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Numero do processo: 11080.723092/2013-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2011
IRRF. RENDIMENTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA POR FORÇA
DE DECISÃO JUDICIAL
Deve ser excluída do Ajuste Anual o valor dos rendimentos suspensos por medida judicial. devendo-se manter a glosa do IRRF depositado em juízo incidente sobre tais rendimento, já que eventual direito a restituição será apurado no curso do processo judicial.
Numero da decisão: 2201-003.532
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para excluir da base de cálculo o valor do rendimento suspenso por medida judicial
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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RENDIMENTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL Deve ser excluída do Ajuste Anual o valor dos rendimentos suspensos por medida judicial. devendo-se manter a glosa do IRRF depositado em juízo incidente sobre tais rendimento, já que eventual direito a restituição será apurado no curso do processo judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para excluir da base de cálculo o valor do rendimento suspenso por medida judicial. Assinado digitalmente Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator. EDITADO EM: 31/03/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecilia Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária março de 2017 março de 2017 RUBENS CASAGRANDE LIEDKE RUBENS CASAGRANDE LIEDKE FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL AA Fl. 283DF CARF MF 2 O presente processo trata de Notificação de Lançamento 2011/705915221751919, fl. 5 a 13, a qual teve origem em procedimento de Revisão de Declaração de Rendimentos da Pessoa Física relativa ao exercício de 2011, ano-calendário de 2010. A Autoridade Fiscal identificou infrações à legislação tributária e promoveu as alterações abaixo: a) Omissão de rendimentos no valor de R$ 6.120,00, percebidos da fonte pagadora Soluções Construtora e Incorporadora LTDA, fl. 7; b) Glosa de R$ 13.360,69, indevidamente deduzido a título de Despesas Médicas, por falta de comprovação ou previsão legal para sua dedução. Atesta a Fiscalização que o próprio contribuinte reconheceu o equívoco no preenchimento da declaração e concorda com a glosa em questão, fl. 8 e 9; c) Compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte, no valor de R$ 15.746,84, incidente sobre rendimentos recebidos da Fundação Atlântico de Seguridade Social, objeto de lide judicial, fl. 10. Ciente do Lançamento em 08/03/2013, fl. 127, o contribuinte apresentou, tempestivamente, a impugnação de fl. 2 e 3, na qual manifestou sua concordância em relação às infrações citadas nos item "a" e "b" acima e demonstrou sua inconformidade com a autuação especificamente em relação à glosa do IRRF, basicamente sob o argumento de que se trata de retenção de imposto de renda sobre rendimentos recebidos em virtude de decisão judicial e que teria preenchido sua declaração conforme orientação recebida no Plantão Fiscal da RFB, tendo, inclusive, suas declarações relativas aos exercícios de 2009 e 2010 deferidas via Solicitação de Retificação de Lançamento. Analisando os argumentos da impugnação, a 8ª Turma de Julgamento da DRJ Porto Alegre/RS a considerou improcedente, por entender que o valor glosado encontra-se sub judice, tendo sido informado pela Fonte Pagadora como depositado judicialmente, fl. 139 a 142. Ciente do Acórdão da DRJ em 19 de agosto de 2013, fl. 146, o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fl. 149/175, no qual pontuou as questões que serão tratadas no curso do Voto. É o relatório necessário. Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Em razão de ser tempestivo e por preencher demais condições de admissibilidade, conheço do presente Recurso Voluntário. Alega o recorrente que a Notificação em tela está relacionada a rendimentos recebidos de complementação de aposentadoria da Fundação Atlântico de Seguridade Social, ressaltando que ajuizou ação judicial, em 2004, por entender indevida a tributação sobre tais rendimentos. Fl. 284DF CARF MF Processo nº 11080.723092/2013-04 Acórdão n.º 2201-003.532 S2-C2T1 Fl. 284 3 Atesta que foi concedida antecipação dos efeitos da tutela determinando o depósito em juízo do montante retido sobre o benefício, mês a mês. Que seus contracheques demonstram o depósito em juízo do montante retido, mas que lançou os rendimentos percebidos no campo de rendimentos tributáveis recebidos pelo titular. Sustenta que, seguindo orientações da própria Receita, adotou o mesmo procedimento em dois exercícios anteriores (2009 e 2010) e, embora tenha sido notificado, em ambos os exercícios teve suas Solicitações de Retificação de Lançamento deferidas, concluindo que o Fisco avalizou o procedimento. Das preliminares Após algumas considerações sobre a natureza jurídica indenizatória dos juros de mora, fl. 153 e 157, concluiu que deve ser modificado o Acórdão da 4ª Turma da DRJ em Porto Alegra/RS. Sobre tal argumentação, acredito tratar-se de algum equívoco, pois não se discute tributação sobre juros de mora no presente processo, tampouco o Acórdão recorrido tem origem na 4ª Turma da DRJ Porto Alegre. Em seguida, o contribuinte questiona o caráter confiscatório da multa de 75% incidente sobre o imposto de renda considerado devido, concluindo que a mesma é inconstitucional. Entendendo superada a questão da natureza indenizatória dos juros de mora, pelos argumentos acima expressos, resta apenas tratar, em sede preliminar, da questão da multa de ofício, a qual tem previsão no inciso I do art. 44, da lei 9.430/96, sendo desnecessárias maiores considerações sobre o tema, já que a questão da inconstitucionalidade de lei tributária já foi objeto de reiteradas e uniformes manifestações deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, tendo sido emitida Súmula de observância obrigatória, nos termos do art. 72 de seu Regimento Interno, aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda nº 343, de 09 de junho de 2015, cujo conteúdo transcrevo abaixo: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Desta forma rejeito as preliminares arguidas. Do mérito Tratando sobre a natureza dos rendimentos de complementação de aposentadoria percebidos pelo recorrente e das SRL fundadas em caso idênticos e deferidas pela Receita Federal, o recorrente sustenta que, embora recebendo regularmente seus rendimentos de complementação de aposentadoria, após decisão liminar, os valores do IRRF têm sido depositados judicialmente. Que a decisão liminar não alterou a natureza dos rendimentos recebidos, que continuaram a ser rendimentos tributáveis, com a diferença que passaram a ser recolhidos ao judiciário e que, portanto, não pode ser o contribuinte penalizado por ter lançado tais rendimentos como tributáveis, o que foi feito sem intenção de ludibriar o Fisco. Ademais, não pode a Receita Federal do Brasil adotar procedimentos diversos para a mesma situação. Fl. 285DF CARF MF 4 Afirma o contribuinte considerar a situação grave, pois a Receita Federal lhe orientou de maneira inadequada ou mesmo de forma omissa, por não ter respondido a alguns questionamentos formalizados. Por fim, pugna pela anulação do lançamento, tendo em vista, essencialmente a boa fé do contribuinte e pela produção de prova documental, para que a Receita Federal seja intimada a apresentar relatório de todos os contribuintes que foram atendimentos no Plantão Fiscal de Porto Alegre em 23 de abril de 2012. Inicialmente, sobre a produção de provas documentais com a emissão de relatório de atendimento do Plantão Fiscal do dia 23 de abril de 2012, entendo absolutamente desnecessária, pois em nada ajudaria ao deslinde da presente demanda saber se houve algum erro de orientação, omissão ou falha de comunicação, em particular pela dificuldade de tal constatação e porque a matéria, de uma forma ou de outra, sempre gerou algumas interpretações controversas, tanto que, após demandada pela Coordenação-Geral do Contencioso Administrativo, e Judicial - Cocaj, a Coordenação-Geral de Tributação - Cosit emitiu a Solução de Consulta Interna nº 9, de 18 de março de 2013, que assim foi ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF RENDIMENTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAR O IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL (DAA). Os rendimentos com a exigibilidade suspensa em função de ter havido o depósito do montante integral do respectivo imposto sobre a renda, devem ser excluídos do total de rendimentos tributáveis informados na DAA. Não pode ser compensado na DAA o valor depositado judicialmente a título de IRRF cuja exigibilidade esteja suspensa. Deve ser conhecida a impugnação do sujeito passivo, tendo em vista não se verificar concomitância entre a ação judicial e a impugnação administrativa. Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN), art. 151. Analisando as informações contidas no comprovante de rendimentos de fl. 212, constata-se que o contribuinte recebeu, no decorrer do ano-calendário de 2010, rendimentos tributáveis com exigibilidade suspensa por determinação judicial no valor de R$ 84.955,56, tendo sido depositado em juízo, nos autos do processo judicial 200471000314934, o IRRF de R$ 14.552,16 incidente sobre tal montante, bem assim R$ 1.212,68 incidente sobre o 13º salário de R$ 7.079,40. Consultando a Declaração de Rendimentos da Pessoa Física de fl. 63, pode-se notar que o contribuinte informou o rendimento tributável citado no parágrafo precedente no campo Rendimentos Tributáveis recebidos de PJ; informou o rendimento relativo ao 13º salário no campo específico para rendimentos dessa natureza; e somou os valores retidos para incluí- los como IRRF sobre os rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual. Desta forma, resta equivocada a forma utilizada pelo contribuinte para informar seus rendimentos suspensos, até porque, desde o programa para preenchimento da Declaração de Rendimentos do exercício de 2010, ano-calendário 2009, foi implementada ficha específica para a informação de rendimentos recebidos com exigibilidade suspensa em razão de discussão judicial. Nessa ficha, os dados fornecidos têm caráter meramente Fl. 286DF CARF MF Processo nº 11080.723092/2013-04 Acórdão n.º 2201-003.532 S2-C2T1 Fl. 285 5 informativo, não sendo somados aos demais rendimentos tributáveis na apuração do imposto. Veja que o contribuinte utilizou o programa que traz toda orientação sobre como declarar tais rendimentos, mas deixou tal ficha sem qualquer informação. Assim, correta a decisão de 1ª Instância ao manter o lançamento que glosou a compensação do IRRF, já que não pode o contribuinte levar ao ajuste o IRRF incidente sobre os rendimentos em litígio. Somente com o trânsito em julgado do provimento judicial é que se saberá a natureza do rendimento. Sendo este tributável, os valores do IRRF depositados em juízo serão, após a liquidação da sentença, convertidos em renda da União, sendo devolvido ao contribuinte eventual excesso. Caso o judiciário conclua que os rendimentos são isentos, naturalmente, tais valores serão devolvidos diretamente ao contribuinte mediante Alvará de Levantamento de Depósito, tudo sendo tratado no seio do processo judicial e não por meio de Declaração de Ajuste Anual. Não obstante, não sendo devida a compensação no Ajuste Anual do IRRF incidente sobre os rendimentos suspensos, igualmente indevida a submissão de tais rendimentos ao Ajuste Anual Portanto, dou provimento em parte ao Recurso Voluntário para manter a glosa do IRRF, mas devendo-se refazer o lançamento em questão excluindo-se dos rendimentos tributáveis o valor do rendimento cuja tributação está suspensa por decisão judicial (R$ . 84.955,56). Conclusão: Tendo em vista tudo que consta nos autos, bem assim na descrição e fundamentos legais acima expostos, voto por conhecer do Recurso Voluntário, rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, dar-lhe parcial provimento para excluir da base de cálculo o valor do rendimento suspenso por medida judicial. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator Fl. 287DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.725794/2011-46
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/01/2008
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.679
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/01/2008 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1667; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10980.725794/201146 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.679 – 2ª Turma Sessão de 12 de dezembro de 2016 Matéria RETROATIVIDADE BENIGNA, NATUREZA DA MULTA NOS LANÇAMENTOS PREVIDENCIÁRIOS ANTERIORES À MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941, DE 2013 Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado MASTERCORP DO BRASIL EIRELI ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/01/2008 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 57 94 /2 01 1- 46 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10660.722287/201173. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14, de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo ofereceu contrarrazões, pugnando pela negativa de provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.650, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10660.722287/201173, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.650): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 4 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De início, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime, pacificou o entendimento de que, na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61, da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdãonº9202004.262, de 23/06/2016, cuja ementa a seguir se transcreve: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 5 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, é necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o parágrafo anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106, do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA, somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP, não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que, na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991, correspondente aos 75% previstos no art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º doart. 32, da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pelaMP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas noart. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingido pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime, proferido no Acórdãonº9202004.499, de 29/09/2016: Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 6 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 206DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 7 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 8 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 208DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 9 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Nesse passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações promovidas pela MP 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 10 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 210DF CARF MF Processo nº 10980.725794/201146 Acórdão n.º 9202004.679 CSRFT2 Fl. 11 10 Em face ao exposto, conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 211DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.720950/2014-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IMPOSTO COMPLEMENTAR. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO NÃO REALIZADO POR MEIO ADEQUADO.
