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Numero do processo: 13896.720601/2012-99
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103.
A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício.
Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
Numero da decisão: 1402-003.521
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15521.000284/2009-79, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
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LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 15521.000284/200979, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 72 06 01 /2 01 2- 99 Fl. 2126DF CARF MF Processo nº 13896.720601/201299 Acórdão n.º 1402003.521 S1C4T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio. Relatório Trata de Recurso de Ofício oposto em face do cancelamento de exações sofridas pela Contribuinte, promovido pela DRJ a quo, dando provimento às razões de Impugnação opostas contra o lançamento de ofício procedido. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.484, de 18/10/2018, proferido no julgamento do Processo nº 15521.000284/2009 79, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.484): "Inicialmente, analisando os requisitos de admissibilidade do Recurso de Ofício, constatase que tal apelo foi tirado de v. Acórdão que exonerou débito tributário (considerando, aqui, principal e multas) em monta inferior ao atual valor de alçada que propiciaria seu manejo e consequente conhecimento por este E. CARF. Posto isso, tal montante está abaixo do mínimo de R$ 2.500.000,00 fixados pela Portaria MF nº 63/2017, acarretando no seu não conhecimento, considerandose definitivamente exonerado tal crédito fiscal, nos precisos termos e limites da r. decisão da DRJ a quo. Fl. 2127DF CARF MF Processo nº 13896.720601/201299 Acórdão n.º 1402003.521 S1C4T2 Fl. 4 3 Tais circunstâncias e ocorrência também atraem a incidência da Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Como se extrai de tal entendimento sumular plenamente vigente deste E. Conselho, ainda que quando da prolatação do v. Acórdão recorrido a monta do débito cancelado enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador de 2ª Instância administrativa. In casu, como mencionado, tal evento ocorre após a vigência Portaria MF nº 63/2017, não havendo mais justificativa e motivação para o conhecimento recursal. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do Recurso de Ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103, conforme voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 2128DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.907508/2009-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003
IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. SERVIÇOS HOSPITALARES. CARACTERIZAÇÃO.
À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas jurídicas.
Numero da decisão: 1401-003.025
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10166.907504/2009-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003 IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. SERVIÇOS HOSPITALARES. CARACTERIZAÇÃO. À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas jurídicas.
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PERDCOMP Recorrente CLÍNICA PREVILABOR LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. SERVIÇOS HOSPITALARES. CARACTERIZAÇÃO. À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas jurídicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10166.907504/200960, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 75 08 /2 00 9- 48 Fl. 54DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal Brasília (DF), que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela contribuinte, em virtude de não ter reconhecido o direito creditório pleiteado e de não ter homologado a compensação dos débitos declarados na PER/DCOMP. Compulsando os autos, percebese que a matéria foi objeto de decisão proferida por intermédio de Despacho Decisório Eletrônico, através do qual não foi homologada a DCOMP sob o argumento de que “foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Diante disto, a DRF/Brasília não homologou a compensação declarada, exigindo o recolhimento dos débitos, com os respectivos acréscimos legais. Ciente da autuação, a Interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual alegou, tão somente: 1) Que as atividades da Sociedade com base na Legislação pertinente, podem ser consideradas como Atividades Hospitalares; 2) Que o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas enquadradas nestas Atividades têm o beneficio de serem tributadas pelo Lucro Presumido, tendo como base de cálculo para o Imposto de Renda, 8% (oito por cento) sobre seu faturamento; 3) Que sempre calculou e recolheu seu IRPJ tendo como base de calculo 32% (trinta e dois por cento) sobre seu faturamento mensal; 4) Que diante desta possibilidade e consultando tributaristas, chegou a conclusão de que a Empresa poderia ser ressarcida dos valor que foram pagos a maior via do PER/DECOMP. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente pela DRJ/BSB ao argumento de que a atividade do sujeito passivo (constante do CNPJ como sendo "atividade médica ambulatorial restrita a consultas" e, no contrato social, que suas atividades não contemplam a internação de pacientes, nem a disponibilidade de serviço de radiologia) não se enquadra no conceito de serviços hospitalares para fins de utilização do coeficiente de presunção de 8% na apuração de IRPJ. Irresignada com a decisão proferida pela DRJ/BSB, a Recorrente apresentou recurso voluntário em que alega, em resumo: 1) A Recorrente é empresa que atua na área de "atendimento médico ambulatorial, atendimento médico ocupacional, programa de prevenção de riscos ambientais, elaboração do ltcat (laudo técnico de condições ambientais do trabalho), assessoria na elaboração do PPP (perfil prossiográfico previdenciário) e PCMAT (programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção)"; 2) Consta do Contrato social que a empresa "tem por objetivos a prestação de serviços de Segurança e Medicina do Trabalho Clinica Médica Ambulatorial, Ginecologia, Cardiologia, Oftamologia, Otorrinolaringologia, Psiquiatria, Psicologia, Fonoaudiologia (exclusivamente para Audiometria Ocupacional) e pequenas cirurgias, sem internação e sem Raio X no local"; Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10166.907508/200948 Acórdão n.º 1401003.025 S1C4T1 Fl. 3 3 3) O art. 23, inc. II, alíneas "a", "b" e "c" da Instrução Normativa SRF nº 306/03, de 12 de março de 2003, publicada no DOU de 03.04.2003, com base no art. 64 da Lei n.° 9.430/96, classifica como serviços hospitalares, por sua vez, o seguinte: "Art. 23 . Para os fins previstos no art. 15, § 1º inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249, de 1995, poderão ser considerados serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas, diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde, que possuam estrutura física condizente para a execução de UMA DAS ATIVIDADES ou a combinação de uma ou mais das atribuições de que trata a Parte II, Capitulo 2, da Portaria GM nº 1.884, de 11 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde, relacionadas nos incisos seguintes: (...) II prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial, compreendendo as seguintes atividades: a) recepcionar, registrar e fazer marcação de consultas; c) proceder a consulta médica, odontológica, psicológica, de assistência social, de nutrição, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de fonoaudiologia e de enfermagem; 4) A Secretaria da Receita Federal emitiu, à época, dois pronunciamentos oficiais, consubstanciados na Solução de Divergência em Consulta n.° 11/2003, proferida pela sua Coordenação Geral do Sistema de Tributação, e no Ato Declaratório Interpretativo SRF n.° 18, de 23 de outubro de 2003 (DOU de 24 de outubro de 2003), nos quais fica patente a posição favorável do órgão fazendário, no sentido de enquadramento das clinicas médicas como serviços hospitalares, desde que atendidos os requisitos legais. Eis o teor dos referidos atos administrativos: "SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA N.° 11, de 21 de julho de 2003. ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Juridica IRPJ EMENTA: LUCRO PRESUMIDO, PERCENTUAIS, SERVIÇOS MÉDICOS PRESTADOS POR CLÍNICAS DE ORTOPEDIA, TRAUMATOLOGIA E RADIOLÓGICAS. A prestação de serviços de clinica médica de ortopedia e traumatologia, bem assim, a prestação de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica (exames radiológicos), por se enquadrarem dentre as atividades compreendidas nas atribuições de atendimento a pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado de saúde, poderão ser enquadradas como serviços hospitalares, podendo ser aplicado às referidas atividades o percentual de 8% (oito por cento), para fins de determinação do lucro presumido. DISPOSITIVOS LEGAIS: RIR/99, arts.518, "caput", 519, § 2°, Lei n.° 9.249, de 1995, § 2°, art. 15; PN/ CST n.° 36/77; Portaria GM do Ministério da Saúde n.° 1.884, de 1994; Nota Técnica CGPI/DP/SIS/MS n.° 20, de 18 de fevereiro de 2002 e IN SRF n.° 306, de 12 de março de 2003, art. 23, inciso V." Fl. 56DF CARF MF 4 "Ato Declaratório Interpretativo SRF n.° 18, de 23 de outubro de 2003. Dispõe sobre a abrangência do conceito de serviços hospitalares para fins de determinação da base de cálculo do imposto de renda O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF' n° 259, de 24 de agosto de 2001, e considerando o que dispõe o art. 23 da Instrução Normativa SRF n° 306, de 12 de marco de 2003, e o Processo n° 13819.000897/9921, declara: Art. 1° Para fins do disposto no art. 15, §1°, III, "a" da Lei n° 9.249, 26 de dezembro de 1995, considerase serviços hospitalares os prestados pelos estabelecimentos assistenciais de saúde constituídos por empresários ou sociedades empresárias. Art. 2° Para fins do disposto no art. 1º, independentemente da forma de constituição da pessoa jurídica, não serão considerados serviços hospitalares, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, quando forem: I prestados exclusivamente pelos sócios da empresa; ou II referentes unicamente ao exercício de atividade intelectual, de natureza cientifica, dos profissionais envolvidos. Parágrafo único. Os termos auxiliares e colaboradores de que trata o caput referemse a profissionais sem a mesma habilitação técnica dos sócios da empresa e que a esses prestem serviços de apoio técnico ou administrativo." 5) A Recorrente tem em sua estrutura organizacional médicos sócios e nãosócios, além de desenvolver atividades que transbordam a esfera meramente intelectual, conforme já comprovado pela análise do contrato social, encaixandose pois, perfeitamente, no conceito de "serviços hospitalares", a teor de todo o conjunto de atos normativos acima reproduzidos. 6) No âmbito do Judiciário, os Tribunais manifestaram posição favorável aos Contribuintes, relativamente à abrangência da expressão "serviços hospitalares." 7) Diante do exposto, colocadas as considerações sobre o tema, inaplicável ao caso os arts. 106 do CTN c/c ADI no 19/2007, vez que à época dos atos e fatos, encontravase em vigor a IN SRF n.° 306, de 12 de março de 2003 e ADI n° 18/2003, caso contrário a Contribuinte, sob pena de infringência das próprias normas editadas pela Receita Federal à época. Afinal, vieram os autos para este Conselheiro Relatar e votar. É o relatório. Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10166.907508/200948 Acórdão n.º 1401003.025 S1C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401003.020, de 22/11/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10166.907504/2009 60, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401003.020): "O Recurso Voluntário é tempestivo e sua matéria se enquadra na competência deste Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Como vimos no Relatório, o presente processo diz respeito a declaração de compensação não homologada por inexistência do crédito informado no PER/DCOMP. O crédito referese a Imposto de Renda Pessoa Jurídica pago a maior em virtude da aplicação do percentual de 32% na apuração da base de cálculo do tributo, quando deveria ter sido adotada a alíquota de 8%. Por entender que, dentre as atividades por ela desempenhadas, existem procedimentos caracterizados como serviços hospitalares, propugna pelo reconhecimento da existência do crédito alegado. Fundamenta seu pleito na Instrução Normativa SRF nº 306/03, de 12 de março de 2003, e no Ato Declaratório Interpretativo SRF n.° 18, de 23 de outubro de 2003, que seriam as normas emanadas da Administração Tributária vigentes à época dos pagamentos a maior, segundo a Recorrente. A decisão recorrida julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, ao argumento de que a atividade do sujeito passivo (constante do CNPJ como sendo "atividade médica ambulatorial restrita a consultas" e, no contrato social, que suas atividades não contemplam a internação de pacientes, nem a disponibilidade de serviço de radiologia) não se enquadraria no conceito de serviços hospitalares para fins de utilização do coeficiente de presunção de 8% na apuração do IRPJ. Fundamentou seu raciocínio no Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 19, de 10/12/2007, considerado retroativamente por sua natureza meramente interpretativa. A matéria não é desconhecida do Colegiado. Atualmente, inclusive, não admite mais discussão acerca de qual instrumento normativo deva ser aplicado, haja vista o decidido pelo STJ no REsp 1.116.399/BA (Tema 217 de recursos repetitivos), ao qual este CARF está vinculado no que diz Fl. 58DF CARF MF 6 respeito à sua aplicação, conforme o disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do RICARF. Assim, não importa a discussão sobre a aplicação do ADI nº 19/2007 ou da IN SRF nº 306/2003 e ADI SRF nº 18/2003. Vejamos o que dispôs o acórdão no REsp nº 1.116.399/BA, publicado em 24/02/2010: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10166.907508/200948 Acórdão n.º 1401003.025 S1C4T1 Fl. 5 7 não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (grifos nossos) Apenas para efeito de integração com o conteúdo do acórdão citado, reproduzimos abaixo a matriz legal do benefício pretendido pela Recorrente, o art. 15, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.249/95: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III trinta e dois por cento, para as atividades de: Fl. 60DF CARF MF 8 a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; Restou patentemente esclarecido no referido Acórdão que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte). Concluiuse que a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Restou assentado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Portanto, para fins de redução da alíquota, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". Ficou consignado que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 1º do artigo 15 da Lei 9.249/95. Assim, o benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das receitas da sociedade que decorram da prestação de serviços hospitalares propriamente ditos. Assim, a resolução de casos tais passa, necessariamente, pela identificação de quais atividades desenvolvidas pela Recorrente atenderiam, de forma objetiva, aos pressupostos delineados pelo STJ. Em outras palavras, deve se segregar as atividades desenvolvidas pela Contribuinte entre aquelas passíveis de receber o benefício de redução de alíquota e aquelas outras que deverão seguir a regra geral (alíquota de 32%). Em seu recurso voluntário, a Contribuinte alega ser empresa que atua na área de "atendimento médico ambulatorial, atendimento médico ocupacional, programa de prevenção de riscos ambientais, elaboração do ltcat (laudo técnico de condições ambientais do trabalho), assessoria na elaboração do PPP (perfil prossiográfico previdenciário) e PCMAT (programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção)". Também aduz constar do seu contrato social que a empresa "tem por objetivos a prestação de serviços de Segurança e Medicina do Trabalho, Clinica Médica Ambulatorial, Ginecologia, Cardiologia, Oftamologia, Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10166.907508/200948 Acórdão n.º 1401003.025 S1C4T1 Fl. 6 9 Otorrinolaringologia, Psiquiatria, Psicologia, Fonoaudiologia (exclusivamente para Audiometria Ocupacional) e pequenas cirurgias, sem internação e sem Raio X no local". Comparando as atividades desenvolvidas pela Recorrente, admitidas por ela própria em seu recurso, não consigo vislumbrar, em relação a nenhuma delas, adequação ao disposto no acórdão lavrado quando do julgamento do REsp nº 1.116.399/BA. Nenhuma daquelas atividades citadas se coaduna com o conceito de serviços hospitalares desenvolvido pelo STJ. Percebese, claramente, que a principal atividade realizada pela Contribuinte é de assessoria na área trabalhista/previdenciária, mormente no que diz respeito às condições de trabalho postas à disposição dos trabalhadores (através da definição de programas de prevenção de riscos ambientais, elaboração de laudos de condições ambientais do trabalho e serviços de segurança e medicina do trabalho) e à saúde ocupacional dos trabalhadores, mediante atendimento médico em diversas especialidades que possam, de alguma forma, influenciar ou intervir na continuidade do trabalho desenvolvido pelos empregados de seus clientes. Para que não pairem dúvidas a respeito das atividades desenvolvidas pela Recorrente, reproduzo abaixo uma tela extraída do seu sítio na internet. O endereço eletrônico é www.samdeltaguatinga.com.br (SAMDEL nada mais é do que o nome de Fantasia da Recorrente e pode ser visualizado no próprio timbre do documento utilizado na impugnação e no contrato social). Fl. 62DF CARF MF 10 Do mesmo sítio, extraí a seguinte informação a respeito da Recorrente: Conheça mais sobre a Samdel A Clínica Samdel é um posto avançado do Hospital Dia Samdel. Em Taguatinga há mais de 10 anos a Clínica Samdel proporciona um serviço de Assistência Médica que tem a função de intermediar a relação entre os interesses das empresas e a saúde de seus colaboradores, visando sempre a harmonia, de maneira ética e imparcial. A clínica assiste às empresas nos assuntos ligados a SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, não só fazendose cumprir as Normas Regulamentadores editadas pelo Ministério do Trabalho, mas buscando o equilíbrio da empresa como um todo, onde a saúde e a satisfação de seus funcionários no ambiente de trabalho refletemse na tranqüilidade, maior produtividade e melhoria da qualidade dos serviços prestados pela empresa. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10166.907508/200948 Acórdão n.º 1401003.025 S1C4T1 Fl. 7 11 Tais elementos me dão maior segurança em afirmar que a Recorrente não atua na área daquilo que ficou definido como serviços hospitalares, para efeito de aplicação do disposto na Lei nº 9.249/95, em seu art. 15, § 1º. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 64DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10240.720271/2016-81
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
LIVRO CAIXA. PAGAMENTOS EFETUADOS A TERCEIROS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO.
