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Numero do processo: 11610.002615/2003-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 14/02/2003
COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS COM CRÉDITOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS MEDIANTE CESSÃO. IMPEDIMENTO LEGAL
A Lei 10.637, de 2002, que alterou a redação do art. 74 da Lei 9.430, de 1996, impede a compensação de débitos com créditos de terceiros, alcançando o pedido apresentado neste processo, protocolado após sua vigência. Tampouco dispõe o contribuinte de medida judicial que ampare a compensação pleiteada neste processo.
Recurso Negado.
Numero da decisão: 3401-002.215
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, em afastar a nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Fernando Cleto Marques Duarte (relator), Jean Cleuter Simões Mendonça e Angela Sartori, que davam provimento. Designada a Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios para redigir o voto vencedor
assinado digitalmente
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
assinado digitalmente
FERNANDO DUARTE MARQUES CLETO DUARTE Relator.
assinado digitalmente
MÔNICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS - Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Mônica Monteiro Garcia de los Rios (suplente).
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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COMPETÊNCIA PARA APRECIAR PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. Nos termos das instruções normativas vigentes, a competência para apreciar declaração de compensação é da unidade local da Receita Federal que tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do contribuinte. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 14/02/2003 COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS COM CRÉDITOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS MEDIANTE CESSÃO. IMPEDIMENTO LEGAL A Lei 10.637, de 2002, que alterou a redação do art. 74 da Lei 9.430, de 1996, impede a compensação de débitos com créditos de terceiros, alcançando o pedido apresentado neste processo, protocolado após sua vigência. Tampouco dispõe o contribuinte de medida judicial que ampare a compensação pleiteada neste processo. Recurso Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, em afastar a nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Fernando Cleto Marques Duarte (relator), Jean Cleuter Simões Mendonça e Angela Sartori, que davam provimento. Designada a Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios para redigir o voto vencedor AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 26 15 /2 00 3- 60 Fl. 317DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE 2 assinado digitalmente JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. assinado digitalmente FERNANDO DUARTE MARQUES CLETO DUARTE Relator. assinado digitalmente MÔNICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Mônica Monteiro Garcia de los Rios (suplente). Relatório Trata o presente processo de Pedido de Compensação (fl.1) no valor de R$487.641,47, cuja data do fato gerador é 18.2.2003. A contribuinte em epígrafe pretende compensar débitos com créditos de terceiros, no caso da Nitriflex S.A Indústria e Comércio. A empresa Nitriflex S.A Indústria e Comércio impetrou ação (nº 98.0016658 0) na Justiça Federal, Seção Judiciária do Rio de Janeiro, na qual foram reconhecidos créditos a seu favor. Essa mesma contribuinte impetrou Mandado de Segurança, visando compensar seus créditos com débitos de terceiros. O mandado de segurança impetrado originalmente na 5ª Vara Federal, em São João de MeritiRJ, em recurso de apelação, subiu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). A decisão proferida pelo TRF2 deu provimento ao Recurso (fls. 33/51), invalidando a limitação prevista na IN SRF nº 41/2000, que vedava a compensação com débitos de terceiros. Em 5.12.2005, a Delegacia da Receita Federal em Florianópolis/SC, através de Despacho Decisório, não homologou a compensação declarada neste processo, tendo em vista que a partir de 1º.10.2002, a legislação de regência das compensações, relativas a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, veda, expressamente, a compensação de débitos de uma contribuinte com crédito de terceiros, afirmando, também, a ementa do mesmo despacho decisório, que perde o objeto a decisão proferida em mandado de segurança, quando baseada em legislação que veio a ser revogada e substituída por outra. A contribuinte foi cientificada da decisão em 21.3.2006 e, em 28.3.2006, protocolou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, que: a) Em 21.7.1998, a contribuinte Nitriflex S.A. Indústria e Comércio impetrou Mandado de Segurança para, em nome do princípio constitucional da não cumulatividade do IPI, obter reconhecimento de crédito desse imposto, na aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, isentos, não tributados ou tributados à alíquota zero, Fl. 318DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Processo nº 11610.002615/200360 Acórdão n.º 3401002.215 S3C4T1 Fl. 3 3 nos dez anos anteriores à impetração, tendo transitado em julgado em 18.04.2001, acórdão do TRF 2ª Região, favorável à pretensão do impetrante; b) Entende que a coisa julgada material impede a aplicação da Lei nº 10.637/2002, que limita a disponibilidade do crédito de IPI, porque, no caso, esse crédito foi reconhecido por decisão judicial transitada em julgado. A limitação legal apontada no Despacho Decisório só é aplicável aos créditos nascidos posteriormente à entrada da decisão em vigor e admitir o contrário resultaria no descumprimento de uma ordem judicial, no desrespeito à coisa julgada material e aos princípios da nãocumulatividade do IPI e da irretroatividade das leis; c) Foi proposto o Mandado de Segurança em questão para impedir que a IN SRF nº 41/2000 obstasse a livre disposição do crédito de IPI, conquistado em juízo, pelo estabelecimento Nitriflex S.A. Indústria e Comércio e as disposições da citada IN foram repetidas na IN nº 21/2002. Além disso, em 12.9.2003, transitou em julgado acórdão proferido pelo TRF da 2ª Região, confirmando o direito de livre disposição do crédito decorrente de decisão judicial, em causa; d) Com base no dispositivo previsto na IN SRF nº 600/2005, alega a incompetência da Delegacia da Receita Federal de Florianópolis/SC para decidir acerca das compensações em questão, uma vez que os créditos oferecidos como lastro provinham de terceiro, cujo domicílio tributário pertencia à jurisdição da Delegacia da Receita Federal de Nova Iguaçu/RJ; e) Mesmo tendo o Delegado de Nova Iguaçu trazido para si o deverpoder da homologação das compensações em questão, restandolhe o prazo dos arts. 48 e 49 da Lei nº 9.784/1999 para reconhecer tal homologação, temse que a homologação tácita ocorreu por decurso de prazo no dia 6.9.2005, já que o processo de homologação de nº 13746.000474/200501 foi instruído em 5.7.2005 e ainda se encontra sem decisão. Por todo o exposto, a contribuinte requereu a reforma do Despacho Decisório em discussão para que seja homologada a DCOMP apresentada, com a consequente extinção e baixa dos débitos compensados, com respeito aos quais pediu pela suspensão de exigibilidade, enquanto tramita a Manifestação de Inconformidade. Em 13.5.2009, a 2ª Turma da DRJ/RPO julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, em síntese, porque compensações declaradas a partir de 1º.10.2002, de débitos de sujeito passivo com crédito de terceiros, esbarram em inequívoca disposição legal, impeditiva de compensações da espécie. Sendo descabida a pretensão de legitimar compensações de débitos da requerente com crédito de terceiro, declaradas após 1º10.2002, pretensão essa fundada em decisão judicial, que afastou a vedação, outrora inexistente, em instrução normativa. Em 13.4.2010, a contribuinte foi cientificada da decisão e, em 6.5.2010, protocolou Recurso Voluntário, alegando, em síntese: a) A decisão proferida pela DRFB de Florianópolis/SC acarreta a nulidade de todos os atos posteriores. A Manifestação de Inconformidade foi interposta com base numa decisão nula e posteriormente foi julgada pela DRJ de Ribeirão Preto/SP. Fl. 319DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE 4 b) A decisão transitada em julgado proferida no Mandado de Segurança em questão afastou o óbice previsto na IN SRF nº 41/2000, sob a fundamentação de que a norma não poderia incidir nas compensações cujo crédito é resultante de fatos geradores anteriores à sua instituição. Neste contexto, qualquer legislação instituída posteriormente à data dos fatos geradores do crédito da Nitriflex não pode regular as compensações tributárias com ele efetuadas. c) A coisa julgada estabilizou entre a Nitriflex e o Fisco, relação jurídica segundo a qual o crédito de IPI, no tocante ao seu aproveitamento, sujeitase à legislação em vigor na época da ocorrência dos fatos geradores do crédito, ocorridos entre agosto de 1988 e julho de 1998. d) A norma não pode retroagir para limitar o aproveitamento do crédito de IPI da Nitriflex, sujeito à legislação em vigor na época da ocorrência dos fatos geradores. Por fim, a contribuinte requer a reforma do acórdão proferido de forma que seja acolhida a alegação de nulidade das decisões proferidas, uma vez que a competência absoluta para analisar as compensações efetuadas pela recorrente seria da DRFB de Nova Iguaçu/RJ. Caso não seja esse o entendimento desta Turma, requer a contribuinte que seja reconhecido e provido o Recurso Voluntário para que sejam homologadas as compensações tributárias efetuadas pela recorrente, com a consequente extinção e baixa dos débitos. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Fernando Duarte Marques Cleto Este recurso apresenta os requisitos de tempestividade e cumpre os pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Em suma, a contribuinte protocolou pedido de compensação de créditos de IPI cuja data do fato gerador é fev/2003. Não logrando êxito em sua demanda, protocolou Recurso Voluntário onde defende a possibilidade de compensação débitos com créditos de terceiros. De imediato, analiso a preliminar suscitada pela recorrente, no sentido de que a decisão prolatada pela DRFB de Florianópolis/SC seria nula, visto que a competência absoluta para julgar a análise das compensações seria da DRFB de Nova Iguaçu/RJ, domicílio fiscal do detentor do crédito cedido. Conquanto se enxergue possível incompetência da DRFB de Florianópolis, devemos atentar para o quanto disposto no art. 59, parágrafo 3º, do Decreto 70.235/72, o qual abaixo transcrevo: “Art. 59 – São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; Fl. 320DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Processo nº 11610.002615/200360 Acórdão n.º 3401002.215 S3C4T1 Fl. 4 5 II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta”. Ressaltase que é notório que julgamento do mérito deste processo, nesta Sessão, está de acordo com o princípio da duração razoável do processo, tutelado pela nossa Carta Maior (art. 5º, inc. LXVIII), bem como do princípio da economia processual. Assim, uma vez que entendo assistir razão à contribuinte, portanto minha decisão, no mérito, será a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, afasto, pois, a preliminar suscitada. Passo, agora, a enfrentar o mérito. A cessão de crédito é instituto do direito civil, regulamentado pelo art. 286 do Código Civil brasileiro, que abaixo transcrevo, o qual dispõe que o credor pode ceder o seu crédito a terceiro desde que não seja contrário à natureza da obrigação, à lei ou à convenção com o devedor. “Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boafé, se não constar do instrumento da obrigação.” No caso em tela, o crédito tributário oriundo de decisão transitada em julgado em ação ordinária pode ser perfeitamente objeto de contrato de cessão, pois não se opõe à natureza da obrigação, à lei ou convenção. É importante mencionar a vedação legal vigente em relação à compensação de débitos tributários com créditos adquiridos de terceiros mediante cessão, conforme dispõe o art. 74, § 12, Inc. II, alínea “a” e “b” da Lei nº. 9.430/96, que transcrevo abaixo (grifamos): “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) Fl. 321DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE 6 § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I previstas no § 3o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1o do DecretoLei no 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)” Contudo, o presente recurso merece ser provido, já que, in casu, deve ser observada a legislação em vigor à época do ajuizamento da ação, Lei 9.430/96, isto é, a vedação instituída pelas Leis 10.637/02 e 11.051/04 não se aplica à situação da recorrente. Além do mais, a decisão judicial proferida a favor da Nitriflex, no sentido de que seus créditos possam ser compensados com débitos de terceiros, há de ser cumprida. No sentido do expendido, o TRF da Segunda Região já se pronunciou afastando a aplicação da Lei 10.637/02 e seguintes na compensação do crédito da própria Nitriflex com débitos de terceiros, numa situação similar a esta, conforme se pode observar no seguinte julgado: “APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO. DIREITO À COMPENSAÇÃO RECONHECIDO JUDICIALMENTE. COISA JULGADA. COMPENSAÇÕES CONSIDERADAS NÃO DECLARADAS. EFEITO SUSPENSIVO DAS MANIFESTAÇÕES DE INCONFORMIDADE. A impetrante, amparada por decisões judiciais e administrativas definitivas, efetuou, entre os anos de 2005 e 2009, compensações tributárias de débitos próprios com crédito de IPI cedido pela empresa Nitriflex S/A Indústria e Comércio, gerando o PA nº 10980.010640/200516 e os apensos 10980.011274/200512 e 10980.00871/200775. In casu, houve decisão judicial (fls. 178), proferida nos autos da Apelação em Mandado de Segurança nº 024199/RJ, que reconheceu o direito ao crédito de IPI à empresa coligada NITRIFLEX S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO, referente a fatos geradores ocorridos entre 1988 e 1998, transitada em julgado em 18/04/2001 (fls. 186). Tal crédito foi homologado administrativamente no PA nº 10735.0000019918 (fls. 381/385), e transferido à Impetrante, com amparo na decisão judicial proferida nos autos dos Embargos de Declaração em Embargos de Declaração, na Apelação em Mandado de segurança nº 40852 (Origem MS nº 2001.51.10.0010250), transitada em julgado em 12/09/2003 (fls. 389). Com efeito, a decisão administrativa impugnada considerou como não declarada a compensação com base na alínea 'a' do inciso II do § 12 do artigo 74 da Lei 9.430/96, com a redação dada pela Lei 11.051/04. OCORRE, PORÉM, QUE A VEDAÇÃO INSTITUÍDA PELAS LEIS 10.637/02 E 11.051/04 NÃO SE APLICA À SITUAÇÃO DA IMPETRANTE, QUE EXERCEU DIREITO RECONHECIDO NO MS 98.00166580, EM 16/12/1998, CUJO ACÓRDÃO TRANSITOU EM JULGADO EM ABRIL DE 2001. Embora, naquela ação não tenha sido reconhecido, expressamente, o direito da NITRIFLEX, titular do crédito, de Fl. 322DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Processo nº 11610.002615/200360 Acórdão n.º 3401002.215 S3C4T1 Fl. 5 7 repassálo a terceiros. A CESSÃO DO CRÉDITO A TERCEIROS, ENTRE OS QUAIS A AUTORA, FOI DEFERIDA JUDICIALMENTE NO MS 2001.51.10.0010250, NO EXAME DA AMS 2001.02.01.0352326, PELO TRF/2, EM 16/09/2002, COM TRÂNSITO EM JULGADO EM 26/08/2003. NO CASO, PREVALECEU, PORTANTO, A TESE DA IRRETROATIVIDADE DA LEGISLAÇÃO LIMITADORA DO DIREITO À PLENA DISPONIBILIDADE DO CRÉDITO, PARA ALCANÇAR FATOS CONSUMADOS SOB A ÉGIDE DE NORMAS QUE O GARANTIAM EXPRESSAMENTE, A SABER, ARTIGO 170 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL E ARTIGOS 73 E 74 DA LEI Nº 9.430/96, REGULAMENTADOS PELA IN/SRF 21/97. Portanto, reconhecida a coisa julgada em relação à existência de crédito de IPI da empresa NITRIFLEX S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO, bem como em relação à possibilidade de transferência desse crédito a terceiros, no caso a Impetrante, impõese o afastamento da vedação do § 13 do art. 74 da Lei nº 9/430/96, para permitir o processamento da manifestação de inconformidade da Impetrante, com suspensão da exigibilidade dos créditos tributários discutidos no processo administrativo nº 10980.010640/200516 e os apensos 10980.011274/200512 e 10980.00871/200775. Remessa necessária e apelação improvidas”.(grifo meu) (MS 2001.51.10.0010250 Col. 4ª Turma do TRF da 2ª Região Relator: Luiz Antonio Soares) Vale ressaltar que esta decisão, que afastou a aplicação da Lei 10.637/02, foi proferida pelo mesmo órgão julgador que prolatou a decisão definitiva deferindo a compensação de crédito com débito de terceiros , tendo reafirmado esse direito com relação a compensações realizadas posteriormente (este entendimento foi reiterado, ao menos, por mais duas vezes: nas apelações n.