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Numero do processo: 10480.014518/2002-07
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/1999 a 30/09/1999
MATÉRIA CONTROVERTIDA EM OUTRO PROCESSO ADMINISTRATIVO. PREJUDICIAL DE MÉRITO.
Matéria objeto de decisão definitiva em outro processo administrativo não pode ser objeto de reapreciação nos presentes autos.
RECURSOS REPETITIVOS.
Consoante o art. 62-A do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sistemática prevista no art. 543-C da Lei nº 5.869/1973 (Código de Processo Civil), devem ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos do CARF.
Numero da decisão: 3803-006.892
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Carolina Gladyer Rabelo, Paulo Renato Mothes de Moraes e Samuel Luiz Manzotti Riemma.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1999 a 30/09/1999 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO CONFIRMADO. Uma vez não confirmada a existência do direito creditório pleiteado, não se cogita sobre a aplicação do instituto da denúncia espontânea, para a qual se exige a ocorrência de efetiva quitação do tributo. CRÉDITO BÁSICO DE IPI. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste previsão legal para a atualização monetária, com base na taxa Selic, dos valores relativos a ressarcimento de créditos do IPI decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade (créditos escriturais), salvo nos casos de oposição injustificada por parte da Administração tributária. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/1999 a 30/09/1999 MATÉRIA CONTROVERTIDA EM OUTRO PROCESSO ADMINISTRATIVO. PREJUDICIAL DE MÉRITO. Matéria objeto de decisão definitiva em outro processo administrativo não pode ser objeto de reapreciação nos presentes autos. RECURSOS REPETITIVOS. Consoante o art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na sistemática prevista no art. 543C da Lei nº 5.869/1973 (Código de Processo Civil), devem ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos do CARF. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 01 45 18 /2 00 2- 07 Fl. 328DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 329 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Carolina Gladyer Rabelo, Paulo Renato Mothes de Moraes e Samuel Luiz Manzotti Riemma. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado para se contrapor à decisão da DRJ Recife/PE que não acolheu a Manifestação de Inconformidade manejada em razão do deferimento apenas parcial do Pedido de Ressarcimento de crédito básico de IPI, no valor de R$ 21.797,34, do 3º trimestre de 1999, cumulado com Pedido de Compensação de débitos vencidos em dezembro de 1999 e janeiro e fevereiro de 2000. A repartição de origem deferira parcialmente o crédito pleiteado e homologara a compensação no limite do crédito reconhecido, este no montante de R$ 13.644,86, com base nos seguintes argumentos: a) os insumos adquiridos por meio das notas fiscais apresentadas pelo contribuinte, devidamente escrituradas, foram efetivamente utilizados na industrialização promovida pelo contribuinte; b) a maioria dos produtos, consistentes em impressos gráficos, são tributados, segundo a TIPI, à alíquota zero, excetuandose os produtos denominados “calendários”, que são tributados à uma alíquota positiva, produtos estes comercializados sem destaque do IPI; c) em face da ausência de destaque do IPI nas vendas dos referidos calendários, lavrouse auto de infração abrangendo os períodos de apuração compreendidos entre 2000 e 2002, lançamento esse formalizado no bojo do processo administrativo nº 19647.006391/200511; d) considerando que o contribuinte possuía saldo credor no período da autuação, tal saldo foi considerado na reconstituição da escrita fiscal, o que acarretou a redução dos valores pleiteados a título de ressarcimento; e) os valores a serem ressarcidos não se sujeitam à incidência de correção monetária e de juros equivalentes à taxa Selic, por falta de previsão legal. Fl. 329DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 330 3 Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte requereu, preliminarmente, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e, no mérito, (i) a realização de auditoria para se comprovar que os “calendários personalizados”, feitos sob encomenda, são tributados pelo ISS, mas não pelo IPI, (ii) a reescrituração dos saldos credores acumulados de IPI, levandose em consideração que todos os produtos fabricados são tributados à alíquota zero ou imunes, (iii) a realização de novo “encontro de contas”, visto que os débitos objeto da compensação não podem sofrer a incidência da multa de mora (denúncia espontânea) e que os saldos credores de IPI devem ser atualizados pela taxa Selic. O acórdão da DRJ Recife/PE restou ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/1999 a 30/09/1999 IPI. SERVIÇOS GRÁFICOS. ISS. Irrelevante para determinar a incidência do IPI o fato de que serviços prestados por contribuinte estão catalogados em lista anexa ao Decretolei n.° 406, de 31 de dezembro de 1968, visto que a hipótese de incidência do ISS não se confunde com a do IPI operação que se caracteriza dentre as modalidades de industrialização previstas no Decreto n.° 4.544, de 26 de dezembro de 2002 (RIPI/2002). Solicitação Indeferida Destacou o julgador de piso a inexistência de autorização legal para a aplicação da taxa Selic nos pedidos de ressarcimento de créditos de IPI e a inaplicabilidade do instituto da denúncia espontânea pelo fato de a multa de mora encontrarse fundamentada no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996. Cientificado da decisão em 31 de março de 2009, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 15 de abril do mesmo ano e reiterou seus pedidos, repisando os mesmos argumentos de defesa. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. De início, registrese a desnecessidade do pedido de suspensão da exigibilidade dos créditos tributários remanescentes, uma vez que tal efeito decorre de dispositivo legal (art. 151, III, do CTN1) e independe da apreciação por parte do julgador administrativo. 1 Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: (...) Fl. 330DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 331 4 O Recorrente por um lado alega que é contribuinte do IPI por industrializar produtos gráficos e de outro alega que todo o produto de seu trabalho se traduz na prestação de serviços, sujeita ao Imposto sobre Serviços (ISS), e não ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), situação essa que se evidencia extremamente contraditória, pois, para se revestir da condição de contribuinte do IPI, a pessoa jurídica deve dar saída a produtos industrializados sujeitos a esse imposto. Se toda a sua produção é, em verdade, prestação de serviços não alcançada pelo conceito de industrialização, ele não é contribuinte do IPI, não podendo, por conseguinte, pleitear ressarcimento de créditos escriturais desse imposto. A questão se torna ainda mais conflituosa diante da escrituração do Livro de Apuração do IPI (RAIPI), pois, não dando saída a produtos industrializados sujeitos ao IPI, ainda que submetidos à alíquota zero, qual a razão de se escriturar o livro destinado precipuamente à apuração do imposto? Somente para se creditar do IPI incidente nas aquisições de produtos utilizados na prestação de serviços? Com base em que lei? Em outras partes de suas peças recursais, o contribuinte alega que dá saída, não mais a serviços gráficos personalizados, mas a produtos sujeitos à alíquota zero do IPI ou imunes. Ele quer se revestir da condição de contribuinte de IPI apenas para se ressarcir dos créditos havidos em suas aquisições de produtos industrializados, mas rejeita essa mesma condição no que tange às saídas de seus produtos que poderiam ensejar a incidência do IPI; ou seja, os direitos devem ser garantidos irrestritamente e os deveres apenas na medida em que assegurem os direitos. O Recorrente pretende confundir a prestação de serviços gráficos com a industrialização de produtos imunes ao IPI ou sujeitos a alíquota zero, pretensão essa que não encontra eco no sistema jurídico. O art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, se dirige expressamente aos industriais, contribuintes do IPI, inexistindo direito ao ressarcimento de créditos básicos de IPI nas hipóteses de adquirentes finais da cadeia produtiva, ou seja, uma vez não dando saída a produtos industrializados e, portanto, não sendo contribuinte do IPI, estáse diante de um consumidor final do produto, que não tem direito a crédito. Em relação a eventuais produtos imunes, o referido art. 11 não autoriza o ressarcimento dos créditos acumulados, restando verificar a existência de efetiva produção submetida à alíquota zero que eventualmente restou não reconhecida pela Fiscalização. O Recorrente não aborda essa questão. Ele não indica que créditos seriam devidos e que não foram reconhecidos pela Fiscalização, restringindo sua defesa, em sede de recurso voluntário, a três questões: a) não obstante se declarar contribuinte do IPI, alega que toda a sua produção se restringe a serviços gráficos sujeitos ao ISS e não ao IPI, não podendo, portanto, a Fiscalização exigir IPI sobre a venda de calendários personalizados; III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; Fl. 331DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 332 5 b) necessidade de atualização dos créditos pela taxa Selic; c) inaplicabilidade da multa de mora aos débitos compensados após o vencimento. Contudo, a Fiscalização demonstrou que, em verdade, o ora Recorrente industrializa produtos sujeitos ao IPI, tanto é que reconheceu que os insumos adquiridos por meio das notas fiscais apresentadas pelo contribuinte, devidamente escrituradas, foram efetivamente utilizados na industrialização, mas a matéria relativa à tributação dos calendários, único produto sujeito a alíquota positiva, está sendo discutida em outro processo administrativo, o do auto de infração, não devendo, por conseguinte, ser objeto de análise neste processo, conforme se verificará na seqüência. Dessa forma, considerando que a controvérsia nesta instância se restringe às questões identificadas no itens “a” a “c” acima, passase à análise do recurso. I. Questão apreciada em outro processo. Prejudicialidade. No mérito, destaquese que as argumentações acerca da incidência ou não do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as saídas dos produtos denominados “calendários personalizados” não serão objeto de apreciação neste voto, uma vez que referida matéria encontrase sob análise no âmbito do processo administrativo nº 19647.006391/2005 11, processo esse relativo ao auto de infração lavrado para se exigirem parcelas do imposto não destacados pelo Recorrente nas vendas dos referidos produtos. Consultandose os acórdãos nº 3801001.020 e 3801003.235, respectivamente de 15 de fevereiro de 2012 e 23 de abril de 2014, ambos exarados pela 1ª Turma Especial da 3ª Seção do CARF, que versam sobre a mesma matéria e o mesmo sujeito passivo dos presentes autos, mas relativamente a períodos distintos, obtêmse as informações apuradas em diligências que, no processo administrativo nº 19647.006391/200511, lavrouse Termo de Revelia por ausência de contestação por parte do interessado, tendo os respectivos débitos sido inscritos em Dívida Ativa da União, configurandose, por conseguinte, a definitividade do lançamento de ofício. Além disso, conforme consta da fl. 240 do Termo de Verificação Fiscal, tendo a autuação se referido ao período de apuração compreendido pelos anos de 2000 a 2002, os débitos do IPI apurados relativamente às saídas sem destaque do referido imposto não impactaram o valor do saldo credor acumulado passível de ressarcimento em análise neste processo, dado tratarse do 3º trimestre de 1999, não se justificando, portanto, o enfrentamento dessa questão nos presentes autos. II. Multa de mora. Denúncia espontânea. Quanto à exoneração da multa de mora com base no instituto da denúncia espontânea alegada pelo Recorrente, há que se destacar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento submetido ao rito do art. 543C do Código de Processo Civil (recursos repetitivos), de observância obrigatória pelos conselheiros do CARF2, já decidiu pela não 2 Conforme preceitua o art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009. Fl. 332DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 333 6 aplicação da denúncia espontânea aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação regularmente declarados (REsp 962379), decisão essa cujo teor consta da súmula 360/STJ. Nesse julgamento, o STJ deixa claro que a aplicação da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) somente se dá quando o tributo, sujeito ao lançamento por homologação, tiver sido recolhido em atraso, mas antes da apresentação da declaração com efeito de confissão de dívida. Eis o teor de partes dessa decisão do STJ: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo" . É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido.(grifei) (...) VOTO (...) 4. Importante registrar, finalmente, que o entendimento esposado na Súmula 360/STJ não afasta de modo absoluto a possibilidade de denúncia espontânea em tributos sujeitos a lançamento por homologação. A propósito, reportome às razões expostas em voto de relator, que foi acompanhado unanimente pela 1ª Seção, no AgRG nos EREsp 804785/PR, DJ de 16.10.2006: "(...) 4. Isso não significa dizer, todavia, que a denúncia espontânea está afastada em qualquer circunstância ante a pura e simples razão de se tratar de tributo sujeito a lançamento por homologação. Não é isso. O que a jurisprudência afirma é a nãoconfiguração de denúncia espontânea quando o tributo foi previamente declarado pelo contribuinte, já que, nessa hipótese, o crédito tributário se achava devidamente constituído no momento em que ocorreu o pagamento. A contrario sensu, podese afirmar que, não tendo havido prévia declaração do tributo, mesmo o sujeito a lançamento por homologação, é possível a configuração de sua denúncia espontânea, uma vez concorrendo os demais requisitos estabelecidos no art. 138 do CTN. (grifei) Verificase dos excertos supra que, para se aplicar a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, há necessidade de que o tributo tenha sido pago em atraso e antes da sua declaração com efeito de confissão de dívida. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 334 7 Eis a dicção do art. 138 do CTN: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. No presente caso, o direito creditório controvertido não foi reconhecido pela Delegacia de Julgamento, decisão essa mantida neste voto, não se tendo, por conseguinte, a configuração atual da extinção do crédito tributário por meio de compensação3, tratandose de um pleito relativo a direito creditório declarado mas não confirmado, o que equivale a um pagamento alegado e posteriormente não comprovado. Diante da atual situação deste processo (ainda que provisória ou precária, dada a possibilidade, ainda que remota, de modificação do julgamento), com o não reconhecimento do direito creditório, não se tem por configurada a homologação da compensação nos termos previstos no § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 19964, de forma que o pagamento a se efetivar no futuro deverá abarcar, além dos juros, a multa de mora decorrente do pagamento efetuado em atraso, pois, conforme consta das fls. 246 a 248, os respectivos débitos encontramse declarados em DCTF. Caso a compensação tivesse sido acolhida pela Delegacia de Julgamento e/ou confirmada neste voto, aí, sim, poderseia argumentar acerca de uma possível equiparação do pagamento antecipado previsto no art. 150, §§ 1º e 4º, do CTN, à compensação declarada sob condição resolutória de sua ulterior homologação prevista no § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, previsão normativa essa autorizada pelo art. 170 do CTN. Não tendo sido confirmada a existência do direito creditório ou do “pagamento antecipado”, tornase despicienda a discussão acerca da ocorrência ou não de prévia declaração para fins de aplicação da exegese contida na decisão do STJ, pois, para se acatar a denúncia espontânea, necessário se torna que duas premissas sejam atendidas concomitantemente, uma relativa à (i) inexistência de prévia declaração com efeito de constituição do crédito tributário e a outra referida a um (ii) efetivo pagamento em atraso, ou, similarmente, a um efetivo direito creditório declarado em atraso, mas anteriormente ao início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. A Lei nº 9.430/1996 assim dispõe sobre os acréscimos moratórios cabíveis nos casos de pagamento extemporâneo: 3 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; II a compensação; (...); VII o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; (Código Tributário Nacional CTN). 4 Lei nº 9.430/1996 Art. 74. (...) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) Fl. 334DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 335 8 Art.61 Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei nº 9.716, de 1998) Verificase que a multa de mora decorrente de pagamentos em atraso encontrase prevista em lei válida e vigente, inexistindo qualquer irregularidade em sua exigência nos termos ora analisados. No presente caso, não se está diante de um direito creditório efetivamente existente, não lhe sendo estendida, por conseguinte, a regra definida no referido Recurso Especial, de observância obrigatória por parte deste Colegiado. III. Juros de mora. Taxa Selic. Inaplicabilidade nas hipóteses de ressarcimento. De pronto, destaquese que inexiste previsão legal para a atualização monetária de saldos credores de IPI ressarcidos, em razão do que fica prejudicada a solicitação do Recorrente nesse sentido. O art. 66 da Lei n° 8.383/1991 e o § 4° do art. 39 da Lei n° 9.250/1995 preveem a atualização monetária apenas nos casos de pagamento indevido de tributos e contribuições federais, situações essas que não coincidem com o presente caso, este relativo a ressarcimento do saldo credor do IPI. A legislação tributária distingue as hipóteses de restituição, compensação e ressarcimento, conforme se depreende dos artigos 73 e 74 da Lei n° 9.430/1996, bem como do § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250/1995, autorizando a aplicação de juros Selic somente nos casos de restituição e de compensação, calandose em relação às hipóteses de ressarcimento, como o ora pleiteado. Além disso, há vedação expressa de não incidência de juros compensatórios no ressarcimento de créditos de IPI, ex vi do § 2° do art. 38 da Instrução Normativa SRF nº 210/2002, bem como do § 5° do art. 51 da Instrução Normativa SRF n° 460/2004 e § 5° do art. 52 da Instrução Normativa SRF nº 600/2005. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10480.014518/200207 Acórdão n.º 3803006.892 S3TE03 Fl. 336 9 E ainda que assim não fosse, há decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Recurso Especial representativo de controvérsia (recursos repetitivos), que, expressamente, afirma que, salvo oposição indevida da Administração tributária, não incide correção monetária sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal nesse sentido (Resp 1.035.847). No presente caso, a Administração tributária, agindo em conformidade com as normas procedimentais aplicáveis aos casos da espécie, já acolheu os valores do ressarcimento de créditos básicos de IPI considerados devidos, no total confirmado após as verificações fiscais empreendidas, não tendo havido qualquer embaraço ao reconhecimentos do direito creditório efetivamente existente. Dado o comando do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, tal decisão (REsp 1035847), proferida pelo STJ na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, deve ser, obrigatoriamente, reproduzida nos acórdãos deste Conselho. IV. Conclusão. Diante do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis – Relator Fl. 336DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 12196.000600/2007-91
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/10/2006
PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO CONTRA DIRIGENTES DE ÓRGÃOS PÚBLICOS. ART. 41 DA LEI N.º 8.212/1991. REVOGAÇÃO. CANCELAMENTO DAS PENALIDADES APLICADAS.
