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Numero do processo: 13971.721929/2014-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2011
AUTO DE INFRAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCOMPETÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO. NÃO CONHECIMENTO.
Nos termos do art. 3º, IV, do Anexo II do RICARF, os recursos interpostos em processos que versem sobre aplicação da legislação relativa a Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, são da competência da Segunda Seção e, não, desta Primeira.
Numero da decisão: 1301-003.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em declinar da competência à Segunda Seção de Julgamento.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros, Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amelia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCOMPETÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 3º, IV, do Anexo II do RICARF, os recursos interpostos em processos que versem sobre aplicação da legislação relativa a Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, são da competência da Segunda Seção e, não, desta Primeira. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em declinar da competência à Segunda Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 19 29 /2 01 4- 44 Fl. 772DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 772 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros, Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amelia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Relatório Tratamse de Recursos Voluntários interpostos pelo contribuinte e demais interessados contra o acórdão 0835.788, proferido pela 6ª Turma da DRJ/FOR, na sessão de 12 de maio de 2016, que, ao apreciar a impugnação apresentada pelo contribuinte, por unanimidade de votos, julgoua improcedente. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância, a seguir transcrito: Tratase de Auto de Infração por descumprimento de obrigações principais, consoante a seguir discriminado: AI DEBCAD 51.050.5902, importando R$ 487.171,92, motivado pelo lançamento das contribuições devidas a outras entidades e fundos, ditos terceiros, com lastro em fundamentação legal contida no respectivo relatório FLD, competências 01/2009 a 12/2011. O relatório fiscal aduz que: O Ato Declaratório Executivo da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Blumenau/SC, nº 21/2014, assinado digitalmente em 16.06.2014, determinou a exclusão da autuada do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES NACIONAL. A exclusão do SIMPLES NACIONAL surtiu efeitos a partir de 01/01/2009 e deuse: I) Pela negativa não justificada da exibição de documentos e informações sobre bens e movimentação financeiras (artigo 29, inciso II, da LC 123/2006 e artigo 5º, inciso II da Resolução CGSN nº 15/2007). II. Pela falta da escrituração do livro caixa (artigo 29, inciso VIII, da LC 123/2006 e artigo 5º, inciso VIII da Resolução CGSN nº 15/2007). III. Por prática reiterada de infração ao disposto na LC 123 (artigo 29, inciso V, da LC 123/2006 e no artigo 5º, inciso V da Resolução CGSN nº 15 de 23/07/2007). IV. Por ultrapassar o faturamento anual de R$ 2.400.000,00 no ano calendário 2011, considerando a receita omitida (artigo 3º, Inciso II e § 9º (redação original) e no artigo 29, inciso I, ambos Fl. 773DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 773 3 da Lei Complementar 123/2006 e do artigo 3º, inciso II, “a” da Resolução CGSN nº 15 de 23/07/2007 e artigo 12, I da Resolução CGSN nº 04 de 30/05/2007) . V. Pela utilização de interpostas pessoas como sócios (artigo 29, Inciso IV da Lei Complementar 123/2006 e no artigo 5º, inciso IV da Resolução CGSN nº 15 de 23/07/2007). VI. Por ser remanescente de desmembramento (qualquer forma) da pessoa jurídica com a criação de outra empresa e da utilização de uma empresa que se encontrava paralisada, com finalidade de dividir o faturamento e empregados (3º, § 4º, IX da Lei Complementar 123/2006 e no artigo 5º, inciso XI da Resolução CGSN 15 de 23/07/2007 e no artigo 12, inciso X da Resolução CGSN 04 de 30/05/2007). VII. Por ter a participação de pessoa física em seu quadro social que é sócia em outra empresa participante do SIMPLES NACIONAL (3º, § 4º, III da Lei Complementar 123/2006 e no artigo 5º, inciso XI da Resolução CGSN 15 de 23/07/2007 e no artigo 12º, inciso IV da Resolução CGSN 04 de 30/05/2007). DOS FATOS GERADORES foram lançadas contribuições pagas ou creditadas aos segurados empregados, declaradas em GFIP; DOS FATOS As empresas BZM Indústria e Comércio de Auto Peças LTDA – CNPJ 03.608.391/000110, ROBERTO BUTSCH INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE AUTO PEÇAS LTDA ME CNPJ 04.782.187/000183 e KREIZEN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PEÇAS AUTOMOTIVAS LTDA – CNPJ 10.567.112/000182 formam um grupo econômico de fato; DA NÃO APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS Conquanto (re)intimado, o contribuinte deixou de apresentar livros contábeis (livros Diário e Razão) ou livros caixa e seus respectivos documentos em que se assentaram os lançamentos, bem como os extratos de toda movimentação financeira e bancária: DA OMISSÃO DE RECEITA Há mais de mil notas fiscais não registradas nos livros de registro de saída e omitada da Declaração Anula do Simples Nacional – DASN, período de 07/2009 a 12/2011; conquanto intimado, o contribuinte não esclareceu o motivo da falta de registro já citada; o faturamento real da empresa, no ano de 2011, de acordo com a declaração prestada pela empresa (doc 09) e confirmado com as notas fiscais extraídas do SPED, ultrapassa o limite para inclusão como empresa do Simples; Fl. 774DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 774 4 DA CONSTITUIÇÃO DE INTERPOSTAS PESSOAS E DO GRUPO ECONÔMICO as três empresa já citadas possuem mesmo endereço e atividade, vejase: i) BZM: Objeto Social no Contrato Social – “3ª) A sociedade terá por objetivo social a exploração do ramo de fabricação e comércio de auto peças, máquinas e equipamentos industriais, automação e montagens industriais”. ii. ROBERTO BUTSCH: Objeto Social na 2ª Alteração do Contrato social – “3ª) A sociedade terá por objetivo social a exploração do ramo de fabricação e comércio de auto peças de máquinas e equipamentos industriais, de automação e de montagens industriais”. iii) KREIZEN: Objeto Social no Contrato Social – “3ª) A sociedade terá por objetivo social a exploração do ramo de fabricação e comércio de auto peças, acessórios e equipamentos e produtos automotivos; de máquinas e equipamentos industriais, de automação e de montagens industriais; representações comerciais; importação e exportação”. [...] Os endereços das empresas constantes dos contratos sociais e alterações são muito próximos, o que por si só denotam que funcionam no mesmo local: i.BZM Rodovia Ivo Silveira, 10466, Km 11, Bairro Barracão– Gaspar – SC ii. ROBERTO BUTSCH Rodovia Ivo Silveira, km 10 – Sala B, 10500 – Bairro Barracão – Gaspar – SC. iii. KREIZEN Rodovia Ivo Silveira, km 10, 10500 – Sala A – Bairro Barracão – Gaspar – SC. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA descreve vários setores idênticos das empresas: i.Setor: Produção Área de aproximadamente 300 m2, pé direito aproximado de 7 m .... (PPRA BZM 2008/2009 e PPRA ROBERTO BUTSCH 2008/2009, 2011/2012); ii. Setor: Ferramentaria – Ambiente de aproximadamente 300 m2 ... (KREIZEN 2009/2010, 2010/2011, 2011/2012); iii. Setor: Montagem Ambiente de aproximadamente 300 m2, pé direito aproximadamente de 7 m ... (PPRA KREIZEN 2009/2010, 2010/2011, 2011/2012 e PPRA ROBERTO BUTSCH 2008/2009, 2009/2010, 2011/2012); iv. Setor: Acabamento Ambiente de aproximadamente 300 m2, pé direito aproximadamente de 7 m ... (PPRA KREIZEN 2010/2011); Fl. 775DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 775 5 v. Setor: Usinagem Ambiente de aproximadamente 300 m2, pé direito medindo 7m, ... (PPRA KREIZEN 2010/2011, 2011/2012, PPRA ROBERTO BUTSCH 2008/2009, 2009/2010, 2011/2012). Em visita à empresa, a Fiscalização constatou que as três pessoas jurídicas funcionam no mesmo local, os empregados trabalham em conjunto, não há limitação entre as empresas, tampouco, indicação de placas que pudessem indicar existência apartada delas; continua: O departamento pessoal (RH) das empresas BZM, ROBERTO BUTSCH e KREIZEN é realizado pela funcionária Marilene Machado Lenzi, conforme declarou no Termo de Entrevista (DOC 11). 50. Em entrevista (DOC 11) com SILVIO JOÃO MERISIO (Registro: ROBERTO BUTSCH), coordenador do setor de montagem, declarou que Ademar Venera, Sidnei Schaefer, Cristiane Schlucobier, Jacson da Silva, Jéssica Carbolin da Silva e Jéssica da Silva Cardoso trabalham no seu setor e não sabe onde estão registrados. Na informação prestada pela empresa em GFIP5 observase que Ademar Venera, Sidnei Schaefer e Jéssica Carbolin da Silva estão registrados na BZM, Cristiane Schlucobier está registrada na ROBERTO BUTSCH, Jacson da Silva e Jéssica da silva Cardoso estão registrados na KREIZEN. 51. Em outra entrevista (DOC 11) com JORGE LANG JUNIOR (Registro: BZM), encarregado geral de produção, relatou que José de Borba, Salatiel de Souza, Rogério Nicolete, Rogério Russi, Fernando Kohler, Luciano Soares Chagas, Luciano Maraschi e Wagner dos Santos fazem parte do setor que é encarregado. Na informação prestada pela empresa em GFIP observase que Salatiel de Souza, Rogério Nicolete, Rogério Russi, Fernando Kohler, Luciano Maraschi estão registrados na BZM, José de Borba e Wagner dos Santos estão registrados na ROBERTO BUTSCH, Luciano Soares Chagas está registrado na KREIZEN. Nas entrevistas (DOC 11) com os empregados Anderson Costa e João Rogério Baptista, registrados na BZM, informaram que o dono da empresa era Paulo Bittencourt (Paulo Roberto Butsch Bittencourt), demais empregados entrevistados informaram que a dona da empresa é a Cristiane (Cristiane Lang). Paulo Roberto Butsch Bittencourt não aparece como sócio das empresas BZM, ROBERTO BUTSCH e KREIZEN. Tais empresas foram constituídas em nome de seus filhos (alguns menores) e de sua companheira, conforme quadro elaborado pela fiscalização; outros fatos relatados foram: Fl. 776DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 776 6 Paulo Roberto Butsch Bittencourt e sua companheira Cristiane Lang utilizaram interpostas pessoas, seus filhos, para compor o quadro societário das empresas optantes do Simples Nacional. 59. Na BZM constam a companheira de Paulo Roberto Butsch Bittencourt (Cristiane Lang) e sua filha menor (Bruna Albino Bittencourt) da qual é representante legal. 60. Na ROBERTO BUTSCH constam a companheira de Paulo Roberto Butsch Bittencourt (Cristiane Lang) e seu filho (Paulo Roberto Bittencourt Filho). 61. Já na KREIZEN constam dois filhos de Paulo Roberto Butsch Bittencourt (Thiago Bittencourt e Thayrine Lang Bittencourt), sendo que Thayrine Lang Bittencourt é filha de Cristiane Lang que é represente legal da menor. há procuração outorgada pela empresa Roberto Butsch para Cristiane Lang; Cristiane Lang é sócia administradora da BZM e administradora da Roberto Butsch, conforme citada procuração anexada aos autos; há várias reclamatórias trabalhistas em desfavor das três empresas concomitantemente, o que demonstra, pela petição inicial destas, a formação de grupo econômico de fato; as reclamatórias foram encerradas por meio de acordo, sem contestação das empresas; a fiscalização conclui da seguinte forma: A gestão administrativofinanceira das duas empresas é exercida pelos administradores do negócio Sr. Paulo Roberto Butsch e sua companheira Sra.Cristiane Lang. Parentes (filhos) estão nos atos contratuais da representada como parte figurativa do processo, isto é, a sociedade possui um único comando, independentemente de onde estejam registrados os trabalhadores. 71. Tudo é feito na sua administração: o RH, a compra, a venda, o expediente, a produção, o pagamento, a execução do serviço etc são realizados pelos administradores do negócio. 72. O objetivo do grupo é desenvolver a atividade com três empresas paralelas para dividir o faturamento e diminuir os encargos previdenciários. 73. Os segurados trabalham para o mesmo patrão, os pagamentos são feitos pelo mesmo financeiro, o RH e o Financeiro são os mesmos. 74. Ficou evidenciado a intenção da empresa BZM em desmembrar a atividade com outras duas empresas (ROBERTO BUTSCH e KREIZEN), utilizando como sócios, interpostas Fl. 777DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 777 7 pessoas, seus filhos, inclusive menores, sendo que os verdadeiros proprietários são Paulo Roberto Butsch Bittencourt e Cristiane Lang, com o fim de fatiar o faturamento e continuar a usufruir os benefícios concedidos pelo SIMPLES NACIONAL. a soma do faturamento das empresas excede o limite anual para permanência no Simples Nacional nos anos de 2009, 2010 e 2011; quanto aos efeitos da exclusão, explica a auditoria que; Como as ocorrências mais remotas são aquelas dos incisos II, IV e VIII do art. 29 da Lei Complementar 123 e nos incisos II, IV e VIII da Resolução CGSN nº 15 de 23/07/2007, a exclusão do Simples nacional darseá a partir de 01/01/2009, conforme disposto no artigo 29, § 1º da Lei Complementar 123/2006 e artigo 6º, inciso VI da Resolução CGSN nº 15/2007. DA MULTA QUALIFICADA foi aplicada multa qualificada de 150%, em razão da prática de sonegação e conluio, conforme arts. 71 e 73, da Lei nº 4.502/64 c/c art. 44, da Lei nº 9.430/96; DA REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS foi lavrada Representação Fiscal para Fins Penais para apuração de crime, em tese, de sonegação de contribuição previdenciária; Da Impugnação Inconformada com a autuação, cientificada em 13.08.2014, a empresa BZM apresentou impugnação em 05.09.2014, que, em síntese, argumenta que: NULIDADE DO AI a presente autuação e a que se refere à parte da empresa (processo 13971.721928/201408) não contempla as obrigações a cargo dos segurados, que não foi lançada, o que revela falta de convicção da fiscalização, ferindo o art. 142, do CTN; tal omissão resulta em nulidade, por ofensa ao art. 150, I, da CF/88, que regula o princípio da tipicidade, pois, ou se lança tudo ou nada se lança, não podendo haver lançamento parcial; continua: [...] o fato dos prestadores de serviços terem procedido ao recolhimento de sua contribuição pela pessoa jurídica não afeta a obrigação fiscal, vez que lhe competia proceder ao lançamento da exigência junto à instituição, compensando os valores já recolhidos, a fim de certificarse de que todas as obrigações tributárias foram efetivamente adimplidas. DA DECADÊNCIA Fl. 778DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 778 8 por se tratar de tributo sujeito à homologação, a norma a ser aplicada é a contida no art. 150, §4º, do CTN; como a intimação deuse em 13.08.14, todos os fatos geradores anteriores a 13.08.2009 encontramse decadentes, pois a impugnante recolheu contribuição pela sistemática do Simples Nacional; a parte final do §4º, do art. 150, do CTN, ressalva os casos de dolo, fraude ou simulação, o que não é o caso; [...] Portando, caso não sejam reconhecidas as irregularidades da autuação e a consequente nulidade do procedimento de lançamento, pede possa Vossa Excelência reconheça a caducidade parcial dos créditos relativos ao ano de 2005, os quais foram alcançados pela decadência FORMA DE ATUAÇÃO E INEXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO não há grupo econômico e as alegações relativa a esse tópico já foram abordadas quando da defesa ao Ato Declaratório, porém pelo Princípio da Eventualidade, serão aqui novamente trazidas; não houve sonegação de informações e a empresa sempre esteve à disposição do agente fiscal, fornecendo todas as informações solicitadas; houve descompasso entre exigências da fiscalização e possibilidade de atendimento, devido ao porte diminuto da empresa; os valores apresentados à fiscalização coincidem com o faturamento da empresa, conforme verificado pela própria fiscalização; eventual descumprimento de “uma ou outra” obrigação acessória não