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Numero do processo: 10380.912485/2009-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1401-000.355
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
Documento assinado digitalmente.
Antônio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Documento assinado digitalmente. Antônio Bezerra Neto - Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1355; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 64 1 63 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.912485/200959 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1401000.355 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 09 de dezembro de 2015 Assunto Compensação. Recorrente TERMOCEARÁ LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Documento assinado digitalmente. Antônio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto. Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .9 12 48 5/ 20 09 -5 9 Fl. 65DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10380.912485/200959 Resolução nº 1401000.355 S1C4T1 Fl. 65 2 Tratase de recurso voluntário interposto por TERMOCEARÁ LTDA contra acórdão proferido pela DRJ/Fortaleza que concluiu pela improcedência da manifestação de inconformidade acerca de pedido de compensação de crédito decorrente de pagamento indevido de estimativa de IRPJ referente a julho de 2005. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: Trata o presente processo da Declaração de Compensação DCOMP de fls. 01/04, apresentada em 11/12/2007 por meio eletrônico através do aplicativo PER/DCOMP 3.3, na qual a interessada acima identificada alega possuir crédito contra a Fazenda Pública no valor original de R$ 1.718.070,50, decorrente de pagamento indevido da antecipação do imposto de renda da pessoa jurídica IRPJ, no valor de R$ 1.876.090,74, referente ao período de apuração de julho de 2005. Utilizando o crédito que alega possuir, a interessada busca extinguir por compensação débitos de IRRF, período de apuração novembro de 2007. Foi proferido o Despacho Decisório de fl. 05/06, o qual não homologou a compensação, sob o fundamento de que o crédito pleiteado não existe, vez que o pagamento foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informado no PER/DCOMP. O enquadramento legal mencionado no Despacho Decisório é o seguinte: artigos 165 e 170 da lei n° 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional CTN) e art. 74 da Lei n° 9.430 de 27 de dezembro de 1996. Inconformada, a interessada interpôs a manifestação de inconformidade de fls. 09/18 na qual alega, em síntese, o seguinte: Em 31/08/2005, a TERMOCEARÁ, ao efetuar a apuração mensal dos resultados da empresa, efetuou o recolhimento de R$ 1.876.090,74, referente ao IRPJ do período de julho de 2005. Ocorre que, ao findar o ano, finalizado o período de apuração do IRPJ, foi apurado que a contribuinte teve, em verdade, um prejuízo fiscal. Desta forma, inexistindo lucro no período de apuração de 2005, não se configurou a situação hipotética descrita na norma tributária apta a configurar a incidência do IRPJ. Assim, o valor recolhido por estimativa, referente a apuração realizada no mês de julho de 2005, foi, de fato, indevido, conforme constatado no fechamento do período de apuração anual em 2005, como dito, houve prejuízo fiscal. E, sendo indevido, a TERMOCEARÁ utilizouse desse crédito para compensar valores a pagar no ano de 2008, sendo que a presente PER/DCOMP utilizou se de parte desses créditos. Na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) de 2006 consta, expressamente, que a contribuinte teve um prejuízo fiscal no ano base de 2005, não havendo que se cogitar, pois, em incidência de imposto de renda, vez que não houve rendimento algum no ano de 2005. Na pág. 05 da DIPJ 2006 há a seguinte informação: LUCRO LIQUIDO DO PERÍODO DE APURAÇÃO .................................. 73.173.069,26 Ou seja, na DIPJ de 2006, consta expressamente que a contribuinte teve prejuízo fiscal, não havendo que se cogitar, pois, em incidência de imposto de renda, vez que não houve rendimento tributável no ano de 2005. Referido prejuízo também foi devidamente informado na DCTF retificadora, enviada em 27/10/2009 pela contribuinte. Isto posto, dúvidas não restam de que o crédito existe, decorrente da inexistência rendimento tributável, em face do prejuízo fiscal devidamente comprovado e informado Fl. 66DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10380.912485/200959 Resolução nº 1401000.355 S1C4T1 Fl. 66 3 na DIPJ 2006 e na DCTF Retificadora (ano base de 2005). Assim, comprovada a existência de créditos, a Instrução Normativa RFB n.° 900 autoriza a compensação com outros débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, razão pela qual requer a revisão do despacho que não homologou a compensação pleiteada pela TERMOCEARÁ. Ao apreciar a impugnação apresentada, a 3ª Turma da já mencionada DRJ/Fortaleza proferiu o Acórdão nº 0818.447, de 25 de junho de 2010, por meio do qual decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade. Assim figurou a ementa do referido julgado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2008 COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE ESTIMATIVA COMO CRÉDITO. As estimativas efetivamente recolhidas são antecipações do tributo devido ao final do anocalendário. Em conseqüência, passível de restituição somente é o saldo negativo apurado na Declaração de Ajuste Anual. Inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário no qual, essencialmente, alega que: (i) não existiam valores a serem recolhidos a título de estimativa do mês de julho de 2005, vez que houve, no período, balancete de suspensão, conforme demonstra a DCTF retificadora; (ii) a hipótese de pagamento indevido em face do balancete de suspensão é totalmente diferente dos créditos que somente são identificados ao final do período de apuração; (iii) mesmo que se admita a existência de um mero erro formal, isto não ocasionou prejuízo à RFB; e (iv) cita jurisprudência da CSRF que contempla o seu entendimento. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator Pelo que foi relatado, a instância a quo não acolheu a pretensão da recorrente porque entende que as estimativas, como mera antecipações, não podem ser aproveitadas como Fl. 67DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10380.912485/200959 Resolução nº 1401000.355 S1C4T1 Fl. 67 4 crédito. Deveriam ser incluídas na apuração ao final do anocalendário e, se ficar detectado um saldo negativo, este, sim, pode ser pleiteado como crédito. Todavia, a jurisprudência do CARF já é pacífica quanto ao direito ao indébito da estimativa paga a maior. Confirase: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. A meu ver, há verossimilhança nas alegações da recorrente quando sustenta que não existiam valores a serem recolhidos a título de estimativa do mês de julho de 2005. Afinal, em sua própria peça recursal, transcreve extratos da DIPJ e da DCTF que confirmam essa assertiva no balancete de suspensão/redução do mês de julho/2005. Contudo, não verifico nos autos todos os elementos capazes de aferir a certeza e liquidez do direito creditório. Quando existem dúvidas sobre a existência do direito investigado na lide, a diligência pode ser determinada de ofício pela autoridade julgadora. Nesse sentido, confirase o que diz o artigo 18 do Decreto nº 70.235/72 (PAF): Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (grifei) Assim, entendo que o presente julgamento deva ser convertido em diligência para que a unidade de origem promova a efetiva verificação dos seguintes elementos: a) se o balancete de suspensão/redução do mês de julho/2005, tal como transcrito em sua peça recursal, foi realmente levantado; b) se o valor pago a título de estimativa efetivamente não foi considerado na apuração de saldo negativo ao final do anocalendário; c) se o DARF apresentado efetivamente foi computado nos sistemas de informação da Receita Federal; e d) se o crédito foi aproveitado em outro processo de compensação. Concluídas essas verificações, devese produzir um relatório circunstanciado em que se determine o valor possível de ser restituído a título de estimativa paga indevidamente. Depois, promover a ciência à empresa dos elementos eventualmente juntados na diligência, para que esta, querendo, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10380.912485/200959 Resolução nº 1401000.355 S1C4T1 Fl. 68 5 É como voto. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 69DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 18/12/ 2015 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ANTONIO BEZERRA NETO
score : 1.0
Numero do processo: 15521.000103/2010-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 16 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1401-000.325
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização da Resolução
Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 15.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o relator Maurício Pereira Faro não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização da resolução.
Participaram do julgamento os conselheiros Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento).
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização da Resolução Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 15.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o relator Maurício Pereira Faro não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização da resolução. Participaram do julgamento os conselheiros Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Presidente e Redator para Formalização da Resolução Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 15.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o relator Maurício Pereira Faro não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização da resolução. Participaram do julgamento os conselheiros Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 21 .0 00 10 3/ 20 10 -4 8 Fl. 2618DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.619 2 RELATÓRIO Tratase de recurso de ofício interposto pela DRJ e recurso voluntário interposto pelo contribuinte contra acórdão que julgou parcialmente procedente o auto de infração. Por bem resumir a questão ora examinada, adoto e transcrevo o relatório do órgão julgador a quo: “Trata o presente processo dos autos de infração lavrados pela DRF Campos dos Goytacazes (RJ), referentes a fatos geradores apurados nos anocalendário de 2005, por meio dos quais são exigidos do interessado o imposto sobre a renda de pessoa jurídica IRPJ, no valor de R$ 1.914.868,13 (fls. 622/628 e termo de verificação às fls. 598/321), a contribuição para o Pis, no valor de R$ 150.420,15 (fls. 629/635), a contribuição para o financiamento da seguridade social Cofins, no valor de R$ 692.844,45 (fls. 636/642), e a contribuição social sobre o lucro líquido CSLL, no valor de R$ 697.992,53 (fls. 643/649), acrescidos das multas de 75% e 150%, além dos encargos moratórios. 2 Fundamentaram as exações do IRPJ e da CSLL. 2.1 Omissão de receitas pela não contabilização de notas fiscais emitidas (relação a seguir), sob o pretexto de terem sido canceladas. Essas notas foram emitidas em nome da empresa ACES AC Engenharia e Sistemas Ltda, que compõe o grupo da qual participa o interessado e concentra 90% do seu faturamento. Tais notas serviram de garantia dos empréstimos obtidos no Unibanco, Banco Bonsucesso e Banco Rural. Por esse procedimento revelar intuito de fraude, aplicouse ao interessado a multa qualificada de 150%. 2.2 Omissão de receitas evidenciadas por depósitos bancários sem a comprovação da origem dos recursos. Apesar de intimado, o interessado não comprovou os depósitos bancários (Banco Sudameris, agência 1519, conta 2110950) identificados como aporte de capital, que teriam sido feitos pelas empresas Orteng Equipamento e ACES AC Engenharia. Na contabilidade, não há registro da conta "adiantamento de capital". E tampouco há registro, nos anos de 2005 e 2006, de modificação do capital com a respectiva e necessária alteração do contrato social. A multa aplicada foi de 75%. Data R$ Total por mês 12/01/2005 15.000,00 15.000,00 25/02/2005 80.000,00 80.000,00 04/03/2005 70.000,00 11/03/2005 11.000,00 81.000,00 05/04/2005 678.955,00 678.955,00 05/10/2005 1.215.666,67 05/10/2005 665.333,33 1.881.000,00 NF nº Data de emissão Fl. R$ 237 5/01/2005 578 1.028.719,63 243 7/04/2005 582 1.318.425,32 249 5/07/2005 586 1.880.102,40 255 5/10/2005 590 2.153.172,21 Total 6.380.419,56 Fl. 2619DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.620 3 2.3 Glosa de despesas sem comprovação lançadas a débito de "outras despesas" (código 311106.00.00001), correspondente ao saldo apurado em 31/12/2005, no montante de R$ 205.286,06 (razão às fls. 127 do anexo V e 98 e 204 do anexo VI) e "gastos operacionais" (código 312220.00.07151), correspondente ao saldo apurado em 31/12/2005, no montante de F. 18.744,08 (razão às fls. 174/175 do anexo V e 138/139 e 217 do anexo VI). O total da infração é de R$ 224.030,14 e a multa aplicada, de 75%. 3 Exigiuse o Pis e a Cofins em decorrência das omissões de receitas apuradas nos parágrafos 2.1 e 2.2 acima. Aplicouse a multa de 150% (multa qualificada) relativamente à primeira infração e de 75% relativamente à segunda. 4 Ao impugnar as exigências, fls. 656/705 (documentos de fls. 706/793), o interessado alegou, em síntese, que: não pode o fisco presumir a existência de faturamentos por utilização de informações de notas fiscais canceladas para lastrear empréstimos bancários e, sem quaisquer outros elementos de prova, promover a constituição do crédito tributário, presumindo a existência do fato gerador; o fisco não se dispôs a diligenciar no cliente e na obra para constatar de fato a realização dos serviços. Preferiu apenas utilizar informações de instituições financeiras sobre seus empréstimos e nas garantias oferecidas; todos as operações bancárias foram devidamente contabilizadas. O fisco não diligenciou nas empresas fornecedoras dos recursos e rejeitou os documentos apresentados; quanto à glosa de despesas, não foram apreciados todos os documentos contabilizados; não ocorreram simulação e conluio entre as empresas do grupo; a premissa da presunção por parte da autoridade fazendária, viola os princípios constitucionais do art. 5 as regras do Decreto nº 3.724/2001 foram violadas, haja vista a desnecessidade da utilização da requisição de informações sobre movimentação financeira, uma vez que a ação fiscal não se enquadrou em nenhuma das hipóteses previstas; violouse a Lei n° 9.784/1999, que assegura o direito do administrado à ciência dos atos praticados no processo administrativo; para os fatos geradores ocorridos nos meses de janeiro a junho de 2005, já havia decaído o direito de a Fazenda Pública efetuar o lançamento em 1/7/2010, haja vista o disposto no art. 150 do CTN, no que se refere ao Pis e à Cofins; a aplicação da multa qualificada depende de prova inequívoca de fraude e de dolo, o que não se vê nos autos; a emissão da duplica tal fatura e nota fiscal de prestação de serviços foi um ato negocial e comercial com as instituições financeiras. Não houve a liquidação das duplicatas pelo destinatário/sacado (ACES — AC Engenharia e Sistemas Ltda.), mas sim pelo próprio interessado, evidenciando o efetivo cancelamento das notas fiscais, por não ter ocorrido a prestação do serviço; as quatro vias das notas fiscais canceladas foram anexadas a esse processo ,fls. 578/593 e estão informadas no livro de registro de prestação de serviços, como atestou o fisco; Fl. 2620DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.621 4 os ingressos de recursos que o fisco confundiuse, tratou como "adiantamento de capital social", estão registrados na contabilidade do interessado, em contas do passivo em favor de Orteng Equipamentos e de ACES — AC Engenharia, conforme reprodução dos razões. São também reproduzidos os documentos de transferências bancárias, extratos e cópias dos cheques, além das apresentações dos contratos de mútuos; as despesas glosadas são usuais e necessárias à manutenção da atividade operacional e se enquadram nos conceitos de dedutibilidade. Todos os documentos utilizados na escrituração se encontravam à disposição do fisco, não havendo motivos para a glosa; solicita diligência e perícia, formulando quesitos e indicando perito; requer o arquivamento da representação fiscal para fins penais objeto do processo administrativo nº 15521.000104/201092 ou a exclusão das pessoas listadas nas suas fls. 22/24. 5 O julgamento foi convertido em diligência para que fossem juntados cópias do relatório para emissão da requisição de informação financeira (RMF) e dos razões das contas com o Unibanco, Orteng Equip. e Sistemas e Aces AC Engenharia e Sistemas, do mês de janeiro de 2006 (fl. 796). Em atendimento à diligência, foram juntados os documentos de fls. 807/812. 6 Cientificado da diligência, o interessado apresenta impugnação às fls. 814/822 (documentos de fls. 823/841), na qual alega, em síntese, que: encaminhouse o termo de diligência desacompanhado dos documentos relacionados como provas, tais como, o RMF, relatório circunstanciado, denúncia e ato autorizativo do Secretário da RFB; reitera os argumentos da impugnação inicial em que alega a nulidade do lançamento; foi ilegal, absurda, pessoal e desprovida de moralidade a indicação e utilização de normas legais não vinculadas aos fatos objeto da auditoria, além da adulteração de documentos para ocultar alguém num suposto documento denominado denúncia; merece destaque a personificação da acusação fiscal ao envolver 17 pessoas físicas como responsáveis pelo alegado ilícito tributário; o inciso V, do art. 3°, do Decreto no 3.724/2001 é aplicável apenas nos casos de auditoria de pessoas físicas, quando detectado patrimônio a descoberto; o art. 5° do Decreto 3.724/2001 também foi violado pelo auditor, ao não promover a ciência de seus atos e não dar conhecimento ao interessado dos documentos anexados. Também não os utilizou no processo administrativo, sem destruílos; o art. 3° do Decreto no 3.724/2001 não é aplicável no caso de apurações contábeis de pessoas jurídicas, relativos a fatos administrativos contabilizados; o inciso VII, do art. 33, da Lei no 9.430/1996, diz respeito aos regimes e periciais de fiscalização, aplicável na existência de crimes e a partir de formalização de ato do Secretário da RFB; não houve observância aos princípios constitucionais e administrativos; Fl. 2621DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.622 5 não foi possível ter acesso ao processo para se inteirar de tudo o que foi descrito no termo de diligência fiscal; reitera a solicitação de perícia feita na impugnação inicial; 7 O julgamento foi convertido em nova diligência para que o interessado fosse cientificado dos documentos de fls. 809/810, objeto do termo de diligência de fls. 811/812 (fl. 843). A solicitação foi atendida (fls. 844 e 846) sem que o interessado apresentasse novos questionamentos. Em face de tais argumentos, entenderam os membros da 2ª Turma da DRJ/RJ1, por unanimidade de votos, acolher parte dos argumentos da impugnação, e por via de consequência, julgar parcialmente procedente o lançamento, nos seguintes termos: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 CERCEAMENTO NO DIREITO DE DEFESA. Inocorre o cerceamento no direito de defesa diante da ciência da autuação e do termo de diligência, bem como da possibilidade de acesso aos autos do processo administrativo fiscal e de pedido de cópias de quaisquer documentos. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 OMISSÃO DE RECEITAS. CANCELAMENTOS DE NOTAS FISCAIS EMITIDAS. DESCONTOS DE DUPLICAS. MULTA QUALIFICADA. A prática de emitir notas fiscais contra empresa do grupo econômico e as respectivas duplicatas para descontos bancários ou para garantias. de empréstimos, e nos vencimentos dos títulos a empresa faturada e outra empresa do grupo econômico repassarem recursos suficientes para resgates dos títulos, evidenciam que as notas fiscais emitidas são provenientes de serviços prestados. O posterior cancelamento das notas fiscais emitidas denota o intuito doloso de omitir receitas. A tal procedimento justificase a aplicação da multa qualificada. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. COMPROVAÇÕES DAS ORIGENS. As comprovações das origens dos depósitos bancários descaracterizam a presunção de omissão de receitas. DESPESAS NÃO COMPROVADAS. Para que as despesas sejam dedutíveis na apuração do lucro real, os valores devem estar devidamente suportados por documentação hábil e idônea. É insuficiente o argumento da necessidade do gasto desacompanhado da respectiva documentação. APURAÇÃO DO VALOR DEVIDO NO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. Na apuração do imposto devido compensase os prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores ao da autuação, bem como do próprio período, limitandoos ao percentual de 30% (trinta por cento) do lucro real calculado. