Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10980.920311/2012-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)
Data do fato gerador: 15/04/2004
INCLUSÃO DO ICMS E DO ISS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE.
O ICMS e o ISS não compõem a base de cálculo do PIS/COFINS, conforme pacificado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 574.706, aplicável analogamente ao presente caso.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. PRECLUSÃO
O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. A juntada dos documentos deve observar a regra prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72.
Numero da decisão: 3302-007.110
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Denise Madalena Green.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) Data do fato gerador: 15/04/2004 INCLUSÃO DO ICMS E DO ISS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. O ICMS e o ISS não compõem a base de cálculo do PIS/COFINS, conforme pacificado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 574.706, aplicável analogamente ao presente caso. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. PRECLUSÃO O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. A juntada dos documentos deve observar a regra prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10980.920311/2012-04
anomes_publicacao_s : 201907
conteudo_id_s : 6025936
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3302-007.110
nome_arquivo_s : Decisao_10980920311201204.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : PAULO GUILHERME DEROULEDE
nome_arquivo_pdf_s : 10980920311201204_6025936.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Denise Madalena Green.
dt_sessao_tdt : Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
id : 7808305
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:48:21 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120295407616
conteudo_txt : Metadados => date: 2019-07-03T14:42:07Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-07-03T14:42:07Z; Last-Modified: 2019-07-03T14:42:07Z; dcterms:modified: 2019-07-03T14:42:07Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-07-03T14:42:07Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-07-03T14:42:07Z; meta:save-date: 2019-07-03T14:42:07Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-07-03T14:42:07Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-07-03T14:42:07Z; created: 2019-07-03T14:42:07Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2019-07-03T14:42:07Z; pdf:charsPerPage: 1853; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-07-03T14:42:07Z | Conteúdo => S3-C 3T2 Ministério da Economia Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10980.920311/2012-04 Recurso Voluntário Acórdão nº 3302-007.110 – 3ª Seção de Julgamento / 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de maio de 2019 Recorrente GRAFICA E EDITORA POSIGRAF LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) Data do fato gerador: 15/04/2004 INCLUSÃO DO ICMS E DO ISS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. O ICMS e o ISS não compõem a base de cálculo do PIS/COFINS, conforme pacificado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 574.706, aplicável analogamente ao presente caso. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. PRECLUSÃO O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. A juntada dos documentos deve observar a regra prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72. Acordam os membros do Colegiado, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Denise Madalena Green. Relatório Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do despacho decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba, que indeferiu a restituição solicitada por meio de Pedido de Restituição Eletrônico - PER. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 92 03 11 /2 01 2- 04 Fl. 79DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3302-007.110 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920311/2012-04 Dito pedido foi indeferido, após análise eletrônica pelo sistema de processamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Em despacho decisório assinado pelo titular da unidade, apontou-se, como causa do indeferimento do pedido de restituição, o fato de que, embora localizado o pagamento indicado no PER como origem do crédito, o valor correspondente teria sido totalmente utilizado em outra declaração de compensação ou na extinção de outro débito. Devidamente cientificada, a contribuinte interpôs Manifestação de Inconformidade, em que relata que o pedido de restituição refere-se a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS e/ou Cofins em razão da inclusão do ISS na base de cálculo dessas contribuições. Ao defender a legalidade do crédito pleiteado, argumenta que, de acordo com as Leis instituidoras da contribuição para o PIS e da Cofins, bem como o art. 195 da Constituição Federal vigente, caberia à Receita Federal “reconhecer como base de cálculo para o PIS e a COFINS a receita ou o faturamento, não possuindo autorização para incluir em sua base o valor pago a título de ISS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não-faturamento. O valor do ISS está embutido no preço dos serviços prestados. Portanto, tal valor constitui ônus fiscal e não-faturamento.” Aduz que a base de cálculo não pode extravasar, sob o ângulo do faturamento, o valor do negócio, ou seja, a parcela recebida com a operação mercantil ou similar. Invoca o art. 110 do Código Tributário Nacional, alegando que “há que se atentar, também, para o princípio da razoabilidade, pressupondo-se que o texto constitucional se mostre fiel, no emprego dos institutos, de expressões e vocábulos, ao sentido próprio que eles possuem, não merecendo outras interpretações. Argumenta que os contribuintes do PIS e da Cofins não faturam ISS, porque tal imposto não é receita da empresa, mas um desembolso que beneficia o Município, o qual detém a competência para cobrá-lo. Por seu turno, a DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade, por entender que: (i) o ISS compõe a base de cálculo do PIS/Cofins, inexistindo previsão legal para sua exclusão; e (ii) inexistiriam nos autos prova da origem do crédito apurado pela recorrente. Regularmente cientificada da decisão, a recorrente interpôs Recurso Voluntário, alegando, em síntese que o ISS não compõe a base de cálculo do PIS/Cofins, conforme já decidido no RE 574.706 que trata do ICMS, aplicável ao caso sob análise. Juntou documentos para respaldar suas pretensões. É o relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3302- 007.101, de 22 de maio de 2019, proferido no julgamento do processo 10980.920300/2012-16, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 80DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3302-007.110 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920311/2012-04 Transcrevem-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3302-007.101): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Conforme exposto anteriormente, a Recorrente apresentou o PER/DCOMP nº 24161.20960.061108.1.2.04-0381 para compensar seu débito com crédito de COFINS. O crédito apurada pela Recorrente foi indeferido e sua declaração de compensação foi considerada "não homologado", considerando que o crédito já havia sido utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte. Irresignada com a decisão, Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, alegando que o crédito tem origem no recolhimento indevido da COFINS incidente sobre o ISS. Não juntou documentos na manifestação de inconformidade para comprovar seu direito. A decisão recorrida, por sua vez, afastou as pretensões da Recorrente, por entender (i) que o ISS compõe a base de cálculo da COFINS e (ii) inexistir nos autos prova da origem do crédito apurado pela Recorrente. Já em sede recursal, a Recorrente traz argumentos mais robustos sobre o direito ao crédito, bem como sobre o erro na base de cálculo da contribuição apurada, acompanhado de documentos para embasar suas pretensões. Pois bem. A controvérsia está em determinar se é devida a inclusão do ISS na base de cálculo do PIS e da COFINS. A matéria já foi pacificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE nº 574.706, o qual, por maioria e nos termos do voto da Relatora, ao apreciar o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: “O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins”. A questão, portanto, encontra-se pacificada, de modo que não cabe mais discussão a esse respeito. Tal entendimento, baseado no fato de o ICMS não compor o faturamento, base de cálculo das contribuições, também pode ser aplicado ao ISS, eis que este também não a integra, o que garante a segurança jurídica em relação ao tema. A aplicação da decisão proferida do RE nº 574.706 ao presente caso, foi alvo de decisão proferida no RE 592.616, onde restou decidido por sobrestar o feito até julgamento daquele RE. Neste eito, entendo que razão assiste à Recorrente. Contudo, entendo que os documentos carreados autos pela Recorrente, ainda que se prestem à comprovar seu pretenso direito, não devem ser considerados para julgamento do presente processo, considerando a preclusão prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72, que assim preceitua: Art. 16. A impugnação mencionará: I - a autoridade julgadora a quem é dirigida; II - a qualificação do impugnante; III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 81DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 Fl. 4 do Acórdão n.º 3302-007.110 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920311/2012-04 V - se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1º Considerar-se-á não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Com efeito, os documentos carreados no recurso deveriam ter sido trazidos em sede de manifestação de inconformidade, admitindo, no caso de negativa por parte da DRJ, a juntada complementar de documentos para contrapor as razões da decisão recorrida. No presente caso, a Recorrente não trouxe nenhum documento em sua manifestação para comprovar seu direito, sendo, totalmente, inadmissível o fazer nessa faze processual, em razão da preclusão prevista no §4º daquele dispositivo. Diante do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a decisão no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário do contribuinte. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator Fl. 82DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art113 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii
score : 1.0
Numero do processo: 10245.720089/2008-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)
Exercício: 2006
MATÉRIA NÃO SUSCITADA EM SEDE DE DEFESA/IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO PROCESSUAL.
Afora os casos em que a legislação de regência permite ou mesmo nas hipóteses de observância ao princípio da verdade material, não devem ser conhecidas às razões/alegações constantes do recurso voluntário que não foram suscitadas na impugnação, tendo em vista a ocorrência da preclusão processual, conforme preceitua o artigo 17 do Decreto nº 70.235/72.
LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento.
Numero da decisão: 2401-006.551
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10245.720068/2008-55, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) Exercício: 2006 MATÉRIA NÃO SUSCITADA EM SEDE DE DEFESA/IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO PROCESSUAL. Afora os casos em que a legislação de regência permite ou mesmo nas hipóteses de observância ao princípio da verdade material, não devem ser conhecidas às razões/alegações constantes do recurso voluntário que não foram suscitadas na impugnação, tendo em vista a ocorrência da preclusão processual, conforme preceitua o artigo 17 do Decreto nº 70.235/72. LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10245.720089/2008-71
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6020196
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2401-006.551
nome_arquivo_s : Decisao_10245720089200871.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MIRIAM DENISE XAVIER
nome_arquivo_pdf_s : 10245720089200871_6020196.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10245.720068/2008-55, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
dt_sessao_tdt : Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
id : 7779882
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:47:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120320573440
conteudo_txt : Metadados => date: 2019-06-11T17:46:36Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-06-11T17:46:36Z; Last-Modified: 2019-06-11T17:46:36Z; dcterms:modified: 2019-06-11T17:46:36Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-06-11T17:46:36Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-06-11T17:46:36Z; meta:save-date: 2019-06-11T17:46:36Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-06-11T17:46:36Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-06-11T17:46:36Z; created: 2019-06-11T17:46:36Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2019-06-11T17:46:36Z; pdf:charsPerPage: 2134; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-06-11T17:46:36Z | Conteúdo => S2-C 4T1 Ministério da Economia Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10245.720089/2008-71 Recurso Voluntário Acórdão nº 2401-006.551 – 2ª Seção de Julgamento / 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de maio de 2019 Recorrente URZENI DA ROCHA FREITAS FILHO Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) Exercício: 2006 MATÉRIA NÃO SUSCITADA EM SEDE DE DEFESA/IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO PROCESSUAL. Afora os casos em que a legislação de regência permite ou mesmo nas hipóteses de observância ao princípio da verdade material, não devem ser conhecidas às razões/alegações constantes do recurso voluntário que não foram suscitadas na impugnação, tendo em vista a ocorrência da preclusão processual, conforme preceitua o artigo 17 do Decreto nº 70.235/72. LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10245.720068/2008-55, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 5. 72 00 89 /2 00 8- 71 Fl. 128DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.551 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10245.720089/2008-71 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.546, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10245.720068/2008-55, paradigma deste julgamento. “URZENI DA ROCHA FREITAS FILHO, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos auto do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da Turma da Delegacia Regional de Julgamento, que julgou procedente em parte o lançamento fiscal, referente ao Imposto sobre a Propriedade Rural - ITR, em relação ao exercício em questão, conforme Notificação de Lançamento e demais documentos que instruem o processo. Trata-se de Notificação de Lançamento, lavrada nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindo-se crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação, decorrente do arbitramento do valor da terra nua - VTN. O contribuinte apresentou impugnação requerendo a decretação da improcedência do feito. Por sua vez, a decisão a quo entendeu por bem julgar procedente em parte a impugnação, para considerar o VTN constante do Laudo Técnico, conforme já relatado. Inconformado com a Decisão recorrida, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário procurando demonstrar a total improcedência da Notificação, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, inova nas razões da impugnação, pugnando preliminarmente pela nulidade do lançamento, uma vez eivado de vícios insanáveis. Aduz ser incabível a aplicação da multa por não ter agido com má-fé. Afirma que devem ser excluídas do cálculo do imposto às áreas de preservação permanente, bem como áreas de reserva legal. Insurge-se acerca da sujeição dos atos públicos e da motivação do lançamento. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar a Notificação de Lançamento, tornando-o sem efeito e, no mérito, a sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório.” Fl. 129DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.551 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10245.720089/2008-71 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.546, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10245.720068/2008-55, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.546, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.546 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. DELIMITAÇÃO DA LIDE - PRECLUSÃO Na impugnação o sujeito passivo nada argumenta a respeito sobre às áreas de preservação permanente e reserva legal, bem como sobre da imposição da multa. No recurso, apresentou inovação ao alegar que devem ser observadas a área de preservação permanente, bem como a área de reserva legal, no computo do cálculo do imposto e a impossibilidade da cobrança da multa. Nos termos da legislação processual tributária, esses argumentos recursais se encontram fulminados pela preclusão, uma vez que não foram suscitados por ocasião da apresentação da impugnação, conforme preceitua o artigo 17 do Decreto n. 70.235/72, senão vejamos: Art. 17. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Ademais, verifica-se da Notificação de Lançamento, bem como da própria DITR, que não há declaração da existência das referidas áreas, assim como não foram objeto do lançamento. Nessa toada, não merece conhecimento a matéria suscitada em sede de recurso voluntário, que não tenha sido objeto de contestação na impugnação, além de ser estranha a lide. PRELIMINAR DE NULIDADE O recorrente entende que o seu direito de defesa, constitucionalmente consagrado, foi violado pelas autoridades fiscais. Em que pesem as substanciosas razões ofertadas pelo contribuinte, seu inconformismo, contudo, não tem o condão de prosperar. Do exame dos elementos que instruem o processo, conclui-se que o lançamento, corroborado pela decisão Fl. 130DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.551 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10245.720089/2008-71 recorrida, apresenta-se formalmente incensurável, devendo ser mantido em sua plenitude. Resta evidenciada a legitimidade da ação fiscal que deu ensejo ao presente lançamento, cabendo ressaltar que trata-se de procedimento de natureza indeclinável para o Agente Fiscalizador, dado o caráter de que se reveste a atividade administrativa do lançamento, que é vinculada e obrigatória, nos termos do art. 142, parágrafo único do Código Tributário Nacional, que assim dispõe: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação de penalidade cabível. De fato, o ato administrativo deve ser fundamentado, indicando a autoridade competente, de forma explícita e clara, os fatos e dispositivos legais que lhe deram suporte, de maneira a oportunizar ao contribuinte o pleno exercício do seu consagrado direito de defesa e contraditório, sob pena de nulidade. E foi precisamente o que aconteceu com o presente lançamento. A simples leitura da Notificação de Lançamento, especialmente a “Descrição dos fatos e enquadramento legal" e demais informações fiscais, não deixa margem de dúvida recomendando a manutenção do lançamento. Consoante se positiva dos anexos encimados, a fiscalização ao promover o lançamento demonstrou de forma clara e precisa os fatos que lhes suportaram, ou melhor, os fatos geradores do crédito tributário, não se cogitando na nulidade dos procedimentos. Mais a mais, a exemplo da defesa inaugural, o contribuinte não trouxe qualquer elemento de prova capaz de comprovar que os lançamentos encontram-se maculados por vício em sua formalidade, escorando seu pleito em simples arrazoado desprovido de demonstração do sustentado. Destarte, é direito do contribuinte discordar com a imputação fiscal que lhe está sendo atribuída, sobretudo em seu mérito, mas não podemos concluir, por conta desse fato, isoladamente, que o lançamento não fora devidamente fundamentado na legislação de regência. O argumento de erro do fato gerador, na eleição da base de cálculo e demais, se confundem com o mérito, como já dito, não ensejando em nulidade Concebe-se que o auto de infração foi lavrado de acordo com as normas reguladoras do processo administrativo fiscal, dispostas nos artigos 9° e 10° do Decreto n° 70.235/72 (com redação dada pelo artigo 1° da Lei n° 8.748/93), não se vislumbrando nenhum vício de forma que pudesse ensejar nulidade do lançamento. No âmbito do Processo Administrativo Fiscal, as hipóteses de nulidade são as previstas no art. 59 do Decreto n° 70.235, de 1972, nos seguintes termos: Art. 59. São nulos: I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II - os despachos e decisões preferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Fl. 131DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.551 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10245.720089/2008-71 Logo, em face do exposto, rejeito a preliminar suscitada. Por todo o exposto, estando a Notificação de Lançamento, sub examine, em consonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER EM PARTE DO RECURSO VOLUNTÁRIO e NEGAR-LHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto.” Por todo o exposto, estando a Notificação de Lançamento, sub examine, em consonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER EM PARTE DO RECURSO VOLUNTÁRIO e NEGAR-LHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 132DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001136/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. FATO GERADOR EM 31 DE DEZEMBRO.
O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não compravada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário (Súmula CARF n° 38)
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS.
Caracterizam-se omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MERAS ALEGAÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
Reputa-se válido o lançamento relativo a omissão de rendimentos nas situações em que os argumentos apresentados pelo contribuinte consistem em mera alegação, desacompanhada de documentação hábil e idônea que lhe dê suporte.