Típica despesa que poderá ser deduzida, ou seja, os pagamentos efetuados a terceiros sem vinculo empregatício, desde que caracterize despesa necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Os pagamentos efetuados pelo profissional autônomo a terceiros são dedutíveis no mês de sua quitação, ainda que respondentes a serviços prestados em mês ou meses anteriores do mesmo ano, ou em anos anteriores. Base legal: Decreto 3.000/99 - RIR/99, artigo 75
Numero da decisão: 2001-000.632
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernanda Melo Leal - Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2014 LIVRO CAIXA. PAGAMENTOS EFETUADOS A TERCEIROS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Típica despesa que poderá ser deduzida, ou seja, os pagamentos efetuados a terceiros sem vinculo empregatício, desde que caracterize despesa necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Os pagamentos efetuados pelo profissional autônomo a terceiros são dedutíveis no mês de sua quitação, ainda que respondentes a serviços prestados em mês ou meses anteriores do mesmo ano, ou em anos anteriores. Base legal: Decreto 3.000/99 - RIR/99, artigo 75
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PAGAMENTOS EFETUADOS A TERCEIROS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Típica despesa que poderá ser deduzida, ou seja, os pagamentos efetuados a terceiros sem vinculo empregatício, desde que caracterize despesa necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Os pagamentos efetuados pelo profissional autônomo a terceiros são dedutíveis no mês de sua quitação, ainda que respondentes a serviços prestados em mês ou meses anteriores do mesmo ano, ou em anos anteriores. Base legal: Decreto 3.000/99 RIR/99, artigo 75 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 72 02 71 /2 01 6- 81 Fl. 136DF CARF MF 2 Relatório O contribuinte acima identificado foi notificado da glosa dedução de despesas escrituradas em livro Caixa Ano Calendário de 2013, exercício de 2014, no valor de R$ 35.187,75, resultando em imposto suplementar de R$ 9.676,63. De acordo com o relatório fiscal, a dedução foi glosada porque o contribuinte não havia declarado rendimentos do trabalho autônomo. O impugnante apresenta documentos para comprovar que as despesas se referem a serviço autônomo de reconstrução de obra de arte Urucumacuam, contratado pela Fundação Cultural do Município de Porto Velho (RO), pelo qual recebera R$ 29.940,00, e serviço de restauração e moldura de um painel artístico em alumínio, contratado pela Secretaria do Estado de Planejamento (RO) por R$ 2.000,00. Apresenta cópia do livro Caixa e comprovantes de despesas. Considerando indícios de inidoneidade em nota fiscal de R$ 22.000,00 da F. B. Pessoa Indústria Comércio e Serviços ME (CNPJ 11.586.327/000103), de 29/11/2013 (fls. 15), o processo foi baixado em diligência e o contribuinte foi intimado a comprovar a efetividade dos pagamentos com documentos bancários. Em resposta, apresentou cópias de três cheques de R$ 6.000,00 datados de 26/11/2013, 30/11/2013 e 30/01/2014, os dois primeiros Nominativos a Mileide Ferreira dos Santos; o último a Wilian Pereira Garcia. Apresentou ainda recibo do titular da empresa F. B. Pessoa Indústria Comércio e Serviços ME, informando que, além dos três pagamentos em cheque, recebera ainda R$ 4.000,00 em espécie.,33. A DRJ Salvador entendeu que a documentação apresentada não foi suficiente para comprovar o quanto alegado pelo contribuinte, e manteve a glosa das despesas apresentadas, salvo as despesas com insumos, pagas a Açofer Ind. Com. Ltda, as quais foram acatadas. Notificado desta decisão, o interessada apresenta novamente suas provas e argumentos para comprovar tudo o quanto sustentado anteriormente. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Despesas com Livro caixa Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10240.720271/201681 Acórdão n.º 2001000.632 S2C0T1 Fl. 3 3 O livro caixa é o livro no qual são registradas, mensalmente e em ordem cronológica, todas as receitas e despesas relativas ao trabalho nãoassalariado. A legislação do Imposto de Renda permite a dedução de despesas da receita decorrente do exercício da respectiva atividade e, por isso, a importância de escriturar esse livro. As despesas escrituradas em livro caixa podem ser utilizadas como dedução na base de cálculo do Imposto de Renda, pelos contribuintes que receberem rendimentos do trabalho nãoassalariado (autônomos), inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, e os leiloeiros. O artigo 45 do RIR/99 especifica exemplos de rendimentos do trabalho não assalariado, como é o caso dos: a) honorários do livre exercício das profissões de médico, engenheiro, advogado, dentista etc.; b) direitos autorais de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas; c) corretagens e comissões dos corretores, leiloeiros e despachantes, seus prepostos e adjuntos. Como é possível observar, essas despesas não podem ser utilizadas por pessoas que só recebam rendimentos decorrente do trabalho assalariado (com vínculo empregatício). O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: a) a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; b) os emolumentos pagos a terceiros; c) as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora Somente os valores efetivamente desembolsados poderão ser deduzidos da base de cálculo do imposto, ou seja, escriturados como despesa no Livro Típica despesa que poderá ser deduzida, ou seja, os pagamentos efetuados a terceiros sem vinculo empregatício, desde que caracterize despesa necessária à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Os pagamentos efetuados pelo profissional autônomo a terceiros são dedutíveis no mês de sua quitação, ainda que respondentes a serviços prestados em mês ou meses anteriores do mesmo ano, ou em anos anteriores. No caso em comento o contribuinte, no ano de 2013, elaborou trabalhos artísticos para a Secretaria de Estado do Planejamento de RO e para a Fundação Cultural do município de Porto Velho. Para executar tais trabalhos , abriu livro caixa. E apresentou despesas de custeio, essenciais para a percepção da sua receita. No que se refere a afirmação de que não teria o contribuinte declarado rendimentos do trabalho autônomo, não me parece sustentáveis eis que o valor foi declarado na declaração , nesta coluna. No que se refere aos supostos indícios de inidoneidade da NF 000434, emitida pela empresa F.B.Pessoa Ind. Com. e Serviços Me, no valor de R$22.000,00, o contribuinte, para comprovar o pagamento, apresenta cópia dos cheques (emitidos ao portador), além dos recibos apresentados anteriormente e declaração da empresa especificando e corroborando tais pagamentos, com todas as informações e detalhamento que entendo ser necessário e claro. Fl. 138DF CARF MF 4 Neste diapasão, merece trazer à baila o princípio pela busca da verdade material. Sabemos que o processo administrativo sempre busca a descoberta da verdade material relativa aos fatos tributários. Tal princípio decorre do princípio da legalidade e, também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que, hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos. De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados. Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos, oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através das provas, buscase a realidade dos fatos, desprezandose as presunções tributárias ou outros procedimentos que atentem apenas à verdade formal dos fatos. Neste sentido, deve a administração promover de oficio as investigações necessárias à elucidação da verdade material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa. A verdade material é fundamentada no interesse público, logo, precisa respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa. A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material apresentará a versão legítima dos fatos, independente da impressão que as partes tenham daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias e prerrogativas constitucionais possíveis do contribuinte no Brasil, sempre observando os termos especificados pela lei tributária. A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do Poder Judiciário, portanto, quando nos depararmos com um Processo Administrativo Tributário, não se deve deixar de analisálo sob a égide do princípio da verdade material e da informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir o um julgamento justo, desprovido de parcialidades. Somase ao mencionado princípio também o festejado princípio constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, o qual determina que os processos devem desenvolverse em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda. Ratifico, ademais, a necessidade de fundamento pela autoridade fiscal, dos fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e baseando se na comprovação documental e fática trazida pelo contribuinte para evidenciar a existência das despesas declaradas, entendo que deve ser dado provimento ao pedido da Contribuinte para reformar a decisão a quo e portanto exonerado o crédito fiscal lançado. Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10240.720271/201681 Acórdão n.º 2001000.632 S2C0T1 Fl. 4 5 CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de, CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, acatando a dedução de despesas lançadas no livro caixa. (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal. Fl. 140DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.003257/97-72
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do fato gerador: 19/04/1994
IMPORTAÇÃO. LICENCIAMENTO AUTOMÁTICO. ERRO DE CLASSIFICAÇÃO. INFRAÇÃO POR IMPORTAR MERCADORIA SEM LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
O simples erro de enquadramento tarifário da mercadoria, nos casos em que a importação esteja sujeita ao procedimento de licenciamento automático, não constitui, por si só, infração ao controle administrativo das importações, por importar mercadoria sem licença de importação ou documento equivalente. Não provando o Fisco que o licenciamento não era automático, presume-se que o seja.
Numero da decisão: 9303-007.714
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencido o conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos (relator), que lhe deu provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BASF S A ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 19/04/1994 IMPORTAÇÃO. LICENCIAMENTO AUTOMÁTICO. ERRO DE CLASSIFICAÇÃO. INFRAÇÃO POR IMPORTAR MERCADORIA SEM LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. O simples erro de enquadramento tarifário da mercadoria, nos casos em que a importação esteja sujeita ao procedimento de licenciamento automático, não constitui, por si só, infração ao controle administrativo das importações, por importar mercadoria sem licença de importação ou documento equivalente. Não provando o Fisco que o licenciamento não era automático, presumese que o seja. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencido o conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos (relator), que lhe deu provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 32 57 /9 7- 72 Fl. 457DF CARF MF 2 Jorge Olmiro Lock Freire Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Trata o presente de auto de infração lavrado (efls. 03 a 14) para constituição de crédito tributário referente ao imposto de importação, multa de ofício pelo II, e multa do ao controle administrativo das importações pela importação sem guia ou documento equivalente. A autuação resultou em um lançamento do tributo de R$ 13.866,20, Multa do II de R$ 10.399,65, multa do controle administrativo das importações de R$ 20.799,32 e juros de mora de R$ 5.585,32, montando a R$ 50.650,49, calculados até 30/05/1997 e cientificada ao contribuinte em 08/08/1997 (efl. 144). Irresignada, em 04/09/1997, a contribuinte apresentou impugnação, às efls. 145 a 150. O Delegado da DRJ/SPO, apreciou a impugnação 28/08/2000, e na decisão nº 2728, às efls. 208 a 214, considerou procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário exigido. Ainda inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário, às efls. 219 a 228, em 16/10/2000. Em breve resumo argumentou que: a) reafirma a classificação do produto por ela adotada, não devendo prevalecer aquela do fisco; b) em face da correta descrição do produto importado na Declaração de Importação, não cabe a multa do controle administrativo que lhe foi imputada; c) igualmente, tendo o produto sido corretamente descrito com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado e inexistindo dolo ou máfé por parte da declarante, não cabem as multas ao imposto de importação. A Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, na Resolução nº 3030.817, às efls. 258 a 264, converteu o julgamento em diligência, em 17/04/2002, para a realização de perícia técnica. A perícia visaria a esclarecer se o produto importado tinha propriedades fungicidas e herbicidas e podia ser aplicado com essa finalidade; se o produto poderia ter outras finalidades que não o de preparação intermediária do produto final fabricado pela contribuinte; qual a função do lignossulfato; e se essa preparação tem aplicação mais específica do que o enxofre e qual seria essa função mais específica. Após a diligência, foi emitido Relatório Técnico nº 1131 do INT/RJ, às efls. 284 a 288, com a posterior manifestação da contribuinte às efls. 294 a 299. Em face do atendimento à resolução, a Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes apreciou o recurso voluntário na sessão de 13/08/2003, dandolhe parcial provimento, no acórdão de nº 30330.857, às efls. 312 a 327, o qual teve a seguinte ementa: CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Fl. 458DF CARF MF Processo nº 11128.003257/9772 Acórdão n.