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Fl. 2622DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.623 6 Anocalendário: 2005 DECADÊNCIA. PIS E COFINS. Em regra, a contagem do prazo decadencial para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, dos quais se submetem o Pis e a Cofins, iniciase do fato gerador. Na ocorrência de dolo, a contagem do prazo tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 150, §4°, c/c art. 173, inciso I, ambos do CTN). LANÇAMENTOS REFLEXOS. CSLL, PIS E COFINS. Inexistindo fatos novos a serem apreciados, estendemse aos lançamentos reflexos os efeitos da decisão prolatada no lançamento matriz. Impugnação Procedentes em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Em face do referido acórdão de Primeira Instância, a 2ª Turma da DRJ/RJ1 interpôs Recurso de Ofício e ORTENG AC SERVICE LTDA interpôs Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 2623DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.624 7 VOTO Conselheiro André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, e tendo em vista que o relator originário do processo não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, encontrome na posição de Redator, nos termos dos arts. 17 e 18, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (RICARF). Informo que, na condição de Redator, transcrevo literalmente a minuta que foi apresentada pelo Conselheiro durante a sessão de julgamento. Portanto, a análise do caso concreto reflete a convicção do relator do voto na valoração dos fatos. Ou seja, não me encontro vinculado: (1) ao relato dos fatos apresentado; (2) a nenhum dos fundamentos adotados para a apreciação das matérias em discussão; e (3) a nenhuma das conclusões da decisão incluindose a parte dispositiva e a ementa. A seguir, a transcrição do voto. O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. Conforme descrito no relatório, tratase, na origem, autos de infração lavrados pela DRF Campos dos Goytacazes (RJ), referentes a fatos geradores apurados nos ano calendário de 2005, por meio dos quais são exigidos do interessado o imposto sobre a renda de pessoa jurídica IRPJ, no valor de R$ 1.914.868,13 (fls. 622/628 e termo de verificação às fls. 598/321), a contribuição para o Pis, no valor de R$ 150.420,15 (fls. 629/635), a contribuição para o financiamento da seguridade social Cofins, no valor de R$ 692.844,45 (fls. 636/642), e a contribuição social sobre o lucro líquido CSLL, no valor de R$ 697.992,53 (fls. 643/649), acrescidos das multas de 75% e 150%, além dos encargos moratórios. Os pontos nodais da presente autuação versam, basicamente sobre 3 (três) pontos, quais sejam: (i) Omissão de receitas pela não contabilização de notas fiscais emitidas, sob o pretexto de terem sido canceladas (multa qualificada de 150%);(ii) Omissão de receitas evidenciadas por depósitos bancários sem a comprovação da origem dos recurso – aporte de capital não contabilizado (multa de 75%); (iii) Glosa de despesas sem comprovação (multa de 75%). O Recurso de Ofício interposto pela DRJ de origem é pertinente ao item (ii), enquanto que o Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte é pertinente aos itens (i) e (iii), assim vejamos em separados os pontos de cada Recurso. I Do Recurso de Ofício No que tange ao tópico pertinente a suposta omissão de receitas reveladas por depósitos bancários sem origem comprovado, entendo que a Delegacia de Receita e Julgamento – DRJ analisou muito bem o ponto da questão. Fl. 2624DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.625 8 Os valores autuados, conforme consta nos relatório do presente voto, decorrem de suprimentos de recursos realizados pelas empresas Orteng Equipamentos e Sistemas e Aces AC Engenharia e Sistemas, conforme documentos juntados as fls. 720/741. Conforme expôs a DRJ, o simples fato de o interessado atribuir tais valores a "aporte de capital", mas sua contabilidade não possuir conta para registro de "adiantamento para aumento de capital", não permite a conclusão de que a origem dos recursos não foi comprovada e, consequentemente, a caracterização de omissão de receitas. Isto porque aporte de capital pode ser entendido como um contrato de mútuo ou até mesmo um adiantamento para futuro aumento de capital. Quer seja um, quer seja outro, os valores creditados possuem comprovação das origens e foram contabilizados pelo interessado em conta de passivo, nominativa as empresas supridoras dos recursos. Os suprimentos feitos pela Orteng Equipamentos e Sistemas (R$ 1.215.666,67) e pela Aces AC Engenharia e Sistemas (R$ 665.333,33) foram considerados necessários para quitação do empréstimo do Banco Bonsucesso, conforme descrição abaixo exposta e constada pela própria Delegacia de Julgamento DRJ: “Com relação à nota fiscal n° 249, no valor de R$ 1.880.102,40, o interessado penhora ao Banco Bonsucesso a respectiva duplicata (fls. 358/362). Para quitar o empréstimo, a empresa Orteng Equip. e Sistemas lhe transfere, em 5/10/2005, o valor de R$ 1.215.666,67 (Anexo VI, fl. 94), e a empresa Aces AC Engenharia e Sistemas transfere, na mesma data, o valor de R$ 665.333,33 (anexo VI, fl. 96). A soma destes valores alcança R$ 1.881.000,00. O interessado quita o penhor, também na mesma data, no montante de R$ 1.880.102,40. Da mesma forma que no primeiro caso, os valores são bem próximos.” Diante da referida operação, esses valores justificam a suposta omissão de receita proveniente da nota fiscal n° 249, motivo pelo qual entendo que a origem destes encontrase comprovada. Assim, entendo que não merece reparo a decisão da DRJ que exonerou parte do crédito tributário, motivo pelo qual nego provimento ao Recurso de Ofício. II Do Recurso Voluntário No que tange ao Recurso Voluntário, os pontos a serem abordados são pertinentes aos pontos (i) e (iii) anteriores descritos, quais sejam: (i) Omissão de receitas pela não contabilização de notas fiscais emitidas, sob o pretexto de terem sido canceladas (multa qualificada de 150%); e (iii) Glosa de despesas sem comprovação (multa de 75%). Contudo, antes de adentrar ao mérito, é importante enfrentarmos as preliminares levantadas pela Recorrente. II. 1 Da suposta nulidade ante violação ao princípio da verdade material Alega a Recorrente nulidade do atuo de infração por afronta ao principio da verdade material ante a falta de analise de alguns documentos e alegações expostas. Fl. 2625DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.626 9 Ocorre que a petição em resposta a diligencia efetuado com razões complementares (18/01/2011/2011 – fls. 814) foi intempestiva, visto que a ciência ocorreu em 15/12/2010 (fls. 825), motivo pelo qual não há se falar em falta de analise, vez que ocorreu o instituto da perempção. Deveria o patrono da Recorrente ser mais diligente quanto a apresentação de suas respostas, inclusive no que tange a resposta para razões adicionais, diferentemente do que ocorre quando responde a termos de fiscalização que podem ter seus prazo para entrega de documentos prorrogados sem sofrer os efeitos da perempção. De qualquer forma, acredito que a não recepção das razões complementares não gerou prejuízo à parte, pois como se verifica dos autos a matéria já se encontrava posta, e, além disso, os argumentos das razões completares da Impugnação foram utilizados em sede do Recurso Voluntário, motivo pelo qual estes serão utilizados e analisados quanto a análise do mérito do presente caso. Assim, entendo que o presente ponto encontrase superado. II. 2 Da nulidade ante aos suposto cerceamento de defesa e a afronta ao princípio da oficialidade A Recorrente alega cerceamento de direito de defesa, contudo entendo que a referida preliminar não merece prosperar, vejamos. O interessado foi amplamente cientificado da fiscalização, bem como das informações obtidas das instituições financeiras, as quais foram até mesmo objeto de pedidos de esclarecimentos. Também foi cientificado da autuação com tempo hábil a se manifestar. No mais, demonstrou o seu pleno conhecimento dos fatos, apresentando urna longa impugnação antes do julgamento de primeira instância, bem como razões complementares – as quais não foram apreciadas por serem intempestivas. Vale ressaltar que os argumentos então utilizados naquela época fizeram parte do Recurso Voluntário em análise, motivo pelo qual não há que se falar em matéria que se deixou de ser apreciada. No que tange a ofensa ao princípio da oficializada, esta também não mercê prosperar, pois alega a Recorrente que não teve a oportunidade para se manifestar quanto ao cancelamento de algumas notas fiscais (utilizadas como empréstimo as instituições financeiras). Sem fundamento o argumento da Recorrente. O momento oportuno para resposta e defesa quanto a este ponto foi a apresentação da Impugnação administrativa, que abre o contencioso administrativo fiscal. A matéria foi plenamente debatida junto a DRJ, que naquela ocasião entendeu por manter a autuação – guardaremos nosso posicionamento quanto ao mérito, inclusive comprovando que não há nulidade quanto a este ponto. Assim, também não há que se falar em nulidade por cerceamento do direito de defesa. II. 3 Da aplicação da multa qualificada de 150% e o reflexo na contagem do prazo decadencial do crédito tributário. Fl. 2626DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.627 10 Ainda, antes de adentrar ao mérito dos dois pontos da autuação remanescentes, é importante abordar a aplicação da multa qualificada de 150% no que tange ao presente caso, esta tem relação direita com o curso na contagem do prazo decadencial, sendo esta prejudicial de mérito e necessária a sua analise antes dos pontos da autuação. Alega o contribuinte que a Fiscalização, e posteriormente a Delegacia de Julgamento – DRJ teriam entendido pela utilização de fraude e dolo, o que ensejaria a aplicação doa artigo 173, do Código Tributário Nacional, ao invés do artigo 150, § 4º do mesmo diploma legal. Segundo o Termo de Verificação Fiscal – TVF, e posteriormente o Auto de Infração ora guerreado, o fato determinante para a qualificação da multa de ofício em 150% da infração pertinente “a omissão de receita – receita não contabilizadas por notas fiscais omitidas”, fora a falta de contabilização de 04 notas fiscais de prestação de serviços canceladas, porém emitidas para uma outra empresa pertencente ao mesmo grupo societário porque foram utilizadas como garantia de empréstimos bancários. No acórdão da DRJ, a referida turma, ao tentar inovar na acusação para dar suporte fático a supostos elementos de crime, procurou indicar a existência da infração, nos seguintes trechos: “O interessado alega que a emissão das duplicatas e notas fiscais foram atos negociais com as instituições financeiras. Diante disso, é forçosa a conclusão de que se está ou diante de um delito tributário ou de um penal: receita omitida com a consequente sonegação fiscal ou só um delito penal previsto no art. 172 do Código Penal, conforme a seguir...” (...) Não raro, empresas apresentam as instituições financeiras balanços e demonstrações de resultados sem qualquer respaldo na contabilidade, com o intuito de obtenção de empréstimos. Da mesma forma, emitem títulos de créditos, como duplicatas, sem que tenha ocorrido a venda de mercadorias ou serviços. Popularmente chamadas de duplicatas frias." Assim, antes de adentrarmos ao mérito, vejamos os ditames necessários para que haja a multa qualificada quando da omissão de receita. Para a Fiscalização aplicar a multa qualificada, há que restar provado, ao menos, a existência da sonegação ou da fraude. Tanto a fraude quanto a sonegação correspondem, segundo os art. 71 e 72, da Lei n° 4.502/641, a atos comissivos ou omissivos que visem impedir ou retardar a constituição do crédito tributário ou a sua satisfação. Depreendese, 1 Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Fl. 2627DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.628 11 ainda, da leitura dos dispositivos citados que, para aplicar a multa qualificada, é necessário observar a existência do elemento subjetivo — dolo — para caracterizar o intuito (dolo direto), ou o risco assumido (dolo indireto), de fraudar ou de sonegar. Sustenta a decisão recorrida que, no caso em tela, resta justificada a aplicação da multa no percentual de 150% pela ocorrência dos ilícitos previstos na Lei n° 4.502/64, conclusão a que se chegou em razão dos fatos e situações que teriam sido colhidos dos autos do presente processo, em consonância com a omissão de receita com base em notas fiscais canceladas. Notas fiscais estas que estão com as quatro vias da nota fiscal de papel. Ocorre que, para aplicar a multa mais gravosa e qualificada, é preciso que a autoridade lançadora justifique a majoração, apontando e demonstrando os fatos que, em seu entendimento, caracterizariam as hipóteses estabelecidas pela lei. Isso porque, para que ocorra a fraude definida pelo artigo 72 da Lei n.º 4.502, de 1964 como “toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento” é necessário demonstrar não que o contribuinte teve a intenção de pagar menos imposto, mas que ele teve a intenção de empregar meios ilícitos, “fraudulentos”, para obter a economia fiscal desejada. É o que se depreende, inclusive, da leitura de dispositivos da Lei n.º 8.137, de 1990, que define os crimes contra a ordem tributária, nos seguintes termos: “Artigo 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (...) II FRAUDAR a fiscalização tributária, INSERINDO ELEMENTOS INEXATOS, OU OMITINDO OPERAÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, EM DOCUMENTO OU LIVRO EXIGIDO PELA LEI FISCAL; (...).” “Artigo 2° Constitui crime da mesma natureza: I FAZER DECLARAÇÃO FALSA OU OMITIR DECLARAÇÃO SOBRE RENDAS, BENS OU FATOS, OU EMPREGAR OUTRA FRAUDE, para eximirse, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; (...)” (não destacados no original). Como se percebe pela simples leitura do inciso II do artigo 1º da Lei n.º 8.137, de 1990, fraudar a fiscalização tributária significa inserir elementos inexatos ou omitir operação de qualquer natureza em documento ou livro exigido pela lei fiscal. Da mesma forma, o inciso I do artigo 2º desta lei deixa bem claro que o núcleo do tipo correspondente à fraude fiscal é a falsidade. Ora, se a fraude pressupõe a apresentação pelo sujeito passivo de elementos falsos ou a omissão de ato sobre o qual a administração tributária deveria ter ciência, é certo Fl. 2628DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.629 12 que a autoridade autuante, para impor a multa qualificada, deve apontar com toda a precisão os elementos que demonstrem a fraude. Este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já editou Súmula quanto à qualificação da multa de ofício, no que tange à omissão de receita: Súmula CARF nº 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. Durante a fiscalização, conforme consta nos relatos fiscais, a Recorrente apresentou a documentação que lhe foi solicitada, atendendo as intimações solicitadas. Todavia foi constada a omissão de receita pelo cancelamento de 04 (quatro) notas fiscais, sendo que na realidade existiriam 11 notas canceladas, mas o fisco entendeu que somente as notas fiscais nº 237, 243, 249 e 255 seriam objeto de garantia bancárias. Assim, no que tange a este ponto, o julgamento deve ser convertido na realização de diligência para verificação da falta de contabilização das notas fiscais de prestação de serviços canceladas, emitidas para uma outra empresa pertencente ao mesmo grupo societário, se de fato foram utilizadas como garantia de empréstimos bancários para fins de comprovação da conduta dolosa. II. 4 Do Mérito II. 4. 1 Da Infração Pertinente à omissão de receita – receitas não contabilizadas – notas fiscais omitidas. Conforme apontado no tópico anterior, quanto à desqualificação da multa de ofício, houve a autuação por “omissão de receita – receita não contabilizadas por notas fiscais omitidas”, pela falta de contabilização de 04 notas fiscais de prestação de serviços canceladas, porém emitidas para uma outra empresa pertencente ao mesmo grupo societário porque foram utilizadas como garantia de empréstimos bancários. A DRJ alega que a conclusão da omissão de receitas por parte da fiscalização decorre da verificação do desconto de duplicatas no Unibanco (fls. 69 e 81 do anexo I), garantia de empréstimo no Banco Bonsucesso (fls. 85/98 do anexo I) e desconto de duplicata no Banco Rural (fls. 254/258 do anexo I). Saliento que havia, nas quatro vias das respectivas notas fiscais (fls. 578/593), assim como no livro de registro de prestação de serviços (fls. 31, 37, 43 e 49 do anexo II) a indicação de que elas se encontravam canceladas. Além disso, a DRJ alega serem sintomáticas as omissões de receitas, pois o contribuinte emitiu 04 (quatro) notas fiscais e duplicatas, descontandoas ou servindo de garantias em empréstimos bancários, e nos vencimentos das operações, as empresas Orteng Equipamentos e Sistemas e Aces AC Engenharia e Sistemas (empresa objeto do faturamento) lhe repassam os valores para resgates dos títulos. Por esses motivos, segundo a DRJ, as evidências de faturamentos seriam fortes e o procedimento de posteriormente cancelar as notas fiscais revelaria o intuito doloso de omitir as receitas. Fl. 2629DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.630 13 Bem, seguindo a linha exposta no tópico pertinente a qualificação da multa, entendo que não assiste razão á fiscalização. O que o Fiscalização considerou como prova de irregularidade, inclusive passível de multa agravada, foi o regular cancelamento de 04 (quatro) notas fiscais de emissão da Recorrente, em razão de não terem sido executados os serviços que viriam a constituir seu objeto. O fato de tais notas fiscais terem sido utilizadas como lastro para uma operação bancária pode ser indício da prática presumida pela fiscalização de ilícito tributário, como também pode caracteriza a ocorrência de fato gerador de tributos lastreados em omissão de receita. Em conformidade com a decisão da DRJ, ficou entendido que a existência de recursos (aportes de capital) recebidos das empresas Aces AC Equipamentos e Orteng Equipamentos, devidamente contabilizados, que teriam sido utilizados nas liquidações dos empréstimos bancários obtidos junto aos Bancos Bonsucesso e Unibanco, fosse uma omissão de receita. Para estes, existiriam as omissões nos repasses dos valores para resgates dos títulos, como descrito às fls. 859. Por outro lado, a fiscalização entendeu que “Foi possível a fiscalização concluir que estes faturamentos constituídos pelas 04 notas fiscais acima referidas, efetivamente ocorreram uma vez que serviram de garantia aos empréstimos ocorridos nos Bancos: UNIBANCO. BONSUESSO e RURAL, conforme documentação encaminhada pelos mesmos e acostados no ANEXO 1 do presente processo, conforme a seguir discriminado.” Os aportes financeiros de Aces AC Equipamentos e da Orteng Equipamentos foram comprovados por ocasião da impugnação contra Infração Omissão de Receitas por Depósitos Bancários, sendo os elementos de prova acolhidos, e a infração indevidamente constituída, excluída pelo próprio Acórdão recorrido, e objeto do Recurso de Ofício. Diante dos pagamentos e quitações do mútuo com as instituições financeiras, pode ser que haja indício de omissão de receita. A emissão da Duplicata/Fatura e Nota Fiscal de Prestação de Serviços pode ter sido um ato negocial e comercial entre a Orteng AC Service e as Instituições Financeiras. Não houve a liquidação das duplicatas pelo destinatário/sacado (Aces AC Engenharia e Sistemas Ltda.), o que pode evidenciar o efetivo cancelamento das Notas Fiscais, uma vez que não ocorreu a prestação dos serviços que seria o seu objeto, sendo os valores devidamente devolvidos. A Orteng AC Service, tomadora dos empréstimos bancários, conforme noticiado aos autos, promoveu o pagamento dos empréstimos nos respectivos vencimentos, extinguindo a obrigação financeira e, por conseguinte, o título de crédito bancário. As quatro vias dos originais das Notas Fiscais de números 0237, 0243, 0249 e 0255, com as inscrições grafadas como canceladas foram anexadas às folhas 578 a 590. Assim, no que tange a este ponto, o julgamento deve ser convertido na realização de diligência para verificação da falta de contabilização das notas fiscais de prestação de serviços canceladas, emitidas para uma outra empresa pertencente ao mesmo grupo societário, se de fato foram utilizadas como garantia de empréstimos bancários. Fl. 2630DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.631 14 II. 4. 2 Da Infração Pertinente à custos ou despesas não comprovados – glosa de outras despesas e gastos operacionais. Alega a Recorrente que os valores contabilizados na rubricas contábeis 1935 03.01.02.02.20.01 – GASTOS OPERACIONAIS – Administração, e 34703.01.01.01.06.01 – Outras Despesas são despesas usuais e necessárias a manutenção da atividade operacional da pessoa jurídica, e se enquadram nos conceitos de dedutibilidade do artigo 299 do RIR/99. Segunda esta, todos os documentos utilizados na escrituração contábil encontravam e encontramse à disposição do fisco para sua auditoria, não havendo motivo para a glosa e que as mesmas estariam contabilizadas em seu Livro Razão, conforme constante nos Anexos V e VI dos presentes autos. As despesas operacionais e dedutíveis na determinação do lucro real são aquelas que se encaixam no disposto no art. 299 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99, “RIR”), vejamos: Art. 299. São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora (Lei n° 4.506, de 1964, art. 47). § 1° São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa (Lei n° 4.506, de 1964, art. 47, § 1°). § 2º As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa (Lei nº 4.506, de 1964, art. 47, § 2º) § 3º O disposto neste artigo aplicase também às gratificações pagas aos empregados, seja qual for a designação que tiverem. Isto é, as despesas operacionais dedutíveis são aquelas necessárias à atividade da empresa, usuais no tipo de transações ou operações exigidas em sua atividade, comprovadas por meio de documentação idônea e também aquelas cruciais à manutenção da respectiva fonte produtora de receitas. O Parecer Normativo nº 32/81 definiu como despesa necessária aquele gasto essencial a qualquer transação ou operação exigida pela exploração das atividades que estejam vinculadas às fontes produtoras do rendimento. O professor Ricardo Mariz de Oliveira in “Fundamentos do Imposto de Renda” São Paulo: Editora Quartier Latin, 2008, págs. 689/690, por sua vez, preconiza que: Realmente, é hoje pacifico na doutrina e em jurisprudência que o imposto de renda somente incide quando ocorrer acréscimo patrimonial (...) Ora, acréscimo patrimonial somente existe quando haja ingresso de novos bens ao patrimônio, os quais tenham valor que supere o montante dos gastos incorridos para a sua produção (...) Agora, se verificarmos que, além do custo, o vendedor necessariamente tem que incidir em outras despesas para manter e realizar seus Fl. 2631DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.632 15 negócios, o valor da receita, na parte em que meramente repõe essas outras despesas pagas pelo patrimônio anterior, também não representa acréscimo patrimonial (...) Isso significa que, quanto ao imposto de renda “imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza”, segundo o correto título constitucional , é da sua essência a dedução dos custos e das despesas que sejam necessários para produzir o acréscimo patrimonial, até em atendimento ao princípio da universalidade. Ocorre que não basta somente que as despesas sejam essências e necessárias a atividade da empresa, para que estas sejam dedutíveis, mas também que estas sejam comprovadas por documentação hábil e idônea das despesas incorrida. Não basta, como fez a Recorrente, demonstrar o Livro Razão, é necessário que haja também a comprovação efetiva da despesa incorrida através de documentos. Nessa linha já decidiu este Egrégio CARF: Assunto:IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA–IRPJ. Anocalendário: 2002 Ementa: GLOSA DE DESPESAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A falta de comprovação documental das operações que originaram as despesas escrituradas enseja sua glosa. Todavia, devem ser afastadas do lançamento as despesas devidamente comprovadas. (CARF, 1º Seção, 3º Câmara, 1º Turma Ordinária, Relator Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Sessão de 26/01/2011 – Acórdão nº 1301000.477 – Processo 18471002129/200156. Assim, em que pese o meu posicionamento de que incumbe ao Fisco comprovar de maneira cabal e fundamentada de que as despesas computadas na determinação do lucro real não são essenciais ou não foram efetivamente incorridas, no presente caso a Recorrente deixou de colacionar a documentação pertinente a cada despesa incorrida que comprovariam por fim a sua dedutibilidade, como notas de serviços essências, assistência médica, despesas com custos, pessoal, matéria prima e etc. Por estes motivos, entendo que não merece prosperar este ponto do Recurso Voluntário, motivo pelo qual nego provimento a este tópico e mantenho o crédito tributário pertinente às glosas de despesas. Conclusões Tendo em vista as peculiaridades dos presentes autos, bem como do início de prova produzido pela Recorrente, em sucedendo e com observância do disposto no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, voto por converter o julgamento na realização de diligência para a autoridade preparadora da Unidade da Receita Federal do Brasil que jurisdicione a Recorrente cotejar as informações fornecidas pela Recorrente com os registros internos da RFB para aferir a verossimilhança, a clareza, a precisão e a congruência das exigências constantes nos presentes autos. Devese verificar a falta de contabilização das notas fiscais de prestação de serviços canceladas, emitidas para uma outra empresa pertencente ao mesmo grupo societário, e se de fato elas foram utilizadas como garantia de empréstimos bancários, já que tais fatos Fl. 2632DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 15521.000103/201048 Resolução nº 1401000.325 S1C4T1 Fl. 2.633 16 fundamentam a infração de omissão de receita, inclusive para fins de comprovação da conduta dolosa, isto é, em relação aos seguinte itens: II. 3 Da aplicação da multa qualificada de 150% e o reflexo na contagem do prazo decadencial do crédito tributário; e II. 4.1 Da Infração Pertinente à omissão de receita – receitas não contabilizadas – notas fiscais omitidas. A autoridade designada para cumprir a diligência solicitada deverá elaborar o Relatório Fiscal circunstanciado e conclusivo sobre os fatos averiguados. A Recorrente deve ser cientificada dos procedimentos referentes às diligências efetuadas e do Relatório Fiscal para que, desejando, se manifeste a respeito dessas questões com o objetivo de lhe assegurar o contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes2 . (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto 2 Fundamentação legal: inciso LV do art. 5º da Constituição da República. Fl. 2633DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA
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Numero do processo: 10283.721310/2012-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO PARA SUPRIR OMISSÃO.