Numero da decisão: 2401-006.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier. Ausente a Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201907
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2003 DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. FATO GERADOR EM 31 DE DEZEMBRO. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não compravada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário (Súmula CARF n° 38) DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Caracterizam-se omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MERAS ALEGAÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Reputa-se válido o lançamento relativo a omissão de rendimentos nas situações em que os argumentos apresentados pelo contribuinte consistem em mera alegação, desacompanhada de documentação hábil e idônea que lhe dê suporte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 19515.001136/2008-21
anomes_publicacao_s : 201907
conteudo_id_s : 6037808
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2401-006.751
nome_arquivo_s : Decisao_19515001136200821.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : RAYD SANTANA FERREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 19515001136200821_6037808.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier. Ausente a Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 10 00:00:00 UTC 2019
id : 7832366
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:49:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120328962048
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1675; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.001136/200821 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401006.751 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 10 de julho de 2019 Matéria IRPF Recorrente JOSE MANUEL IGLESIAS OUTUMURO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. FATO GERADOR EM 31 DE DEZEMBRO. O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não compravada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário (Súmula CARF n° 38) DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Caracterizamse omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MERAS ALEGAÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Reputase válido o lançamento relativo a omissão de rendimentos nas situações em que os argumentos apresentados pelo contribuinte consistem em mera alegação, desacompanhada de documentação hábil e idônea que lhe dê suporte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 11 36 /2 00 8- 21 Fl. 560DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier. Ausente a Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa. Relatório JOSE MANUEL IGLESIAS OUTUMURO, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 10a Turma da DRJ em São Paulo/SP, Acórdão nº 1735.709/2009, às efls. 477/501, que julgou procedente o Auto de Infração concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, em relação ao exercício 2004, conforme peça inaugural do feito, às fls. 417/435, e demais documentos que instruem o processo. Tratase de Auto de Infração, lavrado em 28/03/2007, nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindose crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação, decorrente do seguinte fato gerador: OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em conta(s) de deposito ou de investimento, mantida(s) em instituição(ões) financeira(s), em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação Fiscal em anexo. O contribuinte, regularmente intimado, apresentou impugnação, requerendo a decretação da improcedência do feito. Fl. 561DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 4 3 Por sua vez, a Delegacia Regional de Julgamento em São Paulo/SP entendeu por bem julgar procedente o lançamento, conforme relato acima. Regularmente intimado e inconformado com a Decisão recorrida, o autuado, apresentou Recurso Voluntário, às efls. 511/650, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões: Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, repisa as alegações da impugnação, inovando apenas quanto a nulidade da decisão de piso, motivo pelo qual adoto o relatório da DRJ: Da preliminar de decadência O lançamento de imposto de renda das pessoas físicas é da espécie lançamento por homologação, cujo prazo decadencial submetese ao regramento contido no art. 150, §4°, do Código Tributário Nacional — CIN. No presente caso, a autoridade fiscal apurou supostos fatos geradores ocorridos entre janeiro e outubro de 2002, deslocando o lançamento do imposto para 31/12/2002. Como o Auto de Infração foi lavrado em 27/03/2007, com ciência do contribuinte em 28/03/2007, os meses de janeiro e fevereiro de 2003 já haviam sido atingidos pela decadência. Do mérito O fato gerador do imposto de renda está previsto no art. 43 do CTN e sua ocorrência depende de aquisição de acréscimo patrimonial; não incide sobre valores que circularam nas contas do contribuinte. Mesmo o art. 42 da Lei n° 9.430/96 deve ser interpretado em conjunto com o citado dispositivo do CTN. O que se aceita é que o art. 42 da Lei n° 9.430/96 autoriza que o depósito bancário seja considerado como indicio de receita auferida, ensejando a fiscalização com base em outros elementos, tais como aquisição de bens e variação patrimonial. "A presunção de renda estabelecida por uma lei ordinária não pode afetar o conceito de renda delimitado por outra norma que tem força de lei complementar, no caso o Código Tributário Nacional". O lançamento baseouse exclusivamente em sua movimentação financeira, mas esta não decorre de rendimentos omitidos, cabendo A fiscalização demonstrar o nexo causal entre cada depósito e o fato, para caracterizar omissão de rendimentos. A seguir relaciona datas, número de cheques e indicação de transferências bancárias, com os respectivos valores. Acrescenta que os extratos bancários utilizados pela fiscalização "trazem as informações necessárias para provar que os valores creditados/depositados nas contascorrentes bancárias do impugnante não lhe pertenceram, apenas transitaram por ela em razão do quanto acima exposto." Fl. 562DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 5 4 Alega haver meses em que falta clareza quanto à forma de apuração do total de depósitos, exemplificando com o mês de maio de 2003, em que , na contacorrente do BCN, a fiscalização anotou o total de R$35.848,00 de créditos, quando o total de depósitos descritos no extrato bancário somam R$31.880,51. Considerando que as pessoas fisicas estão desobrigadas de manter escrituração contábil de suas operações, traz à colação jurisprudência administrativa com o intuito de demonstrar que "há de se aceitar como comprovado os depósitos, ainda que eles não seja coincidentes em datas e valores" Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar o Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. PRELIMINAR NULIDADE DA DECISÃO DE PISO Suscita preliminarmente a nulidade da decisão de primeira instância por repetir as conclusões da fiscalização. No entanto, não merece prosperar o argumento do contribuinte, pois resta claro que a DRJ manifestou o seu entendimento a respeito, fundamentando na legislação de regência. Feitas estas considerações, é patente que não se configurou a ocorrência do propalado cerceamento ao direito de defesa. DECADÊNCIA Preliminarmente o recorrente argüiu a decadência do lançamento fiscal com base no artigo 150, §4° do CTN. No caso em análise, o recorrente alega que o fato gerador ocorre no mês do recebimento, no que, pareceme, está confundindo diferentes obrigações e diferentes regras. No regime atual de tributação do IRPF, a regra aplicável à maioria dos rendimentos é a antecipação mensal de que trata o art. 2º da Lei nº 8.134, de 1990, sem prejuízo da apuração anual, disciplinada pelo art. 7º da Lei nº 9.250 de 1995: Art. 7º A pessoa física deverá apurar o saldo em Reais do imposto a pagar ou o valor a ser restituído, relativamente aos Fl. 563DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 6 5 rendimentos percebidos no anocalendário, e apresentar anualmente, até o último dia útil do mês de abril do ano calendário subseqüente, declaração de rendimentos em modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal. (...) Assim, mensalmente surge para o contribuinte o dever de realizar antecipações de pagamento, caso tenha recebido rendimentos sujeitos a esse regime. E se chama "antecipação" porque não é definitiva. E não é definitiva porque a verificação da existência ou não do dever de pagar tributo só surgirá no encerramento do período de apuração, ou seja, no fim do anocalendário. Por isso, o fato gerador do imposto devido no anocalendário ocorre apenas em 31 de dezembro, mesmo nas hipóteses em que a base de cálculo deva ser apurada em bases mensais. Um exemplo disto, diz respeito a depósitos bancários (caso dos autos), esta é, inclusive, uma matéria sumulada por este Conselho. Vejamos o teor da Súmula CARF nº 38: Súmula CARF nº 38: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. Assim, a previsão legal de que o rendimento se considera recebido no mês do crédito não tem o condão de deslocar a data da ocorrência do fato gerador, que se aperfeiçoa em 31 de dezembro, alcançando todos os rendimentos apurados desde o início do seu período de apuração. Não há, portanto, nenhuma dúvida de que o imposto lançado foi calculado levandose em consideração, corretamente, que o fato gerador do imposto é anual (concretizandose em 31 de dezembro de cada ano). Neste diapasão, segundo os dispositivos legais mencionados pelo recorrente, o direito do Fisco constituir o crédito tributário somente extinguese após cinco anos, contados do primeiro dia após o fato gerador, ou seja, a contagem se iniciaria em 01/01/2004, e teria como termo final 31/12/2008. Portanto, tendo sido dada ciência do lançamento durante o ano de 2008 (28/03/2008), constatase que não ocorreu a decadência do Fisco em constituir o crédito tributário em questão. MÉRITO DEPÓSITO BANCÁRIO O contribuinte afirma que o fato gerador do imposto de renda está previsto no art. 43 do CTN como a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. O lançamento tributário deve pautarse pelo princípio da verdade material, como forma de assegurarse da efetiva ocorrência do fato gerador, essencial ao atendimento do princípio da tipicidade, mediante o qual a instituição e majoração do imposto devem ser antecedidos por definição legal quanto a seus elementos essenciais. Invoca o art. 97, III e IV do CTN e o art. 146 da Constituição. Em que pesem as razões ofertadas pelo contribuinte, seu inconformismo, contudo, não tem o condão de prosperar. Do exame dos elementos que instruem o processo, Fl. 564DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 7 6 concluise que o lançamento, corroborado pela decisão recorrida, apresentase formalmente incensurável, devendo ser mantido em sua plenitude, senão vejamos: Primeiramente é importante salientar que o contribuinte não discute nenhum valor ou depósito específico considerado pela autoridade fiscal, apenas questionando legislação e documentação, não sendo o bastante para reformular a decisão de piso. A tributação com base em depósitos bancários, a partir de 01/01/97, é regida pelo art. 42 da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, publicada no DOU de 30/12/1996, que instituiu a presunção de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprovasse mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações. Confirase: Art. 42, Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição . financeira, em relação aos quais o titular, pessoa _física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1° O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2° Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3° Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados. I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa .física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 Oitenta mil reais) (Alterado pela Lei n" 9.481, de 13.897). § 4° Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5° Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será *tirada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(incluído pela Lei n°10.637, de 30.12.2002). Fl. 565DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 8 7 § 6° Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares' tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. ('Incluído pela Lei n°10637, de 30,12,2002). O fato gerador do imposto de renda é sempre a renda auferida. Os depósitos bancários (entrada de recursos), por si só, não se constituem em rendimentos. Daí por que não se confunde com a tributação da CPMF, que incide sobre a mera movimentação financeira, pela saída de recursos da conta bancária do titular. Por força do artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, o depósito bancário foi apontado corno fato presuntivo da omissão de rendimentos, desde que a pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados na operação. Para Pontes de Miranda, presunções são fatos que podem ser verdadeiros ou falsos, mas o legislador os têm corno verdadeiros e divide as presunções em iuris et de iure (absolutas) e iuris tantum (relativas). As presunções absolutas, na lição deste autor, são irrefragáveis, nenhuma prova contrária se admite; quando, em vez disso, a presunção for iuris tantum, cabe a prova em contrário, conforme demasiadamente tratado em diversos outros votos deste Relator. Conforme destacado anteriormente, na presunção o legislador apanha um fato conhecido, no caso o depósito bancário e, deste dado, mediante raciocínio lógico, chega a um fato desconhecido que é a obtenção de rendimentos. A obtenção de renda presumida a partir de depósito bancário é um fato que pode ser verdadeiro ou falso, mas o legislador o tem corno verdadeiro, cabendo à parte que tem contra si presunção legal fazer prova em contrário. Neste sentido, não se pode ignorar que a lei, estabelecendo uma presunção legal de omissão de rendimentos, autoriza o lançamento do imposto correspondente sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. Em síntese, a lei considera que os depósitos bancários, de origem não comprovada, analisados individualizadamente, caracterizam omissão de rendimentos. A presunção em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, no caso, da origem dos recursos. A caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, considerado isoladamente. Pelo contrário, a presunção de omissão de rendimentos está ligada à falta de esclarecimentos da origem dos recursos depositados em contas bancárias, com a análise individualizada dos créditos, conforme expressamente previsto na lei. Portanto, claro está que o fato gerador do imposto de renda, no caso, não está vinculado ao crédito efetuado na conta bancária, pois, se o crédito tiver por origem transferência de outra conta do mesmo titular, ou a alienação de bens do patrimônio do contribuinte, ou a assunção de exigibilidade, como dito anteriormente, não cabe falar em rendimentos ou ganhos, justamente porque o patrimônio da pessoa não terá sofrido qualquer alteração quantitativa. O fato gerador é a circunstância de tratarse de dinheiro novo no seu patrimônio, assim presumido pela lei em face da ausência de esclarecimentos da origem respectiva. Fl. 566DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 9 8 Quanto à tese de ausência de evolução patrimonial ou consumo capaz de justificar o fato gerador do imposto de renda, é verdade que este imposto, conforme prevê o artigo 43 do CTN, tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, isto é, de riqueza nova. Entretanto, o legislador ordinário presumiu que há aquisição de riqueza nova nos casos de movimentação financeira em que o contribuinte não demonstre a origem dos recursos. A atuação da administração tributária é vinculada à lei (artigo 142 do CTN), sendo vedado ao fisco declarar a inconstitucionalidade de lei devidamente aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República. Neste diapasão, existe a Súmula CARF n° 02 consolidando sua jurisprudência no sentido de que o Órgão "não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." A partir da vigência do artigo 42 da Lei n° 9,430, de 1996, os depósitos bancários deixaram de ser "modalidade de arbitramento" que exigia da fiscalização a demonstração de gastos incompatíveis com a renda declarada (aquisição de patrimônio a descoberto e sinais exteriores de riqueza), conforme interpretação consagrada pelo poder judiciário e por este Tribunal. A fim de consolidar o entendimento deste CARF sobre a matéria foi editada a Súmula de n° 26, com a seguinte redação: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Mais uma vez, repiso, o contribuinte nada se esforça ou argumenta sobre a comprovação dos numerários, apenas demonstrando descontentamento com a legislação e mencionando entendimento judicial e administrativo, ou seja, em relação aos depósitos efetuados na conta bancária não foram apresentados esclarecimentos convincentes e muito menos documentos hábeis e idôneos a demonstrar a origem de cada depósito bancário. Afora o descontentamento com a legislação, apenas por amor ao debate, o contribuinte alega que os depósitos resultam de sua atividade de intermediação comercial por conta e ordem de casas de carne, frigoríficos e distribuidores, para os quais efetuava a compra de carne, pagando a vista com cheques seus, sendo posteriormente reembolsado pela empresa que era a efetiva compradora. Uma vez que o contribuinte simplesmente repisas as alegações da defesa inaugural, peço vênia para transcrever excertos da decisão recorrida e adotálos como razões de decidir, por muito bem analisar as alegações suscitadas pela autuada e documentos acostados aos autos, in verbis: Como assevera Fabiana Del Padre Torrid, ao se pretender provar um fato, a juntada de documentos aos autos é insuficiente; provar significa vincular o documento ao fato probando. Assim como na sintaxe gramatical verificase a combinação de palavras numa frase, as provas devem estar encadeadas e vinculadas ao fato para que se considere o mesmo como devidamente provado. (A Prova no Direito Tributário, São Paulo, Ed. Noeses, 2a ed., 2008, p.179/180) A autoridade fiscal lançadora já observara que "os livros fiscais apresentados ensejam tratarse de intermedia do de negócios e, para isso, necessário seria que fosse comprovada a sua Fl. 567DF CARF MF Processo nº 19515.001136/200821 Acórdão n.º 2401006.751 S2C4T1 Fl. 10 9 participação, definindo o ganho obtido em cada operação de compra e venda em que atuou, devendo, ainda, essas operações estarem perfeitamente identificadas e documentadas. E ressalta que, entretanto, não foram apresentados documentos adicionais que permitissem a identificação inequívoca da origem e natureza dos valores depositados/creditados em suas contas bancárias. Em sede de impugnação, o impugnante não trouxe aos autos qualquer novo documento e, considerando que aqueles apresentados durante a ação fiscal não são conclusivos quanto a provar o fato alegado, mantémse inalterada a conclusão já expressa pela autoridade fiscal lançadora. Caberia ao contribuinte apresentar provas inequívocas de suas alegações, o que não ocorreu. Quanto à alegação de falta de clareza/equivoco na apuração do total dos valores depositados/creditados, verifico que não procede. No mês utilizado pelo impugnante como exemplo, o extrato de fls. 107 indica sete depósitos/créditos que somam R$42.005,90, conforme registrado na planilha de fls. 196. Por fim, na alegada conclusão de que, por estarem desobrigadas de escrituração contábil, deverseia aceitar como comprovados depósitos, ainda que não coincidentes em datas e valores, o impugnante olvida que as decisões que trouxe aos autos fazem essa consideração com referência aos recursos de origem comprovada, o que não ocorreu no presente caso. Neste diapasão, deve ser mantida a infração. Por todo o exposto, estando o Auto de Infração em consonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO para afastar a preliminar e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Fl. 568DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13639.720104/2011-41
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 05 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jun 28 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1001-000.105
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta confirme se houve efetivamente o recolhimento da primeira parcela da Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) do 3° trimestre do ano de 2006, em 31/10/2006, no valor de R$ 11.814,27(fl.41); e o recolhimento da segunda parcela da CSLL do 3° trimestre do ano de 2006, em 30/11/2006, no valor de R$11.619,06 (fl 44).
