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Numero do processo: 13896.911265/2009-96
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.864
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Flavio de Castro Pondes (Presidente).
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Flavio de Castro Pondes (Presidente). Relatório Tratase de Pedido de Compensação em decorrência de suposto pagamento a RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 11 26 5/ 20 09 -9 6 Fl. 300DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911265/200996 Resolução nº 3801000.864 S3TE01 Fl. 12 2 maior de COFINS, o qual não foi homologado sob fundamento de o crédito ser ilegítimo. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ Campinas/SP, abaixo transcrito: A Declaração de Compensação apresentada pela contribuinte não foi homologada, conforme Despacho Decisório Eletrônico. Como razão da não homologação, a decisão aponta a integral utilização do pagamento indicado como origem do direito de crédito em outros débitos confessados pela contribuinte. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação assim fundamentado: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão do PER/DCOMP: 103.786,53 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante do exposto, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Notificada do teor do despacho, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade, alegando em síntese que em 2005, à época dos fatos geradores os mesmos foram informados em DCTF e DACON, entretanto a Impugnante procedeu a revisão dos valores de modo que concluiu que os valores recolhidos eram efetivamente maiores do que os devidos, assim procedeu a retificação da DCTF sem contudo retificar a DACON, o que ocasionou a inconsistência e a não homologação da compensação. Demonstrada a legitimidade do crédito utilizado requer a procedência da manifestação de inconformidade e a homologação da compensação. Junta aos autos a DCTF e DACON original e retificadora, DARF e Per/Dcomp. Analisando o litígio, a DRJ de Campinas/SP considerou improcedente a Manifestação de Inconformidade da ora Recorrente e manteve a decisão pela não homologação da compensação efetivada, sob o argumento de que não houve comprovação com elementos hábeis para desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF. A ementa do acórdão foi assim transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/01/2005 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO INTEGRAL. NÃO HOMOLOGAÇÃO COMPENSAÇÃO Não elidido o fato de que o pagamento foi alocado a débito confessado, mantemse o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911265/200996 Resolução nº 3801000.864 S3TE01 Fl. 13 3 DÉBITO CONFESSADO. DCTF. REDUÇÃO. A redução do débito confessado em DCTF, após o procedimento de oficio, somente pode ser desconstituído com base em elementos e documentos hábeis e suficientes que comprovem a incorreção apontada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido A Recorrente, não concordando com a decisão exarada, apresentou Recurso Voluntário, no qual, repisando os argumentos anteriormente apresentados, alega que (i) tributou em duplicidade determinadas receitas; (ii) deixou de tomar créditos de COFINS relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado; (iii) desconsiderou no cálculo da referida contribuição a pagar retenções realizadas diretamente na fonte; e (iv) retificou a DCTF e a DACON e que, por tais razões, não pode lhe ser retirado o direito creditório, uma vez que pelos documentos contábeis anexados aos autos, é possível identificar o pagamento indevido e o crédito levado à compensação. É o relatório. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911265/200996 Resolução nº 3801000.864 S3TE01 Fl. 14 4 VOTO Conheço do Recurso Voluntário, uma vez que apresenta os requisitos de admissibilidade e foi apresentado dentro do prazo de 30 dias fixado pela legislação. Como se depreende da leitura dos autos, a matéria devolvida a este Conselho referese, tãosomente, à desconsideração, pela fiscalização, de supostos créditos tributários decorrentes de pagamento a maior de COFINS, na competência de maio de 2005. Tais créditos são oriundos, segundo a ora Recorrente, de tributação em duplicidade de determinadas receitas, não utilização de créditos de COFINS relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado e desconsideração, no cálculo da referida contribuição a pagar, de retenções realizadas diretamente na fonte. Na decisão recorrida, a douta Delegacia de Julgamento não acatou os argumentos da Recorrente, sob a argumentação de que “no momento da transmissão da DCTF retificadora, a recorrente não gozava mais de espontaneidade para efetuar a alteração pretendida, conforme dispõe o art. § 10 do art. 70 do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972 e alterações, combinado com o inciso III do § 2° do art. 11 da IN RFB n° 786, de 19 de novembro de 2007”. E, ainda, que “quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF, ou seja, na data da transmissão do PER/ DCOMP, a interessada não era detentora de crédito liquido e certo, condição sem a qual não há que se falar em direito à compensação (art. 170 do CTN)”. A conclusão dos Julgadores foi no sentido de negar a existência do crédito pleiteado, sob o argumento de que o interessado não apresentou elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, não existindo razão para se reconhecer o pleiteado direito creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ocorre que a própria Delegacia da Receita Federal poderia, de ofício, independentemente de requerimento expresso, ter realizado diligências para aferir a autenticidade dos créditos declarados pela Recorrente. Esta é a orientação do artigo 18 do Decreto 70.235/72. Confirase: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) A ilação do citado dispositivo do Decreto que rege o processo administrativo é de que deve a Administração Pública se valer de todos os elementos possíveis para aferir a autenticidade das declarações dos contribuintes, o que, data venia, não foi feito no presente caso. Devese ressaltar, sobre o processo administrativo fiscal, que ele é delineado por diversos princípios, dentre os quais se destaca o da Verdade Material, cujo fundamento Fl. 303DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911265/200996 Resolução nº 3801000.864 S3TE01 Fl. 15 5 constitucional reside nos artigos 2º e 37 da Constituição Federal, no qual o julgador deve pautar suas decisões. Ou seja, o julgador deve perseguir a realidade dos fatos, para que não incorra em decisões injustas ou sem fundamento. Nesse sentido, são os ensinamentos do ilustre Professor James Marins: A exigência da verdade material corresponde à busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal; aproximação entre os eventos ocorridos na dinâmica econômica e o registro formal de sua existência; entre a materialidade do evento econômico (fato imponível) e sua formalidade através do lançamento tributário. A busca pela verdade material é princípio de observância indeclinável da Administração tributária no âmbito de suas atividades procedimentais e processuais. (grifouse). (MARINS, James. Direito Tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. pág. 178 e 179.) Pelo princípio da verdade material, o próprio administrador pode buscar as provas para chegar à sua conclusão. Atua, assim, como norte para que o processo administrativo sirva realmente para alcançar a verdade incontestável, e não apenas a que ressai de um procedimento meramente formal. Devese lembrar de que, nos processos administrativos, diversamente do que ocorre nos processos judiciais, não há propriamente partes, mas sim interessados, e entre estes se coloca a própria Administração. Por conseguinte, o interesse da Administração em alcançar o objeto do processo e, assim, satisfazer o interesse público pela conclusão calcada na verdade real, tem prevalência sobre o interesse do particular. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 21. ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris, 2009. p. 933 e 934) No processo administrativo tributário, o julgador deve sempre buscar a verdade e, portanto, não pode basear sua decisão em apenas uma prova carreada nos autos. É permitido ao julgador administrativo, inclusive, ao contrário do que ocorre nos processos judiciais, não ficar restrito ao que foi alegado, trazido e provado pelas partes, devendo sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Isto porque, no processo administrativo não há a formação de uma lide propriamente dita; não há, em tese, um conflito de interesses. O objetivo é esclarecer a ocorrência dos fatos geradores de obrigação tributária, de modo a legitimar os atos da autoridade administrativa. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes, portanto, da decisão, fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está Fl. 304DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911265/200996 Resolução nº 3801000.864 S3TE01 Fl. 16 6 em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Processo anulado. (13896.000730/0099, Recurso Voluntário n°. 132.865, ACÓRDÃO 20312338, Relator Dalton Cesar Cordeiro de Miranda)PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento". (Ac. 10318789 3 ª. Câmara 1º. C.C.). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371 RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. (10950.002540/200565, Recurso Voluntário n°. 136.880, Acórdão 30239947, Relatora Judith do Amaral Marcondes) IRPJ PREJUÍZO FISCAL IRRF RESTITUIÇÃO DE SALDO NEGATIVO ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DIPJ PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Não procede o não reconhecimento de direito creditório relativo a IRRF que compõe saldo negativo de IRPJ, quando comprovado que a receita correspondente foi oferecida à tributação, ainda que em campo inadequado da declaração. Recurso provido. (Número do Recurso: 150652 Câmara: Quinta Câmara Número do Processo:13877.000442/200269– Recurso Voluntário: 28/02/2007) COMPENSAÇAO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO E/OU PEDIDO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração e/ou pedido, deve a verdade material prevalecer sobre a formal. Recurso Voluntário Provido. (Número do Recurso: 157222 Primeira Câmara Número do Processo: 10768.100409/200368– Recurso Voluntário: 27/06/2008 Acórdão 10196829). Assim, devem ser considerados, in casu, todos os documentos apresentados pela Recorrente. Contudo, só através de diligência, que deverá ser realizada pela DRF de origem, é que se poderá ter certeza de que houve a retenção e se os valores retidos são os mesmos que deixaram de ser declarados pela Recorrente, de que foram tributadas receitas em duplicidade e de que não foram utilizados créditos da referida contribuição relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado. Desta forma, na diligência que será realizada, a DRF de origem deve, com base na documentação apresentada pela Recorrente referente ao período de apuração supra mencionado: Fl. 305DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911265/200996 Resolução nº 3801000.864 S3TE01 Fl. 17 7 (i) verificar se houve tributação em duplicidade nas receitas mencionadas pela Recorrente, recompondo, dessa forma, a base de cálculo da contribuição para o COFINS na competência de maio/2005; (ii) verificar a existência de créditos de COFINS relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado e se estes foram utilizados; (iii) verificar se os valores não declarados são, de fato, aqueles retidos na fonte; (iv) apurar se os valores dos créditos acima mencionados são os mesmos que o contribuinte deixou de declarar. Intimar a Recorrente a se manifestar acerca da diligência realizada, se assim desejar, no prazo de 30 (trinta) dias de sua ciência; Retornar os presentes autos ao CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 306DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 11/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 11516.721152/2014-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2012
PASEP. BASE DE CÁLCULO. VALORES REPASSADOS AO FUNDEB. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) não ostenta personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode ser qualificado como entidade pública para a finalidade do art. 7º da Lei nº 9.718/98, não havendo previsão legal para sua exclusão da base de cálculo do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP.
MULTA DE OFÍCIO. ONEROSIDADE.
A aplicação da multa de ofício está devidamente arrimada na legislação ordinária, especificamente art. 44 da Lei nº 9.430/96, falecendo competência a este conselho administrativo para examinar aventada onerosidade deste consectário.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3401-002.897
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto relator.
Júlio Césaer Alves Ramos - Presidente
Robson José Bayerl - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio, César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2012 PASEP. BASE DE CÁLCULO. VALORES REPASSADOS AO FUNDEB. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) não ostenta personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode ser qualificado como entidade pública para a finalidade do art. 7º da Lei nº 9.718/98, não havendo previsão legal para sua exclusão da base de cálculo do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP. MULTA DE OFÍCIO. ONEROSIDADE. A aplicação da multa de ofício está devidamente arrimada na legislação ordinária, especificamente art. 44 da Lei nº 9.430/96, falecendo competência a este conselho administrativo para examinar aventada onerosidade deste consectário. Recurso voluntário negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto relator. Júlio Césaer Alves Ramos - Presidente Robson José Bayerl - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio, César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
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BASE DE CÁLCULO. VALORES REPASSADOS AO FUNDEB. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) não ostenta personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode ser qualificado como “entidade pública” para a finalidade do art. 7º da Lei nº 9.718/98, não havendo previsão legal para sua exclusão da base de cálculo do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP. MULTA DE OFÍCIO. ONEROSIDADE. A aplicação da multa de ofício está devidamente arrimada na legislação ordinária, especificamente art. 44 da Lei nº 9.430/96, falecendo competência a este conselho administrativo para examinar aventada onerosidade deste consectário. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto relator. Júlio Césaer Alves Ramos Presidente Robson José Bayerl Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 11 52 /2 01 4- 60Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio, César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima. Relatório Cuidase de auto de infração de PASEP, período de apuração janeiro/2010 a dezembro/2012, onde, dentre outras situações, verificouse que as verbas relativas ao FUNDEB não foram incluídas na base de apuração do tributo. O Município de Florianópolis/SC, por intermédio de sua procuradoria, defendeu a exclusão de tais repasses, por força do art. 7º in fine Lei nº 9.715/98, bem como, questionou o caráter confiscatório da multa aplicada. A DRJ Rio de Janeiro/RJ manteve o lançamento em decisão assim ementada: “LANÇAMENTO DE OFÍCIO MULTA DE OFÍCIO – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO INCIDÊNCIA – Por expressa determinação legal, correta a incidência da multa de ofício sobre valores exigidos por meio de auto de infração, não havendo previsão para sua não incidência sobre valores devidos por órgãos públicos. INCONSTITUCIONALIDADE/ILEGALIDADE Não compete à autoridade administrativa julgadora de qualquer instância apreciar argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. PASEP PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO BASE DE CÁLCULO A base de cálculo do PASEP devido pelas pessoas jurídicas de direito público interno é a totalidade das receitas correntes arrecadadas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas, e das transferências correntes e de capital recebidas, vedada a dedução dos valores destinados ao FUNDEB, por falta de amparo legal.” O recurso voluntário reprisou a impugnação interposta. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. O histórico e a natureza do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB já foram bem expostos pela decisão recorrida, não merecendo qualquer reparo. O foco central do debate, nesta assentada, fixarseá no argumento do recorrente consoante o qual o art. 7º da Lei nº 9.715/98 permitiria o abatimento das Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11516.721152/201460 Acórdão n.º 3401002.897 S3C4T1 Fl. 11 3 transferências a “outras entidades públicas”, categoria em que pretensamente se enquadraria o FUNDEB. Após a leitura da Lei nº 11.494/2007, que criou aludido fundo, constatase que não se trata de uma “entidade pública”, com personalidade jurídica própria, como insinua o recorrente, mas simplesmente, como indica o próprio título, um fundo com destinação vinculada à sua aplicação na manutenção e no desenvolvimento do ensino, como dispõe o art. 1º, parágrafo único de referido diploma legal. Tanto não são fundos com personalidade jurídica própria que a própria Lei nº 11.494/2007 estabelece que os recursos serão transferidos e disponibilizados a contas únicas e específicas para utilização pelo Município, e não por uma entidade própria, como se extrai dos arts. 17 e 21, a seguir reproduzidos: “Art. 17. Os recursos dos Fundos, provenientes da União, dos Estados e do Distrito Federal, serão repassados automaticamente para contas únicas e específicas dos Governos Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios, vinculadas ao respectivo Fundo, instituídas para esse fim e mantidas na instituição financeira de que trata o art. 16 desta Lei. (...) Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.” Portanto, verificase que a disponibilização e utilização dos recursos se dá em favor e pelo Município, não havendo qualquer outra “entidade pública” a que destine, como sustenta a recorrente, haja vista que, como já dito, o FUNDEB não possui personalidade jurídica própria. Assim, por ausência de previsão legal, não é possível a exclusão das verbas destinadas ao FUNDEB da base de cálculo da contribuição ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP. Neste sentido, trazse à colação decisões proferidas por este Conselho Administrativo com este posicionamento: “PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. FUNDEB. FUS. As pessoas jurídicas de direito público interno devem apurar a contribuição para o PIS/Pasep com base nas receitas arrecadadas e nas transferências correntes e de capital recebidas. Os recursos recebidos pelos municípios e destinados ao FUNDEB e FUS não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS/Pasep do ente que efetuar o repasse/alocação, por falta de amparo legal.” (Acórdão 3202001.601, de 29/01/2014) “BASE DE CÁLCULO. FUNDEF E FUNDEB. CONTRIBUIÇÃO. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Os valores destinados pelo município ao Fundef/Fundeb não podem ser excluídos da base de cálculo do Pasep porque originários de receitas arrecadadas por outras entidades da administração pública e por falta de previsão legal, já que as exclusões permitidas contemplam as transferências efetuadas a outras entidades públicas, o que não é o caso desses fundos, que se constituem em meros fundos de natureza contábil, não possuindo personalidade jurídica.” (3403003.104, de 23/07/2014) “CONTRIBUIÇÃO PARA O PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. PARCELA DESTINADA AO FUNDEB. O FUNDEB é um fundo de natureza contábil, sem personalidade jurídica, não se constituindo em entidade pública, pelo que as receitas a ele destinadas não podem ser excluídas da base de cálculo da Contribuição para o PASEP.” (3403002.806, de 27/02/2014) “PASEP. GOVERNO DE ESTADO. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. VALORES RECEBIDOS EM TRANSFERÊNCIA DA UNIÃO E DESTINADOS À COMPOSIÇÃO DO FUNDEB. IMPOSSIBILIDADE. As transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não se excluem da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98.” (3101001.655, de 28/05/2014) “PASEP. MUNICIPALIDADE. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES.VALORES RECEBIDOS EM TRANSFERÊNCIA DA UNIÃO E DESTINADOS À COMPOSIÇÃO DO FUNDEB. IMPOSSIBILIDADE. As transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não são excluídas da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados e Municípios por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98.” (3101001.785, de 10/12/2014) Respeitante ao pretenso caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, temse que sua inflição está respaldada no art. 44, I da Lei nº 9.430/96, norma válida e vigente, não cabendo a quaisquer das turmas julgadoras integrantes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF manifestarse acerca da juridicidade dos diplomas legais em vigor, encontrandose a matéria devidamente sumulada (Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária). Com estas considerações, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Robson José Bayerl Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11516.721152/201460 Acórdão n.º 3401002.897 S3C4T1 Fl. 12 5 Fl. 1090DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 15983.000885/2009-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2005
DECADÊNCIA.
Não constando nos autos qualquer demonstração de que nas competências exigidas havia pagamento antecipado, a norma a ser aplicada é aquela estabelecida no art. 173, inciso I do CTN em conformidade com a Súmula 99 do CARF. Considerando o início do prazo o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (01/2005), tem-se que o ato administrativo de cobrança poderia ter sido lavrado até 01/2010.
AUSÊNCIA DE NULIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO.
De acordo com o art. 60 do Decreto nº 70.235/72, as irregularidades que não estejam relacionadas a atos/decisões proferidos por autoridade incompetente ou com desprezo ao direito de defesa não importarão em nulidade.
RECEITA FEDERAL. ÓRGÃO COMPETENTE PARA FISCALIZAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
A partir de 16 de março de 2007 coube à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições previdenciárias.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESTINADAS A TERCEIROS. LEGISLAÇÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 2 DO CARF.
Os valores exigidos na presente autuação encontra fundamento em normas que ainda surtem efeito no ordenamento jurídico (vide fl. 07/09), já que não foram objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, seja em controle difuso ou concentrado, não cabendo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF assim reconhecer (Súmula 2 do CARF).
Recurso Voluntário NEGADO PROVIMENTO.
Crédito Tributário MANTIDO.
Numero da decisão: 2302-003.614
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Liege Lacroix Thomasi Presidente
Juliana Campos de Carvalho Cruz Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, André Luís Mársico Lombardi, Leonardo Henrique Pires Lopes, Leo Meirelles do Amaral e Juliana Campos de Carvalho Cruz.