constitutiva de hipótese de incidência não é hábil para exclusão do Simples, mas, eventualmente, aplicação de multa, se necessário; não há grupo econômico; desde a fundação, a empresa dedicase a produção de um componente automobilístico denominado impulsor de partida, componente este complexo; continua: O que ocorre é que houve uma especialização na produção do aludido componente, sendo que hoje sua produção é dividida em diversas partes autônomas e independentes. Algumas destas empresas encontramse localizadas nas proximidades da ora contribuinte, e detém no seu quadro societário pessoas com determinado vínculo familiar com os sócios desta contribuinte, mas inexiste qualquer relação entre as mesmas. Fl. 779DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 779 9 não há vínculo entre as empresas, os sócios e administradores são distintos, os clientes são distintos, cada qual faz frente a suas próprias despesas e agem de forma autônoma e independente; contratos sociais, procurações, supostas entrevista não são hábeis ao propósito da fiscalização; continua: [...] a complexidade e especialização do processo produtivo imposto verificado entre as empresas mencionadas afigura de difícil identificação para aqueles que não detém o conhecimento técnico necessário. [...] O que ocorre verdadeiramente é o apego dos membros familiares (Estirpe Bittencourt) à indústria metal mecânica. Parte substancial de seus membros dedicamse a esta atividade, de forma que não se afigura difícil defrontarse na cidade de Gaspar com empresas, do ramo metal mecânico, que tenham em seu quadro societário pessoas de sobrenome Bittencourt. [...] Quanto ao fato de eventualmente a sócia administradora desta contribuinte (Cristina Lang) ter praticado um ou outro ato, por meio de procuração, em auxílio a algum membro de sua família, este de forma alguma pode gerar qualquer vínculo entre as empresas. não há prova capaz de sustentar qualquer vínculo societário entre contribuinte e as empresas; as afirmações contidas em petição inicial são unilaterais não comprovadas; os acordos firmados entre as parte não implica em reconhecimento dos fatos alegados pelo autor, conforme entendimento dos Tribunais; o PAF deve regerse pela busca da verdade real e não por suposições ou convicções pessoais da fiscalização; existem evidências que derrogam completamente as suspeitas da constituição, organização e funcionamento das empresas; pela ausência de elementos capazes de subsidiar a autuação, a exação deve ser extinta. continua: [...] Sua localização, atividade e quadro societário decorrem de algumas particularidades envolvidas, tais como: (i.) fracionamento das atividades na produção de impulsores de partida; (ii.) melhor coordenação dos trabalhos pela proximidade entre as unidades produtivas; (iii.) tradição familiar na atividade metal mecânica. [...] podemos afirmar que para a configuração do grupo "de fato" é necessário que (i) uma das sociedades tenha influência Fl. 780DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 780 10 significativa na outra, sem controlála (coligada), ou (ii) uma das empresas seja titular de direitos de sócio sobre as outras que lhe assegure, de modo permanente, preponderância seja titular de direitos de sócio sobre as outras que lhe assegure, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais, em especial o de eleger a maioria dos administradores (art. 116, 'a'), hipótese em que será considerada sociedade controladora. [...] E para serem consideradas controladas, filiadas ou de simples participação, as empresas deverão possuir: 1) Maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores; 2) O poder perante outra sociedade mediante ações ou quotas possuídas por sociedade já controlada; 3) Dez por cento ou mais do capital da outra empresa sem controlála; 4) Menos do que dez por cento do capital de outra com direito a voto. Em não sendo constatada qualquer uma das hipóteses acima, não há como admitir que duas empresas sejam coligadas. [...] QUANTIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO deve ser excluído da exigência o valor já recolhido na sistemática do Simples Nacional, para que não haja dupla incidência; DA MULTA QUALIFICADA não é cabível qualificação da multa, pois tal hipótese somente tem cabimento quando o contribuinte utilizase de expedientes ilícito para fraudar o fisco, o que não ocorreu; as empresas são antigas, regulares, devidamente inscritas no órgão competente, mantém escrituração regular, prestam informações ao fisco regularmente e não foi criado qualquer embaraço à fiscalização; todas as conclusões absurdas a que chegou o fisco foram obtidas de documentos fornecidos pela própria empresa; a manterse o entendimento da fiscalização, estáse diante de um excludente de ilicitude, visto que todas as empresas são autenticas e matem escrituração regular, sendo aplicáveis as determinações do art. 112, do CTN; em momento algum a contribuinte furtouse a colaborar com a Fiscalização, fornecendo as informações disponíveis; não houve o preenchimento das condições estabelecidas em lei para a a aplicação da multa qualificada; a multa qualificada de 150% é uma verdadeira apropriação de bens do contribuinte, um confisco não de efeitos tributários, mas patrimoniais, sendo ilegal por ultrapassar os limites do próprio imposto, sendo causa de enriquecimento estatal ilícito; Fl. 781DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 781 11 os valores de multa ferem os princípio do não confisco, da proporcionalidade e da capacidade contributiva, violando o CTN e a CF/88; caso pertinente a multa, deve esta ser aplicada de forma básica; DA REPRESENTAÇÃO CRIMINAL a representação criminal deve ser extinta dada a ausência de elementos caracterizadores do crime; DOCUMENTOS JUNTADOS NO ATO FISCAL os elementos justados pelo fisco comprovam a inexistência de interligação entre as empresas mencionadas; a visão distorcida da realidade fez a fiscalização extrair uma conclusão errônea; DAS PROVAS outros elementos de descaracterização da imposição fiscal serão, oportunamente, apresentados, caso seja necessário; requerse produção de todos os meio de prova admitidos, inclusive diligências, caso persistam dúvidas; Requer insubsistência/nulidade da autuação; Mesmo sem ser cientificada, a empresa Roberto Butsch Indústria e Comércio de Auto Peças Ltda ME apresentaram impugnação em 05.09.2014, trazendo os mesmos argumentos da empresa anterior , acrescentando que: a caracterização da responsabilidade solidária prevista no art. 124, I, do CTN em nada se assemelha à hipótese nos autos, pois não há interesse comum no fato gerador; conforme doutrina, não se trata de interesse econômico, mas jurídico; aduz ainda que: Importa destacar que nem mesmo o dispositivo da lei previdenciária mencionado pela autoridade fiscal (art. 30, Lei n. 8.212/91) afigurase capaz de alterar a realidade, na medida em que seu fundamento de incidência encontrase diretamente ligado ao fundamento supra combatido. DA MULTA QUALIFICADA não há elemento oculto, todos foram disponíveis à fiscalização, não havendo fundamento para qualificação da multa; incide o principio “in dubio pro contribuinte”; deve a penalidade ser reduzida ao patamar comum de 75%; Fl. 782DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 782 12 Requer improcedência do auto e declaração de insubsistência da responsabilidade solidária. Mesmo sem ser cientificada, a empresa Kreizen Indústria e Comércio de Peças Automotivas LTDA, apresentou impugnação em 05.09.2014, trazendo os mesmos argumentos e pedido da empresa anteriormente citada. É o relatório. Na seqüência, foi proferido o Acórdão recorrido, julgando improcedente a impugnação apresentada, mantendo o crédito tributário exigido. Após intimadas todas as interessadas, elas apresentam seus respectivos Recursos, pugnando pelo provimento, onde apresentam argumentos que serão posteriormente analisados. É o Relatório. Voto Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator Antes de qualquer outra verificação do recurso interposto, um questão preliminar requer averiguação; I. DA INCOMPETÊNCIA DESTA 1ª SEJUL Analisando os autos, verifico que ao cabo de uma única auditoria, a autoridade encarregada formalizou três processos administrativos. No caso dos autos, tratase de lançamento, onde é exigido crédito tributário por descumprimento de obrigações principais, consoante a seguir discriminado: AI DEBCAD 51.050.5902, importando R$ 487.171,92, motivado pelo lançamento das contribuições devidas a outras entidades e fundos, ditos terceiros, com lastro em fundamentação legal contida no respectivo relatório FLD, competências 01/2009 a 12/2011. Assim, embora o presente processo seja decorrente do Ato da exclusão do Simples da recorrente, a exigência aqui reclamada baseiase em remunerações de seus empregados. Sobre a competência desta Seção de Julgamento, transcrevo o inciso IV, artigo 2º do Anexo II, com a redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016: Art. 2º À 1ª (primeira) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação relativa a: (...) Fl. 783DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 783 13 IV CSLL, IRRF, Contribuição para o PIS/Pasep ou Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), quando reflexos do IRPJ, formalizados com base nos mesmos elementos de prova; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (G.N) De acordo com tal norma, no que aqui nos interessa, apenas recursos que versem sobre aplicação da legislação relativa à Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta atrairiam a competência para esta Seção de Julgamento, e só se a exigência fosse formalizada com base nos mesmos elementos de provas de eventual lançamento de IRPJ/CSLL. No caso, não se trata nem mesmo de Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. Dispõe ainda o mesmo diploma no art. 3º, IV, que: Art. 3º À 2ª (segunda) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação relativa a: (...) IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3º da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007; (G.N) A distribuição de competência entre as três Seções de Julgamento do CARF consiste em repartição jurisdicional em razão funcional, para atender o interesse público. Como tal, não é passível de modificação, devendo eventual incompetência ser conhecida de ofício Assim, tendo em vista que o presente caso trata de exigência de contribuições previdenciárias incidentes sobre as remunerações de seus empregados, resta claro que ele está fora do âmbito de competência de julgamento desta 1ª Seção, devendo ser remetido à 2ª Seção, que tem a efetiva competência para o julgamento. Conclusão Diante do exposto, voto por declinar da competência para julgamento do recurso em favor da Segunda Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Fl. 784DF CARF MF Processo nº 13971.721929/201444 Acórdão n.º 1301003.072 S1C3T1 Fl. 784 14 Fl. 785DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.904238/2012-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2009 a 31/10/2009
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.317
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2009 a 31/10/2009 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 42 38 /2 01 2- 98 Fl. 929DF CARF MF Processo nº 10746.904238/201298 Acórdão n.º 3301004.317 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.886, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.611. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 930DF CARF MF Processo nº 10746.904238/201298 Acórdão n.º 3301004.317 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 931DF CARF MF Processo nº 10746.904238/201298 Acórdão n.º 3301004.317 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 932DF CARF MF Processo nº 10746.904238/201298 Acórdão n.º 3301004.317 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 933DF CARF MF
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Numero do processo: 10830.903914/2012-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 04 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.247
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
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(assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado em face de decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade manejada para se contrapor ao Despacho Decisório que não homologara a compensação declarada, sob o argumento de que o pagamento informado havia sido localizado mas utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Na Manifestação de Inconformidade, o contribuinte arguiu que a decisão expressa no despacho combatido era simplória e que o fundamento de ausência de crédito disponível para restituição não se sustentava, pois ele não era sequer contribuinte da Cofins. Alegou o então Manifestante ser ele uma sociedade cooperativa que não praticava atos “não cooperados”, tratandose sua atividade de coordenação de serviços de saúde, laboratoriais e de hospitais para seus cooperados (ato entre cooperativa e cooperado). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 03 91 4/ 20 12 -5 7 Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10830.903914/201257 Resolução nº 3201001.247 S3C2T1 Fl. 166 2 Ressaltou, ainda, quanto à declaração de débito da Cofins em DCTF ao qual o pagamento indicado como origem do crédito encontravase alocado , que, como esperava resposta do Pedido de Restituição, não retificara a DCTF e que, ultrapassados os cinco anos da data de sua entrega, viuse impossibilitado de fazêlo. A decisão da Delegacia de Julgamento, denegatória do direito pleiteado, fundamentouse na inexistência do crédito, tendo em vista que o recolhimento alegado como sua origem encontravase integralmente alocado para a quitação de débitos confessados. Ainda segundo o órgão julgador de primeira instância, a isenção da Cofins para as cooperativas, prevista no art. 6°, I, da Lei Complementar n° 70, de 1991, vigorou até outubro de 1999, tendo sido revogada expressamente, a partir de novembro de 1999, pela Medida Provisória (MP) nº 1.8586, de 1999, passando as cooperativas, a partir de então, a apurar a base de cálculo da contribuição da mesma forma das demais pessoas jurídicas, com as exclusões específicas contidas na referida MP. Cientificado da decisão, o contribuinte pleiteou o provimento do Recurso Voluntário, interposto de forma hábil e tempestiva, ou, alternativamente, a conversão do feito em diligência, em respeito ao princípio da verdade material, arguindo o seguinte: a) no acórdão proferido pela DRJ, não foi consignada nenhuma objeção ao fato de se tratar de uma cooperativa, cujos atos cooperativos não sofrem a incidência da Cofins; b) a Constituição Federal prevê tratamento diferenciado às cooperativas e os artigos 3°, 4º e 5º da Lei n° 5.764/1971 trazem, respectivamente, a definição de sociedade cooperativa, as suas características e a possibilidade de adoção de objeto de qualquer gênero de serviços, operação ou atividade; c) a discussão travada nos autos não diz respeito à isenção da Cofins, mas à não incidência da contribuição sobre os atos cooperativos, estes preceituados pelo art. 79 da Lei n° 5764/1971; d) no caso em apreço, há o exercício de coordenação de serviços de saúde, laboratoriais e de hospitais para seus cooperados, decorrendo das contribuições desses mesmos cooperados todos os valores nela ingressados, valores esses destinados à contratação de médicos, dentistas, psicólogos, serviços de laboratórios e de hospitais, todos eles diretamente ligados à sua atividade. Por fim, o contribuinte pleiteou a análise pelo órgão recursal dos Balancetes do período e do Parecer elaborado pela empresa de auditoria SGC Auditores Independentes, trazidos aos autos juntamente com o Recurso Voluntário, que, segundo ele, comprovam que os valores dos ingressos se referem a contribuições dos cooperados (ato cooperativo), constituindose prova cabal do erro no preenchimento da DCTF. