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Numero do processo: 15987.000678/2009-50
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
RECURSO ESPECIAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. REQUISITO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. INADMISSIBILIDADE.
A demonstração do dissenso jurisprudencial é condição sine qua non para admissão do recurso especial. Para tanto, essencial que as decisões comparadas tenham identidade entre si. Se não há similitude fática entre o acórdão recorrido e os acórdãos paradigma, impossível reconhecer divergência na interpretação da legislação tributária.
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
SISTEMA NÃO CUMULATIVO DE APURAÇÃO. PRODUTO ADQUIRIDO DE COOPERATIVA. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS NÃO SUJEITOS AO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. VEDAÇÃO DE CRÉDITO. INAPLICABILIDADE.
A pessoa jurídica que adquire produtos de cooperativas tem direito a apropriar-se do crédito correspondente, desde que observadas as demais condições e requisitos legais.
As reduções da base de cálculo sobre a qual incidem as Contribuições devidas pelas cooperativas não atrai a vedação de apropriação de créditos prevista para os casos em que são adquiridos produtos não sujeitos ao pagamento dessas Contribuições. Parecer Cosit nº 65/2014.
Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte.
Numero da decisão: 9303-006.703
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer em parte do Recurso Especial. Não foi conhecida a matéria identificada como "direito de crédito integral do tributo quando comprovada a efetiva realização da operação que lhe deu causa", vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Érika Costa Camargos Autran, que conheceram do recurso integralmente. No mérito, na parte conhecida, por unanimidade de votos, acordam em dar-lhe provimento parcial, para reconhecer o direito de crédito nas aquisições realizadas às cooperativas, mas somente para os produtos por elas vendidos sem a suspensão da incidência das Contribuições.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 RECURSO ESPECIAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. REQUISITO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. INADMISSIBILIDADE. A demonstração do dissenso jurisprudencial é condição sine qua non para admissão do recurso especial. Para tanto, essencial que as decisões comparadas tenham identidade entre si. Se não há similitude fática entre o acórdão recorrido e os acórdãos paradigma, impossível reconhecer divergência na interpretação da legislação tributária. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 SISTEMA NÃO CUMULATIVO DE APURAÇÃO. PRODUTO ADQUIRIDO DE COOPERATIVA. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS NÃO SUJEITOS AO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. VEDAÇÃO DE CRÉDITO. INAPLICABILIDADE. A pessoa jurídica que adquire produtos de cooperativas tem direito a apropriar-se do crédito correspondente, desde que observadas as demais condições e requisitos legais. As reduções da base de cálculo sobre a qual incidem as Contribuições devidas pelas cooperativas não atrai a vedação de apropriação de créditos prevista para os casos em que são adquiridos produtos não sujeitos ao pagamento dessas Contribuições. Parecer Cosit nº 65/2014. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte.
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DIREITO DE CRÉDITO. AQUISIÇÕES DE COOPERATIVAS. Recorrente OUTSPAN BRASIL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 RECURSO ESPECIAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. REQUISITO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. INADMISSIBILIDADE. A demonstração do dissenso jurisprudencial é condição sine qua non para admissão do recurso especial. Para tanto, essencial que as decisões comparadas tenham identidade entre si. Se não há similitude fática entre o acórdão recorrido e os acórdãos paradigma, impossível reconhecer divergência na interpretação da legislação tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 SISTEMA NÃO CUMULATIVO DE APURAÇÃO. PRODUTO ADQUIRIDO DE COOPERATIVA. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS NÃO SUJEITOS AO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. VEDAÇÃO DE CRÉDITO. INAPLICABILIDADE. A pessoa jurídica que adquire produtos de cooperativas tem direito a apropriarse do crédito correspondente, desde que observadas as demais condições e requisitos legais. As reduções da base de cálculo sobre a qual incidem as Contribuições devidas pelas cooperativas não atrai a vedação de apropriação de créditos prevista para os casos em que são adquiridos produtos não sujeitos ao pagamento dessas Contribuições. Parecer Cosit nº 65/2014. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 7. 00 06 78 /2 00 9- 50 Fl. 1670DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 3 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer em parte do Recurso Especial. Não foi conhecida a matéria identificada como "direito de crédito integral do tributo quando comprovada a efetiva realização da operação que lhe deu causa", vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Érika Costa Camargos Autran, que conheceram do recurso integralmente. No mérito, na parte conhecida, por unanimidade de votos, acordam em darlhe provimento parcial, para reconhecer o direito de crédito nas aquisições realizadas às cooperativas, mas somente para os produtos por elas vendidos sem a suspensão da incidência das Contribuições. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte contra decisão tomada no Acórdão nº 3403002.970, de 27 de maio de 2014, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. NOTAS FISCAIS SEM CAUSA. GLOSA. Aquisições de mercadorias amparadas por notas fiscais emitidas por “noteiros”, pessoas jurídicas inexistentes de fato, precipuamente constituídas para esse fim, não dão direito a crédito. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. COMPRAS NÃO ONERADAS. VEDAÇÃO LEGAL. A aquisição de bens ou serviços não onerados pela contribuição não dá direito a crédito. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS. VEDAÇÃO LEGAL. Fl. 1671DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 4 3 O aproveitamento de créditos não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores por expressa vedação legal Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido A divergência suscitada no recurso especial referese (i) à nulidade da decisão recorrida pelo não suprimento de omissão apontada em sede de embargos declaratórios, (ii) ao direito de crédito integral do tributo quando comprovada a efetiva realização da operação que lhe deu causa; (iii) ao direito de crédito nas aquisições realizadas junto a cooperativas, mesmo quando elas utilizam as reduções a que tem direito a posteriori e (iv) ao reconhecimento de inexistência de suspensão da incidência das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins na atividade de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café. O recurso especial foi admitido em parte, conforme despacho de admissibilidade do Presidente da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF. Contrarrazões da Fazenda Nacional foram apresentadas requerendo que não se admita o recurso e, no mérito, que lhe seja negado provimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.692, de 15/05/2018, proferido no julgamento do processo 10845.720753/200901, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.692): "Conhecimento do Recurso Especial O recurso especial do contribuinte foi admitido apenas em relação (i) ao direito de crédito integral do tributo quando comprovada a efetiva realização da operação que lhe deu causa; (ii) ao direito de crédito nas aquisições realizadas junto a cooperativas, mesmo quando elas utilizam as reduções a que tem direito a posteriori e (iii) ao reconhecimento de inexistência de suspensão da incidência das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins na atividade de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café. A Fazenda Nacional, em sede de contrarrazões, esforçase em demonstrar que a recorrente não logrou êxito em comprovar a divergência jurisprudencial em relação ao direito de crédito integral do tributo quando comprovada a efetiva realização da operação que lhe deu causa. Fl. 1672DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 5 4 Colho do recurso especial o excerto que bem retrata a linha de raciocínio defendida pela recorrente. Efetuandose o devido cotejo analítico temse que, enquanto o v. acórdão recorrido entende que deve ser mantida a glosa independentemente da comprovação da efetiva realização e pagamento da operação, o primeiro acórdão paradigma, em sentido oposto, assevera que a inidoneidade do fornecedor não afasta o direito de crédito do adquirente se demonstrado a ocorrência das operações e pagamento das transações. Em momento anterior, a recorrente contesta o entendimento defendido pelo i. Relator do acórdão recorrido. Nesse sentido, nos parece incorreto o voto do Ilustre Relator, dado que ignora a jurisprudência do tribunais, inclusive administrativo, e segue no sentido de que independe (sic) a boafé do adquirente (p. i do acórdão): "A propósito da prolatada boa fé da recorrente, digase liminar e definitivamente que, em face da objetividade das infrações tributárias, é desnecessário perquirir a intenção do agente". É curioso observar que a transcrição acima suprime boa parte do conteúdo do parágrafo da qual foi extraída. A parte suprimida deixa claro em seu preâmbulo, que é justamente o fragmento reproduzido no recurso, não é mais do que um comentário obter dictum, pois o fundamento da decisão é outro, em sentido contrário. Observese a íntegra do parágrafo. A propósito da propalada boa fé da recorrente, digase liminar e definitivamente que, em face da objetividade das infrações tributárias, é desnecessário perquirir a intenção do agente. Dito de outra forma, a despeito do amplo conjunto probatório formado nos autos do processo 15983.720078/201247, reproduzido, em parte, na decisão recorrida, que evidencia que Outspan, não só sabia, como participava ativamente do esquema fraudulento2, é irrelevante para o deslinde do presente litígio saber se a recorrente estava envolvida ou não no esquema revelado pelas sobreditas operações. Para tanto, basta que se ateste, no curso deste processo administrativo, que as notas fiscais que ampararam a tomada de crédito são idôneas para esse fim ou não. (grifos meus) E outras considerações presentes no voto condutor da decisão recorrida. A propósito, esta Turma Recursal já analisou a simulação perpetrada por JC Bins Cafeeira Colatina Ltda., MC da Silva Brasil Blend, Do Grão, L&L, Café Brasile, Giubert Café, Reicafé, WG de Azevedo, Ypiranga, entre outras pessoas jurídicas, por ocasião do recurso voluntário interposto nos autos do processo 10783.724858/201118. Na oportunidade, o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, no voto condutor do Acórdão nº 3403002.635, de 24 de novembro de 2013, entendeu restar escancarado que ao menos duas dessas pessoa jurídicas (JC Bins e MC da Silva) eram laranjas , cuja própria constituição seria simulada. Quanto às demais, embora não houvesse indício de vício de vontade na sua constituição, a simulação residiria apenas nos próprios contratos de compra e venda que celebravam. As empresas prestavamse ao serviço de troca de notas: recebiam a nota fiscal de produtor, e emitiam nota fiscal de venda à recorrente. O Conselheiro Marcos ainda sublinha que essas empresas... Fl. 1673DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 6 5 “...nada compravam, nada vendiam, não tinham estrutura pessoal, operacional e física nenhuma para operar no “comércio atacadista de café”; não tinham estoque, armazéns, funcionários. Nada.” (...) A propósito desse argumento, retomo aqui as pertinentes observações do Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, quando analisouo em caso que envolvia os mesmos fornecedores: “Há um abismo de diferença entre a situação destes autos e a do precedente jurisprudencial mencionado. O que disse o STJ é que o contribuinte não pode ser prejudicado pela eventual e desconhecida inidoneidade de terceiro com quem contrata de boafé. A leitura do julgado revela que o tribunal condiciona o aproveitamento do crédito à demonstração de que a compra e venda efetivamente se realizou, justamente para alhear de seus comandos a hipótese de simulação. Aqui, as aquisições junto às empresas JC Bins e MC Silva não se amoldam à hipótese julgada já porque não se trata de negócio com terceiros, como se viu. E as demais aquisições tampouco, agora porque não houve entre as partes compra e venda efetiva. O REsp nº 1.148.444, enfim, consolida entendimento diametralmente contrário ao que favoreceria a recorrente. Há alguma dúvida de que o Colegiado recorrido, pelo menos na pessoa daqueles que não foram vencidos, entendeu que a recorrente estava envolvida nas operações fraudulentas de venda de notas fiscais e, por conseguinte, não se lhe aplicava a presunção de boafé consolidada na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e resguardada pela própria legislação tributária? No comentário transcrito no recurso, o então Relator do processo apenas registrou que, se a situação fosse outra, tomaria decisão idêntica. Mas a situação que o Colegiado enxergou e sobre a qual decidiu, por óbvio, não era outra e sim aquela narrada nos autos. Sua comparação com os fatos noticiados no paradigma demonstra absoluta ausência de identidade fática, se não vejamos. Excerto obtido do acórdão paradigma nº 3802002.382. Ao indeferir o pedido de ressarcimento assentado nessa fundamentação, a decisão recorrida não demanda qualquer reparo, porque, segundo ensina Paulo de Barros Carvalho, não há incompatibilidade entre o princípio constitucional da não cumulatividade e a exigência, para fins de aproveitamento do crédito, de documento hábil e de prova da efetiva ocorrência das operações documentadas: É, portanto, requisito para o aproveitamento do crédito que esteja ele vertido em documento hábil para certificar a ocorrência do fato que dá ensejo à apuração do crédito. [...] Fl. 1674DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 7 6 Cabe destacar, nesta exigência [3], a necessidade dos documentos atenderem ao que dispõe a legislação, no tocante à sua confecção, tipo, série e demais peculiaridades. Aquilo que se impõe, no caso, é o dever de o contribuinte conferir os documentos que acompanham os bens adquiridos, buscando identificar se atendem ou não ao que estabelecem os dispositivos legais que tratam da matéria. Nada mais. O derradeiro requisito, também percebido na já mencionada legislação, diz respeito à efetiva ocorrência das operações documentadas, o que já foi previamente lembrado letras acima. Ou, por outras palavras, o que estiver registrado – em documento fiscal – deve refletir a efetiva realização do negócio jurídico, com ingresso, real ou simbólico, da mercadoria no estabelecimento adquirente e o respectivo pagamento. Tais providências, quando tomadas em conjunto, evidenciam a boa fé do contribuinte, eximindo de eventuais responsabilidades caso seja posteriormente verificada a prática de ilícitos por terceiros [4] (grifos acrescidos) De fato, não há uma só palavra em todo o acórdão paradigma que faça menção à participação da autuada no esquema de compra de notas fiscais. Assim, uma vez que tenha comprovado o efetivo pagamento e recebimento das mercadorias, o Colegiado eximiua da responsabilidade pelas irregularidades praticadas por terceiros. Com efeito, como já disse, esse excludente de responsabilidade está previsto na própria legislação tributária. Lei 9.430/96 Art. 82. Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido considerada ou declarada inapta. