Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10850.902078/2011-74
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/1999 a 30/11/1999
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 3803-006.856
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Carolina Gladyer Rabelo, Paulo Renato Mothes de Moraes e Samuel Luiz Manzotti Riemma.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201501
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/11/1999 a 30/11/1999 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea.
turma_s : Terceira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10850.902078/2011-74
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5428127
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3803-006.856
nome_arquivo_s : Decisao_10850902078201174.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : HELCIO LAFETA REIS
nome_arquivo_pdf_s : 10850902078201174_5428127.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Carolina Gladyer Rabelo, Paulo Renato Mothes de Moraes e Samuel Luiz Manzotti Riemma.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
id : 5821237
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:36:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476708048896
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1856; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 196 1 195 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10850.902078/201174 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803006.856 – 3ª Turma Especial Sessão de 28 de janeiro de 2015 Matéria COFINS RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Recorrente PARÁ AUTOMÓVEIS LTDA. (Incorporadora de GREEN VEÍCULOS COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA.) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/1999 a 30/11/1999 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Carolina Gladyer Rabelo, Paulo Renato Mothes de Moraes e Samuel Luiz Manzotti Riemma. Relatório Tratase de retorno dos autos da repartição de origem após a realização da diligência determinada por esta 3ª Turma Especial, por meio da Resolução nº 3803000.549, de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 20 78 /2 01 1- 74 Fl. 196DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.902078/201174 Acórdão n.º 3803006.856 S3TE03 Fl. 197 2 14 de outubro de 2014, em que se requereu a juntada aos autos do comprovante da data da ciência da decisão de 1ª instância para fins de se aferir a tempestividade do Recurso Voluntário. Em planilha juntada aos autos pela autoridade administrativa de origem, constatase que a referida ciência se dera em 11 de julho de 2014. Originariamente, o contribuinte havia transmitido Pedido de Restituição (PER) em 25 de agosto de 2004, referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior da Cofins, período de apuração novembro de 1999, no valor de R$ 361,73. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem indeferiu o pedido de restituição, pelo fato de que o pagamento declarado no PER não havia sido localizado no sistemas da Receita Federal. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu o reconhecimento do direito creditório, alegando que fora cientificado do despacho decisório em data anterior ao prazo final fixado em intimação para se prestarem esclarecimentos quanto à não localização do DARF informado para fins de quitação do débito declarado, o que, segundo ele, configurava flagrante cerceamento de defesa. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do termo de intimação, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e do DARF. A DRJ Ribeirão Preto/SP decidiu por converter o julgamento em diligência à repartição de origem para fins de apensação aos autos do processo em que se controvertia acerca da declaração de compensação não homologada, declaração essa formulada com base no crédito discutido neste processo, providência essa tomada em 02/09/2013. Nesse segundo processo, o contribuinte havia apresentado Manifestação de Inconformidade, esta manejada para se contrapor à não homologação da declaração de compensação, alegando que o indébito decorrera da inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Argüira o interessado que não havia sido previamente intimado para prestar esclarecimentos quanto à higidez do crédito tributário, tendo sido o despacho decisório prolatado sem que a fiscalização tivesse examinado a situação concreta do pedido de restituição. Junto a essa segunda Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do comprovante de arrecadação, de planilha por ele elaborada contendo a identificação dos valores das receitas financeiras auferidas no período e de partes do balancete e do livro Razão. A DRJ Ribeirão Preto/SP não reconheceu o direito creditório, tendo sido o acórdão ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Fl. 197DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.902078/201174 Acórdão n.º 3803006.856 S3TE03 Fl. 198 3 Data do fato gerador: 30/11/1999 § 1º DO ART. 3º DA LEI Nº 9.718, DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE. BASE DE CÁLCULO. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, pelo plenário do STF, em julgamento submetido à sistemática prevista no art. 543B do CPC, e tendo a PGFN já adotado os procedimentos estabelecidos na Portaria PGFN/RFB nº 1, de 2014, as unidades da RFB devem reproduzir em suas decisões o entendimento adotado pelo STF, ou seja, que o PIS/Pasep e a Cofins devem incidir somente sobre o faturamento, escapando da incidência dessas contribuições as demais receitas. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE SALDO A RESTITUIR. Verificado que o crédito pleiteado foi totalmente utilizado, em momento anterior, para quitação de débitos declarados em DCTF, resta impossibilitada, por falta de saldo, a restituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/11/1999 PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 24 de julho de 2014 e reiterou seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa apresentados no âmbito do processo administrativo nº 10850.722574/201316, apensado a este, sendo contestada a afirmativa da autoridade julgadora de piso relativamente à necessidade de prévia retificação da DCTF para se atestar a liquidez e certeza do crédito, argüindo que tal documento, além de não ser exigido em lei, não é o único apto a comprovar a existência de crédito passível de restituição. Afirmou ainda o Recorrente que apresentara, junto à Manifestação de Inconformidade, cópias dos seus livros fiscais, contendo a identificação das receitas financeiras indevidamente incluídas no cômputo da contribuição, tratandose de documentos suficientes à comprovação do crédito pleiteado. Fl. 198DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.902078/201174 Acórdão n.º 3803006.856 S3TE03 Fl. 199 4 É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. No que tange à alegação de que o despacho decisório fora prolatado em desconformidade com a legislação de regência, dada a inocorrência de prévia intimação do interessado para prestar esclarecimentos quanto à higidez do crédito tributário, há que se ressaltar que o ato administrativo, muitas vezes, “prescinde da existência de um procedimento específico”, pois, quando “o agente administrativo [detém] todas as informações necessárias à configuração do fato imponível e à extração de todas as conseqüências tributárias” 1, ele não necessita colher novas informações ou provas, podendo decidir com base nos elementos presentes nos sistemas internos do órgão, quando suficientes à prolação do despacho decisório. Quanto ao pedido de reunião dos processos identificados na peça recursal para julgamento em conjunto, considerando que todos eles têm o mesmo objeto, há que se salientar que todos os processos presentes no lote em que figurou como interessada a pessoa jurídica Green Veículos Comércio e Importação Ltda., incorporada por Pará Automóveis Ltda., foram incluídos na pauta para julgamento na mesma sessão deste 3ª Turma Especial. Conforme acima relatado, controvertese nos autos acerca do pedido de restituição de valor recolhido a maior da contribuição apurada sobre receitas que extrapolam o conceito de faturamento, com fundamento na inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral, do alargamento da base de cálculo promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. A inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da contribuição, para além do faturamento, operado pela Lei nº 9.718, de 1998, foi objeto de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) 2, em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral (art. 543B do Código de Processo Civil CPC), cujo teor deve ser, obrigatoriamente, observado por este Colegiado, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. A Lei n° 9.718, decorrente da conversão da Medida Provisória nº 1.724, de 29 de outubro de 1998, foi publicada em novembro de 1998, quando vigia a redação original do art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, em que se previa apenas o faturamento como hipótese de incidência da contribuição social, não constando a possibilidade de alcançar outras receitas auferidas pela pessoa jurídica, o que veio a ocorrer somente em dezembro do mesmo ano por meio da Emenda Constitucional n° 20. 1 MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). 7. ed. São Paulo: Dialética, 2014, p. 266267. 2 Em 27 de novembro de 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário nº 585.235, cujo mérito da repercussão geral foi julgado em 10 de setembro de 2008, pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, cujo teor passou, desde então, a vincular os demais órgãos judiciais e o CARF. Fl. 199DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.902078/201174 Acórdão n.º 3803006.856 S3TE03 Fl. 200 5 De acordo com o entendimento do STF3, o alargamento posterior da base de cálculo das contribuições de “faturamento” para “receita e faturamento”, operada por meio da Emenda Constitucional n° 20/1998, não teve o condão de convalidar legislação anterior que previa a incidência da Cofins e da Contribuição para o PIS sobre a totalidade das receitas da pessoa jurídica. Não se pode olvidar que o termo faturamento referese ao somatório das receitas decorrentes de vendas de mercadorias ou serviços, não abrangendo, por conseguinte, outras receitas, como as receitas financeiras alheias ao objeto social da pessoa jurídica. Dessa forma, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, que estipula que as decisões definitivas do STF proferidas na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento de recursos no âmbito do CARF, concluise, em tese, pelo direito do contribuinte de obter a restituição de recolhimentos relativos à contribuição apurada sobre as receitas não abrangidas pelo conceito de faturamento, restando verificar, nos autos, a existência inequívoca de prova do indébito reclamado. Conforme se verifica do relatório supra, os documentos fiscais carreados aos autos pelo Recorrente continham apenas dados relativos às receitas financeiras e a outras receitas alheias ao faturamento da pessoa jurídica, dados esses insuficientes à comprovação da efetiva base de cálculo da contribuição. A par da decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP, em que a questão da prova plena do indébito foi posta como condicionante ao reconhecimento do direito creditório, o contribuinte nada traz aos autos para complementar sua defesa, não se tendo por comprovada mais uma vez a base de cálculo da contribuição, qual seja, o faturamento do período sob análise. De acordo com o art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF), cabe ao impugnante o ônus da prova de suas alegações contrapostas à decisão de indeferimento do direito pleiteado, prova essa que deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade. O referido art. 16 do PAF assim dispõe: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) – Grifei (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) 3 REs nº 585.235, 346.084, 357.950, 358.273, 390.840, dentre outros. Fl. 200DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.902078/201174 Acórdão n.º 3803006.856 S3TE03 Fl. 201 6 a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Em conformidade com o excerto supra, temse que o ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório, amparada em informações declaradas pelo próprio sujeito passivo, presentes nos sistemas da Receita Federal, informações essas não infirmadas com documentação hábil e idônea. Conforme já dito, os elementos trazidos aos autos por cópias pelo contribuinte no momento da Manifestação de Inconformidade não eram aptos, por si sós, a comprovar o direito reclamado, dado que restritos às informações relativas às receitas financeiras e a outras receitas, situação em que não se tem por comprovada a base de cálculo da contribuição devida (faturamento), o que impede o confronto entre os valores recolhidos aos cofres públicos e aqueles efetivamente devidos. A mesma falha ocorreu em sede de recurso, pois nada de relevante foi acrescentado, inviabilizandose a comprovação pretendida, situação em que se tem por descumprido o dever do administrado de apresentar os documentos comprobatórios do direito alegado antes das decisões administrativas e de prestar todas as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos (art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, e art. 3º, III, e 4º, IV, da Lei nº 9.784, de 1999). Mesmo considerando o princípio da busca da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrase em poder do próprio sujeito passivo, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão a uma possível inversão do ônus da prova. Destaquese que, em razão da incompletude da prova apresentada, um eventual retorno dos autos à repartição de origem para a reabertura da apreciação do presente feito não encontra respaldo na legislação processual tributária, pois, conforme nos leciona James Marins, “[a] flexibilização generalizada do regime de fases e de preclusões processuais fragiliza a segurança do processo e não pode ser admitida mesmo sob invocação do princípio da formalidade moderada, por atingir axioma ínsito ao conceito ontológico do procedimento e do processo entendido cedere pro” 4 (ir para a frente). Nem mesmo depois de ter sido alertado pelo julgador administrativo de primeira instância acerca da necessidade de apresentação de documentos comprobatórios do crédito pleiteado o Recorrente se predispôs a instruir o processo nesta segunda instância de 4 MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). 7. ed. São Paulo: Dialética, 2014, p. 293. Fl. 201DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.902078/201174 Acórdão n.º 3803006.856 S3TE03 Fl. 202 7 forma efetiva, dado que nenhum documento foi acrescentado para suprir a falha de instrução do processo que já havia sido detectada na primeira instância. Nesse contexto, por ausência de prova da efetiva existência do direito creditório pleiteado, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 202DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 16/02/2015 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELCIO LAFETA REIS
score : 1.0
Numero do processo: 15586.001728/2008-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3302-000.351
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(assinado digitalmente)
GILENO GURJÃO BARRETO - Relator.
EDITADO EM: 29/12/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Jonathan Barros Vita e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: GILENO GURJAO BARRETO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201306
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 15586.001728/2008-58
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5423932
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3302-000.351
nome_arquivo_s : Decisao_15586001728200858.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : GILENO GURJAO BARRETO
nome_arquivo_pdf_s : 15586001728200858_5423932.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO - Relator. EDITADO EM: 29/12/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Jonathan Barros Vita e Gileno Gurjão Barreto.
