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Numero do processo: 12585.000504/2010-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista.
PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição.
PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO.
O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.125
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. Recorrente SORANA COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista. PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 58 5. 00 05 04 /2 01 0- 65 Fl. 261DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 3 2 Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/FOR, que manteve a decisão que indeferiu o pedido de ressarcimento formulado pela contribuinte recorrente, relativo a crédito de COFINS nãocumulativa/mercado interno, vinculado a receitas tributadas à alíquota 0(zero) no mercado interno. O despacho decisório estava assim ementado: AQUISIÇÃO PARA REVENDA. MÁQUINAS, VEÍCULOS E AUTOPEÇAS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DE CRÉDITO. Não geram créditos as aquisições para revenda de máquinas, veículos e autopeças sujeitos à incidência monofásica ainda que a pessoa jurídica adquirente esteja sujeita à nãocumulatividade e que a sua respectiva receita de venda seja sujeita à alíquota zero. (art. 3º, I, b, c/c o art. 2º, §1º, III e IV, das Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003) Cientificado do decisório o contribuinte manifestou inconformidade na qual pede o crédito de ressarcimento, com base nas seguintes razões: · Como se passaram mais de cinco anos entre a apresentação do PER e a ciência do Despacho Decisório, não caberia mais à Administração Tributária denegar o crédito pleiteado, devendo ser ele reconhecido tacitamente, por força do §5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (art. 37, §5º, da Constituição Federal); Fl. 262DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 4 3 · O art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, possibilita o creditamento que gera a existência do crédito pleiteado. A 4ª Turma da DRJ/FOR, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação contida na manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 08033.388. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.113, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 12585.000491/201024, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.113): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Como dito anteriormente, estamos diante de Recurso Voluntário que insurgise contra a decisão da DRJ de Fortaleza, que manteve o indeferimento de suposto crédito em favor da contribuinte recorrente, relacionados a crédito de COFINS nãocumulativa/mercado interno, vinculado a receita tributadas com alíquota 0 (zero), referente ao 3º trimestre de 2004, bem como a inexistência da figura da homologação tácita de pedido de restituição/ressarcimento realizado por contribuintes. I Pedido de Ressarcimento. Homologação Tácita Sustenta a contribuinte que teria ocorrido a homologação tácita do crédito objeto do pedido de ressarcimento, tendo em vista ter transcorrido o prazo quinquenal, previsto no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Pois bem. A Lei n. 10.637/2002, ao alterar o art. 74 da Lei n. 9.430/1996, teve por objetivo unificar o regime de compensação, extinguindo a compensação realizada na DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), na escrituração contábil ou condicionada ao deferimento de pedido administrativo. Todas essas modalidades foram substituídas pelo regime de autocompensação, que é aplicável aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. Fl. 263DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 5 4 No regime acima referido, a extinção do crédito tributário se dá de forma tácita após o decurso do prazo de 5 anos, nos exatos termos do § 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, conforme podemos observar abaixo: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administradas por aquele órgão. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação (Redação dada pela Medida Provisória n. 135, de 2003, depois convertida na Lei n. 10.833/2003). Conforme podemos observar, o prazo de 5 anos para a homologação tácita não diz respeito aos pedidos de ressarcimento ou restituição. O fato de os pedidos de ressarcimento/restituição serem transmitidos pelo mesmo sistema em que é feita a transmissão dos pedidos de compensação não autorizam a necessidade de se obedecer tal prazo pelo Fisco. Vale dizer, nos pedidos de ressarcimento/restituição não existe a extinção de uma dívida tributária, o que se visa com tal procedimento é o reconhecimento de um direito do contribuinte. Para que o pedido de ressarcimento/restituição seja deferido, fazse necessária a comprovação de sua existência por parte do contribuinte, não havendo a comprovação não ha que se falar em homologação, muito menos em homologação tácita. Desta forma, pela necessidade de haver a contribuição direta do contribuinte em sua comprovação, não existe prazo legal para que o fisco reconheça ou não a existência dos créditos sobre os quais recaia o pedido de ressarcimento/restituição. Nesse sentido, peço vênia para transcrever parte do voto do I. Conselheiro Jorge Olmiro Loch Freire, no Acórdão nº 3402004.569, que tratou da mesma matéria, vejamos: " (...) Como se vê, por disposição legal expressa, a homologação tácita é aplicável unicamente à Declaração de Compensação, não havendo possibilidade de sua aplicação aos Pedidos de Restituição e Ressarcimento (PER). Isto ocorre porque quando o contribuinte realiza um pedido de compensação, nada mais está fazendo do que um lançamento por homologação: apura o tributo devido, realiza a declaração, e substitui o pagamento em espécie, por um pagamento com crédito tributário que possui junto ao ente tributante. E é por essa razão que, quando não há a apreciação expressa do pedido de compensação, passados 5 anos após a sua apresentação, Fl. 264DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 6 5 ocorre a respectiva homologação. Em última análise, o que há é a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte, sendo que o pagamento da obrigação tributária se dá com a utilização do seu direito creditório. Portanto, tal regra não se aplica ao caso do Recorrente com relação ao Pedido de Restituição de fls. 25/27, datado de 21/12/2006, justamente por se tratar de Pedido de Restituição e não de uma Declaração de Compensação. O Pedido de Restituição não pode ser confundido com uma Declaração de Compensação, muito embora em ambos os casos esteja a se tratar de direito a um crédito tributário. A compensação está sempre atrelada a um lançamento. E é por isso que a ela se aplica o prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 150 do CTN. O pedido de restituição não. Ele é independente de qualquer lançamento e requer necessariamente um pronunciamento do Fisco. Contudo, embora o Fisco deva nortear seus atos observando a eficiência e a celeridade, pois sua ação deve preservar os interesses públicos, nada o impede de, quase seis anos após o Pedido de Restituição (PER) formulado pelo Recorrente, indeferilo, por não vislumbrar o direito pleiteado. Não há a homologação tácita desse pedido, porquanto não ocorre qualquer lançamento que enseje a aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, como defende a Recorrente. Não há previsão legal para essa homologação (...)". A contribuinte recorrente alega que a autoridade fiscal deveria obedecer os prazos previstos no Decreto nº 70.235, e no § 5º do art. 24 da Lei n. 11.457/2007 para apreciar o seu pedido de ressarcimento. É o texto do mencionado artigo: Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos). Da simples leitura do dispositivo transcrito, seja por sua redação, seja por estar inserido no Capítulo II da Lei n. 11.457/2007 que trata sobre as regras as serem observadas pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional quando esta for parte em litígios tributários, concluise que o prazo reclamado pela contribuinte não é pertinente, já que o prazo previsto se aplica para os julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pela contribuinte. E tal conclusão parte da premissa que o legislador não economiza e também não apresenta em opulência os termos contidos na lei e, portanto, quando estipula o prazo de 360 dias, o fez a contar da apresentação de petições, defesas e recursos administrativos, e não incluiu os pedidos de ressarcimento/ restituição. Desta forma, não se acolhe o pleito da contribuinte recorrente quanto a possibilidade de existência de suposta homologação tácita do pedido de ressarcimento/restituição. Fl. 265DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 7 6 II Tributação Monofásica e a Impossibilidade de Apuração de Crédito de PIS/COFINS A Lei 10.485/02, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04, instituiu regime de tributação monofásico da contribuição supracitada. O modelo foi implementado com a fixação de alíquota majorada para fabricantes e importadores de máquinas e veículos nas classificações indicadas e aplicação da alíquota de 0% (zero por cento) quando da ocorrência da venda desses produtos por parte dos revendedores, ou seja, dos comerciantes atacadistas ou varejistas. As Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 trouxeram situações que devem ser observadas a tributação nãocumulativa em relação à contribuição para o PIS e COFINS, respectivamente. Entretanto, no caso dos produtos sujeitos ao recolhimento na sistemática monofásica, quando adquiridos para revenda, não há direito a crédito, por expressa vedação legal, nos exatos termos do art. 3o , inciso I, alínea "b” das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei n° 10.865/04, que estabelece expressamente que não darão direito a crédito, as mercadorias e produtos referidos no § 1º, do artigo 2º, das mencionadas leis, quando adquiridas para revenda. Desta forma, adquirindo a contribuinte para revenda máquinas e veículos nas classificações destacadas, não poderá se creditar, para fins de apuração do PIS e da COFINS nãocumulativa, dos custos de aquisição dos referidos produtos. Para melhor compreensão transcrevemos os artigos pertinentes das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04: Lei nº 10.637/02 Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Fl. 266DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 8 7 I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei; Lei nº 10.833/03 Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:[...] b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei;[...] Segundo as alegações da contribuinte recorrente o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, quando determina que as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações, este teria autorizado o creditamento pretendido. No entanto, quando nos debruçamos para analisar o artigo acima citado, é fácil perceber que não é possível sustentar a conclusão utilizada pela contribuinte, vejamos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O referido artigo, como se observa, é uma regra geral, que coexiste, sem qualquer incompatibilidade, com as vedações de creditamento constantes de regras específicas, referentes a situações específicas (tais como a “tributação Fl. 267DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 9 8 monofásica” e as aquisições de bens não tributados); notese que o art. 17 fala em “manutenção” de créditos, no entanto, por força da referida vedação legal, esses créditos sequer existem. Salientese que também é essa a posição sustentada pelo STJ, conforme observase do julgado colacionado a seguir: AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.109.354 SP (2017/01242898) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : RIZATTI & CIA LTDA ADVOGADOS : JOSÉ LUIZ MATTHES SP076544 FABIO PALLARETTI CALCINI E OUTRO(S) SP197072 LUÍS ARTUR FERREIRA PANTANO SP250319 AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3 DO STJ. PIS E COFINS. ART. 17 A LEI Nº 11.033/2004. REGIME MONOFÁSICO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA Nº 568 DO STJ. 1. Nos termos da jurisprudência esta Corte, o disposto no art. 17 da Lei 11.033/2004 não possui aplicação restrita ao Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária REPORTO (STJ, AgRg no REsp 1.433.246/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 02/04/2014; REsp 1.267.003/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 04/10/2013). Contudo, a incompatibilidade entre a apuração de crédito e a tributação monofásica já constitui fundamento suficiente para o indeferimento da pretensão do recorrente. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.239.794/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 23/10/2013. 2. É que a incidência monofásica do PIS e da COFINS não se compatibiliza com a técnica do creditamento. Precedentes: AgRg no REsp 1.221.142/PR, Rel. Ministro Ari Pargendler. Primeira Turma, julgado em 18/12/2012. DJe 04/02/2013; AgRg no REsp 1.227.544/PR. Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 17/12/2012: AgRg no REsp 1.256.107/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 10/05/2012; AgRg no REsp 1.241.354/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 10/05/2012. 3. Agravo interno não provido. ACÓRDÃO Fl. 268DF CARF MF Processo nº 12585.000504/201065 Acórdão n.º 3302005.125 S3C3T2 Fl. 10 9 Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães (Presidente), os Srs. Ministros Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília (DF), 05 de setembro de 2017. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Desta forma, com base em todos os ensinamentos e julgado acima relacionados, entendo que não há como garantir o ressarcimento/restituição pretendido pela contribuinte recorrente. II Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, ressalvada a minha posição pessoal pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 269DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.720825/2014-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 24/11/2011, 30/11/2011
COMPENSAÇÃO INDEVIDA. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. ART 74, § 17, LEI Nº 9.430/1996
É de se reconhecer a decisão proferida por Turma do CARF que considerou hígido o procedimento fiscal que não homologou as declarações de compensação do contribuinte em decorrência do não reconhecimento ao direito ao crédito do IPI.
É cabível a imposição de multa de ofício isolada nos casos de compensação indevida efetuada por sujeito passivo, conforme a legislação de regência.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.315
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto.
