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Numero do processo: 10665.003382/2008-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/1989 a 31/12/1995
COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL COISA JULGADA.
A sentença definitiva em ação judicial produz efeitos nos estritos termos em que foi passada, sendo passíveis de compensação, até o limite do direito creditório, os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar de liquidez e certeza.
DIREITO CREDITÓRIO. RECONHECIMENTO. ÔNUS DA PROVA.
Nos pedidos de restituição e compensação de tributos é do contribuinte o ônus de provar os fatos constitutivos do direito creditório pleiteado. Prescrição contida no artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, aplicado supletivamente ao PAF (Decreto No. 70.235/72).
O contribuinte deve demonstrar, clara e objetivamente, com base em provas, suas alegações de modo a evidenciar e corroborar o direito pretendido e não tentar transferir ao Fisco este ônus processual. Não cabe ao Fisco, e muito menos às instâncias julgadoras, suprir deficiências probatórias da parte autora.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-001.395
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilberto de Castro Moreira Júnior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Paulo Roberto Stocco Alves.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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COMPENSAÇÃO Recorrente SIDERÚRGICA ALTEROSA S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/1989 a 31/12/1995 COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL COISA JULGADA. A sentença definitiva em ação judicial produz efeitos nos estritos termos em que foi passada, sendo passíveis de compensação, até o limite do direito creditório, os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar de liquidez e certeza. DIREITO CREDITÓRIO. RECONHECIMENTO. ÔNUS DA PROVA. Nos pedidos de restituição e compensação de tributos é do contribuinte o ônus de provar os fatos constitutivos do direito creditório pleiteado. Prescrição contida no artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, aplicado supletivamente ao PAF (Decreto No. 70.235/72). O contribuinte deve demonstrar, clara e objetivamente, com base em provas, suas alegações de modo a evidenciar e corroborar o direito pretendido e não tentar transferir ao Fisco este ônus processual. 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Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Presidente substituto e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 33 82 /2 00 8- 29 Fl. 416DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 417 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilberto de Castro Moreira Júnior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Paulo Roberto Stocco Alves. Relatório O presente processo iniciouse com intimação efetuada pela autoridade fiscal da DRF – Divinópolis para fins de verificar a regularidade das compensações efetuadas em PER/DComp (vide relação à efls. 327/328), onde o contribuinte informou que o crédito a compensar originavase de valores recolhidos a título de PIS, com base nos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.449/88, julgados inconstitucionais, nos termos da Ação Judicial (processo nº 1998.38.000.362049) transitada em julgado em 13/06/2005. Para elucidar os fatos ocorridos transcrevese o relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Relatório A contribuinte aqui identificada transmitiu PER/Dcomp’s listados às fls. 327/328, informando que o crédito originase de Ação Judicial, na qual requereu a compensação de valores recolhidos a título de PIS, por determinação dos Decretos lei 2.445 e 2.449/88, considerados inconstitucionais pelo STF. O trânsito em julgado se deu em 13.06.2005. A DRF Divinópolis procedeu à valoração do crédito, emitindo Despacho Decisório de fls. 324/329, por intermédio do qual reconheceuse o direito creditório para a matriz no valor de R$147.027,06 e R$49.194,36 para a filial, em 31/12/95. Esclarece, ainda a DRF, que os valores acima foram atualizados até 02.12.05, data dos pedidos de habilitação dos créditos, apurandose os valores de R$439.229,31 para a matriz e R$ 146.963,65 para a filial, enquanto que a interessada apurou R$436.158,79 para a matriz (fl. 55) e R$121.643,62 para a filial (fl. 107). Aduz a DRF que “como se vê, os valores apurados neste trabalho são superiores aos apurados pela interessada. Contudo, embora a interessada tenha apurado valores inferiores, em homenagem ao principio da verdade material, devem prevalecer os valores apurados pelo fisco. Além disso, o valor informado no pedido de habilitação não vincula a decisão administrativa”. Por fim, após a elaboração de quadro onde constam as Dcomp’s transmitidas e respectivos valores, a DRF enfatiza que “houve equívoco da interessada na atualização do seu crédito pela Selic. Em função disso, conforme demonstrativos de compensação de fls. 315/317, emitidos por programa homologado pela SRF, o crédito não foi suficiente para homologar todas as compensações efetuadas, restando os saldos devedores demonstrados às fls. 318”. Irresignada com o deferimento parcial do seu pedido, do qual teve ciência em 05/12/2008 (fl. 338), a interessada apresenta, em 05/01/2009, a manifestação de inconformidade de fls. 340/350, com as argumentações abaixo sintetizadas: Óbvio então que toda a contribuição recolhida pela Recorrente, como expresso dos autos, foram procedidas em desacordo com o disposto na letra "b", do art. 3°, da Lei Complementar n° 7, de 07.09.70, com as alterações introduzidas pela Lei Complementar n° 17, de 12.12.73, salvo determinação de desconsiderar a decisão judicial transitada em julgado. Fl. 417DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 418 3 Não fosse o bastante, verificase dos quadros anexados decisão contra a qual adotada a presente manifestação de inconformidade, que os créditos não foram atualizados monetariamente, nem tampouco remunerados por juros equivalentes à SELIC da data dos pagamentos indevidos até a data do vencimento da obrigação tributária compensada, desconhecendose, para tanto, o comando imperativo decorrente de decisão judicial transitada em julgado, decisão essa que estabelece de forma clara, bem clara, que a atualização monetária deve incidir da data do recolhimento indevido até a compensação, pouco importando, no caso vertente, o contido em sede da Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR n° 08, de 27.06.97. De outra feita, não se sabe porque, desconhecido que à Requerente assegurado o direito de restituição, via compensação, dos indébitos, aos quais devido os acréscimos atinentes a juros na razão de 1,00% (hum por cento), por mês decorridos, contados do trânsito em julgado da decisão correspondente, como expresso da cópias integral dos autos da ação de procedimento ordinário adotada contra a União Federal, direito esse assegurado pelo disposto no parágrafo primeiro, do art. 167, do Código Tributário Nacional. Impõese, assim, a pronta revisão da decisão proferida para determinar a revisão dos cálculos procedidos em razão da citada informação, acrescendose, por revisão, juros na razão de 1,00% (hum por cento) a contar da data do trânsito em julgado da decisão que determinou a restituição via compensação, juros esses que, além de devidos independentemente do que assegurado por decisão judicial transitada em julgado, devem incidir até a data da efetiva compensação na medida em que expressa a norma decorrente de lei materialmente complementar e, assim, hierarquicamente superior às disposições de lei materialmente ordinárias. Não fosse o bastante, desconhece a decisão de fls., que as restituições devem levar em conta para fins de incidência de atualização monetária, as datas dos respectivos recolhimentos, impondose, assim, a incidência pro rata do respectivo índice, sob pena de reconhecer direito creditório por valor inferior ao efetivamente devido. Por sua vez, não pode deixar de ser verificado que as importâncias devidas à União Federal por contribuições devidas ao PIS Programa de Integração Social somente podem ser exigidas nos 5 (cinco) anos anteriores à formalização do Pedido de Restituição, via Compensação, uma vez que a Fazenda Nacional, que insistia na cobrança nos critérios afastados pela decisão Judicial transitada em Julgado, deixou de formalizar, via lançamentos, as exigências com base na legislação própria e em vigor. Deixando decorrer o prazo para tanto óbvio que decai do seu direito de assim proceder e, assim, não pode agora, em sede de Pedido de Restituição via Compensação creditarse por valores vencidos a mais de cinco anos, desconhecendo, para tanto, a legislação relativa à decadência, como de verse do disposto no art. 173, do Código Tributário Nacional. Em sequência, a interessada assinala que ao analisar os cálculos apresentados pela SRF, detectou erros materiais que contribuíram para não homologação das DCOMP's: 1 “Os cálculos apresentados pela SRF foram elaborados em duas etapas. Na primeira, na planilha intitulada DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE DÉBITOS, são apurados os valores devidos de PIS nos anos de 1988 a 1995 de acordo com os comandos sentenciais do processo judicial ajuizado pelo contribuinte, em seguida, na segunda etapa dos cálculos, foi elaborada a planilha DEMONSTRATIVO DE SALDOS E PAGAMENTOS, na qual foram confrontados os valores efetivamente recolhidos de PIS com o valor dos débitos da planilha Fl. 418DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 419 4 DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE DÉBITOS a fim de se encontrar o crédito passível de compensação pelo contribuinte. Nesta planilha também foram atualizados os referidos créditos. Apesar de na 1ª planilha, DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DOS DÉBITOS, a SRF iniciar os cálculos na data correta, qual seja, 1988, na planilha 2, DEMONSTRATIVO DE SALDOS E PAGAMENTOS, só iniciou em agosto de 1990 para matriz e setembro de 1991 para filial. Nestes termos, os débitos de PIS do período anterior ao inicio dos cálculos na planilha 2 não foi confrontado com os valores recolhidos pelo contribuinte no mesmo período, a fim de se apurar o crédito a ser compensado relativo a tal período. Assim, os cálculos apresentados pela SRF consignam créditos do contribuinte inferiores ao realmente devidos, pois contemplam período de cálculo menor do que o estabelecido pelos comandos sentenciais e próprio entendimento ofertado pela SRF à fls.2 do despacho decisório: ‘Direito Creditório Compensável: Pagamentos indevido do PIS, a partir de 17/09/1988, com base nos decretosleis nos. 2.445/88 e 2.449/88, que superou os valores devidos de acordo com a sistemática prevista pela Lei Complementar 07/70’ 2 – “Na planilha DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE DÉBITOS, como já explanado, são apurados os débitos de PIS na sistemática prevista pela Lei Complementar 07/70. Na referida planilha foi detectado que a SRF atualiza alguns débitos de PIS através da conversão dos valores devidos antes do vencimento por indexadores como BTNF ou UFIR. Podemos exemplificar esta sistemática utilizando o débito de PIS, de Cr$13.449.635,17, com vencimento em 24/02/1993, que foi convertido em 1.401,44 Ufir's em 01/02/1993 (Fls. 5 do DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE DÉBITOS). Não há justificativa para conversão em Ufir do valor em 01/02/1993 ao invés da data do vencimento do tributo que era em 24/02/1993. 0 valor devido de imposto devido em 24/02/1993 é Cr$13.449.635,17, entretanto o Fisco, ao converter este valor 24 dias antes do correto, com a variação da UFIR que na época era de 20% a 30%, corrige indevidamente o valor de Cr$13.449.635,17, reduzindo, assim, o valor do crédito do contribuinte. Se o débito fosse convertido para Ufir na data correta, qual seja, o vencimento do tributo, o valor do débito seria de 1152,12 Ufir's (UFIR cm 24/02 — 11.673,80) ou mais de 20% a menos do que apura o Fisco. Nos termos apresentados, incorretos os cálculos apresentados pela SRF, pois estes aumentam indevidamente o valor dos débitos de PIS calculados na sistemática da LC 07/70, o que resulta no menor direito creditório compensável pelo contribuinte. O aumento indevido dos débitos de PIS, como já explanado, se deu através da atualização indevida de tais débitos, com a conversão dos débitos para indexadores como BTNF e UFIR até dois meses antes do vencimento do referido imposto. Impõese, assim, a revisão integral da decisão contra a qual adotada a presente Manifestação de Inconformidade na medida em que: . a determinação do crédito reclama o integral atendimento do comando imperativo decorrente de decisão judicial transitada em julgado, em especial no que tange à Fl. 419DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 420 5 atualização monetária e juros remuneratórios, esses devidos a contar do trânsito em julgado da informada decisão judicial; . indevida a utilização do crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado para compensação de contribuição tidas como devidas ao PIS Programa de Integração Social, fulminadas pela decadência. Evidente assim que a decisão contra a qual adotado a presente MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE não guarda consonância para com o direito vigente, nem tampouco para com a decisão judicial transitada em julgado, cujo reconhecimento se impõe para, provendo a presente, restar determinado a revisão dos cálculos procedidos, ora pedido e requerido”. Ao analisar a manifestação de inconformidade e os elementos constantes nos autos, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belo Horizonte/MG concluiu por diligenciar junto à DRF Divinópolis, nos termos especificados na Resolução nº 1.472 de fls. 352/357, quanto a questões que dizem respeito aos cálculos procedidos na aferição do direito. Em atendimento, a DRF Divinópolis emitiu o Despacho de fls. 358/363, por intermédio do qual, a par de tratar as questões suscitadas relativamente às diferenças de cálculo, elaborou e anexou os Demonstrativos de fls. 364/368 no sentido de evidenciar as divergências entre o seu cálculo e o da interessada. Tomando ciência do resultado da diligência em 23/07/2012 (fl. 370), a interessada manifestouse, em 21/08/2012, às fls. 371/376, apresentando razões de inconformidade. É o relatório. A 1ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte proferiu o Acórdão nº 0240.560, em 24 de setembro de 2012 (efolhas nº 388/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/1989 a 31/12/1995 COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL COISA JULGADA. A sentença definitiva em ação judicial produz efeitos nos estritos termos em que foi passada, sendo passíveis de compensação, até o limite do direito creditório, os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar de liquidez e certeza. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A interessada regularmente cientificada do Acórdão proferido em 02/10/2012 (efolhas 397), interpôs Recurso Voluntário em 29/10/2012 (efls. 401/ss), onde repisa os argumentos trazidos na impugnação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. Fl. 420DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 421 6 O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Como visto, a questão posta no presente litígio referese aos cálculos relativos à atualização dos créditos de PIS, obtidos em ação judicial transitada em julgado, a serem compensados via PER/Dcomp’s. Aduz, também, a Recorrente que os valores indicados como devidos nas planilhas elaboradas pela RFB estariam fulminados pela decadência, uma vez que não foram declarados e nem constituídos por lançamento e, assim, não poderiam ser deduzidos do valor a ser restituído via compensação. Não assiste razão a Recorrente. Vejamos. Como bem destacou a decisão recorrida, o direito creditório da Recorrente restringese à diferença entre os valores recolhidos, com base nos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.449/88, e os apurados na forma da Lei Complementar nº 7/70 e não sobre tudo o que recolheu a título de PIS, conforme decidido na ação judicial. Tal conclusão decorre da própria sentença proferida pela Justiça Federal (efls. 146/147), verbis: Diante deste quadro, outra alternativa não resta senão acolher parcialmente o pedido formulado na petição inicial para declarar compensáveis os valores indevidamente recolhidos a titulo de PIS, na parte que exceda o valor devido com fulcro na Lei Complementar 7/70 e alterações posteriores, com aqueles devidos à conta das parcelas vincendas dos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, assegurado à autoridade administrativa a fiscalização e controle do procedimento da compensação. ) Assim sendo, tendo presentes as razões expostas e, pelo que mais dos autos constam, julgo parcialmente procedente o pedido formulado na petição inicial para declarar compensáveis os valores comprovadamente recolhidos a titulo de PIS, na parte que exceda o valor devido com fulcro na Lei Complementar 7/70 e alterações posteriores, depois de corrigidos monetariamente, desde a data de cada recolhimento indevido, pelos mesmos coeficientes utilizados pela União para a cobrança de seus créditos, acrescidos de juros de mora à taxa de um por cento, a contar da data de cada recolhimento indevido ((art. 39, parágrafo quarto, da Lei 9250, de 26/12/95), sem se cogitar, inclusive, da exclusão dos intitulados expurgos inflacionários, com aqueles devidos à conta das parcelas vincendas dos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, até se atingir o montante do indébito, observada a partir da vigência das Leis 9.032 e 9.129, de 1995, em cada competência, os limites percentuais por elas estabelecidos, para compensação, assegurado à autoridade administrativa a fiscalização e o controle do procedimento da compensação. Condeno a vencida ao pagamento dos honorários de advogado que arbitro em 5% sobre o valor do tributo devidamente atualizado. Custas, na forma da Lei (CPC, art. 20). Decorrido o prazo para recurso voluntário, com ou sem ele, subam os autos ao E. TRF/1 Região para reexame necessário. (grifei). Importante destacar, ainda, que a metodologia adotada para a atualização monetária definida na sentença acima transcrita foi reformada pelo TRF da 1ª Região, conforme ementa abaixo transcrita (efl. 148): CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO — PIS — DECRETOSLEIS N° 2.445/88 E N° 2.449/88: INCONSTITUCIONALIDADE (RE N° 148.7542/RJ) — DECADÊNCIA Fl. 421DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 422 7 DA RESTITUIÇÃO (PRECATÓRIO OU COMPENSAÇÃO): INOCORRENCIA — LIMITAÇÕES DAS LEIS N° 9.032/95 E N° 9.129/95: INAPLICABILIDADE . 1. As alterações introduzidas na sistemática da contribuição para o PIS pelos Decretosleis n°s 2.445/88 e 2.449/88 foram declaradas inconstitucionais pelo STF (RE n° 148.7542/RJ) e tiveram a sua execução suspensa pela Resolução do Senado Federal n°49, de 09 OUT 1995. 2. Suspensa a cobrança da exação pela Resolução do Senado Federal, o contribuinte tem, da data de sua publicação, o prazo de cinco anos para o ajuizamento da ação de repetição, por compensação ou precatório, de todos os valores indevidamente recolhidos, independentemente do período do recolhimento. 3. A compensação não pode ocorrer com a incidência dos limites percentuais impostos pelas Leis n° 9.032/95 e n° 9.129/95, eis que aplicáveis apenas na esfera das contribuições devidas ao INSS (Precedente: AC n°2000.01.00.1195167, TRF1, T3, un., DJ 28 JUN 2002, p. 94). 4. Valores corrigidos desde o indevido recolhimento (SUMULA n° 162/STJ) com inclusão dos expurgos inflacionários havidos no período dos recolhimentos, nos índices proclamados pelo STJ: AGA n° 318.515/PR (DJ 25/02/2002) c/c SUMULA n° 252 [...42,72% (IPC) quanto às perdas de janeiro de 1989 e 44,80% (IPC) quanto às de abril de 1990...18,02% (LBC) quanto às perdas de junho de 1987, de 5,38% (BTN) para maio de 1990 e 7,00% (TR) para fevereiro de 1991_1 até 31 DEZ 1995. A partir de JAN 1996, incidindo apenas a taxa SELIC (que substitui juros de mora e correção monetária), consoante jurisprudência do STJ (REsp 6° 322.297/PR, DJ 02/09/2002; REsp n° 397.893/RJ, DJ 01/07/2002). 5. Na compensação não há incidência de juros moratórios, porque é iniciativa exclusiva do contribuinte, ainda que sujeita à homologação da Administração Tributária. 6. Agravo retido não provido. Remessa oficial e apelações providas, em parte. 7. Pegas liberadas pelo Relator em 11/03/2003 para publicação do acórdão. Deste modo, claro está que a Recorrente tem direito a restituir os valores indevidamente recolhidos a título de PIS (com base nos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.449/88), na parte excedente ao valor devido com fulcro na Lei Complementar nº 7/70, conforme definido na sentença judicial. Por conseguinte, a autoridade fiscal não está fazendo a “cobrança” de valores não lançados ou não declarados, como alega a Recorrente, ao argumentar que a RFB não poderia deduzir da compensação os valores do PIS calculados com base na LC nº 7/70, pois estariam “fulminados pela decadência”. Destarte, deve ser mantida a decisão recorrida, no que asseverou não haver necessidade do lançamento pela requerente. E não poderia ser diferente: a RFB nada mais está fazendo que dar o devido cumprimento ao que foi decidido pelo Poder Judiciário. E nesse diapasão, calculou o indébito somando os recolhimentos efetuados sob a égide dos Decretos Lei nº 2.445/88 e 2.449/88 e subtraiu os valores de PIS devidos nos termos da LC nº 7/70. Portanto, descabe cogitar da decadência contra o Fisco. No tocante aos cálculos relativos à atualização dos créditos, a Recorrente argumenta que “os créditos não foram atualizados monetariamente, nem tampouco remunerados por juros equivalentes à SELIC....” e também que deveriam incluir “juros na razão de 1,00% a contar da data do trânsito em julgado da decisão que determinou aa Fl. 422DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 423 8 restituição via compensação, juros esses que, além de devidos independentemente de que assegurado por decisão judicial transitada em julgado, ...). Não há, também, como acolher esses argumentos da interessada. A atualização monetária foi realizada pela autoridade fiscal, conforme consta do Despacho Decisório (Demonstrativo de Saldos de Pagamentos – efls. 305/314 e Demonstrativo de Compensação – efls. 315/317) e, posteriormente, revisada a pedido da DRJ – Belo Horizonte, quando baixou os autos em diligência (vide Resolução nº 1.472 – fls. 352/357 e Despacho de fls. 358/363). A autoridade fiscal efetuou os cálculos dos valores a restituir, devidamente corrigidos, utilizando os seguintes critérios (vide efl. 325): • Direito creditório compensável: Pagamentos indevido do PIS, a partir de 17/09/1988, com base nos decretosleis nos 2.445/88 e 2.449/88, que superou os valores devidos de acordo com a sistemática prevista pela Lei Complementar n° 7/70; • Correção monetária: Mesmos coeficientes utilizados pela União para correção dos seus créditos, incluídos os expurgos inflacionários de jan/89 (42,72%), abr/90 (44,80%), maio/90 (5,38%) e fev/91 (7%); • Juros Selic a partir de 01/96 Verificase, ainda, que consta do despacho decisório a metodologia utilizada para a indexação dos débitos levada a efeito na apuração do crédito da interessada, a legislação de referência e, ainda, para maior clareza, apresenta quadro contendo os dispositivos legais com os seus respectivos períodos de vigência (vide efls. 327/328; 208/232). Por sua vez, a Recorrente não explicita o motivo pelo qual afirma que os seus créditos não foram corretamente atualizados pela autoridade fiscal, nem tampouco qual foi a metodologia utilizada para atualização de seus créditos quando da transmissão das DComps’s. Nada também explicita em sua manifestação de inconformidade ou no recurso apresentado, quanto aos critérios para atualização dos créditos. Quanto ao pleito de fazer incidir os juros de 1% sobre os valores a restituir, não cabe razão à interessada, uma vez que o acórdão do TRF da 1ª Região, que reformou a sentença de primeira instância, foi peremptório ao decidir pelo seu não cabimento. Por fim, é de concluirse que compulsando os autos verificase não existir qualquer elemento probante apresentado pela Recorrente capaz de demonstrar a existência dos supostos erros ou irregularidades na atualização monetária efetuada pela autoridade fiscal, relacionados aos créditos a restituir/compensar. A Recorrente faz extensa explanação quanto a matérias diversas, entretanto, não apresenta sequer um elemento probante para demonstrar concretamente a necessidade da revisão dos cálculos efetuados. Em nosso ordenamento jurídico, como prescreve o artigo 333, do CPC – Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao processo administrativo tributário, o ônus da prova incumbe ao autor quanto à existência de fato constitutivo de seu direito. Este Fl. 423DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10665.003382/200829 Acórdão n.º 3202001.395 S3C2T2 Fl. 424 9 artigo estabeleceu um regramento, destinado ao julgador, possibilitando que possa tomar uma decisão em desfavor daquela parte que não desempenhou bem a sua função de provar. Em reforço a este dispositivo, o artigo 396 do CPC impõe a exigência da devida instrução do pedido, verbis: Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provarlhe as alegações. No mesmo sentido, o artigo 28 do Decreto nº 7.574/2011 (que regulamenta o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União) informa caber ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. A Recorrente deveria comprovar suas alegações, de modo a evidenciar e corroborar o direito pretendido e não tentar transferir ao Fisco o dever de comprovar as suas alegações (da Recorrente). Atribuir ao Fisco este dever é subverter as atribuições das partes na relação processual. Não cabe ao Fisco, e muito menos às instâncias julgadoras, suprir deficiências probatórias da parte/autora. Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 424DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 01/12/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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Numero do processo: 13656.900516/2010-73