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sergio Abelson (presidente), Andrea Machado Millan, André Severo Chaves e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201906
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jun 28 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13639.720104/2011-41
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6023942
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jun 28 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1001-000.105
nome_arquivo_s : Decisao_13639720104201141.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 13639720104201141_6023942.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta confirme se houve efetivamente o recolhimento da primeira parcela da Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) do 3° trimestre do ano de 2006, em 31/10/2006, no valor de R$ 11.814,27(fl.41); e o recolhimento da segunda parcela da CSLL do 3° trimestre do ano de 2006, em 30/11/2006, no valor de R$11.619,06 (fl 44). (assinado digitalmente) Sérgio Abelson - Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sergio Abelson (presidente), Andrea Machado Millan, André Severo Chaves e Jose Roberto Adelino da Silva.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 05 00:00:00 UTC 2019
id : 7799412
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:48:08 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120389779456
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1436; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T1 Fl. 90 1 89 S1C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13639.720104/201141 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1001000.105 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Ordinária Data 5 de junho de 2019 Assunto CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSLL Recorrente CARRARO & ROCHA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que esta confirme se houve efetivamente o recolhimento da primeira parcela da Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) do 3° trimestre do ano de 2006, em 31/10/2006, no valor de R$ 11.814,27(fl.41); e o recolhimento da segunda parcela da CSLL do 3° trimestre do ano de 2006, em 30/11/2006, no valor de R$11.619,06 (fl 44). (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sergio Abelson (presidente), Andrea Machado Millan, André Severo Chaves e Jose Roberto Adelino da Silva. Relatório Trata o presente processo de recurso voluntário, contra o acórdão número 12 076.509 15ª Turma da DRJ/RJO, que homologou parcialmente a compensação pleiteada pela recorrente. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 39 .7 20 10 4/ 20 11 -4 1 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 13639.720104/201141 Resolução nº 1001000.105 S1C0T1 Fl. 91 2 Segue a transcrição do relatório: “Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, constatouse a procedência do crédito original informado no PER/DCOMP, reconhecendose o valor do crédito pretendido. (...) Entretanto, considerando que o crédito reconhecido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP, HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada.” Cientificada do referido Despacho, apresentou, a interessada, manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que o débito compensado possui data de vencimento anterior a do pagamento fonte do suposto crédito. Cientificada em 15/06/2015 (fl.34), a recorrente apresentou o recurso voluntário em 06/07/2015 (fl. 36). Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade, previstos no Decreto 70.235/72, e, portanto, dele eu conheço. A DRJ, assim decidiu em relação à manifestação de inconformidade: Rolando a rocha de sísifo, a interessada pugna pela não incidência de encargos moratórios sobre tributos que compensou com atraso. Nesse mister, é preciso esclarecer que a compensação extingue o débito, tanto quanto o pagamento ou quaisquer das outras modalidades relacionadas no artigo 156 do Código Tributário Nacional (CTN). E, também tanto quanto o pagamento, a extinção se perfaz na data em que praticado o ato apto a tanto. Neste contexto, a diferença entre o pagamento e a compensação limita se ao fato desta extinguir o débito sob condição resolutória, posto que dado ao Fisco o poderdever de revisar o feito no prazo de cinco anos de sua realização. Assim, em nada importa a data em que venceu o crédito objeto da compensação, mas sim quando a compensação se operou. No caso em tela, em razão de o débito compensado já se encontrar vencido por ocasião da transmissão do Per/Dcomp, é correta a exigência de acréscimos legais sobre ele, razão pela qual não merece reproche o feito fiscal. Em seu recurso, a recorrente repete, basicamente, os mesmos argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. Afirma que: De início, devese frisar que houve um erro por parte da Recorrente ao realizar o PERD/COMP, sem contudo lesar o Fisco Federal, não sendo a Recorrente devedora da União. Assim, vejamos: Em 31/10/2006 a Recorrente efetuou o pagamento da primeira parcela da Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) do 3° trimestre do ano de 2006 no valor de R$ 11.814,27 vide DARF anexo. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 13639.720104/201141 Resolução nº 1001000.105 S1C0T1 Fl. 92 3 Esta última porém, por erro, efetuou a compensação do crédito advindo desta parcela acima com supostos débitos referentes à segunda parcela da CSLL do 3° trimestre do ano de 2006 cujo vencimento se deu em 30/11/2006, de acordo com seu PERD/COMP. Ocorre que esta última parcela sobre a qual se pediu a compensação já havia sido definitivamente quitada no importe de R$11.619,06 no prazo de vencimento conforme se prova pela DARF anexa de 30/11/2006. Ou seja, a partir de seu crédito, a Recorrente erroneamente buscou compensar tal valor com débitos JÁ PAGOS DE FORMA INTEGRAL, ou seja, com um débito inexistente. Afirma que a extinção do débito se deu por pagamento, antes de ser efetuada a compensação pela PER/DCOMP e pede, em apertada síntese, que seja julgado improcedente o despacho decisório. Anexou cópia dos documentos de arrecadação para provar suas afirmações. Aqui temse uma questão de fato, ou seja, se a recorrente já havia quitado o tributo devido, não haveria que enviar um PE/DCOMP solicitando a sua compensação. Se, por outro lado, o tributo já estava quitado em novembro de 2006, não haveria como o crédito pleiteado ser consumido por um débito inexistente, a PER/COMP foi transmitida em 04/12/2007. No entanto, é inegável que a PER/COMP constitui uma confissão de dívida e a recorrente deveria têla retificado ou cancelado, apresentando as correspondentes provas da razão do cancelamento e quitação dos débitos. No entanto, baseado nos documentos acostados aos autos (fls, 45 a 48), não deveria ter havido a alocação daqueles créditos ao débito apontado no despacho decisório, posto que quitado. Se assim o for, o despacho decisório deveria ser anulado por inexatidão. Portanto, voto no sentido de converter o processo em diligência para que a unidade de origem confirme: · se houve efetivamente o recolhimento da primeira parcela da Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) do 3° trimestre do ano de 2006, em 31/10/2006, no valor de R$ 11.814,27(fl.41); e · se houve efetivamente o recolhimento da segunda parcela da CSLL do 3° trimestre do ano de 2006, em 30/11/2006, no valor de R$11.619,06 (fl 44). A unidade de origem deverá elaborar relatório fiscal conclusivo sobre as apurações e cientificar o sujeito passivo do resultado da diligência realizada, conforme parágrafo único do art. 35 do Decreto nº 7.574, de 2011, com posterior retorno dos autos ao CARF para dar seguimento ao julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 82DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.900500/2009-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
NULIDADE DE DECISÃO. NÃO CONHECIMENTO DA DEFESA. PROCEDÊNCIA DO RECURSO.
É nula a decisão que não conheceu da manifestação de inconformidade apresentada, quando os fundamentos do despacho decisório que não homologou a DCOMP foram devidamente enfrentados.
Numero da decisão: 1302-003.655
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para declarar a nulidade da decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DRJ para que seja proferida nova decisão, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 11080.900495/2009-99, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado, Ricardo Marozzi Gregorio, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Gustavo Guimarães da Fonseca.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201906
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003 NULIDADE DE DECISÃO. NÃO CONHECIMENTO DA DEFESA. PROCEDÊNCIA DO RECURSO. É nula a decisão que não conheceu da manifestação de inconformidade apresentada, quando os fundamentos do despacho decisório que não homologou a DCOMP foram devidamente enfrentados.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 11080.900500/2009-63
anomes_publicacao_s : 201907
conteudo_id_s : 6037921
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1302-003.655
nome_arquivo_s : Decisao_11080900500200963.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
nome_arquivo_pdf_s : 11080900500200963_6037921.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para declarar a nulidade da decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DRJ para que seja proferida nova decisão, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 11080.900495/2009-99, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado, Ricardo Marozzi Gregorio, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Gustavo Guimarães da Fonseca.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
id : 7832479
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:49:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120397119488
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1641; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 2 1 1 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.900500/200963 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 1302003.655 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 12 de junho de 2019 Matéria PER/DCOMP Recorrente INNOVA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 NULIDADE DE DECISÃO. NÃO CONHECIMENTO DA DEFESA. PROCEDÊNCIA DO RECURSO. É nula a decisão que não conheceu da manifestação de inconformidade apresentada, quando os fundamentos do despacho decisório que não homologou a DCOMP foram devidamente enfrentados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para declarar a nulidade da decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DRJ para que seja proferida nova decisão, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 11080.900495/200999, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado, Ricardo Marozzi Gregorio, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Gustavo Guimarães da Fonseca. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 05 00 /2 00 9- 63 Fl. 441DF CARF MF Processo nº 11080.900500/200963 Acórdão n.º 1302003.655 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório A recorrente apresentou Declaração de Compensação na qual pretende utilizar crédito de pagamento indevido ou maior. Após análise, a DRF/Porto Alegre não homologou a compensação por não ter apurado crédito disponível, uma vez que o pagamento estaria totalmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte. A interessada apresentou manifestação de inconformidade, alegando resumidamente: => entregou sua DIPJ referente ao anocalendário de 2003, em 30 de junho de 2004; => em 04 de fevereiro de 2005, tal declaração foi retificada, mas, por lapso, deixou de retificar a DCTF; => ao retificar a DIPJ, viu que foram pagos IRPJ e CSLL a maior, em setembro, outubro e dezembro de 2003, e por ter pago tributos a maior, efetuou pedidos de restituição de CSLL e IRPJ e compensação com outros débitos; => entretanto, a RFB não reconheceu essa diferença paga a maior, pois confrontou somente as DCTFs com os DARFs, sem analisar a DIPJ retificadora, e portanto, não reconheceu o crédito, nem homologou o pedido de compensação. A 1ª Turma da DRJ/Porto Alegre decidiu não conhecer da manifestação de inconformidade, com a seguinte ementa: "ASSUNTO": PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL "Anocalendário:2009" PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. DESPACHO DECISÓRIO. COMPETÊNCIA. O julgamento pela DRJ de manifestações de inconformidade contra despachos decisórios só é possível quando, cumulativamente (a) essas se refiram a questões expressamente apreciadas no despacho decisório e (b) a contribuinte demonstre sua irresignação contra o que foi decidido. Questões não apreciadas na origem transbordam a competência de julgamento das DRJ (art. 229, IV, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria nº 587/2010). No entendimento da Turma da DRJ, o contribuinte não teria atacado os fundamentos do Despacho Decisório, uma vez que alterou a questão de fato conhecida da decisão, consistente nos dados declarados na DCTF na qual confessou os débitos objeto da apreciação pela DRF. Concluiu que houve concordância tácita com o Despacho Decisório. Entende que a nova situação de fato originada a partir da entrega da nova DCTF não pode ser Fl. 442DF CARF MF Processo nº 11080.900500/200963 Acórdão n.º 1302003.655 S1C3T2 Fl. 4 3 conhecida por aquela Delegacia de Julgamento por não ter sido objeto de apreciação prévia pela DRF. O recurso voluntário foi apresentado trazendo as seguintes alegações: Preliminarmente: da violação do devido processo legal artigo 74 da Lei nº 9.430/96. o julgador se equivocou, afirmando que atacou os fundamentos da decisão, pois, objetivando evidenciar a origem do crédito, elencou os fatos ocorridos para impugnar o Despacho Decisório, sendo incorreto o entendimento nas razões de decidir. em sua manifestação aduziu que não assiste razão ao julgador quando sustenta que todo o valor havia sido utilizado para o adimplemento dos tributos, mas que houve apenas ausência de retificação da DCTF, existindo crédito de IRPJ e CSLL para compensação. naquela defesa alegou, ainda, que não pode ser prejudicada pelo falho sistema da Receita Federal. que deixou de verificar os dados constantes da DIPJ retificadora, acrescentando ainda que "erros ou equívocos, seja por parte do Fisco, seja por parte do contribuinte, não têm o condão poder de transformarem em fatos geradores de obrigação tributária." conclui que houve a impugnação dos argumentos do Despacho Decisório, e que a decisão ora atacada violou o devido processo legal, suprimindo seu direito de defesa, e afrontando o artigo 74,§§ 9º e 11º da Lei nº 9.430/96, o que acarreta sua nulidade nos termos do artigo 59, inciso II do Decreto nº 70.235/72. No mérito, repete as alegações trazidas na manifestação de inconformidade. Posteriormente, protocolou documento onde informa que o nome empresarial foi alterado de INNOVA S/A para VIDEOLAR S.A, assim como o CNPJ também foi alterado para 04.229.761/000170. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302003.649, de 12/06/2019, proferido no julgamento do Processo nº 11080.900495/2009 99, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Fl. 443DF CARF MF Processo nº 11080.900500/200963 Acórdão n.º 1302003.655 S1C3T2 Fl. 5 4 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.649): O recurso voluntário é tempestivo, e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Assim, dele eu conheço. Assiste razão à recorrente quanto à alegação de nulidade da decisão recorrida. A manifestação de inconformidade atacou as razões de decidir do Despacho Decisório, questionando o fato de tão somente se fundamentar nas informações constantes na DCTF apresentada, deixando de verificar outras declarações também disponíveis nos Sistemas da Receita Federal, no caso a DIPJ/2004 retificada desde 2005. Isto é uma questão de mérito, e precisa ser enfrentada pelo julgador a quo, sob pena de cerceamento ao direito de defesa, como de fato ocorreu no presente caso. Se a retificação da DCTF estiver lastreada em documentos hábeis e idôneos que comprovem a sua retidão, o direito creditório deve ser reconhecido caso verificado que houve o pagamento a maior ou indevido. Corroborando este entendimento, a própria Administração emitiu Parecer Normativo COSIT nº 2, de 01/09/2015, admitindo a retificação de DCTF após a ciência de Despacho Decisório que não homologa a compensação. Abaixo, transcrevo a ementa: "Assunto": NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva Fl. 444DF CARF MF Processo nº 11080.900500/200963 Acórdão n.º 1302003.655 S1C3T2 Fl. 6 5 contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Fl. 445DF CARF MF Processo nº 11080.900500/200963 Acórdão n.º 1302003.655 S1C3T2 Fl. 7 6 Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. Conclusão Diante de todo o exposto, por entender que se aplica o artigo 59, inciso II do Decreto nº 70.235/72, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, acolhendo a preliminar de nulidade da decisão recorrida, para que os autos sejam devolvidos à primeira instância administrativa e seja proferida nova decisão, na boa e devida forma. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, acolhendo a preliminar de nulidade da decisão recorrida, para que os autos sejam devolvidos à primeira instância administrativa e seja proferida nova decisão, na boa e devida forma. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator Fl. 446DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.909623/2008-10
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
NULIDADE DECISÃO DA DRJ. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA DO RECORRENTE. RETORNO DOS AUTOS PARA NOVA DECISÃO.
Uma vez constatado que a DRJ deixou de analisar argumentos apresentados pelo Recorrente, relevantes à solução da presente contenda, há de ser reconhecida a sua nulidade, nos termos do disposto no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972.
Os autos deverão retornar à DRJ para que sejam analisados todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade.
