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Numero do processo: 13896.002023/2004-03
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 1999
MULTA POR ATRASO.DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1999
REVOGAÇÃO DE NORMAS.
Norma posterior revoga a anterior quando regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior e necessariamente não há obrigatoriedade que se declare expressamente esta circunstância.
Numero da decisão: 1003-000.242
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 1999 MULTA POR ATRASO.DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1999 REVOGAÇÃO DE NORMAS. Norma posterior revoga a anterior quando regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior e necessariamente não há obrigatoriedade que se declare expressamente esta circunstância.
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A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999 REVOGAÇÃO DE NORMAS. Norma posterior revoga a anterior quando regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior e necessariamente não há obrigatoriedade que se declare expressamente esta circunstância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 00 20 23 /2 00 4- 03 Fl. 36DF CARF MF Processo nº 13896.002023/200403 Acórdão n.º 1003000.242 S1C0T3 Fl. 37 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão de primeira instância (folhas 17/19) que julgou procedente o lançamento efetuado mediante o Auto de Infração à folha 03, correspondente a multa por atraso na entrega de DCTF relativa ao primeiro trimestre de 1999, num valor total de multa a pagar de R$ 200,00. A recorrente, às folhas 24/29 alega, em síntese: I Que as declarações foram exibidas espontaneamente ao fisco, embora com algum atraso, aplicandose o art. 138 do CTN para eximir sua responsabilidade e afastar a incidência de qualquer multa; II Que a IN SRF nº 126, de 30/10/1998 não revogou expressamente a IN SRF nº 73 de 19/12/1996, portanto, no período a que se refere a autuação, conforme art. 2º desta última, a obrigação para apresentação da DCTF restringiase ao estabelecimento cujo valor mensal dos tributos e contribuições a declarar fosse igual ou superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), até a expressa revogação de tal instrução pela IN SRF nº 255 de 11/12/2002; III Que "toda e qualquer cominação de penalidade só poderá ser prevista em lei, e não através de uma Instrução Normativa, tal como previsto no (...) art. 7º, I e II da IN [SRF] nº 255/02, restando completamente ilegal a instituição da DCTF, bem como a obrigatoriedade de sua apresentação, e ainda, a imposição de qualquer tipo de multa". IV Que "a delegação concedida pelo Ministro da Fazenda para o Secretário da Receita Federal [para instituição e regulamentação de obrigações acessórias e respectivas penalidades] é completamente inconstitucional e ilegal (...)". É o relatório. Voto Conselheiro Sérgio Abelson, Relator O Recurso voluntário é tempestivo, portanto dele conheço. I No que se refere à alegada espontaneidade na entrega da declaração em atraso, a questão é objeto da Súmula CARF nº 49, abaixo transcrita, com entendimento vinculante na administração tributária federal determinado pela Portaria MF nº 277, de 7 de junho de 2018: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Fl. 37DF CARF MF Processo nº 13896.002023/200403 Acórdão n.º 1003000.242 S1C0T3 Fl. 38 3 II Em relação à evolução legislativa da instituição e regulamentação da DCTF, até 30 de outubro de 1998, vigia a IN SRF nº 73/1996, que tratava da DCTF Declaração de Contribuições e Tributos Federais, e que estabelecia, em seu art. 2º, inciso I, a obrigatoriedade de entrega daquela declaração o estabelecimento, cujo valor mensal dos tributos e contribuições a declarar fosse igual ou superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Em 30 de outubro de 1998, a IN SRF nº 126/98, sem revogar a IN anterior, instituiu nova DCTF, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, prevendo, em seu art. 2º, sua obrigatoriedade e, em seu art. 3º, as hipóteses de dispensa de sua apresentação, conforme transcrito a seguir: Art. 2o A partir do anocalendário de 1999, as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar, trimestralmente, a DCTF, de forma centralizada, pela matriz. Art. 3o Estão dispensadas da apresentação da DCTF, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo: I as microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas no regime do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; II as pessoas jurídicas imunes e isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar na DCTF seja inferior a dez mil reais; III as pessoas jurídicas inativas, assim consideradas as que não realizaram qualquer atividade operacional, nãooperacional, financeira ou patrimonial, conforme disposto no art. 4o da Instrução Normativa SRF No 28, de 05 de março de 1998; IV os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas. Parágrafo único. Não está dispensada da apresentação da DCTF, a pessoa jurídica: I excluída do SIMPLES, a partir do 1o trimestre do ano subseqüente ao da exclusão; II cuja imunidade ou isenção houver sido suspensa ou revogada, a partir do trimestre do evento; III anteriormente inativa, a partir do trimestre em que praticar qualquer atividade. Desta forma, a mencionada IN SRF nº 126/98 instituiu nova declaração, com novas hipóteses de obrigatoriedade de apresentação, às quais se enquadrava a recorrente. A despeito de não ter sido revogada naquele momento, a IN SRF nº 73/96, a partir do início da vigência da IN SRF nº 126/98, perdeu seu objeto, enquanto que esta última, em pleno vigor, efetivamente disciplinava a obrigatoriedade de entrega da nova declaração. Tratase neste caso de interpretação e integração regulamentar no aspecto da vigência no tempo aplicandose o § 1º do art. 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (DecretoLei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942), caso em que a norma posterior Fl. 38DF CARF MF Processo nº 13896.002023/200403 Acórdão n.º 1003000.242 S1C0T3 Fl. 39 4 revoga a anterior quando regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior e necessariamente não há obrigatoriedade que se declare expressamente esta circunstância. III Quanto à obrigatoriedade de instituição de obrigações acessórias e respectivas penalidades por lei, importante esclarecer que o Decretolei nº 2.124, de 13.06.1984, autorizou o Ministro da Fazenda a instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal, bem como previu que o descumprimento dessas possíveis obrigações acessórias dariam ensejo a penalidades tributárias ex vide seu art. 5º: Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. (...) § 3º Sem prejuízo das penalidades aplicáveis pela inobservância da obrigação principal, o não cumprimento da obrigação acessória na forma da legislação sujeitará o infrator à multa de que tratam os §§ 2º, 3º e 4º do art. 11 do Decretolei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, com redação que lhe foi dada pelo Decretolei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, com a redação que lhe foi dada pelo Decretolei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983 Por sua vez, com fundamento na Portaria Ministerial nº 118, de 28 de junho de 1984, o Ministro da Fazenda delegou esta competência para o Secretário da Receita Federal que através da Instrução Normativa nº 129, de 19.11.1986 (com alterações e revogações posteriores pelas Instruções Normativas n.º 73/96, 126/98, 255/2002 e seguintes, relativamente às anteriores), instituiu a obrigatoriedade de entrega da DCTF: Institui a Declaração de Contribuições e Tributos Federais – DCTF, estabelece normas para seu preenchimento e apresentação e dá outras providências. O Secretário da Receita Federal, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto na portaria MF nº 118, de 28 de junho de 1984, Resolve: 1 – instituir modelos da Declaração de Contribuições e Tributos Federais e estabelecer normas quanto ao seu preenchimento e apresentação, conforme instruções anexas." Assim, não há fundamento nos argumentos de ausência de legalidade na instituição da DCTF, da obrigatoriedade de sua entrega e das respectivas penalidades regulamentares mediante instruções normativas, visto que derivam de autorização legal constante do Decretolei nº 2.124, de 13.06.1984, que autorizou o Ministro da Fazenda a instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal, bem como previu que o descumprimento dessas possíveis obrigações acessórias dariam ensejo a penalidades tributárias. IV No que diz respeito ao argumento de que seria ilegal e inconstitucional a delegação de competência concedida pelo Ministro da Fazenda ao Secretário da Receita Fl. 39DF CARF MF Processo nº 13896.002023/200403 Acórdão n.º 1003000.242 S1C0T3 Fl. 40 5 Federal para instituição de tais obrigações acessórias e respectivas penalidades regulamentares, resta mencionar e aplicar o disposto na Súmula CARF abaixo transcrita: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Fl. 40DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.927785/2011-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2001 a 30/04/2001
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
Inexiste norma legal que prescreva a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput, da Constituição e art. 97 do CTN.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.198
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2001 a 30/04/2001 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste norma legal que prescreva a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput, da Constituição e art. 97 do CTN. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
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HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste norma legal que prescreva a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput, da Constituição e art. 97 do CTN. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 92 77 85 /2 01 1- 02 Fl. 57DF CARF MF Processo nº 11080.927785/201102 Acórdão n.º 3301005.198 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferimento do Pedido de Restituição (PER) da Contribuição para o PIS, em virtude de o pagamento informado estar totalmente alocado para quitação de débito da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte havia alegado a ocorrência de decadência para a análise do PER, uma vez que fora transmitido havia mais de cinco anos, pleiteando a aplicação do prazo previsto no art. 74, § 5º, da Lei nº 9.430/1996, para reconhecimento da ocorrência de homologação tácita. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 10042.215, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, afastando o pleito por falta de previsão legal e por ausência de comprovação do direito creditório. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e requereu o reconhecimento do seu direito, repisando praticamente os mesmos argumentos de defesa encetados na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 58DF CARF MF Processo nº 11080.927785/201102 Acórdão n.º 3301005.198 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.190, de 26/09/2018, proferida no julgamento do processo nº 11080.927782/201161, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301005.190): O recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Como relatado, a Recorrente transmitiu Pedido de Ressarcimento, visando à restituição do crédito nele informado em razão de pagamento indevido ou a maior de PIS/Pasep. Cabe esclarecer que a prova do recolhimento indevido não foi objeto de defesa da empresa. A Delegacia de origem emitiu Despacho Decisório que indeferiu o pleito diante da inexistência do crédito, nos termos do art. 165 do CTN. Sustenta a contribuinte que entre a data de transmissão do PER, 11/11/2005, até a ciência do despacho decisório, 21/12/2011, transcorreu prazo superior a cinco anos, o que implica na homologação tácita do ressarcimento, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/1996. Dispõe o § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 que: “o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação”. Ressaltese que a Declaração de Compensação DCOMP e o Pedido de Restituição PER são declarações diferentes com efeitos também diversos. Assim, não cabe aplicar ao Pedido de Restituição a homologação tácita prevista para a Declaração de Compensação. Como bem apontado pela DRJ, a compensação se viabiliza por via de um regime declaratório (Declaração de Compensação), enquanto que a restituição se viabiliza por um regime de requerimento (Pedido de Restituição), sendo a compensação operada e satisfeita de imediato, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, ao passo que o valor da restituição pleiteada não é entregue imediatamente ao contribuinte, havendo a necessidade de uma decisão explícita e nunca tácita da Administração Tributária. Não há como se acolher a pretensão da Recorrente, porquanto a previsão legal de homologação tácita referese tão somente ao pedido de compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento. Observese que neste processo não houve qualquer Fl. 59DF CARF MF Processo nº 11080.927785/201102 Acórdão n.º 3301005.198 S3C3T1 Fl. 5 4 vinculação entre crédito e débito, apenas houve o pleito de ressarcimento. Entender de forma diversa implicaria em violação aos art. 5º, II, e 37, caput da Constituição e art. 97 do CTN. Conclusão Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Importa registrar que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 60DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.720618/2017-74
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2202-000.837
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, para fins de que a unidade de origem discrimine, nas planilhas A e B anexas ao lançamento, quais os valores referem-se à adicional de Performance e Adicional de Projeto, e verifique se houve algum pagamento à titulo de Adicional de Projeto ao Diretor Gerente M10, devendo, na sequência, ser intimado o contribuinte para que possa se manifestar acerca do resultado dessa providência. Vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), que entendeu não ser necessária a diligência.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson Presidente
(Assinado digitalmente)
Júnia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson (Presidente)
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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Vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), que entendeu não ser necessária a diligência. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson– Presidente (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson (Presidente) Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .7 20 61 8/ 20 17 -7 4 Fl. 2116DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.321 2 Tratase de Autos de Infração para constituição dos créditos tributários relativos as seguintes contribuições sociais: a) Contribuição previdenciária a cargo da empresa incidente sobre remuneração paga aos segurados empregados; b) Contribuição previdenciária em razão do grau de incidência de incapacidade laboral decorrente de riscos ambientais do trabalho (GILRAT); c) Contribuição à outras entidades e fundos (SENAC, SESC, SEBRAE, INCRA e FNDE); De acordo com o Termo de Verificação (fls. 362/378), a Fiscalização verificou que os valores distribuídos aos empregados relativos à PLR estavam em desacordo com a legislação pertinente (Lei nº 8.212/91, Lei nº 10.101/2000, Decreto nº 3.048/99 e IN RFB nº 971/2009). O problemas apontados foram os seguintes: a) Os valores pagos à título de Participação nos Lucros ou Resultados foram equivalentes a mais de doze vezes o salário mensal e, por isso, assumem feição de contraprestação pelo trabalho.; b) A empresa utilizou de Avaliações de Desempenho com propostas de julgamentos subjetivos; c) Que "nos Acordos de 2011 e 2012 Anexo I, há outra evidência de ausência de atendimento ao preconizado na Lei n° 10.101/2000, onde a empresa oferece com caráter de Bônus aos Gerentes e Consultores, especificados no Anexo, o Adicional de Performance em função da margem bruta da empresa em relação ao orçamento. Pelo instrumento, somente o fato de ser diretor já proporcionaria o pagamento do bônus em função dos honorários recebidos, independente do cumprimento de metas". d) "o tratamento diferenciado a Gerentes, por força do adicional de performance não se legitima diante do argumento de tratamento desigual de pessoas que se situem em realidades desiguais" A Bain Brasil Ltda. apresentou impugnação, em 27/07/2017 (fls. 413/414), contestando o lançamento (fls. 415/490), sob os seguintes argumentos: a) nulidade do lançamento, uma vez que o trabalho fiscal do qual se originou a autuação tinha como objeto IRRF; b) coisa julgada em razão do julgamento realizado pela DRJ de Ribeirão Preto e pelo CARF nos autos do processo nº 19515.722975/201343 no qual foram efetuados lançamentos de contribuições sobre o PLR do período de junho a dezembro de 2009; c) a legislação de regência da Participação nos Lucros e/ou Resultados, Lei n° 10.101/2000, dispõe de forma exemplificativa as modalidades de metas e objetivos que as empresas podem utilizar para formatar seus planos, de modo a dar total liberdade para que tais metas se amoldem adequadamente às suas atividades e ao que realmente é importante para seus negócios; d) em relação a clareza e a objetividade das metas dos acordos de PLR, o maior equívoco cometido pela fiscalização em seu relatório está representado na afirmação de que os Fl. 2117DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.322 3 acordos de PLR da Impugnante não possuiriam regras claras e objetivas, pois teria se utilizado de avaliações de desempenho com julgamentos subjetivos, através de apreciações, conceitos e consensos, aplicando critérios de conveniência f) em relação a legalidade da diferenciação dos valores por cargo e ausência de vedação legal à desproporcionalidade de valores de PLR, afora todo o já exposto, a fiscalização ainda criou um critério ausente da Lei n° 10.101/2000, para criticar os planos de PLR da empresa, aduzindo que haveria tratamento diferenciado a determinados empregados e que a PLR deveria obedecer a um limite de valor para que não houvesse desproporcionalidade em relação aos pares e ao próprio salário do empregado; g) em relação aos adicionais de performance, a existência de metas e os resultados a serem atingidos, alegou consoante destacado inicialmente, a fiscalização mencionou, dentre seus argumentos, questões relacionadas a um Adicional de Performance e um Adicional de Diretor Gerente, sem, no entanto, discriminar qual o valor desses adicionais, quem teria recebido, e ainda fazendo confusão ao misturar o Adicional de Performance de Gerentes e Consultores com o Adicional relativo exclusivamente ao Diretor Gerente; A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA) deu parcial provimento à Impugnação exonerando os valores relativos à PLR e mantendo os valores pagos relativos ao adicional de performace em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/06/2012 a 31/12/2012 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PROGRAMA DE METAS DE ACORDO COM A LEI. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. A parcela paga aos empregados a título de participação nos lucros ou resultados, em conformidade com as diretrizes fixadas pela Lei nº 10.101/2000, não integra o salário de contribuição. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. INOBSERVÂNCIA DAS NORMAS. ADICIONAL DE PERFORMANCE. INTEGRA O SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Integram o saláriodecontribuição, para fins de incidência de contribuição social, as parcelas pagas a título de participação nos lucros e resultados da empresa em desacordo com a legislação. O Adicional de Performance pago a diretores e gerentes em desacordo com a Lei nº 10.101/2000 está sujeito à incidência das contribuições sociais. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. Somente há nulidade do Auto de Infração quando ocorrer violação aos requisitos dos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235/72. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. APRESENTAÇÃO DE PROVAS APÓS O PRAZO REGULAMENTAR. PRECLUSÃO. No processo administrativo fiscal, o direito de apresentar provas preclui após o prazo regulamentar. Cientificado (fls. 1454) a contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 1591/1643, no qual alega, resumidamente, o seguinte: Fl. 2118DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.323 4 a) Preliminares a.1) Coisa julgada em razão do julgamento realizado pela DRJ de Ribeirão Preto e pelo CARF nos autos do processo nº 19515.722975/201343 no qual foram efetuados lançamentos de contribuições sobre o PLR do período de junho a dezembro de 2009 a.2) Nulidade do lançamento em face da ausência de identificação precisa dos valores dos Adicionais de Performace e do Diretor Gerente pela fiscalização, assim como ausência de conclusão e acusação sobre este tema no relatório fiscal. A omissão da fiscalização teria causado prejuízo ao direito de defesa e induzido a DRJ em erro de fato; b) Mérito b.1) O adicional de Perfomace era pago apenas a Consultores e Gerente (níveis C5 a M9) e decorriam de atingimento de meta de margem bruta/lucro da empresa. O referido adicional não está vinculado a receita de honorários ou projetos não se confundindo com o Adicional de Diretor Gerente e, portanto, não estão refletidos na 'Planilha B' da fiscalização; b.2) o CARF já declarou a legalidade do Adicional de Performace, vinculado a meta de margem bruta, conforme julgamento ocorrido em 2016 a respeito de plano de PLR idêntico (referente a 2009); b.3) O adicional de honorários de Projetos para Diretor Gerente não foi pago em 2012 ao único empregado elegível (Diretor Gerente nível M10). Tal fato foi reconhecido pelo CARF ao julgar a autuação anterior; É o relatório. Voto O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. 1.1) PRELIMINARES 1.1.1 ) EXISTÊNCIA DE COISA JULGADA ADMINISTRATIVA Ainda no âmbito das preliminares ao mérito, o Recorrente requer o reconhecimento da existência de coisa julgada administrativa em seu favor, uma vez que os planos de PLR objeto do presente processos são idênticos ao plano de PLR glosado no processo nº 19515.722975/201343. Todavia, como reconhece a própria Recorrente, no presente lançamento, foram glosados os pagamentos de PLR relativos ao ano de 2012, ao passo em que no processo nº 19515.722975/201343 discutiase a PLR paga no ano de 2009. Dessa forma, não há identidade invocada pelo Recorrente como apta a caracterizar a mencionada “coisa julgada administrativa”. Há fatos geradores distintos, como distintas bases de cálculo e aspectos temporais de ocorrência. A coisa julgada administrativa a que faz menção o recorrente apenas importa no não cabimento de recurso na própria via administrativa. Assim, esgotados as instâncias de discussão relativamente ao processo 19515.722975/201343, não mais é dado à administração alterar o que ali ficara decidido. A decisão proferida pela turma julgadora naquele processo, relativamente à situação específica ali tratada, é irretratável para a administração, pois exauridas todas as possibilidades de recurso. Fl. 2119DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.324 5 Em face do exposto, rejeito a preliminar 2.2) NULIDADE DO LANÇAMENTO EM FACE DA AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO PRECISA DOS VALORES DOS ADICIONAIS DE PERFORMACE E ADICIONAL DE HONORÁRIOS LÍQUIDOS APLICÁVEL AO DIRETOR GERENTE Alega a Recorrente que houve vício insanável na identificação do fato gerador uma vez que o lançamento, assim como a decisão recorrida, trataram o adicional de honorários devidos exclusivamente ao diretor gerente como adicional de honorários o que, nos termos do artigo 142 do CTN, importaria em nulidade do lançamento. Em relação as nulidades apontadas pela Impugnante, ora Recorrente, a Delegacia de Julgamento se limitou a afirmar, com fundamento no art. 59 do Decreto nº 70.235/72, que não haveria que se falar em nulidade, uma vez que, sob o aspecto formal, os atos praticados no processo foram lavrados por pessoa competente (inciso I) e os despachos e decisões foram igualmente lavrados por autoridades competentes e sem preterição do direito de defesa (inciso II). Entendo que o inconformismo quanto análise dos planos de PLR realizada pelo fiscal se confunde com o mérito e, por isso, será juntamente com ele analisada. 3) MÉRITO 3.1) DOS ADICIONAIS DE PERFORMACE E ADICIONAL DE HONORÁRIOS De acordo com a Recorrente a decisão recorrida reiterou a confusão feita pela fiscalização misturando o Adicional de Performace de Gerentes e Consultores com o Adicional do Diretor Gerente, assumindo erroneamente que a Planilha B da fiscalização seria referente a esses valores adicionais, que teriam natureza salarial por serem comissão de venda de projeto. De fato, ao analisar o Plano de Participação nos Resultados do ano de 2012 é possível identificar três espécies de remuneração (fls. 104/106); “CLAÚSULA 2ª REGRAS GERAIS As regras aqui definidas foram fruto da livre negociação entre a BAIN e a COMISSÃO, sendo claras e objetivas, acessíveis a todos os participantes, facilitando o controle e acompanhamento por parte dos mesmos. A participação dos EMPREGADOS nos resultados da BAIN está condicionada às suas respectivas avaliações, de acordo com os fatores especificados nas cláusulas abaixo, os quais levam em consideração as competências que os EMPREGADOS devem possuir e desenvolver para melhorar os resultados da BAIN como um todo.. O pagamento do valor equivalente à participação dos EMPREGADOS nos resultados do ano de 2012 será efetuado da seguinte forma: (i) Para empregados enquadrados nos cargos de Diretor, o pagamento da participação nos resultados relativa à avaliação do indivíduo e/ou em relação à parcela pertinente ao desempenho da empresa será efetuado em duas parcelas, sendo a 1ª parcela paga entre 15/12/2012 e 29/12/2012 e a 2ª entre 16/06/2013 e 30/06/2013, respeitado o intervalo mínimo de 6 meses entre o 1º e 2º pagamentos; Fl. 2120DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.325 6 (ii) Para os empregados enquadrados na categoria Diretor Gerente (M10), Gerente (MIM9, Case Team Leaders (níveis C5 a C8), Consultores (C1C4) e Consultores Associados (A1 a A8) e os "Administrativos", o pagamento da participação nos resultados será efetuado em uma única parcela, a ser paga entre 15/12/2012 e 29/12/2012. (...) CLÁUSULA 3ª AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E REGRAS DE APURAÇÃO DO PPR Todos os EMPREGADOS serão avaliados de acordo com seu desempenho pessoal, levandose em consideração fatores individuais e coletivos, consoante as regras especificadas no Anexo 1 e de acordo com o modelo de formulário e descritivo de avaliação constantes dos Anexos 2 e 3. Os valores bases de participação por nível são de ciência dos EMPREGADOS, conforme divulgado na época de sua admissão e nas comunicações individuais feitas ao final de cada ano, que passam a integrar o presente Termo para todos os fins de direito. O cálculo do valor a ser pago levará em conta os critérios para a avaliação de desempenho individual e os resultados da empresa, conforme as regras estabelecidas no anexo 1. Esses valores de participação nos resultados, informados aos EMPREGADOS, poderá ser revisados mediante a superação das metas estabelecidas no Anexo 1 e conforme as regras ali definidas. Fica, porém, estabelecido um limite geral de distribuição da participação relativa ao ano de 2009, qual seja, 70% do faturamento bruto da empresa. Caso o lucro bruto da BAIN antes do pagamento da participação esteja abaixo do valor a ser distribuído de acordo com as regras do presente Termo de Participação nos Resultados, a participação adicional nos resultados dos Case Team Leaders (C5 a C8) e Gerentes (MI a M9) não será devida. No item 9 do Anexo 2 consta a previsão do adicional de performace aplicável aos Empregados Consultores CLT (níveis C5 a C8) e Gerentes (níveis M1 a M9) (fls. 110) 9) O valor base resultante da avaliação individual conforme critérios descritos acima, os quais foram informados aos empregados na época da admissão e/ou nas comunicações individuais feitas ao final de cada ano, poderá ser majorado ou diminuído, somente nos casos de Gerentes (MI M9), e Case Team Leaders CTL´s ( C5 a C8), conforme tabela abaixo e de acordo com o resultado de avaliação individual, se a Margem Bruta da BAIN antes do pagamento das participações, for maior ou igual ao orçamento (considerando lucro bruto em R$ calculado como as receitas brutas, menos impostos, salários e despesas, definido pela direção da BAIN. O adicional de honorários devidos exclusivamente ao Diretor Gerente nível M10, está previsto no item 6 do Anexo 2 (fls. 109/110): Fl. 2121DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.326 7 6) Para os Diretores Gerentes (M10), um adicional no valor da participação nos resultados será definido em função dos honorários brutos faturados oriundos de projetos, a saber: (i) 7% (sete por cento) sobre os honorários obtidos em projetos nos quais o Diretor Gerente tenha autado somente como Diretor Gerente do projeto; (ii) 8% (oito por cento) sobre os honorários obtidos em projetos nos quais o Diretor Gerente tenha sido responsável pela venda do projeto; e (iii) 15% (quinze por cento) no caso de terem sido contempladas as duas situações anteriormente descritas. Alega a Recorrente que a fiscalização, ao analisar os planos de PLR da empresa, agrupou os valores pagos em duas planilhas (Planilha A e B). No entanto, o critério de agrupamento dos valores não observou os níveis ou cargos empregados, assim como não diferenciou o que seria a Participação relacionada ao Desempenho Individual da Participação Adicional de Performace decorrente da superação da meta de margem bruta (lucro) da empresa e da Participação Adicional de honorários de projetos do Diretor Gerente. Ao analisar o relatório fiscal (fls. 376/377) verificase os critérios utilizados na elaboração das planilhas foram os seguintes: As planilhas anexas que integram esse Termo de Verificação Fiscal referemse aos seguintes fatos: A Valores pagos aos empregados a título de PLR das competências 06/2012 e 12/2012 sem constas as regras claras e objetivas, cujos valores totalizam R$ 17.715.142,36 (dezessete milhões, setecentos e quinze mil, cento e quarenta e dois reais e trinta e seis centavos); B Valores pagos aos empregados a título de PLR das competências 06/2012 e 12/2012 consideradas como substituição salarial e com ausência de regras claras e objetivas, que totalizam R$ 71.025.979,09 (setenta e um milhões, vinte e cinco mil, setenta e nove reais e nove centavos) C Valores consolidados das planilhas "A" e "B", cujos valores totalizam R$ 88.741.121,45 (oitenta e oito milhões, setecentos e quarenta e um mil, cento e vinte e um reais e quarenta e cinco centavos); 11. Diante da tabela acima lavramos o auto de infração referente a Contribuições Previdenciárias e Contribuição de Terceiros com os seguintes valores: Processo nº 19.515.720.618/201774 Contribuição Previdenciária R$ 41.994.824,24 Processo nº 19.515.720.618/201774 Contribuição de Terceiros R$ 11.598.570,33. Com efeito, as planilhas elaboradas pela fiscalização não cuidaram de especificar o que seria Participação relacionada ao Desempenho individual, a Participação Adicional de Performace de margem bruta (lucro,) e a Participação Adicional de honorários de Projetos do Diretor Gerente. Da mesma forma, conforme se verifica pelo trecho abaixo transcrito, a decisão recorrida não fez essa distinção entre os adicionais ao afirmar que o adicional de performace está diretamente vinculado aos honorários obtidos em projeto independente dos lucros, o que, como visto, não procede. Confirase: Fl. 2122DF CARF MF Processo nº 19515.720618/201774 Resolução nº 2202000.837 S2C2T2 Fl. 1.327 8 26.4 Após estas considerações, passouse a analisar o Anexo I. No que diz respeito ao ponto específico adicional de performance, observase que tal adicional não está sujeito aos mesmos critérios específicos a serem aferidos para efeito de obter o direito à PLR. Observase também que o adicional de performance está diretamente vinculado aos honorários obtidos em projetos, independente do lucro ou resultado para a empresa. Inclusive, no item 6 do Anexo 1 (fls. 109/110) do acordo de PLR, consta que para os Diretores Gerentes está reservado um adicional em função dos honorários brutos faturados, ou seja, em função do faturamento e não dos lucros ou resultados. 26.5 Aliás, foi possível perceber, neste caso, que o adicional de performance se assemelha muito à retribuição financeira exclusiva pela atuação no projeto, de forma a caracterizar comissão, ao invés de participação nos lucros ou resultados, uma vez que, para efeito de auferir o adicional, o empregado precisava apenas ter atuado como gerente do projeto, ter sido o responsável pela venda do projeto ou ter atuado em ambas situações. 26.6 Isto posto, notase que a participação do Diretor Gerente, ou qualquer outra denominação para o cargo que tenha desempenhado tal função (Gerente, Consultor ou Manager), está diretamente vinculada a sua atuação como profissional, demonstrando que estas situações fazem parte das competências do cargo, qual seja, atuar como gerente e/ou como responsável pela venda do projeto. De onde se pode extrair o entendimento, que por estar exercendo as atribuições do seu cargo, o Diretor Gerente está recebendo uma comissão, denominada adicional de performance, com natureza típica de remuneração, por estar vinculada diretamente ao exercício do cargo, independente de produtividade e de outros critérios de avaliação, ou seja, somente pela atuação no projeto como gerente ou vendedor já fez jus ao adicional de performance. Essa discriminação é fundamental, uma vez que a natureza jurídica dos valores são distintos. Isso porque, assim como o Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, relator Processo nº 19515.722975/201343 (relativo à mesma contribuinte e plano de igual teor) entendo que a participação de performace de margem bruta não ofende ao disposto na Lei nº 10.101/00 ao passo que a Participação Adicional de honorários de Projeto do Diretor Gerente compõe o salário de contribuição. Em face do exposto, entendo que o processo ainda não se encontra em condições de ter um julgamento justo, motivo pelo qual, proponho a baixa em diligência para fins de que a unidade de origem discrimine, nas planilhas A e B anexas ao lançamento, quais os valores referemse à adicional de Performance e Adicional de Projeto, e verifique se houve algum pagamento à titulo de Adicional de Projeto ao Diretor Gerente M10, devendo, na sequência, ser intimado o contribuinte para que possa se manifestar acerca do resultado dessa providência. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 2123DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10073.000634/99-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/1996 a 28/02/1997
VERDADE MATERIAL. NECESSIDADE DE INDÍCIO DE PROVAS.
O Princípio da Verdade Material é imperativo em sede de contencioso administrativo tributário. Contudo, sua aplicação pressupõe a apresentação de ao menos indício de provas por parte do contribuinte que, na hipótese dos autos, não logrou êxito, não obstante as diversas oportunidades concedidas.
