária sobre as multas de ofício com base na Taxa SELIC. (...) CONCLUSÃO Do todo exposto, voto pela improcedência da impugnação mantendose integralmente o crédito tributário constituído por este lançamento." (efls. 18.048/18.079 grifei) Todas as menções feitas no voto concernentes à ST Importações são aquelas constantes do relatório fiscal da autuação e da defesa da Destro, não se referindo especificamente à defesa apresentada pela empresa. Essencial salientar que alguns argumentos das partes podem eventualmente se sobrepor. Contudo, é necessário que a autoridade julgadora evidencie a análise dos argumentos aventados e documentos apresentados por todas as partes envolvidas em suas defesas, sob pena de cerceamento de defesa. Vejase, por exemplo, que as questões apontadas como necessidade de exclusão das partes do polo passivo ou equívocos na apuração da base de cálculo pela defesa da B2W não chegaram a ser analisados pelo v. acórdão recorrido. Da mesma forma, as provas apresentadas pela B2W e pela ST Importações em suas impugnações não foram objeto de análise e cotejo pela r. decisão. Frisese que a r. decisão recorrida trouxe razões para não converter o processo em diligência como requerido pela DESTRO BRASIL. Contudo, documentos e argumentos aventados pelas empresas B2W e ST Importações não foram sequer mencionados, ainda que possam ser suficientes para demonstrar a ausência da interposição fraudulenta na hipótese. Nesse sentido, à luz do art. 59, II, do Decreto n.º 70.235/72, merece ser anulado o r. acórdão recorrido, sob pena de cerceamento do direito de defesa das empresas B2W e ST importações e supressão de instância. Adoto, nesse sentido, as considerações e a exata conclusão alcançada no Acórdão 3402004.875, de relatoria da Conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, de 30/01/2018, que passa a integrar as razões de decidir desse acórdão com fulcro no art. 50, §1º da Lei n.º 9.784/99: "Destaco abaixo a lição de Marcos Vinícius Neder e Maria Teresa López1 sobre o tema: No processo administrativo fiscal, dentre as nulidade mais comuns podemse destacar: os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente; ou com preterição do direito de defesa; a ilegitimidade de partes; omissão do julgador no enfrentamento das questões de defesa e o não atendimento aos requisitos formais do lançamento. Algumas dessas questões arguidas em preliminar são 1 Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 558559. Fl. 18765DF CARF MF 14 suficientes para a nulidade dos atos correspondentes e para a extinção de todo o processo administrativo, como a questão da ilegitimidade das partes; outras permitem o saneamento da irregularidade, como é o caso de cerceamento de defesa gerada pela falta indispensável da análise de uma tese arguida pelo contribuinte, ocasionando apenas a nulidade da decisão de primeira instância e o seu saneamento com a prática de ato novo. Efetivamente, ausência de análise dos citados argumentos e provas das impugnações, nesse contexto, ocasiona cerceamento do direito de defesa no processo administrativo e caso fosse proferido julgamento inaugural da matéria por este Conselho, estarseia atuando como instância única. Tal situação não é permitida pelo sistema jurídico brasileiro, uma vez que o artigo 5º, inciso LV da Constituição confere aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Cumpre destacar a lição de James Marins2 sobre o tema: Não podem, União, Estado, Distrito Federal ou Municípios, instituir no âmbito de sua competência, a denominada “instância única” para o julgamento das lides tributárias deduzidas administrativamente, sob pena de irremediável mutilação da regra constitucional e consequente imprestabilidade do sistema administrativo processual que, por falta de tal requisito constitucional de validade, não servirá para aperfeiçoar a pretensão fiscal impugnada, remanescendo carente de exigibilidade. Nesse sentido o artigo 59, inciso II do Decreto no 70.235/1972 confere efetividade ao texto constitucional ao determinar que: Art. 59. São nulos (...) II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Por fim, destaco que foi no intuito de coibir tal sorte de problema que o Novo Código de Processo Civil, o qual deve ser aplicado subsidiariamente ao Processo Administrativo Fiscal, estabelece os requisitos essenciais da sentença, bem como as situações em que considera não fundamentada qualquer decisão: Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (grifei) 2 Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). São Paulo: Dialética, 2010 5ª ed. Fl. 18766DF CARF MF Processo nº 10074.720245/201612 Acórdão n.º 3402006.039 S3C4T2 Fl. 18.760 15 Resta a este Colegiado, assim, declarar a nulidade do Acórdão referente ao julgamento a quo que pode ser percebido como supressão de instância administrativa, culminando em preterição do direito de defesa." (grifei) Assim, pela ausência de análise do mérito e dos documentos apresentados nas Impugnações Administrativas apresentadas pelas empresas B2W e ST Importações, deve ser declarada a nulidade da r. decisão recorrida. Prejudicada a análise do Recurso Voluntário da Destro Brasil. DISPOSITIVO Ante o exposto, voto por dar parcial provimento aos Recursos Voluntários da B2W e da ST Importações para declarar a nulidade do Acórdão da 23ª Turma da DRJ/SPO, exarado no presente processo, afetando as peças processuais que lhe sucederam. Prejudicada a análise do Recurso Voluntário da Destro Brasil. Objetivando considerações úteis ao prosseguimento e à solução do processo, com base no artigo 59, §2º do Decreto n.º 70.235/723, destaco que deve a DRJ, em seu novo julgamento, guardar observância ao artigo 489, §1º do Código de Processo Civil/2015, analisando os argumentos e provas de defesa com relação ao mérito. É como voto. (assinado digitalmente) Maysa de Sá Pittondo Deligne. 3 "Art. 59 (...) § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo" Fl. 18767DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.917014/2012-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2011
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PLEITEADO.
Na ausência de Declaração Retificadora e de registros contábeis que permitam verificar a apuração do crédito, não há como reconhecê-lo por ocasião do Julgamento do Recurso Voluntário.
Numero da decisão: 1401-002.971
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia de Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PLEITEADO. Na ausência de Declaração Retificadora e de registros contábeis que permitam verificar a apuração do crédito, não há como reconhecêlo por ocasião do Julgamento do Recurso Voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia de Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 70 14 /2 01 2- 80 Fl. 253DF CARF MF 2 Relatório Diante da análise do processo e das consultas efetuadas aos sistemas de controle da RFB, verificouse que em 29/04/2011, a empresa efetuou o pagamento do DARF no valor de R$ 446.174,97 Código de receita – 3373 – IRPJ , período de apuração 31/03/2011. Em 18/05//2011, a empresa transmitiu DCTF ORIGINAL MENSAL Março/2011 – com um Débito Apurado do IRPJ no valor de R$ 447.348,58, fls. 51 a 57. Em 21/08/2012, a empresa transmitiu o PER/DCOMP, objeto da lide do presente processo, utilizandose respectivamente dos valores apontados na tabela abaixo para quitação valor de R$ 446.174,97, citado acima, para compensação dos débitos nela indicados para o primeiro trimestre de 2011. Os Per/Decomps não homologados, seus respectivos valores e processos administrativos de cobrança, são os seguintes: processo Tributo período Per Dcomp valor originário 11080.915322/201271 IRPJ 31/03/2011 37274.19310.300512.1.3.048772 R$2.004,04 11080.915326/201259 IRPJ 31/03/2011 10626.20282.250912.1.3.043870 R$ 1.303,74 11080.915323/201215 IRPJ 31/03/2011 04554.76710.290612.1.3.048707 R$ 1330,98 11080.915321/201226 IRPJ 31/03/2011 11627.08751.070512.1.7.041105 R$ 16.871,14 11080.917014/201280 IRPJ 31/03/2011 15626.60096.231112.1.3.040942 R$ 1.314,55 11080.915324/201260 IRPJ 31/03/2011 32185.30771.170712.1.3.049931 R$ 1.216,81 11080.915327/201201 IRPJ 31/03/2011 11639.43635.171012.1.3.044604 R$ 1.004,78 11080.915320/201281 IRPJ 31/03/2011 15589.11951.070512.1.7.045401 R$ 2.832,83 11080.915325/201212 IRPJ 31/03/2011 30005.88638.210812.1.3.047058 R$ 1.290,11 Em 03/01/2013, a DRF/Porto Alegre – MG. emitiu Despachos Decisórios Eletrônicos não homologando a compensação declarada na PER/DCOMP, em cada um dos processos acima relacionados sob o argumento de que o pagamento fora totalmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP pleiteado. Pretendendo obter a reforma do julgado, a Recorrente ingressou com as repectivas Manifestações de Inconformidade, todas julgadas improcedentes, mantendose todos os Despachos Decisórios integralmente, sob o argumento de que pedido de retificação de DCTF, após o despacho decisório que não homologou a compensação, em razão da Fl. 254DF CARF MF Processo nº 11080.917014/201280 Acórdão n.º 1401002.971 S1C4T1 Fl. 254 3 coincidência entre os débitos declarados e os valores recolhidos, não tem o condão de alterar a decisão proferida, uma vez que as DRJs limitamse a analisar a correção do despacho decisório, efetuado com bases nas declarações e registros constantes nos sistemas da RFB na data da decisão. Assim, mesmo o contribuinte tivesse apresentando a DCTF RETIFICADORA, qualquer alegação de erro no preenchimento desta, deveria vir acompanhada dos livros e documentos que indicassem prováveis erros cometidos, no cálculo dos tributos devidos, resultando em recolhimentos a maior, ante a falta de liquidez e certeza do crédito pleiteado, a não homologação foi mantida. Inconformada, no dia 08 de julho de 2015, interpôs recurso voluntário com vistas a obter a reforma do julgado, reproduzindo em suma os argumentos trazidos na impugnação, acrescidos de pedido de acolhimento e apreciação de provas produzidas em momento posterior a elaboração do Despacho Decisório. Com o objetivo de apressar o julgamento de seus recursos impetrou Mandado de Segurança feito 18012318270609900000004193447, 4a Vara Federal Cível da SJDF, cuja liminar foi concedida em 19 de janeiro de 2018, com o seguinte teor: "Diante do exposto, DEFIRO LIMINARMENTE O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA para determinar à autoridade coatora que pratique todos os atos de sua atribuição tendentes a apreciar e julgar imediatamente os recursos voluntários interpostos pela autora , no prazo de 90 (noventa) ) dias, desde que seja apenas caso de mora administrativa e não haja outras exigências técnicas". Intimação ao CARF registrada em 25/01/2018. Vindos os autos para julgamento, entendeu a Turma por bem, converter os autos em diligência para que autoridade fiscal promovesse a aferição do real valor devido do IRPJ do primeiro trimestre de 2011 referente ao pagamento do DARF, objeto do pedido de homologação e se os valores apontados como crédito (reproduzir quadro) haviam sido utilizados para quitar algum outro débito. E ao final, a autoridade fiscal elaborasse relatório conclusivo das verificações, ressalvado o fornecimento de informações adicionais e a juntada de outros documentos que entender necessários, entregar cópia do relatório à interessada e conceder prazo de 30 (trinta) dias para que ela se pronuncie sobre as suas conclusões, após o que, o processo deverá retornar a este CARF para prosseguimento do julgamento. Sobreveio relatório de diligência fiscal, na qual concluiuse que o valor de apuração devido a título de IRPJ consiste em 381.572,70, constante da DIPJ e da apuração do lucro real apresentada, sendo o valor informado em DCTF referente à provisão para imposto de renda, no valor de R$ 447.348,58 e o DARF recolhido no valor de R$ 446.174,97, constando ainda a informação de compensação de R$ 1.173,61, por meio de PER/DECOMP 02649.18284.290411.1.3.024381 (com informação no SIEF de homologação total), de modo que o valor do pagamento resulta em R$ 65.775,87 Considerandose as declarações de compensação que utilizaram o direito creditório atinente a esse pagamento a maior com os Recursos Voluntários interpostos, o Fl. 255DF CARF MF 4 relatório de diligência trouxe o seguinte demonstrativo de utilização do crédito de acordo com os PER/DECOMPS entregues pela Recorrente: Intimado sobre o resultado da diligência, a Recorrente manifestouse favoravelmente às conclusões do relatório fiscal. É o relatório do essencial. Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin. O recurso é tempestivo e apresenta os demais requisitos de admissibilidade, por isso, dele conheço. Conforme já esclarecido pela decisão de piso, os pedidos de compensação não foram homologados, pois as referidas decisões adotaram como fundamento o fato de ter o DARF emitido para o pagamento do IRPJ apurado no primeiro trimestre de 2011 , contemplado a totalidade dos valores anteriormente declarados mediante DCTF, ou seja, o DARF estava em consonância com o valor originalmente declarado pela empresa, a qual ainda não havia procedido as retificações das aludidas declarações, a fim de reduzir o débito anteriormente declarado. Como consequência do não reconhecimento do crédito da recorrente, constituiuse saldo devedor correspondente aos débitos cuja compensação restou frustrada. Isto porque, segundo a decisão recorrida verificouse que o pagamento que daria origem ao crédito informado na PER/DCOMP pela interessada e apontado no Despacho Decisório, teria sido integralmente utilizado pela Receita Federal para quitação do Débito Declarado pelo contribuinte através da DCTF original do mês de março/2011 (entregue em 18/05/2011), correspondente ao mesmo período de apuração (31/03/2011). Ao análisar esse contexto, no que diz respeito a constituição do próprio crédito o Relatório Circunstanciado da diligência fiscal consigna que: Fl. 256DF CARF MF Processo nº 11080.917014/201280 Acórdão n.º 1401002.971 S1C4T1 Fl. 255 5 Admito que a Recorrente trouxe anexou ao seu Recurso Voluntário documentos suficientes a demonstrar o recolhimento ao maior do valor de R$ 65.775,87, conforme concluído inclusive pelo resultado da diligência fiscal, no entanto, entendo que para o reconhecimento do crédito era necessário um passo além, por parte dela, que embora venha sustentando a existência de erro no preenchimento da DIPJ e, por consequencia, na Decomp, em nenhum momento tomou a iniciativa de retificálas, requerendo que tal providência seja implementada por este colegiado caso reconheça a possibilidade da compensação pleiteada. Neste momento entendo pela impossibilidade de reconhecimento do crédito pleiteado pela Recorrente, sem que tenha havido no mínimo a retificação por parte dela dos erros materiais existentes em suas declarações, não vejo a possibilidade de promover tal retificação de ofício, uma vez que tal providência é exclusiva do contribuinte. Já houve casos em que reconheci inclusive a possibilidade de retificação de declaração por parte do contribuinte em momento posterior inclusive ao Despacho Decisório, como por exemplo no Acórdão n. 1401002.702, contudo, na ausência de Declaração Retificadora que constitua o crédito pleiteado, não vejo como reconhecêlo. Por estas razões, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Fl. 257DF CARF MF 6 Fl. 258DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.927786/2011-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/03/2001 a 31/03/2001
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
Inexiste norma legal que prescreva a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput, da Constituição e art. 97 do CTN.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.199
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
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HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste norma legal que prescreva a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput, da Constituição e art. 97 do CTN. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 92 77 86 /2 01 1- 49 Fl. 81DF CARF MF Processo nº 11080.927786/201149 Acórdão n.º 3301005.199 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferimento do Pedido de Restituição (PER) da Contribuição para o PIS, em virtude de o pagamento informado estar totalmente alocado para quitação de débito da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte havia alegado a ocorrência de decadência para a análise do PER, uma vez que fora transmitido havia mais de cinco anos, pleiteando a aplicação do prazo previsto no art. 74, § 5º, da Lei nº 9.430/1996, para reconhecimento da ocorrência de homologação tácita. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 10042.216, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, afastando o pleito por falta de previsão legal e por ausência de comprovação do direito creditório. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e requereu o reconhecimento do seu direito, repisando praticamente os mesmos argumentos de defesa encetados na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 11080.927786/201149 Acórdão n.º 3301005.199 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.190, de 26/09/2018, proferida no julgamento do processo nº 11080.927782/201161, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301005.190): O recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Como relatado, a Recorrente transmitiu Pedido de Ressarcimento, visando à restituição do crédito nele informado em razão de pagamento indevido ou a maior de PIS/Pasep. Cabe esclarecer que a prova do recolhimento indevido não foi objeto de defesa da empresa. A Delegacia de origem emitiu Despacho Decisório que indeferiu o pleito diante da inexistência do crédito, nos termos do art. 165 do CTN. Sustenta a contribuinte que entre a data de transmissão do PER, 11/11/2005, até a ciência do despacho decisório, 21/12/2011, transcorreu prazo superior a cinco anos, o que implica na homologação tácita do ressarcimento, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/1996. Dispõe o § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 que: “o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação”. Ressaltese que a Declaração de Compensação DCOMP e o Pedido de Restituição PER são declarações diferentes com efeitos também diversos. Assim, não cabe aplicar ao Pedido de Restituição a homologação tácita prevista para a Declaração de Compensação. Como bem apontado pela DRJ, a compensação se viabiliza por via de um regime declaratório (Declaração de Compensação), enquanto que a restituição se viabiliza por um regime de requerimento (Pedido de Restituição), sendo a compensação operada e satisfeita de imediato, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, ao passo que o valor da restituição pleiteada não é entregue imediatamente ao contribuinte, havendo a necessidade de uma decisão explícita e nunca tácita da Administração Tributária. Não há como se acolher a pretensão da Recorrente, porquanto a previsão legal de homologação tácita referese tão somente ao pedido de compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento. Observese que neste processo não houve qualquer Fl. 83DF CARF MF Processo nº 11080.927786/201149 Acórdão n.º 3301005.199 S3C3T1 Fl. 5 4 vinculação entre crédito e débito, apenas houve o pleito de ressarcimento. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput da Constituição e art. 97 do CTN. Conclusão Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Importa registrar que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 84DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.930120/2009-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3302-000.876
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator, vencidos os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e Diego Weis Jr, que negavam provimento ao recurso voluntário. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.693416/2009-08, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado), Vinícius Guimarães (suplente convocado), Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1236; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.930120/200975 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3302000.876 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 25 de setembro de 2018 Assunto COMPENSAÇÃO Recorrente KLABIN S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator, vencidos os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e Diego Weis Jr, que negavam provimento ao recurso voluntário. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10880.693416/200908, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado), Vinícius Guimarães (suplente convocado), Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 30 12 0/ 20 09 -7 5 Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10880.930120/200975 Resolução nº 3302000.876 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório por suposto pagamento indevido ou a maior e aproveitar esse crédito com débito de outro tributo. De acordo com o Despacho Decisório constante nos autos, o alegado crédito já havia sido utilizado para a quitação de outro débito, não restando, portanto, valor disponível para a compensação do débito por ela indicado no Per/Dcomp. Dessa forma, não foi homologada a compensação declarada. Ciente dessa decisão, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que: a manifestante não sabe qual seria, na realidade, o motivo do indeferimento do direito creditório e, consequentemente, da não homologação da compensação declarada. apenas supõe que o direito creditório tenha sido negado em virtude de não ter sido localizada a DCTF retificadora que corrigiu o valor do débito devido. entretanto, não se pode aceitar que a contribuinte seja obrigada a se defender com base em suposições, sem ter segurança quanto ao motivo que determinou a glosa, pois o Decreto n° 70.235/1972 é claro ao determinar que os atos proferidos por autoridades administrativas que prejudicam ou impossibilitam o direito de defesa do contribuinte são eivados de nulidade. há de se observar que o Despacho Decisório ora combatido não contém uma descrição precisa e congruente dos fatos que ensejaram a sua emissão. Tal omissão e imprecisão impedem o pleno conhecimento das circunstâncias que levaram ao indeferimento do seu direito creditório, implicando grandes dificuldades e embaraços ao direito da ampla defesa e do contraditório. a própria fundamentação legal utilizada como embasamento para o indeferimento do direito creditório ora pleiteado foi indicada de modo apenas genérico, não permitindo a identificação de qual o equivoco teria sido pretensamente cometido. Em síntese, não constam, no Despacho Decisório, informações precisas acerca das supostas incorreções cometidas, evidenciando a nulidade do ato administrativo em apreço. o valor do pagamento ora discutido decorre, inequivocamente, da tributação de receitas que não se enquadram no conceito de faturamento. sobre a tributação das receitas que não se enquadram no conceito de faturamento (base de cálculo prevista pela Lei 9.718/1998), é assente que tal exigência não está de acordo com o direito. Isto porque, o Supremo Tribunal Federal já declarou a sua inconstitucionalidade. Ademais, no caso ora analisado, a manifestante obteve decisão judicial definitiva que a possibilita não observar a base de cálculo prevista na Lei 9.718/1998. independentemente da decisão judicial definitiva favorável à manifestante, o direito creditório deve ser reconhecido, pois, como já mencionado, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do alargamento das bases de cálculo do PIS e da COFINS. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10880.930120/200975 Resolução nº 3302000.876 S3C3T2 Fl. 4 3 o não reconhecimento da inconstitucionalidade da lei já declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal viola princípios consagrados pelo ordenamento jurídico brasileiro, dentre os quais se destacam o "Principio da Moralidade” e o "Principio da Eficiência". muito embora a manifestante acredite que o seu direito creditório será reconhecido com a conseqüente homologação da compensação efetuada, em função do Principio da Eventualidade, não há como se furtar em apresentar a sua discordância em relação à exigência de multa e juros, na hipótese dos julgadores entenderem que o indeferimento deva prevalecer. no caso em tela, não há que se falar em imposição de multa e juros por atraso no pagamento, já que a manifestante quitou tempestivamente, por meio da DCOMP não homologada, o débito compensado. não há que se alegar mora ao quitar o débito equivocadamente exigido, uma vez que esta apresentou DCOMP com objetivo de cumprir sua obrigação, sendo que, a não homologação da DCOMP apresentada não é, por si só, fato caracterizador de mora do contribuinte. a exoneração da multa e dos juros deverá ser reconhecida, pois a manifestante não incorreu em mora, tendo apresentado tempestivamente a DCOMP para quitação integral do débito tributário compensado. Diante dessas alegações, a interessada solicita: o cancelamento total do Despacho Decisório ora combatido, com a declaração de sua nulidade, pois, em preliminar, é comprovado o cerceamento do direito de defesa. na hipótese de se entenderem que não deve ser declarada a nulidade do Despacho Decisório, a manifestante pede e espera que, no mérito, o seu direito creditório seja deferido e, conseqüentemente, homologada a compensação declarada. caso o indeferimento do direito creditório seja mantido, o que se admite apenas a título de argumentação, deve ser afastada a exigência de multa e juros de mora pelos motivos já expostos. Por fim, a manifestante protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em Direito, sobretudo a diligência fiscal. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve integralmente o despacho decisório, julgando improcedente a manifestação de inconformidade. Intimada da decisão recorrida, a Recorrente interpôs recurso voluntário reproduzindo as matérias de mérito já apresentadas em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10880.930120/200975 Resolução nº 3302000.876 S3C3T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3302000.853, de 25 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.693416/200908, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução 3302000.853): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. A questão tratada nestes autos não é nova neste Conselho e, já foi analisado nos autos do Processo Administrativo nº 10880.693376/200996 (acórdão paradigma nº 3401001.361), instaurada contra a mesma empresa, de relatoria do i. Conselheiro Robson José Bayerl que, entendeu por bem converter o julgamento em diligência para verificar a origem do crédito pleiteado pela Recorrente com base nos documentos já carreados aos autos e outros que fizerem necessários. Neste caso, por concordar com os argumentos explicitados por aquela relator e, visando dar o mesmo tratando processual, adoto as razões do citado Conselheiro como causa de decidir o presente processo, a saber: Como questão preliminar, cabe examinar a exigência de retificação da DCTF correspondente, como condição para repetição do indébito, consoante acentuado pela decisão recorrida. A tese defendida pelo colegiado a quo é que o impedimento à alteração do valor declarado a título de Cofins, dezembro/1999, obstaria o direito à restituição do montante pago indevidamente, mesmo que não ocorrida a decadência desse direito, nos termos do art. 165, I do Código Tributário Nacional, por entender que o crédito tributário já se encontrava formalmente homologado e definitivamente extinto perante a Fazenda Nacional. Todavia, ainda que o art. 150, § 4º do CTN disponha que a fluência do prazo de 05 (cinco) anos corporifica homologação tácita e transmuta o lançamento e respectivo pagamento em causa de extinção do crédito tributário, não se pode olvidar que o mencionado art. 165, I do mesmo diploma legal também garante o direito, independente de prévio protesto, à restituição do tributo pago em quantia maior que a devida, desde que observada a temporalidade do requerimento próprio (art. 168), o que se verificou nesse processo. Nestes autos, o decurso do prazo veda a constituição de crédito tributário complementar àquele declarado pelo sujeito passivo (art. 150, § 4º), entretanto, não obstaculiza a devolução do indébito, ao passo que feito o pedido dentro do prazo de 05 (cinco) anos do recolhimento(arts. 165, I e 168), mormente na situação sub examine, Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10880.930120/200975 Resolução nº 3302000.876 S3C3T2 Fl. 6 5 onde a quantia indevida corresponde justamente ao pagamento feito a destempo, acrescido de multa e juros de mora. Demais disso, esquadrinhando a IN SRF 600/05, vigente por ocasião da transmissão da PERDCOMP, não se localiza qualquer imposição de retificação da DCTF como requisito para processamento do pedido de restituição aviado, salvo na hipótese de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI (Leis nº 9.363/96 e 10.276/01), segundo o art. 16, § 5º, II do ato normativo. Portanto, mostrase improcedente a questão vestibular erigida pela decisão recorrida como fundamento à denegação do recurso. Tocante ao mérito, observase que o motivo inicial à não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Notase, também, que a Administração Tributária em momento algum contestou diretamente a existência do crédito vindicado, mas sim sua utilização em outra finalidade. Em outra linha argumentativa exposta na decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria a demonstração documental das razões arroladas pelo recorrente, o que não se verificou. Nesse passo, é certo que na primeira oportunidade processual o recorrente não produziu a prova necessária, limitandose a anexar cópias de declarações, que, por si só, assim como sua ausência não serve de causa ao indeferimento de restituição, também não é suficiente ao seu deferimento. Contudo, em recurso voluntário, o contribuinte trouxe demonstrativo de apuração e balancetes, o que, a meu sentir, consubstancia um início razoável de prova a justificar o retorno dos autos à DRF de jurisdição para exame das alegações do recorrente a respeito do direito invocado (pagamento indevido de Cofins ante à inconstitucionalidade do conceito de faturamento veiculado pela Lei nº 9.718/98, decidida em repercussão geral no RE 585.235QO, de 10/09/2008). Poderseia, em princípio, indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, contudo,não se nega que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, eis que validado por meio de chancela eletrônica. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que em situações como a deste processo, onde há um início razoável de prova, composto por documentos outros que não apenas declarações ou Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10880.930120/200975 Resolução nº 3302000.876 S3C3T2 Fl. 7 6 mesmo debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito invocado. Demais disso, ao fato constitutivo do direito ao crédito tributário posto pela Administração tributária – vinculação do direito de crédito a outro débito de titularidade do sujeito passivo –, contrapõe o recorrente um fato modificativo desse mesmo direito – a existência de pagamento a maior e o pedido tempestivo de sua restituição, acompanhado de início de prova –, o que milita em favor da verificação de procedência dessa alegação. Assim, considerando que o processo não se encontra em condições de julgamento, proponho sua conversão em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: Verificação da legitimidade ativa do requerente para pleitear a restituição de quantia recolhida por outra pessoa jurídica, alegadamente incorporada, com juntada da documentação relativa à alteração societária em comento; Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, ∙ Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento. Diante do exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: Verificação da legitimidade ativa do requerente para pleitear a restituição de quantia recolhida por outra pessoa jurídica, alegadamente incorporada, com juntada da documentação relativa à alteração societária em comento; Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10880.930120/200975 Resolução nº 3302000.876 S3C3T2 Fl. 8 7 Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento. É como voto." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: Verificação da legitimidade ativa do requerente para pleitear a restituição de quantia recolhida por outra pessoa jurídica, alegadamente incorporada, com juntada da documentação relativa à alteração societária em comento; Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 166DF CARF MF
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Numero do processo: 10580.900075/2013-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 30/04/2009
FALTA DE RETIFICAÇÃO NA DCTF.
Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, por meio de prova cabal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/04/2009
COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE.
Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar que as receitas (de natureza diversa das de vendas de mercadorias e de serviços) afastadas da incidência foram incluídas indevidamente na base de cálculo da contribuição.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-005.418
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 30/04/2009 FALTA DE RETIFICAÇÃO NA DCTF. Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, por meio de prova cabal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 30/04/2009 COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar que as receitas (de natureza diversa das de vendas de mercadorias e de serviços) afastadas da incidência foram incluídas indevidamente na base de cálculo da contribuição. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 30/04/2009 FALTA DE RETIFICAÇÃO NA DCTF. Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, por meio de prova cabal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/04/2009 COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar que as receitas (de natureza diversa das de vendas de mercadorias e de serviços) afastadas da incidência foram incluídas indevidamente na base de cálculo da contribuição. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 00 75 /2 01 3- 95 Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10580.900075/201395 Acórdão n.º 3301005.418 S3C3T1 Fl. 3 2 Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologar a compensação declarada (DCOMP), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já havia sido utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte afirmou que o direito creditório decorria do alargamento da base de cálculo da Contribuição (PIS/Cofins) introduzido pelo art. 3º, § 1º, da Lei 9.718/1998, julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o então Manifestante, no recolhimento da contribuição devida no período, foram incluídos indevidamente em sua base de cálculo valores alheios ao faturamento, relativos a receitas financeiras e de aluguéis, atividades essas que não compõem sua atividade de venda de mercadoria ou de prestação de serviços. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 02069.141, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando a falta de comprovação do direito creditório compensado, cujo ônus recai sobre o interessado, a quem cabe a demonstração da liquidez e certeza do crédito. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e repisou os argumentos trazidos em sua Manifestação de Inconformidade, acrescentando, em breve síntese, o que segue: a) a discussão sobre a existência de direito de créditos da contribuição incidente sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento está superada; b) o dever do órgão julgador de instruir o processo, solicitando documentos, caso assim entenda como necessário para tomar sua decisão, nos termos dos artigos 29 e 36 da Lei nº 9.784/1999, bem como no art. 27 e 29 do Decreto 70.235/1972; c) foi apresentado documentação para provar a liquidez e certeza de seu crédito. É o relatório. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10580.900075/201395 Acórdão n.º 3301005.418 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.417, de 25/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 10580.900074/201341, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301005.417): O recurso voluntário foi interposto no prazo e reúne os pressupostos legais de interposição, portanto, merece conhecimento. Feita a síntese acima, passase a analisar as questões levantadas, especialmente sobre i) a decisão de indeferimento fundamentada no valor informado em DCTF com a correspondente quitação do montante declarado, não havendo crédito a compensar; ii) a declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF no RE nº 585.235 sob o rito da repercussão geral, art. 543B do STF; iii) a análise do crédito decorrente de receitas financeiras a partir das provas juntadas aos autos. I) Do indeferimento do pedido de restituição diante da inexistência de retificação da DCTF Neste ponto, é relevante a análise da decisão que indeferiu o pedido de restituição, sob a fundamentação de que foi efetuada uma declaração por DCTF e a DARF discriminada no PER/DCOMP foi inteiramente utilizada para quitar o débito do contribuinte, não restando crédito para a restituição, verbis: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. O significado que se extrai deste despacho decisório é que a Recorrente apresentou o PER/DCOMP, mas não realizou a retificação da DCTF do período correspondente, qual seja, 1º trimestre de 2009. Desta feita, a DARF do período vinculada à COFINS foi utilizada para cobrir integralmente um débito declarado, não havendo excesso resultante do pagamento indevido. Ressaltese, no entanto, que a retificação da DCTF, por si só, não se presta para solidificar a liquidez e certeza do crédito pleiteado pelo contribuinte, sendo indispensável a apresentação de prova, tais como demonstrativos contábeis e fiscais, para aferição do crédito. Neste sentido, já se pronunciou a Câmara Superior de Recursos Fiscais deste E. CARF, no julgamento do processo 10909.900175/200812, manifestando o entendimento no acórdão nº 9303005.520 (sessão de 15/08/2017), no sentido de que, mesmo no caso de uma a retificação posterior ao Despacho Decisório, não haveria impedimentos para o deferimento do pedido quando acompanhada de provas documentais comprovando a erro cometido no preenchimento da declaração original, Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10580.900075/201395 Acórdão n.