Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,899)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,594)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,671)
- Primeira Turma Ordinária (15,251)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (15,001)
- Segunda Turma Ordinária d (13,782)
- Primeira Turma Ordinária (12,673)
- Primeira Turma Ordinária (11,721)
- Segunda Turma Ordinária d (11,695)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,380)
- Terceira Câmara (63,185)
- Segunda Câmara (50,669)
- Primeira Câmara (16,202)
- 3ª SEÇÃO (15,671)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,624)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,979)
- Segunda Seção de Julgamen (108,014)
- Primeira Seção de Julgame (70,951)
- Primeiro Conselho de Cont (49,037)
- Segundo Conselho de Contr (48,602)
- Câmara Superior de Recurs (37,027)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,037)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,829)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,831)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,270)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- HELCIO LAFETA REIS (3,172)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,782)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,801)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,036)
- 2024 (25,832)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,452)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,072)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,269)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,849)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,013)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 13807.006964/2004-60
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO.
O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).
Numero da decisão: 3403-001.842
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Rosaldo Trevisan- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13807.006964/2004-60
anomes_publicacao_s : 201303
conteudo_id_s : 5189986
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3403-001.842
nome_arquivo_s : Decisao_13807006964200460.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 13807006964200460_5189986.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Antonio Carlos Atulim - Presidente. Rosaldo Trevisan- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
id : 4515342
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216909606912
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1664; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 921 1 920 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13807.006964/200460 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3403001.842 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 28 de novembro de 2012 Matéria Ressarcimento de IPI Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado GRANOL IND E COM E EXPORTAÇÃO SA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Antonio Carlos Atulim Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 69 64 /2 00 4- 60 Fl. 921DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de embargos de declaração opostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao Acórdão nº 340301.737, de 22 de agosto de 2012, sob o fundamento de omissão. Alega a embargante que o voto condutor aduziu que “no julgamento do REsp 1.035.847, sob a relatoria do Ministro Luiz Fux, em procedimento previsto para os recursos repetitivos, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de considerar que a resistência oposta pelo fisco em face da utilização do direito de crédito de IPI retira desse crédito a sua natureza escritural”. E que “para evitar o enriquecimento sem causa da Fazenda Nacional, exsurge a legitimidade da atualização dos créditos presumidos do IPI pela taxa Selic, desde a data do protocolo do pedido”. Transcrevendo a ementa do julgado, sustenta a embargante que não houve o pressuposto que ensejou o julgado proferido pelo STJ (pois não houve qualquer ato de oposição estatal à utilização do crédito pleiteado pelo contribuinte, sequer mesmo de natureza legislativa). Afirma que o acórdão embargado é omisso, pois não aponta os fundamentos (fáticos) que assemelham o feito àquele no qual foi proferido o recurso especial repetitivo. Noutros termos, alega que o acórdão carece de fundamentação (vício da omissão) quando deixa de apontar o ato de oposição estatal, tendo em vista que “não restou configurada a oposição constante de ato estatal a que alude o julgado do STJ nem na forma de ação, tampouco na forma de omissão (mora na análise do pedido)”. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Os embargos de declaração preenchem os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, deles se toma conhecimento. A ementa do Acórdão embargado, exatamente no excerto objeto dos embargos, dispõe: “RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. CABIMENTO. O crédito referente a ressarcimento sujeitase a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos.” Analisandose a parte do voto no qual se discute a matéria em questão, percebese que também resta transcrita a ementa do julgamento do STJ sobre o tema, na sistemática dos recursos repetitivos: “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. Fl. 922DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13807.006964/200460 Acórdão n.º 3403001.842 S3C4T3 Fl. 922 3 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” 1 (grifos nossos) Continuando a leitura do texto do voto condutor do acórdão, unanimemente acatado na parte que se refere à atualização monetária do ressarcimento, percebese que o julgamento do STJ cuja ementa foi transcrita “remete à oposição constante de ato estatal, que poderia ser interpretada tanto na forma de ação (indeferimento do pleito) quanto de omissão (mora na análise do pedido)” e que “isso exsurge da própria situação fática que enseja o acórdão, relatada pelo Min. Luiz Fux (vejase que não houve indeferimento no caso, mas mora na análise)”: “Noticiam os autos que MINUANO PNEUS E ADUBOS LTDA., em 29.06.2005, ajuizou ação ordinária em face da FAZENDA NACIONAL, pleiteando a restituição dos valores correspondentes à correção monetária desde a data de apuração do saldo credor de IPI até a data da efetiva compensação. Informou que requerera a restituição dos créditos do IPI do período de agosto de 2000 e outubro de 2001, mas somente no ano 2005 foi comunicada do deferimento do pedido. Destacou que apesar de terem sido reconhecidos os créditos, a autoridade fiscal apurou débitos do PIS e COFINS e 1 REsp 1.035.847RS, Primeira Seção, Rel. Ministro Luiz Fux, unânime, julgado em 24.jun.2009. Fl. 923DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 por esse motivo, iria proceder à compensação dos valores. Argumentou que os débitos das contribuições seriam atualizadas monetariamente, enquanto os créditos do IPI seriam utilizados no seu valor nominal, causando violação ao princípio da isonomia.” 2 (grifos nossos) A situação presente nestes autos não é diferente daquela tratada pelo STJ. Ilustrese com excerto do relatório do acórdão embargado: “Versa o presente processo sobre pedido de ressarcimento de IPI, referente ao 3o trimestre de 2003, apresentado por meio de PER/DCOMP transmitida em 30/01/2004 (fls. 2 a 37). Após decisão judicial interlocutória medida liminar em mandado de segurança impetrado pela recorrente, para que fossem apreciadas todas suas solicitações de ressarcimento em 30 dias (fls. 40 a 42), e a correspondente verificação fiscal, encerrouse a ação fiscal por meio do Termo de fls. 407, acompanhado do Relatório Fiscal de fls. 408 a 410.” “Por meio do despacho decisório de fls. 418 a 423, a Delegacia da Receita Federal da Administração Tributária em São Paulo (DERAT) concede parcialmente o ressarcimento, com as adequações e glosas indicados no Relatório Fiscal, e informando adicionalmente sobre a impossibilidade de atualização dos valores a serem ressarcidos, visto ser a medida um incentivo fiscal, e não meramente uma restituição de indébito”. (grifo nosso) Vejase que a empresa transmitiu seu pedido de ressarcimento em 30/01/2004, e teve que se socorrer de decisão judicial para que o fisco iniciasse a respectiva análise. Obtida a tutela jurisdicional (em setembro de 2004 fls. 40 a 42 do processo / ou fls. 529 a 531 do “arquivo pdf” constante no eprocessos), que determinou que o fisco analisasse o pedido em 30 dias, sob pena de multa diária, iniciouse o trabalho fiscal, que culminou no deferimento parcial do ressarcimento, negandose a atualização monetária (em janeiro de 2006 fls. 418 a 423 do processo / ou fls. 914 a 920 do “arquivo pdf” constante no eprocessos). Flagrante, assim, o ato de oposição estatal por mora na análise do pleito, tanto que ensejou a invocação da tutela jurisdicional para reparo, como descrito no relatório do acórdão embargado. Improcedente, então, a argumentação da embargante no sentido de que há omissão no acórdão porque “não restou configurada a oposição constante de ato estatal a que alude o julgado do STJ nem na forma de ação, tampouco na forma de omissão (mora na análise do pedido)”. O voto condutor aponta explicitamente que a oposição estatal caracterizase não só pela ação, mas pela mora na análise do pedido, que inegavelmente se faz presente nestes autos, como flagrado acima. Cristalina, assim, a similitude fática entre o caso em análise e o julgado pelo STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.035.847/RS), presente na simples leitura dos textos dos relatórios e votos condutores de ambos os acórdãos. Ausente a omissão apontada, voto pela rejeição aos embargos de declaração, mantendose o teor do Acórdão nº 340301.737, de 22 de agosto de 2012, que admite a atualização monetária do crédito a ser ressarcido, com os mesmos atributos da atualização dos 2 Idem. Fl. 924DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13807.006964/200460 Acórdão n.º 3403001.842 S3C4T3 Fl. 923 5 créditos administrados pela RFB, tendo como termo inicial a data de registro do pedido (transmissão da PER/DCOMP), e como termo final a data de sua efetiva utilização (seja mediante compensação, ou ressarcimento em espécie). Rosaldo Trevisan Fl. 925DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000167/2009-45
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/1996 a 30/09/1998
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 2403-001.720
Decisão: Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201210
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/1996 a 30/09/1998 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 14041.000167/2009-45
anomes_publicacao_s : 201212
conteudo_id_s : 5176820
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 2403-001.720
nome_arquivo_s : Decisao_14041000167200945.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
nome_arquivo_pdf_s : 14041000167200945_5176820.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
id : 4410569
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:18 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216914849792
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1329; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 2 1 1 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14041.000167/200945 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403001.720 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 18 de outubro de 2012 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente VIA ENGENHARIA S/A E OUTRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/1996 a 30/09/1998 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 01 67 /2 00 9- 45 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/200945 Acórdão n.º 2403001.720 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília, Acórdão 0340.171 da 7ª Turma, que julgou improcedente a impugnação. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal — AIOP, lavrado em nome do contribuinte em epígrafe, sob DEBCAD n° 37.210.0228, em 03/02/2009, no qual foram incluídas as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga a segurados (cota dos segurados), além dos juros e multa correspondentes, totalizando o crédito tributário no valor de R$ 19.151,32. 0 período fiscalizado é de 03/1996 a 03/2001, sendo que o lançamento abrange a(s) competência(s) 10/1996 a 12/1996 e 06/1998 a 09/1998. O Relatório Fiscal de fls. 22/30 informa que o presente lançamento é realizado em substituição às Notificações de Lançamento de Debito — NFLD, n° 35.019.6095 e 35.019.6087, lavradas em nome do contribuinte Via Engenharia S/A. Referidas notificações foram anuladas pelo Conselho de Recursos da Previdência Social — CRPS por erro de fundamentação legal. A anulação das NFLD mencionadas foi cientificada à Via Engenharia S/A a partir de 18/02/2004, de forma, que, considerando o disposto no artigo 173, II, do CTN, a Fazendo Pública pode constituir o crédito em epígrafe em até 5 anos contados da data em que se tomar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado. Nas notificações julgadas nulas considerouse a existência da responsabilidade solidária entre os prestadores (e subempreiteiros) e o tomador de serviços por cessão de mão deobra (Via Engenharia S/A), diante da ausência de recolhimentos pelos prestadores e em razão de o tomador não ter apresentado os documentos de elisão da Fl. 103DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 responsabilidade solidária (folha de pagamento, GFIP, GRPS/GPS, etc). As NFLD foram julgadas nulas por erro de fundamentação legal, já que estavam amparadas somente no artigo 30, VI da Lei 8.212/91, e deveriam, no caso de solidariedade de subempreitada, estar fundamentadas também no artigo 124, I, do Código Tributário Nacional — CTN. Isto porque o artigo 30, VI, da Lei 8.212/91, à época do período lançado, não tratava de subempreitada, tratando apenas de cessão de mãodeobra. Assim, para aquela parcela do débito, a fundamentação legal seria a aplicação da solidariedade em razão da existência de interesse em comum na situação que constitui o fato gerador, prevista no artigo 124, I, do CTN. O Relatório Fiscal informa ainda que os fatos geradores foram verificados mediante análise dos seguintes elementos: Livros Diário e Razão, Notas Fiscais de serviço/faturas, Contratos de prestação de serviços, Folhas de Pagamentos e Guias de recolhimento de prestadores de serviço/subempreiteiros, contas correntes de prestadores de serviço/subempreiteiros, Declarações de existência de contabilidade formalizada dos prestadores de serviço/subempreiteiros, apresentados pela empresa Via Engenharia S/A na ocasião da lavratura das NFLD substituídas. Nas NFLD substituídas também consta planilha, na qual foram relacionados os pagamentos de faturas/notas fiscais de prestadores de serviço de mãodeobra e subempreiteiras, contendo informações referentes a data do pagamento, conta em que foi efetuado o lançamento, centro de custo, valor da nota fiscal/fatura, observações sobre o serviço prestado, número da nota fiscal/fatura, prestador de serviço/CNPJ, percentual aplicado sobre o valor da nota fiscal, salário de contribuição apurado, abatimento de eventuais salários de contribuição contidos em guias apresentadas e salário de contribuição do débito apurado. A empresa Via Engenharia S/A foi intimada a apresentar as Guias de Recolhimento e folhas de pagamento ou GFIP referentes aos pagamentos constantes da planilha, com fins de elidir a responsabilidade solidária. Também foi oportunizada a referida empresa a apresentação de outros elementos, caso discordasse dos percentuais aplicados para efeitos de aferição do salário de contribuição. Em análise dos contacorrentes dos prestadores de serviços, verificouse que a maior parte não apresentava recolhimentos compatíveis com os serviços prestados e outros sequer apresentavam recolhimento. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/200945 Acórdão n.º 2403001.720 S2C4T3 Fl. 4 5 Não foram incluídos para efeito de aferição indireta os prestadores de serviços que apresentaram recolhimento compatível com os valores das notas fiscais/faturas, desde que a natureza dos mesmos permitia a apresentação de uma guia de recolhimento genérica com recolhimento englobado no CGC/CNPJ, e os prestadores de serviços que, mesmo tendo apresentado guia de recolhimento com valor inferior ao previsto, apresentaram declaração de contabilidade firmada pelo responsável pela empresa e pelo contador. Por fim foram abatidos do débito os recolhimentos efetuados por aqueles prestadores que apresentaram recolhimentos inferiores e não houve apresentação de declaração de contabilidade. Na substituição dos débitos anulados, foram excluídos os períodos em que as prestadoras de serviço eram optantes pelo SIMPLES e os levantamentos atinentes a prestadores de serviço que, no período, tiveram seus débitos incluídos no REFIS. Portanto, diante da não elisão da responsabilidade solidária, o presente débito foi apurado por aferição indireta, sendo que o salário de contribuição foi calculado aplicando percentuais sobre os valores das notas fiscais/faturas, conforme detalhado nas planilhas anexadas pela autoridade fiscal. No que concerne à responsabilidade solidária, o Relatório Fiscal acrescenta que, conforme artigo 896 do Código Civil, a mesma não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes. No caso, o arbitramento pelo faturamento para apurar a base de cálculo das contribuições previdencidrias, na hipótese de fiscalização de prestadores de serviços mediante cessão de mão deobra, está previsto no artigo 33 da Lei 8.212/91. 0 procedimento previsto no diploma legal foi detalhado, na época do lançamento, na OS/INSS/DAF no 176/1997 e, antes, pela OS/INSS/DAF n° 83/1993. Para o período anterior a vigência da Lei 9.528/97, a solidariedade de débitos de subempreiteiros está fundamentada no artigo 124, inciso I, do Código Tributário Nacional. A partir da Lei 9.528/97, o fundamento legal da solidariedade de débitos de subempreiteiros passa a ser o artigo 30, inciso VI, da Lei 8.212/91. Em relação A. solidariedade de débitos de empresas contratantes de serviços por cessão de mãodeobra, seu fundamento legal, para os fatos geradores ocorridos até 01/1999, é o artigo 31 da Lei 8.212/91. Consta, As fls. 31/32, Termo de Sujeição Passiva Solidária, cientificado em 11/02/2009 ao sujeito passivo solidário CARLOS ROBERTO FRANCO TLBÚRCIO, 187.546.86687, conforme documento de fls. 33, juntamente com o Auto de Infração sob comento. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Do resultado do julgamento foi dado ciência exclusivamente à Via Engenharia em 29/12/2010. Inconformada com a decisão, a empresa Via Engnharia apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: · Nulidade do crédito lançado. · Os acórdãos administrativos de última instância que reconheceram a nulidade do crédito lançado foram prolatados em 31 de outubro de 2003. A notificação do contribuinte, todavia, ocorreu por conveniência da administração pública fazendária apenas na data em fevereiro de 2004. · Decadência. · Até o momento da apresentação da impugnação não havia sido notificado o contribuinte do lançamento do crédito tributário em discussão. Disso decorre que o crédito, indiscutivelmente, também já decaiu para o contribuinte. · A cobrança da multa é indevida por que a contribuinte não participou do comportamento, nada sonegou, nenhum ato ilícito cometeu daí a inviabilidade de ser punida por ato de terceiro. É o relatório. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/200945 Acórdão n.º 2403001.720 S2C4T3 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator Apesar do vício constatado, somente dar ciência a 1 devedor do resultado do julgamento de primeira instância, por economia processual, passo a analisar o presente processo. DECADÊNCIA – PRESTADOR DO SERVIÇO Consta do processo, folhas 31/32, Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado contra CARLOS ALBERTO FRANCO TIBÚRCIO (representando a Franco Prestação de Serviço Ltda como sócio administrador) em 03/02/2009. A ciência ao contribuinte foi dada em 11/02/2009. Os fatos geradores ocorreram entre 10/1996 e 09/1998. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do prazo decenal para a decadência dos créditos previdenciários devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Pelo intervalo de tempo decorrido entre os fatos geradores e a ciência do sujeito passivo constatase que ocorreu a decadência do crédito tributário por qualquer critério estabelecido pelo CTN. DECADÊNCIA – TOMADOR DO SERVIÇO O acórdão administrativo de última instância (CaJ/CRPS) que reconheceu a nulidade do crédito lançado foi prolatado em 31 de outubro de 2003. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 A notificação do contribuinte ocorreu em 2004. Segundo o CTN, a decadência opera decorridos 5 anos da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Estabelece o Decreto 70.235/72 que são definitivas as decisões de segunda instância de que não caiba recurso. Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. O Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, vigente à época da anulação, estabelecia a Câmara de Julgamento como única instância para julgar os recursos interpostos contra decisões do INSS, nos processos de interesse dos contribuintes. PORTARIA MPAS Nº 2.740, DE 26 DE JULHO DE 2001 DOU DE 03/08/2001 Art. 13.Compete às Câmaras de Julgamento: Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/200945 Acórdão n.º 2403001.720 S2C4T3 Fl. 6 9 I julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento ou ato normativo ministerial; e II julgar, em única instância, os recursos interpostos contra decisões do INSS, nos processos de interesse dos contribuintes, inclusive a que indefere o pedido de isenção de contribuições, bem como, com efeito suspensivo, a decisão cancelatória da isenção já concedida podendo, para tanto, anular os atos da constituição do crédito previdenciário e os que impõem penalidade administrativa. Entendo que quando prolatada a decisão pela Câmara de Julgamento do CRPS, a decisão tornouse definitiva. Com base no acima exposto, entendo que se operou a decadência visto que o prazo, da data em que se tornou definitiva a decisão que anulou, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado (31/10/2003) até o novo lançamento (18/02/2009) foi maior que 5 anos. CONCLUSÃO Voto pelo provimento do recurso em razão da decadência. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 109DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10875.901800/2008-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/02/2004
PAGAMENTO A MAIOR. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. ERRO MATERIAL NO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO. PROVAS. VERDADE MATERIAL.
