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Numero do processo: 10735.721451/2009-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO.
É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 2201-002.597
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade.
Assinado Digitalmente
MARIA HELENA COTTA CARDOZO - Presidente.
Assinado Digitalmente
NATHÁLIA MESQUITA CEIA - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH. Presente ao julgamento o Procurador da Fazenda Nacional, Dr. JULES MICHELET PEREIRA QUEIROZ E SILVA.
Nome do relator: NATHALIA MESQUITA CEIA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindose o dia do início e incluindose o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente. Assinado Digitalmente NATHÁLIA MESQUITA CEIA Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA HELENA COTTA CARDOZO (Presidente), NATHALIA MESQUITA CEIA, GERMAN ALEJANDRO SAN MARTÍN FERNÁNDEZ, GUSTAVO LIAN HADDAD, FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA e EDUARDO TADEU FARAH. Presente ao julgamento o Procurador da Fazenda Nacional, Dr. JULES MICHELET PEREIRA QUEIROZ E SILVA. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 14 51 /2 00 9- 90 Fl. 185DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Por meio da Notificação de Lançamento de fls. 05 lavrada em 30/11/2009, exigese do Contribuinte GRANJA JURITY LTDA o montante de R$ 5.579,58 de imposto territorial rural (ITR), R$ 2.821,59 de juros de mora e R$ 4.184,68 de multa de ofício, totalizando um crédito tributário de R$ 12.585,85, referente exercício 2005, do Sítio Santa Rita situado no Município de Petrópolis/RJ. A Descrição dos Fatos e Enquadramento legal aponta que o lançamento decorreu: (i) da falta de comprovação da Área de Preservação Permanente (APP) e da Área de Interesse Ecológico (AIE) declaradas e (ii) não comprovação do Valor da Terra Nua (VTN) mediante laudo de avaliação do imóvel nos moldes da NBR 14.6533 da ABNT. Às fls. 08 foi juntada espelho da página do SIPT no qual consta os Valores da Terra Nua por aptidão agrícola para o Município de Petrópolis concernente ao exercício de 2005. O Contribuinte foi notificado do lançamento em 11/12/2009, conforme documento de fls. 11, vindo a apresentar Impugnação, em 07/01/2010, acostada às fls. 13, aduzindo: · Discorda do procedimento fiscal, por arbitrar o VTN declarado e pela glosa das citadas áreas ambientais, comprovadas por ADA tempestivo e laudo técnico, transcrevendo a descrição dos fatos e o enquadramento legal, além de informar ter atendido à intimação inicial. · Para contestar o VTN arbitrado com base nos dados superavaliados do SIPT, sistema esse discricionário e inacessível ao contribuinte, anexa laudo técnico de avaliação patrimonial com ART e nos termos das normas da ABNT, elaborado por empresa especializada, que indica estar correto o VTN declarado. · Transcreve parcialmente a legislação de regência e acórdão do antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, para referendar seus argumentos. Na sessão do dia 28/11/2012, a 1ª Turma da DRJ/BSB através do Acórdão 03 49.848, de fls. 101, julgou a Impugnação procedente em parte, para reestabelecer a APP, mantendo a glosa da AIE e o VTN arbitrado nos seguintes termos: DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Para fins de isenção do ITR/2005, deverá ser restabelecida a área declarada como de preservação permanente, por ter sido objeto de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado em tempo hábil no IBAMA. DA ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A área declarada de interesse ecológico, para fins de exclusão do ITR, deveria ter sido objeto de ato específico do órgão competente, federal ou estadual, além de ter o ADA protocolado tempestivamente no IBAMA. DO VALOR DA TERRA NUA VTN. Deverá ser mantido o VTN arbitrado para o ITR/2005 pela autoridade fiscal com base no SIPT, por falta de laudo técnico de avaliação com ART/CREA, em consonância com a NBR 14.6533 da ABNT, com fundamentação e grau de precisão II, demonstrando o valor fundiário do imóvel à época do fato gerador do imposto e suas peculiaridades desfavoráveis. O Contribuinte foi notificado da decisão em 23/01/2013, conforme AR de fls. 116, apresentando Recurso Voluntário, em 25/02/2013, às fls. 117 e seguintes, aduzindo que: Fl. 186DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10735.721451/200990 Acórdão n.º 2201002.597 S2C2T1 Fl. 3 3 · Ao informar o ADA, não se referiu a áreas de que necessitem de autorização especial para serem consideradas como dedutíveis do cálculo do imposto, e sim, de áreas impróprias para atividade rural, compostas de afloramentos rochosos, inacessíveis e, na sua maioria, de áreas cobertas com mata nativa (mata atlântica), as quais não podem ser removidas e, portanto, imprestáveis para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica. · A obrigação de verificar se os dados informados no ADA estão corretos e compatíveis com a realidade no campo é do IBAMA. De posse das informações prestadas, cabe a este órgão, no caso de informações incorretas ou fraudulentas emitir um novo ADA, com as alterações eventualmente verificadas, cabendo então à Receita Federal, em consequência, o lançamento de ofício dos valores decorrentes. · Há processo de desapropriação por parte do INCRA da referida propriedade e de outras duas propriedades, também sob processo administrativo fiscal, que restou infrutífero em razão do reconhecimento por aquela autarquia da reduzida área aproveitável, que é produtiva. · Por recomendação do INCRA, que prosseguiu com um processo de natureza cadastral , foi determinado que as três áreas da Fazenda Jurity, LTDA, fossem reagrupadas em quatro áreas distintas, independentemente do número de matriculas junto ao RGI, mas com quatro novos cadastros, junto ao INCRA. Do trabalho em questão resultaram novos levantamentos topográficos das quatro áreas resultantes, com as respectivas plantas, topografia, mapa de uso e imagens, que junta ao presente processo administrativo fiscal, no intuito de demonstrar que apenas 11% da área total é disponível para utilização pelo Contribuinte. · Esses novos percentuais de utilização já foram objeto de recadastramento no INCRA em 2012, resultando em novos CCIR, contendo de forma discriminada as diversas áreas com as suas respectivas características. Assim, após a abertura dos novos cadastros as áreas passíveis de redução no cálculo do ITR, nas mesmas propriedades, são bem superiores àquelas declaradas atualmente na DITR. · Uma vez que as APP não sofreram alteração, nem as matas nativas uma simples vista sobre as plantas de declividade de usos além da de imagens, que foram anexadas, deixa nítido que de fato as áreas aproveitáveis são diminutas – e atestadas por um órgão oficial – o INCRA. · Quanto ao VTN contesta a afirmação do Acórdão recorrido de que o laudo não veio acompanhado da respectiva ART, uma vez que a mesma seguiu acostada ao laudo, tendo sido encadernada com ele. Entretanto, caso a referida ART tenha sido extraviada junta aos autos novamente a referida ART. · O agente fiscal ao declarar que o laudo não tem validade por não atender às normas da ABNT faltou com a verdade, porque: (i) quem dá credibilidade ao laudo é o CREA através da emissão da ART, específica para aquele procedimento, (ii) para balizar esta afirmação, seria necessário apontar os detalhes omitidos ou falhos, indicando quais os procedimentos relativos à norma da ABNT que não foram considerados, o que não ocorreu, (iii) o laudo somente pode ser contestado, por outro profissional com a mesma expertise. · A referência de uma avaliação, a um exercício posterior àquele objeto da Impugnação, não é razão para que o mesmo seja caracterizado, até porque, por óbvio o valor de Fl. 187DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 uma avaliação de 2007 será sempre superior ao valor levantado para os anos de 2003, 2004 e 2005. Se os valores cadastrados eram superiores ao valor trazido pelo laudo, não é motivo para colocálo em suspeição. É apenas a prova de que não houve subavaliação e principalmente, não houve informações inexatas, incorretas e nem fraudulentas. · A contratada AGROSUISSE manifestouse nessa questão, afirmando que seria muito mais complicado e, consequentemente custoso para a contratante, buscar no ano de 2008 valores referentes a exercícios de 2003 a 2005, sugerindo levantar os dados de 2007, que seriam suficientes e adequados para confirmação dos valores cadastrados. · Uma vez que a fiscalização apontou como alternativa ao laudo de avaliação a apresentação de avaliação oriunda das secretarias estaduais, ou entidades auxiliares ou correlatas, a recorrente junta por ocasião da apresentação do Recurso Voluntário, as Resoluções da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, emitidas ano a ano, a partir do ano de 2009, ano base 2008, divulgando o VTN por hectare, nos municípios do Rio de Janeiro. · Insurgese contra utilização do SIPT uma vez que os contribuintes não possuem acesso ao mesmo. Assim, há falta de transparência nos critérios adotados pelo SIPT, quanto mais quando levado em consideração que a variação do VTN de 2005 para 2008 foi de 394% (de R$ 4.000,00/ha para R$ 15.751,11/ha). É o relatório. Voto Conselheira Nathália Mesquita Ceia. O Recurso Voluntário não atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual não conheço. Conforme se verifica da análise das datas apresentadas no relatório supracitado (intimação da decisão da DRJ em 23/01/2013 e apresentação do Recurso Voluntário em 25/02/2013) o Recurso Voluntário apresentado é intempestivo e, portanto, não pode ser conhecido. O Contribuinte tomou ciência do Acórdão por meio de AR de fls. 116 no qual consta como data de recebimento o dia 23/01/2013, uma quartafeira. O Recurso Voluntário foi protocolado em 25/02/2013, uma sextafeira, conforme carimbo na primeira página do Recurso Voluntário de fls. 117. O art. 33 do Decreto nº 70.235/72 dispõe que dentro dos trintas dias seguintes à ciência da decisão caberá Recurso Voluntário: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. A contagem do referido prazo deve ser realizado nos termos do art. 5º do referido diploma legal: Fl. 188DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10735.721451/200990 Acórdão n.º 2201002.597 S2C2T1 Fl. 4 5 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Assim sendo, tendo em vista que o dia 23/01/2013, dia de recebimento da intimação pelo Contribuinte do Acórdão aquo, foi uma quartafeira, a contagem do prazo para apresentação de Recurso Voluntário, teve seu início no dia 24/01/2013, primeiro dia útil subsequente, uma quinta feira, expirando em 30 dias, ou seja, dia 22/02/2013, uma sexta feira. Vale salientar que os prazos recursais são peremptórios e preclusivos razão pela qual, com o mero decurso in albis do lapso temporal respectivo, extinguese, pleno jure, como sucedeu na espécie, o direito do Contribuinte deduzir o recurso pertinente. Desta feita, impõese a conclusão de que a decisão aquo já se tornou definitiva, nos termos do art. 42 do Decreto nº. 70.235/72: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição. Conclusão Diante do exposto, oriento meu voto no sentido não conhecer do Recurso Voluntário. Assinado Digitalmente Nathália Mesquita Ceia Fl. 189DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/11/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 17/11/20 14 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10805.720592/2012-10
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. COMPROVAÇÃO. RESTABELECIMENTO.
A apresentação de documentação hábil e idônea dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual implica no restabelecimento das despesas glosadas e posteriormente comprovadas.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2801-003.909
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento recurso para restabelecer despesas médicas no valor total de R$ 15.223,46, nos temos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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GLOSA. COMPROVAÇÃO. RESTABELECIMENTO. A apresentação de documentação hábil e idônea dos valores informados a título de dedução de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual implica no restabelecimento das despesas glosadas e posteriormente comprovadas. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento recurso para restabelecer despesas médicas no valor total de R$ 15.223,46, nos temos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 72 05 92 /2 01 2- 10 Fl. 94DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10805.720592/201210 Acórdão n.º 2801003.909 S2TE01 Fl. 95 2 Tratase de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 11.051,82, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. O crédito tributário foi constituído em razão de ter sido verificada, na Declaração de Ajuste Anual da contribuinte, exercício 2008, dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 30.868,91. Consta da “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, às fls. 10/11 deste processo digital, que o contribuinte não apresentou comprovante do plano de saúde AMIL discriminado por beneficiário, o que determinou a glosa no valor de R$ 30.446,91. Acrescenta a Autoridade lançadora que também foi glosada a despesa médica no valor de R$ 422,00, realizada com o profissional de saúde Charles Mady, por falta de comprovação. A impugnação apresentada pelo contribuinte foi julgada procedente em parte por intermédio do acórdão de fls. 45/48. Entenderam os julgadores da instância de piso que, não obstante os beneficiários do plano de saúde AMIL serem Thomaz Da Dalt (contribuinte) e Therezinha de Jesus Da Dalt, somente deveria ser restabelecida as despesas relativas ao plano de saúde do primeiro, uma vez que a segunda não foi declarada como dependente do Interessado. A glosa da despesa no valor de R$ 422,00 não foi impugnada. Cientificado da decisão de primeira instância em 16/05/2012 (fl. 89), o Interessado interpôs, em 06/06/2012, o recurso de fls. 86/87. Na peça recursal aduz, em síntese, que: Apresentou junto com a impugnação um demonstrativo emitido pela AMIL com os valores pagos e com a discriminação dos beneficiários do plano, que são o Sr. Thomaz Da Dalt e a Sra. Therezinha de Jesus Da Dalt. Embora não tenha lançado na declaração, como dependente, a Sra. Therezinha de Jesus Da Dalt, por esquecimento, declarou os rendimentos recebidos por ela no campo “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoas Jurídicas pelos Dependentes”. Assim, o imposto devido foi calculado considerando os rendimentos da Sra. Therezinha de Jesus Da Dalt, o que evidencia a sua qualidade de dependente do Recorrente. Ao final, requer o cancelamento do débito fiscal reclamado. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. Cingese a controvérsia à glosa de despesas médicas no valor de R$ 15.223,46, realizadas com o cônjuge do Recorrente, na qualidade de beneficiária do plano de saúde AMIL. A glosa foi efetuada porque a beneficiária não foi declarada como dependente do Interessado na DIRPF do anocalendário de 2007. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10805.720592/201210 Acórdão n.º 2801003.909 S2TE01 Fl. 96 3 Embora a beneficiária não figure como dependente na declaração, os autos revelam que ela revestia a qualidade de dependente no anocalendário em questão, uma vez que os seus rendimentos foram lançados na ficha “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoas Jurídicas pelos Dependentes” da declaração de ajuste anual do Recorrente, evidenciando que a ausência na ficha “Dependentes”, da mesma declaração, ocorreu em virtude de mero equívoco do contribuinte. Esta constatação é corroborada pelo fato de que nas DIRPF relativas aos anoscalendário de 2008 e 2009, acostadas aos autos em fls. 72 /85, a Sra. Therezinha de Jesus Da Dalt, cônjuge do Interessado, figura na qualidade de dependente do mesmo. Demais disso, a “Declaração de Rendimentos” elaborado pela AMIL (fls. 15/18), juntamente com os boletos dos pagamentos realizados ao plano de saúde (fls. 19/20), não deixam nenhuma dúvida de que as despesas médicas foram efetivamente realizadas. Nesse contexto, voto por dar provimento recurso para restabelecer despesas médicas no valor total de R$ 15.223,46. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 96DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 10280.902970/2011-67
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 14/01/2008
PIS. ISENÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS A DOMICILIADO NO EXTERIOR. INGRESSO DE DIVISAS. CONDIÇÕES. COMPROVAÇÃO.
Para efeito da isenção de receitas decorrentes da prestação de serviços a empresa domiciliada ou residente no exterior com ingresso de divisas no país, cabe ao contribuinte o ônus da prova da satisfação de tais condições, em termos específicos, quando esteja supostamente envolvida nas operações representante brasileira da suposta tomadora de serviços.
A contratação de agente ou representante no País não descaracteriza a operação, desde que a empresa seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-003.989
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios e Waldir Navarro Bezerra. Ausente o conselheiro Solon Sehn.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 14/01/2008 PIS. ISENÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS A DOMICILIADO NO EXTERIOR. INGRESSO DE DIVISAS. CONDIÇÕES. COMPROVAÇÃO. Para efeito da isenção de receitas decorrentes da prestação de serviços a empresa domiciliada ou residente no exterior com ingresso de divisas no país, cabe ao contribuinte o ônus da prova da satisfação de tais condições, em termos específicos, quando esteja supostamente envolvida nas operações representante brasileira da suposta tomadora de serviços. A contratação de agente ou representante no País não descaracteriza a operação, desde que a empresa seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios e Waldir Navarro Bezerra. Ausente o conselheiro Solon Sehn.