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10830.903914/201257 Resolução nº 3201001.247 S3C2T1 Fl. 167 3 O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3201001.236, de 20/03/2018, proferido no julgamento do processo 10830.903904/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3201001.236): Depreendese do caderno processual, que não há oposição em relação ao fato de que a recorrente praticou atos cooperativos. Assim, o cerne da questão está em apreciar o direito de a recorrente ter afastada a tributação pela COFINS, dos atos cooperativos típicos por ela praticados, quais sejam, de operações entre a Cooperativa e seus associados, o que lhe conferiria o direito de ter retornado ao seu patrimônio o valor pago a maior a título de COFINS, o que viabilizaria a compensação pretendida. Ocorre que, no caso em debate tanto o despacho decisório, quanto a decisão proferida em sede de manifestação de inconformidade informam não estar comprovada a certeza e a liquidez do direito creditório. A decisão, portanto, foi no sentido de que inexiste crédito apto a lastrear o pedido da recorrente. No entanto, entendo como razoável as alegações produzidas pela recorrente aliado aos documentos apresentados nos autos, o que atesta que procurou se desincumbir do seu ônus probatório em atestar a existência dos créditos alegados. Neste contexto, a teor do que preconiza o art. 373 do diploma processual civil, teve a manifesta intenção de provar o seu direito creditório, sendo que tal procedimento, também está pautado pela boafé. Assim, entendo que há dúvida razoável no presente processo acerca da liquidez, certeza e exigibilidade do direito creditório, o que justifica a conversão do feito em diligência, não sendo prudente julgar o recurso em prejuízo da recorrente, sem que as questões aventadas sejam dirimidas. Diante do exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que seja intimada a recorrente para no prazo de 30 (trinta) dias, renovável uma vez por igual período, a apresentar (i) os cálculos e (ii) outros documentos, porventura, ainda necessários aptos a comprovar os valores pretendidos. Deve, ainda, a autoridade administrativa informar se há o direito creditório alegado pela recorrente e se o mesmo é suficiente para a extinção do débito existente tomando por base toda a documentação apresentada pelo contribuinte. Isto posto, deve ser oportunizada à recorrente o conhecimento dos procedimentos efetuados pela repartição fiscal, inclusive do relatório elaborado pela fiscalização, com abertura de vistas pelo prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, para que se manifeste nos autos, para, na sequência, retornarem os autos a este colegiado para prosseguimento do julgamento. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10830.903914/201257 Resolução nº 3201001.247 S3C2T1 Fl. 168 4 Os fatos que ensejaram a conversão em diligência do julgamento do processo paradigma também se encontram presentes nestes autos, justificando, por conseguinte, a aplicação da mesma decisão a este processo. Portanto, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência, para que a repartição de origem intime o Recorrente para, no prazo de 30 (trinta) dias, renovável uma vez por igual período, apresente (i) os cálculos e (ii) outros documentos porventura ainda necessários aptos a comprovar os valores pretendidos. Deve, ainda, a autoridade administrativa informar se há o direito creditório alegado e se ele é suficiente para a extinção do débito existente, tomando por base toda a documentação apresentada pelo contribuinte. Após, concedase o prazo de 30 (trinta) dias ao Contribuinte para que tome conhecimento dos procedimentos realizados pela repartição de origem, inclusive do relatório a ser elaborado pela Fiscalização, e se manifeste, a seu critério, acerca do resultado da diligência. Concluída a instrução do feito, retornem os autos para julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 168DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.686568/2009-46
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
Ementa:
PROCESSUAL - VERDADE MATERIAL - LIMITES - PROVA POSTERIOR - OBSERVÂNCIA AOS REQUISITOS DO ART. 16, §4º, DO DECRETO 70.235/72.
Ainda que jungido ao principio da verdade material, o processo administrativo também se encontra limitado pelo princípio da legalidade e pela regra do devido processo legal. O momento de que dispõe o contribuinte para produzir provas e trazer documentos é o da oposição de sua impugnação, admitindo-se, como exceção, a produção de provas e argumentos em momento posterior apenas nas hipótese devidamente demonstradas do § 4º do art. 16 do Decreto 70.235/72.
Numero da decisão: 1302-002.736
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Flávio Machado Vilhena Dias, Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa e Rogerio Aparecido Gil.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Carlos César Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca e Flávio Machado Vilhena Dias.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2004 Ementa: PROCESSUAL - VERDADE MATERIAL - LIMITES - PROVA POSTERIOR - OBSERVÂNCIA AOS REQUISITOS DO ART. 16, §4º, DO DECRETO 70.235/72. Ainda que jungido ao principio da verdade material, o processo administrativo também se encontra limitado pelo princípio da legalidade e pela regra do devido processo legal. O momento de que dispõe o contribuinte para produzir provas e trazer documentos é o da oposição de sua impugnação, admitindo-se, como exceção, a produção de provas e argumentos em momento posterior apenas nas hipótese devidamente demonstradas do § 4º do art. 16 do Decreto 70.235/72.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Flávio Machado Vilhena Dias, Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa e Rogerio Aparecido Gil. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Carlos César Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca e Flávio Machado Vilhena Dias.
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Ainda que jungido ao principio da verdade material, o processo administrativo também se encontra limitado pelo princípio da legalidade e pela regra do devido processo legal. O momento de que dispõe o contribuinte para produzir provas e trazer documentos é o da oposição de sua impugnação, admitindose, como exceção, a produção de provas e argumentos em momento posterior apenas nas hipótese devidamente demonstradas do § 4º do art. 16 do Decreto 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Flávio Machado Vilhena Dias, Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa e Rogerio Aparecido Gil. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Carlos César Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca e Flávio Machado Vilhena Dias. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 68 65 68 /2 00 9- 46 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10880.686568/200946 Acórdão n.º 1302002.736 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Em Despacho Decisório emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de São Paulo (DERAT), o pedido de compensação anteriormente transmitido pelo contribuinte não foi homologado, uma vez que, nos termos constates do Despacho exarado, contatouse que "a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos, do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Intimado da referida decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, preliminarmente, que o crédito não foi identificado, uma vez que houve um erro interno, já que, uma vez identificado o pagamento indevido ou a maior, olvidou se de retificar as suas DCTF's. Assim, segundo alega, esta ausência de retificação impossibilitou a fiscalização de identificar o crédito apontado em seu pedido de compensação. Afirma que retificou as DCTF's após o recebimento dos despachos decisórios, que acabaram por não homologar os diversos pedidos de compensação apresentados no período. Alegou, ainda, que o seu direito creditório decorre da interpretação da Receita Federal do Brasil, exarada na resposta de consulta de nº 07/2009, em que restou definido que "a venda (desenvolvimento e edição) de softwares prontos para uso (de prateleira, standard) é classificada como venda de mercadoria e o percentual para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica é de oito por cento". Com essa nova interpretação, alegou, o Recorrente, que identificou o erro na apuração do IRPJ e da CSLL, resultando em um recolhimento indevido ou a maior destes tributos. E exatamente por conta desses recolhimentos a maior é que apresentou os pedidos de compensação, utilizando os créditos originados do pagamento indevido ou a maior (resultantes da interpretação exarada pela Receita Federal do Brasil), para pagar débitos próprios, nos termos e contornos exigidos pela legislação. Em análise à Manifestação de Inconformidade, a douta Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) entendeu por bem julgar o apelo do contribuinte como improcedente. Como fundamento da decisão, o acórdão considerou (i) a impossibilidade de se analisar as DCTF's retificadas após o início do procedimento fiscal e (ii) que o contribuinte não comprovou que fabrica software prontos para o uso (de prateleira). Devidamente intimado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, no qual, em síntese, repisa os argumentos apresentados em sua Manifestação de Inconformidade. No que tange às retificações das DCTF's, o Recorrente alega que mesmo tendo sido as retificações realizadas após o procedimento fiscal, são elas as DCTF's retificadas que comprovam a realidade das suas operações e que, por isso, não podem ser desprezadas pelos órgãos judicantes. Por outro lado, anexa aos autos documento em que detalha o seu processo de produção, para concluir que produz softwares prateleira e, por isso, teria o direito de se valer da Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10880.686568/200946 Acórdão n.º 1302002.736 S1C3T2 Fl. 4 3 forma de cálculo do IRPJ e da CSSL, nos termos exarados pela Receita Federal do Brasil, através de solução de consulta. Junta aos autos, ainda, planilha em que segrega suas vendas, com arrimo na DIPJ, que também anexa aos autos. Assim, pede provimento ao Recurso Voluntário e o consequente reconhecimento do seu direito creditório. Este é o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302002.731, de 12.04.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.686567/200900, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento, contido no voto vencedor, que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302 002.731): "[...] Aqui, vejam bem, existem dois motivos para entender que, ainda que o direito ao crédito seja plausível, semelhante plausibilidade somente alçaria ares de verdade absoluta a partir da prova de que: a) as DCTFs retificadas contemplavam informações corretas e acompanhadas de documentos que lhes comprovavam a veracidade; b) tendo origem em classificação equivocada da atividade desenvolvida, mormente quanto ao tipo de software que seria objeto de venda ou cessão, trouxesse o contribuinte a prova de que, efetivamente, seus programas de computador seriam aqueles considerados como de prateleira (isto é, softwares fechados, sem transferência de código fonte). O problema é que, como a origem do crédito está jungida a estes dois fatos, cabia ao recorrente, desde a sua manifestação de inconformidade (=impugnação), trazer os documentos necessários à demonstração da liquidez e certeza do crédito cuja compensação de se postulava. Essa, digase, é a mens legis do art. 170, caput, do CTN, quando franqueia aos entes federados a realização compensação, senão vejamos: A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10880.686568/200946 Acórdão n.º 1302002.736 S1C3T2 Fl. 5 4 com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Os pressupostos, pois, do direito crédito a ser utilizado pelo sujeito passivo da obrigação tributária é a sua liquidez e certeza, pressupostos estes que antecedem o próprio pedido de compensação. Por isso, e não por outra razão, compete ao contribuinte demonstrar tais liquidez e certeza; é ônus do sujeito passivo e não da Administração Tributária. Neste passo, e no caso presente, como as premissas do pleito compensatório eram, num primeiro momento, a existência do crédito a partir da retificação de DCTFs e, num segundo momento, o erro de classificação da atividade do contribuinte (que, digase, resultou, justamente, na retificação da declaração anteriormente citada), competia ao contribuinte, desde a sua manifestação de inconformidade, nos estritos do art. 16, § 4º, do Decreto 70.2351, trazer as provas que emprestariam ao crédito postulado a liquidez e certeza: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. E nem se diga que ao caso se aplicaria a exceção descrita na alínea "c", acima, já que o próprio contribuinte cuidou de informar que a origem dos créditos objetos deste feito seria a já citada reclassificação de sua atividade (de prestação de serviços para comercialização de produtos/mercadorias); ou seja, a natureza dos softwares, a parcela da receita a que se referiria a venda destes softwares, e a veracidade das informações contidas nas DCTFs retificadoras não são questões novas, surgidas apenas a partir do julgamento realizado pela DRJ; foram, desde logo, suscitadas pelo recorrente (conforme se extrai especificamente da alegação constante de efls. e, digase, não demonstradas. Não podemos, aqui, sob o pálio da verdade material suplantar as regras procedimentais aplicáveis ao processo administrativo e permitir, por fundamentos metajurídicos2, e ao arrepio do princípio da isonomia, fazernos substituir à autoridade fiscal ou a própria DRJ, para refazer todo o trabalho que deveria ter sido 1 A que está sujeito procedimento instaurado a partir da oposição da manifestação de inconformidade, por força de previsão explicita contida no § 11 do art. 74 da Lei 9.430/96. 2 Ainda que me condoa do contribuinte e ainda que, aparentemente, haja uma "fumaça de bom direito" em sua tese, a prova de sua efetiva existência tinha que ter sido produzida no momento oportuno. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10880.686568/200946 Acórdão n.º 1302002.736 S1C3T2 Fl. 6 5 concretizado e trazido ao feito pelo sujeito passivo, pretensamente, detentor do crédito. Insisto, não encontro óbices para considerar as informações prestadas mediante declaração retificadora após o início da ação fiscal; mas não tenho como verificar a correção das ditas informações se o próprio contribuinte não traz ao processo provas e documentos que demonstrem que tais dados são verdadeiros. Se é fato que o processo administrativo admite uma flexibilização no procedimento de instrução, e, portanto, se pauta pelo já aventado princípio da verdade material, não se pode olvidar que determinadas amarras não podem ser sobrepujadas; o primado da verdade material pode nortear o julgador de sorte a garantir que ele aprecie provas não contempladas pela instância interior, mas que tenham sido produzidas no momento oportuno, e, na espécie, tais provas não foram, reprisese, produzidas. Como não se verificam, no concreto, a ocorrência das situações descritas no art. 16, § 4º, do Decreto 70.235 e, lado outro, como o contribuinte não produziu as provas necessárias à demonstração da liquidez e certeza de seu direito creditório, não nos cabe, agora, franquearlhe, por meio de diligência, tal oportunidade, pena de malferir, não o decreto anteriormente invocado, como, também, e como já dito, o princípio da isonomia. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 110DF CARF MF
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Numero do processo: 13840.000042/2001-90
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1991 a 31/07/1994
PIS. TERMO A QUO DO PEDIDO ADMINISTRATIVO DECADÊNCIA/PRESCRIÇÃO. UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. TRIBUNAIS SUPERIORES. NECESSIDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PELO CARF (ART. 62, § 2º, Anexo II, DO RICARF). IRRETROATIVIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. PEDIDO FORMULADO ANTES DE 09/06/2005. SÚMULA CARF 91.
