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4515342 #
Numero do processo: 13807.006964/2004-60
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).
Numero da decisão: 3403-001.842
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Antonio Carlos Atulim - Presidente. Rosaldo Trevisan- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim (presidente), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN

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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO DE ATO ESTATAL DE OPOSIÇÃO POR MORA NA ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização, presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1664; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­C4T3  Fl. 921          1 920  S3­C4T3  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  13807.006964/2004­60  Recurso nº               Embargos  Acórdão nº  3403­001.842  –  4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária   Sessão de  28 de novembro de 2012  Matéria  Ressarcimento de IPI  Embargante  FAZENDA NACIONAL  Interessado  GRANOL IND E COM E EXPORTAÇÃO SA    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ­ IPI  Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003  EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA. INDICAÇÃO  DE  ATO  ESTATAL  DE  OPOSIÇÃO  POR  MORA  NA  ANÁLISE  DE  PEDIDO DE RESSARCIMENTO.  O crédito referente a ressarcimento de IPI está sujeito a atualização monetária  (Taxa  SELIC),  a  partir  do  pedido,  até  a  data  de  sua  efetiva  utilização,  presente a oposição estatal por ação ou omissão (mora na análise do pedido).      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os  embargos de declaração.  Antonio Carlos Atulim ­ Presidente.    Rosaldo Trevisan­ Relator.    Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim  (presidente),  Rosaldo  Trevisan  (relator),  Robson  José  Bayerl,  Domingos  de  Sá  Filho,  Ivan  Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.    Relatório     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 69 64 /2 00 4- 60 Fl. 921DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM     2 Trata­se  de  embargos  de  declaração  opostos  pela  Procuradoria  da  Fazenda  Nacional ao Acórdão nº 3403­01.737, de 22 de agosto de 2012, sob o fundamento de omissão.  Alega a embargante que o voto condutor aduziu que “no julgamento do REsp  1.035.847,  sob  a  relatoria do Ministro Luiz Fux,  em procedimento  previsto  para  os  recursos  repetitivos,  a  Primeira  Seção  do  Superior  Tribunal  de  Justiça  pacificou  o  entendimento  no  sentido de  considerar que  a  resistência oposta pelo  fisco  em  face da utilização do direito de  crédito  de  IPI  retira  desse  crédito  a  sua  natureza  escritural”.  E  que  “para  evitar  o  enriquecimento  sem  causa  da  Fazenda  Nacional,  exsurge  a  legitimidade  da  atualização  dos  créditos presumidos do IPI pela taxa Selic, desde a data do protocolo do pedido”.  Transcrevendo a ementa do julgado, sustenta a embargante que não houve o  pressuposto  que  ensejou  o  julgado  proferido  pelo  STJ  (pois  não  houve  qualquer  ato  de  oposição estatal à utilização do crédito pleiteado pelo contribuinte, sequer mesmo de natureza  legislativa).  Afirma  que  o  acórdão  embargado  é  omisso,  pois  não  aponta  os  fundamentos  (fáticos)  que  assemelham  o  feito  àquele  no  qual  foi  proferido  o  recurso  especial  repetitivo.  Noutros termos, alega que o acórdão carece de fundamentação (vício da omissão) quando deixa  de apontar o ato de oposição estatal,  tendo em vista que “não  restou  configurada a oposição  constante de ato estatal a que alude o  julgado do STJ ­ nem na forma de ação,  tampouco na  forma de omissão (mora na análise do pedido)”.  É o relatório.  Voto             Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator  Os  embargos  de  declaração  preenchem  os  requisitos  formais  de  admissibilidade e, portanto, deles se toma conhecimento.  A  ementa  do  Acórdão  embargado,  exatamente  no  excerto  objeto  dos  embargos, dispõe:  “RESSARCIMENTO.  ATUALIZAÇÃO  MONETÁRIA.  TAXA  SELIC. CABIMENTO.  O  crédito  referente  a  ressarcimento  sujeita­se  a  atualização  monetária  (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de  sua  efetiva utilização. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática  dos recursos repetitivos.”  Analisando­se  a  parte  do  voto  no  qual  se  discute  a  matéria  em  questão,  percebe­se  que  também  resta  transcrita  a  ementa  do  julgamento  do  STJ  sobre  o  tema,  na  sistemática dos recursos repetitivos:  “PROCESSO  CIVIL.  RECURSO  ESPECIAL  REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543­C, DO  CPC.  TRIBUTÁRIO.  IPI.  PRINCÍPIO  DA  NÃO  CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO  POSTERGADO  PELO  FISCO.  NÃO  CARACTERIZAÇÃO  DE  CRÉDITO  ESCRITURAL.  CORREÇÃO  MONETÁRIA.  INCIDÊNCIA.  Fl. 922DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13807.006964/2004­60  Acórdão n.º 3403­001.842  S3­C4T3  Fl. 922          3 1.  A  correção  monetária  não  incide  sobre  os  créditos  de  IPI  decorrentes  do  princípio  constitucional  da  não­cumulatividade  (créditos escriturais), por ausência de previsão legal.  2.  A  oposição  constante  de  ato  estatal,  administrativo  ou  normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo  da  aplicação  do  princípio  da  não­cumulatividade,  descaracteriza  referido  crédito  como  escritural,  assim  considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em  sua escrita contábil.  3.  Destarte,  a  vedação  legal  ao  aproveitamento  do  crédito  impele o contribuinte a socorrer­se do Judiciário, circunstância  que  acarreta  demora  no  reconhecimento  do  direito  pleiteado,  dada a tramitação normal dos feitos judiciais.  4.  Consectariamente,  ocorrendo  a  vedação  ao  aproveitamento  desses  créditos,  com  o  conseqüente  ingresso  no  Judiciário,  posterga­se  o  reconhecimento  do  direito  pleiteado,  exsurgindo  legítima a necessidade de atualizá­los monetariamente, sob pena  de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira  Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux,  julgado  em  28.09.2005,  DJ  10.10.2005;  EREsp  613.977/RS,  Rel.  Ministro  José  Delgado,  julgado  em  09.11.2005,  DJ  05.12.2005;  EREsp  495.953/PR,  Rel.  Ministra  Denise  Arruda,  julgado  em  27.09.2006,  DJ  23.10.2006;  EREsp  522.796/PR,  Rel.  Ministro  Herman  Benjamin,  julgado  em  08.11.2006,  DJ  24.09.2007;  EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em  26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro  Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008).  5.  Recurso  especial  da Fazenda Nacional  desprovido.  Acórdão  submetido ao regime do artigo 543­C, do CPC, e da Resolução  STJ 08/2008.” 1 (grifos nossos)  Continuando a leitura do texto do voto condutor do acórdão, unanimemente  acatado  na  parte  que  se  refere  à  atualização  monetária  do  ressarcimento,  percebe­se  que  o  julgamento do STJ cuja ementa foi transcrita “remete à oposição constante de ato estatal, que  poderia  ser  interpretada  tanto na  forma de  ação  (indeferimento do pleito) quanto de omissão  (mora  na  análise  do  pedido)”  e  que  “isso  exsurge  da  própria  situação  fática  que  enseja  o  acórdão, relatada pelo Min. Luiz Fux (veja­se que não houve indeferimento no caso, mas mora  na análise)”:  “Noticiam os autos que MINUANO PNEUS E ADUBOS LTDA.,  em  29.06.2005,  ajuizou  ação  ordinária  em  face  da  FAZENDA  NACIONAL,  pleiteando  a  restituição  dos  valores  correspondentes  à  correção  monetária  desde  a  data  de  apuração  do  saldo  credor  de  IPI  até  a  data  da  efetiva  compensação. Informou que requerera a restituição dos créditos  do  IPI  do  período  de  agosto  de  2000  e  outubro  de  2001, mas  somente  no  ano  2005  foi  comunicada  do  deferimento  do  pedido.  Destacou  que  apesar  de  terem  sido  reconhecidos  os  créditos, a autoridade fiscal apurou débitos do PIS e COFINS e                                                              1 REsp 1.035.847­RS, Primeira Seção, Rel. Ministro Luiz Fux, unânime, julgado em 24.jun.2009.  Fl. 923DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM     4 por  esse  motivo,  iria  proceder  à  compensação  dos  valores.  Argumentou  que  os  débitos  das  contribuições  seriam  atualizadas  monetariamente,  enquanto  os  créditos  do  IPI  seriam utilizados no  seu  valor nominal,  causando  violação ao  princípio da isonomia.” 2 (grifos nossos)  A  situação  presente  nestes  autos  não  é  diferente  daquela  tratada  pelo  STJ.  Ilustre­se com excerto do relatório do acórdão embargado:  “Versa  o  presente  processo  sobre  pedido  de  ressarcimento  de  IPI, referente ao 3o  trimestre de 2003, apresentado por meio de  PER/DCOMP  transmitida  em  30/01/2004  (fls.  2  a  37).  Após  decisão judicial interlocutória ­ medida liminar em mandado de  segurança  impetrado  pela  recorrente,  para  que  fossem  apreciadas todas suas solicitações de ressarcimento em 30 dias  (fls. 40 a 42)­, e a correspondente verificação fiscal, encerrou­se  a ação  fiscal  por meio do Termo de  fls.  407, acompanhado do  Relatório Fiscal de fls. 408 a 410.”  “Por meio do despacho decisório de fls. 418 a 423, a Delegacia  da Receita Federal  da Administração Tributária  em São Paulo  (DERAT)  concede  parcialmente  o  ressarcimento,  com  as  adequações e glosas indicados no Relatório Fiscal, e informando  adicionalmente  sobre  a  impossibilidade  de  atualização  dos  valores  a  serem  ressarcidos,  visto  ser  a  medida  um  incentivo  fiscal,  e  não  meramente  uma  restituição  de  indébito”.  (grifo  nosso)  Veja­se  que  a  empresa  transmitiu  seu  pedido  de  ressarcimento  em  30/01/2004, e  teve que se socorrer de decisão  judicial para que o  fisco  iniciasse a  respectiva  análise. Obtida a tutela jurisdicional (em setembro de 2004 ­ fls. 40 a 42 do processo / ou fls.  529 a 531 do “arquivo pdf” constante no e­processos), que determinou que o fisco analisasse o  pedido  em  30  dias,  sob  pena  de multa  diária,  iniciou­se  o  trabalho  fiscal,  que  culminou  no  deferimento parcial do ressarcimento, negando­se a atualização monetária (em janeiro de 2006  ­ fls. 418 a 423 do processo / ou fls. 914 a 920 do “arquivo pdf” constante no e­processos).  Flagrante,  assim,  o  ato  de  oposição  estatal  por  mora  na  análise  do  pleito,  tanto que ensejou a invocação da tutela jurisdicional para reparo, como descrito no relatório do  acórdão embargado.  Improcedente,  então,  a  argumentação  da  embargante  no  sentido  de  que  há  omissão no acórdão porque “não restou configurada a oposição constante de ato estatal a que  alude  o  julgado  do  STJ  ­  nem  na  forma  de  ação,  tampouco  na  forma  de  omissão  (mora  na  análise do pedido)”.  O voto condutor aponta explicitamente que a oposição estatal caracteriza­se  não só pela ação, mas pela mora na análise do pedido, que inegavelmente se faz presente nestes  autos, como flagrado acima. Cristalina, assim, a similitude fática entre o caso em análise e o  julgado pelo STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.035.847/RS), presente na  simples leitura dos textos dos relatórios e votos condutores de ambos os acórdãos.  Ausente a omissão apontada, voto pela rejeição aos embargos de declaração,  mantendo­se  o  teor  do  Acórdão  nº  3403­01.737,  de  22  de  agosto  de  2012,  que  admite  a  atualização monetária do crédito a ser ressarcido, com os mesmos atributos da atualização dos                                                              2 Idem.  Fl. 924DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13807.006964/2004­60  Acórdão n.º 3403­001.842  S3­C4T3  Fl. 923          5 créditos  administrados  pela  RFB,  tendo  como  termo  inicial  a  data  de  registro  do  pedido  (transmissão  da  PER/DCOMP),  e  como  termo  final  a  data  de  sua  efetiva  utilização  (seja  mediante compensação, ou ressarcimento em espécie).    Rosaldo Trevisan                                Fl. 925DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM

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Numero do processo: 14041.000167/2009-45
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/1996 a 30/09/1998 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 2403-001.720
Decisão: Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1329; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­C4T3  Fl. 2          1 1  S2­C4T3  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  14041.000167/2009­45  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2403­001.720  –  4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária   Sessão de  18 de outubro de 2012  Matéria  CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS  Recorrente  VIA ENGENHARIA S/A E OUTRO  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/10/1996 a 30/09/1998  DECADÊNCIA.  O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou  inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo,  portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário  Nacional.      Recurso Voluntário Provido    Crédito Tributário Exonerado    Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.    ACORDAM  os  membros  do  Colegiado,  por  unanimidade  de  votos  dar  provimento ao recurso.    Carlos Alberto Mees Stringari  Presidente e Relator       AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 01 67 /2 00 9- 45 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI     2     Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO  MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY  LANDIM,  PAULO  MAURICIO  PINHEIRO  MONTEIRO,  MARCELO  MAGALHAES  PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.  Fl. 102DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/2009­45  Acórdão n.º 2403­001.720  S2­C4T3  Fl. 3          3       Relatório    Trata­se  de  recurso  voluntário  apresentado  contra Decisão  da Delegacia  da  Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília, Acórdão 03­40.171 da 7ª  Turma, que julgou improcedente a impugnação.  A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido:    Trata­se  de  Auto  de  Infração  de  Obrigação  Principal  —  AIOP,  lavrado  em  nome  do  contribuinte  em  epígrafe,  sob  DEBCAD  n°  37.210.022­8,  em  03/02/2009,  no  qual  foram  incluídas as contribuições previdenciárias incidentes sobre a  remuneração paga a segurados (cota dos segurados), além dos  juros e multa correspondentes,  totalizando o crédito  tributário  no valor de R$ 19.151,32. 0 período fiscalizado é de 03/1996  a  03/2001,  sendo  que  o  lançamento  abrange  a(s)  competência(s) 10/1996 a 12/1996 e 06/1998 a 09/1998.  O  Relatório  Fiscal  de  fls.  22/30  informa  que  o  presente  lançamento  é  realizado  em  substituição  às  Notificações  de  Lançamento  de  Debito  —  NFLD,  n°  35.019.609­5  e  35.019.608­7,  lavradas  em  nome  do  contribuinte  Via  Engenharia  S/A.  Referidas  notificações  foram  anuladas  pelo  Conselho de Recursos da Previdência Social — CRPS por erro  de fundamentação legal.  A  anulação  das  NFLD  mencionadas  foi  cientificada  à  Via  Engenharia  S/A  a  partir  de  18/02/2004,  de  forma,  que,  considerando o disposto no artigo 173, II, do CTN, a Fazendo  Pública pode constituir o crédito em epígrafe em até 5 anos  contados  da  data  em  que  se  tomar  definitiva  a  decisão  que  houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente  efetuado.  Nas notificações  julgadas nulas considerou­se a existência da  responsabilidade  solidária  entre  os  prestadores  (e  subempreiteiros) e o  tomador de serviços por cessão de mão­ de­obra  (Via  Engenharia  S/A),  diante  da  ausência  de  recolhimentos  pelos  prestadores  e  em  razão  de  o  tomador  não  ter  apresentado  os  documentos  de  elisão  da  Fl. 103DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI     4 responsabilidade  solidária  (folha  de  pagamento,  GFIP,  GRPS/GPS, etc).  As NFLD  foram  julgadas  nulas  por  erro  de  fundamentação  legal,  já que estavam amparadas somente no artigo 30, VI  da  Lei  8.212/91, e  deveriam,  no  caso  de  solidariedade  de  subempreitada,  estar  fundamentadas  também  no  artigo  124, I, do Código Tributário Nacional — CTN. Isto porque  o  artigo  30,  VI,  da  Lei  8.212/91,  à  época  do  período  lançado, não tratava de subempreitada, tratando apenas de  cessão  de  mão­de­obra.  Assim,  para  aquela  parcela  do  débito,  a  fundamentação  legal  seria  a  aplicação  da  solidariedade  em  razão  da  existência  de  interesse  em  comum na situação que constitui o fato gerador, prevista no  artigo 124, I, do CTN.  O Relatório Fiscal  informa ainda que os fatos geradores  foram  verificados  mediante  análise  dos  seguintes  elementos:  Livros  Diário  e  Razão,  Notas  Fiscais  de  serviço/faturas, Contratos de prestação de serviços, Folhas de  Pagamentos  e  Guias  de  recolhimento  de  prestadores  de  serviço/subempreiteiros,  contas  correntes  de  prestadores  de  serviço/subempreiteiros,  Declarações  de  existência  de  contabilidade  formalizada  dos  prestadores  de  serviço/subempreiteiros,  apresentados  pela  empresa  Via  Engenharia  S/A  na  ocasião  da  lavratura  das  NFLD  substituídas.  Nas  NFLD  substituídas  também  consta  planilha,  na  qual  foram  relacionados  os  pagamentos  de  faturas/notas  fiscais  de  prestadores  de  serviço  de  mão­de­obra  e  subempreiteiras,  contendo  informações  referentes  a  data  do  pagamento, conta em que foi efetuado o  lançamento, centro  de  custo,  valor  da  nota  fiscal/fatura,  observações  sobre  o  serviço prestado, número da nota fiscal/fatura, prestador de  serviço/CNPJ, percentual aplicado sobre o valor da nota  fiscal,  salário  de  contribuição  apurado,  abatimento  de  eventuais salários de  contribuição  contidos  em  guias apresentadas e  salário de contribuição do débito apurado.  A empresa Via Engenharia S/A foi intimada a apresentar as  Guias  de  Recolhimento  e  folhas  de  pagamento  ou  GFIP  referentes aos pagamentos constantes da planilha, com fins  de  elidir  a  responsabilidade  solidária.  Também  foi  oportunizada  a  referida  empresa  a  apresentação  de  outros  elementos, caso discordasse dos percentuais aplicados para  efeitos de aferição do salário de contribuição.  Em análise  dos  conta­correntes dos  prestadores  de  serviços,  verificou­se  que  a  maior  parte  não  apresentava  recolhimentos  compatíveis  com  os  serviços  prestados  e  outros sequer apresentavam recolhimento.  Fl. 104DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/2009­45  Acórdão n.º 2403­001.720  S2­C4T3  Fl. 4          5 Não  foram  incluídos  para  efeito  de  aferição  indireta  os  prestadores  de  serviços  que  apresentaram  recolhimento  compatível com os valores das notas  fiscais/faturas, desde  que a natureza dos mesmos permitia a apresentação de uma  guia  de  recolhimento  genérica  com  recolhimento  englobado  no  CGC/CNPJ,  e  os  prestadores  de  serviços  que, mesmo tendo apresentado guia de recolhimento com  valor  inferior  ao  previsto,  apresentaram  declaração  de  contabilidade firmada pelo responsável pela empresa e pelo  contador.  Por  fim  foram  abatidos  do  débito  os  recolhimentos  efetuados  por  aqueles  prestadores  que  apresentaram  recolhimentos  inferiores  e  não  houve  apresentação de declaração de contabilidade.  Na  substituição  dos  débitos  anulados,  foram  excluídos  os  períodos  em  que  as  prestadoras  de  serviço  eram  optantes  pelo  SIMPLES e os levantamentos atinentes a prestadores de serviço  que, no período, tiveram seus débitos incluídos no REFIS.  Portanto, diante da não elisão da responsabilidade solidária, o  presente  débito  foi  apurado  por  aferição  indireta,  sendo  que  o  salário  de  contribuição  foi  calculado  aplicando  percentuais  sobre  os  valores  das  notas  fiscais/faturas,  conforme  detalhado  nas planilhas anexadas pela autoridade fiscal.  No  que  concerne  à  responsabilidade  solidária,  o  Relatório  Fiscal  acrescenta que,  conforme artigo  896 do Código Civil,  a  mesma não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.  No caso, o arbitramento pelo faturamento para apurar a base de  cálculo  das  contribuições  previdencidrias,  na  hipótese  de  fiscalização de prestadores de serviços mediante cessão de mão  ­de­obra,  está  previsto  no  artigo  33  da  Lei  8.212/91.  0  procedimento previsto no diploma legal foi detalhado, na época  do  lançamento,  na  OS/INSS/DAF  no  176/1997  e,  antes,  pela  OS/INSS/DAF n° 83/1993.  Para  o  período  anterior  a  vigência  da  Lei  9.528/97,  a  solidariedade de débitos de  subempreiteiros está  fundamentada  no artigo 124, inciso I, do Código Tributário Nacional. A partir  da Lei 9.528/97, o fundamento legal da solidariedade de débitos  de  subempreiteiros  passa  a  ser  o  artigo  30,  inciso  VI,  da  Lei  8.212/91.  Em  relação A.  solidariedade  de débitos  de  empresas  contratantes  de  serviços por cessão de mão­de­obra, seu fundamento legal, para  os  fatos geradores ocorridos até 01/1999,  é o artigo 31 da Lei  8.212/91.  Consta,  As  fls.  31/32,  Termo  de  Sujeição  Passiva  Solidária,  cientificado  em  11/02/2009  ao  sujeito  passivo  solidário  CARLOS ROBERTO  FRANCO TLBÚRCIO,  187.546.866­87,  conforme  documento  de  fls.  33,  juntamente  com  o  Auto  de  Infração sob comento.  Fl. 105DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI     6   Do  resultado  do  julgamento  foi  dado  ciência  exclusivamente  à  Via  Engenharia em 29/12/2010.  Inconformada  com  a  decisão,  a  empresa Via Engnharia  apresentou  recurso  voluntário, onde alega, em síntese, que:  · Nulidade do crédito lançado.  · Os acórdãos administrativos de última  instância que reconheceram a  nulidade  do  crédito  lançado  foram  prolatados  em  31  de  outubro  de  2003.  A  notificação  do  contribuinte,  todavia,  ocorreu  por  conveniência da administração pública fazendária apenas na data em  fevereiro de 2004.  · Decadência.  · Até  o  momento  da  apresentação  da  impugnação  não  havia  sido  notificado  o  contribuinte  do  lançamento  do  crédito  tributário  em  discussão. Disso decorre que o crédito, indiscutivelmente, também já  decaiu para o contribuinte.  · A cobrança da multa é indevida por que a contribuinte não participou  do comportamento,  nada  sonegou, nenhum ato  ilícito  cometeu daí  a  inviabilidade de ser punida por ato de terceiro.    É o relatório.  Fl. 106DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/2009­45  Acórdão n.º 2403­001.720  S2­C4T3  Fl. 5          7   Voto             Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator  Apesar do vício constatado, somente dar ciência a 1 devedor do resultado do  julgamento  de  primeira  instância,  por  economia  processual,  passo  a  analisar  o  presente  processo.    DECADÊNCIA – PRESTADOR DO SERVIÇO    Consta  do  processo,  folhas  31/32,  Termo  de  Sujeição  Passiva  Solidária  lavrado contra CARLOS ALBERTO FRANCO TIBÚRCIO (representando a Franco Prestação  de Serviço Ltda como sócio administrador) em 03/02/2009.  A ciência ao contribuinte foi dada em 11/02/2009.  Os fatos geradores ocorreram entre 10/1996 e 09/1998.  O  Supremo  Tribunal  Federal,  conforme  entendimento  sumulado,  Súmula  Vinculante  de  n  º  8,  no  julgamento  proferido  em  12  de  junho  de  2008,  reconheceu  a  inconstitucionalidade  do  prazo  decenal  para  a  decadência  dos  créditos  previdenciários  devendo,  portanto,  ser  aplicada  a  regra  qüinqüenal  da  decadência  do  Código  Tributário  Nacional.    Súmula  Vinculante  nº  8“São  inconstitucionais  os  parágrafo  único do artigo 5º do Decreto­lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da  Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito  tributário”.    Pelo  intervalo  de  tempo  decorrido  entre  os  fatos  geradores  e  a  ciência  do  sujeito passivo constata­se que ocorreu a decadência do crédito tributário por qualquer critério  estabelecido pelo CTN.    DECADÊNCIA – TOMADOR DO SERVIÇO    O acórdão administrativo de última instância  (CaJ/CRPS) que reconheceu a  nulidade do crédito lançado foi prolatado em 31 de outubro de 2003.   Fl. 107DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI     8 A notificação do contribuinte ocorreu em 2004.  Segundo  o CTN,  a  decadência  opera  decorridos  5  anos  da  data  em  que  se  tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o  lançamento anteriormente  efetuado.    Art.  173.  O  direito  de  a  Fazenda  Pública  constituir  o  crédito  tributário extingue­se após 5 (cinco) anos, contados:  I  ­  do  primeiro  dia  do  exercício  seguinte  àquele  em  que  o  lançamento poderia ter sido efetuado;  II  ­  da  data  em  que  se  tornar  definitiva  a  decisão  que  houver  anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.  Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue­se  definitivamente  com  o  decurso  do  prazo  nele  previsto,  contado  da  data  em  que  tenha  sido  iniciada  a  constituição  do  crédito  tributário  pela  notificação,  ao  sujeito  passivo,  de  qualquer  medida preparatória indispensável ao lançamento.    Estabelece  o Decreto  70.235/72  que  são  definitivas  as  decisões  de  segunda  instância de que não caiba recurso.    Art. 42. São definitivas as decisões:   I  ­  de  primeira  instância  esgotado  o  prazo  para  recurso  voluntário sem que este tenha sido interposto;   II  ­  de  segunda  instância  de  que  não  caiba  recurso  ou,  se  cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição;   III ­ de instância especial.  Parágrafo  único.  Serão  também  definitivas  as  decisões  de  primeira  instância  na  parte  que  não  for  objeto  de  recurso  voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício.    O  Regimento  Interno  do  Conselho  de  Recursos  da  Previdência  Social  –  CRPS, vigente à época da anulação, estabelecia a Câmara de Julgamento como única instância  para  julgar  os  recursos  interpostos  contra  decisões  do  INSS,  nos  processos  de  interesse  dos  contribuintes.    PORTARIA MPAS Nº 2.740, DE 26 DE JULHO DE 2001­ DOU  DE 03/08/2001  Art. 13.Compete às Câmaras de Julgamento:  Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000167/2009­45  Acórdão n.º 2403­001.720  S2­C4T3  Fl. 6          9 I ­ julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as  decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei,  regulamento ou ato normativo ministerial; e   II  ­  julgar,  em  única  instância,  os  recursos  interpostos  contra  decisões do INSS, nos processos de  interesse dos contribuintes,  inclusive  a  que  indefere  o  pedido  de  isenção  de  contribuições,  bem  como,  com  efeito  suspensivo,  a  decisão  cancelatória  da  isenção  já  concedida  podendo,  para  tanto,  anular  os  atos  da  constituição  do  crédito  previdenciário  e  os  que  impõem  penalidade administrativa.    Entendo  que  quando  prolatada  a  decisão  pela  Câmara  de  Julgamento  do  CRPS, a decisão tornou­se definitiva.  Com base no acima exposto, entendo que se operou a decadência visto que o  prazo, da data em que se tornou definitiva a decisão que anulou, por vício formal, o lançamento  anteriormente efetuado (31/10/2003) até o novo lançamento (18/02/2009) foi maior que 5 anos.      CONCLUSÃO    Voto pelo provimento do recurso em razão da decadência.      Carlos Alberto Mees Stringari                              Fl. 109DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI

