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Numero do processo: 13056.000266/2003-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Aug 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Data do fato gerador: 23/04/2003, 06/05/2003, 18/06/2003, 22/07/2003, 14/10/2003, 28/10/2003, 23/12/2003
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91).
Tratando-se de créditos extintos em 23 de março de 1998 e tendo os pedidos de compensação sido protocolados todos no ano de 2003, à toda evidência, ainda não havia transcorrido o prazo prescricional de dez anos a que se refere a súmula em questão.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 1402-002.283
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório adicional de R$ 3.737,86, homologando-se as compensações pleiteadas até esse limite, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Data do fato gerador: 23/04/2003, 06/05/2003, 18/06/2003, 22/07/2003, 14/10/2003, 28/10/2003, 23/12/2003 Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91). Tratando-se de créditos extintos em 23 de março de 1998 e tendo os pedidos de compensação sido protocolados todos no ano de 2003, à toda evidência, ainda não havia transcorrido o prazo prescricional de dez anos a que se refere a súmula em questão. Recurso Voluntário Provido.
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Tratandose de créditos extintos em 23 de março de 1998 e tendo os pedidos de compensação sido protocolados todos no ano de 2003, à toda evidência, ainda não havia transcorrido o prazo prescricional de dez anos a que se refere a súmula em questão. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 05 6. 00 02 66 /2 00 3- 18 Fl. 633DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 634 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório adicional de R$ 3.737,86, homologandose as compensações pleiteadas até esse limite, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone. Fl. 634DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 635 3 Relatório CALCADOS D'LUNA LTDA recorre a este Conselho, com fulcro nos §§ 10 e 11 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 e no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, objetivando a reforma do acórdão nº 1036.235 da 5ª Turma da Delegacia de Julgamento em Porto Alegre que julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade apresentada. Por bem representar o litígio até aquela fase processual, adoto excertos do relatório da decisão recorrida, complementandao ao final: O processo originouse em papel e foi convertido em meio digital. As referências a folhas nesta decisão correspondem às do processo em papel. O despacho decisório de 5/3/08, baseado no Parecer DRF/NHO/Seort 85/2008, reconheceu apenas R$ 74.569,75 do total de crédito oferecido em compensação de R$ 126.965,93 (fls. 1/2 e 244/252). O crédito seria originário de pagamentos indevidos ou a maior sobre estimativas mensais de IRPJ e CSLL de 1998. A interessada manifestou inconformidade tempestivamente contra a decisão mencionada, pedindo fossem “homologadas as compensações declaradas neste processo” (fls. 340/351). O Acórdão 1024.958 – 5ª Turma da DRJ/POA confirmou parcialmente o entendimento da DRF Novo Hamburgo, constatando a decadência de créditos de janeiro/98, correspondentes à soma de R$ 3.737,86, mas entendendo que os demais créditos poderiam ser reconhecidos, pois decorriam de compensações com créditos ressarcidos de IPI, deferidas em 1998 e não desconstituídas pela administração, quer por revisão, quer por lançamento de ofício (fls. 392/394). Como resultado, foi decidida a procedência da manifestação de inconformidade nos termos do voto do relator. A DRF/NHO, ao cumprir sua atribuição conforme determina o art. 220, X, da Portaria MF 587/10 (Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil)1, expediu novo despacho decisório em 16/5/11, consolidando o resultado das compensações apresentadas no processo, conforme o quadro a seguir e extratos (fls. 456/466): Fl. 635DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 636 4 A interessada foi intimada do último despacho decisório em 15/6/11 (fl. 473) e apresentou manifestação de inconformidade em 14/7/11, por meio da qual pede, alternativamente: a) a homologação integral das compensações, considerando que a DRJ já teria homologado integralmente o crédito apurado e as compensações realizadas; b) o reconhecimento da homologação tácita, já que o despacho decisório ocorreu depois de cinco anos do protocolo das compensações; c) a nulidade da decisão recorrida por violação do direito à ampla defesa e do contraditório, pois ela não contém fundamentação. Analisando a manifestação de inconformidade apresentada, a turma julgadora de primeira instância consideroua procedente em parte, tendo o julgado recebido a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/04/2010 Data do fato gerador: 30/04/2010 DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. ERRO MATERIAL. CORREÇÃO. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos existentes na decisão poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 23/04/2003, 06/05/2003, 18/06/2003, 22/07/2003, 14/10/2003, 28/10/2003, 23/12/2003 DCTF RETIFICADORA. DECADÊNCIA. O julgamento da admissibilidade de DCTF retificadora que altera o regime de tributação de lucro presumido para lucro real anual com estimativas mensais não interrompe a contagem do prazo decadencial previsto no inciso I, do artigo 168, do CTN. COMPENSAÇÃO DEFERIDA. EFICÁCIA. PRAZO PARA DESCONSTITUIÇÃO. A compensação deferida pela autoridade tributária em 1998 com ressarcimento de créditos presumidos de IPI é válida se não houver ato administrativo que a modifique. O prazo para a desconstituição é o da decadência para lançar o tributo. DECISÃO REFLEXA. CSLL. Aplicamse à CSLL as mesmas considerações feitas aos créditos de IRPJ, uma vez que são idênticos os fundamentos de decidir. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte O contribuinte foi cientificado da decisão em 09 de julho de 2012 (fls. 615 616), apresentando em 02 de agosto de 2012 recurso voluntário de fls. 620630. Em resumo, alega que as declarações de compensação foram transmitidas em 2003 e o primeiro despacho não homologando as compensações teria sido proferido somente em 16/05/2011 (intimação em 15/06/2011). Em razão disso as compensações estariam homologadas tacitamente. Alega que, de qualquer forma, a decisão recorrida deveria ser anulada por violar seu direito à ampla defesa e ao contraditório, pois não constariam dos autos qualquer Fl. 636DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 637 5 fundamentação ou informação que lhe permitisse se defender da homologação da totalidade das compensações pretendidas. É o relatório. Fl. 637DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 638 6 Voto Conselheiro FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Relator. 1 ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e assinado por procurador devidamente habilitado. Preenchidos os demais pressupostos de admissibilidade, dele, portanto, conheço. Passo à sua análise. 2 MÉRITO Tratase de declaração de compensação atrelada a suposto crédito decorrente de pagamentos a maior de IRPJ e de CSLL extintos por compensação em 1998. Não é necessário adentrar ao mérito da lide inicial. A DRF de origem havia reconhecido parcela substancial do débito. Entre a parcela não reconhecida constavam direitos creditórios do período de apuração janeiro/1998, tanto do IRPJ, nos valores de R$ 192,94, R$ 1.014,47 e R$ 659,12, como da CSLL, no valor de R$ 1.871,33, já que eles foram extintos por compensação em 23/3/98 (fls. 207/208) e teriam sido atingidos pela prescrição quinquenal antes da apresentação da declaração de compensação em 23/4/03. Apresentada manifestação de inconformidade, a DRJ, inicialmente, embora tenha confirmado parcialmente a decisão da unidade de origem, em razão dos valores supostamente pleiteados e compensados, julgoua procedente (Acórdão 1024.958, de 30 de abril de 2010). Eis o excerto final do voto condutor do aresto: A compensação declarada pela contribuinte equivalia a R$ 121.083,42 (fl. 01), mas foram oferecidos R$ 126.965,93 em créditos (fl. 02). Isso significa que, mesmo sem a Selic, a contribuinte apresentou R$ 5.882,51 além do necessário para as compensações. Como os créditos afastados pela decadência [sic] representam R$ 3.737,86, ainda subsistiria o saldo de R$ 123.228,07 para abarcar o total das compensações. Pelo que foi acima exposto, voto pelo deferimento da manifestação de inconformidade, no sentido de possibilitar a homologação das compensações dos valores pendentes de ratificação pela decisão recorrida, o que corresponde à diferença de R$ 46.513,77. No momento da execução do acórdão, a unidade de origem identificou erro material na decisão em questão, pois havia outros débitos a compensar além daqueles considerados pela turma julgadora. Por meio do Acórdão 1036.235 (julgado na sessão de 20 de dezembro de 2011), a mesma turma julgadora, reconhecendo o equívoco material, revisou o Acórdão 10 24.958. Na nova decisão prolatada, ratificouse o entendimento da decisão anterior no que concerne à prescrição do direito de pleitear os créditos de IRPJ e CSLL referentes ao período de apuração janeiro/1998, que totalizam R$ 3.737,86, e quanto à efetividade das Fl. 638DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 639 7 compensações decididas em 1998, por terem sido autorizadas por atos jurídicos perfeitos, não desconstituídos pela autoridade fazendária, quer pelo lançamento de ofício, quer pela revisão do ato deferitório. Quanto ao erro material, o i. Julgador reconheceu que “incorreu em equívoco quanto à avaliação das compensações formalizadas no processo. Considerou unicamente as compensações peticionadas nas folhas inaugurais [...]”. A seguir, após listar as compensações efetivamente pleiteadas, assim concluiu: Observase portanto, que o valor histórico total dos débitos a compensar foi de R$ 232.418,44, e não R$ 121.083,42, como havia sido no acórdão anterior. Verificase que um evidente erro material maculou o resultado daquela decisão. Cabelhe retificação, conforme prevê o art. 32 do PAF: [...] O litígio na última decisão havia sido concebido tão somente em relação à compensação preliminar (fls. 1/2). Não se preocupou com o tamanho do crédito porque imaginavase que ele seria suficiente para compensar débitos de 2003 no montante de R$ 121.083,42. [...] Assim, proponho a revisão do Acórdão 1024.958 – 5ª Turma da DRJ/POA, de 30/4/10. Constatado que o total do crédito a compensar seria de R$ 123.228,07, retifico o voto para considerar parcialmente procedente a manifestação de inconformidade, reconhecendo o direito creditório complementar de R$ 48.658,32 em relação ao admitido no despacho decisório de 5/3/08 e autorizando a homologação de compensações propostas até o novo limite. Vêse, assim, que restou em discussão somente R$ 3.737,86 referentes à suposta prescrição do crédito tributário pleiteado. O recurso voluntário contra essa nova decisão da DRJ equivocase ao requerer a homologação tácita das compensações requeridas, uma vez que a afirmação de que “que as declarações de compensação foram transmitidas em 2003 e o primeiro despacho não homologando as compensações teria sido proferido somente em 16/05/2011 (intimação em 15/06/2011)” não corresponde com a realidade, uma vez que o presente litígio iniciouse justamente pela homologação parcial dos créditos por meio de despacho decisório exarado em 05/03/2008, portanto, dentro do prazo de cinco anos do primeiro pedido de compensação requerido. Como bem asseverou a decisão recorrida: O último despacho decisório da DRF/NHO baseouse na decisão da DRJ que analisou compensações que anteriormente haviam sido não homologadas pela DRF. Consistiu em atividade relacionada à execução das compensações, cujo propósito seria meramente declaratório. Seu conteúdo foi cientificado à interessada juntamente com o extrato do processo, onde foram representados os cálculos efetuados (fls. 455/466, 468 e 473). A contribuinte obteve ainda vistas ao processo (fl. 474). Pelo exposto, não há que se cogitar ocorrência de homologação tácita, nem nulidade da decisão da DRF por cerceamento do contraditório e ampla defesa. Ocorre que, em relação ao crédito não reconhecido em razão da prescrição, no total de R$ 3.737,86, embora não atacado diretamente no recurso voluntário, há de ser Fl. 639DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13056.000266/200318 Acórdão n.º 1402002.283 S1C4T2 Fl. 640 8 afastada a restrição imposta pelo despacho decisório inicial em razão de expressa previsão da Súmula CARF nº 91, assim vazada: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Isso porque, considerandose que os pedidos de compensação (indébitos) foram protocolados todos no ano de 2003, e o valor pleiteado tem origem em créditos extintos por compensação em 23/3/98, à toda evidência, ainda não havia transcorrido o prazo prescricional de dez anos a que se refere a súmula em questão. É importante ressaltar que as súmulas CARF, nos termos do art. 72 do Anexo II do RICARF/2015, são de observância obrigatória pelos membros do CARF. Conforme se observa nos autos, não há controvérsia quanto à legitimidade do crédito tributário pleiteado, uma vez que oriundo de compensações expressamente homologadas pela própria RFB. Por essas razões, desnecessário se faz o retorno dos autos à unidade de origem para averiguar a legitimidade dos valores ainda em litígio. 3 CONCLUSÃO Isso posto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório adicional de R$ 3.737,86, homologandose as compensações pleiteadas até esse limite. (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator Fl. 640DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 10120.004908/2006-83
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Jan 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2001
CONCOMITÂNCIA - DESISTÊNCIA DO RECURSO - DEFINITIVIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
Tendo o contribuinte optado pela resolução da demanda na via judicial, resta configurada a renúncia por concomitância, devendo ser declarada a definitividade do crédito, ficando restabelecido a lançamento em seu estado original. Aplicação da SUMULA/CARF N. 01.