Numero da decisão: 3201-004.391
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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Ônus da prova. Recorrente RAIZEN TARUMA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/1996 a 28/02/1997 VERDADE MATERIAL. NECESSIDADE DE INDÍCIO DE PROVAS. O Princípio da Verdade Material é imperativo em sede de contencioso administrativo tributário. Contudo, sua aplicação pressupõe a apresentação de ao menos indício de provas por parte do contribuinte que, na hipótese dos autos, não logrou êxito, não obstante as diversas oportunidades concedidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 3. 00 06 34 /9 9- 94 Fl. 893DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo Contribuinte em face do acórdão nº 0963.653, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG), que assim relatou o feito: A USINA NOVA AMÉRICA S.A., CNPJ 62.092.739/000713, protocolizou, PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO DO IPI, às fls. 061 e 568 (volumes I a III), com a utilização de créditos originários do recolhimento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a saída de açúcares de cana, no período de 1º de julho de 1996 a 28 de fevereiro de 1997, conforme o disposto na Instrução Normativa SRF n° 67, de 14 de julho de 1998. Diante da suspensão da eficácia IN n° SRF n° 67, de 14/07/1998, pelo Ato Declaratório SRF n.° 42, de 02/06/2000, em razão de Ação Civil Pública ajuizada na Vara Federal de Marília, SP, a solicitação da interessada foi indeferida pela DRF em Volta Redonda, então órgão jurisdicionante da requerente, nos termos do Despacho Decisório de fls. 575/576. O contribuinte apresentou, em 07/06/2001 (fl. 583), manifestação de inconformidade, às fls. 585/598, na qual alega, em síntese, que a SRF editou o Ato Declaratório Executivo n° 28, de 18 de julho de 2001, e declarou insubsistente o Ato Declaratório SRF nº 42/2000, restabelecendo a eficácia da IN 67/98, tendo direito à restituição do montante recolhido a título de IPI (à alíquota de 18%) dos produtos listados na referida Instrução Normativa no período de 01/07/1996 a 28/02/1997. Neste contexto e sob a ótica percebida na Instrução Normativa no que diz respeito a considerar o IPI repassado aos preços dos produtos vendidos como receita do produtor, a Delegacia de Julgamento da Receita Federal em Juiz de Fora proferiu o Despacho da Presidência n.° 315/2003, à fl. 638, promovendo o retorno do processo à DRF de origem para que se manifestasse sobre o pleito, "agora sob o contexto da validade da instrução normativa". Em cumprimento à determinação, a DRF Nova Iguaçu RJ intimou o contribuinte, fls. 646/648, via postal e por edital, a apresentar "originais ou cópias autenticadas das notas referentes à saída de açucares de cana do tipo demerara, cristal superior, cristal especial, cristal especial extra, refinado granulado e açúcar refinado do tipo amorfo, no período de 1 de julho de 1996 a 28 de julho de 1997, com lançamento, em nota fiscal, do Imposto sobre produtos industrializados (IPI)". Diante do não cumprimento da intimação, a DRF Nova Iguaçu RJ proferiu o Parecer n° 224/2013, às fls. 649/650, indeferindo integralmente o pleito do contribuinte sob a justificativa de que a ausência dos documentos solicitados nas intimações prejudica "a análise da certeza e liquidez do direito creditório, o que acarreta, s.m.j, na manutenção do INDEFERIMENTO do pleito". Fl. 894DF CARF MF Processo nº 10073.000634/9994 Acórdão n.º 3201004.391 S3C2T1 Fl. 894 3 Em contrarazões, às fls. 666/670, o contribuinte reafirma as alegações dispostas na manifestação de inconformidade, informando que juntou a relação dos pagamentos supostamente indevidos. Em 02/02/2017, os autos retornaram à Delegacia de Julgamento da Receita Federal em Juiz de Fora para julgamento, conforme despacho à fl. 788. Após exame da defesa apresentada pelo Contribuinte, a DRJ proferiu acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/1996 a 28/02/1997 IPI. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. IN SRF Nº 67/98. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. DOCUMENTOS FISCAIS. ÔNUS DA PROVA. Ao buscar o reconhecimento de créditos do IPI, incumbe ao requerente a demonstração de que o valor pleiteado goze de liquidez e certeza, devendo produzir as provas necessárias do respectivo fato constitutivo. É fundamental a análise das notas fiscais de venda para quantificar o saldo credor, bem como confirmar se as saídas de mercadorias se amoldam às hipóteses previstas na IN SRF Nº 67/98. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados quanto ao crédito tributário mantido. Em síntese, aduz o contribuinte a nulidade da decisão recorrida em face de alteração do critério jurídico utilizado pelas autoridades administrativas e também por esta não ter analisado os documentos juntados aos autos. No mérito, reafirma o direito à restituição do IPI pago a maior em razão de utilização alíquota indevida. Por fim, requer a realização de diligência ou perícia. Após os autos foram remetidos a este CARF e a mim distribuídos por sorteio. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Fl. 895DF CARF MF 4 O Recurso é próprio e tempestivo, portanto, dele tomo conhecimento. Conforme se depreende dos fatos relatados, ainda que a Recorrente aduza o seu direito à restituição do IPI em virtude de utilização de alíquota inadequada, a questão em debate cingese à comprovação material do direito postulado. De fato, não houve negativa do direito da Recorrente, contudo, restou chancelado pelas autoridades lançadora e julgadora que o contribuinte não foi capaz de comprovar materialmente a existência do crédito postulado, pois, apesar de lhe ter sido concedido inúmeras oportunidades, não apresentou as Notas Fiscais com o efetivo destaque do IPI. Não discordo, em tese, que o contribuinte poderia demonstrar o seu direito por meio de outras provas em razão de uma eventual impossibilidade de levantamento das notas fiscais, como, por exemplo, por documentos contábeis e fiscais. Diversos são os julgados proferidos pelo CARF e por essa mesma Turma que admitem a produção de prova por meios alternativos. Contudo, na hipótese dos autos, não vislumbro que a Recorrente tenha logrado efetuar a demonstração material do seu direito. E, como asseverou a decisão Recorrida, diversas foram as oportunidades concedidas: Mas, em que pese a intimação da DRF Nova Iguaçu RJ, fls. 646/648, para que a empresa apresentasse "originais ou cópias autenticadas das notas referentes à saída de açucares de cana do tipo demerara, cristal superior, cristal especial, cristal especial extra, refinado granulado e açúcar refinado do tipo amorfo, no período de 1 de julho de 1996 a 28 de julho de 1997, com lançamento, em nota fiscal, do Imposto sobre produtos industrializados (IPI)", a contribuinte apresenta, em contra razões (657/661), alegações similares à manifestação de inconformidade, sem juntar aos autos uma única nota fiscal a que se refere o pleito. Competia à interessada, quando interpôs a sua manifestação de inconformidade ou mesmo as suas contrarazões, ter apresentado a documentação fiscal a fim de demonstrar, por meio de elementos probatórios materiais efetivos, a legitimidade creditória em seu favor. Mas não juntou um único documento fiscal capaz de conferir materialidade ao seu pleito. Registrese que entre a data da intimação da DRF Nova Iguaçu (fls. 646/648), de 14/01/2013, e a apresentação das contrarazões do contribuinte (fls. 666/670), de 15/05/2013, passaramse quase 4 meses para que o contribuinte pudesse ter trazido aos autos as notas fiscais requeridas na IN SRF nº 67/87 para subsidiar seu pleito de restituição. Acrescento ao quanto restou relatado pela DRJ que também em sede de Recurso Voluntário a Recorrente não trouxe qualquer documento tendente à provar o direito postulado. Em que pese ter requerido a produção de prova pericial, esta não elide o dever do contribuinte de demonstrar e comprovar o seu direito. Mormente por se tratar de Pedido de Restituição, o ônus da Prova incumbe ao contribuinte, não sendo possível atribuir à Fiscalização a verificação dos livros e documentos do contribuinte visando à comprovação do direito postulado. Fl. 896DF CARF MF Processo nº 10073.000634/9994 Acórdão n.º 3201004.391 S3C2T1 Fl. 895 5 Notase que dentre os documentos apresentados juntamente com o Pedido de Ressarcimento não constava sequer os Livros de Apuração do IPI ou Livros Diários, por exemplo, que poderiam ser admitidos como prova alternativa: À exceção dos DARFs anexados, os documentos que suportariam o recolhimento indevido consistem em meros cálculos e levantamentos produzidos pela Recorrente, sem qualquer valor probatório. Assim, entendo não ter logrado a Recorrente se desincumbir do ônus processual que lhe é imputado pelo art. 16 do Decreto nº 70.235/72: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscálas. § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provarlheá o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; Fl. 897DF CARF MF 6 b) refirase a fato ou a direito superveniente c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. Isto posto, cumpre examinar os fundamentos e pedidos apresentados em sede de Recurso Voluntário. Inicialmente, a Recorrente aduz que teria ocorrido ilegítima alteração do critério jurídico utilizado pelas Autoridades Administrativas: Improcedente o argumento do contribuinte. Desde o despacho decisório definitivo a fundamentação utilizada para a negativa do crédito é exatamente a ausência das Notas Fiscais. Não houve qualquer alteração ou inovação por parte da autoridade julgadora. Repisese, sequer se chegou à verificação quanto à natureza das mercadorias tributadas na saída para verificação acerca da aplicabilidade ou não da IN 67/98 porque a Recorrente não se desincumbiu do ônus primário de comprovar a materialidade de tais créditos. Não há qualquer razão para se discutir se o açúcar cuja saída tributada era do tipo demerara, cristal ou refinado, justamente porque sequer se fez a prova desta saída (Notas Fiscais ou mesmo Livros de Apuração). Melhor sorte não socorre ao argumento de que a Autoridade Julgadora teria desprezado os documentos probatórios. É evidente nos autos que os documentos apresentados foram insuficientes para a comprovação da materialidade do direito postulado. Novamente, não há qualquer razão para que a Autoridade lançadora ou Julgadora se debrucem sobre os demonstrativos de cálculo apresentados se a própria comprovação da apuração do IPI não foi comprovada. A Recorrente alega que "não pode ser penalizado e ter o seu direito mitigado em razão de não apresentar esses documentos por força de eventos alheios à sua vontade". Com efeito, assiste razão, em tese, ao argumento do contribuinte. Contudo, este também não alegou ter ocorrido qualquer evento alheio à sua vontade que pudesse justificar a não apresentação dos documentos. Sendo assim, não houve qualquer preterição do direito de defesa do Contribuinte, que, nem mesmo em sede de Recurso Voluntário, apresentou indício de prova válido para a comprovação do direito alegado. Repisese, tais como as Notas Fiscais solicitadas ou mesmo Livro de Apuração do IPI. Fl. 898DF CARF MF Processo nº 10073.000634/9994 Acórdão n.º 3201004.391 S3C2T1 Fl. 896 7 Quanto ao mérito, como dito, não merece exame o pleito da Recorrente na medida em que esta não logrou demonstrar a materialidade do crédito postulado. Ainda que se possa afirmar que com o advento da IN nº 67/98 restaria assegurado o direito à aplicação da alíquota zero do IPI sobre a saída de açúcar promovida pela Recorrente, este não poderia lhe ser reconhecido à mingua de materialidade. Nesse aspecto, observase que nem mesmo a Solução de Consulta proferida no processo administrativo nº 13826.000084/9814 socorre à Recorrente. Tratase de consulta que examinou tãosomente a classificação fiscal de mercadorias a partir de informações prestadas em tese pelo próprio contribuinte. Esta não prova que o açúcar que deu saída no período examinado era o mesmo objeto da consulta, tampouco, mais uma vez, a necessária materialidade do indébito. Por fim, por todo o exposto, é também de se indeferir o Pedido de Perícia ou Diligência formulado. Não cabe à este órgão julgador realizar a produção de prova cujo ônus recai sobre o contribuinte, mormente quando não apresentado qualquer indício do direito postulado. Ademais, o próprio quesito de 'iv' apresentado é inócuo. Como poderia um perito informar se os valores de IPI foram destacados e lançados nas notas fiscais de venda se o Recorrente não juntou sequer uma única Nota Fiscal? Assim, consoante fundamentos expostos, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte. É como voto. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 899DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.910627/2015-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 25/08/2011
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRECLUSÃO.
Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazê-lo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-005.290
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.904943/2015-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 25/08/2011 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRECLUSÃO. Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazê-lo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.904943/2015-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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PRECLUSÃO. Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazêlo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10680.904943/201540, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 06 27 /2 01 5- 15 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10680.910627/201515 Acórdão n.º 3301005.290 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo pedido de restituição formalizado por meio de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, formalizado no sentido do indeferimento da restituição pretendida pela interessada, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito disponível para restituição e eventuais compensações vinculadas à esse crédito. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva esclarecendo que durante procedimento de auditoria interna, realizada nas apurações dos tributos da companhia, foram identificados pagamentos a maior em determinados períodos e a menor em outros. Para regularizar a situação fiscal perante a Receita Federal do Brasil, providenciou a quitação dos débitos pagos a menor e solicitou a restituição dos pagamentos a maior, retificando as DCTF para informar os novos valores. Entende que a Per/Dcomp está em conformidade com o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 e com a Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 2012, restando demonstrada a insubsistência e improcedência do despacho decisório. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 06058.430. Inconformada com decisão de primeira instância, a contribuinte apresentou recurso voluntário, em síntese, trazendo argumento novo, de que o pagamento indevido seria da conta de Sociedades em Conta de Participação da qual é sócia ostensiva. É o relatório. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10680.910627/201515 Acórdão n.º 3301005.290 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.223, de 27 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10680.904943/201540, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.223): "O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade1. A acórdão recorrido desce a detalhes do ocorrido: Segundo a versão apresentada pela defesa, o crédito apontado (R$ 275,20) decorreu da revisão da base de cálculo da COFINS de 31/03/2010, conforme informado na DCTF retificadora apresentada em 06/11/2014. Constatouse que o despacho decisório foi emitido levando em conta as informações contidas na DCTF retificadora, transmitida em 06/11/2014, a qual, como se vê, tratase da DCTF retificadora que a contribuinte alega conter as informações corretas correspondente ao débito do período. Nessa DCTF, o débito de COFINS confessado do período de apuração de 31/03/2010 é de R$ 1.134.352,27 – que foi quitado por meio de vários pagamentos (DARF) que totalizam R$ 871.733,98 e compensações no valor de R$ 696,80 – restando, saldo a pagar de R$ 261.921,49 – conforme a tela extraída do sistema de controle de declarações: 1 Ressaltese ser desnecessário responder todos as questões levantadas pelas partes, em já havendo motivo suficiente para decidir (Lei n° 13.105/15, art. 489, § 1o , IV. STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315DF, julgado de 8/6/2016, rel. Min. Diva Malerbi). Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10680.910627/201515 Acórdão n.º 3301005.290 S3C3T1 Fl. 5 4 Essas mesmas informações constam da DCTF que está ativa no sistema de controle de declarações, transmitida em 08/01/2015. No sistema de controle de arrecadação, verificouse que os pagamentos apontados na DCTF retificadora – no valor total de R$ 871.733,98 – foram validados e vinculados ao débito de Cofins do período (código 2172). No entanto, tendo em vista que os pagamentos validados foram insuficientes para a extinção do débito e verificada a existência de outros pagamentos para o mesmo período de apuração, dentre os quais o pagamento pleiteado no PER em tela, o sistema informatizado alocou esses pagamentos para amortizar parte do saldo devedor confessado na DCTF, como se vislumbra nas telas copiadas a seguir: Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10680.910627/201515 Acórdão n.º 3301005.290 S3C3T1 Fl. 6 5 Desse modo, o pagamento por meio do DARF discriminado no PER – de R$ 275,20 – foi integralmente utilizado para quitar o débito de COFINS de 31/03/2010, em face das informações prestadas pela própria contribuinte na DCTF retificadora apresentada à Receita Federal, não restando crédito para a restituição pretendida: [...] Destaca ainda a decisão de piso que "desde a constituição da DCTF pela Instrução Normativa SRF nº 126, de 30/10/1998, e suas alterações posteriores, e de acordo com o disposto no DecretoLei nº 2.124, de 13/06/1984", tal declaração constituise em confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário. A recorrente, alega que o pagamento indevido de R$275,20, seria provenientes e originário "de SCP’s (Sociedades em Conta de Participação), das quais" [...] "é sócia ostensiva". E acrescenta: O débito montante de R$ 1134352,27, declarado em DCTF, alberga valores devidos de Cofins de várias SCP’s que tem a Recorrente como sócia ostensiva e outras empresas como sócias participantes. A título de lembrete sabese que os sócios ostensivos de SCP’s são aquelas pessoas jurídicas que se obrigam perante terceiros, enquanto que os sócios participantes (antigos sócios ocultos), não têm essa obrigação. Em vista dessa situação, a Recorrente é responsável pelas obrigações acessórias tributárias, dentre elas, a apresentação de DCTF com os competentes recolhimentos tributários. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10680.910627/201515 Acórdão n.º 3301005.290 S3C3T1 Fl. 7 6 No caso em questão, o valor recolhido, R$ 275,2 é proveniente da atividade da SCP, "Laguna Beach" contrato anexo, Doc. 1, que recolheu este valor. Contudo, como já informado, tinha como valor devido a quantia de R$ 0 Ao manter a decisão que indeferiu o crédito pleiteado, a Receita Federal acaba violando a individualidade de outra pessoa jurídica, uma vez que o crédito solicitado diz respeito a uma sociedade em conta de participação específica que tem a Recorrente como sócia ostensiva. O quadro abaixo, demonstra muito bem a composição deste crédito. Tanto que o código do imposto é o 217208, cujo dígito identifica ser o crédito decorrente de sociedade em conta de participação. Portanto, no caso da decisão ser mantida, permanecerseá uma verdadeira invasão no patrimônio da SCP Laguna Beach, visto o desrespeito à sua individualidade e atividade empresarial, pois está sendo punida por conta de débitos tributários que não são dela. “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2008 SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. SUJEIÇÃO TRIBUTÁRIA. Na apuração dos resultados da sociedade em conta de participação serão observadas as normas aplicáveis às demais pessoas jurídicas. Tendo em vista que a sociedade em conta de participação não se confunde com o sócio ostensivo, os resultados daquela não podem ser tributados diretamente neste mas apenas distribuídos na proporção da participação.” (CARF, Recurso Voluntário Recurso de Ofício, PTA 15504.724276/201314, Acórdão 1402 002.208. Relator Dr. Leonardo de Andrade Couto , DJ 27.06.2016) (destacouse) Diante do exposto, não há que se falar na aplicação da IN SRF 126/98, pois o saldo a pagar da Recorrente não pode prejudicar uma SCP em que ela é a sócia ostensiva e que, por isso, é obrigada ao cumprimento das obrigações acessórias, dentre elas, a entrega de DCTF. Ocorre, no entanto, que tal argumento de defesa não foi trazido em sede de manifestação de inconformidade, precluindo o direto de fazêlo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Também não localizei a prova da liquidez e certeza do crédito em foco, que não a DCTF retificada e o DARF dado como pago indevidamente. Tal Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10680.910627/201515 Acórdão n.º 3301005.290 S3C3T1 Fl. 8 7 comprovação é exigência do art. 170 do Código Tributário Nacional e ônus do peticionário, nos termos do art. 373 do Código do Processo Civil. Assim, por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 86DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.725399/2016-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2013, 2014
NULIDADE.
Não procedem as arguições de nulidade, quando não se vislumbram nos autos quaisquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972.
OMISSÕES DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA.
Caracterizam-se como omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2.
Numero da decisão: 1201-002.307
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
EVA MARIA LOS - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
RAFAEL GASPARELLO LIMA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los (presidente em exercício), José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado em substituição à conselheira Ester Marques Lins de Sousa ) e Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: RAFAEL GASPARELLO LIMA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) EVA MARIA LOS - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) RAFAEL GASPARELLO LIMA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los (presidente em exercício), José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado em substituição à conselheira Ester Marques Lins de Sousa ) e Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado.
