Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (15,379)
- Quarta Câmara (15,379)
- Terceira Seção De Julgame (15,379)
- IPI- processos NT - ressa (67)
- PIS - proc. que não vers (56)
- Cofins- proc. que não ver (55)
- Cofins - ação fiscal (tod (39)
- PIS - ação fiscal (todas) (37)
- IPI- processos NT- créd.p (31)
- IPI- ação fiscal- insuf. (13)
- IPI- ação fiscal - penali (11)
- Pasep- proc. que não vers (8)
- DCTF - Auto eletronico ( (5)
- CPMF - ação fiscal- (insu (4)
- DCTF_COFINS - Auto eletr (4)
- DCTF_PIS - Auto eletroni (4)
- IOF- proc. que não versem (3)
- IRF- que ñ versem s/ exig (2)
- ROSALDO TREVISAN (2,548)
- RAFAELLA DUTRA MARTINS (795)
- LEONARDO OGASSAWARA DE AR (769)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (729)
- TOM PIERRE FERNANDES DA S (671)
- ROBSON JOSE BAYERL (616)
- LAZARO ANTONIO SOUZA SOAR (574)
- ANA PAULA PEDROSA GIGLIO (571)
- ARNALDO DIEFENTHAELER DOR (549)
- EMANUEL CARLOS DANTAS DE (506)
- Oswaldo Gonçalves de Cast (461)
- FERNANDA VIEIRA KOTZIAS (396)
- MARA CRISTINA SIFUENTES (357)
- JEAN CLEUTER SIMOES MENDO (284)
- Ronaldo Souza Dias (276)
- 2021 (2,169)
- 2018 (1,750)
- 2019 (1,739)
- 2020 (1,685)
- 2017 (1,310)
- 2024 (1,269)
- 2023 (1,193)
- 2022 (1,053)
- 2011 (610)
- 2012 (538)
- 2013 (460)
- 2014 (419)
- 2025 (376)
- 2016 (303)
- 2010 (229)
- 2019 (2,020)
- 2023 (1,800)
- 2021 (1,740)
- 2020 (1,457)
- 2018 (1,404)
- 2022 (1,178)
- 2017 (1,087)
- 2024 (1,008)
- 2025 (757)
- 2011 (429)
- 2014 (406)
- 2013 (404)
- 2016 (310)
- 2015 (282)
- 2010 (110)
- os (15,363)
- membros (15,328)
- do (15,265)
- de (15,249)
- por (15,236)
- julgamento (14,823)
- colegiado (14,719)
- votos (14,151)
- presidente (13,879)
- em (13,869)
- participaram (13,847)
- conselheiros (13,693)
- unanimidade (13,361)
- acordam (12,658)
- e (12,476)
Numero do processo: 10183.902994/2008-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.871
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10183.902994/2008-19
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414333
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-000.871
nome_arquivo_s : Decisao_10183902994200819.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 10183902994200819_5414333.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
id : 5778646
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:12 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047473902059520
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1276; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 132 1 131 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10183.902994/200819 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401000.871 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 11 de novembro de 2014 Assunto Realização de diligência Recorrente ZOOFORT SUPLEMENTAÇÃO ANIMAL IND. E COM. LTDA Recorrida DRJCAMPO GRANDE/MS Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 83 .9 02 99 4/ 20 08 -1 9 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10183.902994/200819 Resolução nº 3401000.871 S3C4T1 Fl. 133 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de valor supostamente recolhido de modo indevido a título de multa moratória por atraso no recolhimento da COFINS do período de apuração de junho de 2000 e vencimento em julho do mesmo ano, mas pago somente em 05/12/2000, no valor original de R$ 10.078,82, para compensar o PIS de agosto de 2003. O PER/DCOMP eletrônico (fls. 2/6) foi transmitido em 16/04/2008. O crédito foi indeferido pela DRF em Cuiabá/MT e a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente. A Recorrente interpôs recurso voluntário, alegando que a multa não era devida por ter ocorrido a denúncia espontânea. Na primeira análise por esta turma, o julgamento foi convertido em diligência, a fim de saber se realmente houve a denúncia espontânea. Para isso, os autos foram devolvidos à delegacia de origem, a fim de que ela informasse se os juros referentes ao atraso do recolhimento da COFINS do mês de junho 2000, com vencimento em julho do mesmo ano, foi recolhido integralmente; se o valor devido no mês de junho de 2000 foi declarado em DCTF e qual a data em que a respectiva DCTF foi apresentada. Em resposta à diligência, a delegacia de origem informou que a DCTF foi apresenta em 12/08/2000 e que o valor confessado foi extinto por pagamento com juros e multa (fls. 128/129). É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça Como já analisado na primeira oportunidade, o recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual foi conhecido. Muito embora se tenha ordenado expressamente que a Recorrente fosse intimada do resultado da diligência para apresentar sua manifestação no prazo de 30 (trinta) dias, esse comando não foi atendido. Assim, em atendido ao princípio do contraditório e da ampla defesa, fazse necessário converter o julgamento em diligência mais uma vez, para que a Recorrente seja intimada do resultado da diligência para, querendo, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. Após esse prazo, os autos devem retornar ao CARF para análise do mérito, ainda que o prazo tenha transcorrido in albis. Ex positis¸ converto o julgamento em diligência nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 133DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10183.902994/200819 Resolução nº 3401000.871 S3C4T1 Fl. 134 3 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 10380.906972/2009-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2001
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § Iº, DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS.
Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § 1º, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, ..; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 - Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tunc do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475-L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação.
Numero da decisão: 3401-002.694
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. Ausente momentaneamente a Conselheira Angela Sartori.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente) Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201408
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2001 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § Iº, DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS. Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § 1º, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, ..; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 - Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tunc do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475-L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10380.906972/2009-82
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414357
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-002.694
nome_arquivo_s : Decisao_10380906972200982.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10380906972200982_5414357.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. Ausente momentaneamente a Conselheira Angela Sartori. Robson José Bayerl - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente) Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
id : 5778670
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474228166656
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2362; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.906972/200982 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.694 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 19 de agosto de 2014 Matéria COFINS Recorrente UNIDADE CEARENSE DE IMAGEM LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2001 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § Iº, DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS. Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § 1º, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, ..; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tunc do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. Ausente momentaneamente a Conselheira Angela Sartori. Robson José Bayerl Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 69 72 /2 00 9- 82 Fl. 174DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente) Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti. Relatório Trata o presente de pedido de compensação informado em PER/DCOMP que não foi homologado, e que percorre as instâncias julgadoras pela persistente inconformidade do contribuinte, nos termos da legislação que disciplina a matéria. A Autoridade Administrativa, consoante despacho decisório, entendeu por não homologar a compensação pleiteada pela Requerente, através da PER/DCOMP referenciada em epígrafe, sob os seguintes fundamentos: "Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 37,84. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP.” [...] Diante da inexistência do crédito, NAO HOMOLOGO a compensação declarada O contribuinte contestou essa decisão. Explicou que seu direito creditório para realizar a compensação provinha da redefinição da base de calculo do Pis e da COFINS conforme constava no texto legal, mas que havia deixado de registrar esse valor nas DCTF e DIPJ, razão porque o sistema informatizado de controle identificou falta de crédito e não homologou a compensação. Mas que providenciou a DCTF e a DIPJ retificadora. Sua argumentação, in verbis: · Consoante exposto nas razões de fato, a Requerente quando da definição da base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, incluiu, no conceito de faturamento, além das receitas decorrentes das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza, outras receitas nãooperacionais, tais como receitas financeiras, decorrentes de descontos obtidos, juros ativos, variação monetária, rendimentos de aplicações, recuperação de despesas e reversão de provisões, conforme comprovam os balancetes elaborados à época (DOC. 04), a seguir descritos · Sobre o montante acima identificado, apurou os valores a pagar das referidas Contribuições, cujas informações foram devidamente prestadas à Receita Federal, através das declarações entregues à época, quais sejam DiPJ's e DCTF's. Ato contínuo, efetuou o recolhimento dos valores supostamente Fl. 175DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 3 3 devidos, através de Documento de Arrecadação de Receitas Federais DARF, bem como efetuou a vinculação de outros créditos, decorrentes de compensações outrora realizadas. · Ocorre que, por força da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, a Requerente passou a ser detentora de créditos oriundos dos recolhimentos efetuados a maior, a título das referidas Contribuições, relativamente à parcela calculada sobre outras receitas, ... : · A Requerente, todavia, não obstante ter identificado a existência desses créditos em seu favor, não efetuou as retificações necessárias das Declarações originalmente transmitidas à Receita Federal DIPJTs e DCTF's motivo pelo qual o Fisco, ao cruzar os valores declarados e os DARF's pagos, não identificou o recolhimento realizado a maior, entendendo que os pagamentos localizados teriam sido integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. · Por ocasião da presente manifestação de inconformidade, a Requerente procedeu às retificações necessárias das declarações apresentadas à Receita Federal, devidamente transmitidas DIPJ's e DCTF's (DOC. 05), aptas a comprovar o montante do crédito existente, este amparado na contabilidade e demais documentos da Requerente. · Vislumbrando a documentação acostada, fácil constatar que houve pagamento a maior do período, visto que, a partir das Declarações Retificadoras, o valor efetivamente devido a título de COFINS em 31/12/2001 perfazia originalmente R$ 12.823,81 (doze mil, oitocentos e vinte três reais e oitenta e um centavos), ao passo que foi efetuada a vinculação de créditos (pagamentos e compensações) no montante de R$ 22.200,91 (vinte e dois mil, duzentos reais e noventa e um centavos) (também valores principais), remanescendo saldo credor original de R$ 9.377,10 (nove mil, trezentos e setenta e sete reais e dez centavos), gerou valor este utilizado no Pedido de Compensação através da PER/DCOMP n°. 18382.60288.310806.1.3.049052. A atualização desse valor ocasionou saldo credor de R$ 37,84 (trinta e sete reais e oitenta e quatro centavos), valor este utilizado nesse Pedido de Compensação. Em sede de apreciação do pedido do contribuinte a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza(CE) exarou o Acórdão 0818.242 – 4ª Turma, em 15 de junho de 2010, ponderando que: "(...) cabe vincar que a declaração retificadora redutora de tributo deve ser considerada legítima se apresentada no período de espontaneidade legal. No entanto, para que se atribua eficácia às informações nela contidas, especificamente em relação àquelas que implicam a caracterização do pagamento a maior ou indevido, é mister que a retificadora tenha sido entregue antes do decisório, pois a comprovação da disponibilidade de crédito deve ser aferida no momento da decisão exarada pela autoridade recorrida. Se entregue depois do decisório, incumbe ao contribuinte o ônus de comprovar o seu direito creditório mediante a juntada, com a manifestação de inconformidade, não somente da declaração retificadora, mas também de documentos (contábeis e fiscais) que fundamentam a retificação." Fl. 176DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 A respeitável 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento apreciou a contestação da contribuinte, mas concluiu pelo indeferimento do seu pedido. Em suma, entendeu que não havia direito liquido e certo quando do pedido de compensação, e que a declarações retificadoras não poderiam produzir efeito para sanear o fato, representado pela exigência relacionada à não homologação. A ementa do Acórdão 0818.242 ficou assim redigida: AS S U N T O : P R O C E S S O A D M I N I S T R A T I V O F I S C A L Anocalendário: 2001 PROVAS. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. DCTF. RETIFICAÇÃO. DECISÓRIO. ESPONTANEIDADE. REDUÇÃO DE TRIBUTO. CONFIGURAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. E legítima a declaração retificadora que reduzir ou excluir tributo se apresentada por contribuinte em espontaneidade legal. No entanto, para que se atribua eficácia às informações nela contidas, especificamente em relação àquelas que suportam a caracterização do pagamento a maior ou indevido de tributo, é mister que a retificadora tenha sido entregue antes do decisório. Se entregue depois, incumbe ao contribuinte o ônus de comprovar o seu direito creditório mediante ajuntada, com a manifestação de inconformidade, não somente da declaração retificadora, mas também de documentos que fundamentam a retificação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte ingressou com Recurso Voluntário, onde, além das razões presentes na impugnação, acrescenta outras adicionais porque pede a reforma da decisão de 1º grau: · Seu direito creditório provem do recolhimento indevido de Pis e Cofins face a inconstitucionalidade reconhecida do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998. o “Preliminarmente, antes de adentrar nas razões que levaram à improcedência da Manifestação de Inconformidade em comento, importa destacar que o direito creditório diz respeito à possibilidade de compensação dos valores indevidamente recolhidos pela Recorrente a título da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sob a égide do inconstitucional § I o do art. 3 o da Lei n° 9.718/98.” o “Com a declaração de inconstitucionalidade do referido dispositivo legal, pelo Plenário do Egrégio Supremo Tribunal Federal, restaram reconhecidas como indevidas as majorações da Contribuição para o Fl. 177DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 4 5 PIS/PASEP e da COFINS decorrentes da ampliação de suas bases de cálculo, assim entendidas como faturamento, deixando de ser considerado como a totalidade das receitas da pessoa jurídica, para voltar a ser entendido como as receitas advindas da venda de mercadorias e/ou prestação de serviços.” · Em sua opinião, a legislação que rege as DIPJ E DCTF prevê o direito do contribuinte retificar as declarações por ele prestadas, inclusive para louvar os princípios de justiça e da verdade material que devem orientar os procedimentos das relações tributárias: o “Ocorre que mesmo reconhecendo a possibilidade de devolução dos valores recolhidos a maior pela Recorrente, a Ilustre Turma entendeu por julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade, sob o fundamento da impossibilidade de análise das retificações de declarações apresentadas após o despacho decisório que não homologara as compensações, o que, a seu ver, impossibilitaria a análise da liquidez e certeza do crédito pleiteado.” o “No caso em comento, a Autoridade Administrativa afirma que o despacho decisório (de não homologação das compensações) levara em conta as informações prestadas em DCTF original, e que o manifestante retificou a DIPJ e a DCTF depois de cientificado do decisório impugnado, o que impossibilitaria a análise das referidas retificações, a não ser que a defesa administrativa fosse acompanhada de provas inequívocas da existência do crédito.” o “ Ocorre que o procedimento de retificação da DCTF, na forma em que fez a Recorrente, não incorre em qualquer vedação, motivo pelo qual merece ser acatado, senão vejase. (...) A Instrução Normativa RFB n°. 903, de 30 de dezembro de 2008, vigente à época da retificação das DCTF's que albergam o crédito pleiteado, dispõe, em seu art. 11, sobre os efeitos da referida retificação” (...) E o iem ‘c’ desse artigo 11 não pode ser interpretado como restrição para a retificação e seus efeitos pois o contribuinte não havia sido intimado do inicio de procedimento fiscal, mas apenas cientificado do despacho eletrônico de não homologação de seu pedido de compensação. o O princípio da verdade material impõe às autoridades administrativas o dever de apurar todos os fatos que lhe são apresentados na busca da verdade real, não se limitando a emitir juízo acerca dos documentos analisados a partir de mera presunção. o Desta forma, a autoridade administrativa competente para decidir não está limitada às provas produzidas pelas partes, nem está restrita às suas alegações, devendo obrigatoriamente buscar todos os elementos que julgar necessários e suficientes ao seu livre convencimento. o Assim, dada à importância desse princípio, a busca da verdade material não é uma faculdade da autoridade administrativa, mas sim um dever, de modo que esta deve solicitar e analisar todos os documentos que entender necessários à elucidação do caso, principalmente quando o contribuinte apresenta documentação amplamente comprobatória do deu direito. · Não é verdade, como afirmaram os Julgadores que o contribuinte não comprovou seu direito ao crédito e à compensação: Fl. 178DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 o Neste diapasão, afirmou a Autoridade Administrativa que a Recorrente "não se desincumbiu do ônus de comprovar o indébito ao instruir a sua manifestação apenas com a DCTF retificadora." o Ocorre que basta uma análise perfunctória da manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, para verificar que a mesma não instruiu referida impugnação "apenas com a DCTF retificadora", como afirmado pela Autoridade Administrativa. o Quando da apresentação da manifestação de inconformidade por parte da Recorrente, a mesma apresentou diversas PLANILHAS contendo o histórico da formação e utilização do crédito, acostando ainda como documentos, não só a referida DCTF retificadora, como também os BALANCETES do mês em questão com o detalhamento das receitas auferidas, acompanhados ainda da DIPJ devidamente retificada. o Dessa forma, o entendimento exarado no acórdão recorrido, pela não homologação da compensação declarada deve ser modificado, levandose em conta a documentação já apresentada pela Recorrente e já acostada aos autos, quando da apresentação de manifestação de inconformidade, que devem ser objeto de apreciação da Autoridade Administrativa, em obediência aos princípios da verdade material e da instrumentalidade. Referido Conselho ao analisar as manifestações do contribuinte aduziu, em síntese que: "De fato, há nos autos diversos documentos, coerentes entre si, que demonstram o indébito. Mas nenhum deles é, ao menos comprovadamente, documento contábil cuja validação seja exigida legalmente. Entendo, por isso, que o acatamento do recurso requer a verificação, que já deveria ter sido feita em primeiro grau, da veracidade das informações apostas, primeiro, na planilha integrante da própria manifestação de inconformidade, depois, na peça intitulada "balanço" e referida no recurso como "balancete", e por fim, na DIPJ entregue. Repisese que há perfeita consonância entre as diversas "demonstrações". E finaliza o julgamento do recurso com a Resolução n 3402000.176 – da 2ª Turma da 4ª Câmara do CARF, baixando o processo em diligência para que a fiscalização aponte qual é o valor devido da contribuição, levando em conta apenas o conceito de faturamento reconhecido pelo STF como apto a constituir a base de cálculo da contribuição, ou seja, considerando apenas receitas de prestação de serviços e/ou de vendas de mercadorias e indique se há indébito no mês em discussão e qual o seu montante, com base nos livros contábeis exigidos pela legislação (Diário e Razão). A autoridade fiscal, como resultado no atendimento da diligência solicitada pelo CARF, de posse das informações apresentadas pelo contribuinte (Livro Razão), concluiu que os demonstrativos