Comprovado o recolhimento a maior, de se reconhecer o direito creditório, pela necessidade de prevalência da verdade material sobre a forma.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-001.924
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator.
Jean Cleuter Simões Mendonça Presidente em exercício
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/02/2004 PAGAMENTO A MAIOR. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. ERRO MATERIAL NO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO. PROVAS. VERDADE MATERIAL. Comprovado o recolhimento a maior, de se reconhecer o direito creditório, pela necessidade de prevalência da verdade material sobre a forma. Recurso Voluntário provido em parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10875.901800/2008-70
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5179837
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3401-001.924
nome_arquivo_s : Decisao_10875901800200870.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ODASSI GUERZONI FILHO
nome_arquivo_pdf_s : 10875901800200870_5179837.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Jean Cleuter Simões Mendonça Presidente em exercício Odassi Guerzoni Filho - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
id : 4432804
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:46 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216921141248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1686; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 73 1 72 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10875.901800/200870 Recurso nº 10.875.901800200870 Voluntário Acórdão nº 3401001.924 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 21 de agosto de 2012 Matéria PIS PER/DCOMP RECOLHIMENTO A MAIOR VERDADE MATERIAL Recorrente CUMMINS BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/02/2004 PAGAMENTO A MAIOR. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. ERRO MATERIAL NO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO. PROVAS. VERDADE MATERIAL. Comprovado o recolhimento a maior, de se reconhecer o direito creditório, pela necessidade de prevalência da verdade material sobre a forma. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Jean Cleuter Simões Mendonça – Presidente em exercício Odassi Guerzoni Filho Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 18 00 /2 00 8- 70 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA 2 Relatório Trata o presente processo de PER/Dcomp entregue em 06/05/2004 em que a interessada postulara o reconhecimento de direito creditório correspondente a um pagamento a maior efetuado a título de PIS/Pasep [não cumulativo], do período de apuração de janeiro de 2004, no valor de R$ 32.006,52, que estaria embutido no Darf recolhido no dia 13/02/2004, no valor de R$ 32.006,52. No referido documento foi indicada a compensação de débito do próprio PIS/Pasep, de período de apuração de dezembro de 2003. No Despacho Decisório eletrônico emitido em 18/07/2008 e cientificado à interessada em 30/07/2008, constou que nenhum crédito fora reconhecido porquanto o Darf indicado não havia sido localizado nos sistemas da Receita Federal, o que, em consequência, resultou na não homologação da compensação declarada. Na Manifestação de Inconformidade a interessada esclareceu ter cometido um equívoco no preenchimento de seu PER/Dcomp, isto é, em vez de indicar como origem do pagamento indevido o Darf pago no dia 13/02/2004 no valor de R$ 196.404,46, indicara R$ 32.006,52, que, na verdade, corresponderia ao indébito pleiteado. Para comprovar suas alegações, juntou à Manifestação de Inconformidade cópia de sua DCTF, do Dacon e do referido Darf. A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas, todavia, considerou que esse tipo de equívoco deveria ter sido sanado mediante a retificação do PER/Dcomp e que, além disso, a interessada fora intimada, antes da emissão do Despacho Decisório, para que verificasse os dados do Darf informados no referido pedido de restituição. Assim, indeferiu os termos da Manifestação de Inconformidade. No Recurso Voluntário a Recorrente repetiu os termos de sua impugnação. No essencial, é o Relatório. Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Cientificada da decisão da DRJ em 18/07/2011, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 17/08/2011, portanto, de forma tempestiva. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. A DCTF de fl. 25 e o Dacon de fl. 27 trazidas aos autos pela interessada quando de sua Manifestação de Inconformidade indicam que o valor do PIS/Pasep devido em relação ao período de apuração de janeiro de 2004 é de R$ 167.312,09, enquanto que o Darf de fl. 29 indica que o valor recolhido na data de seu vencimento foi de R$ 196.404,46, o que aponta para um recolhimento a maior, porém, não no mesmo montante em que indicado no PER/Dcomp, que fora de R$ 32.006,52, mas, sim, de R$ 29.092,37. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA Processo nº 10875.901800/200870 Acórdão n.º 3401001.924 S3C4T1 Fl. 74 3 De qualquer modo, de forma bastante clara pode ser verificado que a interessada, de fato, cometeu um erro material ao indicar que a origem de seu crédito estaria no Darf no valor de R$ 32.006,52 [o correto seria R$ 196.404,46], quando esse valor, na verdade, se refere a um recolhimento a maior, não exatamente, como já vimos acima, da mesma monta. Não obstante a instância de julgamento soubesse desses fatos, escorouse nas regras ditadas pelas instruções normativas que regulam os procedimentos de compensação e não reconheceu qualquer crédito à interessada, sob o argumento de que o erro não havia sido comunicado à Administração Tributária na forma regulamentar, isto é, mediante a retificação do PER/Dcomp, e que, além disso, não obstante tivesse sido intimada em 04/09/2006, portanto, antes da emissão do Despacho Decisório, que a interessada não se manifestara acerca de seu propalado equívoco. Pois bem. Primeiramente, a instância de piso tem razão quando afirma que, em 04/09/2006, antes, portanto, que fosse proferido o Despacho Decisório eletrônico de não reconhecimento do crédito, a interessada fora informada de que o Darf indicado no PER/Dcomp como originário de seu crédito não fora localizado nos sistemas da Receita Federal. No mesmo documento, Termo de Intimação, de fl. 31, constou o seguinte: “Se houver qualquer divergência, solicitase transmitir o PER/Dcomp retificador. Caso contrário, compareça à Unidade da Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição com esta intimação com o Darf original, no prazo indicado.” Seguiuse que, diante da ausência de qualquer manifestação da interessada, foi expedido o Despacho Decisório eletrônico em 18/07/2008, o qual foi cientificado à interessada em 30/07/2008. De outra parte, porém, e não obstante, a interessada, tanto em sua Manifestação de Inconformidade quanto no Recurso Voluntário defendeuse dizendo, verbis: “A Receita Federal do Brasil, caso requisitasse esclarecimentos do Contribuinte, poderia verificar que se trata de mera divergência de informação e, em hipótese alguma, de inexistência do recolhimento informado e a consequente inexistência o crédito.” Com a devida vênia, o argumento da Recorrente não reflete o quê, de fato, ocorreu, haja vista que, diferentemente do que apregoou, fora ela, sim, intimada a prestar esclarecimentos acerca da divergência encontrada pelos sistemas da Receita Federal no Darf indicado no PER/Dcomp, bem como, fosse o caso, a retificar as informações, no que quedouse inerte. Lembro aqui a meus pares que, em situações semelhantes a esta, tal como na em que o contribuinte não teve seu crédito reconhecido pela autoridade administrativa pelo fato de não ter procedido à retificação tempestiva de DCTF, temos aqui prestigiado a observância do princípio da verdade material, isto é, não obstante o não cumprimento da formalidade, vimos nos curvando diante da comprovação do direito postulado e o reconhecendo em favor dos contribuintes. Sim, haveremos de ressalvar que, diferentemente da maioria dos processos envolvendo despacho eletrônico relacionado a PER/Dcomp, em que o procedimento – Fl. 75DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA 4 batimento das informações – é praticamente unilateral, neste caso houve o cuidado da Administração Tributária em alertar previamente ao contribuinte acerca das incorreções encontradas, seguido de uma intimação para que fossem corrigidas. Somente após transcorrido o prazo concedido, e em não tendo sido atendida, é que tratouse de expedir o referido Despacho eletrônico. Mas, não obstante o Despacho Decisório e a decisão recorrida não mereçam censura, creio que a inércia da interessada [ao não atender os termos da intimação e proceder à retificação do PER/Dcomp] não poderia ensejar o exsurgimento de um mal maior, qual seja, o enriquecimento sem causa em favor da União. É que, consoante já esmiuçado alhures, as provas trazidas pelo contribuinte aos autos são incontestáveis no sentido de que incorrera mesmo num recolhimento a maior, de sorte que, na linha de posicionamentos anteriores, especialmente naqueles relacionados a lançamentos por meio de auto de infração, em que o contribuinte consegue demonstrar o seu direito ao longo das oportunidades que lhe são franqueadas pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, tenho buscado prestigiar o princípio da verdade material, em detrimento da forma. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial ao recurso, para reconhecer um crédito no valor de R$ 29.092,37. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 76DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 10725.000390/2007-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3401-000.565
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10725.000390/2007-81
anomes_publicacao_s : 201302
conteudo_id_s : 5186371
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3401-000.565
nome_arquivo_s : Decisao_10725000390200781.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
nome_arquivo_pdf_s : 10725000390200781_5186371.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos - Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
id : 4492101
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:27 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216924286976
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1831; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 742 1 741 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10725.000390/200781 Recurso nº Resolução nº 3401000.565 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de setembro de 2012 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente NOBLE DO BRASIL S/C LTDA Recorrida DRJ RIO DE JANEIRORJ II Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da 5ª Turma que manteve indeferimento de Pedido de Ressarcimento da Cofins, período 1º trimestre de 2004, cumulado com compensação. Conforme o Despacho Decisório indeferitório na origem, datado de 25/09/2009, contra o contribuinte foram lavrados autos de infração do PIS e da Cofins nos períodos de apuração de 12/2003 a 12/2004, discutidos no processo nº 15521.000127/200963, sendo que os créditos aqui pleiteados foram utilizados pela Fiscalização na redução da base de cálculo da Contribuição lançada naquele. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 25 .0 00 39 0/ 20 07 -8 1 Fl. 750DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/200781 Resolução nº 3401000.565 S3C4T1 Fl. 743 2 Ainda segundo o Despacho Decisório, naquele processo das autuações a fiscalização concluiu que a contribuinte se beneficiou, irregularmente, de receitas tidas como de exportação com vistas à isenção/imunidade do PIS e da Cofins. E como os créditos aqui pleiteados já foram aproveitados naquele, o órgão de origem entendeu configurada a improcedência do ressarcimento, “na medida em que se mostra ausente requisito essencial ao aproveitamento de créditos a este titulo, qual seja, a obtenção de receitas da exportação e se mostra a inexistência dos créditos pleiteados”. A Manifestação de Inconformidade contém, dentre outras, as alegações seguintes, conforme o relatório da DRJ que transcrevo parcialmente: Em 27/08/09, a Manifestante foi surpreendida com lavratura de Auto de Infração (Processo Administrativo Fiscal n° 15521.000127/200963), sob alegação de classificação indevida de receitas como alcançadas pela isenção própria da exportação de serviços que represente reingresso de divisas no país; Nestes autos, a Autoridade Fiscal houve por bem proferir o presente Despacho Decisório, denegando o direito da Manifestante à apropriação dos créditos de PIS e COFINS vinculados à receita de exportação de serviços, sob a mesma infundada alegação – e argumentos de caracterização indevida de receitas de prestação de serviços para o exterior; Ante a manifesta conexão dos fatos relatados no presente Despacho Decisório e daqueles constantes do Auto de Infração decorrente do Mandado de Procedimento Fiscal n° 0710400 2008 005458, impõese a suspensão do julgamento do presente feito até a prolação de decisão definitiva quanto ao mérito do referido Auto de Infração, a fim de evitar que venham a ser proferidas decisões contraditórias; Em 2005, a Manifestante foi autuada sob a alegação de que a incorreta contabilização em contas patrimoniais dos valores recebidos de empresa estrangeira havia ocasionado a redução indevida do faturamento e do lucro real demonstrado nos livros contábeis da Manifestante, anocalendário de 2000; A decisão de 1ª instância reconheceu expressamente a natureza de receita de prestação de serviços para os valores glosados, por considerar que houve prestação de serviços a da Manifestante em beneficio de outras empresas do Grupo Noble domiciliadas no exterior, reconhecendo, inclusive, a dedutibilidade dos custos e despesas incorridos na prestação dos serviços; Em decorrência da decisão de lª instância administrativa, acima mencionada, e a fim de evitar novos questionamentos por parte do Fisco Federal, a Manifestante houve por bem adotar, para os anos seguintes, o tratamento fiscal de tais ingressos determinado pela Autoridade Julgadora, assim, (1) reconstituiu sua escrita contábil para reconhecer tais valores como receita de serviços prestados à empresa sediada no exterior; (2) efetuou as respectivas retificações das declarações e demonstrativos fiscais e (3) providenciou a quitação dos tributos, com recolhimento dos devidos encargos moratórios; Fl. 751DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/200781 Resolução nº 3401000.565 S3C4T1 Fl. 744 3 Em 27 de agosto do presente ano, a Fiscalização decidiu autuar novamente a Manifestante, alegando que a Manifestante havia indevidamente atribuído natureza de receitas de exportação de serviços, para efeito de PIS e COFINS, aos valores correspondentes aos serviços prestados às empresas do grupo Noble domiciliadas no exterior; (...) Requer o Manifestante: Preliminarmente, seja declarada a suspensão do presente feito até a prolação de decisão definitiva do Processo Administrativo Fiscal n° 15521.000124/200504 e Processo Administrativo Fiscal n° 15521.000127/200963. Não acolhida a preliminar requer: 1) Seja declarada a Decadência do direito da autoridade administrativa de indeferir compensação de créditos relativos a períodos anteriores a setembro de 2004; 2) Seja declarado integralmente improcedente o Despacho Decisório, em razão do preenchimento pela Manifestante dos requisitos para o aproveitamento de créditos de PIS e de COFINS relativamente à prestação de serviços para o exterior, homologandose por conseqüência o Pedido de Ressarcimento dos referidos créditos e as subseqüentes Declarações de Compensação dos mesmos. Ao manter o indeferimento do ressarcimento e compensações do presente processo, o acórdão recorrido considerou o seguinte, em relação ao pedido de suspensão do feito: Rejeitase a preliminar. Embora haja sem dúvida relação entre os processos, principalmente com o Processo Administrativo Fiscal n° 15521.000127/200963, nestes autos deve ser discutido apenas pontos que naqueles não foram apreciados. Assim, tendo em conta que naqueles autos já existe decisão desta Delegacia de Julgamento, mais ainda desta Turma, quanto ao contencioso instaurado, à controvérsia quanto ao pedido de reconhecimento de direito creditório, e conseqüentemente da homologação das DCOMP’s, deverá ser apreciada fora dos limites circunscritos pelo referido julgado. Portanto, eventual direito creditório, caso haja, que não tenha sido considerado para fins de apuração da contribuição devida, ou mesmo denegado para o mesmo fim, poderá ser aqui examinado. Enfim, aquilo que já se discute nos processos citados deverá lá encontrar solução final, permanecendo, porém, a parte remanescente, se houver, evitandose dessa forma proferimento de decisões contraditórias, conforme almeja o recorrente com a preliminar suscitada. Concluise que é desnecessário suspender julgamento de contencioso, pelo menos neste grau, pois o processo relacionado já fora devidamente apreciado pela mesma instância de julgamento a que se pede a suspensão. Fl. 752DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/200781 Resolução nº 3401000.565 S3C4T1 Fl. 745 4 Apesar de julgar a Inconformidade, a DRJ assentou no acórdão recorrido o seguinte, verbis: Havendo recurso voluntário encaminhar estes autos ao CARF com a recomendação de juntada por apensação aos autos do Processo Administrativo Fiscal nº 15521.000127/200963 para análise conjunta. No Recurso Voluntário, tempestivo, a contribuinte insiste na procedência do ressarcimento e compensações respectivas, repisando alegação da Manifestação de Inconformidade e combatendo o acórdão recorrido, arguindo ter havido compensação de ofício efetuada pela DRJ. No item III da peça recursal repete o pedido de suspensão deste processo, para julgamento conjunto com os de nºs 15521.000124/200504 e 15521.000127/200963, o primeiro referente a autuações em períodos anteriores aos trimestres do ressarcimento aqui debatido. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais exigidos pelo Processo Administrativo Fiscal, pelo que o conheço. Todavia, não está em condições de ser julgado por depender do desfecho do processo nº 15521.000127/200963, onde são debatidas as autuações do PIS e da Cofins nos períodos de apuração de 12/2003 a 12/2004. Atualmente o referido processo foi devolvido à origem para diligência, determinada nos termos da Resolução nº 3402000386, de 22/03/2012. Destaco que, já no Despacho Decisório, aquele processo das autuações é considerado, o mesmo acontecendo no acórdão recorrido. Primeiro foram lavrados os dois autos de infração, do PIS e Cofins nos períodos de apuração de 12/2203 a 12/2004, e em seguida o ressarcimento objeto do presente processo foi indeferido levandose em conta o entendimento exposto pela fiscalização nessas autuações. Para evitar julgamentos dissonantes cabe aguardar o fim do litígio em relação às duas autuações, cujo desfecho pode afetar a análise. O mais conveniente, inclusive, é que o julgamento seja conjunto, o que de todo modo só pode ser efetivado após o retorno da diligência decidida no processo nº 15521.000127/200963. Quanto ao processo mais antigo, sob o nº 15521.000124/200504, comporta julgamento independente. Embora relacionado indiretamente ao presente, contempla períodos de apuração mais antigos. Este processo retornou ao CARF em 14/12/2010, após diligência determinada em 16/10/2007, nos termos da Resolução nº 10800468. Pelo exposto, voto por novamente converter o julgamento em diligência, determinando que se aguarde a decisão final no processo 15521.000127/200963, Recurso nº 882236 (de ofício e Voluntário). Após decisão definitiva uma cópia deve ser acostada ao presente, com retorno dos autos a este Colegiado para apreciação. Fl. 753DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/200781 Resolução nº 3401000.565 S3C4T1 Fl. 746 5 Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 754DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10280.722256/2009-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3402-000.491
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente).