O instrumento adequado para o contribuinte formular pedido de restituição é por PER/DCOMP, não servindo a DIRPF retificadora para tal finalidade.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
A competência para apreciar, em primeira instância, após instaurado o litígio, os processos administrativos fiscais de determinação e exigência de créditos tributários bem como de manifestação de inconformidade do sujeito passivo contra apreciações dos Inspetores e dos Delegados da Receita Federal em processos relativos ao reconhecimento de direito creditório, ao ressarcimento, à imunidade, à suspensão, à isenção e redução de tributos e contribuições administrados pela SRF, é das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento - DRJ. Assim, para conhecimento da matéria pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, necessário que haja prévia decisão pela instância de origem, pois não admitida a supressão de instância.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-003.641
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar e Dilson Jatahy Fonseca Neto.
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar e Dilson Jatahy Fonseca Neto.
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PEDIDO DE RESTITUIÇÃO NÃO REALIZADO POR MEIO ADEQUADO. O instrumento adequado para o contribuinte formular pedido de restituição é por PER/DCOMP, não servindo a DIRPF retificadora para tal finalidade. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. A competência para apreciar, em primeira instância, após instaurado o litígio, os processos administrativos fiscais de determinação e exigência de créditos tributários bem como de manifestação de inconformidade do sujeito passivo contra apreciações dos Inspetores e dos Delegados da Receita Federal em processos relativos ao reconhecimento de direito creditório, ao ressarcimento, à imunidade, à suspensão, à isenção e redução de tributos e contribuições administrados pela SRF, é das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ. Assim, para conhecimento da matéria pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, necessário que haja prévia decisão pela instância de origem, pois não admitida a supressão de instância. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 09 50 /2 01 4- 55 Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10120.720950/201455 Acórdão n.º 2202003.641 S2C2T2 Fl. 55 2 Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar e Dilson Jatahy Fonseca Neto. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10120.720950/201455, em face do acórdão nº 0260.271, julgado pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (DRJ/BHE) qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ de origem, que assim os relatou: Contra o contribuinte identificado foi lavrada notificação de lançamento de fls. 09/14, referente ao imposto de renda pessoa física, exercício 2013, ano calendário 2012, para reduzir o imposto a restituir de R$ 59.391,85 para R$ 58.415,74, conforme abaixo. Imposto a Restituir Apurado na Declaração após a Revisão 58.415,74 Imposto já restituído 0,00 Valor a Restituir 58.415,74 No demonstrativo das infrações e enquadramento legal de fls. 11, as infrações apuradas estão, em síntese, assim descritas: Compensação Indevida de Imposto Complementar: glosa no valor de R$ 976,11 referente entre à diferença do valor declarado e o efetivamente comprovado. Cientificado do lançamento, o contribuinte o impugna, alegando, resumidamente, o que se segue: Afirma que preencheu o valor de R$ 976,11, como sendo imposto complementar, pois não existe local para informar o valor pago na declaração original. A DRJ de origem entendeu pela improcedência da impugnação apresentada pelo contribuinte, alegando que realmente não há campo, na declaração de ajuste, para o preenchimento dos pagamentos referentes às quotas do imposto de renda pessoa jurídica, na medida que estes valores não são passíveis de compensação via declaração, não sendo possível consideralas como dedução do imposto devido. Mas, a conduta correta de efetuar o pedido de Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10120.720950/201455 Acórdão n.º 2202003.641 S2C2T2 Fl. 56 3 restituição referente a valores pagos indevidamente é por meio Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMP), de conformidade com o artigo 10,§ 2º da IN RFN nº 1.300/2012. É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Compensação indevida de Imposto Complementar R$ 976,11 O Recorrente insurgese contra o indeferimento de seu pedido de restituição que teve origem na DIRPF retificadora do ano de 2013 referente ao exercício de 2012, dado a inexistência de local apropriado para fazer a devida e imperiosa retificação. Compulsando os autos verificase que a decisão anatematizada tem com fulcro o seu indeferimento a IN RFB nº 1.300/2012, portanto, normatização lançada antes do ano da declaração em comento, onde possibilita o declarante de seguila, o que serve como base legal para indeferir o pedido de restituição. De fato, como se verifica na decisão da DRJ/BH vêse que ela reconhece que houve uma época em que não havia campo apropriado para a retificação apontada, mas, com a publicação da IN RFB no dia 21 de novembro de 2012, o certo passou a tomar o procedimento perquirido por meio Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMP), de conformidade com o artigo 10, § 2º da supramencionada Instrução Normativa. “In verbis”: Art. 10. Não ocorrendo a devolução prevista no art. 8º ou a dedução nos termos do art. 9º, a restituição do indébito de imposto sobre a renda retido sobre rendimentos sujeitos ao ajuste anual, bem como a restituição do indébito de imposto sobre a renda pago a título de recolhimento mensal obrigatório (carnêleão) ou de recolhimento complementar será requerida pela pessoa física à RFB exclusivamente mediante a apresentação da DIRPF. § 1º ... § 2º Aplicase o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 3º e no § 1º do art. 41 ao indébito de imposto sobre a renda retido no pagamento ou crédito a pessoa física de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva, bem como aos valores pagos indevidamente a título de quotas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF). Consoante se verifica o meio adequado para pedido de restituição é por PER/DCOMP e não por retificação em DIRPF. Portanto, por tais razões, tenho que não há de ser restituído o valor pleiteado. Isenção por moléstia grave Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10120.720950/201455 Acórdão n.º 2202003.641 S2C2T2 Fl. 57 4 Em anexo ao recurso voluntário, à fl. 46 dos autos, o contribuinte junta Laudo Pericial exarado pela Dra. Ivana T. Fernandes, portadora do CRM/GO sob nº 3.426, declarando que o Recorrente é portador de Carcinoma Basocelular, CID C 80, desde outubro de 2010. Diante disso, sustenta que faria jus a concessão de isenção por ser portador de carcinoma, espécie de moléstia grave tipificada pela Lei nº 7.713/1988, em seu artigo 6º, inciso XIV, com a redação dada pela Lei nº 11.052/2004, que segue abaixo transcrita: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma. (grifouse) Acerca do tema, o Decreto nº 3.000/99 (RIR), em seu artigo 39, inciso XXXIII, bem como os §§ 4º e 5o do mesmo artigo, assim dispõem: Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: [...] XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º); [...] § 4º Para o reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII, a partir de 1º de janeiro de 1996, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10120.720950/201455 Acórdão n.º 2202003.641 S2C2T2 Fl. 58 5 Federal e dos Municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle (Lei nº 9.250, de 1995, art. 30 e § 1º). (grifouse). De acordo com o texto legal, depreendese que há dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção. Um reportase à natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria, ou reforma, ou pensão, e o outro relacionase com a existência da moléstia tipificada no texto legal, atestada por laudo de serviço médico oficial. Neste sentido, a súmula CARF nº 63: Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Importa destacar que o § 5º, inciso III, do art. 39 do Decreto nº 3.000/99 estabelece a data de início que a referida isenção aplicase aos rendimentos sujeitos a isenção: § 5º As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicamse aos rendimentos recebidos a partir: I – do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II – do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III – da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo pericial. (grifouse) No presente caso, o laudo pericial indicou que o contribuinte é portador de carcinoma basocelular, com início em outubro de 2010 e término em indeterminado. Assim, observandose a norma contida no art. 39, §5º, III, do Decreto nº 3.000, de 1999, a isenção aplicarseia, tãosomente, aos rendimentos recebidos a partir da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo pericial, ou seja, outubro de 2010. Enfim, compulsando os documentos apresentados com o presente recurso, tudo leva a crer que o Recorrente poderia ser de fato portador de neoplasia maligna, mas para reconhecimento é necessário que seja expedido o atestado por instituição pública, o que é o caso em tela, pois fornecido por serviço médico oficial. No entanto, ainda que se entenda que o contribuinte possa ter direito a isenção de imposto de renda, ocorre que esta questão não está na lide, pois não apresentado em impugnação tal alegação. Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10120.720950/201455 Acórdão n.º 2202003.641 S2C2T2 Fl. 59 6 A competência para apreciar, em primeira instância, após instaurado o litígio, os processos administrativos fiscais de determinação e exigência de créditos tributários bem como de manifestação de inconformidade do sujeito passivo contra apreciações dos Inspetores e dos Delegados da Receita Federal em processos relativos ao reconhecimento de direito creditório, ao ressarcimento, à imunidade, à suspensão, à isenção e redução de tributos e contribuições administrados pela SRF, é das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ. Assim, para conhecimento da matéria pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, necessário que haja prévia decisão pela instância de origem, pois não admitida a supressão de instância. Logo, a análise nesta fase processual seria supressão de instância. Diante disso, não conheço do recurso quanto a esta matéria. Conclusão Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.908442/2011-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL.