Em conformidade com a jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça e corroborada pelo Supremo Tribunal Federal, a propósito da inconstitucionalidade da parte final do art. 4° da LC 118/2005, que prevê a aplicação retroativa dos preceitos de referido Diploma Legal, tratando-se de pedido de restituição de tributos, in casu, formulado anteriormente à vigência de aludida Lei Complementar, o prazo a ser observado é de 10 anos (tese dos 5 + 5), contando-se a partir do fato gerador, pois o pedido foi formulado anteriormente a 9.6.05.
Numero da decisão: 9303-006.751
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à Unidade de Origem.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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RESTITUIÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. Recorrente MÁQUINAS AGRÍCOLAS MOJI LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1991 a 31/07/1994 PIS. TERMO A QUO DO PEDIDO ADMINISTRATIVO DECADÊNCIA/PRESCRIÇÃO. UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. TRIBUNAIS SUPERIORES. NECESSIDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PELO CARF (ART. 62, § 2º, Anexo II, DO RICARF). IRRETROATIVIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. PEDIDO FORMULADO ANTES DE 09/06/2005. SÚMULA CARF 91. Em conformidade com a jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça e corroborada pelo Supremo Tribunal Federal, a propósito da inconstitucionalidade da parte final do art. 4° da LC 118/2005, que prevê a aplicação retroativa dos preceitos de referido Diploma Legal, tratandose de pedido de restituição de tributos, in casu, formulado anteriormente à vigência de aludida Lei Complementar, o prazo a ser observado é de 10 anos (tese dos 5 + 5), contandose a partir do fato gerador, pois o pedido foi formulado anteriormente a 9.6.05. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, com retorno dos autos à Unidade de Origem. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 0. 00 00 42 /2 00 1- 90 Fl. 302DF CARF MF Processo nº 13840.000042/200190 Acórdão n.º 9303006.751 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo contra Acórdão nº 3801000.183, que negou provimento ao recurso voluntário. O colegiado a quo julgou prescrito o direito do contribuinte à restituição pleiteada, considerando o prazo quinquenal contado a partir da data do pagamento indevido. No caso, o pedido de restituição foi apresentado pelo contribuinte em 23/01/2001, amparado em pagamentos relativos a fatos geradores ocorridos entre 31/01/1991 e 31/07/1994. Insatisfeito, o sujeito passivo interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão argumentando, em síntese, que no presente caso o processo teve início antes da vigência da LC 118/05 – e que, por conseguinte, aplicável o prazo prescricional de 5 anos, contados do fato gerador, acrescido de mais 5 anos, conforme precedentes do STJ. Mediante despacho de admissibilidade do Presidente da Câmara competente do CARF foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pela Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.745, de 16/05/2018, proferido no julgamento do processo 10166014258/200143, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.745): "Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo, entendo que devo conhecêlo, em respeito ao art. 67, do RICARF/2015 – Portaria MF343/2015 com alterações posteriores. No que tange à discussão acerca do termo inicial a ser considerado para a contagem do prazo prescricional/decadencial, importante trazer que, com a alteração promovida pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, que introduziu o art. 62A ao Regimento Interno do CARF, determinando que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF (dispositivo atual – art. 62, § 2º, Anexo I, do RICARF/15 – Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015)), essa questão não mais comportaria debates. Fl. 303DF CARF MF Processo nº 13840.000042/200190 Acórdão n.º 9303006.751 CSRFT3 Fl. 4 3 Vêse que tal matéria havia sido objeto de decisão do STJ em sede de recursos repetitivos, na apreciação do REsp nº 1110578/SP, de relatoria do Ministro Luiz Fux (data do julgamento 12/05/2010). O que peço licença para transcrever a ementa (Grifos meus): “Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. TRIBUTO DECLARADO INCONSTITUCIONAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DE OFÍCIO 1. O prazo de prescrição quinquenal para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício, é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, qual seja, a data do efetivo pagamento do tributo, a teor do disposto no artigo 168, inciso I, c.c artigo 156, inciso I, do CTN. (Precedentes: REsp 947.233/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 10/08/2009 AgRg no REsp 759.776/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 20/04/2009; REsp 857.464/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2009, DJe 02/03/2009; AgRg no REsp 1072339/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2009, DJe 17/02/2009; AgRg no REsp. 404.073/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJU 31.05.07; AgRg no REsp. 732.726/RJ, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, Primeira Turma, DJU 21.11.05) 2. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício. (Precedentes: EREsp 435835/SC, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2004, DJ 04/06/2007; AgRg no Ag 803.662/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ 19/12/2007) 3. In casu, os autores, ora recorrentes, ajuizaram ação em 04/04/2000, pleiteando a repetição de tributo indevidamente recolhido referente aos exercícios de 1990 a 1994, ressoando inequívoca a ocorrência da prescrição, porquanto transcorrido o lapso temporal quinquenal entre a data do efetivo pagamento do tributo e a da propositura da ação. 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008". (Resp nº 1110578/SP, Rel. Min. Luiz Fux, data do julgamento 12052010, DJe de 21/05/2010; RT vol. 900 p. 204) (Negritos acrescentados)” Não obstante ao termo inicial, vêse que há outra questão sob lide, qual seja, o prazo para se pleitear a repetição de indébito da LC 118 – que, por sua vez, também tratou da definição do termo a quo para a aplicação do prazo decadencial – na discussão acerca do prazo de 5 anos ou 10 anos. Nesse ponto, a matéria também foi decidida pelo STJ, inclusive definindo de forma clara o termo inicial a ser considerado, sob procedimento de recursos repetitivos, no julgamento do Recurso Especial n°1.002.932 SP, ao apreciar o texto trazido pela Lei Complementar n° 118/05. Após apreciação da matéria, o STJ firmou o entendimento de que, relativamente aos pagamentos indevidos efetuados anteriormente à Lei Complementar n° 118/05, o prazo prescricional para a restituição do indébito permaneceria regido pela tese dos “cinco mais cinco”, isto é, pelo prazo de dez anos, limitado, porém, a cinco anos contados a partir da vigência daquela lei. Fl. 304DF CARF MF Processo nº 13840.000042/200190 Acórdão n.º 9303006.751 CSRFT3 Fl. 5 4 O Supremo Tribunal Federal, por conseguinte, enfrentando o tema, decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário 566.621RS (04/08/2011), ser aplicável o novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Eis o decidido: “RE 566621 / RS RIO GRANDE DO SUL RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ELLEN GRACIE Julgamento: 04/08/2011 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011 EMENT VOL0260502 PP00273 DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Ou seja, para os pedidos de repetição de indébito apresentados anteriormente a 9 de junho de 2005, poderseia considerar o prazo prescricional/decadencial de 10 anos contado do fato gerador. Para melhor compreensão, transcrevo a ementa do referido acórdão: Fl. 305DF CARF MF Processo nº 13840.000042/200190 Acórdão n.º 9303006.751 CSRFT3 Fl. 6 5 “PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621 Rio GRANDE DO Sul. RELATORA : MIN. ELLEN GRACIE DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. O que resta reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Eis a Súmula 91: “Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.” Em vista de todo o exposto, temse que, no caso vertente, o pedido de restituição foi protocolado em 8.11.01 (Despacho decisório – fl. 262) envolvendo créditos de pagamento indevido de PIS nos meses de novembro de 1995 a março de 1996. Considerando que o pedido foi anterior a 9.6.05, aplicase o prazo prescricional de 10 anos – o que resta afastada a prescrição no caso vertente. Em vista de todo o exposto, dou provimento ao recurso especial interposto pelo sujeito passivo, com retorno à DRF unidade de origem para apreciação do mérito do pedido." No presente processo o pedido de restituição foi protocolado em 23/01/2001, amparado em créditos oriundos de recolhimentos a maior relativo a fatos geradores ocorridos entre 31/01/1991 e 31/07/1994. Portanto, da mesma forma que no caso do paradigma, sendo o pedido anterior a 09/06/2005, aplicável o prazo prescricional de 10 anos contados a partir do fato gerador, do que se conclui não ter ocorrido a prescrição no caso vertente. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do contribuinte foi conhecido e, no mérito, o colegiado deulhe provimento, para afastar a prescrição determinando o retorno dos autos à unidade de origem para apreciação do mérito do pedido. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 306DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.900370/2011-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.582
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Henrique Silva Figueiredo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: PAULO HENRIQUE SILVA FIGUEIREDO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1743; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 202 1 201 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10746.900370/201140 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1302000.582 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 12 de abril de 2018 Assunto DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente CONSTRUTORA TALISMA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório Tratase de Recurso interposto em relação ao Acórdão nº 0350.426, de 31 de janeiro de 2013, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF (fls. 88 a 95), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo. O presente processo cuida da Declaração de Compensação (DCOMP) nº 22490.00732.200807.1.3.040705 (fls. 25 a 30), por meio da qual a contribuinte compensou débito de sua responsabilidade referente à Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS/Pasep), período de apuração de julho de 2007, no valor de R$ 521,39, com crédito RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 46 .9 00 37 0/ 20 11 -4 0 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10746.900370/201140 Resolução nº 1302000.582 S1C3T2 Fl. 203 2 decorrente de suposto pagamento indevido ou a maior a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O crédito em questão, no valor de R$ 366,48, originarseia de pagamento efetuado em 28/10/2004, no montante de R$ 1.675,49; e não foi reconhecido pelo Despacho Decisório de fl. 23, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a compensação declarada não foi homologada. Cientificado, o sujeito passivo apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 2 a 17, na qual sustentou que, por equívoco, na Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), relativa ao anocalendário de 2004, e na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), referente ao terceiro trimestre do citado ano calendário, informou débito a título de CSLL, regime de apuração baseado no Lucro Presumido, calculado a partir da aplicação do percentual de 32% sobre a sua receita bruta. Contudo, em decorrência da sua atividade, estaria sujeito à CSLL, sobre o Lucro Presumido, calculada com base na aplicação da alíquota de 12% sobre a sua receita bruta. Invocou o princípio da verdade material e apresentou elementos que, no seu entender, comprovariam o erro de fato e o indébito em questão (DIPJ retificadora, cópias parciais dos livros Diário, Razão e Registro de notas fiscais de serviços prestados, bem como cópias das notas fiscais do período). Relatou, ainda, haver procedido à retificação da DIPJ referente ao ano calendário de 2004, e apresentou diversas decisões de Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento que respaldariam o crédito pleiteado. Em dezembro de 2012, o sujeito passivo apresentou o documento de fls. 86 e 87, intitulado "Resumo do Manifesto de Inconformidade P.J.", no qual, além de reiterar os termos da sua Manifestação Inconformidade, esclarece que deixou de retificar a DCTF do 3º trimestre de 2004, uma vez que, no momento em que constatou a necessidade de tal retificação, já se teria operado a decadência do seu direito de alterar o referido documento. A decisão de primeira instância (fls. 88 a 95) considerou que a Recorrente não havia apresentado documentação suficiente capaz de "demonstrar a natureza das atividades a que se referiram os rendimentos declarados e que poderia esclarecer qual(is) o(s) correto(s) percentual(is) aplicável(is), se de 12%, tal como pretendido, se de 32%, ou mesmo de percentuais diversificados, conforme § 2º do artigo 15 da Lei nº 9.249/95", de modo que o alegado indébito não se revestiria da liquidez e certeza necessárias ao reconhecimento do direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN. Registrou, ainda, que as decisões administrativas colecionadas pela pessoa jurídica não possuíam caráter de normas complementares, nem efeitos vinculantes. Deste modo, não reconheceu o direito creditório do sujeito passivo. Após a ciência, comprovada às fls. 96/97, foi interposto o Recurso de fls. 99 a 110, por meio do qual a Recorrente, após reiterar as razões contidas na Manifestação de Inconformidade, sustenta que tem como cliente contratante, na maioria dos serviços prestados, o Poder Público, sendo a prática e costume os contratos de obras públicas serem formalizados sob a sistemática da empreitada global. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10746.900370/201140 Resolução nº 1302000.582 S1C3T2 Fl. 204 3 Aduz que os documentos já apresentados, em especial as notas fiscais de serviço, são elementos hábeis a demonstrar se tratar de serviços prestados com fornecimento de material. Invoca a aplicação do princípio in dúbio pro contribuinte (calcado no art. 112, inciso II, do CTN) ou, ainda, a realização de diligência para juntada aos autos dos contratos de prestação de serviço. Contudo, com base no art. 16, §4º, alínea c, do Decreto nº 70.235, de 1972, combinado com o §5º do referido dispositivo, já traz aos autos os mencionados contratos de prestação de serviço, que comprovariam o direito pleiteado. É o Relatório. Voto Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator Como já relatado, tratase de Declaração de Compensação (DComp) referente a pagamento efetuado, em 28/10/2004, a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativo ao 3ª trimestre do anocalendário de 2004. O crédito compensado decorreria do fato de a Recorrente haver confessado na DCTF e recolhido a CSLL, apurada sob o regime de apuração baseado no Lucro Presumido, a partir da aplicação do percentual de 32% sobre a sua receita bruta, quando, em decorrência da receita se referir à atividade de construção civil com fornecimento de material, o percentual aplicável para a determinação do Lucro Presumido ser o de 12%, conforme art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995. O direito creditório invocado não foi reconhecido pelo Despacho Decisório de fl. 23, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a compensação declarada não foi homologada. Por outro lado, a Manifestação de Inconformidade do sujeito passivo foi julgada improcedente por se considerar que os elementos juntados aos autos não são suficientes para comprovar que os serviços prestados pela Recorrente incluem o fornecimento de todo o material necessário à sua realização. Nos termos do art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, a base de cálculo da CSLL devida pelas pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base no Lucro Presumido, corresponderá a doze por cento da receita bruta, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 daquele diploma legal, dentre as quais se inclui a prestação de serviços em geral, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. O citado art. 15 foi interpretado pelo Ato Declaratório Normativo Cosit nº 6, de 1997, que esclareceu que, para a determinação da base de cálculo do IRPJ mensal, a construção por empreitada com emprego de qualquer quantidade de materiais se sujeitaria ao percentual de 8% (oito por cento), enquanto incidiria o percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita das atividades de construção por empreitada unicamente de mãodeobra. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10746.900370/201140 Resolução nº 1302000.582 S1C3T2 Fl. 205 4 A Instrução Normativa SRF nº 93, de 24 de dezembro de 1997, tratava do assunto, nos mesmos moldes do ADN mencionado. Aquele entendimento vigorou até a edição da Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004, que definiu como "construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra". (Destacouse) No caso sob exame, tratandose do anocalendário de 2004, aplicase, portanto, o entendimento que admite o fornecimento de qualquer quantidade de material, para a aplicação do percentual favorecido na determinação da base de cálculo da CSLL. A questão que se põe, portanto, é saber se as provas documentais apresentadas pelo sujeito passivo são (ou não) suficientes para comprovar que as receitas tributadas no trimestre em questão se referem a serviços de construção civil prestados com o fornecimento de material. Ocorre que, previamente à apreciação do Recurso, fazse necessário esclarecimento. É que, dentre as notas fiscais juntadas pelo sujeito passivo, há documentos emitidos pela Construtora Monte do Carmo Ltda, CNPJ nº 01.919.293/000178 (fls. 78 e 79). A par disso, dentre os contratos apensados ao Recurso, constatase a existência de instrumentos firmados com a mesma Construtora Monte do Carmo Ltda (fls. 141/147, 151/156, 168/175, 177/182 e 191/196. Por outro lado, os Aditivos de fls. 148/149 e 197/198, aos contratos de fls. 141/147 e 191/196, respectivamente, são firmados com a própria Recorrente. Do mesmo modo, vêse que notas fiscais são emitidas pela Recorrente, em relação aos contratos firmados com a Construtora Monte do Carmo Ltda, e que os valores das referidas receitas estão contabilizadas nos Livros contábeis e fiscais juntados pela Recorrente, e foram considerados na apuração da CSLL devida no período em questão. Isto posto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que o processo retorne à Unidade de origem (DRF/PalmasTO), para que: a) intime o sujeito passivo a esclarecer a existência de notas fiscais e contratos referentes à Construtora Monte do Carmo Ltda, CNPJ nº 01.919.293/000178, na base de cálculo utilizada para a determinação da CSLL relativa ao 3º trimestre do anocalendário de 2004 e do indébito de que trata o presente processo; b) informe os valores efetivamente recolhidos pela Recorrente, a título de CSLL, em relação ao referido período de apuração, detalhando a eventual utilização/disponibilidade dos pagamentos efetuados; c) ao fim, elaborese relatório de diligência contendo as informações acima requeridas, bem como se manifestando em relação aos esclarecimentos prestados pelo sujeito Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10746.900370/201140 Resolução nº 1302000.582 S1C3T2 Fl. 206 5 passo, que deve ser cientificado do resultado, com a concessão de prazo para, querendo, manifestarse nos autos. Após, reencaminhese o processo a este Colegiado. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Fl. 206DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13055.720058/2011-41
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2008
DSPJ-INATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. INÍCIO DE ATIVIDADES. INSUBSISTÊNCIA
Insubsistente a exigência de entrega de Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica - Inativa, bem como da multa pelo atraso desta entrega, para suprir o intervalo entre o início da atividade e o deferimento da opção do Simples Nacional, pois a norma de regência estipula que nos casos de empresas em início de atividade até 31/12/2007, considera-se a data do último registro municipal ou estadual deferido como a data de início de atividade e para os efeitos da opção, forçando a concomitância das datas.
Numero da decisão: 1002-000.190
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
Ailton Neves da Silva - Presidente.
Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
Nome do relator: BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2008 DSPJ-INATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. INÍCIO DE ATIVIDADES. INSUBSISTÊNCIA Insubsistente a exigência de entrega de Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica - Inativa, bem como da multa pelo atraso desta entrega, para suprir o intervalo entre o início da atividade e o deferimento da opção do Simples Nacional, pois a norma de regência estipula que nos casos de empresas em início de atividade até 31/12/2007, considera-se a data do último registro municipal ou estadual deferido como a data de início de atividade e para os efeitos da opção, forçando a concomitância das datas.
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DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Recorrente SRD EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2008 DSPJINATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. INÍCIO DE ATIVIDADES. INSUBSISTÊNCIA Insubsistente a exigência de entrega de Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica Inativa, bem como da multa pelo atraso desta entrega, para suprir o intervalo entre o início da atividade e o deferimento da opção do Simples Nacional, pois a norma de regência estipula que nos casos de empresas em início de atividade até 31/12/2007, considerase a data do último registro municipal ou estadual deferido como a data de início de atividade e para os efeitos da opção, forçando a concomitância das datas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Ailton Neves da Silva Presidente. Breno do Carmo Moreira Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 05 5. 72 00 58 /2 01 1- 41 Fl. 56DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 34 e 35) interposto contra o Acórdão n° 1440.357, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP (efls. 28 e 29), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela ora Recorrente. Decisão essa consubstanciada nos seguintes termos: A impugnação apresentada atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativo fiscal (PAF). Dela conheço. O presente processo trata da cobrança de multa por atraso na entrega da DIPJ relativa ao anocalendário de 2008. A contribuinte alega que o atraso decorreu de divergências entre a data considerada como opção pelo Simples Nacional e a data de registro na Junta Comercial, considerada no CNPJ. Para o deslinde da questão, é preciso analisar a legislação que trata da opção pelo Simples Nacional (Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007), em especial seu art. 7o, V, “a”, verbis: V – a opção produzirá efeitos: a) para as empresas com data de abertura constante do CNPJ até 31 de dezembro de 2007, a partir da data do último deferimento da inscrição nos cadastros estadual e municipal, salvo se o ente federativo considerar inválidas as informações prestadas pela ME ou EPP, hipótese em que a opção será considerada indeferida; Portanto, a data dos efeitos da opção seguiu o que determina a legislação de regência. Assim, no período compreendido entre a data de registro da empresa e a data da opção pelo Simples Nacional, ficou a empresa sujeita, perante a Receita Federal, às regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas, inclusive à entrega da DIPJ, nos prazos previstos na legislação de regência. Não cumprido esse prazo, correta a multa aplicada. Dessa forma voto por julgar IMPROCEDENTE A IMPUGNAÇÃO, mantendo o crédito tributário exigido. Os argumentos apresentados na Impugnação são reiterados em sede de Recurso Voluntário. Em síntese, alega: "a) A empresa SRD aguardou a liberação da Inscrição Municipal para fazer o pedido de opção pelo Simples Nacional, conforme consta nos procedimentos a serem feitos para este fim; b) A data de inclusão da empresa SRD no simples nacional deverá ser em 11 de dezembro de 2007". A Recorrente ampara seu pedido trazendo aos autos cópia de seu contrato social, bem como do Alvará de Licença, expedido pelo Município de São Sebastião do Caí em 04 de janeiro de 2008. É o Relatório. Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13055.720058/201141 Acórdão n.º 1002000.190 S1C0T2 Fl. 57 3 Voto Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira Relator O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Passo à análise dos pontos suscitados no Recurso. Por primeiro, a alegada Preliminar é, em verdade, apresentação de matéria fática, utilizada na fundamentação do pedido da Recorrente. Por isso, deve ser rejeitada, e seu teor avaliado no conjunto da exposição jurídica da peça defensiva. Impende destacar que a multa por descumprimento de obrigação acessória, derivada da ausência de apresentação da DIPJ, tem 2008 como anocalendário. Somandose a tal fato, pontuo que a inclusão da Contribuinte na sistemática do SIMPLES Nacional foi efetivada em 04 de janeiro de 2008. Percebese, portanto, que a multa aduz à ausência da indigitada Declaração para o período compreendido entre 01 e 03 de janeiro de 2008 (efls. 25). Nessa trilha, compreendeu a DRJ que, embora a Recorrente tenha iniciado suas atividades em 2007 (fato este tido como incontroverso nos autos), aquela deveria cumprir com suas obrigações acessórias até o deferimento da inclusão no SIMPLES Nacional, conforme se extrai no excerto abaixo: Assim, no período compreendido entre a data de registro da empresa e a data da opção pelo Simples Nacional, ficou a empresa sujeita, perante a Receita Federal, às regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas, inclusive à entrega da DIPJ, nos prazos previstos na legislação de regência. Não cumprido esse prazo, correta a multa aplicada. (efl. 38) Portanto,.a DRJ/RPO considerou legítima a exigência da DSPJInativa no período que antecedeu a opção pelo SIMPLES, bem como da multa gerada pelo atraso na sua entrega, com fundamento no art. 7º, § 3º, inciso V, alínea “a”, da Resolução CGSN n° 4, de 30 de maio de 2007, reproduzido na sequência: (...) § 3º No caso de início de atividade da ME ou EPP no ano calendário da opção, deverá ser observado o seguinte: V a opção produzirá efeitos: (Redação dada pela Resolução CGSN n° 29, de 21 de janeiro de 2008) a) para as empresas com data de abertura constante do CNPJ até 31 de dezembro de 2007, a partir da data do último deferimento da inscrição nos cadastros estadual e municipal, salvo se o ente federativo considerar inválidas as informações prestadas pela ME ou EPP, hipótese em que a opção será considerada indeferida; (Incluída pela Resolução CGSN n° 29, de 21 de janeiro de 2008) Fl. 58DF CARF MF 4 (...) Assim, da interpretação sistemática dos dois incisos em questão, extraise que para as empresas com início de atividade até 31 de dezembro de 2007, a data de início de atividades a ser considerada é aquela que constar no deferimento do último cadastro fiscal, seja ele municipal ou estadual. Logo, é licito entender que a opção pelo Simples Nacional de empresa com início de atividade até 31/12/2007 também surte seus efeitos a partir do último deferimento, sendo desimportante, para os efeitos de que trata o texto normativo, o fato de a empresa ter registro de data de abertura anterior àquela. Assim, embora conste no cadastro da RFB o dia 11/12/2007 como data de abertura da empresa do contribuinte (efl. 22), a data de início de atividade a ser efetivamente considerada para efeitos fiscais é o dia 04/01/2008, data do último deferimento da inscrição cadastral pelo ente municipal (efl. 24). Em razão disso, considero indevida a apresentação da DSPJInativa do períodobase de 11/12/2007 a 03/01/2008 e, por conseqüência, improcedente a multa. Conclusão Com tudo o que foi exposto nos tópicos anteriores, resta claro que os argumentos esposados pela Recorrente merecem ser acolhidos. Portanto, VOTO por rejeitar a preliminar e, no mérito DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, com a consequente exoneração do crédito tributário. Breno do Carmo Moreira Vieira Relator Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10715.001380/2010-87
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/07/2006, 03/08/2006
INFORMAÇÕES EXIGIDAS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. PRAZO. INOBSERVÂNCIA. INFRAÇÃO. TIPIFICAÇÃO LEGAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ANTINOMIA.