Numero da decisão: 3002-000.708
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em acatar a preliminar suscitada e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para fins de decretar a nulidade da decisão recorrida e determinar que os autos retornem à DRJ para que esta aprecie se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade. Vencido o Conselheiro Carlos Esteves que rejeitou a preliminar e negou provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 NULIDADE DECISÃO DA DRJ. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA DO RECORRENTE. RETORNO DOS AUTOS PARA NOVA DECISÃO. Uma vez constatado que a DRJ deixou de analisar argumentos apresentados pelo Recorrente, relevantes à solução da presente contenda, há de ser reconhecida a sua nulidade, nos termos do disposto no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972. Os autos deverão retornar à DRJ para que sejam analisados todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13896.909623/2008-10
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6020031
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3002-000.708
nome_arquivo_s : Decisao_13896909623200810.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
nome_arquivo_pdf_s : 13896909623200810_6020031.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em acatar a preliminar suscitada e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para fins de decretar a nulidade da decisão recorrida e determinar que os autos retornem à DRJ para que esta aprecie se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade. Vencido o Conselheiro Carlos Esteves que rejeitou a preliminar e negou provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
id : 7778628
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:47:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120405508096
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1619; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T2 Fl. 147 1 146 S3C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.909623/200810 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3002000.708 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 17 de abril de 2019 Matéria NULIDADE DA DECISÃO DA DRJ. Recorrente IRMÃOS SCHUR LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 NULIDADE DECISÃO DA DRJ. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA DO RECORRENTE. RETORNO DOS AUTOS PARA NOVA DECISÃO. Uma vez constatado que a DRJ deixou de analisar argumentos apresentados pelo Recorrente, relevantes à solução da presente contenda, há de ser reconhecida a sua nulidade, nos termos do disposto no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972. Os autos deverão retornar à DRJ para que sejam analisados todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em acatar a preliminar suscitada e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para fins de decretar a nulidade da decisão recorrida e determinar que os autos retornem à DRJ para que esta aprecie se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade. Vencido o Conselheiro Carlos Esteves que rejeitou a preliminar e negou provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 96 23 /2 00 8- 10 Fl. 147DF CARF MF Processo nº 13896.909623/200810 Acórdão n.º 3002000.708 S3C0T2 Fl. 148 2 Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves. Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão da DRJ, às fls. 94/95 dos autos: Em 24/08/2009, foi emitido o Despacho Decisório eletrônico à fl. 27, sendo que, do montante do crédito solicitado/utilizado de R$ 50.314,52 referente ao 4º trimestrecalendário de 2004, reconheceu a parcela de R$ 41.732,20, e, conseqüentemente, homologou a compensação declarada no PER/DCOMP nº 01268.73873.120105.1.3.014097, assim como as demais compensações declaradas e transmitidas em janeiro de 2005 (demonstrativo à fl. 31), e não homologou o PER/DCOMP nº 25879.22317.090205.1.3.01 8909. Motivo da redução do valor pleiteado: constatação de utilização integral ou parcial, na escrita fiscal, do saldo credor passível de ressarcimento em períodos subsequentes ao trimestre em referência, até a data da apresentação do PER/DCOMP. Os detalhamentos da análise do crédito e da compensação e saldo devedor, presentes no sítio da internet da Receita Federal do Brasil, se encontram às fls. 29/34. A requerente, inconformada com a decisão administrativa, apresentou, em 28/09/2009, após ciência em 31/08/2009 conforme comprovante à fl. 28, a manifestação de inconformidade de fls. 35/46, subscrita pelo patrono devidamente constituído (procuração à fl. 48), em que, em síntese, sustenta que, conforme a legislação tributária, tem direito ao aproveitamento de saldos credores trimestrais na forma de ressarcimento e compensação; na apresentação de pedido de ressarcimento em janeiro de 2005 e concomitante estorno do respectivo valor na escrita fiscal, a requerente agiu com absoluta correção e não há como cogitar acerca de créditos insuficientes para homologação das compensações efetuadas; o saldo credor no montante pleiteado, R$ 50.314,52, é incontestável, pois foi apurado de forma correta (regime de apuração mensal, com confronto entre créditos e débitos apenas no último dia do mês), porém a autoridade fiscal teria apurado débitos fiscais de R$ 25.058,24 em janeiro de 2005 que implicariam a redução do montante de saldo credor passível de ressarcimento, sendo que na época da transmissão do pedido de ressarcimento não havia débitos aptos a reduzir o saldo credor apurado; mesmo se não for reconhecido o valor total do direito creditório, que seja concedido pelo menos o valor de R$ 47.193,49, pois, in verbis: “37. Conforme se verifica do PER/ DCOMP n° 25879.22317.090205.1.3.01 8909, transmitido em 09.02.05, a Requerente procedeu à compensação do montante de R$ 6.319,34 (seis mil, trezentos e dezenove reais e trinta e quatro centavos), correspondente à parte dos débitos de IPI apurados no mês de janeiro de 2005, cujo valor total é de R$ 25.058,24. Fl. 148DF CARF MF Processo nº 13896.909623/200810 Acórdão n.º 3002000.708 S3C0T2 Fl. 148 3 38. Verificase, assim, que ainda que a Requerente tenha procedido à compensação do débito por meio de PER/ DCOMP e não diretamente em sua escrita fiscal, parte do crédito pleiteado teria sido utilizado na dedução do débito de IPI do mês de janeiro de 2005, obtendo o mesmo efeito pretendido pela D. Autoridade Administrativa. 39. Desta forma, ainda que se admitisse como válido o entendimento da D. Autoridade Administrativa, a Requerente teria pleiteado o ressarcimento indevido, quando muito, apenas do montante de R$ 3.121,03, equivalente à diferença apurada entre o débito do mês (R$ 25.058,24) e o valor do crédito deduzido na escrita fiscal e utilizado na compensação por meio de PER/ DCOMP no montante total de R$ 21.913,56 (R$ 6.319,34 + R$ 15.594,19)”. O suposto débito de R$ 8.582,32 é indevido, pois implica a cobrança em duplicidade de débito de IPI do mês de janeiro de 2005, correspondente a R$ 6.319,34; do saldo devedor de janeiro de 2005 no valor de R$ 9.440,37, R$ 6.319,34 foram compensados e R$ 3.121,03 foram recolhidos mediante DARF; portanto fica caracterizada a ilegitimidade da não homologação das compensações declaradas e deve ser cancelada. Pugna, por fim, pela ampla produção probatória, incluídas a juntada de documentos para o esclarecimento da questão e pela reforma do Despacho Decisório, com a homologação das compensações efetuadas; também, requer que as publicações sejam remetidas ao endereço da requerente constante da manifestação de inconformidade, sob pena de nulidade. O contribuinte juntou, com a manifestação de inconformidade, procuração, documento de identificação do procurador, contrato social, cartão de CNPJ, despacho decisório, recibo de entrega de DIPJ, livro registro de apuração do IPI, recibo de entrega de PERDCOMP, DARF, comprovante de pagamento de DARF, extrato de movimentação de conta corrente (fls. 47/90). Ao analisar o caso, a DRJ entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a manifestação de inconformidade, conforme decisão que restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 PER/DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. APURAÇÃO DO SALDO CREDOR RESSARCÍVEL. O saldo credor ressarcível de cada trimestrecalendário é apurado mediante o confronto de créditos e débitos de cada período de apuração, sendo passíveis de glosa os créditos ressarcíveis não admitidos e os créditos não ressarcíveis; o estorno do montante do pleito é feito na data da transmissão de PER/DCOMP, estando sujeito à apuração do menor saldo credor. PER/DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. SALDO CREDOR RESSARCÍVEL DO PERÍODO PARCIALMENTE ABSORVIDO POR DÉBITOS DOS PERÍODOS SUBSEQUENTES. MENOR SALDO CREDOR INFERIOR AO VALOR PLEITEADO. Fl. 149DF CARF MF Processo nº 13896.909623/200810 Acórdão n.º 3002000.708 S3C0T2 Fl. 148,5 4 Sendo o saldo credor ressarcível do período do ressarcimento parcialmente absorvido por débitos dos trimestres subseqüentes (saldo credor não ressarcível em relação aos trimestres subseqüentes), o menor saldo credor é inferior ao montante pleiteado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PROVAS ADICIONAIS. PRECLUSÃO TEMPORAL. Tendo em vista a superveniência da preclusão temporal, é rejeitado o pedido de apresentação de provas suplementares, pois o momento propício para a defesa cabal é o da oferta da peça impugnatória. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte foi intimado acerca desta decisão em 19/08/2015 (vide Termo de Ciência à fl. 120 dos autos) e, insatisfeito com o seu teor, interpôs, em 16/09/2015, Recurso Voluntário (fls. 122/142). Em seu recurso, o contribuinte alegou, preliminarmente, que a decisão da DRJ seria nula por não ter apreciado os argumentos da manifestação de inconformidade e ferir o devido processo legal. Discorreu sobre o direito ao crédito e ao ressarcimento e sobre o procedimento a ser adotado para usufruir de tal direito, concluindo que teria sido regular o procedimento adotado pela recorrente. Discorreu sobre a existência e a regularidade do crédito pleiteado, frisando que teriam sido reconhecidas pelas próprias autoridades fiscal e julgadora. Argumentou que, caso não se reconheça a integralidade do crédito pretendido, no montante de R$ 50.314,52, devese reconhecer, no mínimo, o crédito no valor de R$ 47.193,49, por admitirse a hipótese dos créditos pleiteados serem influenciados pelos débitos de janeiro/2005. Afirmou inexistir débito passível de cobrança, e sustentou que negar a homologação da compensação pretendida representaria cobrar em duplicidade o débito de IPI do mês de janeiro/2005. Concluiu com a afirmação de que, pelo caráter indevido da glosa efetuada, a compensação deve ser integralmente homologada. Pediu, ao fim, a decretação da nulidade do acórdão recorrido ou sua reforma para homologarse integralmente a compensação efetuada. Protestou pela juntada de documentos que auxiliem o julgamento, invocando o princípio da verdade material. Juntou, com seu recurso, o comprovante de arrecadação de fl. 143. Os autos, então, vieramme conclusos para fins de análise do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. É o relatório. Voto Fl. 150DF CARF MF Processo nº 13896.909623/200810 Acórdão n.º 3002000.708 S3C0T2 Fl. 149 5 Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. 1. Da preliminar de nulidade da decisão recorrida Consoante acima narrado, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário, preliminarmente, que a decisão da DRJ seria nula por não ter apreciado todos os argumentos da sua manifestação de inconformidade, ferindo assim os princípios do devido processo legal, ampla defesa, moralidade e eficiência. Relatou, então, os seguintes argumentos como omissos na decisão recorrida, embora, no seu entender, essenciais à análise do caso: (i) o fato de ter demonstrado que, em 12/01/2005 teria procedido ao estorno do crédito pleiteado de sua escrita fiscal, impedindo assim que o crédito pleiteado fosse utilizado na escrita fiscal; (ii) duplicidade da exigência, pois, se a recorrente fez uso de PER/DCOMP para a compensação de parte do débito de IPI apurado ao final do mês de janeiro, quitando o débito, não poderia a autoridade julgadora considerar que o débito reduz o menor saldo disponível. Ao analisar o caso, entendo que assiste razão à recorrente em sua preliminar. Isso porque, constato que a DRJ, de fato, limitouse a reproduzir o conteúdo das planilhas constantes do despacho decisório, sem que tivesse realizado uma análise mais específica quanto aos argumentos apresentados pela Recorrente. É o que se infere da transcrição a seguir: O saldo credor ressarcível concernente ao 4º trimestrecalendário de 2004 é de R$ 50.314,52, resultante do confronto entre créditos e débitos, de acordo com o “demonstrativo de apuração do saldo credor ressarcível”, à fl. 30. Todavia, uma vez que o PER/DCOMP nº 25879.22317.090205.1.3.018909 (a última declaração da “família PER/DCOMP” do 4º trimestrecalendário de 2004, as demais foram transmitidas em janeiro de 2005) foi somente transmitido em 09/02/2005, esse valor, não ressarcível em relação aos trimestres subseqüentes ao de competência, é parcialmente absorvido pelos débitos dos trimestres subseqüentes (incluídos janeiro e fevereiro de 2005), consoante o “demonstrativo da apuração após o período do ressarcimento”, à fl. 30. Consoante o sobredito demonstrativo, o menor saldo credor em janeiro de 2005 é de R$ 50.134,52. Nesse mês, conforme o “demonstrativo do crédito reconhecido para cada PER/DCOMP”, à fl. 31, foram compensados créditos no importe de R$ 41.732,20. Outrossim, o menor saldo credor em fevereiro de 2005 é de R$ 40.850,47, em razão da compensação com débitos de janeiro de 2005 do saldo credor de dezembro de 2004. Por conseguinte, toda a compensação declarada e efetuada em fevereiro de 2005´(R$ 8.582,32) é indevida, pois cumulativamente superior ao menor saldo credor apurado. Foi reconhecido o montante de R$ 41.732,20 porque todas as compensações declaradas em janeiro de 2005 (mês para o qual o menor saldo credor foi de R$ 50.134,52) concernentes ao 4º trimestrecalendário de 2004 alcançaram tal valor. Pelo que se conclui da leitura da manifestação de inconformidade, a requerente não entendeu os demonstrativos elaborados no âmbito do SCC e dos quais teve ciência, tanto que juntou cópia (fls. 58 e 59). Fl. 151DF CARF MF Processo nº 13896.909623/200810 Acórdão n.º 3002000.708 S3C0T2 Fl. 149,5 6 Conforme já expendido alhures, a determinação do menor saldo credor deflui da escrituração fiscal da contribuinte, transposta inteiramente no tocante a créditos e débitos ao PER/DCOMP correspondente ao pedido eletrônico de ressarcimento do período em questão, no caso, o PER/DCOMP nº 01268.73873.120105.1.3.014097, e de outros períodos (anteriores e posteriores). Se houve recolhimento em DARF de parcela de débito compensado, deveria ter sido apresentado PER/DCOMP retificador antes da prolação do Despacho Decisório, de acordo com as normas quanto à retificação de PER/DCOMPs dispostas nos artigos 56, 57, 58 e 73 da Instrução Normativa SRF nº 460, de 17 de outubro de 2004 (reiteradas nos artigos 57, 58, 59 e 73 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005, nos artigos 77, 78, 79 e 95 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008, e em atos posteriores). Como visto acima, que esta fora a análise realizada pelo despacho decisório, não há dúvidas. Acontece que o Recorrente apresentou dois argumentos relevantes à solução da contenda, os quais não chegaram a ser apreciados pela DRJ. O primeiro diz respeito ao impacto do estorno do crédito procedido pelo Recorrente em 12/01/2005. A Recorrente defende que, tendo realizado o estorno na referida data, o débito levantado no final deste período de janeiro de 2005, no importe de R$ 9.464,05, não poderia ser considerado para fins de abatimento deste crédito, o qual já havia sido estornado para fins do ressarcimento objeto da presente contenda. Verificase, contudo, que esta matéria não fora enfrentada pela DRJ. O segundo argumento diz respeito à alegação de que parte do débito apurado no período em questão (R$ 6.319,34 de R$ 25.058,03), que teria reduzido o montante do saldo credor da Recorrente, fora justamente o valor cuja compensação fora indeferida por meio do PER/DCOMP nº 25879.22317.090205.1.3.018909. Nesse contexto, defende que o mesmo débito não poderia ser utilizado em ambas as hipóteses, para fins de redução do saldo credor disponível, bem como mantido como débito devido na DCOMP em questão, sob pena de se incorrer em duplicidade quanto à cobrança deste montante. Também quanto a este ponto, vêse que a DRJ não travou qualquer consideração. Ao assim proceder, findou por cercear o direito de defesa do Recorrente, incorrendo na hipótese de nulidade disposta no art. 59, inciso II do Decreto nº 70.235/1972: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Sendo assim, apresentase imperativo que os autos retornem àquela instância de julgamento, para que aquela instância de julgamento analise e se manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelo contribuinte em sua manifestação de inconformidade. 2. Da conclusão Com fulcro nas razões supra expedidas, voto no sentido de dar parcial provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo Recorrente, para fins de decretar a nulidade da decisão recorrida e determinar que os autos retornem à DRJ para que esta aprecie se Fl. 152DF CARF MF Processo nº 13896.909623/200810 Acórdão n.º 3002000.708 S3C0T2 Fl. 150 7 manifeste sobre todos os argumentos apresentados pelo Recorrente em sua manifestação de inconformidade apresentada. É como voto. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Fl. 153DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.690057/2009-29
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2006
RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O ressarcimento de PIS e a sua compensação com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, cujo ônus é do contribuinte.
A insuficiência no direito creditório reconhecido acarretará a não homologação da compensação quando a certeza e liquidez do crédito pleiteado não restar comprovada através de documentação contábil e fiscal apta a este fim.
Numero da decisão: 3003-000.306
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Marcos Antônio Borges - Presidente.
Márcio Robson Costa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: MARCIO ROBSON COSTA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201906
ementa_s : ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2006 RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O ressarcimento de PIS e a sua compensação com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, cujo ônus é do contribuinte. A insuficiência no direito creditório reconhecido acarretará a não homologação da compensação quando a certeza e liquidez do crédito pleiteado não restar comprovada através de documentação contábil e fiscal apta a este fim.