dt_sessao_tdt : Thu Jun 27 00:00:00 UTC 2013
id : 5803113
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:35:35 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476711194624
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1389; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15586.001728/200858 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3302000.351 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 27 de junho de 2013 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente INDÚSTRIA DE MÓVEIS MOVELAR LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator. EDITADO EM: 29/12/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Jonathan Barros Vita e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Adotase o relatório da decisão recorrida, abaixo transcrito. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 86 .0 01 72 8/ 20 08 -5 8 Fl. 845DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 15586.001728/200858 Resolução nº 3302000.351 S3C3T2 Fl. 3 2 Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a contribuinte em epígrafe, decorrentes de diferença apurada entre os valores escriturados e os declarados em DCTF relativos à COFINS – incidência nãocumulativa (fls. 468/472) e ao PIS – incidência nãocumulativa (fls. 473/477), referente aos períodos de apuração de 10/2007, 11/2007, 01/2008 e 02/2008, nos valores respectivamente de R$ 953.815,69 e R$ 207.009,20 incluído principal, multa de ofício e juros de mora calculados até 30/09/2008. No Termo de Verificação Fiscal, integrante do Auto de Infração, a autoridade autuante registra que a) Foram constatadas divergências entre os valores escriturados no Razão (contas Cofins a Recolher e PIS a Recolher) e demonstrados no DACON e os valores lançados em DCTF; b) A fiscalizada apresentou, em 01/11/2007, Pedidos de Ressarcimento (PER/DCOMP) de saldo credor de PIS e COFINS nãocumulativos apurados no 3º trimestre de 2007, nos valores de R$ 113.123,52 e R$ 521.230,11. Tais valores são idênticos aos valores declarados a menor em DCTF; c) Concluiuse que a empresa além de realizar o pedido de ressarcimento dos saldos credores do PIS e COFINS não cumulativos do 3° Trimestre de 2007, ainda utilizou referidos valores como desconto dos saldos devedores a pagar nos meses lançados, e por isso, estão sendo cobrados os valores apurados na escrituração contábil em divergência com os valores declarados em DCTF. O enquadramento legal citado foi: art. 149 da Lei 5.172/66; arts. 2º, 5º e 11 da Lei 10.833/2003; arts. 1º, 2º, 4º e 10 da Lei 10.637/2002. O enquadramento da multa de ofício e dos juros de mora consta dos demonstrativos em fls. 469 e 474. Cientificada do lançamento em 13/10/2008, a interessada apresentou impugnação em 12/11/2008 (fls. 482/519), na qual alega, em síntese, que: a) O Auto de Infração padece de nulidade absoluta, por ter origem em procedimento que cerceou o direito e a ampla defesa da Impugnante. Isso porque o início da fiscalização se deu em desacordo com o disposto no artigo 844, do RIR, sem intimação do interessado para prestar os esclarecimentos necessários, em 20 dias e notificalo de seu direito de recolher o tributo devido apenas com multa moratória, no prazo de 30 dias; b) Não houve qualquer análise de documentos contábeis ou fiscais que pudessem justificar ou lastrear as considerações do Auditor. O que consta é apenas uma mera repetição de números constantes dos DACONs da Impugnante. A ausência de provas impõe a nulidade do lançamento; c) A Impugnante apurou créditos acumulados em setembro de 2007, que foram transportados para o mês seguinte, no montante de R$ 113.123,52 a titulo de PIS e de R$ 521.230,11 a titulo de COFINS. Nos meses seguintes, até fevereiro de 2008, a Impugnante nada teve a pagar de PIS e COFINS posto que utilizou os saldos acumulados para abater os débitos apurados, conforme se verifica dos DACONs, e assim, nada confessou em DCTF nos meses de outubro de 2007 a janeiro de 2008 e no mês de fevereiro de 2008 confessou em DCTF apenas o saldo após o esgotamento do crédito; d) Apresenta tabela de apuração do PIS e da COFINS; e) O lançamento feriu de morte toda a sistemática da nãocumulatividade, afrontando o artigo 3°, § 4° da Lei 10.637/02 e artigo 3°, § 4° da Lei 10.833/03, que garantem o direito de abater o valor devido a titulo de PIS e COFINS de um mês com saldos de créditos acumulados trazidos de meses anteriores; f) Apresentou os pedidos de ressarcimento em dinheiro dos saldos acumulados, mas quando do fechamento do mês de outubro resolveu utilizar os créditos no que seria sua primeira e obrigatória utilização: no abatimento de débitos das próprias contribuições ao PIS e a COFINS, fazendo com que os pedidos de ressarcimento perdessem o objeto; g) A autuação trilhou em caminho contrário, preferindo considerar ilegítima a utilização de créditos acumulados feita na esteira da legislação, para dar preferência a pedidos de ressarcimento que já perderam o objeto e que, pela superveniência de débitos de PIS e Fl. 846DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 15586.001728/200858 Resolução nº 3302000.351 S3C3T2 Fl. 4 3 COFINS, sequer poderiam ser acolhidos, nos termos do art. 21 da IN 600/05; h) Os dois pedidos de ressarcimento em momento algum surtiram efeitos. Não chegaram a ser sequer analisados pela RFB. Antes da análise os pedido não têm qualquer utilidade ou eficácia prática Já a compensação dos saldos acumulados feita através dos DACONs tiveram eficácia imediata; i) Informa que já apresentou pedido de cancelamento dos pedidos de ressarcimento, conforme comprovantes em anexo; j) O que houve no caso foi apenas a glosa de uma compensação regularmente informada e confessada nos DACONs, não havendo que se falar de falta de declaração a justificar a multa de ofício; k) Quando muito poderia ser aplicada à Impugnante a multa moratória; l) A aplicação da Taxa SELIC sobre o crédito tributário em tela é ilegal, por ferir frontalmente a Constituição Federal, em razão de não ter sido criada por lei e por não respeitar direitos fundamentais dos contribuintes como a segurança jurídica e a própria legalidade. m) Requer seja declarada a nulidade do auto de infração e no mérito, que seja declarado improcedente o lançamento. Caso assim não se entenda, requer seja afastada a aplicação da taxa SELIC e da multa de ofício e aplicada a multa moratória. Protesta, por fim, pela juntada de novos documentos e declarações, bem como pela produção de outras provas, como perícia, ofícios, declarações, constatações e diligências, tudo em atendimento ao principio da verdade material que rege o processo administrativo tributário. Os membros da 5ª Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro RJ, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação. Intimada do acórdão supra em 11/04/2012, inconformada a Recorrente interpôs recurso voluntário em 11/05/2012. É o relatório. Voto Conselheiro GILENO GURJÃO BARRETO, Relator. O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, por isso dele conheço. O núcleo da lide está em verificar se os valores escriturados no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais DACON foram ou não objetos de restituição nos termos requeridos pelo Recorrente, bem como se os documentos apresentados comprovam os valores informados no DACON e, os valores declarados em DTCF. Conforme exposto, a Recorrente, em 01/11/2007, transmitiu os Pedidos de Ressarcimento de nºs 03688.87.439.011107.1.1.114906 e 38811.54032.011107.1.1.103347, os quais, segundo o Recorrente, não foram objetos de análise por parte da D. Autoridade Administrativa. Por outro lado, alega que os referidos créditos acumulados de PIS e COFINS, até setembro de 2007 foram utilizados nos meses de outubro/2007 a janeiro/2008 para abater os débitos apurados, a título das mesmas contribuições, conforme se verifica dos DACON´s, e Fl. 847DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 15586.001728/200858 Resolução nº 3302000.351 S3C3T2 Fl. 5 4 assim, nada confessou em DCTF nos meses de outubro de 2007 a janeiro de 2008 e, no mês de fevereiro de 2008 confessou em DCTF apenas o saldo após o esgotamento do crédito. Alega que apresentou os pedidos de ressarcimento, supracitados, em dinheiro dos saldos acumulados, mas que quando do fechamento do mês de outubro, resolveu utilizar os créditos no abatimentos das próprias contribuições ao PIS e a COFINS, fazendo com que os pedidos de ressarcimentos, supostamente, perdessem o objeto, não tendo recebido quaisquer valores referentes à esse pedidos de ressarcimento. Todavia, muito embora o Recorrente alega que não recebeu qualquer valor referente aos créditos objetos dos pedidos de ressarcimento, os quais foram apenas pleiteados e, posteriormente, houve desistência formal desses pedidos de ressarcimento, antes mesmo da análise de primeira instância, também não vislumbro nos autos quaisquer documentos que confirmem se tais pedidos de desistência foram ou não analisados, bem como se tais valores foram ou não restituídos ao Recorrente, o que é de suma importância, para julgarmos se o presente recurso é ou não procedente, pois, caso tais valores não tenham sido objetos de restituição ao Recorrente, este certamente faz jus ao creditamento requerido, visto que, em nenhum momento tais valores tidos como, créditos acumulados de PIS e COFINS, foram questionados pela i. fiscalização. Em face do exposto, voto pelo retorno dos autos à DRF de origem, em diligência, para que seja esclarecido se o montante, objeto de pedidos de ressarcimentos foi, ou não, devolvido em espécie ao Recorrente, confirmando se tais pedidos foram, ou não, objeto de análise pela referida DRF. Intimar o contribuinte a respeito do resultado da diligência para que, querendo, manifestese sobre ele no prazo de 30 dias. Após a juntada de todas as informações solicitadas, os autos devem retornar a este Conselho, para seu adequado julgamento. É como voto. Sala das Sessões, em 27 de junho de 2013. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator. Fl. 848DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10675.002255/2005-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001
DENUNCIA EXPONTÂNEA. ART. 138 CTN. MULTA DE MORA
O afastamento da multa moratória em face do benefício da denúncia espontânea exige o atendimento de dois requisitos: a existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e a inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento.
A compensação trata de forma precária (não definitiva) da extinção do crédito tributário, motivo pelo o qual impossível o gozo do benefício conferido por sobredito art. 138 do CTN.
RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA
A exemplo da previsão contida na Súmula CARF no 47, igualmente é cabível a multa moratória sobre o saldo devedor, de responsabilidade da sucessora, quando provado que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-002.772
Decisão: ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da TERCEIRA CÂMARA da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da redatora designada. Vencidos os conselheiros Gileno Gurjão Barreto (relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento ao recurso. Designado a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó para redigir o voto vencedor.
(Assinado Digitalmente).
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente
(Assinado Digitalmente).
Gileno Gurjão Barreto - Relator
(Assinado Digitalmente).
MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ - Redatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (VicePresidente), Fabíola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
Nome do relator: GILENO GURJAO BARRETO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001 DENUNCIA EXPONTÂNEA. ART. 138 CTN. MULTA DE MORA O afastamento da multa moratória em face do benefício da denúncia espontânea exige o atendimento de dois requisitos: a existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e a inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento. A compensação trata de forma precária (não definitiva) da extinção do crédito tributário, motivo pelo o qual impossível o gozo do benefício conferido por sobredito art. 138 do CTN. RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA A exemplo da previsão contida na Súmula CARF no 47, igualmente é cabível a multa moratória sobre o saldo devedor, de responsabilidade da sucessora, quando provado que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10675.002255/2005-41
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5423445
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3302-002.772
nome_arquivo_s : Decisao_10675002255200541.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : GILENO GURJAO BARRETO
nome_arquivo_pdf_s : 10675002255200541_5423445.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da TERCEIRA CÂMARA da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da redatora designada. Vencidos os conselheiros Gileno Gurjão Barreto (relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento ao recurso. Designado a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó para redigir o voto vencedor. (Assinado Digitalmente). WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente (Assinado Digitalmente). Gileno Gurjão Barreto - Relator (Assinado Digitalmente). MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ - Redatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (VicePresidente), Fabíola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
dt_sessao_tdt : Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
id : 5800865
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:35:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476715388928
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2288; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 273 1 272 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.002255/200541 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302002.772 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 13 de novembro de 2014 Matéria RESSARCIMENTO SALDO CREDOR DE IPI E DCOMP Recorrente GRANJA RESENDE S/A Recorrida DRJJUIZ DE FORA/MG ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001 DENUNCIA EXPONTÂNEA. ART. 138 CTN. MULTA DE MORA O afastamento da multa moratória em face do benefício da denúncia espontânea exige o atendimento de dois requisitos: a existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e a inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento. A compensação trata de forma precária (não definitiva) da extinção do crédito tributário, motivo pelo o qual impossível o gozo do benefício conferido por sobredito art. 138 do CTN. RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA A exemplo da previsão contida na Súmula CARF no 47, igualmente é cabível a multa moratória sobre o saldo devedor, de responsabilidade da sucessora, quando provado que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido. ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da TERCEIRA CÂMARA da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da redatora designada. Vencidos os conselheiros Gileno Gurjão Barreto (relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Alexandre Gomes, que davam provimento ao recurso. Designado a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó para redigir o voto vencedor. (Assinado Digitalmente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 00 22 55 /2 00 5- 41 Fl. 273DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 274 2 WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente (Assinado Digitalmente). Gileno Gurjão Barreto Relator (Assinado Digitalmente). MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ Redatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (VicePresidente), Fabíola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Deroulede e Maria da Conceição Arnaldo Jacó. Relatório Adotase o relatório da decisão recorrida, por bem refletir a contenda. “Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de IPI de fl.01, relativo ao 1º trimestre do anocalendário de 2001, formulado em 31/10/2001, com fulcro no art. 11 da Lei nº 9.779, de 19/01/1999. Ao pedido de ressarcimento de R$ 143.242,38, vinculouse o Pedido de Compensação de fl. 02, convertido em Declaração de Compensação, por força do disposto no art. 74, §4º, da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003. Com tal declaração a contribuinte visou extinguir débito da Cofins do mês de maio de 2001. Em análise de legitimidade, a autoridade competente da Delegacia da Receita Federal de Uberlândia, MG, exarou o Despacho Decisório de fls. 95/97 para deferir parcialmente o pleito de ressarcimento. Em razão do valor deferido de R$ 125.803,19 foi homologada parcialmente a compensação declarada pela contribuinte, relativa à parte da Cofins do mês de maio de 2001. Do débito declarado de R$ 143.242,38, R$ 100.305,52 foi compensado nesse processo e R$ 42.936,86 foi transferido para o processo nº 10675.002250/200518. As razões para o reconhecimento parcial do saldo credor, amparado na Informação Fiscal de fls. 85/88, serão, resumidamente, descritas a seguir: I — de início a contribuinte apresentou a relação de notas fiscais de fls. 12/15, em que vários produtos nelas consignados não atendiam a condição de serem matériasprimas, produtos nelas consignados não atendiam a condição de serem matérias primas, produtos intermediários ou materiais de embalagem, por desatenderem ao disposto no art. 147 do RIPI 1998, bem como no Parecer Normativo CST n° 65, de 1979. Diante dessa constatação, a contribuinte elaborou nova planilha, às fls. 68/71, da qual foram retirados os produtos acima referidos. Restou, por fim, o saldo credor de IPI destacado nas notas fiscais relacionadas na nova planilha de fls. 68/71 de R$ 125.803,19, inferior ao valor inicialmente requerido.Portanto, ficou caracterizado que a relação ao valor de R$ 17.439,19 (143.242,38 – 125.803,19) o pedido era improcedente uma vez que composto pela aquisição, por exemplo, de termômetro, peças de reposição, contato, refil para saboneteira, tubo sino, Fl. 274DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 275 3 luminária, cera líquida, desinfetante, relógio automático, sensores indutivos, óleo lubrificantes, etc, itens que não se integram ou não se consomem em contato com os produtos derivados de abate de suínos. Além do IPI incidente sobre esses produtos, também não fizeram parte da planilha de fls.68/71 o IPI sobre aquisições cujas notas fiscais não foram localizadas pela interessada. II — entre os valores de IPI escriturados no Livro Registro de Apuração do IPI no 2° trimestre de 2001 incluiuse a quantia de R$ 26.468,52, relativa a aquisições de bens para o ativo permanente. Tal importância foi estornada pela própria contribuinte no mês de agosto de 2001, juntamente com parcelas de mesma natureza, registradas nos 2° e 3° trimestres, nos respectivos valores de R$ 20.629,14 e R$ 5.413,88, com total estornado de R$ 52.511,54. III — outros ajustes no saldo credor foram relatados às fls. 87/88. Cientificada do despacho decisório, a contribuinte manifestou sua inconformidade às fls. 105/114, por intermédio de seu procurador, legalmente constituído às fls. 115/116, para alegar e solicitar, em síntese, que: 1 — o débito do pedido de compensação de fls. 02 referente ao PA 05/01, foi quitado antes de qualquer iniciativa do Fisco Federal. Contudo, parte do saldo credor reconhecido foi utilizado para pagamento de suposta multa moratória de R$ 20.061,11, o que desobedece frontalmente o instituto da denúncia espontânea, previsto no artigo 138 do Código Tributário Nacional. Segundo o dispositivo o contribuinte que comparecer espontaneamente perante a autoridade fiscal competente e der quitação à suas obrigações tributárias em atraso será isentado da responsabilidade pelo cometimento da infração. Neste sentido destacamse as jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, expressas respeitosamente no REsp 9.421PR (91.0655140), de 19/10/1992, e no RE 106.068SP, de 23.08.1995. Os textos de Sacha Calmon, Aliomar Beleeiro e Paulo de Barros Carvalho, ora colacionados, também corroboram esse entendimento. Apesar de amplamente ventilada pela doutrina e pela jurisprudência, a real finalidade do instituto da denúncia espontânea foi totalmente ignorada pela autoridade fiscal; 2 – é inexigível a multa à sucessora, pois, nos termos dos arts. 132 e 108 do CTN, esta não é responsável pelo pagamento desta importância. Assim, já decidiu o TRF 4ª Região no AC 1998.04.01.0217244/PR e no AC 04031806SC; 3 – seja reconhecido o direito à compensação dos créditos de R$ 125.803,19 com os débitos do pedido de compensação de fl. 02, excluindo a aplicação da multa moratória de R$ 20.061,11, em obediência ao instituto da denúncia espontânea e às regras de direito tributário, mais especificamente à do artigo 132 do CTN.” Fl. 275DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 276 4 O contribuinte, intimado em 13.02.2008, apresentou Recurso Voluntário de fls. 150/161 em 07.03.2008, no qual repisou, em síntese, os mesmos argumentos das fases anteriores da lide. A Resolução nº 330200.054 (fls. 166/169), da Terceira Seção de Julgamento do CARF, converteu o julgamento do referido recurso voluntário em diligência, requisitando que, “intimada, a sucessora decline a data efetiva da aquisição da participação no capital da sucedida”. Realizada a diligência e apresentado os documentos pela Recorrente, foi elaborado Termo de Encerramento de Diligência, juntado às fls. 197/199 retornando os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para prosseguimento. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro GILENO GURJÃO BARRETO, Relator O presente recurso preencheu os requisitos de admissibilidade, por isso foi conhecido. A lide cindese à aplicação de multa de mora exoficio pelo fisco no momento da compensação de crédito tributário com tributo vencido. I Da Denúncia Espontânea Primeiramente, cumpre esclarecer que não se discute no presente caso, se seria cabível, ou, não o instituto da denúncia espontânea. Discutese, se aplicado o instituto da denúncia espontânea caberá ou não a exclusão da multa de mora. Segundo o artigo 138 do Código Tributário Nacional, aquele que voluntariamente confessar a realização de uma infração ao Fisco, efetuando, caso seja necessário, o pagamento do tributo devido, acrescido de juros de mora, ou realize o depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante deste tributo depender de apuração, terá o benefício de exclusão da responsabilidade por essa infração, ficando livre do pagamento de qualquer penalidade, in verbis: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. O artigo 138 deve ser aplicado, para a exclusão da multa de mora, não havendo que se falar em distinção entre multa punitiva e multa compensatória. É certo que caso o tributo seja pago em atraso enseja a multa moratória. Todavia, a responsabilidade por essa infração é excluída pela denúncia espontânea, nos termos do artigo 138 do CTN. A denúncia espontânea serve para incentivar o contribuinte a denunciar situações em que ocorreram fatos geradores, mas que por algum motivo, foram omitidos da fiscalização. Fl. 276DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 277 5 Aliás, o Superior Tribunal de Justiça, já decidiu que na aplicação do artigo 138 do CTN, não é permitido a distinção entre multa punitiva e moratória, não veicula qualquer distinção dessa natureza. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA. EXCLUSÃO. 1. O art. 138 do CTN não estabelece distinção entre a multa moratória e a punitiva, de modo que ambas são excluídas pela denúncia espontânea. Precedentes. 2. Recurso Especial não conhecido. (STJ. REsp 922.206. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. D.J 22/08/2008) AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INOCORRÊNCIA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA OU PUNITIVA. POSSIBILIDADE. IMPROVIMENTO. 1. Fundada a decisão na jurisprudência dominante do Tribunal, não há falar em óbice para que o relator julgue o recurso especial com fundamento no artigo 557 do Código de Processo Civil. 2. Caracterizada a denúncia espontânea, quando efetuado o pagamento do tributo em guias DARF e com a compensação de vários créditos, mediante declaração à Receita Federal, antes da entrega das DCTFs e de qualquer procedimento fiscal, as multas moratórias ou punitivas devem ser excluídas. 3. Agravo regimental improvido. (STJ. AGRESP nº 1136372. Rel. Min. Hamilton Carvalhido. D.J. 18/05/2010) Outrossim, Recorrente já cumpriu sua obrigação, pois ao recolher os tributos em atraso, o fez com juros e correção monetária devidos, configurando dessa forma a denúncia espontânea, devendo ser excluída a sanção pelo atraso no pagamento. Exigir a multa moratória, in casu, seria desconsiderar o motivo pelo qual a denúncia espontânea foi criada, incentivando o contribuinte, por conseguinte a permanecer na indesejada via da impontualidade. No direito Tributário a multa é uma sanção, uma penalidade, abrangida pela idéia de responsabilidade presente no artigo 138 do CTN. É claro neste ponto que o legislador não fez nenhuma distinção das referidas multas, não podendo o intérprete fazer. Seguindo este raciocínio, Luiz Alberto Gurgel de Faria defende: “A multa aplicada no âmbito do Direito Tributário, seja de que natureza for, tem feição sancionatória e, como tal, seria atingida pelo artigo 138, que, de modo explícito, menciona que a responsabilidade por infrações é relevada quando a falta for espontaneamente declarada, acompanhada do “pagamento de tributo devido e dos juros de mora”, nada dispondo acerca da quitação quanto às multas. Se fosse intenção do legislador retirar do benefício as multas de cunho moratório, certamente teria feito de forma expressa.” 1 1 FARIA, Luiz Alberto Gurgel.Código Tributário Nacional Comentado: doutrina e jurisprudência, artigo por artigo, inclusive ICMS e ISS, 4ª edição, Editora Revista dos Tribunais, 2007, p. 653. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 278 6 O que normalmente acontecer nas circunstâncias de aquisição de controle por outra empresa é a novel administração revisar o recolhimento dos tributos da sucedida, eventualmente declarando e pagando débitos antigos. Por isso o contribuinte apurou seus créditos extemporaneamente e utilizouos para compensar com o débito não lançado e não recolhido do mesmo período de apuração, tributos vencidos em 15/06/2001 liquidado em outubro daquele mesmo ano. Com efeito, uma vez recolhido o tributo, sem que houvesse qualquer tipo de instauração de procedimento administrativo, e verificando inexistir evidências nos autos que pudessem indicar que houvesse sido consignado em DCTF´s tais valores por parte da Recorrente (PROFISC fls. 108 consta o valor original, e como “ORIGEM DEB” A “CONFISSÃO EXPONTÂNEA”) ou provas do contrário por parte da Recorrida, entendo excluirse, nessa linha de raciocínio qualquer incidência de multa moratória ou punitiva sobre os valores recolhidos em atraso, não podendo ser o crédito do contribuinte utilizado para compensar a pretensa multa eis que o recolhimento fora espontâneo. II Ressarcimento de IPI – Multa Sucessora Caso vencido quanto à aplicabilidade do art. 138 do CTN ao caso concreto, importante se fará a análise da alegada impossibilidade de “lavratura” da multa por ocasião do indeferimento da compensação, eis que o devedor era outra pessoa jurídica, à época. Importante aqui mencionar que à época da solicitação da diligência, ainda inexistia a jurisprudência que consolidou as circunstâncias em que aplicável o art. 138 do CTN. Isso posto, seria para esse julgador importante verificar a questão da sucessão, se existente ou não. Ainda, que essa análise era a necessária à época, pois o que o contribuinte fizera fora compensar esse crédito com débitos da sucedida, ela sim que seria devedora daquela multa, devida a partir do vencimento da obrigação em 15/06/2001, porém, que surgira justamente no momento da compensação feita pela recorrente em 31/10/2001. Isso posto, apresento doravante o resultado da diligência, para o caso desse assunto ser relevante para os nobres pares, que caso considerem inaplicável o art. 138 do CTN, também teriam que analisar a multa na sucessão. Da análise dos documentos apresentados em diligência, constatouse o seguinte: a. Em 15/12/1999, o Conselho de Administração da Sadia S.A. aprovou a aquisição da participação majoritária no capital da empresa Granja Rezende S.A., conforme extrato da Ata de Reunião n° 624 (fls. 163). b. Em 23/12/1999, a Sadia S.A., adquiriu 256.685156 ações ordinárias da empresa Granja Rezende S.A. (58,87% das 436.000.000 ações ordinárias em que, à época, dividiase o capital social desta empresa), conforme a Escritura Pública de Cessão Irrevogável e Irretratável de Ações por Compra e Venda e Outras Avenças juntada às fls. 166 a 172. c. Em 28/12/1999, a Sadia S.A. adquiriu 127.866.244 ações ordinárias da empresa Granja Rezende S.A. (29,33% do capital social), conforme o Instrumento Público de Cessão Irrevogável e Irretratável de Ações por Compra e Venda e Outras Avenças juntado às fls. 173 a 179. d. Em 20/01/2000, O Conselho de Administração da Sadia S.A homologou a aquisição do controle acionário da empresa Granja Rezende S.A., conforme extrato da Ata de Reunião n° 625 (fls. 164). Fl. 278DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 279 7 Concluiuse que desde 23/12/1999, data da aquisição pela Sadia S.A. da participação preponderante no capital social da Granja Rezende S.A., ambas empresas passaram a integrar um mesmo grupo de empresas. O Pedido de Ressarcimento referese ao 1º trimestre de 2001, tendo sido a sociedade incorporada pela Sadia S.A anteriormente à não homologação do ressarcimento e da compensação. Ou seja, nesse caso, faziam parte de um grupo econômico. Nesse sentido, a jurisprudência do antigo Conselho de Contribuintes considera a responsabilidade da sucessora por essa multa, ex vi dos Acórdãos no. 10196270, 1032333, 107.08562, 30132.717. Súmula 47 do CARF. Nesse caso, entendo inassistir razão à contribuinte. Finalmente, uma questão incidental. A DRJ afirma que parte do crédito tributário, no valor de R$ 42.936,86, foi compensado pela empresa no processo nº 10675.002250/200518, referido débito não será exigido do sujeito passivo nos presentes autos. Com razão a DRJ, verifico que houve apreciação sobre tais valores no processo mencionado, por isso, caso seja reconhecido o crédito desse processo, deverá ser devidamente deduzido o presente processo desse montante. O que resulta em que quanto a essa parte, não deve ser conhecido o recurso por apreciação prévia. Isso posto, não conheço do recurso quanto ao período de apuração de maio de 2001, conheço do recurso quanto à diferença resultante e doulhe provimento, considerando incabível a aplicação da multa de mora ex vi do art. 138 do CTN. Caso vencido nessa parte, entendo que houve sucessão entre empresas anteriormente pertencentes ao mesmo grupo econômico, e nesse sentido, nego provimento o Recurso Voluntário. É como voto. Sala das Sessões, em 29 de maio de 2014. (Assinado Digitalmente). GILENO GURJÃO BARRETO Voto Vencedor Conselheira MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo ser acolhido e analisado. Para melhor compreensão, fazse um resumo dos fatos: A contribuinte formulou em 31/10/2011 Pedido de Ressarcimento de IPI de efl.07, relativo ao 1º trimestre do anocalendário de 2001, com fulcro no art. 11 da Lei nº 9.779, de 19/01/1999. no valor de R$ 168.543,62, composto por crédito presumido Portaria MF nº 38/97 (Vendas para o mercado externo e equiparadas) no valor de R$ 25.301,24 e por crédito de IPI na aquisição de insumos utilizados na produção de produtos isentos ou de alíquota zero, no valor de R$ 143.242,38 . Vinculouse ao mesmo o Pedido de Compensação de efl. 09, convertido em Declaração de Compensação, por força do disposto no art. 74, §4º, da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003. Com tal declaração a contribuinte visou extinguir débito da Cofins (código 2172) do PA mês de maio de 2001, no valor de R$ 168.543,62. Tais pedidos foram formulados inicialmente por meio do processo nº 10675.002238/200180. Fl. 279DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 280 8 Tendo em vista a incorporação da Granja Rezende pela Sadia, cuja matriz é jurisdicionada pela DRF Joaçaba, a Unidade emitiu despacho de efl 57 a 61 para desmembrar o processo original nº 10675.002238/200180, pois, a competência para a análise do direito do crédito presumido no valor de R$ 25.301,24 é da DRF Joaçaba. Assim, no Processo original nº 10675.002.238/200180 – consta o pedido do crédito presumido no valor de R$ 25.301,24 , encaminhado para a DRF Joaçaba/SC, jurisdição da matriz da Sadia, Sucessora; Neste Processo 10675.002255/200541 – consta o pedido ressarcimento de Saldo credor de IPI, no valor de R$ 143.242,38, para análise pela DRF/Uberlândia/MG jurisdição do estabelecimento que apurou o saldo credor de IPI. Em análise de legitimidade, a autoridade competente da Delegacia da Receita Federal de Uberlândia, MG, exarou o Despacho Decisório de fls. 95/97 para deferir parcialmente o pleito de ressarcimento. Em razão do valor deferido de R$ 125.803,19 (OBS: valor apurado de acordo com a nova planilha apresentada pela contribuinte, no curso da auditoria) foi homologada parcialmente a compensação declarada pela contribuinte, relativa à parte da Cofins do mês de maio de 2001, no valor de R$ R$ 100.305,52, restando um saldo devedor de R$ 42.936,86 (R$ 143.242,38 – 100.305,52). Às Fls 104 e 105 encontrase o extrato demonstrativo do débito em compensação, a Cofins, PA 05/2001, onde se demonstra que o saldo remanescente de R$ 42.936,86 decorreu da imputação feita em face da valoração do valor em 31/10/2001(data da entrega do pedido de ressarcimento e de compensação), referente ao débito vencido em 15/06/2001, portanto acrescendo multa e juros de mora. Dessa forma gerou o Darf para o SIAFI (efl 105) nos seguintes termos: Cofins Original: R$ 100.305,52; Multa R$ 20.061,11 e Juros R$ 5.436,56 e Total R$ 125.803,19, no limite do crédito de IPI reconhecido. A DRF informa que o débito remanescente COFINS PA 05/2001, no valor original de R$ 42.936,86, foi compensado pela empresa no processo nº 10675.002250/200518, referido débito não será exigido do sujeito passivo nos presentes autos. O litígio iniciado pela contribuinte em sua manifestação de inconformidade referese à cobrança da multa de mora no valor de R$ 20.061,11, sob dois argumentos, quais sejam: a) Denúncia espontânea e b) inexigibilidade na sucessora art. 132 e 108 CTN. Acata o valor do crédito reconhecido pela Autoridade administrativa no valor de R$ 125.803,19. Passase à análise. De antemão cabe ressaltar que a data de valoração do valor compensado está em conformidade com o disposto na alínea “b” do §3º do art. 13 da IN SRF nº 21, de 10/03/1997. “§ 3º A compensação será efetuada considerandose as seguintes datas: (Redação dada pela IN SRF n º 73/97, de 15/09/1997 ) a) do pagamento indevido ou a maior que o devido, no caso de restituição, ressalvadas as hipóteses seguintes; (Incluído pela IN SRF n º 73/97, de 15/09/1997 ) b) do ingresso do pedido de ressarcimento em espécie, quando destinado à compensação com débito vencido; (Incluído pela IN SRF n º 73/97, de 15/09/1997 ) “ (grifei) Ademais, os argumentos aduzidos não socorrem a contribuinte, pelos seguintes motivos: Fl. 280DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 281 9 Denúncia Espontânea O CTN somente excluiu, em seu art. 138, a responsabilidade tributária em razão de denúncia espontânea quando esta for acompanhada do pagamento do tributo devido com os respectivos juros moratórios. O comando do art. 138, do CTN, visa incentivar a regularização fiscal e o incremento da arrecadação, por meio da concessão de incentivo (qual seja, a exclusão da responsabilidade por infração) pelo pagamento de tributos em atraso espontaneamente denunciados. E como a compensação seja aos moldes pretéritos (em que era objeto de pedido e era passível de eventual posterior indeferimento), seja aos moldes atuais (em que é declarada e está sujeita, dentro do prazo de 5 anos, a ser fortuitamente não homologada na forma do art. 74, §1º, da Lei nº 9.430/96) –, trata de forma precária (não definitiva) da extinção do crédito tributário, não goza do benefício conferido por sobredito art. 138. O entendimento acima se afina com a jurisprudência do STJ a respeito desta questão peculiar, conforme patenteia a ementa do acórdão, recentemente publicado no DJE de 26/08/2010, proferido AgRg no Agravo de Instrumento nº 1.303.103/RS, no qual foi Relatora a Exma. Sra. Ministra Eliana Calmon: “TRIBUTÁRIO PROCESSO CIVIL DENÚNCIA ESPONTÂNEA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO PRINCIPAL E DOS JUROS DE MORA DEVIDOS NÃOCONFIGURAÇÃO. 1. A configuração da denúncia espontânea pressupõe o pagamento do principal da dívida acompanhado dos juros de mora devidos antes de qualquer procedimento fiscal, o que não ocorreu na espécie, na qual houve mero pedido de compensação. 2. Agravo regimental não provido.” (g.n.) De se ver que a jurisprudência colacionada pela contribuinte em suas peças de defesa atestam como requisitos para a não incidência de multa moratória em face da denúncia espontânea o atendimento de dois requisitos: a existência de pagamento do tributo com os respectivos juros de mora e a inexistência de procedimento fiscal anterior ao pagamento. A contribuinte não atendeu ao primeiro dos requisitos mencionados. Da inexigibilidade na sucessora art. 132 e 108 CTN O resultado da diligência solicitada pela Resolução nº nº 330200.054 (efls. 166/169) desta Turma de Julgamento aponta que desde 23/12/1999, data da aquisição pela Sadia S.A. da participação preponderante no capital social da Granja Rezende S.A., ambas empresas passaram a integrar um mesmo grupo de empresas. O Pedido de Ressarcimento referese ao 1º trimestre de 2001, tendo sido a sociedade incorporada pela Sadia S.A anteriormente à não homologação do ressarcimento e da compensação. Sobre a multa cominada à sucessora, ressaltase que o CARF já firmou entendimento de que a multa de ofício, que se caracteriza uma penalidade, é cabível, quando provado que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico, a teor da Súmula CARF no 47 (Portaria CARF nº 052/2010), conforme abaixo reproduzida. Assim, com muito mais razão, devese aplicar a multa de mora que constitui acréscimo moratório: “Súmula nº 47 – Cabível a imputação da multa de ofício à sucessora, por infração cometida pela sucedida, quando provado Fl. 281DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10675.002255/200541 Acórdão n.º 3302002.772 S3C3T2 Fl. 282 10 que as sociedades estavam sob controle comum ou pertenciam ao mesmo grupo econômico.” E, ainda, relembrese que a contribuinte tinha consciência de que esse valor era devido, tanto que, na mesma data que apresentou o presente pedido de ressarcimento e compensação, apresentou, também, o pedido de compensação do valor correspondente ao saldo devedor da COFINS, PA 05/2005, por meio do processo nº 10675.002250/200518, que corresponde exatamente ao saldo devedor apurado nos presentes autos, em decorrência, como já ressaltado, da valoração do débito no dia do pedido de ressarcimento e compensação, em 31/10/2001, acrescido corretamente da multa de mora e juros de mora, motivo pelo o qual o saldo devedor deste processo no valor de R$ R$ 42.936,86, conforme ressaltado pela unidade, não foi exigido do sujeito passivo nos presentes autos. O processo nº 10675.002250/200518 foi julgado por esta turma na sessão de 25 de fevereiro de 2014, por meio do Acórdão nº 3302002.454, cujo resultado foi negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão 1ª instância que havia mantido a decisão no Despacho Decisório que reconheceu parcialmente o valor do ressarcimento pleiteado e homologou a compensação dos débitos da COFINS, inclusive o saldo devedor da Cofins do PA 05/01 (código de receita 2172) no valor original de R$ 42.936,86. CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, ressalvando que o saldo devedor apurado nestes autos, no valor de R$ 42.936,86 já se encontra extinto por compensação homologada por meio do Acórdão nº 3302002.454, de 25 de fevereiro de 2014 prolatado no processo nº 10675.002250/200518. É como voto. (Assinado digitalmente) MARIA DA CONCEIÇÃO ARNALDO JACÓ – Redatora. Fl. 282DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por MARIA DA CONCEICAO ARNALDO JACO, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10783.904544/2012-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. APROVEITAMENTO DE SALDO NEGATIVO COMPOSTO POR COMPENSAÇÕES ANTERIORES. POSSIBILIDADE.