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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NÃO HOMOLOGAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. ART 74, § 17, LEI Nº 9.430/1996 É de se reconhecer a decisão proferida por Turma do CARF que considerou hígido o procedimento fiscal que não homologou as declarações de compensação do contribuinte em decorrência do não reconhecimento ao direito ao crédito do IPI. É cabível a imposição de multa de ofício isolada nos casos de compensação indevida efetuada por sujeito passivo, conforme a legislação de regência. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Presidente Substituto. Paulo Roberto Duarte Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Orlando Rutigliani Berri, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Renato Vieira de Ávila. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 08 25 /2 01 4- 15 Fl. 271DF CARF MF Processo nº 10980.720825/201415 Acórdão n.º 3201003.315 S3C2T1 Fl. 3 2 O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Trata o presente processo de Auto de Infração (fls. 03/07) a título de multa regulamentar no valor de R$ 10.875.132,89, tendo como enquadramento legal o §17 do art. 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, introduzido pelo art. 62 da Lei n° 12.249, de 11 de junho de 2010, em virtude da não homologação de Declarações de Compensação (DCOMP) apresentadas pelo interessado. Consta do Relatório Fiscal de fls. 08/10 que a empresa Iracema Indústria de Caju Ltda (sucedida por Kraft Foods Brasil S/A, atual Mondelez Brasil Ltda) através da Ação Ordinária n° 000932228.1994.4.05.8100 obteve sentença favorável reconhecendo o seu direito ao extinto “CréditoPrêmio” sobre as exportações realizadas entre 19/09/89 e 05/10/90. Na planilha apresentada no Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido em Decisão Judicial Transitada em Julgado Processo n° 10980.002.586/201175 o contribuinte converteu o dólar na data da emissão da nota fiscal e utilizou, para correção dos créditos, a tabela da Contadoria da Justiça Federal do Paraná até 31/12/95 calculando, a partir daí, juros pela taxa SELIC. Pela análise do processo e com base no Parecer PFN/CE/nº 166/2013, a DRF de origem entendeu que esta forma de cálculo contraria a decisão judicial, uma vez que a sentença determinou que se fizesse a correção dos valores a serem ressarcidos pelo dólar na data em que se efetuasse o ressarcimento (crédito) através de compensação ou de ordem bancária. Os juros de mora deveriam ser calculados à taxa de 1% ao mês somente a partir de 20/09/2011 data do trânsito em julgado da ação. Acrescenta, ainda, que das notas fiscais de saídas dos produtos exportados no período de 20/09/1989 a 30/12/89 apresentadas, foram excluídas do cálculo somente as notas fiscais que se referiam à complementação de outras notas, cujas exportações foram realizadas antes de 19/09/89, período não abrangido pela decisão judicial. Assim, a DRF apurou o valor do crédito a ressarcir em R$ 5.239.616,36, a ser utilizado nas compensações dos débitos declarados pelo contribuinte. Conseqüentemente, as compensações declaradas por meio da DCOMP n° 20950.96897.241111.1.3.570568 foi homologada parcialmente (até o valor deferido para o pedido: R$ 5.239.616,36) e da DCOMP n° 03865.40590.301111.1.3.577672 não foi homologada por insuficiência de crédito. Fl. 272DF CARF MF Processo nº 10980.720825/201415 Acórdão n.º 3201003.315 S3C2T1 Fl. 4 3 Considerando o disposto no §17 do art. 74 da Lei nº 9.430/96, emitiuse o presente Auto de Infração no valor de R$ 10.875.132,93, que corresponde a 50% do montante não homologado. O Despacho Decisório (fls. 55/58) relativo à apuração do direito creditório e homologação parcial das compensações ocorreu no processo administrativo de nº 10980.720357/201489, ao qual o presente processo encontrase apensado. Regularmente cientificado do Despacho Decisório e do Auto de Infração, o contribuinte apresentou a contestação de fls. 82/97, extraída do processo administrativo nº 10980.720357/201489, na qual, em resumo, fez as seguintes considerações: 1. Da metodologia de cálculo utilizada para apurar o valor do créditoprêmio de IPI a que tinha direito: 1.1. De acordo com a legislação que regulamenta o benefício do créditoprêmio de IPI a conversão do valor das exportações para a moeda nacional deveria se dar na época do respectivo crédito, isto é, na época que a empresa efetuasse as exportações. No que se refere às alíquotas aplicáveis para apuração do benefício, é ponto pacífico que as alíquotas a serem utilizadas deveriam ser aquelas previstas na Resolução CIEX nº 02/79 que estava vigente na época do benefício apurado (19/09/1989 a 05/10/1990), conforme já pacificado no Superior Tribunal de Justiça; 1.2. Não há qualquer margem para dúvida quanto à legitimidade e acerto da metodologia utilizada pela Recorrente para apurar o valor do benefício do créditoprêmio de IPI a que tinha direito e que não foi utilizado na época própria por resistência do próprio fisco com base em norma julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Como resultado dessa metodologia a Recorrente apurou o valor do créditoprêmio de IPI no montante de R$ 26.989.882,12; 2. Dos equívocos contidos na decisão recorrida no que se refere à apuração do valor do créditoprêmio de IPI: 2.1. No cálculo feito pela auditoria foi utilizada a alíquota de 15% (quinze por cento) para todas as exportações realizadas, quando na realidade o cálculo deveria ser feito com base nas alíquotas previstas na Resolução CIEX n° 02/79, a qual estabelecia alíquotas diferentes para cada um dos produtos exportados à época. Destaca que desde 2011 não existe qualquer dúvida acerca da utilização das alíquotas previstas na Resolução CIEX nº 02/79 para o cálculo do benefício, conforme decisão do STJ; 2.2. Não foi observada a diferença existente entre os institutos da correção monetária e dos juros de mora dos créditos tributários, bem como da data de correção dos valores de exportação em moeda nacional. A decisão recorrida merece ser reformada na medida em que aplicou interpretação totalmente equivocada à Fl. 273DF CARF MF Processo nº 10980.720825/201415 Acórdão n.º 3201003.315 S3C2T1 Fl. 5 4 decisão judicial proferida na ação n° 0009322 28.1994.4.05.8100, tendo em vista que em nenhum momento na mencionada decisão a correção monetária ficou restringida à aplicação da taxa de juros de 1% (um por cento) ao mês a partir do transito em julgado, tão pouco estabeleceu que a conversão das exportações em moeda nacional somente se daria quando da compensação; 2.3. Tendo em vista que a legislação que regulamentava o benefício do créditoprêmio de IPI, mais especificamente o Decretolei n° 491/69, era clara ao estabelecer que as operações de exportações realizadas por empresas como a Recorrente teriam direito ao estímulo fiscal como forma de ressarcimento aos tributos pagos internamente, e considerando que as notas fiscais complementares, glosadas pela auditoria, se referem a operações de exportações que foram efetivamente realizadas pela Recorrente, não há como se sustentar a exclusão destas do cálculo do benefício, tendo em vista que foram emitidas dentro do período abrangido pela ação (19/09/1989 a 05/10/1990), devendo, portanto, serem computadas sim no cálculo no benefício fiscal em questão. Ao final, requer que o despacho decisório relativo ao processo nº 10980.720357/201489 seja reformado no sentido de reconhecer a legitimidade do créditoPrêmio de IPI e homologar as compensações realizadas. Requer também que o crédito tributário constituído por meio do auto de infração n° 10980.720825/201415 seja desconstituído integralmente em virtude da sua conexão com o mérito da manifestação de inconformidade apresentada no processo nº 10980.720357/2014 89. Protesta por provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, notadamente pela posterior juntada de documentos que se fizerem necessários. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, por intermédio da 12ª Turma, no Acórdão nº 1454.094, sessão de 14/10/2014, julgou improcedente a impugnação do contribuinte. A decisão foi assim ementada: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Data do fato gerador: 24/11/2011, 30/11/2011 MULTA. PER/DCOMP. APLICAÇÃO DIANTE DA COMPENSAÇÃO INDEVIDA. É cabível a imposição de multa de ofício isolada nos casos de compensação indevida efetuada por sujeito passivo, conforme a legislação de regência. Inconformada com a decisão, a contribuinte apresenta recurso voluntário, no qual repisa os fatos dos processo até a decisão da DRJ/Ribeirão Preto e arremata com o Pedido no qual requer: Fl. 274DF CARF MF Processo nº 10980.720825/201415 Acórdão n.º 3201003.315 S3C2T1 Fl. 6 5 1. A desconstituição integral do crédito tributário exigido no auto de infração formalizado neste processo (nº 10980.720825/201415) em razão da conexão com o processo nº 10980.720357/201489, que tratou do mérito do direito creditório informado em declarações de compensação, a qual não homologada integralmente decorreu a aplicação da multa de ofício isolada. Fundamenta seu pedido no art. 77, §§ 5º, 6º e 6ºA da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012; 2. Como pedido alternativo, a suspensão do crédito tributário até a decisão definitiva do processo nº 10980.720357/201489 no âmbito do CARF. 3. A juntada posterior de documentos caso se faça necessário para demonstrar a legitimidade do crédito apurado pela ora Recorrente e que está sob discussão por meio do presente processo administrativo. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira Relator O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. As matérias aduzidas no recurso voluntário não são concernentes ao mérito da autuação fiscal, qual seja, a de exigência de multa de ofício isolada por declaração de compensação indevida. Ao contrário, trata o presente recurso de conexão entre processos, da reunião para julgamento conjunto, da dependência do resultado deste (nº 10980.720825/201415) no que restar decidido naquele que trata do mérito do direito creditório (10980.720357/201489), e da suspensão da multa de ofício isolada até o julgamento do processo que trata da compensação. Os argumentos da recorrente foram assim assentados: 12. Assim, considerando que: a) o auto de infração em questão somente foi lavrado em virtude da equivocada não homologação das compensações realizadas pela Recorrente por meio dos PERD/COMPS nº 20950.96897.24.1111.1.3.57.0568 e 03865.40590.301111.1.3.577672, que ainda se encontram em discussão por meio de Recurso Voluntário protocolado junto ao CARF no processo nº10980.720357/201489; b) análise do mérito do presente auto de infração depende exclusivamente do julgamento do processo nº 10980.720357/201489, e c) própria legislação determina que os processos sejam reunidos para análise conjunta, com a consequente suspensão da multa regulamentar até julgamento do processo de compensação; Fl. 275DF CARF MF Processo nº 10980.720825/201415 Acórdão n.º 3201003.315 S3C2T1 Fl. 7 6 13. Outra não pode ser a conclusão, senão a de que não se faz necessária a interposição de Recurso Voluntário no presente processo, pois o que fundamenta a exigência da multa regulamentar em questão já se encontra em discussão por meio de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº10980.720357/201489. De fato seria inócuo a recorrente trazer argumentos de mérito (concernentes ao crédito) neste processo para afastar a aplicação da multa isolada aplicada em decorrência de compensação não homologada, porque no processo nº 10980.720357/201489 é que se travou toda a discussão do direito creditório pleiteado em declaração de compensação, o que o torna principal em relação ao processo em julgamento neste acórdão. É decorrência lógicajurídica que o resultado do processo que trata do mérito da compensação seja replicado no tocante à manutenção ou não da exigência de multa aplicada me razão de não homologação de compensação. No caso do processo principal, o da não homologação da compensação nº 10980.720357/201489 esta mesma Turma, na sessão de 25/05/2017, prolatou decisão negando provimento ao recurso voluntário, por unanimidade de votos, expresso na ementa do acórdão nº 3201002.858: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 24/11/2011, 30/11/2011 RECONHECIMENTO DE CRÉDITOS POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. O reconhecimento do direito a créditos de IPI limitase aos termos do pedido e da decisão judicial que os autoriza. CRÉDITOPRÊMIO DE IPI. ALÍQUOTAS. RESOLUÇÃO CIEX No 02, DE 1979.REVOGAÇÃO. As alíquotas constantes da Resolução Ciex nº 02, de 1979, determinadas pela Portaria MF nº 26, de 1979, com base na subdelegação de competência legislativa efetuada pelo Decretonº 64.833, de 1969, art. 1º, §3º, III, com a redação dada pelo Decreto nº 78.986, de 1976, pelo fato de terem caráter excepcional, foram revogadas pelas tabelas de incidência do IPI publicadas posteriormente. Diante desse fato, forçoso reconhecer a decisão no processo principal que enfrentou o mérito do direito creditório e não homologou as declarações de compensação da contribuinte, o que implica igualmente reconhecer o acerto do procedimento fiscal em aplicar a multa isolada que tem por enquadramento legal o § 17 do art. 74 da Lei n° 9.430/1996. Assim, resta despiciendo enfrentar as demais matérias suscitadas que dizem respeito a conexão entre ambos principal e de aplicação de multa isolada. Quanto ao pedido de suspensão do processo de exigência de multa isolada com fundamento no § 6ºA do art. 77 da IN RFB nº 1.300/2012, inaplicável aos autos. Fl. 276DF CARF MF Processo nº 10980.720825/201415 Acórdão n.º 3201003.315 S3C2T1 Fl. 8 7 A redação do dispositivo é clara ao prever a suspensão da exigibilidade da multa quando interposta manifestação de inconformidade em relação a não homologação da compensação. O que permaneceria suspensa seria a exigibilidade da multa (no processo apartado), não a interrupção do seu julgamento ou a "desconstituição integral" do crédito tributário, como quer a recorrente em seu pedido (itens "14 e "15" do pedido fl. 185) Não se perca de vista que uma vez impugnada a exigência da multa, o que de fato ocorreu no presente caso, a suspensão de sua exigibilidade deuse por força do art. 151, III do CTN. Por conseguinte, na hipótese de prosseguimento deste contencioso, em decorrência do mesmo fundamento legal estará suspensa a exigibilidade da multa isolada Portanto, sem razão a recorrente quanto ao descumprimento dos §§ 5º, 6º e 6ºA do art. 77 da IN RFB nº 1.300/2012. Por todo o exposto linhas acima, reconheço que julgadas e não homologadas as declarações de compensação da contribuinte neste Conselho, mantémse a imposição de multa de ofício isolada nos casos de compensação indevida, conforme a legislação de regência, e VOTO para NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Paulo Roberto Duarte Moreira. Fl. 277DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.690948/2009-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe.
PROVAS. PRECLUSÃO.
Diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admite-se a juntada posterior de documentos nos termos da letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.065
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Sarah Maria L. de A. Paes de Souza, Diego Weis Jr e Paulo Guilherme Déroulède votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe. PROVAS. PRECLUSÃO. Diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admite-se a juntada posterior de documentos nos termos da letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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Recorrente COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SAO PAULO METRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe. PROVAS. PRECLUSÃO. Diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admitese a juntada posterior de documentos nos termos da letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Sarah Maria L. de A. Paes de Souza, Diego Weis Jr e Paulo Guilherme Déroulède votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 09 48 /2 00 9- 85 Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10880.690948/200985 Acórdão n.º 3302005.065 S3C3T2 Fl. 3 2 Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP (Pedido de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação), cujo crédito provém de pagamento indevido ou a maior de PIS/PASEP não cumulativo. Por intermédio do Despacho Decisório eletrônico emitido pela unidade de origem, a compensação declarada não foi homologada, tendo em vista a inexistência do crédito. Ciente desta decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de inconformidade alegando em síntese: Apurou e recolheu PIS/PASEP não cumulativo incluindo na base de cálculo do tributo, de forma indevida, montante referente a juros e variações monetárias ativas; Desta forma, faz jus ao crédito de PIS/PASEP não cumulativo calculado sobre os juros e as variações monetárias; Retificou o DACON c a DCTF, para fins de informar a correta base de cálculo de PIS/PASEP não cumulativo; Requer a homologação da compensação declarada. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 1632.922. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após regularmente cientificada, apresentou, Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos já aduzidos em sede de manifestação de inconformidade e apresenta diversos documentos com vistas a comprovar o direito pleiteado. Ao final requer que não sendo possível a análise da documentação apresentada, que seja a mesma remetida à instância de origem, para que sobre ela se pronuncie a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.037, de Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10880.690948/200985 Acórdão n.º 3302005.065 S3C3T2 Fl. 4 3 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.690947/200931, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.037): "Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Da preclusão probatória Argui o recorrente que apurou e recolheu o PIS/PASEP nãocumulativo de 10/2004 incluindo na base de cálculo do tributo, de forma indevida, montante referente a juros e variações monetárias ativas, fazendo jus, portanto ao crédito de PIS/PASEP não cumulativo calculado sobre os juros e as variações monetárias. Ressalta ainda em favor de sua tese que retificou o DACON c a DCTF, para fins de informar a correta base de cálculo do PIS/PASEP não cumulativo. Ocorre que ao apresentar a Manifestação de Inconformidade, momento processual que instaura a lide administrativa, não comprovou perante o órgão a quo com documentos hábeis e idôneos o recebimento dos referidos juros e variações monetárias ativas e, tampouco que os mesmos compuseram a base de cálculo do tributo, ensejando, por conseguinte pagamento a maior. Quando da apresentação do recurso voluntário acosta documentos não apresentados quando da manifestação de inconformidade. Nesse sentido cabem os seguintes esclarecimentos. A juntada posterior ao momento impugnatório, de provas ao processo somente encontra amparo se comprovadas às condições impostas no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, abaixo transcrito: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10880.690948/200985 Acórdão n.º 3302005.065 S3C3T2 Fl. 5 4 recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito)(grifei). Por oportuno registrese que o processo administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972, prescreve em seu art. 9º que [a exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito]. Já o art. 16, III, do citado diploma legal estabelece que a impugnação mencionará [os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir]. Observase que a norma acima destacada é clara ao estabelecer o momento processual a serem carreadas as provas aos autos, pelo contribuinte, a fim de subsidiar o julgador com os elementos probatórios que possibilitem a livre convicção motivada na apreciação das provas dos autos, conforme é assegurado pelo 1art. 29 do Decreto nº 70.235, de 1972. No presente caso, como já demonstrado, o contribuinte deixou de apresentar quando da apresentação da Manifestação de Inconformidade, documento comprobatório quanto aos créditos pleiteados. Quanto ao ato de provar pondera 2Fabiana: Mediante a atividade probatória compõese a prova, entendida como fato jurídico em sentido amplo, que é o relato em linguagem competente de evento supostamente acontecido no passado, para que, mediante a decisão do julgador, constituase o fato jurídico em sentido estrito, desencadeando os correspondentes efeitos. (...) Iso não significa, contudo, que para provar algo basta simplesmente juntar um documento aos autos. É preciso estabelecer relação de implicação entre esse documento e o fato que se pretende provar. A prova decorre exatamente do vínculo entre o documento e o fato probando.(grifei). Nesse mister, os documentos apresentados somente em sede recursal, visando comprovar os aludidos créditos não encontram respaldo nas disposições excepcionais previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, visto que sequer demonstra o recorrente estar abrigado em uma das hipóteses excepcionais disciplinadas nas alíneas de "a" a "c" do artigo 16, acima já reproduzidos. Na linha acima expendida revelase incabível devolver os autos à instância a quo para a análise dos documentos apresentados, já que deixaram de ser oportunamente apresentados à referida instância. 1 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. 2 Tomé, Fabiana Del Padre, A prova no Direito Tributário, São Paulo:Noeses, 2005, págs:177/178. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10880.690948/200985 Acórdão n.º 3302005.065 S3C3T2 Fl. 6 5 Tendo em vista que em votação, a maioria dos conselheiros acolheu apenas a conclusão desta relatora, seguem abaixo reproduzidos, conforme determina o artigo 63, § 8º do Anexo II do RICARF, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros. Por entender aplicável ao presente caso a norma prevista na letra "c", do §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72 que, diante de fatos e razões novas trazidas aos autos, admite a juntada posterior de documentos, os demais Conselheiros decidiram afastar a preclusão aplicada pela i. Relatora. Isto porque, diferentemente do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação por inexistência do crédito, a matéria concernente a comprovação da origem dos créditos apurados pela Recorrente somente foi trazida aos autos quando do proferimento da decisão combatida, oportunizando, assim, a Recorrente contrapor os fatos novos com a juntada de documentos que entendese necessário para tanto. Por este motivo, restou decidido pelos demais Conselheiros afastar a preclusão e admitir a análise dos documentos juntados pela Recorrente em seu recurso voluntário. Pois bem. Em sede recursal a Recorrente trouxe as seguintes alegações de mérito: "A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo Capital indeferiu a Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente sob o argumento de que competia a ela apresentar documentos contábeis e fiscais que comprovassem o recolhimento a maior do tributo cuja homologação de compensação for requerida mas esta não os apresentou. (...) Nestas condições, em que a exigência do crédito tributário deve se pautar pelo princípio da verdade material, com base no mesmo princípio dever apurado o crédito reclamado pela Recorrente, razão pela qual a ela deve ser reconhecido o direito de trazer aos autos do presente processo, mesmo em sede de Recurso Voluntário, os documentos fiscais e contábeis que demonstram a sua existência, para seja homologada a compensação por ela realizada. Juntamente com suas razões recursais a Recorrente carreou aos autos os seguintes documentos para comprovar seu pretenso direito: (i) PER/DCOMP; (ii) Comprovantes de arrecadação; e (iii) planilhas e livros diário geral. Entretanto, constatase que no recurso interposto pela Recorrente não há uma linha argumentativa demonstrando a composição/origem do crédito perseguido pelo contribuinte, limitando, suas alegações, apenas em relação ao direito de juntar documentos em sede recursal. Ora, caberia a Recorrente explicitar, ainda que de forma concisa, a composição/origem do crédito e, apontar quais documentos dão suporte às suas alegações, nada neste sentido foi realizado pela Recorrente. Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10880.690948/200985 Acórdão n.º 3302005.065 S3C3T2 Fl. 7 6 Ressaltase que o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC3). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do débito é medida que se impõe. Deste modo, tornase imprestável os documentos juntados pela Recorrente para o fim de comprovar o direito ao crédito, motivo pelo qual os demais Conselheiros acompanharam a i. ilustre Relatora pelas conclusões. Ante o exposto, VOTO POR NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède 3 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Fl. 101DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.920504/2009-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO.