Constatada omissão no acórdão, acolhem-se os embargos para sanar e esclarecer a decisão.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 1402-001.958
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração a fim de suprir a omissão a respeito da não ocorrência de decadência em relação à CSLL, ao PIS e à Cofins, e ratificar a decisão do acórdão 1402-001.848, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente
(assinado digitalmente)
FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Demetrius Nichele Macei, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto e Leonardo Luís Pagano Gonçalves. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO PARA SUPRIR OMISSÃO. Constatada omissão no acórdão, acolhem-se os embargos para sanar e esclarecer a decisão. Embargos Acolhidos.
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ACOLHIMENTO PARA SUPRIR OMISSÃO. Constatada omissão no acórdão, acolhemse os embargos para sanar e esclarecer a decisão. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração a fim de suprir a omissão a respeito da não ocorrência de decadência em relação à CSLL, ao PIS e à Cofins, e ratificar a decisão do acórdão 1402001.848, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Demetrius Nichele Macei, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto e Leonardo Luís Pagano Gonçalves. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 13 10 /2 01 2- 38 Fl. 567DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 10283.721310/201238 Acórdão n.º 1402001.958 S1C4T2 Fl. 568 2 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional (fls. 552 554) em face do acórdão nº 1402001.848, julgado na sessão de 22 de outubro de 2014. DOS EMBARGOS DA FAZENDA NACIONAL Alega a embargante que o acórdão contém uma obscuridade que necessita ser suprida pelo colegiado. A exigência se deu com base em supostas omissões de receitas advindas de pagamentos não escriturados e receitas financeiras não oferecidas ao crivo da tributação. No julgamento de primeira instância, deuse provimento à impugnação, recorrendose de ofício a este Conselho. No julgamento do recurso voluntário, a turma, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso de ofício. De acordo com o voto conduto do aresto, a omissão de receita baseada em pagamentos não escriturados não poderia prevalecer ante a ausência de comprovação de realização dos pagamentos por parte do contribuinte. Já as receitas financeiras não foram confirmadas, pois, além de o lançamento ter incorrido em erro nas bases de cálculo e períodos de apuração, haveria ocorrido também a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos até agosto de 2007 em relação ao PIS e a Cofins, e até o segundo trimestre de 2007 em relação ao IRPJ e CSLL. Foram identificados ainda diversos vícios no lançamento que ensejaram seu cancelamento em sua totalidade. Segundo a embargante, na existência de antecipação somente de imposto de renda – mediante retenção na fonte não haveria que se falar em pagamentos antecipados de CSLL, PIS e Cofins a ensejar a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN para fins de contagem do prazo decadencial. Em suma, são esses os argumentos entabulados pela embargante. Analisando os pontos levantados pela embargante, entendeuse que, de fato, o voto deixou de abordar sobre a existência, ou não, de pagamentos antecipados de CSLL, PIS e Cofins, mencionando tão somente a existência de imposto de renda na fonte como forma de pagamento antecipado de IRPJ, implicando assim, a sua admissão, conforme despacho do Presidente deste colegiado à fl. 389. É o relatório. Fl. 568DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 10283.721310/201238 Acórdão n.º 1402001.958 S1C4T2 Fl. 569 3 Voto Conselheiro FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Relator Conforme relatado, a matéria objeto de embargos restringese à contagem do prazo decadencial para os casos em que não há recolhimento antecipado do tributo. Em relação à contagem do prazo decadencial, não se pode ignorar que o STJ entendeu em caráter definitivo (julgamento de recurso representativo de controvérsia, nos termos do art. 543C, do CPC) que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, a questão do pagamento antecipado é relevante para definição do prazo, assim como a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, conforme se observa na ementa do REsp 973.733/SC, 1ª Seção, Dje 18/09/2009, de relatoria do Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre,sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). Fl. 569DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 10283.721310/201238 Acórdão n.º 1402001.958 S1C4T2 Fl. 570 4 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, antea configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii)a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. No caso concreto, compulsando os autos, de fato, não identifiquei pagamentos antecipados de CSLL, PIS e Cofins. Assim, independentemente da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o início da contagem do prazo decadencial deve se dar com base no disposto no art. 173, I, do CTN, uma vez que, na ausência de pagamento antecipado, o início da contagem do prazo decadencial deve ser postergada para o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido realizado. Desse modo, tratandose de fatos geradores ocorridos de janeiro a dezembro de 2007, temse que: em relação ao PIS e Cofins, a contagem do prazo decadencial relativo ao período de apuração mais longínquo – janeiro de 2007 – teve início em 01/01/2008, uma vez que o lançamento poderia já ter sido realizado durante o ano de 2007. Desse modo, o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado foi 01/01/2008, tendo como data fatal para ciência do lançamento o dia 31/12/2012; em relação à CSLL, em relação ao primeiro período de apuração objeto de exigência – primeiro trimestre de 2007 –, o início da contagem do prazo decadencial se deu em 01/01/2008, uma vez que o lançamento também já poderia ter sido realizado no decorrer do ano de 2007. Logo, o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado foi 01/01/2008, tendo como data fatal para ciência do lançamento o dia 31/12/2012. Fl. 570DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 10283.721310/201238 Acórdão n.º 1402001.958 S1C4T2 Fl. 571 5 Assim sendo, considerandose que o lançamento foi cientificado ao contribuinte em 21/09/2012, não há que se falar em decadência de CSLL, PIS e Cofins. No que tange ao IRPJ, mantémse a decisão inicial, uma vez que existente o pagamento antecipado (imposto de renda retido na fonte). Contudo, é importante ressaltar que as razões para não manutenção da exigência, em sua totalidade, independem do reconhecimento da decadência, já que o lançamento, como um todo, possui inúmeros equívocos. A esse respeito, destaco as seguintes passagens do voto condutor do aresto embargado: [...] Conforme se observa, a autoridade fiscal efetuou a exigência com base em supostos pagamentos não escriturados (omissão de receitas), contudo, em sua maioria, os pagamentos sequer foram confirmados ou documentados nos autos. Na ausência de pagamento, não há como se aplicar a presunção legal de omissão de receitas a que alude o art. 281, II, do Decreto nº 3.000/1999. [...] Omissão de rendimentos de aplicação financeira, recebidos no período de janeiro a dezembro dos anos calendários 2007 e 2008, nos valores de R$ 265.346,18, fato gerador em 31/12/2007, e R$ 725.118,92, com fato gerador em 31/12/2008. Neste item da autuação concluímos que, embora a "inclusão de receitas financeiras na base de cálculo dos tributos" esteja correta, duas situações caracterizam incorreções na autuação: a) a apuração dos tributos envolvidos na autuação se dá trimestralmente, para os tributos IRPJ e CSLL; e, mensalmente, para os tributos PIS e COFINS. Desta forma, [...] b) os tributos deveriam ser apropriados em seus respectivos períodos, com seus montantes respectivos; o que não ocorreu, pois todos os valores foram apropriados no último período dos anos 2007 e 2008. Assim, até agosto de 2007 há a decadência dos tributos PIS e COFINS, e até o período relativo ao segundo trimestre de 2007 houve a decadência dos tributos IRPJ e CSLL; e nos demais períodos, relativos a este fato gerador, houve erro na base de cálculo dos tributos! [...] A despeito das situações acima descritas, nas quais os fatos geradores dos tributos cobrados foram afastados, já denotando a improcedência da autuação; "àquelas situações em que os fatos geradores foram perfeitamente identificados" agregaramse erros no tocante: I determinação da matéria tributável; II cálculo do montante do tributo devido; e, nas situações em que restaram "coincidentemente" corretos o aspecto quantitativos dos tributos (montante do tributos devido) houve III erro na identificação do sujeito passivo. Fl. 571DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 10283.721310/201238 Acórdão n.º 1402001.958 S1C4T2 Fl. 572 6 Desse modo, a fim de corrigir a omissão contida no acórdão, deve se reconhecer não haver decadência em relação à CSLL, ao PIS e à Cofins, ratificandose, contudo, a decisão do colegiado de, no mérito, negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator Fl. 572DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 10670.900650/2008-83
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004
DESISTÊNCIA DO RECURSO. PERDA DO OBJETO.
A apresentação de pedido de desistência expressa e em caráter irrevogável do prosseguimento e análise do recurso voluntário implica no encerramento do litígio administrativo por perda do objeto.
Numero da decisão: 3803-006.598
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do recurso, por perda de objeto.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente da 3ª Câmara
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues (Relator), Paulo Renato Mothes de Moraes e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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PERDA DO OBJETO. A apresentação de pedido de desistência expressa e em caráter irrevogável do prosseguimento e análise do recurso voluntário implica no encerramento do litígio administrativo por perda do objeto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do recurso, por perda de objeto. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente da 3ª Câmara (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues (Relator), Paulo Renato Mothes de Moraes e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Por se tratar de acórdão da relatoria de Conselheiro que não mais compõe o Colegiado, fui designado como relator ad hoc neste processo, em razão do quê reproduzo o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 90 06 50 /2 00 8- 83 Fl. 106DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10670.900650/200883 Acórdão n.º 3803006.598 S3TE03 Fl. 107 2 relatório elaborado pelo relator original e redijo o voto, bem como a ementa, em conformidade com os termos constantes da ata de julgamento. Por meio de Despacho Decisório eletrônico a autoridade administrativa reconheceu que o crédito declarado pela contribuinte não foi suficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo (fl. 22/27).PTA 10670.900650/2008 83 Crédito (10670.900.679/200865 Débito). Manifestou a contribuinte a sua inconformidade contra o decidido no despacho decisório aduzindo sucintamente que (fls. 28/33): (i) A Requerente pleiteou com base no direito creditório aos valores pagos quando da aquisição de material de embalagem, por meio de PER/DCOMP. A RFB homologou em parte a compensação, uma vez que considerou indevidos os créditos referentes a aquisições de embalagens de empresas optantes pelo Simples, com fulcro no art. 18 do RIPI. Assim restou homologado parcialmente seu direito creditório ao ressarcimento de IPI consubstanciado na PER/DCOMP referente ao 1º trimestre de 2004. (ii) Arguiu que a Constituição Federal, no seu artigo 153, §2°, II, determina expressamente que o IPI será "nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores”, para deduzir que o que determina o direito do crédito é o cumprimento dos requisitos de que se trate de operação de aquisição de insumo em operação no qual houve o destaque do IPI. (iii) Nesse sentido, cumpre ressaltar que: a) TODAS AS NOTAS FISCAIS SE ENCONTRAM COM O IPI DEVIDAMENTE DESTACADO, de forma que houve efetivamente o repasse financeiro do ônus do imposto à Requerente; b) NÃO CONSTAVA NAS NOTAS FISCAIS A INFORMAÇÃO DE QUE AS EMPRESAS ERAM OPTANTES PELO SIMPLES. c) à época das operações não era possível a consulta às Empresas cadastradas no Simples no site da Receita Federal, de forma que a Requerente não teria como saber sobre tal situação (tal consulta somente foi possível a partir da implementação do Simples Nacional, procedida pela Lei Complementar nº 123/2006). (iv) Havendo a empresa destacado o IPI em sua nota fiscal, deve ser reconhecido o direito da adquirente ao creditamento, cabendo se for o caso, a responsabilização pelo descumprimento da vedação. (v) Entendeu que não pode a Requerente, que efetivamente arcou com o ônus do destaque do IPI, ter cerceado o seu direito de compensação, ocasião em que mencionou jurisprudência administrativa a título de precedentes em seu favor para, ao final, requerer pela reforma do despacho decisório e pela homologação integral do valor creditório objeto da compensação. Conclusos foram os autos para apreciação pela 3ª Turma da DRJ/JFA, que por meio do Acórdão nº 0932.871, em 13/12/2010 (fls. 64/), proferiu decisão pela Fl. 107DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10670.900650/200883 Acórdão n.º 3803006.598 S3TE03 Fl. 108 3 improcedência da manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório da contribuinte, cuja ementa adiante se transcreve: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 RESSARCIMENTO. GLOSA. EMPRESA EMITENTE OPTANTE DO SIMPLES. Não existe direito a crédito do IPI nas aquisições de matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem efetuada perante empresa optante do Simples, em decorrência da disposição do § 5o do artigo 5o da Lei 9.317, de 1996. O voto condutor do acórdão transcrito suso entendeu que a vedação do art. 5º, § 5º, da Lei nº 9.317/96 impede o aproveitamento do crédito de IPI mesmo na hipótese de o emitente, optante do Simples, haver, indevidamente, destacado o imposto na nota fiscal, pois o destaque indevido do imposto pelo emitente não tem o condão de legitimar a apropriação de um crédito expressamente vedado pela legislação. Mantida a glosa. E mais. Arguiu que a responsabilidade por infrações à legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável, de acordo com o disposto no art. 136 do CTN, e que caberia ao Fisco a exigência aos emitentes de notas com destaque indevido de IPI da penalidade estabelecida para tal infração (art.488, § 1º, IV, do RIPI/2002), se já não houvesse exaurido o decurso do prazo decadencial. Cientificado do decidido no Acórdão nº 0932.871, em 10/03/2011, por meio de aviso de recebimento (AR). Irresignada interpôs recurso voluntário em 11/04/2011 sábado (fls. 91), conforme se depreende da data fixada em envelope de SEDEX, para reiterar os termos expendidos na exordial e no pedido para, complementarmente, apresentar defesa em relação ao entendimento exarado na decisão recorrida acerca da mera interpretação do contido no art. 136 do CTN que, não deve ser interpretado isoladamente, porém combinado com o art. 112, III, do mesmo diploma legal. Em 7 de novembro de 2014, o Recorrente envia ao CARF correspondência informando a desistência do recurso voluntário, bem como de todas as alegações de direito sobre as quais se funda, em razão do pagamento à vista dos débitos em discussão nos autos, nos termos da anistia promovida pela Lei nº 12.865, de 2013. Junto à correspondência, o Recorrente traz aos autos cópia do comprovante de recolhimento. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Fl. 108DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10670.900650/200883 Acórdão n.º 3803006.598 S3TE03 Fl. 109 4 Conforme apontado no Relatório supra, tendo sido designado como relator ad hoc neste processo, redijo o voto, bem como a ementa, em conformidade com os termos constantes da ata de julgamento. O recurso voluntário é tempestivo, mas dele não se conhece, em razão dos fatos a seguir expostos. Conforme acima relatado, tendo o Recorrente apresentado pedido de desistência expressa e em caráter irrevogável do prosseguimento e análise do recurso voluntário, em razão do pagamento à vista dos débitos em discussão nos autos, nos termos da anistia promovida pela Lei nº 12.865, de 2013, temse por encerrado o litígio administrativo, por perda do objeto. Nesse sentido, temse a disciplina do art. 78 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, verbis: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. (...) § 2° O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso.(g.n.) Diante do exposto, voto por NÃO CONHECER do recurso, por perda do objeto. É o voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Fl. 109DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 23/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 11543.001947/2006-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.647
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por UNANIMIDADE de votos, em converter o julgamento em diligência.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario e Winderley Morais Pereira.
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CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario e Winderley Morais Pereira. RELATÓRIO Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Trata o presente processo de Declaração de Compensação de débitos de IRPJ com créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS nãocumulativa de que trata o art. 3o da Lei 10.833/2003 apurados no primeiro trimestre de 2005. A DRF/VITÒRIA exarou o Despacho Decisório de fls. 508, com base no Parecer SEORT n° 1007/2009 de fls. 489 a 507 decidindo por não reconhecer o direito creditório pleiteado no valor de R$ 8.988.773,07 e, por conseguinte, não homologar a compensação efetuada. No Parecer Conclusivo consta consignado, em resumo, que: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 43 .0 01 94 7/ 20 06 -1 1 Fl. 3111DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.112 2 A empresa atua na comercialização e industrialização de óleo de soja, além de atuar na comercialização de fertilizantes. A partir de 02/2004, a empresa interessada ficou sujeita ao regime de incidência não cumulativo da Cofins; Ao analisar o DACON e as Planilhas de Apuração enviadas pelo sujeito passivo, foi " constatada divergência entre os valores informados. A análise da escrituração contábil, das planilhas e outros elementos apresentados demonstraram inconsistências nos valores dos créditos compensados. Conseqüentemente, foram realizados ajustes e foi gerada a Planilha de Glosas dos Créditos a Descontar, a fim de discriminar por filiais as eventuais glosas efetuadas; O sujeito passivo equivocouse ao excluir da base de cálculo da Cofins nãocumulativa os valores decorrentes das vendas de mercadorias com suspensão. A ADM não poderia fazer jus ao benefício da suspensão prevista no art. 9o da Lei 10.925/04 anteriormente à edição da IN SRF 660 em 04/04/2006, A ADM não se enquadra na definição de cerealista definida pela IN SRF 660/2006, conforme resposta ao Termo de Solicitação de Documentos 0203/2008.Também não se enquadra na definição de atividade agropecuária e nem de cooperativa de produção agropecuária delineada pelos incisos II e III do § Io da mencionada IN; As rubricas "desconto na compra de m. prima e diversos outras rendas", registradas nos balancetes sob a codificação fiscal 411550, 411050 e 748950 deixaram de ser adicionadas à base de cálculo. Em outras situações, foram informados valores a menor em relação ao registrado nos balancetes; Destarte, foram realizadas as devidas adições nas Planilhas de Apuração das Contribuições nãocumulativas, com vistas a atender ao que dispõe a legislação; Foram excluídos créditos calculados sobre aquisições de água mineral, bens de informática, materiais de higiene pessoal, de vestuários e medicamentos por não se caracterizarem no conceito de insumos. Também foram excluídas aquisições dos setores administrativos como por exemplo lápis, caneta, papel, dentre outros e dos setores de segurança, como por exemplo manutenção nos equipamentos de segurança e vestuário do pessoal encarregado; O contribuinte apresentou Planilhas de Apuração das Contribuições nãocumulativas por filiais e consolidado. Foram efetuadas glosas nos itens "bens utilizados como insumo industrialização: compras material almoxarifado e mat suprimentos produção (exceto embalagem)" nas filiais de Campo Grande, Joaçaba, Paranaguá, Passo Fundo e Três Passos, por não se enquadrarem na definição de insumos; A partir dos relatórios enviados em meio magnético, foram elaboradas as Planilhas 1 (fls. 348/450), discriminando por filiais os bens desconsiderados no cálculo dos créditos. Tais valores foram transportados para a Planilha de Glosas dos Créditos a Descontar (fls. 485) e posteriormente para a Planilha de Apuração das Contribuições nãocumulativas (fls 486/488); Fl. 3112DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.113 3 Foram glosados os valores informados a maior nas Planilhas de Apuração das Contribuições nãocumulativas em relação ao que foi informado nos relatórios em meio magnético, no que tange às filiais de Campo Grande, Paranaguá e Uberlândia, conforme Planilha 2 (fls. 452/459); Com relação ao item "Bens utilizados insumo industrialização: compras p/ industrialização material de embalagem", foi apurada diferença entre as Planilhas de Apuração das Contribuições não cumulativas e os relatórios em meio magnético na filial de Catalão. As diferenças foram demonstradas na