Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,899)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,594)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,671)
- Primeira Turma Ordinária (15,251)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (15,001)
- Segunda Turma Ordinária d (13,782)
- Primeira Turma Ordinária (12,673)
- Primeira Turma Ordinária (11,721)
- Segunda Turma Ordinária d (11,695)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,380)
- Terceira Câmara (63,185)
- Segunda Câmara (50,669)
- Primeira Câmara (16,202)
- 3ª SEÇÃO (15,671)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,624)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,979)
- Segunda Seção de Julgamen (108,014)
- Primeira Seção de Julgame (70,951)
- Primeiro Conselho de Cont (49,037)
- Segundo Conselho de Contr (48,602)
- Câmara Superior de Recurs (37,027)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,037)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,829)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,831)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,270)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- HELCIO LAFETA REIS (3,172)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,782)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,801)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,036)
- 2024 (25,832)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,452)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,072)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,269)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,849)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,013)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 11080.722701/2009-13
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Exercício: 2005, 2006
LEI 10.925/04, ARTS. 8º E 9º. CRÉDITO PRESUMIDO E SUSPENSÃO DO PIS E DA COFINS. MERCADORIAS DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL. EFICÁCIA.
O regime jurídico de crédito presumido e suspensão da contribuição ao PIS, incidente sobre a venda de mercadorias de origem animal e vegetal, instituído pelos artigos 8º e 9º, da Lei nº 10.925/04, é eficaz a partir de 1º de agosto de 2004.
LEI 10.925/04. ART. 9º. CAPÍTULO 15, DA TIPI. EMPRESA CEREALISTA.
A venda, por cerealista, dos produtos incluídos no Capítulo 15, da TIPI, não enseja suspensão da contribuição ao PIS, nos termos do art. 9º, da Lei nº 10.925/04.
PAF. PRODUÇÃO DE PROVAS. OMISSÃO.
A omissão do contribuinte em produzir provas que fundamentariam seu direito implica preclusão, nos termos do art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235/72.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3403-001.889
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Marcos Tranchesi Ortiz Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim.
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201301
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Exercício: 2005, 2006 LEI 10.925/04, ARTS. 8º E 9º. CRÉDITO PRESUMIDO E SUSPENSÃO DO PIS E DA COFINS. MERCADORIAS DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL. EFICÁCIA. O regime jurídico de crédito presumido e suspensão da contribuição ao PIS, incidente sobre a venda de mercadorias de origem animal e vegetal, instituído pelos artigos 8º e 9º, da Lei nº 10.925/04, é eficaz a partir de 1º de agosto de 2004. LEI 10.925/04. ART. 9º. CAPÍTULO 15, DA TIPI. EMPRESA CEREALISTA. A venda, por cerealista, dos produtos incluídos no Capítulo 15, da TIPI, não enseja suspensão da contribuição ao PIS, nos termos do art. 9º, da Lei nº 10.925/04. PAF. PRODUÇÃO DE PROVAS. OMISSÃO. A omissão do contribuinte em produzir provas que fundamentariam seu direito implica preclusão, nos termos do art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235/72. Recurso voluntário negado.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 11080.722701/2009-13
anomes_publicacao_s : 201302
conteudo_id_s : 5187922
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3403-001.889
nome_arquivo_s : Decisao_11080722701200913.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : MARCOS TRANCHESI ORTIZ
nome_arquivo_pdf_s : 11080722701200913_5187922.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
id : 4502910
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217023901696
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2146; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 11 1 10 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.722701/200913 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3403001.889 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2013 Matéria PIS.COFINS.AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente SULINA COMÉRCIO DE ÓLEOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2005, 2006 LEI 10.925/04, ARTS. 8º E 9º. CRÉDITO PRESUMIDO E SUSPENSÃO DO PIS E DA COFINS. MERCADORIAS DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL. EFICÁCIA. O regime jurídico de crédito presumido e suspensão da COFINS, incidente sobre a venda de mercadorias de origem animal e vegetal, instituído pelos artigos 8º e 9º, da Lei nº 10.925/04, é eficaz a partir de 1º de agosto de 2004. LEI 10.925/04. ART. 9º. CAPÍTULO 15, DA TIPI. EMPRESA CEREALISTA. A venda, por cerealista, dos produtos incluídos no Capítulo 15, da TIPI, não enseja suspensão da COFINS, nos termos do art. 9º, da Lei nº 10.925/04. PAF. PRODUÇÃO DE PROVAS. OMISSÃO. A omissão do contribuinte em produzir provas que fundamentariam seu direito implica preclusão, nos termos do art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235/72. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Exercício: 2005, 2006 LEI 10.925/04, ARTS. 8º E 9º. CRÉDITO PRESUMIDO E SUSPENSÃO DO PIS E DA COFINS. MERCADORIAS DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL. EFICÁCIA. O regime jurídico de crédito presumido e suspensão da contribuição ao PIS, incidente sobre a venda de mercadorias de origem animal e vegetal, instituído pelos artigos 8º e 9º, da Lei nº 10.925/04, é eficaz a partir de 1º de agosto de 2004. LEI 10.925/04. ART. 9º. CAPÍTULO 15, DA TIPI. EMPRESA CEREALISTA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 27 01 /2 00 9- 13 Fl. 733DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 A venda, por cerealista, dos produtos incluídos no Capítulo 15, da TIPI, não enseja suspensão da contribuição ao PIS, nos termos do art. 9º, da Lei nº 10.925/04. PAF. PRODUÇÃO DE PROVAS. OMISSÃO. A omissão do contribuinte em produzir provas que fundamentariam seu direito implica preclusão, nos termos do art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235/72. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. Relatório Por bem sintetizarem a controvérsia em julgamento, reproduzo a seguir trechos do relatório constante do v. acórdão recorrido de fls. 710/718: “Contra a empresa antes qualificada foram lavrados dois Autos de Infração, a saber: a) o primeiro formalizou a exigência de PIS não cumulativo, com intimação para recolhimento do valor de R$ (...), referente a fatos geradores entre 31/01/2005 e 31/12/2006. Esse valor (principal) foi acrescido da multa de ofício de 75% e juros de mora regulamentares. Constou base legal. Houve ciência em 19/10/2009; b) o segundo formalizou a exigência de COFINS não cumulativo, com intimação para recolhimento do valor de R$ (...), referente a fatos geradores entre 31/01/2005 e 31/12/2006. Esse valor (principal) foi acrescido da multa Fl. 734DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 11080.722701/200913 Acórdão n.º 3403001.889 S3C4T3 Fl. 12 3 de ofício de 75% e juros de mora regulamentares. Constou base legal. Houve ciência em 19/10/2009; Foi produzido Relatório da Ação Fiscal, donde se extrai os seguintes excertos: Quadro Resumo: O contribuinte deixou de declarar e não recolheu os valores referentes ao PIS e COFINS relativos aos períodos de apuração dos anos de 2005 e 2006 ensejando a lavratura de auto de infração totalizando RS (...). (...) A fiscalizada (...) é uma sociedade limitada cujo objeto principal é o processamento e refino de borras de soja ( fl. 91 ), (...). Foi intimada a esclarecer as declarações no DACON (Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais, fls. 169 a 584) em relação às informações de isenção ou alíquota zero do PIS/COFINS. Na resposta o contribuinte (fls. 75 a 81) afirma que goza do benefício da suspensão capitulado no art. 8º da Lei 10.925/04 e que as vendas são destinadas para empresas produtoras de alimentação animal. Foi realizada nova intimação (fls. 05 e 06) com pedido de esclarecimentos acerca da resposta trazida (...). A fiscalizada, por seu turno, reafirmou que está amparada no instituto da suspensão, agora indicando o parágrafo III, do artigo 9o da Lei 10.925/04 como fundamento legal. (...) Na auditoria realizada ficou evidenciado que a empresa Sulina Comércio de Óleos Ltda, é uma agroindústria não sendo abrangida pelo benefício da suspensão de PIS/COFINS, conforme alega. Esse benefício somente é dirigido à pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção, conforme disposição do inciso III, do artigo 9º da Lei 10 925/2004, com redação dada pela Lei 11.051/2004. Dessa maneira, a empresa Sulina Comércio de Óleos Ltda. deve estar enquadrada na regra geral de tributação de PIS/COFINS estabelecida pelas Leis 10.637, de 30.12.2002 (PIS não cumulativo) e 10 833, de 29.12.2003 (COFINS não cumulativo). Durante todo o período da fiscalização (01/2005 a 12/2006) não houve recolhimento de valores a titulo de PIS/COFINS, ensejando o lançamento de ofício.” Por se considerar desonerada do pagamento das exações, nos termos do citado artigo 9o, da Lei nº 10.925/04, a recorrente não vinha apropriando créditos de qualquer espécie nas apurações mensais que realizava. Apercebendose disso, a fiscalização, chegado o momento de liquidar o crédito objeto da imposição, os reconheceu de ofício à recorrente, nos seguintes termos: Fl. 735DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 “Com relação ao aproveitamento de créditos de PIS/COFINS para abatimento dos valores devidos, consideramos que a suspensão da exigibilidade da contribuição, prevista no artigo 9º da Lei n° 10.925, de 2004, dependia de regulamentação que iria estabelecer termos e condições. Essa regulamentação somente ocorreu com a edição da IN SRF n° 636, de 2006, publicada no DOU de 04 de abril de 2006, posteriormente revogada pela IN SRF n° 660, de 2006. Desta maneira, somente a partir da data de 04.04.2006 é que se pode falar em vendas com suspensão. Desse modo, até a data de 03.04.2006 foram considerados os créditos de PIS/COFINS em sua totalidade. Após essa data foi aplicado então o método dos créditos presumidos, conforme o inciso II, do parágrafo 3º, do artigo 8º, da Lei nº 10.925/2004 (...).” Novamente valendome do relatório aposto ao v. acórdão recorrido, sintetizo a seguir as razões da impugnação tempestivamente interposta pela recorrente contra os autos de infração: “• os atos fiscais são nulos, sendo inválida sua lavratura. Houve enquadramento da empresa como sendo uma agroindústria, não estando albergada pelo benefício da suspensão de PIS e COFINS (Lei n° 10.925, de 2004), o qual é dirigido somente à Pessoa Jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção conforme disposição contida na Lei citada. (...)” • analisados estes conceitos, podese dizer que a empresa não desenvolve atividades de agroindústria. Podemos enquadrála como uma empresa que desenvolve seu ramo de atividade de indústria de transformação e comércio atacadista de resíduo de soja. É, portanto, uma empresa cerealista. Seu produto (insumo) é vendido para a agroindústria, que fabrica ração animal, especificamente no seguimento da avicultura; • a empresa também não se enquadra como agropecuária, porque não desenvolve atividades atinentes ao setor primário, conforme bem definido naqueles conceitos; • o produto adquirido pela empresa de diversos fornecedores (agroindústrias e cerealistas) é o resíduo de soja (derivado do esmagamento do grão de soja, originando uma borra), o qual é revendido para empresas industriais que exploram a atividade de fabricação de ração animal. Este resíduo de soja goza de isenção de ICMS quando revendido no mercado interno, como também, alíquota zero do IPI e suspensão da contribuição da COFINS e PIS, nos termos da Lei n° 10.925, de 2004, alterada pela Lei n° 11.051, de 2004; (...) • o autuante não interpretou corretamente a atividade desenvolvida pela empresa. Ela compra resíduo de soja de cooperativas, agroindústrias e cerealistas em geral, e após comercializa como insumo para fabricação de ração animal (avicultura), nos exatos termos do art. 9º, inciso III, da Lei 10.925, de 2004.” Fl. 736DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 11080.722701/200913 Acórdão n.º 3403001.889 S3C4T3 Fl. 13 5 Para desprover a impugnação, a DRJPorto Alegre/RS (i) deu por comprovada a condição de agroindústria da ora recorrente, empregando, para tanto, o conceito positivado pela IN/SRF nº 660/06; (ii) negou que a pessoa jurídica promovesse a saída de produtos in natura e, por fim, (iii) reafirmou o entendimento de que a desoneração e o crédito presumido de PIS e COFINS previstos nos artigos 8o e 9o da Lei nº 10.925/04 apenas teriam se tornado eficazes a partir de 04.04.2006, com o advento da IN/SRF nº 636/06. Sobreveio, então, recurso voluntário, no qual a interessada reitera o conteúdo da impugnação (fls. 724/731). É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz O recurso é tempestivo e, observadas as demais formalidades aplicáveis, dele tomo conhecimento. Toda a controvérsia subjacente à lavratura dos autos de infração respeita à sujeição (ou não) da ora recorrente ao regime jurídico previsto pelos artigos 8o e 9o da Lei nº 10.925/04, relativamente ao PIS e à COFINS. Reconhecendose beneficiária da suspensão prevista no último dispositivo, a recorrente simplesmente deixava de expor à tributação a totalidade das receitas que auferia no período, conforme, aliás, sistematicamente o indicava no Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais (DACON). Por coerência, abstinhase de apropriar qualquer espécie de crédito – seja o crédito presumido conferido pelo mesmo diploma, seja o crédito a que se refere o artigo 3o, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 submetendose, neste particular, à vedação prevista pela própria Lei nº 10.925/04. Ao cabo do procedimento fiscal, a auditoria convenceuse do contrário, porém. Entendendo que as atividades empreendidas pela recorrente excluíamna do regime suspensivo em questão, a autoridade consideroua enquadrada na sistemática nãocumulativa de apuração das exações e, como conseqüência, exigiulhe o correspondente crédito tributário, não sem antes deduzir da apuração os créditos a que, aí sim, teria direito. Vejamos, pois, o que estabelecem os dispositivos da Lei nº 10.925/04 pertinentes ao debate, começando pelo artigo 8o: "Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à Fl. 737DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) §1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) II pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária.(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) §3o O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: I 60% (sessenta por cento) daquela prevista no art. 2o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os produtos de origem animal classificados nos Capítulos 2 a 4, 16, e nos códigos 15.01 a 15.06, 1516.10, e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18; e II 50% (cinqüenta por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para a soja e seus derivados classificados nos Capítulos 12, 15 e 23, todos da TIPI; e (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) III 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) § 4o É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1o deste artigo o aproveitamento: I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; II de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão às pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo.” Vejamos, agora, o conteúdo do artigo 9o: Fl. 738DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 11080.722701/200913 Acórdão n.º 3403001.889 S3C4T3 Fl. 14 7 “Art. 9o A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de produtos de que trata o inciso I do § 1o do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1o do art. 8o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) III de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1o do mencionado artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) §2o A suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)" Estes dispositivos sucederam o revogado §5o, do artigo 3o, da Lei nº 10.833/03. O preceito primitivo se prestava a conceder um incentivo (por meio da outorga de “crédito presumido”) em operações mercantis não originadoras de direito de crédito na sistemática da nãocumulatividade do PIS e da COFINS aos respectivos adquirentes. Afinal, a aquisição de insumos junto a fornecedores pessoas físicas – não contribuintes das exações – não proporciona crédito ao contribuinte sujeito ao regime nãocumulativo de apuração (artigo 3o, §§ 2o e 3o das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03). Sensível às demandas da agroindústria – setor da economia que adquire seus insumos, em larga escala, de pessoas físicas – o § 5o, do artigo 3o, da Lei nº 10.833/03 concedia um benefício aos agentes do setor, garantindolhes o direito ao abatimento do PIS e da COFINS mediante aproveitamento de um crédito ficto, de valor inferior àquele previsto para operações de aquisição sujeitas à tributação. Com a Lei nº 10.925/04, o legislador deu um passo além. Estabeleceu no artigo 9o do diploma hipóteses de suspensão dos tributos em certas operações com produtos agrários quando inseridos na cadeia de produção de alimentos humanos ou animais. E dentre os casos favorecidos pela desoneração, incluiu, no que interessa a este processo, (i) as vendas realizadas por empresas cerealistas, desde que digam respeito a produtos in natura classificados nas posições 09.01, 10.01 a 10.08 (exceto 1006.20 e 1006.30), 12.01 e 18.01 da NCM, e (ii) as vendas praticadas por agropecuárias, pessoas jurídicas que sejam elas próprias produtores rurais agrícolas ou pecuários. Sucede que, isentando as operações acima, a Lei nº 10.925/04 acabaria subtraindo da agroindústria que nelas figurasse como adquirente o direito de crédito do PIS e da COFINS nãocumulativo, tendo em vista que despesas incorridas em negócios dispensados de tributação não geram direito a crédito. Então, repetindo a receita, o artigo 8o da Lei nº 10.925/04 instituiu em favor da agroindústria novo crédito incentivado, agora apropriável nas aquisições submetidas à suspensão dos tributos, quais sejam, aquelas contratadas com cerealistas (determinados posições da NCM) e agropecuárias. Fl. 739DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 8 É de concluir, com isso, que os artigos 8° e 9° da Lei n° 10.925/04, que respectivamente instituem o crédito presumido e a suspensão das contribuições somente são aplicáveis se simultaneamente eficazes. Quer dizer, a indústria alimentícia apenas frui do direito ao crédito presumido porque a operação que o proporciona é, ao mesmo tempo, desonerada (suspensa) de PIS e de COFINS. Tanto assim que, se o cerealista e a agropecuária fossem tributados pelas contribuições, a agroindústria que deles adquirisse insumos teria direito ao crédito integral da nãocumulatividade – e não direito ao limitado crédito presumido. Uma interpretação precipuamente literal da Lei n° 10.925/04, é verdade, poderia levar à conclusão de que a eficácia do seu artigo 9° (suspensão das contribuições) estaria condicionada à regulamentação pelas autoridades fiscais, enquanto o seu artigo 8° (crédito presumido das contribuições) teria aplicabilidade imediata. De um ponto de vista sistemático, porém, não é possível dissociar no tempo a entrada em vigor das duas normas: não faria sentido a vigência da regra concessiva do crédito presumido enquanto ainda não fosse eficaz a regra da suspensão. Como enfatizado acima, afinal, se a operação é tributada para o vendedor (cerealista ou agropecuária), o comprador tem direito ao crédito integral (agroindústria). Dito isso, de duas, uma: ambos os regimes (suspensão e crédito presumido) entraram em vigor em 01.08.2004, conforme estabelecido pelo artigo 17, inciso III, da Lei nº 10.925/04, ou ambos se tornaram eficazes apenas em 04.04.2006, data em que publicada no Diário Oficial a IN nº 636/06, editada pela Secretaria da Receita Federal a pretexto de regulamentálos. Tenho por mais acertada a primeira hipótese. Digo isso inicialmente porque, embora veiculada somente em abril de 2006, a IN/SRF nº 636/06 prescreveu expressamente a retroação de seus efeitos a 01.08.2004 (artigo 5o), corroborando, assim, a conclusão de que não apenas a suspensão do tributo, mas a outorga do correlato crédito presumido vigoram desde então. Já a subseqüente IN/SRF n° 660, publicada em 25.07.2006, contém no seu artigo 11, regra segundo a qual ela – IN/SRF n° 660/06 – produziria efeitos (a) quanto à regra de suspensão das contribuições, a partir de 04.04.2006, e (b) quanto à regra de crédito presumido, a partir de 01.08.2004. Como se vê, o dispositivo infralegal em questão regula os efeitos da própria IN/SRF nº 660/06; não os efeitos da anterior IN/SRF nº 636/06. Conclusões: (a) o artigo 9°, da Lei n° 10.925/04 (regra de suspensão) entrou em vigor em 01.08.2004 conforme disposto na IN 636/06, permanecendo por ela disciplinada até 04.04.2006, a partir de quando se sujeitou à regulamentação pela IN 660/06; (b) o artigo 8°, da Lei n° 10.925/04 (regra do crédito presumido), embora também tenha entrado em vigor em 01.08.2004, não chegou a ser disciplinado pela IN 636/06, uma vez que a posterior IN 660/06 determinou que suas disposições a respeito do tema retroagissem (e, portanto, se sobrepusessem) às disposições previstas na IN 636/06 desde o início do regime. Em sentido contrário, depreendeu a fiscalização dos preceitos infralegais acima que a suspensão da incidência e, no que ora interessa, a outorga do crédito presumido, somente vigoraram a partir de 04.04.2006. Isso explica porque, durante os períodos de apuração anteriores a esta data, a autoridade tenha calculado as exações reconhecendo à recorrente, por inteiro, o crédito decorrente da nãocumulatividade. Pois ao assim proceder, como se vê, a fiscalização acabou liquidando a menor as contribuições a cargo da autuada, equívoco que evidentemente não pode ser corrigido nesta etapa procedimental. Fl. 740DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 11080.722701/200913 Acórdão n.º 3403001.889 S3C4T3 Fl. 15 9 De todo modo, os artigos 8º e 9º, da Lei n° 10.925/04 divisam com clareza três possíveis posições ocupadas pelos diferentes agentes envolvidos com a cadeia de produção do alimento a partir da matériaprima agropecuária: (a) “posição 1”: agricultor (pessoa física ou jurídica), cujas mercadorias são vendidas para o cerealista; (b) “posição 2”: o cerealista, cuja principal função é a armazenagem da mercadoria – que adquire da “posição 1” e revende para a “posição 3”; e (c) “posição 3”: indústria alimentícia (agroindústria), cuja atividade consiste na aquisição de mercadoria da “posição 2”, a sua inserção no processo industrial e a comercialização dos produtos para fins alimentícios. Na sistemática instituída pela Lei n° 10.925/04: (i) a operação de venda realizada por pessoa jurídica na “posição 3” para o mercado, é tributada normalmente pelo PIS e pela COFINS; (ii) a operação concluída entre os agentes das “posições 2” e “3” está sujeita a suspensão das contribuições e, portanto, transfere crédito presumido para o ocupante da “posição 3”; e, por fim, (iii) a compra e venda entabulada entre “1” e “2” não transfere créditos (presumidos ou da nãocumulatividade) para quem figurar na “posição 2”. O debate entre a recorrente e o Fisco está na identificação da “posição” ocupada pela primeira no encadeamento acima: enquanto a fiscalização insere a pessoa jurídica na “posição 3” – e, por decorrência, ao mesmo tempo em que lhe exige o PIS e a COFINS sobre as respectivas receitas, garantelhe de ofício os créditos (nãocumulativos até 04.2006 e presumidos daí em diante) – a recorrente, ao contrário, se considera enquadrada na “posição 2” – e por coerência, não se debita das contribuições incidentes sobre as vendas, ao mesmo tempo em que também não se credita com relação às aquisições. A recorrente sustenta sua afirmação se dizendo “cerealista”, isto é, pessoa jurídica que, nos termos da Lei no 10.925/04 e das Instruções Normativas SRF nos. 636/06 e 660/06, exerce “cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM”. Não obstante, uma série de elementos probatórios presentes nos autos sugerem que a atividade por ela exercida tem natureza industrial e não de mera revenda de mercadorias in natura. Dentre eles, faço especial referência aos seguintes: (i) o registro de estabelecimento no MAPA como “fabricante”: fls. 76; (ii) o certificado de registro de produto expedido pelo MAPA: fls. 77/78; (iii) a descrição do objeto social no contrato social de fls. 92, onde se lê que a pessoa jurídica está vocacionada ao “processamento e refino de borras de soja, Fl. 741DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 10 industrialização e comercialização de óleo de soja, proteínas e ingredientes vegetais para ração animal em geral”; (iv) CNAE declarado na DIPJ 2007, referente ao anocalendário 2006 (fls. 100), no qual consta o código 10.414/00 (fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho), assim como o comprovante de inscrição no CNPJ (campo CNAE, fls. 586); e (v) a alocação de 100% da receita auferida no anocalendário 2006, segundo a mesma DIPJ, sob a rubrica “receita de venda no mercado interno de produtos de fabricação própria” (fls. 109) – enquanto para a rubrica “revenda de mercadorias", a receita é 0. Independentemente disso, um outro aspecto igualmente relevante merece ser considerado. Refirome à resposta dada pela própria recorrente, às fls. 75 dos autos, ao ensejo de questionamento feito pela fiscalização: naquela oportunidade, afirmou a recorrente que as mercadorias saídas do seu estabelecimento estão classificadas no capítulo 15, da TIPI. Quer dizer, ainda que, de fato, as atividades empreendidas pela recorrente fossem as de uma pessoa jurídica cerealista, como ela sustenta, nem assim o regime de suspensão das contribuições se lhe aplicaria, haja vista que, de acordo com os arts. 8º e 9º da Lei no. 10.925/04, nas vendas realizadas por cerealistas, o direito à suspensão se restringe às vendas dos produtos descritos nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, 12.01 (este próprio para soja) e 18.01, da TIPI. Por fim, outro fundamento, este de ordem processual, não trará melhor sorte ao contribuinte. É que se trata de regra de suspensão de tributo, a qual, a meu ver, equivale a fato “extintivo, modificativo ou impeditivo” do lançamento, de modo que, em termos de distribuição do ônus da prova (CPC, artigo 333), caberia à recorrente trazer aos autos o conteúdo probatório apto a demonstrar que preenche as condições necessárias para fruir o benefício fiscal. Não o fazendo, incide o disposto no artigo 16, III e §4°, do Decreto n° 70.235/72, in verbis: "Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) §4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)" Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 742DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 11080.722701/200913 Acórdão n.º 3403001.889 S3C4T3 Fl. 16 11 Fl. 743DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
score : 1.0
Numero do processo: 12045.000194/2007-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1996 a 28/02/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO.