A compensação regularmente declarada, tem o efeito de extinguir o crédito tributário, equivalendo ao pagamento para todos os fins, inclusive, para fins de composição de saldo negativo.
Na hipótese de não homologação da compensação que compõe o saldo negativo, a Fazenda poderá exigir o débito compensado pelas vias ordinárias, através de Execução Fiscal.
A glosa do saldo negativo utilizado pela ora Recorrente acarreta cobrança em duplicidade do mesmo débito, tendo em vista que, de um lado terá prosseguimento a cobrança do débito decorrente da estimativa de IRPJ não homologada, e, de outro, haverá a redução do saldo negativo gerando outro débito com a mesma origem.
Numero da decisão: 1201-001.057
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(Assinado digitalmente)
RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO - Presidente.
(Assinado digitalmente)
LUIS FABIANO ALVES PENTEADO - Relator.
EDITADO EM: 11/10/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e João Carlos de Lima Júnior.
Nome do relator: LUIS FABIANO ALVES PENTEADO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. APROVEITAMENTO DE SALDO NEGATIVO COMPOSTO POR COMPENSAÇÕES ANTERIORES. POSSIBILIDADE. A compensação regularmente declarada, tem o efeito de extinguir o crédito tributário, equivalendo ao pagamento para todos os fins, inclusive, para fins de composição de saldo negativo. Na hipótese de não homologação da compensação que compõe o saldo negativo, a Fazenda poderá exigir o débito compensado pelas vias ordinárias, através de Execução Fiscal. A glosa do saldo negativo utilizado pela ora Recorrente acarreta cobrança em duplicidade do mesmo débito, tendo em vista que, de um lado terá prosseguimento a cobrança do débito decorrente da estimativa de IRPJ não homologada, e, de outro, haverá a redução do saldo negativo gerando outro débito com a mesma origem.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10783.904544/2012-88
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5403549
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 1201-001.057
nome_arquivo_s : Decisao_10783904544201288.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : LUIS FABIANO ALVES PENTEADO
nome_arquivo_pdf_s : 10783904544201288_5403549.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO - Presidente. (Assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO - Relator. EDITADO EM: 11/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e João Carlos de Lima Júnior.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
id : 5744525
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:06 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476747894784
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1927; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 206 1 205 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10783.904544/201288 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1201001.057 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 30 de julho de 2014 Matéria PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Recorrente ADM DO BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. APROVEITAMENTO DE SALDO NEGATIVO COMPOSTO POR COMPENSAÇÕES ANTERIORES. POSSIBILIDADE. A compensação regularmente declarada, tem o efeito de extinguir o crédito tributário, equivalendo ao pagamento para todos os fins, inclusive, para fins de composição de saldo negativo. Na hipótese de não homologação da compensação que compõe o saldo negativo, a Fazenda poderá exigir o débito compensado pelas vias ordinárias, através de Execução Fiscal. A glosa do saldo negativo utilizado pela ora Recorrente acarreta cobrança em duplicidade do mesmo débito, tendo em vista que, de um lado terá prosseguimento a cobrança do débito decorrente da estimativa de IRPJ não homologada, e, de outro, haverá a redução do saldo negativo gerando outro débito com a mesma origem. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 90 45 44 /2 01 2- 88 Fl. 232DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO 2 (Assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO Relator. EDITADO EM: 11/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rafael Vidal de Araujo (Presidente), Marcelo Cuba Netto, Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado e João Carlos de Lima Júnior. Relatório Trata – se o presente processo de pedido de compensação nº 08321.52273.300608.1.3.020267, constante de fls. 30 a 39, apresentado em 30/06/2008, para utilização de crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ, relativo ao anocalendário de 2007, no valor original na data da transmissão de R$ 33.077.755,15, ao qual estão vinculados os pedidos de compensação nº 29274.32454.100708.1.3.023483, 05158.04543.150708.1.3.021526, 14939.34608.250708.1.3.025927, 25100.23617.080708.1.3.024090, 03433.83641.310708.1.3.028038, e 31028.24970.260412.1.7.022613, com débitos diversos que alcançam o montante de R$ 34.942.587,72. O saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2007 teria sido formado com 29 (vinte e nove) retenções do imposto na fonte, que somadas alcançam o valor de R$ 380.267,90, bem como através da compensação de estimativas com saldo de períodos anteriores, e com outros tributos, conforme a tabela a seguir: Mês de Apuração Nº da DCOMP Valor Compensado (R$) 31851.43990.280207.1.3.038229 574.214,68 jan/07 17522.77409.280207.1.3.084316 3.156.199,17 fev/07 17522.77409.280207.1.3.084316 3.385.169,52 mar/07 30940.38968.300407.1.3.021031 8.021.371,56 abr/07 04399.08169.310507.1.3.091700 3.839.456,34 jul/07 05952.44725.310807.1.3.087042 508.886,69 ago/07 11231.83039.280907.1.3.098066 1.738.223,23 38402.57771.311007.1.3.025533 5.117.817,97 36170.22651.311007.1.3.093541 3.043.314,17 36051.61245.311007.1.3.082970 1.619.657,10 set/07 07541.03483.311007.1.3.084169 1.693.176,82 Total 32.697.487,25 Segundo o Despacho Decisório de fls. 40, foi reconhecido o direito creditório no valor de R$ 16.768.324,20, correspondente a soma do valor das retenções na fonte declaradas e da compensação das estimativas conforme a tabela a seguir: Mês de Apuração Nº da DCOMP Valor Compensado (R$) Observação Fl. 233DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO Processo nº 10783.904544/201288 Acórdão n.º 1201001.057 S1C2T1 Fl. 207 3 mar/07 30940.38968.300407.1.3.021031 8.021.371,56 Homologação Total abr/07 04399.08169.310507.1.3.091700 161.746,56 Homologação parcial ago/07 11231.83039.280907.1.3.098066 1.271.770,20 Homologação parcial 38402.57771.311007.1.3.025533 5.117.817,97 Homologação Total 36170.22651.311007.1.3.093541 804.207,94 Homologação parcial 36051.61245.311007.1.3.082970 455.053,33 Homologação parcial set/07 07541.03483.311007.1.3.084169 556.088,74 Homologação parcial Total 16.388.056,30 ‐ Cientificada em 15/06/2012, conforme AR de fl. 41, a contribuinte interpôs em 16/07/2012 manifestação de inconformidade de fls. 47 a 54, acompanhada de documentos de fls. 55 a 127. Alega que durante o ano calendário 2007 apurou mensalmente o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) através do levantamento de balancetes de redução e suspensão, valores aos quais foram pagos através de compensação. Ao final do ano calendário verificou que os valores recolhidos durante o ano tinham sido superiores ao efetivamente devido, uma vez que apurou um prejuízo fiscal de R$ 90.444.844,51, informação constante de sua DIPJ. Assim, faria jus ao crédito do valor das antecipações mensais que recolheu a maior, somados aos valores retidos na fonte, haja vista que nada seria devido naquele ano. Insurgese quanto ao despacho decisório que homologou parcialmente a compensação pleiteada, e a cobrança administrativa dos débitos não compensados, pois as compensações utilizadas para quitação das antecipações mensais, ainda que não completamente homologadas, possuem manifestação de inconformidade ou recurso voluntário pendentes de julgamento, o que suspende a exigibilidade do crédito tributário, e implicam na prejudicialidade da análise do pedido constante do presente processo. Requer o provimento à sua manifestação de inconformidade a fim de homologar as compensações declaradas através das DCOMPs nº 8321.52273.300608.1.3.020267, 29274.32454.100708.1.3.023483, 05158.04546.150708.1.3021526, 14939.34608.250708.1.3.025927, 25100.23617.080708.1.3.024090, 03433.83641.310708.1.3.028038 e 31028.24970.260412.1.70226132. Alternativamente requer a suspensão do presente processo até o julgamento em definitivo dos processos administrativos 10783.900282/201100, 10783.724593/201158, 15586.720242/201118, 15586.720241/201173, 15586.720244/201115, 15586.720246/201104, 15586.720247/201141 e 15586.720243/201162, tendo em vista a suposta prejudicialidade entre as discussões. A DRJ juntou as autos, demonstrativo de análise de crédito e do detalhamento da compensação do Despacho Decisório, nº de rastreamento 023595824, da DRF Vitória, bem como de telas de consulta do andamento dos processos administrativos 10783.900282/201100, 10783.724593/201158, 15586.720242/201118, 15586.720241/201173, 15586.720244/201115, 15586.720246/201104, 15586.720247/201141 e 15586.720243/201162. Em decisão de fls. 137, a DRJ/RJ, trouxe os seguintes fundamentos: Fl. 234DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO 4 i) não é possível o sobrestamento do processo administrativo, visto que o PAF não prevê, como faz o processo civil, a possibilidade de sobrestar qualquer decisão, em razão de análise que deva ser proferido por outrem em caráter prejudicial; ii) todas as compensações de estimativas assinaladas como não confirmadas no Despacho Decisório foram indeferidas em decisões que, muito embora atacadas, permanecem válidas enquanto outra não as reforme, seja na esfera administrativa ou em juízo. Ao Final, a DRJ concluiu que não restou comprovada a existência de crédito líquido e certo contra a Fazenda Pública, diverso do já reconhecido no Despacho Decisório, negando provimento à manifestação de inconformidade. A Recorrente apresentou Recurso Voluntário de fls 175, por meio do qual, aduz o seguinte: i) grande parte do valor não homologado referese a questionamento da autoridade administrativa acerca da quitação de algumas antecipações mensais de IRPJ durante o anobase 2007 através de compensações e que o art. 170 do CTN e art. 74, § 2° do CTN, trazem previsão de que a compensação é forma de extinção do crédito tributário; ii) na impossibilidade de sobrestamento do presente processo até o julgamento dos demais processos administrativos onde se discute as compensações das estimativas efetuadas em 2007, deve ser determinado o apensamento dos autos para que seja julgados em conjunto. É o relatório Voto Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado, Relator O recurso interposto é tempestivo e encontrase revestido das formalidades legais cabíveis merecendo ser apreciado. ESTIMATIVAS EXTINTAS POR COMPENSAÇÃO. COMPOSIÇÃO DO SALDO NEGATIVO. O presente caso trata de Declarações de Compensação apresentadas pela ora Recorrente com utilização de saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2007, composto, inclusive, por estimativas mensais que haviam sido liquidadas por meio de declarações de compensação que, por sua vez, não foram totalmente homologadas, tendo sido objeto de Despachos Decisórios diversos que ainda permanecem em discussão na via administrativa. Em apertada síntese, o que está aqui em discussão é se as estimativas extintas através de compensações não homologadas, continuam a compor o saldo negativo do respectivo ano, para futura compensação com outros débitos. Segue abaixo, quadro demonstrativo das declarações de compensação e respectivos processos administrativos em que as compensações efetuadas estão sendo discutidas: COMPETENCIA VALOR PERDCOMP jan/07 574.214,68 31851.43990.280207.1.3.038229 jan/07 3.156.199,17 17522.77409.280207.1.3.084316 Fl. 235DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO Processo nº 10783.904544/201288 Acórdão n.º 1201001.057 S1C2T1 Fl. 208 5 fev/07 3.385.169,52 00721.59593.300307.1.3.034016 mar/07 8.021.317,56 30940.38968.300407.1.3.021031 abr/07 3.839.456,34 04399.08169.310507.1.3.091700 mai/07 jun/07 jul/07 508.886,69 05952.44725.310807.1.3.087042 ago/07 1.738.223,23 11231.83039.280907.1.3.098066 set/07 5.117.817,97 38402.57771.311007.1.3.025533 set/07 3.043.314,17 36170.22651.31007.1.3.093541 set/07 1.619.657,10 3605.61245.311007.1.3.082970 set/07 1.693.176,82 07541.03483.311007.1.3.08169 Ora, temos aqui uma situação gravosa sendo imposta a ora Recorrente. Isso porque, temos, de um lado, processos administrativos relacionados a não homologação/homologação parcial das compensações efetuadas para fins de liquidação dos débitos de estimativa que passaram e compor o saldo negativo do ano de 2004 e, de outro, o presente processo, por meio do qual a Fiscalização e a DRJ entendem que a estimativas em discussão não devem compor o saldo negativo utilizado pelo Recorrente, reduzindo o crédito utilizado, fazendo remanescer um débito em aberto. Assim, caso entendêssemos no presente processo que tais estimativas, extintas por compensações (em discussão administrativa) devem ser desconsideradas para fins de composição do saldo negativo do respectivo período e, nos demais processos, a Recorrente venha a ter uma decisão desfavorável, teríamos uma cobrança em duplicidade dos respectivos valores. Isso porque, a Recorrente seria chamada a pagar as estimativas indevidamente compensadas, com os devidos acréscimos legais ao mesmo tempo em que seria obrigada também, a pagar os débito liquidados através do aproveitamento do saldo negativo do período. A não homologação das compensações vinculadas às estimativas de IRPJ e CSLL tem determinado, em efeito cascata, o não reconhecimento dos saldos negativos apurados ao final do exercício, o que vem causando um verdadeiro imbróglio processual. O § 2° do art. 74 da Lei n. 9.430/96, com redação dada pela Lei 10.637/02, assim dispõe: “§ 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” O texto legal é claro no sentido de prever que a compensação é forma de extinção do crédito tributário, como, aliás, não poderia deixar de ser, em face do art. 156 do CTN. Desta forma, assim como ocorre no caso de pagamento antecipado dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a compensação validamente realizada (aquela que cumpre as formalidades legais) extingue o crédito tributário para todos os fins, a despeito de o Fisco poder desconsiderála no futuro. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO 6 O ilustre Prof. JAMES MARINS (Direito Processual Tributário Brasileiro: administrativo e judicial, 4ª ed. São Paulo Dialética, 2003, p. 301.), assim avalia o instituto da compensação: “(...) no atual sistema, o regime jurídico aplicado é o do lançamento homologatório, que é condição resolutória da extinção do crédito tributário compensado, assim como lançamento homologatório o é nos casos de pagamento antecipado, chamado pelo Código tributário Nacional como autolançamento, também é condição resolutória da extinção mediante pagamento. Isso significa que a compensação tributária, ainda que por mera autodeclaração formalizada através de Declaração de Compensação, passa a ser uma forma de extinção do crédito tributário, sob ulterior condição resolutória homologatória.” (grifos nossos) No mesmo sentido, nos ensina o Prof. PAULO CÉSAR CONRADO (Revista Dialética de Direito Tributário, Dialética, São Paulo, n. 94, jul/2003, p. 106): “(...) a compensação é fenômeno manifestamente híbrido, pois que supõe a inevitável preexistência de duas relaçõesbase, em cujo bojo a posição dos sujeitos encontrarseão invertidas, uma tendente a fulminar a outra. Pois é exatamente isso que faz da compensação tributária uma modalidade extintiva das obrigações tributárias completamente diferente das demais anunciadas pelo art. 156 do Código Tributário Nacional:nela, compensação, o direito subjetivo do Fisco (crédito tributário) e o dever jurídico do contribuinte (crédito tributário) desaparecem (desaparecendo, via de conseqüência, a própria obrigação tributária) porque anulados pela existência de um débito do Fisco e de um correspectivo crédito do contribuinte.” (grifos nossos) A própria RFB, através da Coordenadoria de Tributos sobre a Renda, Patrimônio e Operações Financeiras (Cosit), editou a Solução de Consulta Interna nº 18/06, a qual determina que na hipótese de não homologação de Declaração de Compensação (DCOMP) relacionada a débito de estimativa mensal, o fato de tal compensação encontrarse em discussão administrativa ainda não julgada definitivamente não macula o crédito relativo ao saldo negativo apurado ao final do período base relativo a tal estimativa, conforme assim trecho destacado da ementa: “ Os débitos de estimativas declaradas em DCTF devem ser utilizados para fins de cálculo e cobrança de multa isolada pela falta de pagamento e não devem ser encaminhadas para inscrição em Dívida Ativa da União; Na hipótese de falta de pagamento ou de compensação considerada nao declarada, os valores dessas estimativas devem ser glosados quando da apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado em DIPJ, devendo ser exigida eventual diferença do IRPJ ou da CSLL a pagar mediante lançamento de ofício, cabendo a aplicação de multa isolada pela falta de pagamento de estiativa. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Dcomp e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ.” (grifos nossos) Essa posição adotada pela Receita Federal corrobora o entendimento do Poder Judiciário sobre a manutenção do status de "extinção" dos débitos compensados até o julgamento definitivo do respectivo processo administrativo fiscal, nos termos dos parágrafos 2º, 9º, 10º e 11º do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO Processo nº 10783.904544/201288 Acórdão n.º 1201001.057 S1C2T1 Fl. 209 7 Tenho firme convicção de que o contribuinte não pode ser cobrado em duplicidade em razão da glosa de um crédito único. Neste sentido, tenho a companhia de outros colegas Conselheiros do CARF, vejamos: Processo nº 10680.724186/200984. Albertina Silva Santos de Lima (Presidente) Silvana Rescigno Guerra Barretto (Relatora) “IRPJ. PERD/COMP. COMPENSAÇÕES DE ESTIMATIVAS. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO NO SALDO NEGATIVO. Comprovadas compensações através de PER/DCOMP’s – declaração com caráter de confissão de dívida – as estimativas compensadas devem ser utilizadas para o cômputo do saldo negativo de IRPJ.”(grifos nossos) Processo nº 13896.902711/201196. Cármen Ferreira Saraiva (Presidente) Sérgio Rodrigues Mendes (Relator) COMPENSAÇÃO. GLOSA DE ESTIMATIVAS COBRADAS EM DCOMP. DESCABIMENTO. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Dcomp, e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ. (grifos nossos) Além disso, não podemos esquecer que, na hipótese de despacho decisório que não homologa a compensação efetuada pelo contribuinte, temse a possibilidade de impugnação dessa decisão, o que dá início ao contencioso administrativo. Neste sentido, o art. 74 da Lei 9.430/96 prevê o direito do contribuinte de interpor, no prazo de 30 dias, manifestação de inconformidade contra o despacho decisório que deixou de homologar a compensação. Caso o despacho decisório seja mantido pelo órgão julgador de primeira instância, existe, ainda, a possibilidade de interposição de Recurso Voluntário ao CARF e, posteriormente, ao CSRF (quando houver cabimento). E, conforme disposto nos §§ 7º a 10º do art. 74 da Lei 9.430/96, os recursos apresentados contra despacho decisório que não homologa a compensação têm efeito suspensivo quanto à cobrança do débito compensado, nos termos do art. 151, III, do CTN. Assim, enquanto houver recurso administrativo pendente de decisão final, o débito de estimativa mensal de IRPJ/CSLL compensado tem sua exigibilidade suspensa, de tal maneira que não é admissível qualquer ato tendente à sua cobrança pelo Fisco, o que também impede a cobrança indireta desse débito mediante redução do saldo negativo apurado ao final do período de apuração. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO 8 Com efeito, havendo possibilidade de revisão da decisão que não homologou a compensação de estimativa em âmbito administrativo, não há como se desconsiderar essa estimativa utilizada na composição do saldo negativo. Assim, uma vez quitadas as estimativas em decorrência de procedimentos compensatórios, não há outra solução senão o cômputo para fins de apuração do saldo negativo do IRPJ, sem prejuízo de cobrança com acréscimos legais do crédito pleiteado no PER/DCOMP, na hipótese de ausência de homologação. Ora, mesmo que venha decisão administrativa definitiva que não homologa a compensação efetuada de um débito de estimativa, a parcela deverá ser considerada para fins de composição do saldo negativo. Isso porque, na hipótese de não homologação da compensação, o respectivo crédito tributário será regularmente exigido do contribuinte através de execução fiscal, que, quando paga irá recompor o saldo negativo. No caso do Poder Judiciário afastar a cobrança do débito executado por entender como legítima a compensação realizada pelo contribuinte, tal decisão confirmará o saldo negativo posteriormente utilizado por este. Desta sorte, em qualquer hipótese, o débito de estimativa objeto de compensação não homologada deverá ser considerado na formação do saldo negativo. Vejamos o que diz o Conselheiro JOSÉ HENRIQUE LONGO (Compensação Tributária, São Paulo, 2008, MP Editora, p. 236/237) acerca da matéria: “(...) atingese o momento de responder a questão posta: há algum impedimento na utilização do saldo negativo de IRPJ apurado em ano calendário em cuja extinção das estimativas tenha sido promovida compensação não homologada? Há apenas uma resposta: não existe impedimento. Com efeito, a eventual nãohomologação de compensação em razão da imprestabilidade do crédito já gera, por si só, uma cobrança do débito confessado pelo contribuinte, acrescido de multa de mora e juros Selic. (...) Assim, nessa linha de raciocínio, também não pode ser indeferida a homologação da compensação ou restituição solicitada com o crédito do saldo negativo, ainda que seja decorrente de extinção da estimativa por compensação não homologada ulteriormente. Caso contrário, o contribuinte seria devedor em duplicidade de um único débito, tendo em vista que esse sistema de compensação nada mais é do que uma conta corrente, e um eventual crédito indevido somente pode ser cobrado uma vez (de acordo com a legislação atual, apenas o débito confessado no pedido de compensação)”. Fl. 239DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO Processo nº 10783.904544/201288 Acórdão n.º 1201001.057 S1C2T1 Fl. 210 9 Cabe ressaltar, o recém publicado Parecer PGFN/CAT n. 88/2014, em nada contraria o racional acima exposto. Vejamos pela própria ementa: “Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. Contribuição Social sobre o Lucro Líqüido – CSLL. Opção por tributação pelo lucro real anual. Apuração mensal dos tributos por estimativa. Lei no 9.430, de 27.12.1996. Não pagamento das antecipações mensais. Inclusão destas em Declaração de Compensação (DCOMP) não homologada pelo Fisco. Conversão das estimativas em tributo após ajuste anual. Possibilidade de cobrança.” Conforme ementado, o objeto do parecer é a possibilidade de cobrança de estimativas que tenham sido objeto de compensações não homologadas o que é questão distinta da manutenção ou não dos valores compensados na composição do saldo negativo do período. Vejamos outros trecho: “A conclusão que podemos formular, a partir do questionamento da Receita Federal do Brasil, é pela legitimidade de cobrança de valores que sejam objeto de pedido de compensação não homologada oriundos de estimativa, uma vez que já se completou o fato jurídico tributário que enseja a incidência do imposto de renda, ocorrendo à substituição da estimativa pelo imposto de renda. Devemos ressaltar, porém, que deverão ser realizados ajustes para que fique claro que os valores cobrados, quando da não homologação de compensação de estimativa, são, na verdade, IRPJ ou CSLL e não estimativa dos tributos, pois a confusão pode influenciar as chances de êxito da cobrança, pois a nomenclatura inadequada pode levar órgãos administrativos e judiciais a entenderem que a cobrança seria ilegal.” Assim, considerando que: a) a compensação regularmente declarada, tem o efeito de extinguir o crédito tributário, equivalendo ao pagamento para todos os fins, inclusive, para fins de composição de saldo negativo; b) na hipótese de não homologação da compensação, tem o contribuinte a possibilidade de interpor recurso administrativo com efeito suspensivo, de tal forma que o despacho decisório que não homologa a compensação deve ter todos os seus efeitos suspensos até que sobrevenha decisão final na esfera administrativa; c) caso a compensação seja definitivamente não homologada, a Fazenda poderá exigir o débito compensado pelas vias ordinárias, através de Execução Fiscal; d) a glosa do saldo negativo utilizado pelo ora Recorrente, acarreta cobrança em duplicidade do mesmo débito, tendo em vista que, de um lado terá prosseguimento a cobrança do débito decorrente da estimativa de IRPJ não homologada, e, de outro, haverá a redução do saldo negativo gerando outro débito com a mesma origem. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO 10 Assiste razão à ora Recorrente, que deve ver mantido e inalterado o saldo devedor utilizado nas compensações objeto do presente processo. CONCLUSÃO Com estes fundamentos, voto por CONHECER do Recurso e no mérito DAR PROVIMENTO. É como voto! (assinado digitalmente) LUIS FABIANO ALVES PENTEADO Relator Fl. 241DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 21/ 10/2014 por LUIS FABIANO ALVES PENTEADO, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por RAFAEL VIDAL DE ARA UJO
score : 1.0
Numero do processo: 10783.721549/2012-77
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010
AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. SÚMULA CARF N° 1.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF nº 1.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2302-003.582
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário, em atenção à Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF nº 1.
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: LIEGE LACROIX THOMASI (Presidente), ARLINDO DA COSTA E SILVA, ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI, THEODORO VICENTE AGOSTINHO e LEO MEIRELLES DO AMARAL.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201501
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010 AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. SÚMULA CARF N° 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF nº 1. Recurso Voluntário Não Conhecido
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 06 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10783.721549/2012-77
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5424305
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 06 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 2302-003.582
nome_arquivo_s : Decisao_10783721549201277.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
nome_arquivo_pdf_s : 10783721549201277_5424305.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário, em atenção à Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF nº 1. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: LIEGE LACROIX THOMASI (Presidente), ARLINDO DA COSTA E SILVA, ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI, THEODORO VICENTE AGOSTINHO e LEO MEIRELLES DO AMARAL.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
id : 5807117
ano_sessao_s : 2015
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:35:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476752089088
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2099; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 636 1 635 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10783.721549/201277 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2302003.582 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de janeiro de 2015 Matéria Remuneração de Segurados: Parcelas em Folha de Pagamento Recorrente SAMP ESPIRITO SANTO ASSISTENCIA MEDICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010 AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. SÚMULA CARF N° 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF nº 1. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário, em atenção à Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF nº 1. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 15 49 /2 01 2- 77 Fl. 636DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: LIEGE LACROIX THOMASI (Presidente), ARLINDO DA COSTA E SILVA, ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI, THEODORO VICENTE AGOSTINHO e LEO MEIRELLES DO AMARAL. Fl. 637DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10783.721549/201277 Acórdão n.º 2302003.582 S2C3T2 Fl. 637 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação da recorrente, mantendo o crédito tributário lançado. Adotamos trecho do relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 614 e seguintes), que bem resume o quanto consta dos autos: (...) Tratase no presente processo de crédito constituído pela fiscalização, mediante a lavratura do Auto de Infração nº 51.012.2302, referente às contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos segurados contribuintes individuais, a cargo da empresa, destinadas ao financiamento da Seguridade Social, no período de 01/2009 a 12/2010. 2. No relatório fiscal de fls. 19/23 a fiscalização informou, em síntese, que: 2.1. Apurou que o contribuinte não incluiu na base de cálculo das contribuições, as remunerações pagas aos segurados contribuintes individuais e cooperativas prestadores de serviços médicos e odontológicos e em outras áreas profissionais, cujos valores não foram informados em GFIP; 2.2. A autuada ingressou com ação judicial objetivando a declaração de inexistência de relação jurídicotributária com a União, relativamente à obrigação de recolhimento de contribuição previdenciária sobre os pagamentos realizados aos contribuintes individuais, profissionais de saúde, ou às cooperativas que lhe prestam serviços; 2.3. O contribuinte logrou êxito inicialmente, obtendo o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela, mas teve o pedido julgado improcedente pelo TRF, em sede de apelação, na data de 22/03/2011; 2.4. Juntou aos autos a cópia do processo judicial, contendo as decisões de primeira e segunda instância, além do movimento processual até a data de 30/03/2011; 2.5. Incluiu no levantamento ND as remunerações pagas aos contribuintes individuais, constantes das folhas de pagamentos e discriminados na planilha I, anexada ao processo. No levantamento DF inseriu as diferenças de remunerações pagas aos contribuintes individuais e declaradas nas DIRF com as constantes das folhas de pagamentos e discriminados na planilha Fl. 638DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 II. Por fim, no levantamento CO, fez constar os pagamentos realizados aos cooperados através de cooperativas de trabalho, tomando como base o valor bruto da NF; 2.6. Calculou a contribuição devida, mediante a incidência da alíquota de 20 % sobre a remuneração paga aos contribuintes individuais e de 15% sobre o valor bruto das notas fiscais de prestação de serviços por intermédio de cooperativa de serviços; 2.7. Aplicou multa de ofício de 75%, nos termos do artigo 35A da Lei 8.212/91, incluído pela MP nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941/09, em razão da ausência de declaração e recolhimento. 3. A Impugnante apresentou a defesa, de fls. 583/599 () (...) Como afirmado, a impugnação apresentada pela recorrente foi julgada improcedente, tendo a recorrente apresentado, tempestivamente, o recurso de fls. 624 e seguintes, no qual alega, a improcedência do Auto de Infração, conforme jurisprudência do STJ relativamente a não incidência das contribuições previstas nos incisos III e IV do artigo 22 da Lei n° 8.212/91 na hipótese de atendimentos médicos prestados a favor de usuários de planos de saúde. É o relatório. Fl. 639DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10783.721549/201277 Acórdão n.º 2302003.582 S2C3T2 Fl. 638 5 Voto CONSELHEIRO RELATOR ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Ação Judicial. Conforme já destacado no relatório supra, a recorrente ingressou com ação judicial objetivando a declaração de inexistência de relação jurídico tributária com a União, relativamente à obrigação de recolhimento de contribuição previdenciária sobre os pagamentos realizados aos contribuintes individuais, profissionais de saúde, ou às cooperativas que lhe prestam serviços. Tal ação tem o mesmo objeto de seu recurso voluntário, de sorte que houve renúncia ao contencioso administrativo quanto às matérias submetidas à apreciação judicial, no caso, toda a matéria recursal. Com efeito, o artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal, veda que seja afastada da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Quem se sentir ameaçado ou violado em seus direitos pode recorrer ao Judiciário e este não pode furtarse da apreciação e solução da matéria. As decisões deste Poder sobrepõemse às decisões administrativas, pelo que, tendo sido proposta ação judicial na qual são discutidas as mesmas questões de mérito suscitadas em defesa administrativa, encerrandose o processo judicial, a decisão administrativa seria substituída pela sentença. É por essa razão que ocorrerá renúncia ao contencioso quando a ação judicial tiver por “o mesmo objeto” ou “pedido” do processo administrativo. É o que dispõem a Súmula CARF n° 1; o artigo 126, § 3º, da Lei no 8.213/91; o artigo 38 da Lei n° 6.830/80; e o artigo 87 do Decreto 7.574/11: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Lei n° 8.213/91: Art. 126. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social INSS nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da Seguridade Social caberá recurso para o Fl. 640DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme dispuser o Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) (...) § 3º A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte, de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 20.11.98) “(sem grifos no original) Parágrafo único. Se na impugnação houver matéria distinta da constante do processo judicial, o julgamento limitarseá à matéria diferenciada” (sem grifos no original) Lei n° 6.830/80: Art. 38 A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo Único A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto Decreto 7.574/2011: (Regulamenta o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União, o processo de consulta sobre a aplicação da legislação tributária federal e outros processos que especifica, sobre matérias administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil) (...) Art. 87. A existência ou propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial com o mesmo objeto do lançamento importa em renúncia ou em desistência ao litígio nas instâncias administrativas (Lei n° 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único). Fl. 641DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10783.721549/201277 Acórdão n.º 2302003.582 S2C3T2 Fl. 639 7 Parágrafo único. O curso do processo administrativo, quando houver matéria distinta da constante do processo judicial, terá prosseguimento em relação à matéria diferenciada. (Todos destaques são nossos) Assim, devese reconhecer a renúncia ao contencioso administrativo quanto às alegações relativas à imunidade constitucional (art. 195, § 7º, da CF). Pelos motivos expendidos, NÃO CONHEÇO do recurso voluntário. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 642DF CARF MF Impresso em 06/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/ 02/2015 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LIEGE LACROIX THOMA SI
score : 1.0
Numero do processo: 10480.900047/2010-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 16 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1302-000.349
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, vencidos o Conselheiro Relator, Alberto Pinto Souza Junior, e o Conselheiro Eduardo Andrade, que negavam provimento ao recurso. O Conselheiro Waldir Veiga Rocha foi designado redator da resolução.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior Presidente e Relator
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Leonaredo Mendonça Marques e Alberto Pinto Souza Junior.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jan 16 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 10480.900047/2010-53
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5416968
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jan 16 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 1302-000.349
nome_arquivo_s : Decisao_10480900047201053.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 10480900047201053_5416968.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, vencidos o Conselheiro Relator, Alberto Pinto Souza Junior, e o Conselheiro Eduardo Andrade, que negavam provimento ao recurso. O Conselheiro Waldir Veiga Rocha foi designado redator da resolução. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente e Relator (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Leonaredo Mendonça Marques e Alberto Pinto Souza Junior.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
id : 5783780