º 2008.51.10.0007785 e 2008.51.10.0014054, publicados em 14/01/2013). Frente a todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário, reconhecendo o direito da contribuinte de efetuar a compensação requerida, devendo, no entanto, a autoridade responsável verificar se os créditos são suficientes para tal compensação. É como voto! assinado digitalmente Fernando Marques Cleto Duarte – Relator. Voto Vencedor Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios (suplente) Com a devida vênia, divirjo do ilustre relator quanto à consignação, em seu voto, de que a DRF de Florianópolis seria incompetente para não homologar a compensação em foco, e também quanto ao mérito. Fl. 323DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE 8 Da alegada incompetência da DRF/Florianópolis O Pedido de Compensação de Crédito com Débito de Terceiro de fls. 01 foi apresentado pela então Maximiliano Gaindzinski S/A – Ind. de Azulejos Eliane em 2003, quando, administrativamente, não existia mais previsão para a compensação com créditos de terceiros, pois já se encontrava vigente a Lei 10.637, de 20021, e IN SRF 210, de 2002, que vedavam tal compensação. O pedido de compensação foi analisado pela DRF de Florianópolis em 5/12/2005 (fls. 66 a 69), quando vigia a IN SRF 460, de 2004. Vejamos os comandos das mencionadas instruções no que diz respeito à competência para apreciação de declarações de compensação: IN SRF 210, de 2002, art. 31 § 5º A homologação de Declaração de Compensação apresentada pelo sujeito passivo à SRF será promovida pelo titular da DRF, Derat ou Deinf que, à data do despacho de homologação, tenha jurisdição sobre o domicílio fiscal do sujeito passivo, observado, quanto ao reconhecimento do direito creditório, o disposto no § 6º. IN SRF 460, de 2004 Art. 47.A homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo à SRF será promovida pelo titular da DRF, da Derat ou da Deinf que, à data da homologação, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. Percebese que as instruções normativas remetem à unidade da Receita Federal que tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo a competência para pronunciarse sobre a declaração de compensação, ou seja, para homologar, ou nãohomologar, a compensação declarada. No caso, o pedido de compensação foi apresentado pela Maximiliano Gaindzinski S/A – Ind. de Azulejos Eliane, CNPJ 86.532.538/000162 na Derat/São Paulo, indicando débitos da Eliane, que, à época da apresentação do pedido, situavase no município de São Paulo. Quando da apreciação do pleito foi verificado que ocorrera mudança do domicílio tributário do contribuinte para o município de Cocal do Sul, em Santa Catarina, jurisdicionado pela ARF/Crisciúma/SC e, por conseqüência, pela DRF/Florianópolis. Importante observar que as instruções que vigiam quando da apresentação do pedido de fls. 01 não mais traziam os procedimento, nem estabeleciam competências, para análise de pedidos de compensação de créditos com débitos de terceiros, pois, administrativamente, tal modalidade de compensação deixou de existir com a publicação da IN SRF 41, de 2000. Isso, por certo, gerou dúvidas quanto à competência para a prática dos atos relativos a solicitações sem previsão, tanto por parte do Fisco quanto do contribuinte. 1 Art. 49. O art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 74 O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos PRÓPRIOS relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (realce não original) Fl. 324DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Processo nº 11610.002615/200360 Acórdão n.º 3401002.215 S3C4T1 Fl. 6 9 A Recorrente insiste em aplicar as regras definidoras de competência da IN 21, de 1997, que remetia à unidade de origem de jurisdição sobre o estabelecimento detentor do crédito a competência para pronunciarse sobre pedidos de compensação atrelados ao crédito. Todavia, entendo que essa não é uma solução cabível a este imbróglio, visto não ser possível aplicar legislação que já havia sido revogada antes da apresentação do pleito. No caso, quando da apresentação do pedido de fls. 01 já vigia a IN SRF 210, de 2002, que, por óbvio, não definia competência específica para apreciação de declaração de compensação lastreada em créditos de terceiros, definindo a competência para apreciar a compensação, regra geral, à unidade de jurisdição do sujeito passivo que apresentar a declaração. Portanto, não há que se falar em incompetência da DRF de Florianópolis ao proferir o Despacho Decisório que nãohomologou a compensação tratada nestes autos. Superada essa questão preliminar, necessário adentrar no exame do mérito. Do alcance das ordens judiciais envolvidas no litígio Em princípio, importa ressalvar que não está em discussão o direito da Nitriflex S/A Indústria e Comércio aos créditos obtidos mediante ação judicial transitada em julgado (Mandado de Segurança processo 98.00166580). A celeuma travada nestes autos diz respeito ao direito de utilização desses créditos da Nitriflex pela Eliane S/A, por tratarse de compensação com débitos de terceiros solicitada após a vigência da Lei 10.637, de 2002, que vedou tal modalidade de compensação. Diversamente do que alegou a Recorrente em seu recurso voluntário, o MS 98.00166580, que transitou em julgado, não “tornou líquida e certa a possibilidade jurídica de a empresa dispor de forma livre do seu crédito”, o que, no seu entender, teria lhe garantido o direito de transferir seus créditos a terceiros para compensação de débitos destes últimos. Diversamente, o direito que lhe foi garantido foi o de compensar o “crédito presumido” do IPI com o imposto a recolher ao final do processo industrial. Diante disso, e não apenas para “resguardar” direito já reconhecido, a Nitriflex buscou a tutela judicial pleiteando o direito de utilizar os créditos oriundos do citado MS na compensação de débitos de terceiros. Tal demanda foi travada nos autos do Mandado de Segurança 2001.51.10.0010250, cujo pedido foi para assegurar “o direito líquido e certo da impetrante de transferir o citado crédito para terceiros, ainda que não optantes pelo REFIS, sendo afastada a limitação imposta pela Instrução Normativa SRF nº 41 de 04/04/00”. O Acórdão do TRF da 2ª Região, de 16/09/2002 (autos do MS 2001.51.10.0010250, exame da AMS 2001.02.01.0352326), transcrito pelo ilustre relator em seu voto, foi favorável à impetrante (Nitriflex). Essa decisão mencionou, expressamente, que a vedação instituída pelas Leis 10.637, de 2002, e 11.051, de 2004, não se aplicaria à situação da Nitriflex, que teve reconhecido o direito à cessão de créditos a terceiros para compensação de débitos destes antes da vigência da Lei 10.637. Entendeu o magistrado que estaria ocorrendo retroatividade da legislação restritiva posterior, atingindo, indevidamente, o alcance da coisa julgada. Todavia, essa decisão favorável à Nitriflex, proferida pelo TRF da 2ª Região em 16/09/2002, transitada em julgado em 12/09/2003 (MS 2001.51.10.0010250), tratou de pedido de compensação discutido no processo administrativo 10980.010640/200516, que é Fl. 325DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE 10 relativo a outra empresa (não é da Eline). Ou seja, a Recorrente não dispõe de ordem judicial que ampare a compensação pleiteada neste processo. Partindo dessa constatação concluise que a nãohomologação da compensação tratada neste processo não representa desrespeito aos comandos judiciais obtidos até a presente data. Isso permite adotar o entendimento do Fisco e da DRJ de Ribeirão Preto, ao qual me filio, de que a compensação solicitada nestes autos não encontra amparo legal, em virtude da vedação imposta pelo art. 49 da Lei 10.637, que deu nova redação ao art. 74 da Lei 9.430, de 1996. Com essas considerações, voto por afastar a nulidade suscitada e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, para manter a nãohomologação da compensação solicitada à fl. 01. assinado digitalmente Mônica Monteiro Garcia de los Rios Redatora Designada Fl. 326DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2013 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR AL VES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 13005.000544/2005-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jun 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 01/03/2004 a 31/10/2004
FUMO PICADO. CLASSIFICAÇÃO
0 produto denominado fumo picado (tanto em laminas, quanto talos, quanto os demais insumos adicionados ao produto final) classificam-se no código 2403.10.00 da TIPI.
Numero da decisão: 3401-002.567
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
JULIO CESAR ALVES RAMOS- Presidente.
ANGELA SARTORI - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Robson José Bayerl, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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CLASSIFICAÇÃO 0 produto denominado fumo picado (tanto em laminas, quanto talos, quanto os demais insumos adicionados ao produto final) classificamse no código 2403.10.00 da TIPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. ANGELA SARTORI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Robson José Bayerl, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 05 44 /2 00 5- 96 Fl. 1661DF CARF MF Impresso em 13/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 30/04/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 06/05/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório A recorrente foi autuada sob a alegação de que não recolheu o IPI sobre a prestação de serviços que promove no corte e picagem de fumo em folha, em talos e em resíduos que lhe são remetidos por clientes. Para o Recorrente a classificação do fumo é no código NCM 24 na posição 24.01. e para a fiscalização a classificação fiscal é 24.03. A Recorrente alega que: o beneficiamento do produto tal como descrito no auto de infração não constitui operação de industrialização, no sentido de que o processamento do fumo configurase beneficiamento e o produto dele resultante é não manufaturado. Sustenta, mesmo que se considere industrialização as operações realizadas, como são sob a forma de encomenda, estão enquadradas na hipótese de saída com suspensão do imposto, nos termos do art. 42, inciso VII, alínea "b", do RIPI/2002. Nessa hipótese, a obrigação pela apuração e recolhimento do IPI deverá recair sobre a empresa encomendante. Ao final, alega a nulidade do lançamento em razão de cerceamento de defesa, ao classificar as mercadorias objeto da atividade da autuada no código 2403.10.00 da TIPI. Depois de devolvido pela Recorrente à indústria cigarreira em caixas com aproximadamente 120 kg, essa SUBMETE 0 PRODUTO A UMA CARDAGEM E A NOVO PROCESSO DE NOVO CORTE, PARA QUE 0 MESMO FIQUE EM CONDIÇÕES DE SER ACONDICIONADO EM PAPEIS, APOS AS MISTURAS FINAIS, adiciona filtros, demais matériasprimas necessárias à produção dos cigarros, mediante a utilização de equipamentos e tecnologia de ponta. Neste último processamento se promove novo corte e realizase a cardagem que é essencial para que se possa operar a injeção do tabaco. Sem este último processo o fumo no estado em que é recebido da Recorrente — alem de estar cortado em partículas ainda muito espessas, não se "acomoda" de forma a que permaneça dentro do seu envoltório, assim como não tem a umidade necessária para que possa ser fumado após preparo manual. Com estes argumentos demonstrase que fumos prontos para consumo ou para fumar, ou seja, destinados à fabricação manual de cigarros ou cachimbos, NÃO SAO OBJETO DE PRODUÇÃO PELA Recorrente. Para que o fumo tenha condições técnicas para ser fumado, as laminas devem possuir 54 cortes por polegada, devendo haver controle de porções de talos e a umidade deve ser de aproximadamente 22%. Fl. 1662DF CARF MF Impresso em 13/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 30/04/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 06/05/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13005.000544/200596 Acórdão n.º 3401002.567 S3C4T1 Fl. 5 3 Como visto, o produto chega a unidade da Recorrnete não pronto para ser fumado, nas posições 2401, e não sai pronto para ser fumado, classificado nas mesmas posições, mesmo que impropriamente classificado pelo Fisco, para fins do auto de infração ora combatido. A Recorrente com base na classificação sobredita, após a edição da Lei n°10.865/2004, art. 41, mesmo em face da inconstitucionalidade manifesta desta norma, passou a recolher o IPI sobre os serviços (30%) de industrialização de produtos classificados da referida lei, exceto desperdícios, onde o IPI não é exigido. A questão se resume simplesmente em se submeter ao que esta compreendido na posição 2401 que textualmente refere o produto que sai do seu estabelecimento após ter sido submetido ao corte. 24.01 FUMO (TABACO) NÃO MANUFATURADO; DESPERDÍCIOS DE FUMO (TABACO). 2401.10 Fumo (tabaco) não destalado 2401.20 2401.30 Fumo (tabaco) total ou parcialmente destalado Desperdícios de fumo (tabaco) A DRJ decidiu em síntese: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/03/2004 a 31/10/2004 NULIDADE. INOCORRÉNCIA. Não se configura a nulidade do lançamento quando este obedece a legislação de regência do tributo e não há enquadramento nas hipóteses do art.59 do Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, e alterações posteriores, podendo o contribuinte exercer plenamente o contraditório e a ampla defesa. ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Fl. 1663DF CARF MF Impresso em 13/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 30/04/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 06/05/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Período de apuração: 01/03/2004 a 31/10/2004 FUMO PICADO. CLASSIFICAÇÃO 0 produto denominado fumo picado (tanto em laminas, quanto talos, quanto os demais insumos adicionados ao produto final) classificase no código 2403.10.00 da TIPI. Impugnação Improcedente A Recorrente apresentou recurso voluntário reiterando os argumentos acima. É em síntese o relatório. Voto Conselheiro Angela Sartori O recurso é tempestivo e segue os demais pressupostos de admissibilidade por isto dele tomo conhecimento. A controvérsia diz respeito a correta tributação do produto fumo picado (tanto laminas e/ou talos). Basicamente, sustenta o Recorrente que o produto por ele beneficiado se destina ao uso como matériaprima para a indústria de cigarros, enquadrado no código 2401.10.00 e tributado pelo IPI com aliquota de 30%, sustentando que o código das posições 2403 e subposições se aplicaria somente nas hipóteses do fumo como produto pronto para consumo, destinado ao consumidor final, que não é o seu caso. Tal entendimento não pode subsistir baseado nos artigos 16 e 17 do Decreto n° 4.544/02 — RIPI/02 (base legal: Decretolei n° 1.154, de 1971, art. 3°), nas Regras Gerais para Interpretação (RGI), Regras Gerais Complementares (RGC) e Notas Complementares da NESH. Esclareçase que a posição 2401, pretendida pelo Recorrente a qual compreende ' fumo (tabaco) não manufaturado; desperdício de fumo (tabaco), não se aplica ao produto do contribuinte. Tal posição abrange produtos que não foram manufaturados, o que não é o caso do produto que sai do estabelecimento do Recorrente que passa por processos de cortes por polegadas, adição de sabores e manutenção da umidade em aproximadamente 12,5%. Fl. 1664DF CARF MF Impresso em 13/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 30/04/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 06/05/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13005.000544/200596 Acórdão n.º 3401002.567 S3C4T1 Fl. 6 5 0 argumento trazido pelo Recorrente de que a posição 2403 se aplicaria somente nas hipóteses do fumo como produto pronto para consumo, não merece prosperar. A simples leitura da posição 2403 da TIPI, nos leva a entender que a mesma não faz nenhuma distinção sobre o produto industrializado sair pronto para o consumo final ou não. A distinção entre as duas posições 2401 e 2403 é cristalina e diz respeito ao fumo (tabaco) não manufaturado e manufaturado. 0 fumo manufaturado pode estar apto ao consumo final ou não. Repitase, o produto não estar pronto para o consumo final não exclui a classificação do produto da posição 2403, apesar de excluir a classificação na posição 2401. A distinção pretendida pelo contribuinte deveria estar expressa na posição 2403, excepcionando os produtos não prontos para fumar, o que não ocorre. Logo, o fumo picado tanto lâminas, quanto talos, quanto os demais insumos adicionados ao produto final classificase na posição 2403. Convém mencionar inicialmente que a classificação do produto na posição 2403 — outros produtos de fumo (tabaco) e seus sucedâneos, manufaturados; fumo (tabaco) "homogeneizado" ou "reconstituido", extratos e molhos de fumo (tabaco) em questão resta inconteste. O próprio Recorrente admite esta classificação na posição 2403, conforme se vê nas cópias da Notas Fiscais anexadas aos autos nas fls. 89/94, 106/137, 140/199, 202/399, 402/599, 602/619, utilizando ora o código 2403.10.00 ora o código 2403.99.90. As copias das Notas Fiscais anexas à peça impugnatória em que Recorrente classifica alguns produtos na posição 2401 dizem respeito a período posterior ao lançamento. Saídas com suspensão do IPI A atividade do Recorrente é caracterizada como industrialização, na modalidade beneficiamento, na forma do disposto no inciso II do art. 4° do RIPI. A alegação trazida pelo Recorrente de que o Regulamento do IPI "determina" a suspensão do imposto na saída dos produtos, nos termos do art. 42, inciso VII, alínea "b", do RIPI/2002, não procedem, pois, ao fumo picado que ele produz — estando ele sujeito ao regime de tributação por aliquotas especificas do IPI de que trata a Lei n° 7.798, de 1989 — aplicase o § 1° do art. 4° dessa lei. Logo, como é ele que industrializa o fumo, deverá pagar o IPI de cinqüenta centavos por quilograma de produto saído de seu estabelecimento (Lei n° 7.798, de 1989, art. 4', § 1°, inciso I). Diante do exposto nego provimento ao Recurso Voluntário. Fl. 1665DF CARF MF Impresso em 13/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 30/04/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 06/05/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Angela Sartori Relator Fl. 1666DF CARF MF Impresso em 13/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 30/04/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 06/05/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 16707.005687/2009-07
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/10/2004 a 31/12/2008
LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA DE CRÉDITO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA.