A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório.
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião.
Numero da decisão: 2201-004.324
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator.
EDITADO EM: 22/03/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2005 DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator. EDITADO EM: 22/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguídas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator. EDITADO EM: 22/03/2018 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 05 04 /2 00 9- 80 Fl. 86DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório Trata o presente de Declaração de Compensação formalizada por meio eletrônico e registrada sob o número 32139.42744.180607.1.3.042000, fl. 02 a 04, com a qual o contribuinte extinguiu, nos termos da legislação, débito com a utilização de suposto indébito tributário decorrente de pagamento efetuado a maior ou indevidamente. Tal documento foi analisado pelo Sistema da Controle de Créditos SCC, tendo sido emitido o Despacho Decisório de fl. 05, por meio do qual o Titular da unidade de jurisdição do sujeito passivo não homologou a compensação declarada, detalhando os motivos que lastrearam tal decisão que, em apertada síntese, seria a inexistência de saldo disponível do suposto pagamento indevido ou a maior, integralmente utilizado para extinguir débito declarado pelo contribuinte. Cientificado do Despacho Decisório de não homologação em 05/11/2009, fl. 07, não concordando com seus termos, o contribuinte apresentou, em 03/12/2009, a manifestação de inconformidade de fl. 08 a 22. Os argumentos da defesa foram estruturados nos seguintes tópicos: Preliminar: do efeito suspensivo da presente manifestação de inconformidade; Pleiteia a atribuição de efeito suspensivo nos termos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. da carência de fundamentação do Despacho Decisório. Sustenta a nulidade do Despacho Decisório por entender que a carência de sua motivação ofende aos Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa. Mérito: O mero preenchimento incorreto da declaração não gera direito à crédito em favor da fazenda nacional da necessária observância aos princípios da busca pela verdade material, da razoabilidade e da proporcionalidade. Sustenta o recorrente que a lide administrativa em curso é fruto de um mero equívoco cometido na elaboração das DCTF originais apresentadas e da incapacidade do sistema informatizado da RFB. Afirma e que, se fosse dada ao contribuinte a chance de apresentar explicações à Fazenda Nacional, poupariase tempo com cobranças infundadas, já que qualquer Agente Fiscal que analisasse a situação em tela notaria que houve tão somente um erro de preenchimento de declaração. Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10880.920504/200980 Acórdão n.º 2201004.324 S2C2T1 Fl. 87 3 Cita precedentes judiciais e administrativos, além de conclusões doutrinárias que apontam para a necessidade da Administração Pública investigar e valorar corretamente os fatos que dão ensejo à cobrança, em particular se já possui dados para identificálos, não podendo se ater a minúcias formais em manifesto prejuízo ao contribuinte. Informa já estar levantando internamente toda a documentação probante do seu direito creditório e providenciando a retificação da DCTF que demonstrará a existência do crédito indicado na DCOMP. Por fim, após ratificar os pedidos de atribuição de efeito suspensivo e de reconhecimento da nulidade do Despacho Decisório, pugna pela conversão do julgamento em diligência para que seja efetivamente examinada sua escrita fiscal para confirmação do seu direito creditório e a consequente homologação da compensação declarada. Debruçada sobre os termos da manifestação de inconformidade, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I/SP consideroua improcedente, nos termos do Acórdão de fl. 43 a 49, cujas conclusões podem ser assim resumidas: (...) Primeiramente, esclarecese à douta manifestante que, ao contrário do que alega, o despacho decisório do presente processo não é nulo pois, foi assinado por servidor competente no exercício de suas funções e sem preterimento do direito de defesa da contribuinte. (...) A analise eletrônica do despacho decisório de fls. 03, demonstra que os alegados pagamentos indevidos foram utilizados para quitar débitos declarados em DCTF , não restando qualquer crédito para ser compensado. (...) Assim, de acordo com o art. 59 do Decreto n° 70.235/72, não há qualquer nulidade no despacho decisório em comento, não assistindo razão a reclamante. (...) Relativamente à alegação que teria cometido erros no preenchimento da DCTF e que, sanados esses erros , haveria o crédito que utilizou nas PER/DCOMP , observase que a contribuinte limitase a declarar o fato mas não logrou apresentar qualquer prova do que alega. De fato, a contribuinte limitase alegar a existência de erro de preenchimento, erro nos cálculos de apuração de tributo, erro no pagamento em DARF, mas reconhece perfeitamente não haver apresentado qualquer DCTF retificadora até a data da ciência do Despacho Decisório. (...) Alias a simples alegação e mesmo a apresentação de DCTF retificadora não faz qualquer prova, por si só, nessa altura do rito processual, devendo, ao contrário, vir acompanhada dos documentos comprobatórios de eventual equivoco cometido na elaboração da declaração original.. Assim, a contribuinte deveria ter acostado aos autos a sua escrituração contábil/fiscal do período, em especial os Livros Diário e Razão, além da movimentação comercial da empresa. Fl. 88DF CARF MF 4 (...) Tratandose de exibição de documentos, cuja guarda e apresentação compete à contribuinte, desnecessária se revela também a realização de diligencias, que se presta mais a elucidar detalhes cuja prova cabe ao Fisco Federal, não aplicável ao presente caso, conforme infere dos dispositivos do Decreto n° 70.235/1972 que tratam da matéria: Cientificado do Acórdão da DRJ em 25/11/2010, conforme AR de fl. 51, e ainda inconformado, o contribuinte apresentou, tempestivamente, o recurso voluntário de fl. 52 a 68, que, em sua essência, reafirma as alegações já produzidas na impugnação, e que serão detalhadas no curso voto abaixo. É o relatório necessário. Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator Por ser tempestivo e por preencher as demais condições de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário. DA CARÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO Após resumir os fatos, o recorrente contesta a conclusão do Acórdão recorrido de que a motivação do despacho decisório e os demais elementos do mesmo são suficientemente claros. Afirma que tal ato administrativo é absolutamente carente de fundamentação, do que resulta sua nulidade. Alega que, embora o avanço da tecnologia imponha o tratamento de demandas de forma eletrônica, não se pode admitir que sua agilidade viole direitos expressos na Constituição federal, resultando em prejuízo ao contraditório e à ampla defesa, já que desconhecidas as razões da negativa do crédito pleiteado. Não merecem acolhida as alegações recursais. A análise superficial do Despacho Decisório de fl. 05 não deixa nenhuma dúvida sobre os motivos que levaram à não homologação da compensação declarada. Tal documento indica claramente o número da DCOMP a que se refere, sua data de transmissão, o tipo de crédito pleiteado (pagamento indevido ou a maior), as características do DARF relativo ao suposto recolhimento em excesso, bem assim informa que tal recolhimento teria sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte, indicando código de receita e data do vencimento de tal débito. Diante de tais informações, não há necessidade de nenhuma outra motivação para se concluir pela inexistência de saldo disponível para lastrear a compensação pretendida. Portanto, presentes os elementos necessários ao pleno entendimento das razões que levaram à não homologação da compensação declarada, além de terem sido observados todos os requisitos de validade do ato administrativo, rejeito a preliminar de nulidade arguida. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10880.920504/200980 Acórdão n.º 2201004.324 S2C2T1 Fl. 88 5 DA VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ESTRITA LEGALIDADE, DA VERDADE MATERIAL, DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE Sustenta o recorrente que a lide administrativa em curso é fruto de um mero equívoco cometido na elaboração das DCTF originais apresentadas e da incapacidade do sistema informatizado da RFB fazer o cruzamento destas com as informações prestadas via DCOMP, em que pese a evidência do direito ao aproveitamento de tais créditos. Afirma que, se fosse dada ao contribuinte a chance de apresentar explicações à Fazenda Nacional, poupariase tempo com cobranças infundadas, já que qualquer Agente Fiscal que analisasse a situação em tela notaria que não há justificativas válidas para a glosa ora em comento. Aduz que não merece amparo a conclusão do Julgador de 1ª Instância sobre a impossibilidade da DRJ e do Carf reconhecerem direito a crédito sem suporte documental produzido previamente pelo contribuinte. Cita precedentes administrativos e conclusões doutrinárias que apontam para a necessidade da Administração Pública investigar e valorar corretamente os fatos que dão ensejo à cobrança, em particular se já possui dados para identificálos, não podendo se ater a minúcias formais em manifesto prejuízo ao contribuinte. Afirma que a não homologação da compensação ofende ao Principio da Proporcionalidade, que impõe a adequação das medidas restritivas. Destaca que a Autoridade recorrida desconsiderou seu protesto pela apresentação posterior da DCTF retificada. Como é de elementar sabença, no exercício de seu mister, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais promove a verificação da legalidade dos atos administrativos produzidos no curso do procedimento fiscal e do julgamento em primeira instância, cotejando os fatos identificados e os efetivamente ocorridos com a legislação tributária correspondente. No caso ora sob análise, temos que o contribuinte, utilizando de indébito tributário decorrente de pagamento a maior ou indevido, extinguiu débitos de sua responsabilidade, nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) Fl. 90DF CARF MF 6 § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Dentro do lapso temporal legal, a Autoridade Administrativa emitiu o Despacho Decisório de fl. 05, por identificar que o pagamento que lastreava o crédito utilizado na compensação estaria integralmente comprometido com a liquidação de débito confessado pelo contribuinte em DCTF. Por sua vez, o recorrente reconhece que houve erro nas informações prestadas na DCTF ativa na data análise da DCOMP, tendo apresentado a impugnação alegando que estaria levantando internamente toda a documentação probante do seu direito creditório e providenciando a retificação da DCTF. Como se vê, pelas palavras do próprio recorrente, o crédito utilizado na DCOMP apresentada em junho de 2007 ainda não havia sido levantado na época da manifestação de inconformidade, em 2009. Tampouco foi juntada aos autos a DCTF retificadora, a qual foi, conforme informações disponíveis nos sistemas da RFB, apresentada em 03/12/2009, evidentemente após ciência do inteiro teor do Despacho Decisório ora sob análise. Assim, dispõe o DecretoLei nº 2.124/1984: Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. Portanto, considerando que, no momento da ulterior homologação do procedimento compensatório, de fato, os valores confessados pelo contribuinte como devidos, por meio de instrumento hábil e suficiente a sua exigência, não deixavam dúvidas da inexistência de crédito passível de restituição ou compensação. A criação do Sistema de Controle de CréditosSCC objetivou dar maior celeridade e segurança à necessária conferência dos pedidos de restituição, ressarcimentos e declarações de compensação formalizados pelos contribuintes. Naturalmente, tratase de ferramenta de extrema utilidade e eficiência quando batimentos de sistemas podem indicar a existência dos direitos pleiteados. Por outro lado, quando a complexidade da demanda exige, remanesce a necessidade de análise manual dos créditos pleiteados. Das situações possíveis de serem tratadas eletronicamente, sem sombra de dúvida, os indébitos tributários decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior são, como regra, os que apresentam menor complexidade de análise, já que basta o SCC localizar o pagamento, identificar suas características e verificar, no sistema próprio, se há débitos compatíveis que demonstrem, no todo ou em parte, a ocorrência de um pagamento indevido ou a maior. Assim, não merece prosperar a alegação da defesa sobre a suposta incapacidade dos sistemas da RFB em cruzar informações. Ora, o sistema foi preciso em suas verificações e as alegações recursais sobre o erro no preenchimento da DCTF apenas corroboram a excelência do trabalho efetuado pelos sistemas da RFB. Afinal, nem mesmo o Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10880.920504/200980 Acórdão n.º 2201004.324 S2C2T1 Fl. 89 7 contribuinte havia apurado a efetiva existência do seu direito creditório quando da apresentação da DCOMP ou da impugnação. Menos procedente ainda é a argumentação recursal de que o contribuinte deveria ter sido instado a apresentar explicações à Fazenda Nacional. Se assim fosse, em particular nestes casos mais simples, do que teria adiantado a construção de um sistema eletrônico para tratamento de demandas dessa natureza, já que um simples cotejo de informações declaradas daria lugar a um lento e manual procedimento fiscal? Portando, em uma análise primária, notase que a não homologação em discussão é procedente, o que não impede que se reconheça, em respeito à verdade material, que tenha havido algum erro de fato que justifique sua revisão. Contudo, para tanto, necessário que sejam apresentados os elementos que comprovem a ocorrência de tal erro. Veja o que preceitua a Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil): Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Assim, caso a retificação tivesse ocorrido antes do procedimento de homologação, decerto que caberia ao Fisco buscar elementos que apontassem eventual impropriedade na alteração para menor do débito anteriormente declarado. Contudo, efetuada a retificação em momento posterior àquele em que o Fisco exerce com precisão o seu direito, passa ser do contribuinte o ônus de provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da Fazenda. Ocorre que o contribuinte limitase a contestar a Decisão recorrida afirmando a ocorrência de mero erro de informação e que estaria providenciando o levantamento do seu crédito e a retificação da DCTF. Ora, não merece prosperar tais conclusões. Não foi trazida aos autos nenhuma documentação que tenha sido produzida em tal levantamento e que pudesse lastrear a alegação de erro. Por outro lado, a DCTF retificadora, ainda que não haja impedimento para que seja apresentada após a não homologação de uma compensação, por si só não se constituiu em elemento capaz de confirmar a correção dos dados nela inseridos. As manifestações doutrinárias e os precedentes administrativos colacionados no recurso não vinculam a presente análise, sendo certo que tantas outras decisões em sentido oposto poderiam ser citadas, com se verifica no Acórdão nº 3201001.713 da 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária: DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Fl. 92DF CARF MF 8 Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Quanto à alegação de que a Autoridade recorrida desconsiderou seu protesto pela apresentação posterior da DCTF retificada, bem assim quanto à sugestão para conversão do julgado em diligência, é evidente que não poderia a DRJ suspender o julgamento sobre a procedência de um crédito pleiteado em 2007, quando já deveria ter sido apurada a sua liquidez e certeza, para aguardar o contribuinte a efetuar o levantamento de seu suposto direito. Notase que, mesmo sabendo da necessidade de apresentação de elementos probatórios, do mesmo modo agiu o recorrente ao apresentar seu recurso voluntário, lastreando o suposto direito ao crédito unicamente no erro que teria levado à retificação da DCTF levada a termo após o Despacho Decisório de não homologação, quando já decorridos quase 5 anos do fato gerador que pretende ver alterado. É inegável que, comprovada a ocorrência de erro que justifique a alteração de ato administrativo que tenha constituído crédito tributário em razão de infração à legislação tributária, ou mesmo negado direito pleiteado pelo contribuinte, pode a Administração, diante do seu dever de auto tutela, reconhecer efeitos de ofício. Contudo, não há nos autos nenhuma evidência da ocorrência de tal erro, que se mostra presente apenas nas alegações do recorrente. Assim, não tendo sido apresentado pelo recorrente elementos que justificassem a conversão do julgamento em diligência ou que comprovassem os supostos erros de fato que levaram à retificação da DCTF em momento posterior à Decisão administrativa, correta a decisão recorrida ao negar a conversão do julgamento em diligência e ao entender improcedente a manifestação de inconformidade. Por fim, não há nada nos autos que indique eventual ofensa aos Princípios da Estrita Legalidade, da Verdade Material, da Razoabilidade ou da Proporcionalidade. Afinal, todo o procedimento foi efetuado de acordo com os elementos de fato e de direito disponíveis; não foi efetivamente comprovada a ocorrência de erro de fato; a cobrança de um débito indevidamente compensado é medida que se impõe como consequência da não homologação da compensação, devendo sobre estes incidir os acréscimos legais previstos para os casos de pagamento a destempo. Assim, nego provimento ao recurso voluntário neste tema. DO ESCORREITO PROCEDIMENTO DE COMPENSAÇÃO REALIZADO PELA ORA RECORRENTE Sustenta a defesa que, apresentada a DCTF retificadora, a qual corrigiria equívoco contido na DCTF ativa no momento da análise da compensação declarada, cai por terra qualquer dúvida quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado. Afirma que tal equívoco é perfeitamente sanável até mesmo de ofício, já que o fisco que tem livre acesso à escrituração fiscal da recorrente. Por fim, não tendo sido possível apresentar a manifestação de inconformidade com a instrução da documentação acostada ao recurso voluntário, requer sua apreciação. Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10880.920504/200980 Acórdão n.º 2201004.324 S2C2T1 Fl. 90 9 Ao contrário do que quer fazer crer a defesa, mesmo com o recurso voluntário, nenhuma documentação comprobatória do direito pleiteado foi apresentada. Os argumentos em tela foram aqui reproduzidos exclusivamente em respeito ao esforço argumentativo do recorrente, mas não merecem qualquer acolhida, devendo às questões do ônus da prova e do conteúdo probatório contido nos autos serem aplicadas as razões e fundamentos legais citados no item precedente, que adoto com razão de decidir para, da mesma forma, negar provimento ao recurso voluntário no tema em questão. Conclusão Por tudo que consta nos autos, bem assim nas razões e fundamentos legais que integram o presente, nego provimento ao recurso voluntário. Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator Fl. 94DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.904460/2009-27
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/10/2005
IPI. CRÉDITO BÁSICO. PERIODICIDADE TRIMESTRAL.