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1801-000.347
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento na realização de diligências, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento na realização de diligências, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. RELATÓRIO A empresa recorre do Acórdão nº 0941.232/12 exarado pela Primeira Turma de Julgamento da DRJ em Juiz de Fora/MG, efls. 54 a 59, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pela contribuinte, bem como decidiu não homologar as pertinentes compensações deste crédito com débitos tributários, formalizados nos Per/Dcomp (pedidos de restituição e declaração de compensação) objetos destes autos. Aproveito trechos do relatório e voto do aresto vergastado para historiar os fatos: “Por meio do Despacho Decisório emitido pela DRF/PCS/MG, n° Rastreamento 863950865, de 7 de junho de 2010, foi assim decidido: [...] RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 56 .9 00 51 6/ 20 10 -7 3 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13656.900516/201073 Resolução nº 1801000.347 S1TE01 Fl. 3 2 Valor do saldo negativo disponível: R$ 104.929,80 O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual: HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP: 28295.02586.300307.1.7.028843 NAO HOMOLOGO a compensação declarada no(s) seguinte(s) PER/DCOMP: 24717.92817.300307.1.3.027403 18003.42033.300407.1.3.020103 Inconformada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, nos seguintes termos: 1. Conforme se infere da linha 19 do anexo relativo à ficha 12A da DIPJ 2006, anocalendário 2005, a arguente apurou credito de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, no valor de R$ 621.061,99. 2. Sendo detentora desse crédito líquido e certo de R$ 621.061,99, minimizado para R$ 621.061,98, a arguente, como lhe era lícito, na forma da legislação vigente, compensou, em 30/3/2006, no contexto do PER/DCOMP n.° 39945.55581.300306.1.7.020062 (cópia anexa), e em sede retificadora, débito de IRPJ, no valor de R$ 197.222,88, de janeiro de 2006; remanescendolhe, pois, um crédito de R$ 425.791,80, após inclusão de juros legais de R$ 1.952,70. 3. No mesmo diapasão, em 31/3/2006, a arguente compensou, no âmbito do PER/DCOMP n.° 36150.33426.3103061.3.02.7497 (cópia anexa), débito de IRPJ, no valor de R$ 173.421,93, de fevereiro de 2006; ficandolhe, portanto, um crédito de R$ 254.086,92, depois de incluídos juros legais de R$ 1.717,05. 4. Ainda, em 28/4/2006, na seara do PER/DCOMP n.° 39670.02719.280406.1.3.023423 (cópia inclusa), a arguente compensou débito de IRPJ, no valor de R$ 200.616,33, de março de 2006; sobrandolhe, por conseguinte, um crédito de R$ 55.456,89, após acrescentados juros legais finais de R$ 1.986,30. 5. Finalmente, em 31/5/2006, por meio do PER/DCOMP n.° 36748.46456.310506.1.3.027010 (cópia anexa), a argunente compensou débito de IRPJ, no valor de R$ 56.011,46, de abril de 2006; nada lhe restando, depois do cômputo de juros legais sobre o saldo anterior, de R$ 554,57. 6. Diante disso, foi com incredulidade que arguente recebeu, em dia 16/6/2010, o despacho decisório proferido no feito em tela, que se baseia em análise interna de crédito realizada, data máxima vênia , dando conta da glosa de crédito no valor de R$ 287.040,60, a implicar ter sido ignorada, na análise do crédito, parte substancial da importância, que é incontendível, apontado na predita linha 19 da ficha 12A da DIPJ 2006, anocalendário 2005. 7. Assim, temse desafeiçoarse à razão o rechaço, pela DRF, de parte das compensações validamente promovidas pela arguente, porquanto levadas a cabo não apenas de maneira consentânea com o direito vigente mas, sobretudo, com esteio em crédito concreto e real, precedente aos débitos atinentes às compensações indevidamente recusadas. 8. Nesse contexto, imperiosa a modificação da decisão denegatória proferida no processo aludido no intróito, com vistas à homologação, enfim, da totalidade das escorreitas compensações em foco. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13656.900516/201073 Resolução nº 1801000.347 S1TE01 Fl. 4 3 9. Posto isso, requer a peticionária seja não apenas conhecida esta oportuna manifestação de inconformidade, com a imediata determinação da suspensão da exigibilidade do crédito tributário cuja cobrança se colima, na forma cristalina do §11 do artigo 74 da Lei n.° 9.430/96, mas, precipuamente, após minudente verificação dos documentos que instruem a presente, provida, alfim, esta irresignação, homologandose totalmente as compensações glosadas, porque corretamente realizadas, de maneira a evitar se concretize intolerável ilicitude em desproveito dos legítimos direitos e interesses tributários e financeiros da agora manifestante. 10. Nesses termos, pedindo a junta desta aos autos, com os documentos que ainstruem, em número de 25 (vinte e cinco), espera deferimento. VOTO [...] Consoante se verifica da peça de defesa apresentada, transcrita no Relatório supra, a manifestante se limita a afirmar que possui o crédito solicitado, tudo com base em sua DIPJ/2007, anocalendário 2006, corrijase. A par disso, de acordo com o documento intitulado Análise das Parcelas de Crédito, anexo ao Despacho Decisório, o direito creditório solicitado não fora integralmente reconhecido à solicitante em razão da não confirmação e/ou confirmação apenas parcial das seguintes parcelas de composição do crédito: Período de Apuração da estimativa compensada N° do Processo / N° da Dcomp Valor da Estimativa compensada PER/Dcomp Valor Confirmado Valor não Confirmado Justificativa MAR/2006 39670.02719.280406.1.3.023423 200.616,33 37.047,34 163.568,99 Compensação confirmada parcialmente ABR/2006 36748.46456.310506.1.3.027010 117.456,94 0,00 117.456,94 DCOMP não homologada MAI/2006 22821.98977.300606.1.3.046680 4.700,52 0,00 4.700,52 DCOMP não homologada Total 322.773,79 37.047,34 285.726,45 De uma análise dos dados constantes dos sistemas informatizados da Receita Federal, podese verificar que: 1 a estimativa mensal IRPJ apurada, período de apuração MAR/2006, débito apurado no valor de R$ 200.616,33, foi parcialmente extinta por compensação, restando saldo devedor em aberto no valor de R$ 163.568,99 (processo n° 13656.900220/201052 julgado por esta 1a Turma DRF/JFA, nesta mesma data, Acórdão n° 41.231, MI Improcedente). No PER/Dcomp n° 39670.02719.280406.1.302 3423, a compensação declarada fora parcialmente homologada por insuficiência de crédito para tanto. Em razão disso, a parcela não confirmada, R$ 163.568,99, não pode compor a apuração do IRPJ ao final do período; 2 a estimativa mensal IRPJ apurada, período de apuração ABR/2006, débito apurado no valor de R$ 187.419,98, também foi parcialmente extinta, restando saldo devedor em aberto no valor de R$ 117.456,94. Registrese, de início, que parte do Fl. 131DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13656.900516/201073 Resolução nº 1801000.347 S1TE01 Fl. 5 4 débito fora extinto por pagamento, n° 2623118681, DARF recolhido no valor total de R$ 74.458,76 (R$ 69.804,78 a título de principal, com valor disponível de R$ 4.653,98). O restante do débito, R$ 117.456,94, foi declarado em duas compensações, a saber: • no PER/Dcomp n° 36748.46456.310506.1.3.027010 foi declarada a compensação de R$ 56.011,46, que não foi homologada por insuficiência de crédito para tanto (processo n° 13656.900220/201052 julgado por esta 1a Turma DRF/JFA, nesta mesma data, Acórdão n° 41.231, MI Improcedente); • no PER/Dcomp n° 09628.78105.310506.1.3.033276, foi declarada a compensação de R$ 61.445,48, que não foi homologada por insuficiência de crédito para tanto (processo n° 13656.900058/200858, com situação enviado para a PFN); Em razão disso, a parcela não confirmada, R$ 117.456,94, não pode compor a apuração do IRPJ ao final do período; 3 a estimativa mensal IRPJ apurada, período de apuração MAI/2006, débito apurado no valor de R$ 155.120,50, também foi parcialmente extinta, restando saldo devedor em aberto no valor de R$ 4.700,52. Registrese que parte do débito fora extinto por pagamento, n° 2709845541, DARF recolhido no valor total de R$ 150.419,98. O restante do débito, R$ 4.700,52, fora declarado em compensação, PER/Dcomp n° 22821.98977.300606.1.3.046680, não homologada, em virtude de tratar se o crédito de pagamento a título de estimativa mensal de PJ tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do IRPJ devido ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo do período porventura apurado (processo n° 13656.900614/200977). Contra a decisão exarada, não foi apresentada manifestação de inconformidade. Em razão disso, a parcela não confirmada, R$ 4.700,52, não pode compor a apuração do IRPJ ao final do período. Sobre a situação fática supra evidenciada, esclareçase à manifestante que a exegese levada a efeito, no sentido de não poder o débito de estimativa CSLL proveniente de compensação não homologada compor o saldo negativo do período, justificase precisamente no fato da não homologação de compensação de débito(s) oriundos de estimativa(s) tornar o respectivo saldo negativo ilíquido e incerto, porquanto este irá possuir em sua composição valores que até então não deram entrada nos cofres públicos. [...] Ora, homologação parcial/não homologação dos débitos de estimativa IRPJ, março, abril e maio de 2006, os respectivos valores ficaram em aberto, configurando saldo devedor (ainda que sua exigibilidade esteja suspensa). Consequentemente, o valor do saldo negativo/direito creditório apurado/pleiteado passou a ser inferior àquele informado no PER/DCOMP sob análise e na DIPJ respectiva. [...] Por todo exposto, encaminho meu voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, para assim manter o Despacho Decisório sob análise nos exatos termos em que foi proferido.” (grifos não pertencem ao original) Fl. 132DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13656.900516/201073 Resolução nº 1801000.347 S1TE01 Fl. 6 5 A empresa interpôs tempestivamente1 o Recurso de efls. 107 a 110, reiterando os termos da defesa exordial e requer que as estimativas objetos de outros Per/Dcomp, cujas compensações não foram homologadas e, por conseguinte, estão sendo consideradas não quitadas, sejam assim mesmo consideradas no Saldo Negativo de IRPJ por terem sido confessadas em Per/Dcomp, e cita a Solução de Consulta Interna (SCI) COSIT nº 18/2006. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. VOTO Conselheira Ana de Barros Fernandes Wipprich, Relatora Conheço do Recurso Voluntário, por tempestivo. Os Per/Dcomp objetos do presente litígio não foram integralmente deferidos pelas autoridades, administrativa e de julgamento, a quo em vista de não restarem comprovados os recolhimentos integrais das estimativas de IRPJ de março, abril e maio do anocalendário de 2006, que comporiam o Saldo Negativo de IRPJ informado pela contribuinte na DIPJ/07. A Turma Julgadora de Primeira Instância esclarece que parte destas estimativas não foram quitadas em virtude do indeferimento do pleito inserido no processo administrativo nº 13656.900220/201052 que foi objeto de Resolução determinada por esta Turma Julgadora nesta mesma sessão. Na referida Resolução restou deliberado, em síntese: “Em consulta ao sistema eprocesso realizada em 15 de setembro do corrente ano verifico que os dois processos2 estão aguardando distribuição para julgamento. Ao analisar os autos, entendo que impõese, pois, decidir sobre matéria prejudicial de natureza processual. [...] Apesar de os processos (aqueles e este) não tratarem exatamente do mesmo crédito tributário, flagrante é a continência entre eles, pois as estimativas que estão sendo discutidas naqueles acima referenciados compõem, sem dúvida, o saldo negativo ora requerido. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Ricarf (Portaria MF nº 256/09), em seu artigo 6º e 49, § 7º, do Anexo II, dispõem: Art. 6° Verificada a existência de processos pendentes de julgamento, nos quais os lançamentos tenham sido efetuados com base nos mesmos fatos, inclusive no caso de sujeitos passivos distintos, os processos poderão ser distribuídos para julgamento na Câmara para a qual houver sido distribuído o primeiro processo. Parágrafo único. Os processos referidos no caput serão julgados com observância do rito previsto neste Regimento. 1 AR – 24/09/12, efls. 77; Recurso – 24/10/12, efls. 107 2 19991.000307/200889 e 17248.000015/200914 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13656.900516/201073 Resolução nº 1801000.347 S1TE01 Fl. 7 6 [...] Art. 49. Os processos recebidos pelas Câmaras serão sorteados aos conselheiros. [...] § 7° Os processos que retornarem de diligência, os com embargos de declaração opostos e os conexos, decorrentes ou reflexos serão distribuídos ao mesmo relator, independentemente de sorteio, ressalvados os embargos de declaração opostos, em que o relator não mais pertença ao colegiado, que serão apreciados pela turma de origem, com designação de relator ad hoc. (grifos não pertencem ao original) É competência regimental do Serviço de Controle de Julgamento (Secoj) a distribuição de processos, dentro do órgão – artigo 20, inciso III, Anexo I: Art. 20. Ao Serviço de Controle de Julgamento (Secoj) compete: (...) III distribuir e movimentar os processos administrativos fiscais para as Seções e Câmaras; Destarte, deve o Secoj proceder à remessa dos processos administrativos nºs 19991.000307/200889 e 17248.000015/200914, devidamente digitalizados, a esta Conselheira, para que se possa proceder à apreciação e votação conjunta com o presente litígio, por flagrantemente interligados seus objetos. Na oportunidade, este deverá ser remetido de igual forma a esta Conselheira. Pelas mesmas razões de decidir o processo administrativo nº 13656.900220/201052, ou seja, em razão da flagrante continência3 instaurada entre o julgamento deste processo e o do ora referenciado, voto em sobrestar o julgamento deste litígio para que seja realizado em concomitância com os processos administrativos nºs: 13656.900220/201052 19991.000307/200889 17248.000015/200914 3 O Decreto nº 70.235/72, que disciplina o processo administrativo fiscal (PAF), não tratou da conexão ou da continência processual, pelo que o Código de Processo Civil deve ser invocado de forma subsidiária. Assim dispõem os artigos que disciplinam a matéria: Código de Processo Civil CPC Art.102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificarse pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Art.103. Reputamse conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. Art.104. Dáse a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art.105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente [...]. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13656.900516/201073 Resolução nº 1801000.347 S1TE01 Fl. 8 7 Este processo ficará em situação de sobrestamento, pois, até o envio dos outros processos a esta Conselheira Relatora pelo Secoj, Setor de Controle de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Fl. 135DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 01/10/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 16024.000237/2008-18
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2003
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS.
A Súmula Vinculante n° 8, do Supremo Tribunal Federal, implicou na declaração de inconstitucionalidade do art. 45 e da Lei n° 8.212, de 1991, que fixava em 10 (dez) anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais.
Por força do art. 62-A do RICARF, este Conselho deve aplicar o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em regime de Recurso Repetitivo (art. 543-C do CPC). Entende o STJ que o lançamento por homologação, previsto no art. 150, §§ 1º e 4º, do CTN, apenas se aperfeiçoa com o adiantamento do pagamento (REsp 973.733, DJ 18/09/2009). Na ausência de pagamento, na~o se caracteriza o lançamento por homologação, devendo-se aplicar o a regra de decadência do art. 173 do CTN, de maneira que o prazo de cinco anos apenas começa a ser contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte.
LANÇAMENTO. PROVA.
A constituição do crédito tributário pode ser realizada a partir de informações prestadas pelo contribuinte, seja em planilhas, seja em pedido de parcelamento. A partir deste momento, não basta ao contribuinte alegar que os dados que ele mesmo informou estariam errados e com isso reclamar pela necessidade de fiscalização, sendo seu dever demonstrar especificamente o erro, indicando qual seria a apuração correta do tributo, apresentando as provas pertinentes.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. COMPETÊNCIA. SÚMULAS CARF Nº 2 E 4. A aplicação da taxa Selic para a atualização do crédito tributário é determinada em Lei, devendo a Administração Tributária observá-la, aplicando o referido índice (Súmula CARF nº 4). O órgão julgador administrativo não pode afastar a aplicação de dispositivo de lei em plena vigência, ao argumento de inconstitucionalidade (Súmula CARF nº 2), pois apenas o Poder Judiciário recebeu competência constitucional para declarar a inconstitucionalidade de lei.
MULTA DE OFI´CIO. EFEITO DE CONFISCO. RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, LEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. A multa de ofi´cio tem natureza punitiva, motivo pelo qual na~o se lhe aplica o princi´pio do na~o confisco previsto no art. 150, VI, da Constituição, que se refere exclusivamente a tributos. Arguir o princípio constitucional do não confisco, da razoabilidade, da proporcionalidade ou da legalidade para afastar a aplicação do dispositivo de lei que determinada a aplicação da multa de ofício envolveria inequívoco juízo de inconstitucionalidade da Lei, que está fora do âmbito de competência deste Conselho, conforme entendimento consolidado na Súmula CARF nº 2.
Recurso de ofício e voluntário negados.
Numero da decisão: 3403-003.298
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Ivan Allegretti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: IVAN ALLEGRETTI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2003 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. A Súmula Vinculante n° 8, do Supremo Tribunal Federal, implicou na declaração de inconstitucionalidade do art. 45 e da Lei n° 8.212, de 1991, que fixava em 10 (dez) anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais. Por força do art. 62-A do RICARF, este Conselho deve aplicar o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em regime de Recurso Repetitivo (art. 543-C do CPC). Entende o STJ que o lançamento por homologação, previsto no art. 150, §§ 1º e 4º, do CTN, apenas se aperfeiçoa com o adiantamento do pagamento (REsp 973.733, DJ 18/09/2009). Na ausência de pagamento, na~o se caracteriza o lançamento por homologação, devendo-se aplicar o a regra de decadência do art. 173 do CTN, de maneira que o prazo de cinco anos apenas começa a ser contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte. LANÇAMENTO. PROVA. A constituição do crédito tributário pode ser realizada a partir de informações prestadas pelo contribuinte, seja em planilhas, seja em pedido de parcelamento. A partir deste momento, não basta ao contribuinte alegar que os dados que ele mesmo informou estariam errados e com isso reclamar pela necessidade de fiscalização, sendo seu dever demonstrar especificamente o erro, indicando qual seria a apuração correta do tributo, apresentando as provas pertinentes. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. COMPETÊNCIA. SÚMULAS CARF Nº 2 E 4. A aplicação da taxa Selic para a atualização do crédito tributário é determinada em Lei, devendo a Administração Tributária observá-la, aplicando o referido índice (Súmula CARF nº 4). O órgão julgador administrativo não pode afastar a aplicação de dispositivo de lei em plena vigência, ao argumento de inconstitucionalidade (Súmula CARF nº 2), pois apenas o Poder Judiciário recebeu competência constitucional para declarar a inconstitucionalidade de lei. MULTA DE OFI´CIO. EFEITO DE CONFISCO. RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, LEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. A multa de ofi´cio tem natureza punitiva, motivo pelo qual na~o se lhe aplica o princi´pio do na~o confisco previsto no art. 150, VI, da Constituição, que se refere exclusivamente a tributos. Arguir o princípio constitucional do não confisco, da razoabilidade, da proporcionalidade ou da legalidade para afastar a aplicação do dispositivo de lei que determinada a aplicação da multa de ofício envolveria inequívoco juízo de inconstitucionalidade da Lei, que está fora do âmbito de competência deste Conselho, conforme entendimento consolidado na Súmula CARF nº 2. Recurso de ofício e voluntário negados.