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços. As circunstâncias fáticas do paradigma não coincidem com as que são identificadas nos autos. Aqui, considerouse que a empresa fazia parte e atuava no esquema ilícito de compra e venda de notas fiscais que simulavam operações realizadas por pessoas jurídicas, lá, entendeuse que a empresa tinha agido de boafé. Fl. 1675DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 8 7 Assim, nessa parte o recurso especial do contribuinte não deve ser conhecido. Isto posto, uma vez que os demais requisitos de admissibilidade foram observados, passo ao exame de mérito dos assuntos remanescentes. Mérito 1 Direito de crédito nas aquisições realizadas junto a cooperativas A decisão de segunda instância negou o direito de crédito à recorrente para os produtos adquiridos junto às cooperativas tendo em vista essas mercadorias não estarem sujeitas ao pagamento das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins por parte do vendedor, por força da redução da base de cálculo prevista em lei. Observemse os fundamentos do voto (e folha 1.133 e 1.134). A afirmação recursal de que o café é um bem sujeito à incidência do PIS é uma impropriedade. As contribuições sociais não incidem sobre o valor dos bens, mas sobre o faturamento, entendido como tal o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica. A contrario sensu, não incidem sobre receita não auferida. É o caso do produto das vendas de café adquirido aos cooperados, que é a eles repassado e, consequentemente, excluído da base de cálculo da contribuição apurada pela cooperativa. Ora, nessas condições, o preço de venda do café não foi onerado pela exação, razão pela qual não enseja direito a crédito da contribuição. Tomar crédito sem ter pagado a contribuição, em franco enriquecimento ilícito, as evidências do processo demonstram, muito agradaria ao recorrente, mas é repudiado por todo o ordenamento jurídico pátrio. Há, contudo, Solução de Consulta editada pela Secretaria da Receita Federal tratando do tema. Para maior clareza, transcrevo excerto dela extraídos. Solução de Consulta Cosit nº 65/2014 A dúvida principal da consulente é saber se a aquisição de produtos junto a cooperativas impede o aproveitamento de créditos no regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. (...) As receitas das coopertativas, regra geral, estão sujeitas ao pagamento das contribuições. As exclusões da base de cálculo às quais as cooperativas têm direito não se confundem com não incidência, isenção, suspensão ou redução de alíquota a 0 (zero) nas suas vendas, o que impediria o aproveitamento de crédito por parte dos compradores de seus produtos. As sociedades cooperativas, além da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre o faturamento, também apuram a Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários relativamente às operações referidas na MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, art. 15, I a V. (...) Sabendose que, regra geral, não há impedimento ao aproveitamento de créditos nas aquisições de produtos junto a cooperativas, não há mais questão de interpretação da legislação tributária a ser resolvida. Basta aplicar literalmente a legislação referente à situação descrita na consulta, sendo vedada a apuração de créditos em relação às aquisições não sujeitas ao pagamento das contribuições. Fl. 1676DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 9 8 Até o anocalendário de 2011, enquanto vigiam para o café os artigos 8º e 9º da Lei nº 10.925, de 2004, os exportadores de café não podiam descontar créditos em relação às aquisições do produto com as suspensões previstas nos incisos I e III do art. 9º. Também não havia direito à apuração de créditos nas aquisições do produto com o fim específico de exportação, nos termos do art. 6º, § 4º, e 15, III, da Lei nº 10.833, de 2003, combinado com o art. 39, § 2º, da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997. Por outro lado, havia direito ao creditamento nas aquisições de café já submetido ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, tendo em vista que sobre a receita de venda do café submetido a esta operação não se aplicava a suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins (art. 9º, § 1º, II, da Lei nº 10.925, de 2004). A partir do anocalendário 2012 não há mais direito ao desconto de créditos do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10833, de 2003, em relação às aquisições de café, tendo em vista a suspensão prevista no art. 4º da Lei nº 12.599, de 2012, e, a partir de 10 de julho de 2013, a redução de alíquota a 0 (zero) prevista no art. 1º, inciso XXI, da Lei nº 10.925, de 2004 (dispositivo incluído pela Lei nº 12.839, de 9 de julho de 2013). Ressalvese as hipóteses de crédito presumido previstas nos arts. 5º e 6º da Lei nº 12.599, de 2012. Ou seja, na situação específica, a empresa tem o direito de apurar créditos nas compras realizadas às cooperativas, desde que a saída do produto da cooperativa não tenha ocorrido com suspensão do pagamento das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins. Quanto a isso, percebese da leitura do acórdão recorrido que foram identificadas diferentes tipos de operações. No curso do procedimento fiscal, verificouse que, entre os fornecedores da Outspan, figuravam diversas sociedades cooperativas de produtores rurais. Intimadas a respeito da natureza de suas operações e dos procedimentos adotados na apuração das contribuições, especificamente com relação às operações que deram origem aos créditos pleiteados pelo recorrente, inclusive a esclarecer se exerceram cumulativamente as atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial6, apurouse que (fls. 19927 e seguintes do processo administrativo apensado nº 15983.720078/201247) algumas cooperativas revenderam produtos adquiridos de cooperados e valeramse da faculdade de excluir da base de cálculo os valores a eles repassados, ao amparo do inc. I do art. 15 da MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Outras informaram que venderam toda a sua produção com “suspensão do PIS e COFINS”. Nestes dois casos,não se admitiu o creditamento. Um terceiro grupo de cooperativas informou que pequena parte pequena de suas vendas provinha de mercadorias adquiridas a não cooperados, mas que, nada obstante, excluíam da base de cálculo os repasses efetuados a seus cooperados, caso em que a Fiscalização admitiu a tomada de crédito segundo um rateio de receitas, apurado a partir da análise do DACON respectivo, consolidação no demonstrativo “Análise das Cooperativas” com o percentual dos valores aproveitáveis de diversas cooperativas fornecedoras da Outspan (fls. 20015/20016 do processo administrativo apensado nº 15983.720078/201247). Fl. 1677DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 10 9 Com base em todo o exposto, deve ser admitido o direito à apropriação de créditos nas aquisições de cooperativas de produtos que não deram saída com suspensão do pagamento das Contribuições. 2 Inexistência de suspensão da incidência das Contribuições Essa matéria foi tangenciada no tópico anterior uma vez que a Fiscalização Federal, como se viu dos excertos transcritos acima, tratou em conjunto as vendas com suspensão e as vendas com redução da base de cálculo. Cuidase, agora, especificamente das vendas com suspensão. As alegações da recorrente são no sentido de que não houve vendas com suspensão do pagamento das Contribuições, como a seguir se lê. Como o destaque da suspensão consiste em erro das fornecedoras ante a atividade agroindustrial evidenciado nas notas, há que se fazer o crédito integral, e eventualmente fiscalizar tais fornecedores. Diferentemente do que se possa imaginar, o café cru, ou o café verde, que são largamente adquiridos pela Recorrente e objeto destas indigitadas notas fiscais, não é o mesmo que café in natura. O café cru em grão, ou verde, certamente foram submetidos à atividade agroindustrial, por passar por padronização, beneficiamento, mistura etc. Ele não é o café moído ou torrado, mas está longe de ser um café in natura, que a Recorrente não adquiriu e que jamais teria a suspensão informada por alguns fornecedores. A sistemática de tributação do café é deveras complexa. À época, o § 6º do art. 8º da Lei 10.925/04 identificava operações com determinados produtos que, nos termos do § 1º1 do art. 9º, não poderiam sair com suspensão da incidência das Contribuições. § 6o Para os efeitos do caput deste artigo, considerase produção, em relação aos produtos classificados no código 09.01 da NCM, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial Por seu turno, o inciso I, do § 1º do art. 8º do mesmo diploma legal especificava operações com determinados produtos que davam direito ao crédito presumido por serem vendidos com suspensão das Contribuições. cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM. 1 § 1o O disposto neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) I aplicase somente na hipótese de vendas efetuadas à pessoa jurídica tributada com base no lucro real; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II não se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurídicas de que tratam os §§ 6o e 7o do art. 8o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 1678DF CARF MF Processo nº 15987.000678/200950 Acórdão n.º 9303006.703 CSRFT3 Fl. 11 10 Não é de estranhar que o vendedor que exercesse cumulativamente algumas das atividades acima entendesse que se enquadrava na hipótese do inciso I do § 1º do art. 8º e, assim, vendesse seus produtos com suspensão. De toda sorte, cabia à Recorrente requerer a correção das informações contidas nas notas fiscais de compra dos produtos que adquirira, ex vi art. 62 da Lei 4.502/64. Das Obrigações dos Adquirentes e Depositários Art . 62. Os fabricantes, comerciantes e depositários que receberem ou adquirirem para industrialização, comércio ou depósito, ou para emprêgo ou utilização nos respectivos estabelecimentos, produtos tributados ou isentos, deverão examinar se êles se acham devidamente rotulados ou marcados ou, ainda, selados se estiverem sujeitos ao sêlo de contrôle, bem como se estão acompanhados dos documentos exigidos e se êstes satisfazem a tôdas as prescrições legais e regulamentares. (grifos acrescidos) § 1º Verificada qualquer falta, os interessados, a fim de se eximirem de responsabilidade, darão conhecimento à repartição competente, dentro de oito dias do recebimento do produto, ou antes do início do consumo ou da venda, se êste se der em prazo menor, avisando, ainda, na mesma ocasião o fato ao remetente da mercadoria. § 2º Se a falta consistir na inexistência da documentação comprobatória da procedência do produto, relativamente à identificação do remetente (nome e enderêço), o destinatário não poderá recebêlo, sob pena de ficar responsável pelo impôsto e sanções cabíveis. Nestes termos, com fundamento em tudo o que foi exposto até o presente momento, voto pelo não conhecimento do recurso especial do contribuinte em relação à matéria identificada como "direito de crédito integral do tributo quando comprovada a efetiva realização da operação que lhe deu causa" e, no mérito, por dar parcial provimento ao recurso, para reconhecer o direito de crédito nas aquisições realizadas às cooperativas, mas somente para os produtos por elas vendidos sem a suspensão da incidência das Contribuições." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do contribuinte foi conhecido em parte e, no mérito, o colegiado deulhe parcial provimento, para reconhecer o direito de crédito nas aquisições realizadas às cooperativas, mas somente para os produtos por elas vendidos sem a suspensão da incidência das Contribuições. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1679DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.004471/2005-77
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/1995 a 30/06/1995
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRAZO REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/05. 10 ANOS. APLICAÇÃO DO RE 566.621/RS E DA SÚMULA CARF Nº 91.
O prazo para o sujeito passivo pedir a repetição de indébito antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05 é de 10 anos. Aplicação do decidido pelo STF no RE 566.621/RS, sob a sistemática do art. 543-B da Lei nº 5.869/73, e do disposto na Súmula CARF nº 91.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3002-000.164
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com retorno dos autos à unidade de origem para apreciar a liquidez e a certeza do direito creditório.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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PRAZO REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/05. 10 ANOS. APLICAÇÃO DO RE 566.621/RS E DA SÚMULA CARF Nº 91. O prazo para o sujeito passivo pedir a repetição de indébito antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05 é de 10 anos. Aplicação do decidido pelo STF no RE 566.621/RS, sob a sistemática do art. 543B da Lei nº 5.869/73, e do disposto na Súmula CARF nº 91. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com retorno dos autos à unidade de origem para apreciar a liquidez e a certeza do direito creditório. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 44 71 /2 00 5- 77 Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10980.004471/200577 Acórdão n.º 3002000.164 S3C0T2 Fl. 94 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves. Relatório O processo administrativo ora em análise trata de Pedido de Compensação (fl. 03/05), formulado em 13/05/2005, no qual o sujeito passivo intentou utilizarse de crédito referente a contribuição para o PIS supostamente recolhidos a maior, período de apuração junho/1995, em decorrência da inconstitucionalidade dos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.449/88. A compensação declarada não foi homologada pela Delegacia da Receita Federal em Curitiba, conforme Despacho Decisório (fl. 19/21). Após ser intimada da decisão em 20/05/2005, a ora recorrente apresentou tempestivamente Manifestação de Inconformidade (fl. 35/49), na qual argumentou sobre a origem do direito creditório, a inconstitucionalidade dos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.448/88, os efeitos da Resolução do Senado Federal nº 49, a MP 1.212/95 e a aplicação do prazo prescricional de 10 anos para a restituição dos valores pagos a maior. Assim como, apresentou decisões judiciais sobre os temas citados. A recorrente asseverou, ainda, que faz jus a restituição da diferença resultante da apuração do PIS nos moldes dos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.448/88 e aquela devida pela apuração da contribuição nos moldes da Lei Complementar nº 7/70. Por fim, requereu a reforma da decisão e a homologação da compensação. Analisando as argumentações da contribuinte, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro II (DRJ/RJOII) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/1995 a 30/06/1995 PRAZO DECADENCIAL PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO TERMO INICIAL 0 prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, mesmo que o pagamento tenha sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário, inclusive na hipótese de tributos lançados por homologação, conforme preceitua o art 150, § 1° do CTN. Compensação não Homologada Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10980.004471/200577 Acórdão n.º 3002000.164 S3C0T2 Fl. 95 3 Em seqüência, após ser cientificada dessa decisão, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário (79/89), no qual requereu a reforma do Acórdão recorrido e a homologação da compensação, repisando e reforçando argumentos jurídicos já apresentados e acrescentando nova jurisprudência. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O direito creditório envolvido no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. No presente processo, a questão a ser decidida consiste em determinar se o direito a postular a repetição do indébito de PIS, referente ao período de apuração junho de 1995, foi fulminado pelo prazo decadencial ou, dito de outra forma, se o crédito a favor da recorrente foi alcançado pela prescrição. Esse é o cerne da controvérsia, tendo em vista que foi a principal motivação para o indeferimento do pedido da recorrente, conforme resta evidenciado no seguinte excerto do Despacho Decisório: "Por outro lado, ainda que o crédito existisse, mas considerando que desde a data do pagamento até a data da protocolização da DCOMP já havia decorrido mais de cinco anos, temos que o direito ao crédito também já estaria decaído, a teor do item I do Ato Declaratório SRF n° 96, de 26/11/99, a seguir transcrito, c/c art. 3° da Lei Complementar n° 118/200" (grifo nosso) Da mesma maneira, a instância a quo também lastreou sua decisão nesse sentido. Reproduzse trecho do voto condutor do Acórdão recorrido: "Dessa forma, por expressa disposição legal, o pagamento antecipado, portanto, extingue o crédito tributário e é esta a data do termo inicial de contagem do prazo de cinco anos para se fulminar o direito de pleitear a restituição. Verificase que a Declaração de Compensação foi protocolizada em 13/05/2005, portanto, decorridos mais de cinco anos do pagamento do Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10980.004471/200577 Acórdão n.º 3002000.164 S3C0T2 Fl. 96 4 PIS/PASEP, cuja restituição é ora pleiteada. Assim, não cabe reparo o despacho decisório da autoridade local que indeferiu o reconhecimento do 'crédito." (grifo nosso) Sobre o assunto, o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou, em repercussão geral, RE 556.621/RS, Relatora Ministra Ellen Gracie, no sentido de reconhecer que o prazo decadencial de cinco anos para o exercício do direito a reaver indébitos tributários, imposto pela Lei Complementar nº 118/05, deve ser aplicável às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, para ações ajuizadas a partir de 09/06/2005: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10980.004471/200577 Acórdão n.º 3002000.164 S3C0T2 Fl. 97 5 sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. A determinação do STF expressa no julgamento citado é de aplicação vinculante, de acordo o § 2º do art. 62, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Ademais, o entendimento manifestado pela suprema corte também foi reproduzido na Súmula CARF nº 91: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. No presente caso, o suposto crédito consignado no pedido de compensação referese a pagamento efetuado a maior em 14/07/1995, concernente a Fato Gerador de junho de 1995, logo, o sujeito passivo poderia ter protocolado o pedido até 08 de junho de 2005. Assim, tendo o pedido sido realizado em 13/05/2005, não há que se falar em extinção do prazo. Por outro lado, como já dito, a principal motivação para a unidade de origem indeferir o pedido foi a pretensa decadência do direito à repetição do indébito, por conseguinte, toda a discussão contenciosa posterior se ateve somente à prejudicial de mérito, não adentrando na apreciação da liquidez e certeza do direito creditório. Desse modo, superada a prejudicial, devem os autos retornar à unidade de origem para apreciar a liquidez e certeza do direito creditório oriundo da diferença a maior no recolhimento da contribuição, gerada pela adoção da sistemática de apuração determinada Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10980.004471/200577 Acórdão n.º 3002000.164 S3C0T2 Fl. 98 6 pelos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.448/88, declarados inconstitucionais, e o realmente devido, apurado pela sistemática da Lei Complementar nº 7/70, para tanto, analisando os documentos acostados ao processo, assim como outros, que entenda necessários. Assim sendo, por todo o exposto, voto no sentido de conhecer e dar provimento parcial ao recurso e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para apreciar a liquidez e certeza do direito creditório. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 98DF CARF MF
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Numero do processo: 10930.006354/2008-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Ano-calendário: 2008
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.
Os pedidos de restituição são regidos pela legislação em vigor no momento do encontro de contas, ou seja, da data de protocolo do pedido de restituição.
RESTITUIÇÃO. DEFERIMENTO. EXISTÊNCIA DE DÉBITO. COMPENSAÇÃO DE OFICIO.
Na existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será utilizado para extingui-lo, total ou parcialmente, mediante compensação.
Numero da decisão: 2301-005.218
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
JOÃO BELLINI JÚNIOR Presidente e Relator.
EDITADO EM: 24/04/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Marcelo Freitas de Souza Costa e João Bellini Júnior (Presidente).