turma_s : Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.690057/2009-29
anomes_publicacao_s : 201907
conteudo_id_s : 6027866
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3003-000.306
nome_arquivo_s : Decisao_10880690057200929.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MARCIO ROBSON COSTA
nome_arquivo_pdf_s : 10880690057200929_6027866.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marcos Antônio Borges - Presidente. Márcio Robson Costa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
dt_sessao_tdt : Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
id : 7812431
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:48:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120411799552
conteudo_txt : Metadados => date: 2019-07-01T18:22:10Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-07-01T18:22:10Z; Last-Modified: 2019-07-01T18:22:10Z; dcterms:modified: 2019-07-01T18:22:10Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-07-01T18:22:10Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-07-01T18:22:10Z; meta:save-date: 2019-07-01T18:22:10Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-07-01T18:22:10Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-07-01T18:22:10Z; created: 2019-07-01T18:22:10Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2019-07-01T18:22:10Z; pdf:charsPerPage: 1852; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-07-01T18:22:10Z | Conteúdo => S3-TE03 MINISTÉRIO DA ECONOMIA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10880.690057/2009-29 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3003-000.306 – 3ª Seção de Julgamento / 3ª Turma Extraordinária Sessão de 11 de junho de 2019 Recorrente LABORATORIO AMERICANO DE FARMACOTERAPIA S A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2006 RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O ressarcimento de PIS e a sua compensação com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, cujo ônus é do contribuinte. A insuficiência no direito creditório reconhecido acarretará a não homologação da compensação quando a certeza e liquidez do crédito pleiteado não restar comprovada através de documentação contábil e fiscal apta a este fim. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marcos Antônio Borges - Presidente. Márcio Robson Costa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva. Relatório Reproduzo abaixo o relatório elaborado pela DRJ com o detalhamento dos fatos. Trata-se de manifestação de inconformidade, fls. 15/22, apresentada em decorrência da não homologação do pedido de compensação (DCOMP nº 32744.34841.310107.1.3.04- 7857), conforme despacho decisório emitido eletronicamente (fl. 4). Consta no referido despacho decisório o seguinte motivo para indeferimento do pedido: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 00 57 /2 00 9- 29 Fl. 927DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3003-000.306 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.690057/2009-29 Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 54.927,22 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. O contribuinte foi cientificado do referido despacho em 10/11/2009 (fl. 8), tendo apresentado a contestação em 10/12/2009, por intermédio de sua sucessora COSMED INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS E MEDICAMENTOS S/A, contrapondo-se ao despacho decisório com base nos argumentos a seguir sintetizados: - O montante de PIS pago por meio de DARF, no valor de R$ 310.886,58, e que originou o crédito para a compensação ora pleiteada, foi efetivamente pago a maior. Todavia, por um lapso da REQUERENTE, não houve a correção da DCTF para constar o valor efetivamente devido. Dessa forma, o crédito efetivamente existe, sendo necessária a reforma do Despacho Decisório que não homologou o pedido de compensação. - Conforme claramente verificado no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON — Doc. 3) transmitido à Receita Federal para o mês de novembro de 2006, a REQUERENTE apurou um valor devido total de PIS de R$ 273.482,32 (fls. 01 e 12 da DACON), de acordo com a sistemática do regime previsto nas Leis nº 10.637/02 e 10.147/00. - O valor de R$ 273.482,32 é resultado da soma dos valores do PIS apurado tanto para o regime não cumulativo previsto na Lei n° 10.637/02, quanto para o regime especial ao qual a REQUERENTE está sujeita, previsto na Lei n° 10.147/00. - Apesar de o valor apurado ter sido de R$ 273.482,32, a REQUERENTE, por engano, declarou e efetuou o pagamento, sob o Código de Receita 8109, do valor total de R$ 310.886,58 (Doc. 04). - Ocorre que, sob o Código de Receita 8109 (PIS de acordo com a Lei n° 10.147/00), o valor devido era de R$ 255.959,36, correspondente ao PIS incidente sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos mencionados na Lei n° 10.147/00, após o cômputo dos créditos. O restante - R$ 17.522,98, correspondente ao PIS sobre as demais receitas, no regime não-cumulativo previsto na Lei n° 10.833/03, deveria ser recolhido sob o código 5856 (conforme a planilha anexa - Doc. 05). - Assim, o PIS devido para o Código 8109 era de R$ 255.959,36, tendo sido pagos R$ 310.886,58. Dessa forma, a REQUERENTE possuía crédito tributário contra o Fisco no valor de R$ 54.927,22. - Para regularizar a situação da DCTF apresentada pela REQUERENTE, requer-se a juntada da DCTF retificadora, contendo os valores devidos corretamente (Doc. 7), como acima mencionado. De acordo com a autoridade local, despacho à fl. 594, o interessado foi incorporado por HYPERMARCAS S/A que, por sua vez, sofreu cisão parcial, com a versão de parte de seu patrimônio à empresa COSMED IND. DE COSMÉTICOS E MEDICAMENTOS S/A. Os documentos comprobatórios foram anexados ao processo. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza julgou improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão nº 08- 38.102 com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 928DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3003-000.306 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.690057/2009-29 Ano-calendário: 2006 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. A homologação da compensação declarada pelo contribuinte está condicionada ao reconhecimento do direito creditório pela autoridade administrativa, o que somente é possível mediante apresentação dos elementos que comprovem a liquidez e certeza do direito alegado. RETIFICAÇÃO DE DCTF. A retificação de DCTF, após ciência da não homologação de DCOMP, somente é válida quando acompanhada dos elementos de prova que demonstrem a ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração original. Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, através de Recurso Voluntário apresentado, no qual sustenta que a apresentação prévia de DCTF retificadora não é requisito para verificação da liquidez e certeza de direito creditório e alega ofensa ao princípio da verdade material. É o Relatório. Voto Conselheiro Márcio Robson Costa, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos e requisitos de admissibilidade. A controvérsia pode ser resumida em saber se após a retificação da DCTF havia saldo credor suficiente a ser compensado pois é fato incontroverso que a retificação somente foi realizada após a transmissão do DCOMP que deu ensejo ao Despacho Decisório que o deixou de homologar. A Receita Federal agiu corretamente em deixar de homologar o pedido de compensação fundamentado na ausência de saldo suficiente, posto que nos sistemas, de fato, não havia saldo suficiente, já que o pedido de compensação foi realizado antes que a Recorrente retificasse a DCTF. Nesse sentido, após o despacho decisório foi protocolada a manifestação de inconformidade com a juntada de alguns documentos comprobatórios. Contudo, no entendimento da DRJ a retificação da DCTF após pedido de compensação não produz efeitos em relação a Dcomp anteriormente apresentada .Vejamos: Por óbvio que não se está aqui a afirmar que o crédito contra a Fazenda Nacional existe ou não existe, dado que não é isto que importa para o caso concreto que aqui se tem. O que se afirma, e isto sim, é que só a partir da retificação da DCTF é que a contribuinte passa a ter crédito contra a Fazenda devidamente conformado na forma da lei. Assim, a retificação efetuada pode produzir efeitos em relação a Dcomp apresentada posteriormente a esta retificação, mas não para validar compensações anteriores. De se dizer que débitos anteriores, não adimplidos no prazo legal, podem ser incluídos em Fl. 929DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3003-000.306 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.690057/2009-29 Dcomp, mas neste caso, por óbvio, tais débitos deverão ser declarados com a devida adição da multa e dos juros de mora legalmente previstos (aliás, está aqui mais uma razão para a impossibilidade de validação retroativa da compensação: como só posteriormente à data de vencimento do tributo e à data de prolação do Despacho Decisório é que houvesse retificação da DCTF, estar-se-ia permitindo, com a validação retroativa, o adimplemento a destempo da obrigação tributária, sem o acréscimo da penalidade e encargos legais previstos). Ao meu ver o entendimento acima não condiz com a prática habitual do PAF, inclusive sendo contrário as conclusões propostas pela solução de COSIT 02 de 2015, que confirma a possibilidade de retificação da DCTF após transmissão da DECOMP: 49. No caso da Dcomp, o encaminhamento de débito para inscrição em dívida ativa dá- se quando a compensação efetuada não é homologada por despacho decisório da autoridade administrativa (em função de análise manual ou eletrônica), e, cumulativamente, tal decisão não é reformada em função de contencioso administrativo, seja pelo fato de não se ter instaurado o litígio, seja em virtude de decisão administrativa definitiva, total ou parcialmente, desfavorável a ele. 20.2. Portanto, a princípio, não há impedimento para que o indeferimento do PER ou a não homologação da DCOMP possa ser desfeita na hipótese de o sujeito passivo comprovar que de fato tinha o direito ao crédito informado, ainda que para isso tenha sido necessário retificar a DCTF depois de analisado o PER/DCOMP. Tem-se aqui que o erro, o esquecimento de praticar um ato que lhe era necessário para confirmar formalmente um direito que ele já tinha desde a apresentação da DCOMP. 20.3. Assim, certamente não é o desejável nem deve ser o corriqueiro, mas uma exceção, a possibilidade de retificação da DCTF depois de não homologada a DCOMP ou de indeferido o PER, desde que confirmada a disponibilidade do crédito. Essa retificação é suficiente para suscitar a revisão pela autoridade administrativa do despacho decisório, conforme seja objeto de pedido de revisão de ofício ou de manifestação de inconformidade, e esta ou a retificadora ocorra antes ou depois de decorridos 30 dias da não homologação, e desde que as informações prestadas à RFB não sejam diferentes de outras declarações tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no § 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010. Ocorre, porém, que embora a retificação posterior da DCTF seja chancelada pela Receita Federal, a análise da possibilidade de verificação do crédito tributário esbarra na necessidade de comprovação da liquidez e certeza. Prosseguindo na análise da atual problemática proposta, concluo que o cerne da questão não se esgota na possibilidade ou não de retificação da DCTF para revisão de despacho decisório que deixou de homologar pedido de compensação, mas sim na comprovação de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Com efeito, para a demonstração da certeza e liquidez do direito creditório invocado, não basta que a recorrente apresente alegações, pedido de compensação e retificação da DCTF. Faz-se necessário que as alegações da recorrente sejam embasadas em escrituração contábil-fiscal e documentação hábil e idônea que a lastreie, pertinente ao tributo gerador do crédito alegado. Apesar da prevalência do princípio da Verdade Material no âmbito do processo administrativo, os documentos juntados e as alegações da requerente deveriam estar acompanhadas dos elementos que pudéssemos considerar como indícios de prova dos créditos Fl. 930DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3003-000.306 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.690057/2009-29 alegados, necessários para que o julgador possa aferir a pertinência dos argumentos apresentados, o que não se verifica no caso em tela. Em que pese a recorrente tenha juntado extrato do PERDCOMP, DACON e DCTF, estes por si só não são suficientes para comprovar os créditos oriundos do PIS no regime não cumulativo e por essa razão, no meu entendimento, as alegações recursais carecem de outras provas. Importa destacar que incumbe à recorrente o ônus de comprovar, por provas hábeis e idôneas, o crédito alegado. Nesse sentido, o Código de Processo Civil, em seu art. 373, dispõe: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; De igual forma é o entendimento da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), em decisão consubstanciada no acórdão de nº 9303-005.226, nos seguintes termos: "...o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar é do contribuinte. O papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repita-se, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo contribuinte. Não pode o julgador administrativo atuar na produção de provas no processo, quando o interessado, no caso, a Contribuinte não demonstra sequer indícios de prova documental, mas somente alegações." Como se sabe, a parte incumbida do ônus probatório possui o amplo direito de produzir a prova. A parte adversa, em contrapartida, tem o amplo direito à contraprova, pois só assim o contraditório e a ampla defesa serão igualmente garantidas às partes. O ônus de prova é a incumbência que a parte possui de comprovados fatos que lhe são favoráveis no processo, visando à influência sobre a convicção do julgador, nesse sentido, a organização e vinculação dos documentos (hábeis e idôneos) com as matérias impugnadas e a reunião de suas informações na escrituração contábil-fiscal, pertinentes ao tributo em análise, seria indispensável para um convencimento. Modernamente defende-se a divisão do ônus probandi entre as partes sob a égide da paridade de tratamento entre estas. Francesco Carnelutti, no clássico Teoria Geral do Direito 1 , assim leciona: Quando um determinado fato é afirmado, cada uma das partes tem interesse em fornecer a prova dele, uma delas a de sua existência e a outra a da sua inexistência; o interesse na prova do fato é, portanto, bilateral ou recíproco.(grifei) Diante da complexidade de um processo de compensação tributária o recorrente deve se preocupar em formar o convencimento do julgador de forma que este seja capaz de fazer presunções simples, aquelas que são consequências do próprio raciocínio do homem em face dos 1 CARNELUTTI, Francesco. Teoria geral do direito. (Tradução de Antônio Carlos Ferreira). São Paulo: Lejus, 1999, p.541 (in Temas Atuais de Direito Tributário) Fl. 931DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 3003-000.306 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10880.690057/2009-29 acontecimentos que observa ordinariamente. Elas são construídas pelo aplicador do direito, de acordo com o seu entendimento e convicções. No dizer de Giuseppe Chiovenda 2 : São aquelas de que o juiz, como homem, se utiliza no correr da lide para formar sua convicção, exatamente como faria qualquer raciocinador fora do processo. Quando, segundo a experiência que temos da ordem normal das coisas, um ato constitui causa ou efeito de outro, ou de outro se acompanha, após, conhecida a existência de um dos dois, presumimos a existência do outro. A presunção equivale, pois, a uma convicção fundada sobre a ordem normal das coisas. (grifei) Assim, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, falta ao crédito indicado pelo contribuinte comprovação adequada da certeza e liquidez, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a não homologação das compensações. É o meu entendimento Márcio Robson Costa - Relator 2 CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil Trad.J. Guimarães Menegale. São Paulo: 1969. v. III.p. 139 Fl. 932DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.900688/2014-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Data do fato gerador: 31/12/2012
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO.
Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 2401-006.396
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Data do fato gerador: 31/12/2012 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.900688/2014-29
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6020711
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2401-006.396
nome_arquivo_s : Decisao_10880900688201429.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MIRIAM DENISE XAVIER
nome_arquivo_pdf_s : 10880900688201429_6020711.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
dt_sessao_tdt : Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
id : 7784867
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:47:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120445353984
conteudo_txt : Metadados => date: 2019-06-13T12:55:28Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-06-13T12:55:28Z; Last-Modified: 2019-06-13T12:55:28Z; dcterms:modified: 2019-06-13T12:55:28Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-06-13T12:55:28Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-06-13T12:55:28Z; meta:save-date: 2019-06-13T12:55:28Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-06-13T12:55:28Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-06-13T12:55:28Z; created: 2019-06-13T12:55:28Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2019-06-13T12:55:28Z; pdf:charsPerPage: 2224; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-06-13T12:55:28Z | Conteúdo => S2-C 4T1 Ministério da Economia Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10880.900688/2014-29 Recurso Voluntário Acórdão nº 2401-006.396 – 2ª Seção de Julgamento / 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2019 Recorrente ALL NET TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Data do fato gerador: 31/12/2012 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 06 88 /2 01 4- 29 Fl. 69DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.396 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900688/2014-29 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra ato da autoridade administrativa que não homologou a compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a crédito de IRRF que teria sido recolhido a maior no período de apuração constante dos autos. Como bem relatado pela instância a quo , o Despacho Decisório não homologou o pedido de compensação em debate, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: 1. Sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada pela empresa, através do despacho decisório proferido nos presentes autos. 2. A alegação de que não existe crédito disponível não pode ser entendida como fundamento do despacho decisório, sem constar o porquê dessa inexistência. 3. A autoridade administrativa não se deu ao trabalho de motivar sua decisão, a teor do art. 50 da Lei n° 9.784, de 1999. 4. A não homologação dessa compensação ocorreu por sistema informatizado, porque o crédito sequer foi apreciado. Limitou-se a autoridade administrativa em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Ainda inconformada, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário, repisando parte de suas razões apresentadas em sede de Impugnação que são, em síntese, as seguintes: a) o V. Acórdão merece reforma, basicamente, porque firmou entendimento equivocado, o ato administrativo que não reconheceu o direito creditório do contribuinte é vinculado, devendo conter os pressupostos de fato e de direito, em obediência ao princípio da legalidade; b) Na mesma esteira de entendimento, o ato administrativo deve ser motivado para se mostrar eficaz, razão pela qual não deve prosperar o acórdão ora guerreado; c) o crédito que se fundou o direito subjetivo do contribuinte foi protocolado por meio de compensação, todavia, sem qualquer fundamentação a autoridade não homologou a compensação realizada pela Recorrente, através de Despacho Decisório Fl. 70DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.396 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900688/2014-29 eletrônico, onde se questiona a falta de elementos do ato administrativo, ou seja, falta de fundamentação e nulidades; d) Todavia entenderam os Nobres Julgadores que o Despacho Decisório foi devidamente fundamentado, cabendo ao Recorrente o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, julgando improcedente a Impugnação; e) Reitera a necessidade de motivação, a teoria dos motivos determinantes e o cerceamento de defesa como institutos jurídicos a embasarem sua pretensão de reforma do ato administrativo ora em debate ; f) Defende a tese de que a Fazenda Nacional deve rever seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes) seja para anulá-los (quando ilegais) Cita a Súmula 473 do STF, os arts. 1º e 5º inciso LVI da CF/88., como normas de conteúdo vedatório para obtenção de provas pelo Poder Público que derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional; g) Ao final requer a reforma do v. Acórdão, eis que a controvérsia posta é identificar se o ato administrativo é vinculado ou discricionário. É o Relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.258 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSO VOLUNTÁRIO O presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, razão pela qual dele CONHEÇO, já que presentes os requisitos de sua admissibilidade 2. DA PRELIMINAR a) nulidade A alegação de nulidade do Despacho Decisório não merece prosperar posto que o mesmo foi realizado dentro dos ditames delineados em lei, apresentando de forma clara e objetiva o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a Fl. 71DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.396 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900688/2014-29 inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na declaração de compensação - DCOMP. Nesse diapasão, não há cerceamento de defesa em nenhuma fase do curso processual capaz de produzir qualquer tipo de nulidade ou óbice para que se avance na análise de mérito no presente feito. 3. DO MÉRITO Em seu Recurso Voluntário o contribuinte, em síntese, se restringe a alegar que o ato administrativo, que não reconheceu o seu direito creditório, é vinculado , devendo conter os pressupostos de fato e de direito que o motivaram, sob pena de cerceamento do seu direito de defesa e desobediência ao princípio da legalidade. O que se observa é que assim, as alegações preliminares acabam se confundindo com as de mérito. Todavia, razão não assiste à Recorrente, senão vejamos: Conforme esclarecido pela instância de piso e verificado pela análise dos autos, as próprias declarações e documentos produzidos pela Recorrente fundamentaram os motivos da não-homologação do Despacho Decisório in casu, caracterizando assim a prova e a motivação do ato administrativo, sendo de pleno conhecimento do Recorrente já que por ele produzidos. Após análise detalhada, não foi identificado por esta Relatora qualquer erro na decisão de indeferimento da compensação, nem tampouco a Recorrente apontou eventual divergência, capaz de maculá-lo. A causa da não homologação é clara e objetiva, e se deve ao fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Logo, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Recorrente pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. Conforme se verifica, o débito declarado e pago encontra-se em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Como ja esclarecido acima, quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Dessa forma, a recorrente, na data da transmissão do PER/ DCOMP não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito Fl. 72DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.396 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900688/2014-29 creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ou seja, de maneira diametralmente oposta às suas alegações recursais, o ato administrativo foi motivado e fundamentado, todavia não foi homologado por absoluta falta de amparo legal para sua concessão. Da análise da DCTF retificadora ativa da Requerente (juntada por imagem no Acórdão de Manifestação de Inconformidade, referente ao tributo e período em análise, verificou-se que ela declarou um débito de IRRF referente ao fato gerador daquela data e vinculou um pagamento de igual valor. Já no quadro reproduzido no voto, podemos verificar que o DARF, pago em atraso com multa de mora e juros de mora, foi integralmente alocado para o saldo a pagar do débito declarado, cujos valores são idênticos. A Requerente pagou em atraso o tributo e corretamente adicionou a multa de mora e os juros de mora, valor que ele agora indevidamente reclama de volta para compensação. Conforme informado pela DRJ , além do DARF constante dos presentes autos, ter sido alocado ao débito normal do período, regularmente declarado em DCTF, a Recorrente solicita sobre esse valor, a homologação de 152 pedidos de compensação que, somados, resultam em um valor de R$ 1.974.130,39, conforme relação dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF, transcritas no voto do Acórdão ora recorrido. E este fato indica que a Recorrente se movimenta no sentido de efetuar compensação administrativa, não amparada na legislação, para liquidar débitos com créditos inexistentes. Todavia, utiliza-se do expediente de prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que a Recorrente respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração que ensejaria a aplicação da Lei n° 10.833, de 2003, art. 18, §2º, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto.” Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 73DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.396 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900688/2014-29 Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16349.000317/2010-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.840
Decisão:
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Vencidas as Conselheiras Maysa de Sá Pittondo Deligne e Thais De Laurentiis Galkowicz que entendiam pelo cancelamento do despacho decisório face a inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98 que lhe serviu de fundamento, mantidas as parcelas reconhecidas pela DRJ.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 16349.000317/2010-25
anomes_publicacao_s : 201907
conteudo_id_s : 6027970
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-001.840
nome_arquivo_s : Decisao_16349000317201025.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALDIR NAVARRO BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 16349000317201025_6027970.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Vencidas as Conselheiras Maysa de Sá Pittondo Deligne e Thais De Laurentiis Galkowicz que entendiam pelo cancelamento do despacho decisório face a inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98 que lhe serviu de fundamento, mantidas as parcelas reconhecidas pela DRJ. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes.
