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Numero do processo: 10580.721818/2008-03
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 1802-000.133
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em DILIGÊNCIA, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marco Antonio Nunes Castilho - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho.
Nome do relator: MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em DILIGÊNCIA, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Marco Antonio Nunes Castilho Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Por economia processual e bem resumir a lide adoto o relatório da decisão recorrida (fls.507/522) que a seguir transcrevo: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 21 81 8/ 20 08 -0 3 Fl. 630DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 631 2 “Trata o presente processo, do Despacho Decisório n° 0663/2008, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador, que homologou parcialmente as compensações de débitos declaradas nas Declarações Eletrônicas de Compensação anexadas às fls. 01 a 57, nas quais foram utilizados créditos decorrentes de saldo negativo de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), apurados nas Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica(DIPJ) de 2001, 2002 e 2003, sob os n° de arquivamento 1220715, 1228306 e 1231974, respectivamente, conforme demonstrativos a seguir: Fl. 631DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 632 3 Consta do Despacho Decisório que: os valores analisados se referem a DIPJ retificadoras que alteraram o imposto de renda a pagar e a contribuição social sobre o lucro líquido a pagar de positivo para negativo, isto é, apurando saldo negativo. A alteração decorreu da incorporação na declaração dos valores de Cofins e PIS apurados nos autos de infração formalizados nos processos n° 10580.012928/200449 e 10580.012929/200493, alíneas 13 e 14 da ficha 06A Demonstração do Resultado, respectivamente. Os valores apurados a título de juros pelos autos de infração também alteraram os resultados dos períodos, aumentando a alínea Outras Despesas Financeiras da Ficha 06A. As alterações efetuadas apresentamse em conformidade com os valores apurados nos autos de infração (fls. 275 e 276), bem como atendem ao § 5 o do art. 41 da Lei n° 8.981, de 1995, que estabelece que não são dedutíveis como custos ou despesas as multas relativas às infrações fiscais; Fl. 632DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 633 4 a DIPJ do exercício de 2001, anocalendário 2000, evidencia apuração de saldo negativo de IRPJ e CSLL nos valores de R$196.114,67 e R$81.148,35, respectivamente (fls. 132 e 141). Não houve apuração de imposto de renda sobre o lucro real nem de contribuição social sobre o lucro líquido, constituindose em saldo negativo de IRPJ e CSLL os valores retidos no período, bem como as estimativas de IRPJ e CSLL recolhidas no período; a dedução a título de Redução por Reinvestimento, linha 11 da Ficha 12A não pode ser considerada, pois o Contribuinte não preencheu a Ficha 10, Cálculo da Isenção do Imposto, bem como não informou na Ficha 29, Aplicações em Incentivos Fiscais, aplicação no FINOR, considerando que a pessoa jurídica não pode optar pela aplicação, em incentivos (Ficha 29), do valor do imposto que serviu de base para o cálculo do incentivo fiscal previsto na Linha 11, tendo em vista o disposto no §5° do art. 612 do Decreto n° 3.000, 1999. Registrese ainda que os valores informados na Ficha 29 não foram confirmados (fl. 280), não compondo a Linha 16, Imposto de Renda Mensal Pago por Estimativa (apresenta tabelas com os valores apurados relativos às estimativas mensais de IRPJ e de CSLL apurados na DIPJ 2001 e nas DCTF de 2000, bem como os pagamentos confirmados, ficando demonstrado que houve recolhimento de IRPJ por estimativa no montante de R$49.941,95, e de CSLL por estimativa no montante de R$52.334,40); as Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) do ano calendário de 2000 apresentadas pelas fontes pagadoras (fls. 173 a 179) e os comprovantes apresentados pelo Contribuinte em atendimento à Intimação SEORT/DRF/SDR n° 221/2008 comprovam retenções no valor total de R$7.210,15 (apresenta tabela demonstrativa); confirmamse saldos negativos de IRPJ e CSLL relativos ao ano calendário de 2000, nos valores de R$57.152,11 e R$52.334,40, respectivamente, conforme tabelas a seguir: Fl. 633DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 634 5 : a DIPJ do exercício 2002, anocalendário 2001, evidencia apuração de saldo negativo de IRPJ e CSLL nos valores de R$84.136,95 e R$25.566,60, respectivamente (fls. 83 e 92) apresenta as Tabelas 12 e 13 com os valores apurados relativos às estimativas mensais na DIPJ 2002 e nas DCTF de 2001, bem como os pagamentos confirmados; as Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) do ano calendário de 2001 (fls. 115 a 123), apresentadas pelas fontes pagadoras, e os comprovantes apresentados pelo Contribuinte em atendimento à Intimação SEORT/DRF/SDR n° 221/2008 comprovam as retenções no valor total de R$889,87 (conforme tabela demonstrativa); a dedução a título de Redução por Reinvestimento, Linha 11 da Ficha 12A não pode ser considerada pois o Contribuinte não preencheu a Ficha 10, Cálculo da Isenção e Redução do Imposto; então, confirmase saldo negativo de CSLL relativo ao ano calendário de 2001 no valor de R$25.566,60, mas não se confirma o saldo negativo de IRPJ referente ao anocalendário 2001, conforme tabelas 15 e 16, reproduzidas a seguir: Fl. 634DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 635 6 a DIPJ do exercício 2003, anocalendário 2002, evidencia apuração de saldo negativo de IRPJ no valor de R$197.813,41 (fl. 58). É apresentada a Tabela 17 com os valores apurados relativos às estimativas mensais na DIPJ2003 e nas DCTF de 2002, bem como os pagamentos confirmados, no montante de R$259.006,99; observese, novamente, que a dedução a título de Redução por Reinvestimento, Linha 11 da Ficha 12A não pode ser considerada, pois o Contribuinte não preencheu a Ficha 10, Cálculo da Isenção e Redução do Imposto; não se confirma o saldo negativo de IRPJ referente ao anocalendário 2002, conforme Tabela 18, reproduzida a seguir: Dessa forma, o despacho decisório homologou parcialmente as compensações objeto das Declarações Eletrônicas de Compensação, conforme Tabela 9, a seguir reproduzida: Fl. 635DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 636 7 Os processos n° 10580.012929/200493, 10580.012928/200449 e 10580.721819/200840, encontramse apensados ao presente processo. A Contribuinte apresentou a Manifestação de Inconformidade, de fls. 302 a 318, contra o Despacho Decisório, afirmando que, da análise dos valores questionados pela RFB, constatou ter havido apenas erro formal no preenchimento das declarações, aptas a demonstrar o crédito da Requerente, sob os seguintes argumentos: DIPJ/2001 (ANOCALENDÁRIO 2000) da análise da DIPJ 2001 (anocalendário 2000), onde consta o Saldo negativo de IRPJ em sua ficha 12A (doe. 03), a Requerente informa como deduções ao IRPJ devido: (i) a redução por reinvestimento FINOR, no valor de R$50.223,54; (ii) o IRRF incidente sobre aplicações financeiras e de terceiros; no valor de R$16.107,05; (iii) o IRRF por órgão público no valor de R$12.595,83; e (iv) o valor de imposto mensal pago por estimativa no montante de R$117.188,25; o valor referente aos depósitos efetuados a título de redução por reinvestimento (FINOR) foi informado de maneira equivocada na linha 11 (erro formal) quando na verdade, tal valor deveria ter sido informado como imposto de renda pago por estimativa. Isto porque a Requerente não teve seu projeto de reinvestimento aprovado pela Sudene, o que ocasionou a conversão dos depósitos efetuados, perante Fl. 636DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 637 8 o Banco do Nordeste do Brasil S.A, em pagamento de imposto de renda para a União (doe. 12), conforme disposição expressa no § 3 o do art. 19 da lei n° 8.167/91; como os depósitos em comento foram convertidos em recolhimento de imposto de renda para a União, é direito da Requerente utilizarse desta dedução, que compõe o crédito tributário em questão; no que concerne aos valores de IRRF decorrentes de aplicações financeiras ou de retenção de terceiros e, além disso, o IRRF por órgão público, informados nas linhas 13 e 14 da DIPJ/2001, possuem a comprovação necessária, conforme demonstrativo (que apresenta), acompanhado dos documentos anexados sob o título de DOC. 6; em relação às estimativas de IRPJ recolhidas ao longo do ano calendário de 2000, não há controvérsia, pois a própria RFB comprova o pagamento destes Darf (doe. 12), quando, na tabela de n° 7 do referido Despacho Decisório, reconhece tais valores como devidamente recolhidos, no montante de R$49.941,98; a parcela de saldo negativo de IRPJ relativo ao anocalendário de 2000, objeto de questionamento da RFB, através do Despacho Decisório, corresponde exatamente ao somatório dos valores relativos às retenções na fonte e as estimativas recolhidas ao longo do ano calendário 2000 (28.702,88+49.941,98=78.644,87). Considerando que tais valores encontramse plenamente comprovados, resta clara a improcedência da não homologação das compensações rastreadas nestes créditos; a Requerente informou, indevidamente, na linha 16 da ficha 12 da DIPJ/2001 (anocalendário 2000), os valores dos recolhimentos referentes ao ajuste anual de IRPJ, referente ao anocalendário de 2000, no montante de R$67.246,26. A despeito de não ter se utilizado deste valor nas PER/DCOMP objeto do Despacho Decisório em análise, a Requerente informa que tal valor foi devidamente recolhido no mês de março de 2001, conforme guias de recolhimento, devidamente autenticadas, em anexo (doe. 15); dessa maneira, as diferenças apontadas pela RFB no Despacho Decisório não devem persistir, visto que os recolhimentos por estimativa, as retenções sofridas e a conversão dos depósitos para reinvestimento (FINOR) em renda para a União estão devidamente comprovados pelos documentos e amparados pelo direito; DIPJ/2002 (ANOCALENDÁRIO 2001) mais uma vez, no anocalendário 2001, a Requerente informou, incorretamente, na linha 11 da ficha 12A (erro formal) da sua DIPJ, o valor de R$27.104,35, referente aos depósitos efetuados a título de redução por reinvestimento (FINOR), quando na verdade tal valor deveria ser informado como imposto de renda pago por estimativa (apresenta as mesmas explicações apresentadas para o anocalendário 2000, já relatadas); no que concerne aos valores de IRRF decorrente de aplicações documentos anexados, sob o título de DOC. 7, comprovam o valor de Fl. 637DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 638 9 R$65.180,43, informado na linha 13, da ficha 12A, da DIPJ 2002, ficando plenamente assegurado o direito de a requerente deduzir tais valores do imposto de renda devido, em obediência ao art. 653 do RIR/1999; no que se refere ao recolhimento das estimativas no montante de R$63.243,49 não há controvérsia, pois o próprio Despacho Decisório reconhece tais valores; DIPJ 2003 (ANOCALENDÁRIO 2002) novamente, neste exercício, a Requerente informou incorretamente, na linha 11 da ficha 12A (erro formal) da sua DIPJ, o valor de R$149.765,49, referente aos depósitos efetuados a título de redução por reinvestimento (FINOR), quando na verdade tal valor deveria ser informado como imposto de renda pago por estimativa (pelos mesmos motivos já relatados); para os valores relativos aos recolhimentos por estimativa, houve erro de fato no preenchimento da ficha 12A da DIPJ 2003 (ano calendário 2002). No campo destinado à informação dos recolhimentos por estimativa, linha 16, a Requerente informou indevidamente os valores do imposto retido na fonte; na linha 16 da ficha 12a da DIPJ 2003 deveria constar apenas o valor de R$259.007,06 referente aos recolhimentos efetuados por estimativas (doe. 11), os quais o próprio Despacho Decisório reconhece como efetivamente recolhidos; no que concerne aos valores de IRRF decorrente de aplicações financeiras e de retenções de terceiros, informados incorretamente na linha 16, está comprovado por meio do demonstrativo (que apresenta) acompanhado dos documentos anexados, sob o título de DOC. 8. Assim, apesar dos equívocos no preenchimento da declaração a Requerente jamais se utilizou de créditos indevidos, apenas cometeu erros de caráter formal que não possuem a prerrogativa de inviabilizar o direito de realizar as devidas compensações; assim, o Despacho Decisório emitido deve ser cancelado, pois seria ilegal a continuidade da cobrança por parte do Fisco do montante já demonstrado como devidamente pago à Receita Federal do Brasil; DO PEDIDO à vista de todo o exposto, considerando os argumentos apresentados, requer a homologação total das PER/DCOMP n° 17349.58188.110105.1.3.029225, 17349.58188.110105.1.3.02 9225,17780.48601.120105.1.3.026580.” A referida decisão da 2ª Turma de Julgamento da DRJBA, possui a seguinte ementa: Fl. 638DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 639 10 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 2000, 2001, 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Em face da documentação apresentada pelo sujeito passivo e das informações extraídas dos sistemas internos da RFB, há de se reconhecer parcialmente o direito creditório pleiteado, oriundo de saldo negativo, e homologar parcialmente as compensações declaradas, até o limite do crédito reconhecido. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Em seu acórdão, a 2ª Turma de Julgamento da DRJBA, demonstra os valores homologados: os membros da 2a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar Procedente em Parte a Manifestação de Inconformidade, reconhecendo o direito creditório referente aos saldos negativos de IRPJ dos exercícios de 2001, 2002 e 2003, anos calendário 2000, 2001 e 2003, nos valores de R$58.853,25 (cinqüenta e oito mil, oitocentos e cinqüenta e três reais e vinte e cinco centavos), R$42.266,33 (quarenta e dois mil, duzentos e sessenta e seis reais e trinta e três centavos), e R$21.767,87 (vinte e um mil, setecentos e sessenta e sete reais e oitenta e sete centavos), respectivamente; confirmando o Despacho Decisório, no tocante ao reconhecimento dos saldos negativos de CSLL relativos aos exercícios de 2001 e 2002, anoscalendário de 2000 e 2001, nos valores de R$52.334,40 (cinqüenta e dois mil, trezentos e trinta e quatro reais e quarenta centavos) e R$25.566,60 (vinte e cinco mil, quinhentos e sessenta e seis reais e sessenta centavos), respectivamente, confirmando as homologações das compensações já demonstradas na Tabela 19, do Despacho Decisório, e homologando as demais compensações declaradas nas Declarações de Compensação 17349.58188.110105.1.3.029225, 05079.02759.110105.1.3.027188 e 17780.48601.120105.1.3.026580, até o limite dos créditos reconhecidos no Despacho Decisório e neste voto, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A empresa contribuinte interpôs recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), pugnando pela homologação dos saldos negativos do Imposto de Renda dos anos de 2000 a 2002, mediante o reconhecimento dos créditos de: (i) IRRF sobre aplicações financeiras, (ii) IRRF por Órgãos Públicos, (iii) confirmação das estimativas mensais e (iv) reconhecimento das deduções relativas à redução por reinvestimentos. Em relação à base de cálculo negativa de CSLL, não houve qualquer questionamento no recurso em relação aos saldos confirmados pela DRJ. É o relatório, passo a decidir. Fl. 639DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 640 11 Voto O presente recurso é tempestivo, sendo certo que a intimação por via postal (fl. 523) ocorreu dia 22/11/2011 e o Recurso Voluntário foi protocolado, tempestivamente, no prazo de 30 dias, no dia 21/12/2011, atendendo também aos demais requisitos para sua admissibilidade. Portanto, dele conheço. Sinteticamente, a Recorrente pugna pela revisão do decisum a quo, por não ter acatado suas justificativas, mantendo, desta feita, a desconsideração de créditos tributários, quais sejam: Anocalendário 2000: Foi solicitado pela Recorrente o valor de R$ 196.114,67, de saldo negativo de Imposto de Renda, dos quais foram deferidos, pela decisão DRJ, apenas R$ 58.853,25, pelos seguintes motivos: (i) Desconsideração da dedução relativa à Redução por Reinvestimento, no valor de R$ 50.223,54; (ii) Confirmação do IRRF sobre aplicações financeiras e de terceiros em apenas R$ 8.911,29, quando o pleiteado foi de R$ 16.107,05; (iii) Não foi reconhecido nenhum valor a respeito de IRRF por Órgãos Públicos, quando fora pleiteado o montante de R$ 12.595,83; (iv) O total das estimativas mensais pagas e confirmadas foi de apenas R$ 49.941,96, quando o valor pleiteado fora de R$ 117.188,25. Anocalendário 2001: Foi solicitado pela Recorrente o valor de R$ 84.136,95, de saldo negativo de Imposto de Renda, dos quais foram deferidos, pela decisão DRJ, apenas R$ 42.266,33, pelos seguintes motivos: (i) Desconsideração da dedução relativa à Redução por Reinvestimento, no valor de R$ 27.104,35; (ii) Confirmação do IRRF sobre aplicações financeiras e de terceiros em apenas R$ 50.414,16, quando o pleiteado foi de R$ 65.180,43; AnoCalendário 2002: Foi solicitado pela Recorrente o valor de R$ 197.813,41, de saldo negativo de Imposto de Renda, dos quais foram deferidos, pela decisão DRJ, apenas R$ 21.767,87, pelos seguintes motivos: Fl. 640DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 641 12 (i) Desconsideração da dedução relativa à Redução por Reinvestimento, no valor de R$ 149.765,49; (ii) Confirmação do IRRF sobre aplicações financeiras e de terceiros em apenas R$ 388.896,96, quando o pleiteado foi de R$ 415.176,71; Da Redução por Reinvestimento No que tange à dedução referente à redução por reinvestimento, relativamente aos anos calendários de 2000, 2001 e 2002, temos que a própria Recorrente afirma não fazer jus ao benefício, tendo em vista que não teve seu projeto de reinvestimento aprovado pela Sudene. Assim, tendo em vista o descumprimento de alguns requisitos imprescindíveis para o gozo do benefício, o Recorrente solicitou à Agência de Desenvolvimento do Nordeste – ADENE (fls 563, 588 3 603) a conversão dos valores não utilizados a título de redução por reinvestimento, a favor da Receita Federal do Brasil, na seguinte conformidade: R$ 50.223,54 (ano calendário de 2000); R$ 27.104,35 (ano calendário de 2001) e; R$ 149.765,49 (ano calendário de 2002), conforme Darfs às fls. 565, conforme previsão do art. 19, da Lei n° 8.167/1991. Nesse sentido, os ofícios da ADENE às fls.563, 588 e 603, autorizando a conversão dos valores e indicando os anos a que se referem. Ocorre que, os Darfs de recolhimentos estavam eivados de erros formais quanto ao código da receita, CNPJ e período de apuração, os quais foram retificados pela Recorrente, após o recolhimento dos valores, mas, tão somente em relação ao código da receita e o CNPJ, deixando de fazêlo quanto aos períodos de apuração. Analisandose os 5 (cinco) Darfs apresentados que comprovariam a conversão dos alegados depósitos efetuados no Banco do Nordeste do Brasil, em pagamento de imposto de renda, observase que se tratam de recolhimentos efetuados em: 07/03/2006 (quatro deles), com as seguintes características: período de apuração: 07/03/2006; CNPJ 07.257.373/000120; código de receita 1708 e data de vencimento 07/03/2006 e, outro recolhimento efetuado em 06/06/2006, referente ao período de apuração 06/06/2006, data de vencimento 06/06/2006, CNPJ 07.257.373/000120 e código de receita 1708. Os 4 (quatro) Darfs anexados às fls. 473 e 478, foram objeto de pedidos de retificação (fls. 474 a 477) para que fossem retificados apenas o código de receita, de 1708 para 2362, e o CNPJ, de 07.237.373/000120 para 14.828.958/000180. Em face ao princípio da verdade material, entendo que esse erro formal (falta de retificação do período de apuração), não implica desconsiderar que os recolhimentos efetuados, por conta da conversão em renda dos valores à Únião, relativo aos montantes não utilizados de redução por reinvestimentos, não foram efetuados nos anos calendários de 2000, 2001 e 2002, para fins de apuração dos créditos fiscais nesses períodos. Fl. 641DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 642 13 Ou seja, embora possa ter havido um erro formal na retificação dos Darfs, tal erro não tem o condão de anular eventual direito do Recorrente ao crédito pleiteado. Isto porque, o erro formal não vicia e nem torna inválido o documento, caso este atinja a sua finalidade, em face ao princípio da instrumentalidade das formas. Ocorre que, pela simples análise aos documentos juntados, não é possível concluir que os valores foram efetivamente a recolhimentos nos anos de 2000, 2001 e 2002; uma porque consta nos Darfs como período de apuração o ano de 2006 e; outra, porque os valores solicitados, apesar de próximos, não são exatamente aos que constam nos respectivos DARFs. Ademais, tais documentos não permitem extrair a conclusão que tais valores não compuseram eventual saldo no ano de 2006. 2 – Do IRRF 2.1 Anocalendário 2000 No que concerne ao reconhecimento dos valores recolhidos a título de IRRF no anocalendário de 2000, o Recorrente juntou o seguinte quadro demonstrativo: Alega que as três últimas instituições (Baneb, HSBC e CEF) não lhe disponibilizaram os informes de retenção, ainda que solicitado formalmente (fls. 189, 193, 583, 584) e que o documento disponibilizado pela Prefeitura de Irecê foi desconsiderado pelo Fisco, por não conter a identificação do CNPJ do beneficiário e a natureza do rendimento pago. Ao analisar os documentos dos bancos Baneb e Bradesco juntados aos autos, constatei que às fl.574, há um documento emitido pelo banco Baneb, contendo os informes de rendimento das aplicações financeiras do Recorrente englobando apenas os meses de julho, agosto e setembro de 2000, faltando os demais meses daquele ano. Em relação ao banco HSBC, informa o Recorrente que por não ter recebido qualquer informe de retenção das suas aplicações junto a esse banco, lançou em sua DIPJ os valores com CPNJ do Banco HSBC. Entretanto, alega que o CNPJ da pessoa jurídica que rege os fundos de aplicação financeira é outro, diferente do CNPJ do banco. Quanto à CEF, a Recorrente alega que juntou ao processo documentos que comprovam a retenção do IRRF, no valor de R$ 3.847,67. Entretanto, os mencionados documentos às fls. 376 a 383, comprovam a retenção do IRRF, apenas até agosto de 2000, totalizando R$ 1.498,07. Fl. 642DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 643 14 E, por fim, a Prefeitura de Irecê, após solicitações do Recorrente (fls. 583 e 584), enviou documento intitulado “Conhecimento de Receita”, referente ao período de maio a novembro de 2000, os quais foram juntados a estes autos pelo Recorrente (fls. 576 a 582). Todavia, tal documento não possui os requisitos mínimos para fazer prova da retenção, conforme determina artigo 86, da Lei n° 8.981/95, em que a fonte pagadora deverá fornecer documento comprobatório da retenção, com a indicação da natreza, do montante do pagamento, das deduções e do Imposto de Renda Retido. Face às diversas insistências da Recorrente, a Prefeitura de Irecê, forneceu uma certidão (fls. 575), certificando que houve retenções do IRRF feitas por esse órgão, no CNPJ da Recorrente, relativamente aos anos de 2001 a 2003, mas, sem mencionar os valores. 2.2 Anocalendário 2001 No que concerne ao reconhecimento dos valores recolhidos a título de IRRF no anocalendário de 2001, o Recorrente juntou o seguinte quadro demonstrativo: Quanto à Prefeitura Irecê, relativamente às retenções feitas por esse órgão no anocalendário de 2001, reitero os argumentos expostos em relação ao ano de 2000. Em relação ao Bank Boston às folhas 599, foi juntado informe de retenção emitido pelo banco, que confirma o valor retido de R$138,30, conforme informado pelo Recorrente. A Recorrente junta ainda informe emitido pelo banco Sudameris, referente às retenções efetuadas até o 3º trimestre de 2001, no valor de R$ 19,04. Não há informações quanto aos valores referentes ao último trimestre do ano. Por fim, às folha 601, o Recorrente junta informe de rendimentos enviado pela instituição financeira BradescoBaneb que comprova o valor retido de R$ 5.434,02. Fl. 643DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 644 15 2.3 Anocalendário 2002 No que concerne ao reconhecimento dos valores recolhidos a título de IRRF no anocalendário de 2002, o Contribuinte juntou o seguinte quadro demonstrativo: No que tange aos valores referentes às retenções feitas pela Prefeitura de Irecê, reitero os argumentos já expostos no mesmo em relação ao anocalendário de 2000 e 2001. No que se refere às retenções feitas pelo banco BBV (fl. 614) há um comprovante que confirma as retenções feitas nos meses de julho a setembro de 2002, no valor total de R$ 1.141,65. Quanto aos demais meses não há documento comprovando os valores. Para o Bradesco está comprovado às folhas 615 a 627, apenas os valores pleiteados de R$ 34,91 e R$ 1,37. Não há comprovação em relação ao valor de R$ 2.101,97. Em relação à empresa Brasil Telecom, a Recorrente alega que apesar de ter solicitado não recebeu as informações relativas às retenções efetuadas durante o anocalendário de 2002. Assim, verificase que, com base na documentação anexada aos autos, aparentemente os valores não utilizados a título de redução por reinvestimento, convertidos em renda para a União, no importe de R$ 50.223,54, R$ 27.104,35 e R$ 149.765,49, podem se referir aos anos de 2000, 2001 e 2002 e deveriam compor os saldos negativos desses períodos. No que tange ao IRRF, constatase pelas provas dos autos que a Recorrente requereu inúmeras vezes os comprovantes de recolhimentos do IRRF das fontes pagadoras, no sentido de comprovar o seu direito aos créditos de IRRF, tendo ainda juntado as comprovações parciais dessas retenções sobre aplicações financeiras e de terceiros, o que demonstra que a Recorrente pode estar sendo prejudicada pela falta de informação das fontes pagadoras. Fl. 644DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10580.721818/200803 Resolução nº 1802000.133 S1TE02 Fl. 645 16 Também não me parece razoável que o contribuinte tenha documentação suporte do IRRF, para apenas um período do ano para quase a totalidade das suas aplicações financeiras, o que demonstra a necessidade de complementação das informações que permita fazer julgamento pleno do presente processo. Ante o exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que sejam os autos encaminhados à Delegacia da Receita Federal em Salvador, para: (i) Comprovar à luz da escrituração contábil e fiscal e documentação que lhe deu lastro, se os valores não utilizados a título de redução por reinvestimento, convertidos em renda para a União, no importe de R$ 50.223,54, R$ 27.104,35 e R$ 149.765,49, referemse respectivamente aos anoscalendários de 2000, 2001 e 2002 e, especialmente, constatar se tais valores não compuseram os valores no anocalendário de 2006, que é o período de apuração que consta nos respectivos DARFS; (ii) Caso confirmado que os valores convertidos em renda da União se referem aos anos de 2000, 2001 e 2002, informar em razão dos cômputos dos acréscimos legais (imputação) em que medida essa conversão contribui para a formação dos saldos negativos nos respectivos anos. (iii) Comprovar à luz da escrituração contábil, fiscal e outros documentos que entender necessário e que deram lastro, os valores das retenções sofridas e a contabilização das respectivas receitas, relativamente aos anos de 2000, 2001 e 2002; (iv) Comprovar os valores de Imposto de Renda que foram retidos da Recorrente, referente aos anoscalendários de 2000, 2001 e 2002, referentes às seguintes fontes pagadoras (e as que lhes tenham sucedidos): a. Prefeitura de Irecê; b. Banco HSBC; c. Caixa Econômica Federal; d. Banco Sudameris; e. BradescoBaneb; f. Brasil Tecon SA Elaborado o relatório fiscal de praxe, dar ciência à recorrente para sua manifestação, se interessar. Após, retornese os autos a esse Conselheiro para decisão. (assinado digitalmente) Marco Antonio Nunes Castilho Fl. 645DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 20 /03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 05/03/2013 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO
score : 1.0
Numero do processo: 11030.905547/2009-17
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/03/2002
COFINS. COMPENSAÇÃO. RECURSO QUE TRATA DE MATÉRIA ESTRANHA AO PROCESSO. NÃO CONHECIMENTO.
