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Numero do processo: 10865.000652/2002-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri May 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jun 13 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1997
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - PRINCÍPIO DA VERDADE
MATERIAL.
No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legitimidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento
DCTF. PAGAMENTO ENCONTRADO. COMPENSAÇÃO COMPROVADA.
Comprovada com documentação hábil e idônea a alegada compensação dos débitos exigidos com direito creditório do sujeito passivo, é de se cancelar o lançamento correspondente.
Numero da decisão: 1401-001.890
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, aplicando-se o resultado de diligência.
(assinado digitalmente)
Antônio Bezerra Neto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Abel Nunes de Oliveira Neto, Jose Roberto Adelino da Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legitimidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento DCTF. PAGAMENTO ENCONTRADO. COMPENSAÇÃO COMPROVADA. Comprovada com documentação hábil e idônea a alegada compensação dos débitos exigidos com direito creditório do sujeito passivo, é de se cancelar o lançamento correspondente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, aplicandose o resultado de diligência. (assinado digitalmente) Antônio Bezerra Neto Presidente. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 00 06 52 /2 00 2- 06 Fl. 349DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Abel Nunes de Oliveira Neto, Jose Roberto Adelino da Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa Fl. 350DF CARF MF Processo nº 10865.000652/200206 Acórdão n.º 1401001.890 S1C4T1 Fl. 350 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão 1443.255 5ª Turma da DRJ/RPO que por unanimidade de votos julgou improcedente a impugnação e manteve o lançamento, pois entendeu não comprovada com documentação contábil e idônea a alegada compensação dos débitos exigidos com eventual direito creditório do sujeito passivo. De acordo com os fatos e enquadramento legal, verificase que por procedimento de Auditoria Interna em Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF, foram constadas irregularidades em diversos pagamentos não encontrados referentes ao período de apuração de 1997, que deram origem as autuações representadas nos processos abaixo a saber: Em todas as autuações exigiuse o valor do débito não pago acrescido dos juros de mora incidentes sobre os débitos, calculados até a data da lavratura do AI, e da multa isolada de 75% sobre o valor não recolhido. Apreciada a impugnação, fl. 02, na qual o interessado alega extinção do crédito exigido, vez que os débitos teriam sido compensados com saldo negativo de períodos anteriores, que poderiam ser identificados na Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica do período 01/01/96 a 31/12/96, o lançamento foi mantido por insuficiência de provas da alegada extinção. Em sede recursal, aduz que objetivava a compensação dos mencionados valores com o saldo negativo oriundo dos recolhimentos de estimativa fiscal do ano calendário 1995, exercício 1996, período em que teve prejuízo fiscal, ocorre que ao invés de formular o pedido de compensação do saldo negativo, por meio de procedimento próprio, a fim de se chegar a composição deste importe, a Recorrente informou diretamente nas DCTFs entregues no ano de 1997, a compensação com os DARFs recolhidos a título de estimativa no ano calendário 1995, no formato de pagamento indevido ou a maior. Para demonstrar a existência de prejuízo fiscal, acumulando saldo negativo de R$ 21.332,07 do IRPJ e R$ 16.495,62 da CSLL, segundo ela suficientes para as compensações reclamadas, apresentou cópia da DIPJ do ano calendário 1995, exercício 1996; cópia dos DARFs de estimativa fiscal recolhidos no ano calendário 1995; cópia do Livro Diário do ano de 1995, com a demonstração do resultado; cópia da DCTF do 2o. trimestre de Fl. 351DF CARF MF 4 1997; cópia do Livro Diário de 1997, com informe do valor a recuperar de 1995; planilhas demonstrativas das compensações realizadas com o saldo negativo do IRPJ e CSLL. Pela Resolução nº 1401000.414, os autos foram baixados em diligência, para que autoridade fiscal promova a aferição da real composição do saldo negativo do ano de 1995, mediante a análise dos efetivos recolhimentos das estimativas e contabilização do prejuízo fiscal, sem prejuízo da constatação de existência de outro formato de utilização do aludido crédito, com base nos documentos anexados aos autos na fase recursal, de maneira a indicar o valor do saldo de prejuízo fiscal constante nos citados documentos, bem como se eram suficientes a compensar os créditos objeto das autuações representadas pelos lançamentos indicados nos processos 10865.001713/200163, 10865.000652/200206, 10865.000661/200299, 10865.001203/200277, 10865.001204/200211, procedentes da mesma origem procedimental, deixando a faculdade para que a autoridade fiscal preste demais esclarecimentos que julgar necessários ao bom deslinde da demanda. Em resposta à diligência, sobreveio a informação fiscal de fls. 336/339, sobre a qual a Recorrente foi instada a se manifestar (fl. 344) e quedouse inerte. Era o der essencial a ser relatado. Passo a decidir Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, por isso, dele tomo conhecimento. Atendendo à solicitação da diligência, a autoridade fiscal conferiu as informações constantes deste processo, informações das DIPJ e DCTF dos anos calendários 1995 e 1996 (fls. 267 a 325), pagamentos em DARF realizados no período e informações complementares prestadas pela contribuinte (fls. 167 a 266). Assim, com base nas DIPJ e DCTF dos anos calendários 1995 e 1996, apurou que, de acordo com informações da DIPJ do ano calendário 1996 (fls. 288 a 322) e informações da contabilidade, os débitos de IRPJ e CSLL apurados com base na receita bruta nos meses de abril/1996 a dezembro/1996, foram compensados com os créditos de saldos negativos dos respectivos tributos do ano anterior (1995). Do resultado da diligência, importante transcrever o seguinte trecho conclusivo: Com base nas informações relatadas, concluímos pelas confirmações dos créditos de saldos negativos de IRPJ e CSLL, apurados no ano de 1995, pelos valores respectivos de R$ 20.190,49 e R$ 15.582,34. Concluímos, também, que estes créditos foram suficientes para as extinções de débitos apurados no ano calendário 1996 e eram suficientes para as extinções dos débitos lançados nos autos de infração tratados nos processos nº 10865.001713/200163, 10865.000652/2002 06, 10865.000661/200299, 10865.001203/200277 e 10865.001204/200211. As fls. 332 a 335 estão localizados os demonstrativos de compensações dos débitos lançados nos autos tratados nos processos nº 10865.001713/200163, Fl. 352DF CARF MF Processo nº 10865.000652/200206 Acórdão n.º 1401001.890 S1C4T1 Fl. 351 5 10865.000652/200206, 10865.000661/200299, 10865.001203/200277 e 10865.001204/200211 com os créditos de saldos negativos remanescentes, que demonstram estes seriam suficientes para as extinções daqueles débitos. Ante o exposto, conheço do recurso voluntário para darlhe provimento aplicandose o resultado da diligência. É como voto (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora Fl. 353DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10715.001221/2010-82
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/06/2006 a 30/06/2006
REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE EM ATRASO. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR.
A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea e, do Decreto-Lei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias , destinadas à exportação no Siscomex é cabível quando o atraso é superior a sete dias, nos termos da IN SRF nº 1096/2010.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.161
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/06/2006 a 30/06/2006 REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE EM ATRASO. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea e, do Decreto-Lei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias , destinadas à exportação no Siscomex é cabível quando o atraso é superior a sete dias, nos termos da IN SRF nº 1096/2010. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias , destinadas à exportação no Siscomex é cabível quando o atraso é superior a sete dias, nos termos da IN SRF nº 1096/2010. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para negar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 12 21 /2 01 0- 82 Fl. 250DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Auto de Infração que exige do contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37/1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. Inconformada com a autuação, o Contribuinte apresentou Impugnação, que foi julgada parcialmente procedente pela DRJ, com a aplicação retroativa da IN SRF nº 1096/2010, que ampliou o prazo de apresentação de informações para 7 (sete) dias, para afastar a multa em todos os casos em que a informação se deu dentro deste prazo. Em seguida, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, expondo que: 1 Erro material da decisão de primeira instância, tendo em vista que colocou como sendo a condenação remanescente o valor referente ao que deveria ser excluído; 2 Não houve prejuízo ao fisco ou dificuldade na fiscalização da carga; 3 Solicita a aplicação da denúncia espontânea, tendo em vista que a obrigação seria devida após o desembaraço aduaneiro, que não houve abertura de procedimento fiscalizatório senão graças às informações prestadas anteriormente ao seu inicio pelo recorrente; 4 Aponta como ausente de fundamento legal o prazo previsto no Decreto Lei infringindo o principio da legalidade; 5 Pede pela imposição de multa singular, evocando a espécie jurídica extraída do Código Penal, “Crime Continuado”; Julgando o feito, a Turma recorrida deu provimento ao recurso voluntário, aplicando a denúncia espontânea para afastar a exigência da multa acima citada. Cientificada do acórdão mencionado o Representante da Fazenda Nacional apresentou recurso especial suscitando divergência quanto à exoneração da penalidade em comento por aplicação da denúncia espontânea prevista no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37/1966, com a nova redação dada pela Lei 12.350/2010. Ao julgar o caso, a 3ª Câmara Superior de Recursos Fiscais deste CARF deu provimento parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, afastando a possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea às penalidades infligidas pelo descumprimento de deveres instrumentais, como os decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela SRF para a prestação de informações à administração aduaneira. Na mesma decisão, determinou que os autos fossem remetidos novamente às Câmaras Baixas para apreciação e deliberação dos demais argumentos apresentados pelo Contribuinte. O contribuinte opôs Embargos de Declaração cuja a admissibilidade foi negada por despacho do Presidente do CARF. Por fim, os autos foram distribuídos à turma 3402, para relatoria do feito. É o relatório. Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10715.001221/201082 Acórdão n.º 3402004.161 S3C4T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. Como se verifica no relatório, apenas o argumento relativo à aplicação da denúncia espontânea em relação a penalidades decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias foi enfrentado no acórdão proferido pela 3ª CSRF, justamente por ter sido o fio condutor do acórdão proferido na Câmara Baixa, que deixou de deliberar sobre os demais pontos, a despeito do I. Relator têlos enfrentado em seu acórdão. Desse modo, cabe a este Colegiado discutir, a despeito de concordância ou não com o mérito da decisão da CSRF, apenas os demais argumentos. Tampouco cabe deliberar aqui a respeito da preliminar apreciada no acórdão recorrido, a respeito da existência de erro material na decisão da DRJ, no momento de cálculo do crédito tributário remanescente. Isso se dá em razão de tanto a preliminar quanto ao mérito terem sido apreciados, a despeito de apenas em relação a este último ter versado o Recurso Especial da Fazenda Nacional, o que implica na definitividade do provimento em relação ao erro material apontado pelo Contribuinte. Nessa mesma linha, o provimento da decisão da 3ª CSRF foi exatamente no sentido de que se apreciasse os demais argumentos relativos ao mérito, que deixaram de ser deliberados em razão do provimento meritório. Apenas por razão de cautela, visando evitar omissões ou dificuldades de execução do acórdão, frisase esse ponto para esclarecer o motivo pelo qual tal preliminar não será enfrentada aqui, visto que não é possível nos manifestarmos sobre matéria que já foi julgada e, inclusive, transitou em julgado administrativo por ausência de manifestação. 1) Da Ofensa à Reserva Legal Tal matéria foi devidamente enfrentada pelo Conselheiro Paulo Caliendo no Acórdão CARF nº 3801004.879, pelo que adiro às suas conclusões, reproduzindo seu entendimento: A infração em tese cometida pela recorrente se encontra caracterizada pela apresentação de declaração de informações sobre o vôo e as declarações fora do prazo estabelecido, por força do art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei 37/66, com redação dada pela Lei nº 10.833/03, c/c art. 44 da Instrução Normativa 28/94, com redação dada pela Instrução Normativa 510/05 e art. 22 da Instrução Normativa 800/07. No que tange a tipificação da conduta do recorrente, a sua descrição consta igualmente e inicialmente tipificada no art. 107 do DecretoLei 31/66, que Fl. 252DF CARF MF 4 estabelece a aplicação de multa para quem deixar de prestar a declaração sobre veículo e carga transportada, bem como quem de forma omissiva ou comissiva embaraçar ação de fiscalização. Ademais, as instruções normativas tem como finalidade de preencher lacunas que por vezes se encontram dentro dos procedimentos fiscais, no caso específico de normas que estabelecem prazo para a apresentação ou recolhimento de obrigações acessórias, não estão sujeitas a reserva legal do art. 97 do CTN, por não compreendem o rol de matérias lá estabelecido, cabendo, portanto, o estabelecimento dos prazos por norma de hierarquia inferior, como as Portarias e Instruções Normativas, conforme tem se posicionado o CARF. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/12/1998 OBRIGAÇÃO ACESSORIA. PRAZO. INSERÇÃO SISCOMEX DE DECLARAÇÃO DE EMBARQUE DE MERCADORIAS. O prazo de inserção das informações do embarque de mercadoria no SISCOMEX é de sete dias, contados do dia do efetivo embarque. Não se aplica a norma processual do artigo 210 do Código Tributário Nacional, neste caso prevalece o prazo fixado em Portarias e Instruções Normativas em razão de que não contemplam aspectos da hipótese de incidência, estão fora da reserva legal prevista no artigo 97 do CTN. Constado inserção além do prazo fixado, impõe negar provimento ao recurso. Recurso Negado. Mais ainda, é preciso distinguir entre a legalidade veiculada no artigo 5º, II e no artigo 150, I, ambos da Constituição Federal: Art. 5º. (...) II ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; Apenas o artigo 150, I veicula comando de reserva de lei, restringindo a exigência ou o aumento de tributo ao manejo deste instrumento legislativo, ao determinar expressamente que a lei deverá estabelecer tais matérias. Diferentemente, o art. 5º, II fala apenas que as obrigações de ação ou omissão deverão ser constituídas em virtude de lei, é dizer, podem sêlo diretamente por ela, mas sem prejuízo da lei remeter, por exemplo, à RFB a determinação de certos aspectos relativos a essas obrigações. É exatamente o caso, como se depreende da tipificação da infração administrativa incorrida, prevista no DecretoLei nº 37/66, art. 107, IV, "e": por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e Há uma remissão expressa a ato da RFB que determinará a forma e prazo da prestação de informações, atribuindo competência expressa a esta para regulamentar tal matéria no âmbito infralegal. Frisese, naturalmente, que tal se dá por se tratar de matéria referente a Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10715.001221/201082 Acórdão n.º 3402004.161 S3C4T2 Fl. 4 5 obrigações acessórias, visto que se de tributo se tratasse, somente por lei se poderia criálo ou modificálo. Desse modo, não procede o argumento do Contribuinte. 2) Da Ausência de Dano ao Erário Novamente sobre este tópico, adiro às razões do Acórdão CARF nº 3801 004.879, às quais reproduzo: Em que pese não tenha ocorrido dano pecuniário do ente público, o entendimento no caso é por embaraçar a fiscalização do fisco. As declarações a que as empresas de transporte são obrigadas a apresentar são obrigações acessórias com finalidade exclusiva de auxiliar a fiscalização das importações e exportações, possibilitando a ciência do que cada empresa que utiliza a transportadora tem transportado, para onde vai e se foi recolhido o tributo a que esta operação está sujeita. Logo, a responsabilidade de declarar a mercadoria transportada pela empresa, conforme art. 107, IV, alínea “e” do Decreto lei 37/66, é uma obrigação acessória de declaração ao fisco e cujo descumprimento implica na aplicação de multa por embaraço à fiscalização. Nestes termos, entendo que há o embaraço da fiscalização, quando as transportadoras não cumprem o prazo de emissão da declaração, não obstante entenda que não deve incidir a multa regulamentar neste caso, apenas nos casos de omissão. Com razão, é preciso observar, no esteio da jurisprudência deste CARF, que o bem jurídico tutelado pelas obrigações acessórias em matéria aduaneira não é a liquidez do Erário, mas sim o controle das fronteiras, especialmente em relação aos produtos que entram e que saem no transporte internacional. Desse modo, a ausência de prejuízo pecuniário à arrecadação tributária não afeta, de maneira alguma, a aplicação das sanções relativas ao descumprimento de obrigações acessórias com finalidade fiscalização e controle do comércio exterior. Assim, tampouco deve proceder o argumento do contribuinte neste ponto. 3) Da aplicação de multa singular A infração capitulada no art. 107, IV, "e" do DL 37/66 tem o seguinte texto: por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; Não procede a tese de contribuinte de aplicação da regra de "crime continuado" prevista no artigo 71 do Código Penal, por inexistir no contexto fático relação de continuidade entre as omissões quanto à prestação de informações a despeito de concordamos com sua assunção no sentido de tal regra ser relativa à infrações administrativas. Isso se dá Fl. 254DF CARF MF 6 pelo fato do artigo 71 do CP exigir algum grau de conexão entre as infrações, para a construção do liame de continuidade, o que não há no caso. Tampouco caberia se falar na aplicação da multa por embarque, é dizer, por embarcação ou por vôo, com base em possível dúvida interpretativa do tipo infracional, com fundamento no artigo 112 do Código Tributário Nacional, visto que a metodologia aplicada pelo fiscal foi exatamente a de aplicar a multa por embarque e não por carga. Ante o exposto, entendo que não deve prosperar o argumento do contributinte neste ponto. 4) Conclusão Em face do que foi analisado acima, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 255DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15504.724965/2014-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011
PREJUÍZO FISCAL. BASE DE CÁLCULO NEGATIVO DE CSLL. SALDOS.
O Contribuinte tem o dever legal de controlar no LALUR os prejuízos fiscais/bases de cálculo negativas de CSLL de anos anteriores, o que envolve, também, controlar os valores decorrentes dos resultados das ações fiscais já realizadas pela Receita Federal do Brasil - RFB. A inexistência de decisão definitiva em processos que tratam de autuações anteriores, que implicaram alteração no saldo de prejuízo fiscal e/ou de base de cálculo negativa de CSLL, não impede que a autuação seja feita com o aproveitamento do saldo alterado.
PREJUÍZO FISCAL DEMAIS ATIVIDADES. COMPENSAÇÃO COM LUCRO REAL ATIVIDADE RURAL. POSSIBILIDADE.
Nos termos da legislação que rege a tributação do resultado da atividade rural, eventual prejuízo fiscal apurado em outra atividade pode ser compensado com o resultado de atividade rural, com a trava de 30%.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2008, 2009
PREJUÍZO FISCAL. BASE DE CÁLCULO NEGATIVO DE CSLL. SALDOS.
O Contribuinte tem o dever legal de controlar no LALUR os prejuízos fiscais/bases de cálculo negativas de CSLL de anos anteriores, o que envolve, também, controlar os valores decorrentes dos resultados das ações fiscais já realizadas pela Receita Federal do Brasil - RFB. A inexistência de decisão definitiva em processos que tratam de autuaçõe santeriores, que implicaram alteração no saldo de prejuízo fiscal e/ou de base de cálculo negativa de CSLL, não impede que a autuação seja feita com o aproveitamento do saldo alterado.
PREJUÍZO FISCAL DEMAIS ATIVIDADES. COMPENSAÇÃO COM LUCRO REAL ATIVIDADE RURAL. POSSIBILIDADE.
Nos termos da legislação que rege a tributação do resultado da atividade rural, eventual prejuízo fiscal apurado em outra atividade pode ser compensado com o resultado de atividade rural, com a trava de 30%.
Numero da decisão: 1402-002.528
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício, e, em relação ao recurso voluntário, rejeitar o pedido de sobrestamento do seu julgamento e as preliminares de nulidade e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2011 PREJUÍZO FISCAL. BASE DE CÁLCULO NEGATIVO DE CSLL. SALDOS. O Contribuinte tem o dever legal de controlar no LALUR os prejuízos fiscais/bases de cálculo negativas de CSLL de anos anteriores, o que envolve, também, controlar os valores decorrentes dos resultados das ações fiscais já realizadas pela Receita Federal do Brasil - RFB. A inexistência de decisão definitiva em processos que tratam de autuações anteriores, que implicaram alteração no saldo de prejuízo fiscal e/ou de base de cálculo negativa de CSLL, não impede que a autuação seja feita com o aproveitamento do saldo alterado. PREJUÍZO FISCAL DEMAIS ATIVIDADES. COMPENSAÇÃO COM LUCRO REAL ATIVIDADE RURAL. POSSIBILIDADE. Nos termos da legislação que rege a tributação do resultado da atividade rural, eventual prejuízo fiscal apurado em outra atividade pode ser compensado com o resultado de atividade rural, com a trava de 30%. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2008, 2009 PREJUÍZO FISCAL. BASE DE CÁLCULO NEGATIVO DE CSLL. SALDOS. O Contribuinte tem o dever legal de controlar no LALUR os prejuízos fiscais/bases de cálculo negativas de CSLL de anos anteriores, o que envolve, também, controlar os valores decorrentes dos resultados das ações fiscais já realizadas pela Receita Federal do Brasil - RFB. A inexistência de decisão definitiva em processos que tratam de autuaçõe santeriores, que implicaram alteração no saldo de prejuízo fiscal e/ou de base de cálculo negativa de CSLL, não impede que a autuação seja feita com o aproveitamento do saldo alterado. PREJUÍZO FISCAL DEMAIS ATIVIDADES. COMPENSAÇÃO COM LUCRO REAL ATIVIDADE RURAL. POSSIBILIDADE. Nos termos da legislação que rege a tributação do resultado da atividade rural, eventual prejuízo fiscal apurado em outra atividade pode ser compensado com o resultado de atividade rural, com a trava de 30%.