O ressarcimento de IPI e/ou sua compensação com débitos de tributos e contribuições, efetuado por meio de PER/DCOMP, deve se referir apenas aos créditos decorrente de aquisições efetivadas e escrituradas no trimestre a que se refere. Se, no saldo credor apurado ao final do trimestre de referência, houver valores acumulados relativos a trimestres anteriores, tais quantias serão excluídas do pedido/declaração e deverão ser solicitadas em PER/DCOMP próprio.
Numero da decisão: 3001-000.222
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para excluir do pedido créditos de período anterior.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2005 a 30/10/2005 IPI. CRÉDITO BÁSICO. PERIODICIDADE TRIMESTRAL. O ressarcimento de IPI e/ou sua compensação com débitos de tributos e contribuições, efetuado por meio de PER/DCOMP, deve se referir apenas aos créditos decorrente de aquisições efetivadas e escrituradas no trimestre a que se refere. Se, no saldo credor apurado ao final do trimestre de referência, houver valores acumulados relativos a trimestres anteriores, tais quantias serão excluídas do pedido/declaração e deverão ser solicitadas em PER/DCOMP próprio.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para excluir do pedido créditos de período anterior. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães.
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CRÉDITO BÁSICO. PERIODICIDADE TRIMESTRAL. O ressarcimento de IPI e/ou sua compensação com débitos de tributos e contribuições, efetuado por meio de PER/DCOMP, deve se referir apenas aos créditos decorrente de aquisições efetivadas e escrituradas no trimestre a que se refere. Se, no saldo credor apurado ao final do trimestre de referência, houver valores acumulados relativos a trimestres anteriores, tais quantias serão excluídas do pedido/declaração e deverão ser solicitadas em PER/DCOMP próprio. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para excluir do pedido créditos de período anterior. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 44 60 /2 00 9- 27 Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10920.904460/200927 Acórdão n.º 3001000.222 S3C0T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ/RPO, que não reconheceu do direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos fatos O Contribuinte, na data de 13/10/2005, transmitiu PER/DCOMP nº 0632.73297.131005.1.1.017241 com pedido de ressarcimento de IPI, referente crédito relativo ao terceiro trimestre de 2005 no valor de R$ 173.000,00. Faz parte da PER/DCOMP o Livro Registro de Apuração de IPI do período de referência. Do Despacho Decisório A DRF de Joinville/SC em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (eFls.59), reconhecendo parte do crédito no valor de R$ 122.309,99. O crédito reconhecido foi utilizado para homologar parcialmente a compensação declarada no PER/DCOMP 23937.79511.141105.1.3.010422. Assim, pela inexistência de valor a ser ressarcido no presente pedido, manteve a cobrança da diferença de R$ 50.690,01 acrescido de multa e juros, entre o valor do crédito pleiteado e valor reconhecido. O auditor fiscal fez a juntada de planilhas na seguinte ordem: fls.60 DEMONSTRATIVO DE CRÉDITOS E DÉBITOS (RESSARCIMENTO DE IPI); fls.61 DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DO SALDO CREDOR RESSARCÍVEL; e fls.62 RELAÇÃO DE NOTAS FISCAIS COM CRÉDITOS INDEVIDOS CRÉDITOS POR ENTRADAS NO PERÍODO. Da Manifestação de Inconformidade Não satisfeito com a resposta, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (efls.64), sendo resumida no relatório da DRJ nos seguintes termos: Segundo a manifestante a glosa de parte do saldo credor não tem fundamento legal, pois, são créditos líquidos e certos apurados de acordo com a IN SRF nº 460/2004, tendo como base a escrituração do RAIPI, cuja cópia está juntada. Aliás, inconformada pela ausência de informações no Despacho Decisório recorreu à Delegacia da Receita Federal em Joinville, que também não soube lhe informar o real motivo da glosa. Quanto à glosa de R$ 85,90, não há contestação, devido à irrelevância do valor. Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 2ª Turma da DRJ/RPO, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade, fundamentado no fato de “que a diferença entre o que foi pedido e o que foi reconhecido (desconsiderandose a glosa de R$85,90) referese ao saldo credor do período anterior, o qual não é ressarcível na presente PER/DCOMP”. Do Recurso Voluntário Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10920.904460/200927 Acórdão n.º 3001000.222 S3C0T1 Fl. 4 3 O sujeito passivo, cientificado da decisão de primeiro grau, ingressou tempestivamente com recurso voluntário (efls.124), requerendo em preliminar a nulidade do Despacho Decisório e por consequência do acórdão recorrido. Quanto ao mérito aborda a questão da nãocumulatividade do IPI; da lisura do procedimento da Recorrente face ao crédito objeto de ressarcimento, além de que não foi considerado pelo autor do despacho decisório o valor correspondente ao estorno de crédito no montante de R$ 160.000,00 referente a PER/DCOMP 22377.46021.150705.1.1.017757 relacionada com o trimestre anterior. Espera a validação do crédito de IPI e seu ressarcimento e, por consequência, a homologação das compensações declaradas. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Os fatos dizem respeito a PERD/COMP transmitida com pedido de ressarcimento de crédito de IPI relativo ao 3º trimestre de 2005. Da análise inicial da PER/DCOMP resultou em Despacho Decisório com reconhecimento parcial do direito ao ressarcimento pretendido. A decisão recorrida confirmou os termos do Despacho Decisório julgando improcedente a Manifestação de Inconformidade fundamentando que o crédito baseado em saldo credor de período anterior não pode ser ressarcido na presente PER/DCOMP. Em grau de Recurso Voluntário a recorrente apela em preliminar para duas nulidades no processo. A primeira de erro na capitulação legal por indicação imprecisa, quando da elaboração do Despacho Decisório, com relação a falhas cometidas pelo contribuinte no levantamento do crédito que teria direito ao ressarcimento. Segunda, por erro do acórdão da DRJ de fundamentação do dispositivo tido por infringido pela Recorrente. Entendo que nenhuma das duas preliminares levantadas merecem ser acolhidas, por não trazer prejuízo à Recorrente na busca da verdade material do fato, ou de impedimento do direito ao contraditório e a ampla defesa. A análise de mérito quanto ao pedido formulado na PER/DCOMP ora sob exame, não sofre nenhuma influência das preliminares abordadas para se ter plena visão dos fatos tanto materiais quanto legais, necessário ao julgamento do feito. A recorrente ao trazer para o processo cópia de seu Livro Registro de Apuração de IPI deu condições ao fisco para a elaboração do demonstrativo de apuração do saldo credor ressarcível (fls.61), só que o ajuste praticado pelo autor do Despacho Decisório foi parcial. Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10920.904460/200927 Acórdão n.º 3001000.222 S3C0T1 Fl. 5 4 Conforme dados extraídos do Livro Registro de Apuração de IPI (fls. 99), o saldo credor transferido do período anterior foi de R$ 161.543,79 e que fora indicado na parte do demonstrativo de débitos um estorno de crédito referente pedido de ressarcimento nº 22377.46021.150705.1.1.017757, sendo inclusive esclarecido pela interessada que esse valor (R$ 160.000,00) era relativo a créditos apurados no trimestre anterior, ou seja, o 2º trimestre de 2005. Esse fato não foi levado em consideração quando da elaboração do demonstrativo do crédito, considerandoo como débito por saídas do mês de julho de 2005. De toda apuração de IPI feita para o período correspondente ao 3º trimestre de 2005 e que deu base ao pedido de ressarcimento, a glosa realizada foi no valor de R$ 85,90 relacionada a três Notas Fiscais registradas no trimestre, uma de empresa com CNPJ cancelado e outras duas de empresa optante do Simples. Portanto, reelaborando o demonstrativo de apuração do saldo credor ressarcível de IPI para o 3º trimestre de 2005, teríamos o seguinte resultado: DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DO SALDO CREDOR RESSARCÍVEL Saldo Credor de Período Anterior ‐ junho de 2005 = R$ 161.543,79 Estorno de Crédito em julho de 2005 referente ao Período Anterior = R$ 160.000,00 Saldo Credor Estorno Crédito Crédito Não Crédito do Glosa de Débito do Saldo Credor Período Ref.2º Trim‐ 2005 Ref.2º Trim‐ 2005 Ressarcível Mês Crédito Mês Ressarcível 161.543,79 160.000,00 1.543,79 ‐ ‐ ‐ ‐ julho/2005 ‐ ‐ ‐ 104.467,90 17,50 55.347,91 49.102,49 agosto/2005 49.102,49 ‐ ‐ 114.543,66 34,20 52.002,89 111.609,06 set/2005 111.609,06 ‐ ‐ 108.577,78 34,20 48.740,16 171.412,48 Temos, então, que de acordo com o comando legal que autoriza a utilização de saldo credor de IPI para ressarcimento e compensação com débitos de outros tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, consta do art. 11 da Lei nº 9.779/1999, observadas as normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Fl. 147DF CARF MF Processo nº 10920.904460/200927 Acórdão n.º 3001000.222 S3C0T1 Fl. 6 5 Nesse sentido, como bem observado pela Recorrente, temos a IN da SRF nº 460/2004, que comtempla a seguinte instrução a respeito desse tema: Art. 16. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. §1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subsequentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, bem como utilizálos na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF. § 3º O pedido de ressarcimento e a compensação previstos no § 2º serão efetuados mediante utilização do Programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante petição/declaração (papel) acompanhada de documentação comprobatória do direito creditório. Art. 17. No período de apuração em que for apresentado à SRF o pedido de ressarcimento, bem como em que forem aproveitados os créditos do IPI na forma prevista no art. 26, o estabelecimento que escriturou referidos créditos deverá estornar, em sua escrituração fiscal, o valor pedido ou aproveitado. (Grifei) Está presente aqui a orientação dada pela RFB (art. 17 da IN 460/2004), que foi seguida pela contribuinte e foi literalmente desconsiderada quando da análise do crédito pleiteado, referente ao estorno do crédito realizado no mês de julho de 2005 no valor de R$ 160.000,00. Consta no LRAIPI (fls.101) que esse valor de R$ 160.000,00 do demonstrativo de débito, tratase de “Estorno de crédito referente Pedido de Ressarcimento nº 22377.46021.150705.1.1.017757”. O fisco ao preencher o Demonstrativo de Apuração do Saldo Credor Ressarcível (fls.61), atribuiu o valor zero de saldo credor do período anterior, porém, fez a inclusão ao débito do mês de julho de 2005 o valor de R$ 160.000,00 tornando sem efeito o estorno de crédito realizado pela Contribuinte. Nessa parte assiste razão a Recorrente, passando o valor do crédito ressarcível ao patamar acima demonstrado no valor de R$ 171.498,38 devendo permanecer o não reconhecimento do crédito para fins de ressarcimento no montante de R$ 1.501,62 por ser parte do saldo credor do período anterior (2º trimestre de 2005). Isso posto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer como credito ressarcível referente ao período de apuração 3º trimestre de 2005, PER/DCOMP nº 20632.73297.131005.1.1.017241, o valor de R$ 171.498,38. Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10920.904460/200927 Acórdão n.º 3001000.222 S3C0T1 Fl. 7 6 (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 149DF CARF MF
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Numero do processo: 10930.905867/2012-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 29/10/2010
NULIDADE. INEXISTÊNCIA
Demonstrada no despacho decisório e decisão de piso a motivação quanto ao indeferimento do indébito pleiteado, torna-se incabível a nulidade arguida.
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e liquidez do direito creditório pleiteado.