A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não-cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009).
Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3401-003.363
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL. A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não-cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009). Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC. Recurso Voluntário Negado.
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RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. SELIC. Recorrente PROCOLOR QUÍMICA INDUSTRIAL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL. A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009). Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 84 42 /2 01 1- 32 Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de PER/DCOMP cujo direito creditório utilizado na compensação é oriundo de saldo credor do IPI referente ao período de apuração de 01/07/2009 a 30/09/2009. Conforme despacho decisório exarado pelo Seort/DRF/Osasco, apesar de o crédito alegado pela Recorrente ter sido integralmente reconhecido (pelo valor original do saldo credor solicitado em ressarcimento PER), parte das compensações declaradas não foi homologada, pois o montante dos débitos informados para compensação, vinculados ao saldo credor do período de apuração sob análise, superou o valor do crédito solicitado e reconhecido. Após ser intimada, a ora Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto por intermédio do Acórdão 14053.020, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 NULIDADES. As causas de nulidade no âmbito do processo administrativo fiscal são somente aquelas elencadas na legislação de regência. O Despacho Decisório devidamente fundamentado é regularmente válido. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. JUROS SELIC. É incabível, por falta de previsão legal, a atualização monetária dos valores objeto de pedido de ressarcimento de créditos do IPI. Dessa decisão, a ora Recorrente foi intimada no dia 16/10/2014, apresentando tempestivo Recurso Voluntário no dia 14/11/2014, pelo qual requereu a reforma do acórdão recorrido, "para o fim de reconhecer e deferir o direito de correção monetária dos créditos de IPI, pois deixaram de ser escriturais, bem como aplicar a taxa SELIC, com a posterior homologação das compensações na integralidade", com base nos seguintes argumentos: (i) nulidade da decisão que não reconheceu o direito de crédito da Recorrente, por falta de fundamentação e por não ter intimado a Recorrente para esclarecer os motivos de ter pleiteado o ressarcimento; (ii) aplicação da correção monetária pela utilização da taxa SELIC em créditos objeto de pedidos de ressarcimento junto a Receita Federal. É o relatório. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.340, de 25 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10882.908423/201114, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401003.340): "O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. Como relatado, a interposição do Recurso Voluntário pelo contribuinte coloca duas matérias para exame desse Colegiado: (i) nulidade da decisão que não reconheceu o direito creditório da Recorrente; e (ii) aplicação da Taxa Selic para atualização de crédito básico de IPI em pedidos de ressarcimento. Nulidade O Recorrente defende a nulidade da decisão que não homologou as compensações declaradas e indeferiu o pedido de ressarcimento, alegando que a fundamentação da decisão não é adequada, pois não permite à Recorrente conhecer os seus motivos, e que não foi intimada para esclarecer aspectos do pedido de ressarcimento por ela realizado, o que seria determinado à autoridade fiscal pelo artigo 65 da Instrução Normativa nº 900/2008. Esse argumento foi rejeitado pela decisão recorrida, pelas seguintes razões: "De plano não constato qualquer irregularidade que possa acarretar a nulidade do Despacho Decisório, claramente foi demonstrado no Despacho Decisório (Divergências na Compensação) que o direito creditório oferecido e reconhecido era inferior ao montante de débitos que a interessada quer compensar. (...) Pois bem, atendendo ao princípio da eficiência, as PERDCOMPs são processadas eletronicamente visando atender ao contribuinte agilmente e, para atingir tal fim, a busca da certeza e liquidez do crédito se dá, num primeiro momento, pelo cruzamento das informações prestadas pelo próprio interessado à SRF, ou seja, confrontandose o direito creditório pedido com os dados fornecidos pelo interessado na PERDCOMP. Ou seja, a verificação da certeza e liquidez do direito creditório alegado pelo contribuinte, que nada mais é que o estrito cumprimento da lei e a obediência ao princípio da verdade material, baseiase nas obrigações acessórias realizadas pelo próprio". Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 5 4 No que se refere à fundamentação inadequada do despacho decisório eletrônico que, segundo a Recorrente, não permitiria o pleno conhecimento dos motivos para o indeferimento total do seu pleito, com os prejuízos daí decorrentes para o exercício regular de sua defesa, não vejo como acompanhar a Recorrente. Apesar de o despacho decisório de fls. 75 ser bem objetivo, pelo seu exame, é possível a compreensão dos motivos que levaram à decisão: a Recorrente apurou determinado saldo credor de IPI em seus livros e pleiteou o ressarcimento, que foi deferido até o exato montante do crédito por ela apurado e solicitado, sendo indeferido pelo despacho decisório a compensação de débitos, assim como um pedido de ressarcimento, em montante superior ao crédito solicitado. Desse modo, estando devidamente fundamentada, não há que se falar em prejuízo à defesa da Recorrente que, conhecendo os motivos do indeferimento, apresentou defesa explicando que a divergência entre crédito e débito se deu pela não aplicação da taxa SELIC nos créditos básicos de IPI objeto de ressarcimento que, uma vez, aplicados, segundo a Recorrente, permitiriam a validação de todas as compensações vinculadas ao crédito de IPI. Não há, portanto, qualquer violação ao artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972, a ensejar a decretação de nulidade da decisão. Com relação à necessidade de intimação da Recorrente antes de qualquer decisão indeferindo o seu direito creditório, oportuno citar o dispositivo invocado pela Recorrente, que tem a seguinte redação: "Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas". (Instrução Normativa RFB nº 900/2008) Pela leitura do dispositivo, entendo que se trata de um direito da autoridade fiscal, que pode ser exercido ou não, não podendo ser encarado tal dispositivo como uma obrigação da autoridade fiscal de intimar o contribuinte antes de toda e qualquer análise de pedidos de reconhecimento de direito de crédito. A Receita Federal poderá, nas hipóteses em que entender cabível, intimar o contribuinte para apresentar esclarecimentos ou realizar diligências adicionais, para fim de confirmar a existência do direito de crédito pleiteado. Por conseguinte, a ausência de intimação da Recorrente antes do não reconhecimento de crédito por ela pleiteado não implica nulidade da decisão tomada nesse sentido, motivo pelo qual proponho ao Colegiado rejeitar a nulidade também por esse segundo fundamento. Aplicação da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de crédito de IPI A Recorrente alega que, se aplicada a correção monetária pela taxa SELIC no saldo credor, as compensações declaradas teriam sido homologadas, não havendo qualquer valor a ser cobrado pela Receita Federal. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 6 5 Para tanto, invoca como fundamento o artigo 153, parágrafo 3º, inciso II, da Carta da República, artigo 49 do Código Tributário Nacional ("CTN"), artigo 11 da Lei nº 9.779/1999, afirmando que, na hipótese de ressarcimento e/ou compensação, "o crédito de IPI deixa de ser crédito escritural e passa a ser um crédito oponível à União Federal para restituição ou compensação, do qual deverá sofrer a incidência da correção monetária, como qualquer outro crédito passível de restituição/compensação". Além disso, defende a Recorrente que "será totalmente inócua a utilização de valores de créditos sem a cobertura do desgaste inflacionário, ou seja, a devida correção monetária entre o período em que houve o acúmulo do crédito até o momento da utilização, sob pena de enriquecimento ilícito por parte da União Federal", afirmando ser aplicável a taxa SELIC que é a mesma que é aplicada pelo Fisco na correção de seus créditos. A decisão recorrida rejeitou esse argumento da Recorrente, fazendo a distinção entre os casos de ressarcimento de IPI e restituição, conforme a seguir: "(...) a atualização monetária não é aplicável à hipótese vertente, isto é, de crédito escritural suscetível de ressarcimento, pois a norma do art. 66, § 3º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e alterações, conforme orientação interna transmitida pelo Boletim Central nº 46, de 25 de março de 1992, abarca tãosomente as hipóteses de atualização monetária referentes à restituição, nos casos em que menciona". Ademais, a decisão recorrida fundamenta a impossibilidade de correção monetária no ressarcimento de IPI, com base em normas infra legais como o artigo 38, § 2º, da IN SRF nº 210, de 2002; e artigo 51, § 5º, da IN SRF nº 460, de 2004, sucedida pelo artigo 52 da IN SRF nº 600, de 2005; artigo 72, § 5º, da IN RFB nº 900/2008 e alterações posteriores, manifestandose ainda pela impossibilidade de correção de créditos escriturais de IPI. Sobre o tema, pedido de atualização pela SELIC de valores objeto do pedido de ressarcimento de IPI, oportuno mencionar que já foi pacificado pelo e. Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial nº 1.035.847 RS, de relatoria do Ministro Luiz Fux, cujo acórdão foi submetido ao regime de recursos repetitivos do artigo 543C, do CPC. Essa decisão teve a seguinte ementa: "PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 7 6 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008". (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009) Em julgados mais recentes, o STJ deixou claro que (i) a atualização dos pedidos de ressarcimento de IPI aplicase também aos processos administrativos iniciados antes da vigência da Lei nº 11.457/2007, que estipula em seu artigo 24 que os pedidos administrativos deveriam ser apreciados dentro do prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias1; e (ii) o termo inicial para aplicação da SELIC, índice a ser adotado a partir de 1996, é a data de protocolo do pedido de ressarcimento. Nesse sentido, podese citar o precedente abaixo, de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques: "TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE RESSARCIMENTO DOS CRÉDITOS DE IPI. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. PROTOCOLO DOS PEDIDOS ADMINISTRATIVOS DE RESSARCIMENTO. 