dt_sessao_tdt : Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
id : 7812535
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:48:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120449548288
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1542; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16349.000317/201025 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402001.840 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 28 de março de 2019 Assunto PIS/COFINS Recorrente ARLÍQUIDO COMERCIAL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Vencidas as Conselheiras Maysa de Sá Pittondo Deligne e Thais De Laurentiis Galkowicz que entendiam pelo cancelamento do despacho decisório face a inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98 que lhe serviu de fundamento, mantidas as parcelas reconhecidas pela DRJ. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Marcos Antonio Borges (Suplente convocado), Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. Ausente o conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o Acórdão proferido Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que por unanimidade de votos, reconheceu parcialmente o direito creditório pleiteado no Pedido de Restituição, conforme Ementa abaixo: (...) RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 49 .0 00 31 7/ 20 10 -2 5 Fl. 384DF CARF MF Processo nº 16349.000317/201025 Resolução nº 3402001.840 S3C4T2 Fl. 3 2 PIS/PASEP. COFINS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS. Consoante manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, proferida nos termos do § 5º do art. 19 da Lei nº 10.522, de 2002, as contribuições devidas ao PIS e à Cofins devem incidir somente sobre as receitas operacionais das empresas, escapando da incidência as receitas não operacionais. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Intimada desta decisão, a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário requerendo a reforma parcial da decisão de primeira instância, com o reconhecimento do direito integral à restituição da contribuição PIS/COFINS calculada sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, diante da inconstitucionalidade do artigo 3º, parágrafo 1º da Lei nº 9.718, bem como diante de alegada liquidez e certeza do direito creditório. Em síntese, o Recurso Voluntário está fundamentado nos seguintes argumentos: i) Os montantes que compõem o crédito pleiteado se referem à inclusão indevida, na base de cálculo daquela contribuição, de receitas estranhas ao conceito de faturamento, o que implicou pagamento indevido ou a maior, efetuado com base no art. 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/1998; ii) Ao analisar o montante pleiteado, o v. acórdão manteve parcialmente o indeferimento do despacho decisório, sob a alegação de que as "receitas diversas", as "receitas de comissões" e as "receitas com indenizações" não podem ser excluídas da tributação da contribuição ao PIS e da COFINS; iii) Não há controvérsia acerca do mérito do direito creditório pleiteado relativo inconstitucionalidade do parágrafo 1º, do art. 3º da Lei nº 9.718, restando controvertido somente o cálculo apresentado, única parcela cuja reforma se pretende. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.829, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 16349.000306/201045. Portanto, transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3402001.829): "1. Pressupostos legais de admissibilidade Fl. 385DF CARF MF Processo nº 16349.000317/201025 Resolução nº 3402001.840 S3C4T2 Fl. 4 3 Nos termos do relatório, verificase a tempestividade do recurso, bem como o preenchimento dos demais requisitos de admissibilidade, resultando em seu conhecimento. 2. Da necessidade de diligência para julgamento do litígio 2.1. Conforme relatado, a decisão recorrida aplicou a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998, afastando o fundamento do despacho decisório, reconhecendo o direito postulado e quantificando o valor que teria sido recolhido a maior com base na documentação acostada aos autos até aquele momento. Para tanto, considerou a planilha de fls. 76/79, pela qual foi demonstrado que o valor recolhido a maior é decorrente do cálculo do PIS/COFINS sobre as seguintes receitas: Todavia, a Autoridade Julgadora a quo não aceitou a totalidade dos valores apresentados pela Contribuinte por concluir como receitas não operacionais as “Receitas Diversas”, “Receitas de Comissões” e “Receitas com Indenizações”, as quais foram excluídas da base de cálculo do PIS/COFINS. Não obstante as demais receitas contestadas pela Contribuinte, com relação às "Receitas Diversas", o ilustre Julgador de Primeira Instância concluiu que "pela análise do Livro Razão Acumulado, não é possível se saber, em específico, a que tipo de receita elas se referem, razão pela qual não é possível avaliar se são operacionais ou não." Para demonstrar seu direito creditório, a Recorrente argumenta em defesa que os valores em referência são decorrentes de contratos de fornecimentos pactuados com as empresas Mineração Serra de Fortaleza ("MSF") e Celpav Celulose e Papel Ltda. ("Celpav"), os quais detém a cláusula de demanda obrigatória, pela qual a contratante deve pagar um valor mínimo a título de compensação da pessoa jurídica responsável pelo fornecimento do produto por ocasião da dispensabilidade parcial da quantidade previamente estabelecida pela contratante, como forma de suprir os investimentos necessários. Fl. 386DF CARF MF Processo nº 16349.000317/201025 Resolução nº 3402001.840 S3C4T2 Fl. 5 4 Alega que tais valores não se revestem da natureza operacional inerente às receitas passíveis de oferecimento à tributação pela contribuição ao PIS e COFINS, visto que não advém de prestação de serviços ou venda de mercadorias. Da análise do processo, em especial dos documentos de fls. 285 a 360, constatase que foram trazidos aos autos em sede recursal os Contratos de Fornecimento dos Gases Industriais informados pela defesa, os quais têm por previsão a cláusula de demanda obrigatória, denominadas de "Cláusulas Taky or Pay". Cabe observar pela possibilidade de recepção de tais documentos, uma vez configurar a previsão do artigo 16, § 4º, alínea "c" e § 6º do Decreto nº 70.235/721, bem como em razão da necessária busca pela verdade material diante do indício do direito invocado. O princípio da verdade material determina que as decisões tenham por base os fatos tais como se apresentam na realidade, devendo ser carreados para o processo todos os dados, informações e documentos a respeito da matéria tratada, sem limitação às provas colacionadas pelos sujeitos. Para tanto, o Decreto 70.235/72 prevê a liberdade na busca das provas necessárias à formação da convicção do julgador no processo administrativo, conforme prescrevem os artigos 18 e 29. Vejamos: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Por sua vez, impera reiterar que o único fundamento utilizado em despacho decisório para indeferir o pedido de restituição foi sobre a ausência de competência do Auditor Fiscal para apreciar a inconstitucionalidade do §1º do artigo 3º da Lei n° 9.718/1998, sem qualquer menção sobre as receitas que deram origem ao crédito pleiteado pela Contribuinte. 2.2. Considerando que o despacho decisório não analisou a origem dos respectivos créditos, bem como em razão dos documentos trazidos pela Recorrente em fase recursal para comprovar as receitas não acatadas pela DRJ e, para possibilitar melhor conclusão deste Colegiado acerca do direito creditório pleiteado neste processo, proponho a conversão do julgamento em diligência, nos termos do artigo 29 do Decreto nº 1 Art. 16. A impugnação mencionará: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. Fl. 387DF CARF MF Processo nº 16349.000317/201025 Resolução nº 3402001.840 S3C4T2 Fl. 6 5 70.235/72 e artigo 63 do Decreto nº 7.574/2011, para que a Unidade de Origem proceda às seguintes providências: a) Analisar os documentos trazidos aos autos, bem como intimar a Recorrente para apresentar esclarecimentos e outros documentos que se fizerem necessários para comprovação do direito pleiteado através do Pedido de Restituição (PER) de nº 40920.38117.130606.1.2.04 2078; b) Proceder à análise da natureza das receitas informadas pela Recorrente, em especial quanto às “Receitas Diversas”, as “Receitas de Comissões” e as “Receitas com Indenizações”, afastando o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, nos moldes definidos pelo Supremo Tribunal Federal; c) Apurar o valor de eventual direito creditório da Contribuinte. Observo que devem ser mantidas as parcelas reconhecidas através do Acórdão nº 0657.011, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR; d) Elaborar Relatório Conclusivo com a manifestação da fiscalização acerca dos fatos, provas e fundamentos trazidos ao processo na diligência, acrescentando eventuais observações que entenda pertinentes; e) Intimar a Contribuinte para, querendo, apresentar manifestação sobre o resultado no prazo de 30 (trinta) dias. Cumpridas a providência acima, com ou sem resposta da parte, retornem os autos a este Colegiado para julgamento. É a proposta de resolução." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por determinar a realização de diligência para que a Unidade de Origem proceda às seguintes providências: a) Analisar os documentos trazidos aos autos, bem como intimar a Recorrente para apresentar esclarecimentos e outros documentos que se fizerem necessários para comprovação do direito pleiteado através do presente Pedido de Restituição (PER); b) Proceder à análise da natureza das receitas informadas pela Recorrente, em especial quanto às “Receitas Diversas”, as “Receitas de Comissões” e as “Receitas com Indenizações”, afastando o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, nos moldes definidos pelo Supremo Tribunal Federal; Fl. 388DF CARF MF Processo nº 16349.000317/201025 Resolução nº 3402001.840 S3C4T2 Fl. 7 6 c) Apurar o valor de eventual direito creditório da Contribuinte. Observo que devem ser mantidas as parcelas reconhecidas pela DRJ; d) Elaborar Relatório Conclusivo com a manifestação da fiscalização acerca dos fatos, provas e fundamentos trazidos ao processo na diligência, acrescentando eventuais observações que entenda pertinentes; e) Intimar a Contribuinte para, querendo, apresentar manifestação sobre o resultado no prazo de 30 (trinta) dias. Cumpridas a providência acima, com ou sem resposta da parte, retornem os autos a este Colegiado para julgamento. É a proposta de resolução. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 389DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.720688/2017-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 05 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2012 a 31/12/2014
RECURSO VOLUNTÁRIO. REPETIÇÃO DOS ARGUMENTOS DA IMPUGNAÇÃO.
Em face da mera repetição em sede de recurso voluntário dos argumentos apresentados em impugnação, poderá o relator, havendo concordância com todos os seus termos, adotar como razão de decidir o entendimento do colegiado a quo.
MULTA ISOLADA.
Na hipótese de compensação indevida, quando comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte fica sujeito à multa isolada aplicada nos termos da legislação que rege a matéria.
MULTA. CONFISCO.
A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, é dirigida ao legislador, não cabendo a autoridade administrativa afastar a incidência da lei.
Numero da decisão: 2201-005.175
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(documento assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201906
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2012 a 31/12/2014 RECURSO VOLUNTÁRIO. REPETIÇÃO DOS ARGUMENTOS DA IMPUGNAÇÃO. Em face da mera repetição em sede de recurso voluntário dos argumentos apresentados em impugnação, poderá o relator, havendo concordância com todos os seus termos, adotar como razão de decidir o entendimento do colegiado a quo. MULTA ISOLADA. Na hipótese de compensação indevida, quando comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte fica sujeito à multa isolada aplicada nos termos da legislação que rege a matéria. MULTA. CONFISCO. A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, é dirigida ao legislador, não cabendo a autoridade administrativa afastar a incidência da lei.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10380.720688/2017-21
anomes_publicacao_s : 201907
conteudo_id_s : 6037177
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-005.175
nome_arquivo_s : Decisao_10380720688201721.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : DANIEL MELO MENDES BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 10380720688201721_6037177.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente (documento assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Jun 05 00:00:00 UTC 2019
id : 7831574
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:49:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713052120457936896
conteudo_txt : Metadados => date: 2019-07-22T16:35:12Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-07-22T16:35:12Z; Last-Modified: 2019-07-22T16:35:12Z; dcterms:modified: 2019-07-22T16:35:12Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-07-22T16:35:12Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-07-22T16:35:12Z; meta:save-date: 2019-07-22T16:35:12Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-07-22T16:35:12Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-07-22T16:35:12Z; created: 2019-07-22T16:35:12Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; Creation-Date: 2019-07-22T16:35:12Z; pdf:charsPerPage: 1659; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-07-22T16:35:12Z | Conteúdo => S2-C 2T1 MINISTÉRIO DA ECONOMIA Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10380.720688/2017-21 Recurso Voluntário Acórdão nº 2201-005.175 – 2ª Seção de Julgamento / 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 05 de junho de 2019 Recorrente EIT EMPRESA INDUSTRIAL TECNICA SA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2012 a 31/12/2014 RECURSO VOLUNTÁRIO. REPETIÇÃO DOS ARGUMENTOS DA IMPUGNAÇÃO. Em face da mera repetição em sede de recurso voluntário dos argumentos apresentados em impugnação, poderá o relator, havendo concordância com todos os seus termos, adotar como razão de decidir o entendimento do colegiado a quo. MULTA ISOLADA. Na hipótese de compensação indevida, quando comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte fica sujeito à multa isolada aplicada nos termos da legislação que rege a matéria. MULTA. CONFISCO. A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, é dirigida ao legislador, não cabendo a autoridade administrativa afastar a incidência da lei. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente (documento assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 72 06 88 /2 01 7- 21 Fl. 678DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Trata-se de Recurso Voluntário contra o acórdão nº 03-75.632 - 5a Turma da DRJ/BSB, o qual julgou improcedente a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Adoto o relatório da decisão de primeira instância pela sua completude e capacidade de elucidação dos fatos: Trata-se de Auto de Infração (fl. 2), lavrado em 30/1/2017, no valor de R$ 6.933.064,52, referente à multa isolada no percentual de 150%, incidente sobre o valor da compensação de contribuição previdenciária declarada com falsidade em GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informação à Previdência Social, nas competências 1/2012 a 12/2012, aplicada com fundamento na Lei n° 8.212/1991, artigo 89, § 10°. Conforme Relatório do Procedimento Fiscal (fls. 6/14), o contribuinte foi intimado a demonstrar/detalhar a origem dos créditos utilizados nas compensações, no montante de R$ 4.622.043,03, e, em resposta, informou que o valor total compensado em GFIP corresponde à compensação de créditos judiciais. Ainda segundo o mencionado Relatório de Procedimento Fiscal: De acordo com as informações repassadas pela empresa e após análise de documentos internos da RFB, notadamente o processo administrativo de n° 10380.721.562/2011-88, concluiu-se que os créditos judiciais compensados seriam oriundos de decisão judicial da Justiça Federal do Rio Grande do Norte (RN) proferida no processo n° 940006420-9. Analisando o processo judicial acima especificado, as auditorias fiscais anteriormente realizadas sobre o direito de compensação judicial da empresa e as informações por prestadas pela EIT, essa fiscalização constatou, de forma inequívoca, que a empresa não possui créditos de origem judicial aptos a compensação, o crédito judicial informado em GFIP pela empresa como direito de compensação foi totalmente utilizado em período anterior, conforme abaixo relatamos: Em 20/09/1994, a EIT ajuizou contra o Instituto Nacional do Seguro Social — INSS ação de repetição de indébito formalizada por meio de processo n° 940006420-9 da Justiça Federal, Seção Judiciária do RN, em que objetivava: (i) obter declaração de inexistência de relação jurídica que a obrigasse a recolher contribuições incidentes sobre os honorários pagos a autônomos e sobre o pró- labore pago aos administradores; (ii) obter reconhecimento de seu direito à restituição, mediante compensação, dos valores cobrados indevidamente, bem como dos devidos acréscimos legais. Em primeira instância, o Juiz Federal Luiz Alberto Gurgel de Faria proferiu sentença favorável a EIT, julgando procedente o pedido, declarando a inexistência da relação jurídica que obrigasse a parte autora a pagar a contribuição sobre a remuneração dos administradores e trabalhadores autônomos, reconhecendo, de forma incidental, a inconstitucionalidade da expressão autônomos e administradores contida no artigo 3°, inciso I, da Lei n° 7.787/89, além de condenar o INSS no pagamento das contribuições previdenciárias recolhidas indevidamente, as quais representavam 20% sobre a remuneração de trabalhadores autônomos e administradores, a serem apuradas com base nos comprovantes constantes nos Autos, com incidência de juros de 1% ao mês, a contar do trânsito em julgado da decisão - art. 167, CTN) e correção monetária a ser apurada com base na UFIR (art. 66, §3 da Lei n° 8383/91). O INSS, então, impetrou recurso (Apelação Civil), mas a 1 a Turma do Tribunal Regional Federal da 5a Região, com voto do Exmo. Juiz Francisco Falcão, negou Fl. 679DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 provimento ao apelo e manteve a decisão recorrida. Essa decisão transitou em julgado em 09/08/1996. Após o trânsito em julgado, a EIT obteve judicialmente no mesmo Juízo de origem e, posteriormente, confirmada pelo Tribunal (TRF5) em julgamento da Apelação Cível n° 181.634-RN, referente aos Embargos à Execução n° 96.0010492-1, com Relatório do Desembargador Federal Napoleão