A partir da vigência da Portaria 256/09, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais -CARF, os pedidos de revisão oriundos do CRPS serão analisados como se fossem embargos de declaração.
Constatada violação de Decreto, as decisões do CRPS podem ser revistas, de ofício ou a pedido, nos termos do inciso I, art. 60, da Portaria 88/2004.
CIÊNCIA DO LANÇAMENTO APÓS EXPIRAÇÃO DO MPF
A ciência da NFLD pelo contribuinte fora do prazo de validade do MPF não invalida o ato administrativo do lançamento.
A intimação não se confunde com o lançamento, sendo aquela apenas um requisito da eficácia desse.
INOBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
Deve ser dada ciência, ao contribuinte, de manifestações proferidas pelo agente notificante após a impugnação, em respeito aos princípios do Contraditório e Ampla Defesa.
A viabilidade do saneamento do vício enseja a anulação da Decisão-Notificação para a correta formalização do lançamento.
Numero da decisão: 2301-003.051
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, ) Por unanimidade de votos: a) em acolher os embargos, nos termos do voto da Relatora; b) em anular o acórdão, nos termos do voto da Relatora; c) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto da Relatora
Marcelo Oliveira - Presidente.
Bernadete De Oliveira Barros - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/1996 a 28/02/2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. A partir da vigência da Portaria 256/09, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais -CARF, os pedidos de revisão oriundos do CRPS serão analisados como se fossem embargos de declaração. Constatada violação de Decreto, as decisões do CRPS podem ser revistas, de ofício ou a pedido, nos termos do inciso I, art. 60, da Portaria 88/2004. CIÊNCIA DO LANÇAMENTO APÓS EXPIRAÇÃO DO MPF A ciência da NFLD pelo contribuinte fora do prazo de validade do MPF não invalida o ato administrativo do lançamento. A intimação não se confunde com o lançamento, sendo aquela apenas um requisito da eficácia desse. INOBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA Deve ser dada ciência, ao contribuinte, de manifestações proferidas pelo agente notificante após a impugnação, em respeito aos princípios do Contraditório e Ampla Defesa. A viabilidade do saneamento do vício enseja a anulação da Decisão-Notificação para a correta formalização do lançamento.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 12045.000194/2007-91
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5183111
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat Feb 02 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2301-003.051
nome_arquivo_s : Decisao_12045000194200791.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
nome_arquivo_pdf_s : 12045000194200791_5183111.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, ) Por unanimidade de votos: a) em acolher os embargos, nos termos do voto da Relatora; b) em anular o acórdão, nos termos do voto da Relatora; c) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto da Relatora Marcelo Oliveira - Presidente. Bernadete De Oliveira Barros - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
dt_sessao_tdt : Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
id : 4463612
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:14 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217049067520
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2018; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 463 1 462 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12045.000194/200791 Recurso nº 243.186 Embargos Acórdão nº 2301003.051 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 19 de setembro de 2012 Matéria REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS: PARCELAS EM FOLHA DE PAGAMENTO Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado MUNICÍPIO DE CASTANHAL PREFEITURA MUNICIPAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1996 a 28/02/2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. A partir da vigência da Portaria 256/09, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, os pedidos de revisão oriundos do CRPS serão analisados como se fossem embargos de declaração. Constatada violação de Decreto, as decisões do CRPS podem ser revistas, de ofício ou a pedido, nos termos do inciso I, art. 60, da Portaria 88/2004. CIÊNCIA DO LANÇAMENTO APÓS EXPIRAÇÃO DO MPF A ciência da NFLD pelo contribuinte fora do prazo de validade do MPF não invalida o ato administrativo do lançamento. A intimação não se confunde com o lançamento, sendo aquela apenas um requisito da eficácia desse. INOBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA Deve ser dada ciência, ao contribuinte, de manifestações proferidas pelo agente notificante após a impugnação, em respeito aos princípios do Contraditório e Ampla Defesa. A viabilidade do saneamento do vício enseja a anulação da Decisão Notificação para a correta formalização do lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 04 5. 00 01 94 /2 00 7- 91 Fl. 12DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA 2 Acordam os membros do colegiado, ) Por unanimidade de votos: a) em acolher os embargos, nos termos do voto da Relatora; b) em anular o acórdão, nos termos do voto da Relatora; c) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto da Relatora Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 13DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 12045.000194/200791 Acórdão n.º 2301003.051 S2C3T1 Fl. 464 3 Relatório Tratase de pedido de revisão do Acórdão nº 2885/2005 (fls. 436 a 441), que anulou a NFLD pela não observância do prazo regulamentar previsto pelo MPF. A Secretaria formulou seu pedido revisional (fls. 447) se amparando no Enunciado nº 25, de 23/02/2006, da Câmara Superior do CRPS, argumentando que a nulidade formal apontada no Acórdão combatido não tem mais sustentabilidade. Por meio do Despacho nº 65/2007 (fls 449), o Presidente da extinta Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, com amparo no § 2o, do art. 5o, da Portaria nº 147/2007, entendendo que foram preenchidos os pressupostos de admissibilidade do pedido, conforme preconizado no inciso I, do art. 60, do Regimento Interno do CRPS, aprovado pela Portaria MPS/GM n° 88/2004, acatou o pedido de revisão formulado pela SRP, alegando que houve violação literal do disposto no Decreto nº 3.969/2001, designando ad hoc esta Relatora, nos termos do art. 29, III, da Portaria MF 147/2007, para saneamento do acórdão do CRPS. Por meio da Resolução 206.00.119 (fls. 452), a Sexta Câmara, por unanimidade, converteu o julgamento em diligência para oportunizar o contribuinte a apresentar contrarazões ao pedido de revisão. Em contrarazões ao pedido revisional, o contribuinte se manifestou (fls. 457) alegando nulidade da NFLD pela existência de vício formal. É o relatório. Fl. 14DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA 4 Voto Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros A Secretaria da Receita Previdenciária pede a revisão do Acórdão com fulcro no Enunciado nº 25 do Conselho Pleno do CRPS. Porém, a partir da vigência da Portaria 256/09, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais –CARF, os pedidos de revisão oriundos do CRPS serão analisados como se fossem embargos de declaração. Dessa forma, da análise do pedido revisional apresentado, aqui tratado como embargo por este Conselho, entendo que a revisão do Acórdão é oportuna e pertinente e encontra amparo no inciso I do art. 60 da Portaria 88/2004, que aprovou o Regimento Interno do CRPS: Art. 60. As Câmaras de Julgamento e Juntas de Recursos do CRPS poderão rever, enquanto não ocorrida a prescrição administrativa, de ofício ou a pedido, suas decisões quando: I – violarem literal disposição de lei ou decreto; Como bem observado pelo Presidente da extinta Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, em seu Despacho de fls. 449, verificase, da análise dos documentos acostados aos autos, que o acórdão combatido viola o Decreto nº 3.969/2001, que instituiu o Mandado de Procedimento Fiscal no âmbito da Secretaria da Receita Previdenciária. O referido Decreto estabelece, no art. 16, que a extinção do MPF por decurso de prazo não implica nulidade dos atos praticados, podendo a autoridade responsável pela emissão do Mandado extinto determinar a emissão de novo MPF para a conclusão do procedimento fiscal. Assim, entendo que os atos já praticados sob a égide do MPF extinto não poderiam ser reputados nulos. No caso presente, constatase a existência de Mandado de Procedimento Fiscal MPF válido quando da lavratura da NFLD. Portanto, o lançamento está precedido de MPF, sendo que apenas a intimação do contribuinte se deu fora do prazo de validade do MPF. Porém, a intimação não se confunde com o lançamento, sendo aquela apenas um requisito da eficácia desse. E, de acordo com o art. 31, da Portaria 520/04, são nulos os lançamentos não precedidos do MPF, o que, conforme restou demonstrado, não é o caso presente. O Conselho Pleno, no exercício de sua competência, uniformizou a jurisprudência administrativa previdenciária sobre a matéria, nos termos do art. 14 da Portaria . 88/2004, por meio do Enunciado 25/2006, transcrito a seguir: Fl. 15DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 12045.000194/200791 Acórdão n.º 2301003.051 S2C3T1 Fl. 465 5 A notificação do sujeito passivo após o prazo de validade do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF não acarreta nulidade do lançamento. Cumpre ressaltar que não se trata de retroação da norma, mas de reforma da decisão proferida equivocadamente pela 4ª CaJ, vez que a referida decisão não observou o disposto no art. 16 do Decreto 3.969/2001. Portanto, entendo que o Acórdão objeto do pedido revisional merece ser revisto, motivo pelo qual passo à analise dos autos. Inicialmente, observase que antes do julgamento de 1ª instância o processo foi convertido em diligência e a fiscalização se manifestou combatendo os argumentos trazidos na peça impugnatória e retificando o débito. Porém, constatase que não foi dada, ao contribuinte, a oportunidade de se manifestar em relação aos esclarecimentos prestados pelo agente notificante na diligência fiscal, e que serviram de base para a formação de convicção da autoridade julgadora de primeira instância . Entendo que, o processo, como espécie de procedimento em contraditório, exige a manifestação de uma parte sempre que a outra traz para os autos fatos novos. Assim, se no curso do procedimento, são efetuadas diligências com manifestações dos representantes do Fisco e alteração do valor lançado sem conhecimento do sujeito passivo, fazse necessária a abertura de prazo para sua manifestação, sob pena de cerceamento do direito de defesa. Porém, o vício apontado não implica nulidade do Auto de Infração, tendo que a viabilidade do seu saneamento enseja a anulação apenas da Decisão de primeira instância, para a correta formalização do processo. E o Decreto nº 70.235/72, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, determina, no art. 59, inciso II, que são nulas as decisões proferidas com preterição do direito de defesa. Portanto, entendo que a nulidade da decisão de primeira instância merece ser decretada afim de que se possa oferecer oportunidade à recorrente de se manifestar a respeito dos esclarecimentos prestados pela autoridade fiscal, antes de qualquer decisão da Autarquia a respeito do lançamento. Nesse sentido e, Considerando tudo o mais que dos autos consta; Voto no sentido de ANULAR o Acórdão nº 2885/2005, CONHECER DO RECURSO e ANULAR A DECISÃONOTIFICAÇÃO. É como voto. Bernadete de Oliveira Barros – Relatora Fl. 16DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA 6 Fl. 17DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10283.007937/93-68
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Aug 17 00:00:00 UTC 1999
Numero da decisão: 202-02047
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 199908
turma_s : Segunda Câmara
numero_processo_s : 10283.007937/93-68
conteudo_id_s : 4459012
numero_decisao_s : 202-02047
nome_arquivo_s : 20202047_107810_102830079379368_005.PDF
nome_arquivo_pdf_s : 102830079379368_4459012.pdf
secao_s : Segundo Conselho de Contribuintes
arquivo_indexado_s : S
dt_sessao_tdt : Tue Aug 17 00:00:00 UTC 1999
id : 222809
ano_sessao_s : 1999
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:53:58 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217052213248
conteudo_txt : Metadados => date: 2010-01-30T00:45:06Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2010-01-30T00:45:06Z; Last-Modified: 2010-01-30T00:45:06Z; dcterms:modified: 2010-01-30T00:45:06Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2010-01-30T00:45:06Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2010-01-30T00:45:06Z; meta:save-date: 2010-01-30T00:45:06Z; pdf:encrypted: false; modified: 2010-01-30T00:45:06Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2010-01-30T00:45:06Z; created: 2010-01-30T00:45:06Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2010-01-30T00:45:06Z; pdf:charsPerPage: 1246; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2010-01-30T00:45:06Z | Conteúdo => .9 4•tr-, o MINISTERIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo N. G C1.68CH006.963/87'.20 I TM &esse de 14 de outubro de 1988 ACORDÃO N°202 - 02.047 Recurso n.° 80.096 Recorrente ORGRIM - ORGANIZAÇÃO RIBEIRO MACHADO LTDA. Recorrida DRF EM BELO HORIZONTE - MG FINSOCIAL - Exigencia decorrente de omissão de recei ta, apurada em levantamento do Fisco Estadual, julga da procedente, inclusive quanto ao procedimento de corrente do Imposto de Renda; defesa fundada nos mentos da exigência inicial, sem anexação dos me? mos. Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de re curso interposto por ORGRIM - ORGANIZAÇÃO RIBEIRO MACHADO LTDA. ACORDAM os Membros da Segunda Cãmara do Segundo Conse lho de Contribuintes, por unanimidade de votos, em negar provimento @O recurso. Sala das Sess g es, em 14 de outubro de 1988. • "efiç?4, f JOS ec-i etc ALVES DA FONSEC . - 'RESIDENTE 1» SVALDO TAWC-REDO DE OLIVEIRA - R-ELATOR eis" e LEGYRIO S fh-wr Cp_c-- PROCURADOR-REPRESENTANTE DA FAZENDA NACIONAL VISTA EM SESSÃO DE 1 5 DEZ 198E1 Participaram, ainda, do presente julgamento,os Conselheiros: MARIA HELENA JAIME, ELIO ROTHE, ERNESTO FREDERICO ROLLER (Suplente), ALDE DA COSTA SANTOS JON FOR, JOSE LOPES FERNANDES e SEBASTIÃO BORGES TA QUARY,H4 /95 \iP ` -...... irl.eic 4,,,,- c -I-L,:r MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo N.° 10.680-006.963/87-20 Recurso rif: 80,096 Acorda° n.°: 202-02,047 Recorrente: ORGRIM - ORGANIZAÇÃO RIBEIRO MACHADO LTDA. RELATÓRIO Conforme descrito no Auto de Infração, trata-se de exi_ gencia referente ao FINSOCUL, "decorrente de omissão de receita a_ purada no Auto de Infração" identificado, "correspondente aos anos de 1984 e 1985, Segue-se o enquadramento legal, a partir do Decreto-lei n? 1.940, de 1982 e legislação posterior. Alem da contribuição em causa são exigidos os acresci_ mos legais, com proposta de aplicação da multa de 20%, prevista no art. 19, III do DL. n? 2.049183, c/c art. 39 do D.L. n9 2.287/86, tudo com base nos valores constantes do Demonstrativo de Apuração da Contribuição anexo ao referido auto, de que a autuada tomou cién_ eia via postal, por se haver negado a assinar. Em impugnação tempestiva, diz que o lançamento não é li_ quido nem certo, "achando-se eivado de erros e desacertos de tal em_ plitude, que levaram a empresa a entrar em Juizo" contra o mesmo. Diz que ali alegou e provou que as argiliçães são capcio sas e estão a merecer corrigentes urgentes, para o restabelecimento da verdade". AI Quanto ao subfaturamento, sua caracterização e exten_ são "não foram atendidas, de formas que o lançamento do Estado pade ce de certeza." segue - -x 99?S., SERVÇO PÚBLICO FEDERAL a..P.,4 4ek›... Processo n? 10.680-006.963/87-20 02- Acórdão n9 202-02.047 Sobre a alegação de operaçoes sem documentaçao fis_ cal, a empresa teve a oportunidade de juntar ao processo uma centena de notas fiscais que não foram vistas, nem computadas pelo Fisco. Baseado que está o auto de infração em levantamento viciado e não merecedor de credito, pede que este seja sobrees_ tado, que seja suspenso seu julgamento ate que haja uma solu_ ção judicieria. Informação fiscal declarando que a fiscalização ba seou seus trabalhos em auto de infraoSo lavrado pelo Fisco Esta_ dual contra a empresa, onde foi pago o tributo exigido, sem dis_ cordencia. Que, apOs a lavratura dos autos, a impugnante en_ trou com Ação de Repetição de Indébito contra o Estado. Mas, que, de acordo com os Acórdãos do 19 Conselho de Contribuintes, que identifica, "Pago o tributo cobrado sobre a receita omitida apurada pela fiscalização estadual, e legiti ma a incidência do Imposto de Renda sobre essa receita." Pede a procedência do feito. Na decisão de la. Instãncia, relativa ao imposto de Renda, anexa por cópia, diz a autoridade julgadora que "omissão de receita apurada pelo Fisco Estadual", com pagamento do tribu to exigido, é legitima a incidencia do Imposto de Renda sobre a respectiva parcela. 1Por sua vez, quanto à contribuição agora exigida,em decorrência, diz que "em razão da intima relação de causa e efeito, o decidido no processo matriz faz coisa julgada no pro cesso instaurado, como decorrente", Por essa razão, indefere a41,--ft?)7 segue - J--Ce nU 7 t e SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL"IS Processo nS 10.680-006.963/87-20 03- AcOrdão n? 202-02,047 impugnação e mantém a exigência. Impugnação tempestiva a este Conselho. Diz que o presente decorre de um levantamento de iniciativa da fiscalização estadual, o qual, por considerá-lo falho e feito de má-fé, levou a recorrente a impetrar medida ju dicial de repetição do indébito, que se acha em fase de julga mento. Pede a "protelação da decisão deste processo até a solução final e definitiva na esfera judicial." Que, se o ato estadual é irregular e eivado de fa lhas e irregularidades, todo o procedimento dele derivado esta contaminado pelos mesmos vícios. Que transfere para este Conselho a missão de fazer justiça. o relatado. VOTO DO CONSELHEIRO-RELATOR OSVALDO TANCREDO DE OLIVEIRA Muito embora não se achem anexos aos autos os ele mentos em que se fundamenta a presente exigência, a não ser a sua peça básica, decisão relativa ao processo decorrente, do Im posto de Renda, e a decisão ora recorrida, limita-se a recorren te a alegar a origem do presente e a declinar as providências que adotou em sua defesa, sem sequer reproduzi-las no presente, o que poderia ter feito, para melhor conhecimento da autoridade recorrida. Nessas condições, voto pelo não provimento do recur / segue-verso- Processo o? 10.680-006.963/87-20 Acardão n? 202-02.047 Silit das iSi as Sesses -m /14 de outubro de 1988. i/ 1 IC/ISVALDO TANCREDO DE OLIVEIRA ‘/ ,
score : 1.0
Numero do processo: 10980.007705/2002-95
Turma: Terceira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 1998
AUDITORIA ELETRÔNICA DE DCTF. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE.
Auto de infração fundamentado somente na alegação da não existência no Profisc do resultado do processo devidamente indicado pela contribuinte, fato que gera nulidade do auto de infração.
Numero da decisão: 3401-001.852
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário interposto.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS
Presidente
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Emanuel Carlos Dantas de Assis, Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.