RELATÓRIO
Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis:
Trata-se de pedido de ressarcimento de créditos de PIS não Cumulativo, formulado pela contribuinte acima identificada, relativos ao 4º trimestre de 2006 no montante de R$ 7.466.862,51. Também consta dos autos Declarações de Compensação vinculadas aos créditos em tela.
A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, expediu o auto de infração e o relatório fiscal (fls. 214/220), seguido do despacho decisório de fl. 222, do parecer de fls. 224/226 e novamente do despacho decisório de fl. 227, por intermédio dos quais reconheceu apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 7.000.325,34, homologando as compensações até o limite do mesmo. Foram adotados, em síntese, pelas autoridades fiscais os seguintes fundamentos para glosa de parcela do crédito pleiteado:
a) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA INSUMOS ( Outros) OBJETO DE GLOSA: Foram glosadas as notas fiscais referentes a refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de manutenção de consumo rápido, visto que é substituído a intervalos superiores a 1900 dias, conforme laudo fornecido pela empresa acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa estão em anexo. Foram glosados também os gastos de transportes referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como insumos, conforme já exposto acima.
b) CRÉDITOS DECORRENTES SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°, inciso II da IN SRF n° 404/ 2004- as notas fiscais referente a esse serviços, objeto da relação em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta fiscalização como bens e ou serviços aplicados ou consumidos na prestação de serviços.
c) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo denominadas:
-Relação Notas Fiscais de Bens glosados do Ativo Imobilizado para Utilização na Fabricação de Produtos Destinados a Venda ou na Prestação de Serviços 2004, 2005, 2006;
- Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos);
- Demonstrativo Ativo Imobilizado de jan/2006 a dez/2006, (1/12 avos);
-Memória de cálculo da Depreciação (Base do Ativo Imobilizado), abril/2006, maio/2006 e junho/2006, elaborados por esta fiscalização, para se obter os créditos decorrentes de depreciação acelerada incentivada e os que foram objeto de glosa, por se tratarem de produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2°, I da IN 457/04, e II, Lei 11.196/2005, Dec. 5.789/06, Dec 5.988/06, como também as edificações e instalações, que se referem a produtos só abrangidos para a apuração do crédito, a partir de janeiro de 2007, conforme disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007.
Cientificada, a interessada apresentou tempestivamente a manifestação de inconformidade de fls. 246/316, na qual alega:
a) Quanto aos créditos oriundos de bens utilizados como insumos, a Fiscalização entendera haver motivos para perpetrar glosas particularmente sobre: 1) refratários, aos reputá-los como despesas que não se enquadram como de manutenção de consumo rápido, considerando-se sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil e novecentos) dias e glosa dos desembolsos com transporte de refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos; 2) glosa dos créditos advindos de compra de Insumos de outubro de 2006 a dezembro de 2006, mormente de peças e partes de reposição, conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas diretamente no processo produtivo, cujas notas fiscais estariam, pois, em descompasso com várias das normas aplicáveis; 3) Glosara-se outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos alvo de glosas, sob o fundamento de que não se enquadrariam como bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção dos bens destinados à venda, o que estaria em dissonância com o art. 8º, §4°, inciso II, da IN SRF 404/2004; e 4) Por derradeiro, glosara créditos relacionados a despesas e ou encargos com Ativo Imobilizado para emprego na fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação de Serviços, Demonstrativo Ativo Imobilizado de outubro/2006, novembro/2006 e dezembro/2006, e ainda oriundos da depreciação acelerada incentivada e respectivos produtos glosados, por suposta inadequação ao prescrito pelo art. 1º , §2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei 11.196/2005, Decreto 5789/2006, Decreto 5988/2006, e edificações e instalações alusivas a produtos somente alcançados pelo crédito apurado desde janeiro de 2007, de conformidade ao art. 6º , da Lei 11.488/2007.
b) Ponto fundamental é o da definição e amplitude conceitual dispensadas aos insumos que gerariam o crédito da Contribuição e, centrando a atenção ao presente processo, bem se vê que a requerente é sociedade empresária preponderantemente exportadora, de sorte que igualmente faz jus à apropriação de créditos, inclusive concernentes a estoque de abertura oriundos dos custos, despesas e encargos advindos das receitas resultantes de exportação dos produtos que industrializa e comercializa. Especificamente quanto aos serviços utilizados como insumos, a autoridade fazendária glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e co-processamento de RGC rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido, incorporado ao alumínio final produzido. Naturalmente, que não poderia furtar-se a impugnante do creditamento dos valores desembolsados com o transporte destes rejeitos, que são sabidamente inerente ao processo fabril do alumínio produzido e exportado por pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte, são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que ser aplicado aos custos dispendídos com o translado da Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio consideramos serviços aplicados/consumidos no processo produtivo. Trata-se de produtos que tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás, são produtos específicos dessa indústria e que, mais além, sofrem sim desgaste, consumo, e até mesmo contato físico com o alumínio em produção, conquanto não seja demais registrar que a legislação que veicula a não-cumulatividade prescinda de tais exigências para assegurar o direito ao desconto dos créditos. Ora, com toda a necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não podem ser recusados enquanto serviços creditáveis.
c) Aduz-se no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas ao Auto de Infração, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da não-cumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito não-cumulativo de PIS/PASEP caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo. e a rigor, segundo a legislação regente da não-cumulatividade para o PIS/PASEP, não há diversidade de tratamento de vez que seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não- cumulativo.A propósito, de há muito nossa Corte Especial, o STJ vem considerando, embora não especificamente para o regime da nãocumulatividade que o refratário gera direito ao creditamento, por se enquadrar como "material intermediário":
d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito não-cumulativo de PIS/PASEP relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de PIS/PASEP não-cumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapores alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Curioso, aliás, a Fiscalização aduzir que "o desgaste desses materiais está ligado às despesas com a manutenção do equipamento em perfeito funcionamento, constituindo um dos itens obrigatórios dos orçamentos das indústrias". Examinando-se o arquétipo legal bem se vê que - não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional.
e) Especificamente quanto aos bens adquiridos como Ativo Imobilizado, a Fiscalização entendera pela glosa de bens adquiridos com Ativo Imobilizado, nada obstante haver acertadamente considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens, inclusive máquinas, equipamentos e outros incorporados ao ativo imobilizado devem ser recuperados enquanto créditos dedutíveis das bases apuratórias da Contribuição ao PIS/PASEP, logo descabe, igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado.
f) O que resta evidente da análise do tratamento legal é a completa ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto de créditos sobre os valores de PIS/PASEP a pagar, desde que os bens ou serviços reputados creditáveis pelo contribuinte, efetivamente, sejam insumos empregados na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando as Instruções Normativas editadas pela Receita Federal, no afã de regulamentar os aludidos preceitos legais pertinente ao desconto de créditos de PIS/PASEP sobre certas despesas, aquisições e dispêndios, não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas ora questionadas.
g) Cabe voltar-nos com maior detença à glosa das máquinas e equipamentos adquiridos pela requerente e incorporados ao seu ativo imobilizado, a qual, com a devida vênia, causou estranheza, considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.637/2002. O Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, instituiu depreciação acelerada incentivada e desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo de doze meses, para aquisições de bens de capital efetuadas por pessoas jurídicas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas das áreas de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. A querela reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizando-se ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data vênia, desmantela a pretensão esposada pela Autoridade Fazendária é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente, de modo que pelas suas especificidades, é evidente que a conduta apontada no Auto, seria, como é, impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, sem observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. A ocorrência supra, contudo, reitere-se, não apenas é inexeqüível em face do processo produtivo e depreciação ordinária das máquinas e equipamentos empregados no mesmo, como ainda não fora minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante as decisões colacionadas alhures, tais glosas também hão de ser inteiramente desconstituídas. Do que é possível inferir da sucinta exposição declinada pela autoridade fazendária, não teria sido reconhecido benefício para tais itens na medida em que não se enquadrariam no rol de máquinas e equipamentos, volvidos ao Ativo Imobilizado, empregados na fabricação de produtos para venda, restando excluídos assim móveis, ferramentas, instrumentos, construção civil, veículos e demais que estariam, segundo a inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e equipamentos que gerariam crédito consoante o ordenamento aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da razão pela qual e nem tampouco quais seriam estes itens específicos, ao menos referidos em uma planilha anexa ao Auto de Infração que permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais máquinas e equipamentos defendo-se objetivamente de tais glosas. O que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como máquinas efetivamente foram incorporados ao ativo imobilizado e empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a periodicidade prevista nas normas aludidas. O Fiscal não se desincumbira de tal ônus mínimo, incorrendo não somente em cerceamento de defesa como ainda trazendo a lume mais uma glosa descabida.
h) Transcreve o que identifica como o entendimento doutrinário relativo ao regime da não-cumulatividade aplicado ao PIS/PASEP, concluindo que a Constituição Federal previu o regime da não-cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçando-lhes com precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeu-o pela EC 42/2003 ao PIS/PASEP, remetendo sua regulamentação à legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes da EC, pela Lei ordinária 10.637/2002, que não apenas elencara quais setores da economia seriam autorizados a se apropriar de créditos sobre determinadas despesas e encargos, como ainda discriminara quais destes desembolsos permitiriam tal apropriação. Em outros termos, a não-cumulatividade tal como normatizada em nível infraconstitucional, nada obstante estar radicada ontologicamente na Constituição Federal, já é setorizada e parcial, atinge alguns nichos específicos da atividade econômica nacional e lhes faculta a apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas inerentes à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No caso vertente, convém ressaltar que a impugnante fora extremamente conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições da Lei 10.637, apropriando-se dos créditos gerados apenas pelas aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais, conquanto seja irrefutável a natureza imperativa e irrestrita do comando constitucional pós EC 42/2003 - para os setores previstos em lei, as contribuições serão não-cumulativas. Simples. Nada obstante, amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita posição doutrinária.
i) Protesta pela produção de prova pericial, via auditagem suplementar, considerando-se a incompatibilidade entre a escrita contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N. Fiscalização esclarecendo que a finalidade é a de ratificar a efetiva utilização dos bens e serviços glosados como insumos de aplicação direta e efetiva no processo produtivo da requerente, desde já indicando Assistente técnico
A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 01-22563 de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo:
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE.
A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária.
PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS.
As decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional.
PAF. PERÍCIA. REQUISITOS.
Considera-se não formulado o pedido de perícia que deixa de atender aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972.
PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. CRÉDITOS.
No cálculo do PIS Não-Cumulativo somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto.
PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS.
Na não-cumulatividade do PIS, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda.
Descontente com o indeferimento de sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzi-los.
Ressalto que não houve pedido de perícia.
Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas objeto do despacho decisório, objeto desta lide.
É o relatório.
VOTO
Nome do relator: Não se aplica
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10280.722256/2009-72
anomes_publicacao_s : 201302
conteudo_id_s : 5186957
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3402-000.491
nome_arquivo_s : Decisao_10280722256200972.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : Não se aplica
nome_arquivo_pdf_s : 10280722256200972_5186957.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
dt_sessao_tdt : Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
id : 4493963
ano_sessao_s : 2012
decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). RELATÓRIO Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis: Trata-se de pedido de ressarcimento de créditos de PIS não Cumulativo, formulado pela contribuinte acima identificada, relativos ao 4º trimestre de 2006 no montante de R$ 7.466.862,51. Também consta dos autos Declarações de Compensação vinculadas aos créditos em tela. A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, expediu o auto de infração e o relatório fiscal (fls. 214/220), seguido do despacho decisório de fl. 222, do parecer de fls. 224/226 e novamente do despacho decisório de fl. 227, por intermédio dos quais reconheceu apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 7.000.325,34, homologando as compensações até o limite do mesmo. Foram adotados, em síntese, pelas autoridades fiscais os seguintes fundamentos para glosa de parcela do crédito pleiteado: a) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA INSUMOS ( Outros) OBJETO DE GLOSA: Foram glosadas as notas fiscais referentes a refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de manutenção de consumo rápido, visto que é substituído a intervalos superiores a 1900 dias, conforme laudo fornecido pela empresa acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa estão em anexo. Foram glosados também os gastos de transportes referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como insumos, conforme já exposto acima. b) CRÉDITOS DECORRENTES SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°, inciso II da IN SRF n° 404/ 2004- as notas fiscais referente a esse serviços, objeto da relação em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta fiscalização como bens e ou serviços aplicados ou consumidos na prestação de serviços. c) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo denominadas: -Relação Notas Fiscais de Bens glosados do Ativo Imobilizado para Utilização na Fabricação de Produtos Destinados a Venda ou na Prestação de Serviços 2004, 2005, 2006; - Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos); - Demonstrativo Ativo Imobilizado de jan/2006 a dez/2006, (1/12 avos); -Memória de cálculo da Depreciação (Base do Ativo Imobilizado), abril/2006, maio/2006 e junho/2006, elaborados por esta fiscalização, para se obter os créditos decorrentes de depreciação acelerada incentivada e os que foram objeto de glosa, por se tratarem de produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2°, I da IN 457/04, e II, Lei 11.196/2005, Dec. 5.789/06, Dec 5.988/06, como também as edificações e instalações, que se referem a produtos só abrangidos para a apuração do crédito, a partir de janeiro de 2007, conforme disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007. Cientificada, a interessada apresentou tempestivamente a manifestação de inconformidade de fls. 246/316, na qual alega: a) Quanto aos créditos oriundos de bens utilizados como insumos, a Fiscalização entendera haver motivos para perpetrar glosas particularmente sobre: 1) refratários, aos reputá-los como despesas que não se enquadram como de manutenção de consumo rápido, considerando-se sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil e novecentos) dias e glosa dos desembolsos com transporte de refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos; 2) glosa dos créditos advindos de compra de Insumos de outubro de 2006 a dezembro de 2006, mormente de peças e partes de reposição, conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas diretamente no processo produtivo, cujas notas fiscais estariam, pois, em descompasso com várias das normas aplicáveis; 3) Glosara-se outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos alvo de glosas, sob o fundamento de que não se enquadrariam como bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção dos bens destinados à venda, o que estaria em dissonância com o art. 8º, §4°, inciso II, da IN SRF 404/2004; e 4) Por derradeiro, glosara créditos relacionados a despesas e ou encargos com Ativo Imobilizado para emprego na fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação de Serviços, Demonstrativo Ativo Imobilizado de outubro/2006, novembro/2006 e dezembro/2006, e ainda oriundos da depreciação acelerada incentivada e respectivos produtos glosados, por suposta inadequação ao prescrito pelo art. 1º , §2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei 11.196/2005, Decreto 5789/2006, Decreto 5988/2006, e edificações e instalações alusivas a produtos somente alcançados pelo crédito apurado desde janeiro de 2007, de conformidade ao art. 6º , da Lei 11.488/2007. b) Ponto fundamental é o da definição e amplitude conceitual dispensadas aos insumos que gerariam o crédito da Contribuição e, centrando a atenção ao presente processo, bem se vê que a requerente é sociedade empresária preponderantemente exportadora, de sorte que igualmente faz jus à apropriação de créditos, inclusive concernentes a estoque de abertura oriundos dos custos, despesas e encargos advindos das receitas resultantes de exportação dos produtos que industrializa e comercializa. Especificamente quanto aos serviços utilizados como insumos, a autoridade fazendária glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e co-processamento de RGC rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido, incorporado ao alumínio final produzido. Naturalmente, que não poderia furtar-se a impugnante do creditamento dos valores desembolsados com o transporte destes rejeitos, que são sabidamente inerente ao processo fabril do alumínio produzido e exportado por pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte, são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que ser aplicado aos custos dispendídos com o translado da Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio consideramos serviços aplicados/consumidos no processo produtivo. Trata-se de produtos que tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás, são produtos específicos dessa indústria e que, mais além, sofrem sim desgaste, consumo, e até mesmo contato físico com o alumínio em produção, conquanto não seja demais registrar que a legislação que veicula a não-cumulatividade prescinda de tais exigências para assegurar o direito ao desconto dos créditos. Ora, com toda a necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não podem ser recusados enquanto serviços creditáveis. c) Aduz-se no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas ao Auto de Infração, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da não-cumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito não-cumulativo de PIS/PASEP caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo. e a rigor, segundo a legislação regente da não-cumulatividade para o PIS/PASEP, não há diversidade de tratamento de vez que seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não- cumulativo.A propósito, de há muito nossa Corte Especial, o STJ vem considerando, embora não especificamente para o regime da nãocumulatividade que o refratário gera direito ao creditamento, por se enquadrar como "material intermediário": d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito não-cumulativo de PIS/PASEP relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de PIS/PASEP não-cumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapores alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Curioso, aliás, a Fiscalização aduzir que "o desgaste desses materiais está ligado às despesas com a manutenção do equipamento em perfeito funcionamento, constituindo um dos itens obrigatórios dos orçamentos das indústrias". Examinando-se o arquétipo legal bem se vê que - não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional. e) Especificamente quanto aos bens adquiridos como Ativo Imobilizado, a Fiscalização entendera pela glosa de bens adquiridos com Ativo Imobilizado, nada obstante haver acertadamente considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens, inclusive máquinas, equipamentos e outros incorporados ao ativo imobilizado devem ser recuperados enquanto créditos dedutíveis das bases apuratórias da Contribuição ao PIS/PASEP, logo descabe, igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado. f) O que resta evidente da análise do tratamento legal é a completa ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto de créditos sobre os valores de PIS/PASEP a pagar, desde que os bens ou serviços reputados creditáveis pelo contribuinte, efetivamente, sejam insumos empregados na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando as Instruções Normativas editadas pela Receita Federal, no afã de regulamentar os aludidos preceitos legais pertinente ao desconto de créditos de PIS/PASEP sobre certas despesas, aquisições e dispêndios, não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas ora questionadas. g) Cabe voltar-nos com maior detença à glosa das máquinas e equipamentos adquiridos pela requerente e incorporados