Com a revogação do art. 41 da Lei n.º 8.212/1991 pela MP n.º 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, as multas, em processos pendentes de julgamento, aplicadas com fulcro no dispositivo revogado devem ser canceladas, posto que a lei nova excluiu os dirigentes de órgãos públicos da responsabilidade pessoal por infrações à legislação previdenciária.
Numero da decisão: 2403-002.699
Decisão: Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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AUTO DE INFRAÇÃO CONTRA DIRIGENTES DE ÓRGÃOS PÚBLICOS. ART. 41 DA LEI N.º 8.212/1991. REVOGAÇÃO. CANCELAMENTO DAS PENALIDADES APLICADAS. Com a revogação do art. 41 da Lei n.º 8.212/1991 pela MP n.º 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, as multas, em processos pendentes de julgamento, aplicadas com fulcro no dispositivo revogado devem ser canceladas, posto que a lei nova excluiu os dirigentes de órgãos públicos da responsabilidade pessoal por infrações à legislação previdenciária. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 19 6. 00 06 00 /2 00 7- 91 Fl. 332DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12196.000600/200791 Acórdão n.º 2403002.699 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande, Acórdão 0413.727 da 3ª Turma, que julgou o lançamento procedente, com relevação parcial da multa. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: AUTUAÇÃO Tratase de autuação identificada sob o Debcad no 37.038.317 6, realizada em desfavor do DiretorPresidente do Instituto Municipal de Previdência do Município de Campo Grande (IMPCG), no valor de R$ 242.959,50 (duzentos e quarenta e dois mil, novecentos e cinqüenta e nove reais e cinqüenta centavos), durante o procedimento fiscal autorizado pelo Mandado de Procedimento FiscalDiligencia n ° 09355330D00 (f. 06). A autuação tem por fato gerador o fato de o Município de Campo Grande —Fundo de Assistência à Saúde do Servidor Municipal — FUNSERV, CNPJ 03.259.788/000143 ter apresentado, no período de 01/2005 a 03/2006 e 05/2006 a 10/2006, Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social — GFIP, prevista na lei n ° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, IV e § 3°, acrescentados pela Lei n ° 9.528, de 10/12/1997, com omissão dos valores das remunerações dos segurados contribuintes individuais relacionados no Anexo 02 —Remuneração dos segurados não declarada na GFIP, às f. 11/98. A conduta apontada constitui infração A Lei n ° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inc. IV e §5°, acrescentado pela Lei n ° 9.528, de 10/12/1997 combinado com art. 225, IV, §4 0 do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048, de 06/05/1999, que prevê a obrigação de a empresa apresentar a GFIP com dados correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. A multa aplicada corresponde a 100% do valor devido e não declarado, limitado, por competência, em função do número de segurados da empresa, que esteve na faixa de 101 a 500, conforme lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, §5°, acrescentado pela Lei no 9.528, de 10/12/1997 e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 06/05/1999, art. 284, inc. II e art. 373, atualizado com base no art. 7° inciso V da Portaria MPS/GM 342, de 16.08.2006. O cálculo da multa está demonstrado no anexo 01 As fls. 10. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 A auditoria fiscal consignou que o autuado não é reincidente e não houve tentativa de suborno, que o autuado não agiu com dolo, fraude ou máfé, não houve desacato A autoridade fiscal ou óbice à ação da fiscalização (circunstâncias agravantes art. 290 do RPS/99), nem foi corrigida a falta cometida (circunstância atenuante art. 291 do RPS/99). O DiretorPresidente do IMPCG, nomeado pelo Decreto "PE" nº 700, de 28.04.2006 (f. 107), é pessoalmente responsável pela multa por penalidade por força do art. 41 da lei 8212/91, uma vez que lhe compete a administração/gestão do FUNSERV, conforme art. 2° do Decreto Municipal n ° 7.879, de 28/07/1999, e não há ato de delegação da atribuição de prestar informações por meio de GFIP (f. 99). Impugnação Conforme impugnação juntada As fls. 112/117, o interessado insurgese contra o lançamento, alegando e pleiteando o que segue, em síntese: 1. Não obrigatoriedade de declarar os fatos geradores objeto da autuação em GFIP, pois: 1.1 a GFIP não é obrigatória para período anterior a 01/99; 1.2 o FUNSERV não é sujeito passivo da obrigação previdenciária de recolher a contribuição incidente sobre a remuneração do contribuinte individual, considerando que: a) é do contribuinte individual a obrigação de recolher a sua contribuição; b) não lhe cabe o ônus de efetuar a retenção sobre a remuneração dos contribuintes individuais porque não é equiparado A empresa, para efeito de recolhimento de contribuição previdenciária c) é equiparado A entidade de assistência social sem fins lucrativos, isenta do recolhimento de contribuições previdenciárias, conforme art. 7 ° da CF, regulamentado pelo CTN; 1.3 Os contribuintes individuais prestam serviço diretamente ao servidor, sendo que o Fundo atua apenas como intermediário. 2. A multa aplicada tem natureza confiscatória, citando jurisprudência. 3. Estão presentes todos os requisitos para relevação da multa, pois o autuado é primário e providenciou a entrega da GFIP no prazo. 4. Por fim, o interessado pede a relevação da multa. Diligência Nos termos da peça de fls. 121, a autoridade julgadora solicitou a realização de diligência para que o auditor fiscal autuante esclarecesse se as GFIP entregues pelo autuado em 11/01/2007, localizadas no sistema informatizado da Previdência Social GFIPWEB, são aptas para corrigir a falta. Em resposta, o auditor fiscal autuante emitiu a informação fiscal de f. 122/123, esclarecendo, em síntese, que as GFIP entregues Fl. 335DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12196.000600/200791 Acórdão n.º 2403002.699 S2C4T3 Fl. 4 5 em 11/01/2007 corrigem a falta do período de 01/2005 a 12/2005 e, embora tenham sido entregues duas GFIP do período de 01/2006 a 10/2006, a primeira em 11/01/2007 e a segunda em 19/01/2007, nenhuma delas corrige a falta deste período porque ora omitem fatos geradores dos segurados empregados, no caso da GFIP entregue em 11/01/2007, ora omitem os fatos geradores objeto da autuação, no caso da GFIP entregue em 19.01.2007. Do resultado da diligência o interessado foi cientificado em 20/04/2007, conforme aviso de recebimento dos correios de f. 126. Manifestação do sujeito passivo Não consta dos autos manifestação do interessado em relação ao resultado da diligência. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · o FUNSERV é pessoa jurídica de direito público, não enquadrado como empresa, nem por equiparação. Dessa feita jamais deteve a obrigação de recolher e/ou reter contribuições previdenciárias referente aos serviços de saúde prestados pelos contribuintes individuais diretamente aos beneficiários da Entidade, já que tal obrigação fica a cargo dos próprios contribuintes; · por não ter havido qualquer recolhimento de contribuição previdenciária referente ao período da autuação da infração, não há que se falar em qualquer omissão ou incorreção nas GFIP's; · conforme dispunha o §1° do art. 291 do RPS/99, na época da autuação, é cabível a relevação da multa; · recorrente demonstrou o preenchimento de todos os requisitos exigidos pela legislação de regência, já que, requereu tempestivamente a relevação da multa e corrigiu integralmente a falta antes da decisão de primeira instância administrativa, além de ter sido demonstrado nos autos a primariedade do autuado bem como a inexistência de circunstâncias agravantes. É o relatório. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. DAS QUESTÕES PRELIMINARES Quanto às preliminares, para análise das autuações pessoais dos gestores de órgãos públicos devese hodiernamente considerar a revogação do art. 41 da Lei n.º 8.212/1991 pela MP n.º 449/20080, convertida na Lei 11.941/2009. Era exatamente o dispositivo retirado do ordenamento que permitia ao fisco alcançar pessoalmente os dirigentes de órgãos públicos pelas infrações à legislação previdenciária. Assim, ao tratar da aplicação da lei tributária no tempo, o CTN dispõe: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: quando deixe de definilo como infração; (...) Vêse que, para esses dirigentes, a lei deixou de definir as faltas relativas ao cumprimento das obrigações acessórias previdenciárias como ilícitos administrativos. Por conseguinte, devese aplicar a lei nova aos processos ainda não definitivamente julgados, que se refiram às autuações lavradas com fulcro no art. 41 da Lei n.º 8.212/1991, cancelandose, assim, as penalidades decorrentes. Sobre essa questão não posso deixar de transcrever excerto do Parecer PGFN/CDA/CAT n.º 190/2009, de 02/02/2009, que dá o tom de qual entendimento é adotado pela Administração Tributária: 22. Inicialmente, entendemos que nesse caso aplicase a regra do art. 106 do CTN, uma vez que com a revogação do dispositivo legal que dava fundamento ao lançamento contra a pessoa do dirigente, a lei deixou de definir tal conduta como infração. Em conseqüência, a aplicação da penalidade deverá ser em face da pessoa jurídica de Direito Público dotada de personalidade jurídica. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12196.000600/200791 Acórdão n.º 2403002.699 S2C4T3 Fl. 5 7 23. Em conseqüência, para os atos não definitivamente julgados administrativamente, deve a lei retroagir, implicando no cancelamento de todas as penalidades aplicadas com base no art. 41 da Lei n.º 8.212/1991 CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto pelo provimento do recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 338DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 14485.003262/2007-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/08/2006
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional - CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplica-se o artigo 150, §4°; caso contrário, aplica-se o disposto no artigo 173, I. Entende-se como pagamento parcial o recolhimento da contribuição previdenciária sobre outras parcelas remuneratórias que compõem a folha de pagamento da empresa (Súmula CARF nº 99).
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS.
Uma vez que os segurados tinham prévio conhecimento das metas e demais requisitos durante parte do período de apuração para o benefício, a data de assinatura do acordo não é motivo para se afastar a imunidade de contribuição previdenciária sobre a participação nos lucros ou resultados da empresa.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.478
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Julio Cesar Vieira Gomes Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplicase o artigo 150, §4°; caso contrário, aplicase o disposto no artigo 173, I. Entendese como pagamento parcial o recolhimento da contribuição previdenciária sobre outras parcelas remuneratórias que compõem a folha de pagamento da empresa (Súmula CARF nº 99). PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Uma vez que os segurados tinham prévio conhecimento das metas e demais requisitos durante parte do período de apuração para o benefício, a data de assinatura do acordo não é motivo para se afastar a imunidade de contribuição previdenciária sobre a participação nos lucros ou resultados da empresa. Recurso Voluntário Provido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 48 5. 00 32 62 /2 00 7- 10 Fl. 729DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 730DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 730 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte o lançamento fiscal com ciência em 27/12/2007 para que fossem excluídos os valores alcançados pela decadência, aplicação do artigo 173, I do CTN. A verba sob exame é a participação nos lucros ou resultados da recorrente. O processo foi submetido a julgamento na primeira turma ordinária desta quarta câmara, quando então foi anulada a decisão de primeira instância para que se examinassem questões suscitadas na impugnação e não apreciadas à época. O acórdão anterior trouxe aos autos relatório detalhado e, portanto, passo a adotálo como parte desse decisório. Conforme descrito no relatório fiscal, fl. 43 a 50, o fato gerador das contribuições lançadas foi o pagamento aos empregados de "Participação nos Lucros ou Resultados da Empresa PLRE" sem atender a todos os requisitos exigidos pela legislação, o que impossibilitou afastar tais pagamentos da base de incidência das contribuições previdenciárias, em virtude do disposto no §9°, "j", do artigo 28 da Lei 8.212/91. Ainda conforme o relatório, a empresa paga PLRE aos empregados, da seguinte forma: a) alguns empregados recebem de acordo com a convenção coletiva de trabalho; b) outros, de acordo com programa próprio. Das convenções coletivas 5. Em relação às convenções coletivas, concluímos que deixaram de cumprir os requisitos mínimos exigidos pela legislação que rege a matéria, determinando um valor fixo a ser pago a todos os empregados, independentemente do alcance de índices de produtividade, qualidade ou lucratividade, da execução de programa de metas ou de quaisquer resultados, ou seja, não foram estabelecidos critérios e condições. Tampouco foram definidas quaisquer regras. Foram estipulados somente o valor e o prazo de pagamento. Como exemplo, transcrevemos abaixo as determinações da convenção de 2004: Cláusula Segunda. Independentemente da apuração do balanço do exercício encerrado em 31/12/2004, todos os empregadores pagarão aos empregados, em efetivo exercício em 31/12/2004, de uma única vez, até a data do pagamento da remuneração de janeiro de 2005, a importância de R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais). Cláusula Terceira. As Empresas que em seus balanços de 31/12/2004 apresentem lucros líquidos ou resultados, e que tenham disponibilidade financeira, efetuarão até 31/07/2005, o pagamento, de uma única vez, de uma segunda parcela equivalente a 40% (quarenta por cento) do saláriobase resultante da Convenção Coletiva de Trabalho de 2005, acrescido do valor fixo de R$ 304,00 (trezentos e quatro reais) aos empregados admitidos até 31/12/03 e em efetivo exercício Fl. 731DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 em 31/12/04, valor total esse limitado ao máximo de R$ 3.689,00 (três mil, seiscentos e oitenta e nove reais). 6. Como se vê, o pagamento independe da obtenção de quaisquer resultados, afastandose do objetivo da lei, qual seja: o de integrar capital e trabalho e incentivar a produtividade, mediante um ajuste prévio entre empresa e empregados, para definir os resultados a serem alcançados, a forma de participação, os direitos substantivos e demais regras adjetivas, de forma a assegurar a percepção por parte de empregados e empregadores de que ambos contribuíram diretamente para os resultados alcançados pela empresa. 7. Outro ponto a se considerar é o fato de que as convenções são assinadas sempre em janeiro do ano seguinte a que se referem.Sendo posteriores, não podem servir de instrumento de incentivo à obtenção de resultados ou para recompensar o trabalhador por sua contribuição dentro da empresa, como pretende o artigo 1 °. da Lei 10.101/00: a natureza do pagamento, não se assemelha a PLR, mas mero prêmio. Dos planos próprios 10. Em relação aos programas próprios, embora definam metas a serem cumpridas, estas metas também não foram pactuadas previamente entre empresa e empregados. Tratase apenas de formalização de decisões tomadas pela empresa relativas ao pagamento de gratificações aos empregados, como se conclui a partir dos seguintes fatos: a) Os acordos não são pactuados previamente, pois a assinatura e o conhecimento das regras por parte dos empregados ocorrem no decorrer do ano, muitas vezes meses após o início de vigência dos mesmos. Por exemplo: o programa de 1998 só foi conhecido dos empregados em julho/ 1998, conforme folhas de assinaturas; o programa de 1999 foi assinado em 13/09/1999; para 2003, a empresa apresentou cinco programas, assinados em 10/04/03, 29/08/03, 31/10/03 e dois em 06/11/03. Desta forma, como seria possível o comprometimento dos funcionários com metas que só vão conhecer praticamente no final do ano? b) Em razão de serem retroativos, os programas criam um paradoxo: estabelecem metas referentes a períodos cujos resultados já aconteceram, e não podem ser modificados, por mais que se esforcem os empregados. Exemplificando: em email de 25/06/04, o Gerente de Emissão e Aceitação informa os indicadores e os resultados até maio 2004, para a elaboração das metas relativas ao período de janeiro a dezembro/2004, formalizadas nos programas assinados em julho e agosto daquele ano. c) A empresa não apresentou atas de reuniões de negociação e acompanhamento, nem tampouco comprovou a eleição dos membros da comissão de empregados que assinaram o acordo. No entanto, encontramos evidências de que não é feita nenhuma negociação entre empresa e empregados, mas a simples apresentação e formalização do programa previamente preparado pela empresa, como segue: Fl. 732DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 731 5 d) A empresa também não comprovou o arquivamento dos programas no sindicato na época própria. Embora contenham assinatura do diretor sindical, há evidências de que o programa sofre alterações sem a participação dos empregados e sem o conhecimento do sindicato, como verificamos neste email de 04/08/04, da Gerência de CaR Center: "Conforme nossos entendimentos, sequem abaixo os indicadores com METAS ANUAIS das Áreas Atendimento a Clientes e Televendas, a serem confirmadas junto ao Sindicato. Internamente, estaremos alinhando nosso discurso para reunião com os representantes das áreas." Esta comunicação resulta de outra anterior, de 07/07/04, em que a Gerente solicita alteração das metas, mesmo sem anuência do sindicato , que "não autoriza o estabelecimento de meta semestral” porque os resultados do primeiro semestre não tinham sido satisfatórios. A Gerente solicita uma avaliação do jurídico e informa que "temos o precedente de em 2003 termos assumido avaliação de resultados semestral. ... A participação nos lucros ou resultados não deve substituir ou complementar a remuneração, conforme artigo 3º da Lei 10.101/00. No entanto, junto com os programas de PLRE, a empresa entregou um documento intitulado "Nova Política de Compensação Corpo Gerencial Itauseg, datado de setembro/2000, data em que começou a ser paga uma participação diferenciada para os Gerentes e demais Executivos. Neste documento, é apresentada uma proposta de incremento da participação nos resultados para todo o corpo gerencial, com redução das faixas de salários fixos, em parte devido às vantagens de não incidência de encargos sociais. Em razão disso, as novas contratações deveriam ser negociadas com base no ganho anual, já incluída a PLRE, visto que o salário fixo foi diminuído, ao passo que as movimentações salariais deveriam preservar o salário fixo e incrementar a participação nos resultados. ... Tendo em vista os fatos narrados de forma sucinta, entendeu o auditor que a participação nos resultados paga pela empresa de acordo com os programas próprios, assim como a participação resultante de convenção coletiva de trabalho, não atendem aos requisitos legais para se afastar da base de incidência das contribuições previdenciárias. Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 26/12/2007, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 27/12/2007. Não conformada com a autuação a recorrente apresentou defesa, fls. 140 a 155. Foi exarada a Decisão de 1 instância que confirmou a procedência do lançamento, fls. 177 a 195. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/08/2006 Documento: NFLD n.° 37.120.9986, de 26/12/2007 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DE TERCEIROS. OBRIGAÇÃO DO RECOLHIMENTO. Fl. 733DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 A empresa é obrigada a recolher, nos prazos definidos em lei, as contribuições a seu cargo, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados a seu serviço. DECADÊNCIA. PRAZO DECENAL. O prazo decadencial para a constituição do crédito previdenciário é de 10 (dez) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. O prazo decadencial das contribuições devidas às outras entidades ou fundos é de 10 (dez) anos, a partir de 19.06.1995. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARCELAS INTEGRANTES. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Integra o salário de contribuição a parcela recebida pelo segurado empregado a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com lei específica. CONCESSÃO DE ABONO. OCORRÊNCIA DE FATO GERADOR A importância paga devida ou creditada aos segurados empregados a título de abonos não expressamente desvinculados do salário, por força de lei, integra a base de cálculo das contribuições para todos os fins e efeitos. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA. JULGAMENTO. A propositura de ação judicial antes do lançamento implica renúncia ao contencioso administrativo no • tocante à matéria em que os pedidos administrativo e judicial são idênticos, devendo o julgamento aterse à matéria diferenciada. LEGALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE. A declaração de inconstitucionalidade de lei ou atos normativos federais, bem como de ilegalidade destes últimos, é prerrogativa outorgada pela Constituição Federal ao Poder Judiciário. INCRA TERCEIROS. INCRA. A contribuição destinada ao INCRA é devida tanto pela empresa urbana como pela empresa rural. PEDIDO DE JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. INDEFERIMENTO. O pedido de juntada de documentos e outras provas admitidas em direito após a impugnação deve ser indeferido quando não tenha sido demonstrada a impossibilidade de apresentação oportuna da prova documental por motivo de força maior, não se refira esta a fato ou direito superveniente, e nem se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, e quando os elementos do processo forem suficientes para o convencimento do julgador. Fl. 734DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 732 7 Lançamento Procedente Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 202 a 218 , contendo em síntese os mesmo argumentos da impugnação, os quais podemos descrever de forma sucinta: 1. Preliminarmente, a decadência do crédito consubstanciado no art. 150, § 4º do CTN. 2. A remuneração tratada no art. 457 da CLT como base de Cálculo da Contribuição Previdenciária não se referese a PLR, posto que segundo a recorrente a referida verba não decorre diretamente do serviço prestado. 3. O direito a PLR desvinculado da remuneração é garantia constitucional, assim, se não está, a verba PLR, dentro do conceito de remuneração, não poderia servir como base de cálculo de contribuições previdenciárias. 4. Não cumpre também a verba o requisito da habitualidade. 5. Sustenta que houve sim negociação entre a recorrente e seus empregados, sendo que os empregados que compunham a comissão que discutia o pagamento da PLR assinaram o regulamento, bem como o representante do Sindicato, atendendo, portanto, aos termos do art. 2° da Lei 10.101/00. 6. Inova trazendo argumentos de que a fiscalização está ignorando a lei 6.404, que em seu art. 190 delineia a participação nos resultados, aplicando para fins de caracterização a lei 10.101/00. 7. Afirma de que fato alguns empregados recebem conforme programa previsto na Convenção Coletiva de Trabalho e outros conforme determinam programas próprios. Isso ocorre em decorrência a especificidade do trabalho desenvolvido por cada um. 8. Foram atendidas as determinações contidas na lei 10.101, seja a negociação com os empregados, seja assinatura do representante do sindicato. 9. Cabe salientar que os programas próprios discriminam os critérios e condições de recebimento de PLR, bem como os cargos que são elegíveis ao seu recebimento. 10. No que tange ao pagamento do valor fixo, ora suscitado pelo autuante como possível prova de ausência de critérios para pagamento de PLR, o recorrente argumenta que não de se trata de participação em resultados, mas de abono convencional, não devendo integrar o salário de contribuição em resultados, não devendo integrar o salário de contribuição tendo em vista o disposto no art. 28, §9°, "e", 7, da Lei n. 8212/91. 11. Também é descabida a alegação contida na autuação de que as Convenções coletivas não determinavam critérios e condições para pagamento de PLR. A Lei n. 10.101 /00, determina em seu art. 2º II, que a participação nos lucros poderá ser objeto de convenção coletiva. Em seu §1°, dispõe expressamente no inciso I, que os critérios e condições podem ser consideradas por índices de produtividade, quantidade ou lucratividade da empresa. 12. Salienta que as Convenções Coletivas são firmadas envolvendo toda a categoria profissional. Como as PLR's são baseadas em lucratividade, todos os setores da Fl. 735DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 empresa estipulam suas metas para garantir o lucro da empresa e sua participação nos resultados. 13. Diz que não há dispositivo legal que imponha limite temporal para negociação e divulgação dos programas próprios, e nem tampouco para a que se apresente as atas de reuniões de negociação e acompanhamento e documentos de comprovação da eleição dos membros da comissão de empregados. A ausência de apresentação desses documentos não torna legítima a descaracterização do programa de resultados da empresa. 14. Assim, os regulamentos são tempestivos e legítimos, rubricados e assinados por comissão de empregados, empregador e representante do Sindicato. 15. A alegação de que a empresa não comprovou o arquivamento dos programas no sindicato em época própria também não tem o condão de desvirtuar o programa, já que a elaboração dos mesmos tem a participação de um membro do sindicato. 16. Informa que a exigência do adicional de 2,5% imputado às seguradoras está sendo discutida pelo recorrente nos autos da ação ordinária n. 1999.61.00.0603013. 17. O lançamento fere princípios constitucionais da igualdade e da isonomia, pois trata de forma desigual contribuintes que estão numa mesma situação, já que não existe diferença ente a folha de salários uma seguradora e de outra uma empresa. Cita posicionamento da 4' Turma do Tribunal Regional Federal, neste sentido. 18. Alega que, ainda que se considere a referibilidade indireta da materialidade das contribuições previdenciárias, segundo atuação estatal ou destinação específica de provimento da Seguridade Social, a discriminação não se justifica. 19. A cobrança dessa contribuição como parcela previdenciária há muito afastada pelos nossos tribunais, haja vista que incidindo a referida parcela sobre a "folha de salário" por força do disposto no Decreto Lei n. 2.613/55 e alterações posteriores que se limitaram a alterar a alíquota e a destinação do produto de sua arrecadação, referida exação tornouse frontalmente colocado à margem do Sistema Tributário vigente, sendo certo que não se acha fundada nas hipóteses do artigo 195 I e II e menos ainda nas exceções previstas no artigo 240, ambos da Constituição Federal de 1998. 20. Requer perícia, tendo em vista o equívoco na apuração do crédito tributário. 21. Diante do exposto, requer a impugnante pela juntada dos documentos anexos e produção de todas as provas admitidas em direito. 22. Nulidade da DN considerando que a autoridade julgadora não enfrentou os argumentos trazidos no recurso quanto a duplicidade de lançamento, tendo inclusive o recorrente apresentado planilha contendo as incongruências, ainda na impugnação. Em aditamento ao seu recurso voluntário na oportunidade em que se manifestara após o saneamento da decisão de primeira instância, o recorrente reiterou a duplicidade da cobrança em virtude da falta de dedução das supostas bases de cálculo correspondentes ao pagamento da antecipação de PLR. A alegação se faz acompanhada de parecer técnico de empresa de auditoria independente. É o Relatório. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 733 9 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Procedimentos formais Quanto ao procedimento da fiscalização e formalização do lançamento também não se observou qualquer vício. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto. Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) Fl. 737DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216). Portanto, em razão do exposto e nos termos das regras disciplinadoras do processo administrativo fiscal, não se identificam vícios capazes de tornar nulo quaisquer dos atos praticados: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. §1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. §2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. Quanto a preliminar de nulidade do lançamento em razão da omissão no primeiro acórdão da primeira instância no exame da duplicidade de valores cobrados, entendo que a questão foi superada com o segundo acórdão que veio a enfrentar a matéria, sendo agora Fl. 738DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 734 11 questão de mérito a apreciação das bases de cálculo e tributo apurado. O acórdão esclareceu que os valores suscitados na impugnação não foram lançados. Ressaltase, também, que vícios de nulidade na decisão, em regra, não contaminam os atos processuais anteriores, como dispõe o artigo 59, §1º do Decreto nº 70.235/72, acima transcrito. Decadência Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Fl. 739DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 12 Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência prevista no Código Tributário Nacional CTN se aplicar ao caso concreto. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido da imprescindibilidade de pagamento parcial do tributo para que seja aplicada a regra decadencial do artigo 150, §4° do CTN; caso contrário, aplicase o artigo 173, I do CTN que transfere o termo a quo de contagem para o exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. Também atribuiu status de repetitivos a todos os processos que se encontram tramitando sobre a matéria. E, por força do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22/06/2009, a decisão deve ser reproduzida nas turmas deste Conselho. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Este CARF sumulou o entendimento acerca do que se entende por pagamento parcial. De acordo com a Súmula nº 99, considerase que houve pagamento parcial quando os recolhimentos efetuados não se refiram à parcela remuneratória objeto do lançamento: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento Fl. 740DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 735 13 antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Assim, considerando o presente caso, deve ser aplicada a regra no artigo 150, §4º do CTN. Assim, reconheço a decadência parcial correspondente ao período de 01/01/1999 a 30/11/2002. No mérito Participação nos lucros e resultados A participação do trabalhador nos lucros e resultados da empresa é um marco histórico dos direitos trabalhistas. Com todas as conquistas: saláriomínimo, limitação da jornada de trabalho, proteção contra a demissão sem justa causa, férias, descanso semanal remunerado, apenas para mencionar algumas, ainda assim capital e trabalho se opunham, um ao outro, como realidades inconciliáveis. Foi com a Constituição Federal que se abriu a possibilidade de o trabalhador auferir parte do resultado de sua força laboral entregue à empresa. No artigo 7º, Inciso XI, junto com outros direitos sociais do trabalhador está a participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração; portanto, tratase imunidade tributária: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; Entretanto, apenas com a Medida Provisória nº 794, de 22/12/94, convertida na Lei nº 10.101, de 19/12/2000, a matéria foi regulamentada: Art.1oEsta Lei regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. a) Finalidades: integração entre capital e trabalho; e ganho de produtividade. Art.2oA participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; Fl. 741DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 14 II convenção ou acordo coletivo. §1oDos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. b) Negociação entre empresa e empregados, através de acordo coletivo ou comissão de trabalhadores. No instrumento de negociação devem constar, com clareza e objetividade, as condições a serem satisfeitas (regras adjetivas) para a participação nos lucros ou resultados (direitos substantivos). Entre outros, podem ser considerados como critérios ou condições: produtividade, qualidade, lucratividade, programas de metas e resultados mantidos pela empresa. Vêse que no instrumento de negociação deve constar o que dispõe o artigo 2°, §1° e, no caso dos critérios para se fazer jus ao benefício, o legislador cuidou apenas de exemplificá los. Como se constata pelas disposições acima, a regulamentação é no sentido de proteger o trabalhador para que sua participação nos lucros se efetive. Não há regras detalhadas na lei sobre os critérios e as características dos acordos a serem celebrados. Os sindicatos envolvidos ou as comissões, nos termos do artigo 2º, têm liberdade para fixarem os critérios e condições para a participação do trabalhador nos lucros e resultados. A intenção do legislador foi impedir que critérios ou condições subjetivos obstassem a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados. As regras devem ser claras e objetivas para que os critérios e condições possam ser aferidos. Com isto, são alcançadas as duas finalidades da lei: a empresa ganha em aumento da produtividade e o trabalhador é recompensado com sua participação nos lucros. Nesse sentido, o artigo 2º, §1º, I da lei possibilita inclusive que a condição para a participação nos lucros ou resultados seja apenas o aumento da lucratividade da empresa. Comprovandose no Demonstrativo de Resultados do Exercício Financeiro que foi alcançada esta meta, que existe acordo coletivo ou comissão de trabalhadores e que a distribuição não é inferior a um semestre civil a participação nos lucros é regular. Não há nenhuma restrição na lei para que assim proceda a empresa. E nem poderia a autoridade fiscal criálas no caso concreto, sob pena de violação do Princípio da Legalidade, artigo 37, “caput” da Constituição Federal. Quanto aos mecanismos de aferição das informações para fins de comprovação do cumprimento dos critérios para a participação, não há qualquer previsão na lei no sentido de se exigir metas individualizadas para os trabalhadores. E nem poderia. Caso adote o aumento da lucratividade da empresa ou o alcance de outras metas organizacionais, critérios esses exemplificados na lei, não vejo como se exigir a aferição da contribuição de cada trabalhador para o cumprimento dessas metas. Como se poderia aferir a parcela do lucro de uma empresa de grande porte atribuída individualmente a um trabalhador da linha de Fl. 742DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 736 15 produção? E mais. A exigência por parte da fiscalização de metas individualizadas vai de encontro ao que se procurou evitar na regulamentação da participação nos resultados e lucros – PLR, que é afastálo do conceito de salário. Em razão de tudo aqui exposto, vêse que prevalece a livre negociação para a participação nos lucros ou resultados. Porém, é possível que esse importante direito trabalhista seja malversado em prejuízo dos próprios trabalhadores e do fisco. Comprovando a autoridade fiscal dissimulação do pagamento de salários com participação nos lucros, deverá aplicar o Princípio da Verdade Material para considerar os valores pagos integrantes da base de cálculo das contribuições previdenciárias. Nesse sentido, preocupouse o legislador com essa possibilidade de se desvirtuar a finalidade da lei e se utilizar a participação nos lucros e resultados da empresa para a sonegação de contribuições sociais: Art.3oA participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. ... §2oÉ vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. No caso, a recorrente oferece a seus segurados empregados uma participação nos lucros. O instrumento que disciplina o pagamento do benefício a todos é a convenção coletiva de trabalho para as empresas de seguros privados e capitalização. Existe também uma complementação de valores para ocupantes de cargos de gerência. Ressaltase que ela não trata de outro benéfico ou direito trabalhista que não seja a PLR. Essa constatação é relevante porque a recorrente alega que as antecipações do benefício, pagas sempre em janeiro dos exercícios seguintes ao da apuração, seria um abono desvinculado do salário. Transcrevo aqui alguns trechos da convenção coletiva, inclusive os que não foram mencionado no relatório fiscal e nem da decisão recorrida, mas que são importantes para essa análise quanto a descaracterização ou não do PLR: CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO ESPECÍFICA SOBRE PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS NOS LUCROS OU RESULTADOS DAS EMPRESAS DE SEGUROS PRIVADOS E DE CAPITALIZAÇÃO EM 2004. ... Independentemente da apuração do balanço do exercício encerrado em 31 122004, todos os empregadores pagarão aos empregados, em efetivo, exercício em 31122004, de uma única vez, até a data do pagamento da remuneração de janeiro de 2005, a importância de R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais). ... Fl. 743DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 16 Cláusula terceira As Empresas que em seus balanços de 31122004 apresentem lucros líquidos ou resultados, e que tenham disponibilidade financeira, efetuarão até 3107 2005, o pagamento, de uma única vez, de uma segunda parcela equivalente a 40% _ (quarenta por cento) do saláriobase resultante da Convenção Coletiva de Trabalho de 2005, acrescido do valor fixo de R$ 304,00 (trezentos e quatro reais) aos empregados admitidos até 311203 e em efetivo exercício em 31122004, valor total esse limitado ao máximo de R$ 3.689,00 (três mil, seiscentos e oitenta e nove reais). Parágrafo 1° O total do pagamento previsto no "caput" fica limitado a 10% (dez por cento) do lucro líquido do exercício de 2004. Desse total serão deduzidos os R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais) concedidos a titulo de antecipação em janeiro de 2005. Parágrafo 2° As Empresas que apresentarem prejuízo demonstrado no seu balanço anual encerrado em 31122004 estão isentas do pagamento da PLR prevista neste "caput". Primeiramente, entendo que a alegação do recorrente não merece prosperar. A convenção coletiva é específica para o PLR e identifica claramente o pagamento em janeiro de valor a título de antecipação do benefício, o que torna improcedente ora modificar sua natureza jurídica, seja para abono, gratificação ou outra espécie de verba. Inclusive tal alegação não se faz acompanhada de prova nesse sentido. Passo então a análise quanto a correspondência do programa de PLR à Lei nº 10.101/2000. Prevê a convenção coletiva que os segurados empregados terão direito a participação nos lucros ou resultados da empresa e o rateio será proporcional a remuneração de cada um, mas também com uma parcela fixa. Assim, o valor per capita corresponde 40% do saláriobase acrescido de R$ 304,00. Entendo que as parcelas fixas, que normalmente acompanham os programas de PLR em geral, têm por finalidade conciliar dois aspectos: o reconhecimento de que os cargos mais elevados na empresa mais contribuem para o cumprimento das metas e, por outro lado, minimizar esse efeito para os segurados empregados de menor renda. É que se fosse observado apenas o critério da proporcionalidade, os beneficiários na base da pirâmide salarial perceberiam valores irrisórios, o que prejudica o propósito da Lei nº 10.101/2000 no sentido de incentivar a produtividade dos trabalhadores. Então, o valor correspondente ao PLR é o discriminado acima. Acontece que a lei faculta a antecipação de parte do benefício, cuja única restrição é que os pagamentos não excedam a duas parcelas, seja no semestre ou no ano civil: Art.3o(...) ... §2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Observando o parágrafo primeiro da cláusula terceira da convenção coletiva, constatase que, de fato, o valor pago em janeiro é uma mera antecipação, já que ele é deduzido do valor do benefício, pago normalmente em julho do exercício seguinte à apuração. Como até Fl. 744DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 737 17 o final de janeiro ainda não se tem o demonstrativo do resultado do exercício completo, o adiantamento não é apurado de acordo com a meta lucratividade. É certo, no entanto, que não ocorrendo o pagamento de PLR em julho, os valores adiantados desvinculados da lucratividade não atendem a Lei nº 10.101/2000 e devem ser descaracterizados como PLR. A própria convenção coletiva prevê que não haverá pagamento a título de PLR quando a empresa não apurar lucros ou não dispuser de recursos financeiros suficientes para o pagamento. A formalização propriamente dita do acordo como condição sine qua non para a demonstração de conhecimento prévio das metas se afasta do princípio da verdade material. As negociações não começam e terminam no mesmo dia, tratase de um acordo com reuniões sucessivas, quando propostas são rejeitadas e outras tantas aceitas. Essa é a natureza e características dos acordos trabalhistas de modo geral, amplamente discutidos e negociados entre as partes. Entendo forçosa a conclusão de que as metas não seriam do conhecimento dos empregados quando acordos anteriores já as previam. A fiscalização, embora tenha examinado todo o período desde 01/99 somente trouxe aos autos a convenção coletiva de PLR do exercício de 2004. Independente da data de assinatura do acordo, presumese que, salvo substancial revisão dos acordos anteriores, os termos acordados anteriormente sejam mantidos. Ressaltase também que consta dos autos declaração de funcionário da recorrente atestando a participação nas negociações para a fixação de metas e apuração de valores, fls. 491. Quanto aos pagamentos realizados a título de PLR, porém restrito aos segurados empregados de cargos mais elevados, diretoria e nível gerencial, a fiscalização entendeu pela incidência da contribuição previdenciária porque: a assinatura do instrumento de negociação ocorreu no mesmo ano de apuração; a recorrente não apresentou atas de reuniões de negociação e nem a eleição dos membros da comissão; não houve arquivamento do instrumento de negociação no sindicato; e a substituição de salários por PLR. Inicialmente, constatase que a própria convenção coletiva prevê a existência de programas próprios de PLR desde que assegurem ao menos os direitos nela reconhecidos. É que existe um número elevado de empresas de seguro e capitalização e com portes diferentes. Inclusive a mesma convenção coletiva prevê a possibilidade de que algumas empresas não disponham de recursos financeiros para pagamento do benefício pelos valores convencionados. No caso da recorrente, o benefício é mais amplo. Empregadores e comissão de empregados criaram um complemento para os diretores e gerentes. Portanto, a recorrente exerceu a faculdade prevista na convenção coletiva. Passo então ao exame dos requisitos supostamente não cumpridos. Quanto a assinatura do instrumento de negociação no mesmo exercício de apuração, já nos pronunciamos sobre essa questão quando do exame dos pagamentos com base na convenção coletiva. Quanto a comprovação da formação e participação da comissão de empregados, a própria fiscalização junta aos autos os regulamentos e atas de participação onde se constata a presença de todos os seus membros, fls. 57 e seguintes. Fl. 745DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 18 Quanto ao arquivamento no sindicato, em todos os regulamentos consta a assinatura do representante do sindicado, a quem é destinada uma das cópias do documento. Ressaltase também que o STJ tem mantido a imunidade sobre os valores a título de PLR ainda que o instrumento de negociação não seja arquivado no sindicato: REsp 865489 / RS RECURSO ESPECIAL 2006/00747495 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. CARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07/STJ.PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. SÚMULA 07/STJ. 1. A isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a observância da legislação específica a que refere a Lei n.