apresentados às fls. 11/12 dos autos, onde se apura o valor correto do tributo devido, encontra fidelidade com os registros contábeis exibidos. Ela verificou que, na apuração da base de cálculo originária, o contribuinte incluíra valores de outras receitas afora as oriundas das receitas de convênios e receitas de exames, receitas estas as principais de sua Fl. 179DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 5 7 atividade. Constou naquela base de cálculo receitas decorrentes de variação monetária ativa, juros ativos, rendimentos de aplicações financeiras, reversões de provisões entre outras. A autoridade fiscal finaliza seu parecer informando: “Assim, no procedimento de acerto da base de cálculo em consonância com o conceito de faturamento reconhecido pelo STF, cuja a observância é solicitada pelo julgado acima, constatamos que o valor correto da contribuição é de R$ 12.828,94. Como o contribuinte originalmente apurou o valor de R$ 22.206,91, e pagou apenas R$ 22.022,64; no valor pago há uma diferença de tributo a seu favor no montante de R$ 9.193,70. (22.022,64 12.828,94 = 9.193,70). E o que tínhamos a informar.” Apesar de cientificada desse relatório fiscal e da possibilidade de se manifestar, o contribuinte nada apresenta a ser juntado ao processo. Assim, o processo retorna ao CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Há tempestividade do Recuso Voluntário e atendimento dos requisitos de admissibilidade. Tratase de recurso interposto contra a decisão que indeferiu pedido de compensação declarado por meio do PER/DCOMP n° 15673.07351.290906.1.3.049062. O pedido de compensação objetiva compensar o alegado pagamento a maior de Cofins, referente ao mês de dezembro de 2001 e efetuado em 15.01.2002, com débito de estimativa de CSLL, respeitante ao mês de agosto de 2006. Aliome aos que valorizam a busca da verdade material como concorrente à realização dos mais elevados propósitos do julgamento das lides na esfera administrativa. Há acórdãos proferidos em o Conselho de Contribuinte e no atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que representam essa orientação de que a busca da verdade material deve ser fortemente considerada nas relações tributárias e nas soluções dos contenciosos entre o Fisco e o Contribuinte: IRPJ FALTA DE CARACTERIZAÇÃO DA INFRAÇÃO Em respeito à legalidade, verdade material e segurança jurídica não pode subsistir lançamento de crédito tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária. ÔNUS DA PROVA Na relação jurídicotributária o ônus probandi incumbit ei qui dicit. Compete ao Fisco, ab initio, investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário ou da prática de infração praticada no Fl. 180DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 sentido de realizar a legalidade, o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. O sujeito passivo somente poderá ser compelido a produzir provas em contrário quando puder ter pleno conhecimento da infração com vista a elidir a respectiva imputação. PROCESSOS REFLEXOS PIS COFINS IRF CSLL Respeitandose a materialidade do respectivo fato gerador, a decisão prolatada no processo principal será aplicada aos processos tidos como decorrentes, face a íntima relação de causa e efeito. Recurso provido. (Primeiro Conselho de Contribuintes, 3° Câmara, Relatora Mary Elbe Gomes Queiroz, Recurso n°. 124737, Processo n°. 10283.002174/9774, Acórdão n°. 10320594,sessão de 22/05/2001) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1999 EXCESSO NA DESTINAÇÃO AO FINOR Como cediço, no processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que, buscase descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação, é de se levar em conta, que a preclusão temporal, em razão dos princípios da busca da verdade material, da legalidade e da eficiência pode vir a ter sua aplicação mitigada nos julgamentos administrativos. Recurso Voluntário Provido. (1° Conselho de Contribuintes, 8 Turma Especial, Relator Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior, Recurso n°.156170, processo n°. 10820.002086/200366, Acórdão n°. 19800116, sessão de 30/01/2009). Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/01/1994 a 30/04/2004 PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOBRE A REMUNERAÇÃO PAGA PARA EXECUÇÃO DE OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. ELEMENTOS PARA COMPROVAÇÃO DA DECADÊNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O princípio da verdade material, tão caro no processo administrativo fiscal, deve prevalecer, de modo que sejam considerados documentos hábeis a comprovar a decadência das contribuições vinculadas à realização de obra de construção civil, ainda que não expressamente previstas nas normas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Recurso Voluntário Provido. (2° Conselho de Contribuintes, 6a Turma Especial, Relator Kleber Ferreira de Araújo, Recurso n°. 246754, processo n°. 12045.000374/200772, Acórdão n°. 296 00078, sessão de 10/02/2009). IRRF DCTF ERRO DE PREENCHIMENTO Comprovados os recolhimentos de IRRF, mediante apresentação das guias respectivas, acompanhadas da regular retificação e complementação da DCTF e dos respectivos lançamentos contábeis, afastase o lançamento. Recurso provido. (Io Conselho de Contribuintes, 2ª Câmara, processo n°. 10665.000668/2002 67, Recurso n°. 147364, Relatora Silvana Mancini Karam, Acórdão 102 47820, Sessão de 16/08/2006) Correta a decisão e orientação dada pelo E. Relator na Resolução que originou o pedido de diligência, em suas palavras: Fl. 181DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 10380.906972/200982 Acórdão n.º 3401002.694 S3C4T1 Fl. 6 9 “Não partilho, como já tive oportunidade de afirmar em outros julgados, a tese da Administração segundo a qual a homologação de compensações declaradas pelo sujeito passivo dependa de prévia retificação de sua DCTF quando nesta conste valor condizente com o pagamento realizado . O que é necessário, a meu ver, é que o alegado indébito esteja provado. E é por isso que não se pode ainda decidir o recurso.” “De fato, há nos autos diversos documentos, coerentes entre si, que demonstram o indébito. Mas nenhum deles é, ao menos comprovadamente, documento contábil cuja validação seja exigida legalmente.” “Entendo, por isso, que o acatamento do recurso requer a verificação, que já deveria ter sido feita em primeiro grau, da veracidade das informações apostas, primeiro, na planilha integrante da própria manifestação de inconformidade, depois, na peça intitulada “balanço” e referida no recurso como “balancete” e, por fim, na DIPJ entregue. Repisese que há perfeita consonância entre as diversas “demonstrações”. Sou, por isso, pela baixa do processo em diligência para que a d. fiscalização aponte qual é o valor devido da contribuição, argüida neste processo, levando em conta apenas o conceito de faturamento reconhecido pelo STF como apto a constituir a base de cálculo da contribuição. Mais especificamente: considerando apenas receitas de prestação de serviços e/ou de vendas de mercadorias, indique se há indébito no mês em discussão e qual o seu montante, com base nos livros contábeis exigidos pela legislação (Diário e Razão) a serem exibidos pelo contribuinte. Dos resultados da diligência, seja cientificada a ora recorrente, abrindoselhe prazo de trinta dias para eventual contestação.” Portanto, não procede deixar de apreciar as retificações das declarações prestadas pelo contribuinte, nem de se verificar a sua correspondência com os próprios registros contábeis. E nessa direção, é que a verificação dos valores que seriam devidos do tributo é procedimento essencial para a apreciação e conclusão da lide. Por outro lado, há que se reconhecer o teor das bases do direito creditório pleiteado. Há decisões do CARF que consolidam, nos casos concretos, a definição de que a ampliação do conceito de faturamento às receitas financeiras pela Lei n° 9.718, de 1998, foi inconstitucional, afastando a aplicação da referida Lei, o que corresponde à tese do recorrente, conforme julgados a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/04/2002, 31/05/2002, 31/08/2002 BASE DE CALCULO. LEI Nº 9.718, DE 1998. RECEITAS FINANCEIRAS. A ampliação do conceito de faturamento às receitas financeiras pela Lei n° 9.718, de 1998, é inconstitucional, segundo decisão definitivo do Plenário do Supremo Tribunal Federal. Recurso voluntário provido. (Segundo Conselho de Contribuintes, Ia Câmara, Acórdão 20181.260, de 03.07.08, Relator: José Antonio Francisco). COFINS E PIS RECEITA FINANCEIRAS INAPLICABILIDADE DA LEI 9.718/98 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RE 380840 MG Conforme decisão transitada em julgado no RE 390840MG, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o § Io, do artigo 3°, da Lei Fl. 182DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 10 9.718. A extensão dos efeitos dessa decisão definitiva beneficia a ambas as partes, estancando custos desnecessários. Por conseqüência, não compõem a base da contribuição em apreços as receitas financeiras. Recurso provido. (Primeiro Conselho de Contribuintes, Ia Câmara, Processo n". 10120.003831/200381, Recuso n°. 140629, Acórdão 101 95764, Relator Mário Junqueira Franco Júnior, Sessão de 21/09/2006). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/P ASEP Período de apuração: 01/01/1999 a 31/07/1999 PIS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3o, § Io, DA LEI N" 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. EFEITOS. Já é do domínio público que o Supremo Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art. 3o, § Io, da Lei n° 9.718/98 (RREE n°s 346.084, limar; 357.950, 358.273 e 390.840, Marco Aurélio, Pleno, 09/11/2005 Inf/STF 408), proclamando que a ampliação da base de cálculo da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. A inconstitucionalidade é vício que acarreta a nulidade ex tune do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito e, embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, parágrafo único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, arts. 741, parágrafo único; e 475 L, § Io, redação da Lei n° 11.232/2005). Afastada a incidência do § º do art. 3o da Lei n° 9.718/98, que ampliara a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, é ilegítima a exação tributaria decorrente de sua aplicação. [...] Recurso voluntário provido. (Segundo Conselho de Contribuintes, Ia Câmara, Processo n°. 10980.011343/200318, Recurso nº 139409, Acórdão 20181235,Relator Fernando Luiz da Gama Lobo DEça, Sessão de 01/07/2008). A autoridade fiscal, em seu relatório em atendimento à diligência confirma as alegações do recorrente e os valores que seriam devidos desse tributo no período em questão. Por todos esses elementos, concluo que deve se dar provimento ao recurso voluntário. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 183DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 12466.720292/2013-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 19/08/2010 a 13/05/2011
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. INOCORRÊNCIA.
A obtenção, por parte do Fisco Federal, de informações referentes à movimentação bancária do sujeito passivo, através de Requisição de Movimentação Financeira (RMF), além de ter previsão legal, não constitui quebra de sigilo bancário.
ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E/OU ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO.
Não compete à autoridade administrativa, analisar e julgar questões sobre ilegalidade ou inconstitucionalidade de norma tributária, e assim decidir sua aplicação ao caso concreto. Este tipo de julgamento é prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário, por força de dispositivo constitucional.
DAS PROVAS
No âmbito do processo fiscal, são admitidos todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive provas indiretas e a presunção hominis (presunção simples), desde que comprovada por indícios convergentes.
IMPORTAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA.
A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior quando a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação de mercadorias estrangeiras não for comprovada. A interposição fraudulenta de terceiros em operações de comércio exterior, é considerada dano ao erário, punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas.
Numero da decisão: 3401-002.811
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento aos recursos voluntários. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori e BErnardo Leite de Queiroz Lima.
Julio Cesar Alves Ramos- Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Angela Sartori, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 19/08/2010 a 13/05/2011 QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. INOCORRÊNCIA. A obtenção, por parte do Fisco Federal, de informações referentes à movimentação bancária do sujeito passivo, através de Requisição de Movimentação Financeira (RMF), além de ter previsão legal, não constitui quebra de sigilo bancário. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E/OU ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa, analisar e julgar questões sobre ilegalidade ou inconstitucionalidade de norma tributária, e assim decidir sua aplicação ao caso concreto. Este tipo de julgamento é prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário, por força de dispositivo constitucional. DAS PROVAS No âmbito do processo fiscal, são admitidos todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive provas indiretas e a presunção hominis (presunção simples), desde que comprovada por indícios convergentes. IMPORTAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior quando a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação de mercadorias estrangeiras não for comprovada. A interposição fraudulenta de terceiros em operações de comércio exterior, é considerada dano ao erário, punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 29 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 12466.720292/2013-35
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5414270
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-002.811
nome_arquivo_s : Decisao_12466720292201335.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 12466720292201335_5414270.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento aos recursos voluntários. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori e BErnardo Leite de Queiroz Lima. Julio Cesar Alves Ramos- Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Angela Sartori, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
id : 5778583
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:09 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474476679168
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 18; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2402; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12466.720292/201335 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.811 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 12 de novembro de 2014 Matéria ADUANA INTERPOSIÇÃO. Recorrente PORT BRAZILIAN COMERCIO EXTERIOR LTDA ME E OUTROS. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 19/08/2010 a 13/05/2011 QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. INOCORRÊNCIA. A obtenção, por parte do Fisco Federal, de informações referentes à movimentação bancária do sujeito passivo, através de Requisição de Movimentação Financeira (RMF), além de ter previsão legal, não constitui quebra de sigilo bancário. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E/OU ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa, analisar e julgar questões sobre ilegalidade ou inconstitucionalidade de norma tributária, e assim decidir sua aplicação ao caso concreto. Este tipo de julgamento é prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário, por força de dispositivo constitucional. DAS PROVAS No âmbito do processo fiscal, são admitidos todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive provas indiretas e a presunção hominis (presunção simples), desde que comprovada por indícios convergentes. IMPORTAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior quando a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação de mercadorias estrangeiras não for comprovada. A interposição fraudulenta de terceiros em operações de comércio exterior, é considerada dano ao erário, punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 02 92 /2 01 3- 35 Fl. 5518DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento aos recursos voluntários. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori e BErnardo Leite de Queiroz Lima. Julio Cesar Alves Ramos Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Angela Sartori, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite de Queiroz Lima. Relatório Este processo tem como objeto Auto de Infração lavrado para constituir e exigir crédito tributário no valor total de R$ 2.452.552,00 (dois milhões, quatrocentos e cinqüenta e dois mil, quinhentos e cinqüenta e dois reais), referentes a multa de conversão em pecúnia da pena de perda de bens importados relacionados à ocorrência considerada enquadrada nas infrações e regras previstas no inciso V e §§ 1º a 3º do art. 23 do DecretoLei n° 1.455, de 7 de abril de 1976, com redação dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 c/c art. 81, III, da Lei nº 10.833,de 29 de dezembro de 2003. O levantamento das informações e a constatação que instruem a autuação tiveram origem no procedimento de fiscalização previsto na IN SRF n. 206, de 2002, e na IN SRF n. 228, de 2002. O auto de infração foi lavrado contra o contribuinte a empresa Port Brazilian Comércio Exterior Ltda. – CNPJ 00.581.150/000136, e também, como solidários e coautores, contra Osvaldo Silva Carvalho – CPF 022.895.99778, Thais Gomes Lopes – CPF 098.660.067 94 e JNVT – Comissária & Despachos Aduaneiros Ltda – CNPJ 09.121.031/000175. Consta do relatório fiscal, conforme resumo objetivo feito pelo voto na decisão de primeiro grau, que reproduzo: Com o andamento dos trabalhos referentes ao procedimento especial de fiscalização, foi constatado que: · a autuada e seus prepostos não foram encontrados nos endereços que constam como sede da empresa no cadastro do CNPJ, nem no endereço de seu sócio administrador Patrique Lima Torezanni; · não existia registro pela autuada de trabalhadores/empregados vinculados a ela, conforme consta das informações prestadas à Previdência Social (01/2011); · a autuada não apresentou declaração de DIPJ nos anos de 2009 e 2011 e embora tenha apresentado declarações para os anos de 2008 e 2010, os valores estão zerados; · o responsável pelo escritório de contabilidade (Tristão Contabilidade Ltda), que fez a declaração de DIPJ de 2008, para a autuada, declarou Fl. 5519DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 3 3 que não possui contrato com a mesma e que não cuida de sua contabilidade; · a responsável pela empresa Mastercont Assessoria Contábil e Empresarial Ltda, responsável pelo preenchimento da DIPJ 2010 da autuada, apresentou cópias da declaração DCTF dos meses 10 e 11/2010, DACON dos meses 07, 08, 09, 10 e 11/2010 e declarou que não presta serviço à autuada desde 03/01/2011, fato este informado ao CRC do Espírito Santo. Foram colhidas informações junto às Comissárias de Despachos responsáveis pelo registro das Declarações de Importação (DI), que informaram: · Omega Trade Despachos Aduaneiro e Logística Internacional Ltda – declarou que não tinha contrato de prestação de serviços com a autuada, que não tinha documento que autorizasse a utilização de conta bancária, que recebia de Patrique as instruções sobre os serviços de despacho aduaneiro, por telefone ou email, sem procedimentos por comprovantes dos recebimentos de recursos da autuada, embora nos registros contábeis conste do histórico, "adiantamento do cliente Port Brazilian" referentes a duas DI; · Willlian Alves dos Santos – foi o responsável pelo registro de 209 (duzentas e nove) DI e, quando intimado, apresentou informações inadequadas. Reintimado, não respondeu; · Alexandre Andrade Fernereti – responsável pelo registro de três DI, declarou ser funcionário da JNVT – Comissária & Despachos Aduaneiros Ltda, que não tem contrato de nenhum tipo com a autuada, que não tem informação sobre as contas bancárias utilizadas pela autuada, que essas informações só podiam ser obtidas na JNVT, que recebia a informação para a realização de despachos; · JNVT – Comissária & Despachos Aduaneiros Ltda – foi intimada e reintimada a apresentar documentos comprobatórios e esclarecimentos sobre os contratos de prestação dos serviços à autuada; as procurações outorgadas pela autuada; a titularidade das contas bancárias utilizadas para débito de tributos ou outras despesas da autuada; a quitação de pagamentos de responsabilidade da autuada; o recebimento de recursos da autuada; a forma de recebimento de instruções para execução dos serviços aduaneiros e/ou outros em nome da autuada; e contatos efetuados no Brasil e no exterior em nome da autuada. A JNVT solicitou intempestivamente a prorrogação do prazo para atendimento da intimação. E, mesmo concedido um prazo bastante dilatado, a JNVT não atendeu as exigências da fiscalização, limitandose a apresentar cópias de notas fiscais de serviço. § Sobre as empresas destinatárias das mercadorias importadas pela autuada, consta do auto de infração (AI), que foram enviadas intimações para 107 delas com o intuito de procurar informações sobre o endereço da autuada. Deste total, 15 não foram localizadas