Recurso Especial Provido
Numero da decisão: 9202-004.575
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento para declarar a definitividade do lançamento, por concomitância da discussão nas esferas administrativa e judicial.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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Tendo o contribuinte optado pela resolução da demanda na via judicial, resta configurada a renúncia por concomitância, devendo ser declarada a definitividade do crédito, ficando restabelecido a lançamento em seu estado original. Aplicação da SUMULA/CARF N. 01. Recurso Especial Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento para declarar a definitividade do lançamento, por concomitância da discussão nas esferas administrativa e judicial. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 49 08 /2 00 6- 83 Fl. 629DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra. Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pela Fazenda Nacional face ao acórdão 220100.876, proferido pela 1ª Turma Ordinária / 2ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase o presente processo de Auto de Infração, fls. 23/25, para exigir crédito tributário de ITR, exercício de 2001, no montante de R$ 350.408,79, dos quais R$ 145.199,02 referese a imposto, R$ 108.899.26 a multa de ofício de 75% e R$ 96.310,51 a juros de mora calculados até junho de 2006. Conforme se depreende do Demonstrativo de Apuração de ITR, fls.26, que acompanha o auto de infração, foi integralmente glosado da base de cálculo do ITR, 222,1ha de Área de Preservação Permanente e 1.321,2 de Área de Utilização Limitada, do imóvel Fazenda Chapadão, Nirf n. 0.538.3277, localizado no Município de Catalão GO, cuja área declarada é 2.399,7ha. Às fls. 35/51, a Contribuinte apresentou impugnação, argumentando, em síntese, que declarou a área de preservação permanente de 222,1 ha e a área de utilização limitada de 1.321,2 ha, dos quais 515,1ha correspondem à área de reserva legal e os outros 806,1 ha à área não aproveitável em razão de extração mineral (área de lavra); a exigência imposta pela legislação em vigor no exercício em questão, quais sejam, § 4º do art. 10 da Instrução Normativa SRF n° 43/97, com redação dada pela Instrução Normativa SRF n° 67/97, no sentido de que é estritamente necessário, para fins de exclusão da área tributável, a apresentação de ADA das áreas de preservação permanente, é atentatória ao princípio da estrita legalidade; esclareceu que a autuação com base em exigência não expressa em lei feriu o principio constitucional da legalidade (art. 37, caput da Magna Carta), ao qual vinculase a Administração Pública. Especificamente em sede de direito tributário, invocou o art. 150, I da CF/88 de art. 97 do CTN; reafirmou que a referida área existe, e está no aguardo da fiscalização para conferência, não se admitindo que mera formalidade burocrática, atentatória à lógica extrafiscal do imposto, seja capaz de criar obrigação que onere ainda mais o proprietário (é detentor de área na qual se encontra proibido de explorar e ainda tem que arcar com tributo calculado como se área improdutiva fosse...) e cita decisão do E. TRF da 4ª Região; Subsidiariamente, apresentou defesa em virtude de haver o entendimento de que a averbação não seja válida para o exercício em questão, mostrando que a Lei n° 9.393/96, em seu art. 10 não exige tal averbação; transcreveu o § 2° do art. 16 do Código Florestal para mostrar que a determinação imposta por este Código no sentido de que tais Áreas devam ser averbadas no registro do imóvel não interfere no fato de que as mesmas, ainda que pendentes de averbação, devam ser excluídas da área tributável pelo ITR; sobre a área objeto de exploração mineraria, informa que não sendo a área de lavra prestável para aproveitamento agropastoril, deve ser excluída da área tributável, consoante o disposto no art. 10, 11, "d", da Lei n° 9.393/96 (que repete o dispositivo previsto na legislação anterior: art. 4°, inciso, I. "c" da Lei n° 8.84794) e o Fl. 630DF CARF MF Processo nº 10120.004908/200683 Acórdão n.º 9202004.575 CSRFT2 Fl. 10 3 cita; finalizou argumentando que as exigências burocráticas relativas ao ADA junto ao IBAMA ou averbação de requerimento à margem da matricula do imóvel, possuem efeitos meramente declaratórios, traduzindo mera obrigação acessória, e requereu a nulidade total da autuação. Após analisar a matéria, os Membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Brasília/DF, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar procedente o lançamento, nos termos do Acórdão DRJ/BSA n° 0322.603, de 26 de setembro de 2007, fls.84/98, em decisão assim ementada: DAS ÁREAS PRESERVAÇÃO PERMANENTE, DE UTILIZAÇÃO LIMITADA! RESERVA LEGAL. As áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal, para fins de exclusão do ITR, cabem serem reconhecidas como de interesse ambiental pelo IBAMA/órgão conveniado ou, pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente ADA, fazendose, também, necessária, em relação ás áreas de utilização limitada/reserva legal, a sua averbação ã margem da matricula do imóvel, até data do fato gerador do imposto. DA ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA / INTERESSE ECOLÓGICO. Para exclusão dessas áreas de tribulação, se faz necessário, além da comprovação da exigência relativa ao ADA, a existência de Ato de órgão competente ou estadual reconhecendo as áreas imprestáveis do imóvel como sendo de interesse ecológico. JUROS DE MORA APLICABILIDADE DA TAXA SELIC. Apurado imposto suplementar em procedimento de fiscalização, no caso informação incorreta na declaração ITR, cabe exigilo juntamente com á juros e a multa aplicados aos demais tributos, sendo a cobrança de juros de mora equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), por expressa previsão legal. Lançamento Procedente." A Contribuinte apresentou o Recurso Voluntário, às fls. 113/144, reiterando os argumentos já apresentados em sede de impugnação. A 1ª Turma Ordinária da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 335/346, deu PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Ordinário, para restabelecer a área de 523,77 hectares de reserva legal averbada após o fato gerador e antes do procedimento fiscal. Às fls. 350/360, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial, apresentando acórdão paradigma com entendimento divergente à decisão recorrida, no sentido de ser indispensável que a averbação junto a cartório de registro de imóveis seja feita antes da ocorrência do fato gerador do tributo, para validação das áreas de reserva legal. Ao realizar o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, a 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 379/384, DEU seguimento ao Recurso Especial, considerando se tratar da mesma matéria fática e devido a divergência de julgados, nos termos Regimentais, referirse a interpretação divergente em relação ao mesmo dispositivo legal aplicado ao mesmo fato, que no caso em questão é a necessidade de Fl. 631DF CARF MF 4 apresentação do ADA para fins de isenção do ITR sobre as áreas de utilização limitada. Ou seja, o acórdão recorrido entende ser possível a averbação junto a cartório de registro de imóveis depois da ocorrência do fato gerador, para validação das áreas de reserva legal, ao passo que o acórdão paradigma entende ser indispensável que tal averbação seja feita antes da ocorrência do fato gerador do tributo. Às fls. 393/397, a Contribuinte apresentou Contrarrazões e, às fls. 405/413, interpôs Recurso Especial, trazendo para discussão os pontos: necessidade de prova da existência da área de preservação permanente, para fins de sua exclusão da base de cálculo do ITR; e necessidade de prova da condição de imprestabilidade da área de exploração mineral, para fins de sua exclusão da base de cálculo do ITR. Ao realizar o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial, às fls. 463/471, a 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, NEGOU seguimento ao Recurso Especial da Contribuinte, sob as justificativas de que, quanto à primeira matéria, teria sido indicado paradigma que apresentaria entendimento convergente com o acórdão recorrido quanto à necessidade de comprovação, por parte da Contribuinte, da área de preservação permanente informada na declaração do ITR. Em relação ao segundo tema, os dois paradigmas indicados não teriam logrado comprovar a alegada divergência jurisprudencial, pois o primeiro acórdão apresentou entendimento convergente ao do recorrido, já o segundo envolveria valoração de conjunto probatório. Ou seja, o acórdão recorrido entende ser possível a averbação junto a cartório de registro de imóveis depois da ocorrência do fato gerador, para validação das áreas de reserva legal, ao passo que o acórdão paradigma entende ser indispensável que tal averbação seja feita antes da ocorrência do fato gerador do tributo. Submetido a Reexame de Admissibilidade pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a negativa do Recurso Especial restou integralmente mantida. Às fls. 481 o Ministério da Fazenda emitiu o despacho informando que a Contribuinte teve ciência do Despacho que negou seguimento ao seu Recurso Especial, e, como não houve pagamento/parcelamento da parte mantida dentro do prazo legal, e tendo em vista a apresentação de Recurso de Ofício ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, foi providenciada a transferência do saldo devedor para o processo 13118.720022/201428. Às fls. 484/486, a Contribuinte peticionou para informar nos autos que, paralelamente ao trâmite do presente processo, ingressou judicialmente e obteve decisão favorável, transitada em julgado (Ação Declaratória 002232429.1999.4.01.3500), no sentido de afastar a incidência de ITR sobre o imóvel Fazenda Chapadão (NIRF 0.538.3277), com condenação da União à devolução dos valores indevidamente recolhidos à título de ITR no curso do feito. Requereu, ao final, que fosse julgado prejudicado o Recurso Especial do Procurador, determinando a remessa dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Goiânia para cancelamento do débito, em cumprimento à citada decisão judicial. Documentos anexados às fls. 487/627. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Fl. 632DF CARF MF Processo nº 10120.004908/200683 Acórdão n.º 9202004.575 CSRFT2 Fl. 11 5 Tratase de Auto de Infração, fls. 23/25, para exigir crédito tributário de ITR, exercício de 2001, no montante de R$ 350.408,79, dos quais R$ 145.199,02 referese a imposto, R$ 108.899.26 a multa de ofício de 75% e R$ 96.310,51 a juros de mora calculados até junho de 2006. Na decisão recorrida, deuse parcial provimento ao recurso voluntário para restabelecer a área de 523,77 hectares de reserva legal averbada após o fato gerador e antes do procedimento fiscal. O Recurso Especial, apresentado trouxe para análise a divergência jurisprudencial no tocante à necessidade de averbação da área de Reserva Legal antes da ocorrência do fato gerador, para fins de exclusão da área tributável do ITR. Contudo, as fls. 484/486, a Contribuinte peticionou para informar nos autos que, paralelamente ao trâmite do presente processo, ingressou judicialmente e obteve decisão favorável, transitada em julgado (Ação Declaratória 002232429.1999.4.01.3500), no sentido de afastar a incidência de ITR sobre o imóvel Fazenda Chapadão (NIRF 0.538.3277), com condenação da União à devolução dos valores indevidamente recolhidos à título de ITR no curso do feito. Requereu, ao final, que fosse julgado prejudicado o Recurso Especial do Procurador, determinando a remessa dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Goiânia para cancelamento do débito, em cumprimento à citada decisão judicial. Documentos anexados às fls. 487/627. A situação em análise pugna pela aplicação da SUMULA/CARF N. 01, devendo ser declarada a concomitância da discussão na via administrativa e na via judicial, e ainda, conforme determina o PAF deve ser declarada a definitividade do crédito face a renúncia do Contribuinte em resolver a questão administrativamente. Por todo o exposto, voto no sentido de em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento para declarar a definitividade do lançamento, por concomitância . É como voto. (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Fl. 633DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720261/2009-66
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. DIFERENÇAS DE URV. MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NATUREZA TRIBUTÁVEL
Sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda, conforme o regime de competência, as verbas recebidas acumuladamente pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, denominadas "diferenças de URV", inclusive os juros remuneratórios sobre elas incidentes, por absoluta falta de previsão legal para que sejam excluídas da tributação.
Recurso Especial do Contribuinte conhecido e provido parcialmente.
Numero da decisão: 9202-004.131
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo sobre a verba recebida, inclusive juros, de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator
EDITADO EM: 18/08/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. DIFERENÇAS DE URV. MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NATUREZA TRIBUTÁVEL Sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda, conforme o regime de competência, as verbas recebidas acumuladamente pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, denominadas "diferenças de URV", inclusive os juros remuneratórios sobre elas incidentes, por absoluta falta de previsão legal para que sejam excluídas da tributação. Recurso Especial do Contribuinte conhecido e provido parcialmente.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo sobre a verba recebida, inclusive juros, de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator EDITADO EM: 18/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1847; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 415 1 414 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10580.720261/200966 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9202004.131 – 2ª Turma Sessão de 21 de junho de 2016 Matéria IRPF Recorrente MARIA DAS GRACAS SOUZA E SILVA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. DIFERENÇAS DE URV. MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NATUREZA TRIBUTÁVEL Sujeitamse à incidência do Imposto de Renda, conforme o regime de competência, as verbas recebidas acumuladamente pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, denominadas "diferenças de URV", inclusive os juros remuneratórios sobre elas incidentes, por absoluta falta de previsão legal para que sejam excluídas da tributação. Recurso Especial do Contribuinte conhecido e provido parcialmente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo sobre a verba recebida, inclusive juros, de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 02 61 /2 00 9- 66 Fl. 478DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 2 (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente e Relator EDITADO EM: 18/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10580.720843/200942. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto vencedor proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.124): Tratase de Auto de infração lavrado contra o contribuinte em epígrafe para cobrança de IRPF sobre rendimentos auferidos do Ministério Público da Bahia, a título de valores indenizatórios de URV. Tais rendimentos decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor (URV) em 1994, reconhecidas e pagas em 36 parcelas iguais no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Complementar nº 20/2003, do Estado da Bahia. Importante destacar, ainda que referida Lei dispôs serem de natureza indenizatória as verbas em questão. No entendimento da autoridade fiscal, as diferenças recebidas pelo contribuinte têm natureza salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994 e, portanto, são tributáveis pelo IRPF, sendo irrelevante a denominação dada pela Lei do Estado da Bahia. Para a apuração do imposto devido foi considerado os valores das diferenças salariais, incluindo atualização e juros. Inconformado, o contribuinte apresentou impugnação, que fora julgada procedente em parte, para excluir da base de cálculo do imposto valores recebidos a título de URV sobre férias indenizadas e 13º salário. Ato seguinte, tempestivamente foi apresentado Recurso Voluntário, onde, por unanimidade de votos, foi dado provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720261/200966 Acórdão n.º 9202004.131 CSRFT2 Fl. 416 3 Inconformado com essa decisão o contribuinte, tempestivamente, apresentou Recurso Especial de divergência, alegando, em resumo: a) Os rendimentos previstos na Lei Complementar 20/2003 tem a mesma natureza daqueles mencionados pela Lei Federal nº 10.477/2002, que trata do pagamento de diferenças de URV a membros do Ministério Público Federal; b) É nítida a natureza remuneratória das diferenças de URV, na medida em que representam ressarcimento pelo erro de cálculo da remuneração; c) É aplicável ao caso a mesma interpretação dada pelo STF através da Resolução 245/2002, que reconheceu a natureza indenizatória das diferenças de URV pagas aos membros da magistratura federal; d) Quebra da isonomia quando se dispensa tratamento tributário diverso em relação às diferenças de URV pagas aos membros da magistratura Federal e aos membros do MPF em relação aos membros do Ministério Público Estadual; e) Vicio material na formação da base de cálculo do IRPF, na medida em que não foi observado o regime de competência em relação aos rendimentos recebidos acumuladamente; f) Não incidência do IRPF sobre juros moratórios Na análise de admissibilidade, foi dado parcial seguimento ao Recurso Especial interposto pelo Contribuinte para que fosse reapreciada a questão da não incidência do Imposto de Renda sobre diferenças de URV, que teriam natureza indenizatória e para que fosse rediscutida a não incidência de Imposto de Renda sobre rendimentos correspondentes a juros de mora. Regularmente intimada o a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 480DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 4 Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.124, de 21/06/2016, proferido no julgamento do processo 10580.720843/200942, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. O Recurso Especial interposto pelo Contribuinte é tempestivo e visa rediscutir as seguintes matérias: não incidência do Imposto de Renda sobre diferenças de URV, que teriam natureza indenizatória e, caso assim não se entenda, não incidência de Imposto de Renda sobre a rubrica correspondente a juros de mora. A matéria não é nova neste Colegiado. Tratase de Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física dos anoscalendário de 2004, 2005 e 2006, acrescido de multa de ofício no percentual de 75% e juros de mora, tendo em vista a reclassificação, como tributáveis, de rendimentos declarados como isentos, recebidos do Ministério Público do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em trinta e seis parcelas, no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08/09/2003, editada em virtude do objeto da Ação Ordinária de nº 140.975921531, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e em consonância com os precedentes do Supremo Tribunal Federal, especialmente nas Ações Ordinárias nºs 613 e 614. As verbas ora analisadas constituem diferenças salariais verificadas na conversão da remuneração do servidor público, quando da implantação do Plano Real, portanto tais valores referemse a salários (vencimentos) não recebidos ao longo dos anos. Nesse passo, o objetivo da ação judicial e/ou da lei do estado da Bahia foi simplesmente pagar à Contribuinte aquilo que antes deixou de ser pago, que nada mais é que salário, portanto de natureza tributável. Assim, o recebimento da verba ora tratada configura acréscimo patrimonial e, consequentemente, sujeitase à incidência do Imposto de Renda, consoante dispõe o art. 43 do CTN: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: Fl. 481DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720261/200966 Acórdão n.