º 3301005.418 S3C3T1 Fl. 5 4 comparecendo nos autos com qualquer prova documental hábil a demonstrar o erro que cometera no preenchimento da DCTF (escrita contábil e fiscal): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/2004 a 29/02/2004 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Recurso Especial do Contribuinte negado. Esta colenda 1ª TO da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF tem manifestado entendimento no mesmo sentido, segundo a qual, em razão da verdade material, a liquidez e certeza do crédito pleiteado pelo contribuinte pode ser demonstrado por outros elementos de prova, independentemente da retificação da DCTF, conforme é possível constatar pelo recente acórdão relatado pela ilustre conselheira Semíramis de Oliveira Duro: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2012 COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. Se transmitida a PER/Dcomp sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. (...) Recurso Voluntário provido. (Número do Processo 11060.900738/201311. Relatora SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO. Data da Sessão 17/04/2018. Nº Acórdão 3301 004.545) Desta feita, o que é necessário verificar é a existência de comprovação pela Recorrente, nos autos, trazendo elementos de prova capaz de trazer liquidez e certeza de seu crédito. II) Da declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF no RE nº 585.235 sob o rito da repercussão geral, art. 543B do STF Quanto ao ponto sobre a incidência da contribuição sobre receitas financeiras, auferidas por entidade que não desenvolva atividade financeira, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou, inclusive em sede de repercussão geral, acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei 9.718/1998, por pretender alargar o conceito de faturamento, estabelecendo as receitas totais da pessoa jurídica como base de cálculo das contribuição para o PIS e COFINS. Tratase do RE nº 585.235 e desde 2010 a PGFN já se manifestou formalmente, por meio da Portaria PGFN 294/2010, no sentido de dispensar os procuradores da fazenda nacional a contestar ou recorrer nesta matéria: Item 1, Anexo I, Portaria PGFN nª 294/2010 Resumo: É inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo art. 3º, §1º da Lei n. 9.718/98, eis que tais exações devem incidir, apenas, sobre as receitas decorrentes da venda de mercadorias e da prestação de serviços (conceito restritivo de receita bruta), e não sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica (conceito ampliativo de receita bruta). (...) DELIMITAÇÃO DA MATÉRIA DECIDIDA: o PIS/COFINS deve incidir somente sobre as receitas operacionais das empresas, escapando da incidencia do PIS/COFINS as receitas não operacionais. Consideramse receitas operacionais as oriundas dos serviços financeiros prestados pelas instituições financeiras (serviços remunerados por tarifas e atividades de intermediação financeira). Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10580.900075/201395 Acórdão n.º 3301005.418 S3C3T1 Fl. 6 5 Nestes termos, é de rigor a aplicação do art. 62, § 1º, I e II, "b" e "c" do anexo II do RICARF, no sentido de que os membros das turmas de julgamento do CARF estão autorizados afastar a aplicação lei sob fundamento de inconstitucionalidade nos casos em que este entendimento já foi manifestado por decisão definitiva em sessão plenária do Supremo Tribunal Federal ou decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal em sede de julgamento realizado em repercussão geral nos termos dos arts. 543B do CPC/1973, ou mesmo no caso de existência de Ato Declaratório da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002. Resta, portanto, consolidado o entendimento acerca da não incidência de PIS e COFINS sobre receitas financeiras, quando não constituírem receita operacional da empresa, no contexto da aplicação da Lei 9.718/1998. Este entendimento, porém, nem é controvertido nos autos, pois admitido pela própria r. decisão guerreada. O fundamento para o não reconhecimento do crédito é a ausência de provas aptas a demonstrar sua liquidez e certeza. Desta feita, caso comprovada a inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da COFINS no período em referência, demonstrandose a liquidez e certeza do crédito declarado pelo contribuinte, será de rigor reconhecer o direito à restituição pleiteado pelo contribuinte. É o que se passa a analisar. III) Da liquidez e certeza do crédito Neste ponto, a Recorrente argumentou que no período de apuração em foco (1º Trim./2009), considerando a original vigência da Lei nº 9.718/1998, apurou a contribuição com a inclusão de receitas financeiras à base de cálculo. No entanto, em que pese a Recorrente ressaltar em seu Recurso Voluntário que a autoridade julgadora pode, de ofício, requerer a instrução do processo e que estas informações já são de conhecimento do Fisco, pois todas já declaradas por obrigações acessórias, por se estar diante de um pedido de compensação, o ônus da prova da legitimidade do crédito é de quem requer. Em seu recurso voluntário, a Recorrente trouxe aos autos a DIPJ do período, com informações sobre receita bruta. No entanto, não é possível identificar receitas financeiras e receitas de aluguel tal qual alegado pela Recorrente. Seria necessário a apresentação de outras provas, como demonstrativos contábeis, razão, ou mesmo contratos de aluguel, planilhas, enfim. A DIPJ não possui força probatória isoladamente, desacompanhada de outros documentos oficiais, como registros contábeis e outros documentos fiscais, como o DACON. A afirmação de que o Fisco já detém todas as informações, por todas as obrigações acessórias já cumpridas, bastando baixar em diligência para verificar a informação também não é pertinente, portanto. Nos casos de pedido de restituição e de compensação, como dito, o ônus da prova da existência do crédito é do contribuinte, não tendo a Recorrente se desincumbido de tal tarefa. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2006 a 30/06/2006 PROVA. APRECIAÇÃO INICIAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. LIMITES. PRECLUSÃO. A apreciação de documentos não submetidos à autoridade julgadora de primeira instância é possível nas hipóteses previstas no art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972 e, excepcionalmente, quando visem à complementar Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10580.900075/201395 Acórdão n.º 3301005.418 S3C3T1 Fl. 7 6 instrução probatória já iniciada quando da interposição da manifestação de inconformidade. COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. (Número do Processo 10880.674831/200954. Relatora LARISSA NUNES GIRARD. Data da Sessão 13/06/2018. Nº Acórdão 3002000.234) (grifos não constam do original) A Recorrente não trouxe aos autos, nas duas oportunidades em que neles compareceu manifestação de inconformidade e recurso voluntário, qualquer prova documental hábil capaz de sustentar a veracidade e existência de seu direito de crédito (escrita contábil e fiscal). Não constam dos autos balancetes e demonstrações contábeis, nem mesmo DACON do contribuinte para evidenciar o quantum de receitas financeiras levadas à tributação da COFINS. Desta feita, diante da ausência de comprovação da liquidez e certeza do crédito pleiteado, devese negar provimento ao presente recurso voluntário Isto posto, conheço do recurso voluntário para, no mérito, negar provimento. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS, importando registrar, também, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 87DF CARF MF
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Numero do processo: 13819.900213/2009-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2005
CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
Numero da decisão: 3301-005.146
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Ano-calendário: 2005 CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
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CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159 70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.15970/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 02 13 /2 00 9- 15 Fl. 86DF CARF MF Processo nº 13819.900213/200915 Acórdão n.º 3301005.146 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido e aproveitar esse crédito com débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito para ser utilizado na compensação em questão. Com isso, decidiu pela não homologação da referida Declaração de Compensação. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva alegando, em suma, que seu direito creditório tem fundamento no artigo 4º da Medida Provisória nº 2.15970/2001, o qual afirma terlhe outorgado o direito de compensar tal crédito com débitos do mesmo tributo, conforme o fez através da Dcomp em tela. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 12065.698. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em que discorre sobre sua atividade, o contrato de exploração de patente e uso de marca que firmou com empresa estrangeira, as remessas de royalties, o direito ao crédito de CIDE, sob o amparo da MP n° 2.15970/01, e a correção do procedimento adotado utilização do crédito da CIDE para liquidação de débitos vincendos, via PER/DCOMP. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.136, de 25 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.136): Fl. 87DF CARF MF Processo nº 13819.900213/200915 Acórdão n.º 3301005.146 S3C3T1 Fl. 4 3 "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Com fulcro no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/99, adoto como razão de decidir o voto condutor do Acórdão DRJ n° 1265.687, de 22/05/14, da lavra do i.julgador Bernardo Moraes Fiuza Pequeno: "(. . .) Verificase que o interessado fundamenta sua defesa no art. 4º da MP Nº 2.15970/2001, deste modo, transcrevo o referido dispositivo legal por ser de suma importância para a solução da lide (grifos de minha autoria). 'Art. 4º É concedido crédito incidente sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, instituída pela Lei nº 10.168, de 2000, aplicável às importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior a título de róialties referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de marcas. § 1º O crédito referido no caput: I será determinado com base na contribuição devida, incidente sobre pagamentos, créditos, entregas, emprego ou remessa ao exterior a título de róialties de que trata o caput deste artigo, mediante utilização dos seguintes percentuais: a) cem por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2001 até 31 de dezembro de 2003; b) setenta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; c) trinta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013; II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo. § 2o O Comitê Gestor definido no art. 5º da Lei nº 10.168, de 2000, será composto por representantes do Governo Federal, do setor industrial e do segmento acadêmicocientífico.' Percebese na leitura deste artigo, que a MP nº 2.15970/2001 concedeu crédito ao contribuinte nos casos de remessas ao exterior a título de róialties, o qual é calculado com base na contribuição devida. No entanto, o interessado informou na Declaração de Compensação crédito oriundo de pagamento indevido, ou seja, o crédito previsto na MP nº 2.15970/2001 não tem relação com o Fl. 88DF CARF MF Processo nº 13819.900213/200915 Acórdão n.º 3301005.146 S3C3T1 Fl. 5 4 crédito de pagamento indevido, haja vista que o pagamento só é indevido se a CIDE não é devida. Por outro lado, o crédito da MP nº 2.15970/2001 só é gerado com base na CIDE que é devida. Portanto, percebese que a defesa sustenta um crédito distinto daquele informado na Declaração de Compensação. Ademais, ainda que o interessado obtivesse êxito em comprovar o suposto crédito previsto na MP nº 2.15970, este não poderia ser utilizado através de Declaração de Compensação, mas tão somente por meio de dedução da CIDE de períodos subseqüentes, em conformidade com o art. 4º, § 1º, inciso II, que diz (grifos meus): 'II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo.' Portanto, diante de todo exposto, voto por julgar a manifestação de inconformidade improcedente, mantendose integralmente o Despacho Decisório, a fim de não homologar a Declaração de Compensação." Com base no acima exposto, nego provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 89DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10073.721893/2015-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2014
GLOSA DE COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. NECESSIDADE.
Em regra, é vedada a compensação com fundamento na invalidade da legislação tributária sem a existência prévia de ação judicial e do trânsito em julgado da respectiva decisão.
COMPENSAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES COM CRÉDITOS INEXISTENTES. INSERÇÃO DE DECLARAÇÃO FALSA NA GFIP. APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. PROCEDÊNCIA.
Na hipótese de compensação indevida, quando reste comprovada a falsidade da declaração na GFIP apresentada pelo sujeito passivo, aplica-se a multa isolada nos termos do art. 89, § 10, da Lei n. 8.212/1991.
Para a aplicação da multa isolada de 150%, prevista no art. 89, § 10º da Lei n. 8212/91, não há necessidade de imputação de dolo, fraude ou mesmo simulação à conduta do sujeito passivo para a caracterização da falsidade da compensação indevida, mostrando-se suficiente apenas a demonstração da utilização créditos que sabia não serem líquidos e certos.