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO
É incabível o pedido de diligência visando trazer aos autos a documentação que deixou de ser apresentada, pelo contribuinte, no momento processual oportuno.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.025
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Recorrente A. M. R. GONCALVES & CIA LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 29/10/2010 NULIDADE. INEXISTÊNCIA Demonstrada no despacho decisório e decisão de piso a motivação quanto ao indeferimento do indébito pleiteado, tornase incabível a nulidade arguida. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO É incabível o pedido de diligência visando trazer aos autos a documentação que deixou de ser apresentada, pelo contribuinte, no momento processual oportuno. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 58 67 /2 01 2- 58 Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 3 2 Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Trata o processo de Manifestação de Inconformidade apresentada contra o Despacho Decisório emitido pela unidade de origem, que não homologou a compensação declarada por meio de Per/Dcomp uma vez que o crédito informado já estava integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte . Na manifestação apresentada, a contribuinte aduz que, sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada, por isso, pede que seja recebido o recurso e declarada a nulidade do despacho decisório emitido. Segundo afirma, em resumo: não houve esclarecimentos quanto à suposta indisponibilidade; não foi analisada qualquer situação que legitima o crédito postulado; a autoridade administrativa deve obediência à legalidade e que seus atos devem ser motivados, para que se possa promover a defesa do ato; a não homologação ocorreu por uma questão de sistema de informática, já que o crédito propriamente dito sequer foi apreciado e carece de definição o significado de "disponibilidade do crédito" no despacho decisório. Contudo, acredita se tratar de encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido através do DARF e o crédito declarado em DCTF, não restando crédito disponível para ser restituído. Mas, salienta, diversas poderiam ser as situações que acarretariam a restituição do valor recolhido. Contesta a falta de intimação para que pudesse fazer os esclarecimentos necessários, acarretando o cerceamento ao seu direito de ampla defesa. Enfim, diz que o pedido formulado tem como fundamento a inclusão indevida na base de cálculo da contribuição não só da receita decorrente de seu faturamento, mas de outras receitas que não deveriam compôla, conforme inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal, em outras ações já transitadas em julgado. Em relação à produção de provas, diz que não há como apresentar os documentos comprobatórios do direito alegado, já que nem a autoridade administrativa sabe ao certo o motivo do indeferimento, tampouco a interessada, devendo ser aplicada a regra autorizadora de produção posterior das provas. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 06040.903. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após regularmente cientificada, apresentou Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos já aduzidos em sede de manifestação de inconformidade. Ao final requer que sejam os autos remetidos à Delegacia de origem, para que sejam promovidas diligências necessárias à comprovação do crédito. Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 4 3 É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.004, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10930.901828/201362, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.004): PRELIMINARES Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. DAS NULIDADES Observase que a matéria litigiosa trazida na peça recursal prendese basicamente a arguição de nulidades: a) do despacho decisório que não declinou os motivos do indeferimento de seu pleito, bem como não analisou o mérito do pedido de restituição/ compensação postulado pela empresa, tampouco intimou o interessado a fazer os esclarecimentos necessários a comprovar o alegado, ensejando portanto cerceamento do direito de defesa; b) nulidade da decisão de primeira instância, por ausência de fundamentação e por obstar a produção das provas necessárias, já que sequer é sabido o que não foi reconhecido. Analisase a seguir as nulidades suscitadas. Da fundamentação do despacho decisório Observase que a peça decisória originase do processamento eletrônico das compensações, segundo a legislação de regência da matéria, tendo explícita fundamentação quanto à indisponibilidade do crédito pleiteado, cujos dados demonstrados no referido despacho decisório, seja quanto aos valores do crédito e débitos declarados, estão amparados na PER/DECOMP acostada aos autos. Conclui assim referido despacho decisório que o suposto crédito estava totalmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, não restando, crédito disponível para compensação pretendida. Notese que essa situação fática, inclusive é ratificada da pela própria recorrente, quando infere que do encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido através do DARF e o crédito declarado em DCTF, não restou crédito disponível para ser restituído, no Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 5 4 entanto, tece considerações sobre outras formas de verificação do suposto indébito. Vêse portanto que o despacho decisório apresentou a motivação adequada à situação em exame, respaldandose nos dados oriundos da PER/DECOMP transmitida pelo próprio sujeito passivo. Notese ainda que a contribuinte foi regularmente cientificada do despacho decisório, nos termos do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, o que lhe oportunizou o exercício do contraditório e da ampla defesa, comparecendo assim aos autos, com a manifestação de inconformidade que inaugurou a lide e recurso voluntário nas referidas instâncias administrativas, onde demonstra perfeita cognição dos fatos demonstrados no despacho decisório pela linha argumentativa apresentada. Instaurada a lide, esse é o momento processual para que a contribuinte apresente os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir, inexistindo omissão da autoridade administrativa quanto às intimações suscitadas, visto que os dados utilizados no referido despacho foram fornecidos pelo próprio sujeito passivo, prescindindo assim de motivação para que referida autoridade administrativa diligenciasse com vistas a perquirir a origem do crédito, já que o tratamento inicial dos dados revelou a indisponibilidade do crédito pleiteado. Da fundamentação da decisão de piso Igualmente não prospera a nulidade arguida quanto à suposta falta de motivação da decisão de piso, haja vista que a leitura da referida peça revela que todas as preliminares suscitadas foram devidamente fundamentadas, bem como a análise meritória do pleito, quanto aos argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade. Assim a r. turma julgadora demonstrou fundamentadamente a motivação de sua decisão, exercendo assim a prerrogativa da livre convicção motivada na apreciação das provas dos autos, conforme lhe assegura o 1art. 29 do Decreto nº 70.235, de 1972. Ante as considerações acima não se vislumbra qualquer mácula no referido despacho decisório, tampouco na decisão de piso, que enseje a declaração de nulidade, visto que além da observância da norma processual específica, Decreto nº 70.235, de 1972, também atendem às normas dispostas nos arts. 2º e 50, da Lei nº 9.784, de 1999. DO PEDIDO DE DILIGÊNCIA A contribuinte requer a realização de diligência, visando demonstrar nessa oportunidade, as provas que lastreiam o crédito pleiteado. Em se tratando de direito creditório pleiteado é importante demonstrar em breve abordagem a questão do ônus probatório, bem como o disciplinamento na norma processual, quanto a um pedido de diligência. 1 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 6 5 Utilizandose subsidiariamente as regras do Código de Processo Civil, vigente à época da apresentação da manifestação de inconformidade, verifica se: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovarlhe as alegações.(grifei). Disciplina o processo administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972, em seu art. 9º que [a exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito]. Já o art. 16, III, do citado diploma legal estabelece que a impugnação mencionará [os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir]. Observese que a premissa para verificar a origem do crédito, que é a constatação do indébito, inexiste no presente caso, visto que restou demonstrado no citado despacho decisório que o suposto crédito estava totalmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, não restando, assim, crédito disponível para compensação pretendida. Ressaltese que, no presente caso, a regra acima quanto ao ônus probatório, se inverte, cabendo ao requerente de um suposto direito creditório demonstrar ao fisco, os livros e documentos exigidos pela legislação para a comprovação de seu direito. Neste sentido, a recorrente teve a oportunidade processual, uma vez que lhe foram assegurados o contraditório e ampla defesa, quando da apresentação da manifestação de inconformidade de apresentar documentos/livros que demonstrem à Administração Tributária o suposto o crédito pleiteado. Com efeito, como já ressaltado, a própria recorrente destaca inferir quanto ao despacho decisório que se trata de encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido através do Darf e o crédito declarado em DCTF, aventando porém estirem outras situações que acarretariam a restituição do valor recolhido, seja pela inclusão indevida de valores na base de cálculo, seja por erro de fato na apuração do imposto, seja por situações que autorizam o contribuinte a reduzir valores da base de cálculo da exação, no entanto permaneceu silente quando do oportuno momento processual de trazer as provas que lastreiam o seu crédito pleiteado e assim, ensejar uma diligência pelo órgão a quo para verificar a materialidade do crédito arguido, porém a recorrente limitouse em suas peças defensórias a aduzir alegações e solicitar diligências sem demonstrar o lastro probatório que se faz necessário, em se tratando de direito creditório pleiteado, como já destacado. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 7 6 Por oportuno, registre o que prevê o art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972: “Art. 18 – A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, ‘in fine’.”(grifei). Verificase assim que o deferimento de um pedido de diligência ou perícia, pressupõe a necessidade de se conhecer determinada matéria ou colher determinada prova, que o exame dos autos não seja suficiente para dirimir a dúvida, ou ainda que se faça premente uma análise que exija conhecimentos técnicos específicos, o que não é o caso dos autos, cuja documentação objeto da diligência solicitada deixou de ser apresentada em momento oportuno quando da apresentação da manifestação de inconformidade, tampouco apresentou a Requerente até então a demonstração de qualquer impedimento para realização de seu mister. Observese ainda que a diligência no âmbito do processo administrativo fiscal não se presta a suprir deficiência probatória, seja do fisco ou da Recorrente. Assim, diante dos argumentos expostos indeferese o pedido de diligência com amparo no 18 e 28 do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação que lhes foi dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 1993. DA APRESENTAÇÃO POSTERIOR DE PROVAS Protesta a Recorrente pela posterior juntada de novos documentos e provas que se fizerem necessárias ao deslinde do feito. Esclareçase que a juntada posterior ao momento impugnatório, de provas ao processo somente encontra amparo se comprovadas às condições impostas no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, abaixo transcrito: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Observase no entanto, que não demonstrou a recorrente abrigarse na norma excepcional acima destacada. Pelo exposto, não há reparos na decisão de piso, uma vez que escudada no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, não acatou a solicitação de Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 8 7 apresentação posterior de prova, diferente do prazo estabelecido, destacando em reforço argumentativo, que sequer foram juntadas aos autos quaisquer documentos necessários à sua análise. MÉRITO Da inexistência probatória Tendo em vista que a questão dos autos diz respeito ao instituto da compensação, forma de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156 do CTN, e disciplinada no art. 170 do referido diploma legal, há exigências fundamentais para que possa ser operacionalizada a compensação, no âmbito do Direito Tributário, sendo as principais: (1) a necessidade de lei que autorize a compensação; e (2) que os créditos de titularidade do sujeito passivo sejam líquidos e certos. Dizse assim que um crédito é certo quando não há dúvida relativa à sua existência e é líquido quando é conhecido seu exato valor, ou seja, a certeza diz respeito à existência do crédito e a liquidez diz respeito ao montante. Sendo líquido e certo o crédito do contribuinte e existindo lei que preveja a compensação, procederseá ao encontro das dívidas. Nesse mister, a compensação está disciplinada nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Assim, no caso em apreço, quanto à questão meritória, destaca a recorrente que ao calcular o quantum debeatur da COFINS, utilizouse de base de cálculo com valores que indevidamente a integravam, ou seja, de base de cálculo ampliada. Assevera ainda que incluiu nesta base de cálculo, não só a receita decorrente de seu faturamento, ou seja, de suas vendas, mas sim as demais receitas que não devem compôla e nesse sentido utilizouse de algumas teses tributárias já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal de forma favorável aos contribuintes, a exemplo a ampliação da base de cálculo por alterar o conceito de faturamento, a exclusão da base de cálculo de determinadas despesas, etc. Ocorre que a recorrente ao enfatizar essa questão o faz de forma genérica, sem identificar quais receitas compuseram indevidamente a base de cálculo da COFINS, tampouco acosta aos autos quaisquer elementos probatórios que o respalde, tais como livros/documentos que sejam passíveis de análise por essa turma julgadora. A lei estabelece o dever de motivação do ato administrativo, que no caso em apreço restou perfeitamente demonstrada a motivação das peças decisórias até então analisadas. Ocorre que o artigo 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, estabelece os requisitos a serem cumpridos pelo contribuinte quando da apresentação da impugnação/manifestação de inconformidade, entre os quais, na dicção do inciso III do art. 16, do citado diploma legal a matéria posta em lide há de ser expressamente contestada, ou seja há de demonstrar o interessado [...os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir]. No caso em exame, embora pondere a interessada que está respaldada na decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal, no sentido da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo das referidas Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 9 8 contribuições, cabe à interessada a prova da existência de seu direito, demonstrando a liquidez e certeza dos créditos alegados, utilizados para extinção do crédito tributário sob condição resolutória, através da apresentação, dos livros e documentos estabelecidos pela legislação para a comprovação da exatidão de suas informações, quando da inauguração da lide, haja vista que declarou à Administração Tributária possuir um montante de crédito, utilizado para extinguir os débitos compensados. No entanto, como já exposto em sede preliminar, a recorrente não se desincumbiu do ônus probatório que lhe competia para demonstrar a certeza e liquidez de seu crédito, já que em suas peças defensórias deixou de carrear aos autos qualquer elemento probatório que lastreie o seu pleito. Cabe registrar que a matéria em exame encontra precedente no âmbito deste Egrégio Conselho, com relação ao mesmo sujeito passivo, nos termos do Ac nº 3803004.798 , de 26/11/2013, a seguir ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Para a homologação da declaração de compensação transmitida pelo sujeito passivo, é necessária a demonstração da liquidez e certeza do crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO.COMPROVAÇÃO. Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do alegado sob pena de desprovimento do recurso. MOMENTO POSTERIOR DE PRODUÇÃO DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o Processo Administrativo Fiscal (PAF), em especial no Decreto 70.235/72, não havendo como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal. Ante o exposto, VOTO POR REJEITAR AS PRELIMINARES SUSCITADAS, E NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o direito creditório pleiteado. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10930.905867/201258 Acórdão n.º 3302005.025 S3C3T2 Fl. 10 9 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu rejeitar as preliminares suscitadas, e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 87DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.726008/2011-11
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO DIREITO CREDITÓRIO. NÃO COMPROVAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO.
O direito à compensação, previsto no art. 74 da Lei nº 9.430/1996, está condicionado à existência de certeza e liquidez do credito utilizado pelo contribuinte na DCOMP. Não atendidos esses requisitos, não subsiste o direito creditório e incabível a homologação da compensação realizada.