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ISENÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS A DOMICILIADO NO EXTERIOR. INGRESSO DE DIVISAS. CONDIÇÕES. COMPROVAÇÃO. Para efeito da isenção de receitas decorrentes da prestação de serviços a empresa domiciliada ou residente no exterior com ingresso de divisas no país, cabe ao contribuinte o ônus da prova da satisfação de tais condições, em termos específicos, quando esteja supostamente envolvida nas operações representante brasileira da suposta tomadora de serviços. A contratação de agente ou representante no País não descaracteriza a operação, desde que a empresa seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente). (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 90 29 70 /2 01 1- 67 Fl. 135DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios e Waldir Navarro Bezerra. Ausente o conselheiro Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 2ª Turma da DRJ de Belém PA (fls. 88/94 do processo eletrônico), a qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela interessada contra a não homologação de compensação de débito tributário com crédito decorrente de aduzido pagamento indevido ou a maior de PIS/Pasep, no valor de R$ 2.843,39, relativo ao PA mês de agosto de 2003. No Despacho Decisório (fls. 7/8), a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belém (PA), aponta que a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP apresentado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados par a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP (fls. 2/6). Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: (...) A DRF em Belém emitiu Despacho Decisório eletrônico, no qual não homologa a compensação pleiteada, com suporte no argumento a seguir: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A contribuinte apresenta manifestação de inconformidade onde alega, em resumo, que: (...) dentre as atividades desenvolvidas pela Empresa está à prestação de serviços para armadores estrangeiros. Na consecução de suas atividades, até pouco tempo, desconhecia a lei que traz o benefício da não incidência da contribuição ao Pis/Pasep e Cofins sobre receitas decorrentes das operações de prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas. Esses armadores estrangeiros, contudo, atuam no território nacional auxiliados por empresas brasileiras expressamente nomeadas como suas representantes. Dessa forma, o pagamento desses representantes brasileiros é suportado pelo armador estrangeiro que, de acordo com o que a Fl. 136DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.902970/201167 Acórdão n.º 3802003.989 S3TE02 Fl. 136 3 legislação brasileira lhes exige, remete previamente ao país divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seus navios por águas e portos nacionais As Leis n° 10.637/2002 e n° 10.833/2003, que tratam das Contribuições para o PIS e COFINS, dispõem que a não incidência dessas contribuições dependem de duas condições: 1. o tomador, pessoa física ou jurídica, estar domiciliado no exterior e, 2. o pagamento do respectivo preço deve se dar em moeda conversível. Podemos concluir assim, que muito embora um dado serviço tenha sido executado totalmente no território nacional e aqui se verificar seu resultado, poderá estar abrangido pela não incidência, contanto que o tomador seja domiciliado no exterior e sua contraprestação acarrete a entrada de divisas. No caso, os serviços contratados pelos armadores estrangeiros são intermediados pelos representantes no Brasil. Todavia, essa intermediação do agente ou representante, no Brasil, de empresa estrangeira tomadora de serviços (armador) por si só, não é suficiente para descaracterizar a situação, uma vez que toda atividade por ela exercida é desenvolvida exclusivamente em favor de empresa não domiciliada no País. Estando, portanto, atendida a condição legal imposta. Vale ressaltar que, embora os pagamentos sejam feitos pelos representantes dos armadores, são esses últimos que arcam com os encargos, enviando, previamente ao Brasil divisas suficientes a sua quitação. Os representantes em questão atuam como meros repassadores de recursos do exterior e assim atuam por imposição das leis brasileiras, que prescrevem a utilização desse elo para a remessa dos fretes contratados. (...) Frisando, os pagamentos realizados pelos armadores relativos àqueles serviços prestados aos seus navios de passagem por águas brasileiras são realizados em nome dos agentes, mas por conta dos armadores, dos quais são representantes. Embora realizados pelos representantes, tais pagamentos são, suportados pelos armadores, que, como exige a legislação brasileira, remetem previamente ao País divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seus navios pelos portos nacionais. (...) Todas as despesas assumidas pelas empresas estrangeiras em território nacional estão pormenorizadamente identificadas com o navio e o percurso a que se vinculam. As notas fiscais de prestação de serviços permitem correlacionar a atividade da Consulente (enquanto fornecedora de serviços) àquela atividade desenvolvida pelos armadores estrangeiros em águas nacionais. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Assim, a Recorrente disponibiliza as notas fiscais para conferência, no momento em que Vossa Excelência entender ser devido. É o relatório. Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 14/01/2008 Ementa: DCOMP. HOMOLOGAÇÃO Para que ocorra a homologação da compensação declarada pela contribuinte, faz se necessário a comprovação da existência de direito creditório líquido e certo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da referida decisão em 04/02/2014 (fl. 97), a Recorrente, em 05/03/2014, apresentou o recurso voluntário (fls. 98/117), descrevendo, em síntese, as seguintes razões: Inicialmente, a Recorrente esclarece sobre o objeto social da empresa e faz um relato da origem do crédito, alegando sua materialidade. Segue apresentando os demais argumentos, conforme abaixo: Dos fatos: faz uma abordagem sobre o direito a nãoincidência e da restituição do PIS/Pasep e da COFINS, alega que dentre as atividades desenvolvidas pela empresa está a prestação de serviços para armadores estrangeiros; que até pouco tempo, desconhecia a lei que traz o benefício da não incidência da contribuição ao Pis/Pasep e Cofins sobre receitas decorrentes das operações de prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente e domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; que esses armadores estrangeiros, contudo, atuam no território nacional auxiliados por empresas brasileiras expressamente nomeadas como suas representantes; que dessa forma, o pagamento desses representantes brasileiros é suportado pelo armador estrangeiro que, de acordo com o que a legislação brasileira lhes exige, remete previamente ao país divisas suficientes para fazer frente às despesas assumidas com a passagem de seus navios por águas e portos nacionais; reproduz a legislação que trata dessa matéria; que todas as despesas assumidas pelas empresas estrangeiras em território nacional estão pormenorizadamente identificadas com o navio e o percurso a que se vinculam. Notese que esta vinculação pode ser evidenciada nas respectivas “ordens de pagamento” emitidas por cada comandante do navio com sua respectiva origem estrangeira. que as notas fiscais de prestação de serviços permitem correlacionar a atividade da Recorrente (enquanto fornecedora de serviços) àquela atividade desenvolvida pelos armadores estrangeiros em águas nacionais. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.902970/201167 Acórdão n.º 3802003.989 S3TE02 Fl. 137 5 Do Direito: reproduz um arcabouço de toda a legislação que rege a matéria discutida, informando diversas considerações sobre as interpretações possíveis das hipóteses de incidência das contribuições (PIS e da COFINS) e cita vários posicionamentos da RFB, alegando corroborar com a não incidência do fato gerado nas relações jurídicas desenvolvidas pela recorrente. Ao final, afirma estar demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, clama pela reforma da decisão recorrida, para dar provimento ao presente recurso, cancelando o procedimento administrativo, reconhecendo o valor do crédito, homologandose a compensação declarada. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Tempestivamente interposto e atendido os requisitos de admissibilidade do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso Voluntário e passo à análise das razões recursais. Análise dos Fatos Conforme se verifica nos autos, o valor do indébito com o qual a Recorrente declarou a compensação, objeto deste processo, seria originário de pagamento indevido ou a maior de PIS, referente a serviços prestados para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, relativo ao mês de agosto de 2003. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belém (PA), no seu Despacho Decisório, não reconheceu qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, não homologou a compensação declarada, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do indébito já havia sido integralmente utilizado pára quitação de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação do débito informado na PER/DCOMP ora examinada. Já na decisão recorrida, a DRJ descreve em seus fundamentos que o reconhecimento do indébito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido e que, apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme disposto no artigo 170 do CTN. Vejase trecho do acórdão abaixo transcrito: (...) Ocorre que, nos termos da disposição normativa acima transcrita, a não incidência da contribuição vinculase a que a prestação dos correspondentes serviços seja efetuada a pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior e que o correspondente pagamento represente ingresso de divisas, também se fazendo necessário que a prestadora dos serviços seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica (armador)residente ou domiciliada no exterior. Caso contrário, Fl. 139DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 se a contratação for com o agente/representante da empresa estrangeira no Brasil, a prestação de serviços não alcança o benefício da não incidência do PIS/Pasep e da COFINS”. Portanto, conforme esclarecido no relatório, a questão aqui discutida é essencialmente de prova nos autos, uma vez que em relação à matéria legal a DRJ não discordou das alegações do Recorrente. No entanto, a Recorrente em seu recurso não juntou novos elementos de provas no processo, mas tão somente acrescentou argumentos aos já aduzidos na manifestação de inconformidade. No caso sob análise, em que pesem serem coerentes os seus argumentos do direito, a questão da prova (que a prestadora dos serviços seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica – armador, residente ou domiciliada no exterior), é fundamental sempre que se trate de condições de isenção. Nesse contexto, são especialmente relevantes para a elucidação da lide, os seguintes argumentos apresentados no acórdão de primeira instância: (...) Nesse sentido, ao invés de a interessada comprovar a alegação de que é signatária de contrato de direito privado com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, bem como trazer aos autos os contratos de câmbio relativos aos pagamentos correspondentes, as notas fiscais dos serviços prestados para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior e, ainda, o livro fiscal em que haveriam sido escrituradas tais receitas, limitouse à informação de “disponibiliza as notas fiscais para conferência, no momento em que Vossa Excelência entender ser devido”. Esclareçase ao sujeito passivo, ainda, que na hipótese de mera intermediação, haveria de existir o contrato original firmado com o armador estrangeiro, bem como o mandato autorizando o seu representante em território nacional a atuar em seu nome, no limite dos poderes então conferidos. Na ausência de tais instrumentos jurídicos (ao que consta dos autos), as afirmações de que se trata, no caso concreto, de serviços prestados a pessoas jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior limitam se a mero exercício imaginativo. Registrese, também, que o possível fato de haver o pagamento por pessoa jurídica estrangeira, em etapa comercial anterior, a uma terceira pessoa jurídica domiciliada em território nacional não autoriza a dedução de que todos os ulteriores contratos de serviço tomados por aquela terceira pessoa também representarão “prestação de serviços a residente ou domiciliada no exterior, com o ingresso de divisas”. Assim, na hipótese em tela, apresentaria relevo para a finalidade pretendida pelo sujeito passivo que demonstrasse, por intermédio de prova hábil, que de fato ocorreu pagamento indevido, sob pena de, não o fazendo, atrair a incidência da máxima de que alegar sem provar é o mesmo que não alegar. E nesse sentido, não é demais referir o fácil alcance, por parte do contribuinte, dos supostos elementos probatórios, haja Fl. 140DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.902970/201167 Acórdão n.º 3802003.989 S3TE02 Fl. 138 7 vista tratarse de documentos que, acaso existissem, haveriam de integrar o seu próprio acervo. Como é cediço, conforme assevera a legislação, para fazer prova da não incidência das contribuições, tornase relevante e essencial a Recorrente provar dois requisitos fundamentais: da prestação de serviços e do ingresso de divisas. 1) quanto a prestação de serviços: verificase, pois, que não há nos autos prova inequívoca de que a beneficiária dos serviços prestados foi pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, vez que a contribuinte não juntou nos autos os contratos de prestação de serviços firmados. Afirma que o contrato de representação é feito entre o agente/representante e o armador estrangeiro e apresentou (em sede de manifestação de inconformidade) apenas uma relação de notas fiscais, que não atende as formalidades exigidas para o caso. 2) quanto ao ingresso de divisas: a Recorrente não apresentou nenhum contrato de câmbio. Afirma em seu recurso que “embora os pagamentos sejam feitos pela recorrente, são esses últimos que arcam com seus respectivos encargos tributários, enviando previamente ao Brasil divisas, específicas e suficientes a sua quitação. As empresas em questão, como a recorrente, atuam como meros repassadores de recursos do exterior e assim atuam por imposição das leis nacionais, que prescrevem a utilização desse elo para remessa, única e exclusivamente dos fretes contratados. Assim, todas as despesas assumidas pelas empresas estrangeiras em território nacional estão pormenorizadamente identificadas com o navio e o percurso a que se vinculam. Notese que esta vinculação pode ser evidenciada nas respectivas “ordens de pagamento” emitidas por cada comandante do navio com sua respectiva origem estrangeira. Em outras palavras, as notas fiscais de prestação de serviços permitem correlacionar a atividade da Recorrente (enquanto fornecedora de serviços) àquela atividade desenvolvida pelos armadores estrangeiros em águas nacionais. Ao final, ressalta que “Continua a Recorrente a disponibilizar todas as notas fiscais para a conferência do referido período em questão, no momento em que V. Exa. Entender ser devido”. Como já abordado pela DRJ, a Recorrente encaminhou consulta sobre a matéria à SRRF da 2ª RF, sendo emitida para o deslinde da questão a Solução de Consulta nº 5, de 08 de fevereiro de 2007, daquela superintendência, a este anexada, referente ao processo 10280.005047/200618, onde constam as condições necessárias para não incidência da contribuição na situação ali aventada, de onde se extrai que: (...) 13. A consulente afirma que presta serviços às embarcações de bandeira estrangeira pertencente a empresas com domicílio no exterior. No caso em análise, para atender a primeira condição prevista no dispositivo legal convém alertar que é necessário que a consulente seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior. Caso contrário, se a contratação for com o agente/representante da empresa estrangeira no Brasil, a Fl. 141DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 prestação de serviços não alcança o benefício da não incidência do PIS/Pasep e da Cofins. 17. Desse modo, o fato do pagamento ser efetuado por pessoa diferente do transportador estrangeiro não inibe a norma tributária em comento de produzir seus efeitos, visto que não é requisito dela que o pagamento seja realizado pela mesma pessoa a quem o serviço foi prestado. O que se exige, para a não incidência do PIS/Pasep e da Cofins, é um nexo causal entre o pagamento que representa o ingresso de divisas e a prestação de serviços a pessoa situada no exterior. Esse nexo é evidenciado pela própria legislação do Bacen, que autoriza esse tipo de transação. 19. Assim sendo, ficam evidenciadas as premissas básicas para a não incidência, desde que a consulente seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior, e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais, para conferência com o(s) contrato(s) de câmbio fechado(s) pelo agente/representante do contratante no exterior.(grifos não originais) Por oportuno e tratar dessa mesma matéria, transcrevese a conclusão exposta na Solução de Consulta n° 30, da SRRF/2ª RF/Disit, de 16 de outubro de 2007: “Concluise que, sendo o contratante a empresa estrangeira, a atuação do agente ou representante não descaracteriza o real contratante, nem o ingresso de divisas, o que é confirmado pela leitura da legislação cambial do Banco Central do Brasil (Bacen) p.ex., Carta Circular Bacen 2.297, de 8 de julho de 1992, revogada pela Circular Bacen n° 3.249, de 30 de julho de 2004, revogada pela Circular Bacen n° 3.280, de 9 de março de 2005, que divulga o Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). “19. Assim sendo, ficam evidenciadas as premissas básicas para a não incidência, desde que a consulente seja signatária de contrato de direito privado com a pessoa jurídica domiciliada no exterior, e totalize, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais, para conferência com o(s) contrato(s) de câmbio fechado(s) pelo agente/representante do contratante no exterior.” (g.n) No caso vertente, verificase que o Recorrente não trouxe, juntamente com sua manifestação de inconformidade e tampouco agora em sede de recurso voluntário, documentos que comprove de que é signatária de contrato de direito privado firmado com a(s) pessoa(s) jurídica(s) domiciliada(s) no exterior para a(s) qual(ais) alega ter prestado serviços, e nem os contratos de câmbio relativos aos respectivos pagamentos. Também não apresentou as cópias de notas fiscais relativas à prestação de serviços para pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior, totalizado, em separado, tais operações de prestação de serviços nos livros fiscais obrigatórios. Assim, não quedouse comprovado que a Recorrente possui contratos de direito privado firmado com a pessoa jurídica (armador) residente ou domiciliada no exterior e, também, que a mesma não conseguiu comprovar o ingresso de divisas e, tampouco, o nexo causal de ingresso de divisa por meio, de pagamento direto, mediante fechamento de câmbio Fl. 142DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10280.902970/201167 Acórdão n.º 3802003.989 S3TE02 Fl. 139 9 em banco devidamente autorizado; ou, por pagamento indireto, a débito da conta de custeio mantida pelo agente ou representante do armador adquirente do produto. Por conseguinte, acerca da comprovação de suas alegações, apenas aduziu, em sua manifestação de inconformidade, que: (...) Todas as despesas assumidas pelas empresas estrangeiras em território nacional estão pormenorizadamente identificadas com o navio e o percurso a que se vinculam. As notas fiscais de prestação de serviços permitem correlacionar a atividade da Consulente (enquanto fornecedora de serviços) àquela atividade desenvolvida pelos armadores estrangeiros em águas nacionais. Assim, a recorrente disponibiliza as notas fiscais para conferência, no momento em que Vossa Excelência entender ser devido (g.n). Em sede de recurso voluntário, repisa os mesmos argumentos acima reforçando que a Recorrente disponibiliza as notas fiscais para conferência, no momento em que a Fazenda entender ser devido. .Frisese, portanto, que os elementos probatórios (documentos, contratos, fechamento de câmbio, livros e as notas fiscais) e essenciais como provas, não foram anexadas aos autos e portanto não se pode acatar as alegações efetuadas de forma genérica pela recorrente, desprovidas de sua comprovação. Sabese que no contencioso administrativo de iniciativa do sujeito passivo, originado de pedidos de ressarcimento ou restituição ou de declarações de compensação, o crédito reivindicado consubstancia o “fato constitutivo” do direito do requerente e, portanto, fato este cuja prova lhe cabe, em princípio (CPC, artigo 333, I). Nesse diapasão, assinalese que o Decreto nº 70.235/1972, assim dispõe acerca do tema: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993) (grifouse) Como visto nos autos, quando da transmissão da DCOMP, a Recorrente era conhecedora das condições necessárias para não incidência da contribuição na situação que lhe geraria o suposto direito creditório e teria que apresentar as provas do cumprimento daquelas premissas com o seu recurso voluntário (Solução de Consulta nº 5, de 08 de fevereiro de 2007, PAF nº 10280.005047/200618). Fl. 143DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 10 Em síntese, a Recorrente não logrou comprovar que auferiu receitas que se subsumam ao art. 5º, II, da Lei nº 10.637/2002. Desta forma, é da Recorrente a responsabilidade pelo o não reconhecimento do direito creditório pleiteado em face da inexistência de prova de que a isenção da receita dos serviços prestados estejam, de fato, respaldados nas condições legais permissivas e portanto, resta caracterizado que as alegações da Recorrente não são suficientes a caracterizarem as condições previstas em lei. Conclusão Logo, tendo o Recorrente disposto de todas as oportunidades para comprovar seu direito creditório e não o fazendo no momento apropriado, e considerando o acima exposto e adotando os demais fundamentos do acórdão de primeira instância, com fulcro no art. 50, §1º, da Lei n. 9.784, de 1999, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 144DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10314.005048/2010-12
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 26/04/2010
CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA.