Maia Filho, o direito de fazer incidir o indexador de 84,32% correspondente ao IPC de março/1990 a fevereiro/91 (expurgos inflacionários). No entanto, o processo de execução da sentença condenatória foi extinto em razão de pedido da PRÓPRIA EMPRESA, acolhido pelo Douto Juiz da 5a Vara da Justiça Federal/RN, sob a alegação de que já havia compensado a totalidade dos créditos. Inconformado com a extinção do Processo de Execução, o INSS, à época, recorreu alegando ausência de intimação pessoal de seu Procurador. Embora o recurso interposto tenha sido indeferido, a decisão proferida pelo Juiz Napoleão Maia Filho, TRF da 5a Região, frisou que cabe à Fiscalização do INSS averiguar o valor do crédito do contribuinte, conforme a seguir transcrevemos, ipsis litteris: ”14. Cabe, no entanto, registrar e deixar claro que a Autarquia previdenciária tem o direito-dever de fiscalizar as operações correspondentes a essa compensação, verificando a sua regularidade quantitativa dos valores confrontados, lavrando os respectivos autos de infração, se for o caso. 15. Aliás, o direito que tem o contribuinte de efetivar a compensação tributária decorre diretamente da lei 8383/91, de sorte que, a rigor, nem mesmo precisaria de prévia autorização judicial para fazê-lo. Dada a autorização, no entanto, não ficam por ela legitimados os valores a serem confrontados e nem inibido o fisco de exercer a respectiva fiscalização. ” Confirmando essa decisão, o Desembargador Federal José Maria Lucena, julgando a Apelação Civil n° 96428-RN, com palavras similares, ao final, ressaltou que “Efetivamente é poder/dever do Fisco verificar a regularidade dos valores apresentados pela autora, podendo, inclusive, desfazer parcial ou integralmente os efeitos da compensação desde que fundada em elementos idôneos a esse mister, ou seja, através de uma criteriosa perícia contábil, tornando injustificada a sua recusa em prosseguir com a compensação e inaceitável a negativa de CND A vista dessa decisão judicial que reconheceu o direito a compensação previdenciária com débitos da mesma natureza, o INSS, à época, realizou, através de autoridade competente, Auditoria Fiscal Previdenciária — AFP de n° 09045325, referente ao período de 01/1999 a 12/2002, iniciada em 06/05/2003 e finalizada em 28/05/2004. A ação fiscal teve início após o trânsito em julgado da decisão. Essa AFP resultou em lançamentos fiscais que totalizaram R$77.281.158,46 (setenta e sete milhões, duzentos e oitenta e um mil, cento e cinqüenta e oito reais e quarenta e seis centavos) compreendendo autos de infração e NFLD’s, conforme cópia do relatório e documentos anexados. Os débitos constituídos nesta auditoria foram julgados procedentes pela administração tributária e, posteriormente, quitados ou parcelados pela EIT. Durante esse procedimento fiscal, a autoridade fiscalizadora empreendeu esforços para verificar a regularidade das compensações realizadas pela EIT daquele período. O Relatório Fiscal do lançamento previdenciário do débito elucida, de forma similar ao que já foi exposto nos itens anteriores quanto à decisão judicial e, ainda, concluiu quanto aquelas compensações. As conclusões do Auditor-Fiscal encarregado do procedimento finalizaram para o reconhecimento do crédito inferior ao que a EIT alegava possuir. Durante a mencionada AFP, a EIT apresentou uma planilha onde afirmava que, em 31/01/2000, teria um crédito de R$50.763.311,23 (cinqüenta milhões, setecentos e sessenta e três mil, trezentos e onze reais e vinte e três centavos). A então planilha foi totalmente rechaçada pela autoridade fiscal pelas seguintes razões, expostas em seu relatório: (i) a planilha não continha nenhuma nota explicativa sobre a forma de cálculo; (ii) partia de um valor principal não homologado pela justiça e passível de verificação pelo Fisco; (iii) pelos valores apresentados, percebeu-se que o cálculo da incidência do índice de 84,32% (expurgos) foi efetuado sobre o valor total do Fl. 680DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 crédito já atualizado, quando o correto deveria ter sido corrigir apenas os recolhimentos que sofreram os expurgos inflacionários dos planos governamentais, ou seja, aqueles atingidos pelo período de março/1990 a fevereiro/91. Os recolhimentos indevidos eram relativos ao período de setembro de 1989 a julho de 1994. Evidentemente que os recolhimentos realizados em período posterior ao aludido índice não foram afetados e não poderiam ser corrigidos por esse índice. E, ainda, mais relevante, a EIT juntou ao processo judicial planilha referente à apuração do valor de seu crédito, cuja análise pelo Fisco demonstrou que em várias competências a base de cálculo da contribuição foi tomada em sua integralidade como crédito da empresa, portanto, tencionava obter de volta não apenas o que pagou ao INSS a título de Contribuição Previdenciária sobre autônomos, mas também a totalidade do que pagou aos segurados, a título de remuneração, pela prestação de seus serviços a empresa, ou seja, o valor utilizado em diversos períodos pela EIT referia-se as bases de cálculo das contribuições de autônomos e administradores e não apenas a contribuição propriamente quitada. Para chegar a essas conclusões, a Auditoria Fiscal, à época, intimou a EIT a apresentar os comprovantes de todos os recolhimentos referentes ao crédito alegado que havia sido inserido, como prova, na petição inicial, e organizou as informações para que a Procuradoria do INSS, órgão competente, efetuasse os cálculos do valor do indébito contido no processo judicial. Por conseguinte, o Setor de Cálculos e Precatórios da Procuradoria do INSS, à vista dessa requisição, elaborou os cálculos corrigindo os valores originários dos recolhimentos indevidos, na forma da decisão judicial, e concluiu que o valor do crédito em janeiro de 1999 era de R$1.625.047,17 (um milhão, seiscentos e vinte e cinco mil e quarenta e sete reais e dezessete centavos). De acordo com a autoridade fiscal, esse crédito fora integralmente utilizado entre janeiro e fevereiro de 1999. E mesmo que tivesse cumprido a previsão legal de limite de 30% do débito para compensação, aquele valor citado teria se extinguido totalmente em março de 2000. Além disso, concluiu-se que os valores lançados nos livros contábeis da empresa não encontravam correspondência documental com os valores reais dos créditos que possuíam. Asplanilhas elaboradas a época demonstrando os cálculos e respectivas notas explicativas estão anexadas a este processo. Esse era o valor que a EIT teria direito a compensação previdenciária e esse montante foi confirmado pela fiscalização à época. Embora estivesse claro que o valor do crédito pleiteado não tinha sido homologado pelo Poder Judiciário, mas tão somente reconhecido o direito à restituição, com acréscimos legais e expurgos inflacionários, a EIT se diz detentora de crédito milionário oriundo daquela decisão. Em razão de valores fictícios lançados na contabilidade, à época, conforme demonstrado pelo auditor-fiscal. Conforme demonstrado de forma pormenorizada no Relatório Fiscal daquele procedimento fiscal (AFP), o crédito de R$1.625.047,17 foi totalmente compensado pela EIT entre janeiro de 1999 a março de 2000, e homologada a compensação, não restando, consequentemente, nenhum valor proveniente daquele crédito oriundo da mencionada decisão judicial. Ressalta-se mais uma vez que a própria empresa, posteriormente ao trânsito em julgado, já em fase de execução da sentença, formalizou pedido de desistência do feito executivo, com arquivamento dos autos, sob a alegação de que já havia compensado a totalidade dos créditos resultantes do título judicial. A Justiça Federal proferiu sentença homologando o pedido de desistência e, posteriormente, o TRF5 confirmou a decisão. Esse fato está evidenciado nas decisões do Tribunal Regional Federal da 5 a Região e exposto com clareza solar no aludido processo. Há também Certidão da Justiça Federal de 1a Instância do Rio Grande do Norte, 5a Vara, de n° 0005.000054-3/2011, expedida em 17/02/2011 a pedido da empresa, inserida no Processo Administrativo n° 10380.721.562/2011-88, em que a EIT pleiteava habilitar um suposto crédito milionário, que confirma na alínea “c” a desistência na fase executória ao argumento já citado. Fl. 681DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 Ora, se a própria empresa afirmou que já havia se utilizado do crédito objeto daquela ação judicial e, posteriormente, e mais relevante, a autoridade competente, em procedimento fiscal próprio, confirma a utilização integral desse crédito previdenciário e o homologa, não se pode concluir de forma diferente, senão pela INEXISTÊNCIA desse crédito declarado em GFIP no período fiscalizado. Cabe destacar que, à época, a EIT não declarava em GFIP as compensações efetivadas, mas tão somente em sua contabilidade, como relatado pela autoridade fiscal. Os autos de infração e as Notificações Fiscais (NFLD) constituídos durante a AFP, como já exposto, ou foram quitados na fase de defesa administrativa ou se encontram parcelados com base na Lei n° 11.941, de 2009. A Decisão Notificação (DN) n° 18.401.4/0086/2004, à época, referente às impugnações dos lançamentos fiscais do supramencionado procedimento fiscal que homologou o crédito compensado em R$1.625.047,17, do qual a EIT foi cientificada, concluiu pela procedência dos créditos e confirmou o entendimento da autoridade lançadora quanto à apuração do quantum do crédito oriundo da decisão judicial. Transcrevemos os seguintes enxertos da DN: “18. A alegação da defendente de que o montante considerado pela fiscalização como crédito a ser compensado é muito inferior ao que realmente teria direito, não há como subsistir. O INSS, na presente ação fiscal, como autoriza, inclusive, a decisão judicial proferida em sede de recurso contra a extinção do processo de execução, exerceu o seu poder-dever de fiscalizar as operações correspondentesà compensação a que tem direito à empresa, “verificando a sua regularidade quantitativa dos valores confrontados, lavrando os respectivos autos de infração, se for o caso ” (g.n) - Decisão proferida pelo Juiz Napoleão Maia Filho, TRF da 5 a Região. Por fim, o Exmo. Magistrado completa seu raciocínio afirmando que “Dada a autorização (para a compensação), no entanto, não ficam por ela legitimados os valores a serem confrontados e nem inibido o fisco de exercer a respectiva fiscalização Assim, em outras palavras, não faz, a sentença, coisa julgada com relação aos valores a serem compensados, mas apenas com relação ao direito à compensação. 19. Pode-se, portanto, aferir que, conforme inclusive explicou o fiscal notificante em seu relatório, não houve homologação pelo Poder Judiciário dos valores a serem compensados, mas, sim, uma orientação de que, tendo o contribuinte o direito de fazer a compensação dos valores recolhidos a título de contribuição previdenciária sobre a remuneração dos autônomos e administradores, no que tange às competências 09/1989 a 06/1994, seja feita, por esta autarquia, uma efetiva fiscalização dos valores a serem considerados como crédito da empresa. Não houve, portanto, diferentemente do que afirma a defendente, afronta por parte da fiscalização à decisão do Poder Judiciário, mas, ao contrário, conformidade com a mesma. ” Não obstante todo o exposto naquele procedimento fiscal e na respectiva decisão administrativa dos lançamentos correspondentes que demonstraram que o crédito oriundo daquela decisão judicial tinha se exaurido, a EIT faz ressurgir o mesmo crédito já utilizado em suas compensações à época sem nenhuma correspondência documental ou legal. Cabe informar que, posteriormente, a decisão de primeira instância que julgou extinta a execução do título, em atendimento aos pedidos formulados pela exeqüente (EIT), confirmada pelo TRF5, o INSS recorreu ao Superior Tribunal de Justiça — STJ (Resp. n° 930.317 — RN). No entanto, aquela Corte negou provimento ao apelo. Por conseguinte, transitou em julgado a sentença de extinção da referida execução, em 16/11/2010, não mais cabendo recurso. Ocorre que as discussões nessa instância superior versaram apenas sobre os critérios de correção dos débitos já compensados e do pedido de extinção do processo. Portanto, tais decisões não surtiram nenhum efeito sobre as compensações que já haviam sido efetivadas pela EIT e homologadas pela autoridade fiscal, anteriormente, conforme já relatado. 5.6.19 Portanto, o crédito compensado, conforme TABELA 1 acima, inexiste. O crédito que realmente possuía já foi totalmente utilizado entre janeiro de 1999 a março de 2000, Fl. 682DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 em valores daquela época, tanto que motivou o pedido de desistência da execução sob o aludido pressuposto. No entanto, a EIT insiste na perpetuação desse. E quanto os motivos que ensejaram a aplicação da multa isolada, a auditoria fiscal assim se manifesta: 5.7 Considerando que a empresa declarou em GFIP, no período objeto da fiscalização, compensação de crédito judicial, processo n° 940006420-9, mesmo tendo sido informada em fiscalizações anteriores, conforme Auto de Infração com trânsito administrativo em julgado, a utilização total em competências anteriores do crédito objeto do processo judicial. Além disso, a própria empresa, em fase de execução da sentença, formalizou pedido de desistência do feito executivo, com arquivamento dos autos, sob a alegação de que já havia compensado a totalidade dos créditos resultantes do título judicial. Essa fiscalização conclui que a empresa detinha pleno conhecimento da inexistênciado direito de compensação, contudo declara em GFIP, com falsidade, direito de compensação de créditos judiciais. Impugnação O contribuinte teve ciência da autuação em 8/2/2017 (Aviso de Recebimento dos Correios - AR - fl. 342), e, em 8/3/2017 (Termo de Solicitação de Juntada - fl. 629), apresentou a impugnação de fls. 347/355, acompanhada de documentos (fls. 356/628) na qual alega o que segue: Diz que o objeto do presente processo não equivale à glosa da compensação, mas à multa isolada aplicada por supostamente prestar informação falsa em GFIP. Alega que discorrerá acerca da legitimidade do crédito judicial quando da impugnação do auto de infração próprio (glosa), sendo que, nos autos do presente processo, tecerá algumas considerações sobre a legitimidade do crédito judicial para demonstrar que não praticou ato fraudulento. Afirma que ingressou com Ação de Repetição de Indébito em 1994, com o objetivo de obter a restituição das contribuições pagas a título de honorários a autônomos e pro- labore pago a seus administradores. Assegura que o valor da causa apontado na petição inicial da ação judicial foi da ordem R$ 5.137.370,50 e que a Previdência Social foi desidiosa e negligente na condução do processo judicial, pois deixou fluir todas as oportunidades de discussão ou revisão do montante do crédito. Assevera que a decisão de 1a instância foi integralmente confirmada no TRF da 5a Região, que a ação transitou em julgado e que já se extinguiu o prazo para interposição de Ação Rescisória, de modo que não se pode mais realizar perícia ou auditoria que tenha por objeto desconstituir o valor apurado e conseguido pela empresa a título de indébito. Afirma que só cabe ser feita a atualização do valor monetário, que deve ter sempre por base a data da interposição da ação, a cifra apontada na petição inicial e os consectários obtidos também judicialmente (84,32%), posteriormente deferidos. Reafirma que ocorreu a preclusão do direito de o Fisco discutir o valor, já que não demonstrou o menor interesse em realizar uma perícia contábil no aludido processo. Diz que o contribuinte apresentou pedido de desistência da execução porque jamais imaginou que o Fisco iria glosar o valor do crédito apurado a partir do montante indicado na petição inicial da Ação Judicial n° 940006420-9. Alega que foi apenas após este momento que se deu a glosa do valor do crédito, bem como a glosa das compensações até então realizadas, o que ocorreu após a auditoria fiscal previdenciária n° 09045325, encerrada em 2004, conforme consta no Relatório Fiscal. Assegura que a fiscalização concluiu, à época, que o valor do crédito corresponderia a pouco mais de um terço do valor indicado pelo contribuinte em 2004, na petição inicial, Fl. 683DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 o que, por si só, evidencia o absurdo e o abuso consistente na apuração/atualização do aludido crédito feito pelo Fisco. Diz que, “[...] se é verdade que o INSS (Fisco) teve reconhecido o direito de fiscalização as operações correspondentes às compensações, tal direito jamais foi concedido de forma absoluta, como se não existisse coisa julgada e que o Fisco detivesse a prerrogativa eterna de poder periciar/auditar em detalhes questões protegidas pelo instituto da coisa julgada, como, no caso, o valor inicial do crédito”. Assevera que, “[...] tendo em vista a recalcitrância do INSS teve que protocolar administrativamente pedido de reconhecimento de crédito (processo 10380.721.562/2011-88, em anexo), que foi indeferido, tendo a autoridade fiscal, todavia, informado que, “[...] com relação à compensação, esta deve ser realizada pela contribuinte em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP, abatendo de valor devido em GPS, correspondentes a períodos subseqüentes ao suposto crédito”, o que foi acatado pelo contribuinte. Assegura que não há como qualificar a conduta do sujeito passivo como fraudulenta, tendente à sonegação, pois o que fez o contribuinte foi seguir a própria orientação da autoridade administrativa, tendo como fundamento direito constituído por decisão judicial transitada em julgado. Alega que o valor da multa aplicada (150%) ultrapassa o valor do imposto supostamente devido, o que confronta entendimento do Supremo Tribunal Federal, pacificado em sede de repercussão geral, acerca da proibição do confisco, conforme julgamento do Agravo Regimental no Recurso Extraordinário n° 833.160/GO, o qual transcreve parcialmente. Ao final, requer seja julgada procedente a impugnação e, alternativamente, que a sanção tributária seja reduzida a 75%, por não ter ocorrido em dolo e, por consequência, na prática de qualquer ilícito. É o Relatório. A decisão de primeira instância restou ementada nos termos abaixo (fls. 646/660): MULTA ISOLADA. Na hipótese de compensação indevida, quando comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte fica sujeito à multa isolada aplicada nos termos da legislação que rege a matéria. MULTA. CONFISCO. A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, é dirigida ao legislador, não cabendo a autoridade administrativa afastar a incidência da lei. Em face da referida decisão, da qual foi cientificada em 20/07/2017 (fl.664) a contribuinte manejou Recurso Voluntário (fls. 667/675) em 18/08/2017, reiterando os mesmos argumentos da peça