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LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. A Súmula Vinculante n° 8, do Supremo Tribunal Federal, implicou na declaração de inconstitucionalidade do art. 45 e da Lei n° 8.212, de 1991, que fixava em 10 (dez) anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais. Por força do art. 62A do RICARF, este Conselho deve aplicar o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em regime de Recurso Repetitivo (art. 543C do CPC). Entende o STJ que o lançamento por homologação, previsto no art. 150, §§ 1º e 4º, do CTN, apenas se aperfeiçoa com o adiantamento do pagamento (REsp 973.733, DJ 18/09/2009). Na ausência de pagamento, não se caracteriza o lançamento por homologação, devendose aplicar o a regra de decadência do art. 173 do CTN, de maneira que o prazo de cinco anos apenas começa a ser contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte. LANÇAMENTO. PROVA. A constituição do crédito tributário pode ser realizada a partir de informações prestadas pelo contribuinte, seja em planilhas, seja em pedido de parcelamento. A partir deste momento, não basta ao contribuinte alegar que os dados que ele mesmo informou estariam errados e com isso reclamar pela necessidade de fiscalização, sendo seu dever demonstrar especificamente o erro, indicando qual seria a apuração correta do tributo, apresentando as provas pertinentes. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. COMPETÊNCIA. SÚMULAS CARF Nº 2 E 4. A aplicação da taxa Selic para a atualização do crédito tributário é determinada em Lei, devendo a Administração Tributária AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 02 4. 00 02 37 /2 00 8- 18 Fl. 1125DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 observála, aplicando o referido índice (Súmula CARF nº 4). O órgão julgador administrativo não pode afastar a aplicação de dispositivo de lei em plena vigência, ao argumento de inconstitucionalidade (Súmula CARF nº 2), pois apenas o Poder Judiciário recebeu competência constitucional para declarar a inconstitucionalidade de lei. MULTA DE OFÍCIO. EFEITO DE CONFISCO. RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, LEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. A multa de ofício tem natureza punitiva, motivo pelo qual não se lhe aplica o princípio do não confisco previsto no art. 150, VI, da Constituição, que se refere exclusivamente a tributos. Arguir o princípio constitucional do não confisco, da razoabilidade, da proporcionalidade ou da legalidade para afastar a aplicação do dispositivo de lei que determinada a aplicação da multa de ofício envolveria inequívoco juízo de inconstitucionalidade da Lei, que está fora do âmbito de competência deste Conselho, conforme entendimento consolidado na Súmula CARF nº 2. Recurso de ofício e voluntário negados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de autos de infração lavrados para a constituição de crédito tributário de Cofins e de PIS em relação a fatos geradores ocorridos entre 01/2000 e 12/2003 (fls. 519/529 e 534/546). A notificação aconteceu em 12/05/2008 (fls. 526 e 543). A motivação do lançamento é apresentada em Relatório Fiscal (fl. 549) nos seguintes termos: Das análises empreendidas, a partir da escrituração contábil apresentada, conforme cópias de páginas do Livrorazão, juntadas às fls. 123/499, constatei que este contribuinte omitiu, de forma sistemática e reiterada, parte da receita bruta, nos meses de janeiro de 2000 a novembro de 2002, para o PIS, e nos meses de janeiro de 2000 a dezembro de 2003, para a COFINS, conforme detalhamento constante do DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE RECEITAS TRIBUTÁVEIS (fls. 500/510) e DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES Fl. 1126DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16024.000237/200818 Acórdão n.º 3403003.298 S3C4T3 Fl. 1.125 3 (fls. 511/513 e 525/528) do procedimento fiscal, os quais ficam fazendo parte integrante e inseparável deste Relatório Fiscal. Assim, lavrei os competentes Autos de Infração, para constituir as contribuições sociais devidas ao PIS e a COFINS, a partir dos valores de receita bruta omitidos, e apliquei a multa qualificada, prevista no art. 44 incisos II da Lei nº 9.430/1996, combinado com o art. 71 da Lei nº 4.502/1964, ficando a presente Ação Fiscal encerrada, nesta data. O contribuinte apresentou impugnação (fls. 560/601 e 721/743) alegando, em síntese (a) a decadência do lançamento, visto que por força do art. 150, § 4º, do CTN não poderiam ser alcançados fatos geradores ocorridos mais de 5 anos antes do lançamento, (b) a necessidade de cancelamento do lançamento, porque a contribuição apenas poderia incidir sobre receita e faturamento, mas, segundo alega, a existência de valores de vendas canceladas, as quais teriam sido ignoradas pela Fiscalização, seria razão suficiente para desqualificar a natureza de receita ou faturamento, sobre o qual incidiu a contribuição, (c) que não houve omissão de receita uma vez que os corretos valores da receita bruta foram devidamente informado nas DIPJs, sendo o mesmo valor da escrituração contábil, (d) que a multa deveria ser reduzida, seja pelo caráter confiscatório vedado pela Constituição, seja pela falta de amparo para sua aplicação no patamar de 150%, e (e) seja afastada a aplicação da Taxa Selic, por ser ilegal a atualização por índice de natureza remuneratória. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento do Brasil em Ribeirão Preto/SP, por meio do Acórdão nº 1419.772, de 18 de julho de 2008 (fls. 911/920), julgou a impugnação procedente em parte, apenas para reconhecer a decadência de parte do lançamento, resumindo seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/01/2000 a 31/12/2003 FALTA DE RECOLHIMENTO. A falta ou insuficiência de recolhimento da Cofins, apurada em procedimento fiscal, enseja o lançamento de ofício com os acréscimos legais. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/01/2000 a 30/11/2002 FALTA DE RECOLHIMENTO. A falta ou insuficiência de recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep, apurada em procedimento fiscal, enseja o lançamento de oficio com os devidos acréscimos legais. SÚMULA VINCULANTE N° 8 DO STF. Em razão da Súmula Vinculante n° 8, do STF, o prazo para o lançamento das contribuições sociais deve ser contado segundo os critérios estabelecidos no Código Tributário Nacional. DECADÊNCIA. Fl. 1127DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 O .direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL (MPF). NULIDADE DE, AUTO DE INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Constituindose o MPF em elemento de controle da administração tributária, disciplinado por ato administrativo, eventual irregularidade formal nele detectada não enseja a nulidade do auto de infração, nem de quaisquer Termos Fiscais lavrados por agente fiscal competente para proceder ao lançamento, atividade vinculada e obrigatória nos termos da lei. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96, restando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadrase, em tese, nas hipóteses tipificadas no art. 71, inciso 1, da Lei no 4.502/64. Lançamento Procedente em Parte Em razão do cancelamento parcial do lançamento em razão da decadência, e isto ter significado a exclusão de valor superior ao teto previsto na Portaria MF nº 38/2003 houve a interposição de recurso de ofício pela DRJ. O contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 965/1002), no qual reitera os mesmos fundamentos de sua impugnação, pleiteando ao final a anulação integral do lançamento ou, subsidiariamente, a redução da multa em razão de seu caráter confiscatório, bem como o afastamento da Taxa Selic. É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator O acórdão da DRJ exonerou do lançamento valor superior ao previsto na Portaria MF nº 3/2008, sendo, por isso, correta a interposição de recurso de ofício, na forma do art. 34 do PAF. Por esta razão, conheço do recurso de ofício. O recurso voluntário foi interposto em 02/10/2008 (fl. 965), dentro do prazo de 30 dias contados da notificação do acórdão da DRJ, ocorrida em 03/09/2008 (fl. 925). Por ser tempestivo e conter razões de reforma do acórdão da DRJ, tomo conhecimento do recurso. Fl. 1128DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16024.000237/200818 Acórdão n.º 3403003.298 S3C4T3 Fl. 1.126 5 1. Decadência. O recurso de ofício se refere à exoneração, pela DRJ, de parte do lançamento em razão da decadência. Isto porque, afastada a aplicação do art. 45 da Lei n° 8.212/91 por força da Súmula Vinculante n° 8, entendeu a DRJ que toma seu lugar, neste caso concreto, o artigo 173, I, do CTN, em razão de ter sido verificada a ocorrência de dolo, incorrendo na ressalva ao lançamento por homologação prevista no § 4º do art. 150 do CTN: § 4° Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A DRJ assim explica o contexto dos fatos: Indubitavelmente, no caso em tela a contribuinte praticou sonegação tal qual descrita no art. 71 acima. Do exame das DIPJ 2001 a 2004, por ela própria apresentadas como anexos da impugnação, verificase que, enquanto no quadro 6A — Demonstração do Resultado dessas declarações (destinado a apuração do Lucro Líquido do Período) a contribuinte declarou valores de receita de determinada ordem, nos quadros 19A — Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e 20A — Cálculo da Cofins, a receita foi declarada em valores muito inferiores (em grande parte, menos da metade conforme demonstrativos de apuração de fls. 511/513 e 525/528). É possível identificar também que tal prática, além de reiterada — posto que realizada para todos os meses do período de quatro anos objeto da fiscalização, foi intencional, objetivando fazer coincidir os valores declarados nas DIPJ com os anteriormente declarados nas DCTF e/ou recolhidos. Para tanto, basta confrontar os valores das contribuições a pagar, nos quadros 19A e 20A das DIPJ, com os valores devidos declarados em DCTF e/ou recolhidos, informados nos demonstrativos de apuração da fiscalização (fls. 511/513 e 525/528). Com essa conduta, a contribuinte pretendeu impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento da autoridade fazendária das circunstâncias materiais do fato gerador, tanto que, devido a tal retardamento, parte dos créditos decaíram como já descrito. (negrito editado) Como visto, o contribuinte declarava em DIPJ e DCTF os mesmos valores, mas sempre informando valor de receita e tributos inferiores aos valores reais, constantes de sua contabilidade. Fl. 1129DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 Os fatos narrados demonstram que não se configura nenhuma razão objetiva que justifique tal procedimento, senão apenas a alegação de equívoco, o que não é crível diante da realização reiterada e insistente de tal procedimento. Diante disso, não assiste razão ao contribuinte quando sustenta que deveria ser aplicada ao caso a contagem da decadência na forma do art. 150, § 4o do CTN, pois a situação concreta, como visto, caracteriza justamente a exceção contida neste mesmo dispositivo, a qual implica no deslocamento da contagem para a regra do art. 173 do CTN. Por tal razão, nego provimento ao recurso de ofício e também ao recurso voluntário, no que se refere à decadência. 2) O lançamento. O recurso voluntário também sustenta que o lançamento seria nulo por não ter a Fiscalização promovido . A recorrente alega a necessidade de cancelamento integral do lançamento, porque a contribuição apenas poderia incidir sobre receita e faturamento quando, segundo alega, a existência de valores de vendas canceladas, as quais teriam sido ignoradas pela Fiscalização, seria razão suficiente para desqualificar a natureza de receita ou faturamento, sobre o qual incidiu a contribuição. Entendo que não tem razão a recorrente. Em primeiro lugar, porque o lançamento pode e tem de ser realizado pelo Auditor Fiscal a partir de dados aos quais tenha conseguido acesso. Por certo que não pode a Fiscalização inventar valores, mas não é o que acontece. O lançamento usou as informações existentes na contabilidade do contribuinte. A partir deste momento, não basta ao contribuinte simplesmente reclamando pela necessidade de fiscalização. Passa a ser dever do contribuinte a demonstração do erro que alega, indicando qual seria a apuração correta do tributo. Nem se pode alegar violação ao direito de defesa, pois o contribuinte teve a oportunidade de demonstrar qual seria o valor devido quando da apresentação de sua impugnação ao lançamento fiscal. Não há, pois, qualquer dúvida ou insegurança no lançamento, que se fundou em dados informados pelo próprio contribuinte, sendo que o próprio contribuinte não fez a demonstração de qual seria o erro nestes valores e qual seria o valor efetivamente devido. 3) A taxa Selic. A recorrente pretende a exclusão da taxa Selic do lançamento, argumentando que sua aplicação seria inconstitucional e ilegal, pois estaria em desacordo com a Constituição e com o Código Tributário Nacional. Fl. 1130DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16024.000237/200818 Acórdão n.º 3403003.298 S3C4T3 Fl. 1.127 7 Ocorre que a aplicação da taxa Selic é determinada pelo art. 13 da Lei nº 9.065//95 e pelo art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96 – dispositivos de lei que se encontram em vigor, não tendo sido revogados nem julgados inconstitucionais, sendo por isso de aplicação obrigatória pelos agentes fiscais, conforme exigido pelo art. 142 do CTN. Com efeito, na medida em que a atividade do lançamento é estritamente vinculada à aplicação da lei, é dever do agente fiscal aplicar as normas vigentes. A propósito da inviabilidade de este Conselho de Contribuintes afastar a aplicação de uma lei que goza da presunção de constitucionalidade, faço minhas as razões de decidir do Conselheiro Antônio Zomer, proferidas no julgamento do Recurso Voluntário nº 128.259 (Acórdão nº 20216.572, j. em 19/10/2005): “De outro lado, os mecanismos de controle da constitucionalidade das leis estão regulados na própria Constituição Federal, todos passando necessariamente pelo Poder Judiciário, que detém com exclusividade essa prerrogativa, de forma que às instâncias administrativas não é dado negar aplicação a dispositivos da legislação tributária, em decorrência de alegados vícios de ilegalidade ou inconstitucionalidade. Portanto, de acordo com a previsão contida nos incisos I, “a”, e III, “b”, do art. 102 da Constituição Federal de 1988, é na via judicial e não na administrativa que a recorrente deve apresentar sua inconformidade com a cobrança dos juros de mora com base na taxa Selic. É neste sentido que se posiciona a jurisprudência administrativa dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais, bastando aqui citar o Acórdão n° 20215.431, de 16/02/2004, cuja ementa tem o seguinte teor: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. Às instâncias administrativas não competem apreciar vícios de ilegalidade ou de inconstitucionalidade das normas tributárias, cabendolhes apenas dar fiel cumprimento à legislação vigente. O professor Hugo de Brito Machado, no livro Temas de Direito Tributário, Vol. (Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1994, p. 134), analisando esta questão, assim se posiciona: Não pode a autoridade administrativa deixar de aplicar uma lei ante o argumento de ser ela inconstitucional. Se não cumprila sujeitase à pena de responsabilidade, artigo 142, parágrafo único, do CNT. Há o inconformado de provocar o judiciário, ou pedir a repetição do indébito, tratandose de inconstitucionalidade já declarada. Ademais, não é na Lei nº 9.430/96 que se respalda a imposição da Taxa Selic como juros de mora, mas no art. 13 da Lei no 9.065, de 20/06/1995, que assim determina: Fl. 1131DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea "c" do parágrafo único do Art. 14 da Lei número 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo Art. 6° da Lei número 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo Art. 90 da Lei número 8.981, de 1995, o Art. 84, inciso I, e o Art. 91, parágrafo único, alínea "a.2", da Lei número 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Desta forma, estando fundada em lei constitucionalmente válida, mantémse a exigência dos juros de mora, calculados pela taxa Selic, como consta do auto de infração impugnado. Como visto, tanto a Lei nº 9.065//95 como a Lei nº 9.430/96 cumprem este papel, dispondo no sentido da aplicação da taxa Selic. Destarte a razão de ser da Súmula CARF nº 4, ao sentenciar que “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Afastar uma exigência que tem expresso suporte em lei federal exigiria a declaração de inconstitucionalidade do dispositivo de lei em questão, matéria que esbarra na Súmula CARF nº 2, segundo a qual “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Repisese que este Conselho, por ser um tribunal administrativo, não tem competência para afastar a aplicação de uma lei em vigor, que goza de presunção de constitucionalidade. Por tais motivos, concluo pela manutenção da taxa Selic. 4) A multa de ofício. Quanto à multa de ofício, foi aplicada em razão da falta d erecolhimento do tributo apurada de ofício, em fiscalização, e agravada para 150% em, razão da configuração de dolo. Não procede a alegação da contribuinte de que a multa de ofício violaria os princípios do não confisco, da razoabilidade e da proporcionalidade. Isto porque o inciso IV do art. 150 da Constituição, que contém o princípio da vedação ao efeito de confisco, referese expressamente a tributos, não se aplicando às multas punitivas. O texto do art. 3º do Código Tributário Nacional revela as características essenciais da natureza do tributo, ao dispor que “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” (grifo editado). A multa de ofício, por sua vez, configura sanção cuja finalidade é punir a conduta ilícita do contribuinte, não se lhe aplicando, por isso, o princípio constitucional do não confisco. Fl. 1132DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16024.000237/200818 Acórdão n.º 3403003.298 S3C4T3 Fl. 1.128 9 Assim, a limitação constitucional que veda a utilização de tributo com efeito de confisco não se aplica às penalidades, porquanto seja evidente a natureza punitivo repressora destas últimas. O agente fiscal limitouse a aplicar a legislação tributária vigente, levando a efeito a punição estipulada pelo legislador. A lei não confere qualquer âmbito de discricionariedade ao agente administrativo, nem ao julgador, no tocante à dosimetria desta punição – ou se lhe aplica, ou não – sendo suficiente que se caracterize a situação descrita na lei para que haja a aplicação da punição, por dever de ofício. Não há, pois, como cogitar que o lançamento fiscal teria violado o princípio da razoabilidade ou da moralidade. Quando muito, poderia ser alegada a inconstitucionalidade da própria lei, o que necessariamente teria de ser feito por meio de ação judicial, tendo em vista que apenas o Poder Judiciário tem competência para afastar a aplicação de dispositivo de lei. Este Tribunal Administrativo não tem competência para afastar a aplicação de uma lei em vigor, que goza de presunção de constitucionalidade. O entendimento a respeito deste tema foi consolidado na Súmula CARF nº 2. “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. 5. Conclusão. Voto por negar provimento ao recurso de ofício e negar provimento também ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Fl. 1133DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10410.006357/2003-84
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/09/2002 a 30/11/2002, 01/01/2003 a 31/03/2003
REGIMENTO INTERNO CARF. DECISÃO DEFINITIVA STF E STJ. ARTIGO 62-A DO ANEXO II DO RICARF.
Segundo o artigo 62-A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho.
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.
Para fins de contagem do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplica-se a regra do art. 173, inciso I do CTN.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9303-002.235
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Maria Teresa Martínez López (Relatora), Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Susy Gomes Hoffmann, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas.
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente.
MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ - Relatora.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente)
Nome do relator: MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2092; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 383 1 382 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10410.006357/200384 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9303002.235 – 3ª Turma Sessão de 7 de maio de 2013 Matéria PIS Decadencia Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado COPERTRADING COMÉRCIO EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/09/2002 a 30/11/2002, 01/01/2003 a 31/03/2003 REGIMENTO INTERNO CARF. DECISÃO DEFINITIVA STF E STJ. ARTIGO 62A DO ANEXO II DO RICARF. Segundo o artigo 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Para fins de contagem do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplicase a regra do art. 173, inciso I do CTN. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Maria Teresa Martínez López (Relatora), Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Susy Gomes Hoffmann, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 00 63 57 /2 00 3- 84 Fl. 393DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 384 2 MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ Relatora. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente) Relatório Tratase de recurso especial, tempestivo, com amparo no Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, contra o Acórdão n° 20313.799, cuja ementa abaixo se transcreve, na parte que interessa: DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. O prazo para a Fazenda Nacional exigir crédito tributário relativo a contribuições sociais, em face da Súmula n° 08, de 2008, editada pelo Supremo Tribunal Federal, passou a ser de cinco contados da ocorrência dos respectivos fatos geradores. O referido Acórdão foi julgado na sessão plenária de 04/02/2009, e teve o seguinte resultado: Por unanimidade de votos, deuse provimento parcial ao recurso, para declarar a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente aos fatos geradores ocorridos em dezembro de 1998, na linha da súmula nº 08 do STF, nos termos do voto do Relator. A recorrente apresenta como paradigma o Acórdão nº 30133.233 que possue a seguinte ementa: FINSOCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. TERMO INICIAL: (A) PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE AO DA (A) OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, SE NÃO Fl. 394DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 385 3 HOUVE ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO (CTN, ARTIGO 173, I); (B) FATO GERADOR, CASO TENHA OCORRIDO (CTN, RECOLHIMENTO, AINDA QUE PARCIAL ART. 150, § 4º). 1. O prazo decadencial para efetuar o lançamento do tributo é, em regra, o do art. 173, I, do CTN, segundo o qual "o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado"; 2. Todavia, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação que segundo o art. 150 do CTN, "ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa" e "operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa", há regra específica. Relativamente a eles, ocorrendo o pagamento antecipado por parte do contribuinte, o prazo decadencial para o lançamento de eventuais diferenças é o previsto no sç 4o do art. 150 do CTN. 3. No caso concreto, não houve antecipação do pagamento referente à contribuição para o FINSOCIAL, sendo aplicável, portanto, a regra do art. 173, I, do CTN. Sob o entendimento de terem sido observados os requisitos legais de admissibilidade, conforme despacho nº 3400629, de fls. 354/355, deuse seguimento ao recurso. Em apertada síntese, pede a recorrente para que seja aplicado o art. 173 do CTN, sob o entendimento de não ter ocorrido recolhimento. Instada a se pronunciar, a contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 365/371 onde pede a manutenção da decisão recorrida. Informa ainda que: 10. Ab initio, importa evidenciar que a argumentação manejada pela Fazenda Nacional, relativamente a suposta ausência de recolhimento antecipado do PIS, operouse sem nenhuma comprovação. 11. É que não consta nos autos qualquer assertiva nesse sentido, de modo que à Fazenda Nacional não é dado o direito de intuir quanto a fatos não indicados no processo administrativo, isso porque o mesmo tem como princípio basilar a busca pela verdade material. 12. Destarte, em homenagem ao principio da verdade real, a Recorrida, a fim de demonstrar a improcedência do argumento da Recorrente, junta a DCTF do período, a qual comprova que em sua declaração a empresa indicou ser devedora de PIS, Fl. 395DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 386 4 efetuando a quitação dessa exação, de modo que a fiscalização apenas lançou, para a competência de 12/1998, suposta diferença de PIS, sendo que aludido lançamento encontrase decaído, conforme decidiu a Segunda Câmara da CRF. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Maria Teresa Martínez López O recurso atende aos pressupostos legais e dele tomo conhecimento. Tratase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional contra decisão proferido pela antiga Terceira Câmara do Segundo Conselho de contribuintes, que, por unanimidade de votos, acolheu a preliminar de decadência dos fatos geradores ocorridos em dezembro de 1998. Pede a Fazenda Nacional, para que seja aplicado o art. 173 do CTN, inciso I do Código Tributário Nacional, requerendo seja afastada a decadência. Consta do relatório do Acórdão recorrido: Contra a recorrente acima, foi lavrado o auto de infração às fls. 03/11, exigindo – lhe crédito tributário, referente à contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) incidente sobre os fatos geradores dos períodos mensais de competência de dezembro de 1998, de setembro a novembro de 2002 e de janeiro a março de 2003, no montante de R$ 121.612,13 (cento e vinte e um mil seiscentos e doze reais e treze centavos), sendo R$ 50.116.62 de contribuição, R$ 33.908,06 de juros de mora, calculados até 28/11/2003, e R$ 37.587,45 de multa de oficio. Para o mês de competência de dezembro de 1998, o lançamento decorreu de infração pela não exportação, no prazo de 180 (cento e oitenta dias), de mercadoria adquirida com o fim específico de exportação. Já para os demais meses de competência, o lançamento decorreu de diferenças apuradas entre as parcelas da contribuição declarada/paga e as efetivamente apuradas com base nos livros fiscais e contábeis. (...) Fl. 396DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 387 5 Consta do voto da decisão recorrida, de relatoria do i. Conselheiro José Adão Vitorino: (...) No presente caso, aplicandose este dispositivo legal, na data da constituição do crédito tributário, em 07/01/2004, o direito de a Fazenda Nacional exigir a parcela correspondente ao fato gerador do mês de competência dezembro de 1998 se encontrava decaído. Em face do exposto e de tudo o mais que dos autos consta, voto pelo provimento parcial do presente recurso voluntário, excluindo do total do crédito tributário a parcela do PIS lançada para o mês de competência de dezembro de 1998 e respectivas cominações, mantendo a exigência das parcelas lançadas para os demais meses de competência, acrescidas das cominações legais, juros de mora e multa de oficio. A interessada juntou DCTF referente ao mês de dezembro/PIS com as seguintes informações: PERIODICIDADE: Mensal PERÍODO DE APURAÇÃO: Dezembro DÉBITO APURADO .......................................41.135,57 CRÉDITOS VINCULADOS COMPENSAÇÕES SEM DARF ....................41.135,57 COMPENSAÇÕES COM DARF ...................0,00 PARCELAMENTO FORMALIZADO........... 0,00 EXIGIBILIDADE SUSPENSA ....................0,00 PAGAMENTOS ..........................................0,00 SOMA DOS CRÉDITOS VINCULADOS ......41.135,57 SALDO A PAGAR ........................................0,00 Débito ApuradoR$ Total: 41.135,57 Entende a Recorrente que por não ter ocorrido pagamento, para o fato gerador ocorrido em dezembro de 1998, o lançamento somente poderia ser efetuado em janeiro de 1999, fazendo com que o início do prazo decadencial fosse para o dia 1° de janeiro de 2000. Contandose cinco anos, temse que a decadência ocorreria em 31/12/2004. Como a ciência do auto se deu em 07/01/2004 (fls. 212), o lançamento desse período não aconteceu a destempo. Quanto à decadência, verifico que: Fl. 397DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 388 6 I o acórdão recorrido aplicou o prazo decadencial previsto no artigo 150, § 4° do Código Tributário Nacional; II o acórdão recorrido, cancelou parcialmente a exigência fiscal, para o PIS, referentes ao fato gerador ocorrido em 12/1998. III não houve imposição de multa qualificada; IV o Recurso Especial pugna pela aplicação do artigo 173, inciso I do Código Tributário Nacional, requerendo seja afastada a decadência. Alega ausência de pagamento. V a contribuinte foi cientificada dos autos de infração em 07/01/2004; VI Há informação de declaração prévia de débito do PIS em DCTF. Tendo em vista a alteração do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com o acréscimo do artigo 62A, no Anexo II, necessário se faz que este colegiado adote o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, quando a matéria tenha sido julgada por meio de Recurso Representativo de Controvérsia, nos termos do artigo 543B e 543C, do Código de Processo Civil. Eis a redação do artigo 62A do Anexo II, do Ricarf: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No tocante ao prazo decadencial aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), sessão em 12 de agosto de 2009, relator o Ministro Luiz Fux, pacificou entendimento a ser adotado por aquele colegiado, em acórdão assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do Fl. 398DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 389 7 débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, inaludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Neste passo, a despeito do posicionamento que sempre adotei, em razão da atual previsão regimental do CARF, manifestome por acolher o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça acerca da norma aplicável referente ao prazo decadencial. Conforme exposto, ficou comprovado a informação em DCTF de ter declaração prévia do débito, no caso, a informação de ter ocorrido compensação sem DARF. Em se tratando da aplicação do artigo 173, o termo inicial da contagem ( dies a quo) é distinto dependendo se há ou não medida preparatória para o lançamento. É o que se depreende do item 01 da ementa do Recurso Representativo de Controvérsia, no qual se afirma que o prazo decadencial contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Confirase: Fl. 399DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 390 8 “nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Ou seja, para a aplicação do dies a quo previsto no inciso I do artigo 173, do CTN (primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado) é necessário que: (i) se trate de lançamento por homologação (obrigação de pagamento antecipado); (ii) inexistência de antecipação de pagamento; (iii) inexistência das figuras de: dolo, fraude ou simulação; e (iv) inexistência de declaração parcial prévia do débito (vale dizer, não há medida preparatória para o lançamento). Entende se que declaração prévia é a declaração insuficiente (parcial), uma vez que, se a declaração fosse integral, estarseia enfrentado prazo prescricional e não prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. Enquanto instrumento de constituição do crédito tributário, a declaração prévia parcial enquadrase no conceito de medida preparatória ao lançamento, constante no parágrafo único do artigo 173 e a que alude o Recurso Representativo de Controvérsia. Essa conclusão se verifica na interpretação dada pelo Recurso Representativo de Controvérsia, em trecho que cita o já mencionado Resp nº 216.758, de relatoria do próprio Min. Luiz Fux, onde se afirma: “nos casos em que inexiste dever de pagamento antecipado (tributos sujeitos a lançamento de ofício) ou quando, existindo a aludida obrigação (tributos sujeitos a lançamento por homologação), há omissão do contribuinte na antecipação do pagamento, desde que inocorrentes quaisquer ilícitos (fraude, dolo ou simulação), tendo sido, contudo, notificado de medida preparatória indispensável ao lançamento, fluindo o termo inicial do prazo decadencial da aludida notificação (artigo 173, parágrafo único, do CTN), independentemente de ter sido a mesma realizada antes ou depois de iniciado o prazo do inciso I, do artigo 173, do CTN.” Nos casos dos autos, em observância ao artigo 62A do Regimento Interno do CARF, tendo em vista a existência de pagamento (via compensação) informado em DCTF (de declaração prévia), como consequência é a aplicação do dies a quo do prazo decadencial previsto no artigo 150, § 4º do CTN. CONCLUSÃO Em razão do exposto voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, de forma a manter a decisão recorrida. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 391 9 Maria Teresa Martínez López Relatora Fl. 401DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 392 10 Voto Vencedor Neste caso, a relatora opta pela aplicação do art. 150 §4º, como termo inicial o do CTN, mesmo não havendo pagamento do tributo, porque considera que a declaração prévia do débito, e não somente o pagamento, também teria o condão de atrair a aplicação do art. 150, §4º do CTN. Vamos demonstrar, mais abaixo, que esta não é a melhor interpretação do REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009, submetido ao rito dos recursos repetitivos. Como sabemos, o CTN preceitua duas formas para se contar o prazo decadencial, na primeira delas o termo de início deve coincidir com data de ocorrência do fato gerador, quando o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento, e, na segunda, o termo inicial é o 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, quando não tiver havido antecipação de pagamento ou ainda houver sido verificada a existência de dolo, fraude ou simulação, por parte do sujeito passivo. Nesse caso, não há que se falar em pagamento ou não. Com relação ao mérito, especificamente quanto ao prazo decadencial para lançamento dos créditos tributários nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação, é de se destacar que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “recursos repetitivos”. O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). Fl. 402DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 393 11 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) Com isso, restou consolidado no âmbito do Egrégio Superior Tribunal o entendimento de que, nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação e não há pagamento, o termo inicial do prazo decadencial é o previsto no inciso I do artigo 173 do CTN, e não no § 4º do artigo 150 do mesmo Código. Fl. 403DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10410.006357/200384 Acórdão n.º 9303002.235 CSRFT3 Fl. 394 12 Em que pese no final da ementa do voto do Min. Luiz Fux constar a expressão "inexistindo declaração prévia do débito", entendo que tal fato não desnatura a interpretação da exigência de pagamento antecipado como condição necessária para a aplicação do art. 150, § 4º do CTN. Em uma leitura atenta do voto condutor do Min. Luiz Fux não se encontra fundamentação para a aplicação do art. 150, §4º do CTN, no caso de ausência de pagamento e apresentação de declaração. Ora todos sabemos que, em não havendo fundamentação para determinada decisão em relação a alguma matéria, a decisão não vale para aquela matéria. No presente caso consta uma expressão na ementa que não foi objeto de fundamentação na parte dispositiva do voto e, como é essa parte que transita em julgado, juntamente com a sua fundamentação, não há que se interpretar que a apresentação de declaração atrairia a fundamentação do referido voto para o caso. Assim, em não havendo a discussão da matéria aplicação do art. 150, §4º do CTN no caso de não pagamento e apresentação de declaração, na parte dispositiva do voto condutor do REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009 não há que se fazer a interpretação que fez a ilustre relatora do presente voto. Dessa forma, dou provimento ao recurso da PGFN Rodrigo da Costa Pôssas Redator Designado Fl. 404DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 02/10/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ , Assinado digitalmente em 18/11/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 15374.963920/2009-14
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/05/2005 a 31/05/2005
NÃO-CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. DIREITOS AUTORAIS.
Os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica só dão direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativas se tiverem se sujeitado ao pagamento da Cofins-importação e da Contribuição para o PIS/Pasep importação.
NÃO-CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. CUSTOS DE GRAVAÇÃO. INSUMO. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
Custos de gravação da indústria fonográfica que não se caracterizem gastos com bens e serviços efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de obras fonográficas destinadas à venda, na prestação de serviços fonográficos ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da contribuição para a Cofins ou PIS/Pasep não cumulativas.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA.
É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito informado em declaração de compensação, o que não se limita a, simplesmente, juntar documentos aos autos, no caso em que há inúmeros registros associados a inúmeros documentos.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA CONTÁBIL. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO.
Devem ser indeferidos os pedidos de perícia e de diligência, quando formulados como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pela parte.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3801-003.621
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório referente apenas aos gastos com serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, cujas aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardando-se à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. Vencidos os Conselheiros, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. Designado para elaborar o voto vencedor o Conselheiro Paulo Sérgio Celani. Após vista de mesa, o julgamento foi realizado no dia 24 de julho no período matutino. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. DIREITOS AUTORAIS. Os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica só dão direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativas se tiverem se sujeitado ao pagamento da Cofinsimportação e da Contribuição para o PIS/Pasep importação. NÃOCUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. CUSTOS DE GRAVAÇÃO. INSUMO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Custos de gravação da indústria fonográfica que não se caracterizem gastos com bens e serviços efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de obras fonográficas destinadas à venda, na prestação de serviços fonográficos ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da contribuição para a Cofins ou PIS/Pasep não cumulativas. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito informado em declaração de compensação, o que não se limita a, simplesmente, juntar documentos aos autos, no caso em que há inúmeros registros associados a inúmeros documentos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA CONTÁBIL. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Devem ser indeferidos os pedidos de perícia e de diligência, quando formulados como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pela parte. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 96 39 20 /2 00 9- 14 Fl. 1426DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 15 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório referente apenas aos gastos com serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, cujas aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardandose à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. Vencidos os Conselheiros, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. Designado para elaborar o voto vencedor o Conselheiro Paulo Sérgio Celani. Após vista de mesa, o julgamento foi realizado no dia 24 de julho no período matutino. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 1427DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 16 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o acórdão, julgado na sessão de 25 de junho 2013, pela 16ª Turma da Delegacia Regional de Julgamento do Rio de Janeiro I (DRJ/RJ1), referente ao processo administrativo, em que foi julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, sendo indeferida a compensação pleiteada. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “Trata o presente processo do PER/DCOMP nº 21531.65200.180708.1.3.041211 (fls. 02 a 06), transmitido em 18/07/2008 pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a compensação da Cofins relativa ao período de apuração 06/2008. Informa como origem do direito creditório o pagamento referente ao COFINS, relativo ao período 05/2005, no valor total de R$ 544.990,82, pretendendo utilizar para fins desta compensação apenas R$ 190.525,59. À fl. 07 consta despacho decisório, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER/DCOMP, sob o fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado desta decisão em 26/10/2009 (fl. 253), o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 17/11/2009 (fls. 96 a 110), alegando, em resumo, que: Foi intimada acerca da decisão atacada por correspondência com aviso de recebimento, recebida em 19/10/2009, sendo a presente manifestação tempestiva; A impugnante somente teve acesso a tal despacho quando checou eventuais pendências para obtenção de certidão negativa; Em observância ao princípio da economia processual, uma vez instaurado o processo, não deve ele ser considerado nulo diante da nulidade da citação, devendo ser aceita a presente manifestação, sanando o vício apontado; A impugnante, na apuração do valor recolhido por meio do DARF incluído na DCOMP em análise, observou que não havia se aproveitado dos créditos decorrentes de despesas, procedendo à revisão de sua escrita fiscal; Fl. 1428DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 17 4 A empresa apurou valor devido menor que o recolhido, utilizando o crédito resultante para a presente compensação, retificando a DCTF e o DACON correspondentes; A decisão questionada foi proferida juntamente com 82 outras, tornando evidente que a impugnante não teve tempo hábil para exercer de forma ampla seu direito de defesa; Desde já requer a produção de prova documental e pericial para que a defesa da impugnante não seja prejudicada; As despesas que geraram os créditos objeto da compensação são decorrentes dos custos com gravação e dos pagamentos de direitos autorais, conforme já manifestado por meio da Solução de Consulta nº 33/05, da 2ª Região Fiscal; Sobre a questão tratam ainda as Leis nºs 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004; A prova pericial pretendida tem por finalidade evidenciar a existência do crédito, apresentandose os correspondentes quesitos; A impugnante está apresentando 83 manifestações de inconformidade, o que evidencia hipótese excepcional constante do art. 16, § 4º, “a”, do Decreto nº 70.235/72; Com base nos princípios da verdade material, moralidade, eficiência, devido processo legal e ampla defesa, requer o deferimento de posterior juntada de documentação. É o relatório.” A manifestação de inconformidade foi conhecida pela DRJ de origem, sendo julgada improcedente. O acórdão da DRJ/RJ1 conta com a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2005 a 31/05/2005 DESPACHO DECISÓRIO CIÊNCIA AO CONTRIBUINTE COMPROVAÇÃO Não restando comprovada documentalmente nos autos a ciência ao contribuinte na data informada pela ECT, deve ser considerada tempestiva a manifestação de inconformidade. PERÍCIA CONTÁBIL/DILIGÊNCIA INDEFERIMENTO Deve ser indeferido o pedido de perícia contábil/diligência formulado, quando os documentos comprobatórios do direito alegado estejam na posse do contribuinte, sendo dele o ônus de sua apresentação. DCOMP DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO DOCUMENTALMENTE ÔNUS DA PROVA É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito creditório informado em declaração de compensação. Fl. 1429DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 18 5 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a improcedência da manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs recurso voluntário, onde em suas razões, requer “seja reconhecido o direito creditório e, por conseguinte, homologada a totalidade da compensação declarada nos autos”. Em pedido subsidiário, requer a contribuinte “a conversão do julgamento em diligência para que a unidade competente da Secretaria da Receita Federal analise a documentação acostada ao presente recurso, em conjunto com os demonstrativos que instruíram a manifestação de inconformidade apresentada nestes autos, para que corrobore a liquidez e certeza dos créditos”. Anexa a contribuinte ao recurso voluntário 972 páginas com documentos para provar o seu direito. É o relatório. Fl. 1430DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 19 6 Voto Vencido Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário, foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. A recorrente apresenta no recurso voluntário as suas razões já expostas na manifestação de inconformidade, contudo apresenta desta vez documentos necessários para comprovar seu direito, quais sejam, 972 páginas com documento, incluindo livro razão, comprovantes de pagamento e outros. Analisandose os documentos juntados, verificase que com os documentos juntados em recurso voluntário se analisados em conjunto com os já apresentados pela contribuinte em manifestação de inconformidade são ao meu entender suficientes para averiguar a existência de crédito, sem prejuízo é claro de que outros documentos possam vir a ser necessários no decorrer do cálculo. Deste modo, conforme a jurisprudência deste Egrégio Conselho necessário que a contribuinte apresente a documentação adequada e suficiente para provar a certeza e a liquidez de seu crédito, sob pena de ser indeferido o seu pedido. Neste sentido, temos jurisprudência sedimentada deste Conselho, consoante se verifica pelo aresto abaixo: COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2005 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DCTF E DACON RETIFICADORAS. EFEITOS. A DCTF e DACON quando retificadas após a ciência do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação não são suficientes para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável sua comprovação através da escrita fiscal e contábil do contribuinte. (Acórdão nº 3803004.284 – 3ª Turma Especial. Sessão de 26 de junho de 2013, grifouse) Diante disto, perante a extensa documentação juntada pela contribuinte, pelo princípio da verdade material, os documentos juntados em recurso voluntário devem ser recebidos como prova do alegado, devendo, contudo, ser convertido o julgamento em Fl. 1431DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 20 7 diligência para que seja apurada pela unidade de origem a certeza e liquidez dos créditos, sem prejuízo à unidade de origem que esta venha intimar a contribuinte para apresentar outros documentos que se fizerem necessários para realizar a apuração devida. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, nos termos da fundamentação. Após o processo deve retornar a esse CARF para julgamento. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Relator. Fl. 1432DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 21 8 Voto Vencedor Conselheiro Paulo Sergio Celani, Redator Designado. A recorrente afirma que os créditos que pleiteia decorrem de: i) pagamento de royalties relativos à cessão de direitos autorais; ii) custos de gravação. Direitos autorais Quanto aos direitos autorais, amparome na Solução de Divergência nº 14 da Cosit, de 28/04/2010, para assentar que os pagamentos efetuados a pessoas jurídicas em operações internas de aquisição de direitos autorais para a produção de obras fonográficas não dão direito a crédito na determinação da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Apesar de esta solução de divergência tratar de direitos autorais relativos a produção de livros, as partes que abaixo transcrevo, com grifos no original, aplicamse ao presente caso: “14. Como se constata, o legislador adotou para fins de utilização de crédito na modalidade não cumulativa, o critério de listar de forma exaustiva os bens, serviços e despesas capazes de gerar crédito e os atrelou a determinada atividade, assim como ao modo de produção no que respeita à questão do insumo. (...) 15.8. Ressaltese, ademais, que outro ponto que confirma a descaracterização de plano dos direitos autorais como insumo para efeitos de apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, encontrase no disposto no §6º do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, que determina que a configuração como insumo dos direitos autorais alcança tão somente àqueles pagos pela indústria fonográfica e desde que referidos direitos tenham se sujeitado ao pagamento da Contribuição para o PIS/PasepImportação e da Cofins Importação. 15.9. Ora, se os direitos autorais já estivessem contidos no conceito de insumo não haveria necessidade de citação expressa no §6º do art. 15 da Lei supracitada e nem mesmo restringirseia tal conceito apenas aos direitos autorais da indústria fonográfica. Resta evidente, portanto, que o referido dispositivo legal visou conceder um benefício tão somente para a indústria fonográfica, possibilitando o cálculo de créditos sobre o pagamento de direitos autorais que sofreram a tributação das citadas contribuições, na importação e não no mercado interno.” Fl. 1433DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 22 9 A Cosit concluiu que não há amparo legal para apuração de créditos sobre valores pagos pela cessão de direitos autorais para a edição e produção de livros; que tais direitos não se enquadram no conceito restrito de insumo previsto no art. 66, §5º, inciso I, letra “a”, da IN SRF nº 247, de 2002, com suas alterações posteriores, e no art. 8º, §4º, inciso I, letra “a”, da IN SRF nº 404, de 2004, que, respectivamente, regulamentam a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, nem em qualquer outra hipótese de crédito prevista na legislação tributária. Assim também no caso presente. Apenas os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica em relação a importações sujeitas ao pagamento destas contribuições são alcançados pela permissão legal de aproveitamento de crédito tal como disposto no parágrafo 6º do artigo 15 da Lei nº 10.865, de 2004. Este parágrafo 6º, ao contrário do que afirma a recorrente, não diz que os direitos autorais constituem insumo da indústria fonográfica, e, porque o caput do art. 15 trata de importações, não se aplica a operações de mercado interno. Acrescentemse que os direitos autorais não se consomem no processo de fabricação dos produtos fonográficos. Também por este motivo não podem ser considerados bens ou serviços utilizados como insumos. Por estas razões, devese negar provimento ao recurso voluntário em relação ao pagamento de royalties relativos à cessão de direitos autorais. Custos de gravação Quanto aos custos de gravação, a recorrente não discorre sobre cada gasto efetuado, limitandose a afirmar ter apresentado: lançamentos no livro Razão; demonstrativo em forma de planilha com os pagamentos relativos a estes custos; cópias dos recibos e notas fiscais de pagamentos; exemplo da correlação de documentos para demonstração dos créditos de PIS e Cofins. De fato, muitos documentos foram juntados aos autos. Mas, nenhum argumento ou esclarecimento foi apresentado a favor da possibilidade de estes chamados custos de gravação serem aproveitados como créditos. Segundo o AFRFB Gilson Wessler Michels, julgador da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em FlorianópolisDRJ/FNS, documentos comprobatórios são aqueles que atestam, de forma inequívoca, a origem e a natureza do crédito. Transcrevo excertos do voto condutor do Acórdão nº 0713.480, de 15/8/2008 no processo nº 13986.000025/200611, da 4ª Turma da DRJ/FNS, proferido por aquele julgador. “Quando a situação posta se refere à restituição, compensação ou ressarcimento de créditos tributários, é atribuição do Fl. 1434DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 23 10 contribuinte a demonstração da efetiva existência do indébito. (...) (...), em qualquer dos tipos de repetição é exigida a apresentação dos documentos comprobatórios da existência do direito creditório como prérequisito ao conhecimento do pleito. (...) Assim, para comprovar a existência de um crédito vinculado a um registro contábil, não basta apresentar o registro, mas também indicar, de forma específica, que documentos estão associados a que registros; ainda, é importante, quando a natureza da operação escriturada/documentada for importante para a caracterização ou não do direito creditório, que a descrição da operação constante dos registros e documentos seja clara, sem abreviaturas ou códigos que dificultem ou impossibilitem a perfeita caracterização do negócio (...) A atividade de "provar" não se limita, no mais das vezes, a simplesmente juntar documentos aos autos; nos casos em que se tem inúmeros registros associados a inúmeros documentos, provar significa associar registros e documentos de forma individualizada, do mesmo modo que, no caso das provas indiciárias, exigese a contextualização dos fatos por via do cruzamento dos indícios. Não é tarefa do julgador contextualizar os elementos de prova trazidos pelo contribuinte no caso de um pedido de restituição, compensação ou ressarcimento, tanto quanto não é contextualizar os elementos de prova trazidos pela autoridade fiscal no âmbito de um lançamento de ofício (...) Não é lícito ao julgador, tanto em sede de apreciação de lançamento de ofício, quanto em sede de pleito repetitório, dispensar a autoridade lançadora ou o pleiteante, conforme o caso, do ônus que a lei impõe a cada um deles; tanto quanto não lhe é lícito valerse das diligências e perícias para, por vias indiretas, suprir o ônus probatório que cabia a cada parte. Diligências existem para resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica. Já as perícias existem para fins de que sejam dirimidas questões para as quais exigese conhecimento técnico especializado, ou seja, matéria impassível de ser resolvida a partir do conhecimento das partes e do julgador (...) De se ressaltar, igualmente, que o fato de o processo administrativo ser informado pelo princípio da verdade material, em nada macula tudo o que foi até aqui dito. É que o referido Fl. 1435DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 24 11 princípio destinase a busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu onus probandi. Em outras palavras, o princípio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de, por via de diligências, produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento e por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito repetitório seja proposto sem a minudente demonstração e comprovação da existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento e por via de diligências, se oportunize tais demonstração e comprovação. Por fim, da mesma forma que não se pode usar as diligências como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pelas partes, também não se pode exigir que o julgador da questão controversa promova, ele próprio, a contextualização dos elementos de prova juntados ao processo. Por exemplo, usando se o caso já acima referido, se o contribuinte, para consubstanciar seu pleito repetitório, limitase a fornecer um demonstrativo de créditos em que não aparecem individualmente associados registros e documentos, não cabe ao julgador deter se sobre a massa de documentos e buscar, ele próprio, fazer aquilo que o contribuinte deveria ter feito. Ao julgador não cabe fazer a associação dos, não raramente, inúmeros registros e documentos; a ele deve ser oferecido o registro vinculado ao documento que o respalda, para que verifique se aquela operação específica dá ou não direito ao crédito pleiteado (esta é a sua função: apresentados os documentos que instrumentam um registro, analisar a natureza da operação para fins de deferimento ou não do pleito).” Estas palavras se aplicam ao caso em discussão. A relatora do acórdão recorrido, AFRFB Magda Cotta Cardozo, ao apreciar pedido de perícia formulado na manifestação de inconformidade, assentou que “No presente caso, tratandose de demanda iniciada pelo contribuinte, por meio da apresentação do PER/DCOMP que ora se analisa, é dele o ônus de demonstrar documentalmente o direito informado em tal documento, o que efetivamente não fez”. Fl. 1436DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 25 12 Ciente disto, a recorrente juntou muitos documentos, por exemplo, ordens de compra; requisições, faturas, recibos, notas fiscais de serviços, porém não associou registros e documentos de forma individualizada e não contextualizou os elementos de prova. Demonstrar documentalmente não é apenas juntar documentos. Para os direitos autorais, que no presente caso não dá direito crédito, conforme seção específica acima, foi apresentado demonstrativo com informações sobre o registro contábil (data, valor, conta contábil), descrição do pagamento, CNPJ do favorecido, número do recibo, totalizado valores a recuperar de Cofins e contribuição para o PIS/Pasep. Porém, para os custos de gravação, demonstração semelhante não foi apresentada. Analisando os documentos contidos nos autos, com fundamento no art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e tendo em vista interpretação restrita do conceito de insumo, que é a que prevalece nesta Turma Especial, por voto de qualidade, podese afirmar que os seguintes gastos não poderiam dar direito ao crédito pleiteado: Agência Brasileira de Comércio e Turismo; empresas de remessa expressa; reembolso de despesas com hotel, transporte e refeição de pessoas; locação de carros; pessoas físicas (músicos); pagamentos de INSS de autônomos; afinação de instrumentos. Outros gastos, em princípio, poderiam ensejar o direito ao crédito, desde que prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país e utilizados na produção de obras fonográficas destinadas à venda. São eles: serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes e de afinação de instrumentos. Quanto aos seguintes gastos, não se pode afirmar com certeza que se enquadram entre aqueles que possibilitam o direito ao crédito: serviços de supervisor, auxiliar técnico e produção executiva; serviços de arregimentação de coro e assistência de produção; tradução de áudio. Conclusão Por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito de crédito referente apenas aos gastos com: serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, desde que as aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardandose à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Redator Desinado. Fl. 1437DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI Processo nº 15374.963920/200914 Acórdão n.º 3801003.621 S3TE01 Fl. 26 13 Fl. 1438DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 18/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 11/02/2015 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO SERGIO CELANI
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Numero do processo: 10880.903195/2006-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1998
NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO. INEXISTÊNCIA.
Não é nulo o despacho decisório que não homologa compensações com crédito de saldo negativo de IRPJ, na situação em que o próprio contribuinte informou a inexistência de saldo negativo em sua DIPJ, e não retificou suas declarações ou apresentou explicações quando foi expressamente intimado para tanto.
DECADÊNCIA DO DIREITO DE ALTERAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. INEXISTÊNCIA.
O Fisco não alterou, no presente processo, o resultado do ano-calendário de 1998, já que foi o próprio contribuinte quem informou não ter apurado saldo negativo em sua DIPJ. Desse modo, sem sentido o argumento de impossibilidade de a Fazenda refazer, em 2008, a apuração do IRPJ do ano-calendário de 1998.
Preliminares Rejeitadas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1102-001.243
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e negar provimento ao recurso. Declarou-se impedido o conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho.
(assinado digitalmente)
___________________________________
João Otávio Oppermann Thomé - Presidente
(assinado digitalmente)
___________________________________
José Evande Carvalho Araujo- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, João Carlos de Figueiredo Neto, Ricardo Marozzi Gregório e Francisco Alexandre dos Santos Linhares.
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1998 NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO. INEXISTÊNCIA. Não é nulo o despacho decisório que não homologa compensações com crédito de saldo negativo de IRPJ, na situação em que o próprio contribuinte informou a inexistência de saldo negativo em sua DIPJ, e não retificou suas declarações ou apresentou explicações quando foi expressamente intimado para tanto. DECADÊNCIA DO DIREITO DE ALTERAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. INEXISTÊNCIA. O Fisco não alterou, no presente processo, o resultado do ano-calendário de 1998, já que foi o próprio contribuinte quem informou não ter apurado saldo negativo em sua DIPJ. Desse modo, sem sentido o argumento de impossibilidade de a Fazenda refazer, em 2008, a apuração do IRPJ do ano-calendário de 1998. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Negado.
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INEXISTÊNCIA. Não é nulo o despacho decisório que não homologa compensações com crédito de saldo negativo de IRPJ, na situação em que o próprio contribuinte informou a inexistência de saldo negativo em sua DIPJ, e não retificou suas declarações ou apresentou explicações quando foi expressamente intimado para tanto. DECADÊNCIA DO DIREITO DE ALTERAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. INEXISTÊNCIA. O Fisco não alterou, no presente processo, o resultado do anocalendário de 1998, já que foi o próprio contribuinte quem informou não ter apurado saldo negativo em sua DIPJ. Desse modo, sem sentido o argumento de impossibilidade de a Fazenda refazer, em 2008, a apuração do IRPJ do ano calendário de 1998. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e negar provimento ao recurso. Declarouse impedido o conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 31 95 /2 00 6- 31 Fl. 557DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10880.903195/200631 Acórdão n.º 1102001.243 S1C1T2 Fl. 523 2 (assinado digitalmente) ___________________________________ João Otávio Oppermann Thomé Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, João Carlos de Figueiredo Neto, Ricardo Marozzi Gregório e Francisco Alexandre dos Santos Linhares. Relatório PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO O contribuinte acima identificado solicitou a compensação de débitos diversos com crédito de saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 1998 no valor de R$ 3.063.316,37, por meio dos PER/DCOMPs de fls. 17 a 325, transmitidos entre 15/10/2003 e 28/04/2006. Após intimação para o sujeito passivo retificar sua DIPJ ou as PER/DCOMPs (fl. 7), mas por ele não atendida, o despacho decisório eletrônico de fl. 2, emitido em 18/7/2008, não homologou as compensações, porque, na DIPJ correspondente, não fora informado saldo negativo. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do despacho decisório, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 326 a 336), acatada como tempestiva. O relatório do acórdão de primeira instância resumiu os argumentos do recurso da seguinte maneira (fls. 444 a 448): I DOS FATOS 4.1. Tratase de compensações efetuadas por meio de PER/DCOMP, relativas a crédito oriundo de saldo negativo de imposto de renda, AC 1998, com débitos diversos. A conclusão consubstanciada no despacho decisório afigurase ausente de fundamentação válida, não devendo prosperar a pretensão fiscal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. Fl. 558DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10880.903195/200631 Acórdão n.º 1102001.243 S1C1T2 Fl. 524 3 II – DO DIREITO II.1 Preliminarmente: da nulidade, por vício substancial, do despacho decisório eletrônico 4.2. As decisões proferidas exclusivamente por meio dos despachos decisórios eletrônicos, em substituição às decisões exaradas pela autoridade fiscal, sem qualquer hipótese de tratamento manual, transforma esta – a quem cumpre administrar e fiscalizar o crédito tributário – em mero autômato, despachante e processador de dados eletrônicos. Não é o que se espera da prestação estatal, conforme art. 142 do CTN. 4.3. Os despacho eletrônicos são incapazes de superar eventuais erros de declaração, visto que não a analisa em sua integralidade, mas apenas a campos específicos, o que impede o reconhecimento do direito do contribuinte via retificação de ofício da declaração eivada de erro, conforme art. 147, § 2º, do CTN. Traz doutrina. 4.4. O despacho eletrônico inverte a ordem lógica, na medida em que, primeiro se decide, para depois se buscar fundamentação que ampare a decisão exarada. A decisão fiscal não se preocupa se os dados da realidade efetivamente correspondem àqueles constantes das declarações cotejadas. Vêse que a atuação fiscal carece de fundamentos válidos, já que se socorre em aspectos meramente formais para negar o direito substantivo à compensação. Evadese o fisco de perseguir a verdade material. 4.5. Apenas quando instaurado o contencioso administrativo, mediante propositura da manifestação de inconformidade, é que os órgãos de julgamento passam a enfrentar o direito material, com base na integralidade do material probatório atinente ao objeto da controvérsia, o que caberia ao Fisco fazer, previamente a sua decisão. 4.6. Tal conduta do Fisco deve ser rechaçada, a uma porque não cabe aos órgãos julgadores inovar os fundamentos de ato carente de motivação válida exarado pela autoridade fiscal, e por isto mesmo nulo; a duas, porque constitui estratégia matreira se utilizar do despacho eletrônico como meio de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 4.7. Assim, em face da limitada possibilidade de cognição dos fatos e do direito decorrente da adoção, pelo Fisco, do cruzamento eletrônico de declarações como única causa de decidir, deve ser declarado nulo, por vício substancial, o despacho decisório objurgado, o qual não logrou demonstrar a ocorrência de fatos hábeis a negar o direito do contribuinte ao exercício da compensação. II.2 Preliminar de mérito: da decadência do direito da Fazenda a refazer a apuração do IRPJ do anocalendário 1998. 4.8. Pretende o Fisco alterar o saldo negativo do AC 1998, o que lhe é defeso por se tratar de período alcançado pela decadência, visto que o IRPJ sujeitase ao lançamento por homologação (decadência do direito de lançar operase em cinco anos contados do fato gerador, a teor do art. 150, § 4º, do CTN). 4.9. Atingido o termo final do prazo decadencial relativo ao IRPJ, AC 1998, o Fisco homologou tacitamente o saldo negativo correspondente. Fosse o caso de Fl. 559DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10880.903195/200631 Acórdão n.º 1102001.243 S1C1T2 Fl. 525 4 alguma incorreção, caberia ao Fisco, no prazo decadencial, ter lavrado a autuação para ajustálo. 4.10. A similaridade entre a compensação e o pagamento antecipado, ambos modalidades de extinção do crédito tributário (art. 156, II e VII, do CTN), é inquestionável, levando à inarredável conclusão de que o prazo decadencial do CTN aplicase à homologação do pagamento, assim como à homologação do SNIRPJ. Traz doutrina e jurisprudência administrativa em socorro de sua tese. 4.11. Assim é que, impossibilitado de autuar a Requerente, igualmente torna se impossível a contestação dos pagamentos de IRPJ relativos ao mesmo período. Pelos motivos aduzidos, não deve prosperar a rejeição do SNIRPJ AC 1998, carecendo de amparo legal a exigência dos débitos regularmente compensados com o citado crédito. III DO PEDIDO 4.12. A Requerente pede o reconhecimento do crédito e a extinção dos débitos objeto da compensação em apreço e, sucessivamente, seja declarado nulo, por vício substancial, o despacho decisório objurgado, e a juntada posterior de documentos, com fulcro no art. 16, § 4º, “a” e § 5º do Decreto 70.235/72. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo/I (SP) julgou a manifestação de inconformidade improcedente, em acórdão que possui a seguinte ementa (fls. 438 a 462): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1998 REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. O contribuinte tem direito a restituição e/ou compensação do tributo pago indevidamente, desde que faça prova de possuir crédito líquido e certo contra a Fazenda Pública. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 DIREITO CREDITÓRIO. IRPJ. Não foi reconhecido crédito em favor do contribuinte, visto não ter sido apurado saldo negativo de IRPJ referente ao anocalendário de 1998, razão pela qual mantémse a decisão recorrida. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 560DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10880.903195/200631 Acórdão n.º 1102001.243 S1C1T2 Fl. 526 5 Os fundamentos dessa decisão foram os seguintes: a) os PER/DCOMP sob análise foram protocolados no período entre: 15/10/2003 e 28/04/2006. Como a ciência do Despacho Decisório se deu em 31/07/2008 (fls. 11 e 15), não houve homologação tácita das compensações formuladas, pois ela ocorreu antes de 5 anos contados da data da entrega da declaração de compensação, nos termos do no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996; b) não se reconheceu a nulidade por falta de fundamentação válida do despacho decisório, que identificou a divergência entre a DIPJ e os PER/DCOMPs, e não homologou as compensações após o contribuinte ter sido intimado a corrigir as informações prestadas, mas nada fez; c) o recorrente nada alega quanto ao mérito, sendo que seria seu o ônus de comprovar o direito creditório que pleiteia; d) somente é possível se admitir documento após a impugnação, caso demonstrada a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972. RECURSO AO CARF Cientificado da decisão de primeira instância em 25/8/2010 (fl. 465), o contribuinte apresentou, em 24/9/2010, o recurso voluntário de fls. 466 a 476, onde repete os argumentos da manifestação de inconformidade, em especial: a) a nulidade do despacho eletrônico por vício substancial, em face da limitada possibilidade de cognição dos fatos e do direito decorrente da adoção, pelo Fisco, do cruzamento eletrônico de declarações como única causa de decidir; b) a decadência do direito de a Fazenda refazer a apuração do IRPJ do ano calendário 1998. Ao final, após requerer a nulidade do despacho decisório e a homologação das compensações, pugna pela juntada posterior de documentos que eventualmente se façam necessários à comprovação do direito alegado, tendo em vista a dificuldade de reunir toda a documentação em face do período remoto a que se refere o crédito. Na petição de fl. 485, informa que foi sucedido por incorporação por VIVO PARTICIPAÇÕES S/A em 27/4/2011. Este processo foi a mim distribuído no sorteio de maio de 2014, numerado digitalmente até a fl. 521. Esclareçase que todas as indicações de folhas neste voto dizem respeito à numeração digital do eprocesso. É o relatório. Fl. 561DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10880.903195/200631 Acórdão n.º 1102001.243 S1C1T2 Fl. 527 6 Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Nas declarações de compensação sob análise, o contribuinte indicou como crédito saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 1998 no valor de R$ 3.063.316,37, mas teve seu direito negado por despacho decisório eletrônico que verificou que não fora informado saldo negativo na DIPJ do período. Tanto em sua manifestação de inconformidade quanto no voluntário, o sujeito passivo não apresenta argumentos de mérito, mas apenas busca garantir seu direito com preliminares de nulidade e decadência. A nulidade estaria no despacho decisório, por este ter sido emitido de forma eletrônica, com simples argumentos formais, sem o aprofundamento da análise do direito creditório, em prejuízo do princípio da verdade material. Contudo, apesar de se tratar de despacho eletrônico, a conclusão da decisão administrativa é em todo coerente. Afinal, o contribuinte informou, em sua DIPJ do anocalendário de 1998, não ter apurado saldo negativo (fls. 432 a 436). Contudo, buscou compensar saldo negativo de R$ 3.063.316,37 por meio dos PER/DCOMPs analisados neste processo. Antes da decisão final, a empresa foi expressamente intimada a “retificar a DIPJ correspondente ou apresentar PER/DCOMP retificador indicando corretamente o período de apuração do saldo”, sob pena de possível indeferimento do pedido (fl. 7). Entretanto, nenhuma providência foi tomada. Diante desse quadro, nada mais razoável que a autoridade fiscal não homologasse as compensações, não se podendo taxar de nulo o despacho decisório que tomou tal providência. A preliminar de decadência decorreria da impossibilidade de a Fazenda refazer, em 2008, a apuração do IRPJ do anocalendário 1998. Contudo, o argumento não possui o menor sentido, pois o Fisco não promoveu qualquer alteração no resultado de 1998. Ao contrário, quem informou inexistir saldo negativo no período foi o próprio contribuinte. Sendo esses os únicos argumentos recursais, voto por rejeitar as preliminares e negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 562DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10880.903195/200631 Acórdão n.º 1102001.243 S1C1T2 Fl. 528 7 Fl. 563DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/ 12/2014 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME
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Numero do processo: 13306.000076/2001-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 22 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3102-000.329
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral o Dr. Rafael Pereira de Souza, advogado do sujeito passivo.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé, José Paulo Puiatti, Miriam de Fátima Lavocat de Queiroz e Nanci Gama.