O art. 63 da Lei nº 9.430/96 autoriza a constituição do crédito para prevenir a decadência, proibindo somente a aplicação da multa de ofício para esse tipo de lançamento.
OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL. DESISTÊNCIA DA ESFERA ADMINISTRATIVA. SÚMULA Nº 01 DO CARF.
A opção pelo ajuizamento de ação judicial de demanda com o mesmo objeto da via administrativa importa renúncia desta última pela Contribuinte, em atendimento à Súmula nº 01, in verbis:
SÚMULA Nº 01
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da consoante do processo judicial.
AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTO DA COFINS. CRÉDITO EM FAVOR DO CONTRIBUINTE. IMPOSSIBILIDADE DE ABATIMENTO.
Os eventuais créditos em favor do contribuinte, oriundos de pagamentos indevidos ou maiores que o devido em períodos distintos dos constantes no auto de infração, devem ser compensados em processo administrativo próprio, não podendo ser utilizados como matéria de impugnação para abatimento do valor lançado de ofício.
Numero da decisão: 3401-002.571
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS
Presidente
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Angela Sartori.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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O art. 63 da Lei nº 9.430/96 autoriza a constituição do crédito para prevenir a decadência, proibindo somente a aplicação da multa de ofício para esse tipo de lançamento. OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL. DESISTÊNCIA DA ESFERA ADMINISTRATIVA. SÚMULA Nº 01 DO CARF. A opção pelo ajuizamento de ação judicial de demanda com o mesmo objeto da via administrativa importa renúncia desta última pela Contribuinte, em atendimento à Súmula nº 01, in verbis: “SÚMULA Nº 01 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da consoante do processo judicial”. AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTO DA COFINS. CRÉDITO EM FAVOR DO CONTRIBUINTE. IMPOSSIBILIDADE DE ABATIMENTO. Os eventuais créditos em favor do contribuinte, oriundos de pagamentos indevidos ou maiores que o devido em períodos distintos dos constantes no auto de infração, devem ser compensados em processo administrativo próprio, não podendo ser utilizados como matéria de impugnação para abatimento do valor lançado de ofício. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 70 7. 00 56 87 /2 00 9- 07 Fl. 585DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Angela Sartori. Relatório Trata o presente processo de dois autos de infração, o primeiro (fls.03/22) exigindo PIS nãocumulativo, com período de apuração entre 31/10/2004 a 31/12/2008. Pelo segundo auto de infração (fls. 27/46), é exigida a COFINS nãocumulativa referente ao mesmo período lançado no primeiro. Conforme a descrição dos fatos, contida no auto de infração, o lançamento foi efetuado para prevenir a decadência, haja vista o Mandado de Segurança no qual a Contribuinte busca afastar da base de cálculo do PIS e da COFINS os valores repassados a terceiros. A Contribuinte apresentou Impugnação (fls.287/304), mas a DRJ em Recife/PE manteve o lançamento (fls. 324/330). A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 13/01/2011 (fl. 344) e interpôs Recurso Voluntário em 11/02/2011 (fls. 346/366). No recurso voluntário, a Recorrente levantou uma preliminar de nulidade do acórdão da DRJ, em razão de a instância inferior não ter apreciado todas as matérias arguidas na impugnação, notadamente a questão da compensação realizada e a jurisprudência apresentada. Na primeira análise (fls. 388/392), este colegiado acolheu a preliminar e declarou nulo o acórdão da DRJ, anulando o processo a partir da decisão recorrida. Fl. 586DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 16707.005687/200907 Acórdão n.º 3401002.571 S3C4T1 Fl. 484 3 Os autos voltaram à DRJ em Recife/PE para novo julgamento. No novo julgamento, a instância recorrida manteve lançamento integralmente, prolatando acórdão (fls.412/423) com a seguinte ementa: “NULIDADE DO LANÇAMENTO. Quando presentes todos os requisitos previstos na legislação processual fiscal, não se cogita da nulidade do auto de infração. AÇÃO JUDICIAL. PROPOSITURA. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DISPONIBILIDADE DO CRÉDITO. A compensação, nos termos em que definida pelo artigo 170 do CTN pressupõe o crédito do contribuinte em relação à Fazenda Pública revestido dos atributos de liquidez e certeza. (...) Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido”. A Contribuinte foi intimada do novo acórdão da DRJ em 10/01/2013 (fl.438) e interpôs novo recurso voluntário em 05/02/2013 (fls.440/464), com as alegações resumidas abaixo: 1 O teor original do art. 62, do Decreto nº 70.235/72, foi tacitamente revigorado pela Medida Provisória nº 243, de 2005, que revogou o art. 10 da Medida Provisória nº 232, de 2004, a qual alterava o texto. Assim, em atendimento ao texto original, não poderá ser instaurado procedimento fiscal relativamente à matéria sobre a qual versar a ordem judicial de suspensão da cobrança do tributo; 2 O acórdão da DRJ é nulo, por não ter apreciado a matéria objeto de segurança, sob argumento de concomitância, todavia, o mandado de segurança é exceção à regra da concomitância, porque a eventual decisão denegatória da ordem leva à não apreciação do mérito; 3 A sua atividade é intermediar o trabalhador temporário e a empresa tomadora do serviço. Parte do valor pago pela tomadora trata apenas de reembolso dos vencimentos pagos aos trabalhadores temporários, fazendo parte de sua receita somente o valor relativo à taxa administrativa; Fl. 587DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 4 O reembolso do valor pago, a título de salário e demais verbas trabalhistas, aos trabalhadores temporários não compõem a base de cálculo de PIS e da COFINS; 5 Com a confirmação da decisão judicial, o PIS e a COFINS incidirão somente sobre a taxa administrativa, fazendo com que a base de cálculo do IRPJ incida sobre a taxa administrativa, além do acréscimo “da quantia resultante do implemento da decisão judicial”. Nessa linha, se a decisão liminar for alterada, o valor do auto de infração poderá ser cobrado, mas a Recorrente terá recolhido valor a maior a título de IRPJ, haja vista que está recolhendo com os acréscimos da decisão judicial. Dessa forma, no cálculo do auto de infração, o auditorfiscal já deveria ter abatido esse valor do IRPJ recolhido a maior. Ao fim, a Recorrente requereu, preliminarmente, a nulidade do auto de infração em razão da suposta impossibilidade de procedimento para exigir tributo, cuja cobrança está suspensa por decisão judicial; alternativamente, pediu a nulidade do acórdão da DRJ, por não ter se pronunciado acerca da matéria objeto do mandado de segurança. No mérito, pediu a declaração de improcedência da exigência fazendária; ou, caso o lançamento seja mantido, que seja declarada a compensação do valor lançado com o indébito do IRPJ e da CSLL. É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O Recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente combate o auto de infração lavrado para prevenir a decadência, devolvendo para julgamento as seguintes matérias: nulidade do auto de infração, em razão da suspensão da cobrança; nulidade do acórdão da DRJ por não apreciar matéria objeto de mandado de segurança; não incidência na base de cálculo do PIS e da COFINS de valores recebidos a título de reembolso; e possibilidade de compensação de suposto pagamento a maior. Delimitas as matérias, podemos passar a apreciálas. 1. Nulidade do auto de infração, em razão da suspensão da cobrança A Recorrente sustenta a validez do texto original do art. 62, do Decreto nº 70.235/72, o que impediria a lavratura do auto de infração, vez que a cobrança do tributo estaria suspensa por decisão judicial. O aludido dispositivo diz o seguinte: Fl. 588DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 16707.005687/200907 Acórdão n.º 3401002.571 S3C4T1 Fl. 485 5 “Art. 62. Durante a vigência de medida judicial que determinar a suspensão da cobrança, do tributo não será instaurado procedimento fiscal contra o sujeito passivo favorecido pela decisão, relativamente, à matéria sobre que versar a ordem de suspensão”. Apesar disso, o art. 63, da Lei nº 9.430/96, autoriza o lançamento de ofício para prevenir a decadência, ressalvando apenas o lançamento de multa, a qual não é permitida em tal caso, senão, vejamos: “Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício”. Portanto, não há nulidade a ser declarada em relação ao auto de infração. 2. Nulidade do acórdão da DRJ por não apreciar matéria objeto de mandado de segurança e da não inclusão na base de cálculo do PIS e da COFINS de valores recebidos a título de reembolso A Recorrente alega nulidade do acórdão da DRJ, vez que a concomitância de objeto não é fato impeditivo de conhecimento da matéria acerca da não inclusão na base de cálculo do PIS e da COFINS dos valores recebidos a título de reembolso, pois, segundo a Recorrente, o mandado de segurança é exceção à regra da concomitância, pois a denegação da segurança levaria à não apreciação do mérito pelo Poder Judiciário. A Recorrente não tem razão em tais afirmativas. A renúncia às esferas administrativas em relação às matérias levadas ao Judiciário já é sumulada pela Súmula nº 1, do CARF, que assim dispõe: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. (grifo nosso) Fl. 589DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Notese que a súmula fala “qualquer modalidade processual”. Logo, o mandado de segurança não é exceção à regra. Assim sendo, a falta de apreciação da DRJ de matéria já levada ao Poder Judiciário não é motivo de nulidade do acórdão recorrido. Pela mesma razão da DRJ e com fundamento da Súmula nº 1 do CARF, também deixo conhecer a matéria relativa à inclusão na base de cálculo do PIS e da COFINS dos valores recebidos a título de reembolso. 3. Da possibilidade de compensação de suposto pagamento a maior Alega a Recorrente que, caso a decisão judicial final seja pela incidência do PIS e da COFINS sobre os valores recebidos a título de reembolso, terá pago IRPJ e CSLL indevidamente. Em síntese, a alegação da Recorrente é de que se for entendido que o valor em disputa é tributo (PIS e COFINS), sobre ele não deve incidir o IRPJ e a CSLL. Assim, o que ela vem recolhendo de IRPJ e CSLL, enquanto a exigibilidade do PIS e da COFINS está suspensa seria um pagamento indevido que deve ser compensado com o valor lançado. Todavia, o pagamento a maior em um determinado mês não pode ser aproveitado para abatimento de débito do auto de infração, de modo que, se houve o recolhimento a maior alegado pela Recorrente, fica facultado a ela pedir a compensação pelo processo administrativo próprio e não como forma de impugnação do auto de infração. Além disso, a compensação está sujeita à liquidez e certeza do crédito, conforme dispõe o art. 170, do CTN. No presente caso, o crédito alegado pela Recorrente não tem nem liquidez e nem certeza. Portanto, deve ser mantido o lançamento em sua integralidade. Ex positis, nego provimento ao recurso voluntário interposto, mantendo o acórdão da DRJ em sua integralidade. É como voto. Fl. 590DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 16707.005687/200907 Acórdão n.º 3401002.571 S3C4T1 Fl. 486 7 Fl. 591DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10880.914017/2010-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 15/09/2001
PAGAMENTO INDEVIDO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO. INTIMAÇÃO. NÃO ATENDIMENTO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O desatendimento pela contribuinte de intimação feita pela autoridade administrativa para apresentar comprovante de arrecadação relativo ao pagamento indevido ou a maior indicado no PER/DCOMP, ou a retificação das informações prestadas, importa a não homologação da compensação efetuada.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3401-002.587
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, negou-se provimento ao recurso.
(assinatura digital)
Júlio César Alves Ramos Presidente.
(assinatura digital)
Fernando Marques Cleto Duarte Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte, Adriana Oliveira e Ribeiro, Angela Sartori.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/09/2001 PAGAMENTO INDEVIDO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO. INTIMAÇÃO. NÃO ATENDIMENTO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O desatendimento pela contribuinte de intimação feita pela autoridade administrativa para apresentar comprovante de arrecadação relativo ao pagamento indevido ou a maior indicado no PER/DCOMP, ou a retificação das informações prestadas, importa a não homologação da compensação efetuada. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, negouse provimento ao recurso. (assinatura digital) Júlio César Alves Ramos – Presidente. (assinatura digital) Fernando Marques Cleto Duarte – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 40 17 /2 01 0- 11 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte, Adriana Oliveira e Ribeiro, Angela Sartori. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por ELASTIM COMÉRCIO DE BORRACHAS LTDA. em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. A matéria em discussão referese a pedido de compensação feito pela recorrente relativa a pagamento indevido ou a maior de COFINS, eis que, no momento da apuração da base de cálculo das contribuições, não levou em consideração o art. 3º, §2º, inciso III, da Lei nº 9.718/98. Emerge das razões de constituição do crédito tributário que a Receita Federal, não obtendo êxito na localização do DARF indicado pela contribuinte, procedeu a sua intimação, conforme documentos de fls. 06 a 09, para que verificasse se os dados da ficha DARF, informados no PER/DCOMP, conferiam com aqueles do DARF objeto do crédito, sob pena de não homologação do pedido de compensação. Transcorrido o prazo sem qualquer manifestação da contribuinte, o fisco não homologou a compensação declarada (fl. 10). Em sede de impugnação (fls. 13 a 16), a contribuinte alega que a autoridade administrativa concluiu pela inexistência do crédito sem solicitar informações capazes de comprovar ou não a existência e suficiência do crédito compensado, tendo pedido a realização de diligência para comprovar a existência do crédito utilizado nas compensações efetuadas. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, tendo proferido acórdão assim ementado (fls. 39 a 46): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/09/2001 Ementa: DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. INTIMAÇÃO. NÃO ATENDIMENTO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O não atendimento pelo interessado de intimação feita pela autoridade administrativa para apresentação do comprovante de arrecadação relativo ao pagamento indevido ou a maior indicado no PER/DCOMP, ou a retificação das informações prestadas, leva ao não reconhecimento do direito creditório. COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. DILIGÊNCIA FISCAL. AUSÊNCIA DE PROVA DO PAGAMENTO INDEVIDO. INDEFERIMENTO. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10880.914017/201011 Acórdão n.º 3401002.587 S3C4T1 Fl. 85 3 Não se justifica a realização de diligência fiscal para verificação de documentos do contribuinte com o fim de verificar a procedência do direito creditório por ele invocado quando ausente a prova de que o pagamento tenha ocorrido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte foi intimada da decisão, conforme documentos de fls. 47/48, e apresentou recurso voluntário tempestivo, alegando, em síntese, que: a) a autoridade fiscal rejeitou o pedido de compensação da recorrente sem solicitarlhe a prova da existência dos créditos; b) a mensuração dos créditos utilizados pela recorrente é imprescindível para a comprovação da existência ou não de créditos passíveis de compensação; c) não foi oferecida à recorrente oportunidade para produção das provas necessárias a comprovar o pedido de compensação e, com base nesta decisão, a autoridade de primeira instância julgou improcedente a impugnação por falta de provas, o que revela contradição; d) deve ser determinada a realização de diligências para comprovação da origem e existência do crédito utilizado nas compensações. O fisco não apresentou contrarrazões, tendo os autos sido remetidos para este Conselho para análise e julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DA ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO A contribuinte requer, em suma, a homologação do pedido de compensação que realizou com fundamento em pagamento a maior ou indevido de Cofins. No entanto, a autoridade fiscal de primeira instância não homologou a compensação sob o argumento da ausência de comprovação de pagamento do tributo. De fato, após examinar a documentação e as decisões anteriormente proferidas, constato que a contribuinte não apresentou o DARF para comprovar o pagamento Fl. 87DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 do tributo que alega ter pago a maior ou indevidamente. Isso leva à improcedência de seu pleito. Nesse sentido, não pode subsistir o argumento da contribuinte de que sequer lhe foi oportunizada a comprovação do pagamento dos tributos, eis que esta deveria, ao início da deflagração do procedimento administrativo, apresentar todas as provas necessárias para o deferimento de sua pretensão, sobretudo o DARF comprovando o pagamento. Ademais, como emerge do termo de intimação de fls. 6 (comprovação de entrega às fls. 7), a contribuinte tomou ciência, antes de qualquer decisão de indeferimento, de que deveria, em razão da não localização do pagamento, apresentar PER/DCOMP retificador ou comparecer à unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com o DARF original e eventuais REDARF, no razoável prazo de 20 dias e ainda assim mantevese inerte. Além disso, foilhe oportunizada a entrega de documentos que comprovassem o pagamento quando da apresentação da manifestação de inconformidade, o que assim não fez a contribuinte. E em última análise, se fosse possível o acolhimento de provas em sede de recurso voluntário, a contribuinte não as apresentou. Com a inércia, protraída no tempo, não é permitido e menos ainda razoável esta instância administrativa conceder prazo à contribuinte para que apresente o DARF quando, há muito, deveria ter feito. Assim, à mingua da comprovação do pagamento dos tributos, em que pesem os esforços empreendidos pela recorrente em seu arrazoado, razão não lhe assiste no sentido de ter algum direito à homologação da compensação efetuada. CONCLUSÃO Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário da contribuinte para, no mérito, NEGARLHE provimento. (assinatura digital) Fernando Marques Cleto Duarte Relator Fl. 88DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 1/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 11070.000464/2007-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3401-000.780
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: Por maioria, convertido o julgamento do recurso em diligência nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Júlio Ramos. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça
(assinado digitalmente)
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
(assinado digitalmente)
FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso De Almeida, Angela Sartori.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: Por maioria, convertido o julgamento do recurso em diligência nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Júlio Ramos. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça (assinado digitalmente) JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. (assinado digitalmente) FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE- Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso De Almeida, Angela Sartori.