Nome do relator: JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2005 DECADÊNCIA. Não constando nos autos qualquer demonstração de que nas competências exigidas havia pagamento antecipado, a norma a ser aplicada é aquela estabelecida no art. 173, inciso I do CTN em conformidade com a Súmula 99 do CARF. Considerando o início do prazo o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (01/2005), tem-se que o ato administrativo de cobrança poderia ter sido lavrado até 01/2010. AUSÊNCIA DE NULIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. De acordo com o art. 60 do Decreto nº 70.235/72, as irregularidades que não estejam relacionadas a atos/decisões proferidos por autoridade incompetente ou com desprezo ao direito de defesa não importarão em nulidade. RECEITA FEDERAL. ÓRGÃO COMPETENTE PARA FISCALIZAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. A partir de 16 de março de 2007 coube à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições previdenciárias. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESTINADAS A TERCEIROS. LEGISLAÇÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 2 DO CARF. Os valores exigidos na presente autuação encontra fundamento em normas que ainda surtem efeito no ordenamento jurídico (vide fl. 07/09), já que não foram objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, seja em controle difuso ou concentrado, não cabendo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF assim reconhecer (Súmula 2 do CARF). Recurso Voluntário NEGADO PROVIMENTO. Crédito Tributário MANTIDO.
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ME Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2005 DECADÊNCIA. Não constando nos autos qualquer demonstração de que nas competências exigidas havia pagamento antecipado, a norma a ser aplicada é aquela estabelecida no art. 173, inciso I do CTN em conformidade com a Súmula 99 do CARF. Considerando o início do prazo o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (01/2005), temse que o ato administrativo de cobrança poderia ter sido lavrado até 01/2010. AUSÊNCIA DE NULIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. De acordo com o art. 60 do Decreto nº 70.235/72, as irregularidades que não estejam relacionadas a atos/decisões proferidos por autoridade incompetente ou com desprezo ao direito de defesa não importarão em nulidade. RECEITA FEDERAL. ÓRGÃO COMPETENTE PARA FISCALIZAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. A partir de 16 de março de 2007 coube à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições previdenciárias. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESTINADAS A TERCEIROS. LEGISLAÇÃO CONSTITUCIONAL. SÚMULA 2 DO CARF. Os valores exigidos na presente autuação encontra fundamento em normas que ainda surtem efeito no ordenamento jurídico (vide fl. 07/09), já que não foram objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, seja em controle difuso ou concentrado, não cabendo ao Conselho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 08 85 /2 00 9- 44 Fl. 87DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ 2 Administrativo de Recursos Fiscais CARF assim reconhecer (Súmula 2 do CARF). Recurso Voluntário NEGADO PROVIMENTO. Crédito Tributário MANTIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi –Presidente Juliana Campos de Carvalho Cruz – Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, André Luís Mársico Lombardi, Leonardo Henrique Pires Lopes, Leo Meirelles do Amaral e Juliana Campos de Carvalho Cruz. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ Processo nº 15983.000885/200944 Acórdão n.º 2302003.614 S2C3T2 Fl. 8 3 Relatório Tratase de auto de infração lavrado em face da empresa Cantina Outeirinhos Ltda. ME para cobrança das contribuições previdenciárias destinadas a Terceiros (DEBCAD nº 37.228.2059), nas competências de fevereiro/2004 e março/2004 e o 13º salário no ano de 2005. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 20/25), as contribuições previdenciárias foram apuradas através de aferição indireta tendo em vista não ter o sujeito passivo apresentado as folhas de pagamento. O lançamento foi lavrado com base na RAIS 2004 e 2005. Na ocasião, afirmou o Notificante que o contribuinte, não obstante estivesse submetido ao regime de lucro presumido, preencheu as GFIP’s como se fosse optante do SIMPLES (Lei nº 9.317/96), o que implicou na alteração dos valores das contribuições devidas. Intimada, a empresa apresentou Impugnação (fls. 27/41). Em 19 de janeiro de 2011, a 8ª Turma da DRJ em Campinas julgou procedente o lançamento (fls. 59/66). Devidamente intimado (fls. 64/67), o sujeito passivo interpôs recurso voluntário (fls. 72/76), alegando, em breve síntese: a) Que o auto de infração possui vício insanável, eis que não foi informado no lançamento a hora, tal como exigido pelo art. 10 do Decreto 70.235/72; b) Que de acordo com a Súmula Vinculante nº 8 do STF, as parcelas anteriores a 27/10/2004 estariam decaídas; c) Que a Receita Federal não tem competência para fiscalizar, arrecadar, cobrar ou recolher as contribuições sociais que era de competência do INSS, uma vez que os fatos geradores são anteriores à Lei nº 11.457/07; d) Que os valores apurados são confiscatórios; e) Ao final, requereu a anulação do lançamento. É o relatório. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ 4 Voto Conselheira Juliana Campos de Carvalho Cruz O recurso cumpriu com o requisito de admissibilidade, devendo ser conhecido e examinado. 1 – Decadência: O prazo decadencial foi objeto de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008. Na ocasião, por unanimidade de votos, foram declarados inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 os quais autorizavam a Seguridade Social constituir seus créditos no lapso de 10 (dez). Deste julgamento resultou a publicação da Súmula Vinculante nº 08. De acordo com o art. 103A da Constituição Federal/88, regulamentado pela Lei n° 11.417/06, com a publicação da mencionada Súmula, em 20.06.2008 todos os órgãos judiciais e administrativos ficaram obrigados a acatar o conteúdo normativo ali inserido. Desse modo, o prazo para a Seguridade constituir o crédito tributário foi reduzido a cinco anos nos termos estabelecidos pelo Código Tributário Nacional, vide: "Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ Processo nº 15983.000885/200944 Acórdão n.º 2302003.614 S2C3T2 Fl. 9 5 § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. As contribuições previdenciárias, assim como toda e qualquer obrigação tributária, uma vez não recolhidas dentro de certo período (cinco anos), serão exigidas pelo órgão fazendário no prazo previsto pelo art. 173, inciso I, do CTN, caso não haja recolhimento antecipado. Assim dispõe: "Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;" Havendo pagamento parcial, a contagem do prazo deverá ocorrer nos termos do art. 150, §4º do CTN, alterando, com isso, o dies a quo. Se antes, o início da contagem ocorria no primeiro dia do exercício seguinte, com esta nova norma, o início da contagem coincide com a data do fato gerador, vejamos: "Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ... § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação." No caso em análise, não consta nos autos qualquer demonstração de que nas competências exigidas havia pagamento antecipado. Desse modo, aplico a norma estabelecida no art. 173, inciso I do CTN em conformidade com a Súmula 99 do CARF. O débito compreendeu o período de 02/2004, 03/2004 e 13º/2005. Considerando o início do prazo o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (01/2005), temse que o ato administrativo de cobrança poderia ter sido lavrado até 01/2010. Como a ciência do contribuinte ocorreu em 23.10.2009 (fls. 02), logo, em momento anterior, as parcelas exigidas pela Seguridade Social não foram implementadas pela decadência. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ 6 II – Da Ausência de Nulidade: Aduz a Recorrente que não foi identificado no lançamento a hora da sua lavratura, em clara ofensa ao art. 10 do Decreto 70.235/72. Por este motivo, pleiteou a anulação do auto. De acordo com o art. 60 do Decreto nº 70.235/72 as irregularidades que não estejam relacionadas a atos/decisões proferidas por autoridade incompetente ou com desprezo ao direito de defesa não importarão em nulidade, vejamos a norma: “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. ... Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.” Desse modo, apesar de ausente a indicação da hora, o vício apontado pelo contribuinte não torna o lançamento insubsistente por não ter demonstrado qualquer prejuízo ao seu direito de defesa. III – Da Legitimidade da Receita Federal: Aduziu a empresa que a Receita Federal não teria competência para fiscalizar, arrecadar, cobrar ou recolher as contribuições sociais relacionadas a fatos geradores anteriores à instituição da Lei nº 11.457/07. De acordo com o art. 2º da Lei nº 11.457/07, além das competências atribuídas pela legislação vigente, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições previdenciárias, vejamos: “Art.2º Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita Federal, cabe à Secretar ia da ReceitaFederal do Brasil planejar, executar, acomp anhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fisca lização, arrecadação, cobrança erecolhimento das contrib uições sociais previstas nas alíneas a , b e c do parágraf o único do art. 11 da Lei n o 8.212, de 24 de julho de19 91, e das contribuições instituídas a título de substituição § 1 o O produto da arrecadação das contribuições especificada Fl. 92DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ Processo nº 15983.000885/200944 Acórdão n.º 2302003.614 S2C3T2 Fl. 10 7 s no caput deste artigo e acréscimos legais incidentes ser ão destinados, em caráter exclusivo, ao pagamento de benefí cios do Regime Geral de Previdência Social e creditados diretamente ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social, de que tr ata o art. 68 da Lei Complementar n o 101, de 4 de mai o de 2000. § 2 o Nos termos do art. 58 da Lei Complementar n o 101, de 4 de maio de 2000, a Secretaria da Receita Federal do B rasil prestarácontas anualmente ao Conselho Nacional de Previdência Social dos resultados da arrecadação das c ontribuições sociais destinadas aofinanciamento do Regim e Geral de Previdência Social e das compensações a elas referentes. § 3 o As obrigações previstas na Lei n o 8.212, de 24 de julho de 1991, relativas às contribuições sociais de que trata o caput deste artigo serão cumpridas perante a Secretaria da Receita F ederal do Brasil. § 4 o Fica extinta a Secretaria da Receita Previdenciária do M inistério da Previdência Social.” Na hipótese, não obstante os fatos geradores se reportem à data anterior (2004 e 2005) da legislação ordinária de 2007, o lançamento foi lavrado em 2009, logo, em momento posterior. Por isso, não há ilegitimidade a considerar por parte da Receita Federal na lavratura do presente auto de infração. IV – Do Confisco: Sustenta a Recorrente que os valores em que se baseou a fiscalização na aplicação da autuação são encarados pelo direito como CONFISCO, o que contraria a Constituição Federal. Ocorre que os valores exigidos encontra fundamento em normas que ainda surtem efeito no ordenamento jurídico (vide fl. 07/09), já que não foram objeto de declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, seja em controle difuso ou concentrado. Neste contexto, não cabe ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF assim reconhecer. Eis o disposto na Súmula nº 2 do CARF: “Súmula CARF nº 2: Fl. 93DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ 8 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Por todo o exposto: CONHEÇO do Recurso Voluntário para NEGAR PROVIMENTO, mantendo inalterada a cobrança. É como voto. Sala das Sessões, 10 de Fevereiro de 2015. Juliana Campos de Carvalho Cruz Relatora Fl. 94DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CARVALHO CRUZ, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 14/03/2015 por JULIANA CAMPOS DE CAR VALHO CRUZ
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Numero do processo: 13839.002128/2007-81
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 30/06/2006
NORMAS GERAIS. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. APLICAÇÃO.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN), a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
NORMAS GERAIS. MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP.
Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, faz-se necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior.
No caso, a aplicação da mais benéfica ao contribuinte deve se efetivar pela comparação entre o valor da multa dos autos com o disciplinado no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nos lançamentos correlatos, ou seja, verifica-se, no momento da execução do julgado, qual a penalidade menos severa, a anterior em comparação à atual, forma não aplicada, motivo do provimento do recurso.
Numero da decisão: 9202-003.363
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os menbros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Gustavo Lian Haddad e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcelo Oliveira.
(Assinado digitalmente)
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
Presidente na data da formalização do Acórdão
(Assinado digitalmente)
Manoel Coelho Arruda Junior
Relator
(Assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Redator-Designado
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 30/06/2006 NORMAS GERAIS. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. APLICAÇÃO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN), a lei aplica se a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. NORMAS GERAIS. MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP. Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. No caso, a aplicação da mais benéfica ao contribuinte deve se efetivar pela comparação entre o valor da multa dos autos com o disciplinado no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nos lançamentos correlatos, ou seja, verificase, no momento da execução do julgado, qual a penalidade menos severa, a anterior em comparação à atual, forma não aplicada, motivo do provimento do recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 21 28 /2 00 7- 81 Fl. 1031DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os menbros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Gustavo Lian Haddad e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcelo Oliveira. (Assinado digitalmente) CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente na data da formalização do Acórdão (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior Relator (Assinado digitalmente) Marcelo Oliveira RedatorDesignado Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Fl. 1032DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13839.002128/200781 Acórdão n.º 9202003.363 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório A Fazenda Nacional inconformada com o decidido no Acórdão n. 2302 01.163, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 3 Câmara da 2ª Seção, em 27/07/2011 (fls. 945/956), interpôs Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, com fulcro no art. 67, do RICARF. Segue abaixo a ementa do acórdão recorrido: AUTO DE INFRAÇÃO. CFL 68. ENTREGA DE GFIP COM OMISSÕES OU INCORREÇÕES. Constitui infração à legislação previdenciária a entrega de GFIP com omissão de informações relativas a fatos geradores de contribuições previdenciárias. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. RELATÓRIOS FISCAIS. INEXISTÊNCIA. Não incorre em cerceamento do direito de defesa o Auto de Infração cujos relatórios típicos, incluindo o Relatório Fiscal e seus anexos, descreverem de forma clara, discriminada e detalhada a tipificação infracional, a descrição da conduta infratora perpetrada, os critérios adotados para a quantificação da penalidade pecuniária aplicada, as circunstâncias atenuantes e agravantes da infração, assim como, os fundamentos legais que lhe dão amparo jurídico, permitindo dessarte a perfeita identificação dos motivos e fundamentos da autuação. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS E PRINCIPAIS. INDEPENDÊNCIA. AUTONOMIA. O simples fato da inobservância da obrigação acessória é condição bastante, suficiente e determinante para a conversão de sua natureza de obrigação acessória em principal, relativamente à penalidade pecuniária. Dessarte, nos termos da lei, ainda que não tenha ocorrido a obrigação principal ou esta, mesmo tendo ocorrido, já tenha sido adimplida, tais fatos não são suficientes para afastar a observância e/ou os efeitos das obrigações acessórias correlatas impostas pela legislação tributária. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA COM EFEITO DE CONFISCO. INOCORRÊNCIA. Não constitui confisco a imputação de penalidade pecuniária em razão de descumprimento de obrigação acessória de natureza tributária. Foge à competência deste colegiado a análise da adequação das normas tributárias fixadas pela Lei nº 8.212/91 às vedações Fl. 1033DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 constitucionais ao poder de tributar previstas no art. 150 da CF/88. AUTO DE INFRAÇÃO. RELEVAÇÃO DA MULTA. REQUISITOS ESSENCIAIS. Constituemse requisitos essenciais para a concessão do benefício da relevação da multa, previstos no §1º do art. 291 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99, ser o infrator primário, não ter incorrido em circunstância agravante e ter efetivamente corrigido a falta até o termo final do prazo para impugnação. AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. CFL 68. ART. 32A DA LEI Nº 8212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. As multas decorrentes de entrega de GFIP com incorreções ou omissões foram alteradas pela Medida Provisória nº 449/2008, a qual fez acrescentar o art. 32A à Lei nº 8.212/91. Incidência da retroatividade benigna encartada no art. 106, II, ‘c’ do CTN, sempre que a norma posterior cominar ao infrator penalidade menos severa que aquela prevista na lei vigente ao tempo da prática da infração autuada. PRODUÇÃO DE PROVAS. MOMENTO PRÓPRIO. REQUISITOS OBRIGATÓRIOS. A impugnação deverá ser formalizada por escrito e mencionar os motivos de fato e de direito em que se fundamentar, bem como os pontos de discordância, e vir instruída com todos os documentos e provas que possuir, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, salvo nas hipóteses taxativamente previstas na legislação previdenciária, sujeita a comprovação obrigatória a ônus do sujeito passivo. Recurso Voluntário Provido em Parte A PGFN insurgese em face do acórdão acima numerado que deu provimento parcial ao recurso para reduzir a multa pela regra do artigo 32A, inciso I, da Lei n. 8.212/91, na redação dada pela Lei n. 11.941/2009 (fls. 945verso), por entender a recorrente que o aresto merece reforma, visto que o acórdão recorrido diverge do entendimento mantido pelo CARF, na medida em que o acórdão paradigma considera ser legítima a aplicação da multa nos termos do art. 35A da Lei n. 8.212/91 (fls. 962/969): Ac. 240300.035 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5° E ARTIGO 41 DA LEI N° 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N° 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autodeinfração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Inobservância do art. 32, IV, § Fl. 1034DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13839.002128/200781 Acórdão n.º 9202003.363 CSRFT2 Fl. 4 5 5° da Lei n° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/1999: "informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)". A procedência de AI pela omissão de fatos geradores em GFIP está diretamente relacionado ao resultado da NFLD lavrada durante o mesmo procedimento. Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. PREVLDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. A legislação da Seguridade Social dispõe que a contribuição a cargo da empresa, relativa aos serviços que lhe foram prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho, está prevista no art. 22, inciso IV da Lei 8.212/91, acrescentado pela Lei 9.876/99 e no art. 201, inciso III, do Decreto 3.048/1999. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO APRECIADA NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. O previsto no art. 22, inciso IV da Lei 8.212/91, acrescentado pela Lei 9.876/99 e no art. 201, inciso III, do Decreto 3.04811999qua1 seja, a Lei n° 8.212/1991 e o Decreto 3.048/1999, não pode ser anulado por alegações de inconstitucionalidade, já que tais questões são reservadas à competência, constitucional e legal, do Poder Judiciário. Neste sentido, o art. 26A, caput do Decreto 70.235/1972 e a Súmula n° 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009, que expressamente veda ao CARF se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO SALÁRIOUTILIDADE ALUGUEL RESIDENCIAL CONFIGURAÇÃO DE SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Os valores habitualmente pagos pelo empregador por imóveis locados em grande centro urbano em beneficio de empregados, integra o salário de contribuição nos termos do art. 28, I, da Lei 8.212/1991. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO PERÍODO PARCIALMENTE ATINGIDO PELA DECADÊNCIA QÜINQÜENAL SÚMULA VINCULANTE STF N° 8. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n ° 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n ° 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:"São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5° do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão Fl. 1035DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 6 efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal Em 22/08/2007 foi dada ciência à Recorrente do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) e do Termo de Intimação para Apresentação de Documentos (TIAD), enquanto que a cientificação da NFLD pela Recorrente ocorreu em 25/10/2007 e o débito se refere a contribuições devidas à Seguridade Social nas competências01/1001 a 10/2001; 01/2002 a 06/2002; 10/2002; 02/2003 a 06/2003; 03/2004 e 04/2004; 06/2004 e 0712004; 10/2004 a 09/2005; 11/2005 a 01/2006; 08/2006 a 12/2006. Na hipótese, em relação à decadência se aplica a regra geral disposta no art. 150, § 4°, CTN, pois configurase a hipótese de tributo lançado por homologação, caso das contribuições sociais previdenciárias com recolhimentos a homologar; o que fulmina a constituição dos créditos ora lançados da competência 01/2001 até a competência 09/2002, inclusive. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Instado a se manifestar, o i. Presidente da 3ª Câmara da Segunda Seção resolveu dar seguimento ao REsp, por meio do Despacho n. 2300328/2013 [fls. 999/1000]. Intimado do decisum e do recurso interposto, o sujeito passivo apresentou contrarrazões que, em síntese, reitera os argumentos dispostos no Acórdão recorrido. É o Relatório. Fl. 1036DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13839.002128/200781 Acórdão n.º 9202003.363 CSRFT2 Fl. 5 7 Voto Vencido Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e acatadas pelo ilustre Presidente da Câmara a quo as divergências suscitadas pela Contribuinte, conheço do Recurso Especial e passo ao exame das razões recursais. Conforme se depreende da análise do Recurso Especial, pretende o recorrente a reforma do Acórdão em vergasta, alegando, em síntese, que as razões de decidir ali esposadas contrariaram outras decisões à respeito da mesma matéria. Devolvese a esta Câmara Superior de Recursos Fiscais o exame quanto à multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória [GFIP] segundo as novas disposições legais. A multa prevista no artigo 32, § 6º da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, qual seja, aquela aplicada em razão de erro no preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, a qual culminava com determinado valor por campo inexato, omisso ou incompleto, passou a ser prevista no artigo 32A, cujo inciso I, limita o valor a R$20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. Incabível a multa prevista no artigo 35A da Lei 8.212/91, uma vez que este dispositivo, ao fazer referência ao artigo 44 da Lei 9.430/61, restringe sua aplicação ao lançamento de créditos relativos às contribuições previdenciárias e não o descumprimento de obrigação acessória. Tanto isso é verdade que o novel artigo 35A acima mencionado faz referência “às contribuições referidas no art. 35 desta Lei”. Seguindo essa linha vemos que o artigo 35, ao tratar das contribuições faz nova remissão, agora às alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do artigo 11 da Lei 8.212/91, o qual dispõe que constituem contribuições sociais as das empresas, as dos empregadores domésticos e as dos trabalhadores. Não há, portanto, permissão para que a multa do artigo 35A seja lançada em decorrência do descumprimento de dever instrumental. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 32A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. DISPOSITIVO Ante o exposto, VOTO no sentido de CONHECER DO RECURSO ESPECIAL DO PROCURADOR, para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Fl. 1037DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 8 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Oliveira, Designado Com todo respeito ao nobre relator, divirjo de sua conclusão quanto à forma de aplicação da regra comparativa das penalidades, anterior versus a atual. Como bem salientado nos autos, ocorreu alteração do cálculo da multa para esse tipo de infração pela Medida Provisória (MP) n.º 449/2008, convertida na Lei n.º 11.941/2009, com o surgimento do Art. 35A na Lei 8.212/1991. O Código Tributário Nacional (CTN) determina aplicação retroativa da Lei. CTN: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Antes da alteração legislativa os sujeitos passivos – em caso de descumprimentos de obrigações acessória e principal – eram punidos com duas multas de ofício, a referente ao descumprimento da obrigação acessória (IV, Art. 32, na antiga redação da Lei 8.212/1991) e a referente ao descumprimento da obrigação principal (II e III, Art. 38, na antiga redação da Lei 8.212/1991). Lei 8.212/1991: Art. 32. A empresa é também obrigada a: ... IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (ANTIGA REDAÇÃO) ... Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: Fl. 1038DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13839.002128/200781 Acórdão n.º 9202003.363 CSRFT2 Fl. 6 9 a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (ANTIGA REDAÇÃO) Atualmente, após a edição da MP 449/2008, os sujeitos passivos – em caso de descumprimentos de obrigações acessória e principal – são punidos pelo determinado no Art. 35A, da Lei 8.212/1991. Lei 8.212/1991: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 1039DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 10 Lei 9.430/1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Verificase que com a mudança da legislação descumprimentos de obrigações acessória e principal acarretam a penalidade em uma multa de ofício. Portanto, deve o órgão responsável pelo cumprimento da decisão recalcular o valor da penalidade, posto que o critério atual – que possui padrão único de 75 % (setenta e cinco por cento) – pode ser mais benéfico para a recorrente, em comparação as multas de ofício aplicadas antes da alteração legislativa. Conseqüentemente, para tanto, no momento da execução do julgado, devese comparar a multa constante dos autos com a resultante do cálculo da multa expressa no I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35A da Lei 8.212/1991, deduzidas as multas aplicadas nos lançamentos correlatos e caso seja mais benéfico à recorrente utilizar esse valor. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em DAR PROVIMENTO ao recurso da PGFN, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 1040DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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Numero do processo: 10855.724440/2011-10
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
OMISSÃO DE RENDIMENTOS PERCEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. MÚTUO A SÓCIO NÃO COMPROVADO.