1. Em que pese o julgamento do Recurso Representativo da Controvérsia REsp. n. 1.138.206/RS (Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9.8.2010), onde se definiu que o art. 24 da Lei 11.457/2007 se aplica também para os feitos inaugurados antes de sua vigência, o prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias para o fim do procedimento de ressarcimento não pode ser confundindo com o termo inicial da correção monetária e juros SELIC. "Quanto ao termo inicial da correção monetária, este deve ser coincidente com o termo inicial da mora. Usualmente, tenho conferido o direito à correção monetária a partir da data em que os créditos poderiam ter sido aproveitados e não o foram em virtude da ilegalidade perpetrada pelo Fisco. Nesses casos, o termo inicial se dá com o protocolo dos pedidos administrativos de ressarcimento" (EAg nº 1.220.942/SP, 1 Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 8 7 Primeira Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10.04.2013). 2. Agravo regimental não provido". (AgRg no REsp 1554806/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 05/11/2015) O assunto já foi, inclusive, apreciado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que, em recente julgado2, negou provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, pois "especificamente no presente caso, verificase que houve oposição estatal, mas, ou seja, o pedido de ressarcimento de créditos escriturais de IPI foi expressamente rejeitado pela autoridade competente (despacho decisório de fls. 480 a 499), o que ocasionou, portanto, oposição injustificada a impedir o gozo do direito. Existindo oposição estatal injustificada, há incidência de atualização pela SELIC do crédito de IPI". Esse posicionamento decorre da distinção entre créditos escriturais de IPI e créditos não escriturais. Os créditos escriturais, ou seja, aqueles recebidos e inseridos na escrita fiscal da empresa em um período de apuração para efeito de dedução dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos industrializados em períodos de apuração subseqüentes, não são passíveis de atualização, por ausência de previsão legal. Situação distinta ocorre com os créditos escriturais que passam a ser objeto de pedido de ressarcimento, em razão da impossibilidade de serem utilizados na dedução de débitos de IPI, quando as saídas estão sujeitas à alíquota zero ou à isenção, ou quando a diferença entre o volume de créditos e débitos resulta na acumulação de saldo credor. Nessa hipótese, tais créditos deixam de ser escriturais e passam a ser um direito de crédito do contribuinte contra o Fisco, que deve ser atualizado, desde o protocolo do pedido, pois, caso contrário, haveria um enriquecimento sem causa do Fisco. É que, nessas hipóteses, em que há "pedido de ressarcimento de créditos de IPI, PIS/COFINS (em dinheiro ou via compensação com outros tributos) e esses créditos são reconhecidos pela Receita Federal com mora, essa demora no ressarcimento enseja a incidência de correção monetária, posto que caracteriza a chamada "resistência ilegítima" (REsp 1216129/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe 15/03/2011), a atrair a aplicação da Súmula STJ nº 411, com a seguinte redação: "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco". Oportuno destacar que a resistência ilegítima fica caracterizada pelo reconhecimento do pedido, com mora, porém, em valor histórico, o que gera uma defasagem no valor do crédito a ser recebido pelo contribuinte, não havendo que se esperar determinado lapso de tempo na apreciação do pedido para que a mora fique caracterizada. 2 Processo nº 13678.000141/0076; Acórdão nº 9303003.253; 3ª Turma; Sessão de 03 de fevereiro de 2015; Matéria TAXA SELIC; Recorrente FAZENDA NACIONAL. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 9 8 A respeito, merece destaque a doutrina de Eduardo Domingos Bottallo3, ao tratar da correção monetária nos pedidos de restituição, mas que, pelos mesmos fundamentos, entendo se aplicar aos casos de pedidos de ressarcimento: "A ausência de correção monetária nas obrigações pecuniárias em geral, inclusive, as de índole tributária, acarreta enriquecimento ilícito do devedor, ao que se soma, quando se trata do Poder Público, verdadeiro confisco. Ao revés, sua incidência não configura aumento patrimonial, porém simples mecanismo tendente a retratar, em unidades monetárias atuais, o valor representado por uma quantia identificada no passado. Na antiga lição de Amílcar de Araújo Falcão, ela é a técnica pelo direito consagrada de traduziremse em termos de idêntico poder aquisitivo, quantias ou valores que, fixados pro tempore, se apresentam expressos em moeda sujeita à depreciação. (...) Portanto, se os débitos fiscais ficam sujeitos a atualização monetária a partir do momento que devem ser satisfeitos, o mesmo há de ocorrer com os créditos dos contribuintes, até por força da analogia (ubi eadem ratio, ibi eadem juris dipositio), e da própria regra de isonomia que deve orientar as ações do Poder Público em seu relacionamento com a sociedade: "mais do que ninguém, o administrador público tem o dever de probidade e de seriedade no trato com a coisa pública. Em conseqüência, não pode pensar em não pagar a correção monetária de seus débitos, sob pena de se beneficiar indevidamente com o atraso no pagamento". Como se verifica, se o contribuinte deixa de adimplir sua obrigação tributária dentro do prazo de vencimento está sujeito ao recolhimento do tributo com a aplicação da SELIC, correta a aplicação do mesmo índice para atualização do crédito detido pelo contribuinte contra a Fazenda, pago no âmbito de pedidos de ressarcimento de IPI. Ademais, o artigo 11, da Lei nº 9.779/1999 prevê que o saldo credor do IPI "poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996", que são as normas que tratam da compensação e restituição de tributos federais. Por sua vez, o artigo 39, § 4º, da Lei nº 9.250/1995, estabelece que "§ 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada". Desse modo, se a aplicação da SELIC aos pedidos de ressarcimento de IPI já não tivesse fundamento no princípio da isonomia e no que veda o enriquecimento sem causa, a própria remissão do artigo 11, da Lei nº 9.779/1999 às normas que tratam de restituição e compensação seria fundamento legal suficiente ao seu reconhecimento. 3 Bottalo, Eduardo Domingos. "Fundamentos do IPI". São Paulo. Editora Revista dos Tribunais. 2002. p. 136137. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 10 9 Contudo, em que pese ter razão, em tese, o Recorrente quando defende a possibilidade de aplicação da taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento, em seu caso concreto, fixado o entendimento de que a taxa SELIC deve ser aplicada desde a data de protocolo do pedido até o efetivo pagamento do ressarcimento pela Receita Federal, o pedido do Recorrente não merece prosperar. É que no caso da Recorrente não se trata de pedido de ressarcimento em espécie, mas de pedido de ressarcimento para utilização em declarações de compensação contemporâneas ao pedido de ressarcimento. Ora, nesse caso, não há que se falar em oposição injustificada da Receita Federal, pois o valor objeto de ressarcimento é utilizado no exato momento da apresentação do pedido. Em conseqüência, não há qualquer justificativa para a aplicação da taxa SELIC. E, se a Recorrente pretendia a aplicação da taxa SELIC desde a data da escrituração dos créditos nos livros fiscais até a data de apresentação do pedido de ressarcimento, o que não se depreende da defesa apresentada, tratarseia, de qualquer modo, de aplicação da taxa SELIC sobre o crédito escritural de IPI, o que é vedado, por ausência de previsão legal, como já exposto nas linhas acima. Ante o exposto, embora tenha o entendimento pela aplicação da taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de crédito de IPI, penso que esse entendimento não se aplica ao caso concreto, que trata de declaração de compensação contemporânea ao pedido de ressarcimento, motivo pelo qual voto pelo não provimento do Recurso Voluntário." Deixase de transcrever a íntegra da declaração de voto apresentada pelo Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira por ter sido apresentada no Acórdão 3401003.340 (processo paradigma), e por não ser essencial à solução do presente litígio. Transcrevese, tão somente, o seguinte fragmento da declaração de voto, que resume o entendimento do Conselheiro sobre a questão: "Data vênia do entendimento esposado pelo ilustre relator, a jurisprudência que acomete a atualização SELIC para o ressarcimento do IPI é justificada pela resistência da administração em reconhecer o direito creditório e efetivar o ressarcimento. Mas ela não acolhe a SELIC para os casos em que não se configure essa resistência da administração fazendária. Vejamos trecho das ementas dos citados julgados: (...) Além disso, a contribuinte aproveitou o crédito do ressarcimento do IPI imediatamente por meio de declaração de compensação, não havendo oposição por parte da administração tributária para essa compensação, nem postergação do aproveitamento do crédito por parte da contribuinte. Não houve desrespeito ao prazo de 360 dias posto pela Lei 11.457 de 2007. Não há que se falar em resistência da administração ao caso de modo a se justificar aplicar o entendimento jurisprudencial. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10882.908442/201132 Acórdão n.º 3401003.363 S3C4T1 Fl. 11 10 O texto do artigo 24 da Lei n. 11.457, de 2007, invocado pela contribuinte, não a socorre. Além do fato que o prazo de 360 dias não foi desrespeitado, a simples leitura desse artigo afasta a proposição da contribuinte de que o descumprimento do prazo máximo para a autoridade administrativa decidir implicaria em reconhecimento do seu direito. Essa é uma interpretação equivocada. Basta ler o artigo citado para se ver, indubitavelmente, que esse texto não autoriza a aplicação da taxa SELIC aos casos de ressarcimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 134DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10850.909837/2011-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3402-000.894
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o presente julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o presente julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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score : 1.0
Numero do processo: 10920.900397/2008-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Apr 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA.
Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendo-se prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação Fiscal EQAUC nº 007.
Numero da decisão: 3401-003.438
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário para acolher integralmente o resultado da diligência.
Rosaldo Trevisan - Presidente.
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente), e Orlando Rutigliani Berri (suplente).
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2004 COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA. Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendo-se prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação Fiscal EQAUC nº 007.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário para acolher integralmente o resultado da diligência. Rosaldo Trevisan - Presidente. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente), e Orlando Rutigliani Berri (suplente).