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BASE DE CÁLCULO NEGATIVO DE CSLL. SALDOS. O Contribuinte tem o dever legal de controlar no LALUR os prejuízos fiscais/bases de cálculo negativas de CSLL de anos anteriores, o que envolve, também, controlar os valores decorrentes dos resultados das ações fiscais já realizadas pela Receita Federal do Brasil RFB. A inexistência de decisão definitiva em processos que tratam de autuações anteriores, que implicaram alteração no saldo de prejuízo fiscal e/ou de base de cálculo negativa de CSLL, não impede que a autuação seja feita com o aproveitamento do saldo alterado. PREJUÍZO FISCAL DEMAIS ATIVIDADES. COMPENSAÇÃO COM LUCRO REAL ATIVIDADE RURAL. POSSIBILIDADE. Nos termos da legislação que rege a tributação do resultado da atividade rural, eventual prejuízo fiscal apurado em outra atividade pode ser compensado com o resultado de atividade rural, com a trava de 30%. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2008, 2009 PREJUÍZO FISCAL. BASE DE CÁLCULO NEGATIVO DE CSLL. SALDOS. O Contribuinte tem o dever legal de controlar no LALUR os prejuízos fiscais/bases de cálculo negativas de CSLL de anos anteriores, o que envolve, também, controlar os valores decorrentes dos resultados das ações fiscais já realizadas pela Receita Federal do Brasil RFB. A inexistência de decisão definitiva em processos que tratam de autuaçõe santeriores, que implicaram alteração no saldo de prejuízo fiscal e/ou de base de cálculo negativa de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 72 49 65 /2 01 4- 00 Fl. 1127DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.128 2 CSLL, não impede que a autuação seja feita com o aproveitamento do saldo alterado. PREJUÍZO FISCAL DEMAIS ATIVIDADES. COMPENSAÇÃO COM LUCRO REAL ATIVIDADE RURAL. POSSIBILIDADE. Nos termos da legislação que rege a tributação do resultado da atividade rural, eventual prejuízo fiscal apurado em outra atividade pode ser compensado com o resultado de atividade rural, com a trava de 30%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício, e, em relação ao recurso voluntário, rejeitar o pedido de sobrestamento do seu julgamento e as preliminares de nulidade e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 1128DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.129 3 Relatório APERAM BIONERGIA LTDA recorre a este Conselho, com fulcro no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, objetivando a reforma do acórdão nº 0737.813 da 3ª Turma da Delegacia de Julgamento em Florianópolis que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada. O Presidente do colegiado a quo recorre de ofício a este Conselho, com fulcro no art. 34 do Decreto nº 70.235, de 1972, c/c , art. 1º da Portaria MF nº 63, 03 de janeiro de 2008, haja vista o acórdão de origem ter exonerado o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 1.000.000,00. Por bem refletir o litígio até aquela fase, adoto o relatório da decisão recorrida, complementandoo ao final: Trata o presente processo de impugnação ao Auto de Infração que exige da interessada supra identificada, o recolhimento da importância de R$ 27.228.161,22 a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, relativo a fato gerador anual ocorrido em 31/12/2011, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora. Consta no referido Auto de Infração que o lançamento do IRPJ, apurado sob as regras do Lucro Real Anual, decorre de: 001. SALDO INSUFICIENTE COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE PREJUÍZO DA ATIVIDADE RURAL COM RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL O sujeito passivo compensou prejuízos da atividade rural em montante superior ao saldo desse prejuízo, conforme demonstrativos de apuração e no relatório fiscal anexo. Fato Gerador Valor Apurado (R$) Multa (%) 31/12/2011 108.912.644,89 75,00 Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2011 e 31/12/2011: Art. 3º da Lei nº 9.249/95. Arts. 247 e 250, inciso III, 251, 509 e 510 do RIR/99 Também foi lavrado Auto de Infração a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, da ordem de R$ 8.153.931,93, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora. Consta no referido Auto: Fl. 1129DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.130 4 001. SALDO INSUFICIENTE COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA ATIVIDADE RURAL COM RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL O sujeito passivo compensou base de cálculo negativa da atividade rural de períodos anteriores em montante superior ao saldo existente, conforme detalhamentos nos demonstrativos de apuração e no relatório fiscal anexo. Fato Gerador Valor Apurado (R$) Multa (%) 31/12/2011 90.599.243,67 75,00 Enquadramento Legal: Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2011 e 31/12/2011: Art. 2º da Lei nº 7.689/88 com redação dada pelo art.2º da Lei n. 8.034/90; art.57 da Lei n. 8.981/95, com as alterações do art.1º da Lei n.9.065/95; art.16 da Lei n. 9.065/95; art.1º da Lei n. 9.316/96. Art. 1º da Lei n. 9.316/96 Art.37 da Lei n. 10.637/02 Art.3º da Lei n. 7.689/88, com redação dada pelo art.17 da Lei n. 11.727/08. Como parte integrante dos Autos de Infração, o Termo de Verificação Fiscal, do qual extraímos o seguinte, resumidamente: · que diante de compensação em excesso de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL na DIPJ 2012/2011, a Contribuinte foi intimada a apresentar os esclarecimentos necessários; · em atendimento, a Contribuinte informou que utilizou o prejuízo fiscal e a base de cálculo negativa de CSLL que se encontravam registrados em seu LALUR, em 31/12/2010, da ordem de R$ 134.036.122,26 e de R$ 131.240.864,46, respectivamente; · que em pesquisa promovida pela Fiscalização, constatouse que os prejuízos fiscais e base de cálculo negativa de CSLL de períodos anteriores foram ajustados em face de autuações fiscais acompanhadas nos processos administrativos 10680.020361/200707 (IRPJ, anos de 2002 a 2005), 10680.020362/200743 (CSLL, anos de 2002 a 2005) e processo de nº 10680.726808/201212 para o ano de 2007 (IRPJ e CSLL); · que o Contribuinte não havia procedido, em seu LALUR, as alterações demandadas naqueles processos, nos saldos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL (atividades em geral e rural); Fl. 1130DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.131 5 · intimada a esclarecer por que não fez as alterações, a Contribuinte informou que não as fez porque não concordava com as autuações que culminaram na diminuição dos saldos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL; acrescentou, ainda, que não havia julgamento definitivo do mérito naqueles processos, por isso manteve os saldos em seus livros fiscais; Nas palavras do autuante: Considerando que a Arcelor não concordou com as autuações efetuadas pela Receita Federal e levando também em conta o fato de que ela impugnou os lançamentos em questão, a empresa deveria ter procedido em seus registros os mesmos ajustes de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL feitos pela fiscalização nas autuações citadas e posteriormente, caso obtivesse decisão favorável na lide que se seguiu, ajustar novamente os seus saldos a compensar e não simplesmente ignorar os ajustes efetuados em seu benefício. Procedendo da forma como fez a Arcelor se beneficiou indevidamente das compensações efetuadas pela fiscalização nos processo mencionados, já que estes valores diminuíram os montantes lançados nos autos de infração referentes aos anos de 2002 a 2007 e estes mesmos valores foram utilizados novamente pela empresa para diminuir o lucro real e a base de cálculo de CSLL relativos ao ano de 2011. · informa a Fiscalização que os lançamentos tributários relativos aos processos anteriormente mencionados foram (todos) mantidos integralmente na 1ª instância administrativa, sendo que os dois primeiros (supra mencionados) já tiveram decisão favorável para a União em julgamento de segunda instância, junto ao CARF; · a Fiscalização elaborou planilhas para mostrar o verdadeiro saldo de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa de CSLL de que a Contribuinte poderia dispor; · a Fiscalização, após seus exames nos livros fiscais, concluiu que a Contribuinte compensou R$ 131.402.806,98 de prejuízo fiscal da atividade rural, com o resultado da atividade rural, porém só possuía saldo de R$ 22.490.162,09; (a diferença está sendo ora tributada) · a Fiscalização, após seus exames nos livros fiscais, concluiu que a Contribuinte compensou R$ 128.387.198,14 de base de cálculo negativa de CSLL, atividade rural, com o resultado da atividade rural, porém só possuía saldo de R$ 37.787.954,47; (a diferença está sendo ora tributada) Fl. 1131DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.132 6 · a Fiscalização verificou que a Contribuinte ainda detinha saldo de prejuízos fiscais das atividades em geral da ordem de R$ 28.154.944,77; · a Fiscalização verificou que a Contribuinte ainda detinha saldo de base de cálculo negativa de CSLL das atividades em geral da ordem de R$ 14.162.851,05; DA IMPUGNAÇÃO Cientificada dos Autos de infração, a Contribuinte apresentou sua impugnação que a seguir se resume: 3. ERRO DE CÁLCULO. NÃO UTILIZAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO FISCAL E BASE DE CÁLCULO NEGATIVA REFERENTE À ATIVIDADES GERAIS que a Fiscalização ao fazer a reformulação do prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL com base nas autuações de anos anteriores, por algum motivo, que não foi justificado nos autos, não utilizou o saldo a compensar da atividade geral; que apenas utilizou o saldo de atividade rural para compensar os lucros apurados de atividade rural; ou seja, o IR e CSLL apurados, deveriam ainda ser reduzidos pela utilização do prejuízo fiscal e base negativa de CSLL referente à atividade geral, que conforme planilha da fiscalização é no montante de R$ 28.154.944,77 referentes ao prejuízo fiscal e R$ 14.162.851,05 para a base negativa de CSLL; que não há qualquer limitação na legislação que impeça a compensação do prejuízo da atividade geral com lucro da atividade rural, desde que observada a trava de 30%; que seria o que consta na IN SRF n. 257/2002; portanto, independente do prosseguimento ou não do presente Auto de Infração, mostrase imperiosa a reapuração do tributo lançado de forma que seja utilizada também os saldos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa de CSLL referentes às atividades gerais na compensação do lucro real; 4. DA IMPOSSIBILIDADE DE AUTUAÇÃO DO TRIBUTO COBRADO ANTES DO JULGAMENTO FINAL DOS PTAS Nº 10680.020361/200707; 10680.020362/200743 e 10680.726808/201212. INSUBSISTÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MOTIVAÇÃO EQUIVOCADA DA FISCALIZAÇÃO. que a Fiscalização, ao narrar o posicionamento atual dos referidos processos reconhece que todos estão ainda em discussão; ou seja, estão pendentes de julgamento; Fl. 1132DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.133 7 pergunta o que ocorrerá com o presente feito se a impugnante obtiver sucesso nos Recursos apresentados naqueles casos; entende a Impugnante que enquanto não houver julgamento definitivo do mérito dos PTAs já mencionados, os saldos deveriam ser mantidos em seus livros fiscais; obviamente, caos os PTAs que servem de fundamento para este se encerrem de forma definitiva e desfavorável, o contribuinte prontamente irá quitar o crédito tributário que ficará em aberto nos presentes autos e procederá aos ajustes devidos em sua escrita fiscal; não é este o ponto que está em discussão; se o crédito tributário não está definitivamente constituído, não há que se falar em reconstituição do saldo de prejuízos fiscais, pois não há definitividade no pronunciamento, bem como adotar o posicionamento desejado pela Fiscalização, manu militari, levaria a um prejuízo completo do contribuinte, pois prescreveria o eventual tributo pago, caso não aproveitado o saldo de prejuízo fiscal ou de base negativa; 5. NECESSIDADE DE EXCLUSÃO DA MULTA APLICADA. LANÇAMENTO QUE SÓ PODE SER ADMITIDO COMO PREVENTIVO DE DECADÊNCIA. se não acatada a nulidade anteriormente mencionada esta autuação somente poderia ser salva e aceita pelos órgãos de julgamento da instância administrativa se tomada como um lançamento preventivo de decadência, o que impõe necessariamente a exclusão da multa lançada; que neste caso apenas não houve a reformulação do prejuízo fiscal e base negativa de CSLL porque as autuações que impuseram esta reformulação não se encontram, definitivamente julgadas; ou seja, a obrigação tributária ali lançada encontrase suspensa; não há mora do contribuinte, mas sim uma situação não definitiva, em que ainda não há qualquer obrigação para seu cumprimento; o contribuinte não pode jamais arcar com uma multa de caráter punitiva, por simplesmente dar cumprimento a um dispositivo do CTN, por não acatar uma ordem da fiscalização sem o devido processo legal ou mesmo porque o lançamento ainda não está definitivamente constituído; 6. DA NECESSIDADE DE SUSPENSÃO DO PRESENTE FEITO ATÉ O JULGAMENTO FINAL DOS PTAS 10680.020361/200707; 10680.020362/2007 43 e 10680.726808/201212. que aceitar o prosseguimento dos presentes autos, acabará antecipando o julgamento de três processos não definitivamente julgados; aqui é exigido um crédito que pode Fl. 1133DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.134 8 a qualquer momento ser reformulado e apenas com fundamento em processos não definitivamente julgados; prosseguir com a presente cobrança é uma execução provisória despida de título líquido e exeqüível, uma vez que a discussão de mérito do crédito tributário sequer findou no âmbito administrativo, fato que implicaria em causa de suspensão do crédito tributário, nos termos do art.151, III, do CTN; No tópico 7. DA EFETIVA EXISTÊNCIA DO PREJUÍZO FISCAL E BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DE CSLL UTILIZADOS PELA IMPUGNANTE NO ANOCALENDÁRIO DE 2001, a Impugnante narra os acontecimentos e segundo a Contribuinte, ainda que aqui não se opere a discussão , que impulsionaram os autos de infração naqueles três processos administrativos fiscais, que aqui deixa de se proceder a sua descrição, em função do decidido no presente Voto. Analisando a impugnação apresentada o colegiado a quo julgoua parcialmente procedente reduzindo a base de cálculo por entender ser possível a compensação de prejuízos fiscais e bases negativas de períodos anteriores relativos às “atividades em geral” com o lucro líquido da atividade rural apurado no lançamento de ofício. A Recorrente foi intimada da decisão em 10 de dezembro de 2015 (fl. 1082), apresentado recurso voluntário de fls. 10851105 em 05 de janeiro de 2016. Em resumo, reafirma os termos de sua impugnação, trazendo argumentos também em relação à suposta nulidade da decisão de primeira instância. Em apertada síntese, são essas as alegações contidas no recurso: a suposta insuficiência de saldo de prejuízos fiscais e de bases negativas de CSLL se deu em razão de lançamentos anteriores, todos em curso e não definitivamente julgados na data da lavra dos autos de infração ora guerreados, ou seja, todos com exigibilidade suspensa, havendo ofensa ao devido processo legal também em razão de o procedimento adotado supostamente não ter guarida na legislação; os autos de infração teriam se baseado em uma situação presumida, qual seja, a solução definitiva nos processos administrativos em curo referentes às apuração de irregularidades na escrita contábil e fiscal da Recorrente durante os anos de 2002 a 2007 (processos 10680.020361/200707, 10680.020362/200743 e 10680.726808/201212); exigir que o contribuinte retificasse o Lalur para refletir o resultado de autuações cujas lides administrativas ainda não haviam sido finalizadas, exigiria do contribuinte ter que recolher tributos que poderiam ser indevidos; que mesmo que o lançamento fosse realizado para evitar a decadência, haveria alteração da motivação do auto de infração, o que seria vedado por lei aos órgãos julgadores; do não cabimento da multa de ofício: o contribuinte não poderia ser penalizado por simplesmente não acatar uma ordem da fiscalização sem o devido processo legal ou mesmo porque o lançamento ainda não estava definitivamente constituído; Fl. 1134DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.135 9 a necessidade de suspensão do presente feito até o julgamento final dos processos prejudiciais; ao final, discorreram sobre suas razões de defesa em todos os processos prejudiciais. É o relatório. Fl. 1135DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.136 10 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. 1 ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário apresentado é tempestivo e assinado por procurador devidamente habilitado. Preenchidos os demais pressupostos admissibilidade, dele, portanto, tomo conhecimento. Em razão do montante de tributos e juros exonerados, o Presidente do colegiado a quo recorre de ofício a este Conselho, com fulcro no art. 34 do Decreto nº 70.235, de 1972, c/c , art. 1º da Portaria MF nº 63, 03 de janeiro de 2008, haja vista o acórdão de origem ter exonerado o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 1.000.000,00. Mesmo considerandose que a Portaria MF nº 63, de 09 de janeiro de 2017, fixou novo patamar de exoneração de tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 2.500.000,00 para fins de interposição de recurso de ofício, os valores envolvidos no cancelamento parcial da exigência continuam a impor sua reanálise por esta Corte Admnistrativa. Por essas razões, conheço também do recurso de ofício. 2 RECURSO VOLUNTÁRIO 2.1 MÉRITO Segundo a Recorrente, teria havido cerceamento do direito de defesa porque os autos de infração foram lavrados antes da decisão administrativa definitiva nos processos prejudiciais 10680.020361/200707, 10680.020362/200743 e 10680.726808/201212. Antes de mais nada, convém ressaltar o andamento dos processos prejudiciais, conforme consulta: Acórdão Resultado Acórdão Resultado 10680.020361/200707 1301000.556 Negado Provimento 9101002.214 Negado Provimento 10680.020362/200743 130100.647 Negado Provimento 10680.726808/201212 1401001.791 Acórdão não formalizado Negado Provimento Julgamento do Recurso Voluntário Julgamento do Recurso Especial Processo Rec. Espec. Contribuinte pendente de julgamento Em pauta para sessão de 09/05/2017 Fl. 1136DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.137 11 Pois bem, retornando ao cerne do litígio, entendo não assistir à Recorrente. Não haveria necessidade de se aguardar decisão definitiva nos processos prejudiciais para que o lançamento pudesse ser realizado, ou ainda que o julgamento da presente lide fosse levada a efeito. O que deve ser respeitado é que o lançamento referente à exigência prejudicial deve ser realizado antes ou até mesmo concomitantemente aos lançamentos decorrentes. O mesmo é válido para o julgamento dos respectivos recursos: o julgamento do processo principal em cada uma das instâncias administrativas tem que ser feito antes do julgamento dos processos decorrentes nessas mesmas instâncias. Assim, já tendo sido julgados os recursos voluntários dos processos prejudiciais, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. O mesmo argumento é válido em relação ao lançamento: se já realizado o lançamento considerado prejudicial, os decorrentes podem ser formalizados de imediato, não necessitando se aguardar o término do processo principal, sob pena, inclusive, da impossibilidade futura de constituição do crédito tributário em razão de decadência, como ocorreria no presente caso se fosse aguardado decisão administrativa definitiva nos processos prejudiciais. Abro aqui um parêntese: esse mesmo raciocínio a respeito da decadência foi utilizado também pela decisão de primeira instância como reforço de argumento, não podendo ser entendido, como alegado pela Recorrente, como qualquer alteração de fundamentação da exigência, a qual permanece como consta no lançamento original: insuficiência de saldo de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL. Tratase, tão somente, de contraponto aos argumentos trazidos pela Recorrente tanto em sede de impugnação quanto em sede de recurso voluntário. Rejeito, assim, a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância. Retornandose ao cerne do litígio, salientase que a respeito do julgamento de processos principais e decorrentes, o próprio Regimento Interno do CARF condiciona o julgamento do recurso voluntário do processo decorrente ao julgamento do recurso voluntário do processo principal (prejudicial), exigindose que para análise do processo decorrente o processo prejudicial esteja ao menos na mesma fase processual, sob pena de sobrestamento do julgamento do recurso do processo decorrente: Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: [...] II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e [...] § 2º Observada a competência da Seção, os processos poderão ser distribuídos ao conselheiro que primeiro recebeu o processo conexo, ou o principal, salvo se para esses já houver sido prolatada decisão. [...] § 5º Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. [grifos nossos] Fl. 1137DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.138 12 Frisase ainda que não há que se falar em cerceamento de direito de defesa no presente processo decorrente por argumentos que, em tese, somente poderiam ser acatados no julgamento dos processos principais. Por essa mesma razão, não há que se analisar aqui o mérito dos lançamentos realizados nos processos antecedentes. Nesse contexto, rejeito a preliminar de nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa, bem como o pedido de sobrestamento do julgamento do presente recurso até decisões administrativas definitivas nos processos antecedentes e prejudiciais. E, tendo sido mantidas as exigências nos processos prejudiciais (recursos voluntários com provimento negado e sem reformas na Câmara Superior de Recursos Fiscais), confirmase a tese de insuficiência de prejuízo fiscal e de base negativa de CSLL compensados. Desse modo, nego provimento ao recurso voluntário em relação ao mérito da exigência ainda em litígio. Dada a relação de causa e efeito, e inexistentes argumentos específicos em relação à exigência de CSLL, mantémse também tal exação, nos mesmos termos do IRPJ. Cabe apenas o registro de que a execução da presente decisão deve aguardar a apreciação dos recursos especiais interpostos em face dos acórdãos que analisaram os recursos voluntários dos processos prejudiciais, sendo que eventuais reformas em quaisquer das decisões prejudiciais deverão refletir automaticamente no presente processo, inclusive em caso de reforma do acórdão 1401001.791, quer por ocasião de sua formalização, quer em razão de eventuais embargos interpostos. 2.2 MULTA DE OFÍCIO Questiona a Recorrente a aplicação da multa de 75%. A seu ver, o contribuinte não poderia ser penalizado por simplesmente não acatar uma ordem da fiscalização sem o devido processo legal ou mesmo porque o lançamento ainda não estava definitivamente constituído. Aduz ainda que seria uma penalidade descabida por exigir do contribuinte que, antes das decisões definitivas nos processos prejudiciais, tivesse que recolher o IRPJ e a CSLL para que, no futuro, viessse a requerer a restituição, impondolhe um ônus desproporcional e sem previsão legal. Os argumentos da Recorrente não lhe socorrem. A multa de ofício é prevista no art. 44 da Lei nº 9.430/96, sendo a regra geral a cominação da penalidade prevista no inciso I desse dispositivo. Para realização de lançamento sem a incidência de multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata , fazse necessária a previsão expressa de lei nesse sentido. No caso concreto, não há dúvidas de que a conduta que levou o contribuinte a ser autuado no lançamento controlado nos processos antecedentes afetou o saldo de prejuízos Fl. 1138DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.139 13 fiscais e bases negativas de CSLL a compensar em períodos subsequentes. Como consequência, ao compensar os prejuízos fiscais e saldos negativos de CSLL em montante distinto daquele que seria correto, houve insuficiência nos valores de IRPJ e CSLL apurados, declarados e recolhidos pela Recorrente, objeto da presente lide em decorrência de novo lançamento realizado. Para que não houvesse a aplicação de penalidade em casos como o ora analisado, seria necessária a existência de dispositivo legal específico, como, por exemplo, nos lançamentos para prevenção de decadência de que trata o art. 63 da Lei nº 9.430/96, em que se prevê expressamente que o lançamento será realizado sem a incidência de multa de ofício1. E não há que se falar em aplicação analógica no caso concreto, pois o crédito tributário ora em discussão não estava com exigibilidade suspensa no momento de sua constituição. Do ponto de vista literal, não há qualquer menção no art. 63 da Lei nº 9.430/96 à suspensão de exigibilidade de crédito referente à lançamento prejudicial, ou ainda com a suspensão de exigibilidade com base no inciso III do art. 151 do CTN (reclamações e recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo). Em relação aos argumentos da Recorrente a respeito do ônus que lhe seria imposto por ter que acatar a redução dos prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL antes das decisões definitivas nos lançamentos precedentes, tratase de mera opção feita pelo contribuinte na confiança de que reverteria a exigência contida nos lançamentos anteriores, o que não ocorreu. Quisesse a Recorrente não se sujeitar ao presente lançamento de ofício, incluindo aí a penalidade de 75%, deveria ter calculado e recolhido o IRPJ e a CSLL devidos considerandose os prejuízos fiscais e bases negativas recalculadas com base nos lançamentos anteriores. A fim de não ver seu pretenso direito de restituição exaurido em razão da prescrição, poderia ter pleiteado a restituição dos valores que julgava indevidos no prazo legal, sendo que a futura denegação de seu pedido de restituição, se não acompanhado de declarações de compensação, não lhe geraria qualquer penalidade, ou, em caso de sucesso no cancelamento das exigências anteriores, teria direito à restituição pleiteada. O ônus que lhe seria atribuído por ter que recolher antecipadamente os valores decorrentes de lançamentos anteriores e sem decisões administrativas definitivas era questão a ser avaliada em sua estratégia processual, e mera decorrência do risco de levar adiante as discussões em tais exigências. Se assim procedesse, anularia a possibilidade de ser autuada futuramente, bem como a consequente cominação da penalidade prevista em lei e contra a qual ora se rebela. 1 Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Fl. 1139DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.140 14 Ao preferir adotar o caminho de não recolher o IRPJ e CSLL levandose em consideração os lançamentos já realizados, diminuiu o seu ônus financeiro inicial de recolhimento das diferenças de tributo, culminando, contudo, com exigência de crédito tributário em maior montante em razão da necessidade de lançamento de ofício acompanhado, necessariamente, da multa prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Desse modo, correta a cominação da penalidade de 75%, devendo ser desprovido o recurso voluntário também nesse ponto. 3 RECURSO DE OFÍCIO O crédito tributário exonerado pela decisão de primeira instância baseiase na falta de compensação de prejuízos fiscais e bases negativas de períodos anteriores, referentes às “atividades em geral”, com os lucros a que se referem o presente lançamento e decorrente da atividade rural. Mostrase acertada a decisão de primeira instância. Conforme muito bem demonstrado pela decisão recorrida, a própria Receita Federal possui tal entendimento firmado em ato infralegal. Vejase o disposto no art. 17 da Instrução Normativa SRF nº 257, de 11/12/2002, em especial em seu § 3º:: Art. 17. Não se aplica o limite de trinta por cento de que trata o art. 15 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, à compensação dos prejuízos fiscais decorrentes da atividade rural, com lucro real da mesma atividade, observado o disposto no art. 24. § 1º O prejuízo fiscal da atividade rural a ser compensado é o apurado na demonstração do lucro real transcrita no Lalur. § 2º O prejuízo fiscal da atividade rural determinado no período de apuração poderá ser compensado com o lucro real das demais atividades apurado no mesmo período, sem limite. § 3º Aplicamse as disposições previstas para as demais pessoas jurídicas à compensação dos prejuízos fiscais das demais atividades, e os da atividade rural com lucro real de outra atividade, determinado em período subseqüente. [grifos nossos] Corroborando tais conclusões, as instruções de preenchimento da DIPJ/2012, (referente ao anocalendário 2011 objeto da presente lide) também permitem a compensação pleiteada pela Impugnante e acatada pela decisão de primeira instância, conforme transcrição contida no bojo do voto condutor do aresto de piso. Conforme se observa, portanto, a RFB entende ser possível a compensação de prejuízos apurados na atividade rural com lucros apurados nas “atividades em geral”, tanto no próprio período de apuração quanto em períodos futuros. Como a apuração do resultado na atividade rural é que possui um tratamento diferenciado na legislação tributária (benefício fiscal), poderia se pensar em limitações de se compensar os prejuízos apurados na atividade rural com os lucros apurados nas demais atividades, mas nem essa restrição foi feita pelo legislador. Portanto, não faria qualquer sentido não se permitir a compensação de prejuízos Fl. 1140DF CARF MF Processo nº 15504.724965/201400 Acórdão n.º 1402002.528 S1C4T2 Fl. 1.141 15 fiscais e bases negativas de CSLL apuradas em períodos anteriores com lucros da atividade rural em períodos posteriores. Considerandose que a existência de tais prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL de períodos anteriores é fato incontroverso (apontada, inclusive, pela própria autoridade fiscal autuante), e que os cálculos realizados pela decisão recorrida mostramse irretocáveis, há de se confirmar o decidido pela turma julgadora a quo, negandose provimento ao recurso de ofício. 3 CONCLUSÃO Isso posto, voto por negar provimento ao recurso de ofício, e, em relação ao recurso voluntário, rejeitar: (i) o pedido de sobrestamento do seu julgamento; (ii) as preliminares de nulidade do lançamento e da decisão de primeira instância, e; (iii) no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 1141DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.730218/2014-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2012 a 31/08/2012
IPI. FATOS GERADORES. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. São fatos geradores do IPI o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira e a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.
MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO OU RECOLHIMENTO DO IMPOSTO. CABIMENTO.
A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido.
CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 01.
A teor da Súmula CARF nº 01, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Recurso de Ofício Negado.
Numero da decisão: 3402-004.294
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso de Ofício para NEGAR-LHE provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Souza Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Sustentou pela recorrida, o Dr. Paulo César da Silva, OAB/PE.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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FATOS GERADORES. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. São fatos geradores do IPI o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira e a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO OU RECOLHIMENTO DO IMPOSTO. CABIMENTO. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 01. A teor da Súmula CARF nº 01, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso de Ofício Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso de Ofício para NEGARLHE provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 73 02 18 /2 01 4- 02 Fl. 4584DF CARF MF 2 Jorge Olmiro Lock Freire Presidente em exercício (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Souza Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Sustentou pela recorrida, o Dr. Paulo César da Silva, OAB/PE. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado contra a empresa PLATINUM TRADING S/A (fls. 2/17), em que foi lançado o IPI referente aos períodos de apuração (PA) de julho e agosto de 2012, no valor total de R$ 12.213.925,74, acrescidos de juros de mora e multa de ofício, no percentual de 75%. A recorrente é pessoa jurídica de direito privado que exerce, dentre outras atividades, IMPORTAÇÃO e REVENDA de produtos importados no mercado interno, portanto considerado pela legislação do IPI como "equiparada a industrial". Submetida ao procedimento de fiscalização para a apuração do IPI devido na revenda de produtos que importa, o Fisco, conforme consta do Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 2.140/2.153, foram apuradas 3 (tr~es) infrações: (i) produto saído do estabelecimento equiparado a industrial com emissão de nota fiscal sem lançamento do IPI por inobservância de classificação fiscal e/ou alíquota; (ii) falta de declaração/recolhimento do saldo devedor do IPI escriturado no Livro Registro de Apuração do IPI; (iii) falta de declaração/recolhimento do IPI lançado nas notas fiscais e não escriturado no Livro Registro de Apuração do IPI; Por trazer uma clara síntese do processo até o julgamento da Impugnação Administrativa, peço vênia para transcrever o relatório do Acórdão 1055.837, da 3ª Turma da DRJ em Porto Alegre (RS), ora recorrido (fls. 4.545/4.554): "(...) O detalhamento das infrações consta do Termo de Verificação Fiscal das fls. 2140 a 2153, cujos trechos se reproduz: (...) A empresa importa diretamente os mais diversos artigos manufaturados (pneumáticos, motocicletas, ciclomotores, partes e peças para motocicletas, veículos de alta cilindrada, motoniveladoras, etc.). As planilhas referentes aos créditos de IPI, em anexo, intituladas “SISCOMEX IMPORTAÇÃO (Declaração de Importação para os anos de 2010 a 2013)”, adiante explicitadas, denotam, na coluna “Descrição das Mercadorias”, o leque de importação da empresa. Fl. 4585DF CARF MF Processo nº 10480.730218/201402 Acórdão n.º 3402004.294 S3C4T2 Fl. 4.585 3 Sobre essas importações incidiu, entre outros tributos, o IPI previsto nos artigos 34, inc. I, do RIPI/2002 e 35, inc. I, do RIPI/2010. Os pagamentos foram confirmados consoante a consulta ao SISCOMEX Importação. O contribuinte revende essas mesmas mercadorias importadas no mercado interno. (...) Dos débitos (...) Conforme consulta ao Sistema gerencial das Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTFGER) da RFB, constatase que a empresa não declarou qualquer valor de IPI como devido no período de 2010 a 2013. Tampouco constam pagamentos relativos ao IPI feitos pelo estabelecimento, com exceção do IPI Vinculado, de código de arrecadação 1038, pago por ocasião do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas. Impõese, por conseguinte, o lançamento de ofício dos valores que foram escriturados no RAIPI mas que não foram nem declarados à Secretaria da Receita Federal do Brasil nem pagos, em consonância com os artigos 24, inc. III, 181, 183, 186, §§ 2º e 3º, 259, 260, inc. IV, 262, inc. III do RIPI/2010. Esta Infração, IPI Lançado nas Notas Fiscais e escriturado no RAIPI mas não Pago está demonstrada no auto de infração tendo recebido a numeração 02. (...) Por intermeio (sic) da análise sistemática dos arquivos eletrônicos contendo as notas fiscais do contribuinte, apontamos ainda que o contribuinte: Não procede ao correto lançamento de IPI, por erro de classificação fiscal ou alíquota, em vários dos meses fiscalizados, de uma série de bens a que dá saída (Infração 1); Escritura a menor no RAIPI, em alguns meses, o IPI lançado mensalmente de acordo com suas Notas Fiscais (Infração 3); Infração 1 O estabelecimento promoveu saídas com alíquotas de IPI menores do que a devida, ao longo dos vários períodos de apuração, em infração à legislação do IPI, deixando de realizar o destaque integral do imposto exigível na nota fiscal de saída e consequentemente deixando de recolher os eventuais saldos devedores do imposto, a serem detalhados. (...) Uma vez que as mercadorias destinadas ao mercado interno são as mesmas mercadorias importadas, sem que tenha havido nenhum processo de industrialização, buscamos a classificação fiscal indicada nas DIs por ocasião do desembaraço. Constatamos, por amostragem, que a descrição das principiais mercadorias revendidas no mercado interno são condizentes com a classificação fiscal recuperadas das DIs. Nesse diapasão, aplicamos as alíquotas vigentes na data das saídas das mesmas. Com lastro nos arquivos digitais disponibilizados pela empresa, foi, então, elaborado um levantamento das saídas que deveriam ser tributadas com a alíquota correta do imposto. Para Fl. 4586DF CARF MF 4 determinar o rol de lançamentos a efetuar, foram excluídas as operações que não representassem transações comerciais sujeitas ao destaque do IPI². Nas tabelas intituladas “Insuficiência de Destaque de IPI” (anexas), produzidas a partir dos arquivos digitais da empresa, indicamos na coluna “IPI não destacado” o valor do tributo, por item de saída, que deixou de ser destacado. Para isso, trouxemos para cada item ali elencado, o número da Nota Fiscal, a data de saída, o CFOP, a descrição da mercadoria, o CNPJ do adquirente, a classificação fiscal, a base de cálculo do IPI e a alíquota aplicável. Os valores consolidados ao final de cada período de apuração consubstanciamse na seguinte infração apurada no auto de infração anexado: Produto Saído do Equiparado a Industrial com Emissão de Nota Fiscal – Inobservância de Classificação Fiscal ou Alíquota. (...) Infração 3 Por outro lado, nem todo o IPI destacado pelo contribuinte em suas Notas Fiscais foi efetivamente escriturado. A partir do mês de fevereiro de 2012 constatamos tal imprecisão na escrita do contribuinte. Construímos, para isso, a planilha “IPI Lançado nas Notas Fiscais” a partir daquele mês e transpomos os valores apurados para a coluna ‘IPI Lançado NFs” da Planilha “Reconstituição Escrita – IPI”. A diferença entre esta coluna e o valor lançado no RAIPI consubstanciase em uma outra infração – IPI LANÇADO E NÃO ESCRITURADO.³ (...) A fiscalização procedeu, com base nas infrações apuradas, a reconstituição da escrita fiscal do contribuinte, conforme planilha das fls. 12 a 17, sendo as diferenças exigidas no auto de infração. O enquadramento legal das infrações consta das fls. 3 e 4, e dos juros de mora e da multa de ofício no respectivo demonstrativo à fls. 11. Inconformado, o impugnante, pelo arrazoado das fls. 2190 a 2204, firmado por procurador habilitado nos autos (fl. 2205), vem, tempestivamente, contestar a imputação, conforme síntese que segue. Esclarece, preliminarmente, que, diante de terem sido lavrados três autos de infração em duas filiais, “A despeito da autonomia dos estabelecimentos para fins de apuração do IPI, os fatos e premissas utilizados pela fiscalização são os mesmos, assim como há identidade de acusação, razão pela qual os argumentos de defesa se aplicam a todos eles. Sendo assim, impõese o julgamento simultâneo de todos os processos relacionados, seja em nome do princípio da eficiência, evitando retrabalho, seja em nome da segurança jurídica para evitar julgamentos conflitantes.”. Em relação à primeira infração constante do auto de infração, diz que a fiscalização cometeu vários equívocos. O primeiro, que há duplicidade de cobrança nas operações por conta e ordem pois, tomando por exemplo os Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE) que relaciona e cujas cópias anexa, em relação ao mesmo produto o IPI está sendo cobrado duas vezes: uma na venda e outra na remessa. O segundo, que a alíquota utilizada pela fiscalização está equivocada pois, na Fl. 4587DF CARF MF Processo nº 10480.730218/201402 Acórdão n.º 3402004.294 S3C4T2 Fl. 4.586 5 planilha "Insuficiência de Destaque de IPI", constatase que já no mês de 08/2012 a fiscalização aplica para os produtos classificados nas posições 8711.10.00 e 8711.20 da NCM a alíquota de 35%. Tendo sido destacado 15% ou 25%, a depender, a fiscalização apurou a suposta insuficiência de destaque, no entanto, aduz que a alíquota de 35% foi implementada pelo art 2º e Anexo II do Decreto nº 7.741/2012, com vigência, a teor do art. 3º, II, a partir de do quarto mês subsequente ao da publicação ocorrida em 31.05.2012, isto é, vigência para l°/09/2012. Diz que evidenciados os erros que maculam o lançamento fiscal em relação à suposta "Infração 0001", impõese declarar a sua improcedência com o conseqüente cancelamento dos autos de infração. Em relação à segunda infração relacionada no auto de infração, diz que a fiscalização, considerou exatamente o valor do IPI apurado no RAIPI, mas não declarado em DCTF nem recolhido, porém, em relação a esta infração, se limitará, em tópico posterior, a defender a suspensão da exigibilidade do crédito tributário lançado e a inaplicabilidade da multa. No que diz respeito à terceira infração constante do auto de infração alega que a fiscalização, nesta infração, acusa falta de escrituração da NFe 0001, emitida em 31/07/2012, no valor de R$ 2.608,70 e que por não ter ido a fundo, não verificou o status da aludida NFe, que, a teor do documento que anexa, está cancelada. Diz que improcede a acusação de falta de escrituração de uma NFe cancelada, razão por que, também nesse ponto, deve ser cancelado o auto de Infração. Na sequência alega dos efeitos da decisão proferida nos autos do Mandado de Segurança nº 001524317.2012.4.05.8300 em relação ao crédito tributário lançado. Diz que todas as infrações partem da mesma premissa de que a impugnante é sujeito passivo do IPI nas saídas das mercadorias que importa e revende no mercado interno e que essa suposta sujeição passiva foi questionada no referido mandado de segurança e está em vigor decisão de mérito proferida em favor da impugnante pelo e. Tribunal Regional Federal da 5a Região, onde foi acolhido o pedido da impugnante (então impetrante) no sentido de reconhecer o seu direito líquido e certo de só recolher o IPI, em relação aos produtos que importa, no desembaraço aduaneiro, e afastar qualquer ato tendente a exigir o imposto quando da saída dos produtos que importa. Destaca que a decisão vigente não é liminar; é decisão de mérito. Assim alega que evidenciamse duas irregularidades no lançamento. Em primeiro lugar, o lançamento para prevenir a decadência, a teor do art. 63 da Lei 9.430/96, aplicase aos casos em que há suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma dos arts. 151, IV e V do CTN (concessão de medida liminar em mandado de segurança ou concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial) e a situação presente envolve decisão de mérito em favor da impugnante, decisão essa que está em pleno vigor, logo, há o descumprimento de ordem judicial. A segunda irregularidade do lançamento diz Fl. 4588DF CARF MF 6 respeito à imposição de multa. Nesse ponto argumenta que admitindose como possível, por hipótese, o lançamento impugnado, por coerência deve ser aplicado o disposto no art. 63, § 2º, da Lei 9.430/96 indistintamente, já que a segurança tem por efeito declarar que a impugnante não é sujeito passivo do IPI e afastar qualquer cobrança do imposto, independentemente do período a que se refira. Diz que a fiscalização desenvolveu o argumento de que os efeitos da decisão não se estendem a todo o período fiscalizado, mas apenas para os fatos geradores ocorridos após 28 de agosto de 2012, isto é, posteriores ao ajuizamento da ação e que, nesse raciocínio, lançou o período anterior ao Mandado de Segurança sem exigibilidade suspensa e com imposição de multa. Sustenta que o fisco está equivocado porque; primeiro, estando sujeito ao princípio da legalidade, não é possível identificar na Lei 9.430/96 qualquer dispositivo que suporte a distinção fiscal; segundo, a decisão de mérito afasta a sujeição da impugnante ao IPI na revenda de produtos importados, sem, no entanto, restringir os seus efeitos no tempo. Complementa que nem teria sentido defender, à míngua de alteração legislativa, que até 28/12/2012 a Impugnante estaria sujeita ao IPI, mas dali em diante não estaria mais e que somente uma alteração no Código Tributário Nacional e na Lei 4.502/64 permitiria tal raciocínio; não uma decisão judicial de efeito declaratório. A seguir discorre sobre a improcedência da cobrança do IPI na saída, em revenda, de produtos importados, alegando que a cobrança se fundamenta no inciso I do art. 9º do RIPI, e que uma leitura apressada do dispositivo em questão pode confundir. Dito dispositivo tem base legal no inciso I do art. 4º da Lei nº 4.502, de 1964, que também elege apenas dois fatos geradores como aptos a ensejar a incidência do IPI: o desembaraço aduaneiro dos produtos de procedência estrangeira e a saída dos produtos nacionais do respectivo estabelecimento produtor, não existindo no referido diploma legal a hipótese de saída de produtos importados do estabelecimento importador. Transcreve julgado nesse sentido. Argumenta, ainda que poderseia indagar então por que o art. 4º, I, da Lei 4.502/64, equipara o importador a industrial? Nesse ponto, invoca mais uma vez o julgado transcrito para concluir que também nesse aspecto há uma lógica: tratandose o IPI de imposto nãocumulativo, a não incidência do imposto na saída do atacadista para a indústria implicaria cumulatividade do imposto, já que aquele IPI pago na indústria de origem que vendeu ao atacadista e onerou a primeira etapa da circulação, não seria recuperado pela indústria que adquiriu do atacadista. Da mesma forma, se a operação envolve a saída, do importador, de matériasprimas, produtos intermediários, embalagens, equipamentos e outros bens de produção, destinados à indústria, nesse caso justificase a incidência do IPI para evitar a frustração da não cumulatividade; tratandose, no entanto, a hipótese dos autos, de saída do importador de bem de consumo, em revenda, não se aplica, nessa saída, a equiparação do importador a industrial prevista no art. 4º, I, da Lei 4.502/64, justamente porque não ocorre, nesse momento, o fato gerador definido no art. 2º, I e II, da mesma lei, tampouco se verifica qualquer razão que justifique a incidência do IPI. Consigna que esse foi o entendimento Fl. 4589DF CARF MF Processo nº 10480.730218/201402 Acórdão n.º 3402004.294 S3C4T2 Fl. 4.587 7 firmado pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça conforme anuncia a decisão transitada em julgado no REsp 1411240/PE (julgado este que manteve a sentença anteriormente transcrita) transcrevendo trechos do referido aresto. Encerra pedindo que: i) sejam acolhidos os argumentos defendidos para, julgando improcedente a acusação fiscal e o respectivo lançamento, cancelar o auto de infração impugnado; ii) que seja afastada a multa de ofício e atribuída à legislação a interpretação que lhe for mais favorável em obediência ao art. 112 do CTN; e iii) no interesse da verdade material, colocase ao inteiro desse colegiado para apresentar, em eventual perícia ou diligência que seja designada, os documentos e outros subsídios necessários à apuração da (im)procedência do lançamento. Em sessão de 30 de março de 2015, por meio da Resolução nº 738 desta Turma (fls. 2279 e 2280), o julgamento foi convertido em diligência com o fim de submeter ao crivo da fiscalização algumas das alegações da impugnante. Em atendimento ao solicitado, a fiscalização produziu o Termo de Verificação Fiscal das fls. 2283 a 2285, cujos trechos se transcreve a seguir: (...) Considerando então a primeira infração do auto de infração em comento, Produto Saído do Equiparado a Industrial com Emissão de Nota Fiscal – Inobservância de Classificação Fiscal ou Alíquota, observemos as alegações do contribuinte. A 1ª alegação pertine a uma possível duplicidade de cobrança nas operações por conta e ordem: uma na venda e outra na remessa. O art. 407 do RIPI/2010 prevê que a nota fiscal, modelos 1 ou 1A, será emitida: VII – nas vendas à ordem ou para entrega futura, quando houver, desde logo, cobrança do imposto. (...) Ao executar vendas à ordem, o contribuinte fiscalizado emitiu notas fiscais de faturamento destacando o IPI (Código CFOP 6119) e posteriormente, quando da saída definitiva dos produtos, emitiu novas notas fiscais (código CFOP 6923), sem destaque do IPI, mas se referindo, nas observações, ao número e série da nota fiscal originária. Verificouse que as notas fiscais de código CFOP 6923, objeto da impugnação, referiamse à simples remessa de produtos cujo IPI já havia sido lançado por ocasião do faturamento. Uma vez que a planilha “Insuficiência de Destaque do IPI” serviu de lastro para o lançamento de ofício, estornamos dela todos as notas fiscais de CFOP 6923. Igualmente procedente a alegação de que a alíquota utilizada pela fiscalização está equivocada para os produtos classificados nas posições 8711.10.00 e 8711.20 da NCM nos períodos anteriores a setembro de 2012. O Decreto nº 7.741/2012 majorou as alíquotas de tais produtos para 35%, mas apenas a Fl. 4590DF CARF MF 8 partir do quarto mês subsequente ao da publicação ocorrida em 31.05.2012, isto é, a partir de setembro de 2012. Neste caso, foram restabelecidas a alíquotas vigentes na planilha “Insuficiência de Destaque do IPI” e recalculados os valores porventura ainda exigíveis. Atentamos que nas novas planilhas “Insuficiência de Destaque do IPI Revisada” foram consideradas, ao mesmo tempo, as duas alegações do contribuinte e os valores levantados já se encontram delas estornados. Respeitante à terceira infração, Ipi Lançado e Não Escriturado, constatouse que algumas notas fiscais canceladas foram inseridas, levando à exigência do IPI nelas destacado. Logo, reelaboramos a planilha “IPI Destacado nas Notas Fiscais”, agora “Revisada”, que serviu de esteio para a terceira infração, e dela estornamos todas as notas fiscais canceladas. As planilhas “IPI Destacado nas Notas Fiscais Revisada” e “Insuficiência de Destaque do IPI Revisada” encontramse anexadas, constituindose parte do presente termo. (...) Cientificado da verificação fiscal o impugnante, por meio de seu procurador habilitado, se manifestou pelo documento das fls. 4331 a 4335, alegando que “entende que mesmo tendo sido determinadas as alterações, que a fiscalização alega terem sido integralmente cumpridas, ainda assim subsiste a improcedência do auto de infração. Explicase: conforme aduzido na impugnação, a Requerente é pessoa jurídica de direito privado que se dedica ao comércio atacadista de vários artigos manufaturados (entre eles estão automóveis, motocicletas, etc). Para efetuar a sua atividade comercial, importa diretamente tais bens. Sabedora do intento da Fazenda Nacional em querer fazer incidir o IPI também sobre a saída dos produtos que importa para a posterior revenda, a Requerente impetrou Mandado de Segurança n° 001524317.2012.4.05.8300 com pedido liminar para resguardar o seu direito líquido e certo, consagrado nos arts. 46, I e 51, I, do CTN, c/c arts. 2º, I e 4º, I, da Lei 4.502/64, de não se sujeitar à incidência do IPI, em relação aos produtos importados adquiridos para revenda, no momento da saída do seu estabelecimento, em revenda, mas tãosomente no momento do desembaraço aduaneiro. O pleito da Requerente foi reconhecido em sede de agravo de instrumento (AGTR 128004PE) e da apelação (AC 554811/PE), cujos termos constam na impugnação. Em face de tal acórdão, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial n° 1.431.435 PE, que teve o seu seguimento negado, nos seguintes termos: (...) A decisão acima transitou em Julgado desde 06/02/2015, tendo sido baixado definitivamente para a instância inferior naquela mesma data (doc. 02). Fl. 4591DF CARF MF Processo nº 10480.730218/201402 Acórdão n.º 3402004.294 S3C4T2 Fl. 4.588 9 Tal fato determina de uma vez por todas que "1. O fato gerador do IPI para o produto importado ocorre no momento do desembaraço aduaneiro (art. 46, inc. I, do Código Tributário Nacional) 2. Inexistindo etapa de industrialização subsequente à importação, caracterizase a impossibilidade de equiparar o importador ao produtor para fins de nova incidência de IPI por ocasião da revenda do produto importado". Assim, mais uma vez demonstrase a improcedência do auto de infração que cobra supostas diferenças de IPI em virtude de fazer incidir tal imposto na saída em revenda das mercadorias importadas pela Requerente. Sendo assim, a Requerente ratifica o pedido efetuado na impugnação para reconhecer a improcedência do auto de infração.” Em 6 de outubro de 2015, a DRF no Recife solicita a juntada (fl. 4358) de decisões e peças judiciais cuja peça vestibular tratase de comunicação do Procurador da Fazenda Nacional da PRFN da 5ª Região (fl. 4359) ao Delegado daquela unidade: Senhor Delegado, Comunicase decisão proferida nos autos do mandado de segurança de n. 001524317.2012.4.05.8300, em curso na 1ª Vara Federal – PE, ajuizada por PLATINUM TRADING S/A., CNPJ nº 04870288/000459, no sentido de afastar a cobrança de IPI quando da saída de produtos importados, de forma que o imposto só tenha incidência no ato do despacho aduaneiro. Tal decisão, portanto, afeta apenas os débitos dessa ordem que ocorrerem após o ajuizamento do presente MS, ou seja, 27.08.2012, que devem ser cancelados. (grifos do original). É o relatório. Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, foram parcialmente acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2012 a 31/08/2012 MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO OU RECOLHIMENTO DO IMPOSTO. CABIMENTO. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2012 a 31/08/2012 Fl. 4592DF CARF MF 10 OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. A propositura pelo contribuinte de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública com o mesmo objeto do processo administrativo fiscal implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso de qualquer espécie interposto. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Por ter exonerado crédito tributário em valor superior ao limite de sua alçada, o Presidente da Turma recorreu de Ofício ao CARF (fl. 4.546). A empresa PLATINUM TRADING S/A, tomou ciência do Acórdão em 28/01/2016, via COMUNICADO de CIÊNCIA ELETRÔNICA POR DECURSO DE PRAZO, uma vez que recebeu em 13/01/2016 (fl. 4.564), e portanto é considerada dada ciência dos documentos (Intimação) por decurso de prazo de 15 dias a contar da disponibilização dos documentos através do Caixa Postal, Módulo eCAC do Site da Receita Federal do Brasil, conforme consta do documento de fl. 4.565: "Data da disponibilização no Caixa Postal: 13/01/2016 16:31:34 Data da ciência por decurso de prazo: 28/01/2016". No entanto, a Recorrente não apresentou seu Recurso Voluntário e os autos foram encaminhados ao CARF, para julgamento do Recurso de Ofício apresentado pelo Acórdão DRJ/POA, proferido em 29/10/2015. Vejase o Despacho da DRF/Recife (PE) à fl. 4.571 (após ter analisado o Despacho do Presidente do CARF, fl. 4.572/4.573): "Considerando a não apresentação de Recurso Voluntário até a presente data, encaminhese o presente processo ao CARFMFDF, para julgamento do Recurso de Ofício". (Grifei) Posto isto, o processo, então, foi distribuído para este Conselheiro proceder a análise do Recurso de Ofício. É o relatório Voto Conselheiro Relator Waldir Navarro Bezerra 1. Da admissibilidade do Recurso Como relatado, a Recorrente não apresentou Recurso Voluntário. Diante da ausência de interesse do contribuinte em prosseguir o contencioso administrativo, resta o exame do recurso de ofício. Por ter exonerado crédito tributário em valor superior ao limite de sua alçada, o Presidente da Turma da DRJ/POA, recorreu de Ofício ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O recurso foi interposto em razão do contido no art. 34, I, do Decreto nº 70.235/1972, com a alteração da Lei nº 9.532/1997, e obrigatório quando o valor total exonerado fosse superior a R$ 1.000.000,00, no entanto, com a edição da Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, o novo limite passou a ser de R$ 2.500.000,00. Fl. 4593DF CARF MF Processo nº 10480.730218/201402 Acórdão n.º 3402004.294 S3C4T2 Fl. 4.589 11 No caso sob análise, a decisão a quo cancelou a exigência do imposto e respectiva multa de ofício e juros de mora, no valor de R$ 3.564.397,09, portanto, o Recurso de Oficio deve ser conhecido. 2. Objeto da lide e do Auto de Infração No curso do procedimento fiscal realizado no estabelecimento da Recorrente, foram detectadas infrações à legislação do IPI, como a falta de destaque do imposto nas notas fiscais de saída e falta de escrituração do IPI destacado nas notas fiscais. Por conseguinte, efetuouse o lançamento de ofício, nos termos do artigos 436 do RIPI/2002 e 516 do RIPI/2010. Consta do TVF elaborado pelo Fisco, que parte do crédito constituído neste MPF (Mandado de Procedimento Fiscal) está com sua exigibilidade suspensa, fulcrada na apelação julgada favoravelmente nos autos do Mandado de Segurança Preventivo nº 001524317.2012.4.05.8300, impetrado na 1ª Vara Federal PE, distribuída em 28 de agosto de 2012 (auto de infração presente no PAF nº 10480.730404/201433). 