Matéria: DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201206
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 1998 AUDITORIA ELETRÔNICA DE DCTF. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Auto de infração fundamentado somente na alegação da não existência no Profisc do resultado do processo devidamente indicado pela contribuinte, fato que gera nulidade do auto de infração.
turma_s : Terceira Câmara
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10980.007705/2002-95
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5180104
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jan 11 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3401-001.852
nome_arquivo_s : Decisao_10980007705200295.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 10980007705200295_5180104.pdf
secao_s : Segundo Conselho de Contribuintes
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário interposto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Emanuel Carlos Dantas de Assis, Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
id : 4433410
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:53 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217055358976
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1648; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 815 1 814 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.007705/200295 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401001.852 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de junho de 2012 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO COFINS Recorrente PRODUTOS DE ALIMENTOS FLEISHMAN ROYAL S.A Recorrida DRJCURITIBA/PR ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 1998 AUDITORIA ELETRÔNICA DE DCTF. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Auto de infração fundamentado somente na alegação da não existência no “Profisc” do resultado do processo devidamente indicado pela contribuinte, fato que gera nulidade do auto de infração. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário interposto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Emanuel Carlos Dantas de Assis, Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça e Ângela Sartori. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 77 05 /2 00 2- 95 Fl. 815DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 28/06/2002 (fls.66/67), pelo exigese a COFINS referente aos meses de janeiro, março, abril, maio, junho, outubro e novembro de 1998. A Recorrente alegou em seu Recurso Voluntário que o auto de infração não poderia ter sido lançado, pois o crédito estava suspenso em razão de pedido de compensação. O Recurso foi apreciado pelo Segundo Conselho de Contribuinte, ocasião na qual o julgamento foi convertido em diligência (fls.512/515), a fim de que fossem respondidos os seguintes quesitos: “a) Se foram homologados os créditos dos pedidos de compensação da contribuinte; b) Se homologados, elaborar tabela cotejando o valor do auto de infração com o valor de crédito da contribuinte, explicitando saldo final (ou a favor da contribuinte ou a favor da Fazenda)”. Após a diligência, a delegacia de origem elaborou relatório (fls.526/530), pelo qual resumiu a situação das compensações no quadro seguinte: Mês PA Compensação em R$ N° do processo Situação do débito 01/98 271.250,70 544.712,86 13832.000038/9855 13832.000038/9855 Prescrito Pedido de Compensação inexistente (a) 03/98 104.202,84 10480.004079/9851 Compensação não deferida/ homologada 04/98 558.402,01 69.704,78 13710.000699/9811 10480.005409/9899 Compensação não deferida/homologada Compensação não deferida/homologada 05/98 1.217.725,08 10380.006918/9858 Compensação não homologada 06/98 392.383,14 10380.006918/9858 Compensação não homologada 10/98 1.004.939,99 13710.002244/9811 Parte do débito de R$ 14.661,03 foi extinto mediante compensação Fl. 816DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10980.007705/200295 Acórdão n.º 3401001.852 S3C4T1 Fl. 816 3 11/98 1.250.638,91 10768.028103/9885 Débito extinto por pagamento A Recorrente se manifestou acerca das conclusões da diligência (fls.554/567). Alegou que os períodos lançados no auto de infração que compõe este processo estão extintos pela prescrição, ou pelo pagamento, ou foram inscritos na dívida ativa, ou estão aguardando julgamento no processo de compensação. Ao fim, a Recorrente ratificou o pedido de cancelamento do lançamento. É o Relatório. Voto O Recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento Conforme visto no relatório, o cerne da questão consiste na validade do lançamento de períodos cujo pedido de compensação havia sido protocolado e analisar o fundamento para a autuação, sob a alegação de que o processo administrativo indicado pela recorrente na DCTF não foi encontrado. Ultrapassada essa questão, cabe analisar o lançamento de cada mês. 1. Janeiro de 1998 Conforme resultado de diligência, uma parte do lançamento relativo a esse mês foi alcançado pela prescrição, de modo que estaria extinto, e a outra parte não tem compensação, motivo que manteria a cobrança. Em sua manifestação, a Recorrente alega que a prescrição parcial ocorreu em decorrência de confissão em DCTF e que a outra a informação de inexistência de processo de compensação da outra parte é equivocada, pois o processo já foi julgado e encaminhado para a Procuradoria da Fazenda Nacional para a inscrição em dívida ativa. Nesse ponto, tem razão a Recorrente. Conforme informação de fls. 525, o débito de janeiro de 1998, no valor de R$ 544.712,86, estava com pedido de compensação no processo nº 10980.003918/200671, o qual já foi encerrado e encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição na dívida ativa. Enfim, a manutenção desse período configuraria cobrança em dobro, motivo que justifica o cancelamento de seu lançamento no auto de infração deste processo. 2. Março e abril de 1998 Fl. 817DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 4 No tocante ao mês de março, tanto a informação fiscal quanto as considerações da Recorrente, confirmam que ele estava com pedido de compensação formulado pelo processo nº 10480.004079/9851, o qual foi juntado ao processo principal, nº 10480.001528/9836. Nesse processo, a homologação da compensação foi negada pela DRJ em Recife e o débito foi encaminhado para inscrição na dívida ativa. Relativamente ao mês de abril, conforme tabela constante do relatório fiscal e copiada no relatório deste voto, os valores estavam divididos em dois processos: 13710.000699/9811 e 10480.005409/9899. Em ambos os processos os valores não foram compensados e foram inscritos na dívida ativa. Assim, também devem ser cancelados os lançamentos dos meses de março e de abril de 1998. 3. Maio e junho de 1998 Conforme informações constantes no relatório fiscal, as compensações dos meses de maio e junho de 1998 estão formalizadas no processo nº 10380.006918/9858, o qual foi “juntado ao processo principalraiz nº 10380.012963/9714”, que trata de ressarcimento de IPI. Ainda conforme informação do relatório fiscal, este processo estaria na DRF em Fortaleza/CE, mas em consulta realizada por este Conselheiro, o processo já estava no CARF, aguardo distribuição. De qualquer forma, segundo essas informações, a compensação relativa ao mês de junho, por enquanto, não tem decisão definitiva. Contestando as informações da diligência, a Recorrente alega que o valor de R$ 392.383,14, relativo ao mês de junho de 1998, foi compensado em outro processo, qual seja, o processo nº 10380.013474/9735, “com os créditos decorrentes de restituição de ILL (sic)”. Segundo a Recorrente, no processo nº 10380.013474/9735, no qual está vinculado o processo 10380.006918/9858 (processo que trata da compensação), era pleiteado o crédito no montante de R$ 374.494,15. E foi deferido crédito parcial no valor de R$ 346.059,73. Segundo a Recorrente o valor deferido atualizado é suficiente para cobrir o valor cobrado no auto de infração, em relação ao mês de junho (R$ 392.383,14). Com essas considerações a Recorrente pede que o crédito seja considerado extinto por compensação. Apesar das alegações da Recorrente, não foi juntado aos autos qualquer documento que comprove o deferimento dos créditos no processo nº 10380.013474/9735 e muito menos que eles tenham sido utilizados para compensar o débito da COFINS de junho de 1998. Portanto, seguindo a conclusão da diligência, temse que os valores relativos aos lançamentos de maio e junho de 1998 ainda não tiveram a compensação definitivamente julgada, mas deve ser destacado que o processo foi devidamente indicado na DCTF. 4. Outubro de 1998 Fl. 818DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10980.007705/200295 Acórdão n.º 3401001.852 S3C4T1 Fl. 817 5 Conforme relatório de diligência, o valor relativo ao período de outubro de 1998 foi extinto com compensação, o que torna o auto de infração, em relação ao lançamento deste mês, insubsistente. 5. Novembro de 1998 Segundo relatório de diligência, o débito relativo ao mês de novembro de 1998 foi extinto pelo pagamento. Esse fato leva ao cancelamento do auto de infração neste mês. 6. Conclusão Portanto, o auto de infração é fundamentado somente na alegação da não existência no “Profisc” do resultado do processo, que foi devidamente indicado pela recorrente na DCTF, fato que não pode invalidar a informação da Contribuinte, tornando nulo o auto de infração. Ex positis, dou provimento ao recurso voluntário para cancelar o auto de infração. É como voto. Fl. 819DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 10920.000955/2001-28
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1996
LUCRO INFLACIONÁRIO. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE ADIÇÃO, NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL, DA PARCELA DE REALIZAÇÃO MÍNIMA OBRIGATÓRIA ANUAL COM BASE NO SALDO ACUMULADO A REALIZAR EXISTENTE EM 31/12/1995. REALIZAÇÃO LINEAR. LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deverá realizar anualmente, no mínimo, dez por cento do saldo do lucro inflacionário acumulado existente em 31/12/1995.
LUCRO REAL DO EXERCÍCIO. COMPENSAÇÃO COM PREJUÍZOS FISCAIS ACUMULADOS DE PERÍODOS ANTERIORES. LIMITAÇÃO.
Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. (Súmula CARF nº 3).
LUCRO INFLACIONÁRIO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. FATO GERADOR DO IMPOSTO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2).
Numero da decisão: 1802-001.294
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Marciel Eder Costa, Marco Antônio Nunes Castilho e Gustavo Junqueira Carneiro Leão.
Nome do relator: NELSO KICHEL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201207
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1996 LUCRO INFLACIONÁRIO. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE ADIÇÃO, NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL, DA PARCELA DE REALIZAÇÃO MÍNIMA OBRIGATÓRIA ANUAL COM BASE NO SALDO ACUMULADO A REALIZAR EXISTENTE EM 31/12/1995. REALIZAÇÃO LINEAR. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deverá realizar anualmente, no mínimo, dez por cento do saldo do lucro inflacionário acumulado existente em 31/12/1995. LUCRO REAL DO EXERCÍCIO. COMPENSAÇÃO COM PREJUÍZOS FISCAIS ACUMULADOS DE PERÍODOS ANTERIORES. LIMITAÇÃO. Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do ano-calendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. (Súmula CARF nº 3). LUCRO INFLACIONÁRIO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. FATO GERADOR DO IMPOSTO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2).
turma_s : Segunda Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10920.000955/2001-28
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5181371
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 1802-001.294
nome_arquivo_s : Decisao_10920000955200128.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : NELSO KICHEL
nome_arquivo_pdf_s : 10920000955200128_5181371.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa- Presidente. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel- Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Marciel Eder Costa, Marco Antônio Nunes Castilho e Gustavo Junqueira Carneiro Leão.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2012
id : 4458145
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217063747584
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1918; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 254 1 253 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10920.000955/200128 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1802001.294 – 2ª Turma Especial Sessão de 04 de julho de 2012 Matéria LUCRO INFLACIONÁRIO Recorrente H. B. COMERCIAL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1996 LUCRO INFLACIONÁRIO. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE ADIÇÃO, NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL, DA PARCELA DE REALIZAÇÃO MÍNIMA OBRIGATÓRIA ANUAL COM BASE NO SALDO ACUMULADO A REALIZAR EXISTENTE EM 31/12/1995. REALIZAÇÃO LINEAR. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deverá realizar anualmente, no mínimo, dez por cento do saldo do lucro inflacionário acumulado existente em 31/12/1995. LUCRO REAL DO EXERCÍCIO. COMPENSAÇÃO COM PREJUÍZOS FISCAIS ACUMULADOS DE PERÍODOS ANTERIORES. LIMITAÇÃO. Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do anocalendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. (Súmula CARF nº 3). LUCRO INFLACIONÁRIO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. FATO GERADOR DO IMPOSTO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 09 55 /2 00 1- 28 Fl. 254DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 255 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Marciel Eder Costa, Marco Antônio Nunes Castilho e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 256 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 204/224 contra decisão da 4ª Turma da DRJ/Florianópolis (fls. 191/196) que julgou o auto de infração do IRPJ, anocalendário 1996, parcialmente procedente, ao deferir o direito de compensação de 30% do Lucro Real do Exercício com prejuízos acumulados de períodos de apuração anteriores. Quanto aos fatos (infração imputada) pelo fisco e razões da impugnação apresentada na primeira instância de julgamento, transcrevo o relatório, parte integrante da decisão recorrida, que, até então, resumiu os principais aspectos do litígio objeto dos autos nos seguintes termos (fl. 193), in verbis: Por meio do Auto de Infração, às folhas 02 a 09, foi exigida da contribuinte acima qualificada a importância de R$ 125.432,06 (cento e vinte e cinco mil, quatrocentos e trinta e dois reais e seis centavos), a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, acrescida de multa de ofício e encargos legais (...), referente aos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 1996 (exercício 1997). Em consulta à "Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal", às folha 03 e 09, verificase que a autuação deuse em razão da redução indevida do lucro real, como evidenciado pela adição a menor do lucro inflacionário acumulado realizado. Irresignada com os resultados do feito fiscal, interpôs a contribuinte, por meio de seus procuradores procuração às folhas 113 e 114 , a impugnação constante das folhas 105 a 112, na qual expõe suas razões de contestação. Inicialmente, entre as folhas 106 a 111, insurgese contra o lançamento alegando a intributabilidade do lucro inflacionário. Afirma que tal lucro não representa "renda" ou "proventos de quaisquer natureza" e que, portanto, não cabe ele nas previsões expressas no inciso III do artigo 153 da Constituição Federal e no artigo 43 do Código Tributário Nacional CTN. Entende que a legislação tributária, ao tributar o lucro inflacionário, subverte o conceito de renda constitucionalmente insculpido, representando a exigência uma clara exorbitação da competência tributária da União Federal. Complementa seus argumentos com remissões doutrinárias e jurisprudenciais tendentes, todas elas, à defesa da inconstitucionalidade e ilegalidade da tributação do lucro inflacionário. No segundo grupo de alegações dirigidas contra o lançamento (folha 111), argumenta a contribuinte no sentido de que, mesmo que não reste acolhida a tese da intributabilidade do lucro inflacionário, deve o lançamento ser revisto para fins de que seja reduzido o montante exigido por via da utilização, até o limite de 30% do lucro tributável, dos prejuízos fiscais acumulados que Fl. 256DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 257 4 detém regularmente controlados na parte B do seu Livro de Apuração do Lucro Real LALUR. Em face desta segunda alegação da contribuinte e em razão de, em consulta ao sistema SAPLI (folha 130), terse constatado que a autoridade lançadora, apesar de ter alterado o valor do "lucro real antes das compensações" (de R$ 148.450,01 para R$ 746.178,30), não alterou a parcela relativa à compensação com prejuízos fiscais (muito embora, à evidência dos dados incluídos no mesmo SAPLI, houvesse saldo acumulado de prejuízos passível de utilização), demandou esta Delegacia de Julgamento pela realização das diligências indicadas no despacho à folha 129. Por estas diligências foi solicitado à autoridade lançadora a verificação da efetiva existência do saldo de prejuízos e manifestação quanto aos motivos que pudessem ter dado margem à não ampliação do valor referente à compensação na revisão da declaração de rendimentos. Em resposta, a autoridade lançadora, por via do despacho à folha 132, reconhece a existência do saldo de prejuízos fiscais acumulados indicado no sistema SAPLI e informa que que a não ampliação da compensação no lançamento de ofício se deu em razão das características do programa de Malha IRPJ/97. O crédito tributário lançado de ofício do anocalendário 1996 perfaz o montante de R$ 329.284,23, assim especificado pelo auto de infração do IRPJ, lavrado em 19/06/2001, na DRF/Joinville, em procedimento de revisão interna de declaração (fls. 04/11): Auto de Infração Principal (R$) Juros de Mora (calculados até 30/06/2001) Multa de Ofício de 75% Total IRPJ 125.432,06 94.074,04 109.778,13 329.284,23 A DRJ/Florianópolis, enfrentando as questões suscitadas pela contribuinte em sua impugnação, julgou o lançamento fiscal parcialmente procedente, deferindo compensação de até 30% (trinta por cento) do Lucro Real do Exercício com saldo de prejuízos acumulados de períodos de apuração anteriores, conforme Acórdão de fls.191/196, cuja ementa transcrevo: (...) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1996 Ementa: LANÇAMENTO DE OFÍCIO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS Havendo, em procedimento de ofício, ampliação do lucro tributável, deve ao sujeito passivo ser deferido o direito de ter igualmente ampliada a parcela referente à compensação de prejuízos fiscais, até o limite legalmente previsto de 30%. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1996 Fl. 257DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 258 5 Ementa: ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. Lançamento Procedente em Parte (...) Irresignada com esse decisum (na parte que restou vencida) do qual tomou ciência em 03/07/2002 (fl. 202), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 02/08/2002 (fls. 204/224), juntando ainda os documentos de fls. 225/227), reiterando as razões já apresentadas na instância a quo, ou seja: a) intributabilidade do lucro inflaciónário improcedência da cobrança do imposto acerca do chamado lucro inflacionário: que o lucro inflacionário é mero ajuste contábil decorrente da correção monetária das demonstrações financeiras; que não tem consistência econômica para, como fato signopresuntivo de capacidade econômica, servir de base à incidência tributária; b) possibilidade de compensação integral do valor tributável da infração imputada com prejuízos fiscais acumulados de períodos de apuração anteriores: que, não obstante as alegações acima arvoradas contra a cobrança do imposto, pela adição, de ofício, ao Lucro Real da parcela de "lucro inflacionário" realizado a menor, cabe sustentar a possibilidade de compensação integral do valor tributável da infração imputada com prejuízos acumulados da recorrente de períodos de apuração anteriores, desconsiderandose o limite estatuído pelo art. 42 da Lei n° 8.981/95 e art.15 da Lei n° 9.065/95; que a recorrente tem pleno direito à compensação integral de prejuízos fiscais acumulados; que a trava que limita a compensação de prejuízos ao limite de 30% do lucro real é inconstitucional. Por fim, a contribuinte pediu a reforma da decisão recorrida, para que seja julgado improcedente o lançamento fiscal. É o relatório. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 259 6 Voto Conselheiro Nelso Kichel, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos para sua admissibilidade. Por conseguinte, dele conheço. Conforme relatado, em procedimento de revisão interna de declaração, o fisco federal constatou confrontando os dados da DIPJ 1997, anocalendário 1996 e o SAPLI (sistema de acompanhamento de lucro inflacionário) que a contribuinte, quanto ao lucro inflacionário diferido acumulado saldo existente em 31/12/1995, realizara valor inferior à parcela mínima obrigatória anual na demonstração do Lucro Real do anocalendário 1996. Cópia da DIPJ 1997, anocalendário 1996 (fls. 12/24); Telas SAPLI cópia (fls.25/29). Nesse sentido, a infração está assim descrita no auto de infração do IRPJ, anocalendário 1996 (fls. 03/11), in verbis: (...) Realização do Lucro Inflacionário. Na forma do inciso II, do art. 3º da Lei n° 8.200, de 23 de junho de 1991, a parcela da correção monetária das demonstrações financeiras, relativa ao períodobase 1990, que corresponder à diferença verificada no ano de 1990 entre a variação do índice de preços ao consumidor IPC e a variação do BTN Fiscal, será computada na determinação do lucro real, a partir do período base de 1993, de acordo com o critério utilizado para a determinação do lucro inflacionário realizado, quando se tratar de saldo credor. A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deve realizar, no mínimo, dez por cento do lucro inflacionário existente em 31 de dezembro de 1995, no caso de apuração anual do imposto de renda, de acordo com mo art. 8º da Lei n° 9.065/1995; art. 6º, parágrafo único, da Lei n° 9.249/1995 e art. 1º e 2º da Lei n° 9.430/1996. A realização do lucro inflacionário acumulado encontrase disciplinado pelos art. 195, 417, 419 e 420 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 1.041/1994 e pela Lei n° 9.065/1995, art. 5º, "caput" e § 1º e art. 7º, "caput" e § 1º. De acordo com as declarações da empresa, o saldo credor da diferença do IPC/BTNF, corrigido, em 31.12.91 foi de Cr$ 4.787.909.690,00, sendo que em 31.12.95 o saldo desse lucro inflacionário diferido montava R$ 6.777.753,21. Assim, o valor mínimo a ser oferecido à tributação era de R$ 677.775,32. A empresa ofereceu à tributação uma importância inferior, ou seja, de R$ 80.047,03. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 260 7 Portanto, a revisão interna da declaração da pessoa jurídica constatou que a legislação pertinente à tributação do lucro inflacionário diferido não foi observada, gerando insuficiência no cálculo do imposto de renda devido no exercício de 1997, anocalendário 1996. (...) Em face da revisão interna da DIPJ 1997 (anocalendário 1996), o Lucro Real antes das compensações passou de R$ 148.450,01 para R$ 746.178,30. Quando da lavratura do auto de infração, em face da recomposição do Lucro Real do Exercício pela inclusão da diferença da parcela de lucro inflacionário realizado de ofício, o fisco somente levou em consideração os prejuízos compensados, até então, na DIPJ pela contribuinte no valor de R$ 148.450,02, apurando, por conseguinte, diferença de Lucro Real após as compensações no valor de R$ 597.728,29, lançando diferença de IRPJ apagar (valor principal) de R$ 125.432,06, mais juros de mora e multa de ofício de 75%, conforme demonstrativo constante do relatório. A decisão a quo julgou a impugnação procedente em parte, com base em resultado de diligência fiscal, deferindo compensação de até 30% do Lucro Real do Exercício (recomposto) com prejuízos fiscais acumulados de períodos de apuração anteriores, reduzindo, assim, o IRPJ (principal) de R$ 125.432,06 para R$ 106.581,21, bem assim os juros de mora e a multa de ofício, conforme demonstrativo extraído do voto condutor da decisão recorrida (fl.196), in verbis: (...) Lucro Real antes da Compensação de Prejuízos (ficha 07, Linha 27): 746.178,30 Compensação de Prejuízos Fiscais do Próprio PeríodoBase (ficha 07, linhas 28 e 29):0,00 Lucro Real após Comp. Prej. Fiscais do Próprio PeríodoBase (ficha 07, linha 30):746.178,30 Compensação Prej. Fiscais PeríodosBase Anteriores 1991 a 1996 (ficha 07, linha 31): 223.853,49 Lucro Real (ficha 07, linha 36): 522.324,81 Imposto à Alíquota de 15% (ficha 08, linha 01): 78.348,73 Adicional (ficha 08, linha 03): 28.232,48 Imposto de Renda a Pagar (ficha 08, linha 19): 106.581,21 (...) Nesta instância recursal, a recorrente rebelase contra a decisão recorrida, na parte que restou vencida, persistindo na tese de que o lucro inflacionário não seria riqueza nova e, por conseguinte, não geraria acréscimo patrimonial; que o lucro inflacionário seria mero ajuste contábil decorrente da correção monetária das demonstrações financeiras; que não tem consistência econômica para, como fato signopresuntivo de capacidade econômica, servir de Fl. 260DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 261 8 base à incidência tributária; que, em suma, o lucro inflacionário não seria renda nos termos do art. 43 do CTN; que a legislação que determina a tributação do lucro inflacionário seria inconstitucional. Ainda, quanto à compensação de lucro real com prejuízos fiscais, a contribuinte rebelase contra a trava de 30% (trinta por cento) art. 42 da Lei n° 8.981/95 e art.15 da Lei n° 9.065/95 insistindo que teria direito a compensação integral do Lucro Real do anocalendário 1996 com prejuízos acumulados de períodos de apuração anteriores, argumentando que essa limitação seria inconstitucional; que, em suma, faria jus à compensação integral, sem limite, do lucro real com prejuízos fiscais acumulados de períodos de apuração anteriores. Como visto, os pontos controvertidos, suscitados nas razões do recurso, versam acerca de matéria de direito; não há questionamento de matéria fática. LUCRO INFLACIONÁRIO. INSUFICIÊNCIA DE REALIZAÇÃO DA PARCELA MÍNIMA OBRIGATÓRIA ANUAL. ANOCALENDÁRIO 1996. FATO GERADOR DO IMPOSTO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. A figura do Lucro Inflacionário existiu até 31/12/1995, e correspondia ao ganho incorrido pela pessoa jurídica em virtude da aplicação da sistemática de correção monetária das demonstrações financeiras prevista na Lei n° 6.404/76, art. 185. A sistemática de sua apuração consistia, em síntese, em corrigir o valor das contas do Ativo Permanente (AP) e do Patrimônio Líquido (PL) pela variação de um indexador (o último a ser utilizado foi a UFIR — Unidade Fiscal de Referência), lançando a contrapartida da correção numa conta diferencial denominada Resultado da Correção Monetária. Se essa conta apresentasse saldo credor, esse saldo, diminuído da diferença positiva entre a soma das despesas financeiras com as variações monetárias passivas e a soma das receitas financeiras com as variações monetárias computadas no lucro líquido, representava o lucro inflacionário. A legislação permitia o diferimento da tributação do lucro inflacionário, obrigando, contudo, que a cada exercício fosse tributada a parcela desse lucro realizada no período, e determinando que fosse considerada realizada parte do lucro inflacionário acumulado proporcional ao valor, realizado no mesmo período, dos bens e direitos do ativo sujeitos à correção monetária. O art. 23 do Decretolei n° 2.341, de 1987, introduziu a exigência de realização mínima obrigatória