º 9303007.714 CSRFT3 Fl. 458 3 Uma vez confirmada a composição química do produto pelo LABANA e pelo INT é de se adotar os preceitos da prova técnica para apontar a classificação fiscal como correta na posição NBM/SH 3808.20.9900. O acórdão foi assim lavrado: ACORDAM os Membros da Terceira Camara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, negar provimento quanto à classificação; por maioria de votos, excluir a multa administrativa, vencidos os Conselheiros Anelise Daudt Prieto, Carlos Fernando Figueiredo Barros e João Holanda Costa; por maioria de votos, manter a multa de oficio do II; na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Nilton Luiz Bartoli, relator, Francisco Martins Cavalcante e Irineu Bianchi que a excluíam. Designada para redigir o voto quanto à multa de oficio a Conselheira Anelise Daudt Prieto. O voto quanto á multa de ofício não foi juntado ao acórdão na ocasião, o que se deu apenas após embargos por lapso manifesto apresentado pela própria conselheira designada para redação deste voto, Anelise Daudt Prieto, à efl. 401, em 16/05/2006. Tais embargos só foram apresentados após a interposição de recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional, contrarrazões da contribuinte, bem como seu recurso especial de divergência. A apreciação dos embargos pelos membros da Terceira Câmara, em 19/06/2006, resultou no acórdão nº 30333.237, às efls. 403 a 405, que rerratificou o acórdão anterior, apresentando os argumentos em voto pra a manutenção da imputação da multa de ofício. Recurso especial da Fazenda Intimada para ciência do acórdão nº 30330.857 em 28/04/2005 (efl. 328), a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial em 29/04/2005, às efls. 329 a 332. A Procuradora da Fazenda cita o acórdão nº 30130.436, como fundamentação para seu recurso, além de argumentar que o contribuinte, ao omitir o fato de que o produto importado continha o dispersante Lignosulfato de Sódio, evidenciou que a descrição do produto foi feita de forma incompleta, sendo insuficiente para o enquadramento tarifário correto e para identificação da mercadoria e por isso fora corretamente aplicada a multa administrativa que fora afastada pelo acórdão recorrido. A Presidente da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, apreciou o recurso especial de divergência da Fazenda em 02/06/2005, no despacho nº 110/2005, às efls. 334 e 335, com base com base no artigo 5°, inciso I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 55 de 16/03/1998, dandolhe seguimento quanto à multa administrativa. Contrarrazões da contribuinte A contribuinte foi intimada (efl. 337) do acórdão nº 30330.857 e do recurso especial da Fazenda, em 09/07/2005 (efl. 338) e, em 02/08/2005 apresentou suas contrarrazões ao recurso especial, às efls. 395 a 398. Argumenta que os fatos ocorridos não violam o Fl. 459DF CARF MF 4 controle das exportações, pois os procedimentos para a atividade foram seguidos e fornecidos todos os documentos e informações a eles necessários, sem que lhe possa ser atribuída máfé ou dolo pelo entendimento divergente do fisco. Recurso especial da contribuinte Também em 02/08/2005, a contribuinte interpôs recurso especial, às efls. 339 a 352, tratando de duas matérias: (i) inaplicabilidade de juros de mora desde a ocorrência do fato gerador ou em qualquer momento antes do trânsito em julgado da decisão administrativa; e (ii) na eventualidade de não aceitação do argumento anterior, que é devido o afastamento dos referidos juros em relação ao valor do depósito de 30% efetuado para encaminhamento do recurso voluntário. Aponta como paradigmas divergentes do recorrido os acórdãos nº 30232.980 e nº 20173.955, para as matérias (i) e (ii), respectivamente. A Presidente da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, apreciou o recurso especial de divergência da contribuinte em 11/12/2006, no despacho nº 433/2006, às efls. 411 a 413, com base no artigo 5°, inciso I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 55 de 16/03/1998, dandolhe seguimento quanto a matéria (i), mas não quanto à matéria (ii), pois esta não teria sido prequestionada no acórdão recorrido. Contrarrazões da Fazenda A Procuradoria da Fazenda Nacional foi intimada do acórdão nº 30333.237, em 25/08/2006 (efl. 406) e, em 02/01/2007, do despacho nº 433/2006 que admitiu o recurso especial da contribuinte. Em 04/01/2007, o Procurador apresentou suas contrarrazões ao recurso especial, às efls. 415 a 420, argumentando, preliminarmente, a ausência de prequestionamento também quanto á incidência dos juros de mora a contar do fato gerador, pois a leitura do acórdão a quo permite concluir que só houve discussão relativamente à classificação fiscal da mercadoria importada e às multas aplicadas. Caso não seja o entendimento da Turma, afirma que os juros buscam apenas a remuneração dos valores que a União Federal deixou de receber na oportunidade aprazada pela legislação, sendo assim, a anti juridicidade da nãoprestação do pagamento é sancionada pela obrigação de pagar os juros de mora. Desistência do Sujeito Passivo Consta dos autos desistência do sujeito passivo, de seu recurso especial. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Os recursos especiais foram originalmente apresentados tempestivamente. Entretanto, deixo de me manifestar quanto ao recurso especial do sujeito passivo, em face de sua desistência. Recurso especial da Fazenda Conhecimento Fl. 460DF CARF MF Processo nº 11128.003257/9772 Acórdão n.º 9303007.714 CSRFT3 Fl. 459 5 O recurso especial da Procuradora cumpre os requisitos regimentais, por isso dele conheço. Mérito Quanto à multa do inciso II do art. 526 do decreto nº 91.030/1985, há que se considerar que a classificação da mercadoria que levou à autuação é exangue de discussão, haja vista que não houve recurso quanto à tributação dela decorrente. Para fins de contextualização, retomo as questões de fato que restaram comprovadas nos autos. Para esse processo, o produto com a classificação tarifária 2802.00.0100, descrito na Guia de Importação nº 001894/0093106 (efl. 24) era: 20000 KG/BASE 100% ENXOFRE SUBLIMADO.. ENXOFRE SUBLIMADO (PRECIPITADO) C/ GRAU DE PUREZA PRÓXIMO DE 99,5%, INGREDIENTE ATIVO/CONCENTRAÇAO 800 G/KG, APRESENTADO EM SACOS (GRANULADO DISPERSIVEL), QUALIDADE INDUSTRIAL P/ FORMULAÇÃO AGRICOLA DO PRODUTO KUMULUSS, UTILIZADO NA CULTURA DA LARANJA CONTRA FUNGOS E ACAROS, REGISTRADO NA DIPROF SOB NR. 02418592, VALIDADE 08.12.97 Classificação tarifária do produto descrito seria: NBM/SH 2802.00.0100 Enxofre Sublimado ou Precipitado, com alíquota 0% para o II. A descrição era idêntica às da DI, à efl. 21, e do Invoice, à efl. 32. Observase que tal descrição corresponderia à classificação pretendida pela contribuinte, contudo, o produto que efetivamente foi importado não correspondia a essa descrição, conforme se pode concluir do Laudo de Análise do LABANA, à efl. 117, quanto do Relatório Técnico nº 1131 do INT/RJ, às efls. 284 a 288. Relativamente ao Laudo do Labana, cabe destacar a seguinte resposta: 1. A mercadoria analisada não se trata de Enxofre Sublimado. Tratase de uma Preparação Fungicida à base de Enxofre e Lignossulfonato de Sódio. Código de enxofre sublimado Sistema Integrado de Importação efl .26 No Relatório Técnico nº 1131, cabe o destaque da resposta ao quesito 1 da Alfândega da SRF em Santos, à efl. 285: A análise química revelou, também, a presença de lignossulfonato de sódio, que é um agente dispersante por excelência e é muito usado na formulação de pesticidas. Assim, contendo o produto importado um agente fungicida, no caso o enxofre e um agente dispersante, que permite a formação de uma suspensão do enxofre em água, no caso o lignossulfonato, podese concluir que ele pode ser aplicado diretamente na proteção de culturas agrícolas contra a ação de fungos e ácaros. Fl. 461DF CARF MF 6 Ou seja, a descrição do produto não permitia concluir que ele fosse passível de aplicação direta, mas que seria somente insumo da preparação do fungicida KUMULUS S. Dessa forma, a descrição da mercadoria na GI e na DI estaria incompleta e errada, pois dava a entende que se tratava apenas do insumo e não de um produto passível de aplicação direta como fungicida. A classificação correta e específica para o produto importado, após exame pelo LABANA foi: NBM/SH 3808.20.9900 Preparação Fungicida à base de Enxofre, com alíquota de 20% para o II. Feitos os esclarecimentos acima, resta a análise da aplicabilidade da multa administrativa inciso II do artigo 526 do Decreto nº 91.030/1985 ao caso dos autos. Pois bem, sobre o tema, já tenho me manifestado neste colegiado (conforme acórdão 9303007.348, de agosto de 2018, no qual fui relator) no sentido de que, nos termos do ADN Cosit n° 12, de 1997, os critérios de aplicação da multa devem ser os seguintes: (a) afastar a multa somente no caso de produtos corretamente descritos e (b) manter a multa no caso de descrição incorreta do produto, sem os elementos necessários a sua identificação e enquadramento tarifário. Assim, no caso, tendo havido descrição incorreta do produto, resta aplicável a multa em comento. Penso que a decisão de piso da DRJ foi feliz na análise da questão da classificação do produto. A partir de suas conclusões sobre o tema, encontro estofo para minha decisão. Também cabe aqui citação à argumentação do i. conselheiro Alexandre Kern, que analisando a mesma matéria, igualmente para importação de produtos químicos, no acórdão nº 3403003.365, em 16/10/2014, assim se manifestou: A infração em tela estava cominada no art. 169, inc. I, do DecretoLei nº 37, de 1966, que teve sua redação alterada pela Lei nº 6.562, de 18 de setembro de 1978, à época regulamentado pelo art 526 do RA/85: Art. 526 Constituem infrações administrativas ao controle das importações, sujeitas às seguintes penas (Decretolei nº 37/66, art. 169, alterado pela Lei nº 6.562/78, art. 2º): I importar mercadoria do exterior, sem guia de importação ou documento equivalente, que implique a falta de depósito ou a falta de pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais: multa de cem por cento (100%) do valor da mercadoria; II importar mercadoria do exterior sem guia de importação ou documento equivalente, que não implique a falta de depósito ou a falta de pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais: multa de trinta por cento (30%) do valor da mercadoria; (...) Com o advento do SISCOMEX, a guia de importação foi substituída pela Licença de Importação. A Portaria SECEX nº Fl. 462DF CARF MF Processo nº 11128.003257/9772 Acórdão n.º 9303007.714 CSRFT3 Fl. 460 7 21/96, vigente À época da ocorrência do fato gerador, preceituava que: "Art. 7° O licenciamento das importações ocorrerá de forma automática e não automática e será efetuado por meio do S1SCOMEX. § 1° As informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal a serem prestadas para fins de licenciamento estão contidas no Anexo II da Portaria Interministerial MF/MICT nº 291, de 12 de dezembro de 1996. § 2° As informações de que trata o parágrafo anterior caracterizam a operação de importação e definem o seu enquadramento. Art. 8° Nos casos de licenciamento automático, as informações de que trata o artigo anterior deverão ser prestadas no Sistema em conjunto com as informações exigidas para a formulação da declaração para fins de despacho aduaneiro da mercadoria. Art. 9° Nas importações sujeitas a licenciamento não automático, o importador deverá prestar no Sistema as informações a que se refere o art. 8°, previamente ao embarque da mercadoria no exterior ou antes do despacho aduaneiro, conforme o caso. (...) Art. 14. A descrição da mercadoria deverá conter o maior número de características identificadoras possíveis, tais como: marca, tipo, cor, acessórios e outras informações relativas ao produto." A disposição expressa no art. 14 da Portaria SECEX nº 21/96 foi reafirmada nas Portarias SECEX posteriores, nº 17/2003 (DOU de 02/12/2003), nº 14/2004 (DOU de 23/11/2004), nº 35/2006 (DOU de 28/11/2006), nº 36/2007 (DOU de 26/11/2007) e nº 25/2008 (DOU de 28/11/2008) nos dispositivos a seguir reproduzidos (na Portaria nº 25/2008, nos artigos 11 e 12): "Art. 10. Nas importações sujeitas aos licenciamentos automático e não automático, o importador devera prestar, no Siscomex, as informações a que se refere o Anexo II da Portaria Interministerial MF/MICT nº 291, de 12 de dezembro de 1996, previamente ao embarque da mercadoria no exterior. (...) Art. 11. (..) § 1° A descrição da mercadoria deverá conter todas as características do produto e estar de acordo com a Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM PORTARIA MF/MICT nº 291, de 12/12/1996 (DOU de 13/12/1996) Fl. 463DF CARF MF 8 ANEXO II 18 Descrição detalhada da mercadoria Descrição completa da mercadoria de modo a permitir sua perfeita identificação e caracterização." (Negritos do original.) Repisese, conforme anteriormente exposto, a fiscalização demonstrou que a descrição detalhada da mercadoria informada na GI e na DI estava incompleta e errada, pois não descrevia adequadamente a mercadoria ou a adição de elementos que permitiam sua aplicação direta como fungicida. Assim, revelase incorreta a descrição realizada pela contribuinte para a administração do comércio exterior e para o controle aduaneiro divergia do que foi efetivamente importado. Segue o conselheiro Kern em seu voto: A propósito, o AD(N) Cosit nº 12/97 orientou que “não constitui infração administrativa ao controle das importações, nos termos do inciso II do art. 526 do Regulamento Aduaneiro, a declaração de importação de mercadoria objeto de licenciamento no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, cuja classificação tarifária errônea ou indicação indevida de destaque "ex" exija novo licenciamento, automático ou não, desde que o produto esteja corretamente descrito, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou má fé por pane do declarante". Desta feita, se ficar demonstrado erro na indicação da classificação tarifária e o item tarifário apontado como correto estiver sujeito a controle administrativo não previsto para a classificação original (v.g. o código tarifário original estava sujeito a LI automática e o corrigido, a nãoautomática), forçosamente, mercadoria não passou pelos controles próprios da etapa de licenciamento e, conseqüentemente, teria sido importada em violação ao controle administrativo das importações, bem jurídico expressamente tutelado pelo art. 536 anteriormente transcrito. Caracterizada a descrição incorreta/incompleta da mercadoria, configurase a infração ao controle administrativo das importações, já que não houve licença de importação para a mercadoria que foi efetivamente importada. (Sublinhas do original.) Em reforço a esse entendimento, arrolo decisão desta 3ª Turma, no acórdão nº 9303004.333, em 04/10/2016, tratando da importação de aeronave, também com descrição incompleta em LI, relativamente ao equipamento que efetivamente foi importado, com relatoria do Dr. Rodrigo da Costa Pôssas, que, embora utilizando fundamentação um pouco diferente, com razão de decidir, entendeu por manter a multa, com a seguinte ementa: MULTA POR FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. Aplicase multa administrativa do controle das importações prevista no inciso II do artigo 526 do Regulamento Aduaneiro/85 Fl. 464DF CARF MF Processo nº 11128.003257/9772 Acórdão n.º 9303007.714 CSRFT3 Fl. 461 9 ao importador que omitir informação necessária à perfeita identificação da mercadoria importada e ao enquadramento tarifário pleiteado. Por essas razões, voto pela procedência do recurso especial de divergência da Procuradora. Recurso especial da contribuinte desistência. Conforme já esclarecido, deixo de me manifestar quanto ao recurso especial do sujeito passivo, em face de sua desistência. CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto por: conhecer do recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional para darlhe provimento e reformar o acórdão a quo quanto a incidência da multa administrativa lançada. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Voto Vencedor Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire Redator designado Minha divergência com o ínclito relator é quanto à manutenção da multa por falta de guia de importação. Assentada a jurisprudência majoritária nesta Turma, que em hipóteses como a presente, quando eventualmente se constata erro na classificação fiscal informada na declaração de importação, tratandose de licenciamento automático, descabe aplicação da multa por falta de guia. Reportome as razões que esposei quando fui designado redator para o acórdão 9303007.348, de 16/08/2018. Naquela hipótese estava provado que o licenciamento era automático e que, por tal, o simples equívoco do enquadramento tarifário da mercadoria não daria ensejo à aplicação da referida multa. Embora tal fato não esteja elucidado nos autos, na votação deste recurso formouse a maioria de que é ônus do Fisco provar que o licenciamento não é automático, o que não foi feito. A tese, em suma, é que o erro de classificação fiscal não seria suficiente para caracterizar o descumprimento do regime de licenciamento e, nessa condição, não haveria como se considerar que a mercadoria importada não estava licenciada. É necessário que tal erro Fl. 465DF CARF MF 10 prejudique o tratamento administrativo da mercadoria, como ocorreria, v.g., na hipótese do código tarifário original estava sujeito a LI automática e o corrigido, a nãoautomática. Portando, não havendo provas de que o licenciamento não seria automático, ônus do Fisco, é de se cancelar a multa. DISPOSITIVO Ante o exposto, nego provimento ao recurso do Procurador. (Assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 466DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720292/2015-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
OMISSÃO DE RENDIMENTOS DECORRENTE DE AÇÃO TRABALHISTA. INOCORRÊNCIA.
Impõe-se o cancelamento a exigência fiscal quando o conjunto probatório evidencia a inexistência de recebimento dos rendimentos tidos como omitidos pela fiscalização.
Numero da decisão: 2402-006.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Gregório Rechmann Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior.