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:53 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476755234816
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1728; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 134 1 133 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.900047/201053 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1302000.349 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 25 de novembro de 2014 Assunto Conversão em diligência Recorrente PERNOD RICARD BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, vencidos o Conselheiro Relator, Alberto Pinto Souza Junior, e o Conselheiro Eduardo Andrade, que negavam provimento ao recurso. O Conselheiro Waldir Veiga Rocha foi designado redator da resolução. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior – Presidente e Relator (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha – Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Leonaredo Mendonça Marques e Alberto Pinto Souza Junior. Relatório Versa o presente processo sobre recurso voluntário, interposto pelo contribuinte em face do Acórdão nº 1131.992 da 3ª Turma da DRJ/REC, cuja ementa assim dispõe: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 00 04 7/ 20 10 -5 3 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10480.900047/201053 Resolução nº 1302000.349 S1C3T2 Fl. 135 2 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. A competência originária para apreciar declaração de compensação é do Delegado da Receita Federal do domicílio fiscal do contribuinte, sendo do dever deste identificar perfeitamente os créditos que pretende sejam reconhecidos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO PARCIAL. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA EM PARTE. Mantémse o despacho decisório que homologou parcialmente a compensação quando constatado que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi parcialmente utilizado na quitação de débito confessado em DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A recorrente, cientificada do Acórdão nº 1131.992 em 24/10/2013 (Termo a fls. 87), interpôs, em 11/11/2013, recurso voluntário (doc. a fls. 89 e segs.), no qual alega as seguintes razões de defesa: a) que se trata de PAF, em que se discute a DCOMP nº 13904.92798.281205.1.3.045505, relativa ao pagamento a maior e indevido do IRPJ estimativa do mês de novembro de 2002; b) que são esses o resumo dos fatos: b.1) que, em 30/12/2002, a recorrente efetuou o recolhimento de DARF no valor de R$ 1.450.305,43, referente ao IRPJestimativa de novembro de 2002; b.2) que, posteriormente, em 11/02/2003, foi efetuado um pagamento complementar de R$ 311.731,10, relativo ao mesmo mês; b.3) que, após a apresentação da DIPJ retificadora para o período, apurouse que o saldo devedor do tributo seria de apenas R$ 997.005,91, tendo, portanto, a empresa o direito de pleitear a compensação de R$ 765.030,66 pagos a maior (resultante da diferença dos valores recolhidos, isto é, R$ 1.450.305, 43 mais R$ 311.731,20 menos o valor apurado na DIPJ, R$ 997.005,97); b.4) que, em razão disso, foram apresentadas a DCOMP nº 13904.92798.281205.1.3.045505, cujo valor original utilizado foi de R$ 517.888,07, e a DCOMP nº 37429.96949.310103.1.3.043180, de R$ 247.142,59, totalizando os R$ 765.030,66; Fl. 135DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10480.900047/201053 Resolução nº 1302000.349 S1C3T2 Fl. 136 3 b.5) que, contudo, as DCOMps foram apresentadas com pequenos erros formais, que acabaram, ao final, culminando com o não reconhecimento do crédito tributário pago através do DARF complementar de R$ 311.731,10, efetuado em 11/02/2003; b.6) que tal erro consistiu na ausência de indicação do DARF complementar de R$ 311.731,10, para a composição do crédito tributário, na apresentação das DCOMPs em questão; b.7) que, dessa forma, as DCOMPs, ao serem processadas pelos sistemas eletrônicos da Receita Federal do Brasil, não foram totalmente homologadas, tendo em vista as inconsistências apontadas acima; b.8) que a presente DCOMP foi parcialmente homologada, sendo reconhecido apenas o crédito de R$ 453.299,45 (resultante da diferença entre o DARF indicado de R$ 1.450.305,43 e o valor alocado para o pagamento de R$ 997.005,97); c) que as autoridades se limitaram a analisar aspectos meramente formais, tais como DCOMP e demais declarações; d) que o estrito cumprimento do proncípio da verdade material somente se aperfeiçoa por meio da análise de todos os documentos hábeis e idôneos a comprovar a existência do pagamento indevido a título de IRPJ, no montante total de R$ 765.030,60; e) que não obstante as diversas fontes para análise do crédito que se pleiteia, as autoridades se limitaram à simples análise formal da DCOMP apresentada pela recorrente; f) que o art. 37 da Lei 9.784/99 dispõe que “Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias”; g) que a decisão recorrida não observou nenhuma dessas orientações, razão pela qual é nula; h) que, embora tenha cometido o equívoco de indicar apenas o DARF de R$ 1.450.305,43 na DCOMP, a recorrente acertou na indicação do valor total do crédito a restituir/compensar (R$ 765.030,60), logo, não se trata, portanto, como afirmado pela decisão recorrida, de crédito diferente do inicialmente alegado; i) que o equívoco da recorrente foi plenamente sanado com a apresentação dos dois DARF e os esclarecimentos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Redator Designado Fl. 136DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10480.900047/201053 Resolução nº 1302000.349 S1C3T2 Fl. 137 4 O recurso voluntário é tempestivo e foi subscrito por mandatários com poderes para tal, conforme procuração a fls. 106 e substabelecimento a fls. 104/105, razão pela qual deve ser conhecido. Em que pese a respeitável e bem fundamentada posição esposada pelo ilustre Conselheiro Relator, o Colegiado, por maioria, considerou que o processo não reúne condições de julgamento, por faltarem informações indispensáveis à decisão que se há de tomar. Em assim sendo, o presente julgamento é convertido em diligência, para que a Unidade Preparadora consulte os sistemas de processamento de dados da Receita Federal e informe se o DARF (fl. 38), no valor original de R$ 311.731,20 (principal), data de arrecadação 11/02/2003, se encontra ou não alocado para quitação de algum débito da interessada, fazendo acostar aos autos os documentos comprobatórios. Concluída a diligência, deve ser dada ciência de seu conteúdo à interessada, ofertandolhe prazo adequado para, se assim desejar, se pronunciar nos autos. Na sequência, o processo deve retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 137DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 23034.042734/2006-78
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/1996 a 31/12/2003
NULIDADE. VÍCIO MATERIAL.
O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2403-002.818
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o lançamento por vício material. Votaram pelas conclusões os conselheiros Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Carlos Alberto Mees Stringari
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/1996 a 31/12/2003 NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 23034.042734/2006-78
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5425779
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 2403-002.818
nome_arquivo_s : Decisao_23034042734200678.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
nome_arquivo_pdf_s : 23034042734200678_5425779.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o lançamento por vício material. Votaram pelas conclusões os conselheiros Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Carlos Alberto Mees Stringari Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto - Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
id : 5812823
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:35:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476757331968
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1859; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 2 1 1 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 23034.042734/200678 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403002.818 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 05 de novembro de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIOEDUCAÇÃO Recorrente SERVISAN VIGILÂNCIA E TRANSPORTE DE VALORES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/1996 a 31/12/2003 NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o lançamento por vício material. Votaram pelas conclusões os conselheiros Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Carlos Alberto Mees Stringari Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 04 27 34 /2 00 6- 78 Fl. 177DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Fl. 178DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 23034.042734/200678 Acórdão n.º 2403002.818 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário em face do Acórdão Nº 0820.967 proferido pela DRJ/FOR, que manteve crédito tributário realizado por meio do Auto de Infração 49.901.7170, no valor de R$ 16.261,61 (dezesseis mil, duzentos e sessenta e um reais e sessenta e um centavos). A autuação se deu por ter a empresa, segundo informações constantes no Sistema de Gestão de Arrecadação (SIGA) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, fls 03/13, ter feito deduções indevidas referentes à Contribuição Social de Salário Educação, do período de 07/96 a 12/03. Os fatos e fundamentos para apuração do crédito tributário foram especificados pelo membro do Setor de Apuração de Débito – SETAD, da seguinte maneira, fls. 3: (...) Tratase de apuração especial das deduções dos valores devidos a contribuição social do SalárioEducação, tributo previsto no art 212, § 5º, da Constituição Federal, regulamentado pelas Leis 9.424/96, 9.766/98 e 10.823/03 e pelos Decretos 3.142/99 e 4.943/03, referentes ao benefício instituído pelo Sistema de Manutenção do Ensino Fundamental – SME, programa pelo qual a empresa propiciava o ensino fundamental a seus empregados e a dependentes desses, no exercício de direito adquirido anteriormente à Emenda Constitucional nº 14/96. O exame em questão visou identificar as deduções realizadas indevidamente, na modalidade “indenização de independentes”, baseandose no Sistema de Gestão de Arrecadação – SIGA desta autarquia. (...) DA DEFESA PRÉVIA ADMINISTRATIVA Inconformada com a constituição do referido crédito, a empresa contestou a notificação do débito de apuração por meio do instrumento de fls. 19/21. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza (CE) – 6ª Turma DRJ/FOR, prolatou Acórdão Nº 08.20.967de fls. 119/125, julgando improcedente a impugnação, exonerando o valor de R$ 45.731,86 e manter o valor o crédito tributário no valor de R$ 16.261,61. “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/07/96 a 30/12/03 Fl. 179DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE Nº 8 DO STF. Com a edição da Súmula Vinculante nº 8 pelo Supremo Tribunal Federal ficou asseverada a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei 8.212/91, devendose aplicar, para as contribuições previdenciárias, o período decadencial qüinqüenal estabelecido pelo Código Tributário Nacional – CTN. SALÁRIOEDUCAÇÃO. SISTEMA DE MANUTENÇÃO DO ENSINO. MODALIDADE “INDENIZAÇÃO DE DEPENDENTES”. GLOSA DE DEDUÇÃO INDEVIDA. A modalidade “indenização de dependentes” é opção da empresa, e nesta condição está obrigada a cumprir com o dever de informar, através do Relatório de Alunos indenizados (RAÍ), os alunos beneficiários para os fins de alimentação de cadastro mantido pelo FNDE, na forma que dispõe o art. 10 da Resolução nº 02, de 20 de agosto de 2002. Diferenças entre deduções de dependentes efetivamente realizadas pela empresa e aquelas informadas através da Relação de Alunos Indenizados (RAÍ), enseja glosa das deduções indevidas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Na decisão acima os julgadores de piso julgaram pela decadência, nos termos do art. 150, parágrafo 4º do CTN, do período de 07/1996 a 11/2001, tendo em vista que o contribuinte tomou ciência do auto de infração em 21/12/2006, por via postal. DO RECURSO Inconformada, a recorrente interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário de fls. 136/141, requerendo a reforma do Acórdão, sob o argumento de nulidade do julgamento, pela ausência de abertura de prazo para nova defesa, e pela necessidade da realização de diligências; e dispensa das obrigações acessórias devido à modificação do regime de recolhimento, dispensando as obrigações acessórias. É o relatório. Fl. 180DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 23034.042734/200678 Acórdão n.º 2403002.818 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE De acordo com o documento de fl. 173, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO VÍCIO MATERIAL O contribuinte foi intimado a recolher valores os quais teriam sido deduzidos indevidamente, tendo para tanto, a autoridade competente à época do Fato Gerador elaborado planilha de cálculo, sucinto relatório, bem como Notificação para Recolhimento de Débito NRD, fl. 14, ocorre que nestes documentos, não consta a tipificação exata da contribuição sob exigência, trazendose apenas os diplomas normativos, in verbis: Fundamentação Legal: DecretoLei n. 1.422, de 23/10/1975; Decreto n. 76.923, de 26/12/1975; Decreto n. 87.043, de 22/03/1982; Decreto n. 88.374, de 07/06/1983; Lei n. 7.787, de 30/06/1989; Lei n. 8.212, de 24/07/1991; Lei n. 8.383, de 30/12/1991; Lei n. 8.620, de 05/01/1993; Lei n. 8.981, de 20/01/1995; Lei 9.065, de 20/06/1995; Lei n. 9.424, de 24/12/1996; Lei n. 9.528, de 10/12/1997; Lei 9.601, de 21/01/1998; Lei 9.766, de 18/12/1998; Decreto n. 3.034, de 27/04/1999; Decreto n. 3.048, de 06/05/1999; Decreto n 23.142, de 16/08/1999 e Lei n. 9.876, de 26/11/1999. Diante desse quadro, entendo ter havido descumprimento do disposto no art. 142 do CTN, ensejador de vício material insanável. Por fim, com relação à extensão da declaração de nulidade, destaquese que o vício em questão é material, por atingir um dos pressupostos do art. 142 do Código Tributário Nacional, in casu, a determinação da matéria tributável. Nesse sentido, esta Segunda Seção já julgou desta forma no Recurso Voluntário n. 151.240, nos autos do Processo n. 36474.007407/200632, em 21 de setembro de 2010, que resultou no Acórdão n. 240201.175, advindo da 4ª Câmara, 2ª Turma Ordinária. Da mesma forma foi o julgamento do Acórdão n. 10808.174 de 23/02/2005 da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NULIDADE VÍCIO FORMAL LANÇAMENTO FISCAL COM ALEGADO ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO INEXISTÊNCIA Os vícios formais são aqueles que não interferem no litígio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja Fl. 181DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 ausência não impede a compreensão dos fatos que baseiam as infrações imputadas. Circunscrevemse a exigências legais para garantia da integridade do lançamento como ato de ofício, mas não pertencem ao seu conteúdo material. O suposto erro na identificação do sujeito passivo caracteriza vício substancial, uma nulidade absoluta, não permitindo a contagem do prazo especial para decadência previsto no art. 173, II, do CTN. Também, há de se destacar o julgamento no Recurso 129.310, Processo 10247.000082/0091 em 09 de julho de 2002, Acórdão n. 10706.695, ementado da seguinte forma: (...) RECURSO EX OFFICIO NULIDADE DO LANÇAMENTO VÍCIO FORMAL. A verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação, a determinação da matéria tributável, o cálculo do montante do tributo devido a indentificação do sujeito passivo, definidos no art. 142 do Código Tributário Nacional CTN, são elementos fundamentais intrínsecos, do lançamento, sem cuja delimitação precisa não se pode admitir a existência da obrigação tributária em concreto. O levantamento e observância desses elementos básicos antecedem o são preparatórios à sua formalização, a qual se dá no momento seguinte, mediante a lavratura do auto de infração, seguida da notificação ao sujeito passivo, quando, aí sim, deverão estar presentes os seus requisitos formais, extrínsecos, como, por função e o número de matrícula, a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado, com a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. (...) No decorrer do voto condutor do acórdão, o relator, Dr. Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz , afirma: Mal comparando, poderíamos dizer que o vício substancial está para a constituição do crédito tributário assim como o cálculo estrutural está para a edificação, no ramo da construção civil, enquanto que a forma seria, para o lançamento de ofício, o equivalente ao acabamento, à "fachada", na edificação civil. Deduzse daí que o vício substancial pressupõe a ocorrência de defeito na estrutura que é o sustentáculo de toda edificação, seja na construção civil ou na constituição do crédito tributário, possuindo sua ocorrência, assim, efeito demolidor, que joga por terra a obra erigida com esse insanável vício. Em outro passo, o defeito de forma, de acabamento ou na "fachada", não possui os tais efeitos devastadores causados pelo vício de estrutura, sendo contomáveis, sem que dano de morte cause à edificação. Fazemse os acertos ou até mesmo as modificações pertinentes, porém, sem reflexo algum sobre as bases em que a obra tenha sido erigida ou à sua própria condição de algo que existe, apesar dos defeitos. e, a meu ver, são esses "defeitos menores"que o legislador quis contemplar quando admite que tais vícios, apenas eles, podem e devem ser sanados e que somente a partir da decisão que declarar a nulidade desse ato é que passaria a fluir o prazo de decadência Fl. 182DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 23034.042734/200678 Acórdão n.º 2403002.818 S2C4T3 Fl. 5 7 para o sujeito ativo da obrigação tributária, exercer o direito a novo lançamento de ofício. No mesmo norte, é o julgamento do Acórdão n. 19200 015 IRPF, de 14/10/2008 da Segunda Turma Especial do Primeiro Conselho de Contribuintes: O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização. Portanto, deve ser o presente auto anulado por vício material, ante a omissão de capitulação legal da contribuição. CONCLUSÃO Do exposto, conheço do recurso voluntário para declarar a nulidade do auto de infração por vício material ante a ausência de tipificação legal da matéria tributável. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 183DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 31/12 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10880.910876/2008-17
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999
DESPACHO DECISÓRIO. NÃO APRECIAÇÃO DA DCTF RETIFICADORA. CANCELAMENTO.