ao seu ativo imobilizado, a qual, com a devida vênia, causou estranheza, considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.637/2002. O Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, instituiu depreciação acelerada incentivada e desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo de doze meses, para aquisições de bens de capital efetuadas por pessoas jurídicas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas das áreas de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. A querela reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizando-se ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data vênia, desmantela a pretensão esposada pela Autoridade Fazendária é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente, de modo que pelas suas especificidades, é evidente que a conduta apontada no Auto, seria, como é, impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, sem observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. A ocorrência supra, contudo, reitere-se, não apenas é inexeqüível em face do processo produtivo e depreciação ordinária das máquinas e equipamentos empregados no mesmo, como ainda não fora minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante as decisões colacionadas alhures, tais glosas também hão de ser inteiramente desconstituídas. Do que é possível inferir da sucinta exposição declinada pela autoridade fazendária, não teria sido reconhecido benefício para tais itens na medida em que não se enquadrariam no rol de máquinas e equipamentos, volvidos ao Ativo Imobilizado, empregados na fabricação de produtos para venda, restando excluídos assim móveis, ferramentas, instrumentos, construção civil, veículos e demais que estariam, segundo a inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e equipamentos que gerariam crédito consoante o ordenamento aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da razão pela qual e nem tampouco quais seriam estes itens específicos, ao menos referidos em uma planilha anexa ao Auto de Infração que permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais máquinas e equipamentos defendo-se objetivamente de tais glosas. O que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como máquinas efetivamente foram incorporados ao ativo imobilizado e empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a periodicidade prevista nas normas aludidas. O Fiscal não se desincumbira de tal ônus mínimo, incorrendo não somente em cerceamento de defesa como ainda trazendo a lume mais uma glosa descabida. h) Transcreve o que identifica como o entendimento doutrinário relativo ao regime da não-cumulatividade aplicado ao PIS/PASEP, concluindo que a Constituição Federal previu o regime da não-cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçando-lhes com precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeu-o pela EC 42/2003 ao PIS/PASEP, remetendo sua regulamentação à legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes da EC, pela Lei ordinária 10.637/2002, que não apenas elencara quais setores da economia seriam autorizados a se apropriar de créditos sobre determinadas despesas e encargos, como ainda discriminara quais destes desembolsos permitiriam tal apropriação. Em outros termos, a não-cumulatividade tal como normatizada em nível infraconstitucional, nada obstante estar radicada ontologicamente na Constituição Federal, já é setorizada e parcial, atinge alguns nichos específicos da atividade econômica nacional e lhes faculta a apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas inerentes à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No caso vertente, convém ressaltar que a impugnante fora extremamente conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições da Lei 10.637, apropriando-se dos créditos gerados apenas pelas aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais, conquanto seja irrefutável a natureza imperativa e irrestrita do comando constitucional pós EC 42/2003 - para os setores previstos em lei, as contribuições serão não-cumulativas. Simples. Nada obstante, amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita posição doutrinária. i) Protesta pela produção de prova pericial, via auditagem suplementar, considerando-se a incompatibilidade entre a escrita contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N. Fiscalização esclarecendo que a finalidade é a de ratificar a efetiva utilização dos bens e serviços glosados como insumos de aplicação direta e efetiva no processo produtivo da requerente, desde já indicando Assistente técnico A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 01-22563 de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional. PAF. PERÍCIA. REQUISITOS. Considera-se não formulado o pedido de perícia que deixa de atender aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. CRÉDITOS. No cálculo do PIS Não-Cumulativo somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS. Na não-cumulatividade do PIS, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda. Descontente com o indeferimento de sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzi-los. Ressalto que não houve pedido de perícia. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas objeto do despacho decisório, objeto desta lide. É o relatório. VOTO
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216932675584
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1307; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 100 1 99 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.722256/200972 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402000.491 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 27 de novembro de 2012 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente ALBRAS ALUMINIO BRASILEIRO S/A Recorrida Delegacia Federal do Brasil de Julgamento Belém (PA) RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 80 .7 22 25 6/ 20 09 -7 2 Fl. 438DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 101 2 RELATÓRIO Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis: Tratase de pedido de ressarcimento de créditos de PIS não Cumulativo, formulado pela contribuinte acima identificada, relativos ao 4º trimestre de 2006 no montante de R$ 7.466.862,51. Também consta dos autos Declarações de Compensação vinculadas aos créditos em tela. A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, expediu o auto de infração e o relatório fiscal (fls. 214/220), seguido do despacho decisório de fl. 222, do parecer de fls. 224/226 e novamente do despacho decisório de fl. 227, por intermédio dos quais reconheceu apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 7.000.325,34, homologando as compensações até o limite do mesmo. Foram adotados, em síntese, pelas autoridades fiscais os seguintes fundamentos para glosa de parcela do crédito pleiteado: a) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA INSUMOS ( Outros) OBJETO DE GLOSA: Foram glosadas as notas fiscais referentes a refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de manutenção de consumo rápido, visto que é substituído a intervalos superiores a 1900 dias, conforme laudo fornecido pela empresa acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa estão em anexo. Foram glosados também os gastos de transportes referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como insumos, conforme já exposto acima. b) CRÉDITOS DECORRENTES SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°, inciso II da IN SRF n° 404/ 2004 as notas fiscais referente a esse serviços, objeto da relação em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta fiscalização como bens e ou serviços aplicados ou consumidos na prestação de serviços. c) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo denominadas: Relação Notas Fiscais de Bens glosados do Ativo Imobilizado para Utilização na Fabricação de Produtos Destinados a Venda ou na Prestação de Serviços 2004, 2005, 2006; Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos); Demonstrativo Ativo Imobilizado de jan/2006 a dez/2006, (1/12 avos); Memória de cálculo da Depreciação (Base do Ativo Imobilizado), abril/2006, maio/2006 e junho/2006, elaborados por esta fiscalização, para se obter os créditos decorrentes de depreciação acelerada incentivada e os que foram objeto de glosa, por se tratarem de produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2°, I da IN 457/04, Fl. 439DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 102 3 e II, Lei 11.196/2005, Dec. 5.789/06, Dec 5.988/06, como também as edificações e instalações, que se referem a produtos só abrangidos para a apuração do crédito, a partir de janeiro de 2007, conforme disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007. Cientificada, a interessada apresentou tempestivamente a manifestação de inconformidade de fls. 246/316, na qual alega: a) Quanto aos créditos oriundos de bens utilizados como insumos, a Fiscalização entendera haver motivos para perpetrar glosas particularmente sobre: 1) refratários, aos reputálos como despesas que não se enquadram como de manutenção de consumo rápido, considerandose sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil e novecentos) dias e glosa dos desembolsos com transporte de refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos; 2) glosa dos créditos advindos de compra de Insumos de outubro de 2006 a dezembro de 2006, mormente de peças e partes de reposição, conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas diretamente no processo produtivo, cujas notas fiscais estariam, pois, em descompasso com várias das normas aplicáveis; 3) Glosarase outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos alvo de glosas, sob o fundamento de que não se enquadrariam como bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção dos bens destinados à venda, o que estaria em dissonância com o art. 8º, §4°, inciso II, da IN SRF 404/2004; e 4) Por derradeiro, glosara créditos relacionados a despesas e ou encargos com Ativo Imobilizado para emprego na fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação de Serviços, Demonstrativo Ativo Imobilizado de outubro/2006, novembro/2006 e dezembro/2006, e ainda oriundos da depreciação acelerada incentivada e respectivos produtos glosados, por suposta inadequação ao prescrito pelo art. 1º , §2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei 11.196/2005, Decreto 5789/2006, Decreto 5988/2006, e edificações e instalações alusivas a produtos somente alcançados pelo crédito apurado desde janeiro de 2007, de conformidade ao art. 6º , da Lei 11.488/2007. b) Ponto fundamental é o da definição e amplitude conceitual dispensadas aos insumos que gerariam o crédito da Contribuição e, centrando a atenção ao presente processo, bem se vê que a requerente é sociedade empresária preponderantemente exportadora, de sorte que igualmente faz jus à apropriação de créditos, inclusive concernentes a estoque de abertura oriundos dos custos, despesas e encargos advindos das receitas resultantes de exportação dos produtos que industrializa e comercializa. Especificamente quanto aos serviços utilizados como insumos, a autoridade fazendária glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e coprocessamento de RGC – rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido, incorporado ao alumínio final produzido. Naturalmente, que não poderia furtarse a impugnante do creditamento dos valores desembolsados com o transporte destes rejeitos, que são sabidamente inerente ao processo fabril do alumínio produzido e exportado por pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte, são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que ser aplicado aos custos dispendídos com o translado da Fl. 440DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 103 4 Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio consideramos serviços aplicados/consumidos no processo produtivo. Tratase de produtos que tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás, são produtos específicos dessa indústria e que, mais além, sofrem sim desgaste, consumo, e até mesmo contato físico com o alumínio em produção, conquanto não seja demais registrar que a legislação que veicula a nãocumulatividade prescinda de tais exigências para assegurar o direito ao desconto dos créditos. Ora, com toda a necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não podem ser recusados enquanto serviços creditáveis. c) Aduzse no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas ao Auto de Infração, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da nãocumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito não cumulativo de PIS/PASEP caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo. e a rigor, segundo a legislação regente da nãocumulatividade para o PIS/PASEP, não há diversidade de tratamento de vez que seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não cumulativo.A propósito, de há muito nossa Corte Especial, o STJ vem considerando, embora não especificamente para o regime da nãocumulatividade que o refratário gera direito ao creditamento, por se enquadrar como "material intermediário": d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito não cumulativo de PIS/PASEP relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de PIS/PASEP não cumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapores alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Curioso, aliás, a Fiscalização aduzir que "o Fl. 441DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 104 5 desgaste desses materiais está ligado às despesas com a manutenção do equipamento em perfeito funcionamento, constituindo um dos itens obrigatórios dos orçamentos das indústrias". Examinandose o arquétipo legal bem se vê que não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional. e) Especificamente quanto aos bens adquiridos como Ativo Imobilizado, a Fiscalização entendera pela glosa de bens adquiridos com Ativo Imobilizado, nada obstante haver acertadamente considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens, inclusive máquinas, equipamentos e outros incorporados ao ativo imobilizado devem ser recuperados enquanto créditos dedutíveis das bases apuratórias da Contribuição ao PIS/PASEP, logo descabe, igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado. f) O que resta evidente da análise do tratamento legal é a completa ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto de créditos sobre os valores de PIS/PASEP a pagar, desde que os bens ou serviços reputados creditáveis pelo contribuinte, efetivamente, sejam insumos empregados na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando as Instruções Normativas editadas pela Receita Federal, no afã de regulamentar os aludidos preceitos legais pertinente ao desconto de créditos de PIS/PASEP sobre certas despesas, aquisições e dispêndios, não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas ora questionadas. g) Cabe voltarnos com maior detença à glosa das máquinas e equipamentos adquiridos pela requerente e incorporados ao seu ativo imobilizado, a qual, com a devida vênia, causou estranheza, considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.637/2002. O Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, instituiu depreciação acelerada incentivada e desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo de doze meses, para aquisições de bens de capital efetuadas por pessoas jurídicas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas das áreas de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. A querela reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizandose ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data vênia, desmantela a pretensão esposada pela Autoridade Fazendária é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente, Fl. 442DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 105 6 de modo que pelas suas especificidades, é evidente que a conduta apontada no Auto, seria, como é, impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, sem observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. A ocorrência supra, contudo, reiterese, não apenas é inexeqüível em face do processo produtivo e depreciação ordinária das máquinas e equipamentos empregados no mesmo, como ainda não fora minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante as decisões colacionadas alhures, tais glosas também hão de ser inteiramente desconstituídas. Do que é possível inferir da sucinta exposição declinada pela autoridade fazendária, não teria sido reconhecido benefício para tais itens na medida em que não se enquadrariam no rol de máquinas e equipamentos, volvidos ao Ativo Imobilizado, empregados na fabricação de produtos para venda, restando excluídos assim móveis, ferramentas, instrumentos, construção civil, veículos e demais que estariam, segundo a inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e equipamentos que gerariam crédito consoante o ordenamento aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da razão pela qual e nem tampouco quais seriam estes itens específicos, ao menos referidos em uma planilha anexa ao Auto de Infração que permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais máquinas e equipamentos defendose objetivamente de tais glosas. O que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como máquinas efetivamente foram incorporados ao ativo imobilizado e empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a periodicidade prevista nas normas aludidas. O Fiscal não se desincumbira de tal ônus mínimo, incorrendo não somente em cerceamento de defesa como ainda trazendo a lume mais uma glosa descabida. h) Transcreve o que identifica como o entendimento doutrinário relativo ao regime da nãocumulatividade aplicado ao PIS/PASEP, concluindo que a Constituição Federal previu o regime da não cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçandolhes com precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeuo pela EC 42/2003 ao PIS/PASEP, remetendo sua regulamentação à legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes da EC, pela Lei ordinária 10.637/2002, que não apenas elencara quais setores da economia seriam autorizados a se apropriar de créditos sobre determinadas despesas e encargos, como ainda discriminara quais destes desembolsos permitiriam tal apropriação. Em outros termos, a nãocumulatividade tal como normatizada em nível infraconstitucional, nada obstante estar radicada ontologicamente na Constituição Federal, já é setorizada e parcial, atinge alguns nichos específicos da atividade econômica nacional e lhes faculta a apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas inerentes à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e Fl. 443DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 106 7 que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No caso vertente, convém ressaltar que a impugnante fora extremamente conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições da Lei 10.637, apropriandose dos créditos gerados apenas pelas aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais, conquanto seja irrefutável a natureza imperativa e irrestrita do comando constitucional pós EC 42/2003 para os setores previstos em lei, as contribuições serão nãocumulativas. Simples. Nada obstante, amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita posição doutrinária. i) Protesta pela produção de prova pericial, via auditagem suplementar, considerandose a incompatibilidade entre a escrita contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N. Fiscalização esclarecendo que a finalidade é a de ratificar a efetiva utilização dos bens e serviços glosados como insumos de aplicação direta e efetiva no processo produtivo da requerente, desde já indicando Assistente técnico A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 0122563 de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional. PAF. PERÍCIA. REQUISITOS. Considerase não formulado o pedido de perícia que deixa de atender aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972. PIS/PASEP NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. CRÉDITOS. No cálculo do PIS NãoCumulativo somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. Fl. 444DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 107 8 PIS/PASEP NÃOCUMULATIVO. ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS. Na nãocumulatividade do PIS, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda. Descontente com o indeferimento de sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzilos. Ressalto que não houve pedido de perícia. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas objeto do despacho decisório, objeto desta lide. É o relatório. VOTO Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator. A impugnação foi apresentada com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dela tomo conhecimento e passo a apreciar. A Autoridade Fiscal e a Delegacia de Julgamento partem da premissa de que para serem considerados insumos os itens devem ser aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação do bem. Conceito parecido com o utilizado pelo Parecer Normativo CST nº 65, de 30 de outubro de 1979. Com base nesta premissa glosou insumos que entendia não se subsumirem a regra acima descrita. Neste contexto foram glosados os custos de transporte e coprocessamento de rejeito gasto de cubas – RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e os respectivos transportes e de transporte de rejeitos industriais. Além destas glosas, foram efetuadas exclusões referentes aos custos com máquinas e equipamentos, aos custos com peças de manutenção e aos custos alusivos às edificações. Inconformado com todas essas glosas, o contribuinte apresentou recurso detalhando o seu processo produtivo e esclareceu que as máquinas e equipamentos fazem parte de seu parque produtivo e as edificações são os estabelecimentos que abrigam seu parque industrial. Fl. 445DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/200972 Resolução nº 3402000.491 S3C4T2 Fl. 108 9 Ao meu sentir, o conceito utilizado de insumo utilizado pelo Legislador na apuração de créditos a serem descontados da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota uma abrangência maior do que MP, PI e ME relacionados ao IPI. Por outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa. Por isso, entendo que em todo processo administrativo que envolver créditos referentes a nãocumulatividade do PIS ou da Cofins, deve ser analisado cada item relacionado como “insumos” e o seu envolvimento no processo produtivo, para então definir a possibilidade de aproveitamento do crédito. Retornando aos autos, para uma decisão justa e precisa, necessito que a Unidade de Origem emita um parecer conclusivo acerca da relação de inerência entre os dispêndios realizados a título de transporte e coprocessamento de rejeito gasto de cubas – RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da eventual inexistência desses gastos. Necessito, outrossim, que sejam identificas as máquinas, os equipamentos e as edificações do parque industrial do recorrente e seus os respectivos custos. Da conclusão da diligência deve ser dada ciência à contribuinte, abrindolhe o prazo de trinta dias para, querendo, pronunciarse sobre o feito. Após todos os procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. É como voto. Sala das Sessões, em 27/11/2012 GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Fl. 446DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 13861.000089/2003-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE EXISTENTE. ESCLARECIMENTO.
Devem ser esclarecidas as obscuridades apontadas e existentes no acórdão embargado.
COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Aplica-se lei posterior, menos gravosa, em se tratando de penalidade referente a fatos pretéritos não definitivamente julgados (CTN, art. 106, inciso II, c). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03.