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Acordam os membros do colegiado: Por maioria, convertido o julgamento do recurso em diligência nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Júlio Ramos. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça (assinado digitalmente) JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. (assinado digitalmente) FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso De Almeida, Angela Sartori. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pela contribuinte Kepler Weber Industrial S.A. contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre, assim ementado: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 70 .0 00 46 4/ 20 07 -9 3 Fl. 140DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11070.000464/200793 Resolução nº 3401000.780 S3C4T1 Fl. 141 2 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 Ementa: PEDIDO DE PERÍCIA. O deferimento do pedido de perícia não se justifica se os elementos trazidos aos autos são suficientes para o deslinde da questão, sobretudo quando o pedido deixar de atender os requisitos legais para sua formalização. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. LEI n° 9.779/99 (ART.11). INFRAÇÕES APURADAS EM OUTRO PROCESSO. SALDO CREDOR ALTERADO DE OFÍCIO. Tratandose o presente processo de pedido de ressarcimento de saldo credor de IPI fulcrado no artigo 11 da Lei no 9.779/99, cujo montante total pleiteado sofreu modificação para menos em decorrência de Auto de Infração lavrado contra a requerente por infrações apuradas em outro processo, a solução do litígio prendese ao decidido para o lançamento face A estreita vinculação existente entre os processos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade fls. 138/158, contra despacho decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Santo Ângelo/RS, fls.130/131, que reconheceu parcialmente direito ao ressarcimento ao crédito de IPI pleiteado no valor de R$ 613.122,75, autorizado pela Lei 9.779, de 19 de janeiro de 1999, relativamente ao 10 trimestre de 2005, e homologou as compensações declaradas até o limite do crédito reconhecido no valor de R$ 66.866,29. A glosa no valor de R$ 546.256,46, conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 80/84, é decorrente da reconstituição da escrita fiscal do contribuinte, 92, pelas seguintes infrações: "1 Crédito indevido de IPI — Nota Fiscal de Devolução/Retorno de Produtos O contribuinte creditouse indevidamente do IPI, em relação as notas fiscais de entradas de produtos, sem que aqueles produtos tivessem efetivamente entrado no estabelecimento da empresa. As operações em que houve o creditamento indevido são: Devoluções e retornos de remessas referentes a vendas para entrega futura p/ refaturamento (CFOP 1.949, 2.949) Devoluções de produtos do estabelecimento p/ refaturamento (CFOP 1.201 ,2.201) Devolução de produto do estabelecimento (CFOP 2.949) Outras entradas (CFOP 2.949) Fl. 141DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11070.000464/200793 Resolução nº 3401000.780 S3C4T1 Fl. 142 3 Nestas operações não houve a efetiva entrada do produto no estabelecimento da empresa..." Tais infrações apuradas resultaram na reconstituição da escrita da contribuinte no período em apreço, cujo desfecho redundou em crédito tributário constituído de oficio Auto de Infração n° 11070.001443/200876, bem como na redução dos saldos credores relativos aos períodos de apuração que a requerente entende fazer jus para ressarcimento em conformidade com o disposto no artigo 11 da Lei n° 9.779, de 1999. Em sua inconformidade sustentou, em resumo, que a glosa do crédito por entrada de mercadorias devolvidas e refaturadas não foi suficientemente motivada pela Autoridade Fiscal. Pugna pela aplicação dos artigos 164, 190, 191, 323, 359 e 378 do RIPI, não observados pela Autoridade Fiscal, e que no seu entender dão suporte para escrituração do crédito em operações que não representam o efetivo ingresso de mercadorias no estabelecimento. Argumenta que atendeu o estabelecido em Regulamento, pois a comprovação da entrada dos produtos devolvidos é documental, feita por intermédio do registro da operação no livro registro de Entrada (modelo 1) e no livro Registro de Controle da Produção e do Estoque (modelo 3). Na sequência pugna pelo cumprimento do principio da não cumulatividade do IPI, cita decisões do Conselho que entende favoráveis aos seus argumentos. Ao final, requer produção de prova pericial. Julgada improcedente a manifestação de inconformidade, a contribuinte apresentou recurso voluntário aduzindo, em apertado escorço, que o presente feito é correlato ao Processo nº 11070.001443/200876, por ser este “principal em relação aos presentes autos, se aguarde o julgamento, esperando que seja reformada a decisão guerreada o acórdão 10.23.063 Terceira Turma da DRJ POA , reconhecendo o equivoco da Autoridade quando concluiu por adotar glosa de créditos de IPI por entradas em devolução, e tributação de saídas da mesma mercadoria. Provido o recurso voluntário apresentado nos autos do processo principal 11070.001443/200876, restará afastada a reconstituição da escrita fiscal, e dela fazendo surgir reflexos no saldo credor apurado em cada período, mantendose saldo credor apurado pelo contribuinte, assim a confirmação da procedência do saldo apurado. Assim como a decisão recorrida reportouse as razões e fundamentos proferidos no acórdão do processo tido por principal, as razões de recurso são também ora deduzidas com apoio no recurso voluntário apresentado no processo principal número 11070.001443/200876.” É a síntese do necessário Voto Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DA ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e presentes se encontram os demais requisitos de sua admissibilidade, razão pela qual dele eu conheço. DA NECESSIDADE DE REMESSA DO FEITO À 3ª TURMA Fl. 142DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11070.000464/200793 Resolução nº 3401000.780 S3C4T1 Fl. 143 4 Analisando as razões recursais apresentadas pela contribuinte, observase que esta afirma, reiteradamente, que o presente feito é decorrente do Processo nº 11070.001443/200876, decorrente de auto de infração e, por consectário, vinculante do processo ora apreciado. Ademais, a própria contribuinte afirma aludida vinculação (fls. 215/216) “Naquele processo principal de número 11070.001443/200876 foram alterados créditos e débitos, com a reconstituição da escrita, dela resultando diferenças que foram então, e obedientes ao principio da não cumulatividade, utilizadas pela Fiscalização a fim de encontrar o novo saldo, ao final de cada período de apuração. Decorrência da reconstituição da escrita, ao final dos períodos de apuração restou acolhido a maior parte do pedido de restituição. Porém parte do saldo a restituir restou prejudicado na apreciação do presente processo, justamente em função do Auto de Infração guerreado no processo n. 11070.001443/200876. Eis que os autos do presente processo que originalmente tratava de restituição, acaba sendo reflexo daquilo que restou, e restará (ou não) acolhido no processo principal. Resta pois admitir a dependência do presente processo em relação a outro em fase de julgamento, a qual decorre do fato de que o Auto de Infração que restou impugnado, dando origem ao processo de número 11070.001443/200876 que objeto do Acórdão 1023.063 da Terceira Turma da DRJPOA, contra o qual foi deduzido Recurso Voluntário a fim de encontrar a improcedência. Assim, a glosa do crédito do IPI na entrada e a manutenção do IPI na saída resultaram na reconstituição da escrita, e os novos saldos credor ou devedor ao final de cada período de apuração tiveram fundamento na mesma e única ação fiscal. A repercussão do mesmo procedimento fiscal material assim se realizou pela mesma reconstituição da escrita de créditos e débitos, de um mesmo período, dela decorrendo a insuficiência de créditos identificada neste processo. Sendo a insuficiência de crédito resultado das alterações impostas pelo Auto de Infração que foi impugnado, e gerou outro processo administrativo, identificado pelo número 11070.001443/200876, e encontrando esse último em fase de • julgamento do recurso voluntário interposto pelo contribuinte ora recorrente, não é possível alcançar outra solução, que não a dedução do presente recurso voluntário, amparado nas matérias discutidas no processo principal.” Outro não foi o entendimento da DRJ, vislumbrando a existência de vinculação entre os processos e observando que o deslinde do presente feito depende do julgamento do processo nº 11070.001443/200876, tanto que os processos foram julgados em conjunto e no acórdão ora guerreado utilizouse as razões de decidir do processo principal. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11070.000464/200793 Resolução nº 3401000.780 S3C4T1 Fl. 144 5 “Conforme relatado, trata o presente processo de pedido de ressarcimento de saldo credor de IPI com base no artigo 11 da Lei n° 9.779, de 1999, cujo montante total pleiteado sofreu modificação para menos em decorrência de Auto de Infração formalizado no processo 11070.001443/200876, lavrado contra a requerente por infrações apuradas em outro processo. O auto de infração que deu origem à reconstituição da escrita fiscal da contribuinte foi julgado procedente por meio do Acórdão n° 1023.064 — 3a Turma da DRJ/POA, de 04 de dezembro de 2009 (fls. 168/170). Reconheço que a solução do litígio no presente processo está vinculada decisão de mérito do Auto de Infração acima referido, dada a relação de causa e efeito entre ambos, pois a confirmação da autuação é conseqüência do reconhecimento de que os débitos apurados pela Fiscalização estão corretos e da reconstituição da escrita fiscal restou para o período apenas o saldo credor de R$ 66.866,29. Mostrase desnecessário aqui reproduzir todas as razões minuciosamente expendidas naquele acórdão como sustentáculo para a manutenção do crédito tributário constituído de oficio, uma vez que a cópia do acórdão proferido no processo de auto de infração encontrase presente nos autos e se presta a instruir o posicionamento adotado nesse voto, que é pelo indeferimento da manifestação de inconformidade e manutenção do despacho decisório da DRF/Santo Ângelo de fls. 130/131. Consultando o sítio virtual deste Conselho, observase que o processo principal foi distribuído ao Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, da 3ª Turma da 4ª Câmara desta Terceira Seção. Assim, com o escopo de evitar julgamentos divergentes e por estar o presente feito diretamente relacionado com o Processo nº 11070.001443/200876, entendo que estes autos devam ser encaminhados ao mencionado Conselheiro. Relator Fernando Marques Cleto Duarte Relator Fl. 144DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 10730.720858/2012-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 28/03/2008
AUTO DE INFRAÇÃO. REGIME ADUANEIRO. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE NÃO CUMPRIMENTO DO REGIME ADUANEIRO POR PARTE FO FISCO. NULIDADE.
Não existindo nos autos qualquer fato que comprove o descumprimento do regime por parte da recorrente e sendo frívolo argumento utilizado pela fiscalização sobre a pesagem e amostragem da mercadoria, desrespeitando o disposto na Instrução Normativa SRF nº 205/2002, nula é a autuação.
Recurso de Ofício Negado
Crédito Tributário Exonerado:
Numero da decisão: 3401-002.381
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negou-se provimento ao recurso de ofício. Esteve presente ao julgamento dr. Marcelo Reinecken de Araújo OAB/DF 14874.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Fernando Marques Cleto Duarte- Relator.
EDITADO EM: 03/07/2014
Participaram do presente julgamento os conselheiros JULIO CESAR ALVES RAMOS (Presidente), ROBSON JOSE BAYERL, JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (SUPLENTE) e ANGELA SARTORI
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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REGIME ADUANEIRO. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE NÃO CUMPRIMENTO DO REGIME ADUANEIRO POR PARTE FO FISCO. NULIDADE. Não existindo nos autos qualquer fato que comprove o descumprimento do regime por parte da recorrente e sendo frívolo argumento utilizado pela fiscalização sobre a pesagem e amostragem da mercadoria, desrespeitando o disposto na Instrução Normativa SRF nº 205/2002, nula é a autuação. Recurso de Ofício Negado Crédito Tributário Exonerado: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negouse provimento ao recurso de ofício. Esteve presente ao julgamento dr. Marcelo Reinecken de Araújo OAB/DF 14874. Júlio César Alves Ramos Presidente Fernando Marques Cleto Duarte Relator. EDITADO EM: 03/07/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 08 58 /2 01 2- 45 Fl. 264DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros JULIO CESAR ALVES RAMOS (Presidente), ROBSON JOSE BAYERL, JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA (SUPLENTE) e ANGELA SARTORI Fl. 265DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE Processo nº 10730.720858/201245 Acórdão n.º 3401002.381 S3C4T1 Fl. 265 3 Relatório Tratase de recurso de ofício interposto nos termos do 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e art. 1º da Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008, em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC), que exonerou o crédito do contribuinte, cuja ementa transcrevo. ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 28/03/2008 ADMISSÃO TEMPORÁRIA. NÃO CUMPRIMENTO DO REGIME ADUANEIRO. FALTA DE PROVA. O auto de infração deve estar instruído com todos os elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito imputado ao sujeito passivo. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado O presente processo é decorrente do auto de infração lavrado de fls. 2 a 14 para constituição de crédito tributário no valor de R$ 13.467.668,86, referentes a multa pelo não retorno ao exterior, no prazo fixado, de mercadoria admitida temporariamente (10%), juros de mora e multa de ofício pelo recolhimento em atraso do II – Imposto de Importação, do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS/PasepImportação e CofinsImportação. Conforme descrição dos fatos constantes do auto de infração, em 05/09/2007 foi desembarcada a carga em referência trazida ao Brasil pelo BL n° S301757164 (fls. 43). Transferida para Niterói pela DTA n° 07/03636480 (fls. 45). Foi concedida a admissão temporária para testes pela DSI n° 07/00298737, instruída com a fatura SI307001 (fls. 51), pelo prazo de três meses, posteriormente prorrogado por mais três meses. Findo esse período, em 12/03/2008, foi solicitada a transferência para o regime de admissão temporária com pagamento proporcional (fls. 56), tendo sido desembaraçada a DI n° 08/04691392, em 14/04/2008 (fls. 66 a 78), e lavrado o Termo de Responsabilidade n° 950/08 (fls. 61 a 65), com prazo até 10/06/2008. Em 25/04/2008, portanto tempestivamente, foi solicitada a reexportação total, tendo sido registrada a DDE n° 2080424720/0 (fls. 79 a 86). Prosseguiu a fiscalização informando que devido a uma divergência de peso entre o declarado na DDE n° 2080424720/0 e o que foi declarado como embarcado pelo transportador (fls. 89 e 90), não houve averbação do despacho, apesar de terem ocorrido: o desembaraço da DDE, o registro dos dados do embarque e a baixa do Termo de Responsabilidade (fls. 87 e 88). Intimado em 12/04/2010 (fls. 91), o importador não foi capaz de promover a retificação dos dados do embarque junto ao transportador, persistindo, portanto, a falta de averbação. Ao invés disso, o importador solicitou (fls. 92) à Receita Federal a retificação da Fl. 266DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE 4 DDE desembaraçada, para que fosse diminuido o peso bruto da mercadoria, de forma que ficasse idêntico ao que foi informado pelo transportador (fls. 130). A recorrente foi novamente intimada em 05/07/2010 a explicar a diferença de peso entre o importado e o constante da DDE e dos dados do embarque, tendo respondido que não podia precisar o motivo da diferença de peso (fls. 94 a 96). A retificação foi indeferida (fls. 101 a 103), porque a fiscalização julgou ser incoerente apenas reduzir o peso das mercadorias sem reduzir a quantidade de mercadorias as quais tinham peso superior em muitas toneladas quando da sua entrada no País. Além disso, foi constatada a falta do container n° 63215 no BBCH5290279NH02 (fls. 130) e no documento de chegada ao porto americano (fls. 98 a 100). Em seguida foi apresentado recurso do indeferimento da retificação da DDE (fls. 104 a 116), julgado pelo Sr. Delegado da Receita Federal em Niterói (fls. 121 a 124), que manteve o indeferimento (fls. 125). Não retificada a DDE nem os dados do embarque, persistiu a falta de averbação. A fiscalização acrescenta que o peso bruto dos dados do embarque é inferior em 18.309 kg ao peso líquido importado; o que não poderia ocorrer nem se todas as embalagens fossem eliminadas. Lembra que a Receita Federal não tem a obrigação de pesar as cargas a exportar, especialmente em casos como este, em que elas pesariam mais de 200 toneladas. Essa pesagem tampouco é feita na importação, sendo tomados como verdadeiros e fidedignos os pesos constantes dos conhecimentos de transporte. Ainda de acordo com a descrição dos fatos, a conferência fiscal da mercadoria antes do desembaraço foi feita por amostragem, de dez por cento do volume. Assim, não haveria como o beneficiário do regime comprovar a reexportação total, alegando que houve conferência da mercadoria antes do desembaraço. Uma vez que a averbação é a prova do embarque ou da transposição de fronteira, considerase a mercadoria como não exportada de acordo com a Instrução Normativa da Receita Federal n° 28/1994, artigo 46, parágrafo 1º, artigo 48, II, artigos 49 e 51 e artigos 591 e 593 do Decreto 6.759/2009. Não tendo ocorrido a reexportação, considerouse não cumprido o regime. Regularmente cientificada (fls. 13, 14, 24 e 34), em 13/12/2012, a contribuinte apresentou, em 14/03/2012, a impugnação de fls. 152 a 242, onde alegou, em apertada síntese: a) que a lavratura do auto de infração é absolutamente imotivada e, como consequência, padece de insanável vício de legalidade, o que a torna nula de pleno direito; b) que houve total inobservância de um dos princípios norteadores da atividade administrativa de lançamento, pois o fisco deixou de buscar a verdade material e se utilizou de vaga presunção para concluir, a despeito da documentação acostada no processo administrativo relacionado à DDE, que não houve embarque de um dos contêineres; c) que todos os bens inseridos no regime de admissão foram, sem exceção, reexportados em total cumprimento ao compromisso assumido e garantido, à época, por Termo de Responsabilidade; d) que o lançamento não considerou em sua análise a tolerância legal de até 10% no que se refere à divergência de peso ou preço. Ao final requereu a nulidade do auto de infração. A DRJ acolheu as alegações trazidas pelo contribuinte, julgando procedente sua impugnação, sob o argumento de “que nos autos não há fatos suficientes que comprovem o descumprimento do regime. Ademais, o argumento utilizado pelo auto de infração sobre a pesagem e amostragem da mercadoria não se coaduna com o disposto na Instrução Normativa SRF nº 205, de 25 de setembro de 2002.” (fl. 251). Fl. 267DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE Processo nº 10730.720858/201245 Acórdão n.