A alegação de que os valores tidos por omitidos são provenientes de contrato de mútuo com pessoa jurídica da qual o contribuinte é sócio carece da comprovação da efetiva transferência de valores, mormente quando a respectiva percepção não foi declarada pela pessoa física e os contratos de mútuo apresentados não estipulam o prazo para a devolução do empréstimo nem encargo de juros.
MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE.
Não se confunde a insuficiência de prova apta a amparar a versão dos fatos tal como defendida pelo contribuinte com a existência de conduta dolosa voltada ao cometimento de fraude ou sonegação.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2802-003.286
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para reduzir a multa de ofício ao patamar de 75% (setenta e cinco por cento), nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso, Presidente.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson, Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Márcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Jaci de Assis Júnior e Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 OMISSÃO DE RENDIMENTOS PERCEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. MÚTUO A SÓCIO NÃO COMPROVADO. A alegação de que os valores tidos por omitidos são provenientes de contrato de mútuo com pessoa jurídica da qual o contribuinte é sócio carece da comprovação da efetiva transferência de valores, mormente quando a respectiva percepção não foi declarada pela pessoa física e os contratos de mútuo apresentados não estipulam o prazo para a devolução do empréstimo nem encargo de juros. MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. Não se confunde a insuficiência de prova apta a amparar a versão dos fatos tal como defendida pelo contribuinte com a existência de conduta dolosa voltada ao cometimento de fraude ou sonegação. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1950; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 148 1 147 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.724440/201110 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802003.286 – 2ª Turma Especial Sessão de 20 de janeiro de 2015 Matéria IRPF Recorrente FLÁVIO FURTADO DE OLIVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 OMISSÃO DE RENDIMENTOS PERCEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. MÚTUO A SÓCIO NÃO COMPROVADO. A alegação de que os valores tidos por omitidos são provenientes de contrato de mútuo com pessoa jurídica da qual o contribuinte é sócio carece da comprovação da efetiva transferência de valores, mormente quando a respectiva percepção não foi declarada pela pessoa física e os contratos de mútuo apresentados não estipulam o prazo para a devolução do empréstimo nem encargo de juros. MULTA QUALIFICADA. AUSÊNCIA DE EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. Não se confunde a insuficiência de prova apta a amparar a versão dos fatos tal como defendida pelo contribuinte com a existência de conduta dolosa voltada ao cometimento de fraude ou sonegação. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para reduzir a multa de ofício ao patamar de 75% (setenta e cinco por cento), nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso, Presidente. (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 72 44 40 /2 01 1- 10 Fl. 148DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Ronnie Soares Anderson, Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Márcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ronnie Soares Anderson, Carlos André Ribas de Mello e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Jaci de Assis Júnior e Julianna Bandeira Toscano. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I (SP) DRJ/SP1, que julgou procedente Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), exigindo crédito tributário no valor total de R$ 58.394,60 relativo ao anocalendário 2006, com a imposição de multa qualificada. O procedimento fiscal e os termos da impugnação estão bem descritos pela decisão recorrida, motivo pelo qual pedese a devida vênia para a transcrição do respectivo relatório: De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 51/53), o presente procedimento fiscal teve origem na identificação da omissão de rendimentos do autuado, constatada na fiscalização da empresa Viação Cidade de Ibiúna Ltda, da qual o contribuinte é sócioadministrador, com 99,92% do Capital Social. Relata a autoridade fiscal que, no curso daquela ação fiscal foi apurado que, no ano de 2006, o autuado recebeu recursos da referida empresa sob o título de empréstimos nos meses de julho a dezembro, totalizando R$ 70.987,19, que foram utilizados para pagar despesas próprias, como: parcelas de leasing, parcelas de seguro e IPVA do veículo Ford Fusion de sua propriedade; Fundo próprio de Aposentadoria Privada Individual – FAPI –BRASILPREV e plano de saúde AMIL, sendo que ao final dos meses em que os supostos empréstimos foram feitos, a empresa Viação Cidade de Ibiúna emitiu recibos quitandoos integralmente por pagamentos em espécie, que não restaram comprovados, eis que não foram apresentados meios de comprovação da origem dos valores devolvidos em dinheiro e nem possui o autuado recursos de rendimentos disponíveis declarados em sua DIRPF 2007/2006. Ademais, nos contratos dos referidos empréstimos constam cláusulas incomuns aos Contratos de Mútuos, tais como: prazo indeterminado para restituição, devolução sem juros pelo empréstimo, não recolhimento de IOF pelo mutuante (empresa). Pelas razões acima, conclui a autoridade lançadora que o autuado recebeu salários indiretos de sua própria empresa no ano de 2006, disfarçados de empréstimos, com o intuito de evitar a tributação pelo Imposto de Renda da Pessoa Física, ficando caracterizada atitude enquadrada nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/1964 (Sonegação, Fraude ou Conluio), o que levou à aplicação da multa de ofício duplicada e à lavratura da Representação Fiscal para Fins Penais, conforme processo administrativo nº 10855.724441/201164. Inconformado com a autuação, o interessado apresentou a impugnação de fls. 69/86, na qual, em síntese, argumenta que os rendimentos objeto da autuação não são passíveis de tributação pelo imposto de renda, por ser incabível a presunção da autoridade fiscal ao supor que a simples ausência de cláusulas comuns aos contratos de mútuo é capaz de caracterizar a inexistência do empréstimo e, conseqüentemente, a omissão de rendimentos. Afirma o Impugnante que não devem prevalecer as alegações de que os empréstimos não apresentam suporte em documentação idônea ou comprovação de Fl. 149DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10855.724440/201110 Acórdão n.º 2802003.286 S2TE02 Fl. 149 3 pagamento em espécie para sua quitação, visto que cabe ao fisco comproválas, e, nesse sentido, transcreve doutrina e jurisprudência. Aduz que o simples recebimento de recursos decorrentes de empréstimos não constitui efetivo acréscimo patrimonial e, por conseqüência, não deflagra a ocorrência do fato gerador do tributo, dado que o montante recebido foi restituído ao mutuante, consoante resta devidamente demonstrado pelos recibos de quitação. Com relação à multa aplicada, alega o Impugnante, ser esta desproporcional ao valor da exação tributária, pois extrapola a totalidade do montante devido em função do suposto descumprimento da obrigação tributária principal e contraria os princípios constitucionais razoabilidade e da proporcionalidade. Além disso, a atividade de sonegação, fraude ou conluio não pode ser presumida pelas autoridades fiscais, as quais devem trazer aos autos elementos suficientes para comprovação do intuito doloso do contribuinte, conforme jurisprudência do CARF que reproduz. Diante do exposto, o Impugnante requer a improcedência do presente Auto de Infração; alternativamente, a redução da multa de 150% para 75% e protesta pela posterior juntada de documentos. A autuação foi integralmente mantida no julgamento de primeira instância, conforme entendimento consubstanciado no acórdão assim ementado: EMPRÉSTIMO NÃO COMPROVADO. A retirada de numerário da empresa por sócio, a título de empréstimo sob a forma de contrato de mútuo não comprovado, configura retirada de prólabore. OPERAÇÃO DE MÚTUO. São indispensáveis para a comprovação da operação de mútuo, contrato registrado no registro público e a apresentação de documentos hábeis e idôneos, sendo insuficientes para opor a operação a terceiros, a simples apresentação de documentos particulares. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. DOUTRINA. EFEITOS. As decisões administrativas não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. A doutrina transcrita não pode ser oposta ao texto explícito do direito positivo, mormente em se tratando do direito tributário brasileiro, por sua estrita subordinação à legalidade. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. APLICABILIDADE. Comprovado nos autos a omissão de rendimentos na Declaração de Ajuste Anual do IRPF, consubstanciada por não oferecer à tributação os valores de salários indiretos que recebeu de sua própria empresa, disfarçados de empréstimos, cabe a qualificação da multa de ofício visto que a conduta, em tese, caracteriza sonegação. Art. 44, II, Lei 9430/96. JUNTADA DE PROVAS. LIMITE TEMPORAL. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 A prova documental será apresentada na impugnação, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, ou que se refira ela a fato ou direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, hipóteses que o contribuinte não logrou atender. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 19/9/2012, repisando as razões e o pedido da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Inicialmente, registrese que o contribuinte protesta pela posterior juntada de novas provas, o que cabe rejeitar de plano tendo em vista o insculpido no art. 16, caput e § 4º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Aliás, vale mencionar que ele teve suficientes oportunidades para apresentar as provas documentais que considerasse necessárias para lastrear sua defesa, seja no curso do procedimento fiscal, seja no presente contencioso administrativo. Consoante relatado, a fiscalização fazendária apurou o recebimento de R$ 70.987,19 pelo contribuinte, no curso do anocalendário 2006. Tais valores foram contabilizados pela mutuante Viação Cidade Ibiúna Ltda., da qual o autuado é sócio diretor, como empréstimos. Constam nos autos os contratos de mútuo avençados entre a empresa e o contribuinte, bem como respectivos documentos de transferência de recursos (cheques emitidos pela pessoa jurídica em favor daquele, com a aposição do carimbo de contabilização), fls. 22/50. O Código Civil traz as seguintes disposições sobre o mútuo: Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. (...) Art. 591. Destinandose o mútuo a fins econômicos, presumemse devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual. Notese que a obrigatoriedade de restituição do valor e a temporalidade são requisitos básicos para enquadramento do empréstimo como mútuo, sob pena configurarse doação ou pagamento por causa diversa que não a estipulada no acordo de vontades. No caso concreto, os contratos, redigidos todos segundo o mesmo padrão, ainda que possuam cláusula prevendo a restituição das quantias entregues, ressalva que esta Fl. 151DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10855.724440/201110 Acórdão n.º 2802003.286 S2TE02 Fl. 150 5 poderá se dar "a qualquer hora e a qualquer tempo, na medida das possibilidades e disponibilidade de numerário". Ou seja, não há data prédefinida para a devolução do mutuado, o que acarreta bastante estranheza por se afastar da tipicidade dos mútuos que têm por objeto dinheiro. Igualmente causa espécie a cláusula que dispõe que "não haverá obrigatoriedade de cobrança de juros ou encargos neste negócio", a qual, ainda que não vedada normativamente, se distancia da presunção legal acima transcrita segundo a qual no empréstimo destinado a fins econômicos são devidos juros. Mais: tais contratos foram assinados unicamente pelo contribuinte, na qualidade de "Mutuário/Sócio", e não transcritos em registro público, do que decorre que não operam efeitos, por si sós, perante a Receita Federal do Brasil, a teor do art. 221 do Código Civil. Tendo em vista essas constatações, exsurge a precariedade dos contratos em referência para fins de comprovação da efetividade dos mútuos a que se referem. A própria devolução dos valores emprestados ao mutuante, que poderia trazer luz à questão da temporalidade que resta em aberta dos termos dos contratos, não é comprovada. Os recibos de fls. 12/16, dando conta da quitação das aludidas quantias, estão assinados por pessoa não identificada, a título de representante do Departamento Financeiro da Viação Cidade Ibiúna Ltda. Ademais, convém lembrar que documentos desse gênero apenas descrevem determinados acontecimentos passados, no caso, a suposta percepção do numerário neles consignado. São aptos, assim, tão somente a comprovar as declarações em si, mas não a veracidade das informações neles consignadas, a teor do disposto nos arts. 368 e 373 do Código de Processo Civil. Nesse passo, deveria o autuado ter juntado documentação que demonstrasse a efetiva devolução dos valores alegadamente obtidos por empréstimo, tal como comprovantes de transferências bancárias, e não meramente afirmar que os correspondentes pagamentos se deram em espécie (fl. 11). Não logrou assim comprovar que os valores incontestavelmente percebidos eram decorrentes de empréstimo contraído junto à pessoa jurídica da qual é sócio. Tais montantes, não declarados em sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2007 (fls. 3/8), traduzemse consequentemente em omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, a teor do art. 43 do Código Tributário Nacional, do art. 3º, §§ 1º e 4º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, e do art. 74 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991. Sem reparos a fazer na decisão contestada nesse ponto, portanto. Já no que se refere à imputação da multa de ofício qualificada, entretanto, divirjo do entendimento da primeira instância julgadora. Nos termos do inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme a redação vigente à época dos fatos, a multa de oficio é qualificada nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro Fl. 152DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 de 1964. Esse último diploma, ao regrar a sonegação, a fraude e o conluio, pressupõe uma ação ou omissão dolosa por parte do agente. Na espécie, a narrativa dos fatos tal como defendida pelo recorrente não prospera fundamentalmente em razão da insuficiência ou mesmo da inadequação do arcabouço probatório por ele amealhado com vistas à comprovação dos aventados mútuos. Frisese que o autuado não trouxe documentos imbuídos, ao menos de modo inconteste, de falsidade ideológica ou documental, e que a empresa, a princípio, dispunha de recursos para realizar os pagamentos em tela. Não há confundir a ausência de amparo documental para lastrear os argumentos do contribuinte com a comprovação de que houve conduta dolosa voltada para o cometimento de fraude ou sonegação. A simples constatação de que ele não tinha recursos disponíveis para realizar a devolução dos valores não é suficiente para a qualificação imposta, até mesmo porque pode ter havido erro no preenchimento da Declaração de Ajuste, fonte dessa ilação de certo modo precipitada. Ainda que prevaleça de uma maneira geral a percepção dos fatos tal como apreendida pela autoridade lançadora, devidamente corroborada pelos documentos colacionados ao processo administrativo fiscal, não resta evidenciado intuito fraudulento que dê respaldo à majoração da multa de ofício para o patamar de 150%. Ante o exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, para fins de reduzir a multa de ofício ao patamar de 75% (setenta e cinco por cento). (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 153DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 10166.009204/2002-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Data do fato gerador: 31/12/1998
DCTF. AUDITORIA INTERNA. VINCULAÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Considerando-se que a DCTF refere-se ao ano-calendário 1998, a legislação da época reclamava a realização do lançamento de ofício para a constituição dos créditos tributários ali declarados, decorrentes da vinculação indevida de pagamentos que se mostraram inexistentes.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/12/1998
JUROS DE MORA. TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995 é legítima a utilização da taxa SELIC no cálculo dos juros moratórios (Súmula CARF nº 4).
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/12/1998
AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. LEGALIDADE.
Inexiste vedação legal para que a Administração tributária realize o lançamento sob a forma “eletrônica”, a partir de dados prestados pelo próprio contribuinte, sendo desnecessário o deslocamento do Auditor Fiscal ao domicílio da pessoa jurídica.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO.
O instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional não se aplica à hipótese de os débitos terem sido declarados em DCTF, desacompanhados do respectivo pagamento.
NORMAS VEICULADAS EM LEI. IMPOSSIBILIDADE DE SEREM AFASTADAS SOB FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE.
No âmbito do processo administrativo fiscal, é vedado ao órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade (art.26A do Decreto nº 70.235/72; Súmula CARF nº 2).
MULTA DE OFÍCIO – RETROATIVIDADE BENIGNA – Tendo em vista a
existência de Instrução Normativa posterior que dispõe não ser necessário o lançamento de ofício quando, em procedimentos de auditoria interna, apurado diferenças nos valores declarados em DCTF, ainda que o saldo credor seja igual a zero, também descabida a aplicação de multa de ofício, ainda que o
lançamento seja anterior à previsão da Instrução Normativa, em razão da retroatividade benigna.
Numero da decisão: 1401-000.636
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar
provimento parcial ao recurso para excluir a multa de ofício, vencido o relator. Designada a Conselheira Karem Jureidini Dias para redigir o voto vencedor.
Nome do relator: Eduardo Martins Neiva Monteiro
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1998 DCTF. AUDITORIA INTERNA. VINCULAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Considerando-se que a DCTF refere-se ao ano-calendário 1998, a legislação da época reclamava a realização do lançamento de ofício para a constituição dos créditos tributários ali declarados, decorrentes da vinculação indevida de pagamentos que se mostraram inexistentes. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/12/1998 JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995 é legítima a utilização da taxa SELIC no cálculo dos juros moratórios (Súmula CARF nº 4). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/12/1998 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. LEGALIDADE. Inexiste vedação legal para que a Administração tributária realize o lançamento sob a forma “eletrônica”, a partir de dados prestados pelo próprio contribuinte, sendo desnecessário o deslocamento do Auditor Fiscal ao domicílio da pessoa jurídica. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO. O instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional não se aplica à hipótese de os débitos terem sido declarados em DCTF, desacompanhados do respectivo pagamento. NORMAS VEICULADAS EM LEI. IMPOSSIBILIDADE DE SEREM AFASTADAS SOB FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, é vedado ao órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade (art.26A do Decreto nº 70.235/72; Súmula CARF nº 2). MULTA DE OFÍCIO – RETROATIVIDADE BENIGNA – Tendo em vista a existência de Instrução Normativa posterior que dispõe não ser necessário o lançamento de ofício quando, em procedimentos de auditoria interna, apurado diferenças nos valores declarados em DCTF, ainda que o saldo credor seja igual a zero, também descabida a aplicação de multa de ofício, ainda que o lançamento seja anterior à previsão da Instrução Normativa, em razão da retroatividade benigna.