É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial.
JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE.
Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial.
Numero da decisão: 3803-006.644
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, e em negar provimento quanto aos juros.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 26/04/2010 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial.
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BENEFICIENTE DE SENHORAS HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 26/04/2010 MATÉRIA SUBMETIDA AO JUDICIÁRIO. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. INTIMAÇÕES. ATOS PROCESSUAIS. PROCURADOR As normas do Processo Administrativo Fiscal não têm previsão para que a Administração Tributária efetue as intimações de atos processuais administrativos na pessoa e no domicílio profissional do advogado constituído pelo sujeito passivo da obrigação tributária. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 26/04/2010 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontravase suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 50 48 /2 01 0- 12 Fl. 294DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, e em negar provimento quanto aos juros. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes. Relatório O presente processo é constituído de autos de infração, lavrado para exigência de crédito tributário referente a Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, CofinsImportação e PISImportação, incidentes sobre a importação de equipamentos de procedência estrangeira destinados, conforme declarado pela Interessada, à utilização nas atividades essenciais da entidade. Conforme a descrição dos fatos, os desembaraços das Declarações de Importação (DIs), foram efetuados sem o recolhimento dos tributos incidentes na importação, em cumprimento da decisão nos autos do processo judicial 2004.61.00.0289717, aviado na 22ª Vara Federal de São Paulo, em que foi determinado que se procedesse ao desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas por esta pessoa jurídica. O objeto da ação judicial é a declaração da inexistência da relação jurídico tributária que a obrigue a recolher impostos e contribuições sociais federais devidos na importação, tendo como fundamento a imunidade de que goza em relação aos impostos e isenção às contribuições. Houve decisão favorável ao deferimento de tutela antecipada, e, posteriormente, a confirmação por meio de sentença, sem decisão definitiva transitada em julgado até a data das autuações. Ante este provimento, os autos de infração foram lavrados com o fito de prevenir a decadência, sendo informando que a exigibilidade estava suspensa até a decisão final. Em impugnação apresentada, a Autuada arrazoou, em síntese, que: a) o Auto de Infração é meio que se configura inadequado à constituição do crédito tributário, nas circunstâncias do caso. Se não houve prática de infrações por parte do Fl. 295DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005048/201012 Acórdão n.º 3803006.644 S3TE03 Fl. 295 3 contribuinte, não se trata o caso de aplicação de penalidade, decorrendo disso que o instrumento jurídico correto é a Notificação de Lançamento; b) os juros moratórios devem ser afastados, pois inexistem os pressupostos de fato que autorizariam a sua imposição; c) é uma entidade de assistência social, que atua na área da saúde, tendo sido declarada de utilidade pública federal, fazendo jus, portanto, à imunidade prevista na Constituição Federal; d) o Ato Declaratório n° 9/06 do Procurador Geral da Fazenda Nacional reconhece a imunidade de entidades como a da Impugnante, encerrando qualquer discussão; Em julgamento da lide, a DRJ/Florianópolis assentou, em síntese, que: a) a interessada indicou na declaração de importação não haver valor de crédito tributário a ser recolhido. O benefício que pleiteou não foi reconhecido pela Autoridade Aduaneira; b) a lavratura de Auto de Infração não pode ser considerada inadequada, visto que sob a ótica da Fazenda a interessada deixou de recolher, por ocasião do registro da declaração de importação, os tributos em questão; c) dos dispositivos do art. 9º e 10º do Decreto n° 70.235/72 tanto a exigência do crédito tributário quanto a aplicação de penalidade isolada podem ser formalizados por Auto de Infração ou Notificação de Lançamento; visto que a redação do dispositivo legal não permite estabelecer limites ao alcance de cada espécie de instrumento para formalização; d) a formalização do presente crédito tributário mediante a lavratura de Auto de Infração assegura maior benefício ao exercício do direito de defesa e do contraditório à Interessada, pois este instrumento possui não apenas a Disposição Legal Infringida, mas a Descrição do Fato; Quanto ao mérito: a) da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade não conheceu do recurso, por ter sido a matéria levada à apreciação do Judiciário, o que implica em renúncia às instâncias administrativas. b) da incidência dos juros de mora no lançamento sustentou que mesmo inexigível o crédito tributário, o prazo de pagamento do tributo não é alterado, prevalecendo tal prazo para fins de sua incidência no caso de decisão judicial final desfavorável ao contribuinte. Considerou que, a rigor, os juros de mora não precisam ser indicados na autuação para serem exigidos, porque, como acessório, seguem o principal. O destaque dos juros de mora incidentes até a data da lavratura da autuação é apenas demonstrativo. A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 26/04/2010 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. LANÇAMENTO DESTINADO A PREVENIR DECADÊNCIA. FORMALIZAÇÃO CABÍVEL. A discussão da matéria tributável na esfera judicial não elide o dever da autoridade administrativa de constituir o crédito tributário. A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto da autuação, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa, porém a matéria divergente terá prosseguimento normal. Cientificada da decisão em 09/10/2013, irresignada, a Interessada apresentou recurso voluntário, em 18/10/2013, em que reitera os termos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, dele conheço. Preliminar de Nulidade Auto de Infração como meio inadequado à constituição do crédito tributário A Recorrente apela para a nulidade da constituição do crédito tributário, em virtude de ter sido formalizada por meio de Auto de Infração e não Notificação de Lançamento, uma vez que o crédito constituído encontrase com a exigibilidade suspensa, não tendo cometido qualquer infração à legislação. Vista unicamente sob o seu ângulo, tem razão a Defendente quando afirma não ter cometido infração, considerando que se encontra amparada pelo provimento judicial provisório antecipatório da tutela, obtido em 29//11/2004. Sob o olhar do Fisco, porém, a subsistência da lide, o mérito da controvérsia em aberto e a possibilidade (não importa em que medida) de resultado favorável à Fazenda, são os eventos que motivaram a constituição do crédito tributário. Neste prisma, o campo Descrição dos Fatos do Auto de Infração consigna o registro tanto do fato jurídico tributário como do fato jurídico da ocorrência da infração consistente na falta de recolhimento, ao desamparo da imunidade invocada. 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE II 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE IPI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS IMPORTAÇÃO DI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS/PASEP IMPORTAÇÃO DI 0 importador submeteu a despacho aduaneiro de importação, pleiteando IMUNIDADE TRIBUTARIA para o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e para as contribuições sociais (PIS e COFINS) incidentes na Fl. 297DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005048/201012 Acórdão n.º 3803006.644 S3TE03 Fl. 296 5 importação das mercadorias descritas e amparadas pelas declarações de importação no 09/02330394 e 10/12642404 (anexo I). Cumpre observar que a alegada imunidade abrange apenas os impostos sobre patrimônio, renda e serviços das entidades previstas na alínea "c", do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Este entendimento tem como fundamento o disposto na alínea "a" do inciso III do art. 146 da Constituição Federal, que remete a Lei Complementar a definição das diversas espécies de tributos. Esta definição, por sua vez, é tratada pelo Código Tributário Nacional (aprovado pela Lei no 5.172/66 e recepcionado pelo atual texto constitucional) em seu Titulo III. [...] Além de todo o exposto acerca da não extensão da imunidade constitucional, o importador ao pleitear a imunidade dos tributos não apresentou, no curso do despacho, documentação que atestasse o cumprimento dos requisitos necessários para obtenção da renuncia fiscal dos tributos bem como Certificado de Entidade de Assistência Social válido, documento que atesta seu caráter de assistência social, pleiteando a liberação das mercadorias com base na ação judicial preventiva supracitada. Portanto, entende esta fiscalização que o beneficio fiscal da imunidade não pode ser concedido à autuada. [...] A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei no 9.430/96 não foi aplicada em cumprimento ao disposto no § 1º do artigo 63 do mesmo dispositivo Legal (a Decisão Judicial suspendeu a exigibilidade do crédito tributário em 29/11/2004, anterior ao registro das DI's). O registro do fato jurídico tributário implicou no lançamento, que corresponde ao valor dos tributos que deveriam ter sido recolhidos no desembaraço aduaneiro. O registro do fato jurídico da ocorrência da infração, traz na esteira a sustação do seu efeito que corresponderia à imposição da multa de ofício, em face da tutela antecipada obtida na ação judicial aviada sob o nº 2004.61.00.0289717[1]. Assim, não obstante descrita a infração, o Auto de Infração deixa de fixar apenas a relação jurídica quanto à imposição da penalidade. Dado o contorno sob o qual se lavra Auto de Infração para prevenção de decadência quando sua materialidade encontrase em discussão na esfera judicial e presente a infração, ante o não reconhecimento do direito pleiteado, pela Autoridade aduaneira , podese sustentar que este instrumento não é impróprio para a constituição do crédito tributário, pelo fato de seu conteúdo estar adstrito unicamente ao lançamento. Este entendimento encontrase bem ajustado ao que dispõe o art. 9º do Decreto nº 70.235/72, que não distingue os usos do Auto de Infração e da Notificação de Lançamento seja para tributo ou penalidade, verbis: 1 Em cumprimento ao art. 63, § 1º, da Lei nº 9.430/96. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. (Grifos acrescidos) Entre os requisitos obrigatórios do Auto de Infração está a descrição do fato, ausente das exigências para a Notificação de Lançamento, ao tempo em que o seu inciso III aponta para a necessidade de indicação da disposição legal infringida (ainda que na condição de "se for o caso"), denotando que este instrumento pode veicular também penalidade: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. A doutrina, por sua vez, apenas identifica o uso indistinto de um ou outro instrumento de que as Administrações Tributárias tem se servido para introduzir suas imposições, tanto tributárias como sancionatórias. Assim, esclarece James Marins: "O auto de infração, no âmbito da Receita Federal e a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD), utilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são espécies de documentos fiscais elaborados pela Administração para corporificar atos de imposição. O auto de infração ou a NFLD frequentemente engloba no mesmo suporte físico vários atos impositivos referentes a diversas relações jurídicas, ora não Fl. 299DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005048/201012 Acórdão n.º 3803006.644 S3TE03 Fl. 297 7 sancionatórias, como o lançamento, ou relações jurídicas sancionatórias, como aplicação de multa por Paulo de Barros Carvalho, na mesma vertente, noticia o uso do auto de infração como peça portadora não só do ato de imposição de penalidade: Em súmula, dois atos administrativos, ambos introdutores de norma individual e concreta no ordenamento positivo: um, de lançamento, produzindo regra cujo antecedente é fato lícito e o consequente uma relação jurídica de tributo; outro, o auto de infração, veiculando u'a norma que tem, no suposto, a descrição de um delito e, no consequente, a instituição de liame jurídico sancionatório, cujo conteúdo da prestação tanto pode ser um valor pecuniário (multa) como uma conduta de fazer ou não fazer. Tudo seria simples, realmente, se o auto de infração apenas conduzisse para o ordenamento a mencionada regra individual e concreta que mencionei. Nem sempre é assim. Que, de vezes, sob a epígrafe "auto de infração", deparamonos com dois atos: um de lançamento, exigindo o tributo devido; outro, de aplicação de penalidade, pela circunstância de o sujeito passivo não ter recolhido, em tempo hábil, a quantia pretendida pela Fazenda. Dáse a conjunção, num único instrumento material, sugerindo até possibilidades híbridas. Mera aparência. Não deixam de ser normas jurídicas distintas postas por expedientes que, por motivos de comodidade administrativa estão reunidas no mesmo suporte físico. Pela frequência com que ocorrem essas conjunções, falam alguns, em "auto de infração" em sentido largo (dois atos no mesmo instante) e "auto de infração"stricto sensu", para denotar a peça portadora de norma individual e concreta de aplicação de penalidade a quem cometeu ilícito tributário. A lição acima destaca a natureza distinta dos atos administrativos do lançamento e da imposição sancionatória e a decorrente autonomia destes. Uma vez autônomos e, via de regra, postos no mesmo instrumento de constituição das exigências, o Auto de Infração, não se deve ver inadequação se vier veicular apenas um desses atos: a formalização da relação jurídica tributária tendente a prevenir decadência, mesmo que inexista a penalidade. Pelo exposto, rejeito a preliminar. Mérito Da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade Travase no processo judicial nº 2004.61.00.0289717 discussão sobre a in/existência de relação jurídica tributária que obrigue a Recorrente ao pagamento de tributos tais como os lançados no presente Auto de Infração , que não estejam classificados no rol dos impostos obre o patrimônio, na acepção restrita que dá a Fazenda a esta classe de tributos. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 Corroboro o entendimento já assentado na decisão recorrida, segundo o que este debate não pode ser travado no âmbito deste processo administrativo. O provimento que aqui se der ou negar tornarseá sem efeito ante decisão superveniente em rumo diverso no aludido processo. Logo, de raso, devese aplicar a Súmula CARF nº 1, eis que presente a conexão de matérias[2]. Da incidência dos juros de mora no lançamento Cabe lembrar que o presente processo é dependente da ação nº 2004.61.00.0289717. O provimento judicial definitivo, a seu tempo, deitará por terra este processo. Alternativamente, o desprovimento referenderá a incidência prevenida, suscitará a mora e ensejará a cobrança dos tributos aqui lançados com a inclusão dos juros de mora, com amparo do art. 61, § 3º, cujo lapso de tempo de sua aplicação estenderseá até o mês do pagamento. Uma vez que é vedada a incidência somente da multa de ofício no lançamento para prevenir decadência, os juros podem ser incluídos no lançamento, sem o caráter de ser valor fixo, como o são o principal e a multa. Demais disso, considero que os juros não estão constituídos na data e na linguagem normativa do lançamento, distintamente do que se dá com o principal. Concebo que ao estarem presentes em todo e qualquer lançamento representam o conteúdo declaratório da mora até o momento em que não haja impugnação, para fins da incidência futura, na conformidade com o art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96, quando se tornar eficaz o lançamento, seja com o trânsito em julgado do desprovimento do pedido em ação judicial ou com a definitividade da decisão em processo administrativo. Os juros não estão a incidir (no que entendo ser o melhor sentido jurídico deste verbo), na composição do crédito tributário pelo lançamento, porquanto seu valor não é definitivo, na hipótese de suspensão de exigibilidade, vindo a sêlo somente quando, em tempo futuro, a então Contribuinte vier a ser chamada a efetuar a quitação do crédito lançado. Nesse diapasão, os juros no lançamento são mero indicativo de sua aderência ao principal e do dies a quo do intervalo de tempo até o mês do pagamento, na ocasião da cobrança. Se se pudesse dizer que os juros têm sua constituição efetivada no lançamento, como admitir a sua fluência protraindose no tempo até a quitação do crédito tributário? Por fim, mesmo não estando configurada a mora no momento do lançamento, em face da suspensão da exigibilidade, a presença dos juros no lançamento, pela razão supra, não representa prejuízo algum à Recorrente. Pedido de intimação no endereço do advogado Quanto a este pedido, no rito do Processo Administrativo Fiscal não há respaldo legal para que a Administração Tributária efetue as intimações na pessoa e no domicílio do advogado constituído pelo contribuinte. Este entendimento é assente nos julgamentos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). O princípio do informalismo é próprio do processo administrativo, e nesse pressuposto os administrados detêm a capacidade de postular, sendo facultativa a representação por advogado. Em observância das disposições do art. art. 23 do Decreto nº 70.235/72, as 2 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.005048/201012 Acórdão n.º 3803006.644 S3TE03 Fl. 298 9 intimações devem ser feitas diretamente ao administrado, em seu domicílio tributário, não implicando em nulidade do acórdão o desatendimento deste pleito da Contribuinte: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. [...] § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; III se por meio eletrônico: a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. [grifos aqui] Pelo exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração; por não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Judiciário, e por negar provimento quanto à incidência dos juros no lançamento. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 303DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10872.000117/2010-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PODER JUDICIÁRIO PARA EXAME DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER EXECUTIVO AVOCAR TAL ATRIBUIÇÃO PARA SI. APLICAÇÃO DA SÚMULA 02 DO CARF
1. Salvo nos casos de que trata o artigo 26-A, do Decreto nº 70.235, de 1972 o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, como órgão da Administração que é, não tem competência para conhecer de matéria que sustente a insubsistência de lançamento de crédito tributário, sob o argumento de que a autuação se deu com base em norma inconstitucional.