A denúncia espontânea da infração não exclui a responsabilidade quando a penalidade tem por objeto a própria conduta extemporânea do administrado, materializada no cumprimento a destempo da obrigação de fazer.
Aplica-se a multa prevista em lei à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso porta-a-porta, ou ao agente de carga, quando deixarem de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, ainda que a informação tenha sido prestada antes do início de qualquer procedimento fiscal.
Numero da decisão: 9303-006.340
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora) e Érika Costa Camargos, que não conheceram do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama Relatora
(Assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 31/07/2006, 03/08/2006 INFORMAÇÕES EXIGIDAS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. PRAZO. INOBSERVÂNCIA. INFRAÇÃO. TIPIFICAÇÃO LEGAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ANTINOMIA. A denúncia espontânea da infração não exclui a responsabilidade quando a penalidade tem por objeto a própria conduta extemporânea do administrado, materializada no cumprimento a destempo da obrigação de fazer. Aplica-se a multa prevista em lei à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso porta-a-porta, ou ao agente de carga, quando deixarem de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, ainda que a informação tenha sido prestada antes do início de qualquer procedimento fiscal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora) e Érika Costa Camargos, que não conheceram do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora (Assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
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ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/07/2006, 03/08/2006 INFORMAÇÕES EXIGIDAS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. PRAZO. INOBSERVÂNCIA. INFRAÇÃO. TIPIFICAÇÃO LEGAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ANTINOMIA. A denúncia espontânea da infração não exclui a responsabilidade quando a penalidade tem por objeto a própria conduta extemporânea do administrado, materializada no cumprimento a destempo da obrigação de fazer. Aplicase a multa prevista em lei à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso porta aporta, ou ao agente de carga, quando deixarem de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, ainda que a informação tenha sido prestada antes do início de qualquer procedimento fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora) e Érika Costa Camargos, que não conheceram do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama (relatora), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 13 80 /2 01 0- 87 Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 3 2 (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama – Relatora (Assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal – Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3201001.123, da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário, consignando a seguinte ementa: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/07/2006, 03/08/2006 MULTA ADMINISTRATIVA. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO RELATIVA A VEÍCULO OU CARGA NELE TRANSPORTADA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. POSSIBILIDADE. ART. 102, § 2º, DO DECRETOLEI nº 37/66, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI N° 12.350/2010. Uma vez satisfeitos os requisitos ensejadores da denúncia espontânea deve a punibilidade ser excluída, considerando que a natureza da penalidade é administrativa, aplicada no exercício do poder de polícia no âmbito aduaneiro, em face da incidência do art. 102, §2º, do DecretoLei nº 37/66, cuja alteração trazida pela Lei n° 12.350/2010, passou a contemplar o instituto da denúncia espontânea para as obrigações administrativas. RETROATIVIDADE BENIGNA. Considerando que o dispositivo que autoriza a exclusão de multa administrativa em razão de denúncia espontânea entrou em vigor antes do julgamento da peça recursal, fazse Fl. 250DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 4 3 necessário observar o art. 106, II, “a”, do Código Tributário Nacional e afastar a multa prevista no DecretoLei nº 37/66. ” Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, que o disposto no art. 138 do CTN não alcança as penalidades exigidas pelo descumprimento de obrigações acessórias autônomas. Em Despacho às fls. 158 a 162, foi dado seguimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Contrarrazões foram apresentadas pelo sujeito passivo, trazendo, entre outros, que o recurso não deva ser conhecido e, caso conhecido, que seja negado provimento. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Tatiana Midori Migiyama Relatora Depreendendose da análise do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que o recurso não atende aos pressupostos de admissibilidade. O que, concordo em parte com o exame de admissibilidade exposto em Despacho do processo 10715.008227/200947. Peço vênia para transcrever a parte que concordo: “[...] O primeiro acórdão não serve como paradigma, porque trata de aplicação de penalidade por infração ao controle administrativo das importações (falta de Guia de Importação GI) e se refere a julgamento realizado antes da vigência da nova redação dada ao no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37/1966, pela Lei 12.350/2010. Portanto, como diz respeito à legislação e circunstâncias fáticas diferentes das do acórdão recorrido, o acórdão nº CSRF/0305.339 não atende as condições exigidas no art. 67 do Anexo II do RICARF para fim de comprovação do alegado dissenso jurisprudencial. Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 5 4 [...]” Tal como dito em Despacho, o primeiro acórdão indicado como paradigma – de nº 0305.339 trata de situação diversa da tratada nos autos. O que podemos inferir tal entendimento considerando apenas a ementa desse acórdão: “IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E MULTA DE OFÍCIO. O lançamento dos tributos e da correspondente multa de ofício, com base na falta de guia de importação, não pode prosperar, já que neste caso a legislação prevê a imputação da multa administrativa do artigo 526, inciso II, do Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 91.030/1985). MULTA POR FALTA DE GUIA DE IMPORTAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Não há que se falar em denúncia espontânea se após o início do despacho aduaneiro e em caso de multa por descumprimento de obrigação formal.” Proveitoso trazer também parte relatada no acórdão indicado como paradigma: “[...] A empresa foi autuada em virtude de infração verificada na operação de importação lastreada na Dl n2 003868/96 (GI n2 001096/0161942). Segundo o auto de infração, a recorrente solicitou o desembaraço da mercadoria "formulário em bloco tipo `Manifold', formulário continuo de papel com dizeres impressos 240mm x 11 polegadas em caixas com 3.000 folhas", classificando a no código NCM/SH 4820.40.00", pleiteando a aplicação de aliquota zero para o imposto de importação, com base no Decreto n2 550/92 MERCOSUL. A fiscalização, entendendo que a mercadoria importada era "formulário contínuo (folha simples) para impressora de micro", classificoua no código NCWSH 4820.90.00 e efetuou o lançamento para cobrança do II à aliquota normal, acrescido da multa de 100% de que trata o artigo 42, inciso I, da Lei n 2 8.218/91, por declaração inexata, da multa de Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 6 5 30% sobre o valor da mercadoria, prevista no artigo 526, inciso II, do RA, bem como juros de mora.[...]” Sendo assim, resta claro que o primeiro acórdão não serve como paradigma, por tratar de situações diferentes. Quanto ao segundo acórdão indicado como paradigma – a de nº 3802001.129, vêse que EM NENHUM MOMENTO FOI DISCUTIDO O ART. 102, §2º do DECRETOLEI 37/66 E TAMPOUCO A APLICAÇÃO RETROATIVA DESSE DISPOSITIVO. Apenas foi trazido como fundamento o art. 138 do CTN. Nos termos do art. 67, do RICARF/2015, temos (Grifos meus): “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente. [...]” Considerando que o art. 102, § 2º, do DecretoLei 37/66 nem foi aventada no acórdão indicado como paradigma, não há como se conhecer o recurso especial, vez que não demonstrou interpretação divergente frente ao mesmo dispositivo. Diante do exposto, não conheço o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Considerando que essa conselheira restou vencida em relação ao conhecimento do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, passo a discorrer sobre a lide – qual seja, aplicação ou não da denúncia espontânea com o intuito de se afastar a multa por falta de cumprimento de obrigação acessória, que se torna ostensivo com o decurso do prazo fixado para a entrega tempestiva da mesma, entendo que assiste razão ao sujeito passivo. Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 7 6 Eis que a denúncia espontânea em matéria aduaneira se encontra positivada no art. 102, § 2º, do DecretoLei 37/66, reproduzido no art. 683 § 2º do Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6759/2009). Para melhor elucidar, trago síntese cronológica do art. 102 do DecretoLei 37/66 – que trata da denúncia espontânea no âmbito aduaneiro. Antes do advento da MP 497/10, vêse que o § 2º do art. 102 era taxativo ao prescrever que a denúncia espontânea excluía apenas as penalidades de natureza tributária (Grifos meus): “Art.102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2º A denúncia espontânea exclui somente as penalidades de natureza tributária. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988)” Com o advento da MP 497/10, convertida na Lei 12.350/2010, a denúncia espontânea passou a afastar também as penalidades de natureza administrativa, além da tributária, in verbis (Grifos meus): “Art.102 – A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 8 7 DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) [...] § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) Com tal dispositivo, a denúncia espontânea passou a ser aplicada para as penalidades de natureza administrativa, salvo as penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. Ademais, quanto à intenção do legislador ao trazer a menção à penalidade administrativa quando da aplicação da denúncia espontânea, importante reproduzir a Exposição de Motivos daquela MP 497/10 (Grifos meus): “[...] 40. A proposta de alteração do § 2º do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, visa a afastar dúvidas e divergência interpretativas quanto à aplicabilidade do instituto da denúncia espontânea e a consequente exclusão da imposição de determinadas penalidades, para as quais não se tem posicionamento doutrinário claro sobre sua natureza. (…) 47. A proposta de alteração objetiva deixar claro que o instituto da denúncia espontânea alcança todas as penalidades pecuniárias, aí incluídas as chamadas multas isoladas, pois nos parece incoerente haver a possibilidade de se aplicar o instituto da denúncia espontânea para penalidades vinculadas ao nãopagamento de tributo, que é a obrigação principal, e não haver essa possibilidade para multas isoladas, vinculadas ao descumprimento de obrigação acessória.” Nesse ínterim, cumpre destacar ainda que para que a exclusão da responsabilidade ocorra devese observar se não houve início de procedimento fiscal, mediante ato de ofício, tendente a apurar a infração ou o cumprimento da obrigação acessória aduaneira. Fl. 255DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 9 8 Sendo assim, considerando o caso vertente, em respeito ao princípio da especialidade – lex specialis derogat legi generali é de se aplicar o art. 102, §2º, do DecretoLei 37/66 com a redação dada pela MP 497/10 (convertida na Lei 12.350/10 – que manteve a mesma redação) para os casos de entrega a destempo de obrigação acessória aduaneira. Ademais, cabe trazer que o Direito aduaneiro é considerado autônomo, inclusive porque se originam de fontes peculiares – tais como, acordos e tratados internacionais, códigos e regulamentos aduaneiros, ainda que tenha dependência com outros ramos de direito. As relações jurídicas observam as peculiaridades de regimes próprios, ainda que envolva outros ramos científicos. Sendo assim, podese considerar que deve observar um regramento especial – tal como o que preceitua o art. 102, § 2º, do DecretoLei 37/66. Não há como ignorar a redação do art. 102, §2º do Decretolei nº 37/66, conferida pela Lei 12.350/2010, que exclui “expressamente” a penalidade da multa administrativa pelos efeitos da denúncia espontânea. Digo “expressamente”, pois, ao meu sentir, não há como “interpretála” ou “interpretála restritivamente”, vez trazer claramente que o instituto da denúncia espontânea afasta toda a penalidade pecuniária de natureza administrativa sem ao menos ressalvar hipóteses excludentes. Nos termos do art. 5º, inciso II, da CF/88, temos que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei – ou seja, somente a lei poderá criar, entre outros, vedações. O que, por conseguinte, entender que a norma em questão seria “expressa” reflete o respeito ao Princípio da Legalidade. Caso o legislador da Lei 12.350/2010, que alterou o art. 102, § 2º do DecretoLei 37/66, incluindo no campo de alcance da aplicação do instituto da denúncia espontânea, tivesse a pretensão de se excluir as hipóteses de entrega de obrigações acessórias aduaneiras a destempo, deveria ter trazido tal vedação de forma expressa, promovendo ao sujeito passivo a segurança jurídica que tanto merece. Não obstante a isso, vêse que apenas incluiu o termo penalidade de natureza Fl. 256DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 