º 8.212/91. ... 5. O registro do acordo no sindicato é modo de comprovação dos termos da participação, possibilitando a exigência do cumprimento na participação dos lucros na forma acordada. 6. A ausência de homologação de acordo no sindicato, por si só, não descaracteriza a participação nos lucros da empresa a ensejar a incidência da contribuição previdenciária. 7. O Recurso Especial não é servil ao exame de questões que demandam o revolvimento do contexto fáticoprobatório dos autos, em face do óbice erigido pela Súmula 07/STJ. 8. In casu, o Tribunal local afastou a incidência da contribuição previdenciária sobre verba percebida a título de participação nos lucros da empresa, em virtude da existência de provas acerca da existência e manutenção de programa espontâneo de efetiva participação nos lucros da empresa por parte dos empregados no período pleiteado, vale dizer, à luz do contexto fáticoprobatório engendrado nos autos, consoante se infere do voto condutor do acórdão hostilizado, verbis: Quanto à suposta substituição do salário, iniciativa vedada pela Lei nº 10.101/2000, a fiscalização faz menção a existência de um expediente interno onde se evidenciaria uma política de incremento da participação nos resultados com redução das faixas de salários fixos para as novas contratações: No entanto, junto com os programas de PLRE, a empresa entregou um documento intitulado "Nova Política de Compensação Corpo Gerencial Itauseg, datado de setembro/2000, data em que começou a ser paga uma participação diferenciada para os Gerentes e demais Executivos. Neste documento, é apresentada uma proposta de incremento da participação nos resultados para todo o corpo gerencial, com redução das faixas de salários fixos, em parte devido às vantagens de não incidência de encargos sociais. Em razão disso, as novas contratações deveriam ser negociadas com base no ganho anual, já incluída a PLRE, visto que o salário fixo foi Fl. 746DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14485.003262/200710 Acórdão n.º 2402004.478 S2C4T2 Fl. 738 19 diminuído, ao passo que as movimentações salariais deveriam preservar o salário fixo e incrementar a participação nos resultados. Ora, a lei proíbe a substituição do salário do segurado empregado já contratado por participação nos lucros ou resultados. Isso não inibe a liberdade da empresa de ajustar sua política de remuneração para as contratações futuras de acordo com a legislação em vigor: Art.3o A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. Em razão dos fundamentos que adoto voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 747DF CARF MF Impresso em 03/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 29/01/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 13971.720193/2008-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 22 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO.
Áreas de reserva legal são aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, de sorte que a falta da averbação impede sua exclusão para fins de cálculo da área tributável.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO DO CONTRIBUINTE. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO.
Compete à autoridade fiscal rever o lançamento realizado pelo contribuinte, revogando de ofício a isenção quando constate a falta de preenchimento dos requisitos para a concessão do favor.
MULTA DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO. EXAME DE CONSTITUCIONALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009)
JUROS MORATÓRIOS - SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4, publicada no DOU, Seção 1, de 26, 27 e 28/06/2006).
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-003.208
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente.
Assinado digitalmente
NÚBIA MATOS MOURA Relatora.
EDITADO EM: 15/12/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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AVERBAÇÃO. Áreas de reserva legal são aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, de sorte que a falta da averbação impede sua exclusão para fins de cálculo da área tributável. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO DO CONTRIBUINTE. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO. Compete à autoridade fiscal rever o lançamento realizado pelo contribuinte, revogando de ofício a isenção quando constate a falta de preenchimento dos requisitos para a concessão do favor. MULTA DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DO NÃOCONFISCO. EXAME DE CONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009) JUROS MORATÓRIOS SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4, publicada no DOU, Seção 1, de 26, 27 e 28/06/2006). Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 01 93 /2 00 8- 49 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 159 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA – Relatora. EDITADO EM: 15/12/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Relatório Contra INDUMA S/A INDÚSTRIA DE PAPEL E PAPELÃO foi lavrada Notificação de Lançamento, fls. 02/05, para formalização de exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) do imóvel denominado Fazenda Carioca II, com área total de 449,7 ha (NIRF 4.961.7150), relativo ao exercício 2004, no valor de R$ 55.140,45, incluindo multa de ofício e juros de mora. A infração imputada à contribuinte foi glosa parcial da área de reserva legal, em razão da falta de averbação da área junto à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, conforme quadro a seguir: ITR 2004 Declarado Apurado na Notificação 03Área de Reserva Legal 368,7 ha 88,0 ha Inconformada com a exigência, a contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada improcedente pela autoridade julgadora de primeira instância, conforme Acórdão DRJ/CGE nº 0420.966, de 02/07/2010, fls. 110/118. Cientificada da decisão de primeira instância, por via postal, em 28/07/2010, Aviso de Recebimento (AR), fls. 122, a contribuinte apresentou, em 24/08/2010, recurso voluntário, fls.123/142, trazendo as seguintes alegações: Fl. 159DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 160 3 Da ilegalidade de obrigatoriedade da averbação da área de reserva legal – Não decorre da vontade do contribuinte e nem da averbação a condição para ser configurada a isenção. A área de reserva legal decorre de lei. A isenção não está condicionada à averbação da área de reserva legal na matricula do imóvel, a qual possui tãosomente o condão de declarar uma situação jurídica já existente, não possuindo caráter constitutivo. A área em questão, coberta por Mata Atlântica, não surgiu da noite para o dia, ela já existe há muito tempo e sua preservação é fruto da postura preservacionista adotada pela recorrente. Da ilegalidade de obrigatoriedade de apresentação de ADA Não existe na legislação brasileira qualquer menção à obrigatoriedade da Apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA), para o caso de dedução da área tributável na apuração do ITR da área de utilização limitada. Do ônus da prova – A Lei n° 9.393/96 (art. 10, § 7º), com a redação que lhe vem sendo imprimida pela MP 2.16667, de 24 de agosto de 2001, dispensa a comprovação, para fins de declaração do ITR, da existência efetiva das áreas de preservação permanente e de reserva legal, cabendo, portanto, ao fisco, a prova de que a declaração não foi verdadeira. Dos princípios da legalidade e da verdade material Em momento algum ficou demonstrada inverdade das declarações da recorrente (nem ficará, pois a área de 368,7 ha é de utilização limitada, havendo Decreto Presidencial dispondo acerca de seu interesse ecológico); todavia, a autoridade fiscal, em afronta ao princípio da verdade material e da legalidade, efetuou o lançamento fiscal, apesar das provas comprovarem o manifesto equívoco e incerteza das apurações (ou seriam presunções?) contidas na notificação, no que se refere à área aproveitável e utilização da mesma. Da legislação ambiental – No caso concreto, o imóvel da recorrente, por sua localização geográfica, tem suas formações florestais e ecossistemas associados considerados como inseridos no domínio da Mata Atlântica, nos termos do art. 3º do Decreto n° 750/93 e do respectivo Mapa de Vegetação do Brasil, expedido pelo IBGE. E assim, tanto por força das disposições legais, como e principalmente da Constituição Federal, as áreas com formações florestais que se insiram no conceito de Mata Atlântica são de indiscutível interesse ecológico, e como tal prescindem de declaração individual e especifica para o seu reconhecimento. A inexigibilidade da multa e dos juros – O caráter confiscatório da multa aplicada – A multa aplicada, dado o seu elevado percentual, assume caráter confiscatório, com manifesta ofensa ao art. 150, IV, da Constituição Federal. É o Relatório. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 161 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Cuidase de lançamento decorrente de glosa parcial da área de reserva legal. Durante o procedimento fiscal verificouse que somente a área de 88,0 ha estava averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, razão porque reduziuse a área de reserva legal de 368,7 ha para 88,0 ha. No recurso, a defesa afirma que a isenção não está condicionada à averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel. Para o estudo da questão, transcrevese a seguir o §1º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 e o art. 16 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965: Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 Art. 10 (...) § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Art.16.As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) (Regulamento) Ioitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) IItrinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na Fl. 161DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 162 5 mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7o deste artigo; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) IIIvinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) IVvinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) (...) §8oA área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) A Lei nº 9.393, de 1996, determina que, para os efeitos de apuração do ITR, considerase área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Já do caput do art. 16, acima transcrito, se infere que os proprietários de imóveis rurais estão autorizados a explorar e suprimir áreas de florestas e outras formas de vegetação nativa (as quais não sejam consideradas áreas de preservação permanente ou de utilização limitada) desde que se comprometa a manter, a título de reserva legal, parte destas florestas ou vegetações nativas, nos percentuais definidos no mesmo artigo. E este compromisso deve ser firmado mediante averbação da área designada como reserva legal junto à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente. Portanto, a decisão de possuir ou não área de reserva legal, como bem afirmou a defesa, parte do proprietário do imóvel, que no interesse de suprimir áreas de floresta ou de vegetação nativa, existentes em sua propriedade, opta por formalizar a área de reserva legal em seu imóvel. Como se vê, a averbação das áreas de reserva legal é fato constitutivo e não declaratório, ou seja, a área de reserva legal somente passa a existir mediante sua formalização, que se dá por averbação junto à matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis. Assim, somente há que se falar em área de reserva legal depois de sua respectiva formalização, mediante averbação na matrícula do imóvel. Logo, a comprovação da averbação da área de reserva legal junto à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, é condição necessária e essencial para a fruição da isenção prevista no art. 10, § 1º, II, a, da Lei nº 9.393, de 1996. Devese apreciar também a alegação da defesa acerca do ônus da prova. Nesse aspecto entende a recorrente que caberia ao Fisco provar que a informação prestada pela recorrente acerca da área de reserva legal estaria incorreta. Tal entendimento advém da interpretação do disposto no parágrafo 7º do artigo 10 da Lei 9.393, de 19 de dezembro de 1996, incluído pela Medida Provisória 2.16667, de 24 de agosto de 2001: Fl. 162DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 163 6 § 7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1º, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001) A Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN) assim se refere à responsabilidade de fazer prova para concessão da isenção de tributos: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão. (grifei) (...) Por outro lado, o artigo 147 do mesmo diploma legal previu as situações em que o lançamento seria efetuado sem a necessidade de que a autoridade fiscal obtivesse, pelos seus próprios meios, as informações especificadas no artigo 142. Art. 142 Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (...) Art. 147 O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. No mesmo sentido, o artigo 150 estabeleceu as regras que norteiam o lançamento realizado por homologação. Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade Fl. 163DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 164 7 administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. Dos artigos acima transcritos, verificase que o CTN, visando à simplificação da estrutura necessária à fiscalização e arrecadação de tributos, previu as hipóteses em que o sujeito passivo prestaria à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à efetivação do lançamento e anteciparia o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. Tal modalidade de pagamento/lançamento, denominada de lançamento por homologação, hodiernamente, compreende quase que a totalidade dos tributos administrados pela União, dentre os quais se encontra o Imposto Territorial Rural. Foi, sem dúvida, com base nesses preceitos legais que o legislador atribuiu ao contribuinte a responsabilidade prevista nos artigos 8º e 10 da Lei nº 9.393, de 1996, in verbis: Art. 8º O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O contribuinte declarará, no DIAT, o Valor da Terra Nua VTN correspondente ao imóvel. § 2º O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT, e será considerado autoavaliação da terra nua a preço de mercado. § 3º O contribuinte cujo imóvel se enquadre nas hipóteses estabelecidas nos arts. 2º e 3º fica dispensado da apresentação do DIAT. Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. Contudo, a sistemática do lançamento por homologação não dispensa o contribuinte de fazer prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para a concessão da isenção. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 165 8 Com efeito, mais do que o dever geral de colaboração, a isenção de caráter especial impõe ao beneficiário o ônus de provar o preenchimento das condições para fruição do tratamento diferenciado. Está claro que o parágrafo 7º apenas dispensa a prévia apresentação dos documentos definidos em lei, no caso a averbação da área de reserva legal, como necessários à fruição da isenção do ITR. Contudo, inarredável é a competência da autoridade fiscal para solicitála, posteriormente, dentro do prazo decadencial, visando a verificação do correto cumprimento da obrigação tributária por parte do contribuinte. A conclusão que se impõe, portanto, é de que, para a fruição da isenção do ITR, a averbação da área de reserva legal é necessária, sendo certo que na sua ausência o Fisco deve proceder ao competente lançamento, nos moldes em que consubstanciado na Notificação de Lançamento, fls. 02/05. Ressaltese que, no presente caso o ADA, fls. 63, apresentado pela contribuinte em 17/10/2008, consta área de reserva legal de 88,0 ha, conforme consignado na inscrição da matrícula do imóvel e não a área de 368,7 ha. Aqui, vale ressaltar que, em possível inspeção realizada pelo Ibama, que é o órgão competente para aferir as informações prestadas no ADA, nenhuma irregularidade seria verificada quanto à área de reserva legal no imóvel. Cumpre dizer também que no Laudo de Avaliação do imóvel, fls. 32, apresentado pela contribuinte, consta que a área de reserva legal é de 88,0 ha. Já no que concerne à alegação da defesa de que o imóvel estaria localizado na Mata Atlântica, que segundo seu entendimento é área de interesse ecológico e como tal prescindem de declaração individual e especifica para o seu reconhecimento, devese dizer que conforme disposto no art. 10, §1°, II, “b”, da Lei n° 9.393, de 1996, para a exclusão das áreas de interesse ecológico, da incidência do ITR, é necessário que as áreas sejam assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual. A localização do imóvel na Mata Atlântica não é, por si só, caracterizadora da isenção pretendida pela recorrente. Nestes termos, deve ser mantida a glosa parcial da área de reserva legal, nos termos do lançamento. Sobre o percentual de 75% da multa de ofício, que foi aplicada conforme disposto no art. 44 da Lei nº9.430, de 27 de dezembro de 1996, a recorrente afirma ser confiscatório. Vale dizer que o exame da obediência das leis tributárias aos princípios constitucionais é matéria que não deve ser abordada na esfera administrativa, conforme infere se da Súmula CARF nº 2, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Como se vê, os julgamentos administrativos não contemplam o exame de constitucionalidade de leis tributárias, de sorte que não será neste voto apreciada a alegação da recorrente de ofensa ao princípio constitucional de nãoconfisco. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 13971.720193/200849 Acórdão n.º 2102003.208 S2C1T2 Fl. 166 9 Quanto aos juros Selic, a matéria já foi pacificada neste CARF, conforme Súmula nº 4, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009, que cristaliza o entendimento de que é legítima a sua aplicação: Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 166DF CARF MF Impresso em 22/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 15/12/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 15504.003920/2010-66
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
NULIDADE. INEXISTÊNCIA
Quando o lançamento preenche os requisitos legais, não há que se falar em nulidade.