Nome do relator: GREGORIO RECHMANN JUNIOR
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Recorrente ÁLVARO DIOGO FRANCO DAGUER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DECORRENTE DE AÇÃO TRABALHISTA. INOCORRÊNCIA. Impõese o cancelamento a exigência fiscal quando o conjunto probatório evidencia a inexistência de recebimento dos rendimentos tidos como omitidos pela fiscalização. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 02 92 /2 01 5- 40 Fl. 367DF CARF MF Processo nº 10280.720292/201540 Acórdão n.º 2402006.797 S2C4T2 Fl. 368 2 Relatório Tratase de recurso voluntário em face da decisão da 1ª Tuma da DRJ/FOR, consubstanciada no Acórdão nº 08034.166 (fls. 274), que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Nos termos do relatório da Resolução nº 2402000.533 (fls. 304), temse que: Segundo o fisco, constatouse omissão de rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente em virtude de processo judicial trabalhista, no valor de R$ 63.000,39, auferidos pelo notificado. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 4.384,75. A informação relativa a estes valores foi obtida da Declaração de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte DIRF, apresentada pelo Banco do Brasil. O sujeito passivo apresentou impugnação na qual alegou que discorda do lançamento na sua totalidade, sustentando que a apuração decorreu de informação equivocada do Banco do Brasil, posto que o contribuinte não recebeu no anocalendário de 2012 os valores informados pela Instituição bancária. Para comprovar suas afirmações apresenta DIRPF do ano calendário de 2011, na qual teria declarado integralmente o valor recebido na ação trabalhista movida contra a Vera Cruz Exportadora Indústria e Comércio S/A, no montante de R$ 288.904,35. Trouxe à colação ainda extratos mensais de conta corrente do Banco do Brasil relativos ao anocalendário de 2012, onde pode se visualizar que não houve créditos relativos a ações judiciais. Por fim, junta cópia de ofício encaminhado ao Banco do Brasil, onde requer que seja efetuada pesquisa nos arquivos da instituição bancária, de modo de que localize o erro cometido na informação prestada na DIRF do anocalendário de 2012 e se promova a retificação da referida declaração. Fl. 368DF CARF MF Processo nº 10280.720292/201540 Acórdão n.º 2402006.797 S2C4T2 Fl. 369 3 Por unanimidade de votos, a Turma da DRJ entendeu que os documentos juntados à defesa não seriam hábeis a comprovar que as informações prestadas pelo Banco do Brasil estariam incorretas e que o ofício encaminhado à instituição bancária não teria força para desqualificar as informações prestadas mediante a DIRF. Cientificado da decisão em 19/08/2015, fl. 293, o sujeito passivo apresentou tempestivamente recurso em 18/09/2015, fl. 297, no qual, em síntese alegou que o lançamento somente se justificaria se houvesse um depósito no Banco do Brasil determinado pela Justiça do Trabalho e em seguida a emissão de guia para levantamento do valor, o que não se configurou, posto que a cópia integral dos autos do processo trabalhista é suficiente para comprovar que tal operação não se realizou. A DRJ, afirma, laborou em erro, posto que deixou de analisar os documentos que comprovam todos os valores depositados em conta da Justiça do Trabalho e as guias autorizadoras dos pagamentos, além de certidão emitida pela secretaria da vara trabalhista onde tramitou a reclamatória. Sustenta que no anocalendário de 2012 há apenas a guia n.° 166/2012, para liberação no montante de R$ 5.099,11 em 24/01/2012. Este colegiado, em face dos documentos e argumentos apresentados pelo contribuinte, entendeu por bem converter o julgamento do processo em diligência, nos seguintes termos, em síntese: O sujeito passivo sustenta que os valores referentes à reclamatória trabalhista movida contra a Vera Cruz Exportadora Indústria e Comércio foram recebidos e declarados na DIRPF do anocalendário de 2011, a exceção da quantia de R$ 5.099,11, a qual foi recebida em janeiro de 2012 e consta na declaração correspondente. Afirma que o órgão de primeira instância deixou de analisar os autos do processo trabalhista, de onde poderia se extrair que inocorreu o fato gerador no anocalendário de 2012, conforme demonstraria a certidão emitida pela vara trabalhista (fl. 35). Fl. 369DF CARF MF Processo nº 10280.720292/201540 Acórdão n.º 2402006.797 S2C4T2 Fl. 370 4 Além dessas provas foram acostados extratos bancários mensais da movimentação bancária no Banco do Brasil anocalendário em questão (fls. 37/52), além de ofício encaminhado àquela instituição bancária (fls. 53/54), pedindo providências para saneamento do erro que teria motivado a autuação fiscal. A certidão emitida pela Justiça do Trabalho não pode ser desconsiderada, além de que, em respeito ao princípio da verdade material, tão caro ao processo administrativo fiscal, seria prudente uma verificação junto à instituição bancária no sentido de perquirir qual o montante recebido pelo sujeito passivo no anocalendário 2012, que teve como causa a reclamatória trabalhista movida contra a Vera Cruz Exportadora Indústria e Comércio. Assim, oficiese o Banco do Brasil para que informe qual o valor recebido pelo sujeito passivo em razão do processo judicial n.° 018230096.2008.5.08.0002. Em resposta, o Banco do Brasil apresentou as respostas de fls. 313 e 314, bem como os documentos de fls. 315 a 343. Cientificado do resultado da diligência, o contribuinte não apresentou manifestação. É o relatório. Fl. 370DF CARF MF Processo nº 10280.720292/201540 Acórdão n.º 2402006.797 S2C4T2 Fl. 371 5 Voto Conselheiro Gregório Rechmann Junior Relator A admissibilidade do Recurso Voluntário já foi objeto de análise e apreciação por este Colegiado, nos termos da Resolução nº 2402000.533 (fls. 304). Conforme exposto no relatório supra, o lançamento em análise foi decorrente de infração relativa a Omissão de Rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente em virtude de processo judicial trabalhista, no valor de R$ 63.000,39, auferidos pelo titular e/ou dependentes. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 4.384,75. A Autoridade Administrativa Fiscal complementa a descrição dos fatos informando que o rendimento foi informado pelo Banco do Brasil. O Recorrente sustenta, em síntese, que os valores referentes à ação trabalhista foram recebidos e declarados na DIRPF do anocalendário de 2011, com exceção apenas da quantia de R$ 5.099,11, a qual foi recebida em janeiro de 2012 e consta na declaração correspondente. Às fls. 35, consta Certidão emitida, nos idos de 2013, pela 2ª Vara do Trabalho de Belém nos autos daquela reclamatória trabalhista, detalhando os valores recebidos pelo contribuinte, então reclamante, conforme abaixo demonstrado: Fl. 371DF CARF MF Processo nº 10280.720292/201540 Acórdão n.º 2402006.797 S2C4T2 Fl. 372 6 Neste ponto, cabe observar que, (i) de acordo com a referida certidão, todos os valores, que totalizam o montante de R$ 247.612.58, foram recebidos em 2011, e (ii) que o valor bruto devido, na ordem de R$ 288.904,35, foi efetivamente declarado pelo Recorrente na DIRPF AC 2011 (fls. 23), conforme se infere da imagem abaixo: Assim foi que, em face dos elementos de prova trazidos aos autos pelo Recorrente, este colegiado, na sessão de 10 de março de 2016, entendeu por bem converter o julgamento do processo em diligência para que o Banco do Brasil informe qual o valor recebido pelo sujeito passivo em razão do processo judicial n.° 018230096.2008.5.08.000. Em resposta aos Ofícios nºs 4.127/2017 (26/06/2017) e 4.187/2017 (04/09/2017), o Banco do Brasil apresentou as respostas de fls. 313 (emitida pela agência de Belém – PA) e 314 (emitida pela agência de Brasília – DF). Na resposta de fls. 313, aquela instituição bancária informou que, em atenção ao seu Ofício n° 4.187/2017, de 04/04/2017, referente ao processo judicial n° 01823009620085080002, informamos abaixo os valores brutos recebidos pelo contribuinte Alvaro Diogo Franco Daguer, CPF: 038.799.50210 no decorrer dos anos de 2011 e 2012: Fl. 372DF CARF MF Processo nº 10280.720292/201540 Acórdão n.º 2402006.797 S2C4T2 Fl. 373 7 Já na resposta de fls. 314, a referida instituição bancária anexou documentos, tais como Comprovantes de Resgate Justiça Trabalhista (fls. 315 a 322) e Guias de Retirada emitidas pela 2ª Vara do Trabalho de Belém (fls. 323 a 330), cujos valores coincidem com os montantes supra destacados, registrados na resposta de fls. 313. Anexou, ainda, o Demonstrativo de Apuração do Imposto de Renda Retido na Fonte (fls. 331 a 333) e Demonstrativo dos Pagamentos Efetuados (fls. 334 a 336). Analisandose todos os documentos em questão, verificase que, com exceção apenas da DIRF de fls. 269 / 270, em nenhum outro documento consta a informação de que o contribuinte teria recebido o montante de R$ 63.000,39, apurado como omitido pela fiscalização justamente em razão dessa informação na DIRF. Registrese pela sua importância que, intimado a esclarecer os valores recebidos pelo sujeito passivo em razão do processo judicial n.° 018230096.2008.5.08.0002, o Banco do Brasil não informou, seja por meio das respostas por ele emitidas, seja por meio dos documentos apresentados, que o contribuinte efetivamente recebeu a quantia de R$ 63.000,39. Conforme destacado pelo Recorrente em sua peça recursal, para chegar o valor ao Banco do Brasil, deveria haver um depósito determinado pela Justiça do Trabalho, e em seguida a emissão de Guia para levantamento do referido valor, pois, não pode o Banco do Brasil, emitir guia de liberação ou determinar pagamento, sendo certo que as Guias de Retiradas e os Comprovantes de Resgate apresentados pelo Banco do Brasil não fazem referência ao valor em análise, tido como omitido pela fiscalização. Ante o exposto, concluo o voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, cancelando a a exigência fiscal objeto da Notificação de Lançamento – Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, fls. 263/266 (assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior Fl. 373DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10945.000834/2009-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2007
SOBRESTAMENTO DO PROCESSO. INDEFERIMENTO DO PEDIDO.
Tendo em vista que o processo que trata da exclusão da contribuinte do Simples Nacional já foi julgado por este CARF, o pedido não procede e o presente julgamento não deve ser sobrestado.
RECURSO VOLUNTÁRIO QUE REPRODUZ LITERALMENTE A IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO. INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS.
Apresentar GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, inciso IV, parágrafo 6º da Lei nº 8.212/91.
SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO.
A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitar-se-á, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhê-las como tal.
INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA.
Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea c, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Parcialmente Provido.
Numero da decisão: 2401-005.763
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Processo julgado em 13/9/18, às 14h.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2007 SOBRESTAMENTO DO PROCESSO. INDEFERIMENTO DO PEDIDO. Tendo em vista que o processo que trata da exclusão da contribuinte do Simples Nacional já foi julgado por este CARF, o pedido não procede e o presente julgamento não deve ser sobrestado. RECURSO VOLUNTÁRIO QUE REPRODUZ LITERALMENTE A IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF. Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS. Apresentar GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, inciso IV, parágrafo 6º da Lei nº 8.212/91. SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitar-se-á, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhê-las como tal. INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea c, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Parcialmente Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Processo julgado em 13/9/18, às 14h. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
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INDEFERIMENTO DO PEDIDO. Tendo em vista que o processo que trata da exclusão da contribuinte do Simples Nacional já foi julgado por este CARF, o pedido não procede e o presente julgamento não deve ser sobrestado. RECURSO VOLUNTÁRIO QUE REPRODUZ LITERALMENTE A IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF. Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS. Apresentar GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, inciso IV, parágrafo 6º da Lei nº 8.212/91. SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhêlas como tal. INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 08 34 /2 00 9- 55 Fl. 151DF CARF MF 2 Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea “c”, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Parcialmente Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Processo julgado em 13/9/18, às 14h. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Inicialmente, cumpre destacar que seguem apensos a este processo, conforme Termo de Juntada por Apensação, às fls. 113, os processo de nº 10945.000835/200908, 10945.000833/200919, 10945.000836/200944 e 10945.000843/200946. Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de Obrigação Acessória DEBCAD 37.167.6851 (fl. 02), que apurou o crédito tributário no montante de R$ 8.767,94 (oito mil setecentos e sessenta e sete reais e noventa e quatro centavos), consolidado em 29/06/2009, em virtude do descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV, § 5º da Lei Nº 8.212/91, com redação dada pela Lei Nº 9.528/97, combinado com o artigo 225, IV, § 4º do Decreto 3.048/99, uma vez que, de acordo com o Relatório Fiscal da Infração (fls. 09/11), a empresa omitiu fatos geradores em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informação à Previdência Social GFIP, relacionados às remunerações pagas a segurados empregados a seu serviços e contribuintes individuais. De acordo com o citado Relatório Fiscal (fls. 09/11), a empresa apresentou declarações em GFIP como OPTANTE pelo SIMPLES, recolhendo somente as contribuições descontadas dos segurados empregados. Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10945.000834/200955 Acórdão n.º 2401005.763 S2C4T1 Fl. 3 3 Registra o fisco, que a análise das Folhas de Pagamento dos empregados, livros contábeis do período, RAIS e os recolhimentos efetuados pelo contribuinte durante todo o período auditado revelou que a empresa infringiu o disposto nos incisos I e II, § 2º da Lei nº 9.317/96, tendo em vista que apresentou Declarações Simplificadas, mesmo tendo ultrapassado os limites fixados. A Representação Administrativa junto ao SECAT culminou com a EXCLUSÃO da Empresa do SIMPLES, a partir de 01/01/2004 (Informação Fiscal SECAT DRF/foz nº 049/2009, de 30/03/2009), sendo o Contribuinte cientificado em 15/04/2009. A partir dai, os créditos foram constituídos levando em conta o enquadramento da empresa como NÃO OPTANTE PELO SIMPLES. A planilha do ANEXO I (fls. 12/13) demonstra o valor das contribuições previdenciárias omitidas. O ANEXO II (fls. 14/15) contém o cálculo do valor da multa, de acordo com os limites estabelecidos pelo artigo 284, incisos I e II do Regulamento da Previdência Social. Os valores das contribuições omitidas foram levantados nos documentos apresentados pelo Contribuinte e os valores mensais de multa foram calculados respeitandose os limites estipulados no Regulamento da Previdência Social. Devidamente cientificado do lançamento em 30/06/2009 (fls. 2), a Interessada apresentou impugnação tempestiva (fls. 102/106), alegando, em síntese: (i) Preliminar – Vinculação à decisão do ato declaratório de Exclusão do Simples. Alega a Impugnante que não concordou com a sua exclusão do Simples Federal, tendo apresentado impugnação ao Ato Declaratório que a excluiu do Simples (Processo nº 10945.000303/200962). Assim, tendo em vista que os lançamentos fiscais decorrentes da diferença entre os recolhimentos realizados no sistema de recolhimento simplificado e o sistema normal de tributação, não pode o presente Auto de Infração ser julgado, até o julgamento definitivo do Processo nº 10945.000303/200962, que trata da exclusão do Simples. (ii) No mérito: (a) Das multas por divergência de informações decorrentes da opção pelo Simples. Sustenta que não cometeu erro de entrega de GFIP, que justificasse a lavratura do presente Auto de Infração, e que apenas realizou a entrega dentro de sua situação fiscal. Entende que, somente após a análise do processo de Exclusão do SIMPLES, no caso desta ser mantida, é que deverá adotar novo procedimento de escrituração fiscal e contábil, devendo então, retificar seus lançamentos. Fl. 153DF CARF MF 4 Contudo, não se pode exigir multa, por algo que, ainda, não ocorreu. Assim, julga ser improcedente a autuação. (b) Inexistência de motivos para exclusão do Simples. Argumenta que somente seriam devidas as contribuições caso a empresa fosse excluída do Simples. Contudo, defende que tal fato não se procede, devendo ser o Auto de Infração considerado inexistente. Segundo a informação fiscal, os valores supostamente lançados a maior nos registros contábeis da empresa, encontramse nos livros Diário/Razão. Contudo, tais registros seriam inexistentes perante a legislação do Simples Nacional prevista na Lei nº 9.317/96, tendo em vista que a legislação prevê simplesmente a escrituração do livro caixa, e a apresentação do inventário e da Declaração Anual do Simples. Desta feita, não se pode falar em faturamento superior ao previsto na legislação, somente por existência de registros em livro diário/razão, que não se sabe ao certo serem valores pertencentes à empresa do SIMPLES. (c) Necessidade de auditoria para fins de exclusão. Para que se tenha condições de afirmar que uma empresa de fato superou os limites de faturamento, não basta simples indicação em livros fiscais. A autoridade Fiscal não fez qualquer verificação de movimentação bancária, verificação de notas fiscais, circularização com clientes, fornecedores, simplesmente baseouse em valores constantes de livros fiscais não obrigatórios para empresa do Simples, e formou seu convencimento. Assim, alega ser improcedente o ato declaratório e despacho decisório fundamentado em tais argumentos. (d) Da necessária correção dos valores previstos na Lei nº 9.317/96. A autoridade fiscal pretende a exclusão da empresa Recorrente do sistema simplificado de recolhimento de tributos, alegando que este apresentou faturamento superior ao limite máximo previsto para o período de 2004 a 2005, qual seja de R$ 1.200.000,00. Contudo, os valores previstos na Lei não refletem a realidade vigente no país, uma vez que os resquícios do período inflacionário. Assim, necessários para fins de cálculo dos valores para que o contribuinte possa permanecer no Simples, a correção de sua tabela. Considerando a taxa Selic acumulada entre a publicação da Lei nº 9.317/96 e a data de 01/01/2004, temos um índice acumulado na ordem de 143,31%. Logo, considerando os índices que o próprio governo federal utiliza para a correção de tributos, temos um valor mínimo de faturamento para o inicio de 2004 na ordem de R$ 2.919.720,00. Desta forma, improcedente a exclusão com base no faturamento do ano de 2003 e 2004, como pretende a autoridade fazendária. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10945.000834/200955 Acórdão n.º 2401005.763 S2C4T1 Fl. 4 5 Por fim, requereu o acolhimento da preliminar de suspensão do presente auto, até final julgamento do recurso apresentado contra a Exclusão do Simples, e no mérito seja acatada a argüição de aplicação do previsto na Lei nº 9.317/96, e julgada improcedente a autuação, ante a inexistência de fundamento para aplicação da multa, uma vez que as GFIPS foram apresentadas sem erros dentro da modalidade tributária. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) lavrou Decisão Administrativa contextualizada no Acórdão nº 0640.041 da 5ª Turma da DRJ/CTA, às fls. 123/141, julgando improcedente a impugnação apresentada em face do lançamento, mantendo o crédito tributário exigido em sua integralidade. Recordese: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. FATOS GERADORES. GFIP. Constitui infração, passível de penalidade pecuniária, a informação da Guia de Recolhimento ao FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, com omissão de fatos geradores de contribuições previdenciárias, notadamente pela informação de código de opção ao Simples indevido SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhêlas como tal. MULTA. INCIDÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NÃO DECLARADA NA GFIP. RETIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO. A multa incide exclusivamente sobre os valores de contribuição previdenciária não declarados em, GFIP, razão pela qual as contribuições destinadas aos Terceiros devem ser excluídas do cálculo da multa. INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea “c”, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. Impugnação Improcedente Fl. 155DF CARF MF 6 Crédito Tributário Mantido” Inconformada com a decisão exarada pelo órgão julgador a quo, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário às fls. 144/149. Em que pese não se verificar a devida e necessária dialeticidade entre os termos da respeitável decisão recorrida e o recurso apresentado, tendo em vista se tratar de patente repetição dos termos já analisados em sede de impugnação, cumpre pormenorizar as alegações repetidas pela Recorrente: (i) Preliminar – Vinculação à decisão do ato declaratório de Exclusão do Simples. Alega a Recorrente que não concordou com a sua exclusão do Simples Federal, tendo apresentado impugnação ao Ato Declaratório que a excluiu do Simples (Processo nº 10945.000303/200962). Assim, tendo em vista que os lançamentos fiscais decorrentes da diferença entre os recolhimentos realizados no sistema de recolhimento simplificado e o sistema normal de tributação, não pode o presente Auto de Infração ser julgado, até o julgamento definitivo do Processo nº 10945.000303/200962, que trata da exclusão do Simples. (ii) No mérito: (a) Das multas por divergência de informações decorrentes da opção pelo Simples. Sustenta que não cometeu erro de entrega de GFIP, que justificasse a lavratura do presente Auto de Infração, e que apenas realizou a entrega dentro de sua situação fiscal. Entende que, somente após a análise do processo de Exclusão do SIMPLES, no caso desta ser mantida, é que deverá adotar novo procedimento de escrituração fiscal e contábil, devendo então, retificar seus lançamentos. Contudo, não se pode exigir multa, por algo que, ainda, não ocorreu. Assim, julga ser improcedente a autuação. (b) Inexistência de motivos para exclusão do Simples. Argumenta que somente seriam devidas as contribuições caso a empresa fosse excluída do Simples. Contudo, defende que tal fato não se procede, devendo ser o Auto de Infração considerado inexistente. Segundo a informação fiscal, os valores supostamente lançados a maior nos registros contábeis da empresa, encontramse nos livros Diário/Razão. Contudo, tais registros seriam inexistentes perante a legislação do Simples Nacional prevista na Lei nº 9.317/96, tendo em vista que a legislação prevê simplesmente a escrituração do livro caixa, e a apresentação do inventário e da Declaração Anual do Simples. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10945.000834/200955 Acórdão n.º 2401005.763 S2C4T1 Fl. 5 7 Desta feita, não se pode falar em faturamento superior ao previsto na legislação, somente por existência de registros em livro diário/razão, que não se sabe ao certo serem valores pertencentes à empresa do SIMPLES. (c) Necessidade de auditoria para fins de exclusão. Para que se tenha condições de afirmar que uma empresa de fato superou os limites de faturamento, não basta simples indicação em livros fiscais. A autoridade Fiscal não fez qualquer verificação de movimentação bancária, verificação de notas fiscais, circularização com clientes, fornecedores, simplesmente baseouse em valores constantes de livros fiscais não obrigatórios para empresa do Simples, e formou seu convencimento. Assim, alega ser improcedente o ato declaratório e despacho decisório fundamentado em tais argumentos. (d) Da necessária correção dos valores previstos na Lei nº 9.317/96. A autoridade fiscal pretende a exclusão da empresa Recorrente do sistema simplificado de recolhimento de tributos, alegando que este apresentou faturamento superior ao limite máximo previsto para o período de 2004 a 2005, qual seja de R$ 1.200.000,00. Contudo, os valores previstos na Lei não refletem a realidade vigente no país, uma vez que os resquícios do período inflacionário. Assim, necessários para fins de cálculo dos valores para que o contribuinte possa permanecer no Simples, a correção de sua tabela. Considerando a taxa Selic acumulada entre a publicação da Lei nº 9.317/96 e a data de 01/01/2004, temos um índice acumulado na ordem de 143,31%. Logo, considerando os índices que o próprio governo federal utiliza para a correção de tributos, temos um valor mínimo de faturamento para o inicio de 2004 na ordem de R$ 2.919.720,00. Desta forma, improcedente a exclusão com base no faturamento do ano de 2003 e 2004, como pretende a autoridade fazendária. É o relatório. Fl. 157DF CARF MF 8 Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE A Recorrente foi cientificada do acórdão em 25/05/2013 (fls. 144) e interpôs o Recurso Voluntário, tempestivamente, em 10/06/2013, razão pela qual CONHEÇO DO RECURSO já que presentes os requisitos de admissibilidade. 2. PRELIMINARES 2.1 Sobrestamento Inicialmente, a Recorrente argumenta que não concordou com a sua exclusão do Simples Federal, tendo apresentado impugnação ao Ato Declaratório que a excluiu do Simples (Processo nº 10945.000303/200962). Assim, entende que os processos devem ser sobrestados a julgamento definitivo do Processo nº 10945.000303/200962, que trata da exclusão do Simples. Todavia, em consulta ao acompanhamento processual do citado processo, verificase que este foi julgado em Sessão do dia 18/01/2012, pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento deste CARF (Acórdão nº 1802001.101), cuja turma, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso da empresa, mantendose a sua exclusão do Simples Nacional. Confirase a ementa do julgado: “Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES Ano calendário:2003 a 2007 EXCLUSÃO AO SIMPLES. RECEITA BRUTA DECLARADA EM LIVRO DIÁRIO OU LIVRO RAZÃO. Não tendo o contribuinte usufruído da opção estabelecida pela Lei n° 9.317/96, art. 7°, § 1°, no que concerne à dispensa da escrituração comercial, não se vislumbra qualquer transgressão ao comando contido no art. 18 da mesma lei o fato de a auditoria ter se baseado em informações contidas no Livro Razão, fornecido pelo contribuinte, para apurar a receita bruta auferida no período de 2003 a 2007. EXCLUSÃO DO SIMPLES. DECADÊNCIA A alegação de que já teria ocorrido a preclusão do direito de a Fazenda Pública exigir eventuais créditos tributários, que poderiam Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10945.000834/200955 Acórdão n.º 2401005.763 S2C4T1 Fl. 6 9 ser lançados em razão da exclusão do SIMPLES, não tem o condão de invalidar o ato declaratório de exclusão, posto que tal instituto se aplica a questões probatórias. Eventuais alegações de decadência devem ser opostas no processo administrativo que tenha por objeto o lançamento destes créditos, caso tenham sido constituídos de oficio. CORREÇÃO DOS VALORES DE RECEITA BRUTA PREVISTOS NA LEI QUE REGE O SIMPLES. INCOMPETÊNCIA. A autoridade administrativa é incompetente para manifestarse acerca de necessidade de correção dos valores estipulados como limite de receita bruta para efeitos de permanência no SIMPLES, sendo sua revisão atribuição exclusiva do Poder Legislativo.” Portanto, não há que se falar em sobrestamento, razão pela qual rejeito a preliminar. 2.2 Das constitucionalidades e ilegalidades alegadas Conforme manifestado pela instância a quo, as alegações da empresa relativas à inconstitucionalidade/ilegalidade de dispositivos normativos, não são passíveis de apreciação por esta instância administrativa, devendo ser carreadas ao Poder Judiciário, que tem competência para a discussão da matéria. Como é cediço, a atividade da autoridade administrativa encontrase vinculada aos dispositivos normativos vigentes, não podendo, aqui, afastar sua aplicação, nos termos do artigo 116, inciso III da Lei n.º 8.112, de 11/12/1990. Assim, a lei, cuja invalidade ou inconstitucionalidade não tenha sido declarada judicialmente, surtirá efeitos enquanto vigente, e será obrigatoriamente cumprida pela autoridade administrativa por força do ato administrativo vinculado. 3. DO MÉRITO 3.1 Exclusão do Simples O presente auto de infração foi lavrado pela fiscalização em virtude do descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV, §5º da Lei 8.212/91, com redação dada pela Lei 9.528/97, combinado com o art. 225, IV, § 4º do RPS Decreto 3.048/99, uma vez que, de acordo com o Relatório Fiscal da Infração (fl. 08/10), por omissão de fatos geradores em GFIP, relacionados às remunerações pagas a segurados empregados a seu serviço e contribuintes individuais. A empresa apresentou declarações em GFIP como OPTANTE pelo SIMPLES, recolhendo somente as contribuições descontadas dos segurados empregados. Da análise das Folhas de Pagamento dos empregados, livros contábeis do período, RAIS e os recolhimentos efetuados pelo contribuinte durante todo o período auditado Fl. 159DF CARF MF 10 revelou que a empresa infringiu o disposto nos incisos I e II, §2° da Lei 9.317/96, tendo em vista que apresentou Declarações Simplificadas, mesmo tendo ultrapassado os limites fixados. Em seu Recurso Voluntário a Recorrente pugna pela inexigibilidade do crédito via discussão acerca da sua condição de empresa integrante do sistema SIMPLES, sendo, tal discussão inócua no presente processo, haja vista que de acordo, com o Ato Declaratório emitido em 31/09/2009, fls. 85/86, o Contribuinte foi excluído do SIMPLES NACIONAL, a partir de 01/01/2004, bem como já dito, em consulta ao acompanhamento processual do processo nº 10945.000303/200962 ( Impugnação do Recorrente ao cancelamento do ato declaratório de exclusão do Simples), verificase que este foi julgado em Sessão do dia 18/01/2012, pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento deste CARF (Acórdão nº 1802001.101), cuja turma, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso da empresa, mantendose a sua exclusão do Simples Nacional Dessa forma, mantendo inalterada a decisão recorrida. 3.2 Da aplicação da Taxa Selic Novamente a Recorrente alega ofensa a disposição legal ao se aplicar a taxa Selic para cálculo dos juros moratórios. Como já esclarecido pela instância a quo, a autoridade administrativa, por força de sua vinculação ao texto da norma legal, deve limitarse a aplicála, sem emitir qualquer juízo de valor acerca da sua constitucionalidade ou outros aspectos de sua validade. Reiterando os fundamentos postos pela primeira instância, os juros de mora estão regulados pelo artigo 161 do Código Tributário Nacional (CTN), ou seja, a forma de imposição e cálculo dos juros moratórios que serão acrescidos aos créditos tributários não pagos, nos respectivos prazos, será regulada em lei, e neste caso, lei ordinária, uma vez que a matéria não é de reserva de norma de hierarquia superior. Desta forma, o quantum previsto no CTN somente é aplicável de forma supletiva, na ausência de lei que discipline a matéria, o que não constitui a hipótese em exame. Nesse diapasão, tendo em vista que a adoção da taxa de referência Selic como medida de percentual de juros de mora sobre tributos não pagos nos prazos legais se fez via lei ordinária já reportada, conforme faculta o CTN, art. 161, § 1º, não é ilegal a sua cobrança e não existe até a presente data decisão proferida no âmbito do Supremo Tribunal Federal declarando a inconstitucionalidade da lei que rege a utilização da referida taxa como juros de mora exigíveis dos débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional. Logo, não há como se afastar no caso sub examine, os juros de mora sobre tributos não pagos nos prazos previstos na legislação com base na taxa Selic. 3.3 Da multa aplicada A fundamentação legal para o procedimento adotado pela Fiscalização, vigente à época dos fatos, encontrase prevista no artigo 32, inciso IV, § 5º da Lei n° 8.212/91. Confirase: “Art. 32. A empresa é também obrigada a: [...] Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10945.000834/200955 Acórdão n.º 2401005.763 S2C4T1 Fl. 7 11 IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). [...] § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: 0 a 5 segurados ½ valor mínimo 6 a 15 segurados 1 X o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 X o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 X o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 X o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 X o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 X o valor mínimo Acima de 5000 segurados 50 X o valor mínimo § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. § 6º A apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º.” Em análise atenta ao Auto de Infração em questão, notase claramente que este se encontra revestido dentro das formalidades legais de estilo, tendo sido lavrado dentro de acordo com a legislação vigente, não havendo que se cogitar de ilegalidade da multa aplicada. Ainda, há que se destacar que a Turma Julgadora de Primeira Instância, para elaboração do cálculo da multa relativa à infração descrita, de acordo com a legislação vigente, levou em consideração os segurados verificados em procedimento fiscal, declarados ou não em GFIP, aplicando, ainda, a legislação mais benéfica (a partir da Medida Provisória nº 449/2008) ao contribuinte/recorrente (fls. 135/141). Fl. 161DF CARF MF 12 Dessa forma, mantenho inalterada a decisão recorrida. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso Voluntário para no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 162DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18239.000347/2010-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
ONUASSISTENTES TÉCNICOS. RENDIMENTOS NÃO TRIBUTÁVEIS.
Ficando revogada a Súmula nº 39 deste Colendo CARF, e por decisão do STF foi reconhecido a isenção do IRPF dos técnicos a serviço das Nações Unidas.