Numero da decisão: 2402-006.704
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior que deram provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luís Henrique Dias Lima.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
(assinado digitalmente)
Luis Henrique Dias Lima - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2014 GLOSA DE COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. NECESSIDADE. Em regra, é vedada a compensação com fundamento na invalidade da legislação tributária sem a existência prévia de ação judicial e do trânsito em julgado da respectiva decisão. COMPENSAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES COM CRÉDITOS INEXISTENTES. INSERÇÃO DE DECLARAÇÃO FALSA NA GFIP. APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. PROCEDÊNCIA. Na hipótese de compensação indevida, quando reste comprovada a falsidade da declaração na GFIP apresentada pelo sujeito passivo, aplica-se a multa isolada nos termos do art. 89, § 10, da Lei n. 8.212/1991. Para a aplicação da multa isolada de 150%, prevista no art. 89, § 10º da Lei n. 8212/91, não há necessidade de imputação de dolo, fraude ou mesmo simulação à conduta do sujeito passivo para a caracterização da falsidade da compensação indevida, mostrando-se suficiente apenas a demonstração da utilização créditos que sabia não serem líquidos e certos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior que deram provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luís Henrique Dias Lima. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator (assinado digitalmente) Luis Henrique Dias Lima - Redator Designado Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
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GLOSA DE COMPENSAÇÃO. MULTA ISOLADA Recorrente BR METALS FUNDIÇÕES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2014 GLOSA DE COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO. NECESSIDADE. Em regra, é vedada a compensação com fundamento na invalidade da legislação tributária sem a existência prévia de ação judicial e do trânsito em julgado da respectiva decisão. COMPENSAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES COM CRÉDITOS INEXISTENTES. INSERÇÃO DE DECLARAÇÃO FALSA NA GFIP. APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. PROCEDÊNCIA. Na hipótese de compensação indevida, quando reste comprovada a falsidade da declaração na GFIP apresentada pelo sujeito passivo, aplicase a multa isolada nos termos do art. 89, § 10, da Lei n. 8.212/1991. Para a aplicação da multa isolada de 150%, prevista no art. 89, § 10º da Lei n. 8212/91, não há necessidade de imputação de dolo, fraude ou mesmo simulação à conduta do sujeito passivo para a caracterização da falsidade da compensação indevida, mostrandose suficiente apenas a demonstração da utilização créditos que sabia não serem líquidos e certos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior que deram AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 3. 72 18 93 /2 01 5- 15 Fl. 7415DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 3 2 provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luís Henrique Dias Lima. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Relator (assinado digitalmente) Luis Henrique Dias Lima Redator Designado Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. Relatório A DRJ fez um relato preciso do lançamento e da impugnação, que passa a integrar, em parte, o presente relatório: Tratase do processo nº 10073.721893/201515, relativo aos Autos de Infração de obrigação principal lavrados e consolidados em 04/11/2015, a seguir discriminados: [...] Da apuração dos fatos Compensação indevida O contribuinte em tela realizou compensação de contribuições previdenciárias e de terceiros entre as competências 01/2011 e 13/2014, nos estabelecimentos 19.811.058/000143 e 19.811.058/000224. Outrossim, não foram evidenciadas "sobras" de recolhimento nos sistemas da Receita Federal do Brasil, mas sim falta de recolhimento em diversas competências, conforme extrato do Fl. 7416DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 4 3 Sistema de Arrecadação CONSULTA CONTACORRENTE DE ESTABELECIMENTO "CCOR" e CCORGFIP (Anexo I). Ademais, conforme declinado em resposta às intimações, o contribuinte afirma não possuir decisão judicial transitada em julgado, da qual seja litigante, cuja sentença legitime a compensação ora glosada. Não obstante, quando devidamente intimada, a empresa não logrou êxito em comprovar a legitimidade das compensações ora glosadas, uma vez que, conforme declinado nas respostas às intimações, tal procedimento foi realizado com fulcro apenas em interpretação da legislação e precedentes jurisprudenciais/administrativos não unânimes. [...] O interessado se manifesta esclarecendo, em síntese, que as importâncias compensadas são relativas aos valores pagos indevidamente a título de: contribuição das empresas ao INCRA; contribuição das empresas ao SEBRAE; contribuição das empresas ao Seguro de Acidentes do Trabalho; contribuição previdenciária incidente sobre 1/3 de férias; contribuição previdenciária sobre Aviso Prévio; contribuição previdenciária sobre Auxílio Doença; contribuição previdenciária sobre horas extras e reflexos; contribuição previdenciária sobre indenização estabilidade Acordo Coletivo; contribuição previdenciária sobre 13° salário; contribuição previdenciária sobre adicional noturno e reflexos; contribuição previdenciária sobre saláriomaternidade; contribuição previdenciária sobre gratificação; contribuição previdenciária sobre insalubridade; contribuição previdenciária sobre periculosidade; e contribuição previdenciária sobre prêmio. [...] Portanto, uma vez que o sujeito passivo não possuía direito à compensação, pelos motivos declinados ao longo deste relatório, bem como não logrou êxito em comprovar as informações declinadas em GFIP das competências em lide, que dariam Fl. 7417DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 5 4 sustentação ao direito de compensar o montante recolhido, supostamente, a maior ou indevidamente, resta comprovada a falsidade da declaração por parte do contribuinte. [...] Portanto, os valores compensados em GFIP, e não devidamente justificados pelo contribuinte, foram glosados (Anexo V), bem como serviram de base de cálculo para o lançamento de multa isolada no percentual de 150% (cento e cinquenta por cento), em virtude da falsidade de declaração, pois em apertada síntese: não há sobras de recolhimento em GPS (recolhimento a maior); há períodos sem o devido recolhimento dos créditos compensados; não há amparo em decisão judicial transitada em julgado, da qual a BR Metals seja litigante; utilização de supostos créditos de outras entidades (terceiros) para compensar contribuições previdenciárias; utilização de créditos decadentes; utilização de créditos inexistentes, uma vez que não há recolhimento; não possui CND ou Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa. [...] Da apuração dos débitos Em consequência de todo o exposto, apuramos débitos neste procedimento fiscal, objeto do presente Auto de Infração, correspondentes às seguintes contribuições arrecadadas pela Receita Federal do Brasil, e não recolhidas na sua totalidade, pelo contribuinte: Glosa de parte do montante compensado, cuja regularidade não foi comprovada pelo contribuinte, DEBCAD n° 51.077.834 8. Multa de 150% (cento e cinquenta por cento), incidente sobre os montantes indevidamente compensados pelo contribuinte em GFIP, DEBCAD n° 51.077.835 6. DA IMPUGNAÇÃO O contribuinte foi cientificado das autuações por via postal em 06/11/2015, e apresentou impugnação tempestiva em 07/12/2015, alegando, em síntese, que: [...] Fl. 7418DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 6 5 Do direito 1. Da extinção da obrigação tributária pela compensação. Da legitimidade dos créditos apurados pela Impugnante [...] Com efeito, em procedimento de revisão dos recolhimentos de tributos pela empresa em referência, apurouse a existência de crédito a favor da Impugnante, tendo em vista o indevido pagamento das seguintes exações: Contribuição das empresas ao INCRA; Contribuição das empresas ao SEBRAE; Contribuição das empresas ao Seguro de Acidentes de Trabalho; Contribuição previdenciária incidente sobre 1/3 de férias; Contribuição previdenciária sobre aviso prévio; Contribuição previdenciária sobre auxílio doença; Contribuição previdenciária sobre horas extras e reflexos; Contribuição previdenciária sobre indenização estabilidade acordo coletivo; Contribuição previdenciária sobre 13° salário; Contribuição previdenciária sobre adicional noturno e reflexos; Contribuição previdenciária sobre salário maternidade; Contribuição previdenciária sobre gratificação; Contribuição previdenciária sobre insalubridade; Contribuição previdenciária sobre periculosidade; e Contribuição previdenciária sobre prêmio. [...] 2. Da possibilidade de compensação de contribuições previdenciárias com créditos de terceiros Entendeu o Fiscal, pela impossibilidade de compensação de contribuição previdenciária com créditos referentes a contribuições devidas a outras entidades ou fundos, o que ensejaria a glosa de parte das compensações formalizadas e aplicação da multa qualificada. Todavia, tal entendimento não merece prosperar. [...] Fl. 7419DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 7 6 3. Da inocorrência da decadência – prazo de 10 (dez) anos para repetição do indébito [...] 4. Do direito à compensação – inexigência legal de decisão judicial/administrativa ou jurisprudência pacífica sobre os créditos [...] 5. Do direito ao crédito decorrente de compensação indevida – desnecessidade de efetivos recolhimentos [...] 6. Da ilegalidade da limitação ao direito de compensação aos casos de regularidade fiscal do contribuinte [...] 7. Da não contabilização dos créditos – CPC nº 25 [...] 8. Da ausência de subsunção à hipótese de incidência da multa aplicada [...] 8.1 Do conceito de fraude – inaplicabilidade à conduta da Impugnante [...] 8.2 Do conceito de sonegação – inaplicabilidade à conduta da Impugnante [...] 8.3 Da ausência de subsunção à norma veiculada pelo artigo 89, § 10 da Lei nº 8.212/91 – inexistência de falsidade [...] 8.4 Do entendimento do CARF envolvendo situação idêntica em processo da própria Impugnante [...] Do requerimento Em face de todo o exposto, requer seja dado total provimento à presente impugnação administrativa, desconstituindose por completo os autos de infração de n° 51.077.8348 e 51.077.835 6, ante a legitimidade dos créditos e das compensações efetuadas, e da ausência de subsunção às hipóteses de incidência da multa qualificada. Fl. 7420DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 8 7 DA DILIGÊNCIA FISCAL [...] [...] o processo foi encaminhado em diligência fiscal, sugerindo a revisão do lançamento da glosa da compensação efetuada pela empresa em relação aos créditos de eventuais contribuições previdenciárias recolhidas sobre valores de aviso prévio indenizado, observandose a ressalva contida na NOTA PGFN/CRJ/Nº 485/2016 de que o entendimento firmado pelo STJ no julgamento do REsp 1.230.957/RS não abrange o reflexo do aviso prévio indenizado no 13º salário (gratificação natalina), por possuir natureza remuneratória, consoante diversos precedentes da Corte Superior. O despacho de encaminhamento para diligência fiscal destaca que: a) de acordo com a memória de cálculo das compensações efetuadas, fls. 123/125, fls. 174/186 e fls. 193/203, o contribuinte indica como créditos utilizados na compensação valores a título de “Aviso Prévio Indenizado”; b) de acordo com o demonstrativo de apropriação dos créditos, fls. 141/153, fls. 187/192, e fls. 204/209, no qual encontramse discriminadas por competência as rubricas consideradas na apuração dos créditos compensados, verificase que o contribuinte inclui, na mesma coluna relativa aos valores de aviso prévio indenizado, os valores relativos ao 13º salário sobre o aviso prévio e férias sobre aviso prévio; c) em relação aos valores pagos a título de férias indenizadas (no presente caso, identificados como férias sobre aviso prévio), o art. 28, § 9º, alínea “d” da Lei nº 8.212/91, exclui do salário decontribuição previdenciário, portanto, na hipótese de ter efetuado recolhimento de contribuições previdenciárias incidentes sobre tal rubrica, o contribuinte teria o direito de efetuar compensação desses valores, desde que obedecidos os requisitos e condições para esta compensação; d) em relação aos valores pagos a título de 13º salário sobre aviso prévio indenizado, a Nota PGFN/CRJ nº 485/2016, trechos acima transcritos, estabelece que seja dispensado de contestação e recurso o tema “incidência de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado”, promovendose a devida a alteração da lista dispensa, nos termos do art. 2º, §4º, da Portaria PGFN/CRJ nº 502/2016, mantendose, contudo, a ressalva de que o entendimento firmado pelo STJ no julgamento do REsp 1.230.957/RS não abrange o reflexo do aviso prévio indenizado no 13º salário (gratificação natalina), por possuir natureza remuneratória, consoante diversos precedentes da Corte Superior; e) de acordo com o Relatório Fiscal, dentre os motivos que justificaram a glosa de compensação efetuado pela fiscalização, consta que o contribuinte se compensou de valores sequer Fl. 7421DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 9 8 recolhidos (créditos inexistentes) ou prescritos, e ainda que, para efetuar a compensação, o sujeito passivo deve estar em situação regular em relação aos créditos lançados de ofício, bem como aos valores por ele declarados, inclusive se parcelados, excetuados os valores cuja exigibilidade esteja suspensa, conforme art. 44, § 1º da IN RFB 900/2008, e, posteriormente,o art. 56, §1° da IN RFB 1.300/2012, sendo que o contribuinte não possui certidão que comprove a regularidade dos débitos (CND ou CPDEN) para as competências entre 05/2011 e 11/2011 e entre 06/2012 e 13/2014; f) de acordo com o Relatório Fiscal, não houve recolhimento de contribuições previdenciárias no período de 11/2008 a 13/2010, 04/2012 a 13/2014 (CNPJ 0001) e período de 11/2008 a 13/2010, 