Numero da decisão: 3002-000.148
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Weis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Diego Weis Junior, Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: DIEGO WEIS JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO DIREITO CREDITÓRIO. NÃO COMPROVAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. O direito à compensação, previsto no art. 74 da Lei nº 9.430/1996, está condicionado à existência de certeza e liquidez do credito utilizado pelo contribuinte na DCOMP. Não atendidos esses requisitos, não subsiste o direito creditório e incabível a homologação da compensação realizada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Diego Weis Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Diego Weis Junior, Carlos Alberto da Silva Esteves. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 60 08 /2 01 1- 11 Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 183 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto ao Acórdão de nº 0651.387, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) DRJ/CTA, em sessão de 25 de março de 2015, com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 25/04/2007 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JÁ UTILIZADO. DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Comprovado nos autos que o crédito informado como suporte para a compensação foi integralmente utilizado pela contribuinte na extinção de outros débitos, não se homologam as compensações requeridas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Na origem, o contribuinte apresentou, em 25.04.2007, as Declarações de Compensação DCOMP´s de nºs 37233.28378.250407.1.7.091942 e 42186.66838.250407.1.7.090781, objetivando a compensação de saldo remanescente de créditos de COFINS de empresa incorporada, relativos ao 1º trimestre de 2005, oriundos dos processos 10680.004794.200545 e 10680.010187/200514, respectivamente, com débito de IRPJ do mês de março/2006. (fls. 15 a 22) Em 22.08.2007, em cumprimento ao MPF nº 06.1.01.002007006861, teve início ação fiscal para análise dos processos de pedido de ressarcimento/compensação de créditos de PIS e COFINS não cumulativos do período de 12/2002 a 12/2005 da empresa Anglogold Ashanti Mineração Ltda., CNPJ 42.138.891/000197, incorporada pela fiscalizada. Tal procedimento fiscal analisou os Pedidos de Ressarcimento e Declarações de Compensação dos processos de nº 10680.009340/200480, 10680.009339/200455, 10680.014124/200456, 10680.004794/200545, 10680.010186/200570, 10680.010187/2005 14, 10680.017536/200529 e 10680.017537/200573, que totalizavam solicitações de ressarcimento/compensação de créditos de contribuições não cumulativas no montante de R$5.419.401,93. Assim, os créditos relativos a todos os processos acima mencionados foram objeto de análise nos autos do processo de fiscalização, de nº 10680.004042/200746. A fiscalização identificou a existência de outros pedidos de ressarcimento de créditos de contribuições não cumulativas apuradas nos mesmos períodos de apuração envolvidos no processo em estudo. Portanto, parte do crédito das contribuições ao PIS e a COFINS a que a empresa tinha direito foi objeto de ressarcimento naqueles processos e o restante foi abordado nos autos do processo originado pela fiscalização. Os agentes fiscais concluíram pelo reconhecimento parcial do direito creditório pleiteado, deferindo a existência de crédito no montante de R$3.897.178,23 e indeferindo (glosando) o montante de R$1.522.223,70, conforme resumo abaixo. CRÉDITOS PROCESSO 10680.004042/200746 TRIBUTO PA VALOR SOLICITADO VALOR DEFERIDO VALOR INDEFERIDO Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 184 3 PIS 3ª TRIM/2003 24.377,87 18.241,12 6.136,75 PIS 4º TRIM/2003 52.580,98 47.870,15 4.710,83 PIS 1º TRIM/2004 103.441,09 81.207,47 22.233,62 PIS 2º TRIM/2004 146.195,87 91.729,97 54.465,90 PIS 3ª TRIM/2004 82.415,12 34.840,97 47.574,15 PIS 4º TRIM/2004 70.186,12 70.186,12 PIS 1º TRIM/2005 178.070,19 160.823,32 17.246,87 PIS 2º TRIM/2005 179.831,19 140.017,77 39.813,42 PIS 3º TRIM/2005 201.788,87 149.766,54 52.022,33 COFINS 1º TRIM/2004 199.190,12 120.321,55 78.868,57 COFINS 2º TRIM/2004 673.417,58 422.544,35 250.873,23 COFINS 3ª TRIM/2004 379.678,78 160.549,42 219.129,36 COFINS 4º TRIM/2004 323.351,17 323.351,17 COFINS 1º TRIM/2005 820.263,43 740.823,28 79.440,15 COFINS 2º TRIM/2005 1.055.096,86 645.006,29 410.090,57 COFINS 3º TRIM/2005 929.516,69 689.898,74 239.617,95 TOTAIS 5.419.401,93 3.897.178,23 1.522.223,70 A linha destacada na tabela acima indica os créditos reconhecidos pela fiscalização no período de apuração dos créditos utilizados nas DCOMP´s em discussão nestes autos. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Belo Horizonte DRF/BHE, por meio do Despacho Decisório de nº 1350, datado de 04.10.2011, cientificou o contribuinte da não homologação das compensações realizadas, informando ter sido exaurido todo o crédito reconhecido pela fiscalização em outras compensações declaradas pelo sujeito passivo, anexando os demonstrativos de fls. 25 a 37. Cientificado do conteúdo do Despacho Decisório em 19.10.2011, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 18.11.2011, aduzindo, em síntese, que: a) O Despacho Decisório 1350 deve ser analisado em conjunto com os Despachos Decisórios 1343, 1344, 1349 e 1351; b) Apresentou, em 2004, (sic) PER/DCOMP´s com valores a restituir de R$216.631,51 e 573.269,81, provenientes de crédito de COFINS referente ao 1º trimestre de 2005; c) Verificou em seus controles que deixou de lançar, em época própria, em sua escrita, as retenções na fonte referentes às contribuições efetuadas em notas fiscais emitidas em janeiro/2005, no valor de R$6.501,90, fevereiro/2005, no valor de R$13.784,16, totalizando R$20.286,06; d) Em razão do equívoco, providenciou, em 25/04/2007, a retificação das PER/DCOMP originais, somando ao valor do crédito inicialmente declarado o montante das retenções sofridas, perfazendo novos montantes de crédito de R$226.707,56 e R$593.555,87, respectivamente, que ora se discutem nestes autos; e) Situação análoga teria ocorrido com as DCOMP´s 01540.27569.250407.1.7.086244 (Despacho Decisório 1343), 23485.87778.250407.1.7.08 Fl. 184DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 185 4 3022 (Despacho Decisório 1344), 04055.95608.250407.1.7.098163 (Despacho Decisório 1349) e 39667.23663.250407.1.7.091374 (Despacho Decisório 1351); f) Em 2007 foi iniciada ação fiscal para analise dos processos de pedido de ressarcimento/compensação de créditos de PIS e COFINS não cumulativos, referentes ao período de dezembro de 2002 a dezembro de 2005; g) Finalizada a ação fiscal, foi emitido, nos autos do processo de nº 10680.004042/200746, o parecer fiscal datado de 28/05/2008, glosando parcialmente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo, com os quais a impugnante concordou; h) Os créditos vinculados às DCOMP´s 01540.27569.250407.1.7.086244 (Despacho Decisório 1343), 23485.87778.250407.1.7.083022 (Despacho Decisório 1344), 04055.95608.250407.1.7.098163 (Despacho Decisório 1349) e 37233.28378.250407.1.7.09 1942 (Despacho Decisório 1350) totalizavam R$1.115.950,83, não tendo recaído sobre eles nenhuma glosa, e que foram utilizados para abater débitos de IRPJ e CSLL relativos ao mês de março de 2005, no montante de R$1.050.526,67, remanescendo um crédito de R$65.424,16; i) Os créditos vinculados às DCOMP´s 42186.66838.250407.1.7.090781 (Despacho Decisório 1350) e 39667.23663.250407.1.7.091374 (Despacho Decisório 1351) totalizavam R$1.055.096,86, tendo sofrido glosas de R$489.530,72, restando saldo credor de R$792.273,70, utilizados em compensação de CSLL de 06/2005, no valor de R$172.790,53, e IRPJ da mesma competência, no valor de R$834.633,07 (sic), totalizando os débitos compensados em R$1.007.423,60 (sic); j) Restou saldo devedor de R$215.149,90 (1.007.423,60 792.273,70), que foi inscrito em Dívida Ativa da União sob o nº 60 2 09 00251341; k) Aderiu ao parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009 REFIS, incluindo dentre os débitos parcelados, aqueles inscritos em Dívida Ativa da União sob o nº 60 2 09 00251341, anexando documentos comprobatórios; l) Apesar da adesão ao parcelamento, a União ajuizou ação de Execução Fiscal, que recebeu o nº 007471803.2010.8.13.0188, suspensa posteriormente por requerimento da própria União, tendo em vista o parcelamento; m) O débito de IRPJ de março/2006, resultantes das glosas efetuadas pela fiscalização e aceitas pelo contribuinte, foi incluído em parcelamento da Lei nº11.941/2009, devendo, por tal razão, ser cancelada a cobrança realizada através do despacho decisório nº 1350 DRF/BH; i) As cobranças constantes dos despachos decisórios nº 1343, 1344, 1349 e 1350 totalizam R$65.424,16, ou seja, exatamente o mesmo valor do crédito remanescente vinculado às DCOMP´s 01540.27569.250407.1.7.086244 (Despacho Decisório 1343), 23485.87778.250407.1.7.083022 (Despacho Decisório 1344), 04055.95608.250407.1.7.09 8163 (Despacho Decisório 1349) e 37233.28378.250407.1.7.091942 (Despacho Decisório 1350). Razão pela qual devem ser canceladas tais cobranças, pois a requerente tinha saldo credor para a compensação do IRPJ de março de 2006; Fl. 185DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 186 5 Em sessão de 25 de março de 2015, a 3ª Turma da DRJ/CTA decidiu, em acórdão de nº 0651.387, pelo não acolhimento da Manifestação de Inconformidade apresentada pela recorrente, sob o fundamento que: a) A análise dos pedidos de ressarcimento e das várias declarações de compensação apresentadas, que foram objeto de vários processos administrativos, foi efetuada no âmbito do processo nº 10680.004042/200746, e que parte dos créditos pleiteados foi glosada pela fiscalização, tendo o contribuinte concordado expressamente com tais glosas; b) Os débitos incluídos no parcelamento da Lei 11.941/2009 (inscrição nº 60.2.09.00251341), embora sejam de IRPJ, referemse aos períodos de apuração de 12/2004 e 11/2005, conforme se comprova pelas fls. 112 dos presentes autos, enquanto que os débitos cobrados por meio do despacho decisório 1350, referese ao IRPJ do período 03/2006 e não está incluído em parcelamento algum. c) Todos os créditos apurados pela fiscalização já foram imputados na compensação de outros débitos de COFINS, IRPJ e CSLL, não havendo saldo remanescente para a homologação da compensação em discussão nestes autos. Cientificada da decisão em 10.04.2015 e não se conformando com seu conteúdo, a recorrente interpôs Recurso Voluntário em 08.05.2015, no qual ratifica as alegações da Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Weis Junior, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade. Muito embora os valores mencionados no relatório e no voto sejam superiores ao limite da competência especial das Turmas Extraordinárias, o saldo do crédito discutido neste processo é inferior a 60 (sessenta) salários mínimos (fl. 16). Sendo assim, passo à analise do Recurso Voluntário. A 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, em decisão consubstanciada no acórdão de nº 9303005.226, entendeu que "É do Contribuinte o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar. Pelo princípio da verdade material, o papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repitase, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo interessado." No curso do presente processo, foram produzidas provas suficientes para analisar a existência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Vejamos. Fl. 186DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 187 6 Os créditos de COFINS referentes ao 1º trimestre de 2005, declarados nas DCOMP´s transmitidas pelo contribuinte em 25.04.2007 (fls. 15 a 22), somavam originalmente R$820.263,43, conforme detalha a tabela abaixo. DCOMP PROCESSO ADMINISTRATIVO CRÉDITO DECLARADO FLS. 37233.28378.250407.1.7.091942 10680.004794/200545 R$ 593.555,87 15 a 18 42186.66838.250407.1.7.090781 10680.010187/200514 R$ 226.707,56 19 a 22 TOTAL R$ 820.263,43 A ação fiscal consubstanciada no processo 10680.004042/200746, iniciada em 22.08.2017 (posterior ao envio da DCOMP), concluiu pela glosa de parte dos créditos declarados pelo contribuinte, nos termos do Parecer Fiscal de fls. 03 a 12 destes autos. Em relação aos créditos de COFINS do 1º trimestre de 2005, as glosas foram: CRÉDITOS PROCESSO 10680.004042/200746 TRIBUTO PA VALOR SOLICITADO VALOR INDEFERIDO VALOR DEFERIDO COFINS 1º TRIM/2005 820.263,43 79.440,15 740.823,28 Tais créditos foram integralmente consumidos, por compensação, com débitos de CSLL de 10/2004 e 03/2005, bem como de IRPJ relativos a 03/2005, conforme detalhado na tabela abaixo. CRÉDITO DÉBITO TRIBUTO PA VLR CRÉDITO TRIBUTO PA VALOR COMPENSADO FL. COMP. Nº CSLL out/04 135.121,55 35 41 IRPJ mar/05 510.552,77 35 42COFINS 1º TRIM/2005 R$ 740.823,28 CSLL mar/05 95.148,96 36 43 TOTAL CRÉD. R$ 740.823,28 TOTAL DÉB. 740.823,28 O contribuinte alega que a análise da DCOMP não homologada pelo presente Despacho Decisório precisa ser realizada em conjunto com a das DCOMP´s 01540.27569.250407.1.7.086244 (Despacho Decisório 1343), 23485.87778.250407.1.7.08 3022 (Despacho Decisório 1344), 04055.95608.250407.1.7.098163 (Despacho Decisório 1349) e 39667.23663.250407.1.7.091374 (Despacho Decisório 1351) Não merece prosperar tal alegação, vez que é ônus do contribuinte provar o direito creditório utilizado em cada compensação, individualmente. Contudo, em homenagem aos princípios da verdade material, do contraditório e da ampla defesa, analisamos os créditos mencionados pelo contribuinte, vinculados aos despachos decisórios 1343, 1344, 1349 e 1351. Conforme detalha o quadro abaixo, criado a partir das informações constantes dos processos, e cujos valores podem ser confirmados na fl.12, o montante de crédito vinculado a todas as DCOMP´s e Despachos Decisórios alegados pelo contribuinte é de R$1.908.224,53. TRIBUTO PA PROCESSO ORIGINAL DCOMP CRÉDITO HOMOLOGADO PIS 4º TRIM/2004 10680.004794/200545 01540.27569.250407.1.7.086244 R$ 70.186,12 PIS 1º TRIM 2005 10680.004794/200545 23485.87778.250407.1.7.083022 R$ 128.857,67 COFINS 4º TRIM/2004 10680.004794/200545 04055.95608.250407.1.7.098163 R$ 323.351,17 COFINS 1º TRIM 2005 10680.004794/200545 37233.28378.250407.1.7.091942 R$ 593.555,87 COFINS 1º TRIM 2005 10680.010187/200514 42186.66838.250407.1.7.090781 R$ 147.267,41 COFINS 2º TRIM 2005 10680.010187/200514 39667.23663.250407.1.7.091374 R$ 645.006,29 TOTAIS R$ 1.908.224,53 Fl. 187DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 188 7 O "Demonstrativo Analítico de Compensação" não deixa dúvidas de que os créditos de PIS e COFINS, no valor de R$1.908.224,53, relativos ao 4º trimestre de 2004 e 1º e 2º trimestres de 2005, foram integralmente consumidos, por compensação, com débitos de IRPJ e CSLL dos meses 10/2004, 03/2005 e 06/2005. Vejamos: CRÉDITO DÉBITO TRIBUTO PA VLR CRÉDITO TRIBUTO PA VALOR COMPENSADO FL. COMP. Nº PIS 4º TRIM/2004 R$ 70.186,12 IRPJ mar/05 70.186,12 32 26 IRPJ mar/05 64.914,74 32 27 PIS 1º TRIM/2005 R$ 128.857,67 CSLL jun/05 63.942,93 33 28 IRPJ out/04 288.174,98 35 38 COFINS 4º TRIM/2004 R$ 323.351,17 CSLL out/04 35.176,19 35 39 CSLL out/04 135.121,55 35 41 COFINS 1º TRIM/2005 R$ 593.555,87 IRPJ mar/05 458.434,32 35 42 IRPJ mar/05 52.118,45 35 42 COFINS 1º TRIM/2005 R$ 147.267,41 CSLL mar/05 95.148,96 36 43 CSLL mar/05 256.434,54 36 44 CSLL jun/05 172.790,53 36 45COFINS 2º TRIM/2005 R$ 645.006,29 IRPJ jun/05 215.781,22 36 46 TOTAL CRÉD. R$ 1.908.224,53 TOTAL DÉB. 1.908.224,53 A "Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes" (fl. 26) ratifica que todos os créditos vinculados aos processos relacionados à compensação em discussão nestes autos foram consumidos, não havendo nenhum outro documento ou prova em sentido oposto. O direito à compensação, estampado no art. 74 da Lei nº 9.430/1996, origina se a partir da existência de crédito tributário líquido e certo, o que definitivamente não se comprovou nestes autos. Ao contrário, todas as provas trazidas ao processo, inclusive aquelas carreadas pelo próprio contribuinte, evidenciam que a totalidade do crédito homologado pela fiscalização, nos autos do processo 10680.004042/200746, cuja parcela pretendia o contribuinte utilizar na DCOMP que originou o recurso em análise, já foi consumido em outras compensações realizadas pelo sujeito passivo, não remanescendo saldo disponível para a compensação pretendida nestes autos. Diante de todo o exposto, e levando em conta as provas e alegações produzidas, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo o NÃO RECONHECIMENTO do direito creditório. (assinado digitalmente) Diego Weis Junior Relator Fl. 188DF CARF MF Processo nº 10680.726008/201111 Acórdão n.º 3002000.148 S3C0T2 Fl. 189 8 Fl. 189DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.967559/2012-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.581
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Cesar Candal Moreira Filho Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa e Flávio Machado Vilhena Dias.