Nome do relator: JOAO BELLINI JUNIOR
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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. Os pedidos de restituição são regidos pela legislação em vigor no momento do encontro de contas, ou seja, da data de protocolo do pedido de restituição. RESTITUIÇÃO. DEFERIMENTO. EXISTÊNCIA DE DÉBITO. COMPENSAÇÃO DE OFICIO. Na existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será utilizado para extinguilo, total ou parcialmente, mediante compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. JOÃO BELLINI JÚNIOR – Presidente e Relator. EDITADO EM: 24/04/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Antônio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Marcelo Freitas de Souza Costa e João Bellini Júnior (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 00 63 54 /2 00 8- 86 Fl. 250DF CARF MF 2 Tratase de recurso voluntário em face do Acórdão 1668.346, exarado pela 12ª Turma da DRJ em São Paulo (efls. 03 a 07). O contribuinte protocolou, em 1º/12/2008, Requerimento de Restituição da Retenção (RRR), pelo qual solicitou restituição no valor original de R$12.952,22, motivado por pagamento indevido. O chefe da Equipe de Arrecadação e Cobrança (EAC 2) da Seção de Orientação e Análise Tributária (Saort) da Delegacia da Receita Federal do Brasil (RFB) em Londrina/PR, em 27/08/2012, deferiu parcialmente o pedido de restituição, por Despacho Decisório (efl. 190), reconhecendo o direito creditório em favor do interessado no valor de R$4.321,25, com incidência de juros correspondentes à taxa Selic, em conformidade com a Instrução Normativa (IN) RFB 900, de 2008. Foi constatada a existência de débito do sujeito passivo, motivo pelo qual o valor foi utilizado para a compensação de ofício (efl. 196). O contribuinte foi cientificado dessa decisão em 08/10/2012 (efl. 197). Foi apresentada manifestação de inconformidade em 07/11/2012 (efls. 204 a 212), sendo alegado, em síntese: (a) os valores que foram recolhidos pela contribuinte são os seguintes: (b) porém, a decisão recorrida considerou indevidos os valores inicialmente pagos (pagtos. 5 e 7 de R$ 408,65 e R$ 3.912,60, respectivamente), em vez dos valores pagos posteriormente, esses sim indevidos (pagtos. 6 e 8, R$ 421,93 e R$ 4.114,88 respectivamente). (c) com os recolhimentos de n° 5 e 7, ocorridos em 01/10/04 e 02/08/06, antes mesmo da data de vencimento, por óbvio operouse a extinção sobre tais créditos, conforme art. 156, I do CTN, sendo tal fato reconhecido pelo Parecer Saort DRF/LON n° 632/2012; (d) partindose do pressuposto que, no dia imediatamente seguinte aos pagamentos (02/10/04 e 03/08/06) tais créditos já estavam extintos, pela ocorrência do pagamento, temse que os pagamentos ulteriores (28/12/04 e 27/12/06), respectivamente, é que foram recolhidos indevidamente, tanto o é, que foram acompanhados dos acréscimos legais incidentes caso estivessem realmente atrasados, e são esses que devem ser restituídos. (e) tal entendimento não é em nada distinto do que estatui o CTN, art. 167, que prevê de maneira literal e estreme de dúvidas a restituição inclusive dos juros de mora e das penalidades pecuniárias incidentes pagos junto ao valor indevido; (f) cita o disposto no art. 156, II, do CTN, que dispõe que a compensação também é uma forma de extinção do crédito tributário, e o disposto no art. 170 do CTN que prevê esse instituto; salienta que é competência da RFB a disciplina da compensação tributária, Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10930.006354/200886 Acórdão n.º 2301005.218 S2C3T1 Fl. 3 3 dispondo inclusive quanto ao estabelecimento de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição e de ressarcimento, tendo, assim, sido editada a IN 900, de 2008, que no seu art. 49 determina à autoridade competente da RFB, ao proceder à restituição e ao ressarcimento de tributo, o dever de verificar a existência de débito em nome do sujeito passivo no âmbito da RFB e PGFN, para fins de compensação; sustenta ser inaplicável tal preceptivo ao caso, eis que os valores com os quais se pretende efetivar a compensação de ofício não podem ser caracterizados como "débitos", pois os débitos constantes do relatório "consulta a restrições" estão com a sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, VI, do CTN, pois são objeto de parcelamento; manifesta a sua discordância quanto a compensação de oficio, eis que não se incluem tais valores sob a acepção de débitos, por faltar lhes a exigibilidade, não havendo a subsunção entre o previsto na IN 900 e o caso presente; cita o Resp 1.213.082/PR, submetido à sistemática dos recursos repetitivos do art. 543C do Código de Processo Civil, e outros julgados neste sentido; (g) caso a interpretação dada aos dispositivos do ato normativo abranjam no conceito de débitos também aqueles cuja exigibilidade esteja suspensa, a exegese do fisco afronta os princípios da Legalidade, da Moralidade Pública, o CTN e à orientação jurisprudencial. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, em acórdão que recebeu as seguintes ementas: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 27/08/2012 Ementa: RESTITUIÇÃO. RECOLHIMENTOS INDEVIDOS. Somente poderão ser restituídas ao contribuinte os valores pagos referentes a contribuições sociais se comprovado o recolhimento indevido, nos termos da legislação de regência. RESTITUIÇÃO. DEFERIMENTO. EXISTÊNCIA DE DÉBITO. COMPENSAÇÃO DE OFICIO. Existindo débitos, não parcelados ou parcelados sem garantia, inclusive inscritos em Dívida Ativa da União, o valor da restituição deverá ser utilizado para quitálo, mediante compensação em procedimento de ofício, após manifestação expressa ou tácita do contribuinte. Havendo a discordância do sujeito passivo em realizar a compensação de ofício, a autoridade da RFB competente para efetuar a compensação reterá o valor da restituição ou do ressarcimento até que o débito seja liquidado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A ciência dessa decisão ocorreu em 28/05/2015 (efl. 239). Fl. 252DF CARF MF 4 Em 10/06/2015, foi apresentado recurso voluntário (efls. 242 a 246), versando unicamente sobre a legalidade da compensação de ofício e sobre a inexistência de débito hábil a atrair a regra que dispõe sobre o parcelamento de ofício (itens f e g da impugnação) sendo alegado, em síntese, que: (I) à época do pagamento indevido e durante grande parte desse processo de irresignação não se verificou lei alguma que dispusesse sobre a compensação de créditos tributários, na forma que é imposta pela Receita Federal, para obrigar compensações e reter indevidamente valores dos contribuintes, a não ser uma singela Portaria "interna corporis", que não pode ter o condão de vincular terceiros, nem tão pouco alargar o entendimento da lei ou mesmo inovar o que o legislador não previu; a lei vigente à época do parcelamento efetivado pelo contribuinte, que constituiu verdadeiramente ato jurídico perfeito, se apresentava com a redação original e que foi equivocadamente citada no combatido acórdão para fundamentálo, transcrevendoa com a redação já modificada em 2013; a CF dispõe que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada e sobre a irretroatividade das leis; o art. 49 da IN SRF 900, de 2008, extrapola o texto original do art. 73 da Lei 9.430, de 1996 – conforme já decidido em Resp julgado na sistemática dos recursos repetitivos –, que não previa a compensação de ofício, o que veio a ocorrer somente em 2013, com sua alteração É o relatório. Voto Conselheiro João Bellini Júnior, relator. O recurso voluntário é tempestivo e aborda matéria de competência desta Turma. O recurso voluntário é parcial, dizendo respeito tão somente à compensação de ofício realizada em face do pedido de restituição. Tomo conhecimento integralmente do recurso voluntário, ressaltando que não será abordada a matéria não impugnada. DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Tratandose de restituição, aplicase a legislação vigente no momento que formalizado o pedido de restituição, pois nesse momento se dá o acerto de contras entre o fisco e os contribuintes, conforme sedimentado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, no recurso representativo da controvérsia REsp 1164452, o qual é de observância obrigatória neste Carf, por força do disposto no art. 62, §2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 2015 (Ricarf). PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ALÍNEA "C" DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. SUCESSIVAS MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS. LEI 8.383/91. LEI 9.430/96. LEI 10.637/02. REGIME JURÍDICO APLICÁVEL (...) 3. A jurisprudência desta Corte Superior já se consolidou entendimento no sentido de que a compensação tributária é regida legislação em vigor no momento do encontro de contas, sendo vedada a compensação embasada em legislação superveniente. Esse tema que já foi objeto de julgamento pela Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10930.006354/200886 Acórdão n.º 2301005.218 S2C3T1 Fl. 4 5 Primeira Seção desta Corte em recurso representativo da controvérsia: REsp 1164452 / MG, rel. Ministro Teori Albino Zavascki, DJe 02/09/2010. (...) (REsp 1237928/RS; Relator: Ministro Mauro Campbell Marques; Órgão Julgador: Segunda Turma; data do julgamento: 12/04/2011) Em assim sendo, e considerando que o objeto do pedido de restituição são contribuições previdenciárias, tendo sido protocolado o pedido de restituição em 1º/12/2008 (e fl. 02), é aplicável ao caso as regras de compensação e restituição presentes na Lei 8.212, de 1991, art. 89. DA PREVISÃO LEGAL PARA A COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO Diferentemente do que pretende o recorrente, à época do pedido de restituição já estava presente, no art. 89, § 8º, da Lei 8.212, de 1991, a previsão legal para a compensação de ofício, promovida pela DRF: Art. 89. Somente poderá ser restituída ou compensada contribuição para a Seguridade Social arrecadada pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS na hipótese de pagamento ou recolhimento indevido. (Redação dada ao caput e parágrafos pela Lei nº 9.129, de 20.11.95). (...) § 8o Verificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será utilizado para extinguilo, total ou parcialmente, mediante compensação. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005). (Grifouse.) Em assim sendo, não há falar em direito adquirido ferido, em retroatividade da lei ou em extrapolação das normas legais. Verificase que a norma não distingue entre débitos com exigibilidade suspensa ou não; logo, a existência de débitos, quaisquer que sejam, impõe à autoridade administrativa a compensação de ofício, nos exatos termos da legislação retrocitada. Não há dúvidas da existência de débitos em nome da recorrente, conforme demonstrado no sistema consulta a restrições (efls. 191 a 195), que indicam diversos débitos com exigibilidade suspensa (efls. 191 e 192) e débitos sem exigibilidade suspensa (efl. 195), correspondente à pendência junto à PGFN – débito inscrito em dívida ativa em 19/03/2002 (data ajuizamento 22/07/2002). Assim, ao efetuar o compensação de ofício, o órgão de origem agiu na estrita legalidade, pelo que o recurso voluntário deve ser desprovido. Fl. 254DF CARF MF 6 Conclusão Voto, portanto, por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Relator Fl. 255DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.723522/2016-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2011, 2012
AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos dos artigos 10 e 59, ambos do Decreto nº 70.235/72.
APLICAÇÃO DE MULTA QUALIFICA. CARACTERIZAÇÃO DE CONDUTA DOLOSA.
A autoridade fiscal trouxe elementos probatórios capazes de demonstrar que o contribuinte teria praticado as condutas dolosas descritas artigos 72 e 73 da Lei nº 4.502/64.
MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488 de 15 de junho de 2007, no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no ano-calendário correspondente.
MULTA ISOLADA. SÚMULA CARF Nº 105.
Se a autuação da multa isolada foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II c do Código Tributário Nacional - CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%, não se aplica a Súmula Carf nº 105, a qual se refere à multa isolada de 75% com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996.
SÓCIO. RESPONSABILIDADE.
São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL.
A decisão prolatada no lançamento matriz estende-se aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.
Numero da decisão: 1201-002.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Gisele Barra Bossa (relatora), Breno do Carmo Moreira Vieira e Eduardo Morgado Rodrigues, que lhe deram provimento parcial, para afastar a multa isolada por falta de recolhimento ou recolhimento a menor de estimativas mensais relativas aos anos calendários de 2011 e 2012. Votou pelas conclusões o conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Eva Maria Los.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gisele Barra Bossa - Relatora
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Redatora designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli); ausentes justificadamente Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: GISELE BARRA BOSSA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2011, 2012 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos dos artigos 10 e 59, ambos do Decreto nº 70.235/72. APLICAÇÃO DE MULTA QUALIFICA. CARACTERIZAÇÃO DE CONDUTA DOLOSA. A autoridade fiscal trouxe elementos probatórios capazes de demonstrar que o contribuinte teria praticado as condutas dolosas descritas artigos 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488 de 15 de junho de 2007, no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no ano-calendário correspondente. MULTA ISOLADA. SÚMULA CARF Nº 105. Se a autuação da multa isolada foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II c do Código Tributário Nacional - CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%, não se aplica a Súmula Carf nº 105, a qual se refere à multa isolada de 75% com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996. SÓCIO. RESPONSABILIDADE. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estende-se aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Gisele Barra Bossa (relatora), Breno do Carmo Moreira Vieira e Eduardo Morgado Rodrigues, que lhe deram provimento parcial, para afastar a multa isolada por falta de recolhimento ou recolhimento a menor de estimativas mensais relativas aos anos calendários de 2011 e 2012. Votou pelas conclusões o conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Eva Maria Los. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa - Relatora (assinado digitalmente) Eva Maria Los - Redatora designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli); ausentes justificadamente Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima e Luis Fabiano Alves Penteado.
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NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos dos artigos 10 e 59, ambos do Decreto nº 70.235/72. APLICAÇÃO DE MULTA QUALIFICA. CARACTERIZAÇÃO DE CONDUTA DOLOSA. A autoridade fiscal trouxe elementos probatórios capazes de demonstrar que o contribuinte teria praticado as condutas dolosas descritas artigos 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488 de 15 de junho de 2007, no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no ano calendário correspondente. MULTA ISOLADA. SÚMULA CARF Nº 105. Se a autuação da multa isolada foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II “c” do Código AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 35 22 /2 01 6- 29 Fl. 499DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 3 2 Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%, não se aplica a Súmula Carf nº 105, a qual se refere à multa isolada de 75% com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996. SÓCIO. RESPONSABILIDADE. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estendese aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencidos os conselheiros Gisele Barra Bossa (relatora), Breno do Carmo Moreira Vieira e Eduardo Morgado Rodrigues, que lhe deram provimento parcial, para afastar a multa isolada por falta de recolhimento ou recolhimento a menor de estimativas mensais relativas aos anos calendários de 2011 e 2012. Votou pelas conclusões o conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Eva Maria Los. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Relatora (assinado digitalmente) Eva Maria Los Redatora designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Rafael Gasparello Lima), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição à ausência do conselheiro Luis Henrique Marotti Toselli); ausentes justificadamente Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório 1. Por economia processual e por bem descrever os fatos, adoto como parte deste, o relatório constante da decisão de primeira instância: Fl. 500DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 4 3 “Tratase de impugnação protocolada contra Auto de Infração lavrado com o fim de constituir crédito tributário de IRPJ e CSLL relativo aos anoscalendário 2011 e 2012. A autuação foi motivada por falta de recolhimento dos tributos elencados em razão de compensações indevidas operacionalizadas no âmbito da contabilidade do contribuinte, com omissão de informações em sua DCTF. Utilizou, para tais compensações créditos de títulos públicos da Eletrobrás. Com a apuração das obrigações não cumpridas, cumulouse ao lançado multa isolada por não recolhimento de estimativas. Foilhe aplicada a multa qualificada, tendo em vista a expressa proibição das compensações efetuadas, assim como a prática contínua a reiterada, considerando ainda prévia autuação condenando a prática contra o próprio contribuinte (processo 10580.723686/201494). Reproduzse parcialmente o Termo de Verificação Fiscal (grifos nossos): 4 – Da análise da ECD 2011 Livro Diário Digital n° 10 com Termo de Autenticação n° 120366827, ECD 2012 – Livro Digital n° 11 com Termo de Autenticação nº 130253537 e ECD 2013– Livro Digital nº 12, constatase compensações efetuadas pelo contribuinte nas contas 1.1.2.02.05 – Imposto Renda Estimado, 2.1.1.03.08 IRPJ a Recolher, 1.1.2.02.04 – Contribuição Social Estimada e 2.1.1.03.09 Contribuição Social a Recolher com créditos escriturados na conta 1.1.2.02.21 Tributos Federais a Recuperar – lançamentos de aquisição de títulos da Eletrobrás de diversas séries. 5 – Termo de Intimação nº 01 lavrado em 21/10/2015, solicitando os contratos de cessão de créditos referentes as aquisições dos títulos da Eletrobrás, ações judiciais que autorizassem as compensações contábeis efetuadas além de esclarecimentos por escrito quanto a estas compensações que também não foram declaradas em DCTF e nem em DCOMP. Em resposta, o contribuinte solicitou dilação do prazo inicial de 5 (cinco) dias úteis para mais 30 (trinta) dias para apresentação dos documentos solicitados em 29/10/2015. (...) 9 Termo de ciência e continuidade de procedimento fiscal nº 05 lavrado em 04/04/2016, Termo de Intimação Fiscal n° 04 lavrado em 15/04/2016 concedendo mais 5 dias úteis para comprovação das compensações contábeis efetuadas. Em 26/04/2016 o contribuinte solicitou prazo adicional de 60 dias para atendimento. Termo de Reintimação Fiscal nº 01 lavrado 29/04/2016 concedendo prazo improrrogável de 5 dias úteis. Neste Termo foi alertado ao contribuinte que desde o primeiro Termo lavrado em 03/11/2015 transcorreram mais de 150 dias no total, tempo mais que suficiente para entrega da documentação solicitada. Fl. 501DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 5 4 10 – Constatouse que em procedimento fiscal anterior culminando em autuação fiscal do IRPJ e CSLL – PAF nº 10580.723686/201494, dentre outras infrações fora verificado a compensação indevida do IRPJ e CSLL com títulos públicos/títulos da Eletrobrás, além da constatação pela Autoridade autuante de solicitações diversas de dilações de prazos, além da falta de apresentação de documentos relacionados a aquisições de títulos para posteriores compensações com tributos e contribuições administrados pela RFB, e apresentação de ações judiciais onde o contribuinte não era parte das ações. 11 – No presente procedimento fiscal verificase que esses títulos não se prestam à compensação de tributos e contribuições federais. É que a Lei 9.430, de 1996 com as inclusões da Lei n° 11.051/2004, diz expressamente, no art. 74, § 12, alínea ‘a’, que é vedada a compensação tributária na hipótese em que o crédito seja de terceiros, alínea “c” se refira a título público, alínea “d” seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado e alínea “e” não se refira a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal. 12 – Diante da falta de previsão legal e decisão judicial definitiva que autorizassem tais compensações efetuadas e que as mesmas não foram efetivadas por meio de DCOMP e nem declaradas em DCTF, elaboramos Demonstrativo de Apuração do IRPJ – apuração anual, e Demonstrativo de Apuração da CSLL – apuração anual, onde se constatam diferenças passíveis de lançamento de ofício por falta de recolhimento tendo em vista o confronto dos valores apurados com os valores declarados em DCTF e pagamentos efetuados – anexo 01 – IRPJ e anexo 02 – CSLL. Foi no caso glosadas as compensações indevidas das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL acarretando saldo a pagar nas apurações anuais correspondentes, evidenciado na DIPJ 2012 Ficha 12 A – linha 18 onde o valor informado R$ 7.629.418,77 corrigido para R$ 381.470,94 acarreta em IRPJ a pagar em 31/12/2011 no valor de R$ 7.247.947,83, para a CSLL – Ficha 17 – linha 82 onde o valor informado R$ 10.161.605,86 corrigido para o valor efetivamente recolhido em R$ 508.080,32 acarreta em CSLL a pagar em 31/12/2011 em R$ 9.653.525,54. Na DIPJ 2013 Ficha 12 A – linha 18 onde o valor informado R$ 7.913.551,81 corrigido para R$ 201.193,22 acarreta em IRPJ a pagar em 31/12/2012 no valor de R$ 7.712.358,16, para a CSLL – Ficha 17 – linha 84 onde o valor informado R$ 0 corrigido para o valor efetivamente recolhido em R$ 109.238,35 acarreta em CSLL a pagar em 31/12/2011 em R$ 11.040.102,02. (...) 14 – Com as glosas das compensações contábeis, as estimativas mensais do IRPJ e da CSLL acarretaram saldo a pagar, infração sujeita a penalidade de multa isolada de 50% sobre os valores não recolhidos – anexo 3 – IRPJ e anexo 4 – CSLL, cujos montantes foram lançados de ofício nos Autos de Infração citados no item anterior. As bases de cálculo das multas isoladas Fl. 502DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 6 5 sobre as estimativas foram informadas nas DIPJ 2012 e DIPJ 2013, Ficha 11 – linha 13 para o imposto de renda e Ficha 16 – linha 11 para a contribuição social. 