do lucro inflacionário, tendo estabelecido o percentual de 10% (dez por cento) para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração anual e 5% (cinco por cento) para o regime semestral, quando o valor determinado de acordo com o § 1° daquele artigo (percentual de realização do ativo) lhe for inferior. A legislação do lucro inflacionário sofreu, no decorrer do tempo, diversas atualizações normativas, conforme dispositivos legais citados no auto de infração e já transcritos anteriormente. Fl. 261DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 262 9 Até que, com o advento do art. 4° da Lei n° 9.249/95, houve revogação da sistemática de correção monetária das demonstrações financeiras, deixando de existir a apuração do lucro inflacionário, a partir de então. Porém, conforme dispôs o art. 7° da referida lei, o saldo do lucro inflacionário acumulado, remanescente em 31 de dezembro de 1995, corrigido monetariamente até essa data, deveria ser realizado de acordo com as regras da legislação então vigentes. Ou seja, o saldo do lucro inflacionário acumulado, que inclui o saldo credor da diferença de correção monetária complementar IPC/BTNF, existente em 31/12/1995, deveria ser tributado, a partir de 01/01/96, em no mínimo 1/120 ao mês ou 10% ao ano, ou ainda, a partir do anocalendário de 1997, em 2,5% ao trimestre. Com isso temse que a realização mínima, a partir do anocalendário de 1996, resulta da aplicação de determinado percentual, conforme a periodicidade da apuração, sobre um mesmo valor (realização linear), que é o saldo do lucro inflacionário a realizar em 31/12/95. Vale dizer: quanto à realização desse saldo de lucro inflacionário existente em 31/12/1995, se o contribuinte não optou por realizálo na época em parcela única (realização incentivada), a legislação de regência, por conseguinte, impôs a obrigatoriedade de sua realização em até 10 (dez) anos, com realização mínima obrigatória anual de 10% (realização linear), a partir de 01/01/1996. Nesse sentido, transcrevo os arts. 447 e 449 do RIR/99, in verbis: Art. 447.O saldo do lucro inflacionário remanescente em 31 de dezembro de 1995, atualizado monetariamente até essa data, será realizado de acordo com as regras contidas nesta Seção (Lei nº 9.249, de 1995, art. 7º). (...) Art.449. A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deverá realizar, no mínimo, dez por cento do lucro inflacionário existente em 31 de dezembro de 1995, no caso de apuração anual de imposto de renda ou dois e meio por cento no caso de apuração trimestral, quando o valor assim determinado resultar superior ao apurado na forma do artigo anterior (Lei nº 9.065, de 1995, art. 8º, Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º, parágrafo único, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º ). A base de cálculo da parcela de realização obrigatória mínima anual de 10% é o saldo do lucro inflacionário acumulado a realizar existente em 31/12/1995 (saldo corrigido até essa data) e não o saldo remanescente após cada realização mínima anual (realização deve ser linear sempre sobre a mesma base de cálculo, o que implica parcelas iguais anualmente). Como demonstrado no auto de infração, no anocalendário 1996 a recorrente deveria ter realizado parcela mínima obrigatória de lucro inflacionário de 10% quanto ao saldo acumulado diferido de lucro inflacionário existente em 31/12/1995, porém o fez a menor. Por isso, da realização de lucro inflacionário, de ofício, da diferença da parcela mínima obrigatória desse ano. Quanto à alegação de que o lucro inflacionário não se subsume ao fato gerador do imposto (art. 43 do CTN), não cabe ao julgador administrativo, enfrentar no mérito, Fl. 262DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 263 10 a arguição de inconstitucionalidade de legislação de regência, vigente, atinente ao lucro inflacionário, ou deixar de aplicála, pois está vinculado à lei, sob pena de responsabilidade funcional (CTN, art. 142). A legislação de regência vigente na data do fato gerador do imposto goza de presunção de legalidade e constitucionalidade, pois foi editada pelo Poder Público na forma do processo legislativo previsto na Carta da República e persiste válida, enquanto não suspensa por ordem judicial ou enquanto não retirada do ordenamento jurídico. Na verdade, na esfera administrativa o escopo do julgamento não é o controle de legalidade da legislação aplicada (eventuais ou pretensos vícios formais ou materias da lei), mas tão somente o controle de legalidade do ato administrativo de lançamento – auto de infração – se foi, ou não, produzido de acordo com a legislação de regência (CTN, art. 144). No caso, o lançamento fiscal foi efetuado em consonância com a legislação de regência do fato gerador do imposto. Como já dito, não cabe aos órgãos de julgamento conhecer da arguição de inconstitucionalide de lei, pois, em face da adoção do princípio da Jurisdição Una pela Carta da República, o controle de legalidade da legislação é competência do Poder Judiciário. A propósito, esse entendimento é pacífico neste Egrégio Conselho Administrativo cuja matéria já se encontra sumulada: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, deve ser mantida a decisão recorrida, pois o lucro inflaciário configura acréscimo patrimonial, nos termos do art. 43 do Código TributárioNacional e da legislação de regência citada no auto de infração. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. TRAVA DE 30%. CONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DE MÉRITO DO PLENO DO STF. Neste Egrégio Conselho Administrativo, é entendimento pacífico que incide, sim, a trava de 30% (trinta por cento) na compensação do lucro líquido ajustado (lucro real antes das compensações) com prejuízos fiscais, cuja matéria, por ser pacífica, encontrase sumulada, consoante Súmula CARF nº 03: Para a determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro, a partir do anocalendário de 1995, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento, tanto em razão da compensação de prejuízo, como em razão da compensação da base de cálculo negativa. Ademais, se alguma dúvida, eventualmente pudesse existir, quanto à constitucionalidade dessa limitação de compensação, o Supremo Tribunal Federal já pôs fim a essa discussão jurídica. Vale dizer, a matéria, no mérito, foi enfrentada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na Sessão de 25/03/2009, quando, por maioria, negou provimento ao Fl. 263DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 264 11 Recurso Extraordinário (RE 344994PR) ajuizado contra decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, que julgou constitucionais os artigos 42 e 58 da Lei 8981/95. Os dispositivos limitaram a 30% a compensação do Lucro Real com prejuízos acumulados em anosbase anteriores, para fins de cálculo do imposto de renda sobre o lucro das empresas. Em resumo, dessa decisão do Pleno do STF, extraíse: que a norma, no caso, trata de um abatimento dos prejuízos verificados pela empresa; que se trata, na verdade, de um “favor fiscal” e, como benefício, se restringe às condições fixadas em lei. É a lei vigorante, no exercício fiscal do aproveitamento do crédito, que definirá se o benefício será calculado sobre 10, 20 ou 30%, ou mesmo sobre a totalidade do lucro líquido; que, até que encerrado o exercício fiscal ao longo do qual se forma e se conforma o fato gerador do imposto de renda, o contribuinte tem mera expectativa de direito quanto à manutenção dos patamares fixados para esse benefício pela legislação que regia os exercícios anteriores (não há regime jurídico adquirido para compensação de prejuízos); que essa norma não trata de qualquer alteração de base de cálculo do tributo. Exatamente, por isso, não há quebra dos princípios da irretroatividade ou do direito adquirido, até porque a Lei nº 8.981/95 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência; que a lei trata de deduções, “cuja projeção, para exercícios futuros, foi autorizada, e autorizada nos termos da lei, que poderá naturalmente, ampliar ou reduzir a proporção desse aproveitamento”. A propósito, transcrevo a ementa da decisão do Pleno do STF (RE 344.994 PR), Sessão de 25/03/2009, Relator Min. Marco Aurélio: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. DEDUÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. LIMITAÇÕES. ARTIGOS 42 E 58 DA LEI N. 8.981/95. CONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 150, INCISO III, ALÍNEAS A E B, E 5º, XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. O direito ao abatimento dos prejuízos fiscais acumulados em exercícios anteriores é expressivo de benefício fiscal em favor do contribuinte. Instrumento de política tributária que pode ser revista pelo Estado. Ausência de direito adquirido. 2. A Lei n. 8.981/95 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência. Prejuízos ocorridos em exercícios anteriores não afetam fato gerador nenhum. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Portanto, deve ser mantida a decisão recorrida, pois a aplicação da trava de 30%, na compensação de Lucro Real do exercício com prejuízo fiscal de períodos de apuração anteriores, é constitucional, independentemente da época que o prejuízo fiscal foi gerado, se antes ou depois da Lei nº 8.981/95. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL Processo nº 10920.000955/200128 Acórdão n.º 1802001.294 S1TE02 Fl. 265 12 Por tudo que foi exposto, voto para NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 265DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por NELSO KICHEL
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720956/2010-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2006 a 30/03/2006
PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE PIS/PASEP. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO.
Nos termos do art. 33 do Decreto nº. 70.235/72, não se conhece, por intempestivo, de Recurso Voluntário protocolizado após o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência da decisão proferida pela instancia anterior.
Numero da decisão: 3401-001.927
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, não se conhecer do Recurso Voluntário por ter sido interposto intempestivamente.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 17/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2006 a 30/03/2006 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE PIS/PASEP. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 33 do Decreto nº. 70.235/72, não se conhece, por intempestivo, de Recurso Voluntário protocolizado após o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência da decisão proferida pela instancia anterior.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10280.720956/2010-66
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5179795
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3401-001.927
nome_arquivo_s : Decisao_10280720956201066.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
nome_arquivo_pdf_s : 10280720956201066_5179795.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, não se conhecer do Recurso Voluntário por ter sido interposto intempestivamente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator. EDITADO EM: 17/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
id : 4432762
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217094156288
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1880; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 175 1 174 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.720956/201066 Recurso nº 945.632 Voluntário Acórdão nº 3401001.927 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 21 de agosto de 2012 Matéria PEDIDO DE RESSARCIMENTO Recorrente J C COMERCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2006 a 30/03/2006 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE PIS/PASEP. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 33 do Decreto nº. 70.235/72, não se conhece, por intempestivo, de Recurso Voluntário protocolizado após o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da ciência da decisão proferida pela instancia anterior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, não se conhecer do Recurso Voluntário por ter sido interposto intempestivamente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 17/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de crédito de PIS/Pasep (fls. 3/5), no valor de R$ 12.551,09, referente ao 1º trimestre de 2006. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 09 56 /2 01 0- 66 Fl. 176DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 7/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALV ES RAMOS 2 A DRF/Belém indeferiu o pleito, sob o argumento de que a legislação vigente exclui a possibilidade de compensação de créditos originados de operações monofásicas e, que nesta sistemática, a tomada de créditos por comerciantes atacadistas e varejistas é expressamente vedada pelo ordenamento jurídico pátrio, de acordo com a alínea b do inciso I do art. 3º das Leis nº. 10.637/02 e 10.833/03. Sendo assim, a DCOMP não foi homologada. Cientificada da decisão, em 20.5.2011, a interessada apresentou, em 15.6.2011, manifestação de inconformidade, alegando, em síntese: a) A Lei nº. 11.033/04 permite que os revendedores de máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, quando adquirirem produtos sujeitos à alíquota zero na saída, como ocorre com os sujeitos à tributação monofásica, procedam a escrituração e manutenção do PIS e da Cofins decorrente das aquisições realizadas dos fabricantes e importadores; b) O art. 17 da Lei nº. 11.033/04 autoriza a manutenção pelo revendedor dos créditos decorrentes de venda com suspensão, isenção, alíquota zero ou nãoincidência. Diante da clareza da legislação citada, não há como negar aos atacadistas ou varejistas de qualquer dos produtos sujeitos à tributação monofásica o direito ao crédito relativo à aquisição destes produtos; c) A vedação aos créditos nos casos de incidência monofásica, bem como dos produtos constantes da Lei nº. 10.485/2002, apenas prevalecia enquanto em vigor a redação original da Lei nº. 10.833/2003, em especial incisos III e IV do § 3º do art. 1º; d) Mesmo que se entenda que a restrição do § 1º do art. 2º da Lei nº 10.833/03 alcançava as vendas por comerciantes atacadistas e varejistas, também após as alterações perpetradas pela Lei nº. 10.865/2004, o que se admite por mera hipótese, tal restrição restou afastada pelo art.17, da Lei nº 11.033/2004; e) O referido art. 17, da Lei nº 11.033/2004, revogou o comando do art. 3º, alínea b da Lei nº. 10.833/2003, que negava o aludido direito ao crédito, nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil; f) Quanto às vendas dos produtos e mercadorias arrolados no §1º do art. 2º, da Lei nº. 10.833/2003, somente os produtores e importadores estão impedidos da manutenção dos créditos, o que não se aplica aos revendedores das mesmas mercadorias e produtos; g) A RFB, a partir de 2007, além de negar vigência à Lei Federal, passou a Constituição Federal, ao desrespeitar o princípio da igualdade tributária previsto em seu art. 150, inc. II; h) O princípio da igualdade proíbe que seja estabelecido um tratamento diferenciado entre os contribuintes em uma mesa situação sem que haja critérios legitimadores dessa diferenciação entre os mesmos; i) Para que haja discriminação, devem existir motivos razoáveis para tal. No caso em tela, inexiste motivação para o “ato segregador”, razão pela qual a negativa de manutenção dos créditos pleiteados viola o princípio da igualdade tributária; j) O próprio art. 17 da Lei nº 11.033/2004 não faz nenhuma distinção em relação à forma de tributação da origem do crédito. Aliás, a parte final do dispositivo, exige apenas que os créditos estejam vinculados a essas operações de venda; k) Qualquer limitação à manutenção dos créditos decorrentes da venda de produtos sujeitos ao regime monofásico, estando o contribuinte vinculado à sistemática da não cumulatividade, é inconstitucional por violar o princípio da igualdade. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 7/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALV ES RAMOS Processo nº 10280.720956/201066 Acórdão n.º 3401001.927 S3C4T1 Fl. 176 3 Em 12.12.2011, a 3ª Turma da DRJ/BEL julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, sob os seguintes argumentos: a) Quanto às alegações de inconstitucionalidade e ilegalidade dos atos normativos em questão, não cabe à esfera administrativa este julgamento. Esta é responsável apenas por garantir o cumprimento das normas tributárias; b) A Lei nº. 10.637/2002, que instituiu a incidência não cumulativa do PIS/Pasep, é clara ao vedar a apuração de créditos pelos revendedores de bens sujeitos à incidência monofásica; c) O art. 17 da Lei nº 11.033/2004 não tem o alcance de manter créditos cuja aquisição a lei veda desde a sua definição. Efetivamente, ele não revogou o art. 3º, inciso I, alínea b da Lei nº 10.637/2002, nem dá respaldo à pretensão aos revendedores de autopeças e veículos de apropriar créditos relativos à compra de tais produtos e do subseqüente ressarcimento em dinheiro; Em 8.3.2012, a contribuinte foi cientificada da decisão e, em 12.4.2012, apresentou, intempestivamente, Recurso Voluntário repisando os argumentos de sua Manifestação de Inconformidade. Por fim, requer que seja declarado ao recorrente comerciante produtos sujeitos à tributação monofásica o direito à manutenção dos créditos de PIS e Cofins decorrentes dos produtos adquiridos para revenda, com base no art. 17da Lei 11.033/2004. Pede, ainda, pela reforma total da decisão exarada que indeferiu o pedido de ressarcimento para que o mesmo seja julgado procedente e, conseqüentemente, homologadas as compensações efetuadas por meio de PER/DCOMPs. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE O recurso tem um prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado conforme a art. 33 do Decreto nº. 70.235/72, que transcrevo abaixo: “Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão.” No caso em tela, o protocolo se deu após este lapso temporal, sendo assim intempestivo. A Contribuinte foi intimada da decisão da DRJ em 8.3.2012, conforme aviso de recebimento juntado à fl. 135 e informação constante na fl. 136, entretanto, só protocolizou o seu recurso em 12.4.2012. Deste modo, não conheço do recurso, por sua intempestividade. É como voto. Sala das Sessões, em 21 de agosto de 2012. Fl. 178DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 7/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALV ES RAMOS 4 Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE – Relator. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 7/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALV ES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001170/2010-49
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 28 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 30/10/2007
CONTRIBUIÇÃO A TERCEIRAS ENTIDADES
Toda empresa está obrigada a recolher a contribuição devida aos Terceiros, incidente sobre a totalidade da remuneração paga aos segurados empregados
REMUNERAÇÃO INDIRETA - REMUNERAÇÃO - CONCEITO
Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, decorrentes do contrato de trabalho.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS - INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO
Para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria.
Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição à terceiras entidades.
O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição.
LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA C, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA APLICADA ATÉ 11/2008.
A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea c, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora até 11/2008, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2301-003.094
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso na questão da decadência, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento parcial, pela aplicação do § 4º, Art. 150 do CTN; b) em negar provimento ao recurso na questão da não integração ao Salário de Contribuição das verbas pagas a título de Participação nos Lucros e Resultados, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão. O Conselheiro Marcelo Oliveira acompanhou a votação por suas conclusões; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Sustentação oral: Rubem Tadeu C. Pelingeiro. OAB: 71.430/RJ. Declaração de voto: Mauro José Silva e Damião Cordeiro de Moraes. Redator: Mauro José Silva
Marcelo Oliveira - Presidente.
Bernadete De Oliveira Barros - Relator.
Mauro José Silva - Redator designado.
Declaração de voto: Mauro José Silva e Damião Cordeiro de Moraes
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 30/10/2007 CONTRIBUIÇÃO A TERCEIRAS ENTIDADES Toda empresa está obrigada a recolher a contribuição devida aos Terceiros, incidente sobre a totalidade da remuneração paga aos segurados empregados REMUNERAÇÃO INDIRETA - REMUNERAÇÃO - CONCEITO Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, decorrentes do contrato de trabalho. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS - INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO Para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição à terceiras entidades. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA C, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA APLICADA ATÉ 11/2008. A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea c, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora até 11/2008, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 28 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 16327.001170/2010-49
anomes_publicacao_s : 201301
conteudo_id_s : 5182972
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat Feb 02 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2301-003.094
nome_arquivo_s : Decisao_16327001170201049.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
nome_arquivo_pdf_s : 16327001170201049_5182972.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso na questão da decadência, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento parcial, pela aplicação do § 4º, Art. 150 do CTN; b) em negar provimento ao recurso na questão da não integração ao Salário de Contribuição das verbas pagas a título de Participação nos Lucros e Resultados, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão. O Conselheiro Marcelo Oliveira acompanhou a votação por suas conclusões; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Sustentação oral: Rubem Tadeu C. Pelingeiro. OAB: 71.430/RJ. Declaração de voto: Mauro José Silva e Damião Cordeiro de Moraes. Redator: Mauro José Silva Marcelo Oliveira - Presidente. Bernadete De Oliveira Barros - Relator. Mauro José Silva - Redator designado. Declaração de voto: Mauro José Silva e Damião Cordeiro de Moraes Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
dt_sessao_tdt : Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2012
id : 4463473
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:56:10 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217104642048
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 42; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2441; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 454 1 453 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.001170/201049 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 2301003.094 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de setembro de 2012 Matéria SALÁRIO INDIRETO: PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS Recorrente CREDIT SUISSE BRASIL S/A CTVM Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 30/10/2007 CONTRIBUIÇÃO A TERCEIRAS ENTIDADES Toda empresa está obrigada a recolher a contribuição devida aos Terceiros, incidente sobre a totalidade da remuneração paga aos segurados empregados REMUNERAÇÃO INDIRETA REMUNERAÇÃO CONCEITO Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, decorrentes do contrato de trabalho. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO Para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição à terceiras entidades. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA “C”, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA APLICADA ATÉ 11/2008. A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea “c”, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 11 70 /2 01 0- 49 Fl. 478DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 2 multa mora até 11/2008, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso na questão da decadência, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento parcial, pela aplicação do § 4º, Art. 150 do CTN; b) em negar provimento ao recurso na questão da não integração ao Salário de Contribuição das verbas pagas a título de Participação nos Lucros e Resultados, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão. O Conselheiro Marcelo Oliveira acompanhou a votação por suas conclusões; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Sustentação oral: Rubem Tadeu C. Pelingeiro. OAB: 71.430/RJ. Declaração de voto: Mauro José Silva e Damião Cordeiro de Moraes. Redator: Mauro José Silva Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Mauro José Silva Redator designado. Declaração de voto: Mauro José Silva e Damião Cordeiro de Moraes Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 479DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 455 3 Relatório Tratase de crédito lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas às Terceiras Entidades e Fundos. Consta do Relatório Fiscal do AI (fls. 10), que o fato gerador das contribuições lançadas foi o pagamento aos empregados, de valores intitulados Participação nos Lucros ou Resultados, em desacordo com a legislação específica. O agente autuante informa que os PLRs apresentados pela recorrente não atendem ao disposto na Lei 10.101/2000, pois não estabelecem critérios a serem cumpridos, não foram pactuados previamente e foram firmados sem a participação de representante indicado pelo Sindicado. Esclarece que a convenção coletiva de trabalho do ano de 2005, firmada entre o sindicato e a empresa, não trata da distribuição de lucros ou resultados, e o acordo de PLR do mesmo ano apenas demonstra a forma de aferição e cálculo do valor a ser distribuído para cada empregado, trazendo os elementos relevantes na avaliação, mas sem nenhuma objetividade, não trazendo, em momento algum, objetivos claros a serem atingidos. Assevera que o mesmo ocorre nos acordos de PLRs de 2004, 2006 e 2007, com a agravante que tais acordos e seus respectivos anexos foram assinados no ano seguinte, caso de 2004, ou ao final do ano a ser avaliado, ou seja, em 10/02/2005, 22/12/2006 e 27/12/2000, respectivamente Observa, ainda, a existência de uma disparidade entre o valor pago mensalmente ao empregado a título de salário e o valor distribuído a título de PLR, sendo que a média em 2005 foi de PLR 28 vezes maior que a remuneração mensal do trabalhador, a de 2006 foi de 13 vezes, e a de 2007 de 8 vezes, chegando a situações individuais de 85, 74, 61 vezes o salário mensal de contribuição, A empresa notificada apresentou defesa e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 1634.177, da 13a Turma da DRJ/SP1, (fls. 393), julgou a Impugnação Improcedente, mantendo o Crédito Tributário. Cientificada da decisão de primeira instância, a recorrente apresentou recurso tempestivo alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, alega decadência da competência 01/2005, com a aplicação da regra do art. 150, § 4o, do CTN, uma vez que houve recolhimento de contribuição sobre a folha de pagamento em todo período do débito, e a ciência do AI pela recorrente se deu em 01/09/2010. No mérito, alega que a PLR é imune a contribuições sociais, conforme art. 7o, XI, da CF/88, e que a expressão “conforme definido em lei” se aplica somente à parte final do referido dispositivo. Fl. 480DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 4 Cita a doutrina e jurisprudência para reforçar o entendimento de que os valores pagos a título de PLR são desvinculados da remuneração por expressa determinação constitucional. Tenta demonstrar que, no caso presente, a recorrente observou as disposições da lei 10.101/2010, pois os acordos foram firmados com a participação do sindicato, e reproduz as cláusulas dos acordos para comprovar suas afirmações. Esclarece que o Acordo de PLR é pautado por um plano de metas individuais e específica de cada empregado, estabelecidas de forma objetiva após análises e discussões internas entre a diretoria, os gerentes das diversas áreas e os próprios empregados, e cujas diretrizes estão previstas no parágrafo primeiro, da cláusula Terceira, do anexo I, sendo que todos os empregados têm acesso às informações relativas às premissas e aos resultados previstos no Acordo do PLR, através dos meios internos de comunicação. Informa que durante o ano o empregado e seu supervisor imediato revisam o andamento dessas metas, conforme regra contida na cláusula sexta do acordo e, no final do ano, ambos analisam a performance do avaliado em relação às metas estabelecidas no início do ano, sendo que tanto a revisão das metas quanto a avaliação dos empregados são efetuados pelo Sistema denominado “My Performance”. Ressalta que tal programa faz parte do acordo de PLR por expressa referência no parágrafo primeiro, da Cláusula Sexta, o que não deixa dúvidas de que as metas estipuladas por meio do referido programa integram os Acordos de PLR e, portanto, foram chanceladas pelo sindicato. Argumenta que não procede o entendimento de que não haveria estipulação de regras claras e objetivas referentes aos direitos dos empregados e dos mecanismos de aferição , uma vez que, pela simples leitura do acordos de PLR e do manual de uso do Programa “My Performance”, somada aos esclarecimentos prestados pela recorrente, é possível constatar que a recorrente tem um programa de PLR claro e criterioso. Quanto a afirmação da Decisão de que as metas estipuladas seriam subjetivas, sustenta que a referida cláusula terceira apenas estabelece as diretrizes gerais do plano de metas acordado entre as partes, estando as metas específicas previstas objetivamente no programa “my performance”, de forma a não gerar dúvida aos empregados sobre os itens que serão considerados nas suas avaliações para fins de PLR. Defende que o fato de os acordos de PLR relativos aos anosbase 2006 e 2007 terem sido assinados em 12/2006 e 12/2007, respectivamente, não implica a descaracterização do programa, uma vez que as metas para fins de avaliação dos funcionários foram fixadas no início dos respectivos anos. Cita acórdãos deste Conselho e junta cópia de correspondência enviadas aos seus empregados para comprovar suas afirmações e, caso seja necessário, protesta pela realização de perícia para afastar eventual dúvida acerca desse fato. Em relação à disparidade entre o valor da PLR paga pela recorrente e o valor do salário dos respectivos beneficiários, alega que não há na Lei 10.101/00 nenhuma regra que limite o valor da PLR ou que disponha que ela deve tomar por base o montante dos salário dos empregados. Argumenta que ainda que as parcelas pagas pela recorrente aos seus empregados não pudessem ser caracterizadas como PLR, o auto seria improcedente na medida Fl. 481DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 456 5 em que se exige contribuições sobre ganhos eventuais, conforme art. 28, § 9o, alínea e, item 7, da Lei 8.212/91. Insurgese contra a cobrança de contribuição ao INCRA, observando que o Plenário do STF reconheceu a repercussão geral no RE 630.898, em que se discute a constitucionalidade e a natureza jurídica da contribuição à referida terceira entidade. Solicita que o julgamento do processo em tela seja sobrestado até o exame da matéria pelo STF, nos termos do art. 62A, da Portaria 256/2009, com a redação dada pela Lei 586/2010. Por fim, requer que a multa de mora seja excluída do valor do crédito, em razão da edição da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, que deu nova redação ao art. 35 da Lei 8.212/91, e introduziu o art. 35A. É o relatório. Fl. 482DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 6 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e não há óbice para seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a autuada alega decadência da competência 01/2005, com a aplicação da regra do art. 150, § 4o, do CTN, uma vez que houve recolhimento de contribuição sobre a folha de pagamento em todo período do débito, e a ciência do AI pela recorrente se deu em 01/09/2010. No entanto, o caso presente se refere a contribuição incidente sobre verba que a recorrente não considerava como base de cálculo da contribuição previdenciária, tratandose, portanto, de lançamento de ofício, para o qual não houve adiantamento do tributo, caso em que se aplica o disposto no art. 173, do CTN, transcrito a seguir: Art.173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva à decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo Único O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. O AI foi consolidado em 24/08/2010, e sua cientificação ao sujeito passivo se deu em 01/09/2010 Dessa forma, considerando o exposto acima, constatase que não se operara a decadência do direito de constituição do crédito, pois, para as competências compreendidas entre 01/2005 a 10/2007, iniciase a contagem do prazo em 01/01/2006, que é o primeiro dia do exercício seguinte àquele que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos temos do dispositivo legal transcrito acima. Portanto, para a competência 01/2005, o Fisco se encontra ainda no direito de cobrar a contribuição devida lançada. No mérito, a recorrente alega que a PLR é imune a contribuições sociais, conforme art. 7o, XI, da CF/88, e que a expressão “conforme definido em lei” se aplica somente à parte final do referido dispositivo. Todavia, a não vinculação da participação nos lucros à remuneração não é auto aplicável e, ao contrário do que afirma a recorrente, a Constituição Federal remeteu, sim, à lei, a função de estabelecer critérios e regras para desvincular a participação nos lucros da Fl. 483DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 457 7 remuneração, o que, entendo, foi feito com muita propriedade pelo legislador, ao editar a Lei 10.101/00. Esse é também o entendimento da Consultoria Jurídica do MPS, conforme Parecer 1748/99 cujo trecho transcrevo a seguir: 6. A parcela denominada participação nos lucros é uma garantia constitucional nos termos do inciso XI do art. 7º, in verbis: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visam à melhoria de sua condição social: XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. (grifei) 7. No entanto, o direito a participação dos lucros, sem vinculação à remuneração, não é auto aplicável, sendo sua eficácia limitada a edição de lei, consoante estabelece a parte final do inciso anteriormente transcrito. 8. Necessita portanto, de regulamentação para definir a forma e os critérios de pagamento da participação nos lucros, com a finalidade precípua de se evitar desvirtuamento dessa parcela. 9. A regulamentação ocorreu com a edição da Medida Provisória nº 794, 29 de dezembro de 1994, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas e dá outras providências, hoje reeditada sob o nº 1.76956, de 8 de abril de 1999. 10. A partir da adoção da primeira Medida Provisória e nos seus termos, passou a ser lícito o pagamento de participação nos lucros desvinculada da remuneração, mas, destaco, a desvinculação da remuneração só ocorrerá se atender os requisitos pré estabelecidos. Nesse sentido, a condição de se tratar ou não de salário não está vinculada ao interesse da fonte pagadora em, com aquele pagamento, assalariar ou não seu empregado. Ou seja, não é o nome do pagamento ou a vontade da empresa em si que vai determinar sua natureza jurídica. O que irá afastar a verba paga a título de Participação nos Lucros e Resultados da incidência tributária é a estreita observância à legislação específica que trata da matéria. A Lei 10.101/00 estabelece os critérios para o pagamento do PRL e a Lei 8.212/91 determina que apenas não integra o salário de contribuição a participação nos lucros paga de acordo com o estabelecido na lei específica. Vale ressaltar que a observância ao ordenamento jurídico infraconstitucional, em especial as disposições legais inseridas na Lei 8.212/91, não agride as garantias constitucionais previstas no art. 7º, da Constituição Federal, vez que se encontra insculpida, em toda a Constituição, o respeito ao princípio da legalidade. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 8 Portanto, para não integrar a base de cálculo da contribuição aos terceiros, o pagamento a título de PLR deve seguir o que determina a Lei 10.101/00: Esse também é o entendimento da ministra Eliana Calmon, do STJ, que se manifestou no sentido de que, para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a questão. Para a ministra, ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição social. Dessa forma, no caso presente impõe verificar se, no pagamento das parcelas a título de Participação nos Resultados pela empresa autuada, foram observados os critérios e regras estabelecidos pela Lei 10.101/00. A fiscalização entendeu que os PLR apresentados pela recorrente não atendem o disposto na Lei 10.101/00. O referido dispositivo legal estabelece que: Art.2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente . (grifei) Assim, para que seja isenta de contribuições previdenciárias, o programa de PLR da empresa deveria ser negociada entre a empresa e seus empregados, mediante acordo coletivo ou comissão escolhida pelas partes, integrada por um representante sindical dos trabalhadores, e o instrumento decorrente dessa negociação deveria estabelecer regras claras e objetivas, impondo critérios e condições para que o segurado empregado faça jus ao recebimento do pagamento. A fiscalização constatou que a convenção coletiva de trabalho do ano de 2005 não faz menção sobre distribuição de lucros ou resultados, e o acordo de PLR do mesmo ano não traça as metas e critérios com objetividade. Fl. 485DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 458 9 Observase, dos documentos acostados aos autos, tanto pela fiscalização quanto pela recorrente, que o Acordo Coletivo não estabelece metas ou critérios de aferição. As metas para cada empregado foram definidas por meio de programa interno, denominado “My Performance”, sem a participação do sindicato, o que contraria o disposto no § 1o, do artigo 2o, da Lei 10.101/00. Assim, como bem observado pelo Julgador de Primeira Instância, a não participação da entidade sindical nas negociações de estabelecimento das metas e das regras representam um risco para os trabalhadores, nos casos de ocorrência de alguma situação de conflito. Ademais, conforme se observa da leitura do Anexo dos Acordos acostados aos autos, as regras estão permeadas de subjetividade e submetem os empregados ao arbítrio do empregador, pois na fixação das regras, a própria empresa registra que há aspectos subjetivos a serem considerados e, nos outros aspectos que ela conceitua como sendo “objetivos”, condiciona seus empregados à avaliação de aspectos de cunho totalmente subjetivos, como atitude e potencial de crescimento. Portanto, não há regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação. O mesmo ocorre para os PLRs de 2004, 2006 e 2007, com o agravante de que, para esses anos, os acordos de PLR foram firmados ou no início do ano seguinte, ou no final do ano base, ou seja, em 10/02/2005, 22/12/2006 e 27/12/2000, respectivamente. Porém, entendo que para fazerse cumprir o estabelecido no § 1º do art. 2º da Lei nº 10/101/2000, que determina a existência de regras claras e objetivas, mecanismos de aferição etc, é imprescindível que tais questões sejam decididas, com a participação dos empregados e do sindicato, antes do início do exercício, findo o qual a empresa pretende dividir os lucros ou resultados. Nesse sentido que o Conselho de Contribuintes vem se manifestando, conforme julgamento do recurso 161054, cujo trecho do voto da relatora Ana Maria Bandeira, transcrevo abaixo “Da análise das cópias dos acordos apresentados, verificase que os mesmos foram firmados ao final do exercício. Entendo que para fazer valer o que dispõe o § 1º do art. 2º da Lei nº 10/101/2000 que determina a existência de regras claras e objetivas, mecanismos de aferição etc, é imprescindível que tais questões sejam decididas a priori, ou seja, antes do início do exercício, findo o qual, a empresa pretende dividir os lucros com seus empregados. Os acordos firmados pela recorrente foram todos posteriores ao início do exercício para o qual deveria ser aferida a participação dos empregados na obtenção do lucro ou resultado. Ainda que a recorrente alegue que a as regras foram exaustivamente debatidas e que as metas negociadas eram do conhecimento dos empregados, deveria formalizar o resultado de Fl. 486DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 10 tal negociação anteriormente ao período a ser avaliado mediante o instrumento próprio que deveria conter de forma clara e objetiva as metas, a forma de avaliação, bem como a forma de participação no possível resultado ou lucro. Da análise dos documentos de acordo juntados aos autos (fls. 31/56), verificase que os mesmos não foram elaborados de acordo com o argüido no parágrafo anterior, além de terem sido firmados posteriormente ao período a ser avaliado. Os próprios acordos trazem a previsão de estabelecimento de metas a serem atingidas pelos empregados, levando a inferir que se trataria de uma previsão para o futuro e não para um exercício passado. Asseverese que tais questões não podem se dar de forma tácita, portanto, a formalização no tempo certo deve ser observada. A meu ver, a recorrente não procedeu de acordo com a lei que rege a matéria, não estabeleceu previamente regras, metas ou mecanismos de aferição, para que ficasse claro aos empregados o que a empresa esperava dos mesmos para que fizessem jus ao benefício. Vale dizer que o que diferencia o pagamento de participação dos lucros e prêmios por resultados obtidos reside justamente na observância expressa do que dispõe a Lei nº 10.101/2000. O pagamento efetuado pela empresa, chamado de participação nos lucros, da forma como foi feito, mais se assemelha a um prêmio pelos resultados obtidos e, como tal, integra o salário de contribuição. Diante do exposto e considerando tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER do recurso e NEGARLHE PROVIMENTO.” Assim, ao não estabelecer previamente, em negociação conjunta com sindicato e empregados, as regras para a concessão da PRL, a recorrente descumpriu os ditames da Lei que trata da matéria, não fazendo jus, portanto, à isenção prevista na Lei 8.212/91. Em relação à disparidade entre o valor da PLR paga pela empresa autuada e o valor do salário dos respectivos beneficiários, a recorrente alega que não há, na Lei 10.101/00, nenhuma regra que limite o valor da PLR ou que disponha que ela deve tomar por base o montante dos salário dos empregados. Contudo, em nenhum momento a fiscalização afirmou que a Lei dispõe que a PLR deve tomar por base o salário, e sim que a Lei veda que a PLR substitua ou complemente a remuneração do trabalhador. O que chama atenção no caso é a discrepância entre o valor pago a título de PLR e o salário do beneficiário. Conforme verificado, o valor da Participação nos Lucros e Resultados de 2005, por exemplo, foi em média 28 vezes maior que a remuneração mensal do trabalhador, Fl. 487DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 459 11 chegando a situação individual de o empregado receber um PLR de 85 vezes o seu salário mensal. Entendo que um trabalhador que recebe, a título de PLR, um valor tão consideravelmente superior a sua remuneração, e por 05 anos consecutivos, manterá um padrão de vida compatível com o poder aquisitivo que essa Participação nos Lucros lhe proporciona, que, no caso da empresa, é paga semestralmente. No entanto, como, no entendimento da recorrente, essa PLR de valor tão superior à remuneração não integra o salário de contribuição do empregado, ele também não se reverterá em benefícios previdenciários para o trabalhador, o que acaba por prejudicálo. Ademais, é difícil crer que a recorrente remunera seus empregados com valores tão aquém do valor relativo à Participação nos Lucros, pois isso significaria que ela valoriza pouco quem contribui muito para a obtenção de seus lucros. Entendo que o fato de um trabalhador receber, por exemplo, 85 vezes seu salário a título de PLR, demonstra que contribuiu de forma considerável para a obtenção de lucro pela empresa, e que o salário a ele pago não está remunerando, com justiça, o serviço por ele prestado, sendo, na realidade, as quantias pagas a título de PLR a sua verdadeira remuneração. Também por esse motivo entendo que os valores creditados a título de PLR aos empregados da recorrente integram o salário de contribuição. A recorrente alega que ainda que se as parcelas pagas aos seus empregados não pudessem ser caracterizadas como PLR, o auto seria improcedente na medida em que se exige contribuições sobre ganhos eventuais, conforme art. 28, § 9o, alínea e, item 7, da Lei 8.212/91. No entanto, entendo que não estamos diante de um pagamento eventual, já que o ganho habitual passível de exação não é necessariamente aquele valor auferido mês a mês, trimestralmente ou mesmo bimestralmente etc. Há verbas pagas no decorrer do contrato de trabalho, ainda que não sejam auferidas nessas condições, e que não podem ser vistas como meramente eventuais. No caso sob análise, não há dúvida de que o pagamento realizado pela empresa e por ela intitulado Participação nos Lucros revestese de habitualidade, já que é de conhecimento de todos os empregados que, na data acordada, farão jus ao recebimento do valor ajustado. Assim, o conhecimento prévio de que tal pagamento será realizado retiralhe o caráter da eventualidade, tornandoo habitual. Há, portanto, uma expectativa criada que se sobrepõe ao fato de os valores percebidos pelos segurados empregados não serem rotineiros ou serem de diferentes valores nos vários anos. Essa expectativa criada, o costume e a certeza do pagamento gera a habitualidade e afasta por completo a eventualidade. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 12 Por tudo que foi exposto acima, concluo que a verba intitulada Participação nos Resultados foi paga em desconformidade com a legislação que rege a matéria. E, como a alínea “j”, do § 9º, do art. 28 da Lei 8.212/91, isenta de contribuição apenas a participação nos lucros ou resultados da empresa quando paga ou creditada de acordo com a lei específica, no caso a Lei nº 10.101/99, a referida verba, paga pela autuada em desacordo com o mencionado diploma legal, integra o salário de contribuição. A autuada insurgese, ainda, contra a cobrança de contribuição ao INCRA, observando que o Plenário do STF reconheceu a repercussão geral no RE 630.898, em que se discute a constitucionalidade e a natureza jurídica da contribuição à referida terceira entidade, e requer que o julgamento do processo em tela seja sobrestado até o exame da matéria pelo STF, nos termos do art. 62A, da Portaria 256/2009, com a redação dada pela Lei 586/2010. Contudo, a referida exação encontra respaldo nos dispositivos legais apontados no relatório FLD. Cabe destacar, ainda, que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” Dessa forma, não há que se falar em ilegalidade de tail exação, vez que a sua cobrança possui amparo legal. Conforme nos ensina Hans Kelsen: “ partindo da premissa unidade lógica da ordem jurídica, tenta impôr concordância apriorística entre a lei e a Constituição, que acabe por negar não apenas a possibilidade jurídica da sanção da nulidade, mas da própria noção de inconstitucionalidade "lato sensur": "A afirmação de que uma lei válida é "contrária à constituição" (anticonstitucional) é uma "contradictio in adejecto", pois uma lei somente pode ser válida com fundamento na Constituição. Quando se tem fundamento para aceitar a validade de uma lei, o fundamento da sua validade tem de residir na Constituição. De uma lei invalida não se pode, porem, afirmar que ela é contraria à Constituição, pois uma lei invalida não é sequer uma lei, porque não é juridicamente existente e, portanto, não é possível qualquer afirmação jurídica sobre ela. Se a afirmação, corrente na jurisprudência tradicional, de que uma lei é inconstitucional há de ter um sentido jurídico possível, não pode ser tomada ao pé da letra. O seu significado apenas pode ser o de que a lei em questão, de acordo com a Constituição, pode ser revogada não só pelo processo usual, quer dizer, por uma outra lei, segundo o principio lex posterior "derogat priori", mas também através de um processo especial, previsto pela Constituição. Enquanto, porém, não for revogada, tem de ser considerada válida; e, enquanto for válida, não pode ser inconstitucional" Fl. 489DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 460 13 (KELSEN, Hans. Teoria pura do direito, 2. ed., trad. João Baptista Machado, São Paulo, Martins Fontes, 1987, p287). Com relação ao pedido de que o julgamento do processo em tela seja sobrestado até o exame da matéria pelo STF, nos termos do art. 62A, da Portaria 256/2009, com a redação dada pela Lê, cumpre esclarecer que, após estudo realizado por este CARF, concluiuse que “o Regimento Interno do STF diferencia a existência da repercussão geral – que é efetiva CONDIÇÃO para conhecimento (requisito de admissibilidade) do Recurso Extraordinário – da figura do sobrestamento, que é uma determinação do STF aos tribunais, para que não encaminhem recursos sobre um assunto enquanto ele está sendo discutido pelo STF – que não é obrigatório”. Por esse motivo, foi editada, em 03 de janeiro de 2012, a Portaria CARF n° 001/2012, que disciplinou o procedimento de sobrestamento do julgamento de recursos, previsto no art. 62A §§ 1º e 2º do Anexo II de seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, e alterações posteriores. O art.1o , da referida Portaria 001/2012, estabelece que: Art. 1o, Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria, para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal – STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários – RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão, nos termos do art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal – STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. No caso, verificase, do documento juntado aos autos, que o STF de fato reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada no Recurso Extraordinário 630.898. Contudo, não consta que o STF tenha determinado o sobrestamento do processo, motivo pelo qual rejeito o pedido de sobrestamento do AI em tela. Por fim, quanto ao pedido para que a multa de mora seja excluída do valor do crédito, em razão da edição da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, que deu nova redação ao art. 35 da Lei 8.212/91, e introduziu o art. 35A, ratifico os esclarecimentos ofertados pelo julgador de primeira instância, no sentido que somente no momento do pagamento do crédito tributário lançado é que a multa mais benéfica poderá ser quantificada. Isso porque, na sistemática anterior, a alíquota da multa moratória incidente sobre a contribuição previdenciária não recolhida e incluída em lançamento de crédito referente à obrigação principal era definida conforme a fase processual em que o pagamento era realizado. Fl. 490DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 14 Portanto, na atual fase do contenciosos administrativa, não há como se determinar a multa mais benéfica a ser aplicada, uma vez que a recorrente ainda não solicitou o pagamento da contribuição lançada. Nesse sentido, Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de CONHECER DO RECURSO, para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto Bernadete de Oliveira Barros Relator Fl. 491DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 461 15 Voto Vencedor Conselheiro Mauro José Silva, Redator Designado Apresentamos nossas considerações em sintonia com os aspectos do Acórdão para os quais fomos designados como Redator do voto vencedor. Multas no lançamento de ofício após a edição da MP 449 convertida na Lei 11.941/2009. Enfrentamos a seguir a questão do regime jurídico das multas, ainda que tal questão não tenha sido suscitada no Recurso Voluntário, por entendermos tratarse de questão de ordem pública. Antes da MP 449, se a fiscalização das contribuições previdenciárias constatasse o não pagamento de contribuições, sejam aquelas já declaradas em GFIP, omitidas da GFIP ou mesmo omitidas da escrituração ocorria a aplicação de multa de mora, sendo que esta partia de 12% e poderia chegar a 100%, segundo o inciso II do art. 35 da Lei 8.212/91. Além disso, a fiscalização lançava as multas dos §§4º, 5º e 6º do art. 32 por incorreções ou omissões na GFIP. O §4º tratava da não apresentação da GFIP, o §5º da apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores e o §6º referiase a apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Com a edição da referida MP, foi instituído o art. 32A da Lei 8.212/91 que trata da falta de apresentação da GFIP, bem como trata da apresentação com omissões ou incorreções. Porém, foi também previsto, no art. 35A, a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 para os casos de lançamento de ofício. Interessanos o inciso I do referido dispositivo no qual temos a multa de 75% sobre a totalidade do imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Tais inovações legislativas associadas ao fato de a fiscalização realizar lançamento que abrangem os últimos cinco anos e de existirem lançamentos pendentes de definitividade na esfera administrativa no momento da edição da novel legislação colocamnos diante de duas situações: · Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta; · Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Fl. 492DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 16 Vamos analisar individualmente cada uma das situações. Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta Para os lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta, o procedimento de ofício está previsto no art. 35A da Lei 8.212/91, o que resulta na aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 e na impossibilidade de aplicação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Assim, se constatar diferença de contribuição, a fiscalização, além do próprio tributo, lançará a multa de ofício que parte de 75% e pode chegar a 225% nas hipóteses de falta de recolhimento, falta de declaração ou declaração inexata. A falta de recolhimento é uma hipótese nova de infração que, portanto, só pode atingir os fatos geradores posteriores a MP 449. Por outro lado, com relação às contribuições previdenciárias, a falta de declaração e a declaração inexata referemse a GFIP e são infrações que já eram punidas antes da MP 449. A falta de GFIP era punida pelo §4º do art. 32 da Lei 8.212/91 e a declaração inexata da GFIP era punida tanto pelo §5º quanto pelo 6º do mesmo artigo, a depender da existência (§5º) ou não (§6º) de fatos geradores da contribuição relacionados com as incorreções ou omissões. É certo que, a princípio, podemos vislumbrar duas normas punitivas para a não apresentação e a apresentação inexata da GFIP relacionada a fatos geradores de contribuições: o art. 32A da Lei 8.212/91 e o inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Tendo em conta o princípio geral do Direito Tributário de que a mesma infração não pode ser sancionada com mais de uma penalidade, temos que determinar qual penalidade aplicar. Numa primeira análise, vislumbramos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 seria aplicável para os casos relacionados à existência de diferença de contribuição ao passo que o art. 32A da Lei 8.212/91 seria aplicável aos casos nos quais não houvesse diferença de contribuição. No entanto, tal conclusão não se sustenta se analisarmos mais detidamente o conteúdo do art. 32A da Lei 8.212/91. No inciso II, temos a previsão da multa de “de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, (...)”