O recurso deve demonstrar de maneira clara e objetiva o equívoco da decisão singular, destacando o desacerto no raciocínio fático, lógico e jurídico desenvolvido por seu prolator. Se o Recorrente apresenta matéria estranha ao processo, sem impugnar os fundamentos postos na decisão, não deve ser conhecido o recurso, por padecer de regularidade formal, um dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade recursal, nos termos do art. 514, inc. II, do CPC.
Recurso Voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3801-001.733
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes- Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes- Presidente (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/03/2002 COFINS. COMPENSAÇÃO. RECURSO QUE TRATA DE MATÉRIA ESTRANHA AO PROCESSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso deve demonstrar de maneira clara e objetiva o equívoco da decisão singular, destacando o desacerto no raciocínio fático, lógico e jurídico desenvolvido por seu prolator. Se o Recorrente apresenta matéria estranha ao processo, sem impugnar os fundamentos postos na decisão, não deve ser conhecido o recurso, por padecer de regularidade formal, um dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade recursal, nos termos do art. 514, inc. II, do CPC. Recurso Voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 90 55 47 /2 00 9- 17 Fl. 57DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 15 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11030.905547/200917 Acórdão n.º 3801001.733 S3TE01 Fl. 112 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes. Relatório Tratase de compensação declarada por meio de DCOMP de suposto crédito de COFINS, que foi objeto de Despacho Decisório no sentido de sua não homologação, em virtude de que o crédito apontado foi utilizado integralmente para a quitação de outros débitos da empresa, não restando crédito disponível para a compensação do débito informado na DCOMP. Cientificado da decisão administrativa, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade alegando que os valores compensados são decorrentes de COFINS e PIS incidentes sobre receitas repassadas a terceiros (art. 3o., § 2o., inciso III, da Lei 9.718/98) e que, por conseguinte, não poderiam sofrer a incidência das contribuições em comento. A DRJ de Porto Alegre, ao analisar a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte, assim decidiu: BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO. NORMA DE EFICÁCIA CONDICIONADA. RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. A norma legal que, condicionada à regulamentação pelo Poder Executivo, previa a exclusão da base de cálculo da contribuição valores que, computados como receita, houvessem sido transferidos a outras pessoas jurídicas, tendo sido revogada previamente à sua regulamentação não produziu efeitos, sendo descabido, com base nesse pressuposto, o reconhecimento do direito creditório. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Tendo sido notificada da decisão, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, no qual alega, em síntese, que o crédito compensado seria a título de PIS recolhido com base nos Decretoslei no. 2.445/1988 e 2.449/1988, que tiveram sua eficácia suspensa com a edição da Resolução do Senado Federal no. 49/95. E que, em face do exposto, voltou a vigorar a sistemática da Lei Complementar no. 7/70 e, com a alta da inflação, o valor mensal devido pelas empresas mercantis e mistas foi reduzida a praticamente zero. Alega que essa situação perdurou até 29/11/1995, quando foi editada a MP no. 1.212/95, que determinou a cobrança do PIS sobre o faturamento. Porém, como a MP e suas sucessivas reedições não observaram a carência nonagesimal exigida constitucionalmente, a Lei Complementar no. 7/70 estaria vigente até hoje e, em face disso, a base de cálculo do PIS seria o faturamento do sexto mês anterior, sem quaisquer correções. Estaria, assim, justificada a compensação efetuada pelo Recorrente, razão pela qual requer que seu direito creditório seja reconhecido por este Conselho. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 15 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11030.905547/200917 Acórdão n.º 3801001.733 S3TE01 Fl. 113 3 É o relatório. Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relatora O Recurso é tempestivo. Porém, não há como conhecêlo. Isso porque o Recurso Voluntário é o meio através do qual o Recorrente devolve ao Conselho a matéria decidida pela Delegacia de Julgamento. Deve, portanto, efetivamente impugnar tal decisão, demonstrando seu inconformismo com as razões apresentadas pelos julgadores. Contudo, a Recorrente não pode utilizarse desse instrumento para alegar matéria totalmente estranha ao processo. Ora, o processo foi instaurado em face de uma compensação realizada pela Recorrente de suposto crédito de COFINS. A compensação não foi homologada. A Recorrente, em sua primeira manifestação, justifica a existência do crédito de COFINS alegando que seria decorrente de incidência havida sobre receita repassada a terceiros (sem, contudo, trazer qualquer demonstrativo de cálculo que comprovasse tal alegação). A Delegacia de Julgamento de Porto Alegre manteve o entendimento no sentido da inexistência do crédito. E, por fim, em suas razões recursais, justifica a compensação em face de suposto recolhimento indevido a maior a título de PIS!!! De se ressaltar que não se trata de simples inovação de argumentos, mas de matéria completamente estranha aos autos do processo. Não se questiona aqui, compensação de crédito de PIS, mas sim compensação de crédito de COFINS. Padece o recurso de regularidade formal. O Recurso só é possível quando o Recorrente demonstra de maneira clara e objetiva o equívoco da decisão recorrida, destacando o desacerto no raciocínio fático, lógico e jurídico desenvolvido por seu prolator. Na presente hipótese, carece a peça recursal de elementos técnicos de formação, posto que não guarda relação lógica e pertinência temática com aquilo que foi objeto da decisão. Não tendo sido impugnados os alicerces da decisão recorrida, tratando de matéria alheia ao processo, não há como conhecer do presente Recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 59DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 15 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11030.905547/200917 Acórdão n.º 3801001.733 S3TE01 Fl. 114 4 Fl. 60DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 13/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 15 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10711.003565/2010-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 23/02/2010
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA.
Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3301-001.692
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Adão Vitorino de Morais Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 23/02/2010 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA. Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente (assinado digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé.
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MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA. Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (assinado digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 35 65 /2 01 0- 66 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Florianópolis que julgou improcedente a impugnação do lançamento da multa regulamentar isolada, por prestação extemporânea da informação da escala da embarcação. Cientificada do lançamento, a recorrente impugnouo, alegando, em síntese, razões assim resumidas por aquela DRJ: “ Argúi que, por razões operacionais e técnicas, o Armador se viu obrigado a mudar a rotação do navio, ocorrência comum no transporte marítimo, o que ocasionou antecipação da escala pra o dia 23/02/2010, ocasionando um atraso de 2h19min. Entende a impugnante que o Siscomex Carga melhora o controle da atividade fiscal de movimentação de cargas e embarcação; todavia, deve a autoridade fiscal observara a razoabilidade diante de fatos inerentes à atividade portuária. A solicitação de desbloqueio de manifesto nº 1509501481762 não se traduz em conduta omissiva quando a infração é tipificada no artigo 107, inciso IV, alínea ‘e’, do Decretolei nº 37/1966 com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003, uma vez que informações foram inicialmente transmitidas em 11/08/2009. O navio teve necessidade de mudar sua rotação nos portos brasileiros, o que fez com que os manifestos inicialmente informados fossem desvinculados no dia 23/02/2010 e vinculados no mesmo dia. Não houve ausência de informação, e sim de retificação de informação em face da mudança da rotação do navio, o que é uma hipótese diferenciada da penalidade estipulada. Alega ilegitimidade passiva do agente marítimo. Argumenta a configuração de denúncia espontânea haja vista que a ação fiscal se iniciou após a informação.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgoua improcedente, conforme acórdão nº 0726.376, datado de 21/10/2011, às fls. 43/47, sob a seguinte ementa: “DISPENSA DE EMENTA Estão dispensados de ementa os acórdãos resultantes de julgamento de processos fiscais de valor inferior a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), na forma do artigo 1º, inciso I, da Portaria SRF nº 1364, de 10 de novembro de 2004. Impugnação Improcedente” Inconformada com essa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 53/70), requerendo a sua a reforma a fim de que se cancele o lançamento da multa regulamentar isolada, alegando, em síntese, as mesmas razões expendidas na impugnação, em preliminar, a ilegitimidade passiva; e, no mérito, o não enquadramento da multa aplicada na alínea “e” do inciso IV, do art. 107 do Decreto Lei nº 37, de 1966; falta do elemento essencial da exigência da obrigação acessória; e, a ocorrência da denúncia espontânea. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais Fl. 79DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10711.003565/201066 Acórdão n.º 3301001.692 S3C3T1 Fl. 79 3 O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Nesta fase recursal, a recorrente insiste nas alegações de: a) ilegitimidade passiva; b) do não enquadramento da multa aplicada na alínea “e” do inciso IV, do art. 107 do Decreto Lei nº 37, de 1966; c) falta do elemento essencial da exigência da obrigação acessória; e, d) na ocorrência da denúncia espontânea. Preliminarmente, ressaltamos que, em virtude do reconhecimento da aplicação do instituto da denúncia espontânea para o presente caso, as demais questões mérito suscitadas nesta fase recursal ficaram prejudicadas. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), art. 138, a denúncia espontânea abrange somente a penalidade incidente sobre crédito tributário, assim dispondo: “Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.” No entanto, em 20 de dezembro de 2010, foi decretada e sancionada a Lei nº 12.350, convertida da MP nº 497, de 27 de julho de 2010, estendendo o instituto da denúncia espontânea às penalidades administrativas aduaneiras, assim dispondo: “Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2o A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)” No presente caso, a multa administrativa isolada foi aplicada pelo fato de a recorrente não ter prestado tempestivamente informações sobre veículo de carga e/ ou Fl. 80DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 operações que executar sob o seguinte título: “NÃO PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULO OU CARGA TRANSPORTADA, OU SOBRE OPERAÇÕES QUE EXECUTAR”. Dessa forma, levandose em conta que a recorrente prestou as informações com atraso, aliás, o que ensejou o lançamento em discussão, a denúncia efetuada por ela se enquadra no § 2º do art. 102, citado e transcrito acima. Embora o fato gerador do lançamento em discussão tenha ocorrido na data de 23 de fevereiro de 2010, e a MP nº 497, de 27/7/2010, convertida na Lei nº 12.350, de 20/12/2010, que estendeu o instituto da denúncia espontânea às penalidades administrativas aduaneiras tenha entrado em vigor na data de 28 de julho de 2010, por força do disposto no art. 106 do CTN, aplicase ao presente caso aquela lei. Em face do exposto, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 81DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13962.000421/2007-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1999 a 30/11/2006
DECADÊNCIA. STF. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS DA EMPRESA. OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional.
No presente caso aplica-se a regra do artigo 150, §4º, do CTN, considerada a totalidade da folha de salários da empresa.
Os pagamentos realizados a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em observância aos requisitos mínimos estabelecidos pela Lei nº 10.101/2000 impõem não incidência da contribuição social previdenciária.
Visando salvaguardar o direito do trabalhador, preocupação do legislador constante na Lei 10.101/00, a existência de um procedimento bilateral, com fito de delinear uma estrutura normativa interna que dê efetividade ao texto constitucional (art. 7º, inc. XI da CF/88), exclui o pagamento feito ao
empregado da base de cálculo do tributo.
Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Numero da decisão: 2301-002.655
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em excluir do lançamento, devido a aplicação da regra expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, as contribuições apuradas até a competência 10/2002, anteriores a 11/2002, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em aplicara regra expressa no I, Art. 173 do CTN; b) em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso nesta questão. Os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Marcelo Oliveira acompanharam a votação por suas conclusões.