Numero da decisão: 2002-000.443
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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RENDIMENTOS NÃO TRIBUTÁVEIS. Ficando revogada a Súmula nº 39 deste Colendo CARF, e por decisão do STF foi reconhecido a isenção do IRPF dos técnicos a serviço das Nações Unidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 23 9. 00 03 47 /2 01 0- 12 Fl. 54DF CARF MF Processo nº 18239.000347/201012 Acórdão n.º 2002000.443 S2C0T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 26) contra decisão de primeira instância (fls. 18/20), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: O interessado impugna lançamento do anocalendário 2008, onde foram incluídos rendimentos de R$ 61.118,40, recebidos de organismo internacional, através do Comando da Aeronáutica. Argumenta, em síntese, que são rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício, pagos pela Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), Agência Especializada das Nações Unidas. Seriam isentos do imposto de renda por força da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas. O resumo da decisão revisanda está condensado na seguinte ementa do julgamento: ONU. ASSISTENTES TÉCNICOS. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. São tributáveis os rendimentos pagos pelos organismos das Nações Unidas aos assistentes técnicos residentes no Brasil que não integram o quadro de seus funcionários. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação, juntando documentos e requerendo o cancelamento da ação fiscal. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 15/05/2014 (fl. 23); Recurso Voluntário protocolado em 10/06/2014 (fl. 26), assinado pelo próprio contribuinte. O contribuinte responde nestes autos, por Omissão de Rendimentos Recebidos do Exterior – DERC. A r. decisão de origem, por unanimidade de votos julgou a impugnação improcedente, por entender que os rendimentos em questão não são do trabalho com vínculo empregatício, mas sim de prestação de serviço autônomo como o próprio impugnante admite. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 18239.000347/201012 Acórdão n.º 2002000.443 S2C0T2 Fl. 4 3 É evidentemente incorreto afirmar que o contrato de trabalho de prestação de serviço temporário se equipare ao contrato de trabalho de um funcionário do quadro regular de servidores de um organismo internacional. Ainda que tal equiparação pudesse ser válida para fins trabalhistas, não poderia valer para fins tributários, exatamente por se tratar de uma equiparação que se rege pelo princípio da analogia, uma vez que as condições isentivas não podem ser estendidas por interpretação analógica, por vedação expressa do art. 111 do CTN. Irresignado, o recorrente apresenta Recurso Voluntário, atacando a r. decisão, aduz razões preliminares, matéria que se confunde com o mérito e com ele será julgado. Este Colendo CARF havia editado a Súmula CARF nº 39, com efeito vinculante nos seguintes termos: Os valores recebidos pelos técnicos residentes no Brasil a serviço da ONU e suas Agências Especializadas, com vínculo contratual, não são isentos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Ocorre que a Súmula nº 39, foi revogada pela Portaria CARF nº 3, de 09 de janeiro de 2018. Por omissão do julgamento do RESP nº 1.306.396/DF, submetido ao regime do art. 543C do CPC/1973, já transitado em julgado desde 10/12/2012, o STJ firmou a seguinte tese, expressa em sua ementa: “TRIBUTÁRIO RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C DO CPC). ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE OS RENDIMENTOS AUFERIDOS POR TÉCNICOS, A SERVIÇO DAS NAÇÕES UNIDAS, CONTRATADOS NO BRASIL COMO CONSULTORES NO ÂMBITO DO PNUD/ONU”. Assim sendo, o Recurso Voluntário é de ser conhecido e provido. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito dáse provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 56DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.904886/2011-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Data do fato gerador: 20/02/2006
RETIFICAÇÃO DO PER/DCOMP APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. ERRO DE PREENCHIMENTO. POSSIBILIDADE
Erro de preenchimento de Dcomp não possui o condão de gerar um impasse insuperável, uma situação em que o contribuinte não pode apresentar uma nova declaração, não pode retificar a declaração original, e nem pode ter o erro saneado no processo administrativo, sob pena de tal interpretação estabelecer uma preclusão que inviabiliza a busca da verdade material pelo processo administrativo fiscal, além de permitir um indevido enriquecimento ilícito por parte do Estado, ao auferir receita não prevista em lei.
Reconhece-se a possibilidade de transformar a origem do crédito pleiteado em saldo negativo, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise da sua liquidez pela unidade de origem, com o conseqüente retorno dos autos à jurisdição da contribuinte, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação, oportunizando ao contribuinte a possibilidade de apresentação de documentos, esclarecimentos e retificações das declarações apresentadas.
Numero da decisão: 1301-003.606
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a possibilidade de transformar a origem do crédito pleiteado em saldo negativo, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do pedido quanto à liquidez do crédito requerido, oportunizando ao contribuinte, antes, a apresentação de documentos, esclarecimentos e retificações das declarações apresentadas. Ao final, deverá ser proferido despacho decisório complementar, retomando-se, a partir daí, o rito processual de praxe. Vencido o Conselheiro Roberto Silva Junior que votou por negar provimento ao recurso. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10580.904884/2011-12, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ERRO DE PREENCHIMENTO. POSSIBILIDADE Erro de preenchimento de Dcomp não possui o condão de gerar um impasse insuperável, uma situação em que o contribuinte não pode apresentar uma nova declaração, não pode retificar a declaração original, e nem pode ter o erro saneado no processo administrativo, sob pena de tal interpretação estabelecer uma preclusão que inviabiliza a busca da verdade material pelo processo administrativo fiscal, além de permitir um indevido enriquecimento ilícito por parte do Estado, ao auferir receita não prevista em lei. Reconhecese a possibilidade de transformar a origem do crédito pleiteado em saldo negativo, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise da sua liquidez pela unidade de origem, com o conseqüente retorno dos autos à jurisdição da contribuinte, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação, oportunizando ao contribuinte a possibilidade de apresentação de documentos, esclarecimentos e retificações das declarações apresentadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a possibilidade de transformar a origem do crédito pleiteado em saldo negativo, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do pedido quanto à liquidez do crédito requerido, oportunizando ao contribuinte, antes, a apresentação de documentos, esclarecimentos e retificações das declarações apresentadas. Ao final, deverá ser proferido despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe. Vencido o Conselheiro Roberto Silva Junior que votou por negar AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 48 86 /2 01 1- 01 Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10580.904886/201101 Acórdão n.º 1301003.606 S1C3T1 Fl. 3 2 provimento ao recurso. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10580.904884/201112, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10580.904886/201101 Acórdão n.º 1301003.606 S1C3T1 Fl. 4 3 Relatório MEDYCAMENTHA PRODUTOS ONCOLOGICOS E HOSPITALARES LTDA recorre a este Conselho em face do acórdão proferido pela 4ª Turma da DRJ em Porto Alegre que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, pleiteando sua reforma, com fulcro nos §§ 9º e 10 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, c/c c artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF). Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de Acórdão que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade da contribuinte, para manter na íntegra o Despacho Decisório que não homologou as compensações pleiteadas, em razão da ausência de comprovação de recolhimento indevido de estimativa e na impossibilidade de se retificar a origem do crédito pleiteado para saldo negativo de CSLL. O presente processo decorre de pedido de compensação, cujo crédito tem origem em pagamento indevido ou a maior de estimativas mensais. O Despacho Decisório proferido pela da unidade de origem não reconheceu o valor do crédito pretendido e não homologou as compensações declaradas. Em sua Manifestação de Inconformidade a contribuinte afirmou que o erro se deu basicamente na PER/DComp, quando informou como origem do crédito Pagamento Indevido ou a Maior quando o correto seria Saldo Negativo de CSLL, assim, requereu que sua Dcomp fosse retificada ou autorizada sua retificação. O Acórdão recorrido entendeu que não houve mero erro no preenchimento da PER/DComp, tampouco haveria que se falar em inexatidões materiais em seu preenchimento, tratandose, em realidade, de pedido do contribuinte para alteração da natureza jurídica do pedido, uma vez que PER/DComp indicava tratarse de pagamento indevido de estimativa, mas, na realidade, de saldo negativo de CSLL. Concluiu não haver prova de recolhimento indevido de estimativa, indeferindo o pedido de reconhecimento do direito creditório pleiteado e não homologando as compensações declaradas. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte, tempestivamente, apresentou recurso voluntário com os mesmos argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, requerendo a reforma da decisão recorrida com o consequentemente reconhecimento do direito creditório requerido e a homologação das compensações declaradas. É o relatório. Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10580.904886/201101 Acórdão n.º 1301003.606 S1C3T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301003.599, de 22/11/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10580.904884/2011 12, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301003.599): "O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade do recurso, dele, portanto, tomo conhecimento. A Recorrente apresentou Per/DComp utilizandose de créditos decorrentes de IRPJ (estimativa) pago a maior, porém, conforme reconheceu, na realidade tratavase de Saldo Negativo. Segundo o Despacho Decisório, Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. O acórdão recorrido, por sua vez, superou a fundamentação utilizada no despacho decisório em razão de posterior alteração de entendimento por parte da RFB por meio do art. 10 da IN RFB nº 900, de 2008, e da Solução de Consulta Interna Cosit nº 19, de 2011, tanto em relação à admissão ao direito de restituição ou de compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, quanto à sua aplicação aos PER/DComp originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estivessem pendentes de decisão administrativa. Aduz que o contribuinte não trouxe prova do recolhimento a maior e que o pedido de retificação do PER/DComp para se considerar como origem do crédito o saldo negativo de IRPJ, em vez de pagamento indevido ou a maior de Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10580.904886/201101 Acórdão n.º 1301003.606 S1C3T1 Fl. 6 5 estimativa, não se enquadra nas hipóteses previstas no art. 78 da IN RFB nº 900, de 2008 Pois bem, passo à análise da controvérsia. O crédito a que refere a Recorrente tratase de Saldo Negativo de IRPJ, porém, ao preencher a Per/DComp para declarar a compensação informou como IRPJ Pago a Maior ou Indevidamente, gerando a não homologação das respectivas compensações. O ponto aqui é que a Per/DComp apresentada pelo contribuinte contém erro material, e tal fato, por si só não pode embasar a negação ao seu direito de crédito, bem como leva ao enriquecimento ilícito do Estado. Em relação à possibilidade de comprovação de erro de fato no preenchimento da declaração, inclusive na própria DCOMP, o entendimento atual, inclusive da RFB, é de que é possível superar esse equívoco, desde que haja comprovação de tal erro, conforme bem delineado pela RFB no Parecer Normativo Cosit nº 8, de 2014, cujo excerto de interesse de sua ementa reproduzse a seguir: Assunto. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.REVISÃO E RETIFICAÇÃO DE OFÍCIO – DE LANÇAMENTO E DE DÉBITO CONFESSADO, RESPECTIVAMENTE – EM SENTIDO FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. CABIMENTO. ESPECIFICIDADES. A revisão de ofício de lançamento regularmente notificado, para reduzir o crédito tributário, pode ser efetuada pela autoridade administrativa local para crédito tributário não extinto e indevido, no caso de ocorrer uma das hipóteses previstas nos incisos I, VIII e IX do art. 149 do Código Tributário Nacional – CTN, quais sejam: quando a lei assim o determine, aqui incluídos o vício de legalidade e as ofensas em matéria de ordem pública; erro de fato; fraude ou falta funcional; e vício formal especial, desde que a matéria não esteja submetida aos órgãos de julgamento administrativo ou já tenha sido objeto de apreciação destes. A retificação de ofício de débito confessado em declaração, para reduzir o saldo a pagar a ser encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional – PGFN para inscrição na Dívida Ativa, pode ser efetuada pela autoridade administrativa local para crédito tributário não extinto e indevido, na hipótese da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração. Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10580.904886/201101 Acórdão n.º 1301003.606 S1C3T1 Fl. 7 6 REVISÃO DE DESPACHO DECISÓRIO QUE NÃO HOMOLOGOU COMPENSAÇÃO, EM SENTIDO FAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. A revisão de ofício de despacho decisório que não homologou compensação pode ser efetuada pela autoridade administrativa local para crédito tributário não extinto e indevido, na hipótese de ocorrer erro de fato no preenchimento de declaração (na própria Declaração de Compensação – Dcomp ou em declarações que deram origem ao débito, como a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF e mesmo a Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ, quando o crédito utilizado na compensação se originar de saldo negativo de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ ou de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL), desde que este não esteja submetido aos órgãos de julgamento administrativo ou já tenha sido objeto de apreciação destes. Dessa forma, este Colegiado tem tido o entendimento de se reconhecer parte do requerido pela Recorrente, no sentido de não lhe suprimir instâncias de julgamento, e oportunizar que, após o contribuinte ser devidamente intimado para tanto, sejam apresentados documentos e estes sejam analisados a fim de se averiguar a ocorrência do erro alegado e consequentemente a aferição de seu direito de crédito. Assim, tendo em vista o princípio da busca da verdade material, já que juntou documentos, ainda que em sede recursal daquilo que faria jus ao seu direito, voto no sentido de se afastar o óbice de retificação da Per/DComp apresentada. E dessa forma, a unidade de origem poderá verificar o mérito do pedido, acerca da existência do crédito e da respectiva compensação, bem como analisar a liquidez e certeza do referido crédito, nos termos do art. 170, do CTN, retomandose a partir de então o rito processual de praxe. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a possibilidade de transformar a origem do crédito pleiteado em saldo negativo, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do pedido quanto à liquidez do crédito requerido, oportunizando ao contribuinte, antes, a apresentação de documentos, esclarecimentos e retificações das declarações apresentadas. Ao final, deverá ser proferido despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe." Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10580.904886/201101 Acórdão n.º 1301003.606 S1C3T1 Fl. 8 7 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a possibilidade de transformar a origem do crédito pleiteado em saldo negativo, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do pedido quanto à liquidez do crédito requerido, oportunizando ao contribuinte, antes, a apresentação de documentos, esclarecimentos e retificações das declarações apresentadas. Ao final, deverá ser proferido despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.964571/2009-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.970
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a Unidade de Origem verifique a existência do crédito da contribuição não-cumulativa (PIS/Cofins), no período e valor sob comento neste processo. Para tanto: a) analise a documentação acostada aos autos, bem como o demonstrativo de cálculo apresentado, para se aferir a procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informe se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) esclareça se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada e d) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a Unidade de Origem verifique a existência do crédito da contribuição nãocumulativa (PIS/Cofins), no período e valor sob comento neste processo. Para tanto: a) analise a documentação acostada aos autos, bem como o demonstrativo de cálculo apresentado, para se aferir a procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informe se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) esclareça se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada e d) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .9 64 57 1/ 20 09 -4 0 Fl. 637DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem que indeferira o pedido de restituição e não homologara a compensação declarada, relativamente a suposto crédito da Contribuição (PIS/Cofins), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte requereu a homologação da compensação ou, alternativamente, a conversão do julgamento em diligência, alegando que haviam ocorrido meros equívocos no preenchimento da DCTF, posteriormente retificada, e que deveria ser observado o princípio da verdade material, conforme jurisprudência correlata. A Delegacia de Julgamento (DRJ) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, sob o fundamento de que apenas os créditos líquidos e certos eram passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, arguiu a sua tempestividade e requereu a reforma da decisão de piso, por contrariar o disposto no Parecer Normativo Cosit nº 2/2015 e os princípios da verdade material, ampla defesa e legalidade, dada a efetiva existência do crédito pleiteado, conforme cálculos e documentos carreados aos autos. É o relatório. Fl. 638DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3301000.965, de 23/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 15374.964566/200937, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301000.965): O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Tempestividade A Recorrente sustenta a tempestividade do recurso, nos seguintes termos: Em 03.07.2015, foi certificada nos presentes autos, equivocadamente, a ciência eletrônica da Requerente dos termos do Acórdão acerca da Manifestação de Inconformidade apresentada, por decurso de prazo de 15 dias contados da disponibilização do documento na sua Caixa Postal do eCAC. Ocorre que, conforme exigência constante do art. 23, III, §§ 4º e 5º, do Decreto nº 70.235/72, intimação por meio eletrônico depende, necessariamente, de que o contribuinte tenha realizado a efetiva e expressa opção pelo Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), mediante envio, à RFB, de Termo de Opção, por meio do e CAC, sendo, portanto, inválida a intimação eletrônica realizada no presente feito em 03.07.2015. Isto porque, em 03.07.2015 (data da certidão de ciência eletrônica nos presentes autos), a ora Requerente ainda não havia feito a opção pelo DTE, conforme se verifica do Termo de Opção/Autorização em anexo, datado de 22.10.2015 (Doc. 01). Cumpre registrar que esse equívoco da RFB em realizar/considerar a intimação eletrônica de decisão administrativa sem que o contribuinte tivesse feito opção pelo DTE vinha ocorrendo de forma reiterada, o que forçou a Requerente a ajuizar, em 17.12.2014, ação declaratória para que fosse declarada a inexistência de relação jurídica que autorizasse a União Federal a proceder intimações/ciências de atos/decisões processuais por meio eletrônico, eis que inexistente autorização/opção pelo Domicílio Tributário Eletrônico DTE, nos termos do art. 23 do Decreto nº 70.235/1972, e dos §§ 1º e 2º, do artigo 4º, da Portaria SRF nº 259/2006, devendo serem as intimações/cientificações dos atos/termos processuais realizados tão somente de forma pessoal ou via postal, enquanto não realizada a aludida opção/autorização mediante Termo de opção ao DTE (Doc. 02). Assim, em 27.01.2015, foi proferida decisão liminar, em sede de Agravo de Instrumento (processo nº 000040349.2015.4.02.0000), assegurando o direito da ora Requerente de não ser intimada de decisões administrativas por meio eletrônico (DTE) até a realização da opção pelo Domicílio Tributário Eletrônico (Doc. 03), o que, frisese, só ocorreu em 22.10.2015 (v. doc. 3). Em manifestação sobre a questão, no despacho de efls. 365 a 370, a DICAT DEMACRJO: Fl. 639DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 5 4 6. Argumenta o contribuinte que a sua opção ao DTE foi efetivada no dia 22/10/2015, mediante certificação digital no Portal e–CAC, bem assim que tivera acesso à intimação/ciência n° 969/2015 e documentos instrutivos, à fl. 192, somente no dia 20/02/2017, aproximadamente 16 (dezesseis) meses depois da disponibilização do documento. No comunicado denominado “Ciência Eletrônica por Decurso de Prazo”, o contribuinte foi considerado cientificado no dia 03/7/2015, 15 (quinze) dias contados a partir da data de disponibilização dos documentos na sua caixa postal, conforme documento à fl. 195, data que, de fato, é anterior à sua adesão ao DTE, lapso temporal que “espelha” o cerne da discussão, que compreende basicamente as consequências advindas do fato de a opção ao DTE ter sido efetivada em data posterior à data de “postagem” (disponibilização) da comunicação/intimação. (..) 