. Claramente, o dispositivo em destaque estipula a multa aplicável quando houver contribuições apuradas, recolhidas ou não, nos casos nos quais a GFIP não for apresentada ou for apresentada fora de prazo. Logo, podemos concluir que tal inciso aplicase também àquelas situações em que há apuração de diferença de contribuição. Confirmando tal conclusão, temos o inciso II do §3º do mesmo artigo que estipula a multa mínima aplicável nos casos de omissão de declaração com ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária. Portanto, diversamente do que preliminarmente concluímos, tanto o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 quanto o art. 32A da Lei 8.212/91 são aplicáveis aos casos de falta de declaração ou declaração inexata de GFIP quando for apurada diferença de contribuição em procedimento de ofício. Temos, então, configurado um aparente conflito de normas que demanda a aplicação das noções da teoria geral do Direito para sua solução. Três critérios são Fl. 493DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 462 17 normalmente levados em conta para a solução de tais antinomias: critério cronológico, critério da especialidade e critério hierárquico. O critério cronológico (norma posterior prevalece sobre norma anterior) não nos ajuda no presente caso, uma vez que a determinação de aplicarmos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e a inclusão do art. 32A da Lei 8.212/91 foram veiculados pela mesma Lei 11.941/2009. O critério hierárquico também não soluciona a antinomia, posto que são normas de igual hierarquia. Restanos o critério da especialidade. Observamos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/86 referese, de maneira genérica, a uma falta de declaração ou declaração inexata, sem especificar qual seria a declaração. Diversamente, o art. 32A faz menção específica em seu caput à GFIP no trecho em que diz “o contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei(...)”. Logo, consideramos que no conflito entre o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e o art. 32A da Lei 8.212/91, este último é norma específica no tocante à GFIP e, seguindo o critério da especialidade, deve ter reconhecida a prevalência de sua força vinculante. Em adição, a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91 pode ser justificada pelo nítido caráter indutor que a penalidade do art. 32A assume, facilitando , no futuro, o cálculo do benefício previdenciário. Pretende a norma do art. 32A estimular a apresentação da GFIP na medida em que a penalidade é reduzida à metade se a declaração for apresentada antes de qualquer procedimento de ofício (§2º, inciso I); ou reduzida a 75% se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação(§2º, inciso II). Esse estímulo pode ser compreendido em benefício do trabalhador na medida em que as informações da GFIP servirão como prova a favor deste no cálculo da benefício previdenciário, tendo em conta que, segundo o §3º do art. 29 da Lei 8.213/91, “serão considerados para cálculo do saláriodebenefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário (gratificação natalina).” Se o cálculo do saláriodebenefício considerará a base de cálculo das contribuições, certamente a GFIP é um importante meio de prova dos valores sobre os quais incidiram as contribuições. Se aplicássemos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96, não haveria qualquer mecanismo de estímulo ao empregador para apresentar a GFIP. Iniciado o procedimento de ofício, seria aplicada, no mínimo, a multa de 75% sobre a diferença das contribuições sem que a apresentação da GFIP pudesse alterar tal valor. O empregador poderia simplesmente pagar a multa e continuar omisso em relação à GFIP, deixando o empregado sem este importante meio de prova para o cálculo do benefício de aposentadoria. Assim, a hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário reforça a necessidade de prevalência do art. 32A. Portanto, seja pela aplicação do critério da especialidade ou pela hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário, temos justificada a aplicação do art. 32A no caso de omissão na apresentação da GFIP ou apresentação desta com informações inexatas. Acrescentamos que não há no regime jurídico do procedimento de ofício previsto na MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, a previsão para multa de mora pelo fato de Fl. 494DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 18 ter ocorrido atraso no recolhimento. Tratase de infração – o atraso no recolhimento que deixou de ser punida por meio de procedimento de ofício. Outra infração similar, mas não idêntica, foi eleita pela lei: a falta de recolhimento. Apesar de mantermos nossa posição a respeito da inexistência de multa de mora no novo regime do procedimento de ofício, deixamos de apresentar tal voto em homenagem ao princípio da eficiência devido às reiteradas decisões do Colegiado no sentido de manter a multa de mora que registraram nossa posição isolada. Assim, nosso voto é no sentido de, acompanhando os demais membros do Colegiado, manter a aplicação da multa de mora. No entanto, mantida a multa de mora, esta deve ser limitada a 20% com a retroatividade benéfica do art. 61 da Lei 9.430/96. Podemos assim resumir o regime jurídico das multas a partir de 12/2008: · A multa de mora, se aplicada, deve ser mantida e limitada a 20%; · A multa de ofício de 75% é aplicada pela falta de recolhimento da contribuição, podendo ser majorada para 150% em conformidade com o §1º do art. 44 das Lei 9.430/96, ou seja, nos casos em que existam provas de atuação dolosa de sonegação, fraude ou conluio. A majoração poderá atingir 225% no caso de não atendimento de intimação no prazo marcado, conforme §2º do art. 44 da Lei 9.430/96; · A multa pela falta de apresentação da GFIP ou apresentação deficiente desta é aquela prevista no art. 32A da Lei 8.212/91. Nesses termos, temos como delineado o novo regime jurídico das multas em lançamento de ofício das contribuições previdenciárias previsto pela MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, aplicável aos fatos geradores ocorridos após a edição da referida MP. Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Com base nesse novo regime jurídico vamos determinar a penalidade aplicável à outra situação, ou seja, para os casos de lançamento relacionado aos fatos geradores anteriores à edição da MP porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Para tanto, devemos tomar o conteúdo do art. 144 do CTN em conjunto com o art. : Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe Fl. 495DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 463 19 expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A interpretação conjunta desses dois dispositivos resulta na conclusão de que devemos aplicar o regime jurídico das penalidades conforme a lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, salvo se lei posterior houver instituído penalidade menos severa ou houver deixado de definir um fato como infração. O que devemos ressaltar é que o art. 106 do CTN determina a comparação da penalidade mais benéfica por infração e não em um conjunto. Assim, cada infração e sua respectiva penalidade deve ser analisada. Para os lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, de plano devemos afastar a incidência da multa de mora, pois a novo regime jurídico do lançamento de ofício deixou de punir a infração por atraso no recolhimento. O novo regime pune a falta de recolhimento que, apesar de similar, não pode ser tomada como idêntica ao atraso. O atraso é graduado no tempo, ao passo que a falta de recolhimento é infração instantânea e de penalidade fixa. No regime antigo, o atraso era punido com multa de mora de 12% a 100%, ao passo que no regime atual o atraso não é punível em procedimento de ofício e pode atingir até 20% nos casos em que não há lançamento de ofício. Nossa conclusão de afastar a multa de mora pode também ser amparada no princípio da isonomia. Vejamos um exemplo. Duas empresas, A e B, atuam no mesmo ramo, tem a mesma estrutura de pessoal e de remuneração, bem como utilizam o mesmo escritório contábil para tratar de sua vida fiscal. A empresa A foi fiscalizada em 2007 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, a multa de mora e a multa por incorreções na GFIP prevista no art. 32, §5º da Lei 8.212/91. Quando do julgamento de seu processo, considerando o novo regime de multas segundo nossa interpretação, o órgão julgador manteve o lançamento, mas determinou que a multa relacionada à GFIP fosse comparada com a multa do 32A da Lei 8.212/91. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 20 A empresa B foi fiscalizada em 2009 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, sem aplicação de multa de mora, e a multa pela declaração inexata da GFIP com base no art. 32A da Lei 8.212/91 ou com base no art. 32, §5º da Lei 8.212/91, o que lhe for mais favorável. Facilmente pode ser notado que a empresa B responde por crédito tributário menor que a empresa A, pois não foi aplicada a multa de mora. Somente com a aplicação do art. 106, inciso II, alínea “a” do CTN para afastar a multa de mora no caso da empresa A é que teremos restaurada a situação de igualdade entre as empresas A e B. Conforme já assinalamos, apesar de mantermos nossa posição a respeito da inexistência de multa de mora no novo regime do procedimento de ofício, deixamos de apresentar tal voto em homenagem ao princípio da eficiência devido às reiteradas decisões do Colegiado no sentido de manter a multa de mora que registraram nossa posição isolada. Assim, nosso voto é no sentido de, acompanhando os demais membros do Colegiado, manter a aplicação da multa de mora. No entanto, mantida a multa de mora, esta deve ser limitada a 20% com a retroatividade benéfica do art. 61 da Lei 9.430/96. No tocante às penalidades relacionadas com a GFIP, deve ser feito o cotejamento entre o novo regime – aplicação do art. 32A para as infrações relacionadas com a GFIP – e o regime vigente à data do fato gerador – aplicação dos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, prevalecendo a penalidade mais benéfica ao contribuinte em atendimento ao art. 106, inciso II, alínea “c”. Tal procedimento aplicase, inclusive, para a multa de ofício aplicada com fundamento no art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 motivada por falta de declaração ou declaração inexata. Passamos a resumir nossa posição sobre o regime jurídico de aplicação das multas para fatos geradores até 11/2008. A aplicação do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN deve ser feita ato ou fato pretérito considerado como infração no lançamento de modo que até 11/2008: · As multas por infrações relacionadas a GFIP (falta de apresentação ou apresentação deficiente), previstas nos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, devem ser comparadas com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91, devendo prevalecer aquela que for mais benéfica ao contribuinte; · Nas competências nas quais a fiscalização aplicou somente a penalidade relativa ao atraso no pagamento, a multa de mora, esta deve ser mantida, mas limitada a 20%; · Nas competências nas quais a fiscalização aplicou a penalidade de 75% prevista no art. 44 da Lei 9.430/96 por concluir se tratar da multa mais benéfica quando comparada aplicação conjunta da multa de mora e da multa por infrações relacionadas a GFIP, deve ser mantida a penalidade equivalente à soma de: multa de mora limitada a 20% e multa mais benéfica quando comparada a multa do art. 32 com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 464 21 (assinado digitalmente) Mauro José Silva – Redator Designado Fl. 498DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 22 Declaração de Voto Conselheiro Mauro José Silva: PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Inicio posicionandome sobre a natureza jurídica do benefício fiscal concedido aos pagamentos a título de PLR. Definir a natureza jurídica do benefício fiscal será crucial para adotarmos a metodologia jurídica de interpretação, pois , como sabemos, para a isenção o CTN exige uma interpretação literal, ou seja, veda uma interpretação analógica ou extensiva, preferindo a interpretação restritiva dentro do sentido possível das palavras. Ainda que isso não represente uma exclusividade do método literal ou gramatical na interpretação da isenção – tarefa hermenêutica impossível diante da pluralidade de sentidos do conteúdo de algumas normas isencionais , a interpretação da isenção deve buscar o sentido mais restritivo da norma. Por outro lado, para a imunidade o processo interpretativo é livre para percorrer todos os métodos – literal, histórico, sistemático e teleológico. É nesse sentido a lição de Amílcar de Araújo Falcão (FALCÃO, Amílcar de Araújo. Fato Gerador da obrigação tributária. São Paulo: Revista dos tribunais, 1977, p. 120 121): “A distinção [entre não incidência, imunidade e isenção], além da importância que possui sob o ponto de vista doutrinário ou teórico, tem conseqüências práticas importantes, no que se refere à interpretação. É que, sendo a isenção uma exceção à regra de que, havendo incidência, deve ser exigido o tributo, a interpretação dos preceitos que estabeleçam isenção deve ser estrita, restritiva. Inversamente, a interpretação, quer nos casos de incidência, quer nos de nãoincidência, que, portanto, nos de imunidade, é ampla, no sentido de que todos os métodos, inclusive o sistemático, o teleológico etc., são admitidos”. Adotamos, para a interpretação das imunidades, a sistematização de suas características e limites fornecida por Ricardo Lobo Torres (TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de direito constitucional financeiro e tributário, v. III; os direitos humanos e a tributação: imunidades e isonomia. Rio de Janeiro: Renovar, 1999, p. 97): “Nessa perspectiva podemos dizer que a interpretação das imunidades fiscais: a) adota o pluralismo metodológico, com o equilíbrio entre os métodos literal, histórico, lógico e sistemático, todos eles iluminados pela dimensão teleológica[das finalidades]; b) modera os resultados da interpretação, admitindo assim a interpretação extensiva que a restritiva, tanto a objetiva quanto a subjetiva, todas em equilíbrio e a depender do texto a ser interpretado; c) apóiase no pluralismo teórico, com o princípio respectivo da nãoidentificação com ideologias Fl. 499DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 465 23 triviais; d) recusa, da mesma forma que a interpretação das isenções, a analogia, que implica a extensão da imunidade a direitos nãofundamentais; e) busca o pluralismo dos valores, com o equilíbrio entre liberdade, justiça e segurança jurídica”. Tendo tomado tais lições, passemos à busca da natureza jurídica do benefício fiscal concedido os pagamentos a título de PLR. Encontramos duas posições a respeito da natureza jurídica do benefício fiscal concedido aos pagamentos a título de PLR: os que o consideram uma imunidade e os que o consideram uma isenção. Haveria imunidade na medida em que o art. 7º, inciso XI da CF desvincula a PLR da remuneração, o que equivaleria a afastar a natureza de remuneração e, em conseqüência, afastar a possível incidência prevista no art. 195, inciso I, alínea “a” e inciso II. Dessa forma, estaria configurada uma supressão da competência constitucional impositiva atendendo ao conceito clássico de imunidade. Na jurisprudência, encontramos o anterior presidente desta Câmara, Júlio César Vieira Gomes que, em declaração de voto no Acórdão 20500.563, asseverou: “Outra importante constatação é que a participação nos lucros e resultados goza de imunidade tributária. Não é caso de isenção, como a maioria das rubricas excluídas da incidência de contribuições previdenciárias por força do artigo 28, 9º' da Lei 8.212 de 24/07/91. Isto porque cuidou a própria Constituição Federal de desvincular o beneficio da remuneração dos trabalhadores(...)” Entre doutrinadores, Kyoshi Harada e Sydnei Sanches assumiram a natureza jurídica de imunidade no texto a seguir: “O legislador constituinte, objetivando incentivar as empresas a repartirem seus lucros ou resultados com os seus empregados, promovendo a ‘socialização dos lucros’ como meio de alcançar o justo equilíbrio entre o capital e o trabalho, prescreveu no inciso XI do art. 7º da Carta Política, que a PLR fica desvinculada da remuneração. Em outras palavras, retirou do campo do exercício da competência impositiva prevista no art. 195, I, a da CF tudo o que for pago pela empresa a título de participação nos lucros, ou resultados. (...)A PLR, uma vez imunizada pela Constituição, jamais poderia integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária, sem gravíssima ofensa ao texto constitucional.” (HARADA, Kiyoshi; SANCHES, Sydney. Participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa: incidência de contribuições previdenciárias. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 962, 20 fev. 2006. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/16671>. Acesso em: 13 jan. 2011) A princípio, não entendemos que houve a total supressão da competência constitucional impositiva, pois não podemos deixar de considerar que a competência constitucional impositiva da União para a contribuição previdenciária inclui não só o que está Fl. 500DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 24 inserto no art. 195, mas também o que está previsto no §11º do art. 201 (ganhos habituais a qualquer título). Nesse sentido o Ministro Marco Aurélio anotou em seu voto no RE 398.284: “não vejo cláusula a abolir a incidência de tributos, cláusula a limitar a regra específica do artigo 201,§11º, da Constituição Federal”. Portanto, houve supressão constitucional apenas da competência da União instituir contribuição previdenciária sobre a PLR na forma de remuneração, mas não na forma de ganho habitual. Ocorre que, a despeito de possuir competência constitucional para criar contribuição previdenciária sobre ganhos habituais a qualquer título, a União somente o fez em relação aos ganhos habituais sob a forma de utilidades, conforme consta da segunda parte do inciso I do art. 22(contribuição da empresa sobre pagamentos a empregados) e da segunda parte do inciso I do art. 28 (definição de salário decontribuição). Logo, a PLR só estará no campo de incidência da contribuição previdenciária se tomar a forma de remuneração. E isso só poderá ocorrer se houver desobediência à lei reguladora da imunidade. Curioso notar que a natureza jurídica de imunidade que o benefício fiscal concedido ao pagamento de PLR alcança colocanos diante da ausência de uma norma reguladora constitucionalmente válida, pois, como limitação constitucional ao poder de tributar, a imunidade, em obediência ao art. 146, inciso II da Constituição Federal, só pode ser regulada por lei complementar, status que a Lei 10.101/200 não possui. Se confirmada pelo STF a tese de que o inciso XI do art. 7º é norma de eficácia limitada, teríamos, em conseqüência, que considerar todos os pagamentos de PLR como desamparados de imunidade. Mas a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, o que nos obriga a acatar a Lei 11.101/200 como norma reguladora da imunidade. Não ignoramos que o STJ já se manifestou no sentido de considerar como isenção o benefício fiscal concedido aos valores pagos a título de PLR, conforme ementas que transcrevemos: RE 865.489 – Relator Ministro Luis Fux PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. CARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07/STJ. PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. SÚMULA 07/STJ. 1. A isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a observância da legislação específica a que refere a Lei n.º 8.212/91. RE 856.160 – Relatora Ministra Eliana Calmon PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA À LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. (...) 2. O gozo da isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a Fl. 501DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 466 25 observância da legislação específica regulamentadora, como dispõe a Lei 8.212/91. Com o respeito devido aos Ministros do STJ que assumiram tal posição, reiteramos que nossa conclusão é a de que existe imunidade para os pagamentos a título de PLR na forma de remuneração. Estabelecida a natureza jurídica do benefício fiscal concedido aos pagamentos a título de PLR no tocante às contribuições previdenciárias como imunidade, passemos a investigação de quais finalidades devem ser atendidas pela norma reguladora exigida no texto constitucional. Iniciamos a investigação sobre as finalidades da norma reguladora da imunidade com a lição de Luís Eduardo Schoueri. Para o autor, não existem tributos que tenham uma função estritamente fiscal (arrecadatória) sem que possuam qualquer efeito indutor a atuar no Domínio Econômico. (SCHOUERI, Luís Eduardo. Normas tributárias indutoras e intervenção econômica. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 16). Porém, prossegue afirmando que há normas que possuem o caráter indutor em destaque. Assim, as normas indutoras são normas por meio das quais “o legislador vincula a determinado comportamento um conseqüente, que poderá consistir em vantagem (estímulo) ou agravamento da natureza tributária”.( op.cit., p. 30). Em outras palavras, uma norma indutora é o que a doutrina clássica chamaria de norma extrafiscal stricto sensu. Parecenos que a norma do art. 7º, inciso XI da Constituição, bem como as normas que criaram requisitos para a fruição da imunidade possuem nítido caráter indutor de comportamento. Ao desvincular da remuneração o pagamento de PLR, conforme requisitos a serem estabelecidos pela lei, quis o legislador constituinte, de um lado, conforme interpretação do Ministro Marco Aurélio no RE 398.284, proteger o trabalhador de fraude que poderia ser perpetrada pelos empregadores que poderiam compensar o direito constitucional com o salário do trabalhador. Nas palavras do Ministro: “É uma cláusula pedagógica para evitar o drible pelos empregadores, a compensação, o esvaziamento do direito constitucional” A fraude que pode estar relacionada à PLR não está relacionada apenas à compensação do salário com o direito de índole constitucional. A solidariedade no financiamento da seguridade social, prevista no caput do art. 195 da CF, pode ser violada na medida em que for revestida de PLR parcela verdadeiramente salarial, na tentativa de evasão da contribuição previdenciária. Esse é outro aspecto da fraude que a regulamentação tenta evitar e que já foi assinalado pelo antigo presidente desta Câmara, Júlio César Viera Gomes, em trecho da Declaração de Voto no Acórdão 20500.563 ao afirmar que: “é possível que esse importante direito trabalhista [a participação nos lucros e resultados] seja malversado em prejuízo dos próprios trabalhadores e do fisco. Comprovando a Fl. 502DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 26 autoridade fiscal dissimulação do pagamento de salários com participação nos lucros, deverá aplicar o . Princípio da Verdade Material para considerar os valores pagos integrantes da base de cálculo , das contribuições previdenciárias”. Por outro lado, o próprio direito em si à participação nos lucros pretende, em sintonia com um dos fundamentos de nosso Estado Democrático de Direito – o valor social do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, inciso IV da CF) , incrementar os meios para o atingimento de, pelo menos, dois dos objetivos da Republica: construir uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional( art. 3º, incisos I e II da CF). Nesse sentido, alguns Ministros do STF viram no dispositivo um “avanço no sentido do capitalismo social”(Ministro Ricardo Lewandowiski, RE 398.284) que contribuiria para a “humanização do capitalismo”(Ministro Carlos Britto, RE 398.284) na medida em que tenta “implantar uma nova cultura, uma nova mentalidade, a mentalidade do compartilhamento do progresso da empresa com seus atores sociais, com os seus protagonistas” (Ministro Carlos Britto, RE 398.284). Como se vê, os Ministros do STF capturaram as duas preocupações que devem nos nortear na interpretação dos reflexos tributários da norma que estatui os requisitos exigidos pelo Texto Magno: evitar a fraude e levar as relações entre capital e trabalho a um patamar mais harmônico. Assim agindo, o intérprete estará garantindo que a finalidade indutora ou o caráter extrafiscal stricto sensu da norma regulamentadora da imunidade seja atingido. Portanto, no transcorrer do processo hermenêutico não perderemos de vista que os requisitos da lei reguladora da imunidade devem contribuir para o combate à fraude contra os trabalhadores ou contra a solidariedade no financiamento da seguridade social e para a melhoria da qualidade das relações entre capital e trabalho. Passamos a analisar algumas questões específicas que interessam no presente caso. Data da assinatura dos acordos Questão recorrente nas discussões sobre a incidência da contribuição previdenciária sobre pagamentos a título de PLR é aquela que versa sobre a data de assinatura dos acordos. Em suma, o que se questiona é se deve existir alguma relação entre três datas: (i) data da assinatura do acordo coletivo ou data da assinatura do acordo entre as partes; (ii) data do fim do período a que se referem os lucros ou resultados; e (iii) data do recebimento, pelo empregado dos pagamentos de PLR. Para tal análise tomamos o conteúdo do art. 2º da Lei 10.101/200, in verbis: Art. 2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. Fl. 503DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 467 27 § 1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2o O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. Faremos a interpretação de tal dispositivo considerando as finalidades dos requisitos para fruição da imunidade, conforme anteriormente esclarecemos: contribuir para o combate à fraude contra os trabalhadores ou contra a solidariedade no financiamento da seguridade social e para a melhoria da qualidade das relações entre capital e trabalho. Inicialmente, extraímos do dispositivo legal que é necessário que haja uma negociação entre empresa e empregados. Tal requisito está em harmonia, principalmente, com o objetivo de contribuir para a melhoria das relações entre capital e trabalho. Certamente, a norma se refere a uma negociação concluída e não a uma negociação em curso, o que nos coloca diante de um primeiro requisito temporal: a negociação entre empresa e empregados deve estar concluída antes do pagamento da PLR. Justificamos tal posição com a constatação de que, antes de assinado, antes de se tornar um ato jurídico perfeito, a proposta da empresa pode ser retirada ou alterada, bem como o pleito dos trabalhadores pode ser alterado. Em adição, devemos considerar que, em tese, a demora na conclusão de uma negociação em andamento pode servir para ganhar tempo para que os lucros ou resultados a serem pactuados sejam estabelecidos em patamares já sabidamente atingidos, de forma a garantir que uma verba salarial possa ser revestida de PLR sem que os trabalhadores tenham motivos para obstaculizar o acordo. É uma porta aberta para a fraude. Como somente com a assinatura do termo de acordo entre as partes ou do acordo coletivo é que teremos a formalização do término da negociação e estaremos diante de um ato jurídico perfeito apto a exarar efeitos jurídicos, concluímos que o termo de acordo entre as partes