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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STF. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS DA EMPRESA. OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. No presente caso aplicase a regra do artigo 150, §4º, do CTN, considerada a totalidade da folha de salários da empresa. Os pagamentos realizados a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em observância aos requisitos mínimos estabelecidos pela Lei nº 10.101/2000 impõem não incidência da contribuição social previdenciária. Visando salvaguardar o direito do trabalhador, preocupação do legislador constante na Lei 10.101/00, a existência de um procedimento bilateral, com fito de delinear uma estrutura normativa interna que dê efetividade ao texto constitucional (art. 7º, inc. XI da CF/88), exclui o pagamento feito ao empregado da base de cálculo do tributo. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 361DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 2 Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em excluir do lançamento, devido a aplicação da regra expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, as contribuições apuradas até a competência 10/2002, anteriores a 11/2002, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em aplicara regra expressa no I, Art. 173 do CTN; b) em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso nesta questão. Os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Marcelo Oliveira acompanharam a votação por suas conclusões. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete de Oliveira Barros, Damiao Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pelo contribuinte MERTALÚRGICA VISA LTDA em face de acórdão prolatado pela 5ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (DRJ/FNS), que julgou procedente o lançamento fiscal, por contribuições devidas a Seguridade Social no período de 11/1999 a 11/2006. 2. Segundo o relatório fiscal, o lançamento se deu em razão de contribuições devidas à Seguridade Social, que tiveram como fatos geradores as remunerações pagas aos segurados empregados, sob a denominação de participação dos empregados nos lucros ou resultados, em desacordo com a legislação vigente (ff. 44 a 46). 3. O acórdão recorrido restou ementado nos termos que se transcreve: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1999 a 30/11/2006 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. LEI 10.101/2000. PRÊMIO ASSIDUIDADE. GRATIFICAÇÃO DE NATUREZA SALARIAL ANTERIOR. TRANSMUTAÇÃO. FATO GERADOR DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. O pagamento de participação nos lucros ou resultados aos empregados, em substituição à gratificação salarial denominada prêmio assiduidade mensal, sem os requisitos objetivos da Lei nº 10.101/2000, integra o Fl. 362DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13962.000421/200799 Acórdão n.º 2301002.655 S2C3T1 Fl. 353 3 salariodecontribuição e se constitui em fato gerador de contribuições sociais. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/1999 a 30/11/2006 PERÍCIA PRESCINDÍVEL. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. INDEFERIMENTO. Temse por prescindível de perícia o lançamento baseado em fatos geradores verificados em folhas de pagamento e em contas contábeis, cujos valores conferem com os documentos apresentados na impugnação. A Perícia formulada deve atender aos requisitos estabelecidos na legislação que rege o contencioso. A não conformidade motiva o indeferimento e não conhecimento. Lançamento Procedente” 4. Ante a prolação do Acórdão supracitado, o contribuinte interpôs o presente Recurso Voluntário, alegando, em síntese: a) que a participação dos lucros e resultados esta devidamente prevista na Convenção Coletiva de Trabalho de 1999 a 2007, portanto legal; b) que o direito à participação nos lucros ou resultados está previsto na Constituição de 1988, em seu artigo 7º, inciso, XI. ; c) que as quantias pagas aos trabalhadores a titulo de participação nos lucros não têm natureza jurídica salarial, não são salários, não se caracterizam como remuneração do trabalho, não integram o salário, cita julgados; d) que os critérios e condições estabelecidos pelo artigo 2º, parágrafo primeiro da Lei 10.101/2000 são exemplificativos e não exaustivos, logo a empresa pode criar outros critérios e condições para que o funcionário aufira a distribuição de lucros, cita doutrinas; e) que a Lei nº 10.101/2000, que teve origem na MP 794/94, explicitou a aplicabilidade plena do preceito constitucional em questão, na parte que desvincula a participação nos lucros ou resultados da remuneração do trabalhador; f) que o contribuinte reúne todas as condições de se adequar a distribuição de lucro, pois demonstra através de seus Balanços resultados positivo de 1999 a 2007, portanto, auferiu resultado para poder distribuir a seus funcionários e colaboradores. 5. Sem contrarrazões, os autos foram encaminhados a esta Câmara para apreciação do recurso voluntário. É o relatório. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 4 Voto Conselheiro Relator Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DA DECADÊNCIA 2. Tendo em vista o período de apuração da exação objeto do presente recurso abarcar matéria decadencial, se faz necessária a verificação da matéria nos termos do Código Tributário Nacional (CTN). 3. Sobre essa questão, cumpre dizer que o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08, verbis: “Súmula Vinculante n° 08: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. 4. Os efeitos da Súmula Vinculante estão previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentados pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.” 5. Ainda sobre o assunto, a Lei n° 11.417, de 19 de dezembro de 2006, dispõe o que segue: “Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.” 6. Assim, como demonstrado, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. Fl. 364DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13962.000421/200799 Acórdão n.º 2301002.655 S2C3T1 Fl. 354 5 Dessa forma, afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência, prevista no Código Tributário Nacional (CTN), se aplica ao caso concreto. 7. Acerca das regras de verificação da decadência do crédito tributário, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está consolidada no seguinte sentido: “[...] 1. Está assentado na jurisprudência desta Corte que, nos casos em que não tiver havido o pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação, é de se aplicar o art. 173, inc. I, do Código Tributário Nacional (CTN). Isso porque a disciplina do art. 150, § 4º, do CTN estabelece a necessidade de antecipação do pagamento para fins de contagem do prazo decadencial. Precedente em recurso representativo de controvérsia (REsp 973733/SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 18.9.2009). [...] 3. Recurso especial parcialmente provido”. (REsp 1015907/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 10/09/2010) “[...] 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Fl. 365DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 6 Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008”. (REsp 973733/SC, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 18/09/2009). 8. Compulsando os autos, constatase que no Termo de Encerramento da Auditoria Fiscal – TEAF (fl. 43) o auditor fiscal examinou as folhas de pagamento e comprovantes de recolhimento apresentadas pela recorrente, sendo assim, considerando a totalidade da folha de salário da empresa, podese afirmar que houve o recolhimento de parte das contribuições sociais previdenciárias. Posto isso, há que se observar o disposto no artigo 150, §4º, do CTN. 9. A recorrente foi cientificada do lançamento fiscal em 01/11/2007 (f. 064), referente às contribuições do período de 01/11/1999 a 30/11/2006, fica alcançada pela decadência quinquenal as competências até 10/2002. Restando, entretanto, mantidas as competências de 11/2002 a 11/2006. 10. Assim, como ainda há débito remanescente, passo a examinar as demais questões recursais. DO MÉRITO A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS 11. Cingese a controvérsia principal dos presentes autos, à incidência de contribuições previdenciárias sobre os pagamentos efetuados pela empresa recorrente a seus empregados sob a rubrica de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). 12. A PLR visa a disposição das estratégias organizacionais com a participação dos empregados no ambiente de trabalho, pois só será feita a distribuição dos lucros aos funcionários segundo o cumprimento de metas. O programa PLR é uma ferramenta de gestão que permite a motivação dos empregados na produtividade da empresa, proporciona a atração de melhores resultados, regulada pela lei 10.101/2000. 13. Como é cediço, a Constituição Federal de 1988, no inc. XI do art. 7º, incluiu entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, a participação nos lucros ou resultados dos seus empregadores. O texto constitucional, neste ponto, é enfático ao assegurar a sua desvinculação da remuneração percebida pelo empregado, de acordo com os critérios legais. Eis o teor do dispositivo: “Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visam à melhoria de sua condição social: XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.” Fl. 366DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13962.000421/200799 Acórdão n.º 2301002.655 S2C3T1 Fl. 355 7 14. Nesse sentido, a Lei de Custeio da Seguridade Social em seu artigo 28, § 9º, "j"`, condicionou a não incidência de contribuição previdenciária ao atendimento dos critérios fixados em lei específica: “Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;” 15. Deste modo, para que uma empresa possa efetuar pagamentos aos seus funcionários do referido benefício, são necessários que se preencham alguns requisitos mínimos dispostos no artigo 2°, da Lei nº 10.101/2000: “Art.2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.” 16. Posta a norma resta saber se o procedimento adotado pela empresa afrontou ou não tal regulamentação. 17. Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, o exercício do direito assegurado pelo referido artigo começaria “com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentálo, diante da imperativa necessidade de integração”. (RE 398284, Relator Min. Menezes Direito, Primeira Turma, julgado em 23/09/2008). A seu turno, a regulamentação do dispositivo “somente ocorreu com a edição da Medida Provisória 794/94”, posteriormente convertida na Lei 10.101/00. (RE 393764 AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado em 25/11/2008) 18. É dizer: a não incidência da contribuição social previdenciária está adstrita aos pagamentos realizados a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, pressupondo a observância de requisitos mínimos estabelecidos pela Lei nº 10.101/2000. Uma Fl. 367DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 8 vez descaracterizado o benefício, as quantias em comento pagas pelo empregador a seus empregados ostentam a natureza de remuneração, passíveis, pois, de serem tributadas. 19. Considerando que as Convenções Coletivas de Trabalho carreadas aos autos demonstram a existência de um programa de participação nos lucros ou resultados na empresa, com o acompanhamento dos trabalhadores, a base procedimental trazida pelo contribuinte na distribuição dos lucros é suficiente para o cumprimento das formalidades legais (ff. 118 a 322). 20. O acórdão recorrido deixou de considerar o programa de PLR da recorrente, ao único argumento de que esta rubrica na verdade configura “prêmio assiduidade”, verbis: “[...] a empresa não cumpriu com os requisitos da Lei, uma vez que não apresentou qualquer programa no tocante à participação dos empregados nos lucros ou resultados, apenas foram reproduzidas as cláusulas estabelecidas na CCT 1998/1999 [...]” (f. 330 v.). 21. Discordo da solução adotada no julgamento de origem. Entendo que o critério da assiduidade, que consistia no cumprimento integral da jornada de trabalho não é suficiente para transfigurar a forma acordado pelos celebrantes da Convenção Coletiva de Trabalho. 22. Pelo contrário, a estrutura montada pela empresa é satisfatória para determinar a natureza dos pagamentos excluindoos da base de cálculo do tributo. A preocupação do legislador, constante na Lei 10.101/00, é no sentido de salvaguardar o direito do trabalhador. 23. Devese verificar, portanto, a existência de um procedimento bilateral, firmado entre empregadores e empregados, a fim de delinear uma estrutura normativa interna com o escopo de dar a máxima efetividade ao texto constitucional (art. 7º, inc. XI da CF/88). A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é neste sentido, verbis: “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. CARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07/STJ. PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. SÚMULA 07/STJ. 1. A isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a observância da legislação específica a que refere a Lei n.º 8.212/91. 2. Os requisitos legais inseridos em diplomas específicos ( arts. 2º e 3º, da MP 794/94; art. 2º, §§ 1º e 2º, da MP 860/95; art. 2º, § 1º e 2º, MP 1.53934/ 1997; art. 2º, MP 1.69846/1998; art. 2º, da Lei n.º 10.101/2000), no afã de tutelar os trabalhadores, não podem ser suscitados pelo INSS por notória carência de interesse recursal, máxime quando deduzidos para o fim de fazer incidir contribuição sobre participação nos lucros, mercê tratarse de benefício constitucional inafastável (CF, art. 7º, IX). 3. A evolução legislativa da participação nos lucros ou resultados destacase pela necessidade de observação da livre negociação entre os empregados e a empresa para a fixação dos termos da participação nos resultados. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13962.000421/200799 Acórdão n.º 2301002.655 S2C3T1 Fl. 356 9 4. A intervenção do sindicato na negociação tem por finalidade tutelar os interesses dos empregados, tais como definição do modo de participação nos resultados; fixação de resultados atingíveis e que não causem riscos à saúde ou à segurança para serem alcançados; determinação de índices gerais e individuais de participação, entre outros. 5. O registro do acordo no sindicato é modo de comprovação dos termos da participação, possibilitando a exigência do cumprimento na participação dos lucros na forma acordada. 6. A ausência de homologação de acordo no sindicato, por si só, não descaracteriza a participação nos lucros da empresa a ensejar a incidência da contribuição previdenciária. [...] 8. In casu, o Tribunal local afastou a incidência da contribuição previdenciária sobre verba percebida a título de participação nos lucros da empresa, em virtude da existência de provas acerca da existência e manutenção de programa espontâneo de efetiva participação nos lucros da empresa por parte dos empregados no período pleiteado, vale dizer, à luz do contexto fáticoprobatório engendrado nos autos, consoante se infere do voto condutor do acórdão hostilizado, verbis: "Embora com alterações ao longo do período, as linhas gerais da participação nos resultados, estabelecidas na legislação, podem ser assim resumidas: a) deve funcionar como instrumento de integração entre capital e trabalho, mediante negociação; b) deve servir de incentivo à produtividade e estar vinculado à existência de resultados positivos; c) necessidade de fixação de regras claras e objetivas; d) existência de mecanismos de aferição dos resultados. [...] Comparandose o PPR da autora com as linhas gerais antes definidas, bem como com os demais requisitos legais, verificase que são convergentes, a ponto de caracterizar os valores discutidos como participação nos resultados. Desse modo, estão isentos da contribuição patronal sobre a folha de salários, de acordo com o disposto no art. 28, § 9.º, alínea "j", da Lei n.º 8.212/91". (fls. 596/597) 9. Precedentes: AgRg no REsp 1180167/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJe 07/06/2010; AgRg no REsp 675114/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, DJe 21/10/2008; AgRg no Ag 733.398/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ 25/04/2007; REsp 675.433/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, DJ 26/10/2006; 10. Recurso especial não conhecido” [g.n.] (REsp 865.489/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 24/11/2010). 24. Urge ressaltar que a regulamentação normativa tem o escopo de proteger o trabalhador, para que sua participação nos lucros se efetive. Assim, podese concluir que os Fl. 369DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 10 documentos trazidos aos autos indicam que houve uma negociação prévia entre as partes, que possuem o condão de retificar a autuação fiscal (CCT de ff. 118 a 322). 25. Diante desses elementos, deve ser provido o recurso, com a invalidação da exação lançada sobre a distribuição dos lucros e resultados para os empregados da recorrente. CONCLUSÃO 26. Dado o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para, no mérito, DARLHE TOTAL PROVIMENTO nos termos acima delineados. Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 370DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 11/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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Numero do processo: 35373.000649/2006-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
eríodo de apuração: 01/05/2004 a 31/01/2006
NULIDADE.CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA.
Incabível a argüição de nulidade do lançamento de ofício quando este atender as formalidades legais e for efetuado por servidor competente. Quando presentes a completa descrição dos fatos e o enquadramento legal, mesmo que sucintos, de modo a atender integralmente ao que determina o art. 10 do Decreto nº 70.235/72, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa.
IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE ARGUMENTO FUNDADO EM INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO, ACORDO INTERNACIONAL, LEI OU DECRETO.
Por força do art. 26-A do Decreto 70.235/72, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.
RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES. RELAÇÃO DE CO-RESPONSÁVEIS. AFASTAMENTO.
Sem que haja a configuração nos autos dos requisitos dos arts. 134 e 135 do CTN, não pode prevalecer a responsabilização dos sócios. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA Quanto às empresas urbanas terem que recolher contribuição destinada ao INCRA, não há óbice normativo para tal exação.
ALTERAÇÃO DO PRAZO DE PAGAMENTO DE TRIBUTO POR NORMA INFRALEFGAL. POSSIBILIDADE.
A mudança de prazo de pagamento pode ser feita por instrumento infralegal, uma vez que o art. 97 do CTN não o coloca sob o manto da legalidade estrita.
LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA “C”, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA.
A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea “c”, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91.
Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia - Selic para títulos federais. Acrescente-se que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2301-002.830
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso voluntário, nas preliminares, para afastar a responsabilidade dos administradores da recorrente. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira que votaram em dar provimento parcial para deixar claro que o rol de co- responsáveis é apenas uma relação indicativa de representantes legais arrolados pelo Fisco, já que, posteriormente, poderá servir de consulta para a Procuradoria da Fazenda Nacional; II) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Redator designado. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator designado(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator designado: Adriano Gonzáles Silvério.
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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GFIP Recorrente BUCK TRANSPORTES RODOVIÁRIOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2004 a 31/01/2006 NULIDADE.CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Incabível a argüição de nulidade do lançamento de ofício quando este atender as formalidades legais e for efetuado por servidor competente. Quando presentes a completa descrição dos fatos e o enquadramento legal, mesmo que sucintos, de modo a atender integralmente ao que determina o art. 10 do Decreto nº 70.235/72, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DE ARGUMENTO FUNDADO EM INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO, ACORDO INTERNACIONAL, LEI OU DECRETO. Por força do art. 26A do Decreto 70.235/72, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES. RELAÇÃO DE CORESPONSÁVEIS. AFASTAMENTO. Sem que haja a configuração nos autos dos requisitos dos arts. 134 e 135 do CTN, não pode prevalecer a responsabilização dos sócios. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA Quanto às empresas urbanas terem que recolher contribuição destinada ao INCRA, não há óbice normativo para tal exação. ALTERAÇÃO DO PRAZO DE PAGAMENTO DE TRIBUTO POR NORMA INFRALEFGAL. POSSIBILIDADE. A mudança de prazo de pagamento pode ser feita por instrumento infralegal, uma vez que o art. 97 do CTN não o coloca sob o manto da legalidade estrita. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 LANÇAMENTOS REFERENTES FATOS GERADORES ANTERIORES A MP 449. MULTA MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO DA ALÍNEA “C”, DO INCISO II, DO ARTIGO 106 DO CTN. LIMITAÇÃO DA MULTA MORA. A mudança no regime jurídico das multas no procedimento de ofício de lançamento das contribuições previdenciárias por meio da MP 449 enseja a aplicação da alínea “c”, do inciso II, do artigo 106 do CTN. No tocante à multa mora, esta deve ser limitada ao percentual previsto no art. 61 da lei 9.430/96, 20%. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91. Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia Selic para títulos federais. Acrescentese que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso voluntário, nas preliminares, para afastar a responsabilidade dos administradores da recorrente. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira que votaram em dar provimento parcial para deixar claro que o rol de co responsáveis é apenas uma relação indicativa de representantes legais arrolados pelo Fisco, já que, posteriormente, poderá servir de consulta para a Procuradoria da Fazenda Nacional; II) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Redator designado. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator designado(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator designado: Adriano Gonzáles Silvério. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. (assinado digitalmente) Adriano González Silvério – Redator Designado Fl. 221DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 218 3 Participaram do presente julgamento a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, bem como os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 Relatório Tratase de lançamento nº 35.453.6885, lavrado em 13/07/2006, que constituiu crédito tributário relativo a contribuições previdenciárias e de terceiros declaradas em Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações Previdência Social (GFIP) mas sem as respectivas Guia da Previdência Social (GPS), no período de 05/2004 a 01/2006, tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 1.146.231,62, fls. 01. Após tomar ciência postal da autuação em 21/07/2006, fls. 81, a recorrente apresentou impugnação, fls. 82/113 na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. Na DecisãoNotificação de fls. 126/148, a DRP/Ribeirão Preto concluiu pela procedência integral do lançamento, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 02/03/2007, fls. 151. O recurso voluntário, apresentado em 03/04/2007, fls. 152/189, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. Aponta que houve vício de formalidade no ato administrativo do lançamento, deixandoa sem condições de exercer sua defesa, pois a legislação foi indicada apenas genericamente. Insiste na nulidade do lançamento, tendo em vista que não houve uma adequada motivação e descrição dos fatos geradores e penalidades aplicadas. Entende que houve ilegalidade e inconstitucionalidade na redução de prazo para recolhimento do tributo. Prossegue sustentando a ilegalidade da contribuição destinada ao INCRA. Afirma que a multa aplicada tem efeito confiscatório, não podendo prevalecer pois contraria o art. 150, inciso IV da Constituição Federal. Reclama da excessividade da multa. Entende que a Taxa Selic não pode ser aplicada, pois utiliza componentes e cálculos não especificamente previstos em lei, mas em norma do BACEN. Solicita a exclusão dos diretores como coresponsáveis por entender que não foram atendidos os requisitos dos arts. 134 e 135 do CTN. É o relatório. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 219 5 Voto Vencido Conselheiro Mauro José Silva, Relator Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Não podem ser apreciados os argumentos baseados em inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto pelas razões que a seguir serão expostas. A competência para decidir sobre a constitucionalidade de normas foi atribuída especificamente ao Judiciário pela Constituição Federal no Capítulo III do Título IV. Em tais dispositivos, o constituinte teve especial cuidado ao definir quem poderia exercer o controle constitucional das normas jurídicas. Decidiu que caberia exclusivamente ao Poder Judiciário exercêla, especialmente ao Supremo Tribunal Federal. Por seu turno, a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, in verbis: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.” Acatando tais imposições constitucionais e legais, o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais insiste na referida vedação, bem como já foi editada Súmula do Colegiado sobre o assunto, conforme podemos conferir a seguir: “Portaria MF nº 256, de 23 de junho de 2009 (que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Fl. 224DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 Portanto, deixamos de apreciar todos os argumentos da recorrente fundados em discussão sobre constitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Quanto à mudança de prazo de pagamento, esta pode ser feita por instrumento infralegal, uma vez que o art. 97 do CTN não coloca o prazo sob o manto da legalidade estrita, posição que vem sendo repetida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme exemplo a seguir: Autoridade Superior Tribunal de Justiça. 1ª Turma Título REsp 55537 / SP Data 15/03/1995 Ementa E LICITO AO ESTADO ALTERAR, MEDIANTE DECRETO O TERMO DE VENCIMENTO DE TRIBUTO. Decisão POR UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. Nulidade por inconsistências no lançamento Ao contrário do que afirma a recorrente, o lançamento foi lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente notificante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem a Notificação, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas, cumprindo adequadamente os preceitos do art. 142 do CTN. O Relatório Fiscal, juntamente com todos os anexos do AI constantes dos autos, traz todos os elementos que motivaram a lavratura do lançamento e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à notificada. Incabível a declaração de nulidade de lançamento que traz um enquadramento legal das infrações que permite ao sujeito passivo identificar os dispositivos legais aplicáveis de modo a construir adequadamente sua defesa. O enquadramento legal contido no lançamento de ofício não contém qualquer vício que resulta na nulidade. No mesmo sentido há vários julgados deste Colegiado: CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA INEXISTÊNCIA Inexiste nulidade no auto que contém a descrição dos fatos e seu enquadramento legal, permitindo amplo conhecimento da alegada infração. ( Ac. 1º CC 10805.383) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NULIDADE Contendo o auto de infração completa descrição dos fatos e enquadramento legal, mesmo que sucintos, atendendo integralmente ao que determina o art. 10 do Decreto nº 70.235/72, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, especialmente quando a infração detectada foi simples falta de recolhimento de tributo. ( Ac. 2º CC 20211700) Fl. 225DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 220 7 PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO CERCEAMENTO DE DEFESA Incabível a argüição de nulidade do procedimento fiscal quando este atender as formalidades legais e for efetuado por servidor competente. Estando o enquadramento legal e a descrição dos fatos aptos a permitir a identificação da infração imputada ao sujeito passivo, não há que se falar em nulidade do lançamento por cerceamento de defesa. O cerceamento do direito de defesa não prevalece quando todos os valores utilizados na autuação se originam de documentos e demonstrativos constantes nos autos do processo. (Acórdão 1º CC, 10613409) Entendemos que o lançamento cumpriu as exigências do art. 142 do CTN, o que resulta em afastarmos o argumento de nulidade do lançamento. Da contribuição ao INCRA Quanto às empresas urbanas terem que recolher contribuição destinada ao INCRA, não há óbice normativo para tal exação. Não se olvida que a contribuição destinada ao INCRA tenha natureza distinta das contribuições sociais da Seguridade Social. As competências do INCRA são atribuídas pela sua lei de criação e o Estatuto da Terra: “DECRETOLEI Nº 1.110, DE 9 DE JULHO DE 1970. Regulamento Cria o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), extingue o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e o Grupo Executivo da Reforma Agrária e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 55, item I, da Constituição, DECRETA: Art. 1º É criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entidade autárquica, vinculada ao Ministério da Agricultura, com sede na Capital da República. Art. 2º Passam ao INCRA todos os direitos, competência, atribuições e responsabilidades do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), do Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário (INDA) e do Grupo Executivo da Reforma Agrária (GERA), que ficam extintos a partir da posse do Presidente do novo Instituto. LEI Nº 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Fl. 226DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 Art. 37. São órgãos específicos para a execução da Reforma Agrária: (Redação dada pela Decreto Lei nº 582, de 1969) I O Grupo Executivo da Reforma Agrária (GERA); (Redação dada pela Decreto Lei nº 582, de 1969) II O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), diretamente, ou através de suas Delegacias Regionais; (Redação dada pela Decreto Lei nº 582, de 1969) III as Comissões Agrárias. (Redação dada pela Decreto Lei nº 582, de 1969) Art. 43. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária promoverá a realização de estudos para o zoneamento do país em regiões homogêneas do ponto de vista sócioeconômico e das características da estrutura agrária, visando a definir: I as regiões críticas que estão exigindo reforma agrária com progressiva eliminação dos minifúndios e dos latifúndios; II as regiões em estágio mais avançado de desenvolvimento social e econômico, em que não ocorram tenções nas estruturas demográficas e agrárias; III as regiões já economicamente ocupadas em que predomine economia de subsistência e cujos lavradores e pecuaristas careçam de assistência adequada; IV as regiões ainda em fase de ocupação econômica, carentes de programa de desbravamento, povoamento e colonização de áreas pioneiras. Art. 74. É criado, para atender às atividades atribuídas por esta Lei ao Ministério da Agricultura, o Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário (INDA), entidade autárquica vinculada ao mesmo Ministério, com personalidade jurídica e autonomia financeira, de acordo com o prescrito nos dispositivos seguintes: I o Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário tem por finalidade promover o desenvolvimento rural nos setores da colonização, da extensão rural e do cooperativismo; II o Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário terá os recursos e o patrimônio definidos na presente Lei; III o Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário será dirigido por um Presidente e um Conselho Diretor, composto de três membros, de nomeação do Presidente da República, mediante indicação do Ministro da Agricultura; IV Presidente do Instituto Nacional do Desenvolvimento Agrário integrará a Comissão de Planejamento da Política Agrícola; ...” Fl. 227DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 221 9 Vale enfatizar, porque importante, que a contribuição ao INCRA não alcança exclusivamente a produção rural, conforme sua lei de instituição, que relaciona atividades industriais que podem ser desenvolvidas tanto no meio rural como nas regiões urbanas: “DECRETOLEI Nº 1.146, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1970. Consolida os dispositivos sobre as contribuições criadas pela Lei número 2.613, de 23 de setembro de 1955 e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 55, item II, da Constituição, DECRETA: Art. 1º As contribuições criadas pela Lei nº 2.613, de 23 de setembro 1955, mantidas nos termos deste DecretoLei, são devidas de acordo com o artigo 6º do DecretoLei nº 582, de 15 de maio de 1969, e com o artigo 2º do DecretoLei nº 1.110, de 9 julho de 1970: I Ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA: 1 as contribuições de que tratam os artigos 2º e 5º deste DecretoLei; 2 50% (cinqüenta por cento) da receita resultante da contribuição de que trata o art. 3º deste Decretolei. II Ao Fundo de Assistência do Trabalhador Rural FUNRURAL, 50% (cinqüenta por cento) da receita resultante da contribuição de que trata o artigo 3º deste Decretolei. Art 2º A contribuição instituída no " caput " do artigo 6º da Lei número 2.613, de 23 de setembro de 1955, é reduzida para 2,5% (dois e meio por cento), a partir de 1º de janeiro de 1971, sendo devida sobre a soma da folha mensal dos salários de contribuição previdenciária dos seus empregados pelas pessoas naturais e jurídicas, inclusive cooperativa, que exerçam as atividades abaixo enumeradas: I Indústria de canadeaçúcar; II Indústria de laticínios; III Indústria de beneficiamento de chá e de mate; IV Indústria da uva; V Indústria de extração e beneficiamento de fibras vegetais e de descaroçamento de algodão; VI Indústria de beneficiamento de cereais; Fl. 228DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 VII Indústria de beneficiamento de café; VIII Indústria de extração de madeira para serraria, de resina, lenha e carvão vegetal; IX Matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies e charqueadas. “ Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que também se consolidou no Supremo Tribunal Federal: “PROCESSUAL CIVIL EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNRURAL E INCRA EMPRESA URBANA LEGALIDADE ORIENTAÇÃO DESTA PRIMEIRA SEÇÃO, SEGUINDO A JURISPRUDÊNCIA DO STF RECURSO NÃO ADMITIDO SÚMULA 168/STJ AGRAVO REGIMENTAL AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA MERA REPETIÇÃO DAS RAZÕES DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA IRRESIGNAÇÃO MANIFESTAMENTE INFUNDADA RECURSO NÃO CONHECIDO, COM APLICAÇÃO DE MULTA. 1. Nos termos da orientação desta Primeira Seção e do Supremo Tribunal Federal, é legítimo o recolhimento da contribuição social para o FUNRURAL e INCRA pelas empresas urbanas. Considerando que o acórdão embargado corroborou esse entendimento, correta é a aplicação da Súmula 168 desta Corte Superior. 2. Não tendo a agravante rebatido especificamente os fundamentos da decisão recorrida, limitandose a reproduzir as razões oferecidas nos embargos de divergência, é inviável o conhecimento do recurso. 3. Tratandose de agravo interno manifestamente infundado, impõese a condenação da agravante ao pagamento de multa de 10% (dez por cento) sobre o valor corrigido da causa, nos termos do art. 557, § 2º, do Código de Processo Civil. 4. Agravo interno não conhecido, com aplicação de multa. (AgRg nos EREsp 530802/GO. Primeira Seção. Relatora Ministra DENISE ARRUDA. Julgamento 13/04/2005. DJ 09/05/2005, p. 291) (sem grifos no original).” A seu turno, destaquese ementa no Agravo Regimental do Recurso Extraordinário de n ° 211.190, publicado no Diário da Justiça em 29 de novembro de 2002: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DESTINADA A FINANCIAR O FUNRURAL. VIOLAÇÃO DO PRECEITO INSCRITO NO ARTIGO 195 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGAÇÃO INSUBSISTENTE. A norma do artigo 195, caput, da Constituição Federal, preceitua que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da Fl. 229DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 222 11 União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem expender qualquer consideração acerca da exigibilidade de empresa urbana da contribuição social destinada a financiar o FUNRURAL. Precedentes. Agravo regimental não provido.” Desta forma, não vislumbro reparos na decisão recorrida neste ponto. Exclusão dos diretores do anexo “CORESP” Em suas razões recursais o contribuinte tece considerações defendendo a exclusão dos sóciosgerentes da empresa da lista de ‘coresponsáveis’. E, no meu sentir, tem razão a empresa recorrente. É que, uma vez arrolados os sóciosgerentes da empresa na anexa lista, o documento terá como escopo a garantia de inclusão das pessoas nele indicadas no pólo passivo da obrigação tributária numa futura execução fiscal. Portanto não se trata de uma simples lista de todas as “pessoas físicas e jurídicas representantes legais do sujeito passivo”, como defendido pela Fazenda. Além do aspecto formal, a questão também deve ser analisada sob a perspectiva dos efeitos práticos e imediatos na vida dos contribuintes. E o prejuízo é patente, pois com o exaurimento do contencioso administrativo, o débito lançado será de pronto inscrito no CADIN, em nome do autuado e também de todos os coresponsáveis listados na relação anexa a NFLD, sem que haja uma única oportunidade concreta de defesa. Não é demais falar que no caso da pessoa jurídica, ela é quase sempre a responsável pelas suas obrigações tributárias, pois, além de ser o sujeito da relação jurídica tributária, tem também, na maioria das vezes, o dever legal de pagar o tributo. Contudo, a lei prevê que, como exceção à regra geral, quando houver inadimplemento da pessoa jurídica, a responsabilidade pelo pagamento dos tributos pode ser transferida para seus diretores, gerentes ou responsáveis, sob determinadas condições. Nesse sentido, dispõe o inciso III do artigo 135, do Código Tributário Nacional que: “Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I – (...) II – (...) III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.” Desta forma, diante do referido comando, a responsabilidade só poderá ser transferida para a pessoa do sóciogerente responsável ou para o representante legal capaz. Além disso, somente poderá acontecer quando houver prova que praticaram qualquer um dos atos irregulares descritos no caput do artigo. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 Encerrado o processo administrativo com a confirmação da procedência da dívida e não havendo pagamento, será emitida a Certidão da Dívida Ativa, que fundamentará a execução fiscal. Nela deve constar o nome do responsável pelo pagamento e, caso se tenha apurado alguma irregularidade capaz de imputar aos sóciosgerentes ou ao representante legal a responsabilidade pelo pagamento, deverá conter a respectiva indicação, posto que nossos tribunais somente aceitam a citação dos coresponsáveis cujos nomes estejam mencionados na CDA, e apenas nessa hipótese poderá constar o nome do coresponsável. Isso porque partese do pressuposto de que, como a CDA tem presunção de certeza e liquidez, estando o nome do sóciogerente ou do representante nela incluído, presumirseá, da mesma forma, que houve uma apuração de responsabilidade no processo administrativo, que garantiu o direito de defesa do incluído. No entanto, no âmbito das execuções fiscais de contribuições previdenciárias, até a revogação do art. 13, da Lei n. 8.620/93, o chamamento dos coresponsáveis ocorria de imediato, independentemente de restarem infrutíferas as tentativas de localização de bens da própria empresa ou da prova da prática de algum dos atos previstos no art. 135 do CTN. Nesse aspecto, o Superior Tribunal de Justiça, tem farta jurisprudência determinando que se o nome do coresponsável estiver inscrito na CDA, tal fato é suficiente para a sua sujeição passiva solidária, cabendo ao coresponsável apenas via embargos à execução (cuja oposição é imprescindível a penhora), fazer contraprova à sua condição de sujeito passivo, inclusive com a inversão do ônus da prova para pessoa do sócio ou do diretor arrolado na Certidão. Nesse sentido colhese a seguinte decisão ementada: “PROCESSUAL CIVIL – AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO – SÚMULA 211/STJ – NÃOALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA – REDIRECIONAMENTO CONTRA SÓCIO CUJO NOME CONSTA NA CDA – POSSIBILIDADE. 1. Descumprido o necessário e indispensável exame dos artigos pelo acórdão recorrido, apto a viabilizar a pretensão recursal da recorrente, a despeito da oposição dos embargos de declaração. Incidência da Súmula 211/STJ. 2. A Primeira Seção, no julgamento dos EREsp 702.232/RS, de relatoria do Min. Castro Meira, assentou que, se a execução fiscal foi promovida contra a pessoa jurídica e o sóciogerente ou se a execução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio consta da CDA, compete ao sócio o ônus da prova de demonstrar que não incorreu em nenhuma das hipóteses previstas no mencionado art. 135 do CTN, em face da presunção juris tantum de liquidez e certeza da referida certidão. 3. Na hipótese dos autos, a Certidão de Dívida Ativa, conforme verificado pelo Tribunal de origem, incluiu o sócio como corresponsável tributário, cabendo à executada o ônus de provar os requisitos do art. 135 do CTN. Agravo regimental improvido.” (AgRg nos EDcl no Ag 1162734/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/11/2009, DJe 17/11/2009) Fl. 231DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 223 13 Ressaltese ainda, que mesmo depois da publicação da Lei 11.941/09, que revogou o art. 13 da Lei 8.620/93, que permitia a responsabilização solidária do coresponsável independentemente da prática de qualquer fato previsto no art. 135 do CTN, o próprio STJ já sinaliza em recentes julgados, que muito embora tenha havido a revogação do dispositivo acima mencionado, ainda assim constando o nome na CDA é cabível a sua inclusão no pólo passivo da execução fiscal até que seja feita prova em contrário. Resta claro o prejuízo para as pessoas arroladas como responsáveis com a sua inclusão na relação anexa ao presente lançamento, independentemente da prática de qualquer ato previsto no art. 135 do CTN, pois a relação servirá de base para uma futura inscrição do débito em dívida ativa. Feitas essas considerações, acato esta preliminar a fim de afastar a co responsabilidade dos sóciosgerentes listados no CORESP, tendo em conta que não houve nos autos a adequada apuração do cometimento das condutas exigidas pelo caput do art. 135 do CTN. Multa de mora e juros. Legalidade. A multa de mora e os juros de mora tem previsão legal no art. 35 da Lei 8.212/091, não havendo fundamento para sua relevação ou fixação em percentual daquele constante do lançamento, pelos motivos aventados pela recorrente. Multa de mora confisco A recorrente suscita em sua defesa o Princípio de Vedação ao Confisco está previsto no art. 150, IV, da Constituição Federal, que veda à União utilizar tributo com efeito de confisco. É descabida a alegação de confisco quanto à exigência da multa, pois a vedação estabelecida na Constituição Federal é dirigida ao legislador. Tal princípio orienta a feitura da lei, que deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco. Não observado o princípio, a lei deixa de integrar o mundo jurídico por inconstitucional. Portanto, uma vez positivada a norma, é dever da autoridade fiscal aplicála . Além disso, é de se ressaltar que a multa é devida em face da infração à legislação tributária e por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária estabelecida em lei, é inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal. Multas no lançamento de ofício após a edição da MP 449 convertida na Lei 11.941/2009. Antes da MP 449, se a fiscalização das contribuições previdenciárias constatasse o não pagamento de contribuições, sejam aquelas já declaradas em GFIP, omitidas Fl. 232DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 14 da GFIP ou mesmo omitidas da escrituração ocorria a aplicação de multa de mora, sendo que esta partia de 12% e poderia chegar a 100%, segundo o inciso II do art. 35 da Lei 8.212/91. Além disso, a fiscalização lançava as multas dos §§4º, 5º e 6º do art. 32 por incorreções ou omissões na GFIP. O §4º tratava da não apresentação da GFIP, o §5º da apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores e o §6º referiase a apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Com a edição da referida MP, foi instituído o art. 32A da Lei 8.212/91 que trata da falta de apresentação da GFIP, bem como trata da apresentação com omissões ou incorreções. Porém, foi também previsto, no art. 35A, a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 para os casos de lançamento de ofício. Interessanos o inciso I do referido dispositivo no qual temos a multa de 75% sobre a totalidade do imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Tais inovações legislativas associadas ao fato de a fiscalização realizar lançamento que abrangem os últimos cinco anos e de existirem lançamentos pendentes de definitividade na esfera administrativa no momento da edição da novel legislação colocamnos diante de duas situações: • Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta; • Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Vamos analisar individualmente cada uma das situações. Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta Para os lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta, o procedimento de ofício está previsto no art. 35A da Lei 8.212/91, o que resulta na aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 e na impossibilidade de aplicação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Assim, se constatar diferença de contribuição, a fiscalização, além do próprio tributo, lançará a multa de ofício que parte de 75% e pode chegar a 225% nas hipóteses de falta de recolhimento, falta de declaração ou declaração inexata. A falta de recolhimento é uma hipótese nova de infração que, portanto, só pode atingir os fatos geradores posteriores a MP 449. Por outro lado, com relação às contribuições previdenciárias, a falta de declaração e a declaração inexata referemse a GFIP e são infrações que já eram punidas antes da MP 449. A falta de GFIP era punida pelo §4º do art. 32 da Lei 8.212/91 e a declaração inexata da GFIP era punida tanto pelo §5º quanto pelo 6º do mesmo artigo, a depender da existência (§5º) ou não (§6º) de fatos geradores da contribuição relacionados com as incorreções ou omissões. É certo que, a princípio, podemos vislumbrar duas normas punitivas para a não apresentação e a apresentação inexata da GFIP relacionada a fatos geradores de Fl. 233DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 224 15 contribuições: o art. 32A da Lei 8.212/91 e o inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Tendo em conta o princípio geral do Direito Tributário de que a mesma infração não pode ser sancionada com mais de uma penalidade, temos que determinar qual penalidade aplicar. Numa primeira análise, vislumbramos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 seria aplicável para os casos relacionados à existência de diferença de contribuição ao passo que o art. 32A da Lei 8.212/91 seria aplicável aos casos nos quais não houvesse diferença de contribuição. No entanto, tal conclusão não se sustenta se analisarmos mais detidamente o conteúdo do art. 32A da Lei 8.212/91. No inciso II, temos a previsão da multa de “de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, (...)”. Claramente, o dispositivo em destaque estipula a multa aplicável quando houver contribuições apuradas, recolhidas ou não, nos casos nos quais a GFIP não for apresentada ou for apresentada fora de prazo. Logo, podemos concluir que tal inciso aplicase também àquelas situações em que há apuração de diferença de contribuição. Confirmando tal conclusão, temos o inciso II do §3º do mesmo artigo que estipula a multa mínima aplicável nos casos de omissão de declaração com ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária. Portanto, diversamente do que preliminarmente concluímos, tanto o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 quanto o art. 32A da Lei 8.212/91 são aplicáveis aos casos de falta de declaração ou declaração inexata de GFIP quando for apurada diferença de contribuição em procedimento de ofício. Temos, então, configurado um aparente conflito de normas que demanda a aplicação das noções da teoria geral do Direito para sua solução. Três critérios são normalmente levados em conta para a solução de tais antinomias: critério cronológico, critério da especialidade e critério hierárquico. O critério cronológico (norma posterior prevalece sobre norma anterior) não nos ajuda no presente caso, uma vez que a determinação de aplicarmos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e a inclusão do art. 32A da Lei 8.212/91 foram veiculados pela mesma Lei 11.941/2009. O critério hierárquico também não soluciona a antinomia, posto que são normas de igual hierarquia. Restanos o critério da especialidade. Observamos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/86 referese, de maneira genérica, a uma falta de declaração ou declaração inexata, sem especificar qual seria a declaração. Diversamente, o art. 32A faz menção específica em seu caput à GFIP no trecho em que diz “o contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei(...)”. Logo, consideramos que no conflito entre o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e o art. 32A da Lei 8.212/91, este último é norma específica no tocante à GFIP e, seguindo o critério da especialidade, deve ter reconhecida a prevalência de sua força vinculante. Em adição, a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91 pode ser justificada pelo nítido caráter indutor que a penalidade do art. 32A assume, facilitando , no futuro, o cálculo do benefício previdenciário. Pretende a norma do art. 32A estimular a apresentação da GFIP na medida em que a penalidade é reduzida à metade se a declaração for apresentada antes de qualquer procedimento de ofício (§2º, inciso I); ou reduzida a 75% se houver apresentação da Fl. 234DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 16 declaração no prazo fixado em intimação(§2º, inciso II). Esse estímulo pode ser compreendido em benefício do trabalhador na medida em que as informações da GFIP servirão como prova a favor deste no cálculo da benefício previdenciário, tendo em conta que, segundo o §3º do art. 29 da Lei 8.213/91, “serão considerados para cálculo do saláriodebenefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário (gratificação natalina).” Se o cálculo do saláriodebenefício considerará a base de cálculo das contribuições, certamente a GFIP é um importante meio de prova dos valores sobre os quais incidiram as contribuições. Se aplicássemos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96, não haveria qualquer mecanismo de estímulo ao empregador para apresentar a GFIP. Iniciado o procedimento de ofício, seria aplicada, no mínimo, a multa de 75% sobre a diferença das contribuições sem que a apresentação da GFIP pudesse alterar tal valor. O empregador poderia simplesmente pagar a multa e continuar omisso em relação à GFIP, deixando o empregado sem este importante meio de prova para o cálculo do benefício de aposentadoria. Assim, a hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário reforça a necessidade de prevalência do art. 32A. Portanto, seja pela aplicação do critério da especialidade ou pela hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário, temos justificada a aplicação do art. 32A no caso de omissão na apresentação da GFIP ou apresentação desta com informações inexatas. Acrescentamos que não há no regime jurídico do procedimento de ofício previsto na MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, a previsão para multa de mora pelo fato de ter ocorrido atraso no recolhimento. Tratase de infração – o atraso no recolhimento que deixou de ser punida por meio de procedimento de ofício. Outra infração similar, mas não idêntica, foi eleita pela lei: a falta de recolhimento. Podemos assim resumir o regime jurídico das multas a partir de 12/2008: • A multa de mora, se aplicada, deve ser afastada; • A multa de ofício de 75% é aplicada pela falta de recolhimento da contribuição, podendo ser majorada para 150% em conformidade com o §1º do art. 44 das Lei 9.430/96, ou seja, nos casos em que existam provas de atuação dolosa de sonegação, fraude ou conluio. A majoração poderá atingir 225% no caso de não atendimento de intimação no prazo marcado, conforme §2º do art. 44 da Lei 9.430/96; • A multa pela falta de apresentação da GFIP ou apresentação deficiente desta é aquela prevista no art. 32A da Lei 8.212/91. Nesses termos, temos como delineado o novo regime jurídico das multas em lançamento de ofício das contribuições previdenciárias previsto pela MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, aplicável aos fatos geradores ocorridos após a edição da referida MP. Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 225 17 Com base nesse novo regime jurídico vamos determinar a penalidade aplicável à outra situação, ou seja, para os casos de lançamento relacionado aos fatos geradores anteriores à edição da MP porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Para tanto, devemos tomar o conteúdo do art. 144 do CTN em conjunto com o art. : Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A interpretação conjunta desses dois dispositivos resulta na conclusão de que devemos aplicar o regime jurídico das penalidades conforme a lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, salvo se lei posterior houver instituído penalidade menos severa ou houver deixado de definir um fato como infração. Para os lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, de plano devemos afastar a incidência da multa de mora, pois a novo regime jurídico do lançamento de ofício deixou de punir a infração por atraso no recolhimento. O novo regime pune a falta de recolhimento que, apesar de similar, não pode ser tomada como idêntica ao atraso. O atraso é graduado no tempo, ao passo que a falta de recolhimento é infração instantânea e de penalidade fixa. No regime antigo, o atraso era punido com multa de mora de Fl. 236DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 18 12% a 100%, ao passo que no regime atual o atraso não é punível em procedimento de ofício e pode atingir até 20% nos casos em que não há lançamento de ofício. Nossa conclusão de afastar a multa de mora pode também ser amparada no princípio da isonomia. Vejamos um exemplo. Duas empresas, A e B, atuam no mesmo ramo, tem a mesma estrutura de pessoal e de remuneração, bem como utilizam o mesmo escritório contábil para tratar de sua vida fiscal. A empresa A foi fiscalizada em 2007 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, a multa de mora e a multa por incorreções na GFIP prevista no art. 32, §5º da Lei 8.212/91. Quando do julgamento de seu processo, considerando o novo regime de multas segundo nossa interpretação, o órgão julgador manteve o lançamento, mas determinou que a multa relacionada à GFIP fosse comparada com a multa do 32A da Lei 8.212/91. A empresa B foi fiscalizada em 2009 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, sem aplicação de multa de mora, e a multa pela declaração inexata da GFIP com base no art. 32A da Lei 8.212/91 ou com base no art. 32, §5º da Lei 8.212/91, o que lhe for mais favorável. Facilmente pode ser notado que a empresa B responde por crédito tributário menor que a empresa A, pois não foi aplicada a multa de mora. Somente com a aplicação do art. 106, inciso II, alínea “a” do CTN para afastar a multa de mora no caso da empresa A é que teremos restaurada a situação de igualdade entre as empresas A e B. No tocante às penalidades relacionadas com a GFIP, deve ser feito o cotejamento entre o novo regime – aplicação do art. 32A para as infrações relacionadas com a GFIP – e o regime vigente à data do fato gerador – aplicação dos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, prevalecendo a penalidade mais benéfica ao contribuinte em atendimento ao art. 106, inciso II, alínea “c”. Tal procedimento aplicase, inclusive, para a multa de ofício aplicada com fundamento no art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 motivada por falta de declaração ou declaração inexata. Passamos a resumir nossa posição sobre o regime jurídico de aplicação das multas para fatos geradores até 11/2008: • A multa de mora, se aplicada, deve ser afastada; • As multas por infrações relacionadas a GFIP (falta de apresentação ou apresentação deficiente), previstas nos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, devem ser comparadas com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91, devendo prevalecer aquela que for mais benéfica ao contribuinte. Tal posição é aplicável inclusive para situações nas quais a fiscalização tenha feito sua análise de retroatividade benéfica, com a qual não concordamos, e aplicado a multa de 75% do art. 44 da Lei 9.430/96. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 226 19 Legalidade da Taxa SELIC como juros de mora A insurgência da recorrente contra a aplicação da Taxa Selic como juros moratórios não pode prosperar, uma vez que se trata de matéria sumulada neste Tribunal Administrativo no sentido de sua legalidade, conforme podemos conferir a seguir: Súmula CARF No 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.. Acrescentese que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic. Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao RECURSO VOLUNTÁRIO, de modo a: (i) afastar a multa de mora aplicada; (ii) afastar a responsabilidade dos sócios listados no anexo CORESP por ausência nos autos de provas dos requisitos dos arts. 134 e 135 do CTN. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 238DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA 20 Voto Vencedor Conselheiro Adriano González Silvério, Redator Designado: Conforme decidido pela E. 1º Turma, a divergência a ser registrada em relação ao voto da Ilustre Conselheira Relatora diz respeito apenas à quantificação da multa aplicada considerandose a retroatividade benigna espelhada no Código Tributário Nacional. Há de se registrar que o dispositivo legal da multa aplicada foi alterado pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, merecendo verificar a questão relativa à retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Segundo as novas disposições legais, a multa de mora que antes respeitava a gradação prevista na redação original do artigo 35, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passou a ser prevista no caput desse mesmo artigo, mas agora limitada a 20% (vinte por cento), uma vez que submetida às disposições do artigo 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Incabível a comparação da multa prevista no artigo 35A da Lei nº 8.212/91, já que este dispositivo veicula multa de ofício, a qual não existia na legislação previdenciária à época do lançamento e, de acordo com o artigo 106 do Código Tributário Nacional deve ser verificado o fato punido. Ora se o fato “atraso” aqui apurado era punido com multa moratória, consequentemente, com a alteração da ordem jurídica, só pode lhe ser aplicada, se for o caso, a novel multa moratória, prevista no caput do artigo 35 acima citado. Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Ante o exposto, CONHEÇO o recurso voluntário para, NO MÉRITO, DAR LHE PARCIAL PROVIMENTO a fim de, se mais benéfica ao contribuinte, aplicar a multa prevista no artigo 35 caput da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 11.941/09. Adriano Gonzáles Silvério Conselheiro Fl. 239DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 35373.000649/200671 Acórdão n.º 230102.830 S2C3T1 Fl. 227 21 Fl. 240DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 19/09/2012 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10650.902438/2011-94
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001
RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. INEXISTÊNCIA.