2. O Poder Judiciário, no exercício de sua competência, pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional. Todavia, tal prerrogativa não se estende aos órgãos da Administração.
DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITA.
3. Nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, presume-se omissão de receita os valores creditados em conta bancária em relação aos quais o titular for regularmente intimado e não comprovar, de forma individualizada, a origem dos mesmos.
4. Se dos valores dos depósitos de origem não comprovada, creditados em conta bancária, não decorreu evolução patrimonial, presume-se que se trata de recursos consumidos pelo titular.
5. Os preceitos da Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos não se aplicam a situações caracterizadas na vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996.
TAXA SELIC - SÚMULA N° 4
O Primeiro Conselho de Contribuintes aprovou o Enunciado da Súmula 04 que dispõe que a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Recurso Voluntário Improvido.
Numero da decisão: 1402-001.840
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso no que se refere à argüição de inconstitucionalidade da norma e, na parte conhecida, rejeitar as preliminares de nulidade e negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Moisés Giacomelli Nunes da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2006 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PODER JUDICIÁRIO PARA EXAME DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER EXECUTIVO AVOCAR TAL ATRIBUIÇÃO PARA SI. APLICAÇÃO DA SÚMULA 02 DO CARF 1. Salvo nos casos de que trata o artigo 26-A, do Decreto nº 70.235, de 1972 o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, como órgão da Administração que é, não tem competência para conhecer de matéria que sustente a insubsistência de lançamento de crédito tributário, sob o argumento de que a autuação se deu com base em norma inconstitucional. 2. O Poder Judiciário, no exercício de sua competência, pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional. Todavia, tal prerrogativa não se estende aos órgãos da Administração. DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITA. 3. Nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, presume-se omissão de receita os valores creditados em conta bancária em relação aos quais o titular for regularmente intimado e não comprovar, de forma individualizada, a origem dos mesmos. 4. Se dos valores dos depósitos de origem não comprovada, creditados em conta bancária, não decorreu evolução patrimonial, presume-se que se trata de recursos consumidos pelo titular. 5. Os preceitos da Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos não se aplicam a situações caracterizadas na vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. TAXA SELIC - SÚMULA N° 4 O Primeiro Conselho de Contribuintes aprovou o Enunciado da Súmula 04 que dispõe que a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Improvido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso no que se refere à argüição de inconstitucionalidade da norma e, na parte conhecida, rejeitar as preliminares de nulidade e negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto.
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COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PODER JUDICIÁRIO PARA EXAME DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER EXECUTIVO AVOCAR TAL ATRIBUIÇÃO PARA SI. APLICAÇÃO DA SÚMULA 02 DO CARF 1. Salvo nos casos de que trata o artigo 26A, do Decreto nº 70.235, de 1972 o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, como órgão da Administração que é, não tem competência para conhecer de matéria que sustente a insubsistência de lançamento de crédito tributário, sob o argumento de que a autuação se deu com base em norma inconstitucional. 2. O Poder Judiciário, no exercício de sua competência, pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional. Todavia, tal prerrogativa não se estende aos órgãos da Administração. DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITA. 3. Nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, presumese omissão de receita os valores creditados em conta bancária em relação aos quais o titular for regularmente intimado e não comprovar, de forma individualizada, a origem dos mesmos. 4. Se dos valores dos depósitos de origem não comprovada, creditados em conta bancária, não decorreu evolução patrimonial, presumese que se trata de recursos consumidos pelo titular. 5. Os preceitos da Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos não se aplicam a situações caracterizadas na vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 2. 00 01 17 /2 01 0- 68 Fl. 433DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 2 TAXA SELIC SÚMULA N° 4 O Primeiro Conselho de Contribuintes aprovou o Enunciado da Súmula 04 que dispõe que “a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Recurso Voluntário Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso no que se refere à argüição de inconstitucionalidade da norma e, na parte conhecida, rejeitar as preliminares de nulidade e negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 434DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 3 Relatório Nos termos do auto de infração de fls. 82, a recorrente é pessoa jurídica optante pelo sistema SIMPLES, sendolhes imputado as seguintes infrações, com multa de 75%: a) Depóstos bancários de origem não comprovada, com fatos geradores em cada um dos meses do anocalendário de 2006 e bases de cálculo indicadas às fls. 84 e 85; b) Insuficiencia de recolhimento em cada um dos meses do anocalendário de 2006, nos valores indicados às fls. 85/86; c) Inobservância de comunicação, quando obrigatória, da exclusão da Pessoa Jurídica do Silples (fl. 134). O termo de verificação fiscal consta das fls. 48 e seguintes, de onde extraio os fatos e fundamentos utilizados para imputar as infrações acima descritas: (i) A movimentação financeira foi obtida mediante RMF; (ii) Considerando que a recorrente declarou valores mensais auferidos a título de receita bruta, a autoridade fiscal consolidou mensalmente os valores constantes do demonstrativo de depósitos bancários, tributando a diferença, conforme indicado à fl. 49; (iii) A omissão de receita gerou insuficiência do recolhimento à medida em que elevouse o valor da alíquota aplicável (infração 002); (iv) Em virtude da omissão de receita, entendeu a autoridade fiscal que a recorrente ultrapassou o limite para sua permanência no SIMPLES, resultando na multa prevista no artigo 9º, II e no art. 13, II, "a", da Lei nº 9.317, vigente à época dos fatos. Notificado, de forma tempestiva, a parte interessada apresentou a impugnação de fls. 267 e seguintes alegando as razões de fato e de direito pelas quais considera insubsistente o lançamento. A DRJ, por meio do acórdão de fls. 361 e seguintes acolheu de forma parcial a impugnação para reduzir a multa indicada na infração 003 para o valor de R$ 3.626,04, mantendo as demais exigências à medida em que rejeitou os argumentos que fundamentam a defesa da recorrente. Expedida correspondência para o endereço da Rua Rio Branco, 114, Sala 302, no Centro do Rio de Janeiro, retornou o AR de fl. 386 com a indicação de que a destinatária era desconhecida no local, o que resultou na intimação por edital publicado em 22/08/2013 (fl. 384). Conforme consta da fl. 425 dos autos, em 26/08/2013 o procurador da requerente obteve cópia dos autos. No recurso de fls. 385, no lado direito da página, tem um carimbo indicando recebimento. Todavia, não é possível identificar a data em que foi Fl. 435DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 4 protocolizado. No entanto, pelo outro carimbo existente no lado direito inferior da fl. 385, vê se que no dia 26/09/2013, o recurso já tramitava a unidade de origem. Diante da regra que determina o início da contagem do prazo por edital tenho que o recurso é tempestivo. Agrego a este fundamento a impossibilidade de visualização da data em que o recurso foi protocolizado e inexistência de certidão indicando ser intempestivo, o recurso. Assim, diante de tais circunstâncias considero tempestivo o recurso. A recorrente sustenta a reforma do julgado com base nos seguintes fundamentos: i) A exigência do crédito tributário em questão não pode prevalecer na medida em que o lançamento deuse com base em quebra indevida do sigilo fiscal. Neste ponto, em seu longo arazzoado, faz referência ao Agravo Regimental no Recurso Extraordinário nº 387.604/RS, de relatoria da Ministra Carmem Lúcia, tema que teve repercussão geral reconhecida pelo STF. Destaca, ainda, o resultado do julgamento no RE 389.808, de relatoria do Ministro Marco Aurélio; do MS 21.729, onde indica o entendimento do Ministro Carlos Veloso e do RE 661.366, julgado pela Primeira Turma do STF, com relatoria do Ministro Maurco Aurélio; ii) Caso não acolhidos os fundamentos acima elencados, requer, no mínimo, se aguarde a decisão definitiva do RE 601.314 sobre a matéria em questão; iii) Sustenta, também, que não se pode utilizar depósito bancário para constituição de crédito de IRPJ, visto que depósitos bancários apenas evidenciam sinais exteriores de riqueza que por si só nada provam; iv) Alega, ainda, que no histórico dos depósitos bancários consta: (i) MOV TIT COBRANÇA; (ii) LIQUID TÍTULO COBRANÇA; (iii) COBRANÇA ESPECIAL. Assim, à luz do artigo 42, só pode se presumir omissão de receita os depósitos bancários de origem não comprovada e, no caso, os valores discriminados no anexo ao TVF e nos extratos bancários, como comprova o próprio histórico, são receitas da empresa e não podiam ser tributados por presunção e sim omissão. v) Quando aos fatos relacionados às demais infrações a recorrente reitera os argumentos indicados na impugnação, o que serão analisado. vi) Por fim, sustenta a inexigibilidade de juros com base na taxa SELIC. É o relatório. Fl. 436DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 5 Voto Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Relator. O recurso é tempestivo, está devidamente fundamentado, foi interposto pela parte interessada que pretende ver reformada a decisão recorrida. Assim, preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço e passo ao exame do mérito. I. Da questão relacionada ao acesso dos dados bancários sem ordem judicial Conforme destacado pela recorrente, dentre os direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, XII, assegura que “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.” Dentre os dados cuja a inviolabilidade está assegurada, nos dizeres de quem recorre, encontrase o sigilo bancário, somente sendo admitido seu acesso com ordem judicial, para fins criminais. Da leitura da norma constitucional acima transcrita depreendese que o legislador constituinte estabeleceu limites ao legislador ordinário, isto é, somente permitiu a edição de lei regulando o acesso ao sigilo bancário mediante duas condições: a) para fins de investigação criminal e; b) mediante ordem judicial. Das condicionantes estabelecidas pelo legislador constituinte, vêse clara opção de valores que entendeu merecer maior proteção, ainda que em detrimento de terceiros e do próprio Estado. Por exemplo, se a questão disser respeito a litígio fora da esfera do campo penal, nem mesmo o juiz pode quebrar o sigilo assegurado pela Constituição. Em outras palavras, aqui, nem o legislador e tampouco o juiz pode extrapolar os limites impostos pela ordem constitucional. Disto depreendese a lição de que a justiça, seja na área cível, penal ou fiscal não se realiza a qualquer preço. Existem, na busca da verdade, limitações imposta por valores mais altos que não podem ser violados. Neste sentido, lembro lição de Júlio Fabbrine Mirabete para quem “entre o perigo de se condenar um inocente e se absolver culpado, absolvase o culpado.” Em outras palavras e trazendo a matéria para campo do direito tributário, entre o perigo de permitir que os agentes, sem o crivo da análise prévia pelo Judiciário, possam requisitar ou manusear provas protegidas pelo sigilo para embasar lançamentos fiscais e deixar, eventualmente, de se cobrar determinado tributo por falta de prova, o legislador constituinte optou em proteger a primeira situação em detrimento da segunda. Aqui temse o Estado limitando seus próprios atos frente aos cidadãos. Conforme lição de Jorge Miranda1, as normas que definem direitos fundamentais são normas de caráter preceptivo, e não meramente programáticos. “Os direitos fundamentais têm seu fundamento de validade na Constituição e não na lei, com o que fica claro que é a lei que deve respeitar a Constituição, e não ao contrário. Os direitos 1 Jorge \|Miranda. Manual de Direito Constitucional, tomo IV. Coimbra: Coimbra Editora, 1993, p. 276. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 6 fundamentais não são normas matrizes de outras normas, mas são sobretudo normas diretamente reguladoras de relações jurídicas.” Dados os fundamentos acima mencionados, questão que se coloca e que se constitui no ponto principal do recurso é se o legislador ordinário poderia ter editado a Lei Complementar nº 105, de 2001 e a Lei nº 10.147, de 2001, outorgando poderes à Administração para requisitar a movimentação financeira dos contribuintes. E mais, se o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão da Administração que é, tem competência para conhecer e julgar questões afeta à constitucionalidade das leis ou, em outras palavras, deixála de aplicálas por considerar inconstitucionais. Inicialmente, observo que sancionada determinada lei ela entra no sistema jurídico e presumese constitucional até que seja declarada sua inconstitucional, retirandoa do sistema ou impedindo sua aplicação em relação ao caso concreto, isto é “inter partes”. Por outro lado, o Judiciário pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional, contudo, o mesmo não se aplica em relação à Administração. A razão desta lógica é que o Estado Administração não pode avocar para si a prerrogativa de julgar a constitucionalidade de lei. Tal prerrogativa, por força das previsões contidas nos artigos 97, 102, I, compete ao Poder Judiciário. À luz do artigo 103, I, da Constituição Federal, o chefe do Poder Executivo, no caso o Presidente da República, tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade sustentando que determinada lei viola da Constituição. Contudo, nem o Presidência da República e tampouco os demais órgãos da Administração podem deixar de cumprir lei sob o pretexto de que esta viola norma Constitucional. Neste sentido, por força do artigo 26A, § 6º, I, do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, a seguir transcrito, os Conselheiros do CARF somente podem deixar de aplicar lei sob o fundamento de inconstitucionalidade após o Supremo Tribunal Federal, em controle concentrado ou difuso, por decisão definitiva do Plenário, ter reconhecido a inconstitucionalidade da norma. Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). .... § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Não desconheço que em 15 de dezembro de 2010, ao julgar o Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, proferiu decisão que pode ser sintetizada na ementa abaixo transcrita, publicada no DJe086 em 1005 2011. EMENTA: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à Fl. 438DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 7 correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Ocorre que o acórdão exarado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, com a ementa acima transcrita, foi desafiado por embargos de declaração, com pedido de modificação da decisão. Pelo que apurei em pesquisa realizada, os citados embargos foram recebidos por despacho datado de 07/10/2011 e ainda encontramse pendentes de julgamento. Assim, por estarmos diante de acórdão do Plenário do Supremo Tribunal Federal que não transitou em julgado, com base na decisão resultante do RE 389.808/PR, não é possível, nesta instância administrativa, deixar de aplicar as disposições constantes na Lei Complementar nº 105, de 2001 e na Lei nº 10.174, de 2001. Ainda em relação ao tema, em 20/11/2009, ao examinar o Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, relatado pelo Ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral, nos termos do artigo 542B, do Código de Processo Civil, conforme ementa que segue: EMENTA: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. Fornecimento de informações sobre movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao fisco, sem prévia autorização judicial (lei complementar 105/2001). Possibilidade de aplicação da lei 10.174/2001 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. Relevância jurídica da questão constitucional. Existência de repercussão geral. Neste sentido, quer da análise do Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, ou do Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, não se identifica decisão definitiva do STF reconhecendo a inconstitucionalidade das normas invocadas pela recorrente. A propósito, na mesma linha dos fundamentos anteriormente expostos, a matéria resultou Sumulada junto ao Carf, nos seguintes termos: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. II. Da alegação de impossibilidade de lançamento de imposto de renda com base exclusiva nas informações bancárias Quanto à possibilidade de se exigir imposto de renda, com base exclusivamente em depósitos bancários, devese esclarecer que antes de 01/01/1997, o artigo 6º da Lei nº 8.021, de 1990, exigia da fiscalização a comparação entre depósitos bancários e sinais exteriores de riqueza. Todavia, a partir de 01/01/1997, o 42 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, publicada no DOU de 30/12/1996, que instituiu a presunção de omissão de rendimentos com base em Fl. 439DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 8 depósitos bancários, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprovasse mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações. Confirase: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).” Verificase, assim, que o diploma legal acima citado passa a caracterizar omissão de rendimentos ou receita, sujeitos a lançamento de ofício, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, quando não comprovada a origem dos recursos utilizados nessas operações. Não se inquire o titular da conta bancária sobre o destino dos saques, cheques emitidos e outros débitos, ou se foram utilizados para consumo, aquisição de patrimônio, viagens etc. A presunção de omissão de rendimentos ou de receita decorre da existência de depósito bancário sem origem comprovada. Portanto, a partir da publicação desta Lei, os depósitos bancários deixaram de ser modalidade de arbitramento simples que exigia da fiscalização a demonstração de gastos incompatíveis com a renda declarada (aquisição de patrimônio e sinais exteriores de riqueza), entendimento também consagrado à época pelo Poder Judiciário (Súmula TFR 182) e pelo Primeiro Conselho de Contribuintes. A partir da edição da Lei nº 9.430, de 1996, os julgamentos do Conselho de Contribuintes passaram a refletir a determinação contida nesta norma admitindo, nas condições nela estabelecidas, o lançamento com base exclusiva em depósitos bancários, como se constata nas ementas dos acórdãos a seguir reproduzidas: “OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS SITUAÇÃO POSTERIOR À LEI Nº 9.430/96 Com o advento da Lei nº 9.430/96, caracterizase também omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular não comprove a origem dos recursos utilizados, observadas as exclusões previstas no § 3º, do art. 42, do citado diploma legal.” (Ac 10613329). “TRIBUTAÇÃO DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Para os Fl. 440DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 9 fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei 9.430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.” “ÔNUS DA PROVA Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos informados para acobertar seus dispêndios gerais e aquisições de bens e direitos.”