e 30 não responderam às intimações. As empresas destinatárias que responderam às intimações, em resumo, afirmaram que não estão vinculadas à autuada, que pagavam a mercadoria em espécie contra a apresentação de notas fiscais. Cinco dessas empresas citaram como Fl. 5520DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 4 representante Patrique, mas não o identificam como administrador da autuada. Sobre os recursos financeiros aplicados na importação, verificouse, no banco de dados do SISCOMEX, que os tributos e taxas federais incidentes no registro das DI foram debitadas de quatro contas do BRADESCO, nenhuma em nome da autuada. Procurando levantar mais dados sobre a autuada, durante a ação fiscal foi feita pelo chefe da unidade uma Requisição de Movimentação Financeira (RMF), que uma vez atendida trouxe ao processo as seguintes informações: · Banco do Estado do Espírito Santo – inexistência de operações de mútuo e câmbio em nome da autuada. Foram enviadas pelo banco cópias do extrato bancário, ficha cadastral e relação de transferências de recurso (DOC) de Osvaldo Silva Carvalho para a autuada; · Banco Bradesco – informou inexistência de movimentação da conta e operações de câmbio; · Banco do Brasil – apresentou extrato da movimentação da conta da autuada, comprovantes de depósitos em dinheiro pelo próprio correntista, relação de transferência de recursos à autuada (TED) da Brex do Brasil Exportação Ltda, de Osvaldo Silva Carvalho e Thaís Gomes Lopes, relação de cobrança direta, cheques compensados no período. Nos extratos bancários da autuada não foram identificados pagamentos de tributos federais e taxas incidentes nas importações, nem contratos de liquidação de câmbio. Assim, as despesas incorridas e as receitas oriundas das operações realizadas pela autuada não transitaram pelas suas contas bancárias e nem mesmo do seu sócioadministrador. Ainda sobre a autuada, a fiscalização constatou que: · não existem resultados positivos registrados na atividade da empresa, o que exclui o lucro operacional como formador de origem dos recursos utilizados no comércio exterior; · não existem registros contábeis, movimentação bancária condizente, nem documentação que comprovem a fonte do financiamento da atividade. Sobre Patrique Lima Torezanni, sócio administrador da Port Brazilian, destacase que em consulta ao banco de dados da RFB, verificase que ele apenas apresentou DIPF nos anos calendário 2007, 2008 e 2009. Para esta pessoa física não existem DIRF Declarações do Imposto de Renda Retido na Fonte, DCPMF Declarações de Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, DOI Declaração sobre Operações Imobiliárias, nem DIMOF Declarações de Informação sobre a Movimentação Financeira. Não foram localizadas fontes pagadoras de rendimentos a Patrique, nem seus vínculos empregatícios em períodos anteriores através do CNIS Cadastrado Nacional de Informações Sociais. A partir da insuficiência de recursos apresentada pelo sócio da empresa, assim como da ausência de registro de recursos em instituições financeiras, a fiscalização concluiu que não foi efetivada a integralização do capital social da autuada, e portanto não houve o suprimento de recursos para a realização das atividades de comércio exterior. Durante o desenvolvimento da fiscalização, foram obtidas informações significativas referentes a pessoas que não participavam do contrato social Fl. 5521DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 4 5 da empresa. Estas informações referemse a Osvaldo Silva Carvalho, sua esposa Thais Gomes Lopes e à empresa JNVT – Comissária & Despachos Aduaneiros Ltda. Procurada, Sônia Alves Guimarães Gabriel, exsócia da autuada, para saber do real endereço da mesma, informou que não mais era sócia da empresa desde 14/10/2010. Quando da transferência da empresa para Patrique Lima Torezanni, ela foi apresentada a Osvaldo Silva Carvalho, que efetuou o pagamento de R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais) para quitação das quotas da autuada. Os cheques para o pagamento mencionado foram emitidos por Osvaldo, tendo Sonia apresentado à fiscalização cópias dos cheques e extrato de comprovante de depósito bancário. Tendo sido chamado a prestar esclarecimentos sobre sua atuação na empresa autuada, Osvaldo Silva Carvalho disse que apenas pactuou com Sonia a venda das cotas da autuada a Patrique, com intuito único e exclusivo de intermediar o negócio; que não tem informações sobre como se deu a disponibilização dos recursos por Patrique; que não tem participação, nem procuração outorgada para gerência, nem conhecimento dos contratos pactuados e negociações efetuadas pela autuada. Das informações financeiras obtidas via Requisição de Movimentação Financeira retrocitada, constatouse que Osvaldo foi responsável por depósitos nos valores de R$ 500,00 (quinhentos reais – BANESTES em 30/8/2010) e R$ 361.000,00 (trezentos e sessenta e um mil reais – Banco do Brasil em 31/1/2011), sendo Thais Gomes Lopes, sua esposa, responsável por um depósito de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais – Banco do Brasil em 1º/2/2011). Sobre Osvaldo, cita ainda o auto de infração, que ele é sócioadministrador da empresa Gamma Comércio Internacional Ltda, sediada em Vitória (ES), que também atua no comércio exterior. Faz também parte do quadro societário da empresa GAMMA Thais Gomes Lopes. A JNVT Comissária & Despachos Ltda é titular da conta BRADESCO 0439826 agência Visconde de Inhaúma, RJ, que foi utilizada para pagamento de tributos em 43 DI da autuada, sendo o valor total debitado de R$ 1.423.615,56 (um milhão, quatrocentos e vinte e três mil, seiscentos e quinze reais e cinquenta e seis centavos). Embora intimada e reintimada, a empresa JNVT, não apresentou nem esclarecimentos nem documentos, referentes ao recebimento dos valores por ela utilizados no pagamento dos impostos que fez para a autuada. Apenas apresentou cópias de notas fiscais de prestação de serviço à autuada. Sobre as 212 declarações mencionadas, consta do auto de infração que as mesmas foram realizadas por Alexandre e Willian que na ocasião dos registros estavam vinculados a empresa JNVT. Das informações obtidas, foram encontrados como principais beneficiários Osvaldi Silva Carvalho e Carlos Antonio Gomes Carvalho, que receberam, respectivamente, R$ 302.424,12 (trezentos e dois mil, quatrocentos e vinte e quatro reais e doze centavos) e R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais). Intimados a prestar esclarecimentos pela fiscalização, declararam em comum que não tinham relação com a autuada e desconheciam as operações da mesma. Fl. 5522DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 6 Devidamente cientificados, apresentaram impugnação tempestiva os responsáveis solidários, Osvaldo Silva Carvalho, Thais Gomes Lopes e a empresa JNVT – Comissária & Despachos Aduaneiros Ltda. Não apresentou impugnação e foi declarada revel a autuada Port Brazilian. As impugnações de Osvaldo Silva Carvalho e Thais Gomes Lopes têm grande parte das alegações em comum, por isso serão apresentadas conjuntamente. O único argumento que não é comum, é o que pede nulidade do processo, devido a forma utilizada para ciência do auto de infração. Este argumento aponta que a intimação por edital não é válida uma vez que não foram realizadas as outras formas de ciência que é pessoal ou por via postal. Preliminarmente, referente ao levantamento dos dados bancários da autuada, realizada com base no art. 6º da Lei Complementar (LC) nº 105, de 10 de janeiro de 2001 (Requisição de Movimentação Financeira – RMF), alega que essa prática de quebra de sigilo é inconstitucional, uma vez que inviolabilidade de dados, a intimidade e a privacidade são garantidos pela Constituição Federal (CF) em seu artigo 5º, X e XII. Que desta forma a prova obtida por RMF deve se rechaçada, pois é ilegal. Que na solicitação da RMF, não foram observados os requisitos exigidos no artigo 6º da Lei Complementar 105/2001, regulamentada pelo Decreto nº 3.724, de 10 de janeiro de 2001, uma vez que esta foi feita de forma genérica. No mérito, alegaram os impugnantes que: · os fatos referemse à autuada, sobre a qual os impugnantes não tem qualquer participação ou ingerência; · a única relação que os impugnantes tiveram com a autuada foi a concessão de empréstimos de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais – Thais) e R$ 361.000,00 (trezentos e sessenta e um mil reais – Osvaldo); · em mais de um ano de investigação, a fiscalização não logrou levantar qualquer informação e/ou documento que mostrasse que os impugnantes eram pessoas interpostas; · nem mesmo os mais de cem clientes citaram os impugnantes como ligados à autuada; · a falta de devolução do empréstimo pela autuada, inadimplência por exemplo, não pode ser a única prova da fiscalização de que os impugnantes são responsáveis pelas atividades irregulares praticadas pela autuada; · no próprio auto consta que os recursos aportados por eles à autuada são insuficientes para suportar as importações efetuadas; · a fiscalização não se esmerou em encontrar Patrique, que é sócio de outra empresa no Rio de Janeiro, conforme consta da SERASA. Que a consulta mostra que Patrique atualizou seu endereço em outubro de 2012, então poderia ser facilmente encontrado e que a participação do responsável legal seria essencial para revelar as responsabilidades sobre as infrações cometidas pela autuada; · é necessário identificar com precisão em qual dos dois tipos infracionais a autuada é acusada, se por interposição fraudulenta ou interposição fraudulenta por presunção; · para haver a interposição é necessário haver a simulação, fraude que tem como elemento constituinte imprescindível o dolo. A fraude somente pode ocorrer na prestação das informações que se dá durante o procedimento de despacho aduaneiro. Que nesse sentido, Fl. 5523DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 5 7 os impugnantes não podem ser acusados de serem responsáveis pela negociação, intermediação e suporte operacional e econômico das importações realizadas pela Port Brazilian; · não houve individualização da conduta dos impugnantes, em flagrante cerceamento de defesa. Que há de se individualizar a parte da pena conforme prevê o artigo 100 do DecretoLei nº 37, de 21 de novembro de 1966; · que a interposição fraudulenta presumida baseiase na não comprovação dos recursos empregados nas operações de comércio exterior da empresa autuada. Que aos impugnantes não se aplica o dever de prestar contas sobre a origem dos recursos utilizados, uma vez que não tem qualquer controle. Somente pode ser apenado por omissão aquele que possua o dever de praticar certo ato. É absurda a ideia de que terceira pessoa possa se responsabilizar pela omissão alheia; · não há provas de que os impugnantes participaram das operações de importação, intermediando, negociando ou concedendo suporte operacional. Que as respostas das importadoras mencionavam que quem realizava negociação era Patrique; se a Receita Federal concluiu pela inexistência da autuada constatada em diligência realizada em 2012, não significa que a empresa não existia em 2011. Se ela existia em 2011, não pode um terceiro desvinculado da empresa provar os recursos utilizados pela mesma; · as penalidades geradas pela não comprovação de recursos devem ser aplicadas exclusivamente à autuada, pois somente a ela cabe comprovar os recursos; · que o art. 27 da Lei nº 10.637/2002 não permite à fiscalização apontar sujeito passivo diverso do instituído pela lei, pois a finalidade do referido artigo é permitir a aplicação do disposto nos art. 77 a 81 da Medida Provisória (MP) nº 215835, de 24 de agosto de 2001 e a conseqüência dessa presunção não é a caracterização de uma infração, mas o reenquadramento administrativo tributário das operações; · em relação ao art. 124 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN), o CARF entendeu que deve haver interesse comum nas relações envolvendo operações de importação, a ser atestado com prova inequívoca. A JNVT Comissária & Despachos Aduaneiros Ltda inicia sua impugnação mencionando a inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário, através da RMF, conforme prevê o art. 6º da LC nº 105/2001, o que é motivo para anulação do auto de infração em análise. O sigilo é um direito fundamental do indivíduo, sendo plenamente possível tal quebra com autorização do Poder Judiciário, desde que os demais valores sejam suficientemente importantes para sua violação. Além da quebra de um direito fundamental, a quebra de sigilo seria também uma violação do princípio da segurança jurídica. Prossegue a impugnação alegando cerceamento de defesa. Menciona que o AI não foi instruído com os documentos que orientaram a autuação pela Receita Federal. Fl. 5524DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 8 Afirma que o sujeito passivo deve conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, e que neste caso o auto de infração não lhe permite precisar exatamente a infração cometida. Menciona ainda que: · apresentou os documentos que comprovaram ser ela uma simples prestadora de serviço (inclusive as notas fiscais) e que a Receita Federal, unilateral e infundadamente decidiu desconsiderálos; · a autuação da impugnante foi feita absurdamente de forma presumida; · a fiscalização não logrou comprovar que os fatos que levaram a presunção de interposição fraudulenta, quais sejam, a constatação da não comprovação da origem dos recursos empregados nas operações de importação e a ocultação do real adquirente,são de responsabilidade da impugnante; · a única operação realizada pela impugnante foi a simples facilitação no desembaraço das mercadorias quando da chegada ao porto, sendo sua relação com a autuada a de prestação de serviços; · pelo fato de ela ser uma prestadora de serviços, é absurda a responsabilidade tributária atribuída a ela; · no caso, de forma objetiva, houve uma simples transferência da obrigação tributária e que essa, por ter um caráter punitivo não podem ser transferidas; · cita fatos contraditórios da fiscalização, mencionando que nas conclusões sobre a pena de perdimento a fiscalização não comprovou ser a impugnante uma pessoa interposta ou até mesmo contribuir para a interposição fraudulenta. Que a comprovação deste entendimento está no fato da impugnante ter apresentado a documentação requisitada pela fiscalização. A Respeitável 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis apreciou a autuação e as impugnações e os documentos que instruem o processo, e decidiu rejeitar as preliminares argüidas e, no mérito, considerar improcedente as impugnações, mantendo o crédito tributário em discussão. O Acórdão n. 0733.782, de 26/12/2013, ficou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 19/08/2010 a 13/05/2011 IMPORTAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior quando a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação de mercadorias estrangeiras não for comprovada. A interposição fraudulenta de terceiros em operações de comércio exterior, é considerada dano ao erário, punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. INOCORRÊNCIA. A obtenção, por parte do Fisco Federal, de informações referentes à movimentação bancária do sujeito passivo, através de Requisição de Movimentação Financeira (RMF), além de ter previsão legal, não constitui quebra de sigilo bancário. Fl. 5525DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 6 9 ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E/OU ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa, analisar e julgar questões sobre ilegalidade ou inconstitucionalidade de norma tributária, e assim decidir sua aplicação ao caso concreto. Este tipo de julgamento é prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário, por força de dispositivo constitucional. DAS PROVAS No âmbito do processo fiscal, são admitidos todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive provas indiretas e a presunção hominis (presunção simples), desde que comprovada por indícios convergentes. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Thais Gomes Lopes e Osvaldo da Silva Carvalho ingressaram com recurso voluntário, contra a decisão de 1º grau. Em breve síntese alegam: · a decisão da RJ se baseia em presunções; não há provas diretas da participação das recorrentes na infração; seus nomes não foram citados pelos clientes da Port Brazilian, mas, sim, o de Patrique (que se reconhece como aquele que tratava diretamente com os clientes e recebia os pagamentos; e portanto realizava a intermediação, a negociação e o suporte operacional); · não há comprovação da efetiva utilização dos empréstimos feitos pelas recorrentes nas importações realizadas pela Port Brazilian (se a autoridade lançadora não demonstra, por exemplo, através dos registro contábeis, o uso dos empréstimos como recursos financeiros usados nas importações, então eles não as financiaram); · há contradição no raciocínio da DRJ pois os recursos emprestados pelas recorrentes não seriam suficientes para suportar as importações feitas e as receitas e despesas da importadora não transitaram por contas bancárias. · os compradores das mercadorias em questão são os reais adquirentes; · o fato das recorrentes não terem cooperado com a fiscalização não pode ser utilizado como fato presuntivo para provar a infração; · as importações forma financiadas por outras empresas (especialmente JNVT e Sharlak); · é impossível às recorrentes comprovar a origem dos recursos usados pela importadora Port Brazilian, pois não são sócios, administradores ou possuem qualquer ingerência. o ônus dessa comprovação é da importadora; · O RMF (registro de movimentação financeira) é ato administrativo e o relatório circunstanciado previsto no § 5º do art. 4º do Decreto n. 3.724, de 2001, é pressuposto para validade do RMF. as recorrentes entendem que, no caso ele não existe, logo as provas obtidas dessa forma, com RMF sem validade, são ilicitas. · a infração descrita no inciso V do artigo 23 do Decretolei n. 1.455, de 1976, é diferente da descrita no § 2º desse mesmo artigo, e a autoridade lançadora imputa ambas à importadora e às recorrentes, mas isso é uma acusação genérica, faltalhe imputação especifica, o que prejudica o direito de defesa das recorrentes. Fl. 5526DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 10 · a pena pela não comprovação da origem não deve ultrapassar a pessoa da importadora; e a aplicação da penalidade deve ser na medida de culpabilidade de cada suposto infrator; · o art. 27 da Lei n. 10.637, de 2002, não estabelece uma infração, mas uma presunção para permitir a aplicação do disposto nos artigos 77 a 81 da MP 2.15835, de 2001. · a solidariedade do art. 124, I, do CTN é fática. o interesse comum não se presume, deve ser provada. A falta de comprovação implica em cerceamento do direito e capacidade de defesa. · pedem sobrestamento desse processo até seja decidido pelo STF o RE n. 389.808 que teria reconhecido a inconstitucionalidade da LC n. 105/2001, sobre o sigilo dos dados, e/ou seja sobrestado até decisão do RE n. 601.314 pelo STJ, sobre o mesmo tópico. · por eventualidade, acaso mantida a responsabilidade solidária dos recorrentes, seja a multa proporcional ao valor emprestado por cada recorrente e seja limitada a responsabilidade de cada recorrente ao valor dos empréstimos. JNVT Comissária de Despachos Aduaneiros Ltda. apresentou recurso voluntário, onde alega: · inconstitucionalidade da quebra do sigilo bancário; · é ilegal a quebra de sigilo bancário sem prévia autorização judicial; deve ser anulado o auto de infração; · a descrição da infração não é exata sobre os fatos, o que prejudica o direito e a capacidade de defesa da recorrente · a recorrente simplesmente facilitou o desembaraço, somente prestou esse tipo de serviço, não sendo responsável pela conduta da importadora; nem ser considerada responsável tributária; · a recorrente apresentou a documentação requisitada pela autoridade fiscal e isso comprova a total inexistência de intençãopor parte da recorrente de praticar ou concorrer para a prática de qualquer ilícito. · não houve comprovação da simulação, dos benefícios auferidos e da ocultação do real interessado, nem do dolo É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Dos pedidos de sobrestamento e dosagem da pena Inicialmente proponho apreciarmos os pedidos das recorrentes Osvaldo da Silva Carvalho e Thais Gomes Lopes para que: (a) se sobrestasse o julgamento enquanto não apreciados pelo STF e pelo STJ Recurso Extraordinário que cuida da constitucionalidade da Fl. 5527DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 7 11 Lei Complementar que trata do sigilo bancário e (b) para que a pena de multa objeto desse processo administrativo fosse dosada consoante critérios que aproveitasse a proporcionalidade "ao valor emprestado por cada recorrente" ou ( c) e "fosse limitada à responsabilidade de cada recorrente ao valor dos empréstimos". Como é sobejamente conhecido, foi subtraído do CARF a possibilidade de aplicação do instituto do sobrestamento de processo administrativo tendo em vista a possibilidade de julgamento e decisão no STF e no STJ de matéria com efeitos de repercussão geral ou repetitivo. Com relação à questão da quantificação da pena levantada pelas recorrentes, a legislação que estabelece a pena em discussão e as situações ou hipóteses que ensejam as penalidades não firmaram regras nesse sentido para se determinar o quantum da multa deveria ser atribuído na responsabilização de cada um dos que participaram e concorreram para as infrações. Ademais, como será tratado ao longo do voto, as infrações não são os "empréstimos" a que se referem as recorrentes, mas as práticas perpetradas através das importações de ocultação dos reais interessados através de simulação ou fraude e falta de comprovação da origem, disponibilidade e transferência de recursos empregados. Portanto, pela falta de previsão legal, proponho sejam rejeitados os pedidos. Da Preliminar de Nulidade por Quebra do Sigilo Bancário O sigilo bancário tem sido um tema sensível e que suscita debates relacionados a sentimentos e posições divergentes, mas a interpretação dos institutos que o tratam e disciplinam concorrem para esclarecer e pacificar a sua eficácia e as hipóteses da quebra desse sigilo. Como pressuposto, na análise desse tema e das possibilidades de se quebrar ou mitigar o sigilo bancário, é certo que todos têm direito à privacidade, mas ela não pode ser usada para albergar ilegalidades. Por isso ninguém tem o direito de invocála para absterse de cumprir a lei ou para evitar a sua efetividade sobre ele. Pessoalmente, não me restam dúvidas, que o direito ao sigilo bancário não pode ser utilizado para acobertar ilegalidades. Por outro lado, preservase a intimidade enquanto ela não atingir a esfera de direitos de outrem. Professo, portanto, o entendimento que o sigilo bancário, para fins tributários e aduaneiros, não é absoluto, e, sim, relativo, e o acesso a esse tipo de informações por parte das autoridades fiscais e aduaneiras pode ocorrer nas hipóteses previstas em lei. Nesse sentido, a Lei Complementar nº. 105, de 10 de janeiro de 2001, estabelece o seguinte: “Art. 1° As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) § 3º Não constitui violação do dever de sigilo: I a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; II o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas às normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil; Fl. 5528DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 12 III o fornecimento das informações de que trata o § 2º do art. 11 da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996; IV a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa; V a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados; VI a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º desta Lei Complementar. (...) Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. (...) Art. Revogase o art. 38 da Lei n°° 4.595, de 31 de dezembro de 1964.”. O texto autorizou, positivamente, as autoridades e agentes fiscais tributários a obter informações mantidas e referentes às operações ativas e passivas e serviços prestados pelas instituições financeiras, inclusive de contas de depósitos e aplicações financeiras, desde que haja processo administrativo instaurado. O parágrafo único do artigo 6º dessa Lei Complementar deixa expresso que os documentos e informações fornecidos, bem como seus exames, devem ser conservados em sigilo e observada a legislação tributária, cabendo a sua utilização apenas de forma reservada, e que esse proceder não constitui, de fato, quebra de sigilo. As recorrentes propõem que as Requisições de Movimentação Financeira – RMF emitidas não seguiram rigorosamente as exigências previstas pelo Decreto nº 3.724/2001, que regulamentou o art. 6º da Lei Complementar 105/2001, inclusive quanto às hipóteses de indispensabilidade previstas no art. 3º, que também não estariam presentes nos autos. Alegam que isso invalidaria a Requisição e a eficácia dos dados assim obtidos. Não acolho esse entendimento e a conclusão propostas pelas recorrentes. Em verdade, verifico que houve intimações e reintimações para se prestar informações e a fornecer documentos e registros de suas operações, inclusive de sua movimentação em instituições financeiras. Entretanto, os intimados não os apresentaram, razão por que não restou opção à fiscalização senão a emissão da Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira – RMF. considerando a existência de indício de incompatibilidade entre a capacidade econômicaoperacional da empresa PORT BRAZILIAN e os valores transacionados no comércio exterior; a não localização da empresa e seus prepostos; a omissão no atendimento da intimação fiscal e na apresentação de declarações e escrituração fiscal perante a RFB; e a existência de indício de interposição, tornouse imprescindível a obtenção das informações bancárias a respeito do contribuinte PORT BRAZILIAN para a constatação da origem, disponibilidade e efetiva transferência dos recursos empregados nas operações de comércio exterior. E, considerando a configuração da hipótese prevista no art. 33 da Lei nº 9.430/96, a ação fiscal solicitou a emissão de RMF Requisição de Informação sobre Movimentação Financeira às instituições Fl. 5529DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 8 13 bancárias. O Sr. Inspetorchefe, considerando indispensável ao andamento do procedimento de fiscalização, requisitou as informações sobre a movimentação financeira do contribuinte PORT BRAZILIAN ao Banco do Brasil S/A, Banco do Estado do Espírito Santo S/A e Banco Bradesco S/A. (trecho da descrição dos fatos no auto de infração) A meu ver, ao consultar os documentos que instruem o processo, os requisitos estabelecidos pelo artigo 4º do Decreto n. 3.724, de 2001, foram atendidos. E neles não se inclui a obrigatoriedade de reproduzir no auto de infração parte ou a totalidade das informações assim obtidas, nem a obrigatoriedade de instruir o concernente processo administrativo com essas informações ou com o relatório circunstanciado e de outros expedientes para a obtenção dessas informações. Ademais, pelo louvor ao principio da verdade material, mesmo a ausência do relatório circunstanciado que justificou o acesso a esse tipo de informação não pode ter o condão de invalidar o conhecimento sobre os fatos financeiros para fins de instrução do auto de infração e o processo administrativo. Advogo que o formalismo deve ser balanceado com os outros princípios que regem o processo administrativo e os atos da administração pública. Não se vislumbra, portanto, qualquer irregularidade no ato administrativo adotado, mas um procedimento legal, que objetivou viabilizar a ação fiscal e que estava devidamente amparado pela legislação em vigor. Nesse sentido, afirma o recorrente que a quebra do sigilo bancário só é permitida quando precedida de autorização judicial e para o fim específico de investigação criminal ou instrução processual penal e que a Lei Complementar nº 105, 10 de janeiro de 2001, padece de inegável inconstitucionalidade. Assim, entende que os extratos bancários, obtidos pela autoridade fiscal, mediante emissão de Requisição de Informação sobre Movimentação Financeira (RMF), são provas ilícitas. Mas essa alegação não procede. Sublinho que a Lei Complementar não subordina o acesso a essas informações por parte das autoridades fiscais a uma prévia autorização judicial. Ademais, esposo o ponto de vista que o sigilo bancário não está expressamente previsto na Constituição Federal. E os debates recebem teses cuja origem de fato, advêm das interpretações doutrinárias e jurisprudenciais. Mas não há dúvida que a Lei Complementar e a Lei Ordinária prevêem e autorizam o exame de informações tratadas e mantidas pelas instituições financeiras. Não seria cabível questionar a sua constitucionalidade. Citese, por oportuno, a Súmula CARF nº 2, abaixo transcrita, cujo enunciado registra o entendimento de que este colegiado está impedido de examinar a constitucionalidade de leis tributárias: Súmula CARF nº 2 – O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Desse modo, ausente qualquer ilicitude na prova decorrente da transferência de sigilo bancário para a Receita Federal do Brasil, posto que a Lei Complementar 105, de Fl. 5530DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 14 2001 confere às autoridades administrativas tributárias a possibilidade de acesso aos dados bancários, sem autorização judicial, desde que haja processo administrativo e justificativa para tanto. E é este o caso nos autos. Rejeito, portanto, o questionamento preliminar argüido quanto ilicitude da prova por quebra do sigilo bancário. De onde proponho a esta alta Corte considerar afastadas as alegações de que as informações obtidas pela fiscalização e usadas para o auto de infração neste processo sejam ilícitas. E, se acolhida esta proposta, nestes termos, seja afastada a alegação de nulidade do lançamento, por uso de prova ilícita suscitada pela defesa. Preliminares de falha na descrição dos fatos, nas provas e na motivação do auto de infração Manifestei em outras ocasiões, e aqui repito, meu entendimento de que o disposto no § 2º do artigo 23 do Decretolei n. 1.455, de 1976, não conflita com o disposto no inciso V desse mesmo artigo. Citálos como motivação em um mesmo auto de infração não constitui uma acusação genérica, mas a definição de que está se constatando tanto a interposição fraudulenta presumida (§ 2º desse artigo), como a infração prevista no inciso V. Não vejo nas impugnações e nos recursos voluntários indício que tivesse sido prejudicada a capacidade e o direito de defesa tendo por causa a co existência desses dois dispositivos na motivação do auto de infração ou por suposta insuficiência ou falha na descrição dos fatos imputados. ao contrário. Por esses motivos concluo que não podem prosperar as alegações de que houve falha na descrição e motivação do auto de infração. A lei do processo administrativo fiscal, para a comprovação do ilícito, admite todos os elementos de prova indispensáveis (art. 9º do Decreto n. 70.235, de 1972). E ela não prevê hierarquia ou juízo de valor entre eles e entre os tipos de provas. E esse princípio inclui as presunções suportadas por indícios convergentes. Portanto, entendo que não há base legal para as argumentações que pretendem tornálas menos ou mais válidas por serem ou não diretas. Cada julgador, consoante método que pessoalmente burila e dentro do que a legislação dispõe, ao apreciar os dispositivos legais e normativos e as informações e argumentações de um contencioso, estabelece a convicção que orienta e justifica o seu juízo e as suas conclusões. As tipologias concorrem para elucidar, mas não para determinar os juízos. Neste caso, há um conjunto de elementos reunidos pela investigação e instruindo o auto de infração, que, a meu ver, comprovam os ilícitos, como analisaremos a seguir. Portanto, considero improcedentes as alegações que pretendem invalidar o auto de infração e o decisum de primeiro grau por falta de prova direta ou pelo uso da presunção. Mérito A meu ver, neste processo há elementos que demonstram que houve colaboração efetiva das recorrentes para a ocorrência das importações com ocultação dos reais responsáveis e subtraindo a possibilidade de se comprovar a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. O aporte de recursos feito à autuada por Osvaldo da Silva Carvalho e Thais Gomes Lopes , que chamam de "empréstimos", foram realizados nas seguintes datas: Depósito de R$ 500,00 (quinhentos reais) – Conta do Banestes em 30/8/2010 – Osvaldo; Depósito de R$ 361.000,00 (trezentos e sessenta e um mil reais) – Conta do Banco do Brasil em 31/1/2011 – Fl. 5531DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 9 15 Osvaldo; Depósito e R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) – Conta do Banco do Brasil em 1º/2/2011 – Thais. cheque dado como pagamento a Sônia Alves Guimarães Gabriel, antiga sócia da autuada, por Osvaldo no valor de R$ 41.000,00 (quarenta e um mil reais), quando da transferência da empresa para Patrique Lima Torrezanni (doravante identificado neste voto pelos eu primeiro nome) em outubro de 2010, que também pode ser considerado um aporte de dinheiro à autuada. A recorrente JNVT Comissária cuidou do despacho de aduaneiro de 49 declarações de importação e efetuou o pagamento dos tributos a elas relacionados no montante de R$ 1.423.615, 56 que saíram de suas contas bancárias. Apesar de Intimada, não informou ou esclareceu a origem dos recursos e as condições que justificaram essas operações, face a importadora ser a Port Brazilian. Ademais, os despachantes Willian Alves dos Santos e Alexandre Andrade Fernereti, responsáveis pela confecção de 212 Declarações de Importação da Port Brazilian estavam vinculados à própria JNVT Comissária. As recorrentes, em resposta a intimações, prestaram informações que posteriormente se revelaram contraditadas pelos fatos. Como consta do decisum a quo: Inicialmente referente a Osvaldo, consta resposta a intimação de que em relação à autuada somente teve contato com a mesma quando auxiliou na transferência da empresa de Sonia para Patrique, com o único intuito de intermediar negócios. Alegou ainda: (a) que não tinha em seu poder contratos realizados pela autuada; (b) que os recursos para aquisição da empresa foram disponibilizados por Patrique; ( c) que os recursos da compra da empresa deviam ser comprovados por Patrique; (d) que não tinha participação societária ou administrativa na autuada; (e) que não tinha conhecimento das suas negociações; (f) que tinha participação societária e administrativa na empresa Gamma Comércio Internacional Ltda. Quanto a Thais, em resposta a intimação, menciona que: (a) não tem conhecimento da autuada; (b) que nunca intermediou negócios, nunca fez parte do quadro societário e nunca foi administradora Port Brazilian; ( c) que desconhece qualquer documentação da empresa autuada; 9d) que, no momento da resposta à intimação, encontravase afastada das suas funções de advogada, visto que estava fazendo curso para procuradora do estado. Sobre os impugnantes, cabe inicialmente mencionar que ambos são casados e residem no mesmo endereço. Ambos, em resposta às intimações em 2012, negaram qualquer participação ou relação com a autuada e não mencionaram os depósitos de R$ 361.000,00 (trezentos e sessenta e um mil reais – Osvaldo) e R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais – Thais) feitos no início de 2011, depósitos estes que na impugnação disseram ser empréstimos. A contradição das informações prestadas na impugnação, com aquela apresentada quando da resposta da intimação, mostra claramente que havia um interesse à época de não informar a existência de tais depósitos, que uma vez descobertos pela fiscalização, passaram a ser denominados pelos impugnantes de empréstimos. Sublinho que, a partir de 2010, passou a ser registrada em nome da Port Brazilian operações de importação, tendo sido declarado todas as operações como que por conta própria e que chegam ao valor total de R$ 12.970.577,00 (doze milhões, novecentos e Fl. 5532DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 16 setenta mil, quinhentos e setenta e sete reais), operações essas que ocorreram no segundo semestre de 2010 e primeiro semestre de 2011. Continuando a apreciação dos recursos, também não é verdade, como sugerem, que o Sr. Patrique foi reconhecido pelos clientes da Port Brazilian como o seu responsável ou seu administrador. De fato, das dezenas de clientes, dos que foram contatados pela fiscalização apenas 5 (cinco) citaram seu nome e nenhum o reconheceu como administrador da empresa importadora. A Port Brazilian, como ente jurídico, sofreu uma substantiva mudança a partir do 2º semestre de 2010, onde constatamos a alteração do seu quadro societário e do administrador com a intervenção feita pelo Sr. Osvaldo da Silva Carvalho para pagar as quotas pertencentes à sócia anterior e retirante e promover o ingresso do Sr. Patrique no quadro societário e como seu administrador. Esta mudança de rumo está patente no fato da empresa passar a realizar somente importações, ao invés da somente exportações como era antes. E passou a fazêla acima de sua capacidade financeira. É a partir dessa fase que deixou de prestar informações à Receita Federal. A exsócia Sra. SÔNIA ALVES GUIMARÃES GABRIEL CPF nº 845.686.23715 também foi intimada a apresentar documentação comprobatória e esclarecimentos sobre a localização das empresas ACIMPEX e PORT BRAZILIAN; sua atuação e participação na empresa PORT BRAZILIAN; a negociação e quitação das quotas de capital da empresa PORT BRAZILIAN. Em resposta, a Sra. Sônia apresentou cópia das 7 e 8ª Alteração do Contrato Social da PORT BRAZILIAN e declarou que não possui documentos referentes à PORT BRAZILIAN; que se retirou da PORT BRAZILIAN em 14/10/2010; que foi apresentada “ao Sr. Osvaldo Silva Carvalho, que estava vinculado ao Sr. Patrique Lima Torezanni”; que o Sr. OSVALDO SILVA CARVALHO efetuou o pagamento de R$ 41.000,00 para quitação das quotas de capital da PORT BRAZILIAN e apresentou cópias de cheques de emissão do Sr. Osvaldo, extrato e comprovante de depósito bancário. ANEXOS Termo de Intimação, Termo de Reintimação, AR e resposta do contribuinte. Com relação à proposta de que esse repasses financeiros sejam considerados como empréstimos, não há elementos trazidos pelas recorrentes para se classificar como empréstimos os recursos financeiros passados por Osvaldo da Silva Carvalho e Thais Gomes Lopes à Port Brazilian, como desejam e insistem as recorrentes. Não há contratos, nem garantias, nem contraprestações, nada há para provar serem empréstimos. Não há dúvidas, ademais, que todas as recorrentes disponibilizaram recursos e/ou transferiram e/ou aplicaram recursos financeiros que integraram os empregados para viabilizar as importações aqui discutidos e concorreram para o fato infracional. A meu ver, ao contrário do que argumentam as recorrentes, para que se possa ter elementos de prova para essa convicção, não há necessidade que se demonstre que eles tenham financiado diretamente cada ou todas as importações, nem que tenham sido em montante suficiente. Com relação à determinação da responsabilidade pelas infrações, a meu ver, a participação na infração não se restringe ao proprietário ou administrador da pessoa jurídica, mas pode incluir qualquer pessoa que a ela concorra, nos claros termos do que definem os artigos 94 e 95 do Decretolei n. 37, de 1966. Na mesma direção, pareceme correta a interpretação e conclusão da autoridade lançadora, ao aplicar ao caso o disposto no artigo 27 da Fl. 5533DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 12466.720292/201335 Acórdão n.º 3401002.811 S3C4T1 Fl. 10 17 Lei n. 10.637, de 2002, uma vez que, como comprovado nos autos, as recorrentes ou transferiram recursos para a conta corrente da Port Brazilian, ou geriram a disponibilidade de recursos e o aplicaram para promover as importações em discussão. Reproduzo trecho da autuação que resume a conclusão: A simulação praticada pela empresa PORT BRAZILIAN pode ser revelada através da apuração das transferências de recursos de terceiros para a realização de operação de comércio exterior, o que remete à presunção legal do art. 27 da Lei nº 10.637/2002: “Art. 27. A operação de comércio exterior realizada mediante utilização de recursos de terceiro presumese por conta e ordem deste, para fins de aplicação do disposto nos arts. 77 a 81 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001.” (grifos nossos) A presunção legal acompanha a lógica. Não há razão para que terceiro se responsabilize pelo suprimento de numerário e pelo pagamento de despesas de importação de mercadorias, que não são suas. As pessoas físicas e jurídicas relacionadas acima têm interesse nas operações internacionais que são realizadas de forma simulada pela PORT BRAZILIAN e tentaram manterse ocultas perante o Fisco. Como se vê, também não há como acolher a argumentação das recorrentes de que a sua responsabilização pela ocorrência das infrações restaria fragilizada por que elas não seriam administradores da Port Brazilian e lhes seria impossível comprovar a origem dos recursos financeiros empregados. De fato, não há esse requisito ou exigência. Este não é o ponto de fundamento. Consoante o que consta neste processo, interpreto que a Port Brazilian é um ente jurídico que passou a ser habitado por um novo animus no segundo semestre de 2010, e está evidente que passou a não ter intenção de respeitar os princípios e as regras da ordem posta. A simulação e a dissimulação passam a constituir a lógica dominante. O zelo dos novos gestores passa a administrar as operações para evitar o registro ou manutenção de informações. Desse modo interpreto o cuidado com que é utilizado o sistema bancário, dos pagamentos feitos em espécie, da falta de registros empresariais contábeis, etc. As recorrentes se relacionaram com esse empreendimento em situações concretas que envolveram recursos financeiros em montantes significativos e no curto período de 12 meses. É contraditório que tivessem tido essa ligação e/ou participação e não se posicionassem diante do fato que a empresa não tinha endereço certo, e que não pudesse oferecer garantias usuais para as recorrentes face os compromissos mantidos com ela, e que as origens dos recursos e a utilização dos serviços bancários não se davam dos modos geralmente esperados. E está comprovado, a meu ver, que os fatos objetos da autuação, nas importações em discussão, receberam das recorrentes participação substantiva para sua ocorrência. Por tudo o que consta deste processo e tendo em vista as considerações postas neste voto, proponho a esta Corte o não acolhimento dos recursos voluntários e dos pedidos das recorrentes e a manutenção do crédito tributário. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 5534DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 18 Fl. 5535DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10510.724880/2011-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA APRECIAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA Nº 2 DO CARF.