02/2012 a 04/2012 e 08/2012 a 13/2014 (CNPJ 0002), exceto recolhimentos referentes a ações trabalhistas, não obstante, nos documentos referentes a memória de cálculo, a empresa faz referência a supostos valores recolhidos; g) não é possível concluir através das informações e documentos constantes dos autos se a empresa de fato efetuou recolhimento de contribuições previdenciárias sobre aviso prévio indenizado, ou ainda sobre férias indenizadas, que foram objeto da compensação realizada; h) ainda que fosse possível concluir pelo efetivo recolhimento de tais contribuições, as planilhas referentes à memória de cálculo das compensações efetuadas e demonstrativo de apropriação de créditos não possibilita identificar os valores das contribuições previdenciárias incidentes sobre aviso prévio indenizado e férias indenizadas eventualmente recolhidas pela empresa; i) as planilhas referentes à memória de cálculo das compensações efetuadas e demonstrativo de apropriação de créditos não possibilita identificar os valores eventualmente recolhidos a título de aviso prévio indenizado e férias indenizadas que deveriam ser mantidos na glosa lançada pela fiscalização, por encontraremse prescritos à época da compensação; Assim, foi solicitado ao Auditor Fiscal Autuante, para que este se manifestasse quanto às seguintes questões: Nas competências em que o contribuinte efetuou compensação de contribuições previdenciárias, estando em situação regular em relação aos créditos lançados de ofício, bem como aos valores por ele declarados, inclusive se parcelados, excetuados os valores cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos do art. 44, § 1º da IN RFB 900/2008, e, posteriormente,o art. 56, §1° da IN RFB 1.300/2012, há alguma alteração a ser efetuada nos valores de glosa de compensação lançados no Auto de Infração Debcad nº 51.077.8348 em virtude de contribuições previdenciárias efetivamente recolhidas sobre valores de aviso prévio indenizado e férias indenizadas, não prescritas à época da compensação? Fl. 7422DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 10 9 caso positivo, identificar separadamente os valores das contribuições previdenciárias recolhidas sobre o aviso prévio indenizado e sobre as férias indenizadas, e elaborar demonstrativo dos valores de glosa lançados, valores de glosa a serem excluídos e valores de glosa a serem mantidos no AI Debcad nº 51.077.8348; caso positivo, elaborar ainda demonstrativo dos valores de base de cálculo da multa lançada, base de cálculo da multa a ser excluída e base de cálculo da multa a ser mantida no AI Debcad nº 51.077.8356. Como resultado da diligência fiscal, foram anexados aos autos cópias do Mandado de Procedimento Fiscal – Diligência, Termo de Início de Procedimento Fiscal, Resposta à Intimação, Demonstrativo de Apuração dos Créditos, folhas de pagamento e demonstrativos de rescisões, e emitido o Relatório de Encerramento de Diligência Fiscal, do qual se transcreve os seguintes trechos: [...] Conclusão Diante do exposto, não há como afirmar, de forma inequívoca, que houve o "efetivo recolhimento", ou a efetiva extinção das contribuições previdenciárias, sobre valores de aviso prévio indenizado e férias indenizadas, não prescritas à época da compensação. Assim, com base nos fatos elencados, e respectivos documentos, encerro o presente relatório, facultandose 30 dias, a contar da ciência deste documento, para manifestação do interessado. DA MANIFESTAÇÃO DO CONTRIBUINTE O sujeito passivo foi cientificado do resultado da diligência fiscal em 06/04/2017, e apresentou manifestação tempestiva em 08/05/2017, acompanhada de cópia do Acordo Coletivo 2011/2012, alegando, em síntese, que: [...] Destarte, deve ser refeito o relatório de encerramento da diligência fiscal, para que todas as rubricas relativas ao aviso prévio indenizado e seus reflexos nas férias sejam consideradas. Por fim, quanto a alegação da autoridade fiscal que seria no mínimo inusitado o fato da Requerente considerar indevida a incidência de contribuições previdenciárias sobre determinadas verbas mas continuar recolhendo tributos sobre essas verbas, há uma explicação muito simples para isso. A Requerente continuou a calcular e a recolher as contribuições previdenciárias sobre toda a folha de pagamento unicamente por conservadorismo, uma vez que simplesmente declarar em GFIP as contribuições previdenciárias desconsiderando determinas Fl. 7423DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 11 10 rubricas, poderia ser interpretado pelas autoridades administrativas como sonegação fiscal. Desta forma, a Requerente sempre preferiu num primeiro momento recolher as contribuições previdenciárias, mesmo que as considerasse indevidas, para num segundo momento pleitear a compensação do indébito. Em face do exposto, requer seja determinada a elaboração de um novo relatório de encerramento de diligência fiscal em que conste todas as rubricas relativas ao aviso prévio indenizado e seus reflexos nas férias para cálculo dos créditos utilizados para compensação. A DRJ julgou a impugnação improcedente, conforme decisão assim ementada: COMPENSAÇÃO INDEVIDA INFORMADA EM GFIP. NÃO COMPROVAÇÃO DE CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. GLOSA. LANÇAMENTO FISCAL. Compensação é o procedimento facultativo através do qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, deduzindoos das contribuições devidas à Previdência Social. A compensação pressupõe a preexistência do direito líquido e certo ao crédito apto a extinguir a obrigação tributária. Constatada compensação indevida de contribuição previdenciária informada em GFIP, não tendo havido a comprovação, pelo sujeito passivo, durante o procedimento fiscal, da certeza e liquidez dos créditos por ele ali declarados, não atendidas as condições estabelecidas na legislação previdenciária e no Código Tributário Nacional CTN, deverá a fiscalização efetuar a glosa dos valores indevidamente compensados, com o consequente lançamento de ofício das importâncias que deixaram de ser recolhidas. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. PARCELAS NÃO INTEGRANTES. Somente ficam excluídas do saláriodecontribuição para fins previdenciários as parcelas relacionadas no §9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91. COMPENSAÇÃO. DIREITO. PRAZO. É de cinco anos o prazo previsto na Lei Complementar nº118/2005 para a compensação do indébito. Conforme entendimento mantido pelo Supremo Tribunal Federal é descabida a aplicação da regra do prazo decenal para os pedidos de restituição formulados após o início da vigência da LC nº 118/2005, tanto para o contribuinte que pleiteou administrativamente a restituição, como para aquele que optou diretamente pela via judicial. Fl. 7424DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 12 11 COMPENSAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. GLOSA. CRÉDITOS DE CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A OUTRAS ENTIDADES E FUNDOS. VEDAÇÃO. É vedada a compensação de contribuições previdenciárias com créditos tributários de contribuições destinadas a outras entidades e fundos. SAT/GILRAT. LEGALIDADE. A contribuição da empresa para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT), revestese de legalidade, os elementos necessários à sua exigência foram definidos em lei, sendo que os decretos regulamentadores em nada a excederam. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. FALSIDADE NA DECLARAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. MULTA ISOLADA. PERCENTUAL EM DOBRO. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE. Na hipótese de compensação indevida, e uma vez presente a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, impõe se a aplicação da multa isolada no percentual de 150% (cento e cinquenta por cento), calculada com base no valor total do débito indevidamente compensado, nos termos do art. 89 § 10 da Lei nº 8.212/91. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação, ou deixar de observar lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, cujo reconhecimento encontrase na esfera de competência do Poder Judiciário. O sujeito passivo foi intimado da decisão da DRJ em 06/09/2017, pela abertura dos arquivos digitais correspondentes no link Processo Digital, e interpôs recurso voluntário em 09/10/2017, através qual basicamente reiterou os termos de sua impugnação. Sem contrarrazões ou manifestação pela PGFN. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Fl. 7425DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 13 12 1 Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo legal de trinta dias, e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2 Da glosa de compensação Conforme relatado, as autuações decorrem das glosas das compensações efetuadas pelo sujeito passivo. No entender da fiscalização, a contribuinte não teria decisão transitada em julgado que legitimasse o encontro de contas para efeito de extinção das obrigações tributárias, e também não teria sobras de recolhimentos. A compensação é amplamente reconhecida no direito público e no direito privado. Ela ocorre quando duas pessoas são ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra. Vejase, inicialmente, o que dispõem os arts. 368 e 369 do Código Civil: Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguemse, até onde se compensarem. Art. 369. A compensação efetuase entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Como se vê acima, no direito privado a compensação independe da vontade das partes e basta que estejam presentes os pressupostos dos arts. 368 e 369 retro mencionados. Se duas pessoas forem credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguemse até o limite no qual se compensarem. Já no regime tributário, a compensação depende de lei autorizadora (vide abaixo), a qual deve regular as suas condições e as suas garantias. O art. 170 do CTN atribui à lei a possibilidade de compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Aliás, aí reside outra diferença em relação ao direito privado, pois neste a compensação ocorre somente "entre dívidas líquidas e vencidas" (art. 369 do CC), ao passo que naquele a compensação também ocorre em relação a créditos vincendos. Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, Fl. 7426DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 14 13 antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) Tanto inexiste a compensação legal a que alude o Código Civil, e tanto há necessidade de lei autorizadora por parte de cada ente federado, que a doutrina identifica "diversos Municípios" que "não preveem a compensação"1, e que "se não foi prevista a compensação, não há como exigila"2. Da leitura do art. 170 do CTN, depreendese que ele realmente não é auto aplicável, porque é expresso ao determinar que a lei poderá autorizar a compensação tributária. Ademais, a Constituição não tem nenhuma cláusula geral ou específica que trate realmente da compensação como forma de extinção do crédito tributário. No âmbito federal, é relativamente ampla a regulação da compensação como meio de extinção da obrigação tributária. Dos dispositivos legais a serem transcritos logo abaixo, vêse que a União editou diversos diplomas legais a respeito da matéria e há inclusive a hipótese de compensação de ofício3, que ocorre quando a própria SRFB compensa o valor da restituição ou do ressarcimento devido ao sujeito passivo com os débitos em seu nome. Depois da edição da Lei 13670/18, de maio do referido ano, a União parece ter unificado os regimes tributário e previdenciário, tendo promovido ampla alteração no art. 74 da Lei 9430/96, sobretudo para admitir a compensação de contribuições previdenciárias com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Para traçar um panorama legal dessa questão, vale transcrever os seguintes dispositivos legais: Lei 8383/91 Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subseqüente.(Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995)(Vide Lei nº 9.250, de 1995) § 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie.(Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição.(Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do tributo ou contribuição ou receita corrigido monetariamente com base na variação da UFIR.(Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) 1 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 682. 2 Obra citada, p. 682. 3 Arts. 73 e 74 da Lei 9430/96, art. 7º do DecretoLei 2287/86 e Decreto 2138/97. Fl. 7427DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 15 14 ... Lei 9250/95 Art. 39. A compensação de que trata o art. 66 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com a redação dada pelo art. 58 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, somente poderá ser efetuada com o recolhimento de importância correspondente a imposto, taxa, contribuição federal ou receitas patrimoniais de mesma espécie e destinação constitucional, apurado em períodos subseqüentes. § 1º(VETADO) § 2°(VETADO) § 3°(VETADO) § 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.(Vide Lei nº 9.532, de 1997) ... Lei 8212/91 Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 4o O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 6o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 7428DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 16 15 § 7o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). §8oVerificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, ainda que parcelado sob qualquer modalidade, inscritos ou não em dívida ativa do INSS, de natureza tributária ou não, o valor da restituição será utilizado para extinguilo, total ou parcialmente, mediante compensação em procedimento de ofício.(Incluído pela Medida Provisória nº 252, de 2005).Sem eficácia § 8oVerificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será utilizado para extinguilo, total ou parcialmente, mediante compensação.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005). §9oOs valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35 desta Lei.(Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) §10.Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I docaputdoart. 