º 9202004.131 CSRFT2 Fl. 417 5 I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. O dispositivo legal acima não deixa dúvidas acerca da abrangência da tributação do Imposto de Renda, abarcando qualquer evento que se traduza em aumento patrimonial, independentemente da denominação que seja dada ao ganho. Seguindo esta linha, a Lei nº 7.713, de 1988, assim dispõe: Art. 1º Os rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1º de janeiro de 1989, por pessoas físicas residentes ou domiciliados no Brasil, serão tributados pelo imposto de renda na forma da legislação vigente, com as modificações introduzidas por esta Lei. Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. (...) § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. (...) § 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. (...)” (grifei) Quanto à alegação de violação ao princípio da isonomia, a Contribuinte traz à baila o fato de que o Supremo Tribunal Federal, em sessão administrativa, atribuiu natureza indenizatória ao Abono Variável concedido aos membros da Magistratura da União pela Lei nº 10.474, de 2002. Ademais, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, por meio do Parecer PGFN nº 529, de 2003, manifestou entendimento no sentido de que a verba em tela não estaria sujeita à tributação. Fl. 482DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 6 Entretanto, a Resolução nº 245, do STF, bem como o Parecer da PGFN, se referem especificamente ao abono concedido aos Magistrados da União pela Lei nº 10.474, de 2002; e o que se discute no presente processo é se tal entendimento deve ser aplicado à verba recebida pelos membros da Ministério Público do Estado da Bahia. Primeiramente, verificase que a posição do Supremo Tribunal Federal – STF sobre a natureza do Abono Variável atribuído aos Magistrados da União foi definida em sessão administrativa e expedida por meio de Resolução, e não em sessão de julgamento daquela Corte e, assim, não se trata de uma decisão judicial, cujos efeitos são bem distintos dos de uma resolução administrativa. Destarte, obviamente que a Resolução do STF nunca vinculou a Administração Tributária da União. Com o advento do Parecer PGFN/Nº 529, de 2003, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, aprovado pelo Ministro da Fazenda, portanto com força vinculante em relação aos Órgãos da Administração Tributária, concluiuse que o Abono Variável de que trata o art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002, teria natureza indenizatória. Entretanto, dito parecer é claro quanto aos limites desse entendimento, conforme será demonstrado na seqüência. O parecer destaca que o Superior Tribunal de Justiça – STJ consolidou entendimento no sentido de que abonos recebidos em substituição a aumentos salariais sofrem a incidência do Imposto de Renda. Após, faz a ressalva de que, segundo entendimento dessa mesma Corte, nos casos de abono concedido como reparação pela supressão ou perda de direito, ele tem natureza indenizatória. Ainda segundo o parecer da PGFN, seria este o entendimento do STF, manifestado por meio da Resolução nº 245, de 2002, relativamente ao abono variável e provisório previsto no art. 6º da Lei nº 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002. Assim, claro está que o Parecer da PGFN somente reconheceu a natureza indenizatória do Abono Variável, previsto nas Leis nºs 9.655, de 1998, e 10.474, de 2002, acolhendo entendimento do STF, no sentido de que tal verba destinarseia a reparar direito. Destarte, a Resolução nº 245, do STF, não possui efeitos de decisão judicial, e o Parecer PGFN/Nº 529, de 2003, apenas reconhece a natureza indenizatória do abono concedido aos Magistrados da União, acatando interpretação do STF quanto à natureza reparatória, especificamente para esse abono. Portanto, ambos os atos alcançam apenas o abono previsto no art. 6º da Lei nº 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002. Ademais, a Resolução nº 245, do STF, excluiu do abono a verba referente à diferença de URV, o que evidencia que esta não tem natureza indenizatória, mas sim de recomposição salarial. Confirase a manifestação Superior Tribunal de Justiça, por meio de voto da Ministra Eliana Calmon, reconhecendo a falta e identidade entre o abono salarial tratado na Resolução e as diferenças de URV: Fl. 483DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720261/200966 Acórdão n.º 9202004.131 CSRFT2 Fl. 418 7 “Na jurisprudência desta Casa, colho os seguintes precedentes, que sempre distinguiram as hipóteses de percepção das diferenças remuneratórias da URV do abono identificado na Resolução 245/STF: (...)” (STJ, Recurso Especial n.º 1.187.109/MA, Segunda Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, julgado em 17/08/2010) E também o Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em decisão no Recurso Extraordinário n.º 471.115: “Os valores assim recebidos pelo recorrido decorrem de compensação pela falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento oportuno, são dotadas dessa mesma natureza jurídica e, assim, incide imposto de renda quando de seu recebimento. No que concerne à Resolução no. 245/02, deste Supremo Tribunal Federal, utilizada na fundamentação do acórdão recorrido, temse que suas normas a tanto não se aplicam, para o fim pretendido pelo recorrido (...)” (STF, Recurso Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010) Assim, não há como estenderse o alcance dos atos legais acima referidos para verbas distintas, concedidas para outro grupo de servidores, por meio de ato específico, diverso daqueles referidos na Resolução do STF e no Parecer da PGFN. Com efeito, a norma que concede isenção deve ser interpretada sempre literalmente, conforme inciso II, do art. 111, do CTN. Ademais, o mesmo código veda o emprego da analogia ou de interpretações extensivas para alcançar sujeitos passivos em situação supostamente semelhante, o que implicaria concessão de isenção sem lei federal própria, o que ofenderia o § 6º, do art. 150, da Constituição Federal, e o art. 176, do CTN. Destarte, a verba em exame deve ser efetivamente tributada. Quanto à alegada inexigibilidade de Imposto de Renda incidente sobre a verba recebida pela contribuinte a título de juros de mora, a decisão do STJ, no julgamento do REsp 1.227.133/RS, sob o rito do art. 543C, do CPC, é no sentido de que estaria restrita aos casos de pagamento a destempo de verbas trabalhistas de natureza indenizatória, oriundas de condenação judicial, por força da norma isentiva prevista no inciso V, do art. 6º, da Lei nº 7.713, de 1988. Confirase: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA. JUROS DE MORA. CARÁTER REMUNERATÓRIO. TEMA JULGADO PELO STJ SOB A SISTEMÁTICA DO ART. 543 C DO CPC. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 8 1. Por ocasião do julgamento do REsp 1.227.133/RS, pelo regime do art. 543C do CPC (recursos repetitivos), consolidouse o entendimento no sentido de que 'não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais em decorrência de sua natureza e função indenizatória ampla.' Todavia, após o julgamento dos embargos de declaração da Fazenda Nacional, esse entendimento sofreu profunda alteração, e passou a prevalecer entendimento menos abrangente. Concluiuse neste julgamento que 'os juros de mora pagos em virtude de decisão judicial proferida em ação de natureza trabalhista, devidos no contexto de rescisão de contrato de trabalho, por se tratar de verba indenizatória paga na forma da lei, são isentos do imposto de renda, por força do art. 6º, V, da Lei 7.713/88, até o limite da lei'. 2. Na hipótese, não sendo as verbas trabalhistas decorrentes de despedida ou rescisão contratual de trabalho, assim como por terem referidas verbas (horas extras) natureza remuneratória, deve incidir o imposto de renda sobre os juros de mora. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1235772 RS – julgado em 26/06/2012) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. JUROS DE MORA DECORRENTES DO PAGAMENTO EM ATRASO DE VERBAS TRABALHISTAS. NÃO INCIDÊNCIA. MATÉRIA JÁ PACIFICADA PELA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO 1.227.133/RS. 1. A Primeira Seção, por ocasião do julgamento do REsp 1.227.133/RS, sob o rito do art. 543C do CPC, fixou orientação no sentido de que é inexigível o imposto de renda sobre os juros de mora decorrentes do pagamento a destempo de verbas trabalhistas de natureza indenizatória, oriundas de condenação judicial. 2. Agravo regimental não provido.” (AgRg nos REsp 1163490 SC – julgado em 14/03/2012) Da análise do julgamento do Recurso Repetitivo 1.227.133/RS, verificase que são isentos do imposto de renda os juros de mora decorrentes do pagamento a destempo de verbas trabalhistas de natureza indenizatória, oriundas de condenação judicial, conforme a regra do “accessorium sequitur suum principale”. Assim, não sendo as verbas trabalhistas de natureza indenizatória, o imposto de renda deve incidir também sobre os juros de mora. Ressaltese que as verbas ora analisadas já foram objeto de julgamento pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, oportunidade em que se deu provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, por meio do Acórdão nº 9202003.585, de 03/03/2015, assim ementado: Fl. 485DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720261/200966 Acórdão n.º 9202004.131 CSRFT2 Fl. 419 9 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores indenizatórios de URV, em virtude de sua natureza remuneratória. Precedentes do STF e do STJ. Recurso especial provido." A decisão foi assim registrada: "Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial da Fazenda, determinando o retorno dos autos à turma a quo, para analisar as demais questões trazidas no recurso voluntário do contribuinte. Vencido o Conselheiro Marcelo Oliveira, que votou por negar provimento ao recurso. Fez sustentação oral o Dr. Marcio Pinto Teixeira, OAB/BA nº 23.911, patrono da recorrida. Defendeu a Fazenda Nacional a Procuradora Dra. Patrícia de Amorim Gomes Macedo." Assentada a natureza tributável dos rendimentos objeto da autuação, resta esclarecer que o tributo devido deve ser calculado de acordo com as tabelas vigentes à época em que os rendimentos deveriam ter sido pagos ao Contribuinte. Saliente se que a questão já foi decidida pelo STF, no RE 614.406/RS, com trânsito em julgado em 11/12/2014, e repercussão geral previamente reconhecida, em 20/10/2010, na sistemática do art. 543B, do Código de Processo Civil. Destarte, os Conselheiros do CARF devem reproduzir o entendimento do citado julgado, prolatado pelo STF em 23/10/2014, conforme determina o art. 62, § 2º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015. Nesse passo, a decisão vinculante é no sentido de aplicarse o regime de competência, vedada a aplicação do regime de caixa. Diante do exposto, conheço do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte e, no mérito, doulhe provimento parcial, para que o cálculo do Imposto de Renda seja efetuado com base no regime de competência. Em face do acima exposto, voto no sentido de conhecer o Recurso Especial do Contribuinte para, no mérito, darlhe provimento parcial, para determinar o cálculo do tributo sobre a verba recebida, inclusive juros, de acordo com o regime de competência. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 486DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 10 Fl. 487DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 14489.000055/2007-73
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. DIFERENÇAS DE CONTRIBUIÇÕES. RUBRICAS DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DA SUMULA CARF N. 99
Nos lançamentos de contribuições previdenciárias sobre rubricas de salário de contribuição, que compõem o conceito latu de remuneração, correta a aplicação da regra decadencial a luz do art. 150, §4º do CTN, desde que comprovada a existência de recolhimento antecipado.
De acordo com a Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Em existindo recolhimento de contribuições antecipadas sobre o mesmo fato gerador (fundamento legal), o dispositivo a ser aplicado é o art. 150, § 4°, do CTN, independente se não ocorrer recolhimento específico sobre a mesma rubrica.
Numero da decisão: 9202-004.566
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. DIFERENÇAS DE CONTRIBUIÇÕES. RUBRICAS DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DA SUMULA CARF N. 99 Nos lançamentos de contribuições previdenciárias sobre rubricas de salário de contribuição, que compõem o conceito latu de remuneração, correta a aplicação da regra decadencial a luz do art. 150, §4º do CTN, desde que comprovada a existência de recolhimento antecipado. De acordo com a Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Em existindo recolhimento de contribuições antecipadas sobre o mesmo fato gerador (fundamento legal), o dispositivo a ser aplicado é o art. 150, § 4°, do CTN, independente se não ocorrer recolhimento específico sobre a mesma rubrica.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
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OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. DIFERENÇAS DE CONTRIBUIÇÕES. RUBRICAS DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DA SUMULA CARF N. 99 Nos lançamentos de contribuições previdenciárias sobre rubricas de salário de contribuição, que compõem o conceito latu de remuneração, correta a aplicação da regra decadencial a luz do art. 150, §4º do CTN, desde que comprovada a existência de recolhimento antecipado. De acordo com a Súmula CARF nº 99: “Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.” Em existindo recolhimento de contribuições antecipadas sobre o mesmo fato gerador (fundamento legal), o dispositivo a ser aplicado é o art. 150, § 4°, do CTN, independente se não ocorrer recolhimento específico sobre a mesma rubrica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 48 9. 00 00 55 /2 00 7- 73 Fl. 335DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Fl. 336DF CARF MF Processo nº 14489.000055/200773 Acórdão n.º 9202004.566 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, nº 37.021.7195, lavrado contra o contribuinte identificado acima, e tem por finalidade apurar e constituir as contribuições previdenciárias, correspondente às contribuições dos empregados, da empresa, do financiamento concedido em razão do grau de incidência laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (antigo SAT) e as destinadas a outras entidades (terceiros), referentes a valores pagos a título de Vale Alimentação, em desacordo com o que determina a lei que regulamenta o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, tendo em vista que a empresa efetuou os pagamentos em espécie (pecúnia) e também não é inscrita no PAT. A autuada apresentou impugnação, tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgado o lançamento procedente, fls. 192 e seguintes. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. No Acórdão de Recurso Voluntário, fls. 244/252, o Colegiado, por maioria de votos, declarar a decadência até a competência 07/2001; e II) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Portanto, em sessão plenária de 20/8/2009, deuse parcial provimento ao recurso, prolatandose o Acórdão nº 240100.593, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2000 a 30/06/2006 PREVIDENCIÁRIO DECADÊNCIA Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's n°s 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN; ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4o). No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, § 4 0 do CTN. SALÁRIO INDIRETO. ALIMENTAÇÃO FORNECIDA EM DESACORDO COM A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. INCIDÊNCIA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Fl. 337DF CARF MF 4 Integra o salário de contribuição, a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título aos segurados empregados, objetivando retribuir o trabalho. A alimentação fornecida sem que a empresa esteja cadastrada no PAT integra o salário de contribuição, pois está em desacordo com a legislação que trata do assunto. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. O processo foi encaminhado, para ciência da Fazenda Nacional, em 10/11/2009 segundo RM n° 16.637, fls. 254, considerandose intimada 30 (trinta) dias após (§§ 7o ao 9o, do artigo 23, do Decreto n° 70.235/72, com a redação dada pela Lei n° 11.457, de 16/03/2007, D.O.U. de 19/03/2007). Recurso especial apresentado em 16/12/2009, segundo RM n° 13.845, fls. 255, dentro, portanto, do prazo de 15 (quinze) dias estabelecido no artigo 68 do RICARF. Em seu recurso visa a reforma do acórdão recorrido a fim de afastar a decadência declarada. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho 2400 13/2010, fls. 274/276, da Quarta Câmara, de 22/1/2010. A recorrente traz como alegações, que: · Assevera a Fazenda Nacional que no acórdão ora impugnado o colegiado aplicou o art. 150, § 4o do CTN, sob o fundamento de que a fiscalização não teria comprovado a ausência de pagamento antecipado das contribuições em discussão. · Afirma que o entendimento vergastado no acórdão recorrido diverge do posicionamento firmado pela Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes no acórdão n.° 20177.572. O julgador, no paradigma, se pronunciou no sentido de que cabe ao contribuinte comprovar a existência de pagamento, para fins de contagem do prazo decadencial. · Ao final, requer o provimento do presente recurso para que se aplique a todas as competências objetos do lançamento a regra de contagem do prazo decadencial prescrita pelo artigo 173, Ido CTN. Cientificado do Acórdão nº 240100.593, do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade do Recurso Especial, em 30/11/2011, o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 338DF CARF MF Processo nº 14489.000055/200773 Acórdão n.º 9202004.566 CSRFT2 Fl. 4 5 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Pressupostos De Admissibilidade O Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, conforme Despacho de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial, fls. 274. Assim, não havendo qualquer questionamento acerca do conhecimento e concordando com os termos do despacho proferido, passo a apreciar o mérito da questão. Do Mérito A questão objeto do recurso, referese ao acatamento da preliminar referente ao prazo de decadência, para o fisco constituir os créditos objeto desta NFLD, considerando que a Câmara a quo aplicou a regra decadência a luz do art. 150, §4º do CTN. Antes mesmo de apreciar a correta aplicação da regra decadencial no acórdão recorrido, passemos a considerações acerca do tema. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. O texto constitucional em seu art. 103A deixa claro a extensão dos efeitos da aprovação da súmula vinculando, obrigando toda a administração pública ao cumprimento de seus preceitos. Assim, prescreve o artigo em questão: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Fl. 339DF CARF MF 6 Ao declarar a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212, prevalecem as disposições contidas no Código Tributário Nacional – CTN, quanto ao prazo para a autoridade previdenciária constituir os créditos resultantes do inadimplemento de obrigações previdenciárias. O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do crédito tributário, nos casos de lançamentos em que não houve antecipação do pagamento assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." Já em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, aplicase o disposto no § 4º, do artigo 150, do CTN, segundo o qual, se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, Senão vejamos o dispositivo legal que descreve essa assertiva: Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto Fl. 340DF CARF MF Processo nº 14489.000055/200773 Acórdão n.º 9202004.566 CSRFT2 Fl. 5 7 o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifo nosso) Contudo, para que possamos identificar o dispositivo legal a ser aplicado, seja o art. 173, I ou art. 150 do CTN, devemos identificar a natureza das contribuições para que, só assim, possamos declarar da maneira devida a decadência de contribuições previdenciárias. No caso, a aplicação do art. 150, § 4º, é possível quando realizado pagamento de contribuições, que em data posterior acabam por ser homologados expressa ou tacitamente. Contudo, conforme descrito no relatório deste voto, tratase de lavratura de NFLD com o objetivo de apurar e constituir as contribuições previdenciárias, incidentes sobre: valores pagos a título de Vale Alimentação, em desacordo com o que determina a lei que regulamenta o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, tendo em vista que a empresa efetuou os pagamentos em espécie (pecúnia) e também não é inscrita no PAT. Dessa forma, embora inicialmente concorde com a tese esboçada pela ilustre procuradora de que, em inexistindo recolhimento antecipado sobre a rubrica específica, inclusive tendo sido vencida quando do julgamento do acórdão recorrido, entendo que está questão encontrase superada pela edição da súmula 99 do CARF. Referida súmula advém de posição unânime da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que ao apreciar por diversas vezes a questão dos pagamentos indiretos firma entendimento de que em se tratando de salário indireto o recolhimento de qualquer montante sobre o mesmo fato gerador, mesmo que a outro título ou sobre outra rubrica, é suficiente para atender o comando legal de existência de pagamento antecipado, levando, por conseqüência a aplicação da regra esculpida no art. 150, § 4º do CTN. Nesse sentido dispõe a súmula do CARF n. 99, aprovada na sessão de 09/12/2013, vejamos seu texto. Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Dessa forma, para identificar a aplicação da súmula, restanos, por fim, identificar a existência de pagamentos sobre os mesmos fatos geradores, que aqui de forma ampla, referese a existência de contribuições previdenciárias patronais sobre a Folha de Pagamento. No caso, em sendo demonstrada a existência de recolhimentos sobre o conceito latu de "salário de contribuição apurado pela remuneração dos empregados", e considerando que o alimentação, nada mais é, que um tipo especial de salário (mais conhecido como salário indireto que compõe o conceito de remuneração, é possível, pela aplicação da súmula aplicar a regra do art. 150, §4º do CTN, face a existência de recolhimento parcial antecipado. Fl. 341DF CARF MF 8 Assim, no lançamento em questão a lavratura do AI deuse em 29/8/2006, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 30/8/2006. Os fatos geradores sob reapreciação envolvem as competência 12/2000 a 07/2001, já que o período anterior, já estaria fulminado pela regra prevista no art. 173, I do CTN. Dessa forma, a luz do art. 150, §4º do CTN, encontrarseiam decadentes os fatos geradores até 07/2001, fato esse já considerado pelo acórdão recorrido. Isto posto, não há qualquer reparo a ser feito no julgado. Conclusão Voto pelo CONHECIMENTO do recurso ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, para NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 342DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15956.720369/2013-43
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008, 01/01/2009 a 30/04/2009, 31/07/2009 a 31/12/2009
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. DEFINITIVIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA.
O recurso interposto após o prazo 30 dias, contados da ciência da decisão de primeira instância, na forma do art. 23 do Decreto nº 70.235/72, não deve ser conhecido pelo colegiado ad quem, convolando-se em definitiva a decisão de piso exarada.
Recurso voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3401-003.201
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso em face de sua intempestividade.
Robson José Bayerl Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso em face de sua intempestividade. Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008, 01/01/2009 a 30/04/2009, 31/07/2009 a 31/12/2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. DEFINITIVIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. O recurso interposto após o prazo 30 dias, contados da ciência da decisão de primeira instância, na forma do art. 23 do Decreto nº 70.235/72, não deve ser conhecido pelo colegiado ad quem, convolandose em definitiva a decisão de piso exarada. Recurso voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso em face de sua intempestividade. Robson José Bayerl – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 95 6. 72 03 69 /2 01 3- 43Fl. 45122DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 06/09/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 2 Cuida o presente processo de exigência de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, decorrente do aproveitamento de créditos relativos a notas fiscais “frias”, emitidas por empresas de fachada., tudo devidamente comprovado nos autos. Em impugnação o contribuinte alegou vícios formais no processo que inviabilizaram sua defesa; que seria adquirente de boafé, não podendo ser penalizado por irregularidades de seus fornecedores; que os atos declaratórios de inidoneidade não poderiam produzir efeitos retroativos; que haveria necessidade de realização de perícia técnica; e, que, tendo ocorrido o destaque do imposto nas notas de aquisição, faria jus ao seu aproveitamento, em razão do princípio constitucional da não cumulatividade. A DRJ Ribeirão Preto/SP negou provimento ao recurso em decisão assim ementada: “GLOSA DE CRÉDITO. NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS. Glosamse os créditos do imposto escriturados nos livros fiscais e alusivos a documentos fiscais reputados como tributariamente ineficazes. DOCUMENTAÇÃO INIDÔNEA. TERCEIRO INTERESSADO. EFEITOS TRIBUTÁRIOS. Somente por meio da apresentação da comprovação cumulativa da entrada de bens no recinto industrial e do efetivo pagamento pelas aquisições, pode o terceiro interessado elidir a ineficácia jurídicotributária da documentação reputada como inidônea. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Inexiste nulidade por cerceamento do direito de defesa se o auto de infração ostentar os requisitos legais e a fundamentação do feito for suficiente em todos os aspectos. PRODUÇÃO PROBATÓRIA. INDÍCIOS. Todos os meios de prova legais e moralmente legítimos são hábeis a fazer prova dos fatos que consubstanciam a imputação, notadamente as provas indiretas (indícios) que se revelam copiosas e convergentes. PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. Indeferese o pedido de perícia, ainda que presentes os requisitos legais cumulativos, se os elementos existentes na peça acusativa forem suficientes para o convencimento da autoridade julgadora.” O recurso voluntário reprisou os argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator Examinando os elementos componentes dos autos constato que a ciência da decisão de primeiro grau efetuouse por via eletrônica, nos termos do art. 23 do Decreto nº 70.235/72, verbis Fl. 45123DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 06/09/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 15956.720369/201343 Acórdão n.º 3401003.201 S3C4T1 Fl. 11 3 “Art. 23. Farseá a intimação: (...) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) § 2° Considerase feita a intimação: (...) III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 12.844, de 2013)” Em 21/01/2015, às 13:49:37 hs., foi endereçada mensagem ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE) do sujeito passivo contendo a intimação de resultado de julgamento e o acórdão de impugnação, consoante Termo de Registro de Mensagem de Ato Oficial na Caixa Postal DTE (fl. 45.092). Na mesma data, dia 21/01/2015, às 14:55 hs., ocorreu a ciência da mensagem e dos documentos relacionados, de acordo com Termo de Abertura de Documento (fl. 45.093), tendo o contribuinte interposto o recurso voluntário, por via postal, apenas em 26/02/2015 (fl. 45.115), com protocolo na DRF Ribeirão Preto/SP em 02/03/2015, de maneira que o fez extemporaneamente, ao passo que prazo recursal esgotouse em em 20/02/2015. Nesta senda, inobservado o prazo estipulado pelo art. 33 do já referido Decreto nº 70.235/72, resta indiscutível a intempestividade da peça manobrada, que não preencheu os requisitos de admissibilidade necessários ao seu conhecimento. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário apresentado. Robson José Bayerl Fl. 45124DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 06/09/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 4 Fl. 45125DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 06/09/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL
score : 1.0
Numero do processo: 10980.014226/2005-78
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 26 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2001
ITR. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. TEMPESTIVIDADE. INÍCIO DA AÇÃO FISCAL
A partir do exercício de 2001, tornou-se requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a apresentação de Ato Declaratório Ambiental - ADA, protocolizado junto ao Ibama. A partir de uma interpretação teleológica do dispositivo instituidor, é de se admitir a apresentação do ADA até o início da ação fiscal. No caso em questão o ADA foi apresentado em 31/03/04, assim antes do início da ação fiscal, ocorrido em 15/04/05. Assim, cumprido o requisito, possível a exclusão da área de APP da base de cálculo do ITR .
Numero da decisão: 9202-004.603
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. TEMPESTIVIDADE. INÍCIO DA AÇÃO FISCAL A partir do exercício de 2001, tornouse requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a apresentação de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolizado junto ao Ibama. A partir de uma interpretação teleológica do dispositivo instituidor, é de se admitir a apresentação do ADA até o início da ação fiscal. No caso em questão o ADA foi apresentado em 31/03/04, assim antes do início da ação fiscal, ocorrido em 15/04/05. Assim, cumprido o requisito, possível a exclusão da área de APP da base de cálculo do ITR . Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. Votaram pelas conclusões as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 42 26 /2 00 5- 78 Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 206 2 Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 210200.562, prolatado pela 2a Turma Ordinária da 1a. Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 16 de abril de 2010 (efls. 123 a 133). Ali, por unanimidade de votos, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e a decisão a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2001 ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. ADA. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO PARA EXCLUSÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA DAS ÁREAS TRIBUTADAS PELO ITR. Nos termos do art. 170, § 1°, da Lei n° 6.938/81, é obrigatória a apresentação do ADA referente h. área que se pretende excluir da tributação do ITR, mesmo que o ADA seja extemporâneo, sempre que haja provas da real existência da área de preservação permanente ou de utilização limitada. ÁREAS DE RESERVA LEGAL E PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DE LAUDO TÉCNICO E AVERBAÇÃO CARTORÁRIA TEMPESTIVA DA ÁREA DE RESERVA LEGAL, TUDO SECUNDADO POR ADA EXTEMPORÂNEO, ESTE PROTOCOLIZADO ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. POSSIBILIDADE DO DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO ISENTIVO. Caso a Area de reserva legal esteja comprovada por laudo técnico e averbada no Cartório de Registro de Imóveis muitos anos antes do inicio da ação fiscal, a isenção de tal área não pode ser obstada pela apresentação de um ADA extemporâneo, notadamente quando este foi protocolizado antes do inicio da ação fiscal. No mesmo sentido, a comprovação da existência de área de preservação permanente, nos limites do art. 2°, "a" a "c", do Código Florestal, não necessita de ato confirmatório do poder público ambiental e a isenção pode ser deferida a partir Fl. 206DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 207 3 de Laudo Técnico e apresentação de ADA, mesmo extemporâneo, notadamente quando este foi protocolizado antes do inicio da ação fiscal. AREA DE FLORESTA. EXERCÍCIO ITR 2001. AREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NOS LIMITES DO ART. 3° DO CÓDIGO FLORESTAL. NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DO PODER PÚBLICO PARA GOZO DE ISENÇÃO NO ÂMBITO DO ITR. INOCORRÊNCIA. Diferentemente do pugnando pelo recorrente, que busca incluir na área de preservação permanente todas as florestas formadas ou em formação, somente as florestas situadas juntas às áreas especificas (cursos e reservatórios d'águas, morros, restingas, encostas etc.) podem ser consideradas como área de preservação permanente, sem depender de qualquer ato do poder público. Este pode, em ato especifico, estender a área de preservação permanente para hipóteses mais elásticas, como se vê no art. 3° do Código Florestal, porém não há qualquer ato do poder público que tenha reconhecido a totalidade do imóvel auditado como área de preservação permanente. ISENÇÃO PREVISTA NO ART. 5°, I, da Lei n° 5.868/72. ITR REGULADO PELO ESTATUTO DA TERRA (LEI N° 4.504/64). NOVO REGIME DO ITR A PARTIR DA LEI N° 9.393/96. REVOGAÇÃO TÁCITA DA LEGISLAÇÃO ANTERIOR, POIS A LEI NOVA REGULOU INTEIRAMENTE A MATÉRIA. O imposto territorial rural ITR, a partir do exercício 1997, é regulado inteiramente pela Lei n° 9.393/96, aqui constando todas as hipóteses de isenção do ITR e, assim, na forma do art. 2°, § 1° (in fine), da LICC, a lei posterior revoga a anterior quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, ou seja, não se pode acatar a isenção na forma da Lei n° 5.868/72, vigente quando o ITR era regulado pelos arts. 47 a 52 do Estatuto da Terra (Lei n° 4.504/64), já que a Lei nova regulou inteiramente a isenção referente à área de preservação permanente, de forma diversa. Decisão: por unanimidade de votos, em DAR parcial provimento ao recurso para restabelecer as áreas na forma que segue:área de preservação permanente: 90,19 ha; área de utilização limitada (reserva legal): 200,17 ha. Encaminharamse, então, os autos à Fazenda Nacional para fins de ciência da decisão, em 08/06/2010 (efl. 135). Insurgindose contra o Acórdão, a PGFN apresentou, em 08/07/10 (efl. 160), Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009, então em vigor quando da propositura do pleito recursal (efls. 136 a 147 e anexos). Ainda que se alegasse, no pleito, divergência passível de apreciação por esta Turma quanto à área de preservação permanente (APP) e Reserva Legal concedidas no âmbito de recorrido, o Recurso restou admitido tão somente quanto à APP (vide despachos de efls. 161/162). Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 208 4 O recurso alega a existência de divergência interpretativa quanto à necessidade de apresentação tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA), para fins de exclusão da base de cálculo do ITR das áreas em litígio. Mais especificamente, alegase, no pleito, divergência em relação ao decidido pela 2a. Câmara do então 3o. Conselho de Contribuintes, através do Acórdão 30236.783, prolatado em 14 de abril de 2005, de ementa e decisão a seguir transcritas: Acórdão 30236.783 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR. EXERCÍCIO 1995. ISENÇÃO: imóvel localizado dentro de área de Parque Nacional.Para que uma área rural seja isenta do ITR, por ser de preservação permanente ou de interesse ecológico, na hipótese de que se trata, é requisito indispensável que a mesma seja reconhecida, formal específica e individualmente pelo IBAMA ou por órgão delegado através de convênio. EXPROPRIAÇÃO: Quanto a imóveis objeto de expropriação/desapropriação pelo Poder Público, o ITR continuará devido pelo proprietário depois da autorização do decreto de desapropriação publicado, salvo se houver imissão prévia na posse. (Lei 8.847/94, artigo 12). NEGADO PROVIMENTO POR UNANIMIDADE. Decisão: Por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso, nos termos do voto da Conselheira relatora. O Conselheiro Paulo Roberto Cucco Antunes votou pela conclusão. Em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda: a) Cita a recorrente o estabelecido no art. 10 da Lei no. 9.393, de 19 de dezembro de 1996, defendendo que o mesmo estabelece concessão de benefício fiscal e, assim, deve ser interpretado literalmente, de acordo com o art. 111 do CTN. Defende que, para efeito da exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal da incidência do ITR, é necessário que o contribuinte comprove o reconhecimento formal específica e individualmente da área como tal, protocolizando o ADA no IBAMA ou em órgãos ambientais delegados por meio de convênio, no prazo de seis meses, contado a partir do término do prazo fixado para a entrega da declaração, consoante INs SRF 43/97, com redação dada pela IN SRF 67/97, 73/2000 e 60/2001, pelo Manual de Perguntas do ITR/2002 e art. 10 do Decreto no. 4.382, de 19 de setembro de 2002, bem como Solução de Consulta COSIT no. 12, de 21 de maio de 2003; b) Ressalta que a exigência do ADA não caracteriza obrigação acessória, visto que a sua exigência não está vinculada ao interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos, nem se converte, caso não apresentado ou não requerido a tempo, em penalidade pecuniária, definida no art. 113, §§ 2°. e 3o., da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN). Ou seja: a ausência do ADA não enseja multa regulamentar o que ocorreria caso se tratasse de obrigação acessória , mas sim incidência do imposto; Fl. 208DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 209 5 c) Entende, como inteiramente equivocado o entendimento, no sentido de que não existe mais a exigência de prazo para apresentação do requerimento para emissão do ADA, em virtude do disposto no § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, incluído pelo art. 3º da Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001, uma vez que: "(...). O que não é exigido do declarante é a prévia comprovação das informações prestadas. Assim, o contribuinte preenche os dados relativos às áreas de preservação permanente e de utilização limitada, apura e recolhe o imposto devido, e apresenta a sua DITR, sem que lhe seja exigida qualquer comprovação naquele momento. No entanto, caso solicitado pela Secretaria da Receita Federal, o contribuinte deverá apresentar as provas das situações utilizadas para dispensar o pagamento do tributo." d) Ressalta que tal obrigatoriedade para a não incidência tributária foi instituída através de dispositivo legal (art. 17O da Lei 6.983, de 31 de agosto de 1981, com redação dada pelo art. 1o. da Lei 10.165, de 27 de dezembro de 2000). De fato, esse diploma reitera os termos da Instrução Normativa n° 43/97 e atos posteriores, no que concerne ao meio de prova disponibilizado aos contribuintes para o reconhecimento das áreas de preservação permanente e de utilização limitada, com vista à redução da incidência do ITR; e) Registra que a obrigatoriedade da apresentação do ADA não representa qualquer violação de direito ou do princípio da legalidade. Antes pelo contrário, a exigência alinhase com a norma que consagrou o benefício tributário (art. 10, § 1o, II, da Lei n° 9.393, de 1996), apontando os meios para a comprovação da existência das áreas de preservação permanente e de utilização limitada, estando o exercício do direito do contribuinte atrelado a uma simples declaração dirigida ao órgão ambiental competente. Tratase, por evidente, de norma amplamente favorável ao contribuinte do ITR, que, na hipótese de sua ausência, estaria sujeito a meios de prova notadamente mais complexos e dispendiosos, como, por exemplo, os laudos técnicos elaborados por peritos; f) Ressalta, ainda, que, no presente processo, não se discute a materialidade, ou seja, a existência efetiva das áreas de reserva legal e preservação permanente. O que se busca é a comprovação do cumprimento, tempestivo, de uma obrigação prevista na legislação, referente à área de que se trata, para fins de exclusão da tributação. A condição supra referida está vinculada ao aspecto temporal, não sendo coerente nem prudente que a regularização junto ao IBAMA das áreas excluídas da tributação do ITR pudesse ser feita a qualquer tempo, de acordo com a conveniência do contribuinte; g) Menciona por fim que, no caso em questão, o ADA não foi apresentado tempestivamente. Requer, assim, o conhecimento e o provimento do recurso para que seja reformado o acórdão recorrido, a fim de que seja mantido o lançamento em sua integralidade. Encaminhados os autos ao autuado para fins de ciência, ocorrida em 03/02/11 (efl. 190), o contribuinte optou por apresentar Recurso Especial de efls. 170 a 179, que teve seu seguimento negado, consoante despachos de efls. 194 a 201. Não foram apresentadas contrarrazões ao pleito fazendário. É o relatório. Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 210 6 Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, bem como a caracterização de divergência interpretativa, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, assim, dele conheço quanto à matéria admitida. Passo, portanto, à análise de mérito, relembrando que permanece em litígio tão somente a glosa da área de preservação permanente (APP) perpretada pela autoridade lançadora. Antes, todavia, para que todos possam firmar suas convicção quanto ao mérito recursal, destaco os seguintes elementos de interesse acostados aos autos: a) Início da ação fiscal: 15/04/2005 efl. 11; b) Demonstrativo contemplando a glosa efetuada pela autoridade fiscal na DITR efl. 42; c) ADA protocolizado em 31/03/04 efl. 37; d) Laudo Técnico quanto à distribuição da área do imóvel efls. 17 e seguintes. · Quanto às áreas de preservação permanente: Acerca do tema, entendo que a fruição da redução da base de cálculo do ITR (possuidora, a meu ver de natureza isentiva), seja por áreas de preservação permanente ou de interesse ecológico, encontra um de seus requisitos legais claramente estabelecido, desde 2000, a partir do disposto no art. 17O da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, em especial em seu caput e parágrafo 1º, com atual redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000, verbis: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)(...)o. § 1oA utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) (g.n.) Ou seja, mandatório para que se admita a redução da base tributável de áreas a título de Preservação Permanente ou de Interesse Ecológico que constem as mesmas de ADA entregue ao IBAMA. Fl. 210DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 211 7 Tratase aqui, notese, de dispositivo legal específico, posterior à Lei no. 9.393, de 1996, restando, assim, quando da instituição de tal requisito, plenamente respeitado o princípio da Reserva Legal. Notese ser plenamente consistente a coexistência de tal obrigação com a vigência e aplicação da Lei no. 9.393, de 1996, sem qualquer tipo de antinomia. Ainda, de se rejeitar qualquer argumentação de revogação do dispositivo pelo §7° do art. 10 da Lei n.° 9.393, de 1996, instituído pela Medida Provisória n.° 2.166 67/01. O que se estabelece ali é uma desnecessidade de comprovação prévia tão somente no momento da declaração (DITR), sendo perfeitamente factível, porém, que, posteriormente, em sede de ação fiscal, sejam demandados elementos necessários à comprovação do constante na DITR do declarante e realizado o lançamento no caso de insuficientes elementos comprobatórios, a partir do expressamente disposto nos arts. 14 e 15 daquela mesma Lei no. 9.393, de 1996. Tal posicionamento encontrase muito bem detalhado no âmbito do Acórdão CSRF 9202003.620, de 04 de março de 2015, no qual funcionei como Redator ad hoc do voto vencedor em substituição ao redator do voto designado, Dr. Alexandre Naoki Nishioka, adotando assim aqui seus fundamentos a seguir como razões de decidir, verbis: "(...) Pois bem. Muito embora inexistisse, até o exercício de 2000, qualquer fundamento para a exigência da entrega do ADA como requisito para a fruição da isenção, com o advento da Lei Federal n.° 10.165/2000 alterouse a redação do §1° do art. 17 O da Lei n.° 6.938/81, que passou a vigorar da seguinte forma: "Art. 17O. (...) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória." Ora, de acordo com uma interpretação evolutiva do referido dispositivo legal, isto é, cotejandose o texto aprovado quando da edição da Lei n.° 9.960/00, em contraposição à modificação introduzida pela Lei n.° 10.165/00, verificase que, para o fim específico da legislação tributária, passouse a exigir a apresentação do ADA, como requisito inafastável para a fruição da redução da base de cálculo prevista pela Lei n.° 9.393/96, mais especificamente por seu art. 10, §1°, II. Assim, sendo certo que as normas que instituem isenções devem ser interpretadas de forma estrita, ainda que não se recorra somente ao seu aspecto literal, como se poderia entender de urna análise superficial do art. 111, do Código Tributário Nacional, fato é que, no que atine às regras tratadas como exclusão do crédito tributário pelo referido codex, a legislação não pode ser interpretada de maneira extensiva, de maneira que não há como afastar a exigência do ADA para o fim específico de possibilitar a redução da base de cálculo do ITR. (...)" Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 212 8 Quanto ao prazo para fins de cumprimento de apresentação do ADA, com a devida vênia aos Conselheiros que adotam posicionamento diverso, entendo que o melhor posicionamento é, novamente em linha com o adotado no âmbito do mesmo Acórdão CSRF 9202003.620, admitir a protocolização do Ato Declaratório Ambiental até o início da ação fiscal, com fulcro nos seguintes fundamentos: "(...) Feita esta observação, relativa, portanto, à obrigatoriedade de apresentação do ADA, cumpre mover à análise do prazo em que poderia o contribuinte protocolizar referida declaração no órgão competente. No que toca a este aspecto específico, tenho para mim que é absolutamente relevante uma digressão a respeito da mens legis que norteou a alteração do texto do art. 17O da Lei n.° 6.938/81. Analisandose, nesse passo, o real intento do legislador ao estabelecer a obrigatoriedade de apresentação do ADA, podese inferir que a mudança de paradigma deveuse a razões atinentes à efetividade da norma isencional, especialmente no que concerne à aferição do real cumprimento das normas ambientais pelo contribuinte, de maneira a permitir que este último possa usufruir da redução da base de cálculo do ITR. Em outras palavras, a efetiva exigência do ADA para o fim específico da fruição da redução da base de cálculo do ITR foi permitir uma efetiva fiscalização por parte da Receita Federal da preservação das áreas de reserva legal ou de preservação permanente, utilizandose, para este fim específico, do poder de polícia atribuído ao IBAMA. Em síntese, podese afirmar que a alteração no regramento legal teve por escopo razões de praticabilidade tributária, a partir da criação de um dever legal que permita, como afirma Helenílson Cunha Pontes, uma "razoável efetividade da norma tributária'" (PONTES, Helenílson Cunha. O princípio da praticidade no Direito Tributário (substituição tributária, plantas de valores, retenções de fonte, presunções e ficções, etc.): sua necessidade e seus limites. In: Revista Internacional de Direito Tributário, v. 1, n.° 2. Belo Horizonte, jul/dez2004, p. 57) , no caso da norma isencional. De fato, no caso da redução da base de cálculo do ITR, mais especificamente no que atine às áreas de interesse ambiental lato senso, além da necessidade de fiscalizar um número extenso de contribuintes, exigirseia, não fosse a necessidade da obrigatória protocolização do ADA, que a Receita Federal tomasse para si o dever de fiscalizar o extenso volume de propriedades rurais compreendido no território nacional, o que, do ponto de vista econômico, não teria qualquer viabilidade. Por esta razão, assim, passouse, com o advento da Lei Federal n.° 10.165/00 a exigir, de forma obrigatória, a apresentação do Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 213 9 ADA para o fim de permitir a redução da base de cálculo do ITR, declaração esta sujeita ao poder de polícia do IBAMA. Tratandose, portanto, da interpretação do dispositivo em comento, deve o aplicador do direito, neste conceito compreendido o julgador, analisar o conteúdo principiológico que norteia referido dispositivo legal, a fim de conferirlhe o sentido que melhor se amolda aos objetivos legais. Partindose desta premissa basilar, verificase que o art. 17O da Lei n.° 6.938/81, em que pese o fato de imprimir, de forma inafastável, o dever de apresentar o ADA, não estabelece qualquer exigência no que toca à necessidade de sua protocolização em prazo fixado pela Receita Federal para o fim específico de permitir a redução da base de cálculo do ITR. A exigência de protocolo tempestivo do ADA, para o fim específico da redução da base de cálculo do ITR, não decorre expressamente de lei, mas sim do art. 10, §3°, I, do Decreto n.° 4.382/2002, que, inclusive, data de setembro de 2002, (...). (...) Com efeito, sendo certo que a instituição de tributos ou mesmo da exclusão do crédito tributário, na forma como denominada pelo Código Tributário Nacional, são matérias que devem ser integralmente previstas em lei, na forma como estatuído pelo art. 97, do CTN, mais especificamente no que toca ao seu inciso VI, não poderia sequer o poder regulamentar estabelecer a desconsideração da isenção tributária no caso da mera apresentação intempestiva do ADA. Repisese, nesse sentido, que não se discute que a lei tenha instituído a obrigatoriedade da apresentação do ADA, mas, sim, que o prazo de seis meses, contado da entrega da DITR, foi instituído apenas por Instrução Normativa, muito posteriormente embasada pelo Decreto n.° 4.382/2002, o que, com a devida vênia, não merece prosperar. Em virtude, portanto, da ausência de estabelecimento de um critério rígido quanto ao prazo para a apresentação do ADA, eis que não se encontra previsto em lei, cumpre recorrer aos mecanismos de integração da legislação tributária, de maneira a imprimir eficácia no disposto pelo art. 17O da Lei n.° 6.398/81. Dentre os mecanismos de integração previstos pelo ordenamento jurídico, dispõe o Código Tributário Nacional, em seu art. 108, I, que deve o aplicador recorrer à analogia, sendo referida opção vedada apenas no que toca à instituição de tributos não previstos em lei, o que, ressaltese, não é o caso. Nesse esteio, recorrendose à analogia para o preenchimento de referida lacuna, devese recorrer à legislação do ITR relativa às demais declarações firmadas pelo contribuinte, mais especificamente no que atine à DIAT e à DIAC, expressamente contempladas pela Lei n.° 9.393/96, aplicadas ao presente caso Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 214 10 tendose sempre em vista o escopo da norma inserida no texto do art. 17O da Lei n.° 6.398/81, isto é, imprimir praticabilidade à aferição da existência das áreas de reserva legal e preservação permanente, para o fim específico da isenção tributária. Pois bem. Sendo certo que a apresentação do ADA cumpre o papel imprimir praticabilidade à apuração da área tributável, verificase que cumpre o escopo norma a sua entrega até o início da fiscalização, momento a partir do qual a apresentação já não mais cumprirá seu desiderato. De fato, até o início da fiscalização em face do contribuinte, verificase que a entrega do ADA possibilitará a consideração, por parte da Receita Federal, da redução da base de cálculo do ITR, submetendo as declarações do contribuinte ao pálio do órgão ambiental competente e retirando referida aferição do âmbito da Receita Federal do Brasil. A entrega, portanto, ainda que intempestiva, muito embora pudesse ensejar a aplicação de uma multa específica, caso existisse referida norma sancionatória, seria equivalente à retificação das demais declarações relativas ao ITR, isto é, da DIAT e da DIAC, devendo, pois, ter o mesmo tratamento que estas últimas, em consonância com o que estatui o brocardo jurídico "ubi eadem ratio, ibi eaedem legis dispositio", isto é, onde há o mesmo racional, a legislação não pode aplicar critérios distintos. À guisa do exposto, portanto, no que toca à entrega do ADA, tenho para mim que cumpre seu desiderato até o momento do início da fiscalização, a partir do qual a omissão do contribuinte ensejou a necessidade de fiscalização específica relativa ao recolhimento do ITR, o que implica nos custos administrativos inerentes a este fato. Assim, aplicase ao ADA, de acordo com este entendimento basilar, a regra prevista pelo art. 18 da Medida Provisória n.° 2.18949/01, que assim dispõe, verbis: "Art. 18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa." De acordo com a interpretação que ora se sustenta, pois, é permitida a entrega do ADA, ainda que intempestivamente, desde que o contribuinte o faça até o início da fiscalização. (grifei) (...)" Repetindose uma vez mais que, no caso em questão, foi apresentado o ADA em 31/03/04 (efl. 37), assim anteriormente ao início da ação fiscal, ocorrido em 15/04/2005 (efl. 11) entendo que é de se negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional quanto à matéria, mantendose a exclusão de 90,91 ha. concedida pelo Colegiado a quo. Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10980.014226/200578 Acórdão n.º 9202004.603 CSRFT2 Fl. 215 11 Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 215DF CARF MF
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Numero do processo: 16327.000747/2009-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO.