Planilha 3 (fls. 460); Foram efetuadas glosas no item "serviços utilizados como insumo na industrialização: despesa com classificação" visto que estes serviços não se enquadram na definição de insumos delineada pela legislação; Foram glosados os serviços de tratamento de efluentes de água na unidade de Três Passos, por não ser considerado serviço aplicado ou consumido na produção. Na unidade de Catalão, o sujeito passivo foi intimado mas não descreveu o papel da água e esgoto no processo de industrialização, apenas apresentou comprovantes de pagamentos, não sendo possível identificar se a água foi de fato utilizada como insumo no processo produtivo ou apenas como um item acessório; No que se refere ao item "serviços utiliz. Insumos industrializ.:Mão de Obra P. Jurídica (Manutenção/Conservação/Limpeza Máq. e Equip.)", foi constatada a inclusão de serviços não aplicados ou consumidos na fabricação do produto, no que tange às filiais de Catalão, Joaçaba, Rondonópolis e Uberlândia. Por não se caracterizarem no conceito de insumo foram glosados os serviços discriminados na Planilha 4 (fls. 461/465); Pelos mesmos motivos foram glosados no item "serviços utilizados como insumos nas atividades portuárias: Unidades Santos e Vitória", serviços destinados à área de comercialização; 16)0 contribuinte foi intimado a apresentar os contratos de locação e comprovantes de pagamentos dos aluguéis da filial Santos. Da análise dos comprovantes, constatouse que foram informados valores a maior nas Planilhas de Apuração das Contribuições nãocumulativas. A diferença foi considerada não comprovada e excluída da base de cálculo dos créditos; O combustível utilizado em páscarregadeiras e empilhadeiras na filial Santos, unidade que, segundo informação do contribuinte presta serviço de armazenagem de mercadorias de terceiros foi desconsiderado no cálculo dos créditos a descontar, pois no contexto do que foi preconizado pela legislação tributária, não gera crédito o combustível utilizado em equipamentos ou máquinas destinados ao deslocamento dos insumos fora ou dentro da linha de produção; Foram excluídos da apuração dos créditos, os encargos de depreciação referentes às aquisições de vagões pela filial de Rondonópolis, por não serem utilizados na produção dos bens, mas sim no transporte dos bens produzidos. As glosas foram efetuadas nos Fl. 3113DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.114 4 meses de 2004, mas com impacto nos meses de 2005, visto que os encargos de depreciação se exaurem em 48 meses; Foram efetuadas glosas no item energia elétrica na filial Santos, por não ter sido apresentado documentação comprobatória que lastreasse a totalidade dos valores informados; Foram constatadas irregularidades na apuração dos créditos presumidos relacionados à filial de Uberlândia. Não é possível o aproveitamento de créditos decorrentes de compra para recebimento futuro (CFOP 1.922). Dos relatórios em meio magnético foi constatado o aproveitamento de crédito de compras registradas sob o CFOP 1.922 e nas compras registradas sob o CFOP 1.116, quando da entrada real da mercadoria. A Planilha 5 (fls. 467) discrimina as compras que foram desconsideradas para fins de cálculo dos créditos; Com relação ao item "serviços utilizados como insumo industrialização: fretes sobre compras", foram informados valores a maior nas Planilhas de Apuração das Contribuições nãocumulativas em relação ao informado nos relatórios em meio magnético, no que tange a filial de Rondonópolis. As diferenças foram demonstradas nas Planilhas 6 (fls. 468/484); Uma vez preenchidas as Planilhas de Apuração das contribuições não cumulativas, pôdese constatar que ao final do 1o trimestre de 2005, o sujeito passivo não possuía saldo de créditos passível de compensação com outros débitos , não sendo possível homologar a compensação de fl. 10/13, por insuficiência de créditos; Além disso, foi apurado saldo de Cofins a pagar nos meses de janeiro, fevereiro e março. Destarte, foi emitido auto de infração para os referidos meses; A despeito de o sujeito passivo ter informado no DACON saldo de créditos a compensar de períodos anteriores, ele não apresentou pedido de ressarcimento com vistas a compensar suposto saldo. Portanto, o saldo credor de períodos anteriores foi desconsiderado na análise da declaração de compensação de que trata o presente processo. Cientificada da decisão em 03/07/2009 (fls. 519/520), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 04/08/2009 (fls. 523 a 572), alegando, em síntese que Merece correção o posicionamento do agente Fiscal exposto no item 12, no sentido de desprezar as informações do DACON e considerar as planilhas fornecidas pela empresa. Agindo assim, passou a excluir saldos legitimamente apurados. Tal premissa não encontra guarida no ordenamento legal e deve ser reparada; Verificase a necessidade expressa de se realizar perícia contábil a fim de não restar dúvida quanto à existência de créditos por parte da contribuinte, bem como sobre a regularidade do procedimento de compensação adotado, sob pena de eivar de nulidade a decisão a ser proferida. Formula os quesitos a serem respondidos; Fl. 3114DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.115 5 Com relação a vendas de mercadorias com suspensão, a Lei 10.925/04 não é norma de eficácia contida, até porque contém todos os elementos necessários (hipóteses de incidência, condições de aplicabilidade e momento da ocorrência do fato gerador). A simples demora por parte da Receita em publicar Instrução Normativa não pode ensejar vacância legal; A IN 636/06 dispôs que seus efeitos retroagiam à publicação da Lei em abril de 2004. A referida IN foi revogada pela IN 660/06 que deixou de informar a retroatividade de seus efeitos. Nem mesmo esta IN veio dispor de forma contrária aos procedimentos adotados. O Sr. Auditor deixou de citar que uma das principais atividades é o comércio de vegetais a granel, o que se constata pelo CNAE das dezenas de filiais comerciais espalhadas pelo Brasil; Com relação ao item Outras Receitas Operacionais, as alegações fiscais maculam a segurança jurídica, vez que não existem demonstrações do que fora supostamente encontrado. Na conta 388130 consta no mês de abril de 2005 a adição feita pela autoridade no montante de R$ 4.848.139,96, sendo que a parte relativa à referida conta representa R$ 4.520.085,81; A conta 381020 considerada pelo fiscal como outras receitas operacionais a tributar se refere a faturamento de serviços tendo sido tributada normalmente pela manifestante. Para comprovar, junta todos os lançamentos contábeis feitos nestas contas; Com relação à glosa de créditos calculados sobre bens utilizados como insumos, é importante destacar que, segundo o disposto na legislação brasileira, os insumos incluem todos os itens que são comprados e utilizados intrinsecamente na produção de bens. Alguns dos itens excluídos contrariam até mesmo orientação da Receita Federal, conforme Solução de Consulta 174/2009; O serviço de classificação de mercadorias é absolutamente inerente e imprescindível na aquisição de soja e outros vegetais. Tanto é verdade que existem normas do Ministério da Agricultura que demonstram que não se trata de serviço administrativo; O serviço de tratamento de água e efluentes é inerente ao processo de fabricação de óleo de soja, como é o caso da unidade de Três Passos. Foram apresentados à fiscalização os documentos que suportaram o lançamento deste item na contabilidade; Como suporte dos serviços adquiridos de pessoa jurídica tais como limpeza e manutenção de máquinas e equipamentos foram apresentadas à fiscalização notas fiscais, contratos e relatórios detalhados; A unidade de Santos localizase no porto e contrata serviços de despachantes aduaneiros, de controle de qualidade e inspeção, como insumo para que possa realizar a prestação de serviços a terceiros. Existe uma racionalização dos cálculos dos créditos, ao realizar o rateio dos embarques, que passa a juntar pela presente. O mesmo ocorre na unidade em Vitória; Fl. 3115DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.116 6 Com relação às despesas com aluguéis de prédios é importante destacar que os valores constantes da DACON são os corretos e seu suporte são os contratos com a CODESP; A unidade de Santos Aramazenadora é uma prestadora de serviços e adquire combustível para consumo nas máquinas e equipamentos que transportam cargas de graneis. Neste sentido, adquiriu e se creditou destes insumos na forma da lei; Foram glosados os valores referentes à depreciação de vagões adquiridos para transporte de farelo de produção da manifestante, portanto o uso das máquinas é intrínseco às atividades de produção e ao seu escoamento devendo ser mantido; Tal qual constam das planilhas de apuração da regional Uberlândia e dos bancos de dados fornecidos pela empresa, os cálculos foram feitos tão somente sobre as notas de remessas 1.922 e não duplamente como afirmado, o que se comprova pelos relatório/e bancos de dados juntados ao presente. O crédito calculado pela manifestante foi de 35% e não 80%; A autoridade fiscal desconsiderou os saldos credores de períodos anteriores constantes da DACON e passou a fazer a apuração por mês isoladamente, contrariando as disposições da Lei e da IN 600/05; A fiscalização, ao cometer o erro de desconsiderar o saldo de meses anteriores e refazer a planilha de apuração, consumiu indevidamente os créditos decorrentes de exportação; Tendo a manifestante direito a utilizar a Cofins paga nas entradas de insumos para abater débito de Cofins pelas saídas tributadas, cuidou de corretamente fazer tal dedução, de maneira a preservar os créditos relativos à exportação, para que estes valores pudessem ser objeto de pedido de compensação; O Conselho de Contribuintes tem proferido reiteradas decisões no sentido de que a verdade material deve prevalecer em todo o processo administrativo; A autoridade administrativa tem total liberdade investigativa, devendo apurar e lançar exclusivamente com base na verdade material. Se os elementos probatórios não foram examinados anteriormente, os mesmos não podem deixar de ser considerados por ocasião do exame da manifestação de Inconformidade; O agente fiscal, ao proferir o Despacho Decisório, entendeu como devida a multa de mora, que deve ser excluída, por não haver qualquer ilícito tributário que justifique a sa imputação, já que a manifestante não agiu com máfé, baseandose o seu pedido de ressarcimento em direito amparado na legislação federal (art. 6o da Lei n° 10.833/03); O legislador infraconstitucional estabeleceu, tanto na lei 10.637/02 quanto na Lei 10.833/03 que o crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos mesessubseqüentes; O entendimento da SRF sobre o tema fica claro em seu sítio na internet e na Solução de Consulta 215/09 da SRRF da 9a Região Fiscal. Assim, Fl. 3116DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.117 7 o tratamento dispensado pelo Agente Fiscal destoa dos princípios basilares da nãocumulatividade e da própria legislação aplicável; O novo ordenamento jurídico imposto pela IN SRF 660/06 não tem razão de ser, um vez que contradiz estrutura lógica disposta anteriormente de maneira clara pela IN SRF 636/06 de forma a revogála expressamente, sem nenhuma mudança na obrigação principal, em afronta aos princípios da segurança jurídica e da legalidade; É equivocada a interpretação restritiva oficial manifestada no art. 66 § 5o, inciso I da IN SRF 247/02, inserido pela IN SRF 358/03 e repetida no art. 8o, § 4o, inciso I da IN SRF 404/04. Essa interpretação está influenciada pelo conceito de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem que geram créditos de IPI e ICMS. A afirmação das normas infralegais citadas não encontram respaldo legal. Sobreveio decisão da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro II (RJ), que julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte a manifestação de inconformidade. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA. DILIGÊNCIAS. A autoridade julgadora de primeira instância indeferirá as diligências e perícias que considerar prescindíveis ou impraticáveis, fazendo constar do julgamento o seu indeferimento fundamentado. VENDAS COM SUSPENSÃO. ARTIGO 9o DA LEI 10.225/2004. APLICAÇÃO. A suspensão da exigibilidade da Cofins prevista no artigo 9o da Lei 10.225/2004 só se aplica a partir de 4 de abril de 2006, após a sua regulamentação pela Instrução Normativa SRF 636/2006, posteriormente revogada pela Instrução Normativa SRF 660/2006. COFINS NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da Cofins no regime de incidência nãocumulativo é o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. COFINS NÃOCUMULATIVA. CRÉDITOS. INSUMOS. Para fins de apuração de créditos da nãocumulatividade, consideram se insumos os bens e serviços diretamente aplicados ou consumidos na fabricação do produto. ALUGUÉIS DE PRÉDIOS. COMPROVAÇÃO. Os créditos calculados em relação a despesas com aluguéis de prédios devem ser comprovados através de contratos e das correspondentes faturas ou comprovantes de pagamento. Fl. 3117DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.118 8 AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEL. INSUMO. Os combustíveis utilizados ou consumidos em veículos ou equipamentos diretamente empregados na execução do serviço contratado geram créditos do regime de apuração nãocumulativa da Cofins. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da apresentação da manifestação de inconformidade trazer ao julgado todos os dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega. AVISO DE COBRANÇA. DRJ. INCOMPETÊNCIA. Não compete às Delegacias da Receita Federal de Julgamento (DRJ) , rev .ar recurso do contribuinte de caráter impugnatório a avisos ou cartas de cobrança. A decisão concedeu o crédito em relação à despesa com combustíveis. Inconformada com a decisão, apresentou a recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua defesa inaugural. A 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF decidiu pela conversão do julgamento em diligência, para intimar a recorrente a esclarecer seu processo produtivo e para esclarecimentos acerca dos cálculos efetuados pela autoridade fiscal. A recorrente apresentou de forma sintética seu processo produtivo, e a autoridade fiscal esclareceu os cálculos efetivados, apontando a necessidade de algumas modificações nos valores descritos no despacho decisório. A recorrente foi cientificada do resultado da diligência, apresentando suas razões. É o relatório. VOTO Tratase o presente processo de pedido de ressarcimento cumulado com declarações de compensação referentes a crédito de Cofins apurada no regime da não cumulatividade no 1º trimestre de 2005. O presente processo é vinculado ao processo nº 15578.000270/200908, em apenso, que corresponde a auto de infração da Cofins de mesmo período de apuração e lavrado em decorrência do mesmo procedimento fiscal, com a utilização das mesmas provas. O presente processo foi convertido em diligência, tendo o procedimento efetuado pela autoridade fiscal esclarecido diversas dúvidas surgidas no momento do julgamento da lide. Fl. 3118DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.119 9 Restaram, contudo, alguns pontos que necessitam um melhor esclarecimento, o que impede o pronunciamento desta Turma acerca de todas as questões objeto da peça recursal. A primeira questão a ser esclarecida tem ligação com o saldo acumulado de créditos da Cofins referente a períodos anteriores. Consta do Dacon apresentado pela recorrente valores referentes a saldos de créditos do mês anterior. O Parecer SEORT nº 1007/2009, que embasa o despacho decisório que negou o pleito repetitório da recorrente, esclarece que o saldo credor de períodos anteriores teria sido desconsiderado para fins da análise da declaração de compensação objeto desta lide, com a seguinte justificativa: 110. A despeito de o sujeito passivo ter informado no DACON que possuía saldo de créditos a compensar de meses anteriores, ele não apresentou nenhum pedido de ressarcimento com vistas a compensar esse suposto saldo. 111. A IN 600/05 disciplina no Art. 21 §8° que a compensação de créditos efetuada após o encerramento do trimestrecalendário deverá ser precedida de pedido de ressarcimento. E, segundo o §9° do mesmo artigo, o crédito utilizado na compensação deverá estar vinculado ao saldo de créditos apurado em um único trimestrecalendário 112. Assim sendo, não pode o sujeito passivo compensar saldo credor apurado em períodos anteriores se ele não se valeu do instrumento hábil para tanto, ou seja, do pedido de ressarcimento ou da declaração de compensar, não obstante ele ter informado esse saldo acumulado no Dacon. Não obstante a justificativa seja suficiente para motivar a decisão acerca da declaração de compensação apresentada pela recorrente, posto a mesma ser restrita ao saldo de créditos vinculados ao mercado externo, a autoridade fiscal, ao justificar a exigência do Auto de Infração apenso a este processo (processo nº 15578.000270/200908), limitase a remeterse ao presente processo, sem tecer maiores esclarecimentos. Em sendo estes os fatos, entendo que a justificativa apresentada pela autoridade fiscal tem sentido quanto se trata da análise de declaração de compensação, mas não é capaz de justificar a aceitação ou não de tais valores como débito da contribuição devida em períodos posteriores. Desta forma, dado que o presente processo não apresenta estas informações, mostrase necessário que a autoridade fiscal: a) esclareça se os valores declarados como "saldos de créditos do mês anterior" vinculados ao mercado interno foram aproveitados no cálculo da exigência formalizada no processo 15578.000270/200908, apenso a este, ou se foram glosados também em relação ao débito com a contribuição devida; b) informe se os "saldos de créditos do mês anterior" encontramse analisados em outros processos administrativos e, caso a resposta seja positiva, qual o desfecho que Fl. 3119DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.120 10 tiveram ou a situação em que se encontram estes processos, bem como apresente as informações que entenda auxiliarem no julgamento da lide. A segunda questão a ser esclarecida tem ligação com os valores exigidos incidentes sobre a conta 388130. A autoridade fiscal, em seu Termo de Encerramento de Diligência Fiscal, assim se manifesta: Observase pela Tabela anterior que, de fato, foi adicionado à base de cálculo da Cofins o registro contábil “Distribuição Desp. c/exportação”, questionado pela empresa diligenciada como sendo uma conta que foi usada apenas para fazer o rateio de gastos com exportação entre as unidades de negócios da ADM. Importante ressaltar que referido lançamento encontrase registrado em uma conta contábil representativa de receita, e na documentação apresentada pela empresa, em vias de manifestação de inconformidade e recurso voluntário, não se logrou êxito ao comprovar que não se trata de uma conta de resultado, mas sim de uma conta transitória. Ante o exposto, mantémse o entendimento que a conta “Distribuição Desp. c/exportação” deve compor a base de cálculo da Cofins. A autoridade fiscal, contudo, não esclarece os motivos que a levaram a considerar os documentos apresentados pela contribuinte, de fls. 879 a 918, como insuficientes para comprovar que a conta teria sido usada apenas com fins de rateio de gastos com outras unidade da contribuinte. Desta forma, com permanecem dúvidas acerca da questão, deve a autoridade fiscal: c) informar a este colegiado os motivos pelos quais entende que os documentos apresentados pela recorrente de fls. fls. 879 a 918 não são suficientes para comprovar que a conta teria sido usada apenas com fins de rateio de gastos com outras unidade da contribuinte; Em relação à suspensão da Cofins prevista no artigo 9º da Lei nº 10.925/04, tendo em vista que a mesma se restringe a venda efetivada por "cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, e 18.01, todos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)"; solicitase a autoridade fiscal que: d) intime a recorrente a identificar, em função das aquisições de soja, qual parcela foi destinada à comercialização e qual parcela foi destinada a industrialização, com a distinção ainda dos valores relacionados aos mercados externo e interno; e) pronunciese acerca das informações apresentadas pela recorrente. Diante do exposto, voto pela CONVERSÃO EM DILIGÊNCIA do presente processo, para que a unidade de origem preste as informações solicitadas. Fl. 3120DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11543.001947/200611 Resolução nº 3201000.647 S3C2T1 Fl. 3.121 11 Realizada a diligência, deverá ser dado vista à recorrente e à PGFN para, em tendo interesse, manifestaremse no prazo de 30 dias. Por fim, devem os autos retornar a este conselheiro para o prosseguimento do julgamento. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator Fl. 3121DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 13837.001119/2010-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
AÇÃO JUDICIAL. OBJETO IDÊNTICO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO. RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. DESISTÊNCIA DO RECURSO INTERPOSTO.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1).
Numero da decisão: 2201-002.917
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por concomitância com ação judicial.
EDUARDO TADEU FARAH - Presidente.
Assinado digitalmente.
ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora.
Assinado digitalmente.
EDITADO EM: 15/03/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JÚNIOR (Presidente).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por concomitância com ação judicial. EDUARDO TADEU FARAH - Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora. Assinado digitalmente. EDITADO EM: 15/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JÚNIOR (Presidente).