º 3401002.381 S3C4T1 Fl. 266 5 É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DA ADMISSIBILIDADE O recurso de ofício foi respaldado pelo primeiro órgão julgador no art. 34 do Decreto 70.235/1971, no art. 366 do Regulamento da Previdência Social, combinados com o art. 1º, I, da Portaria MPS 158/2007, abaixo colacionados: DECRETO 70.235, DE 6 DE MARÇO DE 1972. “Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) II deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada à infração denunciada na formalização da exigência. § 1º O recurso será interposto mediante declaração na própria decisão. § 2° Não sendo interposto o recurso, o servidor que verificar o fato representará à autoridade julgadora, por intermédio de seu chefe imediato, no sentido de que seja observada aquela formalidade.” DECRETO 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999 – REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. “Art.366.O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil recorrerá de ofício sempre que a decisão:(Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). Ideclarar indevida contribuição ou outra importância apurada pela fiscalização; e(Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). IIrelevar ou atenuar multa aplicada por infração a dispositivos deste Regulamento.(Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). §1oNo caso de decisão de autoridade delegada, o recurso de ofício será dirigido, por intermédio do delegante, à autoridade competente.(Renumerado com nova pelo Decreto nº 6.032, de 2007)(Revogado pelo Decreto nº 6.224, de 2007). Fl. 268DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE 6 §2oO Ministro de Estado da Previdência Social poderá estabelecer limite abaixo do qual será dispensada a interposição do recurso de ofício previsto neste artigo.(Incluído pelo Decreto nº 6.032, de 2007) §2oO recurso de que trata ocaputserá interposto ao Segundo Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda.(Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007). §3oO Ministro de Estado da Fazenda poderá estabelecer limite abaixo do qual será dispensada a interposição do recurso de ofício previsto neste artigo.(Incluído pelo Decreto nº 6.224, de 2007).” Portaria 158, de 11042007 “Art. 1o Deverá ser interposto recurso de ofício dirigido ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), observado o disposto no art. 2o ,das Decisões e DespachosDecisórios que: I declararem indevida, em valor total (principal, multa e juros) superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), contribuição ou outra importância apurada pela fiscalização;” A interposição de recurso de ofício pelas Turmas de Julgamento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) sofreu modificação, conforme o artigo. 1º da Portaria MF 03/2008: Portaria MF 3, de 3 de janeiro de 2008 DOU de 7.1.2008 Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Parágrafo único. O valor da exoneração de que trata o caput deverá ser verificado por processo.” Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, artigo 6º; a lei nova (latu sensu) é aplicada aos processos ainda em curso, observandose o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada: DECRETOLEI 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.(Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) § 1º Reputase ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) § 2º Consideramse adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo Fl. 269DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE Processo nº 10730.720858/201245 Acórdão n.º 3401002.381 S3C4T1 Fl. 267 7 comêço do exercício tenha têrmo préfixo, ou condição pré estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) § 3º Chamase coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) Verifico que o valor apurado inicialmente pelo fisco foi de R$ 13.467.668,86 (treze milhões, quatrocentos e sessenta e sete mil, seiscentos e sessenta e oito reais e oitenta e seis centavos). Dessa forma, constato que o débito deixou de ser exigido em sua totalidade, portanto, dentro do escopo da legislação que regia o recurso de ofício. Assim, conheço do recurso de ofício, tendo em vista que o débito tributário exonerado à época que deu o seu ensejo foi superior ao limite determinado na Portaria MF 158/2007. DA EXISTÊNCIA DE NULIDADE Como bem asseverou a relatora da DRJ, simples divergência entre o peso declarado e o realmente auferido não tem o condão de demonstrar, por si só, que o regime foi descumprido. A fiscalização autuou a interessada pelo fato de a mesma não ter comprovado a reexportação dos bens admitidos no regime de admissão temporária. Ocorre que nos documentos constantes nos autos há indícios de que houve a reexportação dos bens em questão, conforme resta no voto apresentado pela ilustre relatora a quo: “Ao contrário do que afirma a fiscalização, o embarque do conteiner n° 63215 consta da lista tanto do Conhecimento de Embarque BBCH5290279NH02 (fls. 130) da reexportação quanto do extrato de Declaração de Exportação DE nº 2080424720/0 às fls. 81. Abaixo a descrição como se encontra no Conhecimento de Embarque BBCH5290279NH02: 1 X 10´ BOX OPERATOR CABIN, S/N 63215 HS CODE BS371010 Os bens admitidos no regime estão discriminados na descrição detalhada da Declaração de Importação nº 08/04691392 (fls. 66 a 78), referente ao regime de admissão temporária com pagamento proporcional, registrada em 28/03/2008. A Declaração de Exportação nº 2080424720/0, com dados de embarque registrados em 25/04/2008 e desembaraçada em 14/04/2008, apresenta relação de bens exportados coincidente com aquela submetida ao regime em trato (fls. 84 e 85). A data de registro dos dados de embarque e desembaraço da Declaração de Exportação nº 2080424720/0, 25/04/2008 e 14/04/2008, respectivamente, estão dentro do prazo de concessão do regime, que expiraria em 10/06/2008, sendo que esta Declaração de Exportação foi instruída com o Conhecimento de Embarque BBCH5290279NH02.” Os containers listados no Conhecimento de Embarque BBCH5290279NH02 são os mesmos listados no documento expedido pela Alfândega dos Estados Unidos da América (fls. 98 a 100). Fl. 270DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE 8 Ora, além dos indícios muito bem apresentados pela ilustre julgadora, não se vislumbra nos autos qualquer fato que comprove o descumprimento do regime por parte da recorrente. Além disso, o frívolo argumento utilizado pela fiscalização sobre a pesagem e amostragem da mercadoria não se coaduna com o disposto na Instrução Normativa SRF nº 205/2002. Destarte, não paira dúvida de que acertada foi a conclusão do acórdão, não merecendo qualquer reforma, até porque o auto de infração deve ser instruído com todos os elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito imputado ao sujeito passivo. CONCLUSÃO Por todo exposto, voto por conhecer o recurso de ofício apresentado e, no mérito, negarlhe provimento, pelas razões supra aduzidas. Fernando Marques Cleto Duarte Relator Fl. 271DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2014 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 05/08 /2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DU ARTE
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Numero do processo: 10280.720716/2011-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
NORMA ESPECIAL. NORMA GERAL. SUPERVENIÊNCIA. REVOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA.
A norma jurídica inserta no art. 3º, I, "b" e art. 2º, § 1º III a V das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/03 é norma especial em relação àquela insculpida no art. 17 da Lei nº 11.033/04, aplicando-se, ante à aparente antinomia, o critério da especialidade, segundo o qual a lei geral posterior não derroga a lei especial anterior (lex posterior generalis non derogat legi priori specialis).
CRÉDITOS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. MANUTENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE
O advento do art. 17 da Lei nº 11.033/2004 não garantiu a manutenção de crédito para contribuintes sujeitos à incidência monofásica do PIS/Pasep e Cofins, criando direito novo, porquanto havia vedação expressa ao pretendido creditamento, tal como previsto no art. 3º, I, "b" e art. 2º, § 1º III a V das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/03.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3401-002.528
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: Por maioria, negou-se provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Fernando Cleto e Jean Cleuter. Designado o Conselheiro Robson Bayerl para redigir o acórdão.
(assinatura digital)
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
(assinatura digital)
Fernando Marques Cleto Duarte - Relator.
(assinatura digital)
Robson José Bayerl Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl (Substituto), Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), Angela Sartori.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007 NORMA ESPECIAL. NORMA GERAL. SUPERVENIÊNCIA. REVOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA. A norma jurídica inserta no art. 3º, I, "b" e art. 2º, § 1º III a V das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/03 é norma especial em relação àquela insculpida no art. 17 da Lei nº 11.033/04, aplicandose, ante à aparente antinomia, o critério da especialidade, segundo o qual a lei geral posterior não derroga a lei especial anterior (“lex posterior generalis non derogat legi priori specialis”). CRÉDITOS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. MANUTENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE O advento do art. 17 da Lei nº 11.033/2004 não garantiu a manutenção de crédito para contribuintes sujeitos à incidência monofásica do PIS/Pasep e Cofins, criando direito novo, porquanto havia vedação expressa ao pretendido creditamento, tal como previsto no art. 3º, I, "b" e art. 2º, § 1º III a V das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/03. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: Por maioria, negouse provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Fernando Cleto e Jean Cleuter. Designado o Conselheiro Robson Bayerl para redigir o acórdão. (assinatura digital) Júlio César Alves Ramos Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 07 16 /2 01 1- 42Fl. 110DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 (assinatura digital) Fernando Marques Cleto Duarte Relator. (assinatura digital) Robson José Bayerl – Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl (Substituto), Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), Angela Sartori. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte ATLAS VEÍCULOS LTDA. em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (PA), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação da contribuinte. Na espécie, a contribuinte teve contra si lavrado auto de infração referente à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS e à Contribuição para o PIS/PASEP, do anocalendário de 2007. Emerge do relatório fiscal (fls. 16/17) que a planilha denominada “Relação das Compras sujeitas à Incidência Monofásica da Cofins e do PIS”, constante do processo, relaciona as notas fiscais de compras de mercadorias para revenda que, por sua natureza, não dão direito ao crédito pleiteado. Transcrevo, por oportuno, excerto de auto de infração (fls. 20), in verbis: Valor apurado conforme Demonstrativo anexo, onde foram verificadas quantias declaradas nas DACON´s, a maior, em bens para revenda e bens utilizados como insumos em decorrência da inclusão de insumos sujeitos a tributação monofásica. Tais valores foram glosados por falta de amparo legal. Conseqüentemente, lançamos as diferenças entre as contribuições mensais da COFINS devidas (apuradas pela fiscalização) e as declaradas pela fiscalizada. A contribuinte foi cientificada da constituição do crédito tributário em 31.03.2011, conforme ciência de fls. 34 e, no intuito de reverter referido lançamento, apresentou a Impugnação de fls. 37/52. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (PA), ao analisar os argumentos da contribuinte, julgou improcedente a impugnação apresentada. O acórdão restou lavrado com a seguinte ementa: Fl. 111DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10280.720716/201142 Acórdão n.º 3401002.528 S3C4T1 Fl. 9 3 “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário:2007 CRÉDITOS. MANUTENÇÃO. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA.VEDAÇÃO. A possibilidade de manutenção dos créditos prevista no art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, não tem o alcance de manter créditos cuja aquisição a lei veda desde a sua definição. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2007 CRÉDITOS. MANUTENÇÃO. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA.VEDAÇÃO. A possibilidade de manutenção dos créditos prevista no art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004 não tem o alcance de manter créditos, cuja aquisição a lei veda desde a sua definição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas por órgãos colegiados não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão, na forma do art. 100, II, do Código Tributário Nacional (CTN). INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE.INCOMPETÊNCIA. A autoridade administrativa não tem competência para apreciar a arguição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de atos normativos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Intimada da decisão da instância a quo, em 26.06.2012, conforme faz prova o termo de ciência de fls. 81, a Recorrente interpôs o Recurso Voluntário de fls. 83/102. Em seu recurso, preliminarmente, a contribuinte sustenta que o auto de infração é nulo porque não há qualquer fundamentação ou motivo legal para a prática do ato administrativo que findou por glosar os créditos decorrentes da aquisição de bens sujeitos à alíquota zero. Defende, ainda, que a ausência de fundamentação e a irregularidade na forma do auto de infração deram causa a grave cerceamento a seu direito de defesa, o que macula de ilegalidade o auto de infração. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 No mérito, a contribuinte aponta que, com o advento das Leis nº. 10.637/2002 e 10.833/2003, a Contribuição para o PIS e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins passaram a ter apuração por parte das empresas através da sistemática da nãocumulatividade. Após isso, a Lei nº. 10.865/2004 alterou para 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS e da Cofins incidentes sobre a receita auferida pelos comerciantes atacadistas e/ou varejistas de maquinas e veículos classificados sob alguns códigos na TIPI, pelo fato de tais produtos estarem sujeitos à tributação “monofásica”. Enfatiza a contribuinte que, diante da clareza do art. 17, da Lei nº 11.033/04, não há como negar aos atacadistas ou varejistas de qualquer dos produtos sujeitos à tributação monofásica (combustíveis, medicamentos, determinadas máquinas e veículos, autopeças, pneus e câmaras de ar etc.) o direito ao crédito relativo à aquisição destes produtos. Aponta que o art. 17 da Lei n° 11.033/2004 não criou novos créditos, como quer entender a autoridade fiscal, mas apenas permitiu a manutenção dos créditos já existentes. Conclui que qualquer limitação à manutenção dos créditos decorrentes da venda de produtos sujeitos ao regime "monofásico", estando o contribuinte vinculado à sistemática da não cumulatividade, é inconstitucional por violar o princípio da igualdade tributária. Ao final, requer seja seu recurso voluntário provido para que seja declarado ao recorrente o direito à manutenção dos créditos de PIS e CONFINS decorrentes dos produtos adquiridos na revenda, com base no art. 17, da Lei 11.033/2004. Não tendo havido contrarrazões por parte da Fazenda Nacional, os autos foram encaminhados a este Conselho para apreciação e julgado do Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DA ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e presentes estão os demais requisitos para a sua admissibilidade, razão pela qual dele eu conheço. DA INCIDÊNCIA MONOFÁSICA Sabese que o regime monofásico do PIS e da COFINS perfaz um mecanismo de tributação com semelhança ao instituto da substituição tributária "para frente", vez que confere a um determinado contribuinte a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições devidas em toda cadeia, objetivando maximizar e tornar mais prática a arrecadação de tributos. Nesse passo, fato é que após o início da vigência da Lei nº. 10.147/00 clique aqui (alterações da Lei nº. 10.685/2004), restou instituído o regime monofásico das aludidas Fl. 113DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10280.720716/201142 Acórdão n.