11. No momento em que a correspondência/mensagem é aberta, considerase perfeita a intimação realizada mediante envio de documento digital à caixa postal de contribuinte, porque dada a ciência do teor da intimação e dos documentos instrutivos. Nesse sentido, encontrase a jurisprudência, há muito, sedimentada no que se refere ao reconhecimento da validade de correspondência, considerando requisitos indispensáveis ao aperfeiçoamento da ciência que a intimação tenha sido (i) enviada ao endereço constante do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do contribuinte e (ii) assinada por funcionário da empresa, o que torna irrelevante o fato de o documento recebido ter sido ou não entregue ao responsável por sua análise, sendo bastante e suficiente que tenha sido entregue no endereço certo e recebido por pessoa autorizada a fazêlo. 12. Por essa razão, e respeitadas as devidas peculiaridades de cada modalidade de intimação, não seria razoável aceitar a alegação do contribuinte de que somente teve efetivamente acesso ao documento no dia 20/02/2017, quando tomou ciência dos documentos digitais relativos à cobrança amigável pelo eCAC, situação que se assemelharia à hipótese (remota) na qual um contribuinte recebe uma correspondência em sua residência ou estabelecimento comercial, assina o aviso de recebimento (AR) e decide não abrir o envelope, simplesmente porque acredita ser uma faculdade/liberalidade fazêlo apenas quando lhe for conveniente, bem assim que a data de ciência da intimação seria a data de abertura do envelope, em vez da data de recebimento da correspondência. 13. Faz tanto sentido a assertiva anterior que, mediante consulta ao sistema CXPOSTALRFB, constatamos que a primeira leitura da “comunicação simples” ora discutida foi realizada no dia 24/6/2016, existindo 62 (sessenta e duas) outras mensagens (comunicação simples/ato oficial) efetivamente “lidas” pela TAESA de 22/10/2015 até 17/02/2017, período compreendido entre a data de adesão ao DTE e o dia anterior à (suposta) ciência do acórdão combatido. 14. Em que pese a implementação da condição estabelecida pelo Relator do agravo de instrumento, mediante adesão ao DTE no dia 22/10/2015, data a partir da qual (i) a intimação tornouse válida, eficaz e exequível e (ii) passou a ser obrigatório o cumprimento do compromisso assumido no termo de opção, mais precisamente o acesso regular da sua caixa postal com a correspondente ciência de comunicações/ato oficial que porventura tenham sido enviados pela RFB, constata se que a TAESA “renunciou” ao seu direito de defesa, seja no tocante à apresentação de recurso contra o Acórdão n° 1449.935, de 24/4/2014, ou ainda, apenas por amor ao debate, à reclamação da nulidade da intimação, decidindo agir tão somente quando julgou ser mais “conveniente”, precisamente 16 (dezesseis) meses depois de ter formalizado o termo de opção pelo DTE. Em suma, para a DICAT, desde 22/10/2015, data da efetiva opção pelo DTE, o contribuinte deveria ter regularmente acessado a comunicação/intimação discutida que fora enviada para a caixa postal correspondente à sua disposição Fl. 640DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 6 5 no Portal eCAC, praticando, ato contínuo, os atos de defesa pertinentes, mas preferiu, entretanto, manterse “inerte” até o dia 20/02/2017. Todavia, a prescrição do art. 23, III, § 4º e 5º, do Decreto nº 70.235/72, é clara de que a adesão ao DTE depende de expresso consentimento do sujeito passivo. A empresa optou pelo Domicílio Tributário Eletrônico somente em 22/10/2015 e tomou ciência do Acórdão de Julgamento apenas em 20/02/2017, quando acessou eletronicamente os autos do presente processo em razão da mensagem enviada para a caixa postal para a intimação da cobrança amigável. Concordo com a Recorrente no sentido de que a ciência certificada nos autos em 03/07/2015 não operou efeitos, eis que anterior à efetiva opção pelo DTE em 22/10/2015. A unidade de origem deveria ter intimado o contribuinte de outra forma prescrita no art. 23 diante de sua falta de opção pelo DTE ou, após a opção, deveria têlo cientificado novamente. A administração tributária se manteve inerte diante desse lapso cometido. Dessa forma, entendo como plausível que se tenha como data da intimação da decisão de piso, a data de acesso aos autos, nos termos do art. 23, § 2°, III, “c”, do Decreto nº 70.235/72. Portanto, voto pela tempestividade do recurso voluntário, motivo pelo qual analisoo a seguir. Ônus da prova – recolhimento indevido A Recorrente pleiteia a compensação de pagamento indevido de PIS, não cumulativo, referente ao fato gerador de 31/08/2004, no valor de R$ 39.937,14 (e DCOMP nº 08629.35740.300507.1.3.044200). O despacho decisório indicou que o DARF relativo ao crédito indicado no PER/DCOMP já havia sido utilizado para extinguir o próprio tributo, não restando crédito a restituir. Em impugnação, a empresa alegou ter havido erros no preenchimento da DCTF, que foi posteriormente retificada. A DRJ negou provimento à manifestação de inconformidade, com as seguintes razões: a A Recorrente deveria ter retificado sua DCTF até a transmissão do seu PER/DCOMP; b A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório não confere reforma do ato administrativo, pois no momento de sua expedição, a motivação estava correta. Neste sentido, a contribuinte anexou à peça recursal a DCTF retificadora, alterada em 17/11/2009, e fora cientificada do despacho decisório em 21/10/2009; c Não houve prova do suposto recolhimento a maior. Em defesa, não juntou qualquer documento que comprovasse os valores recolhidos indevidamente ou maior que o devido; Fl. 641DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 7 6 d Não basta a retificação da DCTF, deveriam ser apresentados os livros contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais, a natureza da receita, bem assim o seu valor, além da documentação probatória pertinente. De fato, a restituição ou compensação demanda suporte documental mínimo comprobatório dos direitos creditórios requeridos, para atestar a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte, nos termos do art. 170 do CTN. Dessa forma, o contribuinte deve comprovar a efetividade do recolhimento e das bases de cálculo sobre as quais foram realizados os recolhimentos a maior. Em regra geral, considerase que o ônus da prova recai sobre quem alega o fato ou o direito (art. 373, CPC/2015), consequentemente, é do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao ressarcimento. A prova a favor do contribuinte perante o Fisco, quanto à existência de direito pretendido, deve estar calcada em documentos fiscais hábeis e idôneos. A liquidez do direito há de ser comprovada pela demonstração do quantum recolhido indevidamente, através do DARF, da comprovação das bases de cálculo sobre as quais incidiram o tributo e, através de outros documentos. Em sede de recurso voluntário, a Recorrente anexou os documentos que entende comprovarem seu direito ao creditamento, decorrente de PIS pago indevidamente na sistemática nãocumulativa, (cód. 6912), no mês de agosto de 2004, no valor de R$ 39.937,14. E, tece as seguintes justificativas: (i) A Recorrente é sociedade concessionária de transmissão de energia elétrica e, em 2000, celebrou com a União, por intermédio da Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, o Contrato de Concessão nº 040/2000, por meio do qual se comprometeu na construção, operação e manutenção das instalações da Linha de Transmissão TaquaruçuAssis, pelo prazo de 30 (trinta) anos. (ii) As suas receitas decorrentes do contrato de concessão de transmissão de energia elétrica, são tributadas pelo PIS e COFINS no regime cumulativo, nos termos do art. 10, da Lei nº 10.833/2003; (iii) Apurou e recolheu o PIS na sistemática nãocumulativa (código de receita nº 6912), calculado sobre suas receitas decorrentes dos serviços de transmissão de energia elétrica, de 2004 até 2006; (iv) Por intermédio da Lei nº 11.196/2005, da Instrução Normativa SRF nº 658/2006 e da Nota Técnica de nº 224/2006 SFF/ANEEL, a empresa recompôs a base imponível do PIS, do mês de agosto de 2004, apurando, com base no regime cumulativo, o débito a pagar no valor de R$ 39.894,73, nascendo aí o pagamento indevido a título de PIS não cumulativo (código 6912) no valor total de R$ 111.576,654 (R$ 39.937,14 e R$ 71.639,51), recolhidos nas datas de 15/09/2004 e 10/06/2005, respectivamente; (v) Resume a apuração correta da contribuição para o PIS, calculada com base no regime cumulativo (para a receita da atividade) e nãocumulativo (para as receitas financeiras), após a recomposição de sua base imponível para o mês de agosto de 2004, dessa forma: Fl. 642DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 8 7 Adiante acrescenta: Como o regime de PIS/COFINS a que se submete a receita de prestação de serviços de transmissão de energia elétrica auferido pela Recorrente é o cumulativo, conforme esclarecido acima, foi necessário retificar a DCTF do 3º trimestre de 2004 para declarar somente o débito de PIS cumulativo (código 8109) e não mais o débito de PIS com base no regime nãocumulativo (código 6912). Para tanto, a Recorrente procedeu à retificação dessa DCTF em 12.07.2007, ou seja, bem antes da ciência do Despacho Decisório (em 21.10.2009). Nessa DCTF retificadora do 3º trimestre de 2004 (recibo nº 26.443.892.6560 doc. 10), a Recorrente já declarava o débito do PIS cumulativo (código 8109) do mês de agosto de 2004, no valor de R$ 39.937,14, bem como a sua quitação através de compensação (PER/DCOMP nº 38114.19893.300507.1.3.046124). Nesse documento não foi declarado nenhum valor de débito de PIS pelo regime não cumulativo (código 6912), seja porque as receitas de sua operação não mais se enquadravam nesse regime, seja porque as demais receitas auferidas no período eram de natureza financeira e sujeitavamse à alíquota zero por força do Decreto nº 5.164/2004, conforme se pode notar pelo DACON retificador (doc. 11) e pela DIPJ 2005, retificadora, página 36 (doc. 12). Esses foram os motivos que tornaram indevidos todos os pagamentos de PIS (código 6912) efetuados por meio de DARF, do período de apuração agosto de 2004. Ocorre que a Recorrente quando do preenchimento da DCTF retificadora do 3º trimestre de 2004, apresentada em 12.07.2007, não demonstrou os créditos de PIS nãocumulativo, eis que não devia nenhum débito desta contribuição neste regime. Mas certo que a Receita Federal do Brasil – RFB mantinha em seus cofres o valor desta contribuição outrora recolhido, indevidamente, pela Recorrente, via DARF, no valor total de R$ 111.576,65 (incluído principal, juros e multa). Reiterese que o pagamento do PIS no regime nãocumulativo (cod. 6912) foi feito indevidamente e não a maior. Logo, os DARF´s recolhidos inapropriadamente, a rigor, não precisariam ter sido indicados em DCTF, pois desvinculados de qualquer débito e impropriamente recolhidos. Desta feita, de pronto, revelam crédito a favor do contribuinte. Esta foi a situação exteriorizada através da retificação tempestiva da DCTF de 12.07.2007, mas, no entanto, o direito creditório não foi reconhecido pela fiscalização. Por essa razão, no momento em que a Recorrente teve seu pedido de compensação denegado (objeto do Despacho Decisório nº 848597880), visando uma forma de a RFB ‘enxergar’ o crédito fiscal a seu favor, foi que a Recorrente optou por retificar novamente a DCTF do 3º trimestre de 2004 (em 17.11.2009 – recibo 10.95.50.79.0608 – doc. 13), ratificando os créditos de PIS cumulativo (8109) e incluindo como débito a título de PIS nãocumulativo do mês de agosto de 2004 o valor simbólico de R$ 0,016 para viabilizar a vinculação dos pagamentos, realizados, via DARF, com o código de receita nº 6912, no valor total de R$ 111.576,65 (R$ 39.937,14 e R$ 71.639,51, respectivamente – v. doc. 7). Frisese que o crédito requerido consta (e já constava anteriormente ao citado Despacho Decisório) evidenciado também no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais DACON retificador (v. doc. 11) e na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ 2005 retificadora (v. Fl. 643DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 9 8 doc. 12), nos quais foram indicados: i) a base de cálculo do PIS do mês de agosto de 2004; ii) o valor a pagar com incidência cumulativa (R$ 39.937,14); iii) o valor a pagar com incidência nãocumulativa (R$ 0,00). (...) O crédito relativamente ao pagamento indevido do PIS não foi reconhecido com a apresentação tempestiva da DCTF retificadora em 12.07.2007 e, por essa razão, em 17.11.2009, a contribuinte apresentou uma nova declaração retificadora, tentando deixar claro para a autoridade fiscal o indébito fiscal. Então, em seu recurso voluntário, objetivando comprovar as suas alegações, anexou: Contrato de concessão nº 040/2000 DARFs PIS (código 6912) 08/2004 R$ 39.937,14 e R$ 71.639,51 DOC. 8 LIVRO RAZÃO 2004 CONTA 6.1.1.01.0001 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO Ago/2004 DCTF 3º TRIM/04 RETIFICADORA Nº 26.44.38.92.6560 DACON RETIFICADOR 3º TRIMESTRE DE 2004 DIPJ 2005, RETIFICADORA, PÁGINA 36 DCTF RETIFICADORA Nº 10.95.50.79.0608 DIPJ 2005, ORIGINAL, PÁGINA 36 LIVRO RAZÃO 2004 CONTA 6.1.1.02.0001 (PIS) LIVRO RAZÃO 2004 CONTA 1.2.1.01.0035 Anteriormente, em manifestação de inconformidade, juntou: A DCTF retificadora de 17/11/2009 com o intuito de exteriorizar o crédito fiscal A primeira DCTF retificadora processada pela Receita Federal do Brasil em 12/07/2007 os DARFs de R$ 39.937,14 e R$ 71.639,51 (comprobatórios dos recolhimentos indevidos de PIS nãocumulativo código 6912) do mês de agosto de 2004 o DACON retificador do 3º trimestre de 2004, e a DIPJ 2005, retificadora Diante disso, a interessada não mais se omitiu em produzir a prova que lhe cabia, segundo as regras de distribuição do ônus probatório do PAF. Logo, entendo que deve ser analisada a legitimidade de seu crédito. Com isso, assiste razão à Recorrente quando afirma que a compensação via PER/DCOMP não está vinculada à retificação de DCTF. Fl. 644DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 10 9 O indébito tributário decorre do pagamento indevido, nos termos dos art. 165 e 168 do CTN, a retificação da DCTF não “constitui” o direito de crédito. Logo, se transmitida a PER/Dcomp sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove documentalmente o seu crédito. Nesse sentido, o CARF já se manifestou: 3403002.370, 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária: DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO (DDE). NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO (DCOMP). RETIFICAÇÃO POSTERIOR DE DADOS DA DCTF. A retificação da DCTF, para demonstrar a diferença entre valor confessado e recolhido, não é condição prévia para a transmissão da DCOMP, nem é ato que, por si mesmo, cria o direito de crédito do contribuinte. A existência do indébito depende da demonstração, por meio de provas, pelo contribuinte. Precedente. Recurso provido. 3802003.956, 2ª Turma Especial: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO DEVIDAMENTE EFETUADA. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA. O contribuinte, a despeito ausência de retificação da Dctf, tem direito subjetivo à compensação, sempre que apresentada prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Direito de crédito comprovado. Recurso Voluntário Provido. Direito Creditório Reconhecido. Ademais, o Parecer Normativo COSIT nº 02/2015, publicado no DOU de 01/09/2015, esclarece: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Fl. 645DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 11 10 Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442 Por conseguinte, é necessária a realização de diligência para que a autoridade fiscal proceda à análise da documentação apresentada pela Recorrente em sua manifestação de inconformidade e no recurso voluntário, com vistas a esclarecer a existência do crédito passível de ser utilizado na compensação pretendida. Conclusão Pelo exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência para que a Unidade de Origem verifique a existência do crédito de PIS, nãocumulativo, (cód. 6912), no mês de agosto de 2004, no valor de R$ 39.937,14. Para tanto: a) Analise a documentação acostada nas efls. 566 a 625 e 631 a 657, bem como o demonstrativo de cálculo apresentado nas efls. 394 a 397, para se aferir Fl. 646DF CARF MF Processo nº 15374.964571/200940 Resolução nº 3301000.970 S3C3T1 Fl. 12 11 a procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) Informe se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) Esclareça se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; d) Elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados. Em seguida, dar vista à empresa recorrente para manifestação no prazo de 30 (trinta) dias. Após, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem verifique a existência do crédito da contribuição não cumulativa (PIS/Cofins), no período e valor sob comento neste processo. Para tanto: a) analise a documentação acostada aos autos, bem como o demonstrativo de cálculo apresentado, para se aferir a procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informe se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) esclareça se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada e d) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados. Em seguida, dar vista ao Recorrente para manifestação no prazo de 30 (trinta) dias. Após, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 647DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.905886/2008-15
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001
EMENTA
COFINS. NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. A norma inserida no artigo 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718/98 (revogada posteriormente pela Medida Provisória nº 1991-18/2000), previa que a exclusão de crédito tributário estava vinculada a edição de norma regulamentadora pelo Executivo. Embora vigente, tal exclusão não teve eficácia no mundo jurídico, uma vez não editado o decreto regulamentador. Em decorrência da ausência de regulamentação, não há de se reconhecer direito de o recorrente proceder à compensação dos valores que entende ter pago a mais a título de COFINS. Precedentes: STJ-AgRg no REsp 1132743/RS, CARF-Acórdão 202-18928, proferido pela Segunda Câmara do Segundo Conselho, em 09.04.2008, nos autos do processo nº 13821.000005/2003-71; e CARF-Acórdão 203-08986, proferido pela Terceira Câmara do Segundo Conselho, em 11.06.2003, nos autos do processo nº 13520.000068/2002-31.
