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Numero do processo: 13607.000710/2003-11
Turma: Oitava Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Apr 05 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1998
COISA JULGADA - PROCESSO DECORRENTE.
O decidido no julgamento do processo que apreciou a compensação faz coisa julgada no processo decorrente em que se apreciou o lançamento do débito objeto da compensação, ante a íntima relação de causa e feito entre eles existente.
COMPENSAÇÃO - NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
É cabível o lançamento de ofício para constituição de crédito tributário quando a compensação efetuada em DCTF afeta o seu saldo devedor e não há confissão de dívida por PER/DCOMP protocolada na vigência da Lei nº 10.833/03.
Numero da decisão: 1401-000.885
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Jorge Celso Freire da Silva - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Karem Jureidini Dias - Relator.
EDITADO EM: 20/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (presidente da turma), Mauricio Pereira Faro, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Karem Jureidini Dias, Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira.
Nome do relator: KAREM JUREIDINI DIAS
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Recorrida 3ª TURMA/DRJBELO HORIZONTEMG ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1998 COISA JULGADA PROCESSO DECORRENTE. O decidido no julgamento do processo que apreciou a compensação faz coisa julgada no processo decorrente em que se apreciou o lançamento do débito objeto da compensação, ante a íntima relação de causa e feito entre eles existente. COMPENSAÇÃO NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É cabível o lançamento de ofício para constituição de crédito tributário quando a compensação efetuada em DCTF afeta o seu saldo devedor e não há confissão de dívida por PER/DCOMP protocolada na vigência da Lei nº 10.833/03. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (ASSINADO DIGITALMENTE) Jorge Celso Freire da Silva Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) Karem Jureidini Dias Relator. EDITADO EM: 20/12/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 7. 00 07 10 /2 00 3- 11 Fl. 272DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (presidente da turma), Mauricio Pereira Faro, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Karem Jureidini Dias, Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira. Relatório Tratase de retorno de diligência determinada pela Oitava Câmara do então Primeiro Conselho de Contribuintes. Para fins de economia processual, utilizome do relatório do acórdão que determinou a diligência. Cuidase de Auto de Infração lavrado em 16.06.2003 – cuja ciência se deu por via postal em 07.07.03 –, contra DOURO S.A., a fim de cobrar débito supostamente devido a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (06 a 13), no montante de R$ 732.456,07 (setecentos e trinta e dois mil, quatrocentos e cinqüenta e seis reais e sete centavos). A autuação é baseada em uma possível insuficiência de recolhimento de valores relativos ao tributo em questão, devido a compensações efetuadas pelo Contribuinte consideradas irregulares pela Fiscalização. Uma vez intimado da lavratura do Auto de Infração, o Contribuinte, em 06.08.03, apresentou Impugnação (fls. 01 a 03), alegando basicamente que: (i) A Impugnação é tempestiva; (ii) Foi efetuada compensação dos valores devidos a título de CSLL referentes aos meses de Junho a Dezembro de 1998, tendo sido utilizados para tal fim valores recolhidos a maior e indevidamente no períodobase de 1992, exercício de 1993, referentes ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica/92 e PIS/DEDUÇÃO/92; e (iii) Tal compensação foi devidamente autorizada no decorrer dos processos administrativos nºs 10680.006977/9897 e 10680.006978/9850. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belo Horizonte / MG, ao apreciar a Impugnação apresentada, houve por bem julgar procedente em parte o lançamento em Acórdão assim ementado: “Assunto: Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSLL Anocalendário: 1998 Ementa: COMPENSAÇÃO A compensação é opção que pode ser exercida pelo contribuinte, diante da liquidez e certeza do indébito, desde que atendidas as determinações previstas em lei. ATO PERFEITO Considerase “ato perfeito” o lançamento efetuado em conformidade com a legislação vigente, entretanto a legislação prevê ainda a aplicação de Fl. 273DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13607.000710/200311 Acórdão n.º 1401000.885 S1C4T1 Fl. 3 3 lei superveniente quando lhe impõe penalidade menos severa que a prevista ao tempo de sua prática. Lançamento Procedente em Parte.”. Acertadamente, a r. decisão recorrida acolheu em parte a Impugnação para exonerar o Contribuinte da multa de oficio, em razão da retroatividade benigna, uma vez que, quando do julgamento, a multa ficou limitada à espécie isolada unicamente nas hipóteses de o crédito ou débito não ser passivo de compensação por expressa disposição legal, por não ser o crédito de natureza não tributária, ou quando caracterizada a prática de dolo, fraude ou simulação, o que não é o caso. Inconformado com tal decisão, na parte em que manteve o lançamento, o Contribuinte, em 25.08.05, apresentou Recurso Voluntário alegando basicamente que: (i) É indevida a argumentação de que os valores alegados pela Recorrente não podem ser considerados líquidos e certos, vez que apenas com a decisão administrativa não passível de recurso é que tais características podem ser rebatidas. (ii) Nas decisões administrativas de primeira instância referentes aos processos nºs 10680.006978/9850 e 10680.006977/9897 constam que caducou o direito da ora Recorrente pleitear a restituição de créditos contra a Fazenda Nacional. Tal decisão não deve ser mantida uma vez que não existe prazo prescricional para hipótese da obrigatoriedade de recolhimento a maior, e, assim sendo, pelo princípio da legalidade ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de Lei. (iii) O prazo a ser adotado para restituição é de dez anos, contados 5 (cinco) anos para homologação da declaração do contribuinte e mais 5 (cinco) anos para cobrança do FISCO. (iv) Em relação aos valores que envolvem o PIS/REPIQUE, esclarece a ora Recorrente que não decaiu seu direito de se creditar dos valores pagos, pois o prazo para tal só passou a correr após a publicação da Resolução do Senado Federal nº 49, de 10.10.95, a qual estendeu erga omnes o entendimento do Supremo Tribunal Federal a respeito da inconstitucionalidade dos Decretos nºs 2.445/88 e 2.449/88. Assim, os valores recolhidos com base nos citados Decretos devem ser restituídos a partir da Resolução do Senado Federal. (v) Apesar de à época do processamento do feito não existir legislação que atribuísse aos recursos efeito suspensivo, devese adotar o princípio da retroatividade da lei mais benéfica no Direito Tributário, devendose, pois, adotar o disposto na Lei nº 10.637/02. Após a distribuição dos autos para esta Relatora, em 17.06.05 foi proferido despacho propondo que este processo fosse julgado tão logo fosse noticiada a decisão Fl. 274DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS 4 administrativa definitiva nos autos dos processos administrativos nºs 10680.006978/9850 e 10680.006977/9897. Posteriormente, foi proferido novo despacho (fls. 171/176) para converter o julgamento em diligência, a fim de que fossem juntadas as decisões finais proferidas nos processos administrativos nº 10680.006978/9850 e nº 10680.006977/9897. Tal pedido foi reiterado no despacho proferido às fls. 186/191. Arrolamento às fl. 141/143. Em retorno de diligência foram juntadas as decisões finais dos processos administrativos nº 10680.006978/9850 e nº 10680.006977/9897. Quanto ao processo nº 10680.006977/9897, conforme se verifica às fls. 197, a solicitação de compensação foi indeferida pela Delegacia Regional de Julgamento – DRJ – Belo Horizonte/MG, sendo certo que foi interposto Recurso Voluntário (nº 134.091), ao qual foi negado provimento por maioria pela 8ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes. Ato contínuo, foi interposto Recurso Especial, ao qual foi negado seguimento, conforme despacho nº 108070/2005 (fls. 215/217). Quanto ao processo nº 10680.006978/9850, conforme informado pela Delegacia da Receita Federal em Sete Lagoas, a tela obtida através do site do “COMPROT”, fls. 194, mostra que os autos estão na representação do Conselho de Contribuintes às fls. 219. Verificase que se trata de matéria de restituição/compensação de PIS, no qual deuse provimento aos Embargos de Declaração (20217076) para anular o processo a partir do acórdão nº 20215.868, inclusive, e declinar da competência de julgamento ao 1º Conselho de Contribuintes em face da matéria. Ainda, à época, constou do relatório que às fls. 247, foi informado que o processo aguardava formalização de acórdão. Portanto, em razão de haver decisão final à época apenas no processo nº 10680.006977/9897, sendo certo que o processo nº 10680.006978/9850 ainda seria julgado pelo então Primeiro Conselho de Contribuintes, o julgamento foi novamente convertido em diligência para que este processo fosse encaminhado à repartição de origem e lá anexada, quando proferida, a decisão administrava final no processo nº 10680.006978/9850. A diligência foi cumprida e juntado aos presentes autos o acórdão nº1301 00.569, proferido no processo administrativo nº10680.006978/9850. É o relatório Voto Conselheira Karem Jureidini Dias Fl. 275DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13607.000710/200311 Acórdão n.º 1401000.885 S1C4T1 Fl. 4 5 Conforme se extrai dos autos, a autuação é baseada em uma possível insuficiência de recolhimento de valores relativos à CSLL, devido a compensações efetuadas pelo Contribuinte e consideradas irregulares pela Fiscalização. As compensações foram apreciadas nos processos administrativos nºs 10680.006977/9897 e 10680.006978/9850, razão pela qual o julgamento foi convertido em diligência, a fim de que se aguardasse a decisão final nos referidos processos administrativos. Quanto ao processo nº 10680.006977/9897, conforme se verifica às fls. 197, a solicitação de compensação foi indeferida pela Delegacia Regional de Julgamento – DRJ – Belo Horizonte/MG, sendo certo que foi interposto Recurso Voluntário (nº 134.091), ao qual foi negado provimento por maioria pela 8ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes: RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO CONTAGEM DO PRAZO DE DECADÊNCIA O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contado da data da extinção do crédito tributário arts. 165,I e 168,I da Lei 5172 de 25 de outubro de 1966 (CTN) AD/SRF 096, de 26/02/1999. Recurso negado. Ato contínuo, foi interposto Recurso Especial, ao qual foi negado seguimento, conforme despacho nº 108070/2005 (fls. 215/217). Ou seja, ainda que a discussão tenha girado em torno do prazo para pedido de restituição que hoje observa, por força regimental, o quanto determinado no STF (Recurso Extraordinário nº 566.621), para os pedidos de restituição até 09/06/2005, de se aplicar a “tese dos 5 + 5”, fato é que no referido processo transitou em julgado decisão desfavorável ao contribuinte, indeferindo o pedido de restituição/compensação em razão da decadência. No tocante ao processo nº 10680.006978/9850, houve inicialmente anulação de acórdão proferido pelo então Segundo Conselho de Contribuintes, para que a matéria fosse julgada pelo então Primeiro Conselho de Contribuintes em razão da matéria. Foi proferido então o acórdão nº 130100.569, o qual negou provimento ao recurso voluntário do contribuinte, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 1993 MATÉRIA JÁ DECIDIDA EM OUTRO PROCESSO. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. INOCORRÊNCIA. Ao restar comprovada a identidade de litígio entre o presente processo e outro, já decidido definitivamente em sede administrativa, descabe a reabertura da discussão. Correta a decisão de primeira instância ao considerar a inexistência, neste processo, de litígio passível de apreciação administrativa, posto que a matéria já havia sido apreciada e decidida em outro processo. Não há, assim, cerceamento ao direito da interessada à ampla defesa e ao contraditório, nem qualquer nulidade a macular a decisão recorrida. Fl. 276DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS 6 Verificou o voto condutor do citado acórdão que os créditos trazidos à compensação no processo nº 10680.006978/9850, são os mesmos trazidos no processo nº 10680.006977/9897, razão pela qual concluiu ser incabível proferir decisão sobre matéria já decidida em outro processo. Não há notícia de Recurso. Feitas as considerações sobre os processos nº 10680.006978/9850 e nº 10680.006977/9897, passo à análise do presente processo, de nº 13607.000710/200311. Conforme relatado, o presente processo trata de Auto de Infração em que se exige Contribuição Social sobre o Lucro Líquido decorrente de compensações efetuadas pelo Contribuinte consideradas irregulares pela Fiscalização. Em sua defesa, alega o contribuinte que tais compensações foram autorizadas nos processos administrativos nºs 10680.006977/98 97 e 10680.006978/9850. Ocorre que, com o decurso do tempo os processos foram objeto de decisão, conforme se verifica após a realização da diligência. Anexados os acórdãos proferidos em ambos os processos de compensação, constato que foi indeferido o direito de o contribuinte pleitear a restituição em razão da decadência. Se indeferido o crédito pleiteado, é certo que o débito exigido no presente processo não foi extinto, devendo ser mantido o auto de infração. De se ressaltar que, no caso concreto, tendo em vista que as DCTF`s apresentaram saldo zerado, na medida da compensação, a fiscalização procedeu corretamente ao efetuar o lançamento de ofício, nos termos do artigo 90 da MP 2.15835/01, vez que constatou “diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida”. É certo também que o artigo 18 da Lei nº 10.833/03 prevê que os lançamentos com base no artigo 90 da MP 2.15835 limitarseão à imposição de multa isolada em razão de não homologação. No presente caso, não houve expressa não homologação (não no presente processo que trata de auto de infração), uma vez que tampouco houve apresentação de pedido de compensação. Entretanto, se de um lado é correto o lançamento de ofício para as compensações efetuadas até a vigência da Lei nº 10.833/03, de outro lado, os procedimentos de compensação foram substancialmente alterados, mormente a partir da vigência da Lei 10.833/03, não havendo mais que se falar em multa de ofício a partir de então, senão, quando o caso, de imputação de multa isolada. Ainda, esclareço que em seu Recurso Voluntário, o contribuinte afirma que deve ser reformada a decisão que reconheceu a decadência do direito de o contribuinte pleitear a restituição. Entretanto, ainda que o contribuinte tivesse razão quanto à contagem do prazo decadencial, não possui esta Câmara competência para reformar decisão já transitada em julgado, em outro processo. Pelo exposto, considerando o resultado dos processos nºs. 10680.006977/98 97 e 10680.006978/9850, em que foi indeferido o pedido de restituição/compensação do contribuinte, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantida a exigência fiscal sem a multa, conforme feição já atribuída pela DRJ. (ASSINADO DIGITALMENTE) Karem Jureidini Dias – Relatora. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 13607.000710/200311 Acórdão n.º 1401000.885 S1C4T1 Fl. 5 7 Fl. 278DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/12/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS
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Numero do processo: 10835.720132/2008-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2003
ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4º, DO CTN.
O art. 62-A
do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC,
decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4º, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações.
No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto pago apurado na apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador.
Como o fato gerador do ITR ocorre em 1º de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1º da Lei nº 9.393, de 1996, para o ano de 2003 ele se iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como o lançamento se deu apenas em 05/11/2008, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência.
Preliminar de decadência acolhida.
Numero da decisão: 2101-001.778
Decisão: Afastada, por maioria de votos, a preliminar de conversão do julgamento em diligência, vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, no mérito, por unanimidade de votos, acordam os membros do colegiado em dar provimento ao recurso, para acolher a preliminar de decadência.