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
Havendo recolhimentos aplica-se a regra do § 4º do artigo 150 do CTN.
VALE-TRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA.
Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba.
ALEGAÇÃO SEM PROVA
Alegação desacompanhada das respectivas provas não se presta como motivo para revisão do lançamento fiscal.
SEGURO DE VIDA EM GRUPO.
Incide tributação sobre o valor relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, quando não previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e quando não disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes.
Numero da decisão: 2403-002.395
Decisão: Recurso Voluntário provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência das competências 01 e 02/2005, com base na regra do artigo 150,§ 4º, do CTN e pela exclusão da tributação incidente sobre o vale transporte.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro e Maria Anselma Croscrato dos Santos.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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INEXISTÊNCIA Quando o lançamento preenche os requisitos legais, não há que se falar em nulidade. DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Havendo recolhimentos aplicase a regra do § 4º do artigo 150 do CTN. VALETRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA. Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba. ALEGAÇÃO SEM PROVA Alegação desacompanhada das respectivas provas não se presta como motivo para revisão do lançamento fiscal. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. Incide tributação sobre o valor relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, quando não previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e quando não disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. Recurso Voluntário provido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 00 39 20 /2 01 0- 66 Fl. 365DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência das competências 01 e 02/2005, com base na regra do artigo 150,§ 4º, do CTN e pela exclusão da tributação incidente sobre o vale transporte. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro e Maria Anselma Croscrato dos Santos. Fl. 366DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte, Acórdão 0232.284 da 6ª Turma, que julgou a impugnação improcedente, conforme ementa abaixo transcrita. NULIDADE. Ausentes as hipóteses do art. 59 do Decreto n.° 70.235/72, não há como prosperar a argüição de nulidade. ALEGAÇÕES NÃO COMPROVADAS. As alegações desprovidas de provas não produzem efeito em sede de processo administrativo fiscal. VALE TRANSPORTE. DESCUMPRIMENTO DE REQUISITOS Os pagamentos efetuados a título de valetransporte, em desconformidade com a legislação de regência, integram o salário de contribuição. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. O valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo somente não integrará o salário de contribuição se for previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e se estiver disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. ADICIONAL PARA O CUSTEIO DA APOSENTADORIA ESPECIAL. O adicional de risco de acidente do trabalho para financiamento da aposentadoria especial é devido pelas empresas cujos empregados exerçam atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Tratase de crédito lançado pela fiscalização contra a Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte, no montante de R$622.882,72 (seiscentos e vinte e dois mil oitocentos e oitenta e dois reais e setenta e dois centavos), consolidado em 22/03/10, que, de acordo com o Relatório Fiscal de fls. 86/111, referese a contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à cota patronal, inclusive as destinadas Fl. 367DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes de riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre os seguintes fatos geradores de contribuições previdenciárias: • valores pagos a segurados empregados vinculados ao Regime Geral da Previdência Social RGPS, lançados em Folha de Pagamento, a título de Abono, sob os códigos:1022 Abono, 1130 Abono p/ Nível Superior, 1430 Abono em Atraso e 1731 Abono Retroativo, no período de 01/2005 a 12/2005, não considerados pela SLU como parcela de incidência de contribuição previdenciária; • valores pagos em espécie a segurados empregados vinculados ao RGPS, a título de "Vale Transporte", lançados em Folha de Pagamento sob o código 1700 Vale Transporte Espécie, no período de 01/2005 a 12/2005, não considerados pela empresa como parcela de incidência de contribuição previdenciária; • valores pagos a título de benefício concedido de Seguro de Vida aos seus segurados empregados vinculados ao Regime Geral de Previdência Social RGPS; no período de 01/2005 a 12/2005, não considerados pela empresa como parcela de incidência de contribuição previdenciária; • glosa de valor deduzido indevidamente das contribuições devidas à Previdência Social declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP, na competência 04/2005, a titulo de "saláriomaternidade"; e • remuneração paga ou creditada a segurados empregados vinculados ao RGPS a seu serviço, cuja atividade é exercida em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física deste trabalhador e permita a concessão de aposentadoria especial após vinte e cinco anos de contribuição, nos termos dos artigos 57 e 58 da Lei n° 8.213, de 24/07/1991, no período de 01/2005 a 12/2005. O relatório fiscal informa, ainda, que a Superintendência de Limpeza Urbana SLU é uma autarquia municipal com personalidade jurídica de direito público, criada pela Lei Municipal n° 2.220 de 27/08/1973, modificada pela Lei n° 6.290, de 23/12/1992, com redação dada pela Lei n° 9.011, de 01/01/2005, que tem por finalidade a exploração, em todo o Município de Belo Horizonte, dos serviços de varredura, coleta, depósito, tratamento e transformação do lixo e da venda de seus produtos e subprodutos. O Auto de Infração foi recebido pela autuada em 25/03/2010 (fls. 01). A autarquia, representada por seu superintendente Sr. Luiz Gustavo Fortini Martins Teixeira, apresentou impugnação, em 26/04/2010, consoante documentos de fls. 211/257 onde contesta o procedimento fiscal sob os seguintes argumentos relatados em síntese. Inicialmente faz um breve relato dos fatos. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 4 5 Nulidade do Auto de Infração Em sede preliminar, argui a nulidade do auto de infração em face da sua manifesta impropriedade, especialmente por inexistência de justa causa para a sua lavratura contra a impugnante, por inocorrência de qualquer ilicitude, muito menos a irrogada na peça acusatória. Valores pagos a título de abono No mérito, não contesta a incidência de contribuição previdenciária sobre as valores pagos a título de abono. Apenas esclarece que o abono pago a partir de 2005 teve origem no Ofício Gab SMARH n° 324/2005, sem que houvesse qualquer orientação relativa à incidência ou não de desconto previdenciário ou Imposto de Renda, o que não ocorreu naquela oportunidade. No entanto, com a publicação da Lei Municipal n° 9.154 de 12/01/2006, que instituiu o Abono, retroagindo o seu pagamento a junho/2005 e estabelecendo o desconto previdenciário e imposto de renda sobre o mesmo, a autuada, em atendimento ao disposto no referido diploma legal, procedeu o desconto do INSS e/ou IR sobre o abono pago referente ao período de junho/2005 a dezembro/2005. A Receita Federal, quando da sua fiscalização na autarquia, não detectou o desconto previdenciário efetuado, pelo simples fato de ter sido contemplado no arquivo magnético solicitado à época, o ano base de 2005, sendo que o acerto previdenciário se deu em janeiro/2006. Conclui que não pode prosperar neste item a autuação, posto que não existe pendência alguma com relação ao recolhimento da contribuição previdenciária e do imposto de renda relativa ao período mencionado, sobre o abono pago. Valores pagos a título de valetransporte No que diz respeito ao vale transporte pago em pecúnia, alega que a situação vivenciada à época não permitia à Administração agir de forma diferente. A impossibilidade de fornecimento ou compra de vales em tempo hábil, a inviabilidade operacional imposta pelo programa vigente e, ainda, a dificuldade de se prever a rotina de trabalho das áreas operacionais da Autarquia, fizeram com que esta optasse pelo pagamento destes vales no próprio contracheque do servidor. Esclarece que a restrição em relação à programação e o sistema de bilhetagem eletrônica implantado em Belo Horizonte (Bhbus) não permitem um acúmulo de crédito de vales superior a 30 dias de utilização no mês, sendo que os servidores alunos do Projeto de Alfabetização de Adultos, tinham uma demanda necessária de deslocamento que ultrapassava o limite previsto e que, por conseqüência, recebiam o pagamento de vales complementares em espécie, no mês subseqüente, de acordo com a efetiva utilização. Com a implantação plena do cartão magnético do usuário no âmbito da Autarquia, deixouse definitivamente de pagar vale transporte em pecúnia. Fl. 369DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Diz que, entretanto, a autuação feita pela Receita quanto ao pagamento do vale transporte em pecúnia, não encontra guarida em nossos tribunais, conforme decisão do TRT/SP que transcreve. Ainda, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, em julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 478410, interposto pelo Unibanco, também decidiu pela não integração do referido pagamento à base de incidência das contribuições previdenciárias. Valores pagos a título de Seguro de Vida em Grupo Com relação ao Seguro de Vida em Grupo, diz que, conforme legislação pátria aplicável ao caso, as contribuições previdenciárias afetam as parcelas que possuem natureza salarial, sejam contribuições diretas (hora trabalhada, p.ex.), sejam as indiretas (como as bonificações). Neste cerne , transcreve o artigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91 e o artigo 28, § 9o , alínea "p" da mesma lei, para concluir que no tocante aos seguros de vida pagos em grupo e disponibilizado a todos os funcionários, de forma geral não há de ser considerado como espécie de benefício aos empregados por parte do empregador, vez que aqueles não terão nenhum benefício direto ou indireto. Conclui que há o benefício estendido a todos, em uma espécie de garantia familiar, conjunta. Salienta que caso se tratasse de seguro individual, não existiria dúvidas acerca da incidência da contribuição, posto que aí sim, haveria um benefício específico a um empregado. Para reforçar sua argumentação, transcreve decisões do STJ e parte do acórdão da Egrégia I a turma do Tribunal Regional Federal da 4a Região, na Apelação Cível n° 1999.71.00.031184 4/RS. Glosa do valor pago a título de Salário Maternidade Neste tópico diz que o pagamento do salário maternidade, em período divergente ao da concessão pelo INSS, foi motivado por equívocos de informações de dados cadastrais. Remuneração paga ou creditada a segurados sujeitos a Aposentadoria Especial Quanto aos trabalhadores sujeitos à aposentadoria especial, alega que a autarquia vinha informando estes servidores na GFIP e recolhendo a alíquota da aposentadoria especial, porém, não estava informando todos os servidores envolvidos. Diz que tal situação se justifica em face da complexidade e volume de trabalho que existe para atender tais exigências do INSS, pois é necessário que o empregador relacione toda a vida laboral do empregado. Aduz que, diante do expressivo número de servidores da SLU, cargos e funções existentes, readaptações na área operacional, exposição ou não a agentes nocivos, transferências e disponibilidade para outras unidades da Autarquia e para outros órgãos da PBH, a SLU nunca deixou de informar e recolher a referida alíquota à Previdência Social, mesmo que parcialmente, sendo que várias outras atividades/funções estavam pendentes de Fl. 370DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 5 7 classificação devido à sua especificidade e período de execução pelo servidor correspondente. Diz que a SLU já finalizou os trabalhos de classificação e histórico laboral dos seus servidores, já tendo concluído a confecção de todos os PPP's dos garis de coleta em consonância com a legislação trabalhista e previdenciária. Diz que, portanto, também improcede a autuação feita neste sentido. Finalmente requer que seja acolhida a impugnação e, uma vez demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, seja cancelado o débito fiscal reclamado. Inconformada com a decisão, em 05/07/2012, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Decadência. · Nulidade. Inexistência de justa causa. · Mérito: ratifica os argumentos da impugnação e solicita reanálise. · Multa. É o relatório Fl. 371DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. A recorrente entende que o lançamento é nulo por inexistência de justa causa. Essa questão será tratada quando da análise do mérito. DECADÊNCIA. A questão da decadência qüinqüenal está pacificada. O Termo de Encerramento do Procedimento Fiscal – TEPF registra a verificação de guias de recolhimento. Também o Relatório Fiscal evidencia que o lançamento referese a complementos do que já foi recolhido. Nesse caso, entendo pela aplicação da regrado artigo 150, § 4º, do CTN. O lançamento abrange as competências 1 a 13/2005. A ciência do lançamento ocorreu em 25/03/2010. Entendo decadentes as competências 1 e 2/2005. ABONOS O lançamento da rubrica “AB – ABONO SALARIAL” abrange as competências 5 a 12/2005. A recorrente não contesta a tributação dos abonos, alega apenas que não existe pendência alguma com relação ao desconto e recolhimento da referida contribuição por ter efetuado o acerto em janeiro/2006. A recorrente não trouxe ao processo guias de recolhimento que fizessem prova do que alegou. Fl. 372DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 6 9 Entendo a alegação da recorrente desprovida de prova e não a acato. VALE TRANSPORTE EM PECÚNIA A fiscalização lançou a parcela do vale transporte paga em pecúnia. O lançamento estava conforme o ordenamento legal. Todavia, a Advocacia Geral da União, seguindo orientação ditada na decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no RE 478.410/SP, que considerou inconstitucional a tributação previdenciária incidente sobre vale transporte pago em pecúnia, tendo em vista sua natureza indenizatória, editou a Súmula 60. SÚMULA Nº 60, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2011 "Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba". Portanto, deve ser afastada do cálculo da multa a parcela referente ao vale transporte. SEGURO DE VIDA A tese apresentada pela recorrente á a da não incidência da tributação sobre o seguro de vida. As contribuições para a seguridade social tem sua base imponível definida na Constituição da República de 1988, prevendo esta, para a empresa, a contribuição incidente sobre folha de salários e também sobre os demais rendimentos do trabalho. Artigo 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Fl. 373DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; ... II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; A especificação do que deve ser tributado e o que não deve está no artigo 28 da Lei 8.212/91. A regra geral é a tributação da totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços. Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; ... III para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o;(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). As exceções são exclusivamente as previstas no § 9º do mesmo artigo 28. § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Fl. 374DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 7 11 a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o saláriomaternidade;(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973; c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos daLei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata oart. 137 da Consolidação das Leis do TrabalhoCLT;(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). e) as importâncias:(Alínea alterada e itens de 1 a 5 acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de ServiçoFGTS; 3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; 4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; 5. recebidas a título de incentivo à demissão; 6.recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143e144 da CLT;(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 7.recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário;(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 8.recebidas a título de licençaprêmio indenizada;(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). 9.recebidas a título da indenização de que trata o art. 9ºda Lei nº7.238, de 29 de outubro de 1984;(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). f) a parcela recebida a título de valetransporte, na forma da legislação própria; g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma doart. 470 da CLT;(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Fl. 375DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal; i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos daLei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; l) o abono do Programa de Integração SocialPIS e do Programa de Assistência ao Servidor PúblicoPASEP;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxíliodoença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata oart. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, osarts. 9ºe468 da CLT;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médicohospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) t) o valor relativo a plano educacional que vise ao ensino fundamental e a cursos de capacitação e qualificação Fl. 376DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 8 13 profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)15 t)o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos doart. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto noart. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;(Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;(Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) x) o valor da multa prevista no§ 8º do art. 477 da CLT.(Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Assim, o conceito de saláriodecontribuição não se restringe apenas ao salário base do trabalhador, tem como núcleo a remuneração de forma mais ampliada, alcançando outras importâncias pagas pelo empregador, sem importar a forma de retribuição ou o título. São vantagens econômicas acrescidas ao patrimônio do trabalhador decorrentes da relação laboral. O Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo decreto 3.048/99 estabelece duas condições para que o valor pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo não integre o saláriodecontribuição: (a) seja previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e (b) disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. Art.214. Entendese por saláriodecontribuição: ... §9ºNão integram o saláriodecontribuição, exclusivamente: XXVo valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das Leis do Trabalho. (Incluído pelo Decreto n" 3.265, de 1999) O Relatório Fiscal fundamentou o lançamento pelo fato de o seguro não estar previsto no acordo ou convenção coletiva. Fl. 377DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 5.3.6 O referido benefício não está previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho. 5.3.7 Sendo assim, os pagamentos efetuados pela empresa, a título de "Seguro de Vida'", face à ausência de previsão em acordo ou convenção coletiva de trabalho, não se enquadram no previsto no art. 214, § 9o , inciso XXV do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06 de maio de 1999. Entendo procedente o lançamento. SALÁRIO MATERNIDADE. O Relatório Fiscal descreve que a segurada empregada: Lidia Mara de Souza, obteve afastamento médico do trabalho em virtude de gestação, a partir de 25/04/2005, conforme atestado médico, que a empresa deduziu na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação à Previdência Social GFIP, a título de salário maternidade da empregada Lidia Mara de Souza o valor total de R$ 2.509,06, correspondente ao mês de abril/2005 completo, sendo que o correto seriam 06 (seis) dias, de 25/04/20005 a 30/04/2005, período da licença maternidade no mês, que implicaria no valor de R$ 501,81, portanto, gerando uma diferença de R$ 2.007,25, deduzida a maior. Essa diferença, deduzida a maior, foi glosada. 5.4.2 A segurada empregada: Lidia Mara de Souza, obteve afastamento médico do trabalho em virtude de gestação, a partir de 25/04/2005, conforme atestado médico. 5.4.3 A empresa deduziu na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação à Previdência Social GFIP, a título de salário maternidade da empregada Lidia Mara de Souza o valor total de R$ 2.509,06, correspondente ao mês de abril/2005 completo, sendo que o correto seriam 06 (seis) dias, de 25/04/20005 a 30/04/2005, período da licença maternidade no mês, que implicaria no valor de R$ 501,81, portanto, gerando uma diferença de R$ 2.007,25, deduzida a maior. A recorrente afirma que o pagamento do salário maternidade, em período divergente ao da concessão pelo INSS, foi motivado por equívocos de informações de dados cadastrais. Fl. 378DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15504.003920/201066 Acórdão n.º 2403002.395 S2C4T3 Fl. 9 15 A afirmação da recorrente me leva a concluir que o lançamento está correto. SEGURADOS SUJEITOS A APOSENTADORIA ESPECIAL Para a questão dos trabalhadores sujeitos à aposentadoria especial, a recorrente alega que vinha informando estes servidores na GFIP e recolhendo a alíquota da aposentadoria especial, porém, não estava informando todos os servidores envolvidos. Conforme consta do Relatório Fiscal, a fiscalização confrontou as informações prestadas em GFIP pela empresa com a documentação por ela apresentada, em especial o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO e o Perfil Profissiográfíco Previdenciário PPP, tendo constatado segurados empregados em condição ensejadora do direito à aposentadoria especial, sem o correspondente código de aposentadoria especial (Campo Ocorrência da GFIP Código 04), os quais foram relacionados nos Anexos II e IIA, trabalhadores estes que operam na coleta e industrialização do lixo. Com base na documentação examinada em especial: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO e Perfil Profissiográfico Previdenciário PPP, apresentados pela empresa, constatamos a presença de agentes nocivos no ambiente de trabalho da empresa: Biológicos: "MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECTO CONTAGIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS", estabelecidos no Anexo IV do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, para trabalhadores que operam na coleta e industrialização do lixo. Confrontando as informações prestadas em GFIP pela empresa com a documentação anteriormente citada, constatamos segurados empregados em condição ensejadora do direito à aposentadoria especial, sem o correspondente código de aposentadoria especial (Campo:Ocorrência da GFIP Código: 04), conforme discriminado no ANEXO II e II A, que integram o presente Relatório Fiscal, objetos do presente lançamento. Os segurados empregados discriminados no ANEXO II e II A, mencionados anteriormente, objetos do presente levantamento, ocupam a função de "GARI II e III", trabalhando no período de 01/2005 a 12/2005, unicamente na coleta e industrialização do lixo, portanto, tendo direito à aposentadoria especial após 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, nos termos do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99 (expostos a MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECTOCONTAGIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS). Fl. 379DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 16 A recorrente reconhece que vinha informando estes servidores na GFIP e recolhendo a alíquota da aposentadoria especial, porém, não estava informando todos os servidores envolvidos. Em razão do reconhecimento da informação parcial e da falta de prova capaz de comprovar a improcedência do lançamento ,. entendo o lançamento procedente. MULTA Este processo não contém multa, razão pela qual, o assunto não cabe ser discutido aqui. CONCLUSÃO Voto pela procedência parcial do recurso, reconhecendo a decadência das competências 1 e 2/2005, com base na regra do artigo 150, §4º, do CTN e pela exclusão da tributação incidente sobre o vale transporte. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 380DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 8/12/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10467.720753/2011-72
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009
RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA.
Cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3403-002.242
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso e em declinar a competência de julgamento para a Primeira Seção do CARF, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Relator
Ao SESEJ da 1ª Seção, para inclusão em lote de sorteio para as suas turmas, haja vista que o direito creditório controvertido no presente processo diz respeito a imposto/contribuição da esfera de competência dessa Seção, nos termos do art. 2º, combinado com o § 1º do art. 7º Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 RI/CARF.
Participaram do julgamento os conselheiros Antônio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Raquel Motta Brandão Minatel, e Ivan Allegretti.
Nome do relator: Alexandre Kern
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA. Cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido
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COFINS. AÇÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO Recorrente ROCHA & PEDROSA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA. Cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso e em declinar a competência de julgamento para a Primeira Seção do CARF, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern Relator Ao SESEJ da 1ª Seção, para inclusão em lote de sorteio para as suas turmas, haja vista que o direito creditório controvertido no presente processo diz respeito a imposto/contribuição da esfera de competência dessa Seção, nos termos do art. 2º, combinado com o § 1º do art. 7º Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RI/CARF. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 72 07 53 /2 01 1- 72 Fl. 1125DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN 2 Participaram do julgamento os conselheiros Antônio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Raquel Motta Brandão Minatel, e Ivan Allegretti. Relatório Rocha & Pedrosa Ltda. teve contra si lavrados os autos de infração de fls. 768 a 777 e 778 a 793, para formalização da constituição e exigência de crédito tributário relativo às contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins (ambas pela sistemática cumulativa) dos períodos de apuração de maio/2008 a dezembro/2009. Além disto, por meio do auto de infração de fls. 778 a 793, foi aplicada multa regulamentar, no montante total de R$ 8.173,45, pela: (i) falta de entrega, no prazo regulamentar, do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON atinente ao 2º semestre de 2008; e (ii) entrega dos DACON do 2º semestre de 2006, 1º e 2º semestres de 2007, 1º semestre de 2008 e 1º e 2º semestres de 2009 sem o preenchimento das Fichas de Apuração das contribuições. O Relatório de Trabalho Fiscal de fls. 794 a 802 dá conta de que procedimento fiscal teve como objetivo verificar se o contribuinte estava compensando, antes do trânsito em julgado, valores recolhidos a maior a título da COFINS pleiteados em ação mandamental que ajuizou aos 07/07/2008, tombada sob o nº 2008.82.00.0044322 e distribuída à 3ª Vara da Justiça Federal na Paraíba, haja vista entender que “...inexiste, até o momento, uma decisão judicial em vigor que autorize a compensação dos valores recolhidos a maior da COFINS, no período de 1º de fevereiro de 1999 a 01/04/2004, com prestações vencidas e/ou vincendas de quaisquer tributos arrecadados pela Receita Federal do Brasil, excetuadas as contribuições sociais de que trata o artigo 2º da Lei nº 11.457/2007, conforme determina a sentença prolatada pelo MM. Juiz Federal da 3ª Vara da Secção Judiciária da Paraíba” Em face das irregularidades constatadas, descritas no referido Relatório, procedeuse ao lançamento de ofício dos valores do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, na forma da legislação vigente, sendo que o lançamento foi realizado pela modalidade do lucro presumido, por ter sido esta a opção manifestada pelo contribuinte, e, assim, por conseqüência, a contribuição para o PIS e a COFINS foram apuradas pela forma cumulativa. Sobreveio impugnação, fls. 812 a 839. O lançamento foi julgado procedente pela 2ª Turma da DRJ/REC. O Acórdão nº 1136.495, de 29 de março de 2012, fls. 1.073 a 1.096, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 DCTF. ENVIO APÓS A CIÊNCIA DO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. Deve ser desconsiderada a confissão de dívida de débitos informados em DCTF enviadas após o início do procedimento fiscal, os quais devem ser objeto de lançamento de ofício. Fl. 1126DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10467.720753/201172 Acórdão n.º 3403002.242 S3C4T3 Fl. 1.126 3 UNICIDADE DE JURISDIÇÃO. PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL ANTES DO LANÇAMENTO. RENÚNCIA AO PODER DE RECORRER NA ESFERA ADMINISTRATIVA. Em observância ao princípio de unicidade de jurisdição, a propositura de ação judicial antes da autuação importa a renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa em relação às matérias submetidas à apreciação judicial. AUTO DE INFRAÇÃO. INDICAÇÃO DA PREVISÃO LEGAL ABSTRATA E DESCRIÇÃO DE FATOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Estando indicados, no Auto de Infração e no Relatório de Fiscalização que o integra, a previsão legal abstrata que respalda a duplicação da multa de ofício exigida e a descrição de fatos que a tal previsão se ajustam, é improcedente a alegação de nulidade da cobrança da multa por suposta ausência de fundamentação legal e fática. DISPOSIÇÃO LEGAL. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO. VEDAÇÃO. Salvo nas exceções previstas no art. 26A, §6º, do Decreto nº 70.235/72, à autoridade julgadora administrativa é vedado afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 UNICIDADE DE JURISDIÇÃO. PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL ANTES DO LANÇAMENTO. RENÚNCIA AO PODER DE RECORRER NA ESFERA ADMINISTRATIVA. Em observância ao princípio de unicidade de jurisdição, a propositura de ação judicial antes da autuação importa a renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa em relação às matérias submetidas à apreciação judicial. DCTF. APRESENTAÇÃO APÓS A CIÊNCIA DO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. DESCONSIDERAÇÃO. Deve ser desconsiderada a confissão de dívida de débitos informados em DCTF enviadas após o início do procedimento fiscal e se proceder ao lançamento de ofício de referidos débitos. AUTO DE INFRAÇÃO. INDICAÇÃO DA PREVISÃO LEGAL ABSTRATA E DESCRIÇÃO DE FATOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Estando indicados, no Auto de Infração e no Relatório de Fiscalização que o integra, a previsão legal abstrata que respalda a duplicação da multa de ofício exigida e a descrição de fatos que a tal previsão se ajustam, é improcedente a Fl. 1127DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN 4 alegação de nulidade da cobrança da multa por suposta ausência de fundamentação legal e fática. DISPOSIÇÃO LEGAL. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO. VEDAÇÃO. Salvo nas exceções previstas no art. 26A, §6º, do Decreto nº 70.235/72, à autoridade julgadora administrativa é vedado afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 PEDIDO DE CANCELAMENTO DE ARROLAMENTO DE BENS E DIREITOS DE REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. INCOMPETÊNCIA DAS DRJ. As DRJ não têm competência para apreciar pedidos de cancelamento de Arrolamento de Bens e de Direitos e Representação Fiscal para Fins Penais. MATÉRIA NÃO RECORRIDA: Considerase não recorrida a matéria que não haja sido expressamente impugnada pela recorrente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 2ª Turma da DRJ/REC. O arrazoado de fls. 1.103 a 1.123, após protesto de tempestividade, dispensa do arrolamento de bens e síntese dos fatos relacionados com a lide, argúi a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo das contribuições sociais, promovida pela Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998; reclama o direito de proceder à compensação dos valores pagos a maior de imediato, independentemente de prévia autorização judicial ou administrativa, nos termos do art. 66 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, pugna pela inaplicabilidade ao caso concreto dos arts. 170 e 170A da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional CTN; argumenta a tutela judicial obtida nos autos do MS nº 2008.82.00.0044322 asseguroulhe a suspensão da exigibilidade dos débitos objeto da autuação; tacha de ilegal a aplicação da multa de lançamento de ofício, dado o seu caráter confiscatório, escorchante, injusto, excessivo e indevido, invocando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Requer o cancelamento do procedimento de arrolamento de bens. Conclui, requerendo provimento ao recurso para reformar a decisão exarada no Acórdão nº 1136.495, proferido pela 2o Turma da DRJ/REC, decretando para tanto: a) a imediata suspensão da exigibilidade do crédito tributário debatido, bem como, após observação do trâmite legal, a devida homologação das compensações em tela, afastando a indevida cobrança ou exigência, por qualquer meio administrativo ou judicial dos respectivos valores, e ainda quaisquer restrições, Fl. 1128DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10467.720753/201172 Acórdão n.º 3403002.242 S3C4T3 Fl. 1.127 5 autuações fiscais, imposições de multas, penalidades ou inscrições ou cadastros em órgãos de controle, como CADIN etc.; b) seja cancelado o arrolamento de bens realizado, em virtude de não ter preenchido os requisitos previsto na INRFB nº 1.171/2011; c) caso se entenda pela subsistência do suposto crédito tributário, alternativa e sucessivamente, requer a suspensão de sua exigibilidade, nos termos do art., inciso III, do CTN, determinandose, nos termos do artigo 5o da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999, seja iniciado regular processo administrativo. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Tratam os presentes autos de exigência de Contribuições para Financiamento da Seguridade Social — Cofins e para o Programa de Integração Social — PIS/Pasep, relativos aos fatos geradores ocorridos entre 01/05/2008 a 31/12/2009, com crédito tributário constituído do principal, multa de oficio proporcional e juros de mora calculados até a data do lançamento. De acordo com o item 5 do Relatório de Trabalho Fiscal , fls. 800 e 801, autos de infrações decorrem da exigência de Cofins e de PIS/Pasep, em face de a fiscalização ter constatado diferenças entre os valores declarados nas Declarações de Informações de Pessoa Jurídica — DIPJ e Declarações de Contribuições e Tributos Federais —DCTF e nos livros de Apuração de ICMS. Os mesmos fatos deram ensejo aos lançamentos de créditos tributários de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. O referido relatório (fl. 800) dá conta de que: Utilizandose da 'mesma metodologia usada para apurar a base de cálculo do PIS e da COFINS, com base no faturamento constatado, efetuamos o lançamento de ofício pela diferença entre os valores calculados do IRPJ e da CSLL e os valores recolhidos antes do início da ação fiscal. O lançamento de IRPJ e CSLL foi formalizado em autos distintos no Processo Administrativo nº 10467.720754/201117; este, encaminhado à Primeira Seção do CARF e encontrase, desde 14/06/2012, na atividade “Para Relatar” da 3ª TE. Fl. 1129DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN 6 Considerando que, nos termos do art. 2 , IV, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 RI/CARF cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ, voto pelo não conhecimento do recurso voluntário, declinando a competência para seu julgamento, à 1 Seção deste Conselho. Sala das Sessões, em 23 de maio de 2013 Alexandre Kern Fl. 1130DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 13855.003292/2007-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006
ARBITRAMENTO DO LUCRO.
Não havendo o sujeito passivo apresentado os documentos comprobatórios referentes a mais de 90% do total dos custos e despesas escriturados, correto o arbitramento do lucro com base na receita conhecida.