3. Análise do Recurso de Ofício Por ter exonerado crédito tributário em valor superior ao limite de sua alçada, o Presidente da Turma recorreu de Ofício a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 3.1 Da Concomitância Como visto nos autos, são totalmente procedentes os argumentos apresentados no voto condutor da decisão a quo, em seus argumentos sobre a "Renuncia às instâncias administrativas", uma vez que a Recorrente se socorreu do Poder Judiciário sobre matéria objeto de discussão nestes autos. Consta do processo que a Recorrente impetrou Mandado de Segurança Preventivo, visando ser reconhecida a não incidência do IPI sobre produtos por ele importados quando da saída de seu estabelecimento, situação em que a legislação do referido imposto o equipara a industrial (Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 4º, inciso I). Ressaltese que a fiscalização informa que "parte do crédito constituído nesta fiscalização está com sua exigibilidade suspensa, fulcrada na apelação julgada favoravelmente nos autos do Mandado de Segurança Preventivo nº 001524317.2012.4.05.8300, impetrado na 1ª Vara Federal PE, distribuída em 28 de agosto de 2012 (fls. 2.159/2.183). Vejase a transcrição da parte inicial da Certidão de Pé acostada aos autos à fl. 2.150: Fl. 4594DF CARF MF 12 Como se vê da decisão acima, na discussão Judicial sobre a cobrança ou não do IPI quando da revenda das mercadorias importadas, a rigor, não nos cabe se adentrar, já que o Poder Judiciário é soberano na sua definição. Há portanto, concomitância entre as esferas administrativa e judicial, o que, nos termos do Ato Declaratório Normativo COSIT nº 07, de 2014, do art. 38, parágrafo único, da Lei no 6.830, de 1980 e da Súmula CARF nº 01, o que implica renúncia à instância administrativa. Vejase: Súmula CARF nº 01: "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial". Portanto, correto os fundamentos da decisão de 1° grau para o caso. 3.2 Da Multa de Ofício lançada A fiscalização verificou que a Recorrente importa diretamente os mais diversos produtos (pneumáticos, motocicletas, ciclomotores, partes e peças para motocicletas, veículos de alta cilindrada, motoniveladoras, etc.). As planilhas referentes aos créditos de IPI, anexada às fls. 2.137/2.139, intituladas “SISCOMEX IMPORTAÇÃO (Declaração de Importação para os anos de 2012 a 2013)”, denotam, na coluna “Descrição das Mercadorias”, o leque de importação da empresa. Sobre essas importações incidiu, entre outros tributos, o IPI previsto nos artigos 34, inc. I, do RIPI/2002 e 35, inc. I, do RIPI/2010. Os pagamentos, quando do desembaraço, foram confirmados consoante a consulta ao SISCOMEX Importação. A Recorrente revende essas mesmas mercadorias importadas no mercado interno. No caso, muito embora não executem operações de industrialização, por ficção legal, nas situações previstas nas normas de equiparação, é como se os produtos sujeitos à incidência fossem neles industrializados. No caso, estamos diante da situação descrita nos artigos 9º, inc. I, do RIPI/2002 e 9º, inc. I, do RIPI/2010: Art. 9º Equiparamse a estabelecimento industrial: I os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei n.º 4.502, de 1964, Art. 4º, inciso I); A fiscalização informa em seu TVF que, em consulta ao Sistema gerencial das DCTF da RFB, "a empresa não declarou qualquer valor de IPI como devido no período de 2012 a 2013". Tampouco constam pagamentos relativos ao IPI feitos pelo estabelecimento, com exceção do IPI Vinculado a importação, de código de arrecadação 1038, pago por ocasião do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas. Nesse diapasão, na decisão de Piso restou consignado, que a equiparação a industrial já suscitada impõe ao estabelecimento a obrigação de lançar nas notas fiscais de saídas e recolher o IPI nas saídas dos produtos por ele importados sujeitandose sua falta à multa de ofício no percentual de 75% do imposto (que deixou de ser lançado ou recolhido), cuja previsão está no caput do artigo 80 da Lei nº 4.502, de 1964, com a redação dada pelo artigo 13 da Lei nº 11.488, de 2007, in verbis: Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal Fl. 4595DF CARF MF Processo nº 10480.730218/201402 Acórdão n.º 3402004.294 S3C4T2 Fl. 4.590 13 ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. Consta do Termo de Início de Procedimento Fiscal (cópia anexa à fl. 19), que foram indicados para auditoria fiscal da apuração do IPI, o período de Janeiro de 2012 a Dezembro de 2013. Posto isto, é importante ressaltar que o Termo de Verificação Fiscal (fls. 2.140/2.153), cuida de dois processos separados, sendo que cada um deles cuida de seu Auto de Infração específico. São eles o PAF nº 10480.730218/201402 (este sob análise) e o PAF nº 10480.730404/201433 (lançamento para prevenir a decadência), tendo em vista que parte do período fiscalizado, a partir de 28/08/2012, encontrase sob os efeitos de decisão Judicial, o que repercute diretamente neste feito. Informa o Fisco que a empresa, malgrado escriturar o RAIPI e apresentar saldo devedor em quase todos os períodos, não apresenta tais valores por ocasião do envio das DCTFs, não havendo portanto, o registro, nos sistemas informatizados da RFB. Tais valores estão sendo exigidos neste Auto de Infração lavrado especificamente para o período de até 27 de agosto de 2012 e constituídos em outro Auto de Infração para o período subsequente. Isto se deu porque, os efeitos da decisão Judicial não se estendem a todo o período fiscalizado. Dado que o contribuinte ingressou com a ação aos 28 de agosto de 2012, foi considerado que os fatos geradores ocorridos a partir desta data encontramse sob os efeitos da referida decisão Judicial. Por conseguinte, os fatos geradores anteriores estão fora de seu campo de incidência. Prova disso, foi que em 06/10/2015, a DRF no Recife solicita a juntada (fl. 4.358) de decisões e peças judiciais cujos documentos tratase de comunicação do Procurador da Fazenda Nacional da PRFN da 5ª Região (fl. 4.359) ao Delegado daquela unidade: "(,,,) Comunicase decisão proferida nos autos do mandado de segurança de n. 001524317.2012.4.05.8300, em curso na 1ª Vara Federal – PE, ajuizada por PLATINUM TRADING S/A., CNPJ nº 04870288/000459, no sentido de afastar a cobrança de IPI quando da saída de produtos importados, de forma que o imposto só tenha incidência no ato do despacho aduaneiro. Tal decisão, portanto, afeta apenas os débitos dessa ordem que ocorrerem após o ajuizamento do presente MS, ou seja, 27.08.2012, que devem ser cancelados. (grifos do original). E foi por esta razão que na elaboração da Planilha “Reconstituição de Escrita IPI”, a fiscalização tomou o cuidado de seccionála em duas partes (fl. 80): 1) a primeira parte, para os fatos geradores do tributo até 27 de agosto de 2012, que não estaria sob apreciação judicial, e 2) a parte seguinte, para os fatos geradores a partir de 28 de agosto de 2012, que estaria submetida aos ditames do Judiciário. Desta forma, observase que das infrações constatadas nestes autos (infração 001; 002 e 003, fl. 3), à vista da análise do resultado da diligência solicitado ao Fisco, Fl. 4596DF CARF MF 14 demonstrado na Planilha do arquivo não paginável (aba "Resultado da Diligência"), restou decidido pela decisão da DRJ/POA, estar sendo exigida normalmente a infração "002", com a penalidade prevista (multa de ofício no percentual de 75%, prevista no caput do artigo 80 da Lei nº 4.502, de 1964, com a redação dada pelo artigo 13 da Lei nº 11.488, de 2007), ocorridas até o dia 27 de agosto de 2012, formalizadas mediante o presente Auto de Infração (PAF nº 10480730218/201402). Já o PAF nº 10480.730404/201433 (que não faz parte desta lide), foi lavrado unicamente para constituir o crédito tributário para fatos geradores a partir de 28 de agosto de 2012 (para prevenir a decadência), estando portanto, com sua exigibilidade suspensa. 4. Dispositivo Por tais razões, com base no art. 50, § 1º da Lei nº 9.784, de 1999, adoto na integra os fundamentos da decisão de 1° grau para o caso, e desta forma, voto por negar provimento ao Recurso de Oficio. É como voto. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 4597DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.001789/2005-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO-CUMULATIVO.
O crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS, visto que se insere no conceito de receita, sujeitando-se à incidência não-cumulativa da contribuição.
CRÉDITOS SOBRE FRETES. IMPOSSIBILIDADE. VIGÊNCIA. LEI POSTERIOR AOS FATOS.
Os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004.
CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL.
Inexiste previsão legal para o creditamento de valores para utilização de veículos.
CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES. SUPORTE PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA.
Inexiste nos autos qualquer suporte probatório que demonstre a pertinência ao processo produtivo dos valores referentes a aluguel de softwares.
Numero da decisão: 3302-004.377
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Direito Creditório Reconhecido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório nos termos da Informação Fiscal de fls. 477/478.
[assinado digitalmente]
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
[assinado digitalmente]
Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO-CUMULATIVO. O crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS, visto que se insere no conceito de receita, sujeitando-se à incidência não-cumulativa da contribuição. CRÉDITOS SOBRE FRETES. IMPOSSIBILIDADE. VIGÊNCIA. LEI POSTERIOR AOS FATOS. Os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004. CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste previsão legal para o creditamento de valores para utilização de veículos. CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES. SUPORTE PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA. Inexiste nos autos qualquer suporte probatório que demonstre a pertinência ao processo produtivo dos valores referentes a aluguel de softwares.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO CUMULATIVO. O crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS, visto que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. CRÉDITOS SOBRE FRETES. IMPOSSIBILIDADE. VIGÊNCIA. LEI POSTERIOR AOS FATOS. Os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004. CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste previsão legal para o creditamento de valores para utilização de veículos. CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES. SUPORTE PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA. Inexiste nos autos qualquer suporte probatório que demonstre a pertinência ao processo produtivo dos valores referentes a aluguel de softwares. Recurso Voluntário Provido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 17 89 /2 00 5- 11 Fl. 521DF CARF MF 2 Direito Creditório Reconhecido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório nos termos da Informação Fiscal de fls. 477/478. [assinado digitalmente] Paulo Guilherme Déroulède Presidente. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o presente momento processual, os quais foram relatados de forma minudente, adoto o relatório da r. decisão recorrida, conforme a seguir transcrito: O contribuinte supracitado solicitou compensação de supostos créditos e PIS Nãocumulativo de fevereiro de 2003 com débitos da filial, conforme declaração de compensação de fls 01 e 02. Devido ao pedido de compensação, foi apensado aos autos o processo administrativo n°s 10925.000834/200641, que envolvem a exigência dos débitos da filial contidos na declaração de compensação (fl.21). A DRF de origem indeferiu o pleito do contribuinte através do Despacho Decisório 2.519/2007, de fl.129, fundamentado nos demonstrativos e na Informação Fiscal, de fls.118 a 128. Inconformado, o contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, de fls.136 a 141. Nesta, começa alegando que as receitas financeiras, outras receitas e crédito presumido de IPI não podem ser tributadas, pois não tem o objeto/finalidade principal da empresa, bem como não fazem parte da base de cálculo da contribuição, conforme jurisprudência que analisou a inconstitucionalidade do art.3° da Lei 9.718/1998. Ademais, a tributação sobre o crédito presumido de IPI não poderia ocorrer, pois é uma recuperação de custos de insumos aplicados em produtos exportados, não uma receita. Mesmo que receita fosse, seria isenta, porque decorre da exportação de produtos. Traz jurisprudência para alicerçar sua defesa. No tocante à glosa de créditos do tributo decorrentes da utilização indevida de valores de oriundos de fretes nas vendas e aluguéis (de veículos e software) pagos, haveria uma incorreta interpretação dos fatos pela autoridade fiscal, pois os créditos se Fl. 522DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 522 3 enquadram dentro dos permissivos legais contidos na Lei 10.637/2002, conforme doutrina. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento sintetizou, na ementa a seguir transcrita , a decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 RECEITAS NÃO CONSIDERADAS DESPESAS/ CUSTOS INDEVIDOS COMPONDO A BASE DE CÁLCULO DO CRÉDITO AO CONTRIBUINTE INFLUÊNCIA NO VALOR A RESSARCIR PLEITO INDEFERIDO. Na apuração do valor a ressarcir de PIS não cumulativo devem se somar as receitas não consideradas e diminuir a/os despesas/custos indevidamente considerados, que são regidos pela lei aplicável aos fatos, ambos para fins de apuração da base de cálculo da contribuição que serve para apurar o valor do ressarcimento, nos termos da legislação. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após ciência em 05/01/2009, conforme AR de fl. 189, apresenta em 04/02/2009, fl. 190/201 e documentos de fls. 202/211, Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, arguindo em síntese: • O Fisco não considerou os estornos de lançamentos efetuados indevidamente ou a maior, os quais podem ser identificados no Razão da empresa (juros sobre duplicata, descontos lançados e não obtidos, despesas de aluguel, multa e juros de débitos inscritos no PAES); • Tais valores representam estorno de custo ou despesa, não sendo tributáveis pelo PIS; • O Fisco glosou também valores referentes a estorno de variação cambial e outras receitas não operacionais (créditos de PIS, ajustes de folha de pagamento, reembolsos), sendo estes não tributáveis, pois não se referem a receitas; • O valor referente ao crédito presumido de IPI não foi incluído na base de cálculo do PIS, pois corresponde a recuperação de custo e sua tributação ofenderia a razão da criação do referido crédito; • Transcrevese jurisprudência administrativa e judicial sobre a questão; • Os créditos glosados oriundos de despesas com aluguéis e fretes foram utilizados na produção de bens destinados à venda, sem os quais não se completaria o ciclo produtivo da recorrente, nos termos previstos no inciso IV do art. 3º da Lei nº 10.637/02; Fl. 523DF CARF MF 4 • Requer que o presente processo seja apensado ao de nº 11080.013973/200767, correspondente ao auto de infração decorrente do não reconhecimento dos créditos pleiteados. Através da Resolução Carf nº 3801.000.519, de 20/08/2013, o julgamento foi convertido em diligência nos seguintes termos: 1. Verificar os valores lançados a débito nas contas relacionadas na planilha de fl. 118, registrados no balancete do mês de janeiro e no Livro Razão da recorrente, apurando se efetivamente correspondem a estornos das respectivas receitas lançadas a crédito, devendo, nesta hipótese, ser excluídos dos totais relacionados na referida planilha, respectivamente a cada conta; 2. Considerando o apurado no item anterior, elaborar novas planilhas de cálculo em substituição àquelas constantes da informação fiscal de fls. 123 a 128; 3. Intimar a empresa a se manifestar em aditamento ao recurso voluntário interposto, se assim desejar, relativamente apenas ao resultado da presente diligência, no prazo de trinta dias de sua ciência; 4. Retornar os autos a este CARF para julgamento. Em decorrência da diligência foi emitida a Informação Fiscal de fls.477/478. Cumpre esclarecer que, embora no verso da folha 454 da Resolução do CARF o período mencionado seja janeiro de 2003, o presente processo é relativo ao mês de fevereiro de 2003 e assim a fiscalização entendeu ser esse período o objeto de execução da Diligencia solicitada. Também a fiscalização entendeu que o Demonstrativo de cálculo mencionado na referida Resolução (fl.454verso) seja o constante da folha n° 119 e não o da folha n° 118. Para o período objeto deste processo, apenas as rubricas contábeis 3.05.01.01 Juros s/duplicatas (fl .236), 3.05.01.04 Descontos obtidos (fls.358/363), 3.05.01.10.01 Var.Ativa cliente do exterior (fl.430) e 3.06.01.04 Outras Receitas Operacionais (fl.442) apresentaram lançamentos a débito. Tais débitos correspondem a estornos das respectivas receitas não oferecidas a tributação que não foram considerados pela fiscalização em sua Informação Fiscal das fls. 123 a 127, devendo, portanto, ser excluídos dos totais relacionados na planilha da folha 119; os novos valores para o período estão em quadro demonstrativo anexo a este Relatório. Levandose em conta os valores corrigidos das receitas não oferecidas A tributação com a redução do PIS incidente, o valor total do crédito reconhecido ao contribuinte passa a ser. de R$ 67.728,15, em substituição as informado anteriormente na folha 127 do processo, e novo Quadro Demonstrativo de Créditos Apurados, Utilizados e Remanescentes também em anexo ao presente Relatório em substituição ao da folha 122. A nova conclusão, em substituição ao valor constante originalmente na fl.127, dos valores pleiteados pelo contribuinte Fl. 524DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 523 5 no mês de fevereiro de 2003 e o reconhecido pela fiscalização em encontrase no quadro abaixo. O contribuinte teve ciência da Informação Fiscal já referida em 22/11/2013, conforme AR de fl.481 e embora tenha sido reaberto o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação acerca do resultado da diligência, não compareceu aos autos. Ressaltese que o processo nº 11080.013973/200767, referido no Recurso Voluntário, trata de auto de infração para a exigência do PIS/Pasep dos períodos de apuração de março, abril e julho de 2003 e de março a dezembro de 2005, o qual foi objeto da Resolução Carf nº 3401000.546, de 19/07/12 e seguintes: Resolução Carf nº 3401000.580, de 24/10/2012 e Resolução Carf nº 3401000.646, de 31/01/2013, que determinaram em síntese: Desta feita, o que a autoridade preparadora deve fazer é aguardar o desfecho na esfera administrativa das lides instauradas em relação aos processos nºs. 11080.001780/2005 00, 11080.001788/200568 e 11080.001787/200513, para, somente então, anexar as cópias correspondentes a este processo e remetêlo ao Carf. (grifei). É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. DA MATÉRIA LITIGIOSA Destaca a Recorrente que é uma empresa devidamente constituída, conforme os respectivos atos constitutivos anexados aos autos, cujo objeto social gira em torno da produção de celulose, papéis kraft, chapas e embalagens de papelão ondulado, resinas e móveis de pinus, entre outros, nesse sentido as matérias submetidas à segunda instância de julgamento estão assim pontuadas em sua defesa. Receitas Financeiras, Outras Receitas e Valores Lançados Indevidamente Destaca o Recorrente que pela planilha de cálculos elaborada pelo Fisco, [...constatouse que não foram levados em consideração os estornos de lançamentos efetuados indevidamente ou a maior realizados pela Recorrente, e reconhecidos por esta na mesma data.] Para melhor compreensão da matéria transcrevese a seguir, excertos da Resolução Carf nº 3801.000.519: Fl. 525DF CARF MF 6 Como visto acima, trata o presente processo de compensação pretendida pelo contribuinte, utilizandose de créditos decorrentes da apuração do PIS não cumulativo, no período de janeiro a outubro de 2003. Verificando tais créditos, a Fiscalização efetuou glosas relativas a receitas financeiras (juros e variações cambiais ativas, aluguéis recebidos), além de valores referentes ao crédito presumido de IPI, não oferecidos à tributação. Também foram glosados créditos decorrentes de fretes pagos nas operações de vendas, por falta de previsão legal para tanto à época da ocorrência dos fatos geradores, e, ainda, créditos sobre valores de aluguéis pagos para utilização de veículos e software, por não se classificarem tais dispêndios como aluguéis de máquinas e equipamentos, conforme previsão legal. O contribuinte alega em seu recurso que a Fiscalização não levou em conta os estornos de lançamentos registrados nas contas por ela consideradas em sua apuração, os quais correspondem ao cancelamento de receitas registradas indevidamente. Analisandose os autos, vêse que a autoridade fiscal tomou como base os balancetes mensais trazidos pela empresa tendo sido elaborada a planilha, na qual consta a relação das contas consideradas, o total da receita apurada e o PIS devido em cada mês. Os balancetes em questão trazem os valores lançados a crédito nas contas de apuração de receita relacionadas pela Fiscalização, bem como aqueles lançados a débito, sem, no entanto, especificar a natureza destes últimos. A empresa junta ao recurso cópia do Livro Razão das contas nas quais constam registros a débito, solicitando a exclusão destes da base de cálculo do PIS, uma vez que não corresponderiam a receitas efetivamente. A princípio parece ter razão a recorrente, uma vez que, comparandose os valores relacionados pela Fiscalização na planilha de fl. e aqueles constantes dos balancetes mensais, vêse que a autoridade fiscal considerou apenas os registros a crédito, sem fazer qualquer exclusão relativa àqueles registrados a débito. Em face das questões trazidas em sede recursal, acolhidas pela Resolução Carf nº 3801.000.519, foi emitida a Informação Fiscal de fls.477/478. Cumpre esclarecer que, embora no verso da folha 454 da Resolução do CARF o período mencionado seja janeiro de 2003, o presente processo é relativo ao mês de fevereiro de 2003 e assim a fiscalização entendeu ser esse período o objeto de execução da Diligencia solicitada. Também a fiscalização entendeu que o Demonstrativo de cálculo mencionado na referida Resolução (11.454verso) seja o constante da folha n° 119 e não o da folha n° 118. Fl. 526DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 524 7 Para o período objeto deste processo, apenas as rubricas contábeis 3.05.01.01 Juros s/duplicatas (fl.236), 3.05.01.04 Descontos obtidos (fls.358/363), 3.05.01.10.01 Var.Ativa cliente do exterior (fl.430) e 3.06.01.04 Outras Receitas Operacionais (fl.442) apresentaram lançamentos a débito. Tais débitos correspondem a estornos das respectivas receitas não oferecidas a tributação que não foram considerados pela fiscalização em sua Informação Fiscal das fls. 123 a 127, devendo, portanto, ser excluídos dos totais relacionados na planilha da folha 119; os novos valores para o período estão em quadro demonstrativo anexo a este Relatório. Levandose em conta os valores corrigidos das receitas não oferecidas à tributação com a redução do PIS incidente, o valor total do crédito reconhecido ao contribuinte passa a ser. de R$ 67.728,15, em substituição as informado anteriormente na folha 127 do processo, e novo Quadro Demonstrativo de Créditos Apurados, Utilizados e Remanescentes também em anexo ao presente Relatório em substituição ao da folha 122. Verificase que a fiscalização em cumprimento à diligência solicitada, procedeu à análise das rubricas contábeis acima destacadas, com lançamentos a débitos, cujos estornos foram excluídos dos totais da planilha de fl.125 ( fl.119 proc.físico), todos referentes ao mês de fevereiro/2003, como bem enfatizado na informação fiscal. Ao final da análise dos demais itens demonstrarseá a nova planilha com os valores considerados pela fiscalização, conforme anexos à informação fiscal, fls.479/480. Crédito Presumido de IPI Pondera a Recorrente que se trata de uma recuperação de custo, materializada por meio de um ressarcimento de IPI, haja vista que crédito presumido é ressarcimento de custo, e ressarcimento de custo não é receita. A Informação Fiscal de fls.129/134, destaca: Na verificação da apuração da base de cálculo do tributo no período analisado constatouse que o contribuinte, embora use as despesas financeiras como base de cálculo dos créditos de PIS, não ofereceu à tributação as receitas financeiras auferidas (juros e variações cambiais ativas, aluguéis recebidos) no período e os valores de crédito presumido de IPI. (...) Em vista desta constatação foram calculados os valores de PIS devidos p tributação das receitas financeiras e do crédito presumido de IPI com base na escrituração contábil do contribuinte (balancetes mensais fls. 94/117) e elaborado um quadro demonstrativo desses valores que encontrase anexo a esta Informação Fiscal (fl. 119). Em decorrência das receitas não incluídas na base de cálculo do tributo, a proporção dos créditos relativos a receitas no mercado interno e o mercado externo foi recalculada conforme quadro abaixo.(grifei). Fl. 527DF CARF MF 8 A matéria em tela, inclusão ou não do crédito presumido de IPI na base de cálculo do PIS e da Cofins nãocumulativas, tem sido objeto de inúmeros julgados neste E. Conselho, comportando um respeitável dissenso jurisprudencial. Para melhor cognição, é importante destacar como evolução histórica da legislação que a regra de incidência da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins e do Programa de Integração Social PIS, até o período de janeiro de 1999, alcançava apenas a receita advinda da venda de mercadorias e serviços. Ocorre que para os fatos geradores ocorridos a partir de fevereiro de 1999, nos termos da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, a incidência passou a alcançar em princípio, todas as receitas da empresa (receita bruta, independentemente de sua classificação contábil) passando referidas contribuições a incidir não só sobre receitas relativas à venda de mercadorias e prestação de serviços, mas também sobre qualquer outra auferida pela pessoa jurídica, salvo as exceções listadas em lei. Era a chamada base universal para fins de exigência das contribuições que se examina. É digno de realce que o Supremo Tribunal Federal STF ao declarar a inconstitucionalidade do §1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718, de 1998, no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, pacificou o entendimento de que a receita a ser tributada pela Cofins e pela contribuição para o PIS/Pasep, com base na referida lei, deveria ser entendida como a receita de vendas e serviços próprios da atividade da empresa. Ocorre que a lide em apreço decorre de compensação de supostos créditos de PIS nãocumulativo de março de 2003 com débitos da filial, conforme declaração de compensação. Assim a matéria ora em debate está sob o regramento do regime da não cumulatividade do PIS/Pasep, instituído, pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002, cuja incidência quantos aos efeitos referentes à nãocumulatividade do PIS/Pasep, notadamente quanto à vigência dos artigos 1ºa 6º e 8º a 11 da referida lei ocorre a partir de 1º de dezembro de 2002, conforme, artigo 68, II. Nesse mister, verificase que a base de cálculo para o PIS/Pasep Faturamento nãocumulativo referente ao período analisado, anocalendário 2003, comporta a totalidade das receitas auferidas independentemente de sua classificação contábil, conforme art 1º a seguir transcrito: Lei nº 10.637, de 2002, redação vigente à época dos fatos: Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2o A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. Prevê ainda a referida lei em seu § 3º, de forma exaustiva, quanto às receitas que podem ser excluídas da base de cálculo: Fl. 528DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 525 9 § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: I decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero; II (VETADO) III auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IV de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) V referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. VI–não operacionais, decorrentes da venda de ativo imobilizado. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) Em face da linha defensória do Recorrente, de que crédito presumido é ressarcimento de custo e ressarcimento de custo não é receita, bem como das disposições legais acima transcritas, cabe então perquirir quanto à natureza jurídica do crédito presumido de IPI, núcleo da presente discussão, bem como quanto à definição de receita no ordenamento jurídico brasileiro. Dispõe o artigo 1º da Lei nº 9.363, de 1996: Art. 1ºA empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos7, de 7 de setembro de 1970,8, de 3 de dezembro de 1970, e70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.(grifei). Os excertos extraídos do AC CSRF nº 9303002.825, de 23/01/2014 conferem uma primorosa exegese quanto à natureza jurídica do crédito presumido de IPI, como a seguir se transcreve: Fl. 529DF CARF MF 10 (...) o crédito presumido de IPI não se confunde com uma restituição de tributos e nem com uma “recuperação de despesa”, já que o crédito, como o próprio nome já diz, é presumido, conforme brilhantemente esclarecido pela douta procuradora da fazenda nacional em sua peça recursal, cujo excerto peço vênia para abaixo transcrever: Apesar de o credito instituído pela Lei nº. 9.363/96 ter como objetivo o ressarcimento do PIS e da COFINS incidentes sobre matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem aplicados em produtos exportados, o ressarcimento em si é meramente presumido, não havendo como assemelhálo a uma restituição de tributos, porque não houve pagamento indevido de PIS e COFINS. Ao contrário, o credito presumido do IPI representa, efetivamente, um aumento patrimonial para a empresa beneficiária, pois ela deduz integralmente as despesas pelo PIS/Cofins como custo e, ainda, recebe um credito de IPI para abater débitos, também de IPI. O ganho auferido com o credito presumido do IPI, portanto, deve tributado pela Cofins, na forma do art. 2o. e 3o. da Lei 9.718/99.(grifei). Verificado nos termos dos excertos acima a natureza jurídica do crédito presumido, o qual adoto no presente voto, cabe então perquirir acerca da definição conceitual de receita, utilizandose a definição adotada pela Contabilidade, nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 130, a seguir transcrito: Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período observado no curso das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido relacionados às contribuições dos proprietários. Para fins tributários verificase que o DecretoLei n° 5.844, de 1943, que trata da cobrança e fiscalização do imposto de renda, assim estabelece: Art. 40. (...) § 1º Constitue receita bruta a soma das operações, realizadas por conta própria e das remunerações recebidas como preço de serviços prestados. § 2º Incluemse na receita bruta as receitas totais de transações alheias ao objeto do negócio.(grifei). No mesmo escopo normativo o DecretoLei nº 1.598, de 1977, visando adaptar a legislação do imposto sobre a renda às inovações da lei de sociedades por ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976), determina em seu artigo 12, in verbis: Art. 12. A receita bruta compreende:(Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) I o produto da venda de bens nas operações de conta própria;(Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) 1 http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/332_CPC%2030%20%28R1%29%2031102012 limpo%20final.pdf> Acesso em 20/06/2017 Fl. 530DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 526 11 II o preço da prestação de serviços em geral;(Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) III o resultado auferido nas operações de conta alheia; e (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) IV as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III.(Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) (...) § 5o Na receita bruta incluemse os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4o. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) Dispõe ainda o Decreto nº 4.524, de 2002, que regulamenta a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelas pessoas jurídicas em geral: Art. 10. As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, observado o disposto no art. 9º, têm como base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins o valor do faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas (Lei Complementar nº70, de 1991, art. 1º,Lei nº9.701, de 1998, art. 1º,Lei nº9.715, de 1998, art. 2º,Lei nº9.716, de 26 de novembro de 1998, art. 5º, eLei nº9.718, de 1998, arts. 2ºe 3º).(grifei). Do cotejo dos atos normativos acima citados com o Pronunciamento Técnico CPC 30, constatase que o crédito presumido não se enquadra como restituição de tributos, tampouco como uma recuperação de custos, mas representa um aumento patrimonial para a empresa beneficiária, como bem assinalado na decisão acima referenciada, situação que se amolda ao conceito de receita como acima destacado, quer seja pelas definições no âmbito tributário, utilizadas aqui apenas em reforço argumentativo, mas sobretudo pelo critério contábil, fonte original do conceito em referência e nessa condição é alcançada pelo regramento que rege a espécie dos autos, art. 1º da Lei nº 10.637, de 2002, inexistindo assim amparo legal para a exclusão pretendida, haja vista que a referida lei além de compreender um conceito mais alargado de receita, as hipóteses de exclusão da receita da base de cálculo, exaustivamente elencadas no § 3º do art. 1º, não contemplam o crédito presumido do IPI, assim podese inferir que o crédito presumido do IPI, para ressarcimento do PIS/Pasep e da Cofins, encontrase abrangido pelo conceito de receita, cuja totalidade representa a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Fl. 531DF CARF MF 12 A matéria sub examine encontra precedente nesta E. turma, a exemplo do Acórdão nº 3302002.962, de 26/02/2016, cuja ementa e excertos do voto a seguir se transcrevem: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2.EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2.EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF Excertos do voto: Como mencionado pelo acórdão recorrido, a NBC T 19.30, norma brasileira de contabilidade aprovada pelo Conselho Federa de Contabilidade, dispõe que Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições dos proprietários. Fl. 532DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 527 13 O Pronunciamento Técnico CPC 30 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis assim define receita: Objetivo A receita é definida no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis como aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As receitas englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil de receitas provenientes de certos tipos de transações e eventos. A questão primordial na contabilização da receita é determinar quando reconhecêla. A receita é reconhecida quando for provável que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e esses benefícios possam ser confiavelmente mensurados. Este Pronunciamento identifica as circunstâncias em que esses critérios são satisfeitos e, por isso, a receita deve ser reconhecida. Ele também fornece orientação prática sobre a aplicação desses critérios. Conceitualmente, receita é o ingresso econômico representado por um aumento de ativo ou diminuição de passivo que resultam em aumentos de patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 ainda determinam que a incidência independe da denominação ou classificação contábil.(grifei). Nesse sentido, há outros precedentes, conforme as ementas a seguir transcritas, na parte de interesse: · Acórdão 3301002.395, de 23/07/2014: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 30/06/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO CUMULATIVO. Por força do art. 1º da Lei nº 10.637/2002, o crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS. Tratase de um benefício fiscal com natureza de subvenção de custeio, integrando a receita bruta do contribuinte.grifei). Fl. 533DF CARF MF 14 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECEITA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. Não há como concluir que a receita decorrente do crédito presumido de IPI é decorrente de operação de exportação de mercadorias para o exterior. É um benefício fiscal instituído unilateralmente pelo Poder Público e decorre das operações internas com incidência de PIS e Cofins. Nos termos do art. 111 do CTN interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre exclusão de crédito tributário. · 9303002.609, de 10/10/2013 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/05/2004 [...] COFINS. BASE DE CÁLCULO NA VIGÊNCIA DA LEI 10.833.CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 constitui receita e é tributável pelas contribuições que tenham como base de cálculo a totalidade das receitas auferidas, o que se dá, para a COFINS, a partir do mês de fevereiro de 2004, a teor do art. 3º da Lei 10.833, o qual não foi julgado inconstitucional pelo e. STF. · 9303002.825, de 23/01/2014: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2004 [...] CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA COFINS NÃO CUMULATIVA. O crédito presumido do IPI constitui receita sujeita à incidência da COFINS não cumulativa. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte. Créditos sobre Fretes Pontua o Recorrente que esses créditos foram apurados com base na previsão legal contida na Lei nº 10.637, de 2002 e que todos os créditos levantados e glosados são oriundos de despesas com aluguéis e fretes utilizados na produção de bens destinados à venda, e que sem esses serviços, não se completaria o ciclo produtivo da Recorrente. Ressalta que possui em seu ciclo produtivo, todas as cadeias necessárias para a confecção do produto final, desde o corte da madeira em seus campos florestais, até a efetiva Fl. 534DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 528 15 produção do papel. Diante disso, a despesa com locação de software, é custo, e por isso, passível de creditamento. Enfatiza ainda que além das despesas com aluguéis, os valores de frete também devem ser passíveis de creditamento, haja vista serem indispensáveis para o complemento do processo produtivo. E afirma que tanto é verdade que o frete é essencial para compor o custo de produção que posteriormente a Lei nº 10.833, de 2003 reconheceu o direito de crédito para a despesa de frete. Esclarece a Informação Fiscal de fls. fls.129/134: O contribuinte apropriouse de créditos dos fretes pagos nas operações de vendas no período de janeiro a outubro de 2003 indevidamente. No período em análise não havia disposição legal para utilização de fretes pagos pelo vendedor. Apenas com a edição da Medida Provisória 135/2003, convertida na Lei 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004 foi possível o cálculo de crédito sobre os fretes pagos nas operações de vendas. Nesse sentido pertinentemente aborda a decisão de piso: Diante deste texto normativo é que se deve analisar a contestação do contribuinte, pois seu pleito abrange o ano calendário de 2003. Por conseguinte, os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, que foi convertida na Lei 10.833,de dezembro de 2003. Sua eficácia somente ocorreu em 10 de fevereiro de 2004, conforme prescreve o artigo 93, inciso I, da citada norma legal. Retroagir seus efeitos, de forma a beneficiar o contribuinte, afrontaria ao princípio constitucional da Legalidade, não podendo ser aplicado. Constatado que à época dos fatos não havia a previsão legal para os créditos referidos e considerandose que toda regra excepcional de tributação deve estar expressa no texto legal, visto que o tributo é sempre decorrente de lei, não há reparos na decisão de piso. Créditos sobre Aluguéis Esclarece a Informação Fiscal de fls.129/134: O contribuinte apurou indevidamente créditos de PIS sobre valores de aluguéis pagos para utilização de veículos e softwares sem permissão legal, pois esses dispêndios não se classificam como aluguel de máquinas ou equipamentos.(grifei) Dispõe a Lei nº 10.637, de 2002: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Fl. 535DF CARF MF 16 I [...] II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; [...] § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos no mês; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; IV dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.(grifei). [...] Depreendese do texto legal que não há amparo para créditos dessa natureza. Quanto ao aluguel dos softwares, ainda que se admitisse, por exegese do artigo 3º II, inexiste nos autos suporte probatório quanto à utilização do referido software no processo produtivo. Examinadas as questões postas, verificase pela Informação Fiscal de fls.477/478, a recomposição dos valores, após os estornos efetuados. Conclui a Informação Fiscal de fls.477/478: Levandose em conta os valores corrigidos das receitas não oferecidas à tributação com a redução do PIS incidente, o valor total do crédito reconhecido ao contribuinte passa a ser. de R$ 67.728,15, em substituição as informado anteriormente na folha 127 do processo, e novo Quadro Demonstrativo de Créditos Apurados, Utilizados e Remanescentes também em anexo ao presente Relatório em substituição ao da folha 122.(grifei) Fl. 536DF CARF MF Processo nº 11080.001789/200511 Acórdão n.º 3302004.377 S3C3T2 Fl. 529 17 Planilha de fl.125 ( fl.119 proc.físico); Planilha após a diligência, fl.479: Resume assim a fiscalização os valores envolvidos. Ante o exposto, VOTO POR RECONHECER o direito creditório nos termos da Informação Fiscal de fls. 477/478. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 537DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13827.001118/2009-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACOLHIMENTO.
Constatada a ocorrência de omissão, impõe-se o acolhimento dos embargos de declaração para que essa seja suprida.
EMBARGOS. OMISSÃO NA PARTE DISPOSITIVA DO ACÓRDÃO. CORREÇÃO DA DECISÃO.
Verificada a existência de omissão no acórdão embargado cabe a correspondente correção, rerratificando-se a decisão.
Numero da decisão: 2402-005.859
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem modificação do resultado do julgamento, no sentido de que conste da decisão que o processo deverá ficar sobrestado até decisão definitiva no Processo nº 13827.001071/2009-02.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Waltir de Carvalho, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: MARIO PEREIRA DE PINHO FILHO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Constatada a ocorrência de omissão, impõe-se o acolhimento dos embargos de declaração para que essa seja suprida. EMBARGOS. OMISSÃO NA PARTE DISPOSITIVA DO ACÓRDÃO. CORREÇÃO DA DECISÃO. Verificada a existência de omissão no acórdão embargado cabe a correspondente correção, rerratificando-se a decisão.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem modificação do resultado do julgamento, no sentido de que conste da decisão que o processo deverá ficar sobrestado até decisão definitiva no Processo nº 13827.001071/2009-02. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo - Presidente (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Waltir de Carvalho, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
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OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Constatada a ocorrência de omissão, impõese o acolhimento dos embargos de declaração para que essa seja suprida. EMBARGOS. OMISSÃO NA PARTE DISPOSITIVA DO ACÓRDÃO. CORREÇÃO DA DECISÃO. Verificada a existência de omissão no acórdão embargado cabe a correspondente correção, rerratificandose a decisão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 82 7. 00 11 18 /2 00 9- 20 Fl. 135DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem modificação do resultado do julgamento, no sentido de que conste da decisão que o processo deverá ficar sobrestado até decisão definitiva no Processo nº 13827.001071/200902. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Waltir de Carvalho, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 13827.001118/200920 Acórdão n.º 2402005.859 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratamse de embargos de declaração opostos pelo sujeito passivo (fls. 126/130), fundamentado no art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF RICARF, em face de contradição/omissão alegadamente existente no Acórdão nº 2402004.218, julgado em 12/08/2015 pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento (fls. 115/121). Em síntese, a questão cingese a lançamento de ofício de contribuições previdenciárias em desfavor de empresa excluída do Simples Federal, exclusão essa contestada no processo administrativo nº 13827.001071/200902, o qual, segundo o acórdão embargado, encontrase atualmente em trâmite no CARF. De acordo com a embargante, embora os julgadores tenham entendido não possuir competência para julgar a exclusão do Simples, e que a cobrança dos créditos tributários decorrentes do processo em pauta estariam com exigibilidade suspensa até o trânsito em julgado da decisão no processo administrativo que trata de tal matéria (exclusão do Simples), recebeu, em contradição com o referido decisum, a intimação/ARF/Jau nº 116/2015, para regularizar o débito no prazo de 30 dias (documento de fl. 123). Verificase da decisão que o Colegiado deu provimento parcial ao recurso voluntário do sujeito passivo somente para que fossem deduzidas do crédito lançado as contribuições previdenciárias recolhidas na sistemática do Simples. Entretanto, na parte dispositiva da decisão não há menção a sobrestamento da decisão. É o relatório. Fl. 137DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Mário Pereira de Pinho Filho Relator Os embargos são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, deles conheço. Consta da ementa da decisão embargada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2005 a 30/06/2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES. CONEXÃO POR PREJUDICIALIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ENQUANTO PENDENTE A DECISÃO DA QUESTÃO PREJUDICIAL. O direito ao regime de tributação pelo SIMPLES FEDERAL é questão prejudicial ao julgamento da exigência das contribuições previdenciárias em lançamento de ofício lavrado em decorrência da exclusão do regime. Essa Turma de Julgamento não tem competência para processar e julgar os recursos em Processo Administrativo de Exclusão do SIMPLES. O recurso interposto no Processo Administrativo de Exclusão do SIMPLES tem o efeito de suspender a exigibilidade dos créditos tributários decorrentes da exclusão. Examinandose o voto vencedor do acórdão em questão, confirmase que o Colegiado determinou que a decisão adotada por virtude do recurso voluntário ficasse sobrestada até conclusão do processo que analisa o direito do embargante ao regime tributário simplificado. Senão vejamos: Portanto, com relação ao enquadramento no SIMPLES FEDERAL não farei apreciação nem exame dessa matéria, pois não se trata de matéria pertinente à análise dessa Turma julgadora do CARF (2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção). Passo então à análise das demais alegações do recurso que são de competência dessa Turma Julgadora. Ressalto que este procedimento não traz qualquer prejuízo ao sujeito passivo considerando que essa decisão ficará sobrestada até a decisão definitiva sobre o direito da recorrente ao regime do SIMPLES FEDERAL, uma vez que o recurso interposto naquele processo tem o efeito de suspender a exigibilidade dos créditos tributários dele decorrentes, nos termos do art. 15 § 3º da Lei 9.317/96. (Grifei) Não obstante, consoante se mencionou acima, não se fez menção ao referido sobrestamento no dispositivo do Acórdão nº 2402004.218, ainda que tenha constado tal prescrição na ementa do julgado. Certamente, tal omissão acarretou a expedição da Intimação/ARF/Jaú/115/2015, visando a cobrança dos créditos tributários objeto do presente Fl. 138DF CARF MF Processo nº 13827.001118/200920 Acórdão n.º 2402005.859 S2C4T2 Fl. 4 5 processo, os quais, conforme entendimento consolidado no aresto, repitase, estão com a exigibilidade suspensa até a decisão final do Processo nº 13827.001071/200902. Sendo assim, e para que reste claro o alcance do julgado em evidência, voto no sentido de acolher os embargos de declaração, para fins de, rerratificando a decisão, corrigir a parte dispositiva do acórdão, de maneira que nela conste a seguinte redação: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso para, na parte conhecida, darlhe provimento parcial para que sejam deduzidas as contribuições previdenciárias recolhidas na sistemática do Simples Federal, devendo o presente julgado ficar sobrestado até a decisão definitiva no Processo nº 13827.001071/200902. É o voto. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho. Fl. 139DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.905583/2012-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jun 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-002.804
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2007 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1445; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.905583/201212 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3201002.804 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de abril de 2017 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente GENERAL CHAINS DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 55 83 /2 01 2- 12 Fl. 128DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. Relatório GENERAL CHAINS DO BRASIL LTDA. transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da contribuição social (PIS ou Cofins). A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade, o declarante informou que o direito creditório decorrera do recolhimento indevido da contribuição sobre receitas financeiras, que, segundo ele, estavam sujeitas à alíquota zero. Argumentou que, apesar de não ter declarado o referido pagamento por compensação em DCTF, procedera à retificação da declaração logo após ter sido notificado, tratandose, portanto, de mero erro de fato, passível de superação em prol da justiça e da boa fé. Não obstante essa sua afirmação, o contribuinte alegou também em sua Manifestação de Inconformidade o seguinte: Não há meios para efetuar a DCTF retificadora de forma a corrigir o inequívoco erro, o que a Lei admite, pois expirou o prazo prescricional de 05 anos para referida retificação via meios eletrônicos e ainda em face de que a empresa teve os seus demonstrativos da época em referência nesta manifestação extraviados (DACONs), em decorrência de alteração da administração contábil da empresa. Dessa forma requer que a administração promova a retificação ex oficio das declarações, a fim de que a contabilidade da empresa e seus documentos fiscais espelhem a realidade dos fatos diante do erro cometido pelo contribuinte. (destaques nossos) Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte anexou cópias do Despacho Decisório, do PER/Dcomp e do recibo da DCTF original. Nos termos do Acórdão nº 02050.346, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a DRJ fundamentado sua decisão no fato de que o recolhimento alegado como origem do crédito encontravase integralmente alocado para a quitação de débito confessado, não se tendo por caracterizado o alegado pagamento indevido ou a maior, dada a inexistência de comprovação de erro no preenchimento da DCTF. Em seu recurso voluntário, a Recorrente repisa suas razões de defesa, destacando que o direito creditório decorre da inclusão equivocada, na base de cálculo da Fl. 129DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 4 3 contribuição, de receitas financeiras sujeitas à alíquota zero, desde 02/08/2004, por força do Decreto nº 5.164/2004. Na sequência, sustenta que seu direito creditório é legítimo e incontestável e que promovera a retificação da DCTF em razão do erro de fato ocorrido em seu preenchimento. Destaca a Recorrente que é "dever da administração promover a retificação ex oficio das declarações, a fim de que a contabilidade da empresa e seus documentos fiscais espelhem a realidade dos fatos diante do erro cometido". Cita doutrina, transcreve jurisprudência do STJ e deste Conselho para amparar sua alegações e argumenta que o Código Tributário Nacional (CTN) admite a remissão total ou parcial do crédito tributário no caso de erro de matéria de fato escusável e requer a observância ao princípio da boa fé. Reclama que a turma julgadora de primeira instância centrou seu juízo em interpretação restritiva "pelo texto frio da lei" e repisa seus argumentos no sentido de que se trata de um inequívoco erro de fato no preenchimento da DCTF. Conclui que a jurisprudência de nossos Tribunais Judiciais admite a realização de correções em DCTF até mesmo após a inscrição do débito em dívida ativa ou mesmo após a sua execução. Aponta que a intimação que antecedeu o despacho decisório não teve o intuito de estabelecer o procedimento fiscal e argumenta que a documentação apresentada à Receita Federal era satisfatória para a comprovação da compensação (DCTF retificadora, Dacon retificadora, DIPJ e as correspondentes planilhas de cálculo em que se apurou o pagamento a maior da contribuição). Por fim, requer a declaração de nulidade do procedimento e, por conseguinte, a reforma da decisão de primeira instância. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.770, de 26/04/2017, proferido no julgamento do processo 13888.905548/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.770): Fl. 130DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 5 4 Observados os pressupostos recursais, a peça (...) merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Belo Horizonte/2ª Turma (...) de 29 de outubro de 2013. No presente caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DCTF para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar o motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar a reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Neste ponto, cabe transcrever excertos da decisão recorrida (grifei): A DCTF retificada após a ciência do despacho decisório não constitui prova nem tem nenhuma força de convencimento e só pode ser considerada como argumento de impugnação, não produzindo efeitos quando reduz débitos que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização (Instrução Normativa RFB 1.110/2010, art. 9º, § 2º, I, c). A declaração apresentada presumese verdadeira em relação ao declarante (CC, art. 131 e CPC, art. 368). A DCTF válida, oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra o sujeito passivo e em favor do fisco. Entretanto, essa presunção é relativa, admitindose prova em contrário. No caso, o contribuinte não comprova o erro ou a falsidade da declaração entregue. Ele não comprova seu vínculo à tese apresentada. Afirma que o erro está comprovado nos documentos contábeis anexos, mas tais documentos não existem no processo. A apuração do PIS e da Cofins é consolidada no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon). O valor apurado no demonstrativo apresentado antes da ciência do Despacho Decisório, diverge do valor confessado na DCTF. Conforme se vê, à época da emissão do Despacho Decisório, já havia divergência entre os valores informados no Dacon e na DCTF e nas retificações efetuadas após a ciência desse despacho surgiu ainda um terceiro valor relativamente ao total do débito apurado. Agora, no recurso voluntário, o interessado informa que aportou aos autos novos documentos, planilhas de cálculo, que Fl. 131DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 6 5 não haviam sido oferecidas à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...] Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). O processo administrativo fiscal pode ser considerado como um método de composição dos litígios, empregado pelo Estado ao cumprir sua função jurisdicional, com o objetivo imediato de aplicar a lei ao caso concreto para a resolução da lide. Em razão de vários fatores, a forma como o processo se desenvolve assume feições diferentes. Humberto Theodoro Júnior em "Curso de Direito Processual Civil, vol. I" (ed. Forense, Rio de Janeiro, 2004, p.303) assim diz: “enquanto processo é uma unidade, como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser.” Ensina o renomado autor que “procedimento é, destarte, sinônimo de ‘rito’ do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos do processo”. Neste sentido, o procedimento está estruturado segundo fases lógicas, que Fl. 132DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 7 6 tornam efetivos os seus princípios fundamentais, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do livre convencimento do julgador. Conforme os antes transcritos artigos 14 e 15 do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF), é a impugnação da exigência, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, que instaura a fase litigiosa do procedimento. (grifei) Por sua vez, o art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972, estabelece que as provas devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. O sistema da oficialidade, adotado no processo administrativo, e a necessidade da marcha para frente, a fim de que o mesmo possa atingir seus objetivos de solução de conflitos e pacificação social, impõem que existam prazos e o estabelecimento da preclusão. Contudo, uma fria análise da norma pode vir a chocarse com os princípios da verdade material e da ampla defesa. Vejamos que a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo em geral, no art. 3º, possibilita a apresentação de alegações e documentos antes da decisão e, no art. 38, permite que documentos probatórios possam ser juntados até a tomada da decisão administrativa. Entretanto, conforme a melhor doutrina, deve ser aplicada ao caso a lei específica existente, Decreto nº 70.235/1972, que determina o rito do processo administrativo fiscal, em detrimento da lei geral. Neste ponto, sobre o momento da apresentação da prova no processo administrativo fiscal, cabe mencionar que de fato existe na jurisprudência uma tendência de atenuar os rigores da norma, afastando a preclusão em alguns casos excepcionais, que indicam tratarse daqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, no tocante a documentos que permitam o fácil e rápido convencimento do julgador. Logo, o direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação e será determinado a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, bem como à percepção de que efetivamente houve um esforço na busca de comprovar o direito alegado, que é ônus daquele que objetiva a restituição, ressarcimento e/ou compensação de tributos. Como se vê, as alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque, conforme já dito, o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 8 7 O § 4º do art. 16 do PAF estabelece que só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Especificamente no caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. No caso, o acórdão da DRJ foi bastante claro ao fundamentar suas conclusões pela insuficiência da comprovação do direito creditório alegado quando afirmou: "o contribuinte não comprova o erro ou a falsidade da declaração entregue. Ele não comprova seu vínculo à tese apresentada. Afirma que o erro está comprovado nos documentos contábeis anexos, mas tais documentos não existem no processo." (grifei). Ao final, a decisão recorrida novamente destaca: "Conforme se vê, à época da emissão do Despacho Decisório, já havia divergência entre os valores informados no Dacon e na DCTF e nas retificações efetuadas após a ciência desse despacho surgiu ainda um terceiro valor relativamente ao total do débito apurado." A propósito dos novos documentos anexados que instruem a peça recursal (planilhas de cálculo [...], cópia do DACON [...], cópia da DIPJ [...]), verificase que o contribuinte anexou na verdade algumas planilhas confeccionadas com a finalidade exclusiva de amparar suas alegações no presente recurso, mas Fl. 134DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 9 8 não trouxe aos autos qualquer documentação contábil que permita a comprovação as informações constantes das referidas planilhas. No caso, optou por reiterar suas alegações quanto à existência de erro de fato e à obediência ao princípio da boa fé, quando deveria procurar demonstrar de maneira efetiva suas alegações juntando cópias de pelo menos parte de sua documentação contábil, para que o julgamento ocorresse com base em elementos concretos, capazes de comprovar a veracidade do alegado direito creditório. Como se vê, novamente, agora em sede de recurso voluntário, a documentação juntada pelo recorrente não se revela suficiente para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandaria a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo, exceto em casos excepcionais. Devese, mais uma vez, ressaltar que o contribuinte já havia sido alertado na decisão recorrida, quando esta critica a defesa por apontar que o erro estaria comprovado em documentos contábeis, mas verifica que tais alegados documentos não existem no processo. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito). Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno e nem mesmo agora em sede de recurso voluntário foi integralmente apresentada, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Sobre a jurisprudência, decisões administrativas e judiciais, trazidas à colação pelo recorrente, devese contrapor que se trata de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratase de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 13888.905583/201212 Acórdão n.º 3201002.804 S3C2T1 Fl. 10 9 Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 136DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.720623/2014-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA A ZERO. VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIA. DESTINAÇÃO DIVERSA.
A redução da alíquota do PIS/Pasep, quando condicionada à destinação do bem ou do serviço, impõe ao responsável pelo desvio da destinação, a responsabilidade pelo pagamento das contribuições e das penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse, nos termos do artigo 22 da Lei nº 11.945/2009.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 DO ANEXO II DO RICARF.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 62 do Anexo II do RICARF.
JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. SÚMULA CARF Nº 04.
Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais, conforme enunciado da Súmula CARF nº 04.
INTIMAÇÃO. REPRESENTANTES LEGAIS DO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
Não há previsão legal para que as intimações sejam feitas nas pessoas dos representantes legais do contribuinte, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 70.235/1972.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-004.144
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA A ZERO. VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIA. DESTINAÇÃO DIVERSA. A redução da alíquota do PIS/Pasep, quando condicionada à destinação do bem ou do serviço, impõe ao responsável pelo desvio da destinação, a responsabilidade pelo pagamento das contribuições e das penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse, nos termos do artigo 22 da Lei nº 11.945/2009. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 62 do Anexo II do RICARF. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. SÚMULA CARF Nº 04. Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais, conforme enunciado da Súmula CARF nº 04. INTIMAÇÃO. REPRESENTANTES LEGAIS DO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Não há previsão legal para que as intimações sejam feitas nas pessoas dos representantes legais do contribuinte, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 70.235/1972. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido.
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TOMASI & CIA. LTDA. ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA A ZERO. VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIA. DESTINAÇÃO DIVERSA. A redução da alíquota do PIS/Pasep, quando condicionada à destinação do bem ou do serviço, impõe ao responsável pelo desvio da destinação, a responsabilidade pelo pagamento das contribuições e das penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse, nos termos do artigo 22 da Lei nº 11.945/2009. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 62 do Anexo II do RICARF. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. SÚMULA CARF Nº 04. Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais, conforme enunciado da Súmula CARF nº 04. INTIMAÇÃO. REPRESENTANTES LEGAIS DO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 72 06 23 /2 01 4- 01 Fl. 25489DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.490 2 Não há previsão legal para que as intimações sejam feitas nas pessoas dos representantes legais do contribuinte, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 70.235/1972. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de Autos de Infração de PIS/Pasep e Cofins, relativos ao período de janeiro a dezembro/2010. A fiscalização efetuou o lançamento de duas infrações. A primeira, com aplicação de multa qualificada de 150%, referiuse à aquisição de mercadorias pela recorrente de pessoa jurídica localizada fora da Área de Livre Comércio de GuajaráMirim/RO ALCGM, cuja venda está reduzida a zero pelo §3º do artigo 2º da Lei nº 10.996/2004 (desde que destinadas ao consumo direito, comercialização ou industrialização na Área de Livre Comércio), que, posteriormente, foram transferidas para outras filiais e matriz, localizadas fora da ALCGM. Para esta infração, a recorrente foi considerada responsável pelos recolhimentos das contribuições que deixaram de ser pagas pelas fornecedoras de fora da ALCGM, em virtude do disposto no artigo 22 da Lei nº 11.945/2009. A segunda infração se referiu à insuficiência de contribuições sobre receitas auferidas pela recorrente, excluídas as receitas isentas ou não alcançadas pela incidência, sujeitas às alíquotas gerais da cumulatividade (3% e 0,65%), com aplicação de multa de ofício de 75%. Fl. 25490DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.491 3 Em impugnação, a recorrente alegou: 1. Nulidade do lançamento fiscal por cerceamento de defesa, em razão de não conter os requisitos do artigo 10 do Decreto nº 70.235/1972; 2. Nulidade do lançamento por desobediência ao princípio documental previsto no artigo 196 do CTN e por ausência de motivação; 3. A inexistência de embasamento técnico contábil, por ter se fundamentado no faturamento bruto, utilizandose de instrumento menos apropriado para se apurar o real faturamento, quando poderia recompor o caixa da impugnante e verificado que a apuração estava correta; 4. Que houve equívoco na tributação de PIS e Cofins monofásicos sobre a transferência de produtos entre matriz e filial, que pela aplicação da Súmula STJ nº 166 não consiste em faturamento; 5. Que a recorrente, quando desinternou as mercadorias, apenas transferindo as para sua filial, exigiu nota fiscal complementar de seus fornecedores, para acréscimo do desconto de PIS/Cofins anteriormente concedido, o que demonstrou a lisura e o estrito cumprimento da legislação tributária; 6. O princípio da imodificabilidade do lançamento previsto no artigo 146 do CTN; 7. A impossibilidade de instituição de obrigação acessória por instrução normativa, em vista do fato de a impugnante ter descumprido "obrigação acessória quando escriturou a (e) não declarou suas atividades"; 8. Base de cálculo de IRPJ/CSLL utilizada e a nova jurisprudência do STF e do TRF 1º Região; 9. Desproporcionalidade e efeito confiscatório da multa aplicada; 10. A inconstitucionalidade da taxa Selic; Requereu ao final o cancelamentos das autuações, a produção de todas as provas admitidas em direito, a emissão de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa e que as intimações sejam feitas exclusivamente em nome do advogado mandatário da recorrente. A Primeira Turma da DRJ em Belo Horizonte proferiu o Acórdão nº 02 65.943, cuja ementa transcrevese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO. Inócua alegação contrária à norma que teria ampliado a base de cálculo de contribuição em afronta a princípios constitucionais quando se verificar que, na situação fática, a base de cálculo Fl. 25491DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.492 4 considerada na autuação correspondeu ao faturamento em seu sentido estrito. ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA A ZERO. VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIA. DESTINAÇÃO DIVERSA. A redução da alíquota da Cofins, quando condicionada à destinação do bem ou do serviço, impõe ao responsável pelo desvio da destinação a responsabilidade pelo pagamento das contribuições e das penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 BASE DE CÁLCULO. REGIME CUMULATIVO. Inócua alegação contrária à norma que teria ampliado a base de cálculo de contribuição em afronta a princípios constitucionais quando se verificar que, na situação fática, a base de cálculo considerada na autuação correspondeu ao faturamento em seu sentido estrito. ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA A ZERO. VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIA. DESTINAÇÃO DIVERSA. A redução da alíquota do PIS/Pasep, quando condicionada à destinação do bem ou do serviço, impõe ao responsável pelo desvio da destinação a responsabilidade pelo pagamento das contribuições e das penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 NULIDADE . PRESSUPOSTOS LEGAIS. Inexiste razão para a declaração de nulidade quando o Auto de Infração é lavrado com observância dos pressupostos legais contidos na legislação norteadora do Processo Administrativo Fiscal Tributário. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Os trabalhos de fiscalização têm a natureza de um procedimento investigativo e o exercício do contraditório e da ampla defesa apenas é diferido para depois de encerrada essa fase, sem qualquer prejuízo para os contribuintes ou responsáveis. Constatado que o contribuinte teve a ciência de todos os termos, documentos e demonstrativos que compõem o processo, e neles estão claramente descritos os fatos que motivaram o lançamento, as infrações que lhes foram imputadas, bem como as disposições Fl. 25492DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.493 5 legais infringidas, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. IMPUGNAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. PROVAS. A impugnação deve conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. A mera alegação sem a devida produção de provas não é suficiente para a revisão do lançamento. MULTA DE OFÍCIO. NATUREZA CONFISCATÓRIA. O cancelamento de multa de ofício aplicada, fundado no acolhimento do argumento de sua natureza confiscatória, exigiria o exame da constitucionalidade do dispositivo legal que a instituiu, e essa atividade é estranha ao contencioso administrativo, inserindose no âmbito da competência exclusiva do Poder Judiciário. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. É legítima a utilização da taxa Selic para cálculo de juros moratórios, cabendo exclusivamente ao Poder Judiciário apreciar arguição de inconstitucionalidade da lei que ampara essa utilização. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as alegações deduzidas em impugnação e acrescendo o pedido de nulidade do julgamento por desmembramento entre os processos administrativos de IRPJ/CSLL e de PIS/Cofins, violando o direito de defesa, configurando bis in idem. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A recorrente pediu em preliminares a nulidade do julgamento por desmembramento dos processos de IRPJ/CSLL e PIS/Cofins, a nulidade do lançamento fiscal por cerceamento de defesa, em razão de não conter os requisitos do artigo 10 do Decreto nº 70.235/1972 e a nulidade do lançamento por desobediência ao princípio documental previsto no artigo 196 do CTN e por ausência de motivação. Fl. 25493DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.494 6 Quanto à primeira alegação, destacase que desmembramento dos processos segue as regras de competência atribuídas às DRJ e, neste ponto, não houve qualquer apontamento por parte da recorrente de qual competência foi violada ou que ato normativo não foi observado. Aliás, o processo nº 13227.720622/201459, relativo ao IRPJ/CSLL, será julgado na Primeira Seção deste Conselho, conforme dispõe o Regimento Interno, e nem por isso a recorrente foi tolhida em seu direito de defesa, posto que a própria demonstrou ter interposto recurso voluntário nos autos daquele processo. Alegou, ainda, ter ocorrido bis in idem, sem contudo explicar como o desmembramento dos processos pode configurar tal situação. Continuando, alegou a desobediência ao artigo 10 do Decreto nº 70.235/1972, em razão da necessidade de acompanhamento por parte do sujeito passivo acerca dos trabalhos de auditoria, impossibilitando o contraditório e a ampla defesa. Sem razão a recorrente. Verificase nas efls. 3/101 que foi lavrado Termo de Início de Ação Fiscal e diversos Termos de Constatação e Intimação Fiscal, nos quais a recorrente era intimada a apresentar documentação e prestar esclarecimentos. Nas efls. 25306 a 25308, o Relatório Fiscal do Auto de Infração descreveu, em ordem cronológica, todas as etapas da ação fiscal, o que demonstra que a recorrente acompanhou toda a ação fiscal, inclusive respondendo aos termos lavrados. Além disso, esclareçase que o contraditório e a ampla defesa são princípios constitucionais garantidos no processo administrativo fiscal, que se inicia, porém, com a impugnação do lançamento, nos termos do artigo 14 do Decreto nº 70.235/1972 e não são aplicáveis à fase de fiscalização, que se caracteriza por ser fase inquisitorial, dando azo, inclusive ao lançamento sem necessidade de prévia intimação do sujeito passivo, nos termos da Súmula CARF nº 461. Ainda em preliminares, pugnou pela ausência de motivação, o que se revela completamente descabido, em razão de o Relatório Fiscal ter explicitado as disposições legais que fundamentaram a autuação e a descrição dos fatos que levaram à lavratura do Auto de Infração. Sobre estas preliminares arguidas, descabem maiores considerações, pois que a decisão recorrida refutou, detalhadamente, os argumentos da recorrente, expondo as razões de decidir no tópico "PRELIMINARES" nas efls. 25411 a 25413, as quais adoto de forma complementar, conforme disposto no §1º do artigo 50 da Lei nº 9.784/1999. No mérito, a recorrente iniciou sua defesa, aduzindo que não houve embasamento técnicocontábil para a constituição do crédito tributário, pois que teria sido fundamentado no faturamento bruto da recorrente. Constatase, porém, que as duas infrações foram apuradas a partir dos arquivos de notas fiscais de entrada e saída e cupons fiscais, apresentados pela recorrente, e se restringiram às receitas de vendas dos fornecedores estabelecidos de fora da ALCGM, concernente à primeira infração, e às receitas da própria recorrente, após excluídas as não tributadas ou isentas. Além do mais, a recorrente não apresentou qualquer alegação ou prova de 1 Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. Fl. 25494DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.495 7 que houvesse vendas canceladas ou qualquer parcela a ser excluída da base de cálculo, nos termos do artigo 22 do Decreto nº 4.524/2002 (Regulamento do PIS/Pasep e Cofins). Assim, não procedem as alegações. Seguindo em sua defesa, entendeu que ilegalidade na tributação monofásica de PIS e Cofins sobre as transferências entre matriz e filial, por aplicação analógica da Súmula STJ nº 1662. Embora a decisão recorrido tenha feito os devidos esclarecimentos, a recorrente insistiu na linha de argumentação, quando está evidenciado no Relatório Fiscal que não houve autuação de transferências entre matriz e filial, mas sim responsabilização da recorrente pelas contribuições que deixaram de ser pagas por suas fornecedoras quando da venda para a filial em GuajaráMirim, localizada em Área de Livre Comércio, criada pela Lei nº 8.210/1991 e beneficiada com a redução a zero quando adquiridas para consumo direto, para comercialização ou industrialização na própria área beneficiada. Transcrevemse os dispositivos legais que fundamentaram a autuação: Lei nº 10.996/2004: Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. (Vide Lei nº 13.137, de 2015) (Vigência) § 1o Para os efeitos deste artigo, entendemse como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. § 2o Aplicamse às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o As disposições deste artigo aplicamse às vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização nas Áreas de Livre Comércio de que tratam as Leis nos 7.965, de 22 de dezembro de 1989, 8.210, de 19 de julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, o art. 11 da Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei nº 8.857, de 8 de março de 1994, por pessoa jurídica estabelecida fora dessas áreas. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). (Produção de efeitos). Lei nº 11.945/2009: Art. 22. Salvo disposição expressa em contrário, caso a não incidência, a isenção, a suspensão ou a redução das alíquotas da 2 Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte Fl. 25495DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.496 8 Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins, da Contribuição para o PIS/PasepImportação e da CofinsImportação for condicionada à destinação do bem ou do serviço, e a este for dado destino diverso, ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento das contribuições e das penalidades cabíveis, como se a nãoincidência, a isenção, a suspensão ou a redução das alíquotas não existisse. (Produção de efeitos). Pelo fato de a recorrente ter adquirido os produtos em GuajaráMirim, com redução a zero, e, posteriormente, transferido para outras filiais e matriz, localizadas fora da Área de Livre Comércio, descumpriu a destinação das mercadorias, incidindo, pois na responsabilidade veiculada no artigo 22 da Lei nº 11.945/2009. A recorrente, inclusive, reconheceu a aquisição desonerada, afirmando em sua peça recursal que após ter "desinternado" as mercadorias ao transferilas para sua filial, "exigiu" nota fiscal complementar dos fornecedores para acréscimo do desconto anteriormente concedido, sem contudo, apresentar tais notas fiscais e pagamentos correspondentes. Mais uma vez, os argumentos são improcedentes. Em outra vertente, alegou que houve violação ao princípio da imodificabilidade do lançamento, insculpido no artigo 146 do CTN. Porém, não fez qualquer vinculação jurídica entre a tese exposta e o Auto de Infração, sendo, portanto, improcedente. No que tange à impossibilidade de instituição de obrigação acessória por instrução normativa, explicase que a matéria é estranha à lide, pois não houve qualquer lançamento relativo ao descumprimento de obrigação acessória, mas apenas às obrigações principais. Concernente à base de cálculo utilizada, discorreu sobre a jurisprudência do STF acerca da inconstitucionalidade do §1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, sobre o conceito de faturamento e pedindo a aplicação do decidido no RE 357.950/RS. Mais uma vez, é incompreensível a argumentação da recorrente, pois as duas infrações apuradas referiramse a valores de notas fiscais de venda de fornecedores para a recorrente e da recorrente para clientes, não sendo comprovado pela recorrente ter havido qualquer dedução ou exclusão legais permitidas, que deixaram de ser observadas pela fiscalização. Pugnou, ainda, pelo caráter confiscatório e desproporcional das multas aplicadas. Estas razões não podem ser conhecidas por este Conselho, a teor da Súmula CARF nº 2 e a aplicação das multas de ofício decorre de disposição legal prevista no artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, sendo sua aplicação atividade vinculada e obrigatória por parte da autoridade fiscal, nos termos do artigo 1423 do CTN. 3 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Fl. 25496DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.497 9 Quanto à ilegalidade/inconstitucionalidade de aplicação dos juros de mora à taxa Selic, aplicamse as Súmulas CARF nº 04 e 05, abaixo transcritas, revelandose improcedentes as alegações: Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Tocante ao protesto para produção de provas, reiterase o decidido pela DRJ, no sentido de que cabe à recorrente apresentar as razões de fato e de direito, bem como as provas que possuir na impugnação, nos termos do inciso III do artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972, ressalvadas as hipóteses de seu §4º. Ainda que se admitisse alguma dilação probatória em homenagem ao princípio da verdade material, o fato é que na interposição desta peça recursal nada foi produzido, estando, assim, precluído tal direito. Por fim, concernente ao pedido de que as intimações sejam feitas nas pessoas dos representantes legais referidos, esclareçase que lhe falta previsão legal, pois as intimações no processo administrativo fiscal de exigência de crédito tributário são regidas pelo artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, consolidado no artigo 10 do Decreto nº 7.574/2011, o qual prevê as formas pessoal, por via postal, telegráfica ou qualquer outro meio com prova de recebimento no domicílio tributário, ou por meio eletrônico, não sujeitos a ordem de preferência, e, ainda, por edital, caso os meios anteriores sejam improfícuos, nos termos abaixo transcritos: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a Fl. 25497DF CARF MF Processo nº 13227.720623/201401 Acórdão n.º 3302004.144 S3C3T2 Fl. 25.498 10 intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) [...] § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 25498DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18471.000813/2006-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri May 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
IMPOSTO DE RENDA - PESSOA JURÍDICA - AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO - MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL - Não existe previsão legal para que seja equiparada à reavaliação de bens a avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido, quando o método da equivalência patrimonial não for obrigatório. Insubsistência do Parecer Normativo CST n° 107/1978.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 1401-001.857
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício. O Conselheiro Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
ANTONIO BEZERRA NETO - Presidente.