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
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DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto pago apurado na apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do ITR ocorre em 1o de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1o da Lei nº 9.393, de 1996, para o ano de 2003 ele se iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como o lançamento se deu apenas em 05/11/2008, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Preliminar de decadência acolhida. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Afastada, por maioria de votos, a preliminar de conversão do julgamento em diligência, vencido o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, no mérito, por Fl. 241DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 214 2 unanimidade de votos, acordam os membros do colegiado em dar provimento ao recurso, para acolher a preliminar de decadência. (assinado digitalmente) _____________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Evande Carvalho Araujo, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Alexandre Naoki Nishioka. Ausente justificadamente o Conselheiro Gonçalo Bonet Allage. Relatório AUTUAÇÃO Contra a contribuinte acima identificada, foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 1 a 6, referente a Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2003, para glosar a dedução de áreas de preservação permanente e de utilização limitada da base de cálculo do ITR por falta de comprovação, bem como para arbitrar o Valor da Terra Nua – VTN, relativo ao imóvel rural denominado “Fazenda Simoni”, com área de 774,4 ha, NIRF 2.952.8666, localizado no município de Ribeirão dos Índios/SP, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$36.775,42, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou impugnação (fls. 36 a 55), acatada como tempestiva. Alegou, consoante relatório do acórdão de primeira instância (fls. 123 a 124), que: • Conforme Certidão de Escritura de Venda e Compra celebrada aos 25/11/1998, adquiriu 50% da área do imóvel de propriedade do Sr. Edvaldo Felix Barbosa e sua esposa, a outra parte da área restante coube aos Srs. Faustino Ferreira e Antônio Luiz Rodrigues na proporção de 31% e 19%, respectivamente; • A multa aplicada não deve recair sobre os 774,4 hectares, porque em 18/10/2004, alienou 50% da área para o Sr. Wilhen Marques Dib, conforme Escritura de Venda e Compra; • Em observância ao teor do artigo 150, § 4º do CTN, a jurisprudência e lição doutrinária transcrita, a obrigação não subsiste, pois já configurou sua decadência; Fl. 242DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 215 3 • A exigência do Fisco de comprovação da entrega do Ato Declaratório Ambiental, para obtenção da isenção do ITR é equivocada, uma vez que o art. 10 da Lei nº 9.393/96, alterado pela MP nº 2.16667/2001, não impõe que a declaração seja sujeita a prévia comprovação, sendo dispensável o ADA; • Para justificar seu entendimento sobre a matéria citou jurisprudência e doutrina; • A DITR/2003 foi elaborada com base na área de 774,4 ha, tendo em vista que a área de 50% pertencente à interessada não foi desmembrada na matrícula do imóvel, inclusive esta situação perdura até a presente data; • O VTN tributável apurado decorre da inobservância da legislação do ITR, excluindo as áreas isentas e, aplicando uma alíquota não admissível, sendo que o Fisco ao empregar o art. 14 da Lei nº 9.393/96, não foi observado a apuração dos dados em procedimento de fiscalização, pois se assim tivesse feito, não ocorreria a sub avaliação do VTN; • A autoridade fiscal não se desincumbiu do seu ônus de legitimidade do ato administrativo, conforme previsto no art. 333, inciso I, do Código de Processo Civil; • Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a realização de perícia, sendo nomeado o perito, com a elaboração dos quesitos, oitiva de testemunhas, posterior juntada de documentos, e de outros que se fizerem necessários sem exceção de nenhum; • Por último, demonstrada a insubsistência da ação fiscal, espera acolhimento da impugnação e cancelamento do débito fiscal. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 121 a 132): Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2003 Homologação Requisitos Decadência De acordo com a lei o lançamento por homologação, expressa ou tacitamente, ocorre no prazo de cinco anos, a contar da data do fato gerador, desde que o sujeito passivo tenha declarado e antecipado o pagamento do crédito tributário, sem prévio exame da autoridade administrativa. Na ausência de comprovante de pagamento antecipado não há o que homologar. Neste caso a Fazenda Pública tem o prazo de cinco anos para constituir o crédito tributário, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Não havendo manifestação da Administração nesse prazo ocorre a decadência. Perícia. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 216 4 A perícia técnica destinase a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitandose ao aprofundamento de questões sobre provas já incluídas nos autos. Áreas de Preservação Permanente/Utilização Limitada. ADA. As áreas de preservação permanente e de utilização limitada, para fins de exclusão do ITR, devem ser, por expressa disposição legal, reconhecidas como de interesse ambiental mediante protocolização tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA) perante o Ibama, além da averbação tempestiva à margem de inscrição da matrícula da área pretendida como reserva legal. Valor da Terra Nua VTN A base de cálculo do imposto será o valor da terra nua apurado pela fiscalização, como previsto em Lei, se não existir comprovação que justifique reconhecer valor menor. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificada da decisão de primeira instância em 14/03/2011 (fl. 138), a contribuinte apresentou, em 5/4/2011, o recurso de fls. 157 a 172, onde: a) argúi a decadência do lançamento, com a aplicação da regra do art. 150, §4o, do Código Tributário Nacional – CTN em face da homologação do pagamento antecipado do imposto no valor de R$184,55, inclusive deduzido na autuação; b) afirma que não tem a obrigação de comprovar as áreas não tributáveis, nos termos do art. 10 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, alterado pela MP nº 2.16667, de 23 de agosto de 2001, sendo portanto descabidas as exigências de averbação na margem da matrícula do imóvel e de apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental junto ao IBAMA; c) esclarece que só possuía 50% da área tributável em 2003, e que mesmo essa parte foi alienada em 18/10/2004, sendo de responsabilidade dos adquirentes o ITR devido; d) defende que é incabível a alteração do Valor da Terra Nua – VTN pela fiscalização, pois esta não realizou qualquer procedimento de fiscalização para comprovar o novo valor. Alternativamente, solicita a realização de perícia para comprovar o fato, indicando perito; e) requer que os adquirentes do imóvel, no seu entender responsáveis pelos tributos, sejam intimados para integrar o pólo passivo da autuação, facultandolhes prazo para apresentação de defesa; Fl. 244DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 217 5 f) informa pretender provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial realização de perícia, oitiva de testemunhas, posterior juntada de documentos, e de outros que se fizerem necessários. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 211, contendo ainda a fl. 212, sem numeração, que trata do envio dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Preliminarmente, a recorrente argúi a decadência do lançamento. Tratase de lançamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR do exercício 2003 (fls. 1 a 6), cientificado à contribuinte em 05/11/2008 (fl. 118). Sabese que a discussão da decadência dos tributos lançados por homologação é questão tormentosa, que vem dividindo a jurisprudência administrativa e judicial há tempos. No âmbito dos antigos Conselhos de Contribuintes, e agora no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, praticamente todas as interpretações possíveis já tiveram seu espaço. É notório que as inúmeras teses que versam sobre o assunto surgiram do fato do nosso Código Tributário Nacional CTN possuir duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, §4o). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, §4o, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Pacificando essa discussão, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/0176994 0), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: Fl. 245DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 218 6 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) Fl. 246DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 219 7 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Como essa decisão foi submetida ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, ela deve obrigatoriamente ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Desta forma, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Foi esse também o entendimento do julgador de 1a instância, que, entretanto, considerou inexistirem nos autos provas de recolhimento antecipado de ITR (fls. 124 e 125). Contudo, verifico que, de fato, ocorreu pagamento antecipado de ITR na forma de imposto a pagar apurado da Declaração do ITR do exercício de 2003 no valor de R$ 184,55 (fl. 11), quantia inclusive considerada pela autoridade lançadora, que a deduziu do imposto devido apurado na autuação (fl. 1). Assim, tendo ocorrido pagamento antecipado, e não tendo havido a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, devese iniciar a contagem do prazo decadencial a partir do fato gerador, que, no caso do ITR, ocorre em 1o de janeiro de cada ano, nos termos do art. 1o da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Para o ano de 2003, ele se iniciou em 01/01/2003 e terminou em 01/01/2008. Como o lançamento se deu apenas em 05/11/2008 (fl. 118), o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Reconhecida a decadência, deixase de se analisar os demais argumentos do recurso. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso para acolher a preliminar de decadência. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 247DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10835.720132/200858 Acórdão n.º 2101001.778 S2C1T1 Fl. 220 8 Fl. 248DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 07/2012 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 21/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10680.900007/2009-11
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
FORMULÁRIO. PER/DECOMP. AUTORIA.
Ficando comprovada a autoria da DCTF, que vinculou créditos tributários ali declarados ao formulário PER/DECOMP cuja autoria é negada, conclui-se que também restou comprovada a autoria deste último, notadamente quando todos os indícios existentes apontam para essa conclusão.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3403-002.014
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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PER/DECOMP. AUTORIA. Ficando comprovada a autoria da DCTF, que vinculou créditos tributários ali declarados ao formulário PER/DECOMP cuja autoria é negada, concluise que também restou comprovada a autoria deste último, notadamente quando todos os indícios existentes apontam para essa conclusão. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 90 00 07 /2 00 9- 11 Fl. 461DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de pedido de ressarcimento eletrônico do saldo credor de IPI relativo ao 2º Trimestre de 2005, cumulado com declaração de compensação, transmitido em 29/09/2005, para compensar débitos de IRRF do anocalendário de 2004 e de PIS e COFINS do ano calendário de 2004 e janeiro de 2005. Por meio do despacho decisório eletrônico emitido em 07/07/2009 e recebido pelo contribuinte em 13/07/2009, o ressarcimento foi indeferido em razão de os créditos terem sido integralmente glosados em procedimento fiscal. As compensações não foram homologadas. Regularmente notificado do despacho decisório, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 13/08/2009, alegando, em síntese, que não transmitiu o PER/Decomp e nem as DCTF retificadoras que fizeram referência ao citado PER/Decomp. Disse que foi vítima de um escritório de advocacia inescrupuloso, que tentou lhe vender créditos de IPI de origem duvidosa e que ao desistir do negócio, esse escritório teria enviado o PER/Decomp. Juntou os recibos de transmissão das DCTF originais e retificadoras que reconhece serem de sua autoria (fls. 61/75). Alegou que os valores ora exigidos estão em duplicidade com autos de infração lavrados em relação aos tributos compensados. Requereu a utilização da prova juntada aos processos de auto de infração, pois lá teria sido anexado um laudo preliminar que seria capaz de comprovar suas alegações. Disse que o fato de os débitos terem sido pagos, seria mais um indício que comprovaria a negativa de autoria da transmissão do PER/Decomp e das DCTF retificadoras. Requereu a realização de perícia na intenção de demonstrar que o formulário eletrônico foi enviado de uma máquina que não é a comumente usada para a transmissão de suas DCTF e que o perito responda a seguinte pergunta: “O expert pode afirmar que o banco de dados da Secretaria da Receita Federal é inviolável e que somente pode ser acessado mediante o fornecimento de senha e/ou dados sigilosos do contribuinte, sendo imune a ataque de um “hacker”?” Requereu que o perito informasse, em relação aos débitos indicados no PER/Decomp, o valor total destes e se algum deles foi extinto por pagamento ou compensação. Solicitou que o perito informasse também qual seria o valor total dos créditos de IPI compensados e, com base nessa resposta, que o perito informasse se o crédito tributário aqui exigido não é objeto dos autos de infração contidos nos processos nº 15504.100082/200934; 15504.100094/200969; 15504.100080/200945; 15504.100081/209 90 e 15504.100084/200923. Por meio do Acórdão 35.588, de 17 de junho de 2011, a 3ª Turma da DRJ – Juiz de Fora julgou a manifestação de inconformidade improcedente. A turma de piso constatou que não foi instaurado nenhum litígio quanto ao direito de crédito. O pedido de perícia foi negado pelo fato da providência ser desnecessária, pois os questionamentos efetuados ao perito ou são irrelevantes para a solução do caso concreto, ou podem ser respondidos consultando os documentos que instruem o processo. Além disso, um perito “contabilista” não tem qualificação técnica para se pronunciar sobre o nível de segurança dos sistemas de grande porte da Receita Federal e tampouco para localizar o endereço IP da máquina que transmitiu o PER/Decomp. No mérito, a turma de julgamento concluiu que os elementos juntados aos autos comprovam que foi a recorrente ou alguém a seu serviço quem de fato transmitiu as DCTF retificadoras e o PER/Decomp. Também ficou decidido que não existe duplicidade entre os valores exigidos em decorrência da não homologação do PER/Decomp e os valores lançados nos autos de infração nos processos elencados pela defesa. A DRJ percebeu a existência de pagamentos parciais relativos aos débitos que estão sendo cobrados e determinou à autoridade administrativa que tais pagamentos sejam abatidos do débito. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância em 27/10/2011, o contribuinte apresentou recurso voluntário em 29/11/2011, no qual reafirmou não ter Fl. 462DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.900007/200911 Acórdão n.º 3403002.014 S3C4T3 Fl. 5 3 transmitido as DCTF retificadoras e o PER/Decomp; que foi envolvida em uma manobra ardilosa e fraudulenta engendrada por um escritório de advocacia, na qual foi proposta a aquisição de créditos de IPI para compensação; por não concordar com a postura do escritório de advocacia a recorrente rescindiu o contrato de assessoria jurídica firmado, dando por desfeito o negócio da cessão de créditos, não pagando mais nada e nem assinando quaisquer documentos; no curso da ação fiscalizadora, foi surpreendida pela fraude perpetrada por terceiros, consistente no envio de pedidos de compensação e DCTF retificadoras; disse que não tem como precisar as datas dos eventos ocorridos porque o escritório não lhe forneceu nenhum documento; alegou que se fosse deferido o pedido de perícia seria possível rastrear o IP da máquina que fez as transmissões, o que comprovaria que foram utilizados os computadores do referido escritório de advocacia; disse que não há como concluir que foi a autora do envio dos formulários e reafirmou a necessidade da produção de prova pericial. Alegou a ilegalidade da aplicação da taxa Selic para a correção dos débitos ora exigidos. Requereu o acolhimento de suas razões para o fim de cancelar a exigência e, se isso não for possível, que seja reduzida a multa ao menor patamar legalmente possível. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Conforme se verifica no relatório, a recorrente não trouxe nada de novo no recurso voluntário. A recorrente limitouse mais uma vez a alegar sem nada provar. Sendo assim, valhome do art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/98 para adotar como fundamento deste voto a mesma fundamentação lançada no voto condutor do Acórdão 35.587, de 17/06/2011, in verbis: “(...) De início, devemos mencionar que não foi instaurado qualquer litígio atinente ao direito creditório. Ao contrário, a manifestação de inconformidade tem como ponto central a negativa da autoria do formulário PER/DCOMP Nº 08144.72210.290905.1.3.015530. De se mencionar que, conforme requerimento da manifestante, foram juntados a este processo o Laudo Pericial Preliminar ( fls. 296/322), sendo que as conclusões ali apresentadas foram consideradas para efeito de solução do litígio. Antes de adentrar no mérito das alegações feitas pela manifestante, vamos analisar a necessidade e viabilidade da realização da perícia solicitada pela manifestante. Para tanto vamos analisar cada quesito separadamente, tendo sempre em mente que o perito indicado pela manifestante é por ela qualificado como “Contabilista”, tendo registro no respectivo órgão de classe (CRC/MG 78.924/O). Fl. 463DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 No primeiro quesito quer a manifestante que o perito informe ”quais os números de identificação e datas de envio das DCTFs e PER/DCOMP utilizadas pelo Fisco para proceder ao lançamento fiscal”. Desnecessário levar tal quesito á análise de perito. A manifestante deve ter percebido que o Laudo Pericial Preliminar (fls. 296/322), juntado aos autos a pedido da manifestante, informa que os lançamentos fiscais a que faz referência decorreram de diferença entre os valores escriturados em seus livros Diário/Razão e os declarados em DCTF’s. Portanto, ao contrário do que alega a manifestante, os lançamentos não decorrem da não homologação da Declaração de Compensação, mas sim da diferença que foi apontada pelo Fisco. Assim, é de se concluir que, para solução do litígio envolvendo o PER/DCOMP nº 08144.72210.290905.1.3.015530, não é relevante sabermos qual o nº de identificação e data de envio das DCTF’s tomadas como base para lavratura dos autos de infração. Devemos repetir ainda que as informações do PER/DCOMP não foi utilizada na lavratura do auto de infração. No segundo e terceiro quesitos quer a manifestante que o perito informe o IP da máquina através da qual foi feito o envio de cada um dos documentos mencionados no quesito primeiro, bem como, que o perito informe se a identificação da máquina corresponde àquela comumente usada pela Requerente. Pelas mesmas razões já mencionadas acima, quando da análise da necessidade de perícia para resposta ao quesito primeiro, fica também caracterizada a desnecessidade de ocupar o perito com a verificação de informações que em nada ajudarão na solução do presente litígio. Há que se acrescentar ainda que a informação do IP da máquina de onde foi enviado o formulário eletrônico, seja do PER/DCOMP seja da DCTF, considerada isoladamente, não tem o condão de comprovar a autoria do referido formulário pois a informação pode ter sido enviada de um computador que pertence ao tal escritório de advocacia, ou outro computador qualquer, mas sob a ordem da manifestante, que, ao que tudo indica, foi o que aconteceu. No quarto quesito a manifestante pretende que o perito, um “Contabilista”, informe se “o banco de dados da Secretaria da Receita Federal é inviolável e que somente pode ser acessado mediante o fornecimento de senha e/ou dados sigilosos do contribuinte, sendo imune a ataque por um “haker””. Ora, pretender que a opinião de um “contabilista”, em matéria afeta à segurança de um sistema informatizado dessa magnitude, seja ouvida e considerada para efeito de decisão no âmbito deste processo me parece totalmente impossível. A manifestante deveria ter indicado um perito que tivesse qualificação técnica condizente com o nível de complexidade que a questão exige, no caso, pelo menos que o perito fosse um especialista comprovado em segurança de sistemas de informação de grande porte. O fato de o contabilista utilizar os programas da Receita Federal para transmitir informações relativas aos contribuintes que assiste não o habilita a emitir, com a devida fundamentação técnica, parecer sobre o tema proposto. Além do que, devo dizer que tal informação não é relevante para solução da questão posta já que o que deve ser comprovado, e isto é encargo de quem alega, é que Fl. 464DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.900007/200911 Acórdão n.