Constatada a ocorrência de contradição na decisão embargada, deve ser dado provimento aos embargos de declaração com vistas a sanear tais incorreções.
Embargos acolhidos.
Numero da decisão: 2401-004.514
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o dispositivo do acórdão embargado.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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CONTRADIÇÃO. Constatada a ocorrência de contradição na decisão embargada, deve ser dado provimento aos embargos de declaração com vistas a sanear tais incorreções. Embargos acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o dispositivo do acórdão embargado. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 07 47 /2 00 9- 61 Fl. 853DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI 2 Relatório Tratase de Embargos Declaratórios, fls. 884/885, opostos pela Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras em São Paulo, nos termos do Regimento Interno do CARF RICARF, aprovado pela Portaria MF 343/15, artigo 65, § 1º, V, e artigo 66, em face do Acórdão 2302003.266. A embargante alega que o acórdão apresenta obscuridade, pois a multa não foi objeto de questionamento do contribuinte, não se encontrando considerações sobre ela no voto do relator ou na própria ementa do acórdão. Porém, consta do dispositivo que: Por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. Vencidos na votação os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96). Acórdão do recurso voluntário às fls. 752/779. Os embargos foram admitidos, conforme despacho de fls. 850/851. É o relatório. Fl. 854DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 16327.000747/200961 Acórdão n.º 2401004.514 S2C4T1 Fl. 854 3 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora Inicialmente cumpre observar que o acórdão, ora embargado, foi relatado pelo conselheiro André Mársico Lombardi, que teve seu mandato extinto (extinção do mandato conforme Portaria CARF nº 64, de 26 de abril de 2016). Realmente, como alega a embargante, não consta no recurso voluntário qualquer questionamento sobre o percentual de multa aplicado e também podese constatar, da leitura do Acórdão ora embargado, que tal matéria não consta do voto do relator. Assim, diante da evidente omissão/contradição, o processo é incluído em pauta para que seja sanado o vício. A multa foi aplicada corretamente, nos termos do Relatório Fiscal, fls. 118/119. Sendo assim, os embargos devem ser acolhidos, para retificar o dispositivo do acórdão, excluindo dele o conteúdo relacionado ao percentual de multa aplicado, devendo o dispositivo do acórdão embargado passar a ter a seguinte redação: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir do lançamento as competências até 06/2004, inclusive esta, frente à homologação tácita do crédito, com fulcro no artigo 150§4º, do Código Tributário Nacional. Por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, quanto à verba Participação nos Lucros e Resultados, vencidos os Conselheiros Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leo Meirelles do Amaral, que votaram pelo provimento do recurso. Por maioria de votos em dar provimento ao recurso voluntário quanto às verbas "Abono Único" e "Indenização Adicional", com suporte no Ato Declaratório n.º 16/2011. Vencido na votação o Conselheiro Arlindo da Costa e Silva que entendeu compor a base contributiva previdenciária a rubrica "Indenização Adicional". Por maioria de votos em negar provimento ao recurso voluntário, devendo incidir os juros de mora à taxa Selic. sobre o crédito tributário, que corresponde à obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio Fl. 855DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI 4 proporcional. Vencidos os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Juliana Campos de Carvalho Cruz, que entenderam pela não incidência dos juros sobre a multa de ofício. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini. Fl. 856DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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Numero do processo: 14041.000163/2005-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 01 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Aug 15 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1101-000.037
Decisão:
RESOLUÇÃO N.° 1101-000.037
Vistos, relatados e discutidos os autos do processo, resolvem os membros da 1ª Turma, da 1ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, REDISTRIBUIR, POR CONEXÃO, o presente processo ao Conselheiro Wilson Fernandes de Guimarães, integrante da 2ª Turma, da 3ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento, para prosseguimento, nos termos do relatório e voto que integram a presente resolução.
Considerando: i) que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão; ii) que a 1ª Turma da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF); e, iii) as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 1ª Câmara/1ª Seção Marcos Aurélio Pereira Valadão que o faz meramente para a formalização da Resolução.
Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado redator ad hoc responsável pela formalização do voto e da presente Resolução, o que se deu na data de 18 de setembro de 2015.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO
Presidente para formalização da resolução
(documento assinado digitalmente)
PAULO MATEUS CICCONE
Redator "ad hoc" designado para formalização do voto e resolução
Composição do colegiado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Benedicto Celso Benício Junior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vice-presidente), Nara Cristina Takeda Taga e Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma).
Relatório
Nome do relator: NARA CRISTINA TAKEDA TAGA
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decisao_txt : RESOLUÇÃO N.° 1101-000.037 Vistos, relatados e discutidos os autos do processo, resolvem os membros da 1ª Turma, da 1ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, REDISTRIBUIR, POR CONEXÃO, o presente processo ao Conselheiro Wilson Fernandes de Guimarães, integrante da 2ª Turma, da 3ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento, para prosseguimento, nos termos do relatório e voto que integram a presente resolução. Considerando: i) que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão; ii) que a 1ª Turma da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - RICARF); e, iii) as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 1ª Câmara/1ª Seção Marcos Aurélio Pereira Valadão que o faz meramente para a formalização da Resolução. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado redator ad hoc responsável pela formalização do voto e da presente Resolução, o que se deu na data de 18 de setembro de 2015. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente para formalização da resolução (documento assinado digitalmente) PAULO MATEUS CICCONE Redator "ad hoc" designado para formalização do voto e resolução Composição do colegiado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Benedicto Celso Benício Junior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vice-presidente), Nara Cristina Takeda Taga e Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma). Relatório
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Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLUÇÃO N.° 1101000.037 Vistos, relatados e discutidos os autos do processo, resolvem os membros da 1ª Turma, da 1ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, REDISTRIBUIR, POR CONEXÃO, o presente processo ao Conselheiro Wilson Fernandes de Guimarães, integrante da 2ª Turma, da 3ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento, para prosseguimento, nos termos do relatório e voto que integram a presente resolução. Considerando: i) que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão; ii) que a 1ª Turma da 1ª Seção foi extinta pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015 (que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF); e, iii) as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF, a presente decisão é assinada pelo Presidente da 1ª Câmara/1ª Seção Marcos Aurélio Pereira Valadão que o faz meramente para a formalização da Resolução. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado redator ad hoc responsável pela formalização do voto e da presente Resolução, o que se deu na data de 18 de setembro de 2015. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente para formalização da resolução RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 41 .0 00 16 3/ 20 05 -3 3 Fl. 486DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 14041.000163/200533 Resolução nº 1101000.037 S1C1T1 Fl. 1.470 2 (documento assinado digitalmente) PAULO MATEUS CICCONE Redator "ad hoc" designado para formalização do voto e resolução Composição do colegiado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Benedicto Celso Benício Junior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva (vicepresidente), Nara Cristina Takeda Taga e Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma). Fl. 487DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 14041.000163/200533 Resolução nº 1101000.037 S1C1T1 Fl. 1.471 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto face ao Acórdão exarado pela DRJ em Brasília, mantendo a exigência da Contribuição ao PIS, conforme excerto do voto condutor, abaixo reproduzido: CONCLUSÃO Por tudo que foi exposto, oriento meu VOTO no sentido da procedência do lançamento fiscal da Contribuiçáo para o PIS, determinando, entretanto, para evitar exigência ou cobrança em duplicidade, que ao montante devido correspondente ao valor do principal desta exação, acrescido da multa de oficio e dos juros de mora seja imputado o valor confessado no PAES, quanto aos anos calendário 2000, 2001 e 2002, relativo a esta contribuição. Em seu arrazoado, a recorrente pugna pela reforma de decisão recorrida. É o relatório. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 14041.000163/200533 Resolução nº 1101000.037 S1C1T1 Fl. 1.472 4 Voto PAULO MATEUS CICCONE – Redator “Ad Hoc” designado. Considerando que a relatora, Nara Cristina Takeda Taga, não mais integra o quadro de Conselheiros do CARF, este Conselheiro, nos termos do artigo 17, inciso III, do RICARF, foi designado ad hoc para a formalização da presente Resolução. Considerando, ainda, não existir qualquer minuta ou apontamento da relatora original com definição de seu voto, como Redator designado promovo à redação da Resolução com fulcro na ata da sessão de 01/02/2012, na forma do que foi decidido pela I. Turma Julgadora. Destaco, por pertinente, que a análise do caso reflete a convicção daquela relatora na valoração dos fatos, com a qual não me encontro vinculado no caso aqui tratado, assim como em relação às conclusões da decisão, com as quais posso ou não concordar em situações concretas . Nesta linha, tendo em conta que o lançamento relativo ao PIS aqui tratado é reflexo de outras exigências já apreciadas pela 2ª Turma da 3ª Câmara, voto no sentido de que o presente processo seja REDISTRIBUIDO, POR CONEXÃO, ao Conselheiro Wilson Fernandes de Guimarães, integrante daquela Turma de Julgamento. Brasília (DF), Sala das Sessões, em 01 de fevereiro de 2012. Nara Cristina Takeda Taga – Relatora. (documento assinado digitalmente) PAULO MATEUS CICCONE – Redator “Ad Hoc” designado. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por PAULO MATEUS CICCONE, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 12466.721306/2013-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Sep 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Data do fato gerador: 09/11/2010, 04/12/2010, 28/01/2011
Ementa:
REGIME ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO. PETRÓLEO E DERIVADOS DE PETRÓLEO. INAPLICABILIDADE DO ART. 56, §2º DA IN/SRF N. 28/94 NO CASO EM CONCRETO.
No presente caso o conjunto de pedidos de embarque formulados pelo contribuinte para fins de exportação e que se encontrava com pretensas irregularidades foi aprovado pela fiscalização aduaneira antes do registro de novos pedidos de embarque sob a modalidade especial. Logo, os pedidos de embarque posteriores continuaram se sujeitando ao regime especial, não havendo que se falar em aplicação do disposto no art. 56, §2º da IN/SRF n 28/94 e, por conseguinte, em sanções aduaneiras.