Numero da decisão: 3001-000.568
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco Martins Leite Cavalcante Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Orlando Rutigliani Berri, Marcos Roberto da Silva, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001 EMENTA COFINS. NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. A norma inserida no artigo 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718/98 (revogada posteriormente pela Medida Provisória nº 1991-18/2000), previa que a exclusão de crédito tributário estava vinculada a edição de norma regulamentadora pelo Executivo. Embora vigente, tal exclusão não teve eficácia no mundo jurídico, uma vez não editado o decreto regulamentador. Em decorrência da ausência de regulamentação, não há de se reconhecer direito de o recorrente proceder à compensação dos valores que entende ter pago a mais a título de COFINS. Precedentes: STJ-AgRg no REsp 1132743/RS, CARF-Acórdão 202-18928, proferido pela Segunda Câmara do Segundo Conselho, em 09.04.2008, nos autos do processo nº 13821.000005/2003-71; e CARF-Acórdão 203-08986, proferido pela Terceira Câmara do Segundo Conselho, em 11.06.2003, nos autos do processo nº 13520.000068/2002-31.
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Recorrente MÁQUINAS BECKER LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/01/2001 EMENTA COFINS. NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. A norma inserida no artigo 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718/98 (revogada posteriormente pela Medida Provisória nº 199118/2000), previa que a exclusão de crédito tributário estava vinculada a edição de norma regulamentadora pelo Executivo. Embora vigente, tal exclusão não teve eficácia no mundo jurídico, uma vez não editado o decreto regulamentador. Em decorrência da ausência de regulamentação, não há de se reconhecer direito de o recorrente proceder à compensação dos valores que entende ter pago a mais a título de COFINS. Precedentes: STJAgRg no REsp 1132743/RS, CARFAcórdão 20218928, proferido pela Segunda Câmara do Segundo Conselho, em 09.04.2008, nos autos do processo nº 13821.000005/200371; e CARFAcórdão 20308986, proferido pela Terceira Câmara do Segundo Conselho, em 11.06.2003, nos autos do processo nº 13520.000068/200231. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri – Presidente (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 90 58 86 /2 00 8- 15 Fl. 65DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Orlando Rutigliani Berri, Marcos Roberto da Silva, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório O Contribuinte, Máquinas Becker Ltda., apresentou Pedido de Ressarcimento ou Restituição, acompanhado de Declaração de Compensação, pelo recolhimento a maior a título de COFINS, visto que não observou a alteração da base de cálculo. Por meio de Despacho Decisório emitido eletronicamente, a DRFB Porto Alegre não homologou a compensação declarada, por ausência de direito creditório oponível ao Fisco. Na Manifestação de Inconformidade, o Contribuinte reafirma o direito de compensação. Para tanto, alega que efetuou pagamento de valores devidos a título de PIS e Cofins com a utilização de base de cálculo errônea, utilizando forma de cálculo diversa da disposta na Lei n° 9.718/1998. Afirma, ainda, que deixou de implementar as deduções previstas no art. 3°, § 2° da Lei n° 9.718/1998, especialmente aquela prevista no inciso III do § 2° do art.3° da referida norma, deixando de excluir da base de cálculo da contribuição valores repassados a terceiros. No julgamento da Manifestação de Inconformidade, em sessão realizada em 09 de janeiro de 2009, a 2ª Turma da DRJ/POA não homologou a compensação, cujo fundamento central está retratado no seguinte excerto das razões do voto formulado pelo Relator (fls. 34), a saber: Dessa forma, é de se negar provimento à pretensão da impugnante de conferir eficácia ao dispositivo legal que, não tendo o atributo da autoexecutoriedade, foi revogado pela Medida Provisória n° 1.99118, de 2000, não produzindo efeitos no curso de sua vigência, por não ter sido regulamentado pelo Poder Executivo. Regularmente intimado da decisão de 1ª instância, conforme AR recebido no dia 29.01.2009, o Contribuinte ingressou com Recurso Voluntário, em 10.02.2009. Alega, síntese, que “as contribuições ao PIS e COFINS incidiam sobre o faturamento das empresas. Esta situação perdurou até o advento da Lei 9.718/98, que perfectibilizou profundas alterações na natureza jurídica das referidas contribuições, especialmente no que diz respeito às suas bases de cálculo. Esta nova norma, que revogou parte das Leis Complementares 07/70 e 70/91 elegeu como base imponível das contribuições a receita bruta das empresas, que foi equiparada ao faturamento para fins de incidência dos tributos” (fls. 39). É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Conforme relatado, tratase de recurso voluntário interposto por MÁQUINAS BECKER LTDA em face de Acórdão proferido pela 2ª Turma da DRJ/POA. Regularmente intimado da decisão de 1ª instância, conforme AR recebido no dia 29.01.2009, o Contribuinte Fl. 66DF CARF MF Processo nº 11065.905886/200815 Acórdão n.º 3001000.568 S3C0T1 Fl. 3 3 ingressou com Recurso Voluntário, em 10.02.2009, subscrito por procurador habilitado, e atendidos os demais pressupostos de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão n° 3001000.563, de 20 de novembro de 2018, proferido no julgamento do processo 11065.905879/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Nos termos regimentais, transcrevese aqui os argumentos que fundamentaram mencionada Resolução que determinou o retorno à DRJ recorrida, quanto segue. Em síntese, a 1ª Instância não homologou o pedido de compensação por dois fundamentos distintos: (i) ressaltou que não consta dos autos documentação comprobatória do crédito alegado; e, (ii) a alteração da base de cálculo da contribuição de que trata o art. 2º da Lei 9.718/1998 estava com a eficácia condicionada à regulamentação pelo Poder Executivo, para fins de exclusão dos valores transferidos a outras pessoas jurídicas da base de cálculo da contribuição. No Recurso Voluntário, quanto ao primeiro aspecto, o Contribuinte assinala que “os Darfs e planilhas anexadas ao processo administrativo comprovam a existência de crédito”. No que tange ao outro fundamento, conforme já relatado, assevera que: “As contribuições ao PIS e COFINS incidiam sobre o faturamento das empresas. Esta situação perdurou até o advento da Lei 9.718/98, que perfectibilizou profundas alterações na natureza jurídica das referidas contribuições, especialmente no que diz respeito às suas bases de cálculo. Esta nova norma, que revogou parte das Leis Complementares 07/70 e 70/91 elegeu como base imponível das contribuições a receita bruta das empresas, que foi equiparada ao faturamento para fins de incidência dos tributos. (...) A leitura do dispositivo legal em comento permite concluir com absoluta clareza, que para obter a base de cálculo das referidas contribuições se faz necessário seguir os passos do artigo 3º e parágrafos da norma, que podem ser resumidos para fins didáticos em dois momentos: 1° Apurar a totalidade da receita auferida pela empresa (art. 3º. § l°); 2° Efetuar as deduções previstas nos incisos I, II, III e IV do parágrafo 2° da Lei 9.718/98, onde destacase as exclusões de todas as receitas tidas como próprias e transferidas para outras pessoas jurídicas (inciso III). A controvérsia que origina a presente demanda decorre do fato da Recorrente pretender cobrar o tributo com base na totalidade das receitas, sem permitir as deduções previstas na Lei. Afirmam os Agentes do fisco que a aplicação do inciso III é impossível, visto que não foram editadas as normas regulamentadoras previstas no texto legal. Ora, nenhuma norma regulamentadora pode dispor sobre a base de cálculo das contribuições, visto que esta matéria é reservada à lei, não podendo ser tratada por regulamentos”. Conquanto a controvérsia tenha motivado acalorados debates a partir da publicação da suposta alteração da base de cálculo da contribuição, já há muito se pacificou entendimento de que a Fl. 67DF CARF MF 4 aplicação das deduções dependia de regulamentação, via decreto, pelo Poder Executivo, o que não ocorreu. Nesse sentido trilha a jurisprudência, em âmbito judicial, representada por acórdão proferido pela Primeira Turma do STJ, nos autos do AgRg no REsp 1132743/RS, em que atuou, como Relator, o Ministro LUIZ FUX, em julgamento ocorrido em 16.12.2010, publicado no DJe 21.02.2011, cujos trechos que interessam ao presente caso seguem abaixoreproduzidos: 'PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PIS/COFINS. COMPENSAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMINAÇÃO DE APLICAÇÃO RETROATIVA. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTROLE DIFUSO. CORTE ESPECIAL. RESERVA DE PLENÁRIO. (RECURSO REPETITIVO RESP 1.002.932SP). PIS E COFINS. INCIDÊNCIA SOBRE RECEITAS TRANSFERIDAS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. LEI N.º 9.718/91, ART. 3º, § 2º, III. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO. 1. As normas jurídicotributárias admitem a dicotomia entre as cognominadas leis de eficácia limitada ou condicionada. Consoante a doutrina do tema, "as normas de eficácia limitada são de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a eficácia.". Isto porque, "não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabelecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de aguardar que a Legislatura, segundo o seu critério, os habilite a se exercerem". 2. A lei 9.718/91, art. 3º, § 2º, III, optou por delegar ao Poder Executivo a missão de regulamentar a aplicabilidade desta norma. Destarte, o Poder Executivo, competente para a expedição do respectivo decreto, quedouse inerte, sendo certo que, exercendo sua atividade legislativa constitucional, houve por bem retirar a referida disposição do universo jurídico, através da Medida Provisória 199118/2000, numa manifestação inequívoca de aferição de sua inconveniência tributária. 3. Conquanto o art. 3º, § 2º, III, da Lei supracitada tenha ostentado vigência, careceu de eficácia, ante a ausência de sua imprescindível regulamentação. Assim, é cediço na Turma que "se o comando legal inserto no artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 previa que a exclusão de crédito tributário ali prevista dependia de normas regulamentares a serem expedidas pelo Executivo, é certo que, embora vigente, não teve eficácia no mundo jurídico, já que não editado o decreto regulamentador, a citada norma foi expressamente revogada com a edição de MP 199118/2000". 4. Deveras, é lícito ao legislador, ao outorgar qualquer benefício tributário, condicionar o seu gozo. Tendo o legislador optado por delegar ao Poder Executivo a tarefa de estabelecer os contornos da isenção concedida, também essa decisão encontra amparo na sua autonomia legislativa. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 11065.905886/200815 Acórdão n.º 3001000.568 S3C0T1 Fl. 4 5 5. Conseqüentemente, "não comete violação ao artigo 97, IV, do Código Tributário Nacional o decisório que em decorrência deste fato, não reconhece o direito de o recorrente proceder à compensação dos valores que entende ter pago a mais a título de contribuição para o PIS e a COFINS. "In casu", o legislador não pretendeu a aplicação imediata e genérica da lei, sem que lhe fossem dados outros contornos como pretende a recorrente, caso contrário, não teria limitado seu poder de abrangência." 6. O princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC 118, de 9 de fevereiro de 2005, aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, posto norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação correspectiva.' Nessa mesma linha, vejamos como vem caminhando a jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, verbis. 'Ementa: COFINS. NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA. Se o comando legal inserto no artigo 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718/98, revogada posteriormente pela edição da MP 199118/2000, previa que a exclusão de crédito tributário ali prevista dependia de normas regulamentares a serem expedidas pelo Executivo, é certo que, embora vigente, não teve eficácia no mundo jurídico, já que não editado o decreto regulamentador. Em decorrência deste fato, não há de se reconhecer direito de o recorrente proceder à compensação dos valores que entende ter pago a mais a título de COFINS. Precedente do STJ – Recurso Especial nº 445.452 RS Nº 2002∕00836607 ( Processo: 19515.002905/200301 Nº Acórdão Nº 20310404, proferido em 13.09.2005).' No mesmo sentido, citamse ainda os acórdãos: (a) 20218928, proferido pela Segunda Câmara do Segundo Conselho, em 09.04.2008, nos autos do processo nº 13821.000005/200371; e, (b) 20308986, proferido pela Terceira Câmara do Segundo Conselho, em 11.06.2003, nos autos do processo nº 13520.000068/200231. Desta forma, voto no sentido de tomar conhecimento para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do congtribuinte. Diante da decisão paradigma proferida nos autos do processo número 11065.905879/200813, em que figura a mesma Recorrente, MÁQUINAS BECKER LTDA., conforme Acórdão nº 3001000.563, de 20.11.2018, aplicável ao presente processo em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, também nesta oportunidade VOTO no sentido de conhecer e negar provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte. (assinado digitalmente) Conselheiro Francisco Martins Leite Cavalcante – Relator. Fl. 69DF CARF MF 6 Fl. 70DF CARF MF
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