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OBJETO IDÊNTICO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO. RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. DESISTÊNCIA DO RECURSO INTERPOSTO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF nº 1). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por concomitância com ação judicial. EDUARDO TADEU FARAH Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ Relatora. Assinado digitalmente. EDITADO EM: 15/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCELO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 7. 00 11 19 /2 01 0- 99 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/ 03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 2 VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JÚNIOR (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão primeira instância que negou provimento à impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Em 22/11/2010, foi lavrada notificação de lançamento referente ao exercício de 2008, anocalendário 2007, na qual foi constatada a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica (Fundação Banco Central de Previdência Privada CENTRUS), no valor de R$ 130.357,54 (cento e trinta mil trezentos e cinquenta e sete reais e cinquenta e quatro centavos), com base nas alterações dos valores informados na Declaração de Ajuste Anual, o que ocasionou o lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, no valor de R$ 314,95 (trezentos e quatorze reais e noventa e cinco centavos) e mais a correspondente multa de ofício de 75% e juros de mora. Inconformada com a notificação apresentada, a contribuinte, em sede de impugnação, informou ser portadora de neoplasia maligna e requereu a isenção nos termos da Lei n.º 7.713/88, art. 6º, XIV, anexando documentos médicos para a comprovação. Contudo, considerando a insuficiência dos documentos, a contribuinte foi intimada, de forma específica, para apresentar laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, comprovando a moléstia e confirmando a data de início da doença; bem como foi solicitada a comprovação da natureza dos rendimentos por ela recebidos. Em atendimento à intimação, a contribuinte apresentou Laudo Pericial emitido por perita judicial expedido em 22/05/2012. Como não foi apresentado Laudo Pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios, consoante a legislação em vigor, foi emitido Despacho Decisório DRF/JUNDIAÌ/SP (às fls. 61), datado de 04/03/2013, embasado no Termo Circunstanciado de fls. 58 a 60, por meio do qual foi indeferido o pedido de revisão de lançamento, concluindose pela procedência do lançamento em questão, com a manutenção do crédito tributário lançado. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve o crédito tributário em parte, determinando o cancelamento da multa de 75% e mantendo o imposto suplementar, com a seguintes considerações: a) a contribuinte não apresentou laudo médico elaborado conforme critérios legais vigentes e tampouco trouxe informações específicas sobre a sua condição de saúde durante o anocalendário em questão; b) tendo em vista que o Imposto de Renda no valor originário de R$ 314,95 foi recolhido em data anterior à apresentação da declaração retificadora que originou o imposto lançado de ofício, cabe afastar a Fl. 100DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/ 03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13837.001119/201099 Acórdão n.º 2201002.917 S2C2T1 Fl. 100 3 aplicação da multa de ofício de 75%, com fulcro no artigo 44, § 1º, inciso I, da Lei 9.430/1996. Posteriormente, dentro do lapso temporal legal, foi interposto recurso voluntário, no qual a contribuinte alegou, em síntese, que, mesmo sendo portadora de câncer de mama, em 2007, tendo direito à isenção, ainda sofria tributação sobre os seus vencimentos, situação que veio a ser regularizada apenas em 2010, quando passou a efetivamente gozar da isenção. Assim, a contribuinte solicitou a restituição dos valores sobre o montante tributado, sendo negada, em razão da consideração da ausência de comprovação da isenção, o que ocasionou o lançamento de imposto suplementar, mesmo diante da decisão judicial favorável à restituição dos anos anteriores à interposição da ação, respeitada a prescrição, incluindo o anobase de 2007, conforme trechos da decisão judicial anexa ao recurso: "Conforme está documentado nos autos, a autora passou a perceber o benefício a partir de 26/09/1999, fls. 78, a partir dessa data é que seria cabível a devolução das importâncias que ficaram retidas pela fonte pagadora. entretanto, incide à espécie a prescrição quinquenária das parcelas vencidas anteriormente ao ajuizamento da ação. Como a presente demanda veio ao protocolo judiciário, na presente subseção, ao 25/05/2011, estão atingidas pela prescrição quinquenal todas as parcelas recolhidas anteriormente ao quinquênio legal, a saber, até 20/05/2006. A partir desta data, até o dia da a implementação definitiva da decisão administrativa que concedeu a isenção á requerente, é que deverá se efetuar o cálculo do montante devido em repetição.(...)". "JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido inicial, com resolução do mérito da causa, na forma do art. 269, I e IV do CPC. CONDENO a ré a devolver à autora aquilo que, a título de Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre os seus proventos de pensão, foi recolhido, desde 20/05/2006, até a data da efetiva implementação da decisão administrativa que concedeu a isenção tributária à ora requerente, tudo devidamente atualizado através da taxa SELIC, em valor a ser devidamente apurado em ulterior fase de execução. DECLARO a prescrição da pretensão inicial, no que se refere à restituição dos recolhimentos tributários ocorridos antes do quinquênio que antecedeu o ajuizamento (20/05/2006). (...)." Fl. 101DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/ 03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Cabe destacar que a mencionada decisão transitou em julgado, conforme consulta pública efetuada no sítio do Tribunal Regional Federal da 3ª Região: http://www.jfsp.jus.br/forunsfederais/, estando em fase de pagamento por meio de precatório. Ademais, foi elaborada Informação Fiscal, pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária, que consta dos processos administrativos fiscais da mesma contribuinte (n.º 13837.001118/201044, n.º 13837.001119/201099, n.º 13837.001120/201013 e 13837.720066/201190), acerca do processo judicial 000086579.2011.403.6130, anteriormente citado, que determinou a devolução do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre o valor de aposentadoria de contribuinte pessoa física portadora de moléstia grave, por considerar que a mesma teria direito à isenção. O Auditor Fiscal da Receita Federal, Aníbal Malgueiro Moreira, na mencionada Informação, salientou seu entendimento no sentido de que, considerando a existência da decisão judicial, o contribuinte não tem direito ao valor inicial que havia pedido de restituição (pois os valores já serão devolvidos no processo judicial), nem o Fisco tem o direito de cobrar o valor lançado pela fiscalização (pois as rendas seriam não tributáveis, conforme decisão judicial). É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz O recurso é tempestivo, mas não atende a todos os pressupostos intrínsecos de admissibilidade. Cuida o presente lançamento de omissão de rendimentos tributáveis recebidos de Pessoa Jurídica, em razão da ausência de reconhecimento do direito à isenção da contribuinte decorrente de moléstia grave sobre os valores provenientes da Fundação Banco Central de Previdência Privada CENTRUS. Conforme relatado, a matéria em questão foi objeto da Ação Judicial de Repetição de Indébito Tributário n.º 000086579.2011.403.6130, que tramitou no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com data de protocolo inicial em 20/05/2011, o que implicou no reconhecimento judicial da prescrição quinquenal relativa aos períodos anteriores a 20/05/2006, sendo determinada a restituição dos recolhimentos tributários compreendidos entre 2006 e 2010, quando, administrativamente, houve a concessão da isenção. Cabe salientar, acerca da terminologia empregada na repetição do indébito tributário, como dispõe Luciano Amaro (AMARO, Luciano, Direito Tributário Brasileiro, Saraiva, 15ª ed., 2009, p. 419), que "na restituição (ou repetição) do indébito, não se cuida de tributo, mas de valores recolhidos (indevidamente) a esse título. Alguém (o solvens), falsamente posicionado como sujeito passivo, paga um valor (sob rótulo de tributo) a outrem (o accipiens), falsamente posicionada como sujeito ativo. Se inexistia obrigação tributária, de igual modo não havia nem sujeito ativo, nem sujeito passivo, nem tributo devido. Porém, a Fl. 102DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/ 03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13837.001119/201099 Acórdão n.º 2201002.917 S2C2T1 Fl. 101 5 disciplina da matéria fala em 'sujeito passivo' (como titular do direito à restituição), em tributo, em crédito tributário, etc... reportandose, como dissemos, ao rótulo falso e não ao conteúdo." Assim, a opção da contribuinte pela via judicial para discussão da obrigação tributária implicou em renúncia à esfera administrativa, em razão da coincidência dos objetos, da causa de pedir e dos pedidos constantes da ação e do processo administrativo fiscal, pois determinada a repetição do indébito tributário, com base no acometimento de moléstia grave pela contribuinte, não há como, administrativamente, considerarse a inexistência da moléstia, sob pena de ofensa à coisa julgada, já que a decisão, transitada em julgado, reconheceu expressamente, desde a data de início do recebimento do benefício pela contribuinte, a partir de 26/09/1999, o direito à isenção. Contudo, diante da prescrição, a repetição dos valores foi limitada aos 5 anos anteriores à propositura da demanda. Conforme ensina Cleucio Santos (NUNES, Cleucio Santos. Curso de Direito Processual Tributário. Dialética, 2010, p. 308), considerando que as decisões administrativas estão sujeitas à revisão pelo Poder Judiciário, não há sentido que o processo administrativo fiscal tome seu curso normal se a justiça deverá se pronunciar a respeito da matéria. Nesse caso, o processo judicial prevalece, ficando prejudicado o processo administrativo. A eleição da via judicial importa renúncia à esfera administrativa, uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro adota o princípio da jurisdição una, estabelecido no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988. Inexiste dispositivo legal que permita a discussão paralela da mesma matéria em instâncias diversas, sejam elas administrativas ou judiciais. Nesse contexto, foi editado o Enunciado de Súmula n.º 1 do CARF, que assim dispõe: "Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pela sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." Desse modo, tendo em vista que, no presente caso, já ocorreu trânsito em julgado da decisão judicial, houve a perda do interesse de agir na via administrativa, em decorrência da prevalência das decisões judiciais, de modo que o procedimento adotado para a restituição dos valores devidos será o disposto no art. 100 da Constituição Federal, que é a regra geral regente dos pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária. Nessa mesma linha de raciocínio, não há que se falar em lançamento suplementar pelo fisco, em decorrência dos rendimentos considerados isentos na via judicial. De toda forma, tornase imperioso o acatamento ao disposto na decisão judicial em comento, não cabendo à esfera administrativa se imiscuir na matéria discutida judicialmente. Por todas essas razões, nos termos do art. 78, § 2º, da Portaria MF n.º 343, de 09 de junho de 2015, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), restou configurada a desistência do recurso interposto, como segue: Fl. 103DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/ 03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. Assim, embora haja atendimento aos pressupostos extrínsecos da admissibilidade recursal, estando tempestivo o recurso e gozando de regularidade formal, identificase a ausência do pressuposto de admissibilidade recursal intrínseco, qual seja a inexistência de ato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer, considerando a desistência decorrente do ajuizamento de ação judicial, o que afasta o conhecimento do recurso interposto. Tais as razões expendidas, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso voluntário. Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Assinado Digitalmente. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/ 03/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 12466.723909/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 13/01/2006 a 28/08/2006
Ementa:
DECADÊNCIA. PENALIDADE ADUANEIRA.
Em matéria aduaneira, o direito de impor penalidade se extingue no prazo de cinco anos a contar da data da infração, conforme estabelece o artigo 139 do Decreto-Lei no 37/1966.
Recurso Voluntário Provido.
Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 3302-003.070
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer a decadência do crédito tributário constituído.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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PENALIDADE ADUANEIRA. Em matéria aduaneira, o direito de impor penalidade se extingue no prazo de cinco anos a contar da data da infração, conforme estabelece o artigo 139 do DecretoLei no 37/1966. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer a decadência do crédito tributário constituído. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 39 09 /2 01 1- 11 Fl. 869DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 3 2 Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de Auto de Infração para aplicação da multa substitutiva de pena de perdimento, pela prática de ocultação do real adquirente mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta na importação, definida como dano ao erário, lavrado em face de GEMAX TRADING COMPANY S/A como importador e de GRID, COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA EPP, como real adquirente. A GEMAX registrou declaração de importação DI na modalidade direta (por sua própria conta e ordem) no período de 2005 a 2006. Inicialmente, foi aberto procedimento especial de controle aduaneiro e de revisão de habilitação no comércio exterior, tendo a GEMAX não apresentado documentos que demonstrassem a origem e aplicação dos recursos financeiros, razão pela qual foi instaurado o procedimento previsto na IN SRF 228/2002, de acordo com o §3º do artigo 21 da IN SRF nº 650/2006. Em procedimento especial de verificação da origem dos recursos aplicados em operações de comércio exterior e combate à interposição fraudulenta de pessoas, previsto na IN SRF 228/2002, apurouse a prática de ocultação do real adquirente GRID , mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta, em razão do seguinte: 1. A GEMAX não possuía capacidade financeira e econômica para fazer frente ao volume de importações por ela transacionado devido a: a. movimentação em torno de R$ 30.000.000,00 de 2005 a 2007, para capital social da ordem de R$ 50.000,00 (aumentados para R$ 400.000,00 no quarto trimestre de 2006, decorrentes de lucros acumulados); b. aumento de capital social por reavaliação de bens, adquiridos por R$ 45 mil e reavaliados para R$ 2.774.000, em datas próximas, não havendo qualquer aumento de disponibilidade financeira; b. lucro líquido auferido no período foi em torno de R$ 980.000,00, muito inferior ao volume transacionado; c. Inexistência de quaisquer empréstimos e financiamentos tomadas de terceiros, conforme confirmados pela recorrente; 2. As operações somente puderam ser viabilizadas mediante adiantamentos de caixa recebidos pelos reais adquirentes para liquidação de contratos de câmbio e pagamentos dos tributos pagos no registro da DI, configurando a aplicação do artigo 27 da Lei nº 10.637/2002; 3. Por várias vezes, a emissão das notas fiscais de venda era realizada no mesmo dia da emissão das notas fiscais de entrada, revelando giro imediato do estoque, indicando a encomenda da mercadoria; Fl. 870DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 4 3 4. A GEMAX é uma empresa de pequeno porte que atua, basicamente, como prestadora de serviços de comércio exterior, incluindo logística e financeiros, conforme informação colhida no próprio site da empresa, que jamais importa com ânimo próprio, mas por conta e ordem ou por encomenda; 5. As vantagens financeiras oferecidas pela GEMAX em seu site se coadunam com os objetivos pretendidos com a prática da ocultação do real adquirente: ausência de agregação de margem de lucro, implicando redução de carga tributária, redução de 33,3% no ICMS, com menor alavancagem dos tributos subsequentes (PIS, Cofins, ICMS), menor alavancagem do IPI, com recolhimento feito pela GEMAX sobre o custo da mercadoria e não sobre o preço de venda ao consumidor final. 6. Todas as vendas eram realizadas pelo custo das mercadorias pagas ao exportador, acrescido dos tributos pagos na importação e nacionalização e incidentes na venda ao mercado interno; 7. Todo o lucro obtido pela GEMAX decorre do FUNDAP que consiste em diferimento no pagamento do ICMS incidente na importação, financiamento de longo prazo de cerca de 70% do ICMS recolhido, com juros fixos a 1% a.a., com carência de 5 anos e mais 20 anos para amortização e realização de leilões de recompra de dívida, com existência de liquidação de contratos, por 10 a 15% do saldo devedor, em média; 8. A ocultação da GRID propiciaria: sua não equiparação a industrial para evitar a incidência de IPI; diminuir receitas de vendas sujeitas a PIS/Pasep, Cofins, IRPJ, CSLL e ICMS; usufruir indiretamente dos benefícios do FUNDAP (incentivo fiscal no âmbito do ICMS no Espírito Santo); não se submeter aos procedimentos fiscais de habilitação para atuar no comércio exterior, fugir ao controle quanto à avaliação de risco (parametrização), em função do perfil histórico e cadastral. Ao final foi elaborada representação fiscal para fins penais. Em impugnação, a GEMAX pediu: "a1) restou comprovado que a Impugnante tinha origem de recursos para suas operações, decorrente de receita financeira líquida de 5,8% (FUNDAP) mais lucro operacional médio de 3% e que o capital social das S.A. não guarda relação direta com a origem dos recursos utilizados no comércio exterior; a2) Também porque a Receita não comprovou que houve adiantamentos por parte do destinatário em relação a maior parte das Dl's e, em relação à Dl n° 06/11657958, restou comprovado que a Impugnante tinha origem para a operação, decorrente de receita .financeira líquida de 5,8% mais lucro operacional médio de 3%; a.3)Também porque os valores depositados na conta da Impugnante foram posteriores aos registros da DI´s e, consequentemente, após a contratação com o exportador e o embarque dos bens, não podendo ser considerados "adiantamentos"; Fl. 871DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 5 4 a4) Também pela impossibilidade de se estender as "impressões" de procedimento especial de fiscalização da IN 228/02 a todas as importações do contribuinte, nos termos do ACÓRDÃO N° 17 38398 de 23 de Fevereiro de 2010, do ACÓRDÃO N° 1735664 de 20 de Outubro de 2009, do ACÓRDÃO N° 0715421 de 13 de Março de 2009 e do ACÓRDÃO N° 0715356 de 06 de Março de 2009 e 17¬ 52.140, de 07 de Julho de 2011 (transcritos nos itens 114 e 116 acima); a5) Também porque o artigo 27 da Lei n.° 10.637/2002 prevê uma presunção relativa da ocorrência de importação por conta e ordem quando a operação de comércio exterior for realizada mediante utilização de recursos de terceiro, presunção esta que restou afastada, haja vista que: > o Fisco não afastou a declaração e comprovação do importador de que obteve financiamento para gerir suas atividades no período em que foram realizadas as importações objeto dos autos, nos termos do Acórdão n° 0721519, de 15/10/2010, da e. 2a Turma desta e. DRJ (transcrita no item 100, acima); e, > restou comprovado que a Impugnante foi a responsável por todas as tratativas com o exportador, figurando, inclusive, nos documentos que acobertaram a operação, não tendo sido produzida qualquer prova apta a afastar a veracidade de tais informações, nos termos dos Acórdãos 1752151, de 07 de julho de 2011 e 1752.140, transcritos nos itens 307 e 114, acima; a6) Também porque a operação foi feita na modalidade por encomenda, aplícandose, em conseqüência, o disposto no artigo 417, 418 e 483 do Código Civil c/c artigo 313 do RIPI, bem como o disposto no ACÓRDÃO N° 0721519 de 15 de Outubro de 2010 (item 100) e na Solução de Consulta N° 5 de 07 de Janeiro de 2010 (item 318), razão pela qual pequenos adiantamentos não são suficientes para afastar tal modalidade, mormente se comprovada que a importadora obteve financiamento para gerir suas atividades; a7) Também porque a pena aplicável seria multa diversa (art. 33 da lei n° 11.488/2007), nos termos da Orientação COANA/COFIA/DIFIA (transcrita no item 389, acima, doc 16) e consoante Acórdãos DRJ no S 17¬ 25849, de 17/06/2008, e 17 26798, de 13/08/2008 (item 392, acima). b) Sucessivamente ao pedido (a) acima, ANULE o lançamento do crédito objeto do auto de infração, por impedimento do AFRF, nos termos da Portaria RFB n° 11.371/2007, artigos 2o c/c 12 c/c 14 e 15, parágrafo único (transcrito nos itens 51/52, acima), nos termos do Acórdão n° 302¬ 37.093, do 3o Conselho de Contribuintes (transcrito no item 72, acima); Também porque o Auto de Infração não descreve as supostas irregularidades praticadas em todas as DIS mencionadas nos autos, violando o disposto no artigo 10, inciso III e no artigo 59, ambos do Decreto nº 70.235/72 [...] Fl. 872DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 6 5 Também porque não foi permitido o acesso aos autos do procedimento, assim como todos os livros fiscais permanecem em posse do AFRFB atuante; c) Sucessivamente ao pedido (b) acima, reconheça a decadência do lançamento em relação às DI´s, todas registradas há mais de 5 anos; d) Sucessivamente ao pedido (b) supra, que DEVOLVA o prazo para impugnação do presente auto de infração, a ser contado a partir da data em que a requerente receber de volta todos os seus livros e documentos fiscais, ora em poder da Administração (conforme itens 24/30 e does. 02 e 03), baixando o feito em diligência solicitando esclarecimentos e/documentos à Impugnante para posterior análise desta impugnação, nos termos do artigo 16, § 4o do Decreto n° 70.235/72, considerandose em especial o cerceamento do direito de defesa e a impossibilidade de juntar os livros contábeis como prova documental, por estarem de posse do fiscal autuante. Os exsócios da GRID COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA EPP, cientificados como responsáveis tributários, não apresentaram impugnação, tendo sido lavrados os termos de revelia de efls. 819 a 820. Em 16/01/2012, foi lavrado Termo de Ocorrência, no qual restou consignado a tentativa de devolução integral dos documentos e livros contábeis e fiscais à Sra. Maria Emília de Almeida e Souza, sócia e responsável pela GEMAX, que recebeu pessoalmente o Sr. Renato Felz de Oliveira, motorista da Alfândega do Porto de Vitória/ES, mas se recusou a receber a documentação após contato telefônico com terceiro, ficando voluntariamente com uma via do Termo de Devolução. A Vigésima Quarta Turma da DRJ/SP1 em São Paulo proferiu o Acórdão nº 1652.411, cuja ementa transcrevese: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Anocalendário: 2006 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA NA IMPORTAÇÃO. A interposição fraudulenta na importação enseja a penalidade previstas no artigo 23, inciso V, §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/1976. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada em 13/12/2013, a GEMAX interpôs recurso voluntário, tempestivamente, alegando: 1. Em preliminares, nulidade do auto de infração por negativa de acesso aos autos e obtenção de cópia, nulidade por irregularidade na emissão de MPF, decadência do lançamento relativo às DI´s registradas há mais de cinco anos da ciência da autuação, Fl. 873DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 7 6 necessidade de reforma por ausência de descrição específica das irregularidades, impossibilidade de utilizar conclusões de outros processos administrativos; 2. No mérito, a existência de receitas financeiras FUNDAP, imóvel avaliado em R$ 2.374.000 e capital social de R$ 400.000, suficientes a afastar a presunção relativa de incapacidade financeira, que importou em benefício próprio e depois revendeu, que não houve adiantamentos, pois os depósitos ocorreram depois de nacionalizadas as mercadorias, o caráter confiscatório da multa aplicada, a aplicação da multa de dez por cento por cessão de nome de que trata o artigo 33 da Lei nº 11.488/2007. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso interposto atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Preliminarmente, a recorrente pugna pela decadência das infrações relativas às DI´s registradas há mais de cinco anos da ciência do Auto de Infração. A decadência para constituição de crédito relativo a multa por infrações aduaneiras é dada pelos artigos 138 e 139 do Decretolei nº 37/1966: Art.138 O direito de exigir o tributo extinguese em 5 (cinco) anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Parágrafo único. Tratandose de exigência de diferença de tributo, contarseá o prazo a partir do pagamento efetuado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Art.139 No mesmo prazo do artigo anterior se extingue o direito de impor penalidade, a contar da data da infração. O Decreto nº 4.543/2002 – RA/2002 reproduziu a mesma disposição do artigo 139 em seu artigo 669, sem qualquer ressalva: Art. 669. O direito de impor penalidade extinguese em cinco anos, a contar da data da infração (Decretolei no 37, de 1966, art. 139) A multa aplicada decorre da conversão da pena de perdimento por não ter sido a mercadoria localizada ou ter sido consumida, nos termos do §1º1 do artigo 618 do 1 Art. 618. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decretolei no 37, de 1966, art. 105, e Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23 e § 1o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): (Redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003) [...] Fl. 874DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 8 7 RA/2002, por ocultação do sujeito passivo a ser considerada ocorrida no registro da Declaração de Importação, documento onde são prestadas as informações pertinentes à identificação do adquirente das mercadorias importadas. Portanto, tendo as ciências do Auto de Infração ocorridas em 20/12/2011 (relativo à GEMAX) e 21/12/2011 (relativo aos solidários responsáveis pela GRID), os lançamentos referentes às DI´s registradas de 13/01/2006 a 28/08/2006 devem ser exonerados. Neste sentido, os acórdãos abaixo: Acórdão nº 3403002.865: PENALIDADE ADUANEIRA. DECADÊNCIA. Em matéria aduaneira, o direito de impor penalidade se extingue no prazo de cinco anos a contar da data da infração, conforme estabelece o art. 139 do DecretoLei no 37/1966. Acórdão nº 3201001.884: DECADÊNCIA. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO V. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para aplicação das penalidades referentes a interposição fraudulenta prevista no art. 23, Inciso V do DecretoLei nº 1.455/76 é de 5 (cinco) anos contados a partir da data do registro da Declaração de Importação DI, nos termos previstos no art. 139 do DecretoLei nº 37/66. Recurso Voluntário Provido Diante do exposto, voto para dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède § 1o A pena de que trata este artigo convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida (Decretolei no 1.455, de 1976, art. 23, § 3o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). (Redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003) Fl. 875DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 12466.723909/201111 Acórdão n.º 3302003.070 S3C3T2 Fl. 9 8 Fl. 876DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 19515.722880/2012-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2008
PAGAMENTOS SEM CAUSA.
Estão sujeitos ao imposto de renda retido exclusivamente na fonte os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas a seus sócios, acionistas ou terceiros quando não for comprovada a operação ou a sua causa.
Numero da decisão: 1201-001.204
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, e em dar parcial provimento ao recurso de ofício para restabelecer a responsabilidade tributária dos Srs. Nemr Abdul Massih e Dário Aprígio da Silva.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgado os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente), João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida e Ester Marques Lins de Sousa.