Numero da decisão: 1201-001.068
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araújo - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Relator
Participaram do presente julgado os Conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Nereida de Miranda Finamore Horta, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e Henrique Heiji Erbano (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCELO CUBA NETTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006 ARBITRAMENTO DO LUCRO. Não havendo o sujeito passivo apresentado os documentos comprobatórios referentes a mais de 90% do total dos custos e despesas escriturados, correto o arbitramento do lucro com base na receita conhecida.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo - Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto - Relator Participaram do presente julgado os Conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Nereida de Miranda Finamore Horta, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e Henrique Heiji Erbano (Suplente convocado).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1947; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13855.003292/200716 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1201001.068 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 31 de julho de 2014 Matéria IRPJ E REFLEXOS OMISSÃO DE RECEITAS Recorrente STUDIO 05 TELECOM SERVIÇOS EM TELECOMUNICAÇÕES LTDA. E OUTRO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006 ARBITRAMENTO DO LUCRO. Não havendo o sujeito passivo apresentado os documentos comprobatórios referentes a mais de 90% do total dos custos e despesas escriturados, correto o arbitramento do lucro com base na receita conhecida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Relator Participaram do presente julgado os Conselheiros: Rafael Vidal de Araújo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Nereida de Miranda Finamore Horta, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e Henrique Heiji Erbano (Suplente convocado). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto com fundamento no art. 33 do Decreto nº 70.235/72, em face do Acórdão nº 1419.578, de 16.06.2008, proferido pela e. 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão PretoSP. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 00 32 92 /2 00 7- 16 Fl. 804DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 3 2 Os autos de infração foram lavrados para constituir crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (fls. 03/13), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (fls. 65/77), Contribuição para o PIS/Pasep (fls. 27/36) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (fls.46/55), em razão do não oferecimento à tributação de receitas da atividade de prestação de serviços. Conforme descrição dos fatos contida nos autos de infração, constatouse, por meio das DIRFs relativas aos anoscalendários de 2003 a 2006, que a recorrente havia recebido pagamentos das seguintes empresas: TESS S/A (CNPJ 02.093.211/000141); ALPAMAYO TELECOMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A (CNPJ 06.102.004/000167); BCP S/A (CNPJ 40.432.544/000147). A despeito dos pagamentos informados nas DIRFs, a recorrente apresentou declarações de inatividade para os anoscalendário de 2003 a 2005 e DIPJ relativa ao anocalendário de 2006 sem indicação de qualquer receita ou despesa. Por bem sintetizar os fatos litigiosos objeto do presente processo, transcrevo parte do relato da autoridade julgadora de primeira instância: “(...) 2.1. Em 24/04/2007, a empresa foi encontrada ativa, sendo intimada na pessoa do seu gerente, Sr. Rodolfo Diniz Costa, a esclarecer as divergências entre as declarações por ela apresentadas e as DIRFs apresentadas pelas fontes pagadoras mencionadas. Em resposta, o contribuinte confirma o recebimento dos valores indicados nas DIRFs, esclarecendo que, por falta de instruções contábeis, foram entregues declarações de inatividade da pessoa jurídica. Ademais, apresentou os extratos bancários das contas mantidas junto ao Banco Bradesco, livros Razão, Diário e de ISS, bem como cópias do contrato social. 2.2. Constatou a autoridade autuante que os livros contábeis apresentados reproduziam fielmente os lançamentos dos extratos bancários. Estão contabilizadas as receitas percebidas nos anos de 2003 a 2006 das empresas TESS S/A, ALPAMAYO TELECOMUNICAÇÕES E PARTICIPAÇÕES S/A e BCP S/A, que foram depositadas em suas contascorrentes. Também as despesas contabilizadas correspondem aos valores constantes dos extratos bancários. A conta “Comissões” contém os débitos dos extratos com beneficiários pessoas físicas identificados, enquanto a conta “Despesas Diversas” contém, sobretudo, débitos dos extratos com histórico “recibo de retirada em espécie”, “cheque compensado”, “gastos cartão de crédito”. As contas “Comissões” e “Despesas Diversas” respondem por 39,04% e 54,65%, respectivamente, das despesas contabilizadas. 2.3. O contribuinte foi intimado a apresentar documentos hábeis que comprovassem os pagamentos das comissões e a efetividade e necessidade, à atividade da empresa ou à manutenção da fonte produtora, das despesas lançadas na conta “Despesas Diversas”. A intimação não foi atendida, revelandose a escrituração imprestável para apurar o lucro real, razão pela qual foi efetuado o arbitramento do lucro. Fl. 805DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 4 3 2.4. Para a apuração do lucro arbitrado, foram computadas as receitas omitidas, correspondentes aos pagamentos feitos ao contribuinte pelas empresas TESS S/A, ALPAMAYO TELECOMUNICAÇÕES E PARTICIPAÇÕES S/A e BCP S/A, informados por estas em DIRFs. Além do lançamento de IRPJ, foram também efetuados os lançamentos reflexos de CSLL, PIS e COFINS. Sobre os tributos apurados, foi aplicada multa de ofício qualificada (150 %), tendo em vista que o contribuinte suprimiu ou reduziu tributos, mediante omissão de informações ou prestação de declarações falsas. 2.5. Esclarece, ademais, a autoridade autuante que o senhor Rodolfo Diniz Costa, marido da sócia responsável Celise Delmínio Diniz Costa, foi o principal interlocutor do contribuinte durante a ação fiscal, demonstrando claramente ser o principal executivo da empresa. O senhor Rodolfo apresentou movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados nos anos de 2003 a 2006 e, conforme atestam os extratos bancários da empresa, recebeu, no mínimo, 44 % das receitas em 2003, 13,54 % em 2004, 1,9 % em 2005 e 15,98 % em 2006. 2.6. Concluiu a autoridade autuante, com base nos fatos apurados, que é injustificada a apresentação de declarações de inatividade pela empresa, assim como é injustificada a apresentação pelos sócios, todos comerciantes, de declarações de rendimentos “zeradas” no mesmo período, com exceção do senhor Sebastião Francisco Alves. Concluiu, ainda, que o Sr. Rodolfo Diniz Costa é sócio, de fato, e principal administrador da empresa e que esta é o elo entre operadoras de telefonia e profissionais de venda de planos e serviços telefônicos. Finalmente, concluiu que a contabilidade da empresa não permite, intencionalmente, a identificação plena destes profissionais e dos valores a eles repassados, de modo a evitar a tributação dos rendimentos deles e a descoberta de eventuais relações trabalhistas que não observam a legislação pertinente. 2.7. Com base no art. 135, “caput” e inciso III, do CTN, o senhor Rodolfo Diniz Costa foi reputado pessoalmente responsável pelos créditos tributários lançados, tendo em vista que praticou atos com excesso de poderes ou infração de lei ou contrato social. Em conseqüência, foi lavrado o “Termo de Sujeição Passiva Solidária” de fls. 8991, do qual o senhor Rodolfo Diniz Costa foi devidamente cientificado em 30/11/2007. (...)” Após ciência ao lançamento, a recorrente apresentou impugnação (fls. 585/593). A DRJ de origem julgou improcedentes as alegações da defesa, conforme decisão assim ementada, verbis: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Fl. 806DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 5 4 Data do fato gerador: 31/03/2003, 30/06/2003, 30/09/2003, 31/12/2003, 31/03/2004, 30/06/2004, 30/09/2004, 31/12/2004, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006 LUCRO ARBITRADO DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO RESPONSABILIDADE DO GERENTE MULTA QUALIFICADA. Cabe ao contribuinte manter em seu poder documentos hábeis a comprovar as despesas escrituradas. Na falta de apresentação destes documentos, é cabível o arbitramento do lucro. Não há que se falar em dedução de despesas quando o lucro é arbitrado com base na receita bruta conhecida. De acordo com o art. 135, III, do CTN, os diretores e gerentes são responsáveis pelos créditos tributários decorrentes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Deve ser aplicada multa qualificada quando restar caracterizado o evidente intuito de fraude. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP ANOCALENDÁRIO: 2003, 2004, 2005, 2006 RESPONSABILIDADE DO GERENTE MULTA QUALIFICADA. De acordo com o art. 135, III, do CTN, os diretores e gerentes são responsáveis pelos créditos tributários decorrentes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Deve ser aplicada multa qualificada quando restar caracterizado o evidente intuito de fraude. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS ANOCALENDÁRIO: 2003, 2004, 2005, 2006 RESPONSABILIDADE DO GERENTE MULTA QUALIFICADA. De acordo com o art. 135, III, do CTN, os diretores e gerentes são responsáveis pelos créditos tributários decorrentes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Deve ser aplicada multa qualificada quando restar caracterizado o evidente intuito de fraude. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 31/03/2003, 30/06/2003, 30/09/2003, 31/12/2003, 31/03/2004, 30/06/2004, 30/09/2004, 31/12/2004, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006 Fl. 807DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 6 5 LUCRO ARBITRADO DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO RESPONSABILIDADE DO GERENTE MULTA QUALIFICADA. Cabe ao contribuinte manter em seu poder documentos hábeis a comprovar as despesas escrituradas. Na falta de apresentação destes documentos, é cabível o arbitramento do lucro. Não há que se falar em dedução de despesas quando o lucro é arbitrado com base na receita bruta conhecida. De acordo com o art. 135, III, do CTN, os diretores e gerentes são responsáveis pelos créditos tributários decorrentes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Deve ser aplicada multa qualificada quando restar caracterizado o evidente intuito de fraude.” Ante a decisão desfavorável, cientificada em 01.10.2008, a contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 621/629), protocolizado tempestivamente em 30.10.2008. Repisa as alegações trazidas na impugnação, asseverando que “os autos de infração são improcedentes, por se acharem despidos de fundamentação legal”. Em sua argumentação, aduz o seguinte: a) preliminarmente, que durante todo o procedimento fiscal e até a finalização com a lavratura dos autos, não foram entregues à autuada cópias das Declarações do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRFs, apresentadas pelas pessoas jurídicas identificadas pelo Fisco, o que caracteriza efetivo cerceamento de seu direito defesa; b) no mérito, que as informações presentes nas DIRFs que embasaram a autuação não se constituem em provas da efetividade do pagamento dos respectivos valores, e que estes recebimentos são referentes às notas fiscais de serviço emitidas pela autuada, as quais foram regularmente escrituradas nos livros fiscais e contábeis, apresentados ao fisco juntamente com os extratos bancários das contas correntes 8.0543, agência 22136 e 9482, agência 23094, ambas do Banco Bradesco S/A; c) que, desta forma, se comprova que a autuada já havia declarado tais receitas em seus livros e que os extratos bancários, consignando as mesmas importâncias escrituradas, caracterizam a plena regularidade da escrituração fiscal e contábil das receitas obtidas, sem omissão de qualquer importância; d) que restou comprovado também que foi retido o imposto de renda devido por estas operações e que, assim, a recorrente já suportou, por antecipação, os encargos deste imposto devido, calculado pelas pessoas jurídicas pagadoras; e) que, por terem sido emitidas as respectivas notas de prestação serviço, que foram regularmente escrituradas nos livros fiscais e contábeis da empresa, não pode o imposto de renda ser determinado com base nos critérios do lucro arbitrado e nem aplicada a multa de ofício de cento e cinqüenta por cento; f) quanto à sujeição passiva do sr. Rodolfo Diniz Costa, que a mesma tem por fundamentação exclusivamente o documento fiscal “Termo de Sujeição Passiva Solidária”, elaborado unilateralmente pelo Fisco e sem qualquer notificação do início deste procedimento fiscal contra a sua pessoa; Fl. 808DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 7 6 g) que não existe qualquer documento fiscal, comercial ou de gerenciamento que possa vincular e comprovar qualquer ação sob qualquer natureza funcional o envolvimento do sr. Rodolfo nas atividades empresariais da Recorrente; e h) que o sr. Rodolfo foi o representante da empresa nesta situação pontual de relacionamento e atendimento ao Fisco e exclusivamente em relação aos procedimentos fiscais desta autuação, não praticando qualquer ato com excesso de poderes por não possuílos ou por infração de lei ou contrato social. Ao final, requer seja julgado procedente o recurso, cancelado o lançamento e que, por falta de provas, seja excluída a sujeição passiva solidária imputada ao sr. Rodolfo Diniz Costa. Ao apreciar o voluntário, esta Turma resolveu converter o julgamento em diligência com vistas a que a fiscalização juntasse aos autos provas adicionais acerca da acusação de que o Sr. Rodolfo Diniz Costa era sócio “de fato” da autuada. Elaborado o relatório de diligência e intimado o Sr. Rodolfo Diniz Costa a sobre ele se manifestar, os autos retornaram ao CARF para julgamento. Voto Conselheiro Marcelo Cuba Netto, Relator. 1) Da Admissibilidade do Recurso O recurso atende aos pressupostos processuais de admissibilidade estabelecidos no Decreto nº 70.235/72 e, portanto, dele devese tomar conhecimento. 2) Da Preliminar de Nulidade do Lançamento Conforme já relatado, a recorrente afirma que “durante todo o procedimento fiscal e até a finalização com a lavratura dos autos, não lhe foram entregues cópias das Declarações do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRFs, apresentadas pelas pessoas jurídicas identificadas pelo Fisco”, o que caracteriza efetivo cerceamento de seu direito de defesa, a ensejar a nulidade do lançamento. Analisando os elementos juntados aos autos e os procedimentos adotados pela autoridade fiscal, contatase que não restou configurado o alegado cerceamento. Com efeito, já no termo de início da fiscalização a autoridade afirma haver constatado diferenças entre os valores declarados nas DIPJs apresentadas pela recorrente e aqueles constantes das DIRFs apresentadas pelas pessoas jurídicas tomadoras de seus serviços. Além disso, os valores correspondentes às diferenças verificadas em cada trimestre dos anos de 2003 a 2006 foram claramente detalhados em planilhas apresentadas à recorrente no início do procedimento fiscal. Ou seja, a disponibilização das informações obtidas nos sistemas internos da Receita Federal, representativas das declarações transmitidas eletronicamente, e a intimação Fl. 809DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 8 7 regular da autuada para que se manifestasse acerca das diferenças apuradas, deixam evidente que não restou prejudicada a defesa da recorrente. Frisese ainda que, apesar de instada a se pronunciar sobre o assunto, a defesa não contestou haver realmente prestado serviços às pessoas jurídicas que transmitiram as DIRFs, nem se manifestou sobre os valores delas recebidos. Ao contrário, atesta que, em relação aos valores recebidos, foram emitidas as respectivas notas fiscais e procedidos os devidos registros contábeis. Ora, como as receitas de prestação de serviços registradas na contabilidade da contribuinte coincidem com aquelas apontadas pela fiscalização, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. 3) Do Mérito Em relação às DIRFs que embasaram a autuação, a recorrente alega que as informações ali presentes não se revestem de provas da efetividade do recebimentos dos valores, e que tais recebimentos referemse às notas fiscais de serviço por ela emitidas e regularmente escrituradas nos livros fiscais e contábeis, que foram apresentados ao Fisco, juntamente com os extratos bancários das contas correntes. A assertiva se mostra contraditória na medida em que, de um lado, afirma não constituir prova do recebimento as informações presentes nas DIRFs e, de outro, atesta que os recebimentos referemse às notas fiscais de serviço regularmente escrituradas, cujos valores transitaram por suas contascorrentes bancárias. Devese ressaltar que, apesar de partir da diferença entre, por um lado, as DIPJs apresentadas pela contribuinte na condição de inativas (anoscalendários de 2003 a 2005) ou ativa sem movimento (anocalendário de 2006) e, por outro, as DIRFs apresentadas pelas fontes pagadoras, o lançamento foi efetuado mediante o arbitramento com base na receita bruta conhecida, apurada mediante o somatório das notas fiscais emitidas. Nesta hipótese, é despiciendo para o lançamento a comprovação do recebimento dos valores constantes nestes documentos. Neste sentido, os elementos probatórios trazidos aos autos, em específico o registro das notas fiscais emitidas, são suficientes para atestar as afirmações da autoridade lançadora. Alega também a recorrente que a apuração do resultado mediante o arbitramento do lucro se mostra indevido uma vez que “havia declarado tais receitas em seus livros e que os extratos bancários, consignando as mesmas importâncias escrituradas, caracterizam a plena regularidade da escrituração fiscal e contábil das receitas obtidas, sem omissão de qualquer importância”. Mais uma vez, não assiste razão à recorrente. Conforme se vê na descrição dos fatos contida no auto de infração (fls. 05/06), a contribuinte foi intimada a apresentar documentos hábeis que comprovassem os pagamentos das comissões e a efetividade e necessidade, à atividade da empresa ou à manutenção da fonte produtora, das despesas lançadas na conta “Despesas Diversas”. A intimação não foi atendida, sendo que a recorrente deixou de apresentar os documentos comprobatórios da sua escrituração comercial e fiscal, especificamente de contas que representam 93,68% do montante de suas despesas. Tal fato ensejou o arbitramento do lucro, conforme o disposto no art. 530, incisos I a III do RIR/99. Com efeito, conforme o entendimento já pacificado no âmbito deste Conselho, é incabível a apuração da base de cálculo do imposto pelo lucro real quando a Fl. 810DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 9 8 autoridade fiscal, pela falta de comprovação fundada em documentação hábil e idônea, deva proceder à glosa de grande parte dos custos e despesas da pessoa jurídica. A alternativa válida é o arbitramento do lucro, porquanto a tributação pelo lucro real pressupõe escrituração regular, assim entendida aquela que apresenta seus lançamentos lastreados em documentos hábeis e idôneos. No presente caso, conforme a “Descrição dos Fatos” (fl. 09), tornouse incabível a preservação da tributação pelo lucro real, pois a autoridade fiscal deveria proceder à glosa de 93,68% dos custos e despesas da pessoa jurídica, em razão da não apresentação dos documentos comprobatórios correspondentes. Correto, portanto, o arbitramento do lucro efetuado com fundamento no art. 530, incisos I a III do RIR/99. Por fim, sustenta a defesa que em razão da retenção do imposto de renda na fonte devido nestas operações, a recorrente já havia suportado, por antecipação, os encargos deste imposto, calculado pelas pessoas jurídicas pagadoras (fls. 625). À luz da legislação que rege a matéria, não assiste razão à recorrente. Conforme o disposto no art. 540 do RIR/99, abaixo transcrito, do imposto apurado com base no lucro arbitrado poderá ser deduzido o imposto retido na fonte sobre as receitas que integram a base de cálculo, verbis: “Art. 540. Poderá ser deduzido do imposto apurado na forma deste Subtítulo o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo, vedada qualquer dedução a título de incentivo fiscal (Lei nº 9.532, de 1997, art. 10).” Depreendese do dispositivo acima transcrito que os valores eventualmente retidos pela fonte pagadora, relativos às receitas consideradas na apuração, poderão ser deduzidos do imposto calculado com base no lucro arbitrado, o que não significa que a incidência do imposto na fonte seja considerada definitiva, eximindo o beneficiário de calcular o imposto no final de cada período de apuração. Aliás, embora não contestado pela recorrente, foi esse o procedimento adotado pela autoridade lançadora. Conforme se observa nos demonstrativos de apuração do imposto (fls. 14/24), do montante do imposto apurado em cada período foi excluído o IRRF relativo às receitas consideradas no arbitramento. 4) Da Responsabilidade Tributária Afirma a autoridade que os fatos apurados ao longo do procedimento fiscal revelaram que o sr. Rodolfo Diniz Costa é sócio de fato e principal executivo da pessoa jurídica autuada. Sustenta sua acusação nos seguintes elementos de prova: a) ao comparecer ao domicílio fiscal da empresa com vistas a entregar o termo de início da ação fiscal, o auditor foi recebido pelo sr. Rodolfo Diniz Costa, que assinou o referido termo e fez consignar de próprio punho ocupar o cargo de gerente (fl. 158); b) foi também o sr. Rodolfo Diniz Costa o principal interlocutor da pessoa jurídica perante a fiscalização durante os trabalhos de auditoria; Fl. 811DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13855.003292/200716 Acórdão n.º 1201001.068 S1C2T1 Fl. 10 9 c) o exame dos extratos da conta corrente de titularidade da pessoa jurídica revela que o sr. Rodolfo Diniz Costa foi beneficiário de transferências cujos montantes equivalem, no mínimo, a 44% das receitas do ano de 2003, 13,54% das receitas do ano de 2004, 1,9% das receitas do ano de 2005 e 15,98% das receitas do ano de 2006. Em seu recurso voluntário o interessado aduz que: a) a imputação tem por fundamento exclusivamente o documento fiscal “Termo de Sujeição Passiva Solidária”, elaborado unilateralmente pelo Fisco; b) não existe qualquer documento fiscal, comercial ou de gerenciamento que possa vincular e comprovar o envolvimento do Sr. Rodolfo Diniz Costa nas atividades empresariais da recorrente; c) foi o representante da empresa nesta situação pontual de relacionamento e atendimento ao Fisco, como legítimo esposo da sra. Celise Delminio Diniz Costa, sócia da pessoa jurídica, não tendo ele praticado qualquer ato com excesso de poderes, infração de lei ou contrato social. Em anexo ao relatório de diligência a autoridade local carreou novas provas que, a meu ver, autorizam concluir que o Sr. Rodolfo Diniz Costa era sócio “de fato” da autuada, entre elas o fato de que ambos figuram como litisconsórcios passivos em diversas ações judiciais, inclusive reclamações trabalhistas. 5) Conclusão Tendo em vista todo o exposto voto por indeferir a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, por negar provimento ao recurso voluntário e por manter o Sr. Rodolfo Diniz Costa como responsável solidário pelos créditos tributários objeto do presente processo. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Fl. 812DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO
score : 1.0
Numero do processo: 10730.909690/2011-34
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 14/05/2004
LUCRO PRESUMIDO. REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%.