Numero da decisão: 3401-001.979
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, apenas para esclarecer a obscuridade apontada.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Emanuel Carlos Dantes de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE EXISTENTE. ESCLARECIMENTO. Devem ser esclarecidas as obscuridades apontadas e existentes no acórdão embargado. COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplica-se lei posterior, menos gravosa, em se tratando de penalidade referente a fatos pretéritos não definitivamente julgados (CTN, art. 106, inciso II, c). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 13861.000089/2003-77
anomes_publicacao_s : 201212
conteudo_id_s : 5177630
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 3401-001.979
nome_arquivo_s : Decisao_13861000089200377.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 13861000089200377_5177630.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, apenas para esclarecer a obscuridade apontada. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Emanuel Carlos Dantes de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.
dt_sessao_tdt : Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
id : 4418625
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:29 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216958889984
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1642; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 492 1 491 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13861.000089/200377 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3401001.979 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2012 Matéria COFINS Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado COPEBRÁS LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE EXISTENTE. ESCLARECIMENTO. Devem ser esclarecidas as obscuridades apontadas e existentes no acórdão embargado. COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase lei posterior, menos gravosa, em se tratando de penalidade referente a fatos pretéritos não definitivamente julgados (CTN, art. 106, inciso II, “c”). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, apenas para esclarecer a obscuridade apontada. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 1. 00 00 89 /2 00 3- 77 Fl. 492DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24 /11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Emanuel Carlos Dantes de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional (fls.483/484) contra o acórdão nº 20313.048, no qual foi aplicada a retroatividade benigna para a multa de ofício aplicada. Segundo a Embargante o acórdão ficou obscuro, pois pela fundamentação do acórdão a multa deveria ser exonerada, em razão da retroatividade benigna do art. 18, da Lei nº 10.833/03. Contudo, na ementa, consta que a multa de ofício deveria ser reduzida de 100% para 75%. Por esses motivos, a Embargante pede que seja esclarecido o posicionamento tomando por este colegiado, para que não pairem dúvidas acerca do resultado do julgamento; e que o acórdão seja adequado para que a ementa corresponda ao efetivamente decidido. Constatado que o Relator originário não está mais no CARF, o Conselheiro que ora relata foi designado relator ad hoc. É o Relatório. Voto Conselheiro JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Os embargos são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Embargante pede esclarecimento de suposta obscuridade que resultou de informações incompatíveis entre a fundamentação do acórdão e a ementa. Compulsando os autos, observase que realmente há dois comandos na decisão embargada (fls.474/479): na fundamentação do acórdão a decisão é no sentido de exonerar a multa de ofício, enquanto na ementa a decisão é no sentido de apenas reduzir a multa de 100% para 75%. Aprofundandose na análise, temse que a parte da retroatividade benigna tratada no acórdão recorrido era matéria do recurso de ofício, haja vista a DRJ ter exonerado a multa de ofício. Como no relatório embargado o relator negou provimento ao Recurso de Ofício e manteve essa parte da decisão da DRJ, resta evidenciada a intenção de exoneração total da multa aplicada e não apenas a sua redução. Fl. 493DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24 /11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13861.000089/200377 Acórdão n.º 3401001.979 S3C4T1 Fl. 493 3 A DRJ exonerou a multa de ofício em razão da retroatividade benigna, porque a nova redação do art.18, da Lei nº 10.833/03, passou a limitar as hipóteses de aplicação da multa de ofício por não homologação da compensação e o caso concreto não se enquadrava nas hipóteses restantes. Portanto, esclareçase: a decisão embargada é no sentido de exoneração total da multa e não apenas de redução de 100% para 75%. Dessa forma, a ementa correta para esta matéria deve ser reformulada para ficar do seguinte modo: “COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase lei posterior, menos gravosa, em se tratando de penalidade referente a fatos pretéritos não definitivamente julgado (CTN, art. 106, inciso II, “c”). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03” Ex positis, acolho os embargos de declaração para esclarecer a obscuridade apontada. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator Fl. 494DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24 /11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 18184.000023/2008-34
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/1996 a 31/07/1996, 01/12/1996 a 31/12/1996, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 30/09/2001, 01/07/2002 a 30/11/2002, 01/02/2003 a 28/02/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 31/12/2003, 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004, 01/12/2004 a 31/12/2004, 01/02/2005 a 31/12/2005
Ementa:
RECURSO INTEMPESTIVO
Recurso voluntário não conhecido por falta de requisitos de admissibilidade, já que interposto intempestivamente.Art. 126, da Lei n(8.213/91, combinado com artigo 305, parágrafo 1( do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.(3048/99.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2302-002.154
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Liege Lacroix Thomasi Relatora e Presidente Substituta
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Manoel Coelho Arruda Junior, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Sato.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201210
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/1996 a 31/07/1996, 01/12/1996 a 31/12/1996, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 30/09/2001, 01/07/2002 a 30/11/2002, 01/02/2003 a 28/02/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 31/12/2003, 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004, 01/12/2004 a 31/12/2004, 01/02/2005 a 31/12/2005 Ementa: RECURSO INTEMPESTIVO Recurso voluntário não conhecido por falta de requisitos de admissibilidade, já que interposto intempestivamente.Art. 126, da Lei n(8.213/91, combinado com artigo 305, parágrafo 1( do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.(3048/99. Recurso Voluntário Não Conhecido
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 18184.000023/2008-34
anomes_publicacao_s : 201211
conteudo_id_s : 5175591
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 2302-002.154
nome_arquivo_s : Decisao_18184000023200834.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : LIEGE LACROIX THOMASI
nome_arquivo_pdf_s : 18184000023200834_5175591.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Manoel Coelho Arruda Junior, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Sato.
dt_sessao_tdt : Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
id : 4382947
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:54:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216979861504
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1999; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 290 1 289 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18184.000023/200834 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2302002.154 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de outubro de 2012 Matéria Salário Indireto ProLabore Recorrente BRASTUBO CONSTRUÇÕES METÁLICAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/1996 a 31/07/1996, 01/12/1996 a 31/12/1996, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 30/09/2001, 01/07/2002 a 30/11/2002, 01/02/2003 a 28/02/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 31/12/2003, 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004, 01/12/2004 a 31/12/2004, 01/02/2005 a 31/12/2005 Ementa: RECURSO INTEMPESTIVO Recurso voluntário não conhecido por falta de requisitos de admissibilidade, já que interposto intempestivamente.Art. 126, da Lei n°8.213/91, combinado com artigo 305, parágrafo 1° do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.°3048/99. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Manoel Coelho Arruda Junior, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Sato. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 4. 00 00 23 /2 00 8- 34 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Relatório Trata a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, lavrada e cientificada ao sujeito passivo em 20/09/2006, de contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos segurados contribuintes individuais, no período descontínuo de 07/1996 a 12/2005. De acordo com o relatório fiscal de fls.23/26, o lançamento teve por base valores lançados na contabilidade da notificada, relativos a empréstimos efetuados pela empresa a alguns sócios, que não foram saldados, mas renovados, e assim, caracterizados como prolabore indireto. Aduz o relatório que não havia retirada de prolabore no período citado Após impugnação, os autos baixaram em diligência para análise dos documentos juntados. Informação Fiscal de fls. 202/208, rebateu as alegações da notificada, dizendo que os contratos de mútuo não foram aceitos por não obedecer as regras legais estipuladas para sua validade, que foram confeccionados posteriormente aos empréstimos, que não houve devolução comprovada dos valores tomados como empréstimo, que os valores foram apurados na contabilidade, cujos históricos das contas traziam o nome dos sócios e , por fim, acata o prazo decadencial exposto no Código Tributário Nacional, para excluir do lançamento as competências de 07/1996 e 12/1996, pois a próxima competência lançada é 02/2001. O contribuinte teve ciência do resultado da diligência e manifestouse no prazo concedido. Acórdão de fls. 244/256, julgou o lançamento procedente em parte para excluir o período lançado até 12/1996. Inconformado o contribuinte apresentou recurso voluntário, onde alefga em síntese: a) que a NFLD deve ser anulada por não estar fundamentada de forma razoável; b) que não se trata de pagamento de prolabore, mas de contratos de mútuo; c) que tais contratos não foram considerados, quando muitas vezes quem emprestava verbas à sociedade era o sócio e não o contrário; d) que a flat de registro não desvirtua o contrato de mútuo, não havendo motivos para a descaracterização; e) que não existe texto de lavra do INSS que obrigue o registro de tal contrato; f) que o auto está fundamentado em legislação revogada; Fl. 336DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 18184.000023/200834 Acórdão n.º 2302002.154 S2C3T2 Fl. 291 3 g) que a fiscal está desatualizada na legislação civil, que o Código Civil de 1916 já foi revogado e que no de 2002, há regras específicas quanto aos contratos de mútuo; h) que as operações entre a recorrente seus sócios são regidas pelo Código Civil; i) que alguns valores já foram quitados; j) que o sócio Aldo Narcisi não retira prolabore porque recebe distribuição de lucros de outra empresa; k) que no ano de 2006, pagou boa parte do saldo mediante assunção da dívida da recorrente com a empresa New Wayco S/A . Requer o provimento do recurso para cancelar a NFLD por improcedente, ou anulála frente as irregularidades apontadas, ou para corrigir valores que estão absolutamente irreais já que não consideraram a compensação entre créditos e débitos e aponta valores incorretos. Posteriormente, em 15/06/2011, o contribuinte protocola requerimento para que se modifique a situação do débito nos sistemas informatizados da Receita Federal, devendo constar “suspenso por recurso administrativo”, atestando que interpôs recurso em 19/05/2011 e que não aderiu,com relação a este débito ao parcelamento especial. É o relatório. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora Da Admissibilidade O recurso é INTEMPESTIVO, razão pela qual dele não se deve tomar conhecimento. Cientificado o sujeito passivo do Acórdão de fls. 244/256, em 18/04/2011, fls.260, o prazo para interposição de recurso, que é de 30 (trinta) dias, conforme o art. 126, caput, da Lei n.º 8.213/91, combinado com o art. 305, § 1º, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, iniciou em 19/04/2011, fruindo até 18/05/2011. Entretanto, o recurso foi interposto apenas em 19/05/2011, conforme documento de fls. 265, configurandose, portanto, sua intempestividade. Lei n° 8213/91 Art. 126. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro SocialINSS nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da Seguridade Social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme dispuser o Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) Regulamento da Previdência Social/ Decreto n° 3.048/99 Art.305. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social e da Secretaria da Receita Previdenciária nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social, respectivamente, caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento do CRPS. (Alterado pelo Decreto nº 6.032 de 1º/2/2007 DOU DE 2/2/2007) § 1º É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) Pelo exposto, considerando que a recorrente não argúi a tempestividade, na peça recursal e considerando o artigo 35, do Decreto n°70.235/72, que dispõe: “Art. 35. O recurso , mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção.” Voto por não conhecer o recurso, por falta de requisito para sua admissibilidade, mantendo a decisão de primeira instância proferida. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 18184.000023/200834 Acórdão n.º 2302002.154 S2C3T2 Fl. 292 5 Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 339DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001428/2006-92
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003, 2004,2005
MULTA DE OFÍCIO.
A exigência da multa "ex officio", no percentual de 75%, obedece tão-somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor. Recurso Negado
IMPOSTO DEVIDO, MULTA DE OFÍCIO. BASE DE CÁLCULO.
Na apuração do imposto devido, em procedimento de oficio, devem ser considerados os impostos efetivamente pagos, ainda que por pessoa diversa e sob outra denominação, devendo incidir a multa sobre o crédito tributário assim apurado.
MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE.
A multa isolada não pode ser exigida concomitantemente com a multa de ofício. Precedentes da 2ª Câmara e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.
Recurso provido em parte
Numero da decisão: 2802-002.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para (a) subtrair do imposto devido os valores correspondentes aos tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda incidentes sobre as receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física; (b) subtrair da base de cálculo da multa de oficio os valores constantes do item anterior; e (c) excluir a multa isolada lançada por falta de recolhimento do Carnê-Leão, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Júnior que dava provimento em menor extensão por não excluir a multa isolada.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente
(assinado digitalmente)
Dayse Fernandes Leite Relatora
EDITADO EM: 20/02/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci De Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano
Nome do relator: DAYSE FERNANDES LEITE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004,2005 MULTA DE OFÍCIO. A exigência da multa "ex officio", no percentual de 75%, obedece tão-somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor. Recurso Negado IMPOSTO DEVIDO, MULTA DE OFÍCIO. BASE DE CÁLCULO. Na apuração do imposto devido, em procedimento de oficio, devem ser considerados os impostos efetivamente pagos, ainda que por pessoa diversa e sob outra denominação, devendo incidir a multa sobre o crédito tributário assim apurado. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE. A multa isolada não pode ser exigida concomitantemente com a multa de ofício. Precedentes da 2ª Câmara e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Recurso provido em parte
turma_s : Segunda Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 18471.001428/2006-92
anomes_publicacao_s : 201303
conteudo_id_s : 5189998
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2802-002.028
nome_arquivo_s : Decisao_18471001428200692.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : DAYSE FERNANDES LEITE
nome_arquivo_pdf_s : 18471001428200692_5189998.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para (a) subtrair do imposto devido os valores correspondentes aos tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda incidentes sobre as receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física; (b) subtrair da base de cálculo da multa de oficio os valores constantes do item anterior; e (c) excluir a multa isolada lançada por falta de recolhimento do Carnê-Leão, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Júnior que dava provimento em menor extensão por não excluir a multa isolada. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Relatora EDITADO EM: 20/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci De Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano
dt_sessao_tdt : Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
id : 4515354
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:46 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216983007232