Deve ser cancelado o despacho decisório, para que um outro seja proferido, observando-se as informações prestadas em DCTF retificadora apresentada anteriormente à ciência do despacho decisório, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 3803-006.696
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso para cancelar o despacho decisório, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999 DESPACHO DECISÓRIO. NÃO APRECIAÇÃO DA DCTF RETIFICADORA. CANCELAMENTO. Deve ser cancelado o despacho decisório, para que um outro seja proferido, observando-se as informações prestadas em DCTF retificadora apresentada anteriormente à ciência do despacho decisório, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado.
turma_s : Terceira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10880.910876/2008-17
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5403523
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3803-006.696
nome_arquivo_s : Decisao_10880910876200817.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : HELCIO LAFETA REIS
nome_arquivo_pdf_s : 10880910876200817_5403523.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso para cancelar o despacho decisório, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
id : 5744363
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476760477696
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1862; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 60 1 59 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.910876/200817 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803006.696 – 3ª Turma Especial Sessão de 11 de novembro de 2014 Matéria COFINS COMPENSAÇÃO Recorrente CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999 DESPACHO DECISÓRIO. NÃO APRECIAÇÃO DA DCTF RETIFICADORA. CANCELAMENTO. Deve ser cancelado o despacho decisório, para que um outro seja proferido, observandose as informações prestadas em DCTF retificadora apresentada anteriormente à ciência do despacho decisório, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso para cancelar o despacho decisório, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 08 76 /2 00 8- 17 Fl. 60DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910876/200817 Acórdão n.º 3803006.696 S3TE03 Fl. 61 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado para se contrapor à decisão da DRJ São Paulo I/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada. O contribuinte havia transmitido Declaração de Compensação, em que pretendia compensar crédito da contribuição no valor atualizado de R$ 9.838,24, decorrente de alegado pagamento a maior. Por meio de despacho decisório eletrônico, cientificado pelo contribuinte em 20/08/2008, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento efetuado já havia sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos do contribuinte. Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reforma do despacho decisório, alegando que apresentara DCTF retificadora, em 31/07/2008, declaração essa, segundo ele, apta a demonstrar o direito creditório pleiteado. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório e da DCTF retificadora. A DRJ São Paulo I/SP não reconheceu o direito creditório, amparandose nos seguintes fundamentos: a) falta de comprovação do crédito pleiteado; b) a retificação da DCTF promovida em data posterior à ciência do Despacho Decisório não tem o condão, por si só, de infirmar ou modificar a decisão da repartição de origem; c) “a Declaração de Compensação encerra confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, sendo defeso ao Fisco, sem que o Sujeito Passivo comprove cabalmente a ocorrência de equívocos, alterar, ex officio, as informações prestadas pelo Contribuinte”; d) “a manifestação de inconformidade deve mencionar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir, como, por exemplo, comprovação de que o recolhimento indicado como crédito foi efetuado de forma indevida”; e) “ao instruir o processo somente com cópia da DCTF Retificadora transmitida após a emissão do Despacho Decisório, o Contribuinte não demonstrou a origem do crédito”. Cientificado da decisão em 25/11/2011, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 22/12/2011, requereu a homologação da compensação e repisou o argumento relativo à devida comprovação do crédito a partir da apresentação da DCTF retificadora, esta Fl. 61DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910876/200817 Acórdão n.º 3803006.696 S3TE03 Fl. 62 3 transmitida após a ciência do despacho decisório, argüindo violação do princípio da verdade material. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições para a sua admissibilidade e dele tomo conhecimento. De pronto, registrese que, junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópia da DCTF retificadora transmitida em 31/07/2008, data essa anterior à emissão e à ciência do despacho decisório, eventos esses ocorridos, respectivamente, em 12/08/2008 e 20/08/2008, não tendo tal declaração sido objeto de apreciação por parte da repartição de origem ou da Delegacia de Julgamento. Ainda que se considere que, nos processos administrativos originados de pleito do interessado, como o de pedidos de restituição/ressarcimento e de declarações de compensação, deva prevalecer o princípio do dispositivo, no sentido de que a atividade probatória é ônus do pleiteante, não se pode ignorar que, no presente caso, as informações adicionais fornecidas por meio de DCTF retificadora não foram consideradas pela Administração tributária na prolação do despacho decisório sobre o qual se controverte nos autos. No momento da emissão do despacho decisório, a base de dados da Receita Federal já refletia a nova situação fática declarada pelo sujeito passivo. Nos termos do § 1º do art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 786, de 2007, vigente à época da transmissão da declaração de compensação, “[a] DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados em declarações anteriores.”. Valendose do disposto no art. 147 e §§ do Código Tributário Nacional (CTN) 1, que disciplinam o lançamento por declaração, aplicáveis, a meu ver, subsidiariamente, ao lançamento por homologação (já que no disciplinamento deste último tipo de lançamento não se faz referência à retificação da declaração), é possível concluir que, em momento anterior à notificação do sujeito passivo, a este é assegurado o direito de retificar as informações até então prestadas à autoridade administrativa, o que, por outro lado, não exclui o ônus de comprovação das alterações promovidas. 1 Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910876/200817 Acórdão n.º 3803006.696 S3TE03 Fl. 63 4 Notese que, tendo sido a DCTF retificadora transmitida anteriormente à emissão de qualquer ato da Administração tributária tendente a confirmar ou não os dados anteriormente declarados, não se vislumbra fundamento normativo à desconsideração por parte da Delegacia de Julgamento da retificação procedida nos termos ora apontados. Além disso, nos termos do disposto no inciso III, do § 2º, do art. 11 da Instrução Normativa SRF nº 786, de 20072, considerase ineficaz a retificação da DCTF promovida após a ciência do início do procedimento fiscal, sendo que, no presente caso, não consta dos autos a ocorrência de intimação anterior à data da transmissão da DCTF retificadora. Poderseia argumentar que, embora a retificação tivesse sido realizada anteriormente à emissão e à ciência do despacho decisório, ela se dera após a transmissão da declaração de compensação, o que inviabilizaria, hipoteticamente, a sua consideração no momento da realização do encontro de contas (DCTF versus PER/DCOMP). Contudo, esse raciocínio, ainda que guarde alguma logicidade, não tem respaldo na legislação tributária, não podendo servir de supedâneo à total desconsideração da nova declaração. Neste ponto, mostrase oportuno transcrever trecho do voto condutor do acórdão nº 330201.797, de 26 de setembro de 2012, da lavra do Presidente da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF, cujo teor vai ao encontro do entendimento ora externado: No caso em tela, o indébito pode existir e, existindo, tem o contribuinte direito à sua repetição, nos termos do art. 165 do CTN e na forma prescrita na IN RFB nº 900/2008. Portanto, deve a autoridade da RFB competente para reconhecer o direito creditório pleiteado manifestarse sobre a legitimidade dos débitos declarados na DCTF retificadora (...) e, se for o caso, apurar o crédito a restituir e homologar as compensações realizadas e declaradas pela recorrente. Caso contrário, ou seja, não apurando crédito a restituir ou apurando em valor inferior ao pleiteado, dar ciência de sua decisão à recorrente, abrindo lhe prazo para apresentação de manifestação de inconformidade. (Processo nº 10166.911472/200905, fl. 208) No mesmo sentido, temse o acórdão nº 0821223, de 27 de junho de 2011, da DRJ Fortaleza/CE, cuja ementa assim dispõe: ASSUNTO: Normas de Administração Tributária Anocalendário: : 01/01/2004 a 31/12/2004 EMENTA: COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. DCTF RETIFICADORA DE DÉBITO, ENTREGUE ANTES DA CIÊNCIA DO DESPACHO QUE NÃO HOMOLOGOU A COMPENSAÇÃO. EFEITO PROBANTE. A DCTF retificadora que reduz o valor de tributo ou contribuição, quando entregue antes da ciência do despacho decisório que não homologou a compensação de débito do declarante com crédito cuja origem é 2 § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: (...) III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada sobre o início de procedimento fiscal. Fl. 63DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910876/200817 Acórdão n.º 3803006.696 S3TE03 Fl. 64 5 justamente o pagamento a maior do tributo/contribuição retificado, deve ser aceita como prova do direito creditório pleiteado em declaração de compensação, nos casos em que o indeferimento de tal direito se dera tãosomente pela vinculação do mesmo pagamento ao débito informado na DCTF original. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. INFORMAÇÃO PRESTADA EM DACON. EFEITO PROBANTE. O DACON é mera declaração informativa, não se constituindo em instrumento de confissão de dívidas tributárias nem em veículo de inscrição destas em Dívida Ativa da União. A informação prestada em DACON, desacompanhada de graves elementos de convicção, não é suficiente para provar a existência de direito creditório pleiteado em declaração de compensação. (grifei) Uma vez que, no presente caso, a não homologação da compensação declarada decorrera apenas da vinculação do pagamento ao débito informado na DCTF original, deve ser aceita como prova a DCTF retificadora transmitida antes da emissão do despacho decisório. Diante do exposto, em respeito aos princípios da ampla defesa e do contraditório, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para cancelar o despacho decisório, determinandose à autoridade administrativa a reapreciação do pleito do Recorrente, considerando as informações prestadas na DCTF retificadora, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado. O interessado deverá ser cientificado da nova decisão, oportunizandolhe, no caso de decisão denegatória do direito, ainda que parcial, o prazo regulamentar para se pronunciar, observados os ditames procedimentais do Decreto nº 70.235, de 1972. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 64DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS
score : 1.0
Numero do processo: 10665.001844/2010-98
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 29 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3403-000.602
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 29 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10665.001844/2010-98
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5414230
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3403-000.602
nome_arquivo_s : Decisao_10665001844201098.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10665001844201098_5414230.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
id : 5778543
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:08 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476795080704
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1850; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 1.065 1 1.064 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10665.001844/201098 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3403000.602 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Data 12 de novembro de 2014 Assunto AIPIS e COFINS (insumos) Recorrente FERDIL PRODUTOS METALÚRGICOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre autos de infração, lavrados em 23/11/2010 (fls. 7 a 10, e 17 a 20, com ciência em 06/12/2010, cf. AR de fl. 207)1 para exigência, respectivamente, de Contribuição para o PIS/PASEP (de janeiro a julho de 2006, acrescida de juros de mora e multa de 75%, no total de R$ 240.605,08), e de COFINS (referente ao mesmo período, com acréscimo de juros de mora e multa de 75%, no total de R$ 1.108.241,73). Ambas as 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 65 .0 01 84 4/ 20 10 -9 8 Fl. 1065DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10665.001844/201098 Resolução nº 3403000.602 S3C4T3 Fl. 1.066 2 contribuições são exigidas na sistemática da nãocumulatividade, disciplinada nas Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003. No Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 23 a 26, narra a fiscalização que: (a) a ação fiscal teve por objetivo a análise de direito creditório em relação a oito pedidos de ressarcimento (referentes a ambas as contribuições, nos quatro trimestres de 2006); (b) intimada e reintimada a apresentar documentação, a empresa respondeu parcialmente, sendo que diante da ausência de memória de cálculo mensal dos valores lançados em DACON, o fisco efetuou o levantamento, chegando a valores diferentes, que foram apresentados à empresa, abrindose prazo para justificativas, que novamente passou in albis; (c) após nova disponibilização das planilhas com valores lançados nas linhas dos DACON, a empresa respondeu que: (1) os valores por ela lançados é que devem ser considerados; (2) os valores de insumos indiretos e despesas não considerados pelo fisco devem gerar direito ao crédito, pois são incorporados aos custos do processo produtivo; e (3) a cobrança de ICMS na base de cálculo das contribuições é inconstitucional, sendo a empresa parte no Mandado de Segurança no 6883912.2010.4.01.3800, que questiona a matéria; (d) as glosas efetuadas (em relação a saldo credor da DACON de 2006, ICMS na base de cálculo das contribuições, insumos diretos, despesas e custos indiretos, locação de máquinas e equipamentos, e armazenagem e frete na operação de venda) serão tratadas a seguir, em tabela didaticamente adicionada dos argumentos de defesa, individualizados; (e) como consequência das glosas, houve reconhecimento parcial dos pedidos referentes aos dois últimos trimestres, e negativa em relação aos pedidos relativos aos dois primeiros trimestre, para ambas as contribuições; e (f) após levantamento dos valores e lançamento dos tributos devidos, apurouse o crédito que é objeto da autuação. A empresa apresenta sua impugnação em 04/01/2011 (fls. 211 a 244), sustentando que: (a) “o conceito de faturamento utilizado pelo legislador na instituição do PIS e da COFINS é amplo e sem qualquer restrição”, e por isso é que “a lei não instituiu restrições ao creditamento como erroneamente interpretada pelo fisco”; (b) houve transferência de obrigação de terceiro à empresa, que não pode responder por descumprimento de obrigação acessória por seus fornecedores; (c) deveria a fiscalização, antes da formalização da exigência ter apurado os fatos, não podendo “o fisco, lastreado em meras desconfianças, exigir tributos extrapolando o critério de apuração instituído pela lei”; (d) não há nos autos prova que permita deduzir que as operações não foram, de fato, realizadas pelos emitentes das notas fiscais, cujos Fl. 1066DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10665.001844/201098 Resolução nº 3403000.602 S3C4T3 Fl. 1.067 3 créditos foram erroneamente estornados; e (e) a multa aplicada (75% do tributo exigido) é confiscatória, e incompatível com o teto estabelecido a multas civis (2%) pela Lei no 9.298/1996. Sobre as glosas em espécie, as razões de defesa estão destacadas na tabela abaixo: Glosa Efetuada/Fundamentos Razões de defesa 1. Saldo credor inicial janeiro de 2006 (fl. 24) A empresa informou saldo credor inicial no DACON de janeiro de 2006 (Contribuição para o PIS/PASEP: R$ 27.699,39 referente a receita no mercado interno, e R$ 330.176,13 receita do mercado externo; e COFINS: R$ 127.585,06 mercado interno, e R$ 1.142.210,72 mercado externo). Contudo, como demonstrado no processo administrativo no 10665.000836/2010 24, não havia saldo credor inicial, mas débitos relativos a dezembro de 2005. 1. Saldo credor inicial janeiro de 2006 (fls. 227/229) O saldo credor inicial de janeiro de 2006 está correto, tendo a empresa apresentado impugnação no processo administrativo no 10665.000836/201024, ainda não definitivamente julgado. 2. ICMS na base de cálculo das contribuições (fls. 24) A empresa excluiu, sem justificativa legal ou judicial, o ICMS da base de cálculo das contribuições. 2. ICMS na base de cálculo das contribuições (fls. 229/240) A inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições é inconstitucional., colacionado jurisprudência sobre o tema. 3. Insumos diretos (fl. 24/25) Quando a empresa adquire carvão vegetal, lança na contabilidade o valor efetivamente pago ao fornecedor (inserido em sua nota fiscal de entrada), que é geralmente superior ao da nota fiscal emitida pelo fornecedor. E a justificativa apresentada (saída com pauta mínima) não é compatível com a prática de preço inferior na operação. Foi ainda glosada a parcela das aquisições de calcário usada em terrenos rurais ( e não na produção de ferrogusa), conforme escriturado pela empresa. 3. Insumos diretos (fl. 224/226) Nas aquisições de carvão vegetal, o produto é “guiado” por uma Nota Fiscal Avulsa (de produtor rural) do Estado de origem, tendo sua metragem “calculada” na origem, por estimativa, e seu preço calculado com base em “pauta fiscal” de lavra do fisco do Estado de origem. Ao chegar ao destino, a metragem é realmente apurada no momento da descarga do produto, sendo o preço é aferido, respeitadas as flutuações naturais do mercado. Ao receber o produto, a empresa emite, em obediência à legislação do ICMS de MG, nota fiscal de entrada com a metragem e o preço corretos apurados na descarga, sendo o valor pago o da metragem verificada multiplicado pelo preço do mercado vigente no dia, acrescido de despesas para emissão do documento. Fl. 1067DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10665.001844/201098 Resolução nº 3403000.602 S3C4T3 Fl. 1.068 4 4. Despesas e custos indiretos (fl. 25) Foram glosados os valores referentes a bens e serviços que não são relacionados diretamente à produção de ferrogusa (como despesas de manutenção em veículos e bens pertencentes ou não ao seu patrimônio, notadamente em veículos). Foram ainda glosadas despesas relativas à reposição florestal – aquisição de direitos sobre florestas plantadas por terceiros, seja porque não são insumos diretos na produção de ferro gusa, ou ainda porque não foram apresentadas notas fiscais justificadoras. 