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AUDITORIA INTERNA. VINCULAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Considerandose que a DCTF referese ao anocalendário 1998, a legislação da época reclamava a realização do lançamento de ofício para a constituição dos créditos tributários ali declarados, decorrentes da vinculação indevida de pagamentos que se mostraram inexistentes. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/12/1998 JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995 é legítima a utilização da taxa SELIC no cálculo dos juros moratórios (Súmula CARF nº 4). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/12/1998 AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. LEGALIDADE. Inexiste vedação legal para que a Administração tributária realize o lançamento sob a forma “eletrônica”, a partir de dados prestados pelo próprio contribuinte, sendo desnecessário o deslocamento do AuditorFiscal ao domicílio da pessoa jurídica. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO. O instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional não se aplica à hipótese de os débitos terem sido declarados em DCTF, desacompanhados do respectivo pagamento. NORMAS VEICULADAS EM LEI. IMPOSSIBILIDADE DE SEREM AFASTADAS SOB FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 81 2 No âmbito do processo administrativo fiscal, é vedado ao órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade (art.26A do Decreto nº 70.235/72; Súmula CARF nº 2). MULTA DE OFÍCIO – RETROATIVIDADE BENIGNA – Tendo em vista a existência de Instrução Normativa posterior que dispõe não ser necessário o lançamento de ofício quando, em procedimentos de auditoria interna, apurado diferenças nos valores declarados em DCTF, ainda que o saldo credor seja igual a zero, também descabida a aplicação de multa de ofício, ainda que o lançamento seja anterior à previsão da Instrução Normativa, em razão da retroatividade benigna. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa de ofício, vencido o relator. Designada a Conselheira Karem Jureidini Dias para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner – Presidente (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro – Relator (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias – Redatora Designada Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Viviane Vidal Wagner, Karem Jureidini Dias, Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sérgio Luiz Bezerra Presta e Eduardo Martins Neiva Monteiro. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 82 3 Relatório Tratase de auto de infração de IRPJ, relativo ao 4º trimestre de 1998, com incidência de juros de mora e multa de ofício no percentual de 75% (fls.08/13), decorrente de auditoria interna de DCTF, transmitida à Receita Federal em 03/02/99. Constatouse insuficiência de recolhimento. A ciência do sujeito passivo deuse em 10/06/02 (fl.22). Na impugnação, afirmase que, “...diante das dificuldades financeiras que assolam a grande maioria das empresas”, apenas conseguiu pagar parcialmente o valor devido, sendo incabível a aplicação da multa de ofício, vez que a autuação referese a imposto confessado espontaneamente. Salientou na oportunidade o caráter confiscatório da penalidade. Em 9 de maio de 2007, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Brasília DF informou que os pagamentos indicados pelo contribuinte já estavam integralmente alocados, sendo que a diferença estava sendo exigida por meio do auto de infração, conforme extratos de fls.10 e 53. Em primeira instância o lançamento foi considerado procedente pela DRJ – Brasília (DF), tendo o acórdão nº 0321.798, de 31/07/07, recebido a seguinte ementa (fls.58/61): Nulidade do Lançamento. É incabível a argüição de nulidade do lançamento se na sua formalização foram observados os preceitos da legislação tributária e processual. Ainda mais quando a infração está devidamente demonstrada e tipificada, permitindo a impugnante articular perfeitamente a sua defesa. DCTF Falta de pagamento Mantémse a exigência fiscal cobrada no auto de infração quando a contribuinte não faz prova do pagamento de parte dos valores vinculados ao débito de IRPJ informado na DCTF. Multa de Oficio e Juros à Taxa Selic A exigência da multa de oficio e dos juros de mora à taxa Selic, processados na forma dos autos, está prevista em normas regularmente editadas pelo Poder Legislativo, não tendo os julgadores de 1ª instância administrativa competência para apreciar argüições contra a sua cobrança. Devidamente cientificado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fl.66/75) em que alega, em síntese: a) seria desnecessário o lançamento, vez que a DCTF constituirseia em confissão de dívida; b) a multa de ofício seria indevida em razão da entrega espontânea da declaração, antes de qualquer procedimento por parte do Fisco; Fl. 135DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 83 4 c) o lançamento eletrônico não teria obedecido às formalidades legais previstas no Decreto nº 70.235/72; d) a aplicação da multa de ofício no percentual de 75% seria inconstitucional à luz do princípio da vedação ao confisco; e) a taxa de juros de mora com base na SELIC afrontaria o art.192 da Constituição Federal. É o que importa relatar. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 84 5 Voto Vencido Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, Relator. O recurso é tempestivo e dele se toma conhecimento. Devese tratar como preliminar a alegação do recorrente de que o lançamento não atenderia às formalidades previstas no Decreto nº 70.235/72. A primeira observação a merecer registro é que a defesa não apontou especificamente qual requisito legal não teria sido observado, mas tãosomente que a forma eletrônica seria “insuficiente em seus aspectos formais, uma vez que não realizado de forma pessoal por auditor da Receita”. Sobre a matéria, dispõe o referido Decreto: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Ao contrário do que sustenta o recorrente, verificase que todos os elementos acima relacionados foram contemplados no auto de infração. A defesa ainda menciona os artigos 904 e 911 do RIR/99, que a seu juízo, invalidariam o lançamento eletrônico, vez que exigiriam o comparecimento do AuditorFiscal em seu domicílio: Art. 904. A fiscalização do imposto compete às repartições encarregadas do lançamento e, especialmente, aos Auditores Fiscais do Tesouro Nacional, mediante ação fiscal direta, no domicílio dos contribuintes (Lei n° 2.354, de 1954, art. 7°, e DecretoLei n° 2.225, de 10 de janeiro de 1985). §1° A ação fiscal direta, externa e permanente, realizarseá pelo comparecimento do AuditorFiscal do Tesouro Nacional no domicílio do contribuinte, para orientálo ou esclarecêlo no cumprimento de seus deveres fiscais, bem como para verificar a Fl. 137DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 85 6 exatidão dos rendimentos sujeitos à incidência do imposto, lavrando, quando for o caso, o competente termo (Lei n° 2.354, de 1954, art. 7°). §2º A ação do AuditorFiscal do Tesouro Nacional poderá estenderse além dos limites jurisdicionais da repartição em que servir, atendidas as instruções baixadas pela Secretaria da Receita Federal. §3º A ação fiscal e todos os termos a ela são válidos, mesmo quando formalizados por AuditorFiscal do Tesouro Nacional de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo (Lei nº 8,748, de 9 de dezembro de 1993, art.1º). ..... Art.911. Os AuditoresFiscais do Tesouro Nacional procederão ao exame dos livros e documentos de contabilidade dos contribuintes e realização as diligências e investigações necessárias para apurar a exatidão das declarações, balanços e documentos apresentados, das informações prestadas e verificar o cumprimento das obrigações fiscais (Lei nº 2.354, de 1954, art.7º) O supracitado artigo 904 do RIR/99, apesar de enfatizar fiscalizações externas, não exclui outras possibilidades, a exemplo de auditorias internas realizadas a partir de declarações entregues pelo contribuinte. Tal modalidade justificase em uma atualidade marcada pelo tráfego de informações comerciais, contábeis e fiscais às autoridades estatais em meio digital, conferindolhes maior segurança e otimizando. Quanto ao artigo 911, aplicase ao caso sob exame, tendo a fiscalização procedido à apreciação das informações declaradas e dos pagamentos realizados com relação ao período de apuração analisado. Indeferese, portanto, a preliminar suscitada. O lançamento, como visto no relatório, decorreu de procedimento de auditoria interna na DCTF do 4º trimestre de 1998, entregue em 03/02/99. Na hipótese dos autos não há se falar em confissão de dívida. Do voto condutor do acórdão nº 140200.468, de 25/02/2011, de lavra do Cons. Antonio José Praga de Souza, em que se negou provimento a recurso de ofício, extraem se as seguintes razões de decidir, aqui adotadas: “(...) 2. Da eficácia da DCTF enquanto instrumento de confissão de dívida A legislação tributária que versa sobre a necessidade de lançamento relativamente a débito informado em DCTF evoluiu da seguinte forma: O art. 5°, §1º, do Decretolei (DL) nº 2.124, de 13 de junho de 1984, estabeleceu que o documento que formalizasse o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário (declaração de débitos), constituirseia confissão de divida e instrumento hábil e suficiente à cobrança. A redação da referida norma tinha a seguinte forma: Fl. 138DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 86 7 "Art 5º. O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. §1°. O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de divida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. §2°. Não pago no prazo estabelecido pela legislação, corrigido monetariamente e acrescido da multa de 20% e dos juros demora devidos, poderá ser inscrito em dívida ativa, para efeito de cobrança executiva, observado o disposto no § 2° do art 7º do DL 2.065, de 26/10/1983.” Com base no aludido dispositivo legal, a Secretaria da Receita Federal (SRF) poderia cobrar o débito confessado, inclusive encaminhálo à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Divida Ativa da Unido, sem a necessidade de lançamento de ofício do crédito tributário. Contudo, o art. 90 da Medida Provisória (MP) n°2.15835, de 24 de agosto de 2001, determinou que se procedesse ao lançamento de todas as diferenças apuradas em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados. A exegese do referido dispositivo era a de que apenas os “saldos a pagar” informados em DCTF constituiriam confissão de dívida. A cobrança dos demais valores, apurados como devidos e vinculados indevidamente a formas de extinção ou suspensão do crédito tributário, passaram a depender de procedimento de oficio. Dispunha o art. 90 da referida MP nº 2.15835: "Art. 90. Serão objeto de lançamento de oficio as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal.” Assim, após agosto de 2001, caso o débito constasse em DCTF como vinculado a qualquer das modalidades de suspensão ou extinção do crédito tributário (dentre elas a compensação), faziase necessário, para dar cumprimento ao art. 90 da MP n° 2.15835, de 2001, o lançamento de oficio das parcelas declaradas como suspensas/extintas. Tal sistemática perdurou até a edição da MP no 135, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei n° 10.833, de 2003, cujo art. 18 derrogou o art. 90 da MP 2.15835 para dispensar o lançamento de oficio de débitos de tributos informados em DCTF.” (destaquei) Fl. 139DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 87 8 Considerando que na DCTF do 4º trimestre de 1998 não houve “saldo a pagar”, pois foram vinculados créditos relativos a pagamentos que afinal se mostraram insuficientes, as diferenças deveriam realmente ter sido constituídas de ofício. Com relação ao instituto da denúncia espontânea, a falta de pagamento afasta a sua aplicação, vez que de acordo com o art.138 do Código Tributário Nacional não basta a declaração do débito antes de qualquer procedimento de ofício, sendo imprescindível o pagamento do tributo devido: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. As alegações de defesa relacionadas à inconstitucionalidade da multa de ofício e dos juros de mora, previstos em lei, não podem ser apreciadas no âmbito administrativo, nos termos do que dispõe o Decreto nº 70.235/72, entendimento este já consolidado no CARF: Decreto nº 70.235/72 Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Mencionese, ainda, o seguinte enunciado, de aplicação obrigatória: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Pelo exposto, VOTO no sentido de indeferir a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro – Relator Fl. 140DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 88 9 Voto Vencedor Conselheira Karem Jureidini Dias, Redatora Designada. O auto de infração exige IRPJ, relativo ao 4º trimestre de 1998, com incidência de juros de mora e multa de ofício no percentual de 75%, decorrente de auditoria interna de DCTF, transmitida à Receita Federal. Entendeu o Conselheiro Relator que é cabível o lançamento de ofício acompanhado da exigência da multa de ofício. A divergência deste voto vencedor se dá apenas no tocante à multa de ofício. Explico. Primeiramente, importante verificar que a grande maioria dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB estão sujeitos à modalidade dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Em tais casos, cumpre única e exclusivamente ao contribuinte a tarefa de providenciar a constituição do crédito tributário mediante a apuração da base de cálculo do tributo, a aplicação da alíquota, a informação ao fisco e o pagamento. Neste passo, ao entregar a DCTF, o contribuinte informa o valor do débito apurado e a forma de quitação do mesmo. No presente caso, verifico que na DCTF do contribuinte foi informado o débito apurado em determinado montante, bem como o pagamento no mesmo montante, não restando, portanto, saldo a pagar. Ou seja, o instrumento de constituição do crédito tributário apresentado pelo próprio contribuinte (DCTF) não informa qualquer saldo a ser recolhido. Cumpre verificar se a DCTF entregue pelo contribuinte, com saldo a pagar igual a zero, constitui confissão de dívida. Ora, o artigo 5º e §1º do DecretoLei nº 2.124/1984 determina que “o documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito”. Tal dispositivo aplicase aos casos em que o crédito tributário já foi confessado/constituído pelo contribuinte, por meio da indicação de saldo devedor em sua declaração de débitos (débito declarado e não pago), autorizando, portanto, a propositura de ação executiva para exigência do crédito, independentemente de lançamento de ofício. Primeiramente, a Instrução Normativa nº 77/98 dispunha, em sua redação original que: Art. 1º Os saldos a pagar, relativos a tributos e contribuições, constantes das declarações de rendimentos das pessoas físicas e jurídicas e da declaração do ITR, quando não quitados nos prazos estabelecidos na legislação, e da DCTF, serão comunicados à Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de inscrição como Dívida Ativa da União. Na mesma linha, vieram a Instrução Normativa SRF nº 126/98 e pela Instrução Normativa SRF nº 255/2002, que previam, respectivamente: Fl. 141DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 89 10 IN nº 126/98 Art. 7º. Todos os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna. (Redação dada pela IN SRF nº 16/00, de 14 de fevereiro de 2000) § 1º Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, serão enviados para inscrição em Dívida Ativa da União, imediatamente após a entrega da DCTF. (Redação dada pela IN SRF nº 16/00, de 14 de fevereiro de 2000) IN SRF nº 255/02 Art. 8o Todos os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna. § 1º Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, serão enviados para inscrição em Dívida Ativa da União após o término dos prazos fixados para a entrega da DCTF. § 3º Os débitos apurados em procedimentos de auditoria interna, inclusive aqueles relativos às diferenças apuradas decorrentes de informações prestadas na DCTF sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade indevidas ou não comprovadas serão enviadas para inscrição em Dívida Ativa da União, com os acréscimos moratórios devidos. § 4º Serão objeto de lançamento de ofício, com multa agravada, as diferenças apuradas na DCTF, conforme disposto no § 3º, quando decorrerem de: ( * ) I na hipótese de compensação, direito creditório alegado com base em crédito: a) de natureza não tributária; b) não passível de compensação por expressa disposição normativa; c) inexistente de fato; d) fundados em documentação falsa; II demais hipóteses, além das referidas no inciso I, em que também fique caracterizado o evidente intuito da prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. Vejase que nas normas veiculadas pelas Instruções Normativas citadas, apenas o saldo a pagar será enviado diretamente para inscrição em dívida ativa e, caso o saldo a pagar informado seja zero, não há como se enviar um valor de zero para cobrança. Ou seja, pela redação dada pelo Decretolei nº 2.124/84, bem como pelas Instruções Normativas reguladoras da matéria em discussão, apenas o saldo a pagar informado Fl. 142DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 90 11 na DCTF constituiria confissão de dívida e instrumento hábil para a imediata inscrição em dívida ativa e, posterior cobrança. Dessa forma, para que a autoridade fiscal possa promover a cobrança dos valores que entender devidos, necessariamente, deve constituir os créditos tributários, uma vez que a autoridade fiscal não pode modificar as informações prestadas pelo contribuinte na DCTF entregue, ou seja, se o saldo informado é igual a zero, não há qualquer valor a ser cobrado. Nesses termos a determinação trazida pelo artigo 90 da Medida Provisória nº. 2.15832/2001, que está em vigor até os dia, dispõe sobre a necessidade de lançamento de ofício, in verbis: “Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal.” O texto legal corrobora com o exposto no sentido de que seja efetuado o lançamento de ofício, quando a fiscalização constatar diferença no pagamento não comprovado. In casu, a fiscalização constatou que não foram efetuados os pagamentos declarados pelo contribuinte na DCTF, razão pela qual procedeu à lavratura do Auto de infração, nos termos em que determina a citada norma. Tal lançamento é necessário justamente porque a DCTF com saldo a pagar igual a zero não constitui confissão de dívida. Importante apontar, também, que não se trata aqui de crédito tributário constituído por meio de compensação. As compensações possuem um rito próprio, sendo certo que a partir da entrada em vigor da MP nº 135/2003, posteriormente convertida na Lei nº 10.833/03, as compensações consideradas não homologas passaram a constituir confissão de dívida, independentemente, portanto, de lançamento de ofício. Naquele caso, o documento hábil a confissão de dívida é a própria PER/DCOMP e não a DCTF zerada. No entanto, quanto à aplicação da multa, embora o artigo 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001 estabeleça a necessidade de lançamento pela autoridade competente, com a conseqüente aplicação da multa de ofício, é certo que a partir da Instrução Normativa SRF nº 482/04, cuja redação é idêntica à Instrução Normativa SRF nº 903/08 (atualmente vigente), não apenas os saldos a pagar declarados em DCTF passaram a constituir confissão em dívida, mas também os valores das diferenças apuradas em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas em DCTF, sobre pagamento (...)”. Vejase a redação integral do §1º do artigo 10 da IN SRF nº 903/08 (equivalente ao §1º do artigo 9º da IN SRF nº 482/04): “§ 1º Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, bem como os valores das diferenças apuradas em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, serão enviados Fl. 143DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO Processo nº 10166.009204/200247 Acórdão n.º 140100.636 S1C4T1 Fl. 91 12 para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), com os acréscimos moratórios devidos.” Neste passo, embora a norma veiculada pelo artigo 90 da Medida Provisória no 2.15835 seja hierarquicamente superior à Instrução Normativa, a fiscalização, não em prol do contribuinte, não pode negar vigência às mesmas, razão pela qual, aplico a retroatividade benigna à previsão IN SRF nº 903/08 (equivalente a IN SRF nº 482/04), a fim de excluir a multa de ofício do lançamento em questão. Isto porque, se atualmente não precisaria do lançamento, inaplicável a multa de ofício. Pelo exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, a fim de manter o montante de principal lançado de ofício pela fiscalização, cancelando o montante relativo à multa de ofício, em razão da retroatividade benigna. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por LUIZ TREZZI NETO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado di gitalmente em 09/01/2012 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO
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Numero do processo: 15983.000464/2007-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2202-000.491
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por WAGNER DE JESUS POLIZEL
RESOLVEM os Membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por maioria de votos, sobrestar o julgamento do processo. Vencido o Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente e relator.
(Assinado digitalmente)
Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Redatora-designada.
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa (presidente), Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Antonio Lopo Martinez, Pedro Anan Junior, Rafael Pandolfo e Jimir Doniak Junior (suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Fábio Brun Goldschimidt.