A isenção da Contribuição para o PIS prevista no art. 14, § 1º, da Medida Provisória n° 2.158-35/2001, quanto às receitas decorrentes de vendas realizadas para sociedades empresárias domiciliadas na Zona Franca de Manaus, aplica-se apenas em relação às hipóteses dos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo, a partir de 18 de dezembro de 2000.
Numero da decisão: 3803-003.934
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do redator. Vencidos os Conselheiros Juliano Eduardo Lirani, João Alfredo Eduão Ferreira (Relator) e Jorge Victor Rodrigues. Designado para a redação do voto vencedor o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis.
[assinado digitalmente]
Belchior Melo de Sousa Presidente Substituto
[assinado digitalmente]
João Alfredo Eduão Ferreira Relator
[assinado digitalmente]
Hélcio Lafetá Reis Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani e José Luiz Feistauer de Oliveira (Suplente).
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001 RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. INEXISTÊNCIA. A isenção da Contribuição para o PIS prevista no art. 14, § 1º, da Medida Provisória n° 2.158-35/2001, quanto às receitas decorrentes de vendas realizadas para sociedades empresárias domiciliadas na Zona Franca de Manaus, aplica-se apenas em relação às hipóteses dos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo, a partir de 18 de dezembro de 2000.
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ISENÇÃO. INEXISTÊNCIA. A isenção da Contribuição para o PIS prevista no art. 14, § 1º, da Medida Provisória n° 2.15835/2001, quanto às receitas decorrentes de vendas realizadas para sociedades empresárias domiciliadas na Zona Franca de Manaus, aplicase apenas em relação às hipóteses dos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo, a partir de 18 de dezembro de 2000. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do redator. Vencidos os Conselheiros Juliano Eduardo Lirani, João Alfredo Eduão Ferreira (Relator) e Jorge Victor Rodrigues. Designado para a redação do voto vencedor o Conselheiro Hélcio Lafetá Reis. [assinado digitalmente] Belchior Melo de Sousa – Presidente Substituto [assinado digitalmente] João Alfredo Eduão Ferreira – Relator [assinado digitalmente] Hélcio Lafetá Reis – Redator Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 65 0. 90 24 38 /2 01 1- 94 Fl. 137DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani e José Luiz Feistauer de Oliveira (Suplente). Relatório Tratase de pedido eletrônico de restituição (PER) transmitido em 29/03/2004 no valor de R$ 988,57 relativo ao recolhimento do PIS/PASEP, período de apuração 11/2001, calculado sobre receitas de venda para clientes domiciliados na Zona Franca de Manaus. A DRF/Uberaba/MG emitiu despacho decisório eletrônico que indeferiu o pedido da contribuinte alegando inexistência de crédito. Irresignado, o sujeito passivo apresentou Manifestação de Inconformidade sumarizada no acórdão no 0939.765 1ª Turma da DRJ/JFA que compõe o processo que transcrevemos a seguir: “a) Preliminarmente, o contribuinte requer a nulidade do Despacho Decisório por cerceamento do direito de defesa, alegando que sequer tem certeza quanto ao motivo pelo qual o seu direito creditório foi indeferido, dado que o débito de PIS/PASEP apurado foi comprovadamente recolhido a maior e declarado na DCTF. Afirma que está impossibilitado de atacar, de forma certeira, o fundamento da glosa perpetrada. b) Alega que não constam, no Despacho Decisório, informações precisas acerca das supostas incorreções cometidas pelo contribuinte, evidenciando a nulidade do ato administrativo em apreço. c) No mérito, solicita a restituição do PIS e da Cofins incidentes sobre as vendas efetuadas para a Zona Franca de Manaus. Discorre sobre a criação da Zona Franca de Manaus, sua manutenção por meio do ADCT, art. 40, da Constituição Federal de 1988, concluindo que as vendas de mercadorias para empresas localizadas na Zona Franca de Manaus equivalem a exportações para o estrangeiro, gozando as operações de todos os benefícios destas, inclusive a isenção do PIS e da Cofins. d) Afirma que dentre as exclusões expressamente previstas em lei, a Medida Provisória nº 18586 determinava que, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, as receitas de exportação de mercadorias para o exterior são isentas do PIS e da Cofins. e) Aduz que a limitação constante na Medida Provisória de que a isenção supra não alcançaria as receitas de vendas efetuadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus foi contestada perante o Supremo Tribunal Federal, na Medida Cautelar nº 2.2161. f) Afirma que o STF, Tribunal que dita o Direito, decidiu que não é permitido à lei/medida provisória suprimir direitos que foram outorgados constitucionalmente aos contribuintes. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10650.902438/201194 Acórdão n.º 3803003.934 S3TE03 Fl. 138 3 g) Com relação ao direito creditório, aduz que o suposto erro formal contido na DCTF, por ter declarado débitos equivocadamente majorados, não é capaz de extinguir o direito creditório originado de pagamentos comprovadamente recolhidos a maior. h) Invoca os princípios da verdade material, da razoabilidade e da proporcionalidade i) Solicita, ao final, com respaldo no disposto no art. 16, inciso IV, do Decreto n.° 70.235/72, a realização de diligência, para que se comprove a existência do crédito pleiteado. Formula os seus quesitos. j) Solicita que, na remota hipótese de o direito creditório não ser reconhecido, que seja declarada a nulidade do despacho decisório.” A DRJ/JFA em seu acórdão de resposta à manifestação de inconformidade julgou improcedentes os pedidos da contribuinte e manteve a decisão de não homologar o referido PER. Não compactua com a tese do sujeito passivo de que a equiparação das vendas realizadas a ZFM com exportações seja abrangente a ponto de gerar isenção nas contribuições para o PIS/PASEP. Tem como fundamentação a Solução de Divergência Cosit nº 22, de 19 de agosto de 2002. Inconformada a contribuinte apresentou Recurso Voluntário onde com relação ao mérito apresenta os mesmos argumentos da manifestação de inconformidade e pede que seja reconhecido o direito creditório bem como homologado o PER apresentado. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. O presente processo referese à incidência do PIS sobre as vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, ou se há imunidade, como pretende a recorrente, por entender que estas vendas devem ser equiparadas a exportação. De se lembrar que o período de apuração da contribuição cujo alegado recolhimento a maior que ora se discute é o de novembro de 2001. Destacamos a legislação referente à matéria. No tocante especificamente a Zona Franca de Manaus O art. 4º do Decreto Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967 prescreve uma “equiparação” entre as exportações e as Fl. 139DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS 4 remessas de mercadorias nacionais para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, para efeitos fiscais e nos termos da legislação em vigor, verbis: “Art 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro.” A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que as contribuições sociais não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, nos termos do artigo abaixo transcrito: “Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.(...) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;” No Ato das Disposições Constitucionais Transitórias em seu art. 40 está previsto a manutenção dos incentivos fiscais pelo prazo de vinte e cinco anos, albergando as vendas realizadas pela contribuinte: Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. Posteriormente, foi editada a Medida Provisória n° 202, publicada em 26 de julho de 2004, convertida na Lei n° 10.996, de 2004, cujo art. 2° reduziu a zero as alíquotas de PIS e da Cofins sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM, verbis: “Art. 2 o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM.” Conclusão A isenção da PIS encontra respaldo na combinação das regras constantes do art. 4º do DecretoLei nº 288/67, do art. 40 do ADCT e do art. 149, § 2º, da Constituição Federal. O fato da legislação especifica do PIS não trazer nada acerca da isenção requerida não muda o disposto no Decreto Lei nº 288/67. A simples observação da legislação vigente nos leva à conclusão de que as vendas a empresas sediadas na ZFM são equiparadas a exportação, e como tal gozam de isenção do PIS. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10650.902438/201194 Acórdão n.º 3803003.934 S3TE03 Fl. 139 5 Para tanto, recorro ao voto proferido pelo Ministro Teori Albino Zavascki no Recurso Especial nº 1.084.380RS, assim ementado “(...)4. Nos termos do art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ADCT, da Constituição de 1988, a Zona Franca de Manaus ficou mantida "com suas características de área de livre comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, por vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição". Ora, entre as "características" que tipificam a Zona Franca destacase esta de que trata o art. 4º do Decreto lei 288/67, segundo o qual "a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro". Portanto, durante o período previsto no art. 40 do ADCT e enquanto não alterado ou revogado o art. 4º do DL 288/67, há de se considerar que, conceitualmente, as exportações para a Zona Franca de Manaus são, para efeitos fiscais, exportações para o exterior. Logo, a isenção relativa à COFINS e ao PIS é extensiva à mercadoria destinada à Zona Franca. Precedentes: RESP. 223.405, 1ª T. Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 01.09.2003 e RESP. 653.721/RS, 1ª T., Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 26.10.2004) “ Grifamos Pelo exposto voto por DAR PROVIMENTO ao presente recurso e homologar o pedido de restituição. João Alfredo Eduão Ferreira Relator Voto Vencedor Conselheiro Hélcio Lafetá Reis – Redator designado De início, registrese que, nos termos do art. 111, inciso II, do Código Tributário Nacional (CTN), interpretase literalmente a norma tributária que institui outorga de isenção. Nada obstante o art. 4° do DecretoLei n° 288/1967 ter equiparado a venda de mercadorias para a Zona Franca de Manaus (ZFM) a uma exportação para o estrangeiro, ressalvese que tal determinação se aplicava aos fatos tributários disciplinados pela legislação então vigente, não estendendo seus efeitos às normas supervenientes de regência da matéria. A Medida Provisória n° 2.15835/2001 estabelece, em seu art. 14, que a isenção da Cofins e da Contribuição para o PIS se aplica às hipóteses elencadas em seus incisos I a IX, não havendo referência expressa ou literal à Zona Franca de Manaus, fato esse que, por si só, já afastaria a isenção pleiteada. Portanto, seriam aplicáveis ao presente caso somente as hipóteses de isenção dos incisos IV, VI, VIII e IX, a seguir discriminadas: Fl. 141DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS 6 a) receitas do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo le bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; b) receitas auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro REB, instituído pela Lei n° 9.432, de 8 de janeiro de 1997; c) receitas de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras de que trata o DecretoLei n° 1.248, de 1972, destinada ao fim específico de exportação; e d) receitas de vendas efetuadas com fim específico de exportação para o exterior, às empresas comerciais exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Tais hipóteses de isenção da Cofins e da Contribuição para o PIS não se aplicam aos fatos geradores ocorridos entre 1° de fevereiro de 1999 a 17 de dezembro de 2000 – período esse que não alcança o presente processo –, pois, nesse interregno, vigia a redação original do inciso I do § 2° do art. 14 da Medida Provisória nº 1.8586/1999 – dicção essa que constou do dispositivo até a edição da Medida Provisória n° 2.03724/2000 –, que, expressamente, excluía as receitas de vendas à Zona Franca de Manaus da previsão legal isentiva. A medida liminar que foi deferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na ADI n° 2.3489/2000 suspendeu a eficácia da expressão "na Zona Franca de Manaus" que constava do inciso I do § 2° do art. 14 da Medida Provisória n° 2.03724/2000, que, após inúmeras reedições, se tornou a Medida Provisória n° 2.15835/2001, mas apenas com efeitos ex nunc, não alcançando, portanto o período acima identificado. Inobstante tal decisão do STF, remanesceu no dispositivo legal (inciso I do § 2° do art. 14 da Medida Provisória n° 2.03724/2000) o afastamento da isenção em relação às vendas realizadas para “empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio” (grifei). Considerando que, de acordo com o art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio, temse que a isenção sob comento permaneceu afastada nos casos da espécie. Além disso, em 9 de novembro de 2004, a Lei n° 10.996 inovou em relação a essa matéria nos seguintes termos: Art. 2°. Ficam reduzidas a O (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM §1° Para os efeitos deste artigo, entendemse como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham Fl. 142DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10650.902438/201194 Acórdão n.º 3803003.934 S3TE03 Fl. 140 7 utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. §2° Aplicamse às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do §2° do art. 3° da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do incisoIIi do §2° do art. 3° da Lei n°10.833, de 29 de dezembro de 2003. Constatase do excerto acima que, a partir de sua vigência – que não alcança o caso sob análise –, as alíquotas das contribuições foram reduzidas a zero, o que denota a inexistência de isenção anterior, uma vez que não haveria justificativa que sustentasse uma alíquota zero relativamente a fatos isentos, dada a incompatibilidade de convivência dos institutos. Portanto, concluise pela atuação escorreita da autoridade fiscal quanto ao não reconhecimento do direito creditório pleiteado. Diante do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis – Redator designado Fl. 143DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/ 03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERRE IRA, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 10983.908275/2009-77
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3801-000.395
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, José Luiz Bordignon, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 83 .9 08 27 5/ 20 09 -7 7 Fl. 111DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/02/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10983.908275/200977 Resolução nº 3801000.395 S3TE01 Fl. 3 2 Relatório Por meio de Declaração de Compensação apresentada eletronicamente, a requerente postula a compensação de débito de contribuição com crédito decorrente de pagamento a maior. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis/SC, nos termos de despacho decisório eletrônico não reconheceu o direto creditório e não homologou a compensação efetuada. Após ter sido cientificado dessa decisão, a interessada interpôs manifestação de inconformidade. A DRJ em Florianópolis (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não homologou a compensação. Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário. Em face do bom direito da recorrente, o processo, em julgamento unânime, foi convertido em diligência para que a Delegacia de origem apurasse a correta composição da base de cálculo da contribuição com base na escrituração fiscal e contábil, segundo o conceito de faturamento adotado na Lei Complementar nº 70, de 1991, qual seja, a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Além disso, solicitouse que fosse informado se a recorrente havia proposto ação judicial com o mesmo objeto deste processo administrativo fiscal. A DRF de origem atendeu parcialmente o solicitado na Resolução. Após a realização da diligência fiscal, a autoridade fiscal arguiu que o prazo para apresentação do Recurso Voluntário transcorreu sem qualquer manifestação válida do contribuinte, devendo ser procedida a imediata cobrança dos débitos indevidamente compensados. Sustenta que houve um equívoco no encaminhamento anterior do processo ao CARF, visto que o recurso voluntário foi assinado pelo Sr. Maurício Alvarez Mateos, o qual não tem legitimidade para representar a interessada perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Outrossim, apurouse com fundamento na escrita fiscal e contábil a base de cálculo e o valor devido da contribuição para o período de apuração em discussão. Assim, os autos administrativos retornaram a esse colegiado para julgamento. É o relatório. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/02/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10983.908275/200977 Resolução nº 3801000.395 S3TE01 Fl. 4 3 Voto O recurso é tempestivo, todavia não atende os demais pressupostos recursais, uma vez que seu conhecimento estará condicionado à regularização da representação processual, conforme será demonstrado. Como constatado pela autoridade fiscal que realizou a diligência fiscal, o signatário do recurso voluntário não comprovou ter poderes para representar a pessoa jurídica, todavia não se deve adotar como solução do litígio a preclusão temporal, ou seja, a declaração de revelia. Registrese que este relator, ao propor a conversão do julgamento em diligência, não atentou para o fato de que o recurso voluntário foi subscrito por advogado sem instrumento procuratório válido. O vício na representação processual não deve resultar na cobrança imediata dos débitos. O artigo 13 do Código de Processo Civil, inciso II, dispõe que: “Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para sanar o defeito. Não cumprindo o despacho dentro do prazo, se a providência couber: (...) II – ao réu, reputarseá revel.”(grifo nosso) Assim, ao receber o recurso voluntário, a autoridade preparadora deveria verificar se o representante legal era detentor de poderes para representar a interessada. Constatado o vício, a recorrente deveria ter sido intimada a regularizar a representação processual. Este procedimento não foi adotado e não pode trazer prejuízos à recorrente. Tenhase presente que o não conhecimento do recurso voluntário nos termos propostos pela autoridade fiscal implicaria em um enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional, pois resultaria na cobrança indevida de débito. A administração pública pauta principalmente pelos princípios da legalidade, moralidade e eficiência. De sorte que o presente processo deve retornar à Delegacia de origem para que, no prazo de quinze dias, seja dada à recorrente a possibilidade de regularizar a sua situação processual. Ademais, do exame dos documentos da diligência fiscal, verificase que a diligência não foi cumprida integralmente, pois a recorrente não foi devidamente cientificada de seu teor, em especial dos cálculos efetuados pela autoridade fiscal. A falta de intimação da diligência viola o princípio do devido processo legal e implica ofensa ao amplo direito de defesa administrativa, que é uma garantia individual e reconhecida constitucionalmente. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/02/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10983.908275/200977 Resolução nº 3801000.395 S3TE01 Fl. 5 4 Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) intime à interessada no prazo de 15 (quinze) a regularizar a representação processual; b) cientifique a interessada quanto ao teor da diligência para, desejando, manifestarse no prazo acima. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 114DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 20/02/2 013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 11050.003034/2005-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005
COFINS - NÃO CUMULATIVIDADE - RESSARCIMENTO - CONCEITO DE INSUMO - CRÉDITOS RELATIVOS A SERVIÇOS TÉCNICOS TERCEIRIZADOS NAS AÉREAS DE ENGENHARIA, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE UTILIZADOS NO PROCESSO PRODUTIVO DE PLATAFORMA DE PETRÓLEO - LEIS Nº 10.637/02 E Nº 10.684/03.
O princípio da não cumulatividade da COFINS visa neutralizar a cumulação das múltiplas incidências da referida contribuição nas diversas etapas da cadeia produtiva até o consumo final do bem ou serviço, de modo a desonerar os custos de produção destes últimos. A expressão insumos e despesas de produção incorridos e pagos, obviamente não se restringe somente aos insumos utilizados no processo de industrialização, tal como definidos nas legislações de regência do IPI e do ICMS, mas abrange também os serviços terceirizados utilizados no processo produtivo de bens e serviços. Em razão da natureza intangível dos serviços, associada à natureza do processo produtivo e não ao produto gerado resultante deste processo, o que qualifica um determinado serviço como insumo, não é o seu o contato físico com o produto, mas sim a sua imprescindibilidade à existência, funcionamento, aprimoramento ou à manutenção de outros processos produtivos de bens ou serviços. Por serem imprescindíveis à existência, funcionamento, aprimoramento e à manutenção do complexo processo produtivo da plataforma petrolífera destinada à venda, que constitui o objeto do mister social da Recorrente, as locações de serviços técnicos tercerizados prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país e habilitadas a presta-los, se inserem no conceito de insumo, assim como seus custos se inserem obrigatoriamente no custo do produto final (plataforma petrolífera) destinada à venda (art. 290, inc. I do RIR/99).
Numero da decisão: 3402-001.981
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado por maioria de votos deu-se provimento parcial ao recurso voluntário. Vencido Conselheiro Mário César Fracalossi Bais que negou provimento. Fez sustentação oral Drª Vivian Casanova de C Eskenazi OAB/RJ nº 128556.