10 9 administrativa e ainda esclareceu na exposição de motivos que o instituto da denúncia espontânea alcança “toda” penalidade pecuniária. Ademais, ignorar o dispositivo de lei, sem ao menos, ter sido declarado inconstitucional, traria insegurança jurídica aos sujeitos passivos que observam o disposto na lei, além de ferir a regra trazida pelo art. 62, Anexo II, do RICARF/2015, in verbis (Grifos meus): “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. [...]” Quanto à aplicação do disposto no art. 102, § 2º do DecretoLei 37/66 aos períodos anteriores à sua vinda no ordenamento jurídico, entendo ser plenamente aplicável o instituto da retroatividade benigna – tal como estabelece o art. 106 do Código Tributário Nacional: "Art. 106 . A lei aplica se a ato o u fato pretérito: 1 em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratando se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática ". Sendo assim, verificase a subsunção do caso concreto à norma referendada. Fl. 257DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 11 10 Ora, com a aplicação do instituto da retroatividade benigna, no caso vertente, há de ser afastada a aplicação da multa pela entrega a destempo da obrigação acessória aduaneira. Ainda em respeito ao princípio da especialidade – lex specialis derogat legi generali, não mais aplico, por analogia, a Súmula CARF 49, eis que, ainda que tenha como fundamento original o art. 138 do CTN, trata especificamente da entrega a destempo de DCTF, e não da obrigação acessória aduaneira. Essa última possui regra especial tratada expressamente no art. 102, §2º do Decretolei nº 37/66, conferida pela Lei 12.350/2010. Ademais, quanto à Súmula CARF nº 49 que traz que "a denúncia espontânea não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração", entendo que deva ainda sua aplicabilidade ser afastada no presente caso (obrigação acessória aduaneira), pois as decisões reiteradas e uniformes que consubstanciaram a referida súmula se deu anteriormente à edição da MP 497/2010. O que, por conseguinte, não há que se falar em obrigatoriedade de os conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais observarem a referida súmula no presente caso, invocando equivocadamente o caput do art. 72, Anexo II, do RICARF/2015 (Portaria MF 343/2015). Em vista de todo o exposto, voto por, no mérito, negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. É como voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 258DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 12 11 Voto Vencedor Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado Conhecimento do Recurso Especial Embora as pertinentes considerações feitas pela i. Relatora do processo, me permito dela divergir em relação ao conhecimento do recurso na parte em que trata da denúncia espontânea da infração. É que, ainda que certas particularidades dos casos retratados no recorrido e nos paradigma não sejam idênticas, não tenho dúvidas de que o acórdão paradigma nº 3802001.1281 enfrentou explicitamente a questão da aplicação do instituto da espontaneidade nos casos de infrações por descumprimento de prazo e chegou a conclusão que a iniciativa do contribuinte, nesses casos, não afastava a responsabilidade pela infração, se não vejamos. No caso em tela, a infração é objetiva pelo simples decurso do prazo para apresentação do registro de embarque. Assim, uma vez transcorrido esse prazo sem que o sujeito passivo tenha adimplido com sua obrigação, a infração restará caracterizada. Admitir a denúncia espontânea no caso em tela seria transformar esse instituto em instrumento de permissibilidade para infrações referentes a obrigações acessórias, já que o simples cumprimento, no tempo intentado pelo sujeito passivo (desde que antes de descoberto pela fiscalização), não o levaria a qualquer tipo de responsabilização. O instituto, no lugar de incentivar o voluntarismo do sujeito passivo em reconhecer seu erro e buscar retificálo, incentivaria o atraso no cumprimento das obrigações acessórias. Por esse motivo, conheço do recurso também nesse particular. Mérito 1 Por equívoco, foi informado no voto vencido o número de acórdão 3802001.129. A leitura o recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, e folha 146, contudo, não deixa dúvidas de que o número correto do acórdão paradigma é 3802001.128. Fl. 259DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 13 12 A matéria objeto dos autos é de amplo conhecimento deste Colegiado. Como já me manifestei em outras ocasiões, trilhando o mesmo caminho escolhido nos autos do processo nº 10283.002493/200993, acórdão nº 9303003.559, da relatoria do i. Conselheiro Gilson Macedo Rosemburg Filho, pela maestria como aborda a matéria, adoto, mais uma vez, os fundamentos declinados no voto do i. Conselheiro José Fernandes do Nascimento, em decisão tomada no processo nº processo 11128.002765/200749, acórdão 380200.568, datado de 05 de julho de 2011, a seguir reproduzido. Do instituto da denúncia espontânea no âmbito da legislação aduaneira: condição necessária. É de fácil ilação que o objetivo da norma em destaque é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações relativas ao descumprimento das obrigações de natureza tributária e administrativa. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias ou deveres instrumentais (segundo alguns) que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior, incluindo os aspectos de natureza tributária, administrativo, comercial, cambial etc. Nesse sentido, resta evidente que é condição necessária para a aplicação do instituto da denúncia espontânea que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à Administração tributária pelo infrator, em outros termos, é elemento essencial da presente excludente de responsabilidade que a infração seja denunciável. No âmbito da legislação aduaneira, com base no teor do art. 102 do Decretolei n° 37, de 1966, com as novas redações, está claro que as impossibilidades de aplicação do referido instituto podem decorrer de circunstância de ordem lógica (ou racional) ou legal (ou jurídica). No caso de impedimento legal, é o próprio ordenamento jurídico que veda a incidência da norma em apreço, ao excluir determinado tipo de infração do alcance do efeito excludente da Fl. 260DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 14 13 responsabilidade por denunciação espontânea da infração cometida. A título de exemplo, podem ser citadas as infrações por dano erário, sancionadas com a pena de perdimento, conforme expressamente determinado no § 2º, in fine, do citado art. 102. A impossibilidade de natureza lógica ou racional ocorre quando fatores de ordem material tornam impossível a denunciação espontânea da infração. São dessa modalidade as infrações que têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. Para tais tipos de infração, a denúncia espontânea não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo. São dessa última modalidade todas as infrações que têm, no núcleo do tipo, o atraso no cumprimento da conduta imposta como sendo o elemento determinante da materialização da infração. A título de exemplo, pode ser citado a conduta do transportador de registrar extemporaneamente no Siscomex os dados do embarque da carga transportado em veículo de transporte internacional de carga. Veja que, na hipótese da infração em apreço, o núcleo do tipo é deixar de prestar a informação sobre a carga no prazo estabelecido, que é diferente da conduta de, simplesmente, deixar de prestar a informação sobre a carga. Na primeira hipótese, a prestação da informação intempestivamente materializa a infração, ao passo que na segunda hipótese, a prestação da informação fora do prazo estabelecido, porém antes do início do procedimento fiscal, realizando o cumprimento da obrigação, mediante a denúncia espontânea, com exclusão da responsabilidade pela infração. (...) Logo, no caso em destaque, se o registro da informação a destempo materializou a infração tipificada na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei n° 37, de 1966, com Fl. 261DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 15 14 redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, por conseguinte, não pode ser considerada, simultaneamente, como uma conduta realizadora da denunciação espontânea da mesma infração. De fato, se a prestação extemporânea da informação dos dados de embarque materializa a conduta típica da infração sancionada com a penalidade pecuniária objeto da presente autuação, em consequência, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que a conduta que materializasse a infração fosse, ao mesmo tempo, a conduta que concretizasse a denúncia espontânea da mesma infração. No caso em apreço, se admitida pretensão da Recorrente, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da mencionada infração nunca resultaria na cobrança da referida multa, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, simultaneamente, a conduta que representativa da denúncia espontânea. Em consequência, tornarseia impossível a imposição da multa sancionadora da dita conduta, ou seja, existiria a infração, mas a multa fixada para sancionála não poderia ser cobrada por força da exclusão da responsabilidade do infrator. Tal hipótese, ao meu ver, representaria um contra senso do ponto de vista jurídico, retirando da prática da dita infração qualquer efeito punitivo. Nesse sentido, porém com base em fundamentos distintos, tem trilhado a jurisprudência do C. Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme enunciado da ementa a seguir transcrita: TRIBUTÁRIO. PRÁTICA DE ATO MERAMENTE FORMAL. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DCTF. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. I A inobservância da prática de ato formal não pode ser considerada como infração de natureza tributária. De acordo com a moldura fática delineada no acórdão recorrido, deixou a agravante de cumprir obrigação acessória, razão pela qual não se aplica o benefício da denúncia espontânea e não se exclui a multa moratória. "As responsabilidades acessórias Fl. 262DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 16 15 autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. 138, do CTN" (AgRg no AG nº 490.441/PR, Relator Ministro LUIZ FUX, DJ de 21/06/2004, p. 164). II Agravo regimental improvido.(STJ, ADRESP 885259/MG, Primeira Turma, Rel. Min Francisco Falcão, pub. no DJU de 12/04/2007). Os fundamentos da decisão apresentados pela E. Corte, foram basicamente os seguintes: (i) a inobservância da prática de ato formal não pode ser considerada como infração de natureza tributária; e (ii) o descumprimento de obrigações acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. 138 do CTN. Com a devida vênia, tais argumentos não representam o melhor fundamento para a conclusão esposada pela E. Corte no referido julgado. No meu entendimento, para fim de definição dos efeitos do instituto da denúncia espontânea, é irrelevante a questão atinente à natureza intrínseca da multa tributária ou administrativa, isto é, se punitiva (ou sancionatória) ou indenizatória2 (ou ressarcitória), uma vez que toda penalidade pecuniária tem, necessariamente, natureza punitiva, pois decorre sempre da prática de um ato ilícito, consistente no descumprimento de um dever legal, enquanto que a indenização tem como pressuposto um dano causado ao patrimônio alheio, com ou sem culpa do agente. Essa questão, no meu entendimento, é irrelevante para definição do significado e alcance jurídicos da excludente da responsabilidade por denunciação espontânea em análise, seja no âmbito das penalidades tributárias ou administrativas. 2 A origem dessa discussão está na jurisprudência do C. STF (RE nº 79.625/SP) que tratou da natureza jurídica da multa moratória (se punitiva ou ressarcitória), quando julgou questões acerca da aplicação do art. 184 do CTN, que trata dos privilégios do crédito fiscal, no âmbito do processo de falência. Segundo o referido julgado, entendeu a Corte Suprema que a dita multa tinha natureza punitiva. Fl. 263DF CARF MF Processo nº 10715.001380/201087 Acórdão n.º 9303006.340 CSRFT3 Fl. 17 16 É consabido que todo ato ilícito previsto na legislação tributária e aduaneira configura, respectivamente, infração de natureza tributária ou aduaneira, independentemente dela decorrer do descumprimento de um dever de caráter formal (obrigação acessória) ou material (obrigação principal). Ademais, toda obrigação acessória tem vínculo indireto com o fato gerador da obrigação principal, instrumentalizandoo e, dessa forma, servindo de suporte para as atividades de controle da arrecadação e fiscalização dos tributos, conforme delineado no § 2º do art. 113 do CTN. Por todo o exposto, voto por conhecer do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional e darlhe provimento, para afastar a aplicação da denúncia espontânea no caso concreto. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Fl. 264DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.721225/2011-71
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/2007 a 31/12/2010
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SAT/RAT. GRAU DE RISCO DA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA CONFORME CNAE.
Para fins de apuração da alíquota aplicável às contribuições SAT/RAT, é de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à autoridade tributária revê-lo a qualquer tempo, sendo cabível o lançamento no caso de constatação de contribuições não declaradas e recolhidas.
Numero da decisão: 9202-006.661
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Miriam Denise Xavier (suplente convocada).
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Miriam Denise Xavier (suplente convocada).