Numero da decisão: 3402-003.241
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dare provimento ao recurso voluntário. Sustentou pela recorrente o Dr. André de Souza Carvalho, OAB/RJ nº 99.428.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
DIEGO DINIZ RIBEIRO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Data do fato gerador: 09/11/2010, 04/12/2010, 28/01/2011 Ementa: REGIME ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO. PETRÓLEO E DERIVADOS DE PETRÓLEO. INAPLICABILIDADE DO ART. 56, §2º DA IN/SRF N. 28/94 NO CASO EM CONCRETO. No presente caso o conjunto de pedidos de embarque formulados pelo contribuinte para fins de exportação e que se encontrava com pretensas irregularidades foi aprovado pela fiscalização aduaneira antes do registro de novos pedidos de embarque sob a modalidade especial. Logo, os pedidos de embarque posteriores continuaram se sujeitando ao regime especial, não havendo que se falar em aplicação do disposto no art. 56, §2º da IN/SRF n 28/94 e, por conseguinte, em sanções aduaneiras.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dare provimento ao recurso voluntário. Sustentou pela recorrente o Dr. André de Souza Carvalho, OAB/RJ nº 99.428. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. DIEGO DINIZ RIBEIRO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrida União ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 09/11/2010, 04/12/2010, 28/01/2011 Ementa: REGIME ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO. PETRÓLEO E DERIVADOS DE PETRÓLEO. INAPLICABILIDADE DO ART. 56, §2º DA IN/SRF N. 28/94 NO CASO EM CONCRETO. No presente caso o conjunto de pedidos de embarque formulados pelo contribuinte para fins de exportação e que se encontrava com pretensas irregularidades foi aprovado pela fiscalização aduaneira antes do registro de novos pedidos de embarque sob a modalidade especial. Logo, os pedidos de embarque posteriores continuaram se sujeitando ao regime especial, não havendo que se falar em aplicação do disposto no art. 56, §2º da IN/SRF n 28/94 e, por conseguinte, em sanções aduaneiras. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dare provimento ao recurso voluntário. Sustentou pela recorrente o Dr. André de Souza Carvalho, OAB/RJ nº 99.428. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. DIEGO DINIZ RIBEIRO Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 13 06 /2 01 3- 38 Fl. 727DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Relatório 1. Conforme se observa dos autos, o presente caso decorre de auto de infração (fls. 2/15) constituído pela Alfândega da Receita Federal do Brasil do Porto de Vitória (ALF/VIT) e que impõe ao Recorrente pena de perdimento convertida em multa no valor de R$ 125.528.640,07 (cento e vinte e cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, seiscentos e quarenta reais e sete centavos). 2. Segundo a acusação a Recorrente teria embarcado para o exterior aproximadamente 135.000,00 m3 de óleo bruto de petróleo (conhecimentos de carga de fls. 71, 122 e 171) sem que houvesse a prévia autorização da Receita Federal do Brasil (RFB), incorrendo o Recorrente em infração definida como dano ao erário, estando sujeito à multa equivalente ao preço constante nas notas fiscais de exportação nº 7, 12, 13, 16, 20 e 21 (fls. 61/64; 117; 119; 160), conforme dispõe art. 23, inc. IV, §§ 1º e 3º, do Decretolei nº 1.455/761, c.c. art. 105, inciso I do Decretolei nº 37/662. 3. Para o devido esclarecimento acerca do substrato fático que permeia a presente autuação, mister se faz nesse instante delimitar algumas questões essenciais ao presente julgamento. 4. Assim, insta destacar que a Recorrente é pessoa jurídica que, dentre outras atividades sociais (contrato social de fls. 282/303), exerce a atividade de exploração e exportação de petróleo cru. 5. Referida atividade empresarial está sujeita a determinados regimes especiais. No caso, a Recorrente encontravase beneficiada pelo Ato Declaratório Executivo (ADE) n. 02, de 17 de março de 2010 (fls. 367/371), que previa um procedimento próprio e simplificado para a exportação de petróleo. Segundo o referido ADE, o contribuinte poderia exportar referida mercadoria mediante formalização do registro da declaração de exportação em até 60 (sessenta) dias após o embarque das mercadorias a granel, nos termos dos arts. 52 e 56 da IN/SRF n. 28/94, in verbis: Art. 52. O registro da declaração para despacho aduaneiro de exportação, no SISCOMEX, poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria ou sua saída do território nacional, nos seguintes casos: 1 "Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: (...). IV enquadradas nas hipóteses previstas nas alíneas " a " e " b " do parágrafo único do artigo 104 e nos incisos I a XIX do artigo 105, do Decretolei número 37, de 18 de novembro de 1966. (...). § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (...). § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. 2 "Art.105 Aplicase a pena de perda da mercadoria: I em operação de carga ou já carregada, em qualquer veículo ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito da autoridade aduaneira ou não cumprimento de outra formalidade especial estabelecida em texto normativo; (...)." Fl. 728DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12466.721306/201338 Acórdão n.º 3402003.241 S3C4T2 Fl. 727 3 (...). Parágrafo único. A critério do chefe da unidade local da SRF, o registro da declaração poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria ou sua saída do território nacional, na exportação: I de granéis, inclusive petróleo bruto e seus derivados; (...). (g.n.). Art. 56 A declaração para despacho aduaneiro de exportação nas situações indicadas no art. 52, deverá ser apresentada, na forma estabelecida nos arts. 3º a 9º, no que couber: (...). IV pelo exportador, na hipótese prevista no inciso I do parágrafo único do art. 52, relativamente a petróleo bruto e seus derivados, até sessenta dias corridos após a conclusão do embarque, à unidade da SRF que jurisdiciona o porto de embarque das mercadorias. (...). (grifos nosso). 6. Não obstante, em relação a Recorrente ainda se aplicava o regramento extraído da Portaria ALF/VIT n. 37, de 12 de março de 2007, com incidência apenas no âmbito da Alfândega do Porto de Vitória, a qual previa que o embarque da mercadoria a ser exportada demandava a elaboração de um prévio pedido de embarque (PEM), conforme se observa dos seguintes trechos da citada Portaria: Fl. 729DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 7. Assim, em razão do procedimento simplificado ao qual estava sujeito a Recorrente, competialhe, em suma, tomar as seguintes providências: (i) promover o pedido de embarque ("PEM") junto as autoridades aduaneiras competentes; (ii) solicitar perante a RFB a designação de engenheiro para a arqueação da embarcação (mensuração do seu volume interno), indicando o volume da carga; e, por fim (iii) apresentar a declaração de exportação ("DE") até 60 dias após o embarque das mercadorias. 8. Em princípio, o não cumprimento das regras destinadas de forma específica para a Recorrente poderia ensejar a suspensão do regime especial e, por conseguinte, a submissão do contribuinte ao regime comum de exportação. 9. Pois bem. Seguindo a sistemática especialmente tracejada para a Recorrente, entre abril e julho de 2010, esta apresentou os seguintes PEM's para a autoridade aduaneira competente: (a) 153144 (20/04/2010); 153853 (20/04/2010); 154388 (09/06/2010); e 155465 (05/07/2010). Registrese que referidos PEM's não constituem o motivo direto da presente autuação, afetandoa, todavia, de forma reflexa e de modo substancial, conforme se pontuará a seguir. Não obstante, tentando facilitar a compreensão do caso, passaremos a chamar tais documentos de "conjunto de PEM's 01". 10. Em momento posterior, mais precisamente entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, a Recorrente apresentou os seguintes PEM's.: (b) 160400 (30/11/2010); 159479 (03/11/2010); e 11/150840 (24/01/2011). Estes são os PEM's que constituem o motivo direto da presente autuação.Também com o fito de aclarar a compreensão dos fatos aqui tratados, passaremos a chamar tais documentos de "conjunto de PEM's 02". 11. Conforme se observa dos autos, o agente aduaneiro encarregado de analisar o conjunto de PEM's 02, propôs indeferilos ao fundamento que o conjunto de PEM's Fl. 730DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12466.721306/201338 Acórdão n.º 3402003.241 S3C4T2 Fl. 728 5 01 estaria com prazo vencido para entrega das correlatas Declarações de Exportações, o que impediria o conhecimento de novos PEM's posteriormente apresentados. Nessa mesma oportunidade foi proposto o cancelamento do ADE n. 02/2010 expedido em favor da Recorrente e anteriormente referido. 12. A proposta de cancelamento do ADE sobredito não foi acolhida, mas o Serviço de Despacho Aduaneiro (SEAD) entendeu por bem acolher o indeferimento do conjunto de PEM's 01 e que repitase não é objeto direto do presente processo administrativo. É o que se observa das fls. 35/38. 13. Diante deste quadro, o efeito cascata foi desconsiderar as Declarações de Exportação relacionadas ao conjunto de PEM's 02 e, por conseguinte, tratar as exportações realizadas como não declaradas à fiscalização aduaneira, o que, em razão do suposto dano causado ao erário, deu ensejo, em um primeiro momento, a um processo administrativo de perdimento (PA n. 12466.721679/201147) e, em momento seguinte, ao presente processo administrativo para aplicação de multa por conta da não localização dos bens sobre os quais deveria recair o perdimento. 14. Devidamente intimado, o contribuinte impugnou a presente autuação alegando, em síntese: (i) erro na tipificação da conduta, uma vez que, segundo a Recorrente, não seria o caso de aplicação do disposto no art. 689, inciso I do Regulamento Aduaneiro, mas sim o prescrito no art. 723 do citado Regulamento; (ii) a inexistência de decisão definitiva no processo administrativo n. 12466.721679/201147 quanto a ocorrência de dano ao erário e, por conseguinte, quanto à correição de pena de perdimento, o que impede a sua conversão na pena de multa aqui aplicada; (iii) impossibilidade de alegar que a exportação em apreço foi desenvolvida sem a correlata autorização determinada pelo regime especial de exportação; e, ainda (iv) inexistência de vícios com o conjunto de PEM's 01 que pudesse fundamentar a não submissão do conjunto de PEM's 02 ao regime especial de exportação. 15. Devidamente processada, a impugnação foi julgada improcedente pela DRJ/Fortaleza, o que se deu nos seguintes termos: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 09/11/2010, 04/12/2010, 28/01/2011 PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS PARA O DESPACHO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO DE PETRÓLEO. AUTORIZAÇÃO DE EMBARQUE PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. OBRIGATORIEDADE. A habilitação aos procedimentos simplificados para o despacho aduaneiro de exportação de petróleo em unidades de produção ou estocagem situadas em águas jurisdicionais brasileiras não elide a obrigação do beneficiário de submeter o embarque ao Fl. 731DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 crivo da autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 09/11/2010, 04/12/2010, 28/01/2011 EMBARQUE DE MERCADORIA SEM AUTORIZAÇÃO DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. DANO AO ERÁRIO. MULTA EQUIVALENTE AO PREÇO CONSTANTE DA RESPECTIVA NOTA FISCAL, NA EXPORTAÇÃO. PROCEDÊNCIA O embarque de mercadorias sem a autorização da Secretaria da Receita Federal do Brasil é conduta considerada lesiva ao Erário, passível de punição com multa equivalente ao preço constante da respectiva nota fiscal, na exportação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. 16. Inconformado com a r. decisão o contribuinte interpôs o Recurso Voluntário sub judice, oportunidade em que repisou as alegações de Impugnação. 17. Em sessão realizada em 28/04/2016, por unanimidade de votos, o presente julgamento foi convertido em diligência (Resolução n. 3402000.789 fls. 695/699) para que fossem tomadas as seguintes providências: (i) deverá a fiscalização esclarecer se o contribuinte foi intimado do indeferimento do conjunto de PEMs 01 (registrados sob os n.s 153144, 153853, 154388 e 155465), bem como a data que tal indeferimento foi perpetrado, apontando, pois, se anterior ou posterior ao registro do conjunto de PEMs 02 (registrados sob os n.s 160400, 159479 e 11/150840); (ii) deverá a fiscalização juntar nos autos os documentos pertinentes e que deverão atestar as informações que serão prestadas em resposta ao item imediatamente anterior; e, por fm (iii) intimação do contribuinte para, querendo, se manifeste a respeito do resultado da diligência no prazo de 30 (trinta) dias. 18. Em resposta a tal diligência, assim se manifestou a fiscalização: (i) Como se verifica nos autos deste processo, não houve indeferimento do conjunto de PEMs 01 (registrados sob os números 155465, 154388, 153853 e 153144), conforme cópias dos documentos que se encontram às fls. 44, 45, 48 e 51, respectivamente. Ao contrário, foram deferidos em 06/07/2010, 09/06/2010, 19/05/2010 e 22/04/2010. Consequentemente, os respectivos Despachos de Exportação foram finalizados em virtude da averbação dos embarques, conforme podese verificar na Informação Fiscal em anexo (fls. 29 a 32). Observese que citamos os PEMs em conformidade com a ordem crescente das folhas do processo a fim de melhor localização; (ii) Os documentos referentes às informações do item (i) já se encontram anexados ao presente processo, conforme citado. Fl. 732DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12466.721306/201338 Acórdão n.º 3402003.241 S3C4T2 Fl. 729 7 19. Apesar de expressa disposição na citada resolução (item "iii" fl. 700). , o contribuinte não foi intimado para se manifestar a respeito do resultado da diligência realizada. O Recorrente, todavia, de forma diligente e em perfeita sintonia com o art. 6o do novo CPC (princípio da cooperação), aplicado aqui de forma subsidiária, ao verificar que o processo retornou para este Tribunal sem que houvesse a sua intimação, espontaneamente manifestouse a respeito dela, conforme se observa da petição de fls. 717/725. 20. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 21. O presente recurso voluntário preenche os requisitos formais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. I. Da sanção aplicada em concreto 22. Conforme já mencionado no relatório do presente voto, a Recorrente foi beneficiada pelo Ato Declaratório Executivo (ADE) n. 02, de 17 de março de 2010 (fls. 367/371), que previa um procedimento próprio e simplificado para a exportação de petróleo. Segundo o referido ADE, o contribuinte poderia exportar referida mercadoria mediante formalização do registro da declaração de exportação em até 60 (sessenta) dias após o embarque das mercadorias a granel, nos termos dos arts. 52 e 56 da IN/SRF n. 28/94, in verbis: Art. 52. O registro da declaração para despacho aduaneiro de exportação, no SISCOMEX, poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria ou sua saída do território nacional, nos seguintes casos: (...). Parágrafo único. A critério do chefe da unidade local da SRF, o registro da declaração poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria ou sua saída do território nacional, na exportação: I de granéis, inclusive petróleo bruto e seus derivados; (...). (g.n.). Art. 56 A declaração para despacho aduaneiro de exportação nas situações indicadas no art. 52, deverá ser apresentada, na forma estabelecida nos arts. 3º a 9º, no que couber: (...). IV pelo exportador, na hipótese prevista no inciso I do parágrafo único do art. 52, relativamente a petróleo bruto e seus derivados, até sessenta dias corridos após a conclusão do embarque, à unidade da SRF que jurisdiciona o porto de embarque das mercadorias. Fl. 733DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 (...). (g.n.). 23. Assim, segundo este dispositivo, os beneficiados por regime especial de exportação, tal como a Recorrente, deveriam sujeitarse ao seguinte procedimento especial: (i) promover o pedido de embarque ("PEM") junto as autoridades aduaneiras competentes; (ii) solicitar perante a RFB a designação de engenheiro para a arqueação da embarcação (mensuração do seu volume interno), indicando o volume da carga; e, por fim (iii) apresentar a declaração de exportação (DE) até 60 dias após o embarque das mercadorias. 24. O descumprimento deste procedimento ensejaria a submissão do contribuinte ao regime comum de exportação, conforme estabelecido no art. 56, § 2º da já citada IN/SRF n. 28/94, in verbis: Art. 56 (...). (...). § 2º O exportador que descumprir os prazos previstos nos incisos I a IV deste artigo fica impedido de utilizar o procedimento especial de que trata o art. 52, sujeitandose à apresentação de declaração para despacho aduaneiro previamente ao embarque ou à transposição de fronteira da mercadoria, enquanto não ocorrer a regularização do despacho aduaneiro na forma prevista no parágrafo anterior. (g.n.). 25. Fixadas essas premissas normativas e voltandose ao caso em concreto, é possível observar que, segundo a fiscalização, o Recorrente, em relação ao conjunto de PEM's 01, não teria cumprido um dos requisitos acima, na medida em que não teria apresentado as correlatas Declarações de Exportação dentro do prazo de 60 dias. É o que se observa do seguinte trecho do Auto de Infração (fl. 23) quando fiscalização descreve a pretensa infração aqui cometida: 26. A consequência, portanto, para a suposta infração cometida em relação ao conjunto de PEM's 01 foi impedir o recebimento de novos PEM's sob o regime de exportação especial até que o conjunto de PEM's 01 fosse regularizado. 27. Não obstante, após referida proposta de sanção, a Recorrente apresentou o conjunto de PEM's 02 sob o regime especial de exportação, ou seja, mediante a apresentação Fl. 734DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12466.721306/201338 Acórdão n.º 3402003.241 S3C4T2 Fl. 730 9 das correlatas Declarações de Exportação após o 60 dias de embarque das mercadorias exportadas. Segundo apurado nos autos, não há qualquer irregularidade em relação ao conjunto de PEM's 02. A sua inadmissão sob o regime especial de exportação decorre, exclusivamente, do problema aparentemente existente e alhures apontado em relação ao conjunto de PEM's 01, o que suscitou, por sua vez, na presente autuação. 28. Em suma, o único motivo para o indeferimento do conjunto de PEM's 02 foi o problema apontado com o conjunto de PEM's 01, o que é muito bem sintetizado do seguinte trecho do acórdão recorrido (fls. 630/631): (...). No caso concreto, quando o interessado apresentou os PEM nº 159479 e 160400, respectivamente, nas datas de 3/11/10 e 30/11/10 e promoveu o embarque das mercadorias em 09/11/2010 e 04/12/2010, estava plenamente ciente do seu descumprimento quanto ao prazo para regularização dos despachos referentes aos PEM nº 153144; 153853; 154388 e 155465, cujas declarações de exportação somente foram apresentadas e averbadas em janeiro de 2011, com expressivo atraso em relação ao prazo de sessenta dias corridos estipulado na norma, uma vez que os embarques tinham ocorrido em 29/4/10, 25/5/10, 16/6/10 e 9/7/10. Quanto ao PEM nº 11/150840, apresentado em 24/1/11 (mercadoria embarcada em 28/1/11), também não poderia ser acatado sem ferir as normas de regência, pois naquela data a declaração de exportação nº 2110051101/6, vinculada ao PEM nº 153144, ainda não estava regularizada. (...). Diante de irregularidades em despachos anteriores, concedidos na sistemática de procedimento especial, por força da regra contida no § 2º do art. 56 da IN SRF nº 28/94, o interessado estava impedido de utilizar o procedimento especial e não caberia sequer a apresentação de novos PEM, se submetendo, automaticamente, ao regime comum de exportação e apresentando suas declarações para despacho aduaneiro previamente ao embarque, enquanto não resolvidas suas pendências em relação aos despachos anteriores. (...). 29. Diante desta vinculação direta entre o problema apontado com o conjunto de PEM's 01 para fins de fundamentação da presente autuação e que diz respeito ao conjunto de PEM's 02, é que propus, tendo sido acompanhado por esse colegiado, a diligência de fls. 695/700, cujo objetivo era apurar se, à época em que apresentado o conjunto de PEM's 02, o Recorrente teria sido intimado das pretensas irregularidades em relação ao conjunto de PEM's 01 e, por conseguinte, já estava sujeito aos efeitos materiais do disposto no art. 56, § 2º da IN/SRF n. 28/94. 30. A resposta, todavia, a tal diligência (fl. 705) foi além, na medida em que esclareceu que, em verdade, no momento da apresentação do conjunto de PEM's 02, os Fl. 735DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 pretensos vícios apontados em relação ao conjunto de PEM's 01 já haviam sidos sanados e considerados oficialmente regularizados. É o que se depreende da resposta à diligência: (...). (i) Como se verifica nos autos deste processo, não houve indeferimento do conjunto de PEMs 01 (registrados sob os números 155465, 154388, 153853 e 153144), conforme cópias dos documentos que se encontram às fls. 44, 45, 48 e 51, respectivamente. Ao contrário, foram deferidos em 06/07/2010, 09/06/2010, 19/05/2010 e 22/04/2010. Consequentemente, os respectivos Despachos de Exportação foram finalizados em virtude da averbação dos embarques, conforme podese verificar na Informação Fiscal em anexo (fls. 29 a 32). Observese que citamos os PEMs em conformidade com a ordem crescente das folhas do processo a fim de melhor localização; (...) (grifos constantes no original). 31. Conforme respondido pela fiscalização e de fato apurado nos autos, o conjunto de PEM's 01, registrados sob os números 155465 (fl. 44), 154388(fl. 45), 153853 (fl. 48) e 153144 (fl. 51), foram respectivamente deferidos em 06/07/2010, 09/06/2010, 19/05/2010 e 22/04/2010, ou seja, antes da apresentação do conjunto de PEM's 02, registrados sob os números 160400, 159479 e 11/150840, os quais foram apresentados, respectivamente, em 30/11/2010, 03/11/2010 e 24/01/2011. 32. Diante deste quadro, concluise que o fundamento adotado na presente autuação padece de notório equívoco, haja vista que no instante em que apresentados o conjunto de PEM's 02 não havia mais qualquer fundamento para impedir a sua submissão ao regime de exportação especial, o que deve redundar no cancelamento da presente autuação. 33. Diante, pois, da decisão aqui tomada, deixo de analisar as questões preliminarmente desenvolvidas, o que faço com fundamento no art. 59, §3º do Decreto n. 70.235/723. Dispositivo 34. Ex positis, voto no sentido de dar provimento integral ao recurso voluntário, com o consequente cancelamento da presente autuação. 35. É como voto. Diego Diniz Ribeiro Relator 3 "Art. 59. São nulos: (...) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta." Fl. 736DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12466.721306/201338 Acórdão n.º 3402003.241 S3C4T2 Fl. 731 11 Fl. 737DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10580.722546/2008-51
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DE VÍCIO MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE.