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1966; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 2 1 1 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18471.001428/200692 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802002.028 – 2ª Turma Especial Sessão de 21 de novembro de 2012 Matéria IRPF Recorrente ALEX LERNER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002, 2003, 2004,2005 Ementa NULIDADE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPROCEDÊNCIA Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. EFEITOS. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004,2005 MULTA DE OFÍCIO. A exigência da multa "ex officio", no percentual de 75%, obedece tão somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor. Recurso Negado IMPOSTO DEVIDO, MULTA DE OFÍCIO. BASE DE CÁLCULO. Na apuração do imposto devido, em procedimento de oficio, devem ser considerados os impostos efetivamente pagos, ainda que por pessoa diversa e sob outra denominação, devendo incidir a multa sobre o crédito tributário assim apurado. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 14 28 /2 00 6- 92 Fl. 423DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 A multa isolada não pode ser exigida concomitantemente com a multa de ofício. Precedentes da 2ª Câmara e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Recurso provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para (a) subtrair do imposto devido os valores correspondentes aos tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda incidentes sobre as receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física; (b) subtrair da base de cálculo da multa de oficio os valores constantes do item anterior; e (c) excluir a multa isolada lançada por falta de recolhimento do CarnêLeão, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Júnior que dava provimento em menor extensão por não excluir a multa isolada. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso –Presidente (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite – Relatora EDITADO EM: 20/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci De Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano Relatório Alex Lerner, interpôs recurso voluntário contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte lançamento formalizado por meio do auto de infração de fls, 256 a 276. A exigência referese a Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF, no valor de R$65.531,42, acrescido de multa de oficio de 75% e de juros de mora, totalizando um crédito tributário lançado de R$ 153.763,62. A infração que ensejou o lançamento e que está detalhadamente descrito no Termo de Verificação Fiscal de fls. 277/291, foi: 1. RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE NATUREZA PERSONALÍSSIMA RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS; 2. RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS/JURÍDICAS.OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS E ROYALTIES RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS; Fl. 424DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/200692 Acórdão n.º 2802002.028 S2TE02 Fl. 3 3 3. RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS SUJEITOS A CARNÊLEÃO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS E ROYALTIES RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS; 4. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL). DEDUÇÃO INDEVIDA DE DEPENDENTE; 5. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL). DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS; 6. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL). DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS DE LIVRO CAIXA; 7. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO PLEITEADA INDEVIDAMENTE (AJUSTE ANUAL). DEDUÇÃO INDEVIDA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA/FAPI; 8. MULTAS ISOLADAS. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPF DEVIDO A TÍTULO DE CARNÊLEÃO. Da Infração 001 A infração trata de rendimentos recebidos da empresa TV Globo Ltda, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2002, decorrentes de serviços de natureza personalíssima, nos totais abaixo discriminados: Anocalendário Rendimento Omitido 2001 R$56.250,00 2002 R$49.165,60 De acordo com a fiscalização o contribuinte teria utilizado a sua empresa Lerner Produções Artísticas Ltda para tributar rendimentos próprios de sua pessoa física com o fim de enquadrálos em uma tributação menos onerosa na pessoa jurídica, fugindo de uma alíquota de 27,5% para alíquotas de 9,53 e 8,45%, conforme tabela à fl. 282. Assim sendo, os valores recebidos pela Lerner Produções Artísticas Ltda, discriminados na tabela acima, foram lançados de oficio pela fiscalização na pessoa física do contribuinte como omissão de rendimentos. Para a autuante, o que chamaria a atenção (fl. 282) nos contratos firmados entre a TV GLOBO Ltda e a Lerner Produções Artísticas Ltda (fls. 103 a 114) seria a tentativa de encobrir o verdadeiro contratado, o Sr. Alex Lerner, ficando a verdadeira operação evidenciada pelo fato de que o próprio contribuinte, na figura de interveniente do contrato, seria o único responsável pelo seu cumprimento, sendo o seu impedimento/não atendimento pessoal a principal causa de ruptura do contrato. A autuante esclarece, ainda, que não foram apresentadas as notas ficais emitidas pela Lerner Produções Artísticas Ltda sob alegação de roubo do veículo da contadora e informa que o contribuinte tem 95% de participação nesta empresa, sendo que a outra sócia, o sra.Ayres Lerner, mãe do contribuinte, é uma senhora de 71 anos, que não poderia os prestar serviços de exigidos no contrato pela contratante. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Da Infração 002 8 A infração trata de omissão de parte dos rendimentos de aluguel recebidos da empresa Momix Comércio do Vestuário Ltda no ano calendário de 2004, conforme DIRF —Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte — à fl. 26. O valor considerado omitido foi de R$2.009,39 com IRRF — Imposto de Renda Retido na Fonte — de R$552,52. Da Infração 003 9 A infração trata de rendimentos recebidos de pessoas físicas a título de aluguel nos anoscalendário de 2001 a 2004 (planilhas às fls. 293 a 300). Os valores lançados foram apurados a partir de informações fornecidas pelo próprio contribuinte, tendo sido apuradas as omissões discriminadas na tabela à fl. 287. Da Infração 004 10 A infração de glosa da relação de dependência da mãe do autuado no ano calendário de 2001, por ter esta apresentado declaração de ajuste anual em separado. Da Infração 005 11 A infração trata de glosa de despesas médicas nos anos calendário de 2001 a 2004, por falta de comprovação e/ou de previsão legal, conforme planilha à fl. 292. Da Infração 006 12 A infração trata de glosa de despesas deduzidas a título de livro caixa nos anos calendário de 2001 a 2003. A fiscalização esclarece que o contribuinte não apresentou o livro caixa e mesmo que tivesse apresentado não teria direito a esta dedução uma vez que os rendimentos de pessoas físicas declarados referemse apenas a aluguéis. Da Infração 007 13 A infração trata de glosa do valor deduzido a título de Previdência Privada no anocalendário de 2003 por falta de comprovação da despesa. Da Infração 008 14 A infração trata da falta de recolhimento do imposto de renda devido a título de carnêleão, apurada sobre a diferença dos rendimentos informados na declaração de ajuste anual do contribuinte, nos anoscalendário de 2001 a 2004. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação (fls. 307 a 331), acatada como tempestiva. Em razão de sua pertinência, peço vênia para adotar e transcrever o relatório da decisão recorrida (verbis): Das Preliminares de Nulidade Com base nos Princípios da Legalidade, Impessoalidade, moralidade e publicidade, bem como ensinamentos de Hely Lopes Meireles, conclui que o lançamento em foi efetuado em desconformidade com os arts. 3º e 142 do CTN. Afirma que, subordinandose o lançamento à reserva legal, se inexistirem as provas dos fatos geradores da obrigação tributária, não pode ser exigido o tributo ou penalidade. De acordo com o contribuinte, esses princípios balizam o Decreto nº 70.235 (PAF), de 06 de março de 1972, no sentido de fixar os requisitos que devem constar obrigatoriamente do Auto de Infração, dentre os quais cita a descrição dos fatos, suas provas e a determinação da exigência, sendo nulo o Auto de Infração que não tenha tais elementos, porque, além de não conter os requisitos legais, impossibilita o contribuinte de exercer a sua ampla defesa. Fl. 426DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/200692 Acórdão n.º 2802002.028 S2TE02 Fl. 4 5 Sobre a questão, faz referência ao acórdão nº 10179.775 do 12 Conselho de Contribuintes e cita o art. 6º da IN SRF nº 94/97, que trata da anulação de lançamento sem determinados requisitos legais, ainda que a nulidade não tenha sido suscitada pelo sujeito passivo, sendo que o art. 9º do PAF estabelece, por sua vez, que os Autos de Infração devem ser instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. Sobre ampla defesa, transcreve ensinamentos de Hugo de Brito Machado e Luiz Henrique de Barros Arruda e ementa do acórdão n' 10705690 do 1º Conselho de Contribuintes, concluindo que, em matéria de prova, o Conselho de Contribuintes vem decidindo que, por ser o lançamento uma atividade plenamente vinculada, deve basearse em prova segura da ocorrência do fato gerador, competindo ao Fisco a prática do atos que lhe são próprios no sentido de obter os indispensáveis elementos de convicção e certeza para constituição do crédito tributário, sobre os quais não pode restar nenhuma sombra de dúvida, sob pena de não prosperar a exação. Assim sendo, diante do exposto, requer a nulidade do lançamento, com o seu conseqüente cancelamento. Do Direito Citando o acórdão nº 10417.756 do 1º Conselho de Contribuintes, e trazendo à baila conceitos doutrinários de indícios presunções, reclama que a fiscalização tão somente buscou lançar valores sem ter logrado comprovar e evidenciar sua natureza, nem mesmo diligenciar, ou levar em conta as reiteradas declarações do contribuinte. Baseouse em mero indício e, em decorrência, presumiu a ocorrência do fato gerador, sem base legal, posto que não há presunção legal para essa ilação. Afirma que, ao Fisco, em princípio, cabe fundamentar a pretensão tributária, ou seja, dizer o porquê do seu convencimento. Assim é que o §3 2 do art. 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, baliza o entendimento para esta tributação de base presuntiva, determinando, destarte, o prudente critério da autoridade lançadora. Transcrevendo acórdãos do 1º CC que tratam da impossibilidade da tributação de depósitos bancários, o impugnante afirma que este era o entendimento das instâncias julgadoras na esfera administrativa para os depósitos bancários até o advento da presunção legal do art. 42 da Lei nº 9.430/1996, não devendo, no entanto, o Fisco se afastar da verdade material dos fatos nem de sua responsabilidade por pautar seus atos nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade (art. 37 da CF/88). Assim sendo, diante do que expõe, requer nulidade do lançamento e conseqüente cancelamento. Das Provas O contribuinte alega que a imposição foi unilateralmente efetuada, carente de fundamentação dos elementos de convencimento da autoridade lançadora, sem a essencial prova ou evidência do acréscimo patrimonial ou de sua origem, ou de que seriam inerentes ao ramo de negócio autuado. Nesse sentido, alega que o 1º Conselho de Contribuintes já decidiu que a falta de entrega ao contribuinte de todos os demonstrativos, termos e esclarecimentos mencionados no lançamento, que o impeça de conhecer o inteiro teor do ilícito que lhe é imputado, inclusive os valores e cálculos considerados para determinar a Fl. 427DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 6 matéria tributada, caracteriza cerceamento do direito de defesa e implica na nulidade da decisão de primeira instância. Do Mérito das Infrações Infração 001 O contribuinte reclama que a Fiscalização desconsiderou a personalidade jurídica da empresa Lerner Produções Artísticas Ltda e, com base no contrato firmado com a TV Globo Ltda, computou o faturamento da pessoa jurídica como rendimentos tributáveis na pessoa física do autuado, sem ao menos considerar os valores já oferecidos à tributação na declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e o imposto já pago, numa completa afronta ao princípio da razoabilidade e legalidade que devem nortear os atos dos agentes públicos. Com base no art. 50 do Código Civil de 2002, alega que a desconsideração da pessoa jurídica é ato próprio do judiciário, sendo que o art. 129 da Lei n2 11.196, de 21 de novembro de 2005, que teria caráter interpretativo e retroativo, deu o entendimento de que é possível a tributação na pessoa jurídica. Em outro aspecto, alega que não vale a presunção unilateral de que o apresentador estava contratado somente para apresentar, isto é, comparecer no dia e hora marcado para ler ou interpretar um texto a ele entregue já pronto. A produção artística de um programa envolve uma plêiade de atividades preparatórias com o concurso de outros profissionais, emprego de materiais, execução de cenários, contratação participantes das mais variadas áreas. Por fim, na hipótese de o lançamento prosperar, solicita que sejam considerados como redutores da matéria tributável os impostos que a empresa Lerner Produções Artísticas Ltda recolheu no período autuado. Infrações 002 e 003 Baseandose nos arts. 3, 112, 142 e 204 do CTN e ensinamento de Paulo de Barros Carvalho, o contribuinte contesta a infração com a argumentação de que ele mesmo forneceu todos os elementos comprobatórios, que foram utilizados pela autuante para buscar divergências que pudessem caracterizar base imponível para a tributação do IRPF e que inexistiriam outros elementos de convicção e certeza indispensáveis à constituição do crédito tributário impugnado, muito embora seja necessário, nas presunções simples que o Fisco esgote o campo probatório, já que a atividade do lançamento é plenamente vinculada e não comporta incertezas. Havendo dúvidas sobre a exatidão dos elementos em que se baseou o lançamento, a exigência não pode prosperar, por força do disposto no art. 112 do CTN. O Fisco é responsável pela a apresentação e produção das provas de todos os fatos comprobatórios da autuação, devendo estes assegurarem ao crédito tributário a presunção de liquidez e certeza e o efeito da prova préconstituída Adicionalmente, afirma que o valor recebido da Momix Comércio do Vestuário Ltda, além de declarado, dá direito ainda a uma diferença de IRRF de R$552,52, lançados a menor, como depreenderseia da planilha apresentada pela autuante. Quanto às pequenas diferenças mensais decorrentes de valores recebidos de locatários pessoas físicas , estas referemse a divergências nos rascunhos de recibos e canhotos entregues de boafé à fiscalização, mas que incluíram contraprestações de condomínio, taxas de luz, água e gás, as quais não ser consideradas como aluguéis. Nesse sentido, a fiscalização teria optado por trilhar o caminho mais curto e fácil, imputando todo o valor assinalado como tributável. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/200692 Acórdão n.º 2802002.028 S2TE02 Fl. 5 7 Infração 004 O contribuinte alega que deduziu sua mãe viúva como dependente uma vez que arcava com suas despesas médicas e a legislação assim permitia. Infração 005 O impugnante alega que deduziu alguns pagamentos de despesas médicas incorridas por ele, mas cujos recibos estavam em nome de sua mãe a paciente, uma vez que a mesma, sendo viúva, poderia figurar como dependente de seu filho. Alega, ainda, que apresentou os recibos de despesas médicas que não foram consideradas pela fiscalização, e anexa ao presente processo comprovantes de despesas médicas do Saúde Bradesco. Infração 006 O impugnante alega que, sendo jornalista e repórter, profissional liberal, pode lançar suas despesas profissionais de custeio necessárias à percepção dos rendimentos com autônomo. Infração 007 Para esta infração, o contribuinte alega que juntou em anexo à impugnação os comprovantes dos pagamentos a título de previdência privada. Infração 008 Para esta infração o contribuinte alega que foram lavradas multas isoladas por falta de recolhimento de carnêleão decorrente dos aluguéis anteriormente discutidos, os quais decorrem de pequenos valores mensais oriundos de divergência entre os rascunhos e cópias dos canhotos onde o valor líquido percebido não deve considerar as taxas condominiais e de luz, água e gás. A 3ª Turma DRJ/Rio de Janeiro II (RJ), ao examinar o pleito, proferiu o acórdão n° 1325.201, de 18 de junho de 2009, que se encontra às fls. 356 a 396, cuja ementa é a seguinte ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 APLICAÇÃO DE LEI SUPERVENIENTE AO FATO GERADOR. AUSÊNCIA DE CARÁTER INTERPRETATIVO. Inaplicável o art. 129 da Lei n°. 11.196, de 2005, a fatos geradores pretéritos, uma vez que dito dispositivo legal não possui natureza interpretativa para o caso em questão. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. SERVIÇOS PRESTADOS EM CARÁTER PERSONALÍSSIMO. Serviços prestados de forma pessoal e individual, fora do âmbito de uma sociedade de profissionais legalmente habilitados, terão seus rendimentos tributados na pessoa física, sendo irrelevante a existência de registro de pessoa jurídica para tratar dos seus interesses. Fl. 429DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 8 TRIBUTOS RECOLHIDOS PELA PESSOA JURÍDICA. COMPENSAÇÃO. Não tendo a fiscalização negado a existência da pessoa jurídica, nem procedido à desconstituição de sua personalidade jurídica, não cabe a compensação dos tributos recolhidos pela empresa com o imposto apurado no procedimento fiscal. Em consonância com o previsto no art. 30 da IN SRF Nº. 210/2002, caberia especificamente à pessoa jurídica, que tem personalidade distinta da pessoa física, proceder ao pedido de restituição. DEDUÇÃO. DESPESAS DEDUTÍVEIS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO NOS LIMITES DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. As despesas dedutíveis são aquelas comprovadas mediante documentação hábil e idônea até o limite de dedutibilidade previsto na legislação tributária. Lançamento Procedente em Parte A ciência da Decisão foi em 11/11/2009, consoante o Termo de Ciência de fls. 368.. O recurso voluntário foi interposto em 10/12/2009 (fls. 376), representado por advogado, fls 388, no qual repisa as alegações da peça impugnatória, no tocante a preliminar de Nulidade do Lançamento. Quanto ao mérito, alega, em síntese que: 001 Rendimentos de Natureza Personalíssima 1. A Fiscalização desconsiderou a personalidade jurídica da empresa Lerner Produções Artísticas Ltda e, com base no contrato firmado com a TV Globo Ltda, computou o faturamento da pessoa jurídica como rendimentos tributáveis na pessoa física do autuado, sem ao menos considerar os valores já oferecidos à tributação na declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica . 2. Alega que seria de inteira Justiça, o fisco, excluir de ofício os tributos recolhidos pela empresa Lerner Produções Artísticas para fins de apuração do imposto devido e multa apurados no procedimento fiscal. 3. Destaca que o aproveitamento, na pessoa física, do que foi pago pela pessoa jurídica seria de inteira justiça, vez que a empresa Lerner Produções Artísticas Ltda recolheu aos cofres públicos, em 2001 e 2002, R$ 10.855,36 e R$ 7.629,39, respectivamente. Entende que tais valores deveriam ser considerados como descontáveis do Imposto Apurado, como Impostos de Renda Retidos na Fonte, na hipótese de que essa injusta exação venha a ter êxito 002 e 003 Aluguéis 1. Argumenta que ele mesmo forneceu todos os elementos comprobatórios, que foram utilizados pela autuante para buscar divergências que pudessem caracterizar nova base de cálculo para o imposto de renda. Fl. 430DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/200692 Acórdão n.º 2802002.028 S2TE02 Fl. 6 9 2. Quanto às pequenas diferenças mensais decorrentes de valores recebidos de locatários pessoas físicas, estas referemse a divergências nos rascunhos de recibos e canhotos entregues de boafé à fiscalização, mas que incluíram contraprestações de condomínio, taxas de luz, água e gás, as quais não deveriam ser computadas como rendimentos de aluguéis. Outrossim, caso venha a prosperar a exação quanto a esse item, há que se levar em consideração a redução da multa de 75 % para 20 %, uma vez que o contribuinte forneceu os valores obtidos e não foi o Fisco que os apurou. 004Dedução Indevida de Dependente 005 Dedução Indevida de Despesas Médicas 1. alega que deduziu sua mãe viúva como dependente uma vez que arcava com suas despesas médicas e a legislação assim permitia. 2. Solicita que a Declaração feita pela sua mãe, seja cancelada de ofício pela DERATRJO e sua mãe, seja restabelecida como sua efetiva dependente, bem como as despesas médicas que ele teve com ela. 006 Dedução de Livro Caixa. 1. alega que, sendo jornalista e repórter, profissional liberal, pode lançar suas despesas profissionais de custeio necessárias à percepção dos rendimentos com autônomo. 2. assevera que não é sua culpa que fatos alheios a sua vontade, como o extravio de seu Livro Caixa e Notas Fiscais de despesas incorridas e lançadas, o prejudiquem a ponto de ter suas despesas totalmente glosadas. 3. Pensa que, s.m.j., deve ser aplicado ao caso o princípio jurídico de que "em dúvida próréu", ou seja, na impossibilidade de que se possam comprovar o teor das despesas, por motivos alheios à vontade do contribuinte, devem elas serem aceitas pelo Fisco, por uma questão de Justiça 008 — Multas Isoladas 1. Alega que as multas foram resultado da falta de recolhimento de carnê leão, quanto às supostas omissões já discutidas em item acima Finaliza solicitando o cancelamento do Auto de Infração objeto do presente Recurso É o relatório. Fl. 431DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 10 Voto Conselheira Dayse Fernandes Leite, Relatora Rejeitase de plano a preliminar de nulidade do lançamento, por entender que o procedimento fiscal realizado pelo agente do fisco foi efetuado dentro da estrita legalidade, com total observância ao Decreto nº. 70.235, de 1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal, não se vislumbrando, no caso sob análise, qualquer ato ou procedimento que tenha violado ou subvertido o princípio do devido processo legal. Quanto ao mérito verificase que o recorrente não contesta a tributação na pessoa física dos rendimentos considerados como Omitidos e recebidos da empresa TV Globo Ltda, CNPJ n° 33.252.156/000119, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2002. Destarte, mantémse a tributação dos rendimentos sobre na pessoa física que efetivamente realizou o trabalho de natureza personalíssima O ponto controvertido a ser enfrentado, nesta instância recursal, em relação a infração 001 Rendimentos de Natureza Personalíssima, é o aproveitamento dos tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda, em 2001 e 2002, R$ 10.855,36 e R$ 7.629,39, respectivamente. na presente autuação. Assim. acompanhando decisões anteriores deste colegiado (Acórdãos 104 18641 e 10614,244, 220100.420), devem ser aproveitados na apuração de crédito tributário os valores arrecadados sob o código de tributos exigidos da pessoa jurídica cuja receita foi desclassificada e convertida em rendimentos da pessoa física, base de cálculo de lançamento de ofício. Embora reconhecendo que a empresa da qual o Autuado é sócio e sua pessoa física, são entidades distintas, como ressalta a decisão recorrida, não se pode desconsiderar o fato de que, no exato instante em que a Fazenda Nacional afirma que os valores lançados como receitas da pessoa jurídica são rendimentos da Pessoa Física, está reconhecendo que os tributos recolhidos pela pessoa jurídica sobre essas mesmas receitas eram indevidos. Ou, de outra forma, reconhecendo que parte do tributo que a Fazenda deveria receber foi efetivamente pago, ainda que por outra entidade ou com outra denominação. Dirseá que a pessoa jurídica poderá pleitear a restituição do indébito e que a compensação previstas na legislação, seguem ritos próprios. Tal solução, entretanto, não é razoável. Primeiramente, porque afronta o princípio da celeridade e economia processual; depois, porque entre uma e a outra opção opera uma grande diferença na base de cálculo da multa de oficio, em desfavor do contribuinte, caso não se proceda a compensação. Finalmente, porque imporia à empresa o ônus de, ao pleitear a restituição dos tributos e contribuições pagos, reconhecer que as receitas foram tributadas indevidamente na pessoa jurídica, contra suas próprias convicções, salvo se o pedido for formulado apenas após o trânsito em julgado na esfera administrativa e judicial, quando poderá sobrevir o término do prazo decadencial para pleitear a restituição, em prejuízo do contribuinte. Destacase, que a multa de oficio deve ser aplicada sobre a "totalidade ou diferença de tributo ou contribuição", conforme art.. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Ora, no caso, de uma forma ou de outra, parte do imposto já foi pago e, portanto, a multa deve incidir apenas sobre a diferença., Fl. 432DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/200692 Acórdão n.º 2802002.028 S2TE02 Fl. 7 11 Ressalte se que a compensação do imposto e contribuições recolhidos na pessoa jurídica com o imposto apurado no auto de infração deve ser efetuada antes de qualquer cálculo de acréscimos legais (multa e juros). Por todas essas razões, entendese que deve ser feita a compensação, antes da aplicação da multa de oficio, dos tributos e contribuições pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda, incidentes sobre as receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física do autuado, Com relação as infrações: 002 e 003 Rendimentos de Aluguéis Verificase que o recorrente não contesta a omissão, o que ele contesta é a aplicação da multa de 75% aplicada sobre esta infração. Entretanto, a exigência da multa "ex officio, no percentual de 75%, obedece tão somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor, conforme determina o artigo 44, inciso I, Lei nº 9.430 de 1996. Devese manter esta exigência. 004 Dedução Indevida de Dependente 005 Dedução Indevida de Despesas Médicas · Verificase que em fase recursal o recorrente solicita que a Declaração feita pela sua mãe, seja cancelada de ofício pela DERAT RJO e sua mãe, seja restabelecida como sua efetiva dependente, bem como as despesas médicas que ele teve com ela. Ocorre que, conforme consta na Decisão de primeira instância a mãe do recorrente apresentou declaração de ajuste anual em separado. Assim, com fundamento no art. 7º, § 1º, do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. o pleito do recorrente não pode ser acatado 006 Dedução de Livro Caixa Devese manter a glosa da dedução livro caixa, tendo em vista que o art. 6º, § 2º, da Lei 8.134, 27 de dezembro de 1990, prevê que o contribuinte deve comprovar a veracidade das receitas e das despesas escrituradas em livrocaixa mediante documentação idônea. Lei nº. 8.134, 27 de dezembro de 1990 Art. 6° O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: [...]§ 2° O contribuinte deverá comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante documentação idônea, escrituradas em livrocaixa, que serão mantidos em seu Fl. 433DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 12 poder, a disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Verificase na autuação, cobrança da multa exigida isoladamente concomitantemente com a multa de ofício, votase pelo seu cancelamento, pelo Princípio da Moralidade e para adequarse à jurisprudência desse órgão julgador, especialmente, da Câmara Superior de Recursos Fiscais MULTA ISOLADA Art. 44, I, da Lei 9430/96 – Inaplicabilidade. NÃO CUMULATIVIDADE.A multa isolada prevista no artigo 44 § 1º, somente pode ser exigida uma vez não podendo portanto ser aplicada quando a base para seu lançamento já tiver sido parâmetro para exigência da mesma multa por falta de pagamento de tributo. O legislador, quando quer, determina a cumulatividade de multas, na ausência de previsão legal, sobre o mesmo fato somente pode ser lançada uma multa.( Acórdão: CSRF/0105.078) Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de CONHECER do recurso e DARlhe PARCIAL provimento para: a. subtrair do imposto devido os valores correspondentes aos tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda incidentes sobre as receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física do autuado; b. subtrair da base de cálculo da multa de oficio os valores constantes do item anterior c. afastar a multa isolada – FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPF DEVIDO A TITULO DE CARNE LEÃO (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite Relatora Fl. 434DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 13896.908049/2008-82
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3803-003.568
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente e Relator
Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201210
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
turma_s : Terceira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 13896.908049/2008-82
anomes_publicacao_s : 201211
conteudo_id_s : 5174757
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 3803-003.568
nome_arquivo_s : Decisao_13896908049200882.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : ALEXANDRE KERN
nome_arquivo_pdf_s : 13896908049200882_5174757.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Presidente e Relator Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
id : 4362937
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:54:44 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041216989298688
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1892; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 77 1 76 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.908049/200882 Recurso nº 4 Voluntário Acórdão nº 3803003.568 – 3ª Turma Especial Sessão de 23 de outubro de 2012 Matéria PIS PAGAMENTO INDEVIDO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente COMPUHELP COMPUTER SERVICE COMERCIAL LTDa. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente e Relator Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório COMPUHELP COMPUTER SERVICE COMERCIAL LTDA. formulou Declaração de Compensação – Dcomp com vistas à extinção de débitos próprios, no valor de 17.404,85, com crédito oriundo de indébito de PIS, período de apuração de fevereiro de 2003 (pagamento efetuado em 31/03/2003, no valor de R$ 149.314,03). O Despacho Decisório Eletrônico nº 791201264 (fls. 8) não homologou a compensação porque “.. o DARF (...) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 80 49 /2 00 8- 82 Fl. 77DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN 2 discriminado no PER/DCOMP, não foi localizado nos sistemas da Receita Federal.” Sobreveio reclamação, fls. 13 a 21), por meio da qual o declarante ofereceu as seguintes alegações: a) de que retificou a declaração de compensação em tela, porque teria ocorrido erro no preenchimento das informações relativas ao documento de arrecadação que gerou pagamento indevido b) a legislação confere o direito à compensação dos valores pagos a maior c) no mérito, argumenta que o direito creditório aproveitado tem origem em pagamentos ao PIS calculados nos termos do DecretoLei nº 2.445, de 29 de junho de 1988, e do DecretoLei nº 2.449, de 21 de julho de 1988 d) discute a legitimidade da cobrança do PIS com base nos citados DecretosLeis no âmbito de ação de Mandado de Segurança (nº 2003.61.00.0068824) e solicita que a discussão administrativa seja suspensa até que decisão final definitiva seja prolatada no âmbito do Poder Judiciário. A 3ª Turma da DRJ/CPS julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente. O Acórdão nº 05033.788, de 23 de maio de 2011, fls. 43 a 46, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO INEXISTENTE. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por insuficiência de direito creditório, tendo em vista a não localização do recolhimento alegado como origem do crédito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 3ª Turma da DRJ/CPS. O arrazoado de fls. 51 a 61, após síntese dos fatos relacionados com a lide, assevera que a decisão não deve prosperar, “... pois conforme PER/DCOMP já acostado aos autos quando da apresentação de manifestação de inconformidade, a Contribuinte, em cumprimento à anterior intimação recebida pela Receita Federal, demonstrou a retificação do PER/DCOMP objeto do despacho decisório, pois o campo no qual constam os dados do DARF havia sido preenchido erroneamente, tudo conforme se vê no anexo PER/DCOMP retificador, também acostado aos autos. Na continuação, discorre sobre o instituto da compensação, a inconstitucionalidade dos decretosleis nº 2.445 e nº 2.4449, ambos de 1988, e sobre o direito Fl. 78DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN Processo nº 13896.908049/200882 Acórdão n.º 3803003.568 S3TE03 Fl. 78 3 que lhe foi assegurado no MS n9 2003.61.00.0068824, muito embora advenha de decisão que ainda não transitou em julgado. Conclui, requerendo que seja recebido e julgado totalmente procedente o seu recurso para o fim de reformar o acórdão proferido, reconhecendo a existência do crédito tributário em seu favor, conforme consta no anexo PER/DCOMP retificador; ou, subsidiariamente, para o fim de suspender a exigibilidade do crédito em questão, até decisão judicial final transitada em julgada no Mandado de Segurança nº 200361000068824. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 51 a 61 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJCPS3ª Turma nº 05033.788, de 23 de maio de 2011. O voto condutor da decisão recorrida assevera que, conforme documentos constantes dos autos, o interessado foi intimado, antes da emissão do DDE nº 791201264 (fls. 8), a verificar os dados do DARF informados na declaração de compensação original. Na intimação, foi ainda instruído no sentido de que, caso fossem identificadas divergências, fosse transmitida nova DCOMP para sanálas. O recorrente efetivamente retificou a DCOMP original como afirmado. Todavia, na Dcomp retificadora, conforme tela juntada aos autos pelo relator da decisão recorrida, o declarante informou como crédito o mesmo pagamento indigitado na Dcomp original, no valor de R$ 149.314,03, efetuado em 31/03/2003, que não havia sido localizado e que, novamente, não foi localizado pelo sistema da Receita Federal. A decisão recorrida observa ainda que o interessado não trouxe aos autos a comprovação de teria realizado pagamento com as características consignadas na DCOMP não homologada. Ademais, a invocação o Mandado de Segurança nº 2003.61.00.00688241 como origem do direito creditório não prosperará, haja vista que, no período de apuração a que se refere o pagamento pretensamente indevido, fevereiro de 2003, a base legal para a 1 impetrado pela ora Recorrente em face da Receita Federal, objetivando a declaração da inexistência de relação jurídica entre as partes no que se refere à cobrança da contribuição ao programa de integração social PIS na forma dos Decretosleis ne 2.445 e 2.449, a qual foi julgada procedente pelo Juízo de l5 Instância, o qual assim decidiu: "Posto isso, julgo procedente o pedido, nos termos do art. 269, I, do CPC para o fim de declarar indevida a cobrança da contribuição ao programa de integração social PIS na forma dos Decretosleis n5s 2.445 e 2.449, reconhecendo o direito das Autoras a não se sujeitarem às restrições de caráter infralegal podendo compensar as parcelas a maior recolhidas a título de PIS, na forma dos mencionados decretosleis, representadas pelos DARFs anexados aos autos, com as parcelas vincendas das contribuições relativas ao próprio PIS, COFINS e CSLL, até o seu exaurimento, observada a prescrição quinquenal.O termo "a quo" da prescrição quinquenal será a data da ocorrência da homologação tácita ou expressa do lançamento, levada a efeito pelo contribuinte". O julgamento do RE impetrado pela União foi sob sobrestado, até que fosse julgado o RE 1.016.728. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN 4 incidência da Contribuição era a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e não os malsinados decretos leis. Não se trata, portanto, de reconhecer a concomitância de processos administrativo e judicial, pois seja qual for o provimento que obtiver o contribuinte, ora recorrente, na referida ação judicial, a compensação não será implementada com base na Dcomp ora sub judice, em face do PA a que se refere o pagamento indigitado como indevido. Incidental e finalmente, a compensação declarada na Dcomp de que se trata violou também a norma do art. 170A da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional CTN, pois foi implementada antes do trânsito em julgado da decisão judicial que teria reconhecido o direito. Com base nessas considerações, nego provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 23 de outubro de 2012 Alexandre Kern Fl. 80DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 10665.001722/2010-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2007
BARRAS DE FERRO E AÇO. PRODUTOS LAMINADOS PLANOS.
A classificação fiscal na Tabela de Incidência do IPI [TIPI] dos produtos denominados barras de ferro e aço e laminados planos deve seguir os critérios determinados na Nota 1 do Capitulo 72 da TIPI, observando-se ainda a Regra Geral nº 1 para Interpretação do Sistema Harmonizado.
NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR. PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO.
Considera-se preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida.
IPI NÃO LANÇADO NA NOTA FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFICIO.
Sobre o valor do IPI não destacado na nota fiscal de saída dos produtos, no caso, em face de erro na sua classificação fiscal, calcula-se a multa de oficio de 75%, desse valor desmembrando-se outros 75% calculados sobre o IPI apurado a partir da reconstituição de oficio dos saldos da escrita fiscal.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-001.946
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2007 BARRAS DE FERRO E AÇO. PRODUTOS LAMINADOS PLANOS. A classificação fiscal na Tabela de Incidência do IPI [TIPI] dos produtos denominados barras de ferro e aço e laminados planos deve seguir os critérios determinados na Nota 1 do Capitulo 72 da TIPI, observando-se ainda a Regra Geral nº 1 para Interpretação do Sistema Harmonizado. NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR. PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO. Considera-se preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida. IPI NÃO LANÇADO NA NOTA FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFICIO. Sobre o valor do IPI não destacado na nota fiscal de saída dos produtos, no caso, em face de erro na sua classificação fiscal, calcula-se a multa de oficio de 75%, desse valor desmembrando-se outros 75% calculados sobre o IPI apurado a partir da reconstituição de oficio dos saldos da escrita fiscal. Recurso Voluntário provido em parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10665.001722/2010-00
anomes_publicacao_s : 201302
conteudo_id_s : 5187000
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3401-001.946
nome_arquivo_s : Decisao_10665001722201000.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ODASSI GUERZONI FILHO
nome_arquivo_pdf_s : 10665001722201000_5187000.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos - Presidente Odassi Guerzoni Filho - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
id : 4497429
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217016561664
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2160; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 1.241 1 1.240 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10665.001722/201000 Recurso nº 10.665.001722201000 Voluntário Acórdão nº 3401001.946 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de setembro de 2012 Matéria IPI AUTO DE INFRAÇÃO CLASSIFICAÇÃO FISCAL MULTA DEOFICIO Recorrente CIAFAL COM IND ARTEFATOS DE FERRO E AÇO LTDA. Recorrida FAZEN DA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2007 BARRAS DE FERRO E AÇO. PRODUTOS LAMINADOS PLANOS. A classificação fiscal na Tabela de Incidência do IPI [TIPI] dos produtos denominados “barras de ferro e aço” e “laminados planos” deve seguir os critérios determinados na Nota 1 do Capitulo 72 da TIPI, observandose ainda a Regra Geral nº 1 para Interpretação do Sistema Harmonizado. NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR. PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO. Considerase preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida. IPI NÃO LANÇADO NA NOTA FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFICIO. Sobre o valor do IPI não destacado na nota fiscal de saída dos produtos, no caso, em face de erro na sua classificação fiscal, calculase a multa de oficio de 75%, desse valor desmembrandose outros 75% calculados sobre o IPI apurado a partir da reconstituição de oficio dos saldos da escrita fiscal. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos Presidente Odassi Guerzoni Filho Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 17 22 /2 01 0- 00 Fl. 1241DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. Fl. 1242DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/201000 Acórdão n.º 3401001.946 S3C4T1 Fl. 1.242 3 Relatório Tratase de auto de infração cientificado ao sujeito passivo em 08/10/2010, para a constituição de crédito tributário relacionado ao IPI dos períodos de apuração compreendidos entre fevereiro de 2006 e dezembro de 2007. A multa de oficio aplicada, no percentual de 75%, foi dividida em duas partes: uma calculada sobre o IPI apurado e outra sobre o valor do IPI não lançado com cobertura de crédito. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, a autuada teria procedido de forma equivocada a classificação fiscal do produto denominado “Laminado Plano”, isto é, classificarao na posição “72.14”, alíquota zero, quando, ao ver da fiscalização, o correto seria, conforme o caso, dentre as posições “72.08 a 72.12”, à alíquota de 5%. Também foi detectada outra irregularidade pela fiscalização, que estaria na escrituração de créditos básicos de IPI originados de aquisições de produtos que não se enquadram no conceito de matériaprima, de produto intermediário e de material de embalagem. Para a determinação dos débitos lançados no auto de infração, informou o Fisco em seu relatório ter levado em conta a reconstituição dos saldos credores originalmente escriturados pela empresa e os valores dos pedidos de ressarcimento então formulados, bem como os efeitos da classificação indevida e da glosa dos créditos acima referenciada. Na Impugnação, a autuada informou que o entendimento da fiscalização consistiria numa frontal violação ao disposto no artigo 1o, inciso I, do Decreto nº 5.697, de 08/02/2006, que estabeleceria que as “Barras” classificadas na posição “72.14” tiveram sua alíquota reduzida a zero. Citou o resultado de um laudo de avaliação1 por ela solicitado junto ao Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais, segundo o qual, na sua conclusão, está dito: CONCLUSÃO: Com base na literatura consultada e nas normas técnicas brasileiras em vigor, no processo produtivo e nas características técnicas dos produtos, o material produzido pela CIAFAL denominado "barra chata" se enquadra como produto longo e não como laminado plano" (grifos do original) Ressaltou que, consoante as fotografias que ilustraram o referido laudo de perícia técnica, existe grande diferença entre os “Aços longos – barras chatas” e os “Aços planos”, por estes entendidos pelo Fisco os produtos em discussão, e que, ademais disso, enquanto esses são utilizados na sua maioria na linha de fabricação automotiva e de eletrodomésticos, aqueles são utilizados na construção civil, o que, inclusive, teria sido o fator determinante para que o Poder Executivo tivesse reduzido sua alíquota a zero por meio do citado Decreto nº 5.697, de 2006. Socorreuse ainda a Impugnante do art. 98 do Código Tributário Nacional, segundo o qual, “Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a 1 Às fls. 399/405. Fl. 1243DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.”, para invocar a aplicação da Normatização da Siderurgia para paises do Mercosul, NM 182:99, que definiria: 3.1 Barra chata : barra de seção transversal retangular. de bordas planas com cantos vivos ou arredondados ou de bordas livres, com espessura de 3 mm a 60 mm inclusive, e largura de 10 mm a 250 mm inclusive. Voltandose contra as multas aplicadas, no valor total de R$ 5.716.119,46, argumentou que, calculadas sobre um imposto devido de R$ 1.285.674,83, caracterizariam em verdadeiro confisco, numa afronta ao disposto no inciso IV, do art. 150 da Constituição Federal. Colacionou doutrina e jurisprudência judicial na linha desse entendimento. A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de ForaMG considerou improcedente os termos da impugnação e manteve na sua integralidade o lançamento, sendo que a parte correspondente ao item “002” do auto de infração[glosa de créditos originados de aquisições de produtos não considerados como MP, PI e ME] foi tida como “matéria não impugnada”. Para a instância de piso, “Os critérios a ser utilizados para a classificação fiscal na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) dos produtos correspondentes a ‘laminados planos’ e a ‘barras’ estariam objetivamente determinados na Nota do Capítulo 72 da TIPI, devendo ser estritamente observados a teor da Regra Geral nº 1 para interpretação do Sistema Harmonizado”. (sic) Para a multa de oficio, traçou explicações didáticas sobre a sua forma de apuração e não conheceu das argumentações da Impugnante quanto à tese do “confisco”, neste caso, em face de jurisprudência remansosa do Carf. No Recurso Voluntário a Recorrente argumentou que a distinção entre os “laminados planos” e as “barras chatas” não poderia se restringir às suas dimensões, isto é, a correta classificação não estaria adstrita às notas explicativas do Capítulo 72 da TIPI, consoante fundamentou o voto a DRJ. Transcrevendo referidas notas explicativas, a Recorrente entende que o legislador definiu a “Barra chata” por exclusão, de forma que “todos os laminados que não se enquadrassem em outra categoria deveriam ser assim classificadas”. Entende a Recorrente ainda que, em não se possuindo elementos suficientes par estabelecer a exata distinção entre os “laminados planos” e os “laminados longos”, e, a seu ver, nestes se enquadrariam as “barras chatas”, seria fundamental que fossem consultadas outras regras e leis de cunho mais específico, dentre eles o laudo técnico que apresentou, a NBR 5907 da ABNT, e a NM 182:99 da Normatização de Siderurgia para paises do Mercosul. Inovando em relação à peça impugnatória, contestou a exigência [IPI e multa de oficio] apurada a partir de supostas saídas de produtos classificados na posição 7211.13.00 da TIPI, sob o argumento de que não fabrica e tampouco comercializa o produto denominado, conforme descrito na referida posição, “Laminados nas quatro faces ou em caixa fechada, de largura superior a 150mm e de espessura igual ou superior a 4mm, não enrolados e não apresentando motivos em relevo”. Nesse ponto, ressalta que a maior largura dos produtos que fabrica é de 101,6mm, de maneira que não poderia ter nenhum de seus produtos reclassificados pelo Fisco na referida posição 7211.13.00 da TIPI, e, consequentemente, nenhuma exigência por conta de supostas saídas desse produtos. Fl. 1244DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/201000 Acórdão n.