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Não procedem as arguições de nulidade, quando não se vislumbram nos autos quaisquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. OMISSÕES DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracterizamse como omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) EVA MARIA LOS Presidente em exercício. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 72 53 99 /2 01 6- 37 Fl. 404DF CARF MF 2 RAFAEL GASPARELLO LIMA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los (presidente em exercício), José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado em substituição à conselheira Ester Marques Lins de Sousa ) e Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório O acórdão nº 0739.552, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Florianópolis, julgou improcedente a impugnação administrativa, conforme se extrai da sua ementa: ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2013, 2014 OMISSÕES DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracterizamse como omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Resumidamente, o acórdão recorrido narrou os fatos que proporcionaram a imposição fiscal: A pessoa jurídica em epígrafe foi submetida a procedimento fiscal que resultou na lavratura do Auto de Infração do Simples Nacional de fls. 2 a 128, por meio do qual são exigidas as seguintes importâncias, referentes a fatos ocorridos nos anos calendário de 2013 e 2014: No Termo de Verificação Fiscal (fls. 129 a 135), a Autoridade Autuante esclarece que o lançamento decorre da constatação de que a Contribuinte teria omitido receitas no período fiscalizado. A base legal do lançamento é o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, relativamente à omissão de receitas. Fl. 405DF CARF MF Processo nº 10380.725399/201637 Acórdão n.º 1201002.307 S1C2T1 Fl. 393 3 Do Termo de Verificação Fiscal extraise o seguinte: I – INTRODUÇÃO [...] 3. A presente ação fiscal originouse da discrepância detectada entre o valor da receita bruta declarada pelo contribuinte em DASN (Declaração Anual do Simples Nacional) para fins de tributação, e a movimentação financeira declarada em DIMOF. [...] IV – TERMOS DE INTIMAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS 13. Em cumprimento a termo de Início do Procedimento Fiscal – TIPF, a empresa apresentou, dentre outros documentos, livros Diário e Razão, folhas de pagamentos relativas a todos os estabelecimentos da empresa, notas fiscais de prestação de serviços e os extratos bancários da empresa relativos ao período fiscalizado. 14. Em 09/05/2016, atendendo a intimação (TIF nº 1), a empresa apresentou planilhas (anexas) que comprovaram, apenas em parte, os ingressos realizados em contacorrente da empresa, do Banco do Brasil e Banco Bradesco. Declarou ainda que os depósitos foram realizados para fazer face a despesas da empresa. V – OMISSÃO DE RECEITAS OPERACIONAIS 15. Após o exame dos extratos bancários apresentados, verificamos que os créditos nessas contas, totalizaram em 2013 R$ 1.137.535,18 e em 2014 R$ 1.093.290,29. O contribuinte informou como receita bruta em 2013 o valor de R$ 453.387,19 (quatrocentos e cinquenta e três mil, trezentos e oitenta e sete reais e dezenove centavos) e 2014 o valor de R$ 515.726,51 (quinhentos e quinze mil, setecentos e vinte e seis reais e cinquenta e um centavos). 16. Em razão da discrepância entre os depósitos constantes dos extratos bancários (créditos) e a receita bruta, o contribuinte foi intimado a comprovar, mediante apresentação de documentos hábeis e idôneos, a origem e a natureza dos recursos depositados nas contas bancárias relacionadas em anexo ao TIF nº 1, com ciência do contribuinte em 02/05/2016, alertando que a ausência de comprovação da origem dos créditos ou dos recolhimentos dos tributos devidos sobre os mesmos, se for o caso, poderia ser caracterizado como omissão de receita ou de rendimentos. 17. A empresa comprovou apenas parte dos depósitos creditados em contacorrente. Informou ainda que os créditos se referem a depósitos realizados por sócios ou tomadores de serviços para fazer face às despesas Fl. 406DF CARF MF 4 da empresa. Como não foram informados a origem dos depósitos e transferências efetuadas para conta da empresa, a auditoria fiscal os considerou como omissão de receita decorrentes dos serviços prestados pela empresa. 18. De fato, o art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, estabelece que se caracterizam como omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Estabelece, ainda, que o valor das receitas ou dos rendimentos omitidos serão considerados auferidos ou recebidos no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. VI – APURAÇÃO DA RECEITA OMITIDA 19. Em razão da deficiência de comprovação ou esclarecimentos solicitados através do Termo de Intimação Fiscal nº 1 em relação aos valores creditados na empresa, constantes da planilha anexa a este Termo de Verificação, elaboramos quadro demonstrativo com o objetivo de evidenciar a omissão de receitas detectadas durante o procedimento fiscalizatório. O quadro abaixo reproduz os valores creditados considerados como receita operacional da empresa abatida das deduções detectadas no exame dos extratos bancários, conforme exposto acima, e diminuídas das receitas declaradas em DASN do mesmo período de apuração (2013 e 2014). Segue quadro demonstrativo: Fl. 407DF CARF MF Processo nº 10380.725399/201637 Acórdão n.º 1201002.307 S1C2T1 Fl. 394 5 20. De acordo com a documentação examinada, a sociedade tem por objeto atividades sujeitas ao ISS. De fato, em DASN informou receitas oriundas da prestação de serviços sujeitos ao Anexo III. Considerando que a omissão de receitas apuradas foi proveniente de depósitos bancários e que não foi possível identificar a origem dessas receitas, a autuação será feita utilizando as alíquotas previstas no § 4º, inciso III art. 18, da Lei Complementar 123/2006. 21. Em conformidade com o dispositivo legal referenciado, serão utilizadas as alíquotas do Anexo III de acordo a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores. VII – RECOMPOSIÇÃO DA RECEITA BRUTA DOS ÚLTIMOS 12 MESES 22 Constatada a omissão de receitas operacionais, conforme demonstrado no quadro acima, esses valores serão considerados como base de cálculo a ser tributada na forma do Simples Nacional. Por consequência, mister a recomposição das bases de cálculo e os enquadramentos nas alíquotas do Simples Nacional, considerando, para tanto, a soma dos valores oferecidos e não oferecidos à tributação. 23. Dado importante para esta apuração dos tributos devidos é a recomposição da Receita Bruta dos últimos 12 meses (RBT12), uma vez que tal informação é imprescindível para apuração da alíquota correta a ser aplicada em cada período de apuração. [...] Do lançamento fiscal a Contribuinte teve ciência em 24/06/2016 (fls. 270 e 271). Irresignada, em 25/07/2016, a Contribuinte apresentou a Impugnação de fls. 294 a 306, mais anexos, por meio da qual alegou o seguinte: No caso presente, verificouse que o Dr. Fiscal autuante não considerou as provas e argumentações irrefutáveis apresentadas ainda em fase de procedimento fiscal, quanto á movimentação bancária da autuada, que de modo algum poderia de per si caracterizar "omissão de receitas operacionais", uma vez que, de plano, afirmamos categoricamente não ter a autuada jamais omitido qualquer valor de seu faturamento, muito pelo contrário, era obrigada, isto sim, á receber de seus sócios, complementação financeira inadiável para fazer face aos seus compromissos fiscais, tributários e trabalhistas necessários a continuidade de seus negócios. Como também, e não o menos importante, foi o verificado pela quantidade de recursos financeiros recebidos pela autuada em sua conta corrente bancária, provenientes de alguns seus inúmeros pequenos e médios clientes, que depositavam os valores aproximados do mês, com vistas ao pagamento pela autuada de seus compromissos fiscais, previdenciários e trabalhistas, já que ainda não quantificados naquela ocasião, tendo em vista que as guias para efetivação desses pagamentos Fl. 408DF CARF MF 6 somente são liberadas pelos sistemas em cima das datas de seus respectivos vencimentos, guias essas sempre extraídas pela empresa autuada. E ainda que, os pagamentos depois de efetivados pela autuada, os eventuais saldos eram entregues em espécie aos clientes. Claro é que, essas operações não mereciam registros contábeis na escrita da autuada, já que não lhe pertenciam, se tratando de meros movimentos extras contábeis. Entretanto, o Dr. Fiscal autuante ignorou essas operações e arrolou indistintamente todos os depósitos que compunha em seus "extratos bancários". Nessa mesma esteira do relatado e, para fazer prova inquestionável, reiteramos os termos de nossa Correspondência datada de 09/05/2016 (transcrevemos parte neste ato), que já está fazendo parte integrante do Processo ora vergastado, pela qual encaminhamos vasta documentação complementar solicitada pelo comando fiscal e fizemos declarações verídicas concernentes a movimentação bancária da autuada que não se referia à seus negócios, não fazem parte de sua contabilidade, pelos motivos a seguir comprovados e que, surpreendentemente não foram levados em consideração pela fiscalização: (ipse litters) "Pasta: Inicio Procedimento 0310100.2016.00093 — Complemento 1 Contratos Prestadores de serviços; 2 Ponto Gesplan; 3 Arquivamento Denuncia do Min. Publ. Civil; 4 Arquivamento denuncia do Min. Publ. do Trabalho; 5 Arquivamento Denuncia Microsoft. Pasta: intimação nº 1 0310100.2016.00093 1 Banco do Brasil 2013 e 2014 Planilha de conferencia dos valores lançados e suas retificações; 2 Comprovante de recebimento de indenização Indenização por danos morais recebida pelo sócio José de Arimateia Queiroz cujo valor R$ 233.122,50 foi depositado na conta da Gesplan no Banco do Brasil; Por fim, esclarecemos que a maior parte da diferença entre os valores lançados na planilha nas colunas VALORES DE RECEITA EM DASN X TOTAL DE CREDITOS EM EXTRATOS BANCÁRIOS, são decorrentes de: 1 depósitos efetuados pelos clientes da Gesplan para fazer pagamento de impostos e taxas; 2 depósitos realizados pelos sócios para fazer face a despesas da Gesplan, os quais são devolvidos quando a empresa melhora seu caixa e isto ocorreu com frequência em 2013 e 2014, período em que a Gesplan passou por grande dificuldade financeira." Fl. 409DF CARF MF Processo nº 10380.725399/201637 Acórdão n.º 1201002.307 S1C2T1 Fl. 395 7 Verifiquem V.Sas., que dos 24 (vinte e quatro) meses relacionados e arrolados os valores totais da diferença (entrada total menos valor declarado = receita omitida) é que foram arrolados como comprovados suas exclusões da pretendida "receita omitida", apenas e tão somente em 5 (cinco) meses. Assim sendo. a fiscalização admitiu apenas a exclusão de pequena parcela do valor constante dos extratos bancários da ora impugnante, ignorando todos os demais valores que transitaram em sua conta corrente, sem fazer parte de sua movimentação econômica e financeira. Em vista dessas razões, também reiteramos na íntegra todos os demais termos contidos na documentação e explanações encaminhadas pela autuada, que ficaram fazendo parte integrante e inseparável deste Processo, demonstrando sua total improcedência, como também, nos resguardamos do direito de anexar novos documentos e informações, se assim for ainda julgado imprescindível para afloramento inquestionável da verdade material. O PLEITO Por todo o exposto, requer deste Egrégio Conselho, sejam acolhidas as razões apresentadas, para DAR provimento ao Recurso. Nestes Termos, Pede Deferimento. A contribuinte interpôs o tempestivo Recurso Voluntário, reiterando os mesmos argumentos da impugnação administrativa. É o relatório. Voto Conselheiro Rafael Gasparello Lima, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo, havendo os demais pressupostos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Não há fato ou argumento jurídico novo, suficiente para a improcedência da constituição do crédito tributário. I. NULIDADE DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO O acórdão recorrido ratificou a exigência tributária, explicitando a inexistência de qualquer nulidade do lançamento de ofício. Fl. 410DF CARF MF 8 Igualmente, não vislumbro quaisquer das hipóteses dos artigos 59 e 60 do Decreto nº 70.235/19721, ratificando a ausência de nulidade e prevalecendo a validade da constituição do crédito tributário, tal como formalizado. Por sua vez, não é nula a exigência consubstanciada em informações financeiras da contribuinte, obtidas pela Receita Federal do Brasil sem prévia autorização judicial. Atualmente, a jurisprudência do Egrégio Supremo Tribunal Federal, uniformizada pelo acórdão prolatado no Recurso Extraordinário (RE) nº 601.314/SP, com efeito da repercussão geral estabelecida no artigo 543B do Código de Processo Civil vigente à época, possibilita o acesso dessas informações bancárias no exercício do procedimento fiscal: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO AO SIGILO BANCÁRIO. DEVER DE PAGAR IMPOSTOS. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RECEITA FEDERAL ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ART. 6º DA LEI COMPLEMENTAR 105/01. MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS. APURAÇÃO DE CRÉDITOS RELATIVOS A TRIBUTOS DISTINTOS DA CPMF. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA NORMA TRIBUTÁRIA. LEI 10.174/01. 1. O litígio constitucional posto se traduz em um confronto entre o direito ao sigilo bancário e o dever de pagar tributos, ambos referidos a um mesmo cidadão e de caráter constituinte no que se refere à comunidade política, à luz da finalidade precípua da tributação de realizar a igualdade em seu duplo compromisso, a autonomia individual e o autogoverno coletivo. 2. Do ponto de vista da autonomia individual, o sigilo bancário é uma das expressões do direito de personalidade que se traduz em ter suas atividades e informações bancárias livres de ingerências ou ofensas, qualificadas como arbitrárias ou ilegais, de quem quer que seja, inclusive do Estado ou da própria instituição financeira. 3. Entendese que a igualdade é satisfeita no plano do autogoverno coletivo por meio do pagamento de tributos, na medida da capacidade contributiva do contribuinte, por sua vez vinculado a um Estado soberano comprometido com a satisfação das necessidades coletivas de seu Povo. 4. Verificase que o Poder Legislativo não desbordou dos parâmetros constitucionais, ao exercer sua relativa liberdade de 1 “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio” Fl. 411DF CARF MF Processo nº 10380.725399/201637 Acórdão n.º 1201002.307 S1C2T1 Fl. 396 9 conformação da ordem jurídica, na medida em que estabeleceu requisitos objetivos para a requisição de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras, assim como manteve o sigilo dos dados a respeito das transações financeiras do contribuinte, observandose um translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal. 5. A alteração na ordem jurídica promovida pela Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, uma vez que aquela se encerra na atribuição de competência administrativa à Secretaria da Receita Federal, o que evidencia o caráter instrumental da norma em questão. Aplicase, portanto, o artigo 144, §1º, do Código Tributário Nacional. 6. Fixação de tese em relação ao item “a” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 7. Fixação de tese em relação ao item “b” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo 144, §1º, do CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. O artigo 145, parágrafo primeiro, da Constituição Federal, consagra o princípio da capacidade contributiva, orientando que "sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte." A autoridade administrativa é competente para exigir informações financeiras da contribuinte, mediante intimação escrita, consoante o artigo 197 do Código Tributário Nacional: "Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: (...) II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;" A Lei Complementar nº 105/2001 permitiu a requisição de informações diretamente nas instituições financeiras, ressaltando que não configuraria violação ao dever de sigilo: Fl. 412DF CARF MF 10 Art.1º As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) §3º Não constitui violação do dever de sigilo: (...) VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º desta Lei Complementar. (...) Art.5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (...) §2º As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringirseão a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados. (...) §4º Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos. §5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. Este instrumento de fiscalização foi aperfeiçoado pela Lei nº 10.174/2001 e o Decreto nº 3.724/2001, com validade constitucional reconhecida pelo Colendo Supremo Tribunal Federal. Fl. 413DF CARF MF Processo nº 10380.725399/201637 Acórdão n.º 1201002.307 S1C2T1 Fl. 397 11 Finalmente, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, mediante sua Súmula nº 2, delimita que "não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". II. MÉRITO De acordo com artigo 57, parágrafo terceiro, do Regulamento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, adoto e transcrevo a "decisão de primeira instância", concordando com seu inteiro teor, ressalvando que inexistiu novos argumentos ou provas, quando da interposição do Recurso Voluntário: A impugnação é tempestiva, preenche os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, podese dela conhecer. Conforme relatado, em sua Impugnação, a Contribuinte simplesmente reproduziu os exatos termos da resposta que ofereceu à Autoridade Fiscal por ocasião do atendimento ao Termo de Intimação nº 1 (fls. 281 e 282). Neste momento processual, nada foi acrescentado. Nem mesmo foi juntado à Impugnação qualquer documento capaz de comprovar suas alegações. A Contribuinte apenas deixou consignado que resguarda para si o “direito de anexar novos documentos e informações, se assim for ainda julgado imprescindível para afloramento inquestionável da verdade material”. No entanto, quanto a essa questão, há que ter em mente o seguinte. Diferentemente do rito comum ordinário previsto pelo Código de Processo Civil, no Processo Administrativo Fiscal federal não há uma fase de instrução probatória, autônoma, posterior à fase postulatória. Nesse aspecto, mais uma vez há que se obedecer à disciplina do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, abaixo reproduzido com destaques: Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se Fl. 414DF CARF MF 12 demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. Portanto, como regra, à luz do dispositivo acima reproduzido, as provas devem ser apresentadas na impugnação, precluindo o direito de a Impugnante apresentálas em outro momento processual. Excepcionalmente, para que seja admitida a juntada de documentos comprobatórios após a apresentação da impugnação, devem ser atendidos os requisitos previstos no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, quais sejam, deve ser demonstrada a impossibilidade de sua apresentação no momento da impugnação, ou a prova posteriormente juntada deve se referir a fato ou direito superveniente. De toda sorte, não consta que a Contribuinte tenha apresentado pedido de juntada posterior de provas. Em resumo, a Contribuinte apenas fez alegações genéricas, como por exemplo a circunstância de que depósitos eram realizados pelos sócios para fazer face a despesas da pessoa jurídica em período de grande dificuldade financeira. Por outro lado, a única alegação apresentada com objetividade, a referente a indenização por danos morais recebida pelo sócio José de Arimateia Queiroz, no valor de R$ 233.122,50 e que teria sido depositada na conta da Contribuinte, foi aceita pela Autoridade Fiscal, conforme deixou claro em seu Demonstrativo de Receitas Omitidas, na linha referente a 12/2014. CONCLUSÃO Ante o exposto, considerando que a Contribuinte não conseguiu comprovar a origem de recursos utilizados em depósitos realizados em contas bancárias de sua titularidade, voto no sentido de considerar improcedente sua Impugnação. A Recorrente não evidenciou qualquer argumento jurídico que infirmasse a constituição do crédito tributário, ocasionando sua preservação integral, consoante o acórdão recorrido. Não há elementos suficientes para inverter o ônus da prova que lhe é própria, nem evidenciar a inexistência de omissão de receitas, ainda que a Recorrente noticiasse que disponibilizou todos os documentos a seguir, quando do procedimento fiscal: Fl. 415DF CARF MF Processo nº 10380.725399/201637 Acórdão n.º 1201002.307 S1C2T1 Fl. 398 13 A improcedência sobre a presunção fiscal de omissão de receita ocorre mediante documentos hábeis e idôneos, segundo o artigo 42 da Lei nº 9.430/1996 e a explanação do acórdão recorrido. O artigo 923 do Regulamento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (RIR/1999), aprovado pelo Decreto nº 3.000/1999, igualmente, reafirma que "a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais." A presunção juris tantum foi estabelecida em norma vigente, invertendo o ônus de prova quanto à omissão de receitas para o contribuinte. O Código de Processo Civil/1973, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo tributário, prevê tal hipótese no artigo 334: "Art. 334. Não dependem de prova os fatos: (...) IV— em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade." Em especial, quanto à valoração da multa de ofício, não qualificada, havendo previsão normativa expressa, novamente, não é competente o presente rito para analisar sua eventual improcedência, segundo a Súmula 2º deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. As considerações acima são bastante para meu convencimento, prescindindo de qualquer perícia ou outra diligência, segundo o artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972. Isto posto, voto pelo conhecimento do Recurso Voluntário, rejeitando a nulidade arguida e, no mérito, NEGOLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Fl. 416DF CARF MF 14 Rafael Gasparello Lima Relator Fl. 417DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13706.002695/2003-10
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2001
SIMPLES. EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA. ALTERAÇÃO DO OBJETO SOCIAL.