O CARF não tem competência para afastar aplicação de lei com base em inconstitucionalidade, como disposto expressamente na Súmula nº 02, in verbis:
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.
EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. ANÁLISE INFRALEGAL.
A legislação vigente não excluiu o valor do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, de modo que esse valor compõe a base de cálculo dessas contribuições.
Numero da decisão: 3401-002.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Robson José Bayerl - Presidente.
Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, José Luiz Feistauer (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA APRECIAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA Nº 2 DO CARF. O CARF não tem competência para afastar aplicação de lei com base em inconstitucionalidade, como disposto expressamente na Súmula nº 02, in verbis: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. ANÁLISE INFRALEGAL. A legislação vigente não excluiu o valor do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, de modo que esse valor compõe a base de cálculo dessas contribuições.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10510.724880/2011-78
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5414302
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-002.751
nome_arquivo_s : Decisao_10510724880201178.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
nome_arquivo_pdf_s : 10510724880201178_5414302.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima. Robson José Bayerl - Presidente. Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, José Luiz Feistauer (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
dt_sessao_tdt : Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
id : 5778615
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:10 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474749308928
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1767; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 588 1 587 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10510.724880/201178 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.751 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 15 de outubro de 2014 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO PIS/COFINS Recorrente PLÁSTICOS ARACAJU S/A Recorrida DRJ SALVADOR/BA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA APRECIAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA Nº 2 DO CARF. O CARF não tem competência para afastar aplicação de lei com base em inconstitucionalidade, como disposto expressamente na Súmula nº 02, in verbis: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária”. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. ANÁLISE INFRALEGAL. A legislação vigente não excluiu o valor do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, de modo que esse valor compõe a base de cálculo dessas contribuições. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Bernardo Leite de Queiroz Lima. Robson José Bayerl Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 72 48 80 /2 01 1- 78 Fl. 588DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A 2 Jean Cleuter Simões Mendonça Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, José Luiz Feistauer (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. Relatório Trata o presente processo de dois autos de infração (fls.03 e 24), lavrados em 23/12/2011, pelos quais foram lançados de ofício, o PIS e a COFINS faturamento dos fatos geradores ocorridos entre janeiro de 2007 e dezembro de 2008, em razão da Recorrente ter excluído o ICMS da base de cálculo das duas contribuições. A Autuada apresentou Impugnação (fls.478/512), mas a DRJ em Salvador/BA manteve o lançamento, prolatando acórdão (fls. 532/539) com a seguinte ementa: “BASE DE CÁLCULO. ICMS. INCLUSÃO. O ICMS compõe o preço da mercadoria e faz parte do faturamento, integrando a base de cálculo da Cofins. (...) INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 20/03/2012 (fl.544) interpôs Recurso Voluntário em 17/04/2012 (fls. 546/581), alegando, em resumo, que o ICMS não faz parte da receita e nem do faturamento da empresa, de modo que não está incluído na base de cálculo do PIS e da COFINS. Ao fim, a Recorrente pediu que fosse cancelado o auto de infração e que seja declarado o direito da Recorrente de não recolher o PIS e a COFINS sobre o ICMS, “inclusive em relação aos fatos geradores passados”. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A Processo nº 10510.724880/201178 Acórdão n.º 3401002.751 S3C4T1 Fl. 589 3 Este autos foram apreciados pela primeira vez na sessão de 17/07/2012, ocasião na qual se resolveu sobrestar o julgamento com base no art. 62A, § 2º, do Regimento Interno do CARF. Não obstante, o aludido parágrafo foi revogado pela Portaria MF nº 545, de 18 de novembro de 2013, fazendo que a matéria retornasse para julgamento deste colegiado antes do julgado do STF do Recurso Extraordinário nº 574.706, que trata da mesma matéria. É o Relatório. Voto Conselheiro JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA, Relator O Recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. O cerne da questão cingese à inclusão do ICMS sobre a base de cálculo do PIS e da COFINS. Essa matéria pode ser apreciada sob duas ópticas, uma, a constitucional, na qual se verifica os princípios constitucionais e a semântica constitucional do termo “faturamento”; e a outra óptica é a infraconstitucional, na qual a margem para interpretação é mais estreita, pois permite somente analisar a letra da lei, sem possibilidade de se aprofundar nas questões da Constituição Federal. Quanto à questão Constitucional, o CARF não pode se pronunciar em razão da sua Súmula nº 02, que assim determina: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Desse modo, afastase a possibilidade de análise da questão pelo prisma constitucional. No que concerne à interpretação com base nas normas infralegais, insta esclarecer que a forma de tributação do período lançado consiste no PIS e COFINS faturamento, apoiados, respectivamente, na Lei Complementar nº 7/70 e Lei Complementar nº 70/91, conforme consta enquadramento legal do auto de infração. Quanto ao PIS, a Súmula nº 68 do STJ afasta qualquer dúvida infralegal em relação à inclusão do ICMS na base de cálculo. Senão, vejamos: “A parcela relativa ao ICM incluise na base de calculo do PIS”. Fl. 590DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A 4 No tocante à COFINS, cabe transcrever o art. 2º, da Lei Complementar nº 70/91, in verbis: “Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Parágrafo único. Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição, o valor: a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em separado no documento fiscal; b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título concedidos incondicionalmente”. Notese que o legislador decidiu retirar somente um tributo da base de cálculo da COFINS e ele foi o IPI, não havendo qualquer referência quanto à exclusão do ICMS. Por essa razão, a jurisprudência do STJ se firmou no sentido de impossibilidade de exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS, conforme decisões abaixo: “TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. POSSIBILIDADE. 1. A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do PIS e da COFINS. Incidência das Súmulas 68 e 94 do STJ. Precedentes. 2. O Superior Tribunal de Justiça tem julgado a presente questão sob a ótica infraconstitucional, aplicandose a jurisprudência consubstanciada nas Súmulas 68 e 94/STJ, não havendo, pois, que se falar em usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.” (AgRg no REsp 1413346/PI, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/09/2014, DJe 29/09/2014) “TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. O entendimento do Tribunal de origem não merece censura, pois em harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS incidência das Súmulas 68 e 94 e 83 do STJ. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A Processo nº 10510.724880/201178 Acórdão n.º 3401002.751 S3C4T1 Fl. 590 5 Agravo regimental improvido”. (AgRg no AREsp 517.713/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2014, DJe 27/06/2014) “TRIBUTÁRIO. MEDIDA CAUTELAR. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. SÚMULAS 68 E 94 DO STJ. A jurisprudência desta Corte Superior há muito firmouse no sentido da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS incidência das Súmulas 68 e 94 do STJ. Medida cautelar indeferida. Revogação da liminar concedida”. (MC 21.070/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/05/2014, DJe 28/05/2014) Portanto, analisando somente a questão infralegal, o ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da COFINS. Ex positis, nego provimento ao recurso voluntário interposto. Sala das Sessões, em 15 de outubro de 2014 JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Fl. 592DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 18 /12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONC A
score : 1.0
Numero do processo: 16349.000079/2009-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.858
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 16349.000079/2009-14
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5417798
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-000.858
nome_arquivo_s : Decisao_16349000079200914.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 16349000079200914_5417798.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
id : 5785471
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:56 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047475685687296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1265; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 908 1 907 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16349.000079/200914 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401000.858 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 12 de novembro de 2014 Assunto Realização de diligência Recorrente PERDIGÃO S/A (BRF BRASIL FOOD S/A) Recorrida DRJ SÃO PAULO I/SP Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 49 .0 00 07 9/ 20 09 -1 4 Fl. 456DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 16349.000079/200914 Resolução nº 3401000.858 S3C4T1 Fl. 909 2 Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP transmitido em 25/03/08, pela a Contribuinte pretende o ressarcimento do PIS nãocumulativo do quarto trimestre de 2007 (fls.40/42). A delegacia de origem indeferiu o crédito, sob fundamento de que no Mandado de Segurança nº 2009.61.00.0071850 foi determinado que a autoridade administrativa analisasse o pedido da Contribuinte no prazo de 30 dias. Contudo, para cumprir esse prazo seria necessário que a Contribuinte apresentasse as provas da existência do crédito, dentre elas, os livros contábeis. Como assim não fez, não ficou comprovado a existência do crédito (fls.140/144). A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 147/156), mas a DRJ São Paulo I/SP manteve o indeferimento ao prolatar acórdão (fls.642/652) com a seguinte ementa: “PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito pleiteado em Pedido de Ressarcimento deve ter sua liquidez e certeza comprovadas para que o pleito seja deferido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 19/11/2009 (fl. 654) e interpôs recurso voluntário em 18/12/2009 (fls.655/668) com as alegações resumidas abaixo: · O crédito em questão foi pleiteado por empresa sediada no Rio Grande do Sul, que, desde agosto de 2009, depois das sucessões empresariais, passou ser sediada na cidade de Itajaí/SC, portanto, a DRJ São Paulo I era incompetente para julgar a manifestação de inconformidade, de modo que a decisão é nula. · O despacho de decisório é nulo, vez que o prazo concedido para apresentação dos documentos para comprovação do crédito, cinco dias, foi insuficiente e a legislação determina o mínimo de vinte dias; · Também configura o cerceamento de defesa no acórdão da DRJ, ao exigir que a Recorrente tivesse apresentado os arquivos digitais, quando as informações presentes neles podem ser verificadas nos arquivos juntados à manifestação de inconformidade; Fl. 457DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 16349.000079/200914 Resolução nº 3401000.858 S3C4T1 Fl. 910 3 · A Recorrente não poderia anexar os documentos comprovadores de seu crédito à PER/DCOMP e, como o prazo dado pela delegacia de origem foi insuficiente, juntou posteriormente aos autos documentos como cópias das DACONs, planilhas com a composição das DACONs e as informações como data de geração de crédito, data de pedido de ressarcimento, data de estorno de crédito, dentre outras informações. Além disso, em razão do grande volume de documentos, não foram anexados aos autos, mas foram expressamente colocados à disposição do Fisco em caso da realização de diligência livros fiscais, livros contábeis e notas fiscais; · Com base no Princípio da Verdade Material, os documentos apresentados pela Recorrente e deixados à disposição do Fisco devem ser analisados. Ao fim, a Recorrente pediu a declaração de nulidade do acórdão da DRJ em razão da incompetência; a declaração de nulidade do acórdão da DRJ em razão do cerceamento de defesa ou o reconhecimento do direito ao ressarcimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente pretende o ressarcimento de crédito do PIS nãocumulativo e se insurge contra o acórdão da DRJ sob alegação, preliminar, de nulidade da decisão da instância inferior e, no mérito, sustenta que os documentos apresentados nos autos de colocados à disposição de diligências comprovam a existência do crédito. Sendo assim, devese analisar as nulidades arguidas pela Recorrente e, se ultrapassadas, julgar a existência de crédito. 1. Da nulidade do despacho decisório A Recorrente alega que o despacho decisório é nulo, pois teria sido proferido com cerceamento de defesa, vez que a não lhe foi dado prazo suficiente para apresentar os documentos necessário a provar a existência do crédito. Neste ponto, não cabe razão a Recorrente. Na situação de fato, quando moveu a ação judicial requerendo mais rapidez na análise de pedido de ressarcimento, a Recorrente já deveria ter separados os documentos que supostamente provam a existência do crédito. Fl. 458DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 16349.000079/200914 Resolução nº 3401000.858 S3C4T1 Fl. 911 4 Além disso, o prazo dado pela autoridade fiscal para a apresentação dos documentos fezse necessário em razão do exíguo tempo para o cumprimento da liminar. Na decisão judicial liminar de fl. 04/07, o Excelentíssimo Magistrado da 15ª Vara Cível da Seção Judiciária do Estado de São Paulo concedeu o prazo de apenas trinta dias para que delegacia de origem se manifestasse, conclusivamente, sobre o pedido de ressarcimento. Caso fossem concedidos vinte dias para que a Contribuinte apresentasse os documentos, seria inviável cumprir a decisão liminar. Como a autoridade fiscal agiu em cumprimento à decisão judicial, cuja origem foi um pedido da própria Contribuinte, não se vislumbra a ocorrência de qualquer tipo de nulidade do despacho decisório proferido nessas circunstâncias. Portanto, não há razão para declarar o despacho decisório nulo. 2. Da existência do crédito As ocorrências no presente processo demonstramse atípicas. Notase que, em razão da decisão judicial, o prazo dado à Contribuinte para apresentação dos documentos foi inferior ao prazo que se pratica. Com isso, o crédito negado por falta de prova e que o resultado poderia ter sido diferente em outras circunstâncias. Nas fls. 549/637 dos presentes autos, a Recorrente juntou DACONs e planilhas para demonstrar a existência do crédito, bem como se pôs à disposição para apresentar demais documentos necessários para provar o direito creditório. Diante dos fatos ocorridos e do princípio da verdade material que orienta o processo administrativo fiscal, é caso de realização de diligência, a fim de que o direito ao crédito seja analisado com mais detalhes. Assim, os autos devem retornar à delegacia de origem, a qual deve analisar os documentos já apresentados nos autos e intimar a Recorrente para apresentar os documentos necessários e, ao fim, elaborar relatório conclusivo respondendo às seguintes questões: 1 A Contribuinte tem direito ao crédito do PIS nãocumulativo referente ao quarto trimestre de 2007? Em caso de resposta positiva, qual o valor do crédito? 2 O crédito é suficiente para extinguir o débito compensado? 3 – Fazer juntada das Portarias que definiram a competência da DRJ São Paulo I, especificamente deste processo. Após a conclusão da diligência, a Contribuinte deve ser intimada para, querendo, apresentar manifestação no prazo de trinta dias. Vencido o prazo, os autos devem retornar para julgamento do CARF, ainda que a Recorrente não tenha se manifestado. Ex positis, converto o julgamento em diligência, nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 459DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 15578.000381/2010-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/1999 a 31/12/2003
COMPENSAÇÃO - AÇÃO JUDICIAL - OBJETO - É condição essencial à utilização, no âmbito administrativo, de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, decorrente de provimento judicial, que a ação judicial tenha por objeto o reconhecimento de direito creditório relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB, assim como o trânsito em julgado da correspondente decisão.
PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA.
A adesão a parcelamento implica em desistência da lide, cessando o seu prosseguimento, inclusive a apreciação de eventual recurso, respeitado o que concorrer para o principio da verdade material.
Numero da decisão: 3401-002.773
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão de sua desistência.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Angela Sartori, José Luiz Feistauer, Bernardo Leite de Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/08/1999 a 31/12/2003 COMPENSAÇÃO - AÇÃO JUDICIAL - OBJETO - É condição essencial à utilização, no âmbito administrativo, de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, decorrente de provimento judicial, que a ação judicial tenha por objeto o reconhecimento de direito creditório relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB, assim como o trânsito em julgado da correspondente decisão. PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA. A adesão a parcelamento implica em desistência da lide, cessando o seu prosseguimento, inclusive a apreciação de eventual recurso, respeitado o que concorrer para o principio da verdade material.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 15578.000381/2010-40
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5414312
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-002.773
nome_arquivo_s : Decisao_15578000381201040.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 15578000381201040_5414312.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão de sua desistência. Robson José Bayerl - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Angela Sartori, José Luiz Feistauer, Bernardo Leite de Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
id : 5778625
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476582219776
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1930; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15578.000381/201040 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.773 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 15 de outubro de 2014 Matéria DCOMP Recorrente COTIA TRADING SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/1999 a 31/12/2003 COMPENSAÇÃO AÇÃO JUDICIAL OBJETO É condição essencial à utilização, no âmbito administrativo, de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, decorrente de provimento judicial, que a ação judicial tenha por objeto o reconhecimento de direito creditório relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB, assim como o trânsito em julgado da correspondente decisão. PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA. A adesão a parcelamento implica em desistência da lide, cessando o seu prosseguimento, inclusive a apreciação de eventual recurso, respeitado o que concorrer para o principio da verdade material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão de sua desistência. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Angela Sartori, José Luiz Feistauer, Bernardo Leite de Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 57 8. 00 03 81 /2 01 0- 40 Fl. 268DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Relatório Este processo tem origem na representação (fls. 3) protocolada pelo SEORT/DRF em Vitória/ES com objeto em dois pedidos de compensação que não foram homologados. A apresentação e justificativa consta do Parecer SEORT DRF VIT n. 412/2011 (fls. 68 a 71) e respectivo Despacho Decisório, conforme resumo elaborado pelo acórdão recorrido nos seguintes termos: · O contribuinte apresentou as DCOMP nºs 42599.70430.101007.1.3.54 1371 e 35263.26162.271207.1.3.572757 (fls. 04 a 23) utilizando crédito oriundo da ação judicial nº 9900060407 (fls. 26 a 65), habilitado no processo administrativo nº 11543.000542/200746; · Para controle e acompanhamento dos débitos compensados, em especial daqueles constituídos de ofício no processo nº 16327.002301/9975 e liquidados por meio da primeira DCOMP mencionada, formalizase o presente processo para registro e análise do crédito pleiteado e das compensações declaradas. · Inferese do provimento judicial coberto pela coisa julgada que, seguindo a orientação jurisprudencial decorrente do julgamento do RE 357.950/RS pelo STF, restou afastado tão somente o alargamento da base de cálculo da Cofins, mantendose a majoração da alíquota; · A via escolhida pela empresa para amparar sua pretensão foi o mandado de segurança preventivo, cujo objeto estava adstrito a obstar que a autoridade coatora exigisse da impetrante a Cofins e o PIS com as alterações da Lei nº 9.718/98, possibilitando seu recolhimento na forma da legislação anterior; · A decisão proferida em tal sede não tem natureza de título executivo, sendo a ordem veiculada no sentido de que a autoridade coatora não exigisse tais contribuições com as alterações trazidas pela norma questionada; · Ademais, verificouse que o suposto crédito pleiteado pelo contribuinte decorre de valores que sequer foram recolhidos; · Salientase que não houve pagamento algum a título de PIS e Cofins a partir do PA nov/2001; · A empresa tãosomente compensou os valores devidos com créditos, em tese, existentes em processos administrativos; · Também declarou como suspensos pela ação judicial em questão parte dos débitos em comento, mas apenas alguns períodos de apuração, sem aparente lógica; · As planilhas de fls. 66/67 sintetizam as informações aqui relatadas, extraídas das DCTF e demais sistemas da RFB; · O direito à restituição/compensação pressupõe a existência de crédito a favor do sujeito passivo decorrente de pagamento a maior ou indevido; · Verificada a inocorrência de pagamento, não há que se falar em direito creditório em favor do contribuinte. O contribuinte, em sua manifestação de inconformidade, alegou, em resumo que, ainda consoante resumo da decisão de primeiro grau, que reproduzo por considerála suficiente: Fl. 269DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15578.000381/201040 Acórdão n.º 3401002.773 S3C4T1 Fl. 3 3 · Quanto ao objeto do mandado de segurança preventivo impetrado, este possui efeito declaratório em relação ao direito da manifestante, ou seja, declara a inexigibilidade do PIS e da Cofins, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.718/98, possibilitando seu recolhimento na forma da legislação anterior; · Se a ação declara o direito da manifestante, e se a decisão judicial ampara o não recolhimento daqueles tributos na forma exposta, também ampara a devolução dos valores que foram indevidamente recolhidos; · O entendimento jurisprudencial mais atual firmouse nesse mesmo sentido, já que declarado o direito do contribuinte ao não recolhimento de determinado tributo, declarado também está o direito à devolução dos valores pagos indevidamente, sem a necessidade de que fique consignado na decisão judicial tal direito, visto que encontra amparo na legislação vigente; · O pagamento indevido de PIS e Cofins sobre demais receitas foi efetuado com outra compensação, anterior àquela objeto da presente manifestação; · Os créditos (pagamento indevido) utilizados para as compensações em questão decorrem de outra compensação, não mencionada na presente decisão e homologada tacitamente, na qual já haviam sido compensados débitos de PIS e Cofins na forma da Lei nº 9.718/98 (anteriormente ao provimento judicial); · Assim, se aqueles débitos foram extintos por compensação homologada, com o trânsito em julgado do mandado de segurança foi reconhecido o direito da empresa em não recolher tais valores, restando reconhecido judicialmente o indébito tributário; · Se ocorreu a quitação de tributo reconhecido indevido pela ação judicial, é indiferente a modalidade de extinção para que se reconheça o direito à restituição; · A decisão atacada não contesta a origem nem a validade dos créditos utilizados pela manifestante para as compensações, presumindose estes válidos, bastando tal fato para reforçar a tese de que a RFB estaria se beneficiando indevidamente caso as DCOMP não fossem homologadas; · Ressaltase que parte dos débitos que foram quitados indevidamente foram incluídos no programa de parcelamento da Lei nº 11.941/2009, mais um motivo para homologar as compensações pretendidas · Requer seja dado provimento à manifestação, protestando pela sustentação oral em todas as fases do processo administrativo. A respeitável 16ª Turma da 1ª Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro DRJRJ1 apreciou a representação da autoridade administrativa que decidiu pela não homologação das DCOMPs em tela, os documentos acostados aos autos e a manifestação de inconformidade do contribuinte. Ela decidiu pela procedência da decisão da autoridade administrativa pela não homologação das DCOMPs. Teceu considerações e conclusões resumidas a seguir: · Os julgadores sublinham que os pedidos de compensação declaram que a origem do crédito está no mandado de segurança 99.00060407 – “o contribuinte transmitiu, em 10/10/2007, o PER/DCOMP nº 42599.70430.101007.1.3.541371, e, em 27/12/2007, o PER/DCOMP nº 35263.26162.271207.1.3.572757. Em ambas as declarações Fl. 270DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 informa como origem do direito creditório utilizado o processo judicial nº 99.00060407. Tal processo corresponde a mandado de segurança preventivo (fls. 26 a 50) no qual o contribuinte questiona a constitucionalidade da Lei nº 9.718/98, ....” · Entendem que essa ação judicial gerou decisão transitada em julgada com ganho parcial favorável ao contribuinte, mas que essa decisão não reconhece direito creditório e não pode servir para justificar os pedidos de compensação “Consultandose o andamento do processo judicial nos sítios do Poder Judiciário, vêse que, posteriormente, o TRF2ªRegião deu provimento ao recurso de apelação interposto pela União e à remessa necessária, negando, ainda, provimento aos embargos de declaração opostos pela impetrante. Interpostos recursos especial e extraordinário pela impetrante, foi o primeiro inadmitido, dando ensejo à interposição de agravo de instrumento, e o segundo admitido. O STJ conheceu do agravo de instrumento para negar seguimento ao recurso especial, e negou provimento ao agravo regimental interposto contra esta decisão. A impetrante ajuizou ação cautelar no STF (AC/166), com pedido de liminar, pretendendo efeito suspensivo ao recurso extraordinário interposto, tendo sido o pedido de liminar inicialmente negado por aquele Tribunal, e posteriormente deferido. O contribuinte obteve parcial provimento de seu pleito por meio de decisão proferida nos autos dos RE nºs 435349 (Cofins) e 490675 (PIS), para afastar, considerada a base de cálculo do PIS e da COFINS, a aplicação do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Tais decisões transitaram em julgado em 24/03/2006 e 13/08/2007, respectivamente. Não há, como visto, no pedido formulado pelo contribuinte naqueles autos judiciais, qualquer menção à utilização de eventuais valores recolhidos além do pleiteado pela empresa para fins de compensação. O pedido da impetrante restringese ao questionamento da constitucionalidade da exigência das contribuições na forma em que prevista na Lei nº 9.718/98, não incluindo a compensação de valores. Em conseqüência, a decisão judicial transitada em julgado manifestouse unicamente acerca da constitucionalidade do dispositivo legal atacado, não constando nela determinação ou autorização para a compensação ora pretendida. Desta forma, o despacho decisório questionado está correto, uma vez que o provimento judicial obtido pelo contribuinte não o autoriza à compensação de eventuais valores, não podendo fundamentar as compensações informadas nas DCOMP em análise.” · Que os pedidos de compensação na época em que foram registrados eram disciplinados pela IN SRF n. 900/2008 e que a utilização de direito creditório proveniente de decisão judicial requer que ela tenha transitado em julgado e tenha reconhecido o crédito; o que não é ocorre com o presente caso, pois a decisão judicial não reconheceu crédito, mas determinou à administração uma obrigação de ‘não fazer’. · Concluíram, considerando as informações contidas nas DCOMP em análise, as quais demonstram a operação pretendida pelo contribuinte, pela impossibilidade de homologação das compensações declaradas, visto que Fl. 271DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15578.000381/201040 Acórdão n.º 3401002.773 S3C4T1 Fl. 4 5 não se confirmou a existência do direito creditório informado, em razão do objeto da ação judicial. A Ementa do Acórdão n.º 1251.235, de 06/12/2012, ficou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/1999 a 31/12/2003 COMPENSAÇÃO AÇÃO JUDICIAL OBJETO É condição essencial à utilização, no âmbito administrativo, de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, decorrente de provimento judicial, que a ação judicial tenha por objeto o reconhecimento de direito creditório relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB, assim como o trânsito em julgado da correspondente decisão. SUSTENTAÇÃO ORAL FALTA DE PREVISÃO LEGAL NA FASE DE 1ª INSTÂNCIA Não há previsão legal para sustentação oral na 1ª instância de julgamento administrativo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte ingressou com Recurso voluntário contra a decisão de 1ª instância, repisando as razões apresentadas na manifestação de inconformidade e acrescentando: · A informação que todos os débitos tratados no presente processo foram objeto de inclusão no Programa de Parcelamento da Lei n. 11.941/2009. E que isso implica que deve ser reconhecida a condição de suspensão da exigibilidade dos créditos tributários discutidos. E que estando os débitos parcelados, “não se revela pertinente o prosseguimento dos trâmites deste processo administrativo, sob pena de, ao final, independente da decisão que se profira nestes autos, a mesma se torne inócua, considerando a adesão ao parcelamento.” E que este processo deve ficar sobrestado até que seja quitado o parcelamento na íntegra.” É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. O recurso voluntário é tempestivo e foram atendidos os requisitos de admissibilidade. Fl. 272DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 A recorrente pede para ser intimada da inclusão em pauta para julgamento deste processo, para que possa apresentar documentos e realizar sustentação oral. Proponho o entendimento que a inclusão em pauta, nos modos realizado pelo CARF, com publicidade oficial, já atende à necessidade do recorrente conhecer com antecipação essa condição e a oportunidade para a defesa oral. Ele pede ainda a oportunidade de juntada de documentos, contudo, não só entendo ser desnecessária, como preclusa a oportunidade para tanto, motivo por que proponho o seu indeferimento. A compensação tributária tem no artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, a previsão legal que define as bases e os contornos para sua realização. Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (....) § 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9º. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto n º 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei n º 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: ( Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004 ) I previstas no § 3º deste artigo; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) II em que o crédito: ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) a) seja de terceiros; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do DecretoLei nº 491, de 5 de março de 1969; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) c) refirase a título público; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) f) ( Vide Art. 29 da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008 ) Fl. 273DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15578.000381/201040 Acórdão n.º 3401002.773 S3C4T1 Fl. 5 7 f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: ( Redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 1. tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 2. tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 3. tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 4. seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103A da Constituição Federal. ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) § 13. O disposto nos §§ 2º e 5º a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) (grifos nossso) Como se vê, a partir de 2002, a Lei prevê a competência à Secretaria da Receita Federal para disciplinar o disposto neste artigo 74 da Lei 9.430, de 1996. Nesse âmbito, a compensação tributária passou a ser efetuada somente através de Declaração de Compensação, transmitida à RFB utilizando o sistema informatizado e Programa PER/DCOMP. Além disso, o artigo 74 pontua que o sujeito passivo pode utilizar na compensação de tributos créditos apurados em decisão judicial transitado em julgado. Neste caso, o recorrente havia solicitado o reconhecimento do seu direito à compensação através das Declarações de Compensação em análise neste processo. Entretanto, ela informou nessas declarações que a origem do direito creditório estaria na decisão final do mandado de segurança n. 99.00060407. Ocorre que essa decisão não reconheceu direito creditório para essas contribuições. As proferidas nos Recursos Extraordinários RE 435349 (Cofins) e RE 490675 (Pis) afastaram a aplicação do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718, de 1998, na definição da base de calculo das contribuições. De fato, a petição do autor dessa ação judicial, que iniciou todo esse processo, não incluiu a pretensão de obter reconhecimento de direito creditório. E a petição do mandamus delimitou o seu objeto e as decisões finais transitadas em julgado. Portanto, as declarações de compensação aqui em análise não podem ser homologadas pois elas indicam origem do crédito em decisão judicial que não reconhece direito creditório, conforme exigido pelo artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, e disciplinado pela legislação que trata dos procedimentos de compensação. Correto, a meu ver, a apreciação feita pela decisão de 1 º grau: Já o título executivo previsto nas normas administrativas que regem a compensação se refere a obrigação de fazer (restituir valor a ser quantificado na fase de execução, judicial ou administrativa) ou de pagar (caso a decisão judicial já especifique o valor do crédito), determinada à Administração. Assim, fica clara a distinção entre as duas hipóteses, não se incluindo a decisão obtida Fl. 274DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 pela requerente naquela prevista na norma administrativa acima transcrita, nem tampouco no próprio caput do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, fundamento legal do ato normativo. Nesse ponto, destacase informação incorreta prestada pela empresa nas DCOMP apresentadas, visto que consta em tais documentos tratarse ação de compensação (campo “Tipo de Ação”), quando, na verdade, não há pedido nesse sentido naqueles autos judiciais, conforme visto acima. A DCOMP, como visto, é o único documento por meio do qual o contribuinte exerce o direito que a norma estabelece e efetiva a compensação tributária por ela autorizada. Assim, as informações nela constantes devem demonstrar corretamente a operação pretendida, ou seja, tais informações definem o pagamento tido como indevido, ou maior que o devido, que o contribuinte deseja utilizar, e o crédito tributário que se pretende compensar, além das informações relativas à ação judicial, quando o direito decorra de provimento nela obtido. Em conseqüência, a operação objeto de análise no presente processo é aquela informada pela requerente nas DCOMP. Observese que qualquer compensação pretendida por qualquer contribuinte somente pode ser efetuada por meio da apresentação da declaração de compensação, conforme normas acima transcritas, ou seja, é um direito que deve ser exercido pelo sujeito passivo, no momento em que desejar (respeitandose o prazo decadencial), e da forma como desejar (definição do crédito tributário a ser compensado e do direito creditório a ser utilizado), não podendo a autoridade fiscal alterar, de ofício, as informações contidas em tal documento, pois estaria criando hipótese de compensação não prevista na Lei nº 9.430/96. Em conseqüência, considerando as informações contidas nas DCOMP em análise, as quais demonstram a operação pretendida pelo contribuinte, conclui se, por todo o demonstrado acima, pela impossibilidade de homologação das compensações declaradas, visto que não se confirma a existência do direito creditório informado, em razão do objeto da ação judicial. Concluiria assim, pela a improcedência do recurso voluntário, contudo, tendo em vista a informação prestada pela recorrente que aderiu a programa de parcelamento, proponho não conhecer do recurso voluntário. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 275DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10860.001512/2003-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3401-000.837
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Robson José Bayerl Presidente
Jean Cleuter Simões Mendonçca Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10860.001512/2003-78
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5402938
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3401-000.837
nome_arquivo_s : Decisao_10860001512200378.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 10860001512200378_5402938.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Robson José Bayerl Presidente Jean Cleuter Simões Mendonçca Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5741864
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:54 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477172568064
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1717; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 488 1 487 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10860.001512/200378 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401000.837 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 14 de outubro de 2014 Assunto Solicitação de diligência Recorrente LG ELETRONICS DE SÃO PAULO LTDA Recorrida DRJ RIBEIRÃO PRETO/SP Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Robson José Bayerl – Presidente Jean Cleuter Simões Mendonçca – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de crédito de IPI referente à aquisição de insumos para fabricação de bens de informática no primeiro trimestre de 2003 (fl. 06) para compensar com COFINS, PIS e IRPJ também do primeiro trimestre de 2003 (fl.04). Por entender que algumas aquisições não geram o crédito, valor pleiteado (R$ 5.736.818,36), a delegacia de origem glosou R$ 1.484.552,37 e deferiu R$ 4.252.265,99. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 60 .0 01 51 2/ 20 03 -7 8 Fl. 488DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L Processo nº 10860.001512/200378 Resolução nº 3401000.837 S3C4T1 Fl. 489 2 A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 339/364), mas a DRJ em Ribeirão Preto/SP manteve o despacho decisório ao prolatar acórdão (fls.435/442) com a seguinte ementa: “DIREITO AO CRÉDITO. INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPI. É inadmissível, por total ausência de previsão legal, a apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo, de créditos do imposto alusivos a insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. RESSARCIMENTO. JUROS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 17/01/2012 (fl. 476) e interpôs recurso voluntário em 15/02/2012 (fls.444/471), com as alegações resumidas abaixo: 1. Os créditos pleiteados tiveram duas origens: (1) benefício fiscal concedidos pelo art. 4º, da Lei nº 8.248/91 e (2) aquisição de insumos isentos provenientes da Zona Franca de Manaus; 2. O crédito pleiteado tem amparo na nãocumulatividade e, quanto ao IPI, a Constituição não faz nenhuma ressalva quanto ao aproveitamento de crédito na aquisição de produtos isentos; 3. O art.11, da Lei nº 9.779/99, autoriza o aproveitamento do crédito do IPI, inclusive nas aquisições de insumos; 4. O crédito do IPI na aquisição de insumos isentos oriundos da Zona Franca de Manaus também é reconhecido pelo art. 237, do Decreto nº 7.212/2010; 5. Tem direito à atualização de seus créditos pela Taxa SELIC. Ao fim, a Recorrente pediu a reforma do acórdão da DRJ para que seja reconhecido o direito ao ressarcimento integral dos créditos pleiteados. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator, Jean Cleuter Simões Mendonça O presente recurso apresenta dúvida quanto a representação da empresa Recorrente. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L Processo nº 10860.001512/200378 Resolução nº 3401000.837 S3C4T1 Fl. 490 3 Na primeira folha do recurso voluntário, consta a seguinte observação feita pelo servidor da Receita Federal do Brasil que recebeu o recurso: “O PORTADOR ALEGA QUE PROCURAÇÃO ORIGINAL, SUBSTABELECIMENTOS ORIGINAIS ENCONTRAMSE JUNTADOS AOS AUTOS DO PROCESSO POR ISSO NÃO ESTÁ JUNTANDO AS CÓPIAS AUTENTICADAS NESTE RECURSO”. (sic) Na mesma folha, na parte da qualificação, consta que a empresa vem “por seu representante legal infraassinado”. Ocorre que, muito embora esteja presente a cópia do substabelecimento na fl. 473 e procuração e substabelecimentos nas fls. 413 e 415, estes presumese serem originais, já que não há como conferir por tratarse de processo digitalizado, não é possível identificar quem assinou o recurso voluntário, pois consta como subscritor a própria empresa “LG ELETRONICS DE SÃO PAULO LTDA”. Isto é, não é possível saber se a pessoa que escreveu e assinou o recurso é uma das outorgadas na procuração e nos substabelecimentos. Nos casos de dúvida quanto à representação, o código de processo civil prevê o seguinte: “Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber: I ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo; II ao réu, reputarseá revel; III ao terceiro, será excluído do processo”. Diante disso, o julgamento do recurso deve ser convertido em diligência, para que os autos retornem à delegacia de origem e a Recorrente seja intimada para que, no prazo de 10 (dez) dias, esclareça quem é o seu representante legal que subscreve o recurso voluntário e apresente o substabelecimento que lhe dá poderes. Após este prazo, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento, ainda que a Recorrente não tenha se manifestado. Ex positis, converto o julgamento em diligência, nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 490DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L
score : 1.0
Numero do processo: 10580.900984/2008-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 15/01/2002
RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE.
Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro.
PER/DCOMP. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO CONSTATADA EM DILIGÊNCIA.
Constatada a existência de crédito por diligência, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas até o limite do crédito constatado.
Numero da decisão: 3401-002.741
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator.
Robson José Bayerl - Presidente.
Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 15/01/2002 RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro. PER/DCOMP. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO CONSTATADA EM DILIGÊNCIA. Constatada a existência de crédito por diligência, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas até o limite do crédito constatado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10580.900984/2008-66
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5402934
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3401-002.741
nome_arquivo_s : Decisao_10580900984200866.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 10580900984200866_5402934.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Robson José Bayerl - Presidente. Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5741855
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:54 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477644427264
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1714; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 108 1 107 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.900984/200866 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.741 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria PER/DCOMP Recorrente MOVESA MÁQUINAS LTDA Recorrida DRJ SALVADOR/BA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/01/2002 RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro. PER/DCOMP. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO CONSTATADA EM DILIGÊNCIA. Constatada a existência de crédito por diligência, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas até o limite do crédito constatado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Robson José Bayerl Presidente. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 09 84 /2 00 8- 66 Fl. 108DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP pelo qual a Contribuinte pretende o ressarcimento de suposto pagamento a maior da COFINS de dezembro de 2001 para compensar com débitos da COFINS de março de 2004. O crédito foi indeferido pela delegacia de origem e pela DRJ em Salvador/BA. A Contribuinte apresentou recurso voluntário alegando que houve erro no preenchimento da DCTF o que levou ao não reconhecimento do crédito. Ao analisar o processo pela primeira vez, esta Turma, com apoio no Princípio da Verdade Material e dos indícios apresentados pela Recorrente, decidiu por acatar a retificação da DCTF e converter o julgamento em diligência para que fossem analisados a DCTF retificadora e os balancetes para que se chegasse à conclusão da existência da ou não do crédito e qual o seu montante. O resultado da diligência está presente na informação de fls. 102/103, na qual está relatado que o valor do débito alegado pela empresa é o mesmo presente na DCTF retificadora e nos balancetes, bem como o pagamento está comprovado por DCTF e as diferenças compensáveis coincidem com as arguidas pela Recorrente. A conclusão da diligência foi a seguinte: “Destarte, não foi identificado, nesta diligência, qualquer elemento que se contraponha à pretensão do contribuinte no tocante aos processos analisados, razão pela qual opinase pelo deferimento das compensações requeridas nos valores por ele indicados”. A Recorrente foi intimada do resultado da diligência, mas não se manifestou. É o Relatório. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L Processo nº 10580.900984/200866 Acórdão n.º 3401002.741 S3C4T1 Fl. 109 3 Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça Os requisitos do recurso voluntário já foram analisados e o recurso foi conhecido, restando a análise do mérito. A Recorrente pretende o ressarcimento da COFINS supostamente paga a maior. Depois da retificação da DCTF e realização de diligência com a análise dos balancetes e DARF, a autoridade fiscal chegou à conclusão de que a Recorrente possui crédito passível de ressarcimento e compensação. Portanto, não restando dúvida quanto à existência do crédito, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas. Ex positis, dou provimento ao recurso voluntário interposto, para reconhecer o direito creditório e homologar a compensação até o limite do crédito localizado pela diligência. É como voto. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 110DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L
score : 1.0
Numero do processo: 10580.900763/2008-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003
RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE.
Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro.
PER/DCOMP. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO CONSTATADA EM DILIGÊNCIA.
Constatada a existência de crédito por diligência, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas até o limite do crédito constatado.
Numero da decisão: 3401-002.739
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator.
Robson José Bayerl - Presidente.
Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro. PER/DCOMP. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO CONSTATADA EM DILIGÊNCIA. Constatada a existência de crédito por diligência, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas até o limite do crédito constatado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10580.900763/2008-98
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5402932
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3401-002.739
nome_arquivo_s : Decisao_10580900763200898.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
nome_arquivo_pdf_s : 10580900763200898_5402932.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Robson José Bayerl - Presidente. Jean Cleuter Simões Mendonça - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5741851
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:54 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477869871104
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1693; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 124 1 123 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.900763/200898 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.739 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria PER/DCOMP Recorrente MOVESA MÁQUINAS LTDA Recorrida DRJ SALVADOR/BA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro. PER/DCOMP. EXISTÊNCIA DE CRÉDITO CONSTATADA EM DILIGÊNCIA. Constatada a existência de crédito por diligência, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas até o limite do crédito constatado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do Relator. Robson José Bayerl Presidente. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 07 63 /2 00 8- 98 Fl. 124DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP pelo qual a Contribuinte pretende o ressarcimento de suposto pagamento a maior do PIS de janeiro de 2003 para compensar com débitos da COFINS de março de 2004. O crédito foi indeferido pela delegacia de origem e pela DRJ em Salvador/BA. A Contribuinte apresentou recurso voluntário alegando que houve erro no preenchimento da DCTF o que levou ao não reconhecimento do crédito. Ao analisar o processo pela primeira vez, esta Turma, com apoio no Princípio da Verdade Material e dos indícios apresentados pela Recorrente, decidiu por acatar a retificação da DCTF e converter o julgamento em diligência para que fossem analisados a DCTF retificadora e os balancetes para que se chegasse à conclusão da existência da ou não do crédito e qual o seu montante (fls. 86/89). O resultado da diligência está presente na informação de fls. 118/119, na qual está relatado que o valor do débito alegado pela empresa é o mesmo presente na DCTF retificadora e nos balancetes, bem como o pagamento está comprovado por DCTF e as diferenças compensáveis coincidem com as arguidas pela Recorrente. A conclusão da diligência foi a seguinte: “Destarte, não foi identificado, nesta diligência, qualquer elemento que se contraponha à pretensão do contribuinte no tocante aos processos analisados, razão pela qual opinase pelo deferimento das compensações requeridas nos valores por ele indicados”. A Recorrente foi intimada do resultado da diligência, mas não se manifestou. É o Relatório. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L Processo nº 10580.900763/200898 Acórdão n.º 3401002.739 S3C4T1 Fl. 125 3 Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça Os requisitos do recurso voluntário já foram analisados e o recurso foi conhecido, restando a análise do mérito. A Recorrente pretende o ressarcimento do PIS supostamente pago a maior. Depois da retificação da DCTF e realização de diligência com a análise dos balancetes e DARF, a autoridade fiscal chegou à conclusão de que a Recorrente possui crédito passível de ressarcimento e compensação. Portanto, não restando dúvida quanto à existência do crédito, o direito creditório deve ser reconhecido e as compensações homologadas. Ex positis, dou provimento ao recurso voluntário interposto, para reconhecer o direito creditório e homologar a compensação até o limite do crédito localizado pela diligência. É como voto. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 126DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L
score : 1.0
Numero do processo: 10508.720005/2013-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011
DRAWBACK SUSPENSÃO. SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES DO REGIME.
O beneficiário do regime tem o ônus de comprovar o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se conclua em isenção ou redução tributária. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo - ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação - das mercadorias as serem exportadas.
Numero da decisão: 3401-002.700
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Angela Sartori, que apresenta declaração de voto, Raquel Motta Brandão Minatel e Claudio Monroe. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Felipe Lobato OAB/SP n.º 329.890.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, (Presidente), Monica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Claudio Monroe Massetti.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201408
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 DRAWBACK SUSPENSÃO. SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES DO REGIME. O beneficiário do regime tem o ônus de comprovar o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se conclua em isenção ou redução tributária. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo - ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação - das mercadorias as serem exportadas.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10508.720005/2013-28
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5427104
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3401-002.700
nome_arquivo_s : Decisao_10508720005201328.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10508720005201328_5427104.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Angela Sartori, que apresenta declaração de voto, Raquel Motta Brandão Minatel e Claudio Monroe. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Felipe Lobato OAB/SP n.º 329.890. Robson José Bayerl - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, (Presidente), Monica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Claudio Monroe Massetti.
dt_sessao_tdt : Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
id : 5817513
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:36:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047478094266368
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1949; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10508.720005/201328 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401002.700 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de agosto de 2014 Matéria drawback Recorrente CARGILL AGRICOLA SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 DRAWBACK SUSPENSÃO. SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES DO REGIME. O beneficiário do regime tem o ônus de comprovar o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se conclua em isenção ou redução tributária. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias as serem exportadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Angela Sartori, que apresenta declaração de voto, Raquel Motta Brandão Minatel e Claudio Monroe. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Felipe Lobato OAB/SP n.º 329.890. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 50 8. 72 00 05 /2 01 3- 28 Fl. 1575DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, (Presidente), Monica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Claudio Monroe Massetti. Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração (fls. 2 a 551), lavrado em 28/07/2008 (com ciência em 31/07/2008 fl. 2), por inadimplemento do compromisso de exportar no regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de suspensão, ensejando a exigência de imposto de importação, COFINS importação, e contribuição para o PIS/PASEP importação, todos acrescidos de juros e multa de ofício. O relatório de Auditoria Fiscal, ás fls. 881889, que integra o Auto de Infração, aponta: “o raciocínio a desenvolver para o caso é elementar: analisandose as informações prestadas pela empresa (a) em atendimento ao Termo de Inicio de Fiscalização, (b) fornecidas por ocasião da visita à fábrica, por meio da Gerente de Operações do estabelecimento industrial, conforme Termo Quanto ao que informou a autoridade fiscal, reproduzo in verbis o relatado no Acórdão combatido tendo em vista a sua clareza: A autoridade fiscal acusa a empresa autuada de não ter cumprido as condições necessárias ao gozo do benefício fiscal de Drawback (modalidade suspensão) em parte das importações amparadas pelos Atos Concessórios listados às fls. 1.000/1.001. (....) Conforme consta nos documentos juntados neste processo, referentes ao processo nº 13558.721951/201122, no período compreendido entre 04/05/11 e 03/11/11 o fiscalizado foi intimado a apresentar documentos que comprovassem o cumprimento das condições necessárias ao gozo do Regime de Drawback, tais como laudos técnicos, Livro Registro de Saídas, Livro Registro Controle de estoque de produção etc., conforme fls. 8, 12/31, 32/33, 34/497, 498, 503, 505, e 509. Após análise da documentação citada acima, a fiscalização elaborou o Termo de Verificação Fiscal de fls. 881/899, onde, após apresentar um breve histórico da legislação que dispõe sobre o tema, afirma que, conforme determina o art. 78 do Decretolei º 37/66 e o art. 341 do Decreto nº 4.543/02 (Regulamento Aduaneiro), ao beneficiário do regime cabe a observância ao Princípio da vinculação física, que estabelece que os insumos importados com suspensão tributária devem ser destinados a fabricação, a complementação ou ao acondicionamento do produto a ser exportado. No caso concreto, aduz a fiscalização que, analisando as informações prestadas, a empresa: · Não segrega as amêndoas, torta e pó de cacau por origem; Fl. 1576DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 3 3 · Não mantém controles e registros em separado de estoque de matériaprima importada sob o Regime de Drawback; · Que as amêndoas, torta e pó de cacau de diversas origens e tipos são processadas conjuntamente, sem qualquer tipo de controle sobre a proporcionalidade de mistura entre as referidas matériasprimas quando adquiridas ao amparo do Regime de Drawback e aquelas adquiridas sem o benefício; · Que não mantem controles de produção que informem qual a proporção de matériaprima importada empregada na industrialização dos produtos exportados; Assim, com base nos fundamentos acima, a autoridade fiscal deduz que a única conclusão lógica plausível a que poderia chegar é que, “necessariamente, uma parte dos insumos importados com o incentivo fiscal que integra fisicamente os produtos industrializados pelo beneficiário do regime, não é destinada à exportação, mas, vendida no mercado interno ou recebendo outra destinação qualquer, em operações, é certo, não vinculadas à exportação. Tratase o raciocínio em questão, não de mera conjectura, mas da aplicação, ao caso concreto, de princípios experimentados pelas ciências exatas, assegurados pelas leis da física e da matemática”. A autoridade fiscal relata que o autuado, ao alimentar o seu processo produtivo, não segregava a mercadoria importada (amêndoa, torta ou pó de cacau), tanto no que se refere a origem, quanto no que diz respeito à destinação (exportação ou mercado interno). Logo, não observava qualquer fator de proporcionalidade e/ou percentuais distintos do produto. Tais constatações foram verificadas nas correspondências apresentadas pela empresa em 21/06/11 (fls. 32/35) e 14/10/11 (fls. 507/508). Do uso das amêndoas de cacau Consta no Termo de Verificação Fiscal que o importador mantinha somente uma linha de produção, que se iniciava com a lavagem das amêndoas, encerrandose com a embalagem dos produtos industrializados, na qual todas as amêndoas de cacau (importadas ou nacionais) eram misturadas, transformandose em uma massa de cacau denominada liquor, que, além de ser um dos produtos acabados da empresa, era a base para a produção dos demais produtos por ela comercializados: manteiga de cacau, pó de cacau e torta de cacau. Sendo assim, concluiu a fiscalização que, independente de sua destinação, todos os produtos finais originamse de uma massa de cacau obtida a partir de uma mistura de amêndoas de diversas origens, inclusive as importadas ao regime de Drawback. Das importações de torta e do pó de cacau No que tange às importações de torta e do pó de cacau, afirma a fiscalização que o autuado assumiu, conforme os Atos Concessórios de Drawback, o compromisso de exportar pó de cacau preto, informação confirmada por meio do laudo Técnico de Torta e Pó de cacau. Da mesma forma, aduz o autuante, no período em análise, a empresa informou que não segregou o pó e a torta de cacau Fl. 1577DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 4 importados daqueles da sua produção própria dos mesmos produtos, decorrentes do processamento das amêndoas (nacionais ou importadas), conforme correspondência de fls. (fls. 507/508). Da conclusão fiscal Com fundamento no disposto acima, a fiscalização concluiu que os produtos exportados, em cumprimento ao pactuado nos Atos Concessórios de Drawback (AC), foram compostos por matérias prima importada e nacional misturadas. Portanto, teria ocorrido a substituição, nas operações vinculadas ao AC, de matéria prima importada pela matéria prima nacional, e