15 No presente caso, o contribuinte tinha pleno conhecimento de que o procedimento adotado, a compensação do IRPJ e da CSLL com créditos de Títulos Públicos/Títulos da Eletrobrás/créditos diversos levada a efeito em sua contabilidade, não estavam amparados na legislação tributária ou em ações judiciais. Além disso, tinha conhecimento também do entendimento da Receita Federal do Brasil da não possibilidade de compensações do IRPJ e da CSLL com tais títulos tendo em vista autuação fiscal anterior, conforme relatado no item 10 deste Termo de Verificação Fiscal. 16 – A conduta adotada pelo contribuinte de compensar em sua contabilidade imposto e contribuição com Títulos da Eletrobrás/Públicos, sem autorização legal e judicial, autoriza a qualificação da multa de lançamento de ofício que passa a ser de 150% Fraude, art. 72 da Lei n° 4.502/1964. Os enquadramentos legais da multa de lançamento de ofício constam no Auto de Infração do IRPJ e do Auto de Infração da CSLL, ambos lavrados nesta mesma data. 17 – Ocorre ainda que quando contabilizou na ECD 2011, ECD 2012 e ECD2013, créditos na conta 1.1.2.02.21 Tributos Federais a Recuperar oriundos de Títulos Públicos/Títulos da Eletrobrás, e proceder contabilmente compensações nas contas 1.1.2.02.05 Imposto Renda Estimado, 2.1.1.03.08 IRPJ a Recolher, 1.1.2.02.04 Contribuição Social Estimada e 2.1.1.03.09 Contribuição Social a Recolher, o contribuinte manteve em tese uma conduta em fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos e/ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal, além de omitir informações as autoridades tributárias, enseja Representação Fiscal para Fins Penais RFFP, tendo em vista o disposto no art. 1º da Portaria RFB n° 2.439/2010. (...) 19 – E ainda a Lei n° 5.172/66 – Código Tributário Nacional em seu art. 135: “são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado”. O Sr. Jacky Kirsch Schnell, brasileiro, CPF: 039.254.04872, consta como sócio, administrador e representante legal da sociedade conforme Cláusula 5ª da 12ª Alteração e Consolidação do Contrato Social com registro na Junta Comercial da Bahia sob o n° 97095028 de 25/02/2011, e 13ª Alteração e Consolidação do Contrato Social com registro na Junta Comercial da Bahia sob o n° 97187995 de 27/04/2012. Concluímos que o administrador e representante legal do contribuinte fiscalizado passa a responder pessoalmente pelo Fl. 503DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 7 6 crédito tributário lançado no Auto de Infração do IRPJ e do Auto de Infração da CSLL com fundamentação no art 135, III da Lei n° 5172/66 CTN. (...) Cientificados do Auto de Infração em 24/05/2016 (empresa) e 25/05/2016 (sócio), apresentaram Impugnação em 22/06/2016. Inicia com breve descrição dos fatos e conclusões, as quais sustenta pelo texto que segue. Em seguida, defende seu direito de defesa e a suspensão do crédito tributário até o fim do litígio. DA AUSÊNCIA DE FRAUDE E DOLO PRATICADO PELO CONTRIBUINTE Sustenta: 17. Não houve dolo, sonegação e nem máfé do peticionário que promoveu pedido de compensação de crédito sob a forma resolutiva. Por isso, o requerente, não pode ser penalizado com uma restrição de Direitos conforme pretensão tributária ora contestada. O autor não praticou a hipótese descrita pelo poder fiscalizante. Não sendo aceito o pedido de compensação, o contribuinte, realizaria o pagamento na forma regular por se tratar de condição resolutiva prevista em lei. (grifo nosso) (...) 20. O propósito do contribuinte sempre foi regularizar sua situação junto ao fisco, em que pese o exercício de Direito; por isso, não se conforma com as avaliações impostas pelo agente fiscalizante, objeto da presente defesa administrativa. 21. Com isso. desde já, pede seja afastada a decisão que imputa sanções ao contribuinte, principalmente multa de 150% sobre o valor do tributo e responsabilização do sócio pessoa física. AS SANÇÕES DESPROPORCIONAIS DEVEM SER AFASTADAS Insurgese contra o valor da multa, enquadrandoa como confisco. Pesa, ainda, a responsabilidade contra o interesse do próprio Estado ao imputarlhe fardo acima de suas capacidades de suportar, o que geraria graves impactos sociais. DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DA PESSOA FÍSICA (SÓCIO ADMINISTRADOR) Alega que a responsabilização do sócio significa a desconsideração da pessoa jurídica, e completa: 31 Analisando os termos da pretensão vestibular, não há demonstração sobre o ato praticado pelo sócio; com isso, não havendo menção ao ato, assim como pela ausência de excessos, Fl. 504DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 8 7 a pessoa física não pode ser responsabilizado pelo singelo pedido de compensação de crédito na forma resolutiva. Assegura não haver prejuízos ao credor tributário, em que considera que sendo o "pedido de compensação" não homologado, restaurase a situação inicial, em que o contribuinte paga seus tributos devidos e não é necessária punição ou responsabilização dos sócios. PEDIDOS a) A suspensão da exigibilidade do crédito tributário observandose as intimações pessoais, devido processo administrativo e ampla defesa até final trânsito em julgado. b) A nulidade do auto de lançamento por não especificar adequadamente a pretensão tributária dificultando a defesa administrativa, assim como por se tratar de exercício de Direito e de peticionar ao poder público pugnandose por compensação de crédito na forma resolutiva. c) Afastamento da multa aplicada e demais sanções tributárias que somente poderá ocorrer após final trânsito em julgado do processo administrativo, uma vez que, no prazo legal, foram atendidas as determinações do sujeito ativo com promoção de todas as retificações exigidas. d) Seja afastado a responsabilidade do sócio administrador por não ter praticado atos de excesso e/ ou ilícito administrativo. e) Seja oportunizado ainda, ao contribuinte, o Direito de produzir provas documentais, periciais, cálculos, planilhas e demais que ratifique os termos da defesa. POR FIM, REQUER SEJA RECEBIDA A PRESENTE DEFESA NOS TERMOS RETRO PARA SER JULGADO PROCEDENTE COM O AFASTAMENTO DAS PENALIDADES IMPOSTAS, PRINCIPALMENTE MULTA DE 150% SOBRE OS VALORES DEVIDOS." 2. Em sessão de 17 de março de 2017, a 15ª Turma da DRJ/RPO, por unanimidade de votos, considerou improcedente a Impugnação (fls. 422/432), mantendo o crédito tributário em litígio, conforme Acórdão nº 1464.774 (fls. 449/463), cuja ementa recebeu o seguinte descritivo: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2011, 2012 IMPUGNAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A impugnação tem o condão de instaurar o contencioso administrativo e suspender o crédito tributário em litígio. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Fl. 505DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 9 8 Somente são nulos no âmbito dos procedimentos de determinação e exigência do crédito tributário os atos em que se verifique a incompetência para lavratura ou decisão, ou a preterição do direito de defesa, a qual não pode ser alegada se disponibilizados os documentos suficientes para compreensão dos fatos e demais elementos de lançamento. MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. A vedação contida na Constituição Federal sobre a utilização de tributo, e não da multa, com efeito de confisco é dirigida ao legislador, não se aplicando aos lançamentos de ofício efetuados em cumprimento das leis tributárias regularmente aprovadas, razão pela qual a multa de ofício é de aplicação obrigatória nos casos de exigências de tributos decorrentes de lançamento de ofício, não podendo ser dispensada ou reduzida, ainda que qualificada tendo em vista infrações que a justifique. MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. Obrigatória a qualificação da multa de ofício no caso de fraude, a qual se evidencia na intenção de manter o fisco alheio à ocorrência dos fatos geradores dos tributos, furtandose de quitar propriamente suas obrigações tributárias. Subtrai, por conseguinte, montante devido aos cofres públicos e se apropria dos valores, utilizandose de estratagemas. SÓCIO. RESPONSABILIDADE. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido.” 3. A DRJ/RPO não acatou os argumentos da Recorrente, em síntese, sob os seguintes fundamentos: 3.1. Destacou que, dentre as razões levantadas pela contribuinte, não há qualquer contestação ao principal lançado. A Impugnação pretendeu afastar as sanções impostas e a responsabilidade do sócio. Logo, considerou o principal e juros de mora lançados como incontroversos. 3.2. Afastou o pedido de nulidade do lançamento, visto que não houve descumprimento por parte da autoridade fiscal dos requisitos dispostos nos artigos 10 e 59 do Decreto nº 70.235/72, bem como no artigo 142 do Código Tributário Nacional, hábeis a ensejar a nulidade do ato administrativo. 3.3. Considerou inafastável a aplicação das sanções impostas, vez que: (i) o contribuinte não formalizou sua compensação conforme previsão do §1º (regulamentado pela IN RFB nº 900/08, posteriormente IN RFB nº 1300/12), com a entrega da Declaração de Fl. 506DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 10 9 Compensação (a qual deveria, inclusive, ter contrapartida em DCTF, o que também não ocorreu); (ii) não há condição resolutória, na medida em que a extinção do crédito tributário nunca ocorreu (nem mesmo sua confissão); (iii) há expressa proibição legal de se proceder à compensação utilizando o crédito pretendido, nos termos da Lei nº 11.051/2004, que alterou o §12, do artigo 74, da Lei nº 9.430/1996. 3.4. Em consonância com o identificado pela fiscalização, a r. decisão da DRJ considerou que o contribuinte praticou a conduta dolosa prevista no artigo 42, da Lei nº 4.502/64. Diante da prática deliberada e sistemática de fraude (desde 2009), entendeu cabível a multa qualificada de 150%, prevista no artigo 44, §1º, da Lei nº 9.430/96. O contribuinte teria realizado operações no âmbito de sua contabilidade, estas vedadas em lei, com omissão de informações em suas obrigações acessórias e consequente redução do montante de crédito tributário devido. 3.5. A aplicação do multa de ofício não é prática confiscatória, mas dever da autoridade fiscal quando evidencia prática que se subsume à norma tributária punitiva. 3.6. Em vista das circunstância fáticoprobatórias, sustenta ser imperativa a responsabilização do sócio Jacky Gert Kirsch Schnell, nos termos do artigo 135, III, do CTN. Deve o administrador responsável pelos atos praticados com excesso de poderes e infração à lei ser incluído pessoalmente no polo passivo. 4. Cientificada da decisão (Termo de Ciência de Abertura de Mensagem (DTE) de 27/04/2017, fl. 470), a Recorrente e o sócio Jacky Gert Kirsch Schnell, interpuseram Recurso Voluntário em 19/05/2017 (fls. 473/480), reiterando as razões já expostas em sede de Impugnação (fls. 422/432). Ao final, requer seja julgado procedente o presente recurso para o fim de cancelar os lançamentos e, se mantido, seja revogada a multa imposta ou reduzida. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Gisele Barra Bossa, Relatora 5. O recurso é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Preliminar 6. Conforme consignado pela r. decisão da DRJ, destacase que, dentre as razões levantadas pelos Recorrentes em seus instrumentos de defesa, não há qualquer contestação ao principal lançado. 7. O presente Recurso Voluntário também tem seu foco em afastar as sanções impostas e a responsabilidade do sócio. 8. Inexistindo fundamentos para o procedimento fiscal e o processo administrativo serem desconsiderados, considero o principal e juros de mora lançados como Fl. 507DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 11 10 incontroversos1, ainda que, contraditoriamente, o contribuinte não tenha procedido à sua regularização pelo pagamento, como seria coerente nos termos de sua defesa. 9. A despeito da incoerência apontada, os valores em litígio encontramse suspensos, conforme previsão do art. 151, III, da Lei n° 5.172/66 (CTN Código Tributário Nacional), considerando o requerimento contra a autuação em si, em que eventual nulidade macularia a constituição do tributo lançado. Nulidade do Auto de Infração 10. Por "falta de especificação da pretensão tributária", entendem os Recorrentes ser nulo o lançamento. 11. Contudo, o documento formalizador possui toda a fundamentação necessária à compreensão dos Recorrentes, tanto é que os sujeitos passivo demonstram completo domínio dos fatos e razões que levaram à autuação, ainda que discordem da interpretação com relação aos ilícitos indicados. 12. Do ponto de vista do processo administrativo fiscal federal, o Decreto nº 70.235/72 indica os casos de nulidade nos artigos 10 e 59, verbis: “Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. 1 Decreto 70.235/72, Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). Fl. 508DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 12 11 § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta.” 13. No presente caso, não verifico qualquer nulidade formal quando da lavratura do auto de infração advinda da inobservância do disposto nos artigos 10 e 59, tampouco dos requisitos constantes do artigo 142 do Código Tributário Nacional. Conforme assinalado, o contribuinte notoriamente compreendeu a imputação que lhe foi imposta e não teve seu direito de defesa cerceado. 14. A constituição do crédito tributário foi feita de maneira correta, razão pela qual afasto a caracterização de nulidade. Mérito I. Da Aplicação das Sanções 15. Com a promulgação da Lei 11.051, de 29/12/2004, que alterou o §12, do artigo 74, da Lei 9.430/96, ficou estabelecida a obrigatoriedade de considerar a compensação “não declarada” nos casos relacionados no próprio dispositivo legal, entre os quais, aqueles com a utilização de crédito que não se referisse a tributos ou contribuições administrados pela RFB e/ou tratassem de títulos públicos. Isto permitiu, independentemente de se ter ou não uma decisão específica quanto ao pedido de restituição, uma tomada de decisão que obsta a realização da compensação com créditos reconhecidamente impedidos por lei. Confirase: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002) (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003 § 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos Fl. 509DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 13 12 indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003) §7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003) § 8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7º, o débito ser encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição e Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9º. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003) § 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I previstas no § 3º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto Lei nº 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) c) refirase a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) Fl. 510DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 14 13 § 13. O disposto nos §§ 2º e 5º a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo.” (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). 16. Do mandamento legislativo acima exposto, extraemse as seguintes conclusões ao caso em análise: 16.1. O contribuinte não formalizou sua compensação conforme previsão do §1º (regulamentado pela IN RFB nº 900/08, posteriormente IN RFB nº 1300/12), com a entrega da Declaração de Compensação, a qual deveria, inclusive, ter contrapartida em DCTF, o que também não se verificou. Em termos fáticos, o fisco não foi informado acerca da ocorrência do fato gerador, da existência do direito creditório, tampouco da extinção sob condição resolutória por meio da compensação. Só esse contexto já seria suficiente a ensejar a constituição por meio de auto de infração, conforme previsão do artigo 149 do CTN; 16.2. Não há portanto, que se falar em condição resolutória, uma vez que a extinção do crédito tributário nunca ocorreu (nem mesmo sua confissão); e 16.3. Há expressa proibição legal de se proceder à compensação utilizando o crédito pretendido, em que seu alegado direito de petição se encontra maculado pela falta de possibilidade jurídica. 17. Em linha com a decisão de piso, considero inafastável a aplicação das sanções impostas, diante da clara ocorrência do ilícito tributário. II. Da presença de pressupostos para aplicação da multa qualificada 18. Não podemos olvidar que a aplicação de multa qualificada é medida de caráter excepcional. A r. autoridade fiscal deve comprovar que a Recorrente praticou quaisquer das condutas dolosas descritas nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. 19. Conforme disposto no artigo 71 da Lei nº 4.502/64, sonegar é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do evento tributário, sua natureza ou circunstâncias materiais, bem como das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente: “Art. 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente.” 20. Da leitura, é possível concluir que a sonegação implica em descumprimento por parte do sujeito passivo de dever instrumental prejudicando a constituição da obrigação do crédito tributário. Em termos fáticos, a autoridade fiscal deve provar que a Fl. 511DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 15 14 conduta do contribuinte impediu a apuração dos créditos tributários e, consequentemente, prejudicou o lançamento. 21. A segunda hipótese de aplicação de multa qualificada é a fraude, definida sobre a ótica tributária, do seguinte modo: “Art. 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento.” 22. Fraude no sentido da lei é ato que busca ocultar algo para que possa o contribuinte furtarse do cumprimento da obrigação tributária. Ao contrário do dolo, que busca induzir terceiro a praticar algo, a fraude é ato próprio do contribuinte que serve para lograr o fisco. 23. Apesar disso, o artigo 72 supra, utilizouse do conceito de dolo para a definição de fraude. O "dolo" referido no artigo é o dolo penal, não o civil, porque o segundo ocorre sempre com a participação da parte prejudicada. Não por acaso, tais ilícitos tributários tem repercussões penais, nos termos dos artigos 1º e 2º, da Lei nº 8.137/90. 24. Conforme o artigo 18 do Código Penal, crime doloso ocorre quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo, assim, o dispositivo legal está conforme a teoria da vontade adotada pela lei penal brasileira. Para que o crime se configure, o agente deve conhecer os atos que realiza e a sua significação, além de estar disposto a produzir o resultado deles decorrentes. Assim, a responsabilidade pessoal do agente deve ser demonstrada/provada. 25. Portanto, é imperioso encontrar evidenciado nos autos o intuito de fraude, não sendo possível presumir sua ocorrência. A própria Súmula CARF nº 14, afasta a presunção de fraude e deixa clara a necessidade de comprovação do "evidente intuito de fraude do sujeito passivo". “Súmula CARF nº 14. A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.” 26. Em linha este raciocínio, para o Alberto Xavier2, a figura da fraude exige três requisitos. O um, que a conduta tenha finalidade de reduzir o montante do tributo devido, evitar ou diferir o seu pagamento; o dois, o caráter doloso da conduta com intenção de resultado contrário ao Direito; e, o três, que tal ato seja o meio que gerou o prejuízo ao fisco. 27. Na prática, a comprovação da finalidade da conduta, do seu caráter doloso e do nexo de causalidade entre a conduta ilícita do contribuinte e o prejuízo ao erário é condição sine qua non para enquadrar determinada prática como fraudulenta. 28. Logo, para restar configurada a fraude, a autoridade fiscal deve trazer aos autos elementos probatórios capazes de demonstrar que o sujeito passivo praticou conduta 2 XAVIER, Alberto. Tipicidade da Tributação, Simulação e Norma Antielisiva. São Paulo: Dialética, 2000, p. 78. Fl. 512DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 16 15 ilícita e intencional hábil a ocultar ou alterar o valor do crédito tributário, bem como que tal ato afetou a própria ocorrência do fato gerador. 29. A terceira hipótese de aplicação da multa qualificada é a prática do conluio que visa o dolo ou fraude por meio de ato intencional entre duas ou mais pessoas: “Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.” 30. Como se nota, o conluio é qualquer ato intencional praticado por mais uma parte visando o dolo ou a fraude. O que qualifica o conluio, distinguindoo de outra espécie de conduta dolosa ou fraudulenta, é o aspecto subjetivo, isto é, a existência de mais de um sujeito que ajustem atos que visem à sonegação ou fraude. 31. É importante reforçar que o reconhecimento de quaisquer destas práticas deve ser comprovado pela autoridade fiscal através do nexo entre caso concreto e a suposta sonegação, fraude ou conluio e caracterização efetiva do dolo. 32. No caso concreto, a fiscalização identificou a ocorrência de fraude, prevista pelo artigo 72 da Lei n° 4.502/64. 33. Conforme analisado (Termo de Verificação Fiscal de fls. 33/37), o contribuinte realizou operações no âmbito de sua contabilidade, estas vedadas em lei, com omissão de informações em suas obrigações acessórias e consequente redução do montante de crédito tributário devido. 34. Acresçase que a ação fiscal da qual resultou a autuação ora recorrida foi iniciada em 18/12/2014, quase oito meses após o contribuinte ser cientificado de auto de infração anterior, controlado pelo processo 10580.723686/201494, relativo aos anocalendário 2009 e 2010, do qual destacamos do Termo de Verificação Fiscal: VII. Dos fatos que evidenciaram dolo e intuito de fraude VII.1 Da utilização de pretensos direitos creditórios de titularidade de terceiros, registrados na conta Tributos Federais a Recuperar, para extinguir obrigações tributárias próprias (...) 45. Observese que, os primeiros lançamentos, de 31/10/2008, efetuados a débito na conta 1.1.2.02.21 Tributos Federais a Recuperar tiveram contrapartidas da conta (lançamento a crédito) 1.3.1.00.01 Investimentos. Já os lançamentos posteriores efetuados em 01 e 31/12/2008, tiveram contrapartidas (lançamentos a crédito) para a conta 3.3.1.00.02 Receitas s/ Aq. Prec. Federais. 46. Consolidase no quadro abaixo, os movimentos de lançamentos a débito e a crédito contra a conta a 1.1.2.02.21 Tributos Federais a Recuperar. Quantificase que das origens dos débitos na conta, em 2008, R$ 8.954.490,04 foram de contrapartidas da conta 1.3.1.00.01 Investimentos, e R$45.455.355,96 de contrapartidas da conta 3.3.1.00.02 Fl. 513DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 17 16 Receitas s/ Aq. Prec. Federais. E esses pretensos ativos foram utilizados para quitar diversos débitos tributários de IPI, IRPJ, CSLL, Pis e Cofins, da fiscalizada. (...) 