Não cabe o reconhecimento de nulidade, por eventual vício material, quando a matéria não tiver sido devidamente admitida, como objeto do recurso especial.
IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA.
Incide o IRPF sobre os valores de natureza remuneratória, ainda que classificados como indenizatórios pela fonte pagadora.
Precedentes do STF e do STJ.
IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE.
Consoante decidido pelo STF através da sistemática estabelecida pelo art. 543-B do CPC no âmbito do RE 614.406/RS, o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado utilizando-se o regime de competência.
Recurso especial provido em parte.
Numero da decisão: 9202-004.070
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer a preliminar de nulidade por vício material suscitada de ofício pela Conselheira Ana Paula Fernandes, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López. Por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, pelo voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Gerson Macedo Guerra.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
EDITADO EM: 17/08/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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IMPOSSIBILIDADE. Não cabe o reconhecimento de nulidade, por eventual vício material, quando a matéria não tiver sido devidamente admitida, como objeto do recurso especial. IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores de natureza remuneratória, ainda que classificados como indenizatórios pela fonte pagadora. Precedentes do STF e do STJ. IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Consoante decidido pelo STF através da sistemática estabelecida pelo art. 543B do CPC no âmbito do RE 614.406/RS, o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado utilizandose o regime de competência. Recurso especial provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 25 46 /2 00 8- 51 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.722546/200851 Acórdão n.º 9202004.070 CSRFT2 Fl. 23 2 Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer a preliminar de nulidade por vício material suscitada de ofício pela Conselheira Ana Paula Fernandes, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López. Por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, pelo voto de qualidade, em darlhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Gerson Macedo Guerra. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator EDITADO EM: 17/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10580.720254/200964. O presente Recurso Especial trata de pedido de Análise de Divergência motivado pelo Contribuinte, em face de Acórdão proferido em julgamento de recurso voluntário. Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física dos exercícios 2005, 2006 e 2007, anoscalendário 2004, 2005, e 2006, em razão de a autoridade fiscal ter classificado como rendimentos tributáveis, valores declarados como isentos ou não tributáveis tal como informado pela Fonte Pagadora Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Referidos rendimentos correspondem a diferença entre a transformação de Cruzeiros Reais para Unidade Real de Valor – URV, reconhecidas e pagas em 36 meses, de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Estadual nº 8.730/2003 do Estado da Bahia. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas Fl. 336DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.722546/200851 Acórdão n.º 9202004.070 CSRFT2 Fl. 24 3 quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, consequentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Foi interposta impugnação foi indeferida em sede de julgamento de primeira instância. O Contribuinte interpôs Recurso, ao qual foi dado parcial provimento ao recurso para tão somente excluir a multa de ofício. O Contribuinte apresentou Recurso Especial ao qual foi dado parcial seguimento, para reapreciação apenas da matéria questão da natureza indenizatória, ou não. Em reexame, o exame de admissibilidade foi confirmado pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Apresentadas contrarrazões pela Fazenda Nacional, vieram os autos conclusos. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.026, de 21/06/2016, proferido no julgamento do processo 10580.720254/200964, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto vencedor proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.026): Em primeiro lugar, não conheço da preliminar de nulidade do lançamento, por vício material, suscitada de ofício pela Sra. Conselheira relatora. Com efeito, esta matéria não tendo sido admitida em sede de recurso especial, não está em discussão e, portanto, dela não conheço. Além disso, apenas para fins de esclarecimento, registrese que não vejo qualquer nulidade no lançamento da forma que ele foi realizado. Com efeito, o lançamento foi realizado com base em dispositivo vigente, cuja interpretação não havia sido considerada à época inconstitucional. Portanto, não há que se falar em nulidade. Entrando, agora, no mérito propriamente dito, entendo que a verba recebida tem caráter remuneratório e, assim, deve ser tributada. Questão dessa natureza já foi trazida, em 03/03/2015, Fl. 337DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.722546/200851 Acórdão n.º 9202004.070 CSRFT2 Fl. 25 4 à 2ª Turma desta Câmara Superior, no acórdão 9202003.585. Naquela ocasião, acompanhei o voto do relator Alexandre Naoki Nishioka, entendendo tratarse de verba de natureza remuneratória, e por isso peço vênia para adotar aqui os mesmos argumentos como razão de decidir, assim transcrevendoos: (...) Conforme dispõe o art. 2º da referida Lei, tais valores são relativos a “diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV”. Da leitura do artigo, denotase que o pagamento de tais valores deveuse à necessidade de manutenção do valor real do salário, de forma a corrigir erros anteriores no cálculo da conversão da moeda nacional. A lei estadual acima citada não buscou, por meio do pagamento das diferenças, a recomposição de um prejuízo, ou dano material, sofrido pelo contribuinte, mas a compensação em razão da ausência de oportuna correção no valor nominal do salário, verificada quando da alteração da moeda. Portanto, tais valores integram a remuneração percebida pelo contribuinte, constituindo parte integrante de seus vencimentos. Estáse diante, pois, de acréscimo patrimonial tributável pelo Imposto de Renda, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional, entendimento que fora inclusive salientado pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA). Buscando reforçar o argumento, requereu o contribuinte a aplicação da Resolução n.º 245 do STF, assim como de consulta administrativa realizada pela Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, os quais disporiam acerca da remuneração dos magistrados. No entanto, mencionadas normas não se aplicam ao fim pretendido pelo contribuinte, ao contrário do que decidiu o acórdão recorrido. Inicialmente, cumpre salientar que a dita resolução dispôs acerca da forma de cálculo do abono salarial variável e provisório de que trata o art. 2º e parágrafos da Lei n.º10.474/2002, considerandoo como de natureza indenizatória. Neste sentido, o inciso I do art. 1º trouxe a forma de cálculo deste abono: “I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%)”. A própria redação da Resolução excluiu do valor integrante do abono as verbas referentes à diferença de URV, de onde Fl. 338DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.722546/200851 Acórdão n.º 9202004.070 CSRFT2 Fl. 26 5 se interpreta que esta não tem natureza indenizatória, mas de recomposição salarial. Tal tema inclusive já foi enfrentado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, tendo este reconhecido as diferenças entre o abono salarial tratado pela norma e a diferença da URV, conforme se verifica de voto da Ministra Eliana Calmon: “Na jurisprudência desta Casa, colho os seguintes precedentes, que sempre distinguiram as hipóteses de percepção das diferenças remuneratórias da URV do abono identificado na Resolução 245/STF: (...)” (STJ, Recurso Especial n.º 1.187.109/MA, Segunda Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, julgado em 17/08/2010) E tal também foi o entendimento do Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em decisão monocrática proferida nos autos do Recurso Extraordinário n.º 471.115, do qual se colaciona o seguinte excerto: “Os valores assim recebidos pelo recorrido decorrem de compensação pela falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento oportuno, são dotadas dessa mesma natureza jurídica e, assim, incide imposto de renda quando de seu recebimento. No que concerne à Resolução no. 245/02, deste Supremo Tribunal Federal, utilizada na fundamentação do acórdão recorrido, temse que suas normas a tanto não se aplicam, para o fim pretendido pelo recorrido (...)” (STF, Recurso Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010) Concluise, portanto, pelo caráter salarial dos valores recebidos acumuladamente pelo Recorrente, razão pela qual deverão compor a base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional. Assim, com base na argumentação exposta, sendo verbas remuneratórias as diferenças de URV recebidas, sobre elas incide imposto de renda da pessoa física. Todavia, cumpre verificar o quantum devido. Entendo que o tributo devido deva ser calculado de acordo com as tabelas vigentes à época em que seriam devidas as diferenças recebidas. Sobre o tema, cabe referir a discussão travada no processo 11040.001165/200591, com voto vencedor da lavra do conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, cujos fundamentos, abaixo reproduzidos, acompanho. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.722546/200851 Acórdão n.º 9202004.070 CSRFT2 Fl. 27 6 Verifico, a propósito, que a matéria em questão foi tratada recentemente pelo STF, no âmbito do RE 614.406/RS, objeto de trânsito em julgado em 11/12/2014, feito que teve sua repercussão geral previamente reconhecida (em 20 de outubro de 2010), obedecida assim a sistemática prevista no art. 543B do Código de Processo Civil vigente. Obrigatória, assim, a observância, por parte dos Conselheiros deste CARF dos ditames do Acórdão prolatado por aquela Suprema Corte em 23/10/2014, a partir de previsão regimental contida no art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Reportandome ao julgado vinculante, noto que, ali, se acordou, por maioria de votos, em manter a decisão de piso do STJ acerca da inconstitucionalidade do art. 12 da Lei no. 7.713, de 1988, devendo ocorrer a "incidência mensal para o cálculo do imposto de renda correspondente à tabela progressiva vigente no período mensal em que apurado o rendimento percebido a menor regime de competência (...)", afastandose assim o regime de caixa. Todavia, inicialmente, de se ressaltar que em nenhum momento se cogita, no Acórdão, de eventual cancelamento integral de lançamentos cuja apuração do imposto devido tenha sido feita obedecendo o art. 12 da referida Lei nº 7.713, de 1988, notese, diploma plenamente vigente na época em que efetuado o lançamento sob análise, o qual, ainda, em meu entendimento, guarda, assim, plena observância ao disposto no art. 142 do Código Tributário Nacional. A propósito, de se notar que os dispositivos legais que embasaram o lançamento constantes de efl. 12, em nenhum momento foram objeto de declaração de inconstitucionalidade ou de decisão em sede de recurso repetitivo de caráter definitivo que pudesse lhes afastar a aplicação ao caso in concretu. Deflui daquela decisão da Suprema Corte, em meu entendimento, inclusive, o pleno reconhecimento do surgimento da obrigação tributária que aqui se discute, ainda que em montante diverso daquele apurado quando do lançamento, o qual, repitase, obedeceu os estritos ditames da legalidade à época da ação fiscal realizada. Da leitura do inteiro teor do decisum do STF, é notório que, ainda que se tenha rejeitado o surgimento da obrigação tributária somente no momento do recebimento financeiro pela pessoa física, o que a faria mais gravosa, entendese, ali, inequivocamente, que se mantém incólume a obrigação tributária oriunda do recebimento dos valores acumulados pelo contribuinte pessoa física, mas agora a ser calculada em momento pretérito, quando o contribuinte fez jus à percepção dos rendimentos, de forma, assim, a restarem respeitados os princípios da capacidade contributiva e isonomia. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.722546/200851 Acórdão n.º 9202004.070 CSRFT2 Fl. 28 7 Assim, com a devida vênia ao posicionamento do relator, entendo que, a esta altura, ao se esposar o posicionamento de exoneração integral do lançamento, se estaria, inclusive, a contrariar as razões de decidir que embasam o decisum vinculante, no qual, reitero, em nenhum momento, notese, se cogita da inexistência da obrigação tributária/incidência do Imposto sobre a Renda decorrente da percepção de rendimentos tributáveis de forma acumulada. Se, por um lado, manterse a tributação na forma do referido art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, conforme decidido de forma definitiva pelo STF, violaria a isonomia no que tange aos que receberam as verbas devidas "em dia" e ali recolheram os tributos devidos, exonerar o lançamento por completo a esta altura significaria estabelecer tratamento antiisonômico (também em relação aos que também receberam em dia e recolheram devidamente seus impostos), mas em favor daqueles que foram autuados e nada recolheram ou recolheram valores muito inferiores aos devidos, ao serem agora consideradas as tabelas/alíquotas vigentes à época, o que deve, em meu entendimento, também se rechaçar. Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do RE do contribuinte na matéria admitida, por darlhe provimento em parte, para determinar o cálculo do crédito tributário devido, considerando o regime de competência. Em face do acima exposto, voto no sentido de não conhecer da preliminar de nulidade por vício material suscitada, conheço do Recurso Especial do Contribuinte para, no mérito, darlhe provimento parcial, para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 341DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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