Nome do relator: Não se aplica
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por WAGNER DE JESUS POLIZEL RESOLVEM os Membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por maioria de votos, sobrestar o julgamento do processo. Vencido o Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente e relator. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Redatora-designada. Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa (presidente), Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Antonio Lopo Martinez, Pedro Anan Junior, Rafael Pandolfo e Jimir Doniak Junior (suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Fábio Brun Goldschimidt.
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Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por maioria de votos, sobrestar o julgamento do processo. Vencido o Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator). Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa – Presidente e relator. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga – Redatoradesignada. Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa (presidente), Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Antonio Lopo Martinez, Pedro Anan Junior, Rafael Pandolfo e Jimir Doniak Junior (suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Fábio Brun Goldschimidt. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 59 83 .0 00 46 4/ 20 07 -5 1 Fl. 303DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3 ___________ Relatório WAGNER DE JESUS POLIZEL interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJSÃO PAULO/SP II (fls. 105) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 0/084, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente ao exercício de 2003, no valor de R$ 637.281,81, acrescido de multa de ofício (qualificada) e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 2.028.977,82. A infração que ensejou o lançamento foi a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem comprovação de origem, conforme descrição dos fatos do auto de infração. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que não teve como identificar os valores creditados em suas contas bancárias, pois não lhe foi apresentada uma planilha discriminando os valores com as origens comprovadas e aqueles sem comprovação de origens; que isto leva à conclusão de que valores referentes a juros, prêmio de poupança, correção monetária e outros foram considerados como rendimentos auferidos, o que demonstra a irregularidade da autuação; que parte dos depósitos foram realizados em cheque e, por ser pessoa física, não tem como obter o nome e os dados dos emitentes dos cheques depositados em suas contas; que, por esta razão, com fundamento no artigo 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, pede a realização de diligência para que a Administração obtenha das instituições financeiras as informações elucidativas necessárias; que a autuação apoiouse apenas nos dados sobre a movimentação financeira do Contribuinte, o que é ilegal, pois não reflete o valor correto dos rendimentos tributáveis; que tal procedimento está expressamente vedado pela legislação em vigor à época dos fatos, a Lei nº 9.311, de 1996; que a multa de 150% somente poderia ser aplicada em caso de dolo, fraude ou simulação, o que não se verificou no caso; que a utilização da taxa Selic é inconstitucional. A DRJSÃO PAULO/SP II julgou procedente em parte o lançamento apenas para desqualificar a multa de ofício, com base nas considerações a seguir resumidas. A DRJSÃO PAULO/SP II sustentou, inicialmente, a regularidade do lançamento com base em depósitos bancários, que tem amparo legal no artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Assim, conclui, contestando o fundamento da defesa, no sentido de que restou configurada a ocorrência do fato gerador. No mesmo sentido, a DRJ sustentou a regularidade do lançamento apenas com base em depósitos bancários. Quanto às origens dos depósitos bancários, a DRJ observou apenas que o Contribuinte não as comprovou. Sobre o pedido de diligência, a DRJ observou que cabe à autoridade administrativa decidir sobre a necessidade ou conveniência da realização do procedimento e como, no caso, a providência solicitada visa a produção de prova de responsabilidade do próprio Contribuinte, indeferiu o pedido. Quanto à utilização da Selic como taxa de juros, a Turma Julgadora de primeira instância decidiu pela legalidade da aplicação da taxa, o que tem previsão legal expressa. Finalmente, sobre a multa qualificada a DRJSÃO PAULO/SP II concluiu que não foi demonstrado na autuação a ocorrência de evidente intuito de fraude, e afastou a medida agravadora. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 4 3 O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 02/07/2009 (fls. 122v) e, em 03/08/2009 (fls. 274), interpôs o recurso voluntário de fls. 125/132, que ora se examina, e no qual reitera o pedido de diligência. Afirma também que a decisão de primeira instância ignorou que a conta bancária é conjunta com Eliana Oliveira Tagliamento; que o julgamento de primeira instância interpretou a legislação de maneira mais desfavorável ao autuado, o que contraria princípio de direito tributário, ao deixa de decretar a nulidade do lançamento, o que estaria obrigado a fazer; que era sócio da empresa Prisma Caxias Produtos Químicos Ltda. e que cedeu suas quotas a terceiros, “ o que equivale presumir a assunção de, no mínimo, o quinhão do capital social no montante de R$ 594.000,00 (fato ignorado) como receita livre de tributação”; que emprestou sua conta pessoal para movimentação financeira das atividades da empresa em questão. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Cumpre examinar, preliminarmente, a proposta de sobrestamento do julgamento feita pelo Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Como é sabido, o sobrestamento do julgamento de recursos no âmbito do CARF se dá por imposição e nos termos do seu Regimento Interno, cujo artigo 62A reza o seguinte: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. {2} § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. {2} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. {2} Cumpre às turmas julgadoras do CARF, portanto, verificarem, em cada caso, as situações em que o julgamento deva ser sobrestado, seja por provocação da parte, seja por iniciativa que qualquer dos Conselheiros da Turma. Pois bem, o artigo 62A, acima reproduzido, é claro ao referirse ao sobrestamento do recursos, “sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B.” Ora, a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo CivilCPC cuida dos processos com repercussão geral, e define três situações distintas, veiculadas nos artigos 543A, 543B e 543C, a saber: Fl. 305DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 5 4 Art. 543A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 1o Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 2o O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 4o Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 5o Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 6o O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 7o A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). Art. 543B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 1o Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhálos ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 2o Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerarseão automaticamente não admitidos. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 3o Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declarálos prejudicados ou retratarse. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). Fl. 306DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 6 5 § 4o Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 5o O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). Art. 543C. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o recurso especial será processado nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 1o Caberá ao presidente do tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça, ficando suspensos os demais recursos especiais até o pronunciamento definitivo do Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 2o Não adotada a providência descrita no § 1o deste artigo, o relator no Superior Tribunal de Justiça, ao identificar que sobre a controvérsia já existe jurisprudência dominante ou que a matéria já está afeta ao colegiado, poderá determinar a suspensão, nos tribunais de segunda instância, dos recursos nos quais a controvérsia esteja estabelecida. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 3o O relator poderá solicitar informações, a serem prestadas no prazo de quinze dias, aos tribunais federais ou estaduais a respeito da controvérsia. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 4o O relator, conforme dispuser o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça e considerando a relevância da matéria, poderá admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 5o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 4o deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 6o Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na seção ou na Corte Especial, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 7o Publicado o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem: (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). I terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça; ou (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). II serão novamente examinados pelo tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido divergir da orientação do Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). Fl. 307DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 7 6 § 8o Na hipótese prevista no inciso II do § 7o deste artigo, mantida a decisão divergente pelo tribunal de origem, farseá o exame de admissibilidade do recurso especial. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). § 9o O Superior Tribunal de Justiça e os tribunais de segunda instância regulamentarão, no âmbito de suas competências, os procedimentos relativos ao processamento e julgamento do recurso especial nos casos previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.672, de 2008). Como se vê, o artigo 543A cuida de situação envolvendo recursos extraordinários que chegam ao Supremo Tribunal Federal, e que somente serão conhecidos pela Corte quando a questão constitucional nele versada for reconhecida como de repercussão geral, definida pela existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. O § 2º do mesmo artigo determina que o recorrente deve demonstrar, em preliminar do recurso, a existência da repercussão geral. Já o artigo 543B cuida de situação em que os tribunais de origem selecionam um ou mais recursos representativos da controvérsia e os encaminha ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando o julgamento dos demais recursos até o pronunciamento definitivo da Corte, cabendo ao Supremo Tribunal Federal – STF, nestes casos, negar ou confirmar a existência da repercussão geral. Negada a existência da repercussão geral, os recursos que ficaram sobrestrados nos tribunais consideramse automaticamente não admitidos;. acatada a repercussão geral, estes permanecem sobrestados até julgamento do mérito pelo STF. Um terceira situação está disciplinada no artigo 543C, e assemelhase à situação definida no artigo 543B, porém envolvendo recursos especiais. Cuidase, portanto, vale repisar, de três situações distintas: as duas primeiras envolvendo recursos extraordinários, a última, recurso especial. E mais, em relação às situações tratadas nos artigos 543A e 543B há uma clara distinção, especialmente, quanto ao sobrestamento dos recursos pelos tribunais de origem. No caso tratado no artigo 543A, o reconhecimento da repercussão geral é examinada como condição para a admissibilidade do recurso, pelo STF, não implicando no sobrestamento, pelos tribunais de origem, dos recursos que versem sobre matéria idêntica, o que é evidente, pois, se assim não fosse, o artigo 543A seria inócuo, pois não subiriam recursos relativamente a tais matérias, para terem sua admissibilidade, quanto à repercussão geral, examinada pelo STF. Diferentemente, no caso do 543B, o reconhecimento da repercussão geral pelo STF implica, necessariamente, no sobrestamento dos recursos nos tribunais de origem até decisão pelo STF. O próprio STF expediu orientações com vistas à padronização de procedimentos no âmbito do Supremo Tribunal Federal e dos demais órgãos do Poder Judiciário, em que deixa clara essa distinção. Vejamos: RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS I) Verificase se o RE trata de matéria isolada ou de matéria repetitiva (processos múltiplos). a) Quanto às matérias isoladas, realizase diretamente o juízo de admissibilidade, exigindose, além dos demais requisitos, a presença de preliminar de repercussão geral, sob pena de inadmissibilidade. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 8 7 b) Quanto aos recursos extraordinários múltiplos: b.1) Selecionamse em torno de três recursos extraordinários representativos da controvérsia, com preliminar de repercussão geral e que preencham os demais requisitos para sua admissibilidade, os quais deverão ser remetidos ao STF, mantendose sobrestados todos os demais, inclusive os que forem interpostos a partir de então (§ 1º do art. 543B do CPC). Não há necessidade de prévio juízo de admissibilidade dos recursos que permanecerão sobrestados. b.2) Os recursos extraordinários múltiplos que forem remetidos ao Supremo Tribunal Federal em desacordo com o art. § 1º do art. 543B do CPC, ou seja, em número além do necessário para que o Tribunal tenha conhecimento da controvérsia, serão devolvidos aos Tribunais, Turmas Recursais ou Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais, nos termos da Portaria 138/2009 da Presidência do STF. b.3) Se a seleção ainda não foi feita para um assunto específico, mas já houve pronunciamento do STF quanto à repercussão geral do assunto em outro recurso, é desnecessária a remessa de recursos representativos da mesma controvérsia, podendo ocorrer o imediato sobrestamento de todos os recursos extraordinários e agravos sobre o tema. A identificação dessa hipótese se dá pela consulta às matérias com repercussão geral reconhecida, no portal do Supremo Tribunal Federal. II) Proferida a decisão sobre repercussão geral, surgem duas possibilidades: a) Se o STF decidir pela inexistência de repercussão geral, consideramse não admitidos os recursos extraordinários e eventuais agravos interpostos de acórdãos publicados após 3 de 1maio de 2007 (§ 2º do art. 543B do CPC); b) Se o STF decidir pela existência de repercussão geral, aguardase a decisão do Plenário sobre o assunto, sobrestandose recursos extraordinários anteriores ou posteriores ao marco temporal estabelecido: b.1) Se o acórdão de origem estiver em conformidade com a decisão que vier a ser proferida, consideramse prejudicados os recursos extraordinários, anteriores e posteriores (§3º do art. 543B do CPC); b.2) Se o acórdão de origem contrariar a decisão do STF, encaminha se o recurso extraordinário, anterior ou posterior, para retratação (§3º do art. 543B do CPC). Notese que o STF distingue as “matérias isoladas” dos “recursos extraordinários múltiplos”, tratados, respectivamente, nos artigos 543A e 543B do CPC, e define procedimentos específicos para cada situação. 1 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaRepercussaoGeral&pagina=processamento Multiplo Fl. 309DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 9 8 Pois bem, a questão central para o deslinde da controvérsia ora examinada, no que diz respeito ao CARF, é que o RICARF definiu explicitamente que o sobrestamento do julgamento dos recursos deveriam ocorrer nos casos em que a repercussão geral foi reconhecida pelo STF na sistemática estabelecida no artigo 543B do CPC, e, no caso sob exame, o RE nº 601.314/SP, tido como leading case, foi admitido como se repercussão geral pela “relevância jurídica da questão constitucional”, nos termos do artigo 543A do CPC c/c o artigo323, § 1º do RISTF. Eis a conclusão do voto do Relator, Ministro Ricardo Levandovski: Isto posto, manifestome pela existência da repercussão geral neste recurso extraordinário, nos termos do artigo 543A, § 1º, do Código de Processo Civil, combinado com o art. 323, § 1º do RISTF. Ora, reconhecida como de repercussão geral, ainda que na sistemática do art. 543A do CPC é natural que o julgamento de recursos extraordinários versando matéria idêntica sejam sobrestado no âmbito do próprio STF, até o julgamento do RE 601.314, mas esta decisão não implica no sobrestamento, nos tribunais de origem, dos processos versando matéria idêntica. E, com mais razão ainda, não se justifica o sobrestamento dos processos no âmbito do CARF. Diferentemente, quando a repercussão geral é reconhecida com amparo no artigo 543B, § 1º do CPC, o STF determina o sobrestamento dos recursos nos tribunais de origem, até decisão do mérito. É o que ocorreu, por exemplo, no RE 614.232, que trata de rendimentos recebidos acumuladamente. Vejamos: TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DE RECURSO EXTRAORDINÁRIUO. IMPOSTO DE RENDA SOBRE VALORES RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. ART. 12 DA LEI 7.713/88. ANTERIOR NEGATIVA DE REPERCUSSÃO. MODIFICAÇÃO DA POSIÇÃO EM FACE DA SUPERVENIENTE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI FEDERAL POR TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 1. A questão relativa ao modo de cálculo do imposto de renda sobre pagamentos acumulados, se por regime de caixa ou de competência, vinha sendo considerado por esta Corte como matéria infraconstitucional, tendo sido negada a sua repercussão geral. 2. A interposição dói recurso extraordinário com fundamento no artigo 102, III, b, da Constituição Federal, em razão do reconhecimento da inconstitucionalidade parcial do art. 12 da Lei 7.713/88 por Tribunal Regional Federal, constitui circunstância nova suficiente para justificar, agora, seu caráter constitucional e o reconhecimento da repercussão geral da matéria. #. Reconhecida a relevância jurídica da questão, tendo em conta os princípios constitucionais tributários da uniformidade e da isonomia geográfica. Questão de ordem acolhida para: a) tornar sem efeito a decisão monocrática da relatora que negava seguimento ao recurso extraordinário com suporte no entendimento anterior desta Corte; b) reconhecer a repercussão geral da questão constitucional; c) determinar o sobrestamento, na origem, dos recursos extraordinários sobre a matéria, bem como dos respectivos agravos de instrumento, nos termos do artigo 543B, § 1º do CPC. Aqui, o STF determinou o sobrestamento, na origem, dos recursos extraordinários versando sobre a mesma matéria, o que não ocorreu, coerentemente, no caso do RE 601.316. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 10 9 Conclusão Nestas condições, penso que não se aplica ao presente caso a orientação veiculada no artigo 62A do RICARF, razão pela qual rejeito a proposta de sobrestamento do julgamento deste processo. É como voto. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 311DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 11 10 Voto vencedor Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Redatora Designada Em que pese o merecido respeito a que faz jus o Ilustre Relator, peço vênia para dele discordar. A apreciação do presente recurso encontrase prejudicada por uma questão preliminar, suscitada de ofício por esta relatora com fulcro no art. 62A, §1o, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pela Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010). Com o advento da Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010, que alterou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF (aprovado pela Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009), os julgados no âmbito deste Tribunal deverão observar o disposto nas decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil, devido a inclusão do art. 62A, in verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1o Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B. §2o O sobrestamento de que trata o §1o será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Tratase de lançamento relativo ao anocalendário 2002 decorrente da apuração de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, prevista no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Observase que os extratos bancários que compõe o presente processo foram entregues diretamente pela instituição financeira, em atendimento à Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira, com base no art. 3o do Decreto no 3.724, de 10 de janeiro de 2001, conforme Termo de Constatação de fls. 48 e 49. Sobre o assunto, importa trazer à colação o julgamento do Recurso Especial no 601.314/SP, de 22/10/2009, em que o Supremo Tribunal Federal STF reconheceu a existência de repercussão geral, nos termos do art. 543A, §1o, do Código de Processo Civil, combinado com o art. 323, §1o, do Regimento interno do STF, no que diz respeito à constitucionalidade do art. 6o da Lei Complementar no 105, de 2001, no tocante ao fornecimento de informações sobre a movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao Fisco Fl. 312DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 12 11 por meio de procedimento administrativo, sem a prévia autorização judicial, assim como a aplicação retroativa da Lei no 10.174, de 9 de janeiro de 2001, que alterou o art. 11, §3o da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996, e possibilitou que as informações obtidas, referentes à CPMF, também pudessem ser utilizadas para apurar eventuais créditos relativos a outros tributos, no tocante a exercícios anteriores a sua vigência. Como se percebe, parte da discussão no presente processo referese à matéria reconhecida como de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal, pendente de decisão definitiva daquele tribunal e, portanto, cabe examinar se o julgamento administrativo deve ser ou não sobrestado, nos termos do art. 62A, §1o, do RICARF. A Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil – CPC), definiu duas situações distintas na apreciação dos recursos extraordinários quanto à análise da repercussão geral, nos arts. 543A e 543B (matéria isolada e matéria repetitiva), assim resumidos pelo Relator vencido: Como se vê, o artigo 543A cuida de situação envolvendo recursos extraordinários que chegam ao Supremo Tribunal Federal, e que somente serão conhecidos pela Corte quando a questão constitucional nele versada for reconhecida como de repercussão geral, definida pela existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. O § 2º do mesmo artigo determina que o recorrente deve demonstrar, em preliminar do recurso, a existência da repercussão geral. Já o artigo 543B cuida de situação em que os tribunais de origem selecionam um ou mais recursos representativos da controvérsia e os encaminha ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando o julgamento dos demais recursos até o pronunciamento definitivo da Corte, cabendo ao Supremo Tribunal Federal – STF, nestes casos, negar ou confirmar a existência da repercussão geral. Negada a existência da repercussão geral, os recursos que ficaram sobrestrados nos tribunais consideramse automaticamente não admitidos; acatada a repercussão geral, estes permanecem sobrestados até julgamento do mérito pelo STF. Defende o Conselheiro Relator que “o RICARF definiu explicitamente que o sobrestamento do julgamento dos recursos deveriam ocorrer nos casos em que a repercussão geral foi reconhecida pelo STF na sistemática estabelecida no artigo 543B do CPC, e, no caso sob exame, o RE no 601.314/SP, tido como leading case, foi admitido como se repercussão geral pela “relevância jurídica da questão constitucional”, nos termos do artigo 543A do CPC c/c o artigo 323, § 1o do RISTF. “ Com o resultado do julgamento do RE no 389.808, de 15/12/2010, em que o Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de a Receita Federal ter acesso aos dados bancários do contribuinte, sem prévia autorização judicial, gerando, para alguns, dúvidas quanto ao rito processual a ser adotado nos casos em que a matéria objeto de recurso no CARF tivesse sido reconhecida como de repercussão geral, com fulcro no art. 543A do CPC, sem que a decisão de mérito tivesse sido proferida pelo STF. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 13 12 Nessa ocasião, o Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais editou a Portaria CARF no 001, de 03 janeiro de 2012, sendo oportuno transcrever o art. 1o (grifos nossos): Art. 1o Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal – STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários – RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão nos termos do art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal – STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. Convém ressaltar que o RE no 389.808 tratase de uma situação excepcional, pois o próprio relator do Recurso Especial no 601.314/SP, de 22/10/2009, que reconheceu a existência de repercussão geral, no que diz respeito ao fornecimento de informações sobre a movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao fisco por meio de procedimento administrativo, sem a prévia autorização judicial, assim como a aplicação retroativa da Lei no 10.174, de 9 de janeiro de 2001, mencionou expressamente em seu voto que o tema era objeto de discussão em diversos processos, dentre eles, a “AC 33/PR, esta com julgamento já iniciado pelo Plenário, e por meio da qual se quer busca dar efeito suspensivo ao RE 389.808/PR.” (grifei). Além disso, conforme consulta ao site do STF, a PFN embargou o RE no 389.808/PR, encontrando o processo “conclusos ao(à) Relator(a)”, desde 09/11/2011. Entendo que o reconhecimento da repercussão geral pelo STF tem como conseqüência direta o sobrestamento do julgamento de todos os recursos extraordinários que versem sobre a mesma matéria, sendo oportuno transcrever orientação contida no site da Suprema Corte nesse sentido2 (grifos nossos): PROCEDIMENTO NOS TRIBUNAIS E TURMAS RECURSAIS DE ORIGEM [...] RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS I) Verificase se o RE trata de matéria isolada ou de matéria repetitiva (processos múltiplos). a) Quanto às matérias isoladas, realizase diretamente o juízo de admissibilidade, exigindose, além dos demais requisitos, a presença de preliminar de repercussão geral, sob pena de inadmissibilidade. 2 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaRepercussaoGeral&pagina=processamento Multiplo acessado em 13/08/2012 Fl. 314DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 14 13 b) Quanto aos recursos extraordinários múltiplos: b.1) Selecionamse em torno de três recursos extraordinários representativos da controvérsia, com preliminar de repercussão geral e que preencham os demais requisitos para sua admissibilidade, os quais deverão ser remetidos ao STF, mantendose sobrestados todos os demais, inclusive os que forem interpostos a partir de então (§ 1º do art. 543B do CPC). Não há necessidade de prévio juízo de admissibilidade dos recursos que permanecerão sobrestados. b.2) Os recursos extraordinários múltiplos que forem remetidos ao Supremo Tribunal Federal em desacordo com o art. § 1º do art. 543B do CPC, ou seja, em número além do necessário para que o Tribunal tenha conhecimento da controvérsia, serão devolvidos aos Tribunais, Turmas Recursais ou Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais, nos termos da Portaria 138/2009 da Presidência do STF. b.3) Se a seleção ainda não foi feita para um assunto específico, mas já houve pronunciamento do STF quanto à repercussão geral do assunto em outro recurso, é desnecessária a remessa de recursos representativos da mesma controvérsia, podendo ocorrer o imediato sobrestamento de todos os recursos extraordinários e agravos sobre o tema. A identificação dessa hipótese se dá pela consulta às matérias com repercussão geral reconhecida, no portal do Supremo Tribunal Federal. II) Proferida a decisão sobre repercussão geral, surgem duas possibilidades: a) Se o STF decidir pela inexistência de repercussão geral, consideramse não admitidos os recursos extraordinários e eventuais agravos interpostos de acórdãos publicados após 3 de maio de 2007 (§2º do art. 543B do CPC); b) Se o STF decidir pela existência de repercussão geral, aguardase a decisão do Plenário sobre o assunto, sobrestandose recursos extraordinários anteriores ou posteriores ao marco temporal estabelecido: b.1) Se o acórdão de origem estiver em conformidade com a decisão que vier a ser proferida, consideramse prejudicados os recursos extraordinários, anteriores e posteriores (§3º do art. 543B do CPC); b.2) Se o acórdão de origem contrariar a decisão do STF, encaminha se o recurso extraordinário, anterior ou posterior, para retratação (§3º do art. 543B do CPC). No item “b.3” acima transcrito, é clara a orientação no sentido de que se não foi feita a seleção para um assunto específico, nos termos do art. 543B do CPC e se já existir pronunciamento do STF quanto à repercussão geral do assunto em outro recurso (art. 543A do CPC), tornarse desnecessária a remessa de recursos representativos da mesma controvérsia e, no caso de reconhecimento da repercussão geral, deve ocorrer o imediato sobrestamento de todos os recursos extraordinários e agravos sobre o tema, de forma semelhante ao previsto no já mencionado art. 543B. Fl. 315DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 15 14 Em outras palavras, havendo o reconhecimento da repercussão para uma determinada matéria na sistemática do art. 543A do CPC, desnecessária tornase a remessa de recursos representativos da mesma controvérsia, devendo os recursos extraordinários e agravos que versem sobre o tema serem sobrestados. Não é por outro motivo que o STF tem obstado o julgamento dos recursos extraordinários, com devolução do apelo extremo aos tribunais de origem no tocante ao tema em discussão, citandose como exemplo o RE 488993, julgado em 09/02/2011, e o RE 602945, julgado em 01/08/2011. Concluise, assim, que no caso de controvérsias sobre o acesso direto do fisco às informações bancárias do contribuinte, sem prévia autorização judicial e a retroatividade da Lei no 10.174, de 2001, os julgamentos dos processos administrativos no âmbito do CARF devem ser sobrestados. Por fim, cabe trazer a colação a Resolução no 220200.200, de 17/04/2012, em que este Colegiado, por unanimidade, decidiu pelo sobrestamento do julgamento de caso semelhante, cujo relator foi o Conselheiro Rafael Pandolfo, a quem peço vênia para parte do voto condutor em que ele trata aborda com muita propriedade a matéria: Não se desconhece a decisão Plenária do STF no âmbito do RE nº 389.808, que acolheu o recurso extraordinário interposto pelos contribuintes. O Recurso foi pautado pelo Ministro Marco Aurélio (i) poucos dias antes da publicação da Emenda Regimental nº 42, do RISTF, que determina que todos os recursos relacionados ao tema do caso admitido como paradigma, em repercussão geral, devam ser distribuídos ao respectivo Relator, e (ii) quase um ano após o reconhecimento da repercussão geral no RE 601.314, o que gerou confusão quanto à mecânica processual de julgamento dos recursos extraordinários anteriores à Emenda Constitucional nº 45/04. Uma leitura atenta do acórdão revela que o julgamento, inicialmente adstrito à reanálise da medida cautelar requerida pela parte recorrente, desbordou para enfrentamento do mérito a partir da contrariedade manifestada pela Min. Ellen Gracie centrada, sobretudo, na ausência do Min. Joaquim Barbosa e sua conseqüência à apuração do quorum de votação. A atipicidade do caso, entretanto, não indica posicionamento da Corte afastando as conseqüências imediatas da repercussão geral, como o sobrestamento dos processos que veiculam o tema da violação de sigilo pela Fazenda. O fato é que, com exceção do inusitado julgamento ocorrido no âmbito do RE 389.808, o posicionamento do STF tem sido uníssono no sentido de sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários que veiculam a mesma matéria objeto do Recurso Extraordinário nº 601.314. As decisões abaixo transcritas são elucidativas: DESPACHO: Vistos. O presente apelo discute a violação da garantia do sigilo fiscal em face do inciso II do artigo 17 da Lei n° 9.393/96, que possibilitou a celebração de convênios entre a Secretaria da Receita Federal e a Confederação Nacional da Agricultura CNA e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag, a fim de viabilizar o fornecimento de dados cadastrais de imóveis rurais para possibilitar cobranças tributárias. Verificase que no exame do RE n° 601.314/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, foi reconhecida a repercussão geral de matéria análoga à da presente lide, e terá seu mérito julgado no Plenário deste Supremo Tribunal Federal. Destarte, determino o sobrestamento do feito até a conclusão do julgamento do mencionado RE nº 601.314/SP. Devem os autos permanecer na Secretaria Judiciária até a conclusão do referido julgamento. Publiquese. Brasília, 9 de fevereiro de 2011. Ministro DIAS TOFFOLI Relator Documento assinado digitalmente Fl. 316DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 16 15 (RE 488993, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 09/02/2011, publicado em DJe035 DIVULG 21/02/2011 PUBLIC 22/02/2011) DECISÃO REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA – PROCESSOS VERSANDO A MATÉRIA – SIGILO DADOS BANCÁRIOS – FISCO –AFASTAMENTO – ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 – SOBRESTAMENTO. 1. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 601.314/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu pela repercussão geral do tema relativo à constitucionalidade de o Fisco exigir informações bancárias de contribuintes mediante o procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 2. Ante o quadro, considerado o fato de o recurso veicular a mesma matéria, tendo a intimação do acórdão da Corte de origem ocorrido anteriormente à vigência do sistema da repercussão geral, determino o sobrestamento destes autos. 3. À Assessoria, para o acompanhamento devido. 4. Publiquem. Brasília, 04 de outubro de 2011. Ministro MARCO AURÉLIO Relator (AI 691349 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 04/10/2011, publicado em Dje213 DIVULG 08/11/2011 PUBLIC 09/11/2011) REPERCUSSÃO GERAL. LC 105/01. CONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.174/01. APLICAÇÃO PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES À EXERCÍCIOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DA UNIÃO PREJUDICADO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DO PROCESSO AO TRIBUNAL DE ORIGEM (ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO RISTF ). Decisão: Discutese nestes recursos extraordinários a constitucionalidade, ou não, do artigo 6º da LC 105/01, que permitiu o fornecimento de informações sobre movimentações financeiras diretamente ao Fisco, sem autorização judicial; bem como a possibilidade, ou não, da aplicação da Lei 10.174/01 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou seguimento à remessa oficial e à apelação da União, reconhecendo a impossibilidade da aplicação retroativa da LC 105/01 e da Lei 10.174/01. Contra essa decisão, a União interpôs, simultaneamente, recursos especial e extraordinário, ambos admitidos na Corte de origem. Verificasse que o Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial em decisão assim ementada (fl. 281): “ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO – UTILIZAÇÃO DE DADOS DA CPMF PARA LANÇAMENTO DE OUTROS TRIBUTOS – IMPOSTO DE RENDA – QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO – PERÍODO ANTERIOR À LC 105/2001 – APLICAÇÃO IMEDIATA –RETROATIVIDADE PERMITIDA PELO ART. 144, § 1º, DO CTN – PRECEDENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO – RECURSO ESPECIAL PROVIDO.” Irresignado, Gildo Edgar Wendt interpôs novo recurso extraordinário, alegando, em suma, a inconstitucionalidade da LC 105/01 e a impossibilidade da aplicação retroativa da Lei 10.174/01. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da controvérsia objeto destes autos, que será submetida à apreciação do Pleno desta Corte, nos autos do RE 601.314, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski. Pelo exposto, declaro a prejudicialidade do recurso extraordinário interposto pela União, com fundamento no disposto no artigo 21, inciso IX, do RISTF. Com relação ao apelo extremo interposto por Gildo Edgar Wendt, revejo o sobrestamento anteriormente determinado pelo Min. Eros Grau, e, aplicando a decisão Plenária no RE n. 579.431, secundada, a posteriori pelo AI n. 503.064AgRAgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO; AI n. 811.626AgRAgR, 811.626AgRAgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, e RE n. 513.473ED, Rel. Min CÉZAR PELUSO, determino a devolução dos autos ao Tribunal de Fl. 317DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 15983.000464/200751 Resolução nº 2202000.491 S2C2T2 Fl. 17 16 origem (art. 328, parágrafo único, do RISTF c.c. artigo 543B e seus parágrafos do Código de Processo Civil). Publiquese. Brasília, 1º de agosto de 2011. Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente. (RE 602945, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 01/08/2011, publicado em Dje158 DIVULG 17/08/2011 PUBLIC 18/08/2011) DECISÃO: A matéria veiculada na presente sede recursal –discussão em torno da suposta transgressão à garantia constitucional de inviolabilidade do sigilo de dados e da intimidade das pessoas em geral, naqueles casos em que a administração tributária, sem prévia autorização judicial, recebe, diretamente, das instituições financeiras, informações sobre as operações bancárias ativas e passivas dos contribuintes será apreciada no recurso extraordinário representativo da controvérsia jurídica suscitada no RE 601.314/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, em cujo âmbito o Plenário desta Corte reconheceu existente a repercussão geral da questão constitucional. Sendo assim, impõese o sobrestamento dos presentes autos, que permanecerão na Secretaria desta Corte até final julgamento do mencionado recurso extraordinário. Publiquese. Brasília, 21 de maio de 2010. Ministro CELSO DE MELLO Relator (RE 479841, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 21/05/2010, publicado em Dje100 DIVULG 02/06/2010 PUBLIC 04/06/2010) Diante de todo o exposto, voto no sentido de SOBRESTAR o julgamento do presente recurso, conforme previsto no art. 62A, §1o e 2o, do RICARF. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 318DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/ 08/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/08/2013 por MARIA LUCIA MONIZ D E ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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Numero do processo: 10840.001164/2003-77
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/06/1999 a 10/08/2002
NULIDADE DA DECISÃO. INEXISTÊNCIA.
Se a decisão recorrida em nada agravar ou alterar o lançamento de ofício lavrado pela autoridade fiscal - não alterando seus aspectos materiais, previstos no artigo 142 do CTN, nem tampouco seus requisitos formais, relacionados no artigo 10 do Decreto 70.235/72 - não há que se falar em nulidade.
O julgador é livre para formar sua convicção, com base nos elementos constantes dos autos e na interpretação que faz da norma a ser aplicada ao caso concreto. Essa liberdade de decidir, entretanto, deve estar sempre acompanhada da motivação que demonstre o seu raciocínio na tomada da decisão. Neste sentido, pode-se dizer que a fundamentação da decisão é a garantia da racionalidade do ato decisório (sistema da persuasão racional), de modo, evitar-se decisões arbitrárias ou preterir o direito de defesa do Recorrente, nos termos do artigo 12, II, do Decreto 70.235/72.
IPI. BASE DE CALCULO.
Integra a base de cálculo do IPI o preço total cobrado do adquirente. Tendo sido autorizado judicialmente a não destacar o imposto na nota fiscal, o autuado não pode alegar que o valor do IPI estava embutido no preço, devido à sistemática de lançamento e apuração do imposto.
CRÉDITO PRESUMIDO. COOPERATIVAS. ILEGITIMIDADE.
Apenas as empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais é que fazem jus ao crédito presumido do IPI, como ressarcimento do PIS e da COFINS.