Deve ser considerada procedente a exclusão de oficio do Simples se a alteração do contrato social somente ocorreu após o ato de exclusão e o contribuinte.
Numero da decisão: 1001-000.869
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA - Presidente.
(assinado digitalmente)
EDUARDO MORGADO RODRIGUES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Josér Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente)
Nome do relator: EDUARDO MORGADO RODRIGUES
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EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA. ALTERAÇÃO DO OBJETO SOCIAL. Deve ser considerada procedente a exclusão de oficio do Simples se a alteração do contrato social somente ocorreu após o ato de exclusão e o contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO MORGADO RODRIGUES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Josér Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 26 95 /2 00 3- 10 Fl. 152DF CARF MF Processo nº 13706.002695/200310 Acórdão n.º 1001000.869 S1C0T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 60 a 62) interposto contra o Acórdão nº 1221.883, proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Rio de Janeiro/RJ (fls. 54 a 57), que, por unanimidade, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela ora Recorrente, decisão esta consubstanciada na seguinte ementa: "ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2001 SIMPLES. EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA. ALTERAÇÃO DO OBJETO SOCIAL. Deve ser considerada procedente a exclusão de oficio do Simples se a alteração do contrato social somente ocorreu após o ato de exclusão e o contribuinte não comprovou que não exercia atividade vedada. Solicitação Indeferida" Por sua precisão na descrição dos fatos que desembocaram no presente processo, peço licença para adotar e reproduzir os termos do relatório da decisão da DRJ de origem: "Trata o presente processo do Ato Declaratório Derat/RJO n° 449.166 (fl. 18), que excluiu a Interessada do Simples, com efeitos a partir de 01/12/2001, na forma dos artigos 15 e 16 da Lei 9.317/1996 e alterações posteriores, sob o fundamento de atividade econômica (92312/03 Produção, organização e promoção de espetáculos artísticos e eventos culturais) vedada pelo art. 9 0, inciso XIII, da Lei n° 9.317/1996. A Interessada havia apresentado, em 11/09/2003, a Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples (SRS) de fl. 1 a 3, que foi indeferida pela DERAT/RJO. Cientificada da decisão em 13/06/2008 (fl. 27/verso), a Interessada apresentou, em 15/07/2008, a manifestação de inconformidade de 28, na qual alega, em síntese: a sociedade foi constituída em 01/10/2001, conforme contrato social arquivado na Jucerj a em 25/10/2001; a sociedade permaneceu inativa até 15/02/2002, quando emitiu as primeiras notas fiscais de n° 001 e 002; conforme foi salientado na SRS, a atividade social era única e exclusivamente locação de equipamentos, o que comprova com as cópias das notas fiscais n° 032 e 034; a atividade que efetivamente exerce é a de locação de bens móveis, conforme se comprova com as notas fiscais n° 612 a 615, de fevereiro de 2008, e 626 e 627, de junho de 2008; Fl. 153DF CARF MF Processo nº 13706.002695/200310 Acórdão n.º 1001000.869 S1C0T1 Fl. 4 3 fez opção pelo Simples Nacional e teve confirmada sua opção, conforme Termo de Opção pelo Simples Nacional, com efeitos a partir de 01/07/2007. (...)" Inconformada com a decisão de primeiro grau que indeferiu a sua Manifestação de Inconformidade, a ora Recorrente apresentou o recurso sob análise com base na mesmas alegações já aventadas em primeira instância. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Em atenção ao disposto no §3º do art. 57 do RICARF, e por concordar com seu teor, adoto as razões exaradas pela decisão da DRJ ora combatida. Para tanto, reproduzo os tópicos atinentes às matérias ora tratadas: " (...) A Interessada foi excluída do Simples sob o fundamento de exercer atividade econômica, descrita no Ato Declaratório como "produção, organização e promoção de espetáculos artísticos e eventos culturais", que seria vedada pelo art. 9°, XIII, da Lei no 9.317/1996, abaixo transcrito: Art. 9° Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica : XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (...) Da análise dos documentos juntados aos autos, verificase que de fato constava como objeto social no Contrato Social de fls. 29 a 31, dentre outras, a atividade de produção e promoção de shows musicais e agenciamento artístico. Se o contrato social prevê atividades vedadas e não vedadas, a Interessada pode, conforme orientação da própria SRF, permanecer no Simples, bastando para tanto que só exerça as atividades não vedadas. Não obstante, é seu o ônus de mostrar Fl. 154DF CARF MF Processo nº 13706.002695/200310 Acórdão n.º 1001000.869 S1C0T1 Fl. 5 4 que, dentre todas as atividades informadas em seu contrato social, exerce apenas as permitidas. O contrato social tem efeito declaratório, de forma que da circunstancia de o mesmo contemplar varias atividades decorre a presunção natural de que todas elas são exercidas ou, em tese, podem ser. Por este motivo, se a Interessada, em sua defesa, alega que não exerce algumas das atividades que informou a titulo de objeto social, deve comprovar. No presente caso, foram acostadas aos autos as notas fiscais de número 002, 032, 034 (fls. 13 a 25) e 612, 613, 614, 615, 626 e 627 (fls. 37 a 42) Evidentemente os documentos juntados não têm o condão de comprovar que a empresa não obteve receita proveniente das atividades vedadas, mas tãosomente que obteve também receita proveniente de locação de equipamentos, haja vista que a Interessada apresentou apenas nove notas fiscais, de um universo presumivelmente muito maior. Assim, não há como saber a que se referem as notas fiscais não juntadas, que podem (ou não) ser referentes a atividades vedadas. Nesse sentido, deve ser afastada a afirmação da Interessada de que sua atividade era única e exclusivamente locação de equipamentos, porque desacompanhada de elementos que pudessem comprová la. A alteração contratual juntado as fls 33 a 36 também é prova inábil no caso concreto, uma vez que registrado apenas em março de 2004 na Junta Comercial. Os atos sujeitos a registro público somente têm validade e produzem os efeitos que lhe são pertinentes a partir de sua formalização. A esse respeito dispõe o Código Civil vigente: Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia. Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que cumpridas as referidas formalidades. (grifei) Nesses termos, o instrumento de altere. do contratual somente pode ser oposto a terceiros, inclusive a Fazenda Pública, a partir da j , a do registro, pois esse é o procedimento obrigatório para dar publicidade a todos os atos de constituição e alteração contratual das sociedades comerciais. Na hipótese de alteração do Contrato Social, com a exclusão da atividade vedada, os efeitos somente se produzem a partir desse momento, e, mesmo nesse caso, se não houver obtenção de nenhuma receita oriunda do exercício de atividade vedada. Por todo o exposto, concluise que uma vez que a atividade econômica que deu causa A. exclusão do Simples figurava no Contrato Social, e que Interessada não comprovou os fatos alegados quanto ao não exercício daquelas atividades, deve ser indeferida a sua solicitação, mantendose na integra o Ato Declaratório Executivo De t/RJO n° 449.166/2003. (...)" Fl. 155DF CARF MF Processo nº 13706.002695/200310 Acórdão n.º 1001000.869 S1C0T1 Fl. 6 5 Assim, com base nos argumentos supra colacionados, provenientes da DRJ de origem, entendo que os argumentos esposados pela Recorrente não devem ser acolhidos. Portanto, a decisão de primeira instância não merece qualquer reparo. Desta forma, VOTO por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo in totum a decisão de primeira instância. É como voto. (assinado digitalmente) Eduardo Morgado Rodrigues Relator Fl. 156DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11077.720250/2016-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. VALOR NÃO ACRESCIDO DO MONTANTE DO IRRF. O montante do Imposto de Renda Retido não foi acrescido ao valor dos rendimentos auferidos. De acordo com determinação legal, somente poderão ser excluídas as despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.
QUANTIDADE DE MESES INDICADA. APURAÇÃO PROPORCIONALIZADA. RENDIMENTOS RECEBIDOS EM MAIS DE UMA PARCELA
A IN RFB nº 1500, de 2014, que estabelece as normas gerais de tributação relativas ao imposto de renda das pessoas físicas, trata em seu art. 49 de RRA recebido em mais de uma parcela e determina um critério lógico de apuração do imposto devido sobre os rendimentos recebidos em mais de uma parcela em anos-calendário diferentes.
A fiscalização utilizou corretamente o cálculo proporcionalizado dos meses do recebimento
RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO
Não assiste razão ao Recorrente quanto ao pleito de retificar as declarações apresentadas. Esse entendimento já se encontra pacificado neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, consoante enunciado da Súmula 33.
Numero da decisão: 2401-005.808
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente Convocada), Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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VALOR NÃO ACRESCIDO DO MONTANTE DO IRRF. O montante do Imposto de Renda Retido não foi acrescido ao valor dos rendimentos auferidos. De acordo com determinação legal, somente poderão ser excluídas as despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. QUANTIDADE DE MESES INDICADA. APURAÇÃO PROPORCIONALIZADA. RENDIMENTOS RECEBIDOS EM MAIS DE UMA PARCELA A IN RFB nº 1500, de 2014, que estabelece as normas gerais de tributação relativas ao imposto de renda das pessoas físicas, trata em seu art. 49 de RRA recebido em mais de uma parcela e determina um critério lógico de apuração do imposto devido sobre os rendimentos recebidos em mais de uma parcela em anoscalendário diferentes. A fiscalização utilizou corretamente o cálculo proporcionalizado dos meses do recebimento RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO Não assiste razão ao Recorrente quanto ao pleito de retificar as declarações apresentadas. Esse entendimento já se encontra pacificado neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, consoante enunciado da Súmula 33. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 7. 72 02 50 /2 01 6- 68 Fl. 341DF CARF MF Processo nº 11077.720250/201668 Acórdão n.º 2401005.808 S2C4T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente Convocada), Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza – CE (DRJ/FOR), que julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido, conforme ementa do Acórdão nº 0837.485 (fls. 251/266): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2013 OMISSÃO RENDIMENTO. Prevalece o lançamento de ofício de rendimentos do trabalho recebidos de pessoas jurídicas, quando não oferecidos à tributação na Declaração de Ajuste Anual. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto retido na fonte sobre os mesmos comporá o montante a ser tributado. QUESTÃO DE FATO. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. É imprescindível que as alegações contraditórias à questão de fato tenham o devido acompanhamento probatório, pois: “Alegar e não provar é quase não alegar”. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 342DF CARF MF Processo nº 11077.720250/201668 Acórdão n.º 2401005.808 S2C4T1 Fl. 4 3 O presente processo trata de Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) referente ao Exercício 2014, anocalendário 2013 (fls. 12/25), lavrada em 02/05/2016, por meio da qual foi apurado crédito tributário no montante total de R$ 26.471,53, conforme descrito abaixo: · Imposto de Renda Pessoa Física – Suplementar: R$ 13.306,96; · Multa de Ofício (75%), passível de redução: R$ 9.980,22; · Juros de Mora, calculados até 30/01/2017: R$ 3.184,35. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 14/17), a fiscalização afirma que da análise das informações e documentos apresentados pelo Contribuinte e das informações constantes dos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, constatouse: 1. Omissão de rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente, sujeitos à tributação exclusiva na fonte, decorrente de Conciliação Judicial com a empresa COOPERATIVA AGRÍCOLA IMEMBUY ALIMENTOS S.A., no valor de R$ 29.031,16 (Demonstrativo fl. 14); 2. O valor recebido, decorrente de Conciliação Judicial, é líquido, conforme Ata de Audiência (fl. 41/42), razão pela qual foi somado aos rendimentos oferecidos à tributação o valor do Imposto Retido – IRRF; 3. Informação inexata do número de meses referentes aos rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente, uma vez que, na sentença do processo trabalhista foi declarada a prescrição de “créditos cuja exigibilidade se tenha verificado anteriormente a 18.07.2003", portanto os meses do Rendimento Recebido Acumuladamente RRA correspondem ao período entre 07/2003 e 07/2008. A este total de 61 meses deve ser somado ainda os décimosterceiros salários, que constituem um mês à parte, totalizando 67 meses que foram proporcionalizados nos meses de recebimento; O Contribuinte tomou ciência da Notificação de Lançamento em 13/05/2016, via postal (AR fl. 125), e em 08/06/2016, tempestivamente, apresentou sua Impugnação de fls. 02/08, instruída com os documentos nas fls. 02/124. Diante da impugnação tempestiva o processo foi encaminhado à DRJ/FOR que resolveu julgar a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário exigido. Em face da decisão proferida (ciência à fl. 273) o contribuinte interpôs o RECURSO VOLUNTÁRIO de fls. 276 a 283, instruído com os documentos nas fls. 284 a 339, asseverando o seguinte:: Fl. 343DF CARF MF Processo nº 11077.720250/201668 Acórdão n.º 2401005.808 S2C4T1 Fl. 5 4 1. O Imposto de Renda sobre as verbas recebidas através da reclamação trabalhista foi integralmente recolhida, inclusive a maior do que o valor determinado pela Advocacia Geral da União; 2. Não procede a afirmação do Auditor Fiscal no Acórdão recorrido de que não restou comprovado que os valores de Imposto de Renda recolhidos foram maiores que os determinados pela AGU; 3. O recolhimento a maior resta comprovado quando se compara o cálculo da AGU (fl. 338) com a Guia de Recolhimento do IR quitada (fl. 339); 4. Não cometeu nenhum crime, não sonegou impostos, não agiu de má fé ou dolo e sempre buscou solucionar o impasse, vez que, comprovadamente havia recolhido a totalidade dos impostos; 5. Na Receita Federal recebeu, de forma expressa (Doc. 02 fls. 304/309), orientação de como deveria ser feita a retificação de suas Declarações de IR; 6. As verbas trabalhistas foram recebidas de forma parcelada, conforme consta em ata, em dois períodos (2013 e 2014); 7. O que ocorreu foi um mero erro de preenchimento das Declarações De rendimentos, o que por si só não importa em penalidade, haja vista que a totalidade do IR foi totalmente recolhido; 8. A Declaração de Imposto de Renda pode ser retificada no prazo de 5 anos e essa retificação foi feita seguindo orientação da própria Receita Federal; 9. As Declarações retificadas não puderam ser transmitidas porque o Sitio da Receita Federal as recusou em razão de já haver Notificação de Lançamento (Doc. 09 – fl. 335). 10. Apresentou junto com o Recurso as referidas Declarações Retificadas (Doc. 06 – fls. 315/323 e Doc. 07 – fls. 327/334) e protesta pelo desbloqueio da restrição para que possa transmitilas ou, alternativamente, que o CARF as declare como recebidas a fim de produzirem seus jurídicos e legais efeitos. Conclui o Recurso requerendo seu total provimento a fim de reformar o Acórdão recorrido declarando as Notificações de Lançamento sem efeito, julgando insubsistente o crédito tributário. É o relatório. Fl. 344DF CARF MF Processo nº 11077.720250/201668 Acórdão n.º 2401005.808 S2C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheira Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito Conforme se verifica no presente caso, o lançamento trata de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente (tributação exclusiva), tendo em vista que do valor recebido decorrente de conciliação judicial não foi acrescido o montante do Imposto de Renda retido, além de verificar incorreção na quantidade de meses indicada. O Recorrente traz em sua peça recursal alegações acerca do reconhecimento de erro quanto a não inclusão do valor do IRRF no montante dos rendimentos recebidos acumuladamente e a necessidade de retificação das declarações; questiona o lançamento e requer a declaração de insubsistência do crédito tributário. Destarte, o artigo 12A da Lei nº 7.713/88, acrescido pela Medida Provisória nº 497/2010, posteriormente convertida na Lei nº 12.350/2010, alterou a sistemática de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente, a partir de 28 de julho de 2010, que passaram a ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, submetidos à tabela progressiva do Imposto sobre a Renda, senão vejamos: Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anoscalendário anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. § 1º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. § 2o Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas Fl. 345DF CARF MF Processo nº 11077.720250/201668 Acórdão n.º 2401005.808 S2C4T1 Fl. 7 6 pelo contribuinte, sem indenização. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 3o A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis: (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) I – importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) II – contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) Conforme se verifica dos autos, o montante do Imposto de Renda retido não foi acrescido ao valor dos rendimentos auferidos. No entanto, de acordo com a determinação legal, somente poderão ser excluídas as despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis com ação judicial, necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. Dessa forma, os valores do IRRF foram indevidamente excluídos devendo ser acrescido ao valor dos rendimentos oferecidos à tributação, conforme estabelecido no lançamento e, inclusive, admitido pelo contribuinte em sua peça recursal (fl. 280). Não assiste razão ao Recorrente quanto ao pleito de retificar as declarações apresentadas. Esse entendimento já se encontra pacificado neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, consoante enunciado da Súmula 33, verbis: Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. Assim, no presente ponto, rejeito o argumento apresentado pela Recorrente. A acusação fiscal constatou ainda informação inexata quanto ao número de meses referente aos rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente, da seguinte forma: Informação inexata do número de meses referentes aos rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente, uma vez que, na sentença do processo trabalhista foi declarada a prescrição de “créditos cuja exigibilidade se tenha verificado anteriormente a 18.07.2003", portanto os meses do Rendimento Recebido Acumuladamente RRA correspondem ao período entre 07/2003 e 07/2008. A este total de 61 meses deve ser somado ainda os décimosterceiros salários, que constituem um mês à parte, totalizando 67 meses que foram proporcionalizados nos meses de recebimento; Fl. 346DF CARF MF Processo nº 11077.720250/201668 Acórdão n.º 2401005.808 S2C4T1 Fl. 8 7 A IN RFB nº 1500, de 2014, que estabelece as normas gerais de tributação relativas ao imposto de renda das pessoas físicas, trata em seu art. 49 de RRA recebido em mais de uma parcela e determina um critério lógico de apuração do imposto devido sobre os rendimentos recebidos em mais de uma parcela em anoscalendário diferentes: Art. 49. Na hipótese de RRA a título complementar, o imposto a ser retido será a diferença entre o incidente sobre a totalidade dos RRA paga, inclusive o superveniente, e a soma dos retidos anteriormente. § 1º Eventual diferença negativa de imposto, apurada na forma do caput, não poderá ser compensada ou restituída. § 2º Considerarseão RRA a título complementar os rendimentos de que trata o art. 36, recebidos a partir de 1º de janeiro de 2010, com o intuito específico de complementar valores de RRA pagos a partir daquela data, decorrentes de diferenças posteriormente apuradas e vinculadas aos respectivos valores originais. § 3º O disposto no caput será aplicado ainda que os RRA a título complementar tenham ocorrido em parcelas. Referida norma visa evitar distorções quando da dedução da tabela progressiva mensal multiplicada pelo número de meses a que se refere os rendimentos recebidos acumuladamente mais de uma vez. A fiscalização reconhece que os pagamentos se referem a rendimentos na quantidade de 67 meses, utilizando o cálculo proporcionalizado dos meses do recebimento. Assim, não merece reparos a decisão de piso. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e NEGOLHE provimento. (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 347DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11030.721778/2011-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010
LANÇAMENTO. HOMOLOGAÇÃO.