44 da Lei no9.430, de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) §11.Aplicase aos processos de restituição das contribuições de que trata este artigo e de reembolso de saláriofamília e salário maternidade o rito doDecreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.(Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 9o Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 11. Aplicase aos processos de restituição das contribuições de que trata este artigo e de reembolso de saláriofamília e salário maternidade o rito previsto no Decreto no70.235, de 6 de março de 1972.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 12. O disposto no § 10 deste artigo não se aplica à compensação efetuada nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.(Incluído pelo Lei nº 13.670, de 2018) ... Lei 9430/96 Fl. 7429DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 17 16 Art.74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Art.74.O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Medida Provisória nº 66, de 2002) Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)(Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013) §1ºA compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 1oA compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) §2ºA compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 2oA compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) §3ºAlém das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação: (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) a)o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física;(Incluída pela Medida Provisória nº 66, de 2002) b)os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação.(Incluída pela Medida Provisória nº 66, de 2002) Fl. 7430DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 18 17 § 3oAlém das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação:(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) §3oAlém das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1º:(Redação dada pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 3oAlém das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) IIIos débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União;(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União;(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) IVos créditos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com o débito consolidado no âmbito do Programa de Recuperação FiscalRefis, ou do parcelamento a ele alternativo; e(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) IV os créditos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com o débito consolidado no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal Refis, ou do parcelamento a ele alternativo; e(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) IVos créditos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido por essa Secretaria;(Redação dada pela Medida Provisória nº 219, de 2004) IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF;(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 7431DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 19 18 Vos débitos que já tenham sido objeto de compensação não homologada pela Secretaria da Receita Federal.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) V os débitos que já tenham sido objeto de compensação não homologada pela Secretaria da Receita Federal. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa;(Redação dada pelo Lei nº 13.670, de 2018) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa.(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa;(Redação dada pelo Lei nº 13.670, de 2018) VIIos débitos relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00 (quinhentos reais); (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) VII o crédito objeto de pedido de restituição ou ressarcimento e o crédito informado em declaração de compensação cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal;(Redação dada pelo Lei nº 13.670, de 2018) VIIIos débitos relativos ao recolhimento mensal obrigatório da pessoa física apurados na forma do art. 8oda Lei no7.713, de 1988; e(Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) VIII os valores de quotas de saláriofamília e salário maternidade; e(Redação dada pelo Lei nº 13.670, de 2018) IXos débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda da Pessoa JurídicaIRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro LíquidoCSLL apurados na forma do art. 2o. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) IX os débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados na forma do art. 2º desta Lei.(Redação dada pelo Lei nº 13.670, de 2018) Fl. 7432DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 20 19 §4ºOs pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.(Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 4oOs pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) §5º A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo.(Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 5oA Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) §5oO prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de cinco anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 5oO prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) §6º Para os fins do disposto neste artigo, é vedada a exigência do atendimento das condições a que se referem oart. 195, §3º, da Constituição Federal,art. 27, alínea "a", da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990,art. 60 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, e quaisquer outras que sejam aplicáveis tãosomente às hipóteses de reconhecimento de isenções e de concessão de incentivo ou benefício fiscal.(Vide Medida Provisória nº 66, de 2002) §6oA declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 6oA declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) §7oNão homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de trinta dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 7oNão homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) Fl. 7433DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 21 20 §8oNão efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 8oNão efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) §9oÉ facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 9oÉ facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) §10.Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) §11.A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9oe 10 obedecerão ao rito processual doDecreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto noinciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966Código Tributário Nacional,relativamente ao débito objeto da compensação.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9oe 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) §12.A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo, podendo, para fins de apreciação das declarações de compensação e dos pedidos de restituição e de ressarcimento, fixar critérios de prioridade em função do valor compensado ou a ser restituído ou ressarcido e dos prazos de prescrição.(Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 12. A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo, podendo, para fins de apreciação das declarações de compensação e dos pedidos de restituição e de ressarcimento, fixar critérios de prioridade em função do valor compensado ou a ser restituído ou ressarcido e dos prazos de prescrição.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) Fl. 7434DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 22 21 § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses:(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I previstas no § 3odeste artigo;(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1odo Decreto Lei no491, de 5 de março de 1969;(Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) c) refirase a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou(Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) f)tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei que não tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade, nem tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 1 – tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 2 – tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103A da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) § 13. O disposto nos §§ 2oe 5oa 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de Fl. 7435DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 23 22 prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação.(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) §15.Aplicase o disposto no §6onos casos em que a compensação seja considerada não declarada. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) § 15. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) (Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014)(Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015)(Vigência) §16.Nos casos previstos no §12, o pedido será analisado em caráter definitivo pela autoridade administrativa. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) § 16. O percentual da multa de que trata o § 15 será de 100% (cem por cento) na hipótese de ressarcimento obtido com falsidade no pedido apresentado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)(Revogado pela Medida Provisória nº 656, de 2014) (Vide Lei nº 13.097, de 2015) (Revogado pela Medida Provisória nº 668, de 2015) (Revogado pela Lei nº 13.137, de 2015)(Vigência) §17.O valor de que trata o inciso VII do §3opoderá ser reduzido ou restabelecido por ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) § 17. Aplicase a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) § 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.(Redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 2014) § 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.(Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015) § 18. No caso de apresentação de manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, fica suspensa a exigibilidade da multa de ofício de que trata o § 17, ainda que não impugnada essa exigência, enquadrandose no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional. (Incluído pela Lei nº 12.844, de 2013) Fl. 7436DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 24 23 ... Ocorre que o art. 170A do CTN é claro ao vedar a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão. A vedação faz todo sentido, porque as leis têm presunção de constitucionalidade (princípio da presunção da constitucionalidade das normas infraconstitucionais) e a doutrina já identificava, antes mesmo da nova redação dos itens 1 a 4 da alínea "f" do § 12 do art. 74 da Lei 9430/1996, que seria dispensável o trânsito em julgado apenas nas hipóteses de compensação efetuada com fundamento na invalidade de dispositivo da legislação tributária já declarado inconstitucional pelo STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade ou de Resolução do Senado Federal suspendendo a eficácia da norma inconstitucional. Para o professor e magistrado Leandro Paulsen, "sempre que a compensação é efetuada com fundamento na invalidade de dispositivo da legislação tributária que estabelece determinada exação já paga mas entendida como indevida, como, e.g., na inconstitucionalidade da lei instituidora, fazse necessário que o contribuinte obtenha o reconhecimento judicial de que a exigência era feita sem suporte válido, de forma que se crie a certeza de que realmente pagou tributo indevido e que, portanto, possui crédito oponível ao Fisco, certeza esta indispensável à realização da compensação, nos termos do art. 170 do CTN"4. Como exceção a essa regra, Leo Krakowiak mencionava os "casos em que o crédito do contribuinte decorra de pagamento de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ou mesmo da edição de resolução do Senado Federal"5. Diante da necessidade de ação judicial e de trânsito em julgado, a Súmula STJ 212 preleciona que "a compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória". Vigente à época dos fatos geradores e do lançamento, o art. 81 da IN RFB 1300/2012, de conformidade com o art. 170A do CTN, previa ser "vedada a compensação do crédito do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial". Quer dizer, na hipótese dos autos, a caracterização dos recolhimentos indevidos a que alude o art. 89 da Lei 8212/91 dependia de prévia ação judicial com trânsito em julgado, vez que os créditos apurados pela contribuinte, oriundos dos citados recolhimentos indevidos, estariam fundados sobretudo nas ilegalidades das contribuições ou de determinadas rubricas. A despeito disso, o sujeito passivo, em sede de fiscalização, admitiu que não ajuizou ação para discutir tais legalidades. Em sendo assim, os créditos utilizados pela contribuinte no encontro de contas não são líquidos e certos, de tal forma que a fiscalização agiu corretamente ao glosar as compensações. Nem mesmo há necessidade de enfrentar os argumentos relativos à 4 PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 10. ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado; ESMAFE, 2008, p. 1148. 5 Citado por Leandro Paulsen, obra citada, p. 1149. Fl. 7437DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 25 24 inexigibilidade das contribuições ao INCRA, ao SEBRAE, ao seguro de acidentes do trabalho, etc, pois o sujeito passivo deveria estar amparado em decisão judicial transitada em julgado. Sobre a necessidade de decisão judicial transitada em julgado, eis o entendimento deste Conselho: [...] Ementa(s) Não se homologa a compensação de tributo realizada antes do trânsito em julgado da decisão judicial autorizadora, nos termos do artigo 170A do Código Tributário Nacional (CTN), aprovado pela Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1.966. (Número do Processo 10882.901034/200854, Data da Sessão 19/04/2018, Relator(a) JOSE HENRIQUE MAURI, Acórdão 3301004.614) [...] ......................................................................................................... Ementa(s) [...] COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL NÃO TRANSITADA EM JULGADO. A compensação de crédito decorrente de decisão judicial somente pode ser efetivada após o trânsito em julgado de decisão que beneficiar o contribuinte, exceto se existente determinação judicial em contrário. [...] (Número do Processo 11080.006198/200611, Data da Sessão 22/05/2018, Relator(a) CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Acórdão 3402005.235) ......................................................................................................... Ementa(s) [...] DECISÃO JUDICIAL SEM TRÂNSITO EM JULGADO. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial (CTN, art. 170A). [...] ......................................................................................................... Fl. 7438DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 26 25 Ementa(s) [...] CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. COMPENSAÇÃO REALIZADA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA RESPECTIVA DECISÃO JUDICIAL. 170A DO CTN. Nos termos do art. 170A do Código Tributário Nacional, é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. [...] (Número do Processo 10166.731302/201406, Data da Sessão 03/10/2017, Relator(a) DILSON JATAHY FONSECA NETO, Acórdão 2202004.309) Por fim, a fiscalização demonstrou, com base nos sistemas da Receita, que a contribuinte não teria sobras de recolhimentos a serem compensadas. A contribuinte, por outro lado, não se dignou de demonstrar o contrário, sendo incensurável o trabalho do agente autuante. 3 Da multa aplicada com base na falsidade da declaração A fiscalização entendeu que a contribuinte teria prestado declaração falsa e que portanto seria aplicável o disposto no § 10 do art. 89 da Lei 8212/91 (transcrição abaixo). A declaração falsa teria sido prestada em GFIP, documento no qual a compensação deveria ser informada, de conformidade com o § 7º do art. 56 da IN RFB 1300/12 (transcrição abaixo): Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). ......................................................................................................... Art. 56. O sujeito passivo que apurar crédito relativo às contribuições previdenciárias previstas nas alíneas “a” a “d” do inciso I do parágrafo único do art. 1º, passível de restituição ou de reembolso, inclusive o crédito relativo à Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), poderá utilizálo Fl. 7439DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 27 26 na compensação de contribuições previdenciárias correspondentes a períodos subsequentes. [...] § 7º A compensação deve ser informada em GFIP na competência de sua efetivação, observado o disposto no § 8º. A interpretação literal dos dispositivos retro mencionados realmente parece chancelar a conclusão da autoridade fiscal. Todavia, não pode passar despercebido que a conduta da contribuinte estava pautada na sua interpretação a respeito da matéria e que parte considerável da doutrina entendia e ainda entende ser desnecessária a existência prévia de definição administrativa ou judicial sobre a certeza e liquidez do crédito e do débito6, e que o art. 170A somente se aplicaria à hipótese em que o contribuinte decide ajuizar ação judicial, mas não à hipótese em que ele, por sua conta e risco, faria valer um alegado direito subjetivo à autocompensação. Vejase a interpretação de Angelina Mariz de Oliveira: Logo, no presente cenário jurídico nacional, a compensação do indébito tributário passa a conviver simultaneamente com duas sistemáticas autônomas e inconfundíveis, cujo disparo deflagrador de uma ou outra regra ficará jungido à deliberada opção do sujeito passivo que: a) por sua conta e risco, independentemente de qualquer ação judicial, faz valer o seu direito subjetivo à autocompensação, nos moldes da Lei nº 8.383/91, sujeito à ulterior verificação do Fisco sobre a regularidade do procedimento compensatório efetuado (regularidades de valores, etc), ou; b) renuncia a sua facultas agendi e, por conseguinte, ingressa com a competente ação judicial, visando obter a certeza acerca da inexistência da relação jurídica obrigacional, de modo que tãosomente após o seu trânsito em julgado é que estará habilitado a efetuar a compensação, conforme reza o novo art. 170A do CTN. 7 Como exposto no tópico anterior, esta relatoria não concorda com essa interpretação. O art. 170A do CTN preleciona que é necessária a existência prévia de ação judicial e o trânsito em julgado da decisão. Ademais, a intelecção exposta no excerto acima é a menos razoável, pois não se poderia admitir que o legislador tivesse a intenção de exigir um procedimento mais moroso e gravoso em desfavor do contribuinte que tivesse optado por discutir a existência do seu crédito em juízo, ao passo que aquele outro poderia fazer a compensação sem qualquer ação e sem trânsito em julgado. De toda forma, o que se demonstra é que há esse entendimento por parte de alguns doutrinadores e que a contribuinte estava alinhada com essa interpretação. 6 HORVATH, Estevão, compensação e autolançamento, em RDT 67, Ed. Malheiros, p. 344/345. 7 MARIZ DE OLIVEIRA, Angelina. A superveniência do novo art. 170A do CTN e a duvidosa questão acerca da revogabilidade do direito subjetivo à autocompensação do indébito tributário, Ed. RDDT 68, maio/01, p. 07/14. Fl. 7440DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 28 27 Nesse contexto, a fiscalização não demonstrou que a contribuinte tenha, dolosamente, prestado declaração falsa em GFIP. A contrario sensu, o sujeito passivo entendeu ter exercido um direito que lhe seria assegurado pela legislação. Expressandose de outra forma, a divergência de entendimento a respeito da aplicação da legislação tributária afasta a exigibilidade da multa lançada com base na falsidade da declaração prestada pelo sujeito passivo, devendo ser cancelada a exigência da multa isolada, de forma a subsistir apenas o Auto de Infração decorrente da glosa da compensação e da constituição das contribuições indevidamente compensadas. A falsidade difere do simples erro, pois ela pressupõe a existência de máfé. E a máfé, como sabido, não se presume, vez que "inexiste no Direito qualquer princípio que erija a máfé em regra ou critério de interpretação. Pelo contrário, notadamente em matéria de penalizações, tenham o caráter que tiverem, é vedada presunção de tão desabusado teor"8. A fiscalização, portanto, tem o dever de provar a existência do elemento subjetivo dolo, mais propriamente a intenção de alterar, suprimir, esconder, ludibriar, etc. Noutro giro verbal, a autoridade administrativa deve comprovar a existência de máfé, a qual não se presume no Direito brasileiro. Este colegiado já manifestou entendimento semelhante no julgamento do PAF 10580.721524/201411, cujo voto vencedor foi de minha autoria: [...] COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA ISOLADA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA FALSIDADE. NÃO CABIMENTO. 1. A multa isolada de 150% prevista no art. 89, § 10, da Lei 8.212/1991, é inaplicável quando a autoridade fiscal não comprova a existência de falsidade. 2. A falsidade difere do simples erro, pois ela pressupõe a existência de máfé por parte do sujeito passivo. 3. A autoridade administrativa tem o dever de comprovar a existência de máfé, a qual não se presume no Direito brasileiro. (Número do Processo 10580.721524/201411, Data da Sessão 15/06/2016, Acórdão 2402005.347) A 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara desta 2ª Seção de Julgamento tem entendimento idêntico. Vejase: [...] COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA ISOLADA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DOLO. INAPLICABILIDADE. Inaplicável a imposição de multa isolada de 150% prevista no § 10 do art. 89 da Lei nº 8.212, de 1991 quando a autoridade 8 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Procedimento Tributário. Revista de Direito Tributário. 718. RT. P. 66. Fl. 7441DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 29 28 fiscal não demonstra, por meio da linguagem de provas, a conduta dolosa do sujeito passivo necessária para caracterizar a falsidade da compensação efetuada por meio da apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP). (PAF 11030.721697/201267, Acórdão 2401004.741, Data da Sessão 05/04/2017, Relator CLEBERSON ALEX FRIESS) 4 Conclusão Diante do exposto, votase no sentido de conhecer e dar parcial provimento ao recurso voluntário, para cancelar a multa de 150% lançada no Auto de Infração DEBCAD 51.077.8356. (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Voto Vencedor Luis Henrique Dias Lima Redator Designado. Não obstante o bem fundamentado voto do i. Relator, dele divirjo, vez que o cancelamento da multa de 150% lançada no Auto de Infração DEBCAD 51.077.8356 não encontra amparo na legislação tributária em vigor. De plano, é de se observar que a aplicação da sanção em apreço decorre do art. 89, § 10, da Lei n. 8.212/1991, portanto, ex vi legis. Outrossim, o art. 170A do CTN veda expressamente a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão. Na espécie, conforme bem destacado pelo i. Relator, a autoridade lançadora demonstrou, com base nas informações residentes nos sistemas da RFB, que a Recorrente não teria sobras de recolhimentos a serem compensadas, ou seja, inexistia direito "líquido e certo" à compensação. Por sua vez, a Recorrente, não só não logrou êxito em provar o contrário, bem como afirmou que sequer possui decisão judicial transitada em julgado, da qual seja litigante, com sentença que legitime a compensação ora glosada. Nessa perspectiva, resta, no meu entendimento, perfeitamente caracterizada a tipificação da aplicação da multa isolada de 150% prevista no art. 89, § 10, da Lei n. 8.212/1991, tendo em vista que a Recorrente tinha plena consciência da falsidade das informações prestadas em GFIP. De se observar ainda que a previsão de multa isolada pela falsidade de declaração, visa justamente coibir a prática de compensação de valores, sem que a Recorrente, ao ser instada para o mister, comprove que os valores informados em GFIP tratamse, de fato, de direito "líquido e certo". Fl. 7442DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 30 29 A contrario sensu, restaria estabelecida a permissão à Recorrente de compensar tudo aquilo que até então recolhia de contribuição previdenciária sobre sua folha de pagamento, por simplesmente entender indevida a incidência de contribuições previdenciárias sobre determinadas verbas, ou até mesmo sobre todas as verbas. É dizer, só recolheria o que, ao seu alvedrio, parecesse devido. Concluise, assim, que na aplicação da multa isolada, relativa à compensação indevida de contribuições previdenciárias, a única demonstração que se exige da autoridade lançadora é, unicamente, a ocorrência de falsidade na GFIP, consubstanciada na inexistência de "direito líquido e certo" à compensação, exatamente como se configura no caso concreto, sem que haja a necessidade de imputação de dolo, fraude ou mesmo simulação à conduta da Recorrente. É oportuno ressaltar que o entendimento ora esposado encontrase alinhado a recentíssimas decisões sobre a matéria, da lavra não apenas deste colegiado, bem assim da 2ª. Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), conforme segue: Acórdão n. 2402006.511 (sessão de julgamento de 09/08/2018 Relator Maurício Nogueira Righetti): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Anocalendário: 2014, 2015, 2016 GFIP. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. DECLARAÇÃO COM FALSIDADE. APLICABILIDADE. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada de 150% e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. Acórdão n. 2402006.512 (sessão de julgamento de 09/08/2018 Relator Maurício Nogueira Righetti): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Anocalendário: 2014 GFIP. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. DECLARAÇÃO COM FALSIDADE. APLICABILIDADE. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada de 150% e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. Acórdão CSRF 2ª. Turma n. 9202007.130 (sessão de julgamento de 28/08/2018 Relatora Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/2010 a 30/11/2011 COMPENSAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES COM CRÉDITOS INEXISTENTES. INSERÇÃO DE DECLARAÇÃO FALSA NA GFIP. APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. PROCEDÊNCIA. Fl. 7443DF CARF MF Processo nº 10073.721893/201515 Acórdão n.º 2402006.704 S2C4T2 Fl. 31 30 Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à aplicação de multa isolada nos termos do art. 89, § 10, da Lei nº 8.212/1991. Para a aplicação de multa de 150% prevista no art. 89, § 10º da lei 8212/91, o dolo mostrase prescindível para a caracterização da falsidade imputada à compensação indevida, mostrandose apenas necessária a demonstração de que o contribuinte utilizouse de créditos que sabia não serem líquidos e certos. Acórdão CSRF 2ª. Turma n. 9202006.954 (sessão de julgamento de 19/06/2018 Relator Pedro Paulo Pereira Barbosa): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2010 a 31/08/2012 COMPENSAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES COM CRÉDITOS INEXISTENTES. INSERÇÃO DE DECLARAÇÃO FALSA NA GFIP. APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. PROCEDÊNCIA. O sujeito passivo deve sofrer imposição de multa isolada de 150%, incidente sobre as quantias indevidamente compensadas, quando insere informação falsa na GFIP, declarando créditos decorrentes de recolhimentos de contribuições sem efetivamente desincumbirse de demonstrar o efetivo recolhimento. Para a aplicação de multa de 150% prevista no art. 89, §10º da lei 8212/91, necessário que a autoridade fiscal demonstre a efetiva falsidade de declaração, ou seja, a inexistência de direito "líquido e certo" à compensação, sem a necessidade de imputação de dolo, fraude ou mesmo simulação na conduta do contribuinte. Pelo exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luis Henrique Dias Lima Fl. 7444DF CARF MF
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