Relatório
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral o Dr. Rafael Pereira de Souza, advogado do sujeito passivo. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé, José Paulo Puiatti, Miriam de Fátima Lavocat de Queiroz e Nanci Gama. Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento de crédito presumido do IPI (fl. 2) do terceiro trimestre de 2001, no valor de R$ 447.004,91, utilizado na compensação dos débitos discriminados nos Pedidos de Compensação de fls. 53, 66, 79 e 93 e na Declaração de Compensação (DComp) de fls. 641/644. Por meio do Despacho Decisório de fl. 229, a autoridade fiscal competente da unidade da Receita Federal da jurisdição do contribuinte indeferiu o valor integral do crédito RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 33 06 .0 00 07 6/ 20 01 -3 1 Fl. 2543DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.544 2 pleiteado, ao acatar os fundamentos aduzidos na Informação Fiscal de fls. 227/228, de que “a verificação dos elementos comprobatórios do pleito na demanda original, mais a manifestação da autoridade fiscalizadora, desqualificaram a priori o cabimento do favor fiscal, vez que as exigências preliminares para o atendimento do pedido não foram saciadas suficientemente.” As conclusões exaradas na referida Informação Fiscal foi baseada no Termo de Verificação Fiscal de fls. 98/105, que aprestou as seguintes informações: a) a interessada fora intimada, por três vezes, a apresentar os elementos imprescindíveis à verificação dos créditos alegados, mas se limitara a apresentar somente os livros fiscais do estabelecimento matriz (F25) e informações em planilha eletrônica do estabelecimento matriz e do estabelecimento F40; b) além disso, as informações apresentadas eram inconsistentes, pois os itens relacionados não correspondiam a insumos adquiridos, logo não podiam ser aproveitados no cálculo do crédito presumido, nos termos da Lei 9.363/1996, uma vez que os valores relativos às prestações de serviços somente podiam ser aproveitados com o advento da forma alternativa de cálculo, a partir da edição da Lei 10.276/2001; c) alertada sobre as referidas inconsistências, a recorrente apresentou pedidos de retificação das planilhas anteriormente apresentadas e esclarecera que não realizava industrialização por encomenda e que por isso não lhe caberia comprovar, através de documentação hábil, o processo industrial realizado por terceiros, o envio de insumos ao estabelecimento industrializador por encomenda, o retorno do produto industrializado, acompanhado da devolução simbólica dos insumos enviados, utilizados e não utilizados na produção; d) a interessada não apresentara a planilha de entradas, oriundas de contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, de produtos não acabados ou não vendidos, afirmando que as informações estariam disponíveis no “Registro de Inventário (PEPS)”, referente a penas ao estabelecimento matriz; e) a interessada informara haver ajustado as receitas de exportação direta (linha “Ajuste Cambial até Embarque”), procedimento não previsto para o cálculo do crédito presumido, que deve ser feito com o valor das notas emitidas; f) não foram apresentados os itens relativos à descrição do processo produtivo, relação de produtos de fabricação do estabelecimento e relação das matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem; g) quanto à relação de MP, PI e ME, a empresa apresentara arquivo magnético, referente a uma espécie de fluxo de consumo referente ao estabelecimento F40 e a outro denominado F35, não incluído pela empresa dentre aqueles cujas informações teriam servido de base para o cálculo do crédito. h) Relativamente à relação de produtos de fabricação, a empresa apresentou listagem denominada “Planilha de Produtos de Fabricação do Estabelecimento”, onde descreve vários de seus produtos, sem, no entanto, identificar o período em que foram fabricados e em que estabelecimento; Fl. 2544DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.545 3 i) em face do não atendimento das intimações, terminara o procedimento fiscal sem conhecer o processo de industrialização dos estabelecimentos da interessada; j) a partir da análise do Livro de Apuração do IPI do estabelecimento matriz (F 25), único que fora entregue, constara que uma série de dados e informações demonstravam a complexa operação de industrialização realizada pela empresa, que envolvia estreita relação entre seus estabelecimentos e destes com terceiros, em processos de industrialização por encomenda, o que demandaria o devido controle das MP, PI e ME que entravam e saíam dos estabelecimentos da empresa; k) o estabelecimento matriz (F25) realizara industrialização por encomenda, para terceiros, como industrializador e como encomendante; l) citou registros de entradas de mercadorias importadas sob o Regime Aduaneiro Especial de Drawback, as quais não podiam ser utilizadas no cálculo do crédito presumido, vedação que também aplicarseia para os casos de mercadorias adquiridas que foram posteriormente vendidas; m) no final, propôs o indeferimento do pleito, sob o argumento de que a interessada havia comprovado o direito creditório pleiteado, o que foi acatado pelo citado Despacho Decisório. No relatório que integra a decisão recorrida, as razões de defesa apresentadas pela interessada foram assim resumida, in verbis: 3. Cientificada em 15.08.2007 (AR fl. 203) a interessada apresentou, tempestivamente, em 11.09.2007, manifestação de inconformidade na qual, após solicitar a suspensão da cobrança dos débitos objeto das declarações de compensação e requerer a juntada de documentos que diz terem sido recusados ou não anexados pela Fiscalização, alega haver apresentado seu pedido em formato determinado pela RF, anexando folhas do Livro de Registro de Apuração do IPI, onde observa que as compras para industrialização provenientes de outros Estados são significativamente superiores às entradas de aquisição de serviços ou de materiais de uso ou consumo; que as saídas para exportação são bem mais elevadas que as para o Estado ou interestaduais; que o estabelecimento matriz realiza transferências de mercadorias adquiridas de terceiros, seja de entradas ou de saídas, não tributadas, não tendo ocorrido dedução do IPI em virtude da manutenção de saldo credor desse imposto. 4. Pede a homologação tácita das compensações apresentadas, tendo em vista haver decorrido mais de cinco anos entre a apresentação dos pedidos e sua apreciação. 5. Reclama não ter havido uniformidade das matérias tratadas na ação fiscal, a qual englobava pedidos de ressarcimento na forma original (Lei n° 9.363, de 1996) e na forma alternativa (Lei n° 10.276, de 2001), tendo a empresa promovido um tipo de apuração para cada caso. 6. Observa que a técnica de Fiscalização: a) pretendeu segregar, através de seus pedidos, as operações para cada estabelecimento, “não obstante a legislação comum às duas técnicas de apuração consagrarem a apuração centralizada”; b) pretendeu também segregar Fl. 2545DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.546 4 compras sem a incidência de PIS/Pasep e Cofins; c) optou por impedir a exclusão do ICMS do cálculo da receita operacional bruta; d) “ao exigir a discriminação de quantidades, demonstra o entendimento de que a fiscalização verificará, fisicamente, o consumo das MP, PI e ME no produto industrializado”; e) apesar das normas tratarem da apuração centralizada, ordenou a segregação de entradas e saídas por estabelecimento. 7. Afirma que entregou os documentos, “como se vê em protocolos apresentados aos 04/05/2007, 17/05/2007, 31/05/2007 e 11/06/2007”, que não teriam sido recebidos e juntados aos autos por decisão do Fiscal responsável, prejudicando a empresa por se fazer necessária nova juntada. 8. Procura descrever o processo produtivo da empresa, afirmando que na época centralizava a compra de matériasprimas no estabelecimento matriz, repassando aos demais, anexando amostras de notas fiscais de compra e de transferência (Anexo I – fls. 275/412). Prossegue informando que o couro semi acabado era enviado para beneficiamento em curtumes através de notas fiscais de “saída para industrialização por encomenda”, e retornavam posteriormente para a empresa, estando tais registros no Livro de Apuração do IPI. Anexa amostras de notas fiscais dessas operações (Anexo II – fls. 413/510). 9. O Anexo III possui cópias de notas fiscais de exportação (fls. 511/538). 10. No Anexo IV junta documento denominado “Processo Produtivo Unidade ItapajéCE”, que afirma haver sido recusado, no qual descreve o processo produtivo dos calçados da empresa, acrecentando que também não foi recebida pelo fiscal a ficha técnica do calçado apresentado como padrão. Indica também no mesmo Anexo o “relatório Roteiro de Produção Referência” e a “Classificação dos modelos por famílias”, onde são descritos quinze tipos de calçados. 11. No Anexo V encontrase a “Planilha de Insumos Consumidos” apresentada para atendimento ao Termo de Inicio da Ação Fiscal (fl. 589/724). No Anexo VI a “Planilha de Produtos de Fabricação do Estabelecimento” (fls. 725/811), além planilhas auxiliares, tal como solicitadas pela Fiscalização, segundo modelos: Anexo VII – Entradas PJ Contribuintes PIS/Pasep e Cofins (fls. 813/1105); Anexo VIII – Entradas PF e PJ não contribuintes do PIS/Pasep e Cofins (fls. 1106/1108 – sem lançamentos); Anexo IX – Entradas PJ Contribuintes PIS/Pasep e Cofins Produtos não acabados ou não vendidos (fl. 1110 – sem lançamento, por estar a informação disponível no Relatório “Registro de Inventário PEPS”); Anexo X Entradas PJ Contribuintes PIS/Pasep e Cofins produtos não vendidos (fl. 1111 – sem lançamento); Anexo XI – Saídas exportação (fls. 1113/1183); Anexo XII – Saídas Vendas (fls. 1185/1580). No Anexo XIII há a informação de que não houve transferência de crédito presumido. 12. No que diz respeito ao Anexo XII, cabe ressaltar que a empresa apresentou saídas de três estabelecimentos: a) matriz (fls. 1185/1215), onde se encontram relacionadas saídas do primeiro semestre de 2001, estranhas ao presente pedido, o qual trata do crédito relativo ao terceiro trimestre, cabendo destacar que em alguns casos a planilha Fl. 2546DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.547 5 indica notas emitidas no primeiro semestre com saída da mercadoria apenas em novembro; b) estabelecimento de CNPJ n° 01.098.983/000537 (1216/1580), onde se encontram relacionadas saídas do segundo semestre. 13. Apresenta planilhas de apuração do crédito, ressaltando haver procedido à elaboração das mesmas de forma centralizada, conforme “regras incidentes na Lei 9.363/1996, a Portaria MF 38/97”, sendo importante essa observação “porque o formato de planilhas sugerido pelo auditor fiscal condutor do procedimento sugeria o contrário, desautorizando a apuração centralizada, o que redundou em divórcio entre a percepção do auditor e a legislação”. 14. Rebate as conclusões da Fiscalização, entendendo haver provado a qualificação dos bens como insumos e sua integração ao processo produtivo, assim como a quantificação dos valores das entradas. 15. Avalia que o fiscal não comprendeu as entradas registradas no CFOP 2.13, justificando: “(...) a empresa não atuou como contratada para fabricar calçados por encomenda para terceiros. Conforme demonstrado com as notas fiscais de remessa para beneficiamento, e de retorno de beneficiamento, a empresa é contratante de serviços de beneficiamento de couro, (...)”. Continua, no parágrafo seguinte afirmando, que: “(...) adquire a mercadoria através do CFOP 1.11 Compras para industrialização e 2.11 Compras para industrialização. Remete a mercadoria, registrando a saída através do CFOP Saídas para industrialização por encomenda. A mercadoria retorna, sendo registrada ao CFOP 2.99 Outras entradas e/ou aquisições de serviços não especificadas pelo valor da mercadoria, e pelo CFOP 2.13 Industrialização efetuada por outras empresas o valor do serviço”. 16. Aduz que somente os valores dos retornos não foram computados para fins de determinação do custo, apresentando planilha de cálculo do crédito presumido onde demonstra haverem sido computados os CFOP 1.13 e 2.13 e afirma que em 2001, “acumulado ao segundo semestre” (sic) somente foram pagos por serviços de encomendas R$ 269.319,94, não podendo todo o restante ser glosado em função desse valor. 17. Reconhece que o couro e os sintéticos somente podem ser usados como insumos após beneficiamento, citando decisões do Conselho de Contribuintes que determinaram a inclusão do valor pago pelo beneficiamento de matériasprimas no cálculo do crédito presumido. 18. Novamente afirma que o fiscal desconsiderou a prova material das notas fiscais e resolveu não comprender os registros contábeis, bem como os dados postos na planilha de entradas para solicitar a comprovação do processo industrial realizado por terceiros. Reforça que tal providência seria apenas para impedir o uso dos valores de entradas CFOP 1.13 e 2.13. 19. Afirma que o “detalhamento do processo produtivo de terceiros” não foi objeto de solicitação, tendo o fiscal aventado essa necessidade apenas ao elaborar a informação fiscal, não podendo o contribuinte ser penalizado por isso. Fl. 2547DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.548 6 20. Da mesma forma, diz: “O mesmo procedimento de deixar de solicitar informações ao contribuinte e criticar a ausência da informação não solicitada ocorre quando o auditor afirma que a planilha ‘Produtos de Fabricação do Estabelecimento’ deixa de indicar o período em que foram fabricados e o estabelecimento fabricante. Tal especificidade não consta do item 5.5 do Termo de Início de Ação Fiscal”. 21. Aborda a reclamação feita pelo fiscal, referindose ao item 4 da Informação, acerca “do procedimento da interessada, a qual valeuse de seu registro de inventário elaborado conforme a regra PEPS”, alegando que deve ser levado em conta o § 6º do art. 3º da Portaria MF n° 38, de 1997, que transcreve. 22. Aponta como outro motivo da glosa total a questão do ajuste cambial, argumentando que, por ser tema pontual, redundaria somente na vedação dos valores que compõem tal receita, a qual foi negativa neste trimestre. Cita a Portaria MF n° 356, de 1988, para afirmar que a variação cambial ativa integra a receita bruta e julgado do Conselho de Contribuintes nesse sentido. 23. Ressalta que as entradas CFOP 1.21 – Transferências para industrialização não influenciaram o custo, o mesmo sendo aplicado às saídas para industrialização por encomenda, retorno simbólico de insumos utilizados na industrialização por encomenda e importações (itens 75 e 76 da manifestação de inconformidade – fls. 261/262). 24. Cita julgado do Conselho que admite o uso do valor de insumo adquirido e posteriormente transferido a outro estabelecimento da mesma empresa, o qual postula o ressarcimento, desde que não aproveitado pelo que fez a transferência. Segue tal citação a seguinte explicação: “Inclusive, a fiscalização sequer afirmou esse fato de replicação de valores, mas pôs sob suspeita sem sequer juntar indícios, bem como desconsiderando os documentos postos pelo contribuinte. E, julgou a simples menção às operações como motivo para a glosa do crédito – quando deveria aprofundar a fiscalização para sugerir, de forma consistente, uma eventual glosa de créditos”. 25. Tece comentários sobre a necessidade do Fisco comprovar a inveracidade dos fatos registrados na escrita fiscal, citando acórdãos do Conselho que tratam de tributação com base em presunção e doutrina sobre ônus da prova. 26. Por fim, requer: a) o recebimento da manifestação com a suspensão dos débitos compensados; b) a juntada dos documentos que acompanham a manifestação; c) ter como matéria impugnada a lista constante das fls. 270/271, não se admitindo a presunção posta ao art. 17 do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972 Processo Administrativo Fiscal (PAF) a essas matérias e temas conexos e constantes da defesa, tal como a regra do art. 302, III do CPC; d) que sejam avaliados os documentos e reformada a decisão; e d) caso sejam considerados insuficientes os documentos, seja feita perícia para atendimento aos quesitos de fls. 272/273, juntamente com o perito indicado. Fl. 2548DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.549 7 Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 655/668), em que, por unanimidade de votos, a manifestação de inconformidade foi parcialmente deferida, para reconhecer a ocorrência da homologação tácita em relação as Declarações de Compensação (DComp) de fls. 53, 66 e 79, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI. Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. A ausência de provas nos autos que indiquem a certeza e a liquidez do crédito pleiteado, impõe o indeferimento do pleito. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos Conselhos de Contribuintes não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão aquela objeto da decisão, na forma do art. 100 do CTN. DCOMP. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. São homologadas tacitamente as declarações de compensação que deixarem de ser apreciadas no prazo de cinco anos, contado da data da entrega da mesma ou do pedido de compensação convertido por força do § 4º do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. PEDIDO DE PERÍCIA. Deve ser indeferido o pedido de perícia, quando for prescindível para o deslinde da questão a ser apreciada ou se o processo contiver os elementos necessários para a formação da livre convicção do julgador. A interessada foi cientificada da decisão de primeira instância em 26/6/2008 (fl. 672). Em 25/7/2008, protocolou o recurso voluntário de fls. 676/733), em que reafirmou as razões de defesa apresentadas na peça impugnatória e, alternativamente, reiterou o pedido de realização de perícia, acompanhado de quesitos, caso não fossem avaliados os documentos apresentados e reformada a decisão recorrida. Em aditamento, alegou que: a) a decisão de primeiro grau não guardava inferência direta ao caso julgado, pois suscitara que não existiam nos autos as provas que indicavam a certeza e liquidez do crédito pleiteado e, ao mesmo tempo, em que indeferira o pedido de realização de perícia, para atender ao elevado grau de certeza proclamado pelo órgão julgador; b) o julgado recorrido não apreciara todas as questões suscitadas na manifestação de inconformidade, tendo se limitado a tratar apenas alguns Fl. 2549DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.550 8 temas, em detrimento de outros. Ademais, os temas analisados representavam interpretações particulares sobre situações pontuais, em relação às quais poderseia suscitar, por hipótese, apenas uma glosa parcial dos créditos, jamais a glosa total; c) a apuração dos créditos fora realizada de forma centralizada e não fora intimada a apresentar os livros fiscais das filiais, o que tornava sem efeito a afirmação contida no voto condutor da decisão recorrida de que a não apresentação dos livros fiscais de outros estabelecimentos filiais seria suficiente para invalidar todos os demais fatos e provas apresentados nos autos; d) fizera chegar aos autos um CD contendo os dados das análises (CD que foi entregue a fiscalização no curso do procedimento de fiscalização direcionado para sete procedimentos distintos), porém, como o auditor deixou de copiálo, a recorrente procedera a sua juntada aos autos por ocasião da manifestação de inconformidade; e) o órgão julgador preferira apresentar argumentos pontuais desfavoráveis a recorrente, para deixar de analisar a documentação por ela coligida aos autos, procedimento semelhante ao que fora adotado no curso da fiscalização, ao não juntar aos autos os documentos entregues; f) o voto condutor do julgado sustentara a tese de que a inclusão de valores de ajuste cambial (pouco representativo no montante do crédito em discussão) seria um motivo para a glosa total do crédito, o que era um raciocínio insustentável e injusto. O que poderia ocorrer, em tese, seria apenas a glosa parcial do crédito com base nesse fundamento; g) o julgado recorrido não apreciara várias pontos suscitados na defesa, tais como: h.1) o fato de a recorrente ser uma pessoa jurídica prepoderantemente exportadora; h.2) o fato dos valores de “compra para industrialização provenientes de outros estados” (CFOP 2.11) serem significativamente superiores às entradas de aquisição de serviços de industrialização (CFOP 2.13) ou de materiais para uso ou consumo (CFOP 1.97 e 2.97); h.3) a comprovação da entrega dos documentos solicitados, que a fiscalização recusara juntar aos autos; h.4) não foram analisadas as notas fiscais de compras realizadas pela matriz e de transferências para as filiais (Anexo I), juntadas por amostragem, que comprovava a centralização das compras da matéria prima no estabelecimento matriz e no de extensão de CNPJ 000537, que depois era repassada aos demais estabelecimentos da empresa; h.5) não foram analisadas as notas fiscais de remessa para beneficiamento e o respectivo retorno (Anexo II), juntadas por amostragem, que comprovava a remessa para beneficiamento em curtumes; h.6) não foram analisados a documentação que descrevia o processo produtivo (Anexo IV) e que não fora recepcionada pela fiscalização; e h.7) não foi apreciada a planilha que identificava os produtos consumidos (Anexo V); h) sem análise dos autos, a fiscalização sugerira que a empresa teria deixado de apresentar provas de que efetivamente comprara MP, PI e ME, incorpora aos Fl. 2550DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.551 9 produtos industrializados e procedera a exportação de substancial parte dos produtos industrializados, mas que não fora isso que ocorrera; i) diferentemente do que foi mencionado no voto condutor da decisão recorrida, a interessada havia apresentado o Livro de Registro de Inventário durante o curso do procedimento de fiscalização, conforme comprovava os documentos de fls. 141/156; j) quanto aos produtos em fabricação, asseverou que apresentara tais documentos (Anexo VI), ressaltando que os produtos foram fabricados na época do período de apuração do crédito, e que tais documentos se completava com os dados da planilha 1.6 (Anexos XI e XII), a qual versava sobre os produtos vendidos; k) havia apresentado as planilhas auxiliares para apuração do crédito presumido, conforme modelo determinado pela fiscalização (Anexos VII a XIII) e modelo elaborado própria recorrente (Anexo XIV); l) apresentara a planilha 2.2 Cálculo dos Custo dos Insumos Adquiridos de Não Contribuintes do PIS/PASEP e COFINS Utilizados em Produtos Exportados (Anexo XV); m) entregara a planilha 2.3 Receita de Exportação, Receita Operacional Bruta, Utilização e Transferencia de Crédito (Anexo XVI), a qual sintetiza os dados por mês; e procedera a elaboração das planilhas em apuração centralizada, tal como determinavam as várias regras incidentes na Lei 9.363/1996, a Portaria MF 38/97; e n) as planilhas sobre compras indicavam as notas fiscais referentes aos insumos utilizados; as planilhas sobre saídas indicavam os valores exportados; e as planilhas sobre custo e receitas consolidadas confirmavam o valor informado no Demonstrativo de Crédito Presumido; e os elementos principais de prova, quais seja a qualificação dos bens como insumo e a sua integração ao processo produtivo, foram efetivamente provados, elementos essenciais que demonstravam a existência do direito do crédito pleiteado. Em 8 de dezembro de 2010, por meio da Resolução nº 3102000.153, o julgamento do recurso foi convertido em diligência, para que recorrrente fosse intimada a sanar o erro de qualificação da parte presente no recurso voluntário, bem como a juntar aos autos documentos aptos a demonstrar a concessão de poderes aos advogados que subscreveram a peça recursal. Em 15/1/2013, a recorrente foi cientificada da referida Resolução e da Notificação de fl. 2522, em que intimada a apresentar cópia autenticada do original, do aditivo ou ato que comprove a legitimidade da incorporação da Disport Nordeste Ltda. pela Paquetá Calçados Ltda. Por meio da petição de fl. 2524, a recorrente apresentou a Altaração de Contrato Social de Paquetá Calçados Ltda. (fls. 2525/2534) e a Altaração de Contrato Social de Disport Nordeste Ltda. (fls. 2535/2540). Fl. 2551DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.552 10 É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A controvérsia originária cingiase à glosa integral do valor do saldo de créditos presumidos do 3º trimestre de 2001, no valor total de R$ 447.004,91, em decorrência da falta de comprovação, com documentação hábil, da origem do valor do saldo de crédito presumido pleiteado, segundo a fiscalização. Ao apreciar a manifestação de inconformidade da recorrente, a Turma de Julgamento de primeiro grau, por meio do Acórdão nº 0111.000, de 20 de maio de 2008 (fls. 655/668), deulhe parcial provimento, para reconhecer a homologação tácita parcial das compensações informadas nos Pedidos de Compensação de fls. 53, 66 e 79 e, em decorrência, reconhecer direito creditório concernente aos valores dos créditos utilizados nas referidas compensações. Em face dessa decisão, temse que a controvérsia remanescente limitase apenas ao indeferimento da parcela do crédito remanescente, no valor de R$ 133.329,92, não utilizada nas citadas compensações tacitamente homologadas, bem como na não hologação das compensações informadas no Pedido de Compensação de fl. 93 e na Declaração de Compensação (DComp) de fls. 641/644. Conforme delineado no relatório precedente, o motivo apresentado, no Despacho Decisório, para o indeferimento integral do valor do crédito pleiteado, fora a falta de apresentação de documentos comprobatórios hábeis da “origem dos valores efetivamente utilizados no cálculo do benefício previsto na legislação”, conforme consignado, in fine, no Termo de Verificação Fiscal de fls. 98/105. Em sede de manifestação de inconformidade, contrariando a alegação da fiscalização e da autoridade julgadora da unidade da Receita Federal de origem, a interessada afirmou que apresentara a documentação solicitada, que fora recepcionada pela fiscalização ainda no curso do procedimento fiscal, conforme documentos de fls. 141/193. No entanto, segunda a interessada, ao invés de analisar e juntar aos autos os referidos documentos, a fiscalização desconsiderou a referida documentação, inclusive, sequer procedera a juntada dos respectivos documentos aos autos. Dessa forma, para comprovar que a referida documentação atendia os requisitos da legislação, na fase de manifestação de inconformidade, a interessada trouxe à colação dos autos os documentos de fls. 303/639 e 744/2519, que compreende, a meu ver, senão integralmente, grande parte dos documentos e informações solicitados pela fiscalização no curso do procedimento fiscal. Aliás, há provas nos autos (fls. 141, 153/154 e 163/164) que confirma a entrega dos citados documentos à fiscalização no curso do procedimento fiscal, porém, tais documentos não foram analisados nem juntados, na sua integralidade, aos autos pela fiscalização, conforme alegou a recorrente. Fl. 2552DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.553 11 No caso em tela, inexiste qualquer dúvida no sentido de que o titular do direito creditório tem a obrigação de mater escrituração contábil e fiscal exigida pela legislação e controles extracontábeis que permitam a fiscalização confirmar a existência do crédito presumido pleiteado, bem como a obrigatoriedade de exibir a documentação que dava suporte a sua escrita, sempre que solicitado pela autoridade fiscalizadora. Com base nessa premissa, compulsando os referidos documentos coligidos aos autos pela recorrente na fase de manifestação de inconformidade, diferentemente da Turma de Julgamento de primeiro grau, chegase a convicção que eles, ainda que não atendam todas as exigências apresentadas pela fiscalização, certamente, atendem parcialmente os requisitos estabelecidos na legislação que rege a matéria. Além disso, não há qualquer prova colacionada aos autos que comprove que tais documentos são inidôneos e que os dados apresentados nas diversas planilhas apresentadas pela recorrente são inverossímeis. A simples alegação de que tais documentos não atendem os requisitos da legislação, sem suporte em qualquer elemento probatório que corrobore tal alegação, certamente, não constitui elemento suficiente para que tais provas sejam integralmente desconsideradas e o valor total do crédito glosado. Da mesma forma, a alegação de que era complexa as operação de industrialização realizada pela recorrente, da qual fazem parte o estabelecimento matriz e várias filiais, também não pode ser utilizado como fundamento para efetivação da glosa integral dos insumos utilizados pela recorrente, principalmente, tendo em vista que há provas nos autos de que a recorrente exerce a atividade de fabricação de calçados de couro (CNAE 15.31901) e que se trata de empresa preponderantemente exportadora, e que foram entregues a fiscalização, no curso do procedimento fiscal, e que se encontram juntados aos autos elementos suficientes para compreensão do processo produtivo da recorrente, conforme Relatórios que integram o Anexo IV (fls. 859 e ss.) Dada essa circunstância, glosar integralmente os valores dos insumos adquiridos pela recorrente sob o argumento de que não fora apresentada a documentação completa solicitada pela fiscalização referente a todas filiais, a meu ver, implicaria superdimensionamento do formalismo em detrimento das provas que foram colacionadas aos autos pela recorrente, principalmente, tendo em conta que as compras dos insumos era centralizada na matriz e na filial do CNPJ de extensão 000537, conforme faz provas as notas fiscais de compras e de transferências para as filiais, juntadas aos autos por amostragem e que integram o Anexo I de fls. 303/440. Também o fato de a recorrente ter apresentado, por amostragem, as notas fiscais de venda para exportação, que integram o Anexo III de fls. 831/858, consiste em prova cabal de que a recorrente auferiu receita de exportação no período. Por todas essas razões, votase por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a unidade Receita Federal de origem, proceda análise da documentação de fls. 303/639 e 744/2519, com a finalidade de apurar o valor do crédito presumido do 3º trimestre de 2001. Além disso, caso seja insuficientes os documentos coligidos aos autos, proceda a intimação da interessada para apresentar as provas indispensáveis à apuração do referido crédito. Após a conclusão do trabalho de diligência, elabore relatório fiscal contendo, se for o caso, o valor do crédito reconhecido, ou o valor do crédito total ou parcialmente glosado e Fl. 2553DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13306.000076/200131 Resolução nº 3102000.329 S3C1T2 Fl. 2.554 12 os fundamentos da realização da glosa, do qual deverá ser cientificado à recorrente, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente as suas considerações. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 2554DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 19 /12/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000024/2006-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001
PIS. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA. INCLUSÃO.