A situação "processada" não significa que o resultado apurado na declaração de rendimentos tenha sido homologado, podendo ser revisto de ofício pela Administração Tributária. Também, o depósito da quantia postulada a título de restituição pelo contribuinte em sua conta bancária também não caracteriza a homologação expressa do lançamento.
RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS OMITIDOS. VALOR RECEBIDO ESTAVA COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. DECAÍDA A SUSPENSÃO, NECESSIDADE DO RECOLHIMENTO IR. OMISSÃO CONSTATADA.
Quando do trânsito em julgado da medida judicial desfavorável ao Contribuinte que antes concedia a suspensão da exigibilidade do recolhimento do tributo, necessária a retificação e o pagamento do mesmo. Omissão Constatada.
VALOR INCONTROVERSO PELO CONTRIBUINTE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO.
Os rendimentos tributáveis comprovadamente omitidos na declaração de ajuste, detectados em procedimentos de oficio, serão adicionados à base de cálculo declarada para efeito de apuração do imposto devido.
DECLARAÇÃO ANUAL DE AJUSTES. RESPONSABILIDADE PELO PREENCHIMENTO DO CONTRIBUINTE.
Independente do fato de o Contribuinte ter utilizado documento errôneo fornecido pela Fonte Pagadora, é incumbência do Contribuinte o correto preenchimento da Declaração Anual de Ajustes.
MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO
Constatada a omissão, devido o lançamento da multa de ofício. Não constatado no presente caso a aplicação do Art. 63 da Lei 9430/96.
Numero da decisão: 2301-005.649
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade dos votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Joao Bellini Junior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Juliana Marteli Fais Feriato - Relatora.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado para completar a representação fazendária), Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada para substituir o conselheiro Antônio Sávio Nastureles, ausente justificadamente), Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Junior (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Antônio Sávio Nastureles e Marcelo Freitas de Souza.
Nome do relator: JULIANA MARTELI FAIS FERIATO
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HOMOLOGAÇÃO. A situação "processada" não significa que o resultado apurado na declaração de rendimentos tenha sido homologado, podendo ser revisto de ofício pela Administração Tributária. Também, o depósito da quantia postulada a título de restituição pelo contribuinte em sua conta bancária também não caracteriza a homologação expressa do lançamento. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS OMITIDOS. VALOR RECEBIDO ESTAVA COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. DECAÍDA A SUSPENSÃO, NECESSIDADE DO RECOLHIMENTO IR. OMISSÃO CONSTATADA. Quando do trânsito em julgado da medida judicial desfavorável ao Contribuinte que antes concedia a suspensão da exigibilidade do recolhimento do tributo, necessária a retificação e o pagamento do mesmo. Omissão Constatada. VALOR INCONTROVERSO PELO CONTRIBUINTE. INDEFERIMENTO DO PEDIDO. Os rendimentos tributáveis comprovadamente omitidos na declaração de ajuste, detectados em procedimentos de oficio, serão adicionados à base de cálculo declarada para efeito de apuração do imposto devido. DECLARAÇÃO ANUAL DE AJUSTES. RESPONSABILIDADE PELO PREENCHIMENTO DO CONTRIBUINTE. Independente do fato de o Contribuinte ter utilizado documento errôneo fornecido pela Fonte Pagadora, é incumbência do Contribuinte o correto preenchimento da Declaração Anual de Ajustes. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 72 17 78 /2 01 1- 86 Fl. 326DF CARF MF 2 Constatada a omissão, devido o lançamento da multa de ofício. Não constatado no presente caso a aplicação do Art. 63 da Lei 9430/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade dos votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Joao Bellini Junior Presidente. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato Relatora. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado para completar a representação fazendária), Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada para substituir o conselheiro Antônio Sávio Nastureles, ausente justificadamente), Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Junior (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Antônio Sávio Nastureles e Marcelo Freitas de Souza. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 310 e ss.) interposto em face da decisão da DRJ proferida pela 4ª Turma da DRJ/POA, Acórdão 1054.649 de 16/04/2015 (fls. 299 e ss), que indeferiu a Impugnação e determinou a procedência do lançamento, cuja Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 INCONSTITUCIONALIDADE. O exame da constitucionalidade ou legalidade das leis é tarefa estritamente reservada aos órgãos do Poder Judiciário. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto n.º 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. LANÇAMENTO. HOMOLOGAÇÃO. A situação "processada" não significa que o resultado apurado na declaração de rendimentos tenha sido homologado, podendo ser revisto de ofício pela Administração Tributária. Também, o depósito da Fl. 327DF CARF MF Processo nº 11030.721778/201186 Acórdão n.º 2301005.649 S2C3T1 Fl. 327 3 quantia postulada a título de restituição pelo contribuinte em sua conta bancária também não caracteriza a homologação expressa do lançamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Conforme consta do Auto de Infração de fls. 2/16 e ss., o Contribuinte foi condenado ao pagamento de crédito tributário na importância correspondente a R$ 112.955,78, sendo R$56.955,04 de imposto suplementar a pagar, R$13.214,45 de juros e R$42.746,29 de multa, diante da Omissão de Rendimentos do Trabalho com Vínculo Empregatício recebidos de Pessoa Jurídica, no Ano Calendário de 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010. A omissão na Declaração se deu diante do fato de o Contribuinte ser beneficiário do programa de Complementação Temporária de Proventos – CTP – Benefício Saldado, da aposentadoria paga pela Fonte Pagadora Fundação CEEE de Seguridade Social (ELETROCEEE), cuja exigibilidade do pagamento do Imposto de Renda estava suspensa diante dos efeitos da antecipação de tutela proveniente da demanda interposta pelo próprio Contribuinte em face da Fazenda Federal (autos 2003.71.00.0693084/RS). Diante da suspensão da exigibilidade, a Fonte Pagadora efetuou os pagamentos mensais do programa supracitado ao Contribuinte, que teve acréscimo à sua renda, sem reter o imposto de renda na fonte. Da mesma forma, o Contribuinte, ao apresentar suas DAA do período analisado (fls. 21/48), declarou o valor recebido como rendimentos isentos e não tributáveis “outros: Proc. Lim. Isenc. IRPF 2003.71.00.0693084 – 5ª Vara Federal”. Ocorre que o processo, cuja liminar suspendia a exigibilidade do recolhimento de Imposto de Renda foi extraída, foi julgado desfavorável ao Contribuinte, com trânsito em julgado e, 01/03/2009 (vide informação da Auditora Fiscal na fl. 18), tornandose, portanto, exigível a cobrança. Apesar da negativa judicial, o Contribuinte não apresentou as Declarações retificadoras, para incluir os rendimentos recebidos que estavam com a exigibilidade suspensa, razão pela qual a Autoridade Fiscal efetuou o lançamento, conforme fundamentação do Termo de Verificação Fiscal de fls. 18 e ss., lançando o valor de R$56.995,04 de Imposto de Renda Suplementar; R$13.214,45 de Juros e R$42.746,29 de Multa. Na Impugnação juntada nas fls. 110/293, o Contribuinte requer a nulidade do auto de infração por força da extinção do crédito tributário com a homologação expressa da Declaração pela Fazenda Nacional, tendo em vista que com a restituição do Imposto de Renda nas declarações apresentadas, houve a homologação expressa pela autoridade fazendária dessas declarações, sendo indevido o lançamento do crédito tributário depois de homologada a Declaração. Nos termos da decisão da DRJ, fls. 299/304, a Autoridade Fiscal entendeu pela improcedência da impugnação, na seguinte razão: · Nos termos do art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, alterado pelo artigo 25 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, compete às Delegacias de Julgamento tão somente o controle de legalidade dos atos administrativos, consistente em examinar a Fl. 328DF CARF MF 4 adequação dos procedimentos fiscais com as normas legais vigentes, não podendo afastálos, sob pena de ultrapassar os limites legais; · Não se vislumbra no presente caso a nulidade do Auto de Infração alegada na Impugnação, visto que não ocorrem os pressupostos dos incisos I e II do Art. 59 do Decreto 70.235/1972; · Com relação à jurisprudência judicial, esclarecese que, à exceção das decisões do STF sobre inconstitucionalidade da legislação, a eficácia dos acórdãos dos tribunais limitase especificamente ao caso julgado e às partes inseridas no processo de que resultou a sentença, não aproveitando esses acórdãos em relação a qualquer outra ocorrência senão aquele objeto da sentença, ainda que de idêntica natureza; · Com relação à alegação da homologação da declaração tendo a Autoridade Fiscal inclusive feito o pagamento das restituições, em que há a extinção do crédito tributário, a DRJ entendeu que processamento da declaração nada mais é do que o procedimento de ordenamento e classificação dos seus dados, o qual é efetuado sem nenhuma crítica quanto às informações nela prestadas pelo contribuinte, ou seja, situação "processada" não significa que o resultado apurado tenha sido homologado, assim como o depósito da quantia postulada a título de restituição pela contribuinte em sua conta bancária também não caracteriza a homologação expressa do lançamento, a qual somente se poderá considerar efetuada através da existência de ato administrativo praticado por escrito e por servidor público com competência para tanto; · Diante disso, no presente caso, não houve a homologação expressa alegada, portanto, devido o lançamento, pois constatada a omissão; · Nas fls. 310/323, o Contribuinte junta seu Recurso Voluntário alegando, novamente, a questão a nulidade do auto de infração por força da extinção do crédito tributário com a homologação expressa da Declaração pela Fazenda Nacional, tendo em vista que com a restituição do Imposto de Renda nas declarações apresentadas, ou seja, o pagamento ao Contribuinte das restituições, significa na a homologação expressa pela autoridade fazendária dessas declarações, sendo indevido o lançamento do crédito tributário depois de homologada a Declaração; por fim, requer o cancelamento da multa de ofício, nos termos do Art. 63, da Lei 9.430/96. Este é o relatório. Voto Fl. 329DF CARF MF Processo nº 11030.721778/201186 Acórdão n.º 2301005.649 S2C3T1 Fl. 328 5 Conselheira Relatora Juliana Marteli Fais Feriato Admissibilidade Conforme consta das fls. 308, o Contribuinte tomou ciência da decisão em 30/04/2015, apresentando Recurso Voluntário em 28/05/2015, nos termos das fls. 310. Portanto, tempestivo o Recurso, conheço do mesmo, passando à análise de seu mérito. Mérito Tratase de Recurso Voluntário do indeferimento da impugnação apresentada pelo Contribuinte referente à revisão do Imposto de Renda do mesmo, durante o período apurado, diante da omissão de recebimento de rendimentos de pessoa jurídica com vínculo empregatício, que culminou no lançamento de crédito tributário correspondente a R$ 112.955,78, sendo R$56.955,04 de imposto suplementar a pagar, R$13.214,45 de juros e R$42.746,29 de multa. O lançamento do imposto suplementar teve origem à valores recebidos pelo Contribuinte, por sua Fonte Pagadora, à título de Complementação Temporária de Proventos – CTP – Benefício Saldado, durante o AnoCalendário de 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010. Com relação aos valores lançados, observase que tanto na Impugnação, quanto que também, no Recurso Voluntário, o Contribuinte NÃO NEGA que recebeu tais valores declarados pela Fonte Pagadora no período apurado. Portanto, incontroverso os valores lançados pela Autoridade Fiscal no Auto de Infração. Sua defesa consiste única e simplesmente na alegação de que, diante da ocorrência do pagamento, pela autoridade fiscal, da restituição do imposto de renda durante o período apurado significa na sua homologação expressa das declarações, ou seja, extinto o crédito tributário lançando, devendo o auto de infração ser declarado nulo. Portanto, a questão posta em análise no presente processo administrativo/tributário, diz respeito à análise de que o pagamento (compensação/restituição) do imposto de renda declarado significa na aceitação/homologação, pela Fazenda, das declarações apresentadas. Sobre este ponto, observase que o Imposto de Renda deve ser recolhido na Fonte e seu beneficiário deverá apresentar, anualmente, a Declaração de Ajuste Anual, cujo lançamento depende de homologação pela Autoridade Fiscal, nos termos do Art. 150 do CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Fl. 330DF CARF MF 6 § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A homologação é ato de reponsabilidade e competência única da Autoridade Fiscal que, neste tipo de tributo, é efetuado pelos auditores da Receita Federal que recebem e processam as declarações de imposto de renda, tendo o prazo de 05 anos para processálas. A homologação pode se dar da forma expressa ou tácita. A expressa depende da lavratura de termo no livro fiscal do sujeito passivo fiscalizado, ou seja, reconhecimento expresso pela Autoridade Fiscal de que a Declaração foi processada e aceita. Segundo o Contribuinte, essa declaração adveio com o fato de a Autoridade Fiscal ter processado as Declarações e ter feito o pagamento das compensações/restituições. Não existe na legislação atual qualquer determinação legal que indique que a compensações/restituições do saldo do imposto de renda, efetuado pela Fazenda Nacional, signifique na homologação expressa da DIRF. Conforme se observa no extrato do processamento das declarações analisadas, observase que todas constam como processadas, e em nenhuma há “homologada”. Declaração processada significa que ela foi recebida e o seu processamento, concluído. É importante que o contribuinte saiba que a situação "processada" não significa que o resultado apurado tenha sido homologado, podendo ser revisto de ofício pela Administração Tributária, dentro do prazo prescricional. Inclusive é isto que diz a única prova sustenta a alegação do Contribuinte – os extratos dos IRPF. Conforme se vislumbra no extrato do IRPF de 2008, nas fls. 170, do de 2009 nas fls. 208 e o de 2010 nas fls.248, no final do processamento há expressamente o indicativo de que: “a situação de declaração PROCESSADA não corresponde a homologação do lançamento, disposto no §4º do Art. 150, da Lei 5.172/1966 (CTN), podendo ser revista de ofício pela Administração Tributária”. Portanto, dentro do prazo prescricional, apesar de a Autoridade Tributária ter processada a Declaração, se não houve o ato da HOMOLOGAÇÃO EXPRESSA, poderá, a mesma, ser revisada. E é isto que ocorreu no presente caso. Apesar de as Declarações terem sido processadas e efetuado o pagamento das restituições de imposto de renda, as mesmas foram revisadas quando da notícia de que a medida judicial que suspendia a exigibilidade do recolhimento do imposto havia decaído, sendo lançado, antes da ocorrência do lapso temporal da prescrição, o crédito tributário em análise. Fl. 331DF CARF MF Processo nº 11030.721778/201186 Acórdão n.