ou o acordo coletivo deve estar assinado antes do pagamento da PLR. Além de assinado, o instrumento de acordo deve estar arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. Tal exigência, constante do §2º pretende dar transparência ao instrumento de acordo e permitir que sejam evitadas fraudes com a lavratura pósdatada de um acordo entre as partes. Restanos desvendar se a data de encerramento do período a que se referem os lucros ou resultados deve se considerada. Tomando o conteúdo do inciso II do §1º do dispositivo acima transcrito, poderíamos concluir que há a exigência de uma pactuação prévia dos programas de metas, resultados e prazos. Mas não podemos deixar de considerar que os incisos do §1º não são taxativos, o que poderia nos levar a concluir que a necessidade de Fl. 504DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 28 pactuação prévia não é extensível, por exemplo, aos casos enquadrados no inciso I. Esse argumento isolado, portanto, é frágil. Tomamos outro caminho. É certo que o dispositivo do art. 2º da Lei 10.101/200 exige regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo. Tratase de exigência que está em harmonia tanto com a finalidade de combater a fraude quanto com a finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade das relações entre capital e trabalho. Se não houver a estipulação das regras quanto ao atingimento dos lucros ou resultados antes do término do período a que se referem, não haverá meios para evitarmos as fraudes. Ou seja, não haverá meios para evitarmos que, diante de um lucro ou resultado já conhecido, sejam revestidos de pagamento de PLR determinados valores entregues aos empregados e que a eles já seriam ou serão devidos pela contraprestação dos serviços. Conhecidos os lucros ou resultados, seria possível instituir objetivos para os empregados que, de antemão, a empresa saberia que seriam atingidos. Diante da certeza do pagamento, o empregado, ou mesmo seus representantes, aceitaria assinar um acordo que, na sua visão, só estaria mudando a nomenclatura da verba devida por seu trabalho. A impossibilidade de haver certeza de que o acordado seja cumprido é uma determinação legal que extraímos do trecho da lei que determina que existam”mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado”. Se deve haver aferição do que foi acordado é porque não deve o lucro ou resultado estar totalmente configurado no momento da assinatura do instrumento de acordo. Portanto, harmonizando o texto da norma com suas finalidades, concluímos que o instrumento do acordo deve estar assinado e arquivado na entidade sindical antes do término do período a que se refiram os lucros ou resultados. Tendo concluído que o instrumento de acordo deve ser assinado e arquivado na entidade sindical antes do término do período a que se refiram os lucros ou resultados, podemos indagar se cumpriria a exigência da norma se, por exemplo, a assinatura e arquivamento ocorresse um dia antes do encerramento do período a que se refiram os lucros ou resultados. Evidentemente que não, pois estaríamos em situação em tudo similar à assinatura posterior. Os lucros e resultados já estariam, com um alto grau de previsibilidade, consolidados. É preciso que entre a data de assinatura e arquivamento dos acordos e a data de término do período a que se refiram os lucros ou resultados haja um intervalo temporal que tanto permita ao empregado direcionar seus melhores esforços para alcançar o que foi acordado como afaste a possibilidade de ser uma alternativa para a empresa fraudar a solidariedade no financiamento da seguridade social. Como a lei – ou qualquer norma infralegal não esclarece qual seria o prazo necessário entre tais datas, mas a finalidade da norma exige que o intérprete adote uma posição, utilizaremos como data limite para a assinatura e arquivamento dos instrumentos de acordo o último dia do semestre anterior ao encerramento do período a que se refiram os lucros ou resultados. Caso a empresa comprove que as negociações estavam em curso e que os empregados tinham amplo conhecimento de sua proposta quanto aos lucros ou resultados a serem atingidos, consideraremos como prazo limite para a assinatura e arquivamento do instrumento de acordo o último dia do trimestre anterior ao encerramento do período a que se refiram os lucros ou resultados. É certo que encontramos respeitosas posições mais conservadoras em relação à data de assinatura dos acordos. A Conselheira Ana Maria Bandeira concluiu que os Acordos devem estar assinados antes do início do período a que se refiram os lucros ou resultados, tendo se manifestado no voto condutor do Acórdão 240100.276 nos seguintes termos Fl. 505DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 468 29 “Entendo que para fazer valer o que dispõe o § 1º do art. 2º da Lei n° 10/101/2000 que determina a existência de regras claras e objetivas, mecanismos de aferição etc, é imprescindível que tais questões sejam decididas a priori, ou seja, antes do início do exercício, findo o qual, a empresa pretende dividir os lucros com seus empregados. Os acordos firmados pela recorrente foram todos posteriores ao início do exercício para o qual deveria ser aferida a participação dos empregados na obtenção do lucro ou resultado.” No mesmo sentido temos o Acórdão 240100.545 cuja redatora designada foi a Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. A despeito dos méritos dos argumentos acima, entendemos que os limites que adotamos passam pelo teste da razoabilidade, pois asseguram que após os três primeiros meses do ano – normalmente um período difícil para que as partes se reúnam os interessados tenham três meses para iniciar e avançar nas negociações e três meses adicionais para sua total conclusão. Além de razoáveis, os limites adotados atendem à finalidade de que haja tempo hábil para negociações de modo contribuir para a melhoria da qualidade das relações entre capital e trabalho. Exigir a assinatura do acordo antes de iniciado o período atenderia apenas a uma das finalidades da norma regulamentadora – combater a fraude , mas acabaria por criar um significativo obstáculo para a concessão da PLR, o que impediria que o acesso dos trabalhadores a uma direito social previsto no art. 7º, inciso XI da Constituição Federal. Em resumo, concluímos que os instrumentos de acordo (entre as partes ou coletivo) que versem sobre pagamentos de PLR a empregados devem estar assinados e arquivados na entidade sindical até o último dia do semestre anterior ao encerramento do período a que se refiram os lucros ou resultados. Caso a empresa comprove que as negociações estavam em curso e que os empregados tinham amplo conhecimento de sua proposta quanto aos lucros ou resultados a serem atingidos, consideraremos como prazo limite para a assinatura e arquivamento do instrumento de acordo o último dia do trimestre anterior ao encerramento do período a que se refiram os lucros ou resultados. Regras claras e objetivas A Lei 10.101/2000 determinou que a PLR seja objeto de negociação entre empresas e empregados, seja por meio de comissão escolhida entre as partes ou por acordo coletivo, devendo o instrumento de acordo conter regras claras e objetivas. De plano, portanto, podemos afastar possibilidade de as regras para o recebimento da PLR serem estabelecidas unilateralmente. Todo o contorno das regras deve ser objeto de negociação entre as partes. É uma exigência legal que contribui para a melhoria das relações entre capital e trabalho. Mas o que seriam regras claras e objetivas? Fl. 506DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 30 Entre os sentidos possíveis para a expressão “regras claras”, segundo o dicionário Michaelis, temos: regras fáceis de entender, evidentes, explícitas, inequívocas, manifestas. Regras objetivas, segundo a mesma fonte, seriam regras que se referem ao mundo exterior; regras que existem fora do espírito e independentemente do conhecimento que dele possua o sujeito pensante; ou regras que não se relacionam com os sentimentos pessoais do sujeito pensante. Em síntese, regras claras e objetivas são regras inequívocas, fáceis de entender pelo empregado e que se referem ao mundo dos objetos, não podendo estar relacionadas com sentimentos pessoais. Como já vimos, as regras impostas pela Lei 10.101/2000 tem como objetivo tanto evitar a fraude que pode ser cometida pelo empregador ao pagar salário sob o manto de parcela de PLR como melhorar a s relações entre capital e trabalho. Nessa toada, não podemos deixar de considerar que a fixação da PLR por meio de regras subjetivas pode ensejar o assédio moral e todo o tipo de discriminação no ambiente do trabalho, o que não contribui para a melhoria da relação entre capital e trabalho e, sobretudo, atenta contra a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III da CF). Com relação a esse aspecto, no julgamento do Recurso 144.015, o Conselheiro Júlio Cesar Vieira Gomes, assim se manifestou: “Como se constata pelas disposições acima, a regulamentação é no sentido de proteger o trabalhador para que sua participação nos lucros se efetive. Não há regras detalhadas na lei sobre os critérios e as características dos acordos a serem celebrados. Os sindicatos envolvidos ou as comissões, nos termos do artigo 2º, têm liberdade para fixarem os critérios e condições para a participação do trabalhador nos lucros e resultados. A intenção do legislador foi impedir que critérios ou condições subjetivos obstassem a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados. As regras devem ser claras e objetivas para que os critérios e condições possam ser aferidos. Com isto, são alcançadas as duas finalidades da lei: a empresa ganha em aumento da produtividade e o trabalhador é recompensado com sua participação nos lucros.” (o negrito é nosso) Além de serem claras e objetivas, as regras devem estar presentes no Acordo e devem ter sido estipuladas conforme negociação entre as partes, conforme podemos extrair dos arts. 1º e 2º da Lei 10.101/200. Nesse sentido o voto do Conselheiro Marco André Ramos Vieira, no Acórdão 230200.256 “As regras claras e objetivas quanto ao direito substantivo referemse à possibilidade de os trabalhadores conhecerem previamente, no corpo do próprio instrumento de negociação, quanto irão receber a depender do lucro auferido ou do resultado obtido pelo empregador se os objetivos forem cumpridos. “ Questiono se, a despeito de a Lei exigir regras claras e objetivas, deveremos aceitar o conteúdo de acordo coletivo que, nitidamente, convencionou uma avaliação individual baseada em critérios subjetivos. A autonomia privada pode prevalecer ainda que ultrapasse os limites estabelecidos pela Lei? O caso não suscita a aplicação do art 123 do CTN? Vejamos o comando da norma complementar in verbis: Fl. 507DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 469 31 Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Com efeito, já assentamos que a lei tributária estabelece que a empresa que paga parcela a título de PLR que foi regida por regras subjetivas não pode beneficiarse da imunidade da contribuição previdenciária respectiva. Se a parte paga com base em critérios subjetivos não for atingida pela tributação, por conta do conteúdo de acordo coletivo, estaremos diante de uma situação na qual uma convenção entre particulares alterou a definição do sujeito passivo da obrigação tributária – a empresa , configurando ofensa frontal ao estabelecido no art. 123 do CTN. Nesse sentido, em sua manifestação no RE 398.2842 que discutiu o aspecto temporal da PLR(possibilidade de cobrança da contribuição sobre tais verbas antes da MP 794), o Ministro Marco Aurélio expressou sua compreensão de que “no campo da tributação, não há espaço para a autonomia da vontade”. Parecenos que o posicionamento do ilustre Conselheiro Elias Sampaio Freire no Acórdão 920200.503, quanto à possibilidade de as partes poderem definir soberanamente as regras a que se submeterão para tornar devido o pagamento da PLR, não diz respeito àqueles casos nos quais as regras convencionadas estão em afronta à lei, mas, ao contrário, diz respeito àquela situação na qual as regras estão em consonância com a lei, mas são questionadas pela fiscalização. Alguns trechos do voto daquele julgado evidenciam a posição do mencionado relator: Existe sim, a obrigação de se negociar com os empregados regras claras e objetivas, combinando de que forma e quando haverá liberação de valores, caso os objetivos e metas estabelecidas e negociadas forem atingidas. (..) Destarte, face ao exposto e considerando as cláusulas do acordo coletivo acima transcritas, neste ponto, não tenho como divergir dos fundamentos adotados pelo relator do voto condutor do acórdão recorrido, ao concluir que foram atendidas as exigências de que dos instrumentos decorrentes da negociação entre empregador e empregados constem regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo,... Além de representar ofensa ao art. 123 do CTN, o conteúdo de Acordo Coletivo que viola a lei não pode prevalecer com força normativa, pois, mesmo no âmbito da Justiça do Trabalho, o TST já reconheceu que o conteúdo do Acordo não pode derrogar norma cogente que protege ou beneficia o trabalhador, conforme consta do OJ 31 da SDC daquele Tribunal: Fl. 508DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 32 OJ 31 SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS Nº31 ESTABILIDADE DO ACIDENTADO. ACORDO HOMOLOGADO. PREVALÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 118 DA LEI Nº 8.213/91 (inserida em 19.08.1998) Não é possível a prevalência de acordo sobre legislação vigente, quando ele é menos benéfico do que a própria lei, porquanto o caráter imperativo dessa última restringe o campo de atuação da vontade das partes. Assim considerado, nossa conclusão é de que o Acordo deve conter as regras claras e objetivas, ou seja, regras inequívocas, fáceis de entender pelo empregado e que se refiram ao mundo dos objetos. Ou seja, as regras estipuladas no Acordo não podem conter critérios subjetivos para a concessão da PLR de modo a contrariar o que determina a Lei, conclusão que está em consonância com a jurisprudência da Justiça do Trabalho e respeita os preceitos do art. 123 do CTN. Pagamento mínimo sem que a meta seja atingida Ainda que o Acordo traga regras claras e objetivas, entre estas poderá existir a determinação de um pagamento mínimo no caso de as metas não serem atingidas? Entendemos que a resposta a esse questionamento só pode ser negativa, pois é uma exigência da finalidade de combate à fraude que a norma reguladora da imunidade assume. O pagamento mínimo permite que uma verba remuneratória seja substituída pelo pagamento de PLR, dada a certeza de seu recebimento. É uma ofensa direta ao conteúdo do caput do art. 3º da Lei 10.101/2000 no trecho em que prescreve que a PLR “não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado”. Nesse sentido, o Conselheiro Elias Sampaio Freire já destacou que os valores de PLR só são liberados se os objetivos e metas forem atendidos. Vejamos o trecho do voto do Conselheiro no Acórdão CSRF 920200.503: “Existe sim, a obrigação de se negociar com os empregados regras claras e objetivas, combinando de que forma e quando haverá liberação de valores, caso os objetivos e metas estabelecidas e negociadas forem atingidas.” Fl. 509DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 470 33 Logo, ainda que constante do Acordo, valores pagos a título de PLR em situações nas quais as metas de lucros ou resultados não forem atingidas, não possuem a natureza pretendida, o que lhes impõe a natureza de remuneração e sua inclusão na base de cálculo da contribuição previdenciária. Valor pago a título de PLR que se mostra excessivo e de caráter substitutivo ao salário A questão que agora enfrentamos diz respeito à existência de um limite ao pagamento da PLR. Parecenos que a interpretação do caput do art. 3º da Lei 10.101/2000 esclarece a dúvida. A norma regulamentadora de tal dispositivo determina que a PLR “não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado”. Ou seja, não pode a verba paga a título de PLR tomar uma feição de parcela que remunere a prestação do trabalho. Para tanto, os indícios colhidos na situação fática devem ser cuidadosamente analisados. O principal indício de que a empresa está usando a PLR como substituição do salário é a elevada proporção entre PLR e salário. È certo que a lei não estabelece tal limite, mas essa não é situação inédita no direito tributário. Nossas leis tributárias estão repletas de conceitos indeterminados que suscitou a atuação do hermeneuta. Como exemplo, temos a determinação do valor de tributo que torna a exação confiscatória. A Corte Constitucional brasileira no ADI 551 debateu a respeito da configuração de uma situação de confisco tributário. Naquela ocasião, o Ministro Sepúlveda da Pertence afirmou que não sabia “a que altura um tributo ou uma multa se torna confiscatório; mas uma multa de duas vezes o valor do tributo, por mero retardamento da satisfação, ou de cinco vezes, em caso de sonegação, certamente sei que é confiscatório e desproporcional”. Em outra ocasião, na ADI 520, o Ministro Celso de Mello reconheceu que a vedação ao confisco é uma “cláusula aberta veiculadora de um conceito jurídico indeterminado, mas o excesso de poder estatal na fixação do tributo pode ser verificado pelo juiz diante do caso concreto”. Nos casos referidos a Corte Constitucional tratava de afastar por inconstitucionalidade norma validamente inserida em nosso ordenamento, o que é vedado para este Tribunal Administrativo. No entanto, o raciocínio utilizado pelos Ministros pode ser utilizado num caso de aplicação de limite não previsto expressamente em lei, mas decorrente de interpretação fundada na finalidade da lei, como é o caso do limite para a PLR. Assim, se não sabemos qual valor torna uma PLR substitutiva do salário, podemos, in casu, concluir que uma parcela paga a título de PLR que seja equivalente a dezenas de vezes o salário certamente já assumiu a feição de contraprestação pelo trabalho, de remuneração, portanto. Nesses casos a parcela, por ter verdadeira natureza remuneratória, deve compor a base de cálculo da contribuição previdenciária. Com os argumentos acima delineados, alinhome com a Relatora para negar provimento Recurso com relação ao mérito. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Fl. 510DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 34 Declaração de Voto Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes 1. Apenas a título de contribuição para o debate jurídico, exponho meu raciocínio contrário à douta relatora, e dou provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos que se seguem. DA DECADÊNCIA 2. No caso em tela, peço vênia para divergir do posicionamento do nobre Conselheiro Relator a respeito da decadência quando ele aplicou a regra do art. 173, inciso I, do CTN, por entender que deve ser considerada a determinação do art. 150, §4º. 3. Isso porque o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08, verbis: “(...) Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantém se hígida a legislação anterior, com seus prazos quinquenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto.” ............................................................. “Súmula Vinculante n° 08: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.” Fl. 511DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 471 35 4. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentados pela Lei 11.417, de 19/12/2006, in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.” 5. Ainda sobre o assunto, a Lei 11.417, de 19 de dezembro de 2006, dispõe o que segue: “Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.” 6. Assim, como demonstrado, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. Dessa forma, afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência prevista no Código Tributário Nacional CTN se aplicar ao caso concreto. 7. Acerca das regras de verificação da decadência, frisese, posto que importante, que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidouse no seguinte sentido: “(...) 1. Está assentado na jurisprudência desta Corte que, nos casos em que não tiver havido o pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação, é de se aplicar o art. 173, inc. I, do Código Tributário Nacional (CTN). Isso porque a disciplina do art. 150, § 4º, do CTN estabelece a necessidade de antecipação do pagamento para fins de contagem do prazo decadencial. Precedente em recurso representativo de controvérsia (REsp 973733/SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 18.9.2009). [...] 3. Recurso especial parcialmente provido”. (REsp 1015907/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 10/09/2010) Fl. 512DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 36 “(...) 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o ‘primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado’ corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, ‘Decadência e Prescrição no Direito Tributário’, 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199) (...) 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, Fl. 513DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 472 37 do CPC, e da Resolução STJ 08/2008”. (REsp 973733/SC, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 18/09/2009). 8. Compulsando os autos, verifico que houve o recolhimento parcial das contribuições previdenciárias, considerando a sua totalidade incidente sobre a folha de pagamentos da empresa. Assim, tenho como certa a aplicação da regra contida no art. 150, §4º, do CTN. 9. O CARF, por intermédio da Segunda Turma da Câmara Superior, corroborou tal entendimento ao aplicar a regra do art. 150, “eis que restou comprovada a ocorrência de antecipação de pagamento, por tratarse de salário indireto, tendo a contribuinte efetuado o recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração reconhecida (salário normal)” Processo 36918.002963/200575; Acórdão 920201.418, proferido no Recurso Especial do Procurador 243.707. 10. Dessa forma, tenho como certa a aplicação ao lançamento fiscal a regra constante do artigo 150, §4º, do CTN. 11. E, com base nas informações expostas, tendo em vista que a recorrente foi cientificada do lançamento fiscal das contribuições referentes ao período de 01/2005 a 10/2007 apenas em 1º de setembro de 2010; fica alcançada pela decadência quinquenal a competência de 01/2005, mantidas as demais competências. 12. Dessa feita, dou provimento parcial ao recurso voluntário por reconhecer a decadência na competência de 01/2005. DO NÃO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A TERCEIRAS ENTIDADES SOBRE OS VALORES PAGOS A TÍTULO DE PLR 13. Tenho por certo que os valores pagos a título de participação nos lucros ou resultados da empresa foram em notória observância aos requisitos mínimos estabelecidos pela Lei 10.101/2000, não constituindo, portanto, em fato gerador de obrigação tributária acessória, uma vez que não está sujeita à incidência de contribuição previdenciária a terceiras entidades. 12. A PLR visa à disposição das estratégias organizacionais com a participação dos empregados no ambiente de trabalho, pois só será feita a distribuição dos lucros ou resultados aos funcionários se atingidas metas, sejam elas de rentabilidade a ser alcançada (para percepção dos lucros) ou de desempenho individual dos funcionários (para percepção dos resultados). O programa PLR é uma ferramenta de gestão que permite a motivação dos empregados na produtividade da empresa, proporcionando a atração de melhores resultados, regulada pela lei 10.101/2000. 14. Como é cediço, a Constituição Federal de 1988, art. 7º, XI, incluiu entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a participação nos lucros ou resultados dos seus empregadores. O texto constitucional, neste ponto, é enfático ao assegurar a sua desvinculação da remuneração percebida pelo empregado, de acordo com os critérios legais: Fl. 514DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 38 “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visam à melhoria de sua condição social: XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.” 15. Nesse sentido, a Lei de Custeio da Seguridade Social em seu artigo 28, § 9º, j, condicionou a não incidência de contribuição previdenciária ao atendimento dos critérios fixados em lei específica: “Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;” 16. Desse modo, para que uma empresa possa efetuar pagamentos aos seus funcionários do aludido benefício, é necessário o preenchimento de alguns requisitos mínimos, dispostos no artigo 2°, da Lei 10.101/2000: “Art.2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.” 17. Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, o exercício do direito assegurado pelo referido artigo começaria “com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentálo, diante da imperativa necessidade de integração”. (RE 398284, Relator Min. Menezes Direito, Primeira Turma, julgado em 23/09/2008). A seu turno, a regulamentação do dispositivo “somente ocorreu com a edição da Medida Provisória 794/94”, Fl. 515DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 473 39 posteriormente convertida na Lei 10.101/00. (RE 393764 AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado em 25/11/2008) 18. É dizer: a não incidência da contribuição social previdenciária está adstrita aos pagamentos realizados a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, pressupondo a observância de requisitos mínimos estabelecidos pela Lei 10.101/2000, como se demonstrou anteriormente. 19. Assim, considerando que as Convenções Coletivas de Trabalho acostados aos autos demonstram a existência de um programa de participação nos lucros ou resultados, chamado de My Performance, com respectivo o acompanhamento dos trabalhadores; a base procedimental trazida pelo contribuinte na distribuição dos lucros é suficiente para o cumprimento das formalidades legais. 20. Destacase que o programa está devidamente previsto na Cláusula 6ª, § 1º do Acordo e, ainda, na Cláusula 3ª do Anexo I. 21. Em sendo, discordo da solução adotada tanto no julgamento de origem quanto nesta instância recursal. Entendo que restaram preenchidos os requisitos dispostos na lei, como demonstrado. 22. Constato que a estrutura montada pela empresa é satisfatória para determinar a natureza dos pagamentos excluindoos da base de cálculo do tributo. A preocupação do legislador, constante na Lei 10.101/00, é no sentido de salvaguardar o direito do trabalhador. 23. Devese verificar, portanto, a existência de um procedimento bilateral, firmado entre empregadores e empregados, a fim de delinear uma estrutura normativa interna com o escopo de dar a máxima efetividade ao texto constitucional (art. 7º, inc. XI da CF/88). A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é neste sentido, verbis: “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. CARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07/STJ. PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. SÚMULA 07/STJ. 1. A isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a observância da legislação específica a que refere a Lei n.º 8.212/91. 2. Os requisitos legais inseridos em diplomas específicos ( arts. 2º e 3º, da MP 794/94; art. 2º, §§ 1º e 2º, da MP 860/95; art. 2º, § 1º e 2º, MP 1.53934/ 1997; art. 2º, MP 1.69846/1998; art. 2º, da Lei n.º 10.101/2000), no afã de tutelar os trabalhadores, não podem ser suscitados pelo INSS por notória carência de interesse recursal, máxime quando deduzidos para o fim de fazer incidir contribuição sobre participação nos lucros, mercê tratarse de benefício constitucional inafastável (CF, art. 7º, IX). 3. A evolução legislativa da participação nos lucros ou resultados destacase pela necessidade de observação da livre negociação Fl. 516DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 40 entre os empregados e a empresa para a fixação dos termos da participação nos resultados. 