º 3403002.014 S3C4T3 Fl. 6 5 as declarações não são de fato de sua autoria, questão esta que não tem ligação com a segurança do banco de dados da Receita Federal e sim com a seriedade e segurança com que a empresa trata o seu documentário fiscal e contábil, tema que será tratado na análise de mérito. A resposta ao quesito de número cinco fará parte da análise de mérito já que uma das alegações da manifestante é justamente a existência de pagamentos relativos aos débitos inseridos na PER/DCOMP analisada. No sexto quesito a manifestante quer que seja informado o valor total dos créditos de IPI compensados através da PER/DCOMP. A resposta a este quesito é bastante simples e direta: 0 (zero). Se todo o crédito foi indeferido, naturalmente nenhum crédito foi utilizado na compensação. Por outro lado, se a manifestante queria saber qual o valor total de créditos estavam sendo solicitados no PER/DCOMP, na tentativa de se efetuar a compensação declarada, a resposta também é bastante simples: R$ 345.085,94. Esta informação está estampada no despacho decisório eletrônico juntado ás fls. 25 pela própria manifestante. Por fim, como último quesito, pretende a manifestante que o perito informe se o “crédito tributário aqui exigido já não foi exigido nos Autos de Infração nºs 15504.100082/200934; 15504.100094/200969; 15504.100080/200945; 15504.100081/200990 e 15504.100084/200923”. Essa questão já foi respondida quando da análise do quesito primeiro, acima, e a resposta é negativa, pelos motivos já expostos. Assim devo concluir que é totalmente desnecessária a realização da perícia solicitada, e resolvo por indeferir tal solicitação. No mérito, nos é trazida de início pela manifestação de inconformidade a questão relativa á autoria do formulário PER/DCOMP objeto do presente processo. Esta questão já foi objeto de avaliação pela fiscalização, como menciona a própria manifestante, que concluiu, pelos elementos trazidos pela então fiscalizada, que o referido formulário fora enviado pela manifestante. As alegações trazidas na manifestação de inconformidade são exatamente as mesmas que foram oferecidas para a fiscalização: simplesmente vem a manifestante alegar que foi vítima de um advogado inescrupuloso e que existiriam indícios que apontariam tal advogado como autor do envio do mencionado formulário e de diversas DCTF’s retificadoras. Após leitura e releitura de todo o processo não encontrei um único indício que possa conduzir á conclusão que o autor do envio dos formulários não seja a própria manifestante ou alguém a seu serviço, como ficará demonstrado a seguir. O fundamento da manifestante para imputar a autoria do formulário PER/DCOMP a uma terceira pessoa seria uma suposta tentativa de venda de crédito de IPI, levada a efeito pelo escritório de advocacia “BADY E CURI ADVOGADOS ASSOCIADOS”, Fl. 465DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 que foi frustrada devido à negativa da manifestante em concordar com a realização do negócio. Um fato curioso é que a manifestante sequer sabe precisar a época em que tal reunião ocorreu, limitandose a dizer que em “certa oportunidade, na qualidade de representantes legais das empresas qualificadas no preâmbulo desta carta, fomos convidados pelo escritório de advocacia “BADY E CURI ADVOGADOS ASSOCIADOS”, pela pessoa do seu diretor presidente Bady Elias Curi Neto, para comparecer em vosso escritório para uma reunião”. Seria até compreensível que os representantes da manifestante não pudessem precisar a data exata de tal reunião, mas não saber sequer precisar a época em que evento tão marcante ocorreu já soa totalmente improvável. Continuando na leitura da representação juntada pela manifestante às fls. 31/38 pudemos localizar no tempo a época em que esta suposta reunião teria ocorrido. Levantamos dúvida quando à existência de tal reunião pelo fato de não existir uma única comprovação que de fato tenha ocorrido, mas vamos continuar nossa análise supondo que realmente tenha existido e verificar, ao fim, se as alegações da manifestante têm alguma coerência cronológica. Vejamos então a cronologia dos fatos narrados pela manifestante na tal representação: primeiro encontro ocorrido em “certa oportunidade” (fl. 38, primeiro parágrafo); segundo, e derradeiro, encontro ocorrido alguns dias após o primeiro (fls. 38, último parágrafo); a fiscalização foi iniciada alguns dias depois deste segundo encontro, como afirma a manifestante (fl. 39, último parágrafo). Sendo assim, para se determinar a época da suposta ocorrência de tais encontros, bastaria verificarmos a data do início da fiscalização e retroargir no tempo por alguns dias. Como se pode constatar no documento juntados à fl. 323/324, o início da fiscalização se deu em 09/02/2009, o que nos leva a concluir que as supostas reuniões teriam ocorrido entre o final do ano de 2008 e início de 2009, já que a própria manifestante informa o transcurso de apenas alguns dias entre um evento e outro. Ora, mesmo se considerássemos como verdadeira a alegação de que tais pessoas tivessem transmitido algum documento fiscal em nome da manifestante, seria impossível que a transmissão do formulário PER/DCOMP nº 08144.72210.290905.1.3.01 5530 tivesse sido feita por essas pessoas, já que tal transmissão foi realizada em 29/09/2005, ou seja, mais de três anos antes da ocorrência da suposta reunião inicial. Portanto, pelo que foi até aqui exposto, entendo estar completamente demonstrado que o formulário PER/DCOMP de nº 08144.72210.290905.1.3.015530 não foi enviado por pessoas ligadas ao escritório de advocacia citado, o que, por si só, já afasta a alegação de negativa de autoria. Está demonstrado que são totalmente inconsistentes os argumentos da manifestante no sentido de se furtar da sua responsabilidade pela autoria do envio de tal documento. Apesar da conclusão a que chegamos, fizemos algumas análises que, a despeito da discrepância de datas acima demonstrada, também seriam capazes de nos conduzir ao mesmo resultado, como vai a seguir demonstrado. Fl. 466DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.900007/200911 Acórdão n.º 3403002.014 S3C4T3 Fl. 7 7 O primeiro ponto relevante é o fato que para transmissão da DCTF retificadora (declaração que vincula o envio do PER/DCOMP em análise), que a manifestante alegava não ser de sua autoria, era necessário que fosse informado o número do recibo da DCTF anterior, que no presente caso era a DCTF original. Tal informação somente pode ser obtida com a pessoa que transmitiu a DCTF original, no caso a própria manifestante, e não há notícia nos autos de que tenha ocorrido nenhum furto no estabelecimento da manifestante em data próxima á do envio dessa declaração retificadora, para que se possa supor tenha havido o envio por um terceiro. E mais. A própria manifestante reconhece como sendo de sua autoria as DCTF’s retificadoras transmitidas em 08/08/2006 (relativas aos 1º, 2º e 3º trimestres de 2004). Tais retificadoras foram transmitidas com a utilização do número do recibo das DCTF’s anteriores, que no caso eram as retificadoras que a manifestante nega a autoria. Ora, se a manifestante tinha em mãos os números do recibo das DCTF’s transmitidas em 06/10/2005 (DCTF’s que alega não serem de sua autoria) é de se concluir que estas também eram de sua autoria ou foram enviadas por alguém a seu serviço. Concluir de forma diversa seria admitir a absurda situação em que o agente que praticou o “suposto” ato ilegal com a intenção de prejudicar a manifestante e com o qual, segundo alega, não tem qualquer tipo de relacionamento tenha a ela repassado, por puro ato de bondade, a informação necessária para que desfizesse tal ato. É óbvio que foi a própria manifestante, ou alguém a seu serviço, que enviou todas as DCTF’s relativas aos fatos geradores ocorridos no ano de 2004, bem como da PER/DCOMP em análise. Outra informação relevante a ser considerada é o fato de a manifestante ter, em 08/08/2006, retificado as DCTF’s que diz não serem de sua autoria e somente no ano de 2009, após início de procedimento de fiscalização, vir com essa alegação de que tais formulários não são de sua autoria. Ora, se já em 2006 tinha conhecimento da existência das retificadoras e, por conseqüência, da PER/DCOMP, por que somente em 2009 veio a fazer tal representação? A resposta a tal questionamento me parece bastante óbvia: não denunciou antes pelo simples fato de tais formulários serem de sua autoria e vem agora com esse argumento estapafúrdio somente por estar novamente mal assessorada, seja contábil seja juridicamente. O segundo ponto, também de igual relevância, é o fato de as informações inseridas nas DCTF’s retificadoras estarem em total convergência com os valores declarados pela manifestante nas DCTF’s originais. E mais, tais valores também levam em consideração os valores recolhidos pela manifestante no período abrangido, como se pode claramente verificar no extrato do conta corrente juntado à fl. 344, referente á COFINS. Á época dos fatos, ano de 2004, a empresa declarou o valor total do débito e realizou o pagamento de uma pequena parte, ficando o restante em aberto. Percebese com facilidade que o valor inserido na DCTF retificadora é o da DCTF original diminuído dos pagamentos parciais existentes. O que se quer demonstrar com é que o valor do imposto/contribuição inserido nas DCTF’s retificadoras, cuja autoria é negada, eram exatamente aqueles que estavam em aberto, informação que somente a manifestante detinha, mais ninguém. Fl. 467DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 E surge então uma última questão a ser respondida: quem se beneficiou da transmissão das referidas DCTF’s retificadoras (e também da PER/DCOMP)? A resposta é bastante óbvia: a própria manifestante, pois, com a utilização deste expediente condenável, estes débitos ficariam em aberto, como ainda ocorre com os débitos do 4º trimestre de 2004. Devemos mencionar que o que foi constatado nos débitos de COFINS também ocorreu nos débitos do PIS. Estes dois últimos pontos levantados nos levam à conclusão que as DCTF’s retificadoras foram realmente transmitidas pela manifestante, ou por alguém a seu serviço. E como o formulário PER/DCOMP em análise foi mencionado nas DCTF’s retificadoras, não há qualquer dúvida de que também são de autoria da manifestante. O único ponto em que devo dar razão á manifestante se refere á existência de pagamentos que parecem não ter sido aproveitados pelo Fisco para amortizar os débitos, bem como a cobrança/controle de débitos em mais de um sistema, como é o caso dos débitos que foram transferidos para o processo 18208.667506/200717 e também estão sendo cobrados no PER/DCOMP em análise. Esta situação deve ser verificada pela unidade de origem, pois está diretamente ligada com a cobrança dos débitos inseridos na Declaração de Compensação que não foi homologada. De tudo que foi exposto, voto no sentido de se considerar totalmente improcedente a manifestação de inconformidade de fls. 01/18, mantendose não homologada a compensação declarada no formulário PER/DCOMP nº 08144.72210.290905.1.3.015530, devendo a unidade de origem se atentar para a existência de pagamentos parciais relativos aos débitos que estão sendo cobrados e para a possibilidade de haver cobrança dos mesmos débitos em mais de um processo. Antonio Carlos Lombello Braga – Relator AFRF Matrícula :63019” Relativamente à taxa Selic, a matéria é objeto do enunciado nº 4 da Súmula de Jurisprudência do CARF, in verbis: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais.” No que tange à redução da multa, o caso concreto não versa sobre auto de infração, mas sim sobre não homologação de compensação, que por ser objeto de declaração está sujeita à multa de mora definida no art. 61 da Lei nº 9.430/96. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Fl. 468DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10680.900007/200911 Acórdão n.º 3403002.014 S3C4T3 Fl. 8 9 Fl. 469DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 11070.001752/2009-27
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
Numero da decisão: 3803-003.669
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o indeferimento do Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação em relação a crédito de COFINS referente ao terceiro trimestre/2005. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 17 52 /2 00 9- 27 Fl. 168DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 As fls. 99/100 sobreveio Despacho Decisório, por meio do qual o pleito foi indeferido com fundamento de ausência de previsão legal para o creditamento, uma vez que os créditos nas operações com substituição tributária no regime de tributação da não cumulatividade é vedado pelo art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n.º 10.833/2003. Assim, para os julgadores “a quo”, embora o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha autorizado créditos em relação a vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e COFINS, por outro lado o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 ditou a regra de que a apuração dos créditos, nos termos do art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, necessariamente precisam seguir a regra do art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, razão pela qual há vedação do creditamento quando o produto adquirido estiver sob regime de substituição tributária e cuja saída esteja com suspensão das contribuições. Irresignado com a decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 102/104, sob os seguintes argumentos: · Em se tratando do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, se apura o crédito em razão da aquisição de insumos e bens para revenda, por meio da aplicação das alíquotas das contribuições sobre os valores de aquisição destes bens. Neste mesmo sentido, apura o débito mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor de venda das mercadorias que produz ou revende; · Com a edição da Medida Provisória n° 206/2004, art. 16, atualmente artigo art. 17 da Lei n° 11.033/04, os contribuintes cujas operações de venda são isentas, não tributadas, tributadas com alíquota zero, ou com suspensão, tem direito a manutenção dos créditos de PIS e COFINS decorrente da aquisição de insumos; · Alertou que o regime não cumulativo do PIS e a COFINS não é idêntico ao previsto para o IPI e ICMS, onde lá a sistemática de apuração daqueles tributos é feita pela técnica imposto contra imposto, onde o imposto pago na operação anterior serve para ser abatido do imposto gerado na operação presente; · Na não cumulatividade do PIS e da COFINS, não se perquire se houve ou não tributação da etapa anterior para fins de direito de crédito. Além do que deve ser observado o § 12 do art. 195 da CF, o qual prevê que as contribuições em exame serão não cumulativas, sem qualquer restrição ao creditamento. Às fls. 115/117 a DRJ de Porto Alegre proferiu o Acórdão n.º 1035.3542ª Turma, com o seguinte teor: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO REGULARMENTE EDITADA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de Fl. 169DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001752/200927 Acórdão n.º 3803003.669 S3TE03 Fl. 111 3 ilegalidade de dispositivos normativos, bem como a legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. PRODUTOS. AQUISIÇÃO. DISTRIBUIDOR/COMERCIANTE. REVENDA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade da COFINS, a aquisição de produtos sujeitos à tributação concentrada não gera créditos para o comerciante na revenda/distribuição dos mesmos por expressa vedação legal, não se aplicando A hipótese a disposição contida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Com efeito, a DRJ manifestouse pelo indeferimento do pedido com fundamento na impossibilidade do reconhecimento, na esfera administrativa, da inconstitucionalidade do art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n.º 10.833/2003, que vedou a apuração de créditos em relação à operações sujeitas a substituição tributária. A DRJ ainda utilizou como argumento para indeferir o pleito, o fato de que não consta no contrato social da empresa a atividade de industrialização de qualquer dos bens objetos do pedido. Apontou ainda que as aquisições para as quais a empresa requer os créditos para o PIS e COFINS estão relacionadas no artigo 43 da Medida Provisória n° 2158 35 de 24 de agosto/2001 e na Lei n° 10.485/2.002, que por sua vez estão sujeitos aos regimes de substituição tributária e tributação monofásica respectivamente. Em outras palavras, entende a DRJ que as vendas realizadas pelo Recorrente, que por sua vez é comerciantes, fica desonerada da incidência das contribuições, já que diante da substituição tributária a obrigação pelo pagamento do tributo, se dá em relação as operações praticadas pelos fabricantes ou importadores. Deste modo, o art. 1° da Lei n° 10.485/2002 reduziu para zero as alíquotas das contribuições em relação à receita bruta auferida por comerciante, com a venda dos produtos para os quais se desejam os créditos e por esse motivo o creditamente é indevido. Os julgadores de primeiro grau, adotaram ainda a tese em relação a inexistência de direito aos créditos, ainda que o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha dito caber créditos para as vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições, uma vez que o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 determina que a sua apuração segue a regra disposta no art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, que por sua vez proíbem créditos em relação as operações com substituição tributária. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 Inconformado com a decisão da DRJ, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e basicamente repetiu seus argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade e reforçou o seu direito aos créditos com fundamento no art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, bem como no art. 195 da Constituição Federal, sob o argumento de que a norma constitucional não impôs qualquer restrição aos créditos. Por fim, requer que seu recurso seja conhecido e ao final que o seu direito creditório seja reconhecido. É o relatório. Em que pese a DRJ ter ingressado ao mérito e negado o pedido, cumpre informar que o Recorrente optou por discutir a matéria no Poder Judiciário, conforme citado às fl. 02. Voto Conselheiro Juliano Lirani O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Conforme se observa do contrato social, a Recorrente tem por objeto a revenda de máquinas agrícolas e a distribuição de peças, sendo que adquire os produtos das indústrias para posterior distribuição. Cumpre informar que estes produtos são vendidos sem a incidência do PIS e COFINS. O cerne da questão está em se apurar se há créditos em relação as vendas de produtos com suspensão do pagamento das contribuições, quando a lei estabelece o regime de substituição tributária. Alega o Recorrente que embora as vendas das máquinas e peças agrícolas estejam com a suspensão do pagamento do PIS e COFINS, ainda assim o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 confere o direito creditório e por essa razão tornase pertinente reproduzir a redação desta norma: Lei n.º 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Em que pese a discussão de mérito, analisando os autos, constatei que a matéria aventada no presente Recurso Voluntário está sendo tratada na esfera judicial, conforme mencionado às fl. 02, tendo por objeto igual pretensão pleiteada administrativamente, qual seja, crédito referente ao PIS e CONFINS. Reputase idênticas 2 (duas) ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 301, do CPC: Art. 301: “§ 1º Verificase a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001752/200927 Acórdão n.º 3803003.669 S3TE03 Fl. 112 5 § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.” Sobre a litispendência, leciona Nelson Nery Junior: “Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).” (Código de Processo Civil Comentado, 6ª edição, RT, p. 655). Deste modo, optando a Recorrente pela via judicial ocasiona impedimento da manifestação do CARF a respeito na matéria em razão da concomitância verificada. Assim, aplicase a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso quanto à matéria apreciada pelo Poder Judiciário. (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Fl. 172DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 13709.003005/2002-39
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993
ILL. RESTITUIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL.
O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF (Art. 62-A do anexo II).
O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC definiu que para os recolhimentos indevidos que ocorreram antes do advento da LC 118/2005 o prazo para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, deve observar a cognominada tese dos cinco mais cinco. (RESP nº 1.002.932).
Recurso especial provido em parte.
Numero da decisão: 9202-002.580
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência quanto aos recolhimentos relativos aos fatos geradores de até 31/12/1991, com retorno dos autos à DRF de origem para exame das demais questões.