As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitam-se à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO.
No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a não-apresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a não-homologação da declaração de compensação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-004.356
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%. As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitamse à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO. No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a nãoapresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a nãohomologação da declaração de compensação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 90 96 90 /2 01 1- 34 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.909690/201134 Acórdão n.º 3801004.356 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório Conforme relatório do acórdão recorrido, tratase o presente processo de apreciação de compensação declarada em PER/DCOMP, de crédito referente a valor da Cofins que teria sido recolhido a maior com débito trituário da contribuinte. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem, por meio de despacho decisório eletrônico, não reconheceu ou reconhecer parcialmente o direito de crédito pleiteado, sob o fundamento de que o pagamento foi total ou parcialmente utilizado para quitar débito declarado em DCTF. Cientificada do despacho eletrônico, a interessada apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega que, no exercício de 2004 e parte de 2005, a empresa pagou indevidamente a COFINS com base na alíquota de 7,4% quando deveria ser de 3%, porque enquadravase no regime cumulativo. Demonstrou, para o período de apuração que ensejou o pagamento indevido ou a maior, o erro no cálculo, como apurou o valor a que teria direito e como apropriou este valor na compensação de débito para com a Fazenda Nacional. Afirma que a Secretaria da Receita Federal do Brasil –RFB estaria cometendo um equívoco, ao alegar que o crédito já foi utilizado em quitação de débitos da empresa. A Delegacia da Receita Federal do Julgamento em Ribeirão PretoDRJ/RPO julgou a manifestação de inconformidade improcedente, conforme ementa a seguir: “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: (...) MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da apresentação da manifestação de inconformidade trazer ao julgado todos os Fl. 55DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.909690/201134 Acórdão n.º 3801004.356 S3TE01 Fl. 4 3 dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega.” Após, foi apresentado recurso voluntário, no qual a recorrente repete as alegações da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para ser julgado por esta turma especial. A recorrente afirma que apesar de estar submetida à tributação do IRPJ com base no lucro presumido, o que implicaria ter que recolher a Cofins à alíquota de 3% sob o regime cumulativo, equivocadamente calculou a contribuição aplicando alíquota maior. Após ter verificado o erro, procedeu à compensação dos valores que entendeu ter recolhido a maior com débitos perante a Fazenda Nacional de Cofins, contribuição para o PIS/Pasep, IRPJ e CSLL. São vários os processos em julgamento nesta Turma Especial. Nos processos em que a recorrente compensou os supostos créditos com IRPJ e CSLL, as Declarações de Compensação evidenciam que a recorrente se enquadrava no lucro presumido, o que ensejaria a tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. Cito: “Art. 10 . Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: ( Vide Medida Provisória nº 252, de 15/06/2005 ). I as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983; II as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado; III as pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; IV as pessoas jurídicas imunes a impostos; V os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha sido autorizada por lei, referidas no art. 61 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição; (...)” Fl. 56DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.909690/201134 Acórdão n.º 3801004.356 S3TE01 Fl. 5 4 A decisão da Delegacia da Receita Federal de origem, por meio de despacho eletrônico, pela nãohomologação da compensação declarada baseouse na nãocomprovação da existência de crédito disponível. A decisão da Delegacia da Receita Federal do Julgamento que manteve o despacho decisório fundamentouse na nãoapresentação de comprovantes fiscais e contábeis, em especial notas fiscais e livros fiscais e contábeis, relativos ao crédito pleiteado por meio de despacho eletrônico, constando do voto do acórdão recorrido que a contribuinte limitouse a afirmar que efetuou pagamento indevido, sem demonstrar contabilmente como teria apurado o novo valor do tributo devido. Compulsando os autos, constato que a empresa apresentou, antes do julgamento de primeira instância administrativa, planilha com demonstrativo de pagamentos a maior, informando para o período de apuração o faturamento, o valor pago, o valor devido e o valor pago a maior; cópia de nota fiscal de serviços; e cópia de comprovante de recolhimento. Em julgamentos anteriores de casos semelhantes, votei por negar provimento ao recurso voluntário, na falta de comprovação plena da certeza e liquidez do crédito pleiteado, porém, após ficar vencido sozinho em todos eles, considerando o princípio do colegiado, adoto a posição majoritária da turma, nos casos de despacho eletrônico em que a contribuinte apresenta na fase recursal documentos e demonstrativos que indiquem possuir bom direito, para aplicar o princípio da verdade material e da vedação ao enriquecimento sem causa para mitigar em parte a exigência de plena comprovação na manifestação de inconformidade ou mesmo no recurso voluntário da liquidez do crédito, limitandome a tratar da existência do direito de crédito e ressalvando à Secretaria da Receita Federal do Brasil o poder/dever de verificar na escrita fiscal e contábil da interessada sua liquidez. Esclareço que esta postura leva em consideração que a retificação da DCTF não é condição para o deferimento do pedido de crédito ou para a homologação da compensação declarada e que a ausência nos autos dos livros contábeis e fiscais, quando apresentados os documentos fiscais e demonstrativos dos cálculos do tributo recolhido a maior ou indevidamente e do tributo devido, pode ser suprida, no momento da execução da decisão administrativa, por meio de diligência fiscal ou intimação fiscal para apresentação dos livros pela contribuinte. No presente caso, em que a decisão administrativa se concretizou por meio de despacho eletrônico sem qualquer intimação para que a interessada prestasse informações ou apresentasse provas necessárias à análise do pleito, a Lei nº 9.784, de 29/01/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, ampara o entendimento segundo o qual a administração tributária poderia. Cito: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. (...) Fl. 57DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.909690/201134 Acórdão n.º 3801004.356 S3TE01 Fl. 6 5 Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. A mesma lei estabelece que nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer, com base nas notas fiscais e demonstrativos acostados aos autos, o direito de crédito referente à diferença entre a Cofins efetivamente paga e a devida pela tributação cumulativa à alíquota de 3%, e homologar a compensação declarada até o limite do crédito disponível, ressalvando que a Delegacia da Receita Federal do Brasil deverá apurar a liquidez do crédito com base nos livros fiscais e contábeis da contribuinte. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 13804.000509/2004-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Jan 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1999
MAJORAÇÃO DE RENDIMENTOS.
Face aos elementos constantes nos autos e a ausência de comprovação, mantém-se a majoração de rendimentos tributáveis, nos valores confirmados pela fonte pagadora.
Numero da decisão: 2101-000.995
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente na data da formalização do Acórdão.
(Assinado digitalmente)
Odmir Fernandes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Ana Neyle Olimpio Holanda, Caio Marcos Candido (Presidente), Gonçalo Bonet Allege, José Raimundo Tosta e Odmir Fernandes.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1999 MAJORAÇÃO DE RENDIMENTOS. Face aos elementos constantes nos autos e a ausência de comprovação, mantém-se a majoração de rendimentos tributáveis, nos valores confirmados pela fonte pagadora.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente na data da formalização do Acórdão. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Ana Neyle Olimpio Holanda, Caio Marcos Candido (Presidente), Gonçalo Bonet Allege, José Raimundo Tosta e Odmir Fernandes.
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Face aos elementos constantes nos autos e a ausência de comprovação, mantémse a majoração de rendimentos tributáveis, nos valores confirmados pela fonte pagadora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente na data da formalização do Acórdão. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Ana Neyle Olimpio Holanda, Caio Marcos Candido (Presidente), Gonçalo Bonet Allege, José Raimundo Tosta e Odmir Fernandes. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 4. 00 05 09 /2 00 4- 81 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 17/03/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES 2 Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 6a Turma de Julgamento da DRF de São Paulo/SP que manteve parte da autuação do Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, do anocalendário 1999, exercício 2000 sobre omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Autuação a fls. 17 a 21. A decisão recorrida cancelou parte da autuação pela comprovação de pagamento, e possui a seguinte ementa. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 1999 MAJORAÇÃO DE RENDIMENTOS. Face aos elementos constantes nos autos, mantémse a majoração de rendimentos tributáveis, nos valores confirmados pela fonte pagadora, majorandose a dedução do imposto de renda retido na fonte. APLICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO DE 75%. Em consonância com a legislação de regência, a apuração de falta de pagamento do imposto de renda da pessoa física enseja a aplicação da multa de oficio de 75% (setenta e cinco por cento). Não obstante, reduzse a multa de oficio na proporção correspondente ao imposto suplementar exonerado. JUROS DE MORA. TAXA REFERENCIAL SELIC. Havendo previsão legal para a aplicação da taxa SELIC, não cabe à Autoridade Julgadora exonerar a cobrança dos juros de mora legalmente estabelecida. Lançamento Procedente em Parte No Recurso Voluntário, apresentado pela inventariante, sustenta nulidade da autuação por falta de intimação do autuado. No mérito, sustenta que moveu ação mandamental para exonerarse da exigência. Obteve a medida liminar, mas foi vencido ao final da ação. Assim, fez o pagamento do tributo mediante descontos em folha de pagamento da pensionista, em razão de o autuado, falecido, ter sido servidor publico estadual, e assim nada deve sobre o tributo exigido. E o relatório Voto Conselheiro Odmir Fernandes Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 17/03/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 13804.000509/200481 Acórdão n.º 2101000.995 S2C1T1 Fl. 3 3 Cuidase de autuação do Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, do anocalendário 1999, exercício 2000 objeto da revisão da declaração de rendimentos onde foi apurada omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Em preliminar, sustenta nulidade da autuação por falta de intimação. Não se comprova nem se alega qualquer prejuízo processual por essa falta de intimação. A defesa e o recurso foram apresentados tempestivamente e conhecidos, de forma que eles suprem a eventual falta de intimação. Ademais, não se pronuncia nulidade se dela não resultar prejuízo para a defesa do acusado. Nada é alegado e, menos ainda, comprovado sobre possível prejuízo processual. Assim, rejeito a preliminar e passo ao exame do mérito. No mérito, o representante do autuado insiste nas razões de recurso que pagou a totalidade do tributo exigido mediante desconto em folha de pagamento, nada mais sendo devido. A decisão recorrida cotejou as provas dos pagamentos sustentados pelo Recorrente, excluiu parte da autuação e manteve outra parte da exigência que não teve a de vida comprovação. Nas razões recursais o Recorrente, por sua representante legal, insiste na quitação da totalidade da autuação, mas não demonstra a existência de qualquer desacerto da decisão recorrida. Observese, consta da decisão recorrida a existência de diferença de tributo e da parte mantida. O recurso não ataca essa questão, não demonstra nem comprova o desacerto feito pela decisão recorria. Assim, sem demonstração clara e precisa da quitação total do tributo, a autuação parcial deve ser mantida. Tocante a exigência da multa e dos juros a decisão recorrida também não possui reparos. Ante o exposto, pelo meu voto, rejeito a preliminar de nulidade da autuação e, no mérito, nego provimento ao recurso para manter a decisão por seus próprios fundamentos. (Assinatura digital) Odmir Fernandes – Relator Fl. 101DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 17/03/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES 4 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 17/03/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/03/2014 por ODMIR FERNANDES
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Numero do processo: 19647.006034/2004-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2000 a 20/12/2003
STJ. RECURSO REPETITIVO. JULGAMENTO. REPRODUÇÃO NO CARF.
Por força do disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 256/2009, c/c Portarias MF nº 586/2010 e 545/2013), a decisão definitiva de mérito proferida pelo STJ, na sistemática do art. 543-C do CPC, no REsp nº 1.141.065/SC deve ser reproduzida pelos conselheiros nos julgamentos dos recursos no âmbito do CARF.
Embargos Acolhidos. Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-002.836
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para re-ratificar o acórdão embargado, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente e Relator.
EDITADO EM: 30/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Fabiola Cassiano Keramidas, Paulo Guilherme Déroulède, Gileno Gurjão Barreto e Antonio Mário de Abreu Pinto.
Nome do relator: WALBER JOSE DA SILVA
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OMISSÃO. Embargante LABORH SERVIÇOS EMPRESARIAIS LTDA Interessado 2ª TO / 3ª CÂMARA / 3ª SEÇÃO DE JULGAMENTO / CARF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2000 a 20/12/2003 STJ. RECURSO REPETITIVO. JULGAMENTO. REPRODUÇÃO NO CARF. Por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 256/2009, c/c Portarias MF nº 586/2010 e 545/2013), a decisão definitiva de mérito proferida pelo STJ, na sistemática do art. 543C do CPC, no REsp nº 1.141.065/SC deve ser reproduzida pelos conselheiros nos julgamentos dos recursos no âmbito do CARF. Embargos Acolhidos. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para reratificar o acórdão embargado, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente e Relator. EDITADO EM: 30/01/2015 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 60 34 /2 00 4- 72 Fl. 628DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 19647.006034/200472 Acórdão n.º 3302002.836 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Fabiola Cassiano Keramidas, Paulo Guilherme Déroulède, Gileno Gurjão Barreto e Antonio Mário de Abreu Pinto. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração de Cofins lavrado em decorrência da apuração de diferenças detectadas entre a escrituração contábil da empresa e os valores devidos declarados em DCTF ou pagos. O lançamento foi objeto de Recurso Voluntário julgado por esta 2ª Turma Ordinária, nos termos do Acórdão nº 3302002.352, de 25/10/2013. Ciente do referido acórdão, a empresa interessada apresentou Embargos de Declaração alegando omissão no acórdão que aplicou as disposições do art. 62A do RICARF sem indicar qualquer fundamentação ou decisão paradigma. Os Embargos de Declaração foram admitidos pelo Despacho nº 3302103, de 24/11/2014, nos seguintes termos: De fato, com relação ao mérito do recurso voluntário, o acórdão embargado apenas citou um precedente no CARF em que a própria Embargante foi derrotada (Acórdão 1402001.325) e disse que ao caso aplicase o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF sem, contudo, informar qual decisão do STF ou do STJ aplicase ao caso concreto. Sem essa informação, não há como a Embargante contestar o acórdão embargado. O processo retornou à Pauta de Julgamento. É o Relatório. Voto Conselheiro WALBER JOSÉ DA SILVA Relator. O Presidente da Turma de Julgamento deu seguimento aos Embargos de Declaração e, considerando que o mesmo atende aos requisitos de admissibilidade, dele se conhece. Como relatado, o voto condutor do acórdão embargado citou um precedente no CARF em que a própria Embargante foi derrotada (Acórdão 1402001.325) e disse que ao caso aplicase o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF sem, contudo, informar qual decisão do STF ou do STJ aplicase ao caso concreto. Fl. 629DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 19647.006034/200472 Acórdão n.º 3302002.836 S3C3T2 Fl. 4 3 Auto de Infração lavrado porque a Fiscalização apurou diferenças entre a base de cálculo da exação, apurada pela escrituração contábil e fiscal da empresa e a base de cálculo dos valores declarados em DCTF ou pagos pela Embargante. Em sua defesa a empresa alega que a sua atividade é agenciamento de mão deobra temporária e, por força da legislação, é obrigada a emitir nota fiscal com o valor da remuneração dos trabalhadores temporários, encargos sociais e trabalhistas, reembolso de despesas e a taxa de agenciamento, sendo que sua receita bruta é composta exclusivamente da taxa de agenciamento e essa deve ser a base de cálculo da Cofins. Sobre a base de cálculo da Cofins das empresas locadoras de mãodeobra, o STJ julgou o REsp nº 1.141.065/SC, no rito do art. 543C do CPC (Relator Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 1/2/2010), para decidir que os valores recebidos a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários, integram a base de cálculo do PIS e da Cofins. Portanto, a aplicação do art. 62A do Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 256/2009, c/c Portarias MF nº 586/2010 e 545/2013) no acórdão embargado se deve à decisão definitiva de mérito proferida pelo STJ, na sistemática do art. 543C do CPC, no REsp nº 1.141.065/SC. Isto posto, voto no sentido de acolher os embargos de declaração para suprir a omissão apontada e ratificar a decisão do acórdão embargado de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Relator Fl. 630DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA
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