(Ac 106 13188).” Em síntese, a caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, considerado isoladamente. Pelo contrário, a presunção de omissão de rendimentos está ligada à falta de esclarecimentos da origem dos numerários depositados em contas bancárias, com a análise individualizada dos créditos, conforme expressamente previsto na lei. Portanto, claro está que o fato gerador do imposto de renda, no caso, não está vinculado ao mero crédito efetuado na conta bancária, pois, se o crédito tiver origem em uma simples transferência bancária entre contas do mesmo titular, ou a alienação de bens do patrimônio do contribuinte, ou a assunção de exigibilidade, não cabe falar em rendimentos ou ganhos, justamente porque o patrimônio da pessoa não terá sofrido qualquer alteração quantitativa. O fato gerador é a circunstância de tratarse de dinheiro novo no patrimônio do contribuinte sem que este, intimado para prestar esclarecimentos, não prove sua origem. Quanto à tese de ausência de evolução patrimonial capaz de justificar o fato gerador do imposto de renda, é verdade que este imposto, conforme prevê o artigo 43 do CTN, tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, isto é, de riqueza nova. Entretanto, o legislador ordinário presumiu que há aquisição de riqueza nova nos casos de movimentação financeira em que o contribuinte não demonstre a origem dos recursos. Neste contexto, não tendo o autuado apresentado qualquer prova acerca da origem dos recursos, diante da presunção de que trata o artigo 42, caput, da Lei nº 9.430, de 1996, não há como afastar o lançamento. III. Da questão relacionada à aplicação da Taxa Selic No que se refere à taxa Selic, a jurisprudência encontrase consolidada na Súmula 04 deste Conselho que assentou o entendimento de que “a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais”. ISSO POSTO, voto no sentido de rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, em relação a matéria conhecida, negar provimento ao recurso. assinado digitalmente MOISÉS GIACOMELLI NUNES DA SILVA Relator Fl. 441DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 10 Fl. 442DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 10510.724880/2011-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA APRECIAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA Nº 2 DO CARF.
O CARF não tem competência para afastar aplicação de lei com base em inconstitucionalidade, como disposto expressamente na Súmula nº 02, in verbis:
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. ANÁLISE INFRALEGAL.
A legislação vigente não excluiu o valor do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, de modo que esse valor compõe a base de cálculo dessas contribuições.
Numero da decisão: 3401-002.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Robson José Bayerl - Presidente.
Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, José Luiz Feistauer (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA APRECIAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA Nº 2 DO CARF. O CARF não tem competência para afastar aplicação de lei com base em inconstitucionalidade, como disposto expressamente na Súmula nº 02, in verbis: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. ANÁLISE INFRALEGAL. A legislação vigente não excluiu o valor do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, de modo que esse valor compõe a base de cálculo dessas contribuições.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima. Robson José Bayerl - Presidente. Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, José Luiz Feistauer (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
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SÚMULA Nº 2 DO CARF. O CARF não tem competência para afastar aplicação de lei com base em inconstitucionalidade, como disposto expressamente na Súmula nº 02, in verbis: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária”. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. ANÁLISE INFRALEGAL. A legislação vigente não excluiu o valor do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, de modo que esse valor compõe a base de cálculo dessas contribuições. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima. Robson José Bayerl Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 72 48 80 /2 01 1- 78 Fl. 588DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A 2 Jean Cleuter Simões Mendonça Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, José Luiz Feistauer (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. Relatório Trata o presente processo de dois autos de infração (fls.03 e 24), lavrados em 23/12/2011, pelos quais foram lançados de ofício, o PIS e a COFINS faturamento dos fatos geradores ocorridos entre janeiro de 2007 e dezembro de 2008, em razão da Recorrente ter excluído o ICMS da base de cálculo das duas contribuições. A Autuada apresentou Impugnação (fls.478/512), mas a DRJ em Salvador/BA manteve o lançamento, prolatando acórdão (fls. 532/539) com a seguinte ementa: “BASE DE CÁLCULO. ICMS. INCLUSÃO. O ICMS compõe o preço da mercadoria e faz parte do faturamento, integrando a base de cálculo da Cofins. (...) INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 20/03/2012 (fl.544) interpôs Recurso Voluntário em 17/04/2012 (fls. 546/581), alegando, em resumo, que o ICMS não faz parte da receita e nem do faturamento da empresa, de modo que não está incluído na base de cálculo do PIS e da COFINS. Ao fim, a Recorrente pediu que fosse cancelado o auto de infração e que seja declarado o direito da Recorrente de não recolher o PIS e a COFINS sobre o ICMS, “inclusive em relação aos fatos geradores passados”. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A Processo nº 10510.724880/201178 Acórdão n.º 3401002.751 S3C4T1 Fl. 589 3 Este autos foram apreciados pela primeira vez na sessão de 17/07/2012, ocasião na qual se resolveu sobrestar o julgamento com base no art. 62A, § 2º, do Regimento Interno do CARF. Não obstante, o aludido parágrafo foi revogado pela Portaria MF nº 545, de 18 de novembro de 2013, fazendo que a matéria retornasse para julgamento deste colegiado antes do julgado do STF do Recurso Extraordinário nº 574.706, que trata da mesma matéria. É o Relatório. Voto Conselheiro JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA, Relator O Recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. O cerne da questão cingese à inclusão do ICMS sobre a base de cálculo do PIS e da COFINS. Essa matéria pode ser apreciada sob duas ópticas, uma, a constitucional, na qual se verifica os princípios constitucionais e a semântica constitucional do termo “faturamento”; e a outra óptica é a infraconstitucional, na qual a margem para interpretação é mais estreita, pois permite somente analisar a letra da lei, sem possibilidade de se aprofundar nas questões da Constituição Federal. Quanto à questão Constitucional, o CARF não pode se pronunciar em razão da sua Súmula nº 02, que assim determina: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Desse modo, afastase a possibilidade de análise da questão pelo prisma constitucional. No que concerne à interpretação com base nas normas infralegais, insta esclarecer que a forma de tributação do período lançado consiste no PIS e COFINS faturamento, apoiados, respectivamente, na Lei Complementar nº 7/70 e Lei Complementar nº 70/91, conforme consta enquadramento legal do auto de infração. Quanto ao PIS, a Súmula nº 68 do STJ afasta qualquer dúvida infralegal em relação à inclusão do ICMS na base de cálculo. Senão, vejamos: “A parcela relativa ao ICM incluise na base de calculo do PIS”. Fl. 590DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A 4 No tocante à COFINS, cabe transcrever o art. 2º, da Lei Complementar nº 70/91, in verbis: “Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Parágrafo único. Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição, o valor: a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em separado no documento fiscal; b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título concedidos incondicionalmente”. Notese que o legislador decidiu retirar somente um tributo da base de cálculo da COFINS e ele foi o IPI, não havendo qualquer referência quanto à exclusão do ICMS. Por essa razão, a jurisprudência do STJ se firmou no sentido de impossibilidade de exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS, conforme decisões abaixo: “TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. POSSIBILIDADE. 1. A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do PIS e da COFINS. Incidência das Súmulas 68 e 94 do STJ. Precedentes. 2. O Superior Tribunal de Justiça tem julgado a presente questão sob a ótica infraconstitucional, aplicandose a jurisprudência consubstanciada nas Súmulas 68 e 94/STJ, não havendo, pois, que se falar em usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.” (AgRg no REsp 1413346/PI, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/09/2014, DJe 29/09/2014) “TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. O entendimento do Tribunal de origem não merece censura, pois em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS incidência das Súmulas 68 e 94 e 83 do STJ. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A Processo nº 10510.724880/201178 Acórdão n.º 3401002.751 S3C4T1 Fl. 590 5 Agravo regimental improvido”. (AgRg no AREsp 517.713/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2014, DJe 27/06/2014) “TRIBUTÁRIO. MEDIDA CAUTELAR. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. A jurisprudência desta Corte Superior há muito firmouse no sentido da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS incidência das Súmulas 68 e 94 do STJ. Medida cautelar indeferida. Revogação da liminar concedida”. (MC 21.070/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/05/2014, DJe 28/05/2014) Portanto, analisando somente a questão infralegal, o ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da COFINS. Ex positis, nego provimento ao recurso voluntário interposto. Sala das Sessões, em 15 de outubro de 2014 JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Fl. 592DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000039/2008-11
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/01/2007
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. OBSCURIDADE NO LANÇAMENTO QUANTO A BASE DE CÁLCULO APURADA PELA FISCALIZAÇÃO.O auto de infração deve ser revestido de todas as formalidades legais, bem como contar as informações necessárias para que o contribuinte identifique a matéria tributável bem como a base de cálculo das contribuições previdenciárias sob exigência.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2403-002.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a nulidade por vício material.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1999 a 31/01/2007 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. OBSCURIDADE NO LANÇAMENTO QUANTO A BASE DE CÁLCULO APURADA PELA FISCALIZAÇÃO.O auto de infração deve ser revestido de todas as formalidades legais, bem como contar as informações necessárias para que o contribuinte identifique a matéria tributável bem como a base de cálculo das contribuições previdenciárias sob exigência. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a nulidade por vício material. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto - Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
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NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. OBSCURIDADE NO LANÇAMENTO QUANTO A BASE DE CÁLCULO APURADA PELA FISCALIZAÇÃO.O auto de infração deve ser revestido de todas as formalidades legais, bem como contar as informações necessárias para que o contribuinte identifique a matéria tributável bem como a base de cálculo das contribuições previdenciárias sob exigência. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a nulidade por vício material. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 00 39 /2 00 8- 11 Fl. 222DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 29/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº 1619.899 – 11ª Turma da DRJ/SPOI, fls. 147/164, que julgou totalmente improcedente a impugnação apresentada para manter em parte o crédito tributário consubstanciado no DEBCAD 37.055.4451, que almeja o recolhimento de contribuições previdenciárias parte segurados, empresa, SAT/RAT e Terceiros, referente ao período de 02/1999 a 01/2007, no valor de R$ 41.070,88 (quarenta e um mil, setenta reais e oitenta e oito centavos). A presente autuação se deu por determinação de verificação do cumprimento das obrigações relativas às Contribuições Sociais administradas pela SRP, em nome do INSS, e àquelas relativas a terceiros, tendo a autoridade atuante realizado as seguintes afirmações, conforme Relatório Fiscal, fls. 115/119, in verbis: 4. Ficou constatado que a empresa, em seus lançamentos contábeis, sendo o ultimo Livro Diário visto de No. 13, até fls. 326, competência dezembro/2006, registrado na Jucesp sob No. 30565, em 27/03/2007, totaliza numa mesma conta, bases de cálculo que são fatos geradores de contribuições com outros não incidentes. São exemplos, a saber, na conta “Férias” estão totalizadas férias normais (incidentes) e indenizadas (não incidentes), abono (não incidente), 1/3 férias (que podem ser incidentes em férias gozadas e não incidentes em férias indenizadas). 5. Em outra conta, totalizamse salários, gratificações (genericamente), faltas, descontos (genericamente) e, também, na conta “13º Salário”, estão incluídos o anual (incidente), o proporcional (incidente) e o proporcional indenizado (não incidente). 6. Tal procedimento impede a confirmação das diferenças encontradas confrontand0se as Folhas de Pagamento com as GFIP`s declaradas, as quais foram aqui lançadas, motivo, deste data.o pelo qual foi lavrado o Auto de Infração Cód Fund. 34, deixar a empresa de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, DEBCAD No. 37.035.4486 Em razão dos fatos acima, a fiscalização realizou a divisão do lançamento em dois levantamentos: SGA – FP ADMINISTRAÇÃO NÃO DECLARADO EM GFIP; SGT – FP TEMPORÁRIOS NÃO DECLARADO EM GFIP. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou a autuação fiscal em epígrafe por meio do instrumento de fls. 124/127. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 29/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16095.000039/200811 Acórdão n.º 2403002.797 S2C4T3 Fl. 3 3 DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos do então impugnante, a 11ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em São Paulo, prolatou o acórdão 1619.899, de fls. 147/164, a qual julgou procedente em parte o lançamento realizado, conforme ementa transcrita abaixo: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1999 a 31/01/2007 DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE. STF. Com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n.º 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da Súmula Vinculante n.º 8, publicada no Diário Oficial da União em 20/06/2008, o lapso de tempo de que dispõe a Secretaria da Receita Federal do Brasil para constituir os créditos relativos às contribuições previdenciárias e de Terceiros, mencionadas nos artigos 2º e 3º da Lei n.º 11/457/07, será regido de Código Tributário Nacional (Lei n.º 5.172/66) NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO (NFLD). FORMALIDADES LEGAIS. A Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) encontrase revestida das formalidades legais, tendo sido lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, apresentando, assim, adequada motivação jurídica e fática, bem como os pressupostos de liquidez e certeza, podendo ser exigida nos termos da Lei. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. O Relatório Fiscal e os Anexos da NFLD oferecem as condições necessárias para que o contribuinte conheça o procedimento fiscal e apresente a sua defesa ao lançamento. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DE TERCEIROS. OBRIGAÇÃO DO RECOLHIMENTO. A empresa é obrigada a recolher nos prazos definidos em lei, as contribuições a seu cargo, e as destinadas a Terceiros, incidentes sobre as remunerações pagas devidas ou creditadas a qualquer título, aos segurados empregados a seu serviço. ÔNUS DA PROVA. Cabe aos Contribuinte o ônus da prova dê suas alegações, ao contestar fatos apurados na Contabilidade, nas Folhas de Pagamento, e guias de recolhimento da Previdência Social (GRPS e GPS) de sua própria elaboração. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 29/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 PRODUÇÃO DE PROVAS. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. A apresentação de provas, inclusive provas documentais, no contencioso administrativo, deve ser feita juntamente com a impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento, salvo se fundamentado nas hipóteses do art. 16, §§ 4º e 5º, do Decreto nº 70.235/72. PEDIDO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS A apresentação de provas, inclusive provas documentais, no contencioso administrativo, deve ser feita juntamente com a impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual exceto se atender e demonstrar as hipóteses do art. 16, parágrafos 4º e 5º do Decreto n. 70.235/72. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Considerarseá não formulado o pedido de perícia quando a empresa não apresentar os motivos que a justifique, a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, o nome, endereço e a qualificação profissional de seu perito. Lançamento Procedente em Parte. No referido julgamento, reconheceuse a decadência nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN, excluindose as competências 02/1999 a 08/1999 correspondente ao levantamento SGT. DO RECURSO VOLUNTÁRIO Inconformada, a recorrente, MB MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA LTDA., interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário contestou a autuação fiscal em epígrafe por meio de instrumento de fls. 167/170., requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, utilizandose, para tanto, argumentando que a maior parte dos tributos cobrados foram integralmente pagos, e a realização de perícia contábil. É o relatório. Fl. 225DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 29/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 16095.000039/200811 Acórdão n.º 2403002.797 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme registro de fl.103, o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. PRELIMINARMENTE DA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO POR FALTA DE CLAREZA Analisando o relatório fiscal da autuação, as únicas informações que estão presentes é de que a ficou constatado que a empresa em seus lançamentos contábeis totaliza numa mesma conta, bases de cálculo que são fatos geradores de contribuições com outros não incidentes, citando exemplos. Informa que tal procedimento impediria a confirmação das diferenças encontradas confrontandose as Folhas de Pagamento com as GFIPs declaradas, diferenças das quais teriam sido lançadas, bem como teriam sido motivo de lavratura de auto de infração por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, destaca que foram realizados dois levantamentos: SGA – FP ADMINISTRAÇÃO NÃO DECLARADO EM GFIP e SGT – FP TEMPORÁRIOS NÃO DECLRADOS EM GFIP. A autoridade fiscal em momento algum informa sobre quais pagamentos se tratam aqueles valores, bem como a quais funcionários ou mesmo em que livro específico da contabilidade os valores foram apurados. Ademais, cumpre destacar que a fiscalização em razão do seu poder de investigação e da busca da verdade real, deveria ter intimado o contribuinte a detalhar os lançamentos efetuados nas contas, juntando para tanto documentação de lastro para tanto. Isso não foi feito, tendo o fiscal realizado o lançamento com base nos documentos solicitados no TIPF, sem dar oportunidade de o contribuinte explicitar os fatos ali contidos, o que fere os princípios do contraditório, ampla defesa, do dever de investigação e da busca da verdade real. A fiscalização deveria ter apontado quais os lançamentos que compuseram a base de cálculo e a que título, e não apenas exemplificar o que entendia como passível de incidência de contribuição ou não, uma vez que seu entendimento pode não corresponder com a melhor interpretação da legislação e entendimento da jurisprudência. Nesse sentido, colacionase abaixo precedente desta Segunda Seção de Julgamento, in verbis: Fl. 226DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 29/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 26/12/2007 IDENTIFICAÇÃO DOS FATOS GERADORES OMISSOS NECESSÁRIA CORRESPONDÊNCIA COM A NFLD LAVRADA DURANTE O MESMO PROCEDIMENTO NULIDADE DO PROCEDIMENTO SE ENSEJAR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O auto de infração deve conter todas as informações pertinentes ao amplo exercício do direito de defesa, ou caso, tenha sido lavrado em ato contiguo a emissão da NFLD, tenha no mesmo a indicação de quais documentos possuem correlação, e que os valores lançados no AI de obrigação acessória correspondam exatamente aos lançados na obrigação principal. RELATÓRIO FISCAL DO LANÇAMENTO. ERRO NA DESCRIÇÃO DO FATO GERADOR. VÍCIO MATERIAL. NULIDADE. É nulo, por vício material, o lançamento, cujo Relatório Fiscal descreve erroneamente os fatos geradores e as bases de cálculo que motivaram a lavratura. Recursos de Oficio Negado e Voluntário Não Conhecido. (CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CARF Segunda Seção, MATÉRIA: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA OMISSÃO EM GFIP, ACÓRDÃO: 2401002.869) Diante do exposto, constatada a pobreza de informações necessárias que deveriam ter sido prestadas ao contribuinte para identificação da base de cálculo das contribuições lançadas, temse por presente o cerceamento do direito de defesa com a consequente declaração de nulidade por vício material do presente auto de infração. CONCLUSÃO Do exposto, conheço o Recurso Voluntário para, no mérito, darlhe provimento. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 29/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
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Numero do processo: 23034.001950/2001-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/1996 a 30/06/1997
FNDE. DEDUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS. APLICAÇÃO AO PERÍODO DE OCORRÊNCIA DOS FATOS. LANÇAMENTO. IMPROCEDÊNCIA.
Os requisitos para a manutenção do direito à dedução das despesas com a educação dos empregados e seus dependentes se aplicam aos fatos ocorridos após a sua vigência, sendo improcedente a fundamentação de lançamentos da contribuição ao salário-educação com a nova legislação.
VICIO MATERIAL. NULIDADE.
Quando a descrição do fato não é suficiente para a razoável segurança de sua ocorrência, carente que é de algum elemento material necessário para gerar obrigação tributária, o lançamento se encontra viciado por ser o crédito dele decorrente incerto.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2402-004.452
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário por vício material no lançamento.
Julio Cesar Vieira Gomes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Thiago Taborda Simões. Ausente o Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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DEDUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO. REQUISITOS. APLICAÇÃO AO PERÍODO DE OCORRÊNCIA DOS FATOS. LANÇAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. Os requisitos para a manutenção do direito à dedução das despesas com a educação dos empregados e seus dependentes se aplicam aos fatos ocorridos após a sua vigência, sendo improcedente a fundamentação de lançamentos da contribuição ao salárioeducação com a nova legislação. VICIO MATERIAL. NULIDADE. Quando a descrição do fato não é suficiente para a razoável segurança de sua ocorrência, carente que é de algum elemento material necessário para gerar obrigação tributária, o lançamento se encontra viciado por ser o crédito dele decorrente incerto. Recurso Voluntário Provido AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 00 19 50 /2 00 1- 59 Fl. 142DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário por vício material no lançamento. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Thiago Taborda Simões. Ausente o Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 23034.001950/200159 Acórdão n.º 2402004.452 S2C4T2 Fl. 143 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte o lançamento fiscal realizado pelo FNDE em 15/05/2001 para glosa das deduções indevidas da contribuição ao salárioeducação. Foi excluída do lançamento a competência 06/97 pela comprovação de recolhimento integral da contribuição. Seguem transcrições de trechos da decisão recorrida: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/12/1996 a 30/06/1997 FNDE NRD DEBCAD n.º 49.900.8774 SALÁRIO EDUCAÇÃO. GLOSA. PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE. ÔNUS DA PROVA. A simples alegação contrária a ato da administração, sem carrear aos autos provas documentais, não tem o condão de desconstituir o lançamento. COMPROVAÇÃO DE RECOLHIMENTO DE DEDUÇÕES INDEVIDAS Comprovado o recolhimento das deduções indevidas pela Impugnante, improcedente o lançamento fiscal na competência recolhida. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde alega as seguintes causas de nulidade: a) Em virtude das disposições contidas no artigo 1º do Decreto nº 3.142/99 aplicamse à contribuição social para o salário educação as regras procedimentais do Decreto nº 3.969, de 15/10/2001, que coincide com a necessidade de prévia emissão de mandado do procedimento fiscal; b) A fiscalização fundamentou a exigência fiscal de forma genérica; e c) Prescrição intercorrente; No mérito, alega que: a) realizou todos os recolhimentos e os comprovou nos autos; b) não poderia a decisão recorrida adotar como fundamento disposição legal ainda não vigente à época dos fatos geradores. Não se poderia exigir o Fl. 144DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 cumprimento de requisitos inexistentes a época, já que a Resolução nº 3, de 18/12/2000 não vigia no período de 12/96 a 06/97; É o Relatório. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 23034.001950/200159 Acórdão n.º 2402004.452 S2C4T2 Fl. 144 5 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Das preliminares Quanto ao mandado de procedimento fiscal – MPF, alega que sua ausência torna nulo o lançamento. Acontece que a notificação do débito data de 15/05/2001. Conforme dispõem os artigos 20 e 21 do Decreto nº 3.969, de 15/10/2001, a emissão de MPF somente é exigida para procedimentos fiscais iniciados a partir de 01/01/2002, o que não é o caso do presente processo: Decreto nº 3.969, de 15/10/2001 Art.20.O disposto neste Decreto não se aplica aos procedimentos fiscais iniciados antes de 1o de janeiro de 2002. (Redação dada pelo Decreto nº 4.058, de 18.12.2001) §1o Os procedimento fiscais de que trata este artigo deverão ser concluídos até 31 de dezembro de 2001. §2o Na impossibilidade de cumprimento do disposto no § 1o, os procedimentos fiscais terão continuidade, observadas as normas contidas neste Decreto. Art.21.Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1o de janeiro de 2002 Quanto aos dispositivos legais, constato às fls. 68 que a fiscalização os indicou para que o contribuinte exercesse seu direito constitucional. No mais, a falta de indicação de artigos, parágrafos e incisos da legislação tributária apresentada pela fiscalização por si só não invalida o lançamento quando a descrição dos fatos é suficiente para a compreensão dos fundamentos que suportam a exigência. Quanto à prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal, este CARF já pacificou a jurisprudência através da Súmula nº 11: Súmula nº 11 do CARF: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Assim, rejeito as preliminares argüidas. Superadas as questões preliminares para exame do cumprimento das exigências formais, passo à apreciação do mérito. Do mérito A criação da modalidade “indenização de dependentes” no Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental (SME) decorreu da Emenda Constitucional 14, de Fl. 146DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 12/09/1996. Com ela, revogouse o direito de a empresa deduzir da contribuição devida a aplicação realizada no ensino fundamental de seus empregados e dependentes: Redação original: § 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salárioeducação, recolhida, na forma da lei, pelas empresas, que dela poderão deduzir a aplicação realizada no ensino fundamental de seus empregados e dependentes. (grifos nossos) Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14/1996: § 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salárioeducação, recolhida pelas empresas, na forma da lei. No entanto, por força do artigo §3º do artigo 15 da Lei 9.424, de 24/12/1996, garantiu a continuidade do benefício para os empregados que continuasse seus estudos, vedandose novos ingressos: Art. 15 (...) § 3º Os alunos regularmente atendidos, na data da edição desta Lei, como beneficiários da aplicação realizada pelas empresas contribuintes, no ensino fundamental dos seus empregados e dependentes, à conta de deduções da contribuição social do SalárioEducação, na forma da legislação em vigor, terão, a partir de 1º de janeiro de 1997, o benefício assegurado, respeitadas as condições em que foi concedido, e vedados novos ingressos nos termos do art.212, § 5º, da Constituição Federal. Para esses beneficiários, as deduções das contribuições foram mantidas para o pagamento das despesas de educação na forma de indenização aos segurados. Para comprovar o direito, a empresa passou a se submeter ao cumprimento de novos requisitos, conforme Decreto 3.142, de 16/08/1999: Art. 10. O Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental constituise no programa pelo qual a empresa, contribuinte da contribuição social do salárioeducação, propicia aos seus empregados e dependentes o direito social de obter o ensino fundamental, por intermédio das seguintes modalidades: I aquisição de vagas na rede de ensino particular destinadas a empregados e dependentes, indicados pela empresa, até o limite de vagas geradas por sua contribuição; II escola própria gratuita mantida pela empresa para os seus empregados, dependentes e alunos da comunidade; III indenização de dependentes, mediante comprovação semestral de freqüência e pagamento das mensalidades em estabelecimentos particulares. Antes dele, já vigoravam alguns requisitos para que a empresa se utilizasse de recursos do FNDE para custear despesas com a educação dos empregados: DECRETO Nº 88.374 DE 7 DE JUNHO DE 1983 Fl. 147DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 23034.001950/200159 Acórdão n.º 2402004.452 S2C4T2 Fl. 145 7 Art. 9º As empresas poderão deixar de recolher a contribuição do SalárioEducação ao Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social quando optarem pela manutenção do ensino de 1º grau, quer regular, quer supletivo, através de: a) escola própria gratuita para os seus empregados ou para os filhos destes, e, havendo vaga, para quaisquer crianças, adolescentes e adultos; b) programa de bolsas tendo em vista a aquisição de vagas na rede de ensino particular de 1º grau para seus empregados e os filhos destes, recolhendo, para esse efeito, no FNDE, a importância correspondente ao valor mensal devido a título de SalárioEducação. c) indenização das despesas realizadas pelo próprio empregado com sua educação de 1º grau, pela via supletiva, fixada nos limites estabelecidos no § 1º do art. 10 deste Decreto, e comprovada por meio de apresentação do respectivo certificado; d) indenização para os filhos de seus empregados, entre sete e quatorze anos, mediante comprovação de freqüência em estabelecimentos pagos, fixada nos mesmos limites da alínea anterior; e) esquema misto, usando combinações das alternativas anteriores. § 1º As operações concernentes à receita e à despesa com o recolhimento do SalárioEducação e com a manutenção direta ou indireta do ensino, previstas no artigo 3º e neste artigo, deverão ser lançadas sob o título “SalárioEducação”, na escrituração tanto da empresa quanto da escola, ficando sujeitas à fiscalização, nos termos do art. 3º deste Decreto e demais normas aplicáveis. Art. 10. São condições para a opção a que se refere o artigo anterior: I responsabilidade integral, pela empresa, das despesas com a manutenção do ensino, direta ou indiretamente; II equivalência dessas despesas ao total da contribuição correspondente ao SalárioEducação respectivo; III prefixação de vagas em número equivalente ao quociente da divisão da importância correspondente a 2,5% (dois e meio por cento) da folha mensal do salário de contribuição pelo preço da vaga de ensino de 1º grau a ser fixado anualmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Como se vê, os requisitos para justificar a manutenção do benefício após a EC nº 14, de 12/09/1996 não são os mesmos que existiam anteriormente quando vigorava o direito às deduções. À época não se exigia, por exemplo, a comprovação da freqüência escolar. Fl. 148DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Portanto, as razões que fundamentaram a exigência não se aplicam ao período de 12/96 a 06/97. Acrescentase que o equívoco na indicação dos dispositivos legais poderia ser suprido pela descrição dos fatos que possibilitasse a compreensão dos fundamentos que sustentaram o lançamento; contudo, verifico que o relatório da notificação traz motivação insuficiente para o exercício do direito de defesa, o que configura um vício material do lançamento: O erro deve estar, na sua maioria, na ausência da indicação de alunos indenizados, que deveria ser informada semestralmente através de arquivo resultante do programa RAI, fornecido por este FNDE. Caso os arquivos semestrais já tenham sido encaminhados mas não haja lançamento ou exista diferença de alunos, significa que houve rejeição dos arquivos ou de registros por alguma inconsistência, para evitar incorrer no mesmo erro estamos encaminhando, também em anexo, a "Relação de Alunos Não Admitidos". ... O débito em questão, apontado pela APURAÇÃO DE DEDUÇÕES de acordo com Relatórios e Demonstrativos apensados, decorre de irregularidades verificadas nos recolhimentos referentes ao SalárioEducação consoante disposto na legislação em vigor: DecretoLei nº 1.422/75, Decreto nº 87.043/82, Decreto nº 88.374/83, Lei nº 9.424/96, Lei nº 9.766/98 e demais instruções aplicáveis. Vício material Quanto à natureza do vício insanável, no Código Tributário Nacional há regra expressa de decadência quando da reconstituição de lançamento declarado nulo por vício formal. Daí a relevância e finalidade da qualificação dos vícios que sejam identificados nos processos administrativos fiscais: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: ... II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Ou seja, somente reinicia o prazo decadencial quando a anulação do lançamento anterior decorreu da existência de vício formal; do que me leva a crer que não há reinício do prazo quando a anulação se dá por outras causas, pois a regra geral é a ininterrupção, conforme artigo 207 do Código Civil. Portanto, para a finalidade deste trabalho, é mais razoável que se identifique o conceito de vício formal, e assim por exclusão se Fl. 149DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 23034.001950/200159 Acórdão n.