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(atual denominação de NELSON ZANOTTI EMPRESÁRIO INDIVIDUAL) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA. Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendose prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação Fiscal EQAUC nº 007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário para acolher integralmente o resultado da diligência. ROSALDO TREVISAN Presidente. LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente), Augusto Fiel Jorge AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 03 97 /2 00 8- 79 Fl. 75DF CARF MF 2 D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente), e Orlando Rutigliani Berri (suplente). Relatório 1. Tratase de declaração de compensação transmitida em 20/02/2004 por meio da qual a contribuinte recorrente buscou compensar crédito próprio com débitos referentes a pagamento indevido a título de contribuição ao PIS apurado em 31/12/2003. 2. Em despacho decisório, a Delegacia da Receita Federal do Brasil se manifestou no sentido da não homologação da compensação diante da inexistência do crédito informado, uma vez que o valor do “DARF discriminado no PER|/DCOMP” havia sido “(...) integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte", não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. 3. Em 23/05/2008, a contribuinte, irresignada com a não homologação de sua compensação, apresentou manifestação de inconformidade, na qual, em síntese, alegou que a inexistência do crédito se deu em razão de não ter procedido à oportuna retificação da DCTF, "(...) por meio da qual declarou o valor do débito do período, o que somente veio a fazer em 16/05/2008". 4. Em 23/09/2011, a 4ª Turma da Delegacia Regional do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) proferiu o Acórdão DRJ nº 0726.040, julgando improcedente a manifestação de inconformidade sob o argumento de que, à época da apresentação da DCOMP, a contribuinte não possuía crédito líquido e certo contra a Fazenda Nacional, vez que não havia retificado a DCTF. 5. Em 03/01/2012, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual alega, em síntese, que, apesar de a DCTF ter sido retificada apenas em 16/05/2008, deve ser observado, pela Administração Publica, o princípio da verdade material, razão pela qual a autoridade administrativa deve apreciar o pedido de compensação verificando a existência dos créditos referentes à contribuição para o PIS com apuração em 31/12/2003. 6. Em 24/10/2013, a 2ª Turma da 2ª Câmara desta Seção proferiu a Resolução CARF nº 3202000.159, sob a relatoria da Conselheira Presidente Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente, convertendo o julgamento em diligência para, à luz das informações constantes da DCTF retificadora apresentada pela recorrente, informar a unidade local: "a) Se o direito creditório pleiteado pelo contribuinte, e utilizado na forma de compensação nestes autos, existe de fato e, caso exista, seja ele aferido e quantificado; b) se, de fato, o crédito foi utilizado em outra compensação ou de forma diversa; c) se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; d) caso não exista o crédito alegado, seja informada a razão de sua inexistência" (seleção e grifos nossos). Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10920.900397/200879 Acórdão n.º 3401003.438 S3C4T1 Fl. 76 3 7. Em 27/03/2014, a Seção de Orientação e Análise Tributária (SAORT) da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinville expediu a Informação Fiscal EQAUC nº 007/2014, na qual informa, em resumo, que "(...) o crédito não seria suficiente para liquidar a compensação realizada – conforme o demonstrativo de fls. 62/65, restando R$ 2.404,60 do débito original". É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco 8. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 9. Constatase, a partir da leitura dos documentos que instruem os presentes autos, que não foi contestada, pela autoridade fiscal, a existência do crédito ou tampouco a alegação da contribuinte de que foi apresentada tempestiva retificadora da DCTF, sendo correta, portanto, a necessidade de verificação do crédito, conforme argumentação da Resolução CARF nº 3202000.159: "Conforme se vê do relatado, no caso dos autos, a existência ou não do crédito em favor da contribuinte não foi aferida nem pela DRF nem pela DRJ, pois indeferiuse a Declaração de Compensação apresentada pela contribuinte ao único argumento de que, na data da transmissão da DCOMP, em 20/02/2004, a DCTF não havia sido retificada e que, portanto, naquele momento, a contribuinte não possuiria crédito líquido e certo contra a Fazenda Nacional passível de compensação. Não foi contestada diretamente a existência do crédito pela autoridade administrativa julgadora de primeira instância, que, pelo contrário, entendeu tratarse de matéria irrelevante ao caso, quando afirmou que 'por óbvio que não se está aqui a afirmar que o crédito contra a Fazenda Nacional existe ou não existe, dado que não é isto que importa para o caso concreto que aqui se tem'. Entendo que, no caso, tendo sido apresentada a retificadora da DCTF em 16/05/2008, ainda, portanto, dentro do prazo de cinco anos da data da ocorrência do fato gerador, que se deu em 31/12/2003, deve ser verificada a Fl. 77DF CARF MF 4 existência, ou não, do crédito alegado, bem como deve ser analisada a compensação declarada. Este, aliás, tem sido o entendimento firmado por esta Turma já em outros julgamentos (vide, como exemplo, o processo administrativo nº. 15374.912758/200887)" (seleção e grifos nossos). 10. Verificase, ademais, que a unidade local, em cumprimento à diligência determinada por este Conselho, informou a existência de crédito, porém em quantidade insuficiente para extinguir a integralidade do débito, conforme o seguinte arrazoado, acompanhado do competente memorial de cálculo: "(...) A DComp indica como crédito o valor de R$ 22.847,68 arrecadado em 19/01/2004, oriundo de um Darf de R$ 31.138,05 sob código 6912 (PISnão cumulativo). Este Darf foi confirmado pelo sistema. O débito a ser compensado seria relativo a dez/2003, na totalidade do valor do crédito. Na DCTF original, o contribuinte havia indicado um débito de PIS de R$ 30.732,39 – fl. 60. Na retificadora, o valor do débito de PIS foi alterado para R$ 7.884,71 – gerando o crédito indicado (na retificadora, indicouse o Darf indigitado) – fl. 61. O valor do Darf recolhido e que teria gerado o crédito encontrase, no Sistema de Informações EconômicoFiscais – Sief, reservado para este processo. Assim, aos questionamentos da Resolução 3202000.159, respondese: (...) Existe o direito pleiteado pelo contribuinte no valor de R$ 22.847,68, considerandose a DCTF retificadora; (...) O crédito encontrase reservado para a discussão envolvida neste processo, portanto vinculado ao PER/DComp 40683.65521.200204.1.3.045010. (...). Ou seja, para efeito do cálculo dos valores a serem compensados, os débitos foram atualizados com os acréscimos moratórios (multa de mora e juros) até a data de transmissão da DComp (20/02/2004) – utilizouse o sistema Créditos Tributários sub Judice – CTSJ da RFB para apurar os valores. Com este procedimento, concluiuse que o crédito não seria suficiente para liquidar a compensação realizada – conforme o demonstrativo de fls. 62/65, restando R$ 2.404,60 do débito original" (seleção e grifos nossos). 11. Diante da informação prestada, verificase a existência de crédito suficiente para liquidar parte do débito da contribuinte, mas não a sua integralidade, sublinhandose que, mesmo depois do encontro de contas, restará ainda o saldo devedor residual de R$ 2.404,60. Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10920.900397/200879 Acórdão n.º 3401003.438 S3C4T1 Fl. 77 5 Assim, voto por conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário interposto, nos exatos e precisos termos da Informação Fiscal EQAUC nº 007, de 27/03/2014, emitida pela Seção de Orientação e Análise Tributária (SAORT) da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinville, devendo prosseguir, contra a contribuinte, ora recorrente, a cobrança da diferença apurada. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 79DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.722371/2014-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE CONTESTAÇÃO. MATÉRIA PRECLUSA. GLOSA MANTIDA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSOLIDADO E EXIGÍVEL. Conforme dispõe o artigo 17 do Decreto nº 70.235/72 (Regulamento do Processo Administrativo Fiscal), considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Em razão disso, a glosa de despesa não recorrida deve ser mantida e o crédito tributário consolidado e exigido.
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas médicas declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados.
Numero da decisão: 2201-003.546
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho que dava provimento
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
Marcelo Milton da Silva Risso - Relator.
EDITADO EM: 12/04/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim
Nome do relator: MARCELO MILTON DA SILVA RISSO
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE CONTESTAÇÃO. MATÉRIA PRECLUSA. GLOSA MANTIDA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSOLIDADO E EXIGÍVEL. Conforme dispõe o artigo 17 do Decreto nº 70.235/72 (Regulamento do Processo Administrativo Fiscal), considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Em razão disso, a glosa de despesa não recorrida deve ser mantida e o crédito tributário consolidado e exigido. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas médicas declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho que dava provimento Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. Marcelo Milton da Silva Risso - Relator. EDITADO EM: 12/04/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim
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DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE CONTESTAÇÃO. MATÉRIA PRECLUSA. GLOSA MANTIDA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSOLIDADO E EXIGÍVEL. Conforme dispõe o artigo 17 do Decreto nº 70.235/72 (Regulamento do Processo Administrativo Fiscal), considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Em razão disso, a glosa de despesa não recorrida deve ser mantida e o crédito tributário consolidado e exigido. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. A legislação do Imposto de Renda determina que as despesas médicas declaradas pelo contribuinte para fins de dedução do imposto devem ser comprovadas por meio de documentos hábeis e idôneos, podendo a autoridade fiscal exigir que o contribuinte apresente documentos que demonstrem a prestação dos serviços e o efetivo desembolso dos valores declarados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho que dava provimento Carlos Henrique de Oliveira Presidente. Marcelo Milton da Silva Risso Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 72 23 71 /2 01 4- 87 Fl. 53DF CARF MF 2 EDITADO EM: 12/04/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão da DRJRJI que julgou improcedente a Impugnação e manteve o crédito tributário lançado através da Notificação de Lançamento nº 2013/141452103288600 (fls. 10/15), relativa à Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) do exercício 2013, anocalendário 2012, do Recorrente, apurou imposto suplementar no valor de R$ 4.840,00, com multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) – R$ 3.630,00; e juros de mora de R$ 560,95, no valor total de R$ 9.030,95. O lançamento é fundamentado na dedução indevida de valores pagos a título despesas médicas (dentista), no valor tributável total de R$ 17.600,00. O Recorrente apresentou Impugnação tempestiva (fls. 02/09), com as sustentações do seu inconformismo muito bem descritas no relatório da autoridade julgadora de primeira instância, o qual adoto como parte deste relatório: “Argumenta que a autoridade fiscal violou o art. 14 do CPC ao desconsiderar os recibos apresentados, devidamente assinados e que refletem a vontade do emitente e responsabilidade do mesmo pelo que declara, o que por si só seria bastante na comprovação do pagamento. Sustenta que colocar em dúvida a validade dos recibos preenchidos com todos os requisitos elencados no art. 320 do Código Civil, por não haver coincidência entre saque e o valor pago materializa uma conduta arbitrária, porque nega a validade de lei nacional. Alega que quando contratou o serviço odontológicos estavam as partes adstritas ao disposto no art. 104 do Código Civil, e assim, cumprida a obrigação de fazer do profissional, cabe compulsoriamente ao devedor liquidar a obrigação. Cita ainda os artigos 315 e 320 do Código Civil para defender que não poderia ser desprezado o rol de documentos apresentados uma vez que bem representam as obrigações cumpridas e quitadas. Defende ainda que é irrelevante se houve saque junto ao banco e em que valor, pois a obrigação se quita com dinheiro, não podendo haver recusa do credor em receber em moeda corrente e, se prevalecesse a tesa contida na notificação, estarseia obrigando a todos os brasileiros manterem conta no sistema bancário, o que se constituiria em verdadeira arbitrariedade face ao disposto no inciso II do art. 5º da Lei Maior. Aponta equívoco da autoridade fiscal em relação ao recibo 31/03 especificado na descrição dos fatos que está revestido das formalidades, vez que devidamente preenchido, datados e assinado pelo credor. Por todos os motivos expostos, requer o cancelamento da autuação.” A Impugnação foi julgada improcedente, para: manter a glosa das despesas médicas e confirmar o crédito tributário, conforme assim ementado pela DRJRJI: Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13819.722371/201487 Acórdão n.º 2201003.546 S2C2T1 Fl. 54 3 “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. A dedução das despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam devidamente comprovados com documentação hábil e idônea, assim como sejam efetuados pelo contribuinte para o seu próprio tratamento ou o de seus dependentes. A não comprovação, por meio de documentação hábil, da natureza dos pagamentos ou do efetivo desembolso dos valores que se pretende deduzir, obsta a dedução. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido.” Cientificado da decisão de primeira instância em 19/11/2014 (fls.33), o Recorrente interpôs tempestivamente, em 18/12/2014, Recurso Voluntário (fls. 35/46), sustentando que: i) o Fisco é incoerente porque reconhece como tributável a renda do dentista para quem efetuou os pagamentos e lhe nega o débito da dedução na DIRPF relativo a estas despesas; ii) cita o artigo 104 do Código Civil – que elenca os requisitos para validade do negócio jurídico – para: i) relacionar suas despesas de sujeito passivo com o serviço prestado pelo dentista, na condição de sujeito ativo da relação jurídica negocial havida entre ambos; e ii) sustentar que a autoridade fiscal nega a realidade dos fatos ao negar a aceitação da eficácia dos recibos como prova da ocorrência do negócio jurídico travado entre ele e o dentista. Afirmou que o julgamento foi tendencioso; iii) em razão dos recibos juntados possuírem assinatura, carimbo e qualificação das partes envolvidas, resta demonstrada a realização do serviço e que, ao considerar os recibos como “papéis sem eficácia”, está a autoridade fiscal regulamentando norma sem possuir a competência para tanto, além de agir com arbitrariedade; iv) se os recibos apresentados possuem os requisitos de validade do negócio jurídico, a autoridade fiscal não pode exigir outra forma de comprovação dos pagamentos das despesas com dentista; v) a glosa das despesas médicas fere a Constituição pois, como a Administração tem o dever de primar pela legalidade, assim não agiu ao negar a eficácia dos recibos como prova da quitação dos pagamentos efetuados ao dentista; vi) a autoridade fiscal, ao exigir outras provas não previstas em lei para a comprovação dos pagamentos realizados, atua com parcialidade e perseguição pessoal; vii) que ao glosar as despesas médicas do Recorrente, a autoridade fiscal está majorando tributo sem lei prévia que assim estabeleça, afrontando, assim, a Constituição Federal; viii) que a lei que suporta a relação havida entre o Recorrente e seu dentista é o Código Civil, que é norma com hierarquia legal superior ao Regulamento do IR; ix) que o recibo com data de 31/03 possui data e assinatura e foi pago legalmente pela cônjuge do Recorrente e que, por isso, deve ser considerado como pago pelo próprio Recorrente, pois formam uma unidade familiar e, a negativa do seu reconhecimento como prova da efetiva Fl. 55DF CARF MF 4 realização do pagamento afronta os princípios da legalidade e aqueles norteadores da administração pública; x) que os contribuintes não são obrigados a manterem conta bancária para efetuarem o pagamento de todas as suas despesas; xi) que a autoridade fiscal deve se pautar pela presunção da boafé do contribuinte; xii) ao final, seja reformada a decisão de primeira instância para cancelar a Notificação de Lançamento e determinar o arquivamento do PAF. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Marcelo Milton da Silva Risso O recurso voluntário preenche os requisitos de tempestividade e admissibilidade e, portanto, dele conheço. Dedução de Despesa Médica Conforme dispõe o inciso III do parágrafo 2º do artigo 8º da Lei nº 9.250/95, as despesas médicas havidas pelos contribuintes são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda desde que seus pagamentos sejam comprovados, a saber: “Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; [...] § 2º O disposto na alínea "a" do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidade que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; (grifos nossos) III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (grifos nossos) (...)” Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13819.722371/201487 Acórdão n.º 2201003.546 S2C2T1 Fl. 55 5 A IN SRF nº 15, de 06/02/2001, ao tratar da comprovação dessas despesas, assim dispõe: “Art. 46. A dedução a título de despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, a comprovação ser feita com a indicação o cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” (grifos nossos) Assim, o sujeito passivo está obrigado a comprovar, de forma inequívoca e mediante documentação hábil e idônea, a realização de todas as deduções informadas em sua Declaração de Ajuste Anual, conforme preceitua a legislação aplicável. Neste passo, a legislação do Imposto de Renda, mais especificamente o Regulamento do Imposto de Renda (Dec. nº 3.000/99, Art. 73) e o Decreto nº 5.844/43 (Art. 11, § 3º) – que trata da cobrança e fiscalização do imposto – da mesma forma que as normas citadas acima, dispõem que todas as deduções são sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora, conforme abaixo: Decreto nº 3.000/99 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). Decreto nº 5.844/43 Art. 11 Poderão ser deduzidas, em cada cédula, as despesas referidas neste capítulo, necessárias à percepção dos rendimentos. (...) § 3° Todas as deduções estarão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Temse, assim, que a legislação transcrita confere à autoridade fiscal – que age no intuito de defender o interesse público (“arrecadação tributária”) , o poder de exigir, para análise da dedução de despesas médicas, outros documentos além de meros recibos ou declarações particulares, que busquem comprovar a efetiva prestação dos serviços médicos e, principalmente, o efetivo desembolso dos valores suportados pelo contribuinte, correspondentes às despesas declaradas. Isso porque os recibos e as declarações particulares, isoladamente, não fazem prova única e definitiva da efetiva ocorrência dos pagamentos informados na DIRPF do contribuinte. Os dados informados neste tipo de documento não constituem verdade absoluta, ante a sua fragilidade em comprovar a realidade. Neste contexto, devese considerar por ser razoável a discrepância do poder probatório de quitação do Recibo ou da Declaração entre particulares matéria disciplinada pelo Código Civil , do poder probatório que possui estes mesmos documentos perante o Fisco contexto que se sujeita às normas de Direito Público que regem a relação tributária. Fl. 57DF CARF MF 6 Na esteira dos fundamentos decisórios proferidos pela autoridade julgadora vestibular, adoto, como fundamento deste voto, o trecho abaixo, relacionado às disposições do Código Civil, insistentemente sustentadas pelo Recorrente, a saber: “O Código Civil (Lei 10.406/02), amplamente citado pelo impugnante em sua defesa, regula as relações entre particulares. Assim, quando estabelece os requisitos básicos, por exemplo, para que um documento seja considerado prova de quitação (art. 320), o faz tendo em vista a oposição deste documento em relação aos seus signatários, não em relação à Administração Pública. Aliás, a presunção de veracidade, como estatui o art. 219 do Código Civil, operase somente em relação aos signatários: Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiras em relação aos signatários. A presunção de veracidade não alcança terceiros, entre os quais o sujeito ativo da obrigação tributária, que mantém uma relação jurídica distinta e completamente independente daquela entre os signatários.” Outrossim, é sabido que inexiste obrigação legal impositiva para que os pagamentos realizados pelos contribuintes se deem unicamente por meio de cheque ou transações bancárias. É possível e legal o pagamento feito em dinheiro. Não existe na lei a preferência de determinada forma de pagamento em detrimento de outra. Não obstante, claro é que, ao se optar por pagamento via dinheiro, estarseá dispensando a força probatória que possuem os documentos e registros bancários, restando prejudicada a efetiva comprovação dos pagamentos via transferência patrimonial de uma parte em benefício de outra. Assim, temse que a entrega de dinheiro é eficaz para “quitar” um débito entre particulares, porém “ineficaz” para comprovar essa quitação perante terceiros. No caso ora analisado, considerando o quanto exposto, bem como os documentos juntados, constatase serem estes insuficientes para comprovar que o Recorrente suportou o ônus financeiro dos pagamentos relacionados às despesas por ele declaradas, ao ponto que entendo que não houve demonstração eficaz da transferência de patrimônio do Recorrente para o patrimônio do dentista. Isto posto, voto por manter a glosa de despesas médicas questionada neste recurso. Conclusão Diante do exposto, com fundamento na legislação competente e nas disposições acima mencionadas, voto por conhecer e NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO, para confirmar a decisão de primeira instância e manter a glosa de despesas médicas. assinado digitalmente Marcelo Milton da Silva Risso Relator Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13819.722371/201487 Acórdão n.º 2201003.546 S2C2T1 Fl. 56 7 Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000890/2002-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1998
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO.
Consideram-se rendimentos omitidos os depósitos/créditos efetuados em contas mantidas junto a instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não logra comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal relativa regularmente estabelecida.
Retifica-se o lançamento para excluir depósitos justificados conforme prescreve a legislação.