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Numero do processo: 10875.901800/2008-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/02/2004 PAGAMENTO A MAIOR. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. ERRO MATERIAL NO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO. PROVAS. VERDADE MATERIAL. Comprovado o recolhimento a maior, de se reconhecer o direito creditório, pela necessidade de prevalência da verdade material sobre a forma. Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-001.924
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Jean Cleuter Simões Mendonça – Presidente em exercício Odassi Guerzoni Filho - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Jean Cleuter Simões Mendonça – Presidente em exercício Odassi Guerzoni Filho - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA     2   Relatório  Trata o presente processo de PER/Dcomp entregue em 06/05/2004 em que a  interessada postulara o reconhecimento de direito creditório correspondente a um pagamento a  maior efetuado a título de PIS/Pasep [não cumulativo], do período de apuração de janeiro de  2004, no valor de R$ 32.006,52, que estaria embutido no Darf recolhido no dia 13/02/2004, no  valor  de  R$  32.006,52.  No  referido  documento  foi  indicada  a  compensação  de  débito  do  próprio PIS/Pasep, de período de apuração de dezembro de 2003.  No Despacho Decisório  eletrônico  emitido  em  18/07/2008  e  cientificado  à  interessada  em  30/07/2008,  constou  que  nenhum  crédito  fora  reconhecido  porquanto  o Darf  indicado não havia sido  localizado nos sistemas da Receita Federal, o que, em consequência,  resultou na não homologação da compensação declarada.  Na Manifestação  de  Inconformidade  a  interessada  esclareceu  ter  cometido  um equívoco no preenchimento de seu PER/Dcomp, isto é, em vez de indicar como origem do  pagamento  indevido o Darf pago no dia 13/02/2004 no valor de R$ 196.404,46,  indicara R$  32.006,52,  que,  na  verdade,  corresponderia  ao  indébito  pleiteado.  Para  comprovar  suas  alegações,  juntou  à  Manifestação  de  Inconformidade  cópia  de  sua  DCTF,  do  Dacon  e  do  referido Darf.  A  3a  Turma  da Delegacia  da Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  em  Campinas,  todavia,  considerou que esse  tipo de equívoco deveria  ter  sido sanado mediante a  retificação do PER/Dcomp e que, além disso, a interessada fora intimada, antes da emissão do  Despacho Decisório, para que verificasse os dados do Darf informados no referido pedido de  restituição. Assim, indeferiu os termos da Manifestação de Inconformidade.  No Recurso Voluntário a Recorrente repetiu os termos de sua impugnação.  No essencial, é o Relatório.    Voto             Conselheiro Odassi Guerzoni Filho  Cientificada  da  decisão  da DRJ  em  18/07/2011,  a  interessada  apresentou  o  Recurso  Voluntário  em  17/08/2011,  portanto,  de  forma  tempestiva.  Preenchendo  os  demais  requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido.  A DCTF  de  fl.  25  e  o Dacon  de  fl.  27  trazidas  aos  autos  pela  interessada  quando de sua Manifestação de Inconformidade indicam que o valor do PIS/Pasep devido em  relação ao período de apuração de janeiro de 2004 é de R$ 167.312,09, enquanto que o Darf de  fl.  29  indica  que  o  valor  recolhido  na  data  de  seu  vencimento  foi  de R$  196.404,46,  o  que  aponta para  um  recolhimento  a maior,  porém,  não  no mesmo montante  em que  indicado  no  PER/Dcomp, que fora de R$ 32.006,52, mas, sim, de R$ 29.092,37.  Fl. 74DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA Processo nº 10875.901800/2008­70  Acórdão n.º 3401­001.924  S3­C4T1  Fl. 74          3 De  qualquer  modo,  de  forma  bastante  clara  pode  ser  verificado  que  a  interessada, de fato, cometeu um erro material ao indicar que a origem de seu crédito estaria no  Darf no valor de R$ 32.006,52 [o correto seria R$ 196.404,46], quando esse valor, na verdade,  se refere a um recolhimento a maior, não exatamente, como já vimos acima, da mesma monta.  Não obstante a instância de julgamento soubesse desses fatos, escorou­se nas  regras  ditadas  pelas  instruções  normativas  que  regulam os  procedimentos  de  compensação  e  não reconheceu qualquer crédito à interessada, sob o argumento de que o erro não havia sido  comunicado à Administração Tributária na forma regulamentar,  isto é, mediante a retificação  do PER/Dcomp, e que, além disso, não obstante tivesse sido intimada em 04/09/2006, portanto,  antes da emissão do Despacho Decisório, que a  interessada não se manifestara acerca de seu  propalado equívoco.  Pois bem.  Primeiramente,  a  instância  de  piso  tem  razão  quando  afirma  que,  em  04/09/2006,  antes,  portanto,  que  fosse  proferido  o  Despacho  Decisório  eletrônico  de  não  reconhecimento  do  crédito,  a  interessada  fora  informada  de  que  o  Darf  indicado  no  PER/Dcomp  como  originário  de  seu  crédito  não  fora  localizado  nos  sistemas  da  Receita  Federal. No mesmo documento, Termo de Intimação, de fl. 31, constou o seguinte:   “Se  houver  qualquer  divergência,  solicita­se  transmitir  o  PER/Dcomp  retificador. Caso contrário, compareça à Unidade da Secretaria da Receita Federal de  sua jurisdição com esta intimação com o Darf original, no prazo indicado.”   Seguiu­se que, diante da  ausência de qualquer manifestação da  interessada,  foi  expedido  o  Despacho  Decisório  eletrônico  em  18/07/2008,  o  qual  foi  cientificado  à  interessada em 30/07/2008.  De  outra  parte,  porém,  e  não  obstante,  a  interessada,  tanto  em  sua  Manifestação de Inconformidade quanto no Recurso Voluntário defendeu­se dizendo, verbis:  “A  Receita  Federal  do  Brasil,  caso  requisitasse  esclarecimentos  do  Contribuinte, poderia verificar que se trata de mera divergência de informação e, em  hipótese  alguma,  de  inexistência  do  recolhimento  informado  e  a  consequente  inexistência o crédito.”  Com a devida vênia, o argumento da Recorrente não  reflete o quê, de  fato,  ocorreu,  haja  vista  que,  diferentemente  do  que  apregoou,  fora  ela,  sim,  intimada  a  prestar  esclarecimentos  acerca da divergência encontrada pelos  sistemas da Receita Federal no Darf  indicado no PER/Dcomp, bem como, fosse o caso, a retificar as informações, no que quedou­se  inerte.  Lembro aqui a meus pares que, em situações semelhantes a esta, tal como na  em que o contribuinte não teve seu crédito reconhecido pela autoridade administrativa pelo fato  de não ter procedido à retificação tempestiva de DCTF, temos aqui prestigiado a observância  do  princípio  da  verdade  material,  isto  é,  não  obstante  o  não  cumprimento  da  formalidade,  vimos nos curvando diante da comprovação do direito postulado e o  reconhecendo em favor  dos contribuintes.  Sim,  haveremos  de  ressalvar  que,  diferentemente  da maioria  dos  processos  envolvendo  despacho  eletrônico  relacionado  a  PER/Dcomp,  em  que  o  procedimento  –  Fl. 75DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA     4 batimento  das  informações  –  é  praticamente  unilateral,  neste  caso  houve  o  cuidado  da  Administração  Tributária  em  alertar  previamente  ao  contribuinte  acerca  das  incorreções  encontradas, seguido de uma intimação para que fossem corrigidas. Somente após transcorrido  o  prazo  concedido,  e  em  não  tendo  sido  atendida,  é  que  tratou­se  de  expedir  o  referido  Despacho eletrônico.  Mas, não obstante o Despacho Decisório e a decisão recorrida não mereçam  censura, creio que a inércia da interessada [ao não atender os termos da intimação e proceder à  retificação do PER/Dcomp] não poderia ensejar o exsurgimento de um mal maior, qual seja, o  enriquecimento sem causa em favor da União.  É que, consoante  já esmiuçado alhures,  as provas  trazidas pelo contribuinte  aos autos são incontestáveis no sentido de que incorrera mesmo num recolhimento a maior, de  sorte  que,  na  linha  de  posicionamentos  anteriores,  especialmente  naqueles  relacionados  a  lançamentos por meio de auto de infração, em que o contribuinte consegue demonstrar o seu  direito  ao  longo das oportunidades que  lhe  são  franqueadas pelo Decreto nº 70.235, de 6 de  março  de  1972,  tenho  buscado  prestigiar  o  princípio  da  verdade material,  em  detrimento  da  forma.  Pelo  exposto,  voto pelo provimento parcial  ao  recurso,  para  reconhecer um  crédito no valor de R$ 29.092,37.  Odassi Guerzoni Filho ­ Relator                                Fl. 76DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA

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4492101 #
Numero do processo: 10725.000390/2007-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3401-000.565
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos - Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1831; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­C4T1  Fl. 742          1 741  S3­C4T1  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10725.000390/2007­81  Recurso nº              Resolução nº  3401­000.565  –  4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária  Data  25 de setembro de 2012  Assunto  Solicitação de Diligência  Recorrente  NOBLE DO BRASIL S/C LTDA  Recorrida  DRJ RIO DE JANEIRO­RJ II    Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o  julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.    Júlio César Alves Ramos ­ Presidente  Emanuel Carlos Dantas de Assis ­ Relator  Participaram do  julgamento  os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis,  Jean  Cleuter  Simões Mendonça,  Odassi  Guerzoni  Filho,  Ângela  Sartori,  Fernando Marques  Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.      Relatório  Trata­se  de  Recurso  Voluntário  contra  decisão  da  5ª  Turma  que  manteve  indeferimento de Pedido de Ressarcimento da Cofins, período 1º trimestre de 2004, cumulado  com compensação.   Conforme o Despacho Decisório indeferitório na origem, datado de 25/09/2009,  contra  o  contribuinte  foram  lavrados  autos  de  infração  do  PIS  e  da Cofins  nos  períodos  de  apuração de 12/2003 a 12/2004, discutidos no processo nº 15521.000127/2009­63, sendo que  os créditos aqui pleiteados foram utilizados pela Fiscalização na redução da base de cálculo da  Contribuição lançada naquele.     RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 25 .0 00 39 0/ 20 07 -8 1 Fl. 750DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/2007­81  Resolução nº  3401­000.565  S3­C4T1  Fl. 743          2  Ainda  segundo  o  Despacho  Decisório,  naquele  processo  das  autuações  a  fiscalização concluiu que a contribuinte  se beneficiou,  irregularmente, de receitas  tidas como  de  exportação  com vistas  à  isenção/imunidade do PIS  e  da Cofins. E  como os  créditos  aqui  pleiteados  já  foram  aproveitados  naquele,  o  órgão  de  origem  entendeu  configurada  a  improcedência do ressarcimento, “na medida em que se mostra ausente requisito essencial ao  aproveitamento de  créditos  a  este  titulo,  qual  seja,  a obtenção de  receitas da exportação e  se  mostra a inexistência dos créditos pleiteados”.  A  Manifestação  de  Inconformidade  contém,  dentre  outras,  as  alegações  seguintes, conforme o relatório da DRJ que transcrevo parcialmente:  Em 27/08/09, a Manifestante foi surpreendida com lavratura de Auto  de Infração (Processo Administrativo Fiscal n° 15521.000127/200963),  sob  alegação  de  classificação  indevida  de  receitas  como  alcançadas  pela  isenção  própria  da  exportação  de  serviços  que  represente  reingresso de divisas no país;   Nestes autos,  a Autoridade Fiscal houve por bem proferir o presente  Despacho  Decisório,  denegando  o  direito  da  Manifestante  à  apropriação  dos  créditos  de  PIS  e  COFINS  vinculados  à  receita  de  exportação  de  serviços,  sob  a  mesma  infundada  alegação  –  e  argumentos  de  caracterização  indevida  de  receitas  de  prestação  de  serviços para o exterior;  Ante  a  manifesta  conexão  dos  fatos  relatados  no  presente Despacho  Decisório  e  daqueles  constantes  do  Auto  de  Infração  decorrente  do  Mandado de Procedimento Fiscal n° 0710400 2008 005458, impõe­se  a suspensão do julgamento do presente feito até a prolação de decisão  definitiva  quanto  ao  mérito  do  referido  Auto  de  Infração,  a  fim  de  evitar que venham a ser proferidas decisões contraditórias;  Em 2005, a Manifestante foi autuada sob a alegação de que a incorreta  contabilização  em  contas  patrimoniais  dos  valores  recebidos  de  empresa  estrangeira  havia  ocasionado  a  redução  indevida  do  faturamento  e  do  lucro  real  demonstrado  nos  livros  contábeis  da  Manifestante, ano­calendário de 2000;   A  decisão  de  1ª  instância  reconheceu  expressamente  a  natureza  de  receita  de  prestação  de  serviços  para  os  valores  glosados,  por  considerar  que  houve  prestação  de  serviços  a  da  Manifestante  em  beneficio de outras empresas do Grupo Noble domiciliadas no exterior,  reconhecendo,  inclusive,  a  dedutibilidade  dos  custos  e  despesas  incorridos na prestação dos serviços;   Em  decorrência  da  decisão  de  lª  instância  administrativa,  acima  mencionada,  e  a  fim  de  evitar  novos  questionamentos  por  parte  do  Fisco  Federal,  a  Manifestante  houve  por  bem  adotar,  para  os  anos  seguintes,  o  tratamento  fiscal  de  tais  ingressos  determinado  pela  Autoridade Julgadora, assim, (1) reconstituiu sua escrita contábil para  reconhecer tais valores como receita de serviços prestados à empresa  sediada  no  exterior;  (2)  efetuou  as  respectivas  retificações  das  declarações e demonstrativos fiscais e (3) providenciou a quitação dos  tributos, com recolhimento dos devidos encargos moratórios;   Fl. 751DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/2007­81  Resolução nº  3401­000.565  S3­C4T1  Fl. 744          3 Em  27  de  agosto  do  presente  ano,  a  Fiscalização  decidiu  autuar  novamente  a  Manifestante,  alegando  que  a  Manifestante  havia  indevidamente  atribuído  natureza  de  receitas  de  exportação  de  serviços,  para  efeito  de PIS  e COFINS,  aos  valores  correspondentes  aos  serviços  prestados  às  empresas  do  grupo Noble  domiciliadas  no  exterior;  (...)  Requer o Manifestante:  Preliminarmente,  seja  declarada  a  suspensão  do  presente  feito  até  a  prolação  de  decisão  definitiva  do  Processo  Administrativo  Fiscal  n°  15521.000124/200504  e  Processo  Administrativo  Fiscal  n°  15521.000127/200963.  Não acolhida a preliminar requer:  1)  Seja  declarada  a  Decadência  do  direito  da  autoridade  administrativa  de  indeferir  compensação  de  créditos  relativos  a  períodos anteriores a setembro de 2004;   2) Seja declarado  integralmente  improcedente o Despacho Decisório,  em  razão  do  preenchimento  pela Manifestante  dos  requisitos  para  o  aproveitamento  de  créditos  de  PIS  e  de  COFINS  relativamente  à  prestação  de  serviços  para  o  exterior,  homologando­se  por  conseqüência  o Pedido  de Ressarcimento  dos  referidos  créditos  e  as  subseqüentes Declarações de Compensação dos mesmos.  Ao  manter  o  indeferimento  do  ressarcimento  e  compensações  do  presente  processo,  o  acórdão  recorrido  considerou  o  seguinte,  em  relação  ao  pedido  de  suspensão  do  feito:  Rejeita­se  a  preliminar.  Embora  haja  sem  dúvida  relação  entre  os  processos,  principalmente  com  o  Processo  Administrativo  Fiscal  n°  15521.000127/200963, nestes autos deve  ser discutido apenas pontos  que  naqueles  não  foram  apreciados.  Assim,  tendo  em  conta  que  naqueles autos já existe decisão desta Delegacia de Julgamento, mais  ainda desta Turma, quanto ao contencioso instaurado, à controvérsia  quanto  ao  pedido  de  reconhecimento  de  direito  creditório,  e  conseqüentemente  da  homologação  das  DCOMP’s,  deverá  ser  apreciada  fora  dos  limites  circunscritos  pelo  referido  julgado.  Portanto,  eventual  direito  creditório,  caso haja,  que  não  tenha  sido  considerado para fins de apuração da contribuição devida, ou mesmo  denegado para o mesmo fim, poderá ser aqui examinado. Enfim, aquilo  que  já  se  discute  nos  processos  citados  deverá  lá  encontrar  solução  final,  permanecendo,  porém,  a  parte  remanescente,  se  houver,  evitando­se  dessa  forma  proferimento  de  decisões  contraditórias,  conforme almeja o recorrente com a preliminar suscitada.  Conclui­se que é desnecessário suspender julgamento de contencioso,  pelo  menos  neste  grau,  pois  o  processo  relacionado  já  fora  devidamente apreciado pela mesma  instância de  julgamento a que se  pede a suspensão.   Fl. 752DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/2007­81  Resolução nº  3401­000.565  S3­C4T1  Fl. 745          4 Apesar  de  julgar  a  Inconformidade,  a  DRJ  assentou  no  acórdão  recorrido  o  seguinte, verbis:  Havendo recurso voluntário encaminhar estes autos ao CARF com a  recomendação  de  juntada  por  apensação  aos  autos  do  Processo  Administrativo Fiscal nº 15521.000127/200963 para análise conjunta.  No  Recurso  Voluntário,  tempestivo,  a  contribuinte  insiste  na  procedência  do  ressarcimento  e  compensações  respectivas,  repisando  alegação  da  Manifestação  de  Inconformidade e combatendo o acórdão recorrido, arguindo ter havido compensação de ofício  efetuada pela DRJ.   No item III da peça recursal repete o pedido de suspensão deste processo, para  julgamento  conjunto  com  os  de  nºs  15521.000124/2005­04  e  15521.000127/2009­63,  o  primeiro  referente  a  autuações  em  períodos  anteriores  aos  trimestres  do  ressarcimento  aqui  debatido.  É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado.    Voto    Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator  O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais exigidos  pelo Processo Administrativo Fiscal, pelo que o conheço.  Todavia,  não  está  em  condições  de  ser  julgado  por  depender  do  desfecho  do  processo nº 15521.000127/2009­63, onde são debatidas as autuações do PIS e da Cofins nos  períodos de  apuração de 12/2003 a 12/2004. Atualmente o  referido processo  foi devolvido à  origem para diligência, determinada nos termos da Resolução nº 3402­000386, de 22/03/2012.  Destaco  que,  já  no  Despacho  Decisório,  aquele  processo  das  autuações  é  considerado,  o  mesmo  acontecendo  no  acórdão  recorrido.  Primeiro  foram  lavrados  os  dois  autos  de  infração,  do  PIS  e  Cofins  nos  períodos  de  apuração  de  12/2203  a  12/2004,  e  em  seguida  o  ressarcimento  objeto  do  presente  processo  foi  indeferido  levando­se  em  conta  o  entendimento exposto pela fiscalização nessas autuações.   Para evitar julgamentos dissonantes cabe aguardar o fim do litígio em relação às  duas  autuações,  cujo  desfecho  pode  afetar  a  análise. O mais  conveniente,  inclusive,  é  que o  julgamento  seja  conjunto,  o  que  de  todo  modo  só  pode  ser  efetivado  após  o  retorno  da  diligência decidida no processo nº 15521.000127/2009­63.  Quanto  ao  processo  mais  antigo,  sob  o  nº  15521.000124/2005­04,  comporta  julgamento  independente. Embora relacionado  indiretamente ao presente, contempla períodos  de  apuração mais  antigos.  Este  processo  retornou  ao CARF  em  14/12/2010,  após  diligência  determinada em 16/10/2007, nos termos da Resolução nº 108­00468.  Pelo  exposto,  voto  por  novamente  converter  o  julgamento  em  diligência,  determinando que se aguarde a decisão  final no processo 15521.000127/2009­63, Recurso nº  882236  (de  ofício  e  Voluntário).  Após  decisão  definitiva  uma  cópia  deve  ser  acostada  ao  presente, com retorno dos autos a este Colegiado para apreciação.   Fl. 753DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10725.000390/2007­81  Resolução nº  3401­000.565  S3­C4T1  Fl. 746          5   Emanuel Carlos Dantas de Assis   Fl. 754DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS

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Numero do processo: 10280.722256/2009-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3402-000.491
Decisão: RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). RELATÓRIO Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis: Trata-se de pedido de ressarcimento de créditos de PIS não Cumulativo, formulado pela contribuinte acima identificada, relativos ao 4º trimestre de 2006 no montante de R$ 7.466.862,51. Também consta dos autos Declarações de Compensação vinculadas aos créditos em tela. A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, expediu o auto de infração e o relatório fiscal (fls. 214/220), seguido do despacho decisório de fl. 222, do parecer de fls. 224/226 e novamente do despacho decisório de fl. 227, por intermédio dos quais reconheceu apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 7.000.325,34, homologando as compensações até o limite do mesmo. Foram adotados, em síntese, pelas autoridades fiscais os seguintes fundamentos para glosa de parcela do crédito pleiteado: a) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA INSUMOS ( Outros) OBJETO DE GLOSA: Foram glosadas as notas fiscais referentes a refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de manutenção de consumo rápido, visto que é substituído a intervalos superiores a 1900 dias, conforme laudo fornecido pela empresa acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa estão em anexo. Foram glosados também os gastos de transportes referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como insumos, conforme já exposto acima. b) CRÉDITOS DECORRENTES SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°, inciso II da IN SRF n° 404/ 2004- as notas fiscais referente a esse serviços, objeto da relação em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta fiscalização como bens e ou serviços aplicados ou consumidos na prestação de serviços. c) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo denominadas: -Relação Notas Fiscais de Bens glosados do Ativo Imobilizado para Utilização na Fabricação de Produtos Destinados a Venda ou na Prestação de Serviços 2004, 2005, 2006; - Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos); - Demonstrativo Ativo Imobilizado de jan/2006 a dez/2006, (1/12 avos); -Memória de cálculo da Depreciação (Base do Ativo Imobilizado), abril/2006, maio/2006 e junho/2006, elaborados por esta fiscalização, para se obter os créditos decorrentes de depreciação acelerada incentivada e os que foram objeto de glosa, por se tratarem de produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2°, I da IN 457/04, e II, Lei 11.196/2005, Dec. 5.789/06, Dec 5.988/06, como também as edificações e instalações, que se referem a produtos só abrangidos para a apuração do crédito, a partir de janeiro de 2007, conforme disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007. Cientificada, a interessada apresentou tempestivamente a manifestação de inconformidade de fls. 246/316, na qual alega: a) Quanto aos créditos oriundos de bens utilizados como insumos, a Fiscalização entendera haver motivos para perpetrar glosas particularmente sobre: 1) refratários, aos reputá-los como despesas que não se enquadram como de manutenção de consumo rápido, considerando-se sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil e novecentos) dias e glosa dos desembolsos com transporte de refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos; 2) glosa dos créditos advindos de compra de Insumos de outubro de 2006 a dezembro de 2006, mormente de peças e partes de reposição, conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas diretamente no processo produtivo, cujas notas fiscais estariam, pois, em descompasso com várias das normas aplicáveis; 3) Glosara-se outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos alvo de glosas, sob o fundamento de que não se enquadrariam como bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção dos bens destinados à venda, o que estaria em dissonância com o art. 8º, §4°, inciso II, da IN SRF 404/2004; e 4) Por derradeiro, glosara créditos relacionados a despesas e ou encargos com Ativo Imobilizado para emprego na fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação de Serviços, Demonstrativo Ativo Imobilizado de outubro/2006, novembro/2006 e dezembro/2006, e ainda oriundos da depreciação acelerada incentivada e respectivos produtos glosados, por suposta inadequação ao prescrito pelo art. 1º , §2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei 11.196/2005, Decreto 5789/2006, Decreto 5988/2006, e edificações e instalações alusivas a produtos somente alcançados pelo crédito apurado desde janeiro de 2007, de conformidade ao art. 6º , da Lei 11.488/2007. b) Ponto fundamental é o da definição e amplitude conceitual dispensadas aos insumos que gerariam o crédito da Contribuição e, centrando a atenção ao presente processo, bem se vê que a requerente é sociedade empresária preponderantemente exportadora, de sorte que igualmente faz jus à apropriação de créditos, inclusive concernentes a estoque de abertura oriundos dos custos, despesas e encargos advindos das receitas resultantes de exportação dos produtos que industrializa e comercializa. Especificamente quanto aos serviços utilizados como insumos, a autoridade fazendária glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e co-processamento de RGC – rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido, incorporado ao alumínio final produzido. Naturalmente, que não poderia furtar-se a impugnante do creditamento dos valores desembolsados com o transporte destes rejeitos, que são sabidamente inerente ao processo fabril do alumínio produzido e exportado por pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte, são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que ser aplicado aos custos dispendídos com o translado da Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio consideramos serviços aplicados/consumidos no processo produtivo. Trata-se de produtos que tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás, são produtos específicos dessa indústria e que, mais além, sofrem sim desgaste, consumo, e até mesmo contato físico com o alumínio em produção, conquanto não seja demais registrar que a legislação que veicula a não-cumulatividade prescinda de tais exigências para assegurar o direito ao desconto dos créditos. Ora, com toda a necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não podem ser recusados enquanto serviços creditáveis. c) Aduz-se no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas ao Auto de Infração, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da não-cumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito não-cumulativo de PIS/PASEP caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo. e a rigor, segundo a legislação regente da não-cumulatividade para o PIS/PASEP, não há diversidade de tratamento de vez que seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não- cumulativo.A propósito, de há muito nossa Corte Especial, o STJ vem considerando, embora não especificamente para o regime da nãocumulatividade que o refratário gera direito ao creditamento, por se enquadrar como "material intermediário": d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito não-cumulativo de PIS/PASEP relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de PIS/PASEP não-cumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapores alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Curioso, aliás, a Fiscalização aduzir que "o desgaste desses materiais está ligado às despesas com a manutenção do equipamento em perfeito funcionamento, constituindo um dos itens obrigatórios dos orçamentos das indústrias". Examinando-se o arquétipo legal bem se vê que - não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional. e) Especificamente quanto aos bens adquiridos como Ativo Imobilizado, a Fiscalização entendera pela glosa de bens adquiridos com Ativo Imobilizado, nada obstante haver acertadamente considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens, inclusive máquinas, equipamentos e outros incorporados ao ativo imobilizado devem ser recuperados enquanto créditos dedutíveis das bases apuratórias da Contribuição ao PIS/PASEP, logo descabe, igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado. f) O que resta evidente da análise do tratamento legal é a completa ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto de créditos sobre os valores de PIS/PASEP a pagar, desde que os bens ou serviços reputados creditáveis pelo contribuinte, efetivamente, sejam insumos empregados na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando as Instruções Normativas editadas pela Receita Federal, no afã de regulamentar os aludidos preceitos legais pertinente ao desconto de créditos de PIS/PASEP sobre certas despesas, aquisições e dispêndios, não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas ora questionadas. g) Cabe voltar-nos com maior detença à glosa das máquinas e equipamentos adquiridos pela requerente e incorporados ao seu ativo imobilizado, a qual, com a devida vênia, causou estranheza, considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.637/2002. O Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, instituiu depreciação acelerada incentivada e desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo de doze meses, para aquisições de bens de capital efetuadas por pessoas jurídicas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas das áreas de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. A querela reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizando-se ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data vênia, desmantela a pretensão esposada pela Autoridade Fazendária é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente, de modo que pelas suas especificidades, é evidente que a conduta apontada no Auto, seria, como é, impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, sem observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. A ocorrência supra, contudo, reitere-se, não apenas é inexeqüível em face do processo produtivo e depreciação ordinária das máquinas e equipamentos empregados no mesmo, como ainda não fora minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante as decisões colacionadas alhures, tais glosas também hão de ser inteiramente desconstituídas. Do que é possível inferir da sucinta exposição declinada pela autoridade fazendária, não teria sido reconhecido benefício para tais itens na medida em que não se enquadrariam no rol de máquinas e equipamentos, volvidos ao Ativo Imobilizado, empregados na fabricação de produtos para venda, restando excluídos assim móveis, ferramentas, instrumentos, construção civil, veículos e demais que estariam, segundo a inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e equipamentos que gerariam crédito consoante o ordenamento aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da razão pela qual e nem tampouco quais seriam estes itens específicos, ao menos referidos em uma planilha anexa ao Auto de Infração que permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais máquinas e equipamentos defendo-se objetivamente de tais glosas. O que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como máquinas efetivamente foram incorporados ao ativo imobilizado e empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a periodicidade prevista nas normas aludidas. O Fiscal não se desincumbira de tal ônus mínimo, incorrendo não somente em cerceamento de defesa como ainda trazendo a lume mais uma glosa descabida. h) Transcreve o que identifica como o entendimento doutrinário relativo ao regime da não-cumulatividade aplicado ao PIS/PASEP, concluindo que a Constituição Federal previu o regime da não-cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçando-lhes com precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeu-o pela EC 42/2003 ao PIS/PASEP, remetendo sua regulamentação à legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes da EC, pela Lei ordinária 10.637/2002, que não apenas elencara quais setores da economia seriam autorizados a se apropriar de créditos sobre determinadas despesas e encargos, como ainda discriminara quais destes desembolsos permitiriam tal apropriação. Em outros termos, a não-cumulatividade tal como normatizada em nível infraconstitucional, nada obstante estar radicada ontologicamente na Constituição Federal, já é setorizada e parcial, atinge alguns nichos específicos da atividade econômica nacional e lhes faculta a apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas inerentes à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No caso vertente, convém ressaltar que a impugnante fora extremamente conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições da Lei 10.637, apropriando-se dos créditos gerados apenas pelas aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais, conquanto seja irrefutável a natureza imperativa e irrestrita do comando constitucional pós EC 42/2003 - para os setores previstos em lei, as contribuições serão não-cumulativas. Simples. Nada obstante, amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita posição doutrinária. i) Protesta pela produção de prova pericial, via auditagem suplementar, considerando-se a incompatibilidade entre a escrita contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N. Fiscalização esclarecendo que a finalidade é a de ratificar a efetiva utilização dos bens e serviços glosados como insumos de aplicação direta e efetiva no processo produtivo da requerente, desde já indicando Assistente técnico A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 01-22563 de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional. PAF. PERÍCIA. REQUISITOS. Considera-se não formulado o pedido de perícia que deixa de atender aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. CRÉDITOS. No cálculo do PIS Não-Cumulativo somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS. Na não-cumulatividade do PIS, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda. Descontente com o indeferimento de sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzi-los. Ressalto que não houve pedido de perícia. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas objeto do despacho decisório, objeto desta lide. É o relatório. VOTO
Nome do relator: Não se aplica

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decisao_txt : RESOLVEM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira Seção de julgamento, por unanimidade de votos, converterem o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). RELATÓRIO Com o objetivo de elucidar os fatos ocorridos até a propositura deste recurso voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis: Trata-se de pedido de ressarcimento de créditos de PIS não Cumulativo, formulado pela contribuinte acima identificada, relativos ao 4º trimestre de 2006 no montante de R$ 7.466.862,51. Também consta dos autos Declarações de Compensação vinculadas aos créditos em tela. A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, expediu o auto de infração e o relatório fiscal (fls. 214/220), seguido do despacho decisório de fl. 222, do parecer de fls. 224/226 e novamente do despacho decisório de fl. 227, por intermédio dos quais reconheceu apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 7.000.325,34, homologando as compensações até o limite do mesmo. Foram adotados, em síntese, pelas autoridades fiscais os seguintes fundamentos para glosa de parcela do crédito pleiteado: a) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA INSUMOS ( Outros) OBJETO DE GLOSA: Foram glosadas as notas fiscais referentes a refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de manutenção de consumo rápido, visto que é substituído a intervalos superiores a 1900 dias, conforme laudo fornecido pela empresa acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa estão em anexo. Foram glosados também os gastos de transportes referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como insumos, conforme já exposto acima. b) CRÉDITOS DECORRENTES SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°, inciso II da IN SRF n° 404/ 2004- as notas fiscais referente a esse serviços, objeto da relação em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta fiscalização como bens e ou serviços aplicados ou consumidos na prestação de serviços. c) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo denominadas: -Relação Notas Fiscais de Bens glosados do Ativo Imobilizado para Utilização na Fabricação de Produtos Destinados a Venda ou na Prestação de Serviços 2004, 2005, 2006; - Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos); - Demonstrativo Ativo Imobilizado de jan/2006 a dez/2006, (1/12 avos); -Memória de cálculo da Depreciação (Base do Ativo Imobilizado), abril/2006, maio/2006 e junho/2006, elaborados por esta fiscalização, para se obter os créditos decorrentes de depreciação acelerada incentivada e os que foram objeto de glosa, por se tratarem de produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2°, I da IN 457/04, e II, Lei 11.196/2005, Dec. 5.789/06, Dec 5.988/06, como também as edificações e instalações, que se referem a produtos só abrangidos para a apuração do crédito, a partir de janeiro de 2007, conforme disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007. Cientificada, a interessada apresentou tempestivamente a manifestação de inconformidade de fls. 246/316, na qual alega: a) Quanto aos créditos oriundos de bens utilizados como insumos, a Fiscalização entendera haver motivos para perpetrar glosas particularmente sobre: 1) refratários, aos reputá-los como despesas que não se enquadram como de manutenção de consumo rápido, considerando-se sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil e novecentos) dias e glosa dos desembolsos com transporte de refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos; 2) glosa dos créditos advindos de compra de Insumos de outubro de 2006 a dezembro de 2006, mormente de peças e partes de reposição, conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas diretamente no processo produtivo, cujas notas fiscais estariam, pois, em descompasso com várias das normas aplicáveis; 3) Glosara-se outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos alvo de glosas, sob o fundamento de que não se enquadrariam como bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção dos bens destinados à venda, o que estaria em dissonância com o art. 8º, §4°, inciso II, da IN SRF 404/2004; e 4) Por derradeiro, glosara créditos relacionados a despesas e ou encargos com Ativo Imobilizado para emprego na fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação de Serviços, Demonstrativo Ativo Imobilizado de outubro/2006, novembro/2006 e dezembro/2006, e ainda oriundos da depreciação acelerada incentivada e respectivos produtos glosados, por suposta inadequação ao prescrito pelo art. 1º , §2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei 11.196/2005, Decreto 5789/2006, Decreto 5988/2006, e edificações e instalações alusivas a produtos somente alcançados pelo crédito apurado desde janeiro de 2007, de conformidade ao art. 6º , da Lei 11.488/2007. b) Ponto fundamental é o da definição e amplitude conceitual dispensadas aos insumos que gerariam o crédito da Contribuição e, centrando a atenção ao presente processo, bem se vê que a requerente é sociedade empresária preponderantemente exportadora, de sorte que igualmente faz jus à apropriação de créditos, inclusive concernentes a estoque de abertura oriundos dos custos, despesas e encargos advindos das receitas resultantes de exportação dos produtos que industrializa e comercializa. Especificamente quanto aos serviços utilizados como insumos, a autoridade fazendária glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e co-processamento de RGC – rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido, incorporado ao alumínio final produzido. Naturalmente, que não poderia furtar-se a impugnante do creditamento dos valores desembolsados com o transporte destes rejeitos, que são sabidamente inerente ao processo fabril do alumínio produzido e exportado por pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte, são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que ser aplicado aos custos dispendídos com o translado da Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio consideramos serviços aplicados/consumidos no processo produtivo. Trata-se de produtos que tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás, são produtos específicos dessa indústria e que, mais além, sofrem sim desgaste, consumo, e até mesmo contato físico com o alumínio em produção, conquanto não seja demais registrar que a legislação que veicula a não-cumulatividade prescinda de tais exigências para assegurar o direito ao desconto dos créditos. Ora, com toda a necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não podem ser recusados enquanto serviços creditáveis. c) Aduz-se no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas ao Auto de Infração, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da não-cumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito não-cumulativo de PIS/PASEP caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo. e a rigor, segundo a legislação regente da não-cumulatividade para o PIS/PASEP, não há diversidade de tratamento de vez que seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não- cumulativo.A propósito, de há muito nossa Corte Especial, o STJ vem considerando, embora não especificamente para o regime da nãocumulatividade que o refratário gera direito ao creditamento, por se enquadrar como "material intermediário": d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito não-cumulativo de PIS/PASEP relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de PIS/PASEP não-cumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapores alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Curioso, aliás, a Fiscalização aduzir que "o desgaste desses materiais está ligado às despesas com a manutenção do equipamento em perfeito funcionamento, constituindo um dos itens obrigatórios dos orçamentos das indústrias". Examinando-se o arquétipo legal bem se vê que - não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional. e) Especificamente quanto aos bens adquiridos como Ativo Imobilizado, a Fiscalização entendera pela glosa de bens adquiridos com Ativo Imobilizado, nada obstante haver acertadamente considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens, inclusive máquinas, equipamentos e outros incorporados ao ativo imobilizado devem ser recuperados enquanto créditos dedutíveis das bases apuratórias da Contribuição ao PIS/PASEP, logo descabe, igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado. f) O que resta evidente da análise do tratamento legal é a completa ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto de créditos sobre os valores de PIS/PASEP a pagar, desde que os bens ou serviços reputados creditáveis pelo contribuinte, efetivamente, sejam insumos empregados na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando as Instruções Normativas editadas pela Receita Federal, no afã de regulamentar os aludidos preceitos legais pertinente ao desconto de créditos de PIS/PASEP sobre certas despesas, aquisições e dispêndios, não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas ora questionadas. g) Cabe voltar-nos com maior detença à glosa das máquinas e equipamentos adquiridos pela requerente e incorporados ao seu ativo imobilizado, a qual, com a devida vênia, causou estranheza, considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.637/2002. O Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, instituiu depreciação acelerada incentivada e desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo de doze meses, para aquisições de bens de capital efetuadas por pessoas jurídicas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas das áreas de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. A querela reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizando-se ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data vênia, desmantela a pretensão esposada pela Autoridade Fazendária é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente, de modo que pelas suas especificidades, é evidente que a conduta apontada no Auto, seria, como é, impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, sem observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. A ocorrência supra, contudo, reitere-se, não apenas é inexeqüível em face do processo produtivo e depreciação ordinária das máquinas e equipamentos empregados no mesmo, como ainda não fora minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante as decisões colacionadas alhures, tais glosas também hão de ser inteiramente desconstituídas. Do que é possível inferir da sucinta exposição declinada pela autoridade fazendária, não teria sido reconhecido benefício para tais itens na medida em que não se enquadrariam no rol de máquinas e equipamentos, volvidos ao Ativo Imobilizado, empregados na fabricação de produtos para venda, restando excluídos assim móveis, ferramentas, instrumentos, construção civil, veículos e demais que estariam, segundo a inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e equipamentos que gerariam crédito consoante o ordenamento aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da razão pela qual e nem tampouco quais seriam estes itens específicos, ao menos referidos em uma planilha anexa ao Auto de Infração que permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais máquinas e equipamentos defendo-se objetivamente de tais glosas. O que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como máquinas efetivamente foram incorporados ao ativo imobilizado e empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a periodicidade prevista nas normas aludidas. O Fiscal não se desincumbira de tal ônus mínimo, incorrendo não somente em cerceamento de defesa como ainda trazendo a lume mais uma glosa descabida. h) Transcreve o que identifica como o entendimento doutrinário relativo ao regime da não-cumulatividade aplicado ao PIS/PASEP, concluindo que a Constituição Federal previu o regime da não-cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçando-lhes com precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeu-o pela EC 42/2003 ao PIS/PASEP, remetendo sua regulamentação à legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes da EC, pela Lei ordinária 10.637/2002, que não apenas elencara quais setores da economia seriam autorizados a se apropriar de créditos sobre determinadas despesas e encargos, como ainda discriminara quais destes desembolsos permitiriam tal apropriação. Em outros termos, a não-cumulatividade tal como normatizada em nível infraconstitucional, nada obstante estar radicada ontologicamente na Constituição Federal, já é setorizada e parcial, atinge alguns nichos específicos da atividade econômica nacional e lhes faculta a apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas inerentes à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No caso vertente, convém ressaltar que a impugnante fora extremamente conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições da Lei 10.637, apropriando-se dos créditos gerados apenas pelas aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais, conquanto seja irrefutável a natureza imperativa e irrestrita do comando constitucional pós EC 42/2003 - para os setores previstos em lei, as contribuições serão não-cumulativas. Simples. Nada obstante, amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita posição doutrinária. i) Protesta pela produção de prova pericial, via auditagem suplementar, considerando-se a incompatibilidade entre a escrita contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N. Fiscalização esclarecendo que a finalidade é a de ratificar a efetiva utilização dos bens e serviços glosados como insumos de aplicação direta e efetiva no processo produtivo da requerente, desde já indicando Assistente técnico A 3ª Turma da DRJ Belém (PA) julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte, nos termos do Acórdão nº 01-22563 de 09 de agosto de 2011, cuja ementa abaixo transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional. PAF. PERÍCIA. REQUISITOS. Considera-se não formulado o pedido de perícia que deixa de atender aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. CRÉDITOS. No cálculo do PIS Não-Cumulativo somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. PIS/PASEP NÃO-CUMULATIVO. ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS. Na não-cumulatividade do PIS, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda. Descontente com o indeferimento de sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzi-los. Ressalto que não houve pedido de perícia. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas objeto do despacho decisório, objeto desta lide. É o relatório. VOTO