(Assinado digitalmente)
Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício)
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad - Relator
EDITADO EM: 11/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (Vice-Presidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Ausente, justificadamente o Conselheiro Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: GUSTAVO LIAN HADDAD
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ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993 ILL. RESTITUIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que para os recolhimentos indevidos que ocorreram antes do advento da LC 118/2005 o prazo para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, deve observar a cognominada tese dos cinco mais cinco. (RESP nº 1.002.932). Recurso especial provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 9. 00 30 05 /2 00 2- 39 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência quanto aos recolhimentos relativos aos fatos geradores de até 31/12/1991, com retorno dos autos à DRF de origem para exame das demais questões. (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício) (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Relator EDITADO EM: 11/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Gonçalo Bonet Allage (VicePresidente em exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Ausente, justificadamente o Conselheiro Elias Sampaio Freire. Relatório Em 22/07/2002, Indústria e Comércio de Solventes, Tintas e Vernizes Tempo Ltda., por meio dos documentos de fls. 01/35, solicitou a restituição dos valores recolhidos indevidamente a título de ILL relativo aos fatos geradores ocorridos entre 1989 e 1992. A Segunda Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ao apreciar o recurso voluntário interposto pela contribuinte, exarou o acórdão n° 280200.281, que se encontra às fls. 82/86 e cuja ementa é a seguinte: “Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na fonte – IRRF Ano Calendário: 1990, 1991, 1992, 1993 Ementa: ILL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SOCIEDADE LIMITADA. DECADÊNCIA. No caso das sociedades de cotas por responsabilidade limitada, o termo a quo para a decadência do direito de pleitear a restituição do ILL pago indevidamente é a data da publicação da Instrução Normativa SRF nº 63, de 1997. Precedentes do 1º Conselho de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13709.003005/200239 Acórdão n.º 9202002.580 CSRFT2 Fl. 10 3 DECADÊNCIA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. CONTROVÉRSIA JURÍDICA SOBRE A LEGALIDADE DA EXIGÊNCIA PARA FATO ANTERIOR À LEI COMPLEMENTAR 118, DE 2005. Nos casos de indébito que se exterioriza no contexto de solução jurídica conflituosa, o prazo para reclamar a restituição do pagamento indevido só tem início com a decisão definitiva da controvérsia. Em se tratando de tributos cuja obrigatoriedade é compulsória, mesmo que cobrados com base em norma que afronta a Constituição, estes são devidos até que se verifique uma das seguintes condições: a) Decisão do Supremo Tribunal Federal, em controle concentrado de constitucionalidade, declarando a inconstitucionalidade da norma que instituiu o tributo; b) Resolução do Senado Federal editada nos termos do artigo 52, X, da CF, suspendendo a execução, no todo ou em parte, da norma declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal e c) publicação pela Administração Pública de ato através do qual ela passa a reconhecer a que o tributo é indevido. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1990, 1991,01992, 1993 SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO MÉRITO EM TODAS AS INSTÂNCIAS EM FACE DO AFASTAMENTO DE PRELIMINAR EM 2º GRAU. Para que não ocorra a supressão de instância, é de se retornar o processo à origem nos casos de afastamento de preliminar que impedia a análise do mérito. Recurso voluntário provido. Preliminar afastada” A anotação do resultado do julgamento indica que a Câmara, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso do contribuinte para afastar a decadência do direito de pleitear a restituição do ILL recolhido entre 1990 e 1993, bem como determinar o retorno dos autos à origem para apreciação das questões de mérito. Intimada do acórdão em 08/11/2010 (fls. 86) a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência às fls. 89/99, pleiteando a reforma do v. acórdão recorrido sustentando divergência com outras decisões deste Colegiado no tocante ao termo de início de contagem do prazo para apresentação de pedido de restituição do imposto sobre o lucro liquido (ILL) pago indevidamente por sociedades por quotas de responsabilidade limitada (acórdãos nº CSRF/0400.810 e CSRF/930300.080). Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2200 00.295, de 19/05/2011 (fls. 110/118). Intimada sobre a admissão do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, a contribuinte apresentou as contrarrazões de fls. 123/135. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 É o Relatório. Voto Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator Analiso, inicialmente, a admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Como se verifica dos autos, o recurso foi interposto objetivando a reforma do v. acórdão somente com relação ao termo de início de contagem do prazo para apresentação de pedido de restituição do imposto sobre o lucro liquido (ILL) pago indevidamente por sociedades por quotas de responsabilidade limitada, tendo em vista a divergência entre o v. acórdão recorrido e os acórdãos nº CSRF/0400.810 e CSRF/930300.080. Os acórdãos paradigma encontramse assim ementados, in verbis: “CSRF/0400.810 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido. CSRF/930300.080 ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 FINSOCIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O dies a quo para contagem do prazo prescricional de repetição de indébito é o da data de extinção do crédito tributário pelo pagamento antecipado e o termo final é o dia em que se completa o quinquênio legal, contado a partir daquela data. Recurso Especial do Procurador Provido. Recurso negado.” Entendo que a divergência está devidamente comprovada na medida em que os acórdãos tratam da fixação do “dies a quo” e do prazo para a restituição de tributo indevidamente recolhido em decorrência da edição de norma reconhecendo o pagamento indevido (teses jurídicas semelhantes), aplicando tratamento diverso a situações jurídicas semelhantes. Resta, assim, comprovada a divergência jurisprudencial, razão pela qual dou seguimento ao recurso especial. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13709.003005/200239 Acórdão n.º 9202002.580 CSRFT2 Fl. 11 5 No mérito, já manifestei entendimento em diversas oportunidades segundo o qual o prazo para restituição de tributos cuja inconstitucionalidade ou não incidência foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado, pela autoridade fiscal ou por ato do Poder Legislativo deveria se dar a partir da data de publicação do ato que reconheceu tal circunstância. Ocorre que o Regimento Interno deste E. Conselho, conforme alteração promovida pela Portaria MF n.º 586/2010 no artigo 62A do anexo II, introduziu dispositivo que determina, in verbis, que: “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” No que diz respeito ao prazo para apresentação de pedido de restituição de tributo declarado inconstitucional ou cuja não incidência foi reconhecida pela administração tributária, o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o RESP nº 1.110.578, nos termos do artigo 543C, do CPC, consolidou entendimento diverso, conforme se verifica da ementa a seguir transcrita: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. TRIBUTO DECLARADO INCONSTITUCIONAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DE OFÍCIO. 1. O prazo de prescrição quinquenal para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício, é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, qual seja, a data do efetivo pagamento do tributo, a teor do disposto no artigo 168, inciso I, c.c artigo 156, inciso I, do CTN. (Precedentes: REsp 947.233/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 10/08/2009; AgRg no REsp 759.776/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 20/04/2009; REsp 857.464/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2009, DJe 02/03/2009; AgRg no REsp 1072339/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2009, DJe 17/02/2009; AgRg no REsp. 404.073/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJU 31.05.07; AgRg no REsp. 732.726/RJ, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, Primeira Turma, DJU 21.11.05) 2. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício. (Precedentes: EREsp 435835/SC, Rel. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2004, DJ 04/06/2007; AgRg no Ag 803.662/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ 19/12/2007) 3. In casu, os autores, ora recorrentes, ajuizaram ação em 04/04/2000, pleiteando a repetição de tributo indevidamente recolhido referente aos exercícios de 1990 a 1994, ressoando inequívoca a ocorrência da prescrição, porquanto transcorrido o lapso temporal quinquenal entre a data do efetivo pagamento do tributo e a da propositura da ação. 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.” Dessa forma, com o advento da decisão acima referida, temse que é irrelevante para fins de contagem do prazo para a restituição de tributos pagos indevidamente a declaração de inconstitucionalidade ou reconhecimento de não incidência com efeito erga omnes. Por outro lado, no que diz respeito ao prazo de decadência para restituição de tributo sujeito ao lançamento por homologação, o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o RESP nº 1.002.932, também segundo a sistemática do artigo 543C, do CPC, consolidou o seguinte entendimento: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. AUXÍLIO CONDUÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. ARTIGO 4º, DA LC 118/2005. DETERMINAÇÃO DE APLICAÇÃO RETROATIVA. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTROLE DIFUSO. CORTE ESPECIAL. RESERVA DE PLENÁRIO. 1. O princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC 118, de 9 de fevereiro de 2005, aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, posto norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação corespectiva. 2. O advento da LC 118/05 e suas conseqüências sobre a prescrição, do ponto de vista prático, implica dever a mesma ser contada da seguinte forma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que ocorreu em 09.06.05), o prazo para a repetição do indébito é de cinco a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da lei nova. 3. Isto porque a Corte Especial declarou a inconstitucionalidade da expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional", constante do artigo 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 (AI nos ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007). Fl. 164DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13709.003005/200239 Acórdão n.º 9202002.580 CSRFT2 Fl. 12 7 4. Deveras, a norma inserta no artigo 3º, da lei complementar em tela, indubitavelmente, cria direito novo, não configurando lei meramente interpretativa, cuja retroação é permitida, consoante apregoa doutrina abalizada: "Denominamse leis interpretativas as que têm por objeto determinar, em caso de dúvida, o sentido das leis existentes, sem introduzir disposições novas. {nota: A questão da caracterização da lei interpretativa tem sido objeto de não pequenas divergências, na doutrina. Há a corrente que exige uma declaração expressa do próprio legislador (ou do órgão de que emana a norma interpretativa), afirmando ter a lei (ou a norma jurídica, que não se apresente como lei) caráter interpretativo. Tal é o entendimento da AFFOLTER (Das intertemporale Recht, vol. 22, System des deutschen bürgerlichen Uebergangsrechts, 1903, pág. 185), julgando necessária uma Auslegungsklausel, ao qual GABBA, que cita, nesse sentido, decisão de tribunal de Parma, (...) Compreensão também de VESCOVI (Intorno alla misura dello stipendio dovuto alle maestre insegnanti nelle scuole elementari maschili, in Giurisprudenza italiana, 1904, I,I, cols. 1191, 1204) e a que adere DUGUIT , para quem nunca se deve presumir ter a lei caráter interpretativo "os tribunais não podem reconhecer esse caráter a uma disposição legal, senão nos casos em que o legislador lho atribua expressamente" (Traité de droit constitutionnel, 3a ed., vol. 2o, 1928, pág. 280). Com o mesmo ponto de vista, o jurista pátrio PAULO DE LACERDA concede, entretanto, que seria exagero exigir que a declaração seja inseri da no corpo da própria lei não vendo motivo para desprezála se lançada no preâmbulo, ou feita noutra lei. Encarada a questão, do ponto de vista da lei interpretativa por determinação legal, outra indagação, que se apresenta, é saber se, manifestada a explícita declaração do legislador, dando caráter interpretativo, à lei, esta se deve reputar, por isso, interpretativa, sem possibilidade de análise, por ver se reúne requisitos intrínsecos, autorizando uma tal consideração . (...) ... SAVIGNY coloca a questão nos seus precisos termos, ensinando: "tratase unicamente de saber se o legislador fez, ou quis fazer uma lei interpretativa, e, não, se na opinião do juiz essa interpretação está conforme com a verdade" (System dês heutigen romischen Rechts, vol. 8o, 1849, pág. 513). Mas, não é possível dar coerência a coisas, que são de si incoerentes, não se consegue conciliar o que é inconciliável. E, desde que a chamada interpretação autêntica é realmente incompatível com o conceito, com os requisitos da verdadeira interpretação (v., supra, a nota 55 ao n° 67), não admira que se procurem torcer as conseqüências inevitáveis, fatais de tese forçada, evitandose lhes os perigos. Compreendese, pois, que muitos autores não aceitem o rigor dos efeitos da imprópria interpretação. Há quem, como GABBA (Teoria delta retroattività delle leggi, 3a ed., vol. 1o, 1891, pág. 29), que invoca MAILHER DE CHASSAT Fl. 165DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD 8 (Traité de la rétroactivité des lois, vol. 1o, 1845, págs. 131 e 154), sendo seguido por LANDUCCI (Trattato storicoteorico pratico di diritto civile francese Ed italiano, versione ampliata del Corso di diritto civile francese, secondo il metodo dello Zachariæ, di Aubry e Rau, vol. 1o e único, 1900, pág. 675) e DEGNI (L'interpretazione della legge, 2a ed., 1909, pág. 101), entenda que é de distinguir quando uma lei é declarada interpretativa, mas encerra, ao lado de artigos que apenas esclarecem, outros introduzido novidade, ou modificando dispositivos da lei interpretada. PAULO DE LACERDA (loc. cit.) reconhece ao juiz competência para verificar se a lei é, na verdade, interpretativa, mas somente quando ela própria afirme que o é. LANDUCCI (nota 7 à pág. 674 do vol. cit.) é de prudência manifesta: "Se o legislador declarou interpretativa uma lei, devese, certo, negar tal caráter somente em casos extremos, quando seja absurdo ligála com a lei interpretada , quando nem mesmo se possa considerar a mais errada interpretação imaginável. A lei interpretativa, pois, permanece tal, ainda que errônea, mas, se de modo insuperável, que suplante a mais aguda conciliação, contrastar com a lei interpretada, desmente a própria declaração legislativa. " Ademais, a doutrina do tema é pacífica no sentido de que: "Pouco importa que o legislador, para cobrir o atentado ao direito, que comete, dê à sua lei o caráter interpretativo. É um ato de hipocrisia, que não pode cobrir uma violação flagrante do direito" (Traité de droit constitutionnel, 3ª ed., vol. 2º, 1928, págs. 274275)." (Eduardo Espínola e Eduardo Espínola Filho, in A Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, Vol. I, 3a ed., págs. 294 a 296). 5. Consectariamente, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos cinco mais cinco, desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal (regra que se coaduna com o disposto no artigo 2.028, do Código Civil de 2002, segundo o qual: "Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada." ). 6. Desta sorte, ocorrido o pagamento antecipado do tributo após a vigência da aludida norma jurídica, o dies a quo do prazo prescricional para a repetição/compensação é a data do recolhimento indevido. 7. In casu, insurgese o recorrente contra a prescrição qüinqüenal determinada pelo Tribunal a quo, pleiteando a reforma da decisão para que seja determinada a prescrição decenal, sendo certo que não houve menção, nas instância ordinárias, acerca da data em que se efetivaram os recolhimentos indevidos, mercê de a propositura da ação ter ocorrido em 27.11.2002, razão pela qual forçoso concluir que os recolhimentos indevidos ocorreram antes do advento da LC 118/2005, por isso que a tese aplicável é a que considera os 5 anos de decadência da homologação para a constituição do Fl. 166DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13709.003005/200239 Acórdão n.º 9202002.580 CSRFT2 Fl. 13 9 crédito tributário acrescidos de mais 5 anos referentes à prescrição da ação. 8. Impende salientar que, conquanto as instâncias ordinárias não tenham mencionado expressamente as datas em que ocorreram os pagamentos indevidos, é certo que os mesmos foram efetuados sob a égide da LC 70/91, uma vez que a Lei 9.430/96, vigente a partir de 31/03/1997, revogou a isenção concedida pelo art. 6º, II, da referida lei complementar às sociedades civis de prestação de serviços, tornando legítimo o pagamento da COFINS. 9. Recurso especial provido, nos termos da fundamentação expendida. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008.” Como se verifica do voto condutor do Ministro Luiz Fux, restou consagrada a tese de que o prazo prescricional para a repetição ou compensação dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, no caso de pedidos apresentados antes da vigência da LC 118/2005, começa a fluir decorridos 05 (cinco) anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio computado desde o termo final do prazo atribuído ao Fisco para verificação do quantum devido. No presente caso, considerando que o pedido de restituição foi apresentado em 22/07/2002, verificase que ocorreu a decadência do direito de pedir restituição de parte dos recolhimentos de ILL pleiteados, mais especificamente aqueles relativos aos anosbase de 1989 a 1991 (fatos geradores de 31/12/1989, 31/12/1990 e 31/12/1991), em relação aos quais transcorreu período superior a 10 anos entre ocorrência do fato gerador e apresentação do pedido de restituição. Destarte, voto no sentido de conhecer do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional para, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO para reconhecer a decadência quanto aos recolhimentos relativos aos fatos geradores de até 31/12/1991, devendo os autos retornar à autoridade fiscal para exame das demais questões. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 167DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/04/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por GUSTAVO LIAN HADDAD
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Numero do processo: 10783.908240/2008-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2003 a 30/04/2003, 01/07/2004 a 31/07/2004
RESSARCIMENTO. JUROS SELIC. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. RESISTÊNCIA INJUSTIFICADA. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Inexistindo pagamento indevido ou a maior que o devido, não há falar na incidência de juros SELIC, por falta de respaldo legal (artigo 39, §4° da Lei n° 9.250/95). Conforme pacificado pelo STJ (artigo 543-C do Código de Processo Civil), ocorrendo a hipótese de resistência injustificada (oposição de ato estatal que impeça ou embarace o aproveitamento de créditos sujeitos a ressarcimento), os créditos escriturais descaracterizam-se como tais, passando a autorizar a incidência dos juros SELIC. Resistência injustificada não comprovada. Créditos escriturais que não autorizam a incidência de juros SELIC. Inaplicabilidade dos precedentes invocados.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SUSPENSÃO. PRESCRIÇÃO. INAPLICABILIDADE DE PRECEDENTES DO STJ.
O manejo de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que homologou parcialmente o crédito tributário, na forma do artigo 74, §11 da Lei n° 9.430/96 enquadra-se no disposto do artigo 151, III do CTN quanto ao débito objeto da compensação, provocando a suspensão da exigibilidade da parcela controversa. A supressão do atributo exigibilidade e a instauração do contencioso administrativo indicam que o crédito não foi definitivamente constituído, inviabilizado sua cobrança. Assim, enquanto pender decisão, tal fluxo temporal rege-se pelas regras de decadência (crédito não constituído), e não pela prescrição (crédito constituído). Consoante entendimento do STJ, até solução definitiva dos processos administrativo fiscal, não correm nem prazo de decadência, nem de prescrição, por estar suspensa a exigibilidade do crédito tributário.
REMISSÃO. ART. 14 DA LEI N. 11.941/09. INAPLICABILIDADE.
Inviável em sede de recurso voluntário o exame da remissão de que trata o artigo 14 da Lei n° 11.941/09, dado o que o dispositivo em apreço exige a consolidação de todos os débitos do contribuinte, e o recurso trata apenas de parte dos débitos. Providência que, na forma do §1° do referido dispositivo, deverá ser observada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, quando definitivamente constituído o crédito tributário no âmbito do processo administrativo fiscal.
Recurso voluntário improcedente.
Numero da decisão: 3202-000.630
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário: a) por maioria de votos, em relação à incidência de correção monetária do crédito pleiteado, vencido o Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves; b) por unanimidade de votos, em relação à prescrição e à remissão dos débitos pretendidas.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente
Gilberto de Castro Moreira Junior - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Monica Elisa de Lima.