º 3401001.946 S3C4T1 Fl. 1.243 5 Voltandose contra a multa de oficio constituída com base no artigo 80 da Lei nº 4.502, de 1964 [IPI não lançado nas notas fiscais, mas coberto com crédito do imposto], entende a Recorrente que houve uma interpretação literal e simplória, e, portanto, equivocada do referido dispositivo por parte da fiscalização e da autoridade julgadora, de sorte que não se justificaria uma multa de quase R$ 5 milhões calculada sobre um imposto de R$ 1 milhão. Defende que a situação apenada – falta de lançamento do IPI na nota fiscal e seu não recolhimento em face da existência de saldo credor – seria uma obrigação acessória que não teria sido observada. Ainda sobre a referida multa de oficio e, ad argumentandum, defende a Recorrente, em outra inovação às teses lançadas na impugnação, ter havido a denúncia espontânea de que trata o artigo 138 do CTN, que estaria caracterizada na quitação daqueles valores do IPI que não teriam sido lançados, quitação essa que teria se dado mediante a compensação [abatimento] dos créditos existentes. No essencial, é o Relatório. Fl. 1245DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho A tempestividade se faz presente pois, cientificada da decisão da DRJ em 14/03/2012, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 10/04/2012. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. Classificação Fiscal Como dito acima, a controvérsia gira em torno da correta classificação fiscal a ser adotada para os produtos fabricados e comercializados pela empresa e conhecidos comercialmente como “Barras Chatas de Aço”. Para a autuada, tratarseiam de “Barras Chatas – Aço Longo”, classificados na posição “7214”, enquanto que, para o Fisco e para a DRJ, de “Aços Planos”, classificados entre as posições “7208 e 7211”. À fl. 35 existe um documento fornecido pela autuada quando do inicio dos trabalhos da auditoria fiscal dando conta dos produtos de sua fabricação e comercialização, bem como as respectivas classificações fiscais adotadas. São eles: Produtos [longos] Classificação Alíquota Ferro chato – diversas bitolas 7214.91.00* Ferro redondo/quadrado – diversas bitolas 7214.99.10* Cantoneiras – diversas bitolas 7216.21.00 zero (*) Alíquotas reduzidas a zero, cf. artigo 1º, inciso I, do Decreto nº 5.697, de 7/02/2006. Essas classificações fiscais adotadas pela autuada estão assim descritas na TIPI2: 72.14 Barras de ferro ou aço não ligado, simplesmente forjadas, laminadas, estiradas ou extrudadas, a quente, incluindo as que tenham sido submetidas a torção após laminagem. 7214.9 Outras: 7214.91.00 De seção transversal retangular 7214.99.10 De seção circular De outra parte, nos demonstrativos elaborados pela fiscalização e que constam do Anexo I do presente processo, verificase que foram desconsideradas as classificações adotadas pela autuada em relação aos dois primeiros produtos acima descritos, e, em seu lugar, posições com alíquotas positivas de IPI, a saber: 2 Disponível no site: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/DownloadArqTIPI.htm Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/201000 Acórdão n.º 3401001.946 S3C4T1 Fl. 1.244 7 Produtos [laminados planos] Reclassificação Alíquota Ferro chato, com largura maior ou igual a 4,76mm; maior ou igual a duas vezes a espessura e largura menor que 600mm (1) 7211.14.00 Barra chata de aço e barra chata de aço carbono, com largura superior a 150mm e inferior a 600mm (2) 7211.13.00 Ferro chato, com espessura inferior a 4,75mm, largura igual ou superior a dez vezes a espessura e largura inferior a 600mm (3) 7211.19.00 Barra retangular, com largura superior a 160mm e superior a 600mm (4) 7208.51.00 5% (1) Quadro 1.1, às fls. 2/358; (2) Quadro 1.2, às fls. 359/364; (3) Quadro 1.3, à fl. 365; e (4) Quadro 1.4, à fl. 366, todos do Anexo I. Na TIPI, essas classificações adotadas pela fiscalização estão descritas: 72.08 Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a 600 mm, laminados a quente, não folheados ou chapeados, nem revestidos. 7208.10.00 Em rolos, simplesmente laminados a quente, apresentando motivos em relevo 7208.5 Outros, não enrolados, simplesmente laminados a quente: 7208.51.00 De espessura superior a 10 mm 72.11 Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura inferior a 600 mm, não folheados ou chapeados, nem revestidos. 7211.1 Simplesmente laminados a quente: 7211.13.00 Laminados nas quatro faces ou em caixa fechada, de largura superior a 150 mm e de espessura igual ou superior a 4 mm, não enrolados e não apresentando motivos em relevo 7211.14.00 Outros, de espessura igual ou superior a 4,75 mm 7211.19.00 Outros Explica a Nota “1”, letra “k” constante do “Capítulo 72” da TIPI, que, por “Produtos laminados planos” devem ser entendidos os: k) [...] Os produtos laminados, maciços, de seção transversal retangular, que não satisfaçam a definição da Nota 1 ij) anterior: em rolos de espiras sobrepostas, ou não enrolados, de largura igual a pelo menos dez vezes a espessura, quando esta for inferior a 4,75mm, ou de largura superior a 150mm ou a pelo menos duas vezes a espessura, quando esta for igual ou superior a 4,75mm. Os produtos que apresentem motivos em relevo provenientes diretamente da laminagem (por exemplo, ranhuras, estrias, gofragens, lágrimas, botões, losangos) e os que tenham sido perfurados, ondulados, polidos, classificamse como produtos laminados planos, desde que aquelas operações não lhes confiram as características de artefatos ou obras incluídos noutras posições; Os produtos laminados planos, de quaisquer formas (excluindo a quadrada ou a retangular) e dimensões, classificamse como produtos de largura igual ou superior a 600mm, desde que não tenham as características de artefatos ou obras incluídos noutras posições. A referida Nota “1ij”, por sua vez, dispõe: Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 ij) Produtos semimanufaturados Os produtos maciços obtidos por vazamento contínuo, mesmo submetidos a uma laminagem primária a quente; e os outros produtos maciços simplesmente submetidos a laminagem primária a quente ou simplesmente desbastados a forja ou a martelo, incluindo os esboços de perfis. Estes produtos não se apresentam em rolos. Já a definição do sejam “Barras” é dada pela letra “m” das referidas Notas do “Capítulo 72”: m) Barras. Os produtos que não satisfaçam a qualquer das definições constantes das alíneas ij), k) ou l), acima, nem à definição de fios e cuja seção transversal, maciça e constante em todo o comprimento, tenha a forma de círculo, de segmento circular, oval, de quadrado, retângulo, triângulo ou de outros polígonos convexos (incluindo os “círculos achatados” e os “retângulos modificados”, nos quais dois lados opostos tenham a forma de arco de círculo convexo, sendo os outros dois retilíneos, iguais e paralelos). Estes produtos podem: apresentarse dentados, com nervuras, sulcos (entalhes) ou com relevos, produzidos durante a laminagem (vergalhões para concreto), ter sido submetidos a torção após a laminagem. Com base nessas informações, voltome agora para as “Regras Gerais Para Interpretação do Sistema Harmonizado”, segundo as quais, “A classificação das mercadorias na Nomenclatura regese pelas seguintes Regras”: 1.Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes: [...].(grifei) Os demonstrativos elaborados pela fiscalização acima reportados [“1.1”, “1.2”, “1.3” e “1.4”] descrevem os produtos fabricados e comercializados pela autuada [laminados planos] com todas as suas medidas, sendo justamente esse o fator principal para que os mesmos sejam distinguidos das chamadas “barras chatas”, as quais, como se observa na sua definição, são caracterizadas pela ausência dos requisitos que identificam os tais laminados planos, ou seja, a sua definição se dá por exclusão. Com outras palavras, no presente caso o que se tem é que a classificação fiscal na TIPI depende apenas da observância de parâmetros objetivos, diretos, os quais estão explicitados nas alíneas da Nota 1 do Capítulo 72, transcritas acima. Conforme bem argumentado pela DRJ, o § 1º do artigo 30 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, estabelece que “Não se considera como aspecto técnico a classificação fiscal de produtos.”, de sorte que não pode ser aceito o laudo técnico trazido aos autos pela autuada. Fosse o caso, a assistência de um profissional deveria estar voltada para a identificação ou natureza dos produtos fabricados e não a sua classificação fiscal. Tampouco se mostra necessário se recorrer à “interpretação sistemática” reclamada pela Recorrente para a classificação de seus produtos, porquanto as suas características mostraramse suficientes para que a fiscalização observasse justamente aquelas regras específicas ditadas pelo Sistema Harmonizado, em detrimento das normatizações da ABNT e da Normatização da Siderurgia para países do Mercosul. Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/201000 Acórdão n.º 3401001.946 S3C4T1 Fl. 1.245 9 Pelo exposto, de se negar provimento ao recurso quanto a este tópico. Produtos da Posição 7211.13.00 A Recorrente alega que o IPI apurado a partir do “Demonstrativo 1.2” [fls. 359/364 do Anexo I] não se sustenta por sequer fabricar e muito menos comercializar os produtos classificados nessa posição da TIPI, ou seja, não fabrica nenhum produto com largura superior a 150mm, consoante tabela que elaborou. Esse argumento, todavia, não pode ser considerado como integrante da presente lide haja vista que, conforme dito no relatório, somente ventilado agora, nesta fase processual, ou seja, não fora submetido ao crivo do julgamento da DRJ, restando caracterizada, portanto, a preclusão. Segundo nos ensina Marcos Vinícius Neder e Maria Thereza Martinez López, in Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, Dialética, 2004, 2ª Edição, p. 78, "em processo fiscal, a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto de defesa às afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha. Se o contribuinte não contesta alguma exigência feita pelo Fisco, na fase da impugnação, não poderá mais contestála no recurso voluntário. A preclusão ocorre com relação à pretensão de impugnar ou recorrer à instância superior". E prosseguem os citados autores: "Nessa mesma linha, o artigo 17 do PAF considera não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Segundo esse dispositivo, não é lícito inovar na postulação recursal para incluir questão diversa daquela que foi originalmente deduzida quando da impugnação do lançamento na instância a quo. Apenas os fatos ainda não ocorridos na fase impugnatória ou os de que o contribuinte não tinha conhecimento é que podem ser suscitados no recurso ou durante o seu processamento". Voto, pois, pelo não conhecimento desta matéria em face da preclusão. Multa de oficio s/ IPI não lançado, mas com cobertura de saldo credor A Recorrente não se conforma com o fato de que a soma dos débitos de IPI lançados, no valor de R$ 1.285.674,83, possa ensejar a aplicação de uma multa de R$ 5.716.119,46, que considera “astronômica”, “uma bizarrice”, por entender que teria havido uma interpretação equivocada do dispositivo no qual a mesma esta baseada, já que, a seu ver, teria havido apenas o descumprimento de uma obrigação acessória. Além disso, que tratarseia de mero descumprimento de obrigação acessória [falta de preenchimento da nota fiscal] e de que a forma de escrituração do IPI permitiria que se caracterizasse a denúncia espontânea. O dispositivo utilizado pela fiscalização para a imposição das multas e ora contestado pela Recorrente é o artigo 80 da Lei nº 4.502, de 1964, que sofreu várias alterações, sendo que: à até 29/06/2006, vigorava a redação dada pelo artigo 45 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal, a falta de recolhimento do Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 10 imposto lançado ou o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa moratória, sujeitará o contribuinte às seguintes multas de ofício: I setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido ou que houver sido recolhido após o vencimento do prazo sem o acréscimo de multa moratória; [...]. à entre 29/06/2006 e 27/10/2006, tempo em que vigorou a MP nº 303, de 29/06/20063, que revogara expressamente o art. 45 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, fixou no seu artigo 19: Art.80.A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. [...] § 8o A multa de que trata este artigo será exigida: I juntamente com o imposto, quando este não houver sido lançado nem recolhido; II isoladamente, nos demais casos. à entre 28/10/2006 e 22/01/2007 voltou, portanto, a vigorar aquele texto do art. 45 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, acima reproduzido, o qual voltou a ser revogado expressamente pelo artigo 20 da MP nº 351, de 22/01/2007, que, em seu artigo 13, deu nova redação ao referido artigo 80, a qual foi mantida quando da conversão da referida MP na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, cujo texto vigora até os dias de hoje: Art.13.O art. 80 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art.80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. [...] § 8o A multa de que trata este artigo será exigida: I juntamente com o imposto, quando este não houver sido lançado nem recolhido; II isoladamente, nos demais casos. [...]. O destaque que dei no parágrafo anterior à expressão “das multas” é para evidenciar que nos R$ 5.716.119,46 apontados pela Recorrente existem duas parcelas, ou dois tipos de multa, consoante tabela abaixo: (R$) Multa Base de Cálculo Correspondente ao 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2006/Congresso/atocnmpv303efi.htm Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/201000 Acórdão n.º 3401001.946 S3C4T1 Fl. 1.246 11 Multa Base de Cálculo Correspondente ao 964.256,08 1.285.674,83(*) IPI não recolhido 4.751.863,38 6.335.817,83(**) IPI não lançado nas notas fiscais “c/ cobertura de Crédito” 5.716.119,46 (*) Vide Quadro Demonstrativo 4, à fl. 33; (**) Demonstrativo da Multa, às fls. 23/25. A multa total de R$ 964.256,08, indicada no referido Demonstrativo nº 4, à fl. 33, elaborado pela fiscalização, foi obtida com a aplicação do percentual de 75% sobre cada um dos débitos de IPI exsurgidos após a reconstituição de oficio dos saldos que haviam sido apurados pelo contribuinte ao final de cada período, sendo que essa reconstituição levou em conta os débitos decorrentes da reclassificação fiscal dos produtos, a glosa dos créditos e os estornos dos pedidos de ressarcimento. Caracterizada, pois, a falta de recolhimento desses débitos de IPI, correta se mostra a exigência da multa de oficio de 75%, no valor de R$ 964.256,08. A outra parte da multa, no valor de R$ 4.751.863,38, mostra uma pequena incorreção, isto é, existe uma diferença de R$ 3.346,19 que deve ser cancelada. Neste ponto me amparo, inclusive, nas explicações dadas pela DRJ no voto ora recorrido, na parte em que, no item “I) Multa de Ofício aplicada sobre a infração descrita no tópico 001 do enquadramento legal e descrição dos fatos do auto de infração” e na nota de rodapé nº 5, fl. 457, de forma bastante didática, constrói exemplo hipotético para demonstrar que essa multa, calculada sobre o IPI não lançado nas notas fiscais, possui dois componentes: a) multa de oficio sobre o IPI não lançado sem cobertura de crédito, e b) multa de oficio sobre o IPI não lançado com cobertura de crédito. Ou seja, considerando que “houve a falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal”, o procedimento do Fisco foi o de aplicar a multa de 75% sobre esse IPI que deixou de ser destacado, porém, levando em conta, e a descontando, a outra multa de 75% sobre o montante dos saldos devedores apurados após a reconstituição da escrita fiscal da autuada. Observese: (R$) IPI não destacado nas notas fiscais por erro de classificação fiscal 7.617.031,03 75% Multa total devida 5.712.773,27 () Multa sobre o IPI apurado na reconstituição [1.285.674,83 x 75%] 964.256,08 (=) Multa sobre o IPI não lançado com cobertura crédito 4.748.517,19 () Multa sobre IPI não lançado com cobertura de crédito constante do auto de infração 4.751.863,38 Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 12 (=) Multa de oficio calculada a maior 3.346,19 A Recorrente parece não ter compreendido o alcance da norma que estabeleceu a penalidade, a qual, admitase, mostra bastante severa porquanto penaliza aquele contribuinte que, obrigando a tanto, não tenha destacado o IPI na sua nota fiscal, daí não poder se falar que tenha havido um mero descumprimento de obrigação acessória. Essa multa do artigo 80, conforme a primeira parte de seu enunciado indica, foi aplicada em face de o IPI não ter sido lançado nas notas fiscais de venda, nada tendo a ver, como entende a Recorrente, com a falta de recolhimento de imposto. Tampouco se trata de sua aplicação restrita apenas às duas situações possíveis, hipoteticamente construídas pela Recorrente, quais sejam, a primeira delas, “no caso de lançamento do valor do imposto na nota fiscal seguida da falta do seu recolhimento”, e a segunda, “no caso de falta de lançamento do valor do imposto na nota fiscal seguida do seu recolhimento”. Ora, o que se busca com tal punição [refirome aqui apenas a primeira parte do enunciado do caput do art. 80] é inibir a falta de destaque do IPI na nota fiscal, de modo que, mesmo que o contribuinte não se veja obrigado ao recolhimento desse imposto não destacado, como no presente caso, quando ele possui saldo credor suficiente para cobrir parte do valor devido, recebe a sanção do Estado. Também não há que se falar da ocorrência de denúncia espontânea, visto que essa figura, conforme tese sedimentada no STJ, existe apenas nos casos em que, antes de proceder qualquer comunicação formal às autoridades administrativas, como, por exemplo, a entrega de DCTF, e antes de qualquer iniciativa do Fisco no sentido de exigir o recolhimento de tributo devido, o contribuinte o faz, com juros de mora. No caso, essas circunstâncias não se caracterizaram, vez que as diferenças de IPI ora exigidas vieram à tona com a presente ação fiscal. De se cancelar apenas parte da multa de oficio calculada sobre o IPI não lançado com cobertura de crédito, no valor de R$ 3.346,19. Conclusão Em face do exposto, não conheço do Recurso Voluntário na parte em que o mesmo trata de matéria preclusa [alegação de que não teria dado a saída de produtos da posição 7211.13.00], e, na parte conhecida, dou provimento parcial ao recurso para cancelar a multa de oficio no montante de R$ 3.346,19. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/201000 Acórdão n.º 3401001.946 S3C4T1 Fl. 1.247 13 Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0