O direito de aproveitar o crédito presumido de IPI, quando a comercialização for efetuada por meio de cooperativas centralizadoras de vendas, é do cooperado e não da cooperativa.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.468
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade da decisão da DRJ; no mérito, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido. Fizeram sustentação oral, pela recorrente , os advogados Eduardo Lourenço Gregório Jr., OAB/DF nº 36.531 e José Ricardo Silva, OAB/DF nº 19.366.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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CRÉDITO PRESUMIDO Recorrente COPERSUCAR COOPERATIVA DE PRODUTORES DE CANADE AÇÚCAR, AÇÚCAR E ÁLCOOL DO ESTADO DE SAO PAULO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/06/1999 a 10/08/2002 NULIDADE DA DECISÃO. INEXISTÊNCIA. Se a decisão recorrida em nada agravar ou alterar o lançamento de ofício lavrado pela autoridade fiscal não alterando seus aspectos materiais, previstos no artigo 142 do CTN, nem tampouco seus requisitos formais, relacionados no artigo 10 do Decreto 70.235/72 não há que se falar em nulidade. O julgador é livre para formar sua convicção, com base nos elementos constantes dos autos e na interpretação que faz da norma a ser aplicada ao caso concreto. Essa liberdade de decidir, entretanto, deve estar sempre acompanhada da motivação que demonstre o seu raciocínio na tomada da decisão. Neste sentido, podese dizer que a fundamentação da decisão é a garantia da racionalidade do ato decisório (“sistema da persuasão racional”), de modo, evitarse decisões arbitrárias ou preterir o direito de defesa do Recorrente, nos termos do artigo 12, II, do Decreto 70.235/72. IPI. BASE DE CALCULO. Integra a base de cálculo do IPI o preço total cobrado do adquirente. Tendo sido autorizado judicialmente a não destacar o imposto na nota fiscal, o autuado não pode alegar que o valor do IPI estava embutido no preço, devido à sistemática de lançamento e apuração do imposto. CRÉDITO PRESUMIDO. COOPERATIVAS. ILEGITIMIDADE. Apenas as empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais é que fazem jus ao crédito presumido do IPI, como ressarcimento do PIS e da COFINS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 11 64 /2 00 3- 77 Fl. 1728DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 O direito de aproveitar o crédito presumido de IPI, quando a comercialização for efetuada por meio de cooperativas centralizadoras de vendas, é do cooperado e não da cooperativa. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade da decisão da DRJ; no mérito, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos os Conselheiros Thiago Moura de Albuquerque Alves e Tatiana Midori Migiyama. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou se impedido. Fizeram sustentação oral, pela recorrente , os advogados Eduardo Lourenço Gregório Jr., OAB/DF nº 36.531 e José Ricardo Silva, OAB/DF nº 19.366. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama. Relatório O presente litígio decorre de lançamento de ofício, veiculado através de auto de infração (efls. 14/ss), lavrado em 23/04/2003 e com ciência em 24/04/2003, para a cobrança do IPI, multa de ofício e juros de mora referente ao período de apuração de 01/06/1999 a 10/08/2002, no montante de R$ 4.398.388,39. Por bem descrever os fatos transcrevese o relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Tratase de exigência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), formalizada no auto de infração de fls. 07/11, lavrado em 23/04/2003, com ciência da contribuinte em 24/04/2003, totalizando o crédito tributário de R$ 4.398.388,39. Segundo consta na descrição dos fatos de fls. 09/12 e no termo de conclusão fiscal de fls. 26/33, foram constatadas as seguintes irregularidades: 1. Falta de lançamento do IPI nas saídas de produtos tributados, no período do primeiro decêndio de junho de 1999 ao primeiro decêndio de agosto de 2002. Esse auto de infração referese especificamente as safras 1999/2000 e 2002/2003, para as quais a empresa não tinha medida judicial que amparasse o não lançamento do imposto. Embora a contribuinte tenha declarado o imposto em DCTF, verificouse que a cooperativa utilizou base de cálculo inferior ao valor da operação, resultando no lançamento das diferenças apuradas no Demonstrativo de Apuração do IPI Devido de fls. 34/35; 2. O estabelecimento filial da Copersucar utilizou indevidamente créditos presumidos do IPI, no período de janeiro de 2001 a agosto de 2002. Tais créditos foram recebidos em transferência do estabelecimento matriz, o qual não teria direito à apuração de crédito presumido, por não ser empresa produtora exportadora, nos termos da Lei n° 9.363, de 13 de dezembro de 1996, nem Fl. 1729DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10840.001164/200377 Acórdão n.º 3202001.468 S3C2T2 Fl. 1.729 3 comercial exportadora. Assim, após a glosa efetuada pela fiscalização, foi realizada a reconstituição da escrita fiscal (fls. 45/51), e o lançamento do imposto devido. Inconformada com a autuação, a contribuinte, por intermédio e seu representante legal, protocolizou impugnação de fls. 529/561, aduzindo em sua defesa as seguintes razões: 1. A nota fiscal n° 647 corresponde a operação desfeita, e deve ser excluída da apuração; 2. Todas as operações abrangidas na presente autuação estiveram amparadas por medidas judiciais que asseguravam o não destaque/recolhimento do IPI, razão pelo qual mostrase indevida a imposição de acréscimos punitivos e/ou morat6rios; 3. No que respeito ao MS n° 1999.61.00.0142381 (safra 1999/2000) a suspensão da exigibilidade do crédito tributário foi restabelecida através da Medica Cautelar n° 2001.03.00.0286920; 4. Quanto ao MS n° 2002.61.00.0047968 (safra 2002/2003), de fato, não foi obtida a liminar pleiteada, entretanto, foram realizados, após autorização judicial, depósitos dos montantes em discussão, para os fins do art. 151, inciso II do CTN; 5. As diferenças apuradas e lançadas pelo fisco não são devidas porque a base de cálculo utilizada pela Cooperativa está correta; os pedidos formulados nos mandados de segurança foram no sentido de não destacar o imposto e nem recolhe lo aos cofres públicos; a impugnante apontou os valores questionados em suas notas fiscais, unicamente para fins de controle e para permitir ao próprio fisco a verificação dos montantes devidos; o valor da base de cálculo não é o valor do produto acrescido do IPI, como quer a fiscalização, mas apenas o próprio preço da mercadoria; 6. Sem prejuízo dos argumentos anteriores, o Auto de Infração também deveria ser cancelado em razão da manifesta inconstitucionalidade e ilegalidade da exigência do IPI sobre as saídas de açúcares, conforme discorre sobre o principio da seletividade, e da ilegalidade da exigência por falta de motivação dos atos que a fundamentam; 7. A fiscalização não considerou a peculiaridade de uma cooperativa que concentra todas as vendas de seus cooperados, inclusive para o mercado externo, tanto que lhe foi concedido pela própria Secretaria da Receita Federal o papel de contribuinte substituto do Imposto sobre Produtos Industrializados, sendo que a matriz é responsável pelo recolhimento da Cofins e do PIS das suas filiadas, nos termos do artigo 66 da Lei n° 9.430/96, portanto, seria ilógico proibirlhe a compensação de seus débitos de IPI com o crédito presumido. Nesse sentido, a Copersucar seria o equivalente à matriz exportadora, mesmo não se tratando da mesma pessoa jurídica do produtor; 8. Falta consistência na autuação, pois, a fiscalização não percebeu que não se trata de pessoa jurídica que produz diversa da pessoa jurídica que exporta; na verdade a Copersucar, na condição de uma cooperativa centralizadora de vendas, não reivindica para si o direito ao beneficio em questão, mas sim em nome e para seus associados; 9. Impugnou os juros de mora na forma posta no lançamento, pois entende que a taxa Selic não está prevista em lei; tem caráter remuneratório e não guarda nenhuma relação com a relação jurídicotributária; além de violar o CTN, a lei de usura e a Constituição Federal. Por fim, requereu o cancelamento do auto de infração. (grifamos) Fl. 1730DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto julgou o lançamento procedente em parte, nos termos do Acórdão n.º 14 22.414 de 4 de março de 2009 (efls. 1602/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/06/1999 a 10/08/2002 IPI. BASE DE CALCULO. Integra a base de cálculo do IPI o preço total cobrado do adquirente. Tendo sido autorizado judicialmente a não destacar o imposto na nota fiscal, o autuado não pode alegar que o valor do IPI estava embutido no preço, devido à sistemática de lançamento e apuração do imposto. CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. As decisões do Poder Judiciário prevalecem sobre o entendimento da esfera administrativa, assim, não se discute na esfera administrativa a mesma matéria discutida em processo judicial. MULTA DE OFÍCIO. MEDIDA JUDICIAL. Cancelase a aplicação da multa de oficio, quando, à época do lançamento, havia amparo judicial para o não lançamento/destaque do imposto. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. COOPERATIVAS CENTRALIZADORAS DE VENDAS. O direito A apuração, ao aproveitamento e à transferência do crédito presumido do IPI pertencem exclusivamente às empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais e as trading companies. As cooperativas, por não se inserirem na conceituação legal dessas empresas ou de filial destas, não fazem jus ao beneficio fiscal ou à sua transferência. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. É jurídica a cobrança dos juros de mora com base na taxa Selic. Lançamento Procedente em Parte. A decisão recorrida excluiu apenas a multa em relação a parte dos valores exigidos no item (i) Falta de lançamento do IPI nas saídas de produtos tributados. A interessada foi cientificada do Acórdão em 11/05/2009 (efls. 1632/1642). Foi interposto, tempestivamente, Recurso Voluntário (efls. 1644/ss) em 09/06/2009, onde a Recorrente repisa os argumentos já trazidos na impugnação, além de suscitar a nulidade do Acórdão recorrido sob a alegação de que o voto condutor da decisão da Turma de Julgamento da DRJ/Ribeirão Preto apresentou nova imputação à autuada, a qual não constou da peça acusatória e que a exigência fiscal só foi mantida com base nessa nova acusação. Por fim, a Recorrente pleiteia que seja acolhida a preliminar de nulidade do agravamento da exigência fiscal ou, caso esta seja desacolhida, o integral provimento do recurso. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório Voto Fl. 1731DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10840.001164/200377 Acórdão n.º 3202001.468 S3C2T2 Fl. 1.730 5 Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. O Recurso Voluntário apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Preliminares Em relação à preliminar de nulidade da decisão recorrida arguida pela Recorrente – de que houve agravamento da exigência fiscal, tendo em vista que o voto condutor da decisão apresentou nova imputação à autuada, entendo que não deve ser acolhida pelos motivos que passo a expor. O Acórdão recorrido em nada agravou ou alterou o lançamento de ofício lavrado pela autoridade fiscal da DRF – Ribeirão Preto (SP): não alterou nenhum dos seus aspectos materiais, previstos no artigo 142 do CTN, nem tampouco alterou seus requisitos formais, previstos no artigo 10 do Decreto 70.235/72. A decisão recorrida apenas argumentou que o ressarcimento apenas seria possível para a cooperada (usina produtora), uma vez que é ela a adquirente de insumos usados na produção de exportáveis. Em nada inovou em relação à acusação fiscal que já havia se referido a este fato no do Termo de Verificação Fiscal. Assim, deve ser rejeitada a preliminar de nulidade suscitada pela Recorrente, vez que, o reconhecimento pela decisão recorrida no sentido de ser a cooperada produtora e exportadora, com direito à fruição do crédito presumido de IPI, apenas reflete o entendimento do julgador a quo quanto ao real beneficiário do incentivo, não caracterizando qualquer agravamento da exigência. No meu entender, a decisão recorrida apenas fundamentou seu voto com base em argumentos suficientes e bastantes para motivar sua decisão, com os quais, registrese, a Recorrente não concorda. Contudo não vislumbro vício nesta fundamentação. O julgador é livre para formar sua convicção, com base nos elementos constantes dos autos e na interpretação que faz da norma a ser aplicada ao caso concreto. Essa liberdade de decidir, entretanto, deve estar sempre acompanhada da motivação que demonstre o seu raciocínio na tomada da decisão. Neste sentido, podese dizer que a fundamentação da decisão é a garantia da racionalidade do ato decisório (“sistema da persuasão racional”), de modo, evitarse decisões arbitrárias ou preterir o direito de defesa do Recorrente, nos termos do artigo 12, II, do Decreto 70.235/72. A meu sentir, a decisão seria nula se não trouxesse em seu bojo a motivação de forma a prejudicar a compreensão de seus fundamentos pelo Recorrente. Tal situação não ocorreu no caso em tela. Analisandose os autos denotase que houve a perfeita compreensão dos fundamentos da decisão pelo Recorrente, tanto isso é verdade que apresentou robusta e consistente peça recursal. Reforça este entendimento os ensinamentos do Ministro Luiz Fux (in Curso de Direito Processual Civil, Editora Forense, 2001, p. 679), quanto ao rito a ser seguido em uma decisão, verbis: “Ultrapassado o relatório, o juiz inicia a fundamentação de sua sentença, imprimindo ao ato o timbre de sua inteligência acerca dos fatos e do direito aplicável. Tratase de garantia constitucional que impõe ao magistrado motivar a sua decisão, explicitando o itinerário lógico de seu raciocínio de maneira a permitir Fl. 1732DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 à parte vencida a demonstração das eventuais injustiças e ilegalidades encartadas no ato.” Discordo, também, da Recorrente quando afirma que a Turma da DRJ – Ribeirão Preto “desbordou de sua competência” de julgar (ao apresentar nova imputação à autuada, no seu entender). Não houve nova imputação à autuada, no meu entender. A Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto apreciou e julgou regularmente o processo, estritamente dentro das prescrições contidas no PAF (Decreto 70.235/72), e proferiu sua decisão consubstanciada no Acórdão n.º 14 22.414 de 4 de março de 2009. O que, inclusive propiciou a apresentação do Recurso Voluntário pela Recorrente e, por conseguinte, a sua apreciação por este órgão colegiado. Não há como acatar, de igual modo, a alegação de que a decisão recorrida tenha descumprido o princípio da tipicidade cerrada. Por óbvio, somente a lei pode estabelecer a instituição de tributos e a cominação de penalidades pela prática de infração. Contudo, não vejo como a decisão recorrida descumpriu este princípio: o imposto cobrado e multa aplicada foram instituídos por lei, dentro de regular processo legislativo; os mesmos estão sendo cobrados mediante lançamento de ofício efetuado pela competente autoridade fiscal, com base em regular procedimento fiscal. Coube, portanto, à DRJ – Ribeirão Preto, dentro de sua competência legal, proceder ao controle da legalidade do ato jurídicoadministrativo de lançamento. Deste modo, rejeito a preliminar de nulidade da decisão recorrida arguida pela Recorrente. Mérito São duas as matérias em discussão no presente litígio: (i) Falta de lançamento do IPI nas saídas de produtos tributados, no período do primeiro decêndio de junho de 1999 ao primeiro decêndio de agosto de 2002; (ii) Utilização supostamente indevida de créditos presumidos do IPI previstos na Lei nº 9.363/96, no período de janeiro de 2001 a agosto de 2002. Passemos a analisar cada uma delas. (i) Falta de lançamento do IPI nas saídas de produtos tributados A primeira matéria objeto do auto de infração referese ao fato de a empresa ter utilizado base de cálculo inferior à correta, em função da adoção de base de cálculo supostamente inferior à correta, para as safras 1999/2000 e 2002/2003, para as quais a empresa não tinha medida judicial que amparasse o não lançamento do imposto. A fiscalização autuou a empresa pelo fato de a empresa não ter calculado o imposto sobre o valor total da operação, nos termos do prescrito no art. 118, inciso II, do RIPI/98. A empresa, por sua vez, entende que o valor cobrado na nota fiscal é constituído pelo “valor do produto” e pelo “valor do imposto” e, por isso, afirma que a fiscalização não considerou que no “valor do produto” já englobava a parcela do IPI que estava “sub judice”. Com o intuito de elucidar a metodologia de cálculo defendida pela Recorrente, vejamos o exemplo citado no “Termo de Conclusão Fiscal” (efls. 56): Fl. 1733DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10840.001164/200377 Acórdão n.º 3202001.468 S3C2T2 Fl. 1.731 7 Para obter o valor do IPI, a contribuinte realiza as seguintes operações: Tomemos como exemplo a Nota Fiscal nº 002892, Série 14, de 14/05/1999 (fls. 378), cujos produtos totalizaram R$ 100,00 e o valor do IPI destacado na NF foi R$ 4,76. A contribuinte calcula 5% sobre o valor dos produtos (R$ 100,00), obtendo R$ 5,00. A seguir esse valor é subtraído dos R$ 100,00, sobrando R$ 95,00 sobre os quais é novamente calculado 5%, agora resultando em R$ 4,76. Esse valor é considerado pela contribuinte, conforme acima citado, como IPI suspenso por força de liminares em Mandados de Segurança. Apesar da Contribuinte não possuir decisões suspendendo a exigibilidade do imposto (safras 1999/2000 e 2002/2003), este foi declarado em DCTF (fls. 392/396) pelos valores apurados na forma acima mencionada. É de concluir que a diferença entre o apurado pela fiscalização e o valor incorretamente calculado pelo contribuinte, deve ser imediatamente exigível e recolhida aos cofres públicos. Não assiste razão a Recorrente, como passamos a demonstrar. A uma porque o IPI é destacado à parte na nota fiscal, não estando incorporado no valor cobrado pelo produto (imposto calculado "por fora"), diferentemente do que ocorre com o ICMS que já está embutido no valor do bem. Como bem destacou a decisão recorrida “a contribuinte tinha autorização judicial para não destacar o IPI em suas operações, e tampouco recolhêlo aos cofres públicos”, contudo, “na sistemática do IPI, tal autorização somente pode ser compreendida da seguinte forma: não destaque do imposto, e consequentemente, nãocobrança do IPI, pois sendo o imposto cobrado e apurado à parte do valor das operações, ao não destacálo, não há o que se falar em IPI embutido no preço. A autorização judicial dada foi no sentido de permitir que a contribuinte não onerasse o produto com o imposto, ou seja, não cobrasse de seus clientes e nem recolhesse à Fazenda Pública. Não foi, como quer fazer parecer a impugnante, uma autorização para cobrar de seus clientes, e com a manutenção destes recursos em seu caixa. Aliás, o nosso ordenamento jurídico não admite, como regra, o enriquecimento ilícito de uma das partes. Ora, se o IPI não seria recolhido, não poderia estar sendo cobrado do comprador”. A duas porque a empresa não está acobertada por decisão favorável do Judiciário nesta matéria, que permita efetuar o cálculo do tributo nos termos da metodologia que pretende adotar. Os mandados de segurança impetrados pela autuada (citados apenas na Impugnação) estão relacionados à argumentação de que houve violação ao princípio constitucional da seletividade, mas não para alterar a forma de cálculo do imposto. Ademais, em sua peça recursal não há referência à existência de decisão judicial que dê guarida à metodologia para apurar a base de cálculo que a Recorrente pretendeu adotar. Portanto, nos termos da legislação vigente à época (art. 118, RIPI/98), a base de cálculo do IPI é o valor total da operação. Destarte, não há autorização legal (e nem judicial) para a tese da Recorrente, de que a parcela do IPI já estava “embutida” no valor da operação e que sua exigibilidade estaria suspensa. Por fim, em relação à nota fiscal nº 647, que a Recorrente alega ter sido a “operação desfeita” e, por isso, deveria ser excluída da apuração, também não há reparos a fazer na decisão recorrida. A empresa alega mas não prova! Apresenta um mero “fax” enviado pela própria Copersucar, sem prova de seu aceite ou de qualquer outro elemento probante que demonstre a devolução do pagamento ou da escrituração da operação em sua contabilidade. A Recorrente deveria comprovar suas alegações, com base em documentos e livros fiscais, de modo a evidenciar e corroborar suas alegações. Não o fez! Atribuir ao Fisco este dever é Fl. 1734DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 8 subverter as atribuições das partes na relação processual. Não cabe ao Fisco, e muito menos às instâncias julgadoras, suprir deficiências probatórias da parte. Em suma, entendo correto o procedimento adotado pela fiscalização, no sentido de considerar como base de cálculo do IPI o valor total da operação consignado na nota fiscal. (ii) Utilização supostamente indevida de créditos presumidos do IPI previsto na Lei nº 9.363/96 A segunda matéria em discussão referese à utilização supostamente indevida de créditos presumidos do IPI previsto na Lei nº 9.363/96, no período de janeiro de 2001 a agosto de 2002. Tais créditos foram recebidos em transferência do estabelecimento matriz, o qual, no entender da fiscalização, não teria direito à apuração de crédito presumido, por não ser empresa produtoraexportadora, nos termos da Lei n° 9.363/1996, nem comercial exportadora. Assim, após a glosa efetuada pela fiscalização, foi realizada a reconstituição da escrita fiscal e o lançado o imposto devido. Segundo alegou a fiscalização, a Recorrente não teria direito aos citados créditos presumidos em decorrência do estabelecimento matriz não atender conjuntamente as condições de ser uma empresa produtora e exportadora. Portanto, a fiscalização entendeu que o estabelecimento que pretenda se beneficiar desse estímulo proceda à exportação de produtos que ele próprio industrializa. Deve haver, portanto, a existência do binômio industrializaçãoexportação, ainda que a exportação não se efetive de forma direta, mas por meio de comercial exportadora. E, conclui, afirmando que “quem teria direito ao crédito presumido do IPI é a empresa produtora, no caso as pessoas jurídicas cooperadas produtoras do açúcar (Usinas) e não a cooperativa que realiza a exportação”. A Recorrente alega, no mérito, que “é quem pode registrar e compensar o crédito presumido do IPI, por conta e ordem de cada cooperado, tendo em vista ser ela a MANDATÁRIA LEGAL das suas afiliadas, para todos os atos comerciais relativos aos produtos que exporta. Ou seja, a lei é que determina que ela aja em nome das filiadas nos atos negociais de comercialização dos produtos. De outra parte, a Copersucar, embora não fabrique os produtos exportados, pode realizar todos os cálculos do incentivo em discussão, em razão de deter todos esses dados, uma vez que é, também, responsável, na condição de substituto tributário do IPI devido pelas cooperadas, conforme disposto no artigo 35 da Lei n° 4.502/64, com as modificações introduzidas pelo artigo 31 da Lei n° 9.430/96 e ainda a responsável pelo recolhimento da COFINS e do PIS das suas cooperadas, de acordo com o determinado no art. 66 da Lei nº 9.430/96”. No meu entender não assiste razão à Recorrente. Vejamos. Uma vez que o crédito presumido do IPI foi contabilizado pela interessada em sua escrituração, e que foi transferido de sua matriz, a questão resumese à legitimidade desses créditos. Devese perquirir se a escrituração dos créditos pela cooperativa é ou não regular. Afirma a Recorrente que nunca pretendeu que o direito fosse seu, que seria mera mandatária legal dos associados. Entretanto, a Fiscalização glosou o aproveitamento do crédito presumido efetuado pela cooperativa em sua própria contabilidade. Com esta conduta a cooperativa agiu como mandatária do cooperado na realização das vendas, mas agiu como “senhora e dona” do crédito presumido, quando dele se apropriou ao escriturálo nos seus livros e ao transferilo para suas filiais. Deste modo, não há como concordar com a argumentação da Recorrente, uma vez que estão frontalmente em desacordo com o disposto no artigo 1º da Lei n° 9.363/96, que estabelece que o direito ao crédito presumido é do produtor Fl. 1735DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10840.001164/200377 Acórdão n.