º 3401002.528 S3C4T1 Fl. 10 5 contribuições, a partir do qual os importadores e industriais de certos produtos tornaramse responsáveis pelo recolhimento do PIS e da COFINS incidentes sobre toda a cadeia de produção e consumo, através da aplicação de uma alíquota de maior percentual global e, em contrapartida, reduzindo a zero a alíquota do PIS e da COFINS para revendedores, atacadistas e varejistas nas operações subsequentes. Nesse sentido, as revendedora de veículos, por exemplo, quando revendem estes com tributação monofásica, não se sujeitam ao recolhimento do PIS e da COFINS. Apesar disso, estas estão obrigadas ao recolhimento das referidas contribuições incidentes sobre o valor do faturamento percebido em decorrência da aferição de receitas diversas não tributadas no modelo monofásico, com aplicação de alíquotas, no sistema nãocumulativo, no patamar de 1,65% (PIS) e 7,6% (COFINS). Fixada esta premissa, devese ressaltar que as Leis nº. 10.637/2002 (PIS Não Cumulativo) e 10.833/2003 (COFINS NãoCumulativa) vedam expressamente a manutenção e o aproveitamento de créditos decorrentes da aquisição de mercadorias revendidas sem a incidência do PIS e da COFINS, em virtude de sua tributação sob alíquota zero. Ocorre que, especificamente em 10 de agosto de 2004, entrou em vigor a Medida Provisória nº. 206/2004, posteriormente convertida na Lei Federal nº. 11.033/2004, cujo texto do artigo 17 (antigo artigo 16 da MP em questão) confere expressamente aos contribuintes que vendem produtos submetidos à alíquota zero de PIS/COFINS o direito de manutenção dos créditos relativos à aquisição destes produtos. Confirase a letra do dispositivo legal precitado: "as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações". Muito embora a clareza da letra do aludido dispositivo, fato é que o entendimento predominante adotado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, consubstanciado inclusive em respostas a variadas consultas realizadas pelos contribuintes (390/2007, 94/2007 e 351/2007), é no sentido de negar a manutenção de créditos do PIS e da COFINS a empresas atacadistas e revendedoras que adquirem e comercializam produtos submetidos à incidência monofásica das contribuições em referência. Todavia, inferese que o posicionamento adotado pela Fiscalização é manifestamente ilegal, passível de questionamento por todos os contribuintes que auferem receitas com a venda dos produtos submetidos ao regime monofásico, isto porque a partir da vigência do art. 17 da Lei nº 11.033/2004 não há como negar aos contribuintes atacadistas ou varejistas de qualquer dos produtos sujeitos à tributação monofásica o direito ao crédito relativo à aquisição destes produtos, vez que o referido comando normativo revogou tacitamente o quanto disposto pelo art. 3º, I, "b" e pelo art. 3°, § 2°, II, das Leis nº 10.637/2002 (PIS) e 10.833/03 (COFINS) que negavam o aludido direito de crédito. Realmente, é patente a revogação (tácita) dos aludidos dispositivos pelo art. 17 da Lei n. 11.033/2004, posto que a Lei de Introdução ao Código Civil (art. 2°, § 1°) estabelece que a "a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior". Fl. 114DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Vale frisar que a presente discussão, apesar de bastante recente, já encontra posicionamentos favoráveis exarados pelos Tribunais Regionais Federais, proferindo julgados declarando, expressamente, a aplicabilidade do artigo 17 da Lei 11.033/04 na situação, assegurando o direito ao crédito de PIS e COFINS na aquisição de produtos sujeitos à incidência monofásica das contribuições. Diante do acima exposto, em virtude do texto conferido ao art. 17 de Lei Federal nº. 11.033/2004, que regula inteiramente a possibilidade de manutenção dos créditos vinculados às operações realizadas sob incidência de alíquota zero em decorrência da aquisição e revenda de produtos monofásicos e, em consequência, revoga tacitamente os artigos que vedavam o aproveitamento dos referidos créditos, a contribuinte faz jus ao reconhecimento pelo direito ao aproveitamento dos créditos em questão. CONCLUSÃO Diante do exposto, conheço do recurso voluntário para no mérito darlhe provimento. (assinatura digital) Fernando Marques Cleto Duarte – Relator Voto Vencedor Conselheiro Robson José Bayerl, Redator designado Com as vênias de praxe, divirjo do posicionamento estampado no voto proferido pelo eminente Conselheiro Relator, no que tange ao direito de crédito pela aquisição de produtos sujeitos à tributação monofásica. Como bem apontado pela decisão recorrida, aos comerciantes varejistas e atacadistas de bens sujeitos ao regime monofásico de incidência do PIS/Pasep e Cofins a que se refere a Lei nº 10.485/02, como no caso vertente, é vedada a apropriação de créditos pela aquisição de veículos, autopeças, pneus novos de borracha e câmaras de ar de borracha, nos termos dos arts. 3º, I, b das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03 c/c art. 2º, § 1º, III a V dos mesmos diplomas. Logicamente, quando o art. 17 da Lei nº 11.033/04 utiliza a expressão “(...) manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações” – destacado –, está a se referir aos créditos admitidos pela lei, o que, definitivamente, não é o caso dos produtos antes relacionados, para os quais há, isto sim, impedimento de creditamento. Não é possível falar em manutenção de crédito inexistente, crédito não admitido pela lei, de modo que, em uma interpretação sistemática da legislação de regência, diversamente do que defende a recorrente e o voto vencido, não há qualquer garantia de crédito pela aquisição de produtos sujeitos ao regime de incidência monofásica das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins. Por oportuno, vale registrar que o advento da Lei nº 10.865/04 em nada afeta a situação jurídica sub examine, haja vista que a vedação aludida no voto condutor permanece Fl. 115DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10280.720716/201142 Acórdão n.º 3401002.528 S3C4T1 Fl. 11 7 nas Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, valendo a reprodução dos dispositivos legais envolvidos, nas partes que interessam ao presente julgado. Primeiramente o art. 3º, I, b: “Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) (Regulamento) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998)” (destacado) Na seqüência, o art. 2º, § 1º, III a V, que alberga os bens comercializados pela recorrente: “Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) § 1o (...) III no art. 1o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) IV no inciso II do art. 3o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) V no caput do art. 5o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmarasdear de borracha), da TIPI; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) (...)” (destacado) De outra banda, a aparente antinomia entre a previsão do art. 17 da Lei nº 11.033/04, que veicula norma geral, em contraponto aos arts. 2º, § 1º, III a V e 3º, I, b das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, que estatuem normas específicas, se soluciona pela adoção do critério da especialidade, consoante o qual a lei especial prevalece sobre a norma geral, consubstanciada no brocardo jurídico “lex posterior generalis non derogat legi priori specialis”. Portanto, a decisão ora reclamada não merece qualquer reparo, devendo ser mantida pelos seus próprios e jurídicos fundamentos. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 Com estas considerações, voto por negar provimento ao recurso. Robson José Bayerl Fl. 117DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/08/2014 p or FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 18/06/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assina do digitalmente em 05/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 10909.720677/2015-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3401-000.951
Decisão: Vistos e relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter os presentes autos em diligência, nos termos do voto do Relator.
ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rodolfo Tsuboi.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter os presentes autos em diligência, nos termos do voto do Relator. ROBSON JOSÉ BAYERL – Presidente FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rodolfo Tsuboi. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 09 .7 20 67 7/ 20 15 -8 2 Fl. 523DF CARF MF Processo nº 10909.720677/201582 Resolução nº 3401000.951 S3C4T1 Fl. 524 2 Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração, lavrado em 01/04/2015 (fls1. 3/33) e cientificado na mesma data (TERMO à fl. 299), em razão de falta de recolhimento de IPI Importação (arts. 1º, 2º, inc. I, 13, 14, alínea “b”, 26, inc. I, 34 e 35, alínea “b”, da Lei nº 4.502/64, c/c art. 1º, do DecretoLei nº 34/66); e para exigência de multa, com base no art. 84 da MP nº 215835/2001, c/c art. 69, da Lei n° 10.833/2003; e art. 4º, c/c o item 8, do anexo único, da IN SRF nº 680/2006, por omissão de informação de natureza administrativo tributária, referente a fatos geradores ocorridos entre 28/08/2013 e 12/09/2013, totalizando crédito tributário no valor original de R$21.220.561,34, conforme quadro DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS) do Auto de Infração. A exigência foi cientificada aos solidários: COTIA VITÓRIA SERVIÇOS E COMÉRCIO S/A, em 01/04/2015, (TERMO à fl. 299); e ELECSONIC COMÉRCIO LTDA, em 25/04/2015, (EDITAL à fl. 301). No quadro DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO(S) LEGAL(IS) do Auto de Infração às fls. 26/33, restou consignado que: (a) entre 26/08/2013 e 12/09/2013 a COTIA VITÓRIA SERVIÇOS E COMÉRCIO S/A importadora registrou 28 (vinte e oito) Declarações de Importação DI (Nacionalização de Entreposto Aduaneiro), tendo como encomendante a responsável solidária ELECSONIC COMÉRCIO LTDA, elencando às fls. 26/27; (b) a encomendante impetrou, em 06/02/2013, o Mandado de Segurança nº 19.727 DF, junto ao STJ, apontando como autoridade coatora o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio MDIC, pedindo que desse ordem para apreciar seu requerimento de habilitação no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores INOVAR AUTO (benefício fiscal de redução da alíquota do IPI em 30 pontos percentuais) e não utilizar o disposto no art. 22, §2º do Decreto nº 7.819/2012 (veículos constantes do anexo VI da norma estariam excluídos da redução do IPI) como impedimento ao deferimento de seu requerimento; (c) em 23/08/2013, em cumprimento de decisão liminar no MS nº 19.727DF, acatando ambos os argumentos levantados pela impetrante, foi publicada a Portaria MDIC nº 260/2013, habilitando Sub Judice a encomendante no programa INOVAR AUTO, no período de 01/08/2013 a 31/07/2014, e autorizando a importadora a importar até 292 veículos entre 01/08/2013 e 31/12/2013, com redução de alíquotas do IPI, prevista no artigo 22, inciso II, do Decreto nº 7.819/2012; (d) em 03/10/2013, houve sentença, transitada em julgado em 10/12/2013, reconhecendo à impetrante apenas o direito da autoridade coatora (MDIC), apreciar seu requerimento de habilitação, no prazo de 30 dias; (e) conclui a acusação fiscal que, em razão da decisão liminar ter sido declarada insubsistente, retirou do mundo jurídico a ordem judicial que amparava a publicação do ato administrativo de habilitação sub judice (Portaria MDIC nº 260, de 22/08/2013, revogada pela Portaria MDIC nº 83, de 25/04/2014), o qual teria perdido seus efeitos desde o dia de seu nascimento; (d) como conseqüência, constituiu crédito tributário de IPI, nas importações de tratores rodoviários para semireboque, classificados no código NCM 8701.20.00, á aliquota de 30%, reduzidas à ZERO, pelo artigo 22, inciso II, do Decreto nº 7.819/2012, exclusivamente para empresas habilitadas no Programa INOVAR AUTO; além de multa por omissão da informação de natureza administrativotributária, quanto ao tipo e identificação do processo formalizado na esfera judicial (MS nº 19.727DF) que trate de pendência, consulta ou autorização relacionada à importação objeto do despacho. 1 Todos os números de folhas indicados neste documento referemse à numeração eletrônica do eprocesso. Fl. 524DF CARF MF Processo nº 10909.720677/201582 Resolução nº 3401000.951 S3C4T1 Fl. 525 3 Cientificada do Auto de Infração, em 01/04/2015, (TERMO à fl. 299), COTIA VITÓRIA SERVIÇOS E COMÉRCIO S/A, apresentou Impugnação, em 30/04/2015 (fls. 311/335), alegando, em síntese: (a) erro na sujeição passiva, afirmando que a exigência do imposto devido no Programa INOVAR AUTO deve ser dirigida unicamente ao encomendante, habilitado no programa, nunca ao importador por encomenda; (b) ausência da prática de conduta antijurídica; e impossibilidade de figurar como sujeito passivo, por não ter dado causa ao não recolhimento; ao menos, quanto à não incidência de multa e juros de mora; (c) ilegitimidade da exigência do IPI à alíquota de 30%; (d) inexistência de omissão de informação e improcedência da multa isolada. Cientificada do Auto de Infração, em 25/04/2015, (EDITAL à fl. 301), ELECSONIC COMÉRCIO LTDA, apresentou Impugnação, em 26/05/2015 (fls. 398/409), alegando, em síntese: (a) nulidade na sujeição passiva solidária, por ausência de termo de sujeição passiva com as razões da imputação da solidariedade, "...ainda mais patente no que se refere à multa isolada por erro no preenchimento das DIs." (fl. 403); (b) ilegitimidade da exigência do IPI no desembaraço aduaneiro sobre bens importados para revenda (c) descabimento da exigência do IPI à alíquota de 30%; (d) ilegitimidade da aplicação da multa punitiva (75%). A decisão de primeira instância, proferida em 15/07/2015 (fls. 439/452) é pela improcedência da impugnação e manutenção do crédito tributário. Acordando a DRJ: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 28/08/2013 a 12/09/2013 INOVAR AUTO. HABILITAÇÃO. CANCELAMENTO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. AFASTAMENTO. Afastada a liminar que habilitava o encomendante no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores INOVAR AUTO, deve ser igualmente afastada a redução de alíquota do imposto sobre produtos industrializados vinculada ao programa. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 28/08/2013 a 12/09/2013 INFORMAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL. OMISSÃO. MULTA. A multa aplicase ao importador que prestar de forma inexata informação de natureza administrativotributária, cambial ou comercial necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. As informações relacionadas à existência de processo judicial com autorização relacionada à importação objeto do despacho, devem ser informadas pelo importador nas respectivas declarações de importação, conforme estabelecido em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Importador e encomendante respondem solidariamente pelos tributos e infrações relacionados aos despachos de importação que promoverem. Responsabilidade objetiva prevista na legislação de comércio exterior. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 525DF CARF MF Processo nº 10909.720677/201582 Resolução nº 3401000.951 S3C4T1 Fl. 526 4 Após ciência ao acórdão de primeira instância (TERMO à fl. 459) em 17/07/2015, COTIA VITORIA SERVICOS E COMERCIO S/A apresentou o recurso voluntário de fls. 491/514, em 17/08/2015, em essência, reiterando a argumentação expressa na impugnação. O solidário ELECSONIC COMÉRCIO LTDA, não foi intimado do acórdão de primeira instância. É o relatório. Voto Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como visto do relatório, tratase de Auto de Infração, em razão da falta de recolhimento de IPIImportação (arts. 1º, 2º, inc. I, 13, 14, alínea “b”, 26, inc. I, 34 e 35, alínea “b”, da Lei nº 4.502/64, c/c art. 1º, do DecretoLei nº 34/66); e para exigência de multa, com base no art. 84 da MP nº 215835/2001, c/c art. 69, da Lei n° 10.833/2003; e art. 4º, c/c o item 8, do anexo único, da IN SRF nº 680/2006, por omissão de informação de natureza administrativotributária, referente a fatos geradores ocorridos entre 28/08/2013 e 12/09/2013. Preliminar Antes de se entrar no mérito da questão, cumpre enfrentar questão preliminar, ora suscitada de ofício, no que referese a ausência de intimação ao solidário ELECSONIC COMÉRCIO LTDA do acórdão de primeira instância. Compulsando os autos, depareime com o fato de inexistir qualquer documento ou informação que ateste a data em que o solidário ELECSONIC COMÉRCIO LTDA foi cientificado do Acórdão nº 0737.598 1ª Turma da DRJ/FNS (fls. 439/452). Nesse sentido, proponho que se baixe o presente à Alfândega da Receita Federal do Brasil do Porto De Itajaí/SC, em diligência, para que a autoridade preparadora intime o solidário ELECSONIC COMÉRCIO LTDA do acórdão de primeira instância, juntando aos autos cópia do documento que formalizou o ato de ciência, facultado recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da ciência, nos termos da legislação em vigor. Posteriormente, os autos devem retornar ao CARF, para prosseguimento. Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 526DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10825.720106/2010-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
EMBARGOS. OMISSÃO E OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES.
Deve ser acolhido o Embargo que aponta omissão e obscuridade, e que leva à necessidade de apreciar preliminar e matéria de mérito que implica em revisão da decisão recorrida.
COMBUSTÍVEIS. DIREITO A CRÉDITO. CONSUMIDOS NO TRANSPORTE DE MÃO DE OBRA E DE INSUMOS E BENS PARTES DO PROCESSO DE CULTIVO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA. POSSIBILIDADE.
Fazem jus a crédito os dispêndios com combustíveis que se referem a transporte de empregados e de mão de obra na área do cultivo e colheita da cana de açúcar, transporte aéreo para aplicação de produtos na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar ou álcool).