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PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 101          2 RELATÓRIO  Com  o  objetivo  de  elucidar  os  fatos  ocorridos  até  a  propositura  deste  recurso  voluntário, reproduzo o relatório da decisão vergastada, verbis:  Trata­se  de  pedido  de  ressarcimento  de  créditos  de  PIS  não  Cumulativo,  formulado pela  contribuinte acima  identificada,  relativos  ao  4º  trimestre  de  2006  no  montante  de  R$  7.466.862,51.  Também  consta dos autos Declarações de Compensação vinculadas aos créditos  em tela.  A  unidade  de  origem,  após  a  realização  de  diligência  destinada  a  apurar  a  liquidez  e  certeza  do  direito  creditório,  expediu  o  auto  de  infração  e  o  relatório  fiscal  (fls.  214/220),  seguido  do  despacho  decisório  de  fl.  222,  do  parecer  de  fls.  224/226  e  novamente  do  despacho  decisório  de  fl.  227,  por  intermédio  dos  quais  reconheceu  apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 7.000.325,34,  homologando  as  compensações  até  o  limite  do  mesmo.  Foram  adotados,  em  síntese,  pelas  autoridades  fiscais  os  seguintes  fundamentos para glosa de parcela do crédito pleiteado:  a)  CRÉDITO  DECORRENTE  DE  COMPRA  INSUMOS  (  Outros)  OBJETO  DE  GLOSA:  Foram  glosadas  as  notas  fiscais  referentes  a  refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de  manutenção  de  consumo  rápido,  visto  que  é  substituído  a  intervalos  superiores  a  1900  dias,  conforme  laudo  fornecido  pela  empresa  acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa  estão  em  anexo.  Foram  glosados  também  os  gastos  de  transportes  referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como  insumos, conforme já exposto acima.  b)  CRÉDITOS  DECORRENTES  SERVIÇOS  UTILIZADOS  COMO  INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°,  inciso II da IN SRF n°  404/ 2004­ as notas fiscais referente a esse serviços, objeto da relação  em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta  fiscalização  como  bens  e  ou  serviços  aplicados  ou  consumidos  na  prestação de serviços.  c) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO  DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo  denominadas:  ­Relação  Notas  Fiscais  de  Bens  glosados  do  Ativo  Imobilizado  para  Utilização  na  Fabricação  de  Produtos  Destinados  a  Venda  ou  na  Prestação de Serviços 2004, 2005, 2006;  ­ Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos);  ­  Demonstrativo  Ativo  Imobilizado  de  jan/2006  a  dez/2006,  (1/12  avos);  ­Memória  de  cálculo  da  Depreciação  (Base  do  Ativo  Imobilizado),  abril/2006, maio/2006 e junho/2006, elaborados por esta fiscalização,  para  se  obter  os  créditos  decorrentes  de  depreciação  acelerada  incentivada  e  os  que  foram  objeto  de  glosa,  por  se  tratarem  de  produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2°, I da IN 457/04,  Fl. 439DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 102          3 e  II, Lei 11.196/2005, Dec. 5.789/06, Dec 5.988/06, como  também as  edificações  e  instalações,  que  se  referem  a  produtos  só  abrangidos  para  a  apuração  do  crédito,  a  partir  de  janeiro  de  2007,  conforme  disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007.  Cientificada, a interessada apresentou tempestivamente a manifestação  de inconformidade de fls. 246/316, na qual alega:  a) Quanto  aos  créditos  oriundos  de  bens  utilizados  como  insumos,  a  Fiscalização  entendera  haver  motivos  para  perpetrar  glosas  particularmente  sobre:  1)  refratários,  aos  reputá­los  como  despesas  que  não  se  enquadram  como  de  manutenção  de  consumo  rápido,  considerando­se sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil  e  novecentos)  dias  e  glosa  dos  desembolsos  com  transporte  de  refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos;  2)  glosa  dos  créditos  advindos  de  compra  de  Insumos  de  outubro  de  2006 a dezembro de 2006, mormente de peças e partes de  reposição,  conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas  diretamente no processo produtivo, cujas notas  fiscais estariam, pois,  em  descompasso  com  várias  das  normas  aplicáveis;  3)  Glosara­se  outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos  alvo de  glosas,  sob  o  fundamento de  que  não  se  enquadrariam  como  bens  ou  serviços  aplicados  ou  consumidos  na  produção  dos  bens  destinados  à venda, o que estaria  em dissonância  com o art.  8º,  §4°,  inciso  II,  da  IN SRF 404/2004;  e 4) Por derradeiro, glosara  créditos  relacionados  a  despesas  e  ou  encargos  com  Ativo  Imobilizado  para  emprego na  fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação  de  Serviços,  Demonstrativo  Ativo  Imobilizado  de  outubro/2006,  novembro/2006  e  dezembro/2006,  e  ainda  oriundos  da  depreciação  acelerada  incentivada  e  respectivos  produtos  glosados,  por  suposta  inadequação ao prescrito pelo art. 1º , §2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei  11.196/2005, Decreto  5789/2006, Decreto  5988/2006,  e  edificações  e  instalações  alusivas  a  produtos  somente  alcançados  pelo  crédito  apurado  desde  janeiro  de  2007,  de  conformidade  ao  art.  6º  ,  da  Lei  11.488/2007.  b)  Ponto  fundamental  é  o  da  definição  e  amplitude  conceitual  dispensadas  aos  insumos  que  gerariam  o  crédito  da  Contribuição  e,  centrando a atenção ao presente processo, bem se vê que a requerente  é sociedade empresária preponderantemente exportadora, de sorte que  igualmente faz jus à apropriação de créditos, inclusive concernentes a  estoque de abertura oriundos dos custos, despesas e encargos advindos  das receitas resultantes de exportação dos produtos que industrializa e  comercializa.  Especificamente  quanto  aos  serviços  utilizados  como  insumos,  a  autoridade  fazendária  glosara  serviços  inegavelmente  empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo  produtivo, particularmente o de transporte e co­processamento de RGC  – rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido,  incorporado  ao  alumínio  final  produzido.  Naturalmente,  que  não  poderia  furtar­se  a  impugnante  do  creditamento  dos  valores  desembolsados com o  transporte destes  rejeitos, que são sabidamente  inerente  ao  processo  fabril  do  alumínio  produzido  e  exportado  por  pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte,  são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que  ser  aplicado  aos  custos  dispendídos  com  o  translado  da  Fl. 440DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 103          4 Borra/Banho/Alumínio  Recuperado,  Beneficiamento  de  Banho  Eletrolítico,  Processamento  de  Borra  de  Alumínio  consideramos  serviços  aplicados/consumidos  no  processo  produtivo.  Trata­se  de  produtos que tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás,  são produtos específicos dessa indústria e que, mais além, sofrem sim  desgaste,  consumo,  e  até  mesmo  contato  físico  com  o  alumínio  em  produção,  conquanto  não  seja  demais  registrar  que  a  legislação  que  veicula  a  não­cumulatividade  prescinda  de  tais  exigências  para  assegurar  o  direito  ao  desconto  dos  créditos.  Ora,  com  toda  a  necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na  geração  do  alumínio  final  que  será  objeto  de  exportação,  não  se  vê  como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em  voga,  como,  igualmente  nos  termos  da  legislação  vigente,  insumo  de  aplicação  direta,  que,  portanto,  não  podem  ser  recusados  enquanto  serviços creditáveis.  c) Aduz­se no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas  ao  Auto  de  Infração,  que  os  valores  de  aquisição  dos  produtos  compostos  de materiais  refratários,  tal  e  qual  os  desembolsos  com  o  transporte  dos  mesmos  também  haveriam  de  ser  glosados,  em  vista  inclusive  do  que  dispõem  normas  complementares  ao  ordenamento  garantidor da não­cumulatividade sobre as exações sociais, consoante  a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que  a  razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal  fora a de que  considerou  que  o  refratário  somente  geraria  direito  ao  crédito  não­ cumulativo  de  PIS/PASEP  caso  tivesse  sido  enquadrado  pela  requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação  é  de  1/12.  Sucede  que  a  requerente  optou  por  qualificar  o  "material  refratário"  como  insumo.  e  a  rigor,  segundo  a  legislação  regente  da  não­cumulatividade  para  o  PIS/PASEP,  não  há  diversidade  de  tratamento  de  vez  que  seja  considerando  como  insumo  seja  considerando  como  ativo  imobilizado,  o  refratário,  gera  direito  ao  crédito não­ cumulativo.A propósito, de há muito nossa Corte Especial,  o  STJ  vem considerando,  embora  não  especificamente  para  o  regime  da  nãocumulatividade  que  o  refratário  gera  direito  ao  creditamento,  por se enquadrar como "material intermediário":  d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas  internas  os  materiais  refratários  se  perdem  sem  se  incorporarem  ao  produto  final,  sendo  uma  decorrência  natural  do  processo  de  industrialização,  não  conduz  à  exclusão  do  direito  de  crédito  não­ cumulativo  de  PIS/PASEP  relativo  aos  valores  de  aquisição  dos  mesmos.  Muito  pelo  contrário,  as  razões  apontadas  endossam  a  inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no  rol  de  despesas  reembolsáveis  via  créditos  de  PIS/PASEP  não­ cumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação  peculiar  à  indústria  siderúrgica,  petroquímica  e  do  alumínio.  Tijolos  refratários  isolantes  são  aplicados  diretamente  às  atmosferas  de  redução, aos  vapores alcalinos,  ciclos de  temperaturas  e o  resultante  esforço mecânico  que  existe  nos  fornos  de  cozimento  de  carbono,  de  sorte  que  é  de  clareza  palmar  o  desgaste  e  contato  físico  destes  materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há  que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência  entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do  produto  final  respectivo. Curioso, aliás,  a Fiscalização aduzir que  "o  Fl. 441DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 104          5 desgaste desses materiais  está  ligado às  despesas  com a manutenção  do equipamento em perfeito  funcionamento, constituindo um dos itens  obrigatórios  dos  orçamentos  das  indústrias".  Examinando­se  o  arquétipo legal bem se vê que ­ não é pelo fato de sofrer desgaste que o  produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo  de industrialização do produto final, principalmente quando, como no  caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao  processo, como é a exigência infraconstitucional.  e)  Especificamente  quanto  aos  bens  adquiridos  como  Ativo  Imobilizado,  a  Fiscalização  entendera  pela  glosa  de  bens  adquiridos  com  Ativo  Imobilizado,  nada  obstante  haver  acertadamente  considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens,  inclusive  máquinas,  equipamentos  e  outros  incorporados  ao  ativo  imobilizado  devem  ser  recuperados  enquanto  créditos  dedutíveis  das  bases  apuratórias  da  Contribuição  ao  PIS/PASEP,  logo  descabe,  igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado.   f)  O  que  resta  evidente  da  análise  do  tratamento  legal  é  a  completa  ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto  de créditos sobre os valores de PIS/PASEP a pagar, desde que os bens  ou  serviços  reputados  creditáveis  pelo  contribuinte,  efetivamente,  sejam  insumos  empregados  na  prestação  de  serviços  e  produção  ou  fabricação  de  bens  ou  produtos  destinados  à  venda,  inclusive  combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando  as  Instruções  Normativas  editadas  pela  Receita  Federal,  no  afã  de  regulamentar  os  aludidos  preceitos  legais  pertinente  ao  desconto  de  créditos de PIS/PASEP sobre certas despesas, aquisições e dispêndios,  não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas  ora questionadas.   g)  Cabe  voltar­nos  com  maior  detença  à  glosa  das  máquinas  e  equipamentos adquiridos pela requerente e  incorporados ao seu ativo  imobilizado,  a  qual,  com  a  devida  vênia,  causou  estranheza,  considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.637/2002. O  Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21  de  novembro  de  2005,  instituiu  depreciação  acelerada  incentivada  e  desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo  de  doze  meses,  para  aquisições  de  bens  de  capital  efetuadas  por  pessoas  jurídicas  estabelecidas  em  microrregiões  menos  favorecidas  das  áreas  de  atuação  das  extintas  SUDENE  e  SUDAM.  A  querela  reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado  não  menos  que  a  totalidade  dos  créditos  gerados  sobre  maquinas  e  equipamentos  adquiridos  e  incorporados  ao  ativo  imobilizado  da  requerente,  sob  o  suposto  fundamento  de  que  a  mesma  não  teria  observado as  exigências  constantes  da Lei  11.196/2005,  ou  seja,  não  teria  considerado  na  periodicidade  legal  diferencial  de  apuração  do  crédito  sobre  ativo  imobilizado,  apenas  as  máquinas  e  equipamentos  adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizando­se ao revés  da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas  e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que,  data  vênia,  desmantela  a  pretensão  esposada  pela  Autoridade  Fazendária  é  que  a  postulante,  por  uma  questão  de  tempo  real  de  depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo  de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente,  Fl. 442DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 105          6 de  modo  que  pelas  suas  especificidades,  é  evidente  que  a  conduta  apontada  no  Auto,  seria,  como  é,  impraticável.  Ante  tal  quadro,  o  mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas,  seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a  requerente,  efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos  adquiridos  fora  do  regime  diferenciado  do  RECAP,  sem  observar  a  periodicidade  permitida  pela  lei  e  pela  IN  aplicáveis.  A  ocorrência  supra,  contudo,  reitere­se,  não  apenas  é  inexeqüível  em  face  do  processo  produtivo  e  depreciação  ordinária  das  máquinas  e  equipamentos  empregados  no  mesmo,  como  ainda  não  fora  minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante  as  decisões  colacionadas  alhures,  tais  glosas  também  hão  de  ser  inteiramente  desconstituídas.  Do  que  é  possível  inferir  da  sucinta  exposição  declinada  pela  autoridade  fazendária,  não  teria  sido  reconhecido  benefício  para  tais  itens  na  medida  em  que  não  se  enquadrariam no  rol de máquinas  e  equipamentos,  volvidos  ao Ativo  Imobilizado,  empregados  na  fabricação  de  produtos  para  venda,  restando  excluídos  assim  móveis,  ferramentas,  instrumentos,  construção  civil,  veículos  e  demais  que  estariam,  segundo  a  inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e  equipamentos  que  gerariam  crédito  consoante  o  ordenamento  aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da  razão pela qual e nem  tampouco quais  seriam estes  itens  específicos,  ao menos  referidos  em  uma  planilha  anexa  ao Auto  de  Infração  que  permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais  máquinas  e  equipamentos  defendo­se  objetivamente  de  tais  glosas. O  que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como  máquinas  efetivamente  foram  incorporados  ao  ativo  imobilizado  e  empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a  periodicidade  prevista  nas  normas  aludidas.  O  Fiscal  não  se  desincumbira  de  tal  ônus  mínimo,  incorrendo  não  somente  em  cerceamento  de  defesa  como  ainda  trazendo  a  lume mais  uma  glosa  descabida.  h)  Transcreve  o  que  identifica  como  o  entendimento  doutrinário  relativo  ao  regime  da  não­cumulatividade  aplicado  ao  PIS/PASEP,  concluindo  que  a  Constituição  Federal  previu  o  regime  da  não­ cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçando­lhes com  precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeu­o pela  EC  42/2003  ao  PIS/PASEP,  remetendo  sua  regulamentação  à  legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes  da EC, pela Lei ordinária 10.637/2002, que não apenas elencara quais  setores  da  economia  seriam  autorizados  a  se  apropriar  de  créditos  sobre  determinadas  despesas  e  encargos,  como  ainda  discriminara  quais  destes  desembolsos  permitiriam  tal  apropriação.  Em  outros  termos,  a  não­cumulatividade  tal  como  normatizada  em  nível  infraconstitucional,  nada  obstante  estar  radicada  ontologicamente  na  Constituição  Federal,  já  é  setorizada  e  parcial,  atinge  alguns  nichos  específicos  da  atividade  econômica  nacional  e  lhes  faculta  a  apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas  inerentes  à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já  é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja  à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda  mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas  de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e  Fl. 443DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 106          7 que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No  caso  vertente,  convém ressaltar que a  impugnante  fora  extremamente  conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições  da  Lei  10.637,  apropriando­se  dos  créditos  gerados  apenas  pelas  aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais,  conquanto  seja  irrefutável  a  natureza  imperativa  e  irrestrita  do  comando constitucional pós EC 42/2003 ­ para os setores previstos em  lei,  as  contribuições  serão  não­cumulativas.  Simples.  Nada  obstante,  amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita  posição doutrinária.  i)  Protesta  pela  produção  de  prova  pericial,  via  auditagem  suplementar,  considerando­se  a  incompatibilidade  entre  a  escrita  contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N.  Fiscalização  esclarecendo  que  a  finalidade  é  a  de  ratificar  a  efetiva  utilização  dos  bens  e  serviços  glosados  como  insumos  de  aplicação  direta  e  efetiva  no  processo  produtivo  da  requerente,  desde  já  indicando Assistente técnico  A  3ª  Turma  da  DRJ  Belém  (PA)  julgou  a  manifestação  de  inconformidade  procedente  em  parte,  nos  termos  do  Acórdão  nº  01­22563  de  09  de  agosto  de  2011,  cuja  ementa abaixo transcrevo:  ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP  Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006  PAF.  ATO  NORMATIVO.  INCONSTITUCIONALIDADE.  ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE.  A  autoridade  administrativa  não  possui  atribuição  para  apreciar  a  argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que  integram a legislação tributária.  PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS.  As  decisões  judiciais  e  administrativas  relativas  a  terceiros  não  possuem  eficácia  normativa,  uma  vez  que  não  integram  a  legislação  tributária  de  que  tratam  os  arts.  96  e  100  do  Código  Tributário  Nacional.  PAF. PERÍCIA. REQUISITOS.  Considera­se não formulado o pedido de perícia que deixa de atender  aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972.  PIS/PASEP NÃO­CUMULATIVO. INSUMOS. CRÉDITOS.  No  cálculo  do  PIS  Não­Cumulativo  somente  podem  ser  descontados  créditos  calculados  sobre  valores  correspondentes  a  insumos,  assim  entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção  ou  fabricação  de  bens  destinados  à  venda,  desde  que  não  estejam  incluídos  no  ativo  imobilizado  ou,  ainda,  sobre  os  serviços  prestados  por pessoa  jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na  produção ou fabricação do produto.  Fl. 444DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 107          8 PIS/PASEP  NÃO­CUMULATIVO.  ATIVO  IMOBILIZADO.  ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS.  Na  não­cumulatividade  do  PIS,  a  pessoa  jurídica  pode  descontar  créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização,  incorridos no mês,  relativos a máquinas,  equipamentos  e outros bens  incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização  na produção de bens destinados à venda.  Descontente  com  o  indeferimento  de  sua  manifestação  de  inconformidade,  o  sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos  apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzi­los.  Ressalto que não houve pedido de perícia.  Termina sua peça recursal  requerendo  integral provimento ao seu recurso para  seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas  objeto do despacho decisório, objeto desta lide.  É o relatório.      VOTO Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator.  A  impugnação  foi  apresentada  com observância  do  prazo  previsto,  bem como  dos  demais  requisitos  de  admissibilidade.  Sendo  assim,  dela  tomo  conhecimento  e  passo  a  apreciar.  A Autoridade  Fiscal  e  a Delegacia  de  Julgamento  partem  da  premissa  de  que  para serem considerados insumos os itens devem ser aplicados ou consumidos diretamente na  produção  ou  fabricação  do  bem. Conceito  parecido  com o  utilizado  pelo Parecer Normativo  CST nº 65, de 30 de outubro de 1979. Com base nesta premissa glosou insumos que entendia  não se subsumirem a regra acima descrita.  Neste  contexto  foram  glosados  os  custos  de  transporte  e  co­processamento  de  rejeito gasto de cubas – RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de  borra  de  alumínio  e  refratários  e  os  respectivos  transportes  e  de  transporte  de  rejeitos  industriais. Além destas glosas, foram efetuadas exclusões referentes aos custos com máquinas  e equipamentos, aos custos com peças de manutenção e aos custos alusivos às edificações.  Inconformado  com  todas  essas  glosas,  o  contribuinte  apresentou  recurso  detalhando o seu processo produtivo e esclareceu que as máquinas e equipamentos fazem parte  de  seu  parque  produtivo  e  as  edificações  são  os  estabelecimentos  que  abrigam  seu  parque  industrial.  Fl. 445DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722256/2009­72  Resolução nº  3402­000.491  S3­C4T2  Fl. 108          9  Ao  meu  sentir,  o  conceito  utilizado  de  insumo  utilizado  pelo  Legislador  na  apuração de créditos a serem descontados da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota  uma  abrangência  maior  do  que  MP,  PI  e  ME  relacionados  ao  IPI.  Por  outro  lado,  tal  abrangência não é  tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar  todos os custos de  produção e as despesas necessárias à atividade da empresa.  Por  isso,  entendo  que  em  todo  processo  administrativo  que  envolver  créditos  referentes a não­cumulatividade do PIS ou da Cofins, deve ser analisado cada item relacionado  como  “insumos”  e  o  seu  envolvimento  no  processo  produtivo,  para  então  definir  a  possibilidade de aproveitamento do crédito.  Retornando aos autos, para uma decisão justa e precisa, necessito que a Unidade  de  Origem  emita  um  parecer  conclusivo  acerca  da  relação  de  inerência  entre  os  dispêndios  realizados  a  título  de  transporte  e  co­processamento  de  rejeito  gasto  de  cubas  –  RGC,  de  beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o  transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da  eventual inexistência desses gastos.  Necessito, outrossim, que sejam identificas as máquinas, os equipamentos e as  edificações do parque industrial do recorrente e seus os respectivos custos.   Da conclusão da diligência deve ser dada ciência à contribuinte,  abrindo­lhe o  prazo de trinta dias para, querendo, pronunciar­se sobre o feito.  Após  todos  os  procedimentos,  que  sejam  devolvidos  os  autos  ao  CARF  para  prosseguimento do rito processual.  É como voto.  Sala das Sessões, em 27/11/2012  GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO    Fl. 446DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO

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Numero do processo: 13861.000089/2003-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE EXISTENTE. ESCLARECIMENTO. Devem ser esclarecidas as obscuridades apontadas e existentes no acórdão embargado. COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplica-se lei posterior, menos gravosa, em se tratando de penalidade referente a fatos pretéritos não definitivamente julgados (CTN, art. 106, inciso II, “c”). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03.
Numero da decisão: 3401-001.979
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, apenas para esclarecer a obscuridade apontada. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Emanuel Carlos Dantes de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA

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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE EXISTENTE. ESCLARECIMENTO. Devem ser esclarecidas as obscuridades apontadas e existentes no acórdão embargado. COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplica-se lei posterior, menos gravosa, em se tratando de penalidade referente a fatos pretéritos não definitivamente julgados (CTN, art. 106, inciso II, “c”). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03.