º 2402004.452 S2C4T2 Fl. 146 9 reconhecer que a regra especial trazida pelo CTN não alcança os demais casos, do que procurar dissecálos, um por um, ou mesmo conceituar o que se entenda por vício material. Código Civil: Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. Ainda que o Código Civil estabeleça efeitos para os vícios formais dos negócios jurídicos, artigo 166, quando se tratam de atos administrativos, como o lançamento tributário por exemplo, é no Direito Administrativo que encontramos as regras especiais de validade dos atos praticados pela Administração Pública: competência, motivo, conteúdo, forma e finalidade. É formal o vício que contamina o ato administrativo em seu elemento “forma”; por toda a doutrina, cito a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. 1 Segundo seu magistério, o elemento “forma” comporta duas concepções: uma restrita, que considera forma como a exteriorização do ato administrativo (por exemplo: autodeinfração) e outra ampla, que inclui todas as demais formalidades (por exemplo: precedido de MPF, ciência obrigatória do sujeito passivo, oportunidade de impugnação no prazo legal etc), isto é, esta última confundese com o conceito de procedimento, prática de atos consecutivos visando a consecução de determinado resultado final. Portanto, qualquer que seja a concepção, “forma” não se confunde com o “conteúdo” material ou objeto. É um requisito de validade através do qual o ato administrativo, praticado porque o motivo que o deflagra ocorreu, é exteriorizado para a realização da finalidade determinada pela lei. E quando se diz “exteriorização” devemos concebêla como a materialização de um ato de vontade através de determinado instrumento. Daí temos que conteúdo e forma não se confundem: um mesmo conteúdo pode ser veiculado através de vários instrumentos, mas somente será válido nas relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados aquele prescrito em lei. Sem se estender muito, nas relações de direito público a forma confere segurança ao administrado contra investidas arbitrárias da Administração. Os efeitos dos atos administrativos impositivos ou de império são quase sempre gravosos para os administrados, daí a exigência legal de formalidades ou ritos. No caso do ato administrativo de lançamento, o autodeinfração com todos os seus relatórios e elementos extrínsecos é o instrumento de constituição do crédito tributário. E a sua lavratura se dá em razão da ocorrência do fato descrito pela regramatriz como gerador de obrigação tributária. Esse fato gerador, pertencente ao mundo fenomênico, constitui, mais do que sua validade, o núcleo de existência do lançamento. Quando a descrição do fato não é suficiente para a certeza de sua ocorrência, carente que é de algum elemento material necessário para gerar obrigação tributária, o lançamento se encontra viciado por ser o crédito dele decorrente duvidoso. É o que a jurisprudência deste Conselho denomina de vício material: “[...]RECURSO EX OFFICIO – NULIDADE DO LANÇAMENTO – VÍCIO FORMAL. A verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação, a determinação da matéria tributável, o cálculo do montante do tributo devido e a identificação do sujeito passivo, definidos no artigo 142 do 1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella: Direito Administrativo, São Paulo: Editora Atlas, 11ª edição, páginas 187 a 192. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 Código Tributário Nacional – CTN, são elementos fundamentais, intrínsecos, do lançamento, sem cuja delimitação precisa não se pode admitir a existência da obrigação tributária em concreto. O levantamento e observância desses elementos básicos antecedem e são preparatórios à sua formalização, a qual se dá no momento seguinte, mediante a lavratura do auto de infração, seguida da notificação ao sujeito passivo, quando, aí sim, deverão estar presentes os seus requisitos formais, extrínsecos, como, por exemplo, a assinatura do autuante, com a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula; a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado, com a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.[...]” (7ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes – Recurso nº 129.310, Sessão de 09/07/2002) Por sua vez, o vício material do lançamento ocorre quando a autoridade lançadora não demonstra/descreve de forma clara e precisa os fatos/motivos que a levaram a lavrar a notificação fiscal e/ou auto de infração. Diz respeito ao conteúdo do ato administrativo, pressupostos intrínsecos do lançamento. E ainda se procurou ao longo do tempo um critério objetivo para o que venha a ser vício material. Daí, conforme recente acórdão, restará configurado o vício quando há equívocos na construção do lançamento, artigo 142 do CTN: O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura do auto, ou seja, da maneira de sua realização... (Acórdão n° 19200.015 IRPF, de 14/10/2008 da Segunda Turma Especial do Primeiro Conselho de Contribuintes) Abstraindose da denominação que se possa atribuir à falta de descrição clara e precisa dos fatos geradores, o que não parece razoável é agrupar sob uma mesma denominação, vício formal, situações completamente distintas: dúvida quanto à própria ocorrência do fato gerador (vício material) junto com equívocos e omissões na qualificação do autuado, do dispositivo legal, da data e horário da lavratura, apenas para citar alguns, que embora possam dificultar a defesa não prejudicam a certeza de que o fato gerador ocorreu (vício formal). Nesse sentido: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE VÍCIO FORMAL LANÇAMENTO FISCAL COM ALEGADO ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO – INEXISTÊNCIA – Os vícios formais são aqueles que não interferem no litígio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja ausência não impede a compreensão dos fatos que baseiam as infrações imputadas. Circunscrevemse a exigências legais para garantia da integridade do lançamento como ato de ofício, mas não pertencem ao seu conteúdo material. O suposto erro na identificação do sujeito passivo caracteriza vício substancial, uma nulidade absoluta, não permitindo a contagem do prazo especial para decadência previsto no art. 173, II, do CTN. (Acórdão n° 10808.174 IRPJ, Fl. 151DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 23034.001950/200159 Acórdão n.º 2402004.452 S2C4T2 Fl. 147 11 de 23/02/2005 da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes). Ambos, desde que comprovado o prejuízo à defesa, implicam nulidade do lançamento, mas é justamente essa diferença acima que justifica a possibilidade de lançamento substitutivo apenas quando o vício é formal. O rigor da forma como requisito de validade gera um cem número de lançamentos anulados. Em função desse prejuízo para o interesse público é que se inseriu no Códex Tributário a regra de interrupção da decadência para a realização de lançamento substitutivo do anterior, anulado por simples vício na formalização. De fato, forma não pode ter a mesma relevância da matéria que dela se utiliza como veículo. Ainda que anulado o ato por vício formal, podese assegurar que o fato gerador da obrigação existiu e continua existindo, diferentemente da nulidade por vício material. Caso não houvesse a interrupção da decadência, o Estado estaria impedido de refazer o ato através da forma válida. Não se duvida da forma como instrumento de proteção do particular, mas nem por isso ela se situa no mesmo plano de relevância do conteúdo. Temos aí um conflito: segurança jurídica x interesse público. O primeiro inspira o rigor formal do ato administrativo, um de seus requisitos de validade; o segundo, defende a atividade estatal de obtenção de recursos para financiamento das realizações públicas. No presente caso, o vício está na própria verificação e demonstração da ocorrência do fato gerador da obrigação, o que pertence ao núcleo material da autuação. Em razão do exposto, voto pelo provimento ao recurso voluntário para declarar a nulidade do lançamento por vício material. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 152DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 26/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 11065.721207/2013-14
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012
EXCLUSÃO DO SIMPLES.
Com a exclusão do SIMPLES a contribuinte se sujeita às normas tributárias aplicáveis às demais pessoas, sendo imperioso o lançamento tributário em honra ao princípio da legalidade, uma vez a constituição do crédito é procedimento vinculado à lei.
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos termos de sua Súmula 02, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
TAXA SELIC. LEGALIDADE.
Os juros morato´rios incidentes sobre de´bitos tributa´rios administrados pela Secretaria da Receita Federal sa~o devidos, no peri´odo de inadimple^ncia, a` taxa referencial do Sistema Especial de Liquidac¸a~o e Custo´dia SELIC para ti´tulos federais, nos termos da Súmula 04 do CARF.
SIMPLES. RECOLHIMENTO APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE.
Aplicação da Súmula 76 do CARF: Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observando-se os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2803-003.905
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, para que os valores referentes a CPP - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL, eventualmente recolhidos pela contribuinte na sistemática do Simples no período autuado sejam devidamente abatidas para a aferição do montante efetivamente devido pela contribuinte, desde que não tenham sido já utilizados.
(assinatura digital)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente
(assinatura digital)
Ricardo Magaldi Messetti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Ricardo Magaldi Messetti, Fábio Pallaretti Calcini, Oseas Coimbra Junior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira.
Nome do relator: RICARDO MAGALDI MESSETTI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012 EXCLUSÃO DO SIMPLES. Com a exclusão do SIMPLES a contribuinte se sujeita às normas tributárias aplicáveis às demais pessoas, sendo imperioso o lançamento tributário em honra ao princípio da legalidade, uma vez a constituição do crédito é procedimento vinculado à lei. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos de sua Súmula 02, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. TAXA SELIC. LEGALIDADE. Os juros morato´rios incidentes sobre de´bitos tributa´rios administrados pela Secretaria da Receita Federal sa~o devidos, no peri´odo de inadimple^ncia, a` taxa referencial do Sistema Especial de Liquidac¸a~o e Custo´dia SELIC para ti´tulos federais, nos termos da Súmula 04 do CARF. SIMPLES. RECOLHIMENTO APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. Aplicação da Súmula 76 do CARF: Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observando-se os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte
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Com a exclusão do SIMPLES a contribuinte se sujeita às normas tributárias aplicáveis às demais pessoas, sendo imperioso o lançamento tributário em honra ao princípio da legalidade, uma vez a constituição do crédito é procedimento vinculado à lei. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos de sua Súmula 02, o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. TAXA SELIC. LEGALIDADE. Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimple ncia, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidac ão e Custódia SELIC para títulos federais, nos termos da Súmula 04 do CARF. SIMPLES. RECOLHIMENTO APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. Aplicação da Súmula 76 do CARF: Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observandose os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 12 07 /2 01 3- 14 Fl. 393DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, para que os valores referentes a CPP CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL, eventualmente recolhidos pela contribuinte na sistemática do Simples no período autuado sejam devidamente abatidas para a aferição do montante efetivamente devido pela contribuinte, desde que não tenham sido já utilizados. (assinatura digital) Helton Carlos Praia de Lima Presidente (assinatura digital) Ricardo Magaldi Messetti Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Ricardo Magaldi Messetti, Fábio Pallaretti Calcini, Oseas Coimbra Junior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA Processo nº 11065.721207/201314 Acórdão n.º 2803003.905 S2TE03 Fl. 394 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa KMS Transportes Eireli EPP, em face da decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) que julgou improcedente a impugnação apresentada e manteve o crédito Tributário. Contra a contribuinte foram lavrados autos de infração de obrigações principais assim descritos: a) Debcad nº 51.035.6710, referente às contribuições previdenciárias – parte da empresa e para o financiamento do benefício concedido em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – RAT; b) Debcad nº 51.035.6729, referente a contribuições a outras entidades e fundos – terceiros , quais sejam, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – SEST/SENAT e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Consta no relatório fiscal (fls. 31/34) que o contribuinte foi excluído do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional a partir de 01/01/2011, por meio do Ato Declaratório Executivo – ADE nº 434725, de 01/09/2010, mas continuou a informar as Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social – GFIPs no período objeto dos AIOPs utilizando o código. Optante pelo Simples, sendo que tal procedimento resultou em que as remunerações dos segurados empregados e contribuintes individuais a seu serviço, constantes em sua folha de pagamento, não fossem computadas como base de cálculo para as contribuições previdenciárias parte patronal, RAT, bem como para as contribuições a terceiros. Registra, ainda, o relatório fiscal, que a empresa ajuizou a ação ordinária nº 5000417 46.2011.404.7108, com pedido de tutela antecipada, em 01/02/2011, pretendendo ver incluídos em parcelamento ordinário os débitos com o Simples Nacional, bem como sua manutenção nesse regime simplificado de tributação e a declaração de nulidade do ADE. Em 16/06/2011 sobreveio a sentença julgando os pedidos improcedentes e o contribuinte recorreu com apelação, estando, quando da lavratura dos AIOPS, o processo com Recurso Especial ao STJ, não havendo decisão favorável ou definitiva que lhe permitisse continuar enquadrandose como optante pelo Simples Nacional. Informa o relatório fiscal que foi aplicada multa qualificada de 150% devido ao fato do contribuinte não oferecer as contribuições à tributação através de sua não declaração em GFIP, incorrendo a autuada nas condutas que configuram o descrito no art. 71 da Lei nº 4.502/64, pois foram atos dolosos tendentes a impedir o conhecimento do fato gerador da obrigação tributária de modo a reduzir o montante das contribuições previdenciárias e a terceiros por ela devidas. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA 4 Após devidamente intimando do lançamento em 24.03.2013, o contribuinte apresentou impugnação tempestiva às fls.109/114 e 213/219, alegando: a) que somente deixou de incluir na base de cálculo das contribuic ões as remunerac ões dos segurados empregados e contribuintes individuais por considerar ilegal o ato de sua exclusão do Simples, tendo em vista a questão encontrarse sub judice, não havendo tra nsito em julgado da mateŕia discutida na demanda judicial (processo no 5000417 46.2011.404.7108), que se encontra em grau de recurso, estando, portanto, autorizada a promover o recolhimento de impostos e contribuic ões na forma estabelecida por aquele regime simplificado de tributac ão, naõ havendo qualquer valor devido a tal título e, consequentemente, de multa e juros; b) que os valores estabelecidos a título de multa estaõ fora da razoabilidade e muito superiores ao que seria devido por conta de tal infrac ão; c) a ilegalidade da utilização da taxa Selic. Contudo, a DRJ não acolheu as ponderações da recorrente, mantendo na íntegra o crédito lançado, em acórdão assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012 EXCLUSÃO DO SIMPLES. LANÇAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS DECORRENTES. A exclusão da empresa do Simples implica no retorno ao pagamento mensal normal de impostos e contribuições, incluindo contribuições à Seguridade Social a cargo da pessoa jurídica. PROCESSO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES NACIONAL. LANÇAMENTO FISCAL. COEXISTÊNCIA. O processo correspondente ao lançamento fiscal motivado pela exclusão do contribuinte do Simples Nacional não se confunde com o processo que trata da procedência da exclusão, uma vez que aquele objetiva prevenir a decadência, além de constituir obrigação funcional da autoridade notificante. INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DE LEI OU ATO NORMATIVO. ARGUIÇÃO. A instância administrativa é incompetente para se manifestar sobre inconstitucionalidade ou ilegalidade de lei ou ato normativo. SELIC. LEGALIDADE. É legítima a aplicação da SELIC para fixação dos acréscimos incidentes sobre o crédito previdenciário lançado pela fiscalização. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. ASPECTO QUANTITATIVO. LANÇAMENTO INCONTROVERSO. Fl. 396DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA Processo nº 11065.721207/201314 Acórdão n.º 2803003.905 S2TE03 Fl. 395 5 Consolidase administrativamente a matéria não impugnada, assim entendida aquela que não tenha sido expressamente contestada pela impugnante, notadamente quanto ao seu aspecto quantitativo e material, vale dizer, o montante da remuneração paga aos segurados. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário (fls.365/370), reiterando as alegações trazidas em sede de impugnação. Sem contrarrazões fiscais, os autos foram encaminhados à apreciação e julgamento por este conselho, sendo a mim sorteada a relatoria. É o relatório. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA 6 Voto Conselheiro Ricardo Magaldi Messetti Da Admissibilidade O recurso é tempestivo e presentes se encontram os demais requisitos para a sua admissibilidade, razão pela qual passo a examinálo. Da Exclusão do Simples A empresa foi excluída do Simples Nacional por meio do Ato Declaratório Executivo DRF/DIV ADE no. 4256685, de 01/09/2010 (a partir de 01/01/2011) e do ADE DRF/DIV no. 13 (a partir de 01/03/2008), por “possuir débitos deste Regime Especial, com exigibilidade não suspensa, conforme disposto no inciso V do art. 17 da Lei Complementar no. 123, de 14 de dezembro de 2006, e na alínea “d” do inciso II do art. 3o., combinada com o inciso I do art. 5o., ambos da Resolução CGSN no. 15, de 23 de julho de 2007. A recorrente, por sua vez, alega que nem a legislação do Simples Federal (Lei nº. 9.317/96) nem a do Simples Nacional (Lei Complementar nº. 123/2006) tratam dessa possibilidade de maneira explícita e refuta a sua exclusão do programa, bem como que teria o direito adquirido de permanecer sob a égide daquele sistema. A contribuinte foi excluída no Simples Nacional por meio do Ato Declaratório Executivo, sendo que não se vislumbra a necessidade de apreciação do presente feito com o Processo 10665.720.345/201346, sem, contudo, trazer aos autos qualquer demonstração da necessidade de conexão. Ora, a conexão somente se deve operar quando há a necessidade de decisão uniforme, evitando, por consectário, julgamentos conflitantes. Com efeito, diante do quadro fático que se apresenta, entendo que o lançamento tributário é medida que se impõe. A autoridade fazendária representa a administração pública, que deve pautarse pelo princípio da legalidade, insculpido no art. 37 da Constituição Federal. Assim sendo, patente a realização do fato gerador, incide o tributo, devendo o Fisco proceder o lançamento, uma vez que se encontra subordinado, de forma completa, à lei. Destarte, como preleciona o art. 142 do Código Tributário Nacional, o lançamento possui natureza vinculada, o que significa que não cabe a autoridade Fazendária a escolha, sendo ele definido em lei. A legislação é clara no sentido que com a exclusão do Simples, a contribuinte se sujeita às normas tributárias aplicáveis às demais pessoas. Observo ainda que, em momento algum o recorrente impugnou a constituição do lançamento, limitandose a rechaçar a sua exclusão do Simples. Diante no exposto, neste ponto, não acolho a tese trazida pela recorrente. Da Arguição de Inconstitucionalidade A recorrente aduz em suas razões que sua exclusão no Simples é miguada de constitucionalidade, suscitando, em seu entendimento, a inconstitucionalidade do art. 17, XII, da Lei Complementar 123/2006. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA Processo nº 11065.721207/201314 Acórdão n.º 2803003.905 S2TE03 Fl. 396 7 Ocorre que, como é cediço, este Conselho Administrativo não pode enfrentar as questões constitucionais suscitadas pelos contribuintes. Ora, a declaração de inconstitucionalidade de normas vigentes, é procedimento de competência exclusiva do Poder Judiciário. Os Conselhos Administrativos, ainda que sejam órgãos de julgamento estão subordinados ao controle de legalidade exercido pelo Ministro da Fazenda; portanto, não gozam de autonomia para a declaração de inconstitucionalidade de norma. Além do que, toda norma, ao ser introduzida no ordenamento jurídico, passa por testes de constitucionalidade preventivo no processo legislativo. Quer dizer que, antes de entrar no ordenamento, a lei passa por 07 (sete) provas de constitucionalidade: Comissão de Constituição e Justiça da Casa Legislativa, Câmara Temática, Plenário, caso aprovado, o projeto vai para exame da Casa Legislativa revisora, que percorrerá pela Comissão de Constituição e Justiça daquela Casa, pela Câmara Temática e pelo plenário. Depois, conseguida a maioria simples ou absoluta, dependendo da natureza ordinária ou complementar da futura legislação, o projeto vai à apreciação do Presidente da República que, consoante os termos do artigo 66, §1º, da Constituição Federal, poderá vetálo por contrariedade ao interesse público ou por inconstitucionalidade. E, se sancionado, carrega consigo a presunção de constitucionalidade. Ora, se a presunção é outorgada pela sanção do Chefe do Poder Executivo, não poderá um tribunal administrativo, que é um órgão do Poder Executivo, afastála ou mitigála. Afinal, a declaração de inconstitucionalidade de lei é atribuição exclusiva do Poder Judiciário, conforme previsto nos artigos 97 e 102, I, "a" e III, "b" da Constituição Federal, logo, no âmbito administrativo fica vedado aos órgãos julgadores afastar a aplicação, em virtude de inconstitucionalidade, de lei em vigor. Há exceção somente quando determinada lei for declarada inconstitucional por controle direto de constitucionalidade, quando então irão viger os efeitos vinculantes da decisão proferida. Ademais, este Conselho Administrativo já se posicionou sobre a impossibilidade dos Tribunais Administrativos se posicionarem sobre a inconstitucionalidade da norma, editando a Súmula 02, in verbis: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim sendo, entendo ser correto o posicionamento adotado pelos tribunais administrativos, no sentido de não apreciarem declarações de inconstitucionalidades de leis, salvo no caso de decisão de mérito proferida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade, em virtude dos efeitos vinculantes gerados, deixando, assim, de apreciar as alegações da recorrente nestes termos. Da Taxa Selic A Recorrente alega a inconstitucionalidade da aplicac ão da SELIC. Pretende o reconhecimento neste sentido. O Código Tributário Nacional, em seu art. 161, preve expressamente a possibilidade de lei fixar juros diversos do quanto por ele previsto: Fl. 399DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA 8 Art. 161. O cred́ito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposic ão das penalidades cabíveis e da aplicac ão de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1o Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao me s. Em complemento, a Lei n° 8.212/91, em seu art. 89, § 4°, preve : “Art. 89. As contribuic ões sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuic ões instituídas a título de substituic ão e as contribuic ões devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condic ões estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (...) § 4° O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicac ão da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidac ão e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do me s subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido ate ́ o me s anterior ao da compensac ão ou restituic ão e de 1% (um por cento) relativamente ao me s em que estiver sendo efetuada.” Este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já pacificou entendimento, inclusive mediante Súmula, a respeito da aplicac aõ da SELIC para aplicac ão de juros nos casos referentes às contribuic ões previdenciárias: “Súmula CARF no 4: A partir de 1o. de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimple ncia, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidac ão e Custódia SELIC para títulos federais.” Ademais, não cabe a este Conselho discutir quanto ao caráter remuneratório da Taxa SELIC, pois a Administrac ão Pública é regida pelo Princípio da Legalidade e, sendo assim, deve respeito as̀ normas vigentes. Destarte, patente o indeferimento do recurso da contribuinte neste tópico. Da Compensação De ofício faço a aplicação da Súmula 76 do CARF, para que os valores eventualmente recolhidos pela contribuinte na sistemática do Simples no período autuado sejam devidamente abatidas para a aferição do montante efetivamente devido pela contribuinte. Súmula CARF nº 76: Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observandose os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada. Conclusão Fl. 400DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA Processo nº 11065.721207/201314 Acórdão n.º 2803003.905 S2TE03 Fl. 397 9 Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário para, no mérito, darlhe parcial provimento, para que os valores referentes a CPP CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL, eventualmente recolhidos pela contribuinte na sistemática do Simples no período autuado sejam devidamente abatidas para a aferição do montante efetivamente devido pela contribuinte, desde que não tenham sido já utilizados. (assinado digitalmente) Ricardo Magaldi Messetti Relator Fl. 401DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/12/ 2014 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA
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Numero do processo: 10930.002290/2008-44
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006,2007,2008
DIREITO A RESTITUIÇÃO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Havendo prova suficiente nos autos para comprovar o direito à restituição, devem os mesmos serem recebidos como prova do alegado em homenagem ao princípio da verdade material.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2801-003.805
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para deferir a restituição do imposto de renda retido pela fonte pagadora FUNBEP, que foi convertido em renda da União, relativamente ao período de abril/2006 a julho/2008, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin Presidente
Assinado digitalmente
José Valdemir da Silva Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: JOSE VALDEMIR DA SILVA
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LIQUIDEZ E CERTEZA. Havendo prova suficiente nos autos para comprovar o direito à restituição, devem os mesmos serem recebidos como prova do alegado em homenagem ao princípio da verdade material. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para deferir a restituição do imposto de renda retido pela fonte pagadora FUNBEP, que foi convertido em renda da União, relativamente ao período de abril/2006 a julho/2008, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente Assinado digitalmente José Valdemir da Silva – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araujo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 00 22 90 /2 00 8- 44 Fl. 144DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/20 14 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10930.002290/200844 Acórdão n.º 2801003.805 S2TE01 Fl. 145 2 Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 6a.Turma da DRJ/CTA. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: 1. Trata o processo de manifestação de inconformidade quanto ao Despacho Decisório de fls. 76/77, da Delegacia da Receita Federal em Londrina/PR. Que deferiu parcialmente o pedido de restituição de fls. 01. 2. Cientificado em 20/10/2009 (fls. 105/106), o contribuinte apresentou, em 27/10/2009 (fl. 107), a manifestação de inconformidade de fls. 107, acompanhada dos documentos de fls. 108/120. alegando que o indeferimento parcial do pedido de restituição pautouse em informação equivocada, ou seja. o recebimento em ação judicial dos valores do imposto de renda retido na fonte (IRRF) pela fonte pagadora FUNBEP nos Exercícios de 2007 e 2008. 3. Em 16/11/2009 (fl. 122), o interessado solicita ajuntada do documento de fls. 123 para a restituição do imposto relativo ao período de 2003 a 2006. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente,conforme acórdão de ( fls.134/136numeração digital), assim ementado a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA Física IRPF Exercício: 2007, 2008 RESTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LIQUIDEZ F CERTEZA DO CRÉDITO Os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública somente serão passiveis de restituição quando revestidos de liquidez e certeza. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Cientificado da decisão de 1a instância em 26.03.2010(fl.138numeração digital), o contribuinte apresentou recurso em 15.04.2010(fls.139numeração digital). Em sua defesa sustenta os argumentos da Manifestação de Inconformidade e juntou a Certidão Narrativa fornecida pela Justiça Federal de londrina(fl.140) a teor da transcrição:. EXECUÇÃO DE SENTENÇA CONTRA FAZENDA PÚBLICA N° 2004.70.01.0010149/PR CERTIDÃO NARRATÓRIA Fl. 145DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/20 14 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10930.002290/200844 Acórdão n.º 2801003.805 S2TE01 Fl. 146 3 CERTIFICO, a pedido da parte interessada, que tramitou perante o Juizo da 3a Vara Federal de Londrina a Execução de Sentença contra Fazenda Pública n° 200470010010149, originalmente autuada como ação ordinária, em 16/01/2004, proposta por Isaac Vieira da Silva em face de Unido Fazenda Nacional, na qual. em cumprimento à decisão que deferiu a antecipação da tutela afim de determinar o depósito judicial dos "valores que seriam recolhidos pela entidade de previdência complementar, no que se refere à isenção tributária incidente sobre os benefícios, que havia ante da Lei 9.250/95, respeitada a anterioridade..." a FUNBEP efetuou depósitos no período de 01/03/2004 a 10/07/2008, na conta n° 1271.635.150817, vinculada aos autos epigrafados, sendo que em 22/10/2009 a soma dos depósitos totalizava R$ 18.884,66, sem atualização. Esse valor foi integralmente convertido em renda da União em 29 de outubro de 2009. Para constar, eu ( ) Kawana Veiga Silva, Servidora da Secretaria, extrai esta certidão em 12 de abril de 2010, a qual vai assinada por Enio Butzke, Diretor de Secretaria da 3a Vara Federal de Londrina, Seção Judiciária do Paraná. É o Relatório Voto Conselheiro José Valdemir da Silva, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. A controvérsia cingese no pedido de restituição de imposto de renda retido na fonte, tendo em vista ser portador de Moléstia Grave. O Recorrente alega que os valores depositado em Juízo retido sobre proventos de aposentadoria do período de 2006/2008 foram convertidos em renda da União conforme atesta a Certidão Narrativa fornecida pela Justiça Federal de Londrina. Na peça recursal o contribuinte pleiteia a restituição do período de abril/2006 a Julho/2008, que o despacho determinou a conversão cm renda da União dos valores depositados em juízo pela entidade de previdência complementar Compulsando os autos, às (fls.126) consta o despacho/decisão da lavra do MM Juiz Federal com o seguinte teor: EXECUÇÃO DE SENTENÇA CONTRA FAZENDA PÚBLICA N" 2004.70.01.0010149/PR EXEQUENTE : ISAAC VIEIRA DA SILVA ADVOGADO : LEANDRO ISAIAS C. DE ALMEIDA JOSE CUNHA GARCIA Fl. 146DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/20 14 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10930.002290/200844 Acórdão n.º 2801003.805 S2TE01 Fl. 147 4 EXECUTADO : UNIÃO FAZENDA NACIONAL DESPACHO/DECISÃO 1. Considerando que a restituição do imposto de renda dos valores reconhecidos nesta ação foi realizada por meio de requisição de pagamento, conforme se verifica As fls. 317 e 320, determino que os valores depositados na conta IV 1271.635.150817 A disposição deste Juízo sejam imediatamente convertidos em pagamento definitivo da União. Para tanto, expeçase oficio ao PA13/CEF. 2. Após, dese vista A União, com urgência, para tomar ciência da conversão em pagamento definitivo dos depósitos realizados pelo FUNBEP no período de março/2004 a agosto/2008, relativos ao imposto de renda incidente sobre a complementação de aposentadoria de Isaac Vieira cia Silva. 3. Após, nada mais sendo requerido, arquivemse os autos com baixa na distribuição (artigo 9 0, parágrafo único, da Resolução IV 23/08, do Conselho de Justiça Federal). Londrina, 22 de outubro DÉCIO JOSÉ DA SILVA Juiz Federal Percebese da certidão narrativa de fls.128 que os valores restituídos ao Contribuinte através de precatório importam em R$ R$ 9.861,61 (nove mil oitocentos e sessenta c um reais e sessenta e um centavos) referemse ao período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Portanto, entendo ser devido a restituição pleiteia pelo Contribuinte referente ao período de abril/2006 a Julho/2008, tendo em vista ser portador de moléstia grave. Ante o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para deferir a restituição do imposto de renda retido pela fonte pagadora FUNBEP, que foi convertido em renda da União, relativamente ao período de abril/2006 a julho/2008. Assinado digitalmente José Valdemir da Silva Fl. 147DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/20 14 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10930.002290/200844 Acórdão n.º 2801003.805 S2TE01 Fl. 148 5 Fl. 148DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/11/20 14 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/11/2014 por JOSE VALDEMIR DA SILVA
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