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
Presidente Substituto
FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA
Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Silvia de Brito Oliveira, Mário César Fracalossi Bais (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 COFINS - NÃO CUMULATIVIDADE - RESSARCIMENTO - CONCEITO DE INSUMO - CRÉDITOS RELATIVOS A SERVIÇOS TÉCNICOS TERCEIRIZADOS NAS AÉREAS DE ENGENHARIA, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE UTILIZADOS NO PROCESSO PRODUTIVO DE PLATAFORMA DE PETRÓLEO - LEIS Nº 10.637/02 E Nº 10.684/03. O princípio da não cumulatividade da COFINS visa neutralizar a cumulação das múltiplas incidências da referida contribuição nas diversas etapas da cadeia produtiva até o consumo final do bem ou serviço, de modo a desonerar os custos de produção destes últimos. A expressão insumos e despesas de produção incorridos e pagos, obviamente não se restringe somente aos insumos utilizados no processo de industrialização, tal como definidos nas legislações de regência do IPI e do ICMS, mas abrange também os serviços terceirizados utilizados no processo produtivo de bens e serviços. Em razão da natureza intangível dos serviços, associada à natureza do processo produtivo e não ao produto gerado resultante deste processo, o que qualifica um determinado serviço como insumo, não é o seu o contato físico com o produto, mas sim a sua imprescindibilidade à existência, funcionamento, aprimoramento ou à manutenção de outros processos produtivos de bens ou serviços. Por serem imprescindíveis à existência, funcionamento, aprimoramento e à manutenção do complexo processo produtivo da plataforma petrolífera destinada à venda, que constitui o objeto do mister social da Recorrente, as locações de serviços técnicos tercerizados prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país e habilitadas a presta-los, se inserem no conceito de insumo, assim como seus custos se inserem obrigatoriamente no custo do produto final (plataforma petrolífera) destinada à venda (art. 290, inc. I do RIR/99).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado por maioria de votos deu-se provimento parcial ao recurso voluntário. Vencido Conselheiro Mário César Fracalossi Bais que negou provimento. Fez sustentação oral Drª Vivian Casanova de C Eskenazi OAB/RJ nº 128556. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente Substituto FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Silvia de Brito Oliveira, Mário César Fracalossi Bais (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
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O princípio da não cumulatividade da COFINS visa neutralizar a cumulação das múltiplas incidências da referida contribuição nas diversas etapas da cadeia produtiva até o consumo final do bem ou serviço, de modo a desonerar os custos de produção destes últimos. A expressão “insumos e despesas de produção incorridos e pagos”, obviamente não se restringe somente aos insumos utilizados no processo de industrialização, tal como definidos nas legislações de regência do IPI e do ICMS, mas abrange também os serviços terceirizados utilizados no processo produtivo de bens e serviços. Em razão da natureza intangível dos serviços, associada à natureza do processo produtivo e não ao produto gerado resultante deste processo, o que qualifica um determinado serviço como insumo, não é o seu o contato físico com o produto, mas sim a sua imprescindibilidade à existência, funcionamento, aprimoramento ou à manutenção de outros processos produtivos de bens ou serviços. Por serem imprescindíveis à existência, funcionamento, aprimoramento e à manutenção do complexo processo produtivo da plataforma petrolífera destinada à venda, que constitui o objeto do mister social da Recorrente, as locações de serviços técnicos tercerizados prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país e habilitadas a prestalos, se inserem no conceito de insumo, assim como seus custos se inserem obrigatoriamente no custo do produto final (plataforma petrolífera) destinada à venda (art. 290, inc. I do RIR/99). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 0. 00 30 34 /2 00 5- 08 Fl. 852DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado por maioria de votos deuse provimento parcial ao recurso voluntário. Vencido Conselheiro Mário César Fracalossi Bais que negou provimento. Fez sustentação oral Drª Vivian Casanova de C Eskenazi OAB/RJ nº 128556. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente Substituto FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Silvia de Brito Oliveira, Mário César Fracalossi Bais (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (constante de arquivo em PDF sem numeração de páginas do processo físico) contra o Acórdão DRJ/POA nº 1031.187 de 29/04/11 constante de fls. 495/503 exarado pela 2ª Turma da DRJ de Porto Alegre RS que, por unanimidade de votos, houve por bem “julgar improcedente” a Manifestação de Inconformidade de fls. 286/335, mantendo o Despacho Decisório (fls. 266) e respectiva informação fiscal (fls. 245/253) da DRF de Pelotas RS, que indeferiu parcialmente o Pedido de Ressarcimento de COFINS nãocumulativo quanto à créditos de PIS no valor de R$ 90.264,60 e COFINS no valor de R$ 415.764,20 pleiteados/informados nos PERD/Comp. O r. Despacho Decisório (fls. 266) e respectiva informação fiscal (fls. 245/253) da DRF de Pelotas RS, conclui pela glosa PARCIAL do crédito, seguintes fundamentos: “4.1 Das despesas com aluguel Conforme legislação vigente geram direito a crédito as despesas relativas a aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoas jurídicas, e utilizados nas atividades da empresa, No presente processo foi solicitada a compensação de créditos de PIS e COFINS referentes a aluguéis pagos conforme demonstrado a seguir: crédit o datapagame nto beneficiário dopagamento valordesp esa PI S COFIN S 03/10/0 5 400.000, 00 6.600, 00 30.400,00 03/10/05 TEC Participações 1.000.00 0,00 16.50 0,00 76.000,00 Fl. 853DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.003034/200508 Acórdão n.º 3402001.981 S3C4T2 Fl. 3 3 26/10/05 Lt d 400.000, 00 6.600, 00 30.400,00 26/10/05 1.000.00 0,00 16.50 0.00 76.000,00 . _ 2.800.0 00,00 46.20 0,00 2 2.800, O contrato de aluguel apresentado, cuja cópia anexamos, foi firmado em 01/09/2005, entre a contribuinte e TEC Participações Lida, CNPJ 02.164.8921000191, tendo como interveniente anuente UTC Engenharia Ltda, CNPJ '44.023.661/000108, e referese a locação de parte da área do imóvel localizado a Rua Monsenhor Raeder, n° 275 – lote 8, em Niterói/RJ, Conforme cláusula primeira do contrato, a locação é feita por 20 (vinte) meses, Iniciandose com a assinatura do contrato. A filial situada neste endereço (Rua Monsenhor Raeder, n° 273/275 – lote B, em Niterói/RJ) foi criada em Assembléia realizada em 19/09/2005, sendo que seu registro na JCERJ foi protocolado em 04/10/05 e deferido em 05/10/05. De conformidade com a cláusula terceira do contrato, o valor total da locação é de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) a ser pago em 5 (cinco) parcelas: três parcelas no valor de R$ 1.400.000,00 (um milhão e quatrocentos mil reais) e as restantes no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) cada. As parcelas vencem em 15/09/2005, 15/10/2005, 15/11/2005,15/12/2005 e 15/01/2006. Conforme disposto na legislação (art. 3° parágrafo, inciso IV c/c 1°, inciso II da Lei 10.833/2003 e art. 3°, Inciso IV c/c parágrafo 1°, inciso II da Lei 10637/2002), poderão ser descontados créditos calculados em relação a aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa, incorridos no mês. Da legislação depreendese que só geram direito a crédito de PIS e Cofins, as despesas de aluguel incorridas no mês e após a criação desta filial, isto é a partir de outubro/2005. Os valores pagos antecipadamente à TEC Participações Ltda a título de aluguel poderão ser compensados, a partir de outubro, nos meses correspondentes, motivo pelo qual só pode ser aceita a compensação dos créditos correspondentes ao valor do aluguel do mês de outubro/2005 (R$ 5.000.000,00 / 20 meses = R$ 250.000,00). A presente ação fiscal abrange vários períodos de apuração (item dois deste relatório). Com relação aos processos 11050.001401/200610 e 11050.001402/200656, a contribuinte não compensou valores correspondentes ao aluguel pago TEC Participações Ltda. Pelo exposto anteriormente, efetuamos a compensação dos créditos correspondentes a esta despesa incorrida no mês de abril/2006, nos referidos processos administrativos. Conforme descrito na observação constante do item 4.2 do relatório anexo ao processo administrativo 10768.101541/2005 59, abaixo transcrita, devese considerar a valor (R$ 18.039,58) Fl. 854DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 4 do aluguel pago a Aprazível 5 Ltda. referente ao mês de outubro/2005: OBSERVAÇÃO: os créditos correspondentes a despesas comprovadas referentes a aluguel incorridos nos meses seguintes estão sendo compensados conforme demonstrado a seguir: Saldo (em R5) Período Referên cia Valor inicial105.397,9 0 Valor despesa aceito (em Valor aceitocompensado no processo 23 31/mai 5.411,87 99.986,03 0,00 junho 18.039,5 8 81.946,45 0,00 julho 18.039,5 8 63.906,87 0,00 agosto 18.039,5 8 45.867,29 18.039,58 10768,101541/200559 setemb ro 18.039,5 8 27.827,71 I8.039,58 10768.1015411200559 outubr o 18.039,5 8 9.788,13 18.039,58 11050.003034/200508 novemb ro 18.039,5 8 0,00 9.788,13 11050.003270/200516 Desta forma, foram aceitos créditos correspondentes ao valor do aluguel referente ao mês de outubro/2005, conforme demonstrado a seguir: Valores pleiteados (em R$) Valores aceitos (em RS) locad or despesa pis cotins despesa pis cotins TEc 2.800.000,0 0 46.200,0 212.80 0,00 250.000, 00 4.125,00 19.000,00 Apra zível 18.039,5 8 297,65 1.371,01 totais 2. 00.000,00 46.200,0 [ 212.80 268.039, 58 4,422,65 20.371,01 TOTAIS despesa pis cotins PLEITEADO 2.800.0 00,00 46.200,00 212.800,00 ACEITO 268.039 ,58 4.422,65 20.371,01 GLOSADO 2.531.9 60,42 41.777,35 192.428,99 4.2 Dos serviços utilizados: (...) Como já mencionado anteriormente, a condição imposta para o aproveitamento de créditos relativos aos serviços adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no Pais é a sua aplicação ou consumo na produção/fabricação de produto ou na prestação de serviços feita pela pessoa jurídica. O termo insumo, empregado no inciso H, do artigo 3º das Leis nas 10.63712002 e 10.833/2003, não pode ser interpretado como todo e qualquer serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas tão somente o que efetivamente se aplicou ou consumiu na prestação do serviço. Analisando os documentos e/ou esclarecimentos apresentados concluise que os serviços a seguir discriminados, pelos motivos expostos, não se enquadram no conceito de insumo conforme definido pela legislação. Foi, então efetuada a glosa dos créditos de PIS e Cofins correspondentes. CNP.1 dataemis são NE n° empr esa valor serviço(em RS) PIS COFINS 05.761.91 4/000199 22/06/0 5 047 Antonio Menezes 115.000,00 1.897, 50 8.740,0 0 01/10/0 5 084 Câmara & Bozzini 19.847,00 327,48 1.503,3 7 03.094.06 5/0001 01/11/0 5 085 Câmara & Bozzini (*) 19.847,00 327,48 1.508,3 7 Fl. 855DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.003034/200508 Acórdão n.º 3402001.981 S3C4T2 Fl. 4 5 06.259.63 3/00145 24/08/0 5 016 Cons. em Planejamen to PMP 10.000,00 165,00 760,00 03.013.69 3/000145 01/07/0 5 217 CIL Engenharia 9.600,00 158,40 729,60 01/08/0 219 9.600,00 158,40 729,60 07.224.30 9/000104 01/08/0 5 001 DW2 Consultaria 7.000,00 115,50 532,00 01/09/0 5 002 7.000,00 115,50 532,00 36.420.48 7/000109 26/10/0 5 115 E.C.M Eng. Consultoria 24.500,00 404,2 5 1.862,0 0 30/06/0 5 072 23.400,00 386,10 1.778,4 0 03.902.40 8/0001.47 01/08/0 5 151 Edson Figueire do de 18.000,00 297,00 1.368,0 0 01/09/0 5 152 18.000,00 297,00 1.368,0 0 05.759.39 2/000190 15/06/0 5 060 EPGN Engenharia 230.000.00 3.795, 00 17.480, 00 23/08/0 5 414 13.000,00 214,50 988,00 00.686..05 9/000185 22/09/0 5 416 ESI Engenharia 13.000,00 214,50 988,00 24/10/0 5 419 13.000,00 214,50 988,00 01/08/0 5 206 14.700,00 242,55 1.117,2 0 04.788.13 7/000103 29/07/0 5 208 Evolution Consultaria 15.400,00 254,10 1.170,4 0 01/09/0 5 209 16.100,00 265,65 L 1.223,6 0 07.462.587 /000108 19/10/0 5 006 LH Morrison 20.000,00 330,00 1.520,0 0 30/07/0 5 033 20.000,00 330,00 1.520,0 0 01/08/0 5 035 105.000,00 1.732, 50 7.980,0 0 05.924.952 /000115 30/08/0 5 036 M Gonzalez Analises 20.000,00 330,00 1.520,0 0 30/09/0 5 040 20.000,00 330,00 1.520,0 0 31/10/0 5 042 20.230,00 333,80 1.537,4 8 07.524.019 /000186 26/10/0 5 004 Movera Adm Contratos 8.000,00 132,00 608,00 25/07/0 5 303 16.666,67 275,00 1.266,6 7 04.401.765 /000194 25/07/0 5 304 Paaradise Consultoria 40.000,00 660,00 3.040,0 0 1 30/09/0 5 310 20.000,00 330,00 1.520,0 0 06.083.427 /000187 30/09/0 5 059 Sobral & Sobral 6.560,00 108,24 498,56 01/10/0 5 061 6.560,00 108,24 498,56 01/07/0 5 010 8.273,33 136,51 628,77 01/08/0 5 011 7.000,00 115,50 532,00 07.089.371 /000130 01/09/0 5 012 S.S. Catarino 7.000,00 115,50 532,00 26/09/0 5 013 7.000,00 115,50 532,00 26/10/0 5 014 7.000,00 115,50 532,00 25/05/0 5 270 13.049,06 215,31 991,73 03.139.721 /000175 27/06/0 5 273 Update Engenheiros 18.500,00 305,25 1.406,0 0 25/07/0 5 276 18.500,00 305,25 1.406,0 0 24/08/0 5 278 18.500,00 305,25 1.406,0 0 Total 1.004.833, 06 16.579, 76 76.367 ,31 (*) Np n° 085 emitida por Câmara & Bozzini Assessoria e Consultoria Empresarial S/C Lida, em data posterior (01/11/05) ao período de apuração do IRPJ e CSLL (31/10/05). 1 — Antonio Menezes Engenharia e Meio Ambiente Ltda (ALBRA): A nota fiscal apresentada discrimina *serviços de consultoria*. Foi apresentado termo aditivo ao contraio de prestação de serviços celebrado em 1910512004 entre as contratantes Construtora Queiroz Galvão SA, UTC Engenharia SA e as contratadas Antonio Menezes Engenharia e Meio Ambiente Ltda (ALBRA) e EPGN Engenharia Ltda. Conforme descreve o referido termo aditivo, contratantes e contratadas celebraram em 19/05/2004 (antes da constituição da QUIP SA) 'um contrato de prestação de serviços (o "Contrato) Fl. 856DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 6 de consultoria e assessoria técnica especializada na preparação da proposta (a 'Proposta) das contratantes, referente é construção e montagem da Plataforma de produção de petróleo e gás, denominada TPU — Floating Production Unit — P53, a ser Instalada no Campo Marfim Leste, em conformidade com o pedido de cotação ("Request For ProposalY n° 899.8.004.035, emitido por Petrobras Netherlands B.V. (PNBV). A Proposta foi devidamente apresentada pelas contratantes à PNBV em 31/0512004. Posteriormente a PNBV cancelou o processo da respectiva concorrência. Em abril de 2005, as contratantes foram contratadas por outros para a execução de parte do escopo objeto da proposta anterior. Para execução deste novo escopo as contratantes constituíram a QUIP SA, para através da mesma, celebrar e executar esse contrato". No termo aditivo, contratantes e contratadas acordam em aditar o contrato para o fim de transferir para a QUIP SA as obrigações das contratantes, especialmente no que se refere ao pagamento às contratadas dos honorários de êxito previstos no contrato. Tais despesas não coadunam com o conceito de insumo definido na legislação. 2 – Câmara e Bozzini Assessoramento e Consultoria Empresarial Ltda: as notas fiscais discriminam "serviços prestados de consultoria". De acordo com contrato tratase de "prestação de serviços de profissionais de consultoria em assessoramento empresarial, tendo como objeto a "prestação de serviços relacionados à química, petroquímica, petróleo e correlatos, como também a consultaria em gestão de sistema da qualidade e auditorias baseadas nas formas da família 1S0 9000". 3 Consultaria em Planejamento PMP Vatue S/C Ltda: notas fiscais discriminam "serviços de consultoria". O objeto do contrato é a prestação de "serviços de consultaria e assessoria profissional nas áreas de planejamento e controle de empreendimentos, no gerenciamento de contratos e nos demais serviços correlatos e pertinentes às áreas de planejamento e gerenciamento". Em resposta à intimação 17/07, é informado que a empresa exerceu efetivamente a atividade de "consultoria de gerenciamento de projeto". Na mesma ocasião a contribuinte esclareceu que "o gerenciamento do contrato com o cliente, tanto nos seus aspectos técnicos e financeiros, quanto nos prazos acordados, apresentou grande complexidade. Através do departamento de Administração Contratual, empresas de consultoria foram contratadas para centralizar todas as alterações ao projeto original, solicitadas pelo cliente, visando a mensurar o impacto destas no cronograma e custos originais do projeto", e informou também que "ao departamento de planejamento (composto por empregados da QU1P e profissionais de empresas de engenharia) incumbe organização de prioridades e prazos ao longo do projeto e conexão destes com a etapa de construção propriamente dita" Fl. 857DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.003034/200508 Acórdão n.º 3402001.981 S3C4T2 Fl. 5 7 4 CJL Engenharia Ltda: as notas fiscais descrevem "serviços de consultaria técnica referente a projetos de engenharia". O contrato tem como objeto a 'prestação de serviços em consultoria, assessoria, projetos, estudos, planejamento, elaboração de laudos, pareceres técnicos e de orçamentas de área de engenharia mecânica, bens e serviços utilizados como insumos, a contribuinte informa que a área de atuação é a de "qualidade". Conforme resposta a intimação 17/2007 "Empresas foram contratadas pelo departamento de Qualidade de Quip visando à segurança e Saúde dos trabalhadores, bem como o atendimento às Normas Internacionais de preservação do meio ambiente. Estas empresas foram responsáveis por elaborar procedimentos internos, pelo controle de documentos, efetuar avaliações de impactos ambientais e testes de qualidade e de conformidade." 5 DW2 Consultoria de Engenharia Ltda: contrato e notas fiscais descrevem "serviço de consultoria na área de engenharia". Em resposta a intimação 17107, a contribuinte nomeia como atividade efetiva "desenvolvimento do planejamento e controle do projeto da P53" e informa que, departamento de planejamento (composto por empregados da QUIP profissionais de empresas de engenharia) incumbe organização de prioridades e prazos ao longo do projeto e conexão destes com a etapa de construção propriamente dita. 6 – E.C.M. Engenharia e consultoria e Montagens Ltda: nota fiscal apresentada discrimina "prestação de serviço técnicos de engenharia no projeto/construção da plataforma P53". O contrato tem como objeto a 'prestação de serviços técnicos de engenharia". No anexo li da resposta a intimação 17/2007, consta com atividade efetiva "consultaria para gerenciamento do planejamento para a construção." Em resposta à intimação 42/08, informa que a atividade desenvolvida é "promovera interface entre as disciplinas (tubulação, elétrica, mecânica e instrumentação), na construção da Plataforma P53, atuando como centralizadora do status da obra e distribuição de tarefas entre os chefes das disciplinas". 7 Edson Figueiredo de Castro ME – o contrato de serviços apresentado tem como objeto a "prestação de serviços de elaboração e análise de documentos de planejamento': As notas fiscais descrevem "serviços referentes a checagem de documentação de planejamento". Desta mesma forma é a resposta da contribuinte, quando informa (resposta à intimação 17/07) que a atividade desenvolvida pela empresa é a elaboração e análise de documentos de planejamento. informa, ainda, que ao departamento de planejamento (composto por empregados da QUIP e profissionais de empresas de engenharia) incumbe organização de prioridades e prazos ao longo do projeto e conexão destes com a etapa de construção propriamente dita". 8 EPGN — Engenharia Ltda: nota fiscal apresentada discrimina "prestação de serviço de engenharia consultiva". O Fl. 858DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 8 termo aditivo ao contrato apresentado foi firmado em 1510612005, e adita contrato de prestação de serviços celebrado em 19/05/2004 entre as contratantes Construtora Queiroz Galvão SA, UTC Engenharia SA e as contratadas Antonio Menezes Engenharia e Meio Ambiente Ltda (ALBRA) e EPGN Engenharia Ltda. Conforme descreve o referido termo aditivo, contratantes e contratadas celebraram em 19/05/2004 (antes da constituição da QUIP SA) "um contrato de prestação de serviços (o Contrato) de consultoria e assessoria técnica especializada na preparação da proposta (a "Proposta") das contratantes, referente à construção e montagem da Plataforma de produção de petróleo e gás, denominada "FPU — Floating Production Unit — P53, a ser instalada no Campo Marfim Leste, em conformidade com o pedido de cotação ("Request For Proposal") n° 899.8.004.035, emitido por Petrobrás Netherlands B. V. (PNBV). A Proposta foi devidamente apresentada pelas contratantes à PNBV em 31/05/2004. Posteriormente a PNBV cancelou o processo da respectiva concorrência. Em abril de 2005, as contratantes foram contratadas por outros para a execução de parte do escopo objeto da proposta anterior. Para execução deste novo escopo as contratantes constituíram a QUIP SA, para através da mesma, celebrar e executar esse contrato". No termo aditivo, contratantes e contratadas acordam em aditar o contrato para o fim de transferir para a QUIP SA as obrigações das contratantes, especialmente no que se refere ao pagamento às contratadas dos honorários de êxito previstos no contrato. Tais despesas não coadunam com o conceito de insumo definido na legislação. 9 ESI Engenharia de Sistemas industriais: as notas fiscais apresentadas descrevem "serviços de consultoria técnica referente a projeto de planejamento". O contrato tem por objeto: " prestação de serviços de engenharia, compreendendo: consultoria, engenharia consultiva, assessoria, projetos e estudos, cursos e treinamento, assistência técnica supervisão, fiscalização, planejamento e gerenciamento de projetos e obras, nas áreas de automação, instrumentação, elétrica eletrônica, mecânica e de construção civil': Em resposta à intimação 42/08, protocolada em 19101/2009, a contribuinte informa que o prestador de serviço desenvolve 'coordenação das atividades de planejamento da engenharia no projeto da plataforma P53", e que "o planejamento dentro da Engenharia é o responsável em preparar o cronograma e controle cio atendimento ao prazo estabelecido junto ao cliente, sendo uma atividade perene durante todas as etapas do projeto, pois efetua as reprogramações dos prazos não alcançados". 10 Evolution – Consultoria e Serviços de Engenharia Ltda: notas fiscais discriminam "serviços prestados no período conforme contrato': O contrato tem como objeto a 'prestação de serviços de consultoria, administração e de assessoria técnica em arquitetura e engenharia". No anexo 11 da resposta a Fl. 859DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.003034/200508 Acórdão n.º 3402001.981 S3C4T2 Fl. 6 9 intimação 17/2007, consta com atividade efetiva "consultoria na área de segurança no trabalho." Na relação de bens e serviços utilizados como insumos apresentada, a contribuinte informa que a área de atuação da empresa é a de "qualidade". Conforme resposta a intimação 17/2007 "Empresas foram contratados pelo departamento de Qualidade da Quip visando á segurança e Saúde dos trabalhadores, bem como o atendimento ás Normas Internacionais de preservação do meio ambiente. Estas empresas foram responsáveis por elaborar procedimentos internos, pelo controle de documentos, efetuar avaliações de impactos ambientais e testes de qualidade e de conformidade." 11 = LH Morrison: nota fiscal apresentada descreve "consultoria relativa a estudos preliminares realizados na construção da plataforma P53, no período de outubro de 2005". Urna vez que os serviços prestados são "estudos preliminares" não podem os mesmos serem considerado insumos, conforme definido na legislação já citada anteriormente. 12 M. Gonzales Análises de Qualidade e Ensaio de Materiais Ltda: O objeto do contrato é "a prestação de serviços de processamento de dados, atividades de banco de dados, ensaio de matérias e de produtos e análises de qualidade". As notas fiscais apresentadas discriminam "serviços prestados de processamento de dados e manutenção de banco de dados". Em esclarecimento prestado, a contribuinte informa que a atividade efetiva da prestadora de serviço é "consultoria para a coordenação técnica relativas as alterações de escopo da plataforma". 13 Novera Administração de Contratos: conforme contrato firmado em 01/08/2005 tratase da "prestação de serviços de execução ou assessoria em suprimentos de equipamentos e materiais, contratação de serviços, seleção de fornecedores, elaboração de contratos, incluindo os de serviços, diligenciamento, acompanhamento do prazo e da qualidade do material e do equipamento, controle do custo de cada compra e do orçamento global e aprovação de faturas de fornecedores, elaboração de orçamentos, determinação dos recursos necessários, estimativa de custo, alocação dos custos nas atividades, controle do custo, execução do planejamento, definição de atividades, determinação da sequência e da duração das atividades, desenvolvimento e controle do cronograma, análise e gerenciamento de risco, gerenciamento do escopo, elaboração de relatórios de performance do contrato". Em resposta a intimação 17/07, a contribuinte informa tratarse de serviço de "consultoria na coordenação administração de contrato com fornecedor". 14 Paaradise International Consulting & Engineering Ltda: as notas fiscais apresentadas discriminam "prestação de serviços de consultoria administração e assessoria técnica em engenharia no mês ..." Mesma definição consta como objeto do contrato de prestação de serviços. Em resposta à Intimação 17/07, a contribuinte define como atividade efetiva prestada os serviços Fl. 860DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 10 de "consultoria na coordenação administração de contrato com o cliente". 