4. A intervenção do sindicato na negociação tem por finalidade tutelar os interesses dos empregados, tais como definição do modo de participação nos resultados; fixação de resultados atingíveis e que não causem riscos à saúde ou à segurança para serem alcançados; determinação de índices gerais e individuais de participação, entre outros. 5. O registro do acordo no sindicato é modo de comprovação dos termos da participação, possibilitando a exigência do cumprimento na participação dos lucros na forma acordada. 6. A ausência de homologação de acordo no sindicato, por si só, não descaracteriza a participação nos lucros da empresa a ensejar a incidência da contribuição previdenciária. [...] 8. In casu, o Tribunal local afastou a incidência da contribuição previdenciária sobre verba percebida a título de participação nos lucros da empresa, em virtude da existência de provas acerca da existência e manutenção de programa espontâneo de efetiva participação nos lucros da empresa por parte dos empregados no período pleiteado, vale dizer, à luz do contexto fáticoprobatório engendrado nos autos, consoante se infere do voto condutor do acórdão hostilizado, verbis: "Embora com alterações ao longo do período, as linhas gerais da participação nos resultados, estabelecidas na legislação, podem ser assim resumidas: a) deve funcionar como instrumento de integração entre capital e trabalho, mediante negociação; b) deve servir de incentivo à produtividade e estar vinculado à existência de resultados positivos; c) necessidade de fixação de regras claras e objetivas; d) existência de mecanismos de aferição dos resultados. [...] Comparandose o PPR da autora com as linhas gerais antes definidas, bem como com os demais requisitos legais, verificase que são convergentes, a ponto de caracterizar os valores discutidos como participação nos resultados. Desse modo, estão isentos da contribuição patronal sobre a folha de salários, de acordo com o disposto no art. 28, § 9.º, alínea "j", da Lei n.º 8.212/91". (fls. 596/597) 9. Precedentes: AgRg no REsp 1180167/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJe 07/06/2010; AgRg no REsp 675114/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, DJe 21/10/2008; AgRg no Ag 733.398/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ 25/04/2007; REsp 675.433/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, DJ 26/10/2006; 10. Recurso especial não conhecido” [g.n.] (REsp 865.489/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 24/11/2010). Fl. 517DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 16327.001170/201049 Acórdão n.º 2301003.094 S2C3T1 Fl. 474 41 24. Urge ressaltar que a regulamentação normativa tem o escopo de proteger o trabalhador para que sua participação nos lucros se efetive. Assim, podese concluir que os documentos trazidos aos autos indicam que houve uma negociação prévia entre as partes. 25. Diante desses elementos, dou provimento ao recurso para invalidar a exação lançada sobre a distribuição dos lucros e resultados para os empregados da recorrente. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. 26. Ressaltase que, em respeito ao art. 106 do CTN, inciso II, alínea “c”, deve o Fisco perscrutar, na aplicação da multa, a existência de penalidade menos gravosa ao contribuinte. No caso em apreço, esse cotejo deve ser promovido em virtude das alterações trazidas pela Lei 11.941/2009 ao art. 35 da Lei 8.212/1991, que instituiu mudanças à penalidade cominada pela conduta da Recorrente à época dos fatos geradores. 27. Assim, identificando o Fisco benefício ao contribuinte na penalidade nova, essa deve retroagir em seus efeitos, conforme ocorre com a nova redação dada ao art. 35 da Lei 8.212/1991 que assim dispõe: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 28. Por sua vez, o art. 61 da Lei 9.430/96 reza: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. 29. Confrontando a penalidade retratada na redação original do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 com a que ora dispõe o referido dispositivo legal, vêse que a primeira permitia que a multa atingisse o patamar de 100%, dado o estágio da cobrança do débito, ao passo que a nova limita a multa a vinte por cento. 30. Sendo assim, diante da inafastável aplicação da alínea “c”, inciso II, art. 106, do CTN, concluise pela possibilidade de aplicação da multa prevista no art. 61 da Lei 9.430/1996, com a redação dada pela Lei 11.941/2009 ao art. 35 da Lei 8.212/1991, se mais benéfica para o contribuinte. CONCLUSÃO 31. Ante ao exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL. Fl. 518DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES 42 Damião Cordeiro de Moraes Fl. 519DF CARF MF Impresso em 28/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 09/01/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 09/01/2013 por DAMI AO CORDEIRO DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10280.722160/2009-12
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2801-002.645
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestivo, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Antônio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis. Ausente, Justificadamente, Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Primeira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 10280.722160/2009-12
anomes_publicacao_s : 201212
conteudo_id_s : 5177210
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 2801-002.645
nome_arquivo_s : Decisao_10280722160200912.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
nome_arquivo_pdf_s : 10280722160200912_5177210.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestivo, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Antônio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis. Ausente, Justificadamente, Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
dt_sessao_tdt : Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
id : 4414172
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:22 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217134002176
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1684; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE01 Fl. 60 1 59 S2TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.722160/200912 Recurso nº 932.034 Voluntário Acórdão nº 2801002.645 – 1ª Turma Especial Sessão de 15 de agosto de 2012 Matéria IRPF Recorrente ANA JACIREMA LOPES DE OLIVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestivo, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Antônio de Pádua Athayde Magalhães Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Sandro Machado dos Reis. Ausente, Justificadamente, Luiz Cláudio Farina Ventrilho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 21 60 /2 00 9- 12 Fl. 60DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 27/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10280.722160/200912 Acórdão n.º 2801002.645 S2TE01 Fl. 61 2 Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 3ª Turma da DRJ/BEL (Fls. 44), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Trata o processo de Notificação de Lançamento (fls. 05/11) lavrada em face da Interessada acima identificada, em procedimento de revisão de Declaração de Ajuste Anual relativa ao IRPF exercício 2007, anocalendário 2006, na qual foram apuradas as seguintes infrações: a) Dedução Indevida de Dependentes; b) Dedução Indevida de Despesas Médicas; c) Omissão de Rendimentos, sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 1.802,24, gerando lançamento de R$ 2.548,61, a ser acrescido de multa de ofício e juros de mora. A Interessada apresentou impugnação (fls. 02/03) em 22/06/2009, na qual alega, em síntese, que: (...) Sendo meu dependente por ser meu ENTEADO anexo certidão do mesmo e de meus filhos em que conta o nome de meu marido em comum (Sr. Elias Amaral Barbosa). Com relação às despesas médicas volto a anexar todos os recibos e cédulas C em que conta os descontos com IPASEP e IPAMB. (...) À visa de todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a impugnante seja acolhida a presente impugnação para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. Dessa forma, temse que a contribuinte não impugnou a infração de omissão de rendimentos, motivo pelo qual a Delegacia de origem cadastrou a parte correspondente a referida infração, conforme fls. 39 e 41, delimitando, assim, o litígio a ser apreciado por esta Delegacia de Julgamento. Passo adiante, a 3ª Turma da DRJ/BEL entendeu por bem julgar a Impugnação procedente em parte, em decisão que restou assim ementada: PROVAS. Obtém êxito em suas alegações o contribuinte que carreia aos autos documentos, por ocasião da impugnação, suficientes para não deixarem dúvidas em relação à fidedignidade dos fatos alegados. Cientificada em 26/10/2011 (Fls. 50), a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 30/11/2011 (fls. 51), argumentando, em síntese que: Fl. 61DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 27/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10280.722160/200912 Acórdão n.º 2801002.645 S2TE01 Fl. 62 3 Conforme orientação desta Receita Federal, diante da veracidade dos recibos p/mim repassados devido a tratamento realizados no período de 2006, lançados na Declaração de Exercício 2007, não sei se por desatenção os recibos não foram carimbados e assinados na época, procurei as devidas doutoras solicitando uma declaração por escrito e o carimbo e assinaturas dos devidos recibos repassados. Venho através deste solicitar uma reanálise diante dos documentos p/mim apresentados, longe de mim, médica, querer em qualquer momento enganar a Receita Federal, mas também não quero perder haja visto que os recibos são idôneos, repassados por mim a época devida. Deixo anexo: Recibos (cópias) do original já assinados e carimbados, justamente com uma declaração das próprias profissionais, confirmando prestação do serviço (odontologia e fisioterápico). É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Do exame dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com a preclusão do prazo para interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A decisão de Primeira Instância foi encaminhada ao endereço da contribuinte, via correio, tendo sido recebida em 26/10/2011, conforme atesta o Aviso de Recebimento de fls. 50. A peça recursal, somente, foi protocolizada em 30/11/2011, conforme atesta documento de fls. 51, portanto, fora do prazo fatal. Caberia à recorrente adotar medidas necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, observando o prazo fatal para interpor a peça recursal. Assim, não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão Nestes termos, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, por intempestivo. Assinado digitalmente Fl. 62DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 27/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 10280.722160/200912 Acórdão n.º 2801002.645 S2TE01 Fl. 63 4 Carlos César Quadros Pierre Fl. 63DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 27/ 11/2012 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHAES, Assinado digitalmente em 25/11/2012 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
score : 1.0
Numero do processo: 10325.000332/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2004
PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE CRÉDITO REMANESCENTE. PRÉVIO RECONHECIMENTO DO DIREITO EM PROCESSO ANTERIOR. NOVO PEDIDO DESNECESSÁRIO.
Quando o direito creditório for reconhecido em um primeiro processo de pedido de ressarcimento e o crédito não for totalmente utilizado, não há necessidade de um novo pedido de ressarcimento do crédito remanescente.
Numero da decisão: 3401-001.866
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário interposto.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS
Presidente
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas De Assis E Angela Sartori.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201207
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2004 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE CRÉDITO REMANESCENTE. PRÉVIO RECONHECIMENTO DO DIREITO EM PROCESSO ANTERIOR. NOVO PEDIDO DESNECESSÁRIO. Quando o direito creditório for reconhecido em um primeiro processo de pedido de ressarcimento e o crédito não for totalmente utilizado, não há necessidade de um novo pedido de ressarcimento do crédito remanescente.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 10325.000332/2009-21
anomes_publicacao_s : 201211
conteudo_id_s : 5176173
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 3401-001.866
nome_arquivo_s : Decisao_10325000332200921.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 10325000332200921_5176173.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas De Assis E Angela Sartori.
dt_sessao_tdt : Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2012
id : 4392821
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:55:04 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217136099328
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1549; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 210 1 209 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10325.000332/200921 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401001.866 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 17 de julho de 2012 Matéria COMPENSAÇÃO PIS/COFINS Recorrente VIENA SIDERÚRGICA S/A Recorrida DRJ FORTALEZACE ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2004 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE CRÉDITO REMANESCENTE. PRÉVIO RECONHECIMENTO DO DIREITO EM PROCESSO ANTERIOR. NOVO PEDIDO DESNECESSÁRIO. Quando o direito creditório for reconhecido em um primeiro processo de pedido de ressarcimento e o crédito não for totalmente utilizado, não há necessidade de um novo pedido de ressarcimento do crédito remanescente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 5. 00 03 32 /2 00 9- 21 Fl. 210DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Fernando Marques Cleto Duarte, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas De Assis E Angela Sartori. Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento da COFINS não cumulativa do primeiro trimestre de 2006 (fls. 04/06), transmitidos em 22/09/2008. A Delegacia de origem indeferiu o pedido, sob fundamento de que os créditos pleiteados já tinham sido objeto de outros processos administrativos. A Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, mas a DRJ em FortalezaCE indeferiu, ao prolatar acórdão (fls.173/175) com a seguinte ementa: “PEDIDO DE RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO. Não se conhece do pedido de ressarcimento retificador de anterior solicitação de mesma natureza e período de apuração, que já foi objeto de decisão proferida pela Unidade Local. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Direito Creditório Não Reconhecido.” A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 09/04/2012 e interpôs Recurso Voluntário em 02/05/2012 (fls.180/184), com as alegações resumidas abaixo: 1 O presente pedido objeto deste processo não se trata de retificação, mas sim de pedido de crédito remanescente, do qual tem o direito já reconhecido pela autoridade fiscal na primeira vez que pediu o ressarcimento. 2 O crédito reconhecido no outro processo, no qual pediu o ressarcimento, não foi totalmente utilizado. 3 O direito de pleitear o crédito extinguese somente em cinco anos. Ao fim, a Recorrente pediu o provimento do Recurso Voluntário, a fim de que seja reformado o acórdão da DRJ e reconhecido o direito ao crédito pleiteado. É o Relatório. Voto Fl. 211DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10325.000332/200921 Acórdão n.º 3401001.866 S3C4T1 Fl. 211 3 Conselheiro JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA, Relator O Recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente pede ressarcimento da COFINS nãocumulativa de períodos já analisados em outros processos administrativos, razão que levou ao indeferimento deste novo pedido. Assim, o cerne da questão consiste na possibilidade de ressarcimento de períodos já alisados. Conforme informação constante no Termo de Verificação Fiscal, mas precisamente na fl. 124, o crédito relativo ao primeiro trimestre de 2006 já foi analisado nos processos nºs 10325.000860/200638, pelo qual foi reconhecido o direito creditório para esse período no valor de R$ 2.490.351,02. Parte do crédito reconhecido foi utilizada nas compensações relacionadas nas fls. 109 e 110, devidamente homologadas, cuja soma dos débitos totalizava o montante de R$ 934.435,39. Portanto, a Recorrente tem em seu favor o crédito remanescente no valor de R$ 1.555.915,63. Da leitura do Recurso Voluntário da Recorrente, notase que o objetivo não é a nova análise do crédito, mas apenas a declaração do crédito já reconhecido. Uma vez já reconhecido o crédito pleiteado, não há razão para uma nova declaração de direito creditório, haja vista a matéria já ter sido discutida em outro processo. O máximo que poderia haver era um pedido de compensação ou restituição para aproveitamento do crédito já reconhecido, o que não é caso. Portanto, não tem como se conhecer mais uma vez um direito creditório já reconhecido. Ex positis, nego provimento ao Recurso Voluntário interposto. Sala das Sessões, em 17 de julho de 2012 JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Fl. 212DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA 4 Fl. 213DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 20 /11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 17/11/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 10140.720218/2010-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. OUTRAS ENTIDADES E FUNDOS.
A empresa enquadrada no FPAS 507-0, código de terceiros 0079, contribui para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Serviço Social da Indústria e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, à alíquota global de 5,8% incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a seus segurados empregados.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-001.980
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o julgado.
Liége Lacroix Thomasi Presidente Substituta (na data da formalização do Acordão).
Arlindo da Costa e Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice-presidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Adriano Gonzáles Silvério e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. OUTRAS ENTIDADES E FUNDOS. A empresa enquadrada no FPAS 507-0, código de terceiros 0079, contribui para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Serviço Social da Indústria e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, à alíquota global de 5,8% incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a seus segurados empregados. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 10140.720218/2010-13
anomes_publicacao_s : 201210
conteudo_id_s : 5173010
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 2302-001.980
nome_arquivo_s : Decisao_10140720218201013.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : ARLINDO DA COSTA E SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 10140720218201013_5173010.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o julgado. Liége Lacroix Thomasi Presidente Substituta (na data da formalização do Acordão). Arlindo da Costa e Silva - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice-presidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Adriano Gonzáles Silvério e Arlindo da Costa e Silva.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
id : 4315433
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:54:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041217137147904
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1762; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 827 1 826 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10140.720218/201013 Recurso nº 001.980 Voluntário Acórdão nº 2302001.980 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de agosto de 2012 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS AIOP Recorrente E.M.P. CONSTRUTORA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. OUTRAS ENTIDADES E FUNDOS. A empresa enquadrada no FPAS 5070, código de terceiros 0079, contribui para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Serviço Social da Indústria e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, à alíquota global de 5,8% incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a seus segurados empregados. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o julgado. Liége Lacroix Thomasi – Presidente Substituta (na data da formalização do Acordão). Arlindo da Costa e Silva Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 72 02 18 /2 01 0- 13 Fl. 827DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vicepresidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Adriano Gonzáles Silvério e Arlindo da Costa e Silva. Relatório Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 Data da lavratura do AIOP: 05/07/2010. Data da Ciência do AIOP: 05/07/2010. Tratase de crédito tributário lançado em desfavor da empresa em epígrafe, consistente em contribuições previdenciárias destinadas a Outras Entidades e Fundos, incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a seus segurados empregados, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 18/20. Informa a Autoridade Lançadora que o lançamento é constituído por contribuições previdenciárias, cujos fatos geradores e bases de cálculo houveramse por apuradas diretamente das folhas de pagamento da empresa, e que não foram declaradas nas respectivas GFIP. Irresignado com o supracitado lançamento tributário, o sujeito passivo apresentou impugnação a fls. 73/75. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande/MS baixou o feito em diligência para que a Autoridade Lançadora se pronunciasse a respeito de questões controversas do lançamento levantadas em sede de impugnação e sobre novos documentos apresentados pelo contribuinte, conforme Despacho a fls. 692/693. Relatório de Diligência Fiscal a fls. 695/696. Promovida a ciência do referido Relatório de Diligência ao sujeito passivo, este ofereceu impugnação aditiva a fls. 710/711. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande/MS lavrou Decisão Administrativa textualizada no Acórdão a fls. 775/780, julgando procedente em parte o lançamento, com a apropriação das GPS com identificação inicialmente incorreta, e agora sanada, e retificando o crédito tributário na forma consignada no Discriminativo Analítico do Débito Retificado DADR a fls. 784/785. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 07/02/2012, conforme documento de Intimação e Recibo a fl. 793. Inconformado com a decisão exarada pelo órgão administrativo julgador a quo, o ora Recorrente interpôs recurso voluntário, a fls. 796/797, alegando entender ter procedido ao recolhimento devido das contribuições destinadas a terceiros na competência junho/2007. Ao fim, requer que seja considerado extinto o débito referente às competência junho de 2007. Fl. 828DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10140.720218/201013 Acórdão n.º 2302001.980 S2C3T2 Fl. 828 3 Relatados sumariamente os fatos relevantes. Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O sujeito passivo foi válida e eficazmente cientificado da decisão recorrida no dia 07/02/2012. Havendo sido o recurso voluntário protocolado no dia 07 de março do mesmo ano, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto. Presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço. Ante a inexistência de questões preliminares, passamos à análise do mérito. 2. DO MÉRITO Cumpre assentar que não serão objeto de apreciação por este Colegiado as matérias não expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais serão consideradas como verdadeiras, assim como as matérias decididas pelo órgão de 1ª instância não expressamente contestadas pelo sujeito passivo em seu instrumento de Recurso Voluntário, as quais se presumirão como anuídas pela parte. 2.1. DO DÉBITO REMANESCENTE Colhemos do DADR a fls. 784/785 que, após a apropriação das guias com identificação incorreta, cujo vício de identificação houvese por sanado a tempo, restou a ser adimplido um montante remanescente na competência junho de 2007, no valor de R$ 106,19 (cento e seis reais e dezenove centavos). Razão não lhe assiste. Compulsando o relatório Discriminativo Analítico de Débito a fls. 05/06 e o Relatório de Lançamentos a fls. 14/15, verificamos que a fiscalização apurou na competência junho/2007 um montante tributável de R$ 171.719,13 referente a remuneração de segurados empregados, montante esse que não foi declarados na GFIP correspondente. Fl. 829DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Sendo 5070 o código FPAS da empresa, esta carreia o código de terceiros 0079, o que importa na tributação de contribuições sociais destinadas a Outras Entidades e Fundos mediante a aplicação de alíquota de 5,8% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a seus segurados empregados. Nesse parâmetro, sendo a base de incidência R$ 171.719,13, implica a tributação de R$ 9.959,71 destinadas a terceiros, conforme assim consignado no Discriminativo Analítico de Débito a fl. 06. O Relatório de Documentos Apresentados a fl. 07 informa que na competência junho/2007 houvese registrado um recolhimento no CNPJ da empresa no total de R$ 37.312,32 computados pela soma de 06 documentos de recolhimento, sendo que, deste valor, R$ 3.980,72 são destinados, exclusivamente, a Outras Entidades e Fundos. Cumpre anotar, que no montante assinalado no parágrafo precedente, não se encontra incluso o recolhimento de que tratam os documentos a fls. 804/809, no valor global de R$ 45.155,25, dos quais R$ 8.344,93 são destinados a terceiros. O recolhimento que ora se trata somente veio a se juntar aos demais em razão de o erro na identificação do contribuinte ter sido corrigido a tempo, antes de proferida a decisão de 1ª instância. Constatamos, ainda, através do Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados a fls. 08/10, que na competência em realce, dos R$ 3.980,72 inicialmente apurados pela fiscalização, R$ 2.472,13 foram apropriados pela GFIP, documento constitutivo de crédito tributário, com status de declaração de dívida, para fazer frente aos valores informados nesse documento declaratório, e os restantes R$ 1.508,59 foram apropriados pelo presente lançamento, digase, Auto de Infração 37.725.1407. Nesse cenário temos os seguintes parâmetros: a) Valor devido a terceiros, não declarados em GFIP: R$ 9.959,71 b) Valor recolhido para terceiros (apurado no lançamento) R$ 3.980,72 c) Valor recolhido para terceiros (apurado em Diligência) R$ 8.344,93 d) Valor Total recolhido exclusivamente para terceiros: R$ 12.325,65 e) Valor apropriado pelo crédito tributário declarado em GFIP: R$ 2.472,13 f) Valor apropriado pelo AI 37.725.1407 no lançamento: R$ 1.508,59 g) Valor apropriado pelo AI 37.725.1407 na decisão DRJ: R$ 8.344,93 h) Valor total apropriado (GFIP + AI 37.725.1407): R$ 12.325,65 i) Valor total apropriado no AI 37.725.1407: R$ 9.853,52 Ora, tendo sido lançado por intermédio do presente Auto de Infração um montante de contribuições sociais destinadas a terceiros no valor de R$ 9.959,71 , não declarados em GFIP, e havendo sido apropriado pelo presente lançamento um total de R$ 9.853,52 , a menos que a minha aritmética não me engane, resta ainda a ser recolhido, à honra Fl. 830DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10140.720218/201013 Acórdão n.º 2302001.980 S2C3T2 Fl. 829 5 dessa rubrica, um total de R$ 106,19, em valores originários, como assim informa o Discriminativo Analítico do Débito Retificado a fls. 785. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 831DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI
score : 1.0