54. Pela contabilidade, como se viu, os pretensos créditos de terceiros foram utilizados para extinguir parcelas de diversos débitos tributários. Entretanto, em DCTF, a fiscalizada informouos como causa de suspensão de exigibilidade. (...) 56. Visualizando todas as DCTF apresentadas pela fiscalizada, contemplando também as retificadoras, observase que, inicialmente, para os débitos de janeiro a novembro/2009, declarou suspensão de parte considerável dos débitos. Posteriormente, entre os meses de maio e junho de 2010, retificou as DCTF, reduzindo os débitos declarados e retirando a informação de suspensão, na mesma medida, em descompasso com os valores de débitos informados na própria contabilidade. 57. Por último, em 25/03/2014, em pleno andamento do presente procedimento fiscal, retificou novamente as DCTF, alterando os débitos declarados conforme o registrado na contabilidade, mas voltando a informar que parcelas substanciais dos débitos estariam suspensas por obtenção de antecipação de tutela em ação judicial. 58. No período de janeiro a novembro/2009, os débitos de Pis/Cofins coincidiam com os valores declarados na Dacon e registrados na contabilidade, mas, foram quase que integralmente informados como suspensos, em função das ações judiciais nº 9800214666SP e nº 9000019486 DF. (...) 81. Restou claro que as condutas dolosas praticadas pelo representante da fiscalizada implicaram na redução do montante de tributos devidos, através da oposição de créditos de que a contribuinte não era detentora, configurando a fraude definida no art. 72 da Lei n° 4.502. de 1964. Condutas dolosas configuradas também pelas práticas reiteradas de apresentações e retificações das DCTF com informação de créditos que não comprovou, utilizados para abater débitos tributários. 82. O evidente intuito de fraude, na legislação, é conceito amplo no qual se inserem as condutas dolosas definidas como sonegação, fraude ou conluio, consoante a Lei nº 4.502, de 1964 (...) 83. Ademais, pela Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, no âmbito do Direito Penal e com inflexão sobre este caso (aplicação de penalidade com representação para fins penais), a sonegação vem definida, de forma genérica, como qualquer conduta dolosa que ofenda a ordem tributária (...)". Fl. 514DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 18 17 35. Em suma, o contribuinte, deliberada e sistematicamente, desde o ano 2009, insiste em buscar artifícios com o fim de não pagar os tributos devidos. E, mesmo após autuação sobre tal prática (ainda que variando detalhes de operacionalização com relação a suas obrigações acessórias e tratamento dos créditos tributários que variaram entre suspensão e omissão), prosseguiu na tentativa de compensação indevida e omissão da informação dos fatos geradores ao fisco. 36. Fica clara, portanto, a consciência e dolo do contribuinte na efetivação das infrações e crimes relatados e corretamente aplicada a multa qualificada. Este, inclusive, é o entendimento da CSRF, verbis: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2007 COMPENSAÇÃO. OBRIGAÇÕES DA ELETROBRÁS. MULTA ISOLADA. APLICABILIDADE. PERCENTUAL. BASE DE CÁLCULO. Considerada nãodeclarada a compensação em face de pretensão de utilização de créditos advindos de obrigações da Eletrobrás, cabível a aplicação da multa isolada, no percentual de 75%, sendo impingida a multa qualificada de 150% somente na hipótese de ser caracterizado o evidente intuito de fraude, que não pode ser presumida em função apenas da natureza da matéria." (Processo nº 0920.003730/200981, Acórdão nº 9101 003.109, Primeira Turma da CSRF, Sessão de 14 de setembro de 2017, Relatora Adriana Gomes Rêgo) 37. Evidenciase a intenção da Recorrente de manter o fisco alheio à ocorrência dos fatos geradores dos tributos, furtandose de quitar propriamente suas obrigações tributárias, conduta que se enquadra nas disposições do artigo 72, da Lei nº 4502/64. III. Do Confisco 38. De início, cumpre ressaltar que não há discricionariedade da autoridade fiscal no que tange à aplicação da multa de ofício. 39. Com efeito, a interpretação sistemática do artigo 3º, do artigo 142 e do artigo 44, inciso I, da Lei n° 9.430/96 conduz à conclusão de que a fiscalização deve aplicar a multa de ofício – atividade vinculada sobre a totalidade ou sobre a diferença do tributo que não foi recolhido. 40. É dizer, não cabe à autoridade fiscal descumprir tais normas cogentes, sob a premissa de que ela seria desproporcional (em tese). Não há precedentes na esfera administrativa que sustente a alegação da Recorrente no particular, mesmo porque a não aplicação da norma punitiva pressupõe a declaração de sua inconstitucionalidade, o que é vedado também pela Súmula CARF nº 2. Nesse sentido, citese os seguintes julgados: Fl. 515DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 19 18 "IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Anocalendário: 2002 a 2004 (...) MULTA DE OFÍCIO – CONFISCO “Súmula 1º.CC n. 2: O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Recurso Voluntário Improcedente." (Processo nº 19740.000471/200686, Acórdão nº 10197.116, 1ª Câmara / 1ª Conselho de Contribuintes, Sessão de 5 de fevereiro de 2009, Relator Valmir Sandri). "IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:1999 (...) MULTA DE OFÍCIO ALEGAÇÃO DE CARÁTER CONFISCATÓRIO A multa de 75% sobre o valor do tributo está prevista em lei vigente, à qual o julgamento administrativo não pode negar aplicação. O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Parcialmente Provido." (Processo nº 16327.001235/200416, Acórdão nº 10197.102, 1ª Câmara / 1ª Conselho de Contribuintes, Sessão de 4 de fevereiro de 2009, Relatora Sandra Maria Faroni). 41. Por sua vez, a vedação contida na Constituição Federal sobre a utilização de tributo, e não da multa, com efeito de confisco é dirigida ao legislador, não se aplicando aos lançamentos de ofício efetuados em cumprimento das leis tributárias regularmente aprovadas. 42. Por essa razão, a multa de ofício é de aplicação obrigatória nos casos de exigências de tributos decorrentes de lançamento de ofício, não podendo ser dispensada ou reduzida, ainda que qualificada, diante da ocorrência das infrações que a justifique. 43. No caso em tela, evidenciouse a ocorrência de simulação fraudulenta com vistas a afastar a ocorrência das obrigações tributárias. Logo, aplicável a qualificação da multa de ofício tal qual previsto pelo § 1º do artigo 44, da Lei 9.430/96. IV. Da impossibilidade de concomitância entre multas de ofício e isolada 44. Em que pese ser aplicável a multa de ofício e sua qualificação, não cabe aqui a aplicação de multa isolada de forma concomitante, conforme pretendem as autoridades fiscais às fls. 06/07 (IRPJ Estimativa Mensal) e fls. 21/22 (CSLL Estimativa Mensal), com fundamento no artigo 44, inciso II, alínea b, da Lei nº 9.430/1996 (redação dada pela Lei nº 11.488/2007). Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: Fl. 516DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 20 19 (...) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. 45. Por mais que a redação original do artigo 44, da Lei nº 9.430/1996 tenha sofrido alterações ao longo do tempo, estas não foram capazes de afastar a aplicação da Súmula CARF nº 105. Vejamos: Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Redação Original do artigo 44, §1º da Lei nº 9.430/1996 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: (...) § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: (Vide Medida Provisória nº 303, de 2006) (...) IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; 46. As alterações promovidas no art. 44 da Lei nº 9.430/96, pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, posteriormente convertida na Lei nº 11.488/07, não teriam afetado, substancialmente, a infração sujeita à aplicação da multa isolada, apenas reduzindo o seu percentual de cálculo e mantendo a vinculação da base imponível ao tributo devido no ajuste anual. 47. A própria Exposição de Motivos da Medida Provisória nº 351/07, limitouse a esclarecer que a alteração do artigo 44 da Lei nº 9.430/96, efetuada pelo artigo 14 do Projeto, tem o objetivo de reduzir o percentual da multa de ofício, lançada isoladamente, nas hipóteses de falta de pagamento mensal devido pela pessoa física a título de carnêleão ou pela pessoa jurídica a título de estimativa, bem como retira a hipótese de incidência da multa de ofício no caso de pagamento do tributo após o vencimento do prazo, sem o acréscimo da multa de mora. 48. E, caso se entenda que a identidade de bases de cálculo foi superada pela nova redação do dispositivo legal, subsiste o fato de as duas penalidades decorrerem de falta de recolhimento de tributo, o que importa o afastamento da penalidade menos gravosa. 49. Nessa linha, o r. Acórdão nº 1402001.369, que por maioria de votos, deu provimento ao Recurso Voluntário do contribuinte para afastar a multa isolada, verbis: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 517DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 21 20 Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 MULTA ISOLADA. ENCERRAMENTO DO ANO CALENDÁRIO. LANÇAMENTO DO TRIBUTO DEVIDO ACRESCIDO DE MULTA DE OFÍCIO E DE MULTA ISOLADA EM RELAÇÃO ÀS ESTIMATIVAS NÃO RECOLHIDAS. A multa isolada é sanção aplicável nos casos em que o sujeito passivo, no decorrer do anocalendário, deixar de recolher o valor devido a título de estimativas ou carnêleão. Encerrado o anocalendário não há o que se falar em recolhimento de carnê leão ou de estimativa, mas sim no efetivo imposto devido. Nas situações em que o sujeito passivo, de forma espontânea, oferecer os rendimentos ou lucros à tributação, acompanhado do pagamento dos tributos e juros, aplicase o instituto da denúncia espontânea previsto no disposto no artigo 138 do CTN. Nos casos de omissão, verificada a infração, apurase a base de cálculo e sobre o montante dos tributos devidos aplicase a multa de ofício, sendo incabível a exigência da multa isolada cumulada com a multa de ofício. A alteração do artigo 44, II, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 9.430, de 1996, pela Lei nº 11.488, de 2007, resultante da conversão da Medida Provisória 351, de 2007, não teve o condão de cumular a multa de ofício com a multa isolada, mas sim reduzir o percentual desta, quando devida, por se tratar de infração de menor gravidade. Ademais, o item 8 da exposição de motivos da citada Medida Provisória fala em “multa lançada isoladamente nas hipóteses de falta de pagamento mensal devido pela pessoa física a título de carnêleão ou pela pessoa jurídica a título de estimativa.” Assim, se estamos falando de multa isolada ela não pode ser cumulada com outra multa, sendo a primeira exigida, no decorrer do anocalendário, nas circunstâncias em que o contribuinte deixar de recolher os valores devidos a título carnê leão ou de estimativas e a segunda quando verificado omissão após o período de apuração e prazo para entrega da declaração Recurso de Oficio Negado. Recurso Voluntário Provido em Parte. (Processo nº 10920.004434/201031, Acórdão nº 1402001.369, 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária / 1ª Seção, Sessão de 10 de abril de 2013, Relator Moisés Giacomelli Nunes da Silva). 50. No presente caso, a ora Recorrente sequer realizou espontaneamente o pagamento do tributo e dos juros antes de alguma ação fiscal. A multa isolada foi lançada em face de ação fiscal, concomitante com a multa de ofício. 51. Diante do exposto, mesmo se tratando de fato gerador posterior a 31/12/2006, considero inaplicável a multa isolada em concomitância com a multa de ofício. V. Da Responsabilidade do Sócio Fl. 518DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 22 21 52. Por todo o já exposto nos itens II e III, resta imperativa a responsabilização nos termos do art. 135, III, do CTN, em que não se desconsidera a personalidade jurídica do contribuinte, mas inclui pessoalmente no polo passivo o administrador responsável pelos atos da empresa por conta de atuação com excesso de poderes e infração à lei. 53. No mesmo sentido, reproduzse trecho do acórdão nº 3301002.917 do CARF, nos autos do processo administrativo 10580.723686/201494, o qual se refere ao mesmo contribuinte e ao mesmo sócio: Por fim, no que concerne à responsabilização solidária do sócio diretor, estabelece o artigo 135, inciso III, do CTN, que "são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: [...] III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado". Como muito bem dito na decisão de primeira instância: Dos fatos narrados, e amplamente discutidos acima, não há dúvidas de que o Sr. Jacky Gert Kirsch Schnell, por razões que vão muito além do mero fato de ser o representante nas DIPJ, DACON e DCTF, deve, de fato, ser responsabilizado solidariamente. Afinal, não só é o responsável pelas declarações entregues, mas agiu com infração à lei, ao declarar à RFB informações falsas com o intuito de não pagar os tributos devidos. Por outro lado, restou demonstrado que a impugnante, utilizou juntamente com seu sócio diversos artifícios para reduzir o pagamento do tributo, evidenciando ter realizado procedimentos contábeis que afrontam a lei. Assim por ter agido com infração à lei, o representante da pessoa jurídica autuada é pessoalmente responsável pelos créditos correspondentes às obrigações tributárias resultantes de sua conduta. (grifos nossos) 54. Em vista do exposto, fica claro o preenchimento dos requisitos constantes do art. 135, III, do CTN para inclusão do sócio no polo passivo. Logo, fica mantida a responsabilidade. Conclusão 55. Diante do exposto, VOTO no sentido de CONHECER do presente RECURSO VOLUNTÁRIO, e, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO para afastar a multa isolada por falta de recolhimento ou recolhimento a menor de estimativas mensais relativas aos anos calendários de 2011 e 2012. É como voto. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Fl. 519DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 23 22 Voto Vencedor Trata este voto vencedor na questão: "IV. Da impossibilidade de concomitância entre multas de ofício e isolada". A multa isolada foi aplicada com base no 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II “c” do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%. As multas exigidas, juntamente com o tributo ou isoladamente, como definidas no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, vinculamse a infrações de natureza distinta. De fato, a multa exigida isoladamente decorre da falta de recolhimento das estimativas mensais devidas ainda que se apure prejuízo fiscal ao fim do períodobase. Por sua vez a multa de ofício é exigida sobre o valor do IRPJ ou CSLL anual que deixou de ser recolhido. Tanto são independentes as penalidades que pode haver a imposição de uma sem que haja o nascimento da outra, por exemplo, quando a contribuinte deixa de recolher as estimativas mas tenha apurado prejuízo fiscal ao final do anocalendário, conforme a alínea “b” do inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Citese Acórdão do CARF, que bem esclarece a questão e a aplicação da Súmula CARF nº 105: Acórdão CSRF nº 9101002.510, de 12 de dezembro de 2016 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JlRIDICA IRPJ Anocalendario: 2008. 2009 MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória n° 351. de 2007. no ait. 44. da Lei n° 9.430. de 1996. deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no anocalendário correspondente. No caso em apreço, não tem aplicação a Súmula CARF n° 105. eis que a penalidade isolada foi exigida após alterações promovidas pela Medida Provisória n° 351. de 2007. no ait. 44 da Lei n° 9.430. de 1996. Em 12/2014, foi editada: Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Fl. 520DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 24 23 Posteriormente à edição da Súmula nº 105, foi proferido o seguinte Acórdão CARF, do qual se transcrevem ementa e parte do voto vencedor: Data da Sessão: 03/03/2015 Nº Acórdão : 1301001.787 Data da publicação: 11/05/2015 Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas, e, por maioria de votos, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO no que diz respeito à tributação do ganho de capital. Vencidos os Conselheiros Carlos Augusto de Andrade Jenier (Relator) e Valmir Sandri. E, pelo voto de qualidade, mantida a multa isolada. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães relativo ao ganho de capital e à multa isolada. (Assinado digitalmente) ADRIANA GOMES REGO Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. (Assinado digitalmente) WILSON FERNANDES GUIMARÃES Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Adriana Gomes Rego (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson Da Silva Lucas, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Ementa Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: (...) MULTA ISOLADA. FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA. No caso de aplicação de multa de ofício sobre os tributos e contribuições lançados de ofício e de multa isolada em virtude da falta ou insuficiência de recolhimento de antecipações obrigatórias (estimativas), não há que se falar em aplicação concomitante sobre a mesma base de incidência, visto que resta evidente que as penalidades, não obstante derivarem do mesmo preceptivo legal, decorrem de obrigações de naturezas distintas. Inexiste, também, fator temporal limitador da aplicação da multa isolada, eis que a lei prevê a sua exigência mesmo na situação em que as bases de cálculo das exações são negativas. CONFISCO E CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. INCONSTITUCIONALIDADES. SÚMULA CARF N. 02. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (...) 2. Voto Vencedor: “No que diz respeito à MULTA ISOLADA, merece registro, em primeiro lugar, o tato de inexistir na tei instituidora da sanção a condição explicitada pelo Ilustre Conselheiro Relator, isto é, a lei, ao descrever as situações motivadoras da aplicação da penalidade, iiac fez menção à circunstância de que, encerrado o período de apuração, a penalidade nao poderia ser aplicada. Destaco que a norma impositiva estabelece de forma expressa que, ainda que se tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa, a sanção *aa ária deve ser aplicada, bastando para tanto que o sujeito passivo tenha incorrido na sua hir.ese de incidência, qual seja, deixar de ter Fl. 521DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 25 24 efetuado (ou ter efetuado com insuficiência) o recolhimento mensal incidente sobre a base de cálculo estimada. A conclusão, pois, dirigese no sentido de que o requisito condicionador da aplicação da penalidade indicado no pronunciamento do Ilustre Conselheiro Relator decorre de exercício de interpretação da norma sancionadora que, na visão do Colegiado, não pode ser recepcionado, sob pena de violação ao disposto no art. 97 do Código Tributário Nacional Filiouse também a Turma Julgadora ao entendimento de que inexiste duplicidade de incidência sobre um mesmo fato (concomitância), pois, na situação sob análise, estamos diante de duas infrações distintas, quais sejam: a) falta de recolhimento do imposto e da contribuição sobre o ganho de capital auferido; e b) falia de recolhimento das antecipações obrigatórias (estimativas). O entendimento é de que a norma legal aplicada, art. 44 da Lei n°. 9.430/96, revela obrigações distintas que, uma vez inobservadas, podem ensejar a aplicação da sanção. A primeira, consubstanciada no dever de recolher o imposto e a contribuição com base em estimativa a que se submetem as pessoas jurídicas que, por opção, apuram o resultado tributável anualmente. A segunda, decorrente da opção em questão, surge em consequência da eventual apuração de saldo positivo no resultado tributável anual. O tato de as infrações terem sido apuradas por meio de um mesmo procedimento revela, apenas, concomitância de verificação das irregularidades, não constituindo, contudo, causa capaz de fazer desaparecer a infração antes cometida. A variação do aspecto temporal da apuração reflete a evidência de que, no caso, estamos diante de duas infrações absolutamente distintas. Tomese, por exemplo, a situação em que, no curso do períodobase de incidência, apurouse receita omitida e, em razão disso, aplicouse a multa isolada em virtude da insuficiencia de recolhimento das estimativas devidas. Noutro momento, restou verificado que a mesma receita, antes omitida, também não foi considerada nas bases de cálculo do tributo e da contribuição devidos. Fica claro que, nessa circunstância, o tributo, assim como a contribuição, serão lançados com a multa de ofício correspondente, não havendo que se falar, nesse caso, em duplicidade de sanção sobre o mesmo fato. Cabe registrar que a multa isolada em questão teve por fundamento o art. 44, II, b, da Lei n° 9.430, de 1996, ou seja, com as alterações introduzidas pela Lei n° 11.488. de 2007. de modo que, aqui, não é aplicável a súmula CARF n° 105, recentemente publicada e que abaixo reproduzo: Súmula CARF Nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º. inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de oficio por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de oficio. (GRIFEI) Notese que o enunciado trata especificamente da multa isolada lançada com fundamento no art 44, § 1°, inciso IV, da Lei n° 9.430, de 1996, isto é, na redação original do dispositivo legal, antes, portanto, das alterações promovidas pela Lei n0 11.488, de 2007.” (Grifouse.) Fica evidente, portanto, que a legislação da multa isolada da presente capitulação legal não é a que é objeto da Súmula CARF nº 105. A presente autuação foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, c/c o art. 106, II “c” do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual de 75% para 50%, não se lhe aplicando, portanto a citada Súmula CARF nº 105. Fl. 522DF CARF MF Processo nº 10580.723522/201629 Acórdão n.º 1201002.166 S1C2T1 Fl. 26 25 Cabe manter as multas isoladas de 50% pela falta de recolhimento das estimativas mensais, pelas quais o contribuinte optou. Voto, por MANTER as multas de ofício isoladas, pela falta de recolhimento de estimativas mensais. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 523DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.729036/2016-14
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003, 2004
JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
As multas proporcionais aplicadas em lançamento de ofício, por descumprimento a mandamento legal que estabelece a determinação do valor de tributo administrado pela Receita Federal do Brasil a ser recolhido no prazo legal, estão inseridas na compreensão do § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo, portanto, suscetíveis à incidência de juros de mora à taxa SELIC.