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, apenas para esclarecer a obscuridade apontada. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Emanuel Carlos Dantes de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1642; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­C4T1  Fl. 492          1 491  S3­C4T1  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  13861.000089/2003­77  Recurso nº               Embargos  Acórdão nº  3401­001.979  –  4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária   Sessão de  26 de setembro de 2012  Matéria  COFINS  Embargante  FAZENDA NACIONAL  Interessado  COPEBRÁS LTDA    ASSUNTO:  CONTRIBUIÇÃO  PARA  O  FINANCIAMENTO  DA  SEGURIDADE  SOCIAL ­ COFINS  Período de apuração: 01/01/1998 a 31/05/1998  Ementa:  EMBARGOS  DE  DECLARAÇÃO.  OBSCURIDADE  EXISTENTE.  ESCLARECIMENTO.  Devem  ser  esclarecidas  as  obscuridades  apontadas  e  existentes  no  acórdão  embargado.  COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA.  Aplica­se  lei  posterior,  menos  gravosa,  em  se  tratando  de  penalidade  referente  a  fatos  pretéritos  não  definitivamente  julgados  (CTN,  art.  106,  inciso II, “c”). Portanto, no caso presente, correta a exoneração da multa de  ofício, por força da alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os  Embargos de Declaração, apenas para esclarecer a obscuridade apontada.     JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS ­ Presidente.     JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA ­ Relator.       AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 1. 00 00 89 /2 00 3- 77 Fl. 492DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24 /11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS     2   Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Júlio  César  Alves  Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Emanuel Carlos  Dantes de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.     Relatório  Trata­se  de  embargos  de  declaração  opostos  pela  Fazenda  Nacional  (fls.483/484)  contra  o  acórdão  nº  203­13.048,  no  qual  foi  aplicada  a  retroatividade  benigna  para a multa de ofício aplicada.  Segundo a Embargante o acórdão ficou obscuro, pois pela fundamentação do  acórdão a multa deveria ser exonerada, em razão da retroatividade benigna do art. 18, da Lei nº  10.833/03. Contudo,  na  ementa,  consta  que  a multa  de  ofício  deveria  ser  reduzida  de  100%  para 75%.  Por esses motivos, a Embargante pede que seja esclarecido o posicionamento  tomando por este colegiado, para que não pairem dúvidas acerca do resultado do julgamento; e  que o acórdão seja adequado para que a ementa corresponda ao efetivamente decidido.  Constatado que o Relator originário não está mais no CARF, o Conselheiro  que ora relata foi designado relator ad hoc.  É o Relatório.    Voto             Conselheiro JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA  Os  embargos  são  tempestivos  e  atendem  aos  demais  requisitos  de  admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento.  A Embargante pede  esclarecimento de  suposta obscuridade que  resultou  de  informações incompatíveis entre a fundamentação do acórdão e a ementa.  Compulsando  os  autos,  observa­se  que  realmente  há  dois  comandos  na  decisão  embargada  (fls.474/479):  na  fundamentação  do  acórdão  a  decisão  é  no  sentido  de  exonerar  a multa  de  ofício,  enquanto  na  ementa  a  decisão  é  no  sentido  de  apenas  reduzir  a  multa de 100% para 75%.  Aprofundando­se  na  análise,  tem­se  que  a  parte  da  retroatividade  benigna  tratada no acórdão recorrido era matéria do recurso de ofício, haja vista a DRJ ter exonerado a  multa  de  ofício.  Como  no  relatório  embargado  o  relator  negou  provimento  ao  Recurso  de  Ofício  e manteve  essa  parte  da  decisão  da DRJ,  resta  evidenciada  a  intenção  de  exoneração  total da multa aplicada e não apenas a sua redução.  Fl. 493DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24 /11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13861.000089/2003­77  Acórdão n.º 3401­001.979  S3­C4T1  Fl. 493          3 A  DRJ  exonerou  a  multa  de  ofício  em  razão  da  retroatividade  benigna,  porque  a  nova  redação  do  art.18,  da  Lei  nº  10.833/03,  passou  a  limitar  as  hipóteses  de  aplicação da multa de ofício por não homologação da compensação e o caso concreto não se  enquadrava nas hipóteses restantes.  Portanto, esclareça­se: a decisão embargada é no sentido de exoneração total  da multa e não apenas de redução de 100% para 75%.  Dessa  forma,  a  ementa  correta para  esta matéria deve  ser  reformulada para  ficar do seguinte modo:    “COFINS. RETROATIVIDADE BENIGNA.  Aplica­se  lei  posterior,  menos  gravosa,  em  se  tratando  de  penalidade  referente  a  fatos  pretéritos  não  definitivamente  julgado  (CTN,  art.  106,  inciso  II,  “c”).  Portanto,  no  caso  presente, correta a exoneração da multa de ofício, por força da  alteração do art. 18, da Lei nº 10.833/03”    Ex positis,  acolho os  embargos de declaração para esclarecer a obscuridade  apontada.  JEAN  CLEUTER  SIMÕES  MENDONÇA  ­  Relator                               Fl. 494DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24 /11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS

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Numero do processo: 18184.000023/2008-34
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/1996 a 31/07/1996, 01/12/1996 a 31/12/1996, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 30/09/2001, 01/07/2002 a 30/11/2002, 01/02/2003 a 28/02/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 31/12/2003, 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004, 01/12/2004 a 31/12/2004, 01/02/2005 a 31/12/2005 Ementa: RECURSO INTEMPESTIVO Recurso voluntário não conhecido por falta de requisitos de admissibilidade, já que interposto intempestivamente.Art. 126, da Lei n(8.213/91, combinado com artigo 305, parágrafo 1( do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.(3048/99. Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2302-002.154
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Manoel Coelho Arruda Junior, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Sato.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI

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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/1996 a 31/07/1996, 01/12/1996 a 31/12/1996, 01/02/2001 a 28/02/2001, 01/09/2001 a 30/09/2001, 01/07/2002 a 30/11/2002, 01/02/2003 a 28/02/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003 a 31/12/2003, 01/02/2004 a 28/02/2004, 01/06/2004 a 30/06/2004, 01/12/2004 a 31/12/2004, 01/02/2005 a 31/12/2005 Ementa: RECURSO INTEMPESTIVO Recurso voluntário não conhecido por falta de requisitos de admissibilidade, já que interposto intempestivamente.Art. 126, da Lei n(8.213/91, combinado com artigo 305, parágrafo 1( do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.(3048/99. Recurso Voluntário Não Conhecido

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Manoel Coelho Arruda Junior, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Sato.

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1999; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­C3T2  Fl. 290          1 289  S2­C3T2  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  18184.000023/2008­34  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2302­002.154  –  3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária   Sessão de  17 de outubro de 2012  Matéria  Salário Indireto Pro­Labore  Recorrente  BRASTUBO CONSTRUÇÕES METÁLICAS LTDA.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período  de  apuração:  01/07/1996  a  31/07/1996,  01/12/1996  a  31/12/1996,  01/02/2001  a  28/02/2001,  01/09/2001  a  30/09/2001,  01/07/2002  a  30/11/2002, 01/02/2003 a 28/02/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/12/2003  a  31/12/2003,  01/02/2004  a  28/02/2004,  01/06/2004  a  30/06/2004,  01/12/2004 a 31/12/2004, 01/02/2005 a 31/12/2005  Ementa:  RECURSO INTEMPESTIVO  Recurso voluntário não conhecido por falta de requisitos de admissibilidade,  já que interposto intempestivamente.Art. 126, da Lei n°8.213/91, combinado  com  artigo  305,  parágrafo  1°  do  Regulamento  da  Previdência  Social,  aprovado pelo Decreto n.°3048/99.  Recurso Voluntário Não Conhecido      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda  Seção  do  Conselho  Administrativo  de  Recursos  Fiscais  por  unanimidade  de  votos,  em  não  conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.    Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Substituta    Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Liege Lacroix Thomasi  (Presidente),  Arlindo  da  Costa  e  Silva,  Manoel  Coelho  Arruda  Junior,  Juliana  Campos  de  Carvalho Cruz, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Adriana Sato.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 4. 00 00 23 /2 00 8- 34 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI   2   Relatório  Trata a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, lavrada e cientificada ao  sujeito  passivo  em  20/09/2006,  de  contribuições  previdenciárias  incidentes  sobre  a  remuneração  dos  segurados  contribuintes  individuais,  no  período  descontínuo  de  07/1996  a  12/2005.  De  acordo  com  o  relatório  fiscal  de  fls.23/26,  o  lançamento  teve  por  base  valores  lançados  na  contabilidade  da  notificada,  relativos  a  empréstimos  efetuados  pela  empresa a alguns sócios, que não foram saldados, mas renovados, e assim, caracterizados como  pro­labore indireto. Aduz o relatório que não havia retirada de pro­labore no período citado  Após  impugnação,  os  autos  baixaram  em  diligência  para  análise  dos  documentos juntados.  Informação  Fiscal  de  fls.  202/208,  rebateu  as  alegações  da  notificada,  dizendo  que  os  contratos  de  mútuo  não  foram  aceitos  por  não  obedecer  as  regras  legais  estipuladas para sua validade, que foram confeccionados posteriormente aos empréstimos, que  não  houve  devolução  comprovada  dos  valores  tomados  como  empréstimo,  que  os  valores  foram apurados na contabilidade, cujos históricos das contas traziam o nome dos sócios e , por  fim,  acata  o  prazo  decadencial  exposto  no  Código  Tributário  Nacional,  para  excluir  do  lançamento  as  competências  de  07/1996  e  12/1996,  pois  a  próxima  competência  lançada  é  02/2001.  O  contribuinte  teve  ciência  do  resultado  da  diligência  e  manifestou­se  no  prazo concedido.  Acórdão  de  fls.  244/256,  julgou  o  lançamento  procedente  em  parte  para  excluir o período lançado até 12/1996.  Inconformado o  contribuinte  apresentou  recurso  voluntário,  onde  alefga  em  síntese:  a)  que  a  NFLD  deve  ser  anulada  por  não  estar  fundamentada de forma razoável;  b)  que  não  se  trata  de  pagamento  de  pro­labore,  mas  de  contratos de mútuo;  c)  que  tais  contratos  não  foram  considerados,  quando  muitas vezes quem emprestava verbas à sociedade era o  sócio e não o contrário;  d)  que a flat de registro não desvirtua o contrato de mútuo,  não havendo motivos para a descaracterização;  e)  que  não  existe  texto  de  lavra  do  INSS  que  obrigue  o  registro de tal contrato;  f)  que o auto está fundamentado em legislação revogada;  Fl. 336DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 18184.000023/2008­34  Acórdão n.º 2302­002.154  S2­C3T2  Fl. 291          3 g)  que a fiscal está desatualizada na legislação civil, que o  Código Civil de 1916 já foi revogado e que no de 2002,  há regras específicas quanto aos contratos de mútuo;  h)  que  as  operações  entre  a  recorrente  seus  sócios  são  regidas pelo Código Civil;  i)  que alguns valores já foram quitados;  j)  que  o  sócio  Aldo  Narcisi  não  retira  pro­labore  porque  recebe distribuição de lucros de outra empresa;  k)  que no ano de 2006, pagou boa parte do saldo mediante  assunção  da  dívida  da  recorrente  com  a  empresa  New  Wayco S/A .  Requer o provimento do recurso para cancelar a NFLD por improcedente, ou  anulá­la  frente as  irregularidades apontadas, ou para corrigir valores que estão absolutamente  irreais  já  que  não  consideraram  a  compensação  entre  créditos  e  débitos  e  aponta  valores  incorretos.  Posteriormente,  em  15/06/2011,  o  contribuinte  protocola  requerimento  para  que se modifique a situação do débito nos sistemas informatizados da Receita Federal, devendo  constar “suspenso por recurso administrativo”, atestando que interpôs recurso em 19/05/2011 e  que não aderiu,com relação a este débito ao parcelamento especial.  É o relatório.    Fl. 337DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI   4   Voto             Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora  Da Admissibilidade  O  recurso  é  INTEMPESTIVO,  razão  pela  qual  dele  não  se  deve  tomar  conhecimento.  Cientificado  o  sujeito  passivo  do Acórdão  de  fls.  244/256,  em  18/04/2011,  fls.260, o prazo para  interposição de  recurso,  que  é de 30  (trinta) dias,  conforme o  art.  126,  caput, da Lei n.º 8.213/91, combinado com o art. 305, § 1º, do Regulamento da Previdência  Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, iniciou em 19/04/2011, fruindo até 18/05/2011.  Entretanto,  o  recurso  foi  interposto  apenas  em  19/05/2011,  conforme  documento de fls. 265, configurando­se, portanto, sua intempestividade.  Lei n° 8213/91  Art.  126.  Das  decisões  do  Instituto  Nacional  do  Seguro  Social­INSS  nos  processos  de  interesse  dos  beneficiários  e  dos  contribuintes  da  Seguridade  Social  caberá  recurso  para  o  Conselho  de  Recursos  da  Previdência Social, conforme dispuser o Regulamento. (Redação dada  pela Lei nº 9.528, de 1997)  Regulamento da Previdência Social/ Decreto n° 3.048/99  Art.305. Das decisões do  Instituto Nacional do Seguro Social  e  da  Secretaria  da  Receita  Previdenciária  nos  processos  de  interesse  dos  beneficiários  e  dos  contribuintes  da  seguridade  social,  respectivamente,  caberá  recurso  para  o  Conselho  de  Recursos  da  Previdência  Social  (CRPS),  conforme  o  disposto  neste  Regulamento  e  no  Regimento  do  CRPS.  (Alterado  pelo  Decreto nº 6.032 ­ de 1º/2/2007 ­ DOU DE 2/2/2007)  §  1º  É  de  trinta  dias  o  prazo  para  interposição  de  recursos  e  para  o  oferecimento  de  contra­razões,  contados  da  ciência  da  decisão e da interposição do recurso, respectivamente. (Redação  dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003)  Pelo exposto, considerando que a  recorrente não argúi a  tempestividade, na  peça recursal e considerando o artigo 35, do Decreto n°70.235/72, que dispõe:  “Art.  35.  O  recurso  ,  mesmo  perempto,  será  encaminhado  ao  órgão  de  segunda instância, que julgará a perempção.”  Voto  por  não  conhecer  o  recurso,  por  falta  de  requisito  para  sua  admissibilidade, mantendo a decisão de primeira instância proferida.    Fl. 338DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 18184.000023/2008­34  Acórdão n.º 2302­002.154  S2­C3T2  Fl. 292          5 Liege Lacroix Thomasi ­ Relatora                               Fl. 339DF CARF MF Impresso em 21/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 31/10/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI

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Numero do processo: 18471.001428/2006-92
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004,2005 MULTA DE OFÍCIO. A exigência da multa "ex officio", no percentual de 75%, obedece tão-somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor. Recurso Negado IMPOSTO DEVIDO, MULTA DE OFÍCIO. BASE DE CÁLCULO. Na apuração do imposto devido, em procedimento de oficio, devem ser considerados os impostos efetivamente pagos, ainda que por pessoa diversa e sob outra denominação, devendo incidir a multa sobre o crédito tributário assim apurado. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE. A multa isolada não pode ser exigida concomitantemente com a multa de ofício. Precedentes da 2ª Câmara e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Recurso provido em parte
Numero da decisão: 2802-002.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para (a) subtrair do imposto devido os valores correspondentes aos tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda incidentes sobre as receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física; (b) subtrair da base de cálculo da multa de oficio os valores constantes do item anterior; e (c) excluir a multa isolada lançada por falta de recolhimento do Carnê-Leão, nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Júnior que dava provimento em menor extensão por não excluir a multa isolada. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso –Presidente (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite – Relatora EDITADO EM: 20/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci De Assis Junior, Carlos Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano
Nome do relator: DAYSE FERNANDES LEITE