Nome do relator: CARLOS CESAR CANDAL MOREIRA FILHO
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RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Cesar Candal Moreira Filho – Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente Convocado), Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa e Flávio Machado Vilhena Dias. Relatório Adoto o relatório do acórdão recorrido por bem descrever os fatos: Trata o presente processo de Declaração de Compensação Eletrônica – Dcomp com demonstrativo do crédito a de nº 29633.69750.290609.1.3.020075, utilizando crédito relativo a saldo negativo de IRPJ do exercício 2009 para quitação de débitos diversos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 67 55 9/ 20 12 -5 9 Fl. 558DF CARF MF Processo nº 10880.967559/201259 Resolução nº 1302000.581 S1C3T2 Fl. 559 2 Nos termos do Despacho Decisório de fl. 12, a Dcomp de nº 11132.30495.240809.1.3.022188 foi homologada parcialmente e as de nº 08838.13481.130810.1.3.024749 e 21958.73421.221009.1.3.02 2825 não foram homologadas, uma vez que o crédito do saldo negativo informado na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ relativa ao período analisado foi insuficiente. A insuficiência foi decorrente da confirmação parcial das retenções na fonte, sendo informado no demonstrativo específico que essa confirmação parcial foi decorre do fato de as receitas financeiras terem sido oferecidas à tributação em montante inferior ao verificado nos sistemas da Receita Federal do Brasil. A contribuinte foi cientificada da decisão e apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 18/23, onde vem alegando, em preliminar, a falta de motivação do despacho decisório o que implicaria em cerceamento do seu direito de defesa, circunstância que levaria à nulidade do ato administrativo. No mérito, vem alegar que teria oferecido as receitas á tributação em exercícios anteriores. Em atendimento ao regime de competência, segundo alega, teria oferecido os juros á tributação mês a mês, e não somente quando do resgate como pretende o despacho decisório. Traz cópias do livro razão a fim de comprovar o que alega. Ao final requer o provimento de sua manifestação de inconformidade com a consequente homologação das compensações efetuadas. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) de Juiz de Fora julgou improcedente a manifestação de inconformidade adotando a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 RETENÇÃO NA FONTE. A utilização do IRPJ na formação do crédito pretendido condicionase à comprovação da retenção por meio do correspondente comprovante de rendimento, bem como do oferecimento à tributação dos respectivos rendimentos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido No voto condutor da referida decisão, o Relator afasta a preliminar de nulidade, haja vista que a Recorrente compreendeu em sua plenitude o motivo do não reconhecimento do crédito. No mérito, a Turma entende que a parcela do IRRF passível de compor o saldo negativo é somente a que foi computada na determinação do lucro real, e completa: Se a manifestante realmente ofereceu à tributação os rendimentos sobre os quais foram realizadas as retenções em debate em exercícios anteriores, não pode agora, no exercício em que a retenção ocorreu, descontar do devido todo o imposto que foi retido, estando correta a proporcionalização operada pelo despacho decisório. Fl. 559DF CARF MF Processo nº 10880.967559/201259 Resolução nº 1302000.581 S1C3T2 Fl. 560 3 Inconformada, a Empresa apresentou Recurso Voluntário alegando, resumidamente: Alega, em extensa argumentação, que o Despacho Decisório é imotivado, requerendo sua nulidade. Diz que contratou laudo contábil da PricewatherhouseCoopers e que, no caso em análise, verificase o registro de dois valores referentes á apropriação das receitas de aplicação financeira: o primeiro no montante de E#6.480 mil, apontado na contabilidade em 2008, de acordo com o regime de competência e o segundo no valor de R$25.635 mil, atinente aos referidos rendimentos, constantes dos informes de rendimentos, auferidos pelo regime de caixa. A diferença ocorre na medida em que a Recorrente possuía aplicações financeiras desde 2006, que vinham sendo reconhecidas na contabilidade, mediante lançamento a crédito em conta de receitas financeiras de resultado, pelo regime de competência, tributadas a 43% (alíquota sobre o lucro líquido após os ajustes de adição e exclusão). No ano de 2008, com o resgate dessas aplicações, se deu a efetiva retenção do Imposto de Renda (IRF) pelo regime de caixa, cujo montante traduzse em crédito, uma vez que já tributados. Requer: a) seja efetuada a intimação da subscritora da presente para proceder à sustentação oral das razões anteriormente expostas; b) caso seja julgado pertinente, que o processo seja baixado em diligência para a apuração do crédito; c) a juntada de novos documentos que se façam necessários; d) seja julgado procedente o presente recurso, visando o deferimento do valor creditório pleiteado, bem como sejam homologadas as compensações pleiteadas. É o relatório. Voto A ciência do acórdão se deu em 20 de maio de 2015 (fl. 272). O Recurso Voluntário foi apresentado em 18 de junho de 2015, portanto, tempestivamente. A representação é regular. Conheço do Recurso Voluntário. Afasto a preliminar de nulidade por falta de motivação do Despacho Decisório (DD) por considerar que tal não ocorreu. O motivo legal está descrito e o motivo de fato que levou à negativa de aproveitamento total do IRRF na composição da base de cálculo negativa está claro, tanto que foi plenamente entendido pela Recorrente. Quanto a apresentação futura de provas ressalvo a necessária obediência ao prescrito no § 4º do artigo 16 do Decreto nº 70.235, de 1976, quando de sua apresentação. Fl. 560DF CARF MF Processo nº 10880.967559/201259 Resolução nº 1302000.581 S1C3T2 Fl. 561 4 No mérito, data maxima venia ao entendimento adotado no acórdão recorrido, entendo que o oferecimento das receitas de aplicações financeiras em obediência ao princípio da competência tem reflexos, sim, no aproveitamento do valor do IRRF retido por ocasião do encerramento dos contratos. Todavia a prova necessária para que tenhamos convicção do oferecimento dos valores à tributação deve ser clara, estabelecida a relação objetiva entre o valor que se pretende demonstrar tributado e o crédito a que se relaciona, com indicação do local onde está o registro contábil sob pena de o julgador dedicar a um processo tempo excessivo e descer a detalhes de verdadeiro trabalho de auditoria. No presente caso há uma aparência de bom direito, mas é necessário que a Recorrente organize os elementos de prova, considerando que a liquidez e certeza do crédito em matéria de restituição/compensação é da inteira responsabilidade do declarante. Feitas estas considerações, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que a Recorrente seja intimada: a) a apresentar, de forma organizada, com referência ao crédito que quer comprovar o oferecimento à tributação estabelecendo a relação com a tabela de folhas 14 "Parcelas Confirmadas Parcialmente ou Não Confirmadas" e informando a localização das contabilizações em anos anteriores; b) o Auditor Fiscal da Receita Federal responsável pela diligência, usando a técnica de auditoria que considerar adequada, confirme os dados apresentados e apresente seu parecer fundamentado; c) a Empresa deve ser intimada do resultado da diligência, atribuindolhe 30 dias para manifestação a respeito. Passado o prazo referido, volte o processo para julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos Cesar Candal Moreira Filho Relator Fl. 561DF CARF MF
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Numero do processo: 37284.000078/2007-80
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1999 a 31/05/2003
AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP COM INCORREÇÕES NÃO RELACIONADAS A FATO GERADORES. MULTA. APLICAÇÃO DA TESE DO SOMATÓRIO DE MULTAS DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA
Não há como conhecer de Recurso Especial quando as situações fáticas apresentadas no acórdão recorrido e nos paradigmas são diversas.
Numero da decisão: 9202-006.687
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo.
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OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP COM INCORREÇÕES NÃO RELACIONADAS A FATO GERADORES. MULTA. APLICAÇÃO DA TESE DO SOMATÓRIO DE MULTAS DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA Não há como conhecer de Recurso Especial quando as situações fáticas apresentadas no acórdão recorrido e nos paradigmas são diversas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 37 28 4. 00 00 78 /2 00 7- 80 Fl. 242DF CARF MF 2 Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo. Relatório Tratase de auto de infração, DEBCAD 37.007.9175, lavrado contra o contribuinte identificado acima, em decorrência do descumprimento da obrigação acessória de Fundamento Legal 69, em função da empresa apresentar Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social GFIP com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias. Nos termos do relatório fiscal de fls. 13/14 o lançamento foi assim sintetizado: DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO O contribuinte apresentou GFIP/GRFP com informações inexatas, incompletas ou omissas nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias, para o período de março/1999 a maio/2003, conforme disposição no art.284, III, do Decreto 4.729/03. Desta forma, incorre em descumprimento desta obrigação previstos nos arts. 32, inciso IV, §6º combinado com o art. 92 , ambos da Lei no 8.212/91, e alterações posteriores (Lei nº 9.528, de 10/12/1997). Da mesma forma, infringe dispositivo expresso no art. 225, inciso IV, §4 0 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6/05/1999, republicado no DOU em 12/5/1999. A infração abrange o período 03/1999 a 05/2006. A multa aplicada decorre do artigo 32, inciso IV, § 6o, Lei nº 8.212/1991, com redação conferida pela Lei no 9.528/1997 (anteriormente citado), combinado com o art. 284, inciso III e §2o do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6/5/1999, republicado no DOU em 12/5/1999. Após o trâmite processual, a 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária manteve em parte o lançamento, para determinar o recalculo do valor da multa, de acordo com o disciplinado no art. 32A da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009, com prevalência da mais benéfica ao contribuinte. o Acórdão 2301004.422 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1999 a 30/05/2003 PREVIDENCIÁRIO. . INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. GFIP. Constitui infração à legislação previdenciária, a apresentação de Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Fl. 243DF CARF MF Processo nº 37284.000078/200780 Acórdão n.º 9202006.687 CSRFT2 Fl. 243 3 RETROATIVIDADE BENIGNA Tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, o artigo 106, II , “c”, do Código Tributário Nacional CTN , observando princípio da retroatividade benigna, determina a aplicação retroativa da lei. MULTA DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Se mais benéfico, com fulcro no princípio da retroatividade benigna, cabe o recálculo da multa em razão do novo comando expressado na forma do §9º da Lei nº 11.941/2009 para o artigo 32A, da Lei 8.212/91, na hipótese de o contribuinte ter sido autuado na forma da infração prevista no artigo 32, inciso IV, e parágrafos da sobredita Lei 8.212/91. Recurso Voluntário Provido em Parte. Contra a decisão a Fazenda Nacional, interpôs recurso especial de divergência questionando o critério adotado pelo Colegiado no que tange a aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Intimado o Contribuinte apresentou contrarrazões pugnando pelo não conhecimento do recurso por ausência de similitude fática e, no mérito pela manutenção da decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Em sede de contrarrazões pugna o Contribuinte pelo não conhecimento do recurso por ausência de similitude fática. Afirma que, além dos acórdãos tratarem de períodos distintos, nenhum dos julgados paradigmas enfrenta fato onde o descumprimento da obrigação acessória esteja diretamente relacionado a exclusão da empresa do regime do SIMPLES. Segundo defendido, no presente caso, o erro de preenchimento das GFIP's se refere a período em que ainda não existia decisão definitiva quanto a exclusão da empresa do SIMPLES. Neste ponto, embora não adote os fundamentos expostos na peça de contrarrazões, também entendo pelo não conhecimento do recurso em razão da ausência de demonstração da divergência arguida, afinal os paradigmas apresentados referemse a autuações diversas da encontrada neste lançamento. Nos termos da peça recursal, a divergência jurisprudencial foi assim delimitada pelo ilustre Procurador: Fl. 244DF CARF MF 4 Como se vê, os acórdãos paradigmas entenderam que, para efeito da apuração da multa mais benéfica ao contribuinte, em hipóteses como a dos presentes autos em que houve lançamento da obrigação principal, bem como lançamento da obrigação acessória, devese efetuar o seguinte cálculo: somar as multas da sistemática antiga (art. 35, II e art. 32, IV da norma revogada) e comparar o resultado dessa operação com a multa prevista no art. 35A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009 e que remete ao art. 44, I, da Lei nº 9.430/96 (75%). Patente, portanto, a divergência no que toca ao procedimento a ser adotado para aferição da multa mais benéfica ao contribuinte, pois o Colegiado a quo sustenta ser desnecessária a soma da multa da obrigação principal com a multa da obrigação acessória para efeitos de comparação com o que dispõe o art. 35A da lei nº 8.212/91. De fato, para a Turma recorrida, tratandose de auto de infração para cobrança de multa por descumprimento de obrigação acessória, a comparação para fins de aplicação da retroatividade benigna deve ser feita (em separado) entre a penalidade previstas no art. 32, IV, da norma revogada, e aquela indicada no art. 32A da Lei n. 8.212/91. Neste processo administrativo fiscal, encontrase sob análise auto de infração por descumprimento de obrigação acessória cujo Fundamento Legal é o 69, ou seja, lavrado em razão da empresa apresentar Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social GFIP com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias, no período março/1999 a maio/2003, infringindo o disposto no art. 32, inciso IV e parágrafo 6° da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, e alterações posteriores, combinado com o art. 225, IV do Regulamento da Previdência Social — RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06 de maio de 1999. Ou seja, a multa aplicada é fundamentada no art. 32, §6º e referese a incorreções não relacionadas a fato geradores, o que determinou a aplicação de multa sem qualquer relação direta com lavratura de Notificação Fiscal NFLD ou mesmo Auto de Infração de Obrigação Principal, fato facilmente identificado da leitura do próprio relatório fiscal. Vejamos: O contribuinte apresentou GFIP/GRFP com informações inexatas, incompletas ou omissas nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias, para o período de março/1999 a maio/2003, conforme disposição no art.284, Ill, do Decreto 4.729/03. Desta forma, incorre em descumprimento desta obrigação previstos nos arts. 32, inciso IV, § 6 ° combinado com o art. 92 , ambos da Lei n° 8.212/91, e alterações posteriores (Lei n° 9.528, de 10/12/1997). Da mesma forma, infringe dispositivo expresso no art. 225, inciso IV, §4° do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n ° 3.048, de 6/05/1999, republicado no DOU em 12/5/1999, verbis (...) Já nos paradigmas, as multas aplicadas eram as do art. 32, IV e §5º da Lei nº 8.212/91, essas relacionadas diretamente aos fatos geradores de contribuições previdenciárias. As partes transcritas na peça recursal confirmam: Fl. 245DF CARF MF Processo nº 37284.000078/200780 Acórdão n.º 9202006.687 CSRFT2 Fl. 244 5 Acórdão 240100784 “Compulsando os autos, verifico que o Relatório Fiscal da Infração, fl. 19, apresenta o fato que deu ensejo a autuação com absoluta clareza. A narração da conduta omissiva de deixar de apresentar a GFIP não deixa dúvidas quanto ao fato que motivou a lavratura do AI. Também o dispositivo legal infringido, art. 32, IV, da Lei n.° 8.212/1991 está enunciado na fundamentação legal do lançamento. ... Para efetuar a operação acima mencionada, devese calcular a penalidade nos termos do art. 44, I, da Lei n.° 9.430/1996 (75% do tributo a recolher), deduzidas as multas aplicadas nas NLFD correlatas, para as competências nas quais ocorreu lançamento da obrigação principal e o nos termos do art. 32A, II, da Lei n.° 8.212/1991, para as competências em que não houve lançamento da obrigação principal. Diante do exposto, voto por afastar as preliminares e, no mérito, pelo provimento parcial do recurso para adequar o valor da multa, conforme descrito no parágrafo precedente”. Acórdão nº 920202.086: “Vêse, pois, na sistemática revogada, a existência de multas diversas para fatos geradores igualmente distintos e autônomos: uma, prevista no art. 32, § 5°, que tem natureza de multa por descumprimento de obrigação acessória e, portanto, constituirá o próprio crédito tributário, não guardando vinculação com a obrigação principal de pagamento do tributo devido no prazo de lei; e a outra, consistente em penalidade pecuniária que decorre do não recolhimento do tributo devido dentro do respectivo vencimento, prevista no art. 35, II. Entendo que na atual sistemática, nos casos de lançamento de ofício, têmse uma única multa, prevista no art. 35A da Lei 8.212, de 1991, que faz remissão expressa ao art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Ou seja, a multa prevista no art. 44, inciso I da Lei 9.430, de 1997, decorrente do lançamento de ofício é única, no importe de 75% (se não duplicada), e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem haver como mensurar o que foi aplicado para punir uma ou outra infração. No presente caso, em que houve a aplicação da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, que se refere à apresentação de declaração inexata, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido no prazo de lei, estabelecida no igualmente revogado art. 35, II, o cotejo das duas multas, em Fl. 246DF CARF MF 6 conjunto, deverá ser feito em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1997, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que agora encontra aplicação no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias.” (grifo nosso) Percebemos que as especificidades que envolvem os lançamentos analisados, nos levam à conclusão pela inexistência de similitude fática que permita a caracterização da divergência jurisprudencial perseguida pela Fazenda Nacional. Considerando que no presente caso a multa lançada em nada se relaciona com o valor eventualmente cobrado em razão do inadimplemento da obrigação principal, se torna impossível a aplicabilidade da tese da soma das multa. E tal fato não foi ignorado pelo acórdão recorrido, que assim se concluiu quanto a retroatividade: A Recorrente foi autuada por infringir o que preceituava o então vigente ao art. 32, inciso IV, referido § 6 ° . Ocorre que o referido § 6º foi revogado conforme redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009 e o novo comando se expressa na forma do § 9o da Lei nº 11.941, de 2009 : “A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV do caput deste artigo ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicandose, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A desta Lei. (...) DO PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÍGNA O inciso II , "c" do artigo 106 do Código Tributário Nacional CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Visto deste prisma, impõese o recálculo da multa com base no artigo 32A da Lei nº 11.941/ 2009 em razão do novo comando expressado na forma do § 9o da Lei nº 11.941/2009 para comparálo com o valor da multa aplicada com base na redação anterior do artigo 32 da Lei 8.212/91 para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Para que pudéssemos conhecer do recurso especial interposto, deveria ter sido apresentado paradigma de autuação com fundamento legal 69, em que o colegiado tivesse adotado a tese de comparativo do art. 35A com o somatório das multas de obrigação principal e acessória, o que não é o caso dos autos. Diante do exposto, não conheço do recurso especial. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 247DF CARF MF Processo nº 37284.000078/200780 Acórdão n.º 9202006.687 CSRFT2 Fl. 245 7 Fl. 248DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.932981/2009-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Ano-calendário: 2006
Ementa:
SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE.
Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal.
SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES.
A instalação de elevadores amolda-se ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços.
Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.185
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores amoldase ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 29 81 /2 00 9- 76 Fl. 375DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 2 Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado. Relatório Trata o presente processo de DCOMP transmitida com objetivo de compensar os débitos nela apontados com créditos provenientes de pagamento indevido ou a maior. A matéria foi objeto de decisão proferida por intermédio do Despacho Decisório, no qual a Delegacia de origem, com base em informação fiscal resultante de diligência do Serviço de Fiscalização para apuração do direito creditório informado na DCOMP, onde ficou constatada a improcedência do mesmo, revisou de ofício o reconhecimento do direito creditório automático para não reconhecimento do direito creditório por inexistência do crédito e também de ofício revisou a homologação total da compensação efetuada através da mencionada declaração para compensação não homologada. A autoridade fiscal que proferiu a referida informação tomou por base a Solução de Consulta 446 SRRF/8ª RF/Disit, de 18/08/2007, uma vez que a Solução de Consulta 104 SRRF/10ª RF/Disit, de 18/08/2008, foi anulada pelo Parecer 52 SRRF10/Disit, de 13/09/2011, sob o seguinte argumento: É vedada a coexistência de duas soluções de consulta vigentes e eficazes sobre o mesmo fato, relativas a um mesmo sujeito passivo(...). Por sua vez, a Solução de Consulta vigente tem a seguinte ementa para o PIS: ELEVADORES. NÃOCUMULATIVIDADE. A instalação de elevador por seu produtor não caracteriza obra de construção civil, descabendo a aplicação do art. 10, XX, da Lei nº 10.833, de 2003. Caracterizase como operação de industrialização, na modalidade montagem, a reunião de partes, peças e componentes da qual resulte elevador, inclusive quando realizada fora do estabelecimento do executor, no próprio prédio onde esse equipamento será utilizado. Sofre incidência da contribuição para o PIS/Pasep em regime de apuração não cumulativo o total das receitas decorrentes do fornecimento de elevador por seu produtor, o qual se conclui ao final do processo de montagem. Para a Cofins foi proferida ementa com igual teor. (...). Uma vez intimado o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade, a qual foi julgada improcedente pelo acórdão 09054.908, que entendeu que a compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, não verificado no caso em comento, afastou a preliminar de nulidade do Despacho Decisório e concluiu que "a Fl. 376DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 3 decisão judicial transitada em julgado é, na verdade, a lei aplicada ao caso concreto e, tratandose de exclusão do crédito tributário, deve ser interpretada literalmente". Diante deste quadro, o contribuinte apresentou o recurso voluntário tempestivo, oportunidade em que repisou os fundamentos desenvolvidos em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.145, de 18 de abril de 2018, proferido no julgamento do processo 11080.729500/201323, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.145): "5. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. A discussão travada nos autos e o precedente vinculante deste CARF favorável ao contribuinte 6. A questão aqui travada não é nova, uma vez que já foi decidida por este CARF para o mesmíssimo contribuinte de forma paradigmática, i.e., nos termos do art. 47, § 2º do RICARF. Referida decisão foi veiculada por intermédio do acórdão n. 3201002.448 e encontrase assim prescrita: (...). A princípio, temse que o cerne da questão é definir qual a natureza da atividade exercida pela Recorrente (instalação de elevadores): se construção civil ou se industrialização. Tal definição determinará se a Recorrente deveria, à época dos fatos geradores, apurar o recolhimento do PIS e da COFINS pelo regime não cumulativo ou pelo cumulativo. Há peculiar situação no feito, consistente no fato de que a Recorrente teria apresentado duas Consultas Fiscais acerca do tratamento tributário mais adequado, obtendo Soluções conflitantes. Na primeira delas, Solução de Consulta nº 446/2007, da 8ª Região Fiscal, concluiuse que se tratava de industrialização e que, portanto, as receitas estariam Fl. 377DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 4 sujeitas ao regime não cumulativo das citadas contribuições. A segunda, Solução de Consulta nº 104/2008, da 10ª Região Fiscal, afirmou que as receitas estariam sob o regime cumulativo. No caso, o crédito postulado pela Recorrente origina da aplicação do segundo entendimento. Os créditos postulados, portando, decorrem da reapuração do PIS e da COFINS outrora calculados pelo regime não cumulativo e reajustados para o cumulativo. Idêntica questão já foi examinada por esta mesma Turma na sessão de 24 de fevereiro de 2016, em decisão por maioria proferida nos autos do Processo nº 11080.726628/201335, da mesma THYSSENKRUPP ELEVADORES S/A, no qual a Conselheira Doutora Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo foi designada Relatora para o Voto Vencedor. O referido Acórdão nº 3201002.070 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/2008 a 31/12/2009 SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores subsumese ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de oficio não paga no vencimento incidem juros de mora. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2008 a 31/12/2009 Fl. 378DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 5 SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores subsumese ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de oficio não paga no vencimento incidem juros de mora. Recurso Voluntário Provido e Recurso de Ofício Negado Vistos,relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Winderley Morais Pereira, relator. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Como consta em ata, o voto da i. Conselheira Doutora Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo foi por mim acompanhado integralmente. Por essa razão, peço vênia para transcrevêlo como fundamento do presente julgado: Como se depreende do voto do eminente relator, o mérito da presente demanda não foi conhecido, por se entender que havia solução de consulta, proferida para a situação específica dos autos e proposta pela própria Recorrente. Com efeito, no mérito a Recorrente alega que o regime jurídico de apuração das contribuições sociais, tome a sua atividades de instalação de elevadores como prestação de serviços de construção civil, o que determinaria a aplicação do regime cumulativo. A Recorrente obteve a solução de consulta SRRF/8ªRF/DISIT nº 446, de 18/09/2007, que ao analisar as atividades realizadas pela Recorrente de instalação de elevadores, decidiu não ser atividade de construção civil e portanto, estariam sujeita a apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo. Fl. 379DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 6 Não obstante, a Recorrente protocolou nova consulta, na Superintendência da Receita Federal do Brasil na 10ª Região Fiscal (Solução de Consulta SRRF/10ªRF/DISIT nº 104, de 18 de agosto de 2008), que considerou a atividade da Recorrente como prestação de serviços de construção civil e portanto, enquadrada nas disposições do art. 10, XX, da Lei nº 10.833/2003, determinando a apuração do PIS e da COFINS no regime cumulativo.(fls. 391 a 397). O entendimento do eminente Conselheiro Winderley Morais Pereira foi no sentido de que, em sendo a solução de consulta instrumento de garantia do contribuinte para esclarecimentos quanto a aplicação da legislação, a possibilidade de consultas do mesmo contribuinte tratando da mesma matéria serem protocoladas em unidades diversas da RFB, poderia mitigar a força normativa das consultas. Por essa razão, a decisão anterior não produziria efeito, nos termos do art. 54, IV do Decreto nº 70.235/72. Contudo, a questão que se põe e da qual se diverge do ilustre relator, é precisamente sobre a possibilidade de a decisão proferida no âmbito do contencioso administrativo fiscal, se sobrepor a decisão em solução de consulta, para o mesmo contribuinte. Ora, embora pelo processo de consulta possa se entender que o contribuinte recorra à Administração para buscar a correta exegese de determinada norma jurídica, verificase o que se busca, invariavelmente, é uma medida protetiva, de cunho preventivo, para a estruturação tributária de suas operações. O fato é que no âmbito do processo de consulta, o contribuinte não comparece na condição de mero consulente, até mesmo porque, já traz em seu pedido o posicionamento que entende cabível, com a respectiva fundamentação legal, o que aliás, é condição para o processamento de sua consulta, de acordo com a legislação em vigor, sob pena de sua ineficácia. Embora o procedimento de consulta não se equipare lógica e juridicamente ao processo administrativo fiscal, o fato é que este também possui conteúdo persuasivo, buscandose convencimento da Administração, acerca de determinada interpretação. E se assim for o caso, a solução em consulta conferelhe medida protetiva, um verdadeiro escudo contra eventuais futuros entendimentos administrativos contrários. Por essa razão, apenas a solução de consulta favorável ao contribuinte tem repercussões no contencioso administrativo fiscal, no sentido de coibir o lançamento. Observese que, nessa toada, dispõe o art. 100 do Decreto n. 7574/2011: (...). Fl. 380DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 7 Acresçase, por fim, que as decisões proferidas em procedimentos de consulta e no processo administrativo fiscal são lógica e juridicamente distintas, de sorte que não se verifica quaisquer relações de hierarquia entre elas. Superadas a questão, partese para o conhecimento do mérito da lide. A atividade de instalação de elevadores deve ser caracterizada como serviço, e não como atividade de industrialização, frisandose que, na hipótese dos autos, a Recorrente aparta a atividade de fabricação dos elevadores, da de sua instalação. Além de todas os fundamentos jurídicos trazidos pela Recorrente, como o fato de que a instalação de elevadores sob encomenda ser complemento da obra de construção civil, esta, indubitavelmente subsumida ao conceito de serviço, por se agregarem ao solo, dentre outras, temse que, para efeitos da legislação federal, que passou a tributar os serviços pelas contribuições sociais, bem como instituir o instrumental necessário para o controle do comércio exterior de serviços, com a edição da Nomenclatura Brasileira de Serviços, Decreto n. 7708/2011, não há mais dúvidas quanto ao enquadramento. Destarte, de acordo com o art. 2o do decreto, a NBS será adotada como nomenclatura única na classificação das transações com serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, pessoas jurídicas e entes despersonalizados. Os serviços de instalação de elevadores estão assim dispostos: SEÇÃO I SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO Capítulo 1 Serviços de construção 1.0131 Outros serviços de instalação 1.0131.10.00 Serviços de instalação de elevadores, esteiras e escadas rolantes O direito positivo brasileiro não traz um conceito conotativo de "serviço' nem mesmo para efeitos de incidência do ISSQN, operando sempre com definições denotativas, ou seja, com listas que arrolam o que são considerados os "serviços" para efeitos de tributação. Portanto, não se questiona a validade, vigência e eficácia da Nomenclatura Brasileira de Serviços, para esse fim. Não se olvide, finalmente, que os decretos são de aplicação obrigatória para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de maneira que considerada a atividade em questão como serviço, deve ser a aplicação do regime cumulativo das contribuições sociais. Fl. 381DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 8 Por essas razões, entendo que há de ser dado provimento ao recurso voluntário.Com efeito, não vislumbro a possibilidade de uma Solução de Consulta expedida pela Receita Federal do Brasil vincular, ad eternum, uma exigência tributária que se mostre claramente ilegítima. Não se trata aqui de discutir se o contribuinte poderia ou não ter formulado uma segunda Consulta Fiscal, ou mesmo qual das respostas deveria prevalecer. Tratase aqui de reconhecer a legalidade ou ilegalidade de uma exigência tributária, ou, melhor dizendo, de definição acerca do alcance de uma norma tributária. Mesmo se admitisse que, de acordo com as normas procedimentais, a segunda Solução de Consulta deveria ser tida por inexistente, tal constatação, por óbvio, não chancela a legitimidade da primeira Solução de Consulta. Afinal, este não é o meio adequado para se definir fato gerador de obrigação tributária. E, nesse sentido, trago o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justiça que reconhece o serviço de instalação e montagem de elevadores como obra de engenharia, e não como industrialização (portanto, atraindo a incidência do regime cumulativo do PIS e da COFINS à época dos fatos geradores): TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE ELEVADORES. IPI. NÃO INCIDÊNCIA. 1. A atividade de fornecimento de elevadores, que envolve a produção sob encomenda e a instalação no edifício, encerra, precipuamente, uma obra de engenharia que complementa o serviço de construção civil, não se enquadrando no conceito de montagem industrial, para fins de incidência do IPI. 2. Recurso especial provido. (REsp 1231669/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 16/05/2014) Diante do exposto, voto por CONHECER e DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, exonerando o crédito tributário lançado. 7. Referida decisão apresenta um caráter vinculante, devendo ser seguida por esta Turma julgadora. Neste aspecto, todavia, não concordou o colegiado, que entende que, em tese, o colegiado poderia julgar de forma diferente daquele precedente paradigmático, haja vista que se está diante de outro lote de processos (ainda que referentes aos mesmíssimos fatos e com as mesmíssimas partes litigantes). Deixo tais considerações aqui registradas em razão do disposto no esquizofrênico art. 63, Fl. 382DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 9 §8º do RICARF1, que determina que as conclusões adotadas pelo colegiado seja externada por aquele Conselheiro que divergiu (e continua divergindo) e que foi vencido em relação à tais conclusões. 8. Tais considerações do colegiado, entretanto, não trazem qualquer repercussão no caso prático, até porque, no que tange ao mérito, a Turma julgadora aderiu integralmente com as precisas considerações elaboradas pela então Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e replicadas pela Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário (transcritas alhures), motivo pelo qual emprego tais fundamentos para fins de motivação do presente voto, o que faço com amparo no art. 50, § 1o da lei n. 9.784/992. Dispositivo 9. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. 10. É como voto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. 1 "Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. (...). § 8º Na hipótese em que a decisão por maioria dos conselheiros ou por voto de qualidade acolher apenas a conclusão do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros." 2 "Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...). § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. (...)." Fl. 383DF CARF MF Processo nº 11080.932981/200976 Acórdão n.º 3402005.185 S3C4T2 Fl. 0 10 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado deu provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra . Fl. 384DF CARF MF
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