Numero da decisão: 9101-003.464
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no me´rito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Luís Flávio Neto (relator), Cristiane Silva Costa, Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Flávio Franco Corre^a.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Luís Flávio Neto - Relator
(assinado digitalmente)
Flávio Franco Corre^a Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rêgo (Presidente), José Eduardo Dornelas Souza (Suplente convocado para os impedimentos).
Nome do relator: LUIS FLAVIO NETO
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LEGALIDADE. As multas proporcionais aplicadas em lançamento de ofício, por descumprimento a mandamento legal que estabelece a determinação do valor de tributo administrado pela Receita Federal do Brasil a ser recolhido no prazo legal, estão inseridas na compreensão do § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo, portanto, suscetíveis à incidência de juros de mora à taxa SELIC. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Luís Flávio Neto (relator), Cristiane Silva Costa, Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Flávio Franco Corrêa. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto Relator (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa – Redator designado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 90 36 /2 01 6- 14 Fl. 658DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 659 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rêgo (Presidente), José Eduardo Dornelas Souza (Suplente convocado para os impedimentos). Relatório Tratase de recurso especial interposto pela PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL (doravante “PFN” ou “recorrente”) em face do acórdão n. 1802 001.218 (doravante “acórdão a quo” ou “acórdão recorrido”), proferido pela então 2a Turma Especial, 1a Seção (doravante “Turma a quo”), em que figura como interessado PROJETOR CENTRAL COMERCIO DE TELEFONIA & EQUIPAMENTOS ELETRONICOS LTDA – ME (doravante “contribuinte” ou “recorrido”). O acórdão recorrido deu provimento parcial ao recurso voluntário do contribuinte, apenas para afastar a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, restando assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. PRESUNÇAÕ LEGAL. INVERSÃO DO ON̂US DA PROVA Caracterizam como omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito junto à instituica̧õ financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RECEITAS. FRAUDE/SONEGAÇÃO FISCAL. DOLO. MULTA QUALIFICADA A reiteração da omissão de receita, bem como a significan̂cia dos valores omitidos, permitem concluir que a infração não decorreu de mero erro cometido pelo sujeito passivo, e sim de sua vontade livre e consciente de evadirse do pagamento dos tributos devidos, caracterizando o evidente intuito de fraude/sonegação fiscal, que dá ensejo à aplicação da multa por infração qualificada, no percentual de 150%. DECADÊNCIA PARCIAL. INOCORRÊNCIA Comprovada a conduta de sonegação fiscal, que é dolosa, o termo inicial do prazo decadêncial de cinco anos para lançamento do crédito tributário conta se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. TRIBUTOS LANÇADOS DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA A partir de 1o de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF no 4). São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral (Súmula CARF no 5). COBRANÇA DE JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO LANÇADA JUNTAMENTE COM TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO. NÃO CABIMENTO Fl. 659DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 660 3 Os juros com base na taxa Selic não devem incidir sobre a multa de ofício lanca̧da juntamente com tributo ou contribuicã̧o, uma vez que o artigo 61 da Lei n.o 9.430/96 apenas impõe sua incidência sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições. Igualmente, não incidem os juros previstos no artigo 161 do CTN sobre a multa de ofício. As polêmicas e controvérsias sobre esse assunto vem de longa data, o que já fragiliza a tese em favor da incidência, pois, tratandose de norma punitiva, com implicacã̧o direta na dimensão da pena, não poderia o texto legal dar margem a tantas dúvidas. No âmbito das normas jurídicas de natureza punitiva, nenhuma pena, via de regra, vai sendo agravada com o decurso do tempo. Para que isso pudesse ocorrer (juros sobre a multa/penalidade), a Lei deveria ser muito clara a respeito, o que não se verifica no texto normativo vigente. TRIBUTAÇAÕ REFLEXA: PIS, COFINS E CSLL Tratandose de lanca̧mentos decorrentes, a decisão prolatada no lançamento matriz (IRPJ) é aplicável aos decorrentes, em razão da intima relaca̧õ de causa e efeito que os vincula, mormente quando inexistir razão fática ou jurídica para decidir diversamente. A PFN, então, interpôs recurso especial, requerendo a reforma do acórdão a quo para o restabelecimento do juros de mora sobre a multa de ofício (efls. 423 e seg.), o qual foi admitido por despacho (efls. 460 e seg.). O contribuinte apresentou contrarrazões, no qual, embora não se oponha ao conhecimento do recurso especial da PFN, requer lhe seja negado provimento, com a manutenção, nessa parte, da decisão recorrida (efls. 601 e seg.). O contribuinte também interpôs recurso especial (efls. 467 e seg.), requendo a reforma do acórdão a quo quanto aos temas da decadência parcial do lançamento e da qualificação da multa no percentual de 150%. Contudo, o referido recurso foi integralmente inadimitido por despacho (efls. 635 e seg.), contra o qual não foi oposto agravo (efls. 656 e seg.). Concluise, com isso, o relatório. Voto Vencido Conselheiro Luís Flávio Neto, Relator Compreendo que o despacho de admissibilidade bem analisou os requisitos para a admissibilidade do recurso especial da PFN, razão pela qual não merece reparos. Quanto ao mérito do recurso, a controvérsia interpretativa não se refere necessariamente à norma dos arts. 113 ou 139 do CTN. No âmbito do CTN, a questão reside mais precisamente na norma que se constrói a partir de seu art. 161. O art. 161 do CTN, cumprindo o papel previsto no art. 146 da Constituição Federal, estabelece norma geral, aplicável a todos os entes da federação, quanto à incidência de juros de mora, no percentual de 1%, sobre o crédito não integralmente pago no vencimento. Expressamente, contudo, o seu § 1° resguarda a cada um dos entes federados a competência para estabelecer regramento próprio. Cada ente federado, por meio de seu respectivo Poder Legislativo, poderá prescrever regramento próprio, com taxa de juros diferente daquela Fl. 660DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 661 4 prevista na norma geral (1%) ou, por exemplo, prever a incidência de juros de mora tanto sobre o débito principal quanto sobre as multas ou, ainda, estabelecer que os juros incidam apenas sobre o valor do débito principal, mas não sobre o das multas. A União, no caso, é exemplo de unidade federativa que, de longa data, produz regramentos próprios quanto à incidência de juros de mora sobre o crédito não integralmente pago no vencimento. Assim o fazendo, a União encontra resguardo jurídico no art. 161 do CTN, mas afasta a eficácia da norma geral veiculada neste dispositivo. Portanto, para a solução do caso concreto, a questão não se esgota com a compreensão da norma geral veiculada pelo CTN. É necessário saber qual o tratamento foi atribuído pelo legislador ordinário à materia, o que obriga que se considere o teor da Lei nº 9.430/1996, que dispõe: Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Como se pode observar, valendose de sua competência, o legislador ordinário decidiu: prever a incidência de juros de mora sobre multas isoladas pagos em atraso (Lei n. 9.430/96, art. 43); prever a incidência de juros de mora sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições pagos em atraso (Lei n. 9.430/96, art. 61); não prever nada quanto à incidência de juros de mora sobre multas de ofício. A evolução legislativa demonstra que não se trata de um silêncio insignificante, mas expressão de decisão consciente do legislador. As leis que se sucederam, em especial, o Decretolei n. 2.232/87, a Lei n. 7.691/88, a Lei n. 7.738/89, a Lei n. 7.799/89, a Lei n. 8.218/91, a Lei n. 8.383/91, a Lei n. 8.981/95, a Lei n. 9.430/96, a Lei n. 10.522/02, demonstram que a decisão do legislador variou no tempo, por vezes determinando a incidência de juros sobre a multa de ofício, por vezes a excluindo. Há uma diferenciação relevante: o Fl. 661DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 662 5 dispositivo não estabelece, por si, a incidência de alguma taxa de juros sobre a multa, mas possibilita que leis específicas a estabeleça.1 Essa retrospectiva é relevante para constatar que o legislador competente não agiu ao acaso: tratase de silêncio eloquente do legislador que, ao tutelar a matéria, deixou conscientemente de prever a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. Este já foi o entendimento adotado por este Tribunal administrativo, inclusive no âmbito da 1ª Turma da CSRF, como se observa dos seguintes exemplos: RECURSO ESPECIAL – CONHECIMENTO. Não deve ser conhecido o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional quando inexiste similitude fática entre o acórdão paradigma e o acórdão recorrido. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO INAPLICABILIDADE Os juros de mora só incidem sobre o valor do tributo, não alcançando o valor da multa ofício aplicada. (Processo nº 10680.002472/200723. Acórdão n. 9101000.722. CSRF, 15.12.2010.) JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFICIO INAPLICABILIDADE Os juros de mora só incidem sobre o valor do tributo, não alcançando o valor da multa aplicada. (Processo nº 16327.004079/200275. Acórdão n. 10196.008. TO, 01.03.2007) INCIDÊNCIA DE JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO INAPLICABILIDADE Não incidem os juros com base na taxa Selic sobre a multa de oficio, vez que o artigo 61 da Lei n.° 9.430/96 apenas impõe sua incidência sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições. Igualmente não incidem os juros previstos no artigo 161 do CTN sobre a multa de oficio. (Processo nº 10980.013431/200605. Acórdão nº 10196.607, TO, 06.03.2008) JUROS DE MORA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TAXA SELIC. — É cabível, no lançamento de oficio, a cobrança de juros de mora sobre o tributo ou contribuição, calculados com base na variação acumulada da Taxa Selic. Referidos juros não incidem sobre a multa de oficio lançada juntamente com o tributo ou contribuição, decorrente de fatos geradores ocorridos a partir de 1/01/1997, por absoluta falta de previsão legal. (Processo nº 16327.004252/200235. Acórdão nº 20216.397, TO, data da publicação 14.06.2005) Por todo o exposto, voto no sentido de conhecer e NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial. 1 Nesse sentido, vide, por exemplo: FAJERSZTAJN, Bruno. Exigência de juros de mora sobre as multas de ofício no âmbito da Secretaria da Receita Federal, in Revista Dialética de Direito Tributário v. 132. São Paulo : Dialética, 2006, p. 27 e seg. Fl. 662DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 663 6 (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto Fl. 663DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 664 7 Voto Vencedor Conselheiro Flávio Franco Corrêa – Redator designado. Coubeme o voto vencedor da questão que discute a incidência de juros de mora sobre a multa proporcional de ofício. O ponto crucial da dúvida está na redação do § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, verbis: “Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei nº 9.716, de 1998) Mais especificamente, objetivase descortinar se, nos débitos a que se refere o § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, estão incluídos o tributo suprimido ao Erário e a multa proporcional aplicada mediante lançamento de ofício, ou somente o valor do tributo suprimido. De início, devese aludir à disposição normativa de onde emana a vedação à incidência de juros de mora sobre a multa de mora, conforme prevê o parágrafo único do artigo 16 do Decretolei nº 2.323/1987, com a redação dada pelo artigo 6º do Decretolei nº 2.331/1987, verbis: “Art. 6º. Os arts. 15 e 16 do Decretolei nº 2.323, de 26 de fevereiro de 1987, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 15. Os débitos para com a Fazenda Nacional, de natureza tributária, para com o Fundo de Investimento Social (Finsocial) e para com o Fundo de Participação PISPasep, não pagos no vencimento, serão acrescidos de multa de mora. Parágrafo único. A multa de mora será de vinte por cento sobre o valor monetariamente atualizado do tributo ou contribuição, sendo reduzida a dez por cento se o pagamento for efetuado até o último dia útil do terceiro mês subseqüente àquele em que tiver ocorrido o vencimento do débito. Art. 16. Os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional, para com o Fundo de Participação PISPasep, assim como aqueles decorrentes de empréstimo compulsórios, serão acrescidos, na via administrativa ou judicial, de juros de mora, contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de um por cento Fl. 664DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 665 8 ao mês calendário ou fração e calculados sobre o valor monetariamente atualizado na forma deste decretolei. Parágrafo único. Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora de que trata o artigo anterior." Percebase que o Decretolei nº 2.323/1987, ao ressalvar a multa de mora, não vedou a incidência dos juros de mora sobre a multa proporcional aplicada mediante lançamento de ofício. Por outro lado, o § 3º do artigo 950 do Decreto nº 3000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99) estabelece que a multa de mora não deve ser aplicada se o tributo suprimido ao Erário já tiver servido de base de cálculo para a multa proporcional decorrente de lançamento de ofício, verbis: “Art. 950. Os débitos não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61). § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 1º). § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 2º). § 3º A multa de mora prevista neste artigo não será aplicada quando o valor do imposto já tenha servido de base para a aplicação da multa decorrente de lançamento de ofício.” (grifei) Assim, a expressão “os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal”, constante do caput do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, deve ser interpretada no sentido de compreender, para fins de incidência dos precitados juros moratórios, a diferença do tributo não recolhida até a data de seu vencimento, em razão de sua equivocada determinação, e a consequente multa aplicada mediante lançamento de ofício. Para tal empreitada exegética, é preciso considerar os artigos 113, § 1º; 139 e 161, caput e § 1º, do Código Tributário Nacional (CTN), verbis: “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente.” “Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.” “Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês.” Fl. 665DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 666 9 A teor dos artigos suprarreferidos: a) o crédito tributário é uma decorrência da obrigação tributária principal (CTN, artigo 139); b) essa obrigação tem por objeto o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária imposta como consequência do descumprimento do dever legal de entregar ao Estadocredor, no prazo legal, o valor integral do tributo, apurado em consonância com as normas legais (CTN, § 1º do artigo 113); c) o crédito não integralmente pago no vencimento, de que trata o caput do artigo 161 do CTN, não se resume ao valor do tributo suprimido ao Erário, porquanto a infração consistente na supressão do tributo é fato gerador da multa proporcional a ser aplicada mediante lançamento de ofício. Portanto, o § 3º do artigo 161 do CTN abarca o valor do tributo suprimido e a multa a ser aplicada de ofício, em decorrência da supressão do tributo. Em apoio à interpretação aqui defendida, trazse à colação o REsp nº 1.129.990PR, publicado no Dje no dia 14/09/2009, relator Ministro Castro Meira: “Da sistemática instituída pelo art. 113, caput e parágrafos, do Código Tributário NacionalCTN, extraise que o objetivo do legislador foi estabelecer um regime único de cobrança para as exações e as penalidades pecuniárias, as quais caracterizam e definem a obrigação tributária principal, de cunho essencialmente patrimonialista, que dá origem ao crédito tributário e suas conhecidas prerrogativas, como, a título de exemplo, cobrança por meio de execução distinta fundada em Certidão de Dívida AtivaCDA. A expressão "crédito tributário" é mais ampla do que o conceito de tributo, pois abrange também as penalidades decorrentes do descumprimento das obrigações acessórias. Em sede doutrinária, ensina o Desembargador Federal Luiz Alberto Gurgel de Faria que, "havendo descumprimento da obrigação acessória, ela se converte em principal relativamente à penalidade pecuniária (§ 3º), o que significa dizer que a sanção imposta ao inadimplente é uma multa, que, como tal, constitui uma obrigação principal, sendo exigida e cobrada através dos mesmos mecanismos aplicados aos tributos " (Código Tributário Nacional Comentado: Doutrina e Jurisprudência, Artigo por Artigo. Coord.: Vladimir Passos de Freitas. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2ª ed., 2004, p. 546) De maneira simplificada, os juros de mora são devidos para compensar a demora no pagamento. Verificado o inadimplemento do tributo, advém a aplicação da multa punitiva que passa a integrar o crédito fiscal, ou seja, o montante que o contribuinte deve recolher ao Fisco. Se ainda assim há atraso na quitação da dívida, os juros de mora devem incidir sobre a totalidade do débito, inclusive a multa que, neste momento, constitui crédito titularizado pela Fazenda Pública, não se distinguindo da exação em si para efeitos de recompensar o credor pela demora no pagamento. (grifei) Em suma, o crédito tributário compreende a multa pecuniária, o que legitima a incidência de juros moratórios sobre a totalidade da dívida. Rematando, confirase a lição de Bruno Fajerstajn, encampada por Leandro Paulsen (Direito Tributário Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e Fl. 666DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 667 10 da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 9ª ed., 2007, p. 1.027 1.028): "A partir da redação do dispositivo, fica evidente que os tributos não podem corresponder à aplicação de sanção pela prática de ato ilícito, diferentemente da penalidade, a qual, em sua essência, representa uma sanção decorrente do descumprimento de uma obrigação. A despeito das diferenças existentes entre os dois institutos, ambos são prestações pecuniárias devidas ao Estado. E no caso em estudo, as penalidades decorrem justamente do descumprimento de obrigação de recolher tributos. Diante disso, ainda que inconfundíveis, o tributo e a penalidade dele decorrente são figuras intimamente relacionadas. Ciente disso, o Código Tributário Nacional, ao definir o crédito tributário e a respectiva obrigação, incluiu nesses conceitos tanto os tributos como as penalidades. (grifei) Com efeito, o art. 139 do Código Tributário Nacional define crédito tributário nos seguintes termos: 'Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta'. Já a obrigação principal é definida no art. 113 e no parágrafo 1º. Vejase: 'Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente'. Como se vê, o crédito e a obrigação tributária são compostos pelo tributo devido e pelas penalidades eventualmente exigíveis. No entanto, essa equiparação, muito útil para fins de arrecadação e administração fiscal, não identifica a natureza jurídica dos institutos. (...) (grifei) O Código Tributário Nacional tratou da incidência de juros de mora em seu art. 161. Confirase: 'Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito' A redação deste dispositivo permite concluir que o Código Tributário Nacional autoriza a exigência de juros de mora sobre 'crédito' não integralmente recolhido no vencimento. Ao se referir ao crédito, evidentemente, o dispositivo está tratando do crédito tributário. E conforme demonstrado no item anterior, o crédito Fl. 667DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 668 11 tributário decorre da obrigação principal, na qual estão incluídos tanto o valor do tributo devido como a penalidade dele decorrente. (grifos no original) Sendo assim, considerando o disposto no caput do art. 161 acima transcrito, é possível concluir que o Código Tributário Nacional autoriza a exigência de juros de mora sobre as multas" (Exigência de Juros de Mora sobre as Multas de Ofício no Âmbito da Secretaria da Receita Federal. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, n. 132, p. 29, setembro de 2006). (grifos no original) Ante o exposto, dou provimento ao recurso especial.”(grifos no original) Essa é a diretriz a ser seguida, para se descortinar o alcance do § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, fundamento legal da multa aplicada no caso concreto. Do preceito acima invocado, destacase a incidência de juros de mora sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições. Facilmente se infere que as multas ora comentadas só nascem porque há tributo devido a ser exigido de ofício. Não houvesse tributo sonegado, não haveria multa proporcional a ser lançada de ofício. Essa deve ser a linha de raciocínio para o desvendamento do que se pode entender no âmbito da expressão “débitos decorrentes de tributos e contribuições.” Pelas razões acima referidas, as multas proporcionais aplicadas em lançamento de ofício, por descumprimento a mandamento legal que estabelece a determinação do valor de tributo administrado pela Receita Federal do Brasil a ser recolhido no prazo legal, estão inseridas na compreensão do § 3º do artigo 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo, portanto, suscetíveis à incidência de juros de mora à taxa SELIC. Alfim, salientase que a Câmara Superior já decidiu segundo a linha exegética aqui anunciada: “JUROS DE MORA — MULTA DE OFICIO — OBRIGAÇÃO PRINCIPAL— A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de oficio proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic”. (Acórdão CSRF/0400.651, de 18/09/2007, processo nº 16327.002231/200285, Relator Conselheiro Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho) “JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.” (Acórdão nº 910100.539, de 11/03/2010, processo nº 16327.002243/9971, Relator Conselheiro Valmir Sandri, Redatora Designada Conselheira. Viviane Vidal Wagner) À luz dos argumentos expostos, impõese reconhecer a legalidade da incidência dos juros de mora, calculado com base na taxa SELIC, sobre a multa aplicada. Fl. 668DF CARF MF Processo nº 10580.729036/201614 Acórdão n.º 9101003.464 CSRFT1 Fl. 669 12 CONCLUSÃO: devese conhecer do Recurso Especial da PGFN para, no mérito, darlhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa. Fl. 669DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002183/2010-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1996 a 30/11/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.193
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1996 a 30/11/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
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NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 21 83 /2 01 0- 14 Fl. 137DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 138DF CARF MF Processo nº 19515.002183/201014 Acórdão n.º 2201004.193 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 139DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 19515.002183/201014 Acórdão n.º 2201004.193 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 141DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 142DF CARF MF
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Numero do processo: 18471.002222/2003-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 20/08/1998 a 30/11/2000
PIS. AUTO DE INFRAÇÃO PRECEDIDO DE PEDIDO DE RESTITUIÇÃO CUMULADO COM RESTITUIÇÃO. CRÉDITOS ORIUNDOS DE PAGAMENTO A MAIOR POR CONTA DOS DECRETOS-LEIS 2.445/88 E 2.449/88. DECADÊNCIA DECLARADA EM PROCESSO ANTECEDENTE QUE AFETA O JULGADO.
Declarada a decadência do direito de pleitear a restituição em processo que originou créditos objeto do lançamento neste processo, não se torna possível o abatimento ou cancelamento da autuação fiscal, por força da coisa julgada.
Numero da decisão: 3401-004.469
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente
(assinado digitalmente)
André Henrique Lemos - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, André Henrique Lemos, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Mara Cristina Sifuentes e Tiago Guerra Machado. Ausente à sessão o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida.
.
Nome do relator: ANDRE HENRIQUE LEMOS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 20/08/1998 a 30/11/2000 PIS. AUTO DE INFRAÇÃO PRECEDIDO DE PEDIDO DE RESTITUIÇÃO CUMULADO COM RESTITUIÇÃO. CRÉDITOS ORIUNDOS DE PAGAMENTO A MAIOR POR CONTA DOS DECRETOS-LEIS 2.445/88 E 2.449/88. DECADÊNCIA DECLARADA EM PROCESSO ANTECEDENTE QUE AFETA O JULGADO. Declarada a decadência do direito de pleitear a restituição em processo que originou créditos objeto do lançamento neste processo, não se torna possível o abatimento ou cancelamento da autuação fiscal, por força da coisa julgada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente (assinado digitalmente) André Henrique Lemos - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, André Henrique Lemos, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Mara Cristina Sifuentes e Tiago Guerra Machado. Ausente à sessão o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida. .
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 20/08/1998 a 30/11/2000 PIS. AUTO DE INFRAÇÃO PRECEDIDO DE PEDIDO DE RESTITUIÇÃO CUMULADO COM RESTITUIÇÃO. CRÉDITOS ORIUNDOS DE PAGAMENTO A MAIOR POR CONTA DOS DECRETOSLEIS 2.445/88 E 2.449/88. DECADÊNCIA DECLARADA EM PROCESSO ANTECEDENTE QUE AFETA O JULGADO. Declarada a decadência do direito de pleitear a restituição em processo que originou créditos objeto do lançamento neste processo, não se torna possível o abatimento ou cancelamento da autuação fiscal, por força da coisa julgada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente (assinado digitalmente) André Henrique Lemos Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 22 22 /2 00 3- 37 Fl. 307DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, André Henrique Lemos, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Mara Cristina Sifuentes e Tiago Guerra Machado. Ausente à sessão o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida. . Relatório Tratase de recurso voluntário, referente a exigência do PIS, acrescida de multa de ofício e juros de mora, relativo aos fatos geradores de 31/01/1998 a 30/06/2003, vez que se constatou apurada entre o valor apurado e o pago/compensado (efl. 70), acrescido de juros de mora e multa de 75%. Diz a Recorrente à efl. 14 e seguintes que recolheu o PIS, no período de setembro de 1988 a outubro de 1995, com base nos DecretosLeis 2.445 e 2.449, ambos de 1988, declarados inconstitucionais pelo STF (RE 148.7542), suspensos pela Resolução 49/1995, do Senado Federal, e por consequência, teria o direito à compensação/restituição com parcelas de todos e quaisquer tributos administrados pela SRF. Adoto partes do Relatório da DRJ de Nova Iguaçu/RJ (efls. 141 e seguintes), o qual bem descreveu os fatos dos autos: Fl. 308DF CARF MF Processo nº 18471.002222/200337 Acórdão n.º 3401004.469 S3C4T1 Fl. 302 3 À efl. 139, a DRJ/RJ I, por unanimidade de votos, considerou procedente o lançamento, de acordo com a ementa abaixo transcrita: Fl. 309DF CARF MF 4 A Recorrente foi intimada da decisão em 16/02/2007 (efl. 152) e interpôs recurso voluntário, dia 16/03/2007 (efls. 153 e seguintes), afirmando em síntese: 1. Que o objeto do recurso voluntário, referente ao processo 13709.001156/200252 contempla: "PEDIDO DE RESTITUIÇÃO CUMULADO COM PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO", portanto, a afirmação da i. relatora de que somente se refere à restituição afronta totalmente com o que disse a Recorrente; 2. Que todas as compensações foram devidamente informadas à Receita Federal por meio de DCTF´s, e por conseguinte, a afirmação da i. relatora de que "a compensação feita pela interessada foi operacionalizada em sua escrituração e não perante a Receita Federal", não corresponde com a realidade dos fatos e do direito. 3. Que as DCTF´s são válidas como declaração de compensação, pois no início de 2002, quando da ocorrência das compensações, o procedimento comumente era por meio de DCTF´s, e mais, sempre vinculado ao processo de restituição cumulado com compensação, de número 10073.001483/200159. Citou jurisprudência do STJ e deste Tribunal. 4. Que o devido processo legal (art. 5°, incisos LIV e LV, da CF/88), determina que a apresentação de defesa e interposição de recurso na esfera administrativa, suspendem a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, III, CTN c/c arts. 14 e 33, do D. 70.235/72). 5. Que são nulos os despachos e decisões proferidos com preterição do direito de defesa (art. 59, o D. 70.235/72). 6. Que a manifestação de inconformidade se equipara aos efeitos da apresentação de impugnação, por força do art. 4°§§ 4° e 5°, da MP 75/2002. Assim, existindo processo principal (13709.001156/200252) e pendendo de decisão definitiva na esfera administrativa, não há se falar em exigência dos créditos destes autos, vez se encontram com a exigibilidade suspensa. À efl. 212 e seguintes, sobreveio Resolução 340100.008 deste Tribunal, à unanimidade de votos, converteu o julgamento em diligência, determinandose o aguardo da decisão final no processo 13709.001156/200252. À efl. 240, a Recorrente peticionou, informando que os créditos do PIS, de 01/10/2002 a 01/06/2003, foram definitivamente extintos, por compensações homologadas tacitamente, por intermédio de despacho nos autos do processo 15374.001024/200528, devendose ser imediatamente expurgados do lançamento fiscal. É o relatório. Fl. 310DF CARF MF Processo nº 18471.002222/200337 Acórdão n.º 3401004.469 S3C4T1 Fl. 303 5 Voto Conselheiro André Henrique Lemos, relator O recurso voluntário é tempestivo, como aliás, atestado na Resolução 3401 00.008, portanto, dele tomo conhecimento. Primeiramente se analisará questão que se julga de preliminar, qual seja, a arguição de nulidade de despachos e decisões proferidos com preterição do direito de defesa (art. 59, o D. 70.235/72), conforme exposto no item 5 deste Relatório. Compulsando os autos não se vê a presença de mácula ao artigo 59, do Decreto 70.235/72, conforme articulado pela Recorrente, vez que esta apresentou sua impugnação, teve o direito de produção de prova, assim como, da decisão da DRJ, interpôs seu recurso voluntário, tudo isto sem quebra do direito à ampla defesa. Deste modo, afastase tal argumento. No mérito, entendese há uma questão preliminar, qual seja, sobre o resultado do julgamento do 13709.001156/200252, vez que Resolução 340100.008 deste Tribunal, à unanimidade de votos, converteu o julgamento do presente feito em diligência, determinando se o aguardo da decisão final no referido processo. Ao julgar o feito, decidiu o então Segundo CC, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário (acórdão 125.214, julgamento em 23/02/2005): PIS. DECADÊNCIA. DIREITO CREDITÓRIO RELATIVO A. RECOLHIMENTOS OCORRIDOS MEDIANTE AS REGRAS ESTABELECIDAS PELA LEI COMPLEMENTAR N° 7/70. A decadência do direito de pleitear a restituição tem como prazo inicial, na hipótese dos autos, a data da publicação da Resolução do Senado que retira a eficácia da lei declarada inconstitucional (Resolução do Senado Federal n°49, de 09/10/95, publicada em 10/10/95). Assim, a partir de tal data, contase 05 (cinco) anos até a data do protocolo do pedido (termo final). In casu, ocorreu a decadência do direito postulado. Recurso negado. Concluiu o voto vencedor da conselheira Maria Teresa Martínez López: Assim, como conclusão, tendo em vista que a Resolução n° 49 do Senado Federal é de outubro de 1995, claro que o pedido protocolado apresentado em 08/04/02, fora está do período dos 05 anos, da data da mencionada resolução. Temse que tal entendimento passou em julgado, cujo nascedouro é o pedido de compensação/restituição feito em 08/04/2002, e que, no entendimento da Recorrente, tivera Fl. 311DF CARF MF 6 gerado créditos a serem compensados com débitos objeto da autuação fiscal do presente contencioso. De bom alvitre ressalvar o que ficou consignado à efl. 70, do auto de infração: Ora, se na origem da existência dos créditos (processo 13709.001156/2002 52), o então Conselho de Contribuintes decidiu que o pedido de restituição/compensação teria sido atingido pela decadência, por corolário que tal decisão se estendeu ao feito que se julga. Noutro falar, decaído o pedido de restituição/compensação lá, sem crédito a abater/cancelar a autuação aqui, vez que é preciso respeito à coisa julgada. Frisese que à época do julgamento do aludido do processo (2005), o entendimento foi de que os protocolos dos pedidos de restituição deveriam respeitar o prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da publicação da Resolução Senatorial que retirou os DecretosLeis do mundo jurídico. Sabese que em 2012 sobreveio a Súmula CARF 91, mudandose esta contagem para 10 (dez) anos contados do fato gerador, o que poderia, em tese, mudar o destino do presente feito, todavia, a coisa julgada perpetrada no processo 1370.001156/200252 transcende o referido feito e atinge o que se ora julga, vez que a origem, repetese, tratase do mesmo pedido de restituição. A obediência à coisa julgada é medida que se impõe. Por estas razões, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Diante do exposto, votase no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. André Henrique Lemos Fl. 312DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18470.721513/2014-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2013
COMPENSAÇÃO
Compensação que utiliza crédito oriundo de titulo público deve ser considerada como não declarada.
MULTA DE OFÍCIO
Apurado que o débito constante em compensação considerada como não declarada não foi incluído na DCTF respectiva, este deve ser objeto de auto de infração e sobre ele recai a multa de ofício de 75%.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.656
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Processo julgado em sessão de julgamento do dia 19/04/2018, no período da tarde.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Cássio Schappo (suplente convocado).