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1966; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2­TE02  Fl. 2          1 1  S2­TE02  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  18471.001428/2006­92  Recurso nº               Voluntário  Acórdão nº  2802­002.028  –  2ª Turma Especial   Sessão de  21 de novembro de 2012  Matéria  IRPF  Recorrente  ALEX LERNER  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Exercício: 2002, 2003, 2004,2005  Ementa   NULIDADE  CERCEAMENTO  DO  DIREITO  DE  DEFESA.  IMPROCEDÊNCIA   Não  provada  violação  das  disposições  contidas  no  art.  142  do  CTN,  tampouco  dos  artigos  10  e  59  do  Decreto  nº.  70.235,  de  1972  e  não  se  identificando  no  instrumento  de  autuação  nenhum vício  prejudicial,  não  há  que se falar em nulidade do lançamento  INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. EFEITOS.  O  início  do  procedimento  fiscal  exclui  a  espontaneidade do  sujeito  passivo  em  relação  aos  atos  anteriores  e,  independentemente  de  intimação,  a  dos  demais envolvidos nas infrações verificadas.  ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Exercício: 2002, 2003, 2004,2005  MULTA DE OFÍCIO.   A  exigência  da  multa  "ex  officio",  no  percentual  de  75%,  obedece  tão­ somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor. Recurso  Negado  IMPOSTO DEVIDO, MULTA DE OFÍCIO. BASE DE CÁLCULO.  Na  apuração  do  imposto  devido,  em  procedimento  de  oficio,  devem  ser  considerados os impostos efetivamente pagos, ainda que por pessoa diversa e  sob  outra  denominação,  devendo  incidir  a  multa  sobre  o  crédito  tributário  assim apurado.  MULTA  ISOLADA  E  MULTA  DE  OFÍCIO.  CONCOMITÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 14 28 /2 00 6- 92 Fl. 423DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO   2 A multa  isolada  não  pode  ser  exigida  concomitantemente  com  a  multa  de  ofício. Precedentes da 2ª Câmara e da Câmara Superior de Recursos Fiscais.  Recurso provido em parte      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,    por  maioria  de  votos  DAR  PROVIMENTO  PARCIAL  ao  recurso  voluntário  para  (a)  subtrair  do  imposto  devido  os  valores  correspondentes  aos  tributos  pagos  pela  empresa  Lerner  Produções  Artísticas  Ltda  incidentes sobre as  receitas consideradas na autuação como rendimentos da pessoa física;  (b)  subtrair  da  base  de  cálculo  da multa  de  oficio  os  valores  constantes  do  item  anterior;  e  (c)  excluir a multa isolada lançada por falta de recolhimento do Carnê­Leão, nos termos do voto da  relatora. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Júnior que dava provimento em menor extensão  por não excluir a multa isolada.   (assinado digitalmente)  Jorge Claudio Duarte Cardoso –Presidente  (assinado digitalmente)  Dayse Fernandes Leite – Relatora  EDITADO EM: 20/02/2013  Participaram da sessão de  julgamento os conselheiros  Jorge Claudio Duarte  Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci De Assis Junior, Carlos  Andre Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano    Relatório  Alex Lerner, interpôs recurso voluntário contra decisão de primeira instância  que julgou procedente em parte  lançamento formalizado por meio do auto de infração de fls,  256 a 276. A exigência refere­se a Imposto sobre a Renda de Pessoa Física ­ IRPF, no valor de  R$65.531,42, acrescido de multa de oficio de 75% e de juros de mora, totalizando um crédito  tributário lançado de R$ 153.763,62.  A infração que ensejou o lançamento e que está detalhadamente descrito no  Termo de Verificação Fiscal de fls. 277/291, foi:    1.  RENDIMENTOS  RECEBIDOS  DE  PESSOAS  JURÍDICAS.  OMISSÃO DE RENDIMENTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS  DE NATUREZA PERSONALÍSSIMA RECEBIDOS DE PESSOAS  JURÍDICAS;  2.  RENDIMENTOS  RECEBIDOS  DE  PESSOAS/JURÍDICAS.OMISSÃO  DE  RENDIMENTOS  DE  ALUGUÉIS  E  ROYALTIES  RECEBIDOS  DE  PESSOAS  JURÍDICAS;  Fl. 424DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/2006­92  Acórdão n.º 2802­002.028  S2­TE02  Fl. 3          3 3.  RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS SUJEITOS  A  CARNÊ­LEÃO.  OMISSÃO  DE  RENDIMENTOS  DE  ALUGUÉIS E ROYALTIES RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS;  4.  DEDUÇÃO  DA  BASE  DE  CÁLCULO  PLEITEADA  INDEVIDAMENTE  (AJUSTE  ANUAL).  DEDUÇÃO  INDEVIDA  DE DEPENDENTE;  5.  DEDUÇÃO  DA  BASE  DE  CÁLCULO  PLEITEADA  INDEVIDAMENTE  (AJUSTE  ANUAL).  DEDUÇÃO  INDEVIDA  DE DESPESAS MÉDICAS;  6.  DEDUÇÃO  DA  BASE  DE  CÁLCULO  PLEITEADA  INDEVIDAMENTE  (AJUSTE  ANUAL).  DEDUÇÃO  INDEVIDA  DE DESPESAS DE LIVRO CAIXA;  7.  DEDUÇÃO  DA  BASE  DE  CÁLCULO  PLEITEADA  INDEVIDAMENTE  (AJUSTE  ANUAL).  DEDUÇÃO  INDEVIDA  DE PREVIDÊNCIA PRIVADA/FAPI;  8.  MULTAS  ISOLADAS.  FALTA  DE  RECOLHIMENTO  DO  IRPF  DEVIDO A TÍTULO DE CARNÊ­LEÃO.  Da Infração 001   A  infração  trata  de  rendimentos  recebidos  da  empresa  TV  Globo  Ltda,  no  período de janeiro de 2001 a dezembro de 2002, decorrentes de serviços de natureza  personalíssima, nos totais abaixo discriminados:  Ano­calendário  Rendimento Omitido  2001  R$56.250,00  2002  R$49.165,60  De  acordo  com  a  fiscalização  o  contribuinte  teria  utilizado  a  sua  empresa  Lerner Produções Artísticas Ltda para  tributar  rendimentos próprios de  sua pessoa  física  com  o  fim  de  enquadrá­los  em  uma  tributação  menos  onerosa  na  pessoa  jurídica,  fugindo  de  uma  alíquota  de  27,5%  para  alíquotas  de  9,53  e  8,45%,  conforme tabela à fl. 282. Assim sendo, os valores recebidos pela Lerner Produções  Artísticas  Ltda,  discriminados  na  tabela  acima,  foram  lançados  de  oficio  pela  fiscalização na pessoa física do contribuinte como omissão de rendimentos.  Para  a  autuante,  o  que  chamaria  a  atenção  (fl.  282)  nos  contratos  firmados  entre a TV GLOBO Ltda e a Lerner Produções Artísticas Ltda (fls. 103 a 114) seria  a  tentativa  de  encobrir  o  verdadeiro  contratado,  o  Sr.  Alex  Lerner,  ficando  a  verdadeira operação evidenciada pelo fato de que o próprio contribuinte, na figura  de interveniente do contrato, seria o único responsável pelo seu cumprimento, sendo  o  seu  impedimento/não  atendimento  pessoal  a  principal  causa  de  ruptura  do  contrato.  A  autuante  esclarece,  ainda,  que  não  foram  apresentadas  as  notas  ficais  emitidas pela Lerner Produções Artísticas Ltda sob alegação de roubo do veículo da  contadora  e  informa  que  o  contribuinte  tem  95%  de  participação  nesta  empresa,  sendo que a outra sócia, o sra.Ayres Lerner, mãe do contribuinte, é uma senhora de  71  anos,  que  não  poderia  os  prestar  serviços  de  exigidos  no  contrato  pela  contratante.  Fl. 425DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO   4 Da  Infração 002 8 A  infração  trata de omissão de parte dos  rendimentos de  aluguel  recebidos  da  empresa  Momix  Comércio  do  Vestuário  Ltda  no  ano­ calendário de 2004, conforme DIRF —Declaração de Imposto de Renda Retido na  Fonte —  à  fl.  26.  O  valor  considerado  omitido  foi  de  R$2.009,39  com  IRRF —  Imposto de Renda Retido na Fonte — de R$552,52.  Da  Infração  003  9  A  infração  trata  de  rendimentos  recebidos  de  pessoas  físicas a título de aluguel nos anos­calendário de 2001 a 2004 (planilhas às fls. 293 a  300). Os valores  lançados  foram apurados a partir  de  informações  fornecidas pelo  próprio contribuinte,  tendo sido apuradas as omissões discriminadas na  tabela à fl.  287.  Da Infração 004 10 A infração de glosa da relação de dependência da mãe do  autuado  no  ano  calendário  de  2001,  por  ter  esta  apresentado  declaração  de  ajuste  anual em separado.  Da Infração 005 11 A infração trata de glosa de despesas médicas nos anos­ calendário  de  2001  a  2004,  por  falta  de  comprovação  e/ou  de  previsão  legal,  conforme planilha à fl. 292.  Da Infração 006 12 A infração trata de glosa de despesas deduzidas a título de  livro  caixa  nos  anos  calendário  de  2001  a  2003.  A  fiscalização  esclarece  que  o  contribuinte não apresentou o livro caixa e mesmo que tivesse apresentado não teria  direito  a  esta  dedução  uma  vez  que  os  rendimentos  de  pessoas  físicas  declarados  referem­se apenas a aluguéis.  Da  Infração  007  13 A  infração  trata  de  glosa  do  valor  deduzido  a  título  de  Previdência  Privada  no  ano­calendário  de  2003  por  falta  de  comprovação  da  despesa.  Da  Infração 008 14 A infração  trata da falta de recolhimento do  imposto de  renda  devido  a  título  de  carnê­leão,  apurada  sobre  a  diferença  dos  rendimentos  informados  na  declaração  de  ajuste  anual  do  contribuinte,  nos  anos­calendário  de  2001 a 2004.  Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação (fls. 307  a 331), acatada como tempestiva.   Em razão de sua pertinência, peço vênia para adotar e transcrever o relatório  da decisão recorrida (verbis):  Das Preliminares de Nulidade  Com  base  nos  Princípios  da  Legalidade,  Impessoalidade,  moralidade  e  publicidade,  bem  como  ensinamentos  de  Hely  Lopes  Meireles,  conclui  que  o  lançamento em foi efetuado em desconformidade com os arts. 3º e 142 do CTN.  Afirma que, subordinando­se o lançamento à reserva legal, se inexistirem as  provas dos fatos geradores da obrigação tributária, não pode ser exigido o tributo ou  penalidade.  De acordo com o contribuinte, esses princípios balizam o Decreto nº 70.235  (PAF), de 06 de março de 1972, no sentido de fixar os requisitos que devem constar  obrigatoriamente  do Auto  de  Infração,  dentre  os  quais  cita  a  descrição  dos  fatos,  suas provas e a determinação da exigência, sendo nulo o Auto de Infração que não  tenha tais elementos, porque, além de não conter os requisitos legais, impossibilita o  contribuinte de exercer a sua ampla defesa.  Fl. 426DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/2006­92  Acórdão n.º 2802­002.028  S2­TE02  Fl. 4          5  Sobre a questão, faz referência ao acórdão nº 101­79.775 do 12 Conselho de  Contribuintes  e  cita  o  art.  6º  da  IN  SRF  nº  94/97,  que  trata  da  anulação  de  lançamento sem determinados requisitos legais, ainda que a nulidade não tenha sido  suscitada pelo sujeito passivo, sendo que o art. 9º do PAF estabelece, por sua vez,  que os Autos de Infração devem ser  instruídos com todos os termos, depoimentos,  laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito.   Sobre  ampla defesa,  transcreve  ensinamentos de Hugo de Brito Machado e  Luiz Henrique de Barros Arruda e ementa do acórdão n' 107­05690 do 1º Conselho  de Contribuintes, concluindo que, em matéria de prova, o Conselho de Contribuintes  vem decidindo que, por ser o lançamento uma atividade plenamente vinculada, deve  basear­se  em  prova  segura  da  ocorrência  do  fato  gerador,  competindo  ao  Fisco  a  prática do atos que lhe são próprios no sentido de obter os indispensáveis elementos  de  convicção  e  certeza  para  constituição  do  crédito  tributário,  sobre  os  quais  não  pode restar nenhuma sombra de dúvida, sob pena de não prosperar a exação.  Assim sendo, diante do exposto, requer a nulidade do lançamento, com o seu  conseqüente cancelamento.  Do Direito   Citando o acórdão nº 104­17.756 do 1º Conselho de Contribuintes, e trazendo  à baila conceitos doutrinários de indícios presunções, reclama que a fiscalização tão­ somente buscou lançar valores sem ter logrado comprovar e evidenciar sua natureza,  nem mesmo diligenciar, ou levar em conta as reiteradas declarações do contribuinte.  Baseou­se  em  mero  indício  e,  em  decorrência,  presumiu  a  ocorrência  do  fato  gerador, sem base legal, posto que não há presunção legal para essa ilação.  Afirma que, ao Fisco, em princípio, cabe fundamentar a pretensão tributária,  ou seja, dizer o porquê do seu convencimento. Assim é que o §3 2 do art. 42 da Lei  nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, baliza o entendimento para esta tributação de  base presuntiva, determinando, destarte, o prudente critério da autoridade lançadora.  Transcrevendo acórdãos do 1º CC que tratam da impossibilidade da tributação  de  depósitos  bancários,  o  impugnante  afirma  que  este  era  o  entendimento  das  instâncias  julgadoras  na  esfera  administrativa  para  os  depósitos  bancários  até  o  advento  da  presunção  legal  do  art.  42  da  Lei  nº  9.430/1996,  não  devendo,  no  entanto,  o  Fisco  se  afastar  da  verdade  material  dos  fatos  nem  de  sua  responsabilidade por pautar seus atos nos princípios da legalidade, impessoalidade,  moralidade e publicidade (art. 37 da CF/88).  Assim  sendo,  diante  do  que  expõe,  requer  nulidade  do  lançamento  e  conseqüente cancelamento.  Das Provas   O contribuinte alega que a imposição foi unilateralmente efetuada, carente de  fundamentação  dos  elementos  de  convencimento  da  autoridade  lançadora,  sem  a  essencial prova ou evidência do acréscimo patrimonial ou de sua origem, ou de que  seriam inerentes ao ramo de negócio autuado.   Nesse sentido, alega que o 1º Conselho de Contribuintes já decidiu que a falta  de  entrega  ao  contribuinte  de  todos  os  demonstrativos,  termos  e  esclarecimentos  mencionados no lançamento, que o impeça de conhecer o inteiro teor do ilícito que  lhe  é  imputado,  inclusive  os  valores  e  cálculos  considerados  para  determinar  a  Fl. 427DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO   6 matéria tributada, caracteriza cerceamento do direito de defesa e implica na nulidade  da decisão de primeira instância.  Do Mérito das Infrações   Infração 001    O  contribuinte  reclama  que  a  Fiscalização  desconsiderou  a  personalidade  jurídica  da  empresa  Lerner  Produções  Artísticas  Ltda  e,  com  base  no  contrato  firmado  com a TV Globo Ltda,  computou  o  faturamento  da  pessoa  jurídica  como  rendimentos  tributáveis  na  pessoa  física  do  autuado,  sem  ao menos  considerar  os  valores  já  oferecidos  à  tributação  na  declaração  de  Imposto  de  Renda  da  Pessoa  Jurídica e o imposto já pago, numa completa afronta ao princípio da razoabilidade e  legalidade que devem nortear os atos dos agentes públicos.  Com base no art. 50 do Código Civil de 2002, alega que a desconsideração da  pessoa jurídica é ato próprio do judiciário, sendo que o art. 129 da Lei n2 11.196, de  21  de  novembro  de  2005,  que  teria  caráter  interpretativo  e  retroativo,  deu  o  entendimento de que é possível a tributação na pessoa jurídica.  Em  outro  aspecto,  alega  que  não  vale  a  presunção  unilateral  de  que  o  apresentador estava contratado somente para apresentar, isto é, comparecer no dia e  hora marcado para ler ou interpretar um texto a ele entregue já pronto. A produção  artística  de  um  programa  envolve  uma  plêiade  de  atividades  preparatórias  com  o  concurso  de  outros  profissionais,  emprego  de  materiais,  execução  de  cenários,  contratação participantes das mais variadas áreas.  Por  fim,  na  hipótese  de  o  lançamento  prosperar,  solicita  que  sejam  considerados  como  redutores  da  matéria  tributável  os  impostos  que  a  empresa  Lerner Produções Artísticas Ltda recolheu no período autuado.  Infrações 002 e 003   Baseando­se nos arts. 3, 112, 142 e 204 do CTN e ensinamento de Paulo de  Barros Carvalho, o contribuinte contesta a infração com a argumentação de que ele  mesmo  forneceu  todos  os  elementos  comprobatórios,  que  foram  utilizados  pela  autuante para buscar divergências que pudessem caracterizar base imponível para a  tributação  do  IRPF  e  que  inexistiriam  outros  elementos  de  convicção  e  certeza  indispensáveis  à  constituição  do  crédito  tributário  impugnado,  muito  embora  seja  necessário, nas presunções simples que o Fisco esgote o campo probatório, já que a  atividade  do  lançamento  é  plenamente  vinculada  e  não  comporta  incertezas.  Havendo dúvidas sobre a exatidão dos elementos em que se baseou o lançamento, a  exigência não pode prosperar, por força do disposto no art. 112 do CTN. O Fisco é  responsável  pela  a  apresentação  e  produção  das  provas  de  todos  os  fatos  comprobatórios  da  autuação,  devendo  estes  assegurarem  ao  crédito  tributário  a  presunção de liquidez e certeza e o efeito da prova pré­constituída  Adicionalmente,  afirma  que  o  valor  recebido  da  Momix  Comércio  do  Vestuário  Ltda,  além  de  declarado,  dá  direito  ainda  a  uma  diferença  de  IRRF  de  R$552,52,  lançados  a menor,  como  depreender­se­ia  da  planilha  apresentada  pela  autuante.  Quanto  às pequenas  diferenças mensais decorrentes de  valores  recebidos  de  locatários pessoas físicas , estas referem­se a divergências nos rascunhos de recibos  e canhotos entregues de boa­fé à fiscalização, mas que incluíram contraprestações de  condomínio, taxas de luz, água e gás, as quais não ser consideradas como aluguéis.  Nesse sentido, a fiscalização  teria optado por trilhar o caminho mais curto e  fácil, imputando todo o valor assinalado como tributável.  Fl. 428DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/2006­92  Acórdão n.º 2802­002.028  S2­TE02  Fl. 5          7 Infração 004   O contribuinte  alega que deduziu  sua mãe viúva  como dependente uma vez  que arcava com suas despesas médicas e a legislação assim permitia.  Infração 005   O  impugnante  alega  que  deduziu  alguns  pagamentos  de  despesas  médicas  incorridas por ele, mas cujos recibos estavam em nome de sua mãe a paciente, uma  vez que a mesma, sendo viúva, poderia figurar como dependente de seu filho.  Alega, ainda, que apresentou os  recibos de despesas médicas que não foram  consideradas  pela  fiscalização,  e  anexa  ao  presente  processo  comprovantes  de  despesas médicas do Saúde Bradesco.  Infração 006   O impugnante alega que, sendo jornalista e repórter, profissional liberal, pode  lançar  suas  despesas  profissionais  de  custeio  necessárias  à  percepção  dos  rendimentos com autônomo.  Infração 007   Para esta infração, o contribuinte alega que juntou em anexo à impugnação os  comprovantes dos pagamentos a título de previdência privada.  Infração 008   Para esta infração o contribuinte alega que foram lavradas multas isoladas por  falta  de  recolhimento  de  carnê­leão  decorrente  dos  aluguéis  anteriormente  discutidos, os quais decorrem de pequenos valores mensais oriundos de divergência  entre os  rascunhos e cópias dos canhotos onde o valor  líquido percebido não deve  considerar as taxas condominiais e de luz, água e gás.  A  3ª  Turma  DRJ/Rio  de  Janeiro  II  (RJ),  ao  examinar  o  pleito,  proferiu  o  acórdão n° 13­25.201, de 18 de junho de 2009, que se encontra às fls. 356 a 396, cuja ementa é  a seguinte  ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF  Ano­calendário: 2001, 2002, 2003, 2004   APLICAÇÃO  DE  LEI  SUPERVENIENTE  AO  FATO  GERADOR.  AUSÊNCIA DE CARÁTER INTERPRETATIVO.  Inaplicável o art. 129 da Lei n°. 11.196, de 2005, a fatos geradores pretéritos,  uma vez que dito dispositivo  legal não possui natureza  interpretativa para o  caso em questão.  OMISSÃO  DE  RENDIMENTOS.  SERVIÇOS  PRESTADOS  EM  CARÁTER PERSONALÍSSIMO.  Serviços  prestados  de  forma  pessoal  e  individual,  fora  do  âmbito  de  uma  sociedade  de  profissionais  legalmente  habilitados,  terão  seus  rendimentos  tributados  na  pessoa  física,  sendo  irrelevante  a  existência  de  registro  de  pessoa jurídica para tratar dos seus interesses.  Fl. 429DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO   8 TRIBUTOS  RECOLHIDOS  PELA  PESSOA  JURÍDICA.  COMPENSAÇÃO.  Não  tendo  a  fiscalização  negado  a  existência  da  pessoa  jurídica,  nem  procedido  à  desconstituição  de  sua  personalidade  jurídica,  não  cabe  a  compensação dos tributos recolhidos pela empresa com o imposto apurado no  procedimento  fiscal. Em consonância com o previsto no  art.  30 da  IN SRF  Nº.  210/2002,  caberia  especificamente  à  pessoa  jurídica,  que  tem  personalidade distinta da pessoa física, proceder ao pedido de restituição.  DEDUÇÃO. DESPESAS DEDUTÍVEIS.  NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO NOS LIMITES DA LEGISLAÇÃO  TRIBUTÁRIA.  As  despesas  dedutíveis  são  aquelas  comprovadas  mediante  documentação  hábil e idônea até o limite de dedutibilidade previsto na legislação tributária.  Lançamento Procedente em Parte  A ciência da Decisão foi em 11/11/2009, consoante o Termo de Ciência de  fls. 368..  O  recurso  voluntário  foi  interposto  em  10/12/2009  (fls.  376),  representado  por  advogado,  fls  388,  no  qual  repisa  as  alegações  da  peça  impugnatória,  no  tocante  a  preliminar de Nulidade do Lançamento.   Quanto ao mérito, alega, em síntese que:   001 ­ Rendimentos de Natureza Personalíssima  1.  A  Fiscalização  desconsiderou  a  personalidade  jurídica  da  empresa  Lerner  Produções  Artísticas  Ltda  e,  com  base  no  contrato  firmado  com  a  TV Globo  Ltda,  computou  o  faturamento  da  pessoa  jurídica  como  rendimentos  tributáveis  na  pessoa  física  do  autuado,  sem  ao  menos considerar os valores já oferecidos à tributação na declaração  de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica .  2.  Alega que seria de inteira Justiça, o fisco, excluir de ofício os tributos  recolhidos  pela  empresa  Lerner  Produções  Artísticas  para  fins  de  apuração do imposto devido e multa apurados no procedimento fiscal.  3.  Destaca que o aproveitamento, na pessoa física, do que foi pago pela  pessoa  jurídica  seria  de  inteira  justiça,  vez  que  a  empresa  Lerner  Produções  Artísticas  Ltda  recolheu  aos  cofres  públicos,  em  2001  e  2002, R$ 10.855,36 e R$ 7.629,39, respectivamente. Entende que tais  valores  deveriam  ser  considerados  como  descontáveis  do  Imposto  Apurado, como Impostos de Renda Retidos na Fonte, na hipótese de  que essa injusta exação venha a ter êxito  002 e 003 ­ Aluguéis  1.   Argumenta  que  ele  mesmo  forneceu  todos  os  elementos  comprobatórios,  que  foram  utilizados  pela  autuante  para  buscar  divergências  que  pudessem  caracterizar  nova  base  de  cálculo  para  o  imposto de renda.  Fl. 430DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/2006­92  Acórdão n.º 2802­002.028  S2­TE02  Fl. 6          9 2.  Quanto  às  pequenas  diferenças  mensais  decorrentes  de  valores  recebidos de locatários pessoas físicas, estas referem­se a divergências  nos rascunhos de recibos e canhotos entregues de boa­fé à fiscalização,  mas que incluíram contraprestações de condomínio, taxas de luz, água e  gás,  as  quais  não  deveriam  ser  computadas  como  rendimentos  de  aluguéis.  Outrossim,  caso  venha  a  prosperar  a  exação  quanto  a  esse  item, há que se levar em consideração a redução da multa de 75 % para  20 %, uma vez que o contribuinte forneceu os valores obtidos e não foi  o Fisco que os apurou.  004­Dedução Indevida de Dependente  005­ Dedução Indevida de Despesas Médicas  1.  alega que deduziu sua mãe viúva como dependente uma vez que arcava  com suas despesas médicas e a legislação assim permitia.  2.  Solicita que a Declaração feita pela sua mãe, seja cancelada de ofício  pela  DERAT­RJO  e  sua  mãe,  seja  restabelecida  como  sua  efetiva  dependente, bem como as despesas médicas que ele teve com ela.   006 ­ Dedução de Livro Caixa.  1.  alega que, sendo jornalista e repórter, profissional liberal, pode lançar  suas  despesas  profissionais  de  custeio  necessárias  à  percepção  dos  rendimentos com autônomo.  2.  assevera que não é sua culpa que fatos alheios a sua vontade, como o  extravio de seu Livro Caixa e Notas Fiscais de despesas incorridas e  lançadas,  o  prejudiquem  a  ponto  de  ter  suas  despesas  totalmente  glosadas.   3.  Pensa  que,  s.m.j.,  deve  ser  aplicado  ao  caso  o  princípio  jurídico  de  que  "em  dúvida  pró­réu",  ou  seja,  na  impossibilidade  de  que  se  possam comprovar o teor das despesas, por motivos alheios à vontade  do contribuinte, devem elas serem aceitas pelo Fisco, por uma questão  de Justiça  008 — Multas Isoladas  1.   Alega  que  as  multas  foram  resultado  da  falta  de  recolhimento  de  carnê leão, quanto às supostas omissões já discutidas em item acima  Finaliza solicitando o cancelamento do Auto de Infração objeto do presente  Recurso  É o relatório.      Fl. 431DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO   10 Voto             Conselheira Dayse Fernandes Leite, Relatora  Rejeita­se de plano a preliminar de nulidade do lançamento, por entender que  o procedimento fiscal realizado pelo agente do fisco foi efetuado dentro da estrita legalidade,  com total observância ao Decreto nº. 70.235, de 1972, que regula o Processo Administrativo  Fiscal,  não  se  vislumbrando,  no  caso  sob  análise,  qualquer  ato  ou  procedimento  que  tenha  violado ou subvertido o princípio do devido processo legal.   Quanto  ao mérito  verifica­se  que  o  recorrente  não  contesta  a  tributação  na  pessoa física dos rendimentos considerados como Omitidos e recebidos da empresa TV Globo  Ltda,  CNPJ  n°  33.252.156/0001­19,  no  período  de  janeiro  de  2001  a  dezembro  de  2002.  Destarte,  mantém­se  a  tributação  dos  rendimentos  sobre  na  pessoa  física  que  efetivamente  realizou o trabalho de natureza personalíssima  O ponto controvertido a ser enfrentado, nesta instância recursal, em relação a  infração  001  Rendimentos  de  Natureza  Personalíssima,  é  o  aproveitamento  dos  tributos  pagos  pela  empresa  Lerner Produções Artísticas  Ltda,  em  2001  e  2002, R$  10.855,36  e R$  7.629,39, respectivamente. na presente autuação.  Assim.  acompanhando  decisões  anteriores  deste  colegiado  (Acórdãos  104­ 18641 e 106­14,244, 2201­00.420), devem ser aproveitados na apuração de crédito tributário os  valores  arrecadados  sob  o  código  de  tributos  exigidos  da  pessoa  jurídica  cuja  receita  foi  desclassificada e convertida em rendimentos da pessoa física, base de cálculo de lançamento de  ofício.  Embora reconhecendo que a empresa da qual o Autuado é sócio e sua pessoa  física, são entidades distintas, como ressalta a decisão recorrida, não se pode desconsiderar o  fato de que, no exato instante em que a Fazenda Nacional afirma que os valores lançados como  receitas da pessoa jurídica são rendimentos da Pessoa Física, está reconhecendo que os tributos  recolhidos  pela  pessoa  jurídica  sobre  essas  mesmas  receitas  eram  indevidos.  Ou,  de  outra  forma, reconhecendo que parte do tributo que a Fazenda deveria receber foi efetivamente pago,  ainda que por outra entidade ou com outra denominação.  Dir­se­á que a pessoa jurídica poderá pleitear a restituição do indébito e que a  compensação  previstas  na  legislação,  seguem  ritos  próprios.  Tal  solução,  entretanto,  não  é  razoável.  Primeiramente,  porque  afronta  o  princípio  da  celeridade  e  economia  processual;  depois, porque entre uma e a outra opção opera uma grande diferença na base de cálculo da  multa de oficio, em desfavor do contribuinte, caso não se proceda a compensação. Finalmente,  porque  imporia  à  empresa  o  ônus  de,  ao  pleitear  a  restituição  dos  tributos  e  contribuições  pagos,  reconhecer  que  as  receitas  foram  tributadas  indevidamente  na  pessoa  jurídica,  contra  suas próprias convicções, salvo se o pedido for formulado apenas após o trânsito em julgado na  esfera administrativa e  judicial, quando poderá sobrevir o  término do prazo decadencial para  pleitear a restituição, em prejuízo do contribuinte.  Destaca­se,  que  a multa  de  oficio  deve  ser  aplicada  sobre  a  "totalidade  ou  diferença de tributo ou contribuição", conforme art.. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Ora, no caso,  de uma forma ou de outra, parte do imposto já foi pago e, portanto, a multa deve incidir apenas  sobre a diferença.,  Fl. 432DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 18471.001428/2006­92  Acórdão n.º 2802­002.028  S2­TE02  Fl. 7          11 Ressalte­  se  que  a  compensação  do  imposto  e  contribuições  recolhidos  na  pessoa jurídica com o imposto apurado no auto de infração deve ser efetuada antes de qualquer  cálculo de acréscimos legais (multa e juros).  Por todas essas razões, entende­se que deve ser feita a compensação, antes da  aplicação da multa de oficio, dos tributos e contribuições pagos pela empresa Lerner Produções  Artísticas  Ltda,  incidentes  sobre  as  receitas  consideradas  na  autuação  como  rendimentos  da  pessoa física do autuado,  Com relação as infrações:  002 e 003 ­ Rendimentos de Aluguéis  Verifica­se que o  recorrente não contesta  a omissão, o que  ele contesta  é a  aplicação da multa de 75% aplicada sobre esta infração.   Entretanto, a exigência da multa "ex officio, no percentual de 75%, obedece  tão somente aos preceitos insculpidos na legislação tributária em vigor, conforme determina o  artigo 44, inciso I, Lei nº 9.430 de 1996. Deve­se manter esta exigência.  004 ­ Dedução Indevida de Dependente  005 ­ Dedução Indevida de Despesas Médicas  ·  Verifica­se  que  em  fase  recursal  o  recorrente  solicita  que  a  Declaração feita pela sua mãe, seja cancelada de ofício pela DERAT­ RJO e sua mãe, seja restabelecida como sua efetiva dependente, bem  como as despesas médicas que ele teve com ela.   Ocorre  que,  conforme  consta  na  Decisão  de  primeira  instância  a  mãe  do  recorrente apresentou declaração de ajuste anual em separado. Assim, com fundamento no art.  7º,  §  1º,  do Decreto  nº  70.235,  de  6  de março  de  1972.  o  pleito  do  recorrente  não  pode  ser  acatado   006 ­ Dedução de Livro Caixa   Deve­se manter a glosa da dedução livro caixa, tendo em vista que o art. 6º, §  2º,  da  Lei  8.134,  27  de  dezembro  de  1990,  prevê  que  o  contribuinte  deve  comprovar  a  veracidade  das  receitas  e  das  despesas  escrituradas  em  livro­caixa  mediante  documentação  idônea.  Lei nº.­ 8.134, 27 de dezembro de 1990   Art.  6°­  O  contribuinte  que  perceber  rendimentos  do  trabalho  não  assalariado,  inclusive  os  titulares  dos  serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236  da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita  decorrente do exercício da respectiva atividade:  [...]§ 2° O contribuinte deverá comprovar a veracidade das  receitas  e  das  despesas,  mediante  documentação  idônea,  escrituradas  em  livro­caixa,  que  serão  mantidos  em  seu  Fl. 433DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO   12 poder, a disposição da  fiscalização, enquanto não ocorrer  a prescrição ou decadência.  MULTA  ISOLADA  E  MULTA  DE  OFÍCIO.  CONCOMITÂNCIA.  Verifica­se  na  autuação,  cobrança  da  multa  exigida  isoladamente  concomitantemente  com a multa de ofício,  vota­se pelo  seu  cancelamento,  pelo Princípio da  Moralidade e para adequar­se à jurisprudência desse órgão julgador, especialmente, da Câmara  Superior de Recursos Fiscais   MULTA  ISOLADA  Art.  44,  I,  da  Lei  9430/96  – Inaplicabilidade.  NÃO  CUMULATIVIDADE.A  multa  isolada prevista no artigo 44 § 1º, somente pode ser exigida  uma vez não podendo portanto ser aplicada quando a base  para  seu  lançamento  já  tiver  sido  parâmetro  para  exigência  da  mesma  multa  por  falta  de  pagamento  de  tributo.  O  legislador,  quando  quer,  determina  a  cumulatividade  de  multas,  na  ausência  de  previsão  legal,  sobre o mesmo fato somente pode ser lançada uma multa.(  Acórdão: CSRF/0105.078)  Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de CONHECER do recurso  e DAR­lhe PARCIAL provimento para:  a.  subtrair  do  imposto  devido  os  valores  correspondentes  aos  tributos pagos pela empresa Lerner Produções Artísticas Ltda  incidentes  sobre  as  receitas  consideradas  na  autuação  como  rendimentos da pessoa física do autuado;  b.  subtrair  da  base  de  cálculo  da  multa  de  oficio  os  valores  constantes do item anterior  c.  afastar a multa isolada – FALTA DE RECOLHIMENTO DO  IRPF DEVIDO A TITULO DE CARNE LEÃO  (assinado digitalmente)  Dayse Fernandes Leite ­ Relatora                                Fl. 434DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 20/02/201 3 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO

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Numero do processo: 13896.908049/2008-82
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3803-003.568
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Presidente e Relator Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1892; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­TE03  Fl. 77          1 76  S3­TE03  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  13896.908049/2008­82  Recurso nº  4   Voluntário  Acórdão nº  3803­003.568  –  3ª Turma Especial   Sessão de  23 de outubro de 2012  Matéria  PIS ­ PAGAMENTO INDEVIDO ­ PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ­  DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO  Recorrente  COMPUHELP COMPUTER SERVICE COMERCIAL LTDa.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO  Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003  COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.  É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de  liquidez e certeza.  Recurso Voluntário Negado  Direito Creditório Não Reconhecido      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar  provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.  (assinado digitalmente)  Alexandre Kern ­ Presidente e Relator  Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de  Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor  Rodrigues.  Relatório  COMPUHELP  COMPUTER  SERVICE  COMERCIAL  LTDA.  formulou  Declaração de Compensação – Dcomp com vistas à extinção de débitos próprios, no valor de  17.404,85, com crédito oriundo de indébito de PIS, período de apuração de fevereiro de 2003  (pagamento  efetuado  em  31/03/2003,  no  valor  de  R$  149.314,03).  O  Despacho  Decisório  Eletrônico  nº  791201264  (fls.  8)  não  homologou  a  compensação  porque  “..  o  DARF  (...)     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 80 49 /2 00 8- 82 Fl. 77DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN     2 discriminado  no  PER/DCOMP,  não  foi  localizado  nos  sistemas  da  Receita  Federal.”  Sobreveio  reclamação,  fls.  13  a  21),  por  meio  da  qual  o  declarante  ofereceu  as  seguintes  alegações:  a)  de que  retificou  a  declaração  de  compensação  em  tela,  porque  teria  ocorrido  erro  no  preenchimento  das  informações relativas ao documento de arrecadação que  gerou pagamento indevido   b)  a legislação confere o direito à compensação dos valores  pagos a maior   c)  no  mérito,  argumenta  que  o  direito  creditório  aproveitado  tem  origem  em  pagamentos  ao  PIS  calculados nos termos do Decreto­Lei nº 2.445, de 29 de  junho de 1988, e do Decreto­Lei nº 2.449, de 21 de julho  de 1988   d)  discute a legitimidade da cobrança do PIS com base nos  citados Decretos­Leis no âmbito de ação de Mandado de  Segurança  (nº  2003.61.00.0068824)  e  solicita  que  a  discussão  administrativa  seja  suspensa  até  que  decisão  final  definitiva  seja  prolatada  no  âmbito  do  Poder  Judiciário.  A  3ª  Turma  da  DRJ/CPS  julgou  a  Manifestação  de  Inconformidade  improcedente. O Acórdão  nº  05­033.788,  de  23  de maio  de  2011,  fls.  43  a  46,  teve  ementa  vazada nos seguintes termos:  ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP  Ano­calendário: 2003  COMPENSAÇÃO.  DIREITO  CREDITÓRIO.  PAGAMENTO  INEXISTENTE.  Correto  o  despacho  decisório  que  não  homologou  a  compensação  declarada  pelo  contribuinte  por  insuficiência  de  direito  creditório,  tendo  em  vista  a  não  localização  do  recolhimento alegado como origem do crédito.  Manifestação de Inconformidade Improcedente  Direito Creditório Não Reconhecido  Cuida­se  agora  de  recurso  voluntário  contra  a  decisão  da  3ª  Turma  da  DRJ/CPS. O arrazoado de fls. 51 a 61, após síntese dos fatos relacionados com a lide, assevera  que  a  decisão  não  deve  prosperar,  “...  pois  conforme  PER/DCOMP  já  acostado  aos  autos  quando da apresentação de manifestação de inconformidade, a Contribuinte, em cumprimento  à  anterior  intimação  recebida  pela  Receita  Federal,  demonstrou  a  retificação  do  PER/DCOMP objeto do despacho decisório, pois o campo no qual constam os dados do DARF  havia sido preenchido erroneamente, tudo conforme se vê no anexo PER/DCOMP retificador,  também acostado aos autos.  Na  continuação,  discorre  sobre  o  instituto  da  compensação,  a  inconstitucionalidade dos decretos­leis nº 2.445 e nº 2.4449, ambos de 1988, e sobre o direito  Fl. 78DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN Processo nº 13896.908049/2008­82  Acórdão n.º 3803­003.568  S3­TE03  Fl. 78          3 que lhe foi assegurado no MS n9 2003.61.00.0068824, muito embora advenha de decisão que  ainda não transitou em julgado.  Conclui, requerendo que seja recebido e julgado totalmente procedente o seu  recurso  para  o  fim  de  reformar  o  acórdão  proferido,  reconhecendo  a  existência  do  crédito  tributário  em  seu  favor,  conforme  consta  no  anexo  PER/DCOMP  retificador;  ou,  subsidiariamente, para o  fim de suspender a exigibilidade do crédito em questão, até decisão  judicial final transitada em julgada no Mandado de Segurança nº 200361000068824.  O  processo  administrativo  correspondente  foi  materializado  na  forma  eletrônica,  razão pela qual  todas as  referências a  folhas dos autos pautar­se­ão na numeração  estabelecida no processo eletrônico.  É o Relatório.  Voto             Conselheiro Alexandre Kern, Relator  Presentes  os  pressupostos  recursais,  a  petição  de  fls.  51  a  61  merece  ser  conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ­CPS­3ª Turma nº 05­033.788, de 23  de maio de 2011.  O  voto  condutor  da  decisão  recorrida  assevera  que,  conforme  documentos  constantes dos autos, o interessado foi intimado, antes da emissão do DDE nº 791201264 (fls.  8),  a  verificar  os  dados  do  DARF  informados  na  declaração  de  compensação  original.  Na  intimação, foi ainda instruído no sentido de que, caso fossem identificadas divergências, fosse  transmitida nova DCOMP para saná­las.  O  recorrente  efetivamente  retificou  a  DCOMP  original  como  afirmado.  Todavia,  na  Dcomp  retificadora,  conforme  tela  juntada  aos  autos  pelo  relator  da  decisão  recorrida,  o  declarante  informou  como  crédito  o  mesmo  pagamento  indigitado  na  Dcomp  original, no valor de R$ 149.314,03, efetuado em 31/03/2003, que não havia sido localizado e  que,  novamente,  não  foi  localizado  pelo  sistema  da  Receita  Federal.  A  decisão  recorrida  observa  ainda  que  o  interessado  não  trouxe  aos  autos  a  comprovação  de  teria  realizado  pagamento com as características consignadas na DCOMP não homologada.  Ademais,  a  invocação  o  Mandado  de  Segurança  nº  2003.61.00.00688241  como origem do direito creditório não prosperará, haja vista que, no período de apuração a que  se  refere  o  pagamento  pretensamente  indevido,  fevereiro  de  2003,  a  base  legal  para  a                                                              1  impetrado pela ora Recorrente em face da Receita Federal, objetivando a declaração da inexistência de relação  jurídica entre as partes no que se refere à cobrança da contribuição ao programa de integração social PIS na forma  dos Decretos­leis ne 2.445 e 2.449, a qual foi julgada procedente pelo Juízo de l5 Instância, o qual assim decidiu:  "Posto  isso,  julgo  procedente  o  pedido,  nos  termos  do  art.  269,  I,  do  CPC  para  o  fim  de  declarar  indevida  a  cobrança  da  contribuição  ao programa de  integração  social  PIS  na  forma  dos Decretos­leis  n5s  2.445  e  2.449,  reconhecendo o direito das Autoras a não se sujeitarem às restrições de caráter infralegal podendo compensar as  parcelas a maior recolhidas a título de PIS, na forma dos mencionados decretos­leis, representadas pelos DARFs  anexados aos autos, com as parcelas vincendas das contribuições relativas ao próprio PIS, COFINS e CSLL, até o  seu  exaurimento,  observada  a  prescrição  quinquenal.O  termo  "a  quo"  da  prescrição  quinquenal  será  a  data  da  ocorrência da homologação tácita ou expressa do lançamento, levada a efeito pelo contribuinte".  O julgamento do RE impetrado pela União foi sob sobrestado, até que fosse julgado o RE 1.016.728.  Fl. 79DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN     4 incidência da Contribuição era a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e não os malsinados  decretos  leis.  Não  se  trata,  portanto,  de  reconhecer  a  concomitância  de  processos  administrativo  e  judicial,  pois  seja  qual  for  o  provimento  que  obtiver  o  contribuinte,  ora  recorrente,  na  referida  ação  judicial,  a  compensação  não  será  implementada  com  base  na  Dcomp ora sub judice, em face do PA a que se refere o pagamento indigitado como indevido.  Incidental e finalmente, a compensação declarada na Dcomp de que se trata  violou  também  a  norma  do  art.  170­A  da  Lei  nº  5.172,  de  25  de  outubro  de  1966­  Código  Tributário  Nacional  ­  CTN,  pois  foi  implementada  antes  do  trânsito  em  julgado  da  decisão  judicial que teria reconhecido o direito.  Com base nessas considerações, nego provimento ao recurso.  Sala das Sessões, em 23 de outubro de 2012  Alexandre Kern                              Fl. 80DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por A LEXANDRE KERN

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4497429 #
Numero do processo: 10665.001722/2010-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2007 BARRAS DE FERRO E AÇO. PRODUTOS LAMINADOS PLANOS. A classificação fiscal na Tabela de Incidência do IPI [TIPI] dos produtos denominados “barras de ferro e aço” e “laminados planos” deve seguir os critérios determinados na Nota 1 do Capitulo 72 da TIPI, observando-se ainda a Regra Geral nº 1 para Interpretação do Sistema Harmonizado. NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR. PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO. Considera-se preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida. IPI NÃO LANÇADO NA NOTA FISCAL. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFICIO. Sobre o valor do IPI não destacado na nota fiscal de saída dos produtos, no caso, em face de erro na sua classificação fiscal, calcula-se a multa de oficio de 75%, desse valor desmembrando-se outros 75% calculados sobre o IPI apurado a partir da reconstituição de oficio dos saldos da escrita fiscal. Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-001.946
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos - Presidente Odassi Guerzoni Filho - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO

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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2160; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3­C4T1  Fl. 1.241          1 1.240  S3­C4T1  MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO    Processo nº  10665.001722/2010­00  Recurso nº  10.665.001722201000   Voluntário  Acórdão nº  3401­001.946  –  4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária   Sessão de  25 de setembro de 2012  Matéria  IPI AUTO DE INFRAÇÃO CLASSIFICAÇÃO FISCAL MULTA DEOFICIO  Recorrente  CIAFAL COM IND ARTEFATOS DE FERRO E AÇO LTDA.  Recorrida  FAZEN DA NACIONAL    ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS  Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2007  BARRAS DE FERRO E AÇO. PRODUTOS LAMINADOS PLANOS.  A  classificação  fiscal  na  Tabela  de  Incidência  do  IPI  [TIPI]  dos  produtos  denominados  “barras  de  ferro  e  aço”  e  “laminados  planos”  deve  seguir  os  critérios  determinados  na  Nota  1  do  Capitulo  72  da  TIPI,  observando­se  ainda a Regra Geral nº 1 para Interpretação do Sistema Harmonizado.  NORMAS  PROCESSUAIS.  MATÉRIA  NÃO  ABORDADA  NA  INSTÂNCIA  ANTERIOR.  PRECLUSÃO.  EXCLUSÕES  DA  BASE  DE  CÁLCULO.  Considera­se preclusa matéria que não foi objeto de  impugnação e que, por  conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida.  IPI  NÃO  LANÇADO  NA  NOTA  FISCAL.  AUTO  DE  INFRAÇÃO.  MULTA DE OFICIO.  Sobre o valor do IPI não destacado na nota fiscal de saída dos produtos, no  caso, em face de erro na sua classificação fiscal, calcula­se a multa de oficio  de  75%,  desse  valor  desmembrando­se  outros  75%  calculados  sobre  o  IPI  apurado a partir da reconstituição de oficio dos saldos da escrita fiscal.  Recurso Voluntário provido em parte.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  ACORDAM os membros  do Colegiado,  por  unanimidade  de  votos  em  dar  provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator.  Júlio César Alves Ramos ­ Presidente  Odassi Guerzoni Filho ­ Relator     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 17 22 /2 01 0- 00 Fl. 1241DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS   2 Participaram  do  julgamento  os  Conselheiros  Júlio  César  Alves  Ramos,  Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques  Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.  Fl. 1242DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/2010­00  Acórdão n.º 3401­001.946  S3­C4T1  Fl. 1.242          3   Relatório  Trata­se de  auto de  infração cientificado ao  sujeito passivo  em 08/10/2010,  para  a  constituição  de  crédito  tributário  relacionado  ao  IPI  dos  períodos  de  apuração  compreendidos  entre  fevereiro de 2006 e dezembro de 2007. A multa de oficio  aplicada,  no  percentual  de  75%,  foi  dividida  em  duas  partes:  uma  calculada  sobre  o  IPI  apurado  e  outra  sobre o valor do IPI não lançado com cobertura de crédito.  De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, a autuada teria procedido de  forma  equivocada  a  classificação  fiscal  do  produto  denominado  “Laminado  Plano”,  isto  é,  classificara­o na posição “72.14”, alíquota zero, quando, ao ver da fiscalização, o correto seria,  conforme o caso, dentre as posições “72.08 a 72.12”, à alíquota de 5%.   Também  foi  detectada  outra  irregularidade pela  fiscalização,  que  estaria  na  escrituração  de  créditos  básicos  de  IPI  originados  de  aquisições  de  produtos  que  não  se  enquadram  no  conceito  de  matéria­prima,  de  produto  intermediário  e  de  material  de  embalagem.  Para  a  determinação  dos  débitos  lançados  no  auto  de  infração,  informou  o  Fisco em seu relatório ter levado em conta a reconstituição dos saldos credores originalmente  escriturados  pela  empresa  e os  valores  dos  pedidos  de  ressarcimento  então  formulados,  bem  como os efeitos da classificação indevida e da glosa dos créditos acima referenciada.  Na  Impugnação,  a  autuada  informou  que  o  entendimento  da  fiscalização  consistiria  numa  frontal  violação  ao  disposto  no  artigo  1o,  inciso  I,  do Decreto  nº  5.697,  de  08/02/2006,  que  estabeleceria  que  as  “Barras”  classificadas  na  posição  “72.14”  tiveram  sua  alíquota reduzida a zero. Citou o resultado de um laudo de avaliação1 por ela solicitado junto  ao Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais, segundo  o qual, na sua conclusão, está dito:  CONCLUSÃO:  Com  base  na  literatura  consultada  e  nas  normas  técnicas  brasileiras  em  vigor,  no  processo  produtivo  e  nas  características  técnicas  dos  produtos,  o  material  produzido  pela  CIAFAL  denominado  "barra  chata"  se  enquadra como produto longo e não como laminado plano" (grifos do  original)  Ressaltou  que,  consoante  as  fotografias  que  ilustraram  o  referido  laudo  de  perícia  técnica,  existe  grande  diferença  entre  os  “Aços  longos  –  barras  chatas”  e  os  “Aços  planos”,  por  estes  entendidos  pelo  Fisco  os  produtos  em  discussão,  e  que,  ademais  disso,  enquanto  esses  são  utilizados  na  sua  maioria  na  linha  de  fabricação  automotiva  e  de  eletrodomésticos, aqueles são utilizados na construção civil, o que, inclusive, teria sido o fator  determinante  para  que  o  Poder  Executivo  tivesse  reduzido  sua  alíquota  a  zero  por meio  do  citado Decreto nº 5.697, de 2006.  Socorreu­se  ainda  a  Impugnante  do  art.  98  do Código Tributário Nacional,  segundo  o  qual,  “Os  tratados  e  as  convenções  internacionais  revogam  ou  modificam  a                                                              1 Às fls. 399/405.  Fl. 1243DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS   4 legislação  tributária  interna,  e  serão  observados  pela  que  lhes  sobrevenha.”,  para  invocar  a  aplicação da Normatização da Siderurgia para paises do Mercosul, NM 182:99, que definiria:  3.1  Barra  chata  :  barra  de  seção  transversal  retangular.  de  bordas  planas  com  cantos  vivos  ou  arredondados  ou  de  bordas  livres, com espessura de 3 mm a 60 mm inclusive, e  largura de  10 mm a 250 mm inclusive.  Voltando­se  contra  as multas  aplicadas,  no  valor  total  de R$  5.716.119,46,  argumentou que, calculadas sobre um imposto devido de R$ 1.285.674,83, caracterizariam em  verdadeiro  confisco,  numa  afronta  ao  disposto  no  inciso  IV,  do  art.  150  da  Constituição  Federal. Colacionou doutrina e jurisprudência judicial na linha desse entendimento.  A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz  de  Fora­MG  considerou  improcedente  os  termos  da  impugnação  e  manteve  na  sua  integralidade  o  lançamento,  sendo  que  a  parte  correspondente  ao  item  “002”  do  auto  de  infração[glosa de créditos originados de aquisições de produtos não considerados como MP, PI  e ME] foi tida como “matéria não impugnada”.  Para  a  instância  de  piso,  “Os  critérios  a  ser  utilizados  para  a  classificação  fiscal na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) dos produtos correspondentes a ‘laminados planos’  e a ‘barras’ estariam objetivamente determinados na Nota do Capítulo 72 da TIPI, devendo ser  estritamente  observados  a  teor  da  Regra  Geral  nº  1  para  interpretação  do  Sistema  Harmonizado”. (sic)   Para  a  multa  de  oficio,  traçou  explicações  didáticas  sobre  a  sua  forma  de  apuração e não conheceu das argumentações da Impugnante quanto à tese do “confisco”, neste  caso, em face de jurisprudência remansosa do Carf.  No  Recurso  Voluntário  a  Recorrente  argumentou  que  a  distinção  entre  os  “laminados planos” e as “barras chatas” não poderia se restringir às suas dimensões, isto é, a  correta  classificação  não  estaria  adstrita  às  notas  explicativas  do  Capítulo  72  da  TIPI,  consoante fundamentou o voto a DRJ. Transcrevendo referidas notas explicativas, a Recorrente  entende  que  o  legislador  definiu  a  “Barra  chata”  por  exclusão,  de  forma  que  “todos  os  laminados que não se enquadrassem em outra categoria deveriam ser assim classificadas”.  Entende a Recorrente ainda que, em não se possuindo elementos suficientes  par estabelecer a exata distinção entre os “laminados planos” e os “laminados longos”, e, a seu  ver,  nestes  se  enquadrariam  as  “barras  chatas”,  seria  fundamental  que  fossem  consultadas  outras  regras  e  leis  de  cunho mais  específico,  dentre  eles  o  laudo  técnico  que  apresentou,  a  NBR 5907 da ABNT, e a NM 182:99 da Normatização de Siderurgia para paises do Mercosul.  Inovando em relação à peça impugnatória, contestou a exigência [IPI e multa  de oficio] apurada a partir de supostas saídas de produtos classificados na posição 7211.13.00  da TIPI, sob o argumento de que não fabrica e tampouco comercializa o produto denominado,  conforme descrito na referida posição, “Laminados nas quatro faces ou em caixa fechada, de  largura  superior  a  150mm  e  de  espessura  igual  ou  superior  a  4mm,  não  enrolados  e  não  apresentando motivos em relevo”.   Nesse  ponto,  ressalta  que  a  maior  largura  dos  produtos  que  fabrica  é  de  101,6mm, de maneira que não poderia ter nenhum de seus produtos reclassificados pelo Fisco  na referida posição 7211.13.00 da TIPI, e, consequentemente, nenhuma exigência por conta de  supostas saídas desse produtos.  Fl. 1244DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/2010­00  Acórdão n.º 3401­001.946  S3­C4T1  Fl. 1.243          5 Voltando­se contra a multa de oficio constituída com base no artigo 80 da Lei  nº  4.502,  de  1964  [IPI  não  lançado nas  notas  fiscais, mas  coberto  com crédito  do  imposto],  entende a Recorrente que houve uma interpretação literal e simplória, e, portanto, equivocada  do referido dispositivo por parte da fiscalização e da autoridade julgadora, de sorte que não se  justificaria  uma multa  de  quase R$  5 milhões  calculada  sobre  um  imposto  de R$  1 milhão.  Defende  que  a  situação  apenada  –  falta  de  lançamento  do  IPI  na  nota  fiscal  e  seu  não  recolhimento em face da existência de saldo credor – seria uma obrigação acessória que não  teria sido observada.  Ainda  sobre  a  referida  multa  de  oficio  e,  ad  argumentandum,  defende  a  Recorrente,  em  outra  inovação  às  teses  lançadas  na  impugnação,  ter  havido  a  denúncia  espontânea de que trata o artigo 138 do CTN, que estaria caracterizada na quitação daqueles  valores  do  IPI  que  não  teriam  sido  lançados,  quitação  essa  que  teria  se  dado  mediante  a  compensação [abatimento] dos créditos existentes.  No essencial, é o Relatório.  Fl. 1245DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS   6     Voto             Conselheiro Odassi Guerzoni Filho  A  tempestividade  se  faz  presente  pois,  cientificada  da  decisão  da  DRJ  em  14/03/2012,  a  interessada  apresentou  o  Recurso  Voluntário  em  10/04/2012.  Preenchendo  os  demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido.  Classificação Fiscal  Como dito acima, a controvérsia gira em torno da correta classificação fiscal  a  ser  adotada  para  os  produtos  fabricados  e  comercializados  pela  empresa  e  conhecidos  comercialmente como “Barras Chatas de Aço”.  Para a autuada, tratar­se­iam de “Barras Chatas – Aço Longo”, classificados  na posição “7214”, enquanto que, para o Fisco e para a DRJ, de “Aços Planos”, classificados  entre as posições “7208 e 7211”.  À  fl. 35 existe um documento  fornecido pela autuada quando do  inicio dos  trabalhos  da  auditoria  fiscal  dando  conta  dos  produtos  de  sua  fabricação  e  comercialização,  bem como as respectivas classificações fiscais adotadas. São eles:  Produtos [longos]  Classificação  Alíquota  Ferro chato – diversas bitolas  7214.91.00*  Ferro redondo/quadrado – diversas bitolas  7214.99.10*  Cantoneiras – diversas bitolas  7216.21.00  zero  (*) Alíquotas reduzidas a zero, cf. artigo 1º, inciso I, do Decreto nº 5.697, de 7/02/2006.  Essas  classificações  fiscais  adotadas  pela  autuada  estão  assim  descritas  na  TIPI2:  72.14  Barras  de  ferro  ou  aço  não  ligado,  simplesmente  forjadas,  laminadas,  estiradas  ou  extrudadas,  a  quente,  incluindo  as  que  tenham  sido  submetidas  a  torção  após  laminagem.  7214.9  ­Outras:  7214.91.00  ­­De seção transversal retangular  7214.99.10  De seção circular  De  outra  parte,  nos  demonstrativos  elaborados  pela  fiscalização  e  que  constam  do  Anexo  I  do  presente  processo,  verifica­se  que  foram  desconsideradas  as  classificações adotadas pela autuada em relação aos dois primeiros produtos acima descritos, e,  em seu lugar, posições com alíquotas positivas de IPI, a saber:                                                              2 Disponível no site: http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/DownloadArqTIPI.htm  Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/2010­00  Acórdão n.º 3401­001.946  S3­C4T1  Fl. 1.244          7 Produtos [laminados planos]  Reclassificação  Alíquota  Ferro chato, com largura maior ou igual a 4,76mm; maior ou igual  a duas vezes a espessura e largura menor que 600mm (1)  7211.14.00  Barra  chata  de  aço  e  barra  chata  de  aço  carbono,  com  largura  superior a 150mm e inferior a 600mm (2)  7211.13.00  Ferro  chato,  com  espessura  inferior  a  4,75mm,  largura  igual  ou  superior a dez vezes a espessura e largura inferior a 600mm (3)  7211.19.00  Barra  retangular,  com  largura  superior  a  160mm  e  superior  a  600mm (4)  7208.51.00  5%  (1) Quadro 1.1, às fls. 2/358; (2) Quadro 1.2, às fls. 359/364; (3) Quadro 1.3, à fl. 365; e (4) Quadro 1.4, à fl. 366,  todos do Anexo I.  Na TIPI, essas classificações adotadas pela fiscalização estão descritas:  72.08  Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura igual ou superior a  600 mm, laminados a quente, não folheados ou chapeados, nem revestidos.  7208.10.00  ­Em rolos, simplesmente laminados a quente, apresentando motivos em relevo  7208.5  ­Outros, não enrolados, simplesmente laminados a quente:  7208.51.00  ­­De espessura superior a 10 mm  72.11  Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado, de largura inferior a 600 mm,  não folheados ou chapeados, nem revestidos.  7211.1  ­Simplesmente laminados a quente:  7211.13.00  ­­Laminados  nas  quatro  faces  ou  em  caixa  fechada,  de  largura  superior  a  150 mm  e  de  espessura  igual  ou  superior  a  4  mm,  não  enrolados  e  não  apresentando  motivos  em  relevo  7211.14.00  ­­Outros, de espessura igual ou superior a 4,75 mm  7211.19.00  ­­Outros  Explica  a Nota  “1”,  letra “k”  constante do  “Capítulo 72” da TIPI,  que,  por  “Produtos laminados planos” devem ser entendidos os:  k) [...] Os produtos laminados, maciços, de seção transversal  retangular, que  não satisfaçam a definição da Nota 1 ij) anterior:  ­em  rolos de  espiras  sobrepostas,  ou  ­não enrolados, de  largura  igual  a pelo  menos  dez  vezes  a  espessura,  quando  esta  for  inferior  a  4,75mm,  ou  de  largura  superior a 150mm ou a pelo menos duas vezes a espessura, quando esta for igual ou  superior a 4,75mm.  Os produtos que apresentem motivos em relevo provenientes diretamente da  laminagem (por exemplo, ranhuras, estrias, gofragens, lágrimas, botões, losangos) e  os  que  tenham  sido  perfurados,  ondulados,  polidos,  classificam­se  como  produtos  laminados planos, desde que aquelas operações não lhes confiram as características  de artefatos ou obras incluídos noutras posições;  Os produtos laminados planos, de quaisquer formas (excluindo a quadrada ou  a retangular) e dimensões, classificam­se como produtos de largura igual ou superior  a 600mm, desde que não  tenham as  características de  artefatos ou obras  incluídos  noutras posições.  A referida Nota “1ij”, por sua vez, dispõe:  Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS   8 ij) Produtos semimanufaturados Os produtos maciços obtidos por vazamento  contínuo,  mesmo  submetidos  a  uma  laminagem  primária  a  quente;  e  os  outros  produtos  maciços  simplesmente  submetidos  a  laminagem  primária  a  quente  ou  simplesmente desbastados a forja ou a martelo, incluindo os esboços de perfis.  Estes produtos não se apresentam em rolos.  Já a definição do sejam “Barras” é dada pela letra “m” das referidas Notas  do “Capítulo 72”:  m)  Barras.  Os  produtos  que  não  satisfaçam  a  qualquer  das  definições  constantes  das  alíneas  ij),  k)  ou  l),  acima,  nem  à  definição  de  fios  e  cuja  seção  transversal, maciça e constante em todo o comprimento, tenha a forma de círculo, de  segmento  circular,  oval,  de  quadrado,  retângulo,  triângulo  ou  de  outros  polígonos  convexos  (incluindo  os  “círculos  achatados”  e  os  “retângulos  modificados”,  nos  quais dois lados opostos tenham a forma de arco de círculo convexo, sendo os outros  dois retilíneos, iguais e paralelos). Estes produtos podem:  ­apresentar­se  dentados,  com  nervuras,  sulcos  (entalhes)  ou  com  relevos,  produzidos durante a laminagem (vergalhões para concreto),  ­ter sido submetidos a torção após a laminagem.  Com base nessas  informações,  volto­me agora para  as  “Regras Gerais Para  Interpretação do Sistema Harmonizado”,  segundo as quais,  “A classificação das mercadorias  na Nomenclatura rege­se pelas seguintes Regras”:  1.Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo.  Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das  Notas  de  Seção  e  de  Capítulo  e,  desde  que  não  sejam  contrárias  aos  textos  das  referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes:  [...].(grifei)   Os  demonstrativos  elaborados  pela  fiscalização  acima  reportados  [“1.1”,  “1.2”,  “1.3”  e  “1.4”]  descrevem  os  produtos  fabricados  e  comercializados  pela  autuada  [laminados  planos]  com  todas  as  suas medidas,  sendo  justamente  esse  o  fator  principal  para  que os mesmos sejam distinguidos das chamadas “barras chatas”, as quais, como se observa na  sua definição, são caracterizadas pela ausência dos requisitos que identificam os tais laminados  planos, ou seja, a sua definição se dá por exclusão.  Com  outras  palavras,  no  presente  caso  o  que  se  tem  é  que  a  classificação  fiscal na TIPI depende apenas da observância de parâmetros objetivos, diretos, os quais estão  explicitados nas alíneas da Nota 1 do Capítulo 72, transcritas acima.  Conforme  bem  argumentado  pela  DRJ,  o  §  1º  do  artigo  30  do Decreto  nº  70.235,  de  6  de março  de  1972,  estabelece  que  “Não  se  considera  como  aspecto  técnico  a  classificação fiscal de produtos.”, de sorte que não pode ser aceito o laudo técnico trazido aos  autos pela autuada. Fosse o caso, a assistência de um profissional deveria estar voltada para a  identificação ou natureza dos produtos fabricados e não a sua classificação fiscal.  Tampouco  se  mostra  necessário  se  recorrer  à  “interpretação  sistemática”  reclamada  pela  Recorrente  para  a  classificação  de  seus  produtos,  porquanto  as  suas  características mostraram­se suficientes para que a fiscalização observasse justamente aquelas  regras  específicas  ditadas  pelo  Sistema  Harmonizado,  em  detrimento  das  normatizações  da  ABNT e da Normatização da Siderurgia para países do Mercosul.  Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/2010­00  Acórdão n.º 3401­001.946  S3­C4T1  Fl. 1.245          9 Pelo exposto, de se negar provimento ao recurso quanto a este tópico.  Produtos da Posição 7211.13.00   A Recorrente alega que o  IPI apurado a partir do “Demonstrativo 1.2”  [fls.  359/364  do  Anexo  I]  não  se  sustenta  por  sequer  fabricar  e  muito  menos  comercializar  os  produtos classificados nessa posição da TIPI, ou seja, não fabrica nenhum produto com largura  superior a 150mm, consoante tabela que elaborou.  Esse  argumento,  todavia,  não  pode  ser  considerado  como  integrante  da  presente  lide haja  vista  que,  conforme dito  no  relatório,  somente  ventilado  agora,  nesta  fase  processual, ou seja, não fora submetido ao crivo do julgamento da DRJ, restando caracterizada,  portanto, a preclusão.  Segundo nos ensina Marcos Vinícius Neder e Maria Thereza Martinez López,  in Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, Dialética, 2004, 2ª Edição, p. 78, "em  processo fiscal, a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto  de defesa às afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha. Se o  contribuinte  não  contesta  alguma  exigência  feita  pelo  Fisco,  na  fase  da  impugnação,  não  poderá mais contestá­la no recurso voluntário. A preclusão ocorre com relação à pretensão de  impugnar ou recorrer à instância superior".   E prosseguem os citados autores:  "Nessa mesma  linha, o  artigo 17 do PAF  considera  não  impugnada  a  matéria  que  não  tenha  sido  expressamente  contestada  pelo  impugnante. Segundo esse dispositivo, não é  lícito  inovar na postulação  recursal para  incluir  questão diversa daquela que foi originalmente deduzida quando da impugnação do lançamento  na instância a quo. Apenas os fatos ainda não ocorridos na fase impugnatória ou os de que o  contribuinte não tinha conhecimento é que podem ser suscitados no recurso ou durante o seu  processamento".  Voto, pois, pelo não conhecimento desta matéria em face da preclusão.  Multa de oficio s/ IPI não lançado, mas com cobertura de saldo credor  A Recorrente não se conforma com o fato de que a soma dos débitos de IPI  lançados,  no  valor  de  R$  1.285.674,83,  possa  ensejar  a  aplicação  de  uma  multa  de  R$  5.716.119,46,  que  considera  “astronômica”,  “uma  bizarrice”,  por  entender  que  teria  havido  uma interpretação equivocada do dispositivo no qual a mesma esta baseada, já que, a seu ver,  teria havido apenas o descumprimento de uma obrigação acessória. Além disso, que tratar­se­ia  de mero descumprimento de obrigação acessória [falta de preenchimento da nota fiscal] e de  que a forma de escrituração do IPI permitiria que se caracterizasse a denúncia espontânea.  O dispositivo utilizado pela  fiscalização para a  imposição das multas e ora  contestado pela Recorrente é o artigo 80 da Lei nº 4.502, de 1964, que sofreu várias alterações,  sendo que:  à até 29/06/2006, vigorava a redação dada pelo artigo 45 da Lei nº 9.430, de  27 de dezembro de 1996:  Art.  80. A  falta  de  lançamento  do  valor,  total  ou  parcial,  do  imposto  sobre  produtos  industrializados  na  respectiva  nota  fiscal,  a  falta  de  recolhimento  do  Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS   10 imposto lançado ou o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa  moratória, sujeitará o contribuinte às seguintes multas de ofício:  I ­ setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou  recolhido  ou  que  houver  sido  recolhido  após  o  vencimento  do  prazo  sem  o  acréscimo de multa moratória;  [...].  à  entre 29/06/2006 e 27/10/2006,  tempo em que vigorou a MP nº 303, de  29/06/20063,  que  revogara  expressamente  o  art.  45  da  Lei  nº  9.430,  de  27  de  dezembro  de  1996, fixou no seu artigo 19:  Art.80.A  falta  de  lançamento  do  valor,  total  ou  parcial,  do  imposto  sobre  produtos  industrializados  na  respectiva  nota  fiscal  ou  a  falta  de  recolhimento  do  imposto  lançado  sujeitará  o  contribuinte  à multa  de  ofício  de  setenta  e  cinco  por  cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido.  [...]  § 8o A multa de que trata este artigo será exigida:  I  ­  juntamente  com  o  imposto,  quando  este  não  houver  sido  lançado  nem  recolhido;  II ­ isoladamente, nos demais casos.  à entre 28/10/2006 e 22/01/2007 voltou, portanto, a vigorar aquele texto do  art. 45 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, acima  reproduzido, o qual voltou a  ser  revogado expressamente pelo artigo 20 da MP nº 351, de 22/01/2007, que, em seu artigo 13,  deu nova redação ao referido artigo 80, a qual foi mantida quando da conversão da referida MP  na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, cujo texto vigora até os dias de hoje:  Art.13.O art. 80 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, passa a vigorar  com a seguinte redação: “Art.80. A  falta  de  lançamento  do  valor,  total  ou  parcial,  do  imposto  sobre  produtos  industrializados  na  respectiva  nota  fiscal  ou  a  falta  de  recolhimento  do  imposto  lançado  sujeitará  o  contribuinte  à multa  de  ofício  de  setenta  e  cinco  por  cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido.  [...] § 8o A multa de que trata este artigo será exigida: I­  juntamente  com  o  imposto,  quando  este  não  houver  sido  lançado  nem  recolhido; II­ isoladamente, nos demais casos. [...]. O  destaque  que  dei  no  parágrafo  anterior  à  expressão  “das multas”  é  para  evidenciar que nos R$ 5.716.119,46 apontados pela Recorrente existem duas parcelas, ou dois  tipos de multa, consoante tabela abaixo: (R$)  Multa  Base de Cálculo  Correspondente ao                                                              3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004­2006/2006/Congresso/atocnmpv303efi.htm  Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/2010­00  Acórdão n.º 3401­001.946  S3­C4T1  Fl. 1.246          11 Multa  Base de Cálculo  Correspondente ao  964.256,08  1.285.674,83(*)  IPI não recolhido   4.751.863,38  6.335.817,83(**)  IPI não lançado nas notas fiscais “c/ cobertura de Crédito”  5.716.119,46     (*) Vide Quadro Demonstrativo 4, à fl. 33; (**) Demonstrativo da Multa, às fls. 23/25.  A multa total de R$ 964.256,08,  indicada no referido Demonstrativo nº 4, à  fl. 33, elaborado pela fiscalização, foi obtida com a aplicação do percentual de 75% sobre cada  um dos débitos de IPI exsurgidos após a reconstituição de oficio dos saldos que haviam sido  apurados pelo  contribuinte  ao  final de  cada período,  sendo que  essa  reconstituição  levou em  conta os  débitos decorrentes da  reclassificação  fiscal  dos produtos,  a glosa dos  créditos  e os  estornos dos pedidos de ressarcimento.  Caracterizada, pois, a falta de recolhimento desses débitos de IPI, correta se  mostra a exigência da multa de oficio de 75%, no valor de R$ 964.256,08.   A outra parte da multa,  no  valor  de R$ 4.751.863,38, mostra uma pequena  incorreção, isto é, existe uma diferença de R$ 3.346,19 que deve ser cancelada.  Neste ponto me amparo,  inclusive, nas explicações dadas pela DRJ no voto  ora recorrido, na parte em que, no item “I) Multa de Ofício aplicada sobre a infração descrita  no tópico 001 do enquadramento legal e descrição dos fatos do auto de infração” e na nota de  rodapé nº 5,  fl. 457, de forma bastante didática, constrói exemplo hipotético para demonstrar  que essa multa, calculada sobre o IPI não lançado nas notas fiscais, possui dois componentes:  a) multa de oficio sobre o IPI não lançado sem cobertura de crédito, e b) multa de oficio sobre  o IPI não lançado com cobertura de crédito.  Ou  seja,  considerando  que  “houve  a  falta  de  lançamento  do  valor,  total  ou  parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal”, o procedimento  do Fisco foi o de aplicar a multa de 75% sobre esse IPI que deixou de ser destacado, porém,  levando  em  conta,  e  a  descontando,  a  outra  multa  de  75%  sobre  o  montante  dos  saldos  devedores apurados após a reconstituição da escrita fiscal da autuada. Observe­se: (R$)    IPI  não  destacado  nas  notas  fiscais  por  erro  de  classificação fiscal  7.617.031,03  75%  Multa total devida  5.712.773,27  (­)  Multa  sobre  o  IPI  apurado  na  reconstituição  [1.285.674,83 x 75%]  964.256,08  (=)  Multa sobre o IPI não lançado com cobertura crédito  4.748.517,19  (­)  Multa sobre IPI não lançado com cobertura de crédito  constante do auto de infração  4.751.863,38  Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS   12 (=)  Multa de oficio calculada a maior  3.346,19  A  Recorrente  parece  não  ter  compreendido  o  alcance  da  norma  que  estabeleceu a penalidade, a qual, admita­se, mostra bastante severa porquanto penaliza aquele  contribuinte que, obrigando a tanto, não tenha destacado o IPI na sua nota fiscal, daí não poder  se falar que tenha havido um mero descumprimento de obrigação acessória.  Essa multa do artigo 80, conforme a primeira parte de seu enunciado indica,  foi aplicada em face de o IPI não ter sido lançado nas notas fiscais de venda, nada tendo a ver,  como entende a Recorrente, com a falta de recolhimento de imposto.  Tampouco  se  trata  de  sua  aplicação  restrita  apenas  às  duas  situações  possíveis, hipoteticamente construídas pela Recorrente, quais sejam, a primeira delas, “no caso  de  lançamento do valor do  imposto na nota  fiscal seguida da falta do seu recolhimento”, e a  segunda, “no caso de falta de  lançamento do valor do  imposto na nota  fiscal  seguida do seu  recolhimento”.  Ora, o que se busca com tal punição [refiro­me aqui apenas a primeira parte  do enunciado do caput do art. 80] é  inibir a falta de destaque do  IPI na nota fiscal, de modo  que,  mesmo  que  o  contribuinte  não  se  veja  obrigado  ao  recolhimento  desse  imposto  não  destacado, como no presente caso, quando ele possui saldo credor suficiente para cobrir parte  do valor devido, recebe a sanção do Estado.  Também não há que se falar da ocorrência de denúncia espontânea, visto que  essa  figura,  conforme  tese  sedimentada  no  STJ,  existe  apenas  nos  casos  em  que,  antes  de  proceder qualquer comunicação  formal às autoridades administrativas,  como, por exemplo, a  entrega de DCTF, e antes de qualquer iniciativa do Fisco no sentido de exigir o recolhimento  de tributo devido, o contribuinte o faz, com juros de mora. No caso, essas circunstâncias não se  caracterizaram, vez que as diferenças de  IPI ora exigidas vieram à  tona com a presente ação  fiscal.  De  se  cancelar  apenas  parte  da  multa  de  oficio  calculada  sobre  o  IPI  não  lançado com cobertura de crédito, no valor de R$ 3.346,19.  Conclusão  Em face do exposto, não conheço do Recurso Voluntário na parte em que o  mesmo trata de matéria preclusa [alegação de que não teria dado a saída de produtos da posição  7211.13.00], e, na parte conhecida, dou provimento parcial ao recurso para cancelar a multa de  oficio no montante de R$ 3.346,19.  Odassi Guerzoni Filho ­ Relator                              Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.001722/2010­00  Acórdão n.º 3401­001.946  S3­C4T1  Fl. 1.247          13   Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 24/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS

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