4. Despesas e custos indiretos (fls. 226/227) Deve ser tomada em conta a produção como um processo, e não somente como resultado. Não é porque pneus, câmaras, peças e etc. despendidos com veículos não integram o produto que as aquisições não foram feitas para utilização no processo produtivo, pois o transporte interno de insumos é efetuado por veículos. 5. Locação de máquinas e equipamentos (fl. 25) Pela pouca documentação apresentada (recibos e algumas notas fiscais), verificouse que se trata de locação de veículos, inclusive de pessoa física (ou de pessoas jurídicas relacionadas ou com idêntico quadro societário), mas não foi possível individualizar todos os bens locados. 5. Locação de máquinas e equipamentos (fl. 240) As restrições impostas pelo fisco não se encontram nas normas legais que disciplinam a matéria. Se “a lei não limita o creditamento ao pagamento de aluguéis de máquinas e equipamentos utilizado no processo produtivo, ao fisco não compete restringir o sentido da norma”. 6. Armazenagem e frete na operação de venda (fls. 25/26) A empresa se creditou indevidamente de valores referentes a agenciamento de limite de crédito, serviços de arrendamento efetuados por terceiros e repassados à fiscalizada, transporte interno do produto no porto/estiva, e outros não previstos em lei. 6. Armazenagem e frete na operação de venda (fls. 241/242) À empresa é assegurado direito a crédito com base no valor dos serviços contratados de pessoas jurídicas estabelecidas no País que geram custos à contratante, como as despesas incorridas até a complementação do embarque. Novamente, então, o fisco impões restrições inexistentes nas leis de regência. Em 13/05/2013 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 996 a 1014), no qual se decide unanimemente pela improcedência da impugnação, sob os argumentos de que: (a) o conceito de insumo é o estabelecido no art. 3o, II das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003, e nas Instruções Normativas da SRF no 247/2002 e no 404/2004; (b) a legislação do ICMS de MG não dispensa a emissão de nota complementar nas aquisições de pessoas jurídicas (em relação à aquisição de carvão vegetal insumo direto), o que é endossado pelo art. 21 de Convênio SINIEF de 1970; (c) assiste razão à empresa quando afirma que os créditos devem ser concedidos pelo valor real da operação, mas esta não junta aos autos nenhuma prova de que seus gastos com carvão efetivamente correspondem aos valores das notas de entrada que emitiu; (d) não há demonstração de que os pneus, câmaras, peças e acessórios para veículos próprios e locados tenham sido efetivamente utilizados no processo produtivo; (e) os atos administrativos, como a autuação efetuada no processo administrativo no 10665.000836/201024, gozam de presunção de legitimidade, podendo a fiscalização considerálos na apuração dos créditos de período subsequente; (f) em relação à inclusão de ICMS na base de cálculo e ao caráter alegadamente confiscatório da multa lançada, a autoridade administrativa não tem competência para se manifestar sobre constitucionalidade de leis, sendo a matéria já sumulada no CARF (Súmula CARF no 2); e (g) a restrição imposta a crédito com despesas de aluguéis de veículos, e com serviços portuários e de embarque foi imposta pela própria lei, e não pela autoridade fiscal. Fl. 1068DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10665.001844/201098 Resolução nº 3403000.602 S3C4T3 Fl. 1.069 5 Cientificada do acórdão da DRJ em 21/05/2013 (cf. AR à fl. 1021), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 18/06/2013 (fls. 1023 a 1050), basicamente reiterando de forma literal as considerações expostas na impugnação, acrescentando apenas menções a julgados deste CARF e à necessidade de análise de todas as matérias impugnadas, inclusive as que se referem a ilegalidade/inconstitucionalidade. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Contudo, analisando as razões de defesa, deparome com questão prejudicial. A glosa efetuada ao saldo credor de janeiro de 2006, como informa o fisco, devese a apuração efetuada em outro procedimento fiscal, que deu origem ao processo administrativo no 10665.000836/201024 (auto de infração para exigência de Contribuição para o PIS/PASEP e de COFINS, em relação ao período de janeiro a dezembro de 2005). É incorreta a afirmação da recorrente de que “não poderia ter sido lavrado este auto de infração antes da decisão daquele” processo. Não há qualquer impedimento à lavratura da autuação, até para que se evite a decadência. O impedimento praticamente inviabilizaria fiscalizações de períodos subsequentes em relação a uma mesma empresa, que são autuados em processos diferentes. Entretanto, merece aparas, a nosso ver, a conclusão da DRJ de que o lançamento efetuado naquele processo, ainda que não definitivamente julgado, goza de presunção de legitimidade, permitindo a apreciação final da lide pelo julgador. A DRJ chega inclusive a utilizar exemplo para ilustrar sua conclusão (fls. 1009/1010): “Por fim, somente a título de suposição, admitase que tais créditos fossem considerados na apuração presente e, posteriormente, a decisão administrativa no processo no 10665.000836/201024 fosse desfavorável à contribuinte. Caso isso ocorresse, a contribuinte teria se utilizado de crédito reconhecidamente indevido”. Tal exemplo se presta somente a defender que poderia ter a autuação sido lavrada (e disso não discordamos, como já referido aqui, ao advertirse para a incorreção no argumento da recorrente), e não para que seja mantida. Utilizando exemplo oposto ao levantado pela DRJ (igualmente possível no processo administrativo), admitase que sejam mantida a autuação levada a cabo no presente processo, que recusa o transporte do saldo credor de 2005 para janeiro de 2006. Digo “admita se” não só para utilizar a mesma expressão da suposição do julgador de piso, mas porque não há a mínima possibilidade de se analisar tal matéria neste processo, visto que já está sob análise em outro). Mantida a presente autuação, em esfera final administrativa, percebase que o valor será cobrado da empresa. Fl. 1069DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10665.001844/201098 Resolução nº 3403000.602 S3C4T3 Fl. 1.070 6 Contudo, admitase que após tal cobrança seja julgado o processo no 10665.000836/201024, de forma favorável à empresa (o que implicaria, a priori, dizer que havia o crédito em 2005, e o saldo poderia ser transportado para janeiro de 2006). O fisco teria, então, exigido crédito indevido. O exemplo que trago, em complemento ao apresentado no julgamento de primeira instância, resulta em somatória que se destina a demonstrar a prejudicialidade do julgamento do presente processo em face da pendência de julgamento definitivo do processo de no 10665.000836/201024, que teria grande probabilidade de gerar exigência indevida ou crédito indevido. Em nome da verdade material, efetuei consulta ao sistema “eprocessos”, buscando verificar a situação atual do processo administrativo no 10665.000836/201024. Como resposta, obtive a informação de que o processo se encontra na atividade “expedir processo”, na Secretaria da 4a Câmara da 1a Seção deste CARF. De fato, o que fez com que o processo referente à autuação de 2006, aqui apreciada, estivesse aqui em julgamento por este colegiado antes do auto de infração referente a 2005, como se percebe em consulta àquele processo, foi um equívoco. A autuação referente à COFINS e à Contribuição para o PIS/PASEP do período de janeiro a dezembro de 2005, veiculada no processo no 10665.000836/201024, foi totalmente mantida pela DRJ em 04/10/2010 (fls. 1741 a 1762), tendo o recurso voluntário sido apresentado em 19/11/2010 (fls. 1769 a 1777 daquele processo) ao CARF. Contudo, por lapso, tal recurso foi encaminhado à Primeira Seção do CARF (que não detém competência para análise da matéria), tendo a 1a Turma Ordinária da 4a Câmara da 1a Seção do CARF unanimemente declinado da competência para esta Terceira Seção em 10/04/2014, por meio da Resolução no 1401000.303 (fls. 1790 a 1799 daquele processo), último andamento registrado no sistema. Assim, precipitado seria apreciar/julgar no atual estágio a presente autuação, ao menos no que diz respeito ao saldo credor de janeiro de 2006. Diante do exposto, voto pela conversão em diligência, para que se aguarde a decisão administrativa definitiva no processo administrativo no 10665.000836/201024, retornandose os autos a este colegiado para julgamento após ser proferida tal decisão administrativa definitiva, que deverá ser juntada ao presente processo. Caso seja afastado total ou parcialmente o lançamento, a unidade preparadora da RFB deve ainda informar detalhadamente (quantificando/valorando e justificando) o impacto do julgamento na autuação analisada no presente processo e abrir prazo para manifestação da recorrente, na forma do parágrafo único do art. 35 do Decreto no 7.574/2011. Rosaldo Trevisan Fl. 1070DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/11/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 11128.008903/2009-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 14/08/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72.
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 3302-002.745
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(assinado digitalmente)
FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS - Relatora.
EDITADO EM: 23/10/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 14/08/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início e incluindo-se o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72. Recurso não conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 11128.008903/2009-65
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5403405
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3302-002.745
nome_arquivo_s : Decisao_11128008903200965.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
nome_arquivo_pdf_s : 11128008903200965_5403405.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS - Relatora. EDITADO EM: 23/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
id : 5742633
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:59 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047476806615040
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1694; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 10 1 9 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11128.008903/200965 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302002.745 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 16 de outubro de 2014 Matéria Obrigações Acessórias Recorrente BARWIL BRASIL AGENCIAS MARÍTIMAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 14/08/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso interposto após os 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão recorrida, excluindose o dia do início e incluindose o do vencimento, ao teor dos arts. 5º e 33 do Decreto nº 70.235/72. Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora. EDITADO EM: 23/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 89 03 /2 00 9- 65 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 2 Relatório Por retratar a realidade dos fatos, adoto o relatório transcrito pela decisão de primeira instância administrativa, verbis: “Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias foi lavrado o presente auto de infração em face do contribuinte em epígrafe, com fundamento no artigo 37 do Decretolei 37/66, por entender a fiscalização que não foram prestadas as informações relativas as cargas por ele transportadas dentro do prazo estabelecido em norma legal. Pela infração cometida, a autoridade aduaneira aplicou a multa prevista na alínea “e” do inciso IV do art. 107 do Decretolei nº. 37/66, com redação dada pela Lei nº. 10.833/2003. Noticia a fiscalização que, em 14/08/2008, foi protocolado pedido EQVIB 009/801.464, fls. 15, solicitando o desbloqueio, no Sistema de Carga, dos CE Mercantes relacionados no referido protocolo, que encontravamse bloqueados por terem sido registrados fora do prazo estabelecido. Assim, concluiu a fiscalização, que o transportador sonegou dados importantes ao controle aduaneiro, impedindo uma prévia análise do risco das cargas, a logística, em fim, a operação como um todo. Devidamente cientificada, a interessada apresentou sua impugnação, às fls. 26/32, alegando, em síntese, o que segue: 1. O pedido feito pela interessada, em 14.08.2008, protocolizado sob o nº. EQVIB 009/801.464, para o desbloqueio, no Sistema – Carga, do CE Mercante 150805149473710, objetivava reescalonar o destino da carga programada inicialmente para Vitória, passando para a descarga em Santos; 2. Esse tipo de ocorrência operacional se deu em momento que não permitia ao Operador de Carga, Agente Marítimo ou Armador atender o dispositivo legal na forma e tempo exigidos em lei, diante da imprevisibilidade do fato; 3. A dificuldade para a descarga da carga em Vitória surgiu no momento da realização desta operação naquele porto. Por impossibilidade técnica, o Agente Marítimo se viu obrigado a transferir a referida carga para o Porto de Santos; 4. Toda a dificuldade foi gerada por se tratar a carga de um caminhão que não conseguia dar partida no motor para a sua retirada de bordo do navio; 5. Por conta disso, o caminhão teve que permanecer a bordo da embarcação para ser descarregado em Santos; Fl. 93DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11128.008903/200965 Acórdão n.º 3302002.745 S3C3T2 Fl. 11 3 6. Nesse lapso de tempo, foi contatado o recebedor da carga que enviou um técnico para Santos que solucionou o problema. Assim, a carga, por meios próprios, foi descarregada; 7. Conforme se pode perceber, sempre que ocorrer uma situação como essa, inevitavelmente, irá esbarrar nos prazos exíguos estabelecidos pela lei específica, não permitindo, inclusive ao operador de carga dispor de alternativa que não lhe acarrete a multa pretendida pelo fisco; 8. Trata a embarcação de navio de características próprias para o transporte a seu bordo de veículos automotores que não são embarcados e descarregados nos portos de destino por meios próprios; 9. Dessa forma, outra alternativa não restou ao agente operador de carga senão a providência tomada à época dos fatos para garantir a descarga do veículo; 10. A pretensão da penalidade imposta se contrapõe aos fatos produzidos naquela ocasião, que demonstram estar havendo um excesso na aplicação da lei; 11. Sendo assim, não se pode considerar como embaraço ou empecilho à fiscalização a situação em tela, vez que nenhuma infração foi cometida; 12. Importante se faz ressaltar que foi deferida a inclusão do conhecimento de carga em contexto para a descarga em Santos. A carga foi regularmente descarregada sem causar quaisquer problemas à fiscalização aduaneira; 13. Resta dizer que o procedimento de fiscalização só se iniciou por mera análise no sistema informatizado e não pela falta de informação do agente marítimo no devido tempo nem mesmo por ter havido algum tipo de desdobramento que justificasse a medida de aplicação da multa; 14. Nesse sentido, a DRJ II de São Paulo têm proferido reiteradas decisões quando se depara com fatos de mesma similitude aos destes autos. Cita acórdão; 15. Merece também relevo o que estabelece o artigo 138 do Código tributário Nacional: Art. 138 – A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou de depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único: Não se considera espontânea a denuncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração; Fl. 94DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 4 16. Nessa direção, dispõe o art. 102 do Decretolei 37/66: Art. 102 – A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo Decretolei nº. 2.472, de 01/09/1988); 17. Portanto, como a infração apontada foi comunicada antes do início de qualquer procedimento fiscal, não se pode falar na aplicação da multa prevista pela Lei nº. 10.833/2003, pois foi a própria defendente que deu ciência a essa repartição aduaneira das alterações de destino da carga; 18. Por todo o exposto, requer a insubsistência do auto de infração, decretando a nulidade do lançamento e determinando, por via de conseqüência, o cancelamento definitivo da autuação.” Após analisar as razões trazidas na impugnação, a 1 ª Turma da DRJ/SP2 proferiu o acórdão no 1758.093 (efls. 63/71), por meio do qual manteve a autuação conforme decisão a seguir ementada: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 14/08/2008 A exigência do cumprimento de uma obrigação acessória está estabelecida em uma lei e o prazo para seu cumprimento em uma norma autorizada pela própria lei. Desta forma, o ato do contribuinte deve atingir o objetivo, na forma e prazo prescritos na legislação pertinente à matéria. Descumprido o prazo previsto na norma, cabível a aplicação da penalidade proposta. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido.” A Recorrente foi intimada em15/05/2012 (Aviso de Recebimento às efls. 78/79) e interpôs recurso voluntário (efls. 81/97) em 15/06/2012, por meio do qual reiterou suas razões de impugnação. É o relatório. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 11128.008903/200965 Acórdão n.º 3302002.745 S3C3T2 Fl. 12 5 Voto Conselheira FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS O recurso não atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual não o conheço. Conforme se verifica da análise das datas apresentadas no relatório supracitado (intimação da decisão da DRJ em 15/05/12 e a apresentação do RV 15/06/12), o recurso voluntário apresentado é intempestivo e, portanto não pode ser conhecido. O contribuinte tomou ciência do Acórdão no 1758.093 (efls. 63/71), da DRJ de São Paulo II por meio de Aviso de Recebimento anexado às efls. 78/79, no qual consta como data de recebimento 15 de maio de 2012, data esta confirmada pelos correios através do carimbo de entrega. Contudo, compulsando os autos administrativos, verificase que o recurso foi protocolizado em 15/06/2012, conforme se verifica à efls. 81/87. De efeito, o art. 33 do Decreto no 70.235/72 dispõe , verbis: “Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão”. A contagem do referido prazo deve ser realizada nos termos do art. 5º do mesmo diploma legal, verbis: “Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.” Assim, tendo em vista que o dia 15/05/2012, foi uma terçafeira, a contagem do prazo teve seu início no dia 16/05/2012, primeiro dia subseqüente de expediente normal, quartafeira, expirando em 30 dias, no dia 14/06/2012, uma quintafeira, dia útil. O recurso apenas foi apresentado dia 15/06/12, sextafeira. Vale salientar que os prazos recursais são peremptórios e preclusivos (RT 473/200 RT 504/217 RT 611/155 RT 698/209 RF 251/244), razão pela qual, com o mero decurso in albis do lapso temporal respectivo, extinguese, pleno jure, como sucedeu na espécie, o direito de o interessado deduzir o recurso pertinente: "Os prazos recursais são peremptórios e preclusivos (RT 473/200 RT 504/217 RT 611/155 RT 698/209 RF 251/244)” MS 24.274 AgR Rel. Min. Celso de Mello. Desta feita, impõese a conclusão de que a decisão a quo já se tornou definitiva, nos termos do art. 42 do Decreto no 70.235/72, verbis: Fl. 96DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 6 “Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto;” Tendo em vista a intempestividade, o recurso não preenche os seus requisitos de admissibilidade, razão pela qual NÃO O CONHEÇO, deixando, portanto, de analisar o mérito. É como voto. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Fl. 97DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
score : 1.0