15 Sobral e Sobral Consultoria de Suprimentos Ltda: objeto do contrato de serviços apresentado é 'consultoria de suprimentos e vendas". As notas fiscais discriminam "serviços de consultoria em suprimentos". Em resposta a intimação 17/07, a contribuinte informa que o serviço tomado foi 'consultoria na coordenação de administração de contrato com fornecedor. “ Atividade esta que não se enquadra no conceito de insumo definido na legislação mencionada anteriormente, 16 S.S Catarino: as notas fiscais apresentadas discriminam "prestação de serviço de consultoria e planejamento". O contrato tem como objeto a prestação de serviços de consultoria e planejamento de empreendimentos industriais". Conforme informado pela contribuinte em resposta à intimação 17/07, a atividade efetiva da empresa é a elaboração de documentos de planejamento. Nesta mesma resposta, a contribuinte informa que "ao departamento de planejamento (composto por empregados da QUIP e profissionais de empresas de engenharia) incumbe organização de prioridades e' prazos ao longo do projeto e conexão destes com a etapa de construção propriamente dita". 17 UPDATE Engenheiros Consultores Ltda: o contrato apresentado tem como objeto "a prestação de serviços de consultoria, assessoria, projetos, planejamento, gerenciamento, elaboração de orçamento, estudo de viabilidade técnica econômica, supervisão, coordenação e orientação técnica e diligenciamento, na área de engenharia". As notas fiscais apresentadas discriminam "serviços de especializados de engenharia" e/ou "serviços de consultaria técnica referente a planejamento de projeto". Em resposta a intimação 17107, a contribuinte informa que a atividade efetiva realizada pela prestadora referese a "serviços de consultoria para coordenação do planejamento e controle da plataforma P53". Nesta mesma resposta, informa que "ao departamento de planejamento {composto por empregados da QUIP e profissionais de empresas de engenharia) incumbe organização de prioridades e prazos ao longo do projeto e conexão destes com a etapa de construção propriamente dita." 4.2.3 – Dos totais dos serviços utilizados: A seguir apresentamos a totalização dos valores dos serviços glosados e aceitos conforme descrito nos itens 4.2.1 a 4.2,2 acima. Valor do serviço Item do relatório declarado Glosado aceito 4.2.1 4.3.3 notas fiscais duplicadas 73.238,00 2.544.471,81 ,40.869,001. 004.833,0 6 32.369,001.53 9,638,75 total 2.617.709,81 1.045.702,0 6 1572.007,7 L 5 –Saldo Credor Passível de Compensação: Em função dos fatos anteriormente descritos, concluímos que o direito creditório da contribuinte, relativamente aos créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS associados às Fl. 861DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.003034/200508 Acórdão n.º 3402001.981 S3C4T2 Fl. 7 11 exportações, deve ser reconhecido apenas de forma parcial, conforme demonstrado a seguir: Declarado pelo contribuinte Glosado pelo fisco Aceito pelo fisco Apuração doscrédito s Base de cálc ulo crédito sP15 crédi tos Base de cálculo crédit osP1S Créd itos COFI base de cálculo crédit os'PIS Créditos COFINS Serviços/i nsumos 2.617.70 9,81 43.192, 21 198.94 5,95 1.045.702 ,06 17.25 4,10 79.473, 35 1.572.00 7,73 25.93 8,11 119.472 28. Energia elétrica 52.871,7 9 872,39 4.018,2 5 0,00 0,00 0,00 52.871,7 9 872,3 9 4.018,2 5 Despesa aluguel 2.800.00 0,00 46.200, 00 212.80 0,00 2.531.960 ,42 41.17 7,35 192.42 8,99 268.039, 58 4.422 ,65 20.371, 61 total 5.470.58 1,60 90264, 60 415.76 4,20 3.577.662 ,48 59.03 1,45 271,90 2,34 1.892.91 9,12 31.23 3,15 143.86 1,86 Por seu turno, a r. decisão de fls. 495/503 da 2ª Turma da DRJ de Porto Alegre RS, houve por bem “julgar improcedente em parte” a Manifestação de Inconformidade de fls. 286/335, mantendo parcialmente o Despacho Decisório (fls. 266) e respectiva informação fiscal (fls. 245/253) da DRF de Pelotas – RS, aos fundamentos sintetizados na seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA CONCESSÃO SEGUNDO PREVISÃO E REGULAMENTAÇÃO. Os créditos da contribuição não cumulativa devem ser concedidos e negados nos termos da previsão legal e regulamentação normativa sobre o assunto. PROVAS COMPROVAÇÃO FORMAL E MATERIAL. Para aceitação de provas, estas devem ser fidedignas, sob o ponto de vista formal e material. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA CONCESSÃO SEGUNDO PREVISÃO E REGULAMENTAÇÃO. Os créditos da contribuição não cumulativa devem ser concedidos e negados nos termos da previsão legal e regulamentação normativa sobre o assunto. PROVAS COMPROVAÇÃO FORMAL E MATERIAL. Para aceitação de provas, estas devem ser fidedignas, sob o ponto de vista formal e material. Impugnação Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte” Fl. 862DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 12 Nas razões de Recurso Voluntário (constante de arquivo em PDF sem numeração de páginas do processo físico) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a insubsistência da r. decisão recorrida tendo em vista: a) preliminarmente a nulidade da r. decisão pela não apreciação de matéria constitucional, indeferimento de perícia e não apreciação de todos os créditos; b) depois de tecer considerações sobre as diferenças da não cumulatividade no IPI, ICMS e nas contribuições sociais sobre o faturamento e sua aproximação ao conceito de custo e despesas operacionais, que os referidos créditos se enquadrariam perfeitamente no conceito de insumos, na conceituação da legislação do PIS e da COFINS conforme reconhecido nas decisões da própria SRF e do Poder Judiciário que cita;; c) impossibilidade de limitação do crédito, vez que o art. 3°, II, da Lei n° 10.833/2003 não veda o crédito de despesas com serviços terceirizados afetos ao processo produtivo da plataforma petrolífera que fabrica. É o relatório. Voto Conselheiro FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA, Relator O recurso reúne as condições de admissibilidade, e no mérito merece parcial provimento. No que toca à glosa do valor do aluguel, a r. decisão recorrida se mostra irrepreensível e deve ser mantida, cujos fundamentos, por amor à brevidade, adoto como razões de decidir. No que toca às demais glosas dos créditos do PIS e COFINS NÃO CUMULATIVOS procedidas pela Recorrente, verificase que se prendem a serviços técnicos terceirizados nas aéreas de engenharia, planejamento e gestão de sistemas de controle de qualidade nas áreas química, petroquímica, petróleo e congêneres, efetivamente prestados à ora Recorrente, todos eles vinculados à construção de plataformas petrolíferas, atividade esta comprovadamente inserida em seu objeto social, destinado à “conversão de navios, industrialização de módulos e integração para unidade flutuante de produção de petróleo”. Entendem a d. Fiscalização e a r. decisão recorrida, que os referidos serviços não se inseririam no conceito de insumo tal como previsto na legislação de regência (art.3° da Lei 10.637/2002; art.3° da Lei 10.833/2003; art 66 da IN SRF 247/02; art. 8º da IN SRF 404/04), porque não teriam contato físico com a produção ou fabricação do produto, razão pela qual não poderiam gerar crédito. Nesse particular a r. decisão recorrida merece parcial reforma. Inicialmente ressaltese tal como ocorre com outros tributos, no caso do PIS e da COFINS, a não cumulatividade constitucionalmente assegurada visa neutralizar a cumulação das múltiplas incidências das referidas contribuições nas diversas etapas da cadeia produtiva até o consumo final do bem ou serviço, de modo a desonerar os custos de produção destes últimos. A legislação de regência do PIS e da COFINS (Lei nº 10.63702 e Lei nº 10.833/03) autoriza a pessoa jurídica a descontar, do valor da contribuição incidente sobre o Fl. 863DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11050.003034/200508 Acórdão n.º 3402001.981 S3C4T2 Fl. 8 13 faturamento de bens ou serviços que forneça, os créditos das contribuições incidentes sobre os insumos e despesas de produção incorridos e pagos a pessoa jurídica domiciliada no País, relativamente a: a) bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no país, “utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes”; b) despesas com “aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoas jurídica, utilizados nas atividades da empresa e pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País; c) despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e contraprestações de operações de arredamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples; d) custos de “máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado; e) despesas com “edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; f) valor dos “bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; e g).despesas com “energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica”. Nesse ponto releva notar que a expressão “insumos e despesas de produção incorridos e pagos”, obviamente não se restringe somente aos insumos utilizados no processo de industrialização, tal como definidos nas legislações de regência do IPI e do ICMS, mas abrange também os insumos representados por serviços terceirizados utilizados na produção de bens e serviços, designando cada um dos elementos necessários ao processo produtivo de bens e serviços, imprescindíveis à existência, funcionamento, aprimoramento ou à manutenção destes últimos. Como é curial, o que distingue a prestação de serviços como atividade econômica autônoma da qual não resulta produto tangível, é exatamente a natureza intangível dos serviços, associada à sua natureza de processo de produção e não ao produto gerado resultante deste processo, em contraste com as atividades de extração, produção e transformação. Dessa distinção fundamental entre serviço e produto (resultado do processo produtivo), é possível identificar algumas características peculiares que distinguem os serviços das demais atividades econômicas, entre as quais se contam, o uso intensivo e preponderante dos recursos humanos, distinguível das máquinas e equipamentos utilizados na prestação do serviço, a “simultaneidade” de sua produção e consumo, a “inestocabilidade” e irreversibilidade de sua produção (impossibilidade de devolução), o que obviamente não impede que os serviços sejam conceituados como insumos inseridos nos setores primário (atividades de extração e produção de matériaprima) e secundário (atividades de transformação de matéria prima em produtos manufaturados para o consumo e construção civil) da economia. Mas ao contrário do que ocorre com outros insumos tangíveis, em razão de da natureza intangível dos serviços, o que os qualifica como insumos, não é o contato físico com a produção ou fabricação do produto (como reclamam a d. Fiscalização e a r. decisão recorrida), mas a imprescindibilidade dos serviços à existência, funcionamento, aprimoramento ou à manutenção de outros processos produtivos de bens ou serviços. Fl. 864DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO 14 No caso concreto, por serem imprescindíveis à existência, funcionamento, aprimoramento e à manutenção do complexo processo produtivo da plataforma petrolífera destinada à venda, que constitui o objeto de seu mister social da Recorrente, parece evidente que as locações de serviços técnicos prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país e habilitadas a prestalos, se inserem no conceito de insumo, assim como seus custos se inserem obrigatoriamente no custo do produto final (plataforma petrolífera) destinada à venda (cf. art. 290, inc. I do RIR/99). Assim, não há duvida que, por constituírem insumos imprescindíveis ao processo produtivo das plataformas petrolíferas produzidas e destinadas à venda, a Recorrente faz jus ao crédito em relação aos referidos serviços técnicos terceirizados nas aéreas de engenharia, planejamento e gestão de sistemas de controle de qualidade nas áreas química, petroquímica, petróleo e congêneres, efetivamente prestados à ora Recorrente, vinculados ao processo produtivo da plataforma petrolífera, que constitui o objeto de seu mister social. Isto posto, voto no sentido de no mérito DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, reformando parcialmente a r. decisão recorrida para assegurar o direito ao ressarcimento dos créditos de COFINS e de PIS em relação às aquisições de serviços técnicos terceirizados nas aéreas de engenharia, planejamento e gestão de sistemas de controle de qualidade nas áreas química, petroquímica, petróleo e congêneres, efetivamente prestados à ora Recorrente. É como voto Sala das Sessões, em 29 de janeiro de 2013 FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Fl. 865DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 20/02/2013 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 21/02/2013 por GILSON MA CEDO ROSENBURG FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000404/2010-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
VALORES DECLARADOS. VALORES DEVIDOS. DIFERENÇAS.
As diferenças entre os valores da contribuição declarados nas respectivas DCTFs e os efetivamente devidos, apurados com base na escrita contábil, estão sujeitos a lançamento de ofício.
BASE DE CÁLCULO. IRRF. EXCLUSÃO.
Inexiste amparo legal para se excluir da base de cálculo da CIDE o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior.
ROYALTIES. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS DE TELEVISÃO POR ASSINATURA. VALORES PAGOS, CREDITADOS E/ OU REMETIDOS PARA O EXTERIOR. INCIDÊNCIA.
Os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior, a título de pagamento de serviços de transmissão de sinais de televisão por assinatura, são classificados com royalties e estão sujeitos à CIDE, nos termos da legislação tributária vigente.
BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. CRITÉRIOS DE APURAÇÃO.
A base de cálculo, em reais, de valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes no exterior, deve ser apurada com base na maior cotação de venda da moeda dentre aquela do segundo útil imediatamente anterior à da contratação da operação ou a do próprio dia da operação.
MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA.
A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível se aquela não for paga depois de decorridos 30 (trinta) dias da intimação do sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que julgou procedente a exigência do crédito tributário.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-001.764
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Andréa Medrado Darzé e Maria Teresa Martinez López. Acompanhou o julgamento o advogado da recorrente Henrique Oliveira Lopes Silva, OAB/SP 110.826.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente
(assinado digitalmente)
José Adão Vitorino de Morais - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 DECISÃO RECORRIDA. NULIDADE. MATÉRIAS NÃO SUSCITADAS EXPRESSAMENTE. A apreciação de matérias não expressamente suscitadas na impugnação não implica nulidade da decisão recorrida por não ter trazido prejuízo à recorrente nem ter cerceado seu direito de defesa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 VALORES DECLARADOS. VALORES DEVIDOS. DIFERENÇAS. As diferenças entre os valores da contribuição declarados nas respectivas DCTFs e os efetivamente devidos, apurados com base na escrita contábil, estão sujeitos a lançamento de ofício. BASE DE CÁLCULO. IRRF. EXCLUSÃO. Inexiste amparo legal para se excluir da base de cálculo da CIDE o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior. ROYALTIES. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS DE TELEVISÃO POR ASSINATURA. VALORES PAGOS, CREDITADOS E/ OU REMETIDOS PARA O EXTERIOR. INCIDÊNCIA. Os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior, a título de pagamento de serviços de transmissão de sinais de televisão por assinatura, são classificados com royalties e estão sujeitos à CIDE, nos termos da legislação tributária vigente. BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. CRITÉRIOS DE APURAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 64 3. 00 04 04 /2 01 0- 58 Fl. 5762DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 A base de cálculo, em reais, de valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes no exterior, deve ser apurada com base na maior cotação de venda da moeda dentre aquela do segundo útil imediatamente anterior à da contratação da operação ou a do próprio dia da operação. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível se aquela não for paga depois de decorridos 30 (trinta) dias da intimação do sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que julgou procedente a exigência do crédito tributário. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Andréa Medrado Darzé e Maria Teresa Martinez López. Acompanhou o julgamento o advogado da recorrente Henrique Oliveira Lopes Silva, OAB/SP 110.826. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ São Paulo I que julgou improcedente a impugnação interposta contra o lançamento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) referente aos fatos geradores ocorridos nos meses de competência de janeiro a dezembro de 2006. O lançamento decorreu de diferenças apuradas entre os valores declarados nas respectivas Declarações de Contribuições e Tributos Federais (DCTFs) e os efetivamente devidos, pelo fato de a recorrente ter excluído da base de cálculo da contribuição os valores: a) da variação cambial ocorrida entre a data de contratação e de liquidação dos contratos de serviços; b) do imposto de renda retido na fonte (IRRF) de responsabilidade do credor; e, c) dos pagamentos de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura, conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal às fls. 2.823/2.824 e Termo de Constatação Fiscal às fls. 2.831/2.837. Cientificada do lançamento, inconformada a recorrente impugnouo (fls. 2.869/2.889), alegando razões que foram assim resumidas por aquela DRJ: Fl. 5763DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.763 3 “Variação Cambial e taxa de câmbio em relação aos pagamentos ao exterior pela aquisição tanto de serviço técnico como de programação a defesa entendeu que a fiscalização olha a variação cambial ocorrida entre a data da contração e a da liquidação e calcula com a divulgada pelo Banco Central para dois dias imediatamente anteriores; que não existe variação cambial entre a data da contratação e da liquidação das operações; conforme se verifica dos contratos de câmbio juntados aos autos, muito embora a data da liquidação esteja prevista para aproximadamente dois dias após a sua contratação, a taxa de câmbio utilizada na operação já foi contratada, estando indicada no próprio contrato de câmbio; exemplo: contrato de câmbio de fl. 3.601, que rata da remessa de USD 550.000,00 para a DTH Techno; a remessa contratada no dia 23/02/2006, a liquidação deveria ser até 24/02/2006. A taxa fixada com o banco foi 2,1203, independentemente da cotação oficial do dólar na data em que o montante foi de fato transferido para o exterior e a taxa utilizada pela fiscalização do dia 21/2/2006; a conversão usada pela impugnante é a do art. 143 do CTN, ou seja, a conversão de moedas pela taxa de câmbio da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, do pagamento, crédito, emprego, entrega ou remessa; a Lei nº 9.816/99 e a Lei nº 10.305/01, determinam a utilização da taxa de câmbio contratada ou a cotada dois dias antes, mas para períodos específicos, a saber, 1º trimestre de 1999 e 2001, respectivamente (cita Solução de Divergência nº 04/05, que trata do IRRF); a Solução de Divergência nº 04/05 da COSIT diz que a base de cálculo do IRRF nas transferências para o exterior é a cotação de venda do segundo dia útil imediatamente anterior ao da contratação da operação de câmbio ou, se maior, da operação de câmbio em si, quando os fatos geradores ocorreram nos seguintes períodos: a) no primeiro trimestre de 1999, aplicandose às transferências efetuadas a partir de 26 de março de 1999; b) no anocalendário de 2001, aplicandose às transferências efetuadas a partir de 27 de setembro de 2001; IRF na base de cálculo da CIDE a Cide não pode ter por base o IRRF; quanto à pretensão de inclusão do IRRF na base de cálculo da CIDE, o § 3º do art. 2º da Lei nº 10.168/00 é claro no sentido de que a CIDE incide sobre os ‘valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos’ ao exterior, sendo certo que o IRF não é disponibilizado ao beneficiário por nenhuma dessa forma, ou seja, a CIDE incide sobre o valor efetivamente recebido pelo beneficiário localizado no exterior; Pagamentos às licenciantes no exterior são três os motivos pelos quais a incidência da CIDE nos pagamentos às licenciantes no exterior é descabida: (i) se tratar as remessas a título de direito autoral, pela alínea ‘d’, do artigo 22, da Lei 4.506/1964 o pagamento de direito autoral ao autor/criador da obra não é royalty, vez que rendimento é royalty quando feito a um terceiro a quem o autor da obra cedeu o direito; o artigo 10 do Decreto 4.195/2002 não menciona pagamentos ao exterior pela exploração de direitos autorias; deve ser anulada a Fl. 5764DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 parcela da autuação referente às programadoras estrangeiras, pois a própria fiscalização diz que estas são as autoras das obras; (ii) a impugnante adquire do exterior, ou direito de transmissão, e o pagamento à programadora não se enquadra no conceito de royalties dado pela legislação da CIDE, pois o Decreto 4.195/20002 restringe a CIDE sobre royalties aos casos de marcas/patentes; foi ferido o artigo 150, I, I, da CF/88; (iii) a remessa ao exterior à programadora estrangeira já onerada pela CONDECINE (MP 2.219 e art. 32, da MP 2.2281) e a fiscalização promove bis in idem, pois a Cide e a Condecine atingiriam um mesmo acontecimento (cita doutrina e decisão colegiada); Especialidade/Especificidade se a Condecine incide sobre a indústria cinematrográfica/videofonográfica, pelos princípios gerais de direito ela é especial/específica (LICC – Lei 4.657/1942 e LIDB – Lei 12.376/2010) afastando a norma geral (CideRemessas), conforme doutrina e jurisprudência administrativa do CARF transcritas; Juros de Mora sobre a Multa de Ofício caso parte ou todo o auto de infração em apreço seja julgado procedente, não devem ser aplicados juros de mora sobre o valor da multa de ofício lançada, pois nos casos de lançamento de ofício formalizado por auto de infração, os juros de mora, calculados pela taxa SELIC, vêm sendo exigidos também sobre o valor da multa lançada de ofício; não cabe aplicar juros demora do art. 161 do CTN sobre a multa de ofício, por incidirem sobre obrigações acessórias, conforme doutrinadores e jurisprudência administrativa. Pede para afastar os juros Selic sobre a multa de ofício, pois a multa não compõe o crédito tributário. Ao final, pedindo pela improcedência, afirma que o critério utilizado pela fiscalização para a apuração da base de cálculo da CIDE supostamente devida não tem amparo legal; os pagamentos efetuados às programadoras estrangeiras não são tributáveis pela CIDE, quer porque não se enquadram em nenhuma das hipóteses de incidência dessa contribuição, quer porque já são tributados pela CONDECINE, não podendo existir, nesse último caso, bis in idem. Requer na hipótese de manutenção de qualquer parte da autuação, que seja afastada a incidência dos juros SELIC sobre a respectiva multa de ofício, que não compõe o crédito tributário sujeito a juros.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgoua improcedente, conforme Acórdão nº 1632.514, datado de 7 de julho de 2011, às fls. 5.614/5.635, sob as seguintes ementas: “AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não ocorrem as hipóteses definidas no artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. LIMITE DE COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País não podendo negarlhe execução e sendo incompetentes para apreciar argüição de inconstitucionalidade haja vista que tal matéria esta adstrita ao âmbito judicial. O controle de constitucionalidade encontra no Poder Judiciário seu foro apropriado. Fl. 5765DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.764 5 PROVA. MEIOS. MOMENTO DE PRODUÇÃO., IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO. No processo administrativo fiscal são admissíveis os meios documental e/ou pericial. Para evitar a preclusão a interessada deve apresentar com a impugnação a documentação sustentadora de suas alegações ou demonstrar alguma das situações do § 4º, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72 (PAF). PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO. CIDE E CONDECINE. POSSIBILIDADE. O princípio geral de direito tributário das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas é a incidência múltipla, exceto quando definido em lei (art. 149, § 4º, CF/88). JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Cabimento dos juros pela taxa Selic (CTN, art. 161, Lei nº 9.065/95, art. 13). CIDE. REMESSA AO EXTERIOR. ROYALTIES. A partir de 1/1/2002, a pessoa jurídica deve pagar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre o valor de royalties, a qualquer título, que pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter, a residente ou domiciliado no exterior, seja qual for o objeto do contrato (art. 6º, Lei nº 10.332/2001. CIDE. BASE DE CÁLCULO. IRRF. INCLUSÃO. CABIMENTO. A contribuição incide sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações contraídas, sendo considerada líquida do IRRF a quantia enviada ao exterior. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. BASE DE CÁLCULO. Para determina a base de cálculo dos tributos o valor em reais das transferências do/para o exterior será apurado com base na maior cotação de venda da moeda dentre a do segundo dia útil imediatamente anterior à contratação da operação de câmbio ou do próprio dia da operação (IN 41, de 19/4/99, MP 3, de 26/9/2001, convertida na Lei 10.305/01).” Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (5.641/5.669), requerendo, em preliminar, a sua nulidade sob os argumentos de equívocos, pois, ao contrário do entendimento da autoridade julgadora de primeira instância, em nenhum momento, defendeu a inconstitucionalidade de qualquer dispositivo legal, em relação às Leis nº 4.506, de 1964 e nº 10.168, de 2002, e ao Decreto nº 4.195, de 2002, assim como também, não combateu reajustamento da base de cálculo da CIDE, o vocábulo reajustamento foi utilizado para tratar da inclusão do IRRF em sua base de cálculo; e, no mérito, que o critério de apuração da base de cálculo, utilizado pelo autuante está incorreto; o valor do IRRF não integra a base de cálculo da contribuição; e os pagamentos efetuados por ela a residentes/domiciliados no exterior por direitos de transmissão não estão sujeitos a esta contribuição, repetindo as mesmas alegações expendidas na impugnação. Para fundamentar seu recurso voluntário, expendeu extenso arrazoado sobre: I) Hipótese de incidência e materialidade da CIDE; I.1) Não Incidência da CIDE nos Fl. 5766DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Pagamentos de Direito Autoral; I.2) Não enquadramento dos pagamentos efetuados pela Recorrente ao exterior no conceito de royalties dado pela legislação da CIDE; I.3) Não incidência da CIDE nas Remessas Oneradas pela CONDECINE; II) Da Taxa de Câmbio; III) Do Reajustamento da Base de Cálculo para inclusão do IRRF; e IV) Da Não Incidência de Juros de Mora sobre a Multa Lançada de Ofício, concluindo, ao final, que a decisão recorrida deve ser anulada ou, caso assim não se entenda, se reconheça que houve erro na apuração da base cálculo, o valor do IRRF não integra a base de cálculo e que os pagamentos efetuados a programadoras estrangeiras não são tributáveis pela CIDE, que por não se enquadrarem em nenhuma das hipóteses de incidência dessa contribuição, quer por ser tributados pela Condecine e, ainda, se por qualquer razão, se mantida a exigência de alguma parte do crédito tributário, seja excluída a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim, dele conheço. A suscitada preliminar de nulidade decisão recorrida sob o argumento de equívocos, pelo fato de a autoridade julgadora de primeira ter se manifestado sobre matérias não expressamente discutidas na impugnação – inconstitucionalidade e reajustamento da base de cálculo da CIDE – não tem amparo legal e não merece prosperar. O Decreto nº 70.235, de 6 março de 1972, art. 59, inciso II, assim dispõe quanto à nulidade de decisões: Art. 59 São nulos: (...); II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” No presente caso, a decisão recorrida foi proferida pela 9ª Turma de Julgamento da DRJ São Paulo I, colegiado competente para apreciar a impugnação interposta e julgar a procedência ou não do lançamento, nos termos do art. 25, I, desse Decreto. Também, a manifestação da autoridade julgadora sobre matérias não expressamente suscitadas na impugnação não trouxe prejuízo à recorrente nem cerceou seu direito de defesa. Assim, não há que se falar em nulidade da decisão recorrida. No mérito, as questões envolvem: I) incidência da CIDE sobre pagamento de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura; II) IRRF na base de cálculo da CIDE, III) critério de apuração da base de cálculo; e, IV) a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. A Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, que instituiu a CIDE destinada a estimular a interação universidade empresa, assim dispõe: “Art. 1º Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação UniversidadeEmpresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo Fl. 5767DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.765 7 principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Art. 2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. § 1º Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. § 1ºA. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. § 2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. § 3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. Art. 3º Compete à Secretaria da Receita Federal a administração e a fiscalização da contribuição de que trata esta Lei.” Parágrafo único. A contribuição de que trata esta Lei sujeitase às normas relativas ao processo administrativo fiscal de determinação e exigência de créditos tributários federais, previstas no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações posteriores, bem como, subsidiariamente e no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda, especialmente quanto a penalidades e demais acréscimos aplicáveis. Já o Decreto nº 4.195, de 11 de abril de 2002, que regulamentou esta lei assim dispõe: “Art. 10. A contribuição de que trata o art. 2º da Lei no 10.168, de 2000, incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou Fl. 5768DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração, previstos nos respectivos contratos, que tenham por objeto: I fornecimento de tecnologia; II prestação de assistência técnica: a) serviços de assistência técnica; b) serviços técnicos especializados; III serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes; IV cessão e licença de uso de marcas; e V cessão e licença de exploração de patentes.” Com fundamento nestes diplomas legais, passemos à análise de cada matéria contestada pela recorrente. I) Incidência da CIDE sobre pagamento de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura De acordo com o artigo 2º da Lei nº 10.168, de 2000, as hipóteses de incidência da CIDE são: a) pagar, creditar, entregar e/ ou remeter a residentes/domiciliados no exterior, royalties a título de remuneração decorrente de contratos de licença de uso e de aquisição de conhecimentos tecnológicos que impliquem transferência de tecnologia, dentre eles, os relativos à exploração de patentes, ao uso de marcas ao fornecimento de tecnologia e à prestação de assistência técnica; b) pagar, creditar, entregar e/ ou remeter a residentes/domiciliados no exterior, royalties a título de remuneração decorrente de contratos de prestação de serviços técnicos, de assistência administrativa e assemelhados; c) pagar, creditar, entregar e, ou remeter a residentes/domiciliados no exterior, royalties a qualquer título. Os valores tributados, objeto do lançamento em discussão, estão elencados nas hipóteses acima, royalties a título de contratos de licença e royalties a qualquer título. Destacamos ainda que, dentre os objetivos sociais e econômicos da recorrente estão a prestação de serviços de telecomunicações, na modalidade de televisão por assinatura e no desenvolvimento e operação de sistemas de satélite DTH para distribuição de programas por assinatura para assinantes no Brasil, atividades que se enquadram nos dispositivos da Lei nº 10.168, de 2000. Assim, entendemos que os serviços pagos a domiciliados/residentes no exterior, pelo direito de transmitir filmes e programas de televisão, são royalties por contraprestação pela aquisição de obras de autorias de terceiros. A Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que trata de direitos autorais assim dispõe: Fl. 5769DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.766 9 “Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: [...]; VI as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; [...].” Já a Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964, assim define royalties: “Art. 22. Serão classificados como ‘royalties’ os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: [...]; d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. [...].” Portanto, a remessa de royalties ao exterior, a título de pagamento por licença para exploração e transmissão de programas de TV, configura hipótese de incidência da CIDE, nos termos da Lei nº 10.168, de 2000. A alegação de que a exigência da contribuição sobre tais pagamentos configura “bis in idem” pelo fato de ter sido paga sobre eles a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (CONDECINE) é equivocada. Primeiro, porque a cobrança de tributos diferentes com finalidades diversas sobre um mesmo fato gerador não configura bis in idem. Este, no nosso entendimento, somente ocorre quando um mesmo sujeito ativo cobra mais de uma vez o mesmo tributo sobre o mesmo fato gerador. Ainda que se entenda que a cobrança de mais de um tributo sobre o mesmo fato gerador pelo mesmo sujeito ativo configure bis in idem, inexiste vedação constitucional vendando tal cobrança. Citamos como exemplo, dentre outros, as contribuições para o PIS e a Cofins, ambas cobradas pelo mesmo ente tributante, a União Federal, sobre o mesmo fato gerador, assim como o IRPJ e a CSLL. A CIDE, ora exigida, tem como fundamento a Lei nº 10.168 de 29 de dezembro de 2000, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. Tratase de diploma vigente e não inquinado de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O julgador administrativo não pode negar a aplicação de lei vigente não inquinada de inconstitucionalidade pelo STF. Tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) por meio da Súmula nº 02, que assim dispõe: Fl. 5770DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Também o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp 894.129, por meio do voto da Ministra Eliana Calmon decidiu ser possível a exigência simultânea de contribuições de natureza e finalidade diversas sobre um mesmo fato gerador, inclusive da CIDE com outras contribuições, conforme prova a seguinte ementa: “TRIBUTÁRIO PROCESSUAL CIVIL CIDE LEI 10.168/2000 BIS IN IDEM FUST E FUNTEL INEXISTÊNCIA ACÓRDÃO OMISSÃO NÃO OCORRÊNCIA. 1. Inexiste omissão em acórdão que decide motivadamente a lide. 2. A CIDE, como contribuição de intervenção no domínio econômico, destinase a financiar o programa de estímulo á interação universidadeempresa para apoio á inovação, não se confundindo com a FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), criado com a Lei 9.998/2000, destinado a cobrir os custos dos serviços de universalização dos serviços de telecomunicações que não possa ser recuperada com a normal exploração do serviço. 3. Também não se confunde com o FUTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), previstos na Lei 10.052/2000, destinado a estimular o processo de inovação tecnológica a capacitação de recursos humanos, fomento à geração de empregos e promoção de acesso de pequenas e médias empresas, ampliando a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações. 4. Sem identidade, não ocorre bis in idem, sendo diversa a incidência, a base de cálculo e a finalidade. 5. As exações só se identificam por serem, todas três, espécie do gênero contribuição de intervenção no domínio econômico. 6. Recurso especial não provido. (REsp 894.129/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe 22/09/2009).” Dessa forma, correta a tributação dos valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior por conta de licença de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura e outros serviços semelhantes. II) IRRF na base de cálculo Ao contrário do seu entendimento, a base de cálculo da CIDE, segundo o § 3º do art. 2º, da Lei nº 10.168, de 2000, citado e transcrito anteriormente, é o valor pago, creditado ou remetido, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. Do exame das normas legais que tratam desta contribuição, não encontramos quaisquer dispositivos que determinam e/ ou permitam a exclusão do IRRF da sua base de cálculo. Fl. 5771DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.767 11 Também este é o entendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) externado por meio do Ato Declaratório Interpretativo nº de 13 de outubro de 2004, que assim dispõe: “Art. 1º As disposições do Regulamento de Melbourne, trazidas pelo Tratado de Melbourne, celebrado em 09 de dezembro de 1988, não foram legitimamente incorporadas ao Direito Brasileiro, não tendo eficácia no País no tocante ao Imposto sobre a Renda e à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidentes sobre as remessas efetuadas por empresas de telecomunicações pela prestação de serviços técnicos realizados em chamadas de longa distância internacional, iniciadas no País, ou em chamadas de longa distância nacional, em circunstâncias em que haja a utilização de redes de propriedade de não domiciliadas no Brasil. Art. 2º É devido o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, à alíquota de 15%, e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), à alíquota de 10%, sobre o total dos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos às empresas de telecomunicações domiciliadas no exterior, a título de pagamento pela contraprestação de serviços técnicos realizados em chamadas de longa distância internacional, iniciadas no Brasil, ou a chamadas de longa distância nacional, em que haja a utilização de redes de propriedade de empresas congêneres, domiciliadas no exterior. Art. 3º A base de cálculo do Imposto sobre a Renda e da Cide, incidentes nas hipóteses previstas no art. 2º, é o valor total da operação, ainda que não sejam as remessas integralmente enviadas ao exterior, e não apenas o saldo líquido resultante de encontro de contas envolvendo débitos e créditos entre o tomador e o prestador dos serviços. Art. 4º Os rendimentos decorrentes da prestação de serviços técnicos de telecomunicações que sejam pagos, creditados, entregues ou remetidos a residentes ou domiciliados em países com os quais o Brasil mantenha tratados para evitar a dupla tributação (regularmente incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro) estão sujeitos ao tratamento específico neles constantes.” Ressaltamos ainda que, por meio da Solução de Divergência nº 17, a Coordenação Geral de Tributação (Cosit) da RFB, solucionou divergência até então existente sobre esta questão, assim decidindo: “BASE DE CÁLCULO CIDE. PESSOA JURÍDICA BRASILEIRA. ASSUNÇÃO DO ÔNUS DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF). O valor do Imposto de Renda na Fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), Fl. 5772DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 12 independentemente de a fonte pagadora assumir o ônus imposto do IRRF.” Dessa forma, independentemente de quem assumiu a responsabilidade pela retenção/pagamento do IRRF, a base de cálculo da CIDE é o valor bruto pago e/ ou creditado ao residente/domiciliado no exterior. III) Critério de apuração da base de cálculo Conforme demonstrado na decisão recorrida, a base de cálculo da contribuição foi efetuada nos termos da legislação tributária vigente para as transferências internacionais de valores tributáveis, MP nº 1.818, de 25 de março de 1999, convertida na Lei nº 9.816/1999, art. 3º, Instrução Normativa (IN) SRF nº 41, de 19 de abril de 1999, art. 1º. Também, conforme demonstrado naquela decisão, o critério de conversão utilizado pelo autuante não implicou valor de conversão diferente daquele defendido pela recorrente, cuja demonstração transcrevemos: “A defesa cita como exemplo o contrato de câmbio 23/02/2006 (fls. 3.601), que trata da remessa de Us $ 550.000,00 para a DTH Techno. A liquidação deveria ser até 24/02/2006 e a taxa fixada como o banco foi de 2,1203, independentemente da cotação oficial do dólar na data em que o montante foi de fato transferido para o exterior. O contrato citado pela impugnante é de 23/2/2006 e trata de pagamento de serviços com taxa de câmbio de 2,1203 (fls. 3.601). No campo ‘outras especificações’ consta sujeição à Cide (fl. 3.604). Para o cálculo da Cide, se considerarmos como valor líquido remetido o valor de R$ 1.166.165,00 (fl. 5.274) e o dividirmos por Us$ 550.000,00 teremos a razão de 2,1203, que é o valor da taxa de câmbio indicada no contrato. Mas esse valor pode ser menor do aquele que as normas indicam para o cálculo, pois a taxa a ser considerada é a maior dentre a do contrato e a do segundo dia útil anterior. As cotações desse intervalo de tempo podem ser consultadas no sítio do Banco Central (*): Data Dia da semana Cotação de Venda 21/02/2006 terçafeira 2,1297 22/02/2006 quartafeira 2,1484 23/02/2006 quintafeira 2,1353 24/02/2006 sextafeira 2,1355 (*) fonte: http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/PtaxRPesq.asp?idpai=TXCITALÇAI A taxa a ser comparada com a do contrato é a do segundo dia útil anterior, neste caso 2,1297. Assim, a partir deste valor deve ser apurada a base da Cide. O valor em reais será Us $ 550.000,00 x 2,1297, resultando R$ 1.171.335,00. Fl. 5773DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.768 13 Considerando o imposto de renda retido pela fonte pagadora, como se verá a seguir, o valor da base de cálculo será R$ 1.171.335,00/0,85 que resulta em R$ 1.378.041,18. Consultando a parcela da base de cálculo na planilha anexada ao auto de infração temos esse mesmo valor para o dia 23/2/2006, o que indica ser consistente a apuração (fl. 5.274).” Como nesta fase recursal, a recorrente trouxe como exemplo o mesmo contrato de câmbio e não contestou o demonstrativo e o cálculo da autoridade julgadora de primeira instância, concluímos que o critério utilizado pela fiscalização está correto e de conformidade com a legislação tributária. IV) Incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente tem cabimento depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias concedidos ao sujeito passivo para pagamento do crédito tributário julgado e mantido por decisão administrativa definitiva. Caso o crédito tributário tornese líquido e certo, ou seja, com decisão definitiva contrária ao contribuinte, e não seja pago dentro daquele prazo, a penalidade (multa de ofício) convertese em débito fiscal, passando então a incidir juros moratórios sobre ela nos termos da Lei nº 9.430, de 27/12/1991, art. 61, § 3º, quando do seu pagamento intempestivo. Em face do exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário apenas e tão somente para reconhecer que a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível depois de decorridos 30 (trinta) dias da decisão administrativa definitiva desfavorável ao contribuinte, caso aquela não seja paga neste prazo. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 5774DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 11070.001772/2009-06
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
Numero da decisão: 3803-003.688
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o indeferimento do Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação em relação a crédito de PIS referente ao quarto trimestre/2005. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 17 72 /2 00 9- 06 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 As fls. 84/85 sobreveio Despacho Decisório, por meio do qual o pleito foi indeferido com fundamento de ausência de previsão legal para o creditamento, uma vez que os créditos nas operações com substituição tributária no regime de tributação da não cumulatividade é vedado pela legislação. Assim, para os julgadores “a quo”, embora o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha autorizado créditos em relação a vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e COFINS, por outro lado o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 ditou a regra de que a apuração dos créditos, nos termos do art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, necessariamente precisam seguir a regra do art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, razão pela qual há vedação do creditamento quando o produto adquirido estiver sob regime de substituição tributária e cuja saída esteja com suspensão das contribuições. Irresignado com a decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 87/88, sob os seguintes argumentos: · Em se tratando do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, se apura o crédito em razão da aquisição de insumos e bens para revenda, por meio da aplicação das alíquotas das contribuições sobre os valores de aquisição destes bens. Neste mesmo sentido, apura o débito mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor de venda das mercadorias que produz ou revende; · Com a edição da Medida Provisória n° 206/2004, art. 16, atualmente artigo art. 17 da Lei n° 11.033/04, os contribuintes cujas operações de venda são isentas, não tributadas, tributadas com alíquota zero, ou com suspensão, tem direito a manutenção dos créditos de PIS e COFINS decorrente da aquisição de insumos; · Alertou que o regime não cumulativo do PIS e a COFINS não é idêntico ao previsto para o IPI e ICMS, onde lá a sistemática de apuração daqueles tributos é feita pela técnica imposto contra imposto, onde o imposto pago na operação anterior serve para ser abatido do imposto gerado na operação presente; · Na não cumulatividade do PIS e da COFINS, não se perquire se houve ou não tributação da etapa anterior para fins de direito de crédito. Além do que deve ser observado o § 12 do art. 195 da CF, o qual prevê que as contribuições em exame serão não cumulativas, sem qualquer restrição ao creditamento. Às fls. 97/99 a DRJ de Porto Alegre proferiu o Acórdão n.º 1035.3732ª Turma, com o seguinte teor: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO REGULARMENTE EDITADA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de Fl. 166DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001772/200906 Acórdão n.º 3803003.688 S3TE03 Fl. 114 3 ilegalidade de dispositivos normativos, bem como a legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. PRODUTOS. AQUISIÇÃO. DISTRIBUIDOR/COMERCIANTE. REVENDA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade do PIS, a aquisição de produtos sujeitos à tributação concentrada não gera créditos para o comerciante na revenda/distribuição dos mesmos por expressa vedação legal, não se aplicando A hipótese a disposição contida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Com efeito, a DRJ manifestouse pelo indeferimento do pedido com fundamento na impossibilidade do reconhecimento, na esfera administrativa, da inconstitucionalidade de lei que tenha vedado a apuração de créditos em relação à operações sujeitas a substituição tributária. A DRJ ainda utilizou como argumento para indeferir o pleito, o fato de que não consta no contrato social da empresa a atividade de industrialização de qualquer dos bens objetos do pedido. Apontou ainda que as aquisições para as quais a empresa requer os créditos para o PIS e COFINS estão relacionadas no artigo 43 da Medida Provisória n° 2158 35 de 24 de agosto/2001 e na Lei n° 10.485/2.002, que por sua vez estão sujeitos aos regimes de substituição tributária e tributação monofásica respectivamente. Em outras palavras, entende a DRJ que as vendas realizadas pelo Recorrente, que por sua vez é comerciantes, fica desonerada da incidência das contribuições, já que diante da substituição tributária a obrigação pelo pagamento do tributo, se dá em relação as operações praticadas pelos fabricantes ou importadores. Deste modo, o art. 1° da Lei n° 10.485/2002 reduziu para zero as alíquotas das contribuições em relação à receita bruta auferida por comerciante, com a venda dos produtos para os quais se desejam os créditos e por esse motivo o creditamente é indevido. Os julgadores de primeiro grau, adotaram ainda a tese em relação a inexistência de direito aos créditos, ainda que o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha dito caber créditos para as vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições, uma vez que o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 determina que a sua apuração segue a regra disposta no art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, que por sua vez proíbem créditos em relação as operações com substituição tributária. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 Inconformado com a decisão da DRJ, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e basicamente repetiu seus argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade e reforçou o seu direito aos créditos com fundamento no art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, bem como no art. 195 da Constituição Federal, sob o argumento de que a norma constitucional não impôs qualquer restrição aos créditos. Por fim, requer que seu recurso seja conhecido e ao final que o seu direito creditório seja reconhecido. Em que pese a DRJ ter ingressado ao mérito e negado o pedido, cumpre informar que o Recorrente optou por discutir a matéria no Poder Judiciário, conforme citado às fl. 02. É o relatório. Voto Conselheiro Juliano Lirani O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Conforme se observa do contrato social, a Recorrente tem por objeto a revenda de máquinas agrícolas e a distribuição de peças, sendo que adquire os produtos das indústrias para posterior distribuição. Cumpre informar que estes produtos são vendidos sem a incidência do PIS e COFINS. O cerne da questão está em se apurar se há créditos em relação as vendas de produtos com suspensão do pagamento das contribuições, quando a lei estabelece o regime de substituição tributária. Alega o Recorrente que embora as vendas das máquinas e peças agrícolas estejam com a suspensão do pagamento do PIS e COFINS, ainda assim o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 confere o direito creditório e por essa razão tornase pertinente reproduzir a redação desta norma: Lei n.º 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Em que pese a discussão de mérito, analisando os autos, constatei que a matéria aventada no presente Recurso Voluntário está sendo tratada na esfera judicial, conforme mencionado às fl. 02, tendo por objeto igual pretensão pleiteada administrativamente, qual seja, crédito referente ao PIS e CONFINS. Reputase idênticas 2 (duas) ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 301, do CPC: Art. 301: “§ 1º Verificase a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001772/200906 Acórdão n.º 3803003.688 S3TE03 Fl. 115 5 § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.” Sobre a litispendência, leciona Nelson Nery Junior: “Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).” (Código de Processo Civil Comentado, 6ª edição, RT, p. 655). Deste modo, optando a Recorrente pela via judicial ocasiona impedimento da manifestação do CARF a respeito na matéria em razão da concomitância verificada. Assim, aplicase a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso quanto à matéria apreciada pelo Poder Judiciário. (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Fl. 169DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN
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