Nome do relator: MARCELO CUBA NETTO
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Presumemse oriundos de receitas omitidas os recursos depositados em contas correntes bancárias de titularidade do sujeito passivo quando este, regularmente intimado para tanto, deixa de comprovar a sua origem. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2008 PAGAMENTOS SEM CAUSA. Estão sujeitos ao imposto de renda retido exclusivamente na fonte os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas a seus sócios, acionistas ou terceiros quando não for comprovada a operação ou a sua causa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, e em dar parcial provimento ao recurso de ofício para restabelecer a responsabilidade tributária dos Srs. Nemr Abdul Massih e Dário Aprígio da Silva. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente e Relator Participaram do presente julgado os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente), João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida e Ester Marques Lins de Sousa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 28 80 /2 01 2- 49 Fl. 2484DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recursos voluntário e de ofício interpostos nos termos dos arts. 33 e 34, I, ambos do Decreto nº 70.235/72, contra o acórdão nº 1260.676, exarado pela 4ª Turma da DRJ 1 no Rio de Janeiro RJ. Conforme relatado em seu termo de verificação fiscal (TVF), a autoridade tributária acusa a contribuinte DOV Óleos Vegetais Ltda. de haver cometido as seguintes infrações fiscais no ano de 2008 (fl. 787 e ss.): a) omissão de receitas caracterizada pela falta de comprovação da origem dos recursos depositados em contas correntes bancárias de sua titularidade, no valor total de R$ 21.613.717,38, conforme demonstrado no anexo 1 do TVF (fl. 798 e ss.); b) realização de pagamentos sem a comprovação de sua causa, no valor total de R$ 33.039.856,12, conforme demonstrado no anexo 2 do TVF (fl. 809 e ss.). Em razão do ilícito descrito no item "a" a autoridade tributária lavrou os autos de infração do IRPJ, da contribuição para o PIS, da Cofins e da CSLL, e, em virtude do ilícito mencionado no item "b" retro, lavrou o auto de infração do IRRF. Sobre o valor dos tributos lançados a autoridade fiscal impôs multa qualificada, com fundamento no art. 44, § 1º, da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007. Ademais, lavrou termos de responsabilidade tributária relativamente às seguintes pessoas (fl. 872 e ss.): (i) Nemr Abdul Massih, CPF nº 824.535.19891; (ii) Dário Aprígio da Silva, CPF nº 126.945.11899; (iii) Faróleo Comércio de Produtos Alimentícios Ltda, CNPJ nº 05.055.406/000195; (iv) DMR Representação Comercial Ltda, CNPJ nº 04.740.534/000105, e; (v) Multióleos Óleos e Farelos Ltda, CNPJ nº 06.247.827/000180. Inconformados com a autuação a contribuinte e os responsáveis tributários apresentaram impugnação ao lançamento. Examinadas as razões de defesa a DRJ de origem julgou parcialmente procedente a impugnação para: (i) afastar parte do IRPJ e da CSLL lançados, em virtude da falta de compensação do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da contribuição social, tanto do próprio períodobase quanto de períodosbase anteriores; (ii) afastar a qualificação da multa de ofício, e; (iii) afastar a responsabilidade tributária de todas as pessoas arroladas pela fiscalização. Ademais, por haver eximido os sujeitos passivos do pagamento de tributos e encargos de multa em montante superior ao limite de sua alçada, a DRJ submeteu sua decisão a reexame necessário por parte deste Conselho (fl. 2335 e ss.). Irresignada com a parcela da exigência mantida, a contribuinte interpôs recurso voluntário alegando, em síntese, o seguinte (fl. 2424 e ss.): a) é nulo o lançamento por cerceamento do direito de defesa pois o auto de infração não está fundamentado do ponto de vista fático e jurídico; Fl. 2485DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 4 3 b) é nula, por vício formal, a decisão de primeiro grau, tendo em vista o indeferimento do pedido de diligência; c) os depósitos realizados nas contas correntes bancárias de sua titularidade têm origem em operações comerciais e em contrato de mútuo entre empresas, conforme demonstrado nos anexos A e B da impugnação; d) a mesma natureza possuem os pagamentos realizados pela contribuinte àquelas empresas, qual seja, mútuo e operações comerciais, daí porque não há que se falar em pagamento sem causa; e) os recursos recebidos pela contribuinte a título de empréstimos concedidos pelas empresas, bem como a título de operações comerciais com elas mantidas, são os mesmos que foram devolvidos àquelas empresas, não cabendo, portanto, imaginar a existência de dois fatos geradores; f) embora o órgão de primeiro grau tenha reconhecido o direito da contribuinte em compensar os prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas do próprio período e de períodos anteriores, deveria ter afastado, por vício formal, a integralidade da exigência e não apenas parte dela. Voto Conselheiro Marcelo Cuba Netto, Relator. 1) DA ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS Os recursos atendem aos pressupostos processuais de admissibilidade estabelecidos no Decreto nº 70.235/72 e, portanto, deles devese tomar conhecimento. 2) DAS PRELIMINARES Em primeiro lugar pede a recorrente seja declarada a nulidade do lançamento sob a alegação de falta de fundamentação fática e jurídica das infrações de que é acusada. Não assiste razão à defesa. Conforme se observa no TVF, a autoridade tributária descreveu minuciosamente os fatos por ela apurados, quais sejam, a omissão de receitas e os pagamentos sem causa, bem como expressamente apontou as normas que prevêem tais fatos como infração fiscal, a saber, o art. 849 do RIR/99 (fl. 791) e o art. 674, § 1º, do mesmo Regulamento (fl. 792). Em segundo lugar, pede a interessada seja declarada a nulidade da decisão recorrida sob a alegação de indeferimento da diligência por ela solicitada no âmbito da impugnação ao lançamento. Também aqui não há como se acolher o pleito da recorrente. É que compete ao órgão julgador deferir, ou não, o pedido de diligência. E, em caso de indeferimento, deve expor as razões que motivaram a negativa, sob pena de nulidade. Fl. 2486DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 5 4 No caso dos presentes autos a DRJ de origem expressamente motivou o indeferimento do pedido de diligência, conforme trecho do voto condutor a seguir transcrito (fl. 2368): 31. Os requisitos de admissibilidade do pedido de diligência/perícia, previstos no inciso IV, não são mera formalidade processual, mas elementos essenciais à análise da imprescindibilidade da produção da prova. 32. No caso em questão, os requisitos de admissibilidade exigidos não estão presentes nesses autos, eis que a interessada formula pedido genérico, sem indicar quaisquer quesitos que deseja sejam objeto de exame e sem especificar os pontos de discordância. 33. Em face do disposto no § 1º do art. 16, acima transcrito, que considera não formulado o pedido de diligência que não atenda aos requisitos do inciso IV do mesmo Decreto, e considerando, ainda, que os documentos trazidos aos autos são suficientes para o deslinde da pendência, voto pela rejeição da preliminar de realização de diligência suscitada. Por fim, pede também a recorrente, ao invés de julgada parcialmente procedente a exigência, seja ela declarada nula uma vez que o auditor deixou de compensar o prejuízo fiscal e a base de cálculo negativa da contribuição social tanto do ano de 2008 quanto de períodos anteriores. Novamente não assiste razão à defesa. Sobre o assunto os arts. 59 e 60 do Decreto nº 70.235/72, assim estabelecem: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. (...) Ora, ao deixar de promover as compensações sob exame, a autoridade lançadora não incorreu em nenhum dos vícios previstos nos incisos I ou II do art. 59. Cometeu, isso sim, erro na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, o qual foi sanado pela DRJ de origem, conforme previsto no art. 60. 3) DA OMISSÃO DE RECEITAS E DOS PAGAMENTOS SEM CAUSA Fl. 2487DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 6 5 Os lançamento tributários foram embasados no art. 849 do RIR/99 (omissão de receitas) e no art. 674, § 1º, do mesmo Regulamento, que assim estabelecem: Art. 674. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 61). § 1º A incidência prevista neste artigo aplicase, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa (Lei nº 8.981, de 1995, art. 61, § 1º). (...) Art. 849. Caracterizamse também como omissão de receita ou de rendimento, sujeitos a lançamento de ofício, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais a pessoa física ou jurídica, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil ou idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações (Lei nº 9.430, de 1996, art. 42). (...) Alega a recorrente que os depósitos bancários questionados pela fiscalização têm origem em empréstimos obtidos ou em operações comerciais mantidas com diversas empresas, conforme demonstrado nos anexos A e B à impugnação. Pois bem, pelo exame do anexo A (fls. 1052 e ss.) é possível verificar tratar se de extratos das contas correntes bancárias de titularidade da contribuinte, com anotações feitas à mão ao lado das movimentações financeiras ali indicadas. Já o anexo B (fls. 1409 e ss.) é composto pelo livro Razão escriturado pela contribuinte, e por notas fiscais de venda de produtos emitidas à contribuinte pela empresa Faróleo Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. As anotações feitas à mão nos extratos bancários não são hábeis à comprovar a origem dos recursos depositados. O mesmo se diga quanto ao livro Razão. Referidos documentos já haviam sido apresentados à fiscalização. O que comprovaria a origem dos recursos seria a apresentação dos documentos que deram origem a cada operação, como por exemplo os contratos de empréstimos celebrados entre a contribuinte e as "diversas empresas". As notas fiscais serviriam, em tese, à comprovação das operações comerciais. No entanto a recorrente não promoveu a vinculação entre as notas fiscais por ela apresentadas e as transações questionadas pela fiscalização. Ademais, também não restou provada a alegação segundo à qual as operações que deram origem aos depósitos bancários são as mesmas que, em momento posterior, fundamentaram os pagamentos aos terceiros. Fl. 2488DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 7 6 Continuam portanto sem comprovação a origem dos recursos depositados na conta corrente de titularidade da empresa, bem como a causa dos pagamentos feitos a terceiros. 4) DO RECURSO DE OFÍCIO O órgão a quo submeteu sua decisão a reexame necessário por parte deste Conselho, uma vez ter eximido os sujeitos passivos do pagamento de tributos e encargos de multa em valor superior ao limite de sua alçada. São as seguintes as matérias submetidas ao recurso de ofício: a) compensação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL apuradas pela fiscalização, com prejuízos fiscais e bases negativas da contribuição social do próprio períodobase e de períodos anteriores; b) redução da multa de ofício a 75% do valor dos tributos lançados, sob o argumento de que a fiscalização não se desincumbiu de seu ônus de provar o evidente intuito de fraude por parte da contribuinte; c) exclusão da responsabilidade tributária de todas as pessoas arroladas pela fiscalização, sob o argumento de que não restou provada a participação daquelas pessoas no cometimento das infrações apuradas. Pois bem, quanto à compensação de prejuízos e bases negativas, correta a DRJ de origem. De fato, conforme jurisprudência pacífica deste Conselho cabe à fiscalização: (i) compensar as bases das infrações apuradas com as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL do próprio períodobase, sem quaisquer limites; (ii) e, após, compensar o resultado positivo com as bases de períodos anteriores, limitado a 30% do lucro, conforme arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/95. Em relação à qualificação da multa de ofício entendo também ser, no caso, incabível a sua exigência, mas apenas em razão de a fiscalização não haver apontado no TVF ou no auto de infração as razões da qualificadora. Dito de outro modo, entendo que há nos autos provas do evidente intuito de fraude, mas como a autoridade fiscal não as apontou como motivo para qualificação da multa devese afastar essa imputação. Por fim, em relação à responsabilidade tributária, entendo que restou provada a acusação fiscal (vide TVF à fl. 794) de que a contribuinte e as empresas Faróleo Comércio de Produtos Alimentícios Ltda, DMR Representação Comercial Ltda e Multióleos Óleos e Farelos Ltda compõem um mesmo grupo econômico. No entanto, esse fato, por si só, não ampara a atribuição de responsabilidade tributária a essas pessoas jurídicas. A situação dos Srs. Nemr Abdul Massih e Dário Aprígio da Silva é, entretanto, diversa. Em relação ao Sr. Nemr Abdul Massih, a fiscalização o acusa de ser o "real" proprietário da pessoa jurídica fiscalizada bem como das pessoas jurídicas acima mencionadas (vide TVF à fl. 796). A fim de provar essa afirmação o auditor junta aos autos diversos contratos de financiamento obtidos pela contribuinte junto a instituições financeiras em que o Sr. Nemr Abdul Massih figura como avalista ou interveniente garantidor (fls. 677/783), bem como reportagem em que o Sr. Nemr Abdul Massih é apresentado como presidente do Grupo Faróleo, do qual faz parte a contribuinte (fl. 784 e ss.). Fl. 2489DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 8 7 Em sua impugnação ao lançamento (fl. 1789 e ss.) o Sr. Nemr Abdul Massih alega ser sócio da empresa FN Assessoria Empresarial Ltda, a qual presta serviços financeiros à contribuinte, possuindo procurações específicas para em nome desta obter crédito junto a instituições financeiras, efetuar cobranças, pagamentos, transferências etc. Alega ainda nunca haver participado da administração ou da gerência da contribuinte, não tendo também participado de nenhuma das condutas delituosas a ela atribuídas. Pois bem, examinado os documentos acostados em anexo à impugnação apresentada pelo Sr. Nemr Abdul Massih verificase ser ele sócio majoritário da empresa FN Assessoria Empresarial Ltda (fl. 1812 e ss.). Constatase também que esta empresa possui procuração outorgada pela contribuinte com o seguintes poderes (fl. : Poderes: Representar a outorgante perante terceiros em geral, inclusive bancos e instituições financeiras, com poderes para (i) assinar quaisquer contratos, inclusive contratos de empréstimo, financiamento, "Compror", "Vendor", abertura de crédito, cartas de fiança, contratos de câmbio de qualquer tipo ou modalidade, repasses e quaisquer outros; (ii) emitir Cédulas de Crédito Bancário, representativas de operações de crédito de qualquer modalidade; (iii) assinar quaisquer aditamentos, planilhas, anexos, pedidos de prorrogação e outros documentos que se refiram ou façam parte dos instrumentos de que trata os itens (i) e (ii) anteriores; (iv) constituir quaisquer garantias, reais e/ou fidejussórias, inerentes aos contratos e/ou títulos de crédito em questão, podendo, inclusive, assinar instrumentos particulares de cessão fiduciária em garantia e/ou de alienação fiduciária em garantia, e, através dos quais, ceder fiduciariamente a titularidade sobre quaisquer bens móveis, inclusive títulos de crédito e direitos creditórios; (v) emitir, sacar, endossar, descontar, aceitar, ceder, alienar, entregar para cobrança bancária quaisquer títulos de crédito, inclusive, mas não se limitando a cheques, duplicatas, notas promissórias, letras de câmbio, warrants, conhecimentos de depósitos, conhecimentos de embarque e quaisquer outros; (vi) abrir e movimentar contas correntes de titularidade da outorgante inclusive por meio eletrônico; autorizar débitos por qualquer meio, inclusive de pagamentos e transferências; assinar correspondências, recibos e quitações. Pelo exame dos amplíssimos poderes outorgados pela contribuinte à FN Assessoria Empresarial Ltda é possível concluir que esta empresa é quem de fato administrava financeiramente os negócios da autuada. Ademais, pelo exame dos contratos de financiamento (fls. 677/783) é possível constatarse que é o Sr. Nemr Abdul Massih, e não a empresa FN Assessoria Empresarial Ltda, o avalista ou o interveniente garantidor dos créditos obtidos pela contribuinte junto às instituições financeiras. O conjunto dos fatos, a meu juízo, comprova a afirmação do auditor segundo à qual o Sr. Nemr Abdul Massih é o verdadeiro sócioadministrador da contribuinte. Em sendo assim, tendo o Sr. Nemr Abdul Massih se valido de interposta pessoa para ocultar do Fisco a sua condição de sócioadministrador da autuada, agiu em infração à lei, sendo portanto responsável tributário pelos créditos devidos pela contribuinte, nos termos do art. 135 do CTN. Fl. 2490DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO Processo nº 19515.722880/201249 Acórdão n.º 1201001.204 S1C2T1 Fl. 9 8 Quanto ao Dário Aprígio da Silva, interposta pessoa, sua participação voluntária no ilícito por meio do qual pretendeuse ocultar do Fisco o nome do verdadeiro sócioadministrador da autuada também o coloca na condição de responsável tributário pelos créditos devidos pela contribuinte, nos termos do art. 135 do CTN. 5) CONCLUSÃO Tendo em vista todo o exposto, voto por indeferir as preliminares suscitadas e, no mérito, por negar provimento ao recurso voluntário e por dar parcial provimento ao recurso de ofício a fim de restabelecer a responsabilidade tributária dos Srs. Nemr Abdul Massih e Dário Aprígio da Silva. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Fl. 2491DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 05/01/2016 p or MARCELO CUBA NETTO
score : 1.0
Numero do processo: 13502.000564/2006-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2003
Ementa:
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE.
A comprovação de que parcela integrante do direito creditório pleiteado foi extinta regularmente, impõe o seu restabelecimento na apuração do resultado fiscal. Por outro lado, a ausência de comprovação de que a totalidade das receitas financeiras auferidas foram devidamente submetidas à tributação, implica, necessariamente, na proporcionalização do imposto de renda incidente na fonte, de modo que seja considerando como integrante do crédito pleiteado tão somente a parte que guarda correspondência com receitas tributadas.
Numero da decisão: 1301-001.849
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator
documento assinado digitalmente
Wilson Fernandes Guimarães
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Wilson Fernandes Guimarães, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Luís Tadeu Matosinho Machado (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Gilberto Baptista (suplente convocado).
Nome do relator: WILSON FERNANDES GUIMARAES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício: 2003 Ementa: COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. A comprovação de que parcela integrante do direito creditório pleiteado foi extinta regularmente, impõe o seu restabelecimento na apuração do resultado fiscal. Por outro lado, a ausência de comprovação de que a totalidade das receitas financeiras auferidas foram devidamente submetidas à tributação, implica, necessariamente, na proporcionalização do imposto de renda incidente na fonte, de modo que seja considerando como integrante do crédito pleiteado tão somente a parte que guarda correspondência com receitas tributadas.