º 2301005.649 S2C3T1 Fl. 329 7 Ademais, com relação à Jurisprudência trazida pelo Contribuinte em suas razões recursais, essas decisões, mesmo que proferidas por órgãos colegiados, não constituem normas complementares do Direito Tributário, a menos que haja lei que atribua eficácia normativa a estas decisões. Portanto, não podem ser estendidas genericamente a outros casos. Somente aplicamse às questões e às partes envolvidas naqueles litígios, nos termos do inciso II do art. 100 do CTN: Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: (...) II as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; Portanto, à exceção das decisões do STF sobre inconstitucionalidade da legislação, a eficácia dos acórdãos dos tribunais limitase especificamente ao caso julgado e às partes inseridas no processo de que resultou a sentença, não aproveitando esses acórdãos em relação a qualquer outra ocorrência senão aquela do objeto da sentença, ainda que de idêntica natureza. Verificase que a extensão dos efeitos de decisões judiciais possui como pressuposto a existência de decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal e que tal decisão se refira especificamente à inconstitucionalidade da lei, do tratado ou do ato normativo federal que esteja em litígio. Não é o caso do Contribuinte. Os julgados trazidos dizem respeito apenas às partes do processo. Portanto, não havendo previsão legal para que este Conselho entenda que uma declaração “processada” signifique na sua homologação expressa quando há o pagamento da compensação/restituição de imposto ao Contribuinte e levandose em consideração a impossibilidade deste Conselho utilizar julgamentos Jurisprudenciais com efeitos inter partes, voto por negar provimento ao pedido, mantendose hígida a cobrança, visto que houve omissão do contribuinte em suas Declarações. Com relação à multa de ofício, o Contribuinte requer seu cancelamento, nos termos do art. 63 da Lei 9430/96, que assim determina: Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição Fl. 332DF CARF MF 8 Indevida a colocação do Contribuinte. Isto, pois, quando da apuração da omissão no auto de infração e do lançamento do imposto suplementar, o Contribuinte já não era mais beneficiário da decisão judicial que suspendia a exigibilidade do tributo. Temse nas fls. 18 dos autos que a decisão desfavorável ao Contribuinte, ou seja, quando de fato decaiu a tutela antecipada que determinava a suspensão da exigibilidade, teve seu trânsito em julgado em 01/03/2009. Já o auto de infração e o lançamento do crédito ocorreu em 29/09/2011, ou seja, quando o Contribuinte já não possuía ao seu favor a decisão judicial que determinava a suspensão do crédito. Portanto, o presente Auto de Infração não foi lançado para prevenir a decadência, por haver medida judicial que suspende a exigibilidade. Desta forma, não se aplica o art. 63 no presente caso, mas sim, o art. 44: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Portanto, não havendo previsão legal para a retirada ou a redução da multa de ofício, sendo sua redução mera liberalidade do FISCO quando da sua cobrança, impossível de este Conselho rever, a multa lançada. Diante do exposto, voto por negar provimento ao pedido. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário para, no mérito, NEGAR PROVIMENTO. É como voto. Juliana Marteli Fais Feriato – Relatora. (assinado digitalmente) Fl. 333DF CARF MF Processo nº 11030.721778/201186 Acórdão n.º 2301005.649 S2C3T1 Fl. 330 9 Fl. 334DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18471.000706/2007-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2002
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DO EXTERIOR.
Restando configurado que o contribuinte omitiu rendimentos recebidos do exterior, há que se manter a infração tributária, tendo em vista que as provas demonstraram que tais rendimentos pertenciam efetivamente ao contribuinte.
SÚMULA CARF Nº 61
Os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no ano-calendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física.
SÚMULA CARF Nº 26:
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.
PROVAS -
Constitui prova suficiente da titularidade de recursos no exterior os laudos emitidos pela Policia Científica com base em mídia eletrônica enviada pelo Ministério Público dos EUA, onde consta o titular das remessas de numerário. (Acórdão e 105-17.010 - Sessão de 28 de maio de 2008)
Presunção legal relativa, bastando ao fisco demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma a ocorrência de omissão de rendimentos. Cabe, por sua vez, ao contribuinte demonstrar, através de documentação hábil e idônea, que tal presunção mostra-se inverídica. Não tendo o Contribuinte demonstrada a origem dos valores recebidos do exterior, proveniente do Caso Beacon Hill, com provas hábeis de comprovar o que alega, sendo constatada a ocorrência do fato gerador, verifica-se a legalidade do lançamento.
Numero da decisão: 2301-005.653
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
João Bellini Júnior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Juliana Marteli Fais Feriato - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado para completar a representação fazendária), Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada para substituir o conselheiro Antônio Sávio Nastureles, ausente justificadamente), Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Junior (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Antônio Sávio Nastureles e Marcelo Freitas de Souza.
Nome do relator: JULIANA MARTELI FAIS FERIATO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DO EXTERIOR. Restando configurado que o contribuinte omitiu rendimentos recebidos do exterior, há que se manter a infração tributária, tendo em vista que as provas demonstraram que tais rendimentos pertenciam efetivamente ao contribuinte. SÚMULA CARF Nº 61 Os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no ano-calendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física. SÚMULA CARF Nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. PROVAS - Constitui prova suficiente da titularidade de recursos no exterior os laudos emitidos pela Policia Científica com base em mídia eletrônica enviada pelo Ministério Público dos EUA, onde consta o titular das remessas de numerário. (Acórdão e 105-17.010 - Sessão de 28 de maio de 2008) Presunção legal relativa, bastando ao fisco demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma a ocorrência de omissão de rendimentos. Cabe, por sua vez, ao contribuinte demonstrar, através de documentação hábil e idônea, que tal presunção mostra-se inverídica. Não tendo o Contribuinte demonstrada a origem dos valores recebidos do exterior, proveniente do Caso Beacon Hill, com provas hábeis de comprovar o que alega, sendo constatada a ocorrência do fato gerador, verifica-se a legalidade do lançamento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. João Bellini Júnior - Presidente. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado para completar a representação fazendária), Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada para substituir o conselheiro Antônio Sávio Nastureles, ausente justificadamente), Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Junior (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Antônio Sávio Nastureles e Marcelo Freitas de Souza.
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Restando configurado que o contribuinte omitiu rendimentos recebidos do exterior, há que se manter a infração tributária, tendo em vista que as provas demonstraram que tais rendimentos pertenciam efetivamente ao contribuinte. SÚMULA CARF Nº 61 Os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no ano calendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física. SÚMULA CARF Nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. PROVAS Constitui prova suficiente da titularidade de recursos no exterior os laudos emitidos pela Policia Científica com base em mídia eletrônica enviada pelo Ministério Público dos EUA, onde consta o titular das remessas de numerário. (Acórdão e 10517.010 Sessão de 28 de maio de 2008) Presunção legal relativa, bastando ao fisco demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma a ocorrência de omissão de rendimentos. Cabe, por sua vez, ao contribuinte demonstrar, através de documentação hábil e idônea, que tal presunção mostrase inverídica. Não tendo o Contribuinte demonstrada a origem dos valores recebidos do exterior, proveniente do Caso Beacon Hill, com provas AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 07 06 /2 00 7- 75 Fl. 278DF CARF MF 2 hábeis de comprovar o que alega, sendo constatada a ocorrência do fato gerador, verificase a legalidade do lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. João Bellini Júnior Presidente. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado para completar a representação fazendária), Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (suplente convocada para substituir o conselheiro Antônio Sávio Nastureles, ausente justificadamente), Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Junior (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Antônio Sávio Nastureles e Marcelo Freitas de Souza. Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo Contribuinte nas fls. 233/244, contra a decisão proferida pela DRJ RJOII, que julgou procedente o lançamento do crédito tributário, conforme fundamentação do Acórdão da Impugnação de nº 1324.925, proferido em 22/05/2009 (fls. 220/229), cuja Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA IRPF Anocalendário: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DO EXTERIOR. Restando configurado que o contribuinte omitiu rendimentos recebidos do exterior, há que se manter a infração tributária imputada ao sujeito passivo, tendo em vista que as provas demonstraram que tais rendimentos pertenciam efetivamente ao contribuinte. Lançamento Precedente Fl. 279DF CARF MF Processo nº 18471.000706/200775 Acórdão n.º 2301005.653 S2C3T1 Fl. 279 3 Nas fls. 11/14 consta o Imposto de Renda da Pessoa Física do Contribuinte declarado para o período apurado, no qual declarou que teve o rendimento de R$13.140,00 no ano e R$675.010,15 de Ganho de Capital. Entretanto, com a apuração fiscal, constatouse que o Contribuinte havia recebido rendimento no exterior, de pessoas jurídicas estabelecidas nos Estados Unidos da América, valores estes não declarados: Na fl. 17 e ss., o Contribuinte apresenta sua resposta à intimação fiscal da qual exigia documentação e justificativa sobre os valores recebidos no exterior, no qual o Contribuinte requer a concessão da dilação do prazo para 30 dias para juntar a documentação explicativa, visto que se encontra com problemas de saúde. Na fl. 26 e ss., o Contribuinte apresenta sua manifestação, na qual afirma que realizou juntamente com a exmulher e seus dois filhos a venda de 03 apartamentos, os quais foram objeto de partilha de bens, proveniente da sociedade conjugal, no valor total de R$3.000.000,00, sendo que, tendo em vista que vendeu para pessoas que residiam no exterior, acabou recebendo o valor equivalente à R$2.000.000,00 de forma parcelada, pagos com recursos do exterior, apesar de ter constado na Escritura de dois dos três imóveis que o valor seria pago no ato da assinatura e em moeda corrente. Afirma que realizou a retificação da declaração de imposto de renda do ano de 2003 de forma espontânea, oportunidade que levou à tributação todos os valores decorrentes da operação, inclusive os relativos aos ingressos em dólares, sendo pago o todos os tributos apurados. Nas fls. 32/36, consta a Escritura Pública de Doação dos imóveis aos filhos do Contribuinte, proveniente da partilha de bens do divórcio assinado entre o Contribuinte e Fl. 280DF CARF MF 4 sua exesposa (processo judicial com cópia nas fls. 37/38). Nas fls. 39/48 constam das Escrituras de Compra e Venda. Nas fls. 92/99 consta da Declaração Retificada do Imposto de Renda do Contribuinte, na fl. 100 e ss., consta do Extrato da Dívida PAES. Nas fls. 131, o Sr. Carlos Henrique de Merlo Bessa, que foi o intermediador da compra dos imóveis do Contribuinte, apresenta declaração datada de 10/05/2007, no qual afirma que: 1. O apartamento 602, adquirido em 05/02/2002, de propriedade do Contribuinte e sua exesposa, foi adquirido por sua mãe Amparo de Merlo Bessa, sendo pago R$250.000,00 de sinal e R$750.000,00 em cheque administrativo, recursos financeiros de seu pai Carlos Henrique Bessa; 2. O apartamento 701 de propriedade da filha do Contribuinte, foi comprado em 02/08/2002 pelos filhos do declarante (Nina e Diego), sendo pago R$1.000.000,00 em moeda corrente do país e teve como recursos os valores existentes, na época, nos fundos Dreyfus Brascan FIF DI; 3. O apartamento 702 de propriedade do filho do Contribuinte, foi adquirido em 02/08/2002 pelo irmão do declarante (Fernando), sendo pago R$1.000.000,00 em moeda corrente do país; 4. Por fim, afirma que nem o declarante, nem o seu pai (Carlos), ou sua mãe (Amparo), ou o seu irmão (Fernando) tiveram contas bancárias no exterior e que todos os pagamentos foram feitos com recursos provenientes do Brasil. Nas fls. 138, o Contribuinte apresenta declaração em 25/06/2007, no qual reafirma que: · Recebeu a quantia de R$845.000,000 em Dólares americanos em 16/11/2001 a 20/12/2002, sendo que tais valores são provenientes de pagamentos referentes à venda de três imóveis apartamentos 602, 701 e 702 no Rio de Janeiro, totalizando a venda em R$3.000.000,00, sendo que deste valor, R$1.000.000,00 foi pago em dinheiro (moeda corrente do país) e os R$2.000.000,00 foram pagos parcelados em dólares; · Que tomou ciência da declaração prestada por Carlos Henrique de Merlo Bessa; Nas fls. 160 e ss., consta do Auto de Infração, datado de 27/06/2007, no qual foi lançado contra o Contribuinte o valor de R$697.465,99 de imposto; R$456.909,97 de juros de mora; R$523.099,49 de multa e, acrescido ao débito principal, lançouse R$348.651,82 de multa (obrigação acessória), totalizando em R$2.026.127,27 o débito. Nas fls. 167/171 consta do termo de verificação fiscal da qual afirmou: 1. Que a auditoria teve origem os procedimentos de investigação de transferência de recursos internacionais do caso especial n. 140 Beacon Hill Service Corporation, a qual teve decretada a quebra de sigilo bancário, visto que era intermediaria de diversas ordens de Fl. 281DF CARF MF Processo nº 18471.000706/200775 Acórdão n.º 2301005.653 S2C3T1 Fl. 280 5 pagamento junto a extinta agencia do Banestado em Nova York, e atuava como preposto bancário financeiro de brasileiros na agencia da JP Morgan Chase Bank, administrando contas e subcontas, dentre as quais da Midler Corp S/A que representava doleiros brasileiros e empresas off shores com participação de brasileiros; 2. Que foi providenciado laudo de exame econômico financeiro pelo Instituto Nacional de Criminalística referente a conta da Midler, sendo analisadas as ordens de pagamento recebidas e ordenadas nas contascorrentes da Beacon Hill, sendo constatado que o contribuinte realizou remessas de divisas através da conta Midler, onde figura como ordenante e como cliente, sendo efetuadas seis transferências internacionais de recursos no ano calendário de 2002: U$$35.000,00 em 04/04/2002; U$$ 150.000,00 e U$$ 220.000,00 em 29/07/2002; U$$200.000,00 em 17/10/2002, U$$184.000,00 em 04/12/2002 e U$$40.000,00 em 20/12/2002. 3. Que o Contribuinte não tinha a propriedade dos três imóveis para receber sozinho todo o valor, visto que tinha 50% de apenas 01 dos 03, sendo que, levando em consideração que o mesmo afirmou que o valor recebido do exterior seria para o pagamento de 02 apartamentos, ou seja, R$2.000.000,00, o valor recebido do exterior (R$2.541.803,60) é muito superior, o que não coaduna com o que alega; 4. Que nenhuma data de pagamento proveniente do exterior coincide com a época em que as escrituras foram lavradas; 5. Inclusive, não é coerente o fato de que até a lavratura das escrituras, o contribuinte, pela sua tese, teria recebido R$1.087,770,00, tendo transferido todos os direitos dos imóveis para os compradores e ainda teria R$912.230,00 (R$2.000.000,00 menos R$1.087,770,00) a receber, sem nenhuma garantia, pois havia dado a quitação; 6. Por essas razões não restou evidente que as remessas de recursos que o contribuinte recebeu do exterior não tem vinculação com a venda dos imóveis; Nas fls. 207 e ss., o contribuinte apresenta sua Impugnação, na qual afirmou: 1. Que de fato os valores foram provenientes de pagamento pela venda dos dois imóveis vendidos à família de Carlos Henrique de Merlo Bessa; 2. Que os créditos ocorridos em US$, um em 04/04/2002 e dois em 29/07/2002, superouse o percentual de 50% do valor correspondente à venda dos dois outros apartamentos, que fora anteriormente acordado, o que permitiu quatro dias depois, em 02/08/2002, fosse realizada a lavratura das duas Escrituras públicas; Fl. 282DF CARF MF 6 3. Que como o negócio com USS vindo do exterior não poderia ter sido declarado, o contribuinte teve que admitir que nas Escrituras públicas constasse que o pagamento do valor contratado, teria sido realizado no ato da lavratura e em moeda corrente, embora assim não fosse; 4. Que não há comprovação das declarações feitas por Carlos Henrique de Merlo Bessa, principalmente no que consiste a afirmação de que o pagamento de um dos apartamentos teria sido efetuado através de valores existentes, na época, nos fundos Dreyfus Brascan FIF DI; 5. Que “além de já termos a conformidade das duas Escrituras de vendas, lavradas em 02/08/2002 imediatamente aos créditos de 29/07/2002 tivemos as Escrituras de compras lavradas, respectivamente em 05/04/2002, l7/04/2002, 03/09/2002, e 02/12/2002, onde em todas elas se fez constar que a aquisição se deu com os recursos advindos da venda dos aptos. 