º 3202001.468 S3C2T2 Fl. 1.732 9 vendedor e não de terceiros, que apenas se limitaram a comercializar a produção, como se deu no caso da Copersucar. A presente questão foi objeto de consulta formulada pela Copersucar à Administração Tributária, que culminou na Nota Cosit n° 234, de 1° de agosto de 2003. No parágrafo 21.4 desta Nota ficou consignado expressamente que não cabe à cooperativa centralizadora de vendas da apuração, a escrituração ou a utilização do crédito presumido de IPI a que fazem jus os cooperados. E no parágrafo 21.5 consta que cabe aos cooperados o cumprimento de todos os deveres instrumentais ao benefício, como a apresentação do DCP – Demonstrativo do Crédito Presumido. A informação trazida pela fiscalização comprova que no caso concreto o procedimento da cooperativa foi exatamente o contrário do que foi estabelecido na Nota Cosit no 234/2003, pois demonstram inequivocamente que a cooperativa escriturou em seu Livro de Apuração do IPI o crédito presumido que era dos cooperados. Vejamos os textos dos parágrafos citados da Nota Cosit n° 234/2003: 21.4. Não cabe à Cooperativa centralizadora de vendas a apuração, a escrituração ou a utilização do crédito presumido de IPI a que fazem jus os Cooperados; 21.5. O preenchimento e a entrega do Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP) está a cargo do Cooperado que se beneficie do crédito presumido, por intermédio de seu estabelecimento matriz. O Cooperado também deverá observar o cumprimento das demais obrigações acessórias. Deste modo, com o procedimento a interessada tratou o crédito presumido como se seu fosse. A matriz apurou e escriturou o crédito e o transferiu a sua filial, ora Recorrente. Não se trata de procedimento de associado, mas de procedimento da cooperativa. Vejase que não encontra respaldo legal a afirmação da interessada de que teria “mandato legal” para agir em nome dos associados. Primeiramente, porque o chamado “mandato legal” restringese aos atos para os quais a cooperativa foi criada, os chamados atos cooperativos. Tratase de ato regulado pelo direito privado e restrito, no caso de pessoas jurídicas, ao próprio objeto social dos associados. A relação jurídicotributária, por sua vez, não pode sofrer alterações/restrições relativamente aos sujeitos passivos, sem expressa e especifica previsão legal, ao teor da disposição do art. 123 do Código Tributário Nacional. Na ausência de disposição especifica em lei tributária, não poderia concluir a interessada que seu direito derivaria de interpretação de disposição específica de direito privado. Ademais, a apuração centralizada prevista em lei diz respeito a estabelecimentos de uma mesma pessoa jurídica produtora e exportadora. No caso das cooperativas, isso não ocorre, pois os produtores e exportadores são os associados, o que impede vislumbrarse hipótese de centralização. De igual modo, não procede a correlação utilizada pela Recorrente referente à Solução de Consulta SRRF/8ª RF/DISIT n° 190, de 20 de agosto de 2002, e o artigo 20 da MP 135/2003, uma vez que se referem a outro tributo – a CIDE, que tem materialidade e legislação totalmente distinta do tributo objeto deste litígio – IPI, que deve seguir a sua própria legislação. Não há fundamento legal para a pretensão da Recorrente. Anotese, ainda, que sendo o crédito presumido um benefício fiscal, expressamente previsto no art. 150, § 6º, da Constituição Federal, há necessidade do mesmo ser regulado por lei específica, e como visto, a Lei nº 9.363/96 dispõe expressamente que o crédito presumido de IPI deve ser apurado e requerido pela própria empresa produtora exportadora, verbis: Fl. 1736DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 10 Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. (negritamos) Portanto, a apuração e transferência do crédito presumido, da forma como realizada, foi irregular, devendo ser mantida a glosa. Neste passo, peço vênia para transcrever trechos do voto muito bem articulado do Conselheiro Henrique Pinheiro Torres no Acórdão n° 20215.308, sessão de 01 de dezembro de 2003, que tratou de idêntica matéria em relação à mesma Recorrente, cujos para fundamentos acolho e adoto neste voto, verbis: A solução da presente lide cingese, basicamente, em determinar se cooperativas podem pleitear o crédito presumido de IPI para ressarcimento da Contribuição para a Seguridade Social — COFINS e para o Programa de Integração Social PIS incidentes sobre as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem feitos por usinas cooperadas e por elas utilizadas na fabricação de produtos que vieram a ser exportados por intermédio da cooperativa central. A autuada, cooperativa de usinas de açúcar, apurou, de forma centralizada, o crédito presumido do IPI de suas cooperadas; posteriormente, o transferiu de seu estabelecimento matriz para filial sua, que é adjacente a cada uma das usinas cooperadas, para a compensação de débitos do IPI. Predita usina transfere o produto por ela fabricado para a correspondente filial da Copersucar, que é responsável pela comercialização dos produtos recebidos da usina e pela apuração do IPI, como substituta tributária. A fiscalização efetuou a glosa do crédito presumido, por entender que a cooperativa não faz jus ao beneficio instituído pela Lei n° 9.363, de 1996. A requerente contesta o lançamento defendendo que promove a venda e a exportação do produto em nome dos cooperados, ou seja, a usina é quem produz e exporta, tendo direito ao beneficio. A apuração centralizada do crédito presumido pela Copersucar seria feita em nome e para as cooperadas. A Lei n° 9.363/1996, ao conceder o favor fiscal em comento, elegeu como única beneficiária a empresa produtora exportadora, nos termos seguintes: “Art. 1° A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares N. 7, de 7 de setembro de 1970; 8, de 3 de dezembro de 1970; e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim especifico de exportação para o exterior”. Para fazer jus ao crédito presumido de IPI, nos termos do caput do art. 1º da Lei n° 9.363/1996, o interessado tem, obrigatoriamente, de preencher, cumulativamente, a duas condições: a primeira delas é ser produtor de mercadorias nacionais e a segunda é ser exportador das mercadorias por ele fabricadas. A exportação pode ser direta ou por intermédio de empresa comercial exportadora. No caso presente, a Fl. 1737DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10840.001164/200377 Acórdão n.º 3202001.468 S3C2T2 Fl. 1.733 11 reclamante não satisfaz uma dessas condições, qual seja, a de ser a produtora das mercadorias nacionais exportadas. Com isso, não há, de forma lícita, possibilidade de apropriarse do crédito presumido das mercadorias que exportou em nome de seus cooperados. Por outro lado, o fato de ser cooperativa central de compras e comercializar, em nome dos cooperados, a produção destes, não lhe confere legitimidade para pleitear os benefícios e incentivos fiscais eventualmente assegurados aos associados, pois estes não perdem, em favor da cooperativa a capacidade para exercer direitos e contrair obrigações. Na realidade, a outorga que a lei confere à cooperativa para representar seus associados, nos termos do art. 83 da Lei n° 5.764/71, é a de amplos poderes para dispor da produção dos associados inclusive para gravála ou dála em garantia de operações de crédito realizadas pela sociedade. Todavia, essa outorga, por si só, não implica em transferência de qualquer direito do associado para a sociedade, salvo o de dispor da produção entregue por aquele a esta. Na realidade, essa entrega da produção, no caso da Copersucar e de seus cooperados, em tudo se assemelha a um contrato de compra e venda, com alienação definitiva da propriedade dos produtos para a cooperativa. (...) Merece ser aqui ser ressaltado que os benefícios e incentivos fiscais são direitos personalíssimos conferidos por lei a pessoas que satisfaçam todas as condições estabelecidas na norma concessiva do favor fiscal. Por outro lado, o vínculo jurídico existente entre a sociedade cooperativa e os estabelecimentos cooperados não leva à despersonalização jurídica de qualquer deles, nem a perda da autonomia dos estabelecimentos cooperados. Com isso, não há confusão entre as pessoas da cooperativa e dos cooperados, mantendo cada um a capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações. Em assim sendo, não tem a sociedade cooperativa legitimidade para exercer, em nome próprio, qualquer direito das afiliadas, menos ainda quando se trata de direito personalíssimo, que só o titular pode exercêlo diretamente. Demais disso, a própria existência do direito ao crédito presumido nas operações de exportação relatadas nestes autos é bastante questionável, pois como dito linhas acima, para fazer jus ao beneficio, o interessado deve, obrigatoriamente, preencher duas condições cumulativas: a primeira delas é ser produtor de mercadorias nacionais e a segunda é ser exportador das mercadorias por ele fabricadas, sendo que a exportação podese dar por meio de empresa comercial exportadora. No caso em análise, já se demonstrou que a Copersucar não satisfaz uma dessas condições, qual seja, a de ser a produtora das mercadorias nacionais exportadas. Por outro lado, as usinas produtoras, atendem à primeira condição, mas não preenche a segunda, pois não exportam diretamente as mercadorias por elas fabricadas, nem o fazem por meio de empresas comerciais exportadoras (...). Ademais, é farta e pacífica a jurisprudência deste Tribunal Administrativo na mesma linha de entendimento exarado neste voto, inclusive em várias decisões onde a Recorrente também é parte. Cito os seguintes julgados: Acórdão n° 20178.165, sessão de 26/01/2005, Conselheira Relatora Josefa Maria Coelho Marques; Acórdão n° 20180.783, sessão de 11 de dezembro de 2007, Conselheiro Relator Walber José da Silva; Acórdão n° 201 81.396, sessão de 03 de setembro de 2008, Conselheiro Relator José Antônio Francisco; Acórdão nº 3202000.560, de 22/08/2012, Conselheiro Relator Luís Eduardo G. Barbieri; Acórdão nº 3301001.732, de 26/02/2013, Conselheira Redatora Andrea Medrado Darzé. Fl. 1738DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 12 Quanto às alegações de inconstitucionalidade e de ofensa a princípio constitucionais, entendo que o Contencioso Administrativo não é a instância competente para a discussão destas matérias. Nesta esfera se faz o controle da legalidade na aplicação da legislação tributária aos casos concretos, sem adentrar no mérito de eventuais inconstitucionalidades de leis regularmente editadas segundo o processo legislativo, tarefa essa reservada constitucionalmente ao Poder Judiciário (artigo 102 da CF/88). Este Colegiado pode reconhecer apenas inconstitucionalidades já declaradas, definitivamente, pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, ou nas demais situações expressamente previstas nos termos do art. 26A do Decreto nº 70.235/1972, com a redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941/2009, condições que não se apresentam no presente caso. Neste sentido, inclusive, foi aprovada a Súmula CARF nº 02, verbis: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Conclusão Ante ao exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 1739DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 23/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 15504.005326/2010-18
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 26/04/2010
FOLHAS DE PAGAMENTO. PREPARO DE ACORDO COM AS NORMAS LEGAIS. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.
A empresa é obrigada a preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, consoante Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, I, combinado com o art. 225, I e parágrafo 9º., do Regulamento da Previdência Social- RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-004.184
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 26/04/2010 FOLHAS DE PAGAMENTO. PREPARO DE ACORDO COM AS NORMAS LEGAIS. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. A empresa é obrigada a preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, consoante Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, I, combinado com o art. 225, I e parágrafo 9º., do Regulamento da Previdência Social- RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti.
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Obrigação Acessória Recorrente EMCCAM P RESIDENCIAL S.A. E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 26/04/2010 FOLHAS DE PAGAMENTO. PREPARO DE ACORDO COM AS NORMAS LEGAIS. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. A empresa é obrigada a preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, consoante Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, I, combinado com o art. 225, I e parágrafo 9º., do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 00 53 26 /2 01 0- 18 Fl. 347DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15504.005326/201018 Acórdão n.º 2803004.184 S2TE03 Fl. 3 2 Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 348DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15504.005326/201018 Acórdão n.º 2803004.184 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório A empresa foi autuada por descumprimento da legislação previdenciária, por ter deixado de incluir na sua folha de pagamentos de segurados, nas competências janeiro/2006 a dezembro/2006, as remunerações pagas/creditadas a segurados empregados e contribuintes individuais que lhe prestaram serviços. O Anexo I relaciona os nomes dos segurados e respectivos valores pagos. O r. acórdão – fls 311 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o Auto lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário tempestivo, alegando, na parte que interessa, o seguinte: · Nulidade do processo administrativo, cerceamento do direito de defesa, vez que na decisão recorrida houve indeferimento de produção de prova; · Improcedência da autuação · Não há justificativa para a inclusão de outras empresas do grupo. · Requer em preliminar a nulidade do processo administrativo e, no mérito, o provimento do recurso, com a declaração de improcedência da autuação, bem como citação pessoal dos procuradores.. É o relatório. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15504.005326/201018 Acórdão n.º 2803004.184 S2TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. DA INEXISTÊNCIA DE NULIDADE Aduz a recorrente que não foi assegurado o direito a ampla defesa e ao contraditório, vez que na decisão recorrida houve indeferimento de produção de prova. Contudo, a possibilidade de realização de novas diligências para apuração dos fatos é uma faculdade do julgador, quando houver dúvida acerca dos fatos constantes nos autos. Assim dispõe o art. 18, do Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 1993, in verbis: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. Dessa forma, não vislumbrando a necessidade de qualquer diligência para elucidação dos fatos, o julgador pode indeferir o pleito do contribuinte, sem que isto interfira de alguma forma no exercício do seu direito de defesa. Segundo o Código de Processo Civil, em seu art. 333, inciso I, “o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito”. Assim, não suprindo o ônus que lhe foi incumbido por disposição legal, fica facultado ao julgador deferir o pedido de produção de novas provas, o que, conforme dito acima, não é necessário para a elucidação dos fatos que envolvem o presente caso. Diante disso, afasto a preliminar de cerceamento de defesa suscitada pela recorrente. DA AUTUAÇÃO Tratase de autuação por descumprimento de obrigação acessória – preparar folha de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente pela Seguridade Social. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15504.005326/201018 Acórdão n.º 2803004.184 S2TE03 Fl. 6 5 A legislação previdenciária, em especial o artigo 32, inciso I da Lei n°8212/91, c/c o artigo 225, inciso I, e parágrafo 9° do Regulamento da Previdência Social RPS aprovado pelo Decreto n° 3048/99, determina a obrigatoriedade de se preparar folhasde pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social, senão vejamos. Lei 8212/91 Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; RPS Art. 225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; ... § 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: I discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado; II agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, empresário, trabalhador autônomo ou a este equiparado, e demais pessoas físicas; II agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) III destacar o nome das seguradas em gozo de salário maternidade; IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e V indicar o número de quotas de saláriofamília atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. Fl. 351DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15504.005326/201018 Acórdão n.º 2803004.184 S2TE03 Fl. 7 6 As folhas de pagamento apresentadas não trazem todas as verbas remuneratórias. Não foram incluídas as seguintes verbas Assistência médica; Abono de férias (Gratificação assiduidade); Bolsa de estágio e Seguro de vida complementar. Nos autos do processo 15504005319/201016, restou caracterizada a natureza remuneratória dessas verbas e, uma vez ausentes das folhas de pagamento apresentadas, temos a procedência da autuação. A multa foi corretamente aplicada, tendo valor fixo, não variando em razão do número de irregularidades cometidas. DO GRUPO ECONÔMICO Para a recorrente, não há justificativa jurídica ou fática para inclusão das empresas do grupo econômico como solidárias nas autuações, já que a defendente mostrouse economicamente saudável, e, principalmente, fiel cumpridora das leis trabalhistas, previdenciárias e fiscais. Além disso a inclusão das empresas só se justificaria em caso de comprovada insolvência. Ocorre que a Lei 8.12/91 não estipula como condição para a caracterização de grupo econômico e a respectiva responsabilidade das empresas integrantes, qualquer análise da solvência da empresa principal. O art. 30, inc IX do referido diploma legal prevê que as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei, independentemente da situação de solvência. Mantida a caracterização de grupo econômico. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15504.005326/201018 Acórdão n.º 2803004.184 S2TE03 Fl. 8 7 Fl. 353DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13639.000417/2008-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2006
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. PRAZO DECADENCIAL.
O fisco dispõe de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu a infração, para constituir o crédito correspondente à penalidade por descumprimento de obrigação acessória.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.849
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Presidente em Exercício
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim, Carlos Henrique de Oliveira e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2006 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. PRAZO DECADENCIAL. O fisco dispõe de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu a infração, para constituir o crédito correspondente à penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Presidente em Exercício Kleber Ferreira de Araújo - Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim, Carlos Henrique de Oliveira e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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RELEVAÇÃO DA MULTA. FALTA DE SANEAMENTO DA INFRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Na vigência do § 1.º do art. 291 do RPS, a ausência do requisito de saneamento da infração impedia a concessão do favor fiscal de relevação da penalidade. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2006 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. PRAZO DECADENCIAL. O fisco dispõe de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu a infração, para constituir o crédito correspondente à penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 63 9. 00 04 17 /2 00 8- 83 Fl. 131DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Presidente em Exercício Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim, Carlos Henrique de Oliveira e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA Processo nº 13639.000417/200883 Acórdão n.º 2401003.849 S2C4T1 Fl. 132 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 09 20.302 de lavra da 5.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Juiz de Fora (MG), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração AI n.º 37.109.2680. A lavratura em questão referese à aplicação de multa pela conduta da empresa de apresentar livro com omissão de informações verdadeiras. De acordo com o Relatório Fiscal da Infração, fls. 16/18, a empresa deixou de lançar no Livro Diário os registros contábeis relativos à obra de construção civil correspondente a uma reforma, cuja planta foi apresentada durante a ação fiscal. Cientificada do lançamento em 28/05/2008, a autuada ofertou impugnação de fls. 40/51, cujas razões não foram acatadas pelo órgão de primeira instância (ver fls. 54/55). Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso, fls. 99/106, no qual, em síntese, alegou que promoveu, nos meses de novembro de dezembro de 2002, reforma no prédio onde funciona o seu estabelecimento de ensino, todavia, por um lapso do setor competente, deixou de efetuar os registros contábeis relativos à obra em questão. Sustenta que os fatos geradores ocorridos no período da obra encontramse decadentes. Depois afirma que apresentou a planta da obra e regularizou a contabilidade. Assim, por ser primária e não haver incorrido em circunstâncias agravantes, merece a relevação da penalidade. Ao final, pediu a exclusão da multa em razão da decadência ou a sua relevação. É o relatório. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA 4 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Decadência É cediço que, com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.º 8.212/1991 pela Súmula Vinculante n.º 08, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 12/06/2008, o prazo decadencial para as contribuições previdenciárias passou a ser aquele fixado no CTN. Quanto à norma a ser aplicada para fixação do marco inicial para a contagem do quinquídio decadencial, o CTN apresenta três normas que merecem transcrição: Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ................................................................................................ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (...) A jurisprudência majoritária do CARF, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tem adotado o § 4.º do art. 150 do CTN para os casos em que há antecipação de pagamento do tributo, ou até nas situações em que não havendo a menção à ocorrência de recolhimentos, com base nos elementos constantes nos autos, seja possível se chegar a uma conclusão segura acerca da existência de pagamento antecipado. O art. 173, I, tem sido tomado para as situações em que comprovadamente o contribuinte não tenha antecipado o pagamento das contribuições, na ocorrência de dolo, Fl. 134DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA Processo nº 13639.000417/200883 Acórdão n.º 2401003.849 S2C4T1 Fl. 133 5 fraude ou simulação e também para os casos de aplicação de multa por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, o art. 173, II, merece adoção quando se está diante de novo lançamento lavrado em substituição ao que tenha sido anulado por vício formal. No caso em tela, por se tratar de multa por descumprimento de obrigação acessória, devese contar o lapso decadencial pela norma do inciso I do art. 173 do CTN. Acerca do período de realização da obra, vale a pena trazer à colação excerto do acórdão recorrido: Inicialmente, razão não assiste ao impugnante ao entender cabível a aplicação da decadência ao lançamento. Verificandose os cadastros previdenciários (CEI 33.500.01830/7), constatase que, ao contrario do que afirma o impugnante, a obra teve por data de inicio 2/1/2003 e data de término 3/4/2003 (folha 53), não havendo qualquer indicio, nos autos, de que a matricula efetivada devesse ter outras datas de inicio e término. Como bem chama a atenção o impugnante, a aplicação do art. 173, I do CTN leva a possibilidade de se efetuar o lançamento até 5 anos contados "do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado". Tendo essa autuação a possibilidade de ser efetuada a partir do trigésimo dia seguinte ao inicio da obra, verificase que a contagem do prazo decadencial iniciase em janeiro de 2004. Uma vez que o presente lançamento data de 5/2008, verificase a não ocorrência da extinção do direito da administração ao lançamento. Verificase do recurso que contra essas afirmações da autoridade julgadora o sujeito passivo não se manifestou, além de que não há nos autos qualquer elemento de prova de que a obra tenha sido realizada ainda no ano de 2002. Assim, por estar convencido que a obra ocorreu em 2003, encaminho por afastar a decadência suscitada. Da relevação da multa Por fim, a relevação da multa é pedido que também não pode ser acatado. A legislação previdenciária prescrevia requisitos objetivos para que esse favor fosse concedido. Eis o que dispunha o revogado art. 291, § 1.º do RPS: §1oA multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante. Vêse que as exigências regulamentares para a dispensa da multa são cumulativas, ou seja, o favor somente é concedido se estiverem presentes todas as condições Fl. 135DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA 6 normativas. Na espécie, não restou comprovada a correção da falta, sendo essa constatação impeditiva de deferimento de pedido de relevação. Conclusão Voto por negar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA
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