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DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. A comprovação de que parcela integrante do direito creditório pleiteado foi extinta regularmente, impõe o seu restabelecimento na apuração do resultado fiscal. Por outro lado, a ausência de comprovação de que a totalidade das receitas financeiras auferidas foram devidamente submetidas à tributação, implica, necessariamente, na proporcionalização do imposto de renda incidente na fonte, de modo que seja considerando como integrante do crédito pleiteado tão somente a parte que guarda correspondência com receitas tributadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Wilson Fernandes Guimarães, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Luís Tadeu Matosinho Machado (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Gilberto Baptista (suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 00 05 64 /2 00 6- 37 Fl. 409DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 410 2 Relatório BRASKEM S/A, já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador, Bahia, que indeferiu os pedidos veiculados por meio de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da Delegacia da Receita Federal em Camaçari. Trata a lide de pedido de restituição de saldo negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, cumulado com pedidos de compensação, relativo ao anocalendário de 2002, apurado pela empresa sucedida OPP Química S/A. Transcrevo, abaixo, relato feito pela autoridade de primeira instância acerca das razões que levaram a Delegacia da Receita Federal em Camaçari a indeferir os pedidos formulados pela contribuinte. ... A decisão atacada fundamentouse nos fatos assim relatados: Conforme se infere da DIPJ/2003, Ficha 12A, parcialmente transcrita abaixo, o saldo negativo de IRPJ, originado das deduções constantes das linhas 05, 10, 13 e 16, teria totalizado o valor de R$ 17.694.619,80 (dezessete milhões, seiscentos e noventa e quatro mil, seiscentos e dezenove reais e oitenta centavos). FICHA 12A CÁLCULO DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO REAL (valores em reais) 01. À ALÍQUOTA DE 15% 41.662.331,20 03. ADICIONAL 27.750.887,47 05. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR 634.046,05 10. ISENÇÃO E REDUÇÃO DO IMPOSTO 4.857.768,32 13. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE 17.694.619,80 16. IMPOSTO DE RENDA MENSAL PAGO POR ESTIMATIVA 63.921.404,30 18. IMPOSTO DE RENDA A PAGAR 17.694.619,80 Assim, a análise da procedência do pleito implica, entre outros procedimentos, verificar se houve a correta apuração (em conformidade com a legislação) de saldo negativo de imposto de renda, na referida DIPJ, e que este já não tenha sido objeto de compensação pelo próprio contribuinte. DO IMPOSTO DE RENDA MENSAL PAGO POR ESTIMATIVA Pretendeu a sucedida valerse do valor declarado como pago a título de estimativa mensal de IRPJ, na forma exposta na Ficha 12A – Cálculo de Imposto de Renda sobre o Lucro Real, quantificado em R$ 63.921.404,30 (sessenta e três milhões, novecentos e vinte um mil, quatrocentos quatro reais e trinta centavos) para calcular o saldo de IRPJ a pagar do ano calendário de 2002. Conforme as informações apresentadas na DIPJ/2003, a parcela de IRPJ paga por estimativa, referese apenas ao período de apuração (PA) dezembro de 2002, composta, a teor da respectiva DCTF, por: Fl. 410DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 411 3 a) R$ 3.366.289,30 (três milhões, trezentos e sessenta e seis mil, duzentos e oitenta e nove reais e trinta centavos), quitado com IRRF do próprio exercício; e b) R$ 60.555.115,00 (sessenta milhões, quinhentos e cinqüenta e cinco mil e cento e quinze reais), quitado por meio da compensação constante do processo nº 13007.000077/200312. O resumo das DIRF e as cópias dos informes de rendimentos, em anexo, comprovam a existência de IRRF suficientes para a quitação da parcela referida na alínea “a”, acima. Em relação à alínea “b”, inferese que a respectiva compensação não foi homologada, a teor do DESPACHO DECISÓRIO DRF/POA n.º 1.267, de 2006, expedido no PAF n.º 13007.000077/200312, cópia anexa. No que se refere aos efeitos da entrega da referida DCOMP, à época de sua entrega, datada de 21/03/2003, não estavam vigentes as alterações promovidas pela MP nº 135, de 31/10/2003 e, portanto, ainda não lhe era conferido caráter de confissão de dívida. Por essa razão, a cobrança do débito em apreço na alínea “b”, acima, objeto de compensação não homologada, não poderá ser realizada por meio do processo 13007.000077/200312, cabendo, na apuração do Saldo Negativo, a glosa da respectiva parcela. DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE O interessado informou na DIPJ/2003 o valor de R$ 17.694.619,80 (dezessete milhões, seiscentos e noventa e quatro mil, seiscentos e dezenove reais e oitenta centavos) a título de IRRF, linha 13, ficha 12A, que somado ao valor utilizado para reduzir o saldo a pagar do IRPJ, estimativa mensal, PA 12/2002, perfaz o total de R$ 21.060.909,10 (vinte e um milhões, sessenta mil, novecentos e nove reais e dez centavos). Da análise da Ficha 43 da DIPJ/2003, inferese que o interessado indicou a origem das receitas brutas e de todo IRRF utilizado na apuração do Saldo Negativo de IRPJ/2003, conforme tabela a seguir (valores em reais): Fonte Pagadora Código receita IRRF Rend. Bruto Total IRRF por cod. de receita Total de receita bruta por cód. de receita 03.391.520/000160 3426 346.250,53 1.731.252,64 07.450.604/000189 3426 33.540,74 167.703,74 445.937,13 58.257.619/000166 3426 66.145,86 330.729,31 2.229.685,69 31.516.198/000194 5273 3.598.484,45 17.992.422,26 33.066.408/000115 5273 2.551.900,57 12.759.502,88 33.172.537/000198 5273 2.611.635,55 13.058.177,83 20.448.865,76 34.111.187/000112 5273 4.763.992,53 23.819.962,64 60.746.948/000112 5273 4.613.088,25 23.065.441,33 62.073.200/000121 5273 2.309.764,41 11.548.822,09 102.244.329,03 03.196.982/000127 5706 109.439,04 547.195,20 166.106,21 03.825.417/000181 5706 56.667,17 283.335,85 830.531,05 Total 21.060.909,10 105.304.545,77 21.060.909,10 105.304.545,77 Conforme fl. 14, foi indicado na Ficha 06A, linha 24, o valor de R$ 146.832.897,15 (cento e quarenta e seis milhões, oitocentos e trinta e dois mil, oitocentos e noventa e sete reais e quinze centavos). Intimado a apresentar a Fl. 411DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 412 4 composição deste valor, o interessado informou, às fls. 60 e 61, que das receitas indicadas na Ficha 43, foram informados na linha 24, da Ficha 06A, os seguintes valores: Conta Razão discriminação da receita valor (em reais) 350201001003 Receita sobre aplicação em CDB 122.774,16 350304001003 Receita sobre aplicação em CDB 264.022,02 350203001004 Juros ativos sobre capital próprio L. 9.249/95 1.107.374,73 350203001009 Ganhos c/ativos Financ (mesa de operações) 86.392.784,11 Dessa forma, concluise que não poderia o interessado se utilizar integralmente dos valores declarados na ficha 43, devendose observar os limites das receitas brutas acima indicadas, efetivamente levadas à tributação. Procedeuse, portanto, ao ajuste dos valores de IRRF, informados na Ficha 43, confirmados pelo resumo das Dirf, fls. 30 a 37, e informes de rendimentos, fls. 57 a 59, passíveis de utilização na apuração do IRPJ/2003 a pagar, ou Saldo Negativo, segregandoos de acordo com o tipo de receita e limitandose o IRRF levado ao ajuste ao valor proporcional à receita levada à tributação, conforme o anteriormente exposto e demonstrado na tabela a seguir: Cód. de receita IRRF (confirmado em Dirf ou informes de rendimento) Rend. Bruto (confirmado em Dirf ou informes de rendimento) Rend. Total declarado na Ficha 6A, linha 24, fls. 60/61 IRRF considerado para apuração de IRPJ/2003 5706 166.106,21 830.531,05 1.107.374,73 166.106,21 3426 445.937,13 2.229.685,69 386.796,18 77.359,23* 5273 20.448.865,76 108.244.329,03 86.392.784,11 16.320.803,69* Total 21.060.909,10 111.304.545,77 87.886.955,02 16.564.269,14 * Valor proporcional ao IRRF utilizado pelo interessado, levando em consideração o limite da linha 24, Ficha 06A. Levandose em consideração o valor de R$ 3.366.289,30 (três milhões, trezentos e sessenta e seis mil, duzentos e oitenta e nove reais e trinta centavos), já utilizados a título de IRRF para a redução do saldo a pagar relativo à estimativa de IRPJ/2003, PA dez/02, o valor a ser utilizado na linha 13, Ficha 12A é de R$ 13.197.979,84 (treze milhões, cento e noventa e sete mil, novecentos e setenta e nove reais e oitenta e quatro centavos). Nesses termos, foi refeito o demonstrativo de apuração do imposto de renda sobre o lucro real, a partir das informações prestadas pelo contribuinte na respectiva DIPJ, observados, ainda, os valores acima demonstrados, que foram objeto de confirmação: FICHA 12A CÁLCULO DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO REAL (valores em reais) 01. À ALÍQUOTA DE 15% 41.662.331,20 03. ADICIONAL 27.750.887,47 05. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR 634.046,05 10. ISENÇÃO E REDUÇÃO DO IMPOSTO 4.857.768,32 13. IMPOSTO DE RENDA RETIDA NA FONTE 13.197.979,84 16. IMPOSTO DE RENDA MENSAL PAGO POR ESTIMATIVA 3.366.289,30 18. IMPOSTO DE RENDA A PAGAR 47.357.135,16 Fl. 412DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 413 5 Da consulta aos sistemas DCTF GER, COMPROT e SIEF – PERDCOMP, não foram localizadas outras compensações, processos administrativos ou Declarações de Compensação referentes à parcela creditória em análise, além das já carreadas para os autos. ... Inconformada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, por meio da qual ofereceu, em síntese, os seguintes argumentos: que a glosa da parcela de R$ 60.555.115,00, correspondente à estimativa de Imposto de Renda, alusiva ao mês de dezembro de 2002, quitada por meio de compensação, formalizada no processo nº 13007.000077/200312, não poderia ser realizada pois ainda não há decisão final, nos autos do aludido processo, que denegue definitivamente o direito ao crédito que se pretende compensar; que haveria de se ter em mente que somente o desfecho do processo nº 13007.000077/200312 poderia determinar se a empresa incorporada por ela, a OPP Química S/A, apurou, de fato, saldo negativo de IRPJ no anocalendário de 2002; que, sendo assim, a única conduta admissível em circunstâncias como esta, a rigor, seria o sobrestamento do presente processo, até que se encerre o correlato processo de compensação, posicionamento este que seria corolário do princípio da razoabilidade que deve reger os atos da Administração Fazendária; que haveria de se frisar que a decisão combatida, caso mantida, poderia ensejar não apenas o indeferimento das compensações postuladas e a cobrança dos supostos débitos, mas trará ainda outro resultado nefasto, que consistiria na perda, em definitivo, do crédito pleiteado; que, procedendose de forma diversa da defendida, poderseia deparar com a paradoxal situação de vir a ser enfim deferida a compensação realizada no PAF 13007.000077/200312, admitindose o adimplemento da estimativa mensal de Imposto de Renda, apurada em dezembro de 2002, a qual comporia efetivo saldo negativo de IRPJ no ano de 2002, porém, tal crédito não poderia mais ser utilizado por ela em nenhum outro pleito compensatório, senão neste, ante o decurso da decadência que o afetaria e o extinguiria, a partir de 31 de dezembro de 2007; que, por mais esta razão, e, diante da possibilidade de ela vir a perder, injustificadamente, o saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2002, a que faria jus caso seja reconhecida a compensação efetuada naquele outro processo, imporseia sustar o andamento do presente feito; que, desta forma, o Despacho Decisório combatido mereceria ser anulado, sendo imediatamente sustado o presente processo, até o julgamento definitivo da Declaração de Compensação de nº 13007.000077/200312; que a conclusão da autoridade fazendária pela impossibilidade de dedução integral do IRRF incidente sobre as receitas financeiras auferidas pela empresa incorporada OPP Química S/A, no anocalendário de 2002, no valor total de R$ 21.060.909,10, partiu de premissa equivocada de que ela somente teria oferecido à tributação, a título de receitas financeiras, na Declaração de Ajuste apresentada, o valor de R$ 87.886.955,02, que não Fl. 413DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 414 6 representa a totalidade das receitas financeiras que ensejaram a retenção, pelas respectivas fontes pagadoras, do Imposto de Renda naquele ano, as quais totalizaram o montante de R$ 105.304.545,55; que, por conta disso, a autoridade fazendária sustentou que ela faria jus, na apuração do IRPJ devido no anocalendário de 2002, à dedução do IRRF na exata proporção das receitas tidas como tributadas, o que totalizou o valor de R$16.564.269,14; que, no entanto, conforme restaria demonstrado, os rendimentos declarados na Ficha 43 da DIPJ/2003 incluem receitas financeiras oferecidas à tributação em montante suficiente a possibilitar a dedução da integralidade do Imposto de Renda retido pelas fontes pagadoras sobre as citadas receitas financeiras, no cálculo do saldo do IRPJ devido no período em voga; que a composição dos valores informados na Linha 24 da Ficha 6A da DIPJ/2003, entregue por ela à Receita Federal, não retrataria a totalidade das receitas financeiras que foram efetivamente oferecidas à tributação no anocalendário de 2002, conforme ela passaria a demonstrar: RECEITAS AUFERIDAS EM OPERAÇÕES DE RENDA FIXA quando intimada a demonstrar a composição do valor das receitas financeiras oferecidas à tributação no período em comento, apresentou sua escrituração contábil, a qual apontava que havia auferido, no anocalendário de 2002, os valores de R$ 122.744,16 e R$ 264.022,02, a título de receitas financeiras em operações de renda fixa, o que poderia ser constatado da análise do Razão Contábil das Contas 350201001003 – Receita sobre Aplicação em CDB e 350304001003 – Receita sobre Aplicação em CDB (doc. 05); por conta disso, o preposto fazendário responsável pela análise do presente feito admitiu que tais valores haviam sido oferecidos à tributação, concluindo que a Requerente possui o direito à dedução do IRRF incidente sobre tais receitas; no entanto, não foram somente estas receitas decorrentes de aplicações de renda fixa que foram oferecidas à tributação, tendo em vista que ainda foi computado no lucro real do aludido anocalendário o rendimento declarado no Item 02 da Ficha 43 da DIPJ/2003, que teve como fonte pagadora a empresa CHEMICAL TRUST S/A (CNPJ nº 03.391.520/000160), no valor total de R$ 1.731.252,64, conforme se constataria do exame do Informe de Rendimentos fornecido pela referida pessoa jurídica (doc. 06); ocorre que tal receita financeira foi equivocadamente contabilizada no Razão Contábil em contas diversas daquelas em que registra os ganhos com aplicações de renda fixa, qual seja, a conta “Ganhos c/ Ativos Financeiros”, em que, a rigor, são registradas as receitas decorrentes de aplicações de renda variável; conforme se constata da análise do Razão Contábil da conta 360113001001, em que foram registrados os ganhos com operação de renda variável no mês de janeiro de 2002, houve o lançamento credor de R$ 720.296,36, com a descrição “Crédito Bancário Participação DPLS Chemical Trust – R$ 45,281723X15.907 DPLS Conf Doc Teso 278829” (doc. 07); já no Razão Contábil da Conta 350203001009, em que foram contabilizados os ganhos com operação de renda variável, nos meses de fevereiro a dezembro de 2002, verificase que foi registrado o lançamento credor de R$ 1.010.956,28, com o histórico “Crédito Bancário Recebimento Bruto Participação nos Lucros Chemical Trust Teso 300145” (doc. 08); confrontando tais lançamentos contábeis, que somados alcançam a exata importância de R$ 1.731.252,64, com o Informe de Rendimento acima acostado (doc. 06), não restam dúvidas de que estes se referem às receitas financeiras auferidas em aplicações de renda fixa; desse modo, a despeito destas receitas terem sido erroneamente contabilizadas em contas utilizadas por ela para efetuar lançamentos de rendimentos decorrentes de aplicações de renda variável, constata Fl. 414DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 415 7 se que tais rendimentos afetaram o resultado oferecido à tributação, pelo que ela possui o direito de deduzir o IRRF incidente sobre eles. RENDIMENTOS AUFERIDOS EM APLICAÇÕES DE RENDA VARIÁVEL – (SWAP): com relação às receitas financeiras oriundas de operações de SWAP, seria equivocada a informação que ela prestou quando intimada a apresentar a composição das receitas financeiras indicadas na linha 24 da Ficha 06 A (R$146.832.897,15), o que teria levado o preposto fiscal a concluir que apenas teria sido oferecida à tributação a importância de R$ 86.392.784,11 e, portanto, ela não faria jus à dedução de todo o IRRF incidente sobre os rendimentos, no valor de R$ 102.244.329,63, declarado na Ficha 43 da DIPJ/2003; naquela oportunidade, ela informou que as receitas financeiras registradas na conta 3502003001009 – Ganhos c/Ativos Financ (Mesa de Operações) (doc. 09) alcançavam a quantia de R$ 86.392.784,11, entretanto, o referido valor representaria, na verdade, o saldo líquido da citada conta contábil, deduzido de algumas perdas equivocadamente registradas na referida conta contábil no anocalendário de 2002, e não o valor auferido a título de ganhos com operações de renda variável; analisando a Ficha 43 da DIPJ/2003, verificarseia que ela declarou que auferiu, no anocalendário de 2002, receitas financeiras decorrentes de operações de SWAP, no montante de R$ 102.244.329, e IRRF no valor de R$ 20.448.865 e que tais receitas foram todas registradas no Razão Contábil, na Conta 3502003001009 – Ganhos c/Ativos Finac (Mesa de Operações) (doc. 09), que apontaria o resultado efetivamente auferido por ela em tais operações, totalizando o valor bruto de R$102.244.329,03; nestas circunstâncias, o valor bruto de tais rendimentos teria afetado o resultado dela, compondo, portanto, o valor que teria sido oferecido à tributação na DIPJ, constante da Linha 24 da Ficha 6 A; deste modo, observarseia que a totalidade das receitas financeiras de operações de SWAP declarada na Ficha 43 da DIPJ/2003 teria sido devida e regularmente oferecida à tributação, não restando dúvida sobre o direito à dedução do montante integral do IRRF incidente sobre as aludidas receitas financeiras, na apuração do saldo de IRPJ relativo ao anocalendário de 2002. Ao final, a contribuinte requereu: a) que permanecesse sobrestado o andamento do presente feito até o resultado do processo administrativo nº 13007.000077/200312, em que ainda se discute o adimplemento da estimativa mensal de IR relativa a dezembro de 2002; b) que fosse reconhecido o direito à dedução da integralidade do Imposto de Renda retido pelas fontes pagadoras das receitas financeiras auferidas em 2002, tendo em vista que tais rendimentos foram integralmente oferecidos à tributação. A 2a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador, Bahia, analisando os feitos fiscais e a peça de defesa, decidiu, por meio do Acórdão nº 15 14.043 , de 22 de outubro de 2007, pela improcedência do pedido. O referido julgado restou assim ementado: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo até sua decisão final. Fl. 415DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 416 8 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. Mantémse o indeferimento do pedido de restituição e a não homologação da compensação declarada, em face da inexistência do saldo negativo referente ao ano calendário 2002, que corresponderia ao indébito cujo reconhecimento do direito creditório e utilização para compensação de débitos são pleiteados neste processo. Inconformada, a contribuinte apresentou o recurso de folhas 180/223, por meio do qual, descrevendo os argumentos expendidos na peça impugnatória, sustentou: que se afigurava manifestamente despropositado o argumento consistente na inexistência de dispositivo legal que autorize a suspensão de um feito administrativo em decorrência do andamento de outro feito a este correlato; que não se poderia ignorar que o Código de Processo Civil se mostra amplamente aplicável ao processo administrativo fiscal, naqueles casos em que o regramento processual atinente aos feitos administrativos silenciar sobre uma determinada e relevante questão, hipótese em que o Digesto Processual Civil deve ser utilizado subsidiariamente; que, ao examinarse o aludido diploma legal, poderseia constatar que este determina o sobrestamento de um determinado processo quando o julgamento do seu mérito depender do julgamento de outra causa, como se infere do art. 265, inciso IV, alínea “a”; que ficaria evidente que o princípio da oficialidade não pode ser aplicado de forma absoluta e exclusivista no presente caso, sem que seja sopesado frente aos demais princípios norteadores do processo administrativo fiscal, quais sejam, o da razoabilidade e o da verdade material, verdadeiros imperativos de conduta que não podem ser aqui ignorados e os quais impõe a imediata suspensão do presente feito; que até a data do protocolo do recurso não tinha sido cientificada do teor do acórdão que, segundo a autoridade de primeira instância, teria restaurado a eficácia do despacho decisório emitido pela Delegacia da Receita Federal em Porto Alegre, relativamente ao processo administrativo nº 13007.000077/200312; que, diante da possibilidade de o então Conselho de Contribuintes entender pelo prosseguimento do curso deste feito, não restaria alternativa à ela senão demonstrar a lisura do procedimento de compensação da parcela da estimativa de imposto de renda com os créditos de IPI decorrentes das aquisições de insumos isentos e tributados à alíquota zero. A partir desse ponto, a contribuinte teceu considerações acerca do alegado direito de promover compensações de crédito de IPI com outros tributos e contribuições administrados pela Receita Federal, renovando, ao final, argumentos expendidos na peça impugnatória acerca da tributação das receitas decorrentes de aplicações de renda fixa, que teve como fonte pagadora a empresa CHEMICAL TRUST S/A (R$ 1.731.252,64). Apreciando o recurso interposto, a Quinta Câmara do então Primeiro Conselho de Contribuintes decidiu sobrestar o julgamento da lide até que fosse prolatada decisão administrativa final no processo administrativo nº 13707.000077/200312 (Resolução nº 1051.342, sessão de 13 de novembro de 2008, fls. 258/266). Fl. 416DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 417 9 Às fls. 314/316 identificase pronunciamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Camaçari, Bahia, do qual releva destacar as seguintes informações: i) a BRASKEM S/A optou, no prazo legalmente estabelecido, pelo parcelamento de débitos tributários de que tratou o art. 3º da Medida Provisória nº 470, de 2009, motivo pelo qual apresentou requerimento à Receita Federal solicitando a utilização de créditos no montante de R$ 1.225.087.353,20, referentes a prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas de CSLL, para fins de extinção de débitos; ii) a referida empresa apresentou ainda requerimento de desistência total da impugnação ou recurso impetrado no processo administrativo nº 13007.000077/200312 (no despacho da Delegacia da Receita Federal foi assinalado, equivocadamente, o nº 1300.000077/200312); iii) os débitos objeto de parcelamento foram consolidados no processo administrativo nº 13502.001253/200938, sendo nele incluída a estimativa mensal de imposto de renda relativa ao período de apuração de dezembro de 2002, no montante de R$ 60.555.115,00, que se encontrava controlada por meio do processo administrativo nº 13007.000077/200312; iv) apesar de o “Grupo de Trabalho (GT) instituído na RFB, para fins de análise dos parcelamentos solicitados nos termos da MP nº 470, de 2009, não ter, ainda, implementado os procedimentos de verificação interna tendentes a promover a baixa dos débitos liquidados no âmbito do referido parcelamento, a Braskem S/A, no seu entender, já teria cumprido todos os procedimentos necessários ao adimplimento (sic) total de suas obrigações relacionadas ao parcelamento em questão”; v) existe indícios de que a BRASKEM S/A cumpriu com os obrigações decorrentes do parcelamento instituído pela MP nº 470; vi) relativamente ao débito de estimativa mensal de imposto de renda do período de dezembro de 2002, “poderseia conjecturar que seriam necessários créditos (base: 30/11/2009) no montante de R$ 518.190.962,84 (...) para resguardar a quitação do débito aqui tratado”; vii) inexiste dúvidas quanto à efetividade do pagamento de parcelas que, tomando por base a data de 30 de novembro de 2009, montam R$ 362.217.630,60, o que leva à conclusão de que “bastaria confirmar a regularidade da utilização de Prejuízos Fiscais (PF) e Base de Cálculo Negativa (BCN) de CSLL no montante de R$ 155.973.332,24 (...) para restar demonstrada a efetiva quitação do débito em comento”. Entendendo haver elementos capazes de possibilitar o prosseguimento da apreciação da lide, a Delegacia da Receita Federal em Camaçari restituiu os autos a este Colegiado. Entretanto, em uma segunda apreciação nesta instância julgadora, esta Primeira Turma Ordinária resolveu converter o julgamento em diligência mais uma vez para que a unidade administrativa de origem prestasse informação conclusiva e definitiva acerca da extinção, por meio do parcelamento autorizado pela Medida Provisória nº 470, de 2009, da estimativa mensal de IRPJ do período de apuração de dezembro de 2002, no montante de R$ 60.555.115,00. Fl. 417DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 418 10 Em atendimento, a Delegacia da Receita Federal em Camaçari aportou ao processo o RELATÓRIO DE DILIGÊNCIA de fls. 406/407, que, em conclusão, informa que houve a extinção, por meio de parcelamento autorizado pela Medida Provisória nº 470, de 2009, da estimativa mensal de IRPJ do período de apuração de dezembro de 2002, no montante de R$ 60.555.115,00. É o Relatório. Fl. 418DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 419 11 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Cuida o presente processo de pedido de restituição de saldo negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, cumulado com pedidos de compensação, relativo ao ano calendário de 2002, apurado pela empresa sucedida OPP Química S/A. Conforme RELATÓRIO, as questões a serem enfrentadas na presente apreciação dizem respeito a duas parcelas que compuseram o crédito indicado para compensação tributária, quais sejam: i) estimativa mensal relativa ao período de apuração de DEZEMBRO de 2002, no montante de R$ 60.555.115,00; e ii) imposto de renda retido na fonte no valor de R$ 21.060.909,10. No que diz respeito à ESTIMATIVA do mês de DEZEMBRO de 2002, o pronunciamento da Delegacia da Receita Federal em Camaçari por meio do RELATÓRIO DE DILIGÊNCIA de fls. 406/407 é no sentido de que o valor correspondente foi extinto por meio do parcelamento autorizado pela Medida Provisória nº 470, de 2009. Diante de tal circunstância, a parcela do crédito representada pelas ESTIMATIVAS recolhidas deve ser recomposta, adicionandose o montante de R$ 60.555.115,00. No que tange ao IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE, a divergência está consubstanciada no montante de receita financeira oferecida à tributação por parte da contribuinte. De acordo com a análise empreendida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Camaçari e que foi ratificada pela Turma Julgadora de primeira instância, do total de rendimentos de R$ 105.304.545,77, declarado na Ficha 43 da DIPJ/2003 (DEMONSTRATIVO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE), a contribuinte só teria comprovado o oferecimento à tributação do montante de R$ 87.886.955,02, resultando, daí, o acolhimento de dedução, a título de imposto de renda incidente na fonte sobre receitas computadas no resultado, de R$ 16.564.269,14, e não de R$ 21.060.909,10, como pretendido pela requerente. O Despacho Decisório/DRF/CCI/SAORT n.