Numero da decisão: 2402-005.699
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso voluntário, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 55.562,60, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente))
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Bianca Felícia Rothschild - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
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TRIBUTAÇÃO. Consideramse rendimentos omitidos os depósitos/créditos efetuados em contas mantidas junto a instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não logra comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal relativa regularmente estabelecida. Retificase o lançamento para excluir depósitos justificados conforme prescreve a legislação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 08 90 /2 00 2- 58 Fl. 476DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso voluntário, rejeitar a preliminar e, no mérito, darlhe provimento parcial para excluir da base de cálculo do lançamento o valor de R$ 55.562,60, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente)) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild. Fl. 477DF CARF MF Processo nº 19515.000890/200258 Acórdão n.º 2402005.699 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Conforme relatório da decisão recorrida, contra a contribuinte supra qualificada foi lavrado o auto de infração de fls.157, relativo ao imposto sobre a renda de pessoas físicas do anocalendário de 1998, em decorrência de ação fiscal que teve por objeto o exame do cumprimento das obrigações tributárias relativas a esse período. Das verificações realizadas resultou a apuração do crédito tributário no valor total de R$ 320.931,41 (trezentos e vinte mil, novecentos e trinta e um reais e quarenta e um centavos ), na seguinte composição: (R$ ) · Imposto 119.349,73 · Juros de mora (Até 30/08/2002) 67.313,24 · Multa proporcional 134.268,44 O crédito tributário constituído decorreu da constatação de irregularidade assim descrita no referido auto: "Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação... ". A ação fiscal foi instaurada com o objetivo de verificar movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados e os procedimentos adotados no seu curso encontramse detalhadamente descritos no Termo de Verificação Fiscal. Em 28/10/2002, a interessada apresentou a impugnação de fls.162/166, na qual, após proceder ao relato dos fatos, aduz as razões de defesa que a seguir se reproduzem sinteticamente: · Os depósitos e créditos no montante de R$ 449.708,12, realizados nas contas correntes junto aos Bancos Itaú S/A, Bradesco S/A e Bank Boston Banco Múltiplo S/A não podem ser considerados omissão de rendimentos, uma vez que se referem a: (I) transferência entre contas; (II) resgate de aplicações financeiras realizadas no anocalendário de 1997 e no próprio anocalendário de 1998; (III) doações efetuadas por familiares; e (IV) reembolso de valores em decorrência de pagamento de despesas e/ou custos realizados pela impugnante por conta e ordem de terceiros, seus clientes, no exercício de sua profissão (arquiteta de interiores). · Feitas tais considerações, passa à demonstração do alegado, efetuando a análise por instituição. Fl. 478DF CARF MF 4 · Por fim, requer autorização para anexar documentação solicitada às instituições financeiras Banco Bradesco S/A e Banco Itaú S/A e não apresentadas até o momento da impugnação. · Em sendo indeferida a solicitação, requer, nos termos do artigo 17 do Decreto 70.235/1972 a realização de diligências junto às mencionadas instituições financeiras e, posteriormente, junto aos emitentes dos cheques depositados nas respectivas contas correntes, para ficar expressamente comprovado que tais valores representam, tão somente, reembolso de despesas realizadas por conta e ordem de clientes da requerente. A decisão da autoridade de primeira instancia julgou procedente em parte a impugnação da Recorrente, cuja ementa encontrase abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1998 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO. Consideramse rendimentos omitidos os depósitos/créditos efetuados em contas mantidas junto a instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não logra comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal relativa regularmente estabelecida. Retificase o lançamento para excluir depósitos justificados conforme prescreve a legislação. • Lançamento Procedente em Parte Cientificado da decisão de primeira instancia em 02/10/2009, o contribuinte apresentou tempestivamente, fl. 199/209, em 03/11/2009, o recurso voluntário aduzindo, em síntese que: 1. Alega que houve cerceamento de defesa, pois não lhe foi deferida a solicitação de provas complementares junto as instituições financeiras envolvidas; 2. Aduz que, nos períodos investigados, existem depósitos bancários inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo montante anual não atinge R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e, portando, em obediência a expresso comando legal devem ser excluídos da tributação; 3. Defende que o Fisco não provou que a movimentação financeira da Recorrente gerou acréscimo no seu patrimônio, a ensejar a cobrança do imposto de renda (IR). Com efeito, os depósitos bancários na conta da Recorrente não passariam de leve suposição de ganho, entretanto não servem como prova cabal de majoração patrimonial daquela (Recorrente); 4. Ressalta que a conta do Banco Bradesco é conjunta da Recorrente com seu marido, por isso houve crédito de determinados valores em referida conta corrente; Fl. 479DF CARF MF Processo nº 19515.000890/200258 Acórdão n.º 2402005.699 S2C4T2 Fl. 4 5 5. Pugna pela verificação da declaração de rendimentos de alguns dos seus clientes, a fim de provar a realização das obras e dispêndios com a reforma de seus respectivos imóveis. É o relatório. Fl. 480DF CARF MF 6 Voto Conselheira Bianca Felícia Rothschild Relatora O recurso é TEMPESTIVO, eis que intimado da decisão no dia 02/10/2009, interpôs recurso voluntário no dia 03/11/2009, atendendo também às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser CONHECIDO. PRELIMINAR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA A legislação tributária de regência, qual seja, o Decreto nº 70.235/77, determina que todas as provas sejam juntadas aos autos quando da impugnação ao auto de infração, vejamos: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; § 4. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnaste fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. § 5. °. A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Alega a Recorrente que houve cerceamento ao seu direito de defesa, por não ter lhe sido deferida a solicitação de provas complementares, mediante diligência, junto as instituições financeiras envolvidas. Importante notar que a legislação tributária, estabelece que a autoridade de primeira instancia determinará, a realização de diligência quando entendêlas necessárias, com base no art. 18 do Decreto acima mencionado. Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas Fl. 481DF CARF MF Processo nº 19515.000890/200258 Acórdão n.º 2402005.699 S2C4T2 Fl. 5 7 necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. Tendo em vista o acima, entendo não ter razão a Recorrente, seja porque a própria poderia ter solicitado os documentos que achasse necessários para suportar seus argumentos junto às mencionadas instituições financeiras, seja porque se passaram, como ela mesma ressalta, 7 anos entre o protocolo da impugnação e do Recurso Voluntário, tempo hábil mais que suficiente para que esta solicitasse e juntasse documentos que entendia serem necessários a corroborar sua defesa com base no Art. 16, parágrafo 4º, alínea a do Decreto acima mencionado. Importante ressaltar, ainda, que a Recorrente foi intimada mais de 7 vezes pela fiscalização a apresentar documentação requerida, conforme consta do Termo de Embaraço a Fiscalização fl. 40. Tendo em vista não ter respondido às intimações, as autoridades ficais notificaram as instituições envolvidas a apresentar documentação referente à movimentação financeira da Recorrente, conforme verificase do documentos acostados aos autos de fls. 46 a 144. Ou seja, não se pode afastar que as autoridades fiscalizadoras imputaram seus maiores esforços em obter os documentos necessários ao embasamento do lançamento fiscal, inclusive, mediante diligencias. Desta forma, entendo que não cabe neste momento, a invocação de violação ao principio da ampla defesa conforme pretendido pela Recorrente em sede de preliminares. DO MÉRITO Em relação a infração tributária alegadamente cometida, omissão de rendimento com base em valores creditados em conta bancária, estabelece o art. 42 da Lei nº 9.430/96 que: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). Fl. 482DF CARF MF 8 § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. Pela leitura do mencionado artigo 42, a prova de origem de recursos de valores depositados em contas bancárias requer a apresentação de documentos hábeis e idôneos que permitam a identificação individualizada da natureza dos depósitos, de modo a se verificar se estão ou não sujeitos à tributação por meio de lançamento de oficio e, ainda, se devem ser submetidos às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Tendo em vista o dispositivo acima mencionado, passa se a análise dos argumentos e documentos trazidos aos autos: BANCO BRADESCO Alega a Recorrente que as importâncias, a seguir relacionadas, depositadas na conta corrente 155.5413, Ag. 0990, durante o anocalendário de 1998, no total de R$ 72.738,42, referemse a: (i) transferência de valores das contascorrentes 2645017 e 155.2066 mantidas junto à mesma agência do Banco Bradesco S /A.; e da conta corrente 100.6704 junto à ag. 0601 do Banco Bandeirantes S/A; contas essas de titularidade de seu marido Eduardo Augusto Cintra Bento Vida (CPF/MF n° 538.071.89815); (ii) rendimento de parceria agrícola, cujo valor foi devidamente tributado na declaração de rendimentos de seu marido Eduardo Augusto Cintra Bento Vidal; e (iii) estorno de lançamento Entre as alegações apresentadas pela interessada com o intuito de comprovar a origem de recursos dos valores depositados/creditados junto ao Banco Bradesco S/A, há que se distinguir as que se encontram acompanhadas de provas. Vejamos: Data Crédito (R$) Origem alegada Comprovação Fl. 1 21/01/98 3.000,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Sem comprovação 2 05/02/98 640,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Sem comprovação 3 11/02/98 3.000,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1407 225 4 11/03/98 3.000,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1428 228 5 02/04/98 5.500,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Ficha de transferência 232 6 12/05/98 5.000,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1463 233 7 18/06/98 5.000,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1488 235 8 30/06/98 2.500,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1491 237 Fl. 483DF CARF MF Processo nº 19515.000890/200258 Acórdão n.