Nome do relator: GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR
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JUROS SELIC. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. RESISTÊNCIA INJUSTIFICADA. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Inexistindo pagamento indevido ou a maior que o devido, não há falar na incidência de juros SELIC, por falta de respaldo legal (artigo 39, §4° da Lei n° 9.250/95). Conforme pacificado pelo STJ (artigo 543C do Código de Processo Civil), ocorrendo a hipótese de resistência injustificada (oposição de ato estatal que impeça ou embarace o aproveitamento de créditos sujeitos a ressarcimento), os créditos escriturais descaracterizamse como tais, passando a autorizar a incidência dos juros SELIC. Resistência injustificada não comprovada. Créditos escriturais que não autorizam a incidência de juros SELIC. Inaplicabilidade dos precedentes invocados. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SUSPENSÃO. PRESCRIÇÃO. INAPLICABILIDADE DE PRECEDENTES DO STJ. O manejo de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que homologou parcialmente o crédito tributário, na forma do artigo 74, §11 da Lei n° 9.430/96 enquadrase no disposto do artigo 151, III do CTN quanto ao débito objeto da compensação, provocando a suspensão da exigibilidade da parcela controversa. A supressão do atributo exigibilidade e a instauração do contencioso administrativo indicam que o crédito não foi definitivamente constituído, inviabilizado sua cobrança. Assim, enquanto pender decisão, tal fluxo temporal regese pelas regras de decadência (crédito não constituído), e não pela prescrição (crédito constituído). Consoante entendimento do STJ, até solução definitiva dos processos administrativo fiscal, não correm nem AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 90 82 40 /2 00 8- 11 Fl. 95DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 97 2 prazo de decadência, nem de prescrição, por estar suspensa a exigibilidade do crédito tributário. REMISSÃO. ART. 14 DA LEI N. 11.941/09. INAPLICABILIDADE. Inviável em sede de recurso voluntário o exame da remissão de que trata o artigo 14 da Lei n° 11.941/09, dado o que o dispositivo em apreço exige a consolidação de todos os débitos do contribuinte, e o recurso trata apenas de parte dos débitos. Providência que, na forma do §1° do referido dispositivo, deverá ser observada pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, quando definitivamente constituído o crédito tributário no âmbito do processo administrativo fiscal. Recurso voluntário improcedente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário: a) por maioria de votos, em relação à incidência de correção monetária do crédito pleiteado, vencido o Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves; b) por unanimidade de votos, em relação à prescrição e à remissão dos débitos pretendidas. Irene Souza da Trindade Torres Presidente Gilberto de Castro Moreira Junior Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Monica Elisa de Lima. Relatório Cuidase de recurso voluntário (fls.6671) interposto por GRAMAZINI GRANITOS E MÁRMORES THOMAZINI LTDA contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora, MG (DRJ/JFA) (fls. 5255) que, por unanimidade de votos, considerou improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando a homologação parcial das DCOMPS n° 25362.07820.291004.1.3.018690 e 14703.91562.110805.1.3.011989. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 98 3 Para melhor elucidação dos fatos ora analisados, transcrevo o relatório do acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora, MG (DRJ/JFA), que considerou improcedente a manifestação de inconformidade constante do presente processo, in verbis: Em análise no presente processo o litígio decorrente do Despacho Decisório de fl. 30, emitido eletronicamente pelo SCC quando da análise da DCOMP n° 25362.07820.291004.1.3.018690, transmitida pelo contribuinte retro identificado em 29/10/2004, por meio da qual se pretendeu a extinção de débitos no montante do R$ 1.697,21, tendo por lastro crédito originário de Saldo Credor do IPI apurado no 1° trimestre/2002, no valor dc R$ 7.395,42 (fl. 31). Referido saldo credor é composto por crédito básico e crédito presumido escriturado no período, conforme informações extraídas da DCOMP 25362.07820.291004.1.3.018690 (fls. 32/39). Vinculada à citada DCOMP foi transmitida a DCOMP n° 14703.91562.110805.1.3.011989, para utilização do saldo credor originário da DCOMP inicial, para compensar débitos na monta dc R$ 5.698,21 (fl. 41). Da análise eletrônica resultou o reconhecimento integral do direito creditório e a homologação parcial das referidas DCOMPs (em face dc se tratar de compensação do débito vencido, sem inclusão dos respectivos acréscimos moratórios na DCOMP), conforme Despacho Decisório (fl. 30) e Detalhamento da Compensação (fl. 41). Houve, então, no encontro dc contas o cálculo da multa e juros de mora, resultando amortização parcial do débito compensado e apuração de saldo devedor após imputação proporcional do valor utilizado na compensação (conforme Detalhamento da Compensação, fl.41), objeto de cobrança com acréscimo de multa de mora e juros do mora. Cientificado do Despacho Decisório e intimado a recolher o crédito tributário decorrente da não homologação parcial da compensação, em 18/11/2008 (fl.26), manifestou a pleiteante a sua inconformidade em 18/12/2008 (fl. 01), por meio do arrazoado de fls. 01/05, no qual, em síntese: => alega que “diante da demora do fisco em reconhecer o Crédito Presumido do IPI do contribuinte, o que foi feito somente após 4 anos de sua solicitação em 29/10/2004 é mais do que justo que esse crédito seja calculado com correção monetária,sendo aplicada a taxa Selic”; => pondera que ao se proceder a atualização monetária do crédito pela taxa Selic [da mesma forma que a RFB corrige os seus débitos] o mesmo será Fl. 97DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 99 4 suficiente para amortizar todo o saldo devedor, restando, ainda, saldo credor; => acrescenta que a jurisprudência reconhece o direito à correção monetária diante da demora do Fisco em reconhecer o crédito e reproduz excerto de julgado que entende amparar a sua tese; => argumenta, ainda, que caso se entenda pela impossibilidade da correção do crédito, mesmo assim “não poderá prosperar a cobrança, uma vez que a medida provisória n° 449, de 03 de dezembro de 2008, art. 14, concede remissão a débitos de valor igual ou inferior a R$ 10.000, 00 (dez mil reais), portanto, se superadas as argumentações mencionadas acima, o débito estará remido com amparo na referida medida provisória"; Ao final requer seja o crédito devido corrigido monetariamente e homologada integralmente a compensação. Ressaltese que, ante a constatação, por esta Relatora, mediante consulta à DIPJ do contribuinte, de que o mesmo dá saída, na sua maior parte, a produtos NT, foi o processo remetido à DRF de origem, por intermédio do Despacho da Presidência de fls. 45/46, a fim de que fosse verificada a possibilidade de ter sido reconhecido crédito indevido e adotadas, se fosse o caso, as providências pertinentes, ao que retornou o processo com o PARECER SEFIS n° 16/2010 [fls. 48/49], no qual a autoridade fiscal encarregada da diligência deixou consignado, in verbis: Este contribuinte já sofreu ação fiscal por parte da fiscalização do DRF/Vitória na análise dos PER/DCOMP n° 28332.12706.110805.1.3.01 0312, 26530.72173.110805.1.3.015217, 30025.29345.310106.1.3.012127 e 12242.30881.300406.3.016406, sendo que não foi constatado o uso de vendas de produtos NT na apuração do crédito presumido [destaques da Relatora]. Nestes termos retornaram os autos a esta DRJ para prosseguimento do julgamento. Em síntese, é o relatório. O acórdão n° 0935.779, proferida pela 3ª Turma da DRJ/JFA, foi assim ementada: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTARIO Período de apuração 01/04/2003 a 30/04/2003, 01/07/2004 a 31/07/2004 COMPENSAÇÃO. DÉBITOS VENCIDOS. ACRESCIMOS MORATORIOS. INCIDENCIA. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 100 5 Na compensação, sobre os débitos vencidos, na data do encontro de contas (data de valoração) incidem multa dc mora de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juros de mora calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC. A falta de consignação dos acréscimos moratórios na DCOMP implicará a nãohomologação parcial da compensação e a exigência do tributo objeto da compensação não homologada com os respectivos acréscimos legais. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio. Inconformada com a decisão da DRJ/JFA, a Recorrente apresentou o recurso voluntário de fls.6671, objetivando reformar integralmente a decisão em tela, alegando, em breve síntese, o que segue: a) A Recorrente apresentou DCOMP em 29/10/2004, tendo sido notificada do despacho decisório que homologou parcialmente sua compensação em 07/11/2008, decorridos, portanto, 48 meses da data de transmissão do pedido de compensação, assim, o valor do crédito solicitado deveria ser atualizado pelos juros SELIC desde a data da transmissão do referido pedido. Tal direito já teria sido reconhecido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) deste Conselho, bem assim, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em sede de recursos repetitivos (artigo 543C do Código de Processo Civil); b) A declaração de compensação não suspende o prazo prescricional, tal prazo somente seria suspenso pela adesão a parcelamento ou pela interposição de recursos administrativos, na forma do artigo 151 do Código Tributário Nacional, dessa forma, os débitos originados da homologação parcial do crédito estariam prescritos. A prescrição em apreço teria lastro na Súmula Vinculante n° 8 do Supremo Tribunal Federal (STF) e na Súmula n° 409 do STJ; c) O artigo 14 da Medida Provisória n° 449, de 3 de dezembro de 2008, remiu os débitos de valor igual ou inferior a R$ 10.000,00, devendose aplicálo ao débito em questão. É o relatório. Voto Fl. 99DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 101 6 Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento, passando a analisar os argumentos trazidos pela Recorrente. Ressarcimento e juros Selic A Recorrente alega que tem direito à correção monetária do crédito declarado em declaração de compensação, visto que a transmissão da DCOMP ocorreu em 29/10/2004, e a homologação parcial ocorreu em somente em 07/11/2008, através de Despacho Decisório. De acordo com a Recorrente “o valor do crédito solicitado de R$7.395,42, em 29/10/2004, deveria ter sido corrigido pela taxa selic acumulada quando do recebimento do despacho decisório em 07/11/2008, que seria o percentual de 102,97%, perfazendo o total de R$15010,48, menos o débito amortizado de R$7.395,42 e menos o valor cobrado de R$ 3.758,50, ainda, sobra um saldo credor a favor do contribuinte de R$3.856,56.” Invoca precedentes da CSRF e do STJ que, no seu entendimento, autorizam a incidência dos juros SELIC sobre os créditos de IPI objeto de ressarcimento. Inicio o exame dos precedentes citados pela Recorrente pelos acórdãos do STJ julgados sob o rito dos recursos repetitivos (artigo 543C do Código de Processo Civil), haja vista que o artigo 62A do Regimento Interno deste Colegiado determina que as decisões proferidas por aquele Tribunal no rito dos recursos repetitivos deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Dois são os acórdãos proferidos sobre o tema no rito dos recursos repetitivos: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES Fl. 100DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 102 7 IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim Fl. 101DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 103 8 específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciarse ão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtor exportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez Fl. 102DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 104 9 restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ. Primeira Seção. Rel. Min. Luis Fux. REsp n° 993.164/MG. DJe 17/12/2010) Fl. 103DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 105 10 PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ. Primeira Seção. Rel. Min. Luis Fux. REsp n° 1.035.847/RS. DJe 03/08/2009) Os acórdãos supracitados apontam duas conclusões relevantes para a questão suscitada pela Recorrente: (i) a correção monetária não incide sobre os créditos escriturais de IPI decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade (REsp n° 1.035.847/RS) e (ii) os juros SELIC devem ser excepcionalmente aplicados ao ressarcimento na hipótese de Fl. 104DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 106 11 haver resistência injustificada (ato estatal que impeça ou embarace o aproveitamento dos créditos objeto de ressarcimento) (REsp n° 1.035.847/RS e REsp n° 993.164/MG). Na hipótese dos autos, não há notícia de que tenha ocorrido resistência injustificada do Fisco, a autorizar, portanto, a incidência de juros SELIC sobre as importâncias objeto de ressarcimento, como definido nos paradigmas supratranscritos. Portanto, a regra é: o ressarcimento não autoriza incidência de juros SELIC, por não configurar pagamento indevido ou a maior (§4°, do artigo 39 da Lei n° 9.250, de 26 de dezembro de 1995). Contudo, excepcionalmente, configurada a resistência injustificada do Fisco, o que pressupõe ato estatal que impeça ou embarace o direito ao ressarcimento, consoante entendimento do STJ, os créditos escriturais descaracterizamse como tais, passando a autorizar a incidência dos juros SELIC. Outrossim, é bom lembrar que o “ressarcimento” e “restituição” são institutos distintos. A restituição tem lugar quando se verifica pagamento indevido que, posteriormente, vem a ser pleiteado pelo contribuinte. Já em relação ao ressarcimento, não há prévio pagamento de tributo, portanto, não há repetição. Na hipótese de restituição, o direito à correção nasce do tributo indevidamente pago pelo contribuinte, o que não ocorre quando há ressarcimento. Corroborando o quanto foi dito e, em harmonia com a posição do STJ, a CSRF do CARF tem manifestado o entendimento que: “Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2001 RESSARCIMENTO DE CRÉDITOS. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. Incabível a atualização do ressarcimento pela taxa Selic, por se tratar de hipótese distinta da repetição de indébito. Recursos especiais do Procurador provido e do Contribuinte negado. (CSRF, 2°Turma, Acórdão CSRF/0203.855, pelo voto de qualidade, julgado em 13/02/09) (g.n.) Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Fl. 105DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 107 12 Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL TAXA SELIC. É imprestável como instrumento de correção monetária, não justificando a sua adoção, por analogia, em processos de ressarcimento de créditos incentivados, por implicar concessão de um “plus”, sem expressa previsão legal. O ressarcimento não é espécie do gênero restituição, portanto inexiste previsão legal para atualização dos valores objeto deste instituto. Recurso provido. (CSRF, 3°Turma, Acórdão CSRF/930300.733, pelo voto de qualidade, julgado em 02/02/10) (g.n.) Assim, por não haver nos autos notícia de resistência injustificada, não há razão que ampare a incidência de juros SELIC na hipótese de ressarcimento. Prescrição Superado esse ponto, passo a análise da questão seguinte, que diz respeito à suposta prescrição dos débitos. Alega a Requerente que os débitos objeto do presente processo estão prescritos. Tal alegação se baseia no entendimento de que a declaração de compensação não suspende o prazo prescricional. Todavia, o exame dos autos mostra que de prescrição não se trata. Dispõe a Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 que: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 108 13 (...) § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. Da leitura do dispositivo, notase que o crédito tributário declarado em pedido de compensação pelo sujeito passivo (i) extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, (ii) confere à Administração o prazo de 5 (cinco) anos para homologação da declaração apresentada pelo sujeito passivo e (iii) constitui confissão de dívida. Notese ainda que o manejo de manifestação de inconformidade e recursos autoriza a suspensão da exigibilidade, na forma do artigo 151, III do Código Tributário Nacional. Da inteligência do dispositivo em apreço despontam as seguintes conclusões: (i) o pedido de compensação formalizado pelo sujeito passivo é instrumento suficiente para ajuizamento da execução fiscal, uma vez que consiste em confissão de dívida, portanto, regese pelo prazo prescricional, porém, (ii) o crédito tributário declarado pelo sujeito passivo em pedido de compensação não é definitivamente extinto, sujeitandose a condição resolutória de sua ulterior homologação, autorizandose, portanto, que o sujeito ativo audite os créditos declarados pelo sujeito passivo, assim, nessa hipótese, vindo a não homologar, ou homologar parcialmente o crédito, fica assegurado ao sujeito passivo a ampla defesa e o contraditório, suspendendose a exigibilidade do crédito tributário, na forma do artigo 151, III do CTN. Como se vê, na segunda hipótese, não há falar em prazo prescricional, mas sim, prazo decadencial, eis que o crédito não se encontra definitivamente constituído, sendo Fl. 107DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 109 14 lhe suprimido o atributo exigibilidade, até solução definitiva do contencioso administrativo fiscal. O julgado abaixo, embora trate de parcelamento, confirma o quanto se disse quanto à suspensão da exigibilidade na hipótese de se instaurar o contencioso administrativo: (...) 9. O STJ possui orientação pacificada no sentido de que, instaurado o contencioso administrativo, a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa até a decisão final. Exemplo tradicional nesse sentido é o caso dos pedidos de compensação pendentes de análise pelo Fisco. 10. É correto concluir, com base na análise da legislação tributária acima mencionada e nos precedentes jurisprudenciais, que, enquanto pendente de solução final, inexiste o atributo da "exigibilidade" do crédito tributário devido pelo contribuinte excluído do Refis. Por essa razão, o singelo ato unilateral de indeferimento da opção pelo respectivo regime de parcelamento não determina o reinício do lapso prescricional. (STJ. Segunda Turma. Rel.Min. Herman Benjamin. REsp n° 1.144.962/SC. DJe 01/07/2010) (g.n.) E se o crédito não foi definitivamente constituído, por faltarlhe o atributo exigibilidade, não há falar em prescrição, tampouco na suspensão desse prazo, mas, sim, em decadência. À vista do §5° do artigo 74 da Lei n° 9.430/96, o Fisco tem 5 anos, contados da data da transmissão do pedido eletrônico de compensação para homologar, ou não, o crédito tributário do sujeito passivo. Como visto, a auditoria dos pedidos de compensação se deu num intervalo de aproximadamente 4 anos, portanto, dentro de prazo que tinha o Fisco para rever as declarações prestadas pelo sujeito passivo. Por sua vez, em face desse despacho decisório, insurgiuse a Recorrente, opondose à homologação parcial do crédito. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 110 15 Nas hipóteses em que há suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força da instauração do contencioso administrativo, já decidiu o STJ que, até solução do litígio, não correm os prazos de prescrição ou decadência: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO ORIGINAL E LANÇAMENTO COMPLEMENTAR. ART. 18, §3º, DO DECRETO N. 70.235/72. CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL DO DIREITO DO FISCO DE CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ART. 173, I, II E PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. 1. Regra geral, "o Código Tributário Nacional estabelece três fases inconfundíveis: a que vai até a notificação do lançamento ao sujeito passivo, em que corre prazo de decadência (art. 173, I e II); a que se estende da notificação do lançamento até a solução do processo administrativo, em que não correm nem prazo de decadência, nem de prescrição, por estar suspensa a exigibilidade do crédito (art. 151, III); a que começa na data da solução final do processo administrativo, quando corre prazo de prescrição da ação judicial da Fazenda (art. 174)" (Supremo Tribunal Federal, RE N. 95365/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Décio Miranda, julgado em 13.11.1981). Na mesma linha, este Superior Tribunal de Justiça no REsp 58774 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, julgado em 22.11.1995. (STJ. Segunda Turma. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. REsp n° 1.212.658/RS. DJe 15/03/2011) (g.n.) Não bastasse a inexistência suspensão do prazo decadencial e, portanto, a tempestividade da auditoria procedida pela Administração Tributária, a título de remate, é bom lembrar que as súmulas invocadas pela Recorrente nada alteram o quadro decisório dos autos. Está estampado na súmula vinculante n° 8, do Supremo Tribunal Federal que a declaração de inconstitucionalidade nela vazada alcança apenas certas regras que desbordaram os limites estabelecidos pela lei que disciplinou as normas gerais de direito tributário, na forma do artigo 146, III, b da Constituição Federal: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Indiferente a inconstitucionalidade dessas regras, já que elas nada interferem, sequer se aplicam, à questão posta nos autos. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 111 16 Igualmente inaplicável o disposto na súmula n° 409 do STJ, já que, como visto, nos autos, de prescrição não se cuida: Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC). Assim, sem razão a Recorrente. Remissão dos débitos Alega ainda a Recorrente que se confirmada a homologação parcial de seu crédito, o débito relativo à importância não homologada estaria remitido por força do artigo 14 da Medida Provisória n° 449, de 3 dezembro de 2008, posteriormente convertida na Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009, pois o valor total do débito não alcançaria o montante de R$10.000,00 (dez mil reais). Dispõe o artigo 14 da Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009 que: Art. 14. Ficam remitidos os débitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro de 2007, estejam vencidos há 5 (cinco) anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). § 1o O limite previsto no caput deste artigo deve ser considerado por sujeito passivo e, separadamente, em relação: I – aos débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; II – aos demais débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional; III – aos débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das Fl. 110DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10783.908240/200811 Acórdão n.º 3202000.630 S3C2T2 Fl. 112 17 contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e IV – aos demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 2o Na hipótese do IPI, o valor de que trata este artigo será apurado considerando a totalidade dos estabelecimentos da pessoa jurídica. § 3o O disposto neste artigo não implica restituição de quantias pagas. § 4o Aplicase o disposto neste artigo aos débitos originários de operações de crédito rural e do Programa Especial de Crédito para a Reforma Agrária – PROCERA transferidas ao Tesouro Nacional, renegociadas ou não com amparo em legislação específica, inscritas na dívida ativa da União, inclusive aquelas adquiridas ou desoneradas de risco pela União por força da Medida Provisória no 2.1963, de 24 de agosto de 2001. Inviável, todavia, tal análise no âmbito do recurso voluntário, visto que o dispositivo em apreço exige a consolidação de todos os débitos do sujeito passivo para fins de verificar se foi respeitado o limite de R$10.000,00 (dez mil reais), e o recurso em pauta trata apenas do reexame da decisão recorrida, onde há apenas parte do débito, não sua totalidade. Na forma do §1° do dispositivo supratranscrito, tal análise deverá ser feita pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, quando definitivamente constituído o crédito tributário no âmbito do processo administrativo fiscal. Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário interposto pela Recorrente, mantendo a decisão recorrida tal como lançada, por seus próprios fundamentos. Gilberto de Castro Moreira Junior Fl. 111DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 11516.000789/2009-51
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3801-000.419
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 16 .0 00 78 9/ 20 09 -5 1 Fl. 441DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 3 2 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos, em razão do princípio da economia processual: Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento – PER de créditos da contribuição ao PIS de incidência nãocumulativa apurados no mercado interno no segundo trimestre do anocalendário 2006. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis – DRF/FNS proferiu Despacho Decisório no qual indeferiu o Pedido de Ressarcimento, em vista de que, apesar de reiteradamente intimada, a contribuinte não apresentou arquivos digitais representativos dos documentos fiscais, previstos na Instrução Normativa SRF nº 86/2011 e no Ato Declaratório Executivo Cofis ADE n° 15/2001 passíveis de aproveitamento. Fundamenta a autoridade fiscal que as inconsistências nos arquivos digitais e nos arquivos do SINCO Notas Fiscais, principalmente em relação aos créditos e débitos relativos aos itens das notas fiscais, não permitiram a corroboração dos valores informados nos Demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais DACON, tornando qualquer verificação do crédito pleiteado igualmente inconsistente. Inconformada com o indeferimento do pedido, a contribuinte apresenta Manifestação de Inconformidade na qual alega que: conforme despacho decisório houve somente alguns arquivos digitais apresentados com supostas inconsistências; em atenção às diversas intimações, apresentou inúmeras vezes os arquivos digitais requisitados, elaborados de acordo com os parâmetros estipulados pelo ADE Cofins nº 15/2001 e seus anexos; os arquivos digitais apresentados foram devidamente validados mediante Sistema Validador e Autenticador de Arquivos Digitais – SVA, bem como passados pelo SINCO, não contendo nenhuma ressalva ou problema; os arquivos digitais abriram de forma integral e sem apresentar nenhuma falha ou inconsistência nos computadores da empresa, indicando alguma incompatibilidade com os equipamentos utilizados pelo agente fiscalizador; apresentou todas as informações requisitadas, estando os arquivos devidamente validados e respeitando os parâmetros do ADE nº 15/01, assim, caberia à autoridade fiscal procurar verificar se seus equipamentos se encontram atualizados e compatíveis, ou ainda, requisitar os arquivos digitais em outros formatos, ou mesmo a apresentação dos documentos físicos para verificação do crédito; Fl. 442DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 4 3 o ADE nº 15/01 e a Instrução Normativa nº 86/01 não informam qual a extensão do arquivo a ser apresentado ou mesmo a versão do programa; a falta de indicação da classificação das mercadorias em alguns arquivos digitais não poderia representar óbice ao reconhecimento dos créditos requeridos, uma vez que o direito de crédito está constitucional e legalmente assegurado, não podendo ser negado quando configuradas as hipóteses previstas na legislação e muito menos ser preterido em função de supostas inconsistências na visualização de arquivos digitais validamente apresentados; por força do princípio da verdade material, se os créditos existem, a autoridade fiscal não pode se furtar em reconhecêlos, uma vez que os documentos apresentados comprovam de forma cabal a existência dos créditos requeridos. E conclui: Lembrese: todas as informações necessárias para a verificação da existência dos créditos requeridos pela empresa estavam à disposição do agente fiscalizador. Problemas de compatibilidade entre alguns dos arquivos digitais apresentados pela empresa e os equipamentos da fiscalização não poderiam servir de óbice ao reconhecimento dos créditos requeridos, especialmente porque a cooperativa dispõe de todos os documentos físicos (livros devidamente escriturados, notas fiscais, entre outros) para a verificação dos créditos. A DRJ em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DOCUMENTOS. NÃO APRESENTAÇÃO. INDEFERIMENTO. O postulante de direito creditório deve apresentar todos os livros fiscais e contábeis, arquivos digitais e demais documentos ou esclarecimentos solicitados pelo Fisco, necessários à análise do direito creditório postulado, sob pena de indeferimento do pleito. PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário com as seguintes alegações: a decisão de primeira instância possui grave contradição em suas próprias conclusões; a recorrente apresentou vários arquivos magnéticos em resposta às intimações efetuadas; Fl. 443DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 5 4 apenas alguns desses arquivos apresentaram pequenas inconsistências, em grande parte geradas por conflito entre os formatos dos arquivos; se apenas parte dos arquivos não pode ser verificada por apresentar inconsistências (geradas apenas por erros de leitura dos arquivos), seria indispensável a realização de diligência para verificar tais informações; somente em questões pontuais a fiscalização ficou em dúvida; é desproporcional e desarrazoado indeferir a totalidade do crédito quando apenas uma pequena parte suscitou dúvidas à fiscalização; a escrita fiscal da recorrente está e sempre esteve inteiramente à disposição da fiscalização, e possui todas as informações necessárias a comprovação do crédito requerido; quanto à suposta impossibilidade de análise dos arquivos magnéticos, por estes estarem supostamente em desacordo com a legislação, a decisão de primeira instância deixou de levar em consideração os ditames do próprio art. 65 da IN SRF 900/08; cumpriu rigorosamente o requisito formal estabelecido no art. 65 da IN SRF 900/08, uma vez que todos os arquivos digitais apresentados forma validados através do SVA, e demonstram de forma clara e precisa a origem do crédito requerido; o direito a crédito dos contribuintes, especificamente no caso dos tributos nãocumulativos, é garantido constitucionalmente e legalmente; junta ao presente recurso dois DVDS que contém todas as informações necessárias para a verificação do crédito, nas extensões específicas requeridas pela fiscalização; o indeferimento do Pedido de Restituição não é cabível quando o motivo é a não apresentação de documentos requeridos, ensejando apenas o arquivamento do pedido nos termos do art. 40 da Lei 9.784/99 e no art. 103 do Decreto 7.574/11; o arquivamento do Pedido de Ressarcimento até o cumprimento das exigências fiscais é medida que se impõe a Administração, por força de Lei. Colaciona jurisprudência administrativa. Por fim, requereu que o recurso fosse conhecido e provido para: a) reconhecer o crédito pleiteado no presente pedido de ressarcimento; b) seja determinada a realização de diligência para verificar a existência do crédito. Em complemento as razões do recurso voluntário, a recorrente apresentou petição com os seguintes argumentos: Fl. 444DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 6 5 os prazos constantes das intimações fiscais para a apresentação dos documentos não permitiram à empresa a conversão de todos os arquivos digitais que comprovam os créditos para o formato exigido pelo agente fiscalizador; a COREC determinou que o prazo hábil para a apresentação dos arquivos magnéticos deve ser de 110 dias, nos termos do Ato Declaratório Executivo nº 03/2012, publicado no DOU em 15/08/2012; sendo norma procedimental que beneficia a empresa, deve ser aplicada retroativamente em respeito ao art. 106, II, “b” do CTN; consequentemente, os documentos magnéticos para a comprovação dos créditos poderiam ser apresentados em até 110 dias. Por último, requereu que fosse aplicado o ADE 3/2012 ao presente processo. É o relatório. Fl. 445DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 7 6 Voto O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. Tenhase presente que após a Emenda Constitucional 42/2003 a não cumulatividade das contribuições PIS e Cofins foi assegurada constitucionalmente. As Leis nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com as alterações posteriores, disciplinam o regime da nãocumulatividade das contribuições PIS e Cofins, respectivamente. Para o exercício da nãocumulatividade das contribuições essas leis asseguram ao sujeito passivo o direito de descontar créditos sobre custos e despesas enumerados nos respectivos atos legais citados. A Instrução Normativa RFB nº 900, de30 de dezembro de 2008, estabelecia: Art. 27. Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das respectivas contribuições, poderão ser objeto de ressarcimento, somente após o encerramento do trimestrecalendário, se decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados: I às receitas resultantes das operações de exportação de mercadorias para o exterior, prestação de serviços a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas, e vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação; ou II às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou nãoincidência. (...) Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. (...) (grifouse) Posto, em tese, o direito do contribuinte, passase ao exame da situação fática probatória. Do exame dos autos administrativos, constatase que por diversas vezes a recorrente foi intimada a comprovar o seu direito creditório. Em atendimento às diversas Fl. 446DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 8 7 intimações apresentou uma série de arquivos magnéticos, conforme recibo de entrega de arquivos digitais. Por seu turno, a autoridade fiscal ao examinar os arquivos digitais identificou uma série de inconsistência e/ou formato incompatíveis com o ADE COFIS 15/2001. É fato que a recorrente sempre atendeu as intimações da autoridade fiscal, ainda que de forma deficiente, situação admitida em seu recurso voluntário. O indeferimento do pedido de ressarcimento com a justificativa de inconsistências nos arquivos digitais apresenta se desproporcional ao direito da contribuinte. Convém ressaltar que eventuais erros na apresentação dos arquivos digitais não são elementos suficientes para afastar o direito de ressarcimento/compensação previsto na lei de regência, pois o Estado não deve se enriquecer ilicitamente. A questão relevante é que a recorrente de forma sistemática procurou comprovar o seu direito creditório, inclusive a fiscalização admitiu que parte dos arquivos digitais estavam corretos. Por pertinente, transcrevese o seguinte excerto da informação fiscal: “Na ocasião foi lavrado o Termo de Diligência Fiscal, Solicitação de Documentos (fls. 305/306), tendo o interessado disponibilizado a maior parte dos documentos solicitados. (grifouse) Além do mais, apresentou novos arquivos digitais supostamente sem inconsistências, conforme consta em seu recurso voluntário. De sorte que não se compartilha com a tese de indeferimento do ressarcimento por eventuais inconsistências nos arquivos magnéticos, mormente quando ficou comprovado que a recorrente reiteradamente procurou solucionálas. Quanto ao argumento de que o prazo hábil para a apresentação dos arquivos magnéticos deve ser de 110 dias, nos termos do Ato Declaratório Executivo nº 03/2012, publicado no DOU em 15/08/2012, não assiste razão à recorrente. Este ato Declaratório foi emitido para o atendimento de uma situação específica, qual seja, o atendimento de intimações eletrônicas. Assim, este dispositivo legal não produz quaisquer efeitos em relação às intimações das autoridades fiscais, não eletrônicas. Ademais, não se trata de norma procedimental, pois alcança um universo específico de contribuintes, logo não se aplica o princípio da retroatividade benigna disposto no art. 106, inciso II, alínea “b”, do Código Tributário Nacional. Destarte, na solução deste litígio adotase como prazo para a apresentação dos arquivos digitais e sistemas utilizados por parte da recorrente o disposto no art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro de 2001 (DOU de 23/10/2001, pág. 18), in verbis: Art. 2o As pessoas jurídicas especificadas no art. 1o, quando intimadas pelos AuditoresFiscais da Receita Federal, apresentarão, no prazo de vinte dias, os arquivos digitais e sistemas contendo informações relativas aos seus negócios e atividades econômicas ou financeiras.(grifouse) Fl. 447DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11516.000789/200951 Resolução nº 3801000.419 S3TE01 Fl. 9 8 Com efeito, é incontroverso o bom direito da recorrente, visto que esse litígio administrativo tem como objeto principal o ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep ou da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados são insuficientes para se apurar os créditos da contribuição. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) receba os arquivos apresentados no recurso voluntário, efetue sua autenticação e validação nos sistemas da RFB; b) caso constate inconsistências nos arquivos magnéticos, intime o contribuinte para no prazo de 20 (vinte) dias a solucionálas; c) a partir dos arquivos magnéticos e com base na escrituração fiscal e contábil, não havendo inconsistências impeditivas, apure eventual valor passível de ressarcimento com base na legislação de regência; d) cientifique a interessada quanto ao teor da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de vinte dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 448DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 13/03/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10384.001149/2003-53
Turma: Oitava Turma Especial
Câmara: Oitava Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
ESTIMATIVAS MENSAIS. PARCELAMENTO E MULTA ISOLADA. IMPOSSIBILIDADE DE CONCOMITÂNCIA.
Uma vez admitida a DCTF como instrumento válido para a cobrança e execução de estimativas mensais, e promovida uma dessas medidas, ou ainda o parcelamento deste tipo de débito, não há que se cogitar de exigência de multa isolada. Ou se aplica a multa isolada pela falta da estimativa, e a cobrança de tributo fica restrita ao apurado no final do ano, ou se cobra a estimativa mensal como se esta fosse um tributo normal, que foi confessado e parcelado. Impossibilidade de concomitância destas duas situações.
AJUSTE ANUAL. PARCELAMENTO DE ESTIMATIVAS.
Se a exigência do imposto no ajuste decorre da falta de estimativas, a cobrança e pagamento destas, mediante parcelamento, supre o imposto no ajuste, ao mesmo tempo em que afasta o fundamento para a sua exigência.