Numero da decisão: 3401-003.205
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os embargos, com efeitos infringentes, para admitir o direito de crédito em relação aos gastos com combustíveis utilizados no transporte de empregados e de mão de obra na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar e álcool), vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, quanto ao transporte de empregados/mão de obra e de resíduos, e o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida, quanto aos resíduos.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: Relator Eloy Eros da Silva Nogueira
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 EMBARGOS. OMISSÃO E OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES. Deve ser acolhido o Embargo que aponta omissão e obscuridade, e que leva à necessidade de apreciar preliminar e matéria de mérito que implica em revisão da decisão recorrida. COMBUSTÍVEIS. DIREITO A CRÉDITO. CONSUMIDOS NO TRANSPORTE DE MÃO DE OBRA E DE INSUMOS E BENS PARTES DO PROCESSO DE CULTIVO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA. POSSIBILIDADE. Fazem jus a crédito os dispêndios com combustíveis que se referem a transporte de empregados e de mão de obra na área do cultivo e colheita da cana de açúcar, transporte aéreo para aplicação de produtos na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar ou álcool).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os embargos, com efeitos infringentes, para admitir o direito de crédito em relação aos gastos com combustíveis utilizados no transporte de empregados e de mão de obra na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar e álcool), vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, quanto ao transporte de empregados/mão de obra e de resíduos, e o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida, quanto aos resíduos. Robson José Bayerl - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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OMISSÃO E OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES. Deve ser acolhido o Embargo que aponta omissão e obscuridade, e que leva à necessidade de apreciar preliminar e matéria de mérito que implica em revisão da decisão recorrida. COMBUSTÍVEIS. DIREITO A CRÉDITO. CONSUMIDOS NO TRANSPORTE DE MÃO DE OBRA E DE INSUMOS E BENS PARTES DO PROCESSO DE CULTIVO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA. POSSIBILIDADE. Fazem jus a crédito os dispêndios com combustíveis que se referem a transporte de empregados e de mão de obra na área do cultivo e colheita da cana de açúcar, transporte aéreo para aplicação de produtos na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar ou álcool). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os embargos, com efeitos infringentes, para admitir o direito de crédito em relação aos gastos com combustíveis utilizados no transporte de empregados e de mão de obra na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar e álcool), vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, quanto ao transporte de empregados/mão de obra e de resíduos, e o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida, quanto aos resíduos. Robson José Bayerl Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 5. 72 01 06 /2 01 0- 63 Fl. 436DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente de Embargos ingressados nos termos do artigo 65 do RICARF em vigor, face o Acórdão n. 3401003.061 proferido por esta turma na sessão de 26 de janeiro de 2016, cuja Ementa ficou assim redigida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 CREDITOS A DESCONTAR. INCIDENCIA NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INTERPRETAÇÃO COMPREENSIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL. O arrendamento de um prédio, assim considerado uma construção (coisa acessória), não se dá de forma independente e autônoma, mas pressupõe o arrendamento de uma construção (coisa acessória) mais o bem imóvel sobre o qual a mesma foi erigida (coisa principal). Logo, se é lícito ao contribuinte descontar créditos com relação ao arrendamento de um todo que compreende o acessório mais o principal, acredito que não existem razões para se vedar o desconto de créditos quando se tratar de arrendamento de um bem imóvel sem acessão coisa principal, que é parte do todo. Por isso, não há como deixar de reconhecer o direito à apuração de créditos do PIS não cumulativo Fl. 437DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10825.720106/201063 Acórdão n.º 3401003.205 S3C4T1 Fl. 3 3 e da COFINS não cumulativo em relação as despesas de aluguel de propriedade rural. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis não cumulativo. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL. O direito de utilizar o crédito do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Apenas os créditos do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa apurados, respectivamente, na forma do art. 3º da Lei n. 10.627/2002 e do art. 3º da Lei n.º 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Regra geral, considerase definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa matéria que não tenha sido expressamente contestada no recurso. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. As alegações apresentadas no recurso devem vir acompanhadas das provas correspondentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado dar parcial provimento ao recurso, nos seguintes termos: i) Despesas e custos relacionados às oficinas por unanimidade de votos, parcial provimento, nos termos do voto do relator; ii) Despesas relacionadas diretamente ao preparo da cana de açúcar para se tornar insumo na produção do álcool e do açúcar por unanimidade de votos, provimento, nos termos do voto do relator; iii) Despesas relacionadas a armazenamento por unanimidade de votos, provimento, nos termos do voto do relator; iv) Despesas de materiais elétricos e de materiais de construção usados na área agrícola por unanimidade de votos, negouse provimento, nos termos do voto; v) Despesas e custos com serviços de manutenção (i) das oficinas e (ii) dos armazéns pagos a pessoas jurídicas por maioria de votos, deuse parcial provimento, nos termos do voto, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, que dava provimento em menor extensão; vi) Comissões e corretagens e gastos em venda e comercialização, pagas a pessoas jurídicas por unanimidade de votos, negouse provimento; vii) Despesas de transporte Fl. 438DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 pagos a PJ Por maioria de votos, deuse provimento, nos termos do voto, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl; viii) Despesas com aluguel de veículos por unanimidade, negouse provimento; ix) Despesas com aluguel e arrendamento rural PF e PJ por maioria de votos, deuse parcial provimento para os valores pagos a pessoas jurídicas, vencidos os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Rosaldo Trevisan e Robson José Bayerl, designado o Conselheiro Augusto Fiel Jorge d'Oliveira para redigir o voto vencedor; x) Despesas portuárias, despesas com armazenagem e despesas com documentação e estadias, nas operações de exportação por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso; xi) Despesas de exportação pela proporcionalidade das receitas de exportação por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso. O recurso alega que houve omissão e/ou obscuridade com relação á seguinte matéria: glosa dos gastos com combustíveis usados no transporte. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Este processo cuida de pedido de ressarcimento da contribuição social e das Declarações de Compensação a ele vinculadas, por meio dos quais a contribuinte requer, primeiramente, reconhecimento de créditos da contribuição social em comento, do regime não cumulativo (PIS ou COFINS mercado externo nos termos do art. 3o da Lei n. 10.627/2002 e Lei n° 10.833/2003). A contribuinte alega possuir créditos no período de apuração, referentes a custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias para o exterior. A auditoria fiscal propôs glosas, confirmadas pela autoridade administrativa no Despacho Decisório, que, somadas, reduziram o pretendido e solicitado pelo contribuinte DISPONÍVEL para as compensações. E concluíram não existir saldo disponível para o ressarcimento tratado neste processo. Após apreciar a manifestação de inconformidade, os Julgadores de 1º piso não acolheram as alegações da contribuinte e mantiveram as glosas fiscais. Este colegiado apreciou o recurso voluntário e, na sessão de 26 de janeiro de 2016, decidiu darlhe parcial provimento. Senhores Conselheiros, proponho que analisemos a matéria questionada nos Embargos, e dessa maneira verifiquemos a existência da omissão ou da obscuridade aventada e, se admitida, passemos à apreciação do mérito. Creio que nesse andar, conjugando a decisão de admissão do recurso com a decisão de mérito da matéria, ganharemos em eficiência e objetividade. Fl. 439DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10825.720106/201063 Acórdão n.º 3401003.205 S3C4T1 Fl. 4 5 Matéria: glosa dos gastos com combustíveis usados no transporte. A autoridade fiscal firmou seu entendimento de que insumo, utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda, compreende “a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam, incluídos no ativo imobilizado (IN 404/04, art. 8o, § 4o c/c § 9o)”. Além desse entendimento, adotado como critério para a glosa, a autoridade fiscal glosou também as despesas relacionados a centros de custos que não estavam diretamente vinculados á produção e fabricação dos produtos vendidos. Nesse conjunto, estavam os gastos com combustíveis usados no transporte. A contribuinte trouxe ao contraditório as razões por que defende a legalidade e correção dos créditos apurados a partir desses gastos. Em resumo: sobre as despesas com combustíveis que os combustíveis foram adquiridos para o transporte do produto para exportação e que são indispensáveis à atividade agroindustrial. Argumenta que não há como se negar que a atividade agroindustrial integrada demanda grandes espaços, e, por isso mesmo, uma movimentação muito grande de máquinas e veículos, seja na colheita e nos transporte de matériaprima dos fundos agrícolas para a indústria, seja no transporte de máquinas, equipamentos e, sobretudo, adubos e produtos químicos aos diversos fundos agrícolas onde são aplicados. Sem mencionar o transporte da mão de obra que é indispensável em todo o processo de plantio, tratos culturais, colheita e industrialização. Em decorrência da necessidade de constante vigilância das lavouras, em todo o seu estágio, são necessárias diligências diárias aos diversos fundos agrícolas por agrimensores, agrônomos e demais empregados qualificados para a finalidade de tratar da cultura. E que todo esse transporte se faz em sua grande parte por meio de veículos próprios e de terceiros movidos à gasolina ou álcool ou, na hipótese de ônibus, óleo diesel. Sem combustível, portanto, não há como se conceber o plantio, os tratos culturais, a colheita, o transporte e, por fim, a industrialização da canadeaçúcar. ... resta patente que os combustíveis se consubstanciam em verdadeiro insumo de produção intrinsecamente ligados ao processo agroindustrial e, conseqüentemente, à atividade da Recorrente. Os julgadores de 1ºpiso, sobre combustíveis utilizados no transporte, decidiram que a legislação equiparou os combustíveis aos demais bens considerados como insumos, desde que aqueles também sejam utilizados diretamente no processo produtivo, de fabricação do açúcar e do álcool destinado à venda. Portanto, em seu entendimento, não haveria que se falar em creditamento na aquisição de combustíveis utilizados no transporte da produção para a exportação ou mesmo da mãodeobra utilizada no processo agrícola, como pleiteou expressamente a recorrente. A aquisição de combustíveis geraria direito a crédito Fl. 440DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 apenas quando utilizado como insumo na fabricação dos bens destinados à venda. No caso, não aceitaram as alegações da contribuinte. Essa matéria foi contraditada novamente pela contribuinte, vindo para julgamento da 2ª instância. No voto do Conselheiro relator constaram as seguintes considerações e decisões a respeito dessa matéria: Sobre as despesas e custos relacionados às oficinas (a) Depreendo, portanto, que as despesas com combustíveis, lubrificantes, consumo de água, materiais de manutenção e materiais elétricos nas oficinas de serviços de limpeza operativa, de serviços auxiliares, de serviços elétricos, de caldeiraria e de serviços mecânicos e automotivos para as máquinas, equipamentos e veículos utilizados no processo produtivo da canadeaçúcar, ou seja, sua semeadura, colheita e transporte até a usina onde será fabricado o açúcar, atendem ao critério para caracterização como insumos. (b) CONTUDO, as despesas relacionadas aos centros de custos: "Diretoria Industrial/Administração planejamento", "Manutenção Conservação Civil" e "brigada de incêndio", "Central de ar condicionado", "Serviços Auxiliares", Funcionários afastados industrial, incentivo vale transporte industrial , não têm demonstradas pela recorrente a sua característica de insumo e a sua vinculação com o processo de produção propriamente dito e com os produtos vendidos. Por falta de comprovação e previsão legal, entendo que as glosas devem ser mantidas. Proponho dar PARCIAL provimento ao recurso neste item. (GRIFOS ACRESCIDOS) Sobre as despesas relacionadas diretamente ao preparo da cana de açúcar para se tornar insumo na produção do álcool e do açúcar Com a mesma razão anteriormente exposta, entendo que atendem aos critério para caracterização como insumo as despesas e custos com combustíveis, consumo de água e materiais elétricos para emprego nas atividades: balança de cana; destilaria de álcool; ensacamento de açúcar; fabricação de açúcar; fermentação; geração de energia (turbo gerador); geração de vapor (caldeiras); laboratório teor de sacarose; lavagens de cana/ residuais; mecanização industrial; preparo e moagem; recepção e armazenagem; transporte industrial; tratamento do caldo; captação de água; rede de restilo; refinaria granulado. Proponho dar provimento ao recurso neste item. (GRIFOS ACRESCIDOS) Como se vê, o voto tratou da matéria, propondo provimento ao recurso quanto a este ítem. Contudo, no desdobrar da sessão, faltou a apreciação dos Conselheiros sobre a seguinte parte do voto do relator, com considerações e proposição diretamente vinculadas a essa matéria. Vejamos: Fl. 441DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10825.720106/201063 Acórdão n.º 3401003.205 S3C4T1 Fl. 5 7 Glosa das despesas de transporte pagos a PJ e dos gastos relacionados a transportes a autoridade fiscal e os julgadores a quo decidiram que essas despesas não podem ser consideradas insumo e não podem gerar credito na apuração da contribuição em questão. Consultei os documentos que instruem este processo, as planilhas demonstrando a apuração das receitas, as despesas e os centros de custos e, nelas, vejo dois tipos de categorias de serviços de transporte: 1º) as que se referem a transporte de empregados e de mão de obra no contexto do cultivo e colheita da cana de açúcar, transporte aéreo para aplicação de produtos na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar ou alcool); 2º) as que se referem a transporte de produtos acabados e os serviços de transporte que não se relacionam diretamente com as atividades de cultivo, colheita e tratamento da cana de açúcar e de seus subprodutos, antes da obtenção do produto final açúcar ou alcool. Nesse ponto, entendo que razão assiste à recorrente quando se trata da primeira categoria acima, de gastos e custos agrícolas, pois elas se referem a serviços e insumos necessários ao processo de produção da cana e seus derivados, e também transporte de pessoal no âmbito das colheitas, e, a meu ver, guardam relação direta com a produção de cana de açúcar. Mas entendo que razão não lhe assiste quanto ao segundo grupo de despesas acima indicado, pois não guardam relação direta com o processo de produção da cana, de seus derivados, e também com a fabricação de açúcar e alcool. Entendo que a glosa deve ser mantida para essa segunda categoria, pois não se trata de insumo necessário tendo em vista as especificidades do processo da colheita de cana de açúcar, nem se enquadram na previsão para obtenção de créditos a partir de despesas de transporte. Proponho dar PARCIAL provimento ao recurso neste aspecto. A meu ver, o texto do Acórdão recorrido traz obscuridade que deve ser sanada, para que fique expresso e julgado o entendimento de que os gastos com combustíveis usados no transporte podem gerar crédito nos termos que constam do voto, o que justificam dar parcial provimento ao recurso voluntário neste item. Por essas razões, proponho seja admitido, conhecido e apreciado este Embargo, e no mérito passe a constar do Acórdão recorrido o entendimento favorável ao provimento PARCIAL do recurso neste item. Fl. 442DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 CONCLUSÃO FINAL Seja acolhido o Embargo para dar PARCIAL provimento ao recurso voluntário na matéria glosa dos gastos com combustíveis usados no transporte, e que essa decisão altere o que consta como dispositivo conclusivo do Acórdão recorrido, com efeitos infringentes, cuja Ementa passa ser acrescida do seguinte: COMBUSTÍVEIS. DIREITO A CRÉDITO. CONSUMIDOS NO TRANSPORTE DE MÃO DE OBRA E DE INSUMOS E BENS PARTES DO PROCESSO DE CULTIVO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA. POSSIBILIDADE. Fazem jus a crédito os dispêndios com combustíveis que se referem a transporte de empregados e de mão de obra no contexto do cultivo e colheita da cana de açúcar, transporte aéreo para aplicação de produtos na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar ou alcool). Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 443DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 11065.000577/2010-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