º 2402005.699 S2C4T2 Fl. 6 9 9 22/07/98 1.500,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1504 239 10 10/08/98 5.000,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1518 241 11 28/08/98 1.500,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Cópia do Ch. 1529 243 12 14/09/98 9.455,97 13 14/09/98 14.106,63 Pagamento de fundo de investimento Tela histórico bancário e Relatório de registros recebidos via DOC do Banco do Brasil 222 a 224 14 01/10/98 5.847,38 15 01/12/98 5.837,83 Valor recebido da Usina Mandú referente a parceria agrícola em nome de seu cônjuge Fax com documento intitulado "cópia de cheque" 177 16 09/12/98 1.750,00 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Sem comprovação 17 14/12/98 100,41 Transferência de Eduardo Vidal cônjuge Sem comprovação TOTAL 72.738,42 Em razão dos documentos trazidos à baila em sede de Recurso Voluntário, entendo que assiste razão à Recorrente relativamente aos valores depositados/creditados na conta corrente mantida junto ao Bradesco S/A, no montante total de R$ 55.562,60 referente a soma dos valores dos itens 3 a 13 da tabela acima. Considerando que não foram apensados aos autos documentos comprobatórios da origem alegada em relação aos itens 1, 2, 16 e 17, entendo que devem ser considerados como omissão de rendimentos. A Recorrente alega que se referem a transferências de contas correntes de titularidade de seu cônjuge, mas não apresenta provas. Assim, não há como dar guarida ao seu argumento. Em relação aos itens 14 e 15, assevera a impugnante que os mencionados valores correspondem a rendimentos recebidos por seu marido Eduardo Augusto Cintra Bento Vidal em decorrência de contrato de parceria agrícola, que teriam sido declarados pelo beneficiário. Para comprovação, apresenta, à fl.177, fax de documentos contábeis denominados cópia de cheque, contendo os dados destes. Entendo, assim como as autoridades de 1ª instância, que tal documento tem valor probante reduzido, uma vez que se trata de cópia simples e por não estar acompanhado de cópia dos cheques efetivamente emitidos. Assim, desacompanhado de outros elementos de prova, entendo é insuficiente, não se constituindo, portanto, em comprovação hábil de origem de recursos. BANCO ITAÚ A Recorrente, aduz que, no exercício de sua atividade profissional (arquiteta de interiores) efetua, por conta e ordem de seus clientes, pagamentos pela aquisição de móveis e objetos de decoração, valores esses que são, posteriormente, reembolsados pelos contratantes. Essas importâncias, recebidas de seus clientes, foram depositadas na conta corrente n° 28372 5, mantida junto ao Banco Itaú S/A — Ag. 0188 — Pamplona. Fl. 484DF CARF MF 10 Contudo, não consta nos autos comprovação de suas alegações, afirmando, apenas, em sede de impugnação, que solicitou microfilmagem dos depósitos à instituição financeira. Assim, também em relação aos depósitos em comento, não há como acatar os argumentos da Recorrente, por falta de provas. Neste sentido, a Recorrente pugnou pela verificação da declaração de rendimentos de alguns dos seus clientes, a fim de provar a realização das obras e dispêndios com a reforma de seus respectivos imóveis. No entanto, mesmo que tais cópias sejam obtidas através de diligência, não há como asseverar que a realização de obras nos imóveis de supostos clientes da Recorrente, teriam, de fato,qualquer ligação com os depósitos realizados em sua conta bancária, sem que haja outros documentos de prova que suportem tal afirmação. DA EXCLUSÃO DE DEPÓSITOS COM VALOR REDUZIDOS Aduz a Recorrente que, nos períodos investigados, existem depósitos bancários inferiores a R$ 12.000,00 (doze mil reais), cujo montante anual não atinge R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e, portando, em obediência a expresso comando legal devem ser excluídos da tributação. Deve ser esclarecido que, com o advento do art. 4º da Lei nº 9.481/97, que alterou o inciso II do § 3º do art. 42 da Lei nº 9.430/96, não devem ser considerados, para fins de determinação dos rendimentos omitidos por pessoa física, os créditos de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 e não mais R$ 1.000,00 desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00. Na espécie, o somatório dos depósitos bancários inferiores a R$ 12.000,00 alcança a cifra superior a R$ 80.000,00, no anocalendário 1998, de acordo com os extratos de fls. 57/62. Desta forma, não merece reparos a autuação sob esse aspecto. CONCLUSÃO Tendo em vista todo o acima, voto por CONHECER o Recurso Voluntário, REJEITAR a preliminar e no mérito DAR PROVIMENTO PARCIAL, a fim de que se exclua da base de calculo do lançamento o valor de R$ 55.562,60, nos termos do voto acima. (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild. Fl. 485DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.917374/2011-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.107
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 17 37 4/ 20 11 -2 5 Fl. 223DF CARF MF Processo nº 10480.917374/201125 Resolução nº 3401001.107 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11043.650. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 224DF CARF MF Processo nº 10480.917374/201125 Resolução nº 3401001.107 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 225DF CARF MF Processo nº 10480.917374/201125 Resolução nº 3401001.107 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 226DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.910985/2011-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Apr 20 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3402-000.930
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Fortaleza/CE que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte, a qual pretendeu a reforma do despacho decisório que, por sua vez, indeferiu a homologação da compensação de créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Por bem consolidar os fatos ocorridos até a decisão da DRJ, colaciono o relatório do acórdão recorrido in verbis: Consta no referido Despacho Decisório o seguinte motivo para indeferimento do Pedido: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 10 98 5/ 20 11 -5 9 Fl. 112DF CARF MF Processo nº 13896.910985/201159 Resolução nº 3402000.930 S3C4T2 Fl. 112 2 Contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. ... De acordo com a Defesa, as operações que destinem mercadorias à Zona Franca de Manaus – ZFM se equiparam, para todos os efeitos fiscais, a uma exportação para o exterior, conforme disposto no art. 4º da Decretolei nº 288/1967. O disposto no referido artigo foi recepcionado pelo art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, que garante a manutenção do referido benefício por prazo determinado. No entanto, o § 2º, inciso I, do art. 14 da Medida Provisória nº 1.858/1999, posteriormente reeditada pela Medida Provisória nº 2.037/2000, excluiu da isenção das receitas de exportação das Contribuições PIS/COFINS, as vendas efetuadas a Empresas instaladas na Zona Franca de Manaus. Ocorre que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento de Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.348, em 07/12/2000, por unanimidade, concedeu a liminar pleiteada, para “suspender a eficácia do artigo 51 da Medida Provisória nº 2.03724, de 23 de Novembro de 2000, relativamente ao inciso I do § 2º do artigo 14 quanto à expressão ‘na Zona Franca de Manaus’ ”. Assim, tendo em vista a suspensão da eficácia do disposto no art. 14, § 2º, inciso I, quanto às Empresas instaladas na Zona Franca de Manaus, entende o Manifestante que restou assegurada a isenção das Contribuições PIS/COFINS sobre a receita de vendas efetuadas à Empresa estabelecida na citada região. Com efeito, nos termos do art. 165 do Código Tributário Nacional, deve ser reconhecido o direito à restituição dos valores indevidamente recolhidos pelo Manifestante. Sobreveio então o Acórdão 0831.127, da 3ª Turma da FOR/CE, negando provimento à manifestação de inconformidade da Contribuinte, cuja ementa foi lavrada nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. Mantémse o Despacho Decisório de não homologação da compensação, quando a Defesa não comprova a certeza e liquidez do crédito pretendido. Irresignada, a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho repisando os argumentos trazidos em sede de manifestação de inconformidade, bem como apresentando notas fiscais por amostragem que dizem respeito às vendas à Zona Franca de Manaus, o que, no seu entender, suprimiria o problema da falta de prova Fl. 113DF CARF MF Processo nº 13896.910985/201159 Resolução nº 3402000.930 S3C4T2 Fl. 113 3 É o relatório Voto Conselheiro Antônio Carlos Atulim, relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402000.905, de 28 de março de 2017, proferida no julgamento do processo 13896.910963/201199, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402000.905: "Como se depreende do relato acima, o pedido de restituição da Recorrente fundase na alegação de ter tributado indevidamente a Contribuição ao PIS sobre receitas de vendas de produtos à estabelecimentos localizados na Zona Franca de Manaus, sendo que tais receitas seriam isentas pela legislação federal, uma vez que foram equiparadas às exportações (artigo 4º do Decreto lei nº 288/1967). Tal direito ao indébito, em tese, foi reconhecido pelo julgamento da DRJ, que somente não conferiu o direito em concreto por falta de provas a certeza e liquidez do crédito pretendido. Para suprir tal falta, a Recorrente trouxe em seu recurso voluntário cópias de notas fiscais de vendas, do período em questão, de bens para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus. Tais provas, apesar de induzirem à conclusão do direito ao crédito, não lhe confere certeza e liquidez, de modo que não foi completamente suprido o ônus da prova da Recorrente, nos moldes do artigo 373 do Código de Processo Civil, uma vez que se trata de pedido de restituição de indébito, de sua iniciativa. Assim é que tem decidido esse Colegiado, conforme se depreende do conteúdo do Acórdão 3402002.881. 1 Pelos os motivos acima expostos, justifico a necessidade de conversão do presente processo em diligência, como requer o artigo 18 caput do Decreto 70.235/72 (PAF), para o arremate do convencimento deste Colegiado sobre os fatos em discussão. Para tanto, devem ser tomadas as seguintes providências pela Repartição Fiscal de origem: i) analisar os documentos adequados para a verificação do crédito, quais sejam: o Demonstrativo de Apuração da Contribuição ao PIS, cópias das folhas dos livros fiscais (Registro de Saídas e de Apuração 1 Nas palavras do Conselheiro Relator do caso, Antonio Carlos Atulim: “É certo que a distribuição do ônus da prova no âmbito do processo administrativo deve ser efetuada levandose em conta a iniciativa do processo. Em processos de repetição de indébito ou de ressarcimento, onde a iniciativa do pedido cabe ao contribuinte, é óbvio que o ônus de provar o direito de crédito oposto à Administração cabe ao contribuinte. Já nos processos que versam sobre a determinação e exigência de créditos tributários (autos de infração), tratandose de processos de iniciativa do fisco, o ônus da prova dos fatos jurígenos da pretensão fazendária cabe à fiscalização (art. 142 do CTN e art. 9º do PAF). Assim, realmente andou mal a turma de julgamento da DRJ, pois o ônus da prova incumbe a quem alega o fato probando. Se a fiscalização não provar os fatos alegados, a consequência jurídica disso será a improcedência do lançamento em relação ao que não tiver sido provado e não a sua nulidade." Fl. 114DF CARF MF Processo nº 13896.910985/201159 Resolução nº 3402000.930 S3C4T2 Fl. 114 4 do ICMS ou do IPI) e contábeis (Razão) do respectivo período de apuração do crédito pleiteado, notas fiscais, entre outros; ii) elaborar relatório conclusivo a respeito do crédito pleiteado; iii) dar ciência do Relatório à Recorrente, abrindolhe prazo regulamentar para manifestação; e iv) devolver o processo para esta 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, 3ª Seção do CARF, para prosseguimento do julgamento. Importante registrar que os documentos apresentados pelo contribuinte no paradigma são os mesmos que instruem o presente processo, de tal sorte que os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso daquele também se justificam neste. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, determino a conversão do autos em diligência para que a Repartição Fiscal de origem adote as seguintes providências: i) analisar os documentos adequados para a verificação do crédito, quais sejam: o Demonstrativo de Apuração da Contribuição ao PIS/COFINS, cópias das folhas dos livros fiscais (Registro de Saídas e de Apuração do ICMS ou do IPI) e contábeis (Razão) do respectivo período de apuração do crédito pleiteado, notas fiscais, entre outros; ii) elaborar relatório conclusivo a respeito do crédito pleiteado; iii) dar ciência do Relatório à Recorrente, abrindolhe prazo regulamentar para manifestação; e iv) devolver o processo para esta 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, 3ª Seção do CARF, para prosseguimento do julgamento. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Fl. 115DF CARF MF
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