(assinado digitalmente)
LIVIA DE CARLI GERMANO - Relator.
EDITADO EM: 05/05/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
Nome do relator: LIVIA DE CARLI GERMANO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício. O Conselheiro Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) ANTONIO BEZERRA NETO - Presidente. (assinado digitalmente) LIVIA DE CARLI GERMANO - Relator. EDITADO EM: 05/05/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Não existe previsão legal para que seja equiparada à reavaliação de bens a avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido, quando o método da equivalência patrimonial não for obrigatório. Insubsistência do Parecer Normativo CST n° 107/1978. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício. O Conselheiro Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) ANTONIO BEZERRA NETO Presidente. (assinado digitalmente) LIVIA DE CARLI GERMANO Relator. EDITADO EM: 05/05/2017 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 08 13 /2 00 6- 12 Fl. 1110DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. Relatório Tratase de auto de infração para a cobrança de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS relativo ao anocalendário de 2002. A fiscalização glosou os resultados de equivalência patrimonial da contribuinte relacionado ao investimento na empresa Kaik Participações Ltda. por entender que não se tratava de investimento relevante, de modo que a avaliação pela equivalência patrimonial foi considerada indevida, nos seguintes termos: COMO JÁ CITADO ANTERIORMENTE, É NECESSÁRIO QUE O INVESTIMENTO SEJA RELEVANTE E, NO CASO EM TELA NÃO E, VEJAMOS: VALOR DO INVESTIMENTO; R$ 5.180.254,15 VALOR DO PATRIMÔNIO LIQUIDO DA INVESTIDORA: R$ 135.003.220, 94 RELAÇÃO PERCENTUAL 3,8371% (INFERIOR A 10%). O INVESTIMENTO NÃO É RELEVANTE! O ITEM 5 DO PARECER NORMATIVO CST N 107/75 (sic) DISPÕE: 'INEXISTINDO RELEVÂNCIA OU INFLUENCIA NA PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA,O INVESTIMENTO SE REFLETIRÁ NO BALANÇO PATRIMONIAL DA INVESTIDORA A CUSTO CONTÁBIL, E DIZER. A CUSTO DE AQUISIÇÃO CORRIGIDO MONETARIAMENTE, POR FORÇA DO ARTIGO 183, ITEM III, DA LEI N 6.404/76. A EVENTUAL AVALIAÇÃO DESSE INVESTIMENTO ACIMA DO CUSTO DE AQUISIÇÃO CORRIGIDO SERÁ CONSIDERADA REAVALIAÇÃO TRIBUTÁVEL, OBSERVADO QUANDO FOR O CASO, O DISPOSTO NO ARTIGO 35, DO DECRETOLEI 1.598/77. TODAVIA, A PERDA PATRIMONIAL REGISTRADA POR ESSE PROCESSO NÃO SERÁ DEDUTÍVEL NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL, EXCETUADO O CASO DE PROVISÃO ADMITIDA NOS TERMOS DO ARTIGO 32, DO DECRETOLEI N 1. 598/77.' DIANTE DO ACIMA EXPOSTO, DEVESE CONSIDERAR COMO REAVALIAÇÃO TRIBUTÁVEL O VALOR DE R$ 36.180.309,38. Fl. 1111DF CARF MF Processo nº 18471.000813/200612 Acórdão n.º 1401001.857 S1C4T1 Fl. 1.111 3 Cientificada em 14/08/2006, a Interessada apresentou impugnações em 13/09/2006, alegando, em síntese, que: o fato de avaliar um investimento não relevante com base no valor de patrimônio líquido não gera nenhuma receita tributável, em razão da neutralidade fiscal inerente ao método da equivalência patrimonial; a adoção do valor de patrimônio líquido na avaliação de investimentos constitui uma faculdade da pessoa jurídica, não estando restrita às hipóteses do art. 384 do RIR/99; tanto é assim que, no caso das instituições financeiras e das companhias abertas, a legislação reconhece, expressamente, o direito de tais empresas aplicarem o método da equivalência patrimonial, independentemente da relevância do investimento; ainda que se quisesse equiparar tal procedimento a uma reavaliação espontânea, não haveria, na situação em exame, nenhuma receita a tributar no anocalendário fiscalizado; isto porque o art. 4° da Lei n° 9.959/2000 determina que a contrapartida da reavaliação só poderá ser tributada no momento em que o bem houver sido realizado, e, no caso concreto, não houve realização do investimento na coligada Kaik Participações Ltda. (“KAIK”); no que diz respeito ao PIS e à COFINS, a improcedência do lançamento decorre, além disso, do próprio fato de o art. 3°, § 2°, inciso II, da Lei n° 9.718/1998 mandar excluir da base de cálculo os resultados positivos da equivalência patrimonial; ainda em relação ao PIS e à COFINS, o lançamento contém erro de apuração já que a autoridade lançadora considerou como base tributável o resultado da equivalência patrimonial acumulado em 31/12/2002, desconhecendo que as referidas contribuições possuem período de apuração mensal; ao proceder assim, tributou, indevidamente, o resultado de equivalência patrimonial ocorrido em abril de 2002, mês em que o investimento na coligada KAIK foi caracterizado como relevante; a utilização da taxa Selic como sucedâneo dos juros de mora é ilegítima, pois sua finalidade é a de remunerar o capital próprio investido em títulos federais; o fato de não haver sido instituída por lei, mas sim por uma circular do BACEN viola os princípios da estrita legalidade em matéria tributária (art. 150, inciso I, da CF/1988), da indelegabilidade de competência (art. 48, inciso I, da CF/1988) e da segurança jurídica (art. 5° da CF/ 1988), além da própria disposição de lei complementar que limita a cobrança dos juros de mora ao percentual de 1% ao mês (art. 161, § 1°, do CTN). Em 27 de fevereiro de 2009, a DRJ no Rio de Janeiro julgou a impugnação integralmente procedente, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. DEVER DO JULGADOR DE OBSERVAR O ENTENDIMENTO DA RECEITA FEDERAL EXPRESSO EM SEUS ATOS NORMATIVOS. Fl. 1112DF CARF MF 4 Os julgadores da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, órgão colegiado da primeira instância administrativa, deverão observar, em seus votos, o entendimento expresso nos atos normativos da Receita Federal (art. 7° da Portaria MF n° 58/2006) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 SOCIEDADES LIMITADAS. AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS NÃO RELEVANTES EM COLIGADAS E CONTROLADAS. As sociedades limitadas que possuírem investimentos não relevantes em coligadas ou controladas deverão avaliálos, obrigatoriamente, pelo custo de aquisição, não podendo fazêlo pelo valor de patrimônio líquido. O eventual resultado positivo que vier a ser apurado com base no método da equivalência patrimonial será considerado reavaliação tributável (Parecer Normativo CST n° 107/1978). A contrapartida da reavaliação, todavia, só poderá ser tributada quando ocorrer a efetiva realização do investimento reavaliado (art. 4° da Lei n° 9.959/2000). ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2002 CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. O que ficou decidido em relação ao lançamento principal, relativo ao imposto de renda da pessoa jurídica, aplicase, no que couber, às contribuições sociais dele decorrentes. Lançamento Improcedente Tendo sido formalizado o recurso de ofício no próprio acórdão recorrido, não houve a apresentação de contrarrazões. Recebi o processo em distribuição realizada em 15 de fevereiro de 2017. Voto Conselheira Livia De Carli Germano O auto de infração em questão não merece prosperar. Conforme esclareceram os Pareceres Normativos do Coordenador do Sistema de Tributação (CST) no. 78/1978 e 107/1978, no período relativo à cobrança em questão (2002), a legislação estabelecia que as participações societárias permanentes em coligadas seriam avaliadas pelo custo de aquisição (art. 183, III, da Lei 6.404/1976), havendo obrigação pela avaliação pelo valor de patrimônio líquido (método de equivalência patrimonial) apenas para casos específicos, tais como (i) investimentos relevantes e influentes (art. 248 da Lei Fl. 1113DF CARF MF Processo nº 18471.000813/200612 Acórdão n.º 1401001.857 S1C4T1 Fl. 1.112 5 6.404/1976); e/ou (ii) casos em que a legislação específica para setores econômicos ou classes de empresas estabelecesse outros critérios de avaliação pelo patrimônio líquido (em especial, BACEN e CVM). Vejamos o teor de tais Pareceres Normativos: PARECER NORMATIVO CST N 78, de 15/09/1978 (D. O. U. de 25/09/1978) "Investimentos relevantes.e influentes em sociedades coligadas ou controladas devem ser avaliados pelo valor de patrimônio liquido (I) nas sociedades anónimas, (2) nas demais sociedades quando devam refletirse no balanço de sociedade anônima e (3) nas sociedades em que o exija lei especial. Alguns contribuintes têm manifestado dúvidas sobre que pessoas jurídicas estäo presentemente obrigadas a avaliar as participações na capital de outras pessoas jurídicas segundo o valor de patrimônio líquido. 2. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei n" 6.404/76, art. 24 7, § único) um investimento em sociedade coligada ou controlada é relevante quando seu valor contábil é igual ou superior a 10% do valor do patrimônio liquido da sociedade anónima investidora. Também o é, mesmo sem atingir os 10%, se o valor da participação, somado ao das demais participações em coligadas ou controladas, alcança pelo menos 15% do valor do património líquido da investidora. Investimentos em sociedades não coligadas nem comtroladas, não são considerados relevantes, não importa quão importantes sejam para a empresa investidora. A mesma Lei, no art 243, considera duas sociedades como coligadas quando uma participa com 10% ou mais do capital da outra, sem controlálas (§ 1°); e define controlada como aquela sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular' de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (§ 2°)‹ 3. O art. 248 da Lei das S/A manda que a sociedade anônima apresente em seu balanço, avaliado pelo valor de património liquido, o investimento relevante (a) em sociedade coligada sobre cuja administração tenha influência, ou (b) em sociedade coligada de que participe com 20% ou mais do capital social, ou ainda (c) em sociedade controlada. Assim sendo, as participações de capital de caráter permanente, que a um só tempo sejam relevantes e determinem influência (sob qualquer das formas (a), (b) ou (c) mencionadas neste item) nas coligadas ou controladas devem ser avaliadas em função do valor de património liquido, método também chamado de equivalência patrimonial. 3.1 A Lei não manda avaliar indiscriminadamente segundo um (equivalência patrimonial) ou outro (custo de aquisição) Fl. 1114DF CARF MF 6 critério; antes, discrimina os investimentos segundo sua importância relativa. Importância na capacidade de inversão da investidora, originando o conceito de relevância, e importância no conjunto dos recursos aplicados no empreendimento, gerando 0 conceito de influência. 4. O Decretolei n" 1.598/77 (art. 20, § 4°) diz que essa modalidade de avaliação de investimentos e' obrigatória nos casos determinados pela Lei das S/A e nas sociedades em que 'a coligada ou controlada participe, direta ou indiretamente, com investimento relevante, cuja avaliação segundo o mesmo critério seja necessaria para determinar o valor de património liquido da coligada ou controlado '. 5. O Decretolei desta maneira exige que outras sociedades, além das anônimas, avaliem investimentos por equivalência patrimonial. Na cadeia de participações entre sociedades, iniciada por sociedade anónima, toda avaliação de investimento no capital de outra sociedade, quando o investimento for permanente, relevante e influente, deve ser feita por esse método, mesmo naquelas sociedades não organizadas sob a forma de companhia. Não importa, convém lembrar, que a participação seja direta ou indireta. 6. Em resumo, quando possuírem investimentos permanentes, relevantes e influentes, devem em relação a eles praticar avaliação por equivalência patrimonial: 1) as companhias; e ll) as demais sociedades, sempre que entre os detentores do seu capital ou na cadeia ascendente e ininterrupta de participações relevantes e influentes se encontre sociedade anónima. 7. Nao obstante a generalidade das regras acima discutidas, ressalvese a possibilidade de legislação especifica para setores econômicos ou classes de empresas estabelecer outros criterios de avaliação pelo património líquido. Particularmente, a Lei da Reforma Bancária (n" 4.5 95/64, art. 4'Ç item X11) atribui ao Conselho Monetário Nacional afixação de normas contábeis para as instituições financeiras, assim como a Lei n" 6.385/76 (art. 22, § IV) deferiu à Comissão de Valores Mobiliários afixação de padrões de contabilidade para companhias abertas. 7.1 Dado que tais normas devem ser interpretadas integradamente com a legislação tributária, a imposição pelo Banco Central ou CVM de avaliação de investimentos por valor de patrimônio liquido, em situações que não as referidas no § 4° do art. 20 do Decretolei n° 1.598, cria para as pessoas júridicas obrigação de assim proceder nas demonstrações financeiras, com os reflexos pertinentes na apuração do lucro real. 8. Por fim, pessoas iuridicas outras que não as acima referidas devem avaliar seus investimentos permanentes em outras sociedades de conformidade com o principio do custo de aquisição de aue trata o art. 183. item III. da Lei das S/A, sendo lhes vedado avaliálos pelo valor de património liauido. " Fl. 1115DF CARF MF Processo nº 18471.000813/200612 Acórdão n.º 1401001.857 S1C4T1 Fl. 1.113 7 PARECER NORMATIVO CST N 107/78 (D.O.U. de 29/12/1978) “Investimentos relevantes e influentes em sociedades coligadas ou controladas devem ser avaliados pelo valor de património liquido. 1. Indagase quais pessoas jurídicas estão obrigadas a avaliar as participações no capital de outras pessoas jurídicas segundo o valor de património líquido. 2. Já esclareceu o Parecer Normativo CST n° 78/78 que o Decretolei n" 1.598/77, ao estender a aplicação ` no tocante à apuração de resultados e à elaboração das demonstrações financeiras da Lei n° 6.404/76 a todas as pessoas jurídicas que são tributadas pelo imposto de renda em base do lucro real. excetuou, pelo § 4° do art. 20, a avaliação de investimentos por valor de patrimônio liquido. 3. Ocorre que o Decretolei n" 1.648, de 18 de dezembro de 1978, revogou, pelo seu artigo 5 ", o § 4" do art. 20 do Decreto lei 1.598/77. Assim sendo desapareceu a restrição antes mencionada, em conseqüência de que os critérios de avaliação de investimento (custo de aquisição ou valor de patrimônio liquido) são agora aplicados sem discriminação quanto à forma jurídica segundo a qual esteja organizada a empresa. 4. O Decreto lei n” 1.648/78 entrou em vigor em 19 de dezembro de 1978, data de sua publicação. Assim sendo, de conformidade com ele devem ser elaboradas todas as demonstrações financeiras que apoíarão as declarações de rendimentos cuja apresentação deva ser feita em 1979. Seja sociedade por ações, seja sociedade por quotas ou de qualquer outro tipo, seja mesmo firma individual, a pessoa juridica tributada pelo lucro real que tenha investimento relevante e influente (ver definição desses conceitos no PN citado) está, em face do que dispõe o artigo 67, item X1, do Decreto lei n" 1.598/77. obrigada a avalialo em função do valor de património liquido da coligada ou controlada. 5. Inexistindo relevância ou influéncia na participação societária, o investimento se refletirá no balanço patrimonial da investidora a custo contábil, é dizer. a custo de aquisição corrigido monetariamente,_por forca do artigo 183, item III. da Lei n° 6.404/76. A eventual avaliação desses investimentos acima do custo de aquisição corrigido será considerada reavaliação tributável. observado quando for o caso o disposto no art. 35 do Decretolei n" 1.598/77. Todavia, a perda patrimonial registrada por esse processo não sera dedutível na apuração do lucro real, excetuado 0 caso de provisão admitida nos termos do artigo 32 do Decretolei n° 1.598/77. Fl. 1116DF CARF MF 8 6. Embora possa aparentar que nao tenha implicação de ordem fiscal a não observância da obrigatoriedade de avaliação dos investimentos relevantes em coligadas e controladas pelo valor' do património liquido, é importante alertar que podem advir desse procedimento significativas repercussões fiscais, em casos tais como: na determinação do investimento estrangeiro registrado para fins de cálculo do imposto suplementar de renda sobre remessas; na determinação do valor contábil para cálculo do ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação de investimentos (art. 33 do Decretolei n 1.5 98/7 7); no enquadramento como reavaliação da parcela que deveria corresponder a ajuste por redução do valor de patrimônio líquido de investimento (artigo 35, § 3 'Ç do Decretolei n" 1.598/77). " Pelo que se depreende dos autos, de fato o investimento na KAIK não se encaixava nas hipóteses de obrigatoriedade de avaliação pelo valor de patrimônio líquido. Quanto às consequências de se avaliar uma participação societária pelo valor de patrimônio líquido fora das hipóteses previstas na legislação, o PN CST n° 107/1978, acima transcrito, estabeleceu que a eventual avaliação de um investimento não relevante por valor superior ao do seu custo de aquisição seria tratada como reavaliação tributável. Sobre o assunto, já observava Hiromi Higuchi: "Na dúvida o contribuinte jamais deverá fazer a avaliação pelo valor do patrimônio líquido porque a falta de avaliação, quando exigido, não acarreta sanção fiscal mas a avaliação sem preencher as condições paga imposto de renda como se fosse reavaliação. A infração fiscal pode ocorrer se a investidora não fizer o ajuste de diminuição do patrimônio líquido da coligada ou controlada porque, neste caso, o custo do investimento para determinar o ganho ou a perda de capital na alienação será menor." (Imposto de Renda das Empresas interpretação e prática. São Paulo: Atlas, 1988. p. 197) Ressaltese que tal previsão de se considerar como reavaliação a adoção do método de equivalência patrimonial fora das hipóteses obrigatórias previstas na legislação não constava expressamente da legislação, tratandose de mera interpretação constante de ato normativo fiscal. Tal interpretação era muitas vezes questionada pelos contribuintes, seja por falta de base legal seja por quebra da isonomia e mesmo por carecer de fundamento técnico, já que o método de equivalência patrimonial simplesmente avalia o investimento, fazendo com que represente, na escrituração, seu valor efetivo (observandose que os resultados obtidos na investida nela já sofreram tributação). Neste sentido, o antigo Conselho de Contribuintes decidiu: IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Não existe previsão legal para que seja equiparada à reavaliação de bens a avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial, ao invés do método do custo corrigido. Adotar tal procedimento configura dar tratamento diferenciado a hipóteses iguais (avaliação de investimentos sejam relevantes ou não relevantes), o que não se afigura consentâneo com a legislação do imposto de renda e com os princípios constitucionais vigentes. (acórdão 10190.675, sessão de 25.02.1997) Fl. 1117DF CARF MF Processo nº 18471.000813/200612 Acórdão n.º 1401001.857 S1C4T1 Fl. 1.114 9 EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL – AVALIAÇÃO ESPONTÂNEA – INEXISTÊNCIA – A valoração não obrigatória dos investimentos pelo método da equivalência patrimonial, quando realizada, não pode equipararse a reavaliação espontânea, dada a inerente neutralidade tributária de ambos os institutos, equivalência patrimonial e reavaliação. (acórdão 10804.384, sessão de 8 de julho de 1997) De qualquer forma, mesmo que se entendesse pela adequação de tal tratamento, nos termos do artigo 4o da Lei 9.959/2000, a contrapartida de uma reavaliação apenas influenciaria contas de resultado quando ocorresse a efetiva realização do bem reavaliado, vejase: “Art 4o. A contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica somente poderá ser computada em conta de resultado ou na determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado." Assim, mesmo sob tal entendimento, como não há notícia nos autos de que a participação societária na KAIK tenha sido realizada em 2002 (período objeto da autuação), a avaliação pela equivalência patrimonial não poderia gerar, naquele ano, receitas tributáveis para a ora Recorrida. Neste sentido, voto por negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Relatora Fl. 1118DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.730214/2013-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 09/10/2008
MULTA REGULAMENTAR. SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. IMPOSIÇÃO DA MULTA. POSSIBILIDADE.
A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no Siscomex Carga configura a infração regulamentar definida na alínea e do inciso IV do artigo 107 do Decreto-lei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, sancionada com a multa regulamentar fixada no referido preceito legal.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 09/10/2008
MULTA REGULAMENTAR. INFRAÇÃO ADUANEIRA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE.
1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração.
2. A multa por atraso na prestação de informação, no Siscomex, sobre dados de embarque de mercadoria exportada não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração.
AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA MULTA APLICADA. POSSIBILIDADE.