Os valores recebidos por empresas prestadoras de serviços de locação de mão-de-obra temporária e repassados a título de pagamento de salários e encargos sociais, integram a base de cálculo da contribuição ao PIS.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3301-002.412
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*
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BASE DE CÁLCULO. SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA. INCLUSÃO. Os valores recebidos por empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária e repassados a título de pagamento de salários e encargos sociais, integram a base de cálculo da contribuição ao PIS. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 00 24 /2 00 6- 91 Fl. 162DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 158 2 Relatório Adoto o relatório elaborado na decisão recorrida, abaixo transcrito: Tratase de impugnação a exigência fiscal relativa à Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, fls. 26/29. O feito, referente a fatos geradores ocorridos entre janeiro e dezembro de 2001, resultou na constituição de crédito tributário no total de R$ 100.492,20, somados o principal, multa de ofício e juros de mora incorridos até o mês anterior ao da lavratura. O fundamento da autuação é falta ou insuficiência de recolhimentos da contribuição. No TERMO DE VERIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO, parte integrante do Auto de Infração, fls. 18/20, a fiscalização assim sintetiza as razões da autuação: 1. Com fundamento na DIRPJ 2002, anocalendário 2001, apresentada pelo fiscalizado, nos documentos comprobatórios dos elementos nela inseridos, nos livros Diário e Razão exibidos pelo fiscalizado e com apoio nos registros constantes dos sistemas informatizados da Receita Federal do Brasil, constatamos que o fiscalizado declarou em DIRPJ e DCTF, contribuições devidas ao PIS e à COFINS, utilizando com base de cálculo apenas a receita correspondente à Taxa de Serviço, contrariando ao que dispõem os artigos 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98: (...) 2. Isto posto, elaboramos o DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS AO PIS E COFINS – ANOCALENDÁRIO 2001, ONDE SE EVIDENCIARAM AS IRREGULARIDADES APURADAS, RELATIVAMENTE A: PIS – INSUFICIÊNCIA DE DECLARAÇÃO E RECOLHIMENTO – INCIDÊNCIA CUMULATIVA e COFINS – INSUFICIÊNCIA DE DECLARAÇÃO E RECOLHIMENTO – INCIDÊNCIA CUMULATIVA. (...) O DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS AO PIS E COFINS – ANOCALENDÁRIO 2001, fl. 21, especifica, mês a mês, essencialmente, os valores de receitas escrituradas e declaradas, e os valores de PIS e COFINS devidos (apurados conforme os livros) e declarados em DCTF. A contribuinte foi cientificada da autuação em 13/03/2006 (fl. 26), tendo apresentado, em 12/04/2006, impugnação ao feito fiscal (fls. 40/54), na qual, em síntese e fundamentalmente afirma: A tempestividade da impugnação e sustenta a suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151, III, do CTN; Fl. 163DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 159 3 Que é empresa voltada para a seleção, o recrutamento e a colocação de mão de obra de trabalhadores temporários, para atender sempre, em todos os contratos, necessidade do seu cliente e tomador; Neste sentido, repassa os valores aquilo que o tomador de serviços paga a título de salário e benefícios, nos termos do que emana a Lei nº 6.019/74; Continuando o raciocínio, argumenta que apenas a quantia referente à taxa de serviços prestados à tomadora pode ser considerada como receita, para fins de tributação, assim discorrendo: (...) O que então até o momento não restou devidamente demonstrado é aquilo que compõe a receita da empresa de colocação de mão de obra temporária, mormente com relação à esta Recorrente, senão vejamos: Para todos aqueles serviços acima descritos temos que a prestação dos mesmos, que é o custo pela realização de todos eles é exatamente aquilo que a Recorrente recebe como remuneração e que compõe o seu patrimônio com cada cliente. Ou seja, como se trata de uma empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária, o custo pelos serviços prestados é a TAXA DE SERVIÇOS, conhecida também como Comissão ou côo TAXA DE ADMINISTRAÇÃO de contratos de trabalhadores temporários, o que então se perfaz do seu recebível, daquilo que efetivamente irá compor o seu patrimônio líquido e que certamente irá remunerála a título de contraprestação pelos serviços prestados. (...) É com este valor de comissão que a mesma paga suas despesas mensais com material, seus fornecedores, a empresa que para si faz os exames médicos admissionais, as contas correntes, as tarifas bancárias, que abastece o seu automóvel, as despesas de locomoção de seus empregados, entre outras. Em outras palavras, é com esta receita, a taxa administrativa que a mesma se sustenta e honra todos os seus pagamentos em dia, para a sua existência, ou quem sabe não seria melhor dizer a sua sobrevivência. Portanto, a taxa administrativa é que realmente compõe os rendimentos da Recorrente e com esta taxa que cobra de seus clientes é que a mesma efetua os pagamentos das despesas gerais mensais, para a sua manutenção no mercado em que atua. (...) Porém, conforme consta na autuação o entendimento é de que a base de cálculo para o recolhimento dos impostos em discussão é o valor total da nota fiscal emitida pela Recorrente (entendimento minoritário e que não pode ser levado à efeito pois, além de diminuir o patrimônio a título de recebimento, da Recorrente, ainda causa a bitributação) afinal a Recorrente nada recebe a título de preço, taxa ou lucro, sobre o valor dos salários dos trabalhadores, já que cobra seus serviços do seu tomador apenas. Tanto é inaceitável que, conforme se expôs anteriormente, a Recorrente não pode ser tributada por aquilo que não recebe, ou seja, a mesma não recebe os salários dos trabalhadores e nem mesmo sobre estes efetua qualquer cobrança de Fl. 164DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 160 4 valores de comissão ou de taxa administrativa, até porque, pela própria Lei 6.019/74 tal cobrança é manifestamente proibida. Art 18. È vedado à empresa de trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei. A incorreção da inclusão dos encargos sociais na base de cálculo. Diz: (...) Na pior das hipóteses, o que o Auditor Fiscal deveria ter procedido para a justificativa da existência de constituição de crédito tributário seria ao menos, no mínimo, ter batido os valores destinados aos encargos sociais e ao final aqueles que sobraram da Nota Fiscal, consideraria então os valores restantes. Mas não, considerou inclusive os encargos sociais que não se consideram renda a nenhuma pessoa jurídica. Francamente, considerar "encargos sociais" como receita de pessoa jurídica, não é a coisa mais correta a ser feita, e nem mesmo pode esta ser considerada receita bruta, haja vista que as mesmas são repassadas aos órgãos legais competentes a recebeIas. (...) A incoerência entre procedimentos da Receita Federal assim dizendo: Ora, se o próprio órgão da Receita Federal entende como receita bruta a taxa administrativa como a base de cálculo para a incidência do Imposto de Renda, e assim o fez ao declarar na própria conclusão da fiscalização relativa ao Imposto de Renda. Se assim o é para este tributo, por qual motivo então o tratamento para a incidência de outro tributo é diferente se a natureza da operação é a mesma? Resta portanto, pela legislação equiparada a definição de que também o COFINS e o PIS/PASEP deve incidir sobre o valor da taxa administrativa como medida da mais clara JUSTIÇA À CAPACIDADE TRIBUTÁRIA a ser aplicada, o que ao final requer seja assim reconhecido. Ao analisar referida impugnação, a 3ª Turma da DRJ/CampinasSP proferiu o Acórdão nº 0524.831, de 09/02/2009, assim ementado: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 Crédito Tributário. Prazo Decadencial. Lançamento De Ofício. Afastado, por inconstitucional, o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social, a contagem do prazo decadencial regese pelo disposto no Código Tributário. Na hipótese em que ocorre pagamento antecipado, o prazo decadencial será de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 161 5 PIS. Base de Cálculo. Receita Bruta. Empresa Fornecedora de Mão de Obra Temporária. Sendo a autuada responsável pelo vínculo empregatício com o trabalhador cuja mãodeobra é locada ou posta a disposição de outras empresas, todos os valores recebidos para a satisfação das obrigações contraídas com a contratação de pessoal devem ser considerados como receita bruta e, portanto, integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. Lançamento Procedente em Parte. Não concordando com referida decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário, por meio do qual repete as mesmas questões trazidas em sua impugnação, que podem ser assim resumidas: a recorrente é uma empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária, e dessa forma, o custo pelos serviços prestados é a taxa de serviços, conhecida também como Comissão ou como taxa de administração de contratos de trabalhadores temporários, o que então se perfaz do seu recebível, daquilo que efetivamente irá compor o seu patrimônio líquido e que certamente irá remunerála a título de contraprestação pelos serviços prestados; a taxa de serviços ou taxa de administração é a única receita pela qual a Recorrente sobrevive, não existindo para a Contribuinte qualquer outra fonte de renda, devendo ser somente esta taxa a base de calculo da COFINS; porém, o entendimento adotado pela fiscalização é de que a base de cálculo para o recolhimento dos impostos em discussão é o valor total da nota fiscal emitida pela recorrente na medida em que esta nada recebe a título de preço, taxa ou lucro, sobre o valor dos salários dos trabalhadores, já que cobra seus serviços do seu tomador apenas; os valores totais das notas continham, além da taxa de serviços ou taxa de administração, valores referentes a reembolso de salário e encargos sociais; o reembolso dos salários não constitui renda para a recorrente, mas apenas reposição de capital o qual teve de dispor e que foi reembolsada, não devendo ser considerada receita para fins de tributação da Cofins por não se enquadrar no conceito de receita bruta legalmente estabelecido; também teria sido incluído no credito tributário lançado valores referentes a encargos sociais recolhidos pela Recorrente, fato este que não constitui receita tributável, mas sim encargo para a Contribuinte; tal qual o reembolso de despesas, os encargos sociais devem ser excluídos do lançamento na medida em que não se enquadram no conceito de receita bruta legalmente estabelecido. que na apuração do valor devido do PIS, não teriam sido deduzidos ou compensados os valores pagos no ano a título da contribuição. É o relatório. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 162 6 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. A controvérsia estabelecida no presente processo é quanto à base de cálculo do PIS para as empresas que prestam serviços de fornecimento de mão de obra temporária. O lançamento foi efetuado utilizando o valor da receita bruta extraída das notas fiscais emitidas pela empresa e a recorrente defende que deveria ser deduzido da base de cálculo os valores repassados a título de reembolso dos valores pagos aos empregados e também os encargos sociais. Esta controvérsia já foi resolvida pelo STJ quando julgou o RESP 1141065/SC, sob a sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, conforme ementa assim exarada: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEIS COMPLEMENTARES 7/70 E 70/91 E LEIS ORDINÁRIAS 9.718/98, 10.637/02 E 10.833/03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019/74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. 1. A base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável (Leis Complementares 7/70 e 70/91 ou Leis ordinárias 10.637/2002 e 10.833/2003), abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74), a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. (...) Portanto este é o entendimento que deve ser adotado no presente julgamento por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009. A recorrente alega também que na apuração da base de cálculo do tributo não foram aproveitados os pagamentos por ele efetuado no anocalendário de 2001. Porém da Fl. 167DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 163 7 análise da planilha de apuração da base de cálculo, fl. 21 (fl. 24 do eprocesso), está claramente demonstrado que houve o aproveitamento dos valores declarados e pagos pelo contribuinte. Portanto, deve ser afastada esta alegação, mesmo porque, o contribuinte não apresentou nenhuma prova que pudesse macular o demonstrativo elaborado pela fiscalização. Desta forma, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 168DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
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Numero do processo: 10840.004300/2002-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002
PRELIMINAR DE NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE APRECIAÇÃO DE PROVA.
Não é nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar o mérito por entender preclusa a prova apresentada na manifestação de inconformidade. Entretanto, reformada a decisão de primeira instância nessa parte por este Conselho Administrativo, o processo deve retornar à DRJ para a análise do mérito.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3402-002.553
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para reformar a decisão da DRJ. Vencidos os Conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo dEça (Relator) e Fenelon Moscoso de Almeida. Designada a Conselheira Maria Aparecida de Paula para redigir voto vencedor.