° 128/2007, fls. 71/77, no que diz respeito ao IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE, assinalou: DO IMPOSTO D E RENDA RETIDO NA FONTE 18. O interessado informou na DIPJ/2003, fls. 23, o valor de R$ 17.694.619,80 (dezessete milhões, seiscentos e noventa e quatro mil, seiscentos e dezenove reais e oitenta centavos) a título de IRRF, linha 13, ficha 12A, que somado ao valor utilizado para reduzir o saldo a pagar do IRPJ, estimativa mensal, PA 12/2002, perfaz o total de R$ 21.060.909,10 (vinte e um milhões, sessenta mil, novecentos e nove reais e dez centavos). Fl. 419DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 420 12 19. Da análise da Ficha 43, da DIPJ/2003, anexada às fls. 25 e 26, inferese que o interessado indicou a origem das receitas brutas e de todo IRRF utilizado na apuração do Saldo Negativo de IRPJ/2003, conforme tabela a seguir (valores em reais): ... 20. Cumpre, entretanto, verificar se a totalidade das receitas indicadas na Ficha 43 foram efetivamente levadas à tributação, ou seja, indicadas na linha 24 da Ficha 06A Demonstração do Resultado. 21. Conforme fls. 14, foi indicado na referida linha o valor de R$ 146.832.897,15 (cento e quarenta e seis milhões, oitocentos e trinta e dois mil, oitocentos e noventa e sete reais e quinze centavos). Intimado a apresentar a composição deste valor o interessado informou, às fls. 60 e 61, que das receitas indicadas na Ficha 43, foram informados na linha 24, da Ficha 06A, os seguintes valores: Conta Razão discriminação da receita valor (em reias) 350201001003 Receita sobre aplicação em CDB 122.774,16 350304001003 Receita sobre aplicação em CDB 264.022,02 350203001004 Juros ativos sobre capital próprio L. 9.249/95 1.107.374,73 350203001009 Ganhos c/ativos Finac (mesa de operações) 86.392.784,11 22. Dessa forma, concluise que não poderia o interessado se utilizar integralmente dos valores declarados na ficha 43, devendose observar os limites das receitas brutas acima indicadas, efetivamente levadas à tributação. 23. Procedeuse, portanto, ao ajuste dos valores de IRRF, informados na Ficha 43, confirmados pelo resumo das Dirf, fls. 30 a 37, e informes de rendimentos, fls. 57 a 59, passíveis de utilização na apuração do IRPJ/2003 a pagar, ou Saldo Negativo, segregandoos de acordo com o tipo de receita e limitandose o IRRF levado ao ajuste ao valor proporcional à receita oferecida à tributação, conforme o anteriormente exposto e demonstrado na tabela a seguir: ... 24. Levandose em consideração o valor de R$ 3.366.289,30 (três milhões, trezentos e sessenta e seis mil, duzentos e oitenta e nove reais e trinta centavos), já utilizados a título de IRRF para a redução do saldo a pagar relativo à estimativa de IRPJ/2003, PA dez/02, o valor a ser utilizado na linha 13, Ficha 12A é de R$ 13.197.979,84 (treze milhões, cento e noventa e sete mil, novecentos e setenta e nove reais e oitenta e quatro centavos). 25. Nesses termos, refizemos o demonstrativo de apuração do imposto de renda sobre o lucro real, a partir das informações prestadas pelo contribuinte na respectiva DIPJ, observados, ainda, os valores acima demonstrados, que foram objeto de confirmação: É importante registrar que em sede de recurso voluntário a contribuinte só traz argumentos relativos ao imposto de renda na fonte incidente sobre a parcela de Fl. 420DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 421 13 rendimentos de R$ 720.296,36, que teve como fonte pagadora a pessoa jurídica CHEMICAL TRUST S/A. Nessa linha, afirma que, ao contrário do alegado na decisão de primeira instância, referida receita foi oferecida à tributação, embora tenha sido contabilizada equivocadamente em conta distinta das que registram os ganhos com aplicação de renda fixa. Na peça impugnatória, a contribuinte assinalou: [...] 3.12. Como demonstrado acima, a Requerente, quando intimada a demonstrar a composição do valor das receitas financeiras oferecidas à tributação no período em comento, apresentou sua escrituração contábil, a qual apontava que havia auferido no anocalendário de 2002 os valores de R$ 122.744,16 e R$ 264.022,02 a título de receitas em operações de renda fixa; o que pôde ser constatado da análise do Razão Contábil das Contas 350201001003 Receita sobre Aplicação em CDB e 350304001003 Receita sobre Aplicação em CDB (docs. 05). 3.13. Por conta disso, o preposto fazendário responsável pela análise do presente feito admitiu que tais valores haviam sido oferecidos à tributação, concluindo que a Requerente possui o direito à dedução do IRRF incidente sobre tais receitas. 3.14. No entanto, não foram somente estas receitas decorrentes de aplicações de renda fixa que foram oferecidas à tributação, tendo em vista que ainda foi computado no lucro real do aludido anocalendário o rendimento declarado no Item 02 da Ficha 43 da DIPJ/2003, que teve como fonte pagadora a empresa CHEMICAL TRUST S/A (CNPJ n° 03.391.520/000160), no valor total de R$ 1.731.252,64, conforme se constata do exame do Informe de Rendimentos fornecido pela referida pessoa jurídica (doe. 06). 3.15. Ocorre que tal receita financeira foi equivocadamente contabilizada pela Requerente no seu Razão Contábil em conta diversa daquelas em que registra os ganhos com aplicações de renda fixa, e as quais foram devidamente apresentadas à fiscalização, qual seja a Conta "Ganhos c/Ativos Financeiros ", onde, a rigor, são registradas as receitas decorrentes de aplicações de renda variável. 3.16. Conforme se constata da análise do Razão Contábil da Conta 360113001001, na qual foram registrados os ganhos com operação de renda Variável no mês de janeiro/2002, houve o lançamento credor de R$ 720.296,36, com a descrição "Crédito Bancário Participação DPLS Chemical Trust R$ 45,281723 X 15.907 DPLS ConfDoc Teso 278829" (doc. 07). 3.17. Já no Razão Contábil da Conta 350203001009, onde foram contabilizados os ganhos com operação de renda variável nos meses de fevereiro a dezembro de 2002, verificase que foi registrado o lançamento credor de R$ 1.010.956,28, com o histórico "Crédito Bancário Recebimento Bruto Participação nos Lucros Chemical Trust Teso 300145'" (doc. 08). 3.18. Confrontando tais lançamentos contábeis, que somados alcançam a exata importância de R$ 1.731.252,64 com o Informe de Rendimento acima acostado (doc. 06), não restam dúvidas de que estes se referem às receitas financeiras auferidas em aplicações de renda fixa. 3.19. Deste modo, a despeito destas receitas terem sido erroneamente contabilizadas em contas utilizadas pela Requerente para efetuar lançamentos de rendimentos decorrentes de aplicações de renda variável, constatase que tais Fl. 421DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 422 14 rendimentos afetaram o resultado oferecido à tributação, pelo que a Requerente possui o direito de deduzir o IRRF incidente sobre eles. A decisão de primeiro grau, na parte em que se debruça sobre os rendimentos cuja fonte pagadora foi a empresa CHEMICAL TRUST S/A (R$ 1.731.252,64), registra: [...] Verificase que o fato de os rendimentos de aplicações de renda fixa declarados na Ficha 43 da DIPJ/2003, recebidos da CHEMICAL TRUST S/A, no valor de R$ 1.731.252,64, terem sido contabilizados em contas diversas daquelas que registram os ganhos com aplicações de renda fixa produziu os seguintes efeitos: 1) a parcela desses rendimentos, no montante de R$720.296,36, contabilizada na conta 360113001001 do Livro Razão "Ganhos c/Ativos Financeiros" (cópia fl. 141), efetivamente não foi oferecida a tributação, integrando o valor de R$146.832.897,15, declarado na linha 24 da Ficha 06 A, (fls. 60 e 61), pois a citada conta contábil não consta dos demonstrativos das receitas que compõem este valor (fls. 60 e 61). Também, não constam dos autos elementos que permitam verificar se os valores registrados na conta 360113001001 do Livro Razão foram levados ao resultado, integrando receitas oferecidas à tributação em outras rubricas da Ficha 6 A da DIPJ/2003 (fl. 14). Assim, deve permanecer a glosa do IRRF incidente sobre o valor de R$720.296,36, por estar em consonância com a legislação de regência; 2) a outra parcela, de R$1.010.956,28, foi contabilizada na Conta 350203001009 do Livro Razão "Ganhos c/Ativos Financ. (Mesa de Operações)", portanto, está englobada no montante de R$86.392.784,11, consignado no demonstrativo de composição do valor de R$146.832.897,15, como sendo receita financeira da referida conta contábil. Dessa forma, o IRRF incidente sobre a quantia de R$1.010.956,28 não foi objeto da glosa efetuada. Constatase também que a própria contribuinte afirma que no demonstrativo da composição das receitas financeiras indicadas na linha 24 da Ficha 06 A, no total de R$146.832.897,15, informou que as receitas financeiras registradas na conta 3502003001009 Ganhos C/Ativos Financ. (Mesa de Operações) alcançavam a quantia de R$86.392.784,11, que representa, na verdade, o saldo líquido da citada conta contábil, deduzido de algumas perdas equivocadamente ali registradas, e não o valor total auferido a título de ganhos com operações de renda variável, que importa em R$102.244.329,03, tal como declarado na Ficha 43 da DIPJ/2003. Isso só corrobora o entendimento de que a contribuinte realmente não ofereceu à tributação a totalidade das receitas financeiras auferidas em aplicações de renda variável e, conseqüentemente, de acordo com a disposição legal transcrita, não pode se beneficiar da dedução do IRRF proporcional à diferença não oferecida à tributação. Desta forma, fica integralmente mantida a glosa do IRRF sobre as receitas de aplicações financeiras, deduzido do Imposto de Renda incidente sobre o Lucro Real Anual do anocalendário de 2002, na proporção das receitas não oferecidas à tributação. Como dito, no Recurso Voluntário, relativamente ao imposto de renda retido na fonte, a contribuinte só traz alegações associadas ao valor de R$ 720.296,36, isto é, não contesta as razões pelas quais não foi acolhido o imposto na fonte incidente sobre a parcela de R$ 1.010.956,28, bem como não contesta os demais valores glosados, senão vejamos: Fl. 422DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 423 15 1. DOS FATOS [...] 2. DA NECESSIDADE DE SOBRESTAMENTO DO PRESENTE PROCESSO ADMINISTRATIVO. [...] 3. DA LISURA DA COMPENSAÇÃO REALIZADA PELA RECORRENTE [...] 4. DO IRRF INCIDENTE SOBRE RECEITAS AUFERIDAS EM OPERAÇÃO DE RENDA FIXA. 4.1. No que se refere às receitas decorrentes de aplicações de renda fixa, que teve como fonte pagadora a CHEMICAL TRUST S/A, no valor de R$ 1.731.252,64, a 2ª Turma de Julgamento da DRFB concluiu, equivocadamente, que a parcela desses rendimentos, no montante de R$720.296,36, contabilizada na conta 360113001001 do Livro Razão "Ganhos C/Ativos Financeiros " não tinha sido oferecida a tributação, por não ter integrado o valor de R$ 146.832.987,15, declarado na linha 24 da Ficha 06 A da DIPJ/2003. 4.2. O fato é que, ao contrário do quanto alegado pela aludida Turma de Julgamento da DRFB, tal receita foi oferecida sim à tributação; é o que restará demonstrado a seguir. 4.3. Conforme já exposto nos itens 3.14 a 3.16 da Manifestação de Inconformidade protocolizada nos autos do presente processo, tal receita financeira foi equivocadamente contabilizada pela Recorrente no seu Razão Contábil em conta diversa daquelas em que registra os ganhos com aplicação de renda fixa, qual seja a Conta "Ganhos c/ Ativos Financeiros ", onde a rigor, são registradas as receitas decorrentes de aplicação financeira de renda variável. 4.4. Da análise do Razão Contábil da Conta 360113001001, na qual foram registrados os ganhos com operação de renda variável no mês de janeiro de 2002, foram feitos dois lançamentos credores totalizando R$ 1.557.454,24, sendo um na quantia de R$ 873.157,88 e outro no valor de R$ 720.296,36 lançado com a descrição "Crédito Bancário Participação DPLS Chemical TrustR$ 45,281723 x 15.907DPLS ConfDoc Teso 278829" (Doc. 05), já anexado a esses autos como documento de n° 07 da manifestação de inconformidade. 4.5. Ocorre que no mês de maio de 2002, a Recorrente, visando à adaptação contábil das novas empresas incorporadas pela Recorrente, como foi o caso da OPP Petroquímica S.A., alterou o nome e a codificação do plano de contas, tendo, nesta oportunidade, transportado os saldos do plano antigo para o novo. 4.6. Foi exatamente o que ocorreu com a o saldo de R$ 1.557.454,24 da Conta 360113001001, que foi transportado para a conta 350203001009 — Ganho c/Ativos Financeiros (Mesa de Operações), conforme faz prova cópia do Razão Contábil em anexo (Doc. 06), também juntado anteriormente a esses autos como documento de n° 08 à manifestação outrora apresentada. 4.7. Assim é que, apesar de na composição dos 146.832.897,15 declarados na linha 24 da Ficha 06 A da DIPJ/2003 (Demonstração do Resultado), apresentada Fl. 423DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 424 16 pela ora Recorrente às fls 60 a 61 desses autos, não ter sido apontada a Conta Contábil 360113001001, o seu respectivo saldo estava compondo o saldo líquido dos R$ 86.392.784,11 da Conta 350203001009. 4.8. Dessa forma, a despeito de a receita de R$ 720.296,36 ter sido erroneamente contabilizada em conta utilizada pela Recorrente para efetuar lançamentos de rendimentos decorrentes de aplicação de renda variável, é incontestável que tal rendimento afetou sim o resultado oferecido à tributação. 4. DO PEDIDO [...] No que diz respeito ao montante que a Recorrente alega que ofereceu à tributação (R$ 720.296,36), o que se observa é que, no recurso, a alegação é a de que tal valor, antes contabilizado na conta 360113001001, foi, em período posterior (maio de 2002, para ser mais preciso), transportado para a conta 350203001009. Ora, o saldo desta conta (R$ 86.392.784,11) foi devidamente considerado para fins de determinação do total de imposto de renda retido na fonte passível de compensação, de modo que, aqui, aplicase o mesmo fundamento utilizado pela decisão de primeira instância para não acolher o argumento de que o valor de R$ 1.010.956,28 foi tributado, pois, se a parcela em referência (R$ 720.296,36) foi contabilizada na conta 350203001009, ela está contida no montante de R$ 86.392.784,11, considerado no demonstrativo das receitas tidas como tributadas, e, portanto, não foi objeto de glosa. Assim, considerado tudo que do processo consta, conduzo meu voto de sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para reconhecer o direito creditório no montante de R$ 13.197.979,84, conforme demonstrativo abaixo. FICHA 12A CÁLCULO DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO REAL (valores em reais) À ALÍQUOTA DE 15% 41.662.331,20 ADICIONAL 27.750.887,47 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR 634.046,05 ISENÇÃO E REDUÇÃO DO IMPOSTO 4.857.768,32 IMPOSTO DE RENDA RETIDA NA FONTE 13.197.979,84 IMPOSTO DE RENDA MENSAL PAGO POR ESTIMATIVA 63.921.404,30 IMPOSTO DE RENDA A PAGAR (13.197.979,84) “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Fl. 424DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 13502.000564/200637 Acórdão n.º 1301001.849 S1C3T1 Fl. 425 17 Fl. 425DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 17/1 2/2015 por WILSON FERNANDES GUIMARAES
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Numero do processo: 10805.900855/2008-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003 Ementa: RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS Os créditos líquidos e certos são passíveis de restituição/compensação, nos termos do que dispõe o art. 170 do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário provido
Numero da decisão: 3201-001.975
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/06/2003 a 30/06/2003 Ementa: RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS Os créditos líquidos e certos são passíveis de restituição/compensação, nos termos do que dispõe o art. 170 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Trata-se de Declaração de Compensação (Dcomp) com aproveitamento de suposto pagamento a maior. A Delegacia da Receita Federal emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação, tendo em vista que o pagamento apontado Fl. 122DF CARF MF Impresso em 29/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 como origem do direito creditório estaria integralmente utilizado na quitação de débito do contribuinte. A interessada foi cientificada e apresentou manifestação de inconformidade, a qual a DRJ julgou improcedente, nas seguintes palavras: A não homologação da DCOMP em tela decorreu do fato de o DARF indicado na DCOMP como origem de crédito aproveitado na compensação ter sido integralmente utilizado na quitação de débitos informados pela própria contribuinte. O ato combatido aponta como causa da não homologação o fato de que, embora localizado o pagamento apontado na DCOMP como origem de crédito, o valor correspondente fora utilizado para a extinção anterior de débito confessado pela interessada. Assim, o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia. Por conseguinte, não havia saldo disponível (é dizer, não havia crédito líquido e certo) para suportar uma nova extinção, desta vez por meio de compensação. Decorre disso que o Despacho Decisório foi emitido corretamente, já que baseado nas informações disponíveis para a Administração Tributária. Alega a interessada que a referida declaração de compensação se deu pelo motivo de ter recolhido o PIS pelo regime não-cumulativo, sendo que a Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, excluiu as cooperativas desse regime, incluindo no regime cumulativo, com efeitos a partir de 01/02/2003. Devido a isso, apresentou DCTF retificadora. Porém afirma a DRJ que esse fato, não implica, por si só, que os valores recolhidos seriam indevidos. Confira-se: Entretanto, o fato de ter recolhido o PIS pelo regime não- cumulativo, quando o correto seria pelo regime cumulativo, de forma alguma implica, por si só, que os valores recolhidos seriam indevidos. Com efeito, nada impede que os valores devidos a título de PIS pelo regime não cumulativo sejam inferiores aos devidos segundo o regime cumulativo, pois, mesmo que a alíquota se já superior no primeiro caso, existe a possibilidade de dedução de créditos, o que pode sim fazer com que o valor recolhidos e já menor do que o realmente devido. Assim, o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação declarada não existia. Por conseguinte, não havia saldo disponível (é dizer, não havia crédito líquido e certo) para suportar uma nova extinção, desta vez por meio de compensação. Decorre disso que o Despacho Decisório foi emitido corretamente, já que baseado nas informações disponíveis para a Administração Tributária. Por sua vez, a DCTF retificadora foi apresentada após a ciência do despacho decisório, não tendo igualmente o condão de fazer nascer o direito de crédito e de comprometer a decisão que não homologou a declaração de compensação. Por fim, na ótica da DRJ, o impugnante tem que demonstrar a certeza e liquidez do crédito com que pretendeu extinguir a obrigação tributária, através da declaração de Fl. 123DF CARF MF Impresso em 29/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10805.900855/2008-96 Acórdão n.º 3201-001.975 S3-C2T1 Fl. 2 3 compensação, conforme art. 147 do CTN, fato que não ocorreu no caso narrado. Logo o direito creditório não pode ser admitido. Confira-se: Observe-se que o chamado ônus da prova é da contribuinte no que tange a existência e regularidade do crédito com que pretendeu extinguir a obrigação tributária. Com efeito, ao declarar à Autoridade Tributária que dispunha de crédito capaz de extinguir um débito, o contribuinte assume a incumbência de demonstrar sua liquidez e certeza quando do exame administrativo. Como visto, a disponibilidade do crédito não existia na faze em que aconteceu a conferência eletrônica da compensação e sua liquidez e certeza não foi demonstrada nesta fazer de contestação do despacho resultante. Concluindo, faltando aos autos a comprovação da existência de pagamento indevido ou a maior, o direito creditório não pode ser admitido e a compensação que dele se aproveita não pode ser homologada. Cientificado do acórdão, acima destacado, a recorrente apresentou recurso voluntário, afirmando que: a) houve a demonstração, por documentos, da existência do crédito e do valor da compensação pleiteada, conforme Anexo I; b) os referidos documentos demonstram seu direito ao crédito; c) apresentou DCTF retificadora, embora essa retificação tenha ocorrido após a identificação do erro por parte do Fisco. Iniciado o julgamento do recurso voluntário, nossa Turma, por unanimidade, decidiu converter o julgamento em diligência, nos seguintes termos: Todavia, entendo que essa não é a solução mais adequada ao caso concreto, uma vez que, diante da apresentação da DCTF retificadora, impende que esta seja analisada para verificar se procede ou não o crédito utilizado na compensação de tributo. Ante o exposto, CONVERTO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a unidade preparadora certifique o quantum representaria o crédito da recorrente, com base na documentação existente nos autos, intimando a contribuinte para apresentar dados adicionais, se necessário. Cumprindo-se ao determinado na Resolução, foi elaborado Relatório Fiscal e, em seguida, os autos retornaram ao CARF para julgamento. Contudo, a Turma enviá-los mais uma vez à unidade de origem, a fim de que a Recorrente fosse cientificada do Relatório Fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 29/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente pleiteou a compensação de débito seu com crédito decorrente de pagamento a maior de PIS. A unidade de origem indeferiu o pleito, ao fundamento de que o alegado crédito estava vinculado à quitação de outra obrigação devida pela Recorrente, que, no entanto, em sua manifestação de inconformidade, sustentou que o pagamento a maior resultou do fato de a cooperativa ter recolhido a contribuição sob regime de apuração não cumulativo, quando deveria tê-la recolhido na sistemática cumulativa. A DRJ não acolheu as razões de defesa, ao fundamento de que a DCTF retificadora foi apresentada após a ciência do despacho decisório. Assentou, ainda, que o erro de aplicação do regime de apuração não comprovaria o pagamento a maior, cabendo ao contribuinte o ônus de prová-lo. No recurso voluntário, a Recorrente juntou comprovantes da origem do pagamento a maior, em função da utilização equivocada do regime de apuração, nos quais informados dados coincidentes com os inseridos na DCTF retificadora. Em face dos argumentos encartados na primeira Resolução (a segunda destinou-se apenas a cientificar a Recorrente do teor do Relatório Fiscal), a Turma baixou os autos em diligência, para que a unidade de origem certificasse o valor do crédito, com base na documentação existente nos autos, intimando a Recorrente a apresentar dados adicionais, se necessário. No Relatório Fiscal de fls. 102/104, a autoridade diligenciadora conclui que o valor original do indébito tributário que a Recorrente teria direito a requerer a restituição e/ou compensação com débitos tributários próprios é de R$ 3.893,12 (três mil, oitocentos e noventa e três reais, e doze centavos), o mesmo pleiteado no PER/DCOMP. Solucionado o litígio, portanto. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 125DF CARF MF Impresso em 29/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 2/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Relatório Voto
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