701 e 702, da Avenida Vieira Souto, 272”; 6. Por fim, “considerando que os respectivos ingressos já foram oferecidos pelo contribuinte à tributação, inclusive já incluídos em um programa de Parcelamento Especial, onde o mesmo é obrigado a assinar pela confissão de dívida declarada, assumindo todas as suas consequências, fica prejudicado o presente lançamento, devendo o referido Auto de Infração ser anulado, ou desconsiderado, em relação aos créditos que já foram objeto da tributação espontânea. Nas fls. 220 e ss. consta o Acórdão da Impugnação proferido pela 2ª Turma da DRJ/RJOII, na qual considerou o lançamento procedente e indeferiu os termos da impugnação, ante a seguinte razão: 1. O autuado aduz que apurou o ganho de capital e retificou a declaração do imposto de renda, oferecendo espontaneamente o produto da venda à tributação nos termos do programa de parcelamento PAES. Assim, os valores em US$ já teriam sido oferecidos à tributação, devendo ter sido cancelado o lançamento. Sem razão, visto que o presente lançamento trata de omissão de rendimentos recebidos do exterior que o contribuinte auferiu no anocalendário de 2002, fato gerador distinto do ganho de capital. Assim como é distinto o lançamento da multa isolada pela falta de recolhimento do carnêleão, haja vista que os rendimentos do exterior estão sujeitos à antecipação do imposto mensal a título de carnêleão. Nos casos de ganho de capital na alienação de imóveis, a base de cálculo é a diferença positiva entre o valor da venda e o custo do bem alienado. 2. O sujeito passivo tenta justificar que não haveria omissão de rendimentos recebidos do exterior, tendo em vista que tais valores seriam provenientes da alienação de imóveis, operação de venda, em que o contribuinte, na condição de coproprietário e de representante de seus filhos, Anderson de Souza Sequeira e Cristianne de Souza Sequeira, e sua exmulher, Elizabete de Souza, ajustaram com Carlos Henrique de Merlo Bessa, representante de terceiros, que se propôs a pagar por meio de remessa do exterior em US$. Verificase que as alegações do contribuinte são desprovidas de provas materiais que Fl. 283DF CARF MF Processo nº 18471.000706/200775 Acórdão n.º 2301005.653 S2C3T1 Fl. 281 7 pudessem criar uma relação concreta e verdadeira entre os valores auferidos do exterior e as alienações de imóveis aduzidas na peça defensoria. 3. Além disto, destacase que o impugnante reconheceu que recebeu os recursos oriundos do exterior, conforme sua resposta, de 03/11/2006, e declaração datada, em 25/06/07. 4. Dos três imóveis que o autuado tentou relacionar aos valores do exterior, o interessado somente detinha a propriedade de 50% do apartamento 602, da AV. Vieira Souto n° 272; as datas de remessas no exterior, não possuem qualquer relação com a data de lavratura das escrituras dos imóveis alienados, visto que as movimentações no exterior ocorreram em 04/04/02, 29/07/02, 17/10/02, 04/12/02 e 20/12/02 e a lavratura das escrituras de venda dos imóveis situados na Av. Vieira Souto, n° 272 ocorreram em 05/02/02 e 02/08/02, não tendo, portanto, qualquer coincidência com as datas das movimentações de recursos no exterior. 5. que Carlos Henrique Merlo Bessa, foi intimado pela fiscalização para prestar os devidos esclarecimentos e, de acordo com sua resposta acostada à fl. 121, ele esclareceu toda a forma de pagamento, tendo afirmado categoricamente que ele, seu pai, sua mãe e seu irmão não têm e nunca tiveram contas bancárias no exterior e que todos os pagamentos para adquirir os imóveis citados foram feitos com recursos provenientes do Brasil, sendo assim, não há que se falar de vínculo entre os rendimentos do exterior e os respectivos imóveis alienados, sendo certo que os valores do exterior foram recebidos efetivamente pelo autuado, enquadrandose como omissão de rendimentos, tendo em vista que o contribuinte não ofereceu tais valores à tributação quando da elaboração de sua declaração de ajuste anual do anocalendário ora analisado. Destacase que a decisão da DRJ se deu por maioria de votos e não por unanimidade, visto que o julgador Bernardo Schmidt entendeu que a omissão de rendimentos não restou comprovada pelo Fisco. Nas fls. 233/244 o Contribuinte apresenta seu Recurso Voluntário, no qual alega que: 1. Que a decisão da DRJ foi por maioria e não unanimidade dando destaque ao voto do julgador divergente Bernardo; 2. Que cabia ao FISCO comprovar que a “RENDA” precisa ser demonstrada e comprovada, não bastando o entendimento da fiscalização de que a Renda possa simplesmente ser “PRESUMIDA” 3. que restou demonstrado com documentos que o contribuinte realmente alienou os imóveis, e recebeu parte dos pagamentos através de “remessas” vindas do exterior, não havendo omissão de renda, razão pela qual não há que se falar em “rendimentos oriundos do Fl. 284DF CARF MF 8 exterior”, não tendo sido feita uma fiscalização responsável e precisa a diferenciar a origem do recurso vindo do exterior, que teve por natureza o pagamento de uma venda qualquer e que, portanto, teria uma tributação própria, da origem de recurso vindo do exterior, que seja decorrente de evasão de divisas e/ou omissão de renda de qualquer natureza, o que não ocorreu no caso em tela; 4. Que restou comprovado que os valores são provenientes da venda de 03 imóveis, que tais valores foram para quitar o débito dessas vendas, as quais foram intermediadas por Carlos Henrique de Merlo Bessa; 5. Que as alegações de Carlos Henrique de Merlo Bessa prestadas ao Fisco foram inverídicas, que poderia e deveria a fiscalização ter realizado a investigação nas contas bancárias de Carlos, o que supostamente comprovaria que este não realizou o pagamento dos imóveis em moeda corrente e nas datas das Escrituras, o que demonstraria que os valores vindos do exterior são, em realidade, do Sr. Carlos e não do Contribuinte; 6. Que só foi atribuído “presunção de veracidade”, às Escrituras relativas aos imóveis que interessavam à manutenção do lançamento, ignorando àquelas que comprovam a vinculação do negócio, visto que demonstram indícios de veracidade na alegação do contribuinte, ao contrário das informações prestadas pelo Sr. Carlos Henrique de Merlo Bessa; 7. Que a fiscalização, em nenhum momento se preocupou em provar que aqueles recursos, realmente correspondiam a “rendimentos oriundos do exterior”, sendo indiferente que os recursos já tenham sido objeto de tributação espontânea pelo contribuinte, como supostamente havia restado demonstrado; 8. Que é muita pretensão da Turma Julgadora em classificar os referidos créditos oriundos do exterior, como se fossem rendimentos recebidos, pela simples constatação de que os mesmos estavam ligados ao caso “Beacon Hill”, objeto de investigação que envolveu a RFB, a Polícia Federal e o próprio Poder Judiciário, e por isso querer dar sua interpretação como fato consumado; 9. Que o lançamento desrespeitou os princípios da legalidade e da segurança jurídica; 10. Requer o cancelamento do lançamento; Este é o relatório dos atos processuais. Fl. 285DF CARF MF Processo nº 18471.000706/200775 Acórdão n.º 2301005.653 S2C3T1 Fl. 282 9 Voto Conselheira Relatora Juliana Marteli Fais Feriato Admissibilidade Conforme constatase nas fls. 234, o Contribuinte foi intimado por AR/MP em 17/06/2009 e apresenta seu Recurso Voluntário em 16/07/2009, sendo, portanto, tempestivo o mesmo. Diante disso, conheço do Recurso e passo à análise de seu mérito. Mérito Tratase de lançamento de ofício, diante da omissão de recolhimento de imposto de renda do Contribuinte durante o ano de 2002, quando o mesmo recebeu valores oriundos do exterior sem justificar a origem. Conforme comprovado nos autos, no Termo de Verificação Fiscal do Auto de Infração, o Contribuinte foi ordenante e cliente de seis transferências internacionais durante o ano de 2002, de recursos depositados pela empresa Midler Corp. S.A através da atuação do agente financeiro denominado Beacon Hill, sendo os valores e as datas: · US$35.000,00, em 04/04/2002, · US$150.000,00 e US$220.000,00 em 29/07/2002; · US$200.00,00 em 17/10/2002; · US$184.000,00 em 04/12/2002 e · US$40.000,00 em 20/12/2002. Na Declaração de Imposto de Renda do contribuinte durante do ano calendário apurado, o Contribuinte não declarou que recebeu valores (renda) advindos do exterior, sendo que, quando intimado para justificar a origem dessas ordens de pagamento, designou que os valores são provenientes como parte de pagamento da venda de três imóveis que eram de propriedade sua e de sua família, cujo representante dos compradores solicitou para que os valores fosse advindos do exterior, embora todas as Escrituras Públicas de venda expressamente previram que os pagamentos se deram à vista e em moeda corrente. Após a verificação fiscal, a Autoridade Fiscal não entendeu pelo nexo causal entre as alegações do Contribuinte e os valores advindos do exterior, considerando que houve, de fato, omissão de rendimentos, lançandose R$2.026.127,27 de débito tributário, sendo: R$697.465,99 de imposto; R$456.909,97 de juros de mora; R$523.099,49 de multa e, acrescido ao débito principal, lançouse R$348.651,82 de multa (obrigação acessória). Fl. 286DF CARF MF 10 Há nos autos a comprovação de que o Contribuinte recebeu tais valores durante o ano calendário de 2002, visto que o Laudo de Exame EconômicoFinanceiro de fls. 186 e ss., elaborado pelo Instituto Nacional de Criminalística, que procedeu a perícia em toda a documentação proveniente da instituição financeira Beacon Hill dos Estados Unidos, comprova que a conta corrente da Midler Corp. S.A efetuou seis transferências internacionais de valores ao Contribuinte durante o período apurado. Portanto, ao contrário do que alega o Contribuinte, há prova documental do fato gerador: há comprovação de que o Contribuinte recebeu sim valores provenientes do exterior, e de grande monta, os quais não foram objeto de tributação em seu imposto de renda durante o período apurado. Além disso, o próprio Contribuinte afirma que recebeu tais quantias do exterior. Sobre a justificativa apresentada pelo Contribuinte, de que os valores fizeram parte do pagamento da venda de 03 imóveis à família de Carlos Henrique Merlo Bessa, não há qualquer prova que possa, ao menos, suscitar a dúvida na julgadora: Primeiro, TODAS as Escrituras de Compra e Venda determinam EXPRESSAMENTE que a venda se deu à vista e o pagamento se deu em moeda corrente. Portanto, há prova material que vai contra à alegação do Contribuinte. Deveria o mesmo ter apresentado prova contrária, ou seja, que comprove o que alegue, tal como o extrato de sua conta que evidenciaria que nenhum dinheiro entrou em sua conta na época das vendas; ou um email/mensagem trocado com o Sr. Carlos, no qual evidencia que o pagamento teria que ser feito com valores advindos do exterior, ou então; ou então, um extrato/documento da Midler Corp. S/A na qual a mesma evidencia que os valores depositados ao Contribuinte são provenientes de seu cliente, supostamente o Sr. Carlos ou alguém de sua família. Mas não há. Não há qualquer comprovação que possibilita evidenciar o suscitado nexo causal que o Contribuinte intenta justificar a origem dos valores recebidos do estrangeiro. Além disto, verificase que o Sr. Carlos declarou expressamente (fl.131), sob pena de se responsabilizar civil e criminalmente, que ninguém de sua família possui ou um dia possuiu conta no exterior, sendo que o pagamento pelos imóveis adquiridos da família do Contribuinte se deu mediante pagamento em moeda corrente. Ora, se Sr. Carlos faltou com a verdade, por que o Contribuinte não propôs nenhuma queixacrime ou demanda no judiciário contra o mesmo? Seria, pelo menos, um indício de prova do suposto nexo causal alegado pelo Contribuinte. Esta esfera administrativa julga pelo princípio da legalidade e da verdade material. Não há nos autos qualquer prova que determine a comprovação do que alega o Contribuinte. Ao contrário, existem provas concretas da ocorrência do fato gerador – omissão de rendimentos advindos do exterior – como exposto acima. Sobre a legalidade do lançamento e a forma da apuração, observa que a Lei 9.430/96 determina em seu art. 42: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente Fl. 287DF CARF MF Processo nº 18471.000706/200775 Acórdão n.º 2301005.653 S2C3T1 Fl. 283 11 intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Súmula CARF nº 61 Os depósitos bancários iguais ou inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo somatório não ultrapasse R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) no anocalendário, não podem ser considerados na presunção da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, no caso de pessoa física. Portanto, a legislação determina a obrigatoriedade de o Contribuinte comprovar a origem dos depósitos recebidos quando os valores são maiores que R$12.000,00 e R$80.000,00 no ano, havendo a presunção de omissão de rendimentos nestes casos. No presente caso, os valores descobertos pela fiscalização, proveniente do exterior, são superiores ao teto suscitado pela legislação. Consequentemente, aplicase a Súmula 26 do CARF: Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Tal dispositivo institui uma presunção legal relativa, ou seja, basta ao fisco demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma, até prova em contrário, a ocorrência de omissão de rendimentos. Cabe, por sua vez, ao contribuinte demonstrar, através de documentação hábil e idônea, que tal presunção mostra se inverídica. Não tendo o contribuinte se desincumbido dessa presunção, perfeitamente válido o lançamento. Ademais, sobre a legalidade das provas obtidas pela operação Beacon Hill, verificase a Jurisprudência consolidada deste Conselho: BEACON HILL PROVA OBTIDA COM AUTORIZAÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL – REMESSA AO FISCO – AUSÊNCIA DE ILICITUDE Eventual mácula da colheita da prova não pode ser deferida no processo administrativo fiscal, sob pena de a autoridade administrativa se sobrepor à ordem da autoridade judicial, a qual, constitucionalmente, tem o monopólio da condução do processo criminal e entendeu que a prova colhida no processo crime poderia ser utilizada pelo fisco. Acatar a pretensão do recorrente seria fazer tabula rasa da decisão judicial que determinou que o fisco cumprisse seu mister constitucional (art. 37, XVIII e XXII e art. 145, §1º, da Constituição Federal) de apurar o crédito tributário no caso vertente. (Acórdão n° 10617.155 Sessão de 06 de novembro de 2008) Portanto, ao receber o Laudo elaborado pela perícia criminalística, a Autoridade Fiscal apenas instaurou o procedimento de verificação, com o intuito de Fl. 288DF CARF MF 12 oportunizar o contribuinte a apresentar provas que trouxessem uma justificativa crível da origem dos valores, visto que sua Declaração de Imposto de Renda durante o período apurado omite sobre recebimento de valores advindos do exterior. PROVAS Constitui prova suficiente da titularidade de recursos no exterior os laudos emitidos pela Policia Científica com base em mídia eletrônica enviada pelo Ministério Público dos EUA, onde consta o titular das remessas de numerário. (Acórdão e 10517.010 Sessão de 28 de maio de 2008) Ante ao exposto, não tendo o Contribuinte demonstrada a origem dos valores recebidos do exterior, proveniente do Caso Beacon Hill, com provas hábeis de comprovar o que alega, sendo constatada a ocorrência do fato gerador, ou seja, restou fisco demonstrada a existência de depósitos bancários de origem não comprovada, verificase a legalidade do lançamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, para que no mérito, negar provimento. É como voto. Relatora Juliana Marteli Fais Feriato (assinado digitalmente) Fl. 289DF CARF MF
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