O agente de carga, na condição de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação sobre a carga transportada no Siscomex Carga, tem legitimidade passiva para responder pela multa aplicada por infração por atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por ele cometida.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 09/10/2008
INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE PROBLEMA NO ACESSO AO SISTEMA DE REGISTRO. AUSÊNCIA DE PROVAS. AFASTAMENTO DA PENALIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
A mera alegação de que o atraso na prestação de informação sobre veículo, operação ou carga foi motivado por impossibilidade de acesso sistema (Siscomex Carga), desprovida comprovação do fato, segundo as regras de contingência estabelecidas, não configura condição suficiente para afastar a aplicação da multa cominada.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.067
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Ricardo Paulo Rosa.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 09/10/2008 MULTA REGULAMENTAR. SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. IMPOSIÇÃO DA MULTA. POSSIBILIDADE. A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no Siscomex Carga configura a infração regulamentar definida na alínea e do inciso IV do artigo 107 do Decreto-lei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, sancionada com a multa regulamentar fixada no referido preceito legal. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 09/10/2008 MULTA REGULAMENTAR. INFRAÇÃO ADUANEIRA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração. 2. A multa por atraso na prestação de informação, no Siscomex, sobre dados de embarque de mercadoria exportada não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA MULTA APLICADA. POSSIBILIDADE. O agente de carga, na condição de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação sobre a carga transportada no Siscomex Carga, tem legitimidade passiva para responder pela multa aplicada por infração por atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por ele cometida. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 09/10/2008 INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE PROBLEMA NO ACESSO AO SISTEMA DE REGISTRO. AUSÊNCIA DE PROVAS. AFASTAMENTO DA PENALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. A mera alegação de que o atraso na prestação de informação sobre veículo, operação ou carga foi motivado por impossibilidade de acesso sistema (Siscomex Carga), desprovida comprovação do fato, segundo as regras de contingência estabelecidas, não configura condição suficiente para afastar a aplicação da multa cominada. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 09/10/2008 MULTA REGULAMENTAR. SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. IMPOSIÇÃO DA MULTA. POSSIBILIDADE. A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no Siscomex Carga configura a infração regulamentar definida na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, sancionada com a multa regulamentar fixada no referido preceito legal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 09/10/2008 MULTA REGULAMENTAR. INFRAÇÃO ADUANEIRA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração. 2. A multa por atraso na prestação de informação, no Siscomex, sobre dados de embarque de mercadoria exportada não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA MULTA APLICADA. POSSIBILIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 73 02 14 /2 01 3- 17 Fl. 153DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 3 2 O agente de carga, na condição de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação sobre a carga transportada no Siscomex Carga, tem legitimidade passiva para responder pela multa aplicada por infração por atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por ele cometida. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 09/10/2008 INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE PROBLEMA NO ACESSO AO SISTEMA DE REGISTRO. AUSÊNCIA DE PROVAS. AFASTAMENTO DA PENALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. A mera alegação de que o atraso na prestação de informação sobre veículo, operação ou carga foi motivado por impossibilidade de acesso sistema (Siscomex Carga), desprovida comprovação do fato, segundo as regras de contingência estabelecidas, não configura condição suficiente para afastar a aplicação da multa cominada. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Ricardo Paulo Rosa. Relatório Tratase de processo referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Nos termos do relatado no acórdão recorrido, de acordo com a descrição dos fatos constante no Auto de Infração, a autuada concluiu a destempo a desconsolidação das cargas relativas ao conhecimento eletrônico (CE) genérico ali identificado (MasterHouse Bill of LadingMHBL), em razão de ter informado com atraso o CE agregado (House Bill of LadingHBL) especificado. Para demonstrar a irregularidade apurada, a autoridade lançadora também apresentou dados referentes à embarcação, viagem, escala, data da atracação, manifesto eletrônico relativos à carga cujo atraso na informação deu ensejo ao lançamento. Na sequência a fiscalização discorreu sobre o Siscomex Carga e sua norma regente, a IN RFB nº 800/2007, destacando a abrangência do termo transportador nela utilizado, e os prazos estabelecidos para prestar as informações exigidas (arts. 22 e 50 da referida IN, e art. 64 do ADE Corep nº 3/2008). Fl. 154DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 4 3 Em seguida, falou da responsabilidade legal do transportador e da penalidade aplicável em caso de descumprimento da obrigação em foco (arts. 37 e 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966), enfatizando a natureza objetiva dessa responsabilidade, que independe da intenção do agente ou responsável, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato (art. 94 do DL 37/1966). A autoridade lançadora prosseguiu seu relato explanando acerca da motivação da obrigação imposta, destacando sua importância na definição prévia de procedimentos a serem aplicados, objetivando proporcionar maior segurança e racionalidade ao controle aduaneiro de cargas. Foi descrita a nova sistemática de controle implementada a partir de 2002, quando a fiscalização aduaneira passou a ter foco mais abrangente, de forma a alcançar não apenas os importadores e exportadores, mas todos os intervenientes envolvidos nas operações de comércio exterior. Dando seguimento, a fiscalização comentou sobre a interpretação da norma que prescreve a multa imposta. Foi considerado que, com base no art. 112 do CTN, deve ser considerada a conclusão veiculada na Solução de Consulta Interna Cosit nº 8/2008, relativamente à quantidade de multas a serem aplicadas. No tópico seguinte, intitulado “DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE IMPOSTA”, foi feita detalhada abordagem a respeito da denúncia espontânea e chegada à conclusão que, apesar de sua aplicabilidade ter sido estendida às penalidades de natureza administrativa (Lei nº 12.350/2010), não foram atendidos os requisitos próprios desse instituto. Para reforçar seu entendimento, a autoridade lançadora recorreu à doutrina e também à jurisprudência administrativa e judicial. Na sequência a fiscalização falou sobre a materialidade da infração, que considerou devidamente caracterizada, e sobre os intervenientes aduaneiros designados pela legislação, tendo em vista o disposto no art. 76, § 2º, da Lei nº 10.833/2003 e nos arts. 3º a 5º da IN RFB nº 800/2007. Concluiu que, com base na documentação juntada aos autos, era a autuada, na condição de consignatária do citado CE genérico, a responsável por prestar as informações relativas aos correspondentes CEs agregados incluídos com atraso. A penalidade foi formalizada no Auto de Infração em debate. Cientificado da exação, o sujeito passivo, apresentou impugnação alegando, em síntese: a) Ilegitimidade passiva. O prazo estabelecido pela IN RFB n° 800/2007 não se aplica à impugnante, que na condição de agente de carga, não se confunde com a atividade do transportador, que é o sujeito das obrigações instituídas pela referida Norma. A classificação da impugnante como tal distorce conceito de direito privado, o que é expressamente vedado pelo art. 110 do CTN. b) Denúncia espontânea. Conforme se depreende dos autos, ainda que a destempo, as informações foram prestadas pela própria impugnante, antes do início de fiscalização. Assim não é cabível a multa exigida, pois se aplica ao caso o instituto da denúncia espontânea, consoante dispõe o art. 102, § 2º, do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 5 4 c) Inaplicabilidade de multa no período de contingência do Siscomex Carga. As operações objeto da autuação ocorreram no chamado “período de contingência”, em que o cumprimento dos prazos da IN RFB nº 800/2007 não era exigido, já que o Siscarga não estava integralmente disponível para utilização pelos agentes e desconsolidadores. Dessa forma, evidenciado que a impugnante não poderia agir de outra forma, a aplicação de multa no presente caso afronta, além do princípio da inexigibilidade de conduta diversa, o da razoabilidade, que impõe à Administração Pública o dever de agir com bom senso, prudência e moderação, levando em conta a relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como as circunstâncias que envolvem a prática do ato. Ao final a impugnante pedia o cancelamento do lançamento. Sobreveio a decisão de primeira instância, em que, por unanimidade de votos, os integrantes do Colegiado de primeiro grau rejeitaram a preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, julgaram a impugnação improcedente e mantiveram integralmente a exigência fiscal, nos termos do Acórdão 0833.980. Após ciência ao acórdão de primeira instância, a autuada protocolou recurso voluntário em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. Em aditamento, alegou que o acórdão recorrido não dera aos fatos em análise a correta interpretação, aplicando equivocadamente a legislação vigente; e que os argumentos expostos na impugnação foram refutados por simples negativa, sem que se levantassem razões jurídicas hábeis a infirmálos. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.022, de 29 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 11128.730402/201345, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.022): O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O litígio cingese aos seguintes pontos: a) ilegitimidade passiva da recorrente; b) impossibilidade de aplicação da multa durante o período de contingência do Siscomex Carga; e c) excludente de responsabilidade por denúncia espontânea da infração. Previamente a análise controvérsia, cabe destacar que a aplicação da penalidade em apreço foi motivada pela prática da infração tipificada, genericamente, na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei 10.833/2003, a seguir transcrito: Fl. 156DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 6 5 Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; (...) E em relação à prestação de “informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute” no Siscomex Carga, para conferir efetividade a referida norma penal em branco, foi editada a Instrução Normativa RFB 800/2007, que estabeleceu a forma e o prazo para a prestação das referidas informações. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal que integra o presente Auto de Infração (fls. 01/05), a conduta que motivou a imputação da multa em apreço foi a prestação da informação a destempo, no Siscomex Carga, dos dados relativos ao conhecimento eletrônico (HBL) CE 150805190343826, vinculado à operação de desconsolidação do Conhecimento Eletrônico SubMaster (MHBL) CE 150805184751721, conforme explicitado no trecho que segue transcrito: O Agente de Carga CEVA FREIGHT MANAGEMENT DO BRASIL LTDA, CNPJ 03.229.138/000406, concluiu a desconsolidação relativa ao Conhecimento Eletrônico Sub Master (MHBL) CE 150805184751721 a destempo às 09h52min do dia 09/10/2008, segundo o prazo previamente estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, para o seu conhecimento eletrônico agregado (HBL) CE 150805190343826. A carga objeto da desconsolidação em comento foi trazida ao Porto de Santos acondicionada nos Containers NYKU7940080, NYKU7104578 e NYKU7149079, pelo Navio M/V CAPE CHARLES, em sua viagem 101W, no dia 07/10/2008, com atracação registrada às 18h26min. Os documentos eletrônicos de transporte que ampararam a chegada da embarcação para a carga são Escala 08000222050, Manifesto Eletrônico 1508501842589, Conhecimento Eletrônico Master MBL 150805183878000, Conhecimento Eletrônico SubMaster MHBL 150805184751721 e Conhecimento Eletrônico Agregado HBL 150805190343826. Especificamente, no que tange à prestação de informação sobre a conclusão da operação de desconsolidação, os prazos permanentes e temporários foram estabelecidos, respectivamente, no art. 22, “d”, III, e art. 50, parágrafo único, da Instrução Normativa RFB 800/2007, que seguem transcritos. Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: Fl. 157DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 7 6 [...] III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. [...] Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. (Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. (grifos não originais) No caso, como as informações sobre a operação de desconsolidação ocorreu antes de 1º de abril de 2009, a recorrente estava obrigada a cumprir o prazo estabelecido no norma temporária, inscrita no inciso II do parágrafo único do art. 50 destacado. Os extratos colacionados aos autos, contendo o registro da conclusão referida operação de desconsolidação, comprovam que a informação fora prestada pela recorrente fora do prazo estabelecido no citado preceito normativo, ou seja, as informações foram prestadas somente às 09h52min do dia 9/10/2008 (data/hora da inclusão no Siscomex Carga do conhecimento eletrônico agregado HBL 150805190343826), portanto, após a atracação da embarcação no Porto de Santos, ocorrida no dia 07/10/2008, às 18h26min. Logo, fica claramente evidenciado que a recorrente praticou a conduta infracionária em apreço. Além disso, não resta qualquer dúvida que a conduta praticada pela recorrente subsumese perfeitamente à hipótese da infração descrita nos referidos preceitos legal e normativo. Aliás, em relação à materialidade da mencionada infração inexiste controvérsia nos autos. Apresentadas essas breves considerações, passase a analisar as razões de defesa suscitadas pela recorrente. Da ilegitimidade passiva A recorrente alegou que, na condição de agente de carga, no período compreendido entre a data da vigência da Instrução Normativa RFB 800/2007 até 1º de abril de 2009, ela não estava obrigada a respeitar o prazo estabelecido no art. 22 da citada IN, nem o prazo estabelecido no inciso II do parágrafo único do art. 50 do citado ato, sob o argumento de que este último preceito normativo aplicavase apenas ao transportador. A alegação da recorrente não procede, porque, embora o disposto no parágrafo único do art. 50 da referida IN tenha se referido apenas ao Fl. 158DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 8 7 transportador, não se pode olvidar que, para fins de cumprimento de obrigação acessória perante o Siscomex Carga, o termo transportador compreende o agente de carga e demais pessoas jurídicas que presta serviços de transporte e emite conhecimento de carga, discriminadas no inciso IV do § 1º do art. 2º da Instrução Normativa RFB 800/2007, a seguir transcrito: Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa definese como: [...] V transportador, a pessoa jurídica que presta serviços de transporte e emite conhecimento de carga; [...] § 1º Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: [...] IV o transportador classificase em: a) empresa de navegação operadora, quando se tratar do armador da embarcação; b) empresa de navegação parceira, quando o transportador não for o operador da embarcação; c) consolidador, tratandose de transportador não enquadrado nas alíneas "a" e "b", responsável pela consolidação da carga na origem; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.473, de 2 de junho de 2014) d) desconsolidador, no caso de transportador não enquadrado nas alíneas “a” e “b”, responsável pela desconsolidação da carga no destino; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; [...] Além disso, há expressa menção na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, que o agente de carga responde pela referida penalidade, se prestar informação sobre a carga fora do prazo estabelecido. No caso em tela, é fato incontroverso que, em relação às operações de desconsolidação que executou, a recorrente atuou como representante do transportador estrangeiro, no País. Logo, dada essa condição, era dela a responsabilidade de proceder o registro tempestivo, no Siscomex Carga, dos dados sobre as operações que executou em nome da empresa de navegação representada. Dessa forma, tratandose de infração à legislação aduaneira e tendo em vista que a recorrente concorreu para a prática da questionada infração, induvidosamente, ela deve responder pela correspondente Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 9 8 penalidade aplicada, conforme dispõe o inciso I do art. 95 do Decretolei nº 37, de 1966, a seguir transcrito: Art. 95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; [...]. Assim, na condição de agente e, portanto, mandatário do transportador estrangeiro, a recorrente estava obrigada a prestar, tempestivamente, as informações no Siscomex Carga sobre a carga transportada pelo seu representado. Em decorrência dessa atribuição e por ter cumprido a destempo a dita obrigação, a autuada foi quem cometeu a infração capitulada na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, por conseguinte, deve responder pela infração em apreço. Por fim, cabe ainda ressaltar que, os termos do caput do art. 94 do Decreto lei 37/1966, no âmbito da legislação aduaneira, constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que “importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste Decretolei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completá los”. Com base nessas consideração, resta demonstrado que a recorrente deve ser mantida polo passivo da autuação, porque há expressa previsão legal que nesse sentido. Da inaplicabilidade da multa na fase de contingência do Siscomex Carga. Em relação a esse ponto, a recorrente alegou que não havia que se falar em aplicação ou descumprimento dos prazos estabelecidos pela “IN RFB 800/2007, vez que ao operador não restava qualquer alternativa para a imputação das informações no sistema”. Segundo a recorrente, a exigência do cumprimento de uma obrigação sem que lhe fosse oferecidos os meios indispensáveis para tanto feriria o princípio da razoabilidade e o instituto da inexigibilidade de conduta diversa. Este Relator está de pleno acordo com a recorrente de que imputar infração ao usuário do Sistema por descumprimento de obrigação que ele não cumpriu ou não poderia cumprir por falhas operacionais ou ausência de meios necessários, revelase, nitidamente, irrazoável e desproporcional, conforme alegado. Porém, como se trata de alegação que envolve situação de natureza fática, a recorrente tinha o dever de comprovála, o que não ocorreu no caso em tela. E na distribuição do ônus prova, prevista o art. 373, II, da Lei 13.105/2015, que instituiu o vigente Código de Processo Civil (CPC), que corresponde ao art. 333, II, do CPC anterior, por ser fato relevante para isentar a recorrente da exigência, não era suficiente a simples alegação de que não havia meios para prestar informações sobre a carga. Dada a alegada impossibilidade, cabia a recorrente o dever prová la, o que não ocorreu. Neste sentido, prevendo a possibilidade de falhas de funcionamento, na fase inicial de implantação do sistema, foram fixados os procedimentos a serem adotados pelos usuários, nos termos dos arts. 1º, 2º e 4º, III da IN RFB 835/2008, a seguir transcritos: Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 10 9 Art. 1º Na impossibilidade de acesso ao Siscomex Carga, por mais de duas horas consecutivas, em virtude de problemas de ordem técnica do sistema, ou na ocorrência de fatores operacionais que prejudiquem o fluxo de comércio exterior, as operações relativas ao controle de embarcações e cargas em portos alfandegados, conforme estabelecido na Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, observarão os procedimentos previstos nesta Instrução Normativa. Art. 2º Compete ao chefe da unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), no âmbito de sua jurisdição, reconhecer a impossibilidade de acesso ao sistema, por razões de ordem técnica, e autorizar a adoção dos procedimentos de contingência. Parágrafo único. A data e a hora da restauração do acesso ao sistema deverá ser registrada nos documentos de autorização, para fins de auditoria e controle. Art. 4º Na hipótese do art. 2º, restaurado o acesso ao sistema: [...] III relativamente à informação dos manifestos, conhecimento eletrônico (CE) e itens, o transportador deverá informar todos os manifestos, CE e itens no sistema, relacionálos e solicitar à RFB a baixa dos bloqueios decorrentes da informação após o prazo estabelecido. [...] (grifos não originais) Assim, como a recorrente não trouxe aos autos nenhum elemento de prova, em que demonstrado a impossibilidade de acesso ao Sistema, conforme procedimentos disciplinados nos referidos preceitos normativos, a alegação suscitada não tem qualquer relevância. A recorrente alegou ainda que era descabida a exigência de prova da indisponibilidade do Sistema, porque a própria edição da IN RFB 835/2008 já constituía prova de que o Sistema não funcionava adequadamente. Essa alegação também não procede, porque não é verdade que a referida IN reconheceu a impossibilidade de funcionamento do Sistema, mas, na possibilidade dessa situação vir a ocorrer e, caso ocorresse, o usuário deveria adotar os procedimentos nela estabelecidos com vistas a resguardálo da imposição de qualquer sanção. Da denúncia espontânea da infração. A recorrente alegou a denúncia espontânea da infração cometida, para excluir a multa que lhe fora aplicada, sob o argumento de que as informações foram prestadas antes de qualquer ato da fiscalização, portanto, em conformidade com o previsto no art. 102, § 2º, do Decretolei 37/1966, com redação dada pela Lei 12.350/2010, a seguir reproduzido: Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 11 10 a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) [...] § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) A alegação da recorrente não procede, porque a denúncia da infração, no caso em tela, não restou configurada, haja vista que, embora realizada antes do “início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração” (CTN, art. 138, parágrafo único), no caso em tela, as informações foram prestadas após a “entrada do veículo procedente do exterior”, o que afasta a aplicação da referida excludente de responsabilidade, segundo preceitua o art. 683, § 3º, do Decreto 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro de 2009 RA/2009), que tem o mesmo teor do art. 612, § 3º, do Decreto 4.543/2002, Regulamento Aduaneiro (RA/2002) anterior, vigente à época dos fatos, in verbis: Art. 612. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso [...] § 3º Depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador. (grifos não originais) Porém, ainda que tal restrição não se aplicasse à infração em apreço, o que se admite apenas para argumentar, melhor sorte não teria a recorrente, porque a infração em apreço, inequivocamente, não é passível de denúncia espontânea, pela razões aduzidas no voto da lavra deste Conselheiro que serviu de fundamento da decisão consignada no Acórdão nº 3102002.187, de 26 março de 2014, cujos excertos relevantes, que aqui adotase como fundamento de decidir, seguem transcritos: Da denúncia espontânea da infração. Alegou a recorrente que, no caso em tela, era incabível a aplicação de qualquer penalidade, porque às informações sobre a carga transportada fora feita a tempo e antes de qualquer intimação ou de qualquer outra notificação porventura expedida pela fiscalização aduaneira, o que configurava denúncia espontânea da infração, nos termos do art. 138 do CTN e do art. 102 do Decretolei nº 37, de 1966. Não procede a alegação da recorrente, pois, no caso em comento, não se aplica o instituto da denúncia espontânea da infração previsto no art. 138 do CTN e tampouco o específico da infração a legislação aduaneira estabelecido no art. 102 do Decretolei n° 37, de 1966, com as novas redações dadas pelo Decretolei nº 2.472, de 01 de setembro de 1988 e pela Lei nº 12.350, de 20 dezembro de 2010, a seguir reproduzido: Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 12 11 imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2o A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) (grifos não originais) O objetivo da norma em destaque, evidentemente, é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações de natureza tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias ou deveres instrumentais (segundo alguns) que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior, incluindo os aspectos de natureza tributária, administrativo, comercial, cambial etc. Não se pode olvidar que, para aplicação do instituto da denúncia espontânea, é condição necessária que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à fiscalização pelo infrator. Em outras palavras, é requisito essencial da excludente de responsabilidade em apreço que a infração seja denunciável. No âmbito da legislação aduaneira, em consonância com o disposto no retrotranscrito preceito legal, as impossibilidades de aplicação dos efeitos da denúncia espontânea podem decorrer de circunstância de ordem lógica (ou racional) ou legal (ou jurídica). No caso de impedimento legal, é o próprio ordenamento jurídico que veda a incidência da norma em apreço, ao excluir determinado tipo de infração do alcance do efeito excludente da responsabilidade por denunciação espontânea da infração cometida. A título de exemplo, podem ser citadas as infrações por dano erário, sancionadas com a pena de perdimento, conforme expressamente determinado no § 2º, in fine, do citado art. 102. A impossibilidade de natureza lógica ou racional ocorre quando fatores de ordem material tornam impossível a denunciação espontânea da infração. São dessa modalidade as infrações que Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 13 12 têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. Para tais tipos de infração, a denúncia espontânea não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo. Compõem essa última modalidade toda infração que tem o atraso no cumprimento da obrigação acessória (administrativa) como elementar do tipo da conduta infratora. Em outras palavras, toda infração que tem o fluxo ou transcurso do tempo como elemento essencial da tipificação da infração. São dessa última modalidade todas as infrações que têm no núcleo do tipo da infração o atraso no cumprimento da obrigação legalmente estabelecida. A título de exemplo, pode ser citado a conduta do transportador de registrar extemporaneamente no Siscomex os dados das cargas embarcadas, infração objeto da presente autuação. Veja que, na hipótese da infração em apreço, o núcleo do tipo é deixar de prestar informação sobre a carga no prazo estabelecido, que é diferente da conduta de, simplesmente, deixar de prestar a informação sobre a carga. Na primeira hipótese, a prestação intempestiva da informação é fato infringente que materializa a infração, ao passo que na segunda hipótese, a mera prestação de informação, independentemente de ser ou não a destempo, resulta no cumprimento da correspondente obrigação acessória. Nesta última hipótese, se a informação for prestada antes do início do procedimento fiscal, a denúncia espontânea da infração configurase e a respectiva penalidade é excluída. De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em consequência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez. Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 14 13 [...].1 (destaques do original) No mesmo sentido, o entendimento manifestado pela 3ª Turma da CSRF, por meio do Acórdão nº 9303003.552, cujo enunciado da ementa segue reproduzido: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 07/06/2006 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decretolei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira. Recurso Especial do Contribuinte Negado. 2 No âmbito dos Tribunais Regionais Federais (TRF), o entendimento tem sido o mesmo. A título de exemplo, citase trechos do enunciado da ementa e do voto condutor do do TRF da 4ª Região, proferido no julgamento da Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/SC, que seguem parcialmente transcritos: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIAESPONTÂNEA. MULTA. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966.2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas.3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. [...] Voto. 1 BRASIL. CARF, 3ª Seção, 1ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, Ac. 3102002.187, de 26/03/2014, rel. José Fernandes do Nascimento. 2 BRASIL. CARF, CSRF, 3ª Turma, Ac. 9303003.552, de26/04/2016, rel. Rodrigo da Costa Pôssas. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 15 14 [...] Não é caso, também, de acolhimento da alegação de denúncia espontânea. A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. [...]3. Também com base no mesmo entendimento, a questão tem sido decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme confirma, a título de exemplo, o recente acórdão proferido no julgamento do REsp 1613696/SC, cujo enunciado da ementa segue transcrito: O art. 107 do Decretolei 37, de 1966, por sua vez, estabelece a penalidade de multa, no caso de descumprimento da obrigação acima mencionada. Oportuno anotar, ainda, que a declaração do embarque das mercadorias é obrigação acessória e sua apresentação intempestiva caracteriza infração formal, cuja penalidade não é passível de ser afastada pela denúncia espontânea.”. 4 Com base nessas considerações, afastase a alegada excludente de responsabilidade por denúncia espontânea, suscitada pela recorrente. Da conclusão. Por todo o exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido." Ressaltese que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo: a) a conduta que motivou a imputação da multa em apreço foi a prestação da informação a destempo, no Siscomex Carga, dos dados relativos a conhecimento eletrônico (HBL), vinculado à operação de desconsolidação do Conhecimento Eletrônico SubMaster (MHBL), Conhecimentos Eletrônicos cujos números constam da descrição dos fatos do Auto de Infração deste; b) as informações sobre a operação de desconsolidação ocorreram antes de 1º de abril de 2009, o que sujeita a recorrente a cumprir o prazo estabelecido na norma temporária, inscrita no inciso II do parágrafo único do art. 50 da Instrução Normativa RFB 800/2007; 3 BRASIL. TRF4. 2ª Turma. Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/SC. rel. Des. Rômulo Pizzolatti, j. 10.12.2013. 4 BRASIL. STJ. REsp 1613696/SC. Rel. Min. Herman Benjamim. Decisão Monocrática de 2/9/2016. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11128.730214/201317 Acórdão n.º 3302004.067 S3C3T2 Fl. 16 15 c) os extratos colacionados aos autos, contendo o registro da conclusão da referida operação de desconsolidação, comprovam que a informação fora prestada pela recorrente fora do prazo estabelecido no citado preceito normativo, ou seja, após a atracação da embarcação no Porto de Santos, ficando claramente evidenciado que a recorrente praticou a conduta infracionária em apreço. Desta forma, os fundamentos adotados para manter exigência da penalidade no caso do paradigma, também justificam sua manutenção nos presentes autos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Ricardo Paulo Rosa Fl. 167DF CARF MF
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