Numero da decisão: 1802-001.557
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 ESTIMATIVAS MENSAIS. PARCELAMENTO E MULTA ISOLADA. IMPOSSIBILIDADE DE CONCOMITÂNCIA. Uma vez admitida a DCTF como instrumento válido para a cobrança e execução de estimativas mensais, e promovida uma dessas medidas, ou ainda o parcelamento deste tipo de débito, não há que se cogitar de exigência de multa isolada. Ou se aplica a multa isolada pela falta da estimativa, e a cobrança de tributo fica restrita ao apurado no final do ano, ou se cobra a estimativa mensal como se esta fosse um tributo normal, que foi confessado e parcelado. Impossibilidade de concomitância destas duas situações. AJUSTE ANUAL. PARCELAMENTO DE ESTIMATIVAS. Se a exigência do imposto no ajuste decorre da falta de estimativas, a cobrança e pagamento destas, mediante parcelamento, supre o imposto no ajuste, ao mesmo tempo em que afasta o fundamento para a sua exigência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 11 49 /2 00 3- 53 Fl. 491DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 492DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, que considerou parcialmente procedente o auto de infração relativo à multa isolada por falta de recolhimento de estimativas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ em vários meses de 2002 (fls. 289 a 292). Este auto de infração foi lavrado em substituição ao de fls. 05 a 09, após a realização de diligência solicitada pela DRJ. Juntamente com o segundo lançamento de multa isolada por falta de estimativas, e em razão das novas constatações fiscais, também foi lavrado auto de infração referente ao IRPJ anual, apurado em 31/12/2002 (fls. 296 a 299). Para se ter uma visão completa do processo, reproduzo a seguir o relatório constante da referida decisão recorrida, Acórdão nº 0810.779, às fls. 417 a 428: “Contra o sujeito passivo de que trata o presente processo foi lavrado o auto de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, fls. 05/09, no valor total R$ 22.777,83 (multa exigida isoladamente). 2. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fls. 06/07, foi apurada a seguinte infração. 2.1. Multas Isoladas – Diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago – IRPJ/Estimativa (Verificações Obrigatórias). 2.1.1. Tendo em vista que o contribuinte, optante pelo Lucro Real anual, não levantou balanços/balancetes de redução/suspensão e não efetuou integralmente os pagamentos/compensações do IRPJ mensalmente, foram constadas divergências, durante o procedimento de verificações obrigatórias entre os valores declarados e os valores escriturados, gerando falta de pagamento do imposto, incidente sobre a base de cálculo estimada em função da receita bruta e acréscimos e/ou balanços de suspensão ou redução, conforme Papéis de Trabalho às fls. 11/12 e documentos às fls. 13/93. 2.1.2. Enquadramento Legal: arts. 222, 841, incisos III e IV, 843 e 957, parágrafo único, do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto nº 3.000/99 – RIR/99. 3. Inconformado com a exigência, da qual tomou ciência em 14/05/2003, fls. 95, apresentou o contribuinte impugnação em 04/06/2003, fls. 99/101, contrapondose ao lançamento com base nos argumentos, a seguir, sintetizados. Consta na fls. 11 do processo, o Demonstrativo da Composição da Base de Cálculo, elaborado pela fiscalização, onde foi apurada a suposta falta de recolhimento mensal por estimativa. No tocante a este demonstrativo, queremos informar que não Fl. 493DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 5 4 houve falta de recolhimento referente aos fatos geradores no ano calendário de 2002. Na verdade, a fiscalização não considerou no mencionado demonstrativo, a redução na base de cálculo, para efeito do recolhimento mensal por estimativa, a redução de 75% na fabricação de caixas d’água, concedido através da Portaria DAI/ITE 0019/2001, concedido pela antiga SUDENE, conforme cópia em anexo. Neste sentido, estamos anexando Demonstrativo dos Valores referente aos Produtos Sujeitos a redução de 75%, na forma estabelecida da Portaria SUDENE DAI/ITE, datada de 05/03/2001, através das planilhas acostas a presente. Após a inclusão no Demonstrativo da Composição da Base de Cálculo, elaborado pela fiscalização, apenas o valor tributável de 25% referente à comercialização do produto caixa d’água, não haverá recolhimento a menor referente à estimativa mensal do IRPJ, como pretende a fiscalização da SRF. Além do mais, o recolhimento mensal por estimativa se reveste, na hipótese, de uma característica de provisoriedade, onde encerrado o anocalendário é calculado o montante do tributo efetivamente devido, podendo resultar, na declaração de ajuste, recolhimento a maior, por estimativa, no curso do ano calendário, caso em que o contribuinte tem direito à restituição ou compensação, ou ainda uma diferença de tributo a ser recolhido. O certo é que, no presente caso, o contribuinte embora tivesse recolhido as estimativas com insuficiência, uma vez concluído o período anual de incidência do imposto, restou confirmado que os recolhimentos efetuados mensalmente, no curso do ano calendário, superaram, largamente, o montante da IRPJ efetivamente devido. A propósito dos novéis litígios fiscais envolvendo os recolhimentos mensais por estimativa, após encerrado o ano calendário, a jurisprudência administrativa vem se firmando no sentido da improcedência dos lançamentos efetuados após encerrado o anocalendário, para exigência do imposto do IRPJ, que embora de recolhimento mensal, deixou de ser efetuado, em situações em que se apurou a exemplo, o recolhimento a menor ou insuficiência de recolhimentos de estimativas mensais multa isolada. Nesse sentido, a defesa transcreve às fls. 101 ementa do Acórdão nº 10320.572, de 19/04/2001 do Conselho de Contribuintes. Isto exposto e com base no Decreto nº 70.235/72, com as alterações introduzidas pelas Leis nos 8.748/93 e 9.532/97, vem a impugnante requerer o Cancelamento do Auto de Infração, em virtude da fiscalização não considerar na base de cálculo do IRPJ por estimativa mensal, a redução de 75% referente ao produto caixa d’água, na forma concedida pela SUDENE, através da Portaria DAI/ITE nº 0019/2001 por ser uma questão de justiça. Fl. 494DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 6 5 4. Ao apreciar a matéria, esta instância julgadora decidiu pela conversão do julgamento em diligência para que fosse verificada a autenticidade dos documentos anexados pela defesa, relativos à fabricação de caixas d’água, cuja atividade goza de incentivo fiscal concedido através da Portaria DAI/ITE 0019/2001, fls. 102/103. 5. Conforme Termo de Encerramento de Diligência, fls. 283/284, foram verificados os seguintes fatos, em decorrência dos exames efetuados: 5.1. O contribuinte fez constar na DCTF 1º Trimestre/2002, o débito R$ 1.371,52, referente ao período de apuração 01/2002 de Contribuição Social Estimativa, indicando sua compensação com Ressarcimento de IPI, Processo 10.284.000285/200164. Ao consultar o extrato deste processo, cópia anexa fls. 270/273, verificamos que não consta compensação de débitos de Contribuição Social Estimativa do período de apuração 01/2002. Mais ainda, encontramos apenas compensação referente ao período de apuração 12/2002, no valor de R$ 4.572,43, processo 10384.000297/200351. Constatamos que o pagamento referente ao Período de Apuração 09/2002, no valor de R$2.507,95, Contribuição Social Estimativa Mensal, foi realizado. 5.2. Refizemos a base de cálculo do IRPJ estimativa no ano calendário 2002, recalculando o IRPJ estimativa e a multa pertinente de 75%, referente às diferenças encontradas, que se encontram demonstradas na planilha às fls. 294. Consideramos o coeficiente de 8% para a da base de cálculo do IRPJ estimativa referente a receita de serviços, por se tratar de atividade de construção civil, com emprego de materiais, nos termos do ADN 6/97. As compensações de imposto de renda estimativa mensal informadas em DCTF, cópia às fls. 275/281, no processo 10284.000285/200164, não foram comprovadas, conforme extrato referido processo. Foi comprovada a compensação do período de apuração 12/2002, processo 10384.000297/200351, doc. anexo as fls. 274. Consideramos o pagamento de imposto de renda estimativa mensal no valor de R$ 2.694,85, tela SIEF às fls. 280, compensando os saldos com os débitos dos períodos de apuração 10/2002 e 11/2002. 5.3. Tendo em vista que a não comprovação de compensações informadas pelo contribuinte ensejou o surgimento de créditos tributários novos de CSLL e IRPJ, procedemos a elaboração dos auto de infração pertinentes as multas por falta de pagamento das estimativas mensais de CSLL e IRPJ, substituindo os autos de infração originais constantes dos processos acima ventilados, salientando que foi elaborado auto de infração para lançar saldo de IRPJ, anocalendário 2002. Foi elaborado Termo Complementar ao Auto de Infração, e reaberto o prazo para contestação do contribuinte. 6. Os novos autos de infração lavrados foram os seguintes: 6.1. Auto de infração complementar, relativo à Multa exigida isoladamente, no valor de R$ 4.147,80. Conforme consta no Fl. 495DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 7 6 Termo Complementar ao Auto de Infração, fls. 287, referido lançamento substitui o auto de infração às fls. 04/10 do presente processo. 6.2. Imposto de Renda Pessoa Jurídica, fls. 296/299, no valor total de R$ 22.218,69, incluindo encargos legais. 7. Cientificado das novas exigências, o contribuinte apresentou nova impugnação, fls. 311/315, contrapondose aos lançamentos com base nos argumentos a seguir sintetizados. 7.1. A defesa apresenta, inicialmente, quadros indicando os valores apurados e informados na DIPJ e nas DCTF’s, fls. 312/313. 7.2. Por outro lado, a alegação utilizada pela Autoridade Fiscal para efetuar a cobrança da multa isolada foi a de que o contribuinte procedeu compensações do IRPJ Estimativa no período, através dos processos nºs 10384.001149/200353 e 10384.000285/200164, não foram comprovadas por ocasião da Diligência determinada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza CE. 7.3. Quanto às compensações efetuadas, esclarece o contribuinte que, na realidade o pagamento do IRPJ Estimativa no período de janeiro a dezembro de 2002 foi devidamente compensado, só que através do processo nº 20440000002622 da Justiça Federal de Teresina Piauí da 5ª Vara e do Processo Administrativo nº 10384.452154/200410, referente à inclusão no PAES, conforme extrato anexado a presente. 7.4. Informa que durante a diligência foi intimado a apresentar cópia do processo judicial nº 20440000002622 referente ao crédito de IPI levantado pela Autuada, mas não foi possível, em virtude, de o mencionado processo encontrarse em tramitação em Brasília DF, e não ter chegado a tempo para apresentação à Autoridade Fiscal. 7.5.Esclarece que está apresentando DCTF Retificadora referente ao período de janeiro a dezembro de 2002, com o pagamento do IRPJ Estimativa efetuado através do crédito do IPI requerido pela Autuada junto ao Poder Judiciário e do processo administrativo nº 10384.452154/200410, referente o parcelamento de parte do IRPJ Estimativa no PAES e solicitando a substituição dos processos administrativos nº 10384.000285/200164 e 10384.001150/200388 para o processo judicial nº 20440000002622 e para o processo administrativo nº 10384.452154/200410 constante das respectivas DCTF,s apresentadas tempestivamente. 7.6. Melhor dizendo, as compensações dos valores do IRPJ Estimativa referente ao anocalendário de 2002, foram compensadas através do processo judicial nº 20440000002622 e do Processo Administrativo nº 10384.452154/200410, este último, referente à inclusão de parte do pagamento no PAES. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 8 7 Neste caso, informa que está apresentando as DCTF’s do período com a devida retificação. 7.7. Vale dizer, portanto, que o valor do IRPJ Estimativa referente ao anocalendário de 2002 foi pago através da compensação do crédito de IPI pleiteado através do processo nº 20440000002622, que se encontra tramitando na Justiça Federal de Teresina Piauí na 5ª Vara e do processo administrativo do PAES nº 10384.452154/200410. 7.8. Diante dos fatos relatados requerer o Cancelamento do Auto de Infração, em virtude do mencionado lançamento não ter mais objeto e por ser uma questão de justiça.” Conforme mencionado, a DRJ Fortaleza/CE, em 18/05/2007, ao proferir o Acórdão nº 0810.779 (fls. 417 a 428), considerou parcialmente procedente o lançamento, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2002 RECEITAS DA ATIVIDADE INCENTIVADA. As receitas provenientes de atividade incentivada não compõem a base de cálculo do imposto, na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao regime de tributação com base no lucro real, faz jus. MULTA ISOLADA. ESTIMATIVA MENSAL. 1. Constatado que o contribuinte deixou de efetuar os recolhimentos das estimativas devidas, correta é a exigência da multa isolada sobre a parcela não recolhida. 2. O fato de o contribuinte ter confessado os valores devidos por estimativa em declaração de rendimentos ou na DCTF, não afasta a incidência da multa isolada, prevista no art. 957, parágrafo único, inciso IV, do RIR/99. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2002 COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo/contribuição, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. PARCELAMENTO ESPECIAL PAES. Improcede a parcela do crédito tributário lançado de ofício, quando o contribuinte comprova que, anteriormente à ação fiscal, havia incluído tais valores no parcelamento especial PAES. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 9 8 APLICAÇÃO RETROATIVA DA MULTA MENOS GRAVOSA. A multa por falta de recolhimento da estimativa mensal, no percentual de 50%, de que trata o artigo 44, II, da Lei nº 9.430/96, com redação dada pela Medida Provisória nº 351, de janeiro de 2007, sendo menos gravosa que a vigente ao tempo da ocorrência do fato gerador, aplicase retroativamente, tendo em vista o disposto no artigo 106, II, "c" do Código Tributário Nacional. Lançamento Procedente em Parte” A Delegacia de Julgamento registrou que a contribuinte, após ter sido cientificada da nova exigência, não mais se manifestou sobre o erro inicial na apuração da base de cálculo, o que demonstrou ter sido superada a discussão relativa a essa matéria. Com relação aos argumentos trazidos na segunda impugnação, a DRJ considerou que a confissão das estimativas em declaração de rendimentos ou DCTF não afasta a incidência da multa isolada. Além disso, foi rejeitada a quitação das estimativas por meio das alegadas compensações decorrentes do processo judicial nº 20440000002622, uma vez que ainda não teria ocorrido o trânsito em julgado para conferir certeza e liquidez aos créditos. Já o argumento de que parte dos débitos referentes às estimativas haviam sido incluídos no parcelamento especial – PAES foi considerado procedente, “haja vista que o Demonstrativo dos Débitos Consolidados do PAES, às fls. 415, indica a inclusão de valores relativos a períodos compreendidos pela autuação (processo nº 10384.452154/200410)”. Em razão disso, foram retificados os valores da multa isolada nos meses de junho a agosto de 2002. Por outro lado, a DRJ, considerando que o contribuinte ainda não havia liquidado integralmente o parcelamento em referência, deixou de promover qualquer ajuste no valor do imposto anual, apurado em 31/12/2002. Esse entendimento se baseou na Solução de Consulta nº 257/2004, da Disit/10ª RF, cuja ementa está transcrita na decisão de primeira instância. Finalmente, a DRJ aplicou a retroatividade benigna, para reduzir a multa isolada ao percentual de 50%. Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 01/06/2007 (fl. 435), a Contribuinte apresentou em 28/06/2007 o recurso voluntário de fls. 436 a 438, com os seguintes argumentos: a alegação da Autoridade Julgadora de primeira instância para manter parcialmente a cobrança da multa isolada foi que a contribuinte não poderia proceder à compensação de tributos com créditos oriundos de processo cuja decisão ainda não havia transitado em julgado; no entanto, a mesma Autoridade Julgadora fez constar em sua decisão, folha 246 dos autos, um demonstrativo referente aos meses de junho, julho e agosto de 2002, reconhecendo a inclusão no PAES de valores muito maiores do que os apurados de ofício pela Fl. 498DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 10 9 Autoridade Fiscal em relação a esses períodos (valor apurado de ofício = 4.150,56 e valor incluído no PAES = 12.000,11); embora ciente da inclusão a maior no PAES, nos meses de junho e julho de 2002, a DRJ se omitiu sobre isso, preferindo cobrar somente os valores a favor do fisco; o Código Civil estabelece em seu art. 876 “que aquele que recebe o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição”; sendo assim, porque a DRJ não utilizou o pagamento a maior nesses meses para quitar os valores que julgou em aberto, que somam apenas a quantia de R$ 2.140,35, enquanto que o valor da inclusão a maior foi de R$ 8.610,06? restou caracteriza a figura do enriquecimento ilícito por parte do fisco, porque o valor de R$ 8.610,06 foi incluído indevidamente no PAES e está sendo pago pelo contribuinte, caracterizando pagamento sem causa; em relação aos demais meses, foi publicada em 04/05/2005, nas fls. 74/77 do Diário Oficial da Justiça nº 5393, a sentença no processo nº 2004.40.00.0002622, com decisão favorável à contribuinte, conforme cópia de consulta em anexo. Ao final do recurso, a Contribuinte solicitou que fosse julgado improcedente o auto de infração. Em 28/05/2009, a antiga 5ª Turma Especial do CARF proferiu a Resolução nº 180500.002 (fls. 442 a 446), para que a Delegacia de origem esclarecesse o encaminhamento dado às DCTF, tanto às originais, quanto às retificadas após a fiscalização, onde a Contribuinte havia declarado (ou confessado) estimativas nos meses em que estava sendo exigida a multa isolada por falta de recolhimento das mesmas. As informações foram devidamente prestadas, e o processo foi devolvido ao CARF para a retomada do julgamento do recurso voluntário. Este é o Relatório. Fl. 499DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 11 10 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a controvérsia não envolve apenas a multa isolada por falta de recolhimento das estimativas de IRPJ do anocalendário de 2002. Vimos que, ao modificar o lançamento referente à multa isolada por falta de estimativas mensais, a Fiscalização acabou apurando débito em aberto para o IRPJ anual. Por esse motivo, também lançou o tributo no ajuste, conforme demonstrativo de fls. 302 e auto de infração de fls. 296 a 299. O relatório contido no tópico anterior esclarece detalhadamente os fatos que motivaram a alteração do primeiro lançamento, e várias das questões inicialmente apontadas pela Contribuinte restaram superadas. No contexto do presente recurso voluntário, o que importa é mencionar que após revisar o lançamento originalmente feito, a Fiscalização apurou que a Contribuinte deveria ter recolhido os seguintes valores a título de estimativa mensal de IRPJ no ano calendário de 2002: PA IRPJ/Estimativa devida jan/02 331,68 fev/02 126,37 mar/02 501,60 abr/02 143,45 mai/02 276,74 jun/02 1.309,08 jul/02 1.923,93 ago/02 917,55 set/02 948,59 out/02 681,24 nov/02 895,63 dez/02 967,39 Total 9.023,25 A peça fiscal esclarece que o pagamento referente a setembro gerou excesso suficiente para quitar também as estimativas de outubro e novembro; que a estimativa de dezembro foi quitada por compensação considerada válida; e que as estimativas de janeiro a Fl. 500DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 12 11 agosto estavam em aberto, porque a compensação destinada a quitálas fora embasada em crédito proveniente de decisão judicial não transitada em julgado. Tais constatações balizaram a apuração das bases de cálculo para a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas: PA IRPJ/Estimativa