PROCESSO JUDICIAL E PROCESSO ADMINISTRATIVO. MESMO OBJETO. RENÚNCIA À DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. UNIDADE DE JURISDIÇÃO. SÚMULA CARF N. 1.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 3401-003.267
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Sustentou pela recorrente a advogada Aline da Costa Barcelos, OAB/SP no 338.337.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 PROCESSO JUDICIAL E PROCESSO ADMINISTRATIVO. MESMO OBJETO. RENÚNCIA À DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. UNIDADE DE JURISDIÇÃO. SÚMULA CARF N. 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Sustentou pela recorrente a advogada Aline da Costa Barcelos, OAB/SP no 338.337. ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 PROCESSO JUDICIAL E PROCESSO ADMINISTRATIVO. MESMO OBJETO. RENÚNCIA À DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. UNIDADE DE JURISDIÇÃO. SÚMULA CARF N. 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Sustentou pela recorrente a advogada Aline da Costa Barcelos, OAB/SP no 338.337. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 05 77 /2 01 0- 63 Fl. 1737DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre os Autos de Infração de fls. 776 a 800, e 1036 a 10461, com ciência ao sujeito passivo em 20/04/2010 (fls. 777 e 1027), para exigência do imposto sobre produtos industrializados (IPI), relativo ao período de janeiro de 2007 a maio de 2008 (apuração decendial e mensal), nos valores originais de R$ 5.638.029,97 e R$ 2.249.762,25, e de juros de mora e multa de ofício (75%), além da multa prevista no art. 7o da Lei no 9.493/1997, por aproveitamento indevido de crédito de IPI decorrente de aquisição de insumos sujeitos à suspensão do imposto, por destaque indevido de crédito de IPI em nota fiscal de aquisição de insumos que deveriam ter ingressado com suspensão, e por enquadramento incorreto de bebidas do tipo aguardente. No Relatório da Ação Fiscal (fls. 749 a 775), narra a fiscalização que: (a) analisando o Livro de Registro de Apuração do IPI, foram detectados vultosos créditos de IPI lançados como "outros créditos ou créditos extemporâneos", em valores muito superiores aos créditos básicos (tabela de fl. 752); (b) indagada sobre a origem dos créditos, a empresa informou que tratavamse de créditos sobre insumos (aguardente) adquiridos com suspensão do IPI, apropriados extemporaneamente, com base na ação judicial no 1999.71.08.0099270; (c) verificando as notas fiscais que dão suporte aos referidos créditos, percebeuse que traziam mensagem referente a estorno de débitos fiscais extemporâneos produzidos pelo não uso (mensagem completa à fl. 754); (d) analisando as peças da ação judicial, constatouse que a autorização judicial (dada pelo TRF4, após negativas liminares e de piso) se referia apenas a insumos isentos, imunes, e/ou tributados à alíquota zero; (e) havia autuação contra a empresa, referente a períodos anteriores, pelas mesmas condutas imputadas nestes autos (fls. 757/758), configurandose a reincidência específica de que trata do art. 479 do RIPI então vigente; (f) a partir da análise dos arquivos magnéticos, foram ainda encontradas notas de entrada com consideráveis valores de IPI creditado, referentes a compras de aguardente da empresa "Bebidas Sabará LTDA", no segundo trimestre de 2007, o que gerou saldo credor suficiente para anular os débitos do imposto até maio de 2008 (período em que a empresa não se creditou em função da ação judicial, por usar o expediente alternativo), e, indagado sobre tais créditos, o responsável pela contabilidade da empresa respondeu ser uma decisão da direção, cabendo para tal conduta, a aplicação da multa prevista no art. 7o da Lei no 9.493/1997; e (g) no decorrer dos trabalhos de auditoria de arquivos magnéticos percebeuse ainda que houve enquadramento de bebidas das marcas "7 Campos de Piracicaba", "Cana Martelinho" e "Cana Trago Fino" em desacordo com os Atos Declaratórios emitidos pela RFB, ensejando recolhimento a menor, tendo a empresa reconhecido a correção e informado que a estaria corrigindo mediante lançamentos em períodos posteriores. A empresa apresenta Impugnação em 14/05/2010 (fls. 1048 a 1106), argumentando, em síntese, que: (a) houve cerceamento do direito de defesa, pela descrição insuficiente dos fatos, e pela imprecisão na indicação do dispositivo legal infringido; (b) o direito de crédito para a isenção (sendo a suspensão uma espécie do gênero isenção) foi 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 1738DF CARF MF Processo nº 11065.000577/201063 Acórdão n.º 3401003.267 S3C4T1 Fl. 1.738 3 assegurado judicialmente, nos autos do Mandado de Segurança no 1999.71.08.0099270, havendo descumprimento de decisão judicial pela fiscalização; (c) a empresa possui créditos de IPI pela compra de selos fiscais: (d) o aproveitamento de crédito nas aquisições da empresa "Bebidas Sabará LTDA" é regular, sendo inaplicável a multa lançada para a operação; (e) o enquadramento incorreto de bebida foi regularizado antes do início do procedimento fiscal, caracterizando denúncia espontânea, e afastando a autuação; e (f) não houve reincidência ou sonegação, sendo indevida a majoração da multa lançada. Em 29/04/2011 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 1586 a 1599), no qual se decide unanimemente por: (a) não tomar conhecimento da impugnação no tocante ao mérito do cabimento, ou não, do crédito de IPI nas entradas de insumos remetidos ao estabelecimento autuado, com suspensão do referido imposto, dada a opção pela via judicial, declarando a definitividade da glosa e dos créditos decorrente, na via administrativa; (b) não tomar conhecimento da preliminar de inconstitucionalidade da multa de que trata o art. 7o da Lei no 9.493/1997; (c) rejeitar a preliminar de nulidade por suposta preterição do direito de defesa; e (d) no mérito, na parte que remanesce litigiosa administrativamente, (d1) que os créditos que corresponderiam ao IPI lançado indevidamente em notas fiscais de aquisição de aguardente do fornecedor "Bebidas Sabará LTDA", se referem a saída de produto que deveria, obrigatoriamente, ter sido efetuada com suspensão, sendo ilegítimo o crédito, e devida a multa igual ao valor comercial da mercadoria, prevista no art. 7o da Lei no 9.493/1997; (d2) que é procedente a exigência por falta de lançamento de IPI nas saídas de bebidas "7 Campos de Piracicaba", "Cana Martelinho" e "Cana Trago Fino" nas quais a empresa utilizou a alíquota específica de R$ 0,30 por unidade, e deveria ter utilizado a alíquota de R$ 0,38, não tendo havido regularização antes do início do procedimento fiscal, como alegado na defesa; e (d3) deve ser mantida a multa majorada em função de reincidência específica, prevista na Lei no 4.502/1964 (art. 70) e no RIPI de 2002 (art. 479), havendo dois processos administrativos nos quais restou definitiva a exigência de IPI fundadas nas mesmas infrações que geraram o presente processo. Às fls. 1606 a 1609, a fiscalização informa que: (a) no Mandado de Segurança no 1999.71.08.0099270, a empresa obteve, inicialmente, decisão parcialmente favorável, em Acórdão do TRF4, reconhecendo o direito a creditarse do IPI relativos a insumos e matériasprimas adquiridas sob regime de isenção, imunidade, não tributação ou sujeitos à alíquota zero, silenciando o provimento judicial sobre a suspensão; (b) decisão recente do STF, no caso, deu provimento a recursos extraordinário interposto pela União, revertendo a decisão no que se refere a insumos isentos, não tributados ou tributados à alíquota zero; e (c) não havendo provimento que assegure o direito a crédito na suspensão (nem que se acolhesse a tese suscitada pela empresa de que seria uma subespécie da isenção), os créditos são imediatamente exigíveis, com a definitividade da decisão administrativa. Com base em tal informação, os créditos referentes à ação judicial foram aparatados do presente processo (fl. 1610) Cientificada do acórdão da DRJ em 21/07/2011 (AR à fl. 1620), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 04/08/2011 (fls. 1622 a 1674), basicamente reiterando as alegações expostas em sua impugnação (sobre estar judicialmente assegurado o crédito, sendo a suspensão espécie do gênero isenção; que houve descrição deficiente do fato na autuação, e imprecisa indicação do dispositivo legal infringido; que a empresa teria iniciado a regularização do enquadramento da alíquota antes da ação fiscal; e que não há fundamento para aplicação das multas lançadas, e não houve reincidência ou sonegação fiscal), e agregando que: (a) houve cerceamento de defesa pela apreciação apenas parcial da impugnação, não se Fl. 1739DF CARF MF 4 conhecendo da matéria discutida judicialmente e da alegação de inconstitucionalidade do art. 7o da Lei no 9.493/1997, o que afronta a ampla defesa e o contraditório, ocasionando nulidade; (b) o RE no 370.652, interposto pela União, ainda não teve trânsito em julgado; e (c) as mercadorias adquiridas da empresa "Bebidas Sabará LTDA" o foram de boafé, acobertadas por documentação idônea, sendo incabível a aplicação de penalidades em relação a tais operações. Às fls. 1688 a 1690, a recorrente peticiona a este tribunal administrativo informando a ocorrência de fato novo, que consiste na interposição, pela União, de Ação Rescisória (de no 1999.71.08.0099270), tendo em vista o decidido no Mandado de Segurança no 001260084.2012.404.0000/RS, na qual a decisão do TRF4 determinou a não aplicação de qualquer tipo de penalidade contra a empresa em virtude do crédito não aproveitado. Ainda que tal ação rescisória não tenha transitado em julgado, sustenta a recorrente que seus efeitos se aplicam ao presente processo administrativo, já que eventual recurso da União não teria efeito suspensivo. Às fls. 1714 a 1734, anexase, por determinação judicial, decisão exarada na Medida Cautela Fiscal no 500344993.2010.404.7108/RS, que decreta a indisponibilidade de bens da e ativos da recorrente e de pessoas a ela ligadas. Em 17/03/2016 o processo foi distribuído a este relator, por sorteio. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade relativo à tempestividade, e, portanto, dele se toma, a priori, conhecimento. Acolhese, ainda, a anexação das peças apresentadas após o recurso voluntário, que informam sobre a ação rescisório e a medida cautelar fiscal relativas à recorrente. Incumbe destacar, no entanto, que a matéria que a DRJ entendeu estar submetida ao crivo do Poder Judiciário não pode ser igualmente submetida a este tribunal administrativo, em função da unidade de jurisdição, tendo sido o tema plasmado na Súmula CARF no 1: “Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” E as alegações de que a ausência de análise administrativa da matéria submetida ao Poder Judiciário e ausência de análise da alegação de inconstitucionalidade de lei Fl. 1740DF CARF MF Processo nº 11065.000577/201063 Acórdão n.º 3401003.267 S3C4T1 Fl. 1.739 5 ocasionariam cerceamento de defesa desaguam em outra súmula, de cumprimento igualmente obrigatório por este tribunal administrativo, a Súmula CARF no 2: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Tais temas, tratados justamente pelas duas primeiras súmulas desta corte administrativa, não podem, efetivamente, ser objeto de discussão, pelo colegiado. E, como destacou o julgador de piso, também naquela instância administrativa há obstáculo normativo à análise de tais temas, pelo que não deve prosperar a alegação de nulidade do acórdão prolatado pela DRJ. Ademais, os créditos que entendeu a DRJ estarem sendo discutidos em juízo já foram expurgados do presente contencioso, por ter sido reconhecida sua definitividade, seguindo tais rubricas para cobrança. E contra tal cobrança se opôs a recorrente, inclusive obtendo provimento judicial, provimento esse que não afeta o julgamento da matéria não discutida judicialmente. Assim, são fartos os motivos para que não tratemos, nestes autos, da matéria que a DRJ entendeu submetida ao Poder Judiciário. Restam a apreciar, então, os demais argumentos de defesa da recorrente, que sustenta: (a) haver nulidade da autuação (no que se refere à descrição deficiente do fato na autuação, e à imprecisa indicação do dispositivo legal infringido); (b) ter a empresa adquirido mercadorias da "Bebidas Sabará LTDA" de boafé, acobertada por documentação idônea; (c) ter a empresa iniciado a regularização do enquadramento da alíquota antes da ação fiscal; e (d) não serem aplicáveis as penalidades, e não ter havido reincidência. Cabe destacar, em adição, que o tema trazido pela defesa, na peça recursal, referente a selo de controle, é alheio ao presente contencioso. Analisando o teor da autuação, não se identifica nenhuma das nulidades suscitadas na defesa, seja porque os fatos são precisamente descritos, tendo demonstrado a recorrente compreender exatamente a imputação fiscal (inclusive reconhecendo a procedência de uma delas, referente ao enquadramento da alíquota de bebidas), seja porque os dispositivos legais infringidos são detalhados na autuação, da qual faz parte o Relatório da Ação Fiscal. Improcedentes, assim, as preliminares de nulidade suscitadas. Quanto à alegação de ter a empresa adquirido mercadorias da "Bebidas Sabará LTDA" de boafé, e que tais aquisições estariam acobertadas por documentação idônea, entendemos que os documentos carreados aos autos pela empresa não se prestam à desejada comprovação de boafé, e nem a gerar direito de crédito em operação que, digase, não invoca amparo judicial, mas demanda crédito sobre imposto indevidamente lançado nas notas fiscais. Assim, seja por carência probatória, apta a elidir a verificação fiscal, seja por simples falta de amparo normativo, não goza a empresa dos créditos em apreço, sendo procedente, nesse aspecto o lançamento, no que se refere aos tributos e consectários, ficando ainda tipificada a situação ensejadora da multa prevista no art. 7o da Lei no 9.493/1997: Art. 3º Ficam equiparados a estabelecimento industrial, independentemente de opção, os estabelecimentos atacadistas e cooperativa de produtores que derem saída a bebidas alcóolicas Fl. 1741DF CARF MF 6 e demais produtos, de produção nacional, classificadas nas posições 2204, 2205, 2206 e 2208 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), e acondicionados em recipientes de capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos seguintes estabelecimentos: I industriais que utilizem os produtos mencionados como insumo na fabricação de bebidas; II atacadistas e cooperativas de produtores; III engarrafadores dos mesmos produtos. Art. 4º Os produtos referidos no artigo sairão com suspensão do IPI dos respectivos estabelecimentos produtores para os estabelecimentos citados nos incisos I, II e III do mesmo artigo. (...) Art. 5º Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do IPI concernente às matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, que tenham sido empregados na industrialização, ainda que para acondicionamento, de produtos saídos do estabelecimento produtor com a suspensão do imposto determinada no artigo anterior. Art. 6º Nas notas fiscais relativas às remessas previstas no art. 4º, deverá constar a expressão “Saído com suspensão do IPI”, com a especificação do dispositivo legal correspondente, vedado o registro do IPI nas referidas notas, sob pena de se considerar o imposto como indevidamente destacado, sujeitando o infrator às disposições legais estabelecidas para a hipótese. Art. 7º O estabelecimento destinatário da nota fiscal emitida em desacordo com o disposto no artigo anterior, que receber, registrar ou utilizar, em proveito próprio ou alheio, ficará sujeito à multa igual ao valor da mercadoria constante do mencionado documento, sem prejuízo da obrigatoriedade de recolher o valor do imposto indevidamente aproveitado. (grifo nosso) Assim, a situação evidenciada pela fiscalização amoldase perfeitamente à fundamentação legal para a aplicação da penalidade. Sobre o incorreto enquadramento de bebidas, já destacamos que a própria recorrente reconhece o cometimento da incorreção, mas informa que teria havido regularização antes do início do procedimento fiscal. Entretanto, como atestou a DRJ, o que o contribuinte entendeu como regularização envolveu tão somente a apresentação de DANFE (Documentos Auxiliares de Notas Fiscais Eletrônicas), não havendo qualquer demonstração de que tais notas tenham sido escrituradas, ou mesmo de que tenha havido algum recolhimento. Verificou o julgador de piso, ainda, em homenagem à verdade material, se havia pagamentos registrados em nome da empresa no sistema SINAL, de janeiro de 2009 a março de 2011, não encontrando recolhimentos de IPI acompanhados de acréscimos legais. Fl. 1742DF CARF MF Processo nº 11065.000577/201063 Acórdão n.º 3401003.267 S3C4T1 Fl. 1.740 7 Portanto, não merece prosperar a alegação da defesa, que restou carente de prova, nesse aspecto. Por fim, no que se refere à aplicação de penalidades, temos que as multas de ofício devem ser mantidas em relação aos temas aqui debatidos, por estar a conduta praticada expressamente tipificada em disposição legal, que não pode ser afastada em nome de razoabilidade/proporcionalidade, ou de alegação não passível de análise por este tribunal administrativo (inconstitucionalidade). Especificamente versando sobre o agravamento, por ter havido reincidência, resta cristalinamente comprovado nos autos que a empresa sofreu autuação anterior, já administrativamente julgada, em definitivo, impondo penalidade e exigindo o IPI com fundamento em razão idêntica à externada no presente processo (aquisição de insumos com suspensão). No entanto, necessário recordar que a discussão sobre tal fundamento restou submetida à tutela do juízo, pelo que a conclusão pelo cabimento do agravamento afeta materialmente a parte do crédito que acabou sendo apartada deste contencioso, aqui só se podendo decidir pelo cabimento do agravamento, em si, sem ingressar no próprio mérito da procedência da exigência do principal, no que se refere a tal matéria (aquisição de insumos com suspensão), que entendeu a instância de piso, definitivamente, estar submetida ao Poder Judiciário, já não fazendo parte destes autos a matéria. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 1743DF CARF MF
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