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2007 a 31/12/2010 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SAT/RAT. GRAU DE RISCO DA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA CONFORME CNAE. Para fins de apuração da alíquota aplicável às contribuições SAT/RAT, é de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à autoridade tributária revêlo a qualquer tempo, sendo cabível o lançamento no caso de constatação de contribuições não declaradas e recolhidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patricia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Miriam Denise Xavier (suplente convocada). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 12 25 /2 01 1- 71 Fl. 233DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 234 2 Em litígio, o teor do Acórdão nº 2803002.814, prolatado pela 3a. Turma Especial da 2a. Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, na sessão plenária de 19 de novembro de 2013 (efls. 167 a 172). Ali, por unanimidade de votos, deuse provimento parcial ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2007 a 31/12/2010 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. SAT/RAT. AUTO ENQUADRAMENTO MENSAL. ATIVIDADE PREPONDERANTE, § 3º DO ARTIGO 202 DO DECRETO Nº 6.048/99. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO FAP. INCIDÊNCIA. 1. No que diz respeito à atividade preponderante, a autoridade fiscal esclarece que: considera preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. Tal afirmativa, como se vê, está em perfeita harmonia com o § 3º do art. 202 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. 2. Apesar da correta afirmativa a respeito do conceito de atividade preponderante, não se vislumbra nos autos, nenhum cálculo realizado pela autoridade administrativa incumbida do lançamento, informando sobre a distribuição dos segurados empregados e trabalhadores avulsos na empresa fiscalizada. 3. O que restou evidenciado, todavia, foi a simples utilização do código CNAE 4511101 / alíquota correspondente, para lançar a diferença de 1% (um por cento), o que não é correto. 4. Em face de a autoridade administrativa não ter aplicado corretamente as disposições contidas na legislação de regência, está correto o entendimento do contribuinte de que a alíquota SAT/RAT, relativamente aos anos de 2007 e 2008, é a de grau leve, ou seja, de 1% (um por cento) e não de 2% (dois por cento) como pretende a fiscalização. 5. Tendo em conta que o contribuinte agiu de forma acertada em relação ao auto enquadramento mensal, conforme preceitua o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212/91, mas deixou de observar que o seu FAP era, em 2010, de 1,6998, entendo que ele é devedor da referida diferença e não da diferença apresentada pela fiscalização no quadro do item 3 (três) do Relatório Fiscal que aplicou o FAP de 1,6694 sobre a alíquota RAT de 2% (dois por cento) perfazendo um total de 3,3988%, de RAT reajustado. Recurso Voluntário Provido em Parte Decisão: por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. A alíquota do SAT/RAT do contribuinte durante todas as competências abrangidas neste lançamento é de 1% e o FAP para a competência de 2010 é de 1,6998. Fl. 234DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 235 3 Enviados os autos à Fazenda Nacional para fins de ciência do Acórdão em 14/01/2014 (efl. 173), sua Procuradoria apresentou, em 27/01/2014 (efl. 183), Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do Anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009 (efls. 174 a 182). Alegase, no pleito, divergência em relação ao decidido pela 2a Turma Ordinária da 3a. Câmara da 2a. Seção deste Conselho, em, no âmbito do Acórdão no. 2302 002.404, de ementa e decisão a seguir transcritas. Acórdão 2302002.404 Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SAT. ENQUADRAMENTO EM GRAU DE RISCO. ATIVIDADE PREPONDERANTE.Considera se preponderante a atividade que ocupa, na empresa como um todo, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, sendo irrelevante para tal enquadramento se tais segurados ocupam cargos na atividade meio ou na atividade fim da empresa. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SAT. GRAU DE RISCO DA ATIVIDADE PREPONDERANTE DA EMPRESA CONFORME CNAE. O enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da empresa, devendo ser feito mensalmente, de acordo com a sua atividade econômica preponderante, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco, elaborada com base na CNAE, prevista no Anexo V do RPS, competindo à Secretaria da Receita Federal do Brasil rever, a qualquer tempo, o auto enquadramento realizado pelo contribuinte e, verificado erro em tal tarefa, proceder à notificação dos valores eventualmente devidos. ALIMENTAÇÃO. PARCELA FORNECIDA NA FORMA DE VALE ALIMENTAÇÃO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Os valores despendidos pelo empregador na forma de vale alimentação fornecidos ao trabalhador integram o conceito de remuneração, na forma de benefícios, compondo assim o Salário de Contribuição dos segurados favorecidos para os específicos fins de incidência de contribuições previdenciárias, eis que não encampadas expressamente nas hipóteses de não incidência tributária elencadas numerus clausus no §9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PELO DESCUMPRIMENTO. PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. Fl. 235DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 236 4 As multas decorrentes do descumprimento de obrigação tributária principal foram alteradas pela Medida Provisória nº 449/2008, a qual deu nova redação ao art. 35 e fez acrescentar o art. 35A à Lei nº 8.212/91.Na hipótese de lançamento de ofício, por representar a novel legislação encartada no art. 35A da Lei nº 8.212/91, inserida pela MP nº 449/2008, um tratamento mais gravoso ao sujeito passivo, inexistindo, antes do ajuizamento da respectiva execução fiscal, hipótese de a legislação superveniente impor multa mais branda que aquela revogada, sempre incidirá ao caso o princípio tempus regit actum, devendo ser aplicada em cada competência a legislação pertinente à multa por descumprimento de obrigação principal vigente à data de ocorrência do fato gerador não adimplido, observado o limite máximo de 75%. Recurso Voluntário Provido em Parte Decisão: por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições do art. 35 da Lei nº 8.212/91, até a competência 11/2008, inclusive, período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória nº 449/2008. Após defender a existência de divergência interpretativa, caracterizada pela similitude de situações fáticas e soluções diametralmente opostas, em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que: a) De acordo com o inciso II do art. 22 da Lei 8.212/91, a empresa encontra se obrigada a recolher a contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Já o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048, de 1999, mais especificamente em seu art. 202, §3o., dispõe que, por atividade preponderante, para os fins colimados pela Lei de Custeio da Seguridade Social, deve ser considerada a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos; b) Conforme consignado no acórdão paradigma, o grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho é mensurado conforme a atividade econômica preponderante da empresa, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco, elaborada com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE, prevista no Anexo V do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999; c) O aludido Anexo V, de acordo com a redação dada pelo Decreto 6.042, de 12 de fevereiro de 2007, trazia a “relação de atividades preponderantes e correspondentes graus de riscos (conforme classificação nacional de atividades econômicas)” e apresentava o seguinte código: “4511101 – Comércio a Varejo de Automóveis, Camionetas e Utilitários Novos”; d) O Anexo V do Decreto 6.042, de 2007 foi alterado pelo Decreto 6.957, de 2009, que, entretanto, quanto ao caso em questão, manteve o código, o enquadramento e a alíquota. Conforme muito bem salientado na decisão de primeira instância, “cabe ressaltar, porém, que a alínea “c”, do inciso I, do §1º, do inciso II, do artigo 86, da Instrução Normativa MPS/SRP nº 03/2005 e a alínea “c”, do inciso I, do §1º, do inciso II, do artigo 72, da Instrução Fl. 236DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 237 5 Normativa RFB nº 971/2009, são expressas ao determinar que a apuração da alíquota RAT, nas empresas com mais de um estabelecimento, deverá ser feita de modo global, e não individualmente por estabelecimento." Desse modo, sendo a atividade da contribuinte a de Comércio a Varejo de Automóveis, Camionetas e Utilitários Novos, CNAE 4511101, classificada pela legislação previdenciária como de grau de risco médio, correspondendo à alíquota de SAT de 2%, não merece quaisquer reparos o presente lançamento. Assim, requer seja conhecido e provido o presente Recurso Especial, para reformar o acórdão recorrido e restaurar o inteiro teor da decisão de primeira instância. O pleito fazendário restou regularmente admitido, na forma de despacho de efls. 184 a 188. Após a ciência da autuada em 24/03/2015 (efl. 191), esta apresentou: a) Embargos de declaração de efls. 194 a 197, rejeitados consoante despacho de efls. 225 a 227; b) Contrarrazões de efls. 219 a 223, onde alega que: a) Imperioso ressaltar a nítida diferença conceituai entre a atividade preponderante da empresa, prevista no dispositivo legal do art. 202, §3o do Decreto 3.048/99, e a atividade econômica a esta empresa atribuída, que se caracteriza pela fonte produtora de riquezas e geradora de capital e é utilizada para a categorização frente ao sistema de Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE. Não obstante a atividade econômica (e, consequentemente, a fonte de renda) da empresa Recorrida seja o Comércio a Varejo de Automóveis, Camionetas e Utilitários Novos, é impossível inferir desta informação que a maioria de seus funcionários exerça efetivamente a função de comerciantes de veículos automotores; b) Estabelecidas estas premissas, devese ressaltar que a responsabilidade por apresentar argumentos e provas fáticas que justifiquem o lançamento do tributo compete à autoridade lançadora, de modo que deveria ter o Fisco realizado verificação in loco e apresentado cálculos para permitir o discernimento da atividade que ocupa a maior parte dos colaboradores da Recorrida, defendendo, assim, o posicionamento esposado pelo Acórdão recorrido, colacionando jurisprudência oriunda deste CARF; c) Em verdade, atribuir à Recorrida o ônus da exação pretendida somente devido ao auto enquadramento na CNAE implicaria, a rigor, em grave ofensa ao princípio da verdade material, devido à inexistência de demonstrações substanciais da distribuição dos empregados da Recorrida; d) Requer, assim, o indeferimento do pleito recursal do Fisco, porquanto desprovido de supedâneo argumentativo que sustente a reforma do decisum recorrido. É o relatório. Fl. 237DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 238 6 Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade. Assim, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional e passo a sua análise de mérito. Tratase aqui de situação fática onde o contribuinte autuado, na forma de elementos de efls. 29 e 134, reconhece, em seu próprio contrato social e inscrição no CNPJ como sua atividade econômica principal o comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários novos (código 45.11101), tendo tal enquadramento sido o utilizado pela Fiscalização para fins de lançamento. Baseouse o lançamento na constatação de a contribuinte ter utilizado, para fins de recolhimento da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/GILRAT), a alíquota de 1%, quando, contrariamente, estabelecia o anexo V do Decreto no. 3.048, de 1999 (Regulamento da Previdência Social), em sua redação original e também em sua redação dada pelo Decreto no. 6.042, de 2007, uma alíquota aplicável de 2%, tendo sido, assim, objeto de lançamento as diferenças não declaradas/recolhidas, além da diferença quanto ao FAP utilizado no ano de 2010, cujo ajuste efetuado pela fiscalização, note se, não é mais objeto de litígio, visto que mantido pelo Acórdão recorrido sem insurgência do contribuinte em sede de Recurso Especial (vide demonstrativo de efl. 48). A propósito da matéria em litígio, em plena consonância com o procedimento adotado pela fiscalização, verificase que estabelecia o mencionado Decreto no. 6.042, de 2007: Art.2o Os Anexos II e V do Regulamento da Previdência Social passam a vigorar com as alterações constantes do Anexo a este Decreto. (...) Art.5o Este Decreto produz efeitos a partir do primeiro dia: (...) I do quarto mês subseqüente ao de sua publicação, quanto à nova redação do Anexo V do Regulamento da Previdência Social (...) ANEXO V RELAÇÃO DE ATIVIDADES PREPONDERANTES E CORRESPONDENTES GRAUS DE RISCO(CONFORME A CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ECONÔMICAS) Fl. 238DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 239 7 (...) CNAE7 DESCRIÇÃO % NOVO 45111/01 Comércio a varejo 2% de automóveis, camionetas e utilitários novos Repitase que foi mantida, através do referido Decreto no. 6.042, de 2007, a redação anterior do referido anexo V, vigente antes de junho de 2007, de forma a que também a alíquota aplicável aos meses de abril e maio de 2007 era de 2%. Ainda, estabelecia, a propósito, o art. 202 do mesmo Regulamento da Previdência Social, em sua redação vigente à época, quanto ao enquadramento para fins de determinação da alíquota aplicável à contribuição SAT/GILRAT: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. §1o As alíquotas constantes do caput serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição. §2o O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Fl. 239DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 240 8 §3o Considerase preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. §4o A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V. §5o É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social revêlo a qualquer tempo.(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007) §6oVerificado erro no autoenquadramento, a Secretaria da Receita Previdenciária adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos.(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). (...) § 13. A empresa informará mensalmente, por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência SocialGFIP, a alíquota correspondente ao seu grau de risco, a respectiva atividade preponderante e a atividade do estabelecimento, apuradas de acordo com o disposto nos §§ 3oe 5o.(Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007). Da leitura dos dispositivos acima, resta clara a correção do procedimento da autoridade fiscal: A empresa, que se autoenquadrara na atividade primária de comércio de veículos, camionetas e utilitários novos, não obstante ter, na época dos fatos geradores objeto do lançamento, a obrigação legal de declarar em GFIP e recolher a contribuição sob análise à alíquota de 2% (em plena consonância, com a atividade preponderante constante de elementos por ela própria produzidos de efls. 29 e 134), o fez em alíquota inferior, ou seja, auto enquadrandose erroneamente no que diz respeito à alíquota aplicável, restando perfeitamente cabível, destarte, a revisão pela autoridade fiscal e o consequente lançamento realizado. Ainda, no que diz respeito à argumentação da autuada de que teria a maior parte de seus beneficiários atuando em outras atividades, de forma a que ficasse caracterizada outra atividade preponderante nas competências objeto de lançamento, de se notar que os elementos colacionados aos autos de efls. 136 a 151, oriundos de diligência de iniciativa do Colegiado recorrido, demonstram que a autuada em verdade, tinha, em sua folha de pagamento, nas competências objeto de autuação, funcionários cujos cargos se coadunam integralmente com a atividade preponderante de uma revendedora (concessionária) de veículos, justificandose, assim, também com fulcro no princípio da verdade material, a utilização do percentual de 2%, estabelecido para pessoas jurídicas cuja atividade preponderante seja de comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários novos (e usados). Diante do exposto, considero escorreito o lançamento realizado, e, destarte, voto por dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional Fl. 240DF CARF MF Processo nº 11516.721225/201171 Acórdão n.º 9202006.661 CSRFT2 Fl. 241 9 É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 241DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15504.728734/2016-29
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2015
OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE ALUGUEL. BEM COMUM DO CASAL.
Cabe o cancelamento da omissão apurada quando comprovada a tributação dos rendimentos de bem comum na declaração do cônjuge.
Numero da decisão: 2002-000.064
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Fábia Marcilia Ferreira Campelo.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez- Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcilia Ferreira Campelo.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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