impugnatória. É o relato do necessário. Voto Daniel Melo Mendes Bezerra, Conselheiro Relator Fl. 684DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Das alegações recursais No recurso interposto, a recorrente reitera os argumentos apresentados na impugnação, alegando que não há falsidade na declaração de compensação que enseje a aplicação da multa isolada de 150% prevista no art. 89, § 10, da Lei nº 8.212/91. Assim, trata-se, substancialmente, de uma repetição dos argumentos utilizados na manifestação de inconformidade, que foram fundamentadamente afastados em primeira instância. Neste sentido, com base no disposto no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/1999 c/c o §3° do art. 57 do RICARF, por concordar com todos os seus termos e conclusões, adoto as razões de decidir do colegiado a quo, cujos excertos do voto transcrevo a seguir e complemento ao final: Cabe informar, inicialmente, que as compensações de valores declarados em GFIP pelo contribuinte de 1/2012 a 12/2012 não foram homologadas pela autoridade competente, conforme Despacho-Decisório exarado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza, em 30/1/2017, nos autos do processo n° 10380.720749/2017-50. O crédito lançado refere-se à multa isolada incidente sobre o valor da compensação de contribuição previdenciária declarada com falsidade em GFIP, relativas às competências 1/2012 a 12/2012, aplicada com fundamento na Lei n° 8.212/1991, artigo 89, §10, abaixo transcrito: Art. 89. [...] § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. Da leitura do dispositivo legal, verifica-se a necessidade de dois requisitos concomitantes para a aplicação da multa em questão, quais sejam, que a compensação tenha sido indevida e que reste comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. COMPENSAÇÃO INDEVIDA O contribuinte alega que os valores glosados decorrem de créditos originários de decisão judicial que reconheceu a inexistência de relação jurídica que a obrigasse a pagar a contribuição previdenciária sobre os honorários pagos a autônomos e pró- labore pago a administradores e, consequentemente, o seu direito à restituição, mediante compensação, dos valores pagos indevidamente, bem como os devidos acréscimos legais (processo n° 940006420-9 da Justiça Federal, Seção Judiciária do RN). Conforme relatado, após o trânsito em julgado da decisão, a auditoria fiscal, através da ação fiscal n° 09045325, procedeu a análise da regularidade das compensações até então realizadas pelo contribuinte, quando, ao final dos procedimentos, e após manifestação da Procuradoria do INSS, concluiu que o valor do crédito que o contribuinte tinha de fato direito, no valor de R$ 1.625.047,17, que se mostrou bem menor do que o valor que o contribuinte alegava possuir, já havia sido integralmente compensado entre 1/1999 a 2/1999. Fl. 685DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 Todavia, o sujeito passivo, mesmo ciente do resultado da auditoria fiscal que, em seu bojo, apontou com clareza as inconsistências do cálculo do crédito que alegava possuir, de R$50.763.311,23, conforme item 5.6.8 do Relatório de Procedimento Fiscal, acima reproduzido, insiste em efetuar compensações indevidas, sobre a alegação de que o valor do crédito oriundo da ação judicial equivale, em verdade, não ao montante apurado pelo Fisco, mas ao valor da causa informado na petição inicial, com atualizações monetárias. Tal alegação, todavia, não encontra respaldo na decisão de 1 a instância favorável ao contribuinte, nos autos do processo n° 94.6420-9, nem nas demais decisões judiciais que dela decorreram, citadas no relatório, conforme demonstrado a seguir: Sentença de Primeira Instância (Ação Ordinária - Processo n° 94.6420-9) fl. 72 [...] ISTO POSTO, JULGO JULGO (sic) PROCEDENTE O PEDIDO, declarando a inexistência de relação jurídica que obrigue a parte autora a pagar a contribuição sobre a remuneração dos administradores e trabalhadores autônomos, reconhecendo, de forma, incidental, a inconstitucionalidade da expressão “autônomos e administradores” contida no art. 3°, inciso I, da Lei n° 7.787/89, além de condenar o réu no pagamento das contribuições recolhidas indevidamente (20% sobre a remuneração dos trabalhadores autônomos e administradores), a serem apuradas com base nos comprovantes constantes nos autos. Incidência de juros (1% ao mês, a contar do trânsito em julgado da decisão - art. 167, CTN) e correção monetária a ser apurada com base na UFIR (art. 66, § 3° Lei n°8.383/91). Condeno a parte ré no pagamento de honorários advocatícios no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor apurado na liquidação Acórdão de julgamento da Apelação interposta pelo INSS (Apelação Cível 96428-RN):- fls.76/80 Voto: [...] Quanto à compensação pleiteada, não há nenhum óbice, uma vez que se encontra prevista no art. 66 da Lei 833/91, já havendo inclusive entendimento pacífico nesta Corte no sentido de concedê-la. Assim, ressalvado o meu ponto de vista, curvo-me ao entendimento do STF, pelo que nego provimento ao apelo para manter a sentença recorrida. [...] Decisão: Acorda, a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5 a Região, à unanimidade, negar provimento à Apelação, nos termos do Relatório e Notas Taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante deste julgado. Medida Liminar Concedida em Primeira Instância na fase executória (Ação Ordinária — Processo n° 94.6420-9) - fls: 84/85: [...] A Autora pretende faze incidir o indexador de 84,32%, correspondente ao IPC de março de 1990 a fevereiro de 1991, como acessório daquela sentença, devendo para tanto, o INSS suspender qualquer ato de cobrança, inclusive a lavratura do auto de infração e se abster de negar as competentes Certidões Negativas até decisão final. [...] Por tais considerações, defiro o pedido, de modo que se suspenda a exigibilidade dos créditos tributários relativos à Contribuição Social sobre a folha de salários dos empregados e sobre o pró-labore e autônomos, objeto da presente ação, até o limite de Fl. 686DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 seus créditos oriundos do expurgo inflacionário de 84,32%, referente ao período entre março de 1990 a fevereiro de 1991. Outrossim, deverá o INSS se abster de praticar os atos tendentes a cobrar os valores referentes à compensação acima aludida. Deverá também o órgão previdenciário expedir, a pedido da Autora, as competentes Certidões Negativas de Débito, com valide até ulterior deliberação deste Juízo, caso não existam outros débitos apurados além do tratado nos presentes autos. [...] Sentença que homologou a desistência e extinção da execução (Ação Ordinária Processo n° 94.6420-9) — fls. 89/91: [...] No processo executivo, em petição acostada às fls. 623, a EIT, ora Exeqüente, pediu a extinção do feito, vez que já realizada a compensação dos créditos. Devidamente intimado (fls. 628v), o INSS não se manifestou sobre tal pleito. [...] Destarte, conforme fls. 628v, o Procurador do INSS teve vista destes autos em data de 19 de novembro de 1998, com devolução em 03 de dezembro de 1998, sem qualquer manifestação acerca do pedido de desistência formulado pelo Autor, fato constatado na certidão aposta às fls. 667, o que enseja a homologação de tal pleito. DIANTE DO EXPOSTO, homologo a desistência requerida pela EMPRESA INDUSTRIAL TÉCNICA EIT, nos termos do art. 267, VIII, do Código de Processo Civil. Acórdão de julgamento da Apelação interposta pelo INSS (Apelação Cível 96428-RN) (fls 94/104): Voto: Cinge-se a matéria a saber se foi regularmente intimado o INSS para manifestar- se sobre o pedido de desistência da execução, se correta a decisão que autorizou a aplicação do percentual de 84,32% sobre a compensação tributária, após o trânsito em julgado da matéria de mérito, e, por derradeiro, se ilegal a liberação CND. [...] Efetivamente é poder/dever do Fisco verificar a regularidade dos valores apresentados pela autora, podendo, inclusive, desfazer parcial ou integralmente os efeitos da compensação desde que fundada em elementos idôneos a esse mister, ou seja, através de uma criteriosa perícia contábil, tornando injustificada a sua recusa em prosseguir com a compensação e inaceitável a negativa de CND. [...] Nego, portanto, provimento à apelação e à remessa oficial. [...] Decisão: Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5 a Região, por unanimidade, julgar prejudicado agravo regimental, negar provimento à apelação e à remessa oficial, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas constante nos autos, que integram o presente julgado. Foi interposto Recurso Especial pela Procuradoria (fls. 105/108), julgado em 15/06/2010, sendo conhecido parcialmente o recurso, tendo-lhe sido, nessa parte, negado provimento. Esse recurso cingiu-se à defesa da tese de que era necessária a concordância expressa da Fazenda Nacional com o pedido de desistência formulado pela empresa. Portanto, considerando o teor das decisões judiciais acima reproduzidas, que resta claro que, em nenhum momento, houve decisão judicial no sentido de acatar o valor Fl. 687DF CARF MF Fl. 11 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 inicialmente proposto pela empresa na petição inicial apresentada perante o Poder Judiciário como sendo o valor do crédito obtido judicialmente. Na verdade, foi deferido judicialmente o pedido da empresa que versou sobre a restituição dos valores recolhidos indevidamente, mas que, porém, antes da liquidação da sentença, a própria empresa desistiu da execução, sob a alegação expressa de que já havia se compensado integralmente, conforme trecho da ementa do Acórdão resultante da Apelação Cível n° 96428-RN, de fl. 103: [.] A hipótese é de sentença que julgou extinta a execução nos termos do art. 267, VIII, do CPF, em atendimento aos pedidos formulados pela autoria-exequente, às fls. 623, usque 648/649, no sentido de que já havia efetuado a compensação dos créditos tributários a título dos reconhecimentos indevidos da contribuição previdenciária incidentes sobre a remuneração dos trabalhadores autônomos e administradores, ante a inconstitucionalidade do ar.t 3°, I, da Lei n° 7.787/89. [...] Causa espécie que depois do julgamento do Recurso Especial, ou seja, depois de mais de 10 anos após ter apresentado o pedido de desistência da execução, tenha o sujeito passivo efetuado compensações com base na mesma ação judicial, em valores vultosos. Como se pode observar nas decisões judiciais sobre o assunto, o pedido de desistência da execução de sentença foi aceito pelo Poder Judiciário, o que ocasionou a extinção do feito sem julgamento de mérito, conforme consta expressamente na sentença do MM. Juiz. Ora, tendo sido este o desfecho do processo de execução, não há que se falar em definição ou liquidação de qualquer valor, mesmo daquele proposto inicialmente pela parte desistente. Cabe frisar que em momento algum foi homologada judicialmente a compensação efetuada pela empresa, sendo que a manifestação do Poder Judiciário foi no sentido de acatar como válida a possibilidade de compensação ao invés da restituição inicialmente requerida. E, ainda, conforme consta expressamente no Acórdão do Tribunal Regional Federal da 5 a Região, a decisão judicial não impedia o Fisco de fiscalizar o contribuinte para conferir os valores compensados e, se for o caso, constituir eventual crédito tributário, o que de fato foi feito, conforme acima mencionado, através da ação fiscal n° 09045325, iniciada em 6/5/2003 e finalizada em 28/05/2004, que teve como objetivo verificar a correção dos cálculos da empresa, e que, ao seu final, demonstrou estarem equivocados. Mencione-se que, já naquela ocasião, a auditoria fiscal indicou vários erros na planilha apresentada à fiscalização, a saber: 1) a planilha não continha nenhuma nota explicativa sobre a forma de cálculo; 2) partia de um valor principal não homologado pela justiça e passível de verificação pelo Fisco; 3) pelos valores apresentados, percebeu-se que o cálculo da incidência do índice de 84,32% (expurgos) foi efetuado sobre o valor total do crédito já atualizado, quando o correto deveria ter sido corrigir apenas os recolhimentos que sofreram os expurgos inflacionários dos planos governamentais, ou seja, aqueles atingidos pelo período de março/1990 a fevereiro/91. E, no entanto, ainda assim, o contribuinte, na defesa apresentada, insiste em erro no cálculo dos expurgos inflacionários objeto das decisões judiciais, afirmando que a atualização devia ter sido aplicada sobre o valor da causa apontado na petição inicial do processo judicial. E, ainda naquela oportunidade, a fiscalização verificou outro erro grosseiro na planilha juntada ao processo judicial, pois em várias competências foi considerada como recolhimento indevido a base de cálculo ao invés da contribuição recolhida, o que não foi contestado pela empresa. Fl. 688DF CARF MF Fl. 12 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 Conforme já mencionado, à época da primeira fiscalização, a Procuradoria do INSS efetuou cálculo do indébito, corrigido de acordo com as decisões judiciais, concluindo que o valor do crédito, em janeiro de 1999, era R$ 1.625.047,17. Vale frisar que tal cálculo foi efetuado já considerando todos os índices acatados pelas decisões judiciais, uma vez que a discussão judicial que prosseguiu não ensejou nenhuma alteração nesses critérios de atualização. E, conforme autoridade fiscal que procedeu a fiscalização anterior, esse crédito foi integralmente utilizado entre janeiro de 1999 e março de 2000, tendo sido lavrado lançamento com a glosa das compensações excedentes, que foi julgado procedente na instância administrativa por meio da Decisão Notificação n° 18.401.4/0086/2004. Com relação ao processo n° 10380.721562/2011-88, por meio do qual a contribuinte solicitou habilitação de crédito pretensamente baseado na ação judicial, foi explicado ao contribuinte, por meio do Despacho-Decisório, que aquele não era o procedimento adequado em face da legislação então vigente, e que caso a contribuinte desejasse pedir a restituição do valor pleiteado, deveria formalizar pedido de habilitação do crédito por meio de processo administrativo cadastrado sob o código de assunto “Restituição - Assuntos Previdenciários” (Instrução Normativa RFB 900/2009, art. 3 o , §1°), e que se quisesse a compensação do crédito, deveria realizá-lo por meio de informação em GFIP, abatendo o valor devido em Guia da Previdência Social - GPS (Instrução Normativa RFB n° 900/2009, art. 44). Cabe enfatizar que o Despacho-Decisório não homologou valor algum, já que não ficou claro se a contribuinte intentava compensar ou se restituir de tais valores. Ao contrário, restou expressamente registrado que “o exame da compensação previdenciária, que é efetivada em GFIP, é realizada por meio de procedimento fiscal junto ao sujeito passivo pelo Serviço de Fiscalização - Sefis desta DRF, não sendo necessária a habilitação de crédito previdenciário para este fim específico”. Foi, portanto, salientado ao contribuinte que haveria fiscalização da correção dos valores informados em GFIP, o que realmente ocorreu. Assim, em que pese as alegações do contribuinte, resta plenamente demonstrado que há irregularidade das compensações por ele efetuadas. FALSIDADE DA DECLARAÇÃO Quanto ao segundo requisito exigido para a aplicação da multa, qual seja, falsidade da declaração, em que pese os argumentos da defesa, os elementos dos autos são plenamente capazes de comprová-la, na medida em que demonstram que o contribuinte tinha pleno conhecimento da inexistência de credito oriundo da ação judicial n° 940006420-9, por já ter sido informado anteriormente do impedimento de efetuar compensações em ações fiscais anteriores, além de ter ele próprio, em fase de execução de sentença, formalizado pedido de desistência do feito, sob a alegação que já havia compensado a totalidade dos créditos resultantes do título judicial. Cabe registrar ainda, como prova da insistência do sujeito passivo de compensar valores indevidos, que o contribuinte também informou nas GFIP de 8/2010 a 12/2010 os mesmos créditos que ora alega possuir, cuja compensação foi glosada pela autoridade fiscal nos autos do processo n° 10380.731015/201372, em 17/12/2013. A DRJ em Fortaleza, através do Acórdão n° 08-30.693, de 13/8/2014, decidiu pela manutenção da glosa de compensação, o que foi confirmado pela 3 a Câmara/1 a Turma Ordinária do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Carf, através do Acórdão 2301-004.954, de 14/3/2017, cuja ementa reproduz-se parcialmente a seguir: [...] COMPENSAÇÃO PREVIDENCIÁRIA INDEVIDA. PRETENSO CRÉDITO BASEADO EM AÇÃO JUDICIAL Fl. 689DF CARF MF Fl. 13 do Acórdão n.º 2201-005.175 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10380.720688/2017-21 Deve ser mantida a glosa de valores compensados indevidamente, pretensamente com base em decisão judicial, mas calculados de forma incorreta e excedentes ao crédito que realmente caberia à empresa. [...] Assim, conforme acima exposto, não obstante todas as evidências de que não mais restava nenhum valor oriundo daquela aludida decisão judicial a compensar, a EIT continuou a efetuar compensações, prestando informação falsa em GFIP, o que justifica a aplicação da multa de 150% , nos termos Lei n° 8.212/1991, artigo 89, §10. MULTA CONFISCATÓRIA Quanto aos argumentos de efeito confiscatório da multa e de sua inconstitucionalidade, tal análise foge à apreciação administrativa. A multa exigida no lançamento decorre de expressa disposição legal. O valor da multa isolada decorrente de compensação com falsidade da declaração apresentada, nos termos da Lei n° 8.212/1991, artigo 89, § 10°, corresponde ao dobro da multa de 75% prevista na Lei n° 9.430/1996, artigo 44, inciso I, correspondendo à alíquota de 150% incidente sobre os valores falsamente declarados em GFIP. Tal legislação vincula a autoridade fiscal lançadora e julgadora sob pena de responsabilização funcional. Ou seja, não cabe à autoridade fiscal o direito de questionar a lei, mas tão somente, zelar pelo seu cumprimento. Assim, as alegações do contribuinte no sentido de que a multa aplicada afronta princípios constitucionais não podem prosperar, uma vez que, conforme mencionado, a multa foi aplicada de acordo com a legislação de regência. Nesse sentido, o Decreto 70.235/1972, artigo 26-A, assim dispõe: Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Por fim, diga-se que a jurisprudência citada pelo contribuinte em sua defesa não tem o condão de alterar o presente lançamento, na medida em que as decisões judiciais mencionados, ao contrário do que alega, não possuem efeito vinculante, mas apenas atingem as partes envolvidas. Destarte, sem razão a recorrente. Conclusão Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, para negar-lhe provimento. (Assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Fl. 690DF CARF MF
score : 1.0