(Assinatura Digital)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO - Presidente
(Assinatura Digital)
FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA - Relator
(Assinatura Digital)
MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA - Redatora Designada
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Maria Aparecida Martins de Paula, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para reformar a decisão da DRJ. Vencidos os Conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo dEça (Relator) e Fenelon Moscoso de Almeida. Designada a Conselheira Maria Aparecida de Paula para redigir voto vencedor. (Assinatura Digital) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO - Presidente (Assinatura Digital) FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA - Relator (Assinatura Digital) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA - Redatora Designada Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Maria Aparecida Martins de Paula, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 PRELIMINAR DE NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE APRECIAÇÃO DE PROVA. Não é nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar o mérito por entender preclusa a prova apresentada na manifestação de inconformidade. Entretanto, reformada a decisão de primeira instância nessa parte por este Conselho Administrativo, o processo deve retornar à DRJ para a análise do mérito. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para reformar a decisão da DRJ. Vencidos os Conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo d’Eça (Relator) e Fenelon Moscoso de Almeida. Designada a Conselheira Maria Aparecida de Paula para redigir voto vencedor. (Assinatura Digital) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente (Assinatura Digital) FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 43 00 /2 00 2- 08 Fl. 852DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 2 (Assinatura Digital) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA Redatora Designada Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Maria Aparecida Martins de Paula, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 679/686) contra o Acórdão DRJ/RPO nº 1415.040 de 07/03/07 constante de fls. 671/674 exarado pela 2ª Turma da DRJ de Ribeirão Preto SP que, por unanimidade de votos, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 71/73, mantendo o Despacho Decisório de fls. 66 e respectiva informação fiscal (fls. 64/65) da DRF de Ribeirão Preto SP, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de créditos básicos de IPI, com base na IN/SRF nº 210/02. período de apuração 3° trimestre de 2002, no valor total de R$ 24.635,31, decorreriam de "insumos adquiridos com produtos saídas alíquota zero, conforme artigo 148 do DecretoLei nº 2.637 de 25/06/98. O Despacho Decisório de fls. 66 e respectiva informação fiscal (fls. 64/65) da DRF de Ribeirão Preto SP r. despacho decisório explicitaram os motivos do indeferimento nos seguintes termos: “Sr. Chefe, Trata o presente processo de Declaração de Compensação apresentada pela empresa acima identificada, mediante a utilização do formulário previsto na IN SRF rir. 210, de 30/09/2002 , no qual a declarante indica no quadro 3 como origem do crédito utilizado, o ressarcimento de IPI, e no quadro 4, os respectivos débitos compensados. Às fls. 02, referindose ao crédito, informa tratarse de ressarcimento de créditos do IPI, no montante de R$ 24.635,31 , e que tais créditos, nos termos da alegação efetuada pela requerente na linha 15 dos referidos formulários, decorreriam de "insumos adquiridos com produtos saídas alíquota zero, conforme artigo 148 do DecretoLei nº 2.637 de 25/06/98", relativamente ao 3° trimestre de 2002. Às fls. 03/45, juntou, entre outros documentos, cópias do Livro de Apuração do IPI e relação das notas fiscais de entradas com crédito de IPI . A observar, que às fls. 03, o contribuinte apresentou requerimento via do qual pleiteia a correção dos créditos alegados. Para as verificações necessárias à comprovação da legitimidade do pleito, os autos foram remetidos à Seção de Fiscalização, cujo resultado da ação fiscal desenvolvida junto ao estabelecimento da empresa interessada, encontramse às fls. 47/63 . Fl. 853DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10840.004300/200208 Acórdão n.º 3402002.553 S3C4T2 Fl. 2.553 3 É o relatório. Preliminarmente, em se tratando de créditos do IPI conforme alegado pela requerente, convém observar que inexiste previsão legal para a atualização monetária de créditos efetuados a destempo ou de saldo credor de IPI . Referindose o crédito objeto da compensação declarada, a ressarcimento do Imposto sobre Produtos Industrializados, o processo foi encaminhado à Seção de Fiscalização com o fim de serem realizadas as diligências necessárias à confirmação do pleito, conforme fls. 46 . Ocorre que, conforme Informação Fiscal de fls. 62/63 , o contribuinte, após intimações em 03/08/2005 (fls. 48/49) e 27/09/2005 (53/54) , reintimação em 01/11/2005 (fls. 55/56) , e nova intimação em 01/11/2005 (fls. 57/59), não apresentou, na íntegra, a documentação/esclarecimentos solicitados pela Fiscalização. Destaca o Fisco, que o contribuinte apresentou o Livro Registro de Apuração do IPI escriturado em desacordo com a legislação vigente . Intimado e reintimado a proceder à reescrituração do referido livro, o contribuinte não se manifestou a respeito até o final da ação fiscal . Da mesma forma, não apresentou as Notas Fiscais do período em meio magnético, nem manifestouse a respeito . Em conseqüência, não tendo sido possível verificar a exatidão das informações prestadas, nos termos do artigo 19 da então vigente IN SRF nr. 460/2004 (art. 19 da IN SRF rir. 600/2005), a Fiscalização manifestouse desfavoravelmente quanto à pretensão do contribuinte . Nessa condição, não efetivadas as verificações necessárias relativamente à apuração do crédito postulado, conforme atesta a Fiscalização na Informação de fls. 62/63 resta desconsiderar o ressarcimento solicitado às fls. 02 . Desta forma, pelos motivos expostos, proponho o não reconhecimento de direito creditório à interessada, relativamente ao presente processo . Ainda, é de se observar que a interessada declara a utilização do alegado crédito na compensação de débitos, conforme fez constar na Declaração de Compensação de fls. 01 (a compensação de tributos e contribuições foi modificada a partir da edição do artigo 49 da Medida Provisória rir. 66, de 29/08/2002, convertida posteriormente na Lei rir. 10.637, de 30/12/2002, alterado pelos artigos 17 da Lei rir. 10.833, de 29/12/2003, e 0 da Lei rir. 11.051, de 29/12/2004) . À consideração superior. . (...) DESPACHO DECISÓRIO Fl. 854DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 4 IPI — Imposto sobre Produtos Industrializados Ressarcimento — comprovação A autoridade da SRF competente para decidir sobre o pedido de ressarcimento de créditos do IPI poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação, pelo estabelecimento que escriturou referidos créditos, do livro Registro de Apuração do IPI correspondente aos períodos de apuração e de escrituração (ou cópia autenticada) e de outros documentos relativos aos créditos, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal no estabelecimento da pessoa jurídica a fim de que seja verificada a exatidão das informações prestadas (art. 19, IN 600/2005) . Conforme informação de fls. 64/65, com a qual concordo, bem como da legislação pertinente à espécie, não reconheço o direito creditório da interessada, relativamente ao presente processo administrativo . Em consequência, não homologo a compensação declarada através da Declaração de Compensação de fls. 01, objeto dos autos . Dêse ciência do presente Despacho à interessada, e demais providências cabíveis conforme normas vigentes. Por seu turno, a r. decisão de fls. 621/623 da 4ª Turma da DRJ de Salvador BA, houve por bem “indeferir” a Manifestação de Inconformidade de fls. 288/292, mantendo o Despacho Decisório de fls. 259/269 da DRF de Camaçarí BA, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01 /07/2002 a 30/09/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. É ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO. Quando documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Solicitação Indeferida” Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 679/686) apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista: a) preliminarmente a nulidade e ilegalidade da r. decisão recorrida que indeferiu a perícia por cerceamento a seu direito de defesa e violação ao princípio da verdade material e às normas aplicáveis à espécie que possibilitariam a apresentação de documentos em fase recursal, razões pelas quais, embora entenda suficiente a documentação carreada aos autos, apresentava outros na fase recursal, a fim de demonstrar a legitimidade do crédito ressarciendo; b) no mérito que os elementos Fl. 855DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10840.004300/200208 Acórdão n.º 3402002.553 S3C4T2 Fl. 2.554 5 presentes nos autos são suficientes para firmar o convencimento do julgador, mas a realização de diligência, comprovaria irretorquivelmente a legitimidade do crédito. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA, Relator O Recurso Voluntário preenche os requisitos de admissibilidade razão pela qual dele conheço. Preliminarmente rejeito a alegação de suposta violação ao princípio da verdade material, eis que como ressaltado na r. decisão recorrida, a ora Recorrente teve oportunidade de demonstrar a procedência de suas alegações mediante a prova documental não produzida oportunamente e, como também já assentou o E. STJ “o artigo 131 do CPC consagra o princípio da persuasão racional, habilitando o magistrado a valerse do seu convencimento, à luz dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso concreto, constantes dos autos. Nada obstante, competelhe rejeitar diligências que delonguem desnecessariamente o julgamento, a fim de garantir a observância do princípio da celeridade processual. (cf. REsp 886.695/MG, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 06.12.2007, DJ 14.12.2007; e EDcl no REsp 37033/SP, Rel. Ministro Ari Pargendler, Segunda Turma, julgado em 15.09.1998, DJ 03.11.1998)” (cf. AC. da 1ª do STJ no REsp 896045/RN, Reg. nº 2006/02290861, em sessão de 18/09/2008, Rel. Min. LUIZ FUX, Publ. in DJU de15/10/2008). No mérito, ante a ausência de comprovação oportuna da legitimidade do crédito e do ressarcimento pleiteados deve subsistir a r decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos fundamentos que adoto como razões de decidir e transcrevo: “A interessada contestou o indeferimento de seu pedido de ressarcimento de crédito do IPI por falta de apresentação dos documentos que dão suporte ao pedido de ressarcimento de fl. 02. De início, há que se esclarecer que a lide em questão diz respeito à necessidade ou não dos documentos solicitados para a análise do pleito, portanto, somente será analisada a procedência ou não da decisão denegatória quanto a esta questão. Isto porque não foi levantada nenhuma questão de mérito na decisão recorrida, tendo sido somente analisado fato prejudicial, ou seja, a falta de comprovação, por meio de documentos hábeis, não só do direito, como do quantum a ser ressarcido. Quanto a este fato, devese destacar que a parte que invoca direito resistido deve produzir as provas necessárias do respectivo fato constitutivo. No caso em concreto, o administrado deve carrear aos autos as provas que dão lastro ao direito creditório reclamado. Fl. 856DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 6 Tratase de postulado do Código de Processo Civil, instituído pela Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e adotado de forma subsidiária na esfera administrativa tributária: Art. 333. O ónus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art.. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. Assim, na hipótese de solicitação administrativa, recai sobre a interessada o ônus de provar a pretensão deduzida. Logo, o pedido administrativo deve ser instruído com todos os elementos hábeis a demonstrar o direito da requerente. Portanto, ajuntada de documentos que demonstrem a efetividade e liquidez do crédito que a interessada aduz possuir e a comprovação de que referido crédito foi apurado de acordo com as normas legais é obrigação da pretendente. Sendo o caso de pedido de ressarcimento de créditos, este deve conter relação com a discriminação dos diversos insumos empregados na industrialização, cópia do Livro Registro de Apuração do IPI referente ao período de apuração, contendo inclusive o estorno do crédito correspondente ao valor solicitado, cópias de notas fiscais de aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais embalagens utilizados, etc., sendo inclusive passível de exame fiscal toda a escrituração da contribuinte. A fim de comprovar a certeza e liquidez do ressarcimento requerido, a autoridade fiscal solicitou, fundamentada na legislação pertinente, a apresentação de informações ou documentos que julgou necessários para subsidiála no exame de mérito do processo, intimando a contribuinte a apresentálos sem lograr qualquer êxito. A contribuinte nem ao menos solicitou prorrogação de prazo para atendimento da intimação. Para que a Administração Pública se pronuncie a respeito da demanda do particular, por meio de despacho decisório, é necessário que a fiscalização investigue a existência do direito e o montante em concreto do crédito em questão, se efetivamente houve o estorno do crédito correspondente ao valor solicitado no pedido de ressarcimento e se a contribuinte cumpriu todas as condições para que possa se utilizar do benefício fiscal. Podem ser, então, suscitados alguns dispositivos do diploma legal que disciplina o processo administrativo geral no âmbito federal: Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Fl. 857DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10840.004300/200208 Acórdão n.º 3402002.553 S3C4T2 Fl. 2.555 7 Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de oficio a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. O princípio da cooperação do administrado, consagrado no diploma normativo já aludido, utilizado subsidiariamente no plano tributário, deve nortear a conduta deste, conforme transcrição que segue: Art. 42 São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I expor os fatos conforme a verdade; II proceder com lealdade, urbanidade e boa fé; III não agir de modo temerário; IV prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. (g. m.) Assim, a falta de atendimento da intimação já seria motivo suficiente para o indeferimento sumário da solicitação, providência equivalente, na seara tributária, ao arquivamento referido na lei. Como se vê, o Despacho Decisório proferido pelo órgão competente, à luz da norma supracitada, não é insubsistente, nem improcedente, como quer a interessada, mas sim imposição legal decorrente da preclusão ocorrida. Ainda que se invocasse o princípio do informalismo, não se pode imaginar que o contribuinte possa produzir provas a qualquer momento, segundo sua vontade, ignorando os dispositivos legais que impõe a concentração dos atos em determinados momentos processuais. Se por um lado existe a garantia do contraditório e do direito de defesa, por outro, o Estado é protegido contra injustificáveis protelações do processo, que possibilitem ao contribuinte a proposital ocultação dos fatos em determinada fase processual, ou mesmo procedimental, para sua apresentação em momento posterior que julgue mais oportuno ou favorável. Ademais, a autoridade julgadora não pode, nessa fase processual, apreciar os documentos trazidos juntamente com a impugnação, pois é competência precípua da autoridade administrativa da Seção de Orientação e Análise Tributária (SAORT), já que esta não se manifestou quanto ao mérito da questão, ou seja, quanto ao direito ao ressarcimento e quanto ao valor do direito creditório em discussão. Se assim o fizesse, esta Fl. 858DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 8 autoridade julgadora estaria avocando para si uma competência que não lhe é cabida, pois não se trata apenas de examinar a presença do direito em tese, mas também de averiguar a existência do direito in concreto, ou seja, averiguar se o beneficio reclamado originou efetivamente aquele crédito e se, até mesmo, referido crédito já não foi objeto de utilização para dedução com o IPI devido, pois não há no presente processo qualquer elemento de prova do estorno do crédito correspondente ao valor solicitado no pedido de ressarcimento de fl. 01. Por conseguinte, em razão do interessado não ter tempestivamente comprovado o direito creditório, é de se manter o despacho denegatório. Não se justifica, assim a reforma da r. decisão recorrida que deve ser mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos, considerandose ainda que na fase instrutória, a ora a Recorrente não apresentou nenhuma evidencia concreta e suficiente cujo ônus lhe cabia (cf. art. 333, inc. I e 396 do CPC) para descaracterizar a motivação invocada pela d. Fiscalização, para o indeferimento do resssarcimento. Considerando a inexistência de créditos líquidos e certos contra a Fazenda Pública, os débitos eventual e indevidamente compensados, devem ser cobrados através do procedimento previsto nos §§ 7º e 8º do art. 74 da Lei nº 9.430/96 (redação da Lei nº 10.833, de 2003). Isto posto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para manter a r. decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos fundamentos. É como voto Sala das Sessões, em 12 de novembro de 2014. FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Fl. 859DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10840.004300/200208 Acórdão n.º 3402002.553 S3C4T2 Fl. 2.556 9 Voto Vencedor Conselheira MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Redatora Designada Na sessão de julgamento do presente processo ousei divergir do posicionamento do Ilustre Relator, tendo prevalecido o entendimento divergente por maioria de votos na Turma. Em breve síntese, podese assim relatar a questão das provas no presente processo: i) O direito creditório não foi reconhecido pela DRFRibeirão Preto, tendo em vista a ausência de documentação hábil para amparar o pleito de ressarcimento, não obstante a contribuinte tenha sido intimada para esse fim. ii) A contribuinte apresentou documentação complementar na manifestação de inconformidade e solicitou a conversão do processo em diligência para a verificação da exatidão dos créditos. iii) A DRJRibeirão Preto indeferiu a solicitação de diligência, por considerar preclusa a prova apresentada, nos termos dos arts. 333 e 396 do Código de Processo Civil (CPC) e dos arts. 39 e 40 da Lei nº 9.784/99, e tendo em vista que não poderia, naquela fase processual, apreciar os novos documentos, o que seria atribuição da autoridade administrativa. Como é consabido, a manifestação de inconformidade e o recurso em face da decisão que a julgou improcedente seguem o rito processual do Decreto nº 70.235/72. Dispõe expressamente o art. 16, §4° do Decreto nº 70.235/72, abaixo transcrito, em consonância com o princípio da verdade material, que ainda há a oportunidade de apresentação de prova documental pela contribuinte por ocasião da impugnação: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Fl. 860DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO 10 § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Assim, havendo legislação específica sobre a matéria no Decreto nº 70.235/72, que rege o processo administrativo fiscal, não há que prevalecer a aplicação subsidiária genérica do Código de Processo Civil ou da Lei nº 9.784/99 em sentido contrário. De forma que, nesse aspecto assiste razão à recorrente, vez que não poderia a autoridade julgadora de primeira instância ter deixado de apreciar a prova apresentada pela contribuinte juntamente com a manifestação de inconformidade. Conforme já decidido no Acórdão Carf nº 140200.211, da 1ª Seção/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária (j. 05.07.2010) e no Acórdão objeto do processo nº 13406.000016/97 15, da 3ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (j. 24.05.2001), cujas ementas abaixo se transcreve, na hipótese de reforma da decisão recorrida em relação à matéria que era prejudicial à análise do mérito, os autos devem retornar à DRJ para sua apreciação: [Ementa do Acórdão Carf nº 140200.211] IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997, 1999 PRELIMINAR DE NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE APRECIAÇÃO DE MATÉRIA. Constatada a falta de apreciação a respeito do prazo da Fazenda Pública se pronunciar sobre as declarações retificadoras devem os autos retornar à DRJ para apreciação dessa matéria. RESTITUIÇÃO. SALDOS NEGATIVOS DE RECOLHIMENTO DO IRPJ E CSLL. O prazo para pleitear a restituição do saldo negativo de IRPJ ou CSLL, acumulado, devidamente apurado e escriturado, é de 5 anos contados do período que a contribuinte ficar impossibilitada de aproveitar esses créditos, mormente pela mudança de modalidade de apuração dos tributos ou pelo encerramento de atividades. PRELIMINAR DE NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE APRECIAÇÃO DE MATÉRIA. Fl. 861DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10840.004300/200208 Acórdão n.º 3402002.553 S3C4T2 Fl. 2.557 11 Não é nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar o mérito de restituição por entender que o prazo para pleitear a restituição está extinto. Entretanto, reformada a decisão de primeira instância quanto ao prazo do sujeito passivo pedir a restituição, retornase os autos à DRJ para prosseguimento da análise do mérito. Recurso Voluntario Provido em Parte. [Ementa do Acórdão CC processo nº 13406.000016/9715] PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO NÃO COMPROVADA AUSÊNCIA DE EXAME DOCUMENTAL IMPUGNAÇÃO EXIGÊNCIA DE APRECIAÇÃO DAS PROVAS NECESSIDADE DE NOVO JULGAMENTO PELA AUTORIDADE DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. 1. A apreciação e a manifestação pela Autoridade Fiscal de 1ª instância da documentação apresentada em impugnação, quando fundamental ao deslinde da causa, é uma exigência jurídicoprocedimental, dela não se podendo desvincular, sob pena de anulação do processo. 2. Necessidade de retorno dos autos à instância originária para promover julgamento apreciando as provas apresentadas. (DOU 13/08/2001) Nessa linha, entendo que a irregularidade processual aqui mencionada não inquina de nulidade a decisão de primeira instância, conforme alegou a recorrente, desde que se proceda ao saneamento do feito com o retorno dos autos à Delegacia de Julgamento, para que seja efetuada a análise de mérito, do que não resultará qualquer prejuízo à recorrente. Não há que se olvidar também que, in casu, a eventual análise de mérito por este Conselho Administrativo acarretaria a supressão de instância de julgamento à recorrente. Assim, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário para reformar a decisão recorrida na parte em que considerou precluso o direito de produção de prova pela recorrente, devendo o processo retornar à instância a quo para a análise de mérito com a apreciação da prova apresentada juntamente com a manifestação de inconformidade. É como voto. Maria Aparecida Martins de Paula, Redatora Designada. Fl. 862DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 17/12/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por MARIA APA RECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Numero do processo: 10860.001512/2003-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 01 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3401-000.837
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Robson José Bayerl Presidente
Jean Cleuter Simões Mendonçca Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Robson José Bayerl – Presidente Jean Cleuter Simões Mendonçca – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl (Presidente), Ângela Sartori, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios (Suplente), Bernardo Leite Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de crédito de IPI referente à aquisição de insumos para fabricação de bens de informática no primeiro trimestre de 2003 (fl. 06) para compensar com COFINS, PIS e IRPJ também do primeiro trimestre de 2003 (fl.04). Por entender que algumas aquisições não geram o crédito, valor pleiteado (R$ 5.736.818,36), a delegacia de origem glosou R$ 1.484.552,37 e deferiu R$ 4.252.265,99. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 60 .0 01 51 2/ 20 03 -7 8 Fl. 488DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L Processo nº 10860.001512/200378 Resolução nº 3401000.837 S3C4T1 Fl. 489 2 A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 339/364), mas a DRJ em Ribeirão Preto/SP manteve o despacho decisório ao prolatar acórdão (fls.435/442) com a seguinte ementa: “DIREITO AO CRÉDITO. INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPI. É inadmissível, por total ausência de previsão legal, a apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo, de créditos do imposto alusivos a insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. RESSARCIMENTO. JUROS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. Inexiste previsão legal para abonar atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito de IPI Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 17/01/2012 (fl. 476) e interpôs recurso voluntário em 15/02/2012 (fls.444/471), com as alegações resumidas abaixo: 1. Os créditos pleiteados tiveram duas origens: (1) benefício fiscal concedidos pelo art. 4º, da Lei nº 8.248/91 e (2) aquisição de insumos isentos provenientes da Zona Franca de Manaus; 2. O crédito pleiteado tem amparo na nãocumulatividade e, quanto ao IPI, a Constituição não faz nenhuma ressalva quanto ao aproveitamento de crédito na aquisição de produtos isentos; 3. O art.11, da Lei nº 9.779/99, autoriza o aproveitamento do crédito do IPI, inclusive nas aquisições de insumos; 4. O crédito do IPI na aquisição de insumos isentos oriundos da Zona Franca de Manaus também é reconhecido pelo art. 237, do Decreto nº 7.212/2010; 5. Tem direito à atualização de seus créditos pela Taxa SELIC. Ao fim, a Recorrente pediu a reforma do acórdão da DRJ para que seja reconhecido o direito ao ressarcimento integral dos créditos pleiteados. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator, Jean Cleuter Simões Mendonça O presente recurso apresenta dúvida quanto a representação da empresa Recorrente. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L Processo nº 10860.001512/200378 Resolução nº 3401000.837 S3C4T1 Fl. 490 3 Na primeira folha do recurso voluntário, consta a seguinte observação feita pelo servidor da Receita Federal do Brasil que recebeu o recurso: “O PORTADOR ALEGA QUE PROCURAÇÃO ORIGINAL, SUBSTABELECIMENTOS ORIGINAIS ENCONTRAMSE JUNTADOS AOS AUTOS DO PROCESSO POR ISSO NÃO ESTÁ JUNTANDO AS CÓPIAS AUTENTICADAS NESTE RECURSO”. (sic) Na mesma folha, na parte da qualificação, consta que a empresa vem “por seu representante legal infraassinado”. Ocorre que, muito embora esteja presente a cópia do substabelecimento na fl. 473 e procuração e substabelecimentos nas fls. 413 e 415, estes presumese serem originais, já que não há como conferir por tratarse de processo digitalizado, não é possível identificar quem assinou o recurso voluntário, pois consta como subscritor a própria empresa “LG ELETRONICS DE SÃO PAULO LTDA”. Isto é, não é possível saber se a pessoa que escreveu e assinou o recurso é uma das outorgadas na procuração e nos substabelecimentos. Nos casos de dúvida quanto à representação, o código de processo civil prevê o seguinte: “Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber: I ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo; II ao réu, reputarseá revel; III ao terceiro, será excluído do processo”. Diante disso, o julgamento do recurso deve ser convertido em diligência, para que os autos retornem à delegacia de origem e a Recorrente seja intimada para que, no prazo de 10 (dez) dias, esclareça quem é o seu representante legal que subscreve o recurso voluntário e apresente o substabelecimento que lhe dá poderes. Após este prazo, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento, ainda que a Recorrente não tenha se manifestado. Ex positis, converto o julgamento em diligência, nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 490DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 23 /11/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ROBSON JOSE BAYER L
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