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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MULTA DE OFÍCIO Apurado que o débito constante em compensação considerada como não declarada não foi incluído na DCTF respectiva, este deve ser objeto de auto de infração e sobre ele recai a multa de ofício de 75%. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Processo julgado em sessão de julgamento do dia 19/04/2018, no período da tarde. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Cássio Schappo (suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 0. 72 15 13 /2 01 4- 91 Fl. 272DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora/MG. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Trata o presente processo de Auto de Infração, lavrado em face da contribuinte acima identificada para exigência das Contribuições para o PIS (fls. 121/126) e Cofins (fls. 127/132), no regime cumulativo, acrescido de juros e de multa de ofício de 75%, em virtude do não recolhimento dos tributos, referente aos períodos de apuração de fevereiro e março de 2013, totalizando R$ 22.518.421,45. Depreendese do Termo de Verificação Fiscal (fls. 110/120) que a contribuinte apresentou no PAF nº 18470.730.886/201291 pedido de restituição de crédito oriundo de Título da Dívida Pública denominado “Obrigações do Reaparelhamento Econômico” no valor de R$ 30.026.108,52 e, com lastro neste pedido, protocolou 8 declarações de compensação com diversos débitos a serem compensados com o crédito pleiteado. Após análise fiscal, foi emitido o Parecer Conclusivo nº 276/2013 pela Diort/EQPEJ (fls. 29/42), que, em virtude de a pretensão pleiteada pela contribuinte se tratar de hipótese expressamente defesa pela legislação em vigor, considerou não formulado o pedido de restituição e, em consequência, não declaradas as compensações pretendidas. O Despacho Decisório (fls. 43/44) acolheu as razões do Parecer em referência e decidiu considerar o pedido de restituição não formulado e as compensações não declaradas. Elaborouse Representação Fiscal (PAF nº 18470.729.386/201397) para lançamento de multa de ofício sobre os débitos consignados nas DCOMP, considerados, portanto, declarados, bem como para fins de lançamento de ofício de tributos não declarados em DCTF. Neste processo foram lançados os valores não confessados/declarados em DCTF/Dcomp referentes às Contribuições para o PIS e Cofins em auto de infração formalizado em 17/03/2014. Cientificada do Auto de Infração e do Termo de Verificação e Constatação, a empresa apresentou sua defesa alegando: impossibilidade da aplicação conjunta das multas de ofício e isolada; o lançamento é um procedimento fiscal diverso do auto de infração; a empresa não praticou nenhum ilícito, que é premissa para a lavratura de um auto de infração; Fl. 273DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 4 3 todos os elementos constantes no auto foram fornecidos pela própria empresa; a empresa apurou prejuízo fiscal no período, inexistindo, portanto, imposto ou contribuição devidos na declaração de ajuste anual; existe jurisprudência deste Conselho no sentido de ser incabível aplicação de multa isolada sobre estimativas mensais após o encerramento do anocalendário, especialmente quando não há saldo de tributo a recolher, requerendo, ao final, que seja julgada improcedente o lançamento; o crédito em debate não tem natureza de título da dívida pública, mas natureza contratual. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG, por intermédio da 2ª Turma, no Acórdão nº 0952.535, sessão de 26/06/2014 julgou improcedente a impugnação e manteve a exigência fiscal formalizada em auto de infração. O acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2013 COMPENSAÇÃO Compensação que utiliza crédito oriundo de titulo público deve ser considerada como não declarada. MULTA DE OFÍCIO Apurado que o débito constante em compensação considerada como não declarada não foi incluído na DCTF respectiva, este deve ser objeto de auto de infração e sobre ele recai a multa de ofício de 75%. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 230/241) no qual repisa os mesmos fundamentos e argumentos de defesa na impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade razão pela qual dele tomo conhecimento. Conforme se verifica nos autos, a lide está vinculada às exigências de PIS e Cofins formalizadas em auto de infração em decorrência das compensações, cujos débitos Fl. 274DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 5 4 foram informados, contudo, não declarados em DCTF, que restou considerada não declarada em processo próprio. No recurso voluntário, a contribuinte repisa os mesmos argumentos suscitados na impugnação cujas ênfases, e principais matérias de defesa, cingiramse à (i) irresignação quanto à impossibilidade de utilização de créditos advindos de Obrigações do Reaparelhamento Econômico, cuja natureza é de título público e (ii) a aplicação da multa isolada de 75% em face da compensação considerada não declarada, prevista no § 4º do art. 18 da Lei nº 10.833/2003; (iii) aplicação da multa isolada de 50% sobre as estimativas de IRPJ e CSLL não recolhidas no ano de 2003; e (iv) aplicação da multa de 75%, quando apurado falta ou insuficiência do pagamento do tributo, a teor do inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96. A matéria compensação foi tratada no processo 18470.730.886/201291, que se encontra com fase administrativa encerrada; a multa de que trata o § 4º do art. 18 da Lei nº 10.833/03 foi formalizada e teve prosseguimento no processo nº 18470.721517/201479; as multa aplicada sobre as estimativas de IRPJ e CSLL foram atuadas no processo nº 18470.721515/201480. Assim, resta o contencioso exclusivamente acerca dos débitos de PIS e Cofins não compensados e nem declarados e a multa de ofício da inexistência de pagamento. A mesma matéria versada nestes autos envolvendo a exigência de tributo não compensado, em razão da DCOMP ser considerada não declarada pelos mesmos motivos (utilização de pretenso crédito decorrente de Obrigações do Reaparelhamento Econômico), teve decisão em recurso voluntário da empresa MAPTEC COMERCIO E REPRESENTACAO LTDA, no acórdão nº 3401003.808, de 26/06/2017, processo nº 18470.721514/201435, que tratou de lançamento do IPI, o qual, por unanimidade de votos, confirmou a decisão da DRJ, corroborando os mesmos argumentos da 1ª instância, que restou assim ementada: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO Compensação que utiliza crédito oriundo de título público deve ser considerada como não declarada. MULTA DE OFÍCIO Apurado que o débito constante em compensação considerada como não declarada não foi incluído na DCTF respectiva, este deve ser objeto de auto de infração e sobre ele recai a multa de ofício de 75%. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. MATÉRIA ESTRANHA AO PROCESSO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. DEVER DE FUNDAMENTAÇÃO. MATÉRIA NÃO CONTESTADA EM SEDE DE IMPUGNAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 275DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 6 5 Operase a preclusão da matéria não contestada expressamente. O recurso voluntário, ao tratar de matéria estranha ao processo e não contestada em sede de impugnação, não pode ser conhecido. Inteligência do art. 63 da Lei nº 9.784/1999 e do art. 17 do Decreto nº 70.235/1972. Quanto à cobrança dos valores de tributos não declarados, nem confessados, por meio de auto de infração peço vênia para reproduzir os fundamentos de parte do voto no acórdão nº 3401003.808 e fazêlos minhas razões de decidir, por concordância com seu relator: (...) 9. Naquilo que respeita à pretensão formulada de se realizar a compensação de débitos de IPI com os créditos oriundos de Título da Dívida Pública denominado “Obrigações do Reaparelhamento Econômico”, transcrevemos trecho da decisão recorrida que tratou especificamente da matéria: “As compensações foram consideradas como não declaradas tendo em vista que os pretensos créditos usados pela interessada dizem respeito a Obrigações do Reaparelhamento Econômico, de que trata a Lei nº 1.474/51. Sendo assim, por expressa determinação legal, como tais Obrigações do Reaparelhamento Econômico revestemse da natureza jurídica de títulos públicos, não são passíveis de restituição ou ressarcimento, as compensações que utilizam esse tipo de crédito devem ser consideradas como não declaradas, conforme determina a legislação de regência abaixo transcrita: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)(Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) c) refirase a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) (grifei) Assim, em face da expressa determinação legal acima transcrita, as compensações foram corretamente consideradas Fl. 276DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 7 6 como não declaradas e como os débitos compensados não foram declarados nas DCTFs respectivas foi lavrado o presente auto de infração” – (seleção e grifos nossos). 10. De fato, diante da inexistência de decisão judicial específica, inviável a compensação com títulos públicos devido não apenas à ausência de previsão legal, mas de proibição específica. 11. Em igual sentido, a remansosa jurisprudência desta 3ª Seção, conforme Acórdão CARF nº 3301002.907, proferido em sessão de 17/03/2016, de relatoria do Conselheiro Andrada Marcio Canuto Natal, cuja ementa abaixo se transcreve: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/05/2011 a 31/10/2011 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Não há que se cogitar de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais, o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento e inexiste qualquer indício de violação às determinações contidas no art. 142 do CTN ou nos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972. PIS. COFINS. COMPENSAÇÃO. TÍTULOS PÚBLICOS. AUSÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL. Correto o lançamento fiscal para exigência do PIS e Cofins não declarados em DCTF e Dcomp e que teriam sido objeto de compensação, somente na escrita contábil, com supostos créditos decorrentes de títulos públicos, sem amparo em qualquer decisão judicial. OMISSÃO DE INFORMAÇÕES. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. Constitui evidente intuito de fraude a omissão de informações relativas a compensações efetuadas em desrespeito a disposição expressa da legislação tributária. O procedimento adotado revela a nítida intenção de evitar ou retardar o conhecimento da autoridade tributária a respeito das compensações realizadas. Recurso Voluntário Negado Há inconformismo da recorrente em relação à aplicação da multa de ofício de 75% prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96 que alega duplicidade de penalização pelos mesmos fatos a cobrança de PIS e Cofins que se pretendia compensar na Dcomp considerada não declarada em razão da exigência da multa isolada de que trata o § 4º, do art. 18 da Lei nº 10.833/03. Aduz a interessada que a suposta infração foi sancionada com a multa isolada, não cabendo mais a imposição da multa de ofício, contestada no presente processo. Fl. 277DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 8 7 A matéria foi bem enfrentada na decisão recorrido e por aquiescer integralmente com seus fundamentos reproduzo parte de seu voto fazendoo minha razão de decidir: A impugnante alega que “foi penalizado com duas multas”, no entanto, cumpre esclarecer que essas multas a que ela se refere possuem fatos geradores distintos, senão vejamos. A multa constante do auto de infração acostado ao processo nº 18470.721517/201479, cuja impugnação está sendo julgada nesta mesma sessão de julgamento, se refere à multa regulamentar prevista no § 4º do art. 18 da Lei 10.833/2003, enquanto a multa de oficio de 75% aplicada sobre o valor dos débitos cujas compensações foram consideradas como não declaradas tem escopo no art. 44 da Lei n.º 9.430/96. Cumpre esclarecer que essa multa destinase a punir o contribuinte quando este não tiver cumprido, espontaneamente, mesmo com atraso, obrigação tributária à qual estava sujeito desde a ocorrência do fato gerador. O lançamento de ofício é um procedimento fiscal, e como tal deve ser, em relação a ele, observadas as normas do artigo 7º, inciso I e §§ 1º e 2º, do Decreto nº 70.235/72. Em sintonia com o disposto no artigo 138, parágrafo único, do CTN, esse ato tem o condão de excluir a espontaneidade do sujeito passivo e de todos os demais envolvidos nas infrações verificadas. Logo, iniciada a ação fiscal o sujeito passivo está sujeito às penalidades próprias do procedimento de ofício, inclusive à multa de ofício. Assim, na forma do inciso I, do artigo 44, da Lei n.º 9.430/96, quando for apurada falta ou insuficiência de recolhimento do imposto de renda e das contribuições, a multa a ser aplicada de ofício é de 75%. Conclusão Diante de todo o exposto, VOTO para NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendose a exigência do crédito tributário lançado Paulo Roberto Duarte Moreira Fl. 278DF CARF MF Processo nº 18470.721513/201491 Acórdão n.º 3201003.656 S3C2T1 Fl. 9 8 Fl. 279DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 17613.720053/2016-19
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
PENSÃO ALIMENTÍCIA. REQUISITOS.
Da legislação de regência, extrai-se que são requisitos para a dedução da despesa com pensão alimentícia: a) a comprovação do efetivo pagamento dos valores declarados; b) que o pagamento tenha a natureza de alimentos; c) que a obrigação seja fixada em decorrência das normas do Direito de Família; e d) que seu pagamento esteja de acordo com o estabelecido em decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou, ainda, a partir do ano-calendário 2007, em conformidade com a escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Numero da decisão: 2001-000.370
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernanda Melo Leal - Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2013 PENSÃO ALIMENTÍCIA. REQUISITOS. Da legislação de regência, extrai-se que são requisitos para a dedução da despesa com pensão alimentícia: a) a comprovação do efetivo pagamento dos valores declarados; b) que o pagamento tenha a natureza de alimentos; c) que a obrigação seja fixada em decorrência das normas do Direito de Família; e d) que seu pagamento esteja de acordo com o estabelecido em decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou, ainda, a partir do ano-calendário 2007, em conformidade com a escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal - Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.
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REQUISITOS. Da legislação de regência, extraise que são requisitos para a dedução da despesa com pensão alimentícia: a) a comprovação do efetivo pagamento dos valores declarados; b) que o pagamento tenha a natureza de alimentos; c) que a obrigação seja fixada em decorrência das normas do Direito de Família; e d) que seu pagamento esteja de acordo com o estabelecido em decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou, ainda, a partir do ano calendário 2007, em conformidade com a escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 61 3. 72 00 53 /2 01 6- 19 Fl. 61DF CARF MF 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi emitida Notificação de Lançamento, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2013, anocalendário de 2012, por meio do qual foram glosadas deduções com pensão alimentícia no valor de R$17.647,78. Sendo assim, resultou em imposto de renda suplementar de R$7.778,21, incluindo juros de mora e multa de ofício. O interessado foi cientificado da notificação e apresentou impugnação alegando, em síntese, que o pagamento da pensão decorre de decisão judicial, devidamente homologada, e que não teria a opção de descumprir. A DRJ Fortaleza, na análise da peça impugnatória, manifestou seu entendimento no sentido de que o contribuinte não logrou êxito em comprovar a dedutibilidade pensão alimentícia declarada eis que a beneficiária já era maior de 21 anos, não tinha incapacidade comprovada. . Em sede de Recurso Voluntário, junta o contribuinte novamente a sentença homologatória proferida judicialmente determinando o pagamento da pensão e os comprovantes de pagamento. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Pensão alimentícia O presente lançamento decorre de glosa efetuada pela autoridade tributária na dedução de pensão alimentícia na declaração do imposto de renda pessoa física, entregue pelo contribuinte, relativo ao exercício de 2013. Nesta senda, merece trazer a baila o que dispõe a legislação no que se refere à pensão alimentícia. Vejamos o que está previsto no art. 8º, II, “f”, da Lei nº 9.250/1995: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: (...) Fl. 62DF CARF MF Processo nº 17613.720053/201619 Acórdão n.º 2001000.370 S2C0T1 Fl. 3 3 f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais; Ressaltese que a alínea “f” do inciso II do artigo 8º da Lei nº 9.250, de 1995, passou a ter nova redação com o advento da Lei n.º 11.727, de 23 de junho de 2008, redação esta que, nos termos do art. 21 desta Lei, entrou em vigor na data da publicação da Lei nº 11.441, de 4 de janeiro de 2007. Eis a nova redação: f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou deescritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) Conforme verificase da legislação acima transcrita, são requisitos para a dedução: a comprovação do efetivo pagamento dos valores declarados; que o pagamento tenha a natureza de alimentos; que a obrigação seja fixada em decorrência das normas do Direito de Família; e que seu pagamento esteja de acordo com o estabelecido em decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou, ainda, a partir do anocalendário 2007, em conformidade com a escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. O contribuinte, na declaração de imposto de renda pessoa física do ano calendário de 2012, apresentou uma despesa total de pensão alimentícia no valo de R$ 17.647,78. Tendo em vista que ambos os pressupostos legais encontramse presentes , ou seja, tanto a sentença homologatória quantos os comprovantes de pagamento e depósito, entendo que restam comprovados tais pagamentos. Se a filha era maior, poderia se manter financeiramente e tinha aptidão para tal, não nos cabe analisar e sim o D. Juizo do Direito da Vara de Família. Inclusive salienta o contribuinte que pouco tempo após foi exonerado judicialmente de tal obrigação. Além disso, o pagamento da pensão não é uma faculdade quando a mesma é determinada por decisão judicial. Caso ele descumpra, paga severas penas. E entendo ser totalmente de encontro ao bem estar da família entrar na seara de ser devido ou não o pagamento da pensão quando judicialmente isso é determinado, o contribuinte tem que pagar e não cabe a receita analisar se está sendo correto ou não em pagar o que foi determinado e analisado pelo Juiz de Direito, especializado para tal análise de mérito. Neste diapasão, merece trazer à baila o princípio pela busca da verdade material. Sabemos que o processo administrativo sempre busca a descoberta da verdade material relativa aos fatos tributários. Tal princípio decorre do princípio da legalidade e, também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que, hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos. De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados. Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos, Fl. 63DF CARF MF 4 oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através das provas, buscase a realidade dos fatos, desprezandose as presunções tributárias ou outros procedimentos que atentem apenas à verdade formal dos fatos. Neste sentido, deve a administração promover de oficio as investigações necessárias à elucidação da verdade material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa. A verdade material é fundamentada no interesse público, logo, precisa respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa. A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material apresentará a versão legítima dos fatos, independente da impressão que as partes tenham daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias e prerrogativas constitucionais possíveis do contribuinte no Brasil, sempre observando os termos especificados pela lei tributária. A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do Poder Judiciário, portanto, quando nos depararmos com um Processo Administrativo Tributário, não se deve deixar de analisálo sob a égide do princípio da verdade material e da informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir o um julgamento justo, desprovido de parcialidades. Somase ao mencionado princípio também o festejado princípio constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, o qual determina que os processos devem desenvolverse em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda. Ratifico, ademais, a necessidade de fundamento pela autoridade fiscal, dos fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e por entender que cumpriu o Contribuinte os requisitos legais, ou seja, que comprovou os pagamentos das pensões alimentícias e que eles decorrem de decisão judicial, entendo que devem ser acatadas tais despesas. CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de, CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário para que sejam deduzidas as despesas com pensão alimentícia e despesas médicas, devidamente comprovadas pelo Contribuinte. (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 17613.720053/201619 Acórdão n.º 2001000.370 S2C0T1 Fl. 4 5 Fl. 65DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.904249/2012-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/2010 a 30/06/2010
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.328
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2010 a 30/06/2010 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 42 49 /2 01 2- 78 Fl. 1187DF CARF MF Processo nº 10746.904249/201278 Acórdão n.º 3301004.328 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.897, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.622. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 1188DF CARF MF Processo nº 10746.904249/201278 Acórdão n.º 3301004.328 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 1189DF CARF MF Processo nº 10746.904249/201278 Acórdão n.º 3301004.328 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 1190DF CARF MF Processo nº 10746.904249/201278 Acórdão n.º 3301004.328 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 1191DF CARF MF
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