não recolhida BC da multa isolada jan/02 331,68 fev/02 126,37 mar/02 501,60 abr/02 143,45 mai/02 276,74 jun/02 1.309,08 jul/02 1.923,93 ago/02 917,55 Total 5.530,40 O não reconhecimento das estimativas que a Contribuinte entendia como devido e pago implicou também na exigência de IRPJ em relação ao ajuste anual de 2002, no valor de R$ 9.177,49 (rubrica principal). A Delegacia de Julgamento, ao examinar a segunda impugnação apresentada pela Contribuinte, considerou: que a confissão das estimativas em declaração de rendimentos ou DCTF não afastava a incidência da multa isolada; que não poderia ser aceita a quitação das estimativas por meio das alegadas compensações decorrentes do processo judicial nº 20440000002622, uma vez que ainda não teria ocorrido o trânsito em julgado para conferir certeza e liquidez aos créditos; que deveria ser acatado o argumento de que parte dos débitos referentes às estimativas haviam sido incluídos no parcelamento especial – PAES, o que implicou na retificação dos valores da multa isolada nos meses de junho a agosto de 2002; que não devia ser realizado qualquer ajuste no valor do imposto anual, apurado em 31/12/2002, porque a Contribuinte ainda não havia liquidado integralmente o parcelamento em referência (entendimento baseado na Solução de Consulta nº 257/2004, da Disit/10ª RF, cuja ementa está transcrita na decisão); e que a multa isolada deveria ser reduzida de 75% para 50%, em razão da retroatividade benigna. Fl. 501DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 13 12 Os valores das estimativas mensais incluídas no PAES e a repercussão deste parcelamento na base de cálculo da multa isolada estão demonstrados da seguinte forma na decisão de primeira instância: PA Valor apurado Valor incluído Diferença de ofício no PAES a tributar jun/02 1.309,08 4.148,62 0 jul/02 1.923,93 7.694,45 0 ago/02 917,55 157,04 760,51 Deste modo, após a decisão de primeira instância, remanesceram as exigências do IRPJ no ajuste (R$ 9.177,49) e também das multas isoladas discriminadas no quadro abaixo: PA IRPJ/Estimativa Multa isolada não recolhida 50% BC da multa isolada jan/02 331,68 165,84 fev/02 126,37 63,19 mar/02 501,60 250,80 abr/02 143,45 71,73 mai/02 276,74 138,37 ago/02 760,51 380,26 Total 2.140,35 1.070,18 As questões suscitadas no recurso voluntário demandam análise sobre três pontos: o aproveitamento dos excedentes das estimativas incluídas no PAES, a declaração/ confissão de estimativas em DCTF, e a quitação destas últimas por compensação com crédito proveniente de ação judicial. Em 28/05/2009, a antiga 5ª Turma Especial do CARF proferiu a Resolução nº 180500.002 (fls. 442 a 446), para que a Delegacia de origem esclarecesse o encaminhamento dado às DCTF, tanto às originais, quanto às retificadas após a fiscalização, onde a Contribuinte havia declarado (ou confessado) estimativas nos meses em que estava sendo exigida a multa isolada por falta de recolhimento das mesmas. A DRF Teresina/PI informou o tratamento dado no sistema de cobrança, SIEF – FISCALIZAÇAO ELETRÔNICA – FISCEL, para as DCTF relativas aos meses do ano de 2002, em que a Contribuinte havia informado a realização de compensação. A resposta foi apresentada na forma de tabela: Fl. 502DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 14 13 PA Compensado/ Validado/ Parcelado/ DCTF Original/ Processo de Contribuinte RFB Contribuinte retificadora Parcelamento jan/02 799,96 0,00 799,96 100200240959784 original 10384.000121/200561 fev/02 128,96 0,00 128,21 100200240959784 original 10384.000121/200561 mar/02 1.069,96 0,00 1.069,96 100200240959784 original 10384.000121/200561 mai/02 806,19 0,00 806,19 100200381605977 retificadora 10384.000121/200561 * Valor total parcelado: 2.804,32 A Delegacia de origem informou ainda que: Em relação aos outros meses do ano de 2002, o contribuinte declarou saldo a pagar, sendo que estes estão incluídos no parcelamento do PAES, controlado pelo processo 10384.452.154/200410, com exceção de mês de setembro de 2002, que teve o pagamento vinculado pelo contribuinte e confirmado pela RFB sistema FISCEL. Vêse que as estimativas de janeiro, fevereiro, março e maio/2002 foram objeto de parcelamento, conforme os valores que haviam sido apurados pela Contribuinte. Estas estimativas, apuradas e parceladas pela Contribuinte, geram excedentes em relação aos valores levantados pela Fiscalização, de modo que não é admissível a aplicação da multa isolada. O excesso nestes meses supre a estimativa de abril e a diferença de agosto, segundo o mesmo critério que a Fiscalização adotou para os meses de setembro, outubro e novembro. Uma vez admitida a DCTF como instrumento válido para a cobrança e execução de estimativas mensais, e promovida uma dessas medidas, ou ainda o parcelamento deste tipo de débito (que é o caso), não há que se cogitar de exigência de multa isolada, porque haveria aí uma evidente contradição. Ou se aplica a multa isolada pela falta da estimativa, e a cobrança de tributo fica restrita ao apurado no final do ano, ou se cobra a estimativa mensal como se esta fosse um tributo normal, que foi confessado e parcelado. Não vejo possibilidade de concomitância destas duas situações. As multas remanescentes devem, portanto, ser canceladas. A situação é exatamente a mesma que levou a DRJ a afastar a multa isolada sobre os meses de junho a agosto, em razão do PAES. Além disso, não considero correta a decisão de não computar as estimativas parceladas (tanto as do PAES, quanto as demais) para fins de apuração do ajuste. De acordo com a DRJ, o parcelamento PAES não deveria implicar em qualquer alteração no ajuste, porque a Contribuinte não havia liquidado integralmente o Fl. 503DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 15 14 parcelamento. Como embasamento deste posicionamento, citou a Solução de Consulta n° 257 de 2004, da Disit/10ª RF, assim ementada: LUCRO REAL. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. COMPENSAÇÃO. PARCELAMENTO DE VALORES DEVIDOS POR ESTIMATIVA. O saldo negativo de IRPJ apurado no encerramento do anocalendário, oriundo de valores devidos mensalmente por estimativa, não recolhidos tempestivamente e inscritos no Paes, somente poderá ser utilizado pelo sujeito passivo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRF à medida que forem sendo pagas as parcelas do Paes, e desde que o montante já pago exceda o valor do imposto determinado com base no lucro real apurado em 31 de dezembro. O sentido desta solução de consulta é de evitar restituição/compensação de saldo negativo formado a partir de estimativas parceladas e ainda não quitadas. A idéia é correta, porque só se restitui (ou compensa) o que já foi pago, e que foi pago indevidamente ou a maior. Realmente, não há que se falar em restituição do que não foi pago. Mas o assunto aqui é outro. Não estamos tratando de restituição/compensação de saldo negativo formado a partir de estimativas parceladas, mas sim da própria exigência do imposto no ajuste, e, nesse caso, não há como deixar de considerar as estimativas parceladas. A exigência do ajuste decorre justamente da falta de estimativas. Sendo assim, numa ótica invertida, a exigência e pagamento das estimativas (via parcelamento) supre o imposto no ajuste, ao mesmo tempo em que afasta o fundamento para a sua cobrança. Seria bastante contraditório exigir da Contribuinte a quitação das estimativas e continuar exigindo o imposto no ajuste em razão da ausência destas mesmas estimativas. Os valores parcelados no montante de R$ 12.000,11, incluídos no PAES, somados ao outro parcelamento no montante de R$ 2.804,32 (resultado da diligência), são suficientes para quitar o IRPJ/ajuste no valor de R$ 9.177,49. Esta exigência, portanto, também deve ser cancelada. Finalmente, devo registrar que o Código Tributário Nacional – CTN, em seu art. 170A, realmente veda “a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial”, mas diante de todas as considerações feitas até aqui, essa questão tornouse irrelevante para a solução do processo. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 504DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10384.001149/200353 Acórdão n.º 1802001.557 S1TE02 Fl. 16 15 Fl. 505DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 10380.006115/2005-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias
Exercício: 2002
DIRF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. NEGATIVA DE AUTORIA.
Incabível a aplicação de multa por atraso no cumprimento de obrigação acessória, quando negada a autoria e ausente a comprovação da responsabilidade do contribuinte.
Numero da decisão: 2201-001.798
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso.
Matéria: IRF- penalidades (isoladas), inclusive multa por atraso DIRF
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1480; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.006115/200557 Recurso nº 165.725 Voluntário Acórdão nº 2201001.798 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 15 de agosto de 2012 Matéria IRRF Recorrente PERCILIANA CARVALHO MACIEL Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Obrigações Acessórias Exercício: 2002 DIRF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. NEGATIVA DE AUTORIA. Incabível a aplicação de multa por atraso no cumprimento de obrigação acessória, quando negada a autoria e ausente a comprovação da responsabilidade do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório Fl. 31DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo à multa por atraso na entrega da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, anocalendário de 2003, consubstanciado no Auto de Infração no valor de R$ 255,00. A autoridade fiscal lavrou a exigência sob o seguinte argumento (fls. 3): ... consta que a entrega da DIRF fora do prazo fixado na legislação, enseja a aplicação de multa correspondente de 2 % (dois por cento) sobre o montante do IRPF informado na declaração, por mêscalendário ou fração, respeitados o percentual máximo de 20 % e o valor mínimo de R$ 200,00, em se tratando de pessoa física ou pessoa jurídica optante pelo Simples e R$ 500,00 para os demais casos. A DIRF do ano calendário de 2003 tinha como prazo final de entrega 27/02/2004, a data da entrega foi em 15/01/2005, com onze meses de atraso, sendo o valor do IRRF informado de R$ 2.550,00. Cálculo da multa: 20% X 2.550,00 = R$ 510,00 X 50 %= R$ 255,00. Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, essencialmente, que não efetuou pagamento de rendimentos e tampouco reteve IRRF, razão pela qual não estava obrigada a entrega da DIRF. A 4ª Turma da DRJ em Fortaleza/CE julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado na ementa abaixo transcrita: Atraso na Entrega da DIRF A pessoa física ou jurídica obrigada a entrega da DIRF, que deixar de apresentála no prazo estabelecido, sujeitase a multa nos termos previstos na legislação de regência. Lançamento Procedente Intimada da decisão de primeira instância em 15/02/2008 (fl. 22), Perciliana Carvalho Maciel apresenta Recurso Voluntário em 14/03/2008 (fl. 24), alegando, verbis: PERCIL1ANA CARVALHO MACIEL CPF 259.051.983 49, vêm mui respeitosamente requerer o cancelamento da multa por entrega em atraso da DIRF ano calendário 2003 a qual se refere o processo N° 10380.006115/200557 tendo em vista o referido documento se tratar de uma DIRF FALSA; Ao ver o processo na RFB verifiquei que com o objetivo que ainda desconheço usaram meu nome sem meu conhecimento. Como podem verificar em minha declaração do referido ano não tive rendimentos suficientes para fazer tal pagamento a esta pessoa, pessoa esta que desconheço totalmente. Sentindome lesada procurei a Polícia Civil e fiz um Boletim de Ocorrência, em anexo, para tentar localizar este que se diz ser meu beneficiário, e assim poder entender o que aconteceu mas até agora ainda não foi nada resolvido. Certa do interesse e da responsabilidade por parte deste órgão em solucionar este tipo de fraude solicito que sejam tomadas as providencias cabíveis para que tal situação seja resolvida mais Fl. 32DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10380.006115/200557 Acórdão n.º 2201001.798 S2C2T1 Fl. 2 3 rápido possível e que sejam punidos os responsáveis por tal farsa que vem me prejudicando. Encontrome ao inteiro dispor para quaisquer esclarecimentos. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. A controvérsia dos autos cingese na negativa do sujeito passivo quanto à entrega da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, relativa ao ano calendário de 2003. Alega a suplicante que “... usaram meu nome sem meu conhecimento (...) como podem verificar em minha declaração do referido ano não tive rendimentos suficientes para fazer tal pagamento a esta pessoa (...) sentindome lesada procurei a Polícia Civil e fiz um Boletim de Ocorrência, em anexo, para tentar localizar este que se diz ser meu beneficiário...”. Pois bem, pelo que se depreende dos autos afirma a recorrente, peremptoriamente, que não entregou qualquer Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, bem como desconhece totalmente o beneficiário do malfadado rendimento. Ademais, pelo uso indevido do seu nome a contribuinte lavrou Boletim de Ocorrência solicitando a autoridade policial providencias para apuração do fato. (fl. 25). A bem da verdade, o sistema de transmissão da DIRF, via internet, não possui nenhum tipo de senha ou trava que impeça seu uso indevido e, desta forma, é plenamente possível a utilização por terceiros dos dados da recorrente. Ressaltese que quando não estão presentes nos autos prova objetiva da ocorrência de determinada situação, a autoridade julgadora formará sua livre convicção, na forma do art. 29 do Decreto. 70.235/1972: Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, (...) Destarte, com as presentes considerações entendo que não restou suficientemente provado que a recorrente tenha de fato efetuado a entrega da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, relativa ao anocalendário de 2003. Ante ao exposto, voto por dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 33DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10380.006115/200557 Recurso nº: 165.725 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201001.798. Brasília/DF, 15 de agosto de 2012. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 34DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 10860.905016/2009-81
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/01/2008
INTEMPESTIVIDADE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO.
Recurso Voluntário de acórdão da DRJ embasado em Manifestação de Inconformidade Intempestiva não deve ser conhecido.
Numero da decisão: 3803-004.108
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado.
[assinado digitalmente]
Alexandre Kern - Presidente.
[assinado digitalmente]
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. Recurso Voluntário de acórdão da DRJ embasado em Manifestação de Inconformidade Intempestiva não deve ser conhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. [assinado digitalmente] Alexandre Kern Presidente. [assinado digitalmente] João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Tratase de PER/DCOMP que buscou compensar créditos alegadamente pagos indevidamente de PIS/PASEP de período de apuração agosto/2005 com débitos de COFINS do período de apuração dezembro/2007 no valor de R$ 44.630,35. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 90 50 16 /2 00 9- 81 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 Através de Despacho Decisório Eletrônico recebido em 19/10/2009, a DRF em Taubaté/SP não homologou o PER/DCOMP pois “Foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débito do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos créditos informados no Per/DCOMP” Irresignada a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 02/12/2009, onde resumidamente alega que: a. o crédito é oriundo da exclusão do ICMS da base de calculo da COFINS b. a base de cálculo da COFINS é o faturamento, ou seja, o produto da venda de mercadorias e da prestação de serviços. c. o ICMS não se amolda ao conceito de faturamento, sendo inconstitucional a incidência de contribuição sobre esse tributo. d. a matéria em questão que se refere a exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS, se encontra em repercussão geral, no STF. Ao final pede que seu PER/DCOMP seja homologado. A contribuinte protocolou pedido de desistência da ação administrativa, porem o fez com numeração estranha ao processo. A receita federal a intimou para corrigir a numeração indicada para assim proceder. Não obteve resposta da contribuinte, razão pela qual o processo teve sua continuidade. A DRJ em Campinas/SP julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Em seu acórdão atenta para a correção da inclusão do ICMS na base de calculo das contribuições sociais. Destaca que a lei 9.718/98, norma que regulava a COFINS na época, não previa a exclusão do ICMS da base de cálculo. Anexa a sumula 94 do STJ, e lembra que o recurso extraordinário nº 240.7852/MG não foi julgado, portanto, afasta sua aplicação. Atesta a falta de provas anexadas para a comprovação do valor pago a maior. Inconformado o sujeito passivo protocolou recurso voluntário onde afirma que o conceito de faturamento e receita possui natureza constitucional e não pode ser modificado por legislação infraconstitucional. Fundamenta seu argumento anexando parte de voto proferido pelo Exmo. Min. do STF, Marco Aurélio Melo, e afirma que o valor correspondente ao ICMS não tem natureza de faturamento ou receita. Ao final pede que seja reconhecido seu direito creditório. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira O recurso é tempestivo, porem dele não tomo conhecimento. Discorrendo sobre a contagem de prazo no âmbito do processo administrativo fiscal, o artigo 5º do Decreto 70.235/72 (PAF) estabelece: Fl. 91DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10860.905016/200981 Acórdão n.º 3803004.108 S3TE03 Fl. 11 3 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Quanto ao prazo para apresentação da Manifestação de Inconformidade o § 9o do artigo 74 da Lei 9.430/96, combinado com o § 7o do mesmo dispositivo legal estabelece o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência do ato que não homologou a compensação. Em analise dos autos verificamos que o contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 19/10/2009 (Fls. 50), considerando que o dia 19/10/2009 foi uma segundafeira, a contagem do prazo iniciouse na terçafeira dia 20/10/2009 e findouse na quartafeira dia 18/11/2009, somente em 02/12/2009 (Fls. 08) a manifestação de inconformidade foi protocolizada. Não identificamos a existência de feriados ou falta de expediente na repartição, tão pouco a recorrente defende a tempestividade em seu recurso, o que seria natural em ocorrendo situações excepcionais como motivos de força maior, greve e outros eventos. Entendemos que errou a DRJ em Campinas/SP ao atestar a tempestividade da Manifestação de Inconformidade e manifestarse sobre as questões de mérito sem ao menos justificar a sua certificação de tempestividade. Verificamos, ainda, que o contribuinte em sua manifestação de inconformidade assim escreve: “Em 20.10.2009, a ora Peticionaria foi notificada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil sobre o teor da decisão exarada pela autoridade fiscal que indeferiu o pedido de restituição formulado pela empresa, não homologando também o pedidos de compensações realizados no mesmo procedimento fiscal, conforme dados descrito a seguir:” Ora, o próprio sujeito passivo reconhece a data da notificação do despacho decisório, apesar de um dia depois do efetivo recebimento, o que em nada altera o entendimento a respeito da intempestividade da sua manifestação de inconformidade. Pelo exposto, NÃO CONHEÇO do recurso voluntário. João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 92DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN
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