nas vendas não vinculadas, da matéria prima nacional pela importada, caracterizando, assim, o desvio de finalidade da matéria prima importada com o benefício da suspensão. A autoridade fiscal defende, também, que, inexistindo controles ou registros específicos relativos à utilização do insumo importado com o benefício do Drawback, a empresa não teria conseguido provar a aplicação da mercadoria na finalidade para a qual foi importada, ou seja, exclusivamente para a exportação dos itens compromissados nos AC´s. O autuante, por fim, afirma que: i) Somente 30,94% (Anexo IIIA) da amêndoa de cacau importada com incentivo fiscal foram efetivamente empregados na industrialização dos produtos comercializados pelo contribuinte e que a quantidade de amêndoas que não foi aplicada nas operações de exportação vinculadas aos AC´s foi obtida a partir dos dados fornecidos pela empresa quando da solicitação do regime, chegandose ao Anexo IVA; ii) Somente 11,29% (Anexo IIIB) da Torta e Pó de cacau importados com incentivo fiscal foram efetivamente empregados na industrialização dos produtos comercializados pelo contribuinte e que a quantidade de tais insumos que não foi aplicada nas operações de exportação vinculadas aos AC´s foi obtida a partir dos dados fornecidos pela empresa quando da solicitação do regime, chegandose ao Anexo IVB; Em sua impugnação, o contribuinte afirmou: a. que a interpretação da legislação referente ao Drawback deve ser realizada de forma sistemática e teológica, isto é, “levandose em consideração a demais normas do ordenamento jurídico e, ainda, sem perder de vista as finalidades pretendidas pelo legislador ao instituir esse regime aduaneiro”. b. que exigir que o beneficiário do Drawback comprove que determinado insumo foi fisicamente utilizado na fabricação do produto exportado, significaria frustrar a finalidade da lei e prejudicar o desempenho exportador do País (fl. 1104). Na verdade, seguir o Princípio da vinculação física somente se aplica nos casos em que for possível a identificação física do insumo importado, no demais, deve prevalecer a aplicação da equivalência (fl. 1106). c. que, em virtude da queda de produção da indústria nacional, viuse obrigado a buscar amêndoas no mercado estrangeiro, fato que, segundo sustenta, confirmaria a assertiva de que não houve desvio de finalidade na destinação dada pela impugnante às amêndoas importadas, uma vez Fl. 1578DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 4 5 que tais insumos teriam sido adquiridos unicamente com a finalidade de exportação. d. que o lançamento em questão não trata da multa de ofício disciplinadas no art. 44 da Lei nº 9.430/96, mas sim da multa prevista no art. 43 da mesma lei, e que, sendo assim, a incidência dos juros ocorreria somente a partir do mês seguinte ao mês da lavratura do auto de infração. A Respeitável 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento analisou e concluiu: 1. Ser procedente a parte da autuação referente a multa de ofício e os juros de mora com fundamento nos artigos 44 e 61 da Lei nº 9.430/96, pois o artigo 43 da Lei 9.430/96, evocado pelo impugnante, é utilizado na hipótese de lançamento sem exigência de tributo, ou seja, quando a pretensão fiscal limitarse exclusivamente à multa, o que não é o caso dos autos, pois, a multa de ofício está sendo lançada em função da falta de pagamento do tributo, que passa a ser exigível quando não cumpridas as condições impostas ao beneficiário pelo Regime de Drawback, conforme preconiza o art. 133 do Decreto nº 4.543/02. 2. que, nas matérias definidas no art. 111 do CTN, a regra é o uso da interpretação literal, permitindose a utilização de outros meios de interpretação somente quando uso daquela interpretação estrita levar a resultados ilógicos. No caso ora em análise, o uso da interpretação literal é plenamente plausível e em nada fere os Princípios Constitucionais, não havendo que se aventar o uso de outros meios de interpretação, como deseja o impugnante 3. O inciso II do art. 78 do DecretoLei n° 37/66, raiz legal do art. 335, inciso I, do RA/02, bem como do artigo 383, inciso I, do RA/09, ao estabelecer que referida modalidade envolve a “suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada”, exige que as mercadorias exportadas estejam acondicionadas, contenham ou tenham sido elaboradas com os insumos efetivamente importados para tal fim. Por isso, a não utilização dos insumos importados nos produtos compromissados a exportar representaria desvio de finalidade do incentivo, com prejuízos para a Fazenda Pública e à livre concorrência nacional, retratada na aquisição de mercadorias do exterior, pelo beneficiário do incentivo, em condições bem mais favoráveis que a concorrência, pois sobre tais mercadorias não haveria a incidência normal de tributos sobre os bens importados. Exatamente por tais razões é que, no regime aduaneiro especial de drawback, deve ser observado o princípio da vinculação física. ... concluise que o princípio da vinculação física, atacado pela impugnante, decorre da própria legislação, não podendo, assim, ser ignorado pela autoridade fiscal, que agiu de forma correta ao efetuar o lançamento, visto que o fiscalizado não logrou comprovar o cumprimento das condições impostas pelo Regime de Drawback. Fl. 1579DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 6 4. conforme determina o art. 179 do Código Tributário Nacional (CTN) e o art. 12 do Decretolei º 37/66, ... para reconhecimento da isenção, na qual se transforma a suspensão tributária prevista no Regime de Drawback, cabe ao beneficiário do regime, e não ao Fisco, fazer prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos exigidos em lei. ... Como visto, tratandose de drawback, a lei atribui ao contribuinte o ônus de comprovar o adimplemento do compromisso, mediante a demonstração de que a matéria prima importada foi efetivamente utilizada na industrialização dos produtos exportados com o incentivo fiscal. Sendo assim, de plano, cai por terra qualquer tentativa do autuado de redirecionar o ônus da prova para a fiscalização. 5. o autuado não comprovou a observância do princípio da vinculação física, dada a ausência de sistema adequado de controle dos insumos importados, ... que a ele não deve ser reconhecido o benefício do drawback suspensão. Ela concluiu pela procedência da autuação e resumiu em sua Ementa: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 DRAWBACKSUSPENSÃO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA. O Regime Aduaneiro especial de Drawback suspensão submetese ao Princípio da Vinculação Física, recaindo sobre o beneficiário o ônus de comprovar que os insumos importados com suspensão tributária foram efetivamente utilizados na fabricação das mercadorias exportadas ao amparo do regime. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. APLICABILIDADE. A falta de pagamento de tributos em decorrência da perda do benefício fiscal do Drawback suspensão sujeita o interessado à multa de ofício e aos juros de mora previstos, respectivamente, no inc. I, do art. 44, e no §3o, do art. 61, ambos da Lei nº 9430/96. Cientificado dessa Decisão, o contribuinte contra ela apresenta Recurso Voluntário por meio do qual argumenta: A. A interpretação das regras que disciplinam esse regime aduaneiro não deve ser restritiva a ponto de inviabilizar o objetivo maior buscado pelo legislador. B. O artigo 78 do Decreto lei n. 37, de 1966 não exige a identidade ou a vinculação física entre as matérias primas importadas e os produtos industrializados exportados. Tampouco o artigo 389 do Regulamento Aduaneiro; e o advérbio ‘integralmente’ desse artigo se refere à quantidade inteira, total, integral das matérias primas importadas, mas não reclama que aquela mesma matéria prima importada venha a compor um produto industrializado a ser exportado. Carece de fundamentação legal o entendimento da autoridade julgadora que o principio da identidade física decorre da própria legislação. C. Julgados nas Altas Cortes privilegiam o Princípio da Equivalência em detrimento do Principio da Identidade Física para esses regimes aduaneiros e tributários. Fl. 1580DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 5 7 D. Para o direito ao drawback o contribuinte deve de fato fazer comprovações no sentido de que determinado insumo foi fisicamente utilizado na fabricação de produto exportado, significa frustrar a finalidade da lei e prejudicar o desempenho exportador do país, sem vantagem justificável. O que é relevante, para fins de adimplemento desse regime aduaneiro, é que o beneficiário realize as exportações indicadas no respectivo ato concessório. E. O princípio da identidade física deve ser colocado em segundo plano face à circunstância de que, no caso apreciado, a recorrente promoveu e comprovou as exportações previstas nos atos concessórios que firmou, passando, portanto, a prevalecer o princípio da equivalência entre os insumos importados e aqueles utilizados na produção dos produtos exportados. Na mesma direção e conclusão, pelo fato de que a recorrente adquiriu quantidade de amêndoas, torta e pó de cacau importados suficientes para atender aos seus compromissos de exportação, tornase impossível verificarse nos produtos que exportou estão presentes, ou não, insumos importados (amêndoas, tora e pó de cacau nacionais e/ou importados), como pretendem os srs agentes fiscais autuantes. F. Não houve desvio de finalidade nem o Erário foi lesado. G. O uso de estimativas ou presunções para determinar a base de cálculo de tributo implica em não observar a regra prevista no artigo 148 do CTN. H. Na formação da base de cálculo do Pis e da Cofins devidos na importação, foi inserido, dentro do conceito de valor aduaneiro, o ICMS supostamente devido nesta operação, quando Decisão do STF proferida em Regime de Repercussão Geral definiu a inconstitucionalidade dessa exigência nessas contribuições. I. Há juros de mora somente sobre os débitos de que trata o caput do artigo 61 [da Lei n. 9.430, de 1996], conforme o § 3º do mesmo, isto é, só se aplica os juros sobre os tributos e contribuições e não sobre as penalidades aplicadas aos tributos e contribuições. J. Pede reforma da decisão de 1ª Instância e decretação da improcedência do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA. Tempestivo o recurso e atendidos os requisitos de admissibilidade. Primeiramente, há que se sublinhar que não procede a alegação de que ao caso deveria ser adotada a prescrição do artigo 43 da Lei n. 9.430, de 1996. Quando há falta de Fl. 1581DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 8 pagamento de tributo, como é o caso desse lançamento, cabe a multa prevista no artigo 44 dessa Lei, bem como os juros previstos no artigo 63 dessa Lei. O disposto no artigo 43 indicado pelo recorrente pode ser invocado para infração em que não há falta de pagamento tributo. Além disso, ao contrário do que afirma o recorrente, verifiquei que não houve incidência de juros sobre a multa de ofício, mas apenas sobre os tributos devidos. Ao caso também não cabe a alegação de exclusão do ICMS da base de calculo das contribuições exigidas, pois a citada Decisão do C. Supremo Tribunal Federal ainda está em processo de análise recursal e não logrou produzir na esfera administrativa os acalentados efeitos da Repercussão Geral. Não tem fundamento a afirmação de que o lançamento está comprometido por inobservância do artigo 148 do CTN. Esse artigo autoriza a autoridade lançadora arbitrar valor ou preço do que constitui base de cálculo de tributo quando não mereçam fé as fontes tornadas disponíveis. No Auto de Infração em questão não houve necessidade de arbitrar os preços ou valores dos bens, uma vez que foram aceitos como válidos os constantes das declarações de importação e nos registros contábeis da empresa. Os procedimentos de estimativa utilizados pela fiscalização vieram suprir a falta de controle do uso dos diferentes insumos no processo de produção por parte do beneficiário do regime aduaneiro. A estimativa se refere ao quantitativo de acordo com os tipos de insumos, e não se refere ao preço ou o valor de cada um desses insumos. Lei n. 5.172, de 1966: Art. 148 Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Os princípios para a hermenêutica dos dispositivos que regem as isenções e suspensões tributárias para os regimes aduaneiros estão claros na Lei n. 5.172, de 1966, e no Decreto Lei n. 37 de 1966. O contido no artigo 111 do CTN deve ser observado como regra geral. Não pode ser acolhida a pretensão do recorrente de que não houve desvio de finalidade. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem exportadas. O contribuinte reconhece que os produtos exportados não continham integralmente o insumo (mercadoria) importado com suspensão nesse regime. Nem tinham outro insumo que lhe seria equivalente em termos de estar beneficiado com a suspensão tributária. Ele também reconhece que parte dos insumos importados com suspensão foi usada no processo produtivo de bens destinados ao mercado nacional. Houve inadimplência e desvio de finalidade ao caso. Consoante artigo 179 do CTN e artigo 12 do Decreto Lei n. 37, de 1966, cabe ao beneficiário do regime suspensivo, e não ao fisco, o ônus de provar o cumprimento das condições e requisitos legais para que se tenha isenção onde havia suspensão de tributos. O recorrente não traz aos autos demonstrações nesse sentido. Os fatos apontados pela fiscalização não são combatidos pela recorrente. Pareceme iminente a efetiva adoção, pela legislação brasileira, da possibilidade de substituição de matérias primas e insumos nos regimes aduaneiros dotados de Fl. 1582DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 6 9 suspensão tributária. Entretanto, tal possibilidade, como prevista a partir do que dispõe o artigo 17 da Lei n.º 11.774, de 2008, depende de regulamentação. O que vige em nosso ordenamento não prevê a livre substituição. Além disso, ao caso em análise, há que se considerar que a mistura de matérias primas ou insumos diferentes não significa necessariamente a substituição de um pelo outro. A mistura, para significar substituição, tem como pressuposto, a meu ver, obter, ao final, produtos resultantes idênticos. Provavelmente, para uma indústria tão sofisticada e rigorosa como me parece ser a de chocolate, a cuidadosa combinação dos ingredientes é providência que atende tanto aos diferenciais de qualidade, como os requisitos técnicos e certificantes para esse tipo de bem. Os procedimentos de controle, nesse sentido, poderiam concorrer para provar que a substituição ou a combinação de diferentes insumos chegaram a resultados ou produtos exatamente idênticos aos que se obteria caso não se tivesse essa substituição ou combinação de insumos. O recorrente invoca o Principio da Equivalência, mas esse não pode lhe socorrer, pois ainda não existe regulamentação a respeito. Mas, na hipótese da adoção desse instituto, ainda assim não poderia ele beneficiar o recorrente, pois ele não demonstrou ou comprovou a equivalência entre os insumos. Ao contrário, conforme relato fiscal a partir dos dados coletados na empresa, os insumos não eram equivalentes entre si. Eles foram misturados e os produtos obtidos a partir dessa mistura não seriam idênticos aos que se obteria se não houvesse essa mistura de insumos. Pelo que foi aqui exposto e em suas motivações legais, entendo que o recorrente não conseguiu atender o disposto na legislação que disciplina o regime aduaneiro, pois não comprovou o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se concluísse em isenção ou redução tributária. Propugno por não dar provimento ao Recurso Voluntário. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Declaração de Voto Conselheira Ângela Sartori Como cerne da questão colocada nos autos está na “vinculação física” é preciso esclarecer que esse princípio é a principal ferramenta para autuação dos beneficiários do Regime Drawback Suspensão, contido no artigo 389 do Regulamento Aduaneiro, que exige Fl. 1583DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 10 que os materiais importados vinculados a um ato concessório de drawback sejam exatamente os mesmos consumidos em produtos exportados ao mesmo ato concessório. Contudo, em uma complexa operação industrial, como a da Recorrente, tornase praticamente impossível seguir esse controle, por ser inclusive, contrário aos conceitos da indústria moderna. Nesse sentido, não podemos deixar de enfrentar o “princípio da fungibilidade”, em que um bem fungível é substituído por similar importado por outro ato concessório, com tratamento integral ou adquirido no mercador interno para fabricação do bem cuja exportação é compromisso. Porém, com a edição da Medida Provisória 497, de 27/07/2010 (convertida na Lei nº 12.350 de 20/12/2010, art. 32) em seu artigo 8º o artigo 17 da Lei nº 11.774, de 17 de setembro de 2008, passou a vigorar com a seguinte redação: “Art. 17. Para efeitos de adimplemento do compromisso de exportação nos regimes aduaneiros suspensivos, destinados à industrialização para exportação, os produtos importados ou adquiridos no mercado interno com suspensão do pagamento dos tributos incidentes podem ser substituídos por outros produtos, nacionais ou importados, da mesma espécie, qualidade e quantidade, importados ou adquiridos no mercado interno sem suspensão do pagamento dos tributos incidentes, nos termos, limites e condições estabelecidos pelo Poder Executivo. § 1o O disposto no caput aplicase também ao regime aduaneiro de isenção e alíquota zero, nos termos, limites e condições estabelecidos pelo Poder Executivo. § 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Comércio Exterior disciplinarão em ato conjunto o disposto neste artigo" Ao alterar o artigo 17 da Lei 11.774/08, o dispositivo exposto permite a fungibilidade necessária às operações, ao dispor que “os produtos importados ou adquiridos no mercado interno com suspensão do pagamento dos tributos incidentes podem ser substituídos por outros produtos, nacionais ou importados, da mesma espécie, qualidade e quantidade, importados ou adquiridos no mercado interno sem suspensão do pagamento dos tributos incidentes”. Evidentemente, que a aplicação do dispositivo para concessão de novos atos ficará condicionada a regulamentação pelo Poder Executivo, conforme exposto na norma acima. Contudo, já se aplica ao caso presente, onde a Recorrente foi autuada e estamos julgando sua defesa, no caso seu Recurso Voluntário que está em curso, pelo disposto no art. 106, II, “a” do CTN, que dispõe: “Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração;” Pelo exposto, e com fundamento no artigo 106, II, a) do CTN, que determina a aplicação do artigo 17 da Lei 11.774/08 pela redação dada pela MP 497/2010 convertida na Lei 12.350/2010 que DOU PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO. É como voto. Conselheira Ângela Sartori. Fl. 1584DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL
score : 1.0